estudo dos organógenos

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Centro de Ciências Exatas e Tecnologia Química Orgânica I QUI0308AA Relatório Experimental Professor: Marcelo Giovanela Alunos: Jhônatan Fernandes Berto; Maikol Vedana. Estudo dos Elementos Organógenos Caxias do Sul, 29 de Agosto de 2012.

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Page 1: Estudo dos organógenos

Centro de Ciências Exatas e Tecnologia

Química Orgânica I QUI0308AA

Relatório Experimental

Professor: Marcelo Giovanela

Alunos: Jhônatan Fernandes Berto;

Maikol Vedana.

Estudo dos Elementos Organógenos

Caxias do Sul, 29 de Agosto de 2012.

Page 2: Estudo dos organógenos

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .......................................................................................................................3

2. OBJETIVOS ............................................................................................................................4

3. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL .........................................................................................4

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ..................................................................................................5

5. CONCLUSÃO .......................................................................................................................12

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...........................................................................................13

Page 3: Estudo dos organógenos

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1. INTRODUÇÃO

A Química é, reconhecidamente, uma ciência de participação incontestável no

desenvolvimento científico-tecnológico que contribui, sistematicamente, para o

equacionamento adequado das mais diversas questões sociais, políticas e econômicas. O

conhecimento químico, por construir um dos recursos indispensáveis à interpretação e

utilização responsável do mundo físico.

A química orgânica exerce grande participação no nosso cotidiano. Grande parte dos

compostos produzidos em todos os seres vivos, sejam eles vegetais ou animais, é orgânica. Por

exemplo, temos a ureia e a glicose. Também encontramos os compostos orgânicos no

combustível, na produção de tinta e sabões e até mesmo em medicamentos. Além do ar que

respiramos que contém oxigênio ( ) e da água que constitui cerca de 70% do nosso corpo, há

um átomo que é fundamental, o carbono. É dos compostos desse elemento que a química

orgânica trata.

A habilidade do carbono para formar ligações covalentes fortes com outros átomos de

carbono é a propriedade única do átomo de carbono – mais do que qualquer outra – que

explica a verdadeira existência de um campo de estudo chamado de química orgânica. É essa

propriedade também que explica em parte o carbono ser o elemento ao redor do qual a

maioria das moléculas dos organismos vivos é construída. A habilidade do carbono para formar

quatro ligações fortes com outros átomos de carbono e para formar ligações fortes também

com os átomos de hidrogênio, de oxigênio, de enxofre e de nitrogênio fornece a versatilidade

necessária de estrutura que torna possível o vasto número de moléculas necessárias para

organismos vivos complexos.

Todos os compostos orgânicos apresentam carbono em sua constituição, e, além deste,

aparecem frequentemente hidrogênio, oxigênio e nitrogênio que são chamados de elementos

organógenos, que significa formadores de compostos orgânicos. O enxofre, pela maioria dos

autores, não é considerado elemento organógeno, mas participa de um grande número de

compostos. Os elementos organógenos: são responsáveis por mais de 2 milhões de

substâncias diferentes, enquanto os outros, cerca de 100 elementos, formam poucas centenas

de milhares de substâncias distintas.

O hidrogênio é o elemento mais abundante no universo. Segundo algumas estimativas, o

universo é constituído de 92% de hidrogênio, 7% de hélio e o 1% restante são os demais

elementos. Compostos contendo hidrogênio são muito abundantes, sobretudo a água,

organismos vivos (carboidratos e proteínas), compostos orgânicos, combustíveis fósseis,

amônia e ácidos. De fato, o hidrogênio forma mais compostos que qualquer outro elemento.

O oxigênio existe na forma livre, como moléculas de , perfazendo 20,9% em volume e 23%

em peso da atmosfera. A maior parte do oxigênio foi produzida pela fotossíntese, o processo

pelo qual a clorofila das partes verdes das plantas converte a luz solar em alimentos como a

glicose. O oxigênio é o principal constituinte dos silicatos minerais, estando presente também

em carbonatos, sulfatos, nitratos e boratos.

Page 4: Estudo dos organógenos

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2. OBJETIVOS

Através da análise orgânica qualitativa, identificar os principais elementos organógenos:

carbono , hidrogênio, oxigênio, nitrogênio e enxofre.

3. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

1. Pesquisa de carbono

1.1. Colocar em uma cápsula de porcelana duas pontas de espátula de açúcar;

1.2. Adicionar com uma pipeta, 1 mL de ácido sulfúrico concentrado;

1.3. Observar durante algum tempo e anotar.

1.1. Colocar em uma cápsula de porcelana cerca de 2 mL de etanol;

1.2. Aproximar um palito de fósforo acesso, com muito cuidado, para que os vapores entrem em

combustão;

1.3. Adicionar, durante a combustão, aproximadamente 2 mL de água de cal;

1.4. Aguardar o término da combustão;

1.5. Depois que a cápsula resfriar, transferir o conteúdo para um tubo de ensaio;

1.6. Observar e anotar.

1.7. A combustão observada acima é completa ou incompleta? Justifique a sua resposta.

Contemple a sua resposta com a(s) equação(ões) química(s) correspondente(s).

1.8. Colocar em uma cápsula de porcelana uma ponta de espátula de naftaleno e inflamar.

Realizar este procedimento na capela! Observar e anotar. A combustão da naftaleno é completa

ou incompleta? Justifique a sua resposta, contemplando a sua resposta com a(s) equação(ões)

química(s) correspondente(s).

2. Pesquisa de hidrogênio

2.1. Acender uma vela;

2.2. Recolher os produtos da combustão em um béquer de 400 mL, limpo e seco, invertido e

inclinado sobre a chama. UTILIZE A LUVA DE TECIDO PARA SEGURAR O BÉQUER

DURANTE O PROCEDIMENTO!

2.3. Observar o que ocorre;

2.4. Testar o líquido condensado nas paredes internas do béquer com uma tira de papel de

cobalto;

2.5. Anotar.

3. Pesquisa do oxigênio

3.1. Colocar em quatro tubos de ensaio numerados, respectivamente, 2 mL de etanol, 2 mL de

ácido acético, 2 mL de hexano e 2 mL de clorofórmio;

3.2. Adicionar a cada um deles alguns cristais de iodo. Observar a coloração e anotar.

4. Pesquisa do nitrogênio

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4.1. Aquecer em um tubo de ensaio, limpo e seco, duas pontas de espátula de acetamida com cal

sodada (mistura de hidróxido de sódio e óxido de cálcio);

4.2. Aproximar uma tira de papel tornassol vermelho umedecido com água. Observar e anotar.

5. Pesquisa do enxofre 5.1. Aquecer em um tubo de ensaio, limpo e seco, uma ponta de espátula de tiouréia com um

pequeno fragmento de sódio (não maior que o tamanho de um grão de feijão) e recém-cortado.

Realizar esse procedimento com MUITO CUIDADO e com o auxílio de uma pinça de madeira;

5.2. Retirar o tubo de ensaio do fogo e deixar resfriar;

5.3. Adicionar ao tubo resfriado aproximadamente 2 mL de etanol e, ao término da reação,

aquecer novamente e com MUITO CUIDADO no bico de Bunsen, até a completa evaporação do álcool;

5.4. Após o término da evaporação do álcool, esquentar drasticamente por alguns minutos até

carbonizar a amostra por completo;

5.5. Com o tubo ainda quente, mergulhar o mesmo em um béquer com aproximadamente 10 mL

de água destilada;

5.6. Terminar de destruir o tubo com um bastão de vidro;

5.7. Filtrar a solução utilizando papel filtro;

5.8. Transferir cerca de 2 mL da solução filtrado para um tubo de ensaio e realizar o teste para

enxofre, adicionando ao mesmo uma ponta de espátula de nitroprussiato de sódio.

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 Pesquisa de carbono

O número atômico do carbono é seis, e sua configuração eletrônica apresenta quatro elétrons

na última camada. Tendo estes quatro elétrons, o carbono compartilha-os com outros

elementos, completando o octeto, atingindo uma configuração estável. Formam-se portanto,

quatro ligações covalentes. A tetravalência do carbono foi reconhecida em 1858 por Kekulé (é

o denominado Primeiro Postulado de Kakulé).

A caractecterística mais importante do átomo de carbono, que o distingue de todos os demais

elementos (exceto silício) e que explica seu papel fundamental na origem e evolução da vida é

sua capacidade de partilhar elétrons com outros átomos de carbono para formar ligações

carbono-carbono. Este simples fenômeno é a base da química orgânica. É ele que permite a

formação de estruturas de carbono lineares, ramificadas e cíclicas, com a participação de

hidrogênio, oxigênio, nitrogênio e outros átomos capazes de formar ligações covalentes.

Apenas aqueles poucos elementos que contém quatro elétrons em sua camada de valência

são capazes de formar ligações covalentes de forma repetitiva com o mesmo elemento.

Destes, o silício é o único elemento, além do carbono, capaz de formar tais ligações de forma

relativamente estável. Porém, compostos contendo ligações silício-silício não resistem à

atmosfera oxigenada da Terra, oxidando-se para formar sílica ( ), o constituinte principal

da areia e do quartzo.

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Durante a prática, realizaram-se três reações (qualitativas) para determinar a presença ou

ausência de carbono nos compostos testados.

4.1.1 Desidratação da sacarose

Os carboidratos são compostos de função mista, poliálcool-aldeído ou poliálcoolcetona. São

constituídos de carbono, oxigênio e hidrogênio, exclusivamente, combinados de acordo com a

fórmula [ ( ]. Eles podem formar estruturas simples, como os mono e dissacarídeos,

até estruturas grandes e complexas, como os

polissacarídeos.

A molécula de sacarose teria uma fórmula correspondente

a ou, na configuração de fórmula molecular,

. A sacarose é um carboidrato do tipo

dissacarídeo, formado pela união de dois monossacarídeos:

glicose e frutose.

Em uma cápsula de porcelana, ácido sulfúrico concentrado

foi adicionado, gota a gota sobre duas pontas de espátula

de açúcar de cozinha.

(s) → 12C(s) + 11 (l) (exotérmica)

O açúcar em contato com o ácido sulfúrico concentrado

muda rapidamente de tonalidade conforme a reação é

processada. Observou-se que a sacarose passa por três estágios de cores: caramelo, marrom, e

preto. A mudança na cor é acompanhada pela liberação de calor.

A reação mencionada acima é a da desidratação da sacarose. Uma característica peculiar ao

ácido sulfúrico é quanto ao seu comportamento relacionado à concentração. Quando diluído,

a solução assume caráter de ácido forte e não apresenta poder desidratante. Por outro lado,

quando é concentrada (acima de 90%), deixa de ter caráter ácido e acentua-se o seu poder

desidratante. A hidratação do ácido sulfúrico é termodinamicamente favorável (ΔH = -880

Kj/mol), por isso este ácido é um excelente agente desidratante. A afinidade do ácido sulfúrico

por água é tanta que o ácido tomará átomos de hidrogênio e oxigênio da sacarose e formará

como produto carbono elementar e água.

4.1.2 Combustão do etanol

O etanol não é só o mais antigo produto de síntese orgânica utilizado pelo homem, como

também um dos mais importantes. Emprega-se extensamente na indústria como solvente, na

preparação de tintas, vernizes, perfumes e essências; como meio onde se realizam reações

químicas; e em recristalizações. O etanol pode ser preparado através de fermentação de

açucares, e constitui o álcool de todas as bebidas alcoólicas. Entretanto, industrialmente, o

etanol é obtido por meio da hidratação catalisada por ácido do eteno.

= + → OH

A combustão é uma reação de uma substância combustível com o oxigênio (comburente)

presente na atmosfera, com liberação de energia. A combustão completa de qualquer

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combustível orgânico leva a formação de gás carbônico ( ) e água ( ). A falta de oxigênio

durante a combustão leva à chamada “combustão incompleta”. Na combustão incompleta, a

falta de oxigênio durante a reação leva à formação de monóxido de carbono (CO). Este gás é

muito tóxico para o ser humano, pois dificulta a função da hemoglobina, que é responsável

pela renovação do oxigênio no nosso sangue. Pequenas concentrações de monóxido de

carbono já provocam tonturas e dores de cabeça. Outro produto indesejável da combustão

incompleta é a fuligem (C), um pó muito fino que pode impregnar nos pulmões e causar

problemas respiratórios.

Em uma cápsula de porcelana, pipetou-se 2 mL de etanol. Então, aproximou-se

cuidadosamente um palito de fósforo aceso ao etanol para que os vapores entrassem em

combustão. Deste modo, o vapor foi inflamado e houve a formação de uma chama azul.

+ → +

Como produto da combustão completa do etanol obteve-se dióxido de carbono e água.

Em seguida, à mesma cápsula de porcelana, pipetou-se 2 mL de água de cal. A água de cal, ou

cal apagada, ( ) é obtida através da reação entre óxido de cálcio e água. Esta

reação é a mesma que ocorre na preparação da argamassa. A cal viva é misturada à água

ocorrendo uma reação que libera calor.

+ → + calor

Após o acréscimo de água de cal aos produtos da combustão do etanol, constatou-se uma

pequena turvação proveniente da formação de um precipitado branco, o carbonato de cálcio.

+ → +

A reação descrita acima é a mesma que ocorre durante o endurecimento de uma

argamassa à base de cal apagada e areia. Esse endurecimento se deve à eliminação de

excesso de água e a transformação do hidróxido de cálcio, pela ação do dióxido de

carbono do ar em carbonato.

4.1.3 Combustão da naftalina

A naftalina, quimicamente designada de naftaleno ( ), é um hidrocarboneto aromático

cuja molécula é constituída por dois anéis benzênicos condensados. É uma substância

cristalina branca, em forma de lâminas, volátil, com odor característico das esferas antitraça,

em que arde com chama luminosa.

A naftalina encontra-se no petróleo apenas em pequenas

quantidades, razão pela qual se obtém por destilação do

alcatrão da hulha, no qual está presente numa proporção de

aproximadamente 7%. Esta sofre facilmente reações de

substituição eletrofílica, principalmente na posição alfa que

é a mais reativa, nomeadamente reações de nitrificação,

bromação e sulfonação.

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A naftalina usada antigamente como agente antitraça, é um composto de partida para fabricar

muitos produtos químicos, como por exemplo o ácido ftálico, corantes, plásticos, solventes e

derivados halogenados da naftalina (inseticidas, fungicidas e impregnantes para madeira).

Adicionou-se, em uma cápsula de porcelana, uma ponta de espátula de naftaleno. Em seguida,

inflamou-se o reagente. Todo o procedimento foi realizado em capela. Como discutido

anteriormente, há dois tipos de combustão: a completa e a incompleta. Se a substância for

combustível apresenta uma chama quase sempre azul, caso seja um composto rico em

oxigênio (álcool, éter...), enquanto se for um composto insaturado rico em carbono surge uma

chama amarela iluminante, geralmente fuliginosa.

O resultado obtido da combustão da naftalina foi o desprendimento de fuligem. Então, a

naftalina sofreu uma combustão incompleta, evidenciando-se, desta maneira, a presença de

carbono em sua constituição.

+ → + +

4.2 Pesquisa do hidrogênio

Primeiramente, ascendeu-se uma vela. Os produtos de sua combustão foram recolhidos em

um Becker de 400 mL, limpo e seco, invertido e inclinado sobre a chama, a fim de testá-los

com papel de cobalto ( ).

Depois de alguns minutos, a vela apaga porque a reação de combustão combina o oxigênio do

ar com o comburente derretido que é a estearina (mistura de ácidos esteáricos e palmítico,

branca, usada na fabricação de velas), com produção de gás carbônico e água. Esse gás quente

é quem ‘afoga’ a chama, pois impede a entrada de ar novo que traria oxigênio para alimentar a

combustão.

A identificação do hidrogênio fez-se sob a forma de água, e também pode ser observada

juntamente com a pesquisa de carbono.

Imediatamente após o término da queima da vela, testaram-se os produtos da combustão com

o papel indicador de cobalto. O papel de cobalto é utilizado como identificador de água.

Originalmente, o papel de cobalto apresenta cor azul, mas em contato com os produtos da

reação tornou-se levemente vermelho. Isto se deve a presença de água. Logo, evidencia-se

que houve formação de hidrogênio como um dos produtos da reação.

O papel de cobalto é preparado borrifando-se uma solução aquosa de cloreto de cobalto sobre

uma folha de papel e deixando secar ao ar livre. A água serve para cristalização em muitos sais.

Em muitos casos a água funciona, na verdade, como um ligante, forma-se então um sal

complexo. Tal fato é aproveitado em um pequeno enfeite chamado galo do tempo. Trata-se de

um pequeno galo de gesso, recoberto com veludo impregnado de NaCl e , que produz

Na2[CoCl4]. Com o tempo seco, o galo fica azul; em dias úmidos, fica rosado. A reação química

que ocorre é a seguinte:

Na2[CoCl4] + 6 H2O ↔ [Co(H2O)6]Cl2 + 2 NaCl Azul Umidade do ar Vermelho

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A forma azul do papel indicador é o cloreto de cobalto dihidratado. À medida que reage com

as moléculas de água provenientes da combustão da vela, o cloreto de cobalto muda sua

coloração de azul para vermelho-claro, pois forma-se um complexo hexahidratado.

As reações de hidratação são reversíveis através de aquecimento, deste modo, a cor azul do

papel pode ser recomposta.

4.3 Pesquisa do Oxigênio

O iodo é sólido a temperatura ordinária e forma cristais com coloração violeta escuro, quase

preto, com brilho metálico. É volátil a temperatura ambiente. Vaporiza-se tão intensamente

abaixo da temperatura de fusão que, frequentemente, sublima sem fundir quando

rapidamente aquecido. Sua solubilidade em água é pequena; a solução aquosa possui fraca

coloração amarelo-marrom. O iodo dissolve-se em muitos solventes dotados de fracas

constantes dielétricas (dissulfeto de carbono, clorofórmio e tetracloreto de carbono) e

soluções marrons com solventes possuidores de elevadas constantes dielétricas (água, álcool e

éter).

Inicialmente, pipetou-se 2 mL de cada um dos seguintes reagentes em tubos de ensaios

distintos: etanol, ácido acético, hexano e clorofórmio. Logo após, adicionou-se a Ada um deles

alguns cristais de iodo.

Mesmo o oxigênio sendo um dos elementos presentes em maior frequência nas moléculas

orgânicas, não se dispõe de nenhum ensaio específico direto para a sua caracterização. O mais

comum é inferir a presença de oxigênio em moléculas orgânicas através da caracterização de

grupos funcionais em que ele está presente.

Um ensaio bastante rudimentar utilizado é a adição de cristais de iodo ao analito líquido.

O ensaio se baseia na solvatação de iodo elementar (Piccard, 1992) pelos químicos oxigenados.

O uso do iodo como sonda da presença de oxigênio em líquidos é baseado no conhecimento

de que, em solventes oxigenados, o iodo se dissolve com cor castanha, enquanto que em

hidrocarbonetos ou em derivados halogenados ele se dissolve com cor violeta.

Mullikan (1950) descreve a solvatação do iodo como devida à formação de complexos de

transferência de carga. Para os solvatos com éteres, estes complexos podem ser

representados por um híbrido de ressonância que conta com a contribuição significativa das

formas mostradas na figura abaixo:

Experimentalmente, confirma-se que nos compostos que não apresentam oxigênio na

composição de sua molécula, não houve reação. Como já esperado, a solução final contida no

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tubo de ensaio apresentou uma coloração violeta, pois há uma semelhança de polaridade

entre o iodo e os analitos analisados, ambos apolares.

+ → não há reação + → não há reação

Entretanto, como discutido anteriormente, na presença de oxigênio o iodo forma um complexo. Isso foi constatado pela cor castanha obtida após término da reação.

Então, os resultados obtidos encontram-se expostos na tabela abaixo:

Tabela 1: Resultado da pesquisa do oxigênio

Amostra Coloração com Iodo Presença de Oxigênio

Etanol Castanho Sim

Ácido acético Castanho Sim

Hexano Violeta Não

Clorofórmio Violeta Não

4.4 Pesquisa do Nitrogênio

Em um tubo de ensaio, aqueceu-se duas pontas de espátula de acetamida com cal sodada

(CaO + NaOH). A fim de se constar os produtos da reação, aproximou-se da boca do tubo uma

tira de papel tornassol umedecido com água.

C2H5N + → + C2H4O2(l)

A reação acima é a hidrólise em meio básico de uma amida que origina como produto ácido

carboxílico e libera .

A identificação do nitrogênio deu-se através da liberação de amônia.

Como produto, houve o desprendimento do gás amônia, que foi identificado pelo forte cheiro

e pela mudança na cor do papel tornassol de vermelho para azul. Os compostos nitrogenados

geralmente desprendem amoníaco ou vapores que se apresentam alcalinos ao ensaio com

papel tornassol e possuem odor característico.

+ → +

O papel tornassol é um dos mais antigos indicadores ácido-base. O tornassol é extraído da

planta líquen (organismo de estrutura simples formada pela associação de um fungo com uma

alga) encontrada na Holanda e fixado (impregnado) em papel poroso. O papel tornassol pode

se apresentar em três diferentes cores: vermelha, azul ou neutra; tornassol vermelho é usado

para testar bases, em contato com uma base, muda da cor vermelha para a azul; tornassol azul

para testar ácidos, em presença de uma solução ácida, muda da cor azul para a vermelha; e

tornassol neutro para testar os dois, em contato com ácidos, torna-se vermelho e em contato

com bases, torna-se azul. Isso ocorre porque os íons reagem mudando o arranjo dos átomos

presentes no indicador.

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4.5 Pesquisa do enxofre

Os elementos mais comuns encontrados nos compostos orgânicos são: carbono, hidrogênio, nitrogênio, enxofre e os halogênios. Os menos comuns são: fósforo, arsênio, antimônio, mercúrio, ou outros que possam estar sob a forma de sais ácidos orgânicos.

Para pesquisar estes elementos em compostos orgânicos é necessários transformá-los em substâncias ionizáveis que podem ser identificadas através da análise qualitativa inorgânica.

Um procedimento muito empregado é a fusão do composto orgânico com sódio metálico (método de Lassaigne). Desse modo ocorre a quebra do composto orgânico e a transformação dos elementos em sais inorgânicos solúveis em água. Sendo assim, podemos deduzir que:

Compostos de: C, H, O, N, S, X + Na =>

NaCN + Na2S + NaX + NaOH Efeito Licor de Lassaigne

O primeiro passo para se determinar a presença de Nitrogênio, Enxofre e Halogênios em compostos orgânicos, é o preparo do Licor de Lassaigne.

Um pequeno fragmento de sódio metálico foi introduzido em um tubo de ensaio, onde também foi introduzida uma ponta de espátula de tiouréia (CH4N2S), e aquecido diretamente no bico de Bunsen. Após alguns segundos, o tubo foi deixado esfriar e após o resfriamento foi adicionado aproximadamente 2 mL de etanol. A adição de etanol é feita para neutralizar o excesso de sódio que por ventura não tenha reagido mediante aquecimento. Esta neutralização é necessária, pois caso o sódio metálico excedente entre em contato com a água haveria formação de hidróxido de sódio (NaOH) e liberação de gás hidrogênio ( ). Visto que esta reação é extremamente exotérmica, o hidrogênio se inflama (explode) por consequência do elevado calor liberado.

+ → +

Após o término da reação, foi novamente aquecido o tubo de ensaio no bico de Bunsen, até a completa evaporação do álcool, e então aquecido novamente até a carbonização da amostra por completo. A amostra foi mineralizada como íon sulfeto ( ) e mergulhada ainda quente em um Becker com água destilada com intuito de solubilizar o sulfeto. Isto fez com que o tubo se quebrasse. Enfim, filtrou-se a solução residual contida no Becker e se obteve uma solução transparente.

A presença de enxofre pode ser determinada pela presença do íon sulfeto ( ). No filtrado o sulfeto de sódio ( ) está presente, portanto em solução aquosa há íons livres.

CH4N2S →

Pirólise reativa

O sulfeto ácido, normal, e os de metais alcalinos são solúveis em água; suas soluções aquosas dão reação alcalina, devido à sua hidrólise:

+ ↔ +

+ ↔ +

Page 12: Estudo dos organógenos

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Os sulfetos normais da maioria dos demais metais são insolúveis.

Com o intuito de se determinar a presença ou a ausência de enxofre na molécula, adicionou-se uma ponta de espátula de nitroprussiato de sódio ( ) a 2 mL da solução filtrada.

+ →

Uma coloração púrpura devido a formação de complexo indicou a presença de enxofre; a coloração desaparece lentamente caso seja deixada em repouso. Se a solução ficasse incolor indicaria a ausência de enxofre.

Também, o enxofre, sob forma de íon sulfeto, se identifica por precipitação como sulfeto de chumbo preto com solução de acetato de chumbo e ácido acético ou com solução de plumbito de sódio.

É necessário garantir excesso de sódio metálico na mineralização, posto que se nitrogênio também estiver presente na amostra o enxofre pode reagir só até o estágio de formação de tiocianato:

Na + S + C+ N → NaSCN 2 Na + NaSCN → S + NaCN

5. CONCLUSÃO

Os elementos organógenos são a base da química orgânica. Portanto, faz-se indispensável o

conhecimento de suas propriedades físicas e químicas além de sua identificação clara e

concisa. Durante a aula prática, objetivou-se determiná-los através de diferentes tipos de

reações. Os resultados obtidos foram satisfatórios, uma que todas as reações ocorreram de

maneira prevista.

O carbono pode ser pesquisado com auxílio de um desidratante(normalmente ácido sulfúrico

concentrado) ou através de reações de combustão (completa ou incompleta).

A identificação do hidrogênio faz-se sob forma de água, e também pode ser observada

juntamente com a pesquisa do carbono. Para determinar se houve a formação de água como

produto da combustão da parafina, utilizou-se papel indicador de cobalto. Por meio da

formação de um complexo entre água e cloreto de cobalto dihidratado, o papel muda sua

coloração para o vermelho.

Já nas substâncias líquidas o oxigênio é pesquisado por intermédio do iodo, através de

coloração característica, lembrando que se a cor final da solução for castanha há oxigênio

presente na molécula e houve reação.

O nitrogênio é identificado sob forma de amônia, que é reconhecida pelo odor característico e

pela modificação do papel tornassol umedecido com água.

Por fim, a determinação de enxofre foi possível devido ao ensaio de Lassaigne, que consiste na

fusão do analito com o sódio metálico a fim de formar íons que possam ser detectados através

da análise inorgânica qualitativa com relativa facilidade.

Page 13: Estudo dos organógenos

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6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

SOLOMONS, FRYLE. Química Orgânica, vol 1, 8ª edição. Rio de Janeiro: LTC, 2005.

MORRINSON, BOYD. Química Orgânica, 13ª edição. 1996.

Texto disponível em:

http://www.coladaweb.com/quimica/quimica-organica/analise-qualitativa-elementar-de-

compostos-organicos

http://www.mundoeducacao.com.br/quimica/papel-tornassol.htm

http://pt.wikipedia.org/wiki/Tioureia