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ALZIRA FRANCISCO BARBOZA ESTUDO DO CASO: “PERCEPÇÃO DOS RISCOS DE INTERRUPÇÃO NO FORNECIMENTO DE ENERGIA ELÉTRICA POR PARTE DOS CONSUMIDORES , PRIMEIRO PASSO PARA A REDUÇÃO DOS INDICADORES DE QUALIDADE (DEC,FEC)” Este Projeto Final de Graduação foi julgado e aprovado como requisito parcial para obtenção do título de Engenheiro Eletricista pelo Centro Federal de Educação Tecnológica do Paraná. Curitiba, 02 de Abril de 2004 ______________________________ Prof. Carlos Alberto Dallabona Coordenador de Curso Engenharia Industrial Elétrica - Eletrotécnica ______________________________ Prof. Paulo Sérgio Walenia Coordenador de Projeto Final de Graduação Engenharia Industrial Elétrica - Eletrotécnica ______________________________ Prof. Marcelo Rodrigues Orientador de Projeto Final de Graduação Engenharia Industrial Elétrica - Eletrotécnica ______________________________ Prof. Álvaro Augusto de Almeida Membro da Banca de Projeto Final de Graduação Engenharia Industrial Elétrica - Eletrotécnica ______________________________ Prof. Carlos Salata Membro da Banca de Projeto Final de Graduação Engenharia Industrial Elétrica - Eletrotécnica

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ALZIRA FRANCISCO BARBOZA

ESTUDO DO CASO: “PERCEPÇÃO DOS RISCOS DE INTERRUPÇÃO NO FORNECIMENTO DE ENERGIA ELÉTRICA POR PARTE DOS CONSUMIDORES , PRIMEIRO PASSO PARA A REDUÇÃO DOS

INDICADORES DE QUALIDADE (DEC,FEC)”

Este Projeto Final de Graduação foi julgado e aprovado como requisito parcial para obtenção do título de Engenheiro Eletricista pelo Centro Federal de Educação Tecnológica do Paraná.

Curitiba, 02 de Abril de 2004

______________________________ Prof. Carlos Alberto Dallabona

Coordenador de Curso Engenharia Industrial Elétrica - Eletrotécnica

______________________________ Prof. Paulo Sérgio Walenia

Coordenador de Projeto Final de Graduação Engenharia Industrial Elétrica - Eletrotécnica

______________________________ Prof. Marcelo Rodrigues

Orientador de Projeto Final de Graduação Engenharia Industrial Elétrica - Eletrotécnica

______________________________ Prof. Álvaro Augusto de Almeida

Membro da Banca de Projeto Final de Graduação Engenharia Industrial Elétrica - Eletrotécnica

______________________________ Prof. Carlos Salata

Membro da Banca de Projeto Final de Graduação Engenharia Industrial Elétrica - Eletrotécnica

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Ministério da Educação Centro Federal de Educação Tecnológica do Paraná

Departamento de Eletrotécnica Engenharia Industrial Elétrica – Ênfase Eletrotécnica

Projeto Final de Graduação

ALZIRA FRANCISCO BARBOZA

ESTUDO DO CASO: “PERCEPÇÃO DOS RISCOS DE INTERRUPÇÃO NO FORNECIMENTO DE ENERGIA

ELÉTRICA POR PARTE DOS CONSUMIDORES , PRIMEIRO PASSO PARA A REDUÇÃO DOS INDICADORES DE QUALIDADE (DEC,FEC)”

Curitiba 2004

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ALZIRA FRANCISCO BARBOZA

ESTUDO DO CASO: “PERCEPÇÃO DOS RISCOS DE INTERRUPÇÃO NO FORNECIMENTO DE ENERGIA

ELÉTRICA POR PARTE DOS CONSUMIDORES , PRIMEIRO PASSO PARA A REDUÇÃO DOS INDICADORES DE QUALIDADE (DEC,FEC)”

Monografia de Conclusão de curso apresentada ao Programa de Graduação em Engenharia Industrial Elétrica – Ênfase em Eletrotécnica do Departamento de Eletrotécnica do Centro Federal de Educação Tecnológica do Paraná como requisito parcial para obtenção do grau de Engenheira Eletricista.

Prof Orientador: Marcelo Rodrigues Co-Orientador: Jurandir Pimentel Barboza

Curitiba 2004

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RESUMO

A qualidade do fornecimento de energia elétrica em todo o território

nacional nos últimos anos obteve melhorias significativas, que podem ser

observadas pela redução dos valores dos indicadores de qualidade de conjunto.

Este fato vem ocorrendo devido aos avanços tecnológicos, aos processos de

produção e ao incentivo a competição entre as concessionárias, que é promovido

pelo órgão regulador. Um exemplo é a elaboração de resoluções que determinam as

regras e metas a serem cumpridas e a instalação do Sistema de Monitoramento

Automático de Interrupção de Energia (ARGOS).

Este trabalho apresenta um estudo de caso, na Região de Curitiba-

PR, do grau de percepção do consumidor residencial atendida em baixa tensão na

identificação de riscos de interrupção no fornecimento de energia elétrica como

primeiro passo para a redução dos indicadores de qualidade: Duração Equivalente

de Interrupção por Consumidor (DEC) e da Freqüência Equivalente de Interrupção

por Consumidor (FEC). A visão do consumidor segundo os fatos que podem incorrer

em interrupções do fornecimento de energia elétrica, serão avaliadas dentro do atual

contexto de regulamentação do Setor Elétrico Brasileiro.

Palavra-chave: Indicadores de Qualidade

DEC

FEC

Manutenção Preventiva

Qualidade da Energia

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SUMÁRIO

RESUMO LISTA DE FIGURAS LISTA DE TABELAS LISTA DE GRÁFICOS LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS LISTA DE UNIDADES LISTA DE ANEXOS LISTA DE APÊNDICES

1 PREÂMBULO .................................................................................................13

1.1 APRESENTAÇÃO...................................................................................................13 1.2 INTRODUÇÃO........................................................................................................14 1.3 JUSTIFICATIVA .....................................................................................................17 1.4 OBJETIVOS.............................................................................................................19

1.4.1 Objetivo Geral ..................................................................................................19 1.4.2 Objetivo Específico ..........................................................................................19

2 REFERENCIAL TEÓRICO.............................................................................21 2.1 RESOLUÇÃO ANEEL Nº 24..................................................................................33

2.1.1 Critério da Correlação ......................................................................................35 2.1.2 Duração Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora (DEC) .........37 2.1.3 Freqüência Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora (FEC)......38

2.2 PROGRAMA “CAÇA AO RISCO” ........................................................................39 2.3 Qualidade de Energia no Brasil ................................................................................41 2.4 Caracterização da Região de Estudo ........................................................................48

3 METODOLOGIA.............................................................................................57 3.1 Da determinação da Área de Estudo.........................................................................57 3.2 Da elaboração do objeto de pesquisa........................................................................58 3.3 Da determinação da amostra da pesquisa .................................................................60 3.4 Da análise dos dados da pesquisa .............................................................................61

4 ESTUDO DE CASO ........................................................................................63 4.1 Determinação da Área de Estudo .............................................................................63 4.2 Elaboração do objeto de pesquisa.............................................................................69

4.2.1 Grupo 1 – Risco................................................................................................70 4.2.2 Grupo 2 – Engano.............................................................................................77 4.2.3 Escolha das fotos ..............................................................................................82 4.2.4 Objeto de Pesquisa ...........................................................................................90

4.3 Determinação da amostra da pesquisa......................................................................91 4.4 Análise dos dados da pesquisa .................................................................................91

5 CONCLUSÕES................................................................................................99

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LISTA DE FIGURAS

FIGURA 01 - Poda drástica necessária à passagem de uma rede convencional com cabos nus

por entre árvores. ..............................................................................................26 FIGURA 02 - Pequeno túnel de poda necessária à passagem de uma Rede Compacta

Protegida por entre árvores...............................................................................27 FIGURA 03 – Configuração de Blocos....................................................................................31 FIGURA 04 – Configuração de Blocos do Alimentador Real. ................................................32 FIGURA 05 – Divisão Regional do Brasil pela ANEEL. .......................................................43 FIGURA 06 – Divisão da Região Sul por Estados...................................................................48 FIGURA 07 – Divisão do Estado do Paraná por Concessionária. ...........................................52 FIGURA 08 – Mapa da Região do Subconjunto COPEL/Portão.............................................68 FIGURA 09 – Rotas de Atuação - Mapa da Região do Subconjunto COPEL/Portão. ............69FIGURA 10 – Árvores na Rede de Distribuição......................................................................70 FIGURA 11 – Árvores na Rede de Distribuição......................................................................71 FIGURA 12 – Entrada de Serviço com irregularidade.............................................................72 FIGURA 13 – Objetos na Rede de Distribuição ......................................................................73 FIGURA 14 – Cruzeta Danificada ...........................................................................................74 FIGURA 15 – Risco em Chave Fusível ...................................................................................74 FIGURA 16 – Casas de “João de Barro” em cruzetas. ............................................................75 FIGURA 17 – “Rabichos” na rede de BT ................................................................................76 FIGURA 18 – Conexões irregulares na rede de BT.................................................................76 FIGURA 19 – Rede de BT inclinada .......................................................................................77 FIGURA 20 – Enganos de risco de interrupção do fornecimento de energia elética...............78FIGURA 21 – Enganos de risco de interrupção do fornecimento de energia elética...............79FIGURA 22 – Enganos de risco de interrupção do fornecimento de energia elética...............80FIGURA 23 – Enganos de risco de interrupção do fornecimento de energia elética...............81FIGURA 24 - Formulário 01 - Galho de Sapê na Rede de AT ................................................83 FIGURA 25 - Formulário 02 – Poste de Entrada de Serviço Residencial apioado em ramal..84FIGURA 26 - Formulário 03 – Cabo de Guarda-Chuva na Rede de BT. ................................85 FIGURA 27 - Formulário 04 – Cruzeta Danificada .................................................................86 FIGURA 28 - Formulário 05 – “Pipa” na Chave Fusível.........................................................87 FIGURA 29 - Formulário 06 – Poste entre os galhos da árvore. .............................................88 FIGURA 30 - Formulário 07 – Cabos Telefônicos soltos........................................................89 FIGURA 31 - Formulário 08 – Pneu na luminária. ..................................................................90

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LISTA DE TABELAS TABELA 01 – Serviços Realizados no Sistema Elétrico.........................................................25 TABELA 02 – Categorias e características típicas de fenômenos eletromagnéticos nos

sistemas elétricos. .............................................................................................29 TABELA 03 – Classificação dos Blocos de acordo com a Falha. ...........................................31 TABELA 04 – Maior Índice de Incidências de Problemas na Rede de Distribuição de Energia

Elétrica..............................................................................................................40 TABELA 05 – Redução do DEC por Região no Brasil de 1996 á 2002..................................46 TABELA 06 – Redução do FEC por Região no Brasil de 1996 á 2002. .................................46 TABELA 07 – Médias Anuais do DEC por Região no Brasil de 1996 á 2002. ......................46 TABELA 08 – Médias Anuais do FEC por Região no Brasil de 1996 á 2002. .......................47 TABELA 09 – Redução do DEC por Estado de 1996 á 2002..................................................51 TABELA 10 – Redução do FEC por Estado de 1996 á 2002. .................................................51 TABELA 11 – DEC Média do Período de 1996 á 2002 por Estado. .......................................51 TABELA 12 – FEC Média do Período de 1996 á 2002 por Estado.........................................51 TABELA 13–Índice-2001 Qualidade de Atendimento – Categoria A até 400.000

consumidores. ...................................................................................................54 TABELA 14 – Índice-2001 Qualidade de Atendimento –Categoria C ≥ 1.000.000

consumidores. ...................................................................................................55 TABELA 15 – Balanço Energético de 2000 – Grupo II - MISTA...........................................56 TABELA 16 – DEC de 2000 – Grupo II - MISTA..................................................................56 TABELA 17 – FEC de 2000 – Grupo II - MISTA...................................................................56 TABELA 18 –Meta mensal do DEC e FEC da COPEL/Curitiba por subconjunto. ................58TABELA 19 – Total de Votos de cada situação do objeto de pesquisa...................................93 TABELA 20 – Tipo de Moradia CASA - Total de Votos de cada situação do objeto de

pesquisa. ...........................................................................................................94 TABELA 21 – Tipo de Moradia APARTAMENTO - Total de Votos de cada situação do

objeto de pesquisa.............................................................................................94 TABELA 22 – Ensino FUNDAMENTAL - Total de Votos de cada situação do objeto de

pesquisa. ...........................................................................................................96 TABELA 23 – Ensino MÉDIO - Total de Votos de cada situação do objeto de pesquisa. .....97TABELA 24 – Ensino SUPERIOR - Total de Votos de cada situação do objeto de pesquisa.97

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LISTA DE GRÁFICOS

GRÁFICO 01 – Impactos econômicos da qualidade da energia. .............................................41 GRÁFICO 02 – DEC no Brasil de 1996 á 2002. .....................................................................42 GRÁFICO 03 – FEC no Brasil de 1996 á 2002. ......................................................................42 GRÁFICO 04 – DEC por Região no Brasil de 1996 á 2002....................................................44 GRÁFICO 05 – FEC por Região no Brasil de 1996 á 2002. ...................................................45 GRÁFICO 06 – DEC por Estado da Região Sul de 1996 á 2002. ...........................................49 GRÁFICO 07 – FEC por Estado da Região Sul de 1996 á 2002. ............................................50 GRÁFICO 08 –Análise do DEC janeiro á dezembro de 2002 por subconjunto

COPEL/Curitiba. ..............................................................................................64 GRÁFICO 09 –Análise do FEC janeiro á dezembro de 2002 por subconjunto

COPEL/Curitiba. ..............................................................................................65 GRÁFICO 10 – Análise do DEC janeiro á junho de 2003 por subconjunto COPEL/Curitiba.

..........................................................................................................................66GRÁFICO 11 – Análise do FEC janeiro á junho de 2003 por subconjunto COPEL/Curitiba.

..........................................................................................................................66

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ANEEL Agência Nacional de Energia Elétrica

ARGOS Sistema de Monitoramento Automático de Interrupção de Energia

Elétrica

AT Alta Tensão

BT Baixa Tensão

BMI Basic Measuring Instruments

CC Corrente Contínua

CDC Código de Defesa do Consumidor

CEMIG Companhia Energética de Minas Gerais

CESP Companhia Energética de São Paulo

CFLO Companhia Força e Luz do Oeste

COCEL Companhia Campolarguense de Energia

COD Centro de Operação de Distribuição

COI Centro de Operação e Informação

COPEL Companhia Paranaense de Energia

COSERN Companhia Energética do Rio Grande do Norte

DEC Duração Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora

DIC Duração de Interrupção Individual por Unidade Consumidora

ENERSUL Empresa Energética de Mato Grosso do Sul

EPRI Eletric Power Research Institute

EUA Estados Unidos da América

FEC Freqüência Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora

FIC Freqüência de Interrupção Individual por Unidade Consumidora

FORCEL Força e Luz Coronel Vivida

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GEMINI Sistema de Geo-referenciamento de Distribuição

LIGHT Serviço de Eletricidade S/A

SLADI Sistema para Localização de Interferências de Descargas

Atmosféricas

SLT Sistema de Localização de Tempestade

SSC Sistema de Supervisão e Controle

UFPR Universidade Federal do Paraná

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LISTA DE UNIDADES

G giga (109)

h hora

Hz Unidade de freqüência Hertz

k quilo (103)

km quilometro

m mili (10-3)

M mega (106)

MT Média Tensão

n nano (10-9)

pu por unidade

s segundo

V Unidade de tensão Volt

VA Unidade de potência aparente Volt Ampere

W Unidade de potência ativa Watt

µ micro (10-6)

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LISTA DE ANEXOS

ANEXO 1 – Formulário “Caça ao Risco”..............................................................................104 ANEXO 2 – Croqui “Caça ao Risco”.....................................................................................105 ANEXO 3 – Fluxograma “Caça ao Risco” ............................................................................106 ANEXO 4 – Terminologias da Resolução nº 24/2000 ...........................................................107

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LISTA DE APÊNDICES

APÊNDICE 1 – Ofício enviado a COPEL/Curitiba...............................................................110 APÊNDICE 2 – Modelo Formulário do Levantamento de Campo........................................111 APÊNDICE 3 – Modelo Croqui do Levantamento de Campo...............................................112 APÊNDICE 4 – Modelo Objeto da Pesquisa .........................................................................113 APÊNDICE 5 – Formulário 01 - Galho de Sapê na Rede de AT...........................................114 APÊNDICE 6 – Croqui 01 – Galho de Sapê na Rede de AT.................................................115 APÊNDICE 7 – Formulário 02 – Poste de Entrada de Serviço Residencial apoiado em ramal

........................................................................................................................116APÊNDICE 8 – Croqui 02 – Poste de Entrada de Serviço Residencial apoiado em ramal ...117APÊNDICE 9 – Formulário 03 – Cabo de Guarda-Chuva na Rede de BT............................118 APÊNDICE 10 – Croqui 03 – Cabo de Guarda-Chuva na Rede de BT.................................119 APÊNDICE 11 – Formulário 04 – Cruzeta Danificada .........................................................120 APÊNDICE 12 – Croqui 04 – Cruzeta Danificada ................................................................121 APÊNDICE 13 – Formulário 05 – “Pipa” na Chave Fusível .................................................122 APÊNDICE 14 – Croqui 05 – “Pipa” na Chave Fusível........................................................123 APÊNDICE 15 – Formulário 06 – Poste entre os galhos da árvore.......................................124 APÊNDICE 16 – Croqui 06 – Poste entre os galhos da árvore..............................................125 APÊNDICE 17 – Formulário 07 – Cabos Telefônicos soltos ................................................126 APÊNDICE 18 – Croqui 07 – Cabos Telefônicos soltos .......................................................127 APÊNDICE 19 – Formulário 08 – Pneu na luminária ...........................................................128 APÊNDICE 20 – Croqui 08 – Pneu na luminária ..................................................................129 APÊNDICE 21 – Objeto da Pesquisa.....................................................................................130 APÊNDICE 22 – Fotos Ampliadas 1 .....................................................................................131 APÊNDICE 23 – Fotos Ampliadas 2 .....................................................................................132

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13

1 PREÂMBULO

1.1 APRESENTAÇÃO

No primeiro capitulo, é apresentado um breve panorama da

Qualidade no Setor Elétrico Brasileiro. Também é apresentada a razão que motivou

o estudo de caso e os objetivos específicos a serem desenvolvidos durante o

estudo.

No capítulo 2, são apresentadas algumas bibliografias consultadas,

onde são revistos trabalhos pertinentes ao assunto e analisados documentos que

contribuíram de maneira bastante significativa, para o desenvolvimento deste

trabalho. Também são apresentadas uma análise da qualidade de energia no Brasil

e uma caracterização da região de estudo através dos indicadores de qualidade

DEC e FEC.

O capítulo 3 descreve a metodologia a ser utilizada no estudo de

caso para avaliar o grau de percepção do consumidor em relação aos riscos de

interrupção do fornecimento de energia elétrica como primeiro passo para a redução

dos indicadores de qualidade DEC e FEC.

No capítulo 4, é apresentada uma análise da qualidade do

fornecimento de energia elétrica na região de Curitiba desde o ponto de vista macro

da situação até um denominador único que será a área de estudo. Á partir desta

área serão realizados todos os levantamentos que servirão de base para a

verificação das proposições deste trabalho.

No capítulo 5 são apresentadas as conclusões e recomendações.

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14

1.2 INTRODUÇÃO

No Brasil, no ano de 2000, o consumo total de energia elétrica,

incluindo energia interruptível, alcançou 305.603 GWh, o que representou uma taxa

média de crescimento de 4,4% em relação ao ano de 1999, (BRANCO; CARNEIRO,

2001).

A classe comercial registrou uma taxa média de crescimento de

8,8% se comparada com taxa média de crescimento do total de energia elétrica. Por

outro lado, a classe industrial registrou uma taxa média de crescimento de 5,5% que

reflete o aumento da produção industrial em função de menores taxas de juros,

maiores investimentos e ampliação do mercado externo. O controle da inflação, o

incremento de ligações de consumidores de baixa renda e as condições climáticas

ainda favoráveis, são fatores que justificam a estabilidade no crescimento do

consumo residencial (2,7%), (BRANCO; CARNEIRO, 2001).

Os investimentos realizados pelas concessionárias nas áreas de

geração, de transmissão, de distribuição e de comercialização foram de R$

7.800.000 milhões, isto proporcionou uma energia disponível de 366.056 GWh. Mas

o que preocupa é que mesmo com o aumento da taxa de consumo houve uma

perda de 16,5% da energia disponibilizada, (BRANCO; CARNEIRO, 2001).

Os avanços e aperfeiçoamentos do sistema de fornecimento de

energia elétrica só se darão a partir do aprimoramento das leis reguladoras e da

efetiva participação do consumidor.

Um dos requisitos para garantir a qualidade do serviço de

fornecimento de energia elétrica é o da continuidade, expresso na Lei n° 8.078/90 ou

Código de Defesa do Consumidor (CDC), art. 22º; e também na Lei n° 8.987/95 (Lei

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15

das Concessões de Serviços Públicos) em seu art. 6°, porém, o seu parágrafo 3º

prevê a ocorrência de interrupções no fornecimento de energia, motivadas por

razões de ordem técnica, sem que estas se caracterizem como descontinuidade.

A Resolução n° 024/2000, elaborada pela ANEEL (Agência Nacional

de Energia Elétrica), definiu os índices de continuidade do serviço prestado, com

base em indicadores específicos, denominados DEC (Duração Equivalente de

Interrupção por Unidade Consumidora) e FEC (Freqüência Equivalente de

Interrupção por Unidade Consumidora), referentes ao conjunto (região) considerado,

bem como o DIC (Duração de Interrupção por Unidade Consumidora) e FIC

(Freqüência de Interrupção por Unidade Consumidora), os quais indicam por quanto

tempo e o número de vezes, respectivamente, que uma unidade consumidora ficou

sem energia elétrica durante um período considerado (mês, trimestre ou ano). Dessa

forma, a falta de energia elétrica poderá ocorrer dentro dos limites estabelecidos na

citada Resolução, que estabelece a quantidade de vezes e de horas que pode faltar

energia numa unidade consumidora ou no conjunto ao qual ela pertence.

Desde 2001, tais índices são publicados mensalmente na fatura de

energia elétrica e a violação dos limites estabelecidos, converte-se em multa

institucional, a ser paga a ANEEL.

O cuidado com a qualidade do fornecimento de energia elétrica é um

tema que tem sido discutido e analisado não só no Brasil, a Eletric Power Research

Institute (EPRI) informou que cerca de 91% dos cortes de energia elétrica no EUA

tem uma duração inferior à dois segundos, e 85%, duração inferior a duzentos mili

segundos. A maioria das interrupções é imperceptível para certos tipos de

consumidores, mas são suficientemente grandes para causar danos a consumidores

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16

industriais, pois uma interrupção de curta duração pode desprogramar toda a linha

de montagem com custos elevados para se restaurar o sistema, (DELMONT, 2002).

Analisando os relatórios do período de 1996/2002, no Brasil,

percebe-se que até 2001 os indicadores de qualidade DEC e FEC sofreram redução

significativa, de 36% e 34%, respectivamente, o que traduz as conseqüências

práticas da ação da ANEEL no processo de reestruturação do Setor Elétrico

Brasileiro. Em contrapartida, no ano de 2002, estes indicadores sofreram um

aumento de 9% e 2%, respectivamente, o que alerta para que sejam revistas às

regras, padrões e metas estabelecidas às concessionárias de energia elétrica,

(INDICADORES DE QUALIDADE – ANEEL, disponível em www.aneel.gov.br ,

acesso em setembro 2003).

O presente trabalho estará abordando, no âmbito do processo de

revisão citado acima, o grau de percepção do consumidor em relação aos riscos de

interrupção do fornecimento de energia elétrica como primeiro passo a ser dado para

a redução dos indicadores de qualidade DEC e FEC, por meio de um estudo de

caso.

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17

1.3 JUSTIFICATIVA

No âmbito mundial a preocupação com a satisfação do consumidor

encontra-se em primeiro plano e a qualidade que antes era considerada um ponto

diferencial para as empresas, agora é considerada obrigatória se a mesma quer ser

competitiva no mercado.

A facilidade de acesso à informação, faz com que o consumidor seja

cada dia mais exigente. Ele quer custos reduzidos, tecnologia de ponta e

principalmente qualidade de serviço.

A ANEEL tem realizado pesquisas para a apuração do índice de

satisfação dos consumidores. Esse índice é obtido ponderando-se os indicadores de

cada concessionária pelo número de consumidores. A satisfação do público-alvo do

programa foi apurada pela primeira vez no exercício de 2000, obtendo-se o índice de

62,8% de satisfação do consumidor. Na segunda pesquisa, em 2002, obteve-se o

índice de 63,2 %. Diante da inexistência de dados pretéritos e do caráter pioneiro da

avaliação, bem como do distanciamento de algumas concessionárias do índice

médio nacional, adotou-se como critério, passível de revisão nos ciclos seguintes, a

meta de elevar o índice médio nacional para o patamar de 69,68 pontos, em 2003,

índice até o momento não apurado e que corresponde ao melhor resultado da

avaliação de 2002, na Região Sul do País. Com a consolidação dos resultados

obtidos nas novas pesquisas será possível o estabelecimento de metas individuais

para cada concessionária, aspecto a ser monitorado no processo de fiscalização, de

modo que os indicadores de qualidade dos serviços devem melhorar, (ELLERY,

2001).

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Considerando que o consumidor é o maior interessado na qualidade

do serviço prestado pelas concessionárias de energia elétrica, porque não identificar

a importância da sua participação nos resultados do processo como um todo.

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19

1.4 OBJETIVOS

1.4.1 Objetivo Geral

Identificar o grau de percepção do consumidor residencial atendido

em BT para auxiliar na melhoria dos indicadores de qualidade DEC e FEC, por meio

de identificação de riscos de interrupção para o fornecimento de energia elétrica e

que sejam passíveis de manutenção preventiva pela concessionária.

1.4.2 Objetivo Específico

→ Avaliação da qualidade de energia no Brasil;

→ Avaliação dos indicadores de qualidade DEC e FEC desde

janeiro de 2002 até junho de 2003, na região referente a COPEL/Curitiba;

→ Determinar o subconjunto da COPEL/Curitiba que possui pior

índice de qualidade;

→ Elaborar um croqui do subconjunto de pior índice;

→ Realizar levantamento de campo dos casos que apresentam

riscos de interrupção para o fornecimento de energia elétrica e que sejam passíveis

de manutenção preventiva pela concessionária, na área do subconjunto de pior

índice;

→ Realizar levantamento de campo dos casos que não

apresentam riscos de interrupção para o fornecimento de energia elétrica, na área

do subconjunto de pior índice;

→ Documentar por meio de fotos os casos supracitados;

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→ Elaborar um questionário selecionando fotos do levantamento

de campo;

→ Determinar uma amostra de consumidores dentro do

subconjunto de pior índice, já delimitado no croqui, para efetuar a pesquisa;

→ Aplicar o questionário para os consumidores da amostra

selecionada;

→ Tratar os dados obtidos na pesquisa.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

Neste capítulo, inicialmente serão revisadas as referências de

caráter geral e posteriormente, as que mais influenciaram o presente trabalho

seguida de uma análise da qualidade da energia elétrica no Brasil através dos

indicadores de qualidade DEC e FEC.

O CDC, desde 1990, prevê em seu artigo 22º que os órgãos

públicos, por suas empresas, concessionárias, permissionárias ou sob qualquer

outra forma de empreendimento, são obrigados a fornecer serviços adequados,

eficientes, seguros enquanto aos essenciais contínuos, (CÓDIGO DE DEFESA DO

CONSUMIDOR, LEI Nº 8078, 1990).

Cinco anos depois (1995), a Lei das Concessões, previa no seu

artigo 13º que as concessões e permissões sujeitar-se-ão à fiscalização pelo poder

concedente responsável pela delegação, com a cooperação dos usuários, (LEI DAS

CONCESSÕES, LEI Nº 8987, 1995).

Em 1996, a ANEEL passa regular os serviços de energia elétrica e a

expedir os atos necessários ao cumprimento das normas estabelecidas pela

legislação em vigor, estimular a melhoria do serviço prestado e zelar, direta e

indiretamente, pela sua boa qualidade, observando, no que couber, o disposto na

legislação vigente de proteção e defesa do consumidor.

Segundo Sales, a visão do investidor no setor elétrico brasileiro, tem

como parâmetros principais à imunidade a humores políticos, a estabilidade legal, a

clareza e previsibilidade regulatória e a manutenção de equilíbrio econômico-

financeiro do país, (SALES, 2003).

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Outra visão que complementa a acima citada é apresentada por

Belisário e Bahiense e Oliveira. Segundo eles, a implantação do novo modelo do

setor elétrico configurou um monopólio natural regulado no segmento de distribuição,

reforçando ainda mais a necessidade de apuração dos controles sobre a qualidade.

O desafio atual do setor elétrico, no que tange ao controle de qualidade da

distribuição, é encontrar padrões e metas para seus indicadores, que possam

redundar em melhoria nos serviços de distribuição, sem com isso criar barreiras à

expansão do setor, (BELISÁRIO; BAHIENSE; OLIVEIRA,p. 36-40, 2003).

O assunto qualidade vem sendo discutido e aprimorado a cada dia

pelas empresas de energia elétrica e pelas empresas interessadas no setor elétrico.

A ANEEL desenvolveu um sistema de monitoração da qualidade de

energia elétrica, que dará à Agência acesso direto e automático as informações

sobre a qualidade do fornecimento de energia, sem que dependa de dados

encaminhados pela concessionária. O sistema permite imediata recepção dos

dados, por via telefônica, sobre a interrupção e re-estabelecimento do fornecimento

de energia elétrica e da conformidade dos níveis de tensão nos pontos em que os

equipamentos de monitoração estão instalados.

O Sistema de Monitoramento Automático de Interrupção de Energia

Elétrica, ARGOS, começou a ser implantado, em fase piloto, a partir de 1999. Em

2000, foram instalados 1.277 sensores em residências, fábricas e centros comerciais

da Bahia, Pará, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e São Paulo. Verificou-se que a

quantidade de equipamentos previstos, inicialmente, para serem instalados no

exercício de 2001 era insuficiente para subsidiar o cálculo do DEF e FEC com

precisão adequada. Assim, o projeto foi ampliado, tendo sido implantadas 5.200

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unidades em 2001. A previsão é de instalar 30.000 registradores até 2003, estes

valores até o momento ainda não fora apurados, (ELLERY, 2001).

A Companhia Energética de São Paulo (CESP), em 1996, instalou

em dois clientes de significativo faturamento para a empresa um analisador de

qualidade de energia; o PQNode 8010T da BMI (Basic Measuring Instruments). Este

instrumento integra as facilidades de instrumentos que monitoram grandezas

continuamente (tais como nível de tensão -RMS, nível de carga: potências ativa,

reativa e aparente, fator de potência, True Power Factor, distorção harmônica total

THD e individual, Fator de Influência Telefônica. TIF, Fator de Crista, etc.) com as

facilidades de instrumentos que registram perturbações (tais como impulsos, defeito

na forma de onda, quedas (sags) e elevações (swells) transitórias de tensão,

interrupções (outages), transitórios de re-energização, etc.), (PINHEIRO et al, 1997).

A Companhia Energética de Minas Gerais (CEMIG) desenvolveu o

Sistema para Localização de Interferências de Descargas Atmosféricas (SLADI) que

é a integração computacional de dois outros sistemas já utilizados pela empresa: o

Sistema de Geo-referenciamento de Distribuição (GEMINI) e o Sistema de

Localização de Tempestade (SLT). Este novo sistema possibilita um diagnóstico em

tempo real de ocorrências no sistema elétrico de distribuição e sub-transmissão

geradas pela incidência de descargas atmosféricas em seus componentes,

possibilitando informações aos despachantes dos Centros de Operação da

Distribuição (COD) para um restabelecimento otimizado do sistema, considerando-

se a eficientização dos recursos envolvidos e a redução dos tempos de falta de

energia para os consumidores, conseqüentemente a redução dos indicadores de

qualidade DEC e FEC. (MARTHA et al, 2º SENOP).

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A Companhia Energética do Rio Grande do Norte (COSERN)

implantou um Sistema de Automação nas Redes de Distribuição de 13,8 kV, que

permitem controlar e supervisionar a distância equipamentos instalados na rede. As

informações coletadas de grandezas analógicas e entradas digitais são enviadas via

sistema de telecomunicações ao Centro de Operação de Informação (COI) e lá são

geradas todas as ordens para operação do sistema. Com este sistema a empresa

conseguiu redução dos custos operacionais, redução dos investimentos e a melhoria

da qualidade no fornecimento de energia elétrica com a redução dos indicadores de

qualidade DEC e FEC que em 1999, antes da implantação do sistema, era de

23,84h e 19,94 interrupções/ano e em 2001, dois anos após a implantação, era de

10,96h e 11,44 interrupções/ano, respectivamente, (PONTES; XAVIER, 2002).

Outra empresa que também adotou o sistema de automação de

redes, foi a Empresa Energética de Mato Grosso do Sul (ENERSUL). Em 2001

implantou o COD e no início de 2002 o Sistema de Supervisão e Controle (SSC) em

58 religadores instalados na Redes de Distribuição de 13,8 kV e 34,5 kV, com isso

houve uma redução do número de clientes afetados. A análise dos eventos

extratificados permitiu identificar também a redução dos indicadores de qualidade

DEC e FEC, na cidade de Campo Grande, de 3% e 13%, respectivamente no

período de 2001/2002, (NEPOMUCENO; OLIVEIRA, 2002).

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A Light (Serviço de Eletricidade S/A) realizou de 1997 á 2000

diversas ações no sistema de distribuição conforme tabela 01.

TABELA 01 – Serviços Realizados no Sistema Elétrico. ATIVIDADE UNID 1997 1998 1999 2000 TOTAL

RECONDUTORAÇÃO DE REDE MT Km 100 170 140 48 458

RECONDUTORAÇÃO DE REDE BT Km 620 430 263 61 1374

CONSTRUÇÃO DE REDES COMPACTAS Km 67 295 38 34 434

ACRÉSCIMO LÍQUIDO DE POTÊNCIA MVA 218 464 315 193 1190

INSTALAÇÃO DE EQUIP. DE PROTEÇÃO E MANOBRA PÇ 170 326 302 241 1039

PODA DE ÁRVORES UNID. 285.000 350.000 267.000 200.000 1.102.000

INSTALAÇÃO DE IDENTIFICADORES DE DEFEITO PÇ 4239 960 640 5839

AQUISIÇÃO DOS LABORATÓRIOS DE LOCALIZAÇÃO DE DEFEITO UNID. 1 2 3

AQUISIÇÃO DE TERMOVISORES 3 1 4

FONTE : Característica da Área de Concessão, disponível em www.light.com.br , acesso em setembro 2003

Todas estas ações tinham por objetivo a redução dos indicadores de

qualidade DEC e FEC, este objetivo foi alcançado pois em 1997 os indicadores eram

24,32h e 16,58 interrupções /ano e em 2000 com uma redução significativa eram

6,84h e 6,54 interrupções /ano, respectivamente, (CARACTERÍSTICA DA ÁREA DE

CONCESSÃO, disponível em www.light.com.br, acesso em setembro 2003).

A Rede Compacta citada anteriormente, ou linha verde como é mais

conhecida também foi adotada pela Companhia Paranaense de Energia (COPEL). A

linha verde é uma rede elétrica nas tensões de 13,8kV e 34,5kV, instalada em

postes, nas vias públicas, composta basicamente de três condutores cobertos com

uma camada de material isolante plástico, sustentados por um cabo de aço por meio

de espaçadores, também de material plástico, e distanciados cerca de oito a dez

metros uns dos outros ao longo da rede elétrica. O cabo de aço de sustentação do

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conjunto de espaçadores e condutores cobertos, é por sua vez, fixado aos postes

por meio de uma ferragem denominada Braço Suporte L. Com a compactação da

rede, reduzem-se substancialmente a extensão e a freqüência da poda de árvore em

torno dos condutores, (HUBERT, 2003).

Pode-se observar o relato nas figuras 01 e 02 :

FIGURA 01 - Poda drástica necessária à passagem de uma rede convencional com cabos nus por entre árvores.

FONTE : Concepção da Rede Compacta Protegida, disponível em www.copel.com, acesso em setembro 2003.

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FIGURA 02 - Pequeno túnel de poda necessária à passagem de uma Rede Compacta Protegida por entre árvores.

FONTE: Concepção da Rede Compacta Protegida, disponível em www.copel.com, acesso em setembro 2003.

Na análise feita em dois alimentadores de Maringá com a

implantação da rede compacta apurou-se a quantidade de energia interrompida em

ambos durante o ano de 1993, com base nas respectivas demandas médias, DEC

médios e fatores de carga. O resultado apontou uma redução de 83%, isto é, nos

alimentadores com cabos cobertos a expectativa de energia interrompida é de

apenas 17% da correspondente a alimentadores com cabos nus. Isso significa uma

redução drástica tanto na perda de faturamento da concessionária de energia quanto

nos danos de diversas naturezas impostos aos consumidores devidos à interrupção

no fornecimento de energia, (CONCEPÇÃO DA REDE COMPACTA PROTEGIDA,

disponível em www.copel.com, acesso em setembro 2003).

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Velasco fez um estudo que retrata de forma convincente a

convivência entre as redes de distribuição de energia elétrica e as árvores da rua.

Em sua dissertação de mestrado ela levantou alguns custos que de acordo com a

concessionária, o custo da implantação de rede aérea convencional variou de

R$54.188,39/km à R$67.571,43/km e de R$11.703,83/km à R$20.028,83/km só para

a rede primária. O custo de implantação de rede compacta variou de

R$36.519,61/km à R$62.215,99/km. O custo de transformação de rede convencional

para compacta variou de R$31.063,64/km à R$42.951,79/km. O custo da

implantação de rede subterrânea foi de R$436.585,04/km, incluindo as obras civis. O

custo de poda, em rede primária foi de R$20,00/árvore e em secundária de

R$6,00/árvore. Considerando rede primária + secundária, o custo variou de

R$32,02/árvore à R$68,82/árvore, (VELASCO, 2003).

Após a análise de campo, Velasco, concluiu que devido à satisfatória

classificação quanto ao aspecto geral das árvores, maior porcentagem de árvores

sem presença de poda, a existência de 4,1% de indivíduos sem poda sob fiação, a

menor área de poda por árvore, praticamente o mesmo valor de custo de

implantação e 79,5% de redução nos custos de manutenção, pode-se afirmar que é

totalmente viável a utilização de redes compactas de distribuição de energia elétrica

ao invés de rede convencional. Também devido a razoável porcentagem de árvores

sem presença de poda, a ausência de necessidade de podas drásticas, 1/3 de

redução nos custos de manutenção e altíssima confiabilidade do sistema, pode-se

afirmar que embora com alto investimento inicial, da ordem de 10 vezes maior em

relação à rede convencional, o uso de redes subterrâneas é vantajoso, (VELASCO,

2003).

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Segundo Delmont, existem diversos fatores que podem contribuir

para a redução ou aumento dos indicadores de qualidade, a tabela 02 mostra as

categorias dos itens de qualidade e as características típicas dos fenômenos que

contribuem para a perda da qualidade de um suprimento elétrico,(DELMONT, 2002).

TABELA 02 – Categorias e características típicas de fenômenos eletromagnéticos nos sistemas elétricos.

Categoria Conteúdo Espectral Típico Duração típica Amplitude de

Tensão Típica 1.0 - Transitórios 1.1 - Impulsivos 1.1.1 - Nanosegundo 5 ns < 50 ns 1.1.2 - Microssegundo 1 µs 50 ns - 1 ms 1.1.3 - Milisegundo 0,1 ms > 1 ms 1.2 - Oscilatórios 1.2.1 - Baixa Freqüência < 5 kHz 3 - 50 ms 0,4 pu 1.2.2 - Média Freqüência 5 - 500 kHz 20 µs 0,4 pu 1.2.3 - Alta Freqüência 0,5 - 5 MHz 5 µs 0,4 pu 2.0 - Variações de Curta Duração 2.1 - Instantânea 2.1.1 - "Sag" 0,5 - 30 ciclos 0,1 - 0,9 pu 2.1.2 - "Swell" 0,5 - 30 ciclos 1,1 - 1,8 pu 2.2 - Momentânea 2.2.1 - Interrupção 0,5 ciclos - 3 s < 0,1 pu 2.2.2 - "Sag" 30 ciclos - 3 s 0,1 - 0,9 pu 2.2.3 - "Swell" 30 ciclos - 3 s 1,1 - 1,4 pu 2.3 - Temporária 2.3.1 - Interrupção 3 s - 1 minuto < 0,1 pu 2.3.2 - "Sag" 3 s - 1 minuto 0,1 - 0,9 pu 2.3.3 - "Swell" 3 s - 1 minuto 1,1 - 1,2 pu 3.0 - Variações de Longa Duração 3.1 - Interrupção Sustentada > 1 minuto 0,0 pu 3.2 - Subtensão Sustentada > 1 minuto 0,8 - 0,9 pu 3.3 - Sobretensão Sustentada > 1 minuto 1,1 - 1,2 pu 4.0 - Desequilíbrio de Tensão regime permanente 0,5 - 2 % 5.0 - Distorção da Forma de Onda 5.1 - Nível CC regime permanente 0 - 0,1 % 5.2 - Harmônicos de ordem 0 - 100 regime permanente 0 - 20 % 5.3 - inter-harmônicos 0 - 6 kHz regime permanente 0 - 2 % 5.4 - "Notching" regime permanente 5.5 - Ruído faixa ampla regime permanente 0 - 1 % 6.0 - Flutuação de Tensão < 25 Hz intermitente 0,1 - 7 % 7.0 - Variação da Freqüência do Sistema < 10 s

FONTE: DELMONT, Odilon F º. “Qualidade de Energia do Brasil.” Universidade de São Paulo. Novembro-2002.

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Além das empresas, estudiosos vem propondo novas metodologias

para mensurar os indicadores de qualidade. Lima ; Tanure e Carvalho apresentam

uma metodologia baseada na regulação por comparação para estabelecer metas de

qualidade mensuradas pelos índices de continuidade. As empresas de distribuição

são induzidas a competir entre si, pois as metas são estabelecidas após a

comparação com outras empresas com características similares, (LIMA;TANURE;

CARVALHO, 2001).

De acordo com a Resolução ANEEL nº 24, as empresas serão

avaliadas a partir de conjuntos de unidades consumidoras, isto devido a inviabilidade

de se avaliar todo a extensão da área de atuação da concessionária. Esta

metodologia propõe justamente isto, uma Análise de ‘’Clusters‘’, ou seja, uma

análise de comparação entre conjuntos de unidades consumidoras formados pelas

concessionárias, segundo alguns atributos semelhantes : Área de cada conjunto

(km2), Extensão da rede primária (km), Potência instalada (kVA), Número de

consumidores e Consumo médio mensal (MWh),(LIMA; TANURE; CARVALHO,

2001).

Outra metodologia é a Análise de Blocos, proposta por Silva et al.

Os alimentadores são considerados blocos que de acordo com o seu

posicionamento e o da falha, recebem uma classificação. Para melhor exemplificar,

a figura abaixo servirá como base para demonstrar a classificação dos blocos

adotada na metodologia, (SILVA et al, 1992).

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FIGURA 03 – Configuração de Blocos.

FONTE: SILVA,E. S.; MANHÃES, L. R.; OLIVEIRA, P. R. P.; JOLY, S. V. Z. “Previsão de Confiabilidade de Alimentadores”. CPFL. Relatório Interno , 1992.

TABELA 03 – Classificação dos Blocos de acordo com a Falha.

BLOCO COM FALHA BLOCO / CLASSIFICAÇÃO

5 1, 2, 3 e 4 / Não Atingível (N) 2 1 / Restabelecível (R) 1 2, 3, 4 e 5 / Transferível (T) 2 2, 3, 4 e 5 / Irrestabelecível (IT) 1 1 / Irrestabelecível com espera de Transferência (IE)

FONTE: Elaborado pela Autora, baseado em SILVA,E. S.; MANHÃES, L. R.; OLIVEIRA, P. R. P.; JOLY, S. V. Z. “Previsão de Confiabilidade de Alimentadores”. CPFL. Relatório Interno , 1992.

Definida a classificação dos blocos, é determinado o tempo de

interrupção (TI) segundo as definições de tempo: Tempo de Conhecimento (TC),

Tempo de Preparo (TP), Tempo de Localização (TL), Tempo de Transferência (TT),

Tempo de Reparo (TR) e Tempo de Manobra para Volta da Configuração Original

(TV). E são estas classificações iniciais que determinam e diferenciam a metodologia

de cálculo dos indicadores de qualidade, (SILVA et al, 1992).

Enquanto a metodologia acima não é levada em consideração os

equipamentos de proteção da rede de distribuição, na metodologia proposta por

SIMÕES este fator é o principal elemento a ser considerado nas tomadas de

decisão. No cálculo, são considerados o tipo de equipamento, custos de aquisição,

instalação e manutenção durante a vida útil do mesmo. A regra de viabilidade

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determinada por Simões é que o custo total da implantação do equipamento seja

menor que a economia com a redução dos custos de interrupção, (SIMÕES, 1997).

Considero que a metodologia proposta por Dias seja a junção das

duas metodologias anteriores, onde ele utiliza-se de uma Análise de Blocos

considerando os equipamentos de proteção existentes na rede de distribuição

(Figura 04). Sendo assim o diferencial encontra-se na classificação dos

equipamentos de acordo com a capacidade de religamento, capacidade de

coordenação e seletividade, (DIAS, 2002).

FIGURA 04 – Configuração de Blocos do Alimentador Real.

FONTE: DIAS; Evaldo B. “Avaliação de Indicadores de Continuidade e seu Impacto no Planejamento de Sistemas de Distribuição.” Dissertação de Mestrado – Escola Politécnica da Universidade e São Paulo, 2002.

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2.1 RESOLUÇÃO ANEEL Nº 24

A Resolução ANEEL nº 24, de 27 de JANEIRO de 2000, estabelece

as disposições relativas a continuidade da distribuição de energia elétrica as

unidades consumidoras.

O critério utilizado para a formação de conjuntos de unidades

consumidoras é o de abranger toda a área atendida pela concessionária, ou ser

subdividido em conjuntos menores desde que as unidades consumidoras

encontrem-se em áreas contíguas. Estas configurações podem ser revisadas tanto

pela ANEEL quanto pela concessionária e as alterações terão vigência a partir do

mês de janeiro do ano subseqüente. No caso da concessionária propor novo

agrupamento de unidades consumidoras, a mesma deve evidenciar as vantagens

técnicas, econômicas e sociais e também disponibilizar para avaliação da ANEEL

um histórico de no mínimo três anos da configuração proposta.

Toda interrupção ocorrida no conjunto de unidade consumidora deve

ser registrada, transformada em indicadores de continuidade e mantida por um

período de cinco anos pela concessionária para uso da ANEEL ou dos

consumidores. Desde de 1º de janeiro de 2004 esses dados estão disponíveis em

meio magnético ou ótico e relacionados ao código de identificação de cada unidade

consumidora.

Os indicadores de continuidade devem ser apurados pela

concessionária levando–se em consideração as interrupções com duração maior ou

igual três minutos e/ou maior igual a hum minuto, de acordo com o tipo de

obrigatoriedade da concessionária e a partir de janeiro de 2005, todas as

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concessionárias deverão contemplar em seus indicadores de continuidade ambos os

tipos de duração.

Todas as interrupções que atingirem a unidade consumidora devem

ser consideradas no cálculo dos indicadores de qualidade, exceto falhas nas

instalações e interrupções decorrente de obras na unidade consumidora que não

provoquem interrupção em instalações de terceiros. Até as interrupções

programadas serão contabilizadas no cálculo. Todas as interrupções programadas

serão avisadas aos consumidores pela concessionária, da data da interrupção,

horário de início e término.

Será mensal o período de apuração do intervalo de tempo entre o

início e o fim da contabilização das interrupções ocorridas no conjunto de unidades

consumidoras considerado, o consumidor poderá acompanhar os indicadores de

continuidade do seu conjunto e individual através das publicações feitas em sua

fatura de energia elétrica e poderá entrar em contato com a concessionária para

efetuar reclamações relacionadas ao serviço de distribuição de energia elétrica,

sempre que achar necessário.

A metodologia utilizada pela ANEEL para o cálculo dos indicadores

de qualidade leva em consideração apenas o número de unidades consumidoras

atingidas, a duração da interrupção, a quantidade de interrupções no período

considerado, índice de eventos e total de unidades consumidoras no período de

apuração.

O valor do indicador de continuidade, trimestral ou anual, de cada

conjunto, será o quociente de uma operação de divisão, onde o numerador será o

somatório do produto dos valores mensais do indicador apurado com 2 (duas) casas

decimais, pelo número de unidades consumidoras informado em cada mês do

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período (trimestral ou anual); e o dominador será a média aritmética do numero de

unidades consumidoras informadas em cada mês do período (trimestral ou anual).

Para o cálculo do indicador de continuidade global será realizada

média ponderada dos indicadores DEC ou FEC enviados mensalmente a ANEEL,

utilizando – se como fator de ponderação o número de unidades consumidoras

existentes em cada conjunto no mês correspondente.

Em caso de racionamento de energia elétrica, os indicadores de

continuidade serão apurados de duas formas distintas: uma considerando o efeito do

racionamento sobre os valores finais dos indicadores e a outra desconsiderando o

referido efeito.

2.1.1 Critério da Correlação

Até 31 de dezembro de 2003 a concessionária pode apurar os

indicadores de continuidade de conjuntos, DEC e FEC, utilizando o critério de

correlação (unidade consumidora / potência instalada).

Para cada conjunto, o número de unidades consumidoras atingidas

por uma interrupção poderá ser calculado utilizando – se a equação:

Equação (1)

)()(*)()( iCmtiCbtrPbtuCbtuiPaiCa ++=

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36

Onde:

Ca (i) = Número de unidades consumidoras interrompidas em um

evento ( i ), no período de apuração;

I = Índice de eventos ocorridos no sistema que provocam

interrupções em uma ou mais unidades consumidoras;

Pa (i) = Potência instalada dos transformadores que alimentam as

cargas das unidades consumidoras atendidas em tensão até 1 kV, localizadas em

áreas urbanas, atingidas na interrupção (i);

Cbtu = Número de unidades consumidoras atendidas em tensão até

1 kV, conjunto considerado, localizadas em área urbana;

Pbtu = Potência instalada dos transformadores que alimentam as

cargas das unidades consumidoras atendidas em tensão até 1 kV, localizadas em

área urbana;

Cbtr (i) = Número de unidades consumidoras atendidas em

tensão até 1 kV, localizadas em áreas não urbanas, atingidas na interrupção (i);

Cmt (i) = unidades consumidoras atendidas em tensão nominal

superior a 1 kV e inferior a 230 kV, atingidas na interrupção (i).

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37

2.1.2 Duração Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora

(DEC)

Será utilizada a seguinte equação:

Equação (2)

Cc

i

ixtiCak

DEC 1

)()(

==

Onde:

DEC = Duração Equivalente de Interrupção por Unidade

Consumidora, expressa em horas e centésimos de hora;

Ca (i) = Número de unidades consumidoras interrompidas em um

evento (i), no período de apuração;

t (i) = Duração de cada evento (i), no período de apuração;

i = Índice de eventos ocorridos no sistema que provocam

interrupções em uma ou mais unidades consumidoras;

k = Número máximo de eventos no período considerado;

Cc = Número total de unidades consumidoras, do conjunto

considerado, no final do período de apuração.

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38

2.1.3 Freqüência Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora

(FEC)

Será utilizada a seguinte equação:

Cci

iCak

FEC 1)(

==

∑Equação (3)

Onde:

FEC = Freqüência Equivalente de Interrupção Unidade

Consumidora, expressa em número de interrupções e centésimos do número de

interrupções;

Ca (i) = Número de unidades consumidoras interrompidas em um

evento (i), no período de apuração;

t (i) = Duração de cada evento (i), no período de apuração;

i = Índice de eventos ocorridos no sistema que provocam

interrupções em uma ou mais unidades consumidoras;

k = Número máximo de eventos no período considerado;

Cc = Número total de unidades consumidoras, do conjunto

considerado, no final do período de apuração.

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39

2.2 PROGRAMA “CAÇA AO RISCO”

O programa foi criado pelo Técnico de Segurança do Trabalho da

COPEL/Litoral, Jurandir Pimentel Barboza, com o objetivo principal de prevenir

acidentes na rede de distribuição de energia elétrica, tanto acidentes do trabalho

quanto acidentes com energia elétrica envolvendo a comunidade e também prevenir

descontinuidade do fornecimento de energia elétrica. O programa é utilizado em toda

a empresa (COPEL), mas esta avaliação se restringe a COPEL/Litoral.

A metodologia do programa consiste no preenchimento de um

documento, o “Caça ao Risco”, pelo colaborador quando for detectada uma situação

de anormalidade na rede de distribuição de energia elétrica, que previamente

analisada pelo colaborador possa levar a um provável acidente e também que a

execução do reparo não seja de sua competência.

O “Caça ao Risco” é composto de duas partes: formulário (Anexo 1),

que contém todas as informações necessárias para identificação do problema e o

croqui (Anexo 2), que mostra o local exato do problema. Após o preenchimento dos

itens acima o programa segue um fluxograma de responsabilidades (Anexo 3) até

que o problema seja solucionado.

O programa “Caça ao Risco” foi implantado em 1998 em toda a

COPEL/Litoral que compreende os municípios de Paranaguá, Pontal do Paraná,

Matinhos, Antonina, Morretes, Guaraqueçaba, Guaratuba e Ilhas do Litoral. Uma

avaliação feita por Barboza, no início de 2002 após quatro anos da implantação do

programa, constatou-se que existiam alguns itens de maior incidência de problemas

relatados.

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40

TABELA 04 – Maior Índice de Incidências de Problemas na Rede de Distribuição de Energia Elétrica.

DESCRIÇÃO RESUMIDA DO PROBLEMA

FREQÜÊNCIA DA

OCORRÊNCIA ÁRVORE NA REDE DE DISTRIBUIÇÃO 36,00% CAIXA DE ENTRADA DE SERVIÇO 24,00% OBJETOS NA REDE DE DISTRIBUIÇÃO 10,00% POSTE DANIFICADO 8,00% CHAVE FUSÍVEL DANIFICADA 7,00% CRUZETA DANIFICADA 5,00% ISOLADOR DANIFICADO 5,00% REX DANIFICADO 3,00% OUTROS 2,00% FONTE: BARBOZA; Jurandir P. “Programa Caça ao Risco.’’ COPEL/Litoral,2002.

Segundo Barboza, foram solucionados 51,63% dos casos

levantados pelo “Caça ao Risco” no período de 2000/2001 na COPEL/Litoral e foram

evitados 508 possíveis acidentes de trabalho, acidentes com terceiros e

desligamentos acidentais. Uma das avaliações também levantada por ele é que

estas atitudes de manutenção preventiva refletiram na redução dos indicadores de

qualidade DEC e FEC no município de Paranaguá neste período; em 2000, os

índices anuais dos indicadores DEC e FEC foram de 14,78h e 14,49

interrupções/ano, respectivamente e em 2001 o índice anual foi de 10,31h e 8,74

interrupções/ano, respectivamente.

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41

2.3 Qualidade de Energia no Brasil

A qualidade da energia impacta diretamente em diferentes setores

econômicos, o gráfico 01 mostra os custos associados a interrupções elétricas de

até 1 minuto para alguns setores.

GRÁFICO 01 – Impactos econômicos da qualidade da energia. FONTE: DELMONT, Odilon F º. “Qualidade de Energia do Brasil.” Universidade de São Paulo. Novembro-2002.

No Brasil desde 1996 vem sendo verificada, através dos indicadores

de qualidade (DEC e FEC) contabilizados pelas concessionárias, uma melhoria na

qualidade do fornecimento de energia elétrica.

Os gráficos 02 e 03 representam os valores médios anuais dos

indicadores de qualidade DEC e FEC de 1996 á 2002.

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42

GRÁFICO 02 – DEC no Brasil de 1996 á 2002. FONTE: Indicadores de Qualidade – ANEEL, disponível em www.aneel.gov.br , acesso em setembro 2003.

GRÁFICO 03 – FEC no Brasil de 1996 á 2002.

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43

FONTE: Indicadores de Qualidade – ANEEL, disponível em www.aneel.gov.br , acesso em setembro 2003.

O valor do DEC sofreu uma redução de 36.48% e o FEC redução de

33.54%, no período de 1996 á 2001, este fato deve-se aos investimentos na

fiscalização e monitoração dos indicadores de qualidade por parte da ANEEL

forçando a concessionária a investir em treinamento e tecnologia para cumprir as

metas do atendimento de qualidade. No ano de 2002 ambos os indicadores sofreram

leve aumento, o DEC de 9.05% e o FEC de 1.92%, este fato não chega a ser

preocupante mas começa a demonstrar que o atendimento de qualidade requer

investimentos não só na fiscalização, monitoração de dados e manutenção corretiva,

mas também na manutenção preventiva da rede de distribuição.

O Brasil é subdividido em cinco regiões para análise de qualidade de

energia: Norte, Centro-Oeste, Nordeste, Sudeste e Sul.

REGIÃO SUL

REGIÃO SUDESTE

REGIÃO NORDESTE

REGIÃO CENTRO-OESTE

REGIÃO NORTE

FIGURA 05 – Divisão Regional do Brasil pela ANEEL.

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44

FONTE: Adaptado pela Autora, baseado em Indicadores de Qualidade – ANEEL, disponível em www.aneel.gov.br , acesso em setembro 2003.

Os dados para a elaboração dos gráficos 04 e 05 foram retirados do

site da ANEEL e agrupados de forma a facilitar a visualização da situação de cada

região. Estes gráficos representam as médias anuais do DEC e FEC de 1996 á

2002.

DEC por REGIÃO

020406080

100120140160180

NORTE CENTRO-OESTE

NORDESTE SUDESTE SUL

1996199719981999200020012002

GRÁFICO 04 – DEC por Região no Brasil de 1996 á 2002. FONTE: Elaborado pela Autora, baseado em Indicadores de Qualidade – ANEEL, disponível em www.aneel.gov.br , acesso em setembro 2003.

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45

FEC por REGIÃO

0

20

40

60

80

100

120

NORTE CENTRO-OESTE

NORDESTE SUDESTE SUL

1996199719981999200020012002

GRÁFICO 05 – FEC por Região no Brasil de 1996 á 2002. FONTE: Elaborado pela Autora, baseado em Indicadores de Qualidade – ANEEL, disponível em www.aneel.gov.br , acesso em setembro 2003.

Fazendo uma análise análoga a utilizada na determinação da

evolução DEC e FEC para o Brasil, considerando em % a redução dos valores dos

indicadores de qualidade DEC e FEC no período de 1996 á 2002, pode-se observar

que a Região Centro-Oeste obteve melhor desempenho com redução de 54.77% no

DEC e 60.47% no FEC e a Região Sul obteve o pior desempenho com redução de

21.53% no DEC e 26.65% no FEC. As tabelas 05 e 06 representam de forma mais

clara o desempenho de cada região mostrado nos gráficos 04 e 05.

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46

TABELA 05 – Redução do DEC por Região no Brasil de 1996 á 2002. DEC – REDUÇÃO EM %

PERÍODO NORTE CENTRO-OESTE NORDESTE SUDESTE SUL

1996-2002 51,45% 54,77% 31,34% 31,60% 21,53%FONTE: Elaborado pela Autora, baseado em Indicadores de Qualidade – ANEEL, disponível em www.aneel.gov.br , acesso em setembro 2003.

TABELA 06 – Redução do FEC por Região no Brasil de 1996 á 2002. FEC – REDUÇÃO EM %

PERÍODO NORTE CENTRO-OESTE NORDESTE SUDESTE SUL

1996-2002 44,88% 60,97% 31,70% 31,31% 26,65%FONTE: Elaborado pela Autora, baseado em Indicadores de Qualidade – ANEEL, disponível em www.aneel.gov.br , acesso em setembro 2003.

Esta análise nos dá uma falsa avaliação da região porque

estratificando os dados percebe-se que a região de pior desempenho é a Região

Norte e a de melhor desempenho é a Região Sudeste que desde 1996 mantém uma

média anual de DEC e FEC menor que as demais regiões.

Nas tabelas 07 e 08 estão detalhados os valores do DEC e FEC a

cada ano por região, para facilitar a visualização foi destacado em azul o ano de

melhor desempenho de cada região e em vermelho o pior desempenho da Região

Sudeste que será a referência da próxima análise.

TABELA 07 – Médias Anuais do DEC por Região no Brasil de 1996 á 2002. DEC - MÉDIAS ANUAIS

PERÍODO NORTE CENTRO-OESTE NORDESTE SUDESTE SUL 1996 76,89 43,64 35,26 18,29 25,08 1997 158,6 28,96 35,73 16,65 22,96 1998 93,96 28,3 35,61 15,17 20,59 1999 52,48 23,82 27,11 13,82 18,86 2000 41,89 20,55 27,7 10,06 18,52 2001 34,14 20,35 25,49 9,62 18,47 2002 37,33 19,74 24,21 12,51 19,68

FONTE: Elaborado pela Autora, baseado em Indicadores de Qualidade – ANEEL, disponível em www.aneel.gov.br , acesso em setembro 2003.

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47

TABELA 08 – Médias Anuais do FEC por Região no Brasil de 1996 á 2002. FEC - MÉDIAS ANUAIS

PERÍODO NORTE CENTRO-OESTE NORDESTE SUDESTE SUL 1996 75,67 57,52 25,9 12,84 24,13 1997 105,78 34,58 24,93 12,96 22,52 1998 73,31 36,43 25,14 12,02 19,06 1999 54,88 29,99 21,78 10,8 18,27 2000 45,46 23,4 20,75 8,81 16,21 2001 39,29 24,02 18,55 8,44 16,56 2002 41,71 22,45 17,69 8,82 17,7

FONTE: Elaborado pela Autora, baseado em Indicadores de Qualidade – ANEEL, disponível em www.aneel.gov.br , acesso em setembro 2003.

O pior desempenho da Região Sudeste de 18.29 para o DEC (1996)

e de 12.96 para o FEC (1997) são ainda menores que o melhor desempenho das

demais regiões. Comparando-os observa-se que a média anual do DEC é 46.43%

menor que a Região Norte, 7.35% menor que a Região Centro-Oeste, 24.45%

menor que a Região Nordeste e 0.97% menor que a Região Sul. Fazendo a mesma

análise para o FEC a média anual é 67.01% menor que a Região Norte, 42.27%

menor que a Região Centro-Oeste, 26.74% menor que a Região Nordeste e 20.05%

menor que a Região Sul.

Agora analisando apenas a evolução de desempenho da Região

Sudeste verifica-se uma redução de 47.40% para o DEC e de 34.88% para o FEC,

comparando os dados de pior e melhor desempenho no período de 1996 á 2002. Se

na análise anterior as diferenças entre o pior desempenho da Região Sudeste e o

melhor desempenho das demais regiões mostraram-se significativas com esta

redução pode-se confirmar que a Região Sudeste é a região que apresenta melhor

desempenho dos indicadores de qualidade do Brasil.

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48

Quanto á região de pior desempenho, pode-se justificar a escolha da

Região Norte apenas observando que o seu melhor desempenho de 34.14 para o

DEC e 39.29 para o FEC é muito próximo do pior desempenho das demais regiões;

ou detalhando ainda mais; comparando a média anual do DEC de melhor

desempenho de cada região com o da Região Norte, temos que a Região Centro-

Oeste é 42.18% menor, a Região Nordeste é 29.09% menor, a Região Sudeste é

71.82% menor e a Região Sul é 45.90% menor. Fazendo a mesma análise para o

FEC temos que a Região Centro-Oeste é 42.86% menor, a Região Nordeste é

54.98% menor, a Região Sudeste é 78.52% menor e a Região Sul é 58.74% menor.

2.4 Caracterização da Região de Estudo

Neste item pretende-se avaliar a qualidade de energia de forma a

caracterizar a região de estudo segundo os indicadores de qualidade DEC e FEC.

Para classificar o desempenho do Estado do Paraná foi feito um

comparativo entre os indicadores de qualidade DEC e FEC da Região Sul que é

subdividida em três estados: Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

PARANÁ

SANTA CATARINA

RIO GRANDE DO SUL

FIGURA 06 – Divisão da Região Sul por Estados. FONTE: Adaptado pela Autora, baseado em Indicadores de Qualidade – ANEEL, disponível em www.aneel.gov.br , acesso em setembro 2003.

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49

Os dados para a elaboração dos gráficos 06 e 07 foram retirados do

site da ANEEL e agrupados de forma a facilitar a visualização da situação de cada

estado. Está representado em cada um deles a média anual por estado dos

indicadores de qualidade DEC e FEC, respectivamente.

DEC por Estado da Região Sul

05

10152025303540

PARANÁ SANTA CATARINA RIO GRANDE DOSUL

1996199719981999200020012002

GRÁFICO 06 – DEC por Estado da Região Sul de 1996 á 2002. FONTE: Elaborado pela Autora, baseado em Indicadores de Qualidade – ANEEL, disponível em www.aneel.gov.br , acesso em setembro 2003.

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50

FEC por Estado da Região Sul

0

5

10

15

20

25

30

35

PARANÁ SANTA CATARINA RIO GRANDE DOSUL

1996199719981999200020012002

GRÁFICO 07 – FEC por Estado da Região Sul de 1996 á 2002. FONTE: Elaborado pela Autora, baseado em Indicadores de Qualidade – ANEEL, disponível em www.aneel.gov.br , acesso em setembro 2003.

Analisado a distribuição gráfica de cada estado percebe-se que

existe um equilíbrio que dificulta a identificação do que apresenta pior ou melhor

desempenho de qualidade, mas levando em consideração que o Estado do Paraná

manteve as mais baixas médias anuais, ele poderia ser classificado como o de

melhor desempenho. Agora o de pior desempenho fica a dúvida entre os Estados de

Santa Catarina e do Rio Grande do Sul.

Para eliminar as dúvidas, foram desenvolvidas as tabelas 09 e 10

que mostram a redução em % do DEC e FEC respectivamente; e as tabelas 11 e 12

que mostram a média do período de 1996 á 2002, como conclusão, obtemos que o

Estado de Santa Catarina apresenta pior desempenho em relação ao DEC e o

Estado do Rio Grande do Sul apresenta o pior desempenho em relação ao FEC. O

Paraná é o estado de melhor desempenho da qualidade pois manteve as menores

médias de DEC e FEC.

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51

TABELA 09 – Redução do DEC por Estado de 1996 á 2002. DEC – REDUÇÃO EM %

PERÍODO PARANÁ SANTA CATARINA RIO GRANDE DO SUL 1996-2002 14,28 26,16 23,48

FONTE: Elaborado pela Autora, baseado em Indicadores de Qualidade – ANEEL, disponível em www.aneel.gov.br , acesso em setembro 2003.

TABELA 10 – Redução do FEC por Estado de 1996 á 2002. FEC – REDUÇÃO EM %

PERÍODO PARANÁ SANTA CATARINA RIO GRANDE DO SUL 1996-2002 14,91 18,55 23,31

FONTE: Elaborado pela Autora, baseado em Indicadores de Qualidade – ANEEL, disponível em www.aneel.gov.br , acesso em setembro 2003.

TABELA 11 – DEC Média do Período de 1996 á 2002 por Estado. DEC – MÉDIA DO PERÍODO

PERÍODO PARANÁ SANTA CATARINA RIO GRANDE DO SUL 1996-2002 14,28 26,16 23,48

FONTE: Elaborado pela Autora, baseado em Indicadores de Qualidade – ANEEL, disponível em www.aneel.gov.br , acesso em setembro 2003.

TABELA 12 – FEC Média do Período de 1996 á 2002 por Estado. FEC – MÉDIA DO PERÍODO

PERÍODO PARANÁ SANTA CATARINA RIO GRANDE DO SUL 1996-2002 14,91 18,55 23,31

FONTE: Elaborado pela Autora, baseado em Indicadores de Qualidade – ANEEL, disponível em www.aneel.gov.br , acesso em setembro 2003.

O fornecimento de energia no Estado do Paraná é feito por quatro

concessionárias: Companhia Força e Luz do Oeste (CFLO), Companhia

Campolarguense de Energia (COCEL), Força e Luz Coronel Vivida (FORCEL) e

Companhia Paranaense de Energia (COPEL) que atende a maior parte do Estado.

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52

CFLO Companhia Força e Luz do Oeste

COCEL Companhia Campolarguense de Energia

COPEL Companhia Paranaense de Energia

CORONEL_VIVIDA Força e Luz Coronel Vivida Ltda.

FIGURA 07 – Divisão do Estado do Paraná por Concessionária. FONTE: Adaptado pela Autora, baseado em Indicadores de Qualidade – ANEEL, disponível em www.aneel.gov.br , acesso em setembro 2003.

A ANEEL além dos indicadores de qualidade contratou consultores

da UFPR para desenvolver uma pesquisa de satisfação do cliente que tem por

objetivo avaliar a impressão que o consumidor tem em relação aos serviços

prestados e à eficiência da concessionária no momento de prestar informações e

atender o cliente. O Instituto Vox Populi, contratado pela ANEEL, entrevistou 300

consumidores por empresa, num total de 18.600 questionários aplicados no período

de 01/01/2001 á 31/03/2001, segundo dados retirados do site da ANEEL.

Os municípios, da região da COPEL, que participaram da entrevista

foram: Ampere, Araucária, Campina da Lagoa, Curitiba, Godoy Moreira, Ipiranga,

Londrina, Nova Olímpia, Rio Azul, São José das Palmeiras, São Sebastião da

Amoreira e Santo Antônio da Platina. No site não mostra a quantidade de

consumidores entrevistadas em cada município, apenas o total da empresa (300

consumidores).

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53

O resultado da pesquisa é subdividido em três categorias:

concessionárias com menos de 400.000 consumidores (Categoria A),

concessionárias de 400.000 á 1.000.000 de consumidores (Categoria B) e

concessionárias com mais de 1.000.000 de consumidores (Categoria C).

As tabelas 13 e 14 mostram o resultado da pesquisa de satisfação

do cliente das Categorias A e C, respectivamente. A CFLO, a COCEL e a

CORONEL_VIVIDA (FORCEL) encontram-se na Categoria A e a COPEL na

Categoria C, todas destacadas em azul para melhor visualização.

Na Categoria A: a COCEL ocupa a 18ª posição do ranking de

satisfação do cliente com 1.5 reclamações por 10.000 consumidores, a FORCEL

ocupa a 21ª posição com 1.96 reclamações e a CFLO do Estado do Paraná não

aparece na classificação apenas a CFLO do Estado de São Paulo.

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54

TABELA 13–Índice-2001 Qualidade de Atendimento – Categoria A até 400.000 consumidores.

CATEGORIA A - CONCESSIONARIAS C/ MENOS DE 400.000 CONSUMIDORES

Índice de Qualidade de Atendimento

Posição Empresa Reclamação Consumidores Reclamações por 10.000

% Reclamações do Total Geral

1º PUTINGA - RS - 1.240 0,00 0,00% 1º CPEE - SP - 40.413 0,00 0,00% 1º ELETROCAR - RS - 27.374 0,00 0,00% 1º XANXERÊ - SC - 21.773 0,00 0,00% 1º JOÃO CESA - SC - 1.966 0,00 0,00% 1º EFLUL - SC - 3.400 0,00 0,00% 2º SULGIPE - SE 2 74.095 0,27 0,01% 3º DEMEI - RS 1 22.083 0,45 0,00% 4º ENERGIPE -SE 20 385.521 0,52 0,06% 5º CLFSC - SP 8 139.836 0,57 0,03% 6º CELB - PB 8 118.276 0,68 0,03% 7º CEA - AP 7 97.595 0,72 0,02% 8º UHENPAL - RS 1 11.990 0,83 0,00% 9º CNEE - SP 7 76.221 0,92 0,02%

10º HIDROPAN - RS 1 10.694 0,94 0,00% 11º EEB - SP 8 83.686 0,96 0,03% 12º CEAM - AM 16 140.127 1,14 0,05% 13º EEVP - SP 15 127.165 1,18 0,05% 14º DME/PC - MG 6 49.055 1,22 0,02% 15º CHESP - GO 3 23.352 1,28 0,01% 16º ELETROACRE - AC 15 105.076 1,43 0,05% 17º ELFSM - ES 8 55.681 1,44 0,03% 18º COCEL - PR 4 26.746 1,50 0,01% 19º CAT LEO - MG 41 265.394 1,54 0,13% 20º MUXFELDT - RS 1 5.117 1,95 0,00% 21º FORCEL - PR 1 5.095 1,96 0,00% 22º CAIUÁ - SP 35 165.332 2,12 0,11% 23º BOA VISTA - RR 14 49.104 2,85 0,05% 24º CER - RR 5 16.858 2,97 0,02% 25º CERON - RO 93 289.391 3,21 0,30% 26º CENF - RJ 27 70.136 3,85 0,09% 27º ME - AM 130 289.387 4,49 0,42% 28º CFLO - SP 18 37.075 4,86 0,06% 29º CLFM - SP 21 31.790 6,61 0,07% 30º CJE - SP 16 22.135 7,23 0,05% 31º CELTINS - TO 174 228.896 7,60 0,56% 32º CSPE - SP 49 52.802 9,28 0,16%

Total 755 3.171.877 FONTE: Indicadores de Qualidade – ANEEL, disponível em www.aneel.gov.br , acesso em setembro 2003.

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55

Na categoria C: a COPEL ocupa a 5ª posição do ranking de

satisfação do cliente, com 2.97 reclamações por 10.000 clientes.

TABELA 14 – Índice-2001 Qualidade de Atendimento –Categoria C ≥ 1.000.000 consumidores.

CATEGORIA C - CONCESSIONARIAS ACIMA DE 1.000.000 CONSUMIDORES

Índice de Qualidade de Atendimento

Posição Empresa Reclamação Consumidores Reclamações por 10.000

% Reclamações do Total Geral

1º CEMAR - MA 166 1.013.455 1,64 0,54% 2º CEEE - RS 187 1.107.997 1,69 0,61% 3º CELPE - PE 462 2.020.291 2,29 1,50% 4º CELESC - SC 460 1.725.914 2,67 1,49% 5º COPEL - PR 848 2.851.406 2,97 2,75% 6º CELPA - PA 511 1.013.614 5,04 1,66% 7º ELETROPAUL - SP 2.374 4.671.766 5,08 7,70% 8º CELG - GO 869 1.553.413 5,59 2,82% 9º EBE - SP 1.428 2.187.949 6,53 4,63% 10º COELBA - BA 2.183 2.809.170 7,77 7,08% 11º COELCE - CE 1.584 1.816.594 8,72 5,14% 12º CEMIG - MG 4.828 5.170.224 9,34 15,67% 13º LIGHT - RJ 3.716 3.330.505 11,16 12,06% 14º ELEKTRO - SP 1.859 1.646.218 11,29 6,03% 15º CPFL - SP 3.371 2.757.016 12,23 10,94% 16º CERJ - RJ 2.004 1.589.518 12,61 6,50%

Total 26.850 37.265.050 87,13% FONTE: Indicadores de Qualidade – ANEEL, disponível em www.aneel.gov.br , acesso em setembro 2003.

Segundo pesquisa do Balanço Energético feita pelo Banco Nacional

de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a COPEL encontra-se em 2º

lugar em percentual de perdas de energia no ano de 2000. Esta classificação se dá

pela divisão em grupos, e a COPEL encontra-se no Grupo II – MISTA que

compreende as concessionárias geradoras e distribuidoras. A tabela 15 mostra o

percentual de perdas de energia referente ao ano de 2000 das concessionárias do

Grupo II – MISTA.

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56

TABELA 15 – Balanço Energético de 2000 – Grupo II - MISTA. BALANÇO ENERGÉTICO - 2000

GRUPO II - MISTA POSIÇÃO CONCESSIONÁRIA % PERDAS DE ENERGIA

1 ELETRO NORTE 5.9 2 COPEL 6.7 3 CEEE 8.2 4 CEMIG 8.4

FONTE: Indicadores de Qualidade – ANEEL, disponível em www.aneel.gov.br , acesso em setembro 2003.

Em relação aos indicadores de qualidade DEC e FEC, a COPEL

também assume a 2ª posição no ranking de 2000, segundo dados do Caderno de

Infra-Estrutura do BNDES. As tabelas 16 e 17 mostram o ranking de 2000 dos

indicadores de qualidade DEC e FEC do Grupo II – MISTA, respectivamente.

TABELA 16 – DEC de 2000 – Grupo II - MISTA. DEC - 2000

GRUPO II - MISTA POSIÇÃO CONCESSIONÁRIA DEC

1 CEMIG 9.98 2 COPEL 13.76 3 CEEE 22.72 4 ELETRO NORTE (Boa Vista) 25.02 5 ELETRO NORTE (Boa Vista) 36.00

FONTE: Indicadores de Qualidade – ANEEL, disponível em www.aneel.gov.br , acesso em setembro 2003.

TABELA 17 – FEC de 2000 – Grupo II - MISTA. FEC - 2000

GRUPO II - MISTA POSIÇÃO CONCESSIONÁRIA DEC

1 CEMIG 6.55 2 COPEL 13.44 3 CEEE 19.69 4 ELETRO NORTE (Boa Vista) 35.45 5 ELETRO NORTE (Boa Vista) 47.42

FONTE: Indicadores de Qualidade – ANEEL, disponível em www.aneel.gov.br , acesso em setembro 2003.

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57

3 METODOLOGIA

Para efeitos deste trabalho as terminologias e conceitos utilizados

são os mesmos definidos no Art. 3º da Resolução ANEEL nº 24/2000 (Anexo 4).

As informações que servirão como base para avaliação da situação

dos indicadores de qualidade DEC e FEC foram retiradas do site da ANEEL e as

informações referentes a região de estudo COPEL/Curitiba foram solicitadas através

de ofício (Apêndice 1) a área de qualidade da COPEL.

3.1 Da Determinação da Área de Estudo

A avaliação da qualidade do fornecimento de energia elétrica foi

realizada através dos indicadores de qualidade DEC e FEC, utilizando planilhas e

gráficos, partindo do ponto de vista macro da situação até a determinação da área

de pior índice de qualidade.

A tabela 18 foi elaborada com dados retirados do site da ANEEL e é

utilizada como referência para a análise da área de pior índice. Para esta análise foi

levado em consideração os indicadores de qualidade DEC e FEC referentes ao

período de janeiro de 2002 a junho de 2003 e observado a ultrapassagem ou maior

aproximação das metas já estabelecidas para os subconjuntos da COPEL/Curitiba.

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58

TABELA 18 –Meta mensal do DEC e FEC da COPEL/Curitiba por subconjunto.

Subconjunto DEC Padrão FEC Padrão

CURITIBA ALTO DA GLÓRIA 2,1 2,1

CURITIBA ATUBA 3,6 4,5

CURITIBA BOQUEIRÃO 2,7 2,7

CURITIBA CENTRO 2,5 2

CURITIBA CIDADE INDUSTRIAL 3 2,7

CURITIBA MERCÊS/BATEL 2,5 2

CURITIBA PINHEIRINHO 3,6 3,9

CURITIBA PORTÃO 2,5 2,1

CURITIBA SANTA FELICIDADE 4,8 4,8

CURITIBA UBERABA 3,9 4,2 FONTE: Indicadores de Qualidade – ANEEL, disponível em www.aneel.gov.br , acesso em setembro 2003.

A região COPEL/Curitiba é subdividida conforme tabela 18, e a área

de pior índice escolhida compreende apenas um dos subconjuntos de Curitiba: Alto

da Glória, Atuba, Boqueirão, Centro, Cidade Industrial, Mercês/Batel, Pinheirinho,

Portão, Santa Felicidade e Uberaba.

3.2 Da elaboração do objeto de pesquisa

O período da coleta de dados no conjunto estudado foi de um mês,

ou seja, no mês de janeiro de 2004, foi percorrido todo o alimentador que atende o

conjunto estudado, para identificar alguns problemas na rede de distribuição que

apresentam riscos de interrupção no fornecimento de energia elétrica e sejam

passíveis de manutenção preventiva; também foram identificados casos que não

apresentam riscos de interrupções.

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59

Neste levantamento de campo foi seguida uma metodologia análoga

à utilizada no Programa “Caça ao Risco”, onde foi utilizado: formulário (Apêndice 2),

que contém a foto do local escolhido para estudo, data, endereço e breve descrição

do local detalhando, o problema caso ele exista; croqui (Apêndice 3), com a

localização exata do local escolhido para estudo.

Foram fotografados 80 casos diferentes, onde 50 apresentam risco

de interrupção no fornecimento de energia elétrica e 30 não apresentam risco algum,

Grupo 1 - Risco e Grupo 2 - Engano, respectivamente. Todos os casos fotografados

estão presentes neste trabalho separados de acordo com o grupo de classificação

determinada acima e com uma breve descrição do problema caso ele exista.

Para elaboração do objeto de pesquisa serão escolhidos oito casos

dentre os 80 fotografados que representam 10% do total levantado: cinco locais do

Grupo 1 – Risco e três locais do Grupo 2 – Engano. Apenas estes oito locais

selecionados serão apresentados neste trabalho de forma detalhada, ou seja

utilizando a metodologia análoga ao Programa “Caça ao Risco” descrita

anteriormente.

Visando avaliar até que ponto o consumidor leigo poderá ajudar na

identificação de um problema passível de manutenção preventiva pela

concessionária, fez-se uma prévia análise da dificuldade de identificação do

problema por um leigo dos casos levantados em campo, ou seja, tomou-se um grupo

de pessoas da área afim e cada uma delas opinou qual dos casos o consumidor

leigo teria mais e menos dificuldade de percepção do problema.

O grupo utilizou como critério de avaliação a sua percepção em

relação ao dia a dia do consumidor: árvores e objetos na rede de distribuição como

fácil percepção e problemas de ordem técnica como difícil percepção.

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60

Baseando-se na Tabela 04 que representa um levantamento real

dos problemas mais freqüentes encontrados na rede de distribuição e na

classificação de fácil e difícil percepção, foram escolhidas as cinco fotos do Grupo 1

– Risco: uma de árvore na rede de distribuição (Fácil percepção), uma de entrada de

serviço (Difícil percepção), uma de objeto na rede de distribuição (Fácil percepção),

uma de cruzeta danificada (Difícil percepção) e uma de chave fusível (Fácil

percepção).

Os três casos do Grupo 2 – Enganos foram escolhidos pelo mesmo

grupo de pessoas que escolheu os casos do Grupo 1 – Riscos, cada pessoa do

grupo escolheu três situações utilizando o critério de indução ao erro, ou seja,

situações que parecem apresentar risco mas na realidade não apresentam risco no

fornecimento de energia elétrica. Os três mais votados foram os escolhidos.

O objeto de pesquisa (Apêndice 4) contém o nome do consumidor,

data, tipo de moradia, nível de escolaridade, as oito fotos selecionadas e a pergunta

“Qual(ais) das situações abaixo você acredita que irá causar um problema na rede

da COPEL deixando faltar energia elétrica em sua casa?”.

3.3 Da determinação da amostra da pesquisa

A ANEEL contratou o Instituto Vox Populi para aplicar uma pesquisa

de satisfação do cliente elaborada pela Universidade Federal do Paraná (UFPR),

com o intuito de averiguar a impressão que o consumidor tem em relação aos

serviços prestados e a eficiência da concessionária em prestar informações e

atender ao cliente.

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61

A amostra considerada como válida foi de 300 consumidores por

empresa, o que para a COPEL significa uma população de 0,01% do total de

consumidores atendidos pela concessionária.

Como este estudo de caso compreende apenas um subconjunto da

região da COPEL/Curitiba, não seria coerente aplicar proporcionalidade na

determinação da amostra, pois a quantidade de consumidores seria insignificante.

Desta forma adota-se para este trabalho um valor aproximado da amostra utilizada

como válida pela ANEEL para determinação da satisfação do cliente.

Estes consumidores são residenciais atendidos em BT, divididos por

tipo de moradia: 50% consumidores que residem em casa e 50% consumidores que

residem em apartamento. Todos os consumidores participantes da pesquisa residem

próximo aos locais fotografados no levantamento de campo.

3.4 Da análise dos dados da pesquisa

Todos os dados da pesquisa foram quantificados separados e de

três formas diferentes: considerando apenas o número de votos de cada foto; depois

o tipo de moradia e por último o nível de escolaridade.

A primeira análise avalia quantos votos obteve cada foto dentro da

amostra e verifica qual a porcentagem de consumidores consegue distinguir os

locais que realmente apresentam risco de interrupção no fornecimento de energia

elétrica.

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62

A segunda análise considera o tipo de moradia do consumidor,

espera-se encontrar uma correlação entre a percepção da realidade em que se vive

com os locais que apresentam risco de interrupção no fornecimento de energia

elétrica.

A terceira análise baseia-se no nível de escolaridade do consumidor

e espera-se identificar se o grau de instrução influencia na percepção dos locais que

apresentam risco de interrupção no fornecimento de energia elétrica.

A partir destes levantamentos pôde ser concluído, para este estudo

de caso, o grau de percepção do consumidor em relação aos riscos de interrupção

do fornecimento de energia elétrica como primeiro passo para a redução dos

indicadores de qualidade (DEC e FEC).

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63

4 ESTUDO DE CASO

4.1 Determinação da Área de Estudo

A cidade determinada para o estudo de caso é a cidade de Curitiba

que é atendida pela concessionária COPEL. A COPEL/CURITIBA é subdividida em

dez subconjuntos: Alto da Glória, Atuba, Boqueirão, Centro, Cidade Industrial,

Mercês/Batel, Pinheirinho, Portão, Santa Felicidade e Uberaba.

De acordo com a metodologia proposta foi levado em consideração

os indicadores de qualidade DEC e FEC referentes ao período de janeiro de 2002 á

junho de 2003 e observado a ultrapassagem ou maior aproximação das metas já

estabelecidas para os conjuntos da COPEL/Curitiba (Tabela 18).

Os gráficos 08, 09, 10 e 11 mostram o resultado final da análise dos

dados retirados do site da ANEEL. O primeiro período de análise está compreendido

entre janeiro á dezembro de 2002 (Gráficos 08 e 09) e o segundo período de janeiro

á junho de 2003 (Gráficos 10 e 11).

Os resultados finais foram obtidos por meio dos seguintes cálculos:

percentual mensal atingido considerando as metas contidas na Tabela 18, para cada

subconjunto COPEL/Curitiba; somatório dos percentuais mensais do período em

análise para cada subconjunto e somatório dos percentuais mensais do período em

análise de todos os subconjuntos. Após obtenção destes valores considerou-se o

segundo somatório como 100% e a partir dele calculou-se o percentual de

contribuição de cada subconjunto utilizando os valores do primeiro somatório.

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64

No ranking de contribuição para o aumento do valor final do DEC da

região COPEL/Curitiba, no período de análise de janeiro á dezembro de 2002, temos

em 1º lugar o subconjunto Cidade Industrial com 14,83%, em 2º lugar o subconjunto

Portão com 14,38% e 3º lugar o subconjunto Atuba com 14,06%, para FEC temos

em 1º lugar o subconjunto Portão com 16,77%, em 2º lugar o subconjunto Boqueirão

com 13,28% e 3º lugar o subconjunto Cidade Industrial com 13,22%.

Analisando estas informações os subconjuntos Cidade Industrial e

Portão, são considerados os dois maiores contribuintes para o aumento dos

indicadores de qualidade DEC e FEC.

DEC - 2002

14,83%

14,38%

14,06%

13,92%

11,24%

8,80%

7,70%

7,41%

7,38% 0,27%

CIDADE INDUSTRIAL PORTÃO ATUBA BOQUEIRÃO PINHEIRINHO SANTA FELICIDADE MERCÊS/BATEL ALTO DA GLÓRIA UBERABA CENTRO

GRÁFICO 08 –Análise do DEC janeiro á dezembro de 2002 por subconjunto COPEL/Curitiba. FONTE: Elaborado pela Autora, baseado em Indicadores de Qualidade – ANEEL, disponível em www.aneel.gov.br , acesso em setembro 2003.

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65

FEC - 2002

16,77%

13,28%

13,22%

12,17%

11,10%

10,03%

9,11%

8,26%

5,19%

0,85%

PORTÃO BOQUEIRÃO CIDADE INDUSTRIAL ATUBA PINHEIRINHO SANTA FELICIDADE MERCÊS/BATEL ALTO DA GLÓRIA UBERABA CENTRO

GRÁFICO 09 –Análise do FEC janeiro á dezembro de 2002 por subconjunto COPEL/Curitiba. FONTE: Elaborado pela Autora, baseado em Indicadores de Qualidade – ANEEL, disponível em www.aneel.gov.br , acesso em setembro 2003.

No ranking de contribuição para o aumento do valor final do DEC da

região COPEL/Curitiba, no período de análise de janeiro á junho de 2003, temos em

1º lugar o subconjunto Portão com 15,40%, em 2º lugar o subconjunto Atuba com

14,91% e 3º lugar o subconjunto Cidade Industrial com 14,23%, para FEC temos

em 1º lugar o subconjunto Cidade Industrial com 16,75%, em 2º lugar o subconjunto

Portão com 16,28% e 3º lugar o subconjunto Boqueirão com 13,01%.

Analisando estas informações os subconjuntos Cidade Industrial e

Portão, são considerados os dois maiores contribuintes para o aumento dos

indicadores de qualidade DEC e FEC.

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66

DEC - 2003

15,40%

14,91%

14,23%

11,34%

10,81%

10,17%

8,10%

7,58%

7,26% 0,20%

PORTÃO ATUBA CIDADE INDUSTRIAL SANTA FELICIDADE BOQUEIRÃO PINHEIRINHO ALTO DA GLÓRIA UBERABA MERCÊS/BATEL CENTRO

GRÁFICO 10 – Análise do DEC janeiro á junho de 2003 por subconjunto COPEL/Curitiba. FONTE: Elaborado pela Autora, baseado em Indicadores de Qualidade – ANEEL, disponível em www.aneel.gov.br , acesso em setembro 2003.

FEC - 2003

16,75%

16,28%

13,01%

10,66%

10,08%

9,71%

8,55%

7,64%

5,84%

1,47%CIDADE INDUSTRIALPORTÃO BOQUEIRÃO PINHEIRINHO SANTA FELICIDADE ATUBA MERCÊS/BATEL ALTO DA GLÓRIA UBERABA CENTRO

GRÁFICO 11 – Análise do FEC janeiro á junho de 2003 por subconjunto COPEL/Curitiba. FONTE: Elaborado pela Autora, baseado em Indicadores de Qualidade – ANEEL, disponível em www.aneel.gov.br , acesso em setembro 2003.

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67

Através da análise dos períodos em separado não foi possível

determinar qual subconjunto Cidade Industrial ou Portão contribuía mais para o

aumento dos indicadores de qualidade DEC e FEC, pois ora um, ora outro assumia

a liderança. Desta forma utilizou-se a média aritmética dos dois períodos como fator

determinante para a escolha do subconjunto de pior desempenho dos indicadores de

qualidade DEC e FEC.

O subconjunto Portão com 14,89% de contribuição para aumento do

DEC e 16,53% para o FEC, no período de janeiro de 2002 á junho de 2003, é o

subconjunto determinado como o de pior índice de qualidade dentro da região

COPEL/Curitiba.

Todo o levantamento de campo, determinação da amostra e

aplicação da pesquisa foi feito na área do subconjunto Portão. Na figura 08, sobre o

mapa de Curitiba, mostra-se com um círculo em vermelho a área que corresponde

ao subconjunto Portão e na figura 09 mostra-se a região com as separações por rota

adotadas pela COPEL.

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FIGURA 08 – Mapa da Região do Subconjunto COPEL/Portão. FONTE: Disponível em www.curitiba-parana.com/mapas-curitiba-parana.htm , acessado em 12 de março de 2004 ás 22:00.

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FIGURA 09 – Rotas de Atuação - Mapa da Região do Subconjunto COPEL/Portão. FONTE: PEDRO, Aldomir, Supervisor Técnico em Eletrotécnica da Agência Portão da COPEL/Curitiba, elaborou este mapa para delimitação da região de atendimento da referida agência.

4.2 Elaboração do objeto de pesquisa

Durante o mês de janeiro de 2004 foi feito um levantamento de

campo, no subconjunto do Portão, de 50 casos que apresentam riscos de

interrupção para o fornecimento de energia elétrica e que sejam passíveis de

manutenção preventiva pela concessionária e também de 30 casos que não

apresentam riscos de interrupção para o fornecimento de energia elétrica.

Conforme metodologia proposta, os casos encontrados foram

fotografados e separados em dois grupos: os que apresentam risco (Grupo 1 -

Risco) e os que não apresentam risco (Grupo 2 - Engano).

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70

4.2.1 Grupo 1 – Risco

Neste item encontra-se descrito de forma sucinta o risco encontrado

em cada local fotografado.

Na figura 10 e 11 estão as fotos dos casos encontrados referentes

ao risco de árvores na rede de distribuição. As árvores formam um novo caminho

para que a corrente elétrica circule provocando curto-circuito entre fases seja em AT

ou BT e quando entra em contato com uma das fases da rede de AT pode provocar

incêndio.

FIGURA 10 – Árvores na Rede de Distribuição. FONTE: Autora

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71

FIGURA 11 – Árvores na Rede de Distribuição. FONTE: Autora

Na figura 12 estão as fotos encontradas referentes a casos de

entradas de serviço com irregularidades, todos estes casos podem provocar

abertura da chave do transformador que alimenta a região no caso de curto-circuito.

Abaixo segue breve descrição das fotos:

a) Furto de energia;

b) - c) - d) Casos de ramal conectado a rede com fiação solta;

e) Caixa de medição sem tampa com fiação exposta;

f) Mais de uma entrada de serviço em um mesmo terreno;

g) Fiação sem isolação encostada no poste improvisada proteção

com uma borracha;

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72

h) Poste da entrada de serviço desativado sustentado em um ramal;

i) Diversos ramais alimentando residências longe do fim de linha de

BT.

a

b

c

d

e

f

g

h i

FIGURA 12 – Entrada de Serviço com irregularidade FONTE: Autora

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73

Na figura 13 estão as fotos encontradas referentes ao risco com

objetos na rede de BT e AT, estes objetos podem provocar curto-circuito entre fases.

FIGURA 13 – Objetos na Rede de Distribuição FONTE: Autora

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74

Na figura 14 estão as fotos encontradas de cruzetas danificadas que

apresentam risco de romperem permitindo que as linhas de AT entrem em contato

com partes não isoladas de estruturas, provocando então curto-circuito com tais

partes.

FIGURA 14 – Cruzeta Danificada

FONTE: Autora

Na figura 15 estão as fotos encontradas de chaves fusíveis que

apresentam risco, uma delas está desativada pois não possui mais o elemento

fusível porém o grampo indicado pelo círculo vermelho foi retirado da linha de AT

mas continua preso á chave, em dias chuvosos e com ventos fortes ele pode entrar

em contato com a rede e provocar arco elétrico. A outra possui uma “pipa” engatada

que pode provocar sua abertura e deixar uma região inteira sem energia.

FIGURA 15 – Risco em Chave Fusível

FONTE: Autora

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Na figura 16 estão as fotos dos casos encontrados de casas de

“João de Barro”, geralmente sobre a cruzeta da rede de AT, o risco encontra-se na

presença do pássaro que ao entrar em contato com uma das fases e a sua casa ou

cruzeta promove um novo caminho para a circulação da corrente elétrica

provocando um curto-circuito. Também aparece um caso raro em que existem ramos

de folhagem crescendo a partir das casas de “João de Barro” e o risco é o mesmo

das árvores na rede de distribuição.

FIGURA 16 – Casas de “João de Barro” em cruzetas. FONTE: Autora

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76

Na figura 17 estão as fotos encontradas de casos de “rabichos” na

rede de BT, este tipo de irregularidade provoca sobrecarga no circuito e pode causar

curto-circuito com risco de incêndio.

FIGURA 17 – “Rabichos” na rede de BT FONTE: Autora

Na figura 18 estão as fotos encontradas referentes a casos de

conexões irregulares na rede de BT, podem causar oscilação de tensão e curto-

circuito entre fases.

FIGURA 18 – Conexões irregulares na rede de BT

FONTE: Autora

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77

Na figura 19 está a foto de uma rede de BT inclinada, ou seja, na

diagonal, com o tempo ela pode continuar inclinando e provocar curto-circuito entre

as fases e o neutro próximo aos postes.

FIGURA 19 – Rede de BT inclinada

FONTE: Autora

4.2.2 Grupo 2 – Engano

Neste item encontra-se descrito de forma sucinta o engano

encontrado em cada local fotografado.

Na figura 20, 21, 22 e 23 estão os casos referentes aos falsos riscos

na rede de distribuição.

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78

Segue descrição dos casos referentes a figura 20:

a) Pneus no poste que possui apenas cabos telefônicos;

b) Pneus no poste estai que é apenas sustentação de fim de linha;

c) Pouca distância entre rede de BT e cabos telefônicos que são

isolados;

d) - e) Cabos telefônicos rompidos;

f) Cabos soltos em poste de entrada de serviço residencial

desativado;

a

b

c

d

e

f

FIGURA 20 – Enganos de risco de interrupção do fornecimento de energia elética FONTE: Autora

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79

Segue descrição dos casos referentes a figura 21:

g) - h) - i) - j) Cabos telefônicos emaranhados;

k) Transformador antigo com pintura descascada;

l) - m) Árvore em poste de entrada de serviço residencial;

n) Poste Estai esta no meio de uma árvore;

o) - p) - q) Árvores em rede de cabos telefônicos;

g

h

i

j

k

l

m

n

o

FIGURA 21 – Enganos de risco de interrupção do fornecimento de energia elética FONTE: Autora

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80

Segue descrição dos casos referentes a figura 22:

r) Pássaro no ramal de entrada de serviço residencial;

s) - t) Objeto formando novo caminho para passagem da corrente

elétrica mas neste caso o separador tem a função de interligar as

duas linhas de AT;

u) - v) - w) Objetos na rede de cabo telefônicos;

x) Objetos em ramal de entrada de serviço residencial;

p

q

r

s

t

u

v

w

x

FIGURA 22 – Enganos de risco de interrupção do fornecimento de energia elética FONTE: Autora

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Segue descrição dos casos referentes a figura 23:

y) - z) - aa) - bb) Objetos em ramal de entrada de serviço

residencial;

cc) Pneu engatado na luminária;

dd) Entrada de serviço industrial desativada sem cabos com energia.

Y

z

aa

bb

cc

dd

FIGURA 23 – Enganos de risco de interrupção do fornecimento de energia elética FONTE: Autora

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82

4.2.3 Escolha das fotos

Conforme metodologia a escolha das fotos foi baseada na tabela 04

que representa um levantamento real dos problemas mais freqüentes encontrados

na rede de distribuição. As cinco fotos escolhidas do Grupo 1 – Risco representam

6,25% do total levantado em campo: uma de árvore na rede de distribuição

(Apêndice 5), uma de entrada de serviço (Apêndice 7), uma de objeto na rede de

distribuição (Apêndice 9), uma de cruzeta danificada (Apêndice 11) e uma de chave

fusível (Apêndice 13).

Também foi considerada a prévia análise, feita pelo grupo de

pessoas da área afim, dos casos levantados em campo segundo a dificuldade de

identificação do problema por um leigo. O critério de avaliação foi baseado no dia a

dia do consumidor: árvores e objetos na rede de distribuição como fácil percepção

(Apêndice 5, 9 e 13) e problemas de ordem técnica como difícil percepção (Apêndice

7 e 11).

A figura 24 faz parte do Formulário 1 – Galho de Sapê na Rede de

AT (Apêndice 5) e foi obtida na localidade de Bairro Orleans em Curitiba (Apêndice

6) na data de 19/01/2004.

O problema encontra-se no galho de sapê pendurado em uma fase

da rede de AT muito próximo ao isolador, em dias com muito vento ou chuva o galho

pode balançar e entrar em contato com a cruzeta promovendo um novo caminho

para a passagem de corrente elétrica ocasionando curto-circuito entre fase e

cruzeta, como a cruzeta é de madeira pode ainda provocar incêndio. Ao ocorrer o

curto-circuito circuito pode haver ruptura da linha de AT ou da cruzeta, sendo

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83

necessário emendar a linha de AT ou substituir a cruzeta; também a chave de

proteção abrirá deixando toda a região desta derivação sem energia elétrica.

FIGURA 24 - Formulário 01 - Galho de Sapê na Rede de AT

FONTE: Autora

A figura 25 faz parte do Formulário 2 – Poste de Entrada de Serviço

Residencial apoiado em ramal (Apêndice 7) e foi obtida na localidade de Bairro

Campo Comprido em Curitiba (Apêndice 8) na data de 19/01/2004.

O problema encontra-se no poste da entrada de serviço residencial

inativo que está apoiado em outro ramal de entrada de serviço residencial ativo

forçando as conexões do mesmo. Caso haja ruptura no lado da rede de BT os cabos

podem chicotear e promover curto-circuito entre as fases deixando toda uma região

sem energia. Agora se a ruptura ocorrer no outro lado o risco para as pessoas é

muito maior pois o cabo continua conectado a rede de BT, ou seja, continua

energizado.

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FIGURA 25 - Formulário 02 – Poste de Entrada de Serviço Residencial apioado em ramal

FONTE: Autora

A figura 26 faz parte do Formulário 3 – Cabo de Guarda-Chuva na

Rede de BT (Apêndice 9) e foi obtida na localidade de Bairro Fazendinha em

Curitiba (Apêndice 10) na data de 21/01/2004.

O problema é o cabo de guarda-chuva na rede de BT que está

pendurado na rede de BT. Como apenas, as partes isoladas do guarda-chuva

encontram-se em contato com as fases não provoca curto-circuito, mas em dias com

muito vento ou chuva o guarda-chuva pode balançar encostando partes não isoladas

na fase e promover um novo caminho para a passagem de corrente elétrica

ocasionando então o curto-circuito entre fases. Ao ocorrer o curto-circuito pode

haver ruptura da linha de BT, sendo necessário emendá-la e também a chave de

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85

proteção do transformador abrirá deixando toda a região atendida por este

transformador sem energia elétrica.

FIGURA 26 - Formulário 03 – Cabo de Guarda-Chuva na Rede de BT.

FONTE: Autora

A figura 27 faz parte do Formulário 4 – Cruzeta Danificada

(Apêndice 11) e foi obtida na localidade de Bairro Orleans em Curitiba (Apêndice 12)

na data de 19/01/2004.

O problema encontra-se na cruzeta danificada que pode quebrar

com a tração dos cabos de AT, permitindo então que os cabos de AT entrem em

contato com outras estruturas não isoladas ou ainda com a rede de BT, este contato

acaba provocando curto-circuito e deixando uma derivação inteira sem energia

elétrica.

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FIGURA 27 - Formulário 04 – Cruzeta Danificada

FONTE: Autora

A figura 28 faz parte do Formulário 5 – “Pipa” na Chave Fusível

(Apêndice 13) e foi obtida na localidade de Bairro Cidade Industrial em Curitiba

(Apêndice 14) na data de 19/01/2004.

O problema é a “pipa” que encontra-se engatada na chave fusível

forçando ou dificultando a abertura da mesma. Caso haja algum problema na rede

de AT desta derivação haverá resistência para abertura da chave podendo provocar

arco elétrico seguido de incêndio pois as cruzetas são de madeira, também em dias

chuvosos e com ventos fortes a chave forçada pela “pipa” pode abrir, em ambos os

casos toda a derivação ficará sem energia elétrica.

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FIGURA 28 - Formulário 05 – “Pipa” na Chave Fusível

FONTE: Autora

Os três casos do Grupo 2 – Enganos foram escolhidos pelo mesmo

grupo de pessoas que escolheu os casos do Grupo 1 – Riscos , cada pessoa do

grupo de forma aleatória levando em consideração apenas á percepção da indução

ao erro escolheu três casos e os mais votados foram os escolhidos.

A figura 29 faz parte do Formulário 6 – Poste entre os galhos da

árvore (Apêndice 15) e foi obtida na localidade de Bairro Fazendinha em Curitiba

(Apêndice 16) na data de 19/01/2004.

O engano refere-se ao poste que está literalmente entre os galhos

da árvore, este fato não promove risco ao fornecimento de energia elétrica pois o

poste tem a função de contra peso para sustentação do poste fim de linha, ou seja, é

um poste estai, nele não há rede com energia elétrica.

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88

FIGURA 29 - Formulário 06 – Poste entre os galhos da árvore.

FONTE: Autora

A figura 30 faz parte do Formulário 7 – Cabos Telefônicos Soltos

(Apêndice 17) e foi obtida na localidade de Bairro Santa Quitéria em Curitiba

(Apêndice 18) na data de 27/01/2004.

O engano refere-se aos cabos telefônicos rompidos e soltos, eles

não representam risco pois não conduzem energia elétrica, ou seja, estão

desenergizados.

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FIGURA 30 - Formulário 07 – Cabos Telefônicos soltos.

FONTE: Autora

A figura 31 faz parte do Formulário 8 – Pneu na luminária (Apêndice

19) e foi obtida na localidade de Bairro Cidade Industrial em Curitiba (Apêndice 20)

na data de 21/01/2004.

O engano refere-se ao pneu que encontra-se pendurado na haste da

luminária da iluminação pública, ele não oferece risco por ser feito de material

isolante, ou seja, caso entre em contato com partes energizadas não conduzirá

corrente elétrica.

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90

FIGURA 31 - Formulário 08 – Pneu na luminária.

FONTE: Autora

4.2.4 Objeto de Pesquisa

O objeto de pesquisa (Apêndice 21) foi elaborado conforme descrito

na metodologia, nele constam todas as situações escolhidas para a avaliação da

percepção do consumidor em relação aos riscos do fornecimento de energia elétrica.

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91

4.3 Determinação da amostra da pesquisa

O subconjunto Portão possui um total de 60.019 consumidores que

representam aproximadamente 2,2% do total de consumidores atendidos pela

concessionária COPEL.

Conforme metodologia adotada a quantidade de consumidores deve

ser aproximadamente trezentos e os participantes devem morar nas proximidades

dos locais das situações mostradas no objeto de pesquisa.

No objeto de pesquisa contém oito fotos de locais diferentes, para

atender as condições da metodologia determinou-se que para cada local 19

consumidores entrevistados residem em casa e 19 residem em apartamento, como

são oito locais somam um total de 304 consumidores participantes da pesquisa.

A amostra representa 0,5% do total de consumidores do subconjunto

Portão.

4.4 Análise dos dados da pesquisa

Ao iniciar a pesquisa com os consumidores de uma determinada

região percebeu-se a dificuldade de visualização das fotos no objeto de pesquisa,

sendo assim optou-se por imprimir quatro fotos por página em folha tipo fotografia

(Apêndice 5 e 6), após esta alteração não houve mais problemas deste gênero.

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92

Foram entrevistados 304 consumidores no período de primeiro a

quinze de março de 2004, destes 50.58% tem ou estão cursando ensino

fundamental, 27.93% tem ou estão cursando ensino médio e 21.49% tem ou estão

cursando ensino superior. Além deste fato quantificado observou-se durante a

pesquisa que os consumidores de nível fundamental correlacionam as situações

mostradas no objeto de pesquisa com fatos reais mostrados na televisão, ou seja,

estes consumidores absorvem muita informação através da televisão e o estudo lhe

permitiu apenas o suficiente para ler, escrever e fazer contas básicas.

Dos 152 consumidores entrevistados que moram em casa 77.63%

tem ou estão cursando ensino fundamental, 14.68% tem ou estão cursando ensino

médio e 7.69% tem ou estão cursando ensino superior.

Dos 152 consumidores entrevistados que moram em apartamento

23.52% tem ou estão cursando ensino fundamental, 41.19% tem ou estão cursando

ensino médio e 35.29% tem ou estão cursando ensino superior.

Em sua maioria, pode-se observar que as casas da região são

pequenas, inacabadas e possuem quintal e os apartamentos possuem dois ou três

quartos, tal observação reforça os dados quantificados na pesquisa que o tipo de

moradia é diretamente proporcional ao nível de instrução do consumidor, quanto

maior o nível de escolaridade melhor o tipo de moradia.

Durante a pesquisa foi dado liberdade para o consumidor escolher

uma, mais de uma ou todas as situações do objeto de pesquisa como possível risco

de interrupção no fornecimento de energia elétrica. A tabela 19 foi elaborada a partir

do total de votos que cada situação do objeto de pesquisa recebeu, o máximo de

votos admitidos para cada situação é 304 que corresponde a 100%.

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93

TABELA 19 – Total de Votos de cada situação do objeto de pesquisa.

Nº do Formulário % de Votos Quantidade de Votos 4 15,26% 46 7 24,50% 74 8 29,19% 89 3 31,22% 95 6 34,22% 104 2 38,71% 118 1 43,05% 131 5 57,24% 174

FONTE: Autora

Para levantar a porcentagem de consumidores que conseguiu

identificar as situações que realmente apresentam risco de interrupção no

fornecimento de energia obteve-se a média aritmética da porcentagem de

consumidores que não votou nas situações escolhidas do Grupo 2 – Enganos

(Apêndice 15, 17 e 19) que na tabela 19 são representadas pelos números do

formulário 6, 7 e 8.

Em média 70.70% dos consumidores entrevistados não

consideraram as situações escolhidas do Grupo 2 – Enganos (Apêndice 15, 17 e 19)

como possíveis riscos de interrupção no fornecimento de energia, esta porcentagem

nos mostra que a maior parte dos consumidores tem o mínimo de conhecimento do

assunto para poder auxiliar á concessionária no levantamento de campo dos casos

passíveis de manutenção preventiva e como conseqüência da execução destas

manutenções, a concessionária obteria uma redução em seus indicadores de

qualidade DEC e FEC.

As situações escolhidas do Grupo 1 – Riscos (Apêndice 5, 9 e 13)

que foram considerados pelo grupo de pessoas de área afim do ponto de vista do

consumidor como de fácil percepção do risco de interrupção no fornecimento de

energia receberam em média 43.84% do total de votos, na tabela 19 elas são

representadas pelos números do formulário 1, 3 e 5.

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94

As situações escolhidas do Grupo 1 – Riscos (Apêndice 7 e 11) que

foram consideradas pelo grupo de pessoas de área afim como de difícil percepção

dos riscos de fornecimento de energia receberam em média 26.98% do total de

votos, na tabela 19 elas são representadas pelos números do formulário 2 e 4.

Estes dados confirmam a classificação de dificuldade de percepção

adotada neste trabalho, que levou em consideração as situações mais freqüentes no

dia a dia do consumidor, árvores e objetos na rede de distribuição.

Visando avaliar a percepção dos consumidores de acordo com o tipo

de moradia foram quantificados os votos de cada situação do objeto de pesquisa

levando em consideração a separação dos que moram em casa e dos que moram

em apartamento, como mostrado na tabela 20 e 21. O máximo de votos admitidos

para cada situação do objeto de pesquisa é 152 que corresponde a 100%.

TABELA 20 – Tipo de Moradia CASA - Total de Votos de cada situação do objeto de pesquisa.

Nº do Formulário % de Votos Quantidade de Votos 4 6,99% 11 3 15,38% 23 7 19,58% 30 8 23,08% 35 2 24,48% 37 6 27,27% 41 1 27,27% 41 5 61,54% 94

FONTE: Autora

TABELA 21 – Tipo de Moradia APARTAMENTO - Total de Votos de cada situação do objeto de pesquisa.

Nº do Formulário % de Votos Quantidade de Votos 4 23,53% 36 7 29,41% 45 8 35,29% 54 6 41,18% 63 3 47,06% 72 2 52,94% 80 5 52,94% 80 1 58,82% 89

FONTE: Autora

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95

Na tabela 20 o formulário 5 (Apêndice 13) que mostra uma “pipa” na

chave fusível recebeu 61.54% do total de votos dos consumidores que moram em

casa, com uma diferença significativa de 34.27% da segunda situação mais votada o

formulário 1 (Apêndice 5) que mostra um galho de sapê na rede de AT.

Ainda analisando os consumidores que moram em casa, vale

mencionar que dos 38 consumidores que votaram em apenas uma situação do

objeto de pesquisa 61.90% votaram na situação do formulário 5 (Apêndice 13) que

mostra uma “pipa” na chave fusível. Também é pertinente a observação similar feita

por 85% dos consumidores entrevistados que votaram no formulário 5 (Apêndice

13): “as crianças vivem brincando com ”pipa” na rua e estas sempre engatam na

rede deixando sem luz muitas vezes mais de um quarteirão”.

O formulário 1 (Apêndice 5) que mostra um galho de sapê na rede

de AT recebeu 58.82% do total de votos dos consumidores que moram em

apartamento, com uma diferença de 5.88% da segunda situação mais votada o

formulário 5 (Apêndice 13) que mostra uma “pipa” na chave fusível. Neste caso, dos

consumidores que votaram em ambas as situações a do galho (Apêndice 5) e a da

“pipa” (Apêndice 13), 75% fez uma observação similar a seguinte: “as árvores são

um grande problema, agora as “pipas” não incomodam porque ficam na rede e não

acontece nada, mas neste caso parece perigoso porque a “pipa” está no meio desta

chave. ”

Observa-se então que realmente existe uma diferença na percepção

dos consumidores de acordo com o tipo de moradia, os que moram em casa

correlacionam os fatos do dia a dia para identificação das situações e os que moram

em apartamento procuram analisar a situação com uma visão mais crítica

considerando o lado técnico da questão pode-se assim dizer.

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96

Com o intuito de avaliar a percepção do consumidor segundo os

níveis de escolaridade, foram quantificados os votos de cada situação do objeto de

pesquisa separando em três níveis de ensino: fundamental, médio e superior, como

mostrado na tabela 23, 23 e 24 respectivamente. O máximo de votos admitidos para

cada situação do objeto de pesquisa é 304 que corresponde a 100%.

TABELA 22 – Ensino FUNDAMENTAL - Total de Votos de cada situação do objeto de pesquisa. FUNDAMENTAL 154 Nº do Formulário % de Votos Quantidade de Votos

4 10,65% 16 7 15,21% 23 8 15,90% 24 3 23,38% 36 2 24,48% 38 6 25,17% 39 1 40,95% 63 5 65,15% 100

FONTE: Autora

Os consumidores que possuem ensino fundamental conseguem

identificar em maior quantidade os formulários 5 (Apêndice 13) que mostra uma

”pipa” na chave fusível e o formulário 1 (Apêndice 5) que mostra o galho de sapê na

rede de AT, os dois fazem parte do Grupo 1 – Riscos.

Percebe-se que a terceira situação mais votada é a do formulário 6

(Apêndice 15) que mostra um poste entre os galhos da árvore, esta situação

pertence ao Grupo 2 – Enganos. O fato interessante é que em média 60% das

pessoas que votaram nesta situação perceberam que não havia rede conectada ao

poste mas mesmo assim mantiveram seu voto em forma de protesto porque a

situação inspira perigo principalmente para as crianças.

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97

TABELA 23 – Ensino MÉDIO - Total de Votos de cada situação do objeto de pesquisa. MÉDIO 84 Nº do Formulário % de Votos Quantidade de Votos

4 20,97% 18 7 23,50% 20 6 37,79% 32 3 41,94% 35 2 43,21% 36 5 47,92% 40 8 49,54% 42 1 52,43% 44

FONTE: Autora

Percebe-se que os consumidores que possuem ensino médio

mantiveram uma votação uniforme mas com uma pequena prevalência de votos

para a situação do formulário 1 (Apêndice 5) que mostra o galho de sapê na rede de

AT.

Outro fato importante é que em média 18% dos consumidores

entrevistados que possuem ensino médio votaram em todas as situações do objeto

de pesquisa e as observações eram muito parecidas: “todas estas situações são um

problema, estão fora do padrão, não são normais”.

TABELA 24 – Ensino SUPERIOR - Total de Votos de cada situação do objeto de pesquisa. SUPERIOR 66 Nº do Formulário % de Votos Quantidade de Votos

4 18,28% 12 8 34,87% 23 1 36,47% 24 3 36,47% 24 7 46,84% 31 6 50,05% 33 5 50,05% 33 2 66,64% 44

FONTE: Autora

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98

A grande preocupação dos consumidores que possuem ensino

superior é relacionada ao roubo de energia, apesar de nenhuma das situações

apresentadas no objeto de pesquisa representarem furto todos os consumidores que

votaram na situação do formulário 2 (Apêndice 7) que mostra o poste de entrada de

serviço residencial apoiado em ramal, o fizeram por este motivo.

Em média 65% dos consumidores que votaram em primeiro lugar no

formulário 2 (Apêndice 7) que mostra o poste de entrada de serviço residencial

apoiado em ramal e em segundo lugar no formulário 7 (Apêndice 17) que mostra

cabos telefônicos soltos, justificou o voto como sendo furto de energia elétrica.

A diferença de percepção das situações que apresentam risco de

interrupção no fornecimento de energia elétrica existe entre os consumidores que

possuem níveis de escolaridade distintos: os com ensino fundamental estão

preocupados com a segurança das crianças, os com ensino médio mantiveram uma

votação uniforme e os com ensino superior demonstraram elevada preocupação

com furto de energia.

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99

5 CONCLUSÕES

Após toda a análise dos dados da entrevista com os 304

consumidores do subconjunto da COPEL/Curitiba-Portão é possível afirmar que a

percepção dos consumidores em relação aos riscos de interrupção do fornecimento

de energia elétrica é de grande valor, porque:

- dos consumidores entrevistados 70.70% identificaram somente as

situações do objeto de pesquisa que pertenciam ao Grupo 1 – Riscos;

- as situações classificadas pelo grupo de pessoas de área afim

como de fácil e difícil percepção do risco de interrupção do fornecimento de energia

elétrica, receberam 43.84% e 26.98% do total de votos dos consumidores

entrevistados, respectivamente;

- em média 60% dos consumidores com ensino fundamental, que

representam 50.58% da amostra de pesquisa, e moram em casa tem uma

percepção apurada em relação a árvores e objetos na rede de distribuição esta

percepção está relacionada diretamente ao tipo de moradia;

- em média 40.9% dos consumidores com ensino superior que

moram tanto em casa quanto em apartamento apesar de identificarem as situações

do objeto de pesquisa de forma equivocada, demonstram visão crítica em relação á

parte técnica da questão.

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100

Apenas uma pessoa conseguiu identificar adequadamente a

situação do objeto de pesquisa do formulário 4 (Apêndice 11) que mostra uma

cruzeta danificada. Este fato não chega a ser relevante a ponto de afetar o resultado

pesquisa, visto que os consumidores que votaram nesta situação representam

menos de 10% do total de entrevistados, excluindo aqueles que votaram em todas

as situações do objeto de pesquisa.

Durante a aplicação da pesquisa um fato inesperado aconteceu: um

grupo de cinco crianças, de uma determinada residência, pediu para participar da

pesquisa então uma a uma opinou identificando as situações do objeto de pesquisa

que elas interpretavam como um risco de interrupção no fornecimento de energia, as

situações selecionadas por elas foram unânimes o formulário 1 (Apêndice 5) que

mostra um galho de sapê na rede de AT, o formulário 2 (Apêndice 7) que mostra um

poste de entrada de serviço residencial apoiado em ramal, o formulário 3 (Apêndice

9) que mostra um cabo de guarda-chuva na rede de BT e o formulário 5 (Apêndice

13) que mostra uma “pipa” na chave fusível. Todas as escolhas foram justificadas de

forma aceitável para a idade delas 9 anos e o nível de escolaridade de 4ª série.

Perguntei onde elas haviam visto algo semelhante e a resposta: “Na escola, a

professora falou sobre isso.” Cabe salientar que estes dados não foram

quantificados na pesquisa.

No mês de março de 2004 a COPEL iniciou um programa de

prevenção de acidentes com eletricidade voltado para crianças de 3ª e 4ª séries.

Neste programa, representantes da empresa vão até a escola para ministrar uma

palestra, eles utilizam transparências com desenhos coloridos de situações comuns

do dia a dia das crianças enfatizando o que fazer nas situações de risco e como

fazer para prevenir acidentes. As crianças recebem uma cartilha e um jogo da

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101

memória com as situações comentadas na palestra para que possam brincar,

consultar e divulgar quando quiserem.

Três recomendações apresentadas na palestra do programa de

prevenção de acidentes com eletricidade feito pela COPEL, são similares as

utilizadas neste estudo de caso como objeto de pesquisa: onde soltar “pipa”

(Apêndice 13), não subir em árvores próximas da rede (Apêndice 5) e não retirar

objetos da rede (Apêndice 9).

Como comentário final ressalta-se que tanto adultos, quanto

crianças tem a percepção mínima e necessária para auxiliar na identificação de

riscos de interrupção no fornecimento de energia elétrica e que sejam passíveis de

manutenção preventiva pela concessionária. É possível aprimorar esta percepção

com campanhas de divulgação em escolas, comunidades, etc.

Para se verificar uma efetiva redução nos valores dos indicadores de

qualidade (DEC e FEC) é necessário avaliar o grau de percepção e o grau de

interesse da participação dos consumidores em identificar os riscos de interrupção

do fornecimento de energia elétrica, e também levantar a viabilidade econômica por

parte da concessionária para investir em divulgação e em uma equipe de

manutenção preventiva.

O primeiro passo já foi dado neste estudo de caso, como resultado

obteve a comprovação da percepção aguçada do consumidor na identificação de

riscos de interrupção no fornecimento de energia elétrica, os demais passos ficam

como sugestão de propostas de trabalhos futuros.

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102

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103

NEPOMUCENO; L. A. A., OLIVEIRA; C. A. Supervisão e Controle nas Redes de Distribuição da ENERSUL. XV Seminário Nacional de Distribuição de Energia Elétrica – SENDI. Mato Grosso do Sul - 2002. PINHEIRO; Luiz E. O., BONATTO; Benedito D., FERNANDES; Francisco A., TORREZAN; Ricardo. Monitoramento da Qualidade de Energia Elétrica: casos práticos, soluções e a visão de planejamento. XIII Seminário Nacional de Distribuição. São Paulo, 18 a 23 de maio de 1997. PONTES; José R. M., XAVIER; Albany P. A Experiência da COSERN na Implantação do Sistema de Automação nas Redes de Distribuição de 13,8 kV. IV CIERTEC – Seminário Internacional Sobre Automação de Redes de Distribuição de Energia Elétrica e Centros de Controle. São Paulo, Setembro de 2002. SALES; Claudio J. D. A Visão do Investidor no Setor Elétrico. Relatório da Câmara Brasileira de Investidores em Energia Elétrica - CBIEE. 8 de julho de 2003. SILVA; E. S., MANHÃES; L. R., OLIVEIRA; P. R. P., JOLY; S. V. Z. Previsão de Confiabilidade de Alimentadores. CPFL. Relatório Interno, 1992. SIMÕES; A. C. Análise do Custo-Benefício da Instalação de Equipamentos de Proteção em Redes Aéreas de Distribuição. Dissertação de Mestrado – Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (SP), 1997. VELASCO; Giuliana D. N. Arborização Viária x Sistemas de Distribuição de Energia Elétrica: Avaliação dos Custos, Estudo das Podas e Levantamento de Problemas Fitotécnicos. Universidade de São Paulo. Maio - 2003.

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104

ANEXO 1 – Formulário “Caça ao Risco”

PROGRAMA CAÇA AO RISCO

UNIDADE DE DISTRIBUIÇÃO DO LITO RAL

CAÇA AO RISCO N.____________

Risco Encontrado

Alimentador: Posto: Loc/zn/conta

Endereço:

Funcionário: Área: Data:

Área responsável p/ sanar o defeito:

Receb.Téc. Segurança Procedente (s/n) Envio área execução Retorno p/ CIPA Data Rec.CIPA Retorno área origem

___/___/___ ___/___/___ ___/___/___ ___/___/___ ___/___/___ ___/___/___

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105

ANEXO 2 – Croqui “Caça ao Risco”

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106

ANEXO 3 – Fluxograma “Caça ao Risco” Sim Não

Procede?

Fim

Fim

A área solucionará

Identificar o risco

Preencher o caça ao risco

Enviar p/ o Téc. de Segurança (Jurandir)

Téc.de segurança recebe e avalia.

Encaminha p/ órgão de execução.

Órgão avalia e programa execução.

Retorna o caça ao risco executado ao técnico de

segurança.

Téc.de segurança envia resposta a área de origem.

Área de origem informa o colaborador.

Devolve ao órgão emissor p/ reanálise.

Encaminha caça ao risco executado p/ o Tec. de

Área de Origem informa o colaborador.

Téc. de Segurança encaminha a área de origem.

Fim

Início

Não Sim

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107

ANEXO 4 – Terminologias da Resolução nº 24/2000

DA TERMINOLOGIA E CONCEITOS Art. 3o Para os efeitos desta Resolução são adotadas as terminologias e os conceitos a seguir definidos: I - Concessionária ou Permissionária Agente titular de concessão ou permissão federal para explorar a prestação de serviços públicos de energia elétrica, referenciado, doravante, nesta Resolução, apenas pelo termo concessionária. II - Conjunto de Unidades Consumidoras Qualquer agrupamento de unidades consumidoras, global ou parcial, de uma mesma área de concessão de distribuição, definido pela concessionária ou permissionária e aprovado pela ANEEL . III – Consumidor Pessoa física ou jurídica, ou comunhão de fato ou de direito, legalmente representada, que assumir a responsabilidade pelo pagamento das faturas de energia elétrica e pelas demais obrigações fixadas em normas e regulamentos da ANEEL, assim vinculando-se ao contrato de fornecimento, de uso e de conexão ou de adesão, conforme cada caso. IV - Duração Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora ( DEC ) Intervalo de tempo que, em média, no período de observação, em cada unidade consumidora do conjunto considerado ocorreu descontinuidade da distribuição de energia elétrica. V - Duração de Interrupção Individual por Unidade Consumidora ( DIC ) Intervalo de tempo que, no período de observação, em cada unidade consumidora ocorreu descontinuidade da distribuição de energia elétrica. VI - Duração Máxima de Interrupção Contínua por Unidade Consumidora ( DMIC ) Tempo máximo de interrupção contínua, da distribuição de energia elétrica, para uma unidade consumidora qualquer. VII - Freqüência Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora ( FEC ) Número de interrupções ocorridas, em média, no período de observação, em cada unidade consumidora do conjunto considerado. VIII - Freqüência de Interrupção Individual por Unidade Consumidora ( FIC ) Número de interrupções ocorridas, no período de observação, em cada unidade consumidora. IX - Indicador de Continuidade

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Representação quantificável do desempenho de um sistema elétrico, utilizada para a mensuração da continuidade apurada e análise comparativa com os padrões estabelecidos. X - Indicador de Continuidade Global Representação quantificável do desempenho de um sistema elétrico agregada por empresa, estado, região ou país. XI – Interrupção Descontinuidade do neutro ou da tensão disponível em qualquer uma das fases de um circuito elétrico que atende a unidade consumidora. XII - Interrupção de Longa Duração Toda interrupção do sistema elétrico com duração maior ou igual a 1 (um) minuto. XIII - Interrupção Programada Interrupção antecedida de aviso prévio, por tempo preestabelecido, para fins de intervenção no sistema elétrico da concessionária. XIV - Interrupção de Urgência Interrupção deliberada no sistema elétrico da concessionária, sem possibilidade de programação e caracterizada pela urgência na execução de serviços. XV - Metas de Continuidade Valores máximos estabelecidos para os indicadores de continuidade, a serem observados mensal, trimestral e anualmente nos períodos correspondentes ao ciclo de revisão das tarifas, conforme resolução específica. XVI - Padrão de Continuidade Valor máximo estabelecido para um indicador de continuidade e utilizado para a análise comparativa com os valores apurados dos indicadores de continuidade. XVII - Restabelecimento da Continuidade da Distribuição de Energia Elétrica Retorno do neutro e da tensão disponível em todas as fases, com permanência mínima de tempo igual a 1 minuto, no ponto de entrega de energia elétrica da unidade consumidora. XVIII - Serviço Essencial Serviço ou atividade caracterizado como de fundamental importância para a sociedade, desenvolvido em unidade consumidora a seguir exemplificada: a) unidade operacional do serviço público de tratamento de água e esgotos;

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109

b) unidade operacional de processamento de gás liquefeito de petróleo e de combustíveis; c) unidade hospitalar; d) unidade operacional de transporte coletivo; e) unidade operacional de serviço público de tratamento de lixo; f) unidade operacional de serviço público de telecomunicações; g) centro de controle público de tráfego aéreo, marítimo, rodoferroviário e metroviário; h) unidade operacional de distribuição de gás canalizado;e i) unidade operacional de segurança pública. XIX - Unidade Consumidora Conjunto de instalações e equipamentos elétricos caracterizado pelo recebimento de energia elétrica em um só ponto de entrega, com medição individualizada e correspondente a um único consumidor. XX – Valor Líquido da Fatura Valor em moeda corrente resultante da aplicação das respectivas tarifas de fornecimento, sem incidência de imposto, sobre as componentes de consumo de energia elétrica ativa, de demanda de potência ativa, de uso do sistema, de consumo de energia elétrica e demanda de potência reativas excedentes.

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110

APÊNDICE 1 – Ofício enviado a COPEL/Curitiba

Curitiba, 05 de Dezembro de 2003

Ao Sr:

Eu, Alzira Francisco Barboza estudante de Engenharia Industrial

Elétrica – Ênfase em Eletrotécnica (CEFET-PR), estou elaborando como proposta de

projeto final de curso um estudo de caso sobre a importância da participação da

unidade consumidora na redução dos indicadores de qualidade (DEC e FEC). Para

que este estudo seja levado adiante será necessário obter algumas informações

referentes ao conjunto estudado e um mapa da região.

Por este motivo venho através desta solicitar tais informações

referentes ao conjunto estudado.

Att

Alzira Francisco Barboza

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111

APÊNDICE 2 – Modelo Formulário do Levantamento de Campo

DATA:____/_____/________ Nº Formulário:________ CLASSIFICAÇÃO: ________________________________________________________ LOCALIZAÇÃO: __________________________________________________________ ENDEREÇO: _____________________________________________________________

FOTO

DESCRIÇÃO DO PROBLEMA _________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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APÊNDICE 3 – Modelo Croqui do Levantamento de Campo DATA:____/_____/________ Nº Formulário:________

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113

APÊNDICE 4 – Modelo Objeto da Pesquisa DATA:____/_____/________ Nº Questionário:________ NOME: ____________________________________________________________________ TIPO DE MORADIA : CASA APARTAMENTO NÍVEL DE ESCOLARIDADE: FUNDAMENTAL MÉDIO SUPERIOR “Qual(ais) das fotos abaixo você acredita que irá causar um problema na rede da COPEL deixando faltar energia elétrica em sua casa?”

FOTO 01 FOTO 02 FOTO 03

FOTO 04 FOTO 05

FOTO 06 FOTO 07 FOTO 08

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APÊNDICE 5 – Formulário 01 - Galho de Sapê na Rede de AT

DATA: 19/01/2004 Nº Formulário: 01 CLASSIFICAÇÃO: Fácil percepção LOCALIZAÇÃO: Bairro Orleans ENDEREÇO: Rua Rogério Pereira de Camargo

FONTE: Autora

DESCRIÇÃO DO PROBLEMA

O galho de sapê encontra-se em uma fase da rede de AT próximo

ao isolador, em dias com muito vento ou chuva o galho pode balançar e entrar em

contato com a cruzeta promovendo um novo caminho para a passagem de corrente

elétrica ocasionando curto-circuito entre fase e cruzeta, como a cruzeta é de madeira

pode ainda provocar incêndio. Ao ocorrer o curto-circuito pode haver ruptura da linha

de AT ou da cruzeta, sendo necessário emendar a linha de AT ou substituir a

cruzeta; também a chave de proteção abrirá deixando toda a região desta derivação

sem energia elétrica.

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115

APÊNDICE 6 – Croqui 01 – Galho de Sapê na Rede de AT DATA: 19/01/2004 Nº Formulário: 01

Rua Rogério Pereira de Camargo

Rua

Mon

s. Iv

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enzi

Rua

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tor A

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urta

do

Rua

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01

FONTE: Autora

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APÊNDICE 7 – Formulário 02 – Poste de Entrada de Serviço Residencial apoiado em ramal

DATA: 19/01/2004 Nº Formulário: 02 CLASSIFICAÇÃO: Difícil percepção LOCALIZAÇÃO: Bairro Campo Comprido ENDEREÇO: Rua Eduardo Sprada

FONTE: Autora

DESCRIÇÃO DO PROBLEMA

O poste da entrada de serviço residencial já está inativo, mas

oferece risco de interrupção do fornecimento de energia elétrica para o consumidor e

para toda uma região pois está apoiado em um ramal forçando as conexões do

mesmo. Caso haja ruptura no lado da rede de BT os cabos podem chicotear e

promover curto-circuito entre as fases deixando toda uma região sem energia. Agora

se a ruptura ocorrer no outro lado o risco para as pessoas é muito maior pois o cabo

continua conectado a rede de BT, ou seja, continua energizado.

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117

APÊNDICE 8 – Croqui 02 – Poste de Entrada de Serviço Residencial apoiado em ramal

DATA: 19/01/2004 Nº Formulário: 02

Rua Eduardo Sprada

FONTE: Autora

02

Rua

Jere

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Rua

José

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Rua

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Fala

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APÊNDICE 9 – Formulário 03 – Cabo de Guarda-Chuva na Rede de BT

DATA: 21/01/2004 Nº Formulário: 03 CLASSIFICAÇÃO: Fácil percepção LOCALIZAÇÃO: Bairro Fazendinha ENDEREÇO: Rua José Batista dos Santos

FONTE: Autora

DESCRIÇÃO DO PROBLEMA

O cabo de guarda-chuva na rede de BT em dias com muito vento ou

chuva pode balançar e promover um novo caminho para a passagem de corrente

elétrica ocasionando curto-circuito entre fases. Ao ocorrer o curto-circuito pode haver

ruptura da linha de BT, sendo necessário emendá-la e também a chave de proteção

do transformador abrirá deixando toda a região atendida por este transformador sem

energia elétrica.

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119

APÊNDICE 10 – Croqui 03 – Cabo de Guarda-Chuva na Rede de BT

DATA: 21/01/2004 Nº Formulário: 03

Rua José Batista dos Santos

Rua

Cid

ade

de C

ampo

s Nov

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Rua

Pro

fa. H

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Han

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Rua

Gar

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03

FONTE: Autora

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APÊNDICE 11 – Formulário 04 – Cruzeta Danificada

DATA: 19/01/2004 Nº Formulário: 04 CLASSIFICAÇÃO: Difícil percepção LOCALIZAÇÃO: Bairro Orleans ENDEREÇO: Rua Rogério Pereira de Camargo

FONTE: Autora

DESCRIÇÃO DO PROBLEMA

A cruzeta danificada pode quebrar com a tração dos cabos de AT,

permitindo então que os cabos de AT entrem em contato com outras estruturas não

isoladas ou ainda com a rede de BT, este contato acaba provocando curto-circuito e

deixando uma derivação inteira sem energia elétrica.

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APÊNDICE 12 – Croqui 04 – Cruzeta Danificada DATA: 19/01/2004 Nº Formulário: 04

Rua Rogério Pereira de Camargo

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FONTE: Autora

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APÊNDICE 13 – Formulário 05 – “Pipa” na Chave Fusível

DATA: 19/01/2004 Nº Formulário: 05 CLASSIFICAÇÃO: Fácil percepção LOCALIZAÇÃO: Bairro Cidade Industrial ENDEREÇO: Rua Matias de Albuquerque

FONTE: Autora

DESCRIÇÃO DO PROBLEMA

A “pipa” encontra-se engatada na chave fusível forçando ou

dificultando a abertura da mesma. Caso haja algum problema na rede de AT desta

derivação haverá resistência para abertura da chave podendo provocar arco elétrico

seguido de incêndio pois as cruzetas são de madeira, também em dias chuvosos e

com ventos fortes a chave forçada pela “pipa” pode abrir, em ambos os casos toda a

derivação ficará sem energia elétrica.

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APÊNDICE 14 – Croqui 05 – “Pipa” na Chave Fusível DATA: 19/01/2004 Nº Formulário: 05

Rua Matias de Albuquerque

FONTE: Autora Rua

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APÊNDICE 15 – Formulário 06 – Poste entre os galhos da árvore

DATA: 19/01/2004 Nº Formulário: 06 LOCALIZAÇÃO: Bairro Fazendinha ENDEREÇO: Rua João Dembinski

FONTE: Autora

DESCRIÇÃO DO PROBLEMA

O poste está literalmente entre os galhos da árvore, este fato não

promove risco ao fornecimento de energia elétrica pois o poste tem a função de

contra peso para sustentação do poste fim de linha, ou seja, é um poste estai nele

não há rede com energia elétrica.

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APÊNDICE 16 – Croqui 06 – Poste entre os galhos da árvore

DATA: 19/01/2004 Nº Formulário: 06

Rua João Dembinki

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06

FONTE: Autora

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APÊNDICE 17 – Formulário 07 – Cabos Telefônicos soltos DATA: 27/01/2004 Nº Formulário: 07 LOCALIZAÇÃO: Bairro Santa Quitéria ENDEREÇO: Rua João Scuissiato

FONTE: Autora

DESCRIÇÃO DO PROBLEMA

Os cabos telefônicos rompidos e soltos não representam risco pois

não conduzem energia elétrica, ou seja, estão desenergizados

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APÊNDICE 18 – Croqui 07 – Cabos Telefônicos soltos DATA: 27/01/2004 Nº Formulário: 07

Rua João Scuissiato

FONTE: Autora

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APÊNDICE 19 – Formulário 08 – Pneu na luminária

DATA: 21/01/2004 Nº Formulário: 08 LOCALIZAÇÃO: Bairro Cidade Industrial ENDEREÇO: Rua Des. Cid Campello

FONTE: Autora

DESCRIÇÃO DO PROBLEMA

O pneu encontra-se pendurado na haste da luminária da iluminação

pública, ele não oferece risco por ser feito de material isolante, ou seja, caso entre

em contato com partes energizadas não conduzirá corrente elétrica.

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APÊNDICE 20 – Croqui 08 – Pneu na luminária DATA: 21/01/2004 Nº Formulário: 08

Rua Des. Cid Campello

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FONTE: Autora

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APÊNDICE 21 – Objeto da Pesquisa

DATA:____/_____/________ Nº Questionário:________ NOME: ____________________________________________________________________ TIPO DE MORADIA : CASA APARTAMENTO NÍVEL DE ESCOLARIDADE: FUNDAMENTAL MÉDIO SUPERIOR

“Qual(ais) das situações abaixo você acredita que irá causar um problema na rede da COPEL deixando faltar energia elétrica em sua casa?”

FONTE: Autora

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APÊNDICE 22 – Fotos Ampliadas 1

3

Apêndice 11 Apêndice 7

Apêndice 15 Apêndice 17

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APÊNDICE 23 – Fotos Ampliadas 2

1 1

Apêndice 5 Apêndice 9

Apêndice 19Apêndice 13