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XIII Jornada de Iniciação Científica do PIBICICNPqlFAPEAM/INPA Manaus-AM AMU=08 ESTUDO SOBRE A PRODUÇÃO DO MEL NO ESTADO DO AMAZONAS. Priscila C. Guimarães'!'; Helyde A. Marinho"; (l)Bolsista PIBIC/INP A; (2)Orientadora/Pesquisadora CPCS/INP A. Na Amazônia existe atualmente um grande número de espécies de abelhas melíferas, que podem ser manejadas de modo racional, visando principalmente a produção de mel corno um meio econômico. (Assis, 2001). O mel é um alimento natural que, por não ter sido submetido a processos de purificação, possui todos os componentes nutritivos fundamentais. Em sua composição entram açúcares, como glicose e frutose, que podem ser absorvidos rapidamente pelo sangue proporcionando calor e energia ao organismo. Além disso, possui boas concentrações de vitamina C e vitaminas do grupo B. Contém ainda importantes enzimas, fundamentais para a digestão. Mediante uma composição tão rica, o mel ocupa um lugar destacado entre os melhores produtos alimentícios. (Bianchi, 1989). Além de ser um ótimo alimento, o mel é utilizado de várias formas. Por não ter nenhum tipo de bacilo, é largamente usado como cicatrizante. Experiências confirmam que mel contém algum componente bactericida, embora não seja conhecido. No ramo da bromatologia, usa-se o mel como adoçante natural por possuir maior quantidade de sais minerais e nutrientes do que o açúcar branco. Na medicina é empregado em tratamentos do sistema nervoso (stress), circulatório, digestivo (indigestão e doenças do fígado) e como revitalizante muscular. (Schneider, 1987). O desenvolvimento dos estudos e normas a respeito da utilização do mel e seus produtos, representa a base técnico-científica para o controle de qualidade e controle de fraudes de mel de abelha no Amazonas. (Vit, et. aI., 1994). Considerando que atualmente, no Estado do Amazonas, os produtos de abelhas nativas da Amazônia estão começando gerar impactos sociais, econômicos e ecológicos positivos, o presente estudo pretende contribuir para classificação dos méis de abelhas produzidos nos Municípios do Estado do Amazonas. Foram obtidas 21 amostras de méis de 17 localidades do Estado do Amazonas, fornecidas, principalmente por criadores de abelhas da Associação de Criadores de Abelhas do Amazonas - ACAM, e também de localidades indígenas. Os méis foram avaliados (em triplicata) quanto aos teores de umidade, pH, acidez titulável, açúcares redutores pelo método de Somogy Nelson (Southgate, 1976), adulterantes tais como, reação de Fiehe e reação de Lugol (Instituto Adolfo Lutz, 1985) e análises microbiológicas. Os resultados mostraram-se adequados quanto às análises de adulterantes e microbiológicas, entretanto com relação a resíduos 220

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XIII Jornada de Iniciação Científica do PIBICICNPqlFAPEAM/INPA • Manaus-AM

AMU=08

ESTUDO SOBRE A PRODUÇÃO DO MEL NO ESTADO DOAMAZONAS.

Priscila C. Guimarães'!'; Helyde A. Marinho";(l)Bolsista PIBIC/INP A; (2)Orientadora/Pesquisadora CPCS/INP A.

Na Amazônia existe atualmente um grande número de espécies de abelhas melíferas, que

podem ser manejadas de modo racional, visando principalmente a produção de mel corno um

meio econômico. (Assis, 2001). O mel é um alimento natural que, por não ter sido submetido

a processos de purificação, possui todos os componentes nutritivos fundamentais. Em sua

composição entram açúcares, como glicose e frutose, que podem ser absorvidos rapidamente

pelo sangue proporcionando calor e energia ao organismo. Além disso, possui boas

concentrações de vitamina C e vitaminas do grupo B. Contém ainda importantes enzimas,

fundamentais para a digestão. Mediante uma composição tão rica, o mel ocupa um lugar

destacado entre os melhores produtos alimentícios. (Bianchi, 1989). Além de ser um ótimo

alimento, o mel é utilizado de várias formas. Por não ter nenhum tipo de bacilo, é largamente

usado como cicatrizante. Experiências confirmam que mel contém algum componente

bactericida, embora não seja conhecido. No ramo da bromatologia, usa-se o mel como

adoçante natural por possuir maior quantidade de sais minerais e nutrientes do que o açúcar

branco. Na medicina é empregado em tratamentos do sistema nervoso (stress), circulatório,

digestivo (indigestão e doenças do fígado) e como revitalizante muscular. (Schneider, 1987).

O desenvolvimento dos estudos e normas a respeito da utilização do mel e seus produtos,

representa a base técnico-científica para o controle de qualidade e controle de fraudes de mel

de abelha no Amazonas. (Vit, et. aI., 1994). Considerando que atualmente, no Estado do

Amazonas, os produtos de abelhas nativas da Amazônia estão começando gerar impactos

sociais, econômicos e ecológicos positivos, o presente estudo pretende contribuir para

classificação dos méis de abelhas produzidos nos Municípios do Estado do Amazonas. Foram

obtidas 21 amostras de méis de 17 localidades do Estado do Amazonas, fornecidas,

principalmente por criadores de abelhas da Associação de Criadores de Abelhas do Amazonas

- ACAM, e também de localidades indígenas. Os méis foram avaliados (em triplicata) quanto

aos teores de umidade, pH, acidez titulável, açúcares redutores pelo método de Somogy

Nelson (Southgate, 1976), adulterantes tais como, reação de Fiehe e reação de Lugol (Instituto

Adolfo Lutz, 1985) e análises microbiológicas. Os resultados mostraram-se adequados quanto

às análises de adulterantes e microbiológicas, entretanto com relação a resíduos

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macroscópicos, tais como fragmentos de própolis e outros. Quanto às análises físico-químicas

(tabela 1), observou-se em todas as amostras, o pH abaixo de 4,0 indicando o mel das abelhas

sem ferrão (nativas da Amazônia) ser um alimento ácido e quanto ao °Brix a média foi de

67,76, indicando a predominância de açúcares e minerais. Em todas as amostras de mel

analisadas a quantidade de açúcares está dentro dos valores que a legislação vigente no País

(Portaria n° 001 de 24 de março de 1980) estabelece, sendo permitido no máximo 8%. Com

base nos resultados obtidos no presente trabalho podemos concluir que os méis analisados

estão dentro das especificações, precisando porém melhorar a sua manipulação, apesar da.s

análises microbiológicas estarem dentro dos padrões, indicando que o mel é um produto

bactericida natural.

Amostras °Brix Umidade pH Adulterantes1 68,44 31,53 3,43 Negativo2 71,26 28,74 2,78 Negativo3 69,04 30,95 2,88 Negativo4 71,30 28,70 2,39 Negativo5 59,80 40,20 2,99 Negativo6 70,42 29,58 2,93 Negativo7 66,48 33,51 2,98 Negativo8 71,15 28,85 3,02 Negativo9 67,42 32,85 2,45 Negativo10 76,36 23,64 Fermentou Fermentou11 71,95 28,05 2,95 Negativo12 61,55 38.45 3,31 Negativo13 65,97 34,02 2,57 Negativo14 61,54 38,79 2,49 Negativo15 65,30 34,70 2,58 Negativo16 65,65 34,34 2,47 Negativo17 65,98 34,02 - Negativo

ASSIS, Maria da Glória Paiva de. Criação Prática e Racional de Abelhas sem Ferrão daAmazônia. Manaus: Co-Edição SEBRAE, 2001.

PREGNOLATTO. Waldormiro, et. AI. Métodos Qúimicos e Físicos para Análises deAlimentos Volume 1. Normas Analíticas do Intituto Adolfo Lutz: 3. ed. São Paulo:Câmara Brasileira do Livro, 1985.

SCHNEIDER, Ernest. A Cura e a Saúde Pelos Alimentos. 9.ed. Tatuí: Casa PublicadoraBrasileira, 1987.

SOUTHGATE, D.A.T. 1976. Determination of food carbohydrates. London, AppliedScience Publishing, 177p.

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