estudo de viabilidade de empreendimentos imobiliarios

62
1 Monografia ESTUDO DE VIABILIDADE ECONÔMICA-FINANCEIRA DE INCORPORAÇOES IMOBILIÁRIAS Autor: Engº Alexandre Lara Nicácio Orientador: Prof. Antônio Neves de Carvalho Júnior Setembro / 2013 Universidade Federal de Minas Gerais Escola de Engenharia Departamento de Engenharia de Materiais e Construção

Upload: jose-euclides

Post on 24-Sep-2015

34 views

Category:

Documents


1 download

DESCRIPTION

estudo de viabilidade de empreendimento imobiliarios 2

TRANSCRIPT

  • 1

    Monografia

    ESTUDO DE VIABILIDADE ECONMICA-FINANCEIRA DE

    INCORPORAOES IMOBILIRIAS

    Autor: Eng Alexandre Lara Niccio

    Orientador: Prof. Antnio Neves de Carvalho Jnior

    Setembro / 2013

    Universidade Federal de Minas Gerais

    Escola de Engenharia

    Departamento de Engenharia de Materiais e Construo

  • 2

    ALEXANDRE LARA NICCIO

    ESTUDO DE VIABILIDADE ECONMICA-FINANCEIRA DE

    INCORPORAOES IMOBILIRIAS

    Monografia apresentada ao Curso de Especializao em Construo Civil da Escola de Escola de Engenharia da Universidade Federal de Minas Gerais, como requisito parcial para obteno do ttulo de Especialista em Construo Civil.

    nfase: Tecnologia e produtividade das construes

    Orientador: Prof. Antnio Neves de Carvalho Jnior

    Belo Horizonte

    Escola de Engenharia da UFMG

    2013

  • 3

    A Arcelor Mittal por nos proporcionar esta ps-

    graduao.

  • 4

    AGRADECIMENTOS

    Ao Corpo Docente do Curso de Especializao em Construo Civil da UFMG.

    Aos colegas de turma e de profisso

    Ao meu orientador: Prof. Antnio Neves de Carvalho Jnior

  • 5

    RESUMO

    O presente trabalho discorre sobre a importncia e a metodologia envolvida no

    estudo preliminar de uma incorporao imobiliria, atravs do estudo de

    viabilidade econmico-financeira. Atravs desta abordagem podemos analisar

    o desempenho e os riscos envolvidos na deciso de se incorporar um

    determinado empreendimento imobilirio. As premissas elencadas no

    desenvolvimento da viabilidade, inerentes as particularidades de cada

    incorporador e submetidas a validaes de riscos e desempenho, fornecem

    indicadores valiosos que subsidiam a tomada de deciso do empreendedor. Ao

    final apresentado um estudo de caso da viabilidade de um empreendimento

    comercial a ser incorporado e construdo por uma empresa atuante no ramo da

    construo civil na cidade de Belo Horizonte. Na realizao do estudo de caso

    foi utilizado software especfico para esta atividade (VIABIL, desenvolvido pela

    BDK Solutions).

  • 6

    LISTA DE FIGURAS

    Figura 1: Mapa de localizao do empreendimento em estudo. ................................. 36

    Figura 2: Exemplo de estudo de massa Parte 1 ....................................................... 38

    Figura 3: Exemplo de estudo de massa Parte 2 ....................................................... 39

    Figura 4: Exemplo de estudo de massa Parte 3 ....................................................... 40

    Figura 5: Exemplo de um caso genrico de um empreendimento comercial a ser

    edificado na cidade de Belo Horizonte perspectiva de fachada................................ 41

    Figura 6: Estudo de planta para o 2 pavimento ......................................................... 41

    Figura 7: Estudo de planta para o pavimento tipo. ...................................................... 42

    Figura 8: Dados do terreno, permuta, participao do proprietrio do terreno e

    configurao geral do empreendimento ...................................................................... 45

    Figura 9: Configurao da rea construda, do custo de obra e configurao da curva

    de desembolso do empreendimento ........................................................................... 45

    Figura 10: Definio da taxa de desconto do fluxo, juros financeiros, despesas gerais e

    comerciais e projeo inflacionria. ............................................................................ 46

    Figura 11: Definio dos impostos. ............................................................................. 46

    Figura 12: Configurao do financiamento .................................................................. 47

    Figura 13: Lanamento de peridicos ......................................................................... 47

    Figura 14: Perfil de vendas, velocidade de vendas e tabela de vendas ...................... 48

  • 7

    LISTA DE TABELAS

    Tabela 1: Quadro de reas (obtidos via estudo do departamento de arquitetura) ....... 37

    Tabela 2: Quadro I da NBR:12.721 .......................................................................... 42

    Tabela 3: Quadro II da NBR:12.721 ......................................................................... 43

    Tabela 4: Quadro IV B da NBR:12.721 .................................................................... 43

    Tabela 5: Quadro IV B da NBR:12.721 .................................................................... 44

    Tabela 6: Premissas ................................................................................................... 48

    Tabela 7: Fluxo de caixa analtico Parte 1 ............................................................... 49

    Tabela 8: Fluxo de caixa analtico Parte 2 ............................................................... 50

    Tabela 9: Fluxo de caixa analtico Parte 3 ............................................................... 51

    Tabela 10: Resultados a valor presente ...................................................................... 52

    Tabela 11: Anlise de sensibilidade (variando o preo de venda x o custo da obra) ... 53

  • 8

    LISTA DE NOTAES, ABREVIATURAS

    ABNT Associao Brasileira de Normas Tcnicas

    BDI Bonificao e Despesas Indiretas

    TAC Termo de ajuste de conduta

    TIR Taxa Interna de Retorno (tambm conhecido por IRR - Internal Rate of

    Return)

    VPL Valor Presente Lquido (tambm chamado de NPV - Net Present Value)

    PAYBACK Tempo de recuperao de capital

    INCC ndice Nacional do Custo da Construo

    NBR Norma Brasileira

    MTIR Taxa Interna de Retorno Modificada

    VAUE ValorAnual Uniforme Equivalente

    CUB Custo Unitrio Bsico

    MP Medida Provisria

    FC Projees de Entradas Lquidas de Caixa

    TMA Taxa Mnima de Atratividade

  • 9

    SUMRIO

    1. INTRODUO: ............................................................................................ 11

    2. OBJETIVO: ................................................................................................... 12

    3. JUSTIFICATIVA: .......................................................................................... 13

    4. REVISO BIBLIOGRFICA: ........................................................................ 15

    4.1. Fatores que Afetam a Deciso de Incorporar ................................................ 15

    4.2. Contribuies Realizao de Estudos de Viabilidade ................................ 15

    4.3. Empreendimentos Imobilirios ...................................................................... 19

    4.4. Investimentos no Setor da Construo Civil.................................................. 20

    4.5. Anlise de Investimentos .............................................................................. 21

    4.6. Taxa Mnima de Atratividade TMA ............................................................. 21

    4.7. Mtodo do Valor Presente Lquido VPL ..................................................... 22

    4.8. Taxa Interna de Retorno TIR ..................................................................... 26

    4.9. Tempo de Recuperao do Capital PAYBACK .......................................... 29

    4.10. ndice de Lucratividade .......................................................................... 31

    4.11. Fluxo de Caixa ....................................................................................... 31

    4.12. Anlise de Sensibilidade: ....................................................................... 32

    4.13. Exposio Mxima................................................................................. 32

    5. METODO ...................................................................................................... 33

    6. ESTUDO DE CASO ...................................................................................... 35

    6.1. O empreendimento em estudo:..................................................................... 35

    6.2. Localizao................................................................................................... 35

    6.3. Quadro de reas ........................................................................................... 37

    6.4. Estudo de massa .......................................................................................... 38

    6.5. Imagens ........................................................................................................ 41

    6.6. Quadros da NBR 12.721:2007 ...................................................................... 42

    6.7. Estudo de viabilidade .................................................................................... 44

    7. ANLISE DE SENSIBILIDADE ..................................................................... 53

  • 10

    8. DISCUSSO A RESPEITO DAS PREMISSAS E DOS RESULTADOS ........ 54

    8.1. Figura 8: Dados do terreno, permuta, participao do proprietrio do terreno e

    configurao geral do empreendimento ............................................................... 54

    8.2. Figura 9: Configurao da rea construda, do custo de obra e configurao

    da curva de desembolso do empreendimento ..................................................... 54

    8.3. Figura 10: Definio da taxa de desconto do fluxo, juros financeiros,

    despesas gerais e comerciais e projeo inflacionria. ........................................ 55

    8.4. Figura 11: Definio dos impostos. ............................................................... 55

    8.5. Figura 12: Configurao do financiamento ................................................... 55

    8.6. Figura 14: Perfil de vendas, velocidade de vendas e tabela de vendas ........ 56

    8.7. Tabela10: Resultados a Valor Presente ........................................................ 56

    8.8. Tabela11: Anlise sensibilidade .................................................................... 58

    9. CONCLUSO ............................................................................................... 59

    10. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS .............................................................. 61

  • 11

    1. INTRODUO:

    A deciso de um projeto um processo complexo, repleto de variveis fsicas,

    econmicas e temporais, que muitas vezes so difceis de serem quantificadas

    em um primeiro momento, como por exemplo, na aquisio de um terreno a

    onde se edificar uma obra.

    O levantamento de um grande nmero de dados, em um curto espao de

    tempo, torna esta tarefa ainda mais complicada.

    A correta anlise de viabilidade surge como a nica ferramenta que

    possibilitar esta tomada de deciso, pois para desenvolv-la, tero que ser

    levantados todos os dados referentes ao terreno e as disposies municipais e

    legais que o envolvero tais como: Coeficiente de Aproveitamento, Taxa de

    Ocupao, e a consequente totalidade da rea privativa de venda e da rea

    total de construo.

    Aps, ser necessrio uma pesquisa de mercado para avaliar o melhor

    custo/benefcio do produto (residencial/comercial), o valor de venda que o

    mercado absorve, o custo estimado de construo, BDI, a velocidade de

    vendas, a curva de desembolso, as condicionantes ambientais, TAC, entre

    outras.

  • 12

    A concatenao de todos estes dados gerar um fluxo de caixa de onde viro

    dados como TIR, VPL, PAYBACK, exposio mxima, que nortearo a deciso

    do investidor.

    Ou seja, a viabilidade exige um esforo conjunto da rea comercial (tipologia

    do produto, valor venal), do setor tcnico (a arquitetura, que gera um primeiro

    estudo de massa e um quadro de reas; a engenharia, atravs da anlise da

    topografia, e da geologia do terreno, da previso de custos, do planejamento e

    do oramento, que nortearo a definiodo prazo,da curva de desembolso e

    dos custos previstos; jurdico, na definio de condicionantes e medidas

    mitigatrias.

    2. OBJETIVO:

    Esta monografia tem como objetivo demonstrar a importncia de um estudo de

    viabilidade como elemento chave para nortear um incorporador ou investidor na

    tomada de deciso de aportar, ou no, o seu capital e esforo em um

    determinado projeto empreendimento imobilirio.

    A partir dos conceitos apresentados pretende-se inibir o uso do sentimento

    como ferramenta decisria na fase de aquisio de um terreno e na concepo

    de um empreendimento.

  • 13

    3. JUSTIFICATIVA:

    A realizao de incorporaes imobilirias, alm da complexidade inerente

    realizao de projetos compostos por inmeros elementos, carrega elevados

    riscos, em consequncia dos investimentos de porte que soexigidos

    antecipadamente absoro do produto final pelo mercado. Acresa-se a

    issooutro fator de risco, associado ao longo tempo de maturao do produto,

    perodo em que as expectativas da demanda costumam sofrer substanciais

    modificaes.

    Este trabalho objetiva verificar previamente a viabilidade econmico-financeira

    das incorporaes imobilirias, num momento anterior tomada de deciso por

    implantar (ou no) o projeto.

    Para tanto, sero apresentados fatores que afetam a deciso de incorporar,

    indicadores e demonstrativos que viabilizaro a anlise do fluxo de caixa e que

    nortearo a tomada de deciso do construtor ou incorporador.

    De acordo com Lima Junior (1998) as decises de investimentos em

    empreendimentos imobilirios no Brasil so praticadas em grande frequncia,

    tomando como base a pretensa sensibilidade do empreendedor, ou em

    parmetros extrados do mercado sem qualquer valor tcnico, seja para

    analisar e posteriormente decidir.

  • 14

    Conforme Lima Junior (1998), visto sob o ngulo gerencial e da anlise

    dosempreendimentos, o setor tem sido vitimado pela improvisao e pelo

    personalismo na conduo dos processos decisrios, cuja consequncia se

    evidencia nas mltiplas histrias estatsticas que se pode encontrar dos

    grandes sucessos aparentes, que acabaram por se transformar em enormes

    fracassos.

    De acordo com Heineck, Barros Neto e Abreu (2008) a avaliao econmica

    deprojetos, muitas vezes, realizada intuitivamente por donos das empresas

    ou responsveis pela tomada de deciso, sem levar em considerao as

    tcnicas propicias de anlise de investimentos e os dados existentes sobre o

    investimento, podendo acarretar em resultados em desacordo com a realidade

    dos mercados. A deciso de investir deve ser analisada avaliando a qualidade

    do investimento, que por sua vez, gerada pelos indicadores econmicos, que

    daro ao empreendedor a base de informaes que ele entende como

    suficiente para decidir (LIMA JUNIOR, 1998).

  • 15

    4. REVISO BIBLIOGRFICA:

    4.1. Fatores que Afetam a Deciso de Incorporar

    A deciso do empresrio em investir num projeto especfico depender

    noapenas da perspectiva de gerao de lucros, como tambm da existncia

    de financiamentopara a produo e potenciais compradores.Esta dupla

    dependncia exige utilizar mtodo racional auxiliar tomada de decisoem

    momento anterior ao comprometimento com elevados dispndios.

    4.2. Contribuies Realizao de Estudos de Viabilidade

    H longa tradio bibliogrfica versando sobre avaliaes de investimentos.

    Grande parte deste trabalhoterico tem se dedicado aos mtodos de fluxos de

    caixa descontados preferidos pelosanalistas, em especial o mtodo VPL - Valor

    Presente Lquido (tambm chamado de NPV - Net Present Value) e o mtodo

    TIR - Taxa Interna de Retorno (tambm conhecido por IRR- Internal Rate of

    Return). Abreu & Stephan (1982), De Faro (1979), Flanagan et al (1989) e

    Hirschfeld (1986), entre outros, confirmam esta preferncia, dando consistncia

    aplicao de taxas de desconto aos fluxos de caixa em anlise.

  • 16

    Cadman & Austin-Crowe (1994, pp.41-2) destacam que as tcnicas tradicionais

    deavaliao prvia de empreendimentos utilizam formato simples, comparativo

    entre custos e receitas totais, buscando verificar se os projetos produziro

    taxas de retorno adequadas.

    Como o tempo elemento significativo e a incidncia de custos e receitas

    ocorrem emdiferentes momentos, importante descontar (ou capitalizar) tais

    ocorrncias para uma data nica, usualmente a data do estudo de viabilidade.

    Para tanto, identifica-se a taxa de atratividade e/ou custos financeiros

    incidentes, para aplicao dos mtodos disponveis atravs da Engenharia

    Econmica.

    Ento, estabelecida a seqncia do projeto no tempo, surgem trs decises-

    chave aadotar (Heineck, 1989a, p.2): (1o.) o desenho do fluxo de caixa; (2o.) o

    tratamento dainflao; e (3o.) a escolha da taxa i a utilizar no desconto (ou

    capitalizao) do fluxo de caixa.

    No entanto, considerando que se trata de estimao inicial do desempenho do

    projeto em data anterior a sua implementao, podem ser levantados apenas

    alguns poucos elementos disponveis no momento de realizao da anlise

    prvia (como, por exemplo, o preo de aquisio do terreno), sendo aceitvel

    supor relaes lineares para quantificar os demais componentes do fluxo de

    caixa, os quais devem contemplar tanto estimativas dos desembolsos (custos

    administrativos, com projetos e de construo), como dos ingressos (receitas

  • 17

    originadas nas vendas das unidades e parcelas de financiamentos se

    houverem). Porm, medida em que o projeto evolua, busca-se substituir

    desembolsos e ingressos inicialmente linearizados, por valores que expressem

    os movimentos reais ocorridos no caixa do empreendimento, at a data da

    reviso.

    Para tratamento dos efeitos inflacionrios, pressupondo ao assemelhada

    tantosobre fluxos positivos como negativos, recomendvel utilizar valores em

    moedaconstante, mediante transformao de todos os movimentos do caixa

    em ndice de preos vigente data zero do diagrama (data da anlise prvia de

    viabilidade). Tal medida facilitar atualizaes posteriores do estudo de

    viabilidade, dada sua caracterstica de processo contnuo, alm de permitir a

    utilizao de taxas reais de juros (expurgados efeitos inflacionrios) no

    tratamento do fluxo de caixa. Como indexador mais indicado para o Brasil,

    considera-se o CUB - Custo Unitrio Bsico, levantado mensalmente nas

    principais cidades do pas pelos sindicatos das indstrias de construo civil

    locais.

    Finalmente, para tratamento da terceira questo (escolha da taxa i para

    descontoou capitalizao do fluxo de caixa), sugere-se a utilizao de taxas

    reais de juros, uma vezinoculados efeitos inflacionrios sobre o fluxo de caixa,

    conforme abordado anteriormente.

    Considere-se que, dependendo da capacidade financeira do incorporador,

    surgiro duashipteses: primeiro, as receitas geradas pelo prprio

  • 18

    empreendimento suprirem asnecessidades de caixa. Neste caso, utiliza-se a

    taxa de atratividade do incorporador para,atravs dos mtodos VPL ou TIR

    (Abreu & Stephan, 1982, pp.36-45), verificar se oempreendimento supre as

    expectativas de lucro econmico; ou, segundo, a empresanecessitar o aporte

    de recursos prprios e/ou de terceiros para cobrir desembolsos. Umavez o

    incorporador disponibilizando recursos prprios, novamente i pode ser

    identificado por sua taxa de atratividade. J para recursos de terceiros, i

    assumir o valor cobrado como custo financeiro, na forma de taxa de juros

    reais. Convm salientar que ocorrida a hiptese de fonte mista de recursos

    (prprios e de terceiros), o mtodo MTIR Taxa Interna de Retorno Modificada

    (Vieira Sobrinho, 1985, pp.63-6) desponta como mais indicado para as anlises

    econmicas do fluxo de caixa do empreendimento, ao permitir emprego

    concomitante de duas taxas.

    Por outro lado, inmeras dificuldades ocorrem para quantificao de alguns

    fluxosnesta fase inicial da anlise, alm de muitos elementos se apresentarem

    sensveis amodificaes no decorrer do tempo. Por isso, sensato gerar

    estimativas com utilizaodas tcnicas da Anlise de Sensibilidade (Hirschfeld,

    1984, pp.286-96), medianteverificao dos efeitos de variabilidades

    experimentais nas receitas, nos custos e/ou nastaxas i utilizadas, apurando

    consequentes resultados sobre o VPL, TIR e MTIR.

  • 19

    4.3. Empreendimentos Imobilirios

    Conforme Limmer (1997) um empreendimento pode ser definido como um

    projeto,com objetivo ou prerrogativas bem definidos, a ser materializado

    segundo um plano preestabelecido e dentro de condies de prazo, custo,

    qualidade e risco previamente definidos.

    Ainda discorrendo sobre o conceito de empreendimento, caracteriza-se como

    um projeto, com um conjunto de realizaes fsicas, compreendendo desde as

    concepes iniciais de uma ideia, at a sua concretizao (LIMMER, 1997).

    Conforme NBR 14653-4 (ABNT, 2002), os empreendimentos podem ser

    classificados conforme o estgio e conforme a base. Neste primeiro ele

    dividido em: concepo ou anteprojeto, projeto, implantao ou execuo, pr

    operao, operao, paralisado ou embargado, desativado e o desmonte.

    Segundo a base so classificados como: empreendimentos imobilirios, de

    base imobiliria, de base industrial, de base rural, de base comercial e

    servios, de base mineral e com base em concesses de servios pblicos.

    Empreendimentos imobilirios so empreendimentos em imvel destinados ao

    parcelamento do solo ou construo de benfeitorias, com o objetivo de venda

    das unidades geradas, sendo que podem ser residenciais, comerciais, de

    servios, industriais, rurais ou mistos NBR 14653-4 (ABNT, 2002).

  • 20

    4.4. Investimentos no Setor da Construo Civil

    Segundo Lima Junior (1998, p.9):

    As rotinas de deciso compreendem marco, nas quais se exige proceder

    escolhade uma nica entre as alternativas disponveis, validadas, mas

    de diferentes expectativas de desempenho, associadas a configuraes

    de desempenho e risco fazendo uma funo de correlao positiva.

    Fazer a escolha assumir riscos, na busca de um certo nvel de

    desempenho, que seentenda como compensador diante dos riscos em

    alcan-lo.

    A escolha ser tanto mais confortvel, quanto mais informaes estiver

    disponvelsobre o andamento da funo (desempenho esperado x

    riscos), mas no se podeesperar ser possvel construir meios de

    eliminao de riscos.

    Riscos existiram pela relativa capacidade, ou incapacidade, que ter

    oempreendedor de monitorar todas as variveis de comportamento

    errtico e queinfluenciam no desempenho de empreendimento.

    De acordo com Hirschfeld (1989), deciso corresponde alocao de recursos

    a uma das alternativas econmicas, possibilitando sua execuo.

  • 21

    4.5. Anlise de Investimentos

    Segundo Casarotto Filho e Kopittke (2008) as decises de investimento de um

    projeto devem considerar:

    Critrios econmicos: rentabilidade do investimento;

    Critrios financeiros: disponibilidade de recursos;

    Critrios imponderveis: fatores no conversveis em dinheiro.

    Casarotto Filho e Kopittke (2008) sugerem como mtodos de anlise os

    seguintes indicadores:

    Mtodo do Valor Anual Uniforme Equivalente (VAUE)

    Mtodo do Valor Presente Lquido (VPL)

    Mtodo da Taxa Interna de Retorno (TIR)

    Tempo de Recuperao do Capital (PAYBACK)

    Conforme Lima Junior (1993), estes indicadores que refletem a qualidade

    dosinvestimentos financeiros relacionados com o retorno, o que levaro o

    empreendedor a se orientar sobre investir ou no no empreendimento.

    4.6. Taxa Mnima de Atratividade TMA

    Ao se analisar uma proposta de investimento, deve-se considerar o fato de

    estar perdendo a oportunidade de registrar retornos com a aplicao do mesmo

  • 22

    capital em outros projetos. A nova proposta para ser atrativa deve render, no

    mnimo, a taxa de juros equivalente rentabilidade das aplicaes correntes e

    de pouco risco. Segundo Casarotto Filho e Kopittke (2008) esta , portanto, a

    taxa mnima de atratividade.

    A NBR 14653-4 (ABNT, 2002) refere-se taxa mnima de atratividade como

    sendo a taxa de desconto do fluxo de caixa, compatvel com a natureza e

    caractersticas do empreendimento, bem como com a expectativa mnima de

    emulao do empreendedor, em face de suas carteiras de ativos.

    Conforme Casarotto Filho e Kopittke (2008) para pessoas fsicas, no Brasil,

    comum a taxa mnima de atratividade ser igual rentabilidade da caderneta de

    poupana. Na verdade um benchmark para as opes de investimentos

    sobre a premissa de que a alternativa idealizada deve ter retorno semelhante

    ao valor apurado pelo ndice de referncia. Para empresas, o parmetro

    relativo ao seu grau de penetrao no mercado e maturidade.

    4.7. Mtodo do Valor Presente Lquido VPL

    Para Casarotto Filho e Kopittke (2008) o VPL descrito, algebricamente, como

    osomatrio dos fluxos de caixa descontados do projeto em anlise. Como

    temos que consideraro valor do dinheiro no tempo, no se pode somar

  • 23

    diretamente os fluxos de caixa envolvidossem antes ajust-los a uma taxa de

    desconto. Escolhe-se a opo que apresenta melhor valorpresente lquido. A

    taxa utilizada para desconto do fluxo (trazer para o valor presente) a

    taxamnima de retorno.

    Conforme Hirschfeld (1989), o mtodo do valor presente lquido, tem como

    finalidadedeterminar um valor no instante considerado inicial, a partir de um

    fluxo de caixa formado deuma srie de receitas e dispndios.

    Segundo Silva et. al (2007), o VPL de um projeto de investimento igual

    diferenaentre o valor presente das entradas lquidas de caixa, associadas ao

    projeto e o investimentoinicial necessrio, com o desconto dos fluxos de caixa

    feito a uma taxa K definida pelaempresa.

    Ross, Westerfield, Jaffe (2002) atribuem a superioridade do VPL a trs

    atributos:

    O VPL usa fluxo de caixa: os fluxos de caixa de um projeto podem

    serutilizados para outras finalidades na empresa. Em contraste os lucros

    contbeis so uma figuraartificial, embora sejam teis no devem ser

    usados na anlise de investimento, pois geramfluxos de caixa.

    O VPL usa todos os fluxos de caixa do projeto: outros enfoques ignoram

    ofluxo de caixa alm de certa data.

  • 24

    O VPL desconta os fluxos de caixa corretamente: demais indicadores

    podemignorar o valor do dinheiro no tempo, quando relacionam-se com

    fluxos de caixa.

    Motta e Calba (2002) conceituam o VPL descontado como a soma algbrica

    de todosos fluxos de caixa descontados para o instante presente (t = 0), a uma

    dada taxa de juros (i).

    Onde:

    FC0, FC1, FC2, FC3, FCn: representam os retornos gerados, o valor da

    entradasdo fluxo de caixa;

    i: taxa, concebe o que a empresa espera do investimento, ou seja, a

    taxamnima de atratividade do investimento, a fim de avaliar se as

    entradas proporcionam umVPL positivo.

    Heineck, Barros Neto e Abreu (2008) destacam com as principais vantagens do

    VPL:

    uma medida absoluta de valor;

    Evidencia uma noo do risco envolvido;

    Considera o valor do dinheiro no tempo;

  • 25

    consistente com o objetivo das organizaes;

    Considera todos os fluxos de caixa envolvidos.

    Heineck, Barros Neto e Abreu (2008) citam como desvantagem do VPL

    aimpossibilidade de comparao em termos de taxa.

    Assim o VPL um indicador que exterioriza se as projees de entradas

    lquidas decaixa (FC) fornecero retorno positivo sobre a taxa mnima de

    atratividade, dimensionada notempo, ou seja, desconta-se dos termos de caixa

    a taxa mnima que a empresa espera auferir no investimento, sendo positivo os

    fluxos de caixa apresentam o mnimo de rendimentoplanejado.

    Heineck, Barros Neto e Abreu (2008) afirmam que o VPL o mtodo mais

    robustopara o processo de anlise de investimentos, dado que no apresenta

    nenhuma restriosignificativa de utilizao.

    Desta forma, ser adotado como mtodo principal da anlise de investimentos

    o VPL,sendo que os outros mtodos serviram de forma acessria, de apoio

    para a tomada de deciso, como tambm para algum critrio de desempate.

  • 26

    4.8. Taxa Interna de Retorno TIR

    Conforme Newnan e Lavelle (2000), a taxa interna de retorno definida como a

    taxade jutos pago sobre o saldo devedor de um emprstimo, de tal forma que o

    esquema depagamento reduza a zero esse saldo quando se faz o pagamento.

    A NBR 14653-4 (ABNT, 2002), refere-se a TIR, como sendo a taxa de juros

    que anulao fluxo de caixa descontado de um investimento .

    Para Souza (2003), a taxa interna de retorno (TIR) representa a taxa que

    devolve ovalor presente das entradas de caixa, associadas ao projeto, igual ao

    investimento inicial. Ataxa interna de retorno a taxa de desconto que anula o

    valor atual lquido do projeto deinvestimento. O critrio de deciso, utilizando

    este mtodo de anlise, d-se em decorrnciados projetos de investimento que

    apresentarem maior taxa.

    Onde:

    FC0, FC1, FC2, FC3, FCn: representam os retornos gerados, o valor da

    entradasdo fluxo de caixa;

    TIR: taxa interna de retorno.

  • 27

    A TIR segue a mesma lgica matemtica do VPL, entretanto busca igualar as

    entradaslquidas zero, descontando, ento, a taxa interna de retorno

    projetada para o investimento emdestaque.

    Casarotto Filho e Kopittke (2008) afirmam que o mtodo TIR requer o clculo

    da taxaque zera os valores presentes dos fluxos de caixa das alternativas.Lima

    Junior (1993) refere-se taxa de retorno, como uma medida de alavancagem

    depoder de compra oferecida pelo empreendimento ao empreendedor,

    considerando osinvestimentos e os retornos, no prazo em que se do os

    ganhos.

    Conforme Hirschfeld (1989) a taxa interna de retorno representa percentual

    referenteao ganho recebido em devoluo, comparado adequadamente com a

    quantia investida.

    Desta forma os investimentos em que a TIR for maior que TMA so

    consideradosrentveis, portanto passveis de anlise, o inverso torna o projeto

    invivel perante a margemde ganho pretendida, logo, descartvel para

    averiguaes.

    Segundo Motta e Calba (2002) a taxa de retorno isoladamente no uma

    medida deatratividade do investimento, assim sendo, no pode ser usada

    diretamente como critrio deseleo ou ordenao entre as oportunidades de

    investimento.

  • 28

    Ross, Westerfield, Jaffe (2002) discorrendo sobre a simplicidade da relao da

    TIR, VPL e TMA dimensionam que no to simples optar por investimentos

    considerando aaceitao ou no, apenas sob o prisma da TIR, pois ela no

    considera a escala, pode-se teruma TIR menor, mas um VPL maior que

    justifica o investimento. Desta forma desenvolveu-seo conceito da TIR

    incremental, caracterizada pela avaliao do investimento adicionalresultante

    da escolha do projeto maior sobre o menor.

    Conforme Heineck, Barros Neto e Abreu (2008) os critrios de aceitao da

    TIR so:

    So aceitos investimentos com a taxa interna de retorno maior ou igual

    aocusto de oportunidade;

    So aceitos financiamentos com a taxa interna de retorno menor ou

    igual aocusto de oportunidade.

    O autor enfatiza ainda que a TIR no um bom critrio de classificao, dado

    que emcomparaes de projeto h possibilidade de ocorrncia de situaes

    onde o projeto de maior TIR tenha menor VPL. Neste caso, a melhor alternativa

    o VPL, que representa uma medidaabsoluta de valor em moeda (R$). A TIR

    melhor utilizada como critrio para auxiliar o VPLna tomada de deciso.

  • 29

    Heineck, Barros Neto e Abreu (2008) destacam duas vantagens pelo mtodo

    da TIR:medida relativa de valor permitindo a comparao com outras taxa; bom

    critrio de aceitao.

    Como desvantagens da TIR o autor apresenta:

    Se o projeto for de investimento um; se for de financiamento outro.

    No um bom critrio de classificao, dado que em comparaes de

    projetoh possibilidade de ocorrncia de situaes onde o projeto de

    maio TIR tenha menor VPL.Neste caso, a melhor alternativa o VPL,

    que representa uma medida absoluta de valor emmoeda (R$). A TIR

    melhor utilizada como critrio para auxiliar o VPL na tomada dedeciso.

    H situaes onde se encontram mltiplas taxas internas de retorno.

    Neste casoa TIR no tem significado. Deve-se utilizar o VPL para

    tomada de deciso;

    Tambm h situaes onde no se obtm nenhuma taxa interna de

    retorno.Novamente devemos recorrer ao VPL.

    4.9. Tempo de Recuperao do Capital PAYBACK

    Considerado por Casarotto Filho e Kopittke (2008) o principal mtodo no

    exato,mede o tempo necessrio para que o somatrio das parcelas anuais seja

    igual ao investimentoinicial. Genericamente pode-se dizer que registra o tempo

    mdio para os fluxos de caixa seequipararem ao valor do investimento.

  • 30

    A NBR 14653-4 (ABNT, 2002), define o payback como sendo o perodo no qual

    osresultados lquidos acumulados da operao do empreendimento equivalem

    aosinvestimentos.

    Segundo Silva, Ferreira, Pazzini e Abrantes (2007) o mtodo de avaliao

    financeiramais simples o tempo de retorno do investimento (payback), que

    consiste na quantificaodo tempo necessrio para que o dispndio de capital

    (valor do investimento) seja recuperadoatravs dos benefcios lquidos (fluxo do

    caixa) gerados pelo empreendimento.

    Payback = Valor do Investimento

    Valor dos Fluxos de Caixa

    Casarotto Filho e Kopittke (2008) entendem que esta metodologia no leva

    emconsiderao a vida do investimento, e pode ter dificultada sua aplicao

    quando oinvestimento inicial se der por mais de um ano, ou quando os projetos

    comparados tivereminvestimentos iniciais diferentes. Assim percebe-se a

    deficincia quanto relao deequivalncia entre os fluxos do investimento.

    O Payback, ou payout, utilizado como referncia para julgar a atratividade

    relativadas opes de investimento. Deve se interpretado com reservas,

    apenas como um indicador,no servindo para seleo entre as alternativas de

    investimento (MOTTA e CALBA, 2002,p. 96).

  • 31

    4.10. ndice de Lucratividade

    ndice de lucratividade a relao entre o valor presente das receitas liquidas e

    osinvestimentos NBR 14653-4 (ABNT, 2002).

    Em relao ao ndice de lucratividade, o empreendimento ser considerado

    vivelquando seu valor for igual ou superior a unidade, para uma taxa de

    desconto equivalente aocusto de oportunidade de igual risco NBR 14653-4

    (ABNT, 2002).

    4.11. Fluxo de Caixa

    Para Motta e Calba (2002) qualquer projeto que venha a ser proposto, hoje

    em dia,quer seja, a uma empresa potencialmente interessada no mesmo, ou,

    ainda, a um rgopossivelmente financiador do projeto, ter um estudo de

    viabilidade tcnico-econmica arespald-lo.

    A construo do fluxo de caixa de um projeto de investimento deve ser realizadapara que o projeto possa ser analisado com vistas a tomada de deciso sobre aimplantao ou no. O fluxo de caixa implantado mediante estimao dos valoresde entradas e sadas de recursos financeiros. Em alguns casos, a venda dos produtosreferente ao projeto de investimento considerado pode interferir nas vendas deoutros produtos comercializados pela empresa (SOUZA, 2003, p.125).

  • 32

    De acordo com a NBR 14653-4 (ABNT, 2002, p.4), fluxo de caixa a srie

    dereceitas, custos e despesas de um empreendimento ao longo de um

    determinado perodo.

    4.12. Anlise de Sensibilidade:

    Anlise de Sensibilidade ferramenta que possibilita a gerao de relatrios

    com perfil de stress-cenrio. Diversas variveis do estudo de viabilidade podem

    ser cruzadas, com a sua verso maispessimista at a mais otimista,

    apresentando o impacto das variaes nos principais indicadores daqualidade

    econmica e financeira.

    4.13. Exposio Mxima

    Maior saldo negativo (acumulado) do fluxo de caixa. Pico de exposio de

    caixa, momento em que serianecessrio o maior aporte.

  • 33

    5. METODO

    Aps a avaliao de um terreno e tendo-se a convico que no mesmo se

    possa edificar um empreendimento imobilirio que v de encontro a realidade

    da Incorporadora e do mercado no qual a mesma est inserido, faz-se

    necessrio a contrao de um escritrio de arquitetura que ter como

    responsabilidade a confeco de um primeiro estudo de massa acompanhado

    do respectivo quadro de reas do futuro empreendimento (reas lquidas, reas

    privativas, reas globais e reas equivalentes, preferencialmente tendo o

    respaldo da NB 12.721:2007 Avaliao de custos unitrios de construo

    para incorporao imobiliria e outras disposies para condomnios edifcios).

    Este estudo inicial tambm dever ser respaldado pela Lei de Uso e Ocupao

    do Solo (lei 7166/96 alterada para lei 9959/2010, no caso de Belo Horizonte) e

    o Cdigo de Edificaes da municipalidade.

    De posse do quadro de reas deve-se analisar a proporo entre as reas

    privativas (reas venais) e as reas equivalentes (reas a serem construdas).

    Usualmente para empreendimentos residenciais de mdio e alto luxo

    aconselhvel que esta relao no passe de 1,5. Para empreendimentos

    voltados a baixa renda esta relao deve-se aproximar de1,0. Para

    empreendimentos comerciais esta grandeza extremamente varivel,pois

    depender,entre outros fatores,do nmero de vagas que se pretende construir

    (cabe apenas salientar que empreendimentos comerciais de alto nvel exigem

  • 34

    que este nmero esteja situado entre 20,0 a 35,00m2/vaga. A Lei de Uso e

    Ocupao do Solo de Belo Horizonte limita este nmero a 399 vagas, sob a

    pena de o empreendimento ter que ser analisado a luz de impacto ambiental).

    A aquisio do terreno poder ser identificada pelo seu valor de compra,

    permuta fsica no local, ou torna financeira.

    A gerao do fluxo de caixa estimado depender dos seguintes parmetros:

    Estimar o custo de construo, preferencialmente baseado em um

    histrico da Incorporadora para empreendimentos similares, somado as

    suas devidas especificidades.

    Estabelecer o prazo de durao dos perodos de pr-obra e de registro

    de incorporao.

    Estabelecer o prazo de durao dos perodos de obra, tambm baseado

    em um histrico da Incorporadora para empreendimentos similares,

    somado a suas devidas especificidades e complexidade.

    Estimar-se uma velocidade de vendas, vinculada a uma tabela de

    vendas ( importante que se defina qual ser o percentual de

    contribuio do cliente durante o perodo de construo). O preo de

    venda estimado com base nas caractersticas do imvel a construir e

    mediante informaes obtidas no mercado (especialistas em marketing

    imobilirio e corretores de imveis), atravs da identificao de preos

    de produtos assemelhados quanto localizao, rea, acabamentos e

    demais caractersticas do imvel.

  • 35

    Estabelecer a taxa de administrao do empreendimento ou o overhead

    da incorporadora;

    Definir as premissas de financiamento bancrio levando em conta a

    eventual necessidade da incorporadora em gerar caixa para investir;

    Estabelecer qual ser a taxa de desconto a ser usada no fluxo;

    Estabelecer qual ser a taxa de juros credor (a ser aplicada no saldo

    de caixa positivo) e a taxa de juros devedor (que penaliza o fluxo de

    caixa e aplicada no saldo de caixa negativo);

    6. ESTUDO DE CASO

    6.1. O empreendimento em estudo:

    Edifcio comercial composto por lojas, lajes coorporativas e salas.

    6.2. Localizao

    Avenida Barbacena Bairro Barro Preto.

    Belo Horizonte / MG

  • 36

    Figura 1: Mapa de localizao do empreendimento em estudo.

  • 37

    6.3. Quadro de reas

    Tabela 1: Quadro de reas (obtidos via estudo do departamento de arquitetura)

    RE

    SP

    ON

    S

    VE

    L T

    C

    NIC

    O:

    IPT

    U:

    R

    EA

    DO

    TE

    RR

    EN

    O C

    P:

    ZO

    NE

    AM

    EN

    TO

    :Z

    CB

    HC

    a b

    sico

    :2,

    7C

    a m

    xim

    o:3,

    4U

    NID

    AD

    ES

    NR

    :10

    4V

    AG

    AS

    NR

    :36

    9U

    NID

    AD

    ES

    RE

    : -

    VA

    GA

    S R

    E:

    -

    ESTACIONA-

    MENTO *1

    PILOTIS - REA

    DE LAZER

    COMUM *2

    RAMPAS

    ACESSVEIS *3

    CIRCULAO

    VERTICAL *4

    CIRCULAO

    HORIZONTAL *5

    ARS

    (DEPSITO DE

    LIXO)

    CAIXA D'GUA/

    BARRILETE

    CASA DE

    MQUINAS /

    SUBSTAO

    LAZER E

    RECREAO NO

    SUBSOLO *6

    GUARITA

    ZELADORIA

    DEPSITOS *7

    ANTE-CMARA

    VARANDAS

    S VARANDA / S

    PAVIMENTO

    VARANDA A

    DESCONTAR

    S ELEVADORES

    CIRC.

    HORIZONTAL A

    DESCONTAR

    3 S

    UB

    SO

    LO

    NIC

    O33

    00,8

    670

    45,3

    020

    29,4

    520

    1,11

    7033

    76,7

    380

    -

    -

    26,9

    040

    29,4

    520

    2 S

    UB

    SO

    LO

    NIC

    O33

    93,7

    920

    45,3

    020

    29,4

    520

    35,5

    200

    3504

    ,066

    0-

    -

    26

    ,904

    029

    ,452

    0

    1 S

    UB

    SO

    LO

    NIC

    O24

    91,3

    190

    45,3

    020

    44,7

    510

    85,7

    690

    197

    ,35

    0028

    64,4

    910

    -

    -

    26,9

    040

    44,7

    510

    1 P

    AV

    IME

    NT

    O

    NIC

    O76

    ,631

    089

    ,452

    05,

    9230

    142

    8,00

    80

    2142

    ,012

    023

    14,0

    180

    -

    -

    26,9

    040

    53,8

    080

    2 P

    AV

    IME

    NT

    O

    NIC

    O10

    9,4

    650

    172,

    8330

    237

    ,93

    7011

    34,

    370

    011

    34,3

    700

    1654

    ,605

    0-

    -

    70

    ,043

    014

    0,0

    860

    3 P

    AV

    IME

    NT

    O

    NIC

    O97

    ,519

    011

    1,60

    0025

    ,94

    6014

    66,

    934

    014

    66,9

    340

    1701

    ,999

    0-

    -

    55

    ,827

    011

    1,6

    000

    4 P

    AV

    IME

    NT

    O

    NIC

    O97

    ,519

    011

    1,60

    0025

    ,94

    6016

    36,

    904

    016

    36,9

    040

    1871

    ,969

    0-

    -

    55

    ,827

    011

    1,6

    000

    5 P

    AV

    IME

    NT

    O

    NIC

    O97

    ,519

    011

    1,60

    0025

    ,94

    6016

    36,

    904

    016

    36,9

    040

    1871

    ,969

    0-

    -

    55

    ,827

    011

    1,6

    000

    6 P

    AV

    IME

    NT

    O

    NIC

    O97

    ,519

    011

    1,60

    0025

    ,94

    6016

    36,

    904

    016

    36,9

    040

    1871

    ,969

    0-

    -

    55

    ,827

    011

    1,6

    000

    7 P

    AV

    IME

    NT

    O

    NIC

    O97

    ,519

    011

    1,60

    0025

    ,94

    6016

    00,

    895

    016

    00,8

    950

    1835

    ,960

    0-

    -

    55

    ,827

    011

    1,6

    000

    8 P

    AV

    IME

    NT

    O

    NIC

    O97

    ,519

    011

    1,60

    0025

    ,94

    6016

    00,

    895

    016

    00,8

    950

    1835

    ,960

    0-

    -

    55

    ,827

    011

    1,6

    000

    9 P

    AV

    IME

    NT

    O

    NIC

    O97

    ,519

    010

    3,29

    5041

    ,06

    7099

    5,8

    050

    995,

    805

    012

    37,6

    860

    55,8

    270

    103

    ,295

    0

    10

    PA

    VIM

    EN

    TO

    N

    ICO

    51,4

    540

    67,6

    600

    29,2

    490

    855

    ,267

    085

    5,2

    670

    1003

    ,630

    0-

    -

    55

    ,827

    067

    ,660

    0

    CA

    IXA

    D'

    GU

    A1

    16,5

    200

    116

    ,520

    0-

    -

    -

    TO

    TA

    IS (

    )

    9.18

    5,9

    780

    0,0

    000

    0,00

    001.

    056

    ,08

    901.

    206

    ,495

    085

    ,769

    01

    16,5

    200

    0,00

    000

    ,000

    00,

    000

    00,

    000

    00,

    000

    00

    ,000

    00,

    000

    070

    3,8

    390

    0,00

    00

    13.9

    92,8

    860

    14.7

    06,

    890

    027

    .061

    ,58

    00-

    1.13

    8,1

    040

    CO

    LUN

    AS

    12

    34

    56

    78

    910

    1112

    1314

    14A

    1516

    17

    18

    R

    EA

    (m)

    85,7

    690

    N9.

    185,

    978

    0

    A

    12.2

    47,

    092

    0

    B

    (3.0

    61,

    114

    0)

    C6

    ,000

    0P

    R

    EA

    (m)

    -

    D

    -

    R

    EA

    (m)

    -

    E

    -

    15

    ,000

    0R

    R

    EA

    (m)

    F F'

    G-

    K

    R

    EA

    (m)

    2396

    ,482

    0I

    1648

    5,76

    10

    J23

    08,0

    065

    L88

    ,475

    5M

    CA

    =- -

    OB

    SE

    RV

    A

    E

    S:

    *5-

    R

    EA

    DE

    CIR

    CU

    LA

    O

    HO

    RIZ

    ON

    TA

    L C

    OLE

    TIV

    A*1

    -

    RE

    A D

    ES

    TIN

    AD

    A A

    ES

    TA

    CIO

    NA

    ME

    NT

    O D

    E V

    EC

    ULO

    S*6

    -

    RE

    A N

    O S

    UB

    SO

    LO D

    ES

    TIN

    AD

    A A

    LA

    ZE

    R E

    RE

    CR

    EA

    O D

    E U

    SO

    CO

    MU

    M E

    M E

    DIF

    . R

    ES

    ID. M

    ULT

    IFA

    MIL

    IAR

    ES

    *2-

    PIL

    OT

    IS -

    R

    EA

    DE

    LA

    ZE

    R C

    OM

    UM

    EM

    ED

    IFIC

    A

    O

    RE

    SID

    EN

    CIA

    L O

    U D

    E U

    SO

    MIS

    TO

    CO

    M P

    AV

    IME

    NT

    O-T

    IPO

    RE

    SID

    EN

    CIA

    L*7

    - C

    OM

    PA

    RT

    IME

    NT

    OS

    DE

    ST

    INA

    DO

    S A

    DE

    P

    SIT

    OS

    EM

    ED

    IF. R

    ES

    ID. E

    SIT

    UA

    DO

    S N

    OS

    PIL

    OT

    IS O

    U N

    A G

    AR

    AG

    EM

    *3-

    R

    EA

    DA

    S R

    AM

    PA

    S D

    E A

    CE

    SS

    O

    S

    RE

    AS

    CO

    MU

    NS

    DE

    ED

    IF.

    DE

    US

    O R

    ES

    IDE

    NC

    IAL

    AD

    EQ

    UA

    DA

    S

    PN

    E*8

    -

    RE

    A G

    ER

    AD

    A P

    ELO

    FA

    TO

    R M

    UL

    TIP

    LIC

    AD

    OR

    DO

    P

    -DIR

    EIT

    O S

    UP

    ER

    IOR

    A 4

    ,50m

    *4-

    R

    EA

    DE

    CIR

    CU

    LA

    O

    VE

    RT

    ICA

    L C

    OLE

    TIV

    A*9

    - E

    ST

    E Q

    UA

    DR

    O S

    D

    EV

    E S

    ER

    CO

    NS

    IDE

    RA

    DO

    PA

    RA

    C

    LCU

    LO D

    E E

    DIF

    ICA

    ES

    DE

    US

    O M

    IST

    O E

    M Z

    A

    R

    EA

    VE

    GE

    TA

    DA

    IM

    PE

    RM

    E

    VE

    L

    TA

    XA

    DE

    PE

    RM

    EA

    BIL

    IDA

    DE

    0,20

    05

    PR

    OJE

    O D

    A

    RE

    A C

    ON

    ST

    RU

    DA

    1871

    ,97

    00T

    AX

    A D

    E O

    CU

    PA

    O41

    ,27

    %

    R

    EA

    VE

    GE

    TA

    DA

    PE

    RM

    E

    VE

    L

    VO

    LU

    ME

    CA

    IXA

    DE

    CA

    PT

    A

    O

    909,

    440

    0

    TO

    TA

    L D

    A

    RE

    A E

    ST

    AC

    ION

    AM

    EN

    TO

    (

    CO

    LU

    NA

    1)

    R

    EA

    AD

    QU

    IRID

    A P

    OR

    TD

    C24

    49,4

    184

    CA

    PO

    SS

    VE

    L3,

    44

    DE

    SC

    ON

    TO

    S C

    ON

    FO

    RM

    E I

    NC

    ISO

    XIV

    DO

    AR

    T. 4

    6

    A -

    B

    LIM

    ITE

    DO

    DE

    SC

    .D

    A

    RE

    AD

    EE

    ST

    AC

    ION

    AM

    EN

    TO

    (ST

    ER

    RE

    NO

    CP

    X C

    Ab)

    DE

    SC

    ON

    TO

    S C

    ON

    FO

    RM

    E IN

    CIS

    O II

    I DO

    AR

    T.

    46

    DE

    SC

    ON

    TO

    S C

    ON

    FO

    RM

    E IN

    CIS

    O I

    DO

    AR

    T. 4

    6O

    BS

    ER

    VA

    ES

    CA

    SO

    'C' S

    EJA

    NE

    GA

    TIV

    O,

    O D

    ES

    CO

    NT

    O

    SE

    R

    O V

    ALO

    R D

    E 'A

    ', C

    AS

    O S

    EJA

    P

    OS

    ITIV

    O, O

    DE

    SC

    ON

    TO

    SE

    R

    O V

    ALO

    R

    DE

    'B'.

    QU

    m

    nico

    pvto

    de

    pilo

    tisem

    edifi

    ca

    ore

    sid.

    oude

    uso

    mis

    toco

    mpv

    to-t

    ipo

    resi

    denc

    ial;

    (

    CO

    LUN

    A 2

    )--

    ---

    OB

    SE

    RV

    A

    E

    S-

    -

    9.18

    5,9

    780

    CA

    SO

    'S'

    15,

    0m,

    O D

    ES

    CO

    NT

    O S

    ER

    IG

    UA

    L A

    15m

    .

    CA

    SO

    'O' >

    = 'N

    ', O

    DE

    SC

    ON

    TO

    SE

    R

    O V

    ALO

    R D

    E 'N

    ', C

    AS

    O

    'O' 6

    ,0m

    , O

    DE

    SC

    ON

    TO

    SE

    R

    IGU

    AL

    A 6

    ,0m

    .

    R

    EA

    M

    XIM

    A A

    SE

    DE

    SC

    ON

    TA

    R D

    A G

    UA

    RIT

    A

    85,7

    690

    0,0

    000

    R

    EA

    DA

    GU

    AR

    ITA

    (

    CO

    LU

    NA

    10)

    R

    EA

    AD

    QU

    IRID

    A P

    OR

    OD

    C9

    07,1

    92

    VE

    RIF

    . D

    E C

    IRC

    . H

    OR

    IZO

    NT

    AL

    R

    EA

    P

    RIV

    AT

    IVA

    R

    ES

    IDE

    NC

    IAL

    REA A DESCONTAR: DESCONTAR REA DA VARANDA EM

    AT 10% DA REA DO PAVTO. EM QUE ELA SE ENCONTRA.

    REA CORRESPONDENTE REA DA CAIXA DOS

    ELEVADORES

    REA A DESCONTAR POR PVTO: DESCONTAR REA DA

    CIRC. HORIZONTAL COLETIVA AT 2X A REA DA CX DOS

    ELEVADORES

    O S

    AN

    EX

    O I

    I -

    ME

    M

    RIA

    DE

    C

    LC

    ULO

    DE

    R

    EA

    S

    FA

    RK

    AS

    V

    LGY

    I A

    RQ

    UIT

    ET

    UR

    A L

    TD

    A01

    2049

    008

    001

    -0

    R

    EA

    DO

    AR

    S (

    C

    OLU

    NA

    6)

    R

    EA

    MN

    IMA

    DO

    AR

    S

    85,7

    690

    R

    EA

    S

    CO

    MU

    NS

    N

    O

    D

    ES

    CO

    NT

    V

    EIS

    PA

    VIM

    EN

    TO

    / N

    VE

    LB

    LO

    CO

    R

    EA

    S P

    AS

    SV

    EIS

    DE

    DE

    SC

    ON

    TO

    VE

    RIF

    ICA

    ES

    QU

    E D

    EV

    ER

    O

    SE

    R IM

    PR

    ES

    SA

    S

    4535

    ,96

    R

    EA

    S

    OM

    AT

    R

    IA

    DA

    S C

    OLU

    NA

    S

    1 A

    15

    E 1

    7

    VE

    RIF

    ICA

    O D

    E

    VA

    RA

    ND

    AS

    R

    EA

    P

    RIV

    AT

    IVA

    N

    O

    R

    ES

    IDE

    NC

    IAL

    P

    -DIR

    EIT

    O

    SU

    PE

    RIO

    R A

    4,

    50m

    *8

    R

    EA

    M

    XIM

    A A

    SE

    DE

    SC

    ON

    TA

    R D

    A Z

    ELA

    DO

    RIA

    R

    EA

    DA

    ZE

    LA

    DO

    RIA

    (

    CO

    LUN

    A 1

    1)

    0,0

    000

    ----

    -

    DE

    SC

    ON

    TO

    S C

    ON

    FO

    RM

    E

    5 D

    O A

    RT

    . 46

    OB

    SE

    RV

    A

    E

    S

    DE

    SC

    ON

    TO

    S C

    ON

    FO

    RM

    E IN

    CIS

    O X

    VII

    DO

    AR

    T. 4

    6O

    BS

    ER

    VA

    ES

    re

    ada

    sra

    mpa

    ss

    re

    asco

    mu

    nsde

    edi

    f.R

    esi

    denc

    iisq

    uese

    jam

    ade

    quad

    as

    PN

    E (

    C

    OL

    UN

    A 3

    )

    OB

    SE

    RV

    A

    E

    S

    0,00

    00

    R

    EA

    PA

    VIM

    EN

    TO

    DE

    CO

    BE

    RT

    UR

    AC

    AS

    O 'K

    '