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ESTUDO DE INSTALAÇÃO DE SISTEMA FOTOVOLTAICO EM EDIFICAÇÕES DE PEQUENO PORTE Guilherme Wiering de Resende Sousa Projeto de Graduação apresentado ao Curso de Engenharia Civil da Escola Politécnica, Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Engenheiro. Orientador: Profº. Eduardo Linhares Qualharini RIO DE JANEIRO Março de 2018

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ESTUDO DE INSTALAÇÃO DE SISTEMA

FOTOVOLTAICO EM EDIFICAÇÕES DE PEQUENO

PORTE

Guilherme Wiering de Resende Sousa

Projeto de Graduação apresentado ao

Curso de Engenharia Civil da Escola

Politécnica, Universidade Federal do Rio

de Janeiro, como parte dos requisitos

necessários à obtenção do título de

Engenheiro.

Orientador: Profº. Eduardo Linhares Qualharini

RIO DE JANEIRO

Março de 2018

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UM ESTUDO DE INSTALAÇÃO DE SISTEMA FOTOVOLTAICO EM

EDIFICAÇÕES DE PEQUENO PORTE

Guilherme Wiering de Resende Sousa

PROJETO DE GRADUAÇÃO SUBMETIDA AO CORPO DOCENTE DO CURSO

DE ENGENHARIA CIVIL DA ESCOLA POLITÉCNICA DA UNIVERSIDADE

FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS REQUISITOS

NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE ENGENHEIRO CIVIL.

Examinada por:

______________________________________________

Prof. Eduardo Linhares Qualharini (orientador).

______________________________________________

Prof. Elaine Garrido Vazquez

______________________________________________

Prof. Osvaldo Ribeiro da Cruz Filho

RIO DE JANEIRO

Março de 2018

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Wiering de Resende Sousa, Guilherme

Estudo de instalação de sistema fotovoltaico em edificação

de pequeno porte. / Guilherme Wiering de Resende Sousa. –

Rio de Janeiro: UFRJ/Escola Politécnica, 2018.

XIII, 74 p, : il. ; 29,7 cm.

Orientador: Jorge dos Santos

Projeto de Graduação – UFRJ / Escola Politécnica /

Curso de Engenharia Civil, 2018

Referências Bibliográficas: p. 70 - 74

1. Introdução 2. Células e módulos fotovoltaicos 3.

Componentes do sistema fotovoltaico 4. Etapas

preliminares de projeto de um sistema fotovoltaico 5.

Instalação de sistemas fotovoltaicos e recomendações

de segurança 6. Exemplo prático de viabilidade técnica

e econômica 7. Considerações finais

I. Linhares Qualharini; Eduardo; II. Universidade

Federal do Rio de Janeiro, Escola Politécnica, Curso

de Engenharia Civil. III. Estudo de instalação de

sistema fotovoltaico em edificação de pequeno porte.

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iv

AGRADECIMENTOS

Agradeço a minha família, que sempre foi a fundação e o alicerce onde minha

vida pode se erguer e ser construída, sem ela nunca teria chegado a lugar nenhum e não

seria a pessoa que sou hoje. A minha mãe Mônica, que apesar das dificuldades de ser

uma mãe solteira conseguiu sempre me prover de tudo que necessitava e da melhor

educação possível. Aos meus avós Lucia e Guido, que me amam mais do que tudo e

sempre estiveram muito perto para ajudar na minha criação e me amar. A minha tia

Adriane, que me trata e me ama como seu próprio filho, e é sempre um ombro amigo

nas horas de dificuldade.

Aos de infância cuja amizade eterna me proporciona momentos de alegria e

companheirismo mesmo que as distâncias sejam cada dias maiores, e que sempre

aguardo ansioso para nossos encontros.

A minha namorada Nacha, que durante minha graduação sempre esteve comigo

com apoio e carinho.

Aos meus colegas, que caminharam comigo durante essa longa jornada,

passando pelos mesmos percalços e superando-os ao meu lado, tornando-nos amigos

que levarei para a vida toda.

Ao NPPG, onde pude crescer profissionalmente e aprender muito, junto com a

ajuda de novos amigos.

Ao Rio de Janeiro, a cidade mais bonita do mundo, que mesmo com seus

problemas é impossível não ama-la ou não chama-la de lar.

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Resumo do Projeto de Graduação apresentado à Escola Politécnica/ UFRJ como parte

dos requisitos necessários para a obtenção do grau de Engenheiro Civil.

UM ESTUDO DE INSTALAÇÃO DE SISTEMA FOTOVOLTAICO EM

EDIFICAÇÃO DE PEQUENO PORTE

Guilherme Wiering de Resende Sousa

Março/2018

Orientador: Eduardo Linhares Qualharini

Curso: Engenharia Civil

A visibilidade e a aplicação das fontes alternativas e renováveis de energia cresceram

demasiadamente nas últimas duas décadas, e o Brasil começa a caminhar na

implementação de fontes alternativas de energia na sua matriz energética, especialmente

a solar fotovoltaica. A implantação de sistemas fotovoltaicos residenciais proporciona

geração e consumo local, ajuda a diminuir o carregamento da rede, aumenta a

confiabilidade do sistema, reduz as perdas com transmissão e distribuição de energia,

diminui o custo da energia e reduz o impacto ambiental. Este trabalho tem como

objetivo apresentar elementos necessários para o dimensionamento e instalação de

sistemas fotovoltaicos conectados à rede de baixa tensão, voltados para aplicação

residencial, visando complementar a qualificação do pessoal técnico atuante na área de

instalações de sistemas fotovoltaicos a partir da apresentação de bibliografia pertinente

ao tema, principalmente a partir de publicações renomadas no assunto. O trabalho

também apresenta um exemplo prático de viabilidade técnica e econômica de

implementação de um sistema fotovoltaico conectado à rede em um edifício residencial

que indica que mesmo sistemas de pequeno porte estão se tornando cada vez mais

viáveis.

Palavras-chave: Sistema fotovoltaico conectado à rede, instalação, implementação,

viabilidade.

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vi

Abstract of Monograph present to Poli/UFRJ as a partial fulfillment of the requirements

for degree of Civil Engineer.

A STUDY OF INSTALLATION OF PHOTOVOLTAIC SYSTEM IN SMALL

BUILDING

Guilherme Wiering de Resende Sousa

March/2018

Advisor: Eduardo Linhares Qualharini

Course: Civil Engineering

The visibility and application of alternative and renewable energy sources have

increased way too much over the last two decades, and Brazil is starting to walk into the

implementation of alternative sources of energy in its energy matrix, specially the solar

photovoltaic. The implantation of photovoltaic systems for houses provides generation

and local consumption, it helps soften the grid loading, increases the reliability on the

system, reduces losses with transmission and distribution of energy, decreases energy

cost, and reduces the environmental impact. This project aims to present technical

concepts of sizing and installation of low voltage photovoltaic systems connected to

grid, geared towards residential application, aiming to complement the qualification of

technical staff working (acting) in the area of installations of photovoltaic systems, as

from the presentation of bibliography that is relevant to the theme, mainly as from

renowned publications regarding the subject. The project also presents a study on

technical and economic feasibility on how to implement a photovoltaic system

connected to a grid at a residential building, which indicates that even small size

systems have become more and more feasible.

Keywords: Photovoltaic systems connected to the grid, installation, implementation,

feasibility.

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vii

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 1

1.1 A IMPORTÂNCIA DO TEMA EM ESTUDO ........................................................................ 1

1.2 OBJETIVOS ........................................................................................................................... 2

1.3 JUSTIFICATIVA DA ESCOLHA .......................................................................................... 2

1.4 METODOLOGIA ................................................................................................................... 3

1.5 ESTRUTURA DA MONOGRAFIA ........................................................................................ 3

2. CÉLULAS E MÓDULOS FOTOVOLTAICOS ................................................................... 5

2.1 ENERGIA SOLAR FOTOVOLTAICA ................................................................................... 5

2.2 CÉLULAS E MÓDULOS FOTOVOLTAICOS DE SILÍCIO CRISTALINO ........................... 7

2.3 FILMES FINOS ................................................................................................................... 10

2.3.1 Amorfo (a-Si) ...................................................................................................................... 10

2.3.2 Telureto de cádmio (CdTe)................................................................................................. 11

2.3.3 Disseleneto de cobre,gálio e índio (CIS e CIGS) ................................................................ 11

2.3.4 Orgânicas (OPV)................................................................................................................. 12

2.4 PARA CONCENTRAÇÃO (CPV) ........................................................................................ 12

2.5 NORMAS PARA MÓDULOS FOTOVOLTAICOS .............................................................. 13

2.6 APLICAÇÃO DE SISTEMAS FOTOVOLTAICOS .............................................................. 14

2.6.1 Sistemas fotovoltaicos isolados (SFI) ................................................................................. 14

2.6.2 Sistemas fotovoltaicos conectados à rede (SFCR).............................................................. 15

2.6.3 Sistemas híbridos (SFH) ..................................................................................................... 15

3. COMPONENTES DO SISTEMA FOTOVOLTÁICO ....................................................... 16

3.1 MÓDULOS FOTOVOLTAICOS .......................................................................................... 16

3.1.1 Associação série e paralelo de módulos fotovoltaicos ........................................................ 16

3.1.2 Efeito da temperatura ........................................................................................................ 17

3.1.3 Efeito da irradiância ........................................................................................................... 18

3.1.4 Efeito sombreamento .......................................................................................................... 19

3.2 FUSÍVEIS DE PROTEÇÃO DA SÉRIE FOTOVOLTAICA ................................................. 19

3.3 DISJUNTORES .................................................................................................................... 19

3.4 DISPOSITIVO DE PROTEÇÃO CONTRA SURTOS (DPS) ................................................ 20

3.5 INVERSOR .......................................................................................................................... 21

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3.6 SISTEMA DE ATERRAMENTO ......................................................................................... 21

3.7 MEDIDOR BIDIRECIONAL ............................................................................................... 21

4. ETAPAS PRELIMINARES DE PROJETO DE UM SISTEMA FOTOVOLTAICO ....... 22

4.1 AVALIAÇÃO DO RECURSO SOLAR ................................................................................ 22

4.2 LOCALIZAÇÃO .................................................................................................................. 23

4.2.1 Orientação e inclinação do gerador fotovoltaico ............................................................... 24

4.3 ESCOLHA DA CONFIGURAÇÃO ...................................................................................... 26

4.4 LEVANTAMENTO DA DEMANDA E DO CONSUMO DE ENERGIA ELÉTRICA ........... 26

4.5 DIMENSIONAMENTO DO GERADOR FOTOVOLTAICO ................................................ 27

4.6 DIMENSIONAMENTO DO INVERSOR ............................................................................. 29

4.7 FERRAMENTAS COMPUTACIONAIS PARA PROJETO DE SISTEMAS

FOTOVOLTAICOS...................................................................................................................... 29

4.7.1 HOMER .............................................................................................................................. 30

4.7.2 HYBRID2 ............................................................................................................................ 31

4.7.3 RETSCREEN ...................................................................................................................... 31

4.7.4 PV- DESIGN PRO .............................................................................................................. 32

4.7.5 PV-SOL ............................................................................................................................... 32

4.7.6 PVSYST .............................................................................................................................. 32

4.7.7 SOLEM ............................................................................................................................... 33

4.7.8 PVSIZE ............................................................................................................................... 33

5. INSTALAÇÃO DE SISTEMAS FOTOVOLTAICOS E RECOMENDAÇÕES DE

SEGURANÇA ............................................................................................................................. 35

5.1 RECOMENDAÇÕES GERAIS SOBRE SEGURANÇA ........................................................ 37

5.2 MÓDULOS FOTOVOLTAICOS .......................................................................................... 41

5.2.1 Recomendações sobre segurança no manuseio e instalação de módulos fotovoltaicos ..... 41

5.2.2 Montagem da estrutura de suporte dos módulos ............................................................... 42

5.3 INSTALAÇÃO DOS COMPONENTES DE CONDICIONAMENTO DE POTÊNCIA .......... 48

5.4 INSTALAÇÃO DOS COMPONENTES DE PROTEÇÃO..................................................... 50

5.5 ATERRAMENTO ................................................................................................................ 52

5.6 INSTALAÇÃO DOS COMPONENTES DE SUPERVISÃO E CONTROLE, E AQUISIÇÃO E

ARMAZENAMENTO DE DADOS .............................................................................................. 53

5.7 INSTALAÇÃO DE OUTROS COMPONENTES, CABOS, CONEXÕES E ACESSÓRIOS .. 53

5.8 COMISSIONAMENTO DE SISTEMAS FOTOVOLTAICOS ............................................... 54

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ix

6. EXEMPLO PRÁTICO DE VIABILIDADE TÉCNICA E ECONÔMICA ........................ 59

6.1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 59

6.2 LOCALIZAÇÃO .................................................................................................................. 59

6.3 CONSUMO DE ENERGIA ELÉTRICA ............................................................................... 61

6.4 EQUIPAMENTOS E ORÇAMENTO ................................................................................... 62

6.5 ANÁLISE NO RETSCREEN ................................................................................................ 64

6.6 COMPARAÇÃO COM RENDA FIXA ................................................................................. 67

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................................. 68

7.1 CONCLUSÕES .................................................................................................................... 68

7.2 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS ................................................................... 69

BIBLIOGRAFIA ........................................................................................................................ 70

APÊNDICE I ............................................................................................................................... 75

APÊNDICE II ............................................................................................................................. 76

APÊNDICE III ............................................................................................................................ 77

APÊNDICE IV ............................................................................................................................ 78

ANEXO 1 .................................................................................................................................... 79

ANEXO 2 .................................................................................................................................... 80

ANEXO 3 .................................................................................................................................... 81

ANEXO 4 .................................................................................................................................... 82

ANEXO 5 .................................................................................................................................... 83

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Evolução da capacidade de potência instalada fotovoltaica no mundo. ........... 1

Figura 2: Relação da produção, consumo e perdas (variação de estoque, perdas do

sistema e ajustes) da energia elétrica no Brasil. ............................................................... 3

Figura 3: Desenvolvimento das células fotovoltaicas. ..................................................... 6

Figura 4: Eficiência das melhores células fotovoltaicas fabricadas em laboratório até

2012. ................................................................................................................................. 6

Figura 5: Célula fotovoltaica de silício cristalino. ............................................................ 7

Figura 6: Célula policristalina. ......................................................................................... 8

Figura 7: Células m-Si coloridas. ..................................................................................... 8

Figura 8: Esquema dos componentes de um módulo fotovoltaico com células de silício

cristalino. .......................................................................................................................... 9

Figura 9: Degradação máxima de módulos, de acordo com 3 diferentes formas de

garantia ........................................................................................................................... 10

Figura 10: Célula Fotovoltaica Amorfo (a-Si). .............................................................. 11

Figura 11: Célula Fotovoltaica de Telureto e Cádmio (CdTe). ...................................... 11

Figura 12: Célula Fotovoltaica de Disseleneto de Cobre e Índio.. ................................. 12

Figura 13: Célula fotovoltaica orgânica. ........................................................................ 12

Figura 14: Células fotovoltaicas de concentração média e alta ...................................... 13

Figura 15: Normas e regulamentos sobre módulos fotovoltaicos.. ................................ 13

Figura 16: Configuração básica de um SFI.. .................................................................. 14

Figura 17: Configuração de um Sistema Fotovoltaico conectado à rede. ...................... 15

Figura 18: Representação elétrica de módulo fotovoltaico. ........................................... 16

Figura 19: Curva I-V para associações de módulos fotovoltaicos em série. .................. 17

Figura 20: Curva I-V para associações de módulos fotovoltaicos em paralelo. ............ 17

Figura 21: Curva I-V de um módulo fotovoltaico sob efeito de temperatura. ............... 18

Figura 22: Curva I-V um módulo fotovoltaico sob efeito de irradiância.. ..................... 19

Figura 23: Disjuntor bipolar de 16ª da marca Steck. ...................................................... 20

Figura 24: DPS da marca Steck. ..................................................................................... 21

Figura 25: Exemplo de perfis de radiação solar diária com valores equivalentes de HSP

........................................................................................................................................ 23

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xi

Figura 26: Orientação da face dos módulos fotovoltaicos para o norte verdadeiro em um

dado local no hemisfério Sul .......................................................................................... 24

Figura 27: Ângulo de inclinação dos módulos fotovoltaicos ......................................... 26

Figura 28: Exemplos de cargas mecânicas impostas por três módulos FV distintos ..... 28

Figura 29: Principais características dos programas pesquisados e suas respectivas

páginas na internet .......................................................................................................... 34

Figura 30: Níveis de tensão considerados para conexão de micro e minicentrais

geradoras ......................................................................................................................... 36

Figura 31: Requisitos mínimos em função da potência instalada. ................................. 36

Figura 32: Normas nacionais recomendadas para consulta. ........................................... 39

Figura 33: Normas internacionais recomendadas para consulta.. .................................. 39

Figura 34: Exemplo de placa de advertência de risco de choque elétrico. ..................... 41

Figura 35: Exemplo de placa de advertência de acesso restrito.. ................................... 41

Figura 36: Exemplo de placa de advertência de risco de choque elétrico devido à

geração própria de sistemas conectados à rede. ............................................................. 41

Figura 37: Exemplo de uma estrutura de sustentação de módulos fotovoltaicos. .......... 43

Figura 38: Formas usuais de instalação de módulos fotovoltaicos ................................ 43

Figura 39: Vantagens e desvantagens das diferentes formas de instalação .................... 44

Figura 40: Sistema fotovoltaico residencial instalado em localidade isolada do Rio

Grande do Sul ................................................................................................................. 45

Figura 41: Detalhe de sistema de fixação em parede de residência. .............................. 45

Figura 42: Principais tipos de fundações utilizadas........................................................ 46

Figura 43: Fixação da estrutura no solo com fundação tipo bloco de cimento .............. 47

Figura 44: Fixação da estrutura diretamente no solo. ..................................................... 48

Figura 45: Exemplos de controladores de carga e inversores instalados na parede da sala

de controle. ..................................................................................................................... 48

Figura 46: Exemplo de controladores de carga e inversor instalados dentro de uma caixa

........................................................................................................................................ 49

Figura 47: Componentes de Proteção (chaves, disjuntores e DPS).. .............................. 50

Figura 48: Fusíveis de proteção. ..................................................................................... 51

Figura 49: Exemplo de uma chave fusível NH disponível comercialmente. ................. 51

Figura 50: Localização do Edifício Lugano. .................................................................. 60

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xii

Figura 51: Área útil para instalação, em vermelho. ........................................................ 60

Figura 52: Foto do terraço. ............................................................................................. 61

Figura 53: Foto do terraço. ............................................................................................. 61

Figura 54: Preço de mercado do Canadian Solar CS6U-325P. ...................................... 62

Figura 55: Inversor Fronius Primo 6.0-1. ....................................................................... 63

Figura 56: String Box ecoPolys. ..................................................................................... 63

Figura 57: Cabo Solar Nexans Energyflex. .................................................................... 63

Figura 58: Estrutura Painel Solar Romagnole Centrium Energy. .................................. 64

Figura 59: Entrada de parâmetros energéticos no software RETSCreen. ...................... 66

Figura 60: Fluxo de caixa gerado pelo software RETScreen. ........................................ 67

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xiii

GLOSSÁRIO

ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas.

ANEEL - Agência Nacional de Energia Elétrica.

AsBEA - Associação Brasileira de Escritório de Arquitetura.

a-Si – Amorphous Silicon (Silício Amorfo)

c.a. - Corrente Alternada

c.c. - Corrente Contínua

CdS - Sulfeto de Cádmio

CdTe - Telureto de Cádmio

CdTe - Telureto de Cádmio

CPV - Concentrated Photovoltaics (Fotovoltaica com Concentração)

CPV - Concentrated Photovoltaics (Fotovoltaica com Concentração)

c-Si - Crystalline Silicon (Silício Cristalino)

CSI - Current Source Inverter (Inversor de Fonte de Corrente)

DPS - Dispositivo de Proteção Contra Surtos

EPE - Empresa de Pesquisa Energética

EVA - Acetato de Etil-Vinila

FF - Fator de Forma

FV - Fotovoltaico

Homer - Hybrid Optimization Model for Electric Renewable

HSP - Horas de Sol Pleno

MPPT - Maximum Power Point Tracking (na terminologia brasileira: Seguidor do Ponto

de Potência Máxima - SPPM)

m-Si - Mono-crystalline Silicon (Silício Monocristalino)

NBR - Norma Brasileira

NOCT - Nominal Operating Cell Temperature (Temperatura Nominal de Operação da

Célula)

NR - Norma Regulamentadora

O&M - Operação e Manutenção

OPV - Organic Photovoltaics (Fotovoltaica Orgânica)

PRODIST- Procedimentos de Distribuição de Energia Elétrica da Aneel

p-Si - Poli-crystalline Silicon (Silício Policristalino, ou Multicristalino)

PVC - Polyvinyl Chloride (Cloreto de Polivinila)

RN - Resolução Normativa

SFCR - Sistema Fotovoltaico Conectado à Rede

SFD - Sistema Fotovoltaico Domiciliar

SFH - Sistema Fotovoltaico Híbrido

SFI - Sistema Fotovoltaico Isolado

SFIE - Sistema Fotovoltaico Integrado a Edificação

SFV - Sistema Fotovoltaico

SPDA - Sistema de Proteção Contra Descargas Atmosféricas

SPPM - Seguidor do Ponto de Potência Máxima

STC - Standard Test Conditions (Condições Padrão de Ensaio)

SWERA - Solar and Wind Energy Resource Assessment (Levantamento de Recursos

Energéticos Solar e Eólico)

TD - Taxa de Desempenho (em inglês, Performance Ratio – PR)

TF - Tarifa de Fornecimento

TIR - Taxa Interna de Retorno

UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul

VSI - Voltage Source Inverter (Inversor de Fonte de Tensão)

Wp - Watt-pico

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1

1. INTRODUÇÃO

1.1 A IMPORTÂNCIA DO TEMA EM ESTUDO

A visibilidade e a aplicação das fontes alternativas e renováveis de energia cresceram

demasiadamente nas últimas duas décadas, no caso em particular da geração fotovoltaica,

segundo o Solar Power Europe (2015) o mundo no ano 2000 apresentava somente 1,28 GW

de capacidade de potência instalada, já em 2014 atingiu a marca de 178,391 GW e com

perspectivas para evoluir entre 396 e 540 GW até 2019. A Europa domina a geração

fotovoltaica com 49,8 % da capacidade mundial e destacamos o crescimento acentuado da

China, que já possui 15,7% da geração fotovoltaica mundial. O crescimento da capacidade

instalada é apresentado na Figura 1. (SOLAR POWER EUROPE, 2015)

Figura 1: Evolução da capacidade de potência instalada fotovoltaica no mundo. Fonte: Solar Power

Europe, 2015

O Brasil começa a caminhar na implementação de fontes alternativas de energia na sua

matriz energética. A geração é predominantemente composta por máquinas rotativas e a

principal fonte é a geração hídrica, com 65,2% (EPE, 2015), que se depara com a

sazonalidade das chuvas necessárias para manter os níveis dos reservatórios. As dificuldades

ambientais, sociais e a saturação territorial para geração hídrica limitam seu crescimento,

apesar de ser uma fonte geradora de energia renovável e confiável.

O território de dimensões continentais apresenta alto potencial para geração Solar e

Eólica, o cenário brasileiro está favorável para a aplicação de fontes renováveis, o governo

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2

regularizou a microgeração (menor ou igual a 75 kW para cogeração qualificada) e

minigeração (maior que 75 kW e menor ou igual 3 MW para fontes hídricas ou menor que 5

MW para cogeração qualificada) através da Resolução Normativa nº 482/2012 aprovada pela

Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), que disponibiliza o Procedimentos de

Distribuição de Energia Elétrica (PRODIST), apresentando todos os requisitos necessários

para ter acesso ao sistema de distribuição de energia elétrica e ao sistema de compensação de

energia.

A possibilidade de trocar energia com a rede e obter créditos de energia, que podem

ser consumidos em até 60 meses, podendo reduzir consideravelmente a conta de energia, além

da redução das dificuldades fiscais estimulam atualmente a implementação de fontes

renováveis na matriz energética nacional, principalmente de geração fotovoltaica e eólica.

1.2 OBJETIVOS

Este trabalho tem como objetivo apresentar elementos necessários para o

dimensionamento e instalação de sistemas fotovoltaicos conectados à rede (SFCRs) de baixa

tensão, voltados para aplicação residencial.

Visa, também, complementar a qualificação do pessoal técnico atuante na área de

instalações de SFVs, além de outros interessados, no sentido de abranger seus conceitos

básicos, conhecimentos das tecnologias e procedimentos de instalação e elaboração de

projetos.

1.3 JUSTIFICATIVA DA ESCOLHA

Visando a manutenção da crescente demanda por energia elétrica, cujo consumo final em

2014 foi de 531,08 TWh (EPE, 2015) e com previsão de consumo de 693,47 TWh em 2024

(EPE, 2015), indicado na Figura 2, e a constante busca pela renovação da matriz energética,

foram apresentados neste trabalho conceitos de dimensionamento e instalação de sistemas

fotovoltaicos (SF) conectados à rede. O alto potencial solar em grande parte do Brasil, os

incentivos governamentais, a diversificação e descentralização da matriz energética, o

comprometimento com o desenvolvimento sustentável e a diminuição da emissão de gases

poluentes para a atmosfera são as principais vertentes que motivam aplicar SFs como fonte

alternativa de energia. Os SFs apresentam qualidades ímpares, são não poluentes, compactos,

requerem baixa manutenção, são confiáveis e de alta durabilidade. A implementação de SFs

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3

residenciais proporciona geração e consumo local, ajuda a suavizar o carregamento da rede,

aumenta a confiabilidade do sistema, reduz as perdas com transmissão e distribuição de

energia, diminui o custo da energia, reduz o impacto ambiental, etc.

Figura 2: Relação da produção, consumo e perdas (variação de estoque, perdas do sistema e ajustes) da

energia elétrica no Brasil. Fonte EPE, 2015.

1.4 METODOLOGIA

Para a consolidação de todo conteúdo, foi utilizada bibliografia pertinente ao tema,

principalmente a partir de publicações renomadas no assunto, como o Manual de Engenharia

para Sistemas Fotovoltáicos publicado pelo Cepel/Cresesb, tal como acesso às normas da

ANEEL, consultas a reportagens, artigos e documentos de referência, tais como os atlas de

potencial brasileiro de energia solar e eólica.

1.5 ESTRUTURA DA MONOGRAFIA

No primeiro capítulo observa-se a introdução da monografia, contendo o tema de

estudo com sua devida importância descrita, os objetivos deste trabalho, a justificativa da

escolha do tema, a metodologia utilizada para a confecção do trabalho e a estrutura da

monografia.

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No segundo capítulo apresentam-se de forma sucinta os conceitos básicos sobre

células e módulos fotovoltaicos, como as principais tecnologias e configurações de sistemas

(isolado, conectado à rede e híbrido).

No terceiro capítulo é explicitado os componentes e equipamentos de sistemas

fotovoltaicos conectados á rede, assim como suas características principais e funções.

No quarto capítulo é descrito as etapas de projeto de sistemas fotovoltaicos conectados

à rede de baixa tensão, como disponibilidade de área e recurso solar, demanda a ser atendida,

dimensionamento, projeto elétrico, básico e executivo, assim como a indicação de algumas

ferramentas computacionais que visam facilitar todo esse processo.

No quinto capítulo são apresentados os principais processos de instalação dos

componentes de um sistema fotovoltaico, módulos, suportes, inversores, componentes de

controle e proteção e cabos, conjuntamente com o comissionamento e algumas indicações

para sua manutenção.

No sexto capítulo é apresentado um estudo de caso de um projeto preliminar para um

sistema fotovoltaico conectado à rede na cobertura de um edifício no Leblon, auxiliado pelo

programa de dimensionamento RETScreen, bem como sua viabilidade.

No sétimo capítulo são apresentadas as considerações finais acerca das questões

levantadas e discutidas nesta monografia.

Por fim são indicadas as referências bibliográficas, os apêndices e os anexos.

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2. CÉLULAS E MÓDULOS FOTOVOLTAICOS

2.1 ENERGIA SOLAR FOTOVOLTAICA

A energia solar fotovoltaica é a energia obtida através da conversão direta da luz em

eletricidade (Efeito Fotovoltaico), sendo a célula fotovoltaica, um dispositivo fabricado com

material semicondutor, a unidade fundamental desse processo de conversão.

Segundo Programa Altener (2004) as principais tecnologias aplicadas na produção de

células e módulos fotovoltaicos são classificadas em três gerações. A primeira geração é

dividida em duas cadeias produtivas: silício monocristalino (m-Si) e silício policristalino (p-

Si), que representam mais de 85% do mercado, por ser considerada uma tecnologia

consolidada e confiável, e por possuir a melhor eficiência comercialmente disponível.

A segunda geração, comercialmente denominada de filmes finos, é dividida em três

cadeias produtivas: silício amorfo (a-Si), disseleneto de cobre e índio (CIS) ou disseleneto de

cobre, índio e gálio (CIGS) e telureto de cádmio (CdTe). Esta geração apresenta menor

eficiência do que a primeira e tem uma modesta participação do mercado, competindo com a

tecnologia de silício cristalino (c-Si). Existem dificuldades associadas à disponibilidade dos

materiais, vida útil, rendimento das células e, no caso do cádmio, sua toxicidade, que retardam

a sua utilização em maior escala.

A terceira geração, ainda em fase de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), testes e

produção em pequena escala, é dividida em três cadeias produtivas: célula fotovoltaica

multijunção e célula fotovoltaica para concentração (CPV – Concentrated Photovoltaics),

células sensibilizadas por corante (DSSC – Dye-Sensitized Solar Cell) e células orgânicas ou

poliméricas (OPV – Organic Photovoltaics). A tecnologia CPV, por exemplo, demonstrou ter

um potencial para produção de módulos com altas eficiências, embora o seu custo ainda não

seja competitivo com as tecnologias que atualmente dominam o mercado.

A Figura 3 apresenta a evolução da eficiência das células fotovoltaicas verificada no

período de 1990 a 2010, mostrando a melhor eficiência obtida para células de pequena área

(0,5 a 5,0 cm2) fabricadas em laboratório, usando diferentes tecnologias. Na Figura 3, a

eficiência da célula a-Si MJ (multijunção com silício amorfo) refere-se ao valor já

estabilizado após exposição prolongada à luz.

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Figura 3: Desenvolvimento das células fotovoltaicas. Fonte: Adaptada de GREEN et al., 2011.

A Figura 4 mostra, para diferentes tecnologias e materiais, a eficiência das melhores

células fotovoltaicas.

Figura 4: Eficiência das melhores células fotovoltaicas fabricadas em laboratório até 2012. Fonte: GREEN et al.,

2013.

A maior eficiência, de 37,7%, foi alcançada com células multijunção, devido a maior

combinação de materiais permite que esse tipo de célula consiga absorver um espectro maior

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de luz solar. As células fotovoltaicas de Si obtiveram eficiência de 25%, sendo que o limite

teórico para células de uma única junção é da ordem de 30% (GREEN et al., 2013).

Um desafio paralelo para a indústria é o desenvolvimento de acessórios e

equipamentos complementares para sistemas fotovoltaicos, com qualidade e vida útil

comparáveis às dos módulos (fabricantes de módulos de silício cristalino garantem os seus

produtos por 25 anos). Sistemas de armazenamento de energia e de condicionamento de

potência têm sofrido grandes avanços no sentido de aperfeiçoamento e redução de custos,

embora ainda não tenham atingido o grau de desenvolvimento desejado.

2.2 CÉLULAS E MÓDULOS FOTOVOLTAICOS DE SILÍCIO CRISTALINO

Em 2011 as células de c-Si correspondiam a 87,9% do mercado mundial. Para sua

fabricação pode ser utilizada a mesma matéria prima da indústria eletrônica (chips) o

chamado silício grau eletrônico (Si-gE), com uma pureza de 99,9999999%, também

denominada 9N (nove noves), ou então o silício grau solar (Si-gS), com 99,9999% (6N), de

menor custo. (EPE, 2012)

Na Figura 5 é apresentada uma célula fotovoltaica típica

Figura 5: Célula fotovoltaica de silício cristalino. Fonte: PROGRAMA ALTENER, 2004.

O silício usado na fabricação das células fotovoltaicas pode ser monocristalino (m-Si)

ou policristalino (p-Si). Diferentemente do silício monocristalino, o policristalino é composto

de pequenos cristais, de dimensão na ordem de centímetros, formados devido ao diferente

método de fabricação. A eficiência das células fotovoltaicas de p-Si é reduzida ligeiramente

em relação as de m-Si, devido a presença de interfaces entre os seus vários cristais. (CEPEL,

2014)

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Figura 6: Célula policristalina. Fonte: PROGRAMA ALTENER, 2004.

A espessura das células fotovoltaicas é um fator de otimização, células muito especas

ou muito finas perdem eficiência. As lâminas de silício usadas atualmente têm espessura da

ordem de 0,2 mm, mas o objetivo das pesquisas em andamento para 2020 é obter lâminas de

até 0,12 mm de espessura, a fim de reduzir os custos de fabricação. (CEPEL, 2014)

Alguns fabricantes vêm disponibilizando comercialmente células fotovoltaicas de c-Si

coloridas para módulos destinados à integração arquitetônica (SFIE – Sistema Fotovoltaico

Integrado à Edificação). As cores são obtidas por diferentes composições e/ou espessuras na

camada antirreflexiva (AR) das células, o que altera sua eficiência.

Figura 7: Células m-Si coloridas. Fonte: PROGRAMA ALTENER, 2004.

As células fotovoltaicas são associadas eletricamente e encapsuladas para formar o

módulo fotovoltaico, que pode ser constituído por um conjunto de 36 a 216 células

fotovoltaicas, que dependendo dos parâmetros elétricos (tensão, corrente e potência) e da

aplicação do módulo, são associadas em série e/ou paralelo. Depois de soldadas, as células

são encapsuladas, a fim de protegê-las das intempéries e proporcionar resistência mecânica ao

módulo fotovoltaico.

O encapsulamento é organizado em camadas, respectivamente, de um filme isolante,

acetato de etil vinila (EVA, do inglês Ethylene-vinyl acetate) estabilizado para a radiação

ultravioleta, células fotovoltaicas, EVA estabilizado e vidro temperado de alta transparência.

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Após este processo, coloca-se uma moldura de alumínio anodizado e a caixa de conexões

elétricas e o módulo fotovoltaico está finalizado. A Figura 8 mostra um esquema dos

componentes de um módulo fotovoltaico com células de c-Si.

Figura 8: Esquema dos componentes de um módulo fotovoltaico com células de silício cristalino. Fonte: CEPEL,

2014.

2.2.1 Garantias de Módulos Fotovoltaicos de c-Si

Geralmente os módulos Fotovoltaicos de Silício cristalino têm uma garantia contra

defeitos de fabricação de 3 a 5 anos, e garantia de rendimento mínimo durante 25 anos.

Assim, em caso de defeitos ou desempenho insuficiente, cobertos pelo termo de garantia, os

módulos fotovoltaicos devem ser substituídos pelo fabricante. (CEPEL, 2014)

A diminuição da potência de módulos fotovoltaicos de c-Si é entre 0,5% e 1,0% por

ano. Tipicamente é garantida uma potência de pico (Wp) mínima de 90 % da potência

nominal para o período dos 10 a 12 primeiros anos de operação e de 80 % por um período de

20 a 25 anos (G1 na Figura 9). Mas existem outras formas, como fabricantes que garantem

por 5 anos pelo menos 95% da potência nominal, durante 12 anos pelo menos 90%, durante

18 anos pelo menos 85% e durante 25 anos pelo menos 80% (G2 na Figura 9).

Em mais outra forma de garantia, existem fabricantes que garantem uma degradação

de rendimento anual linear de 0,7-0,8%/ano durante 25 anos (G3 na Figura 9). Estas

diferentes formas de garantias são praticadas no exterior, não necessariamente no Brasil, e

seus resultados, em termos de produção de energia, podem ser diferentes, conforme mostra a

Figura . (CEPEL, 2014)

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Figura 9: Degradação máxima de módulos, de acordo com 3 diferentes formas de garantia; G1: 90% 12 anos e

80% 25 anos; G2: 95% - 5 anos, 90% - 12 anos, 85% - 18 anos e 80% 25 anos; G3: 3% no primeiro ano e0,7%

por ano até 25 anos. Fonte: CEPEL, 2014.

De qualquer forma, é importante saber que o mercado fotovoltaico é muito dinâmico e

que há constante evolução técnica e muita renovação de fabricantes, de forma que tais

garantias tornam-se bastante questionáveis. Na verdade, constata-se que atualmente existem

muito poucos (se algum) fabricantes de módulos que estão há mais de 20 anos no mercado.

2.3 FILMES FINOS

O desenvolvimento da tecnologia de filmes finos na fabricação de células solares está

cada vez mais em destaque. A possibilidade do material semicondutor ser aplicado em uma

fina camada de substrato, sem restrição de forma, com a flexibilidade do substrato, e seu

processo de fabricação requerer temperaturas mais baixas que o silício cristalino,aumenta o

seu potencial considerando a redução do custo da produção, menor consumo de energia e

material.(SWERA, 2006)

2.3.1 AMORFO (A-SI)

A célula de silício amorfo não apresenta uma estrutura cristalina e possui um alto grau

de desordem dos cristais. Seu processo de fabricação requer menor quantidade de material e

pode ser empregado em substratos rígidos ou flexíveis, ampliando sua forma de aplicação. O

uso do silício amorfo apresenta algumas vantagens em relação às células cristalinas, podem

ser flexíveis, leves e semitransparentes, tem baixo custo por metro quadrado, porém possui

baixa eficiência, da ordem de 5% a 9%. A Figura 10 apresenta a célula amorfa (a-Si).

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Figura 10: Célula Fotovoltaica Amorfo (a-Si). Fonte: RÜTHER, 2004.

2.3.2 TELURETO DE CÁDMIO (CDTE)

As células fotovoltaicos de CdTe são fabricadas normalmente em um substrato

flexível, o contato frontal é revestido com uma finíssima camada de Sulfeto de Cádmio (CdS)

que é um semicondutor do tipo-N, depois com uma camada de Telureto de Cádmio (CdTe),

que é do tipo-P. Esse procedimento pode ser feito por uma espécie de impressão em tela em

camadas finíssimas e seu rendimento é da ordem de 8% a 11%. Apesar do baixo custo, a

principal barreira para a fabricação de módulos fotovoltaicos utilizando o CdTe é a alta

toxicidade e baixa abundância do Cádmio (PROGRAMA ALTENER, 2004). A Figura 11

apresenta uma célula filme fino de CdTe.

Figura 11: Célula Fotovoltaica de Telureto e Cádmio (CdTe). Fonte: ASPE, 2013.

2.3.3 DISSELENETO DE COBRE,GÁLIO E ÍNDIO (CIS E CIGS)

Outra tecnologia de filmes finos são os compostos baseados no Disseleneto de Cobre e

Índio e Disseleneto de Cobre, Gálio e Índio. É comumente utilizado o óxido de Zinco dopado

com alumínio, que é do tipo-N. A camada do tipo-P de CIS ou CIGS pode ser fabricada pela

vaporização simultânea dos elementos (cobre, índio, gálio e/ou selênio).Os módulos

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fotovoltaicos de CIS/CIGS são os mais eficientes entre as tecnologias de película fina,

variando entre 8% a12%, porém os elementos são tóxicos ou raros (RUTHER, 2004). A

Figura12 apresenta a célula fotovoltaica CIGS.

Figura 12: Célula Fotovoltaica de Disseleneto de Cobre e Índio. Fonte: RUTHER, 2004.

2.3.4 ORGÂNICAS (OPV)

Uma célula solar orgânica é um tipo de célula solar de polímero que utiliza a

eletrônica orgânica que lida com polímeros orgânicos condutores. Utilizam processo

industrial de impressão de células fotovoltaicas em substrato leve, flexível e transparente. A

eficiência das células orgânicas variam. A Figura 13 apresenta a célula fotovoltaica orgânica.

Figura 13: Célula fotovoltaica orgânica. Fonte: ASPE, 2013.

2.4 PARA CONCENTRAÇÃO (CPV)

Os sistemas fotovoltaicos de concentração (CPV) utilizam espelhos ou lentes para

concentrar a radiação solar incidente nas células fotovoltaicas. As tecnologias podem ser de

baixa ou alta concentração. O propósito das células de concentração é aumentar irradiância

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solar na célula a fim de obter elevada eficiência dos sistemas e diminuição da área de células

utilizadas. A Figura 14 apresenta módulos fotovoltaicos de média e alta concentração.

Figura 14: Células fotovoltaicas de concentração média e alta. Fonte: WS Energia, 2017.

2.5 NORMAS PARA MÓDULOS FOTOVOLTAICOS

A Figura 15 lista as normas nacionais e internacionais sobre módulos fotovoltaicos

que são recomendadas para consulta, bem como o regulamento do Inmetro. (CEPEL, 2014)

Figura 15: Normas e regulamentos sobre módulos fotovoltaicos. Fonte: CEPEL, 2014.

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2.6 APLICAÇÃO DE SISTEMAS FOTOVOLTAICOS

A Resolução Normativa nº 482 de 2012 (ANEEL, 212b) visa incentivar a

implementação de fontes alternativas de energia na matriz energética nacional e estabelece as

condições gerais para o acesso de microgeração distribuída (menor ou igual a 75 kW e que

utilize cogeração qualificada ou fontes renováveis de energia) e minigeração distribuída

(superior a 75 kW e menor ou igual a 3 MW para fontes hídricas ou menor ou igual a 5 MW

para cogeração qualificada ou fontes renováveis de energia) aos sistemas de distribuição de

energia elétrica assim como o sistema de compensação de energia, medida no qual a energia

ativa injetada na rede pela unidade geradora é cedida gratuitamente à distribuidora local e

posteriormente compensada com o consumo da mesma unidade consumidora ou outra

unidade de mesma titularidade.

De acordo com a ABNT NBR 11704:2008 os sistemas fotovoltaicos podem ser

classificados quanto à interligação com o sistema público de fornecimento de energia,

podendo este ser isolados ou conectados à rede, e quanto à configuração do sistema, podendo

este ser puro ou híbrido.

2.6.1 SISTEMAS FOTOVOLTAICOS ISOLADOS (SFI)

Os sistemas fotovoltaicos isolados são aqueles que não possuem conexão com a rede

pública de fornecimento de energia e possuem sistema de armazenamento de energia. Este

sistema pode suprir energia de forma individual ou em minirrede. A Figura 16 apresenta a

configuração dos SFIs.

Figura 16: Configuração básica de um SFI. Fonte: CEPEL, 2014.

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2.6.2 SISTEMAS FOTOVOLTAICOS CONECTADOS À REDE (SFCR)

Os sistemas fotovoltaicos conectados à rede são aqueles efetivamente conectados à

rede pública de fornecimento de energia. A potência ativa gerada é injetada diretamente na

rede pública e não necessita de armazenadores de energia. Utilizam-se inversores do tipo

grid-tie de forma a obtermos os mesmos parâmetros de amplitude, frequência e fase

sincronizados com a rede elétrica. Injeta-se a energia excedente produzida na rede de dia e

consumimos a noite no período de não geração. A Figura 17 apresenta a configuração dos

SFCRs.

Figura 17: Configuração de um Sistema Fotovoltaico conectado à rede. Fonte: CEPEL, 2014.

2.6.3 SISTEMAS HÍBRIDOS (SFH)

O Sistema Fotovoltaico Híbrido (SFH) é conectado à rede elétrica e possui

armazenamento de energia através da utilização de baterias. Logo este sistema possui também

um controlador de carga, medidor bidirecional e um inversor híbrido. A principal vantagem

do SFH é o fornecimento ininterrupto de energia. O sistema atua como um SFCR

normalmente e quando há falha de energia elétrica e o gerador fotovoltaico fica inoperante, as

baterias fornecem a energia necessária para o consumo.

Pode ser chamado de sistema híbrido, também, àqueles em que existe mais de um tipo

de geração de energia, como grupo gerador à diesel, aerogeradores e geradores fotovoltaicos.

A complexidade operacional e de manutenção do sistema é uma questão desvantajosa

economicamente para o usuário (CEPEL, 2014).

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3. COMPONENTES DO SISTEMA FOTOVOLTÁICO

3.1 MÓDULOS FOTOVOLTAICOS

Os módulos fotovoltaicos são unidades formadas por um conjunto de células

fotovoltaicas conectadas eletricamente e encapsuladas com finalidade de gerar energia

elétrica, ao mesmo tempo em que promove a proteção das células.

O número de células conectadas em um módulo e seu arranjo, que pode ser série e/ou

paralelo, depende da tensão de utilização e da corrente elétrica desejada. Os módulos podem

ter diferentes valores de tensão e corrente nominal, dependendo de sua aplicação.

(PROGRAMA ALTENER, 2004)

O símbolo utilizado para representar um módulo fotovoltaico em diagramas e layouts

elétricos é mostrado na figura 18.

Figura 18: Representação elétrica de módulo fotovoltaico. Fonte: SANTANA, 2014.

3.1.1 ASSOCIAÇÃO SÉRIE E PARALELO DE MÓDULOS FOTOVOLTAICOS

A conexão série é feita de maneira simples, ligando se o terminal positivo de um

módulo com o terminal negativo do outro, e assim por diante.

Nesta associação as tensões dos módulos se somam e a corrente não é afetada. Os

módulos devem ser idênticos, pois se conectando um módulo diferente, com corrente menor,

todo sistema será limitado pelo módulo de menor corrente, diminuindo a eficiência do arranjo

fotovoltaico (PINHO e GALDINO, 2014). A figura 19 mostra o aumento da tensão de acordo

com a associação série.

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Figura 19: Curva I-V para associações de módulos fotovoltaicos em série. Fonte: CEPEL, 2014.

A conexão em paralelo é feita ligando-se os terminais positivos dos módulos entre si,

assim como os terminais negativos. Neste caso as correntes individuais dos módulos se

somam e a tensão não se altera. A figura 20 mostra o aumento da corrente de acordo com a

associação em paralelo.

Figura 20: Curva I-V para associações de módulos fotovoltaicos em paralelo. Fonte: CEPEL, 2014.

3.1.2 EFEITO DA TEMPERATURA

O aumento da temperatura ambiente proporciona uma queda na tensão gerada pelos

módulos fotovoltaicos enquanto que a corrente sofre um incremento muito pequeno que não

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compensa a perda pela diminuição da tensão. A figura 21 ilustra o efeito da temperatura sobre

a tensão de um módulo fotovoltaico.

Figura 21: Curva I-V de um módulo fotovoltaico sob efeito de temperatura. Fonte: CEPEL, 2014.

Coeficientes de variação dos parâmetros tensão, corrente e potência pela variação da

temperatura são encontrados nas folhas de dados técnicos fornecidas pelos fabricantes dos

módulos. Sabendo se a temperatura do módulo e o coeficiente, pode se calcular os valores dos

parâmetros em determinada temperatura (CEPEL, 2014).

3.1.3 EFEITO DA IRRADIÂNCIA

A corrente elétrica do sistema fotovoltaico aumenta à medida que a irradiância solar

aumenta. A tensão do módulo não se altera significativamente. A figura 21 mostra o efeito da

irradiância na corrente gerada por um módulo fotovoltaico.

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Figura 22: Curva I-V um módulo fotovoltaico sob efeito de irradiância. Fonte: CEPEL, 2014.

3.1.4 EFEITO SOMBREAMENTO

Segundo Pinho e Galdino (2014), o conceito de sombreamento traduz

fundamentalmente que no caso da diminuição de radiação em um conjunto de células

fotovoltaicas ligadas em série, acarretará em uma redução na corrente, essa redução será

propagada para as demais células mesmo que nelas tenha sido mantida a radiação. Contudo

este efeito, além da diminuição de potência no gerador, provoca o risco de danos ao material

da célula, com uma intensa produção de calor no local da placa com sombreamento, podendo

inclusive quebrar o vidro ou algum outro dano. Este fenômeno é conhecido como “Ponto

quente” ou “Hotspot”.

3.2 FUSÍVEIS DE PROTEÇÃO DA SÉRIE FOTOVOLTAICA

Têm como função a proteção do fluxo de corrente de um conjunto série com tensão

maior para um com tensão menor. (PROGRAMA ALTENER, 2004).

Os fusíveis devem ser para corrente contínua e apresentar alta durabilidade, apropriado

para operações em sistemas fotovoltaicos. Eles são instalados nas saídas de cada série tanto no

polo positivo quando no polo negativo.

3.3 DISJUNTORES

Os disjuntores são dispositivos utilizados para proteção contra curto circuito ou

sobrecarga. Eles são projetados para suportar uma determinada corrente elétrica, de modo que

caso ocorra um pico de corrente ou mesmo um curto circuito que eleve consideravelmente a

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corrente acima do limite suportado por esse, o mesmo interrompe o circuito, protegendo todos

os elementos que componham esse circuito. (DGS, 2008)

Estes dispositivos atuam como chaves e podem ser usados manualmente como

seccionadores para eventuais manutenções. A figura 23 mostra um disjuntor bipolar de 16 A,

comum no mercado.

Figura 23: Disjuntor bipolar de 16ª da marca Steck. Fonte: Leroy Merlin, 2018.

3.4 DISPOSITIVO DE PROTEÇÃO CONTRA SURTOS (DPS)

Dispositivos de proteção contra surtos (DPS) são equipamentos desenvolvidos com o

objetivo de proteger o sistema de sobretensões transitórias causadas por surtos elétricos. Estes

distúrbios são normalmente causados por descargas atmosféricas, manobras de rede e

liga/desliga de motores elétricos.

Segundo ABNT (2012), os DPS devem ser instalados nos lados CC e CA do sistema

fotovoltaico que por estarem geralmente em partes externas de edifícios, residências e

construções estão sujeitos a descargas atmosféricas. A instalação elétrica do local deve se

seguir as normas da NBR 5410, para perfeita proteção do sistema fotovoltaico e de toda

instalação elétrica. A figura 24 mostra um DPS que pode ser encontrado no mercado.

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Figura 24: DPS da marca Steck. Fonte: Steck, 2018.

3.5 INVERSOR

O inversor é o equipamento que realiza a transformação de corrente contínua gerada

pelo arranjo fotovoltaico para corrente alternada. Os inversores conhecidos como Grid-Tie ou

Grid-Conected são para SFCR, já os inversores autônomos ou Stand-alone são feitos para SFI

e existem também os inversores híbridos, para sistemas fotovoltaicos com armazenamento de

energia e conectados à rede. (CEPEL, 2014)

Os inversores para SFCRs, por serem sincronizados com a rede elétrica, possuem uma

exigência maior em relação à qualidade de seus parâmetros do que os inversores autônomos.

3.6 SISTEMA DE ATERRAMENTO

O aterramento do SF é utilizado para a proteção contra surtos e correntes de curto

circuito, que percorrem o caminho de menor impedância para terra a fim de que a energia seja

dissipada. O sistema pode utilizar o mesmo sistema de aterramento das cargas para o

aterramento do lado CC. Recomenda se, também o aterramento das estruturas metálicas dos

módulos fotovoltaicos (ABNT, 2012).

3.7 MEDIDOR BIDIRECIONAL

Em um SFCR, que é a base deste projeto, deve existir um medidor bidirecional que

deve diferenciar a energia elétrica ativa consumida da rede e a energia elétrica ativa injetada

na rede. Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL, 2016), a distribuidora é

responsável por adquirir e instalar o sistema de medição, sem custos para o acessante no caso

de microgeração distribuída, assim como pela sua operação e manutenção, incluindo os custos

de eventual substituição.

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4. ETAPAS PRELIMINARES DE PROJETO DE UM SISTEMA FOTOVOLTAICO

O projeto de um sistema fotovoltaico, como definido pelo Programa Altener (2004),

envolve orientação dos módulos, disponibilidade de área, estética, disponibilidade do recurso

solar, demanda a ser atendida e diversos outros fatores. Através do projeto pretende-se

adequar o gerador fotovoltaico às necessidades definidas pela demanda.

É necessário fazer uma separação entre sistemas fotovoltaicos isolados da rede (SFI) e

sistemas fotovoltaicos conectados à rede (SFCR). No primeiro é fundamental estimar esta

demanda energética com precisão já que o sistema gerador visa atender a um determinado

consumo de energia elétrica. Já no segundo caso, o consumo de energia elétrica da instalação

é menos importante, pois pode ser complementado com energia da rede de distribuição.

Como o foco deste trabalho são sistemas conectados as rede (SFCR) de pequeno porte

em baixa tensão (dotados de painel fotovoltaico de algumas centenas de Wp a algumas

dezenas de kWp) para residências, não entrará nos detalhes específicos de projetos de outras

configurações de sistemas, como para sistemas isolados da rede (SFI).

Segundo CEPEL (2014) as principais etapas do projeto de um SFV são as seguintes:

1 - Levantamento adequado do recurso solar disponível no local da aplicação;

2 - Definição da localização e configuração do sistema;

3 - Levantamento adequado de demanda e consumo de energia elétrica;

4 - Dimensionamento do gerador fotovoltaico;

5 - Dimensionamento dos equipamentos de condicionamento de potência que, no caso dos

SFCRs, se restringe ao inversor para interligação com a rede;

6 - Dimensionamento do sistema de armazenamento, usualmente associado aos sistemas

isolados.

4.1 AVALIAÇÃO DO RECURSO SOLAR

Nesta fase do projeto busca-se quantificar a radiação solar global incidente sobre o

painel fotovoltaico. A forma mais comum de apresentação dos dados de radiação é através de

valores médios mensais para a energia acumulada ao longo de um dia.

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“Como há uma forte linearidade entre a produção de energia e a irradiação solar

horária, este conceito pode ser estendido, gerando uma forma bastante conveniente de se

expressar o valor acumulado de energia solar ao longo de um dia: o número de Horas de Sol

Pleno (HSP). Esta grandeza reflete o número de horas em que a irradiância solar deve

permanecer constante e igual a 1 kW/m²(1.000 W/m²), de forma que a energia resultante seja

equivalente à energia disponibilizada pelo Sol no local em questão, acumulada ao longo de

um dado dia.

A Figura 25 ajuda na compreensão da grandeza Horas de Sol Pleno.

Figura 25: Exemplo de perfis de radiação solar diária com valores equivalentes de HSP. Fonte: PINHO et al,

2008.

4.2 LOCALIZAÇÃO

Um aspecto importante a examinar durante o processo de pré-instalação é a melhor

localização do gerador fotovoltaico. Em geral, não existem restrições quanto ao local de

instalação, pois os módulos são equipamentos desenvolvidos para resistir ao tempo (sol,

chuva, geadas etc.) durante vários anos. A integração com elementos arquitetônicos e a

presença de elementos de sombreamento ou superfícies reflexivas próximas podem afetar a

eficiência de um sistema fotovoltaico.

É recomendado pelo CEPEL (2014) que o mesmo seja instalado apenas em local com

boa incidência de radiação solar e o mais próximo possível das baterias e cargas

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Para ter uma boa estimativa da radiação incidente no plano do painel, o projetista deve

obter informações sobre os atuais e potenciais elementos de sombreamento e superfícies

reflexivas próximas, inclusive o chão. A refletividade do chão ou outros elementos próximos

também pode contribuir para a radiação global incidente sobre o painel. Por isso, alguns

programas de dimensionamento permitem incorporar um modelamento 3D dos prédios e

objetos vizinhos na simulação do desempenho do sistema, trazendo para o dimensionamento

elementos da posição efetiva dos painéis.

4.2.1 ORIENTAÇÃO E INCLINAÇÃO DO GERADOR FOTOVOLTAICO

Aspectos como inclinação e orientação azimutal do painel passam a ser bastante

relevantes em instalações urbanas, assim como aspectos estéticos, a resistência mecânica do

telhado e do prédio e o efeito dos ventos também são elementos importantes na escolha do

local de instalação do painel fotovoltaico.

Para maximizar a captação de energia ao longo do ano, as duas condições descritas a

seguir devem ser observadas. (CEPEL, 2014)

Orientação

Em geral, para uma operação adequada e eficiente, os módulos devem estar orientados

em direção à linha do equador. Nas instalações localizadas no hemisfério Sul, a face dos

módulos fotovoltaicos deve estar orientada em direção ao Norte Verdadeiro, como indicado

na Figura 26.

Figura 26: Orientação da face dos módulos fotovoltaicos para o norte verdadeiro em um dado local no

hemisfério Sul (ângulo azimutal de superfície igual a 180º). Fonte: CEPEL, 2014.

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Na maioria dos locais, a direção do Norte Verdadeiro não coincide com a do Norte

Magnético indicado pela bússola, necessitando ser feita, então, a correção do referencial

magnético. Para tal, usa-se a Declinação Magnética do local de instalação, a qual pode ser

obtida facilmente através de mapas e programas computacionais disponibilizados por vários

organismos.

O Observatório Nacional, instituto de pesquisa vinculado ao Ministério da Ciência,

Tecnologia e Inovação, por exemplo, disponibiliza em sua homepage um mapa da declinação

magnética sobre o território brasileiro para download, além de um software para sua

determinação, bastando conhecer as coordenadas geográficas do local.

Inclinação

Para geração máxima de energia ao longo do ano, o ângulo de inclinação do gerador

fotovoltaico (Figura 27) deve ser igual à latitude do local onde o sistema será instalado. No

entanto, pequenas variações na inclinação não resultam em grandes mudanças na energia

gerada anualmente e a inclinação do gerador fotovoltaico pode estar dentro de 10º em torno

da latitude do local (CEPEL, 2014).

Para áreas muito próximas ao equador, com latitudes variando entre –10º e +10º,

aconselha-se uma inclinação mínima de 10º (CEPEL, 2014), para favorecer a autolimpeza dos

módulos pela ação da água da chuva. Em locais com muita poeira é necessário limpar

regularmente a superfície dos módulos, uma vez que a sujeira reduz a captação de luz pelos

módulos, consequentemente reduzindo o seu desempenho. Entretanto, deve-se utilizar apenas

água e um pano de tecido macio para não danificar o vidro ou qualquer outro material de

cobertura do módulo.

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Figura 27: Ângulo de inclinação dos módulos fotovoltaicos. Fonte: CEPEL, 2014.

4.3 ESCOLHA DA CONFIGURAÇÃO

A escolha baseia-se nas características da carga e na disponibilidade de recursos

energéticos, que levam a escolha da configuração para o sistema, sendo as mais comuns:

sistemas isolados ou conectados à rede, c.a. ou c.c., com ou sem armazenamento etc.

4.4 LEVANTAMENTO DA DEMANDA E DO CONSUMO DE ENERGIA ELÉTRICA

A maneira mais tradicional para determinar a demanda de uma unidade consumidora é

somar as energias consumidas por cada equipamento. Isto é geralmente feito em uma planilha,

onde estão listados os equipamentos, sua potência elétrica, o tempo diário de funcionamento e

os dias de utilização por semana, para que se disponha de dados diários de energia consumida,

em Wh/dia. Esta estimativa pode ser realizada em média semanal, obtendo-se um valor médio

de energia elétrica consumida por dia.

Para calcular o consumo médio de energia (kWh) de um equipamento de acordo com o

seu hábito de uso, deve-se procurar a potência do aparelho no catálogo ou manual do

fabricante e a multiplicar pela média de horas diárias de uso e pela média de dias de utilização

desse aparelho.

Outro método também muito utilizado consiste em levantar o consumo médio diário

anual da edificação (Wh/dia) descontado o valor da disponibilidade mínima de energia. Este

dado pode ser calculado pelo histórico de faturas mensais de consumo de energia elétrica.

Esse método é o que foi implementado no exemplo prático deste trabalho.

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4.5 DIMENSIONAMENTO DO GERADOR FOTOVOLTAICO

No Sistema de Compensação de Energia adotado pelo Brasil (Resolução Normativa

ANEEL 482/2012), quando o SFV gerar mais energia do que a demandada pela instalação

consumidora, a energia excedente é entregue à rede elétrica e o medidor registra essa energia.

O contrário ocorre quando a edificação consome mais energia do que a gerada pelo sistema

FV, fazendo com que, neste caso, o medidor registre o fluxo em seu sentido convencional. No

fim do mês se o consumidor gerou mais energia elétrica que a consumida, a distribuidora

disponibilizará um crédito energético referente ao excedente, que será compensado nas faturas

subsequentes, em um prazo de até 36 meses. Caso existam postos tarifários (bandeiras

tarifárias), o crédito da energia ativa injetada levará em conta a tarifa de energia do horário de

injeção. Em virtude deste sistema de compensação de energia, pode não ser interessante que o

sistema FV gere, ao longo do ano, mais energia do que a consumida pela unidade

consumidora-geradora.

Ressalta-se que no caso em que a energia gerada é maior que a consumida, a

distribuidora cobrará, no mínimo, o valor referente ao custo de disponibilidade para o

consumidor do grupo B (baixa tensão).

A potência de um microgerador que compõe um SFCR pode ser calculada pela

Equação 4 (CEPEL, 2014), onde se pode escolher uma fração da demanda de energia elétrica

consumida que se pretende suprir com o SFCR.

(1)

Onde:

PFV (Wp) - Potência de pico do painel FV;

E (Wh/dia) - Consumo diário médio anual da edificação ou fração deste;

HSPMA (h) - Média diária anual das HSP incidente no plano do painel FV;

TD (adimensional) - Taxa de desempenho.

O desempenho de um SFV é tipicamente medido pela Taxa de Desempenho (PR -

Performance Ratio), que é definida como a relação entre o desempenho real do sistema sobre

o desempenho máximo teórico possível. Sendo que o desempenho real do sistema pode ser

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afetado por perdas de queda de tensão devido à resistência de conectores e cabeamento,

sujeira na superfície do painel, sombreamento, eficiência do inversor, carregamento do

inversor, descasamento (mismatch) entre módulos de mesmo modelo (diferenças entre as suas

potências máximas), temperatura operacional, dentre outras. Para SFCRs residenciais, bem

ventilados e não sombreados, uma TD entre 70 e 80 % pode ser obtida nas condições de

radiação solar encontradas no Brasil. (PINHO et al. 2008)

Após o dimensionamento do gerador FV, deve-se avaliar qual tecnologia melhor

atende ao projeto, levando-se em conta o custo da energia gerada pelo sistema, as vantagens

arquitetônicas e elétricas de cada tecnologia, a credibilidade da empresa, a garantia dos

módulos (20 a 25 anos), parâmetros elétricos e eficiência.

Como descrito por DGS (2008), o gerador FV impõe uma carga mecânica na cobertura

à qual está fixado, sendo esta carga o somatório do peso de todos os componentes do gerador

FV. A Figura 28 mostra a carga que três tipos distintos de módulos FV impõem a uma

cobertura. Recomenda-se que a verificação de uma cobertura que irá receber um SFCR seja

realizada por um engenheiro civil habilitado em análise estrutural.

Figura 28: Exemplos de cargas mecânicas impostas por três módulos FV distintos Fonte: DGS, 2008.

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4.6 DIMENSIONAMENTO DO INVERSOR

O dimensionamento de um inversor depende da potência do gerador FV e tecnologia e

características elétricas do módulo escolhido para compor o gerador. A seleção por um

fabricante de inversores deve levar em consideração a credibilidade da empresa no que diz

respeito à garantia do equipamento (tipicamente cinco a dez anos), assim como sua

capacidade produzida acumulada e assistência técnica no território brasileiro.

O Fator de Dimensionamento de Inversores (FDI) representa a relação entre a potência

nominal c.a. do inversor e a potência de pico do gerador FV. A potência do gerador FV e do

inversor devem ser ajustadas de modo que o FDI do inversor tenha a melhor relação

custo/benefício. A literatura mostra que os valores inferiores de FDI recomendados por

fabricantes e instaladores situam-se na faixa de 0,75 a 0,85, enquanto que o limite superior é

de 1,05 (CEPEL, 2014).

A tensão de entrada do inversor é a soma das tensões dos módulos associados em

série. Como a tensão possui forte dependência da temperatura, as condições extremas de

inverno e verão deverão ser utilizadas no dimensionamento. A máxima tensão de entrada

nunca deve ser ultrapassada, sendo este um dos maiores riscos de se danificar o equipamento.

(CEPEL, 2014).

Observar ainda se o fabricante indica o número máximo de séries fotovoltaicas em

paralelo que pode ser utilizada.

4.7 FERRAMENTAS COMPUTACIONAIS PARA PROJETO DE SISTEMAS

FOTOVOLTAICOS

As ferramentas computacionais disponíveis podem ser divididas segundo Programa

Altener (2004) em diversas classes, e para cada uma dessas classes existe uma ampla oferta de

programas livres ou proprietários, que podem ser escolhidas em função das particularidades

do projeto. Os softwares de projeto de sistemas fotovoltaicos podem ser aplicados para:

a) Análise de viabilidade: Dão uma indicação da viabilidade técnica e econômica do

projeto.

b) Dimensionamento: Auxiliam na escolha dos componentes e configuração do sistema,

indicam a melhor orientação dos painéis, dentre outras funções.

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c) Simulação de operação: A partir da definição da configuração e equipamentos

escolhidos, permite a simulação da operação do sistema, dando ideia de variações

sazonais, por exemplo.

d) Localização: Permitam a análise da incidência da radiação solar e sombreamento sobre o

gerador fotovoltaico.

e) Monitoramento e controle: Os programas de monitoramento e controle permitem a

análise das informações provenientes da planta monitorada e a aplicação de eventuais

ações preventivas, corretivas ou de otimização da operação.

f) Curvas de Carga: Programas auxiliares podem ser utilizados para uma composição da

curva de carga.

g) Cabeamento: Em função das características das correntes, dos condutores, dos circuitos

elétricos e do nível admissível de perdas, esses programas auxiliam na escolha da seção

milimétrica dos condutores.

h) Dados meteorológicos: Esses programas podem auxiliar na escolha da orientação do

painel.

Existem inúmeras ferramentas específicas para dimensionamento e/ou simulação de

sistemas fotovoltaicos disponíveis no mercado e em instituições de ensino e pesquisa que

ajudam a automatizar o processo de cálculo, tornando-os mais precisos e, dessa forma,

auxiliar o projetista.

A seguir são descritas sucintamente algumas ferramentas computacionais utilizadas

para elaboração de projetos fotovoltaicos.

4.7.1 HOMER

Lilienthal et al (1995) caracteriza o programa Hybrid Optimization Model for Electric

Renewable (Homer) desenvolvido nos EUA, no National Renewable Energy Laboratory

(NREL), com a capacidade de simular sistemas conectados à rede, isolados ou híbridos,

combinando diferentes tipos de geração: eólica, biogás, microturbinas, células a combustível,

etc. O Homer é muito utilizado por projetistas no Brasil para simulações de sistemas isolados

pois apresenta uma interface amigável com o usuário.

O Homer possui descrições de modelos simplificados de sistemas, realiza cálculos em

base de tempo horária para centenas de configurações, apresentando-os de acordo com o

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custo. Permite a otimização de parâmetros técnicos específicos, assim como resultados

detalhados de cada configuração. Entre os resultados, o Homer apresenta gráficos de estado

de carga das baterias, tensão, energia produzida e consumida etc. ao longo do tempo de

simulação.

O programa inclui os dados climatológicos de 239 localidades nos EUA, podendo-se

também inserir os valores médios mensais de irradiância obtidos de outras fontes.

4.7.2 HYBRID2

Manwell ei al (2006) cita como a função principal deste programa é a simulação

detalhada de sistemas isolados híbridos, com um refinado sistema e diversas opções de

propriedades.

A simulação pode ser feita em base horária ou minuto a minuto. Possui uma base de

dados que contém 150 tipos de geradores eólicos, módulos fotovoltaicos, baterias e geradores

a diesel.

Suas principais desvantagens são: interface pouco amigável, dificuldade na

modelagem dos equipamentos, instabilidade do programa em função dos dados de entrada, e;

não há equipe de suporte do programa.

4.7.3 RETSCREEN

O RetScreen é um programa de análise para projetos de energias renováveis

desenvolvido como planilha de cálculo no programa Excel da Microsoft, pelo Minister of

Natural Resources do Canadá. É um aplicativo de dimensionamento de sistemas. Este

programa engloba as áreas: fotovoltaica, eólica, pequenas centrais hidrelétricas, aquecimento

solar de ar e água, biomassa e bombas geotérmicas, como descrito por Thevenard (2000).

O software RETScreen é utilizado para a realização de estudos preliminares. Na área

fotovoltaica, pode determinar para os três tipos básicos de aplicações (sistemas conectados à

rede, sistemas isolados e bombeamento de água) os custos de produção de energia e redução

de gases emitidos. Configurações de sistemas híbridos simples também podem ser avaliadas.

Possui base de dados de radiação para mais de 1.000 localidades no mundo, assim como

dados de irradiância para localidades remotas, através de informação de satélites. ,

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Este será o programa utilizado posteriormente no estudo de caso.

4.7.4 PV- DESIGN PRO

O programa PV- Design Pro foi desenvolvido pela empresa Maui Solar Energy

Software Corporation; permite a simulação de sistemas fotovoltaicos isolados, sistemas

conectados à rede e sistemas para bombeamento. Contém uma base de dados de radiação solar

abrangendo mais de 2.000 lugares no mundo inteiro. Apresenta base de dados com

informação sobre inversores, baterias e módulos. (PVD PRO, 2000)

4.7.5 PV-SOL

O programa PV-Sol Pro, desenvolvido pela empresa Di Valentin Energy Software, é

utilizado para a análise e simulação de sistemas isolados e conectados à rede. Permite estudar

a configuração de vários geradores e possui uma ampla base de dados de módulos, baterias,

inversores e grupos geradores. Permite também a criação de diferentes perfis de carga e

possui um gerador de sombras. (VALENTIN, 2018)

4.7.6 PVSYST

O PVSyst foi desenvolvido inicialmente pela Universidade de Genebra (Suíça) e é

comercializado atualmente pela companhia PVSyst SA. Permite ao usuário trabalhar em

diferentes níveis de complexidade, desde um estágio inicial de representação até um detalhado

sistema de simulação. Apresenta também uma ferramenta adicional, tridimensional, que leva

em conta objetos que possam projetar sombras. (MERMOUD, 2012)

O programa possui uma base de dados de irradiação de 22 localidades na Suíça e de

200 localidades do resto do mundo. Possui uma ampla base de dados de módulos e inversores.

O programa apresenta as perdas do sistema fotovoltaico e a sua taxa de desempenho. É

especialmente utilizado para SFCRs.

Se o usuário adicionar o custo de cada componente à base de dados existente, o

programa pode projetar os custos de produção de energia em adição a uma série de

parâmetros técnicos, fornecidos no fim da simulação.

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4.7.7 SOLEM

SolEm é um programa que permite simular sistemas fotovoltaicos com base de tempo

horária, baseado numa planilha Excel, e permite uma análise detalhada de SFCRs. Como

emprega um código aberto, o usuário pode adaptá-lo às suas necessidades. Possui um editor

de sombras para diferentes porcentagens de sombreamento nos vários meses do ano e para

distintos ângulos. Contém uma base de dados para localidades de países europeus e também

inclui uma interface para importar dados de outros programas. (PROGRAMA ALTENER,

2004)

4.7.8 PVSIZE

Desenvolvido na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, é um programa de

simulação de SFIs, com base horária, cuja versão mais recente permite inserir envelhecimento

das baterias ao longo dos anos, e apresenta gráficos de estado de carga das baterias e tensão

ao longo do tempo, dentre outros resultados. (DIAS, 2006)

A Figura 29 mostra o endereço eletrônico para a localização na internet dos programas

citados.

Legenda:

S/I- Sem informação.

Idioma: I: Inglês, A: Alemão, E: Espanhol, F: Francês, J: Japonês, P: Português.

Intervalo de tempo: A: ano, M: mês, S: semana, D: dia, H: hora.

Foco do programa: SFI: sistema fotovoltaico isolado, SFCR: sistema fotovoltaico conectado à rede, SFH:

sistema híbrido, SBFV: sistemas de bombeamento fotovoltaico, ST: sistemas térmicos em geral, SFV: sistemas

fotovoltaicos em geral.

Base de dados de componentes: M: módulos fotovoltaicos, G: irradiância e temperatura, B: bateria, I: inversor

FV,CC: controlador de carga, C: consumo, E: gerador eólico, D: gerador diesel, CS: coletores solares, BM:

biomassa,A: gerador hidráulico, EA: energia auxiliar.

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Figura 29: Principais características dos programas pesquisados e suas respectivas páginas na internet. Fonte:

CEPEL, (2014).

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5. INSTALAÇÃO DE SISTEMAS FOTOVOLTAICOS E RECOMENDAÇÕES DE

SEGURANÇA

Segundo (CEPEL, 2014) as principais falhas em sistemas fotovoltaicos (SFCR)

ocorrem por problemas na instalação e erros de projeto. Isso indica que para um bom

resultado não são suficientes apenas um bom dimensionamento e a especificação de

equipamentos de qualidade, mas sim, o bom gerenciamento da qualidade do projeto e da

instalação como um todo; por isso é fundamental critérios e especificações bem definidos para

todas as etapas do processo.

A instalação de um SFV pode envolver a integração de vários profissionais como

carpinteiro e pedreiro, para construção ou adaptação da fundação e estrutura de suporte para

os equipamentos, e eletricista, para instalação dos vários componentes do sistema. Estes

devem ser supervisionados por um profissional qualificado em Energia Solar Fotovoltaica,

adequadamente treinado e com comprovada experiência, garantindo que a instalação ocorra

de forma correta e sem riscos, com o devido cumprimento das normas técnicas aplicáveis.

O processo de instalação pode ser dividido nas fases de pré-instalação e instalação. Na

fase de pré-instalação faz-se o dimensionamento e seleção de acessórios (suportes,

cabeamento, terminais etc.), configuração (layout) do local, pré-montagem e estimativas de

tempo. A instalação propriamente dita envolve a montagem e o comissionamento (inspeções e

testes) do SFV, que devem ser realizados no local definitivo, de forma rápida, eficiente e

segura. (PROGRAMA ALTENER, 2004)

A instalação de um sistema conectado à rede deve seguir a norma específica da

concessionária local de distribuição de energia elétrica, que de acordo com o Procedimentos

de Distribuição de Energia Elétrica no Sistema Elétrico Nacional (PRODIST) deve estar

acessível na página da empresa na internet, em um processo que se inicia pela solicitação de

acesso.

As Figuras 30 e 31, extraídas do PRODIST (2012), dão uma ideia das condicionantes

impostas aos projetos de sistemas conectados à rede. Cabe lembrar que no caso da

microgeração, muitos inversores comerciais já possuem incorporadas algumas das proteções

listadas na Figura 31.

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Figura 30: Níveis de tensão considerados para conexão de micro e minicentrais geradoras. Fonte: PRODIST,

2012.

Figura 31: Requisitos mínimos em função da potência instalada. Fonte: PRODIST, 2012.

Notas:

(1) Chave seccionadora visível e acessível, que a acessada usa para garantir a desconexão da central geradora

durante manutenção em seu sistema.

(2) Elemento de interrupção automático acionado por proteção, para microgeradores distribuídos e por comando

e/ou proteção, para minigeradores distribuídos.

(3) Não é necessário relé de proteção específico, mas um sistema eletro-eletrônico que detecte tais anomalias e

que produza uma saída capaz de operar na lógica de atuação do elemento de interrupção.

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(4) Se a norma da distribuidora indicar a necessidade de realização de estudo de curto-circuito caberá à acessada

a responsabilidade pela sua execução.

(5) O acessante deve apresentar certificados (nacionais ou internacionais) ou declaração do fabricante que os

equipamentos foram ensaiados conforme normas técnicas brasileiras, ou, na sua ausência, normas internacionais.

(6) O sistema de medição bidirecional deve, no mínimo, diferenciar a energia elétrica ativa consumida da energia

elétrica ativa injetada na rede.

5.1 RECOMENDAÇÕES GERAIS SOBRE SEGURANÇA

As Figuras 32 e 33 apresentam, respectivamente, as principais normas brasileiras e

internacionais recomendadas para consulta no processo de instalação dos SFVs, de acordo

com a configuração do sistema.

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Figura 32: Normas nacionais recomendadas para consulta. Fonte: (CEPEL, 2014)

Figura 33: Normas internacionais recomendadas para consulta. Fonte: CEPEL, 2014.

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Deve-se também seguir os procedimentos de instalação e operação contidos nos manuais

técnicos dos equipamentos. A seguir, são apresentadas algumas sugestões (CEPEL, 2014)

gerais de segurança na instalação adequada dos SFVs:

a) Estabelecer e fazer cumprir os procedimentos de segurança de pessoas e dos

equipamentos, conforme as normas técnicas vigentes.

b) Seguir os códigos locais para instalações elétricas, caso existam.

c) Para os SFCR, seguir as normas de conexão dos sistemas à rede elétrica elaboradas pelas

concessionárias locais de distribuição.

d) Restringir o acesso à área de trabalho.

e) Nos ambientes onde os equipamentos forem instalados, afixar placas de advertência

quanto ao perigo de choque elétrico (Figura 34) e restrição de acesso por pessoas não

autorizadas (Figura 35). Para sistemas fotovoltaicos conectados à rede, recomenda-se,

ainda, instalar próximo ao padrão de entrada de energia uma placa de advertência quanto

ao risco de choque elétrico devido à geração própria (Figura 36).

f) Manter permanentemente fechada a porta de acesso aos ambientes onde forem instalados

os controles, equipamentos de condicionamento de potência, instrumentos de medição e

baterias.

g) Realizar o aterramento elétrico das instalações, dos equipamentos e das estruturas

metálicas.

h) Instalar dispositivos de proteção elétrica adequados para equipamentos e para o ser

humano.

i) Cobrir o gerador fotovoltaico com uma manta ou uma cobertura opaca, quando possível,

ao se trabalhar no sistema, para reduzir o risco de um choque elétrico ou curto-circuito.

j) Disponibilizar manuais básicos de segurança, operação e manutenção aos usuários do

sistema.

k) Fixar, em local visível, instruções para desconectar a energia do equipamento antes da

realização de serviços de manutenção, e para sua reconexão após o término desses

serviços.

l) Em microssistemas, disponibilizar na edificação onde ficam os equipamentos de

condicionamento de potência e de controle e baterias, equipamento de proteção individual

(EPI) para manipulação de baterias e extintor de incêndio adequado.

m) Retirar todos os objetos pessoais metálicos antes dos trabalhos em instalações elétricas.

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41

Figura 34: Exemplo de placa de advertência de risco de choque elétrico. Fonte: CEPEL, 2014.

Figura 35: Exemplo de placa de advertência de acesso restrito. Fonte: CEPEL, 2014.

Figura 36: Exemplo de placa de advertência de risco de choque elétrico devido à geração própria de sistemas

conectados à rede. Fonte: CEPEL, 2014.

Vale ressaltar que apesar da baixa tensão dos módulos fotovoltaicos, a conexão de

vários em série ou o erro de uma conexão podem apresentar níveis de tensão e corrente

perigosos a saúde humana.

5.2 MÓDULOS FOTOVOLTAICOS

5.2.1 RECOMENDAÇÕES SOBRE SEGURANÇA NO MANUSEIO E

INSTALAÇÃO DE MÓDULOS FOTOVOLTAICOS

A fim de minimizar os riscos potenciais a pessoas e equipamentos sugere-se consultar

os manuais dos módulos fotovoltaicos e as normas apresentadas nas Tabelas 6 e 7 antes do

manuseio e instalação desses módulos.

A seguir, são apresentadas algumas sugestões (CEPEL, 2014) de segurança para o

trabalho apropriado e seguro com os módulos:

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42

a) Remover quaisquer joias ou adereços do pescoço, mãos e pulsos antes do trabalho.

b) Vestir roupas e usar equipamentos de proteção adequados ao trabalho e em bom estado de

conservação (camisa, calça, cinto de segurança, capacete, máscara, luvas, calçado, entre

outros).

c) Sempre usar ferramentas adequadas, secas e com cabos isolados, para montar o gerador

fotovoltaico.

d) Utilizar equipamentos de teste e medição de grandezas elétricas (por exemplo, um

multímetro) para conferência da montagem.

e) Não trabalhar sozinho, tendo sempre alguém por perto, que possa auxiliar na atividade e,

principalmente, em caso de acidentes.

f) Durante a realização das conexões elétricas, impedir que a radiação solar incida sobre o

gerador fotovoltaico. Para isso, deve-se cobri-lo com uma manta ou outra cobertura opaca.

g) Descarregar a eletricidade estática do corpo, tocando um condutor aterrado antes de tocar

os terminais dos módulos, especialmente em locais e dias de clima seco.

h) Fazer as conexões elétricas respeitando sempre a polaridade e as instruções do fabricante.

i) Evitar contatos indesejados de pessoas, animais ou outros objetos com o módulo. Apesar

da relativa rigidez de sua estrutura, choques mecânicos podem resultar em danos ao vidro

de proteção e até mesmo às células fotovoltaicas.

j) Instalar uma cerca ao redor do gerador fotovoltaico, caso o local onde ele esteja situado

possa ser facilmente acessado por pessoas não autorizadas ou animais.

5.2.2 MONTAGEM DA ESTRUTURA DE SUPORTE DOS MÓDULOS

A estrutura de suporte dos módulos fotovoltaicos tem como função posicioná-los de

maneira estável, assegurando a ventilação adequada, permitindo dissipar o calor. Isto é

importante porque a eficiência dos módulos diminui com a elevação da temperatura. Deve

ainda garantir o distanciamento entre módulos, conforme indicação do fabricante, para evitar

danos mecânicos aos mesmos (PROGRAMA ALTENER, 2004).

Em qualquer caso, o suporte é uma estrutura concebida especialmente para se adaptar

ao terreno ou à estrutura do prédio, às características dos módulos e à estratégia de ajuste de

inclinação e orientação. Os módulos fotovoltaicos devem ser montados sobre esta estrutura

que deve ser rígida e dar a orientação e o ângulo de inclinação necessários, a fim de assegurar

a máxima captação da luz solar, e dar ao conjunto rigidez mecânica suficiente para suportar o

peso dos módulos e dos ventos fortes. Além disso, a estrutura de suporte deve estar

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43

eletricamente aterrada e ser fabricada com materiais menos suscetíveis a corrosão,

especialmente em locais com condições ambientais agressivas. A Figura 37 apresenta um

exemplo de estrutura de suporte para os módulos, sem ajuste azimutal.

Figura 37: Exemplo de uma estrutura de sustentação de módulos fotovoltaicos. Fonte: SOLARWORLD, 2013.

A Figura 38 mostra as formas usuais de instalação dos módulos fotovoltaicos, cujas

vantagens e desvantagens são destacadas na Figura 39.

Figura 38: Formas usuais de instalação de módulos fotovoltaicos: (1) Solo, (2) Poste, (3) Fachada, (4) Telhado.

Fonte: CEPEL, 2014.

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44

Figura 39: Vantagens e desvantagens das diferentes formas de instalação. Fonte: PINHO et al., 2008.

Em sistemas residenciais de pequeno porte, os módulos fotovoltaicos são usualmente

instalados sobre o telhado quando a casa possui resistência estrutural adequada. Quando o

telhado não recebe radiação solar suficiente ou não suporta a instalação do painel, este pode

ser instalado na parte superior de um poste, colocado ao lado da casa (RÜTHER, 2004).

Alguns exemplos de fixação de módulos de pequeno porte em residências são

mostrados nas Figuras 40 e 41. O destaque desses suportes deve-se à sua simplicidade (com

consequente redução de gastos com material), leveza, facilidade de instalação e aplicabilidade

aos diversos tipos de construções encontrados no Brasil (alvenaria, madeira, taipa etc.).

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45

Figura 40: Sistema fotovoltaico residencial instalado em localidade isolada do Rio Grande do Sul. Fonte:

IDEAAS, 2012.

Figura 41: Detalhe de sistema de fixação em parede de residência. Fonte: IDEAAS, 2012.

Neste tipo de sistema, a fixação se dá através de conjuntos abraçadeira/batente

afixados na parede de forma a comprimi-la (CEPEL, 2014). Outro fator importante é que ele

permite ao usuário um ajuste semestral do posicionamento do módulo, o que pode resultar em

ganhos significativos de energia em localidades situadas próximo à linha do Equador. Para

tanto, basta que o usuário gire o poste (tubo) duas vezes durante o ano, colocando o sistema

na posição adequada.

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46

A instalação de geradores fotovoltaicos no solo exige a escolha e o projeto do tipo de

fundação mais adequado. A fundação tem por objetivo manter a orientação adequada da

estrutura de suporte do gerador fotovoltaico com relação ao sol e evitar danos ao conjunto

durante ventos fortes (CEPEL, 2014). Ao se escolher a fundação mais indicada para a

montagem de um gerador, deve-se considerar fatores como o acesso ao local, condições

climáticas extremas, a topografia, as propriedades do solo, o código de obras local e a

disponibilidade de mão de obra, dentre outros fatores (CEPEL, 2014). Os tipos mais comuns

de fundações utilizadas pelos SFVs são apresentados na Figura 42 e descritos em seguida.

Figura 42: Principais tipos de fundações utilizadas. Fonte: CEPEL, 2014.

A fundação tipo laje requer um grande volume de concreto e um terreno relativamente

plano. A laje pode ser feita no local ou podem ser transportadas lajes pré-fabricadas até a

obra. Este tipo de fundação não é compatível com terrenos muito acidentados, devido à

escavação que seria necessária antes de executar a fundação (CEPEL, 2014).

A fundação tipo bloco é mais apropriada para terrenos acidentados e locais remotos,

porque é relativamente leve e transportável e pode ser pré-fabricada nos locais onde se

disponha de cimento e de equipamentos apropriados. É necessária pouca escavação e os

blocos podem ser posicionados com razoável facilidade, minimizando os problemas de

alinhamento. Os blocos devem ser montados com armaduras e todas as cavidades devem ser

completamente preenchidas com concreto ou argamassa (CEPEL, 2014).

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47

A fundação tipo viga é um meio termo entre os tipos laje e bloco. É adequada para

terrenos ondulados e proporciona um fácil alinhamento entre os geradores fotovoltaicos

adjacentes. A viga pode ser executada com cimento, peças de madeira ou outros materiais que

possuam o formato adequado para as vigas (CEPEL, 2014).

Não há nenhuma fundação que seja aplicável a todas as situações, uma delas

geralmente será mais adequada a uma aplicação particular.

O peso da fundação, que depende do carregamento esperado para o gerador

fotovoltaico e do tipo de solo, deve ser determinado como parte do projeto. O carregamento

do gerador inclui a força do vento empurrando-o ou arrancando-o dos apoios, além do peso

próprio dos módulos. Deve-se projetar a fundação para suportar o gerador durante a condição

de pior carregamento.

A Figura 43 apresenta a instalação com fixação da estrutura no solo com blocos de

cimento.

Figura 43: Fixação da estrutura no solo com fundação tipo bloco de cimento

Em alguns casos, devido ao elevado custo de obras civis com as fundações e aos

fracos ventos típicos do local, pode-se optar pela instalação com fixação direta da estrutura de

suporte no solo, conforme mostra a Figura 44. Os pilares de suporte devem ter uma parte

enterrada no solo cujo comprimento seja adequado à estabilidade da estrutura (CEPEL, 2014).

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48

Figura 44: Fixação da estrutura diretamente no solo.

5.3 INSTALAÇÃO DOS COMPONENTES DE CONDICIONAMENTO DE

POTÊNCIA

Os controladores de carga, inversores e conversores podem ser instalados diretamente

nas paredes como exemplos da Figura 48.

Para facilitar a instalação, pode-se fazer a pré-montagem dos componentes de

condicionamento e das proteções em painéis ou em caixas específicas para este fim (Figura

45), que posteriormente são presos a parede ou colocados sobre suportes na edificação.

Figura 45: Exemplos de controladores de carga e inversores instalados na parede da sala de controle.

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Figura 46: Exemplo de controladores de carga e inversor instalados dentro de uma caixa

Os componentes de condicionamento de potência devem ser instalados em local seco,

sombreado e ventilado, o próximo do gerador fotovoltaico, e que permita acesso fácil para

manutenção, pois umidade e temperatura elevadas reduzem a vida útil dos dispositivos

eletrônicos (ANEEL, 2016). As caixas, quando utilizadas, devem ser lacradas, sem, no

entanto, impossibilitar a ventilação dos equipamentos, conforme indicado pelos fabricantes.

Caso o local da instalação seja propício a altas temperaturas ambientes e alta umidade

relativa do ar deve-se cuidar para que os componentes selecionados sejam resistentes a essas

condições e possuam baixa dissipação de calor. A especificação dos componentes deve

indicar qual a umidade e temperaturas máximas de operação dos equipamentos. Há inversores

onde o circuito eletrônico fica encapsulado e a troca de calor se dá por parede metálica. Em

outros casos, há necessidade de se revestir o circuito eletrônico com resina para evitar

prejuízos pela umidade e pela corrosão. (CEPEL, 2014)

A ventilação adequada é um item muito importante, especialmente nesses locais

quentes. Entretanto não se aconselha a utilização de ventilação forçada (ventiladores), já que

qualquer dispositivo com partes móveis é mais propenso a falhas e requer maior manutenção.

Desta forma, a especificação deve ter um bom projeto para ventilação natural (ventilação

cruzada, por exemplo).

Em ambientes agressivos (próximo ao mar, por exemplo), deve-se instalar os

componentes dentro de caixas resistentes a corrosão e realizar a vedação total, a fim de

reduzir a oxidação dos dispositivos eletrônicos. Ao mesmo tempo, tem de se garantir que a

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50

temperatura no interior da caixa permaneça condizente com a temperatura de operação dos

equipamentos. (ABNT, 2004)

Os componentes de condicionamento de potência não devem ser instalados no mesmo

compartimento que as baterias, pois estas podem produzir um ambiente corrosivo (líquidos e

gases) que acompanhado de possíveis centelhas dos dispositivos eletroeletrônicos podem

causar explosões.

No caso dos inversores, a instalação depende primariamente das características do

equipamento, alguns são bem simples, bastando realizar a conexão da carga c.a. e da

alimentação c.c. em seus respectivos terminais, e depois acionar uma chave liga/desliga.

Outros são mais complexos, necessitando executar uma série de ajustes em sua configuração.

(CEPEL, 2014)

5.4 INSTALAÇÃO DOS COMPONENTES DE PROTEÇÃO

Em SFVs os principais componentes utilizados para proteger pessoas e equipamentos

são os disjuntores, as chaves, os fusíveis e os dispositivos de proteção contra surtos (DPS). As

Tabelas 47 e 48 ilustra, alguns modelos desses componentes, além de descrever sua função

geral e as recomendações de instalação.

Figura 47: Componentes de Proteção (chaves, disjuntores e DPS). Fonte: CEPEL, 2014.

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51

Os componentes de proteção dos SFVs devem ser selecionados em função dos valores

máximos permitidos de tensão e corrente em cada trecho do circuito (NBR 5410:2004). A

corrente do gerador fotovoltaico é limitada pela corrente de curto-circuito na condição de

maior irradiância. No entanto, para se especificar os componentes instalados entre o gerador e

o controlador de carga ou inversor, utiliza-se normalmente um fator multiplicativo de

segurança de 1,25 (ABNT, 2004).

Figura 48: Fusíveis de proteção. Fonte: CEPEL, 2014.

Chaves e fusíveis podem estar combinados em um único módulo, conforme mostra a

Figura 49.

Figura 49: Exemplo de uma chave fusível NH disponível comercialmente. Fonte: STECK, 2018.

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52

A proteção elétrica dos SFVs é composta também pelo sistema de proteção contra

descargas atmosféricas (SPDA), visto que geradores fotovoltaicos são normalmente instalados

em área aberta, sujeita a descargas atmosféricas diretas ou indiretas. Para instalação do SPDA,

deve-se consultar a NBR 5419:2005.

5.5 ATERRAMENTO

A norma ABNT NBR 5410:2004 trata do aterramento de sistemas elétricos de baixa

tensão. O aterramento é a ligação intencional de estruturas ou instalações com a terra, visando

garantir o funcionamento correto da instalação e, principalmente, proporcionar um caminho

preferencial às correntes elétricas indesejáveis de surto, falta ou fuga, de forma a evitar riscos

para as pessoas e os equipamentos. (ABNT, 2004)

O grande desafio no dimensionamento de um sistema de aterramento encontra-se no

fato de que sua eficiência depende das características do solo e do seu grau de umidade. O

parâmetro de interesse para o dimensionamento de um sistema de aterramento é denominado

resistividade do solo, cuja medição não é simples e que devido aos custos elevados fica

inviável determina-los em projetos de pequena escala.

Em SFCRs, é necessário fazer-se o aterramento de proteção dos equipamentos

(conexão da carcaça condutora ao terra) e o aterramento funcional do sistema (conexão do

circuito elétrico ao terra, através do condutor neutro, no lado c.a.). O aterramento do lado c.c.

depende da tecnologia de módulo ou de inversor utilizada. As tecnologias de filme fino

devem ter uma das polaridades aterradas, já as de silício cristalino, em geral, ficam em

flutuação; normalmente inversores sem transformadores não podem ser aterrados. Regra geral

é que se deve sempre consultar o manual do equipamento para verificar o procedimento

recomendado pelo fabricante, sistema TT ou TN. (ANEEL, 2012)

O aterramento dos SFCRs difere dos sistemas isolados pois o aterramento de cada

unidade, individualmente, é interconectado com o aterramento das outras unidades

consumidoras da concessionária, aumentando a eficiência da malha de aterramento. (CEPEL,

2014)

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53

5.6 INSTALAÇÃO DOS COMPONENTES DE SUPERVISÃO E CONTROLE, E

AQUISIÇÃO E ARMAZENAMENTO DE DADOS

Os sensores servem para medir as grandezas elétricas (tensão e corrente) e outras

grandezas, tais como a temperatura dos módulos fotovoltaicos e/ou das baterias e a

irradiância.

A instalação dos sensores, atuadores e equipamentos da unidade de gerenciamento

deve seguir os respectivos manuais dos fabricantes. Com relação à unidade de gerenciamento,

recomenda-se abrigá-lo em caixa apropriada, sendo esta alocada próximo dos pontos de

monitoração e/ou controle. (CEPEL, 2014)

A avaliação dos dados pode ser realizada visualmente on-line ou por programa

computacional que trata e calcula os dados de acordo com as grandezas a serem avaliadas.

Quanto maior a complexidade do monitoramento e do controle e a possibilidade dos dados de

forma remota, maior o custo do sistema. Dessa forma a escolha do tipo de sistema de

monitoramento e controle depende da sua necessidade, analisando-se criteriosamente o que

realmente precisa ser monitorado, e da relação custo-benefício. (CEPEL, 2014)

5.7 INSTALAÇÃO DE OUTROS COMPONENTES, CABOS, CONEXÕES E

ACESSÓRIOS

No que se refere à instalação dos medidores de energia dos SFCRs, estes devem ser

abrigados e instalados em caixas apropriadas para tal fim, conforme recomendado pelas

concessionárias em suas normas técnicas específicas para a conexão de geração própria à rede

de baixa tensão.

Todos os componentes de um SFV (módulos, baterias, controladores de carga,

inversores, cargas etc.) devem ser interconectados por meio de condutores elétricos de seção

milimétrica e tipo adequados. O tipo de cabo, incluindo seu isolamento, depende do ambiente

(temperatura, umidade, radiação ultravioleta etc.) a que está submetido e do tipo de instalação

(aérea, subterrânea, em condutos etc.) em que será utilizado. (CEPEL, 2014)

Deve-se utilizar os cabos elétricos de seção milimétrica e qualidade recomendadas

pelo projetista, ou indicadas nos catálogos técnicos dos equipamentos fornecidos pelos

fabricantes.

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54

Em toda a instalação, os condutores utilizados devem ter as polaridades positiva e

negativa claramente identificadas, assim como o cabo de aterramento e de fases e neutro.

Deve-se respeitar a convenção de cores dos revestimentos do cabo bipolar, ou seja, vermelha

para o condutor positivo, preta para o condutor negativo e verde para o cabo terra. (ABNT,

2004)

Usualmente, a instalação dos SFVs também requer terminais, fita isolante, eletrodutos,

parafusos, conectores para terminais de bateria (bornes), abraçadeiras, buchas de fixação,

pregos etc., para fixar os diversos elementos do sistema à suas bases e suportes, e para efetuar

as conexões elétricas. Esses acessórios devem ser adequados ao tipo de material usado para as

instalações. Quando houver necessidade, deve-se utilizar conectores apropriados para conexão

de metais diferentes. (CEPEL, 2014)

Nunca utilizar seção milimétricas menores que as indicadas pelos fabricantes dos

equipamentos na conexão dos condutores aos equipamentos e dispositivos elétricos. Todas as

conexões e terminais devem ser bem apertados, para evitar perdas desnecessárias e

sobreaquecimento, provocado por mau contato elétrico e possível curto-circuito. (ABNT,

2004)

Para isolar uniões em clima quente e úmido não se deve utilizar fita isolante, pois a

cola da fita sofre degradação acentuada quando exposta a este tipo de clima. Fitas de

autofusão são mais eficientes. (CEPEL, 2014)

5.8 COMISSIONAMENTO DE SISTEMAS FOTOVOLTAICOS

O comissionamento do sistema consiste em verificar se o sistema foi corretamente

instalado, atende às especificações de projeto e às normas cabíveis e está apto para funcionar

com segurança. O comissionamento é um marco importante onde ocorre a transferência de

responsabilidade da obra do instalador ao proprietário/operador do sistema, embora possa

indicar pendências que o instalador deve cumprir em determinado prazo. (CEPEL, 2014)

Para o comissionamento, é necessário que um profissional (ou equipe) especializado

realize inspeções e testes operacionais com instrumentos apropriados. As inspeções devem ser

feitas logo após as instalações e antes da operacionalização do SFV. O local deve ter seu

acesso limitado e os trabalhadores devem usar equipamento adequado de proteção individual.

(CEPEL, 2014)

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55

Deve ser elaborado um relatório com os procedimentos de comissionamento, de

acordo com as recomendações dos fabricantes dos equipamentos e com as normas cabíveis,

como apresentado nas Tabelas 6 e 7. Esse relatório deve ser entregue com antecedência ao

contratante/fiscalizador para análise antes da data de início do comissionamento. É

recomendável (CEPEL, 2014) que haja formulários de check list para os procedimentos de

comissionamento.

Devem ser observados, no mínimo, os seguintes pontos durante o comissionamento

(CEPEL, 2014):

Inspeção visual (Todos os dispositivos de seccionamento devem permanecer abertos durante

a verificação).

a) A qualidade e a quantidade de todos os equipamentos e componentes.

b) A presença, a adequação e a localização dos componentes de seccionamento, proteção e

controle.

c) A presença do aterramento elétrico e do SPDA.

d) A presença e a adequação dos cabos elétricos e conexões. Identificação das conexões.

e) A presença de placas de advertência de choque elétrico e restrição de acesso aos

ambientes de instalação dos equipamentos.

f) A presença da etiqueta de identificação dos componentes de proteção e controle.

g) As formas de acondicionamento dos equipamentos e componentes quanto às condições

ambientais (vento, temperatura, umidade etc.).

h) Montagem adequada e com segurança do painel fotovoltaico e da estrutura de suporte. A

orientação e a inclinação do gerador fotovoltaico previstas no projeto. Módulos e

estruturas sem danos aparentes.

i) No caso de montagens sobre telhados, se a estrutura está adequada para o peso e se a

cobertura não foi danificada e não apresenta locais de vazamento.

j) A presença e montagem dos equipamentos de monitoramento, medição e controle.

k) Itens de segurança conforme normas, como, por exemplo, acessibilidade aos locais e

proteções contra choque.

l) Limpeza e organização do local da instalação.

m) A documentação completa do sistema:

- Informações básicas: capacidade do sistema, localização, datas de instalação e

comissionamento, características e capacidades dos equipamentos principais.

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- Informações do projetista, responsável técnico e proprietário do sistema.

- Diagrama unifilar do sistema.

- Projeto executivo as built.

- Especificações e catálogos dos equipamentos de geração (inclusive características do

arranjo e séries), condicionamento de potência, armazenamento, proteções,

seccionamento, aterramento, monitoramento, controle e medição. Lista de sobressalentes.

- Relatórios de flash test dos módulos.

- Manuais de manutenção e operação dos equipamentos principais, de preferência em

língua portuguesa. Incluindo: plano de manutenção e procedimentos de desligamento

emergencial.

- Garantias dos equipamentos, com informação do início e período de cobertura, contatos

dos fornecedores e representantes.

- Informações sobre os projetos estruturais do sistema.

- Para sistemas com potência instalada superior a 75 kW, deve ser fornecido ainda o

prontuário de instalações elétricas, de acordo com a NR10.

Principais testes operacionais (Os testes operacionais, mecânicos e elétricos, têm como

objetivo garantir que o SFV está apto para entrar em operação com segurança. Os dispositivos

de seccionamento são fechados um a um conforme a medição desejada.)

a) Teste mecânico das conexões elétricas (aterramento, SPDA, circuitos c.c. e c.a.) - consiste

em aplicar uma determinada força controlada aos condutores de modo a tentar desfazer a

conexão. Caso o condutor se solte ou a conexão dê sinais de folga, ela deve ser refeita.

b) Teste de continuidade dos circuitos de aterramento e equipotencialização – consiste em

atestar a continuidade em toda a extensão dos circuitos. Caso ocorra descontinuidade em

algum trecho, o problema deve ser corrigido.

c) Confirmação de polaridade – consiste em confirmar a polaridade do gerador fotovoltaico e

verificar se a mesma está sendo respeitada nas conexões com os demais componentes do

lado c.c.

d) Medição da curva I x V do gerador fotovoltaico – cada série FV deve ser testada com o

traçador portátil de curva I-V, medida preferencialmente com irradiação superior a 800

W/m2 no plano do painel. Os valores obtidos devem ser iguais, com uma tolerância de ±

5%, aos do flash report dos módulos e entre séries, se estas forem formadas por módulos

idênticos. Em sistemas de pequeno porte (centenas de Wp), admite-se uma avaliação

simplificada, feita pelas medidas de Isc e de Voc do painel, e/ou dos módulos individuais.

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57

e) Teste de resistência de isolamento do gerador fotovoltaico – consiste em medir a

resistência de isolamento entre os condutores positivo e negativo do gerador fotovoltaico e

a carcaça metálica dos módulos. Os valores mínimo de resistência de isolamento (em MΩ)

são: 0,5 (tensão de teste de 250 V para uma tensão 1,25 x Voc < 120 V; 1,0 (tensão de

teste de 500 V para uma tensão 1,25 x Voc entre 120 e 500 V; e 1,0 (tensão de teste de

1.000 V para uma tensão 1,25 x Voc entre > 500 V).

f) Detecção de pontos quentes nos módulos – consiste em verificar com uma câmera

termográfica se há regiões do módulo em operação com temperatura muito superior ao

restante do módulo). Se isto for verificado, e não houver sombreamento, o módulo deve

ser susbtituído.

g) Confirmação do condutor neutro - consiste em identificar o condutor neutro e verificar se

sua conexão está correspondendo com os demais componentes do lado c.a. No caso de

neutro aterrado, deve se verificar esta condição.

h) Confirmação de parâmetros elétricos do inversor – consiste em verificar se a tensão e a

frequência de operação do inversor estão apropriadas às cargas ou à rede elétrica.

i) Confirmação de parâmetros elétricos do controlador – consiste em verificar se a tensões e

as correntes de operação do controlador estão apropriadas.

j) Teste de funcionamento – consiste no fechamento das chaves, no sentido da geração ao

consumo, e na observação da operação adequada do sistema, a qual pode ser feita através

da verificação do status do controlador de carga, inversor e dispositivos de proteção, e das

medições de valores de tensão e corrente (lados c.c. e c.a.) esperados. O teste de

funcionamento só deve ser feito após sanado algum problema identificado nos testes

anteriores. Os testes de funcionamento também devem incluir a verificação do

desempenho do sistema de monitoramento, medição e controle. As etapas do teste de

funcionamento podem ser mais complexas em função do tamanho e da quantidade de

equipamentos e fontes do sistema e deve ser previamente detalhada nos procedimentos de

comissionamento.

k) Confirmação de que as temperaturas de operação do controlador e inversor estão dentro da

faixa aceitável e especificada no projeto. Se não estiverem, deve-se melhorar a ventilação

dos mesmos, sem prejudicar seu IP ou a proteção contra intempéries e objetos/animais

indesejados.

l) Testes de qualidade de energia – consiste em medir a distorção harmônica de corrente

(total e individual), a injeção de componente contínua e o fator de potência, os quais

devem anteder os padrões exigidos.

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m) Caracterização de produção de energia – consiste em medir e verificar se a produção de

energia do sistema está como esperado. Essa verificação ocorre principalmente quando há

contratos com garantias de disponibilidade mínima de energia, normalmente para sistemas

conectados à rede. São necessárias medição da energia gerada e medição de irradiância, de

temperatura do módulo e da potência nominal do gerador FV, para o cálculo da energia

esperada. A energia gerada deve estar dentro de uma tolerância em relação à energia

esperada para aceitação do sistema. O número de dias necessários para essa verificação

deve ser acordado entre contratado e contratante. Essa verificação pode se estender além

do período de comissionamento.

Após a conclusão do comissionamento, deve ser apresentado o relatório de

comissionamento com pelo menos as seguintes informações (CEPEL, 2014):

a) Período do comissionamento e data do relatório;

b) Participantes e suas assinaturas, principalmente do responsável técnico pelo

comissionamento;

c) Todos os procedimentos e resultados de comissionamento;

d) Listas de problemas encontrados e procedimentos realizados para saná-los;

e) Lista de pendências;

f) Estimativa de possíveis problemas futuros percebidos pelas inspeções do

comissionamento.

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6. EXEMPLO PRÁTICO DE VIABILIDADE TÉCNICA E ECONÔMICA

6.1 INTRODUÇÃO

O objetivo do projeto é apresentar um exemplo prático de viabilidade técnica e

econômica de um projeto de geração fotovoltaica residencial, bem como de sua execução para

ser realizada por pessoas com conhecimento técnico e outros interessados em desenvolver tais

conhecimentos. Para tanto, foram apresentados: um resumo do conhecimento teórico, um

conjunto de informações sobre componentes e informações sobre dimensionamento e

instalação.

Será usado, para essa análise, o programa RETScreen 4, que é um programa básico

para testes de viabilidade de projetos energéticos. A simulação fornecerá dados para o

dimensionamento como a capacidade do sistema e a área que seria ocupada. Baseado na

capacidade faz-se a previsão dos materiais e equipamentos necessários. Será abordado ainda

sobre o projeto elétrico e regularização junto com a concessionária em questão, assim como a

instalação do sistema e o orçamento desses.

6.2 LOCALIZAÇÃO

A residência onde se pretende implantar o sistema de geração de energia elétrica

através dos painéis fotovoltaicos está localizada na cidade do Rio de Janeiro, cujo endereço é

a Avenida Afrânio de Melo Franco, nº 419, Leblon. A latitude aproximada é de 22° S, e a

incidência de luz solar não é interrompida por sombras durante o dia.

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Figura 50: Localização do Edifício Lugano. Fonte: Google Maps

O edifício Lugano é um prédio residencial com 13 pavimentos tipo, 2 pavimentos de

uso comum e 2 pavimentos de garagem. Em cada pavimento tipo há 4 apartamentos,

totalizando 52 apartamentos.

Embora a área total do pavimento tipo seja de 537 m², na cobertura a área de uso

comum que poderia ser usada para a implantação dos painéis fotovoltaicos, é de 153 m². Mas

em parte dessa área estão os reservatórios do edifício, deixando assim uma área útil de 50 m².

Figura 51: Área útil para instalação, em vermelho. Fonte: Autor

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Figura 52: Foto do terraço. Fonte: Autor

Figura 53: Foto do terraço. Fonte: Autor

Devido ao ótimo posicionamento do edifício em relação ao movimento de translação

da Terra ao redor do Sol os painéis fotovoltaicos situarão no ângulo azimutal de 350º Norte.

Devido à presença de instalações prediais de gás de SPDA estima-se uma área útil de

50m², ou seja, o maior sistema possível de se implementar é um com 20 painéis.

6.3 CONSUMO DE ENERGIA ELÉTRICA

A partir de pesquisa obteve-se um histórico de consumo de 2 anos no condomínio,

como apresentado nos Anexos 1 e 2, gastos com elevadores, luzes dos pavimentos comuns e

garagem, portões e etc. Esse gasto é divido entre os condôminos e pago através da conta de

condomínio. Com essa série pode-se calcular o consumo médio mensal do condomínio que

foi igual á 4285 kWh, com ou pico de máximo igual a 6560 kWh e mínimo de 3200 kWh.

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Como o edifício está localizado no município do Rio de Janeiro, a concessionária de

energia elétrica é a Light, e o preço do kWh do mês de Agosto de 2017 é de R$ 0,84752. Será

estipulado que referente às novas Bandeiras Tarifárias, que estipulam um acréscimo ao preço

do kWh dependendo se o custo da energia elétrica aumenta, que durante toda a vida útil do

projeto estará sujeito à bandeira verde, que não há nenhuma cobrança adicional. Com isso o

preço do kWh será menor e assim a viabilidade do projeto será mais desfavorável.

6.4 EQUIPAMENTOS E ORÇAMENTO

Devido à restrição de área este parâmetro delimitará o dimensionamento do sistema.

Para esse projeto foram definidos, mediante a pesquisa prévia de disponibilidade no mercado

brasileiro, os seguintes materiais, com os dados técnicos de cada um presentes nos Anexos 3,

4 e 5:

- Painel solar fotovoltaico Canadian Solar CS6U-325P; de potência máxima 325 W; de

eficiência de 16,72%; e área igual à 1,95 m²; vida útil de 25 anos (com perda de 20% da

potência máxima); com preço estimado por painel de R$ 829,00 (Portal Solar, 2018). A área

disponível pode delimita um sistema fotovoltaico com até 20 painéis, tendo então este

sistema, em arranjo em série, uma potência total de 6500W.

Figura 54: Preço de mercado do Canadian Solar CS6U-325P. Fonte: Portal Solar, 2018

- 1 Inversor Fronius Primo 6.0-1; de potência 6,0kW (abrangendo potências até 8,2kW);

preço estimado de R$ 10190,00.

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Figura 55: Inversor Fronius Primo 6.0-1. Fonte: Portal Solar, 2018.

- 1 Caixa de proteção String Box ecoSolys PJ063-17 1000V 32ª, composta por dois fusíveis,

disjuntor e DPS; preço estimado de R$ 709,00

Figura 56: String Box ecoPolys. Fonte: Portal Solar, 2018

- 100m (50m de cada cor) de cabeamento Cabo Solar Nexans Energyflex Br 0,6/1kV (1500V

DC); preço estimado em R$ 35,00.

Figura 57: Cabo Solar Nexans Energyflex. Fonte: Portal Solar, 2018

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- 4 conectores machos e 4 fêmeas Staubli Conector MC4; preço estimado de R$ 90,00.

- 5 Suportes de painéis fotovoltaicos para laje Romagnole Centrium Energy; preço estimado

em R$ 3700,00.

Figura 58: Estrutura Painel Solar Romagnole Centrium Energy. Fonte: Portal Solar, 2018

Segundo Siqueira (2013) o custo do projeto elétrico e da instalação dos equipamentos

de um SFCR deste porte estaria na faixa dos R$ 8000,00. Então teríamos um valor total

aproximado de R$ 40000,00.

6.5 ANÁLISE NO RETSCREEN

O software RETScreen Clean Energy Management (normalmente abreviado para

RETScreen) é um pacote de software de análise de projetos de energia limpa, totalmente livre

de custos, desenvolvido pelo governo do Canadá e que inclui as ferramentas RETScreen

Versão 4 e RETScreen Expert.

Serão definidos os parâmetros selecionados para a análise do programa RETScreen

Expert, software de análise de projetos de energia limpa baseado que ajuda os tomadores de

decisões a determinarem rápida e economicamente a viabilidade técnica e financeira de

projetos potenciais, de eficiência energética e de projetos de cogeração. Esta versão do

programa é paga para se obter todas as suas funcionalidades, mas é permitido seu uso no

modo Visualizador.

O software possui uma base de dados com dados meteorológicos de diversos lugares

do planeta, inclusive do Rio de Janeiro, e de diversos equipamentos e suas especificações

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técnicas. Além de inúmeras ferramentas para análise de custo, emissão de poluentes,

financeira, risco, entre outras.

Os seguintes parâmetros foram utilizados na análise:

- Tipo de projeto: Produção de eletricidade

- Tecnologia: Fotovoltaica

- Tipo de grid: Rede central e carga interna

- Tipo de analise: Método 1

- Poder calorífico de referencia: Poder Calorifico Inferior (PCI)

- Sistema: fixo com inclinação de 22º e azimute 350º

- Eficiência do inversor: 90% (padrão)

- Perdas de T e D: 15%

- Custos iniciais: R$ 40000,00

- Custo de O & M: R$ 300,00 a.a. (SOARES, 2010)

- Vida do projeto : 25 anos

- Razão da dívida : 0% (pagamento a vista)

- Taxa de inflação: 2,95% a.a. (IBGE, 2018)

- Taxa de juros: 6,90% a.a. (Banco Central, 2018)

- Fator de Emissão de GEE: 0,079 tCO2/MWh

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Figura 59: Entrada de parâmetros energéticos no software RETSCreen. Fonte: Autor

Com esses parâmetros a análise realizada pelo software RETScreen, que está presente

nos Apêndices 1 e 2, fornece a informação de que esse sistema gerará 6,16 MWh de

eletricidade fornecida a carga. Como esse valor é muito inferior que a demanda de carga do

condomínio não haverá excedentes de energia elétrica, e assim não haverá exportação de

eletricidade para o grid central.

A análise financeira feita pelo programa retorna diversos indicadores de viabilidade

financeira. O tempo de retorno simples e de capital próprio, seriam de 8,1 anos e 7,2 anos,

respectivamente. Indicando que o investimento feito de R$ 40.000,00 teria retorno em 8,8

anos, e que ele geraria lucro para o condomínio a partir de 8,1 anos. Um indicador financeiro

muito usado para se comparar projetos é a TIR (taxa interna de retorno), nesse caso ela é de

14,8%. Pode-se ver também que ao final da vida útil do projeto, de 25 anos, esse investimento

em painéis fotovoltaicos terá rendido aproximadamente R$ 140.000,00 em energia elétrica

economizada, como mostrado na Figura 60.

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Figura 60: Fluxo de caixa gerado pelo software RETScreen. Fonte: Autor

Essa configuração de painéis fotovoltaicos seria responsável pela redução anual bruta

de emissões de geração de energia elétrica (GEE), de 0,42 tonelada de CO2 por ano.

6.6 COMPARAÇÃO COM RENDA FIXA

Realizados todos os cálculos é possível então analisar, finalmente, a viabilidade do

caso proposto. Como foi apresentado na simulação, feita pelo programa RETSCreen, os

rendimentos anuais do sistemas proposto seria de 14,8%.

Essa taxa de retorno (TIR) deve ser comparada com investimentos conhecidos, para

então concluir sobre sua viabilidade. Se o investimento, em geração de energia elétrica a

partir de painéis fotovoltaicos conectados à rede, tiver rentabilidade menor que os

investimentos de comparação, será preferível aplicar nesses investimentos.

Usualmente usa-se como comparação a renda da poupança e dos investimentos de

renda fixa: Certificado de Depósitos Bancário (CDB), Fundo DI e títulos do Tesouro; que

possuem rendimento previsível e baixo risco. Atualmente a poupança, CDBs, Fundo DI e

Tesouro Direto rendem, ao ano, respectivamente: 4,90%, 6,08%, 6,5% e 5,52%. Comparando

o projeto proposto com todos esses investimentos de baixo risco, conclui-se que ele possui

muito melhor rentabilidade, e dessa forma é um projeto viável economicamente.

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7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

7.1 CONCLUSÕES

Baseado na análise dos capítulos anteriores, os projetos de micro geração de energia

elétrica através de sistemas fotovoltaicos conectados à rede tem se tornado cada vez mais

viável, se considerarmos que a tendência para o futuro é que o custo da energia elétrica cresça

e que os custos da tecnologia e sua implementação caiam. Outro fator que colabora para a

viabilidade de projetos deste tipo é a baixa histórica da taxa Selic, que os torna ainda mais

atraentes frente a investimentos financeiros de baixo risco, que tradicionalmente tem

competido com o investimento em geração de energia descentralizada.

Se este cenário continuar pelos próximos anos a tendência é a multiplicação dos

sistemas fotovoltaicos, em especial os conectados à rede em residências. E com esse

crescimento a demanda por projetos elétricos e de instalação se intensificará, assim como por

profissionais habilitados para realizá-los.

Com isso será de suma importância materiais acadêmicos que visam fomentar,

discutir, difundir e complementar conhecimentos ligados à tecnologia solar fotovoltaica para

pessoal técnico atuante na área de instalações elétricas, além de outros interessados, no

sentido de capacitá-los para que possam avaliar a efetividade da aplicação de instalações

fotovoltaicas, além de buscar incentivar o uso de geração solar fotovoltaica e conscientizar o

cidadão comum sobre a questão energética mundial, desta forma transmitir a importância do

consumo eficiente de energia elétrica por todos os setores, adotando medidas de eficiência

energética que proporcionam uma redução imediata do consumo trazendo benefícios para os

sistemas de geração, para os sistemas de transmissão e para o meio ambiente.

O desenvolvimento do trabalho possibilitou fortalecer e expandir o conhecimento na

área de energia solar fotovoltaica, fundamental para a renovação da matriz energética

nacional, proporcionou também a integração entre diversas áreas do conhecimento,

fundamental para a compreensão de um todo, aumentando a confiança e a capacidade de

aprendizado para enfrentar os desafios que surgirão no decorrer da carreira. Ao mesmo tempo

mostrando que dificuldades que parecem insuperáveis podem ser alcançadas com trabalho e

esforço próprio.

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7.2 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS

De acordo com o que foi estudado e proposto, e devido aos grandes desafios que este

tema ainda pode obter, pode ser considerado para trabalhos futuros:

a) Elaboração de manuais e trabalhos que foquem em outras configurações de

sistemas fotovoltaicos, como o sistema isolado.

b) Trabalhos com enfoque na análise de desempenho e eficiência energética de

sistemas fotovoltaicos.

c) Estudos sobre o dimensionamento, calculo estrutural e instalação de suportes

para painéis fotovoltaicos.

d) Trabalhos que realizem todo o projeto de instalação de um SF, desde o projeto

básico ao executivo.

e) Estudos de caso que utilizem outras ferramentas computacionais.

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WS Energia. (s.d.). WS Energia. Acesso em Fevereiro de 2018, disponível em WS Energia:

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Yazbek, P. (Dezembro de 2017). Seu Dinheiro. Acesso em Março de 2018, disponível em

Exame: http://exame.abril.com.br/seu-dinheiro/noticias/selic-fica-nos-14-25-veja-

quanto-r-5-mil-rendem-hoje-4

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75

APÊNDICE I

RETSCreen - Local

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76

APÊNDICE II

RETSCreen – Modelo Energético

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APÊNDICE III

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APÊNDICE IV

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ANEXO 1

Conta de luz condominial de Maio de 2015

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ANEXO 2

Conta condominial de Agosto de 2017

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ANEXO 3

Datasheet do painel Canadian Solar

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ANEXO 4

Datasheet Inversor Fronius

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ANEXO 5

Datasheet Stringbox ecoSlolys