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1 UNIVERSIDADE DE TAUBATÉ Ednilson Antonio Ribeiro Pimenta Estudo dos processos de soldagem TIG e MIG em estruturas de alumínio 6351 T6 NBR ISO 209-2010 Taubaté – SP 2012

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UNIVERSIDADE DE TAUBATÉ

Ednilson Antonio Ribeiro Pimenta

Estudo dos processos de soldagem TIG e

MIG em estruturas de alumínio 6351 T6 NBR

ISO 209-2010

Taubaté – SP

2012

Page 2: Estudo dos processos de soldagem TIG e MIG em estruturas ... · Figura 19 Macrografia processo de solda TIG ..... 81 Figura 20 Macrografia processo de solda TIG

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UNIVERSIDADE DE TAUBATÉ

Ednilson Antonio Ribeiro Pimenta

Estudo dos processos de soldagem TIG e

MIG em estruturas de alumínio 6351 T6 NBR

ISO 209-2010

Dissertação apresentada ao Departamento de Engenharia

Mecânica da Universidade de Taubaté, como parte dos

requisitos para obtenção do título de Mestre, pelo curso de

Mestrado Profissional em Engenharia Mecânica.

Área de Concentração: Projeto Mecânico

Orientador: Prof. Dr. Aluisio Pinto da Silva

Taubaté – SP

2012

Page 3: Estudo dos processos de soldagem TIG e MIG em estruturas ... · Figura 19 Macrografia processo de solda TIG ..... 81 Figura 20 Macrografia processo de solda TIG

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Ednilson Antonio Ribeiro Pimenta

Estudo dos processos de soldagem TIG e MIG em estru turas de alumínio

6351 T6 NBR ISO 209-2010

Dissertação apresentada para obtenção de

Título de Mestre pelo Curso de Mestrado

Profissional em Engenharia Mecânica do

Departamento de Engenharia Mecânica da

Universidade de Taubaté, Área de

Concentração: Projeto Mecânico.

Data:

Resultado:

1.1. BANCA EXAMINADORA

Prof. Dr. Aluisio Pinto da Silva Universidade de Taubaté

Assinatura ____________________________________________

Prof. Dr. Evandro Luís Nohara Universidade de Taubaté

Assinatura ____________________________________________

Prof. Dr. Tomaz Manabu Hashimoto Universidade Estadual Paulista

Assinatura ____________________________________________

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Dedicatória

A Deus.

Aos meus pais Antonio Ribeiro Pimenta Sobrinho e Maria Ivonete Ferreira

Pimenta pelo amor, carinho e dedicação na minha existência, a minha família

Victor Antonio Pereira Pimenta e Lucimara Siqueira Pereira pelo apoio,

dedicação, compreensão nos momentos difíceis.

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Agradecimentos

Agradeço inicialmente a Deus que me permitiu a conclusão deste curso.

Este trabalho não poderia ser concluído sem a colaboração e apoio de

diversas pessoas as quais externo meus agradecimentos.

Ao meu orientador, Prof. Dr. Aluisio Pinto da Silva, pela orientação,

amizade e incentivo a realização deste trabalho.

Ao meu estimado amigo Ronaldo Fujisawa pela confiança, apoio e

contribuição para o meu desenvolvimento. Com o seu incentivo tive a

oportunidade de amadurecer tanto profissionalmente como pesquisador.

A minha família Victor e Lucimara, pois sem ela nada valeria a pena.

Para todos os amigos da turma do mestrado de Engenharia Mecânica,

saudade das conversas, risadas, correria em época de provas e trabalhos, e

principalmente das amizades conquistadas ao longo do curso.

Aos professores, pelos conhecimentos proporcionados.

Enfim, agradeço a todas as pessoas que direta e indiretamente

colaboraram na elaboração e conclusão deste trabalho.

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Estudo dos processos de soldagem TIG e MIG em estru turas

de alumínio 6351 T6 NBR ISO 209-2010

Resumo: Os processos de soldagem Metal Inert Gas (MIG) e Tungsten Inert

Gas (TIG) são utilizados na soldagem de estruturas de alumínio. Este estudo

tem como objetivo geral desenvolver um processo otimizado para soldagem em

estruturas de alumínio, com qualidade e produtividade. Especificamente busca

determinar os parâmetros de soldagem e obter, assim, o melhor desempenho

possível no que se refere à produtividade, a qualidade na soldagem e

propriedades mecânicas. Foram feitos corpos de prova de estruturas de

alumínio 6351 T6 NBR ISO 209-2010 pelos processos de soldagem TIG e MIG,

sendo caracterizadas por macrografia e resistência à tração. Com base na

análise do software minitab foram obtidos os melhores parâmetros para o

processo TIG sendo 180 A, vazão de 12 l/min e para o processo MIG, foram

170A e 23 Volts. Com esses novos parâmetros conseguiu-se aumentar a

produtividade em 30%. Para o critério de resistência, tanto o processo MIG

como o processo TIG, atenderam a especificação da norma AWS D1.2.

Palavras-chave: Alumínio, MIG, TIG, Resistência Mecânica, Acabamento

Superficial

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Study of processes in MIG and TIG welding of alumin um 6351

T6 structures NBR ISO 209 – 2010

Abstract: The welding processes Metal Inert Gas (MIG) and Tungsten Inert Gas

(TIG) are used in the welding of aluminum structures. This study aims to

develop an overall optimized process for welding aluminum structures, with

quality and productivity. Specifically, attempts to determine the welding

parameters and thus obtain the best possible performance in terms of

productivity, quality welding and mechanical properties. Specimens were made

of aluminum structures 6351 T6 NBR ISO 209-2010 by the welding processes

TIG and MIG, being characterized by Macrography and tensile strength. Based

on the analysis of the minitab software best parameters were obtained for the

process being TIG 180 A and flow rate 12 l / min and the MIG were 170A and

23 Volts. Through these new parameters we were able to increase productivity

by 30%. For the criterion of resistance, both process the MIG and TIG, attended

the specification of AWS D1.2 norm.

Keywords: Aluminium, MIG, TIG, Mechanical Strength, Surface Finish

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Processo TIG............................................................................................ 34

Figura 2 Região do arco na soldagem GMAW. ...................................................... 40

Figura 3 Princípio de básico funcionamento do processo GMAW.. ........................ 42

Figura 4 Equipamento básico para o processo GMAW. ......................................... 43

Figura 5 Representação esquemática do fluxograma dos ensaios realizada no

trabalho. ................................................................................................... 61

Figura 6 Máquina de solda TIG. ............................................................................. 63

Figura 7 Máquina de solda MIG. ............................................................................ 64

Figura 8 Corpo de prova solda ângulo processo TIG ............................................. 67

Figura 9 Corpo de prova solda ângulo processo MIG. ........................................... 67

Figura 10 Rotação da amostra a cada mudança de lixa. ......................................... 68

Figura 11 Estereoscópio da marca Olympus ............................................................ 69

Figura 12 Aplicação de líquido penetrante. .............................................................. 70

Figura 13 Aplicação de líquido penetrante. .............................................................. 71

Figura 14 Aplicaçâo de revelador. ............................................................................ 72

Figura 15 Aplicação de revelador. ............................................................................ 72

Figura 16 Corpo de Prova para ensaio de tração .................................................... 73

Figura 17 Corpo de Prova para ensaio de tração TIG .............................................. 74

Figura 18 Corpo de Prova para ensaio de tração MIG. ............................................ 75

Figura 19 Macrografia processo de solda TIG ......................................................... 81

Figura 20 Macrografia processo de solda TIG ......................................................... 81

Figura 21 Macrografia processo de solda MIG. ........................................................ 82

Figura 22 Macrografia processo de solda MIG. ........................................................ 82

Figura 23 Resultado de macrografia de solda de ângulo TIG .................................. 83

Figura 24 Resultado de macrografia de solda de ângulo MIG ................................. 84

Figura 25 Aplicação de revelador. ............................................................................ 85

Figura 26 Grafico do ensaio de tração nos corpos de prova processo MIG e TIG .... 86

Figura 27 Gráfico tensão e deformação. .................................................................. 86

Figura 28 Máquina de ensaio de tração. .................................................................. 87

Figura 29 Corpo de prova de tração MIG. ................................................................ 88

Figura 30 Corpo de prova após o ensaio de tração .................................................. 91

Figura 31 Fotos cordão de solda TIG. ...................................................................... 94

Page 9: Estudo dos processos de soldagem TIG e MIG em estruturas ... · Figura 19 Macrografia processo de solda TIG ..... 81 Figura 20 Macrografia processo de solda TIG

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Figura 32 Fotos cordão de solda TIG. ...................................................................... 94

Figura 33 Fotos cordão de solda MIG. ..................................................................... 95

Figura 34 Fotos cordão de solda MIG. ..................................................................... 95

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LISTA DE TABELAS Tabela 1 Distribuição da produção de alumínio nos Estados Unidos.. .................... 20

Tabela 2 Classificação do alumínio ......................................................................... 20

Tabela 3 Aplicações ................................................................................................ 21

Tabela 4 Composição química e aplicações das ligas de alumínio trabalháveis

não trabalháveis não tratáveis termicamente (ALCAN, 2009). ................. 30

Tabela 5 Soldabilidade de ligas de alumínio trabalháveis – não tratáveis

termicamente (ALCAN, 2009)................................................................... 33

Tabela 6 Propriedades físicas e químicas, especificadas e utilizadas nos

componentes das estruturas de alumínio (NBR ISO 209:2010). .................... 62

Tabela 7 Composição química nominal dos metais de adição (AWS 5.10) ............ 62

Tabela 8 Parâmetros de solda em ângulo TIG e MIG ............................................. 66

Tabela 9 Parâmetros de solda de topo TIG e MIG .................................................. 73

Tabela 10 Resultado da macrografia da solda em ângulo TIG ................................. 76

Tabela 11 Resultado da macrografia da solda em ângulo MIG ................................. 78

Tabela 12 Resultado ensaio de tração MIG ...............................................................88

Tabela 13 Resultado ensaio de tração TIG. ...............................................................89

Tabela 14 Resultado Alongamento Percentual (Є) Processo MIG e TIG.. .................92

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LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

ASTM - American Society for Testing and Materials

CO2 - Dióxido de carbono

O2 - Dióxido

DOE - Delineamento de experimentos (Design of Experiments)

DCEP - Direct current electrode positive

DCEN - Direct current electrode negative

GMAW - Gas metal arc welding

GTAW - Gas Tungsten arc welding

MIG - Metal inert gas

MAG - Metal active gas

TIG - Tungsten inert gas

ZTA - Zona termicamente afetada

SO2 - Dióxido de enxofre

AWS D1.2 – American welding society

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SUMÁRIO 1 Introdução ............................................................................................................. 14 1.1 Objeto de estudo do trabalho ................................................................. 16 1.2 Objetivo geral.......................................................................................... 16 1.3 Abordagem quantitativa .......................................................................... 16 1.4 Organização do trabalho ........................................................................ 17 2 Revisão bibliográfica ........................................................................................... 18

2.1 Alumínio .................................................................................................. 18 2.1.1 Vantagens do alumínio .................................................................. 18 2.1.2 Classificação .................................................................................. 19 2.1.3 Qualidade ...................................................................................... 19 2.1.4 Sistema de classificação................................................................ 20 2.1.5 Aplicações ..................................................................................... 21 2.1.6 Ligas da série 6XXX Al-Mg-Si ........................................................ 21 2.1.7 Ligas da série 6XXX Al-Mg-Si-Cu .................................................. 23 2.1.8 Processamento e aplicações das ligas da série 6xxx .................... 25 2.1.9 A condutividade elétrica do alumínio. ............................................ 26 2.2 Processos de soldagem TIG .................................................................. 34 2.2.1 Variáveis de influência na soldagem ............................................. 35 2.2.2 Corrente e tensão .......................................................................... 36 2.2.3 Gás de proteção ............................................................................ 37 2.2.4 Eletrodo ......................................................................................... 37 2.2.5 O calor na soldagem ...................................................................... 37 2.3 Soldagem a arco elétrico com proteção gasosa MIG ............................. 40 2.4 Tensões e deformações decorrentes de operações de soldagem ......... 53 2.5 Geometria e acabamento superficial ...................................................... 56 2.6 Princípios básicos do DOE ..................................................................... 58 3 Materiais e Metodologia Experimental. ............................................................. 60 3.1 Materiais ................................................................................................. 61 3.2 Equipamentos ......................................................................................... 62 3.3 Metodologia experimental ...................................................................... 64 3.3.1 Metodologia de DOE .................................................................... 64 3.3.2 Planejamento dos ensaios experimentais .................................... 65 3.3.3 Escolha dos fatores ...................................................................... 65 3.4 Metalografia: preparação de amostras e análise qualitativa .................. 66 3.4.1 Corte ............................................................................................. 66 3.4.2 Lixamento ..................................................................................... 67 3.4.3 Polimento ...................................................................................... 68 3.4.4 Ataque químico ............................................................................. 68 3.4.5 Análise qualitativa ......................................................................... 69

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3.5 Análise pelo ensaio de líquido penetrante .............................................. 69 3.5.1 Finalidade do ensaio ..................................................................... 69 3.5.2 Princípios básicos ......................................................................... 70 3.6 Análise pelo ensaio de tração ................................................................. 72 3.6.1 Objetivo.......................................................................................... 72 3.6.2 Parâmetros de soldagem da junta de topo .................................... 73 3.6.3 Teste de tração .............................................................................. 73 3.6.4 Realização do teste de tração ....................................................... 74 3.7 Alongamento percentual ......................................................................... 75 4 Resultados e Discussão ...................................................................................... 76 4.1.1 DOE Definição dos melhores parâmetros do processo TIG. ......... 76 4.1.2 DOE Definição dos melhores parâmetros do processo MIG. ........ 77 4.2.1 Análise no ensaio de macrografia. ................................................. 79 4.2.2 Ataque na superfície ...................................................................... 79 4.2.3 Avaliação e registro dos resultados. .............................................. 79 4.3.1 Avaliação pelo método de líquido penetrante. ............................... 84 4.3.2 Avaliação e inspeção. .................................................................... 84 4.4.1 Avaliação pelo método de ensaio de tração. ................................. 86 4.4.2 Avaliação e inspeção. .................................................................... 86 4.5.1 Alongamento percentual. ............................................................... 90 4.6.1 Acabamento Superficial. ................................................................ 93 5 Conclusões e sugestões para trabalhos ............................................................ 96 5.1 Conclusões. ............................................................................................96 5.2 Sugestões para trabalhos futuros. ..........................................................97 6 Referências ...........................................................................................................98

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1 - Introdução

O setor de produção de alumínio, um dos mais versáteis metais

utilizados pelo homem, é hoje a segunda indústria metalúrgica do mundo,

superada apenas pela siderurgia. O alumínio é um metal que apresenta vasta

gama de aplicação, pois apresenta elevada resistência mecânica e à corrosão,

possuindo excelente aspecto estético e densidade correspondente a um terço

da densidade do aço.

Entretanto os estudos desenvolvidos no Brasil, na área de estruturas

metálicas, têm-se limitado às estruturas de aço, deixando a um segundo plano

o alumínio enquanto material estrutural. A literatura nacional sobre o assunto

restringe-se basicamente a catálogos e manuais das usinas produtoras.

A economia associada ao custo de manutenção, para a qual o alumínio

apresenta vantagens em função de sua grande resistência à corrosão, faz

deste um material adequado para ambientes corrosivos.

O alumínio apresenta baixo módulo de elasticidade, se comparado com

o aço, correspondendo a um terço do valor deste. Este fator faz com que as

estruturas em alumínio apresentem uma satisfatória resposta sob o efeito de

tensões oriundas de impactos, deformações e ajustes. Em contrapartida, o

baixo módulo de elasticidade determina a necessidade de uma cuidadosa

avaliação da rigidez dos elementos e da estrutura globalmente.

O coeficiente de dilatação térmica do alumínio corresponde ao dobro do

valor para o aço, entretanto, em função do baixo módulo de elasticidade as

tensões residuais provenientes das variações de temperatura em geral não

alcançam valores significativos.

Outra vantagem fundamental dos elementos estruturais em alumínio

está no processo de fabricação de perfis através do processo de extrusão. Este

processo permite a fabricação de perfis com diversas seções transversais,

oferecendo facilidade de montagem, maior eficiência estrutural pela melhor

distribuição de massa e melhorias de aparência estética.

Na indústria de estrutura de alumínio é extremamente elevada a

quantidade produzida de componentes soldados pelo processo “GMAW” e

GTAW, portanto, é de suma importância garantir um controle tanto no aspecto

de resistência, como no aspecto visual. Para isso, as indústrias de caldeirarias

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e estruturas procuram melhorar seus processos visando tanto a otimização do

processo, quanto à qualidade.

Devido à tendência da formação de uma película estável e refrataria de

óxido de alumínio, e requerer uma grande energia por causa da sua

condutibilidade térmica torna-se difícil a soldagem do alumínio e suas ligas.

Atualmente, as atividades de qualidade estão cada vez mais incluindo a

participação de todo o pessoal da empresa, propiciando um grau de

comprometimento, um impacto revolucionário com mudanças na consciência

das pessoas e no ambiente de trabalho, um comprometimento de todos na

busca dos resultados e na solução de problemas, a fim de reformular a

estrutura da empresa e gerar maiores lucros (IM&C, 2000).

O objetivo da diferenciação entre esses enfoques não pode ir além dos

objetivos didáticos, uma vez que eles complementam-se entre si na busca pela

satisfação dos clientes. O ideal seria que, assim como os indicadores de

qualidade são influenciados pelos processos utilizados no seu

desenvolvimento, os processos também fossem influenciados pelos

indicadores de qualidade definidos no planejamento (CAMPOS, 1992).

A soldagem é hoje um dos processos de fabricação mais importantes e

populares para a união de materiais metálicos (ALMENDRA; SILVA;

RAMALHO, 1997). A garantia de sua qualidade requer, no entanto, em

determinadas aplicações, avaliações e qualificações da junta soldada (AWS,

1988). A inspeção e a aceitabilidade de determinada solda deve atender a

critérios preestabelecidos, tais como em normas específicas (AWS, 1999). Nos

países, onde a qualidade do produto é fator determinante da sua aceitabilidade

no mercado, o desenvolvimento de normas, inspeção e aprovação do produto

torna-se necessidade indispensável (AWS, 1980).

O processo de soldagem é bastante antigo e comum na maioria das

indústrias. Apesar da evolução das técnicas, ainda existe um número elevado

de processos que dependem da experiência do operador no ajuste dos

parâmetros. Estes parâmetros são importantes e estão relacionados com

defeitos e dificuldades comuns em processos de soldagem: má aderência do

cordão de solda, porosidades, mordeduras, falta de penetração, entre outras

(MARQUES; MODENESI; BRACARENSE, 2005).

Page 16: Estudo dos processos de soldagem TIG e MIG em estruturas ... · Figura 19 Macrografia processo de solda TIG ..... 81 Figura 20 Macrografia processo de solda TIG

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Na indústria de estruturas, a falta de controle dos parâmetros de

soldagem em componentes soldados pode comprometer a qualidade e

segurança do produto, afetando diretamente a resistência.

1.1 – Objeto de estudo do trabalho

Objeto de estudo é o conhecimento das caracteristicas de cada

processo de soldagem comumente utilizado na soldagem do alumínio, e

aplicando-o na soldagem de estruturas de alumínio, pode-se determinar o

melhor processo, e os parâmetros mais adequados para obtenção de uma

soldagem de qualidade, com a menor distorção possível. Análise dos

processos de soldagem em alumínio. Esse conhecimento possibilitará o

desenvolvimento de estruturas leves mais precisas e de melhor qualidade.

1.2 – Objetivo geral

O presente projeto tem como objetivo estudar e desenvolver um

processo otimizado para soldagem em estruturas de alumínio, com qualidade e

produtividade, visando testar e comparar os resultados entre o processo de

soldagem MIG e TIG.

Com base nas informações citados acima o trabalho tem deve

determinar : os parâmetros de soldagem e obter assim, o melhor desempenho

possível no que se refere à produtividade, à qualidade na soldagem e ao

controle de tensão, deformação e resistência mecânica - utilizando a

metodologia “delineamento de experimentos” (DOE); e comparar o

desempenho dos processos de soldagem TIG e MIG, por meio de ensaios de

macrografia, ensaio pelo método de líquido penetrante, ensaio de tração,

alongamento percentual, análise de acabamento superficial e estudos dos

ensaios com processo TIG e MIG.

1.3 - Abordagem quantitativa

Trata-se de um experimento de campo, com abordagem quantitativa. Os

dados serão obtidos por meio de testes e observação sistemática.

Page 17: Estudo dos processos de soldagem TIG e MIG em estruturas ... · Figura 19 Macrografia processo de solda TIG ..... 81 Figura 20 Macrografia processo de solda TIG

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1.4 - Organização do trabalho

Esta dissertação foi organizada em seis capítulos conforme abaixo:

- O capítulo 1 introduz o objeto de estudo do trabalho, hipótese do

trabalho, objetivo geral, objetivo específico e abordagem quantitativa deste

projeto.

- O capítulo 2 apresenta a revisão bibliográfica, contendo um histórico,

vantagem e aplicações do alumínio e seu respectivo consumo nos diversos

seguimentos, principalmente na aplicação de estruturas de alumínio. Também

é apresentado o processo de soldagem TIG e MIG utilizado no processo de

fabricação de estrutura de alumínio.

- O capítulo 3 define os materiais, e demonstra a metodologia para

fabricação das amostras para realização dos ensaios de macrografia, ensaio

pelo método de líquido penetrante, ensaio de tração, alongamento percentual,

análise de acabamento superficial e estudos dos ensaios com processo TIG e

MIG.

- O capítulo 4 apresenta os resultados e as discussões referentes aos

experimentos e ensaios realizados com os processos de soldagem TIG e MIG.

- O capítulo 5 apresenta as conclusões apontadas ao longo do trabalho

desenvolvido e as sugestões para trabalhos futuros. O capítulo 6 finaliza

apresentando as referências bibliográficas que foram utilizadas durante o

desenvolvimento desta dissertação.

Page 18: Estudo dos processos de soldagem TIG e MIG em estruturas ... · Figura 19 Macrografia processo de solda TIG ..... 81 Figura 20 Macrografia processo de solda TIG

18

2 - Revisão da literatura

2.1 - Alumínio

O alumínio é amplamente utilizado pela indústria de diversas maneiras.

Tal versatilidade se deve às suas propriedades e excelente desempenho na

maioria das aplicações. Suas técnicas de fabricação permitem a manufatura do

produto acabado a preços competitivos. Cada segmento utiliza o metal na

forma mais adequada às suas finalidades, de acordo com os diferenciais e

propriedades de cada produto.

As características do alumínio permitem que ele tenha diversas

possibilidades de aplicações. Por isso, o metal é um dos mais utilizados no

mundo todo. Material leve, durável e bonito, o alumínio mostra um excelente

desempenho e propriedades superiores na maioria das aplicações. Produtos

que utilizam o alumínio ganham também competitividade, em função dos

inúmeros atributos que este metal incorpora, como pode ser conferido a seguir:

representa menor consumo de combustível - característica essencial na

indústria de transportes- menor peso, mais eficiência e capacidade de carga.

No setor de alimentos traz funcionalidade e praticidade às embalagens por seu

peso reduzido em relação a outros materiais. A sua massa específica é de

cerca de 2,7 g/cm³, aproximadamente 35% da do aço e 30% da do cobre.

A menor densidade do alumínio, quando comparada com a do aço

(cerca de três vezes menor), não tem nenhuma relação direta com a soldagem.

Entretanto, a maior facilidade de manuseio das lâminas e subconjuntos antes e

após a soldagem é uma vantagem significativa que deve ser considerada

(ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DO ALUMINIO, 1994).

2.1.1 - Vantagens do alumínio

O Alumínio e suas ligas constituem um dos materiais metálicos mais

versáteis, econômicos e atrativos para uma vasta série de aplicações. Sua

aplicação como metal estrutural só é menor que a dos aços.

Por não ser ferromagnético, o alumínio possui elevadas condutividades

térmicas e elétricas, e é não-tóxico. Outra vantagem é a sua resistência à

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19

oxidação progressiva, já que os átomos da sua superfície se combinam com o

oxigênio da atmosfera, que formam uma camada de óxido protetor impedindo a

progressão da deterioração do material. Além disso, o alumínio com

determinados tratamentos e/ou elementos de liga se torna resistente à

corrosão em meios mais agressivos. O alumínio também encontra aplicações

em peças decorativas, graças à sua superfície brilhante e refletiva (ALCAN,

2009).

2.1.2 - Classificação

A produção do Alumínio é dividida em duas partes: primária e

secundária. O alumínio primário é produzido, basicamente, pelo processo Hall-

Héroult, no qual a alumina (óxido de alumínio) obtida pelo refino da bauxita é

dissolvida num banho de criólitos e sais fluoretos, que tem a função de

controlar a temperatura, densidade e resistividade do banho, e a solubilidade

da alumina. O metal separado no processo é removido por sistemas de vácuo

ou sifão para dentro de cadinhos, que são então transferidos para unidades de

fundição, onde são refundidos ou transformados em lingotes. O alumínio

produzido por este método contém uma quantidade relativamente elevada de

impurezas, e para a obtenção de ligas com purezas mais elevadas outros

métodos de refino são utilizados, podendo resultar em índices de 99,999% de

pureza (ALCAN, 2009).

Já o alumínio secundário é produzido a partir da reciclagem de sucata e

constitui uma importante fonte de produção do metal. Esta atividade vem sendo

cada vez mais valorizada ultimamente, pois representa uma importante

economia de energia elétrica, item especialmente importante na produção do

metal.

2.1.3 – Qualidade

O alumínio possui uma boa conformabilidade e pode ser produzido em

uma série de formas diferentes. A tabela 1 mostra a distribuição da produção

de alumínio nos EUA, principal consumidor mundial.

Page 20: Estudo dos processos de soldagem TIG e MIG em estruturas ... · Figura 19 Macrografia processo de solda TIG ..... 81 Figura 20 Macrografia processo de solda TIG

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Tabela 1 – Distribuição da produção de alumínio nos Estados Unidos.

Produto Participação (%)

Chapas, Placas e Folhas 51,3

Lingotes 26,4

Tubos e extrudados 14,9

Condutores 3,0

Barras, arames e

fio-máquinas 2,7

Forjados 1,1

Pó 0,6

Fonte: (ALCAN,2009)

2.1.4 - Sistema de classificação

A tabela 2 mostra o sistema de classificação da The Aluminum

Association Inc., associação dos produtores norte-americanos.

Tabela 2 – Classificação do alumínio

Série Elemento(s) de liga principal(is) Outros elementos de liga

1xxx Alumínio puro -

2xxx Cu Mg , Li

3xxx Mn Mg

4xxx Si -

5xxx Mg -

6xxx Mg , Si -

7xxx Zn Cu, Mg, Cr, Zr

8xxx Sn, Li, Fe, Cu, Mg -

9xxx Reservado para uso futuro -

Fonte: (ALCAN,2009)

Page 21: Estudo dos processos de soldagem TIG e MIG em estruturas ... · Figura 19 Macrografia processo de solda TIG ..... 81 Figura 20 Macrografia processo de solda TIG

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2.1.5 - Aplicações.

A tabela 3 mostra as aplicações para cada tipo de série de alumínio.

Tabela 3 – Aplicações

Série Aplicações

1xxx Indústrias química e elétrica.

2xxx Aeronaves (graças a sua elevada resistência mecânica).

3xxx Aplicações arquitetônicas e produtos de uso geral.

4xxx Varetas ou eletrodos de solda e chapas para brasagem.

5xxx Produtos expostos à atmosfera marinha como cascos de barcos.

6xxx Produtos extrudados de uso arquitetônico.

7xxx Componentes estruturais de aeronaves e outras aplicações que

necessitam de elevados requisitos de resistência. Esta liga é a que

possui a maior resistência mecânica entre as ligas de alumínio.

Fonte: (ALCAN,2009)

2.1.6 - Ligas da série 6XXX Al-Mg-Si

Nas ligas da série 6XXX o magnésio e o silício combinam-se para formar

o composto intermetálico Mg2SI, que antes de atingir o equilíbrio no super

envelhecimento, é o responsável pelo endurecimento dessas ligas. A

solubilidade da fase Mg2SI (beta) na matriz rica em alumínio (alfa) aumenta

com a elevação da temperatura.

O tratamento de solubilização e envelhecimento artificial controlado

permite a precipitação da segunda fase (beta) a partir de uma solução sólida

supersaturada. Isso favorece a formação de precipitados finos e uniformemente

distribuídos, que acarretam um substancial aumento da dureza do material

(JORGE; MOSCIARO; COSTA; JUNIOR, 1987. LUCAS,1982).

O aumento da dureza com o tempo e a temperatura de envelhecimento

estão relacionados com o crescimento das partículas de segunda fase, desde

dimensões características de zonas de Guinier-Preston (AMERICAN

WELDING SOCIETY, 1991) até partículas com menor grau de coerência [I.I.W,

1977. STOL,1989). A queda de dureza, que ocorre para tratamentos térmicos

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em altas temperaturas e/ou longos tempos de envelhecimento, está

relacionada com o crescimento excessivo dos precipitados, favorecendo o

movimento das discordâncias quando de uma solicitação mecânica, o que

possibilita o amolecimento da liga, e que caracteriza o super envelhecimento

(I.I.W,1977).

Em temperaturas de envelhecimento da ordem de 200ºC a precipitação

nestas ligas tem uma cinética relativamente rápida. O processo inicia-se

através da formação de aglomerados (clusters) de átomos de silício, uma vez

que a solubilidade do silício no alumínio é menor do que a do magnésio. Esses

aglomerados estão distribuídos homogeneamente na matriz. As lacunas retidas

com o resfriamento rápido favorecem o aumento da difusividade dos átomos de

silício, acelerando o processo (STENBACKA, 1992. NEEDAHAM,1965). Aos

poucos, os átomos de magnésio difundem-se para esses aglomerados de

silício e ligando-se a estes formam as chamadas zonas de Guinier-Preston

(GP). A formação das zonas GP a 200ºC é rápida. Estas possuem formato

aproximadamente esférico e à medida que crescem, transformam-se em

precipitados com forma de agulhas, conhecidos na literatura como “beta"

(AMERICAN WELDING SOCIETY, 1991). Ao contrário dos precipitados

intermediários, as zonas GP não têm estrutura cristalina definida,

caracterizando-se por desordem interna (CASTNER, 1995). Essas zonas

podem atuar como núcleos para a formação de precipitados intermediários

(CASTNER, 1997. BOUGHTON, 1965).

Outros tipos de heterogeneidades como, discordâncias e contornos de

grão, podem favorecer a nucleação de precipitados (AMERICAN WELDING

SOCIETY, 1991). Enquanto alguns pesquisadores (JORGE; MOSCIARO;

COSTA; 1987) afirmam que o processo de precipitação é contínuo, outros o

consideram descontínuo, ou seja, que a formação de determinados tipos de

precipitados ocorreria a partir da dissolução dos precipitados anteriores. “Após

algum tempo de envelhecimento a 200ºC formam-se os precipitados beta”

(ALCAN, 1993. CASTNER, 1997. WANG, 1994). O precipitado de transição

desenvolve-se por um processo de ordenamento do espaçamento e do arranjo

atômico nos aglomerados de átomos de magnésio e silício (ALLUM, 1985).

“Ao se prolongar o envelhecimento a 200ºC surgem os precipitados β',

que se originam do crescimento e transformação dos precipitados β". Esses

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dois precipitados são bem distintos: enquanto β" é totalmente coerente, β' é

semi-coerente, além das diferenças quanto ao tamanho (os precipitados β" são

bem menores que os β'), e forma (β" em forma de agulhas e β' em forma de

bastonetes). Os valores máximos de dureza obtidos nestas ligas Al-Mg-Si

estão associados à presença dos precipitados metaestáveis β" e β' (ALCAN,

2009). Para tempos de envelhecimento a 200ºC muito longos surge o

precipitado de equilíbrio b, completamente incoerente com a matriz. Este

precipitado, cuja composição química corresponde à relação estequiométrica

Mg2Si, possui forma de plaqueta e dimensões relativamente grandes. Sua

presença está associada ao amolecimento da liga acarretado pelo

superenvelhecimento. (JORGE; MOSCIARO; COSTA; JUNIOR, 1987).

2.1.7 Ligas da série 6XXX Al-Mg-Si-Cu

•Ligas Al-Mg-Si-Cu A introdução de elevados teores de cobre (da ordem de 0,7

a 1,0 %) nas ligas da série 6XXX ) estas ligas enriquecem com outros tipos de

precipitados endurecedores além de β" (em forma de agulhas) e β' (em forma

de bastonetes).

Foram identificados também, nestas ligas que contêm cobre,

precipitados em forma de ripas, ainda não identificados, mas que podem ser

precipitados intermediários da fase Q' (composição aproximada: Al4Cu

2Mg8Si7), da fase “theta" (Al2Cu) ou da fase S' (Al2CuMg). É possível que todas

essas fases estejam presentes nas ligas Al-Mg-Si-Cu (WIDGERY, 1986).

Pereira, (1995) afirma que, ao contrário das fases β", Q' e theta" é improvável,

do ponto de vista da termodinâmica, a presença das fases S' ou S (resultante

da transformação da fase S' mencionada em precipitados termodinamicamente

estáveis) nas ligas Al-Mg-Si-Cu, e que estas fases não poderiam coexistir com

as fases Q' e Q (analogamente proveniente da transformação da fase Q' em

precipitados de equilíbrio) presentes nas ligas com teor de silício

razoavelmente alto. A fase Q' teria a mesma morfologia (forma de ripas

alongadas) e estrutura cristalina da fase Q (hexagonal compacto: a = 1,04 nm e

c = 0,405 nm), diferenciando-se desta somente pelas menores dimensões e

pelo fato de ser coerente.

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Para tempos de envelhecimento mais prolongados a tendência é o

aumento da presença da fase Q' quando comparada com a fase beta, que

predomina no início do envelhecimento (PEREIRA, 1995). Ao contrário da fase

“beta”, que apresenta seção reta circular, a fase Q' possui seção reta

retangular. O grande efeito de endurecimento por precipitação associado à

presença desta fase explicaria o ganho de dureza e de resistência mecânica

associado às adições de cobre às ligas Al-Mg-Si. A fase Q' e a Q também

podem ser encontradas em ligas Al-Cu-Mg (série 2XXX) com adições de silício.

Ao se considerar as regiões de estabilidade das diferentes fases

endurecedoras em função dos teores de magnésio, silício e cobre, verifica-se

que a composição da liga 6013, que possui um pequeno excesso de silício,

corresponde à presença das fases “beta", theta", Q' e Si (aglomerados de

átomos de silício) (PEREIRA, 1995).

Além do cobre, outro elemento importante nestas ligas é o manganês,

embora em teores mais baixos, da ordem de 0,3 a 0,6 %. Este elemento

combina-se com o ferro e o silício para formar as fases AlFeMnSi e Al15Mn3Si2

(WIDGERY, 1996, CHANDEL, 1990). Quando o teor de ferro é muito alto,

comparado com o teor de manganês, predomina a fase AlFeSi, que é tanto

mais grosseira quanto maior o teor de ferro. Nesse caso, esta fase é conhecida

como b-AlFeSi (WHITE, 1997). Quando o teor de ferro é mais baixo e o teor de

manganês relativamente baixo, ainda predomina a fase AlFeSi, embora esta se

apresente sob a forma de partículas bem mais finas, denominando-se então,

fase alfa-AlFeSi. Quando o teor de manganês é semelhante ao teor de ferro

prepondera a fase AlFeMnSi, uma vez que boa parte dos átomos de ferro são

substituídos por átomos de manganês (RADAJ, 1992).

Quando o teor de ferro é bem mais baixo que o teor de manganês

prepondera a fase AlMnSi, que se apresenta sob a forma de dispersóides finos

quando o teor de manganês é alto. O tamanho e a distribuição dessas fases

influem bastante sobre o comportamento da liga 6013 no que se refere à

recristalização. As partículas finas (dispersóides com maior teor de manganês)

atuam como obstáculos ao movimento dos contornos de grão, retardando a

recristalização e o crescimento de grão (WIDGERY, 1986. MASUBUCHI,

1980).

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Por outro lado, as partículas grosseiras (mais ricas em ferro) favorecem

a recristalização, na medida em que, a região adjacente a estas partículas

grosseiras apresentam maior grau de deformação (maior densidade de

discordâncias) e, por isso, atuam como sítios mais eficazes para a nucleação

preferencial de grãos recristalizados (WIDGERY, 1986. MASUBUCHI, 1980).

Além disso, o livre caminho médio para a migração de contornos é maior entre

estas partículas mais grosseiras, que, portanto, não retardam de modo

significativo a recristalização. Deste modo, o material que contém partículas

grosseiras tem a recristalização acelerada em comparação ao que contém

partículas finas (WIDGERY, 1986. MASUBUCHI, 1980). Sendo assim, ao

passo que o cobre influi no endurecimento por precipitação da liga, o

manganês afeta a cinética de recristalização da mesma.

2.1.8 - Processamento e aplicações das ligas da sér ie 6xxx

As ligas da série 6xxx apresentam duas características que justificam o

seu uso mais frequente quando comparadas às demais ligas de alumínio: a

capacidade de endurecimento por precipitação (termicamente tratáveis) aliada

à facilidade de serem extrudadas. Estas ligas apresentam elevada ductilidade,

que permite o seu uso em operações que acarretam elevados graus de

deformação, como a extrusão. Por esse motivo, as ligas Al-Mg-Si representam

a maior parte do volume de ligas de alumínio extrudadas (SAMMONS, 2001).

Além da maior facilidade de serem trabalhadas, quando comparadas com as

demais ligas termicamente tratáveis (Al-Zn-Mg e Al-Cu), as ligas Al-Mg-Si

apresentam maior soldabilidade (PEREIRA, 2000) e maior resistência à

corrosão (ALCAN, 2009) do que as demais ligas termicamente tratáveis (Al-Zn-

Mg e Al-Cu). Assim, as ligas da série 6xxx são mais utilizadas comercialmente

que as demais séries de liga.

Com o objetivo de superar as limitações das ligas Al-Mg-Si, para

aplicações em que se exige níveis de resistência mecânica mais elevados,

foram introduzidas as ligas Al-Mg-Si-Cu: 6013, 6056 e 6111 (WIDGERY, 1986).

A adição de elevados teores de cobre permite obter resistência mecânica bem

mais alta que a das tradicionais ligas Al-Mg-Si sem cobre, atingindo valores

comparáveis às das ligas da série 2xxx, sem, contudo, prejudicar

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sensivelmente as características que favorecem a sua utilização em processos

como extrusão e soldagem (WIDGERY, 1986. CHANDEL, 1990).

As ligas de alumínio da série 6xxx são utilizadas em uma ampla

variedade de aplicações, desde o uso em perfis de arquitetura - como é o caso

das ligas com menos elementos de liga e consequentemente de menor

resistência mecânica - como a 6063 e a 6060, até as chamadas ligas de

aplicação estrutural com maiores teores de elementos de liga e maior dureza,

como a 6061 e a 6351, com grande potencial de aplicação na indústria

automobilística (ZARUBA, 1970). Para aplicações na indústria aeronáutica

normalmente utilizam-se as ligas das séries 2xxx e 7xxx.

As novas ligas Al-Mg-Si-Cu podem não só substituir as tradicionais ligas

Al-Mg-Si de aplicação estrutural (como a 6061), mas, também ser usadas em

várias aplicações na indústria aeronáutica ainda reservadas às ligas Al-Cu e Al-

Zn-Mg (ALCAN, 2009). Entretanto, como a introdução destas ligas Al-Mg-Si-Cu

no mercado é ainda muito recente é muito importante uma investigação quanto

à microestrutura e propriedades para uma avaliação precisa de seu potencial,

uma vez que não há muitos dados disponíveis sobre este novo subgrupo de

ligas na literatura. Entretanto, a partir dos primeiros estudos, com ênfase na

análise de propriedades mecânicas como dureza e resistência à tração, já se

pode dizer que essas novas ligas poderão ser aplicadas em diversos

componentes do automóvel, como o chassi, carroceria, barra de direção, rodas,

painéis internos e externos entre vários outros (ALCAN, 2009).

2.1.9 - A Condutividade elétrica do alumínio.

A condutividade elétrica difere de metal para metal e para o alumínio de

liga para liga, ela tem pouca influência na soldagem por fusão. Entretanto, é

uma propriedade muito importante para os materiais que são soldados por

resistência. Quanto maior a condutividade elétrica do alumínio, correntes

maiores serão necessárias para produzir o mesmo efeito de aquecimento em

comparação com o aço. A condutividade térmica deste é uma das mais altas

encontradas entre os metais, e o ponto de fusão do alumínio é 660 ºC, mas

torna-se menor quando elementos de liga são adicionados e exerce uma

grande influência na soldabilidade, pois a condutividade térmica é cinco vezes

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maior no alumínio que no aço, significando que o alumínio necessita de um

fornecimento de calor cerca de cinco vezes maior do que o requerido para aço

para uma mesma massa elevar sua temperatura localmente. Na prática, isso

significa o uso de uma fonte de calor com maior intensidade.

Numa primeira análise, devido ao ponto de fusão do alumínio ser menor

que o do aço, pode parecer que o calor requerido para solda do alumínio é

menor que o requerido para soldar o aço. Entretanto, a alta condutividade

térmica do alumínio compensa esta diferença entre a temperatura de fusão, e,

de fato, o alumínio necessita de pelo menos tanto quanto ou provavelmente

mais calor que o aço para ser soldado.

A alta condutividade térmica, o alto coeficiente de expansão linear e a

necessidade de maior aporte de calor, poderão causar consideráveis

distorções durante a soldagem se não forem utilizadas as velocidades de

trabalhos mais altas possíveis quando da soldagem do alumínio com fontes de

calor mais intensas.

Uma vantagem da alta condutividade térmica do alumínio sob o ponto de

vista do soldador é que ela proporciona uma rápida solidificação da poça de

solda, tornando a soldagem do alumínio mais rápida que a do aço.

Tentar soldar por fusão o alumínio sem primeiro remover o filme de

óxido, resulta na fusão do metal bem antes de o óxido fundir-se, e a

coalecência pode não ocorrer. Nos processos de soldagem a arco metálico

com proteção de gás inerte o oxido é removido pela ação do arco elétrico, e a

formação de um novo filme é evitada pela ação do campo de gás protetor.

O alumino puro é um metal que apresenta uma resistência mecânica

relativamente baixa, mas ductilidade elevada. Entretanto, por meio da adição

de um ou mais elementos de liga, a resistência pode ser substancialmente

aumentada, embora mantenha valores de ductilidade bastante aceitáveis.

O alumínio comercialmente puro tem uma resistência a tração de

aproximadamente 90 MPa. Por meio de deformação/transformação do metal,

por exemplo, na laminação a frio, sua resistência pode ser praticamente

dobrada. Aumentos maiores de resistência podem ser obtidos com pequenas

adições de outros metais como elementos de liga, tais como: manganês, silício,

cobre, magnésio, zinco, etc.

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Como o alumínio puro, as ligas podem, também, ter suas resistências

aumentadas pelo trabalho a frio. Algumas ligas podem ainda apresentar

aumento de resistência através de tratamento térmico, tanto que, hoje, algumas

ligas de alumínio podem ter resistência à tração de aproximadamente 700

MPa.

O alumínio e suas ligas perdem parte de sua resistência a elevadas

temperaturas, embora algumas ligas conservem boa resistência em

temperaturas entre 200 e 260° C. Em temperaturas ab aixo de zero, entretanto,

sua resistência aumenta sem perder a ductilidade, tanto que o alumínio é um

metal particularmente utilizado em aplicações a baixas temperaturas.

Estas são as características que dão ao alumínio sua extrema

versatilidade. Na maioria das aplicações, duas ou mais destas características

entram em jogo, como por exemplo, baixo peso combinado com resistência em

aeronaves, vagões ferroviários, caminhões e outros equipamentos de

transportes. É fundamental aliar resistência à corrosão e a elevada

condutibilidade térmica em equipamentos para a indústria química e petrolífera,

já que essas propriedades combinam com a atoxidade em equipamentos de

produção alimentícia. Sua aparência atraente aliada às altas resistências e às

intempéries e baixos requisitos de manutenção, proporcionam uma vasta

utilização em todos os tipos de construção.

A alta refletividade, a excelente resistência às intempéries e seu baixo

peso são muito importantes em materiais de cobertura. Seu baixo peso

contribui facilitando o manuseio e os custos de transporte. Muitas aplicações

requerem extrema versatilidade que somente o alumínio possui. Diariamente,

as combinações de suas propriedades estão sendo trabalhadas de novas

formas.

Em face da infinidade de ligas de alumínio que existem e suas têmperas

uma classificação dessas ligas foi desenvolvidas pela “Aluminum Association”

(AA), que, atualmente, é seguida por toda a América do Norte e por muitos

outros paises do mundo, inclusive o Brasil.

A norma brasileira que classifica as ligas de alumínio é a “NBR ISO 209

2010”, que é compatível com a publicada pela “Aluminum Association”.

Dependendo de como essas ligas são produzidas, as ligas de alumínio são

divididas em dois grandes grupos, ligas fundidas e ligas trabalháveis:

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- Ligas fundidas são aquelas cujos produtos são obtidos por meio de

vazamento de metal líquido em um molde para adquirir a forma desejada, as

ligas trabalháveis são aquelas em que, a forma final do produto é conseguida

através de transformações de um semimanufaturado. Podem ser em forma de

lâminas, chapas, folhas, perfis, vergalhões e forjados, obtido por transformação

mecânica a frio ou quente de um tarugo ou placa produzida pela solidificação

do metal líquido.

- As ligas de alumínio trabalháveis, para serem identificadas, requerem a

utilização de um sistema de números de quatro dígitos. O primeiro número

serve para indicar o grupo da liga de acordo com o elemento químico que

comparece em maior teor na composição da liga.

Os últimos dígitos identificam a liga de alumínio ou indicam a pureza do

alumínio. O segundo dígito indica modificações na liga original ou nos limites

de impurezas. Na Tabela 4, pode-se verificar a composição química e

aplicações das ligas de alumínio trabalháveis termicamente.

Praticamente todo o método de união pode ser aplicado ao alumínio –

rebitagem, soldagem, brazagem e colagem – uma grande variedade de

junções mecânicas do alumínio simplifica a montagem de muitos produtos.

Adesivos para colar peças de alumínio são largamente empregados,

particularmente em uniões de componentes aeronáuticos (ALCAN, 2009).

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Tabela 4 – Composição química e aplicações das ligas de alumínio

trabalháveis, não trabalháveis e não tratáveis termicamente (ALCAN, 2009).

LIGA

COMPOSIÇÃO NOMINAL

Elementos de Liga- % em Peso

APLICAÇÕES TÍPICAS

Cu Si Mn Mg Zn Ni Cr

2011 5,5 0,4 - - - - - Usinagem de peças em torno automático.

2014 4,4 0,8 0,8 0,5 - - -

Peças forjadas com elevadas resistência

mecânica para aeronaves e automóveis.

Acessórios hidráulicos e estruturais.

2017 4,0 0,5 0,7 0,6 - - - Usinagem de peças com resistência

mecânica elevada.

2024 4,4 - 0.6 1,5 - - -

Elementos estruturais.

Chapas para construção de aeronaves,

normalmente recobertas (*CLAD*) para

melhorar a resistência a corrosão.

Rodas de carro de combate e locomotivas.

2036 2,6 - 0,2 0,4 - - - Carrocerias de automóveis.

2218 4,0 - - 1,5 2,0 - -

Liga para forjamento, cabeçotes de

cilindros e pistões.

Componentes que requerem resistência

mecânica e dureza em alta temperatura.

2219 6,3 - 0,3 - - - -

Estrutural, elevada resistência mecânica

em alta temperatura.

Tanques de aeronaves para

armazenamento de combustível.

Boa soldabilidade.

2519 5,8 - 0,3 0,2 0,06 - -

Estrutural, liga de alta resistência mecânica

utilizada na blindagem de veículos

militares.

2618 2,3 0,2 - 1,6 - 1,0 - As mesmas aplicações que a 2218

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Tabela 4 – Composição química e aplicações das ligas de alumínio trabalháveis,

não trabalháveis e não tratáveis termicamente (ALCAN, 2009) (cont.).

6009 0.4 0.8 0.5 0.6 0.2 - 0.1 Carroceria de automóveis.

6010 0.4 1.0 0.5 0.8 0.2 - 0.1 Carroceria de automóveis.

6061 0,2 0,6 - 1,0 - - 0,2

Estrutural, automóveis, vagões,

ferroviários, embarcações.

Tubos, conexões, rebites.

Boa trabalhabilidade e soldabilidade e

resistência à corrosão.

6063 - 0,4 - 0,7 - - - Caixilharia e ornamentos. Tubos e grades.

6101 0,5 - - 0,6 - - - Estruturas elétricas com boa resistência

mecânica.

6262 0,3 0,6 - 1,0 - - 0,09 Usinagem de peças em torno automático.

6351 - 1,0 0,6 0,6 - - - As mesmas aplicações que a 6061.

7004 - - 0,4 1,5 4,2 - - Vagões ferroviários, perfis extrudados.

7005 - - 0,4 1,4 4,5 - 0,1 Vagões ferroviários, perfis extrudados.

7039 - - 0,3 2,8 4,0 - 0,2 Pontes militares e blindagem de veículos

militares.

7075 1,6 - - 2,5 5,6 - 0,2 Estruturas aeroespaciais de elevada

resistência.

Fonte: (ALCAN, 2009)

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Podem-se notar na Tabela 5, os processos de soldagem utilizados para

cada liga de alumínio trabalhável e não tratável termicamente. A limpeza da

junta a ser soldada é um pré-requisito para se obter solda isenta de defeitos,

independentemente do processo de soldagem ou brazagem empregada. Para

se evitar a ocorrência de defeitos na solda, principalmente porosidade, fatores

como resíduos de óleo, graxa, pintura e humidade na peça a ser soldada

devem ser removidas antes da operação de soldagem.

O escovamento, como forma de limpeza, nunca deve ser feito sob uma

superfície oleosa ou gordurosa, porque ele tende a besuntar a gordura na

superfície e, além do mais, a escova fica completamente contaminada e logo

passa a não ser mais eficiente para a finalidade pretendida. Por isso, a regra

fundamental e desengraxar primeiro e em seguida escovar.

O escovamento da junta e das áreas ao seu redor com uma escova

manual ou elétrica é a ultima operação a ser feita antes da soldagem. A função

dessa operação é remover o filme de óxido que, embora volte a se formar

instantaneamente, é agora muito mais fino e não tem tempo de absorver algum

tipo de sujeira, humidade ou substâncias oleosas. As escovas devem ter

cerdas de aço inoxidável, que devem ser mantidas limpas.

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Tabela 5 – Soldabilidade de ligas de alumínio trabalháveis – não

tratáveis termicamente (ALCAN, 2009)

PROCESSOS

LIGA SAMG Soldagem

a arco elétrico

com atmosfera

gasosa. / SATG

Soldagem a arco

tungstênio com

atmosfera

gasosa.

SPR Soldagem

a ponto por

resistência /

SCR Soldagem

de costura por

resistência.

B Brazagem SB

Solda Branda com fluxo

2014 C A X C

2017 C A X C

2024 C A X C

2036 C A X C

2218 C A X C

2219 A A X C

2618 C A X C

6009 A A A B

6010 A A A B

6061 A A A B

6063 A A A B

6070 A A C B

6101 A A A A

6201 A A A B

6951 A A A A

7004 A A B B

7005 A A B B

7039 A A C C

7075 C A X X

7178 C A X X

Fonte: ALCAN, 2009.

A: união pelo processo é fácil; B: união pelo processo é possível para a

maioria das aplicações, podendo requerer técnicas especiais ou testes

preliminares para estabelecer o procedimento e/ou desempenho; C: A união

pelo processo é difícil; X: A união pelo processo não é recomendada.

A união de todas as ligas pode ser feita através de: soldagem ultra-

sônica, colagem com adesivos ou fixada mecanicamente.

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2.2 - Processo de soldagem TIG.

A soldagem a arco com eletrodo não consumível de tungstênio e

proteção gasosa GTAW (Gas Tungsten Arc Welding) é um processo no qual a

união de peças metálicas é produzida pelo aquecimento e fusão dessas,

através de um arco elétrico estabelecido entre o eletrodo de tungstênio, não

consumível, e as peças a unir. A proteção da poça de fusão e do arco contra a

contaminação pela atmosfera é feita por uma nuvem de gás ou mistura de

gases inertes que, geralmente, são Argônio e/ou Hélio.

A adição de metal de adição pode ou não ser feita. A Figura 1 ilustra o

processo, que também é conhecido pela sigla em inglês, TIG (Tungsten Inert

Gas):

1-Fonte de Energia 2-Unidade de alta frequência

3-Gás de proteção 4-Bocal de gás

5-Eletrodo 6-Arco elétrico

7-Peça

Figura 1 – Processo TIG

O equipamento de soldagem TIG consiste numa fonte de energia que

pode ser de corrente alternada ou continua. O uso do tipo de corrente depende

do tipo de material a soldar-se. Também, há uma tocha que contém o eletrodo

não consumível (Tungstênio), fonte de gás de proteção junto com uma válvula

reguladora de vazão, um sistema de refrigeração que pode ser a água ou gás.

A maioria das fontes de soldagem incorpora um sistema de ignição de alta

freqüência junto com um pedal que aciona ou desliga o fornecimento de

Page 35: Estudo dos processos de soldagem TIG e MIG em estruturas ... · Figura 19 Macrografia processo de solda TIG ..... 81 Figura 20 Macrografia processo de solda TIG

35

energia e do gás de proteção. A grande vantagem do processo GTAW é a

variedade de materiais que se pode soldar comparada com outros processos

de soldagem, pois se pode soldar a maioria dos aços, ligas de níquel como o

Monel® e o Inconel®, Titânio, Alumínio, Magnésio, Cobre, Latão, Bronze e,

inclusive, ouro. Esse processo pode também soldar materiais diferentes como

cobre e latão.

2.2.1 - Variáveis de Influência na soldagem

As variáveis que determinam basicamente o processo são a tensão do

arco, a corrente de soldagem, velocidade de avanço e a composição do gás de

proteção. Deve-se levar em consideração que as variáveis não agem

especificamente de forma independente havendo forte interação entre elas.

Muitos são os fatores que afetam o formato final do cordão, as condições

gerais de operação e características da solda. Algumas variáveis mostram uma

inter-relação e devem ser tratadas de maneira conjunta. Um exemplo do

relacionamento é dado pela velocidade de soldagem e a corrente, pois ambas

determinam a penetração do cordão. Se for escolhida uma velocidade muito

alta, pode-se não atingir a penetração requerida, sendo necessário o aumento

da corrente. E, se temos uma velocidade baixa e trabalhamos com chapas

finas, o processo de soldagem pode se converter em corte. Uma adequada

escolha nos parâmetros da soldagem pode alcançar as características

desejáveis e uma maior produtividade no processo de soldagem. Segundo

MODENESI (2005), algumas das principais variáveis da soldagem são:

- Nível de corrente;

- Tipo de corrente (corrente contínua com o eletrodo positivo, CC+, corrente

contínua com o eletrodo negativo, CC-, e corrente alternada, CA);

- Tensão de operação (ou de soldagem);

- Comprimento do arco;

- Velocidade de deslocamento;

- Diâmetro do eletrodo;

- Ângulo da tocha, ou eletrodo, em relação à peça;

- Tipo de gás de proteção.

Page 36: Estudo dos processos de soldagem TIG e MIG em estruturas ... · Figura 19 Macrografia processo de solda TIG ..... 81 Figura 20 Macrografia processo de solda TIG

36

A seleção das variáveis de soldagem para uma dada aplicação depende

de inúmeros fatores, entre eles:

- Disponibilidade de equipamentos e materiais;

- Considerações geométricas (espessura do componente, desenho da junta,

posição de soldagem, etc);

- Metalúrgicas (tipo de material de base e sua sensibilidade ao ciclo térmico e

às deformações associadas ao processo de soldagem);

- Econômicas (produtividade);

- Reduzir a chance de formação de descontinuidades (mordeduras, inclusões

de escória, falta de fusão, etc) no cordão de solda.

Assim, devido ao elevado número de variáveis envolvidas e à inter-

relação entre elas, o estabelecimento das condições ótimas de soldagem para

uma dada aplicação não é, em geral, fácil, podendo existir diferentes soluções.

Frequentemente, as condições de soldagem são selecionadas de uma forma

empírica, com base em experiência prática, e, às vezes, auxiliada com testes

prévios. Quando se observa o processo de soldagem, este parece de simples

execução, mas, esconde a quantidade de variáveis que influenciam a solda.

Nos parágrafos seguintes são detalhados os parâmetros mais importantes e

como eles contribuem para o resultado final da solda.

2.2.2 - Corrente e tensão

Na solda TIG a variável que talvez tenha maior influência é a corrente.

Há uma forte interação entre corrente e tensão. Para determinados valores de

corrente existe uma relação proporcional com a tensão. A corrente está mais

ligada à penetração da solda (MODENESI, 2001). Para um comprimento do

arco fixo, aumentando-se a corrente, aumenta-se a penetração, mas também a

tensão e, conseqüente, aumento da largura do cordão. Portanto, o resultado

final do aumento da corrente reflete um aumento do volume da poça de fusão.

A corrente pode ser alternada ou contínua. A corrente contínua é mais

utilizada na polarização direta. Nesta condição, maior energia é concentrada na

peça e a fusão do material é maior. Na polarização inversa, o sentido da

corrente muda, o calor fica mais concentrado no eletrodo. A tensão apresenta

uma fraca relação com a penetração, pois variações desta causam maiores

Page 37: Estudo dos processos de soldagem TIG e MIG em estruturas ... · Figura 19 Macrografia processo de solda TIG ..... 81 Figura 20 Macrografia processo de solda TIG

37

efeitos na coluna do arco cujo calor gerado é transmitido principalmente na

direção radial. Porém a tensão apresenta uma forte relação com a distância

entre eletrodo e a peça (stand-off).

Devido a essas características e lembrando-se que o arco elétrico

gerado apresenta a forma de cone, diz-se que a tensão reflete na largura do

cordão de solda. Quanto maior o stand-off, mais largo o cordão será, pois

maior será a área do arco projetada na peça a ser soldada.

2.2.3 - Gás de proteção

O gás de proteção é um importante fator para garantir a qualidade da

solda. Ele protege o ambiente da solda, que inclui eletrodo, poça de fusão e o

próprio arco de solda. A ausência dessa proteção faz com que os gases da

atmosfera reajam quimicamente com a solda. Geralmente são usados dois

gases para proteção, hélio e argônio. O tipo do gás se é puro ou uma mistura

entre eles, influi no perfil da solda (NORRISH, 1992).

2.2.4 – Eletrodo

Os eletrodos de tungstênio usados no GTAW são usualmente dopados

com uma pequena quantidade de tório ou cério de forma a melhorar a ignição

do arco e pela melhora de suas características emissoras. O ângulo de

apontamento do eletrodo também influencia no perfil da solda. Mais

informações podem ser encontradas no Handbook de TIG do fabricante Miller

(2006).

2.2.5 - O calor na soldagem.

Independentemente da sua origem, a energia utilizada para a soldagem

provoca alterações nos metais base e na solda. Um fluxo térmico é

estabelecido para fundir e também no resfriamento da peça e, sob a ótica desta

tecnologia, o mesmo exerce profunda influência sobre pelo menos os seguintes

aspectos da junta soldada (MACHADO, 1996):

- Macroestrutura de solidificação do metal de solda;

Page 38: Estudo dos processos de soldagem TIG e MIG em estruturas ... · Figura 19 Macrografia processo de solda TIG ..... 81 Figura 20 Macrografia processo de solda TIG

38

- Transformações microestruturais;

- Propriedades mecânico/metalúrgicas;

- Descontinuidades;

- Tensões residuais;

- Deformações.

O transiente térmico estabelecido pelo gradiente de temperatura elevado

causa uma expansão não uniforme, o que desenvolve esforços capazes de

gerar falhas na peça soldada. As dimensões da zona termicamente afetada –

ZTA - podem ser reduzidas se o calor gerado pelo arco de soldagem for

aplicado de forma muito rápida, diminuindo a possibilidade de prejuízo das

propriedades mecânicas do metal de base.

Durante um processo de soldagem, as elevadas temperaturas

produzidas pelo arco e as propriedades termodinâmicas, como a difusividade

térmica, causam enormes gradientes de temperatura que acontecem na

vizinhança da poça de fusão. Convecções na poça de fusão, a forma da poça e

a transferência de calor no metal sólido e líquido, determinam a distribuição de

temperatura na chapa e na superfície. Para uma solda ideal, com condições

estáveis, essas temperaturas superficiais poderiam apresentar padrões

repetíveis e regulares. As perturbações na penetração da solda poderiam ser

claramente identificáveis nas variações da distribuição da temperatura

superficial.

A soldagem a arco elétrico com a atmosfera gasosa e eletrodo não

consumível, ou mais comumente designada como soldagem TIG (“Tungsten

Inert Gas”), é um processo de soldagem em que o arco elétrico é estabelecido

entre um eletrodo não consumível e a peça, numa atmosfera de gás inerte.

No processo TIG, o arco elétrico pode ser obtido por meio de corrente

alternada (CA), corrente continua e eletrodo positivo (CC+), ou corrente

continua e eletrodo negativo (CC-). Entretanto, na indústria em geral o

processo TIG (CA) é o mais aplicado na soldagem das ligas de alumínio. Ele foi

desenvolvido antes do processo MIG, bem como, foi o primeiro processo de

soldagem com proteção de gás inerte adequado para soldar o alumínio.

Para a soldagem TIG (CA) do alumínio o argônio puro é o gás de

proteção mais utilizado. O argônio não só fornece uma abertura de arco estável

Page 39: Estudo dos processos de soldagem TIG e MIG em estruturas ... · Figura 19 Macrografia processo de solda TIG ..... 81 Figura 20 Macrografia processo de solda TIG

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como propicia melhor ação de limpez que o gás hélio ou a mistura dos dois

gases.

A escolha de uma classificação do tipo e da bitola de um eletrodo, para

suportar uma corrente de soldagem, é influenciada pela espessura e pelo tipo

de liga do metal base. A capacidade dos eletrodos de tungstênio à passagem

da corrente é dependente de inúmeros outros fatores, tais como: tipo e

polaridade da corrente; gás de proteção empregado; tipo de equipamento

utilizado (com resfriamento a ar ou água); da extensão do eletrodo além do

anel suporte (fixação do eletrodo com luva ou tubo) e a posição da soldagem.

A soldagem TIG (CA) em alumínio pode ser feita com ou sem metal de

adição. A soldagem sem metal de adição, denominada de autógena, é limitada,

principalmente a materiais de espessura muito fina e ligas que não sejam

propensas as trincas a quente. O metal de adição minimiza a fissuração,

compensa variações na montagem da junta, e participa na elaboração de

soldas de filete e outras soldas, onde a deposição é necessária para realizar a

solda.

O comprimento do arco varia, porque depende do tipo e localização da

junta. Arcos mais curtos ajudam a obter maior penetração, evitam mordeduras

e propiciam um controle melhor da largura e do perfil do cordão. Como regra

pratica, o comprimento do arco deve ser aproximadamente igual ao diâmetro

do eletrodo de tungstênio.

Já o processo TIG pulsado é uma das variações do TIG convencional.

Para caracterizar a corrente pulsada podem ser utilizados diversos parâmetros

de pulso, entre eles: corrente de pico (Ip), corrente de base (Ib), tempo de pico

(tb), tempo de base (tb).

O processo de soldagem TIG pulsado apresenta melhor controle da

poça de fusão e da penetração em relação ao TIG convencional (JORGE;

MOSCIARO; COSTA JUNIOR, 1987), devido a estas características é

correntemente relacionado à soldagem de chapas finas. Parte dos estudos que

relacionam parâmetros de pulso à geometria do cordão leva em consideração,

entre outros aspectos geométricos, a penetração (LUCAS, 1982).

Page 40: Estudo dos processos de soldagem TIG e MIG em estruturas ... · Figura 19 Macrografia processo de solda TIG ..... 81 Figura 20 Macrografia processo de solda TIG

40

2.3 - Soldagem a arco elétrico com proteção gasosa MIG

Gas Metal Arc Welding – “GMAW” na Figura 2 é um processo de

soldagem a arco, que utiliza um arco entre uma alimentação contínua de metal

e a poça de fusão (MODENESI, 2000). Esse processo utiliza como proteção

para a poça de soldagem, contra contaminação do ar externo, uma fonte

externa de gás de proteção (BRACARENSE, 2003).

Figura 2 - Região do arco na soldagem GMAW (MODENESI, 2000)

A concepção básica do “GMAW” iniciou-se em 1920, entretanto,

somente se tornou comercial após 1948 (FORTES, 2004). Inicialmente, este

era considerado ser, fundamentalmente, um processo de alta densidade de

corrente, pequenos diâmetros de eletrodos de metal nú onde se utiliza um gás

inerte para proteção. Sua primeira aplicação foi na soldagem de alumínio. Por

causa dessa característica o processo era conhecido como Metal Inert Gas -

MIG, utilizando o calor de um arco elétrico entre um eletrodo nú alimentado

continuamente e o metal base para formar a solda. A proteção do arco e da

poça de solda vem inteiramente do gás. No caso do processo de soldagem

MIG o gás pode ser composto por: Argônio, Hélio, Argônio +1% de O2; Argônio

+ 3% de O2. Quando o gás utilizado não for inerte, o processo é chamado de

METAL ACTIVE GAS (MAG). Neste caso os gases utilizados podem ser: CO2;

CO2 + 5 a 10% de O2; Argônio + 15 a 30% de CO2; Argônio + 5 a 15% de CO2;

Argônio + 25 a 30% de N2. Evolução subsequente do processo incluiu às

soldagens com baixas densidades de corrente e corrente pulsada aplicação em

uma vasta faixa de materiais e emprego de gás ativo ou uma mistura de gases.

Este último desenvolvimento levou à aceitação formal do termo Gas Metal Arc

Tocha

Eletrodo

Poça de Fusão

Gás de Proteção

Solda Metal de Base

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Welding (GMAW) para denominação do processo, devido aos gases inertes e

ativos utilizados. Uma variação do processo “GMAW” utiliza um eletrodo

tubular, onde pós-metálicos compõem o núcleo do arame. Tais eletrodos

requerem uma proteção de gás para proteger a poça de fusão da

contaminação atmosférica. O processo de soldagem por arame tubular é

considerado um segmento do processo de soldagem “GMAW” pela sociedade

americana de soldagem (AWS). Associações estrangeiras podem agrupar este

processo de forma diferente (BRACARENSE, 2003).

O processo de soldagem “GMAW” pode ser utilizado nos modos

automático, semi-automático e mecanizado. Todos os metais comercialmente

importantes, tais como aços carbono, aços de alta resistência e baixa liga, aço

inoxidável, alumínio, cobre, titânio e ligas de níquel podem ser soldados em

todas as posições de soldagem através da escolha apropriada de gás de

proteção, de eletrodos e das variáveis de soldagem (PEIXOTO, 2004).

Basicamente a soldagem a arco metálico (Gas Metal Arc Welding-GMAW) é

definida como um processo que envolve uma fonte de energia aliada a uma

sistema de alimentação contínua do eletrodo (arame de solda consumível), que

estabelece um arco elétrico entre a ponta do eletrodo e o material de base,

além de utilizar um sistema de proteção gasosa na região de soldagem,

podendo ser á base de gás inerte – MIG ( Metal Inert Gas) ou gás ativo – MAG

(Metal Active Gas).

Primeiramente, foi considerado para aliar, principalmente, altas

densidades de corrente de soldagem, diâmetro reduzido do eletrodo, eletrodo

nu (sem revestimento de proteção) e gás inerte (MIG) como proteção do arco

elétrico. Sua primeira aplicação destinou-se à soldagem do alumínio.

Subsequentes desenvolvimentos do processo incluíram operações com baixas

densidades de corrente e corrente pulsada direita, o que ampliou, largamente,

a faixa de aplicação para diversos tipos de matérias, bem como o advento do

uso do gás ativo CO2 (MAG) como proteção. Dessa forma, o processo passou

a ser definido de forma generalizada como GMAW, por envolver ambos os

tipos de proteção, inerte e ativa.

O processo GMAW pode ser executado de forma automática ou semi-

automática. Desde que todos os parâmetros (gás de proteção, tipo de eletrodo

e variáveis de soldagem) sejam escolhidos de forma apropriada, podem ser

Page 42: Estudo dos processos de soldagem TIG e MIG em estruturas ... · Figura 19 Macrografia processo de solda TIG ..... 81 Figura 20 Macrografia processo de solda TIG

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soldados todos os tipos de metais de importância comercial. A Figura 3 mostra

um desenho esquemático do princípio básico do processo GMAW.

O processo GMAW incorpora a alimentação automática e contínua de

eletrodo consumível que é protegido por um suprimento externo de gás. Após o

estabelecimento dos parâmetros iniciais o equipamento proporciona auto-

regulagem das características elétricas do arco, o que requer do soldador, em

processos semi-automáticos, apenas o controle da velocidade, direcionamento,

e os parâmetros. Já o comprimento do arco e a corrente (velocidade do

eletrodo) são mantidos automaticamente.

Os equipamentos requeridos para o processo GMAW são ilustrados na

Figura 4. Basicamente se compõem de: tocha de soldagem, unidade de

alimentação do eletrodo, fonte de potência e sistema de suprimento de gás de

proteção.

De acordo com o Instituto Internacional de Soldagem (I.I.W.1977), os

principais modos de transferência metálica na soldagem a arco metálico com

atmosfera gasosa são por spray e por contato. Esses modos podem ser

subdivididos em curto-circuito, globular (gotas e repulsão), pulverização (axial e

rotacional) e explosão.

Figura 3 – Princípio de básico funcionamento do processo GMAW.

Page 43: Estudo dos processos de soldagem TIG e MIG em estruturas ... · Figura 19 Macrografia processo de solda TIG ..... 81 Figura 20 Macrografia processo de solda TIG

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Figura 4 – Equipamento básico para o processo GMAW.

O tipo de transferência metálica é determinado por vários fatores, os

mais significativos serão listados a seguir:

- Intensidade e tipo de corrente (constante ou variável, pulsada);

- Diâmetro do eletrodo;

- Extensão do eletrodo (stick out), distância até a peça;

- Tipo de gás de proteção.

- De uma forma básica, as características de transferência do metal do eletrodo

para a chapa base, que são:

Transferência por curto-circuito

Abrange a mais baixa faixa de corrente de soldagem e os menores

diâmetros de eletrodo associados ao processo GMAW. Este tipo de

transferência produz poças de fusão de dimensões reduzidas com altas

velocidades de resfriamento, e é geralmente indicada na união de chapas de

Page 44: Estudo dos processos de soldagem TIG e MIG em estruturas ... · Figura 19 Macrografia processo de solda TIG ..... 81 Figura 20 Macrografia processo de solda TIG

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fina espessura ou em soldagem fora da posição plana (vertical e sobre-

cabeça).

Transferência globular

Com o eletrodo positivo (cc+), ocorre em baixos valores de corrente,

independente do tipo de gás de proteção. Entretanto, com CO2 e He, este tipo

de transferência ocorre em todas as faixas utilizáveis de corrente de soldagem.

O destacamento da gota é caracterizado por forças eletromagnéticas que

promovem o “estrangulamento” do material fundido.

Transferência por “spray”

Ocorre com proteções ricas em argônio. É um tipo de transferência

altamente estável, livre de salpicos. Requer o uso de eletrodo positivo (CC+) e

níveis de corrente acima de um valor crítico, comumente definido como

corrente de transição “globular-spray”.

As variáveis listadas a seguir são as principais responsáveis pela

penetração, fusão, geometria dos cordões e em geral a qualidade da junta

soldada:

- Corrente de soldagem;

- Polaridade;

- Tensão de soldagem;

- Velocidade de soldagem;

- Extensão do eletrodo;

- Orientação do eletrodo;

- Posição de Soldagem;

- Diâmetro do eletrodo;

- Composição do gás de proteção e vazão.

O conhecimento e domínio dessas variáveis são essenciais na obtenção

de soldas com qualidade e custos satisfatórios. Esses parâmetros não são

completamente independentes e a mudança de um deles geralmente requer a

alteração de um ou mais fatores para obter os resultados desejados.

Page 45: Estudo dos processos de soldagem TIG e MIG em estruturas ... · Figura 19 Macrografia processo de solda TIG ..... 81 Figura 20 Macrografia processo de solda TIG

45

Segundo Stol (1989), a atual popularidade do processo GMAW está

baseada na sua alta produtividade, custo relativamente baixo dos

equipamentos, confiabilidade e simplicidade de operação. Porém, em muitas

aplicações, quando é desejável alterar determinados parâmetros, pois qualquer

combinação de tipo de eletrodo, fonte de potência, corrente de soldagem,

extensão do eletrodo, fonte de potência, corrente de soldagem, extensão do

eletrodo, a taxa de deposição não pode ser variada independentemente sem

afetar outras variáveis. Entretanto, o avanço nessa área tem proporcionado

grande operacionalidade e funcionalidade aos processos de soldagem em

especial o GMAW.

A vazão do gás deve ser ajustada corretamente para garantir proteção

eficiente e qualidade da junta soldada. Baixas vazões provocam porosidades,

oxidação, impurezas, instabilidade do arco e salpicos. Altas vazões dão origem

a turbulências e mistura com o ar da vizinhança, prejudicando a proteção

adequada da junta.

A pesquisa realizada por Stenbacka (1992) avalia os efeitos dos gases

de proteção com o uso de arame tubular. Conclui-se que o uso de gases de

proteção com um reduzido teor de CO2 reduz a incidência de salpicos, em

detrimento, porém, da diminuição da penetração. O potencial de oxidação dos

gases de proteção influencia tanto nas propriedades mecânicas quanto na

composição química do metal de solda, pois reduzindo o potencial de oxidação,

reduz-se também o teor de oxigênio do metal de solda, aumentando dessa

forma a recomposição da maioria dos elementos de liga, melhorando dessa

maneira a sua temperabilidade. Por final, com a redução do potencial de

oxidação aumenta-se o limite de escoamento do metal de solda bem como a

sua resistência à fluência.

Os consumíveis do processo GMAW são eletrodos e os gases de

proteção. A composição química do eletrodo, do metal de base e do gás de

proteção determina as propriedades e composição da junta soldada. Uma

escolha adequada dos consumíveis é determinada pelos seguintes fatores:

- Tipo de metal de base;

- Propriedades físico-químicas e mecânicas requeridas para a junta soldada;

- Condições de conservação, tratamento superficial e limpeza do metal de

base;

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- Posição de soldagem;

- Modo de transferência metálica desejada.

Os eletrodos para GMAW são especificados segundo a AWS (1991),

cobrindo a grande maioria das especificações para metais de preenchimento

em processos de soldagem. Outras instituições de normalização também

estabelecem classificações de eletrodos para diversos fins específicos como a

indústria aeroespacial. Entretanto, a AWS publica o catálogo Filler Metal

Comparison Charts AWS (1991), com o objetivo de servir de guia de

comparação entre as diversas especificações encontradas no mercado.

A função primordial dos gases de proteção é oferecer uma atmosfera

controlada para se efetuar a solda em condições de boa qualidade. Isso se faz

necessário, pois a maioria dos metais quando aquecidos a temperaturas

próximas a ponto de fusão apresentam uma forte tendência à oxidação, que

provoca a formação de escória, defeitos na solda, porosidade e fragilidade do

material. A proteção gasosa também previne as contaminações por nitrogênio

e hidrogênio, grandes causadores de trincas pós-soldagem.

Além de promover um ambiente de proteção para a realização da solda,

os gases de proteção e sua vazão exercem significativa influência nos

seguintes parâmetros:

- Características do arco elétrico;

- Modo de transferência metálica;

- Penetração e formas do cordão de solda;

- Velocidade de soldagem;

- Propriedades mecânicas da junta soldada.

Os principais gases de proteção utilizados em GMAW são o CO2,

argônio hélio e misturas entre os mesmos. O uso de nitrogênio é uma exceção,

aplicada principalmente na soldagem do cobre.

Conforme Norrish (1989), o processo de seleção dos gases de proteção

deve ser baseado no conhecimento prévio das características de desempenho

das misturas gasosas, o que deve incluir as condições sobre os efeitos do gás

ou da mistura sobre a eficiência de proteção estabilidade do arco, geometria da

junta soldada e as propriedades mecânicas do metal de solda. Ressalta ainda

que, a escolha da proteção mais apropriada é mais bem alcançada pela

Page 47: Estudo dos processos de soldagem TIG e MIG em estruturas ... · Figura 19 Macrografia processo de solda TIG ..... 81 Figura 20 Macrografia processo de solda TIG

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execução monitorada de testes comparativos, que permitem o conhecimento

de fatores como eficiência de proteção e seu custo/benefício.

O trabalho de Rhee (1992) avalia o efeito de diversos gases de

proteção em processo GMAW. Foi observado que o aumento do percentual de

CO2 presente no argônio geralmente eleva o valor da corrente de transição

“globular-spray”. A mistura que forneceu a menor corrente de transição é Ar-

95% / CO2 -5%. Isso pode ser atribuído à redução da tensão superficial com o

aumento de CO2. Já para o uso de CO2 puro e hélio, a freqüência de formação

de gotas aumenta vagarosamente com o aumento da corrente, não ocorrendo

corrente de transição. Foi constatado também que, em misturas de gases

contendo alta porcentagem de CO2 ocorreu aumento de salpicos.

Segundo a pesquisa realizada por Jackson (1960), pode-se confirmar o

fato de que o tipo de gás influencia sobremaneira o comportamento do arco

elétrico, principalmente propriedades com o potencial de ionização e

condutividades elétrica e térmica. Constatou-se que, em presença de hélio, a

fusão do metal ocorre mais rapidamente do que com argônio, devido ao seu

alto potencial de ionização e alta condutividade térmica, porém, a estabilidade

do arco só é mantida devido à formação de vapor de ferro que aumenta

significativamente a condutividade elétrica.

A Soldagem com arco pulsado ou Gás Metal Arc Welding with Pulsed

Current (GMAW-P) é uma variação do GMAW convencional, na qual a

transferência metálica ocorre periodicamente controlada pela pulsação da

corrente de soldagem. Uma corrente de menor valor (corrente de base) é

utilizada para manter o arco a fim de fundir o eletrodo e promover a limpeza

catódica do metal de base. Posteriormente, pulsos de alta corrente são

sobrepostos para permitir a transferência do metal. O resultado dessa técnica é

um processo no qual a transferência ocorre pela técnica em “spray”, porém,

com correntes de soldagem media enormemente reduzida (normalmente

inferior à corrente mínima para que ocorra a transferência em “spray” para um

dado diâmetro de eletrodo em soldagem convencional).

Segundo Needaham (1965), a principal característica da técnica com

corrente pulsada é que os níveis de corrente usados para se obter as mesmas

taxas de deposição do material do eletrodo obtidas em corrente contínua são

bem menores, o que permite menores aportes térmicos, melhor qualidade.

Page 48: Estudo dos processos de soldagem TIG e MIG em estruturas ... · Figura 19 Macrografia processo de solda TIG ..... 81 Figura 20 Macrografia processo de solda TIG

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As vantagens desse método são listadas a seguir:

- Condições de arco mais estáveis;

- Transferência por “spray” em níveis de corrente média que é normalmente

associado à transferência globular, consequentemente menor aporte térmico;

- Controle sobre a poça de fusão;

- Em consequência dos itens anteriores o processo aplica-se a soldagem de

chapas finas e juntas fora da posição plana com excelentes resultados;

- Redução do nível de porosidade devido ao fluxo de metal líquido da poça de

fusão e de sua movimentação;

- Melhor aparência do cordão de solda;

- Baixo nível de distorções – custo final da operação mais baixo.

Segundo o trabalho realizado por Castner (1997), a geração de fumos

tóxicos é menor para o uso de corrente pulsada do que com corrente continua.

Percebeu-se, também, que existe uma faixa determinada de tensão para cada

velocidade de alimentação do eletrodo (ou corrente) que minimiza a emissão

de fumos tóxicos. Pode-se concluir que o simples uso da corrente pulsada não

é suficiente para reduzir a emissão de fumos, porém a otimização dos

parâmetros de pulso é capaz de reduzir esses valores significativamente. É

importante salientar que os parâmetros que permitem a minimizar a emissão de

fumos também produzem soldas de boa qualidade.

Um estudo realizado por Castner (1997) mostrou que os níveis de ruído

dependem do tipo de transferência metálica, tipo de onda e intensidade de

corrente e tensão de soldagem. Foi constatado que os ruídos produzidos em

processos GMAW e GMAW-P possuem intensidades próximas para

transferência globular ou “spray”, porém os ruídos obtidos para GMAW-P

encontrou-se dentro de limites menos nocivos ao ouvido humano. A otimização

dos parâmetros de pulso tende a melhorar o ruído emitido durante a soldagem.

Norrish (1988), afirma que o sistema a arco pulsado oferece claras

vantagens, incluindo estabilidade em baixos valores médios de corrente,

particulamente na soldagem de alumínio e aço inoxidável devido á maior

possibilidade de controle do aporte térmico, além da aplicabilidade em chapas

finas nas diversas posições.

Page 49: Estudo dos processos de soldagem TIG e MIG em estruturas ... · Figura 19 Macrografia processo de solda TIG ..... 81 Figura 20 Macrografia processo de solda TIG

49

Para se ter uma soldagem estável, é essencial manter o comprimento de

arco constante, o qual é conseguido igualando-se a taxa de alimentação do

arame com taxa de fusão. Outra condição é que a transferência do metal para

a poça de soldagem do tipo “spray” e o diâmetro das gotas sejam

aproximadamente iguais ao do arame.

Com a operação em corrente contínua, a primeira condição pode ser

executada em toda a faixa de velocidade de alimentação (ou corrente),

enquanto que a transferência por “spray” só pode ser alcançada com níveis de

corrente acima de um valor crítico. Para uma faixa de corrente menor ocorre a

transferência globular (inadequada) e, portanto restringe a aplicação de baixas

correntes, as quais são necessárias para se soldar materiais delgados, juntas

na posição vertical ou sobre-cabeça, e as ligas sensíveis ao aporte térmico

elevado, inerente à soldagem com transferência por “spray”.

O processo GMAW-P põe fim às limitações impostas pela transferência

globular. Nesta técnica, uma determinada corrente que normalmente

proporciona a transferência globular é modulada a fim de gerar um formato de

onda de corrente onde a mesma é comutada de um nível alto (corrente de pico)

para um nível mais baixo (corrente de base). A corrente de base serve

principalmente para manter o arco aberto, mas é insuficiente para fazer com

que ocorra a transferência do metal. Já a corrente de pico é estabelecida a fim

de exceder o valor crítico, e assim promover a transferência do metal em gotas

muito pequenas.

Além disso, seu valor e seu tempo de duração é tal que a cada pulso

ocorre o destacamento de uma discreta gotícula de diâmetro igual ou menor do

que o do eletrodo. Então, a técnica que utiliza a corrente pulsada produz uma

série de gotículas que resulta numa transferência metálica do tipo “spray”, a

qual se dá por uma corrente média que normalmente produziria transferência

globular.

Segundo Wang (1994), o processo GMAW-P está se tornando aplicável

nos sistemas de fabricação e soldagem devido ao seu ótimo desempenho e

boa adaptabilidade. Acredita-se que o fator predominante para esse sucesso é

determinado pelo modo de transferência em que é formada apenas uma gota

de metal fundido em cada pulso, sendo o mais favorável

a boas condições de soldagem. Este tipo de transferência é determinado

Page 50: Estudo dos processos de soldagem TIG e MIG em estruturas ... · Figura 19 Macrografia processo de solda TIG ..... 81 Figura 20 Macrografia processo de solda TIG

50

principalmente pelos parâmetros de pulso, quando os consumíveis são

devidamente selecionados.

O trabalho realizado por Boughton (1965) vem a comprovar que o

controle do modo de transferência, que é permitido com a soldagem com arco

pulsado, fornece inúmero atrativo, dentre os quais: soldagem livre de salpicos,

penetração constante, redução da formação de “cratera” no final do cordão de

solda, possibilidade de soldagem em todas as posições.

Allum (1985), afirma que os sistemas modernos a arco pulsado podem

ser utilizados em grande variedade de aplicações em juntas de espessuras

maiores que 50 mm. Tanto materiais ferrosos e não-ferrosos podem ser unidos

por esse processo, abrangendo uma vasta gama de materiais, incluindo

alumínio e muitas outras ligas, aços ao carbono-manganês e inoxidáveis.

De forma geral, a variação independente de cada parâmetro de pulso

provoca alterações com relação aos efeitos sobre a soldagem, podendo ser

resumidos da seguinte maneira:

A) Aumento da corrente de pico

- Aumenta a taxa de deposição do material do eletrodo, afetando diretamente o

comprimento do arco;

- Aumenta levemente a corrente média;

- Aumenta levemente o aporte de calor.

B) Aumentando a corrente de base

- Aumenta o comprimento do arco;

- Aumenta a corrente média;

- Aumenta o aporte de calor e a penetração;

- Aumenta a fluidez da poça de fusão.

C) Aumentando o tempo (largura) do pulso

- Aumenta o comprimento do arco;

- Aumenta o aporte de calor e a penetração;

- Aumenta a largura do arco (cone de tocha);

- Aumenta a corrente média.

Page 51: Estudo dos processos de soldagem TIG e MIG em estruturas ... · Figura 19 Macrografia processo de solda TIG ..... 81 Figura 20 Macrografia processo de solda TIG

51

D) Aumentando a frequência de pulso

- Aumenta o comprimento de arco;

- Aumenta a corrente média;

- Aumenta o aporte de calor na peça e a penetração.

Segundo Norrish (1992), o termo “MIG sinérgico” foi primeiramente

utilizado pelo The Welding Institute, em meados da década de 1970, para

descrever um método específico de controle para o processo MIG pulsado.

Após este fato muitos fabricantes de equipamentos de soldagem produziram

sistemas Sinérgicos e então o termo alcançou caráter mais amplo.

De forma geral, segundo Wainer (1992), o controle sinérgico visa facilitar

o ajuste dos múltiplos parâmetros de pulso, de forma a otimizar as condições

de soldagem, minimizando o número de controles (botões) na máquina de

soldagem. Através de um único controle, todos os parâmetros de pulso

estariam regulados.

Atualmente, devido aos benefícios alcançados com essa técnica, existe

uma tendência de se utilizar esse tipo de controle em outros processos que não

o GMAW-P.

O controle sinérgico pode ser basicamente por duas maneiras:

Controle sinérgico propriamente dito: a alimentação do eletrodo controla a

corrente média;

Controle auto-regulado: a tensão de soldagem controla a corrente média;

Norrish (1992) ressalta que o controle sinérgico, em especial MIG

sinérgico, é primariamente um método para simplificar a operação com

corrente pulsada. O seu uso acarreta em benefícios econômicos, permitindo

uma melhor aplicabilidade da soldagem com arco pulsado. O sucesso do seu

uso está relacionado com a perfeita escolha dos modos de operação, dos

equipamentos disponíveis e do treinamento adequado dos operadores.

Allum (1985) acrescenta que o MIG sinérgico tem sido pesquisado por

uma vasta faixa de indústrias como (nuclear, soldagem de tubos, reparos e

manutenção em sistemas hiperbáricos, etc.) e exemplos de uso nas linhas de

produção já existem em larga escala.

A taxa de deposição, em processo, é a massa do material depositada

por unidade de tempo. A taxa de deposição depende dos parâmetros de

Page 52: Estudo dos processos de soldagem TIG e MIG em estruturas ... · Figura 19 Macrografia processo de solda TIG ..... 81 Figura 20 Macrografia processo de solda TIG

52

soldagem como diâmetro do eletrodo, composição, extensão e corrente de

soldagem.

A eficiência de deposição é a razão entre a massa do material

depositada na peça e a quantidade de eletrodo consumida.

O artigo de Widgery (1986), que trata das eficiências e taxas de

deposição em procedimentos de soldagem propõe um método de cálculo

baseado nas proposições acima.

O trabalho de Chandel (1990), mostra a variação do efeito do processo

com a corrente, voltagem, comprimento do eletrodo e diâmetro do eletrodo.

Pode-se perceber que há um aumento da eficiência de deposição com o

aumento da extensão do eletrodo e da corrente e com o decréscimo da

voltagem e diâmetro do eletrodo. Para um mesmo parâmetro a eficiência de

deposição é alta quando a polaridade do eletrodo é negativa. Uma relação

similar pode ser observada para o GMAW.

Os resultados dessa pesquisa também indicaram que a proteção do

gás na GMAW também tem um efeito na eficiência de deposição. A eficiência

do GMAW cresce com o aumento da corrente de soldagem, voltagem e

diâmetro de eletrodo, e decresce com o aumento da extensão do eletrodo.

Segundo Norrish (1992), é bastante complexa a tarefa para a seleção de

parâmetros que possam ser adequados às necessidades de estabilidade de

arco, vantagens econômicas, qualidade e propriedades mecânicas da solda.

Perreira (2000) verificou que um dos principais parâmetros, testados no

processo de soldagem MIG pulsada automatizada, que apresentou influência

na minimização da instabilidade do cordão foi o comprimento do arco.

Em pesquisas realizadas por Amin (1983), Stret (1990), para que o

processo de transferência seja estável, apenas uma gota deverá ser transferida

a cada pulso de corrente, ou seja, para cada material haverá uma relação entre

velocidade de alimentação do arame, intensidade de corrente e tempo de

pulso.

Segundo Chen (1997), apesar das inúmeras vantagens, do ponto de

vista térmico e metalúrgico, do uso do arco pulsado é importante salientar que

o GMAW-P introduz mais variáveis que influem diretamente no controle e

consequências do processo. Tal complexidade operacional exige o uso de

Page 53: Estudo dos processos de soldagem TIG e MIG em estruturas ... · Figura 19 Macrografia processo de solda TIG ..... 81 Figura 20 Macrografia processo de solda TIG

53

modelos matemático-computacionais capazes de processar em tempo hábil e

de forma eficiente todas as condições de contorno envolvidas.

Essa tendência do uso de sistemas mecatrônicos e informados é uma

consequência tecnológica natural e pode ser evidenciado por inúmeros

trabalhos na área, principalmente em ramos como redes neurais e modelagem

por elementos finitos. Pesquisas como as de (WHITE, CHEN, 1997; WANG,

1994), entre outros, confirmam essa tendência.

2.4 Tensões e deformações decorrentes de operações de soldagem

Em cada operação de soldagem o arco elétrico pode ser considerado

como uma fonte de calor pontual, que se desloca ao longo da junta a soldar.

Essa fonte de calor fornece à peça uma quantidade de energia ou calor que se

espalha pelo material com uma velocidade que depende da condutibilidade

térmica do mesmo, criando na peça, campos isotérmicos. No local onde se

encontra o arco elétrico, a temperatura se eleva o suficiente para fundir o

material, e essa área é a poça fundida, que se desloca acompanhando a

velocidade de soldagem ao longo da linha de solda.

Os metais se dilatam com o aumento da temperatura e se contraem

com sua diminuição, portanto, as deformações e as tensões são

consequências do ciclo térmico da soldagem.

As características físicas do metal em questão são fundamentais no

processo de dilatação, contração, velocidade de deslocamento das isotermas,

etc. Todo esse processo dinâmico só termina quando a temperatura da peça se

estabiliza, ou seja, quando atinge a temperatura ambiente. Após isso, podem-

se encontrar os efeitos causados por essa atividade, que podem ser as

deformações, as tensões residuais e, às vezes, trincas.

Durante a solidificação da poça fundida que avança pela junta, tensões

de contração, devida a essa solidificação, começam a agir sobre a parte já

soldada da junta. Enquanto o material depositado está ainda líquido e vai

diminuindo a sua temperatura, as tensões de contração são inexistentes no

local, mas à medida que se solidifica e vai resfriando ainda mais, começa a

exercer tensões de contração cada vez maiores e que são acompanhadas, em

parte, por deformações plásticas da própria solda e deformações elásticas

Page 54: Estudo dos processos de soldagem TIG e MIG em estruturas ... · Figura 19 Macrografia processo de solda TIG ..... 81 Figura 20 Macrografia processo de solda TIG

54

crescentes, que dão origem às tensões residuais que passam a agir sobre o

metal de base adjacente e sobre a própria solda solidificada. Essas tensões, se

não forem acompanhadas de deformações geométricas da junta soldada,

podem atingir e ultrapassar o limite de escoamento do material de base da

solda, fissurando-o ou deformando na região plástica.

A distorção que uma peça soldada apresenta no final, quando fria, é

resultante de contrações longitudinais, contrações transversais e contrações

angulares. Como em geral, uma peça soldada pode ter sido composta por

soldas de topo e soldas de filetes, com direções, comprimentos e volumes

diversos, a resultante final da distorção é complexa de se determinar.

Existem variadas maneiras de se controlar as distorções, diminuindo o

seu efeito. Pode-se agir antes, durante e depois da soldagem ou mesmo nas

três etapas mencionadas de uma mesma peça.

Há a ação antes, quando se protege a peça a ser soldada procurando

localizar os cordões de solda de uma forma simétrica, que se auto-equilibrem

após soldado escolhendo os chanfros mais convenientes, que diminuam as

deformações inevitáveis escolhendo processos de solda mais convenientes,

que possam causar a menor deformação para o caso específico a soldar, ou

ainda projetando pré-deformação que se corrigem ao serem deformadas pela

operação de soldagem.

Há a ação durante a soldagem, quando se adota uma sequência de

soldagem mais conveniente para procurar o equilíbrio de tensões, escolhendo

os diâmetros de eletrodos em função de sua maior ou menor tendência a

contrações longitudinais ou transversais, fazendo o martelamento entre passes

de solda, ou travamento da peça para impossibilitar sua deformação durante a

soldagem. E, após a soldagem completa, quando se calibra mecanicamente

através de distensões ou de encolhimentos localizados, criteriosamente

escolhidos de maneira a recuperar a forma ideal projetada.

Guan (1999) desenvolveu uma técnica de controle da tensão e

deformação durante a soldagem Low stress non-distortion (LSND). Esta técnica

consiste em resfriar a área próxima do cordão de solda, circulando um líquido

refrigerante bem próximo à linha da solda, e aquecendo ao longo das laterais

da linha de solda, isso diminuirá a variação da temperatura durante a

soldagem, controlando as tensões e deformações.

Page 55: Estudo dos processos de soldagem TIG e MIG em estruturas ... · Figura 19 Macrografia processo de solda TIG ..... 81 Figura 20 Macrografia processo de solda TIG

55

Três mudanças fundamentais de dimensões ocorrem durante o processo

de soldagem causando distorções em estruturas montadas:

1 - Contração transversal, perpendicular à linha de solda;

2 - Contração longitudinal, paralelo à linha de solda;

3 - Distorção angular (rotação em volta a linha de solda).

Estas mudanças de dimensões são classificadas por seu surgimento:

Tipos de distorção da solda.

A) - Contração transversal. Contração perpendicular a linha de solda.

B) - Mudança angular (distorção transversal). A distribuição térmica não

uniforme na direção da espessura causa distorções da junta (mudança

angular) na linha de solda.

C) - Distorção rotacional. Distorção angular da face da chapa devido à

expansão térmica.

D) - Contração longitudinal. Contração em direção a linha da solda.

E) - Distorção longitudinal. Distorção na face em toda linha de solda e

perpendicular a chapa.

F) - Empenamento. Forças de compressão térmica causam instabilidade

quando as chapas são finas.

O empenamento é um tipo de deformação que normalmente ocorre na

soldagem de chapas finas, devido à ação de tensões de compressão atuantes

em regiões afastadas da solda.

O empenamento de uma peça soldada só ocorrerá quando o seu

comprimento exceder a um comprimento crítico, função de suas dimensões e

espessura.

As propriedades metalúrgicas de material determinam em cada uma das

regiões da peça soldada (soldas, zona de transição, metal de base), uma

estrutura diferente. Cada estrutura reage, contudo, de maneira diferente as

tensões de contrações. As tensões de contração que se produzem nas

estruturas duras, tais como na martensita, são tensões elevadas; enquanto que

nas zonas vizinhas, mais aptas a deformações plásticas (por exemplo, a ferrita)

essas tensões são menores.

Page 56: Estudo dos processos de soldagem TIG e MIG em estruturas ... · Figura 19 Macrografia processo de solda TIG ..... 81 Figura 20 Macrografia processo de solda TIG

56

O aquecimento da peça depende estreitamente do processo de

soldagem. Por exemplo, a soldagem com o maçarico oxiacetileno exige uma

quantidade de calor que é o dobro da exigida para soldagem ao arco elétrico.

Existe igualmente uma relação entre velocidade de soldagem e o

aquecimento da peça. Para uma potência de arco, o aporte de calor para a

peça será tanto menor quanto maior for a velocidade de soldagem, o que se

traduz por tensões e contrações menores.

2.5 Geometria e acabamento superficial

A geometria do cordão de solda é característica operacional que pode

ser definida através dos seguintes parâmetros: largura e reforço.

Para Kobayashi (1987), a penetração da solda é tanto maior quanto

maior for a concentração e intensidade de energia e, também, quanto maior a

ação de cratera ou de escavação do arco.

A concentração de energia é função do diâmetro do arco e esse

diâmetro é tanto menor:

- Quanto maior a condutividade térmica dos gases presentes no arco.

- Quanto menor o comprimento do arco.

- Quanto menor o diâmetro do eletrodo.

Já a intensidade de energia aumenta à medida que:

- Aumenta a corrente de soldagem.

- Diminui a velocidade de soldagem.

- Aumenta a temperatura da gota.

De acordo com Lancaster (1984), é frequentemente assumido que a

penetração na soldagem resulta da pressão exercida sobre a poça fundida, que

comprime a superfície líquida para uma penetração profunda; portanto essa

característica é provocada pela força do arco. Essa força pode ser devida

inércia de um fluxo de gotas metálicas ou um jato de gás colidindo com a

superfície da poça de solda, ou, ainda, à combinação dos dois mecanismos.

Page 57: Estudo dos processos de soldagem TIG e MIG em estruturas ... · Figura 19 Macrografia processo de solda TIG ..... 81 Figura 20 Macrografia processo de solda TIG

57

A largura do cordão de solda é tanto maior quanto maior for o diâmetro

do arco elétrico, e de acordo com Lancaster, na soldagem, a forma do reforço é

determinada:

- Pela largura da poça fundida.

- Pelo volume de metal adicionado na poça fundida.

- Pela pressão hidrostática sobre o cordão fundido.

- Em altas temperaturas, pela velocidade com a qual o metal flui na direção da

poça de solda.

O reforço do cordão de solda é aumentado à medida que, o diâmetro do

arco diminui, a área adicionada da solda aumenta, e as propriedades, como

tensão superficial e viscosidade, aumentam.

As características do acabamento superficial são determinadas pela

quantidade de salpicos e pela aparência do cordão de solda.

De acordo com Jackson (1960), existem quatro fontes de salpicagem na

soldagem com eletrodos consumíveis e gás inerte:

- Evolução de gases na gota - causando a explosão da gota - ou da poça de

solda - resultando a ejeção da mesma;

- Efeito de contato ou de fusível, devido ao curto-circuito ou desintegração

explosiva da conexão fina entre eletrodo-gota;

- Instabilidade globular, devido ao tamanho excessivo resultando a

desintegração da gota;

- Efeito pendular causado pelo movimento oscilatório dos pontos catódicos e

anódicos, produzindo uma transferência errática ou de multi-partíulas.

Para Zaruba (1970), as causas mais importantes dos salpicos são o

superaquecimento do metal líquido pela alta corrente de curto-circuito e a

explosão da fina conexão entre eletrodo e gota líquida. Esse mesmo autor

propõe que a mesma pode ser reduzida pela soldagem sem curto-circuito,

conseguida pela seleção apropriada das condições de soldagem. Outra

proposição feita por esse pesquisador é que os salpicos podem se quase

inteiramente eliminados, se somente parte da corrente ou nenhuma flua

através da conexão eletrodo-gota e se o calor necessário para fusão da

conexão for fornecido pelo arco. Neste caso, não existe a possibilidade de

explosão elétrica da conexão, ou sua energia é sensivelmente reduzida. Mas,

se os pontos ativos (catódicos e anódicos) são bem definidos e concentrados

Page 58: Estudo dos processos de soldagem TIG e MIG em estruturas ... · Figura 19 Macrografia processo de solda TIG ..... 81 Figura 20 Macrografia processo de solda TIG

58

sobre a gota, não existirão desvios, a corrente romperá a conexão eletrodo-

gota. Outra possibilidade é ajustar a indutância da fonte de modo que a taxa de

crescimento da corrente no momento do curto-circuito seja tal que não haja o

crescimento violento da temperatura.

Segundo Kobayashi (1987), com relação à aparência do cordão de

solda, ela pode ser influenciada por muitos fatores e, entre eles, pode-se citar:

- Tensão superficial do metal de solda: quanto mais alta, pode causar

mordeduras;

- Pontos ativos excessivamente móveis; pode ocasionar um arco errático e

uma transferência de metal da mesma forma;

- Variação do comprimento do arco.

2.6 - Princípios básicos do DOE (Design of Experime nts)

Pelo projeto estatístico de experimentos, utiliza-se o processo de

planejamento do experimento com dados adequados, que podem ser

analisados por métodos estatísticos, resultando em conclusões válidas e

objetivas. A abordagem estatística para projeto experimental é necessária para

tirar conclusões significativas a partir dos dados. Quando o problema envolve

dados que estão sujeitos a erros experimentais, a metodologia estatística é a

única abordagem para análise objetiva. Assim, existem dois aspectos para

qualquer problema experimental: o desenho do experimento e a análise

estatística empregada durante o experimentos. Os três princípios básicos do

projeto experimental são aleatorização (randomização), replicação e técnicas

de blocos (MONTGOMERY, 1991).

A replicação consiste na repetição de um ensaio sob condições

preestabelecidas. Esta técnica permite obter-se uma estimativa de como o erro

experimental afeta os resultados dos ensaios e se esses resultados são

estatisticamente diferentes. Também permite verificar qual a influência de uma

determinada variável sobre o comportamento de um processo, quando a

comparação é feita pela média das amostras.

A aleatorização ou randomização é uma técnica de planejamento

experimental puramente estatística em que a sequência dos ensaios é aleatória

Page 59: Estudo dos processos de soldagem TIG e MIG em estruturas ... · Figura 19 Macrografia processo de solda TIG ..... 81 Figura 20 Macrografia processo de solda TIG

59

e a escolha dos materiais que serão utilizados nesses ensaios também é

aleatória. Uma das exigências do uso da metodologia estatística para o

planejamento experimental e para a análise dos resultados é que as variáveis

estudadas e os erros experimentais observados apresentem um caráter

aleatório, o que é conseguido pelo emprego desta técnica. Estes métodos

estatísticos determinam que as observações (ou erros) são variáveis aleatórias

independentemente distribuídas.

A técnica dos blocos permite realizar a experimentação com uma maior

precisão, reduzindo a influência de variáveis incontroláveis. Um bloco é uma

porção do material experimental que tem como característica o fato de ser mais

homogêneo que o conjunto completo do material analisado. O uso de blocos

envolve comparações entre as condições de interesse na experimentação

dentro de cada bloco. Na análise com blocos, a aleatorização é restringida à

seqüência de ensaios interna dos blocos e não ao conjunto total de ensaios.

Page 60: Estudo dos processos de soldagem TIG e MIG em estruturas ... · Figura 19 Macrografia processo de solda TIG ..... 81 Figura 20 Macrografia processo de solda TIG

60

3 - MATERIAIS E METODOLOGIA EXPERIMENTAL

O presente trabalho aborda a avaliação dos processos de soldagem

GMAW (Gas Metal Active Welding) e GTAW (Gas Tungstein Active Welding)

de alumínio aplicados em torres, plataformas, sistemas de palcos, barricadas,

estruturas para sonorização, prateleiras, “pallets”, “geo túnel”, “top tenda”, etc.

O trabalho experimental consistiu de uma sequência de atividades, que

incluiu a seleção das matérias-primas, análise no software Minitab, preparação

das amostras, macrografia, ensaio de líquido penetrante, ensaio de tração.

Para facilitar a compreensão do texto é apresentado o fluxograma do presente

trabalho, esquematizado na Figura 5.

Page 61: Estudo dos processos de soldagem TIG e MIG em estruturas ... · Figura 19 Macrografia processo de solda TIG ..... 81 Figura 20 Macrografia processo de solda TIG

61

Figura 5 – Representação esquemática do fluxograma dos ensaios realizada

no trabalho.

3.1 Materiais

Foram utilizados materiais específicos para fabricação de estruturas de

alumínio: tubos e perfis com a liga 6351-T6, conforme norma NBR ISO

209:2010, com classificação das temperas “T6” que são solubilizadas e

envelhecidas artificialmente, conforme Tabela 6. Estes materiais e corpos de

14 AMOSTRAS DO PROCESSO DE SOLDAGEM TIG

1 - MÉTODO DE ENSAIO2 - RELATÓRIO DE ENSAIO

14 AMOSTRAS DO PROCESSO DE SOLDAGEM

MIG

3.4 ENSAIO DE MACROGRAFIA

3.5 ENSAIO PELO METODO DE

LIQUIDO PENETRANTE

3.6 ENSAIO PELO METODO DE TRAÇÃO

3.7 ALONGAMENTO

PERCENTUAL

ESTUDO DOS ENSAIOS COM

PROCESSO DE SOLDAGEM TIG E MIG

1 - MÉTODO DE ENSAIO2 - RELATÓRIO DE ENSAIO

1 - MÉTODO DE ENSAIO2 - RELATÓRIO DE ENSAIO

1 - MÉTODO DE ENSAIO2 - RELATÓRIO DE ENSAIO

3.3 - DEFINIÇÃO DOS PARAMETROS TIG E

MIG

ANALISE PELO METODO DE DOE

3.8 ANALISE ACABAMENTO

SUPERFICIAL DA SOLDA

1 - MÉTODO DE ENSAIO2 - RELATÓRIO DE ENSAIO

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62

prova foram fornecidos pela empresa Feeling Structures e possui boa

trabalhabilidade, soldabilidade, e resistência à corrosão.

Foram utilizados para o ensaio dos corpos de provas tubos redondos

44,4mm x 1/8” e 2” x 1/8”; chapa L 100 mm x 34 mm x 9,5mm; e barra chata

10”x ¼”.

Tabela 6 – Propriedades físicas e químicas, especificadas e utilizadas nos

componentes das estruturas de alumínio (NBR ISO 209:2010).

Analise Liga MP Propriedades mecânicas Composição Química (%) LE

(Mpa) LT

(Mpa) Along..

Si Fe Cu Mn Mg Cr Zn Ti 50 mm

Especificado 6351-

T6

Chapa e

Tubo

255 Máx

300 Máx 10 mm

0,7-1,3 0,5 0,10

0,4-0,8

0,4-0,8 -- 0,20 0,20

Para a soldagem dos componentes das estruturas de alumínio foram

utilizados os processos “GTAW” e “GMAW”, usando como material de adição

para o processo GTAW a vareta ER 4043 com diâmetro de 2,35 mm, e para o

processo GMAW o arame ER 4043 com diâmetro de 1 mm, conforme Tabela 7.

Sendo a liga do material de adição a predileta da maioria dos soldadores,

porque tem melhor fluidez e, é menos sensível ao fissuramento da solda com

metal de base 6351-T6. Também proporciona um acabamento de solda

superficialmente mais brilhante e com menos fuligem. O gás de proteção

utilizados nos dois processos foi o Argônio.

Tabela 7 – Composição química nominal dos metais de adição (AWS 5.10)

Análise Liga

Tipo do

Metal de

Adição

Composição Quimica (%)

Si Fe Cu Mn Mg Zn Ti

Especificado ER-4043

Arame 4,5-6,0

0,8 0,3 0,05 0,05 0,10 0,20

Especificado ER-4043 Vareta 4,5-

6,0 0,8 0,3 0,05 0,05 0,10 0,20

3.2 Equipamentos

O equipamento utilizado na soldagem processo TIG foi uma máquina

Merkle Insquare W 300, que também pode ser utilizado na soldagem com

eletrodo revestido, com corrente continua ou alternada, com capacidade de

Page 63: Estudo dos processos de soldagem TIG e MIG em estruturas ... · Figura 19 Macrografia processo de solda TIG ..... 81 Figura 20 Macrografia processo de solda TIG

63

310A para 100% de fator de serviço, podendo chegar a 420A à 30%. Foi

utilizada uma tocha simples, conforme a Figura 6.

Figura 6 - Máquina de solda TIG

Os equipamentos do processo MIG, modelo MB 350 K, proporciona uma

excelente estabilidade do arco elétrico em baixas correntes, ideal para

soldagens de estruturas de alumínio, e uma produtividade excepcional em

soldagens pesadas de até 350 A, a mesma é recomendada para a soldagem

de seguintes materiais:

• Aço de baixa liga em soldagem MIG e MAG

• Aço de alta liga em soldagem MIG

• Alumínio e as respectivas ligas em soldagem MIG

A máquina possui uma fonte transformadora de alta durabilidade, com

curva característica de tensão constante (CP) e regulagem precisa de 20

posições, conforme a Figura 7.

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64

Figura 7 - Máquina de solda MIG

3.3 Metodologia experimental

3.3.1 Metodologia de DOE

Com o propósito de realizar um experimento baseado em variáveis com

uma abordagem quantitativa, explorando todas as possibilidades para a

otimização do processo de soldagem TIG e MIG, visando obter um processo

otimizado para soldagem em estruturas de alumínio, com qualidade e

produtividade, utilizou-se o método DOE, investigando-se simultaneamente os

efeitos de múltiplas variáveis em uma variável de saída (resposta). Esses

experimentos consistem em uma série de ensaios, ou testes, nos quais são

feitas alterações intencionais nas variáveis de entrada ou fatores e os dados

são coletados em cada ensaio. A ferramenta DOE é utilizada para identificar as

condições do processo e os componentes do produto que influenciam a

qualidade, para então determinar as configurações de variáveis de entrada

(fatores) que maximizem os resultados.

Page 65: Estudo dos processos de soldagem TIG e MIG em estruturas ... · Figura 19 Macrografia processo de solda TIG ..... 81 Figura 20 Macrografia processo de solda TIG

65

3.3.2 Planejamento dos ensaios experimentais

O planejamento dos ensaios experimentais tem por objetivo desenvolver

o esquema e a teoria necessária para verificação da hipótese científica. O

campo da estatística fornece princípios e metodologias para coletar, resumir,

analisar e interpretar dados e para extrair conclusões com base nos resultados

das análises. A estatística pode ser usada para descrever dados e fazer

inferências, o que pode auxiliar a tomada de decisões e a melhoria de

processos e produtos, permitindo a elaboração de conclusões objetivas, além

de minimizar o número de ensaios a serem realizados e maximizar a

quantidade de informações extraídas, tendo em vista que o número de ensaios

deve ser adequado de modo a minimizar os erros experimentais.

Na investigação dos parâmetros do processo de soldagem de estruturas

de alumínio com os processos TIG e MIG foi utilizada a ferramenta de

planejamento de experimentos (DOE) fatorial, utilizando o software “Minitab”

para obter-se a quantidade de amostras e a composição das variáveis de cada

amostra.

3.3.3 Escolha dos fatores

Para os experimentos foi estabelecido um conjunto inicial de duas

variáveis independentes de cada processo de soldagem, totalizando uma

quantidade de 14 amostras por processo. A técnica adotada nos experimentos

foi a de uso de réplicas que consiste na repetição de um ensaio em condições

preestabelecidas, permitindo obter-se uma estimativa de como o erro

experimental afeta os resultados dos ensaios, e averiguar se esses resultados

são estatisticamente diferentes. Essa técnica também permite verificar qual a

influência de uma determinada variável sobre o comportamento de um

processo, quando a comparação é feita pela média das amostras.

Nos experimentos com a solda em junta de ângulo foi utilizada a

ferramenta DOE do software Minitab para determinar a quantidade de corpos

de prova para o ensaio macrografia, tanto no processo MIG como no processo

TIG, conforme Tabela 8.

Page 66: Estudo dos processos de soldagem TIG e MIG em estruturas ... · Figura 19 Macrografia processo de solda TIG ..... 81 Figura 20 Macrografia processo de solda TIG

66

Tabela 8 (Parâmetros de solda em ângulo TIG e MIG).

Numero do CDP

Processo TIG Numero do

CDP

Processo MIG

Amperagem

Vazão

Amperagem Voltagem

1 145 14 1 150 22 2 165 12 2 108 22 3 165 12 3 192 22 4 185 10 4 150 22 5 165 12 5 150 28 6 185 14 6 150 16 7 145 10 7 150 22 8 165 12 8 150 22 9 165 9 9 180 18 10 165 12 10 150 22 11 193 12 11 180 26 12 165 12 12 150 22 13 165 15 13 120 18 14 137 12 14 120 26

3.4 - Metalografia: preparação de amostras e análise qual itativa

O teste macrográfico consistiu no exame do aspecto de uma superfície

plana de uma peça ou corpo de prova preparada adequadamente por

lixamento e polimento. Aplicou-se um produto químico denominado reativo, que

reage com a superfície polida revelando detalhes macrográficos de sua

estrutura.

O exame é realizado com ampliação de até 10 vezes com auxílio de

uma lupa ou mesmo a olho nu como neste experimento.

O termo ‘macrografia’ designa também os documentos gerados como,

fotografias, impressões, entre outros.

A preparação das amostras para análise metalográfica para

determinação das características da solda será descrita a seguir:

3.4.1 – Corte

Foi utilizado uma cortadora com disco abrasivo de SiC para cortes de

materiais e refrigeração na superfície a ser analisada. A escolha da secção de

corte foi a transversal junta solda (CARAM, 2004).

Os cortes foram feitos conforme figura 8 e 9.

Page 67: Estudo dos processos de soldagem TIG e MIG em estruturas ... · Figura 19 Macrografia processo de solda TIG ..... 81 Figura 20 Macrografia processo de solda TIG

67

Figura 8: Corpo de prova solda ângulo processo TIG

Figura 9: Corpo de prova solda ângulo processo MIG

3.4.2 – Lixamento

As amostras foram lixadas gradativamente na sequência de lixas com

granulometria cada vez mais fina: #220, #320, #400, #600 e #1000. Em cada

lixa a amostra deve ser passada no mesmo sentido, sendo que na lixa seguinte

deve-se alternar em 90º o sentido de lixamento, como mostra a Figura 10. O

tempo de lixamento em cada lixa é o tempo suficiente para que desapareçam

os riscos deixados pela lixa anterior. Finalmente, segue-se uma lavagem

cuidadosa, geralmente uma limpeza e secagem (CARAM, 2004).

Page 68: Estudo dos processos de soldagem TIG e MIG em estruturas ... · Figura 19 Macrografia processo de solda TIG ..... 81 Figura 20 Macrografia processo de solda TIG

68

Figura 10 - Rotação da amostra a cada mudança de lixa (CARAM, 2004)

3.4.3- Polimento

O polimento foi realizado em politrizes mecânicas com, panos, abrasivos

especiais e lubrificantes:

a) Polimento grosso: Pano de nylon, pasta de diamante de 6 µm e lubrificante

especial para polimento ou álcool. A superfície da amostra é passada em todos

os sentidos até que todos os riscos de lixa sejam eliminados e a superfície

comece a se tornar espelhada. Lavagem cuidadosa e secagem.

b) Polimento final: Pano macio (tipo camurça) e pasta de diamante 1 µm. A

amostra é passada em todos os sentidos, diminuindo a pressão no estágio

final, durante o tempo necessário para eliminar todos os riscos do polimento

grosso e ficar ainda mais espelhada. Lavagem final ainda mais cuidadosa,

secagem após passar por álcool ou acetona utilizando ar quente. Neste estágio

a amostra não deve ficar com manchas de secagem.

3.4.4- Ataque químico

O ataque químico foi realizado para revelar ou realçar detalhes da

microestrutura. Cada material necessita de um determinado tipo de ataque

químico para revelar os detalhes de sua microestrutura ou os defeitos. Muitas

vezes, faz-se necessária uma consulta bibliográfica para a escolha mais

adequada dos reagentes.

No caso específico da presente análise foi utilizado Keller com tempo de

exposição ao ataque de 10 a 15 segundos. Efetuou-se uma lavagem em água

corrente para eliminar resíduos do ataque, lavagem em álcool ou acetona e

secagem em ar quente (COUTINHO, 1924).

Page 69: Estudo dos processos de soldagem TIG e MIG em estruturas ... · Figura 19 Macrografia processo de solda TIG ..... 81 Figura 20 Macrografia processo de solda TIG

69

3.4.5- Análise qualitativa

Para análise qualitativa da solda foi utilizado um microscópio

metalográfico, marca Olympus, modelo SZ-CTV, ampliação de 11x Figura 11.

Figura 11 – Estereoscópio da marca Olympus

3.5 - Análise pelo ensaio de líquido penetrante.

3.5.1 – Finalidade do ensaio.

O ensaio por líquido penetrante presta-se a detectar descontinuidades

superficiais que sejam abertas na superfície, tais como, trincas, poros, dobras,

mordeduras etc. Podendo ser aplicado em todos os materiais sólidos e que não

sejam porosos ou com superfície muito grosseira.

É muito usado em materiais não magnéticos como alumínio, magnésio,

aço inoxidável austenítico, ligas de titânio e zircônio. É também aplicado em

cerâmica vitrificada, vidro e plásticos.

Page 70: Estudo dos processos de soldagem TIG e MIG em estruturas ... · Figura 19 Macrografia processo de solda TIG ..... 81 Figura 20 Macrografia processo de solda TIG

70

3.5.2 – Princípios básicos

O método consiste em fazer penetrar um líquido na abertura da

descontinuidade.

Após remoção do excesso de líquido da superfície, faz-se sair da

descontinuidade o líquido retido através de um revelador. A imagem da

descontinuidade fica então desenhada sobre a superfície.

Podemos descrever o método em seis etapas principais no ensaio, quais

sejam:

A) Preparação da superfície – limpeza inicial.

Antes de se iniciar o ensaio a superfície deve ser limpa e seca. Não

deve existir água, óleo ou outro contaminante.

Contaminantes ou excesso de rugosidade, ferrugem, etc., tornam o

ensaio não confiável.

B) Aplicação do penetrante.

Consiste na aplicação de um líquido penetrante, geralmente de cor

vermelha, de tal maneira que forme um filme sobre a superfície e que por ação

do fenômeno chamado capilaridade penetre na descontinuidade. Deve ser

dado certo tempo para que a penetração se complete, conforme figura 12 e 13.

Figura 12: Aplicação de líquido penetrante

10 mm

Page 71: Estudo dos processos de soldagem TIG e MIG em estruturas ... · Figura 19 Macrografia processo de solda TIG ..... 81 Figura 20 Macrografia processo de solda TIG

71

Figura 13: Aplicação de líquido penetrante

C) Remoção do excesso de penetrante.

Consiste na remoção do excesso de penetrante da superfície, através de

produtos adequados, condizentes com o tipo de líquido penetrante aplicado,

devendo a superfície ficar isenta de qualquer resíduo na superfície.

D) Revelação.

Consiste na aplicação de um filme uniforme de revelador sobre a

superfície. O revelador é usualmente um líquido branco que pode ser aplicado

em suspensão em alguns líquidos. O revelador age absorvendo o penetrante

das descontinuidades e revelando-as. Deve ser previsto um determinado

tempo de revelação para sucesso do ensaio, conforme figura 14 e 15.

10 mm

Page 72: Estudo dos processos de soldagem TIG e MIG em estruturas ... · Figura 19 Macrografia processo de solda TIG ..... 81 Figura 20 Macrografia processo de solda TIG

72

Figura 14: Aplicação de revelador

Figura 15: Aplicação de revelador 3.6 - Análise pelo ensaio de tração

3.6.1 – Objetivo.

Apresentar os vários tipos de testes mecânicos para verificação e

avaliação das propriedades físicas dos materiais aplicados em construção de

equipamentos metálicos utilizando métodos padronizados.

10 mm

10 mm

Page 73: Estudo dos processos de soldagem TIG e MIG em estruturas ... · Figura 19 Macrografia processo de solda TIG ..... 81 Figura 20 Macrografia processo de solda TIG

73

3.6.2 – Parâmetros de soldagem da junta de topo.

Para os ensaios de tração foi estabelecido um conjunto inicial de duas

variáveis independentes de cada processo de soldagem. Após o ensaio de

macrografia e visual foi definido os melhores parâmetros do processo MIG e

TIG, totalizando uma quantidade de cinco corpos de prova de junta de topo

pelo processo TIG e cinco corpos de prova de junta de topo com o processo

MIG.

Para a realização da solda de topo com processo TIG e MIG foram

fixados os parâmetros conforme mostrado na Tabela 9:

Tabela 9 (Parâmetros de solda de topo TIG e MIG).

Processo Tipo de Junta Corrente Voltagem Vazão

MIG Junta de Topo 170 A 23 V 12 l/Min.

TIG Junta de

Topo 180 A 19 V 12 l/Min.

3.6.3 – Teste de tração

Esse método destina-se a verificar as propriedades mecânicas que

devem ser pré-estabelecidas para os materiais utilizados em construção

metálica.

O teste é realizado utilizando elementos e dimensões padronizadas

conforme AWS D1.2, denominados de corpos de prova, conforme figura 16.

Figura 16 – Corpo de prova para ensaio de tração

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74

O corpo de prova é testado sendo fixado nas garras da máquina de teste

de tração pelas extremidades (Cabeça).

Os metais em suas diversas formas possuem características físicas

variadas quanto à orientação de retirada dos corpos de prova. Como análise

prática utilizou-se uma seta no corpo de prova indicando o sentido da

laminação.

3.6.4 – Realização do teste de tração

Com a utilização de uma máquina de teste de tração para aplicação da

força crescente axial em um corpo de prova obtém-se um gráfico de tensões e

deformações, onde em suas diversas regiões determinam-se as características

físicas do produto.

A força aplicada é fornecida pelo dinamômetro da máquina de teste e a

deformação é obtida por meio de um extensômetro.

Em seguida, foram retirados corpos-de-prova transversais ao sentido de

laminação do material e ao cordão de solda para ensaios de tração, mostrados

na figura 17 e 18.

Figura 17: Corpos de Provas para ensaio de tração do processo de solgagem TIG

10 mm

Page 75: Estudo dos processos de soldagem TIG e MIG em estruturas ... · Figura 19 Macrografia processo de solda TIG ..... 81 Figura 20 Macrografia processo de solda TIG

75

Figura 18: Corpos de Provas para ensaio de tração do processo de solgagem MIG

3.7 – Alongamento percentual

O alongamento é o acréscimo de comprimento de referência medido após a ruptura em relação ao comprimento inicial.

Є = L-L0 X100 L0

Fórmula para determinação do alongamento percentual.

10 mm

Page 76: Estudo dos processos de soldagem TIG e MIG em estruturas ... · Figura 19 Macrografia processo de solda TIG ..... 81 Figura 20 Macrografia processo de solda TIG

98

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