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Governo do Estado do Piauí Secretaria de Administração - SEAD Superintendência de Parcerias e Concessões - SUPARC Av. Pedro Freitas, 1804, Centro Administrativo, Bloco I, Bairro Vermelha. www.ppp.pi.gov.br /[email protected] ESTUDO DE PRÉ VIABILIDADE PARA CONCESSÃO DE USO DO HOTEL SERRA DA CAPIVARA - SÃO RAIMUNDO NONATO Maio / 2017

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Governo do Estado do Piauí Secretaria de Administração - SEAD

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Av. Pedro Freitas, 1804, Centro Administrativo, Bloco I,

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ESTUDO DE PRÉ VIABILIDADE PARA CONCESSÃO DE USO DO

HOTEL SERRA DA CAPIVARA - SÃO RAIMUNDO NONATO

Maio / 2017

Governo do Estado do Piauí Secretaria de Administração - SEAD

Superintendência de Parcerias e Concessões - SUPARC

Av. Pedro Freitas, 1804, Centro Administrativo, Bloco I,

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RESUMO – ESTUDO DE PRÉ VIABILIDADE

1. APRESENTAÇÃO:

Trata-se de Proposição de estudo apresentada pela Empresa de Gestão e Recursos do

Estado do Piauí S/A (EMGERPI), autuada no Processo nº AA.002.01.007428/17-02 junto à

Superintendência de Parcerias e Concessões, cujo objetivo versa sobre a viabilização de

modelagem de Parceria com a iniciativa Privada, referente ao Projeto de Concessão de Uso de

Imóvel voltado para Rede Integrada de Hotéis e Pousadas no Piauí – Hotel RIMO – Serra da

Capivara, localizado na cidade de São Raimundo Nonato/PI, Rodovia PI – 140, KM 0, no

Bairro Santa Luzia, conhecido como Hotel Serra da Capivara.

O propósito da ação indicada pela EMGERPI é viabilizar, a partir, da ampliação, reforma,

revitalização, modernização e otimização da estrutura institucional existente, com operação e

manutenção do equipamento, o planejamento e logística para o aproveitamento mais eficiente

do imóvel, dentro da política estadual de atrair investimentos para o turismo, mediante a

implementação de um novo modelo de governança.

2. CONTEXTUALIZAÇÃO:

O Parque Nacional Serra da Capivara é uma unidade de conservação brasileira de proteção

integrado à natureza que fica localizado nos municípios piauienses de Canto do

Buriti, Coronel José Dias, São João do Piauí e São Raimundo Nonato.

O Parque foi criado através do decreto de nº 83.548, emitido pela Presidência da

República em 5 de junho de 1979, com a finalidade de proteger um dos mais importantes

exemplares do patrimônio pré-histórico do país. É uma unidade de conservação arqueológica

com riqueza de vestígios que se conservaram durante milênios. O patrimônio cultural e os

ecossistemas locais estão intimamente ligados, pois a conservação do primeiro depende do

equilíbrio desses ecossistemas. O equilíbrio entre os recursos naturais é o condicionante na

conservação dos recursos culturais e foi o que orientou o zoneamento, a gestão e o uso do

Parque pelo poder público.

Com a finalidade de receber os visitantes, foi construída uma rede de infraestrutura,

próxima e dentro do Parque, adequada à recepção de turistas. Tal estrutura conta com guaritas

para a recepção dos turistas, estradas, centro de visitantes, trilhas, escadarias e passarelas que

permitem, com segurança e conforto, o passeio do visitante.

O acesso ao Parque Nacional da Serra da Capivara, conta com rodovias estaduais e

federais em bom estado de conservação, além de um Aeroporto Internacional. Tais

infraestruturas visam garantir o acesso mais rápido e seguro ao Berço do Homem Americano,

e objetivam proporcionar o desenvolvimento econômico e social, a partir do potencial

turístico da região.

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Nesse sentido, considerando o grande potencial turístico da região, foi construído pelo

Estado, na década de 70, para fins de acomodação, um imóvel denominado Hotel Serra da

Capivara, situado no município de São Raimundo Nonato, estabelecido na Macrorregião do

Semiárido Piauiense, há 576 km de Teresina.

Sua escritura está registrada no Cartório do 1º Ofício e Notas da Cidade de São Raimundo

Nonato, Livro de Imóveis, Registro Geral, Livro 2-X, à fl 205, sob a Matrícula nº 7568,

datada do dia 02 de dezembro de 1985.

É importante destacar que o imóvel em questão estava concedido ao parceiro privado,

através do Contrato de Concessão nº 001/2010. Entretanto, em março deste ano o referido

contrato foi rescindido amigavelmente, por solicitação do parceiro privado, através do Termo

de Rescisão.

Diante disso, hoje o imóvel encontra-se fechado, com sua infraestrutura subutilizada, não

cumprindo com sua função social e não gerando rendimentos à Empresa Estatal.

Dessa forma, o Estado do Piauí, sócio majoritário da Rede Integrada de Hotéis e Pousadas

do Piauí S/A (RIMO), pretende, através do projeto proposto, dar uma destinação ao imóvel de

forma a fomentar o turismo da região.

O imóvel, objeto do presente estudo, é parte do patrimônio da Rede Integrada de Hotéis e

Pousadas do Piauí S/A (RIMO), Sociedade Anônima de capital fechado, exploradora de

atividade econômica, a qual tem como sócio majoritário o Estado do Piauí, pessoa jurídica de

direito público com estrutura de direito privado, que atualmente se encontra em processo de

liquidação extrajudicial, tendo sido nomeado como seu liquidante, através do Decreto nº

15.949 de 04 de fevereiro de 2015.

3. CARACTERIZAÇÃO E PREMISSAS DO PROJETO

O presente estudo tem por objetivo apresentar o resultado preliminar sobre a viabilidade

técnica, econômico, financeira e jurídica do projeto, que tem como escopo a ampliação,

reforma, modernização, operação e manutenção do Hotel Serra da Capivara, em regime de

Concessão de Uso.

O Estado do Piauí pretende conceder a infraestrutura do hotel para iniciativa privada, com

a finalidade de que a mesma realize os investimentos necessários, pelo prazo de 20 anos,

objetivando a modernização, ampliação, operação e manutenção do equipamento, dentro da

política estadual de atrair investimentos para o turismo, especialmente nessa região, com

vocação para o turismo cultural, ecológico, de aventuras e de lazer contemplativo. Além de

incentivar o uso da infraestrutura aeroportuária hoje existente e subutilizada, impulsionando

seu maior aproveitamento com o turismo internacional.

O terreno existente, onde está implantado o hotel, permite a duplicação do número de

apartamentos, com adequação ao padrão de turismo internacional. Há possibilidade, ainda, de

construção de auditório e instalações facilitadoras da realização de eventos e convenções, que

podem impulsionar sua inserção no turismo de negócios, induzindo a utilização plena de todo

o hotel, em qualquer época do ano.

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Para efeito de elaboração dos estudos, em fase preliminar, foi realizada a avaliação quanto

as condições do imóvel em referência, e sobre isso cabe registrar que o Hotel Serra da

Capivara possui acomodações modernas e confortáveis, adequadas ao turismo praticado na

região e atende a todos os tipos de turistas.

Para melhor compreensão acerca do projeto, seguem, abaixo, as características de sua

infraestrutura atual:

❖ Dimensões do terreno: 100m de frente por 130m de fundos,

❖ Área do terreno 13.000 m²;

❖ A área livre existente possibilita a ampliação das instalações, inclusive para

estacionamentos;

❖ Apartamentos com banheiros: 42;

❖ Suíte com dois ambientes: 01;

❖ 01 Piscina para adultos e 01 Piscina para crianças;

❖ Recepção: 01;

❖ Loja para venda de artesanato/lembranças;

❖ Restaurante 01;

❖ Sanitários na área externa: Sanitários para utilização pública: 02, sanitários para uso

dos empregados 02;

❖ Rouparia: 01;

❖ Almoxarifado: 01;

❖ Copa/cozinha: 01;

❖ Pátio Interno;

❖ Circulações, jardins e área de lazer interno;

Atualmente, o ativo está fechado e sem operação. E, mesmo quando estava em atividade, o

Hotel funcionava de forma precária, sem condição financeira para a manutenção necessária.

Caso sejam realizados os investimentos na reforma e modernização do equipamento, o

faturamento observado considerando a situação atual poderá aumentar de forma significativa.

Vale lembrar que, as obras necessárias à sua ampliação poderão se efetuar com o

funcionamento pleno do hotel (atual), utilizando a estrutura existente, até o término das obras

de ampliação, que contará, no final, com 88 quartos para hospedagem.

4. INFORMAÇÕES ECONOMICO FINANCEIRA

4.1. Avaliação quanto a operação do projeto

A implementação do projeto da Unidade Hoteleira (UH) ensejará a abertura de novos

postos de trabalho, com a perspectiva de criação de mais de 30 empregos diretos e cerca de

120 empregos indiretos. A exigência de mercado comtempla a necessidade de uma mão de

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obra mais qualificada, resultando em benefícios diretos na renda do trabalhador e na prestação

de um serviço de qualidade.

O resultado das despesas com pessoal está estimado na tabela abaixo (Tab. 1), indicando

uma despesa mensal de R$ 72.863,21 (setenta e dois mil, oitocentos e sessenta e três reais e

vinte e um centavos).

Tabela 1 – QUADRO DE PESSOAL E DESPESAS – SITUAÇÃO PROJETADA

DESPESA COM PESSOAL

PESSOAL- QUANT SALÁRIO Enc.

Sociais

Desp Mês Total Ano

Gerente 1 R$ 4.600,00

86,9%

R$ 8.592,80 R$ 103.113,60

Recepcionista 2 R$ 937,00 R$ 3.500,63 R$ 42.007,58

Porteiro 3 R$ 937,00 R$ 5.250,95 R$ 63.011,38

Aux.

Adminstração.

4 R$ 980,00

R$ 7.322,56 R$ 87.870,72

Contador 1 R$ 1.860,00 R$ 3.474,48 R$ 41.693,76

Garçon 4 R$ 1.302,00 R$ 9.728,54 R$ 116.742,53

Cozinheiro (a) 2 R$ 1.402,00 R$ 5.237,87 R$ 62.854,46

Aux de Cozinha 6 R$ 937,00 R$ 10.501,90 R$ 126.022,75

Vigia 3 R$ 937,00 R$ 5.250,95 R$ 63.011,38

Camareira 5 R$ 937,00 R$ 8.751,58 R$ 105.018,96

Lavadeira 3 R$ 937,00 R$ 5.250,95 R$ 63.011,38

T O T A L 34 - - R$ 72.863,21 R$ 874.358,50

Fonte: Projeção equipe SUPARC

4.2 - Avaliação Econômico Financeira

As perspectivas financeiras do projeto para a UH - Serra da Capivara podem ser dividas

de duas formas: 1) as perspectivas contando apenas com a intervenção de reformas e

melhorias da UH, e 2) as perspectivas específicas a partir da ampliação da UH. Para efeito

desta análise se tomará a UH como reformada e ampliada.

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4.3 Premissas Econômicas Financeiras

❖ Carência de 02 (dois anos) para pagamento de outorga;

❖ Outorga sobre o faturamento bruto mensal;

❖ Prazo de concessão de 20 anos, podendo ser prorrogado;

❖ Reversão do ativo ao término da concessão;

❖ Reinvestimentos sucessivos de 05 em 05 anos no mobiliário e sistema de informações;

❖ Inicialmente os investimentos correspondem a reforma, e depois de 90 dias serão

aplicados investimentos na ampliação da UH.

❖ Nas projeções de despesas e receitas foram consideradas: a ampliação com a

implantação de 44 novos apartamentos e um auditório para 200 (duzentos) lugares, ou seja,

perfazendo um total de 88 apartamentos e um auditório, com a capacidade de atendimento

duplicada da UH.

4.4 Perspectivas Financeiras Atuais:

A UH se encontra fechada e não há perspectiva de obtenção de receitas, resultando

apenas em despesas, onerando assim o erário estadual. Segundo o relatório da EMGERPI,

haveria alguma perspectiva de melhorar as condições do ativo caso o governo emprestasse

recursos da ordem de R$ 40.000,00, para a cessionária: Falcão e Monte Ltda. – ME, para

pagamento do passivo existente, que não é do estado (Rede RIMO), isso permitiria, segundo

os atuais cessionários da UH, o prosseguimento das suas atividades.

Isso sem considerar, inclusive, que não haverá intervenção em obra para manutenção nem

para expansão.

4.5 Perspectivas Financeiras com a Reforma e Ampliação:

As perspectivas financeiras foram realizadas a partir de projeções de receitas

considerando inclusive a possibilidade de ampliação. A capacidade atual de hospedagem da

UH, conforme postada em relatório da EMGERPI, é de 44 (quarenta e quatro) apartamentos,

já que os dois apartamentos são utilizados como depósito e devem ser desocupados e

reformados de modo a gerar receita.

Nas projeções de receitas foram consideradas as reformas necessárias para que haja

continuidade das operações (atividades) do Hotel, portanto, com disponibilidade de uso de 44

(quarenta e quatro) apartamentos. O aumento da produção com a reforma e ampliação da UH

ensejará a abertura de novos postos de trabalho, tendo em vista a reativação das atividades de

forma mais intensa e administrativamente possível. No final haverá aumento de receitas e de

custos.

Para a projeção foram considerados os 44 apartamentos existentes e reformados, mais os

44 a serem construídos, perfazendo um total de 88 UH (apartamentos) e a construção de um

auditório. O resultado encontra-se na tabela 2 a seguir.

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Tabela 2 – DEPESAS OPERCIONAIS PROJETADAS - OPEX

DEPESAS OPERACIONAIS – OPEX

Discriminação Diária Mensal Anual Partic (%)

Pessoal R$ 2.428,77 R$ 72.863,21 R$ 874.358,50 66,43

Telefonia/Internet R$ 10,00 R$ 300,00 R$ 3.600,00 0,27

Energia R$ 50,00 R$ 1.500,00 R$ 18.000,00 3,13

Gás R$ 30,00 R$ 900,00 R$ 10.800,00 0,82

Água R$ 25,00 R$ 750,00 R$ 9.000,00 0,68

Material de Limpeza R$ 80,00 R$ 2.400,00 R$ 28.800,00 2,19

Uniformes R$ 28,00 R$ 840,00 R$ 10.080,00 0,77

Mat de Consumo (*) R$ 860,00 R$ 25.800,00 R$ 309.600,00 23,52

Manutenção R$ 40,00 R$ 1.200,00 R$ 14.400,00 1,09

Outras Despesas R$ 40,00 R$ 1.200,00 R$ 14.400,00 1,09

T o t a l R$ 3.656,10 R$ 109.683,21 R$ 1.316.198,50 100,00

Fonte: Cálculo equipe da SUPARC

(1) tomado como base os valores dos meses de abril e maio/2017

(2) inclusive alimentação e bebidas.

4.6. Projeção de receita:

A projeção das receitas foi estruturada considerando as diárias e receitas acessórias

provenientes do funcionamento do restaurante, atendimento de apartamento e realização de

eventos. Segundo informações obtidas junto ao mercado do segmento sobre preços de diárias

praticados em São Raimundo Nonato, no ano de 2017, o valor cobrado gira em torno de R$

120,00, para o apartamento individual. Para as demais unidades, os valores foram estimados

pela equipe da SUPARC.

O restaurante, para o fornecimento de refeições, bebidas e outros é um setor importante,

que deve ser compatível com o porte e a categoria do hotel. Em um hotel cinco estrelas, por

exemplo, um restaurante que não tenha categoria internacional será um ponto de

estrangulamento na operação. Porém, não basta ter o restaurante estruturado e montado para

ser de categoria internacional; será preciso que o seja, de fato e de direito.

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4.6.1 Média Anual de Ocupação

As informações relativas à Taxa Média Anual de Ocupação (TO) do Hotel Serra da

Capivara, encontram-se descritas no quadro abaixo. Observa-se que a melhor TO ocorreu em

2005: 39,16%, nos demais anos o hotel veio obtendo taxas menores de ocupação, culminando

com uma TO de 12,83% em 2016.

Ano Taxa de Ocupação Média/Ano

2005

2006

2007

2008

2009

2010

2011

2012

2013

2014

2015

2016

2017

39,16%

32,33%

25,08%

31,08%

23,66%

16,66%

16,83%

18,25%

17,00%

18,16%

17,33%

12,83

0,60% (*)

Fonte: EMGERPI – FEV/2017

(*) Levantamento 02 meses)

As receitas projetadas correspondem a uma taxa de ocupação anual estimada, tomada de

forma otimista, já que o projeto agregará serviços e atrativos que permitirão incremento de

ocupação da UH. Deve-se considerar, ainda, os períodos de visitação escolar e a alta estação

turística, que influenciam substancialmente no resultado da receita bruta.

Ressalte-se que a distribuição quanto a classificação dos apartamento e respectivas

quantidades ocorreram apenas para efeito de determinação de receita que viabilize o negócio,

e tomando como base que o novo empreendimento deverá contar com a ampliação do número

de leitos e suítes existentes.

A tabela abaixo (Tab. 3) discrimina as receitas estimadas do Hotel Serra da Capivara,

levando em conta a reforma e a ampliação do mesmo, que contará no final com um auditório

e 88 apartamentos, com ocupação segundo a categoria dos mesmos.

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Tabela 3 – ESTIMATIVA DE RECEITAS – HOTEL SERRA DA CAPIVARA.

HOTEL SERRA DA CAPIVARA ESTIMATIVA DE RECEITA

Tipo Apto Quant Vr Diária Tx

Média

Ocup

Vr Receita

Dia

Receita

Mensal

Rec. Anual

Individual 20 120,00 60% 1.440,00 43.200,00 518.400,00

Duplo 40 220,00 60% 5.280,00 158.400,00 1.900.800,00

Triplo 15 340,00 60% 3.060,00 91.800,00 1.101.600,00

Casal 10 220,00 50% 1.100,00 33.000,00 396.000,00

Suíte 3 280,00 70% 588,00 17.640,00 211.680,00

Refeições 50 45,00 100% 2.250,00 67.500,00 810.000,00

Bebidas Estimada - - 800,00 24.000,00 288.000,00

Serviço de

copa

Estimada - - 400,00 12.000,00 144.000,00

Rec. de

Eventos

18 - 100% 1.200,00 21.600,00 259.200,00

T o t a l - - - 16.118,00 469.140,00 5.629.680,00

Fonte: Equipe SUPARC

A receita anual, portanto, foi estimada em R$ 5,6 milhões, a qual comparada com os

valores das despesas (OPEX) e o montante de investimentos previstos (CAPEX), apontam

resultados financeiros favoráveis ao poder público e atrativo para a iniciativa privada, pois,

demonstra uma margem bruta de 76,62%. A margem bruta foi obtida da diferença do

resultado de Receitas frente aos gastos operacionais (OPEX), e representa o suficiente para a

cobertura de obrigações fiscais e financeiras, e depreciação, não computadas neste estudo.

De toda sorte, em sendo aprovado para fins de estruturação, o estudo necessita de maior

acuidade na apuração de resultados que possibilitem a geração de parâmetros financeiros

indicadores da assertiva, como LUCRO LÍQUIDO, TIR, VLP e PAYBACK.

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Tabela 4 – DEMONSTRATIVO PRELIMINAR DE RESULTADOS

DEMONSTRAÇÃO PRELIMINAR DE RESULTADOS

Discriminação Valor Margem Bruta

Receitas R$ 5.629.680,00

76,62% OPEX R$ 1.316.198,50

Lucro Bruto R$ 4.313.481,50

4.7. Premissas gerais

❖ Realizar investimentos em reforma, ampliação e modernização da UH;

❖ Viabilizar a sustentabilidade econômico-financeira e operacional do empreendimento;

❖ Gerar caixa para o custeio e manutenção do equipamento;

❖ Investir em reforma e ampliação da estrutura física do Hotel, visando ampliar o portfólio

de serviços a serem ofertados de forma eficiente e com qualidade;

❖ Utilizar as melhores práticas de gestão;

❖ Tornar a UH atrativa pela eficiência, conforto e qualidade dos serviços ofertados;

❖ Manter a estrutura como apoio logístico ao turismo local.

4.8. Área para reforma e ampliação:

Para a execução do projeto estima-se uma área a ser reformada de 1.313,30 m² e uma

área para ampliação de 656,65 m², incluindo a construção de um auditório de 200m²,

perfazendo, assim, uma área total a ser construída de 856,65 m².

Tomando esses dados como premissas, a equipe técnica estimou os

investimentos/reinvestimentos em obras de ampliação e reforma da UH, baseado no CUB -

abril/2017 (SINDUSCON/TERESINA), Padrão Comercial CSL -16, conforme especificado

abaixo:

Obras Valor Total

Reforma: R$ 1.078.284,96

Ampliação: R$ 1.318.881,21

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Fonte: Equipe Técnica da FGV/SUPARC

5. MODELAGEM JURÍDICA

O imóvel objeto do presente estudo tem natureza jurídica de bem público dominical,

pertencente à administração pública indireta com estrutura de direito privado. Esses bens são

assim definidos por não estarem afetados a uma finalidade pública, ou seja, não estarem

destinados ao povo em geral e nem empregados a um serviço público. Esses bens servem aos

fins privados do Estado, integram o seu patrimônio como objeto de direito pessoal ou real.

Destarte, embora tenha natureza jurídica de bem público, atende aos interesses

secundários do Estado.

Ocorre, entretanto, que a Rede Integrada de Hotéis e Pousadas do Piauí S/A (RIMO)

está em processo de liquidação extrajudicial e, por isso, mantém a sua personalidade jurídica

com o fim de realizar o ativo e solucionar o passivo existente.

Logo, na qualidade de bem patrimonial disponível da RIMO, ao imóvel em estudo

pode ser dado qualquer uso, desde que sejam observados os trâmites legais exigidos para o

fim que se pretender adotar e desde que, em razão da liquidação da estatal, a destinação gere

ativos para o pagamento do passivo existente.

As formas normalmente admissíveis pela doutrina para outorga ao particular do uso de

bens públicos são os instrumentos: autorização, permissão e concessão de uso. São espécies

do gênero concessão de uso a concessão administrativa de uso, a concessão de direito real de

uso e ainda a cessão de uso, que se diferencia dos outros institutos pelas partes envolvidas,

normalmente órgãos ou entidades públicas nos dois lados da relação.

Dentre as modalidades acima citadas, a que melhor se adequa ao caso concreto,

consoante o interesse público de fomentar o turismo da região onde se localiza a Serra da

Capivara, além de gerar rendimentos para pagamento do passivo existente da RIMO, é a

concessão administrativa de uso, por atribuir maior garantia e segurança jurídica ao

concessionário, que geralmente investe quantias vultuosas no empreendimento.

Desse modo, a Concessão Administrativa de Uso é conceituada como contrato

administrativo sinalagmático, oneroso ou gratuito, cumulativo, realizado intuiti personae,

dependente de prévia autorização legislativa, avaliação e, normalmente, de licitação, pelo qual

a Administração consente, por tempo certo e mediante condições fixadas em edital e em

outras normas regulamentares, a utilização ou exploração privativa, com finalidade específica,

de um bem público por particular, o qual é investido em posse sobre a parcela dominical

objeto do contrato, conservando a Administração o domínio, vez que não lhe confere título de

Total Geral Estimado R$ 2.397.166,17

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propriedade, podendo recorrer ao poder de polícia e de império para fiscalizar, alterar ou

rescindir unilateralmente o contrato.

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

É objetivo principal dos estudos de pré viabilidade oferecer as informações básicas para

tomada de decisão do gestor quanto a estruturação do projeto para fins de aplicação de

modelo de contratação diverso do convencional e atualmente aplicado. Portanto, para que haja

condição de elaboração dos documentos relativos ao processo licitatório, é necessário um

maior aprofundamento quanto aos aspectos técnicos, econômicos e financeiros, que devem

considerar algumas variáveis, principalmente relativas aos investimentos, que devem ter como

referencial às demandas do mercado e aquelas que contemplem os objetivos do Governo do

Estado em garantir que o bem ora estudado seja dado a finalidade de induzir o crescimento do

turismo regional e internacional.

Assim, ante ao que acima se expõe, solicita-se posição do Conselho para efeito de

prosseguimento dos referidos estudos.

Segue para apreciação,

Teresina, 29 de maio de 2017.

Viviane Moura Bezerra

Superintendente da SUPARC