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Daniele Kramm Itamar Freire
Maria Sirlene Rodrigues
ESTUDO SOBRE A EFICÁCIA DE UM PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES NO TRABALHO
ATRAVÉS DO COMPORTAMENTO
SALVADOR 2004
ESCOLA DE ADMINISTTRAÇÃO Núcleo de Pós-Graduação em Administração – NPGA
CPA
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SUMÁRIO
I. Introdução 04
II. A Psicodinâmica do Trabalho 07
III. Acidente de Trabalho 10
IV. Doenças Ocupacionais 14
V. LER / DORT 16
VI. Distúrbios Mentais e Trabalho 18
VII. O Comportamento e os Acidentes do Trabalho 20
VIII. Questões Operacionais 22
IX. Metodologia 23
X. Apresentação e Análise dos Resultados 25
XI. Conclusão e Considerações Finais 40
XII. Referências 42
XIII. Apêndices
XIV. Anexos
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GRÁFICOS E TABELAS
I. Tabela Questionário - Análise de Resultados
II. Gráfico I – Análise de Resultados
III. Gráfico II - Análise de Resultados
IV. Gráfico III - Análise de Resultados
V. Gráfico IV - Análise de Resultados
VI. Gráfico V - Análise de Resultados
VII. Gráfico VI - Análise de Resultados
VIII. Gráfico VII - Análise de Resultados
IX. Gráfico VIII - Análise de Resultados
X. Gráfico IX - Análise de Resultados
XI. Gráfico X - Análise de Resultados
XII. Gráfico XI - Análise de Resultados
XIII. Tabela de Relacionamento
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I. INTRODUÇÃO
O presente trabalho objetiva avaliar a eficácia de um programa de prevenção de
acidentes no trabalho e doenças ocupacionais através de observações e intervenções
no comportamento dos colaboradores.
O trabalho é a base de sustentação material e econômica da sociedade que é,
por isso, dependente da sua capacidade de trabalho. Assim, preocupações com a
saúde ocupacional e o bem-estar dos trabalhadores são pré-requisitos cruciais para a
produtividade e de máxima importância para o desenvolvimento socioeconômico
sustentável global.
O local de trabalho é um ambiente prejudicial. Problemas ocupacionais e riscos
de segurança são comuns em muitos setores econômicos, principalmente no industrial,
onde será realizado este estudo. Um grande número de trabalhadores queixam-se de
fatores que reduzem a capacidade de trabalho, e passam um terço de suas vidas em
tais ambientes prejudiciais. Segundo Reis (2001, p.02):
“Cerca de 120 milhões de acidentes do trabalho, sendo que 200.000 fatais,
ocorrem anualmente e surgem 68 a 157 milhões de novos casos de doenças
ocupacionais causadas por vários tipos de exposição ao trabalho. Além do
sofrimento desnecessário, os custos envolvidos nesses agravos à saúde
foram estimados em um percentual superior ao produto nacional bruto de
muitos países”.
Cada vez mais constata-se a necessidade de criar alternativas que atuem de
forma preventiva na ocorrência de acidentes e doenças ocupacionais, mecanismos
estes que atuem de forma a incluir o trabalhador no processo de prevenção de maneira
reflexiva, a fim de ocorrer uma mudança no possível comportamento de risco.
As contradições das relações homem-trabalho participam de modo significativo
na ocorrência de acidentes e doenças ocupacionais. Observa-se que muitas vezes, o
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funcionário tem total ciência que está realizando um comportamento inseguro, e
continua manifestando esta ação de forma consciente, mesmo sendo educado sobre as
conseqüências que podem advir desta ação.
Por outro lado, há uma falta de foco dos programas de educação profissional no
que tange à preparação do trabalhador para enfrentar de modo adaptativo e saudável
os desafios impostos pelas organizações. As empresas têm enfatizado o investimento
direto em treinamentos operacionais, porém faz-se necessário buscar programas que
proporcionem a formação integral do ser, que levem em consideração os fatores que
direcionam o trabalhador ao comportamento de risco.
O presente estudo objetiva avaliar a eficácia de um programa de prevenção de
acidentes no trabalho através de observações e mudanças comportamentais. O estudo
será realizado em uma indústria localizada na região de Candeias, BA, que utiliza a
metodologia de prevenção de acidentes através de um processo específico, que tem
por objetivo identificar comportamentos críticos através de observações, verificando se
durante a execução de suas tarefas laborais ocorrem comportamentos seguros ou de
risco, atuando sobre estes comportamentos através de orientações e feedbacks ao
término das observações.
O programa, intitulado na empresa em questão de Processo ALA (Ambiente
Livre de Acidentes) é embasado na tecnologia americana “Behavioral Accident
Prevention Process” (Processo de Prevenção Comportamental de Acidentes) e foi
implantado pela consultoria especializada BST – Behavioral Science Technology, Inc.
em agosto de 2001.
Em linhas gerais, o processo consiste em observar mensalmente o
comportamento de todos os colaboradores no seu local de trabalho, registrar essas
observações e fornecer orientações no mesmo momento sobre o que foi observado,
visando conscientizar os trabalhadores a adquirir comportamentos cada vez mais
seguros.
Todos os resultados das observações são compilados mensalmente e
analisados pelos gestores de cada área, que são responsáveis por favorecer eventuais
mudanças necessárias para a melhoria da segurança de sua equipe. As observações
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são registradas em ficha específica, porém sem nenhuma referência ao nome da
pessoa observada. Esta medida visa evitar qualquer tipo de punição que possa ser
associada ao programa.
O processo de implantação iniciou-se com o time de negócios da empresa,
seguindo um diagnóstico minucioso sobre as condições de segurança da mesma, para
a partir de então desenhar um programa voltado para a realidade em questão.
Como forma de realizar o envolvimento e sensibilização de todos os
colaboradores, foram realizados uma série de workshops sobre o programa.
Após esta etapa, foi indicado pelo time de negócios da empresa o “facilitador”do
processo (colaborador responsável pela coordenação do programa).
Após a escolha do facilitador, a consultoria especializada apresentou as
características necessárias aos “observadores” (grupo de colaboradores que realizam
as observações nos locais de trabalho e os feedbacks buscando a mudança do
comportamento inseguro).
Os gerentes dos departamentos realizaram com base no “perfil” apresentado a
indicação dos colaboradores em potencial para fazer parte do grupo de observadores.
Tanto o facilitador quanto os observadores receberam treinamento específico
para exercer essas funções, sendo que o facilitador foi deslocado do seu departamento
e dedica-se tempo integral ao programa. Já os observadores mantém suas atividades
rotineiras, ou seja, exercem as atividades de observadores concomitantemente às da
sua função na empresa.
Além dos observadores e do facilitador, o processo conta com um “comitê”,
montado com o objetivo de discutir questões específicas do programa, que é composto
por uma pessoa de cada departamento.
Desta forma, o grupo inicial foi composto por doze observadores (hoje são
cinqüenta e quatro), um facilitador e 8 membros do comitê.
O processo de implantação, desde seu planejamento até o início efetivo do
programa, se deu em aproximadamente doze meses.
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Os dados serão considerados a partir do lançamento do Programa, realizado
efetivamente em agosto de 2001, até dezembro de 2003, envolvendo as observações
realizadas neste período, com todo o quadro funcional da empresa.
Com este estudo, pretende-se avaliar a eficácia do programa em questão,
apresentado como alternativa aos modelos tradicionais de prevenção de acidentes, a
fim de verificar se o processo contínuo de observação, reflexão e orientação sobre o
comportamento de risco torna mais eficaz a prevenção, minimizando o risco de
acidentes e doenças ocupacionais.
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II. A PSICODINÂMICA DO TRABALHO
Uma das principais características da gestão moderna envolve a preocupação
com o ser humano, uma vez que este é entendido como o diferencial competitivo de
qualquer organização, sendo fator imprescindível para o sucesso do negócio. Nesta
concepção, todo e qualquer tipo de atuação deve centrar-se nas pessoas e na forma
como elas atuam em seu ambiente de trabalho.
Em plena era do conhecimento, muitas empresas têm investido em
aprendizagem organizacional e na promoção da saúde integral de seus colaboradores,
uma vez que, segundo um dos gurus da administração contemporânea (Chiavenato,
1994, p. 257):
“administrar é o processo de alcançar resultados COM as pessoas e PARA
elas, e não APESAR delas”.
A subjetividade precisa ser considerada, já que os seres humanos reagem de
forma particular diante os estímulos das situações e condições de trabalho e se
integram às organizações carregando histórias de vida, que podem facilitar ou dificultar
a adaptação diante dos desafios organizacionais. Pode-se destacar a promoção de
programas educacionais, de conscientização e desenvolvimento humano que objetivem
a prevenção de falhas operacionais e acidentes de trabalho, fatores oponentes à saúde
integral das pessoas.
Segundo Dejours (1986, p. 345), considerado um dos maiores pesquisadores
sobre a psicodinâmica do trabalho na atualidade, observa-se maior conscientização dos
estudiosos em comportamento humano no trabalho e dos gestores empresariais sobre
a relevância da compreensão dos aspectos psicodinâmicos correlacionados ao
desempenho no trabalho. Entre estes comportamentos, inclui-se o comportamento
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saudável. Da mesma forma, deve-se também levar em consideração os
comportamentos desajustados, que envolvem as falhas operacionais, absenteísmos,
alcoolismos, desmotivação e os acidentes.
Para Chanlat (citado por Mendes, 1998, p.18), dependendo da representação
simbólica que a organização tem para o trabalhador (positiva ou negativa), pode-se
entender as atitudes do mesmo diante dos desafios propostos pela instituição, e a
análise destas atitudes permite a compreensão dos atos inseguros, falhas operacionais
e, inclusive, os acidentes de trabalho.
O que se observa, portanto, é uma tríade composta pela gestão da organização,
significado do trabalho e atitudes dos funcionários. Assim sendo, as políticas
organizacionais influenciam diretamente os índices de acidentes e de desenvolvimento
de doenças ocupacionais.
“No que diz respeito aos aspectos psicodinâmicos do trabalho, interferem no
comportamento do trabalhador as relações interpessoais que o mesmo
adquire no ambiente de trabalho, as relações do homem com a tecnologia e
sua relação simbólica e transferencial com a empresa” (Leplat, 1997, p. 297).
Para este estudo, considera-se relevante o aprofundamento no segundo aspecto
psicodinâmico, que diz respeito à relação do homem com a tecnologia, que é
freqüentemente - e ingenuamente - interpretada como fator de sucesso e qualidade.
Entretanto, estudos revelam que:
“o incremento tecnológico pode apresentar efeitos colaterais negativos para o
trabalhador: aumento da cobrança por produtividade e rapidez, à revelia dos
aspectos humanos envolvidos no desempenho das tarefas, e doenças
ocupacionais, como D.O.R.T*.” (Lima, 1997, p. 201).
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Neste aspecto, é imprescindível que as organizações assumam a
responsabilidade por programas de saúde ocupacional (como ginástica laboral,
alongamentos, massoterapias, etc) e, principalmente, programas de conscientização
sobre a importância da prevenção de acidentes e doenças do trabalho, no que diz
respeito ao comportamento do trabalhador. Esses últimos têm relevância significativa
para o respeito à saúde integral dos colaboradores, uma vez que atuam diretamente
nas pessoas, buscando torná-las conscientes e responsáveis pela busca de condições
de trabalho mais saudáveis e seguras.
O ser humano é complexo e multideterminado, não bastando entender seu
comportamento apenas considerando variáveis imediatas, numa visão reducionista e
mecanicista. É fundamental entender o trabalhador como um sujeito inserido em várias
redes de significação, com uma personalidade e uma história de vida. A partir de então,
tem-se subsídios para a implantação de programas efetivos de desenvolvimento dos
seres humanos integrais nas organizações.
O trabalhador utiliza mecanismos de defesa inconscientes para defender-se de
situações de sofrimentos psíquico no trabalho, como a negação. Segundo Seligman-
Silva (1995, p.292):
“para agüentar o sofrimento, encontrar uma forma de conviver com o mesmo
e com a situação de trabalho que o provoca, a solução encontrada é decretar
que o mal-estar não existe, negando ao mesmo tempo suas causas – as
situações perigosas, coercitivas ou, de qualquer outro modo, perigosas”.
Ao suprimir o perigo da percepção consciente, é comum a presença de condutas
de risco no ambiente de trabalho. Como conseqüência, podem ocorrer falhas
operacionais e acidentes de trabalho com trabalhadores que, aparentemente possuíam
controle total dos processos de trabalho. Segundo Bedrikow (1998, p. 248):
“ato inseguro é toda ação humana que contribui para a insegurança”.
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Nesta interpretação, as falhas operacionais e acidentes são responsabilidade do
trabalhador e da organização, que define como deve ser operacionalizado o trabalho,
às vezes sem levar em consideração as condições individuais dos trabalhadores.
___________________________________________________________________ * D.O.R.T – Distúrbio Osteomuscular Relacionado ao Trabalho.
III. ACIDENTE DE TRABALHO
É crucial para o correto entendimento entre a relação comportamento inseguro e
acidente de trabalho, a análise do histórico correspondente às origens do termo e da
própria legislação que envolve as questões de acidentes e doenças ocupacionais, ou
decorrentes do trabalho.
Segundo Reis (2001, p. 1-21):
“Na Antigüidade não encontramos vestígio em relação à legislação de
acidentes do trabalho. Nas leis das Índias, são encontrados alguns
antecedentes legislativos. Porém, no século XIII é que despontou algo de
mais concreto, com o Libro del Consulado Del Mar que regulou instruções e
normas quanto aos acidentes ocorridos com os trabalhadores marítimos,
entre as quais a obrigatoriedade do capitão fornecer vinho à tripulação,
para amenizar o frio. O aspecto preventivo do acidente de trabalho, nesta
época, já era considerado. Posteriormente, normas sobre acidentes do
trabalho foram se desenvolvendo, sobretudo na Espanha, muito embora em
caráter consuetudinário e, pouco a pouco, a preocupação com os acidentes
do trabalho transpuseram fronteiras, sendo objeto da apreensão de outros
países. A evolução industrial precipitou os fatos.
Assim, pouco a pouco, foi se impondo um direito novo, reparador do dano que o
acidente do trabalho causava.
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No Brasil, a primeira lei brasileira sobre acidentes do trabalho foi a de nº. 3.724,
de 15 de janeiro de 1919, após 15 anos de apresentação do primeiro projeto nesse
sentido, que se verificou em 1904, de autoria do deputado Medeiros e Albuquerque,
além de vários outros que também não frutificaram. O projeto que gerou a primeira lei
acidentária foi o destacado do Projeto nº. 239, de 1918, que também estabelecia a
adoção de normas sistemáticas sobre Direito do Trabalho, tendo sido bipartido em dois
projetos distintos. Merece destaque o trabalho desenvolvido por Prudente de Morais,
que, com brilhantismo, o sistematizou com profundidade e clareza.
De acordo com a NBR 14280, acidente de trabalho é definido da seguinte forma:
”1. é a ocorrência imprevista e indesejável, instantânea ou não, relacionada
com o exercício do trabalho que provoca lesão pessoal ou de que decorre
risco próximo ou remoto dessa lesão. 2. É aquele que ocorrer pelo exercício
do trabalho a serviço da empresa, provocando lesão corporal ou perturbação
funcional que cause a morte, ou perda, ou redução, permanente ou
temporária, da capacidade para o trabalho”.
A lesão e a doença poderão levar à redução temporária ou permanente da
capacidade para o trabalho. Já o conceito moderno, afirma que:
“acidente é toda ocorrência que determine ou presente potencial para
determinar perdas (conceito amplo de perdas que envolve inclusive perda de
tempo produtivo) e que interrompa o estado de segurança”. (Reis, 2001, p.
4).
Considera-se acidente, também, aquele que, ligado ao trabalho, embora não
tenha sido a única causa, tenha contribuído diretamente para a morte, a doença ou,
ainda, a redução da capacidade para o trabalho; aquele que tenha sido sofrido pelo
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empregado ainda que fora do local do trabalho, seja no percurso (acidente de trajeto)
da residência para o local de trabalho ou deste último para a residência.
Os acidentes são eventos agudos, que decorrem de situações de risco presentes
nos locais de trabalho, relacionados aos agentes físicos (ruído, vibração, calor, frio,
luminosidade, ventilação, umidade, pressões anormais, radiação etc.); aos agentes
químicos (exposição a substâncias tóxicas através de gases, fumos, névoas, neblinas e
poeiras, contato térmico ou ingestão); aos agentes biológicos (bactérias, fungos,
parasitas, vírus , contato com lixo e esgotos, etc.) e à organização do trabalho (divisão
do trabalho, pressão de chefia por produtividade ou disciplina, jornada, ritmo, pausas,
trabalho noturno ou em turnos, organização do espaço físico, esforço físico intenso,
levantamento manual de peso, posturas e posições inadequadas, repetitividade de
movimento, etc.).
Ressalte- se, ainda, algumas outras situações que predispõem ao surgimento de
acidentes, tais como: arranjo físico inadequado, falta de proteção em máquinas
perigosas, ferramentas defeituosas, possibilidade de incêndio e explosão, presença de
animais peçonhentos, etc.
Os acidentes podem ter diferentes causas, que devem ser apuradas amplamente
a fim de atuar de forma corretiva. As principais causas envolvem:
a. Ato inseguro (quando a ação incorreta ou a omissão por parte do
trabalhador determinou o acidente)
b. Condições de insegurança (quando condições específicas do ambiente
de trabalho determinaram o acidente).
c. Fator pessoal de insegurança (quando a causa do acidente é relativa ao
comportamento humano, ou condições associadas à capacidade física,
mental e psicológica).
As conseqüências que envolvem um acidente de trabalho influenciam
diretamente na vida da pessoa e da organização, e envolvem perda de tempo, lesão
pessoal, danos materiais, perdas financeiras, danos à imagem, efeitos psicológicos
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indesejáveis ao lesionado e à equipe, etc. Estas conseqüências podem ser reversíveis
ou irreversíveis, tanto para o trabalhador quanto para a empresa.
Muitos programas de prevenção de acidentes são estruturados com bases no
estudo das causas e conseqüências de ocorrências anteriores, ou seja, de forma a
evitar que os mesmos acidentes venham a se repetir. Porém, na maioria dos casos,
estes programas são abordados de forma a evidenciar erros e denotando fatores de
punição. Por esta razão não são eficazes por si só, necessitando de ações que visem a
conscientização, educação e reflexão do trabalhador, de forma que este possa sentir-se
responsável por sua segurança no trabalho.
Outro fator importante a ser levado em consideração na estruturação dos
programas de prevenção são os ditos Comportamentos Críticos. Entende-se por
Comportamento crítico qualquer ato observável que tenha o potencial de influir
significativamente na probabilidade de um acidente ocorrer ou não.
Se um comportamento crítico for executado com segurança, as chances de lesão
são minimizadas, porém se for executado de maneira a colocar o empregado em risco,
as chances de lesão são aumentadas.
Portanto, se o comportamento é algo observável, as pessoas podem ser
educadas a realizar observações e reflexões visando orientar estes comportamentos de
forma a prevenir acidentes e doenças ocupacionais.
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IV. DOENÇAS OCUPACIONAIS
As doenças ocupacionais, embora intrínsecas ao trabalho, não foram motivo de
atenção inicialmente. As referências a esta questão apenas foram descritas após um
longo tempo, quando as doenças profissionais foram, finalmente, atreladas ao ambiente
e as atividades de trabalho.
Para Galafassi (1999, p. 12-13):
“No século XVI, já se descreviam as primeiras relações entre trabalho e
doença, mas apenas em 1.700, quando o italiano Bernardino Ramazzi
publicou o livro De Morbis Artificum Diatriba ("As Doenças dos
Trabalhadores") foi que se chamou atenção para as doenças profissionais.
Nesta obra, ele descreve, uma série de doenças relacionadas com mais de
50 profissões diferentes. Diante disso, Ramazzi foi cognominado o "Pai
Medicina do Trabalho", e às perguntas clássicas que o médico faz ao
paciente na anammese clínica foi acrescentada mais uma: "Qual a sua
ocupação?".
O advento da Revolução Industrial ocasionou o surgimento das fábricas, as quais
passaram a empregar grande parte população, multiplicando as ocupações e trazendo,
como conseqüência, uma série de problemas de saúde. Com isso, surge também a
necessidade de o médico entrar nas fábricas e dedicar atenção ao trabalhador e suas
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condições de trabalho. Na Inglaterra, berço da Revoluta Industrial, já em 1830
apareciam os primeiros médicos de fábrica.
De modo geral , pode-se definir “doença ocupacional” como sendo toda moléstia
causada pelo trabalho ou pelas condições do ambiente em que é executado.
A Legislação Brasileira define as doenças profissionais ou do trabalho no
Decreto 2.172, de 05 de março de 1997, equiparando-a, para todos os efeitos legais, ao
acidente do trabalho. Diz ainda, que em caso excepcional, constatando-se que uma
doença não esteja incluída na relação resultou de condições especiais em que o
trabalho é executado e com ele se relacione diretamente, a previdência social deve
equipará-la ao acidente do trabalho.
Os agentes agressores encontrados no ambiente de trabalho podem ser
classificados em:
a) agentes físicos - são de diversas naturezas e, entre eles, destacam-se o
ruído, o calor, o frio, as vibrações, as pressões anormais, as radiações
ionizantes e as radiações não ionizantes.
b) agentes químicos - os produtos químicos são encontrados no ambiente de
trabalho sob as formas líquida, gasosa, de vapores e sólida, e podem
penetrar no organismo pelas vias respiratórias, digestiva e, também, através
da pele, dependendo das características físico-químicas das substâncias.
c) agentes biológicos - são consideradas doenças do trabalho as causadas por
microorganismos (bactérias, vírus, fungos e protozoários adquiridos em virtude
de condições ligadas à natureza do trabalho).
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V. LER / DORT
Parte fundamental para a análise de acidentes e afastamentos decorrentes do
trabalho, vêm sendo as chamadas “lesões por esforços repetitivos, ou doenças
osteomusculares relacionadas ao trabalho”.
Segundo Galafassi (1999, p. 34-52):
“No mundo contemporâneo, as lesões por Esforços Repetitivos/Doenças
Osteomusculares Relacionadas com o Trabalho (LER/DORT) têm
representado importante fração no conjunto dos adoecimentos relacionados
com o trabalho. Acometendo homens e mulheres em plena fase produtiva
(inclusive adolescentes), esta doença, conhecida como Doença da
Modernidade, tem causado inúmeros afastamentos do trabalho, sendo que a
quase totalidade deles evoluem para incapacidade parcial, e, em muitos
casos, para a incapacidade permanente, com aposentadoria por invalidez”.
São problemas decorrentes das relações e da organização do trabalho
existentes no moderno mundo do trabalho, em que as atividades são realizadas com
movimentos repetitivos, com posturas prolongadas, trabalho muscular estático,
conteúdo pobre das tarefas, monotonia, sobrecarga mental, associadas à ausência de
controle sobre a execução das tarefas, ritmo intenso de trabalho, pressão por produção,
relações conflituosas com as chefias e estímulo à competitividade exacerbada.
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Vibração e frio intenso também estão relacionados com o surgimento de quadros de
LER/DORT.
Caracteriza-se por um quadro de dor crônica, sensação de formigamento,
dormência, fadiga muscular (por alterações dos tendões, musculatura e nervos
periféricos). É um processo de adoecimento insidioso, carregado de simbologias
negativas sociais, e intenso sofrimento psíquico: incertezas, medos, ansiedades e
conflitos.
Acomete trabalhadores inseridos nos mais diversos ramos de atividade, com
destaque para aqueles que estão nas linhas de montagem do setor metalúrgico,
empresas do setor financeiro, de autopeças, da alimentação, de serviços e de
processamento de dados.
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VI. DISTÚRBIOS MENTAIS E TRABALHO
O trabalho tem sido reconhecido como importante fator de adoecimento, de
desencadeamento e de crescente aumento de distúrbios psíquicos.
Os determinantes do trabalho que desencadeiam ou agravam distúrbios
psíquicos irão, geralmente se articular a modos individuais de responder, interagir e
adoecer, ou seja, as cargas do trabalho vão incidir sobre um sujeito particular portador
de uma história singular preexistente ao seu encontro com o trabalho.
Segundo Mendes (1998, p. 10-15), o processo de sofrimento psíquico não é,
muitas vezes, imediatamente visível. Seu desenvolvimento acontece, de forma
"silenciosa" ou "invisível", embora também possa eclodir de forma aguda por
desencadeantes diretamente ocasionados pelo trabalho.
Alguns sinais de presença de distúrbios psíquicos se manifestam como
"perturbadores" do trabalho, e a percepção destes indica que o empregado deve ser
encaminhado para avaliação clínica. lncide em erro a empresa que, reconhecendo a
sintomatologia, a encare como demonstração de "negligência", "indisciplina",
"irresponsabilidade" ou "falta de preparo por parte do trabalhador", o que ocasiona
demissões.
Alguns sinais e sintomas de distúrbios psíquicos são: modificação do humor,
fadiga, irritabilidade, cansaço por esgotamento, isolamento, distúrbio do sono (falta ou
excesso), ansiedade, pesadelos com o trabalho, intolerância, descontrole emocional,
agressividade, tristeza, alcoolismo, absenteísmo. Alguns desses quadros podem vir
acompanhados ou não de sintomas físicos como: dores (de cabeça ou no corpo todo),
perda do apetite, mal estar geral, tonturas, náuseas, sudorese, taquicardia,
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somatizações, conversões (queixas de sintomas físicos que não são encontrados em
nível de intervenções médicas) e sintomas neurovegetativos diversos.
Alguns fatores do trabalho que podem gerar ou desencadear distúrbios
psíquicos, como as condições de trabalho (físicas, químicas e biológicas, vinculadas à
execução do trabalho); a organização do trabalho(estruturação hierárquica, divisão de
tarefa, jornada, ritmo, trabalho em turno, intensidade, monotonia, repetitividade,
responsabilidade excessiva), entre outros.
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VII. O COMPORTAMENTO E OS ACIDENTES DO TRABALHO
Partindo-se do princípio de que todo comportamento pressupõe uma causa,
qualquer condição ou evento, que tenha algum efeito demonstrável sobre o
comportamento, deve ser considerado.
Para Lima (1997, p 201 - 216), descobrindo e analisando as causas que prevêem
os comportamentos, podemos prever o comportamento inseguro e, portanto controlá-lo.
A busca das causas do comportamento vem sendo feita, porém, de maneiras
diversas. Qualquer evento que coincida com a emissão de um comportamento humano
pode bem ser tomado como uma causa. Há o que chamamos de causas internas
atribuídas a um comportamento: são as causas neurais, em que se usa o sistema
nervoso como explicação imediata do comportamento, ou as causas internas psíquicas,
em que o comportamento é explicado em termos de um agente interior sem dimensões
físicas, chamado "mental" ou psíquico.
Este hábito de buscar dentro do organismo uma explicação do comportamento
tende a obscurecer as variáveis que estão ao alcance de uma análise científica. Estas
variáveis estão fora do organismo, no ambiente natural e não se pode esperar uma
explicação adequada do comportamento sem analisá-las.
Estudos em aprendizagem mostram que, depois de emitido, um desempenho
tende a aumentar ou diminuir de freqüência, conforme o reforço que recebe do
ambiente. Pertinentes então se tornam os estudiosos, quando sugerem a "modificação
do ambiente", como técnica para a redução de acidentes.
Podemos, assim, começar por procurar, no ambiente, os estímulos reforçadores
que levam o trabalhador a comportar-se inadequadamente. Parece-nos evidente que
condições insatisfatórias de trabalho funcionam como estímulo para fuga de tais
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condições, fator responsável, pelo acidente do trabalho. Desta forma, a fadiga reforça
comportamentos que levam a acidentes.
Expectativas acima das capacidades são colocadas sobre o homem pelas
organizações. Estas tendem a dirigir sua atenção para o produto final, desrespeitando
seu principal construtor. Tal desrespeito funciona como estímulo discriminativo para a
agressividade que pode desencadear acidentes.
O desafio, portanto, é a busca por alternativas que trabalhem de forma efetiva na
mudança do comportamento de risco para o plenamente seguro. Para tanto, é
imprescindível o envolvimento e responsabilização do trabalhador no processo de
mudança.
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VIII. QUESTÕES OPERACIONAIS
Nesta etapa, segue a apresentação das questões levantadas para a execução
deste trabalho. Estas questões nortearam a metodologia e a própria análise dos
resultados da pesquisa aqui apresentada.
A partir da definição das questões operacionais, pudemos avaliar a relevância do
nosso estudo e os principais questionamentos que o trabalho pretendia levantar. Por
outro lado, foi o que norteou nossa avaliação final, auxiliando a resposta ao problema
de pesquisa levantado.
1. Quais as metas que o programa pretende atingir, no que diz respeito ao índice de acidentes no trabalho? 2. Quais os principais comportamentos de risco identificados através das observações? 3. Que ações corporativas foram tomadas como forma de minimizar ou evitar os comportamentos de risco? 4. Quais os impactos gerados pelo programa no índice de acidentes no trabalho? 5. Quais as barreiras/dificuldades identificadas que podem comprometer a eficácia do programa? 6. Como é realizado o trabalho de orientação dos observadores aos funcionários que são observados realizando comportamentos de risco? 7. Os colaboradores identificam mudanças no comportamento pessoal atribuídas a implantação do programa?
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IX. METODOLOGIA
Essa pesquisa foi desenvolvida em uma indústria localizada na região de
Candeias/Ba, que vem buscando a prevenção de acidentes através de um programa de
observação do comportamento dos funcionários, identificando comportamentos de risco
e orientando, através de processos de feedbacks, para o comportamento seguro.
Foi realizado um estudo quantitativo e qualitativo dos dados levantados,
buscando avaliar se o programa implantado está surtindo os efeitos esperados.
A população da empresa é composta por 325 funcionários e 27 estagiários.
Este estudo abrangeu diferentes amostras, todas integrantes do quadro funcional
da organização, totalizando 34 pessoas (entre eles, um facilitador do programa e 33
colaboradores submetidos às observações).
Os instrumentos de coleta utilizados foram:
1. Análise documental - visando levantar dados quanto às metas que
devem ser atingidas, os principais comportamentos de risco
observados e melhorias estruturais decorrentes das observações e
alterações no índice de acidentes no trabalho. Os documentos
avaliados envolvem procedimentos e instruções de trabalho, índice
anual de acidentes, fichas de observações, fotos de alterações
estruturais e gráficos dos resultados mensais das observações. Os
documentos analisados foram apresentados pelo facilitador do
programa.
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2. Entrevista – realizada com o facilitador do programa, visando levantar
dados quanto aos feedbacks fornecidos e barreiras/dificuldades que
podem prejudicar a eficácia do mesmo. A entrevista foi agendada
previamente, ocorrendo na própria empresa, em sala reservada,
durante a jornada normal de trabalho e levando aproximadamente uma
hora e trinta minutos. A entrevista foi aberta e semidirigida (vide roteiro
em anexo), tendo sido registrada em papel com a autorização do
mesmo.
3. Questionário – aplicado em 33 funcionários, visando levantar dados da
percepção dos colaboradores quanto à eficácia do programa, através
de questões que levantem alterações nos comportamentos e a que
são atribuídas. Os questionários foram aplicados no próprio ambiente
de trabalho dos funcionários por um dos participantes do grupo, que
também é funcionário da empresa. Foram fornecidas previamente
informações sobre o estudo e os objetivos da pesquisa, esclarecendo
que a iniciativa, embora com total consentimento da empresa, tenha
sido por parte do trabalho de conclusão do curso de Especialização em
questão.
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X. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS
QUESTIONÁRIO
1. Quais dos comportamentos/situações você considera de risco? (assinale com um X quantos achar necessário)
Respostas assinaladas
Trabalhos em espaços confinados 26
Rolar peças 25
O local onde você necessita colocar as mãos para executar seu trabalho 24
Levantar e abaixar cargas 23
Empurrar e puxar cargas 21
Manobras em equipamentos elétricos 19
A postura do seu corpo ao realizar seu trabalho 18
Içamento de peças 13
O local onde você fica posicionado ao executar seu trabalho 13
Trabalhos de corte e solda 13
Operar máquinas móveis e/ou guindastes 12
Trabalhos sobre telhados 12
Extração / encaixe de disjuntores 9
Girar seu corpo durante seu trabalho 8
Iluminação 8
A visibilidade no local onde você executa seu trabalho 7
Limpeza do local onde você trabalha 7
As ferramentas, equipamentos e veículos utilizados no seu trabalho 6
Trabalhos de escavação 6
Armazenamento dos materiais 5
As proteções para os equipamentos 4
Bloqueios e isolamentos de energia 4
Qualidade dos EPI´s 3
Subir ou descer escadas 2As sinalizações e os avisos de risco 1
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Análise Descritiva:
De acordo com a tabela acima, os comportamentos identificados pela amostra com maior incidência como comportamentos de risco foram os trabalhos em espaços confinados, seguidos pelo rolamento de peças, local onde colocar as mãos para executar atividades, levantar e abaixar cargas e empurrar e puxar cargas.
Análise Crítica: De acordo com este resultado, pode-se concluir que os comportamentos
pesquisados através das observações do Processo ALA, são identificados, também pelos colaboradores pesquisados como comportamentos críticos (de risco).
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Porque é necessário realizar comportamentos de risco?
16
11
3 21
0
5
10
15
20 Porque é necessárioproduzir mais
Porque o chefe exige
Para não perder oemprego
Porque a empresa exige
Porque os colegas detrabalho exigem
Análise Descritiva: O maior número de colaboradores (16) atribui a necessidade de realizar
comportamentos de risco à necessidade de produção, seguido (11) por motivo de exigência da chefia, (3) medo de perder o emprego, (2) exigência da empresa e, por último (1), por exigência de colegas de trabalho.
Análise Crítica: Segundo Chanlat (citado por Mendes, 1998, p.18), a análise das atitudes dos
trabalhadores diante das exigências da Instituição, permite a compreensão dos atos inseguros, das falhas operacionais e dos acidentes de trabalho. Desta forma, é confirmada com o gráfico acima a avaliação de Chalat, uma vez que a necessidade de produção é fator predominante na execução de atividades inseguras. Através deste resultado, também confirma-se a citação de Lima (1997, p.201), “o incremento tecnológico pode apresentar efeitos colaterais negativos para o trabalhador: aumento da cobrança por produtividade e rapidez, à revelia dos aspectos humanos envolvidos no desempenho das tarefas, e doenças ocupacionais, como D.O.R.T.”
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Houve alteração em qualquer comportamento de risco nos últimos 3 anos?
94%
6%
Sim
Não
Análise Descritiva: A grande maioria dos colaboradores (94%), afirmaram haver alteração em
qualquer comportamento de risco nos últimos 3 anos. Análise Crítica: Dejours (1986, p.345), afirma ser observada maior conscientização dos
estudiosos em comportamento humano no trabalho e gestores empresariais sobre a relevância da compreensão dos aspectos psicodinâmicos correlacionados ao trabalho.
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Se sim, a que você atribui estas alterações?
35%
32%
23%
10% 0%
Implantação do ProcessoALA
Exigência doDepartamento de SS &MAMudança na chefia daempresa
Mudança na cultura daempresa
Mudança na forma depensar dos colegas detrabalho
Análise Descritiva: Segundo o gráfico, 35% dos colaboradores atribuem as alterações dos
comportamentos de risco para comportamentos seguros à implantação do processo ALA, seguido por 32% que atribuem às exigências do Departamento de Saúde, Segurança e Meio Ambiente, e 23%, devido à mudança na chefia da empresa.
Análise Crítica: De acordo com Chiavenato (1994, p. 257), administrar é o processo de alcançar
resultados COM as pessoas e PARA as elas, e não A PESAR delas. Nos três maiores números de resultados encontrados, as alterações são atribuídas à comportamentos, que dizem respeito às pessoas.
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Você acha que o índice de acidentes de trabalho diminuiu nos últimos 3 anos?
64%
36%
Sim
Não
Análise Descritiva: A maioria dos entrevistados (64%), considera que o índice de acidentes de
trabalho reduziu nos últimos 3 anos, após implantação do Processo ALA. Análise Crítica: Os dados apresentados no gráfico, refletem claramente os objetivos do programa
que são a identificação dos comportamentos de risco, e a orientação para o comportamento seguro, já que os índices de acidentes de trabalho diminuíram, demonstra-se que os objetivos estão sendo alcançados.
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Você acha que o Processo ALA contribui para melhorar a segurança no seu ambiente de
trabalho?
76%
24%
Sim
Não
Análise Descritiva: A grande maioria dos entrevistados (76%), acredita que o programa ALA
contribuiu para a melhoria da segurança no ambiente de trabalho.
Análise Crítica: A empresa vem buscando a prevenção de acidentes, através das alterações de
comportamentos, o programa vem atingindo os efeitos esperados, já que a grande maioria dos entrevistados acredita que ele (o programa), contribuiu para a melhoria da segurança no ambiente de trabalho.
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Quantas vezes você já foi observado pelo Processo ALA este ano?
910
8
6
0
2
4
6
8
10
12Uma vez por mês
Uma vez a cada doismeses
Uma vez a cada trêsmeses
Não fui observado esteano
Análise Descritiva: O maior número de entrevistados (10), informou que tem sido observado pelo
programa ALA 1 vez a cada 2 meses, seguida de pessoas que foram observadas 1 vez ao mês (9), e 1 vez a cada 3 meses (8).
Análise Crítica: As alterações nos comportamentos de risco, e conseqüentemente, a redução do
índice de acidentes, deve-se principalmente ao fato de que a maioria das pessoas tem sido observadas pelo programa, ao menos 1 vez a cada 2 meses, ocasião em que podem passar a corrigir determinados comportamentos de risco.
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ANÁLISE DOCUMENTAL
1. Relatórios apresentados pelo facilitador sobre os indicadores do Processo:
% Comportamento Seguro - 2002
95 94 9497 97 97 97 96 97 96 97 97
80
90
100
Jan Fev Mar Abr Maio Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
META = 98%
% Comportamento Seguro 2002/2003
98 98 98 98 98 999798989797 9796
80
90
100
2002 Jan Fev Mar Abr Maio Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
META = 98%
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% Comportamento Seguro
97 98
90
80
90
100
2001 2002 2003 2004 2005 2006
META = 98%
% Comportamento Seguro 2003/2004
999898
9798 98
99
80
90
100
2003 Jan Fev Mar Abr Maio Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
META = 98%
---------------------------------------------------- 2004 -----------------------------------------------------------
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Análise Descritiva:
De acordo com os gráficos apresentados, referentes ao percentual de
comportamentos seguros, observa-se que o índice levantado em 2001 era de 90% de
comportamentos seguros, subindo para 97% em 2002, 98% em 2003 e 99% (até o
momento) em 2004.
Análise Crítica:
A tecnologia americana “Behavioral Accident Prevention Process”, em que o
processo ALA é embasado, afirma que é possível provocar mudanças no
comportamento dos colaboradores através de metodologia proposta. Estas alterações,
indicam que haverá redução no número de comportamentos de risco, transformando-os
cada vez mais em comportamentos seguros, através das observações realizadas e das
intervenções (feedbacks) fornecidos no ato em que o comportamento de risco é
identificado.
2. Análise das fotos documentais referentes às mudanças ocorridas nas áreas de
trabalho, em conseqüência das observações realizadas pelo Processo ALA (as
fotos encontram-se em anexo)
Análise Descritiva:
O facilitador nos apresentou como resultado positivo do programa, uma
seqüência de fotos das melhorias ocorridas nos postos de trabalho em decorrência de
observações realizadas.
Análise Crítica:
Foram observadas mudanças significativas nos postos de trabalho, como resultado das
observações realizadas pelo Processo, principalmente no que diz respeito à questões
de ergonomia, melhoria de equipamentos e mudanças no ambiente de trabalho.
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3. Análise do Índice de Acidentes nos últimos anos:
Análise Descritiva:
De acordo com o gráfico apresentado, observa-se que o índice de Acidentes com
Afastamento, foi reduzido nos últimos cinco anos.
Análise Crítica:
A partir da implantação do Programa, identificou-se uma queda no índice de
acidentes com afastamento. As observações nos locais de trabalho e os feedbacks
realizados, são ferramentas eficazes na redução do número de comportamentos de
risco, que tem relação direta com a ocorrência de acidentes no trabalho.
ACIDENTES COM AFASTAMENTO
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1,2
1,4
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
(at
éde
zem
bro)
ANOS
LW
CIR
TAXA
LIMITE
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- 38 -
ANÁLISE DOS RESULTADOS ENTREVISTA COM O FACILITADOR
Durante a entrevista com o facilitador do processo, foram levantados pontos
fundamentais para a análise deste estudo.
1. O facilitador nos apresentou o resultado do evento “Encontro com
Observadores”, realizado pela empresa com o objetivo de levantar
as principais dificuldades encontradas pelos mesmos:
a) Falta de tempo para fazer as observações durante o turno.
b) Aumento da produção gerando pressão psicológica: chefes x operadores.
c) Dificuldade do observado em entender o objetivo do processo.
d) Falta motivação gerencial.
e) Falta de comprometimento das chefias com o processo.
f) Falta de gerenciamento e administração do tempo dos observadores.
g) Resistência de colaboradores em permitir que sejam observados.
h) Realizar observações em áreas diferentes do seu próprio
ambiente/departamento de trabalho, por desconhecimento dos riscos e
procedimentos de segurança de outras áreas.
i) Barreiras nas pessoas observadas que não estão comprometidas com o
processo.
j) Dificuldade em sair do posto de trabalho para observar.
k) Descrédito dos colaboradores na eliminação das condições de risco.
l) Dificuldade em praticar o feedback.
m) Dificuldade de registro na planilha de controle de observações por razões de não
saber lidar com informática.
n) Falta feedback do facilitador sobre a qualidade das observações realizadas.
o) O medo e desconfiança do observado.
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2. Foram também apresentadas pelo facilitador durante a entrevista os
pontos relatados como fatores de aprendizagem em decorrência do
processo, que são relevantes para nossa análise:
a) Maior conhecimentos dos riscos da planta.
b) Maior atenção na realização das tarefas, minimizando os riscos.
c) Melhoria no relacionamento com os colegas de trabalho, diminuindo as barreiras
existentes.
d) Despertar do senso crítico dos riscos.
e) Conhecimento sobre ergonomia / segurança.
f) Autoridade para interromper atividades inseguras.
g) Melhor comunicação através das trocas de feedback, e consequente mudança
de comportamentos de riscos.
h) Desenvolvimento da empatia.
i) Sentimento de importância em participar do processo.
j) Satisfação com os resultados obtidos.
k) Aperfeiçoamento em identificar situações de riscos.
l) Maior qualidade dos serviços executados com segurança constante.
m) Aprender a ouvir o por que da atitude do colega, sem criticá-lo.
n) Tornamo-nos pessoas mais conscientes.
o) Disciplina nas tarefas.
p) Troca de informações com os novos colaboradores.
Além destes pontos, o facilitador descreveu a forma como vem sendo realizado a
seleção e o treinamento dos novos colaboradores. Relata que , no inicio do processo, a
seleção era realizada através de indicações de gerentes e supervisores. Hoje, as
últimas duas turmas de observadores foram formadas de forma diferente, de acordo
com o interesse do próprio funcionário. Os interessados em tornarem-se observadores
do processo procuram o facilitador e fazem sua inscrição para o treinamento. Segundo
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o facilitador, esta mudança gerou um ganho para o processo, uma vez que os
observadores tornam-se mais responsáveis com o programa, já que participam por
iniciativa própria.
O treinamento é realizado em 16 horas, sendo 12 horas teóricas sobre o processo e
4 horas práticas, em que os treinandos realizam 2 observações experimentais,
acompanhados por observadores antigos, que fazem o papel de coaching, orientando
sobre os pontos positivos e de melhoria nas observações realizadas. Caso necessário,
o treinando é acompanhado por mais tempo pelo próprio facilitador.
Quanto à barreiras identificadas pelo próprio facilitador sobre o processo, foram
relatadas questões como dificuldade em entender a caligrafia nas fichas de observação
e fichas preenchidas de forma incorreta ou incompletas. Relata que nestes caso, o
observador é orientado pessoalmente sobre estas falhas, visando minimizar estes
problemas.
Segundo o facilitador, o programa é uma excelente ferramenta para segurança, e
seus benefícios pode ser estendidos para fora do ambiente de trabalho. Relata que, na
sua avaliação, o grande ganho no processo é o processo de feedback, que faz com
que as pessoas reflitam sobre seus comportamentos e mudem seus atos inseguros por
meio da conscientização.
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XI. CONCLUSÃO E CONSIDERAÇÕES FINAIS
De acordo com a análise dos resultados, pode-se concluir com esta pesquisa
que o processo de prevenções de acidentes, denominado na empresa em questão
Processo ALA, de fato contribuiu para a redução do índice de comportamentos de risco
e, conseqüentemente, na redução no índice de acidentes no trabalho.
O processo, que tem como princípio transformar comportamento de risco
(inseguros) em comportamentos seguros, pode ser identificado como instrumento
fundamental na redução no índice de acidentes com afastamento, assim como nas
melhorias no próprio ambiente de trabalho.
O programa, da forma como foi implantado e como vem sendo administrado, tem
alcançado os objetivos esperados, porém, esta eficácia não pode ser avaliada
isoladamente. Os dados apresentados demonstram que outros fatores são essenciais
para a eficácia do programa.
Do ponto de vista comportamental, pode-se destacar como resultados do
Processo ALA a redução do número de comportamentos inseguros (10% para 2%) e a
alteração na atuação dos superiores imediatos perante situações de risco.
Pode-se observar através dos resultados apresentados, que a mudança é
refletida não só no comportamento dos colaboradores, mas também no próprio
ambiente de trabalho. Do ponto de vista estrutural, pudemos comprovar alterações em
equipamentos e procedimentos, causando melhorias significativas no ambiente de
trabalho.Segundo o facilitador, O Programa conta com o apoio do grupo da alta
administração da empresa, fator essencial para o sucesso do programa, uma vez que a
mudança só é possível quando há interesse e investimento de esforços e orçamento na
implementação das melhorias necessárias.
Outro fator relevante é o papel do departamento de Saúde, Segurança e Meio
Ambiente (SS & MA) da empresa na avaliação dos colaboradores quanto às alterações
comportamentais. De acordo com o estudo realizado, o Processo ALA, embora seja
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uma iniciativa à parte do departamento em questão, têm total apoio e congruência com
os objetivos e atividades do SS & MA.
Como sugestão de melhorias e estudo com processos de prevenção de
acidentes embasados no comportamento, sugerimos que o processo obtenha maior
relação com outros departamentos envolvidos na questão, como o departamento de
Saúde Ocupacional. Entendemos que essa atitude minimize alguns dos pontos
levantados como barreiras, e possibilitem a implementação de ações prioritárias no
ambiente, visando reduzir qualquer tipo de risco.
Os próprios colaboradores, devem ser orientados pelo Serviço Médico quanto
aos comportamentos de risco, de forma que, a cada dia, o processo de conscientização
seja maximizado, visando mudanças efetivas em qualquer comportamento que possa
vir a comprometer a saúde do funcionário. Além dos feedbacks realizados pelos
observadores, o diálogo com pessoas especializadas na área, como o médico e
enfermeiro do trabalho, podem ser mais um instrumento de mudança na cultura e no
comportamento.
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- 43 -
XII. REFERÊNCIAS
BEDROKOW, Bernardo. Não se pode falar em saúde ocupacional sem participação
de trabalhadores e empresários. Revista Fundacentro. São Paulo, nº 8, ano II, 1998.
Behavioral Science Technology, Inc. www.bstsolutions.com. 16/11/2003.
CHANLAT, Jean-François. O indivíduo na organização. São Paulo: Atlas, 1993,285 p.
CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de pessoas: o novo papel dos recursos humanos nas
organizações. Rio de Janeiro, Ed. Campos, 1997.
DEMO, Pedro. Metodologia científica em ciência sociais. 2 ed. São Paulo: Atlas. 1989. 287 p. DEJOURS, Cristophe. A loucura do trabalho: estudo de psicopatologia do trabalho.
São Paulo: Cortez, 1987, 345 p.
DEJOURS, Crsitophe, ABDOUCHELLI, Elisabeth, JAYET, Cristian. Psicodinâmica do
Trabalho. São Paulo: Atlas, 1999, 145 p.
ECO, Humberto. Como se faz uma tese. 15ª edição. Editora Perspectiva S.A. São
Paulo.
_____________ As formas do conteúdo. São Paulo: Perspectiva, 1974.
GALAFASSI, Maria Cristina. Medicina do trabalho. Programa de controle médico de
saúde ocupacional (NR – 7)
LEPLAT, Jacques. Introdução à psicologia do trabalho. Lisboa: Fundação Calouste
Gulbenkian, 1977, 297 p.
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LIMA, Maria Elizabeth Antunes. A dimensão psicológica. In: LIMA, Maria Elizabeth
Antunes: ARAÚJO, José Newton & LIMA, Francisco (orgs). L.E.R.: dimensões
ergonômicas e psicossociais. Belo Horizonte: Health, 1997, p.201-216.
MENDES, A. A psicologia do trabalho: origens e desenvolvimento recentes na França.
Artigo publicado na Revista “Psicologia, Ciência e Profissão”. São Paulo, 1998.
PIMENTEL, Marcos Eduardo Costa. Normas da ABNT: Estrutura de Apresentação do
Trabalho. In: PCD Pesquisa, 2001. (http://www.pcdpesquisa.com.br.com)
REIS, Paulo. O ambiente e as doenças do trabalho. Universidade Federal da Bahia,
Salvador, 2002. Notas de Aula.
SEGURANÇA E MEDICINA DO TRABALHO. Norma Regulamentadora nº 17. São
Paulo. 50ª Edição. Editora Atlas, 2002.
SELIGMANN – SILVA, Edith. Psicopatologia do trabalho. In: MENDES, René.
Patologia do trabalho. Rio de Janeiro: Atheneu, 1995
SEVERINO, Antonio Joaquim. Metodologia do trabalho científico. 20 ed. São Paulo: Cortez, 1996. TORTORELLO, Jayme Aparecido. Acidentes do Trabalho (Teoria e Prática), Saraiva,
São Paulo, 1994.
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XIII. APÊNDICES
APÊNDICE
TABELA DE RELACIONAMENTO
METODOLOGIA/
QUESTÕES OP.
FONTES DOCU-
MENTAIS
POPULAÇÃO AMOSTRA INSTRU-MENTOS
ITENS INSTRU-MENTAIS
1. Quais metas o programa pretende atingir?
Procedimento do Programa
________ ________ Análise documental
Metas
2. Quais os principais comportamentos de risco identificados através das observações
Fichas de Observação
_______ 20% das fichas
aleatórias
Análise documental
Comportamentos de risco
observados
I. Aspectos Físicos:
a. Fotos das mudanças
a. _______
a. 50% das
fotos
a. Análise
documental
a. Fotos
fornecidas pelo facilitador
3. Quais ações corporativas foram tomadas como forma de minimizar ou evitar os comportamentos de risco identificados?
II. Procedimentos
a. Facilitador a. 100% dos procedimentos alterados
a. Entrevista
b. Análise Documental
a. Descrição das ações já realizadas em função das observações
4. Quais os impactos gerados pelo programa no índice de acidentes no trabalho?
Índice anual de acidentes no trabalho
________ 1998 a 2003
Análise documental
_________
5. Como é realizado o
___________ Facilitador Facilitador (1)
Entrevista __________
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- 46 -
realizado o trabalho de orientação dos observadores?
(1)
6. Os colaboradores identificam mudanças no comportamento pessoal após a implantação do programa?
__________ Colaboradores 20% Questionário - Quais os comportamentos de risco realizados na função? - Porque o fazem? - Houve alguma alteração em qualquer comportamento de risco nos últimos 3 anos?- Qual (ais)? - A que atribui esta (s) alteração?
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ROTEIRO DA ENTREVISTA COM O FACILITADOR
1. Descrição das principais dificuldades encontradas, que podem prejudicar a eficácia do programa.
2. Detalhamento sobre os feedbacks fornecidos aos observados 3. Escolha e Treinamento dos observadores 4. Avaliação geral do programa e prognóstico