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ESTUDO DE VIABILIDADE DA TERCEIRIZAÇÃO LOGÍSTICA EM ALMOXARIFADOS CENTRAIS DO PODER EXECUTIVO DO ESTADO DE M INAS GERAIS HENRIQUE BREGUEZ GONÇALVES GOMES PINTO COELHO LEONARDO SIQUEIRA DE M OURA M ARCOS EDUARDO SILVA SOARES ANA LUIZA C AM ARGO HIRLE

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ESTUDO DE VIABILIDADE DA TERCEIRIZAÇÃO

LOGÍSTICA EM ALMOXARIFADOS CENTRAIS DO PODER EXECUTIVO DO ESTADO

DE MINAS GERAIS

HENRIQUE BREGUEZ GONÇALVES GOMES PINTO COELHO LEONARDO SIQUEIRA DE MOURA

MARCOS EDUARDO SILVA SOARES ANA LUIZA CAMARGO HIRLE

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Painel 53/161 Inovando os formatos de contratação na Administração Pública

ESTUDO DE VIABILIDADE DA TERCEIRIZAÇÃO LOGÍSTICA EM ALMOXARIFADOS CENTRAIS DO PODER EXECUTIVO

DO ESTADO DE MINAS GERAIS

Henrique Breguez Gonçalves Gomes Pinto Coelho Leonardo Siqueira de Moura

Marcos Eduardo Silva Soares Ana Luiza Camargo Hirle

RESUMO

Os últimos anos foram marcados pelo aumento do número de empresas do setor privado que passaram a adotar a terceirização logística nas operações de armazenagem e distribuição de materiais diante das perspectivas de redução de

custos, de melhoria na qualidade de processos e serviços e de direcionamento dos esforços da área meio para a área fim da organização. Os desafios ligados à gestão

de materiais também recaem sobre o setor público que deve igualmente buscar soluções para aperfeiçoar a qualidade e eficiência da armazenagem e distribuição, bem como da gestão dos almoxarifados de seus órgãos e entidades. E foram tais

constatações que serviram de base para a execução do estudo aqui apresentado que analisou a viabilidade da terceirização logística para os almoxarifados centrais

de quatro entidades do Poder Executivo do Estado de Minas Gerais, por meio do diagnóstico de suas respectivas operações, do levantamento das alternativas oferecidas pelo mercado fornecedor e da análise comparativa dos custos destes

modelos. Os resultados que serão apresentados contribuirão para as ações de outros governos que buscam maior eficiência sobre a gestão de materiais.

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INTRODUÇÃO

Os bens de consumo são essenciais para garantir a continuidade dos

serviços prestados pelo Estado. Atrasos nas entregas, desabastecimentos e perdas,

entre outros problemas, afetam a disponibilidade dos materiais utilizados na

prestação do serviço público, impactando diretamente no atendimento ao cidadão.

Isso ocorre em todas as áreas de atuação do Estado, como a de segurança pública,

educação, saúde e meio ambiente. De forma a garantir o abastecimento e o

funcionamento adequados da máquina pública, é necessário que haja uma cadeia

de suprimentos apropriada e com fluxo eficiente.

A excelência na cadeia de suprimentos e seus fluxos requer a

concentração de esforços, capitalizando recursos humanos e financeiros para atuar

nesta área. Porém, isso incorreria em uma redução de tais recursos nas áreas

finalísticas do Estado, sendo que os mesmos já são escassos. Uma alternativa, que

vem se tornando cada vez mais consolidada, principalmente no setor privado, é a

terceirização logística. Isso se deve, sobretudo, à acirrada concorrência entre as

grandes empresas do setor, que levou a uma busca sistemática por redução nos

custos e/ou aumento da qualidade/desempenho, com vistas à obtenção de

vantagem competitiva. Empresas líderes de mercado têm terceirizado toda ou

grande parte de seus processos logísticos para tornar sua cadeia de suprimentos

mais eficiente em custos, mais rápida e mais competitiva. Tal estratégia permite-lhes

ainda direcionar esforços ao seu “core business”, obtendo vantagens adicionais em

relação a seus concorrentes.

Devido a isso, o Governo do Estado de Minas Gerais, em 2012, realizou

um estudo para verificar a viabilidade da terceirização logística em quatro entidades

da área de saúde, com o objetivo de reduzir custos, otimizar o uso de recursos e

melhorar a qualidade dos serviços de armazenagem e distribuição. Vale destacar

que o referido estudo considerou o termo “armazenagem” de forma ampla,

compreendendo também outros processos como o de recebimento, separação,

expedição e controle, enfim, a própria gestão dos almoxarifados.

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Este estudo foi realizado em quatro entidades ligadas à saúde, pois elas

concentravam 49% do total das entradas em estoque ocorridas no Estado de Minas

Gerais (desconsiderando a Secretaria de Estado de Saúde – SES-MG),

apresentavam similaridade quanto aos itens armazenados e requeriam uma

distribuição capilarizada. Ressalta-se que a SES-MG foi desconsiderada, uma vez

que, à época da elaboração do Estudo, ela já possuía uma solução de terceirização,

por meio de operador logístico, contratada e em implantação.

Ademais, um dos diferenciais do estudo reside no fato de ele ter

considerado a terceirização de forma centralizada. Ao invés de analisar soluções

individuais para cada entidade, ele analisou a viabilidade de se adotar um solução

única para o atendimento da demanda consolidada das quatro entidades, com vistas

a potencializar os ganhos de economia e de gestão.

Ao término desse estudo, os resultados quantitativos e qualitativos

apontaram para a viabilidade da terceirização logística, tanto para a armazenagem

quanto para a distribuição. Foi verificado que a adoção da terceirização logística para

os almoxarifados centrais das entidades de saúde estudadas, considerando-se suas

demandas e especificidades, além de mais econômica que o modelo atual, tinha o

potencial de melhorar a qualidade do serviço, aumentar o controle e reduzir perdas.

OBJETIVOS

O estudo de viabilidade de terceirização logística, efetuado pelo Estado

de Minas Gerais, através da Secretária de Estado de Planejamento e Gestão –

SEPLAG, teve o objetivo de realizar análise comparativa entre operação própria e a

operação terceirizada (foco em armazenagem; e foco em armazenagem com

distribuição) de quatro entidades de saúde: FHEMIG, IPSEMG, HEMOMINAS e

FUNED. Dessa forma, foi possível comparar o modelo atual praticado pela

Administração pública com as principais alternativas de mercado, buscando a

construção de um modelo futuro de operação de logística passível de ser adotado

pelas quatro entidades supracitadas. Os critérios utilizados para decisão foram a

análise do custo total de operação, os ganhos qualitativos no processo, as

características do processo logístico e a estruturação do mercado fornecedor.

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A ideia do presente trabalho foi o de sugerir, sustentado pelas

informações e resultados produzidos, a centralização e terceirização dos

almoxarifados centrais dessas quatro entidades de saúde em um Centro de

Distribuição único, repassando a um terceiro a responsabilidade pelo

armazenamento, gestão e distribuição dos materiais estocados (em uma estrutura

própria do Estado ou alugada). Dessa forma, ampliar-se-ia o controle dos processos,

minimizar-se-iam as perdas, além de reduzir os custos totais com a armazenagem,

gestão e distribuição dos materiais.

Os objetivos propostos pelo projeto foram:

Migrar os almoxarifados centrais das quatro entidades de saúde – FHEMIG,

IPSEMG, HEMOMINAS e FUNED – para um modelo centralizado, em armazém

próprio ou alugado, com gestão e distribuição terceirizadas. Todos os materiais

ficariam sob responsabilidade da empresa terceirizada, que se utilizaria de sistema

de controle para quantificar o estoque real de cada entidade, além de ficar

responsável por todo o recebimento, armazenagem, separação, expedição e

distribuição destes materiais.

METODOLOGIA

Com o intuito de cumprir o objetivo principal do projeto, qual seja realizar

um estudo de viabilidade de terceirização logística da armazenagem e da

distribuição destas entidades de saúde, foi necessário que determinadas etapas

fossem respeitadas.

Inicialmente cabe conceituar as alternativas estudadas que serão

colocadas em comparação na análise para verificar a viabilidade de alteração do

modelo atual de Operação Própria para um modelo futuro.

A operação própria é caracterizada pela descentralização do modelo,

sendo a operação de responsabilidade de cada entidade, de forma individualizada.

Dessa forma os itens envolvidos na operação própria de armazenagem e

distribuição, como a gestão dos recursos humanos, a infraestrutura, equipamentos,

tecnologia e transportes seja através de veículos próprios ou contratos de transporte

relacionados é realizado por cada uma das entidades.

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As principais alternativas de mercado que foram estudadas foram o

Condomínio Logístico e o Operador Logístico. Cabe neste momento expor o

conceito utilizado para a elaboração deste trabalho. O conceito doravante utilizado

nas referências de Condomínio Logístico refere-se a grandes áreas, com uma ou

mais estruturas (armazéns), alugadas ou próprias, para atender à necessidade de

armazenagem de duas ou mais organizações. É capaz de atender demandas

relativas à infraestrutura física, alimentação, segurança, limpeza e toda a sorte de

serviços necessários para complexos logísticos, sendo os custos fixos rateados

entre os inquilinos. Na situação estudada partiu-se do principio do compartilhamento

do espaço armazém entre as entidades estudadas. Da mesma forma, o conceito

utilizado para descrever o Operador Logístico é a prestação de serviço por uma

empresa especializada na execução de tarefas relacionadas com a cadeia de

suprimentos, na qual se busca trabalhar de forma integrada com as atividades e

objetivos do contratante (visão de parceria). O foco não se restringe tão

absolutamente na redução de custos, mas na melhoria da qualidade dos serviços.

As figuras a seguir ilustram o modelo atual e as duas alternativas

estudadas no mercado privado: condomínio logístico e operador logístico.

Figura 1: Modelo atual

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Figura 2: Condomínio logístico

Figura 3: Operador logístico

Uma implementação do Operador Logístico ou Condomínio Logístico

resultaria no comparti lhamento dos almoxarifados e na distribuição dos itens entre

as entidades da área de saúde do Estado de Minas Gerais participantes do estudo.

No caso do Condomínio Logístico, a distribuição não sofreria alterações.

Entretanto, dada a complexidade da operação, a transição do modelo

atual de operação própria não compartilhada para um modelo terceirizado poderia

ser realizada em ondas, em que a migração seria realizada com determinados

grupos de itens. O agrupamento dos itens que participarem em cada onda poderá

ser feito segundo os critérios e características de armazenagem e distribuição que

sejam semelhantes.

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REQUERIMENTOS INTERNOS

As quatro entidades de saúde que fizeram parte do estudo foram: FHEMIG,

IPSEMG, HEMOMINAS e FUNED. Devido a grande representativade financeira da

área de saúde, somada à criticidade dos itens armazenados e a possibilidade de

trabalhar a sinergia de entidades da mesma área estas quatro entidades foram

selecionadas para o estudo piloto de viabilidade de terceirização logística.

A Fundação Ezequial Dias – FUNED é responsável pela produção e

distribuição de medicamentos de alto valor agregado (ex: antiretrovirais – HIV),

vacinas, soros, kits-diagnóstico e outros produtos para a saúde humana. A

distribuição dos itens produzidos é feita em todo território nacional, de acordo com a

demanda de seus clientes.

A Fundação Centro de Hemoterapia e Hematologia do Estado de Minas

Gerais – HEMOMINAS tem por finalidade garantir à população a oferta de sangue e

hemoderivados de boa qualidade, em consonância com as diretrizes estabelecidas

pela Política Estadual de Saúde. Dessa forma, os principais itens armazenados e

distribuídos em valor são os fatores de coagulação humana, produtos e reagentes

laboratoriais e os materiais médicos-laboratoriais em geral, que muitas vezes

necessitam de condições especiais de armazenamento.

O Instituto de Previdência dos Servidores do Estado de Minas Gerais –

IPSEMG tem por finalidade gerir o regime próprio de previdência e prestar

assistência médica, hospitalar, farmacêutica, odontológica e social a seus

beneficiários. Para tanto é utilizado um sistema hibrido de prestação de serviços,

sendo parte realizada pela rede própria (administração do Estado) e pela rede

credenciada (setor privado). Os serviços prestados pela rede própria são

concentrados em Belo Horizonte, tendo como principal consumidor o Hospital

Governador Israel Pinheiro (HGIP).

A Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais – FHEMIG tem como

missão prestar assistência hospitalar, é responsável pela gestão de 20 unidades

assistenciais, sendo 13 na Região Metropolitana de Belo Horizonte e 07 nos

municípios do interior de Minas Gerais. A FHEMIG, por possuir complexos seis

assistenciais distintos, possui uma ampla gama de materiais adquiridos, tendo como

principais itens armazenados materiais médicos e medicamentos.

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Inicialmente foi realizado um amplo estudo do “modus operandi” dos

almoxarifados centrais das entidades do Estado de Minas Gerais definidos. Esta

fase, denominada Requerimentos Internos, teve o objetivo de identificar a situação

dos almoxarifados e entender seu funcionamento, o que permitiu realizar uma

avaliação da operação própria dos almoxarifados destas quatro entidades da área

de saúde, identificando as principais características e gargalos do modelo atual

adotado.

Assim, foi realizada a análise das entradas de material de consumo nos

almoxarifados entre novembro de 2011 e outubro de 2012, somaram um total de R$

418,37 milhões, o que representou 49% do valor total de entrada de materiais de

consumo, após a exclusão da SES-MG. Buscando viabilizar a construção do perfil

de logística do Estado, foi necessário realizar o diagnóstico interno, através de

quatro macro-etapas para cada entidade que entrou no escopo, conforme o quadro

abaixo:

Quadro 1: Etapas da fase Requerimentos Internos

Primeiramente foi realizado o levantamento e análise dos dados. Para

tanto, uma série de ferramentas uti lizadas na administração foram aplicadas neste

caso, a fim de visualizarmos as características do modelo atual ao fim dessa etapa.

Assim, a captura dos dados relativos às entradas, saídas e saldo em

estoque dos materiais nos almoxarifados das entidades do Estado de Minas Gerais,

provenientes do Armazém de Dados do Sistema Integrado de Administração de

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Materiais e Serviços – SIAD, permitiu o cálculo estimado do estoque médio,

tendências de crescimento, levantamento da curva ABC, classificação dos principais

materiais recebidos e expedidos, dentre outros.

Outra ferramenta importante foi a “RFI” (Request for Information), que é

um questionário em formato de planilha eletrônica voltada a um público específico,

no caso, os gestores e servidores envolvidos nos almoxarifados. Ela possibilitou, em

conjunto a outras informações, o levantamento do funcionamento dos almoxarifados,

o custo envolvido nos processos, os equipamentos e a estrutura disponível em cada

almoxarifado, além de informações sobre os recursos humanos alocados, contratos

terceirizados, distribuição, frota de veículos, etc.

De forma a corroborar as informações levantadas anteriormente e verificar

as condições dos armazéns, foi importante realizar visitas aos almoxarifados centrais

de cada entidade, além de incluirmos visitas a alguns almoxarifados esparsos destas

entidades visando agregar novas percepções. Através desse diagnóstico foi possível

entender o funcionamento dos almoxarifados tanto na visão dos responsáveis

quanto em nossa visão, identificando as principais características, pontos críticos e

especificidades das diferentes entidades. O passo seguinte consistiu na

consolidação e validação destes dados, através, por exemplo, de verificação em

documentos comprobatórios de despesa, como faturas.

Por fim, foi elaborada uma análise de maturidade que permitiu a

identificação das melhores práticas e dos principais pontos críticos de cada

entidade. A análise final dos requerimentos internos foi realizada utilizando-se cinco

critérios:

1) Estrutura Física: Avaliou se o espaço é adequado à armazenagem

dos materiais, identificou as condições de armazenagem, as

condições de segurança; a estrutura de recebimento e expedição e a

disponibilidade de equipamentos de movimentação (como paleteiras,

por exemplo).

2) Armazenagem: Analisou os critérios e práticas de armazenagem

adotados nas entidades, verificou o respeito as regras do fabricante,

qual a metodologia uti lizada na época para o agrupamento dos

materiais e a forma como é feito o controle dos itens.

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3) Processos: Verificou o tempo total gasto, quais sistemas utilizavam,

como eram feitas as conferências, recebimentos e expedição dos

materiais, etc.

4) Pessoas: Analisou se as condições de trabalho e a qualificação

profissional dos servidores e terceirizados condiziam com as funções

desempenhadas; verificou ainda se a quantidade de pessoal alocada

era suficiente.

5) Distribuição: Verificou se o transporte é adequado para as cargas,

verificando as diferentes exigências de acordo com o tipo de material

transportado, verificou se são utilizados rotas, se há programações

das entregas e ainda verificou os principais locais atendidos. Assim foi

realizado um estudo para consolidação das rotas das diferentes

entidades, reduzindo amplamente os custos envolvidos.

A análise dos dados nesses diferentes tópicos permitiu a construção de

um relatório contendo o entendimento da situação dos Almoxarifados do Estado de

Minas Gerais. Neste ponto foi elaborado um gráfico de maturidade geral as

entidades, que facilitou a visualização dos principais pontos cr íticos. O gráfico de

maturidade, mostrado a seguir, representa o grau de desenvolvimento em relação às

melhores práticas do mercado em cada tópico analisado (Estrutura Física,

Armazenagem, Pessoal, Processos e Distribuição).

Figura 4: Gráfico de maturidade

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Dessa forma, cabe expor as principais conclusões e pontos críticos

identificados para cada tópico, sem colocar as especificidades de cada entidade

participante do estudo de viabilidade de terceirização logística.

A análise sobre a estrutura física focou os almoxarifados centrais de cada

uma das entidades de saúde. Neste ponto cabe destacar que as estruturas de

armazenagem das entidades são, muitas vezes, adaptadas ou locadas em espaços

adaptados, não havendo, de forma geral um espaço único de armazenagem. Além

dos almoxarifados centrais, as entidades possuem outros almoxarifados menores ou

então específicos para tipos de material. Outro ponto importante é referente à falta

de consolidação dos almoxarifados.

As estruturas físicas dos almoxarifados foram consideradas abaixo do

nível de qualidade esperado. Foi percebido na Estrutura Física que, de forma geral,

os armazéns apresentam:

Espaços inadequados e com problemas estruturais;

Espaço insuficiente, gerando corredores impedidos para o trânsito;

Alguns locais apresentam docas únicas, não havendo a separação de

docas para recebimento e expedição dos materiais;

Necessidade de locação de contêineres para suprir a demanda de

ambiente refrigerado.

A análise da armazenagem buscou verificar o modelo adotado para

armazenar os itens nas entidades de saúde, levantando a metodologia utilizada para

o agrupamento dos materiais e o formato de controle. Simultaneamente, ao levantar

os itens foi possível verificar os principais tipos de armazenagem em valor e os

requisitos de armazenagem dos mesmos, conforme quadro abaixo:

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Quadro 2: Principais itens e tipos de armazenagem

Assim, foi possível verificar as características especiais de

armazenamento e os requisitos necessários que deveriam ser colocados à

disposição na armazenagem. Ainda foi analisado na questão do armazenamento a

estrutura de armazenagem, o agrupamento dos materiais e a identificação dos itens,

verificando simultaneamente as práticas de armazenagem adotadas nas entidades

de saúde estudadas.

De forma geral, a estrutura de armazenagem é dividida em prateleiras,

paletes e blocados, dependendo da estrutura física da armazenagem e da

necessidade dos itens armazenados. O agrupamento dos materiais seguia por

padrão a classificação do sistema próprio do Estado de Minas Gerais, SIAD. A

utilização de endereçamento e sistemas de integrado de gestão é pontual, não

sendo o padrão. A identificação e a rastreabilidade dos materiais armazenados

ocorria na maioria dos casos através do código do item de material, seguindo a

classificação interna do Estado de Minas Gerais.

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No geral, algumas boas práticas de armazenagem eram observadas,

como a disposição de itens mais pesados nas posições inferiores, a metodologia

PEPS (Primeira que Entra Primeira que Sai), dentre outras. Ressalva-se que na

maioria dos casos as regras de armazenagem postas pelo fabricante e condição

precípua para manutenção da garantia não são plenamente respeitadas.

A qualidade da armazenagem é bastante diversificada, havendo

almoxarifados bons e outros ruins. Na Armazenagem foi observado, como principais

pontos críticos:

Excesso de itens obsoletos;

Perdas de itens por quebras, perda de validade e perdas ocultas.

Falta de mecanismos de segurança e controle;

Materiais armazenados em ambientes impróprios ou mal

acondicionados;

Em relação aos processos é necessário avaliar a questão em relação aos

recebimentos e expedições, o controle dos mesmos, e ainda, a utilização de

sistemas.

A análise desta etapa buscou verificar o funcionamento do modelo atual

de recebimento e expedição. Foi verificado que os recebimentos não são

agendados, seguindo uma agenda própria do fornecedor. As expedições tendem a

serem executadas conforme a demanda das unidades, não havendo uma

programação prévia.

O controle é realizado manualmente em determinados almoxarifados.

Porém, não há um controle sistêmico. A questão sobre o levantamento de

inventários é realizada de maneiras diferentes em cada armazém. O SIAD é de

utilização obrigatória para entrada e saída de material. Porém não possui

mecanismos suficientes para aplicar todos os pontos necessários a execução mais

eficiente dos almoxarifados. Foi avaliado se os sistemas são acompanhados de

algum Warehouse Management System, sendo verificada sua existência em alguns

almoxarifados (que necessitam de maior controle).

Os processos seguem um padrão mínimo devido ao SIAD, porém,

simultaneamente não possui uma política própria de gestão logística, tornando os

processos pró-forma e ineficientes. Os Processos possuíam, no momento da

avaliação como principais problemas:

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Inexiste agendamento com fornecedores;

Falhas na metodologia de conferência dos itens;

Processos: não há agendamento de recebimento.

Em relação às pessoas foi verificado a satisfação da equipe, o volume de

trabalho e a equipe de trabalho.

Referente à questão das Pessoas foi possível identificar o seguinte:

Servidores sem treinamentos e reciclagem de conhecimentos (baixa

qualificação)

Quantidade de funcionários insuficiente para atender a demanda

A distribuição varia bastante, uti lizando-se de frota própria, terceirizada e

correios. Há muitos locais de entrega distintos, abrangendo todo o país. Os

principais pontos de destaque foram os seguintes:

Falta de programação das entregas na Região metropolitana;

Certas unidades necessitam disponibilizar carros destinados a outros

fins para buscarem, ocasionalmente, itens no Almoxarifado Central das

entidades devido à falta de planejamento e problemas nas entregas.

Foi possível, na etapa dos Requerimentos Internos, levantar o modelo de

operação que as quatro entidades de saúde (FHEMIG, IPSEMG, HEMOMINAS e

FUNED) objeto do estudo praticavam no período. Ao identificar o funcionamento à

época dos almoxarifados foi possível realizar uma avaliação do modelo de operação

própria descentralizada praticada nestas entidades, levantando as principais

vantagens e gargalos do modelo.

REQUERIMENTOS EXTERNOS

Depois de diagnosticada a situação dos almoxarifados centrais das

entidades de saúde e entendido o seu modo de funcionamento, o estudo iniciou uma

fase em que o foco passou a ser a busca de informações externas, junto ao

mercado privado. Esta fase, denominada “Requerimentos Externos”, teve como

objetivos estudar o mercado fornecedor, entender o sua forma de operação e

funcionamento, conhecer suas principais características, a complexidade e tipos de

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serviços prestados, as melhores práticas adotadas, e conhecer as tendências para o

segmento estudado. Além disso, nesta etapa estabeleceu-se um contato com os

principais fornecedores, permitindo estreitar a relação de forma a facilitar a busca

por tais informações.

As principais ações realizadas nesta etapa foram:

1. Análise do mercado fornecedor

○ Levantamento de uma lista de fornecedores através de pesquisas

e estudos previamente realizados.

○ Identificação de fornecedores com perfil para atender os serviços

desejados num cenário futuro.

Foram feitas pesquisas visando identificar fornecedores de

atuassem no ramo da terceirização logística, especificamente nas

áreas de armazenagem e distribuição. Foram levantados seus

dados principais, contatos, clientes, ramos de atuação, dentre

outros. Ainda, foram uti lizadas informações já existentes sobre

empresas, provenientes de estudo prévio sobre gestão de

estoques.

Com base nas informações obtidas, foi feito um fi ltro de forma a

selecionar apenas aquelas empresas que, em princípio, pudessem

atender ao escopo do estudo, ou seja, fornecer, em Minas Gerais,

serviços de armazenagem e distribuição para o setor público, de

acordo com a demanda estimada.

2. Requisição de informações

○ Realização de contato telefônico e por e-mail com as empresas

selecionadas.

○ Envio de questionário de solicitação de informações às empresas

selecionadas.

○ Análises das informações fornecidas pelos fornecedores

Foi utilizada uma ferramenta de requerimento de informações

visando auxiliar o entendimento do mercado fornecedor. Esta

ferramenta consistiu em um questionário para levantamento das

melhores práticas adotadas pelos fornecedores e coleta de

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informações importantes sobre as empresas do ramo. Esse

questionário foi importante para as análises das informações,

entendimento sobre os tipos de serviços prestados, conhecimento

geral do mercado, porte das empresas, abrangência dos serviços,

estimativas de preços, dentre outros. Com essa análise inicial foi

possível identificar quais empresas poderiam ser potenciais

fornecedoras de serviços para o setor público e quais estariam

descartadas deste escopo.

3. Visitas e reuniões com os fornecedores

○ Reuniões com os fornecedores para validar as informações

repassadas

○ Visitas a empresas para conhecer a estrutura e os serviços

prestados

Reuniões presenciais e visitas a alguns almoxarifados que estas

empresas gerenciavam foram importantes para verificar o

funcionamento “in loco” e visualizar sua forma de operação.

Com uma visão mais crítica sobre o funcionamento dos atuais

almoxarifados, pôde-se iniciar a identificação do que seria viável e

o que não se enquadraria em um modelo voltado para o setor

público, especificamente, os almoxarifados centrais do Poder

Executivo do Estado de minas Gerais.

Para isso, foi elaborado um “check-list” com alguns pontos que

deveriam ser observados durante as visitas, de forma a tornar as

análises o mais objetivas possíveis.

Os principais pontos observados e analisados foram os seguintes:

● Estrutura principal: Estrutura dos armazéns, equipamentos

utilizados para movimentação dos materiais, existência de

espaços especiais (como áreas para equipamentos com

necessidades especiais, câmaras frias, etc.), dentre outros.

● Áreas de recebimento e expedição: Facilidade de acesso da

frota às docas, quantidade de docas, etc.

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● Armazenagem: A existência de padronização da

armazenagem, a paletização dos armazéns, se os ambientes

são climatizados e com controle de temperatura, etc.

● Itens de segurança: Controle de entrada de pessoas, sistema

de câmeras de segurança, vigilância do armazém e sistema de

proteção contra incêndios, etc.

● Sistema de gestão e endereçamento: Controles de

armazenagem por sistema e códigos de barra, software de

gestão de estoque, endereçamento dos itens armazenados,

possibilitando a identificação de cada material estocado

individualmente e o aumento do controle.

4. Oportunidades de melhoria

○ Identificação de possíveis melhorias com base nos dados

coletados, nas informações repassadas e nas oportunidades

percebidas, culminando em oportunidades reais, com melhorias

qualitativas e quantitativas nos processos.

Através das ações realizadas, foi possível elaborar alternativas

que pudessem ser implantadas nas entidades do Estado de Minas

Gerais, além de identificar as oportunidades de melhoria, que

representam oportunidades de ganhos potenciais em relação ao

modelo atual. Neste caso, deve-se entender “ganhos” de forma

ampla, abrangendo os ganhos financeiros com redução de custos

e os ganhos provenientes do aumento da qualidade da gestão e

controle de estoques e serviços envolvidos.

Além das informações advindas dos fornecedores, buscaram-se outras

fontes de informações sobre o assunto. Com base na literatura e em revistas

especializadas no assunto, percebeu-se que a terceirização logística se apresentava

como uma tendência mundial, pois as empresas estão em constante busca pela

redução de custos e melhoria na qualidade de seus serviços e processos. Elas, cada

vez mais, buscam eficiência, segurança, acessos controlados, redução de despesas

e localização estratégica.

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A terceirização destes serviços vem crescendo consideravelmente nos

últimos anos. Os Operadores Logísticos e os Condomínios Logísticos fazem parte

deste grupo em expansão e a expectativa atual era de um crescimento de 10% ao

ano devido ao cenário favorável a novos empreendimentos. Além disso, o parque

industrial brasileiro está se renovando, deixando de lado galpões antigos e

sucateados para incorporar novos que possibilitem a otimização da operação e

redução de custos.

Ainda com base na literatura, percebeu-se que este ramo está em

crescimento acelerado, e que a demanda por tais serviços também é crescente. A

competitividade e busca por serviços mais lucrativos e de melhor qualidade mantém

aquecidas a demanda e a oferta. Constatou-se que o mercado nacional é bastante

pulverizado, com diversas empresas com grande porte, incluindo várias

multinacionais capazes de atender grandes e complexas demandas. Empresas de

renome vêm se instalando no Brasil (principalmente no sudeste), que está se

tornando um país cada vez mais atrativo, visto às crescentes mudanças e

tendências de terceirização de serviços especializados.

Outro aspecto que subsidia as vantagens em se terceirizar de tais serviços

diz respeito à eficiência na prestação. Não é eficiente tentar especializar-se em

diversos tipos de serviços, pois os custos serão elevados e o atingimento da

excelência, difíceis de alcançar. Devido a isso, as empresas têm buscado alternativas

de forma a suprir certas áreas de seus negócios que não sejam o foco principal de

seu negócio, ou seja, tendem a terceirizar os serviços acessórios ao seu negócio,

repassando-os a empresas especialistas em tais serviços. Pode-se, dessa forma, ser

mais eficiente, possibilitar um serviço de maior qualidade e, ainda, reduzir custos.

De acordo com as informações coletadas, o exposto pelos fornecedores e

as análises realizadas, verificou-se que o mercado fornecedor podia ser considerado

maduro o suficiente para atender ao tipo de demanda pretendida, de forma

completa, além de estar bastante pulverizado. Percebeu-se que o tipo de

terceirização pretendida se mostrou bastante atraente aos grandes fornecedores.

Como os volumes em estoques e os volumes movimentados mensalmente são

elevados, o poder de negociação do Governo é uma variável bastante interessante,

podendo ser usada a seu favor.

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Segundo a visão dos fornecedores, a terceirização traria ganhos

expressivos ao Governo de Minas Gerais, uma vez que haveria diluição de custos

fixos, redução de perdas, e também um aumento na qualidade do recebimento,

armazenagem e distribuição, o que beneficiaria, direta e indiretamente, todos os

atores envolvidos no processo.

Quanto às possibilidades de se adotar um operador logístico (foco na

armazenagem e distribuição) ou um condomínio logístico (foco na armazenagem),

foi unânime entre os fornecedores que a terceirização uti lizando-se o operador

logístico (armazenagem + distribuição) seria mais benéfica, tanto no sentido

financeiro (maior tendência a economias) quanto no sentido de gerenciamento dos

contratos e solução/redução de problemas. A utilização de um condomínio logístico

ainda sim poderia trazer bons resultados, mas de forma inferior ao operador

logístico.

O quadro a seguir exemplifica os contextos e entendimentos dos termos

“operador logístico” e “condomínio logístico”, utilizados neste trabalho.

Quadro 3: Condomínio logístico x Operador logístico

Pôde-se concluir, portanto, que a terceirização logística já é uma

realidade no mercado brasileiro, e não apenas uma ideia em desenvolvimento. Há

diversas empresas atuando neste ramo, e que têm condições de atender aos tipos

de serviços demandados e suas especificidades. Todos os fornecedores com quem

houve contato disseram que a contratação de serviços especializados pode trazer

grandes benefícios e melhoria da qualidade, além de ser possível a redução de

custos.

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Portanto, qualitativamente falando, não há que se discutir que uma

terceirização bem feita, com especificações bem definidas, pode ser bastante

vantajosa para a Administração Pública. Entretanto, deve ser verificada a viabilidade

financeira, analisando-se a relação “custo x benefício”. De nada adianta um modelo

em que haveria diversos ganhos qualitativos se os valores a serem despendidos não

são razoáveis ou justificáveis. Para isso, visando verificar se há viabilidade

financeira, foram realizadas análises e levantamento dos custos envolvidos no

modelo atual, e também uma estimativa dos custos futuros com a terceirização. Com

essas informações foi possível realizar uma comparação entre o modelo atual e

cenários futuros, possibilitando identificar se a terceirização seria viável.

CUSTO TOTAL

O levantamento de dados das etapas anteriores – “Requerimentos

Internos” e “Requerimentos Externos” – permitiu que a etapa de construção de um

Modelo de Custo Total fosse realizada. Nesta etapa buscou-se verificar o custo total

do modelo atual, comparando-o com um cenário em que a armazenagem e

distribuição fossem terceirizadas.

Para isso, foi necessário desenvolver uma ferramenta de cálculo do custo

total, definindo todos os principais itens que comporiam os custos considerados.

Essa ferramenta foi feita em Excel, de forma a agrupar todos os custos em tipos,

consolidar os valores e calcular a estimativa de custo atual para cada uma das

entidades de saúde e o custo total. Essas estimativas também foram feitas para os

anos de 2012, 2013 e 2014, de forma a possibilitar uma comparação do modelo

atual com uma possível contratação por períodos maiores. É importante frisar que,

para o levantamento dos custos, certas premissas tiveram que ser respei tadas para

preencher as lacunas de informações ou para variáveis que não possuíam dados

disponíveis ou cujas fontes não tivessem todas as informações necessárias.

Para o levantamento destas informações, houve um intenso trabalho junto

aos responsáveis pelos almoxarifados das entidades. Foram solicitadas aos

responsáveis e levantadas em sistema as informações sobre todos os itens de

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custos considerados, incluindo contratos, salários, manutenções, depreciação, etc.

Com base nessas informações, foi possível realizar cálculos de forma a se estimar

os custos envolvidos na operação própria.

As principais ações desta etapa foram:

Análise dos dados recebidos e dos extraídos no Armazém de

Informações do SIAD

Cálculo estatístico das demandas futuras por materiais

Levantamento dos custos fixos

Levantamento dos custos com mão de obra

Levantamento de gastos com custeio e investimentos

Cálculo estimado de perdas

Levantamento dos custos com frota própria

Levantamento dos custos com frota terceirizada

Estimativa de dados ausentes a partir de premissas

Desenvolvimento de ferramenta de cálculo do custo total

Enquanto na operação própria de almoxarifados a armazenagem e a

distribuição de materiais são feitas de forma individualizada por cada entidade, nos

modelos terceirizados é possível obter ganhos de escala e de eficiência com a

consolidação dos materiais em um espaço único (condomínio logístico). Estes

ganhos também podem ser potencializados com a centralização da distribuição e a

consequente unificação de rotas.

A planilha de custos, que foi composta basicamente por dados

financeiros, ainda possibilitou a análise de possíveis ganhos qualitativos, como a

redução da perda nos estoques, resultado direto da melhoria no controle do

almoxarifado. Os principais custos envolvidos na operação de almoxarifado, que

devem ser considerados, podem ser visualizados na figura a seguir.

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Figura 5: Itens de custo do modelo atual

Na Operação própria, os principais custos nas frentes de armazenagem

foram identificados como sendo:

Custo fixo com estrutura física (aluguel, luz, água, IPTU, limpeza e

segurança, etc.).

Mão de obra (servidores e funcionários terceirizados)

Custeio e investimentos (manutenção de equipamentos, melhorias na

estrutura, etc.).

Perdas por vencimento dos produtos ou perdas ocultas (reflexo da falta

de controle dos estoques, etc.)

Já sobre os principais custos que podemos citar, referentes à distribuição,

puderam ser divididos em frota própria e frota terceirizada.

Frota própria:

Custo do veículo (manutenção, combustível, depreciação).

Mão de obra do motorista

A frota terceirizada, por sua vez, possui, normalmente, um contrato

fechado com o valor global, ou um valor estimado com os valores sendo calculados

com base na distância percorrida e/ou os tipos de produtos transportados.

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Tendo-se o detalhamento dos custos, estes puderam ser inseridos na

planilha de custo total da operação própria, como pode ser exemplificado pela figura

abaixo.

Figura 6: Planilha de cálculo do Custo Total

Nesta plani lha foram discriminados os itens de custo, de forma detalhada

e agrupada por categorias, além dos cálculos estimados para os próximos dois

anos. Foi possível ter a visão dos custos de forma geral ou individualizada,

facilitando os processos de decisão e comparação com outros modelos ou cenários

futuros. Puderam ser calculadas estimativas de crescimento de estoque, previsões

de investimentos, dentre outros, de forma a se ter o custo anual para os três anos

seguintes ao do estudo.

A figura seguinte mostra todos os custos que foram considerados de

forma simplificada, por grupo considerado.

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Gráfico 1: Custos na operação própria

Pôde ser percebido com essa análise dos custos que a maior parcela dos

gastos referia-se à armazenagem, como já era de se esperar. Entretanto, a segunda

variável mais expressiva dizia respeito às perdas. Com um aumento do controle e

melhoria na gestão, e repassando essa responsabilidade a um terceiro, era de se

esperar que houvesse uma redução drástica nesse custo referente a perdas.

Esta etapa foi fundamental para a verificação da viabilidade, já que a

variável “custo”, na relação custo x benefício pôde ser levantada e analisada de

forma objetiva. Os próximos passos consistiram em realizar uma comparação direta

do modelo atual, envolvendo custos atuais e qualidade dos processos, com modelos

futuros, em que poderia haver a terceirização logística dos almoxarifados

considerados.

MODELO FUTURO

Com base nas análises realizadas nas etapas anteriores, sobretudo com

a “Análise do Custo Total”, a alternativa mais viável construída no modelo futuro é a

terceirização logística, tanto da armazenagem quanto da distribuição, ou seja, a

contratação de empresas que possam realizar esses serviços, como o caso de um

operador logístico. Iniciou-se o desenvolvimento de um modelo futuro com o uso de

um operador logístico, para as quatro entidades de saúde estudadas, no qual a

armazenagem e a distribuição dos materiais seriam terceirizadas. Este modelo levou

em consideração as melhores práticas adotadas no mercado, dando especial

atenção à relação custo x benefícios.

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O Operador Logístico, como explicitado anteriormente, para efeito desse

estudo, representou os serviços de armazenagem e distribuição, sendo um

armazém único compartilhado entre as entidades. O modelo de distribuição

considerava a consolidação das rotas de entregas dos materiais, reduzindo o

número de viagens, agilizando as entregas para cidades que demoravam a ser

atendidas e reduzindo os custos.

Os custos relacionados à contratação de uma empresa, para a

terceirização dos serviços, dependem diretamente das variáveis que geram a

precificação no mercado. O mercado fornecedor utiliza um sistema de cobrança

baseado em duas frentes: armazenagem e distribuição.

Nesta etapa foram definidas as especificações técnicas da estrutura f ísica

de armazenagem de acordo com as necessidades das entidades, já que o

armazenamento seria centralizado em uma única estrutura. Para o levantamento de

tais especificações foram utilizados dados referentes à operação própria de

armazenagem das entidades de saúde. Calcularam-se os estoques médios e os

valores movimentados em 12 meses (novembro de 2011 a outubro de 2012) para a

operação própria.

Ainda, foram levantadas informações de entradas em estoque para

diversos meses nos anos de 2011 e 2012, visando identificar o comportamento dos

estoques, além de verificar possíveis sazonalidades e tendências de aumento ou

redução nestes valores. Pelo fato de não terem sido identificadas tendências, para

este estudo especificamente, considerou-se que as entradas se manteriam

constantes no decorrer dos anos, sendo utilizados os valores referentes às entradas

dos últimos 12 meses.

Tendo como base o estoque médio dos armazéns e as características dos

tipos de materiais armazenados – que, por exemplo, podem necessitar de condições

especiais de armazenagem tais como inflamáveis, químicos, refrigerados,

controlados pela ANVISA – foi feito o levantamento das características que o

armazém deveria possuir para atender a demanda das entidades. Estas

características podem envolver, dentre outras: espaço total, área de armazenagem,

pé-direito, níveis de paletes, capacidade de armazenamento, câmara fria, ambiente

com temperatura controlada, condições da estrutura de recebimento e expedição e

área de manobra.

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Dessa forma, obtiveram-se as especificações mínimas necessárias para

que fossem repassadas ao mercado fornecedor para que pudessem ser feitas

cotações de preços para um cenário terceirizado, baseado em tais especificações. A

forma de precificação usualmente adotada para armazenagem no mercado é o valor

por metro cúbico em estoque, sendo que este valor é diferente para o metro cúbico

de carga seca e para o metro cúbico de carga refrigerada. Para que as empresas

conseguissem elaborar uma valoração mais próxima do real para o serviço a ser

prestado, foi necessário que as informações e especificações do ambiente

estivessem bem definidas. Informações como o histórico do estoque médio nos

últimos anos, a curva ABC em valor e volume dos itens, as necessidades especiais

dos itens armazenados e outras precisaram ser levantadas durante o estudo para

viabilizar uma melhor precificação dos serviços por parte do fornecedor, mais

condizente com a realidade.

Para isso, foi necessário realizar o levantamento dos volumes ocupados

pela maioria dos materiais presentes nos almoxarifados utilizando-se ferramentas

estatísticas e amostragem dos principais itens da curva A de quantidades e da curva

A de valores. Somente após esse trabalho foi possível se ter uma estimativa dos

volumes presentes nos almoxarifados referentes a cada tipo de material. Dessa

forma, tiveram-se informações suficientes para solicitar cotações ao mercado

fornecedor baseado em informações mais próximas da realidade.

Os resultados obtidos, referentes à armazenagem, estão mostrados a

seguir.

Quadro 3: Situação do modelo atual

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Estabelecido o modelo para armazenagem, iniciou-se a construção do

modelo futuro para a distribuição. Após serem levantadas as localidades atendidas,

foi feita uma roteirização e consolidação das entregas. A roteirização permitiu criar

um itinerário para atender diversos locais em apenas uma viagem, e a consolidação

dos volumes das entidades permitiu criar um melhor aproveitamento da frota. Com

isso, pretendeu-se reduzir os custos, já que se reduziria o número de viagens e

todos os gastos envolvidos neste processo.

Referente à precificação utilizada para distribuição, as formas de

cobrança mais utilizadas, isoladamente ou combinadas são:

a) Valor por tonelada transportada;

b) Valor por volume transportada;

c) Valor por quilometro rodado;

d) Percentual sobre o valor transportado.

Dessa forma, coube ao Estado, após levantar as localidades de entrega,

consolidar os volumes e definir a roteirização e avaliar a melhor forma de

precificação para o caso concreto. Da mesma forma como a armazenagem, essas

informações se tornaram disponíveis para envio aos mercado fornecedor para

cotações para uma cenário de terceirização.

Todas essas especificações levantadas sobre a armazenagem e

distribuição foram, então, repassadas aos fornecedores capazes de atender às

demandas. Foram solicitadas cotações para a prestação dos serviços de gestão,

armazenagem e distribuição, ou seja, foram solicitadas cotações para a terceirização

logística dos almoxarifados centrais. Devido à complexidade das informações e das

propostas a serem elaboradas, no prazo previsto para a conclusão dos estudos

somente obteve-se retorno de cotação de dois fornecedores.

Foram encaminhadas solicitações cotações para o levantamento dos

preços da contratação de um condomínio e de um operador logístico, sendo

apresentado aos fornecedores, os dados de volumetria, níveis de operação

(recebimentos e expedições), rotas (novas e atuais), tempos e frequência de

entregas, dentre outros.

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As cotações consideraram uma contratação de cinco anos, tendo em vista

que haveria investimentos expressivos, que seriam amortizados num intervalo de

tempo maior, podendo representar menores custos mensais para a Administração

Pública. Ademais, há ainda o ganho de qualidade decorrentes de uma relação de

longo prazo com fornecedor, que teria condições de desenvolver os conhecimentos

necessários a atender a operação do Estado.

Não foram apresentadas as características mínimas para a estrutura do

CD. Ao invés disso, solicitou-se que cada fornecedor apresentasse a estrutura que

considerasse apta a atender a demanda apresentada com eficiência, qualidade e

menores custos.

Entretanto, não houve retorno de cotação por parte dos fornecedores de

forma tempestiva ao término dos estudos. Dessa forma, como havia prazos pré-

estabelecidos para a entrega dos resultados, a viabilidade foi verificada com base

em preços já vigentes em outra contratação, após formalização, por parte do

fornecedor, de que os preços praticados estavam adequados às especificações

enviadas.

Dessa forma, os valores que foram considerados para a terceirização

foram os seguintes:

Quadro 4: Precificação considerada para o modelo futuro

Foi possível, então, fazer a comparação quantitativa entre o modelo atual

e um modelo futuro, com a terceirização. A partir dos valores vigentes, verificou-se

que o custo total da operação terceirizada dos almoxarifados da FHEMIG, FUNED,

IPSEMG e HEMOMINAS, por meio de Operador Logístico, seria estimado em R$

7,43 Milhões por ano, sendo a parte mais expressiva deste custo referente ao

serviço de distribuição.

Os resultados, de acordo com os valores obtidos no mercado, foram os

seguintes:

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Quadro 5: Comparação entre “operação Própria” e “Operação Terceirizada”

Esse valor de R$7,43 milhões correspondia à seguinte distribuição:

Gráfico 2: Terceirização

A terceirização completa da operação (frentes de armazenagem e

distribuição) se mostrou mais vantajosa que a operação própria, apesar de os custos

de distribuição do primeiro serem superiores aos do segundo. A economia estimada

pelo estudo, na migração para um modelo futuro com a terceirização através de um

operador logístico, chegou a 39%. Percebe-se, também, não haver mais custos

envolvidos com perdas, pois passariam a ser responsabilidade exclusiva do

fornecedor. Além de todas essas vantagens quantitativas, somar-se-iam todas as

vantagens qualitativas já previamente citadas no estudo, o que sustenta ainda mais

as vantagens de se realizar a terceirização.

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CONCLUSÕES

O Poder Público, não só no Brasil, mas em todo o mundo, tem sido

desafiado a repensar suas estruturas e processos de forma abrangente para atender

às demandas de uma sociedade mais exigente e que busca encontrar serviços

públicos de maior qualidade. Tal desafio é ainda maior, pois a melhoria da qualidade

dos serviços deve ser alcançada em conjunto com a redução dos gastos públicos.

Além disso, para que os serviços públicos finalísticos sejam executados com

qualidade e economia, é necessário que as atividades da área meio sejam

realizadas com eficiência, uma vez que estas dão suporte aos primeiros.

O estudo apresentado neste artigo foi uma das iniciativas adotadas pelo

Estado de Minas Gerais com o objetivo de modernizar as atividades de sua área

meio e teve como objetivo verificar a viabilidade da terceirização logística para

quatro entidades estaduais ligadas à saúde. Para isso, comparou-se o modelo atual

adotado por tais entidades, qual seja o de operação própria, no qual as atividades

das frentes de armazenagem e de distribuição de materiais são realizadas de forma

individualizada (cada entidade com seus respectivos almoxarifados, frota e contratos

de distribuição), com o modelo futuro, a saber: a terceirização logística.

Neste modelo, a gestão e a execução das atividades das frentes de

armazenagem e distribuição são repassadas a uma empresa especialista e os

materiais das diferentes entidades são armazenados em um único almoxarifado,

estando sujeitos aos mesmos processos de recebimento, controle e expedição,

sendo também distribuídos de forma conjunta. Verifica-se assim que a gestão no

modelo futuro é centralizada.

Conforme exposto, o estudo indicou a viabilidade da terceirização

logística frente ao modelo de operação própria e individualizada. Com a

terceirização poderiam ser obtidas as seguintes vantagens: redução dos custos fixos

(espaço, infraestrutura, equipamentos, segurança, etc.), rateamento dos custos fixos

entre os contratantes, padronização e aumento do controle sobre processos,

redução de perdas e melhoria dos níveis de serviço relativos à operação, redução

dos custos de distribuição (com o compartilhamento de rotas), ampliação da

alocação de servidores na área fim do Estado, entre outros.

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É importante destacar que o estudo realizado não teve a pretensão de

esgotar o tema. Seus resultados indicam que vale a pena aprofundar as análises

sobre a terceirização logística. Considerá-la como a solução de todos os problemas

relativos à gestão de materiais é um erro que os interessados no modelo não devem

incorrer. A partir da metodologia apresentada neste artigo, cada interessado poderá

verificar se a terceirização é viável ao seu contexto e realidade. Aqueles que

verificarem a viabilidade do modelo, devem envidar esforços para as seguintes

ações: especificação dos processos futuros, requisitos de sistemas e indicadores;

alinhamento com os órgãos e entidades envolvidos; pactuação da mudança, com as

respectivas responsabilidades e definição de uma equipe responsável pela

implantação do modelo. Com isso, as vantagens esperadas poderão, de fato, ser

alcançadas.

REFERÊNCIAS

Bandeira R.; Melo L.; Maçada A. ESTUDO DE CASO SOBRE A GESTÃO DE CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO LOGÍSTICA, 2008.

Nodari C. et al. A Logística Empresarial e a Atividade de Armazenagem: Estudo de

Caso em um Operador Logístico, 2011. Revista LogWeb, edição 125, 2012.

MINAS GERAIS – SECRETARIA DE ESTADO DE PLANEJAMENTO E GESTÃO.

Estudo de viabilidade de terceirização Logística. 2012. MINAS GERAIS – SECRETARIA DE ESTADO DE PLANEJAMENTO E GESTÃO

Projeto Gestão Estratégica de Suprimentos – GES. Metodologia de Strategic Sourcing.

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AUTORIA

Henrique Breguez Gonçalves Gomes Pinto Coelho – Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão de Minas Gerais.

Endereço eletrônico: [email protected]

Leonardo Siqueira de Moura – Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão de Minas Gerais .

Endereço eletrônico: [email protected]

Marcos Eduardo Silva Soares – Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão de Minas Gerais.

Endereço eletrônico: [email protected]

Ana Luiza Camargo Hirle – Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão de Minas Gerais .

Endereço eletrônico: [email protected]