estudo do sistema fotovoltaico on-grid e off-grid on … · positivos e negativos de cada um deles,...
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ESTUDO DO SISTEMA FOTOVOLTAICO ON-GRID E OFF-GRID
ON-GRID AND OFF-GRID PHOTOVOLTAIC SYSTEM STUDY
Leonardo Gomes Neto1
Adilson Massa2
Fabiana Florian3
RESUMO: O atual cenário energético brasileiro devido à diminuição das chuvas e
consequente redução da energia gerada por hidrelétrica, associado à necessidade da utilização
de termoelétricas, aumentou-se o preço da energia gerando uma busca por energia renovável e
sustentável por meio da tecnologia dos mais diversos tipos, A energia fotovoltaica é o
principio da conversão da energia solar em energia elétrica através de materiais
semicondutores como o silício cristalino que é encontrado no interior das células fotovoltaica.
Os sistemas fotovoltaicos são compostos basicamente por painéis solares e inversores de
frequência dentre outros componentes elétricos. O objetivo deste artigo é compreender os
princípios de funcionamento do inversor fotovoltaico e de seus componentes e os diferentes
tipos de aplicações. Foi realizado uma pesquisa bibliográfica e um estudo em uma residência
localizada no município de Araraquara-SP. A análise dos resultados do comportamento do
inversor amplia o conhecimento sobre o seu funcionamento e sua interação dinâmica como os
demais componentes do sistema fotovoltaico conectados à rede.
Palavras-Chave: Fotovoltaica, Inversores, Energia Solar.
________________________ 1 Graduando em Engenharia Elétrica, Universidade de Araraquara – UNIARA, Araraquara – SP.
E-mail: [email protected]. 2 Orientador, Docente do Curso de Engenharia Elétrica da UNIARA – Araraquara- SP.
E-mail: [email protected] 3 Coorientadora, Docente do Curso de Engenharia Elétrica da UNIARA – Araraquara- SP.
E-mail: [email protected]
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Abstract: The current Brazilian energy scenario due to the decrease of rainfall and the
consequent reduction of the energy generated by hydroelectric power, associated with the
need to use thermoelectric power, increased the price of energy generating a search for
renewable and sustainable energy through the most diverse technology. Photovoltaic energy is
the principle of converting solar energy into electrical energy through semiconductor
materials such as crystalline silicon that is found inside photovoltaic cells. Photovoltaic
systems are basically composed of solar panels and frequency inverters among other electrical
components. The purpose of this paper is to understand the working principles of the
photovoltaic inverter and its components and the different types of applications. The research
was conducted based on scientific articles books and publications related to the subject. The
analysis of the results of the inverter behavior expands the knowledge about its operation and
its dynamic interaction as the other components of the photovoltaic system connected to the
grid.
Keywords: Photovoltaic, Inverters, Solar Energy.
INTRODUÇÃO
A energia elétrica é essencial para as indústrias, o comércio e praticamente todos os
setores. A cada ano, a geração de energia tem que aumentar para satisfazer a demanda e
muitas vezes geram altos custos nas contas dos consumidores. Em vista disso, novas formas
de geração de energia são necessárias haja em vista que objetivo maior é melhorar a eficiência
de geração elétrica, bem como a vida das pessoas.
As fontes de energia denominadas “renováveis” ou “alternativas” são fontes que não
dependem do consumo de algum tipo de combustível, mas sim de energias que podem ser
encontradas na natureza. A energia solar fotovoltaica tem grande potencial em praticamente
todo o território nacional, quer sejam em áreas urbanas quer sejam em áreas rurais, em razão
dos elevados índices de incidência da radiação solar em vários dos estados brasileiros, deste
modo constituindo-se uma excelente fonte de eletricidade limpa e renovável.
Para proceder na escolha do uso de energia solar o primeiro quesito, a saber, é que
existem dois tipos de sistemas fotovoltaicos: os conectados a rede (chamados de on-grid ou
grid-tie) e os isolados ou autônomos (chamados de off-grid). A geração de energia pelo
inversor ocorre em Corrente Continua (DC) e a utilização de eletricidade é feita em Corrente
Alternada (AC). Os Sistemas on-grid somente funcionam quando ligados à rede elétrica,
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sendo assim não consegue alimentar diretamente os equipamentos elétricos em caso de falta
de energia da concessionaria, Quando ocorre uma queda de energia da concessionaria, o
sistema fotovoltaico se desconecta da rede e interrompe o fornecimento de energia elétrica,
isso é feito pelo próprio inversor automaticamente que só volta a funcionar quando a rede está
funcionando plenamente. Já os sistemas off-grid que não dependem da rede elétrica
convencional para funcionar, sendo possível sua utilização em localidades carentes de rede de
distribuição elétrica
A Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) por sua vez possibilita que o
excedente da produção, ou seja, a energia produzida e não utilizada, será injetada na rede da
concessionária e ficará em estoque por 60 meses e que o consumidor possa utilizar os créditos
excedentes para compensar o consumo de sua própria conta de energia, ou em outros imóveis
de mesma titularidade do microgerador (ANEEL, 2015).
Na data especifica é feita a leitura do medidor e apurada a diferença entre a energia
consumida e a energia injetada, se a produção foi maior que o consumo, será adicionado
credito junto à concessionária de energia, já se o consumo for maior que a geração, é pago
pelo consumidor para a concessionária.
A execução da instalação segue um padrão de qualidade, segurança e normas técnicas,
conforme determina a resolução 482/2012 da ANEEL. Também são observadas as normas
NR10 e NR35 na mão de obra de instalação. A norma da ANEEL estabelece que a
concessionária tem um prazo de 34 dias para fazer a troca do medidor comum pelo medidor
bidirecional, dentro desse prazo, a concessionária comparecerá ao local da instalação. Desde a
regulamentação da resolução 482/2012 pela ANEEL, já foram implantadas mais de 120 mil
unidades consumidoras com micro ou minigeração, e houve redução de 43% do valor dos
painéis solares. A fonte de energia solar hoje é a mais utilizada na categoria, alcançando 98%
das conexões (ANEEL, 2015).
A ANEEL decidiu, em reunião pública da diretoria, a abertura de consulta pública em
continuidade à Audiência Pública para receber contribuições à proposta de revisão da
Resolução Normativa 482/2012 referente às regras aplicáveis à micro e mini geração
distribuída. Na atual regra, a compensação de energia se dá na baixa tensão, quem já possui
geração de energia solar deixa de pagar todos os itens da tarifa de fornecimento sobre a
parcela de energia consumida que é compensada pela energia injetada (ABSOLAR, 2019).
As alterações ao sistema de compensação propostas visam equilibrar a regra para que
os custos referentes ao uso da rede de distribuição e os encargos sejam pagos pelos
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consumidores que geram energia. Com isso vai permitir que a se desenvolva ainda mais e de
forma sustentável, sem impactar a tarifa de energia dos consumidores que não possuem o
sistema (ANEEL, 2019).
A proposta em debate estipula um período de transição para as alterações, a proposta
prevê dois cenários, os consumidores que já possuem o sistema não terão alterações com as
regras vigentes até o final de 2030. No caso de novos pedidos do sistema de geração solar
feito após a publicação da norma, prevista para 2020, passam a pagar custos de rede e
encargos, também compensando a componente de energia da tarifa de energia. Para a
definição da proposta, a Agência realizou vários estudos e consultas de mercado para garantir
que a alteração não afetasse o desenvolvimento da tecnologia. Foi também realizada uma
audiência pública para analisar o impacto regulatório, esses estudos realizados indicam que,
mesmo com a alteração do regulamento, o retorno do investimento em geração continua
muito vantajoso (ABSOLAR, 2019).
Uma escolha consciente deve ser a fim de identificar qual sistema é mais apropriado e
mais vantajoso financeiramente para cada residência, para isso preciso conhecer os pontos
positivos e negativos de cada um deles, além de suas especificidades.
Este trabalho tem como objetivo apresentar diferentes tipos de inversores utilizados
em sistemas on-grid e off-grid e seu principio de funcionamento a partir de uma abordagem
teórica e de um estudo em uma residência localizada no município de Araraquara-SP, espera –
se com esta pesquisa auxiliar na escolha do melhor sistema fotovoltaico que melhor possa
atender as pessoas e sua necessidades.
1 BREVE APRESENTAÇÂO DO SISTEMA FOTOVOLTAICO CONECTADOS À
REDE ELETRICA (SFCR)
Os Sistemas Fotovoltaicos Conectados à Rede elétrica (SFCR) ou on-grid ou grid-tie,
podem ser de grande porte (centrais fotovoltaicas) ou de pequeno porte (edificações em áreas
urbanas). O inversor trabalha em paralelo com a rede de distribuição de energia elétrica da
concessionaria, e por isso devem se comportar exatamente dentro dos requisitos exigido pela
concessionaria. Devem operar dentro de uma estreita faixa de parâmetros que incluem: tensão
(voltagem), frequência e capacidades de detecção de falta de energia (BLUESOL, 2017).
O funcionamento do sistema de geração de energia solar começa a partir dos painéis
solar captando a radiação solar, que é absorvida e transformada em energia elétrica. O
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inversor que recebe a carga produzida pelos painéis, convertendo a energia solar em energia
limpa, pronta para o consumo. O sistema conta com o string box (quadro elétrico de
proteção), um sistema anti-surto para garantir a proteção do equipamento, o inversor também
controla automaticamente o sistema gerador, a energia gerada é utilizada na unidade
consumidora instantaneamente, caso não haja geração no momento, automaticamente passa-se
á utilização da energia da rede de energia da concessionária (SOLAR PRIME, 2019).
A geração fotovoltaica contribui muito com o meio ambiente ao longo de sua vida útil,
evita a emissão de gases efeito estufa á medida que substitui a eletricidade gerada por fontes
fósseis, como o gás natural, carvão e óleo diesel. Enquanto crescem, as arvores absorvem
CO2 da atmosfera diminuindo o aquecimento global, o sistema fotovoltaico permite reduzir as
emissões de CO2 em quantidades equivalente absorvido por esse numero de arvores.
1.1 Sistemas fotovoltaicos conectados á rede (on-grid)
É possível observar no gráfico da figura 1 a relação consumo produção de um SFCR
de uma residência, sendo que no período de 18h às 5h (noite e amanhecer) em que não se tem
radiação solar, o consumidor irá utilizar a energia da concessionária. No outro período, a
residência irá consumir a energia fotovoltaica que necessita e o restante da energia produzida
será vendida à concessionária (OLIVEIRA, 2002).
Figura 01 - Curva de carga de uma residência (em vermelho), contrastada com a curva de
produção de um sistema fotovoltaico com 700 Wp instalados (em verde)
Fonte: OLIVEIRA, 2002
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É possível notar que, dependendo do tamanho do sistema fotovoltaico, do tipo de
conexão a rede e além dos hábitos do consumidor, ele pode deixar de pagar energia para a
concessionária e passará a receber desta (OLIVEIRA, 2002).
A tensão em corrente contínua de saída do inversor, deve ter frequência, amplitude e
harmônica adequadas às cargas que estará alimentando. No caso de Sistemas Fotovoltaicos
conectados à rede, a tensão de saída do inversor deve estar sincronizada com a tensão da rede
elétrica.
1.2 Inversor string
O inversor string trata-se de sistemas nos quais a planta fotovoltaica esta interligada
eletricamente ao sistema de distribuição da concessionária de serviços elétricos local, de
modo que todo conjunto de placas solares (chamado de arranjo) é conectado em inversores e
logo em seguida guiado diretamente na rede. É utilizada normalmente em sistemas de micro
geração conectados a rede, dependendo do tamanho do sistema vários inversores são ligados
em paralelo para atingir a potência desejada (RAMPINELLI; KRENZINGER; ROMERO,
2013).
Este tipo de configuração reduz conexões defeituosas, evita as perdas nos diodos de
bloqueio e diminui as perdas ocasionadas pelo sombreamento. Essas vantagens implicam
aumento da eficácia energética e da maior confiabilidade ao sistema. A desvantagem é o custo
elevado, uma vez que é necessária uma maior quantidade de inversores (RAMPINELLI;
KRENZINGER; ROMERO, 2013).
1.3 Micro inversor
O Micro inversor solar foi projetado para atender painéis solares individualmente em
vez de um conjunto de painéis, diferente do inversor solar tradicional que é projetado para
atender um sistema. Sendo assim caso haja uma falha em um dos painéis, não afetará sistema
todo, ao contrário do inversor tradicional que monitora o sistema de painéis como um todo.
Também é possível adicionar novos painéis ao sistema, pois são independentes, com isso
ficou mais fácil e segura à instalação do sistema fotovoltaico tornando a energia solar mais
acessível (VILLALVA, 2012).
O uso de micro inversor simplifica a instalação na planta e reduz o uso de condutores,
porém, necessita de um maior investimento inicial.
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Cada módulo fotovoltaico tem integrado um micro inversor DC/AC que é responsável
por polarizar o módulo no seu ponto de máxima potência, que converte corrente contínua em
corrente alternada para que esta seja injetada na rede elétrica. (VILLALVA, 2012).
1.4 Inversor central
Os inversores centrais são normalmente utilizados em sistemas fotovoltaicos de grande
porte com potências entre 20 e 400 kW, como os sistemas industriais usinas e condomínios. O
inversor é conectado a um grande numero de painéis fotovoltaicos associados em paralelo, ou
seja, a conversão é centralizada em um único inversor (RAMPINELLI; KRENZINGER;
ROMERO, 2013).
A vantagem principal dessa configuração é o baixo custo enquanto a desvantagem está
na confiabilidade, onde no caso de uma pane do mesmo, toda a instalação fica comprometida.
Essa configuração também não permite que o sistema atinja o ponto de máxima potência seja
independente para cada série de arranjos, afetando diretamente o rendimento de todo o
sistema (RAMPINELLI; KRENZINGER; ROMERO, 2013).
1.5 Sistemas fotovoltaicos isolados (off-grid)
No sistema solar fotovoltaico off-grid conhecido como sistema fotovoltaico isolado, é
fornecido a energia diretamente aos aparelhos elétricos, sendo que a energia deve chegar
sempre de forma permanente, o que gera um problema, pois existem variações causadas por
sombreamentos, por exemplo (BLUESOL, 2017).
Fazendo assim o uso necessário de um banco de baterias, que tem a função de estabilizar a
energia enviada aos aparelhos elétricos. Como não há geração de eletricidade á noite pelos
painéis solares, toda a energia usada pelos equipamentos elétricos vem diretamente das
baterias durante esse período.
Para que as características das baterias com a do gerador fotovoltaico, potencializando
o rendimento do conjunto e fazendo com que os acumuladores tenham sua vida útil
prolongada, faz-se necessário a instalação de um controlador de carga, para que não ocasione
descargas excessivas nas baterias (BLUESOL, 2017).
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1.6 Inversor off-grid
Sistemas fotovoltaicos off-grid, são um conjunto que não depende da rede elétrica
convencional para demanda de energia elétrica porque não tem capacidade de interagir com o
sinal de corrente alternada presente na rede, sendo possível sua utilização em localidades que
não possui rede de distribuição elétrica (VILLALVA, 2012).
Existem dois tipos de sistemas autônomos: com ou sem de bancos de baterias. O
primeiro pode ser utilizado em carregamento de baterias de veículos elétricos, em iluminação
pública e, até mesmo, em pequenos aparelhos portáteis, enquanto o segundo, além de ser
frequentemente utilizado em bombeamento de água, telefone público de rodovias já que não
necessita debaterias para armazenamento de energia. Os inversores autônomos não necessitam
de tantos requisitos como os de modelos que trabalha conectado à rede, nem mesmo de uma
onda tipo senoidal perfeita, pois sua forma de onda não irá entrar em sincronismo com a da
rede (VILLALVA, 2012).
Nos sistema fotovoltaico isolado, o uso de acumuladores, ou simplesmente,
dispositivos de armazenamento de energia, é necessário para atender a demanda das cargas
em períodos em que não há geração de energia ou a geração é insuficiente, como por
exemplo: à noite ou em dias com pouca incidência solar, como dias chuvosos ou nublados.
Assim, parte da energia gerada pelos módulos fotovoltaicos durante o dia, é armazenada pelas
baterias para que seja suprida a demanda (PINHO; GALDINO, 2014).
As baterias utilizadas devem possuir vida útil de longa duração, sendo carregadas e
descarregadas constantemente e diariamente. Os modelos mais utilizados são os de chumbo-
ácido. Outro ponto importante a ser analisado é a eficiência de carga, que deve ser elevada, ou
seja, tem de ter um bom desempenho mesmo com baixas correntes de carga e descarga.
Sistema isolado pode ser aplicado também como um sistema fotovoltaico de bombeamento,
constituído por uma unidade geradora, e um dispositivo para condicionamento de potências,
uma bomba e um reservatório de água. Diferente dos sistemas de geração para domicílios,
geralmente não é utilizado bateria para o armazenamento de carga (PINHO; GALDINO,
2014).
O Quadro 1 apresenta um breve comparativo das principais vantagens e desvantagens
de cada um dos sistemas fotovoltaicos (on-grid e off-grid).
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Quadro 1 – Comparativo on-grid e off-grid
Fonte: Própria, 2019
O sistema on-grid é mais vantajoso que o off-grid, pois ele dispensa a utilização de
baterias para controlar a carga e garante que toda energia seja usada no imóvel ou em outro
ponto do mesmo titular. O sistema on-grid é recomendável nas áreas urbanas, já o off-grid é
vantajoso para locais remotos.
2 METODOLOGIA
Este trabalho aborda os tipos inversores fotovoltaicos a fim de compreender seu
funcionamento e melhor aplicação no contexto energético através do uso de sistemas
fotovoltaicos instalados em edificações do meio urbano, conectados a rede de distribuição de
eletricidade e ainda realizado um comparativo entre sistema on-grid e off-grid. Foi realizado
um estudo do funcionamento de um sistema fotovoltaico conectado à rede, em uma residência
localizada no município de Araraquara-SP, a partir de dados da geração de energia de um
inversor e o consumo do imóvel no período de 08 de agosto de 2019 á 06 de setembro de
2019. Foram realizadas pesquisas junto ao site da ANEEL, analisando as resoluções para a
melhor compreensão das normas referente ao sistema fotovoltaico, a fim de verificar a
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viabilidade do sistema de geração distribuída e se o retorno do investimento continua
vantajoso diante das possíveis alterações na norma vigente.
ANÁLISE E DISCUSÃO DOS RESULTADOS
Para que seja possível a venda da energia excedente é instalado um medidor
bidirecional que mede não só a energia consumida, mas também mede a quantidade de
energia que é vendida para concessionaria. O medidor bidirecional fará à medição de toda a
energia em kWh que foi injetada na rede pelo sistema fotovoltaico instalado, assim como, a
energia que foi consumida. Sendo assim, mensalmente a companhia de energia elétrica local
fará a leitura da energia que foi consumida e da energia que foi injetada na rede.
Foi analisado a partir do sistema fotovoltaico conectado a rede elétrica (SFCR) em
uma residência no município de Araraquara-SP a eficiência de um sistema on-grid instalado
no imóvel. O imóvel apresenta condições favoráveis para a implementação do sistema em
região livre de sombreamento e com o telhado onde foi instalado os painéis solares voltado
para o norte para receber a maior quantidade de radiação solar.
Foram utilizados para este sistema de geração 2 inversores fotovoltaicos (inversor 1 -
tabela 2 e inversor 2 - tabela 3).
Os dados do sistema instalado são:
Quantidade de painéis: 34
Potência máxima de cada painel: 330Wp
Quantidade de inversor: 2
Potência fotovoltaica de cada inversor: 5kW
Na tabela 1 foram obtidos os dados de leitura do consumo da residência no período de
08 de agosto de 2019 á 06 de setembro de 2019.
Tabela 1 - Dados da medição de energia do imóvel.
Fonte: SOLAR PRIME, 2019
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No item A da tabela 1 há a identificação de energia ativa, que significa que o consumo
de energia pelo imóvel foi de 331kWh, no item B da tabela 1 há identificação de energia
injetada (energia injetada na rede) que representa a energia que foi gerada nos inversores e
vendida para a concessionaria que foi de 1.121kWh.
A tabela 2 mostra a geração do inversor 1. Os dados de energia coletados no mesmo
período da medição, ou seja 08 de agosto de 2019 á 06 de setembro de 2019.
Tabela 2 – Geração do Inversor 1
Fonte: SOLAR PRIME, 2019
Para obter o valor total da geração do inversor 1 subtraímos o valor da ultima leitura
do inversor que foi de 2.797kWh em 06 de setembro de 2019 ás 18:17:16hs do valor da
primeira leitura do inversor que foi de 3.399kWh em 08 de agosto de 2019 ás 06:38:03hs, o
que totaliza 602kWh gerado pelo inversor 1.
A tabela 3 mostra a geração do inversor 2. Os dados de energia coletados no mesmo
período da medição, ou seja 08 de agosto de 2019 á 06 de setembro de 2019.
Tabela 3 – Geração do Inversor 2
Fonte: SOLAR PRIME, 2019
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Para obter o valor total da geração do inversor 2 subtraímos o valor da ultima leitura
do inversor que foi de 1.300kWh em 06 de setembro de 2019 ás 18:16:33hs do valor da
primeira leitura do inversor que foi de 596kWh em 08 de agosto de 2019 ás 06:37:44hs, o que
totaliza 704kWh gerado pelo inversor 2. Sendo assim, somamos o total de energia gerado do
inversor 1 que foi de 602kWh com o do inversor 2 que foi de 704kWh, totalizando uma
geração dos dois inversores de 1.306kWh
O consumo instantâneo de energia da residência durante a geração é o total da geração
dos inversores que é de 1.306kWh menos o total que foi injetado na rede que é de 1.121kWh,
que representa um consumo de 185kWh. Para saber o consumo total de energia da residência
soma-se o consumo de 331kWh(tabela 1) mais o consumo instantâneo durante a geração que
é de 185kWh, tendo um total de 516kWh.
No período considerado o cliente consumiu um total de 516kWh e gerou um total de
1.306kWh, sendo que 185kWh da geração própria foi consumido instantaneamente o que
sobra 1.121kWh que foi injetados na rede, gerando um crédito total de 790kWh.
Neste sistema instalado o consumidor gerou mais energia elétrica com o sistema
fotovoltaico do que consumiu energia elétrica da concessionária, gerando um credito de
790kWh podendo ser abatido na conta de energia de um outro estabelecimento, podendo ele
ser, residência, comercial ou industrial, basta ser o mesmo titular da conta.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este trabalho apresentou estudo de diferentes tipos de inversores fotovoltaicos. Foi
realizado um estudo de um sistema fotovoltaico on-grid instalado em uma residência no
município de Araraquara-Sp. Neste sistema fotovoltaico instalado a geração foi superior ao
consumo, sendo assim o haverá economia na conta e geração de crédito. O tempo de retorno
do investimento desse sistema é variável e depende da quantidade de energia que o imóvel
demanda.
Permitiu-se com esta pesquisa auxiliar na compreensão da importância do processo de
interação entre o arranjo fotovoltaico e o inversor e entre o inversor e a rede elétrica de
distribuição. Essas características apresenta a importância correta do dimensionamento dos
inversores, uma vez que o dimensionamento incorreto pode resultar perdas energéticas que
devem ser estimadas e comparadas com as opções disponíveis, permitindo que os inversores
ofereçam seu máximo desempenho, e que possam garantir qualidade e eficiência da energia
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elétrica que os sistemas fotovoltaicos injetam na rede elétrica. Também foi possível verificar
que o sistema de compensação de créditos para os consumidores é bastante interessante, pois
é possível a utilização todo o excedente dos créditos (kWh) gerados pode ser utilizado em
outro imóvel que possua o mesmo titular. Com a instalação de um sistema fotovoltaico, o
consumidor praticamente não paga mais conta de energia, fica protegido contra os aumentos
constantes na conta de energia, valoriza o imóvel, tem retorno garantido do investimento em
curto prazo, sendo que o sistema gerador de energia solar tem longa durabilidade, acima de 25
anos.
Além de compreender os princípios físicos de conversão e geração, das
particularidades de cada componente dos sistemas fotovoltaicos e os tipos de sistemas e suas
aplicações, conclui-se também que se trata de uma tecnologia altamente sustentável, 100%
limpa e que não gera nenhum tipo de emissão, não causando nenhum tipo de impacto
ambiental negativo ao longo de sua vida útil. Sendo assim, pôde-se analisar que uma das
saídas mais viáveis que vem sendo utilizada há algumas décadas e, especialmente nos últimos
anos, vem crescendo em larga escala, é a utilização da energia solar como fonte para geração
de energia elétrica. Este recurso, além de contribuir para a redução de custos na compra de
energia das concessionárias e redução dos impactos ambientais, nos possibilita a melhor
utilização de espaços e estruturas existentes para instalação de placas e sistemas fotovoltaicos,
visando à sustentabilidade.
Criando assim uma perspectiva de confiança para que a energia solar fotovoltaica
contribua na diversificação da geração de energias renováveis em nosso país.
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14
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