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Estudo de fatores associados à incidência de fraturas por fragilidade óssea em mulheres na menopausa Adriana de Mattos V. da Costa Rio de Janeiro, julho de 2012.

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Estudo de fatores associados agrave incidecircncia de fraturas por

fragilidade oacutessea em mulheres na menopausa

Adriana de Mattos V da Costa

Rio de Janeiro julho de 2012

2

Estudo de fatores associados agrave incidecircncia de fraturas por

fragilidade oacutessea em mulheres na menopausa

Adriana de Mattos V da Costa

Dissertaccedilatildeo apresentado agrave Poacutes-

Graduaccedilatildeo em Sauacutede da Crianccedila e

da Mulher como parte dos

requisitos para obtenccedilatildeo do tiacutetulo

de Mestre

Orientador Dra Lizanka Paola Figueiredo Marinheiro

Co-orientador Dra Patriacutecia Pereira de Oliveira

Rio de Janeiro julho de 2012

3

Agradecimento

Agradeccedilo a Deus por ter me amparado nesta jornada e ter me dado agrave oportunidade de chegar

ateacute aqui

Agrave minha orientadora Professora e Doutora Lizanka Paola Figueiredo Marinheiro por ter

acreditado em mim e me apoiado na construccedilatildeo desse trabalho

Agrave minha co-orientadora Dra Patriacutecia Pereira de Oliveira que mesmo de longe se fez perto

com suas ideias e criticas que tanto contribuiacuteram para dissertaccedilatildeo de mestrado

Agrave meacutedica Michelly Mota ginecologista do Hospital Municipal Manoel Artur Vilaboim por

ter aberto portas no local de realizaccedilatildeo desta pesquisa

Agrave Pauline Menezes por ter me auxiliado na coleta de dados

Agrave Ceciacutelia de Mattos por prontamente ter ajudado na traduccedilatildeo deste projeto

Aos professores e colegas de turma da poacutes-graduaccedilatildeo meu reconhecimento e eterna amizade

Ao meu esposo Cesar Amorim pelas palavras de conforto e incentivo em todos os momentos

dessa poacutes graduaccedilatildeo e a minha matildee Fatima Guimaraes de Mattos meus agradecimentos pela

presenccedila especial e essencial em todos os momentos da minha vida

E agrave minha filha Giovanna de Mattos Amorim que nasceu durante essa jornada e motivo da

minha maior alegria

4

Resumo

Introduccedilatildeo O aumento na ocorrecircncia de fraturas secundaacuterias agrave fragilidade oacutessea

representa um significativo problema de Sauacutede Puacuteblica jaacute que corresponde a um importante

aumento na morbidade mortalidade e nos custos de mulheres na poacutes menopausa Objetivos

Avaliar os fatores relacionados agrave ocorrecircncia de fraturas em mulheres poacutes-menopausa

acompanhadas em uma unidade baacutesica de sauacutede Metodologia Foi realizado um estudo de

coorte prospectivo na ilha de PaquetaacuteRJ no ano de 2011 Atraveacutes do banco de dados jaacute

existente as mulheres foram localizadas por telefonemas e comparecimento no hospital local

As pacientes selecionadas foram submetidas a um questionaacuterio estruturado de avaliaccedilatildeo de

fatores relacionados agrave fragilidade oacutessea Resultados A incidecircncia de fratura por fragilidade

oacutessea encontrada foi de 21 tendo como sitio principal o antebraccedilo com 13 A idade

meacutedia da populaccedilatildeo foi de 72 anos com DP plusmn 90 No grupo de pacientes fraturadas 50

tinham entre 65 e 79 anos sugerindo ser essa faixa etaacuteria mais susceptiacutevel as fraturas por

fragilidade oacutessea Das pacientes que tiveram a Ultrassonometria oacutessea de calcacircneo alterado

22 tiveram fraturas nesse periacuteodo Foi calculado o RR= 113 (IC95 048 - 263) As

pacientes que tiveram fraturas se mostraram com maior sobrepeso ou obesas (722) com

maior historia familiar de fratura de quadril (133) e com maior diagnostico de osteoporose

(471) do que as pacientes sem fraturas (p valorgt005) E 235 das pacientes acamadas

por mais de dois meses sofreram alguma fratura com p valor lt005 Na correlaccedilatildeo entre as

variaacuteveis idade tempo de menopausa e IMC foi evidenciada uma associaccedilatildeo positiva entre a

idade e o tempo de menopausa nos grupos de pacientes com e sem fraturas Conclusatildeo Os

fatores de risco para fraturas por fragilidade oacutessea encontrados ajudam a conhecermos o

perfil da nossa populaccedilatildeo e termos subsiacutedios para combater esse agravo

Palavras Chaves Osteogecircnese Imperfeita Fraturas Fragilidade Oacutessea e Epidemiologia

5

Abstract

Introduction The increased occurrence of secondary fractures associated with bone

fragility represents a significant Public Health problem since it leads to a considerable

increase in morbidity mortality and in health care costs for postmenopausal women

Objectives To evaluate the factors related to the occurrence of fractures in postmenopausal

women attended at a public health center Methodology A prospective cohort study was

conducted in Paquetaacute Island Rio de Janeiro in 2011 Using an existing database these

women were identified contacted by phone and asked to come to the local hospital The

selected patients were submitted to a structured questionnaire assessing factors related to

bone fragility Results The incidence of fracture due to bone fragility was of 21 and the

main site was the forearm accounting for 13 The average age of the population was 72

with a SD plusmn 90 In the group of fractured patients 50 were between 65 and 79 years old

which suggest this is the age group that is most susceptible to fractures associated with bone

fragility Twenty two percent of the patients who had an altered quantitative ultrasonometry

of the calcaneus had fractures in that period of their lives The RR was calculated RR = 113

(CI 95 048 ndash 263) The patients who had fractures were more overweight or obese

(722) had a longer family history of hip fracture (133) and more diagnoses of

osteoporosis (471) than patients without fractures (p-value gt 005) And 235 of the

patients who were bedridden for more than two months suffered some type of fracture with a

p-value lt 005 In the correlation between the different ages time of menopause and BMI a

positive association between age and time of menopause became clear in the groups of

patients with and without fractures Conclusion The risk factors for fractures associated with

bone fragility help us to define the profile of our population and provide us with means to

fight this problem

Key Words Fractures Bone Fragility and Epidemiology

6

Lista de Abreviaturas e Siglas

BUA = Atenuaccedilatildeo da frequecircncia do som

DMO= Densidade Mineral Oacutessea

DP= Desvio Padratildeo

EVOS= European Vertebral Osteoporosis Study

FCRs= Fatores Cliacutenicos de Riscos

IBGE= Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica

IMC= Iacutendice de Massa Corporal

IDH= Iacutendice de Desenvolvimento Humano

OMS= Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

PNAISM= Poliacutetica Nacional de Assistecircncia Integrada a Sauacutede da Mulher

PNAD= Pesquisa Nacional Por Amostra de Domiciacutelio

SPSS= Statistical Package for Social Science

SOS= Velocidade do Som

TH= Terapia Hormonal

USO= Ultrassonometria Oacutessea de calcacircneo

7

Lista de Ilustraccedilotildees

Graacutefico 1- Incidecircncia de fratura em mulheres poacutes-menopausa 2003-2011

Graacutefico 2-Mulheres poacutes-menopausa por idade segundo fratura

Graacutefico 3- Anos apoacutes a menopausa conforme fratura

Tabela 1- Caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas das mulheres poacutes

menopausa (n=86)

Tabela 2- Caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas das mulheres poacutes

menopausa em 2003

Tabela 3- Incidecircncia de fraturas em mulheres poacutes menopausa segundo a

localizaccedilatildeo da fratura 2003-2011

Tabela 4- Relaccedilatildeo entre idade e fratura nas mulheres na poacutes menopausa

Tabela 5- Incidecircncia de fratura em mulheres poacutes-menopausa segundo

resultado da USO 2003-2011

Tabela 6 - Caracteriacutesticas cliacutenicas de mulheres poacutes-menopausa segundo

fratura (n=86)

Tabela 7- Caracteriacutesticas comportamentais de mulheres poacutes-menopausa

segundo fratura (n=86)

Tabela 8- Coeficientes de correlaccedilatildeo de Spearman (rs) entre idade IMC e

tempo de menopausa em mulheres poacutes-menopausa com fratura (n=18) e

sem fratura (n=68)

8

Sumaacuterio

Lista de Abreviaturas e Siglas 6

Lista de Ilustraccedilotildees 7

1 Introduccedilatildeo 9

2 Justificativa 11

3 Objeto de Estudo 16

31 Objetivos 16

311 Geral 16

312 Especiacuteficos 16

4 Marco Teoacuterico 17

5 Materiais e Meacutetodos 23

51 Populaccedilatildeo 23

52 Tipo de estudo 23

53 Criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo 24

54 Alocaccedilotildees de pacientes 24

55 Anaacutelise Estatiacutestica 26

6 Resultados Encontrados 28

61 Gerais 28

62 USO preacutevia X Fraturas 28

63 Caracteriacutesticas cliacutenicas e comportamentais X Fratura 29

64 Tempo de menopausa X Fratura 30

7 Discussatildeo 38

8 Conclusatildeo 42

9 Referecircncias Bibliograacuteficas 43

10 Anexo 1 - Instrumento de coleta - EVOS (EUROPEAN VERTEBRAL OSTEOPOROSIS STUDY) 48

11 Anexo 2 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido 53

1

9

1 Introduccedilatildeo

Nota-se nas uacuteltimas deacutecadas o aumento da expectativa de vida das mulheres que

atingem a fase do climateacuterio ainda ativa econocircmica e socialmente desejando uma melhor

qualidade de vida Segundo a definiccedilatildeo proposta pela Sociedade Internacional da Menopausa

no 1deg Congresso Mundial de Climateacuterio em 1976 climateacuterio eacute o periacuteodo de transiccedilatildeo entre a

vida reprodutiva e a senilidade A menopausa seria a uacuteltima menstruaccedilatildeo natural Ela

geralmente ocorre por volta dos 50 anos e soacute pode ser reconhecida apoacutes os doze meses de

amenorreia (Speroff et al 1989)

Este periacuteodo eacute marcado por um estado de hipoestrogenismo com um impacto

negativo na vida das mulheres Todavia a multiplicidade de manifestaccedilotildees inclui distuacuterbios

fiacutesicos psicoloacutegicos e metaboacutelicos (De Lorenzi et al 2005) Dentre as doenccedilas crocircnicas que

atingem a mulher climateacuterica a osteoporose aparece como uma das patologias de maior

incidecircncia (Vianna 2001)

Quando sintomas da osteoporose aparecem se relacionam com a ocorrecircncia de

fraturas mais comumente na porccedilatildeo distal do antebraccedilo na coluna vertebral e no colo do

fecircmur (International Osteoporosis Foundation 2005) A maior incidecircncia de fraturas eacute

observada em mulheres brancas na poacutes-menopausa (Pinheiro et al 2010a b) e os fatores

associados agraves fraturas alguns jaacute satildeo bem conhecidos e outros ainda precisam ser descobertos

Assim a fratura por fragilidade oacutessea eacute definida como aquela resultante de uma queda da

proacutepria altura ou trauma menos intenso em indiviacuteduos com 50 anos ou mais em siacutetios

esqueleacuteticos especiacuteficos antebraccedilo fecircmur costelas veacutertebras e uacutemero (Pinheiro et al

2010a)

10

Segundo o IBGE (IBGE 2009a) a expectativa de vida no Brasil eacute de 72 anos e soacute no

ano 2000 jaacute havia 24 milhotildees de mulheres com mais de 40 anos Ou seja predominantemente

na fase de deficiecircncia estrogecircnica e com risco aumentado de osteoporose A principal e mais

temida complicaccedilatildeo da osteoporose eacute a fratura oacutessea Entatildeo a adoccedilatildeo de meacutetodos praacuteticos e

de baixo custo para o rastreamento da populaccedilatildeo de risco para fraturas propiciaria a

quantificaccedilatildeo do problema e o planejamento de intervenccedilotildees precoces que impedissem ou

retardassem a ocorrecircncia deste agravo (Oliveira et AL 2007) Logo o conhecimento da

epidemiologia local de fraturas por fragilidade oacutessea eacute essencial para embasar este

rastreamento

Sendo assim esse estudo procurou avaliar a incidecircncia de fraturas por fragilidade

oacutessea na populaccedilatildeo de mulheres na poacutes-menopausa residente da Ilha de Paquetaacute apoacutes sete

anos de seguimento

11

2 Justificativa

No Brasil com o envelhecimento populacional e consequumlente aumento no nuacutemero de

idosas medidas devem der tomadas para se cuidar da mulher em sua fase climateacuterica eacutepoca

que ela chega a viver um terccedilo ou mais apoacutes o fim do periacuteodo reprodutivo Essa transiccedilatildeo

epidemioloacutegica tem trazido grandes desafios ao Estado Haacute a substituiccedilatildeo entre as primeiras

causas de morte das doenccedilas transmissiacuteveis pelas crocircnicas degenerativas e causas externas

entre elas a osteoporose (IBGE 2009b)

Vaacuterios fatores estatildeo relacionados agrave causa da osteoporose como a etnia a nutriccedilatildeo os

exerciacutecios fiacutesicos os dados antropomeacutetricos o alcoolismo o tabagismo e a vida reprodutiva

da mulher Por isso eacute necessaacuterio que se tenha cada vez mais estudos atuais e com populaccedilotildees

brasileiras para que os fatores de risco que fazem a diferenccedila para fraturas por fragilidade

sejam descobertos (Pinheiro et al 2010b c)

Em 2003 segundo as informaccedilotildees da Pesquisa Nacional por Amostras de Domiciacutelios

(PNAD) a populaccedilatildeo de 60 anos ou mais era por volta de 17 milhotildees de pessoas

representando cerca de 10 da populaccedilatildeo total do Paiacutes (IBGE 2009a) As diferenccedilas de sexo

satildeo importantes para descrever as pessoas idosas e da mesma forma como tem ocorrido em

todo o mundo o nuacutemero de mulheres idosas no Brasil eacute maior do que o de homens as

informaccedilotildees da PNAD mostraram que em 2003 essa proporccedilatildeo era de 559 e 441

respectivamente (IBGE 2009a)

Tambeacutem foi observado que a expectativa de vida a partir dos 60 anos aumentou no

periacuteodo de 1999 a 2003 em todas as faixas de idade tanto para homens quanto para

mulheres entretanto a expectativa de vida das mulheres excede a dos homens e este fato

explica em parte a maior proporccedilatildeo de mulheres idosas em relaccedilatildeo aos homens Em 2006

12

no Paiacutes como um todo a expectativa de vida das pessoas de 60 anos era de 193 anos para os

homens e de 224 anos para as mulheres Notando as mudanccedilas nas caracteriacutesticas da

populaccedilatildeo o Ministeacuterio da Sauacutede iniciou accedilotildees voltadas agraves mulheres no periacuteodo climateacuterico

entre elas a Poliacutetica de Assistecircncia Integral aacute Sauacutede da Mulher (PNAISM 2004)

Os estudos confirmam que diferenccedilas de sexo e idade na percepccedilatildeo da sauacutede satildeo

importantes determinantes do comportamento em relaccedilatildeo agrave procura por atendimento de sauacutede

(WHO 2001)

Em 2003 as mulheres idosas declararam um estado de sauacutede pior do que os homens

exceto entre os idosos de 80 anos ou mais onde a tendecircncia se inverte passando os homens a

declarar um estado de sauacutede pior do que aquele declarado pelas mulheres (PNAD 2003)

Os resultados do Censo Demograacutefico 2000 para os municiacutepios das capitais

apresentam padrotildees de incapacidade funcional em mobilidade fiacutesica compatiacuteveis com aqueles

apontados pelas informaccedilotildees da Politica Nacional de Assistecircncia a Domiciacutelio 2003 para as

aacutereas metropolitanas As mulheres declaram incapacidade funcional em maior proporccedilatildeo do

que os homens observando-se tambeacutem o caraacuteter progressivo da incapacidade funcional

entre os idosos em relaccedilatildeo ao aumento da idade (IBGE 2009a b)

Com o maior nuacutemero de idosos consequumlentemente haacute uma elevaccedilatildeo na frequecircncia das

fraturas por fragilidade oacutessea Isso se torna um problema de sauacutede de grandes dimensotildees

para a paciente na poacutes-menopausa pelos limites que comprometem sua qualidade de vida

para a famiacutelia por arcar com a responsabilidade de protegecirc-la no seu conviacutevio e para a sauacutede

puacuteblica pelo ocircnus econocircmico (Speroff et al 1989 Pinheiro et al 2010a b) Assim satildeo

necessaacuteria accedilotildees de promoccedilatildeo prevenccedilatildeo e abordagem da osteoporose que incide a partir da

perimenopausa

13

Estima-se que 70 das fraturas de quadril esperadas para 2050 ocorreratildeo na Aacutesia

Ameacuterica Latina e Aacutefrica (Cooper 1999) Jaacute na Europa segundo dados da Fundaccedilatildeo

Internacional de Osteoporose estima-se que uma em cada trecircs mulheres acima dos 50 anos

teraacute fratura por fragilidade oacutessea E na Uniatildeo Europeia ocorre uma fratura a cada 30 segundos

e se espera que para essa populaccedilatildeo o nuacutemero de fraturas dobre nos proacuteximos 50 anos

(International Osteoporosis Foundation 2005)

Estudos realizados sobre os custos da osteoporose e suas consequecircncias demonstram

que os gastos com essa doenccedila impressionam O estudo de Silva et al (2003) somou os gastos

com as internaccedilotildees para reduccedilotildees ciruacutergicas as reduccedilotildees incruentas o tratamento

conservador os gastos com cirurgias para a retirada de proacutetese internaccedilotildees de longa

permanecircncia consultas meacutedicas e fisioterapia chegando agrave conclusatildeo de que os custos do

SUS com o tratamento das fraturas eacute de mais de 20 milhotildees de reais por ano Tambeacutem

Tosteson et al (2008) fizeram um levantamento de custos do tratamento da osteoporose em

uma populaccedilatildeo de mulheres americanas em 2005 e mostrou que os custos anuais com

medicamentos satildeo altiacutessimos

Sobre os exames realizados para avaliaccedilatildeo da osteoporose os principais usados satildeo a

densitometria oacutessea e a ultrassonometria oacutessea de calcacircneo (USO) A densitometria oacutessea eacute

considerada o padratildeo-ouro para o diagnoacutestico de osteoporose pela Organizaccedilatildeo Mundial da

Sauacutede (OMS) desde 1994 poreacutem este exame estima apenas a densidade mineral oacutessea A

USO busca refletir outros paracircmetros aleacutem da densidade mineral oacutessea avaliando o risco de

fratura com eficiecircncia similar agrave densitometria oacutessea (Oliveira et al 2004 Castro 2000)

Embora os fatores cliacutenicos de riscos (FCRs) em populaccedilotildees de risco para osteoporose

e fratura estejam bem estabelecidos especialmente em estudos internacionais sua prevalecircncia

14

na populaccedilatildeo brasileira em geral natildeo estaacute clara porque ainda faltam estudos sobre o tema Um

dos principais estudos sobre a avaliaccedilatildeo de FCR foi o BRAZOS (Pinheiro et al 2010a) Ele

natildeo avaliou os fatores de risco relacionados agrave massa oacutessea mas os seus resultados permitem

inferir que esses fatores de risco satildeo muito semelhantes agravequeles relacionados agrave fratura por

baixo impacto Pinheiro et al (2010) demonstrou que os principais FCRs associados agrave fratura

por osteoporose de qualquer siacutetio esqueleacutetico de um total de 2420 indiviacuteduos apoacutes ajustes

estatiacutesticos foram histoacuteria familiar de fratura de quadril idade avanccedilada e baixo peso E que

a associaccedilatildeo de FCR agraves medidas de massa oacutessea poderia melhorar a discriminaccedilatildeo de

pacientes com maior risco de fratura osteoporoacutetica (Pinheiro et al 2010a b)

Atualmente existe uma ferramenta chamada FRAXreg utilizada por meacutedicos em vaacuterios

paiacuteses baseado na pratica meacutedica usando uma combinaccedilatildeo de fatores cliacutenicos e densidade

mineral oacutessea O FRAXreg eacute usado para predizer o risco de fratura nos proacuteximos dez anos com

implicaccedilotildees diretas na decisatildeo do tratamento e custos (Kanis et al 2008 Pinheiro et al 2009)

Poreacutem o risco absoluto de fraturas depende da populaccedilatildeo estudada e essa ferramenta ainda

natildeo foi aprovada para uso no Brasil Assim estudos epidemioloacutegicos representativos sobre

fatores de risco para fraturas ainda continuam sendo necessaacuterios (Pinheiro et al 2009)

Em 2003 a dissertaccedilatildeo de mestrado da Dra Patriacutecia Pereira de Oliveira verificou o

risco aumentado de fraturas por osteoporose atraveacutes da USO (Oliveira et al 2007) na

populaccedilatildeo de mulheres menopausadas na ilha de Paquetaacute-RJ Em nosso estudo verificaremos

se existe uma correlaccedilatildeo entre os achados ultrassonograacuteficos e as fraturas cliacutenicas na mesma

populaccedilatildeo por ela utilizada aleacutem outros fatores de risco para fraturas serem contemplados

como doenccedilas de base tempo de menopausa medicamentos entre outros Isto se justifica

pela necessidade de termos no Brasil dados sobre a incidecircncia de fraturas por fragilidade

oacutessea e fatores de risco a ela relacionados desenvolvidos em uma populaccedilatildeo brasileira e

15

residente de uma ilha localizada no litoral fluminense Jaacute que a literatura nessa aacuterea eacute escassa

e para que compreendendo melhor a dinacircmica da fratura por fragilidade oacutessea possamos

intervir antes que ela ocorra melhorando a qualidade de vida dessas mulheres e diminuiacutedo os

gastos com a sauacutede

16

3 Objeto de Estudo

Estudo de fatores associados agraves fraturas por fragilidade oacutessea em mulheres na poacutes-

menopausa atendidas em uma unidade baacutesica de sauacutede

Questionamento

Quais os fatores associados agrave ocorrecircncia de fraturas em mulheres poacutes-menopausa

acompanhadas em uma unidade baacutesica de sauacutede

31 Objetivos

311 Geral

Avaliar os fatores relacionados agrave ocorrecircncia de fraturas em mulheres poacutes-menopausa

acompanhadas em uma unidade baacutesica de sauacutede

312 Especiacuteficos

a- Avaliar se a ocorrecircncia de fraturas foi maior nas pacientes identificadas como risco

aumentado para fraturas pelo ultrassonometria oacutessea de calcacircneo preacutevia

b- Verificar a associaccedilatildeo entre as fraturas por fragilidade oacutessea e os dados cliacutenicos

comportamental e demograacuteficos (idade e sexo) das pacientes

c- Analisar se o tempo de menopausa influencia a ocorrecircncia de fraturas por fragilidade

oacutessea

17

4 Marco Teoacuterico

A osteoporose pode ser definida como doenccedila osteometaboacutelica caracterizada pela

diminuiccedilatildeo da densidade mineral oacutessea com alteraccedilotildees na sua microestrutura que conduzem

a um aumento da fragilidade oacutessea e uma tendecircncia a fraturas por traumatismos pouco

intensos Dado o exposto esta constitui o verdadeiro problema de sauacutede puacuteblica devido agrave sua

alta taxa de morbimortalidade e altos custos (Vianna et al 2001 International Osteoporosis

Foundation 2005)

Com relaccedilatildeo ao hipoestrogenismo observa-se que as mulheres apresentam uma perda

oacutessea mais acelerada nos dez primeiros anos apoacutes a instalaccedilatildeo da menopausa do que os

homens da mesma idade adquirindo risco de fratura mais precocemente do que eles (NHI

2001) Esta diminuiccedilatildeo de massa oacutessea total poderaacute ser ateacute dez vezes a diminuiccedilatildeo ocorrida

antes deste periacuteodo podendo chegar a 2 a 4 ao ano para o osso trabecular e de 1 para o

cortical (NHI 2001) A deficiecircncia de estrogecircnio aumenta o remodelamento oacutesseo e pode

agravar o desequiliacutebrio nas unidades de remodelamento com o aumento do tempo de vida dos

osteoclastos em detrimento dos osteoblastos (Fyhrie amp Schaffler 1994)

Na maioria dos casos a perda oacutessea eacute assintomaacutetica Quando sinais e sintomas da

osteoporose aparecem se relacionam com a ocorrecircncia de fraturas mais comumente na

porccedilatildeo distal do antebraccedilo (fratura de Colles) na coluna vertebral e no colo do fecircmur

(International Osteoporosis Foundation 2005) A maior incidecircncia de fraturas eacute observada

em mulheres brancas na poacutes menopausa (Pinheiro et al 2010a b)

Pinheiro et al (2010) analisaram 275 mulheres caucasoacuteides acima dos 50 anos e

acharam que 44 jaacute possuiacuteam algum tipo de fratura por osteoporose (Pinheiro et al 2010b)

A dor oacutessea eacute consequumlecircncia tanto das fraturas quanto das deformidades oacutesseas As fraturas

18

vertebrais satildeo as mais comuns poreacutem satildeo geralmente assintomaacuteticas e portanto menos

diagnosticadas Poreacutem podem causar dor perda de peso deformidade na coluna espinhal e

perda de estabilidade ao andar (International Osteoporosis Foundation 2005) Apenas 10

das fraturas de veacutertebras cursam com hospitalizaccedilatildeo mesmo que causem dor e diminuiccedilatildeo da

qualidade de vida Elas ocorrem entre os 50 e 60 anos de idade com maior frequecircncia

(International Osteoporosis Foundation 2005)

Jaacute as fraturas do fecircmur satildeo as mais letais devido a complicaccedilotildees poacutes-operatoacuterias As

principais causas de mortalidade satildeo as infecccedilotildees e tromboembolismo As fraturas de quadril

satildeo menos prevalentes do que as vertebrais poreacutem de maior gravidade devido agraves altas taxas

de morbimortalidade aleacutem do alto custo para a famiacutelia e para o sistema puacuteblico de sauacutede A

mortalidade apoacutes uma fratura de quadril eacute de cerca de 20- 24 no ano seguinte a fratura

sendo acompanhada de periacuteodos de hospitalizaccedilatildeo prolongados (International Osteoporosis

Foundation 2005 Silveira et al 2005) Estimativas apontam que no ano de 2050 ocorreratildeo

aproximadamente 65 milhotildees de fratura de quadril em todo mundo (Cooper 1999) As

fraturas de punho satildeo as mais facilmente observadas por mulheres no climateacuterio chegando a

originar seis milhotildees de dias de restriccedilatildeo de trabalho por ano (International Osteoporosis

Foundation 2005)

Aleacutem do custo pessoal o impacto econocircmico gerado pela osteoporose eacute enorme

Atraveacutes do mundo eacute estimado que uma em cada trecircs mulheres acima dos 50 anos teraacute fraturas

por osteoporose Na Europa no ano 2000 foi estimada uma ocorrecircncia de 379 milhotildees de

fraturas por fragilidade oacutessea sendo que destas 890 mil eram de quadril (Tosteson et al

2008) Eacute sabido que apenas metade das pacientes que sobrevivem agrave fratura de quadril voltaraacute

a andar novamente mas dificilmente com a mesma agilidade que andava antes da fratura

Apesar de a osteoporose ser facilmente diagnosticada atraveacutes de exames e seu tratamento

19

poder ser instituiacutedo ainda eacute uma doenccedila muito subdiagnosticada e subtratada Eacute estimada na

comunidade europeacuteia que uma em cada trecircs fraturas de vertebrais recebe a atenccedilatildeo cliacutenica

que merece E uma pessoa com fratura de veacutertebra tem ateacute cinco vezes mais chance de

desenvolver nova fratura no ano seguinte fenocircmeno conhecido como fratura em cascata

(Lindsay et al 2001)

Tradicionalmente a osteoporose eacute reconhecida como uma doenccedila multifatorial sendo

70 desses fatores natildeo modificaacuteveis isto eacute definidos pela carga geneacutetica e 30

potencialmente modificaacuteveis e assim envolvidos com os aspectos ambientais Dessa forma

um uacutenico fator de risco natildeo eacute capaz de identificar indiviacuteduos com ou sem fratura Diferenccedilas

geneacuteticas raciais e antropomeacutetricas bem como da composiccedilatildeo corporal densidade oacutessea

dieta atividade fiacutesica e outros haacutebitos de vida contribuem para explicar as divergecircncias na

incidecircncia e na prevalecircncia de baixa densidade oacutessea e fraturas em diversos paiacuteses do mundo

(Pinheiro et al 2010b c) Os aspectos geneacuteticos desempenham importante influecircncia sobre a

aquisiccedilatildeo do pico de massa oacutessea e perda oacutessea relacionada agrave idade bem como na

determinaccedilatildeo das propriedades estruturais e geomeacutetricas do osso No entanto a associaccedilatildeo

entre diferentes polimorfismos gecircnicos e densidade oacutessea ou fraturas por osteoporose eacute

bastante controversa e varia em diferentes estudos inclusive no Brasil fato que pode ser

tomado como um provaacutevel reflexo das diferenccedilas de etnia e ambiental das populaccedilotildees

estudadas Da mesma forma os fatores ambientais natildeo permitem uniformizar e homogeneizar

o impacto de cada um deles em cada regiatildeo do planeta (Pinheiro et al 2010c)

Atualmente a densitometria oacutessea eacute o meacutetodo mais utilizado para avaliar a massa

oacutessea Eacute o padratildeo ouro para o diagnoacutestico de osteoporose A densidade mineral oacutessea (DMO)

eacute expressa em nuacutemero absolutos em gramas de mineral por centiacutemetro quadrado escaneado

ou ainda comparado com a DMO esperada para a idade e sexo da paciente (z escore) ou

20

comparado a DMO de adultos jovens normais do mesmo sexo (t-escore) A diferenccedila entre o

escore do paciente e o padratildeo eacute expressa em desvios padrotildees acima ou abaixo da meacutedia

(Castro et al 1999)

Segundo a Sociedade Brasileira de Densitometria Cliacutenica no consenso de 2008 satildeo

indicaccedilotildees para avaliaccedilatildeo da densidade mineral oacutessea (Brandatildeo et al 2009)

rdquoMulheres com idade gt a 65 anos e homens com idade gt a 70 anos

Mulheres acima de 40 anos na transiccedilatildeo menopausal (1-2) e homens acima de 50

anos de idade com fatores de risco

Adultos com antecedente de fratura por fragilidade condiccedilatildeo cliacutenica ou uso de

medicamentos associados agrave baixa massa oacutessea ou perda oacutessea

Indiviacuteduos para os quais satildeo consideradas intervenccedilotildees farmacoloacutegicas para

osteoporose

Indiviacuteduos em tratamento para osteoporose para monitoramento de sua eficaacutecia

Indiviacuteduos que natildeo estejam sob tratamento poreacutem nos quais a identificaccedilatildeo de perda

de massa oacutessea possa determinar a indicaccedilatildeo do tratamento

Mulheres interrompendo terapia hormonal (TH)rdquo

Arq Bras Endocrinol Metab 2009 531 pag108

A proacutepria definiccedilatildeo de osteoporose pela Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede reunida em

Hong Kong em 1994 estabeleceu criteacuterios diagnoacutesticos baseados em valores obtidos pela

densitometria oacutessea classificando como osteopecircnicas aquelas mulheres que apresentarem-se

entre 1 e 25 desvios-padratildeo (DP) abaixo da meacutedia para adultas jovens e de osteoporoacuteticas as

que se encontrarem com mais de 25 DP abaixo da meacutedia para adultas jovens (Castro et al

1999 WHO 1999)

A densitometria oacutessea apresenta como desvantagens no entanto o fato de utilizar uma

fonte de radiaccedilatildeo ionizante e possuir um elevado custo que limita seu uso em estudos

populacionais principalmente em nosso paiacutes onde os recursos destinados agrave sauacutede da

populaccedilatildeo mais carente satildeo miacutenimos Sempre tentando diminuir o impacto dos gastos com

21

sauacutede eacute estimulada a busca por meacutetodos natildeo poluentes e mais baratos mas que tragam as

mesmas informaccedilotildees que os meacutetodos jaacute estabelecidos Em funccedilatildeo disto a USO vem sendo

avaliada e alguns resultados promissores tecircm sido apresentados (Castro et al 1999) Baseia-se

na modificaccedilatildeo das caracteriacutesticas de ultrassom transmitido atraveacutes de ossos de localizaccedilatildeo

mais superficiais como no calcacircneo tiacutebia falanges ou patela Os sistemas atuais se

constituem de dois transdutores sendo um transmissor e outro receptor posicionados em

locais diferentes do osso a ser estudado Os aparelhos existentes entre noacutes avaliam o

calcacircneo osso predominantemente trabecular atraveacutes das medidas de velocidade de

transmissatildeo do ultrassom (SOS em ms) e da atenuaccedilatildeo da frequumlecircncia do ultrassom (BUA em

dBMHz) (Kanis et al 2008) Novamente de acordo com a orientaccedilatildeo da Sociedade Brasileira

de Densitometria Cliacutenica de 2008 as recomendaccedilotildees para ultrassonometria oacutessea satildeo

(Brandatildeo et al 2009)

rdquoO uacutenico siacutetio validado para o uso cliacutenico da USO em osteoporose eacute o calcacircneo

Equipamentos de USO de calcacircneo validados satildeo capazes de estimar fratura por

fragilidade em mulheres na poacutes-menopausa e em homens com idade superior a 65 anos

independentemente da densidade mineral oacutessea medida em equipamentos de DMO

central

A correlaccedilatildeo entre os resultados obtidos por USO e DMO ccccccc entral eacute

moderada

USO do calcacircneo associada a fatores de risco cliacutenicos podem ser usados para

identificar populaccedilatildeo com baixa probabilidade de fratura na qual avaliaccedilatildeo adicional

natildeo seja mais necessaacuteria

Medidas de DMO central na coluna e no fecircmur constituem o meacutetodo de escolha para a

tomada de decisatildeo terapecircutica Entretanto se a DMO central natildeo for acessiacutevel o

tratamento farmacoloacutegico pode ser iniciado se a probabilidade de fratura avaliada pelo

USO do calcacircneo com pontos de corte especiacuteficos associados a fatores de risco

cliacutenicos for suficientemente alta

Equipamentos de USO natildeo satildeo clinicamente uacuteteis no monitoramento de efeitos

esqueleacuteticos dos medicamentos disponiacuteveis para o tratamento da osteoporoserdquo

Arq Bras Endocrinol Metab 2009 531 pag110

22

Em 2003 foi realizada uma dissertaccedilatildeo de mestrado (Oliveira et al 2007) sobre a

utilizaccedilatildeo do USO para estimar a prevalecircncia de risco aumentado de fraturas em uma

populaccedilatildeo de mulheres na poacutes menopausa residentes da Ilha de Paquetaacute Em trabalho

realizado por Oliveira e cols nesta instituiccedilatildeo Foi realizado um estudo transversal com

recrutamento de 385 mulheres residentes da Ilha Todas as mulheres responderam a

questionaacuterio previamente estruturado e foram submetidas a medidas antropomeacutetricas e a

USO As medidas de USO foram realizadas segundo o manual do fabricante A idade da

populaccedilatildeo estudada variou entre 42 e 95 anos Os resultados encontrados mostram que

5922 da amostra apresentava algum tipo de alteraccedilatildeo a USO com t score menor que -1

Esse grupo era composto por mulheres mais idosas com menor peso menor altura e menor

percentual de gordura quando comparado com o grupo com t score lt ndash 1 Foi encontrado que

1688 das pesquisadas possuiacuteam alto risco para fraturas com t score lt -25 E as mulheres

do grupo de alto risco tinham maior peso e IMC paracircmetros conhecidos como protetores

Embora divergente da literatura a autora atribui esses resultados a caracteriacutesticas das

mulheres mais idosas em um contexto social de baixa escolaridade e renda (Oliveira et al

2007)

23

5 Materiais e Meacutetodos

51 Populaccedilatildeo

A Ilha de Paquetaacute dista aproximadamente 15 km da Praccedila XV no Centro da Cidade

do Rio de Janeiro sendo a principal ilha do arquipeacutelago de Paquetaacute situada ao nordeste da

Baiacutea de Guanabara A populaccedilatildeo e frequecircncia da Ilha satildeo extremamente sazonais sendo

aproximadamente 2200 domiciacutelios (entre moradores e veranistas) Os moradores fixos

correspondem a 4500 pessoas em sua maioria de famiacutelias antigas na Ilha das quais 208

satildeo idosos ultrapassando ateacute mesmo a meacutedia nacional que eacute em torno de 12 (IBGE

2009a) Este iacutendice faz de Paquetaacute o erceiro bairro em nuacutemero de idosos no municiacutepio sendo

que sua populaccedilatildeo pode ser considerada envelhecida segundo os criteacuterios da Organizaccedilatildeo

Mundial da Sauacutede (OMS 2003) Embora a maioria da populaccedilatildeo seja branca existem 109

de negros 256 de pardos e 01 de iacutendios Cerca de 90 dos domiciacutelios possuem aacutegua

tratada e 9957 tratamento de esgoto As famiacutelias residentes nesta regiatildeo satildeo compostas em

meacutedia por trecircs pessoas com rendimento meacutedio per capita de 301 salaacuterios miacutenimos (IPEA

2000) e o transporte urbano eacute feito basicamente a peacute por bicicletas ou charretes puxadas por

ciclistas (IBGE 2009a)

52 Tipo de estudo

Foi realizado um estudo de coorte prospectivo na ilha de PaquetaacuteRJ no ano de 2011

Foram inicialmente alocadas todas as mulheres que participaram do estudo anterior

desenvolvido no ano de 2003 (Oliveira et al 2007)

24

53 Criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo

Os criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo foram os mesmos utilizados do estudo anterior

(Oliveira et al 2007) Sendo os criteacuterios de inclusatildeo as mulheres que estavam na menopausa

e que tinham residecircncia fixa na Ilha de Paquetaacute e os criteacuterios de exclusatildeo a historia pessoal

de doenccedilas que sabidamente afetam o metabolismo oacutesseo direta ou indiretamente (como

artrite reumatoacuteide luacutepus eritematoso sistecircmico hiperparatireoidismo osteogecircnese imperfeita)

e as neoplasias malignas exceto carcinoma basocelular de pele

54 Alocaccedilotildees de pacientes

A populaccedilatildeo elegiacutevel era constituiacuteda pelas 385 mulheres alocadas no estudo inicial

(Oliveira et al 2007) No trabalho de Oliveira et al (2007) foi realizado um estudo transversal

com recrutamento por auto-seleccedilatildeo ou demanda espontacircnea no ano de 2003 na Ilha de

Paquetaacute Rio de Janeiro Brasil Foram estudadas 385 mulheres na poacutes-menopausa

(diagnoacutestico cliacutenico) residentes no local apoacutes a aplicaccedilatildeo dos criteacuterios de exclusatildeo

(existecircncia de pino metaacutelico ou edema com cacifo em ambos os peacutes ou impossibilitadas de

posicionar os peacutes no aparelho de ultra-sonometria oacutessea) Todas as mulheres responderam na

eacutepoca a um questionaacuterio e foram submetidas a medidas antropomeacutetricas e agrave USO

No presente estudo considerando uma significacircncia de 95 e um poder de 80 uma

prevalecircncia de 15 de fraturas na populaccedilatildeo de risco (Clark et al 2009) o tamanho amostral

previsto foi de 130 mulheres Poreacutem devido agraves perdas o tamanho amostral final foi de 86

pacientes

Atraveacutes do banco de dados jaacute existente todas as pacientes foram re-contactadas As

mulheres foram localizadas atraveacutes de telefonemas e comparecimento no hospital local onde

25

eacute realizado a atenccedilatildeo baacutesica de sauacutede Foram realizados pelo menos 2 telefonemas com

intervalo de 1 semana entre eles Como ldquoperdasrdquo foram consideradas as pacientes natildeo

encontradas apoacutes os dois telefonemas (035 dos telefones estavam errados e 049 das

pacientes tinham telefone quebrado ou ocupado) pacientes que natildeo quiseram ou natildeo

puderam responder ao questionaacuterio (008) e pacientes falecidas (006)

As pacientes selecionadas foram submetidas a um questionaacuterio de avaliaccedilatildeo de fatores

relacionados agrave fragilidade oacutessea conhecido como European Vertebral Osteoporosis Study

(EVOS) jaacute validado previamente para o portuguecircs (OrsquoNeill et al 1996) e jaacute utilizados em

importantes estudos (Pinheiro et al 2006 Clark et al 2009) O questionaacuterio EVOS eacute

composto por dados soacutecio-demograacuteficos (idade estado civil escolaridade cor renda familiar

e nuacutemero de dependentes desta haacutebitos de vida) e histoacuteria reprodutiva pessoal sumaacuteria

(idade da menarca idade da menopausa tipo de menopausa) Os dados antropomeacutetricos

foram aferidos segundo criteacuterios adotados internacionalmente com medidas de peso e altura

observando intervalos de 01kg e 001m respectivamente

A definiccedilatildeo de fratura por fragilidade oacutessea foi a mesma utilizada por Pinheiro et al

(2010a) como aquela resultante de uma queda da proacutepria altura ou trauma menos intenso em

indiviacuteduos com 50 anos ou mais em siacutetios esqueleacuteticos especiacuteficos antebraccedilo fecircmur

costelas veacutertebras e uacutemero E a documentaccedilatildeo de fraturas foi realizada atraveacutes de relato da

paciente (fratura referida) As fraturas traumaacuteticas (apoacutes acidente automobiliacutestico ou outras

condiccedilotildees sob forte impacto) ou as de baixo impacto natildeo relacionadas agrave osteoporose (como

por exemplo as de face tornozelo metacarpo falanges) natildeo foram consideradas

O estudo obedeceu aos criteacuterios de eacutetica preconizados pela resoluccedilatildeo no 19696 do

Conselho Nacional de Sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede e foi aprovado previamente pelo Comitecirc

26

de Eacutetica em Pesquisa da FiocruzIFF e pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Prefeitura Todas

as mulheres assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido antes de qualquer

procedimento

55 Anaacutelise Estatiacutestica

Os dados foram registrados em planilha Excel e analisados pelo programa Statistical

Package for Social Sciences (SPSS) versatildeo 170 Para avaliar diferenccedilas entre os grupos as

variaacuteveis categoacutericas foram avaliadas pelo Qui-quadrado de Pearson ou o teste exato de

Fisher A relaccedilatildeo entre as variaacuteveis categoacutericas e ordinal e entre as variaacuteveis numeacutericas foi

avaliada pelo teste de Mann-Whitney que eacute um teste natildeo-parameacutetrico que equivale ao teste t

escolhido pelo tamanho da amostra A relaccedilatildeo entre as variaacuteveis numeacutericas foi avaliada pelo

coeficiente de Sperman que eacute uma estatiacutestica natildeo parameacutetrica utilizada para dados natildeo

normais eou amostra pequena Para todos os testes o niacutevel de significacircncia adotado foi de

5 A variaacutevel dependente foi a presenccedila de fratura (sim ou natildeo) e as variaacuteveis

independentes foram idade (em anos) resultado de USO (normal ou alterado) tempo de

menopausa (em anos) siacutetio de localizaccedilatildeo de fraturas IMC (abaixo do pesonormal

sobrepeso obeso) tabagismo (fumante ou natildeo fumante) atividade fiacutesica (leve

moderadapesada) frequecircncia diaacuteria de ingestatildeo de leite (em coposdia) e as variaacuteveis

binaacuterias como o histoacuterico familiar de fratura de quadril osteoporose uso de anticoncepcional

ausecircncia de menstruaccedilatildeo retirada de uacutetero ou ovaacuterios amamentaccedilatildeo paciente acamado e

etilismo O caacutelculo do risco relativo (RR) foi feito para avaliar a relaccedilatildeo entre o USO e a

presenccedila de fraturas Para isso foi considerado pacientes com USO normal aqueles com

resultados do T-score gt-11 e USO alterado aqueles com T-score lt-11 O niacutevel de atividade

fiacutesica foi classificado em atividade leve (trabalho burocraacutetico em escritoacuterio na maior parte

do tempo sentado) atividade moderada (trabalhos na maior parte do tempo em peacute como

27

vendedor e dona-de-casa) atividade pesada (enfermeira empregada domeacutestica) Oliveira et al

2010) Para caacutelculo aproximado da ingestatildeo alimentar diaacuteria de caacutelcio utilizou- se uma

adaptaccedilatildeo da Tabela Brasileira de Composiccedilatildeo de Alimentos 1 fatia queijo (90mg) 1 copo

de iogurte (1212mg) 1 copo leite (257mg) 1 bola se sorvete (135mg) E no final todos esses

alimentos foram convertidos em quantidade ingerida de copos de leite

28

6 Resultados Encontrados

61 Gerais

As caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas da populaccedilatildeo estudada estatildeo listadas na

tabela 1 A idade meacutedia das pacientes foi de 725 anos (DPplusmn 87) com a idade da menopausa

460 anos (DPplusmn 61) o tempo de menopausa 261 anos (DPplusmn 97) e o IMC de 264 (kgm2)

(DPplusmn 55) Essas caracteriacutesticas quando comparadas com o estudo anterior de 2003 (tabela

2) confirmam tratar-se da mesma populaccedilatildeo Apenas a idade e o tempo de menopausa

evidenciam ser a nossa populaccedilatildeo mais idosa Fator que se justifica pelo tempo ocorrido entre

os dois estudos

A incidecircncia de fratura por fragilidade oacutessea encontrada foi de 21 evidenciado no

graacutefico 1 Os principais siacutetios de fratura satildeo analisados na tabela 3 tendo como sitio principal

o antebraccedilo com 50 seguido pelo peacute com 192 e uacutemero 145 Jaacute na tabela 4 e no graacutefico

2 pode ser observado que a idade da populaccedilatildeo estudada variou entre 54 e 97 anos com meacutedia

de 72 anos com DP plusmn 90 No grupo de pacientes fraturadas 50 tinham entre 65 e 79 anos

sugerindo ser essa faixa etaacuteria mais susceptiacutevel as fraturas por fragilidade oacutessea

62 USO preacutevia X Fraturas

Foi verificado na tabela 5 a associaccedilatildeo entre o resultado da (USO) preacutevia e o desfecho

fraturas por fragilidade oacutessea De todas as pacientes que fizeram USO no estudo inicial 66

participaram deste estudo Das 50 pacientes que tiveram o USO alterado 22 tiveram

fraturas nesse periacuteodo E as pacientes com USO considerada normal 194 tiveram fraturas

por fragilidade oacutessea O RR= 113 (IC95 048 - 263) sugere que as mulheres que tiveram

29

USO alterado tem um risco de fraturar de 13 maior em relaccedilatildeo as pacientes com resultado

de USO considerado normal

63 Caracteriacutesticas cliacutenicas e comportamentais X Fratura

As pacientes foram analisadas quanto as variaacuteveis clinicas e comportamentais

Considerando a tabela 6 as pacientes que tiveram fraturas se mostraram com maior

sobrepeso ou obesas (722) com maior historia familiar de fratura de quadril (133) e

com maior diagnostico de osteoporose (471) do que as pacientes sem fraturas (p

valorgt005) Jaacute o uso de anticoncepcional ou o uso de reposiccedilatildeo hormonal natildeo se mostraram

ser relevantes para ocorrecircncia de fraturas nessa amostra E 235 das pacientes acamadas por

mais de dois meses sofreram alguma fratura com p valor lt005 Evidenciando associaccedilatildeo

entre a paciente ficar acamada por mais de dois meses e sofrer fratura por fragilidade oacutessea

Avaliando a tabela 7 foi notado que apenas 125 das pacientes que tiveram fratura eram

tabagistas e 167 eram etilistas natildeo se mostrando essas caracteriacutesticas como fatores de

risco A atividade fiacutesica moderadapesada ateacute 25 anos e acima de 50 anos apresentou

percentuais de 441 e 382 respectivamente Aleacutem disso entre 25 e 50 anos 444 das

pacientes com atividade fiacutesica moderadapesada tiveram fraturas e 441 das pacientes natildeo

tiveram fraturas para essa faixa etaacuteria (p valor gt005) Sendo assim natildeo houve associaccedilatildeo

entre a atividade fiacutesica e as fraturas Em relaccedilatildeo ao item ingestatildeo de leite apoacutes os 50 anos

456 das pacientes que natildeo tiveram fraturas ingeriam de 1 a 2 copos de leite por dia e

apenas 44 ingeriam mais de 3 copos de leite por dia No caso das pacientes que tiveram

fraturas apoacutes os 50 anos foi observado que 50 ingeriam de 1 a 2 copos de leite por dia e

167 ingeriam 3 copos ou mais de leite

30

64 Tempo de menopausa X Fratura

As pacientes foram avaliadas graacutefico 3 para verificar a associaccedilatildeo entre o tempo de

menopausa e o desfecho das fraturas A mediana do tempo de menopausa encontrado em

ambos os grupos foi de 262 com DP de plusmn98 Metade das pacientes que tiveram fraturas tem

entre 193 e 293 anos de menopausa com DP de plusmn72 A correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade

tempo de menopausa e IMC foi observado na tabela 8 onde evidenciada uma associaccedilatildeo

positiva entre a idade e o tempo de menopausa nos grupos de pacientes com e sem fraturas

Assim como foi verificado uma associaccedilatildeo negativa de quanto maior a idade e o tempo de

menopausa menor o IMC

31

Graacutefico 1

Graacutefico 2

32

Graacutefico 3

33

Tabela 1- Caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas das

mulheres poacutes menopausa (n=86)

Caracteriacutesticas Meacutedia plusmn desvio padratildeo

Idade (anos) 7255 plusmn 897

Idade da

menarca (anos) 1324 plusmn 184

Idade da

menopausa

(anos)

4608 plusmn 614

Tempo de

menopausa

(anos)

2618 plusmn976

Peso (kg)sect 6342 plusmn 1055

Altura (m)deg 155 plusmn 008

IMC (kgm2) 2643 plusmn 557

n=85 sectn=83 ordmn=82 n=81 n=80

Tabela 2-Caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas das

mulheres poacutes menopausa em 2003

Caracteriacutesticas Meacutedia plusmn desvio padratildeo

Idade (anos) 6463plusmn1270

Idade da

menarca (anos)

1304 plusmn 193

Idade da

menopausa

(anos)

4755 plusmn 601

Tempo de

menopausa

(anos)

1700 plusmn 1076

Peso (kg)sect 6533 plusmn 1270

Altura (m)deg 155 plusmn 006

IMC (kgm2) 2696 plusmn 477

34

Tabela 3 ndash Incidecircncia de fraturas em mulheres poacutes menopausa segundo a

localizaccedilatildeo de fratura 2003-2011

Tipo da fratura

n

Veacutertebra 1 38

Fecircmur 1 38

Costela 2 77

Antebraccedilo 13 500

Uacutemero 4 145

Peacute 5 192

Total 26 1000

Nota Algumas pacientes tiveram mais de uma fratura no periacuteodo

Tabela 4- Relaccedilatildeo entre idade e fratura nas mulheres na poacutes menopausa

Total

Fratura

Idade (anos) Natildeo Sim

N () n () n ()

54 a 64 anos 18 209 14 206 4 222

65 a 79 anos 48 558 39 574 9 500

80 a 97 anos 20 233 15 221 5 278

Total 86 1000 68 1000 18 1000

Meacutedia (DP) 725 (90) 713 (77) 729 (93)

Nota P-valor pelo teste de Mann-Whitney=0813

35

Tabela 5 - Incidecircncia de fratura em mulheres poacutes-menopausa segundo

resultado da USO 2003-2011

Resultado da

USO

Total

Fratura p-valor

Sim Natildeo

n n

()

IC95 n

()

Normal 36 7 194

89 -

3472

29 806

0496

Alterado 50 11 220

121 -

350

39 780

Total 86 18 209

133 -

305

68 791

Nota Risco relativo = 113 (IC95 048 - 263)

36

Tabela 6 ndash Caracteriacutesticas cliacutenicas de mulheres poacutes-menopausa segundo

fratura (n=86)

Fratura

Natildeo (n=68) Sim (n=18) Total

n ( ) n ( )

IMC

Abaixo do pesoNormal 24 (353) 5 (278) 28 0792

Sobrepeso 27 (397) 9 (500) 36

Obeso 17 (250) 4 (222) 21

Histoacuterico familiar de fratura de quadril

Natildeo 66 (985) 13 (867) 79 0085

Sim 1 (15) 2 (133) 3

Osteoporose

Natildeo 44 (800) 9 (529) 53 0055

Sim 11 (200) 8 (471) 19

Uso de anticoncepcional

Natildeo 32 (485) 10 (556) 42 0791

Sim 34 (515) 8 (444) 42

Ausecircncia de mentruaccedilatildeo

Natildeo 60 (909) 16 (941) 76 1000

Sim 6 (91) 1 (59) 7

Retirou o uacutetero

Natildeo 46 (687) 9 (500) 55 0170

Sim 21 (313) 9 (500) 30

Retirou os ovaacuterios

Natildeo 53 (815) 11 (647) 64 0187

Sim 12 (185) 6 (353) 18

Reposiccedilatildeo hormonal

Natildeo 51 (761) 13 (722) 64 0763

Sim 16 (239) 5 (278) 21

Amamentou

Natildeo 14 (206) 4 (222) 18 1000

Sim 54 (794) 14 (778) 68

Acamado por mais de dois meses

Natildeo 63 (940) 13 (765) 76 0049

Sim 4 (60) 4 (235) 8

Caracteriacutesticas clinicas

p-valor do

teste exato

de Fisher

37

Tabela 7 - Caracteriacutesticas comportamentais de mulheres poacutes-menopausa segundo

fratura (n=86)

Fratura

Natildeo (n=68) Sim (n=18) Total

n ( ) n ( )

Tabagismo

Natildeo fumante 47 (758) 14 (875) 61 0499

FumanteEx-fumante 15 (242) 2 (125) 17

Etilismo no uacuteltimo ano

Natildeo 48 (706) 15 (833) 63 0376

Sim 20 (294) 3 (167) 23

Atividade fiacutesica ateacute os 25 anos

Leve 38 (559) 11 (611) 49 0792

ModeradaPesada 30 (441) 7 (389) 37

Atividade fiacutesica entre os 25 e 50 anos

Leve 38 (559) 10 (556) 48 1000

ModeradaPesada 30 (441) 8 (444) 38

Atividade fiacutesica acima dos 50 anos

Leve 42 (618) 12 (667) 54 0789

ModeradaPesada 26 (382) 6 (333) 32

Frequecircncia diaacuteria de leite ateacute 25 anos

Nenhummenos 1 copodia 34 (500) 8 (444) 42 0910

1 a 2 coposdia 31 (456) 9 (500) 40

3 coposdia ou mais 3 (44) 1 (56) 4

Frequecircncia diaacuteria de leite apoacutes 50 anos

Nenhummenos 1 copodia 34 (500) 6 (333) 40 0103

1 a 2 coposdia 31 (456) 9 (500) 40

3 coposdia ou mais 3 (44) 3 (167) 6

Caracteriacutesticas

comportamentais

p-valor do

teste exato

de Fisher

Tabela 8- Coeficientes de correlaccedilatildeo de Spearman (rs) entre idade IMC e tempo de

menopausa em mulheres poacutes-menopausa

Variaacuteveis

IMC IdadeTempo de

menopausa

r s 1 -0144 -0151

p-valor 0569 0550

r s -0227 1 0736

p-valor 0074 lt0001

r s -0295 0761 1

p-valor 0020 lt0001

Variaacuteveis

IMC

Idade

Tempo de menopausa

Nota o triacircngulo superior direito (parte hachurada) se refere agraves correlaccedilotildees para as mulheres com

fratura e o inferior esquerdo (parte natildeo hachurada) agraves mulheres sem fratura

38

7 Discussatildeo

No Brasil os principais fatores cliacutenicos de risco para fraturas por fragilidade oacutessea

eram extrapolados a partir de estudos internacionais O estudo vem acrescentar informaccedilotildees

para se conhecer os fatores relacionados agrave essas fraturas Nossos resultados revelam que a

idade avanccedilada a historia familiar de fratura de quadril o diagnoacutestico de osteoporose e

tambeacutem o paciente ficar acamado por mais de 2 meses foram considerados fatores de risco

para fraturas por fragilidade oacutessea

Esse estudo mostrou concordacircncia com a Johnell amp Kanis (2006) onde o principal

siacutetio mundial de fratura por fragilidade oacutessea nas mulheres apoacutes a menopausa foi o antebraccedilo

Segundo o estudo Latin American Vertebral Osteoporosis Study (LAVOS) (Clark et al

2009) a fratura vertebral eacute a mais prevalente da ameacuterica latina com uma prevalecircncia de

142 diferente do nosso estudo onde a coluna vertebral e o colo do fecircmur aparecem

juntos em uacuteltimo lugar na lista de incidecircncia dos siacutetios de fratura Isso pode ser atribuiacutedo

devido a diferenccedila nos criteacuterios de definiccedilatildeo de fraturas pois no LAVOS optou-se pela

medida radiograacutefica do local de fraturas enquanto no nosso estudo as fraturas foram referidas

pelas pacientes

Os consensos sobre osteoporose tecircm propostos algoritmos para identificar indiviacuteduos

de alto risco para fraturas (Kanis et al 2008 WHO 1999) Para tanto a associaccedilatildeo de fatores

de risco para fraturas com a medida da USO eacute de suma importacircncia embora sejam poucas as

pacientes que tecircm oportunidade de realizar esse exame (Oliveira et al 2007) Assim o

presente trabalho mostrou um risco para fraturas por fragilidade oacutessea 13 maior nas

pacientes com resultado de USO alterada em relaccedilatildeo as pacientes que tiveram resultados de

39

USO normais vindo de encontro aos resultados encontrados por Oliveira et al (2007)

Corroborando o USO como um meacutetodo confiaacutevel para a prediccedilatildeo de fraturas

E semelhante a Pinheiro et al (2010a) o presente estudo revelou que os principais

fatores de risco para fraturas por fragilidade oacutessea satildeo a idade avanccedilada a historia familiar de

fratura de quadril e a presenccedila de osteoporose Isso pode ser atribuiacutedo ao fato de que no

estudo de Pinheiro et al (2010a) assim como no nosso estudo a populaccedilatildeo ser

predominantemente de mulheres acima dos 65 anos e viverem em aacuterea urbana tendo haacutebitos

de vida parecidos

O achado em nosso estudo que apresentou significacircncia estatiacutestica refere-se ao fator

de risco ldquopaciente acamado por mais de dois mesesrdquo como disposto na literatura (Pinheiro et

al 2010b Demir et al 2008) O que acontece eacute que com o paciente acamado por tempo

prolongado um maior remodelamento oacutesseo eacute observado Os osteoclastos responsaacuteveis pela

absorccedilatildeo oacutessea sobrepotildee os osteoblastos predispondo as fraturas por fragilidade oacutessea

(Fyhrie amp Schaffler 1994) Assim observou-se no estudo que 235 das pacientes

acamadas por mais de dois meses sofreram alguma fratura por fragilidade oacutessea com p valor

lt005 Isso reafirma a associaccedilatildeo entre a paciente ficar acamada por mais de dois meses e

sofrer fratura por fragilidade oacutessea Por outro lado o exerciacutecio fiacutesico que estaacute sabidamente

relacionado ao aumento da resistecircncia muscular do equiliacutebrio e da flexibilidade contribuindo

para a reduccedilatildeo da perda oacutessea e melhora da sauacutede em geral (Chan 2003) natildeo se mostrou

como fator de proteccedilatildeo neste estudo Provavelmente devido ao baixo percentual encontrado

de pacientes que praticavam atividade fiacutesica moderada ou pesada

O elevado IMC e a terapia de reposiccedilatildeo hormonal natildeo desempenharam papel protetor

na nossa populaccedilatildeo como seria o esperado por estudos anteriores (Pinheiro et al 2010c

40

Buttros et al 2011) Ao contrario o sobrepeso e obesidade foram considerados fatores de

risco Isso pode ser atribuiacutedo ao IMC meacutedio dessa populaccedilatildeo ser 264 (kgm2) (DPplusmn 55)

limiacutetrofe para sobrepeso Embora esse dado demonstre contrariedade com a literatura que

estabelece relaccedilatildeo inversa entre obesidade e fraturas por fragilidade oacutessea em nosso estudo

ter maior peso e IMC natildeo seriam fatores de risco para fraturas e sim caracteriacutesticas das

mulheres mais idosas em um contexto social de baixa escolaridade e renda Esse fato eacute

confirmado pelos resultados da Pesquisa Nacional sobre Sauacutede e Nutriccedilatildeo ( Batista F et al

2003) que demonstraram caraacuteter ascendente da obesidade nos estratos de mulheres com baixa

renda residentes na regiatildeo Sudeste

Aleacutem disso haacutebitos de vida como tabagismo e etilismo sabidamente relacionados agrave

maior risco para fraturas por fragilidade oacutessea (Pinheiro et al 2010) tambeacutem natildeo se

mostraram estar associados nesse estudo

A necessidade de caacutelcio do ser humano varia ao longo da vida e uma ingestatildeo

adequada para mulheres acima de 50 anos eacute de 1200 mg pois com a idade o corpo

naturalmente perde um pouco da capacidade de absorccedilatildeo de minerais (Nuacutecleo de Estudos e

Pesquisas em Alimentaccedilatildeo 2006) O fato de apenas 44 das mulheres que natildeo tiveram

fraturas e 167 das mulheres que tiveram fraturas ter referido consumo superior a

900mgdia (3 ou mais copos) foi fator de surpresa principalmente levando-se em conta o PIB

per capita da cidade superior ao da maioria dos municiacutepios brasileiros (IPEA 2000)

Assim como em estudos preacutevios (Pinheiro et al 2010c NHI 2001 Demir et al

2008) nossos dados tambeacutem demonstraram o hipoestrogenismo como importante fator de

risco para fraturas por fragilidade oacutessea jaacute que as pacientes com fratura tecircm entre 19 e 29

anos de menopausa Em recente estudo Demir et al (2008) estudaram 2769 mulheres na

41

poacutes-menopausa correlacionando a ocorrecircncia de osteoporose com o tempo de menopausa

Demonstraram que 106 das pacientes com ateacute trecircs anos de poacutes-menopausa tinham

osteoporose contra 329 das pacientes com sete anos ou mais Acredita-se que a deficiecircncia

estrogecircnica seja responsaacutevel por dois terccedilos da perda de massa oacutessea levando

consequentemente agraves fraturas por fragilidade oacutessea assim como observado (Position

statement of the North American Menopause Society 2010)

Os dados deste estudo podem ser limitados pois apesar de tratar-se de uma coorte as

participantes reportaram dados referentes a estilo de vida dieta antecedentes familiares e

pessoais o que pode ter ocasionado algum vieacutes recordatoacuterio Outra limitaccedilatildeo eacute que como

avaliado por Oliveira et al (2007) esta populaccedilatildeo apresenta a maior parte das mulheres com

baixo niacutevel socioeconocircmico e escolaridade sem acesso agrave adequada educaccedilatildeo nutricional e agrave

atividade fiacutesica orientada Por outro lado resultados encontrados sem significacircncia estatiacutestica

podem ter sido ocasionados pelo tamanho amostral reduzido devido a dificuldade de

rastreamento da populaccedilatildeo uma vez que a unidade de sauacutede natildeo atualizou o endereccedilo e

telefone das mulheres eleitas para o estudo Talvez se tivesse sido realizado contato anual

com essas mulheres natildeo teriacuteamos perdido o seguimento delas

42

8 Conclusatildeo

Devido agrave sua alta prevalecircncia e associaccedilatildeo com mortalidade e incapacidade a fratura

devido agrave fragilidade oacutessea deve ser considerada um problema de sauacutede puacuteblica no Brasil

Apesar das limitaccedilotildees o presente estudo foi realizado de forma prospectiva em mulheres

brasileiras na poacutes-menopausa devendo os seus resultados serem levados em consideraccedilatildeo

para a formulaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas de sauacutede para a prevenccedilatildeo e estrateacutegias de tratamento

para as fraturas Os fatores de risco encontrados como a idade avanccedilada a histoacuteria familiar

de fratura de quadril e a presenccedila de osteoporose devem ser acompanhados e combatidos para

tentar-se diminuir o risco para as fraturas Assim como o USO mostrou ser um meacutetodo

confiaacutevel para avaliar o risco para fraturas podendo ser implementado em maior escala do

que a atual Entatildeo acreditamos que novos estudos prospectivos com uma amostra mais

representativa devam ser realizados para se confirmar os fatores associados a fraturas por

fragilidade oacutessea na populaccedilatildeo brasileira para cada vez mais conhecermos o perfil da nossa

populaccedilatildeo e termos subsiacutedios para combater esse agravo

43

9 Referecircncias Bibliograacuteficas

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48

10 Anexo 1 - Instrumento de coleta - EVOS (EUROPEAN VERTEBRAL

OSTEOPOROSIS STUDY)

Data _________

Nome________________________________________________________

Endereco_____________________________________________________

Fone _____________ Data de nascimento _________ RG

1- Dados antropomeacutetricos

Peso (Kg) Altura (m) IMC

2- Dados Ginecoloacutegicos

Idade da primeira menstruacao anos

Vocecirc jaacute usou piacutelula anticoncepcional por mais de 3 meses

sim natildeo natildeo sei

Vocecirc jaacute ficou algum periacuteodo em sua vida sem menstruar antes da menopausa (exceto se

gravidez) sim natildeo natildeo sei

Idade da ultima menstruaccedilatildeo anos

Numero de filhos

Vocecirc fez cirurgia para retirar o uacutetero sim com Idade ____ (anos)

natildeo natildeo sei

E para retirar os ovaacuterios (um ou os dois) sim idade ___ (anos)

natildeo natildeo sei

Vocecirc fez reposiccedilatildeo hormonal apos a menopausa sim natildeo natildeo sei

Se sim quando iniciado o periacuteodo foi superior a 1 ano sim natildeo natildeo sei

49

Vocecirc notou os seguintes sintomas na menopausa

calores sim natildeo natildeo sei

depressatildeo sim natildeo natildeo sei

insocircnia sim natildeo natildeo sei

outros sim natildeo natildeo sei

Vocecirc amamentou sim natildeo natildeo sei

Se sim quantas crianccedilas vocecirc amamentou por mais que 3 meses

3- Dados familiares

Em sua famiacutelia (pai matildee irmatildeos) existe historia de fratura de quadril apos os 50 anos de

idade sim natildeo natildeo sei

4- Histoacuteria de fratura

Vocecirc jaacute teve alguma fratura sim natildeo natildeo sei

Se sim em qual sitio esqueleacutetico com que idade e qual foi o tipo de trauma

Sitio Numero Idade (anos) Niacutevel do trauma

Vertebra

Fecircmur (colo trocanter)

Costela

Antebraccedilo

Uacutemero

Pe

Outras

Vocecirc sabe que tem osteoporose sim tenho natildeo natildeo tenho natildeo sei

5- Aacutelcool

Com que frequecircncia vocecirc bebeu no ultimo ano

Diariamente 5-6 dsem 3-4 dsem

50

1 -2 dsem lt 1 dsem nunca

Tipo de bebida destilados (uiacutesque cachaccedila vodka)

fermentados (cerveja vinho)

6- Imobilizaccedilatildeo

Vocecirc jaacute ficou acamado por um periacuteodo superior a 2 meses

sim natildeo natildeo sei

Se sim foi antes ou apos os 25 anos de idade

ano passado nunca

7- Fumo

Vocecirc fumou cigarro ou usou outras formas de fumo (cachimbo ou charuto)

atualmente no passado nunca

Com que idade iniciou anos

Se parou com que idade anos

Numero de cigarrosdia

8- Atividade Fiacutesica

Quantas tempo costuma passar diariamente ao ar livre caminhando ou andando de bicicleta

nenhuma a 1 h superior a 1 h

Qual a sua atividade fiacutesica durante diferentes periacuteodos de sua vida adulta

Ate os 25 anos 25 a 50 anos acima 50 anos

Niacutevel 1 (leve) 2 (moderada) 3 (pesada) 4

(muito pesada)

9- Impacto

Como vocecirc descreveria sua sauacutede geral neste momento

muito boa boa satisfatoacuteria regular ruim

10- Interrogatoacuterio sobre drogas

51

Vocecirc jaacute usou alguma medicaccedilatildeo oral ou injetaacutevel contendo corticosteroides por mais de 3

meses sim natildeo natildeo sei

Vocecirc jaacute usou alguma desses remeacutedios

Droga sim natildeo sei tempo

(meses)

parou ha quanto tempo

Hormocircnios

masculinos

Hormocircnios

femininos

Calcitonina

Fluacuteor

Caacutelcio

Vitamina D

Anabolizantes

Diureacuteticos

tiazidicos

11- Ingestatildeo de caacutelcio

Com que frequecircncia vocecirc comeu produtos derivados do leite na semana passada

(diassemana)

queijo amarelo queijo branco iogurte leite sorvete

Para os periacuteodos indicados abaixo com que frequecircncia vocecirc recebeu leite

ate 25 anos 25 a 50 anos Acima de 50 anos

Todas as refeiccedilotildees (3 ou + coposdia)

1-2 coposdia

52

Toda semana mas natildeo todo dia

lt 1 vezsemana

53

11 Anexo 2 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Projeto de Pesquisa Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade

oacutessea em mulheres na menopausa

Pesquisador responsaacutevel Dra Lizanka Paola F Marinheiro

Instituiccedilatildeo responsaacutevel Instituto Fernandes Figueira

Vocecirc estaacute sendo convidado a participar do projeto de pesquisa intitulado

Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea em mulheres na

menopausa por que vocecirc participou do estudo anterior realizado haacute 7 anos sobre a

osteoporose e suas consequumlecircncias

54

A osteoporose e uma doenccedila que se caracteriza pela diminuiccedilatildeo da resistecircncia do osso

tornando-o mais fraacutegil Essa fragilidade aumenta o risco da pessoa que tem osteoporose de ter

fraturas mesmo com atividades comuns como tossir ou espirrar

Com isso esse trabalho deseja avaliar a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea na

populaccedilatildeo de mulheres na poacutes menopausa residente da Ilha de Paquetaacute apoacutes 7 anos de

seguimento do uacuteltimo estudo transversal

Vocecirc natildeo eacute obrigada a participar Mas se quiser vocecirc teraacute que responder a um

questionaacuterio Para participar vocecirc natildeo teraacute que pagar nada O resultado seraacute fornecido apenas

a vocecirc ningueacutem mais saberaacute Suas duvidas seratildeo esclarecidas e vocecirc devera continuar

acompanhamento com seu meacutedico assistente Se vocecirc natildeo quiser participar natildeo seraacute

submetida a nenhum constrangimento fiacutesico ou moral e seu atendimento no posto de sauacutede

natildeo seraacute prejudicado A participante poderaacute se retirar do estudo a qualquer momento que

julgar necessaacuterio sem prejuiacutezo para a mesma O resultado de toda a pesquisa seraacute divulgada e

atraveacutes de artigos cientiacuteficos em revistas encontros congressos ou similares sem a

divulgaccedilatildeo dos nomes de quem participou de forma sigilosa

Sua participaccedilatildeo no estudo natildeo implicaraacute em custos adicionais O (A) Sr (a) natildeo teraacute

qualquer despesa com a realizaccedilatildeo dos procedimentos previstos neste estudo que seratildeo

custeados pelo pesquisador responsaacutevel Tambeacutem natildeo haveraacute nenhuma forma de pagamento

pela sua participaccedilatildeo

Caso surja alguma duacutevida quanto agrave eacutetica do estudo o (a) Sr(a) deveraacute se reportar ao

Comitecirc de Eacutetica em Pesquisas envolvendo seres humanos ndash subordinado ao Conselho

Nacional de Eacutetica em Pesquisa oacutergatildeo do Ministeacuterio da Sauacutede atraveacutes de solicitaccedilatildeo ao

representante de pesquisa que estaraacute sob contato permanente ou contactando o Comitecirc de

Eacutetica em Pesquisa desta instituiccedilatildeo no telefone (21) 3971-1590 Eacute assegurado o completo

55

sigilo de sua identidade quanto a sua participaccedilatildeo neste estudo incluindo a eventualidade da

apresentaccedilatildeo dos resultados deste estudo em congressos e perioacutedicos cientiacuteficos

Eu________________________________________________________________________

residente do endereccedilo__________________________ fui informada dos objetivos e da

justificativa deste trabalho de forma clara e detalhada pela Dra Adriana de Mattos V da

Costa Recebi informaccedilotildees especificas sobre cada procedimento no qual estarei envolvida

dos desconfortos e riscos previstos tanto quanto dos benefiacutecios esperados Todas as minhas

duvidas foram respondidas com clareza e sei que poderei solicitar novos esclarecimentos a

qualquer momento Aleacutem disso sei que novas informaccedilotildees obtidas durante o estudo me seratildeo

fornecidas e que terei liberdade de retirar meu consentimento de participaccedilatildeo face a estas

informaccedilotildees sem prejuiacutezo para mim Aleacutem disto me foi entregue uma coacutepia da folha de

informaccedilotildees para os participantes a qual li compreendi e me deu plena liberdade para decidir

acerca da minha espontacircnea participaccedilatildeo nesta pesquisa Minha identidade jamais seraacute

publicada Os dados colhidos poderatildeo ser examinados por pessoas envolvidas no estudo com

autorizaccedilatildeo delegada do investigador e por pessoas delegadas pelo patrocinador Estou

recebendo uma coacutepia assinada deste Termo

Os pesquisadores responsaacuteveis pelo Projeto satildeo a Dra Lizanka Paola F Marinheiro e

sua aluna a Dra Adriana de Mattos Viveiros da Costa

56

Participante

Nome _________________________________

Assinatura________________________________

Data_________________________________________

Investigador

Nome____________________________________

Assinatura________________________________

Data_______________________________________

Pesquisadora

Nome______________________________________

Assinatura___________________________________

Data__________________________________________

Dra Lizanka Paola F Marinheiro

lizankaglobocom

tel 25541700

Dra Adriana de Mattos Vda Costa

adrianamattosmedyahoocombr

tel 87273315

Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa

Rua Afonso Cavalcanti 455 sala 710 ndash Cidade Nova -

Telefone 3971-1463

2

Estudo de fatores associados agrave incidecircncia de fraturas por

fragilidade oacutessea em mulheres na menopausa

Adriana de Mattos V da Costa

Dissertaccedilatildeo apresentado agrave Poacutes-

Graduaccedilatildeo em Sauacutede da Crianccedila e

da Mulher como parte dos

requisitos para obtenccedilatildeo do tiacutetulo

de Mestre

Orientador Dra Lizanka Paola Figueiredo Marinheiro

Co-orientador Dra Patriacutecia Pereira de Oliveira

Rio de Janeiro julho de 2012

3

Agradecimento

Agradeccedilo a Deus por ter me amparado nesta jornada e ter me dado agrave oportunidade de chegar

ateacute aqui

Agrave minha orientadora Professora e Doutora Lizanka Paola Figueiredo Marinheiro por ter

acreditado em mim e me apoiado na construccedilatildeo desse trabalho

Agrave minha co-orientadora Dra Patriacutecia Pereira de Oliveira que mesmo de longe se fez perto

com suas ideias e criticas que tanto contribuiacuteram para dissertaccedilatildeo de mestrado

Agrave meacutedica Michelly Mota ginecologista do Hospital Municipal Manoel Artur Vilaboim por

ter aberto portas no local de realizaccedilatildeo desta pesquisa

Agrave Pauline Menezes por ter me auxiliado na coleta de dados

Agrave Ceciacutelia de Mattos por prontamente ter ajudado na traduccedilatildeo deste projeto

Aos professores e colegas de turma da poacutes-graduaccedilatildeo meu reconhecimento e eterna amizade

Ao meu esposo Cesar Amorim pelas palavras de conforto e incentivo em todos os momentos

dessa poacutes graduaccedilatildeo e a minha matildee Fatima Guimaraes de Mattos meus agradecimentos pela

presenccedila especial e essencial em todos os momentos da minha vida

E agrave minha filha Giovanna de Mattos Amorim que nasceu durante essa jornada e motivo da

minha maior alegria

4

Resumo

Introduccedilatildeo O aumento na ocorrecircncia de fraturas secundaacuterias agrave fragilidade oacutessea

representa um significativo problema de Sauacutede Puacuteblica jaacute que corresponde a um importante

aumento na morbidade mortalidade e nos custos de mulheres na poacutes menopausa Objetivos

Avaliar os fatores relacionados agrave ocorrecircncia de fraturas em mulheres poacutes-menopausa

acompanhadas em uma unidade baacutesica de sauacutede Metodologia Foi realizado um estudo de

coorte prospectivo na ilha de PaquetaacuteRJ no ano de 2011 Atraveacutes do banco de dados jaacute

existente as mulheres foram localizadas por telefonemas e comparecimento no hospital local

As pacientes selecionadas foram submetidas a um questionaacuterio estruturado de avaliaccedilatildeo de

fatores relacionados agrave fragilidade oacutessea Resultados A incidecircncia de fratura por fragilidade

oacutessea encontrada foi de 21 tendo como sitio principal o antebraccedilo com 13 A idade

meacutedia da populaccedilatildeo foi de 72 anos com DP plusmn 90 No grupo de pacientes fraturadas 50

tinham entre 65 e 79 anos sugerindo ser essa faixa etaacuteria mais susceptiacutevel as fraturas por

fragilidade oacutessea Das pacientes que tiveram a Ultrassonometria oacutessea de calcacircneo alterado

22 tiveram fraturas nesse periacuteodo Foi calculado o RR= 113 (IC95 048 - 263) As

pacientes que tiveram fraturas se mostraram com maior sobrepeso ou obesas (722) com

maior historia familiar de fratura de quadril (133) e com maior diagnostico de osteoporose

(471) do que as pacientes sem fraturas (p valorgt005) E 235 das pacientes acamadas

por mais de dois meses sofreram alguma fratura com p valor lt005 Na correlaccedilatildeo entre as

variaacuteveis idade tempo de menopausa e IMC foi evidenciada uma associaccedilatildeo positiva entre a

idade e o tempo de menopausa nos grupos de pacientes com e sem fraturas Conclusatildeo Os

fatores de risco para fraturas por fragilidade oacutessea encontrados ajudam a conhecermos o

perfil da nossa populaccedilatildeo e termos subsiacutedios para combater esse agravo

Palavras Chaves Osteogecircnese Imperfeita Fraturas Fragilidade Oacutessea e Epidemiologia

5

Abstract

Introduction The increased occurrence of secondary fractures associated with bone

fragility represents a significant Public Health problem since it leads to a considerable

increase in morbidity mortality and in health care costs for postmenopausal women

Objectives To evaluate the factors related to the occurrence of fractures in postmenopausal

women attended at a public health center Methodology A prospective cohort study was

conducted in Paquetaacute Island Rio de Janeiro in 2011 Using an existing database these

women were identified contacted by phone and asked to come to the local hospital The

selected patients were submitted to a structured questionnaire assessing factors related to

bone fragility Results The incidence of fracture due to bone fragility was of 21 and the

main site was the forearm accounting for 13 The average age of the population was 72

with a SD plusmn 90 In the group of fractured patients 50 were between 65 and 79 years old

which suggest this is the age group that is most susceptible to fractures associated with bone

fragility Twenty two percent of the patients who had an altered quantitative ultrasonometry

of the calcaneus had fractures in that period of their lives The RR was calculated RR = 113

(CI 95 048 ndash 263) The patients who had fractures were more overweight or obese

(722) had a longer family history of hip fracture (133) and more diagnoses of

osteoporosis (471) than patients without fractures (p-value gt 005) And 235 of the

patients who were bedridden for more than two months suffered some type of fracture with a

p-value lt 005 In the correlation between the different ages time of menopause and BMI a

positive association between age and time of menopause became clear in the groups of

patients with and without fractures Conclusion The risk factors for fractures associated with

bone fragility help us to define the profile of our population and provide us with means to

fight this problem

Key Words Fractures Bone Fragility and Epidemiology

6

Lista de Abreviaturas e Siglas

BUA = Atenuaccedilatildeo da frequecircncia do som

DMO= Densidade Mineral Oacutessea

DP= Desvio Padratildeo

EVOS= European Vertebral Osteoporosis Study

FCRs= Fatores Cliacutenicos de Riscos

IBGE= Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica

IMC= Iacutendice de Massa Corporal

IDH= Iacutendice de Desenvolvimento Humano

OMS= Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

PNAISM= Poliacutetica Nacional de Assistecircncia Integrada a Sauacutede da Mulher

PNAD= Pesquisa Nacional Por Amostra de Domiciacutelio

SPSS= Statistical Package for Social Science

SOS= Velocidade do Som

TH= Terapia Hormonal

USO= Ultrassonometria Oacutessea de calcacircneo

7

Lista de Ilustraccedilotildees

Graacutefico 1- Incidecircncia de fratura em mulheres poacutes-menopausa 2003-2011

Graacutefico 2-Mulheres poacutes-menopausa por idade segundo fratura

Graacutefico 3- Anos apoacutes a menopausa conforme fratura

Tabela 1- Caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas das mulheres poacutes

menopausa (n=86)

Tabela 2- Caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas das mulheres poacutes

menopausa em 2003

Tabela 3- Incidecircncia de fraturas em mulheres poacutes menopausa segundo a

localizaccedilatildeo da fratura 2003-2011

Tabela 4- Relaccedilatildeo entre idade e fratura nas mulheres na poacutes menopausa

Tabela 5- Incidecircncia de fratura em mulheres poacutes-menopausa segundo

resultado da USO 2003-2011

Tabela 6 - Caracteriacutesticas cliacutenicas de mulheres poacutes-menopausa segundo

fratura (n=86)

Tabela 7- Caracteriacutesticas comportamentais de mulheres poacutes-menopausa

segundo fratura (n=86)

Tabela 8- Coeficientes de correlaccedilatildeo de Spearman (rs) entre idade IMC e

tempo de menopausa em mulheres poacutes-menopausa com fratura (n=18) e

sem fratura (n=68)

8

Sumaacuterio

Lista de Abreviaturas e Siglas 6

Lista de Ilustraccedilotildees 7

1 Introduccedilatildeo 9

2 Justificativa 11

3 Objeto de Estudo 16

31 Objetivos 16

311 Geral 16

312 Especiacuteficos 16

4 Marco Teoacuterico 17

5 Materiais e Meacutetodos 23

51 Populaccedilatildeo 23

52 Tipo de estudo 23

53 Criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo 24

54 Alocaccedilotildees de pacientes 24

55 Anaacutelise Estatiacutestica 26

6 Resultados Encontrados 28

61 Gerais 28

62 USO preacutevia X Fraturas 28

63 Caracteriacutesticas cliacutenicas e comportamentais X Fratura 29

64 Tempo de menopausa X Fratura 30

7 Discussatildeo 38

8 Conclusatildeo 42

9 Referecircncias Bibliograacuteficas 43

10 Anexo 1 - Instrumento de coleta - EVOS (EUROPEAN VERTEBRAL OSTEOPOROSIS STUDY) 48

11 Anexo 2 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido 53

1

9

1 Introduccedilatildeo

Nota-se nas uacuteltimas deacutecadas o aumento da expectativa de vida das mulheres que

atingem a fase do climateacuterio ainda ativa econocircmica e socialmente desejando uma melhor

qualidade de vida Segundo a definiccedilatildeo proposta pela Sociedade Internacional da Menopausa

no 1deg Congresso Mundial de Climateacuterio em 1976 climateacuterio eacute o periacuteodo de transiccedilatildeo entre a

vida reprodutiva e a senilidade A menopausa seria a uacuteltima menstruaccedilatildeo natural Ela

geralmente ocorre por volta dos 50 anos e soacute pode ser reconhecida apoacutes os doze meses de

amenorreia (Speroff et al 1989)

Este periacuteodo eacute marcado por um estado de hipoestrogenismo com um impacto

negativo na vida das mulheres Todavia a multiplicidade de manifestaccedilotildees inclui distuacuterbios

fiacutesicos psicoloacutegicos e metaboacutelicos (De Lorenzi et al 2005) Dentre as doenccedilas crocircnicas que

atingem a mulher climateacuterica a osteoporose aparece como uma das patologias de maior

incidecircncia (Vianna 2001)

Quando sintomas da osteoporose aparecem se relacionam com a ocorrecircncia de

fraturas mais comumente na porccedilatildeo distal do antebraccedilo na coluna vertebral e no colo do

fecircmur (International Osteoporosis Foundation 2005) A maior incidecircncia de fraturas eacute

observada em mulheres brancas na poacutes-menopausa (Pinheiro et al 2010a b) e os fatores

associados agraves fraturas alguns jaacute satildeo bem conhecidos e outros ainda precisam ser descobertos

Assim a fratura por fragilidade oacutessea eacute definida como aquela resultante de uma queda da

proacutepria altura ou trauma menos intenso em indiviacuteduos com 50 anos ou mais em siacutetios

esqueleacuteticos especiacuteficos antebraccedilo fecircmur costelas veacutertebras e uacutemero (Pinheiro et al

2010a)

10

Segundo o IBGE (IBGE 2009a) a expectativa de vida no Brasil eacute de 72 anos e soacute no

ano 2000 jaacute havia 24 milhotildees de mulheres com mais de 40 anos Ou seja predominantemente

na fase de deficiecircncia estrogecircnica e com risco aumentado de osteoporose A principal e mais

temida complicaccedilatildeo da osteoporose eacute a fratura oacutessea Entatildeo a adoccedilatildeo de meacutetodos praacuteticos e

de baixo custo para o rastreamento da populaccedilatildeo de risco para fraturas propiciaria a

quantificaccedilatildeo do problema e o planejamento de intervenccedilotildees precoces que impedissem ou

retardassem a ocorrecircncia deste agravo (Oliveira et AL 2007) Logo o conhecimento da

epidemiologia local de fraturas por fragilidade oacutessea eacute essencial para embasar este

rastreamento

Sendo assim esse estudo procurou avaliar a incidecircncia de fraturas por fragilidade

oacutessea na populaccedilatildeo de mulheres na poacutes-menopausa residente da Ilha de Paquetaacute apoacutes sete

anos de seguimento

11

2 Justificativa

No Brasil com o envelhecimento populacional e consequumlente aumento no nuacutemero de

idosas medidas devem der tomadas para se cuidar da mulher em sua fase climateacuterica eacutepoca

que ela chega a viver um terccedilo ou mais apoacutes o fim do periacuteodo reprodutivo Essa transiccedilatildeo

epidemioloacutegica tem trazido grandes desafios ao Estado Haacute a substituiccedilatildeo entre as primeiras

causas de morte das doenccedilas transmissiacuteveis pelas crocircnicas degenerativas e causas externas

entre elas a osteoporose (IBGE 2009b)

Vaacuterios fatores estatildeo relacionados agrave causa da osteoporose como a etnia a nutriccedilatildeo os

exerciacutecios fiacutesicos os dados antropomeacutetricos o alcoolismo o tabagismo e a vida reprodutiva

da mulher Por isso eacute necessaacuterio que se tenha cada vez mais estudos atuais e com populaccedilotildees

brasileiras para que os fatores de risco que fazem a diferenccedila para fraturas por fragilidade

sejam descobertos (Pinheiro et al 2010b c)

Em 2003 segundo as informaccedilotildees da Pesquisa Nacional por Amostras de Domiciacutelios

(PNAD) a populaccedilatildeo de 60 anos ou mais era por volta de 17 milhotildees de pessoas

representando cerca de 10 da populaccedilatildeo total do Paiacutes (IBGE 2009a) As diferenccedilas de sexo

satildeo importantes para descrever as pessoas idosas e da mesma forma como tem ocorrido em

todo o mundo o nuacutemero de mulheres idosas no Brasil eacute maior do que o de homens as

informaccedilotildees da PNAD mostraram que em 2003 essa proporccedilatildeo era de 559 e 441

respectivamente (IBGE 2009a)

Tambeacutem foi observado que a expectativa de vida a partir dos 60 anos aumentou no

periacuteodo de 1999 a 2003 em todas as faixas de idade tanto para homens quanto para

mulheres entretanto a expectativa de vida das mulheres excede a dos homens e este fato

explica em parte a maior proporccedilatildeo de mulheres idosas em relaccedilatildeo aos homens Em 2006

12

no Paiacutes como um todo a expectativa de vida das pessoas de 60 anos era de 193 anos para os

homens e de 224 anos para as mulheres Notando as mudanccedilas nas caracteriacutesticas da

populaccedilatildeo o Ministeacuterio da Sauacutede iniciou accedilotildees voltadas agraves mulheres no periacuteodo climateacuterico

entre elas a Poliacutetica de Assistecircncia Integral aacute Sauacutede da Mulher (PNAISM 2004)

Os estudos confirmam que diferenccedilas de sexo e idade na percepccedilatildeo da sauacutede satildeo

importantes determinantes do comportamento em relaccedilatildeo agrave procura por atendimento de sauacutede

(WHO 2001)

Em 2003 as mulheres idosas declararam um estado de sauacutede pior do que os homens

exceto entre os idosos de 80 anos ou mais onde a tendecircncia se inverte passando os homens a

declarar um estado de sauacutede pior do que aquele declarado pelas mulheres (PNAD 2003)

Os resultados do Censo Demograacutefico 2000 para os municiacutepios das capitais

apresentam padrotildees de incapacidade funcional em mobilidade fiacutesica compatiacuteveis com aqueles

apontados pelas informaccedilotildees da Politica Nacional de Assistecircncia a Domiciacutelio 2003 para as

aacutereas metropolitanas As mulheres declaram incapacidade funcional em maior proporccedilatildeo do

que os homens observando-se tambeacutem o caraacuteter progressivo da incapacidade funcional

entre os idosos em relaccedilatildeo ao aumento da idade (IBGE 2009a b)

Com o maior nuacutemero de idosos consequumlentemente haacute uma elevaccedilatildeo na frequecircncia das

fraturas por fragilidade oacutessea Isso se torna um problema de sauacutede de grandes dimensotildees

para a paciente na poacutes-menopausa pelos limites que comprometem sua qualidade de vida

para a famiacutelia por arcar com a responsabilidade de protegecirc-la no seu conviacutevio e para a sauacutede

puacuteblica pelo ocircnus econocircmico (Speroff et al 1989 Pinheiro et al 2010a b) Assim satildeo

necessaacuteria accedilotildees de promoccedilatildeo prevenccedilatildeo e abordagem da osteoporose que incide a partir da

perimenopausa

13

Estima-se que 70 das fraturas de quadril esperadas para 2050 ocorreratildeo na Aacutesia

Ameacuterica Latina e Aacutefrica (Cooper 1999) Jaacute na Europa segundo dados da Fundaccedilatildeo

Internacional de Osteoporose estima-se que uma em cada trecircs mulheres acima dos 50 anos

teraacute fratura por fragilidade oacutessea E na Uniatildeo Europeia ocorre uma fratura a cada 30 segundos

e se espera que para essa populaccedilatildeo o nuacutemero de fraturas dobre nos proacuteximos 50 anos

(International Osteoporosis Foundation 2005)

Estudos realizados sobre os custos da osteoporose e suas consequecircncias demonstram

que os gastos com essa doenccedila impressionam O estudo de Silva et al (2003) somou os gastos

com as internaccedilotildees para reduccedilotildees ciruacutergicas as reduccedilotildees incruentas o tratamento

conservador os gastos com cirurgias para a retirada de proacutetese internaccedilotildees de longa

permanecircncia consultas meacutedicas e fisioterapia chegando agrave conclusatildeo de que os custos do

SUS com o tratamento das fraturas eacute de mais de 20 milhotildees de reais por ano Tambeacutem

Tosteson et al (2008) fizeram um levantamento de custos do tratamento da osteoporose em

uma populaccedilatildeo de mulheres americanas em 2005 e mostrou que os custos anuais com

medicamentos satildeo altiacutessimos

Sobre os exames realizados para avaliaccedilatildeo da osteoporose os principais usados satildeo a

densitometria oacutessea e a ultrassonometria oacutessea de calcacircneo (USO) A densitometria oacutessea eacute

considerada o padratildeo-ouro para o diagnoacutestico de osteoporose pela Organizaccedilatildeo Mundial da

Sauacutede (OMS) desde 1994 poreacutem este exame estima apenas a densidade mineral oacutessea A

USO busca refletir outros paracircmetros aleacutem da densidade mineral oacutessea avaliando o risco de

fratura com eficiecircncia similar agrave densitometria oacutessea (Oliveira et al 2004 Castro 2000)

Embora os fatores cliacutenicos de riscos (FCRs) em populaccedilotildees de risco para osteoporose

e fratura estejam bem estabelecidos especialmente em estudos internacionais sua prevalecircncia

14

na populaccedilatildeo brasileira em geral natildeo estaacute clara porque ainda faltam estudos sobre o tema Um

dos principais estudos sobre a avaliaccedilatildeo de FCR foi o BRAZOS (Pinheiro et al 2010a) Ele

natildeo avaliou os fatores de risco relacionados agrave massa oacutessea mas os seus resultados permitem

inferir que esses fatores de risco satildeo muito semelhantes agravequeles relacionados agrave fratura por

baixo impacto Pinheiro et al (2010) demonstrou que os principais FCRs associados agrave fratura

por osteoporose de qualquer siacutetio esqueleacutetico de um total de 2420 indiviacuteduos apoacutes ajustes

estatiacutesticos foram histoacuteria familiar de fratura de quadril idade avanccedilada e baixo peso E que

a associaccedilatildeo de FCR agraves medidas de massa oacutessea poderia melhorar a discriminaccedilatildeo de

pacientes com maior risco de fratura osteoporoacutetica (Pinheiro et al 2010a b)

Atualmente existe uma ferramenta chamada FRAXreg utilizada por meacutedicos em vaacuterios

paiacuteses baseado na pratica meacutedica usando uma combinaccedilatildeo de fatores cliacutenicos e densidade

mineral oacutessea O FRAXreg eacute usado para predizer o risco de fratura nos proacuteximos dez anos com

implicaccedilotildees diretas na decisatildeo do tratamento e custos (Kanis et al 2008 Pinheiro et al 2009)

Poreacutem o risco absoluto de fraturas depende da populaccedilatildeo estudada e essa ferramenta ainda

natildeo foi aprovada para uso no Brasil Assim estudos epidemioloacutegicos representativos sobre

fatores de risco para fraturas ainda continuam sendo necessaacuterios (Pinheiro et al 2009)

Em 2003 a dissertaccedilatildeo de mestrado da Dra Patriacutecia Pereira de Oliveira verificou o

risco aumentado de fraturas por osteoporose atraveacutes da USO (Oliveira et al 2007) na

populaccedilatildeo de mulheres menopausadas na ilha de Paquetaacute-RJ Em nosso estudo verificaremos

se existe uma correlaccedilatildeo entre os achados ultrassonograacuteficos e as fraturas cliacutenicas na mesma

populaccedilatildeo por ela utilizada aleacutem outros fatores de risco para fraturas serem contemplados

como doenccedilas de base tempo de menopausa medicamentos entre outros Isto se justifica

pela necessidade de termos no Brasil dados sobre a incidecircncia de fraturas por fragilidade

oacutessea e fatores de risco a ela relacionados desenvolvidos em uma populaccedilatildeo brasileira e

15

residente de uma ilha localizada no litoral fluminense Jaacute que a literatura nessa aacuterea eacute escassa

e para que compreendendo melhor a dinacircmica da fratura por fragilidade oacutessea possamos

intervir antes que ela ocorra melhorando a qualidade de vida dessas mulheres e diminuiacutedo os

gastos com a sauacutede

16

3 Objeto de Estudo

Estudo de fatores associados agraves fraturas por fragilidade oacutessea em mulheres na poacutes-

menopausa atendidas em uma unidade baacutesica de sauacutede

Questionamento

Quais os fatores associados agrave ocorrecircncia de fraturas em mulheres poacutes-menopausa

acompanhadas em uma unidade baacutesica de sauacutede

31 Objetivos

311 Geral

Avaliar os fatores relacionados agrave ocorrecircncia de fraturas em mulheres poacutes-menopausa

acompanhadas em uma unidade baacutesica de sauacutede

312 Especiacuteficos

a- Avaliar se a ocorrecircncia de fraturas foi maior nas pacientes identificadas como risco

aumentado para fraturas pelo ultrassonometria oacutessea de calcacircneo preacutevia

b- Verificar a associaccedilatildeo entre as fraturas por fragilidade oacutessea e os dados cliacutenicos

comportamental e demograacuteficos (idade e sexo) das pacientes

c- Analisar se o tempo de menopausa influencia a ocorrecircncia de fraturas por fragilidade

oacutessea

17

4 Marco Teoacuterico

A osteoporose pode ser definida como doenccedila osteometaboacutelica caracterizada pela

diminuiccedilatildeo da densidade mineral oacutessea com alteraccedilotildees na sua microestrutura que conduzem

a um aumento da fragilidade oacutessea e uma tendecircncia a fraturas por traumatismos pouco

intensos Dado o exposto esta constitui o verdadeiro problema de sauacutede puacuteblica devido agrave sua

alta taxa de morbimortalidade e altos custos (Vianna et al 2001 International Osteoporosis

Foundation 2005)

Com relaccedilatildeo ao hipoestrogenismo observa-se que as mulheres apresentam uma perda

oacutessea mais acelerada nos dez primeiros anos apoacutes a instalaccedilatildeo da menopausa do que os

homens da mesma idade adquirindo risco de fratura mais precocemente do que eles (NHI

2001) Esta diminuiccedilatildeo de massa oacutessea total poderaacute ser ateacute dez vezes a diminuiccedilatildeo ocorrida

antes deste periacuteodo podendo chegar a 2 a 4 ao ano para o osso trabecular e de 1 para o

cortical (NHI 2001) A deficiecircncia de estrogecircnio aumenta o remodelamento oacutesseo e pode

agravar o desequiliacutebrio nas unidades de remodelamento com o aumento do tempo de vida dos

osteoclastos em detrimento dos osteoblastos (Fyhrie amp Schaffler 1994)

Na maioria dos casos a perda oacutessea eacute assintomaacutetica Quando sinais e sintomas da

osteoporose aparecem se relacionam com a ocorrecircncia de fraturas mais comumente na

porccedilatildeo distal do antebraccedilo (fratura de Colles) na coluna vertebral e no colo do fecircmur

(International Osteoporosis Foundation 2005) A maior incidecircncia de fraturas eacute observada

em mulheres brancas na poacutes menopausa (Pinheiro et al 2010a b)

Pinheiro et al (2010) analisaram 275 mulheres caucasoacuteides acima dos 50 anos e

acharam que 44 jaacute possuiacuteam algum tipo de fratura por osteoporose (Pinheiro et al 2010b)

A dor oacutessea eacute consequumlecircncia tanto das fraturas quanto das deformidades oacutesseas As fraturas

18

vertebrais satildeo as mais comuns poreacutem satildeo geralmente assintomaacuteticas e portanto menos

diagnosticadas Poreacutem podem causar dor perda de peso deformidade na coluna espinhal e

perda de estabilidade ao andar (International Osteoporosis Foundation 2005) Apenas 10

das fraturas de veacutertebras cursam com hospitalizaccedilatildeo mesmo que causem dor e diminuiccedilatildeo da

qualidade de vida Elas ocorrem entre os 50 e 60 anos de idade com maior frequecircncia

(International Osteoporosis Foundation 2005)

Jaacute as fraturas do fecircmur satildeo as mais letais devido a complicaccedilotildees poacutes-operatoacuterias As

principais causas de mortalidade satildeo as infecccedilotildees e tromboembolismo As fraturas de quadril

satildeo menos prevalentes do que as vertebrais poreacutem de maior gravidade devido agraves altas taxas

de morbimortalidade aleacutem do alto custo para a famiacutelia e para o sistema puacuteblico de sauacutede A

mortalidade apoacutes uma fratura de quadril eacute de cerca de 20- 24 no ano seguinte a fratura

sendo acompanhada de periacuteodos de hospitalizaccedilatildeo prolongados (International Osteoporosis

Foundation 2005 Silveira et al 2005) Estimativas apontam que no ano de 2050 ocorreratildeo

aproximadamente 65 milhotildees de fratura de quadril em todo mundo (Cooper 1999) As

fraturas de punho satildeo as mais facilmente observadas por mulheres no climateacuterio chegando a

originar seis milhotildees de dias de restriccedilatildeo de trabalho por ano (International Osteoporosis

Foundation 2005)

Aleacutem do custo pessoal o impacto econocircmico gerado pela osteoporose eacute enorme

Atraveacutes do mundo eacute estimado que uma em cada trecircs mulheres acima dos 50 anos teraacute fraturas

por osteoporose Na Europa no ano 2000 foi estimada uma ocorrecircncia de 379 milhotildees de

fraturas por fragilidade oacutessea sendo que destas 890 mil eram de quadril (Tosteson et al

2008) Eacute sabido que apenas metade das pacientes que sobrevivem agrave fratura de quadril voltaraacute

a andar novamente mas dificilmente com a mesma agilidade que andava antes da fratura

Apesar de a osteoporose ser facilmente diagnosticada atraveacutes de exames e seu tratamento

19

poder ser instituiacutedo ainda eacute uma doenccedila muito subdiagnosticada e subtratada Eacute estimada na

comunidade europeacuteia que uma em cada trecircs fraturas de vertebrais recebe a atenccedilatildeo cliacutenica

que merece E uma pessoa com fratura de veacutertebra tem ateacute cinco vezes mais chance de

desenvolver nova fratura no ano seguinte fenocircmeno conhecido como fratura em cascata

(Lindsay et al 2001)

Tradicionalmente a osteoporose eacute reconhecida como uma doenccedila multifatorial sendo

70 desses fatores natildeo modificaacuteveis isto eacute definidos pela carga geneacutetica e 30

potencialmente modificaacuteveis e assim envolvidos com os aspectos ambientais Dessa forma

um uacutenico fator de risco natildeo eacute capaz de identificar indiviacuteduos com ou sem fratura Diferenccedilas

geneacuteticas raciais e antropomeacutetricas bem como da composiccedilatildeo corporal densidade oacutessea

dieta atividade fiacutesica e outros haacutebitos de vida contribuem para explicar as divergecircncias na

incidecircncia e na prevalecircncia de baixa densidade oacutessea e fraturas em diversos paiacuteses do mundo

(Pinheiro et al 2010b c) Os aspectos geneacuteticos desempenham importante influecircncia sobre a

aquisiccedilatildeo do pico de massa oacutessea e perda oacutessea relacionada agrave idade bem como na

determinaccedilatildeo das propriedades estruturais e geomeacutetricas do osso No entanto a associaccedilatildeo

entre diferentes polimorfismos gecircnicos e densidade oacutessea ou fraturas por osteoporose eacute

bastante controversa e varia em diferentes estudos inclusive no Brasil fato que pode ser

tomado como um provaacutevel reflexo das diferenccedilas de etnia e ambiental das populaccedilotildees

estudadas Da mesma forma os fatores ambientais natildeo permitem uniformizar e homogeneizar

o impacto de cada um deles em cada regiatildeo do planeta (Pinheiro et al 2010c)

Atualmente a densitometria oacutessea eacute o meacutetodo mais utilizado para avaliar a massa

oacutessea Eacute o padratildeo ouro para o diagnoacutestico de osteoporose A densidade mineral oacutessea (DMO)

eacute expressa em nuacutemero absolutos em gramas de mineral por centiacutemetro quadrado escaneado

ou ainda comparado com a DMO esperada para a idade e sexo da paciente (z escore) ou

20

comparado a DMO de adultos jovens normais do mesmo sexo (t-escore) A diferenccedila entre o

escore do paciente e o padratildeo eacute expressa em desvios padrotildees acima ou abaixo da meacutedia

(Castro et al 1999)

Segundo a Sociedade Brasileira de Densitometria Cliacutenica no consenso de 2008 satildeo

indicaccedilotildees para avaliaccedilatildeo da densidade mineral oacutessea (Brandatildeo et al 2009)

rdquoMulheres com idade gt a 65 anos e homens com idade gt a 70 anos

Mulheres acima de 40 anos na transiccedilatildeo menopausal (1-2) e homens acima de 50

anos de idade com fatores de risco

Adultos com antecedente de fratura por fragilidade condiccedilatildeo cliacutenica ou uso de

medicamentos associados agrave baixa massa oacutessea ou perda oacutessea

Indiviacuteduos para os quais satildeo consideradas intervenccedilotildees farmacoloacutegicas para

osteoporose

Indiviacuteduos em tratamento para osteoporose para monitoramento de sua eficaacutecia

Indiviacuteduos que natildeo estejam sob tratamento poreacutem nos quais a identificaccedilatildeo de perda

de massa oacutessea possa determinar a indicaccedilatildeo do tratamento

Mulheres interrompendo terapia hormonal (TH)rdquo

Arq Bras Endocrinol Metab 2009 531 pag108

A proacutepria definiccedilatildeo de osteoporose pela Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede reunida em

Hong Kong em 1994 estabeleceu criteacuterios diagnoacutesticos baseados em valores obtidos pela

densitometria oacutessea classificando como osteopecircnicas aquelas mulheres que apresentarem-se

entre 1 e 25 desvios-padratildeo (DP) abaixo da meacutedia para adultas jovens e de osteoporoacuteticas as

que se encontrarem com mais de 25 DP abaixo da meacutedia para adultas jovens (Castro et al

1999 WHO 1999)

A densitometria oacutessea apresenta como desvantagens no entanto o fato de utilizar uma

fonte de radiaccedilatildeo ionizante e possuir um elevado custo que limita seu uso em estudos

populacionais principalmente em nosso paiacutes onde os recursos destinados agrave sauacutede da

populaccedilatildeo mais carente satildeo miacutenimos Sempre tentando diminuir o impacto dos gastos com

21

sauacutede eacute estimulada a busca por meacutetodos natildeo poluentes e mais baratos mas que tragam as

mesmas informaccedilotildees que os meacutetodos jaacute estabelecidos Em funccedilatildeo disto a USO vem sendo

avaliada e alguns resultados promissores tecircm sido apresentados (Castro et al 1999) Baseia-se

na modificaccedilatildeo das caracteriacutesticas de ultrassom transmitido atraveacutes de ossos de localizaccedilatildeo

mais superficiais como no calcacircneo tiacutebia falanges ou patela Os sistemas atuais se

constituem de dois transdutores sendo um transmissor e outro receptor posicionados em

locais diferentes do osso a ser estudado Os aparelhos existentes entre noacutes avaliam o

calcacircneo osso predominantemente trabecular atraveacutes das medidas de velocidade de

transmissatildeo do ultrassom (SOS em ms) e da atenuaccedilatildeo da frequumlecircncia do ultrassom (BUA em

dBMHz) (Kanis et al 2008) Novamente de acordo com a orientaccedilatildeo da Sociedade Brasileira

de Densitometria Cliacutenica de 2008 as recomendaccedilotildees para ultrassonometria oacutessea satildeo

(Brandatildeo et al 2009)

rdquoO uacutenico siacutetio validado para o uso cliacutenico da USO em osteoporose eacute o calcacircneo

Equipamentos de USO de calcacircneo validados satildeo capazes de estimar fratura por

fragilidade em mulheres na poacutes-menopausa e em homens com idade superior a 65 anos

independentemente da densidade mineral oacutessea medida em equipamentos de DMO

central

A correlaccedilatildeo entre os resultados obtidos por USO e DMO ccccccc entral eacute

moderada

USO do calcacircneo associada a fatores de risco cliacutenicos podem ser usados para

identificar populaccedilatildeo com baixa probabilidade de fratura na qual avaliaccedilatildeo adicional

natildeo seja mais necessaacuteria

Medidas de DMO central na coluna e no fecircmur constituem o meacutetodo de escolha para a

tomada de decisatildeo terapecircutica Entretanto se a DMO central natildeo for acessiacutevel o

tratamento farmacoloacutegico pode ser iniciado se a probabilidade de fratura avaliada pelo

USO do calcacircneo com pontos de corte especiacuteficos associados a fatores de risco

cliacutenicos for suficientemente alta

Equipamentos de USO natildeo satildeo clinicamente uacuteteis no monitoramento de efeitos

esqueleacuteticos dos medicamentos disponiacuteveis para o tratamento da osteoporoserdquo

Arq Bras Endocrinol Metab 2009 531 pag110

22

Em 2003 foi realizada uma dissertaccedilatildeo de mestrado (Oliveira et al 2007) sobre a

utilizaccedilatildeo do USO para estimar a prevalecircncia de risco aumentado de fraturas em uma

populaccedilatildeo de mulheres na poacutes menopausa residentes da Ilha de Paquetaacute Em trabalho

realizado por Oliveira e cols nesta instituiccedilatildeo Foi realizado um estudo transversal com

recrutamento de 385 mulheres residentes da Ilha Todas as mulheres responderam a

questionaacuterio previamente estruturado e foram submetidas a medidas antropomeacutetricas e a

USO As medidas de USO foram realizadas segundo o manual do fabricante A idade da

populaccedilatildeo estudada variou entre 42 e 95 anos Os resultados encontrados mostram que

5922 da amostra apresentava algum tipo de alteraccedilatildeo a USO com t score menor que -1

Esse grupo era composto por mulheres mais idosas com menor peso menor altura e menor

percentual de gordura quando comparado com o grupo com t score lt ndash 1 Foi encontrado que

1688 das pesquisadas possuiacuteam alto risco para fraturas com t score lt -25 E as mulheres

do grupo de alto risco tinham maior peso e IMC paracircmetros conhecidos como protetores

Embora divergente da literatura a autora atribui esses resultados a caracteriacutesticas das

mulheres mais idosas em um contexto social de baixa escolaridade e renda (Oliveira et al

2007)

23

5 Materiais e Meacutetodos

51 Populaccedilatildeo

A Ilha de Paquetaacute dista aproximadamente 15 km da Praccedila XV no Centro da Cidade

do Rio de Janeiro sendo a principal ilha do arquipeacutelago de Paquetaacute situada ao nordeste da

Baiacutea de Guanabara A populaccedilatildeo e frequecircncia da Ilha satildeo extremamente sazonais sendo

aproximadamente 2200 domiciacutelios (entre moradores e veranistas) Os moradores fixos

correspondem a 4500 pessoas em sua maioria de famiacutelias antigas na Ilha das quais 208

satildeo idosos ultrapassando ateacute mesmo a meacutedia nacional que eacute em torno de 12 (IBGE

2009a) Este iacutendice faz de Paquetaacute o erceiro bairro em nuacutemero de idosos no municiacutepio sendo

que sua populaccedilatildeo pode ser considerada envelhecida segundo os criteacuterios da Organizaccedilatildeo

Mundial da Sauacutede (OMS 2003) Embora a maioria da populaccedilatildeo seja branca existem 109

de negros 256 de pardos e 01 de iacutendios Cerca de 90 dos domiciacutelios possuem aacutegua

tratada e 9957 tratamento de esgoto As famiacutelias residentes nesta regiatildeo satildeo compostas em

meacutedia por trecircs pessoas com rendimento meacutedio per capita de 301 salaacuterios miacutenimos (IPEA

2000) e o transporte urbano eacute feito basicamente a peacute por bicicletas ou charretes puxadas por

ciclistas (IBGE 2009a)

52 Tipo de estudo

Foi realizado um estudo de coorte prospectivo na ilha de PaquetaacuteRJ no ano de 2011

Foram inicialmente alocadas todas as mulheres que participaram do estudo anterior

desenvolvido no ano de 2003 (Oliveira et al 2007)

24

53 Criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo

Os criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo foram os mesmos utilizados do estudo anterior

(Oliveira et al 2007) Sendo os criteacuterios de inclusatildeo as mulheres que estavam na menopausa

e que tinham residecircncia fixa na Ilha de Paquetaacute e os criteacuterios de exclusatildeo a historia pessoal

de doenccedilas que sabidamente afetam o metabolismo oacutesseo direta ou indiretamente (como

artrite reumatoacuteide luacutepus eritematoso sistecircmico hiperparatireoidismo osteogecircnese imperfeita)

e as neoplasias malignas exceto carcinoma basocelular de pele

54 Alocaccedilotildees de pacientes

A populaccedilatildeo elegiacutevel era constituiacuteda pelas 385 mulheres alocadas no estudo inicial

(Oliveira et al 2007) No trabalho de Oliveira et al (2007) foi realizado um estudo transversal

com recrutamento por auto-seleccedilatildeo ou demanda espontacircnea no ano de 2003 na Ilha de

Paquetaacute Rio de Janeiro Brasil Foram estudadas 385 mulheres na poacutes-menopausa

(diagnoacutestico cliacutenico) residentes no local apoacutes a aplicaccedilatildeo dos criteacuterios de exclusatildeo

(existecircncia de pino metaacutelico ou edema com cacifo em ambos os peacutes ou impossibilitadas de

posicionar os peacutes no aparelho de ultra-sonometria oacutessea) Todas as mulheres responderam na

eacutepoca a um questionaacuterio e foram submetidas a medidas antropomeacutetricas e agrave USO

No presente estudo considerando uma significacircncia de 95 e um poder de 80 uma

prevalecircncia de 15 de fraturas na populaccedilatildeo de risco (Clark et al 2009) o tamanho amostral

previsto foi de 130 mulheres Poreacutem devido agraves perdas o tamanho amostral final foi de 86

pacientes

Atraveacutes do banco de dados jaacute existente todas as pacientes foram re-contactadas As

mulheres foram localizadas atraveacutes de telefonemas e comparecimento no hospital local onde

25

eacute realizado a atenccedilatildeo baacutesica de sauacutede Foram realizados pelo menos 2 telefonemas com

intervalo de 1 semana entre eles Como ldquoperdasrdquo foram consideradas as pacientes natildeo

encontradas apoacutes os dois telefonemas (035 dos telefones estavam errados e 049 das

pacientes tinham telefone quebrado ou ocupado) pacientes que natildeo quiseram ou natildeo

puderam responder ao questionaacuterio (008) e pacientes falecidas (006)

As pacientes selecionadas foram submetidas a um questionaacuterio de avaliaccedilatildeo de fatores

relacionados agrave fragilidade oacutessea conhecido como European Vertebral Osteoporosis Study

(EVOS) jaacute validado previamente para o portuguecircs (OrsquoNeill et al 1996) e jaacute utilizados em

importantes estudos (Pinheiro et al 2006 Clark et al 2009) O questionaacuterio EVOS eacute

composto por dados soacutecio-demograacuteficos (idade estado civil escolaridade cor renda familiar

e nuacutemero de dependentes desta haacutebitos de vida) e histoacuteria reprodutiva pessoal sumaacuteria

(idade da menarca idade da menopausa tipo de menopausa) Os dados antropomeacutetricos

foram aferidos segundo criteacuterios adotados internacionalmente com medidas de peso e altura

observando intervalos de 01kg e 001m respectivamente

A definiccedilatildeo de fratura por fragilidade oacutessea foi a mesma utilizada por Pinheiro et al

(2010a) como aquela resultante de uma queda da proacutepria altura ou trauma menos intenso em

indiviacuteduos com 50 anos ou mais em siacutetios esqueleacuteticos especiacuteficos antebraccedilo fecircmur

costelas veacutertebras e uacutemero E a documentaccedilatildeo de fraturas foi realizada atraveacutes de relato da

paciente (fratura referida) As fraturas traumaacuteticas (apoacutes acidente automobiliacutestico ou outras

condiccedilotildees sob forte impacto) ou as de baixo impacto natildeo relacionadas agrave osteoporose (como

por exemplo as de face tornozelo metacarpo falanges) natildeo foram consideradas

O estudo obedeceu aos criteacuterios de eacutetica preconizados pela resoluccedilatildeo no 19696 do

Conselho Nacional de Sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede e foi aprovado previamente pelo Comitecirc

26

de Eacutetica em Pesquisa da FiocruzIFF e pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Prefeitura Todas

as mulheres assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido antes de qualquer

procedimento

55 Anaacutelise Estatiacutestica

Os dados foram registrados em planilha Excel e analisados pelo programa Statistical

Package for Social Sciences (SPSS) versatildeo 170 Para avaliar diferenccedilas entre os grupos as

variaacuteveis categoacutericas foram avaliadas pelo Qui-quadrado de Pearson ou o teste exato de

Fisher A relaccedilatildeo entre as variaacuteveis categoacutericas e ordinal e entre as variaacuteveis numeacutericas foi

avaliada pelo teste de Mann-Whitney que eacute um teste natildeo-parameacutetrico que equivale ao teste t

escolhido pelo tamanho da amostra A relaccedilatildeo entre as variaacuteveis numeacutericas foi avaliada pelo

coeficiente de Sperman que eacute uma estatiacutestica natildeo parameacutetrica utilizada para dados natildeo

normais eou amostra pequena Para todos os testes o niacutevel de significacircncia adotado foi de

5 A variaacutevel dependente foi a presenccedila de fratura (sim ou natildeo) e as variaacuteveis

independentes foram idade (em anos) resultado de USO (normal ou alterado) tempo de

menopausa (em anos) siacutetio de localizaccedilatildeo de fraturas IMC (abaixo do pesonormal

sobrepeso obeso) tabagismo (fumante ou natildeo fumante) atividade fiacutesica (leve

moderadapesada) frequecircncia diaacuteria de ingestatildeo de leite (em coposdia) e as variaacuteveis

binaacuterias como o histoacuterico familiar de fratura de quadril osteoporose uso de anticoncepcional

ausecircncia de menstruaccedilatildeo retirada de uacutetero ou ovaacuterios amamentaccedilatildeo paciente acamado e

etilismo O caacutelculo do risco relativo (RR) foi feito para avaliar a relaccedilatildeo entre o USO e a

presenccedila de fraturas Para isso foi considerado pacientes com USO normal aqueles com

resultados do T-score gt-11 e USO alterado aqueles com T-score lt-11 O niacutevel de atividade

fiacutesica foi classificado em atividade leve (trabalho burocraacutetico em escritoacuterio na maior parte

do tempo sentado) atividade moderada (trabalhos na maior parte do tempo em peacute como

27

vendedor e dona-de-casa) atividade pesada (enfermeira empregada domeacutestica) Oliveira et al

2010) Para caacutelculo aproximado da ingestatildeo alimentar diaacuteria de caacutelcio utilizou- se uma

adaptaccedilatildeo da Tabela Brasileira de Composiccedilatildeo de Alimentos 1 fatia queijo (90mg) 1 copo

de iogurte (1212mg) 1 copo leite (257mg) 1 bola se sorvete (135mg) E no final todos esses

alimentos foram convertidos em quantidade ingerida de copos de leite

28

6 Resultados Encontrados

61 Gerais

As caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas da populaccedilatildeo estudada estatildeo listadas na

tabela 1 A idade meacutedia das pacientes foi de 725 anos (DPplusmn 87) com a idade da menopausa

460 anos (DPplusmn 61) o tempo de menopausa 261 anos (DPplusmn 97) e o IMC de 264 (kgm2)

(DPplusmn 55) Essas caracteriacutesticas quando comparadas com o estudo anterior de 2003 (tabela

2) confirmam tratar-se da mesma populaccedilatildeo Apenas a idade e o tempo de menopausa

evidenciam ser a nossa populaccedilatildeo mais idosa Fator que se justifica pelo tempo ocorrido entre

os dois estudos

A incidecircncia de fratura por fragilidade oacutessea encontrada foi de 21 evidenciado no

graacutefico 1 Os principais siacutetios de fratura satildeo analisados na tabela 3 tendo como sitio principal

o antebraccedilo com 50 seguido pelo peacute com 192 e uacutemero 145 Jaacute na tabela 4 e no graacutefico

2 pode ser observado que a idade da populaccedilatildeo estudada variou entre 54 e 97 anos com meacutedia

de 72 anos com DP plusmn 90 No grupo de pacientes fraturadas 50 tinham entre 65 e 79 anos

sugerindo ser essa faixa etaacuteria mais susceptiacutevel as fraturas por fragilidade oacutessea

62 USO preacutevia X Fraturas

Foi verificado na tabela 5 a associaccedilatildeo entre o resultado da (USO) preacutevia e o desfecho

fraturas por fragilidade oacutessea De todas as pacientes que fizeram USO no estudo inicial 66

participaram deste estudo Das 50 pacientes que tiveram o USO alterado 22 tiveram

fraturas nesse periacuteodo E as pacientes com USO considerada normal 194 tiveram fraturas

por fragilidade oacutessea O RR= 113 (IC95 048 - 263) sugere que as mulheres que tiveram

29

USO alterado tem um risco de fraturar de 13 maior em relaccedilatildeo as pacientes com resultado

de USO considerado normal

63 Caracteriacutesticas cliacutenicas e comportamentais X Fratura

As pacientes foram analisadas quanto as variaacuteveis clinicas e comportamentais

Considerando a tabela 6 as pacientes que tiveram fraturas se mostraram com maior

sobrepeso ou obesas (722) com maior historia familiar de fratura de quadril (133) e

com maior diagnostico de osteoporose (471) do que as pacientes sem fraturas (p

valorgt005) Jaacute o uso de anticoncepcional ou o uso de reposiccedilatildeo hormonal natildeo se mostraram

ser relevantes para ocorrecircncia de fraturas nessa amostra E 235 das pacientes acamadas por

mais de dois meses sofreram alguma fratura com p valor lt005 Evidenciando associaccedilatildeo

entre a paciente ficar acamada por mais de dois meses e sofrer fratura por fragilidade oacutessea

Avaliando a tabela 7 foi notado que apenas 125 das pacientes que tiveram fratura eram

tabagistas e 167 eram etilistas natildeo se mostrando essas caracteriacutesticas como fatores de

risco A atividade fiacutesica moderadapesada ateacute 25 anos e acima de 50 anos apresentou

percentuais de 441 e 382 respectivamente Aleacutem disso entre 25 e 50 anos 444 das

pacientes com atividade fiacutesica moderadapesada tiveram fraturas e 441 das pacientes natildeo

tiveram fraturas para essa faixa etaacuteria (p valor gt005) Sendo assim natildeo houve associaccedilatildeo

entre a atividade fiacutesica e as fraturas Em relaccedilatildeo ao item ingestatildeo de leite apoacutes os 50 anos

456 das pacientes que natildeo tiveram fraturas ingeriam de 1 a 2 copos de leite por dia e

apenas 44 ingeriam mais de 3 copos de leite por dia No caso das pacientes que tiveram

fraturas apoacutes os 50 anos foi observado que 50 ingeriam de 1 a 2 copos de leite por dia e

167 ingeriam 3 copos ou mais de leite

30

64 Tempo de menopausa X Fratura

As pacientes foram avaliadas graacutefico 3 para verificar a associaccedilatildeo entre o tempo de

menopausa e o desfecho das fraturas A mediana do tempo de menopausa encontrado em

ambos os grupos foi de 262 com DP de plusmn98 Metade das pacientes que tiveram fraturas tem

entre 193 e 293 anos de menopausa com DP de plusmn72 A correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade

tempo de menopausa e IMC foi observado na tabela 8 onde evidenciada uma associaccedilatildeo

positiva entre a idade e o tempo de menopausa nos grupos de pacientes com e sem fraturas

Assim como foi verificado uma associaccedilatildeo negativa de quanto maior a idade e o tempo de

menopausa menor o IMC

31

Graacutefico 1

Graacutefico 2

32

Graacutefico 3

33

Tabela 1- Caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas das

mulheres poacutes menopausa (n=86)

Caracteriacutesticas Meacutedia plusmn desvio padratildeo

Idade (anos) 7255 plusmn 897

Idade da

menarca (anos) 1324 plusmn 184

Idade da

menopausa

(anos)

4608 plusmn 614

Tempo de

menopausa

(anos)

2618 plusmn976

Peso (kg)sect 6342 plusmn 1055

Altura (m)deg 155 plusmn 008

IMC (kgm2) 2643 plusmn 557

n=85 sectn=83 ordmn=82 n=81 n=80

Tabela 2-Caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas das

mulheres poacutes menopausa em 2003

Caracteriacutesticas Meacutedia plusmn desvio padratildeo

Idade (anos) 6463plusmn1270

Idade da

menarca (anos)

1304 plusmn 193

Idade da

menopausa

(anos)

4755 plusmn 601

Tempo de

menopausa

(anos)

1700 plusmn 1076

Peso (kg)sect 6533 plusmn 1270

Altura (m)deg 155 plusmn 006

IMC (kgm2) 2696 plusmn 477

34

Tabela 3 ndash Incidecircncia de fraturas em mulheres poacutes menopausa segundo a

localizaccedilatildeo de fratura 2003-2011

Tipo da fratura

n

Veacutertebra 1 38

Fecircmur 1 38

Costela 2 77

Antebraccedilo 13 500

Uacutemero 4 145

Peacute 5 192

Total 26 1000

Nota Algumas pacientes tiveram mais de uma fratura no periacuteodo

Tabela 4- Relaccedilatildeo entre idade e fratura nas mulheres na poacutes menopausa

Total

Fratura

Idade (anos) Natildeo Sim

N () n () n ()

54 a 64 anos 18 209 14 206 4 222

65 a 79 anos 48 558 39 574 9 500

80 a 97 anos 20 233 15 221 5 278

Total 86 1000 68 1000 18 1000

Meacutedia (DP) 725 (90) 713 (77) 729 (93)

Nota P-valor pelo teste de Mann-Whitney=0813

35

Tabela 5 - Incidecircncia de fratura em mulheres poacutes-menopausa segundo

resultado da USO 2003-2011

Resultado da

USO

Total

Fratura p-valor

Sim Natildeo

n n

()

IC95 n

()

Normal 36 7 194

89 -

3472

29 806

0496

Alterado 50 11 220

121 -

350

39 780

Total 86 18 209

133 -

305

68 791

Nota Risco relativo = 113 (IC95 048 - 263)

36

Tabela 6 ndash Caracteriacutesticas cliacutenicas de mulheres poacutes-menopausa segundo

fratura (n=86)

Fratura

Natildeo (n=68) Sim (n=18) Total

n ( ) n ( )

IMC

Abaixo do pesoNormal 24 (353) 5 (278) 28 0792

Sobrepeso 27 (397) 9 (500) 36

Obeso 17 (250) 4 (222) 21

Histoacuterico familiar de fratura de quadril

Natildeo 66 (985) 13 (867) 79 0085

Sim 1 (15) 2 (133) 3

Osteoporose

Natildeo 44 (800) 9 (529) 53 0055

Sim 11 (200) 8 (471) 19

Uso de anticoncepcional

Natildeo 32 (485) 10 (556) 42 0791

Sim 34 (515) 8 (444) 42

Ausecircncia de mentruaccedilatildeo

Natildeo 60 (909) 16 (941) 76 1000

Sim 6 (91) 1 (59) 7

Retirou o uacutetero

Natildeo 46 (687) 9 (500) 55 0170

Sim 21 (313) 9 (500) 30

Retirou os ovaacuterios

Natildeo 53 (815) 11 (647) 64 0187

Sim 12 (185) 6 (353) 18

Reposiccedilatildeo hormonal

Natildeo 51 (761) 13 (722) 64 0763

Sim 16 (239) 5 (278) 21

Amamentou

Natildeo 14 (206) 4 (222) 18 1000

Sim 54 (794) 14 (778) 68

Acamado por mais de dois meses

Natildeo 63 (940) 13 (765) 76 0049

Sim 4 (60) 4 (235) 8

Caracteriacutesticas clinicas

p-valor do

teste exato

de Fisher

37

Tabela 7 - Caracteriacutesticas comportamentais de mulheres poacutes-menopausa segundo

fratura (n=86)

Fratura

Natildeo (n=68) Sim (n=18) Total

n ( ) n ( )

Tabagismo

Natildeo fumante 47 (758) 14 (875) 61 0499

FumanteEx-fumante 15 (242) 2 (125) 17

Etilismo no uacuteltimo ano

Natildeo 48 (706) 15 (833) 63 0376

Sim 20 (294) 3 (167) 23

Atividade fiacutesica ateacute os 25 anos

Leve 38 (559) 11 (611) 49 0792

ModeradaPesada 30 (441) 7 (389) 37

Atividade fiacutesica entre os 25 e 50 anos

Leve 38 (559) 10 (556) 48 1000

ModeradaPesada 30 (441) 8 (444) 38

Atividade fiacutesica acima dos 50 anos

Leve 42 (618) 12 (667) 54 0789

ModeradaPesada 26 (382) 6 (333) 32

Frequecircncia diaacuteria de leite ateacute 25 anos

Nenhummenos 1 copodia 34 (500) 8 (444) 42 0910

1 a 2 coposdia 31 (456) 9 (500) 40

3 coposdia ou mais 3 (44) 1 (56) 4

Frequecircncia diaacuteria de leite apoacutes 50 anos

Nenhummenos 1 copodia 34 (500) 6 (333) 40 0103

1 a 2 coposdia 31 (456) 9 (500) 40

3 coposdia ou mais 3 (44) 3 (167) 6

Caracteriacutesticas

comportamentais

p-valor do

teste exato

de Fisher

Tabela 8- Coeficientes de correlaccedilatildeo de Spearman (rs) entre idade IMC e tempo de

menopausa em mulheres poacutes-menopausa

Variaacuteveis

IMC IdadeTempo de

menopausa

r s 1 -0144 -0151

p-valor 0569 0550

r s -0227 1 0736

p-valor 0074 lt0001

r s -0295 0761 1

p-valor 0020 lt0001

Variaacuteveis

IMC

Idade

Tempo de menopausa

Nota o triacircngulo superior direito (parte hachurada) se refere agraves correlaccedilotildees para as mulheres com

fratura e o inferior esquerdo (parte natildeo hachurada) agraves mulheres sem fratura

38

7 Discussatildeo

No Brasil os principais fatores cliacutenicos de risco para fraturas por fragilidade oacutessea

eram extrapolados a partir de estudos internacionais O estudo vem acrescentar informaccedilotildees

para se conhecer os fatores relacionados agrave essas fraturas Nossos resultados revelam que a

idade avanccedilada a historia familiar de fratura de quadril o diagnoacutestico de osteoporose e

tambeacutem o paciente ficar acamado por mais de 2 meses foram considerados fatores de risco

para fraturas por fragilidade oacutessea

Esse estudo mostrou concordacircncia com a Johnell amp Kanis (2006) onde o principal

siacutetio mundial de fratura por fragilidade oacutessea nas mulheres apoacutes a menopausa foi o antebraccedilo

Segundo o estudo Latin American Vertebral Osteoporosis Study (LAVOS) (Clark et al

2009) a fratura vertebral eacute a mais prevalente da ameacuterica latina com uma prevalecircncia de

142 diferente do nosso estudo onde a coluna vertebral e o colo do fecircmur aparecem

juntos em uacuteltimo lugar na lista de incidecircncia dos siacutetios de fratura Isso pode ser atribuiacutedo

devido a diferenccedila nos criteacuterios de definiccedilatildeo de fraturas pois no LAVOS optou-se pela

medida radiograacutefica do local de fraturas enquanto no nosso estudo as fraturas foram referidas

pelas pacientes

Os consensos sobre osteoporose tecircm propostos algoritmos para identificar indiviacuteduos

de alto risco para fraturas (Kanis et al 2008 WHO 1999) Para tanto a associaccedilatildeo de fatores

de risco para fraturas com a medida da USO eacute de suma importacircncia embora sejam poucas as

pacientes que tecircm oportunidade de realizar esse exame (Oliveira et al 2007) Assim o

presente trabalho mostrou um risco para fraturas por fragilidade oacutessea 13 maior nas

pacientes com resultado de USO alterada em relaccedilatildeo as pacientes que tiveram resultados de

39

USO normais vindo de encontro aos resultados encontrados por Oliveira et al (2007)

Corroborando o USO como um meacutetodo confiaacutevel para a prediccedilatildeo de fraturas

E semelhante a Pinheiro et al (2010a) o presente estudo revelou que os principais

fatores de risco para fraturas por fragilidade oacutessea satildeo a idade avanccedilada a historia familiar de

fratura de quadril e a presenccedila de osteoporose Isso pode ser atribuiacutedo ao fato de que no

estudo de Pinheiro et al (2010a) assim como no nosso estudo a populaccedilatildeo ser

predominantemente de mulheres acima dos 65 anos e viverem em aacuterea urbana tendo haacutebitos

de vida parecidos

O achado em nosso estudo que apresentou significacircncia estatiacutestica refere-se ao fator

de risco ldquopaciente acamado por mais de dois mesesrdquo como disposto na literatura (Pinheiro et

al 2010b Demir et al 2008) O que acontece eacute que com o paciente acamado por tempo

prolongado um maior remodelamento oacutesseo eacute observado Os osteoclastos responsaacuteveis pela

absorccedilatildeo oacutessea sobrepotildee os osteoblastos predispondo as fraturas por fragilidade oacutessea

(Fyhrie amp Schaffler 1994) Assim observou-se no estudo que 235 das pacientes

acamadas por mais de dois meses sofreram alguma fratura por fragilidade oacutessea com p valor

lt005 Isso reafirma a associaccedilatildeo entre a paciente ficar acamada por mais de dois meses e

sofrer fratura por fragilidade oacutessea Por outro lado o exerciacutecio fiacutesico que estaacute sabidamente

relacionado ao aumento da resistecircncia muscular do equiliacutebrio e da flexibilidade contribuindo

para a reduccedilatildeo da perda oacutessea e melhora da sauacutede em geral (Chan 2003) natildeo se mostrou

como fator de proteccedilatildeo neste estudo Provavelmente devido ao baixo percentual encontrado

de pacientes que praticavam atividade fiacutesica moderada ou pesada

O elevado IMC e a terapia de reposiccedilatildeo hormonal natildeo desempenharam papel protetor

na nossa populaccedilatildeo como seria o esperado por estudos anteriores (Pinheiro et al 2010c

40

Buttros et al 2011) Ao contrario o sobrepeso e obesidade foram considerados fatores de

risco Isso pode ser atribuiacutedo ao IMC meacutedio dessa populaccedilatildeo ser 264 (kgm2) (DPplusmn 55)

limiacutetrofe para sobrepeso Embora esse dado demonstre contrariedade com a literatura que

estabelece relaccedilatildeo inversa entre obesidade e fraturas por fragilidade oacutessea em nosso estudo

ter maior peso e IMC natildeo seriam fatores de risco para fraturas e sim caracteriacutesticas das

mulheres mais idosas em um contexto social de baixa escolaridade e renda Esse fato eacute

confirmado pelos resultados da Pesquisa Nacional sobre Sauacutede e Nutriccedilatildeo ( Batista F et al

2003) que demonstraram caraacuteter ascendente da obesidade nos estratos de mulheres com baixa

renda residentes na regiatildeo Sudeste

Aleacutem disso haacutebitos de vida como tabagismo e etilismo sabidamente relacionados agrave

maior risco para fraturas por fragilidade oacutessea (Pinheiro et al 2010) tambeacutem natildeo se

mostraram estar associados nesse estudo

A necessidade de caacutelcio do ser humano varia ao longo da vida e uma ingestatildeo

adequada para mulheres acima de 50 anos eacute de 1200 mg pois com a idade o corpo

naturalmente perde um pouco da capacidade de absorccedilatildeo de minerais (Nuacutecleo de Estudos e

Pesquisas em Alimentaccedilatildeo 2006) O fato de apenas 44 das mulheres que natildeo tiveram

fraturas e 167 das mulheres que tiveram fraturas ter referido consumo superior a

900mgdia (3 ou mais copos) foi fator de surpresa principalmente levando-se em conta o PIB

per capita da cidade superior ao da maioria dos municiacutepios brasileiros (IPEA 2000)

Assim como em estudos preacutevios (Pinheiro et al 2010c NHI 2001 Demir et al

2008) nossos dados tambeacutem demonstraram o hipoestrogenismo como importante fator de

risco para fraturas por fragilidade oacutessea jaacute que as pacientes com fratura tecircm entre 19 e 29

anos de menopausa Em recente estudo Demir et al (2008) estudaram 2769 mulheres na

41

poacutes-menopausa correlacionando a ocorrecircncia de osteoporose com o tempo de menopausa

Demonstraram que 106 das pacientes com ateacute trecircs anos de poacutes-menopausa tinham

osteoporose contra 329 das pacientes com sete anos ou mais Acredita-se que a deficiecircncia

estrogecircnica seja responsaacutevel por dois terccedilos da perda de massa oacutessea levando

consequentemente agraves fraturas por fragilidade oacutessea assim como observado (Position

statement of the North American Menopause Society 2010)

Os dados deste estudo podem ser limitados pois apesar de tratar-se de uma coorte as

participantes reportaram dados referentes a estilo de vida dieta antecedentes familiares e

pessoais o que pode ter ocasionado algum vieacutes recordatoacuterio Outra limitaccedilatildeo eacute que como

avaliado por Oliveira et al (2007) esta populaccedilatildeo apresenta a maior parte das mulheres com

baixo niacutevel socioeconocircmico e escolaridade sem acesso agrave adequada educaccedilatildeo nutricional e agrave

atividade fiacutesica orientada Por outro lado resultados encontrados sem significacircncia estatiacutestica

podem ter sido ocasionados pelo tamanho amostral reduzido devido a dificuldade de

rastreamento da populaccedilatildeo uma vez que a unidade de sauacutede natildeo atualizou o endereccedilo e

telefone das mulheres eleitas para o estudo Talvez se tivesse sido realizado contato anual

com essas mulheres natildeo teriacuteamos perdido o seguimento delas

42

8 Conclusatildeo

Devido agrave sua alta prevalecircncia e associaccedilatildeo com mortalidade e incapacidade a fratura

devido agrave fragilidade oacutessea deve ser considerada um problema de sauacutede puacuteblica no Brasil

Apesar das limitaccedilotildees o presente estudo foi realizado de forma prospectiva em mulheres

brasileiras na poacutes-menopausa devendo os seus resultados serem levados em consideraccedilatildeo

para a formulaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas de sauacutede para a prevenccedilatildeo e estrateacutegias de tratamento

para as fraturas Os fatores de risco encontrados como a idade avanccedilada a histoacuteria familiar

de fratura de quadril e a presenccedila de osteoporose devem ser acompanhados e combatidos para

tentar-se diminuir o risco para as fraturas Assim como o USO mostrou ser um meacutetodo

confiaacutevel para avaliar o risco para fraturas podendo ser implementado em maior escala do

que a atual Entatildeo acreditamos que novos estudos prospectivos com uma amostra mais

representativa devam ser realizados para se confirmar os fatores associados a fraturas por

fragilidade oacutessea na populaccedilatildeo brasileira para cada vez mais conhecermos o perfil da nossa

populaccedilatildeo e termos subsiacutedios para combater esse agravo

43

9 Referecircncias Bibliograacuteficas

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48

10 Anexo 1 - Instrumento de coleta - EVOS (EUROPEAN VERTEBRAL

OSTEOPOROSIS STUDY)

Data _________

Nome________________________________________________________

Endereco_____________________________________________________

Fone _____________ Data de nascimento _________ RG

1- Dados antropomeacutetricos

Peso (Kg) Altura (m) IMC

2- Dados Ginecoloacutegicos

Idade da primeira menstruacao anos

Vocecirc jaacute usou piacutelula anticoncepcional por mais de 3 meses

sim natildeo natildeo sei

Vocecirc jaacute ficou algum periacuteodo em sua vida sem menstruar antes da menopausa (exceto se

gravidez) sim natildeo natildeo sei

Idade da ultima menstruaccedilatildeo anos

Numero de filhos

Vocecirc fez cirurgia para retirar o uacutetero sim com Idade ____ (anos)

natildeo natildeo sei

E para retirar os ovaacuterios (um ou os dois) sim idade ___ (anos)

natildeo natildeo sei

Vocecirc fez reposiccedilatildeo hormonal apos a menopausa sim natildeo natildeo sei

Se sim quando iniciado o periacuteodo foi superior a 1 ano sim natildeo natildeo sei

49

Vocecirc notou os seguintes sintomas na menopausa

calores sim natildeo natildeo sei

depressatildeo sim natildeo natildeo sei

insocircnia sim natildeo natildeo sei

outros sim natildeo natildeo sei

Vocecirc amamentou sim natildeo natildeo sei

Se sim quantas crianccedilas vocecirc amamentou por mais que 3 meses

3- Dados familiares

Em sua famiacutelia (pai matildee irmatildeos) existe historia de fratura de quadril apos os 50 anos de

idade sim natildeo natildeo sei

4- Histoacuteria de fratura

Vocecirc jaacute teve alguma fratura sim natildeo natildeo sei

Se sim em qual sitio esqueleacutetico com que idade e qual foi o tipo de trauma

Sitio Numero Idade (anos) Niacutevel do trauma

Vertebra

Fecircmur (colo trocanter)

Costela

Antebraccedilo

Uacutemero

Pe

Outras

Vocecirc sabe que tem osteoporose sim tenho natildeo natildeo tenho natildeo sei

5- Aacutelcool

Com que frequecircncia vocecirc bebeu no ultimo ano

Diariamente 5-6 dsem 3-4 dsem

50

1 -2 dsem lt 1 dsem nunca

Tipo de bebida destilados (uiacutesque cachaccedila vodka)

fermentados (cerveja vinho)

6- Imobilizaccedilatildeo

Vocecirc jaacute ficou acamado por um periacuteodo superior a 2 meses

sim natildeo natildeo sei

Se sim foi antes ou apos os 25 anos de idade

ano passado nunca

7- Fumo

Vocecirc fumou cigarro ou usou outras formas de fumo (cachimbo ou charuto)

atualmente no passado nunca

Com que idade iniciou anos

Se parou com que idade anos

Numero de cigarrosdia

8- Atividade Fiacutesica

Quantas tempo costuma passar diariamente ao ar livre caminhando ou andando de bicicleta

nenhuma a 1 h superior a 1 h

Qual a sua atividade fiacutesica durante diferentes periacuteodos de sua vida adulta

Ate os 25 anos 25 a 50 anos acima 50 anos

Niacutevel 1 (leve) 2 (moderada) 3 (pesada) 4

(muito pesada)

9- Impacto

Como vocecirc descreveria sua sauacutede geral neste momento

muito boa boa satisfatoacuteria regular ruim

10- Interrogatoacuterio sobre drogas

51

Vocecirc jaacute usou alguma medicaccedilatildeo oral ou injetaacutevel contendo corticosteroides por mais de 3

meses sim natildeo natildeo sei

Vocecirc jaacute usou alguma desses remeacutedios

Droga sim natildeo sei tempo

(meses)

parou ha quanto tempo

Hormocircnios

masculinos

Hormocircnios

femininos

Calcitonina

Fluacuteor

Caacutelcio

Vitamina D

Anabolizantes

Diureacuteticos

tiazidicos

11- Ingestatildeo de caacutelcio

Com que frequecircncia vocecirc comeu produtos derivados do leite na semana passada

(diassemana)

queijo amarelo queijo branco iogurte leite sorvete

Para os periacuteodos indicados abaixo com que frequecircncia vocecirc recebeu leite

ate 25 anos 25 a 50 anos Acima de 50 anos

Todas as refeiccedilotildees (3 ou + coposdia)

1-2 coposdia

52

Toda semana mas natildeo todo dia

lt 1 vezsemana

53

11 Anexo 2 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Projeto de Pesquisa Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade

oacutessea em mulheres na menopausa

Pesquisador responsaacutevel Dra Lizanka Paola F Marinheiro

Instituiccedilatildeo responsaacutevel Instituto Fernandes Figueira

Vocecirc estaacute sendo convidado a participar do projeto de pesquisa intitulado

Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea em mulheres na

menopausa por que vocecirc participou do estudo anterior realizado haacute 7 anos sobre a

osteoporose e suas consequumlecircncias

54

A osteoporose e uma doenccedila que se caracteriza pela diminuiccedilatildeo da resistecircncia do osso

tornando-o mais fraacutegil Essa fragilidade aumenta o risco da pessoa que tem osteoporose de ter

fraturas mesmo com atividades comuns como tossir ou espirrar

Com isso esse trabalho deseja avaliar a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea na

populaccedilatildeo de mulheres na poacutes menopausa residente da Ilha de Paquetaacute apoacutes 7 anos de

seguimento do uacuteltimo estudo transversal

Vocecirc natildeo eacute obrigada a participar Mas se quiser vocecirc teraacute que responder a um

questionaacuterio Para participar vocecirc natildeo teraacute que pagar nada O resultado seraacute fornecido apenas

a vocecirc ningueacutem mais saberaacute Suas duvidas seratildeo esclarecidas e vocecirc devera continuar

acompanhamento com seu meacutedico assistente Se vocecirc natildeo quiser participar natildeo seraacute

submetida a nenhum constrangimento fiacutesico ou moral e seu atendimento no posto de sauacutede

natildeo seraacute prejudicado A participante poderaacute se retirar do estudo a qualquer momento que

julgar necessaacuterio sem prejuiacutezo para a mesma O resultado de toda a pesquisa seraacute divulgada e

atraveacutes de artigos cientiacuteficos em revistas encontros congressos ou similares sem a

divulgaccedilatildeo dos nomes de quem participou de forma sigilosa

Sua participaccedilatildeo no estudo natildeo implicaraacute em custos adicionais O (A) Sr (a) natildeo teraacute

qualquer despesa com a realizaccedilatildeo dos procedimentos previstos neste estudo que seratildeo

custeados pelo pesquisador responsaacutevel Tambeacutem natildeo haveraacute nenhuma forma de pagamento

pela sua participaccedilatildeo

Caso surja alguma duacutevida quanto agrave eacutetica do estudo o (a) Sr(a) deveraacute se reportar ao

Comitecirc de Eacutetica em Pesquisas envolvendo seres humanos ndash subordinado ao Conselho

Nacional de Eacutetica em Pesquisa oacutergatildeo do Ministeacuterio da Sauacutede atraveacutes de solicitaccedilatildeo ao

representante de pesquisa que estaraacute sob contato permanente ou contactando o Comitecirc de

Eacutetica em Pesquisa desta instituiccedilatildeo no telefone (21) 3971-1590 Eacute assegurado o completo

55

sigilo de sua identidade quanto a sua participaccedilatildeo neste estudo incluindo a eventualidade da

apresentaccedilatildeo dos resultados deste estudo em congressos e perioacutedicos cientiacuteficos

Eu________________________________________________________________________

residente do endereccedilo__________________________ fui informada dos objetivos e da

justificativa deste trabalho de forma clara e detalhada pela Dra Adriana de Mattos V da

Costa Recebi informaccedilotildees especificas sobre cada procedimento no qual estarei envolvida

dos desconfortos e riscos previstos tanto quanto dos benefiacutecios esperados Todas as minhas

duvidas foram respondidas com clareza e sei que poderei solicitar novos esclarecimentos a

qualquer momento Aleacutem disso sei que novas informaccedilotildees obtidas durante o estudo me seratildeo

fornecidas e que terei liberdade de retirar meu consentimento de participaccedilatildeo face a estas

informaccedilotildees sem prejuiacutezo para mim Aleacutem disto me foi entregue uma coacutepia da folha de

informaccedilotildees para os participantes a qual li compreendi e me deu plena liberdade para decidir

acerca da minha espontacircnea participaccedilatildeo nesta pesquisa Minha identidade jamais seraacute

publicada Os dados colhidos poderatildeo ser examinados por pessoas envolvidas no estudo com

autorizaccedilatildeo delegada do investigador e por pessoas delegadas pelo patrocinador Estou

recebendo uma coacutepia assinada deste Termo

Os pesquisadores responsaacuteveis pelo Projeto satildeo a Dra Lizanka Paola F Marinheiro e

sua aluna a Dra Adriana de Mattos Viveiros da Costa

56

Participante

Nome _________________________________

Assinatura________________________________

Data_________________________________________

Investigador

Nome____________________________________

Assinatura________________________________

Data_______________________________________

Pesquisadora

Nome______________________________________

Assinatura___________________________________

Data__________________________________________

Dra Lizanka Paola F Marinheiro

lizankaglobocom

tel 25541700

Dra Adriana de Mattos Vda Costa

adrianamattosmedyahoocombr

tel 87273315

Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa

Rua Afonso Cavalcanti 455 sala 710 ndash Cidade Nova -

Telefone 3971-1463

3

Agradecimento

Agradeccedilo a Deus por ter me amparado nesta jornada e ter me dado agrave oportunidade de chegar

ateacute aqui

Agrave minha orientadora Professora e Doutora Lizanka Paola Figueiredo Marinheiro por ter

acreditado em mim e me apoiado na construccedilatildeo desse trabalho

Agrave minha co-orientadora Dra Patriacutecia Pereira de Oliveira que mesmo de longe se fez perto

com suas ideias e criticas que tanto contribuiacuteram para dissertaccedilatildeo de mestrado

Agrave meacutedica Michelly Mota ginecologista do Hospital Municipal Manoel Artur Vilaboim por

ter aberto portas no local de realizaccedilatildeo desta pesquisa

Agrave Pauline Menezes por ter me auxiliado na coleta de dados

Agrave Ceciacutelia de Mattos por prontamente ter ajudado na traduccedilatildeo deste projeto

Aos professores e colegas de turma da poacutes-graduaccedilatildeo meu reconhecimento e eterna amizade

Ao meu esposo Cesar Amorim pelas palavras de conforto e incentivo em todos os momentos

dessa poacutes graduaccedilatildeo e a minha matildee Fatima Guimaraes de Mattos meus agradecimentos pela

presenccedila especial e essencial em todos os momentos da minha vida

E agrave minha filha Giovanna de Mattos Amorim que nasceu durante essa jornada e motivo da

minha maior alegria

4

Resumo

Introduccedilatildeo O aumento na ocorrecircncia de fraturas secundaacuterias agrave fragilidade oacutessea

representa um significativo problema de Sauacutede Puacuteblica jaacute que corresponde a um importante

aumento na morbidade mortalidade e nos custos de mulheres na poacutes menopausa Objetivos

Avaliar os fatores relacionados agrave ocorrecircncia de fraturas em mulheres poacutes-menopausa

acompanhadas em uma unidade baacutesica de sauacutede Metodologia Foi realizado um estudo de

coorte prospectivo na ilha de PaquetaacuteRJ no ano de 2011 Atraveacutes do banco de dados jaacute

existente as mulheres foram localizadas por telefonemas e comparecimento no hospital local

As pacientes selecionadas foram submetidas a um questionaacuterio estruturado de avaliaccedilatildeo de

fatores relacionados agrave fragilidade oacutessea Resultados A incidecircncia de fratura por fragilidade

oacutessea encontrada foi de 21 tendo como sitio principal o antebraccedilo com 13 A idade

meacutedia da populaccedilatildeo foi de 72 anos com DP plusmn 90 No grupo de pacientes fraturadas 50

tinham entre 65 e 79 anos sugerindo ser essa faixa etaacuteria mais susceptiacutevel as fraturas por

fragilidade oacutessea Das pacientes que tiveram a Ultrassonometria oacutessea de calcacircneo alterado

22 tiveram fraturas nesse periacuteodo Foi calculado o RR= 113 (IC95 048 - 263) As

pacientes que tiveram fraturas se mostraram com maior sobrepeso ou obesas (722) com

maior historia familiar de fratura de quadril (133) e com maior diagnostico de osteoporose

(471) do que as pacientes sem fraturas (p valorgt005) E 235 das pacientes acamadas

por mais de dois meses sofreram alguma fratura com p valor lt005 Na correlaccedilatildeo entre as

variaacuteveis idade tempo de menopausa e IMC foi evidenciada uma associaccedilatildeo positiva entre a

idade e o tempo de menopausa nos grupos de pacientes com e sem fraturas Conclusatildeo Os

fatores de risco para fraturas por fragilidade oacutessea encontrados ajudam a conhecermos o

perfil da nossa populaccedilatildeo e termos subsiacutedios para combater esse agravo

Palavras Chaves Osteogecircnese Imperfeita Fraturas Fragilidade Oacutessea e Epidemiologia

5

Abstract

Introduction The increased occurrence of secondary fractures associated with bone

fragility represents a significant Public Health problem since it leads to a considerable

increase in morbidity mortality and in health care costs for postmenopausal women

Objectives To evaluate the factors related to the occurrence of fractures in postmenopausal

women attended at a public health center Methodology A prospective cohort study was

conducted in Paquetaacute Island Rio de Janeiro in 2011 Using an existing database these

women were identified contacted by phone and asked to come to the local hospital The

selected patients were submitted to a structured questionnaire assessing factors related to

bone fragility Results The incidence of fracture due to bone fragility was of 21 and the

main site was the forearm accounting for 13 The average age of the population was 72

with a SD plusmn 90 In the group of fractured patients 50 were between 65 and 79 years old

which suggest this is the age group that is most susceptible to fractures associated with bone

fragility Twenty two percent of the patients who had an altered quantitative ultrasonometry

of the calcaneus had fractures in that period of their lives The RR was calculated RR = 113

(CI 95 048 ndash 263) The patients who had fractures were more overweight or obese

(722) had a longer family history of hip fracture (133) and more diagnoses of

osteoporosis (471) than patients without fractures (p-value gt 005) And 235 of the

patients who were bedridden for more than two months suffered some type of fracture with a

p-value lt 005 In the correlation between the different ages time of menopause and BMI a

positive association between age and time of menopause became clear in the groups of

patients with and without fractures Conclusion The risk factors for fractures associated with

bone fragility help us to define the profile of our population and provide us with means to

fight this problem

Key Words Fractures Bone Fragility and Epidemiology

6

Lista de Abreviaturas e Siglas

BUA = Atenuaccedilatildeo da frequecircncia do som

DMO= Densidade Mineral Oacutessea

DP= Desvio Padratildeo

EVOS= European Vertebral Osteoporosis Study

FCRs= Fatores Cliacutenicos de Riscos

IBGE= Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica

IMC= Iacutendice de Massa Corporal

IDH= Iacutendice de Desenvolvimento Humano

OMS= Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

PNAISM= Poliacutetica Nacional de Assistecircncia Integrada a Sauacutede da Mulher

PNAD= Pesquisa Nacional Por Amostra de Domiciacutelio

SPSS= Statistical Package for Social Science

SOS= Velocidade do Som

TH= Terapia Hormonal

USO= Ultrassonometria Oacutessea de calcacircneo

7

Lista de Ilustraccedilotildees

Graacutefico 1- Incidecircncia de fratura em mulheres poacutes-menopausa 2003-2011

Graacutefico 2-Mulheres poacutes-menopausa por idade segundo fratura

Graacutefico 3- Anos apoacutes a menopausa conforme fratura

Tabela 1- Caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas das mulheres poacutes

menopausa (n=86)

Tabela 2- Caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas das mulheres poacutes

menopausa em 2003

Tabela 3- Incidecircncia de fraturas em mulheres poacutes menopausa segundo a

localizaccedilatildeo da fratura 2003-2011

Tabela 4- Relaccedilatildeo entre idade e fratura nas mulheres na poacutes menopausa

Tabela 5- Incidecircncia de fratura em mulheres poacutes-menopausa segundo

resultado da USO 2003-2011

Tabela 6 - Caracteriacutesticas cliacutenicas de mulheres poacutes-menopausa segundo

fratura (n=86)

Tabela 7- Caracteriacutesticas comportamentais de mulheres poacutes-menopausa

segundo fratura (n=86)

Tabela 8- Coeficientes de correlaccedilatildeo de Spearman (rs) entre idade IMC e

tempo de menopausa em mulheres poacutes-menopausa com fratura (n=18) e

sem fratura (n=68)

8

Sumaacuterio

Lista de Abreviaturas e Siglas 6

Lista de Ilustraccedilotildees 7

1 Introduccedilatildeo 9

2 Justificativa 11

3 Objeto de Estudo 16

31 Objetivos 16

311 Geral 16

312 Especiacuteficos 16

4 Marco Teoacuterico 17

5 Materiais e Meacutetodos 23

51 Populaccedilatildeo 23

52 Tipo de estudo 23

53 Criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo 24

54 Alocaccedilotildees de pacientes 24

55 Anaacutelise Estatiacutestica 26

6 Resultados Encontrados 28

61 Gerais 28

62 USO preacutevia X Fraturas 28

63 Caracteriacutesticas cliacutenicas e comportamentais X Fratura 29

64 Tempo de menopausa X Fratura 30

7 Discussatildeo 38

8 Conclusatildeo 42

9 Referecircncias Bibliograacuteficas 43

10 Anexo 1 - Instrumento de coleta - EVOS (EUROPEAN VERTEBRAL OSTEOPOROSIS STUDY) 48

11 Anexo 2 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido 53

1

9

1 Introduccedilatildeo

Nota-se nas uacuteltimas deacutecadas o aumento da expectativa de vida das mulheres que

atingem a fase do climateacuterio ainda ativa econocircmica e socialmente desejando uma melhor

qualidade de vida Segundo a definiccedilatildeo proposta pela Sociedade Internacional da Menopausa

no 1deg Congresso Mundial de Climateacuterio em 1976 climateacuterio eacute o periacuteodo de transiccedilatildeo entre a

vida reprodutiva e a senilidade A menopausa seria a uacuteltima menstruaccedilatildeo natural Ela

geralmente ocorre por volta dos 50 anos e soacute pode ser reconhecida apoacutes os doze meses de

amenorreia (Speroff et al 1989)

Este periacuteodo eacute marcado por um estado de hipoestrogenismo com um impacto

negativo na vida das mulheres Todavia a multiplicidade de manifestaccedilotildees inclui distuacuterbios

fiacutesicos psicoloacutegicos e metaboacutelicos (De Lorenzi et al 2005) Dentre as doenccedilas crocircnicas que

atingem a mulher climateacuterica a osteoporose aparece como uma das patologias de maior

incidecircncia (Vianna 2001)

Quando sintomas da osteoporose aparecem se relacionam com a ocorrecircncia de

fraturas mais comumente na porccedilatildeo distal do antebraccedilo na coluna vertebral e no colo do

fecircmur (International Osteoporosis Foundation 2005) A maior incidecircncia de fraturas eacute

observada em mulheres brancas na poacutes-menopausa (Pinheiro et al 2010a b) e os fatores

associados agraves fraturas alguns jaacute satildeo bem conhecidos e outros ainda precisam ser descobertos

Assim a fratura por fragilidade oacutessea eacute definida como aquela resultante de uma queda da

proacutepria altura ou trauma menos intenso em indiviacuteduos com 50 anos ou mais em siacutetios

esqueleacuteticos especiacuteficos antebraccedilo fecircmur costelas veacutertebras e uacutemero (Pinheiro et al

2010a)

10

Segundo o IBGE (IBGE 2009a) a expectativa de vida no Brasil eacute de 72 anos e soacute no

ano 2000 jaacute havia 24 milhotildees de mulheres com mais de 40 anos Ou seja predominantemente

na fase de deficiecircncia estrogecircnica e com risco aumentado de osteoporose A principal e mais

temida complicaccedilatildeo da osteoporose eacute a fratura oacutessea Entatildeo a adoccedilatildeo de meacutetodos praacuteticos e

de baixo custo para o rastreamento da populaccedilatildeo de risco para fraturas propiciaria a

quantificaccedilatildeo do problema e o planejamento de intervenccedilotildees precoces que impedissem ou

retardassem a ocorrecircncia deste agravo (Oliveira et AL 2007) Logo o conhecimento da

epidemiologia local de fraturas por fragilidade oacutessea eacute essencial para embasar este

rastreamento

Sendo assim esse estudo procurou avaliar a incidecircncia de fraturas por fragilidade

oacutessea na populaccedilatildeo de mulheres na poacutes-menopausa residente da Ilha de Paquetaacute apoacutes sete

anos de seguimento

11

2 Justificativa

No Brasil com o envelhecimento populacional e consequumlente aumento no nuacutemero de

idosas medidas devem der tomadas para se cuidar da mulher em sua fase climateacuterica eacutepoca

que ela chega a viver um terccedilo ou mais apoacutes o fim do periacuteodo reprodutivo Essa transiccedilatildeo

epidemioloacutegica tem trazido grandes desafios ao Estado Haacute a substituiccedilatildeo entre as primeiras

causas de morte das doenccedilas transmissiacuteveis pelas crocircnicas degenerativas e causas externas

entre elas a osteoporose (IBGE 2009b)

Vaacuterios fatores estatildeo relacionados agrave causa da osteoporose como a etnia a nutriccedilatildeo os

exerciacutecios fiacutesicos os dados antropomeacutetricos o alcoolismo o tabagismo e a vida reprodutiva

da mulher Por isso eacute necessaacuterio que se tenha cada vez mais estudos atuais e com populaccedilotildees

brasileiras para que os fatores de risco que fazem a diferenccedila para fraturas por fragilidade

sejam descobertos (Pinheiro et al 2010b c)

Em 2003 segundo as informaccedilotildees da Pesquisa Nacional por Amostras de Domiciacutelios

(PNAD) a populaccedilatildeo de 60 anos ou mais era por volta de 17 milhotildees de pessoas

representando cerca de 10 da populaccedilatildeo total do Paiacutes (IBGE 2009a) As diferenccedilas de sexo

satildeo importantes para descrever as pessoas idosas e da mesma forma como tem ocorrido em

todo o mundo o nuacutemero de mulheres idosas no Brasil eacute maior do que o de homens as

informaccedilotildees da PNAD mostraram que em 2003 essa proporccedilatildeo era de 559 e 441

respectivamente (IBGE 2009a)

Tambeacutem foi observado que a expectativa de vida a partir dos 60 anos aumentou no

periacuteodo de 1999 a 2003 em todas as faixas de idade tanto para homens quanto para

mulheres entretanto a expectativa de vida das mulheres excede a dos homens e este fato

explica em parte a maior proporccedilatildeo de mulheres idosas em relaccedilatildeo aos homens Em 2006

12

no Paiacutes como um todo a expectativa de vida das pessoas de 60 anos era de 193 anos para os

homens e de 224 anos para as mulheres Notando as mudanccedilas nas caracteriacutesticas da

populaccedilatildeo o Ministeacuterio da Sauacutede iniciou accedilotildees voltadas agraves mulheres no periacuteodo climateacuterico

entre elas a Poliacutetica de Assistecircncia Integral aacute Sauacutede da Mulher (PNAISM 2004)

Os estudos confirmam que diferenccedilas de sexo e idade na percepccedilatildeo da sauacutede satildeo

importantes determinantes do comportamento em relaccedilatildeo agrave procura por atendimento de sauacutede

(WHO 2001)

Em 2003 as mulheres idosas declararam um estado de sauacutede pior do que os homens

exceto entre os idosos de 80 anos ou mais onde a tendecircncia se inverte passando os homens a

declarar um estado de sauacutede pior do que aquele declarado pelas mulheres (PNAD 2003)

Os resultados do Censo Demograacutefico 2000 para os municiacutepios das capitais

apresentam padrotildees de incapacidade funcional em mobilidade fiacutesica compatiacuteveis com aqueles

apontados pelas informaccedilotildees da Politica Nacional de Assistecircncia a Domiciacutelio 2003 para as

aacutereas metropolitanas As mulheres declaram incapacidade funcional em maior proporccedilatildeo do

que os homens observando-se tambeacutem o caraacuteter progressivo da incapacidade funcional

entre os idosos em relaccedilatildeo ao aumento da idade (IBGE 2009a b)

Com o maior nuacutemero de idosos consequumlentemente haacute uma elevaccedilatildeo na frequecircncia das

fraturas por fragilidade oacutessea Isso se torna um problema de sauacutede de grandes dimensotildees

para a paciente na poacutes-menopausa pelos limites que comprometem sua qualidade de vida

para a famiacutelia por arcar com a responsabilidade de protegecirc-la no seu conviacutevio e para a sauacutede

puacuteblica pelo ocircnus econocircmico (Speroff et al 1989 Pinheiro et al 2010a b) Assim satildeo

necessaacuteria accedilotildees de promoccedilatildeo prevenccedilatildeo e abordagem da osteoporose que incide a partir da

perimenopausa

13

Estima-se que 70 das fraturas de quadril esperadas para 2050 ocorreratildeo na Aacutesia

Ameacuterica Latina e Aacutefrica (Cooper 1999) Jaacute na Europa segundo dados da Fundaccedilatildeo

Internacional de Osteoporose estima-se que uma em cada trecircs mulheres acima dos 50 anos

teraacute fratura por fragilidade oacutessea E na Uniatildeo Europeia ocorre uma fratura a cada 30 segundos

e se espera que para essa populaccedilatildeo o nuacutemero de fraturas dobre nos proacuteximos 50 anos

(International Osteoporosis Foundation 2005)

Estudos realizados sobre os custos da osteoporose e suas consequecircncias demonstram

que os gastos com essa doenccedila impressionam O estudo de Silva et al (2003) somou os gastos

com as internaccedilotildees para reduccedilotildees ciruacutergicas as reduccedilotildees incruentas o tratamento

conservador os gastos com cirurgias para a retirada de proacutetese internaccedilotildees de longa

permanecircncia consultas meacutedicas e fisioterapia chegando agrave conclusatildeo de que os custos do

SUS com o tratamento das fraturas eacute de mais de 20 milhotildees de reais por ano Tambeacutem

Tosteson et al (2008) fizeram um levantamento de custos do tratamento da osteoporose em

uma populaccedilatildeo de mulheres americanas em 2005 e mostrou que os custos anuais com

medicamentos satildeo altiacutessimos

Sobre os exames realizados para avaliaccedilatildeo da osteoporose os principais usados satildeo a

densitometria oacutessea e a ultrassonometria oacutessea de calcacircneo (USO) A densitometria oacutessea eacute

considerada o padratildeo-ouro para o diagnoacutestico de osteoporose pela Organizaccedilatildeo Mundial da

Sauacutede (OMS) desde 1994 poreacutem este exame estima apenas a densidade mineral oacutessea A

USO busca refletir outros paracircmetros aleacutem da densidade mineral oacutessea avaliando o risco de

fratura com eficiecircncia similar agrave densitometria oacutessea (Oliveira et al 2004 Castro 2000)

Embora os fatores cliacutenicos de riscos (FCRs) em populaccedilotildees de risco para osteoporose

e fratura estejam bem estabelecidos especialmente em estudos internacionais sua prevalecircncia

14

na populaccedilatildeo brasileira em geral natildeo estaacute clara porque ainda faltam estudos sobre o tema Um

dos principais estudos sobre a avaliaccedilatildeo de FCR foi o BRAZOS (Pinheiro et al 2010a) Ele

natildeo avaliou os fatores de risco relacionados agrave massa oacutessea mas os seus resultados permitem

inferir que esses fatores de risco satildeo muito semelhantes agravequeles relacionados agrave fratura por

baixo impacto Pinheiro et al (2010) demonstrou que os principais FCRs associados agrave fratura

por osteoporose de qualquer siacutetio esqueleacutetico de um total de 2420 indiviacuteduos apoacutes ajustes

estatiacutesticos foram histoacuteria familiar de fratura de quadril idade avanccedilada e baixo peso E que

a associaccedilatildeo de FCR agraves medidas de massa oacutessea poderia melhorar a discriminaccedilatildeo de

pacientes com maior risco de fratura osteoporoacutetica (Pinheiro et al 2010a b)

Atualmente existe uma ferramenta chamada FRAXreg utilizada por meacutedicos em vaacuterios

paiacuteses baseado na pratica meacutedica usando uma combinaccedilatildeo de fatores cliacutenicos e densidade

mineral oacutessea O FRAXreg eacute usado para predizer o risco de fratura nos proacuteximos dez anos com

implicaccedilotildees diretas na decisatildeo do tratamento e custos (Kanis et al 2008 Pinheiro et al 2009)

Poreacutem o risco absoluto de fraturas depende da populaccedilatildeo estudada e essa ferramenta ainda

natildeo foi aprovada para uso no Brasil Assim estudos epidemioloacutegicos representativos sobre

fatores de risco para fraturas ainda continuam sendo necessaacuterios (Pinheiro et al 2009)

Em 2003 a dissertaccedilatildeo de mestrado da Dra Patriacutecia Pereira de Oliveira verificou o

risco aumentado de fraturas por osteoporose atraveacutes da USO (Oliveira et al 2007) na

populaccedilatildeo de mulheres menopausadas na ilha de Paquetaacute-RJ Em nosso estudo verificaremos

se existe uma correlaccedilatildeo entre os achados ultrassonograacuteficos e as fraturas cliacutenicas na mesma

populaccedilatildeo por ela utilizada aleacutem outros fatores de risco para fraturas serem contemplados

como doenccedilas de base tempo de menopausa medicamentos entre outros Isto se justifica

pela necessidade de termos no Brasil dados sobre a incidecircncia de fraturas por fragilidade

oacutessea e fatores de risco a ela relacionados desenvolvidos em uma populaccedilatildeo brasileira e

15

residente de uma ilha localizada no litoral fluminense Jaacute que a literatura nessa aacuterea eacute escassa

e para que compreendendo melhor a dinacircmica da fratura por fragilidade oacutessea possamos

intervir antes que ela ocorra melhorando a qualidade de vida dessas mulheres e diminuiacutedo os

gastos com a sauacutede

16

3 Objeto de Estudo

Estudo de fatores associados agraves fraturas por fragilidade oacutessea em mulheres na poacutes-

menopausa atendidas em uma unidade baacutesica de sauacutede

Questionamento

Quais os fatores associados agrave ocorrecircncia de fraturas em mulheres poacutes-menopausa

acompanhadas em uma unidade baacutesica de sauacutede

31 Objetivos

311 Geral

Avaliar os fatores relacionados agrave ocorrecircncia de fraturas em mulheres poacutes-menopausa

acompanhadas em uma unidade baacutesica de sauacutede

312 Especiacuteficos

a- Avaliar se a ocorrecircncia de fraturas foi maior nas pacientes identificadas como risco

aumentado para fraturas pelo ultrassonometria oacutessea de calcacircneo preacutevia

b- Verificar a associaccedilatildeo entre as fraturas por fragilidade oacutessea e os dados cliacutenicos

comportamental e demograacuteficos (idade e sexo) das pacientes

c- Analisar se o tempo de menopausa influencia a ocorrecircncia de fraturas por fragilidade

oacutessea

17

4 Marco Teoacuterico

A osteoporose pode ser definida como doenccedila osteometaboacutelica caracterizada pela

diminuiccedilatildeo da densidade mineral oacutessea com alteraccedilotildees na sua microestrutura que conduzem

a um aumento da fragilidade oacutessea e uma tendecircncia a fraturas por traumatismos pouco

intensos Dado o exposto esta constitui o verdadeiro problema de sauacutede puacuteblica devido agrave sua

alta taxa de morbimortalidade e altos custos (Vianna et al 2001 International Osteoporosis

Foundation 2005)

Com relaccedilatildeo ao hipoestrogenismo observa-se que as mulheres apresentam uma perda

oacutessea mais acelerada nos dez primeiros anos apoacutes a instalaccedilatildeo da menopausa do que os

homens da mesma idade adquirindo risco de fratura mais precocemente do que eles (NHI

2001) Esta diminuiccedilatildeo de massa oacutessea total poderaacute ser ateacute dez vezes a diminuiccedilatildeo ocorrida

antes deste periacuteodo podendo chegar a 2 a 4 ao ano para o osso trabecular e de 1 para o

cortical (NHI 2001) A deficiecircncia de estrogecircnio aumenta o remodelamento oacutesseo e pode

agravar o desequiliacutebrio nas unidades de remodelamento com o aumento do tempo de vida dos

osteoclastos em detrimento dos osteoblastos (Fyhrie amp Schaffler 1994)

Na maioria dos casos a perda oacutessea eacute assintomaacutetica Quando sinais e sintomas da

osteoporose aparecem se relacionam com a ocorrecircncia de fraturas mais comumente na

porccedilatildeo distal do antebraccedilo (fratura de Colles) na coluna vertebral e no colo do fecircmur

(International Osteoporosis Foundation 2005) A maior incidecircncia de fraturas eacute observada

em mulheres brancas na poacutes menopausa (Pinheiro et al 2010a b)

Pinheiro et al (2010) analisaram 275 mulheres caucasoacuteides acima dos 50 anos e

acharam que 44 jaacute possuiacuteam algum tipo de fratura por osteoporose (Pinheiro et al 2010b)

A dor oacutessea eacute consequumlecircncia tanto das fraturas quanto das deformidades oacutesseas As fraturas

18

vertebrais satildeo as mais comuns poreacutem satildeo geralmente assintomaacuteticas e portanto menos

diagnosticadas Poreacutem podem causar dor perda de peso deformidade na coluna espinhal e

perda de estabilidade ao andar (International Osteoporosis Foundation 2005) Apenas 10

das fraturas de veacutertebras cursam com hospitalizaccedilatildeo mesmo que causem dor e diminuiccedilatildeo da

qualidade de vida Elas ocorrem entre os 50 e 60 anos de idade com maior frequecircncia

(International Osteoporosis Foundation 2005)

Jaacute as fraturas do fecircmur satildeo as mais letais devido a complicaccedilotildees poacutes-operatoacuterias As

principais causas de mortalidade satildeo as infecccedilotildees e tromboembolismo As fraturas de quadril

satildeo menos prevalentes do que as vertebrais poreacutem de maior gravidade devido agraves altas taxas

de morbimortalidade aleacutem do alto custo para a famiacutelia e para o sistema puacuteblico de sauacutede A

mortalidade apoacutes uma fratura de quadril eacute de cerca de 20- 24 no ano seguinte a fratura

sendo acompanhada de periacuteodos de hospitalizaccedilatildeo prolongados (International Osteoporosis

Foundation 2005 Silveira et al 2005) Estimativas apontam que no ano de 2050 ocorreratildeo

aproximadamente 65 milhotildees de fratura de quadril em todo mundo (Cooper 1999) As

fraturas de punho satildeo as mais facilmente observadas por mulheres no climateacuterio chegando a

originar seis milhotildees de dias de restriccedilatildeo de trabalho por ano (International Osteoporosis

Foundation 2005)

Aleacutem do custo pessoal o impacto econocircmico gerado pela osteoporose eacute enorme

Atraveacutes do mundo eacute estimado que uma em cada trecircs mulheres acima dos 50 anos teraacute fraturas

por osteoporose Na Europa no ano 2000 foi estimada uma ocorrecircncia de 379 milhotildees de

fraturas por fragilidade oacutessea sendo que destas 890 mil eram de quadril (Tosteson et al

2008) Eacute sabido que apenas metade das pacientes que sobrevivem agrave fratura de quadril voltaraacute

a andar novamente mas dificilmente com a mesma agilidade que andava antes da fratura

Apesar de a osteoporose ser facilmente diagnosticada atraveacutes de exames e seu tratamento

19

poder ser instituiacutedo ainda eacute uma doenccedila muito subdiagnosticada e subtratada Eacute estimada na

comunidade europeacuteia que uma em cada trecircs fraturas de vertebrais recebe a atenccedilatildeo cliacutenica

que merece E uma pessoa com fratura de veacutertebra tem ateacute cinco vezes mais chance de

desenvolver nova fratura no ano seguinte fenocircmeno conhecido como fratura em cascata

(Lindsay et al 2001)

Tradicionalmente a osteoporose eacute reconhecida como uma doenccedila multifatorial sendo

70 desses fatores natildeo modificaacuteveis isto eacute definidos pela carga geneacutetica e 30

potencialmente modificaacuteveis e assim envolvidos com os aspectos ambientais Dessa forma

um uacutenico fator de risco natildeo eacute capaz de identificar indiviacuteduos com ou sem fratura Diferenccedilas

geneacuteticas raciais e antropomeacutetricas bem como da composiccedilatildeo corporal densidade oacutessea

dieta atividade fiacutesica e outros haacutebitos de vida contribuem para explicar as divergecircncias na

incidecircncia e na prevalecircncia de baixa densidade oacutessea e fraturas em diversos paiacuteses do mundo

(Pinheiro et al 2010b c) Os aspectos geneacuteticos desempenham importante influecircncia sobre a

aquisiccedilatildeo do pico de massa oacutessea e perda oacutessea relacionada agrave idade bem como na

determinaccedilatildeo das propriedades estruturais e geomeacutetricas do osso No entanto a associaccedilatildeo

entre diferentes polimorfismos gecircnicos e densidade oacutessea ou fraturas por osteoporose eacute

bastante controversa e varia em diferentes estudos inclusive no Brasil fato que pode ser

tomado como um provaacutevel reflexo das diferenccedilas de etnia e ambiental das populaccedilotildees

estudadas Da mesma forma os fatores ambientais natildeo permitem uniformizar e homogeneizar

o impacto de cada um deles em cada regiatildeo do planeta (Pinheiro et al 2010c)

Atualmente a densitometria oacutessea eacute o meacutetodo mais utilizado para avaliar a massa

oacutessea Eacute o padratildeo ouro para o diagnoacutestico de osteoporose A densidade mineral oacutessea (DMO)

eacute expressa em nuacutemero absolutos em gramas de mineral por centiacutemetro quadrado escaneado

ou ainda comparado com a DMO esperada para a idade e sexo da paciente (z escore) ou

20

comparado a DMO de adultos jovens normais do mesmo sexo (t-escore) A diferenccedila entre o

escore do paciente e o padratildeo eacute expressa em desvios padrotildees acima ou abaixo da meacutedia

(Castro et al 1999)

Segundo a Sociedade Brasileira de Densitometria Cliacutenica no consenso de 2008 satildeo

indicaccedilotildees para avaliaccedilatildeo da densidade mineral oacutessea (Brandatildeo et al 2009)

rdquoMulheres com idade gt a 65 anos e homens com idade gt a 70 anos

Mulheres acima de 40 anos na transiccedilatildeo menopausal (1-2) e homens acima de 50

anos de idade com fatores de risco

Adultos com antecedente de fratura por fragilidade condiccedilatildeo cliacutenica ou uso de

medicamentos associados agrave baixa massa oacutessea ou perda oacutessea

Indiviacuteduos para os quais satildeo consideradas intervenccedilotildees farmacoloacutegicas para

osteoporose

Indiviacuteduos em tratamento para osteoporose para monitoramento de sua eficaacutecia

Indiviacuteduos que natildeo estejam sob tratamento poreacutem nos quais a identificaccedilatildeo de perda

de massa oacutessea possa determinar a indicaccedilatildeo do tratamento

Mulheres interrompendo terapia hormonal (TH)rdquo

Arq Bras Endocrinol Metab 2009 531 pag108

A proacutepria definiccedilatildeo de osteoporose pela Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede reunida em

Hong Kong em 1994 estabeleceu criteacuterios diagnoacutesticos baseados em valores obtidos pela

densitometria oacutessea classificando como osteopecircnicas aquelas mulheres que apresentarem-se

entre 1 e 25 desvios-padratildeo (DP) abaixo da meacutedia para adultas jovens e de osteoporoacuteticas as

que se encontrarem com mais de 25 DP abaixo da meacutedia para adultas jovens (Castro et al

1999 WHO 1999)

A densitometria oacutessea apresenta como desvantagens no entanto o fato de utilizar uma

fonte de radiaccedilatildeo ionizante e possuir um elevado custo que limita seu uso em estudos

populacionais principalmente em nosso paiacutes onde os recursos destinados agrave sauacutede da

populaccedilatildeo mais carente satildeo miacutenimos Sempre tentando diminuir o impacto dos gastos com

21

sauacutede eacute estimulada a busca por meacutetodos natildeo poluentes e mais baratos mas que tragam as

mesmas informaccedilotildees que os meacutetodos jaacute estabelecidos Em funccedilatildeo disto a USO vem sendo

avaliada e alguns resultados promissores tecircm sido apresentados (Castro et al 1999) Baseia-se

na modificaccedilatildeo das caracteriacutesticas de ultrassom transmitido atraveacutes de ossos de localizaccedilatildeo

mais superficiais como no calcacircneo tiacutebia falanges ou patela Os sistemas atuais se

constituem de dois transdutores sendo um transmissor e outro receptor posicionados em

locais diferentes do osso a ser estudado Os aparelhos existentes entre noacutes avaliam o

calcacircneo osso predominantemente trabecular atraveacutes das medidas de velocidade de

transmissatildeo do ultrassom (SOS em ms) e da atenuaccedilatildeo da frequumlecircncia do ultrassom (BUA em

dBMHz) (Kanis et al 2008) Novamente de acordo com a orientaccedilatildeo da Sociedade Brasileira

de Densitometria Cliacutenica de 2008 as recomendaccedilotildees para ultrassonometria oacutessea satildeo

(Brandatildeo et al 2009)

rdquoO uacutenico siacutetio validado para o uso cliacutenico da USO em osteoporose eacute o calcacircneo

Equipamentos de USO de calcacircneo validados satildeo capazes de estimar fratura por

fragilidade em mulheres na poacutes-menopausa e em homens com idade superior a 65 anos

independentemente da densidade mineral oacutessea medida em equipamentos de DMO

central

A correlaccedilatildeo entre os resultados obtidos por USO e DMO ccccccc entral eacute

moderada

USO do calcacircneo associada a fatores de risco cliacutenicos podem ser usados para

identificar populaccedilatildeo com baixa probabilidade de fratura na qual avaliaccedilatildeo adicional

natildeo seja mais necessaacuteria

Medidas de DMO central na coluna e no fecircmur constituem o meacutetodo de escolha para a

tomada de decisatildeo terapecircutica Entretanto se a DMO central natildeo for acessiacutevel o

tratamento farmacoloacutegico pode ser iniciado se a probabilidade de fratura avaliada pelo

USO do calcacircneo com pontos de corte especiacuteficos associados a fatores de risco

cliacutenicos for suficientemente alta

Equipamentos de USO natildeo satildeo clinicamente uacuteteis no monitoramento de efeitos

esqueleacuteticos dos medicamentos disponiacuteveis para o tratamento da osteoporoserdquo

Arq Bras Endocrinol Metab 2009 531 pag110

22

Em 2003 foi realizada uma dissertaccedilatildeo de mestrado (Oliveira et al 2007) sobre a

utilizaccedilatildeo do USO para estimar a prevalecircncia de risco aumentado de fraturas em uma

populaccedilatildeo de mulheres na poacutes menopausa residentes da Ilha de Paquetaacute Em trabalho

realizado por Oliveira e cols nesta instituiccedilatildeo Foi realizado um estudo transversal com

recrutamento de 385 mulheres residentes da Ilha Todas as mulheres responderam a

questionaacuterio previamente estruturado e foram submetidas a medidas antropomeacutetricas e a

USO As medidas de USO foram realizadas segundo o manual do fabricante A idade da

populaccedilatildeo estudada variou entre 42 e 95 anos Os resultados encontrados mostram que

5922 da amostra apresentava algum tipo de alteraccedilatildeo a USO com t score menor que -1

Esse grupo era composto por mulheres mais idosas com menor peso menor altura e menor

percentual de gordura quando comparado com o grupo com t score lt ndash 1 Foi encontrado que

1688 das pesquisadas possuiacuteam alto risco para fraturas com t score lt -25 E as mulheres

do grupo de alto risco tinham maior peso e IMC paracircmetros conhecidos como protetores

Embora divergente da literatura a autora atribui esses resultados a caracteriacutesticas das

mulheres mais idosas em um contexto social de baixa escolaridade e renda (Oliveira et al

2007)

23

5 Materiais e Meacutetodos

51 Populaccedilatildeo

A Ilha de Paquetaacute dista aproximadamente 15 km da Praccedila XV no Centro da Cidade

do Rio de Janeiro sendo a principal ilha do arquipeacutelago de Paquetaacute situada ao nordeste da

Baiacutea de Guanabara A populaccedilatildeo e frequecircncia da Ilha satildeo extremamente sazonais sendo

aproximadamente 2200 domiciacutelios (entre moradores e veranistas) Os moradores fixos

correspondem a 4500 pessoas em sua maioria de famiacutelias antigas na Ilha das quais 208

satildeo idosos ultrapassando ateacute mesmo a meacutedia nacional que eacute em torno de 12 (IBGE

2009a) Este iacutendice faz de Paquetaacute o erceiro bairro em nuacutemero de idosos no municiacutepio sendo

que sua populaccedilatildeo pode ser considerada envelhecida segundo os criteacuterios da Organizaccedilatildeo

Mundial da Sauacutede (OMS 2003) Embora a maioria da populaccedilatildeo seja branca existem 109

de negros 256 de pardos e 01 de iacutendios Cerca de 90 dos domiciacutelios possuem aacutegua

tratada e 9957 tratamento de esgoto As famiacutelias residentes nesta regiatildeo satildeo compostas em

meacutedia por trecircs pessoas com rendimento meacutedio per capita de 301 salaacuterios miacutenimos (IPEA

2000) e o transporte urbano eacute feito basicamente a peacute por bicicletas ou charretes puxadas por

ciclistas (IBGE 2009a)

52 Tipo de estudo

Foi realizado um estudo de coorte prospectivo na ilha de PaquetaacuteRJ no ano de 2011

Foram inicialmente alocadas todas as mulheres que participaram do estudo anterior

desenvolvido no ano de 2003 (Oliveira et al 2007)

24

53 Criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo

Os criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo foram os mesmos utilizados do estudo anterior

(Oliveira et al 2007) Sendo os criteacuterios de inclusatildeo as mulheres que estavam na menopausa

e que tinham residecircncia fixa na Ilha de Paquetaacute e os criteacuterios de exclusatildeo a historia pessoal

de doenccedilas que sabidamente afetam o metabolismo oacutesseo direta ou indiretamente (como

artrite reumatoacuteide luacutepus eritematoso sistecircmico hiperparatireoidismo osteogecircnese imperfeita)

e as neoplasias malignas exceto carcinoma basocelular de pele

54 Alocaccedilotildees de pacientes

A populaccedilatildeo elegiacutevel era constituiacuteda pelas 385 mulheres alocadas no estudo inicial

(Oliveira et al 2007) No trabalho de Oliveira et al (2007) foi realizado um estudo transversal

com recrutamento por auto-seleccedilatildeo ou demanda espontacircnea no ano de 2003 na Ilha de

Paquetaacute Rio de Janeiro Brasil Foram estudadas 385 mulheres na poacutes-menopausa

(diagnoacutestico cliacutenico) residentes no local apoacutes a aplicaccedilatildeo dos criteacuterios de exclusatildeo

(existecircncia de pino metaacutelico ou edema com cacifo em ambos os peacutes ou impossibilitadas de

posicionar os peacutes no aparelho de ultra-sonometria oacutessea) Todas as mulheres responderam na

eacutepoca a um questionaacuterio e foram submetidas a medidas antropomeacutetricas e agrave USO

No presente estudo considerando uma significacircncia de 95 e um poder de 80 uma

prevalecircncia de 15 de fraturas na populaccedilatildeo de risco (Clark et al 2009) o tamanho amostral

previsto foi de 130 mulheres Poreacutem devido agraves perdas o tamanho amostral final foi de 86

pacientes

Atraveacutes do banco de dados jaacute existente todas as pacientes foram re-contactadas As

mulheres foram localizadas atraveacutes de telefonemas e comparecimento no hospital local onde

25

eacute realizado a atenccedilatildeo baacutesica de sauacutede Foram realizados pelo menos 2 telefonemas com

intervalo de 1 semana entre eles Como ldquoperdasrdquo foram consideradas as pacientes natildeo

encontradas apoacutes os dois telefonemas (035 dos telefones estavam errados e 049 das

pacientes tinham telefone quebrado ou ocupado) pacientes que natildeo quiseram ou natildeo

puderam responder ao questionaacuterio (008) e pacientes falecidas (006)

As pacientes selecionadas foram submetidas a um questionaacuterio de avaliaccedilatildeo de fatores

relacionados agrave fragilidade oacutessea conhecido como European Vertebral Osteoporosis Study

(EVOS) jaacute validado previamente para o portuguecircs (OrsquoNeill et al 1996) e jaacute utilizados em

importantes estudos (Pinheiro et al 2006 Clark et al 2009) O questionaacuterio EVOS eacute

composto por dados soacutecio-demograacuteficos (idade estado civil escolaridade cor renda familiar

e nuacutemero de dependentes desta haacutebitos de vida) e histoacuteria reprodutiva pessoal sumaacuteria

(idade da menarca idade da menopausa tipo de menopausa) Os dados antropomeacutetricos

foram aferidos segundo criteacuterios adotados internacionalmente com medidas de peso e altura

observando intervalos de 01kg e 001m respectivamente

A definiccedilatildeo de fratura por fragilidade oacutessea foi a mesma utilizada por Pinheiro et al

(2010a) como aquela resultante de uma queda da proacutepria altura ou trauma menos intenso em

indiviacuteduos com 50 anos ou mais em siacutetios esqueleacuteticos especiacuteficos antebraccedilo fecircmur

costelas veacutertebras e uacutemero E a documentaccedilatildeo de fraturas foi realizada atraveacutes de relato da

paciente (fratura referida) As fraturas traumaacuteticas (apoacutes acidente automobiliacutestico ou outras

condiccedilotildees sob forte impacto) ou as de baixo impacto natildeo relacionadas agrave osteoporose (como

por exemplo as de face tornozelo metacarpo falanges) natildeo foram consideradas

O estudo obedeceu aos criteacuterios de eacutetica preconizados pela resoluccedilatildeo no 19696 do

Conselho Nacional de Sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede e foi aprovado previamente pelo Comitecirc

26

de Eacutetica em Pesquisa da FiocruzIFF e pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Prefeitura Todas

as mulheres assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido antes de qualquer

procedimento

55 Anaacutelise Estatiacutestica

Os dados foram registrados em planilha Excel e analisados pelo programa Statistical

Package for Social Sciences (SPSS) versatildeo 170 Para avaliar diferenccedilas entre os grupos as

variaacuteveis categoacutericas foram avaliadas pelo Qui-quadrado de Pearson ou o teste exato de

Fisher A relaccedilatildeo entre as variaacuteveis categoacutericas e ordinal e entre as variaacuteveis numeacutericas foi

avaliada pelo teste de Mann-Whitney que eacute um teste natildeo-parameacutetrico que equivale ao teste t

escolhido pelo tamanho da amostra A relaccedilatildeo entre as variaacuteveis numeacutericas foi avaliada pelo

coeficiente de Sperman que eacute uma estatiacutestica natildeo parameacutetrica utilizada para dados natildeo

normais eou amostra pequena Para todos os testes o niacutevel de significacircncia adotado foi de

5 A variaacutevel dependente foi a presenccedila de fratura (sim ou natildeo) e as variaacuteveis

independentes foram idade (em anos) resultado de USO (normal ou alterado) tempo de

menopausa (em anos) siacutetio de localizaccedilatildeo de fraturas IMC (abaixo do pesonormal

sobrepeso obeso) tabagismo (fumante ou natildeo fumante) atividade fiacutesica (leve

moderadapesada) frequecircncia diaacuteria de ingestatildeo de leite (em coposdia) e as variaacuteveis

binaacuterias como o histoacuterico familiar de fratura de quadril osteoporose uso de anticoncepcional

ausecircncia de menstruaccedilatildeo retirada de uacutetero ou ovaacuterios amamentaccedilatildeo paciente acamado e

etilismo O caacutelculo do risco relativo (RR) foi feito para avaliar a relaccedilatildeo entre o USO e a

presenccedila de fraturas Para isso foi considerado pacientes com USO normal aqueles com

resultados do T-score gt-11 e USO alterado aqueles com T-score lt-11 O niacutevel de atividade

fiacutesica foi classificado em atividade leve (trabalho burocraacutetico em escritoacuterio na maior parte

do tempo sentado) atividade moderada (trabalhos na maior parte do tempo em peacute como

27

vendedor e dona-de-casa) atividade pesada (enfermeira empregada domeacutestica) Oliveira et al

2010) Para caacutelculo aproximado da ingestatildeo alimentar diaacuteria de caacutelcio utilizou- se uma

adaptaccedilatildeo da Tabela Brasileira de Composiccedilatildeo de Alimentos 1 fatia queijo (90mg) 1 copo

de iogurte (1212mg) 1 copo leite (257mg) 1 bola se sorvete (135mg) E no final todos esses

alimentos foram convertidos em quantidade ingerida de copos de leite

28

6 Resultados Encontrados

61 Gerais

As caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas da populaccedilatildeo estudada estatildeo listadas na

tabela 1 A idade meacutedia das pacientes foi de 725 anos (DPplusmn 87) com a idade da menopausa

460 anos (DPplusmn 61) o tempo de menopausa 261 anos (DPplusmn 97) e o IMC de 264 (kgm2)

(DPplusmn 55) Essas caracteriacutesticas quando comparadas com o estudo anterior de 2003 (tabela

2) confirmam tratar-se da mesma populaccedilatildeo Apenas a idade e o tempo de menopausa

evidenciam ser a nossa populaccedilatildeo mais idosa Fator que se justifica pelo tempo ocorrido entre

os dois estudos

A incidecircncia de fratura por fragilidade oacutessea encontrada foi de 21 evidenciado no

graacutefico 1 Os principais siacutetios de fratura satildeo analisados na tabela 3 tendo como sitio principal

o antebraccedilo com 50 seguido pelo peacute com 192 e uacutemero 145 Jaacute na tabela 4 e no graacutefico

2 pode ser observado que a idade da populaccedilatildeo estudada variou entre 54 e 97 anos com meacutedia

de 72 anos com DP plusmn 90 No grupo de pacientes fraturadas 50 tinham entre 65 e 79 anos

sugerindo ser essa faixa etaacuteria mais susceptiacutevel as fraturas por fragilidade oacutessea

62 USO preacutevia X Fraturas

Foi verificado na tabela 5 a associaccedilatildeo entre o resultado da (USO) preacutevia e o desfecho

fraturas por fragilidade oacutessea De todas as pacientes que fizeram USO no estudo inicial 66

participaram deste estudo Das 50 pacientes que tiveram o USO alterado 22 tiveram

fraturas nesse periacuteodo E as pacientes com USO considerada normal 194 tiveram fraturas

por fragilidade oacutessea O RR= 113 (IC95 048 - 263) sugere que as mulheres que tiveram

29

USO alterado tem um risco de fraturar de 13 maior em relaccedilatildeo as pacientes com resultado

de USO considerado normal

63 Caracteriacutesticas cliacutenicas e comportamentais X Fratura

As pacientes foram analisadas quanto as variaacuteveis clinicas e comportamentais

Considerando a tabela 6 as pacientes que tiveram fraturas se mostraram com maior

sobrepeso ou obesas (722) com maior historia familiar de fratura de quadril (133) e

com maior diagnostico de osteoporose (471) do que as pacientes sem fraturas (p

valorgt005) Jaacute o uso de anticoncepcional ou o uso de reposiccedilatildeo hormonal natildeo se mostraram

ser relevantes para ocorrecircncia de fraturas nessa amostra E 235 das pacientes acamadas por

mais de dois meses sofreram alguma fratura com p valor lt005 Evidenciando associaccedilatildeo

entre a paciente ficar acamada por mais de dois meses e sofrer fratura por fragilidade oacutessea

Avaliando a tabela 7 foi notado que apenas 125 das pacientes que tiveram fratura eram

tabagistas e 167 eram etilistas natildeo se mostrando essas caracteriacutesticas como fatores de

risco A atividade fiacutesica moderadapesada ateacute 25 anos e acima de 50 anos apresentou

percentuais de 441 e 382 respectivamente Aleacutem disso entre 25 e 50 anos 444 das

pacientes com atividade fiacutesica moderadapesada tiveram fraturas e 441 das pacientes natildeo

tiveram fraturas para essa faixa etaacuteria (p valor gt005) Sendo assim natildeo houve associaccedilatildeo

entre a atividade fiacutesica e as fraturas Em relaccedilatildeo ao item ingestatildeo de leite apoacutes os 50 anos

456 das pacientes que natildeo tiveram fraturas ingeriam de 1 a 2 copos de leite por dia e

apenas 44 ingeriam mais de 3 copos de leite por dia No caso das pacientes que tiveram

fraturas apoacutes os 50 anos foi observado que 50 ingeriam de 1 a 2 copos de leite por dia e

167 ingeriam 3 copos ou mais de leite

30

64 Tempo de menopausa X Fratura

As pacientes foram avaliadas graacutefico 3 para verificar a associaccedilatildeo entre o tempo de

menopausa e o desfecho das fraturas A mediana do tempo de menopausa encontrado em

ambos os grupos foi de 262 com DP de plusmn98 Metade das pacientes que tiveram fraturas tem

entre 193 e 293 anos de menopausa com DP de plusmn72 A correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade

tempo de menopausa e IMC foi observado na tabela 8 onde evidenciada uma associaccedilatildeo

positiva entre a idade e o tempo de menopausa nos grupos de pacientes com e sem fraturas

Assim como foi verificado uma associaccedilatildeo negativa de quanto maior a idade e o tempo de

menopausa menor o IMC

31

Graacutefico 1

Graacutefico 2

32

Graacutefico 3

33

Tabela 1- Caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas das

mulheres poacutes menopausa (n=86)

Caracteriacutesticas Meacutedia plusmn desvio padratildeo

Idade (anos) 7255 plusmn 897

Idade da

menarca (anos) 1324 plusmn 184

Idade da

menopausa

(anos)

4608 plusmn 614

Tempo de

menopausa

(anos)

2618 plusmn976

Peso (kg)sect 6342 plusmn 1055

Altura (m)deg 155 plusmn 008

IMC (kgm2) 2643 plusmn 557

n=85 sectn=83 ordmn=82 n=81 n=80

Tabela 2-Caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas das

mulheres poacutes menopausa em 2003

Caracteriacutesticas Meacutedia plusmn desvio padratildeo

Idade (anos) 6463plusmn1270

Idade da

menarca (anos)

1304 plusmn 193

Idade da

menopausa

(anos)

4755 plusmn 601

Tempo de

menopausa

(anos)

1700 plusmn 1076

Peso (kg)sect 6533 plusmn 1270

Altura (m)deg 155 plusmn 006

IMC (kgm2) 2696 plusmn 477

34

Tabela 3 ndash Incidecircncia de fraturas em mulheres poacutes menopausa segundo a

localizaccedilatildeo de fratura 2003-2011

Tipo da fratura

n

Veacutertebra 1 38

Fecircmur 1 38

Costela 2 77

Antebraccedilo 13 500

Uacutemero 4 145

Peacute 5 192

Total 26 1000

Nota Algumas pacientes tiveram mais de uma fratura no periacuteodo

Tabela 4- Relaccedilatildeo entre idade e fratura nas mulheres na poacutes menopausa

Total

Fratura

Idade (anos) Natildeo Sim

N () n () n ()

54 a 64 anos 18 209 14 206 4 222

65 a 79 anos 48 558 39 574 9 500

80 a 97 anos 20 233 15 221 5 278

Total 86 1000 68 1000 18 1000

Meacutedia (DP) 725 (90) 713 (77) 729 (93)

Nota P-valor pelo teste de Mann-Whitney=0813

35

Tabela 5 - Incidecircncia de fratura em mulheres poacutes-menopausa segundo

resultado da USO 2003-2011

Resultado da

USO

Total

Fratura p-valor

Sim Natildeo

n n

()

IC95 n

()

Normal 36 7 194

89 -

3472

29 806

0496

Alterado 50 11 220

121 -

350

39 780

Total 86 18 209

133 -

305

68 791

Nota Risco relativo = 113 (IC95 048 - 263)

36

Tabela 6 ndash Caracteriacutesticas cliacutenicas de mulheres poacutes-menopausa segundo

fratura (n=86)

Fratura

Natildeo (n=68) Sim (n=18) Total

n ( ) n ( )

IMC

Abaixo do pesoNormal 24 (353) 5 (278) 28 0792

Sobrepeso 27 (397) 9 (500) 36

Obeso 17 (250) 4 (222) 21

Histoacuterico familiar de fratura de quadril

Natildeo 66 (985) 13 (867) 79 0085

Sim 1 (15) 2 (133) 3

Osteoporose

Natildeo 44 (800) 9 (529) 53 0055

Sim 11 (200) 8 (471) 19

Uso de anticoncepcional

Natildeo 32 (485) 10 (556) 42 0791

Sim 34 (515) 8 (444) 42

Ausecircncia de mentruaccedilatildeo

Natildeo 60 (909) 16 (941) 76 1000

Sim 6 (91) 1 (59) 7

Retirou o uacutetero

Natildeo 46 (687) 9 (500) 55 0170

Sim 21 (313) 9 (500) 30

Retirou os ovaacuterios

Natildeo 53 (815) 11 (647) 64 0187

Sim 12 (185) 6 (353) 18

Reposiccedilatildeo hormonal

Natildeo 51 (761) 13 (722) 64 0763

Sim 16 (239) 5 (278) 21

Amamentou

Natildeo 14 (206) 4 (222) 18 1000

Sim 54 (794) 14 (778) 68

Acamado por mais de dois meses

Natildeo 63 (940) 13 (765) 76 0049

Sim 4 (60) 4 (235) 8

Caracteriacutesticas clinicas

p-valor do

teste exato

de Fisher

37

Tabela 7 - Caracteriacutesticas comportamentais de mulheres poacutes-menopausa segundo

fratura (n=86)

Fratura

Natildeo (n=68) Sim (n=18) Total

n ( ) n ( )

Tabagismo

Natildeo fumante 47 (758) 14 (875) 61 0499

FumanteEx-fumante 15 (242) 2 (125) 17

Etilismo no uacuteltimo ano

Natildeo 48 (706) 15 (833) 63 0376

Sim 20 (294) 3 (167) 23

Atividade fiacutesica ateacute os 25 anos

Leve 38 (559) 11 (611) 49 0792

ModeradaPesada 30 (441) 7 (389) 37

Atividade fiacutesica entre os 25 e 50 anos

Leve 38 (559) 10 (556) 48 1000

ModeradaPesada 30 (441) 8 (444) 38

Atividade fiacutesica acima dos 50 anos

Leve 42 (618) 12 (667) 54 0789

ModeradaPesada 26 (382) 6 (333) 32

Frequecircncia diaacuteria de leite ateacute 25 anos

Nenhummenos 1 copodia 34 (500) 8 (444) 42 0910

1 a 2 coposdia 31 (456) 9 (500) 40

3 coposdia ou mais 3 (44) 1 (56) 4

Frequecircncia diaacuteria de leite apoacutes 50 anos

Nenhummenos 1 copodia 34 (500) 6 (333) 40 0103

1 a 2 coposdia 31 (456) 9 (500) 40

3 coposdia ou mais 3 (44) 3 (167) 6

Caracteriacutesticas

comportamentais

p-valor do

teste exato

de Fisher

Tabela 8- Coeficientes de correlaccedilatildeo de Spearman (rs) entre idade IMC e tempo de

menopausa em mulheres poacutes-menopausa

Variaacuteveis

IMC IdadeTempo de

menopausa

r s 1 -0144 -0151

p-valor 0569 0550

r s -0227 1 0736

p-valor 0074 lt0001

r s -0295 0761 1

p-valor 0020 lt0001

Variaacuteveis

IMC

Idade

Tempo de menopausa

Nota o triacircngulo superior direito (parte hachurada) se refere agraves correlaccedilotildees para as mulheres com

fratura e o inferior esquerdo (parte natildeo hachurada) agraves mulheres sem fratura

38

7 Discussatildeo

No Brasil os principais fatores cliacutenicos de risco para fraturas por fragilidade oacutessea

eram extrapolados a partir de estudos internacionais O estudo vem acrescentar informaccedilotildees

para se conhecer os fatores relacionados agrave essas fraturas Nossos resultados revelam que a

idade avanccedilada a historia familiar de fratura de quadril o diagnoacutestico de osteoporose e

tambeacutem o paciente ficar acamado por mais de 2 meses foram considerados fatores de risco

para fraturas por fragilidade oacutessea

Esse estudo mostrou concordacircncia com a Johnell amp Kanis (2006) onde o principal

siacutetio mundial de fratura por fragilidade oacutessea nas mulheres apoacutes a menopausa foi o antebraccedilo

Segundo o estudo Latin American Vertebral Osteoporosis Study (LAVOS) (Clark et al

2009) a fratura vertebral eacute a mais prevalente da ameacuterica latina com uma prevalecircncia de

142 diferente do nosso estudo onde a coluna vertebral e o colo do fecircmur aparecem

juntos em uacuteltimo lugar na lista de incidecircncia dos siacutetios de fratura Isso pode ser atribuiacutedo

devido a diferenccedila nos criteacuterios de definiccedilatildeo de fraturas pois no LAVOS optou-se pela

medida radiograacutefica do local de fraturas enquanto no nosso estudo as fraturas foram referidas

pelas pacientes

Os consensos sobre osteoporose tecircm propostos algoritmos para identificar indiviacuteduos

de alto risco para fraturas (Kanis et al 2008 WHO 1999) Para tanto a associaccedilatildeo de fatores

de risco para fraturas com a medida da USO eacute de suma importacircncia embora sejam poucas as

pacientes que tecircm oportunidade de realizar esse exame (Oliveira et al 2007) Assim o

presente trabalho mostrou um risco para fraturas por fragilidade oacutessea 13 maior nas

pacientes com resultado de USO alterada em relaccedilatildeo as pacientes que tiveram resultados de

39

USO normais vindo de encontro aos resultados encontrados por Oliveira et al (2007)

Corroborando o USO como um meacutetodo confiaacutevel para a prediccedilatildeo de fraturas

E semelhante a Pinheiro et al (2010a) o presente estudo revelou que os principais

fatores de risco para fraturas por fragilidade oacutessea satildeo a idade avanccedilada a historia familiar de

fratura de quadril e a presenccedila de osteoporose Isso pode ser atribuiacutedo ao fato de que no

estudo de Pinheiro et al (2010a) assim como no nosso estudo a populaccedilatildeo ser

predominantemente de mulheres acima dos 65 anos e viverem em aacuterea urbana tendo haacutebitos

de vida parecidos

O achado em nosso estudo que apresentou significacircncia estatiacutestica refere-se ao fator

de risco ldquopaciente acamado por mais de dois mesesrdquo como disposto na literatura (Pinheiro et

al 2010b Demir et al 2008) O que acontece eacute que com o paciente acamado por tempo

prolongado um maior remodelamento oacutesseo eacute observado Os osteoclastos responsaacuteveis pela

absorccedilatildeo oacutessea sobrepotildee os osteoblastos predispondo as fraturas por fragilidade oacutessea

(Fyhrie amp Schaffler 1994) Assim observou-se no estudo que 235 das pacientes

acamadas por mais de dois meses sofreram alguma fratura por fragilidade oacutessea com p valor

lt005 Isso reafirma a associaccedilatildeo entre a paciente ficar acamada por mais de dois meses e

sofrer fratura por fragilidade oacutessea Por outro lado o exerciacutecio fiacutesico que estaacute sabidamente

relacionado ao aumento da resistecircncia muscular do equiliacutebrio e da flexibilidade contribuindo

para a reduccedilatildeo da perda oacutessea e melhora da sauacutede em geral (Chan 2003) natildeo se mostrou

como fator de proteccedilatildeo neste estudo Provavelmente devido ao baixo percentual encontrado

de pacientes que praticavam atividade fiacutesica moderada ou pesada

O elevado IMC e a terapia de reposiccedilatildeo hormonal natildeo desempenharam papel protetor

na nossa populaccedilatildeo como seria o esperado por estudos anteriores (Pinheiro et al 2010c

40

Buttros et al 2011) Ao contrario o sobrepeso e obesidade foram considerados fatores de

risco Isso pode ser atribuiacutedo ao IMC meacutedio dessa populaccedilatildeo ser 264 (kgm2) (DPplusmn 55)

limiacutetrofe para sobrepeso Embora esse dado demonstre contrariedade com a literatura que

estabelece relaccedilatildeo inversa entre obesidade e fraturas por fragilidade oacutessea em nosso estudo

ter maior peso e IMC natildeo seriam fatores de risco para fraturas e sim caracteriacutesticas das

mulheres mais idosas em um contexto social de baixa escolaridade e renda Esse fato eacute

confirmado pelos resultados da Pesquisa Nacional sobre Sauacutede e Nutriccedilatildeo ( Batista F et al

2003) que demonstraram caraacuteter ascendente da obesidade nos estratos de mulheres com baixa

renda residentes na regiatildeo Sudeste

Aleacutem disso haacutebitos de vida como tabagismo e etilismo sabidamente relacionados agrave

maior risco para fraturas por fragilidade oacutessea (Pinheiro et al 2010) tambeacutem natildeo se

mostraram estar associados nesse estudo

A necessidade de caacutelcio do ser humano varia ao longo da vida e uma ingestatildeo

adequada para mulheres acima de 50 anos eacute de 1200 mg pois com a idade o corpo

naturalmente perde um pouco da capacidade de absorccedilatildeo de minerais (Nuacutecleo de Estudos e

Pesquisas em Alimentaccedilatildeo 2006) O fato de apenas 44 das mulheres que natildeo tiveram

fraturas e 167 das mulheres que tiveram fraturas ter referido consumo superior a

900mgdia (3 ou mais copos) foi fator de surpresa principalmente levando-se em conta o PIB

per capita da cidade superior ao da maioria dos municiacutepios brasileiros (IPEA 2000)

Assim como em estudos preacutevios (Pinheiro et al 2010c NHI 2001 Demir et al

2008) nossos dados tambeacutem demonstraram o hipoestrogenismo como importante fator de

risco para fraturas por fragilidade oacutessea jaacute que as pacientes com fratura tecircm entre 19 e 29

anos de menopausa Em recente estudo Demir et al (2008) estudaram 2769 mulheres na

41

poacutes-menopausa correlacionando a ocorrecircncia de osteoporose com o tempo de menopausa

Demonstraram que 106 das pacientes com ateacute trecircs anos de poacutes-menopausa tinham

osteoporose contra 329 das pacientes com sete anos ou mais Acredita-se que a deficiecircncia

estrogecircnica seja responsaacutevel por dois terccedilos da perda de massa oacutessea levando

consequentemente agraves fraturas por fragilidade oacutessea assim como observado (Position

statement of the North American Menopause Society 2010)

Os dados deste estudo podem ser limitados pois apesar de tratar-se de uma coorte as

participantes reportaram dados referentes a estilo de vida dieta antecedentes familiares e

pessoais o que pode ter ocasionado algum vieacutes recordatoacuterio Outra limitaccedilatildeo eacute que como

avaliado por Oliveira et al (2007) esta populaccedilatildeo apresenta a maior parte das mulheres com

baixo niacutevel socioeconocircmico e escolaridade sem acesso agrave adequada educaccedilatildeo nutricional e agrave

atividade fiacutesica orientada Por outro lado resultados encontrados sem significacircncia estatiacutestica

podem ter sido ocasionados pelo tamanho amostral reduzido devido a dificuldade de

rastreamento da populaccedilatildeo uma vez que a unidade de sauacutede natildeo atualizou o endereccedilo e

telefone das mulheres eleitas para o estudo Talvez se tivesse sido realizado contato anual

com essas mulheres natildeo teriacuteamos perdido o seguimento delas

42

8 Conclusatildeo

Devido agrave sua alta prevalecircncia e associaccedilatildeo com mortalidade e incapacidade a fratura

devido agrave fragilidade oacutessea deve ser considerada um problema de sauacutede puacuteblica no Brasil

Apesar das limitaccedilotildees o presente estudo foi realizado de forma prospectiva em mulheres

brasileiras na poacutes-menopausa devendo os seus resultados serem levados em consideraccedilatildeo

para a formulaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas de sauacutede para a prevenccedilatildeo e estrateacutegias de tratamento

para as fraturas Os fatores de risco encontrados como a idade avanccedilada a histoacuteria familiar

de fratura de quadril e a presenccedila de osteoporose devem ser acompanhados e combatidos para

tentar-se diminuir o risco para as fraturas Assim como o USO mostrou ser um meacutetodo

confiaacutevel para avaliar o risco para fraturas podendo ser implementado em maior escala do

que a atual Entatildeo acreditamos que novos estudos prospectivos com uma amostra mais

representativa devam ser realizados para se confirmar os fatores associados a fraturas por

fragilidade oacutessea na populaccedilatildeo brasileira para cada vez mais conhecermos o perfil da nossa

populaccedilatildeo e termos subsiacutedios para combater esse agravo

43

9 Referecircncias Bibliograacuteficas

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48

10 Anexo 1 - Instrumento de coleta - EVOS (EUROPEAN VERTEBRAL

OSTEOPOROSIS STUDY)

Data _________

Nome________________________________________________________

Endereco_____________________________________________________

Fone _____________ Data de nascimento _________ RG

1- Dados antropomeacutetricos

Peso (Kg) Altura (m) IMC

2- Dados Ginecoloacutegicos

Idade da primeira menstruacao anos

Vocecirc jaacute usou piacutelula anticoncepcional por mais de 3 meses

sim natildeo natildeo sei

Vocecirc jaacute ficou algum periacuteodo em sua vida sem menstruar antes da menopausa (exceto se

gravidez) sim natildeo natildeo sei

Idade da ultima menstruaccedilatildeo anos

Numero de filhos

Vocecirc fez cirurgia para retirar o uacutetero sim com Idade ____ (anos)

natildeo natildeo sei

E para retirar os ovaacuterios (um ou os dois) sim idade ___ (anos)

natildeo natildeo sei

Vocecirc fez reposiccedilatildeo hormonal apos a menopausa sim natildeo natildeo sei

Se sim quando iniciado o periacuteodo foi superior a 1 ano sim natildeo natildeo sei

49

Vocecirc notou os seguintes sintomas na menopausa

calores sim natildeo natildeo sei

depressatildeo sim natildeo natildeo sei

insocircnia sim natildeo natildeo sei

outros sim natildeo natildeo sei

Vocecirc amamentou sim natildeo natildeo sei

Se sim quantas crianccedilas vocecirc amamentou por mais que 3 meses

3- Dados familiares

Em sua famiacutelia (pai matildee irmatildeos) existe historia de fratura de quadril apos os 50 anos de

idade sim natildeo natildeo sei

4- Histoacuteria de fratura

Vocecirc jaacute teve alguma fratura sim natildeo natildeo sei

Se sim em qual sitio esqueleacutetico com que idade e qual foi o tipo de trauma

Sitio Numero Idade (anos) Niacutevel do trauma

Vertebra

Fecircmur (colo trocanter)

Costela

Antebraccedilo

Uacutemero

Pe

Outras

Vocecirc sabe que tem osteoporose sim tenho natildeo natildeo tenho natildeo sei

5- Aacutelcool

Com que frequecircncia vocecirc bebeu no ultimo ano

Diariamente 5-6 dsem 3-4 dsem

50

1 -2 dsem lt 1 dsem nunca

Tipo de bebida destilados (uiacutesque cachaccedila vodka)

fermentados (cerveja vinho)

6- Imobilizaccedilatildeo

Vocecirc jaacute ficou acamado por um periacuteodo superior a 2 meses

sim natildeo natildeo sei

Se sim foi antes ou apos os 25 anos de idade

ano passado nunca

7- Fumo

Vocecirc fumou cigarro ou usou outras formas de fumo (cachimbo ou charuto)

atualmente no passado nunca

Com que idade iniciou anos

Se parou com que idade anos

Numero de cigarrosdia

8- Atividade Fiacutesica

Quantas tempo costuma passar diariamente ao ar livre caminhando ou andando de bicicleta

nenhuma a 1 h superior a 1 h

Qual a sua atividade fiacutesica durante diferentes periacuteodos de sua vida adulta

Ate os 25 anos 25 a 50 anos acima 50 anos

Niacutevel 1 (leve) 2 (moderada) 3 (pesada) 4

(muito pesada)

9- Impacto

Como vocecirc descreveria sua sauacutede geral neste momento

muito boa boa satisfatoacuteria regular ruim

10- Interrogatoacuterio sobre drogas

51

Vocecirc jaacute usou alguma medicaccedilatildeo oral ou injetaacutevel contendo corticosteroides por mais de 3

meses sim natildeo natildeo sei

Vocecirc jaacute usou alguma desses remeacutedios

Droga sim natildeo sei tempo

(meses)

parou ha quanto tempo

Hormocircnios

masculinos

Hormocircnios

femininos

Calcitonina

Fluacuteor

Caacutelcio

Vitamina D

Anabolizantes

Diureacuteticos

tiazidicos

11- Ingestatildeo de caacutelcio

Com que frequecircncia vocecirc comeu produtos derivados do leite na semana passada

(diassemana)

queijo amarelo queijo branco iogurte leite sorvete

Para os periacuteodos indicados abaixo com que frequecircncia vocecirc recebeu leite

ate 25 anos 25 a 50 anos Acima de 50 anos

Todas as refeiccedilotildees (3 ou + coposdia)

1-2 coposdia

52

Toda semana mas natildeo todo dia

lt 1 vezsemana

53

11 Anexo 2 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Projeto de Pesquisa Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade

oacutessea em mulheres na menopausa

Pesquisador responsaacutevel Dra Lizanka Paola F Marinheiro

Instituiccedilatildeo responsaacutevel Instituto Fernandes Figueira

Vocecirc estaacute sendo convidado a participar do projeto de pesquisa intitulado

Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea em mulheres na

menopausa por que vocecirc participou do estudo anterior realizado haacute 7 anos sobre a

osteoporose e suas consequumlecircncias

54

A osteoporose e uma doenccedila que se caracteriza pela diminuiccedilatildeo da resistecircncia do osso

tornando-o mais fraacutegil Essa fragilidade aumenta o risco da pessoa que tem osteoporose de ter

fraturas mesmo com atividades comuns como tossir ou espirrar

Com isso esse trabalho deseja avaliar a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea na

populaccedilatildeo de mulheres na poacutes menopausa residente da Ilha de Paquetaacute apoacutes 7 anos de

seguimento do uacuteltimo estudo transversal

Vocecirc natildeo eacute obrigada a participar Mas se quiser vocecirc teraacute que responder a um

questionaacuterio Para participar vocecirc natildeo teraacute que pagar nada O resultado seraacute fornecido apenas

a vocecirc ningueacutem mais saberaacute Suas duvidas seratildeo esclarecidas e vocecirc devera continuar

acompanhamento com seu meacutedico assistente Se vocecirc natildeo quiser participar natildeo seraacute

submetida a nenhum constrangimento fiacutesico ou moral e seu atendimento no posto de sauacutede

natildeo seraacute prejudicado A participante poderaacute se retirar do estudo a qualquer momento que

julgar necessaacuterio sem prejuiacutezo para a mesma O resultado de toda a pesquisa seraacute divulgada e

atraveacutes de artigos cientiacuteficos em revistas encontros congressos ou similares sem a

divulgaccedilatildeo dos nomes de quem participou de forma sigilosa

Sua participaccedilatildeo no estudo natildeo implicaraacute em custos adicionais O (A) Sr (a) natildeo teraacute

qualquer despesa com a realizaccedilatildeo dos procedimentos previstos neste estudo que seratildeo

custeados pelo pesquisador responsaacutevel Tambeacutem natildeo haveraacute nenhuma forma de pagamento

pela sua participaccedilatildeo

Caso surja alguma duacutevida quanto agrave eacutetica do estudo o (a) Sr(a) deveraacute se reportar ao

Comitecirc de Eacutetica em Pesquisas envolvendo seres humanos ndash subordinado ao Conselho

Nacional de Eacutetica em Pesquisa oacutergatildeo do Ministeacuterio da Sauacutede atraveacutes de solicitaccedilatildeo ao

representante de pesquisa que estaraacute sob contato permanente ou contactando o Comitecirc de

Eacutetica em Pesquisa desta instituiccedilatildeo no telefone (21) 3971-1590 Eacute assegurado o completo

55

sigilo de sua identidade quanto a sua participaccedilatildeo neste estudo incluindo a eventualidade da

apresentaccedilatildeo dos resultados deste estudo em congressos e perioacutedicos cientiacuteficos

Eu________________________________________________________________________

residente do endereccedilo__________________________ fui informada dos objetivos e da

justificativa deste trabalho de forma clara e detalhada pela Dra Adriana de Mattos V da

Costa Recebi informaccedilotildees especificas sobre cada procedimento no qual estarei envolvida

dos desconfortos e riscos previstos tanto quanto dos benefiacutecios esperados Todas as minhas

duvidas foram respondidas com clareza e sei que poderei solicitar novos esclarecimentos a

qualquer momento Aleacutem disso sei que novas informaccedilotildees obtidas durante o estudo me seratildeo

fornecidas e que terei liberdade de retirar meu consentimento de participaccedilatildeo face a estas

informaccedilotildees sem prejuiacutezo para mim Aleacutem disto me foi entregue uma coacutepia da folha de

informaccedilotildees para os participantes a qual li compreendi e me deu plena liberdade para decidir

acerca da minha espontacircnea participaccedilatildeo nesta pesquisa Minha identidade jamais seraacute

publicada Os dados colhidos poderatildeo ser examinados por pessoas envolvidas no estudo com

autorizaccedilatildeo delegada do investigador e por pessoas delegadas pelo patrocinador Estou

recebendo uma coacutepia assinada deste Termo

Os pesquisadores responsaacuteveis pelo Projeto satildeo a Dra Lizanka Paola F Marinheiro e

sua aluna a Dra Adriana de Mattos Viveiros da Costa

56

Participante

Nome _________________________________

Assinatura________________________________

Data_________________________________________

Investigador

Nome____________________________________

Assinatura________________________________

Data_______________________________________

Pesquisadora

Nome______________________________________

Assinatura___________________________________

Data__________________________________________

Dra Lizanka Paola F Marinheiro

lizankaglobocom

tel 25541700

Dra Adriana de Mattos Vda Costa

adrianamattosmedyahoocombr

tel 87273315

Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa

Rua Afonso Cavalcanti 455 sala 710 ndash Cidade Nova -

Telefone 3971-1463

4

Resumo

Introduccedilatildeo O aumento na ocorrecircncia de fraturas secundaacuterias agrave fragilidade oacutessea

representa um significativo problema de Sauacutede Puacuteblica jaacute que corresponde a um importante

aumento na morbidade mortalidade e nos custos de mulheres na poacutes menopausa Objetivos

Avaliar os fatores relacionados agrave ocorrecircncia de fraturas em mulheres poacutes-menopausa

acompanhadas em uma unidade baacutesica de sauacutede Metodologia Foi realizado um estudo de

coorte prospectivo na ilha de PaquetaacuteRJ no ano de 2011 Atraveacutes do banco de dados jaacute

existente as mulheres foram localizadas por telefonemas e comparecimento no hospital local

As pacientes selecionadas foram submetidas a um questionaacuterio estruturado de avaliaccedilatildeo de

fatores relacionados agrave fragilidade oacutessea Resultados A incidecircncia de fratura por fragilidade

oacutessea encontrada foi de 21 tendo como sitio principal o antebraccedilo com 13 A idade

meacutedia da populaccedilatildeo foi de 72 anos com DP plusmn 90 No grupo de pacientes fraturadas 50

tinham entre 65 e 79 anos sugerindo ser essa faixa etaacuteria mais susceptiacutevel as fraturas por

fragilidade oacutessea Das pacientes que tiveram a Ultrassonometria oacutessea de calcacircneo alterado

22 tiveram fraturas nesse periacuteodo Foi calculado o RR= 113 (IC95 048 - 263) As

pacientes que tiveram fraturas se mostraram com maior sobrepeso ou obesas (722) com

maior historia familiar de fratura de quadril (133) e com maior diagnostico de osteoporose

(471) do que as pacientes sem fraturas (p valorgt005) E 235 das pacientes acamadas

por mais de dois meses sofreram alguma fratura com p valor lt005 Na correlaccedilatildeo entre as

variaacuteveis idade tempo de menopausa e IMC foi evidenciada uma associaccedilatildeo positiva entre a

idade e o tempo de menopausa nos grupos de pacientes com e sem fraturas Conclusatildeo Os

fatores de risco para fraturas por fragilidade oacutessea encontrados ajudam a conhecermos o

perfil da nossa populaccedilatildeo e termos subsiacutedios para combater esse agravo

Palavras Chaves Osteogecircnese Imperfeita Fraturas Fragilidade Oacutessea e Epidemiologia

5

Abstract

Introduction The increased occurrence of secondary fractures associated with bone

fragility represents a significant Public Health problem since it leads to a considerable

increase in morbidity mortality and in health care costs for postmenopausal women

Objectives To evaluate the factors related to the occurrence of fractures in postmenopausal

women attended at a public health center Methodology A prospective cohort study was

conducted in Paquetaacute Island Rio de Janeiro in 2011 Using an existing database these

women were identified contacted by phone and asked to come to the local hospital The

selected patients were submitted to a structured questionnaire assessing factors related to

bone fragility Results The incidence of fracture due to bone fragility was of 21 and the

main site was the forearm accounting for 13 The average age of the population was 72

with a SD plusmn 90 In the group of fractured patients 50 were between 65 and 79 years old

which suggest this is the age group that is most susceptible to fractures associated with bone

fragility Twenty two percent of the patients who had an altered quantitative ultrasonometry

of the calcaneus had fractures in that period of their lives The RR was calculated RR = 113

(CI 95 048 ndash 263) The patients who had fractures were more overweight or obese

(722) had a longer family history of hip fracture (133) and more diagnoses of

osteoporosis (471) than patients without fractures (p-value gt 005) And 235 of the

patients who were bedridden for more than two months suffered some type of fracture with a

p-value lt 005 In the correlation between the different ages time of menopause and BMI a

positive association between age and time of menopause became clear in the groups of

patients with and without fractures Conclusion The risk factors for fractures associated with

bone fragility help us to define the profile of our population and provide us with means to

fight this problem

Key Words Fractures Bone Fragility and Epidemiology

6

Lista de Abreviaturas e Siglas

BUA = Atenuaccedilatildeo da frequecircncia do som

DMO= Densidade Mineral Oacutessea

DP= Desvio Padratildeo

EVOS= European Vertebral Osteoporosis Study

FCRs= Fatores Cliacutenicos de Riscos

IBGE= Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica

IMC= Iacutendice de Massa Corporal

IDH= Iacutendice de Desenvolvimento Humano

OMS= Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

PNAISM= Poliacutetica Nacional de Assistecircncia Integrada a Sauacutede da Mulher

PNAD= Pesquisa Nacional Por Amostra de Domiciacutelio

SPSS= Statistical Package for Social Science

SOS= Velocidade do Som

TH= Terapia Hormonal

USO= Ultrassonometria Oacutessea de calcacircneo

7

Lista de Ilustraccedilotildees

Graacutefico 1- Incidecircncia de fratura em mulheres poacutes-menopausa 2003-2011

Graacutefico 2-Mulheres poacutes-menopausa por idade segundo fratura

Graacutefico 3- Anos apoacutes a menopausa conforme fratura

Tabela 1- Caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas das mulheres poacutes

menopausa (n=86)

Tabela 2- Caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas das mulheres poacutes

menopausa em 2003

Tabela 3- Incidecircncia de fraturas em mulheres poacutes menopausa segundo a

localizaccedilatildeo da fratura 2003-2011

Tabela 4- Relaccedilatildeo entre idade e fratura nas mulheres na poacutes menopausa

Tabela 5- Incidecircncia de fratura em mulheres poacutes-menopausa segundo

resultado da USO 2003-2011

Tabela 6 - Caracteriacutesticas cliacutenicas de mulheres poacutes-menopausa segundo

fratura (n=86)

Tabela 7- Caracteriacutesticas comportamentais de mulheres poacutes-menopausa

segundo fratura (n=86)

Tabela 8- Coeficientes de correlaccedilatildeo de Spearman (rs) entre idade IMC e

tempo de menopausa em mulheres poacutes-menopausa com fratura (n=18) e

sem fratura (n=68)

8

Sumaacuterio

Lista de Abreviaturas e Siglas 6

Lista de Ilustraccedilotildees 7

1 Introduccedilatildeo 9

2 Justificativa 11

3 Objeto de Estudo 16

31 Objetivos 16

311 Geral 16

312 Especiacuteficos 16

4 Marco Teoacuterico 17

5 Materiais e Meacutetodos 23

51 Populaccedilatildeo 23

52 Tipo de estudo 23

53 Criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo 24

54 Alocaccedilotildees de pacientes 24

55 Anaacutelise Estatiacutestica 26

6 Resultados Encontrados 28

61 Gerais 28

62 USO preacutevia X Fraturas 28

63 Caracteriacutesticas cliacutenicas e comportamentais X Fratura 29

64 Tempo de menopausa X Fratura 30

7 Discussatildeo 38

8 Conclusatildeo 42

9 Referecircncias Bibliograacuteficas 43

10 Anexo 1 - Instrumento de coleta - EVOS (EUROPEAN VERTEBRAL OSTEOPOROSIS STUDY) 48

11 Anexo 2 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido 53

1

9

1 Introduccedilatildeo

Nota-se nas uacuteltimas deacutecadas o aumento da expectativa de vida das mulheres que

atingem a fase do climateacuterio ainda ativa econocircmica e socialmente desejando uma melhor

qualidade de vida Segundo a definiccedilatildeo proposta pela Sociedade Internacional da Menopausa

no 1deg Congresso Mundial de Climateacuterio em 1976 climateacuterio eacute o periacuteodo de transiccedilatildeo entre a

vida reprodutiva e a senilidade A menopausa seria a uacuteltima menstruaccedilatildeo natural Ela

geralmente ocorre por volta dos 50 anos e soacute pode ser reconhecida apoacutes os doze meses de

amenorreia (Speroff et al 1989)

Este periacuteodo eacute marcado por um estado de hipoestrogenismo com um impacto

negativo na vida das mulheres Todavia a multiplicidade de manifestaccedilotildees inclui distuacuterbios

fiacutesicos psicoloacutegicos e metaboacutelicos (De Lorenzi et al 2005) Dentre as doenccedilas crocircnicas que

atingem a mulher climateacuterica a osteoporose aparece como uma das patologias de maior

incidecircncia (Vianna 2001)

Quando sintomas da osteoporose aparecem se relacionam com a ocorrecircncia de

fraturas mais comumente na porccedilatildeo distal do antebraccedilo na coluna vertebral e no colo do

fecircmur (International Osteoporosis Foundation 2005) A maior incidecircncia de fraturas eacute

observada em mulheres brancas na poacutes-menopausa (Pinheiro et al 2010a b) e os fatores

associados agraves fraturas alguns jaacute satildeo bem conhecidos e outros ainda precisam ser descobertos

Assim a fratura por fragilidade oacutessea eacute definida como aquela resultante de uma queda da

proacutepria altura ou trauma menos intenso em indiviacuteduos com 50 anos ou mais em siacutetios

esqueleacuteticos especiacuteficos antebraccedilo fecircmur costelas veacutertebras e uacutemero (Pinheiro et al

2010a)

10

Segundo o IBGE (IBGE 2009a) a expectativa de vida no Brasil eacute de 72 anos e soacute no

ano 2000 jaacute havia 24 milhotildees de mulheres com mais de 40 anos Ou seja predominantemente

na fase de deficiecircncia estrogecircnica e com risco aumentado de osteoporose A principal e mais

temida complicaccedilatildeo da osteoporose eacute a fratura oacutessea Entatildeo a adoccedilatildeo de meacutetodos praacuteticos e

de baixo custo para o rastreamento da populaccedilatildeo de risco para fraturas propiciaria a

quantificaccedilatildeo do problema e o planejamento de intervenccedilotildees precoces que impedissem ou

retardassem a ocorrecircncia deste agravo (Oliveira et AL 2007) Logo o conhecimento da

epidemiologia local de fraturas por fragilidade oacutessea eacute essencial para embasar este

rastreamento

Sendo assim esse estudo procurou avaliar a incidecircncia de fraturas por fragilidade

oacutessea na populaccedilatildeo de mulheres na poacutes-menopausa residente da Ilha de Paquetaacute apoacutes sete

anos de seguimento

11

2 Justificativa

No Brasil com o envelhecimento populacional e consequumlente aumento no nuacutemero de

idosas medidas devem der tomadas para se cuidar da mulher em sua fase climateacuterica eacutepoca

que ela chega a viver um terccedilo ou mais apoacutes o fim do periacuteodo reprodutivo Essa transiccedilatildeo

epidemioloacutegica tem trazido grandes desafios ao Estado Haacute a substituiccedilatildeo entre as primeiras

causas de morte das doenccedilas transmissiacuteveis pelas crocircnicas degenerativas e causas externas

entre elas a osteoporose (IBGE 2009b)

Vaacuterios fatores estatildeo relacionados agrave causa da osteoporose como a etnia a nutriccedilatildeo os

exerciacutecios fiacutesicos os dados antropomeacutetricos o alcoolismo o tabagismo e a vida reprodutiva

da mulher Por isso eacute necessaacuterio que se tenha cada vez mais estudos atuais e com populaccedilotildees

brasileiras para que os fatores de risco que fazem a diferenccedila para fraturas por fragilidade

sejam descobertos (Pinheiro et al 2010b c)

Em 2003 segundo as informaccedilotildees da Pesquisa Nacional por Amostras de Domiciacutelios

(PNAD) a populaccedilatildeo de 60 anos ou mais era por volta de 17 milhotildees de pessoas

representando cerca de 10 da populaccedilatildeo total do Paiacutes (IBGE 2009a) As diferenccedilas de sexo

satildeo importantes para descrever as pessoas idosas e da mesma forma como tem ocorrido em

todo o mundo o nuacutemero de mulheres idosas no Brasil eacute maior do que o de homens as

informaccedilotildees da PNAD mostraram que em 2003 essa proporccedilatildeo era de 559 e 441

respectivamente (IBGE 2009a)

Tambeacutem foi observado que a expectativa de vida a partir dos 60 anos aumentou no

periacuteodo de 1999 a 2003 em todas as faixas de idade tanto para homens quanto para

mulheres entretanto a expectativa de vida das mulheres excede a dos homens e este fato

explica em parte a maior proporccedilatildeo de mulheres idosas em relaccedilatildeo aos homens Em 2006

12

no Paiacutes como um todo a expectativa de vida das pessoas de 60 anos era de 193 anos para os

homens e de 224 anos para as mulheres Notando as mudanccedilas nas caracteriacutesticas da

populaccedilatildeo o Ministeacuterio da Sauacutede iniciou accedilotildees voltadas agraves mulheres no periacuteodo climateacuterico

entre elas a Poliacutetica de Assistecircncia Integral aacute Sauacutede da Mulher (PNAISM 2004)

Os estudos confirmam que diferenccedilas de sexo e idade na percepccedilatildeo da sauacutede satildeo

importantes determinantes do comportamento em relaccedilatildeo agrave procura por atendimento de sauacutede

(WHO 2001)

Em 2003 as mulheres idosas declararam um estado de sauacutede pior do que os homens

exceto entre os idosos de 80 anos ou mais onde a tendecircncia se inverte passando os homens a

declarar um estado de sauacutede pior do que aquele declarado pelas mulheres (PNAD 2003)

Os resultados do Censo Demograacutefico 2000 para os municiacutepios das capitais

apresentam padrotildees de incapacidade funcional em mobilidade fiacutesica compatiacuteveis com aqueles

apontados pelas informaccedilotildees da Politica Nacional de Assistecircncia a Domiciacutelio 2003 para as

aacutereas metropolitanas As mulheres declaram incapacidade funcional em maior proporccedilatildeo do

que os homens observando-se tambeacutem o caraacuteter progressivo da incapacidade funcional

entre os idosos em relaccedilatildeo ao aumento da idade (IBGE 2009a b)

Com o maior nuacutemero de idosos consequumlentemente haacute uma elevaccedilatildeo na frequecircncia das

fraturas por fragilidade oacutessea Isso se torna um problema de sauacutede de grandes dimensotildees

para a paciente na poacutes-menopausa pelos limites que comprometem sua qualidade de vida

para a famiacutelia por arcar com a responsabilidade de protegecirc-la no seu conviacutevio e para a sauacutede

puacuteblica pelo ocircnus econocircmico (Speroff et al 1989 Pinheiro et al 2010a b) Assim satildeo

necessaacuteria accedilotildees de promoccedilatildeo prevenccedilatildeo e abordagem da osteoporose que incide a partir da

perimenopausa

13

Estima-se que 70 das fraturas de quadril esperadas para 2050 ocorreratildeo na Aacutesia

Ameacuterica Latina e Aacutefrica (Cooper 1999) Jaacute na Europa segundo dados da Fundaccedilatildeo

Internacional de Osteoporose estima-se que uma em cada trecircs mulheres acima dos 50 anos

teraacute fratura por fragilidade oacutessea E na Uniatildeo Europeia ocorre uma fratura a cada 30 segundos

e se espera que para essa populaccedilatildeo o nuacutemero de fraturas dobre nos proacuteximos 50 anos

(International Osteoporosis Foundation 2005)

Estudos realizados sobre os custos da osteoporose e suas consequecircncias demonstram

que os gastos com essa doenccedila impressionam O estudo de Silva et al (2003) somou os gastos

com as internaccedilotildees para reduccedilotildees ciruacutergicas as reduccedilotildees incruentas o tratamento

conservador os gastos com cirurgias para a retirada de proacutetese internaccedilotildees de longa

permanecircncia consultas meacutedicas e fisioterapia chegando agrave conclusatildeo de que os custos do

SUS com o tratamento das fraturas eacute de mais de 20 milhotildees de reais por ano Tambeacutem

Tosteson et al (2008) fizeram um levantamento de custos do tratamento da osteoporose em

uma populaccedilatildeo de mulheres americanas em 2005 e mostrou que os custos anuais com

medicamentos satildeo altiacutessimos

Sobre os exames realizados para avaliaccedilatildeo da osteoporose os principais usados satildeo a

densitometria oacutessea e a ultrassonometria oacutessea de calcacircneo (USO) A densitometria oacutessea eacute

considerada o padratildeo-ouro para o diagnoacutestico de osteoporose pela Organizaccedilatildeo Mundial da

Sauacutede (OMS) desde 1994 poreacutem este exame estima apenas a densidade mineral oacutessea A

USO busca refletir outros paracircmetros aleacutem da densidade mineral oacutessea avaliando o risco de

fratura com eficiecircncia similar agrave densitometria oacutessea (Oliveira et al 2004 Castro 2000)

Embora os fatores cliacutenicos de riscos (FCRs) em populaccedilotildees de risco para osteoporose

e fratura estejam bem estabelecidos especialmente em estudos internacionais sua prevalecircncia

14

na populaccedilatildeo brasileira em geral natildeo estaacute clara porque ainda faltam estudos sobre o tema Um

dos principais estudos sobre a avaliaccedilatildeo de FCR foi o BRAZOS (Pinheiro et al 2010a) Ele

natildeo avaliou os fatores de risco relacionados agrave massa oacutessea mas os seus resultados permitem

inferir que esses fatores de risco satildeo muito semelhantes agravequeles relacionados agrave fratura por

baixo impacto Pinheiro et al (2010) demonstrou que os principais FCRs associados agrave fratura

por osteoporose de qualquer siacutetio esqueleacutetico de um total de 2420 indiviacuteduos apoacutes ajustes

estatiacutesticos foram histoacuteria familiar de fratura de quadril idade avanccedilada e baixo peso E que

a associaccedilatildeo de FCR agraves medidas de massa oacutessea poderia melhorar a discriminaccedilatildeo de

pacientes com maior risco de fratura osteoporoacutetica (Pinheiro et al 2010a b)

Atualmente existe uma ferramenta chamada FRAXreg utilizada por meacutedicos em vaacuterios

paiacuteses baseado na pratica meacutedica usando uma combinaccedilatildeo de fatores cliacutenicos e densidade

mineral oacutessea O FRAXreg eacute usado para predizer o risco de fratura nos proacuteximos dez anos com

implicaccedilotildees diretas na decisatildeo do tratamento e custos (Kanis et al 2008 Pinheiro et al 2009)

Poreacutem o risco absoluto de fraturas depende da populaccedilatildeo estudada e essa ferramenta ainda

natildeo foi aprovada para uso no Brasil Assim estudos epidemioloacutegicos representativos sobre

fatores de risco para fraturas ainda continuam sendo necessaacuterios (Pinheiro et al 2009)

Em 2003 a dissertaccedilatildeo de mestrado da Dra Patriacutecia Pereira de Oliveira verificou o

risco aumentado de fraturas por osteoporose atraveacutes da USO (Oliveira et al 2007) na

populaccedilatildeo de mulheres menopausadas na ilha de Paquetaacute-RJ Em nosso estudo verificaremos

se existe uma correlaccedilatildeo entre os achados ultrassonograacuteficos e as fraturas cliacutenicas na mesma

populaccedilatildeo por ela utilizada aleacutem outros fatores de risco para fraturas serem contemplados

como doenccedilas de base tempo de menopausa medicamentos entre outros Isto se justifica

pela necessidade de termos no Brasil dados sobre a incidecircncia de fraturas por fragilidade

oacutessea e fatores de risco a ela relacionados desenvolvidos em uma populaccedilatildeo brasileira e

15

residente de uma ilha localizada no litoral fluminense Jaacute que a literatura nessa aacuterea eacute escassa

e para que compreendendo melhor a dinacircmica da fratura por fragilidade oacutessea possamos

intervir antes que ela ocorra melhorando a qualidade de vida dessas mulheres e diminuiacutedo os

gastos com a sauacutede

16

3 Objeto de Estudo

Estudo de fatores associados agraves fraturas por fragilidade oacutessea em mulheres na poacutes-

menopausa atendidas em uma unidade baacutesica de sauacutede

Questionamento

Quais os fatores associados agrave ocorrecircncia de fraturas em mulheres poacutes-menopausa

acompanhadas em uma unidade baacutesica de sauacutede

31 Objetivos

311 Geral

Avaliar os fatores relacionados agrave ocorrecircncia de fraturas em mulheres poacutes-menopausa

acompanhadas em uma unidade baacutesica de sauacutede

312 Especiacuteficos

a- Avaliar se a ocorrecircncia de fraturas foi maior nas pacientes identificadas como risco

aumentado para fraturas pelo ultrassonometria oacutessea de calcacircneo preacutevia

b- Verificar a associaccedilatildeo entre as fraturas por fragilidade oacutessea e os dados cliacutenicos

comportamental e demograacuteficos (idade e sexo) das pacientes

c- Analisar se o tempo de menopausa influencia a ocorrecircncia de fraturas por fragilidade

oacutessea

17

4 Marco Teoacuterico

A osteoporose pode ser definida como doenccedila osteometaboacutelica caracterizada pela

diminuiccedilatildeo da densidade mineral oacutessea com alteraccedilotildees na sua microestrutura que conduzem

a um aumento da fragilidade oacutessea e uma tendecircncia a fraturas por traumatismos pouco

intensos Dado o exposto esta constitui o verdadeiro problema de sauacutede puacuteblica devido agrave sua

alta taxa de morbimortalidade e altos custos (Vianna et al 2001 International Osteoporosis

Foundation 2005)

Com relaccedilatildeo ao hipoestrogenismo observa-se que as mulheres apresentam uma perda

oacutessea mais acelerada nos dez primeiros anos apoacutes a instalaccedilatildeo da menopausa do que os

homens da mesma idade adquirindo risco de fratura mais precocemente do que eles (NHI

2001) Esta diminuiccedilatildeo de massa oacutessea total poderaacute ser ateacute dez vezes a diminuiccedilatildeo ocorrida

antes deste periacuteodo podendo chegar a 2 a 4 ao ano para o osso trabecular e de 1 para o

cortical (NHI 2001) A deficiecircncia de estrogecircnio aumenta o remodelamento oacutesseo e pode

agravar o desequiliacutebrio nas unidades de remodelamento com o aumento do tempo de vida dos

osteoclastos em detrimento dos osteoblastos (Fyhrie amp Schaffler 1994)

Na maioria dos casos a perda oacutessea eacute assintomaacutetica Quando sinais e sintomas da

osteoporose aparecem se relacionam com a ocorrecircncia de fraturas mais comumente na

porccedilatildeo distal do antebraccedilo (fratura de Colles) na coluna vertebral e no colo do fecircmur

(International Osteoporosis Foundation 2005) A maior incidecircncia de fraturas eacute observada

em mulheres brancas na poacutes menopausa (Pinheiro et al 2010a b)

Pinheiro et al (2010) analisaram 275 mulheres caucasoacuteides acima dos 50 anos e

acharam que 44 jaacute possuiacuteam algum tipo de fratura por osteoporose (Pinheiro et al 2010b)

A dor oacutessea eacute consequumlecircncia tanto das fraturas quanto das deformidades oacutesseas As fraturas

18

vertebrais satildeo as mais comuns poreacutem satildeo geralmente assintomaacuteticas e portanto menos

diagnosticadas Poreacutem podem causar dor perda de peso deformidade na coluna espinhal e

perda de estabilidade ao andar (International Osteoporosis Foundation 2005) Apenas 10

das fraturas de veacutertebras cursam com hospitalizaccedilatildeo mesmo que causem dor e diminuiccedilatildeo da

qualidade de vida Elas ocorrem entre os 50 e 60 anos de idade com maior frequecircncia

(International Osteoporosis Foundation 2005)

Jaacute as fraturas do fecircmur satildeo as mais letais devido a complicaccedilotildees poacutes-operatoacuterias As

principais causas de mortalidade satildeo as infecccedilotildees e tromboembolismo As fraturas de quadril

satildeo menos prevalentes do que as vertebrais poreacutem de maior gravidade devido agraves altas taxas

de morbimortalidade aleacutem do alto custo para a famiacutelia e para o sistema puacuteblico de sauacutede A

mortalidade apoacutes uma fratura de quadril eacute de cerca de 20- 24 no ano seguinte a fratura

sendo acompanhada de periacuteodos de hospitalizaccedilatildeo prolongados (International Osteoporosis

Foundation 2005 Silveira et al 2005) Estimativas apontam que no ano de 2050 ocorreratildeo

aproximadamente 65 milhotildees de fratura de quadril em todo mundo (Cooper 1999) As

fraturas de punho satildeo as mais facilmente observadas por mulheres no climateacuterio chegando a

originar seis milhotildees de dias de restriccedilatildeo de trabalho por ano (International Osteoporosis

Foundation 2005)

Aleacutem do custo pessoal o impacto econocircmico gerado pela osteoporose eacute enorme

Atraveacutes do mundo eacute estimado que uma em cada trecircs mulheres acima dos 50 anos teraacute fraturas

por osteoporose Na Europa no ano 2000 foi estimada uma ocorrecircncia de 379 milhotildees de

fraturas por fragilidade oacutessea sendo que destas 890 mil eram de quadril (Tosteson et al

2008) Eacute sabido que apenas metade das pacientes que sobrevivem agrave fratura de quadril voltaraacute

a andar novamente mas dificilmente com a mesma agilidade que andava antes da fratura

Apesar de a osteoporose ser facilmente diagnosticada atraveacutes de exames e seu tratamento

19

poder ser instituiacutedo ainda eacute uma doenccedila muito subdiagnosticada e subtratada Eacute estimada na

comunidade europeacuteia que uma em cada trecircs fraturas de vertebrais recebe a atenccedilatildeo cliacutenica

que merece E uma pessoa com fratura de veacutertebra tem ateacute cinco vezes mais chance de

desenvolver nova fratura no ano seguinte fenocircmeno conhecido como fratura em cascata

(Lindsay et al 2001)

Tradicionalmente a osteoporose eacute reconhecida como uma doenccedila multifatorial sendo

70 desses fatores natildeo modificaacuteveis isto eacute definidos pela carga geneacutetica e 30

potencialmente modificaacuteveis e assim envolvidos com os aspectos ambientais Dessa forma

um uacutenico fator de risco natildeo eacute capaz de identificar indiviacuteduos com ou sem fratura Diferenccedilas

geneacuteticas raciais e antropomeacutetricas bem como da composiccedilatildeo corporal densidade oacutessea

dieta atividade fiacutesica e outros haacutebitos de vida contribuem para explicar as divergecircncias na

incidecircncia e na prevalecircncia de baixa densidade oacutessea e fraturas em diversos paiacuteses do mundo

(Pinheiro et al 2010b c) Os aspectos geneacuteticos desempenham importante influecircncia sobre a

aquisiccedilatildeo do pico de massa oacutessea e perda oacutessea relacionada agrave idade bem como na

determinaccedilatildeo das propriedades estruturais e geomeacutetricas do osso No entanto a associaccedilatildeo

entre diferentes polimorfismos gecircnicos e densidade oacutessea ou fraturas por osteoporose eacute

bastante controversa e varia em diferentes estudos inclusive no Brasil fato que pode ser

tomado como um provaacutevel reflexo das diferenccedilas de etnia e ambiental das populaccedilotildees

estudadas Da mesma forma os fatores ambientais natildeo permitem uniformizar e homogeneizar

o impacto de cada um deles em cada regiatildeo do planeta (Pinheiro et al 2010c)

Atualmente a densitometria oacutessea eacute o meacutetodo mais utilizado para avaliar a massa

oacutessea Eacute o padratildeo ouro para o diagnoacutestico de osteoporose A densidade mineral oacutessea (DMO)

eacute expressa em nuacutemero absolutos em gramas de mineral por centiacutemetro quadrado escaneado

ou ainda comparado com a DMO esperada para a idade e sexo da paciente (z escore) ou

20

comparado a DMO de adultos jovens normais do mesmo sexo (t-escore) A diferenccedila entre o

escore do paciente e o padratildeo eacute expressa em desvios padrotildees acima ou abaixo da meacutedia

(Castro et al 1999)

Segundo a Sociedade Brasileira de Densitometria Cliacutenica no consenso de 2008 satildeo

indicaccedilotildees para avaliaccedilatildeo da densidade mineral oacutessea (Brandatildeo et al 2009)

rdquoMulheres com idade gt a 65 anos e homens com idade gt a 70 anos

Mulheres acima de 40 anos na transiccedilatildeo menopausal (1-2) e homens acima de 50

anos de idade com fatores de risco

Adultos com antecedente de fratura por fragilidade condiccedilatildeo cliacutenica ou uso de

medicamentos associados agrave baixa massa oacutessea ou perda oacutessea

Indiviacuteduos para os quais satildeo consideradas intervenccedilotildees farmacoloacutegicas para

osteoporose

Indiviacuteduos em tratamento para osteoporose para monitoramento de sua eficaacutecia

Indiviacuteduos que natildeo estejam sob tratamento poreacutem nos quais a identificaccedilatildeo de perda

de massa oacutessea possa determinar a indicaccedilatildeo do tratamento

Mulheres interrompendo terapia hormonal (TH)rdquo

Arq Bras Endocrinol Metab 2009 531 pag108

A proacutepria definiccedilatildeo de osteoporose pela Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede reunida em

Hong Kong em 1994 estabeleceu criteacuterios diagnoacutesticos baseados em valores obtidos pela

densitometria oacutessea classificando como osteopecircnicas aquelas mulheres que apresentarem-se

entre 1 e 25 desvios-padratildeo (DP) abaixo da meacutedia para adultas jovens e de osteoporoacuteticas as

que se encontrarem com mais de 25 DP abaixo da meacutedia para adultas jovens (Castro et al

1999 WHO 1999)

A densitometria oacutessea apresenta como desvantagens no entanto o fato de utilizar uma

fonte de radiaccedilatildeo ionizante e possuir um elevado custo que limita seu uso em estudos

populacionais principalmente em nosso paiacutes onde os recursos destinados agrave sauacutede da

populaccedilatildeo mais carente satildeo miacutenimos Sempre tentando diminuir o impacto dos gastos com

21

sauacutede eacute estimulada a busca por meacutetodos natildeo poluentes e mais baratos mas que tragam as

mesmas informaccedilotildees que os meacutetodos jaacute estabelecidos Em funccedilatildeo disto a USO vem sendo

avaliada e alguns resultados promissores tecircm sido apresentados (Castro et al 1999) Baseia-se

na modificaccedilatildeo das caracteriacutesticas de ultrassom transmitido atraveacutes de ossos de localizaccedilatildeo

mais superficiais como no calcacircneo tiacutebia falanges ou patela Os sistemas atuais se

constituem de dois transdutores sendo um transmissor e outro receptor posicionados em

locais diferentes do osso a ser estudado Os aparelhos existentes entre noacutes avaliam o

calcacircneo osso predominantemente trabecular atraveacutes das medidas de velocidade de

transmissatildeo do ultrassom (SOS em ms) e da atenuaccedilatildeo da frequumlecircncia do ultrassom (BUA em

dBMHz) (Kanis et al 2008) Novamente de acordo com a orientaccedilatildeo da Sociedade Brasileira

de Densitometria Cliacutenica de 2008 as recomendaccedilotildees para ultrassonometria oacutessea satildeo

(Brandatildeo et al 2009)

rdquoO uacutenico siacutetio validado para o uso cliacutenico da USO em osteoporose eacute o calcacircneo

Equipamentos de USO de calcacircneo validados satildeo capazes de estimar fratura por

fragilidade em mulheres na poacutes-menopausa e em homens com idade superior a 65 anos

independentemente da densidade mineral oacutessea medida em equipamentos de DMO

central

A correlaccedilatildeo entre os resultados obtidos por USO e DMO ccccccc entral eacute

moderada

USO do calcacircneo associada a fatores de risco cliacutenicos podem ser usados para

identificar populaccedilatildeo com baixa probabilidade de fratura na qual avaliaccedilatildeo adicional

natildeo seja mais necessaacuteria

Medidas de DMO central na coluna e no fecircmur constituem o meacutetodo de escolha para a

tomada de decisatildeo terapecircutica Entretanto se a DMO central natildeo for acessiacutevel o

tratamento farmacoloacutegico pode ser iniciado se a probabilidade de fratura avaliada pelo

USO do calcacircneo com pontos de corte especiacuteficos associados a fatores de risco

cliacutenicos for suficientemente alta

Equipamentos de USO natildeo satildeo clinicamente uacuteteis no monitoramento de efeitos

esqueleacuteticos dos medicamentos disponiacuteveis para o tratamento da osteoporoserdquo

Arq Bras Endocrinol Metab 2009 531 pag110

22

Em 2003 foi realizada uma dissertaccedilatildeo de mestrado (Oliveira et al 2007) sobre a

utilizaccedilatildeo do USO para estimar a prevalecircncia de risco aumentado de fraturas em uma

populaccedilatildeo de mulheres na poacutes menopausa residentes da Ilha de Paquetaacute Em trabalho

realizado por Oliveira e cols nesta instituiccedilatildeo Foi realizado um estudo transversal com

recrutamento de 385 mulheres residentes da Ilha Todas as mulheres responderam a

questionaacuterio previamente estruturado e foram submetidas a medidas antropomeacutetricas e a

USO As medidas de USO foram realizadas segundo o manual do fabricante A idade da

populaccedilatildeo estudada variou entre 42 e 95 anos Os resultados encontrados mostram que

5922 da amostra apresentava algum tipo de alteraccedilatildeo a USO com t score menor que -1

Esse grupo era composto por mulheres mais idosas com menor peso menor altura e menor

percentual de gordura quando comparado com o grupo com t score lt ndash 1 Foi encontrado que

1688 das pesquisadas possuiacuteam alto risco para fraturas com t score lt -25 E as mulheres

do grupo de alto risco tinham maior peso e IMC paracircmetros conhecidos como protetores

Embora divergente da literatura a autora atribui esses resultados a caracteriacutesticas das

mulheres mais idosas em um contexto social de baixa escolaridade e renda (Oliveira et al

2007)

23

5 Materiais e Meacutetodos

51 Populaccedilatildeo

A Ilha de Paquetaacute dista aproximadamente 15 km da Praccedila XV no Centro da Cidade

do Rio de Janeiro sendo a principal ilha do arquipeacutelago de Paquetaacute situada ao nordeste da

Baiacutea de Guanabara A populaccedilatildeo e frequecircncia da Ilha satildeo extremamente sazonais sendo

aproximadamente 2200 domiciacutelios (entre moradores e veranistas) Os moradores fixos

correspondem a 4500 pessoas em sua maioria de famiacutelias antigas na Ilha das quais 208

satildeo idosos ultrapassando ateacute mesmo a meacutedia nacional que eacute em torno de 12 (IBGE

2009a) Este iacutendice faz de Paquetaacute o erceiro bairro em nuacutemero de idosos no municiacutepio sendo

que sua populaccedilatildeo pode ser considerada envelhecida segundo os criteacuterios da Organizaccedilatildeo

Mundial da Sauacutede (OMS 2003) Embora a maioria da populaccedilatildeo seja branca existem 109

de negros 256 de pardos e 01 de iacutendios Cerca de 90 dos domiciacutelios possuem aacutegua

tratada e 9957 tratamento de esgoto As famiacutelias residentes nesta regiatildeo satildeo compostas em

meacutedia por trecircs pessoas com rendimento meacutedio per capita de 301 salaacuterios miacutenimos (IPEA

2000) e o transporte urbano eacute feito basicamente a peacute por bicicletas ou charretes puxadas por

ciclistas (IBGE 2009a)

52 Tipo de estudo

Foi realizado um estudo de coorte prospectivo na ilha de PaquetaacuteRJ no ano de 2011

Foram inicialmente alocadas todas as mulheres que participaram do estudo anterior

desenvolvido no ano de 2003 (Oliveira et al 2007)

24

53 Criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo

Os criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo foram os mesmos utilizados do estudo anterior

(Oliveira et al 2007) Sendo os criteacuterios de inclusatildeo as mulheres que estavam na menopausa

e que tinham residecircncia fixa na Ilha de Paquetaacute e os criteacuterios de exclusatildeo a historia pessoal

de doenccedilas que sabidamente afetam o metabolismo oacutesseo direta ou indiretamente (como

artrite reumatoacuteide luacutepus eritematoso sistecircmico hiperparatireoidismo osteogecircnese imperfeita)

e as neoplasias malignas exceto carcinoma basocelular de pele

54 Alocaccedilotildees de pacientes

A populaccedilatildeo elegiacutevel era constituiacuteda pelas 385 mulheres alocadas no estudo inicial

(Oliveira et al 2007) No trabalho de Oliveira et al (2007) foi realizado um estudo transversal

com recrutamento por auto-seleccedilatildeo ou demanda espontacircnea no ano de 2003 na Ilha de

Paquetaacute Rio de Janeiro Brasil Foram estudadas 385 mulheres na poacutes-menopausa

(diagnoacutestico cliacutenico) residentes no local apoacutes a aplicaccedilatildeo dos criteacuterios de exclusatildeo

(existecircncia de pino metaacutelico ou edema com cacifo em ambos os peacutes ou impossibilitadas de

posicionar os peacutes no aparelho de ultra-sonometria oacutessea) Todas as mulheres responderam na

eacutepoca a um questionaacuterio e foram submetidas a medidas antropomeacutetricas e agrave USO

No presente estudo considerando uma significacircncia de 95 e um poder de 80 uma

prevalecircncia de 15 de fraturas na populaccedilatildeo de risco (Clark et al 2009) o tamanho amostral

previsto foi de 130 mulheres Poreacutem devido agraves perdas o tamanho amostral final foi de 86

pacientes

Atraveacutes do banco de dados jaacute existente todas as pacientes foram re-contactadas As

mulheres foram localizadas atraveacutes de telefonemas e comparecimento no hospital local onde

25

eacute realizado a atenccedilatildeo baacutesica de sauacutede Foram realizados pelo menos 2 telefonemas com

intervalo de 1 semana entre eles Como ldquoperdasrdquo foram consideradas as pacientes natildeo

encontradas apoacutes os dois telefonemas (035 dos telefones estavam errados e 049 das

pacientes tinham telefone quebrado ou ocupado) pacientes que natildeo quiseram ou natildeo

puderam responder ao questionaacuterio (008) e pacientes falecidas (006)

As pacientes selecionadas foram submetidas a um questionaacuterio de avaliaccedilatildeo de fatores

relacionados agrave fragilidade oacutessea conhecido como European Vertebral Osteoporosis Study

(EVOS) jaacute validado previamente para o portuguecircs (OrsquoNeill et al 1996) e jaacute utilizados em

importantes estudos (Pinheiro et al 2006 Clark et al 2009) O questionaacuterio EVOS eacute

composto por dados soacutecio-demograacuteficos (idade estado civil escolaridade cor renda familiar

e nuacutemero de dependentes desta haacutebitos de vida) e histoacuteria reprodutiva pessoal sumaacuteria

(idade da menarca idade da menopausa tipo de menopausa) Os dados antropomeacutetricos

foram aferidos segundo criteacuterios adotados internacionalmente com medidas de peso e altura

observando intervalos de 01kg e 001m respectivamente

A definiccedilatildeo de fratura por fragilidade oacutessea foi a mesma utilizada por Pinheiro et al

(2010a) como aquela resultante de uma queda da proacutepria altura ou trauma menos intenso em

indiviacuteduos com 50 anos ou mais em siacutetios esqueleacuteticos especiacuteficos antebraccedilo fecircmur

costelas veacutertebras e uacutemero E a documentaccedilatildeo de fraturas foi realizada atraveacutes de relato da

paciente (fratura referida) As fraturas traumaacuteticas (apoacutes acidente automobiliacutestico ou outras

condiccedilotildees sob forte impacto) ou as de baixo impacto natildeo relacionadas agrave osteoporose (como

por exemplo as de face tornozelo metacarpo falanges) natildeo foram consideradas

O estudo obedeceu aos criteacuterios de eacutetica preconizados pela resoluccedilatildeo no 19696 do

Conselho Nacional de Sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede e foi aprovado previamente pelo Comitecirc

26

de Eacutetica em Pesquisa da FiocruzIFF e pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Prefeitura Todas

as mulheres assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido antes de qualquer

procedimento

55 Anaacutelise Estatiacutestica

Os dados foram registrados em planilha Excel e analisados pelo programa Statistical

Package for Social Sciences (SPSS) versatildeo 170 Para avaliar diferenccedilas entre os grupos as

variaacuteveis categoacutericas foram avaliadas pelo Qui-quadrado de Pearson ou o teste exato de

Fisher A relaccedilatildeo entre as variaacuteveis categoacutericas e ordinal e entre as variaacuteveis numeacutericas foi

avaliada pelo teste de Mann-Whitney que eacute um teste natildeo-parameacutetrico que equivale ao teste t

escolhido pelo tamanho da amostra A relaccedilatildeo entre as variaacuteveis numeacutericas foi avaliada pelo

coeficiente de Sperman que eacute uma estatiacutestica natildeo parameacutetrica utilizada para dados natildeo

normais eou amostra pequena Para todos os testes o niacutevel de significacircncia adotado foi de

5 A variaacutevel dependente foi a presenccedila de fratura (sim ou natildeo) e as variaacuteveis

independentes foram idade (em anos) resultado de USO (normal ou alterado) tempo de

menopausa (em anos) siacutetio de localizaccedilatildeo de fraturas IMC (abaixo do pesonormal

sobrepeso obeso) tabagismo (fumante ou natildeo fumante) atividade fiacutesica (leve

moderadapesada) frequecircncia diaacuteria de ingestatildeo de leite (em coposdia) e as variaacuteveis

binaacuterias como o histoacuterico familiar de fratura de quadril osteoporose uso de anticoncepcional

ausecircncia de menstruaccedilatildeo retirada de uacutetero ou ovaacuterios amamentaccedilatildeo paciente acamado e

etilismo O caacutelculo do risco relativo (RR) foi feito para avaliar a relaccedilatildeo entre o USO e a

presenccedila de fraturas Para isso foi considerado pacientes com USO normal aqueles com

resultados do T-score gt-11 e USO alterado aqueles com T-score lt-11 O niacutevel de atividade

fiacutesica foi classificado em atividade leve (trabalho burocraacutetico em escritoacuterio na maior parte

do tempo sentado) atividade moderada (trabalhos na maior parte do tempo em peacute como

27

vendedor e dona-de-casa) atividade pesada (enfermeira empregada domeacutestica) Oliveira et al

2010) Para caacutelculo aproximado da ingestatildeo alimentar diaacuteria de caacutelcio utilizou- se uma

adaptaccedilatildeo da Tabela Brasileira de Composiccedilatildeo de Alimentos 1 fatia queijo (90mg) 1 copo

de iogurte (1212mg) 1 copo leite (257mg) 1 bola se sorvete (135mg) E no final todos esses

alimentos foram convertidos em quantidade ingerida de copos de leite

28

6 Resultados Encontrados

61 Gerais

As caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas da populaccedilatildeo estudada estatildeo listadas na

tabela 1 A idade meacutedia das pacientes foi de 725 anos (DPplusmn 87) com a idade da menopausa

460 anos (DPplusmn 61) o tempo de menopausa 261 anos (DPplusmn 97) e o IMC de 264 (kgm2)

(DPplusmn 55) Essas caracteriacutesticas quando comparadas com o estudo anterior de 2003 (tabela

2) confirmam tratar-se da mesma populaccedilatildeo Apenas a idade e o tempo de menopausa

evidenciam ser a nossa populaccedilatildeo mais idosa Fator que se justifica pelo tempo ocorrido entre

os dois estudos

A incidecircncia de fratura por fragilidade oacutessea encontrada foi de 21 evidenciado no

graacutefico 1 Os principais siacutetios de fratura satildeo analisados na tabela 3 tendo como sitio principal

o antebraccedilo com 50 seguido pelo peacute com 192 e uacutemero 145 Jaacute na tabela 4 e no graacutefico

2 pode ser observado que a idade da populaccedilatildeo estudada variou entre 54 e 97 anos com meacutedia

de 72 anos com DP plusmn 90 No grupo de pacientes fraturadas 50 tinham entre 65 e 79 anos

sugerindo ser essa faixa etaacuteria mais susceptiacutevel as fraturas por fragilidade oacutessea

62 USO preacutevia X Fraturas

Foi verificado na tabela 5 a associaccedilatildeo entre o resultado da (USO) preacutevia e o desfecho

fraturas por fragilidade oacutessea De todas as pacientes que fizeram USO no estudo inicial 66

participaram deste estudo Das 50 pacientes que tiveram o USO alterado 22 tiveram

fraturas nesse periacuteodo E as pacientes com USO considerada normal 194 tiveram fraturas

por fragilidade oacutessea O RR= 113 (IC95 048 - 263) sugere que as mulheres que tiveram

29

USO alterado tem um risco de fraturar de 13 maior em relaccedilatildeo as pacientes com resultado

de USO considerado normal

63 Caracteriacutesticas cliacutenicas e comportamentais X Fratura

As pacientes foram analisadas quanto as variaacuteveis clinicas e comportamentais

Considerando a tabela 6 as pacientes que tiveram fraturas se mostraram com maior

sobrepeso ou obesas (722) com maior historia familiar de fratura de quadril (133) e

com maior diagnostico de osteoporose (471) do que as pacientes sem fraturas (p

valorgt005) Jaacute o uso de anticoncepcional ou o uso de reposiccedilatildeo hormonal natildeo se mostraram

ser relevantes para ocorrecircncia de fraturas nessa amostra E 235 das pacientes acamadas por

mais de dois meses sofreram alguma fratura com p valor lt005 Evidenciando associaccedilatildeo

entre a paciente ficar acamada por mais de dois meses e sofrer fratura por fragilidade oacutessea

Avaliando a tabela 7 foi notado que apenas 125 das pacientes que tiveram fratura eram

tabagistas e 167 eram etilistas natildeo se mostrando essas caracteriacutesticas como fatores de

risco A atividade fiacutesica moderadapesada ateacute 25 anos e acima de 50 anos apresentou

percentuais de 441 e 382 respectivamente Aleacutem disso entre 25 e 50 anos 444 das

pacientes com atividade fiacutesica moderadapesada tiveram fraturas e 441 das pacientes natildeo

tiveram fraturas para essa faixa etaacuteria (p valor gt005) Sendo assim natildeo houve associaccedilatildeo

entre a atividade fiacutesica e as fraturas Em relaccedilatildeo ao item ingestatildeo de leite apoacutes os 50 anos

456 das pacientes que natildeo tiveram fraturas ingeriam de 1 a 2 copos de leite por dia e

apenas 44 ingeriam mais de 3 copos de leite por dia No caso das pacientes que tiveram

fraturas apoacutes os 50 anos foi observado que 50 ingeriam de 1 a 2 copos de leite por dia e

167 ingeriam 3 copos ou mais de leite

30

64 Tempo de menopausa X Fratura

As pacientes foram avaliadas graacutefico 3 para verificar a associaccedilatildeo entre o tempo de

menopausa e o desfecho das fraturas A mediana do tempo de menopausa encontrado em

ambos os grupos foi de 262 com DP de plusmn98 Metade das pacientes que tiveram fraturas tem

entre 193 e 293 anos de menopausa com DP de plusmn72 A correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade

tempo de menopausa e IMC foi observado na tabela 8 onde evidenciada uma associaccedilatildeo

positiva entre a idade e o tempo de menopausa nos grupos de pacientes com e sem fraturas

Assim como foi verificado uma associaccedilatildeo negativa de quanto maior a idade e o tempo de

menopausa menor o IMC

31

Graacutefico 1

Graacutefico 2

32

Graacutefico 3

33

Tabela 1- Caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas das

mulheres poacutes menopausa (n=86)

Caracteriacutesticas Meacutedia plusmn desvio padratildeo

Idade (anos) 7255 plusmn 897

Idade da

menarca (anos) 1324 plusmn 184

Idade da

menopausa

(anos)

4608 plusmn 614

Tempo de

menopausa

(anos)

2618 plusmn976

Peso (kg)sect 6342 plusmn 1055

Altura (m)deg 155 plusmn 008

IMC (kgm2) 2643 plusmn 557

n=85 sectn=83 ordmn=82 n=81 n=80

Tabela 2-Caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas das

mulheres poacutes menopausa em 2003

Caracteriacutesticas Meacutedia plusmn desvio padratildeo

Idade (anos) 6463plusmn1270

Idade da

menarca (anos)

1304 plusmn 193

Idade da

menopausa

(anos)

4755 plusmn 601

Tempo de

menopausa

(anos)

1700 plusmn 1076

Peso (kg)sect 6533 plusmn 1270

Altura (m)deg 155 plusmn 006

IMC (kgm2) 2696 plusmn 477

34

Tabela 3 ndash Incidecircncia de fraturas em mulheres poacutes menopausa segundo a

localizaccedilatildeo de fratura 2003-2011

Tipo da fratura

n

Veacutertebra 1 38

Fecircmur 1 38

Costela 2 77

Antebraccedilo 13 500

Uacutemero 4 145

Peacute 5 192

Total 26 1000

Nota Algumas pacientes tiveram mais de uma fratura no periacuteodo

Tabela 4- Relaccedilatildeo entre idade e fratura nas mulheres na poacutes menopausa

Total

Fratura

Idade (anos) Natildeo Sim

N () n () n ()

54 a 64 anos 18 209 14 206 4 222

65 a 79 anos 48 558 39 574 9 500

80 a 97 anos 20 233 15 221 5 278

Total 86 1000 68 1000 18 1000

Meacutedia (DP) 725 (90) 713 (77) 729 (93)

Nota P-valor pelo teste de Mann-Whitney=0813

35

Tabela 5 - Incidecircncia de fratura em mulheres poacutes-menopausa segundo

resultado da USO 2003-2011

Resultado da

USO

Total

Fratura p-valor

Sim Natildeo

n n

()

IC95 n

()

Normal 36 7 194

89 -

3472

29 806

0496

Alterado 50 11 220

121 -

350

39 780

Total 86 18 209

133 -

305

68 791

Nota Risco relativo = 113 (IC95 048 - 263)

36

Tabela 6 ndash Caracteriacutesticas cliacutenicas de mulheres poacutes-menopausa segundo

fratura (n=86)

Fratura

Natildeo (n=68) Sim (n=18) Total

n ( ) n ( )

IMC

Abaixo do pesoNormal 24 (353) 5 (278) 28 0792

Sobrepeso 27 (397) 9 (500) 36

Obeso 17 (250) 4 (222) 21

Histoacuterico familiar de fratura de quadril

Natildeo 66 (985) 13 (867) 79 0085

Sim 1 (15) 2 (133) 3

Osteoporose

Natildeo 44 (800) 9 (529) 53 0055

Sim 11 (200) 8 (471) 19

Uso de anticoncepcional

Natildeo 32 (485) 10 (556) 42 0791

Sim 34 (515) 8 (444) 42

Ausecircncia de mentruaccedilatildeo

Natildeo 60 (909) 16 (941) 76 1000

Sim 6 (91) 1 (59) 7

Retirou o uacutetero

Natildeo 46 (687) 9 (500) 55 0170

Sim 21 (313) 9 (500) 30

Retirou os ovaacuterios

Natildeo 53 (815) 11 (647) 64 0187

Sim 12 (185) 6 (353) 18

Reposiccedilatildeo hormonal

Natildeo 51 (761) 13 (722) 64 0763

Sim 16 (239) 5 (278) 21

Amamentou

Natildeo 14 (206) 4 (222) 18 1000

Sim 54 (794) 14 (778) 68

Acamado por mais de dois meses

Natildeo 63 (940) 13 (765) 76 0049

Sim 4 (60) 4 (235) 8

Caracteriacutesticas clinicas

p-valor do

teste exato

de Fisher

37

Tabela 7 - Caracteriacutesticas comportamentais de mulheres poacutes-menopausa segundo

fratura (n=86)

Fratura

Natildeo (n=68) Sim (n=18) Total

n ( ) n ( )

Tabagismo

Natildeo fumante 47 (758) 14 (875) 61 0499

FumanteEx-fumante 15 (242) 2 (125) 17

Etilismo no uacuteltimo ano

Natildeo 48 (706) 15 (833) 63 0376

Sim 20 (294) 3 (167) 23

Atividade fiacutesica ateacute os 25 anos

Leve 38 (559) 11 (611) 49 0792

ModeradaPesada 30 (441) 7 (389) 37

Atividade fiacutesica entre os 25 e 50 anos

Leve 38 (559) 10 (556) 48 1000

ModeradaPesada 30 (441) 8 (444) 38

Atividade fiacutesica acima dos 50 anos

Leve 42 (618) 12 (667) 54 0789

ModeradaPesada 26 (382) 6 (333) 32

Frequecircncia diaacuteria de leite ateacute 25 anos

Nenhummenos 1 copodia 34 (500) 8 (444) 42 0910

1 a 2 coposdia 31 (456) 9 (500) 40

3 coposdia ou mais 3 (44) 1 (56) 4

Frequecircncia diaacuteria de leite apoacutes 50 anos

Nenhummenos 1 copodia 34 (500) 6 (333) 40 0103

1 a 2 coposdia 31 (456) 9 (500) 40

3 coposdia ou mais 3 (44) 3 (167) 6

Caracteriacutesticas

comportamentais

p-valor do

teste exato

de Fisher

Tabela 8- Coeficientes de correlaccedilatildeo de Spearman (rs) entre idade IMC e tempo de

menopausa em mulheres poacutes-menopausa

Variaacuteveis

IMC IdadeTempo de

menopausa

r s 1 -0144 -0151

p-valor 0569 0550

r s -0227 1 0736

p-valor 0074 lt0001

r s -0295 0761 1

p-valor 0020 lt0001

Variaacuteveis

IMC

Idade

Tempo de menopausa

Nota o triacircngulo superior direito (parte hachurada) se refere agraves correlaccedilotildees para as mulheres com

fratura e o inferior esquerdo (parte natildeo hachurada) agraves mulheres sem fratura

38

7 Discussatildeo

No Brasil os principais fatores cliacutenicos de risco para fraturas por fragilidade oacutessea

eram extrapolados a partir de estudos internacionais O estudo vem acrescentar informaccedilotildees

para se conhecer os fatores relacionados agrave essas fraturas Nossos resultados revelam que a

idade avanccedilada a historia familiar de fratura de quadril o diagnoacutestico de osteoporose e

tambeacutem o paciente ficar acamado por mais de 2 meses foram considerados fatores de risco

para fraturas por fragilidade oacutessea

Esse estudo mostrou concordacircncia com a Johnell amp Kanis (2006) onde o principal

siacutetio mundial de fratura por fragilidade oacutessea nas mulheres apoacutes a menopausa foi o antebraccedilo

Segundo o estudo Latin American Vertebral Osteoporosis Study (LAVOS) (Clark et al

2009) a fratura vertebral eacute a mais prevalente da ameacuterica latina com uma prevalecircncia de

142 diferente do nosso estudo onde a coluna vertebral e o colo do fecircmur aparecem

juntos em uacuteltimo lugar na lista de incidecircncia dos siacutetios de fratura Isso pode ser atribuiacutedo

devido a diferenccedila nos criteacuterios de definiccedilatildeo de fraturas pois no LAVOS optou-se pela

medida radiograacutefica do local de fraturas enquanto no nosso estudo as fraturas foram referidas

pelas pacientes

Os consensos sobre osteoporose tecircm propostos algoritmos para identificar indiviacuteduos

de alto risco para fraturas (Kanis et al 2008 WHO 1999) Para tanto a associaccedilatildeo de fatores

de risco para fraturas com a medida da USO eacute de suma importacircncia embora sejam poucas as

pacientes que tecircm oportunidade de realizar esse exame (Oliveira et al 2007) Assim o

presente trabalho mostrou um risco para fraturas por fragilidade oacutessea 13 maior nas

pacientes com resultado de USO alterada em relaccedilatildeo as pacientes que tiveram resultados de

39

USO normais vindo de encontro aos resultados encontrados por Oliveira et al (2007)

Corroborando o USO como um meacutetodo confiaacutevel para a prediccedilatildeo de fraturas

E semelhante a Pinheiro et al (2010a) o presente estudo revelou que os principais

fatores de risco para fraturas por fragilidade oacutessea satildeo a idade avanccedilada a historia familiar de

fratura de quadril e a presenccedila de osteoporose Isso pode ser atribuiacutedo ao fato de que no

estudo de Pinheiro et al (2010a) assim como no nosso estudo a populaccedilatildeo ser

predominantemente de mulheres acima dos 65 anos e viverem em aacuterea urbana tendo haacutebitos

de vida parecidos

O achado em nosso estudo que apresentou significacircncia estatiacutestica refere-se ao fator

de risco ldquopaciente acamado por mais de dois mesesrdquo como disposto na literatura (Pinheiro et

al 2010b Demir et al 2008) O que acontece eacute que com o paciente acamado por tempo

prolongado um maior remodelamento oacutesseo eacute observado Os osteoclastos responsaacuteveis pela

absorccedilatildeo oacutessea sobrepotildee os osteoblastos predispondo as fraturas por fragilidade oacutessea

(Fyhrie amp Schaffler 1994) Assim observou-se no estudo que 235 das pacientes

acamadas por mais de dois meses sofreram alguma fratura por fragilidade oacutessea com p valor

lt005 Isso reafirma a associaccedilatildeo entre a paciente ficar acamada por mais de dois meses e

sofrer fratura por fragilidade oacutessea Por outro lado o exerciacutecio fiacutesico que estaacute sabidamente

relacionado ao aumento da resistecircncia muscular do equiliacutebrio e da flexibilidade contribuindo

para a reduccedilatildeo da perda oacutessea e melhora da sauacutede em geral (Chan 2003) natildeo se mostrou

como fator de proteccedilatildeo neste estudo Provavelmente devido ao baixo percentual encontrado

de pacientes que praticavam atividade fiacutesica moderada ou pesada

O elevado IMC e a terapia de reposiccedilatildeo hormonal natildeo desempenharam papel protetor

na nossa populaccedilatildeo como seria o esperado por estudos anteriores (Pinheiro et al 2010c

40

Buttros et al 2011) Ao contrario o sobrepeso e obesidade foram considerados fatores de

risco Isso pode ser atribuiacutedo ao IMC meacutedio dessa populaccedilatildeo ser 264 (kgm2) (DPplusmn 55)

limiacutetrofe para sobrepeso Embora esse dado demonstre contrariedade com a literatura que

estabelece relaccedilatildeo inversa entre obesidade e fraturas por fragilidade oacutessea em nosso estudo

ter maior peso e IMC natildeo seriam fatores de risco para fraturas e sim caracteriacutesticas das

mulheres mais idosas em um contexto social de baixa escolaridade e renda Esse fato eacute

confirmado pelos resultados da Pesquisa Nacional sobre Sauacutede e Nutriccedilatildeo ( Batista F et al

2003) que demonstraram caraacuteter ascendente da obesidade nos estratos de mulheres com baixa

renda residentes na regiatildeo Sudeste

Aleacutem disso haacutebitos de vida como tabagismo e etilismo sabidamente relacionados agrave

maior risco para fraturas por fragilidade oacutessea (Pinheiro et al 2010) tambeacutem natildeo se

mostraram estar associados nesse estudo

A necessidade de caacutelcio do ser humano varia ao longo da vida e uma ingestatildeo

adequada para mulheres acima de 50 anos eacute de 1200 mg pois com a idade o corpo

naturalmente perde um pouco da capacidade de absorccedilatildeo de minerais (Nuacutecleo de Estudos e

Pesquisas em Alimentaccedilatildeo 2006) O fato de apenas 44 das mulheres que natildeo tiveram

fraturas e 167 das mulheres que tiveram fraturas ter referido consumo superior a

900mgdia (3 ou mais copos) foi fator de surpresa principalmente levando-se em conta o PIB

per capita da cidade superior ao da maioria dos municiacutepios brasileiros (IPEA 2000)

Assim como em estudos preacutevios (Pinheiro et al 2010c NHI 2001 Demir et al

2008) nossos dados tambeacutem demonstraram o hipoestrogenismo como importante fator de

risco para fraturas por fragilidade oacutessea jaacute que as pacientes com fratura tecircm entre 19 e 29

anos de menopausa Em recente estudo Demir et al (2008) estudaram 2769 mulheres na

41

poacutes-menopausa correlacionando a ocorrecircncia de osteoporose com o tempo de menopausa

Demonstraram que 106 das pacientes com ateacute trecircs anos de poacutes-menopausa tinham

osteoporose contra 329 das pacientes com sete anos ou mais Acredita-se que a deficiecircncia

estrogecircnica seja responsaacutevel por dois terccedilos da perda de massa oacutessea levando

consequentemente agraves fraturas por fragilidade oacutessea assim como observado (Position

statement of the North American Menopause Society 2010)

Os dados deste estudo podem ser limitados pois apesar de tratar-se de uma coorte as

participantes reportaram dados referentes a estilo de vida dieta antecedentes familiares e

pessoais o que pode ter ocasionado algum vieacutes recordatoacuterio Outra limitaccedilatildeo eacute que como

avaliado por Oliveira et al (2007) esta populaccedilatildeo apresenta a maior parte das mulheres com

baixo niacutevel socioeconocircmico e escolaridade sem acesso agrave adequada educaccedilatildeo nutricional e agrave

atividade fiacutesica orientada Por outro lado resultados encontrados sem significacircncia estatiacutestica

podem ter sido ocasionados pelo tamanho amostral reduzido devido a dificuldade de

rastreamento da populaccedilatildeo uma vez que a unidade de sauacutede natildeo atualizou o endereccedilo e

telefone das mulheres eleitas para o estudo Talvez se tivesse sido realizado contato anual

com essas mulheres natildeo teriacuteamos perdido o seguimento delas

42

8 Conclusatildeo

Devido agrave sua alta prevalecircncia e associaccedilatildeo com mortalidade e incapacidade a fratura

devido agrave fragilidade oacutessea deve ser considerada um problema de sauacutede puacuteblica no Brasil

Apesar das limitaccedilotildees o presente estudo foi realizado de forma prospectiva em mulheres

brasileiras na poacutes-menopausa devendo os seus resultados serem levados em consideraccedilatildeo

para a formulaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas de sauacutede para a prevenccedilatildeo e estrateacutegias de tratamento

para as fraturas Os fatores de risco encontrados como a idade avanccedilada a histoacuteria familiar

de fratura de quadril e a presenccedila de osteoporose devem ser acompanhados e combatidos para

tentar-se diminuir o risco para as fraturas Assim como o USO mostrou ser um meacutetodo

confiaacutevel para avaliar o risco para fraturas podendo ser implementado em maior escala do

que a atual Entatildeo acreditamos que novos estudos prospectivos com uma amostra mais

representativa devam ser realizados para se confirmar os fatores associados a fraturas por

fragilidade oacutessea na populaccedilatildeo brasileira para cada vez mais conhecermos o perfil da nossa

populaccedilatildeo e termos subsiacutedios para combater esse agravo

43

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48

10 Anexo 1 - Instrumento de coleta - EVOS (EUROPEAN VERTEBRAL

OSTEOPOROSIS STUDY)

Data _________

Nome________________________________________________________

Endereco_____________________________________________________

Fone _____________ Data de nascimento _________ RG

1- Dados antropomeacutetricos

Peso (Kg) Altura (m) IMC

2- Dados Ginecoloacutegicos

Idade da primeira menstruacao anos

Vocecirc jaacute usou piacutelula anticoncepcional por mais de 3 meses

sim natildeo natildeo sei

Vocecirc jaacute ficou algum periacuteodo em sua vida sem menstruar antes da menopausa (exceto se

gravidez) sim natildeo natildeo sei

Idade da ultima menstruaccedilatildeo anos

Numero de filhos

Vocecirc fez cirurgia para retirar o uacutetero sim com Idade ____ (anos)

natildeo natildeo sei

E para retirar os ovaacuterios (um ou os dois) sim idade ___ (anos)

natildeo natildeo sei

Vocecirc fez reposiccedilatildeo hormonal apos a menopausa sim natildeo natildeo sei

Se sim quando iniciado o periacuteodo foi superior a 1 ano sim natildeo natildeo sei

49

Vocecirc notou os seguintes sintomas na menopausa

calores sim natildeo natildeo sei

depressatildeo sim natildeo natildeo sei

insocircnia sim natildeo natildeo sei

outros sim natildeo natildeo sei

Vocecirc amamentou sim natildeo natildeo sei

Se sim quantas crianccedilas vocecirc amamentou por mais que 3 meses

3- Dados familiares

Em sua famiacutelia (pai matildee irmatildeos) existe historia de fratura de quadril apos os 50 anos de

idade sim natildeo natildeo sei

4- Histoacuteria de fratura

Vocecirc jaacute teve alguma fratura sim natildeo natildeo sei

Se sim em qual sitio esqueleacutetico com que idade e qual foi o tipo de trauma

Sitio Numero Idade (anos) Niacutevel do trauma

Vertebra

Fecircmur (colo trocanter)

Costela

Antebraccedilo

Uacutemero

Pe

Outras

Vocecirc sabe que tem osteoporose sim tenho natildeo natildeo tenho natildeo sei

5- Aacutelcool

Com que frequecircncia vocecirc bebeu no ultimo ano

Diariamente 5-6 dsem 3-4 dsem

50

1 -2 dsem lt 1 dsem nunca

Tipo de bebida destilados (uiacutesque cachaccedila vodka)

fermentados (cerveja vinho)

6- Imobilizaccedilatildeo

Vocecirc jaacute ficou acamado por um periacuteodo superior a 2 meses

sim natildeo natildeo sei

Se sim foi antes ou apos os 25 anos de idade

ano passado nunca

7- Fumo

Vocecirc fumou cigarro ou usou outras formas de fumo (cachimbo ou charuto)

atualmente no passado nunca

Com que idade iniciou anos

Se parou com que idade anos

Numero de cigarrosdia

8- Atividade Fiacutesica

Quantas tempo costuma passar diariamente ao ar livre caminhando ou andando de bicicleta

nenhuma a 1 h superior a 1 h

Qual a sua atividade fiacutesica durante diferentes periacuteodos de sua vida adulta

Ate os 25 anos 25 a 50 anos acima 50 anos

Niacutevel 1 (leve) 2 (moderada) 3 (pesada) 4

(muito pesada)

9- Impacto

Como vocecirc descreveria sua sauacutede geral neste momento

muito boa boa satisfatoacuteria regular ruim

10- Interrogatoacuterio sobre drogas

51

Vocecirc jaacute usou alguma medicaccedilatildeo oral ou injetaacutevel contendo corticosteroides por mais de 3

meses sim natildeo natildeo sei

Vocecirc jaacute usou alguma desses remeacutedios

Droga sim natildeo sei tempo

(meses)

parou ha quanto tempo

Hormocircnios

masculinos

Hormocircnios

femininos

Calcitonina

Fluacuteor

Caacutelcio

Vitamina D

Anabolizantes

Diureacuteticos

tiazidicos

11- Ingestatildeo de caacutelcio

Com que frequecircncia vocecirc comeu produtos derivados do leite na semana passada

(diassemana)

queijo amarelo queijo branco iogurte leite sorvete

Para os periacuteodos indicados abaixo com que frequecircncia vocecirc recebeu leite

ate 25 anos 25 a 50 anos Acima de 50 anos

Todas as refeiccedilotildees (3 ou + coposdia)

1-2 coposdia

52

Toda semana mas natildeo todo dia

lt 1 vezsemana

53

11 Anexo 2 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Projeto de Pesquisa Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade

oacutessea em mulheres na menopausa

Pesquisador responsaacutevel Dra Lizanka Paola F Marinheiro

Instituiccedilatildeo responsaacutevel Instituto Fernandes Figueira

Vocecirc estaacute sendo convidado a participar do projeto de pesquisa intitulado

Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea em mulheres na

menopausa por que vocecirc participou do estudo anterior realizado haacute 7 anos sobre a

osteoporose e suas consequumlecircncias

54

A osteoporose e uma doenccedila que se caracteriza pela diminuiccedilatildeo da resistecircncia do osso

tornando-o mais fraacutegil Essa fragilidade aumenta o risco da pessoa que tem osteoporose de ter

fraturas mesmo com atividades comuns como tossir ou espirrar

Com isso esse trabalho deseja avaliar a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea na

populaccedilatildeo de mulheres na poacutes menopausa residente da Ilha de Paquetaacute apoacutes 7 anos de

seguimento do uacuteltimo estudo transversal

Vocecirc natildeo eacute obrigada a participar Mas se quiser vocecirc teraacute que responder a um

questionaacuterio Para participar vocecirc natildeo teraacute que pagar nada O resultado seraacute fornecido apenas

a vocecirc ningueacutem mais saberaacute Suas duvidas seratildeo esclarecidas e vocecirc devera continuar

acompanhamento com seu meacutedico assistente Se vocecirc natildeo quiser participar natildeo seraacute

submetida a nenhum constrangimento fiacutesico ou moral e seu atendimento no posto de sauacutede

natildeo seraacute prejudicado A participante poderaacute se retirar do estudo a qualquer momento que

julgar necessaacuterio sem prejuiacutezo para a mesma O resultado de toda a pesquisa seraacute divulgada e

atraveacutes de artigos cientiacuteficos em revistas encontros congressos ou similares sem a

divulgaccedilatildeo dos nomes de quem participou de forma sigilosa

Sua participaccedilatildeo no estudo natildeo implicaraacute em custos adicionais O (A) Sr (a) natildeo teraacute

qualquer despesa com a realizaccedilatildeo dos procedimentos previstos neste estudo que seratildeo

custeados pelo pesquisador responsaacutevel Tambeacutem natildeo haveraacute nenhuma forma de pagamento

pela sua participaccedilatildeo

Caso surja alguma duacutevida quanto agrave eacutetica do estudo o (a) Sr(a) deveraacute se reportar ao

Comitecirc de Eacutetica em Pesquisas envolvendo seres humanos ndash subordinado ao Conselho

Nacional de Eacutetica em Pesquisa oacutergatildeo do Ministeacuterio da Sauacutede atraveacutes de solicitaccedilatildeo ao

representante de pesquisa que estaraacute sob contato permanente ou contactando o Comitecirc de

Eacutetica em Pesquisa desta instituiccedilatildeo no telefone (21) 3971-1590 Eacute assegurado o completo

55

sigilo de sua identidade quanto a sua participaccedilatildeo neste estudo incluindo a eventualidade da

apresentaccedilatildeo dos resultados deste estudo em congressos e perioacutedicos cientiacuteficos

Eu________________________________________________________________________

residente do endereccedilo__________________________ fui informada dos objetivos e da

justificativa deste trabalho de forma clara e detalhada pela Dra Adriana de Mattos V da

Costa Recebi informaccedilotildees especificas sobre cada procedimento no qual estarei envolvida

dos desconfortos e riscos previstos tanto quanto dos benefiacutecios esperados Todas as minhas

duvidas foram respondidas com clareza e sei que poderei solicitar novos esclarecimentos a

qualquer momento Aleacutem disso sei que novas informaccedilotildees obtidas durante o estudo me seratildeo

fornecidas e que terei liberdade de retirar meu consentimento de participaccedilatildeo face a estas

informaccedilotildees sem prejuiacutezo para mim Aleacutem disto me foi entregue uma coacutepia da folha de

informaccedilotildees para os participantes a qual li compreendi e me deu plena liberdade para decidir

acerca da minha espontacircnea participaccedilatildeo nesta pesquisa Minha identidade jamais seraacute

publicada Os dados colhidos poderatildeo ser examinados por pessoas envolvidas no estudo com

autorizaccedilatildeo delegada do investigador e por pessoas delegadas pelo patrocinador Estou

recebendo uma coacutepia assinada deste Termo

Os pesquisadores responsaacuteveis pelo Projeto satildeo a Dra Lizanka Paola F Marinheiro e

sua aluna a Dra Adriana de Mattos Viveiros da Costa

56

Participante

Nome _________________________________

Assinatura________________________________

Data_________________________________________

Investigador

Nome____________________________________

Assinatura________________________________

Data_______________________________________

Pesquisadora

Nome______________________________________

Assinatura___________________________________

Data__________________________________________

Dra Lizanka Paola F Marinheiro

lizankaglobocom

tel 25541700

Dra Adriana de Mattos Vda Costa

adrianamattosmedyahoocombr

tel 87273315

Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa

Rua Afonso Cavalcanti 455 sala 710 ndash Cidade Nova -

Telefone 3971-1463

5

Abstract

Introduction The increased occurrence of secondary fractures associated with bone

fragility represents a significant Public Health problem since it leads to a considerable

increase in morbidity mortality and in health care costs for postmenopausal women

Objectives To evaluate the factors related to the occurrence of fractures in postmenopausal

women attended at a public health center Methodology A prospective cohort study was

conducted in Paquetaacute Island Rio de Janeiro in 2011 Using an existing database these

women were identified contacted by phone and asked to come to the local hospital The

selected patients were submitted to a structured questionnaire assessing factors related to

bone fragility Results The incidence of fracture due to bone fragility was of 21 and the

main site was the forearm accounting for 13 The average age of the population was 72

with a SD plusmn 90 In the group of fractured patients 50 were between 65 and 79 years old

which suggest this is the age group that is most susceptible to fractures associated with bone

fragility Twenty two percent of the patients who had an altered quantitative ultrasonometry

of the calcaneus had fractures in that period of their lives The RR was calculated RR = 113

(CI 95 048 ndash 263) The patients who had fractures were more overweight or obese

(722) had a longer family history of hip fracture (133) and more diagnoses of

osteoporosis (471) than patients without fractures (p-value gt 005) And 235 of the

patients who were bedridden for more than two months suffered some type of fracture with a

p-value lt 005 In the correlation between the different ages time of menopause and BMI a

positive association between age and time of menopause became clear in the groups of

patients with and without fractures Conclusion The risk factors for fractures associated with

bone fragility help us to define the profile of our population and provide us with means to

fight this problem

Key Words Fractures Bone Fragility and Epidemiology

6

Lista de Abreviaturas e Siglas

BUA = Atenuaccedilatildeo da frequecircncia do som

DMO= Densidade Mineral Oacutessea

DP= Desvio Padratildeo

EVOS= European Vertebral Osteoporosis Study

FCRs= Fatores Cliacutenicos de Riscos

IBGE= Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica

IMC= Iacutendice de Massa Corporal

IDH= Iacutendice de Desenvolvimento Humano

OMS= Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

PNAISM= Poliacutetica Nacional de Assistecircncia Integrada a Sauacutede da Mulher

PNAD= Pesquisa Nacional Por Amostra de Domiciacutelio

SPSS= Statistical Package for Social Science

SOS= Velocidade do Som

TH= Terapia Hormonal

USO= Ultrassonometria Oacutessea de calcacircneo

7

Lista de Ilustraccedilotildees

Graacutefico 1- Incidecircncia de fratura em mulheres poacutes-menopausa 2003-2011

Graacutefico 2-Mulheres poacutes-menopausa por idade segundo fratura

Graacutefico 3- Anos apoacutes a menopausa conforme fratura

Tabela 1- Caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas das mulheres poacutes

menopausa (n=86)

Tabela 2- Caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas das mulheres poacutes

menopausa em 2003

Tabela 3- Incidecircncia de fraturas em mulheres poacutes menopausa segundo a

localizaccedilatildeo da fratura 2003-2011

Tabela 4- Relaccedilatildeo entre idade e fratura nas mulheres na poacutes menopausa

Tabela 5- Incidecircncia de fratura em mulheres poacutes-menopausa segundo

resultado da USO 2003-2011

Tabela 6 - Caracteriacutesticas cliacutenicas de mulheres poacutes-menopausa segundo

fratura (n=86)

Tabela 7- Caracteriacutesticas comportamentais de mulheres poacutes-menopausa

segundo fratura (n=86)

Tabela 8- Coeficientes de correlaccedilatildeo de Spearman (rs) entre idade IMC e

tempo de menopausa em mulheres poacutes-menopausa com fratura (n=18) e

sem fratura (n=68)

8

Sumaacuterio

Lista de Abreviaturas e Siglas 6

Lista de Ilustraccedilotildees 7

1 Introduccedilatildeo 9

2 Justificativa 11

3 Objeto de Estudo 16

31 Objetivos 16

311 Geral 16

312 Especiacuteficos 16

4 Marco Teoacuterico 17

5 Materiais e Meacutetodos 23

51 Populaccedilatildeo 23

52 Tipo de estudo 23

53 Criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo 24

54 Alocaccedilotildees de pacientes 24

55 Anaacutelise Estatiacutestica 26

6 Resultados Encontrados 28

61 Gerais 28

62 USO preacutevia X Fraturas 28

63 Caracteriacutesticas cliacutenicas e comportamentais X Fratura 29

64 Tempo de menopausa X Fratura 30

7 Discussatildeo 38

8 Conclusatildeo 42

9 Referecircncias Bibliograacuteficas 43

10 Anexo 1 - Instrumento de coleta - EVOS (EUROPEAN VERTEBRAL OSTEOPOROSIS STUDY) 48

11 Anexo 2 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido 53

1

9

1 Introduccedilatildeo

Nota-se nas uacuteltimas deacutecadas o aumento da expectativa de vida das mulheres que

atingem a fase do climateacuterio ainda ativa econocircmica e socialmente desejando uma melhor

qualidade de vida Segundo a definiccedilatildeo proposta pela Sociedade Internacional da Menopausa

no 1deg Congresso Mundial de Climateacuterio em 1976 climateacuterio eacute o periacuteodo de transiccedilatildeo entre a

vida reprodutiva e a senilidade A menopausa seria a uacuteltima menstruaccedilatildeo natural Ela

geralmente ocorre por volta dos 50 anos e soacute pode ser reconhecida apoacutes os doze meses de

amenorreia (Speroff et al 1989)

Este periacuteodo eacute marcado por um estado de hipoestrogenismo com um impacto

negativo na vida das mulheres Todavia a multiplicidade de manifestaccedilotildees inclui distuacuterbios

fiacutesicos psicoloacutegicos e metaboacutelicos (De Lorenzi et al 2005) Dentre as doenccedilas crocircnicas que

atingem a mulher climateacuterica a osteoporose aparece como uma das patologias de maior

incidecircncia (Vianna 2001)

Quando sintomas da osteoporose aparecem se relacionam com a ocorrecircncia de

fraturas mais comumente na porccedilatildeo distal do antebraccedilo na coluna vertebral e no colo do

fecircmur (International Osteoporosis Foundation 2005) A maior incidecircncia de fraturas eacute

observada em mulheres brancas na poacutes-menopausa (Pinheiro et al 2010a b) e os fatores

associados agraves fraturas alguns jaacute satildeo bem conhecidos e outros ainda precisam ser descobertos

Assim a fratura por fragilidade oacutessea eacute definida como aquela resultante de uma queda da

proacutepria altura ou trauma menos intenso em indiviacuteduos com 50 anos ou mais em siacutetios

esqueleacuteticos especiacuteficos antebraccedilo fecircmur costelas veacutertebras e uacutemero (Pinheiro et al

2010a)

10

Segundo o IBGE (IBGE 2009a) a expectativa de vida no Brasil eacute de 72 anos e soacute no

ano 2000 jaacute havia 24 milhotildees de mulheres com mais de 40 anos Ou seja predominantemente

na fase de deficiecircncia estrogecircnica e com risco aumentado de osteoporose A principal e mais

temida complicaccedilatildeo da osteoporose eacute a fratura oacutessea Entatildeo a adoccedilatildeo de meacutetodos praacuteticos e

de baixo custo para o rastreamento da populaccedilatildeo de risco para fraturas propiciaria a

quantificaccedilatildeo do problema e o planejamento de intervenccedilotildees precoces que impedissem ou

retardassem a ocorrecircncia deste agravo (Oliveira et AL 2007) Logo o conhecimento da

epidemiologia local de fraturas por fragilidade oacutessea eacute essencial para embasar este

rastreamento

Sendo assim esse estudo procurou avaliar a incidecircncia de fraturas por fragilidade

oacutessea na populaccedilatildeo de mulheres na poacutes-menopausa residente da Ilha de Paquetaacute apoacutes sete

anos de seguimento

11

2 Justificativa

No Brasil com o envelhecimento populacional e consequumlente aumento no nuacutemero de

idosas medidas devem der tomadas para se cuidar da mulher em sua fase climateacuterica eacutepoca

que ela chega a viver um terccedilo ou mais apoacutes o fim do periacuteodo reprodutivo Essa transiccedilatildeo

epidemioloacutegica tem trazido grandes desafios ao Estado Haacute a substituiccedilatildeo entre as primeiras

causas de morte das doenccedilas transmissiacuteveis pelas crocircnicas degenerativas e causas externas

entre elas a osteoporose (IBGE 2009b)

Vaacuterios fatores estatildeo relacionados agrave causa da osteoporose como a etnia a nutriccedilatildeo os

exerciacutecios fiacutesicos os dados antropomeacutetricos o alcoolismo o tabagismo e a vida reprodutiva

da mulher Por isso eacute necessaacuterio que se tenha cada vez mais estudos atuais e com populaccedilotildees

brasileiras para que os fatores de risco que fazem a diferenccedila para fraturas por fragilidade

sejam descobertos (Pinheiro et al 2010b c)

Em 2003 segundo as informaccedilotildees da Pesquisa Nacional por Amostras de Domiciacutelios

(PNAD) a populaccedilatildeo de 60 anos ou mais era por volta de 17 milhotildees de pessoas

representando cerca de 10 da populaccedilatildeo total do Paiacutes (IBGE 2009a) As diferenccedilas de sexo

satildeo importantes para descrever as pessoas idosas e da mesma forma como tem ocorrido em

todo o mundo o nuacutemero de mulheres idosas no Brasil eacute maior do que o de homens as

informaccedilotildees da PNAD mostraram que em 2003 essa proporccedilatildeo era de 559 e 441

respectivamente (IBGE 2009a)

Tambeacutem foi observado que a expectativa de vida a partir dos 60 anos aumentou no

periacuteodo de 1999 a 2003 em todas as faixas de idade tanto para homens quanto para

mulheres entretanto a expectativa de vida das mulheres excede a dos homens e este fato

explica em parte a maior proporccedilatildeo de mulheres idosas em relaccedilatildeo aos homens Em 2006

12

no Paiacutes como um todo a expectativa de vida das pessoas de 60 anos era de 193 anos para os

homens e de 224 anos para as mulheres Notando as mudanccedilas nas caracteriacutesticas da

populaccedilatildeo o Ministeacuterio da Sauacutede iniciou accedilotildees voltadas agraves mulheres no periacuteodo climateacuterico

entre elas a Poliacutetica de Assistecircncia Integral aacute Sauacutede da Mulher (PNAISM 2004)

Os estudos confirmam que diferenccedilas de sexo e idade na percepccedilatildeo da sauacutede satildeo

importantes determinantes do comportamento em relaccedilatildeo agrave procura por atendimento de sauacutede

(WHO 2001)

Em 2003 as mulheres idosas declararam um estado de sauacutede pior do que os homens

exceto entre os idosos de 80 anos ou mais onde a tendecircncia se inverte passando os homens a

declarar um estado de sauacutede pior do que aquele declarado pelas mulheres (PNAD 2003)

Os resultados do Censo Demograacutefico 2000 para os municiacutepios das capitais

apresentam padrotildees de incapacidade funcional em mobilidade fiacutesica compatiacuteveis com aqueles

apontados pelas informaccedilotildees da Politica Nacional de Assistecircncia a Domiciacutelio 2003 para as

aacutereas metropolitanas As mulheres declaram incapacidade funcional em maior proporccedilatildeo do

que os homens observando-se tambeacutem o caraacuteter progressivo da incapacidade funcional

entre os idosos em relaccedilatildeo ao aumento da idade (IBGE 2009a b)

Com o maior nuacutemero de idosos consequumlentemente haacute uma elevaccedilatildeo na frequecircncia das

fraturas por fragilidade oacutessea Isso se torna um problema de sauacutede de grandes dimensotildees

para a paciente na poacutes-menopausa pelos limites que comprometem sua qualidade de vida

para a famiacutelia por arcar com a responsabilidade de protegecirc-la no seu conviacutevio e para a sauacutede

puacuteblica pelo ocircnus econocircmico (Speroff et al 1989 Pinheiro et al 2010a b) Assim satildeo

necessaacuteria accedilotildees de promoccedilatildeo prevenccedilatildeo e abordagem da osteoporose que incide a partir da

perimenopausa

13

Estima-se que 70 das fraturas de quadril esperadas para 2050 ocorreratildeo na Aacutesia

Ameacuterica Latina e Aacutefrica (Cooper 1999) Jaacute na Europa segundo dados da Fundaccedilatildeo

Internacional de Osteoporose estima-se que uma em cada trecircs mulheres acima dos 50 anos

teraacute fratura por fragilidade oacutessea E na Uniatildeo Europeia ocorre uma fratura a cada 30 segundos

e se espera que para essa populaccedilatildeo o nuacutemero de fraturas dobre nos proacuteximos 50 anos

(International Osteoporosis Foundation 2005)

Estudos realizados sobre os custos da osteoporose e suas consequecircncias demonstram

que os gastos com essa doenccedila impressionam O estudo de Silva et al (2003) somou os gastos

com as internaccedilotildees para reduccedilotildees ciruacutergicas as reduccedilotildees incruentas o tratamento

conservador os gastos com cirurgias para a retirada de proacutetese internaccedilotildees de longa

permanecircncia consultas meacutedicas e fisioterapia chegando agrave conclusatildeo de que os custos do

SUS com o tratamento das fraturas eacute de mais de 20 milhotildees de reais por ano Tambeacutem

Tosteson et al (2008) fizeram um levantamento de custos do tratamento da osteoporose em

uma populaccedilatildeo de mulheres americanas em 2005 e mostrou que os custos anuais com

medicamentos satildeo altiacutessimos

Sobre os exames realizados para avaliaccedilatildeo da osteoporose os principais usados satildeo a

densitometria oacutessea e a ultrassonometria oacutessea de calcacircneo (USO) A densitometria oacutessea eacute

considerada o padratildeo-ouro para o diagnoacutestico de osteoporose pela Organizaccedilatildeo Mundial da

Sauacutede (OMS) desde 1994 poreacutem este exame estima apenas a densidade mineral oacutessea A

USO busca refletir outros paracircmetros aleacutem da densidade mineral oacutessea avaliando o risco de

fratura com eficiecircncia similar agrave densitometria oacutessea (Oliveira et al 2004 Castro 2000)

Embora os fatores cliacutenicos de riscos (FCRs) em populaccedilotildees de risco para osteoporose

e fratura estejam bem estabelecidos especialmente em estudos internacionais sua prevalecircncia

14

na populaccedilatildeo brasileira em geral natildeo estaacute clara porque ainda faltam estudos sobre o tema Um

dos principais estudos sobre a avaliaccedilatildeo de FCR foi o BRAZOS (Pinheiro et al 2010a) Ele

natildeo avaliou os fatores de risco relacionados agrave massa oacutessea mas os seus resultados permitem

inferir que esses fatores de risco satildeo muito semelhantes agravequeles relacionados agrave fratura por

baixo impacto Pinheiro et al (2010) demonstrou que os principais FCRs associados agrave fratura

por osteoporose de qualquer siacutetio esqueleacutetico de um total de 2420 indiviacuteduos apoacutes ajustes

estatiacutesticos foram histoacuteria familiar de fratura de quadril idade avanccedilada e baixo peso E que

a associaccedilatildeo de FCR agraves medidas de massa oacutessea poderia melhorar a discriminaccedilatildeo de

pacientes com maior risco de fratura osteoporoacutetica (Pinheiro et al 2010a b)

Atualmente existe uma ferramenta chamada FRAXreg utilizada por meacutedicos em vaacuterios

paiacuteses baseado na pratica meacutedica usando uma combinaccedilatildeo de fatores cliacutenicos e densidade

mineral oacutessea O FRAXreg eacute usado para predizer o risco de fratura nos proacuteximos dez anos com

implicaccedilotildees diretas na decisatildeo do tratamento e custos (Kanis et al 2008 Pinheiro et al 2009)

Poreacutem o risco absoluto de fraturas depende da populaccedilatildeo estudada e essa ferramenta ainda

natildeo foi aprovada para uso no Brasil Assim estudos epidemioloacutegicos representativos sobre

fatores de risco para fraturas ainda continuam sendo necessaacuterios (Pinheiro et al 2009)

Em 2003 a dissertaccedilatildeo de mestrado da Dra Patriacutecia Pereira de Oliveira verificou o

risco aumentado de fraturas por osteoporose atraveacutes da USO (Oliveira et al 2007) na

populaccedilatildeo de mulheres menopausadas na ilha de Paquetaacute-RJ Em nosso estudo verificaremos

se existe uma correlaccedilatildeo entre os achados ultrassonograacuteficos e as fraturas cliacutenicas na mesma

populaccedilatildeo por ela utilizada aleacutem outros fatores de risco para fraturas serem contemplados

como doenccedilas de base tempo de menopausa medicamentos entre outros Isto se justifica

pela necessidade de termos no Brasil dados sobre a incidecircncia de fraturas por fragilidade

oacutessea e fatores de risco a ela relacionados desenvolvidos em uma populaccedilatildeo brasileira e

15

residente de uma ilha localizada no litoral fluminense Jaacute que a literatura nessa aacuterea eacute escassa

e para que compreendendo melhor a dinacircmica da fratura por fragilidade oacutessea possamos

intervir antes que ela ocorra melhorando a qualidade de vida dessas mulheres e diminuiacutedo os

gastos com a sauacutede

16

3 Objeto de Estudo

Estudo de fatores associados agraves fraturas por fragilidade oacutessea em mulheres na poacutes-

menopausa atendidas em uma unidade baacutesica de sauacutede

Questionamento

Quais os fatores associados agrave ocorrecircncia de fraturas em mulheres poacutes-menopausa

acompanhadas em uma unidade baacutesica de sauacutede

31 Objetivos

311 Geral

Avaliar os fatores relacionados agrave ocorrecircncia de fraturas em mulheres poacutes-menopausa

acompanhadas em uma unidade baacutesica de sauacutede

312 Especiacuteficos

a- Avaliar se a ocorrecircncia de fraturas foi maior nas pacientes identificadas como risco

aumentado para fraturas pelo ultrassonometria oacutessea de calcacircneo preacutevia

b- Verificar a associaccedilatildeo entre as fraturas por fragilidade oacutessea e os dados cliacutenicos

comportamental e demograacuteficos (idade e sexo) das pacientes

c- Analisar se o tempo de menopausa influencia a ocorrecircncia de fraturas por fragilidade

oacutessea

17

4 Marco Teoacuterico

A osteoporose pode ser definida como doenccedila osteometaboacutelica caracterizada pela

diminuiccedilatildeo da densidade mineral oacutessea com alteraccedilotildees na sua microestrutura que conduzem

a um aumento da fragilidade oacutessea e uma tendecircncia a fraturas por traumatismos pouco

intensos Dado o exposto esta constitui o verdadeiro problema de sauacutede puacuteblica devido agrave sua

alta taxa de morbimortalidade e altos custos (Vianna et al 2001 International Osteoporosis

Foundation 2005)

Com relaccedilatildeo ao hipoestrogenismo observa-se que as mulheres apresentam uma perda

oacutessea mais acelerada nos dez primeiros anos apoacutes a instalaccedilatildeo da menopausa do que os

homens da mesma idade adquirindo risco de fratura mais precocemente do que eles (NHI

2001) Esta diminuiccedilatildeo de massa oacutessea total poderaacute ser ateacute dez vezes a diminuiccedilatildeo ocorrida

antes deste periacuteodo podendo chegar a 2 a 4 ao ano para o osso trabecular e de 1 para o

cortical (NHI 2001) A deficiecircncia de estrogecircnio aumenta o remodelamento oacutesseo e pode

agravar o desequiliacutebrio nas unidades de remodelamento com o aumento do tempo de vida dos

osteoclastos em detrimento dos osteoblastos (Fyhrie amp Schaffler 1994)

Na maioria dos casos a perda oacutessea eacute assintomaacutetica Quando sinais e sintomas da

osteoporose aparecem se relacionam com a ocorrecircncia de fraturas mais comumente na

porccedilatildeo distal do antebraccedilo (fratura de Colles) na coluna vertebral e no colo do fecircmur

(International Osteoporosis Foundation 2005) A maior incidecircncia de fraturas eacute observada

em mulheres brancas na poacutes menopausa (Pinheiro et al 2010a b)

Pinheiro et al (2010) analisaram 275 mulheres caucasoacuteides acima dos 50 anos e

acharam que 44 jaacute possuiacuteam algum tipo de fratura por osteoporose (Pinheiro et al 2010b)

A dor oacutessea eacute consequumlecircncia tanto das fraturas quanto das deformidades oacutesseas As fraturas

18

vertebrais satildeo as mais comuns poreacutem satildeo geralmente assintomaacuteticas e portanto menos

diagnosticadas Poreacutem podem causar dor perda de peso deformidade na coluna espinhal e

perda de estabilidade ao andar (International Osteoporosis Foundation 2005) Apenas 10

das fraturas de veacutertebras cursam com hospitalizaccedilatildeo mesmo que causem dor e diminuiccedilatildeo da

qualidade de vida Elas ocorrem entre os 50 e 60 anos de idade com maior frequecircncia

(International Osteoporosis Foundation 2005)

Jaacute as fraturas do fecircmur satildeo as mais letais devido a complicaccedilotildees poacutes-operatoacuterias As

principais causas de mortalidade satildeo as infecccedilotildees e tromboembolismo As fraturas de quadril

satildeo menos prevalentes do que as vertebrais poreacutem de maior gravidade devido agraves altas taxas

de morbimortalidade aleacutem do alto custo para a famiacutelia e para o sistema puacuteblico de sauacutede A

mortalidade apoacutes uma fratura de quadril eacute de cerca de 20- 24 no ano seguinte a fratura

sendo acompanhada de periacuteodos de hospitalizaccedilatildeo prolongados (International Osteoporosis

Foundation 2005 Silveira et al 2005) Estimativas apontam que no ano de 2050 ocorreratildeo

aproximadamente 65 milhotildees de fratura de quadril em todo mundo (Cooper 1999) As

fraturas de punho satildeo as mais facilmente observadas por mulheres no climateacuterio chegando a

originar seis milhotildees de dias de restriccedilatildeo de trabalho por ano (International Osteoporosis

Foundation 2005)

Aleacutem do custo pessoal o impacto econocircmico gerado pela osteoporose eacute enorme

Atraveacutes do mundo eacute estimado que uma em cada trecircs mulheres acima dos 50 anos teraacute fraturas

por osteoporose Na Europa no ano 2000 foi estimada uma ocorrecircncia de 379 milhotildees de

fraturas por fragilidade oacutessea sendo que destas 890 mil eram de quadril (Tosteson et al

2008) Eacute sabido que apenas metade das pacientes que sobrevivem agrave fratura de quadril voltaraacute

a andar novamente mas dificilmente com a mesma agilidade que andava antes da fratura

Apesar de a osteoporose ser facilmente diagnosticada atraveacutes de exames e seu tratamento

19

poder ser instituiacutedo ainda eacute uma doenccedila muito subdiagnosticada e subtratada Eacute estimada na

comunidade europeacuteia que uma em cada trecircs fraturas de vertebrais recebe a atenccedilatildeo cliacutenica

que merece E uma pessoa com fratura de veacutertebra tem ateacute cinco vezes mais chance de

desenvolver nova fratura no ano seguinte fenocircmeno conhecido como fratura em cascata

(Lindsay et al 2001)

Tradicionalmente a osteoporose eacute reconhecida como uma doenccedila multifatorial sendo

70 desses fatores natildeo modificaacuteveis isto eacute definidos pela carga geneacutetica e 30

potencialmente modificaacuteveis e assim envolvidos com os aspectos ambientais Dessa forma

um uacutenico fator de risco natildeo eacute capaz de identificar indiviacuteduos com ou sem fratura Diferenccedilas

geneacuteticas raciais e antropomeacutetricas bem como da composiccedilatildeo corporal densidade oacutessea

dieta atividade fiacutesica e outros haacutebitos de vida contribuem para explicar as divergecircncias na

incidecircncia e na prevalecircncia de baixa densidade oacutessea e fraturas em diversos paiacuteses do mundo

(Pinheiro et al 2010b c) Os aspectos geneacuteticos desempenham importante influecircncia sobre a

aquisiccedilatildeo do pico de massa oacutessea e perda oacutessea relacionada agrave idade bem como na

determinaccedilatildeo das propriedades estruturais e geomeacutetricas do osso No entanto a associaccedilatildeo

entre diferentes polimorfismos gecircnicos e densidade oacutessea ou fraturas por osteoporose eacute

bastante controversa e varia em diferentes estudos inclusive no Brasil fato que pode ser

tomado como um provaacutevel reflexo das diferenccedilas de etnia e ambiental das populaccedilotildees

estudadas Da mesma forma os fatores ambientais natildeo permitem uniformizar e homogeneizar

o impacto de cada um deles em cada regiatildeo do planeta (Pinheiro et al 2010c)

Atualmente a densitometria oacutessea eacute o meacutetodo mais utilizado para avaliar a massa

oacutessea Eacute o padratildeo ouro para o diagnoacutestico de osteoporose A densidade mineral oacutessea (DMO)

eacute expressa em nuacutemero absolutos em gramas de mineral por centiacutemetro quadrado escaneado

ou ainda comparado com a DMO esperada para a idade e sexo da paciente (z escore) ou

20

comparado a DMO de adultos jovens normais do mesmo sexo (t-escore) A diferenccedila entre o

escore do paciente e o padratildeo eacute expressa em desvios padrotildees acima ou abaixo da meacutedia

(Castro et al 1999)

Segundo a Sociedade Brasileira de Densitometria Cliacutenica no consenso de 2008 satildeo

indicaccedilotildees para avaliaccedilatildeo da densidade mineral oacutessea (Brandatildeo et al 2009)

rdquoMulheres com idade gt a 65 anos e homens com idade gt a 70 anos

Mulheres acima de 40 anos na transiccedilatildeo menopausal (1-2) e homens acima de 50

anos de idade com fatores de risco

Adultos com antecedente de fratura por fragilidade condiccedilatildeo cliacutenica ou uso de

medicamentos associados agrave baixa massa oacutessea ou perda oacutessea

Indiviacuteduos para os quais satildeo consideradas intervenccedilotildees farmacoloacutegicas para

osteoporose

Indiviacuteduos em tratamento para osteoporose para monitoramento de sua eficaacutecia

Indiviacuteduos que natildeo estejam sob tratamento poreacutem nos quais a identificaccedilatildeo de perda

de massa oacutessea possa determinar a indicaccedilatildeo do tratamento

Mulheres interrompendo terapia hormonal (TH)rdquo

Arq Bras Endocrinol Metab 2009 531 pag108

A proacutepria definiccedilatildeo de osteoporose pela Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede reunida em

Hong Kong em 1994 estabeleceu criteacuterios diagnoacutesticos baseados em valores obtidos pela

densitometria oacutessea classificando como osteopecircnicas aquelas mulheres que apresentarem-se

entre 1 e 25 desvios-padratildeo (DP) abaixo da meacutedia para adultas jovens e de osteoporoacuteticas as

que se encontrarem com mais de 25 DP abaixo da meacutedia para adultas jovens (Castro et al

1999 WHO 1999)

A densitometria oacutessea apresenta como desvantagens no entanto o fato de utilizar uma

fonte de radiaccedilatildeo ionizante e possuir um elevado custo que limita seu uso em estudos

populacionais principalmente em nosso paiacutes onde os recursos destinados agrave sauacutede da

populaccedilatildeo mais carente satildeo miacutenimos Sempre tentando diminuir o impacto dos gastos com

21

sauacutede eacute estimulada a busca por meacutetodos natildeo poluentes e mais baratos mas que tragam as

mesmas informaccedilotildees que os meacutetodos jaacute estabelecidos Em funccedilatildeo disto a USO vem sendo

avaliada e alguns resultados promissores tecircm sido apresentados (Castro et al 1999) Baseia-se

na modificaccedilatildeo das caracteriacutesticas de ultrassom transmitido atraveacutes de ossos de localizaccedilatildeo

mais superficiais como no calcacircneo tiacutebia falanges ou patela Os sistemas atuais se

constituem de dois transdutores sendo um transmissor e outro receptor posicionados em

locais diferentes do osso a ser estudado Os aparelhos existentes entre noacutes avaliam o

calcacircneo osso predominantemente trabecular atraveacutes das medidas de velocidade de

transmissatildeo do ultrassom (SOS em ms) e da atenuaccedilatildeo da frequumlecircncia do ultrassom (BUA em

dBMHz) (Kanis et al 2008) Novamente de acordo com a orientaccedilatildeo da Sociedade Brasileira

de Densitometria Cliacutenica de 2008 as recomendaccedilotildees para ultrassonometria oacutessea satildeo

(Brandatildeo et al 2009)

rdquoO uacutenico siacutetio validado para o uso cliacutenico da USO em osteoporose eacute o calcacircneo

Equipamentos de USO de calcacircneo validados satildeo capazes de estimar fratura por

fragilidade em mulheres na poacutes-menopausa e em homens com idade superior a 65 anos

independentemente da densidade mineral oacutessea medida em equipamentos de DMO

central

A correlaccedilatildeo entre os resultados obtidos por USO e DMO ccccccc entral eacute

moderada

USO do calcacircneo associada a fatores de risco cliacutenicos podem ser usados para

identificar populaccedilatildeo com baixa probabilidade de fratura na qual avaliaccedilatildeo adicional

natildeo seja mais necessaacuteria

Medidas de DMO central na coluna e no fecircmur constituem o meacutetodo de escolha para a

tomada de decisatildeo terapecircutica Entretanto se a DMO central natildeo for acessiacutevel o

tratamento farmacoloacutegico pode ser iniciado se a probabilidade de fratura avaliada pelo

USO do calcacircneo com pontos de corte especiacuteficos associados a fatores de risco

cliacutenicos for suficientemente alta

Equipamentos de USO natildeo satildeo clinicamente uacuteteis no monitoramento de efeitos

esqueleacuteticos dos medicamentos disponiacuteveis para o tratamento da osteoporoserdquo

Arq Bras Endocrinol Metab 2009 531 pag110

22

Em 2003 foi realizada uma dissertaccedilatildeo de mestrado (Oliveira et al 2007) sobre a

utilizaccedilatildeo do USO para estimar a prevalecircncia de risco aumentado de fraturas em uma

populaccedilatildeo de mulheres na poacutes menopausa residentes da Ilha de Paquetaacute Em trabalho

realizado por Oliveira e cols nesta instituiccedilatildeo Foi realizado um estudo transversal com

recrutamento de 385 mulheres residentes da Ilha Todas as mulheres responderam a

questionaacuterio previamente estruturado e foram submetidas a medidas antropomeacutetricas e a

USO As medidas de USO foram realizadas segundo o manual do fabricante A idade da

populaccedilatildeo estudada variou entre 42 e 95 anos Os resultados encontrados mostram que

5922 da amostra apresentava algum tipo de alteraccedilatildeo a USO com t score menor que -1

Esse grupo era composto por mulheres mais idosas com menor peso menor altura e menor

percentual de gordura quando comparado com o grupo com t score lt ndash 1 Foi encontrado que

1688 das pesquisadas possuiacuteam alto risco para fraturas com t score lt -25 E as mulheres

do grupo de alto risco tinham maior peso e IMC paracircmetros conhecidos como protetores

Embora divergente da literatura a autora atribui esses resultados a caracteriacutesticas das

mulheres mais idosas em um contexto social de baixa escolaridade e renda (Oliveira et al

2007)

23

5 Materiais e Meacutetodos

51 Populaccedilatildeo

A Ilha de Paquetaacute dista aproximadamente 15 km da Praccedila XV no Centro da Cidade

do Rio de Janeiro sendo a principal ilha do arquipeacutelago de Paquetaacute situada ao nordeste da

Baiacutea de Guanabara A populaccedilatildeo e frequecircncia da Ilha satildeo extremamente sazonais sendo

aproximadamente 2200 domiciacutelios (entre moradores e veranistas) Os moradores fixos

correspondem a 4500 pessoas em sua maioria de famiacutelias antigas na Ilha das quais 208

satildeo idosos ultrapassando ateacute mesmo a meacutedia nacional que eacute em torno de 12 (IBGE

2009a) Este iacutendice faz de Paquetaacute o erceiro bairro em nuacutemero de idosos no municiacutepio sendo

que sua populaccedilatildeo pode ser considerada envelhecida segundo os criteacuterios da Organizaccedilatildeo

Mundial da Sauacutede (OMS 2003) Embora a maioria da populaccedilatildeo seja branca existem 109

de negros 256 de pardos e 01 de iacutendios Cerca de 90 dos domiciacutelios possuem aacutegua

tratada e 9957 tratamento de esgoto As famiacutelias residentes nesta regiatildeo satildeo compostas em

meacutedia por trecircs pessoas com rendimento meacutedio per capita de 301 salaacuterios miacutenimos (IPEA

2000) e o transporte urbano eacute feito basicamente a peacute por bicicletas ou charretes puxadas por

ciclistas (IBGE 2009a)

52 Tipo de estudo

Foi realizado um estudo de coorte prospectivo na ilha de PaquetaacuteRJ no ano de 2011

Foram inicialmente alocadas todas as mulheres que participaram do estudo anterior

desenvolvido no ano de 2003 (Oliveira et al 2007)

24

53 Criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo

Os criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo foram os mesmos utilizados do estudo anterior

(Oliveira et al 2007) Sendo os criteacuterios de inclusatildeo as mulheres que estavam na menopausa

e que tinham residecircncia fixa na Ilha de Paquetaacute e os criteacuterios de exclusatildeo a historia pessoal

de doenccedilas que sabidamente afetam o metabolismo oacutesseo direta ou indiretamente (como

artrite reumatoacuteide luacutepus eritematoso sistecircmico hiperparatireoidismo osteogecircnese imperfeita)

e as neoplasias malignas exceto carcinoma basocelular de pele

54 Alocaccedilotildees de pacientes

A populaccedilatildeo elegiacutevel era constituiacuteda pelas 385 mulheres alocadas no estudo inicial

(Oliveira et al 2007) No trabalho de Oliveira et al (2007) foi realizado um estudo transversal

com recrutamento por auto-seleccedilatildeo ou demanda espontacircnea no ano de 2003 na Ilha de

Paquetaacute Rio de Janeiro Brasil Foram estudadas 385 mulheres na poacutes-menopausa

(diagnoacutestico cliacutenico) residentes no local apoacutes a aplicaccedilatildeo dos criteacuterios de exclusatildeo

(existecircncia de pino metaacutelico ou edema com cacifo em ambos os peacutes ou impossibilitadas de

posicionar os peacutes no aparelho de ultra-sonometria oacutessea) Todas as mulheres responderam na

eacutepoca a um questionaacuterio e foram submetidas a medidas antropomeacutetricas e agrave USO

No presente estudo considerando uma significacircncia de 95 e um poder de 80 uma

prevalecircncia de 15 de fraturas na populaccedilatildeo de risco (Clark et al 2009) o tamanho amostral

previsto foi de 130 mulheres Poreacutem devido agraves perdas o tamanho amostral final foi de 86

pacientes

Atraveacutes do banco de dados jaacute existente todas as pacientes foram re-contactadas As

mulheres foram localizadas atraveacutes de telefonemas e comparecimento no hospital local onde

25

eacute realizado a atenccedilatildeo baacutesica de sauacutede Foram realizados pelo menos 2 telefonemas com

intervalo de 1 semana entre eles Como ldquoperdasrdquo foram consideradas as pacientes natildeo

encontradas apoacutes os dois telefonemas (035 dos telefones estavam errados e 049 das

pacientes tinham telefone quebrado ou ocupado) pacientes que natildeo quiseram ou natildeo

puderam responder ao questionaacuterio (008) e pacientes falecidas (006)

As pacientes selecionadas foram submetidas a um questionaacuterio de avaliaccedilatildeo de fatores

relacionados agrave fragilidade oacutessea conhecido como European Vertebral Osteoporosis Study

(EVOS) jaacute validado previamente para o portuguecircs (OrsquoNeill et al 1996) e jaacute utilizados em

importantes estudos (Pinheiro et al 2006 Clark et al 2009) O questionaacuterio EVOS eacute

composto por dados soacutecio-demograacuteficos (idade estado civil escolaridade cor renda familiar

e nuacutemero de dependentes desta haacutebitos de vida) e histoacuteria reprodutiva pessoal sumaacuteria

(idade da menarca idade da menopausa tipo de menopausa) Os dados antropomeacutetricos

foram aferidos segundo criteacuterios adotados internacionalmente com medidas de peso e altura

observando intervalos de 01kg e 001m respectivamente

A definiccedilatildeo de fratura por fragilidade oacutessea foi a mesma utilizada por Pinheiro et al

(2010a) como aquela resultante de uma queda da proacutepria altura ou trauma menos intenso em

indiviacuteduos com 50 anos ou mais em siacutetios esqueleacuteticos especiacuteficos antebraccedilo fecircmur

costelas veacutertebras e uacutemero E a documentaccedilatildeo de fraturas foi realizada atraveacutes de relato da

paciente (fratura referida) As fraturas traumaacuteticas (apoacutes acidente automobiliacutestico ou outras

condiccedilotildees sob forte impacto) ou as de baixo impacto natildeo relacionadas agrave osteoporose (como

por exemplo as de face tornozelo metacarpo falanges) natildeo foram consideradas

O estudo obedeceu aos criteacuterios de eacutetica preconizados pela resoluccedilatildeo no 19696 do

Conselho Nacional de Sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede e foi aprovado previamente pelo Comitecirc

26

de Eacutetica em Pesquisa da FiocruzIFF e pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Prefeitura Todas

as mulheres assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido antes de qualquer

procedimento

55 Anaacutelise Estatiacutestica

Os dados foram registrados em planilha Excel e analisados pelo programa Statistical

Package for Social Sciences (SPSS) versatildeo 170 Para avaliar diferenccedilas entre os grupos as

variaacuteveis categoacutericas foram avaliadas pelo Qui-quadrado de Pearson ou o teste exato de

Fisher A relaccedilatildeo entre as variaacuteveis categoacutericas e ordinal e entre as variaacuteveis numeacutericas foi

avaliada pelo teste de Mann-Whitney que eacute um teste natildeo-parameacutetrico que equivale ao teste t

escolhido pelo tamanho da amostra A relaccedilatildeo entre as variaacuteveis numeacutericas foi avaliada pelo

coeficiente de Sperman que eacute uma estatiacutestica natildeo parameacutetrica utilizada para dados natildeo

normais eou amostra pequena Para todos os testes o niacutevel de significacircncia adotado foi de

5 A variaacutevel dependente foi a presenccedila de fratura (sim ou natildeo) e as variaacuteveis

independentes foram idade (em anos) resultado de USO (normal ou alterado) tempo de

menopausa (em anos) siacutetio de localizaccedilatildeo de fraturas IMC (abaixo do pesonormal

sobrepeso obeso) tabagismo (fumante ou natildeo fumante) atividade fiacutesica (leve

moderadapesada) frequecircncia diaacuteria de ingestatildeo de leite (em coposdia) e as variaacuteveis

binaacuterias como o histoacuterico familiar de fratura de quadril osteoporose uso de anticoncepcional

ausecircncia de menstruaccedilatildeo retirada de uacutetero ou ovaacuterios amamentaccedilatildeo paciente acamado e

etilismo O caacutelculo do risco relativo (RR) foi feito para avaliar a relaccedilatildeo entre o USO e a

presenccedila de fraturas Para isso foi considerado pacientes com USO normal aqueles com

resultados do T-score gt-11 e USO alterado aqueles com T-score lt-11 O niacutevel de atividade

fiacutesica foi classificado em atividade leve (trabalho burocraacutetico em escritoacuterio na maior parte

do tempo sentado) atividade moderada (trabalhos na maior parte do tempo em peacute como

27

vendedor e dona-de-casa) atividade pesada (enfermeira empregada domeacutestica) Oliveira et al

2010) Para caacutelculo aproximado da ingestatildeo alimentar diaacuteria de caacutelcio utilizou- se uma

adaptaccedilatildeo da Tabela Brasileira de Composiccedilatildeo de Alimentos 1 fatia queijo (90mg) 1 copo

de iogurte (1212mg) 1 copo leite (257mg) 1 bola se sorvete (135mg) E no final todos esses

alimentos foram convertidos em quantidade ingerida de copos de leite

28

6 Resultados Encontrados

61 Gerais

As caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas da populaccedilatildeo estudada estatildeo listadas na

tabela 1 A idade meacutedia das pacientes foi de 725 anos (DPplusmn 87) com a idade da menopausa

460 anos (DPplusmn 61) o tempo de menopausa 261 anos (DPplusmn 97) e o IMC de 264 (kgm2)

(DPplusmn 55) Essas caracteriacutesticas quando comparadas com o estudo anterior de 2003 (tabela

2) confirmam tratar-se da mesma populaccedilatildeo Apenas a idade e o tempo de menopausa

evidenciam ser a nossa populaccedilatildeo mais idosa Fator que se justifica pelo tempo ocorrido entre

os dois estudos

A incidecircncia de fratura por fragilidade oacutessea encontrada foi de 21 evidenciado no

graacutefico 1 Os principais siacutetios de fratura satildeo analisados na tabela 3 tendo como sitio principal

o antebraccedilo com 50 seguido pelo peacute com 192 e uacutemero 145 Jaacute na tabela 4 e no graacutefico

2 pode ser observado que a idade da populaccedilatildeo estudada variou entre 54 e 97 anos com meacutedia

de 72 anos com DP plusmn 90 No grupo de pacientes fraturadas 50 tinham entre 65 e 79 anos

sugerindo ser essa faixa etaacuteria mais susceptiacutevel as fraturas por fragilidade oacutessea

62 USO preacutevia X Fraturas

Foi verificado na tabela 5 a associaccedilatildeo entre o resultado da (USO) preacutevia e o desfecho

fraturas por fragilidade oacutessea De todas as pacientes que fizeram USO no estudo inicial 66

participaram deste estudo Das 50 pacientes que tiveram o USO alterado 22 tiveram

fraturas nesse periacuteodo E as pacientes com USO considerada normal 194 tiveram fraturas

por fragilidade oacutessea O RR= 113 (IC95 048 - 263) sugere que as mulheres que tiveram

29

USO alterado tem um risco de fraturar de 13 maior em relaccedilatildeo as pacientes com resultado

de USO considerado normal

63 Caracteriacutesticas cliacutenicas e comportamentais X Fratura

As pacientes foram analisadas quanto as variaacuteveis clinicas e comportamentais

Considerando a tabela 6 as pacientes que tiveram fraturas se mostraram com maior

sobrepeso ou obesas (722) com maior historia familiar de fratura de quadril (133) e

com maior diagnostico de osteoporose (471) do que as pacientes sem fraturas (p

valorgt005) Jaacute o uso de anticoncepcional ou o uso de reposiccedilatildeo hormonal natildeo se mostraram

ser relevantes para ocorrecircncia de fraturas nessa amostra E 235 das pacientes acamadas por

mais de dois meses sofreram alguma fratura com p valor lt005 Evidenciando associaccedilatildeo

entre a paciente ficar acamada por mais de dois meses e sofrer fratura por fragilidade oacutessea

Avaliando a tabela 7 foi notado que apenas 125 das pacientes que tiveram fratura eram

tabagistas e 167 eram etilistas natildeo se mostrando essas caracteriacutesticas como fatores de

risco A atividade fiacutesica moderadapesada ateacute 25 anos e acima de 50 anos apresentou

percentuais de 441 e 382 respectivamente Aleacutem disso entre 25 e 50 anos 444 das

pacientes com atividade fiacutesica moderadapesada tiveram fraturas e 441 das pacientes natildeo

tiveram fraturas para essa faixa etaacuteria (p valor gt005) Sendo assim natildeo houve associaccedilatildeo

entre a atividade fiacutesica e as fraturas Em relaccedilatildeo ao item ingestatildeo de leite apoacutes os 50 anos

456 das pacientes que natildeo tiveram fraturas ingeriam de 1 a 2 copos de leite por dia e

apenas 44 ingeriam mais de 3 copos de leite por dia No caso das pacientes que tiveram

fraturas apoacutes os 50 anos foi observado que 50 ingeriam de 1 a 2 copos de leite por dia e

167 ingeriam 3 copos ou mais de leite

30

64 Tempo de menopausa X Fratura

As pacientes foram avaliadas graacutefico 3 para verificar a associaccedilatildeo entre o tempo de

menopausa e o desfecho das fraturas A mediana do tempo de menopausa encontrado em

ambos os grupos foi de 262 com DP de plusmn98 Metade das pacientes que tiveram fraturas tem

entre 193 e 293 anos de menopausa com DP de plusmn72 A correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade

tempo de menopausa e IMC foi observado na tabela 8 onde evidenciada uma associaccedilatildeo

positiva entre a idade e o tempo de menopausa nos grupos de pacientes com e sem fraturas

Assim como foi verificado uma associaccedilatildeo negativa de quanto maior a idade e o tempo de

menopausa menor o IMC

31

Graacutefico 1

Graacutefico 2

32

Graacutefico 3

33

Tabela 1- Caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas das

mulheres poacutes menopausa (n=86)

Caracteriacutesticas Meacutedia plusmn desvio padratildeo

Idade (anos) 7255 plusmn 897

Idade da

menarca (anos) 1324 plusmn 184

Idade da

menopausa

(anos)

4608 plusmn 614

Tempo de

menopausa

(anos)

2618 plusmn976

Peso (kg)sect 6342 plusmn 1055

Altura (m)deg 155 plusmn 008

IMC (kgm2) 2643 plusmn 557

n=85 sectn=83 ordmn=82 n=81 n=80

Tabela 2-Caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas das

mulheres poacutes menopausa em 2003

Caracteriacutesticas Meacutedia plusmn desvio padratildeo

Idade (anos) 6463plusmn1270

Idade da

menarca (anos)

1304 plusmn 193

Idade da

menopausa

(anos)

4755 plusmn 601

Tempo de

menopausa

(anos)

1700 plusmn 1076

Peso (kg)sect 6533 plusmn 1270

Altura (m)deg 155 plusmn 006

IMC (kgm2) 2696 plusmn 477

34

Tabela 3 ndash Incidecircncia de fraturas em mulheres poacutes menopausa segundo a

localizaccedilatildeo de fratura 2003-2011

Tipo da fratura

n

Veacutertebra 1 38

Fecircmur 1 38

Costela 2 77

Antebraccedilo 13 500

Uacutemero 4 145

Peacute 5 192

Total 26 1000

Nota Algumas pacientes tiveram mais de uma fratura no periacuteodo

Tabela 4- Relaccedilatildeo entre idade e fratura nas mulheres na poacutes menopausa

Total

Fratura

Idade (anos) Natildeo Sim

N () n () n ()

54 a 64 anos 18 209 14 206 4 222

65 a 79 anos 48 558 39 574 9 500

80 a 97 anos 20 233 15 221 5 278

Total 86 1000 68 1000 18 1000

Meacutedia (DP) 725 (90) 713 (77) 729 (93)

Nota P-valor pelo teste de Mann-Whitney=0813

35

Tabela 5 - Incidecircncia de fratura em mulheres poacutes-menopausa segundo

resultado da USO 2003-2011

Resultado da

USO

Total

Fratura p-valor

Sim Natildeo

n n

()

IC95 n

()

Normal 36 7 194

89 -

3472

29 806

0496

Alterado 50 11 220

121 -

350

39 780

Total 86 18 209

133 -

305

68 791

Nota Risco relativo = 113 (IC95 048 - 263)

36

Tabela 6 ndash Caracteriacutesticas cliacutenicas de mulheres poacutes-menopausa segundo

fratura (n=86)

Fratura

Natildeo (n=68) Sim (n=18) Total

n ( ) n ( )

IMC

Abaixo do pesoNormal 24 (353) 5 (278) 28 0792

Sobrepeso 27 (397) 9 (500) 36

Obeso 17 (250) 4 (222) 21

Histoacuterico familiar de fratura de quadril

Natildeo 66 (985) 13 (867) 79 0085

Sim 1 (15) 2 (133) 3

Osteoporose

Natildeo 44 (800) 9 (529) 53 0055

Sim 11 (200) 8 (471) 19

Uso de anticoncepcional

Natildeo 32 (485) 10 (556) 42 0791

Sim 34 (515) 8 (444) 42

Ausecircncia de mentruaccedilatildeo

Natildeo 60 (909) 16 (941) 76 1000

Sim 6 (91) 1 (59) 7

Retirou o uacutetero

Natildeo 46 (687) 9 (500) 55 0170

Sim 21 (313) 9 (500) 30

Retirou os ovaacuterios

Natildeo 53 (815) 11 (647) 64 0187

Sim 12 (185) 6 (353) 18

Reposiccedilatildeo hormonal

Natildeo 51 (761) 13 (722) 64 0763

Sim 16 (239) 5 (278) 21

Amamentou

Natildeo 14 (206) 4 (222) 18 1000

Sim 54 (794) 14 (778) 68

Acamado por mais de dois meses

Natildeo 63 (940) 13 (765) 76 0049

Sim 4 (60) 4 (235) 8

Caracteriacutesticas clinicas

p-valor do

teste exato

de Fisher

37

Tabela 7 - Caracteriacutesticas comportamentais de mulheres poacutes-menopausa segundo

fratura (n=86)

Fratura

Natildeo (n=68) Sim (n=18) Total

n ( ) n ( )

Tabagismo

Natildeo fumante 47 (758) 14 (875) 61 0499

FumanteEx-fumante 15 (242) 2 (125) 17

Etilismo no uacuteltimo ano

Natildeo 48 (706) 15 (833) 63 0376

Sim 20 (294) 3 (167) 23

Atividade fiacutesica ateacute os 25 anos

Leve 38 (559) 11 (611) 49 0792

ModeradaPesada 30 (441) 7 (389) 37

Atividade fiacutesica entre os 25 e 50 anos

Leve 38 (559) 10 (556) 48 1000

ModeradaPesada 30 (441) 8 (444) 38

Atividade fiacutesica acima dos 50 anos

Leve 42 (618) 12 (667) 54 0789

ModeradaPesada 26 (382) 6 (333) 32

Frequecircncia diaacuteria de leite ateacute 25 anos

Nenhummenos 1 copodia 34 (500) 8 (444) 42 0910

1 a 2 coposdia 31 (456) 9 (500) 40

3 coposdia ou mais 3 (44) 1 (56) 4

Frequecircncia diaacuteria de leite apoacutes 50 anos

Nenhummenos 1 copodia 34 (500) 6 (333) 40 0103

1 a 2 coposdia 31 (456) 9 (500) 40

3 coposdia ou mais 3 (44) 3 (167) 6

Caracteriacutesticas

comportamentais

p-valor do

teste exato

de Fisher

Tabela 8- Coeficientes de correlaccedilatildeo de Spearman (rs) entre idade IMC e tempo de

menopausa em mulheres poacutes-menopausa

Variaacuteveis

IMC IdadeTempo de

menopausa

r s 1 -0144 -0151

p-valor 0569 0550

r s -0227 1 0736

p-valor 0074 lt0001

r s -0295 0761 1

p-valor 0020 lt0001

Variaacuteveis

IMC

Idade

Tempo de menopausa

Nota o triacircngulo superior direito (parte hachurada) se refere agraves correlaccedilotildees para as mulheres com

fratura e o inferior esquerdo (parte natildeo hachurada) agraves mulheres sem fratura

38

7 Discussatildeo

No Brasil os principais fatores cliacutenicos de risco para fraturas por fragilidade oacutessea

eram extrapolados a partir de estudos internacionais O estudo vem acrescentar informaccedilotildees

para se conhecer os fatores relacionados agrave essas fraturas Nossos resultados revelam que a

idade avanccedilada a historia familiar de fratura de quadril o diagnoacutestico de osteoporose e

tambeacutem o paciente ficar acamado por mais de 2 meses foram considerados fatores de risco

para fraturas por fragilidade oacutessea

Esse estudo mostrou concordacircncia com a Johnell amp Kanis (2006) onde o principal

siacutetio mundial de fratura por fragilidade oacutessea nas mulheres apoacutes a menopausa foi o antebraccedilo

Segundo o estudo Latin American Vertebral Osteoporosis Study (LAVOS) (Clark et al

2009) a fratura vertebral eacute a mais prevalente da ameacuterica latina com uma prevalecircncia de

142 diferente do nosso estudo onde a coluna vertebral e o colo do fecircmur aparecem

juntos em uacuteltimo lugar na lista de incidecircncia dos siacutetios de fratura Isso pode ser atribuiacutedo

devido a diferenccedila nos criteacuterios de definiccedilatildeo de fraturas pois no LAVOS optou-se pela

medida radiograacutefica do local de fraturas enquanto no nosso estudo as fraturas foram referidas

pelas pacientes

Os consensos sobre osteoporose tecircm propostos algoritmos para identificar indiviacuteduos

de alto risco para fraturas (Kanis et al 2008 WHO 1999) Para tanto a associaccedilatildeo de fatores

de risco para fraturas com a medida da USO eacute de suma importacircncia embora sejam poucas as

pacientes que tecircm oportunidade de realizar esse exame (Oliveira et al 2007) Assim o

presente trabalho mostrou um risco para fraturas por fragilidade oacutessea 13 maior nas

pacientes com resultado de USO alterada em relaccedilatildeo as pacientes que tiveram resultados de

39

USO normais vindo de encontro aos resultados encontrados por Oliveira et al (2007)

Corroborando o USO como um meacutetodo confiaacutevel para a prediccedilatildeo de fraturas

E semelhante a Pinheiro et al (2010a) o presente estudo revelou que os principais

fatores de risco para fraturas por fragilidade oacutessea satildeo a idade avanccedilada a historia familiar de

fratura de quadril e a presenccedila de osteoporose Isso pode ser atribuiacutedo ao fato de que no

estudo de Pinheiro et al (2010a) assim como no nosso estudo a populaccedilatildeo ser

predominantemente de mulheres acima dos 65 anos e viverem em aacuterea urbana tendo haacutebitos

de vida parecidos

O achado em nosso estudo que apresentou significacircncia estatiacutestica refere-se ao fator

de risco ldquopaciente acamado por mais de dois mesesrdquo como disposto na literatura (Pinheiro et

al 2010b Demir et al 2008) O que acontece eacute que com o paciente acamado por tempo

prolongado um maior remodelamento oacutesseo eacute observado Os osteoclastos responsaacuteveis pela

absorccedilatildeo oacutessea sobrepotildee os osteoblastos predispondo as fraturas por fragilidade oacutessea

(Fyhrie amp Schaffler 1994) Assim observou-se no estudo que 235 das pacientes

acamadas por mais de dois meses sofreram alguma fratura por fragilidade oacutessea com p valor

lt005 Isso reafirma a associaccedilatildeo entre a paciente ficar acamada por mais de dois meses e

sofrer fratura por fragilidade oacutessea Por outro lado o exerciacutecio fiacutesico que estaacute sabidamente

relacionado ao aumento da resistecircncia muscular do equiliacutebrio e da flexibilidade contribuindo

para a reduccedilatildeo da perda oacutessea e melhora da sauacutede em geral (Chan 2003) natildeo se mostrou

como fator de proteccedilatildeo neste estudo Provavelmente devido ao baixo percentual encontrado

de pacientes que praticavam atividade fiacutesica moderada ou pesada

O elevado IMC e a terapia de reposiccedilatildeo hormonal natildeo desempenharam papel protetor

na nossa populaccedilatildeo como seria o esperado por estudos anteriores (Pinheiro et al 2010c

40

Buttros et al 2011) Ao contrario o sobrepeso e obesidade foram considerados fatores de

risco Isso pode ser atribuiacutedo ao IMC meacutedio dessa populaccedilatildeo ser 264 (kgm2) (DPplusmn 55)

limiacutetrofe para sobrepeso Embora esse dado demonstre contrariedade com a literatura que

estabelece relaccedilatildeo inversa entre obesidade e fraturas por fragilidade oacutessea em nosso estudo

ter maior peso e IMC natildeo seriam fatores de risco para fraturas e sim caracteriacutesticas das

mulheres mais idosas em um contexto social de baixa escolaridade e renda Esse fato eacute

confirmado pelos resultados da Pesquisa Nacional sobre Sauacutede e Nutriccedilatildeo ( Batista F et al

2003) que demonstraram caraacuteter ascendente da obesidade nos estratos de mulheres com baixa

renda residentes na regiatildeo Sudeste

Aleacutem disso haacutebitos de vida como tabagismo e etilismo sabidamente relacionados agrave

maior risco para fraturas por fragilidade oacutessea (Pinheiro et al 2010) tambeacutem natildeo se

mostraram estar associados nesse estudo

A necessidade de caacutelcio do ser humano varia ao longo da vida e uma ingestatildeo

adequada para mulheres acima de 50 anos eacute de 1200 mg pois com a idade o corpo

naturalmente perde um pouco da capacidade de absorccedilatildeo de minerais (Nuacutecleo de Estudos e

Pesquisas em Alimentaccedilatildeo 2006) O fato de apenas 44 das mulheres que natildeo tiveram

fraturas e 167 das mulheres que tiveram fraturas ter referido consumo superior a

900mgdia (3 ou mais copos) foi fator de surpresa principalmente levando-se em conta o PIB

per capita da cidade superior ao da maioria dos municiacutepios brasileiros (IPEA 2000)

Assim como em estudos preacutevios (Pinheiro et al 2010c NHI 2001 Demir et al

2008) nossos dados tambeacutem demonstraram o hipoestrogenismo como importante fator de

risco para fraturas por fragilidade oacutessea jaacute que as pacientes com fratura tecircm entre 19 e 29

anos de menopausa Em recente estudo Demir et al (2008) estudaram 2769 mulheres na

41

poacutes-menopausa correlacionando a ocorrecircncia de osteoporose com o tempo de menopausa

Demonstraram que 106 das pacientes com ateacute trecircs anos de poacutes-menopausa tinham

osteoporose contra 329 das pacientes com sete anos ou mais Acredita-se que a deficiecircncia

estrogecircnica seja responsaacutevel por dois terccedilos da perda de massa oacutessea levando

consequentemente agraves fraturas por fragilidade oacutessea assim como observado (Position

statement of the North American Menopause Society 2010)

Os dados deste estudo podem ser limitados pois apesar de tratar-se de uma coorte as

participantes reportaram dados referentes a estilo de vida dieta antecedentes familiares e

pessoais o que pode ter ocasionado algum vieacutes recordatoacuterio Outra limitaccedilatildeo eacute que como

avaliado por Oliveira et al (2007) esta populaccedilatildeo apresenta a maior parte das mulheres com

baixo niacutevel socioeconocircmico e escolaridade sem acesso agrave adequada educaccedilatildeo nutricional e agrave

atividade fiacutesica orientada Por outro lado resultados encontrados sem significacircncia estatiacutestica

podem ter sido ocasionados pelo tamanho amostral reduzido devido a dificuldade de

rastreamento da populaccedilatildeo uma vez que a unidade de sauacutede natildeo atualizou o endereccedilo e

telefone das mulheres eleitas para o estudo Talvez se tivesse sido realizado contato anual

com essas mulheres natildeo teriacuteamos perdido o seguimento delas

42

8 Conclusatildeo

Devido agrave sua alta prevalecircncia e associaccedilatildeo com mortalidade e incapacidade a fratura

devido agrave fragilidade oacutessea deve ser considerada um problema de sauacutede puacuteblica no Brasil

Apesar das limitaccedilotildees o presente estudo foi realizado de forma prospectiva em mulheres

brasileiras na poacutes-menopausa devendo os seus resultados serem levados em consideraccedilatildeo

para a formulaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas de sauacutede para a prevenccedilatildeo e estrateacutegias de tratamento

para as fraturas Os fatores de risco encontrados como a idade avanccedilada a histoacuteria familiar

de fratura de quadril e a presenccedila de osteoporose devem ser acompanhados e combatidos para

tentar-se diminuir o risco para as fraturas Assim como o USO mostrou ser um meacutetodo

confiaacutevel para avaliar o risco para fraturas podendo ser implementado em maior escala do

que a atual Entatildeo acreditamos que novos estudos prospectivos com uma amostra mais

representativa devam ser realizados para se confirmar os fatores associados a fraturas por

fragilidade oacutessea na populaccedilatildeo brasileira para cada vez mais conhecermos o perfil da nossa

populaccedilatildeo e termos subsiacutedios para combater esse agravo

43

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48

10 Anexo 1 - Instrumento de coleta - EVOS (EUROPEAN VERTEBRAL

OSTEOPOROSIS STUDY)

Data _________

Nome________________________________________________________

Endereco_____________________________________________________

Fone _____________ Data de nascimento _________ RG

1- Dados antropomeacutetricos

Peso (Kg) Altura (m) IMC

2- Dados Ginecoloacutegicos

Idade da primeira menstruacao anos

Vocecirc jaacute usou piacutelula anticoncepcional por mais de 3 meses

sim natildeo natildeo sei

Vocecirc jaacute ficou algum periacuteodo em sua vida sem menstruar antes da menopausa (exceto se

gravidez) sim natildeo natildeo sei

Idade da ultima menstruaccedilatildeo anos

Numero de filhos

Vocecirc fez cirurgia para retirar o uacutetero sim com Idade ____ (anos)

natildeo natildeo sei

E para retirar os ovaacuterios (um ou os dois) sim idade ___ (anos)

natildeo natildeo sei

Vocecirc fez reposiccedilatildeo hormonal apos a menopausa sim natildeo natildeo sei

Se sim quando iniciado o periacuteodo foi superior a 1 ano sim natildeo natildeo sei

49

Vocecirc notou os seguintes sintomas na menopausa

calores sim natildeo natildeo sei

depressatildeo sim natildeo natildeo sei

insocircnia sim natildeo natildeo sei

outros sim natildeo natildeo sei

Vocecirc amamentou sim natildeo natildeo sei

Se sim quantas crianccedilas vocecirc amamentou por mais que 3 meses

3- Dados familiares

Em sua famiacutelia (pai matildee irmatildeos) existe historia de fratura de quadril apos os 50 anos de

idade sim natildeo natildeo sei

4- Histoacuteria de fratura

Vocecirc jaacute teve alguma fratura sim natildeo natildeo sei

Se sim em qual sitio esqueleacutetico com que idade e qual foi o tipo de trauma

Sitio Numero Idade (anos) Niacutevel do trauma

Vertebra

Fecircmur (colo trocanter)

Costela

Antebraccedilo

Uacutemero

Pe

Outras

Vocecirc sabe que tem osteoporose sim tenho natildeo natildeo tenho natildeo sei

5- Aacutelcool

Com que frequecircncia vocecirc bebeu no ultimo ano

Diariamente 5-6 dsem 3-4 dsem

50

1 -2 dsem lt 1 dsem nunca

Tipo de bebida destilados (uiacutesque cachaccedila vodka)

fermentados (cerveja vinho)

6- Imobilizaccedilatildeo

Vocecirc jaacute ficou acamado por um periacuteodo superior a 2 meses

sim natildeo natildeo sei

Se sim foi antes ou apos os 25 anos de idade

ano passado nunca

7- Fumo

Vocecirc fumou cigarro ou usou outras formas de fumo (cachimbo ou charuto)

atualmente no passado nunca

Com que idade iniciou anos

Se parou com que idade anos

Numero de cigarrosdia

8- Atividade Fiacutesica

Quantas tempo costuma passar diariamente ao ar livre caminhando ou andando de bicicleta

nenhuma a 1 h superior a 1 h

Qual a sua atividade fiacutesica durante diferentes periacuteodos de sua vida adulta

Ate os 25 anos 25 a 50 anos acima 50 anos

Niacutevel 1 (leve) 2 (moderada) 3 (pesada) 4

(muito pesada)

9- Impacto

Como vocecirc descreveria sua sauacutede geral neste momento

muito boa boa satisfatoacuteria regular ruim

10- Interrogatoacuterio sobre drogas

51

Vocecirc jaacute usou alguma medicaccedilatildeo oral ou injetaacutevel contendo corticosteroides por mais de 3

meses sim natildeo natildeo sei

Vocecirc jaacute usou alguma desses remeacutedios

Droga sim natildeo sei tempo

(meses)

parou ha quanto tempo

Hormocircnios

masculinos

Hormocircnios

femininos

Calcitonina

Fluacuteor

Caacutelcio

Vitamina D

Anabolizantes

Diureacuteticos

tiazidicos

11- Ingestatildeo de caacutelcio

Com que frequecircncia vocecirc comeu produtos derivados do leite na semana passada

(diassemana)

queijo amarelo queijo branco iogurte leite sorvete

Para os periacuteodos indicados abaixo com que frequecircncia vocecirc recebeu leite

ate 25 anos 25 a 50 anos Acima de 50 anos

Todas as refeiccedilotildees (3 ou + coposdia)

1-2 coposdia

52

Toda semana mas natildeo todo dia

lt 1 vezsemana

53

11 Anexo 2 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Projeto de Pesquisa Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade

oacutessea em mulheres na menopausa

Pesquisador responsaacutevel Dra Lizanka Paola F Marinheiro

Instituiccedilatildeo responsaacutevel Instituto Fernandes Figueira

Vocecirc estaacute sendo convidado a participar do projeto de pesquisa intitulado

Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea em mulheres na

menopausa por que vocecirc participou do estudo anterior realizado haacute 7 anos sobre a

osteoporose e suas consequumlecircncias

54

A osteoporose e uma doenccedila que se caracteriza pela diminuiccedilatildeo da resistecircncia do osso

tornando-o mais fraacutegil Essa fragilidade aumenta o risco da pessoa que tem osteoporose de ter

fraturas mesmo com atividades comuns como tossir ou espirrar

Com isso esse trabalho deseja avaliar a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea na

populaccedilatildeo de mulheres na poacutes menopausa residente da Ilha de Paquetaacute apoacutes 7 anos de

seguimento do uacuteltimo estudo transversal

Vocecirc natildeo eacute obrigada a participar Mas se quiser vocecirc teraacute que responder a um

questionaacuterio Para participar vocecirc natildeo teraacute que pagar nada O resultado seraacute fornecido apenas

a vocecirc ningueacutem mais saberaacute Suas duvidas seratildeo esclarecidas e vocecirc devera continuar

acompanhamento com seu meacutedico assistente Se vocecirc natildeo quiser participar natildeo seraacute

submetida a nenhum constrangimento fiacutesico ou moral e seu atendimento no posto de sauacutede

natildeo seraacute prejudicado A participante poderaacute se retirar do estudo a qualquer momento que

julgar necessaacuterio sem prejuiacutezo para a mesma O resultado de toda a pesquisa seraacute divulgada e

atraveacutes de artigos cientiacuteficos em revistas encontros congressos ou similares sem a

divulgaccedilatildeo dos nomes de quem participou de forma sigilosa

Sua participaccedilatildeo no estudo natildeo implicaraacute em custos adicionais O (A) Sr (a) natildeo teraacute

qualquer despesa com a realizaccedilatildeo dos procedimentos previstos neste estudo que seratildeo

custeados pelo pesquisador responsaacutevel Tambeacutem natildeo haveraacute nenhuma forma de pagamento

pela sua participaccedilatildeo

Caso surja alguma duacutevida quanto agrave eacutetica do estudo o (a) Sr(a) deveraacute se reportar ao

Comitecirc de Eacutetica em Pesquisas envolvendo seres humanos ndash subordinado ao Conselho

Nacional de Eacutetica em Pesquisa oacutergatildeo do Ministeacuterio da Sauacutede atraveacutes de solicitaccedilatildeo ao

representante de pesquisa que estaraacute sob contato permanente ou contactando o Comitecirc de

Eacutetica em Pesquisa desta instituiccedilatildeo no telefone (21) 3971-1590 Eacute assegurado o completo

55

sigilo de sua identidade quanto a sua participaccedilatildeo neste estudo incluindo a eventualidade da

apresentaccedilatildeo dos resultados deste estudo em congressos e perioacutedicos cientiacuteficos

Eu________________________________________________________________________

residente do endereccedilo__________________________ fui informada dos objetivos e da

justificativa deste trabalho de forma clara e detalhada pela Dra Adriana de Mattos V da

Costa Recebi informaccedilotildees especificas sobre cada procedimento no qual estarei envolvida

dos desconfortos e riscos previstos tanto quanto dos benefiacutecios esperados Todas as minhas

duvidas foram respondidas com clareza e sei que poderei solicitar novos esclarecimentos a

qualquer momento Aleacutem disso sei que novas informaccedilotildees obtidas durante o estudo me seratildeo

fornecidas e que terei liberdade de retirar meu consentimento de participaccedilatildeo face a estas

informaccedilotildees sem prejuiacutezo para mim Aleacutem disto me foi entregue uma coacutepia da folha de

informaccedilotildees para os participantes a qual li compreendi e me deu plena liberdade para decidir

acerca da minha espontacircnea participaccedilatildeo nesta pesquisa Minha identidade jamais seraacute

publicada Os dados colhidos poderatildeo ser examinados por pessoas envolvidas no estudo com

autorizaccedilatildeo delegada do investigador e por pessoas delegadas pelo patrocinador Estou

recebendo uma coacutepia assinada deste Termo

Os pesquisadores responsaacuteveis pelo Projeto satildeo a Dra Lizanka Paola F Marinheiro e

sua aluna a Dra Adriana de Mattos Viveiros da Costa

56

Participante

Nome _________________________________

Assinatura________________________________

Data_________________________________________

Investigador

Nome____________________________________

Assinatura________________________________

Data_______________________________________

Pesquisadora

Nome______________________________________

Assinatura___________________________________

Data__________________________________________

Dra Lizanka Paola F Marinheiro

lizankaglobocom

tel 25541700

Dra Adriana de Mattos Vda Costa

adrianamattosmedyahoocombr

tel 87273315

Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa

Rua Afonso Cavalcanti 455 sala 710 ndash Cidade Nova -

Telefone 3971-1463

6

Lista de Abreviaturas e Siglas

BUA = Atenuaccedilatildeo da frequecircncia do som

DMO= Densidade Mineral Oacutessea

DP= Desvio Padratildeo

EVOS= European Vertebral Osteoporosis Study

FCRs= Fatores Cliacutenicos de Riscos

IBGE= Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica

IMC= Iacutendice de Massa Corporal

IDH= Iacutendice de Desenvolvimento Humano

OMS= Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

PNAISM= Poliacutetica Nacional de Assistecircncia Integrada a Sauacutede da Mulher

PNAD= Pesquisa Nacional Por Amostra de Domiciacutelio

SPSS= Statistical Package for Social Science

SOS= Velocidade do Som

TH= Terapia Hormonal

USO= Ultrassonometria Oacutessea de calcacircneo

7

Lista de Ilustraccedilotildees

Graacutefico 1- Incidecircncia de fratura em mulheres poacutes-menopausa 2003-2011

Graacutefico 2-Mulheres poacutes-menopausa por idade segundo fratura

Graacutefico 3- Anos apoacutes a menopausa conforme fratura

Tabela 1- Caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas das mulheres poacutes

menopausa (n=86)

Tabela 2- Caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas das mulheres poacutes

menopausa em 2003

Tabela 3- Incidecircncia de fraturas em mulheres poacutes menopausa segundo a

localizaccedilatildeo da fratura 2003-2011

Tabela 4- Relaccedilatildeo entre idade e fratura nas mulheres na poacutes menopausa

Tabela 5- Incidecircncia de fratura em mulheres poacutes-menopausa segundo

resultado da USO 2003-2011

Tabela 6 - Caracteriacutesticas cliacutenicas de mulheres poacutes-menopausa segundo

fratura (n=86)

Tabela 7- Caracteriacutesticas comportamentais de mulheres poacutes-menopausa

segundo fratura (n=86)

Tabela 8- Coeficientes de correlaccedilatildeo de Spearman (rs) entre idade IMC e

tempo de menopausa em mulheres poacutes-menopausa com fratura (n=18) e

sem fratura (n=68)

8

Sumaacuterio

Lista de Abreviaturas e Siglas 6

Lista de Ilustraccedilotildees 7

1 Introduccedilatildeo 9

2 Justificativa 11

3 Objeto de Estudo 16

31 Objetivos 16

311 Geral 16

312 Especiacuteficos 16

4 Marco Teoacuterico 17

5 Materiais e Meacutetodos 23

51 Populaccedilatildeo 23

52 Tipo de estudo 23

53 Criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo 24

54 Alocaccedilotildees de pacientes 24

55 Anaacutelise Estatiacutestica 26

6 Resultados Encontrados 28

61 Gerais 28

62 USO preacutevia X Fraturas 28

63 Caracteriacutesticas cliacutenicas e comportamentais X Fratura 29

64 Tempo de menopausa X Fratura 30

7 Discussatildeo 38

8 Conclusatildeo 42

9 Referecircncias Bibliograacuteficas 43

10 Anexo 1 - Instrumento de coleta - EVOS (EUROPEAN VERTEBRAL OSTEOPOROSIS STUDY) 48

11 Anexo 2 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido 53

1

9

1 Introduccedilatildeo

Nota-se nas uacuteltimas deacutecadas o aumento da expectativa de vida das mulheres que

atingem a fase do climateacuterio ainda ativa econocircmica e socialmente desejando uma melhor

qualidade de vida Segundo a definiccedilatildeo proposta pela Sociedade Internacional da Menopausa

no 1deg Congresso Mundial de Climateacuterio em 1976 climateacuterio eacute o periacuteodo de transiccedilatildeo entre a

vida reprodutiva e a senilidade A menopausa seria a uacuteltima menstruaccedilatildeo natural Ela

geralmente ocorre por volta dos 50 anos e soacute pode ser reconhecida apoacutes os doze meses de

amenorreia (Speroff et al 1989)

Este periacuteodo eacute marcado por um estado de hipoestrogenismo com um impacto

negativo na vida das mulheres Todavia a multiplicidade de manifestaccedilotildees inclui distuacuterbios

fiacutesicos psicoloacutegicos e metaboacutelicos (De Lorenzi et al 2005) Dentre as doenccedilas crocircnicas que

atingem a mulher climateacuterica a osteoporose aparece como uma das patologias de maior

incidecircncia (Vianna 2001)

Quando sintomas da osteoporose aparecem se relacionam com a ocorrecircncia de

fraturas mais comumente na porccedilatildeo distal do antebraccedilo na coluna vertebral e no colo do

fecircmur (International Osteoporosis Foundation 2005) A maior incidecircncia de fraturas eacute

observada em mulheres brancas na poacutes-menopausa (Pinheiro et al 2010a b) e os fatores

associados agraves fraturas alguns jaacute satildeo bem conhecidos e outros ainda precisam ser descobertos

Assim a fratura por fragilidade oacutessea eacute definida como aquela resultante de uma queda da

proacutepria altura ou trauma menos intenso em indiviacuteduos com 50 anos ou mais em siacutetios

esqueleacuteticos especiacuteficos antebraccedilo fecircmur costelas veacutertebras e uacutemero (Pinheiro et al

2010a)

10

Segundo o IBGE (IBGE 2009a) a expectativa de vida no Brasil eacute de 72 anos e soacute no

ano 2000 jaacute havia 24 milhotildees de mulheres com mais de 40 anos Ou seja predominantemente

na fase de deficiecircncia estrogecircnica e com risco aumentado de osteoporose A principal e mais

temida complicaccedilatildeo da osteoporose eacute a fratura oacutessea Entatildeo a adoccedilatildeo de meacutetodos praacuteticos e

de baixo custo para o rastreamento da populaccedilatildeo de risco para fraturas propiciaria a

quantificaccedilatildeo do problema e o planejamento de intervenccedilotildees precoces que impedissem ou

retardassem a ocorrecircncia deste agravo (Oliveira et AL 2007) Logo o conhecimento da

epidemiologia local de fraturas por fragilidade oacutessea eacute essencial para embasar este

rastreamento

Sendo assim esse estudo procurou avaliar a incidecircncia de fraturas por fragilidade

oacutessea na populaccedilatildeo de mulheres na poacutes-menopausa residente da Ilha de Paquetaacute apoacutes sete

anos de seguimento

11

2 Justificativa

No Brasil com o envelhecimento populacional e consequumlente aumento no nuacutemero de

idosas medidas devem der tomadas para se cuidar da mulher em sua fase climateacuterica eacutepoca

que ela chega a viver um terccedilo ou mais apoacutes o fim do periacuteodo reprodutivo Essa transiccedilatildeo

epidemioloacutegica tem trazido grandes desafios ao Estado Haacute a substituiccedilatildeo entre as primeiras

causas de morte das doenccedilas transmissiacuteveis pelas crocircnicas degenerativas e causas externas

entre elas a osteoporose (IBGE 2009b)

Vaacuterios fatores estatildeo relacionados agrave causa da osteoporose como a etnia a nutriccedilatildeo os

exerciacutecios fiacutesicos os dados antropomeacutetricos o alcoolismo o tabagismo e a vida reprodutiva

da mulher Por isso eacute necessaacuterio que se tenha cada vez mais estudos atuais e com populaccedilotildees

brasileiras para que os fatores de risco que fazem a diferenccedila para fraturas por fragilidade

sejam descobertos (Pinheiro et al 2010b c)

Em 2003 segundo as informaccedilotildees da Pesquisa Nacional por Amostras de Domiciacutelios

(PNAD) a populaccedilatildeo de 60 anos ou mais era por volta de 17 milhotildees de pessoas

representando cerca de 10 da populaccedilatildeo total do Paiacutes (IBGE 2009a) As diferenccedilas de sexo

satildeo importantes para descrever as pessoas idosas e da mesma forma como tem ocorrido em

todo o mundo o nuacutemero de mulheres idosas no Brasil eacute maior do que o de homens as

informaccedilotildees da PNAD mostraram que em 2003 essa proporccedilatildeo era de 559 e 441

respectivamente (IBGE 2009a)

Tambeacutem foi observado que a expectativa de vida a partir dos 60 anos aumentou no

periacuteodo de 1999 a 2003 em todas as faixas de idade tanto para homens quanto para

mulheres entretanto a expectativa de vida das mulheres excede a dos homens e este fato

explica em parte a maior proporccedilatildeo de mulheres idosas em relaccedilatildeo aos homens Em 2006

12

no Paiacutes como um todo a expectativa de vida das pessoas de 60 anos era de 193 anos para os

homens e de 224 anos para as mulheres Notando as mudanccedilas nas caracteriacutesticas da

populaccedilatildeo o Ministeacuterio da Sauacutede iniciou accedilotildees voltadas agraves mulheres no periacuteodo climateacuterico

entre elas a Poliacutetica de Assistecircncia Integral aacute Sauacutede da Mulher (PNAISM 2004)

Os estudos confirmam que diferenccedilas de sexo e idade na percepccedilatildeo da sauacutede satildeo

importantes determinantes do comportamento em relaccedilatildeo agrave procura por atendimento de sauacutede

(WHO 2001)

Em 2003 as mulheres idosas declararam um estado de sauacutede pior do que os homens

exceto entre os idosos de 80 anos ou mais onde a tendecircncia se inverte passando os homens a

declarar um estado de sauacutede pior do que aquele declarado pelas mulheres (PNAD 2003)

Os resultados do Censo Demograacutefico 2000 para os municiacutepios das capitais

apresentam padrotildees de incapacidade funcional em mobilidade fiacutesica compatiacuteveis com aqueles

apontados pelas informaccedilotildees da Politica Nacional de Assistecircncia a Domiciacutelio 2003 para as

aacutereas metropolitanas As mulheres declaram incapacidade funcional em maior proporccedilatildeo do

que os homens observando-se tambeacutem o caraacuteter progressivo da incapacidade funcional

entre os idosos em relaccedilatildeo ao aumento da idade (IBGE 2009a b)

Com o maior nuacutemero de idosos consequumlentemente haacute uma elevaccedilatildeo na frequecircncia das

fraturas por fragilidade oacutessea Isso se torna um problema de sauacutede de grandes dimensotildees

para a paciente na poacutes-menopausa pelos limites que comprometem sua qualidade de vida

para a famiacutelia por arcar com a responsabilidade de protegecirc-la no seu conviacutevio e para a sauacutede

puacuteblica pelo ocircnus econocircmico (Speroff et al 1989 Pinheiro et al 2010a b) Assim satildeo

necessaacuteria accedilotildees de promoccedilatildeo prevenccedilatildeo e abordagem da osteoporose que incide a partir da

perimenopausa

13

Estima-se que 70 das fraturas de quadril esperadas para 2050 ocorreratildeo na Aacutesia

Ameacuterica Latina e Aacutefrica (Cooper 1999) Jaacute na Europa segundo dados da Fundaccedilatildeo

Internacional de Osteoporose estima-se que uma em cada trecircs mulheres acima dos 50 anos

teraacute fratura por fragilidade oacutessea E na Uniatildeo Europeia ocorre uma fratura a cada 30 segundos

e se espera que para essa populaccedilatildeo o nuacutemero de fraturas dobre nos proacuteximos 50 anos

(International Osteoporosis Foundation 2005)

Estudos realizados sobre os custos da osteoporose e suas consequecircncias demonstram

que os gastos com essa doenccedila impressionam O estudo de Silva et al (2003) somou os gastos

com as internaccedilotildees para reduccedilotildees ciruacutergicas as reduccedilotildees incruentas o tratamento

conservador os gastos com cirurgias para a retirada de proacutetese internaccedilotildees de longa

permanecircncia consultas meacutedicas e fisioterapia chegando agrave conclusatildeo de que os custos do

SUS com o tratamento das fraturas eacute de mais de 20 milhotildees de reais por ano Tambeacutem

Tosteson et al (2008) fizeram um levantamento de custos do tratamento da osteoporose em

uma populaccedilatildeo de mulheres americanas em 2005 e mostrou que os custos anuais com

medicamentos satildeo altiacutessimos

Sobre os exames realizados para avaliaccedilatildeo da osteoporose os principais usados satildeo a

densitometria oacutessea e a ultrassonometria oacutessea de calcacircneo (USO) A densitometria oacutessea eacute

considerada o padratildeo-ouro para o diagnoacutestico de osteoporose pela Organizaccedilatildeo Mundial da

Sauacutede (OMS) desde 1994 poreacutem este exame estima apenas a densidade mineral oacutessea A

USO busca refletir outros paracircmetros aleacutem da densidade mineral oacutessea avaliando o risco de

fratura com eficiecircncia similar agrave densitometria oacutessea (Oliveira et al 2004 Castro 2000)

Embora os fatores cliacutenicos de riscos (FCRs) em populaccedilotildees de risco para osteoporose

e fratura estejam bem estabelecidos especialmente em estudos internacionais sua prevalecircncia

14

na populaccedilatildeo brasileira em geral natildeo estaacute clara porque ainda faltam estudos sobre o tema Um

dos principais estudos sobre a avaliaccedilatildeo de FCR foi o BRAZOS (Pinheiro et al 2010a) Ele

natildeo avaliou os fatores de risco relacionados agrave massa oacutessea mas os seus resultados permitem

inferir que esses fatores de risco satildeo muito semelhantes agravequeles relacionados agrave fratura por

baixo impacto Pinheiro et al (2010) demonstrou que os principais FCRs associados agrave fratura

por osteoporose de qualquer siacutetio esqueleacutetico de um total de 2420 indiviacuteduos apoacutes ajustes

estatiacutesticos foram histoacuteria familiar de fratura de quadril idade avanccedilada e baixo peso E que

a associaccedilatildeo de FCR agraves medidas de massa oacutessea poderia melhorar a discriminaccedilatildeo de

pacientes com maior risco de fratura osteoporoacutetica (Pinheiro et al 2010a b)

Atualmente existe uma ferramenta chamada FRAXreg utilizada por meacutedicos em vaacuterios

paiacuteses baseado na pratica meacutedica usando uma combinaccedilatildeo de fatores cliacutenicos e densidade

mineral oacutessea O FRAXreg eacute usado para predizer o risco de fratura nos proacuteximos dez anos com

implicaccedilotildees diretas na decisatildeo do tratamento e custos (Kanis et al 2008 Pinheiro et al 2009)

Poreacutem o risco absoluto de fraturas depende da populaccedilatildeo estudada e essa ferramenta ainda

natildeo foi aprovada para uso no Brasil Assim estudos epidemioloacutegicos representativos sobre

fatores de risco para fraturas ainda continuam sendo necessaacuterios (Pinheiro et al 2009)

Em 2003 a dissertaccedilatildeo de mestrado da Dra Patriacutecia Pereira de Oliveira verificou o

risco aumentado de fraturas por osteoporose atraveacutes da USO (Oliveira et al 2007) na

populaccedilatildeo de mulheres menopausadas na ilha de Paquetaacute-RJ Em nosso estudo verificaremos

se existe uma correlaccedilatildeo entre os achados ultrassonograacuteficos e as fraturas cliacutenicas na mesma

populaccedilatildeo por ela utilizada aleacutem outros fatores de risco para fraturas serem contemplados

como doenccedilas de base tempo de menopausa medicamentos entre outros Isto se justifica

pela necessidade de termos no Brasil dados sobre a incidecircncia de fraturas por fragilidade

oacutessea e fatores de risco a ela relacionados desenvolvidos em uma populaccedilatildeo brasileira e

15

residente de uma ilha localizada no litoral fluminense Jaacute que a literatura nessa aacuterea eacute escassa

e para que compreendendo melhor a dinacircmica da fratura por fragilidade oacutessea possamos

intervir antes que ela ocorra melhorando a qualidade de vida dessas mulheres e diminuiacutedo os

gastos com a sauacutede

16

3 Objeto de Estudo

Estudo de fatores associados agraves fraturas por fragilidade oacutessea em mulheres na poacutes-

menopausa atendidas em uma unidade baacutesica de sauacutede

Questionamento

Quais os fatores associados agrave ocorrecircncia de fraturas em mulheres poacutes-menopausa

acompanhadas em uma unidade baacutesica de sauacutede

31 Objetivos

311 Geral

Avaliar os fatores relacionados agrave ocorrecircncia de fraturas em mulheres poacutes-menopausa

acompanhadas em uma unidade baacutesica de sauacutede

312 Especiacuteficos

a- Avaliar se a ocorrecircncia de fraturas foi maior nas pacientes identificadas como risco

aumentado para fraturas pelo ultrassonometria oacutessea de calcacircneo preacutevia

b- Verificar a associaccedilatildeo entre as fraturas por fragilidade oacutessea e os dados cliacutenicos

comportamental e demograacuteficos (idade e sexo) das pacientes

c- Analisar se o tempo de menopausa influencia a ocorrecircncia de fraturas por fragilidade

oacutessea

17

4 Marco Teoacuterico

A osteoporose pode ser definida como doenccedila osteometaboacutelica caracterizada pela

diminuiccedilatildeo da densidade mineral oacutessea com alteraccedilotildees na sua microestrutura que conduzem

a um aumento da fragilidade oacutessea e uma tendecircncia a fraturas por traumatismos pouco

intensos Dado o exposto esta constitui o verdadeiro problema de sauacutede puacuteblica devido agrave sua

alta taxa de morbimortalidade e altos custos (Vianna et al 2001 International Osteoporosis

Foundation 2005)

Com relaccedilatildeo ao hipoestrogenismo observa-se que as mulheres apresentam uma perda

oacutessea mais acelerada nos dez primeiros anos apoacutes a instalaccedilatildeo da menopausa do que os

homens da mesma idade adquirindo risco de fratura mais precocemente do que eles (NHI

2001) Esta diminuiccedilatildeo de massa oacutessea total poderaacute ser ateacute dez vezes a diminuiccedilatildeo ocorrida

antes deste periacuteodo podendo chegar a 2 a 4 ao ano para o osso trabecular e de 1 para o

cortical (NHI 2001) A deficiecircncia de estrogecircnio aumenta o remodelamento oacutesseo e pode

agravar o desequiliacutebrio nas unidades de remodelamento com o aumento do tempo de vida dos

osteoclastos em detrimento dos osteoblastos (Fyhrie amp Schaffler 1994)

Na maioria dos casos a perda oacutessea eacute assintomaacutetica Quando sinais e sintomas da

osteoporose aparecem se relacionam com a ocorrecircncia de fraturas mais comumente na

porccedilatildeo distal do antebraccedilo (fratura de Colles) na coluna vertebral e no colo do fecircmur

(International Osteoporosis Foundation 2005) A maior incidecircncia de fraturas eacute observada

em mulheres brancas na poacutes menopausa (Pinheiro et al 2010a b)

Pinheiro et al (2010) analisaram 275 mulheres caucasoacuteides acima dos 50 anos e

acharam que 44 jaacute possuiacuteam algum tipo de fratura por osteoporose (Pinheiro et al 2010b)

A dor oacutessea eacute consequumlecircncia tanto das fraturas quanto das deformidades oacutesseas As fraturas

18

vertebrais satildeo as mais comuns poreacutem satildeo geralmente assintomaacuteticas e portanto menos

diagnosticadas Poreacutem podem causar dor perda de peso deformidade na coluna espinhal e

perda de estabilidade ao andar (International Osteoporosis Foundation 2005) Apenas 10

das fraturas de veacutertebras cursam com hospitalizaccedilatildeo mesmo que causem dor e diminuiccedilatildeo da

qualidade de vida Elas ocorrem entre os 50 e 60 anos de idade com maior frequecircncia

(International Osteoporosis Foundation 2005)

Jaacute as fraturas do fecircmur satildeo as mais letais devido a complicaccedilotildees poacutes-operatoacuterias As

principais causas de mortalidade satildeo as infecccedilotildees e tromboembolismo As fraturas de quadril

satildeo menos prevalentes do que as vertebrais poreacutem de maior gravidade devido agraves altas taxas

de morbimortalidade aleacutem do alto custo para a famiacutelia e para o sistema puacuteblico de sauacutede A

mortalidade apoacutes uma fratura de quadril eacute de cerca de 20- 24 no ano seguinte a fratura

sendo acompanhada de periacuteodos de hospitalizaccedilatildeo prolongados (International Osteoporosis

Foundation 2005 Silveira et al 2005) Estimativas apontam que no ano de 2050 ocorreratildeo

aproximadamente 65 milhotildees de fratura de quadril em todo mundo (Cooper 1999) As

fraturas de punho satildeo as mais facilmente observadas por mulheres no climateacuterio chegando a

originar seis milhotildees de dias de restriccedilatildeo de trabalho por ano (International Osteoporosis

Foundation 2005)

Aleacutem do custo pessoal o impacto econocircmico gerado pela osteoporose eacute enorme

Atraveacutes do mundo eacute estimado que uma em cada trecircs mulheres acima dos 50 anos teraacute fraturas

por osteoporose Na Europa no ano 2000 foi estimada uma ocorrecircncia de 379 milhotildees de

fraturas por fragilidade oacutessea sendo que destas 890 mil eram de quadril (Tosteson et al

2008) Eacute sabido que apenas metade das pacientes que sobrevivem agrave fratura de quadril voltaraacute

a andar novamente mas dificilmente com a mesma agilidade que andava antes da fratura

Apesar de a osteoporose ser facilmente diagnosticada atraveacutes de exames e seu tratamento

19

poder ser instituiacutedo ainda eacute uma doenccedila muito subdiagnosticada e subtratada Eacute estimada na

comunidade europeacuteia que uma em cada trecircs fraturas de vertebrais recebe a atenccedilatildeo cliacutenica

que merece E uma pessoa com fratura de veacutertebra tem ateacute cinco vezes mais chance de

desenvolver nova fratura no ano seguinte fenocircmeno conhecido como fratura em cascata

(Lindsay et al 2001)

Tradicionalmente a osteoporose eacute reconhecida como uma doenccedila multifatorial sendo

70 desses fatores natildeo modificaacuteveis isto eacute definidos pela carga geneacutetica e 30

potencialmente modificaacuteveis e assim envolvidos com os aspectos ambientais Dessa forma

um uacutenico fator de risco natildeo eacute capaz de identificar indiviacuteduos com ou sem fratura Diferenccedilas

geneacuteticas raciais e antropomeacutetricas bem como da composiccedilatildeo corporal densidade oacutessea

dieta atividade fiacutesica e outros haacutebitos de vida contribuem para explicar as divergecircncias na

incidecircncia e na prevalecircncia de baixa densidade oacutessea e fraturas em diversos paiacuteses do mundo

(Pinheiro et al 2010b c) Os aspectos geneacuteticos desempenham importante influecircncia sobre a

aquisiccedilatildeo do pico de massa oacutessea e perda oacutessea relacionada agrave idade bem como na

determinaccedilatildeo das propriedades estruturais e geomeacutetricas do osso No entanto a associaccedilatildeo

entre diferentes polimorfismos gecircnicos e densidade oacutessea ou fraturas por osteoporose eacute

bastante controversa e varia em diferentes estudos inclusive no Brasil fato que pode ser

tomado como um provaacutevel reflexo das diferenccedilas de etnia e ambiental das populaccedilotildees

estudadas Da mesma forma os fatores ambientais natildeo permitem uniformizar e homogeneizar

o impacto de cada um deles em cada regiatildeo do planeta (Pinheiro et al 2010c)

Atualmente a densitometria oacutessea eacute o meacutetodo mais utilizado para avaliar a massa

oacutessea Eacute o padratildeo ouro para o diagnoacutestico de osteoporose A densidade mineral oacutessea (DMO)

eacute expressa em nuacutemero absolutos em gramas de mineral por centiacutemetro quadrado escaneado

ou ainda comparado com a DMO esperada para a idade e sexo da paciente (z escore) ou

20

comparado a DMO de adultos jovens normais do mesmo sexo (t-escore) A diferenccedila entre o

escore do paciente e o padratildeo eacute expressa em desvios padrotildees acima ou abaixo da meacutedia

(Castro et al 1999)

Segundo a Sociedade Brasileira de Densitometria Cliacutenica no consenso de 2008 satildeo

indicaccedilotildees para avaliaccedilatildeo da densidade mineral oacutessea (Brandatildeo et al 2009)

rdquoMulheres com idade gt a 65 anos e homens com idade gt a 70 anos

Mulheres acima de 40 anos na transiccedilatildeo menopausal (1-2) e homens acima de 50

anos de idade com fatores de risco

Adultos com antecedente de fratura por fragilidade condiccedilatildeo cliacutenica ou uso de

medicamentos associados agrave baixa massa oacutessea ou perda oacutessea

Indiviacuteduos para os quais satildeo consideradas intervenccedilotildees farmacoloacutegicas para

osteoporose

Indiviacuteduos em tratamento para osteoporose para monitoramento de sua eficaacutecia

Indiviacuteduos que natildeo estejam sob tratamento poreacutem nos quais a identificaccedilatildeo de perda

de massa oacutessea possa determinar a indicaccedilatildeo do tratamento

Mulheres interrompendo terapia hormonal (TH)rdquo

Arq Bras Endocrinol Metab 2009 531 pag108

A proacutepria definiccedilatildeo de osteoporose pela Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede reunida em

Hong Kong em 1994 estabeleceu criteacuterios diagnoacutesticos baseados em valores obtidos pela

densitometria oacutessea classificando como osteopecircnicas aquelas mulheres que apresentarem-se

entre 1 e 25 desvios-padratildeo (DP) abaixo da meacutedia para adultas jovens e de osteoporoacuteticas as

que se encontrarem com mais de 25 DP abaixo da meacutedia para adultas jovens (Castro et al

1999 WHO 1999)

A densitometria oacutessea apresenta como desvantagens no entanto o fato de utilizar uma

fonte de radiaccedilatildeo ionizante e possuir um elevado custo que limita seu uso em estudos

populacionais principalmente em nosso paiacutes onde os recursos destinados agrave sauacutede da

populaccedilatildeo mais carente satildeo miacutenimos Sempre tentando diminuir o impacto dos gastos com

21

sauacutede eacute estimulada a busca por meacutetodos natildeo poluentes e mais baratos mas que tragam as

mesmas informaccedilotildees que os meacutetodos jaacute estabelecidos Em funccedilatildeo disto a USO vem sendo

avaliada e alguns resultados promissores tecircm sido apresentados (Castro et al 1999) Baseia-se

na modificaccedilatildeo das caracteriacutesticas de ultrassom transmitido atraveacutes de ossos de localizaccedilatildeo

mais superficiais como no calcacircneo tiacutebia falanges ou patela Os sistemas atuais se

constituem de dois transdutores sendo um transmissor e outro receptor posicionados em

locais diferentes do osso a ser estudado Os aparelhos existentes entre noacutes avaliam o

calcacircneo osso predominantemente trabecular atraveacutes das medidas de velocidade de

transmissatildeo do ultrassom (SOS em ms) e da atenuaccedilatildeo da frequumlecircncia do ultrassom (BUA em

dBMHz) (Kanis et al 2008) Novamente de acordo com a orientaccedilatildeo da Sociedade Brasileira

de Densitometria Cliacutenica de 2008 as recomendaccedilotildees para ultrassonometria oacutessea satildeo

(Brandatildeo et al 2009)

rdquoO uacutenico siacutetio validado para o uso cliacutenico da USO em osteoporose eacute o calcacircneo

Equipamentos de USO de calcacircneo validados satildeo capazes de estimar fratura por

fragilidade em mulheres na poacutes-menopausa e em homens com idade superior a 65 anos

independentemente da densidade mineral oacutessea medida em equipamentos de DMO

central

A correlaccedilatildeo entre os resultados obtidos por USO e DMO ccccccc entral eacute

moderada

USO do calcacircneo associada a fatores de risco cliacutenicos podem ser usados para

identificar populaccedilatildeo com baixa probabilidade de fratura na qual avaliaccedilatildeo adicional

natildeo seja mais necessaacuteria

Medidas de DMO central na coluna e no fecircmur constituem o meacutetodo de escolha para a

tomada de decisatildeo terapecircutica Entretanto se a DMO central natildeo for acessiacutevel o

tratamento farmacoloacutegico pode ser iniciado se a probabilidade de fratura avaliada pelo

USO do calcacircneo com pontos de corte especiacuteficos associados a fatores de risco

cliacutenicos for suficientemente alta

Equipamentos de USO natildeo satildeo clinicamente uacuteteis no monitoramento de efeitos

esqueleacuteticos dos medicamentos disponiacuteveis para o tratamento da osteoporoserdquo

Arq Bras Endocrinol Metab 2009 531 pag110

22

Em 2003 foi realizada uma dissertaccedilatildeo de mestrado (Oliveira et al 2007) sobre a

utilizaccedilatildeo do USO para estimar a prevalecircncia de risco aumentado de fraturas em uma

populaccedilatildeo de mulheres na poacutes menopausa residentes da Ilha de Paquetaacute Em trabalho

realizado por Oliveira e cols nesta instituiccedilatildeo Foi realizado um estudo transversal com

recrutamento de 385 mulheres residentes da Ilha Todas as mulheres responderam a

questionaacuterio previamente estruturado e foram submetidas a medidas antropomeacutetricas e a

USO As medidas de USO foram realizadas segundo o manual do fabricante A idade da

populaccedilatildeo estudada variou entre 42 e 95 anos Os resultados encontrados mostram que

5922 da amostra apresentava algum tipo de alteraccedilatildeo a USO com t score menor que -1

Esse grupo era composto por mulheres mais idosas com menor peso menor altura e menor

percentual de gordura quando comparado com o grupo com t score lt ndash 1 Foi encontrado que

1688 das pesquisadas possuiacuteam alto risco para fraturas com t score lt -25 E as mulheres

do grupo de alto risco tinham maior peso e IMC paracircmetros conhecidos como protetores

Embora divergente da literatura a autora atribui esses resultados a caracteriacutesticas das

mulheres mais idosas em um contexto social de baixa escolaridade e renda (Oliveira et al

2007)

23

5 Materiais e Meacutetodos

51 Populaccedilatildeo

A Ilha de Paquetaacute dista aproximadamente 15 km da Praccedila XV no Centro da Cidade

do Rio de Janeiro sendo a principal ilha do arquipeacutelago de Paquetaacute situada ao nordeste da

Baiacutea de Guanabara A populaccedilatildeo e frequecircncia da Ilha satildeo extremamente sazonais sendo

aproximadamente 2200 domiciacutelios (entre moradores e veranistas) Os moradores fixos

correspondem a 4500 pessoas em sua maioria de famiacutelias antigas na Ilha das quais 208

satildeo idosos ultrapassando ateacute mesmo a meacutedia nacional que eacute em torno de 12 (IBGE

2009a) Este iacutendice faz de Paquetaacute o erceiro bairro em nuacutemero de idosos no municiacutepio sendo

que sua populaccedilatildeo pode ser considerada envelhecida segundo os criteacuterios da Organizaccedilatildeo

Mundial da Sauacutede (OMS 2003) Embora a maioria da populaccedilatildeo seja branca existem 109

de negros 256 de pardos e 01 de iacutendios Cerca de 90 dos domiciacutelios possuem aacutegua

tratada e 9957 tratamento de esgoto As famiacutelias residentes nesta regiatildeo satildeo compostas em

meacutedia por trecircs pessoas com rendimento meacutedio per capita de 301 salaacuterios miacutenimos (IPEA

2000) e o transporte urbano eacute feito basicamente a peacute por bicicletas ou charretes puxadas por

ciclistas (IBGE 2009a)

52 Tipo de estudo

Foi realizado um estudo de coorte prospectivo na ilha de PaquetaacuteRJ no ano de 2011

Foram inicialmente alocadas todas as mulheres que participaram do estudo anterior

desenvolvido no ano de 2003 (Oliveira et al 2007)

24

53 Criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo

Os criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo foram os mesmos utilizados do estudo anterior

(Oliveira et al 2007) Sendo os criteacuterios de inclusatildeo as mulheres que estavam na menopausa

e que tinham residecircncia fixa na Ilha de Paquetaacute e os criteacuterios de exclusatildeo a historia pessoal

de doenccedilas que sabidamente afetam o metabolismo oacutesseo direta ou indiretamente (como

artrite reumatoacuteide luacutepus eritematoso sistecircmico hiperparatireoidismo osteogecircnese imperfeita)

e as neoplasias malignas exceto carcinoma basocelular de pele

54 Alocaccedilotildees de pacientes

A populaccedilatildeo elegiacutevel era constituiacuteda pelas 385 mulheres alocadas no estudo inicial

(Oliveira et al 2007) No trabalho de Oliveira et al (2007) foi realizado um estudo transversal

com recrutamento por auto-seleccedilatildeo ou demanda espontacircnea no ano de 2003 na Ilha de

Paquetaacute Rio de Janeiro Brasil Foram estudadas 385 mulheres na poacutes-menopausa

(diagnoacutestico cliacutenico) residentes no local apoacutes a aplicaccedilatildeo dos criteacuterios de exclusatildeo

(existecircncia de pino metaacutelico ou edema com cacifo em ambos os peacutes ou impossibilitadas de

posicionar os peacutes no aparelho de ultra-sonometria oacutessea) Todas as mulheres responderam na

eacutepoca a um questionaacuterio e foram submetidas a medidas antropomeacutetricas e agrave USO

No presente estudo considerando uma significacircncia de 95 e um poder de 80 uma

prevalecircncia de 15 de fraturas na populaccedilatildeo de risco (Clark et al 2009) o tamanho amostral

previsto foi de 130 mulheres Poreacutem devido agraves perdas o tamanho amostral final foi de 86

pacientes

Atraveacutes do banco de dados jaacute existente todas as pacientes foram re-contactadas As

mulheres foram localizadas atraveacutes de telefonemas e comparecimento no hospital local onde

25

eacute realizado a atenccedilatildeo baacutesica de sauacutede Foram realizados pelo menos 2 telefonemas com

intervalo de 1 semana entre eles Como ldquoperdasrdquo foram consideradas as pacientes natildeo

encontradas apoacutes os dois telefonemas (035 dos telefones estavam errados e 049 das

pacientes tinham telefone quebrado ou ocupado) pacientes que natildeo quiseram ou natildeo

puderam responder ao questionaacuterio (008) e pacientes falecidas (006)

As pacientes selecionadas foram submetidas a um questionaacuterio de avaliaccedilatildeo de fatores

relacionados agrave fragilidade oacutessea conhecido como European Vertebral Osteoporosis Study

(EVOS) jaacute validado previamente para o portuguecircs (OrsquoNeill et al 1996) e jaacute utilizados em

importantes estudos (Pinheiro et al 2006 Clark et al 2009) O questionaacuterio EVOS eacute

composto por dados soacutecio-demograacuteficos (idade estado civil escolaridade cor renda familiar

e nuacutemero de dependentes desta haacutebitos de vida) e histoacuteria reprodutiva pessoal sumaacuteria

(idade da menarca idade da menopausa tipo de menopausa) Os dados antropomeacutetricos

foram aferidos segundo criteacuterios adotados internacionalmente com medidas de peso e altura

observando intervalos de 01kg e 001m respectivamente

A definiccedilatildeo de fratura por fragilidade oacutessea foi a mesma utilizada por Pinheiro et al

(2010a) como aquela resultante de uma queda da proacutepria altura ou trauma menos intenso em

indiviacuteduos com 50 anos ou mais em siacutetios esqueleacuteticos especiacuteficos antebraccedilo fecircmur

costelas veacutertebras e uacutemero E a documentaccedilatildeo de fraturas foi realizada atraveacutes de relato da

paciente (fratura referida) As fraturas traumaacuteticas (apoacutes acidente automobiliacutestico ou outras

condiccedilotildees sob forte impacto) ou as de baixo impacto natildeo relacionadas agrave osteoporose (como

por exemplo as de face tornozelo metacarpo falanges) natildeo foram consideradas

O estudo obedeceu aos criteacuterios de eacutetica preconizados pela resoluccedilatildeo no 19696 do

Conselho Nacional de Sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede e foi aprovado previamente pelo Comitecirc

26

de Eacutetica em Pesquisa da FiocruzIFF e pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Prefeitura Todas

as mulheres assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido antes de qualquer

procedimento

55 Anaacutelise Estatiacutestica

Os dados foram registrados em planilha Excel e analisados pelo programa Statistical

Package for Social Sciences (SPSS) versatildeo 170 Para avaliar diferenccedilas entre os grupos as

variaacuteveis categoacutericas foram avaliadas pelo Qui-quadrado de Pearson ou o teste exato de

Fisher A relaccedilatildeo entre as variaacuteveis categoacutericas e ordinal e entre as variaacuteveis numeacutericas foi

avaliada pelo teste de Mann-Whitney que eacute um teste natildeo-parameacutetrico que equivale ao teste t

escolhido pelo tamanho da amostra A relaccedilatildeo entre as variaacuteveis numeacutericas foi avaliada pelo

coeficiente de Sperman que eacute uma estatiacutestica natildeo parameacutetrica utilizada para dados natildeo

normais eou amostra pequena Para todos os testes o niacutevel de significacircncia adotado foi de

5 A variaacutevel dependente foi a presenccedila de fratura (sim ou natildeo) e as variaacuteveis

independentes foram idade (em anos) resultado de USO (normal ou alterado) tempo de

menopausa (em anos) siacutetio de localizaccedilatildeo de fraturas IMC (abaixo do pesonormal

sobrepeso obeso) tabagismo (fumante ou natildeo fumante) atividade fiacutesica (leve

moderadapesada) frequecircncia diaacuteria de ingestatildeo de leite (em coposdia) e as variaacuteveis

binaacuterias como o histoacuterico familiar de fratura de quadril osteoporose uso de anticoncepcional

ausecircncia de menstruaccedilatildeo retirada de uacutetero ou ovaacuterios amamentaccedilatildeo paciente acamado e

etilismo O caacutelculo do risco relativo (RR) foi feito para avaliar a relaccedilatildeo entre o USO e a

presenccedila de fraturas Para isso foi considerado pacientes com USO normal aqueles com

resultados do T-score gt-11 e USO alterado aqueles com T-score lt-11 O niacutevel de atividade

fiacutesica foi classificado em atividade leve (trabalho burocraacutetico em escritoacuterio na maior parte

do tempo sentado) atividade moderada (trabalhos na maior parte do tempo em peacute como

27

vendedor e dona-de-casa) atividade pesada (enfermeira empregada domeacutestica) Oliveira et al

2010) Para caacutelculo aproximado da ingestatildeo alimentar diaacuteria de caacutelcio utilizou- se uma

adaptaccedilatildeo da Tabela Brasileira de Composiccedilatildeo de Alimentos 1 fatia queijo (90mg) 1 copo

de iogurte (1212mg) 1 copo leite (257mg) 1 bola se sorvete (135mg) E no final todos esses

alimentos foram convertidos em quantidade ingerida de copos de leite

28

6 Resultados Encontrados

61 Gerais

As caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas da populaccedilatildeo estudada estatildeo listadas na

tabela 1 A idade meacutedia das pacientes foi de 725 anos (DPplusmn 87) com a idade da menopausa

460 anos (DPplusmn 61) o tempo de menopausa 261 anos (DPplusmn 97) e o IMC de 264 (kgm2)

(DPplusmn 55) Essas caracteriacutesticas quando comparadas com o estudo anterior de 2003 (tabela

2) confirmam tratar-se da mesma populaccedilatildeo Apenas a idade e o tempo de menopausa

evidenciam ser a nossa populaccedilatildeo mais idosa Fator que se justifica pelo tempo ocorrido entre

os dois estudos

A incidecircncia de fratura por fragilidade oacutessea encontrada foi de 21 evidenciado no

graacutefico 1 Os principais siacutetios de fratura satildeo analisados na tabela 3 tendo como sitio principal

o antebraccedilo com 50 seguido pelo peacute com 192 e uacutemero 145 Jaacute na tabela 4 e no graacutefico

2 pode ser observado que a idade da populaccedilatildeo estudada variou entre 54 e 97 anos com meacutedia

de 72 anos com DP plusmn 90 No grupo de pacientes fraturadas 50 tinham entre 65 e 79 anos

sugerindo ser essa faixa etaacuteria mais susceptiacutevel as fraturas por fragilidade oacutessea

62 USO preacutevia X Fraturas

Foi verificado na tabela 5 a associaccedilatildeo entre o resultado da (USO) preacutevia e o desfecho

fraturas por fragilidade oacutessea De todas as pacientes que fizeram USO no estudo inicial 66

participaram deste estudo Das 50 pacientes que tiveram o USO alterado 22 tiveram

fraturas nesse periacuteodo E as pacientes com USO considerada normal 194 tiveram fraturas

por fragilidade oacutessea O RR= 113 (IC95 048 - 263) sugere que as mulheres que tiveram

29

USO alterado tem um risco de fraturar de 13 maior em relaccedilatildeo as pacientes com resultado

de USO considerado normal

63 Caracteriacutesticas cliacutenicas e comportamentais X Fratura

As pacientes foram analisadas quanto as variaacuteveis clinicas e comportamentais

Considerando a tabela 6 as pacientes que tiveram fraturas se mostraram com maior

sobrepeso ou obesas (722) com maior historia familiar de fratura de quadril (133) e

com maior diagnostico de osteoporose (471) do que as pacientes sem fraturas (p

valorgt005) Jaacute o uso de anticoncepcional ou o uso de reposiccedilatildeo hormonal natildeo se mostraram

ser relevantes para ocorrecircncia de fraturas nessa amostra E 235 das pacientes acamadas por

mais de dois meses sofreram alguma fratura com p valor lt005 Evidenciando associaccedilatildeo

entre a paciente ficar acamada por mais de dois meses e sofrer fratura por fragilidade oacutessea

Avaliando a tabela 7 foi notado que apenas 125 das pacientes que tiveram fratura eram

tabagistas e 167 eram etilistas natildeo se mostrando essas caracteriacutesticas como fatores de

risco A atividade fiacutesica moderadapesada ateacute 25 anos e acima de 50 anos apresentou

percentuais de 441 e 382 respectivamente Aleacutem disso entre 25 e 50 anos 444 das

pacientes com atividade fiacutesica moderadapesada tiveram fraturas e 441 das pacientes natildeo

tiveram fraturas para essa faixa etaacuteria (p valor gt005) Sendo assim natildeo houve associaccedilatildeo

entre a atividade fiacutesica e as fraturas Em relaccedilatildeo ao item ingestatildeo de leite apoacutes os 50 anos

456 das pacientes que natildeo tiveram fraturas ingeriam de 1 a 2 copos de leite por dia e

apenas 44 ingeriam mais de 3 copos de leite por dia No caso das pacientes que tiveram

fraturas apoacutes os 50 anos foi observado que 50 ingeriam de 1 a 2 copos de leite por dia e

167 ingeriam 3 copos ou mais de leite

30

64 Tempo de menopausa X Fratura

As pacientes foram avaliadas graacutefico 3 para verificar a associaccedilatildeo entre o tempo de

menopausa e o desfecho das fraturas A mediana do tempo de menopausa encontrado em

ambos os grupos foi de 262 com DP de plusmn98 Metade das pacientes que tiveram fraturas tem

entre 193 e 293 anos de menopausa com DP de plusmn72 A correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade

tempo de menopausa e IMC foi observado na tabela 8 onde evidenciada uma associaccedilatildeo

positiva entre a idade e o tempo de menopausa nos grupos de pacientes com e sem fraturas

Assim como foi verificado uma associaccedilatildeo negativa de quanto maior a idade e o tempo de

menopausa menor o IMC

31

Graacutefico 1

Graacutefico 2

32

Graacutefico 3

33

Tabela 1- Caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas das

mulheres poacutes menopausa (n=86)

Caracteriacutesticas Meacutedia plusmn desvio padratildeo

Idade (anos) 7255 plusmn 897

Idade da

menarca (anos) 1324 plusmn 184

Idade da

menopausa

(anos)

4608 plusmn 614

Tempo de

menopausa

(anos)

2618 plusmn976

Peso (kg)sect 6342 plusmn 1055

Altura (m)deg 155 plusmn 008

IMC (kgm2) 2643 plusmn 557

n=85 sectn=83 ordmn=82 n=81 n=80

Tabela 2-Caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas das

mulheres poacutes menopausa em 2003

Caracteriacutesticas Meacutedia plusmn desvio padratildeo

Idade (anos) 6463plusmn1270

Idade da

menarca (anos)

1304 plusmn 193

Idade da

menopausa

(anos)

4755 plusmn 601

Tempo de

menopausa

(anos)

1700 plusmn 1076

Peso (kg)sect 6533 plusmn 1270

Altura (m)deg 155 plusmn 006

IMC (kgm2) 2696 plusmn 477

34

Tabela 3 ndash Incidecircncia de fraturas em mulheres poacutes menopausa segundo a

localizaccedilatildeo de fratura 2003-2011

Tipo da fratura

n

Veacutertebra 1 38

Fecircmur 1 38

Costela 2 77

Antebraccedilo 13 500

Uacutemero 4 145

Peacute 5 192

Total 26 1000

Nota Algumas pacientes tiveram mais de uma fratura no periacuteodo

Tabela 4- Relaccedilatildeo entre idade e fratura nas mulheres na poacutes menopausa

Total

Fratura

Idade (anos) Natildeo Sim

N () n () n ()

54 a 64 anos 18 209 14 206 4 222

65 a 79 anos 48 558 39 574 9 500

80 a 97 anos 20 233 15 221 5 278

Total 86 1000 68 1000 18 1000

Meacutedia (DP) 725 (90) 713 (77) 729 (93)

Nota P-valor pelo teste de Mann-Whitney=0813

35

Tabela 5 - Incidecircncia de fratura em mulheres poacutes-menopausa segundo

resultado da USO 2003-2011

Resultado da

USO

Total

Fratura p-valor

Sim Natildeo

n n

()

IC95 n

()

Normal 36 7 194

89 -

3472

29 806

0496

Alterado 50 11 220

121 -

350

39 780

Total 86 18 209

133 -

305

68 791

Nota Risco relativo = 113 (IC95 048 - 263)

36

Tabela 6 ndash Caracteriacutesticas cliacutenicas de mulheres poacutes-menopausa segundo

fratura (n=86)

Fratura

Natildeo (n=68) Sim (n=18) Total

n ( ) n ( )

IMC

Abaixo do pesoNormal 24 (353) 5 (278) 28 0792

Sobrepeso 27 (397) 9 (500) 36

Obeso 17 (250) 4 (222) 21

Histoacuterico familiar de fratura de quadril

Natildeo 66 (985) 13 (867) 79 0085

Sim 1 (15) 2 (133) 3

Osteoporose

Natildeo 44 (800) 9 (529) 53 0055

Sim 11 (200) 8 (471) 19

Uso de anticoncepcional

Natildeo 32 (485) 10 (556) 42 0791

Sim 34 (515) 8 (444) 42

Ausecircncia de mentruaccedilatildeo

Natildeo 60 (909) 16 (941) 76 1000

Sim 6 (91) 1 (59) 7

Retirou o uacutetero

Natildeo 46 (687) 9 (500) 55 0170

Sim 21 (313) 9 (500) 30

Retirou os ovaacuterios

Natildeo 53 (815) 11 (647) 64 0187

Sim 12 (185) 6 (353) 18

Reposiccedilatildeo hormonal

Natildeo 51 (761) 13 (722) 64 0763

Sim 16 (239) 5 (278) 21

Amamentou

Natildeo 14 (206) 4 (222) 18 1000

Sim 54 (794) 14 (778) 68

Acamado por mais de dois meses

Natildeo 63 (940) 13 (765) 76 0049

Sim 4 (60) 4 (235) 8

Caracteriacutesticas clinicas

p-valor do

teste exato

de Fisher

37

Tabela 7 - Caracteriacutesticas comportamentais de mulheres poacutes-menopausa segundo

fratura (n=86)

Fratura

Natildeo (n=68) Sim (n=18) Total

n ( ) n ( )

Tabagismo

Natildeo fumante 47 (758) 14 (875) 61 0499

FumanteEx-fumante 15 (242) 2 (125) 17

Etilismo no uacuteltimo ano

Natildeo 48 (706) 15 (833) 63 0376

Sim 20 (294) 3 (167) 23

Atividade fiacutesica ateacute os 25 anos

Leve 38 (559) 11 (611) 49 0792

ModeradaPesada 30 (441) 7 (389) 37

Atividade fiacutesica entre os 25 e 50 anos

Leve 38 (559) 10 (556) 48 1000

ModeradaPesada 30 (441) 8 (444) 38

Atividade fiacutesica acima dos 50 anos

Leve 42 (618) 12 (667) 54 0789

ModeradaPesada 26 (382) 6 (333) 32

Frequecircncia diaacuteria de leite ateacute 25 anos

Nenhummenos 1 copodia 34 (500) 8 (444) 42 0910

1 a 2 coposdia 31 (456) 9 (500) 40

3 coposdia ou mais 3 (44) 1 (56) 4

Frequecircncia diaacuteria de leite apoacutes 50 anos

Nenhummenos 1 copodia 34 (500) 6 (333) 40 0103

1 a 2 coposdia 31 (456) 9 (500) 40

3 coposdia ou mais 3 (44) 3 (167) 6

Caracteriacutesticas

comportamentais

p-valor do

teste exato

de Fisher

Tabela 8- Coeficientes de correlaccedilatildeo de Spearman (rs) entre idade IMC e tempo de

menopausa em mulheres poacutes-menopausa

Variaacuteveis

IMC IdadeTempo de

menopausa

r s 1 -0144 -0151

p-valor 0569 0550

r s -0227 1 0736

p-valor 0074 lt0001

r s -0295 0761 1

p-valor 0020 lt0001

Variaacuteveis

IMC

Idade

Tempo de menopausa

Nota o triacircngulo superior direito (parte hachurada) se refere agraves correlaccedilotildees para as mulheres com

fratura e o inferior esquerdo (parte natildeo hachurada) agraves mulheres sem fratura

38

7 Discussatildeo

No Brasil os principais fatores cliacutenicos de risco para fraturas por fragilidade oacutessea

eram extrapolados a partir de estudos internacionais O estudo vem acrescentar informaccedilotildees

para se conhecer os fatores relacionados agrave essas fraturas Nossos resultados revelam que a

idade avanccedilada a historia familiar de fratura de quadril o diagnoacutestico de osteoporose e

tambeacutem o paciente ficar acamado por mais de 2 meses foram considerados fatores de risco

para fraturas por fragilidade oacutessea

Esse estudo mostrou concordacircncia com a Johnell amp Kanis (2006) onde o principal

siacutetio mundial de fratura por fragilidade oacutessea nas mulheres apoacutes a menopausa foi o antebraccedilo

Segundo o estudo Latin American Vertebral Osteoporosis Study (LAVOS) (Clark et al

2009) a fratura vertebral eacute a mais prevalente da ameacuterica latina com uma prevalecircncia de

142 diferente do nosso estudo onde a coluna vertebral e o colo do fecircmur aparecem

juntos em uacuteltimo lugar na lista de incidecircncia dos siacutetios de fratura Isso pode ser atribuiacutedo

devido a diferenccedila nos criteacuterios de definiccedilatildeo de fraturas pois no LAVOS optou-se pela

medida radiograacutefica do local de fraturas enquanto no nosso estudo as fraturas foram referidas

pelas pacientes

Os consensos sobre osteoporose tecircm propostos algoritmos para identificar indiviacuteduos

de alto risco para fraturas (Kanis et al 2008 WHO 1999) Para tanto a associaccedilatildeo de fatores

de risco para fraturas com a medida da USO eacute de suma importacircncia embora sejam poucas as

pacientes que tecircm oportunidade de realizar esse exame (Oliveira et al 2007) Assim o

presente trabalho mostrou um risco para fraturas por fragilidade oacutessea 13 maior nas

pacientes com resultado de USO alterada em relaccedilatildeo as pacientes que tiveram resultados de

39

USO normais vindo de encontro aos resultados encontrados por Oliveira et al (2007)

Corroborando o USO como um meacutetodo confiaacutevel para a prediccedilatildeo de fraturas

E semelhante a Pinheiro et al (2010a) o presente estudo revelou que os principais

fatores de risco para fraturas por fragilidade oacutessea satildeo a idade avanccedilada a historia familiar de

fratura de quadril e a presenccedila de osteoporose Isso pode ser atribuiacutedo ao fato de que no

estudo de Pinheiro et al (2010a) assim como no nosso estudo a populaccedilatildeo ser

predominantemente de mulheres acima dos 65 anos e viverem em aacuterea urbana tendo haacutebitos

de vida parecidos

O achado em nosso estudo que apresentou significacircncia estatiacutestica refere-se ao fator

de risco ldquopaciente acamado por mais de dois mesesrdquo como disposto na literatura (Pinheiro et

al 2010b Demir et al 2008) O que acontece eacute que com o paciente acamado por tempo

prolongado um maior remodelamento oacutesseo eacute observado Os osteoclastos responsaacuteveis pela

absorccedilatildeo oacutessea sobrepotildee os osteoblastos predispondo as fraturas por fragilidade oacutessea

(Fyhrie amp Schaffler 1994) Assim observou-se no estudo que 235 das pacientes

acamadas por mais de dois meses sofreram alguma fratura por fragilidade oacutessea com p valor

lt005 Isso reafirma a associaccedilatildeo entre a paciente ficar acamada por mais de dois meses e

sofrer fratura por fragilidade oacutessea Por outro lado o exerciacutecio fiacutesico que estaacute sabidamente

relacionado ao aumento da resistecircncia muscular do equiliacutebrio e da flexibilidade contribuindo

para a reduccedilatildeo da perda oacutessea e melhora da sauacutede em geral (Chan 2003) natildeo se mostrou

como fator de proteccedilatildeo neste estudo Provavelmente devido ao baixo percentual encontrado

de pacientes que praticavam atividade fiacutesica moderada ou pesada

O elevado IMC e a terapia de reposiccedilatildeo hormonal natildeo desempenharam papel protetor

na nossa populaccedilatildeo como seria o esperado por estudos anteriores (Pinheiro et al 2010c

40

Buttros et al 2011) Ao contrario o sobrepeso e obesidade foram considerados fatores de

risco Isso pode ser atribuiacutedo ao IMC meacutedio dessa populaccedilatildeo ser 264 (kgm2) (DPplusmn 55)

limiacutetrofe para sobrepeso Embora esse dado demonstre contrariedade com a literatura que

estabelece relaccedilatildeo inversa entre obesidade e fraturas por fragilidade oacutessea em nosso estudo

ter maior peso e IMC natildeo seriam fatores de risco para fraturas e sim caracteriacutesticas das

mulheres mais idosas em um contexto social de baixa escolaridade e renda Esse fato eacute

confirmado pelos resultados da Pesquisa Nacional sobre Sauacutede e Nutriccedilatildeo ( Batista F et al

2003) que demonstraram caraacuteter ascendente da obesidade nos estratos de mulheres com baixa

renda residentes na regiatildeo Sudeste

Aleacutem disso haacutebitos de vida como tabagismo e etilismo sabidamente relacionados agrave

maior risco para fraturas por fragilidade oacutessea (Pinheiro et al 2010) tambeacutem natildeo se

mostraram estar associados nesse estudo

A necessidade de caacutelcio do ser humano varia ao longo da vida e uma ingestatildeo

adequada para mulheres acima de 50 anos eacute de 1200 mg pois com a idade o corpo

naturalmente perde um pouco da capacidade de absorccedilatildeo de minerais (Nuacutecleo de Estudos e

Pesquisas em Alimentaccedilatildeo 2006) O fato de apenas 44 das mulheres que natildeo tiveram

fraturas e 167 das mulheres que tiveram fraturas ter referido consumo superior a

900mgdia (3 ou mais copos) foi fator de surpresa principalmente levando-se em conta o PIB

per capita da cidade superior ao da maioria dos municiacutepios brasileiros (IPEA 2000)

Assim como em estudos preacutevios (Pinheiro et al 2010c NHI 2001 Demir et al

2008) nossos dados tambeacutem demonstraram o hipoestrogenismo como importante fator de

risco para fraturas por fragilidade oacutessea jaacute que as pacientes com fratura tecircm entre 19 e 29

anos de menopausa Em recente estudo Demir et al (2008) estudaram 2769 mulheres na

41

poacutes-menopausa correlacionando a ocorrecircncia de osteoporose com o tempo de menopausa

Demonstraram que 106 das pacientes com ateacute trecircs anos de poacutes-menopausa tinham

osteoporose contra 329 das pacientes com sete anos ou mais Acredita-se que a deficiecircncia

estrogecircnica seja responsaacutevel por dois terccedilos da perda de massa oacutessea levando

consequentemente agraves fraturas por fragilidade oacutessea assim como observado (Position

statement of the North American Menopause Society 2010)

Os dados deste estudo podem ser limitados pois apesar de tratar-se de uma coorte as

participantes reportaram dados referentes a estilo de vida dieta antecedentes familiares e

pessoais o que pode ter ocasionado algum vieacutes recordatoacuterio Outra limitaccedilatildeo eacute que como

avaliado por Oliveira et al (2007) esta populaccedilatildeo apresenta a maior parte das mulheres com

baixo niacutevel socioeconocircmico e escolaridade sem acesso agrave adequada educaccedilatildeo nutricional e agrave

atividade fiacutesica orientada Por outro lado resultados encontrados sem significacircncia estatiacutestica

podem ter sido ocasionados pelo tamanho amostral reduzido devido a dificuldade de

rastreamento da populaccedilatildeo uma vez que a unidade de sauacutede natildeo atualizou o endereccedilo e

telefone das mulheres eleitas para o estudo Talvez se tivesse sido realizado contato anual

com essas mulheres natildeo teriacuteamos perdido o seguimento delas

42

8 Conclusatildeo

Devido agrave sua alta prevalecircncia e associaccedilatildeo com mortalidade e incapacidade a fratura

devido agrave fragilidade oacutessea deve ser considerada um problema de sauacutede puacuteblica no Brasil

Apesar das limitaccedilotildees o presente estudo foi realizado de forma prospectiva em mulheres

brasileiras na poacutes-menopausa devendo os seus resultados serem levados em consideraccedilatildeo

para a formulaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas de sauacutede para a prevenccedilatildeo e estrateacutegias de tratamento

para as fraturas Os fatores de risco encontrados como a idade avanccedilada a histoacuteria familiar

de fratura de quadril e a presenccedila de osteoporose devem ser acompanhados e combatidos para

tentar-se diminuir o risco para as fraturas Assim como o USO mostrou ser um meacutetodo

confiaacutevel para avaliar o risco para fraturas podendo ser implementado em maior escala do

que a atual Entatildeo acreditamos que novos estudos prospectivos com uma amostra mais

representativa devam ser realizados para se confirmar os fatores associados a fraturas por

fragilidade oacutessea na populaccedilatildeo brasileira para cada vez mais conhecermos o perfil da nossa

populaccedilatildeo e termos subsiacutedios para combater esse agravo

43

9 Referecircncias Bibliograacuteficas

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48

10 Anexo 1 - Instrumento de coleta - EVOS (EUROPEAN VERTEBRAL

OSTEOPOROSIS STUDY)

Data _________

Nome________________________________________________________

Endereco_____________________________________________________

Fone _____________ Data de nascimento _________ RG

1- Dados antropomeacutetricos

Peso (Kg) Altura (m) IMC

2- Dados Ginecoloacutegicos

Idade da primeira menstruacao anos

Vocecirc jaacute usou piacutelula anticoncepcional por mais de 3 meses

sim natildeo natildeo sei

Vocecirc jaacute ficou algum periacuteodo em sua vida sem menstruar antes da menopausa (exceto se

gravidez) sim natildeo natildeo sei

Idade da ultima menstruaccedilatildeo anos

Numero de filhos

Vocecirc fez cirurgia para retirar o uacutetero sim com Idade ____ (anos)

natildeo natildeo sei

E para retirar os ovaacuterios (um ou os dois) sim idade ___ (anos)

natildeo natildeo sei

Vocecirc fez reposiccedilatildeo hormonal apos a menopausa sim natildeo natildeo sei

Se sim quando iniciado o periacuteodo foi superior a 1 ano sim natildeo natildeo sei

49

Vocecirc notou os seguintes sintomas na menopausa

calores sim natildeo natildeo sei

depressatildeo sim natildeo natildeo sei

insocircnia sim natildeo natildeo sei

outros sim natildeo natildeo sei

Vocecirc amamentou sim natildeo natildeo sei

Se sim quantas crianccedilas vocecirc amamentou por mais que 3 meses

3- Dados familiares

Em sua famiacutelia (pai matildee irmatildeos) existe historia de fratura de quadril apos os 50 anos de

idade sim natildeo natildeo sei

4- Histoacuteria de fratura

Vocecirc jaacute teve alguma fratura sim natildeo natildeo sei

Se sim em qual sitio esqueleacutetico com que idade e qual foi o tipo de trauma

Sitio Numero Idade (anos) Niacutevel do trauma

Vertebra

Fecircmur (colo trocanter)

Costela

Antebraccedilo

Uacutemero

Pe

Outras

Vocecirc sabe que tem osteoporose sim tenho natildeo natildeo tenho natildeo sei

5- Aacutelcool

Com que frequecircncia vocecirc bebeu no ultimo ano

Diariamente 5-6 dsem 3-4 dsem

50

1 -2 dsem lt 1 dsem nunca

Tipo de bebida destilados (uiacutesque cachaccedila vodka)

fermentados (cerveja vinho)

6- Imobilizaccedilatildeo

Vocecirc jaacute ficou acamado por um periacuteodo superior a 2 meses

sim natildeo natildeo sei

Se sim foi antes ou apos os 25 anos de idade

ano passado nunca

7- Fumo

Vocecirc fumou cigarro ou usou outras formas de fumo (cachimbo ou charuto)

atualmente no passado nunca

Com que idade iniciou anos

Se parou com que idade anos

Numero de cigarrosdia

8- Atividade Fiacutesica

Quantas tempo costuma passar diariamente ao ar livre caminhando ou andando de bicicleta

nenhuma a 1 h superior a 1 h

Qual a sua atividade fiacutesica durante diferentes periacuteodos de sua vida adulta

Ate os 25 anos 25 a 50 anos acima 50 anos

Niacutevel 1 (leve) 2 (moderada) 3 (pesada) 4

(muito pesada)

9- Impacto

Como vocecirc descreveria sua sauacutede geral neste momento

muito boa boa satisfatoacuteria regular ruim

10- Interrogatoacuterio sobre drogas

51

Vocecirc jaacute usou alguma medicaccedilatildeo oral ou injetaacutevel contendo corticosteroides por mais de 3

meses sim natildeo natildeo sei

Vocecirc jaacute usou alguma desses remeacutedios

Droga sim natildeo sei tempo

(meses)

parou ha quanto tempo

Hormocircnios

masculinos

Hormocircnios

femininos

Calcitonina

Fluacuteor

Caacutelcio

Vitamina D

Anabolizantes

Diureacuteticos

tiazidicos

11- Ingestatildeo de caacutelcio

Com que frequecircncia vocecirc comeu produtos derivados do leite na semana passada

(diassemana)

queijo amarelo queijo branco iogurte leite sorvete

Para os periacuteodos indicados abaixo com que frequecircncia vocecirc recebeu leite

ate 25 anos 25 a 50 anos Acima de 50 anos

Todas as refeiccedilotildees (3 ou + coposdia)

1-2 coposdia

52

Toda semana mas natildeo todo dia

lt 1 vezsemana

53

11 Anexo 2 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Projeto de Pesquisa Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade

oacutessea em mulheres na menopausa

Pesquisador responsaacutevel Dra Lizanka Paola F Marinheiro

Instituiccedilatildeo responsaacutevel Instituto Fernandes Figueira

Vocecirc estaacute sendo convidado a participar do projeto de pesquisa intitulado

Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea em mulheres na

menopausa por que vocecirc participou do estudo anterior realizado haacute 7 anos sobre a

osteoporose e suas consequumlecircncias

54

A osteoporose e uma doenccedila que se caracteriza pela diminuiccedilatildeo da resistecircncia do osso

tornando-o mais fraacutegil Essa fragilidade aumenta o risco da pessoa que tem osteoporose de ter

fraturas mesmo com atividades comuns como tossir ou espirrar

Com isso esse trabalho deseja avaliar a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea na

populaccedilatildeo de mulheres na poacutes menopausa residente da Ilha de Paquetaacute apoacutes 7 anos de

seguimento do uacuteltimo estudo transversal

Vocecirc natildeo eacute obrigada a participar Mas se quiser vocecirc teraacute que responder a um

questionaacuterio Para participar vocecirc natildeo teraacute que pagar nada O resultado seraacute fornecido apenas

a vocecirc ningueacutem mais saberaacute Suas duvidas seratildeo esclarecidas e vocecirc devera continuar

acompanhamento com seu meacutedico assistente Se vocecirc natildeo quiser participar natildeo seraacute

submetida a nenhum constrangimento fiacutesico ou moral e seu atendimento no posto de sauacutede

natildeo seraacute prejudicado A participante poderaacute se retirar do estudo a qualquer momento que

julgar necessaacuterio sem prejuiacutezo para a mesma O resultado de toda a pesquisa seraacute divulgada e

atraveacutes de artigos cientiacuteficos em revistas encontros congressos ou similares sem a

divulgaccedilatildeo dos nomes de quem participou de forma sigilosa

Sua participaccedilatildeo no estudo natildeo implicaraacute em custos adicionais O (A) Sr (a) natildeo teraacute

qualquer despesa com a realizaccedilatildeo dos procedimentos previstos neste estudo que seratildeo

custeados pelo pesquisador responsaacutevel Tambeacutem natildeo haveraacute nenhuma forma de pagamento

pela sua participaccedilatildeo

Caso surja alguma duacutevida quanto agrave eacutetica do estudo o (a) Sr(a) deveraacute se reportar ao

Comitecirc de Eacutetica em Pesquisas envolvendo seres humanos ndash subordinado ao Conselho

Nacional de Eacutetica em Pesquisa oacutergatildeo do Ministeacuterio da Sauacutede atraveacutes de solicitaccedilatildeo ao

representante de pesquisa que estaraacute sob contato permanente ou contactando o Comitecirc de

Eacutetica em Pesquisa desta instituiccedilatildeo no telefone (21) 3971-1590 Eacute assegurado o completo

55

sigilo de sua identidade quanto a sua participaccedilatildeo neste estudo incluindo a eventualidade da

apresentaccedilatildeo dos resultados deste estudo em congressos e perioacutedicos cientiacuteficos

Eu________________________________________________________________________

residente do endereccedilo__________________________ fui informada dos objetivos e da

justificativa deste trabalho de forma clara e detalhada pela Dra Adriana de Mattos V da

Costa Recebi informaccedilotildees especificas sobre cada procedimento no qual estarei envolvida

dos desconfortos e riscos previstos tanto quanto dos benefiacutecios esperados Todas as minhas

duvidas foram respondidas com clareza e sei que poderei solicitar novos esclarecimentos a

qualquer momento Aleacutem disso sei que novas informaccedilotildees obtidas durante o estudo me seratildeo

fornecidas e que terei liberdade de retirar meu consentimento de participaccedilatildeo face a estas

informaccedilotildees sem prejuiacutezo para mim Aleacutem disto me foi entregue uma coacutepia da folha de

informaccedilotildees para os participantes a qual li compreendi e me deu plena liberdade para decidir

acerca da minha espontacircnea participaccedilatildeo nesta pesquisa Minha identidade jamais seraacute

publicada Os dados colhidos poderatildeo ser examinados por pessoas envolvidas no estudo com

autorizaccedilatildeo delegada do investigador e por pessoas delegadas pelo patrocinador Estou

recebendo uma coacutepia assinada deste Termo

Os pesquisadores responsaacuteveis pelo Projeto satildeo a Dra Lizanka Paola F Marinheiro e

sua aluna a Dra Adriana de Mattos Viveiros da Costa

56

Participante

Nome _________________________________

Assinatura________________________________

Data_________________________________________

Investigador

Nome____________________________________

Assinatura________________________________

Data_______________________________________

Pesquisadora

Nome______________________________________

Assinatura___________________________________

Data__________________________________________

Dra Lizanka Paola F Marinheiro

lizankaglobocom

tel 25541700

Dra Adriana de Mattos Vda Costa

adrianamattosmedyahoocombr

tel 87273315

Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa

Rua Afonso Cavalcanti 455 sala 710 ndash Cidade Nova -

Telefone 3971-1463

7

Lista de Ilustraccedilotildees

Graacutefico 1- Incidecircncia de fratura em mulheres poacutes-menopausa 2003-2011

Graacutefico 2-Mulheres poacutes-menopausa por idade segundo fratura

Graacutefico 3- Anos apoacutes a menopausa conforme fratura

Tabela 1- Caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas das mulheres poacutes

menopausa (n=86)

Tabela 2- Caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas das mulheres poacutes

menopausa em 2003

Tabela 3- Incidecircncia de fraturas em mulheres poacutes menopausa segundo a

localizaccedilatildeo da fratura 2003-2011

Tabela 4- Relaccedilatildeo entre idade e fratura nas mulheres na poacutes menopausa

Tabela 5- Incidecircncia de fratura em mulheres poacutes-menopausa segundo

resultado da USO 2003-2011

Tabela 6 - Caracteriacutesticas cliacutenicas de mulheres poacutes-menopausa segundo

fratura (n=86)

Tabela 7- Caracteriacutesticas comportamentais de mulheres poacutes-menopausa

segundo fratura (n=86)

Tabela 8- Coeficientes de correlaccedilatildeo de Spearman (rs) entre idade IMC e

tempo de menopausa em mulheres poacutes-menopausa com fratura (n=18) e

sem fratura (n=68)

8

Sumaacuterio

Lista de Abreviaturas e Siglas 6

Lista de Ilustraccedilotildees 7

1 Introduccedilatildeo 9

2 Justificativa 11

3 Objeto de Estudo 16

31 Objetivos 16

311 Geral 16

312 Especiacuteficos 16

4 Marco Teoacuterico 17

5 Materiais e Meacutetodos 23

51 Populaccedilatildeo 23

52 Tipo de estudo 23

53 Criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo 24

54 Alocaccedilotildees de pacientes 24

55 Anaacutelise Estatiacutestica 26

6 Resultados Encontrados 28

61 Gerais 28

62 USO preacutevia X Fraturas 28

63 Caracteriacutesticas cliacutenicas e comportamentais X Fratura 29

64 Tempo de menopausa X Fratura 30

7 Discussatildeo 38

8 Conclusatildeo 42

9 Referecircncias Bibliograacuteficas 43

10 Anexo 1 - Instrumento de coleta - EVOS (EUROPEAN VERTEBRAL OSTEOPOROSIS STUDY) 48

11 Anexo 2 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido 53

1

9

1 Introduccedilatildeo

Nota-se nas uacuteltimas deacutecadas o aumento da expectativa de vida das mulheres que

atingem a fase do climateacuterio ainda ativa econocircmica e socialmente desejando uma melhor

qualidade de vida Segundo a definiccedilatildeo proposta pela Sociedade Internacional da Menopausa

no 1deg Congresso Mundial de Climateacuterio em 1976 climateacuterio eacute o periacuteodo de transiccedilatildeo entre a

vida reprodutiva e a senilidade A menopausa seria a uacuteltima menstruaccedilatildeo natural Ela

geralmente ocorre por volta dos 50 anos e soacute pode ser reconhecida apoacutes os doze meses de

amenorreia (Speroff et al 1989)

Este periacuteodo eacute marcado por um estado de hipoestrogenismo com um impacto

negativo na vida das mulheres Todavia a multiplicidade de manifestaccedilotildees inclui distuacuterbios

fiacutesicos psicoloacutegicos e metaboacutelicos (De Lorenzi et al 2005) Dentre as doenccedilas crocircnicas que

atingem a mulher climateacuterica a osteoporose aparece como uma das patologias de maior

incidecircncia (Vianna 2001)

Quando sintomas da osteoporose aparecem se relacionam com a ocorrecircncia de

fraturas mais comumente na porccedilatildeo distal do antebraccedilo na coluna vertebral e no colo do

fecircmur (International Osteoporosis Foundation 2005) A maior incidecircncia de fraturas eacute

observada em mulheres brancas na poacutes-menopausa (Pinheiro et al 2010a b) e os fatores

associados agraves fraturas alguns jaacute satildeo bem conhecidos e outros ainda precisam ser descobertos

Assim a fratura por fragilidade oacutessea eacute definida como aquela resultante de uma queda da

proacutepria altura ou trauma menos intenso em indiviacuteduos com 50 anos ou mais em siacutetios

esqueleacuteticos especiacuteficos antebraccedilo fecircmur costelas veacutertebras e uacutemero (Pinheiro et al

2010a)

10

Segundo o IBGE (IBGE 2009a) a expectativa de vida no Brasil eacute de 72 anos e soacute no

ano 2000 jaacute havia 24 milhotildees de mulheres com mais de 40 anos Ou seja predominantemente

na fase de deficiecircncia estrogecircnica e com risco aumentado de osteoporose A principal e mais

temida complicaccedilatildeo da osteoporose eacute a fratura oacutessea Entatildeo a adoccedilatildeo de meacutetodos praacuteticos e

de baixo custo para o rastreamento da populaccedilatildeo de risco para fraturas propiciaria a

quantificaccedilatildeo do problema e o planejamento de intervenccedilotildees precoces que impedissem ou

retardassem a ocorrecircncia deste agravo (Oliveira et AL 2007) Logo o conhecimento da

epidemiologia local de fraturas por fragilidade oacutessea eacute essencial para embasar este

rastreamento

Sendo assim esse estudo procurou avaliar a incidecircncia de fraturas por fragilidade

oacutessea na populaccedilatildeo de mulheres na poacutes-menopausa residente da Ilha de Paquetaacute apoacutes sete

anos de seguimento

11

2 Justificativa

No Brasil com o envelhecimento populacional e consequumlente aumento no nuacutemero de

idosas medidas devem der tomadas para se cuidar da mulher em sua fase climateacuterica eacutepoca

que ela chega a viver um terccedilo ou mais apoacutes o fim do periacuteodo reprodutivo Essa transiccedilatildeo

epidemioloacutegica tem trazido grandes desafios ao Estado Haacute a substituiccedilatildeo entre as primeiras

causas de morte das doenccedilas transmissiacuteveis pelas crocircnicas degenerativas e causas externas

entre elas a osteoporose (IBGE 2009b)

Vaacuterios fatores estatildeo relacionados agrave causa da osteoporose como a etnia a nutriccedilatildeo os

exerciacutecios fiacutesicos os dados antropomeacutetricos o alcoolismo o tabagismo e a vida reprodutiva

da mulher Por isso eacute necessaacuterio que se tenha cada vez mais estudos atuais e com populaccedilotildees

brasileiras para que os fatores de risco que fazem a diferenccedila para fraturas por fragilidade

sejam descobertos (Pinheiro et al 2010b c)

Em 2003 segundo as informaccedilotildees da Pesquisa Nacional por Amostras de Domiciacutelios

(PNAD) a populaccedilatildeo de 60 anos ou mais era por volta de 17 milhotildees de pessoas

representando cerca de 10 da populaccedilatildeo total do Paiacutes (IBGE 2009a) As diferenccedilas de sexo

satildeo importantes para descrever as pessoas idosas e da mesma forma como tem ocorrido em

todo o mundo o nuacutemero de mulheres idosas no Brasil eacute maior do que o de homens as

informaccedilotildees da PNAD mostraram que em 2003 essa proporccedilatildeo era de 559 e 441

respectivamente (IBGE 2009a)

Tambeacutem foi observado que a expectativa de vida a partir dos 60 anos aumentou no

periacuteodo de 1999 a 2003 em todas as faixas de idade tanto para homens quanto para

mulheres entretanto a expectativa de vida das mulheres excede a dos homens e este fato

explica em parte a maior proporccedilatildeo de mulheres idosas em relaccedilatildeo aos homens Em 2006

12

no Paiacutes como um todo a expectativa de vida das pessoas de 60 anos era de 193 anos para os

homens e de 224 anos para as mulheres Notando as mudanccedilas nas caracteriacutesticas da

populaccedilatildeo o Ministeacuterio da Sauacutede iniciou accedilotildees voltadas agraves mulheres no periacuteodo climateacuterico

entre elas a Poliacutetica de Assistecircncia Integral aacute Sauacutede da Mulher (PNAISM 2004)

Os estudos confirmam que diferenccedilas de sexo e idade na percepccedilatildeo da sauacutede satildeo

importantes determinantes do comportamento em relaccedilatildeo agrave procura por atendimento de sauacutede

(WHO 2001)

Em 2003 as mulheres idosas declararam um estado de sauacutede pior do que os homens

exceto entre os idosos de 80 anos ou mais onde a tendecircncia se inverte passando os homens a

declarar um estado de sauacutede pior do que aquele declarado pelas mulheres (PNAD 2003)

Os resultados do Censo Demograacutefico 2000 para os municiacutepios das capitais

apresentam padrotildees de incapacidade funcional em mobilidade fiacutesica compatiacuteveis com aqueles

apontados pelas informaccedilotildees da Politica Nacional de Assistecircncia a Domiciacutelio 2003 para as

aacutereas metropolitanas As mulheres declaram incapacidade funcional em maior proporccedilatildeo do

que os homens observando-se tambeacutem o caraacuteter progressivo da incapacidade funcional

entre os idosos em relaccedilatildeo ao aumento da idade (IBGE 2009a b)

Com o maior nuacutemero de idosos consequumlentemente haacute uma elevaccedilatildeo na frequecircncia das

fraturas por fragilidade oacutessea Isso se torna um problema de sauacutede de grandes dimensotildees

para a paciente na poacutes-menopausa pelos limites que comprometem sua qualidade de vida

para a famiacutelia por arcar com a responsabilidade de protegecirc-la no seu conviacutevio e para a sauacutede

puacuteblica pelo ocircnus econocircmico (Speroff et al 1989 Pinheiro et al 2010a b) Assim satildeo

necessaacuteria accedilotildees de promoccedilatildeo prevenccedilatildeo e abordagem da osteoporose que incide a partir da

perimenopausa

13

Estima-se que 70 das fraturas de quadril esperadas para 2050 ocorreratildeo na Aacutesia

Ameacuterica Latina e Aacutefrica (Cooper 1999) Jaacute na Europa segundo dados da Fundaccedilatildeo

Internacional de Osteoporose estima-se que uma em cada trecircs mulheres acima dos 50 anos

teraacute fratura por fragilidade oacutessea E na Uniatildeo Europeia ocorre uma fratura a cada 30 segundos

e se espera que para essa populaccedilatildeo o nuacutemero de fraturas dobre nos proacuteximos 50 anos

(International Osteoporosis Foundation 2005)

Estudos realizados sobre os custos da osteoporose e suas consequecircncias demonstram

que os gastos com essa doenccedila impressionam O estudo de Silva et al (2003) somou os gastos

com as internaccedilotildees para reduccedilotildees ciruacutergicas as reduccedilotildees incruentas o tratamento

conservador os gastos com cirurgias para a retirada de proacutetese internaccedilotildees de longa

permanecircncia consultas meacutedicas e fisioterapia chegando agrave conclusatildeo de que os custos do

SUS com o tratamento das fraturas eacute de mais de 20 milhotildees de reais por ano Tambeacutem

Tosteson et al (2008) fizeram um levantamento de custos do tratamento da osteoporose em

uma populaccedilatildeo de mulheres americanas em 2005 e mostrou que os custos anuais com

medicamentos satildeo altiacutessimos

Sobre os exames realizados para avaliaccedilatildeo da osteoporose os principais usados satildeo a

densitometria oacutessea e a ultrassonometria oacutessea de calcacircneo (USO) A densitometria oacutessea eacute

considerada o padratildeo-ouro para o diagnoacutestico de osteoporose pela Organizaccedilatildeo Mundial da

Sauacutede (OMS) desde 1994 poreacutem este exame estima apenas a densidade mineral oacutessea A

USO busca refletir outros paracircmetros aleacutem da densidade mineral oacutessea avaliando o risco de

fratura com eficiecircncia similar agrave densitometria oacutessea (Oliveira et al 2004 Castro 2000)

Embora os fatores cliacutenicos de riscos (FCRs) em populaccedilotildees de risco para osteoporose

e fratura estejam bem estabelecidos especialmente em estudos internacionais sua prevalecircncia

14

na populaccedilatildeo brasileira em geral natildeo estaacute clara porque ainda faltam estudos sobre o tema Um

dos principais estudos sobre a avaliaccedilatildeo de FCR foi o BRAZOS (Pinheiro et al 2010a) Ele

natildeo avaliou os fatores de risco relacionados agrave massa oacutessea mas os seus resultados permitem

inferir que esses fatores de risco satildeo muito semelhantes agravequeles relacionados agrave fratura por

baixo impacto Pinheiro et al (2010) demonstrou que os principais FCRs associados agrave fratura

por osteoporose de qualquer siacutetio esqueleacutetico de um total de 2420 indiviacuteduos apoacutes ajustes

estatiacutesticos foram histoacuteria familiar de fratura de quadril idade avanccedilada e baixo peso E que

a associaccedilatildeo de FCR agraves medidas de massa oacutessea poderia melhorar a discriminaccedilatildeo de

pacientes com maior risco de fratura osteoporoacutetica (Pinheiro et al 2010a b)

Atualmente existe uma ferramenta chamada FRAXreg utilizada por meacutedicos em vaacuterios

paiacuteses baseado na pratica meacutedica usando uma combinaccedilatildeo de fatores cliacutenicos e densidade

mineral oacutessea O FRAXreg eacute usado para predizer o risco de fratura nos proacuteximos dez anos com

implicaccedilotildees diretas na decisatildeo do tratamento e custos (Kanis et al 2008 Pinheiro et al 2009)

Poreacutem o risco absoluto de fraturas depende da populaccedilatildeo estudada e essa ferramenta ainda

natildeo foi aprovada para uso no Brasil Assim estudos epidemioloacutegicos representativos sobre

fatores de risco para fraturas ainda continuam sendo necessaacuterios (Pinheiro et al 2009)

Em 2003 a dissertaccedilatildeo de mestrado da Dra Patriacutecia Pereira de Oliveira verificou o

risco aumentado de fraturas por osteoporose atraveacutes da USO (Oliveira et al 2007) na

populaccedilatildeo de mulheres menopausadas na ilha de Paquetaacute-RJ Em nosso estudo verificaremos

se existe uma correlaccedilatildeo entre os achados ultrassonograacuteficos e as fraturas cliacutenicas na mesma

populaccedilatildeo por ela utilizada aleacutem outros fatores de risco para fraturas serem contemplados

como doenccedilas de base tempo de menopausa medicamentos entre outros Isto se justifica

pela necessidade de termos no Brasil dados sobre a incidecircncia de fraturas por fragilidade

oacutessea e fatores de risco a ela relacionados desenvolvidos em uma populaccedilatildeo brasileira e

15

residente de uma ilha localizada no litoral fluminense Jaacute que a literatura nessa aacuterea eacute escassa

e para que compreendendo melhor a dinacircmica da fratura por fragilidade oacutessea possamos

intervir antes que ela ocorra melhorando a qualidade de vida dessas mulheres e diminuiacutedo os

gastos com a sauacutede

16

3 Objeto de Estudo

Estudo de fatores associados agraves fraturas por fragilidade oacutessea em mulheres na poacutes-

menopausa atendidas em uma unidade baacutesica de sauacutede

Questionamento

Quais os fatores associados agrave ocorrecircncia de fraturas em mulheres poacutes-menopausa

acompanhadas em uma unidade baacutesica de sauacutede

31 Objetivos

311 Geral

Avaliar os fatores relacionados agrave ocorrecircncia de fraturas em mulheres poacutes-menopausa

acompanhadas em uma unidade baacutesica de sauacutede

312 Especiacuteficos

a- Avaliar se a ocorrecircncia de fraturas foi maior nas pacientes identificadas como risco

aumentado para fraturas pelo ultrassonometria oacutessea de calcacircneo preacutevia

b- Verificar a associaccedilatildeo entre as fraturas por fragilidade oacutessea e os dados cliacutenicos

comportamental e demograacuteficos (idade e sexo) das pacientes

c- Analisar se o tempo de menopausa influencia a ocorrecircncia de fraturas por fragilidade

oacutessea

17

4 Marco Teoacuterico

A osteoporose pode ser definida como doenccedila osteometaboacutelica caracterizada pela

diminuiccedilatildeo da densidade mineral oacutessea com alteraccedilotildees na sua microestrutura que conduzem

a um aumento da fragilidade oacutessea e uma tendecircncia a fraturas por traumatismos pouco

intensos Dado o exposto esta constitui o verdadeiro problema de sauacutede puacuteblica devido agrave sua

alta taxa de morbimortalidade e altos custos (Vianna et al 2001 International Osteoporosis

Foundation 2005)

Com relaccedilatildeo ao hipoestrogenismo observa-se que as mulheres apresentam uma perda

oacutessea mais acelerada nos dez primeiros anos apoacutes a instalaccedilatildeo da menopausa do que os

homens da mesma idade adquirindo risco de fratura mais precocemente do que eles (NHI

2001) Esta diminuiccedilatildeo de massa oacutessea total poderaacute ser ateacute dez vezes a diminuiccedilatildeo ocorrida

antes deste periacuteodo podendo chegar a 2 a 4 ao ano para o osso trabecular e de 1 para o

cortical (NHI 2001) A deficiecircncia de estrogecircnio aumenta o remodelamento oacutesseo e pode

agravar o desequiliacutebrio nas unidades de remodelamento com o aumento do tempo de vida dos

osteoclastos em detrimento dos osteoblastos (Fyhrie amp Schaffler 1994)

Na maioria dos casos a perda oacutessea eacute assintomaacutetica Quando sinais e sintomas da

osteoporose aparecem se relacionam com a ocorrecircncia de fraturas mais comumente na

porccedilatildeo distal do antebraccedilo (fratura de Colles) na coluna vertebral e no colo do fecircmur

(International Osteoporosis Foundation 2005) A maior incidecircncia de fraturas eacute observada

em mulheres brancas na poacutes menopausa (Pinheiro et al 2010a b)

Pinheiro et al (2010) analisaram 275 mulheres caucasoacuteides acima dos 50 anos e

acharam que 44 jaacute possuiacuteam algum tipo de fratura por osteoporose (Pinheiro et al 2010b)

A dor oacutessea eacute consequumlecircncia tanto das fraturas quanto das deformidades oacutesseas As fraturas

18

vertebrais satildeo as mais comuns poreacutem satildeo geralmente assintomaacuteticas e portanto menos

diagnosticadas Poreacutem podem causar dor perda de peso deformidade na coluna espinhal e

perda de estabilidade ao andar (International Osteoporosis Foundation 2005) Apenas 10

das fraturas de veacutertebras cursam com hospitalizaccedilatildeo mesmo que causem dor e diminuiccedilatildeo da

qualidade de vida Elas ocorrem entre os 50 e 60 anos de idade com maior frequecircncia

(International Osteoporosis Foundation 2005)

Jaacute as fraturas do fecircmur satildeo as mais letais devido a complicaccedilotildees poacutes-operatoacuterias As

principais causas de mortalidade satildeo as infecccedilotildees e tromboembolismo As fraturas de quadril

satildeo menos prevalentes do que as vertebrais poreacutem de maior gravidade devido agraves altas taxas

de morbimortalidade aleacutem do alto custo para a famiacutelia e para o sistema puacuteblico de sauacutede A

mortalidade apoacutes uma fratura de quadril eacute de cerca de 20- 24 no ano seguinte a fratura

sendo acompanhada de periacuteodos de hospitalizaccedilatildeo prolongados (International Osteoporosis

Foundation 2005 Silveira et al 2005) Estimativas apontam que no ano de 2050 ocorreratildeo

aproximadamente 65 milhotildees de fratura de quadril em todo mundo (Cooper 1999) As

fraturas de punho satildeo as mais facilmente observadas por mulheres no climateacuterio chegando a

originar seis milhotildees de dias de restriccedilatildeo de trabalho por ano (International Osteoporosis

Foundation 2005)

Aleacutem do custo pessoal o impacto econocircmico gerado pela osteoporose eacute enorme

Atraveacutes do mundo eacute estimado que uma em cada trecircs mulheres acima dos 50 anos teraacute fraturas

por osteoporose Na Europa no ano 2000 foi estimada uma ocorrecircncia de 379 milhotildees de

fraturas por fragilidade oacutessea sendo que destas 890 mil eram de quadril (Tosteson et al

2008) Eacute sabido que apenas metade das pacientes que sobrevivem agrave fratura de quadril voltaraacute

a andar novamente mas dificilmente com a mesma agilidade que andava antes da fratura

Apesar de a osteoporose ser facilmente diagnosticada atraveacutes de exames e seu tratamento

19

poder ser instituiacutedo ainda eacute uma doenccedila muito subdiagnosticada e subtratada Eacute estimada na

comunidade europeacuteia que uma em cada trecircs fraturas de vertebrais recebe a atenccedilatildeo cliacutenica

que merece E uma pessoa com fratura de veacutertebra tem ateacute cinco vezes mais chance de

desenvolver nova fratura no ano seguinte fenocircmeno conhecido como fratura em cascata

(Lindsay et al 2001)

Tradicionalmente a osteoporose eacute reconhecida como uma doenccedila multifatorial sendo

70 desses fatores natildeo modificaacuteveis isto eacute definidos pela carga geneacutetica e 30

potencialmente modificaacuteveis e assim envolvidos com os aspectos ambientais Dessa forma

um uacutenico fator de risco natildeo eacute capaz de identificar indiviacuteduos com ou sem fratura Diferenccedilas

geneacuteticas raciais e antropomeacutetricas bem como da composiccedilatildeo corporal densidade oacutessea

dieta atividade fiacutesica e outros haacutebitos de vida contribuem para explicar as divergecircncias na

incidecircncia e na prevalecircncia de baixa densidade oacutessea e fraturas em diversos paiacuteses do mundo

(Pinheiro et al 2010b c) Os aspectos geneacuteticos desempenham importante influecircncia sobre a

aquisiccedilatildeo do pico de massa oacutessea e perda oacutessea relacionada agrave idade bem como na

determinaccedilatildeo das propriedades estruturais e geomeacutetricas do osso No entanto a associaccedilatildeo

entre diferentes polimorfismos gecircnicos e densidade oacutessea ou fraturas por osteoporose eacute

bastante controversa e varia em diferentes estudos inclusive no Brasil fato que pode ser

tomado como um provaacutevel reflexo das diferenccedilas de etnia e ambiental das populaccedilotildees

estudadas Da mesma forma os fatores ambientais natildeo permitem uniformizar e homogeneizar

o impacto de cada um deles em cada regiatildeo do planeta (Pinheiro et al 2010c)

Atualmente a densitometria oacutessea eacute o meacutetodo mais utilizado para avaliar a massa

oacutessea Eacute o padratildeo ouro para o diagnoacutestico de osteoporose A densidade mineral oacutessea (DMO)

eacute expressa em nuacutemero absolutos em gramas de mineral por centiacutemetro quadrado escaneado

ou ainda comparado com a DMO esperada para a idade e sexo da paciente (z escore) ou

20

comparado a DMO de adultos jovens normais do mesmo sexo (t-escore) A diferenccedila entre o

escore do paciente e o padratildeo eacute expressa em desvios padrotildees acima ou abaixo da meacutedia

(Castro et al 1999)

Segundo a Sociedade Brasileira de Densitometria Cliacutenica no consenso de 2008 satildeo

indicaccedilotildees para avaliaccedilatildeo da densidade mineral oacutessea (Brandatildeo et al 2009)

rdquoMulheres com idade gt a 65 anos e homens com idade gt a 70 anos

Mulheres acima de 40 anos na transiccedilatildeo menopausal (1-2) e homens acima de 50

anos de idade com fatores de risco

Adultos com antecedente de fratura por fragilidade condiccedilatildeo cliacutenica ou uso de

medicamentos associados agrave baixa massa oacutessea ou perda oacutessea

Indiviacuteduos para os quais satildeo consideradas intervenccedilotildees farmacoloacutegicas para

osteoporose

Indiviacuteduos em tratamento para osteoporose para monitoramento de sua eficaacutecia

Indiviacuteduos que natildeo estejam sob tratamento poreacutem nos quais a identificaccedilatildeo de perda

de massa oacutessea possa determinar a indicaccedilatildeo do tratamento

Mulheres interrompendo terapia hormonal (TH)rdquo

Arq Bras Endocrinol Metab 2009 531 pag108

A proacutepria definiccedilatildeo de osteoporose pela Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede reunida em

Hong Kong em 1994 estabeleceu criteacuterios diagnoacutesticos baseados em valores obtidos pela

densitometria oacutessea classificando como osteopecircnicas aquelas mulheres que apresentarem-se

entre 1 e 25 desvios-padratildeo (DP) abaixo da meacutedia para adultas jovens e de osteoporoacuteticas as

que se encontrarem com mais de 25 DP abaixo da meacutedia para adultas jovens (Castro et al

1999 WHO 1999)

A densitometria oacutessea apresenta como desvantagens no entanto o fato de utilizar uma

fonte de radiaccedilatildeo ionizante e possuir um elevado custo que limita seu uso em estudos

populacionais principalmente em nosso paiacutes onde os recursos destinados agrave sauacutede da

populaccedilatildeo mais carente satildeo miacutenimos Sempre tentando diminuir o impacto dos gastos com

21

sauacutede eacute estimulada a busca por meacutetodos natildeo poluentes e mais baratos mas que tragam as

mesmas informaccedilotildees que os meacutetodos jaacute estabelecidos Em funccedilatildeo disto a USO vem sendo

avaliada e alguns resultados promissores tecircm sido apresentados (Castro et al 1999) Baseia-se

na modificaccedilatildeo das caracteriacutesticas de ultrassom transmitido atraveacutes de ossos de localizaccedilatildeo

mais superficiais como no calcacircneo tiacutebia falanges ou patela Os sistemas atuais se

constituem de dois transdutores sendo um transmissor e outro receptor posicionados em

locais diferentes do osso a ser estudado Os aparelhos existentes entre noacutes avaliam o

calcacircneo osso predominantemente trabecular atraveacutes das medidas de velocidade de

transmissatildeo do ultrassom (SOS em ms) e da atenuaccedilatildeo da frequumlecircncia do ultrassom (BUA em

dBMHz) (Kanis et al 2008) Novamente de acordo com a orientaccedilatildeo da Sociedade Brasileira

de Densitometria Cliacutenica de 2008 as recomendaccedilotildees para ultrassonometria oacutessea satildeo

(Brandatildeo et al 2009)

rdquoO uacutenico siacutetio validado para o uso cliacutenico da USO em osteoporose eacute o calcacircneo

Equipamentos de USO de calcacircneo validados satildeo capazes de estimar fratura por

fragilidade em mulheres na poacutes-menopausa e em homens com idade superior a 65 anos

independentemente da densidade mineral oacutessea medida em equipamentos de DMO

central

A correlaccedilatildeo entre os resultados obtidos por USO e DMO ccccccc entral eacute

moderada

USO do calcacircneo associada a fatores de risco cliacutenicos podem ser usados para

identificar populaccedilatildeo com baixa probabilidade de fratura na qual avaliaccedilatildeo adicional

natildeo seja mais necessaacuteria

Medidas de DMO central na coluna e no fecircmur constituem o meacutetodo de escolha para a

tomada de decisatildeo terapecircutica Entretanto se a DMO central natildeo for acessiacutevel o

tratamento farmacoloacutegico pode ser iniciado se a probabilidade de fratura avaliada pelo

USO do calcacircneo com pontos de corte especiacuteficos associados a fatores de risco

cliacutenicos for suficientemente alta

Equipamentos de USO natildeo satildeo clinicamente uacuteteis no monitoramento de efeitos

esqueleacuteticos dos medicamentos disponiacuteveis para o tratamento da osteoporoserdquo

Arq Bras Endocrinol Metab 2009 531 pag110

22

Em 2003 foi realizada uma dissertaccedilatildeo de mestrado (Oliveira et al 2007) sobre a

utilizaccedilatildeo do USO para estimar a prevalecircncia de risco aumentado de fraturas em uma

populaccedilatildeo de mulheres na poacutes menopausa residentes da Ilha de Paquetaacute Em trabalho

realizado por Oliveira e cols nesta instituiccedilatildeo Foi realizado um estudo transversal com

recrutamento de 385 mulheres residentes da Ilha Todas as mulheres responderam a

questionaacuterio previamente estruturado e foram submetidas a medidas antropomeacutetricas e a

USO As medidas de USO foram realizadas segundo o manual do fabricante A idade da

populaccedilatildeo estudada variou entre 42 e 95 anos Os resultados encontrados mostram que

5922 da amostra apresentava algum tipo de alteraccedilatildeo a USO com t score menor que -1

Esse grupo era composto por mulheres mais idosas com menor peso menor altura e menor

percentual de gordura quando comparado com o grupo com t score lt ndash 1 Foi encontrado que

1688 das pesquisadas possuiacuteam alto risco para fraturas com t score lt -25 E as mulheres

do grupo de alto risco tinham maior peso e IMC paracircmetros conhecidos como protetores

Embora divergente da literatura a autora atribui esses resultados a caracteriacutesticas das

mulheres mais idosas em um contexto social de baixa escolaridade e renda (Oliveira et al

2007)

23

5 Materiais e Meacutetodos

51 Populaccedilatildeo

A Ilha de Paquetaacute dista aproximadamente 15 km da Praccedila XV no Centro da Cidade

do Rio de Janeiro sendo a principal ilha do arquipeacutelago de Paquetaacute situada ao nordeste da

Baiacutea de Guanabara A populaccedilatildeo e frequecircncia da Ilha satildeo extremamente sazonais sendo

aproximadamente 2200 domiciacutelios (entre moradores e veranistas) Os moradores fixos

correspondem a 4500 pessoas em sua maioria de famiacutelias antigas na Ilha das quais 208

satildeo idosos ultrapassando ateacute mesmo a meacutedia nacional que eacute em torno de 12 (IBGE

2009a) Este iacutendice faz de Paquetaacute o erceiro bairro em nuacutemero de idosos no municiacutepio sendo

que sua populaccedilatildeo pode ser considerada envelhecida segundo os criteacuterios da Organizaccedilatildeo

Mundial da Sauacutede (OMS 2003) Embora a maioria da populaccedilatildeo seja branca existem 109

de negros 256 de pardos e 01 de iacutendios Cerca de 90 dos domiciacutelios possuem aacutegua

tratada e 9957 tratamento de esgoto As famiacutelias residentes nesta regiatildeo satildeo compostas em

meacutedia por trecircs pessoas com rendimento meacutedio per capita de 301 salaacuterios miacutenimos (IPEA

2000) e o transporte urbano eacute feito basicamente a peacute por bicicletas ou charretes puxadas por

ciclistas (IBGE 2009a)

52 Tipo de estudo

Foi realizado um estudo de coorte prospectivo na ilha de PaquetaacuteRJ no ano de 2011

Foram inicialmente alocadas todas as mulheres que participaram do estudo anterior

desenvolvido no ano de 2003 (Oliveira et al 2007)

24

53 Criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo

Os criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo foram os mesmos utilizados do estudo anterior

(Oliveira et al 2007) Sendo os criteacuterios de inclusatildeo as mulheres que estavam na menopausa

e que tinham residecircncia fixa na Ilha de Paquetaacute e os criteacuterios de exclusatildeo a historia pessoal

de doenccedilas que sabidamente afetam o metabolismo oacutesseo direta ou indiretamente (como

artrite reumatoacuteide luacutepus eritematoso sistecircmico hiperparatireoidismo osteogecircnese imperfeita)

e as neoplasias malignas exceto carcinoma basocelular de pele

54 Alocaccedilotildees de pacientes

A populaccedilatildeo elegiacutevel era constituiacuteda pelas 385 mulheres alocadas no estudo inicial

(Oliveira et al 2007) No trabalho de Oliveira et al (2007) foi realizado um estudo transversal

com recrutamento por auto-seleccedilatildeo ou demanda espontacircnea no ano de 2003 na Ilha de

Paquetaacute Rio de Janeiro Brasil Foram estudadas 385 mulheres na poacutes-menopausa

(diagnoacutestico cliacutenico) residentes no local apoacutes a aplicaccedilatildeo dos criteacuterios de exclusatildeo

(existecircncia de pino metaacutelico ou edema com cacifo em ambos os peacutes ou impossibilitadas de

posicionar os peacutes no aparelho de ultra-sonometria oacutessea) Todas as mulheres responderam na

eacutepoca a um questionaacuterio e foram submetidas a medidas antropomeacutetricas e agrave USO

No presente estudo considerando uma significacircncia de 95 e um poder de 80 uma

prevalecircncia de 15 de fraturas na populaccedilatildeo de risco (Clark et al 2009) o tamanho amostral

previsto foi de 130 mulheres Poreacutem devido agraves perdas o tamanho amostral final foi de 86

pacientes

Atraveacutes do banco de dados jaacute existente todas as pacientes foram re-contactadas As

mulheres foram localizadas atraveacutes de telefonemas e comparecimento no hospital local onde

25

eacute realizado a atenccedilatildeo baacutesica de sauacutede Foram realizados pelo menos 2 telefonemas com

intervalo de 1 semana entre eles Como ldquoperdasrdquo foram consideradas as pacientes natildeo

encontradas apoacutes os dois telefonemas (035 dos telefones estavam errados e 049 das

pacientes tinham telefone quebrado ou ocupado) pacientes que natildeo quiseram ou natildeo

puderam responder ao questionaacuterio (008) e pacientes falecidas (006)

As pacientes selecionadas foram submetidas a um questionaacuterio de avaliaccedilatildeo de fatores

relacionados agrave fragilidade oacutessea conhecido como European Vertebral Osteoporosis Study

(EVOS) jaacute validado previamente para o portuguecircs (OrsquoNeill et al 1996) e jaacute utilizados em

importantes estudos (Pinheiro et al 2006 Clark et al 2009) O questionaacuterio EVOS eacute

composto por dados soacutecio-demograacuteficos (idade estado civil escolaridade cor renda familiar

e nuacutemero de dependentes desta haacutebitos de vida) e histoacuteria reprodutiva pessoal sumaacuteria

(idade da menarca idade da menopausa tipo de menopausa) Os dados antropomeacutetricos

foram aferidos segundo criteacuterios adotados internacionalmente com medidas de peso e altura

observando intervalos de 01kg e 001m respectivamente

A definiccedilatildeo de fratura por fragilidade oacutessea foi a mesma utilizada por Pinheiro et al

(2010a) como aquela resultante de uma queda da proacutepria altura ou trauma menos intenso em

indiviacuteduos com 50 anos ou mais em siacutetios esqueleacuteticos especiacuteficos antebraccedilo fecircmur

costelas veacutertebras e uacutemero E a documentaccedilatildeo de fraturas foi realizada atraveacutes de relato da

paciente (fratura referida) As fraturas traumaacuteticas (apoacutes acidente automobiliacutestico ou outras

condiccedilotildees sob forte impacto) ou as de baixo impacto natildeo relacionadas agrave osteoporose (como

por exemplo as de face tornozelo metacarpo falanges) natildeo foram consideradas

O estudo obedeceu aos criteacuterios de eacutetica preconizados pela resoluccedilatildeo no 19696 do

Conselho Nacional de Sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede e foi aprovado previamente pelo Comitecirc

26

de Eacutetica em Pesquisa da FiocruzIFF e pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Prefeitura Todas

as mulheres assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido antes de qualquer

procedimento

55 Anaacutelise Estatiacutestica

Os dados foram registrados em planilha Excel e analisados pelo programa Statistical

Package for Social Sciences (SPSS) versatildeo 170 Para avaliar diferenccedilas entre os grupos as

variaacuteveis categoacutericas foram avaliadas pelo Qui-quadrado de Pearson ou o teste exato de

Fisher A relaccedilatildeo entre as variaacuteveis categoacutericas e ordinal e entre as variaacuteveis numeacutericas foi

avaliada pelo teste de Mann-Whitney que eacute um teste natildeo-parameacutetrico que equivale ao teste t

escolhido pelo tamanho da amostra A relaccedilatildeo entre as variaacuteveis numeacutericas foi avaliada pelo

coeficiente de Sperman que eacute uma estatiacutestica natildeo parameacutetrica utilizada para dados natildeo

normais eou amostra pequena Para todos os testes o niacutevel de significacircncia adotado foi de

5 A variaacutevel dependente foi a presenccedila de fratura (sim ou natildeo) e as variaacuteveis

independentes foram idade (em anos) resultado de USO (normal ou alterado) tempo de

menopausa (em anos) siacutetio de localizaccedilatildeo de fraturas IMC (abaixo do pesonormal

sobrepeso obeso) tabagismo (fumante ou natildeo fumante) atividade fiacutesica (leve

moderadapesada) frequecircncia diaacuteria de ingestatildeo de leite (em coposdia) e as variaacuteveis

binaacuterias como o histoacuterico familiar de fratura de quadril osteoporose uso de anticoncepcional

ausecircncia de menstruaccedilatildeo retirada de uacutetero ou ovaacuterios amamentaccedilatildeo paciente acamado e

etilismo O caacutelculo do risco relativo (RR) foi feito para avaliar a relaccedilatildeo entre o USO e a

presenccedila de fraturas Para isso foi considerado pacientes com USO normal aqueles com

resultados do T-score gt-11 e USO alterado aqueles com T-score lt-11 O niacutevel de atividade

fiacutesica foi classificado em atividade leve (trabalho burocraacutetico em escritoacuterio na maior parte

do tempo sentado) atividade moderada (trabalhos na maior parte do tempo em peacute como

27

vendedor e dona-de-casa) atividade pesada (enfermeira empregada domeacutestica) Oliveira et al

2010) Para caacutelculo aproximado da ingestatildeo alimentar diaacuteria de caacutelcio utilizou- se uma

adaptaccedilatildeo da Tabela Brasileira de Composiccedilatildeo de Alimentos 1 fatia queijo (90mg) 1 copo

de iogurte (1212mg) 1 copo leite (257mg) 1 bola se sorvete (135mg) E no final todos esses

alimentos foram convertidos em quantidade ingerida de copos de leite

28

6 Resultados Encontrados

61 Gerais

As caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas da populaccedilatildeo estudada estatildeo listadas na

tabela 1 A idade meacutedia das pacientes foi de 725 anos (DPplusmn 87) com a idade da menopausa

460 anos (DPplusmn 61) o tempo de menopausa 261 anos (DPplusmn 97) e o IMC de 264 (kgm2)

(DPplusmn 55) Essas caracteriacutesticas quando comparadas com o estudo anterior de 2003 (tabela

2) confirmam tratar-se da mesma populaccedilatildeo Apenas a idade e o tempo de menopausa

evidenciam ser a nossa populaccedilatildeo mais idosa Fator que se justifica pelo tempo ocorrido entre

os dois estudos

A incidecircncia de fratura por fragilidade oacutessea encontrada foi de 21 evidenciado no

graacutefico 1 Os principais siacutetios de fratura satildeo analisados na tabela 3 tendo como sitio principal

o antebraccedilo com 50 seguido pelo peacute com 192 e uacutemero 145 Jaacute na tabela 4 e no graacutefico

2 pode ser observado que a idade da populaccedilatildeo estudada variou entre 54 e 97 anos com meacutedia

de 72 anos com DP plusmn 90 No grupo de pacientes fraturadas 50 tinham entre 65 e 79 anos

sugerindo ser essa faixa etaacuteria mais susceptiacutevel as fraturas por fragilidade oacutessea

62 USO preacutevia X Fraturas

Foi verificado na tabela 5 a associaccedilatildeo entre o resultado da (USO) preacutevia e o desfecho

fraturas por fragilidade oacutessea De todas as pacientes que fizeram USO no estudo inicial 66

participaram deste estudo Das 50 pacientes que tiveram o USO alterado 22 tiveram

fraturas nesse periacuteodo E as pacientes com USO considerada normal 194 tiveram fraturas

por fragilidade oacutessea O RR= 113 (IC95 048 - 263) sugere que as mulheres que tiveram

29

USO alterado tem um risco de fraturar de 13 maior em relaccedilatildeo as pacientes com resultado

de USO considerado normal

63 Caracteriacutesticas cliacutenicas e comportamentais X Fratura

As pacientes foram analisadas quanto as variaacuteveis clinicas e comportamentais

Considerando a tabela 6 as pacientes que tiveram fraturas se mostraram com maior

sobrepeso ou obesas (722) com maior historia familiar de fratura de quadril (133) e

com maior diagnostico de osteoporose (471) do que as pacientes sem fraturas (p

valorgt005) Jaacute o uso de anticoncepcional ou o uso de reposiccedilatildeo hormonal natildeo se mostraram

ser relevantes para ocorrecircncia de fraturas nessa amostra E 235 das pacientes acamadas por

mais de dois meses sofreram alguma fratura com p valor lt005 Evidenciando associaccedilatildeo

entre a paciente ficar acamada por mais de dois meses e sofrer fratura por fragilidade oacutessea

Avaliando a tabela 7 foi notado que apenas 125 das pacientes que tiveram fratura eram

tabagistas e 167 eram etilistas natildeo se mostrando essas caracteriacutesticas como fatores de

risco A atividade fiacutesica moderadapesada ateacute 25 anos e acima de 50 anos apresentou

percentuais de 441 e 382 respectivamente Aleacutem disso entre 25 e 50 anos 444 das

pacientes com atividade fiacutesica moderadapesada tiveram fraturas e 441 das pacientes natildeo

tiveram fraturas para essa faixa etaacuteria (p valor gt005) Sendo assim natildeo houve associaccedilatildeo

entre a atividade fiacutesica e as fraturas Em relaccedilatildeo ao item ingestatildeo de leite apoacutes os 50 anos

456 das pacientes que natildeo tiveram fraturas ingeriam de 1 a 2 copos de leite por dia e

apenas 44 ingeriam mais de 3 copos de leite por dia No caso das pacientes que tiveram

fraturas apoacutes os 50 anos foi observado que 50 ingeriam de 1 a 2 copos de leite por dia e

167 ingeriam 3 copos ou mais de leite

30

64 Tempo de menopausa X Fratura

As pacientes foram avaliadas graacutefico 3 para verificar a associaccedilatildeo entre o tempo de

menopausa e o desfecho das fraturas A mediana do tempo de menopausa encontrado em

ambos os grupos foi de 262 com DP de plusmn98 Metade das pacientes que tiveram fraturas tem

entre 193 e 293 anos de menopausa com DP de plusmn72 A correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade

tempo de menopausa e IMC foi observado na tabela 8 onde evidenciada uma associaccedilatildeo

positiva entre a idade e o tempo de menopausa nos grupos de pacientes com e sem fraturas

Assim como foi verificado uma associaccedilatildeo negativa de quanto maior a idade e o tempo de

menopausa menor o IMC

31

Graacutefico 1

Graacutefico 2

32

Graacutefico 3

33

Tabela 1- Caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas das

mulheres poacutes menopausa (n=86)

Caracteriacutesticas Meacutedia plusmn desvio padratildeo

Idade (anos) 7255 plusmn 897

Idade da

menarca (anos) 1324 plusmn 184

Idade da

menopausa

(anos)

4608 plusmn 614

Tempo de

menopausa

(anos)

2618 plusmn976

Peso (kg)sect 6342 plusmn 1055

Altura (m)deg 155 plusmn 008

IMC (kgm2) 2643 plusmn 557

n=85 sectn=83 ordmn=82 n=81 n=80

Tabela 2-Caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas das

mulheres poacutes menopausa em 2003

Caracteriacutesticas Meacutedia plusmn desvio padratildeo

Idade (anos) 6463plusmn1270

Idade da

menarca (anos)

1304 plusmn 193

Idade da

menopausa

(anos)

4755 plusmn 601

Tempo de

menopausa

(anos)

1700 plusmn 1076

Peso (kg)sect 6533 plusmn 1270

Altura (m)deg 155 plusmn 006

IMC (kgm2) 2696 plusmn 477

34

Tabela 3 ndash Incidecircncia de fraturas em mulheres poacutes menopausa segundo a

localizaccedilatildeo de fratura 2003-2011

Tipo da fratura

n

Veacutertebra 1 38

Fecircmur 1 38

Costela 2 77

Antebraccedilo 13 500

Uacutemero 4 145

Peacute 5 192

Total 26 1000

Nota Algumas pacientes tiveram mais de uma fratura no periacuteodo

Tabela 4- Relaccedilatildeo entre idade e fratura nas mulheres na poacutes menopausa

Total

Fratura

Idade (anos) Natildeo Sim

N () n () n ()

54 a 64 anos 18 209 14 206 4 222

65 a 79 anos 48 558 39 574 9 500

80 a 97 anos 20 233 15 221 5 278

Total 86 1000 68 1000 18 1000

Meacutedia (DP) 725 (90) 713 (77) 729 (93)

Nota P-valor pelo teste de Mann-Whitney=0813

35

Tabela 5 - Incidecircncia de fratura em mulheres poacutes-menopausa segundo

resultado da USO 2003-2011

Resultado da

USO

Total

Fratura p-valor

Sim Natildeo

n n

()

IC95 n

()

Normal 36 7 194

89 -

3472

29 806

0496

Alterado 50 11 220

121 -

350

39 780

Total 86 18 209

133 -

305

68 791

Nota Risco relativo = 113 (IC95 048 - 263)

36

Tabela 6 ndash Caracteriacutesticas cliacutenicas de mulheres poacutes-menopausa segundo

fratura (n=86)

Fratura

Natildeo (n=68) Sim (n=18) Total

n ( ) n ( )

IMC

Abaixo do pesoNormal 24 (353) 5 (278) 28 0792

Sobrepeso 27 (397) 9 (500) 36

Obeso 17 (250) 4 (222) 21

Histoacuterico familiar de fratura de quadril

Natildeo 66 (985) 13 (867) 79 0085

Sim 1 (15) 2 (133) 3

Osteoporose

Natildeo 44 (800) 9 (529) 53 0055

Sim 11 (200) 8 (471) 19

Uso de anticoncepcional

Natildeo 32 (485) 10 (556) 42 0791

Sim 34 (515) 8 (444) 42

Ausecircncia de mentruaccedilatildeo

Natildeo 60 (909) 16 (941) 76 1000

Sim 6 (91) 1 (59) 7

Retirou o uacutetero

Natildeo 46 (687) 9 (500) 55 0170

Sim 21 (313) 9 (500) 30

Retirou os ovaacuterios

Natildeo 53 (815) 11 (647) 64 0187

Sim 12 (185) 6 (353) 18

Reposiccedilatildeo hormonal

Natildeo 51 (761) 13 (722) 64 0763

Sim 16 (239) 5 (278) 21

Amamentou

Natildeo 14 (206) 4 (222) 18 1000

Sim 54 (794) 14 (778) 68

Acamado por mais de dois meses

Natildeo 63 (940) 13 (765) 76 0049

Sim 4 (60) 4 (235) 8

Caracteriacutesticas clinicas

p-valor do

teste exato

de Fisher

37

Tabela 7 - Caracteriacutesticas comportamentais de mulheres poacutes-menopausa segundo

fratura (n=86)

Fratura

Natildeo (n=68) Sim (n=18) Total

n ( ) n ( )

Tabagismo

Natildeo fumante 47 (758) 14 (875) 61 0499

FumanteEx-fumante 15 (242) 2 (125) 17

Etilismo no uacuteltimo ano

Natildeo 48 (706) 15 (833) 63 0376

Sim 20 (294) 3 (167) 23

Atividade fiacutesica ateacute os 25 anos

Leve 38 (559) 11 (611) 49 0792

ModeradaPesada 30 (441) 7 (389) 37

Atividade fiacutesica entre os 25 e 50 anos

Leve 38 (559) 10 (556) 48 1000

ModeradaPesada 30 (441) 8 (444) 38

Atividade fiacutesica acima dos 50 anos

Leve 42 (618) 12 (667) 54 0789

ModeradaPesada 26 (382) 6 (333) 32

Frequecircncia diaacuteria de leite ateacute 25 anos

Nenhummenos 1 copodia 34 (500) 8 (444) 42 0910

1 a 2 coposdia 31 (456) 9 (500) 40

3 coposdia ou mais 3 (44) 1 (56) 4

Frequecircncia diaacuteria de leite apoacutes 50 anos

Nenhummenos 1 copodia 34 (500) 6 (333) 40 0103

1 a 2 coposdia 31 (456) 9 (500) 40

3 coposdia ou mais 3 (44) 3 (167) 6

Caracteriacutesticas

comportamentais

p-valor do

teste exato

de Fisher

Tabela 8- Coeficientes de correlaccedilatildeo de Spearman (rs) entre idade IMC e tempo de

menopausa em mulheres poacutes-menopausa

Variaacuteveis

IMC IdadeTempo de

menopausa

r s 1 -0144 -0151

p-valor 0569 0550

r s -0227 1 0736

p-valor 0074 lt0001

r s -0295 0761 1

p-valor 0020 lt0001

Variaacuteveis

IMC

Idade

Tempo de menopausa

Nota o triacircngulo superior direito (parte hachurada) se refere agraves correlaccedilotildees para as mulheres com

fratura e o inferior esquerdo (parte natildeo hachurada) agraves mulheres sem fratura

38

7 Discussatildeo

No Brasil os principais fatores cliacutenicos de risco para fraturas por fragilidade oacutessea

eram extrapolados a partir de estudos internacionais O estudo vem acrescentar informaccedilotildees

para se conhecer os fatores relacionados agrave essas fraturas Nossos resultados revelam que a

idade avanccedilada a historia familiar de fratura de quadril o diagnoacutestico de osteoporose e

tambeacutem o paciente ficar acamado por mais de 2 meses foram considerados fatores de risco

para fraturas por fragilidade oacutessea

Esse estudo mostrou concordacircncia com a Johnell amp Kanis (2006) onde o principal

siacutetio mundial de fratura por fragilidade oacutessea nas mulheres apoacutes a menopausa foi o antebraccedilo

Segundo o estudo Latin American Vertebral Osteoporosis Study (LAVOS) (Clark et al

2009) a fratura vertebral eacute a mais prevalente da ameacuterica latina com uma prevalecircncia de

142 diferente do nosso estudo onde a coluna vertebral e o colo do fecircmur aparecem

juntos em uacuteltimo lugar na lista de incidecircncia dos siacutetios de fratura Isso pode ser atribuiacutedo

devido a diferenccedila nos criteacuterios de definiccedilatildeo de fraturas pois no LAVOS optou-se pela

medida radiograacutefica do local de fraturas enquanto no nosso estudo as fraturas foram referidas

pelas pacientes

Os consensos sobre osteoporose tecircm propostos algoritmos para identificar indiviacuteduos

de alto risco para fraturas (Kanis et al 2008 WHO 1999) Para tanto a associaccedilatildeo de fatores

de risco para fraturas com a medida da USO eacute de suma importacircncia embora sejam poucas as

pacientes que tecircm oportunidade de realizar esse exame (Oliveira et al 2007) Assim o

presente trabalho mostrou um risco para fraturas por fragilidade oacutessea 13 maior nas

pacientes com resultado de USO alterada em relaccedilatildeo as pacientes que tiveram resultados de

39

USO normais vindo de encontro aos resultados encontrados por Oliveira et al (2007)

Corroborando o USO como um meacutetodo confiaacutevel para a prediccedilatildeo de fraturas

E semelhante a Pinheiro et al (2010a) o presente estudo revelou que os principais

fatores de risco para fraturas por fragilidade oacutessea satildeo a idade avanccedilada a historia familiar de

fratura de quadril e a presenccedila de osteoporose Isso pode ser atribuiacutedo ao fato de que no

estudo de Pinheiro et al (2010a) assim como no nosso estudo a populaccedilatildeo ser

predominantemente de mulheres acima dos 65 anos e viverem em aacuterea urbana tendo haacutebitos

de vida parecidos

O achado em nosso estudo que apresentou significacircncia estatiacutestica refere-se ao fator

de risco ldquopaciente acamado por mais de dois mesesrdquo como disposto na literatura (Pinheiro et

al 2010b Demir et al 2008) O que acontece eacute que com o paciente acamado por tempo

prolongado um maior remodelamento oacutesseo eacute observado Os osteoclastos responsaacuteveis pela

absorccedilatildeo oacutessea sobrepotildee os osteoblastos predispondo as fraturas por fragilidade oacutessea

(Fyhrie amp Schaffler 1994) Assim observou-se no estudo que 235 das pacientes

acamadas por mais de dois meses sofreram alguma fratura por fragilidade oacutessea com p valor

lt005 Isso reafirma a associaccedilatildeo entre a paciente ficar acamada por mais de dois meses e

sofrer fratura por fragilidade oacutessea Por outro lado o exerciacutecio fiacutesico que estaacute sabidamente

relacionado ao aumento da resistecircncia muscular do equiliacutebrio e da flexibilidade contribuindo

para a reduccedilatildeo da perda oacutessea e melhora da sauacutede em geral (Chan 2003) natildeo se mostrou

como fator de proteccedilatildeo neste estudo Provavelmente devido ao baixo percentual encontrado

de pacientes que praticavam atividade fiacutesica moderada ou pesada

O elevado IMC e a terapia de reposiccedilatildeo hormonal natildeo desempenharam papel protetor

na nossa populaccedilatildeo como seria o esperado por estudos anteriores (Pinheiro et al 2010c

40

Buttros et al 2011) Ao contrario o sobrepeso e obesidade foram considerados fatores de

risco Isso pode ser atribuiacutedo ao IMC meacutedio dessa populaccedilatildeo ser 264 (kgm2) (DPplusmn 55)

limiacutetrofe para sobrepeso Embora esse dado demonstre contrariedade com a literatura que

estabelece relaccedilatildeo inversa entre obesidade e fraturas por fragilidade oacutessea em nosso estudo

ter maior peso e IMC natildeo seriam fatores de risco para fraturas e sim caracteriacutesticas das

mulheres mais idosas em um contexto social de baixa escolaridade e renda Esse fato eacute

confirmado pelos resultados da Pesquisa Nacional sobre Sauacutede e Nutriccedilatildeo ( Batista F et al

2003) que demonstraram caraacuteter ascendente da obesidade nos estratos de mulheres com baixa

renda residentes na regiatildeo Sudeste

Aleacutem disso haacutebitos de vida como tabagismo e etilismo sabidamente relacionados agrave

maior risco para fraturas por fragilidade oacutessea (Pinheiro et al 2010) tambeacutem natildeo se

mostraram estar associados nesse estudo

A necessidade de caacutelcio do ser humano varia ao longo da vida e uma ingestatildeo

adequada para mulheres acima de 50 anos eacute de 1200 mg pois com a idade o corpo

naturalmente perde um pouco da capacidade de absorccedilatildeo de minerais (Nuacutecleo de Estudos e

Pesquisas em Alimentaccedilatildeo 2006) O fato de apenas 44 das mulheres que natildeo tiveram

fraturas e 167 das mulheres que tiveram fraturas ter referido consumo superior a

900mgdia (3 ou mais copos) foi fator de surpresa principalmente levando-se em conta o PIB

per capita da cidade superior ao da maioria dos municiacutepios brasileiros (IPEA 2000)

Assim como em estudos preacutevios (Pinheiro et al 2010c NHI 2001 Demir et al

2008) nossos dados tambeacutem demonstraram o hipoestrogenismo como importante fator de

risco para fraturas por fragilidade oacutessea jaacute que as pacientes com fratura tecircm entre 19 e 29

anos de menopausa Em recente estudo Demir et al (2008) estudaram 2769 mulheres na

41

poacutes-menopausa correlacionando a ocorrecircncia de osteoporose com o tempo de menopausa

Demonstraram que 106 das pacientes com ateacute trecircs anos de poacutes-menopausa tinham

osteoporose contra 329 das pacientes com sete anos ou mais Acredita-se que a deficiecircncia

estrogecircnica seja responsaacutevel por dois terccedilos da perda de massa oacutessea levando

consequentemente agraves fraturas por fragilidade oacutessea assim como observado (Position

statement of the North American Menopause Society 2010)

Os dados deste estudo podem ser limitados pois apesar de tratar-se de uma coorte as

participantes reportaram dados referentes a estilo de vida dieta antecedentes familiares e

pessoais o que pode ter ocasionado algum vieacutes recordatoacuterio Outra limitaccedilatildeo eacute que como

avaliado por Oliveira et al (2007) esta populaccedilatildeo apresenta a maior parte das mulheres com

baixo niacutevel socioeconocircmico e escolaridade sem acesso agrave adequada educaccedilatildeo nutricional e agrave

atividade fiacutesica orientada Por outro lado resultados encontrados sem significacircncia estatiacutestica

podem ter sido ocasionados pelo tamanho amostral reduzido devido a dificuldade de

rastreamento da populaccedilatildeo uma vez que a unidade de sauacutede natildeo atualizou o endereccedilo e

telefone das mulheres eleitas para o estudo Talvez se tivesse sido realizado contato anual

com essas mulheres natildeo teriacuteamos perdido o seguimento delas

42

8 Conclusatildeo

Devido agrave sua alta prevalecircncia e associaccedilatildeo com mortalidade e incapacidade a fratura

devido agrave fragilidade oacutessea deve ser considerada um problema de sauacutede puacuteblica no Brasil

Apesar das limitaccedilotildees o presente estudo foi realizado de forma prospectiva em mulheres

brasileiras na poacutes-menopausa devendo os seus resultados serem levados em consideraccedilatildeo

para a formulaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas de sauacutede para a prevenccedilatildeo e estrateacutegias de tratamento

para as fraturas Os fatores de risco encontrados como a idade avanccedilada a histoacuteria familiar

de fratura de quadril e a presenccedila de osteoporose devem ser acompanhados e combatidos para

tentar-se diminuir o risco para as fraturas Assim como o USO mostrou ser um meacutetodo

confiaacutevel para avaliar o risco para fraturas podendo ser implementado em maior escala do

que a atual Entatildeo acreditamos que novos estudos prospectivos com uma amostra mais

representativa devam ser realizados para se confirmar os fatores associados a fraturas por

fragilidade oacutessea na populaccedilatildeo brasileira para cada vez mais conhecermos o perfil da nossa

populaccedilatildeo e termos subsiacutedios para combater esse agravo

43

9 Referecircncias Bibliograacuteficas

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e temporais Cad Sauacutede Puacuteblica 2003 19 Suppl 1S181-91

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5- Castro Marise Lazaretti et al Correlaccedilatildeo entre ultrassonometria quantitativa

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48

10 Anexo 1 - Instrumento de coleta - EVOS (EUROPEAN VERTEBRAL

OSTEOPOROSIS STUDY)

Data _________

Nome________________________________________________________

Endereco_____________________________________________________

Fone _____________ Data de nascimento _________ RG

1- Dados antropomeacutetricos

Peso (Kg) Altura (m) IMC

2- Dados Ginecoloacutegicos

Idade da primeira menstruacao anos

Vocecirc jaacute usou piacutelula anticoncepcional por mais de 3 meses

sim natildeo natildeo sei

Vocecirc jaacute ficou algum periacuteodo em sua vida sem menstruar antes da menopausa (exceto se

gravidez) sim natildeo natildeo sei

Idade da ultima menstruaccedilatildeo anos

Numero de filhos

Vocecirc fez cirurgia para retirar o uacutetero sim com Idade ____ (anos)

natildeo natildeo sei

E para retirar os ovaacuterios (um ou os dois) sim idade ___ (anos)

natildeo natildeo sei

Vocecirc fez reposiccedilatildeo hormonal apos a menopausa sim natildeo natildeo sei

Se sim quando iniciado o periacuteodo foi superior a 1 ano sim natildeo natildeo sei

49

Vocecirc notou os seguintes sintomas na menopausa

calores sim natildeo natildeo sei

depressatildeo sim natildeo natildeo sei

insocircnia sim natildeo natildeo sei

outros sim natildeo natildeo sei

Vocecirc amamentou sim natildeo natildeo sei

Se sim quantas crianccedilas vocecirc amamentou por mais que 3 meses

3- Dados familiares

Em sua famiacutelia (pai matildee irmatildeos) existe historia de fratura de quadril apos os 50 anos de

idade sim natildeo natildeo sei

4- Histoacuteria de fratura

Vocecirc jaacute teve alguma fratura sim natildeo natildeo sei

Se sim em qual sitio esqueleacutetico com que idade e qual foi o tipo de trauma

Sitio Numero Idade (anos) Niacutevel do trauma

Vertebra

Fecircmur (colo trocanter)

Costela

Antebraccedilo

Uacutemero

Pe

Outras

Vocecirc sabe que tem osteoporose sim tenho natildeo natildeo tenho natildeo sei

5- Aacutelcool

Com que frequecircncia vocecirc bebeu no ultimo ano

Diariamente 5-6 dsem 3-4 dsem

50

1 -2 dsem lt 1 dsem nunca

Tipo de bebida destilados (uiacutesque cachaccedila vodka)

fermentados (cerveja vinho)

6- Imobilizaccedilatildeo

Vocecirc jaacute ficou acamado por um periacuteodo superior a 2 meses

sim natildeo natildeo sei

Se sim foi antes ou apos os 25 anos de idade

ano passado nunca

7- Fumo

Vocecirc fumou cigarro ou usou outras formas de fumo (cachimbo ou charuto)

atualmente no passado nunca

Com que idade iniciou anos

Se parou com que idade anos

Numero de cigarrosdia

8- Atividade Fiacutesica

Quantas tempo costuma passar diariamente ao ar livre caminhando ou andando de bicicleta

nenhuma a 1 h superior a 1 h

Qual a sua atividade fiacutesica durante diferentes periacuteodos de sua vida adulta

Ate os 25 anos 25 a 50 anos acima 50 anos

Niacutevel 1 (leve) 2 (moderada) 3 (pesada) 4

(muito pesada)

9- Impacto

Como vocecirc descreveria sua sauacutede geral neste momento

muito boa boa satisfatoacuteria regular ruim

10- Interrogatoacuterio sobre drogas

51

Vocecirc jaacute usou alguma medicaccedilatildeo oral ou injetaacutevel contendo corticosteroides por mais de 3

meses sim natildeo natildeo sei

Vocecirc jaacute usou alguma desses remeacutedios

Droga sim natildeo sei tempo

(meses)

parou ha quanto tempo

Hormocircnios

masculinos

Hormocircnios

femininos

Calcitonina

Fluacuteor

Caacutelcio

Vitamina D

Anabolizantes

Diureacuteticos

tiazidicos

11- Ingestatildeo de caacutelcio

Com que frequecircncia vocecirc comeu produtos derivados do leite na semana passada

(diassemana)

queijo amarelo queijo branco iogurte leite sorvete

Para os periacuteodos indicados abaixo com que frequecircncia vocecirc recebeu leite

ate 25 anos 25 a 50 anos Acima de 50 anos

Todas as refeiccedilotildees (3 ou + coposdia)

1-2 coposdia

52

Toda semana mas natildeo todo dia

lt 1 vezsemana

53

11 Anexo 2 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Projeto de Pesquisa Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade

oacutessea em mulheres na menopausa

Pesquisador responsaacutevel Dra Lizanka Paola F Marinheiro

Instituiccedilatildeo responsaacutevel Instituto Fernandes Figueira

Vocecirc estaacute sendo convidado a participar do projeto de pesquisa intitulado

Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea em mulheres na

menopausa por que vocecirc participou do estudo anterior realizado haacute 7 anos sobre a

osteoporose e suas consequumlecircncias

54

A osteoporose e uma doenccedila que se caracteriza pela diminuiccedilatildeo da resistecircncia do osso

tornando-o mais fraacutegil Essa fragilidade aumenta o risco da pessoa que tem osteoporose de ter

fraturas mesmo com atividades comuns como tossir ou espirrar

Com isso esse trabalho deseja avaliar a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea na

populaccedilatildeo de mulheres na poacutes menopausa residente da Ilha de Paquetaacute apoacutes 7 anos de

seguimento do uacuteltimo estudo transversal

Vocecirc natildeo eacute obrigada a participar Mas se quiser vocecirc teraacute que responder a um

questionaacuterio Para participar vocecirc natildeo teraacute que pagar nada O resultado seraacute fornecido apenas

a vocecirc ningueacutem mais saberaacute Suas duvidas seratildeo esclarecidas e vocecirc devera continuar

acompanhamento com seu meacutedico assistente Se vocecirc natildeo quiser participar natildeo seraacute

submetida a nenhum constrangimento fiacutesico ou moral e seu atendimento no posto de sauacutede

natildeo seraacute prejudicado A participante poderaacute se retirar do estudo a qualquer momento que

julgar necessaacuterio sem prejuiacutezo para a mesma O resultado de toda a pesquisa seraacute divulgada e

atraveacutes de artigos cientiacuteficos em revistas encontros congressos ou similares sem a

divulgaccedilatildeo dos nomes de quem participou de forma sigilosa

Sua participaccedilatildeo no estudo natildeo implicaraacute em custos adicionais O (A) Sr (a) natildeo teraacute

qualquer despesa com a realizaccedilatildeo dos procedimentos previstos neste estudo que seratildeo

custeados pelo pesquisador responsaacutevel Tambeacutem natildeo haveraacute nenhuma forma de pagamento

pela sua participaccedilatildeo

Caso surja alguma duacutevida quanto agrave eacutetica do estudo o (a) Sr(a) deveraacute se reportar ao

Comitecirc de Eacutetica em Pesquisas envolvendo seres humanos ndash subordinado ao Conselho

Nacional de Eacutetica em Pesquisa oacutergatildeo do Ministeacuterio da Sauacutede atraveacutes de solicitaccedilatildeo ao

representante de pesquisa que estaraacute sob contato permanente ou contactando o Comitecirc de

Eacutetica em Pesquisa desta instituiccedilatildeo no telefone (21) 3971-1590 Eacute assegurado o completo

55

sigilo de sua identidade quanto a sua participaccedilatildeo neste estudo incluindo a eventualidade da

apresentaccedilatildeo dos resultados deste estudo em congressos e perioacutedicos cientiacuteficos

Eu________________________________________________________________________

residente do endereccedilo__________________________ fui informada dos objetivos e da

justificativa deste trabalho de forma clara e detalhada pela Dra Adriana de Mattos V da

Costa Recebi informaccedilotildees especificas sobre cada procedimento no qual estarei envolvida

dos desconfortos e riscos previstos tanto quanto dos benefiacutecios esperados Todas as minhas

duvidas foram respondidas com clareza e sei que poderei solicitar novos esclarecimentos a

qualquer momento Aleacutem disso sei que novas informaccedilotildees obtidas durante o estudo me seratildeo

fornecidas e que terei liberdade de retirar meu consentimento de participaccedilatildeo face a estas

informaccedilotildees sem prejuiacutezo para mim Aleacutem disto me foi entregue uma coacutepia da folha de

informaccedilotildees para os participantes a qual li compreendi e me deu plena liberdade para decidir

acerca da minha espontacircnea participaccedilatildeo nesta pesquisa Minha identidade jamais seraacute

publicada Os dados colhidos poderatildeo ser examinados por pessoas envolvidas no estudo com

autorizaccedilatildeo delegada do investigador e por pessoas delegadas pelo patrocinador Estou

recebendo uma coacutepia assinada deste Termo

Os pesquisadores responsaacuteveis pelo Projeto satildeo a Dra Lizanka Paola F Marinheiro e

sua aluna a Dra Adriana de Mattos Viveiros da Costa

56

Participante

Nome _________________________________

Assinatura________________________________

Data_________________________________________

Investigador

Nome____________________________________

Assinatura________________________________

Data_______________________________________

Pesquisadora

Nome______________________________________

Assinatura___________________________________

Data__________________________________________

Dra Lizanka Paola F Marinheiro

lizankaglobocom

tel 25541700

Dra Adriana de Mattos Vda Costa

adrianamattosmedyahoocombr

tel 87273315

Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa

Rua Afonso Cavalcanti 455 sala 710 ndash Cidade Nova -

Telefone 3971-1463

8

Sumaacuterio

Lista de Abreviaturas e Siglas 6

Lista de Ilustraccedilotildees 7

1 Introduccedilatildeo 9

2 Justificativa 11

3 Objeto de Estudo 16

31 Objetivos 16

311 Geral 16

312 Especiacuteficos 16

4 Marco Teoacuterico 17

5 Materiais e Meacutetodos 23

51 Populaccedilatildeo 23

52 Tipo de estudo 23

53 Criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo 24

54 Alocaccedilotildees de pacientes 24

55 Anaacutelise Estatiacutestica 26

6 Resultados Encontrados 28

61 Gerais 28

62 USO preacutevia X Fraturas 28

63 Caracteriacutesticas cliacutenicas e comportamentais X Fratura 29

64 Tempo de menopausa X Fratura 30

7 Discussatildeo 38

8 Conclusatildeo 42

9 Referecircncias Bibliograacuteficas 43

10 Anexo 1 - Instrumento de coleta - EVOS (EUROPEAN VERTEBRAL OSTEOPOROSIS STUDY) 48

11 Anexo 2 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido 53

1

9

1 Introduccedilatildeo

Nota-se nas uacuteltimas deacutecadas o aumento da expectativa de vida das mulheres que

atingem a fase do climateacuterio ainda ativa econocircmica e socialmente desejando uma melhor

qualidade de vida Segundo a definiccedilatildeo proposta pela Sociedade Internacional da Menopausa

no 1deg Congresso Mundial de Climateacuterio em 1976 climateacuterio eacute o periacuteodo de transiccedilatildeo entre a

vida reprodutiva e a senilidade A menopausa seria a uacuteltima menstruaccedilatildeo natural Ela

geralmente ocorre por volta dos 50 anos e soacute pode ser reconhecida apoacutes os doze meses de

amenorreia (Speroff et al 1989)

Este periacuteodo eacute marcado por um estado de hipoestrogenismo com um impacto

negativo na vida das mulheres Todavia a multiplicidade de manifestaccedilotildees inclui distuacuterbios

fiacutesicos psicoloacutegicos e metaboacutelicos (De Lorenzi et al 2005) Dentre as doenccedilas crocircnicas que

atingem a mulher climateacuterica a osteoporose aparece como uma das patologias de maior

incidecircncia (Vianna 2001)

Quando sintomas da osteoporose aparecem se relacionam com a ocorrecircncia de

fraturas mais comumente na porccedilatildeo distal do antebraccedilo na coluna vertebral e no colo do

fecircmur (International Osteoporosis Foundation 2005) A maior incidecircncia de fraturas eacute

observada em mulheres brancas na poacutes-menopausa (Pinheiro et al 2010a b) e os fatores

associados agraves fraturas alguns jaacute satildeo bem conhecidos e outros ainda precisam ser descobertos

Assim a fratura por fragilidade oacutessea eacute definida como aquela resultante de uma queda da

proacutepria altura ou trauma menos intenso em indiviacuteduos com 50 anos ou mais em siacutetios

esqueleacuteticos especiacuteficos antebraccedilo fecircmur costelas veacutertebras e uacutemero (Pinheiro et al

2010a)

10

Segundo o IBGE (IBGE 2009a) a expectativa de vida no Brasil eacute de 72 anos e soacute no

ano 2000 jaacute havia 24 milhotildees de mulheres com mais de 40 anos Ou seja predominantemente

na fase de deficiecircncia estrogecircnica e com risco aumentado de osteoporose A principal e mais

temida complicaccedilatildeo da osteoporose eacute a fratura oacutessea Entatildeo a adoccedilatildeo de meacutetodos praacuteticos e

de baixo custo para o rastreamento da populaccedilatildeo de risco para fraturas propiciaria a

quantificaccedilatildeo do problema e o planejamento de intervenccedilotildees precoces que impedissem ou

retardassem a ocorrecircncia deste agravo (Oliveira et AL 2007) Logo o conhecimento da

epidemiologia local de fraturas por fragilidade oacutessea eacute essencial para embasar este

rastreamento

Sendo assim esse estudo procurou avaliar a incidecircncia de fraturas por fragilidade

oacutessea na populaccedilatildeo de mulheres na poacutes-menopausa residente da Ilha de Paquetaacute apoacutes sete

anos de seguimento

11

2 Justificativa

No Brasil com o envelhecimento populacional e consequumlente aumento no nuacutemero de

idosas medidas devem der tomadas para se cuidar da mulher em sua fase climateacuterica eacutepoca

que ela chega a viver um terccedilo ou mais apoacutes o fim do periacuteodo reprodutivo Essa transiccedilatildeo

epidemioloacutegica tem trazido grandes desafios ao Estado Haacute a substituiccedilatildeo entre as primeiras

causas de morte das doenccedilas transmissiacuteveis pelas crocircnicas degenerativas e causas externas

entre elas a osteoporose (IBGE 2009b)

Vaacuterios fatores estatildeo relacionados agrave causa da osteoporose como a etnia a nutriccedilatildeo os

exerciacutecios fiacutesicos os dados antropomeacutetricos o alcoolismo o tabagismo e a vida reprodutiva

da mulher Por isso eacute necessaacuterio que se tenha cada vez mais estudos atuais e com populaccedilotildees

brasileiras para que os fatores de risco que fazem a diferenccedila para fraturas por fragilidade

sejam descobertos (Pinheiro et al 2010b c)

Em 2003 segundo as informaccedilotildees da Pesquisa Nacional por Amostras de Domiciacutelios

(PNAD) a populaccedilatildeo de 60 anos ou mais era por volta de 17 milhotildees de pessoas

representando cerca de 10 da populaccedilatildeo total do Paiacutes (IBGE 2009a) As diferenccedilas de sexo

satildeo importantes para descrever as pessoas idosas e da mesma forma como tem ocorrido em

todo o mundo o nuacutemero de mulheres idosas no Brasil eacute maior do que o de homens as

informaccedilotildees da PNAD mostraram que em 2003 essa proporccedilatildeo era de 559 e 441

respectivamente (IBGE 2009a)

Tambeacutem foi observado que a expectativa de vida a partir dos 60 anos aumentou no

periacuteodo de 1999 a 2003 em todas as faixas de idade tanto para homens quanto para

mulheres entretanto a expectativa de vida das mulheres excede a dos homens e este fato

explica em parte a maior proporccedilatildeo de mulheres idosas em relaccedilatildeo aos homens Em 2006

12

no Paiacutes como um todo a expectativa de vida das pessoas de 60 anos era de 193 anos para os

homens e de 224 anos para as mulheres Notando as mudanccedilas nas caracteriacutesticas da

populaccedilatildeo o Ministeacuterio da Sauacutede iniciou accedilotildees voltadas agraves mulheres no periacuteodo climateacuterico

entre elas a Poliacutetica de Assistecircncia Integral aacute Sauacutede da Mulher (PNAISM 2004)

Os estudos confirmam que diferenccedilas de sexo e idade na percepccedilatildeo da sauacutede satildeo

importantes determinantes do comportamento em relaccedilatildeo agrave procura por atendimento de sauacutede

(WHO 2001)

Em 2003 as mulheres idosas declararam um estado de sauacutede pior do que os homens

exceto entre os idosos de 80 anos ou mais onde a tendecircncia se inverte passando os homens a

declarar um estado de sauacutede pior do que aquele declarado pelas mulheres (PNAD 2003)

Os resultados do Censo Demograacutefico 2000 para os municiacutepios das capitais

apresentam padrotildees de incapacidade funcional em mobilidade fiacutesica compatiacuteveis com aqueles

apontados pelas informaccedilotildees da Politica Nacional de Assistecircncia a Domiciacutelio 2003 para as

aacutereas metropolitanas As mulheres declaram incapacidade funcional em maior proporccedilatildeo do

que os homens observando-se tambeacutem o caraacuteter progressivo da incapacidade funcional

entre os idosos em relaccedilatildeo ao aumento da idade (IBGE 2009a b)

Com o maior nuacutemero de idosos consequumlentemente haacute uma elevaccedilatildeo na frequecircncia das

fraturas por fragilidade oacutessea Isso se torna um problema de sauacutede de grandes dimensotildees

para a paciente na poacutes-menopausa pelos limites que comprometem sua qualidade de vida

para a famiacutelia por arcar com a responsabilidade de protegecirc-la no seu conviacutevio e para a sauacutede

puacuteblica pelo ocircnus econocircmico (Speroff et al 1989 Pinheiro et al 2010a b) Assim satildeo

necessaacuteria accedilotildees de promoccedilatildeo prevenccedilatildeo e abordagem da osteoporose que incide a partir da

perimenopausa

13

Estima-se que 70 das fraturas de quadril esperadas para 2050 ocorreratildeo na Aacutesia

Ameacuterica Latina e Aacutefrica (Cooper 1999) Jaacute na Europa segundo dados da Fundaccedilatildeo

Internacional de Osteoporose estima-se que uma em cada trecircs mulheres acima dos 50 anos

teraacute fratura por fragilidade oacutessea E na Uniatildeo Europeia ocorre uma fratura a cada 30 segundos

e se espera que para essa populaccedilatildeo o nuacutemero de fraturas dobre nos proacuteximos 50 anos

(International Osteoporosis Foundation 2005)

Estudos realizados sobre os custos da osteoporose e suas consequecircncias demonstram

que os gastos com essa doenccedila impressionam O estudo de Silva et al (2003) somou os gastos

com as internaccedilotildees para reduccedilotildees ciruacutergicas as reduccedilotildees incruentas o tratamento

conservador os gastos com cirurgias para a retirada de proacutetese internaccedilotildees de longa

permanecircncia consultas meacutedicas e fisioterapia chegando agrave conclusatildeo de que os custos do

SUS com o tratamento das fraturas eacute de mais de 20 milhotildees de reais por ano Tambeacutem

Tosteson et al (2008) fizeram um levantamento de custos do tratamento da osteoporose em

uma populaccedilatildeo de mulheres americanas em 2005 e mostrou que os custos anuais com

medicamentos satildeo altiacutessimos

Sobre os exames realizados para avaliaccedilatildeo da osteoporose os principais usados satildeo a

densitometria oacutessea e a ultrassonometria oacutessea de calcacircneo (USO) A densitometria oacutessea eacute

considerada o padratildeo-ouro para o diagnoacutestico de osteoporose pela Organizaccedilatildeo Mundial da

Sauacutede (OMS) desde 1994 poreacutem este exame estima apenas a densidade mineral oacutessea A

USO busca refletir outros paracircmetros aleacutem da densidade mineral oacutessea avaliando o risco de

fratura com eficiecircncia similar agrave densitometria oacutessea (Oliveira et al 2004 Castro 2000)

Embora os fatores cliacutenicos de riscos (FCRs) em populaccedilotildees de risco para osteoporose

e fratura estejam bem estabelecidos especialmente em estudos internacionais sua prevalecircncia

14

na populaccedilatildeo brasileira em geral natildeo estaacute clara porque ainda faltam estudos sobre o tema Um

dos principais estudos sobre a avaliaccedilatildeo de FCR foi o BRAZOS (Pinheiro et al 2010a) Ele

natildeo avaliou os fatores de risco relacionados agrave massa oacutessea mas os seus resultados permitem

inferir que esses fatores de risco satildeo muito semelhantes agravequeles relacionados agrave fratura por

baixo impacto Pinheiro et al (2010) demonstrou que os principais FCRs associados agrave fratura

por osteoporose de qualquer siacutetio esqueleacutetico de um total de 2420 indiviacuteduos apoacutes ajustes

estatiacutesticos foram histoacuteria familiar de fratura de quadril idade avanccedilada e baixo peso E que

a associaccedilatildeo de FCR agraves medidas de massa oacutessea poderia melhorar a discriminaccedilatildeo de

pacientes com maior risco de fratura osteoporoacutetica (Pinheiro et al 2010a b)

Atualmente existe uma ferramenta chamada FRAXreg utilizada por meacutedicos em vaacuterios

paiacuteses baseado na pratica meacutedica usando uma combinaccedilatildeo de fatores cliacutenicos e densidade

mineral oacutessea O FRAXreg eacute usado para predizer o risco de fratura nos proacuteximos dez anos com

implicaccedilotildees diretas na decisatildeo do tratamento e custos (Kanis et al 2008 Pinheiro et al 2009)

Poreacutem o risco absoluto de fraturas depende da populaccedilatildeo estudada e essa ferramenta ainda

natildeo foi aprovada para uso no Brasil Assim estudos epidemioloacutegicos representativos sobre

fatores de risco para fraturas ainda continuam sendo necessaacuterios (Pinheiro et al 2009)

Em 2003 a dissertaccedilatildeo de mestrado da Dra Patriacutecia Pereira de Oliveira verificou o

risco aumentado de fraturas por osteoporose atraveacutes da USO (Oliveira et al 2007) na

populaccedilatildeo de mulheres menopausadas na ilha de Paquetaacute-RJ Em nosso estudo verificaremos

se existe uma correlaccedilatildeo entre os achados ultrassonograacuteficos e as fraturas cliacutenicas na mesma

populaccedilatildeo por ela utilizada aleacutem outros fatores de risco para fraturas serem contemplados

como doenccedilas de base tempo de menopausa medicamentos entre outros Isto se justifica

pela necessidade de termos no Brasil dados sobre a incidecircncia de fraturas por fragilidade

oacutessea e fatores de risco a ela relacionados desenvolvidos em uma populaccedilatildeo brasileira e

15

residente de uma ilha localizada no litoral fluminense Jaacute que a literatura nessa aacuterea eacute escassa

e para que compreendendo melhor a dinacircmica da fratura por fragilidade oacutessea possamos

intervir antes que ela ocorra melhorando a qualidade de vida dessas mulheres e diminuiacutedo os

gastos com a sauacutede

16

3 Objeto de Estudo

Estudo de fatores associados agraves fraturas por fragilidade oacutessea em mulheres na poacutes-

menopausa atendidas em uma unidade baacutesica de sauacutede

Questionamento

Quais os fatores associados agrave ocorrecircncia de fraturas em mulheres poacutes-menopausa

acompanhadas em uma unidade baacutesica de sauacutede

31 Objetivos

311 Geral

Avaliar os fatores relacionados agrave ocorrecircncia de fraturas em mulheres poacutes-menopausa

acompanhadas em uma unidade baacutesica de sauacutede

312 Especiacuteficos

a- Avaliar se a ocorrecircncia de fraturas foi maior nas pacientes identificadas como risco

aumentado para fraturas pelo ultrassonometria oacutessea de calcacircneo preacutevia

b- Verificar a associaccedilatildeo entre as fraturas por fragilidade oacutessea e os dados cliacutenicos

comportamental e demograacuteficos (idade e sexo) das pacientes

c- Analisar se o tempo de menopausa influencia a ocorrecircncia de fraturas por fragilidade

oacutessea

17

4 Marco Teoacuterico

A osteoporose pode ser definida como doenccedila osteometaboacutelica caracterizada pela

diminuiccedilatildeo da densidade mineral oacutessea com alteraccedilotildees na sua microestrutura que conduzem

a um aumento da fragilidade oacutessea e uma tendecircncia a fraturas por traumatismos pouco

intensos Dado o exposto esta constitui o verdadeiro problema de sauacutede puacuteblica devido agrave sua

alta taxa de morbimortalidade e altos custos (Vianna et al 2001 International Osteoporosis

Foundation 2005)

Com relaccedilatildeo ao hipoestrogenismo observa-se que as mulheres apresentam uma perda

oacutessea mais acelerada nos dez primeiros anos apoacutes a instalaccedilatildeo da menopausa do que os

homens da mesma idade adquirindo risco de fratura mais precocemente do que eles (NHI

2001) Esta diminuiccedilatildeo de massa oacutessea total poderaacute ser ateacute dez vezes a diminuiccedilatildeo ocorrida

antes deste periacuteodo podendo chegar a 2 a 4 ao ano para o osso trabecular e de 1 para o

cortical (NHI 2001) A deficiecircncia de estrogecircnio aumenta o remodelamento oacutesseo e pode

agravar o desequiliacutebrio nas unidades de remodelamento com o aumento do tempo de vida dos

osteoclastos em detrimento dos osteoblastos (Fyhrie amp Schaffler 1994)

Na maioria dos casos a perda oacutessea eacute assintomaacutetica Quando sinais e sintomas da

osteoporose aparecem se relacionam com a ocorrecircncia de fraturas mais comumente na

porccedilatildeo distal do antebraccedilo (fratura de Colles) na coluna vertebral e no colo do fecircmur

(International Osteoporosis Foundation 2005) A maior incidecircncia de fraturas eacute observada

em mulheres brancas na poacutes menopausa (Pinheiro et al 2010a b)

Pinheiro et al (2010) analisaram 275 mulheres caucasoacuteides acima dos 50 anos e

acharam que 44 jaacute possuiacuteam algum tipo de fratura por osteoporose (Pinheiro et al 2010b)

A dor oacutessea eacute consequumlecircncia tanto das fraturas quanto das deformidades oacutesseas As fraturas

18

vertebrais satildeo as mais comuns poreacutem satildeo geralmente assintomaacuteticas e portanto menos

diagnosticadas Poreacutem podem causar dor perda de peso deformidade na coluna espinhal e

perda de estabilidade ao andar (International Osteoporosis Foundation 2005) Apenas 10

das fraturas de veacutertebras cursam com hospitalizaccedilatildeo mesmo que causem dor e diminuiccedilatildeo da

qualidade de vida Elas ocorrem entre os 50 e 60 anos de idade com maior frequecircncia

(International Osteoporosis Foundation 2005)

Jaacute as fraturas do fecircmur satildeo as mais letais devido a complicaccedilotildees poacutes-operatoacuterias As

principais causas de mortalidade satildeo as infecccedilotildees e tromboembolismo As fraturas de quadril

satildeo menos prevalentes do que as vertebrais poreacutem de maior gravidade devido agraves altas taxas

de morbimortalidade aleacutem do alto custo para a famiacutelia e para o sistema puacuteblico de sauacutede A

mortalidade apoacutes uma fratura de quadril eacute de cerca de 20- 24 no ano seguinte a fratura

sendo acompanhada de periacuteodos de hospitalizaccedilatildeo prolongados (International Osteoporosis

Foundation 2005 Silveira et al 2005) Estimativas apontam que no ano de 2050 ocorreratildeo

aproximadamente 65 milhotildees de fratura de quadril em todo mundo (Cooper 1999) As

fraturas de punho satildeo as mais facilmente observadas por mulheres no climateacuterio chegando a

originar seis milhotildees de dias de restriccedilatildeo de trabalho por ano (International Osteoporosis

Foundation 2005)

Aleacutem do custo pessoal o impacto econocircmico gerado pela osteoporose eacute enorme

Atraveacutes do mundo eacute estimado que uma em cada trecircs mulheres acima dos 50 anos teraacute fraturas

por osteoporose Na Europa no ano 2000 foi estimada uma ocorrecircncia de 379 milhotildees de

fraturas por fragilidade oacutessea sendo que destas 890 mil eram de quadril (Tosteson et al

2008) Eacute sabido que apenas metade das pacientes que sobrevivem agrave fratura de quadril voltaraacute

a andar novamente mas dificilmente com a mesma agilidade que andava antes da fratura

Apesar de a osteoporose ser facilmente diagnosticada atraveacutes de exames e seu tratamento

19

poder ser instituiacutedo ainda eacute uma doenccedila muito subdiagnosticada e subtratada Eacute estimada na

comunidade europeacuteia que uma em cada trecircs fraturas de vertebrais recebe a atenccedilatildeo cliacutenica

que merece E uma pessoa com fratura de veacutertebra tem ateacute cinco vezes mais chance de

desenvolver nova fratura no ano seguinte fenocircmeno conhecido como fratura em cascata

(Lindsay et al 2001)

Tradicionalmente a osteoporose eacute reconhecida como uma doenccedila multifatorial sendo

70 desses fatores natildeo modificaacuteveis isto eacute definidos pela carga geneacutetica e 30

potencialmente modificaacuteveis e assim envolvidos com os aspectos ambientais Dessa forma

um uacutenico fator de risco natildeo eacute capaz de identificar indiviacuteduos com ou sem fratura Diferenccedilas

geneacuteticas raciais e antropomeacutetricas bem como da composiccedilatildeo corporal densidade oacutessea

dieta atividade fiacutesica e outros haacutebitos de vida contribuem para explicar as divergecircncias na

incidecircncia e na prevalecircncia de baixa densidade oacutessea e fraturas em diversos paiacuteses do mundo

(Pinheiro et al 2010b c) Os aspectos geneacuteticos desempenham importante influecircncia sobre a

aquisiccedilatildeo do pico de massa oacutessea e perda oacutessea relacionada agrave idade bem como na

determinaccedilatildeo das propriedades estruturais e geomeacutetricas do osso No entanto a associaccedilatildeo

entre diferentes polimorfismos gecircnicos e densidade oacutessea ou fraturas por osteoporose eacute

bastante controversa e varia em diferentes estudos inclusive no Brasil fato que pode ser

tomado como um provaacutevel reflexo das diferenccedilas de etnia e ambiental das populaccedilotildees

estudadas Da mesma forma os fatores ambientais natildeo permitem uniformizar e homogeneizar

o impacto de cada um deles em cada regiatildeo do planeta (Pinheiro et al 2010c)

Atualmente a densitometria oacutessea eacute o meacutetodo mais utilizado para avaliar a massa

oacutessea Eacute o padratildeo ouro para o diagnoacutestico de osteoporose A densidade mineral oacutessea (DMO)

eacute expressa em nuacutemero absolutos em gramas de mineral por centiacutemetro quadrado escaneado

ou ainda comparado com a DMO esperada para a idade e sexo da paciente (z escore) ou

20

comparado a DMO de adultos jovens normais do mesmo sexo (t-escore) A diferenccedila entre o

escore do paciente e o padratildeo eacute expressa em desvios padrotildees acima ou abaixo da meacutedia

(Castro et al 1999)

Segundo a Sociedade Brasileira de Densitometria Cliacutenica no consenso de 2008 satildeo

indicaccedilotildees para avaliaccedilatildeo da densidade mineral oacutessea (Brandatildeo et al 2009)

rdquoMulheres com idade gt a 65 anos e homens com idade gt a 70 anos

Mulheres acima de 40 anos na transiccedilatildeo menopausal (1-2) e homens acima de 50

anos de idade com fatores de risco

Adultos com antecedente de fratura por fragilidade condiccedilatildeo cliacutenica ou uso de

medicamentos associados agrave baixa massa oacutessea ou perda oacutessea

Indiviacuteduos para os quais satildeo consideradas intervenccedilotildees farmacoloacutegicas para

osteoporose

Indiviacuteduos em tratamento para osteoporose para monitoramento de sua eficaacutecia

Indiviacuteduos que natildeo estejam sob tratamento poreacutem nos quais a identificaccedilatildeo de perda

de massa oacutessea possa determinar a indicaccedilatildeo do tratamento

Mulheres interrompendo terapia hormonal (TH)rdquo

Arq Bras Endocrinol Metab 2009 531 pag108

A proacutepria definiccedilatildeo de osteoporose pela Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede reunida em

Hong Kong em 1994 estabeleceu criteacuterios diagnoacutesticos baseados em valores obtidos pela

densitometria oacutessea classificando como osteopecircnicas aquelas mulheres que apresentarem-se

entre 1 e 25 desvios-padratildeo (DP) abaixo da meacutedia para adultas jovens e de osteoporoacuteticas as

que se encontrarem com mais de 25 DP abaixo da meacutedia para adultas jovens (Castro et al

1999 WHO 1999)

A densitometria oacutessea apresenta como desvantagens no entanto o fato de utilizar uma

fonte de radiaccedilatildeo ionizante e possuir um elevado custo que limita seu uso em estudos

populacionais principalmente em nosso paiacutes onde os recursos destinados agrave sauacutede da

populaccedilatildeo mais carente satildeo miacutenimos Sempre tentando diminuir o impacto dos gastos com

21

sauacutede eacute estimulada a busca por meacutetodos natildeo poluentes e mais baratos mas que tragam as

mesmas informaccedilotildees que os meacutetodos jaacute estabelecidos Em funccedilatildeo disto a USO vem sendo

avaliada e alguns resultados promissores tecircm sido apresentados (Castro et al 1999) Baseia-se

na modificaccedilatildeo das caracteriacutesticas de ultrassom transmitido atraveacutes de ossos de localizaccedilatildeo

mais superficiais como no calcacircneo tiacutebia falanges ou patela Os sistemas atuais se

constituem de dois transdutores sendo um transmissor e outro receptor posicionados em

locais diferentes do osso a ser estudado Os aparelhos existentes entre noacutes avaliam o

calcacircneo osso predominantemente trabecular atraveacutes das medidas de velocidade de

transmissatildeo do ultrassom (SOS em ms) e da atenuaccedilatildeo da frequumlecircncia do ultrassom (BUA em

dBMHz) (Kanis et al 2008) Novamente de acordo com a orientaccedilatildeo da Sociedade Brasileira

de Densitometria Cliacutenica de 2008 as recomendaccedilotildees para ultrassonometria oacutessea satildeo

(Brandatildeo et al 2009)

rdquoO uacutenico siacutetio validado para o uso cliacutenico da USO em osteoporose eacute o calcacircneo

Equipamentos de USO de calcacircneo validados satildeo capazes de estimar fratura por

fragilidade em mulheres na poacutes-menopausa e em homens com idade superior a 65 anos

independentemente da densidade mineral oacutessea medida em equipamentos de DMO

central

A correlaccedilatildeo entre os resultados obtidos por USO e DMO ccccccc entral eacute

moderada

USO do calcacircneo associada a fatores de risco cliacutenicos podem ser usados para

identificar populaccedilatildeo com baixa probabilidade de fratura na qual avaliaccedilatildeo adicional

natildeo seja mais necessaacuteria

Medidas de DMO central na coluna e no fecircmur constituem o meacutetodo de escolha para a

tomada de decisatildeo terapecircutica Entretanto se a DMO central natildeo for acessiacutevel o

tratamento farmacoloacutegico pode ser iniciado se a probabilidade de fratura avaliada pelo

USO do calcacircneo com pontos de corte especiacuteficos associados a fatores de risco

cliacutenicos for suficientemente alta

Equipamentos de USO natildeo satildeo clinicamente uacuteteis no monitoramento de efeitos

esqueleacuteticos dos medicamentos disponiacuteveis para o tratamento da osteoporoserdquo

Arq Bras Endocrinol Metab 2009 531 pag110

22

Em 2003 foi realizada uma dissertaccedilatildeo de mestrado (Oliveira et al 2007) sobre a

utilizaccedilatildeo do USO para estimar a prevalecircncia de risco aumentado de fraturas em uma

populaccedilatildeo de mulheres na poacutes menopausa residentes da Ilha de Paquetaacute Em trabalho

realizado por Oliveira e cols nesta instituiccedilatildeo Foi realizado um estudo transversal com

recrutamento de 385 mulheres residentes da Ilha Todas as mulheres responderam a

questionaacuterio previamente estruturado e foram submetidas a medidas antropomeacutetricas e a

USO As medidas de USO foram realizadas segundo o manual do fabricante A idade da

populaccedilatildeo estudada variou entre 42 e 95 anos Os resultados encontrados mostram que

5922 da amostra apresentava algum tipo de alteraccedilatildeo a USO com t score menor que -1

Esse grupo era composto por mulheres mais idosas com menor peso menor altura e menor

percentual de gordura quando comparado com o grupo com t score lt ndash 1 Foi encontrado que

1688 das pesquisadas possuiacuteam alto risco para fraturas com t score lt -25 E as mulheres

do grupo de alto risco tinham maior peso e IMC paracircmetros conhecidos como protetores

Embora divergente da literatura a autora atribui esses resultados a caracteriacutesticas das

mulheres mais idosas em um contexto social de baixa escolaridade e renda (Oliveira et al

2007)

23

5 Materiais e Meacutetodos

51 Populaccedilatildeo

A Ilha de Paquetaacute dista aproximadamente 15 km da Praccedila XV no Centro da Cidade

do Rio de Janeiro sendo a principal ilha do arquipeacutelago de Paquetaacute situada ao nordeste da

Baiacutea de Guanabara A populaccedilatildeo e frequecircncia da Ilha satildeo extremamente sazonais sendo

aproximadamente 2200 domiciacutelios (entre moradores e veranistas) Os moradores fixos

correspondem a 4500 pessoas em sua maioria de famiacutelias antigas na Ilha das quais 208

satildeo idosos ultrapassando ateacute mesmo a meacutedia nacional que eacute em torno de 12 (IBGE

2009a) Este iacutendice faz de Paquetaacute o erceiro bairro em nuacutemero de idosos no municiacutepio sendo

que sua populaccedilatildeo pode ser considerada envelhecida segundo os criteacuterios da Organizaccedilatildeo

Mundial da Sauacutede (OMS 2003) Embora a maioria da populaccedilatildeo seja branca existem 109

de negros 256 de pardos e 01 de iacutendios Cerca de 90 dos domiciacutelios possuem aacutegua

tratada e 9957 tratamento de esgoto As famiacutelias residentes nesta regiatildeo satildeo compostas em

meacutedia por trecircs pessoas com rendimento meacutedio per capita de 301 salaacuterios miacutenimos (IPEA

2000) e o transporte urbano eacute feito basicamente a peacute por bicicletas ou charretes puxadas por

ciclistas (IBGE 2009a)

52 Tipo de estudo

Foi realizado um estudo de coorte prospectivo na ilha de PaquetaacuteRJ no ano de 2011

Foram inicialmente alocadas todas as mulheres que participaram do estudo anterior

desenvolvido no ano de 2003 (Oliveira et al 2007)

24

53 Criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo

Os criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo foram os mesmos utilizados do estudo anterior

(Oliveira et al 2007) Sendo os criteacuterios de inclusatildeo as mulheres que estavam na menopausa

e que tinham residecircncia fixa na Ilha de Paquetaacute e os criteacuterios de exclusatildeo a historia pessoal

de doenccedilas que sabidamente afetam o metabolismo oacutesseo direta ou indiretamente (como

artrite reumatoacuteide luacutepus eritematoso sistecircmico hiperparatireoidismo osteogecircnese imperfeita)

e as neoplasias malignas exceto carcinoma basocelular de pele

54 Alocaccedilotildees de pacientes

A populaccedilatildeo elegiacutevel era constituiacuteda pelas 385 mulheres alocadas no estudo inicial

(Oliveira et al 2007) No trabalho de Oliveira et al (2007) foi realizado um estudo transversal

com recrutamento por auto-seleccedilatildeo ou demanda espontacircnea no ano de 2003 na Ilha de

Paquetaacute Rio de Janeiro Brasil Foram estudadas 385 mulheres na poacutes-menopausa

(diagnoacutestico cliacutenico) residentes no local apoacutes a aplicaccedilatildeo dos criteacuterios de exclusatildeo

(existecircncia de pino metaacutelico ou edema com cacifo em ambos os peacutes ou impossibilitadas de

posicionar os peacutes no aparelho de ultra-sonometria oacutessea) Todas as mulheres responderam na

eacutepoca a um questionaacuterio e foram submetidas a medidas antropomeacutetricas e agrave USO

No presente estudo considerando uma significacircncia de 95 e um poder de 80 uma

prevalecircncia de 15 de fraturas na populaccedilatildeo de risco (Clark et al 2009) o tamanho amostral

previsto foi de 130 mulheres Poreacutem devido agraves perdas o tamanho amostral final foi de 86

pacientes

Atraveacutes do banco de dados jaacute existente todas as pacientes foram re-contactadas As

mulheres foram localizadas atraveacutes de telefonemas e comparecimento no hospital local onde

25

eacute realizado a atenccedilatildeo baacutesica de sauacutede Foram realizados pelo menos 2 telefonemas com

intervalo de 1 semana entre eles Como ldquoperdasrdquo foram consideradas as pacientes natildeo

encontradas apoacutes os dois telefonemas (035 dos telefones estavam errados e 049 das

pacientes tinham telefone quebrado ou ocupado) pacientes que natildeo quiseram ou natildeo

puderam responder ao questionaacuterio (008) e pacientes falecidas (006)

As pacientes selecionadas foram submetidas a um questionaacuterio de avaliaccedilatildeo de fatores

relacionados agrave fragilidade oacutessea conhecido como European Vertebral Osteoporosis Study

(EVOS) jaacute validado previamente para o portuguecircs (OrsquoNeill et al 1996) e jaacute utilizados em

importantes estudos (Pinheiro et al 2006 Clark et al 2009) O questionaacuterio EVOS eacute

composto por dados soacutecio-demograacuteficos (idade estado civil escolaridade cor renda familiar

e nuacutemero de dependentes desta haacutebitos de vida) e histoacuteria reprodutiva pessoal sumaacuteria

(idade da menarca idade da menopausa tipo de menopausa) Os dados antropomeacutetricos

foram aferidos segundo criteacuterios adotados internacionalmente com medidas de peso e altura

observando intervalos de 01kg e 001m respectivamente

A definiccedilatildeo de fratura por fragilidade oacutessea foi a mesma utilizada por Pinheiro et al

(2010a) como aquela resultante de uma queda da proacutepria altura ou trauma menos intenso em

indiviacuteduos com 50 anos ou mais em siacutetios esqueleacuteticos especiacuteficos antebraccedilo fecircmur

costelas veacutertebras e uacutemero E a documentaccedilatildeo de fraturas foi realizada atraveacutes de relato da

paciente (fratura referida) As fraturas traumaacuteticas (apoacutes acidente automobiliacutestico ou outras

condiccedilotildees sob forte impacto) ou as de baixo impacto natildeo relacionadas agrave osteoporose (como

por exemplo as de face tornozelo metacarpo falanges) natildeo foram consideradas

O estudo obedeceu aos criteacuterios de eacutetica preconizados pela resoluccedilatildeo no 19696 do

Conselho Nacional de Sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede e foi aprovado previamente pelo Comitecirc

26

de Eacutetica em Pesquisa da FiocruzIFF e pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Prefeitura Todas

as mulheres assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido antes de qualquer

procedimento

55 Anaacutelise Estatiacutestica

Os dados foram registrados em planilha Excel e analisados pelo programa Statistical

Package for Social Sciences (SPSS) versatildeo 170 Para avaliar diferenccedilas entre os grupos as

variaacuteveis categoacutericas foram avaliadas pelo Qui-quadrado de Pearson ou o teste exato de

Fisher A relaccedilatildeo entre as variaacuteveis categoacutericas e ordinal e entre as variaacuteveis numeacutericas foi

avaliada pelo teste de Mann-Whitney que eacute um teste natildeo-parameacutetrico que equivale ao teste t

escolhido pelo tamanho da amostra A relaccedilatildeo entre as variaacuteveis numeacutericas foi avaliada pelo

coeficiente de Sperman que eacute uma estatiacutestica natildeo parameacutetrica utilizada para dados natildeo

normais eou amostra pequena Para todos os testes o niacutevel de significacircncia adotado foi de

5 A variaacutevel dependente foi a presenccedila de fratura (sim ou natildeo) e as variaacuteveis

independentes foram idade (em anos) resultado de USO (normal ou alterado) tempo de

menopausa (em anos) siacutetio de localizaccedilatildeo de fraturas IMC (abaixo do pesonormal

sobrepeso obeso) tabagismo (fumante ou natildeo fumante) atividade fiacutesica (leve

moderadapesada) frequecircncia diaacuteria de ingestatildeo de leite (em coposdia) e as variaacuteveis

binaacuterias como o histoacuterico familiar de fratura de quadril osteoporose uso de anticoncepcional

ausecircncia de menstruaccedilatildeo retirada de uacutetero ou ovaacuterios amamentaccedilatildeo paciente acamado e

etilismo O caacutelculo do risco relativo (RR) foi feito para avaliar a relaccedilatildeo entre o USO e a

presenccedila de fraturas Para isso foi considerado pacientes com USO normal aqueles com

resultados do T-score gt-11 e USO alterado aqueles com T-score lt-11 O niacutevel de atividade

fiacutesica foi classificado em atividade leve (trabalho burocraacutetico em escritoacuterio na maior parte

do tempo sentado) atividade moderada (trabalhos na maior parte do tempo em peacute como

27

vendedor e dona-de-casa) atividade pesada (enfermeira empregada domeacutestica) Oliveira et al

2010) Para caacutelculo aproximado da ingestatildeo alimentar diaacuteria de caacutelcio utilizou- se uma

adaptaccedilatildeo da Tabela Brasileira de Composiccedilatildeo de Alimentos 1 fatia queijo (90mg) 1 copo

de iogurte (1212mg) 1 copo leite (257mg) 1 bola se sorvete (135mg) E no final todos esses

alimentos foram convertidos em quantidade ingerida de copos de leite

28

6 Resultados Encontrados

61 Gerais

As caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas da populaccedilatildeo estudada estatildeo listadas na

tabela 1 A idade meacutedia das pacientes foi de 725 anos (DPplusmn 87) com a idade da menopausa

460 anos (DPplusmn 61) o tempo de menopausa 261 anos (DPplusmn 97) e o IMC de 264 (kgm2)

(DPplusmn 55) Essas caracteriacutesticas quando comparadas com o estudo anterior de 2003 (tabela

2) confirmam tratar-se da mesma populaccedilatildeo Apenas a idade e o tempo de menopausa

evidenciam ser a nossa populaccedilatildeo mais idosa Fator que se justifica pelo tempo ocorrido entre

os dois estudos

A incidecircncia de fratura por fragilidade oacutessea encontrada foi de 21 evidenciado no

graacutefico 1 Os principais siacutetios de fratura satildeo analisados na tabela 3 tendo como sitio principal

o antebraccedilo com 50 seguido pelo peacute com 192 e uacutemero 145 Jaacute na tabela 4 e no graacutefico

2 pode ser observado que a idade da populaccedilatildeo estudada variou entre 54 e 97 anos com meacutedia

de 72 anos com DP plusmn 90 No grupo de pacientes fraturadas 50 tinham entre 65 e 79 anos

sugerindo ser essa faixa etaacuteria mais susceptiacutevel as fraturas por fragilidade oacutessea

62 USO preacutevia X Fraturas

Foi verificado na tabela 5 a associaccedilatildeo entre o resultado da (USO) preacutevia e o desfecho

fraturas por fragilidade oacutessea De todas as pacientes que fizeram USO no estudo inicial 66

participaram deste estudo Das 50 pacientes que tiveram o USO alterado 22 tiveram

fraturas nesse periacuteodo E as pacientes com USO considerada normal 194 tiveram fraturas

por fragilidade oacutessea O RR= 113 (IC95 048 - 263) sugere que as mulheres que tiveram

29

USO alterado tem um risco de fraturar de 13 maior em relaccedilatildeo as pacientes com resultado

de USO considerado normal

63 Caracteriacutesticas cliacutenicas e comportamentais X Fratura

As pacientes foram analisadas quanto as variaacuteveis clinicas e comportamentais

Considerando a tabela 6 as pacientes que tiveram fraturas se mostraram com maior

sobrepeso ou obesas (722) com maior historia familiar de fratura de quadril (133) e

com maior diagnostico de osteoporose (471) do que as pacientes sem fraturas (p

valorgt005) Jaacute o uso de anticoncepcional ou o uso de reposiccedilatildeo hormonal natildeo se mostraram

ser relevantes para ocorrecircncia de fraturas nessa amostra E 235 das pacientes acamadas por

mais de dois meses sofreram alguma fratura com p valor lt005 Evidenciando associaccedilatildeo

entre a paciente ficar acamada por mais de dois meses e sofrer fratura por fragilidade oacutessea

Avaliando a tabela 7 foi notado que apenas 125 das pacientes que tiveram fratura eram

tabagistas e 167 eram etilistas natildeo se mostrando essas caracteriacutesticas como fatores de

risco A atividade fiacutesica moderadapesada ateacute 25 anos e acima de 50 anos apresentou

percentuais de 441 e 382 respectivamente Aleacutem disso entre 25 e 50 anos 444 das

pacientes com atividade fiacutesica moderadapesada tiveram fraturas e 441 das pacientes natildeo

tiveram fraturas para essa faixa etaacuteria (p valor gt005) Sendo assim natildeo houve associaccedilatildeo

entre a atividade fiacutesica e as fraturas Em relaccedilatildeo ao item ingestatildeo de leite apoacutes os 50 anos

456 das pacientes que natildeo tiveram fraturas ingeriam de 1 a 2 copos de leite por dia e

apenas 44 ingeriam mais de 3 copos de leite por dia No caso das pacientes que tiveram

fraturas apoacutes os 50 anos foi observado que 50 ingeriam de 1 a 2 copos de leite por dia e

167 ingeriam 3 copos ou mais de leite

30

64 Tempo de menopausa X Fratura

As pacientes foram avaliadas graacutefico 3 para verificar a associaccedilatildeo entre o tempo de

menopausa e o desfecho das fraturas A mediana do tempo de menopausa encontrado em

ambos os grupos foi de 262 com DP de plusmn98 Metade das pacientes que tiveram fraturas tem

entre 193 e 293 anos de menopausa com DP de plusmn72 A correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade

tempo de menopausa e IMC foi observado na tabela 8 onde evidenciada uma associaccedilatildeo

positiva entre a idade e o tempo de menopausa nos grupos de pacientes com e sem fraturas

Assim como foi verificado uma associaccedilatildeo negativa de quanto maior a idade e o tempo de

menopausa menor o IMC

31

Graacutefico 1

Graacutefico 2

32

Graacutefico 3

33

Tabela 1- Caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas das

mulheres poacutes menopausa (n=86)

Caracteriacutesticas Meacutedia plusmn desvio padratildeo

Idade (anos) 7255 plusmn 897

Idade da

menarca (anos) 1324 plusmn 184

Idade da

menopausa

(anos)

4608 plusmn 614

Tempo de

menopausa

(anos)

2618 plusmn976

Peso (kg)sect 6342 plusmn 1055

Altura (m)deg 155 plusmn 008

IMC (kgm2) 2643 plusmn 557

n=85 sectn=83 ordmn=82 n=81 n=80

Tabela 2-Caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas das

mulheres poacutes menopausa em 2003

Caracteriacutesticas Meacutedia plusmn desvio padratildeo

Idade (anos) 6463plusmn1270

Idade da

menarca (anos)

1304 plusmn 193

Idade da

menopausa

(anos)

4755 plusmn 601

Tempo de

menopausa

(anos)

1700 plusmn 1076

Peso (kg)sect 6533 plusmn 1270

Altura (m)deg 155 plusmn 006

IMC (kgm2) 2696 plusmn 477

34

Tabela 3 ndash Incidecircncia de fraturas em mulheres poacutes menopausa segundo a

localizaccedilatildeo de fratura 2003-2011

Tipo da fratura

n

Veacutertebra 1 38

Fecircmur 1 38

Costela 2 77

Antebraccedilo 13 500

Uacutemero 4 145

Peacute 5 192

Total 26 1000

Nota Algumas pacientes tiveram mais de uma fratura no periacuteodo

Tabela 4- Relaccedilatildeo entre idade e fratura nas mulheres na poacutes menopausa

Total

Fratura

Idade (anos) Natildeo Sim

N () n () n ()

54 a 64 anos 18 209 14 206 4 222

65 a 79 anos 48 558 39 574 9 500

80 a 97 anos 20 233 15 221 5 278

Total 86 1000 68 1000 18 1000

Meacutedia (DP) 725 (90) 713 (77) 729 (93)

Nota P-valor pelo teste de Mann-Whitney=0813

35

Tabela 5 - Incidecircncia de fratura em mulheres poacutes-menopausa segundo

resultado da USO 2003-2011

Resultado da

USO

Total

Fratura p-valor

Sim Natildeo

n n

()

IC95 n

()

Normal 36 7 194

89 -

3472

29 806

0496

Alterado 50 11 220

121 -

350

39 780

Total 86 18 209

133 -

305

68 791

Nota Risco relativo = 113 (IC95 048 - 263)

36

Tabela 6 ndash Caracteriacutesticas cliacutenicas de mulheres poacutes-menopausa segundo

fratura (n=86)

Fratura

Natildeo (n=68) Sim (n=18) Total

n ( ) n ( )

IMC

Abaixo do pesoNormal 24 (353) 5 (278) 28 0792

Sobrepeso 27 (397) 9 (500) 36

Obeso 17 (250) 4 (222) 21

Histoacuterico familiar de fratura de quadril

Natildeo 66 (985) 13 (867) 79 0085

Sim 1 (15) 2 (133) 3

Osteoporose

Natildeo 44 (800) 9 (529) 53 0055

Sim 11 (200) 8 (471) 19

Uso de anticoncepcional

Natildeo 32 (485) 10 (556) 42 0791

Sim 34 (515) 8 (444) 42

Ausecircncia de mentruaccedilatildeo

Natildeo 60 (909) 16 (941) 76 1000

Sim 6 (91) 1 (59) 7

Retirou o uacutetero

Natildeo 46 (687) 9 (500) 55 0170

Sim 21 (313) 9 (500) 30

Retirou os ovaacuterios

Natildeo 53 (815) 11 (647) 64 0187

Sim 12 (185) 6 (353) 18

Reposiccedilatildeo hormonal

Natildeo 51 (761) 13 (722) 64 0763

Sim 16 (239) 5 (278) 21

Amamentou

Natildeo 14 (206) 4 (222) 18 1000

Sim 54 (794) 14 (778) 68

Acamado por mais de dois meses

Natildeo 63 (940) 13 (765) 76 0049

Sim 4 (60) 4 (235) 8

Caracteriacutesticas clinicas

p-valor do

teste exato

de Fisher

37

Tabela 7 - Caracteriacutesticas comportamentais de mulheres poacutes-menopausa segundo

fratura (n=86)

Fratura

Natildeo (n=68) Sim (n=18) Total

n ( ) n ( )

Tabagismo

Natildeo fumante 47 (758) 14 (875) 61 0499

FumanteEx-fumante 15 (242) 2 (125) 17

Etilismo no uacuteltimo ano

Natildeo 48 (706) 15 (833) 63 0376

Sim 20 (294) 3 (167) 23

Atividade fiacutesica ateacute os 25 anos

Leve 38 (559) 11 (611) 49 0792

ModeradaPesada 30 (441) 7 (389) 37

Atividade fiacutesica entre os 25 e 50 anos

Leve 38 (559) 10 (556) 48 1000

ModeradaPesada 30 (441) 8 (444) 38

Atividade fiacutesica acima dos 50 anos

Leve 42 (618) 12 (667) 54 0789

ModeradaPesada 26 (382) 6 (333) 32

Frequecircncia diaacuteria de leite ateacute 25 anos

Nenhummenos 1 copodia 34 (500) 8 (444) 42 0910

1 a 2 coposdia 31 (456) 9 (500) 40

3 coposdia ou mais 3 (44) 1 (56) 4

Frequecircncia diaacuteria de leite apoacutes 50 anos

Nenhummenos 1 copodia 34 (500) 6 (333) 40 0103

1 a 2 coposdia 31 (456) 9 (500) 40

3 coposdia ou mais 3 (44) 3 (167) 6

Caracteriacutesticas

comportamentais

p-valor do

teste exato

de Fisher

Tabela 8- Coeficientes de correlaccedilatildeo de Spearman (rs) entre idade IMC e tempo de

menopausa em mulheres poacutes-menopausa

Variaacuteveis

IMC IdadeTempo de

menopausa

r s 1 -0144 -0151

p-valor 0569 0550

r s -0227 1 0736

p-valor 0074 lt0001

r s -0295 0761 1

p-valor 0020 lt0001

Variaacuteveis

IMC

Idade

Tempo de menopausa

Nota o triacircngulo superior direito (parte hachurada) se refere agraves correlaccedilotildees para as mulheres com

fratura e o inferior esquerdo (parte natildeo hachurada) agraves mulheres sem fratura

38

7 Discussatildeo

No Brasil os principais fatores cliacutenicos de risco para fraturas por fragilidade oacutessea

eram extrapolados a partir de estudos internacionais O estudo vem acrescentar informaccedilotildees

para se conhecer os fatores relacionados agrave essas fraturas Nossos resultados revelam que a

idade avanccedilada a historia familiar de fratura de quadril o diagnoacutestico de osteoporose e

tambeacutem o paciente ficar acamado por mais de 2 meses foram considerados fatores de risco

para fraturas por fragilidade oacutessea

Esse estudo mostrou concordacircncia com a Johnell amp Kanis (2006) onde o principal

siacutetio mundial de fratura por fragilidade oacutessea nas mulheres apoacutes a menopausa foi o antebraccedilo

Segundo o estudo Latin American Vertebral Osteoporosis Study (LAVOS) (Clark et al

2009) a fratura vertebral eacute a mais prevalente da ameacuterica latina com uma prevalecircncia de

142 diferente do nosso estudo onde a coluna vertebral e o colo do fecircmur aparecem

juntos em uacuteltimo lugar na lista de incidecircncia dos siacutetios de fratura Isso pode ser atribuiacutedo

devido a diferenccedila nos criteacuterios de definiccedilatildeo de fraturas pois no LAVOS optou-se pela

medida radiograacutefica do local de fraturas enquanto no nosso estudo as fraturas foram referidas

pelas pacientes

Os consensos sobre osteoporose tecircm propostos algoritmos para identificar indiviacuteduos

de alto risco para fraturas (Kanis et al 2008 WHO 1999) Para tanto a associaccedilatildeo de fatores

de risco para fraturas com a medida da USO eacute de suma importacircncia embora sejam poucas as

pacientes que tecircm oportunidade de realizar esse exame (Oliveira et al 2007) Assim o

presente trabalho mostrou um risco para fraturas por fragilidade oacutessea 13 maior nas

pacientes com resultado de USO alterada em relaccedilatildeo as pacientes que tiveram resultados de

39

USO normais vindo de encontro aos resultados encontrados por Oliveira et al (2007)

Corroborando o USO como um meacutetodo confiaacutevel para a prediccedilatildeo de fraturas

E semelhante a Pinheiro et al (2010a) o presente estudo revelou que os principais

fatores de risco para fraturas por fragilidade oacutessea satildeo a idade avanccedilada a historia familiar de

fratura de quadril e a presenccedila de osteoporose Isso pode ser atribuiacutedo ao fato de que no

estudo de Pinheiro et al (2010a) assim como no nosso estudo a populaccedilatildeo ser

predominantemente de mulheres acima dos 65 anos e viverem em aacuterea urbana tendo haacutebitos

de vida parecidos

O achado em nosso estudo que apresentou significacircncia estatiacutestica refere-se ao fator

de risco ldquopaciente acamado por mais de dois mesesrdquo como disposto na literatura (Pinheiro et

al 2010b Demir et al 2008) O que acontece eacute que com o paciente acamado por tempo

prolongado um maior remodelamento oacutesseo eacute observado Os osteoclastos responsaacuteveis pela

absorccedilatildeo oacutessea sobrepotildee os osteoblastos predispondo as fraturas por fragilidade oacutessea

(Fyhrie amp Schaffler 1994) Assim observou-se no estudo que 235 das pacientes

acamadas por mais de dois meses sofreram alguma fratura por fragilidade oacutessea com p valor

lt005 Isso reafirma a associaccedilatildeo entre a paciente ficar acamada por mais de dois meses e

sofrer fratura por fragilidade oacutessea Por outro lado o exerciacutecio fiacutesico que estaacute sabidamente

relacionado ao aumento da resistecircncia muscular do equiliacutebrio e da flexibilidade contribuindo

para a reduccedilatildeo da perda oacutessea e melhora da sauacutede em geral (Chan 2003) natildeo se mostrou

como fator de proteccedilatildeo neste estudo Provavelmente devido ao baixo percentual encontrado

de pacientes que praticavam atividade fiacutesica moderada ou pesada

O elevado IMC e a terapia de reposiccedilatildeo hormonal natildeo desempenharam papel protetor

na nossa populaccedilatildeo como seria o esperado por estudos anteriores (Pinheiro et al 2010c

40

Buttros et al 2011) Ao contrario o sobrepeso e obesidade foram considerados fatores de

risco Isso pode ser atribuiacutedo ao IMC meacutedio dessa populaccedilatildeo ser 264 (kgm2) (DPplusmn 55)

limiacutetrofe para sobrepeso Embora esse dado demonstre contrariedade com a literatura que

estabelece relaccedilatildeo inversa entre obesidade e fraturas por fragilidade oacutessea em nosso estudo

ter maior peso e IMC natildeo seriam fatores de risco para fraturas e sim caracteriacutesticas das

mulheres mais idosas em um contexto social de baixa escolaridade e renda Esse fato eacute

confirmado pelos resultados da Pesquisa Nacional sobre Sauacutede e Nutriccedilatildeo ( Batista F et al

2003) que demonstraram caraacuteter ascendente da obesidade nos estratos de mulheres com baixa

renda residentes na regiatildeo Sudeste

Aleacutem disso haacutebitos de vida como tabagismo e etilismo sabidamente relacionados agrave

maior risco para fraturas por fragilidade oacutessea (Pinheiro et al 2010) tambeacutem natildeo se

mostraram estar associados nesse estudo

A necessidade de caacutelcio do ser humano varia ao longo da vida e uma ingestatildeo

adequada para mulheres acima de 50 anos eacute de 1200 mg pois com a idade o corpo

naturalmente perde um pouco da capacidade de absorccedilatildeo de minerais (Nuacutecleo de Estudos e

Pesquisas em Alimentaccedilatildeo 2006) O fato de apenas 44 das mulheres que natildeo tiveram

fraturas e 167 das mulheres que tiveram fraturas ter referido consumo superior a

900mgdia (3 ou mais copos) foi fator de surpresa principalmente levando-se em conta o PIB

per capita da cidade superior ao da maioria dos municiacutepios brasileiros (IPEA 2000)

Assim como em estudos preacutevios (Pinheiro et al 2010c NHI 2001 Demir et al

2008) nossos dados tambeacutem demonstraram o hipoestrogenismo como importante fator de

risco para fraturas por fragilidade oacutessea jaacute que as pacientes com fratura tecircm entre 19 e 29

anos de menopausa Em recente estudo Demir et al (2008) estudaram 2769 mulheres na

41

poacutes-menopausa correlacionando a ocorrecircncia de osteoporose com o tempo de menopausa

Demonstraram que 106 das pacientes com ateacute trecircs anos de poacutes-menopausa tinham

osteoporose contra 329 das pacientes com sete anos ou mais Acredita-se que a deficiecircncia

estrogecircnica seja responsaacutevel por dois terccedilos da perda de massa oacutessea levando

consequentemente agraves fraturas por fragilidade oacutessea assim como observado (Position

statement of the North American Menopause Society 2010)

Os dados deste estudo podem ser limitados pois apesar de tratar-se de uma coorte as

participantes reportaram dados referentes a estilo de vida dieta antecedentes familiares e

pessoais o que pode ter ocasionado algum vieacutes recordatoacuterio Outra limitaccedilatildeo eacute que como

avaliado por Oliveira et al (2007) esta populaccedilatildeo apresenta a maior parte das mulheres com

baixo niacutevel socioeconocircmico e escolaridade sem acesso agrave adequada educaccedilatildeo nutricional e agrave

atividade fiacutesica orientada Por outro lado resultados encontrados sem significacircncia estatiacutestica

podem ter sido ocasionados pelo tamanho amostral reduzido devido a dificuldade de

rastreamento da populaccedilatildeo uma vez que a unidade de sauacutede natildeo atualizou o endereccedilo e

telefone das mulheres eleitas para o estudo Talvez se tivesse sido realizado contato anual

com essas mulheres natildeo teriacuteamos perdido o seguimento delas

42

8 Conclusatildeo

Devido agrave sua alta prevalecircncia e associaccedilatildeo com mortalidade e incapacidade a fratura

devido agrave fragilidade oacutessea deve ser considerada um problema de sauacutede puacuteblica no Brasil

Apesar das limitaccedilotildees o presente estudo foi realizado de forma prospectiva em mulheres

brasileiras na poacutes-menopausa devendo os seus resultados serem levados em consideraccedilatildeo

para a formulaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas de sauacutede para a prevenccedilatildeo e estrateacutegias de tratamento

para as fraturas Os fatores de risco encontrados como a idade avanccedilada a histoacuteria familiar

de fratura de quadril e a presenccedila de osteoporose devem ser acompanhados e combatidos para

tentar-se diminuir o risco para as fraturas Assim como o USO mostrou ser um meacutetodo

confiaacutevel para avaliar o risco para fraturas podendo ser implementado em maior escala do

que a atual Entatildeo acreditamos que novos estudos prospectivos com uma amostra mais

representativa devam ser realizados para se confirmar os fatores associados a fraturas por

fragilidade oacutessea na populaccedilatildeo brasileira para cada vez mais conhecermos o perfil da nossa

populaccedilatildeo e termos subsiacutedios para combater esse agravo

43

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48

10 Anexo 1 - Instrumento de coleta - EVOS (EUROPEAN VERTEBRAL

OSTEOPOROSIS STUDY)

Data _________

Nome________________________________________________________

Endereco_____________________________________________________

Fone _____________ Data de nascimento _________ RG

1- Dados antropomeacutetricos

Peso (Kg) Altura (m) IMC

2- Dados Ginecoloacutegicos

Idade da primeira menstruacao anos

Vocecirc jaacute usou piacutelula anticoncepcional por mais de 3 meses

sim natildeo natildeo sei

Vocecirc jaacute ficou algum periacuteodo em sua vida sem menstruar antes da menopausa (exceto se

gravidez) sim natildeo natildeo sei

Idade da ultima menstruaccedilatildeo anos

Numero de filhos

Vocecirc fez cirurgia para retirar o uacutetero sim com Idade ____ (anos)

natildeo natildeo sei

E para retirar os ovaacuterios (um ou os dois) sim idade ___ (anos)

natildeo natildeo sei

Vocecirc fez reposiccedilatildeo hormonal apos a menopausa sim natildeo natildeo sei

Se sim quando iniciado o periacuteodo foi superior a 1 ano sim natildeo natildeo sei

49

Vocecirc notou os seguintes sintomas na menopausa

calores sim natildeo natildeo sei

depressatildeo sim natildeo natildeo sei

insocircnia sim natildeo natildeo sei

outros sim natildeo natildeo sei

Vocecirc amamentou sim natildeo natildeo sei

Se sim quantas crianccedilas vocecirc amamentou por mais que 3 meses

3- Dados familiares

Em sua famiacutelia (pai matildee irmatildeos) existe historia de fratura de quadril apos os 50 anos de

idade sim natildeo natildeo sei

4- Histoacuteria de fratura

Vocecirc jaacute teve alguma fratura sim natildeo natildeo sei

Se sim em qual sitio esqueleacutetico com que idade e qual foi o tipo de trauma

Sitio Numero Idade (anos) Niacutevel do trauma

Vertebra

Fecircmur (colo trocanter)

Costela

Antebraccedilo

Uacutemero

Pe

Outras

Vocecirc sabe que tem osteoporose sim tenho natildeo natildeo tenho natildeo sei

5- Aacutelcool

Com que frequecircncia vocecirc bebeu no ultimo ano

Diariamente 5-6 dsem 3-4 dsem

50

1 -2 dsem lt 1 dsem nunca

Tipo de bebida destilados (uiacutesque cachaccedila vodka)

fermentados (cerveja vinho)

6- Imobilizaccedilatildeo

Vocecirc jaacute ficou acamado por um periacuteodo superior a 2 meses

sim natildeo natildeo sei

Se sim foi antes ou apos os 25 anos de idade

ano passado nunca

7- Fumo

Vocecirc fumou cigarro ou usou outras formas de fumo (cachimbo ou charuto)

atualmente no passado nunca

Com que idade iniciou anos

Se parou com que idade anos

Numero de cigarrosdia

8- Atividade Fiacutesica

Quantas tempo costuma passar diariamente ao ar livre caminhando ou andando de bicicleta

nenhuma a 1 h superior a 1 h

Qual a sua atividade fiacutesica durante diferentes periacuteodos de sua vida adulta

Ate os 25 anos 25 a 50 anos acima 50 anos

Niacutevel 1 (leve) 2 (moderada) 3 (pesada) 4

(muito pesada)

9- Impacto

Como vocecirc descreveria sua sauacutede geral neste momento

muito boa boa satisfatoacuteria regular ruim

10- Interrogatoacuterio sobre drogas

51

Vocecirc jaacute usou alguma medicaccedilatildeo oral ou injetaacutevel contendo corticosteroides por mais de 3

meses sim natildeo natildeo sei

Vocecirc jaacute usou alguma desses remeacutedios

Droga sim natildeo sei tempo

(meses)

parou ha quanto tempo

Hormocircnios

masculinos

Hormocircnios

femininos

Calcitonina

Fluacuteor

Caacutelcio

Vitamina D

Anabolizantes

Diureacuteticos

tiazidicos

11- Ingestatildeo de caacutelcio

Com que frequecircncia vocecirc comeu produtos derivados do leite na semana passada

(diassemana)

queijo amarelo queijo branco iogurte leite sorvete

Para os periacuteodos indicados abaixo com que frequecircncia vocecirc recebeu leite

ate 25 anos 25 a 50 anos Acima de 50 anos

Todas as refeiccedilotildees (3 ou + coposdia)

1-2 coposdia

52

Toda semana mas natildeo todo dia

lt 1 vezsemana

53

11 Anexo 2 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Projeto de Pesquisa Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade

oacutessea em mulheres na menopausa

Pesquisador responsaacutevel Dra Lizanka Paola F Marinheiro

Instituiccedilatildeo responsaacutevel Instituto Fernandes Figueira

Vocecirc estaacute sendo convidado a participar do projeto de pesquisa intitulado

Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea em mulheres na

menopausa por que vocecirc participou do estudo anterior realizado haacute 7 anos sobre a

osteoporose e suas consequumlecircncias

54

A osteoporose e uma doenccedila que se caracteriza pela diminuiccedilatildeo da resistecircncia do osso

tornando-o mais fraacutegil Essa fragilidade aumenta o risco da pessoa que tem osteoporose de ter

fraturas mesmo com atividades comuns como tossir ou espirrar

Com isso esse trabalho deseja avaliar a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea na

populaccedilatildeo de mulheres na poacutes menopausa residente da Ilha de Paquetaacute apoacutes 7 anos de

seguimento do uacuteltimo estudo transversal

Vocecirc natildeo eacute obrigada a participar Mas se quiser vocecirc teraacute que responder a um

questionaacuterio Para participar vocecirc natildeo teraacute que pagar nada O resultado seraacute fornecido apenas

a vocecirc ningueacutem mais saberaacute Suas duvidas seratildeo esclarecidas e vocecirc devera continuar

acompanhamento com seu meacutedico assistente Se vocecirc natildeo quiser participar natildeo seraacute

submetida a nenhum constrangimento fiacutesico ou moral e seu atendimento no posto de sauacutede

natildeo seraacute prejudicado A participante poderaacute se retirar do estudo a qualquer momento que

julgar necessaacuterio sem prejuiacutezo para a mesma O resultado de toda a pesquisa seraacute divulgada e

atraveacutes de artigos cientiacuteficos em revistas encontros congressos ou similares sem a

divulgaccedilatildeo dos nomes de quem participou de forma sigilosa

Sua participaccedilatildeo no estudo natildeo implicaraacute em custos adicionais O (A) Sr (a) natildeo teraacute

qualquer despesa com a realizaccedilatildeo dos procedimentos previstos neste estudo que seratildeo

custeados pelo pesquisador responsaacutevel Tambeacutem natildeo haveraacute nenhuma forma de pagamento

pela sua participaccedilatildeo

Caso surja alguma duacutevida quanto agrave eacutetica do estudo o (a) Sr(a) deveraacute se reportar ao

Comitecirc de Eacutetica em Pesquisas envolvendo seres humanos ndash subordinado ao Conselho

Nacional de Eacutetica em Pesquisa oacutergatildeo do Ministeacuterio da Sauacutede atraveacutes de solicitaccedilatildeo ao

representante de pesquisa que estaraacute sob contato permanente ou contactando o Comitecirc de

Eacutetica em Pesquisa desta instituiccedilatildeo no telefone (21) 3971-1590 Eacute assegurado o completo

55

sigilo de sua identidade quanto a sua participaccedilatildeo neste estudo incluindo a eventualidade da

apresentaccedilatildeo dos resultados deste estudo em congressos e perioacutedicos cientiacuteficos

Eu________________________________________________________________________

residente do endereccedilo__________________________ fui informada dos objetivos e da

justificativa deste trabalho de forma clara e detalhada pela Dra Adriana de Mattos V da

Costa Recebi informaccedilotildees especificas sobre cada procedimento no qual estarei envolvida

dos desconfortos e riscos previstos tanto quanto dos benefiacutecios esperados Todas as minhas

duvidas foram respondidas com clareza e sei que poderei solicitar novos esclarecimentos a

qualquer momento Aleacutem disso sei que novas informaccedilotildees obtidas durante o estudo me seratildeo

fornecidas e que terei liberdade de retirar meu consentimento de participaccedilatildeo face a estas

informaccedilotildees sem prejuiacutezo para mim Aleacutem disto me foi entregue uma coacutepia da folha de

informaccedilotildees para os participantes a qual li compreendi e me deu plena liberdade para decidir

acerca da minha espontacircnea participaccedilatildeo nesta pesquisa Minha identidade jamais seraacute

publicada Os dados colhidos poderatildeo ser examinados por pessoas envolvidas no estudo com

autorizaccedilatildeo delegada do investigador e por pessoas delegadas pelo patrocinador Estou

recebendo uma coacutepia assinada deste Termo

Os pesquisadores responsaacuteveis pelo Projeto satildeo a Dra Lizanka Paola F Marinheiro e

sua aluna a Dra Adriana de Mattos Viveiros da Costa

56

Participante

Nome _________________________________

Assinatura________________________________

Data_________________________________________

Investigador

Nome____________________________________

Assinatura________________________________

Data_______________________________________

Pesquisadora

Nome______________________________________

Assinatura___________________________________

Data__________________________________________

Dra Lizanka Paola F Marinheiro

lizankaglobocom

tel 25541700

Dra Adriana de Mattos Vda Costa

adrianamattosmedyahoocombr

tel 87273315

Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa

Rua Afonso Cavalcanti 455 sala 710 ndash Cidade Nova -

Telefone 3971-1463

9

1 Introduccedilatildeo

Nota-se nas uacuteltimas deacutecadas o aumento da expectativa de vida das mulheres que

atingem a fase do climateacuterio ainda ativa econocircmica e socialmente desejando uma melhor

qualidade de vida Segundo a definiccedilatildeo proposta pela Sociedade Internacional da Menopausa

no 1deg Congresso Mundial de Climateacuterio em 1976 climateacuterio eacute o periacuteodo de transiccedilatildeo entre a

vida reprodutiva e a senilidade A menopausa seria a uacuteltima menstruaccedilatildeo natural Ela

geralmente ocorre por volta dos 50 anos e soacute pode ser reconhecida apoacutes os doze meses de

amenorreia (Speroff et al 1989)

Este periacuteodo eacute marcado por um estado de hipoestrogenismo com um impacto

negativo na vida das mulheres Todavia a multiplicidade de manifestaccedilotildees inclui distuacuterbios

fiacutesicos psicoloacutegicos e metaboacutelicos (De Lorenzi et al 2005) Dentre as doenccedilas crocircnicas que

atingem a mulher climateacuterica a osteoporose aparece como uma das patologias de maior

incidecircncia (Vianna 2001)

Quando sintomas da osteoporose aparecem se relacionam com a ocorrecircncia de

fraturas mais comumente na porccedilatildeo distal do antebraccedilo na coluna vertebral e no colo do

fecircmur (International Osteoporosis Foundation 2005) A maior incidecircncia de fraturas eacute

observada em mulheres brancas na poacutes-menopausa (Pinheiro et al 2010a b) e os fatores

associados agraves fraturas alguns jaacute satildeo bem conhecidos e outros ainda precisam ser descobertos

Assim a fratura por fragilidade oacutessea eacute definida como aquela resultante de uma queda da

proacutepria altura ou trauma menos intenso em indiviacuteduos com 50 anos ou mais em siacutetios

esqueleacuteticos especiacuteficos antebraccedilo fecircmur costelas veacutertebras e uacutemero (Pinheiro et al

2010a)

10

Segundo o IBGE (IBGE 2009a) a expectativa de vida no Brasil eacute de 72 anos e soacute no

ano 2000 jaacute havia 24 milhotildees de mulheres com mais de 40 anos Ou seja predominantemente

na fase de deficiecircncia estrogecircnica e com risco aumentado de osteoporose A principal e mais

temida complicaccedilatildeo da osteoporose eacute a fratura oacutessea Entatildeo a adoccedilatildeo de meacutetodos praacuteticos e

de baixo custo para o rastreamento da populaccedilatildeo de risco para fraturas propiciaria a

quantificaccedilatildeo do problema e o planejamento de intervenccedilotildees precoces que impedissem ou

retardassem a ocorrecircncia deste agravo (Oliveira et AL 2007) Logo o conhecimento da

epidemiologia local de fraturas por fragilidade oacutessea eacute essencial para embasar este

rastreamento

Sendo assim esse estudo procurou avaliar a incidecircncia de fraturas por fragilidade

oacutessea na populaccedilatildeo de mulheres na poacutes-menopausa residente da Ilha de Paquetaacute apoacutes sete

anos de seguimento

11

2 Justificativa

No Brasil com o envelhecimento populacional e consequumlente aumento no nuacutemero de

idosas medidas devem der tomadas para se cuidar da mulher em sua fase climateacuterica eacutepoca

que ela chega a viver um terccedilo ou mais apoacutes o fim do periacuteodo reprodutivo Essa transiccedilatildeo

epidemioloacutegica tem trazido grandes desafios ao Estado Haacute a substituiccedilatildeo entre as primeiras

causas de morte das doenccedilas transmissiacuteveis pelas crocircnicas degenerativas e causas externas

entre elas a osteoporose (IBGE 2009b)

Vaacuterios fatores estatildeo relacionados agrave causa da osteoporose como a etnia a nutriccedilatildeo os

exerciacutecios fiacutesicos os dados antropomeacutetricos o alcoolismo o tabagismo e a vida reprodutiva

da mulher Por isso eacute necessaacuterio que se tenha cada vez mais estudos atuais e com populaccedilotildees

brasileiras para que os fatores de risco que fazem a diferenccedila para fraturas por fragilidade

sejam descobertos (Pinheiro et al 2010b c)

Em 2003 segundo as informaccedilotildees da Pesquisa Nacional por Amostras de Domiciacutelios

(PNAD) a populaccedilatildeo de 60 anos ou mais era por volta de 17 milhotildees de pessoas

representando cerca de 10 da populaccedilatildeo total do Paiacutes (IBGE 2009a) As diferenccedilas de sexo

satildeo importantes para descrever as pessoas idosas e da mesma forma como tem ocorrido em

todo o mundo o nuacutemero de mulheres idosas no Brasil eacute maior do que o de homens as

informaccedilotildees da PNAD mostraram que em 2003 essa proporccedilatildeo era de 559 e 441

respectivamente (IBGE 2009a)

Tambeacutem foi observado que a expectativa de vida a partir dos 60 anos aumentou no

periacuteodo de 1999 a 2003 em todas as faixas de idade tanto para homens quanto para

mulheres entretanto a expectativa de vida das mulheres excede a dos homens e este fato

explica em parte a maior proporccedilatildeo de mulheres idosas em relaccedilatildeo aos homens Em 2006

12

no Paiacutes como um todo a expectativa de vida das pessoas de 60 anos era de 193 anos para os

homens e de 224 anos para as mulheres Notando as mudanccedilas nas caracteriacutesticas da

populaccedilatildeo o Ministeacuterio da Sauacutede iniciou accedilotildees voltadas agraves mulheres no periacuteodo climateacuterico

entre elas a Poliacutetica de Assistecircncia Integral aacute Sauacutede da Mulher (PNAISM 2004)

Os estudos confirmam que diferenccedilas de sexo e idade na percepccedilatildeo da sauacutede satildeo

importantes determinantes do comportamento em relaccedilatildeo agrave procura por atendimento de sauacutede

(WHO 2001)

Em 2003 as mulheres idosas declararam um estado de sauacutede pior do que os homens

exceto entre os idosos de 80 anos ou mais onde a tendecircncia se inverte passando os homens a

declarar um estado de sauacutede pior do que aquele declarado pelas mulheres (PNAD 2003)

Os resultados do Censo Demograacutefico 2000 para os municiacutepios das capitais

apresentam padrotildees de incapacidade funcional em mobilidade fiacutesica compatiacuteveis com aqueles

apontados pelas informaccedilotildees da Politica Nacional de Assistecircncia a Domiciacutelio 2003 para as

aacutereas metropolitanas As mulheres declaram incapacidade funcional em maior proporccedilatildeo do

que os homens observando-se tambeacutem o caraacuteter progressivo da incapacidade funcional

entre os idosos em relaccedilatildeo ao aumento da idade (IBGE 2009a b)

Com o maior nuacutemero de idosos consequumlentemente haacute uma elevaccedilatildeo na frequecircncia das

fraturas por fragilidade oacutessea Isso se torna um problema de sauacutede de grandes dimensotildees

para a paciente na poacutes-menopausa pelos limites que comprometem sua qualidade de vida

para a famiacutelia por arcar com a responsabilidade de protegecirc-la no seu conviacutevio e para a sauacutede

puacuteblica pelo ocircnus econocircmico (Speroff et al 1989 Pinheiro et al 2010a b) Assim satildeo

necessaacuteria accedilotildees de promoccedilatildeo prevenccedilatildeo e abordagem da osteoporose que incide a partir da

perimenopausa

13

Estima-se que 70 das fraturas de quadril esperadas para 2050 ocorreratildeo na Aacutesia

Ameacuterica Latina e Aacutefrica (Cooper 1999) Jaacute na Europa segundo dados da Fundaccedilatildeo

Internacional de Osteoporose estima-se que uma em cada trecircs mulheres acima dos 50 anos

teraacute fratura por fragilidade oacutessea E na Uniatildeo Europeia ocorre uma fratura a cada 30 segundos

e se espera que para essa populaccedilatildeo o nuacutemero de fraturas dobre nos proacuteximos 50 anos

(International Osteoporosis Foundation 2005)

Estudos realizados sobre os custos da osteoporose e suas consequecircncias demonstram

que os gastos com essa doenccedila impressionam O estudo de Silva et al (2003) somou os gastos

com as internaccedilotildees para reduccedilotildees ciruacutergicas as reduccedilotildees incruentas o tratamento

conservador os gastos com cirurgias para a retirada de proacutetese internaccedilotildees de longa

permanecircncia consultas meacutedicas e fisioterapia chegando agrave conclusatildeo de que os custos do

SUS com o tratamento das fraturas eacute de mais de 20 milhotildees de reais por ano Tambeacutem

Tosteson et al (2008) fizeram um levantamento de custos do tratamento da osteoporose em

uma populaccedilatildeo de mulheres americanas em 2005 e mostrou que os custos anuais com

medicamentos satildeo altiacutessimos

Sobre os exames realizados para avaliaccedilatildeo da osteoporose os principais usados satildeo a

densitometria oacutessea e a ultrassonometria oacutessea de calcacircneo (USO) A densitometria oacutessea eacute

considerada o padratildeo-ouro para o diagnoacutestico de osteoporose pela Organizaccedilatildeo Mundial da

Sauacutede (OMS) desde 1994 poreacutem este exame estima apenas a densidade mineral oacutessea A

USO busca refletir outros paracircmetros aleacutem da densidade mineral oacutessea avaliando o risco de

fratura com eficiecircncia similar agrave densitometria oacutessea (Oliveira et al 2004 Castro 2000)

Embora os fatores cliacutenicos de riscos (FCRs) em populaccedilotildees de risco para osteoporose

e fratura estejam bem estabelecidos especialmente em estudos internacionais sua prevalecircncia

14

na populaccedilatildeo brasileira em geral natildeo estaacute clara porque ainda faltam estudos sobre o tema Um

dos principais estudos sobre a avaliaccedilatildeo de FCR foi o BRAZOS (Pinheiro et al 2010a) Ele

natildeo avaliou os fatores de risco relacionados agrave massa oacutessea mas os seus resultados permitem

inferir que esses fatores de risco satildeo muito semelhantes agravequeles relacionados agrave fratura por

baixo impacto Pinheiro et al (2010) demonstrou que os principais FCRs associados agrave fratura

por osteoporose de qualquer siacutetio esqueleacutetico de um total de 2420 indiviacuteduos apoacutes ajustes

estatiacutesticos foram histoacuteria familiar de fratura de quadril idade avanccedilada e baixo peso E que

a associaccedilatildeo de FCR agraves medidas de massa oacutessea poderia melhorar a discriminaccedilatildeo de

pacientes com maior risco de fratura osteoporoacutetica (Pinheiro et al 2010a b)

Atualmente existe uma ferramenta chamada FRAXreg utilizada por meacutedicos em vaacuterios

paiacuteses baseado na pratica meacutedica usando uma combinaccedilatildeo de fatores cliacutenicos e densidade

mineral oacutessea O FRAXreg eacute usado para predizer o risco de fratura nos proacuteximos dez anos com

implicaccedilotildees diretas na decisatildeo do tratamento e custos (Kanis et al 2008 Pinheiro et al 2009)

Poreacutem o risco absoluto de fraturas depende da populaccedilatildeo estudada e essa ferramenta ainda

natildeo foi aprovada para uso no Brasil Assim estudos epidemioloacutegicos representativos sobre

fatores de risco para fraturas ainda continuam sendo necessaacuterios (Pinheiro et al 2009)

Em 2003 a dissertaccedilatildeo de mestrado da Dra Patriacutecia Pereira de Oliveira verificou o

risco aumentado de fraturas por osteoporose atraveacutes da USO (Oliveira et al 2007) na

populaccedilatildeo de mulheres menopausadas na ilha de Paquetaacute-RJ Em nosso estudo verificaremos

se existe uma correlaccedilatildeo entre os achados ultrassonograacuteficos e as fraturas cliacutenicas na mesma

populaccedilatildeo por ela utilizada aleacutem outros fatores de risco para fraturas serem contemplados

como doenccedilas de base tempo de menopausa medicamentos entre outros Isto se justifica

pela necessidade de termos no Brasil dados sobre a incidecircncia de fraturas por fragilidade

oacutessea e fatores de risco a ela relacionados desenvolvidos em uma populaccedilatildeo brasileira e

15

residente de uma ilha localizada no litoral fluminense Jaacute que a literatura nessa aacuterea eacute escassa

e para que compreendendo melhor a dinacircmica da fratura por fragilidade oacutessea possamos

intervir antes que ela ocorra melhorando a qualidade de vida dessas mulheres e diminuiacutedo os

gastos com a sauacutede

16

3 Objeto de Estudo

Estudo de fatores associados agraves fraturas por fragilidade oacutessea em mulheres na poacutes-

menopausa atendidas em uma unidade baacutesica de sauacutede

Questionamento

Quais os fatores associados agrave ocorrecircncia de fraturas em mulheres poacutes-menopausa

acompanhadas em uma unidade baacutesica de sauacutede

31 Objetivos

311 Geral

Avaliar os fatores relacionados agrave ocorrecircncia de fraturas em mulheres poacutes-menopausa

acompanhadas em uma unidade baacutesica de sauacutede

312 Especiacuteficos

a- Avaliar se a ocorrecircncia de fraturas foi maior nas pacientes identificadas como risco

aumentado para fraturas pelo ultrassonometria oacutessea de calcacircneo preacutevia

b- Verificar a associaccedilatildeo entre as fraturas por fragilidade oacutessea e os dados cliacutenicos

comportamental e demograacuteficos (idade e sexo) das pacientes

c- Analisar se o tempo de menopausa influencia a ocorrecircncia de fraturas por fragilidade

oacutessea

17

4 Marco Teoacuterico

A osteoporose pode ser definida como doenccedila osteometaboacutelica caracterizada pela

diminuiccedilatildeo da densidade mineral oacutessea com alteraccedilotildees na sua microestrutura que conduzem

a um aumento da fragilidade oacutessea e uma tendecircncia a fraturas por traumatismos pouco

intensos Dado o exposto esta constitui o verdadeiro problema de sauacutede puacuteblica devido agrave sua

alta taxa de morbimortalidade e altos custos (Vianna et al 2001 International Osteoporosis

Foundation 2005)

Com relaccedilatildeo ao hipoestrogenismo observa-se que as mulheres apresentam uma perda

oacutessea mais acelerada nos dez primeiros anos apoacutes a instalaccedilatildeo da menopausa do que os

homens da mesma idade adquirindo risco de fratura mais precocemente do que eles (NHI

2001) Esta diminuiccedilatildeo de massa oacutessea total poderaacute ser ateacute dez vezes a diminuiccedilatildeo ocorrida

antes deste periacuteodo podendo chegar a 2 a 4 ao ano para o osso trabecular e de 1 para o

cortical (NHI 2001) A deficiecircncia de estrogecircnio aumenta o remodelamento oacutesseo e pode

agravar o desequiliacutebrio nas unidades de remodelamento com o aumento do tempo de vida dos

osteoclastos em detrimento dos osteoblastos (Fyhrie amp Schaffler 1994)

Na maioria dos casos a perda oacutessea eacute assintomaacutetica Quando sinais e sintomas da

osteoporose aparecem se relacionam com a ocorrecircncia de fraturas mais comumente na

porccedilatildeo distal do antebraccedilo (fratura de Colles) na coluna vertebral e no colo do fecircmur

(International Osteoporosis Foundation 2005) A maior incidecircncia de fraturas eacute observada

em mulheres brancas na poacutes menopausa (Pinheiro et al 2010a b)

Pinheiro et al (2010) analisaram 275 mulheres caucasoacuteides acima dos 50 anos e

acharam que 44 jaacute possuiacuteam algum tipo de fratura por osteoporose (Pinheiro et al 2010b)

A dor oacutessea eacute consequumlecircncia tanto das fraturas quanto das deformidades oacutesseas As fraturas

18

vertebrais satildeo as mais comuns poreacutem satildeo geralmente assintomaacuteticas e portanto menos

diagnosticadas Poreacutem podem causar dor perda de peso deformidade na coluna espinhal e

perda de estabilidade ao andar (International Osteoporosis Foundation 2005) Apenas 10

das fraturas de veacutertebras cursam com hospitalizaccedilatildeo mesmo que causem dor e diminuiccedilatildeo da

qualidade de vida Elas ocorrem entre os 50 e 60 anos de idade com maior frequecircncia

(International Osteoporosis Foundation 2005)

Jaacute as fraturas do fecircmur satildeo as mais letais devido a complicaccedilotildees poacutes-operatoacuterias As

principais causas de mortalidade satildeo as infecccedilotildees e tromboembolismo As fraturas de quadril

satildeo menos prevalentes do que as vertebrais poreacutem de maior gravidade devido agraves altas taxas

de morbimortalidade aleacutem do alto custo para a famiacutelia e para o sistema puacuteblico de sauacutede A

mortalidade apoacutes uma fratura de quadril eacute de cerca de 20- 24 no ano seguinte a fratura

sendo acompanhada de periacuteodos de hospitalizaccedilatildeo prolongados (International Osteoporosis

Foundation 2005 Silveira et al 2005) Estimativas apontam que no ano de 2050 ocorreratildeo

aproximadamente 65 milhotildees de fratura de quadril em todo mundo (Cooper 1999) As

fraturas de punho satildeo as mais facilmente observadas por mulheres no climateacuterio chegando a

originar seis milhotildees de dias de restriccedilatildeo de trabalho por ano (International Osteoporosis

Foundation 2005)

Aleacutem do custo pessoal o impacto econocircmico gerado pela osteoporose eacute enorme

Atraveacutes do mundo eacute estimado que uma em cada trecircs mulheres acima dos 50 anos teraacute fraturas

por osteoporose Na Europa no ano 2000 foi estimada uma ocorrecircncia de 379 milhotildees de

fraturas por fragilidade oacutessea sendo que destas 890 mil eram de quadril (Tosteson et al

2008) Eacute sabido que apenas metade das pacientes que sobrevivem agrave fratura de quadril voltaraacute

a andar novamente mas dificilmente com a mesma agilidade que andava antes da fratura

Apesar de a osteoporose ser facilmente diagnosticada atraveacutes de exames e seu tratamento

19

poder ser instituiacutedo ainda eacute uma doenccedila muito subdiagnosticada e subtratada Eacute estimada na

comunidade europeacuteia que uma em cada trecircs fraturas de vertebrais recebe a atenccedilatildeo cliacutenica

que merece E uma pessoa com fratura de veacutertebra tem ateacute cinco vezes mais chance de

desenvolver nova fratura no ano seguinte fenocircmeno conhecido como fratura em cascata

(Lindsay et al 2001)

Tradicionalmente a osteoporose eacute reconhecida como uma doenccedila multifatorial sendo

70 desses fatores natildeo modificaacuteveis isto eacute definidos pela carga geneacutetica e 30

potencialmente modificaacuteveis e assim envolvidos com os aspectos ambientais Dessa forma

um uacutenico fator de risco natildeo eacute capaz de identificar indiviacuteduos com ou sem fratura Diferenccedilas

geneacuteticas raciais e antropomeacutetricas bem como da composiccedilatildeo corporal densidade oacutessea

dieta atividade fiacutesica e outros haacutebitos de vida contribuem para explicar as divergecircncias na

incidecircncia e na prevalecircncia de baixa densidade oacutessea e fraturas em diversos paiacuteses do mundo

(Pinheiro et al 2010b c) Os aspectos geneacuteticos desempenham importante influecircncia sobre a

aquisiccedilatildeo do pico de massa oacutessea e perda oacutessea relacionada agrave idade bem como na

determinaccedilatildeo das propriedades estruturais e geomeacutetricas do osso No entanto a associaccedilatildeo

entre diferentes polimorfismos gecircnicos e densidade oacutessea ou fraturas por osteoporose eacute

bastante controversa e varia em diferentes estudos inclusive no Brasil fato que pode ser

tomado como um provaacutevel reflexo das diferenccedilas de etnia e ambiental das populaccedilotildees

estudadas Da mesma forma os fatores ambientais natildeo permitem uniformizar e homogeneizar

o impacto de cada um deles em cada regiatildeo do planeta (Pinheiro et al 2010c)

Atualmente a densitometria oacutessea eacute o meacutetodo mais utilizado para avaliar a massa

oacutessea Eacute o padratildeo ouro para o diagnoacutestico de osteoporose A densidade mineral oacutessea (DMO)

eacute expressa em nuacutemero absolutos em gramas de mineral por centiacutemetro quadrado escaneado

ou ainda comparado com a DMO esperada para a idade e sexo da paciente (z escore) ou

20

comparado a DMO de adultos jovens normais do mesmo sexo (t-escore) A diferenccedila entre o

escore do paciente e o padratildeo eacute expressa em desvios padrotildees acima ou abaixo da meacutedia

(Castro et al 1999)

Segundo a Sociedade Brasileira de Densitometria Cliacutenica no consenso de 2008 satildeo

indicaccedilotildees para avaliaccedilatildeo da densidade mineral oacutessea (Brandatildeo et al 2009)

rdquoMulheres com idade gt a 65 anos e homens com idade gt a 70 anos

Mulheres acima de 40 anos na transiccedilatildeo menopausal (1-2) e homens acima de 50

anos de idade com fatores de risco

Adultos com antecedente de fratura por fragilidade condiccedilatildeo cliacutenica ou uso de

medicamentos associados agrave baixa massa oacutessea ou perda oacutessea

Indiviacuteduos para os quais satildeo consideradas intervenccedilotildees farmacoloacutegicas para

osteoporose

Indiviacuteduos em tratamento para osteoporose para monitoramento de sua eficaacutecia

Indiviacuteduos que natildeo estejam sob tratamento poreacutem nos quais a identificaccedilatildeo de perda

de massa oacutessea possa determinar a indicaccedilatildeo do tratamento

Mulheres interrompendo terapia hormonal (TH)rdquo

Arq Bras Endocrinol Metab 2009 531 pag108

A proacutepria definiccedilatildeo de osteoporose pela Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede reunida em

Hong Kong em 1994 estabeleceu criteacuterios diagnoacutesticos baseados em valores obtidos pela

densitometria oacutessea classificando como osteopecircnicas aquelas mulheres que apresentarem-se

entre 1 e 25 desvios-padratildeo (DP) abaixo da meacutedia para adultas jovens e de osteoporoacuteticas as

que se encontrarem com mais de 25 DP abaixo da meacutedia para adultas jovens (Castro et al

1999 WHO 1999)

A densitometria oacutessea apresenta como desvantagens no entanto o fato de utilizar uma

fonte de radiaccedilatildeo ionizante e possuir um elevado custo que limita seu uso em estudos

populacionais principalmente em nosso paiacutes onde os recursos destinados agrave sauacutede da

populaccedilatildeo mais carente satildeo miacutenimos Sempre tentando diminuir o impacto dos gastos com

21

sauacutede eacute estimulada a busca por meacutetodos natildeo poluentes e mais baratos mas que tragam as

mesmas informaccedilotildees que os meacutetodos jaacute estabelecidos Em funccedilatildeo disto a USO vem sendo

avaliada e alguns resultados promissores tecircm sido apresentados (Castro et al 1999) Baseia-se

na modificaccedilatildeo das caracteriacutesticas de ultrassom transmitido atraveacutes de ossos de localizaccedilatildeo

mais superficiais como no calcacircneo tiacutebia falanges ou patela Os sistemas atuais se

constituem de dois transdutores sendo um transmissor e outro receptor posicionados em

locais diferentes do osso a ser estudado Os aparelhos existentes entre noacutes avaliam o

calcacircneo osso predominantemente trabecular atraveacutes das medidas de velocidade de

transmissatildeo do ultrassom (SOS em ms) e da atenuaccedilatildeo da frequumlecircncia do ultrassom (BUA em

dBMHz) (Kanis et al 2008) Novamente de acordo com a orientaccedilatildeo da Sociedade Brasileira

de Densitometria Cliacutenica de 2008 as recomendaccedilotildees para ultrassonometria oacutessea satildeo

(Brandatildeo et al 2009)

rdquoO uacutenico siacutetio validado para o uso cliacutenico da USO em osteoporose eacute o calcacircneo

Equipamentos de USO de calcacircneo validados satildeo capazes de estimar fratura por

fragilidade em mulheres na poacutes-menopausa e em homens com idade superior a 65 anos

independentemente da densidade mineral oacutessea medida em equipamentos de DMO

central

A correlaccedilatildeo entre os resultados obtidos por USO e DMO ccccccc entral eacute

moderada

USO do calcacircneo associada a fatores de risco cliacutenicos podem ser usados para

identificar populaccedilatildeo com baixa probabilidade de fratura na qual avaliaccedilatildeo adicional

natildeo seja mais necessaacuteria

Medidas de DMO central na coluna e no fecircmur constituem o meacutetodo de escolha para a

tomada de decisatildeo terapecircutica Entretanto se a DMO central natildeo for acessiacutevel o

tratamento farmacoloacutegico pode ser iniciado se a probabilidade de fratura avaliada pelo

USO do calcacircneo com pontos de corte especiacuteficos associados a fatores de risco

cliacutenicos for suficientemente alta

Equipamentos de USO natildeo satildeo clinicamente uacuteteis no monitoramento de efeitos

esqueleacuteticos dos medicamentos disponiacuteveis para o tratamento da osteoporoserdquo

Arq Bras Endocrinol Metab 2009 531 pag110

22

Em 2003 foi realizada uma dissertaccedilatildeo de mestrado (Oliveira et al 2007) sobre a

utilizaccedilatildeo do USO para estimar a prevalecircncia de risco aumentado de fraturas em uma

populaccedilatildeo de mulheres na poacutes menopausa residentes da Ilha de Paquetaacute Em trabalho

realizado por Oliveira e cols nesta instituiccedilatildeo Foi realizado um estudo transversal com

recrutamento de 385 mulheres residentes da Ilha Todas as mulheres responderam a

questionaacuterio previamente estruturado e foram submetidas a medidas antropomeacutetricas e a

USO As medidas de USO foram realizadas segundo o manual do fabricante A idade da

populaccedilatildeo estudada variou entre 42 e 95 anos Os resultados encontrados mostram que

5922 da amostra apresentava algum tipo de alteraccedilatildeo a USO com t score menor que -1

Esse grupo era composto por mulheres mais idosas com menor peso menor altura e menor

percentual de gordura quando comparado com o grupo com t score lt ndash 1 Foi encontrado que

1688 das pesquisadas possuiacuteam alto risco para fraturas com t score lt -25 E as mulheres

do grupo de alto risco tinham maior peso e IMC paracircmetros conhecidos como protetores

Embora divergente da literatura a autora atribui esses resultados a caracteriacutesticas das

mulheres mais idosas em um contexto social de baixa escolaridade e renda (Oliveira et al

2007)

23

5 Materiais e Meacutetodos

51 Populaccedilatildeo

A Ilha de Paquetaacute dista aproximadamente 15 km da Praccedila XV no Centro da Cidade

do Rio de Janeiro sendo a principal ilha do arquipeacutelago de Paquetaacute situada ao nordeste da

Baiacutea de Guanabara A populaccedilatildeo e frequecircncia da Ilha satildeo extremamente sazonais sendo

aproximadamente 2200 domiciacutelios (entre moradores e veranistas) Os moradores fixos

correspondem a 4500 pessoas em sua maioria de famiacutelias antigas na Ilha das quais 208

satildeo idosos ultrapassando ateacute mesmo a meacutedia nacional que eacute em torno de 12 (IBGE

2009a) Este iacutendice faz de Paquetaacute o erceiro bairro em nuacutemero de idosos no municiacutepio sendo

que sua populaccedilatildeo pode ser considerada envelhecida segundo os criteacuterios da Organizaccedilatildeo

Mundial da Sauacutede (OMS 2003) Embora a maioria da populaccedilatildeo seja branca existem 109

de negros 256 de pardos e 01 de iacutendios Cerca de 90 dos domiciacutelios possuem aacutegua

tratada e 9957 tratamento de esgoto As famiacutelias residentes nesta regiatildeo satildeo compostas em

meacutedia por trecircs pessoas com rendimento meacutedio per capita de 301 salaacuterios miacutenimos (IPEA

2000) e o transporte urbano eacute feito basicamente a peacute por bicicletas ou charretes puxadas por

ciclistas (IBGE 2009a)

52 Tipo de estudo

Foi realizado um estudo de coorte prospectivo na ilha de PaquetaacuteRJ no ano de 2011

Foram inicialmente alocadas todas as mulheres que participaram do estudo anterior

desenvolvido no ano de 2003 (Oliveira et al 2007)

24

53 Criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo

Os criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo foram os mesmos utilizados do estudo anterior

(Oliveira et al 2007) Sendo os criteacuterios de inclusatildeo as mulheres que estavam na menopausa

e que tinham residecircncia fixa na Ilha de Paquetaacute e os criteacuterios de exclusatildeo a historia pessoal

de doenccedilas que sabidamente afetam o metabolismo oacutesseo direta ou indiretamente (como

artrite reumatoacuteide luacutepus eritematoso sistecircmico hiperparatireoidismo osteogecircnese imperfeita)

e as neoplasias malignas exceto carcinoma basocelular de pele

54 Alocaccedilotildees de pacientes

A populaccedilatildeo elegiacutevel era constituiacuteda pelas 385 mulheres alocadas no estudo inicial

(Oliveira et al 2007) No trabalho de Oliveira et al (2007) foi realizado um estudo transversal

com recrutamento por auto-seleccedilatildeo ou demanda espontacircnea no ano de 2003 na Ilha de

Paquetaacute Rio de Janeiro Brasil Foram estudadas 385 mulheres na poacutes-menopausa

(diagnoacutestico cliacutenico) residentes no local apoacutes a aplicaccedilatildeo dos criteacuterios de exclusatildeo

(existecircncia de pino metaacutelico ou edema com cacifo em ambos os peacutes ou impossibilitadas de

posicionar os peacutes no aparelho de ultra-sonometria oacutessea) Todas as mulheres responderam na

eacutepoca a um questionaacuterio e foram submetidas a medidas antropomeacutetricas e agrave USO

No presente estudo considerando uma significacircncia de 95 e um poder de 80 uma

prevalecircncia de 15 de fraturas na populaccedilatildeo de risco (Clark et al 2009) o tamanho amostral

previsto foi de 130 mulheres Poreacutem devido agraves perdas o tamanho amostral final foi de 86

pacientes

Atraveacutes do banco de dados jaacute existente todas as pacientes foram re-contactadas As

mulheres foram localizadas atraveacutes de telefonemas e comparecimento no hospital local onde

25

eacute realizado a atenccedilatildeo baacutesica de sauacutede Foram realizados pelo menos 2 telefonemas com

intervalo de 1 semana entre eles Como ldquoperdasrdquo foram consideradas as pacientes natildeo

encontradas apoacutes os dois telefonemas (035 dos telefones estavam errados e 049 das

pacientes tinham telefone quebrado ou ocupado) pacientes que natildeo quiseram ou natildeo

puderam responder ao questionaacuterio (008) e pacientes falecidas (006)

As pacientes selecionadas foram submetidas a um questionaacuterio de avaliaccedilatildeo de fatores

relacionados agrave fragilidade oacutessea conhecido como European Vertebral Osteoporosis Study

(EVOS) jaacute validado previamente para o portuguecircs (OrsquoNeill et al 1996) e jaacute utilizados em

importantes estudos (Pinheiro et al 2006 Clark et al 2009) O questionaacuterio EVOS eacute

composto por dados soacutecio-demograacuteficos (idade estado civil escolaridade cor renda familiar

e nuacutemero de dependentes desta haacutebitos de vida) e histoacuteria reprodutiva pessoal sumaacuteria

(idade da menarca idade da menopausa tipo de menopausa) Os dados antropomeacutetricos

foram aferidos segundo criteacuterios adotados internacionalmente com medidas de peso e altura

observando intervalos de 01kg e 001m respectivamente

A definiccedilatildeo de fratura por fragilidade oacutessea foi a mesma utilizada por Pinheiro et al

(2010a) como aquela resultante de uma queda da proacutepria altura ou trauma menos intenso em

indiviacuteduos com 50 anos ou mais em siacutetios esqueleacuteticos especiacuteficos antebraccedilo fecircmur

costelas veacutertebras e uacutemero E a documentaccedilatildeo de fraturas foi realizada atraveacutes de relato da

paciente (fratura referida) As fraturas traumaacuteticas (apoacutes acidente automobiliacutestico ou outras

condiccedilotildees sob forte impacto) ou as de baixo impacto natildeo relacionadas agrave osteoporose (como

por exemplo as de face tornozelo metacarpo falanges) natildeo foram consideradas

O estudo obedeceu aos criteacuterios de eacutetica preconizados pela resoluccedilatildeo no 19696 do

Conselho Nacional de Sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede e foi aprovado previamente pelo Comitecirc

26

de Eacutetica em Pesquisa da FiocruzIFF e pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Prefeitura Todas

as mulheres assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido antes de qualquer

procedimento

55 Anaacutelise Estatiacutestica

Os dados foram registrados em planilha Excel e analisados pelo programa Statistical

Package for Social Sciences (SPSS) versatildeo 170 Para avaliar diferenccedilas entre os grupos as

variaacuteveis categoacutericas foram avaliadas pelo Qui-quadrado de Pearson ou o teste exato de

Fisher A relaccedilatildeo entre as variaacuteveis categoacutericas e ordinal e entre as variaacuteveis numeacutericas foi

avaliada pelo teste de Mann-Whitney que eacute um teste natildeo-parameacutetrico que equivale ao teste t

escolhido pelo tamanho da amostra A relaccedilatildeo entre as variaacuteveis numeacutericas foi avaliada pelo

coeficiente de Sperman que eacute uma estatiacutestica natildeo parameacutetrica utilizada para dados natildeo

normais eou amostra pequena Para todos os testes o niacutevel de significacircncia adotado foi de

5 A variaacutevel dependente foi a presenccedila de fratura (sim ou natildeo) e as variaacuteveis

independentes foram idade (em anos) resultado de USO (normal ou alterado) tempo de

menopausa (em anos) siacutetio de localizaccedilatildeo de fraturas IMC (abaixo do pesonormal

sobrepeso obeso) tabagismo (fumante ou natildeo fumante) atividade fiacutesica (leve

moderadapesada) frequecircncia diaacuteria de ingestatildeo de leite (em coposdia) e as variaacuteveis

binaacuterias como o histoacuterico familiar de fratura de quadril osteoporose uso de anticoncepcional

ausecircncia de menstruaccedilatildeo retirada de uacutetero ou ovaacuterios amamentaccedilatildeo paciente acamado e

etilismo O caacutelculo do risco relativo (RR) foi feito para avaliar a relaccedilatildeo entre o USO e a

presenccedila de fraturas Para isso foi considerado pacientes com USO normal aqueles com

resultados do T-score gt-11 e USO alterado aqueles com T-score lt-11 O niacutevel de atividade

fiacutesica foi classificado em atividade leve (trabalho burocraacutetico em escritoacuterio na maior parte

do tempo sentado) atividade moderada (trabalhos na maior parte do tempo em peacute como

27

vendedor e dona-de-casa) atividade pesada (enfermeira empregada domeacutestica) Oliveira et al

2010) Para caacutelculo aproximado da ingestatildeo alimentar diaacuteria de caacutelcio utilizou- se uma

adaptaccedilatildeo da Tabela Brasileira de Composiccedilatildeo de Alimentos 1 fatia queijo (90mg) 1 copo

de iogurte (1212mg) 1 copo leite (257mg) 1 bola se sorvete (135mg) E no final todos esses

alimentos foram convertidos em quantidade ingerida de copos de leite

28

6 Resultados Encontrados

61 Gerais

As caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas da populaccedilatildeo estudada estatildeo listadas na

tabela 1 A idade meacutedia das pacientes foi de 725 anos (DPplusmn 87) com a idade da menopausa

460 anos (DPplusmn 61) o tempo de menopausa 261 anos (DPplusmn 97) e o IMC de 264 (kgm2)

(DPplusmn 55) Essas caracteriacutesticas quando comparadas com o estudo anterior de 2003 (tabela

2) confirmam tratar-se da mesma populaccedilatildeo Apenas a idade e o tempo de menopausa

evidenciam ser a nossa populaccedilatildeo mais idosa Fator que se justifica pelo tempo ocorrido entre

os dois estudos

A incidecircncia de fratura por fragilidade oacutessea encontrada foi de 21 evidenciado no

graacutefico 1 Os principais siacutetios de fratura satildeo analisados na tabela 3 tendo como sitio principal

o antebraccedilo com 50 seguido pelo peacute com 192 e uacutemero 145 Jaacute na tabela 4 e no graacutefico

2 pode ser observado que a idade da populaccedilatildeo estudada variou entre 54 e 97 anos com meacutedia

de 72 anos com DP plusmn 90 No grupo de pacientes fraturadas 50 tinham entre 65 e 79 anos

sugerindo ser essa faixa etaacuteria mais susceptiacutevel as fraturas por fragilidade oacutessea

62 USO preacutevia X Fraturas

Foi verificado na tabela 5 a associaccedilatildeo entre o resultado da (USO) preacutevia e o desfecho

fraturas por fragilidade oacutessea De todas as pacientes que fizeram USO no estudo inicial 66

participaram deste estudo Das 50 pacientes que tiveram o USO alterado 22 tiveram

fraturas nesse periacuteodo E as pacientes com USO considerada normal 194 tiveram fraturas

por fragilidade oacutessea O RR= 113 (IC95 048 - 263) sugere que as mulheres que tiveram

29

USO alterado tem um risco de fraturar de 13 maior em relaccedilatildeo as pacientes com resultado

de USO considerado normal

63 Caracteriacutesticas cliacutenicas e comportamentais X Fratura

As pacientes foram analisadas quanto as variaacuteveis clinicas e comportamentais

Considerando a tabela 6 as pacientes que tiveram fraturas se mostraram com maior

sobrepeso ou obesas (722) com maior historia familiar de fratura de quadril (133) e

com maior diagnostico de osteoporose (471) do que as pacientes sem fraturas (p

valorgt005) Jaacute o uso de anticoncepcional ou o uso de reposiccedilatildeo hormonal natildeo se mostraram

ser relevantes para ocorrecircncia de fraturas nessa amostra E 235 das pacientes acamadas por

mais de dois meses sofreram alguma fratura com p valor lt005 Evidenciando associaccedilatildeo

entre a paciente ficar acamada por mais de dois meses e sofrer fratura por fragilidade oacutessea

Avaliando a tabela 7 foi notado que apenas 125 das pacientes que tiveram fratura eram

tabagistas e 167 eram etilistas natildeo se mostrando essas caracteriacutesticas como fatores de

risco A atividade fiacutesica moderadapesada ateacute 25 anos e acima de 50 anos apresentou

percentuais de 441 e 382 respectivamente Aleacutem disso entre 25 e 50 anos 444 das

pacientes com atividade fiacutesica moderadapesada tiveram fraturas e 441 das pacientes natildeo

tiveram fraturas para essa faixa etaacuteria (p valor gt005) Sendo assim natildeo houve associaccedilatildeo

entre a atividade fiacutesica e as fraturas Em relaccedilatildeo ao item ingestatildeo de leite apoacutes os 50 anos

456 das pacientes que natildeo tiveram fraturas ingeriam de 1 a 2 copos de leite por dia e

apenas 44 ingeriam mais de 3 copos de leite por dia No caso das pacientes que tiveram

fraturas apoacutes os 50 anos foi observado que 50 ingeriam de 1 a 2 copos de leite por dia e

167 ingeriam 3 copos ou mais de leite

30

64 Tempo de menopausa X Fratura

As pacientes foram avaliadas graacutefico 3 para verificar a associaccedilatildeo entre o tempo de

menopausa e o desfecho das fraturas A mediana do tempo de menopausa encontrado em

ambos os grupos foi de 262 com DP de plusmn98 Metade das pacientes que tiveram fraturas tem

entre 193 e 293 anos de menopausa com DP de plusmn72 A correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade

tempo de menopausa e IMC foi observado na tabela 8 onde evidenciada uma associaccedilatildeo

positiva entre a idade e o tempo de menopausa nos grupos de pacientes com e sem fraturas

Assim como foi verificado uma associaccedilatildeo negativa de quanto maior a idade e o tempo de

menopausa menor o IMC

31

Graacutefico 1

Graacutefico 2

32

Graacutefico 3

33

Tabela 1- Caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas das

mulheres poacutes menopausa (n=86)

Caracteriacutesticas Meacutedia plusmn desvio padratildeo

Idade (anos) 7255 plusmn 897

Idade da

menarca (anos) 1324 plusmn 184

Idade da

menopausa

(anos)

4608 plusmn 614

Tempo de

menopausa

(anos)

2618 plusmn976

Peso (kg)sect 6342 plusmn 1055

Altura (m)deg 155 plusmn 008

IMC (kgm2) 2643 plusmn 557

n=85 sectn=83 ordmn=82 n=81 n=80

Tabela 2-Caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas das

mulheres poacutes menopausa em 2003

Caracteriacutesticas Meacutedia plusmn desvio padratildeo

Idade (anos) 6463plusmn1270

Idade da

menarca (anos)

1304 plusmn 193

Idade da

menopausa

(anos)

4755 plusmn 601

Tempo de

menopausa

(anos)

1700 plusmn 1076

Peso (kg)sect 6533 plusmn 1270

Altura (m)deg 155 plusmn 006

IMC (kgm2) 2696 plusmn 477

34

Tabela 3 ndash Incidecircncia de fraturas em mulheres poacutes menopausa segundo a

localizaccedilatildeo de fratura 2003-2011

Tipo da fratura

n

Veacutertebra 1 38

Fecircmur 1 38

Costela 2 77

Antebraccedilo 13 500

Uacutemero 4 145

Peacute 5 192

Total 26 1000

Nota Algumas pacientes tiveram mais de uma fratura no periacuteodo

Tabela 4- Relaccedilatildeo entre idade e fratura nas mulheres na poacutes menopausa

Total

Fratura

Idade (anos) Natildeo Sim

N () n () n ()

54 a 64 anos 18 209 14 206 4 222

65 a 79 anos 48 558 39 574 9 500

80 a 97 anos 20 233 15 221 5 278

Total 86 1000 68 1000 18 1000

Meacutedia (DP) 725 (90) 713 (77) 729 (93)

Nota P-valor pelo teste de Mann-Whitney=0813

35

Tabela 5 - Incidecircncia de fratura em mulheres poacutes-menopausa segundo

resultado da USO 2003-2011

Resultado da

USO

Total

Fratura p-valor

Sim Natildeo

n n

()

IC95 n

()

Normal 36 7 194

89 -

3472

29 806

0496

Alterado 50 11 220

121 -

350

39 780

Total 86 18 209

133 -

305

68 791

Nota Risco relativo = 113 (IC95 048 - 263)

36

Tabela 6 ndash Caracteriacutesticas cliacutenicas de mulheres poacutes-menopausa segundo

fratura (n=86)

Fratura

Natildeo (n=68) Sim (n=18) Total

n ( ) n ( )

IMC

Abaixo do pesoNormal 24 (353) 5 (278) 28 0792

Sobrepeso 27 (397) 9 (500) 36

Obeso 17 (250) 4 (222) 21

Histoacuterico familiar de fratura de quadril

Natildeo 66 (985) 13 (867) 79 0085

Sim 1 (15) 2 (133) 3

Osteoporose

Natildeo 44 (800) 9 (529) 53 0055

Sim 11 (200) 8 (471) 19

Uso de anticoncepcional

Natildeo 32 (485) 10 (556) 42 0791

Sim 34 (515) 8 (444) 42

Ausecircncia de mentruaccedilatildeo

Natildeo 60 (909) 16 (941) 76 1000

Sim 6 (91) 1 (59) 7

Retirou o uacutetero

Natildeo 46 (687) 9 (500) 55 0170

Sim 21 (313) 9 (500) 30

Retirou os ovaacuterios

Natildeo 53 (815) 11 (647) 64 0187

Sim 12 (185) 6 (353) 18

Reposiccedilatildeo hormonal

Natildeo 51 (761) 13 (722) 64 0763

Sim 16 (239) 5 (278) 21

Amamentou

Natildeo 14 (206) 4 (222) 18 1000

Sim 54 (794) 14 (778) 68

Acamado por mais de dois meses

Natildeo 63 (940) 13 (765) 76 0049

Sim 4 (60) 4 (235) 8

Caracteriacutesticas clinicas

p-valor do

teste exato

de Fisher

37

Tabela 7 - Caracteriacutesticas comportamentais de mulheres poacutes-menopausa segundo

fratura (n=86)

Fratura

Natildeo (n=68) Sim (n=18) Total

n ( ) n ( )

Tabagismo

Natildeo fumante 47 (758) 14 (875) 61 0499

FumanteEx-fumante 15 (242) 2 (125) 17

Etilismo no uacuteltimo ano

Natildeo 48 (706) 15 (833) 63 0376

Sim 20 (294) 3 (167) 23

Atividade fiacutesica ateacute os 25 anos

Leve 38 (559) 11 (611) 49 0792

ModeradaPesada 30 (441) 7 (389) 37

Atividade fiacutesica entre os 25 e 50 anos

Leve 38 (559) 10 (556) 48 1000

ModeradaPesada 30 (441) 8 (444) 38

Atividade fiacutesica acima dos 50 anos

Leve 42 (618) 12 (667) 54 0789

ModeradaPesada 26 (382) 6 (333) 32

Frequecircncia diaacuteria de leite ateacute 25 anos

Nenhummenos 1 copodia 34 (500) 8 (444) 42 0910

1 a 2 coposdia 31 (456) 9 (500) 40

3 coposdia ou mais 3 (44) 1 (56) 4

Frequecircncia diaacuteria de leite apoacutes 50 anos

Nenhummenos 1 copodia 34 (500) 6 (333) 40 0103

1 a 2 coposdia 31 (456) 9 (500) 40

3 coposdia ou mais 3 (44) 3 (167) 6

Caracteriacutesticas

comportamentais

p-valor do

teste exato

de Fisher

Tabela 8- Coeficientes de correlaccedilatildeo de Spearman (rs) entre idade IMC e tempo de

menopausa em mulheres poacutes-menopausa

Variaacuteveis

IMC IdadeTempo de

menopausa

r s 1 -0144 -0151

p-valor 0569 0550

r s -0227 1 0736

p-valor 0074 lt0001

r s -0295 0761 1

p-valor 0020 lt0001

Variaacuteveis

IMC

Idade

Tempo de menopausa

Nota o triacircngulo superior direito (parte hachurada) se refere agraves correlaccedilotildees para as mulheres com

fratura e o inferior esquerdo (parte natildeo hachurada) agraves mulheres sem fratura

38

7 Discussatildeo

No Brasil os principais fatores cliacutenicos de risco para fraturas por fragilidade oacutessea

eram extrapolados a partir de estudos internacionais O estudo vem acrescentar informaccedilotildees

para se conhecer os fatores relacionados agrave essas fraturas Nossos resultados revelam que a

idade avanccedilada a historia familiar de fratura de quadril o diagnoacutestico de osteoporose e

tambeacutem o paciente ficar acamado por mais de 2 meses foram considerados fatores de risco

para fraturas por fragilidade oacutessea

Esse estudo mostrou concordacircncia com a Johnell amp Kanis (2006) onde o principal

siacutetio mundial de fratura por fragilidade oacutessea nas mulheres apoacutes a menopausa foi o antebraccedilo

Segundo o estudo Latin American Vertebral Osteoporosis Study (LAVOS) (Clark et al

2009) a fratura vertebral eacute a mais prevalente da ameacuterica latina com uma prevalecircncia de

142 diferente do nosso estudo onde a coluna vertebral e o colo do fecircmur aparecem

juntos em uacuteltimo lugar na lista de incidecircncia dos siacutetios de fratura Isso pode ser atribuiacutedo

devido a diferenccedila nos criteacuterios de definiccedilatildeo de fraturas pois no LAVOS optou-se pela

medida radiograacutefica do local de fraturas enquanto no nosso estudo as fraturas foram referidas

pelas pacientes

Os consensos sobre osteoporose tecircm propostos algoritmos para identificar indiviacuteduos

de alto risco para fraturas (Kanis et al 2008 WHO 1999) Para tanto a associaccedilatildeo de fatores

de risco para fraturas com a medida da USO eacute de suma importacircncia embora sejam poucas as

pacientes que tecircm oportunidade de realizar esse exame (Oliveira et al 2007) Assim o

presente trabalho mostrou um risco para fraturas por fragilidade oacutessea 13 maior nas

pacientes com resultado de USO alterada em relaccedilatildeo as pacientes que tiveram resultados de

39

USO normais vindo de encontro aos resultados encontrados por Oliveira et al (2007)

Corroborando o USO como um meacutetodo confiaacutevel para a prediccedilatildeo de fraturas

E semelhante a Pinheiro et al (2010a) o presente estudo revelou que os principais

fatores de risco para fraturas por fragilidade oacutessea satildeo a idade avanccedilada a historia familiar de

fratura de quadril e a presenccedila de osteoporose Isso pode ser atribuiacutedo ao fato de que no

estudo de Pinheiro et al (2010a) assim como no nosso estudo a populaccedilatildeo ser

predominantemente de mulheres acima dos 65 anos e viverem em aacuterea urbana tendo haacutebitos

de vida parecidos

O achado em nosso estudo que apresentou significacircncia estatiacutestica refere-se ao fator

de risco ldquopaciente acamado por mais de dois mesesrdquo como disposto na literatura (Pinheiro et

al 2010b Demir et al 2008) O que acontece eacute que com o paciente acamado por tempo

prolongado um maior remodelamento oacutesseo eacute observado Os osteoclastos responsaacuteveis pela

absorccedilatildeo oacutessea sobrepotildee os osteoblastos predispondo as fraturas por fragilidade oacutessea

(Fyhrie amp Schaffler 1994) Assim observou-se no estudo que 235 das pacientes

acamadas por mais de dois meses sofreram alguma fratura por fragilidade oacutessea com p valor

lt005 Isso reafirma a associaccedilatildeo entre a paciente ficar acamada por mais de dois meses e

sofrer fratura por fragilidade oacutessea Por outro lado o exerciacutecio fiacutesico que estaacute sabidamente

relacionado ao aumento da resistecircncia muscular do equiliacutebrio e da flexibilidade contribuindo

para a reduccedilatildeo da perda oacutessea e melhora da sauacutede em geral (Chan 2003) natildeo se mostrou

como fator de proteccedilatildeo neste estudo Provavelmente devido ao baixo percentual encontrado

de pacientes que praticavam atividade fiacutesica moderada ou pesada

O elevado IMC e a terapia de reposiccedilatildeo hormonal natildeo desempenharam papel protetor

na nossa populaccedilatildeo como seria o esperado por estudos anteriores (Pinheiro et al 2010c

40

Buttros et al 2011) Ao contrario o sobrepeso e obesidade foram considerados fatores de

risco Isso pode ser atribuiacutedo ao IMC meacutedio dessa populaccedilatildeo ser 264 (kgm2) (DPplusmn 55)

limiacutetrofe para sobrepeso Embora esse dado demonstre contrariedade com a literatura que

estabelece relaccedilatildeo inversa entre obesidade e fraturas por fragilidade oacutessea em nosso estudo

ter maior peso e IMC natildeo seriam fatores de risco para fraturas e sim caracteriacutesticas das

mulheres mais idosas em um contexto social de baixa escolaridade e renda Esse fato eacute

confirmado pelos resultados da Pesquisa Nacional sobre Sauacutede e Nutriccedilatildeo ( Batista F et al

2003) que demonstraram caraacuteter ascendente da obesidade nos estratos de mulheres com baixa

renda residentes na regiatildeo Sudeste

Aleacutem disso haacutebitos de vida como tabagismo e etilismo sabidamente relacionados agrave

maior risco para fraturas por fragilidade oacutessea (Pinheiro et al 2010) tambeacutem natildeo se

mostraram estar associados nesse estudo

A necessidade de caacutelcio do ser humano varia ao longo da vida e uma ingestatildeo

adequada para mulheres acima de 50 anos eacute de 1200 mg pois com a idade o corpo

naturalmente perde um pouco da capacidade de absorccedilatildeo de minerais (Nuacutecleo de Estudos e

Pesquisas em Alimentaccedilatildeo 2006) O fato de apenas 44 das mulheres que natildeo tiveram

fraturas e 167 das mulheres que tiveram fraturas ter referido consumo superior a

900mgdia (3 ou mais copos) foi fator de surpresa principalmente levando-se em conta o PIB

per capita da cidade superior ao da maioria dos municiacutepios brasileiros (IPEA 2000)

Assim como em estudos preacutevios (Pinheiro et al 2010c NHI 2001 Demir et al

2008) nossos dados tambeacutem demonstraram o hipoestrogenismo como importante fator de

risco para fraturas por fragilidade oacutessea jaacute que as pacientes com fratura tecircm entre 19 e 29

anos de menopausa Em recente estudo Demir et al (2008) estudaram 2769 mulheres na

41

poacutes-menopausa correlacionando a ocorrecircncia de osteoporose com o tempo de menopausa

Demonstraram que 106 das pacientes com ateacute trecircs anos de poacutes-menopausa tinham

osteoporose contra 329 das pacientes com sete anos ou mais Acredita-se que a deficiecircncia

estrogecircnica seja responsaacutevel por dois terccedilos da perda de massa oacutessea levando

consequentemente agraves fraturas por fragilidade oacutessea assim como observado (Position

statement of the North American Menopause Society 2010)

Os dados deste estudo podem ser limitados pois apesar de tratar-se de uma coorte as

participantes reportaram dados referentes a estilo de vida dieta antecedentes familiares e

pessoais o que pode ter ocasionado algum vieacutes recordatoacuterio Outra limitaccedilatildeo eacute que como

avaliado por Oliveira et al (2007) esta populaccedilatildeo apresenta a maior parte das mulheres com

baixo niacutevel socioeconocircmico e escolaridade sem acesso agrave adequada educaccedilatildeo nutricional e agrave

atividade fiacutesica orientada Por outro lado resultados encontrados sem significacircncia estatiacutestica

podem ter sido ocasionados pelo tamanho amostral reduzido devido a dificuldade de

rastreamento da populaccedilatildeo uma vez que a unidade de sauacutede natildeo atualizou o endereccedilo e

telefone das mulheres eleitas para o estudo Talvez se tivesse sido realizado contato anual

com essas mulheres natildeo teriacuteamos perdido o seguimento delas

42

8 Conclusatildeo

Devido agrave sua alta prevalecircncia e associaccedilatildeo com mortalidade e incapacidade a fratura

devido agrave fragilidade oacutessea deve ser considerada um problema de sauacutede puacuteblica no Brasil

Apesar das limitaccedilotildees o presente estudo foi realizado de forma prospectiva em mulheres

brasileiras na poacutes-menopausa devendo os seus resultados serem levados em consideraccedilatildeo

para a formulaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas de sauacutede para a prevenccedilatildeo e estrateacutegias de tratamento

para as fraturas Os fatores de risco encontrados como a idade avanccedilada a histoacuteria familiar

de fratura de quadril e a presenccedila de osteoporose devem ser acompanhados e combatidos para

tentar-se diminuir o risco para as fraturas Assim como o USO mostrou ser um meacutetodo

confiaacutevel para avaliar o risco para fraturas podendo ser implementado em maior escala do

que a atual Entatildeo acreditamos que novos estudos prospectivos com uma amostra mais

representativa devam ser realizados para se confirmar os fatores associados a fraturas por

fragilidade oacutessea na populaccedilatildeo brasileira para cada vez mais conhecermos o perfil da nossa

populaccedilatildeo e termos subsiacutedios para combater esse agravo

43

9 Referecircncias Bibliograacuteficas

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48

10 Anexo 1 - Instrumento de coleta - EVOS (EUROPEAN VERTEBRAL

OSTEOPOROSIS STUDY)

Data _________

Nome________________________________________________________

Endereco_____________________________________________________

Fone _____________ Data de nascimento _________ RG

1- Dados antropomeacutetricos

Peso (Kg) Altura (m) IMC

2- Dados Ginecoloacutegicos

Idade da primeira menstruacao anos

Vocecirc jaacute usou piacutelula anticoncepcional por mais de 3 meses

sim natildeo natildeo sei

Vocecirc jaacute ficou algum periacuteodo em sua vida sem menstruar antes da menopausa (exceto se

gravidez) sim natildeo natildeo sei

Idade da ultima menstruaccedilatildeo anos

Numero de filhos

Vocecirc fez cirurgia para retirar o uacutetero sim com Idade ____ (anos)

natildeo natildeo sei

E para retirar os ovaacuterios (um ou os dois) sim idade ___ (anos)

natildeo natildeo sei

Vocecirc fez reposiccedilatildeo hormonal apos a menopausa sim natildeo natildeo sei

Se sim quando iniciado o periacuteodo foi superior a 1 ano sim natildeo natildeo sei

49

Vocecirc notou os seguintes sintomas na menopausa

calores sim natildeo natildeo sei

depressatildeo sim natildeo natildeo sei

insocircnia sim natildeo natildeo sei

outros sim natildeo natildeo sei

Vocecirc amamentou sim natildeo natildeo sei

Se sim quantas crianccedilas vocecirc amamentou por mais que 3 meses

3- Dados familiares

Em sua famiacutelia (pai matildee irmatildeos) existe historia de fratura de quadril apos os 50 anos de

idade sim natildeo natildeo sei

4- Histoacuteria de fratura

Vocecirc jaacute teve alguma fratura sim natildeo natildeo sei

Se sim em qual sitio esqueleacutetico com que idade e qual foi o tipo de trauma

Sitio Numero Idade (anos) Niacutevel do trauma

Vertebra

Fecircmur (colo trocanter)

Costela

Antebraccedilo

Uacutemero

Pe

Outras

Vocecirc sabe que tem osteoporose sim tenho natildeo natildeo tenho natildeo sei

5- Aacutelcool

Com que frequecircncia vocecirc bebeu no ultimo ano

Diariamente 5-6 dsem 3-4 dsem

50

1 -2 dsem lt 1 dsem nunca

Tipo de bebida destilados (uiacutesque cachaccedila vodka)

fermentados (cerveja vinho)

6- Imobilizaccedilatildeo

Vocecirc jaacute ficou acamado por um periacuteodo superior a 2 meses

sim natildeo natildeo sei

Se sim foi antes ou apos os 25 anos de idade

ano passado nunca

7- Fumo

Vocecirc fumou cigarro ou usou outras formas de fumo (cachimbo ou charuto)

atualmente no passado nunca

Com que idade iniciou anos

Se parou com que idade anos

Numero de cigarrosdia

8- Atividade Fiacutesica

Quantas tempo costuma passar diariamente ao ar livre caminhando ou andando de bicicleta

nenhuma a 1 h superior a 1 h

Qual a sua atividade fiacutesica durante diferentes periacuteodos de sua vida adulta

Ate os 25 anos 25 a 50 anos acima 50 anos

Niacutevel 1 (leve) 2 (moderada) 3 (pesada) 4

(muito pesada)

9- Impacto

Como vocecirc descreveria sua sauacutede geral neste momento

muito boa boa satisfatoacuteria regular ruim

10- Interrogatoacuterio sobre drogas

51

Vocecirc jaacute usou alguma medicaccedilatildeo oral ou injetaacutevel contendo corticosteroides por mais de 3

meses sim natildeo natildeo sei

Vocecirc jaacute usou alguma desses remeacutedios

Droga sim natildeo sei tempo

(meses)

parou ha quanto tempo

Hormocircnios

masculinos

Hormocircnios

femininos

Calcitonina

Fluacuteor

Caacutelcio

Vitamina D

Anabolizantes

Diureacuteticos

tiazidicos

11- Ingestatildeo de caacutelcio

Com que frequecircncia vocecirc comeu produtos derivados do leite na semana passada

(diassemana)

queijo amarelo queijo branco iogurte leite sorvete

Para os periacuteodos indicados abaixo com que frequecircncia vocecirc recebeu leite

ate 25 anos 25 a 50 anos Acima de 50 anos

Todas as refeiccedilotildees (3 ou + coposdia)

1-2 coposdia

52

Toda semana mas natildeo todo dia

lt 1 vezsemana

53

11 Anexo 2 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Projeto de Pesquisa Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade

oacutessea em mulheres na menopausa

Pesquisador responsaacutevel Dra Lizanka Paola F Marinheiro

Instituiccedilatildeo responsaacutevel Instituto Fernandes Figueira

Vocecirc estaacute sendo convidado a participar do projeto de pesquisa intitulado

Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea em mulheres na

menopausa por que vocecirc participou do estudo anterior realizado haacute 7 anos sobre a

osteoporose e suas consequumlecircncias

54

A osteoporose e uma doenccedila que se caracteriza pela diminuiccedilatildeo da resistecircncia do osso

tornando-o mais fraacutegil Essa fragilidade aumenta o risco da pessoa que tem osteoporose de ter

fraturas mesmo com atividades comuns como tossir ou espirrar

Com isso esse trabalho deseja avaliar a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea na

populaccedilatildeo de mulheres na poacutes menopausa residente da Ilha de Paquetaacute apoacutes 7 anos de

seguimento do uacuteltimo estudo transversal

Vocecirc natildeo eacute obrigada a participar Mas se quiser vocecirc teraacute que responder a um

questionaacuterio Para participar vocecirc natildeo teraacute que pagar nada O resultado seraacute fornecido apenas

a vocecirc ningueacutem mais saberaacute Suas duvidas seratildeo esclarecidas e vocecirc devera continuar

acompanhamento com seu meacutedico assistente Se vocecirc natildeo quiser participar natildeo seraacute

submetida a nenhum constrangimento fiacutesico ou moral e seu atendimento no posto de sauacutede

natildeo seraacute prejudicado A participante poderaacute se retirar do estudo a qualquer momento que

julgar necessaacuterio sem prejuiacutezo para a mesma O resultado de toda a pesquisa seraacute divulgada e

atraveacutes de artigos cientiacuteficos em revistas encontros congressos ou similares sem a

divulgaccedilatildeo dos nomes de quem participou de forma sigilosa

Sua participaccedilatildeo no estudo natildeo implicaraacute em custos adicionais O (A) Sr (a) natildeo teraacute

qualquer despesa com a realizaccedilatildeo dos procedimentos previstos neste estudo que seratildeo

custeados pelo pesquisador responsaacutevel Tambeacutem natildeo haveraacute nenhuma forma de pagamento

pela sua participaccedilatildeo

Caso surja alguma duacutevida quanto agrave eacutetica do estudo o (a) Sr(a) deveraacute se reportar ao

Comitecirc de Eacutetica em Pesquisas envolvendo seres humanos ndash subordinado ao Conselho

Nacional de Eacutetica em Pesquisa oacutergatildeo do Ministeacuterio da Sauacutede atraveacutes de solicitaccedilatildeo ao

representante de pesquisa que estaraacute sob contato permanente ou contactando o Comitecirc de

Eacutetica em Pesquisa desta instituiccedilatildeo no telefone (21) 3971-1590 Eacute assegurado o completo

55

sigilo de sua identidade quanto a sua participaccedilatildeo neste estudo incluindo a eventualidade da

apresentaccedilatildeo dos resultados deste estudo em congressos e perioacutedicos cientiacuteficos

Eu________________________________________________________________________

residente do endereccedilo__________________________ fui informada dos objetivos e da

justificativa deste trabalho de forma clara e detalhada pela Dra Adriana de Mattos V da

Costa Recebi informaccedilotildees especificas sobre cada procedimento no qual estarei envolvida

dos desconfortos e riscos previstos tanto quanto dos benefiacutecios esperados Todas as minhas

duvidas foram respondidas com clareza e sei que poderei solicitar novos esclarecimentos a

qualquer momento Aleacutem disso sei que novas informaccedilotildees obtidas durante o estudo me seratildeo

fornecidas e que terei liberdade de retirar meu consentimento de participaccedilatildeo face a estas

informaccedilotildees sem prejuiacutezo para mim Aleacutem disto me foi entregue uma coacutepia da folha de

informaccedilotildees para os participantes a qual li compreendi e me deu plena liberdade para decidir

acerca da minha espontacircnea participaccedilatildeo nesta pesquisa Minha identidade jamais seraacute

publicada Os dados colhidos poderatildeo ser examinados por pessoas envolvidas no estudo com

autorizaccedilatildeo delegada do investigador e por pessoas delegadas pelo patrocinador Estou

recebendo uma coacutepia assinada deste Termo

Os pesquisadores responsaacuteveis pelo Projeto satildeo a Dra Lizanka Paola F Marinheiro e

sua aluna a Dra Adriana de Mattos Viveiros da Costa

56

Participante

Nome _________________________________

Assinatura________________________________

Data_________________________________________

Investigador

Nome____________________________________

Assinatura________________________________

Data_______________________________________

Pesquisadora

Nome______________________________________

Assinatura___________________________________

Data__________________________________________

Dra Lizanka Paola F Marinheiro

lizankaglobocom

tel 25541700

Dra Adriana de Mattos Vda Costa

adrianamattosmedyahoocombr

tel 87273315

Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa

Rua Afonso Cavalcanti 455 sala 710 ndash Cidade Nova -

Telefone 3971-1463

10

Segundo o IBGE (IBGE 2009a) a expectativa de vida no Brasil eacute de 72 anos e soacute no

ano 2000 jaacute havia 24 milhotildees de mulheres com mais de 40 anos Ou seja predominantemente

na fase de deficiecircncia estrogecircnica e com risco aumentado de osteoporose A principal e mais

temida complicaccedilatildeo da osteoporose eacute a fratura oacutessea Entatildeo a adoccedilatildeo de meacutetodos praacuteticos e

de baixo custo para o rastreamento da populaccedilatildeo de risco para fraturas propiciaria a

quantificaccedilatildeo do problema e o planejamento de intervenccedilotildees precoces que impedissem ou

retardassem a ocorrecircncia deste agravo (Oliveira et AL 2007) Logo o conhecimento da

epidemiologia local de fraturas por fragilidade oacutessea eacute essencial para embasar este

rastreamento

Sendo assim esse estudo procurou avaliar a incidecircncia de fraturas por fragilidade

oacutessea na populaccedilatildeo de mulheres na poacutes-menopausa residente da Ilha de Paquetaacute apoacutes sete

anos de seguimento

11

2 Justificativa

No Brasil com o envelhecimento populacional e consequumlente aumento no nuacutemero de

idosas medidas devem der tomadas para se cuidar da mulher em sua fase climateacuterica eacutepoca

que ela chega a viver um terccedilo ou mais apoacutes o fim do periacuteodo reprodutivo Essa transiccedilatildeo

epidemioloacutegica tem trazido grandes desafios ao Estado Haacute a substituiccedilatildeo entre as primeiras

causas de morte das doenccedilas transmissiacuteveis pelas crocircnicas degenerativas e causas externas

entre elas a osteoporose (IBGE 2009b)

Vaacuterios fatores estatildeo relacionados agrave causa da osteoporose como a etnia a nutriccedilatildeo os

exerciacutecios fiacutesicos os dados antropomeacutetricos o alcoolismo o tabagismo e a vida reprodutiva

da mulher Por isso eacute necessaacuterio que se tenha cada vez mais estudos atuais e com populaccedilotildees

brasileiras para que os fatores de risco que fazem a diferenccedila para fraturas por fragilidade

sejam descobertos (Pinheiro et al 2010b c)

Em 2003 segundo as informaccedilotildees da Pesquisa Nacional por Amostras de Domiciacutelios

(PNAD) a populaccedilatildeo de 60 anos ou mais era por volta de 17 milhotildees de pessoas

representando cerca de 10 da populaccedilatildeo total do Paiacutes (IBGE 2009a) As diferenccedilas de sexo

satildeo importantes para descrever as pessoas idosas e da mesma forma como tem ocorrido em

todo o mundo o nuacutemero de mulheres idosas no Brasil eacute maior do que o de homens as

informaccedilotildees da PNAD mostraram que em 2003 essa proporccedilatildeo era de 559 e 441

respectivamente (IBGE 2009a)

Tambeacutem foi observado que a expectativa de vida a partir dos 60 anos aumentou no

periacuteodo de 1999 a 2003 em todas as faixas de idade tanto para homens quanto para

mulheres entretanto a expectativa de vida das mulheres excede a dos homens e este fato

explica em parte a maior proporccedilatildeo de mulheres idosas em relaccedilatildeo aos homens Em 2006

12

no Paiacutes como um todo a expectativa de vida das pessoas de 60 anos era de 193 anos para os

homens e de 224 anos para as mulheres Notando as mudanccedilas nas caracteriacutesticas da

populaccedilatildeo o Ministeacuterio da Sauacutede iniciou accedilotildees voltadas agraves mulheres no periacuteodo climateacuterico

entre elas a Poliacutetica de Assistecircncia Integral aacute Sauacutede da Mulher (PNAISM 2004)

Os estudos confirmam que diferenccedilas de sexo e idade na percepccedilatildeo da sauacutede satildeo

importantes determinantes do comportamento em relaccedilatildeo agrave procura por atendimento de sauacutede

(WHO 2001)

Em 2003 as mulheres idosas declararam um estado de sauacutede pior do que os homens

exceto entre os idosos de 80 anos ou mais onde a tendecircncia se inverte passando os homens a

declarar um estado de sauacutede pior do que aquele declarado pelas mulheres (PNAD 2003)

Os resultados do Censo Demograacutefico 2000 para os municiacutepios das capitais

apresentam padrotildees de incapacidade funcional em mobilidade fiacutesica compatiacuteveis com aqueles

apontados pelas informaccedilotildees da Politica Nacional de Assistecircncia a Domiciacutelio 2003 para as

aacutereas metropolitanas As mulheres declaram incapacidade funcional em maior proporccedilatildeo do

que os homens observando-se tambeacutem o caraacuteter progressivo da incapacidade funcional

entre os idosos em relaccedilatildeo ao aumento da idade (IBGE 2009a b)

Com o maior nuacutemero de idosos consequumlentemente haacute uma elevaccedilatildeo na frequecircncia das

fraturas por fragilidade oacutessea Isso se torna um problema de sauacutede de grandes dimensotildees

para a paciente na poacutes-menopausa pelos limites que comprometem sua qualidade de vida

para a famiacutelia por arcar com a responsabilidade de protegecirc-la no seu conviacutevio e para a sauacutede

puacuteblica pelo ocircnus econocircmico (Speroff et al 1989 Pinheiro et al 2010a b) Assim satildeo

necessaacuteria accedilotildees de promoccedilatildeo prevenccedilatildeo e abordagem da osteoporose que incide a partir da

perimenopausa

13

Estima-se que 70 das fraturas de quadril esperadas para 2050 ocorreratildeo na Aacutesia

Ameacuterica Latina e Aacutefrica (Cooper 1999) Jaacute na Europa segundo dados da Fundaccedilatildeo

Internacional de Osteoporose estima-se que uma em cada trecircs mulheres acima dos 50 anos

teraacute fratura por fragilidade oacutessea E na Uniatildeo Europeia ocorre uma fratura a cada 30 segundos

e se espera que para essa populaccedilatildeo o nuacutemero de fraturas dobre nos proacuteximos 50 anos

(International Osteoporosis Foundation 2005)

Estudos realizados sobre os custos da osteoporose e suas consequecircncias demonstram

que os gastos com essa doenccedila impressionam O estudo de Silva et al (2003) somou os gastos

com as internaccedilotildees para reduccedilotildees ciruacutergicas as reduccedilotildees incruentas o tratamento

conservador os gastos com cirurgias para a retirada de proacutetese internaccedilotildees de longa

permanecircncia consultas meacutedicas e fisioterapia chegando agrave conclusatildeo de que os custos do

SUS com o tratamento das fraturas eacute de mais de 20 milhotildees de reais por ano Tambeacutem

Tosteson et al (2008) fizeram um levantamento de custos do tratamento da osteoporose em

uma populaccedilatildeo de mulheres americanas em 2005 e mostrou que os custos anuais com

medicamentos satildeo altiacutessimos

Sobre os exames realizados para avaliaccedilatildeo da osteoporose os principais usados satildeo a

densitometria oacutessea e a ultrassonometria oacutessea de calcacircneo (USO) A densitometria oacutessea eacute

considerada o padratildeo-ouro para o diagnoacutestico de osteoporose pela Organizaccedilatildeo Mundial da

Sauacutede (OMS) desde 1994 poreacutem este exame estima apenas a densidade mineral oacutessea A

USO busca refletir outros paracircmetros aleacutem da densidade mineral oacutessea avaliando o risco de

fratura com eficiecircncia similar agrave densitometria oacutessea (Oliveira et al 2004 Castro 2000)

Embora os fatores cliacutenicos de riscos (FCRs) em populaccedilotildees de risco para osteoporose

e fratura estejam bem estabelecidos especialmente em estudos internacionais sua prevalecircncia

14

na populaccedilatildeo brasileira em geral natildeo estaacute clara porque ainda faltam estudos sobre o tema Um

dos principais estudos sobre a avaliaccedilatildeo de FCR foi o BRAZOS (Pinheiro et al 2010a) Ele

natildeo avaliou os fatores de risco relacionados agrave massa oacutessea mas os seus resultados permitem

inferir que esses fatores de risco satildeo muito semelhantes agravequeles relacionados agrave fratura por

baixo impacto Pinheiro et al (2010) demonstrou que os principais FCRs associados agrave fratura

por osteoporose de qualquer siacutetio esqueleacutetico de um total de 2420 indiviacuteduos apoacutes ajustes

estatiacutesticos foram histoacuteria familiar de fratura de quadril idade avanccedilada e baixo peso E que

a associaccedilatildeo de FCR agraves medidas de massa oacutessea poderia melhorar a discriminaccedilatildeo de

pacientes com maior risco de fratura osteoporoacutetica (Pinheiro et al 2010a b)

Atualmente existe uma ferramenta chamada FRAXreg utilizada por meacutedicos em vaacuterios

paiacuteses baseado na pratica meacutedica usando uma combinaccedilatildeo de fatores cliacutenicos e densidade

mineral oacutessea O FRAXreg eacute usado para predizer o risco de fratura nos proacuteximos dez anos com

implicaccedilotildees diretas na decisatildeo do tratamento e custos (Kanis et al 2008 Pinheiro et al 2009)

Poreacutem o risco absoluto de fraturas depende da populaccedilatildeo estudada e essa ferramenta ainda

natildeo foi aprovada para uso no Brasil Assim estudos epidemioloacutegicos representativos sobre

fatores de risco para fraturas ainda continuam sendo necessaacuterios (Pinheiro et al 2009)

Em 2003 a dissertaccedilatildeo de mestrado da Dra Patriacutecia Pereira de Oliveira verificou o

risco aumentado de fraturas por osteoporose atraveacutes da USO (Oliveira et al 2007) na

populaccedilatildeo de mulheres menopausadas na ilha de Paquetaacute-RJ Em nosso estudo verificaremos

se existe uma correlaccedilatildeo entre os achados ultrassonograacuteficos e as fraturas cliacutenicas na mesma

populaccedilatildeo por ela utilizada aleacutem outros fatores de risco para fraturas serem contemplados

como doenccedilas de base tempo de menopausa medicamentos entre outros Isto se justifica

pela necessidade de termos no Brasil dados sobre a incidecircncia de fraturas por fragilidade

oacutessea e fatores de risco a ela relacionados desenvolvidos em uma populaccedilatildeo brasileira e

15

residente de uma ilha localizada no litoral fluminense Jaacute que a literatura nessa aacuterea eacute escassa

e para que compreendendo melhor a dinacircmica da fratura por fragilidade oacutessea possamos

intervir antes que ela ocorra melhorando a qualidade de vida dessas mulheres e diminuiacutedo os

gastos com a sauacutede

16

3 Objeto de Estudo

Estudo de fatores associados agraves fraturas por fragilidade oacutessea em mulheres na poacutes-

menopausa atendidas em uma unidade baacutesica de sauacutede

Questionamento

Quais os fatores associados agrave ocorrecircncia de fraturas em mulheres poacutes-menopausa

acompanhadas em uma unidade baacutesica de sauacutede

31 Objetivos

311 Geral

Avaliar os fatores relacionados agrave ocorrecircncia de fraturas em mulheres poacutes-menopausa

acompanhadas em uma unidade baacutesica de sauacutede

312 Especiacuteficos

a- Avaliar se a ocorrecircncia de fraturas foi maior nas pacientes identificadas como risco

aumentado para fraturas pelo ultrassonometria oacutessea de calcacircneo preacutevia

b- Verificar a associaccedilatildeo entre as fraturas por fragilidade oacutessea e os dados cliacutenicos

comportamental e demograacuteficos (idade e sexo) das pacientes

c- Analisar se o tempo de menopausa influencia a ocorrecircncia de fraturas por fragilidade

oacutessea

17

4 Marco Teoacuterico

A osteoporose pode ser definida como doenccedila osteometaboacutelica caracterizada pela

diminuiccedilatildeo da densidade mineral oacutessea com alteraccedilotildees na sua microestrutura que conduzem

a um aumento da fragilidade oacutessea e uma tendecircncia a fraturas por traumatismos pouco

intensos Dado o exposto esta constitui o verdadeiro problema de sauacutede puacuteblica devido agrave sua

alta taxa de morbimortalidade e altos custos (Vianna et al 2001 International Osteoporosis

Foundation 2005)

Com relaccedilatildeo ao hipoestrogenismo observa-se que as mulheres apresentam uma perda

oacutessea mais acelerada nos dez primeiros anos apoacutes a instalaccedilatildeo da menopausa do que os

homens da mesma idade adquirindo risco de fratura mais precocemente do que eles (NHI

2001) Esta diminuiccedilatildeo de massa oacutessea total poderaacute ser ateacute dez vezes a diminuiccedilatildeo ocorrida

antes deste periacuteodo podendo chegar a 2 a 4 ao ano para o osso trabecular e de 1 para o

cortical (NHI 2001) A deficiecircncia de estrogecircnio aumenta o remodelamento oacutesseo e pode

agravar o desequiliacutebrio nas unidades de remodelamento com o aumento do tempo de vida dos

osteoclastos em detrimento dos osteoblastos (Fyhrie amp Schaffler 1994)

Na maioria dos casos a perda oacutessea eacute assintomaacutetica Quando sinais e sintomas da

osteoporose aparecem se relacionam com a ocorrecircncia de fraturas mais comumente na

porccedilatildeo distal do antebraccedilo (fratura de Colles) na coluna vertebral e no colo do fecircmur

(International Osteoporosis Foundation 2005) A maior incidecircncia de fraturas eacute observada

em mulheres brancas na poacutes menopausa (Pinheiro et al 2010a b)

Pinheiro et al (2010) analisaram 275 mulheres caucasoacuteides acima dos 50 anos e

acharam que 44 jaacute possuiacuteam algum tipo de fratura por osteoporose (Pinheiro et al 2010b)

A dor oacutessea eacute consequumlecircncia tanto das fraturas quanto das deformidades oacutesseas As fraturas

18

vertebrais satildeo as mais comuns poreacutem satildeo geralmente assintomaacuteticas e portanto menos

diagnosticadas Poreacutem podem causar dor perda de peso deformidade na coluna espinhal e

perda de estabilidade ao andar (International Osteoporosis Foundation 2005) Apenas 10

das fraturas de veacutertebras cursam com hospitalizaccedilatildeo mesmo que causem dor e diminuiccedilatildeo da

qualidade de vida Elas ocorrem entre os 50 e 60 anos de idade com maior frequecircncia

(International Osteoporosis Foundation 2005)

Jaacute as fraturas do fecircmur satildeo as mais letais devido a complicaccedilotildees poacutes-operatoacuterias As

principais causas de mortalidade satildeo as infecccedilotildees e tromboembolismo As fraturas de quadril

satildeo menos prevalentes do que as vertebrais poreacutem de maior gravidade devido agraves altas taxas

de morbimortalidade aleacutem do alto custo para a famiacutelia e para o sistema puacuteblico de sauacutede A

mortalidade apoacutes uma fratura de quadril eacute de cerca de 20- 24 no ano seguinte a fratura

sendo acompanhada de periacuteodos de hospitalizaccedilatildeo prolongados (International Osteoporosis

Foundation 2005 Silveira et al 2005) Estimativas apontam que no ano de 2050 ocorreratildeo

aproximadamente 65 milhotildees de fratura de quadril em todo mundo (Cooper 1999) As

fraturas de punho satildeo as mais facilmente observadas por mulheres no climateacuterio chegando a

originar seis milhotildees de dias de restriccedilatildeo de trabalho por ano (International Osteoporosis

Foundation 2005)

Aleacutem do custo pessoal o impacto econocircmico gerado pela osteoporose eacute enorme

Atraveacutes do mundo eacute estimado que uma em cada trecircs mulheres acima dos 50 anos teraacute fraturas

por osteoporose Na Europa no ano 2000 foi estimada uma ocorrecircncia de 379 milhotildees de

fraturas por fragilidade oacutessea sendo que destas 890 mil eram de quadril (Tosteson et al

2008) Eacute sabido que apenas metade das pacientes que sobrevivem agrave fratura de quadril voltaraacute

a andar novamente mas dificilmente com a mesma agilidade que andava antes da fratura

Apesar de a osteoporose ser facilmente diagnosticada atraveacutes de exames e seu tratamento

19

poder ser instituiacutedo ainda eacute uma doenccedila muito subdiagnosticada e subtratada Eacute estimada na

comunidade europeacuteia que uma em cada trecircs fraturas de vertebrais recebe a atenccedilatildeo cliacutenica

que merece E uma pessoa com fratura de veacutertebra tem ateacute cinco vezes mais chance de

desenvolver nova fratura no ano seguinte fenocircmeno conhecido como fratura em cascata

(Lindsay et al 2001)

Tradicionalmente a osteoporose eacute reconhecida como uma doenccedila multifatorial sendo

70 desses fatores natildeo modificaacuteveis isto eacute definidos pela carga geneacutetica e 30

potencialmente modificaacuteveis e assim envolvidos com os aspectos ambientais Dessa forma

um uacutenico fator de risco natildeo eacute capaz de identificar indiviacuteduos com ou sem fratura Diferenccedilas

geneacuteticas raciais e antropomeacutetricas bem como da composiccedilatildeo corporal densidade oacutessea

dieta atividade fiacutesica e outros haacutebitos de vida contribuem para explicar as divergecircncias na

incidecircncia e na prevalecircncia de baixa densidade oacutessea e fraturas em diversos paiacuteses do mundo

(Pinheiro et al 2010b c) Os aspectos geneacuteticos desempenham importante influecircncia sobre a

aquisiccedilatildeo do pico de massa oacutessea e perda oacutessea relacionada agrave idade bem como na

determinaccedilatildeo das propriedades estruturais e geomeacutetricas do osso No entanto a associaccedilatildeo

entre diferentes polimorfismos gecircnicos e densidade oacutessea ou fraturas por osteoporose eacute

bastante controversa e varia em diferentes estudos inclusive no Brasil fato que pode ser

tomado como um provaacutevel reflexo das diferenccedilas de etnia e ambiental das populaccedilotildees

estudadas Da mesma forma os fatores ambientais natildeo permitem uniformizar e homogeneizar

o impacto de cada um deles em cada regiatildeo do planeta (Pinheiro et al 2010c)

Atualmente a densitometria oacutessea eacute o meacutetodo mais utilizado para avaliar a massa

oacutessea Eacute o padratildeo ouro para o diagnoacutestico de osteoporose A densidade mineral oacutessea (DMO)

eacute expressa em nuacutemero absolutos em gramas de mineral por centiacutemetro quadrado escaneado

ou ainda comparado com a DMO esperada para a idade e sexo da paciente (z escore) ou

20

comparado a DMO de adultos jovens normais do mesmo sexo (t-escore) A diferenccedila entre o

escore do paciente e o padratildeo eacute expressa em desvios padrotildees acima ou abaixo da meacutedia

(Castro et al 1999)

Segundo a Sociedade Brasileira de Densitometria Cliacutenica no consenso de 2008 satildeo

indicaccedilotildees para avaliaccedilatildeo da densidade mineral oacutessea (Brandatildeo et al 2009)

rdquoMulheres com idade gt a 65 anos e homens com idade gt a 70 anos

Mulheres acima de 40 anos na transiccedilatildeo menopausal (1-2) e homens acima de 50

anos de idade com fatores de risco

Adultos com antecedente de fratura por fragilidade condiccedilatildeo cliacutenica ou uso de

medicamentos associados agrave baixa massa oacutessea ou perda oacutessea

Indiviacuteduos para os quais satildeo consideradas intervenccedilotildees farmacoloacutegicas para

osteoporose

Indiviacuteduos em tratamento para osteoporose para monitoramento de sua eficaacutecia

Indiviacuteduos que natildeo estejam sob tratamento poreacutem nos quais a identificaccedilatildeo de perda

de massa oacutessea possa determinar a indicaccedilatildeo do tratamento

Mulheres interrompendo terapia hormonal (TH)rdquo

Arq Bras Endocrinol Metab 2009 531 pag108

A proacutepria definiccedilatildeo de osteoporose pela Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede reunida em

Hong Kong em 1994 estabeleceu criteacuterios diagnoacutesticos baseados em valores obtidos pela

densitometria oacutessea classificando como osteopecircnicas aquelas mulheres que apresentarem-se

entre 1 e 25 desvios-padratildeo (DP) abaixo da meacutedia para adultas jovens e de osteoporoacuteticas as

que se encontrarem com mais de 25 DP abaixo da meacutedia para adultas jovens (Castro et al

1999 WHO 1999)

A densitometria oacutessea apresenta como desvantagens no entanto o fato de utilizar uma

fonte de radiaccedilatildeo ionizante e possuir um elevado custo que limita seu uso em estudos

populacionais principalmente em nosso paiacutes onde os recursos destinados agrave sauacutede da

populaccedilatildeo mais carente satildeo miacutenimos Sempre tentando diminuir o impacto dos gastos com

21

sauacutede eacute estimulada a busca por meacutetodos natildeo poluentes e mais baratos mas que tragam as

mesmas informaccedilotildees que os meacutetodos jaacute estabelecidos Em funccedilatildeo disto a USO vem sendo

avaliada e alguns resultados promissores tecircm sido apresentados (Castro et al 1999) Baseia-se

na modificaccedilatildeo das caracteriacutesticas de ultrassom transmitido atraveacutes de ossos de localizaccedilatildeo

mais superficiais como no calcacircneo tiacutebia falanges ou patela Os sistemas atuais se

constituem de dois transdutores sendo um transmissor e outro receptor posicionados em

locais diferentes do osso a ser estudado Os aparelhos existentes entre noacutes avaliam o

calcacircneo osso predominantemente trabecular atraveacutes das medidas de velocidade de

transmissatildeo do ultrassom (SOS em ms) e da atenuaccedilatildeo da frequumlecircncia do ultrassom (BUA em

dBMHz) (Kanis et al 2008) Novamente de acordo com a orientaccedilatildeo da Sociedade Brasileira

de Densitometria Cliacutenica de 2008 as recomendaccedilotildees para ultrassonometria oacutessea satildeo

(Brandatildeo et al 2009)

rdquoO uacutenico siacutetio validado para o uso cliacutenico da USO em osteoporose eacute o calcacircneo

Equipamentos de USO de calcacircneo validados satildeo capazes de estimar fratura por

fragilidade em mulheres na poacutes-menopausa e em homens com idade superior a 65 anos

independentemente da densidade mineral oacutessea medida em equipamentos de DMO

central

A correlaccedilatildeo entre os resultados obtidos por USO e DMO ccccccc entral eacute

moderada

USO do calcacircneo associada a fatores de risco cliacutenicos podem ser usados para

identificar populaccedilatildeo com baixa probabilidade de fratura na qual avaliaccedilatildeo adicional

natildeo seja mais necessaacuteria

Medidas de DMO central na coluna e no fecircmur constituem o meacutetodo de escolha para a

tomada de decisatildeo terapecircutica Entretanto se a DMO central natildeo for acessiacutevel o

tratamento farmacoloacutegico pode ser iniciado se a probabilidade de fratura avaliada pelo

USO do calcacircneo com pontos de corte especiacuteficos associados a fatores de risco

cliacutenicos for suficientemente alta

Equipamentos de USO natildeo satildeo clinicamente uacuteteis no monitoramento de efeitos

esqueleacuteticos dos medicamentos disponiacuteveis para o tratamento da osteoporoserdquo

Arq Bras Endocrinol Metab 2009 531 pag110

22

Em 2003 foi realizada uma dissertaccedilatildeo de mestrado (Oliveira et al 2007) sobre a

utilizaccedilatildeo do USO para estimar a prevalecircncia de risco aumentado de fraturas em uma

populaccedilatildeo de mulheres na poacutes menopausa residentes da Ilha de Paquetaacute Em trabalho

realizado por Oliveira e cols nesta instituiccedilatildeo Foi realizado um estudo transversal com

recrutamento de 385 mulheres residentes da Ilha Todas as mulheres responderam a

questionaacuterio previamente estruturado e foram submetidas a medidas antropomeacutetricas e a

USO As medidas de USO foram realizadas segundo o manual do fabricante A idade da

populaccedilatildeo estudada variou entre 42 e 95 anos Os resultados encontrados mostram que

5922 da amostra apresentava algum tipo de alteraccedilatildeo a USO com t score menor que -1

Esse grupo era composto por mulheres mais idosas com menor peso menor altura e menor

percentual de gordura quando comparado com o grupo com t score lt ndash 1 Foi encontrado que

1688 das pesquisadas possuiacuteam alto risco para fraturas com t score lt -25 E as mulheres

do grupo de alto risco tinham maior peso e IMC paracircmetros conhecidos como protetores

Embora divergente da literatura a autora atribui esses resultados a caracteriacutesticas das

mulheres mais idosas em um contexto social de baixa escolaridade e renda (Oliveira et al

2007)

23

5 Materiais e Meacutetodos

51 Populaccedilatildeo

A Ilha de Paquetaacute dista aproximadamente 15 km da Praccedila XV no Centro da Cidade

do Rio de Janeiro sendo a principal ilha do arquipeacutelago de Paquetaacute situada ao nordeste da

Baiacutea de Guanabara A populaccedilatildeo e frequecircncia da Ilha satildeo extremamente sazonais sendo

aproximadamente 2200 domiciacutelios (entre moradores e veranistas) Os moradores fixos

correspondem a 4500 pessoas em sua maioria de famiacutelias antigas na Ilha das quais 208

satildeo idosos ultrapassando ateacute mesmo a meacutedia nacional que eacute em torno de 12 (IBGE

2009a) Este iacutendice faz de Paquetaacute o erceiro bairro em nuacutemero de idosos no municiacutepio sendo

que sua populaccedilatildeo pode ser considerada envelhecida segundo os criteacuterios da Organizaccedilatildeo

Mundial da Sauacutede (OMS 2003) Embora a maioria da populaccedilatildeo seja branca existem 109

de negros 256 de pardos e 01 de iacutendios Cerca de 90 dos domiciacutelios possuem aacutegua

tratada e 9957 tratamento de esgoto As famiacutelias residentes nesta regiatildeo satildeo compostas em

meacutedia por trecircs pessoas com rendimento meacutedio per capita de 301 salaacuterios miacutenimos (IPEA

2000) e o transporte urbano eacute feito basicamente a peacute por bicicletas ou charretes puxadas por

ciclistas (IBGE 2009a)

52 Tipo de estudo

Foi realizado um estudo de coorte prospectivo na ilha de PaquetaacuteRJ no ano de 2011

Foram inicialmente alocadas todas as mulheres que participaram do estudo anterior

desenvolvido no ano de 2003 (Oliveira et al 2007)

24

53 Criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo

Os criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo foram os mesmos utilizados do estudo anterior

(Oliveira et al 2007) Sendo os criteacuterios de inclusatildeo as mulheres que estavam na menopausa

e que tinham residecircncia fixa na Ilha de Paquetaacute e os criteacuterios de exclusatildeo a historia pessoal

de doenccedilas que sabidamente afetam o metabolismo oacutesseo direta ou indiretamente (como

artrite reumatoacuteide luacutepus eritematoso sistecircmico hiperparatireoidismo osteogecircnese imperfeita)

e as neoplasias malignas exceto carcinoma basocelular de pele

54 Alocaccedilotildees de pacientes

A populaccedilatildeo elegiacutevel era constituiacuteda pelas 385 mulheres alocadas no estudo inicial

(Oliveira et al 2007) No trabalho de Oliveira et al (2007) foi realizado um estudo transversal

com recrutamento por auto-seleccedilatildeo ou demanda espontacircnea no ano de 2003 na Ilha de

Paquetaacute Rio de Janeiro Brasil Foram estudadas 385 mulheres na poacutes-menopausa

(diagnoacutestico cliacutenico) residentes no local apoacutes a aplicaccedilatildeo dos criteacuterios de exclusatildeo

(existecircncia de pino metaacutelico ou edema com cacifo em ambos os peacutes ou impossibilitadas de

posicionar os peacutes no aparelho de ultra-sonometria oacutessea) Todas as mulheres responderam na

eacutepoca a um questionaacuterio e foram submetidas a medidas antropomeacutetricas e agrave USO

No presente estudo considerando uma significacircncia de 95 e um poder de 80 uma

prevalecircncia de 15 de fraturas na populaccedilatildeo de risco (Clark et al 2009) o tamanho amostral

previsto foi de 130 mulheres Poreacutem devido agraves perdas o tamanho amostral final foi de 86

pacientes

Atraveacutes do banco de dados jaacute existente todas as pacientes foram re-contactadas As

mulheres foram localizadas atraveacutes de telefonemas e comparecimento no hospital local onde

25

eacute realizado a atenccedilatildeo baacutesica de sauacutede Foram realizados pelo menos 2 telefonemas com

intervalo de 1 semana entre eles Como ldquoperdasrdquo foram consideradas as pacientes natildeo

encontradas apoacutes os dois telefonemas (035 dos telefones estavam errados e 049 das

pacientes tinham telefone quebrado ou ocupado) pacientes que natildeo quiseram ou natildeo

puderam responder ao questionaacuterio (008) e pacientes falecidas (006)

As pacientes selecionadas foram submetidas a um questionaacuterio de avaliaccedilatildeo de fatores

relacionados agrave fragilidade oacutessea conhecido como European Vertebral Osteoporosis Study

(EVOS) jaacute validado previamente para o portuguecircs (OrsquoNeill et al 1996) e jaacute utilizados em

importantes estudos (Pinheiro et al 2006 Clark et al 2009) O questionaacuterio EVOS eacute

composto por dados soacutecio-demograacuteficos (idade estado civil escolaridade cor renda familiar

e nuacutemero de dependentes desta haacutebitos de vida) e histoacuteria reprodutiva pessoal sumaacuteria

(idade da menarca idade da menopausa tipo de menopausa) Os dados antropomeacutetricos

foram aferidos segundo criteacuterios adotados internacionalmente com medidas de peso e altura

observando intervalos de 01kg e 001m respectivamente

A definiccedilatildeo de fratura por fragilidade oacutessea foi a mesma utilizada por Pinheiro et al

(2010a) como aquela resultante de uma queda da proacutepria altura ou trauma menos intenso em

indiviacuteduos com 50 anos ou mais em siacutetios esqueleacuteticos especiacuteficos antebraccedilo fecircmur

costelas veacutertebras e uacutemero E a documentaccedilatildeo de fraturas foi realizada atraveacutes de relato da

paciente (fratura referida) As fraturas traumaacuteticas (apoacutes acidente automobiliacutestico ou outras

condiccedilotildees sob forte impacto) ou as de baixo impacto natildeo relacionadas agrave osteoporose (como

por exemplo as de face tornozelo metacarpo falanges) natildeo foram consideradas

O estudo obedeceu aos criteacuterios de eacutetica preconizados pela resoluccedilatildeo no 19696 do

Conselho Nacional de Sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede e foi aprovado previamente pelo Comitecirc

26

de Eacutetica em Pesquisa da FiocruzIFF e pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Prefeitura Todas

as mulheres assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido antes de qualquer

procedimento

55 Anaacutelise Estatiacutestica

Os dados foram registrados em planilha Excel e analisados pelo programa Statistical

Package for Social Sciences (SPSS) versatildeo 170 Para avaliar diferenccedilas entre os grupos as

variaacuteveis categoacutericas foram avaliadas pelo Qui-quadrado de Pearson ou o teste exato de

Fisher A relaccedilatildeo entre as variaacuteveis categoacutericas e ordinal e entre as variaacuteveis numeacutericas foi

avaliada pelo teste de Mann-Whitney que eacute um teste natildeo-parameacutetrico que equivale ao teste t

escolhido pelo tamanho da amostra A relaccedilatildeo entre as variaacuteveis numeacutericas foi avaliada pelo

coeficiente de Sperman que eacute uma estatiacutestica natildeo parameacutetrica utilizada para dados natildeo

normais eou amostra pequena Para todos os testes o niacutevel de significacircncia adotado foi de

5 A variaacutevel dependente foi a presenccedila de fratura (sim ou natildeo) e as variaacuteveis

independentes foram idade (em anos) resultado de USO (normal ou alterado) tempo de

menopausa (em anos) siacutetio de localizaccedilatildeo de fraturas IMC (abaixo do pesonormal

sobrepeso obeso) tabagismo (fumante ou natildeo fumante) atividade fiacutesica (leve

moderadapesada) frequecircncia diaacuteria de ingestatildeo de leite (em coposdia) e as variaacuteveis

binaacuterias como o histoacuterico familiar de fratura de quadril osteoporose uso de anticoncepcional

ausecircncia de menstruaccedilatildeo retirada de uacutetero ou ovaacuterios amamentaccedilatildeo paciente acamado e

etilismo O caacutelculo do risco relativo (RR) foi feito para avaliar a relaccedilatildeo entre o USO e a

presenccedila de fraturas Para isso foi considerado pacientes com USO normal aqueles com

resultados do T-score gt-11 e USO alterado aqueles com T-score lt-11 O niacutevel de atividade

fiacutesica foi classificado em atividade leve (trabalho burocraacutetico em escritoacuterio na maior parte

do tempo sentado) atividade moderada (trabalhos na maior parte do tempo em peacute como

27

vendedor e dona-de-casa) atividade pesada (enfermeira empregada domeacutestica) Oliveira et al

2010) Para caacutelculo aproximado da ingestatildeo alimentar diaacuteria de caacutelcio utilizou- se uma

adaptaccedilatildeo da Tabela Brasileira de Composiccedilatildeo de Alimentos 1 fatia queijo (90mg) 1 copo

de iogurte (1212mg) 1 copo leite (257mg) 1 bola se sorvete (135mg) E no final todos esses

alimentos foram convertidos em quantidade ingerida de copos de leite

28

6 Resultados Encontrados

61 Gerais

As caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas da populaccedilatildeo estudada estatildeo listadas na

tabela 1 A idade meacutedia das pacientes foi de 725 anos (DPplusmn 87) com a idade da menopausa

460 anos (DPplusmn 61) o tempo de menopausa 261 anos (DPplusmn 97) e o IMC de 264 (kgm2)

(DPplusmn 55) Essas caracteriacutesticas quando comparadas com o estudo anterior de 2003 (tabela

2) confirmam tratar-se da mesma populaccedilatildeo Apenas a idade e o tempo de menopausa

evidenciam ser a nossa populaccedilatildeo mais idosa Fator que se justifica pelo tempo ocorrido entre

os dois estudos

A incidecircncia de fratura por fragilidade oacutessea encontrada foi de 21 evidenciado no

graacutefico 1 Os principais siacutetios de fratura satildeo analisados na tabela 3 tendo como sitio principal

o antebraccedilo com 50 seguido pelo peacute com 192 e uacutemero 145 Jaacute na tabela 4 e no graacutefico

2 pode ser observado que a idade da populaccedilatildeo estudada variou entre 54 e 97 anos com meacutedia

de 72 anos com DP plusmn 90 No grupo de pacientes fraturadas 50 tinham entre 65 e 79 anos

sugerindo ser essa faixa etaacuteria mais susceptiacutevel as fraturas por fragilidade oacutessea

62 USO preacutevia X Fraturas

Foi verificado na tabela 5 a associaccedilatildeo entre o resultado da (USO) preacutevia e o desfecho

fraturas por fragilidade oacutessea De todas as pacientes que fizeram USO no estudo inicial 66

participaram deste estudo Das 50 pacientes que tiveram o USO alterado 22 tiveram

fraturas nesse periacuteodo E as pacientes com USO considerada normal 194 tiveram fraturas

por fragilidade oacutessea O RR= 113 (IC95 048 - 263) sugere que as mulheres que tiveram

29

USO alterado tem um risco de fraturar de 13 maior em relaccedilatildeo as pacientes com resultado

de USO considerado normal

63 Caracteriacutesticas cliacutenicas e comportamentais X Fratura

As pacientes foram analisadas quanto as variaacuteveis clinicas e comportamentais

Considerando a tabela 6 as pacientes que tiveram fraturas se mostraram com maior

sobrepeso ou obesas (722) com maior historia familiar de fratura de quadril (133) e

com maior diagnostico de osteoporose (471) do que as pacientes sem fraturas (p

valorgt005) Jaacute o uso de anticoncepcional ou o uso de reposiccedilatildeo hormonal natildeo se mostraram

ser relevantes para ocorrecircncia de fraturas nessa amostra E 235 das pacientes acamadas por

mais de dois meses sofreram alguma fratura com p valor lt005 Evidenciando associaccedilatildeo

entre a paciente ficar acamada por mais de dois meses e sofrer fratura por fragilidade oacutessea

Avaliando a tabela 7 foi notado que apenas 125 das pacientes que tiveram fratura eram

tabagistas e 167 eram etilistas natildeo se mostrando essas caracteriacutesticas como fatores de

risco A atividade fiacutesica moderadapesada ateacute 25 anos e acima de 50 anos apresentou

percentuais de 441 e 382 respectivamente Aleacutem disso entre 25 e 50 anos 444 das

pacientes com atividade fiacutesica moderadapesada tiveram fraturas e 441 das pacientes natildeo

tiveram fraturas para essa faixa etaacuteria (p valor gt005) Sendo assim natildeo houve associaccedilatildeo

entre a atividade fiacutesica e as fraturas Em relaccedilatildeo ao item ingestatildeo de leite apoacutes os 50 anos

456 das pacientes que natildeo tiveram fraturas ingeriam de 1 a 2 copos de leite por dia e

apenas 44 ingeriam mais de 3 copos de leite por dia No caso das pacientes que tiveram

fraturas apoacutes os 50 anos foi observado que 50 ingeriam de 1 a 2 copos de leite por dia e

167 ingeriam 3 copos ou mais de leite

30

64 Tempo de menopausa X Fratura

As pacientes foram avaliadas graacutefico 3 para verificar a associaccedilatildeo entre o tempo de

menopausa e o desfecho das fraturas A mediana do tempo de menopausa encontrado em

ambos os grupos foi de 262 com DP de plusmn98 Metade das pacientes que tiveram fraturas tem

entre 193 e 293 anos de menopausa com DP de plusmn72 A correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade

tempo de menopausa e IMC foi observado na tabela 8 onde evidenciada uma associaccedilatildeo

positiva entre a idade e o tempo de menopausa nos grupos de pacientes com e sem fraturas

Assim como foi verificado uma associaccedilatildeo negativa de quanto maior a idade e o tempo de

menopausa menor o IMC

31

Graacutefico 1

Graacutefico 2

32

Graacutefico 3

33

Tabela 1- Caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas das

mulheres poacutes menopausa (n=86)

Caracteriacutesticas Meacutedia plusmn desvio padratildeo

Idade (anos) 7255 plusmn 897

Idade da

menarca (anos) 1324 plusmn 184

Idade da

menopausa

(anos)

4608 plusmn 614

Tempo de

menopausa

(anos)

2618 plusmn976

Peso (kg)sect 6342 plusmn 1055

Altura (m)deg 155 plusmn 008

IMC (kgm2) 2643 plusmn 557

n=85 sectn=83 ordmn=82 n=81 n=80

Tabela 2-Caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas das

mulheres poacutes menopausa em 2003

Caracteriacutesticas Meacutedia plusmn desvio padratildeo

Idade (anos) 6463plusmn1270

Idade da

menarca (anos)

1304 plusmn 193

Idade da

menopausa

(anos)

4755 plusmn 601

Tempo de

menopausa

(anos)

1700 plusmn 1076

Peso (kg)sect 6533 plusmn 1270

Altura (m)deg 155 plusmn 006

IMC (kgm2) 2696 plusmn 477

34

Tabela 3 ndash Incidecircncia de fraturas em mulheres poacutes menopausa segundo a

localizaccedilatildeo de fratura 2003-2011

Tipo da fratura

n

Veacutertebra 1 38

Fecircmur 1 38

Costela 2 77

Antebraccedilo 13 500

Uacutemero 4 145

Peacute 5 192

Total 26 1000

Nota Algumas pacientes tiveram mais de uma fratura no periacuteodo

Tabela 4- Relaccedilatildeo entre idade e fratura nas mulheres na poacutes menopausa

Total

Fratura

Idade (anos) Natildeo Sim

N () n () n ()

54 a 64 anos 18 209 14 206 4 222

65 a 79 anos 48 558 39 574 9 500

80 a 97 anos 20 233 15 221 5 278

Total 86 1000 68 1000 18 1000

Meacutedia (DP) 725 (90) 713 (77) 729 (93)

Nota P-valor pelo teste de Mann-Whitney=0813

35

Tabela 5 - Incidecircncia de fratura em mulheres poacutes-menopausa segundo

resultado da USO 2003-2011

Resultado da

USO

Total

Fratura p-valor

Sim Natildeo

n n

()

IC95 n

()

Normal 36 7 194

89 -

3472

29 806

0496

Alterado 50 11 220

121 -

350

39 780

Total 86 18 209

133 -

305

68 791

Nota Risco relativo = 113 (IC95 048 - 263)

36

Tabela 6 ndash Caracteriacutesticas cliacutenicas de mulheres poacutes-menopausa segundo

fratura (n=86)

Fratura

Natildeo (n=68) Sim (n=18) Total

n ( ) n ( )

IMC

Abaixo do pesoNormal 24 (353) 5 (278) 28 0792

Sobrepeso 27 (397) 9 (500) 36

Obeso 17 (250) 4 (222) 21

Histoacuterico familiar de fratura de quadril

Natildeo 66 (985) 13 (867) 79 0085

Sim 1 (15) 2 (133) 3

Osteoporose

Natildeo 44 (800) 9 (529) 53 0055

Sim 11 (200) 8 (471) 19

Uso de anticoncepcional

Natildeo 32 (485) 10 (556) 42 0791

Sim 34 (515) 8 (444) 42

Ausecircncia de mentruaccedilatildeo

Natildeo 60 (909) 16 (941) 76 1000

Sim 6 (91) 1 (59) 7

Retirou o uacutetero

Natildeo 46 (687) 9 (500) 55 0170

Sim 21 (313) 9 (500) 30

Retirou os ovaacuterios

Natildeo 53 (815) 11 (647) 64 0187

Sim 12 (185) 6 (353) 18

Reposiccedilatildeo hormonal

Natildeo 51 (761) 13 (722) 64 0763

Sim 16 (239) 5 (278) 21

Amamentou

Natildeo 14 (206) 4 (222) 18 1000

Sim 54 (794) 14 (778) 68

Acamado por mais de dois meses

Natildeo 63 (940) 13 (765) 76 0049

Sim 4 (60) 4 (235) 8

Caracteriacutesticas clinicas

p-valor do

teste exato

de Fisher

37

Tabela 7 - Caracteriacutesticas comportamentais de mulheres poacutes-menopausa segundo

fratura (n=86)

Fratura

Natildeo (n=68) Sim (n=18) Total

n ( ) n ( )

Tabagismo

Natildeo fumante 47 (758) 14 (875) 61 0499

FumanteEx-fumante 15 (242) 2 (125) 17

Etilismo no uacuteltimo ano

Natildeo 48 (706) 15 (833) 63 0376

Sim 20 (294) 3 (167) 23

Atividade fiacutesica ateacute os 25 anos

Leve 38 (559) 11 (611) 49 0792

ModeradaPesada 30 (441) 7 (389) 37

Atividade fiacutesica entre os 25 e 50 anos

Leve 38 (559) 10 (556) 48 1000

ModeradaPesada 30 (441) 8 (444) 38

Atividade fiacutesica acima dos 50 anos

Leve 42 (618) 12 (667) 54 0789

ModeradaPesada 26 (382) 6 (333) 32

Frequecircncia diaacuteria de leite ateacute 25 anos

Nenhummenos 1 copodia 34 (500) 8 (444) 42 0910

1 a 2 coposdia 31 (456) 9 (500) 40

3 coposdia ou mais 3 (44) 1 (56) 4

Frequecircncia diaacuteria de leite apoacutes 50 anos

Nenhummenos 1 copodia 34 (500) 6 (333) 40 0103

1 a 2 coposdia 31 (456) 9 (500) 40

3 coposdia ou mais 3 (44) 3 (167) 6

Caracteriacutesticas

comportamentais

p-valor do

teste exato

de Fisher

Tabela 8- Coeficientes de correlaccedilatildeo de Spearman (rs) entre idade IMC e tempo de

menopausa em mulheres poacutes-menopausa

Variaacuteveis

IMC IdadeTempo de

menopausa

r s 1 -0144 -0151

p-valor 0569 0550

r s -0227 1 0736

p-valor 0074 lt0001

r s -0295 0761 1

p-valor 0020 lt0001

Variaacuteveis

IMC

Idade

Tempo de menopausa

Nota o triacircngulo superior direito (parte hachurada) se refere agraves correlaccedilotildees para as mulheres com

fratura e o inferior esquerdo (parte natildeo hachurada) agraves mulheres sem fratura

38

7 Discussatildeo

No Brasil os principais fatores cliacutenicos de risco para fraturas por fragilidade oacutessea

eram extrapolados a partir de estudos internacionais O estudo vem acrescentar informaccedilotildees

para se conhecer os fatores relacionados agrave essas fraturas Nossos resultados revelam que a

idade avanccedilada a historia familiar de fratura de quadril o diagnoacutestico de osteoporose e

tambeacutem o paciente ficar acamado por mais de 2 meses foram considerados fatores de risco

para fraturas por fragilidade oacutessea

Esse estudo mostrou concordacircncia com a Johnell amp Kanis (2006) onde o principal

siacutetio mundial de fratura por fragilidade oacutessea nas mulheres apoacutes a menopausa foi o antebraccedilo

Segundo o estudo Latin American Vertebral Osteoporosis Study (LAVOS) (Clark et al

2009) a fratura vertebral eacute a mais prevalente da ameacuterica latina com uma prevalecircncia de

142 diferente do nosso estudo onde a coluna vertebral e o colo do fecircmur aparecem

juntos em uacuteltimo lugar na lista de incidecircncia dos siacutetios de fratura Isso pode ser atribuiacutedo

devido a diferenccedila nos criteacuterios de definiccedilatildeo de fraturas pois no LAVOS optou-se pela

medida radiograacutefica do local de fraturas enquanto no nosso estudo as fraturas foram referidas

pelas pacientes

Os consensos sobre osteoporose tecircm propostos algoritmos para identificar indiviacuteduos

de alto risco para fraturas (Kanis et al 2008 WHO 1999) Para tanto a associaccedilatildeo de fatores

de risco para fraturas com a medida da USO eacute de suma importacircncia embora sejam poucas as

pacientes que tecircm oportunidade de realizar esse exame (Oliveira et al 2007) Assim o

presente trabalho mostrou um risco para fraturas por fragilidade oacutessea 13 maior nas

pacientes com resultado de USO alterada em relaccedilatildeo as pacientes que tiveram resultados de

39

USO normais vindo de encontro aos resultados encontrados por Oliveira et al (2007)

Corroborando o USO como um meacutetodo confiaacutevel para a prediccedilatildeo de fraturas

E semelhante a Pinheiro et al (2010a) o presente estudo revelou que os principais

fatores de risco para fraturas por fragilidade oacutessea satildeo a idade avanccedilada a historia familiar de

fratura de quadril e a presenccedila de osteoporose Isso pode ser atribuiacutedo ao fato de que no

estudo de Pinheiro et al (2010a) assim como no nosso estudo a populaccedilatildeo ser

predominantemente de mulheres acima dos 65 anos e viverem em aacuterea urbana tendo haacutebitos

de vida parecidos

O achado em nosso estudo que apresentou significacircncia estatiacutestica refere-se ao fator

de risco ldquopaciente acamado por mais de dois mesesrdquo como disposto na literatura (Pinheiro et

al 2010b Demir et al 2008) O que acontece eacute que com o paciente acamado por tempo

prolongado um maior remodelamento oacutesseo eacute observado Os osteoclastos responsaacuteveis pela

absorccedilatildeo oacutessea sobrepotildee os osteoblastos predispondo as fraturas por fragilidade oacutessea

(Fyhrie amp Schaffler 1994) Assim observou-se no estudo que 235 das pacientes

acamadas por mais de dois meses sofreram alguma fratura por fragilidade oacutessea com p valor

lt005 Isso reafirma a associaccedilatildeo entre a paciente ficar acamada por mais de dois meses e

sofrer fratura por fragilidade oacutessea Por outro lado o exerciacutecio fiacutesico que estaacute sabidamente

relacionado ao aumento da resistecircncia muscular do equiliacutebrio e da flexibilidade contribuindo

para a reduccedilatildeo da perda oacutessea e melhora da sauacutede em geral (Chan 2003) natildeo se mostrou

como fator de proteccedilatildeo neste estudo Provavelmente devido ao baixo percentual encontrado

de pacientes que praticavam atividade fiacutesica moderada ou pesada

O elevado IMC e a terapia de reposiccedilatildeo hormonal natildeo desempenharam papel protetor

na nossa populaccedilatildeo como seria o esperado por estudos anteriores (Pinheiro et al 2010c

40

Buttros et al 2011) Ao contrario o sobrepeso e obesidade foram considerados fatores de

risco Isso pode ser atribuiacutedo ao IMC meacutedio dessa populaccedilatildeo ser 264 (kgm2) (DPplusmn 55)

limiacutetrofe para sobrepeso Embora esse dado demonstre contrariedade com a literatura que

estabelece relaccedilatildeo inversa entre obesidade e fraturas por fragilidade oacutessea em nosso estudo

ter maior peso e IMC natildeo seriam fatores de risco para fraturas e sim caracteriacutesticas das

mulheres mais idosas em um contexto social de baixa escolaridade e renda Esse fato eacute

confirmado pelos resultados da Pesquisa Nacional sobre Sauacutede e Nutriccedilatildeo ( Batista F et al

2003) que demonstraram caraacuteter ascendente da obesidade nos estratos de mulheres com baixa

renda residentes na regiatildeo Sudeste

Aleacutem disso haacutebitos de vida como tabagismo e etilismo sabidamente relacionados agrave

maior risco para fraturas por fragilidade oacutessea (Pinheiro et al 2010) tambeacutem natildeo se

mostraram estar associados nesse estudo

A necessidade de caacutelcio do ser humano varia ao longo da vida e uma ingestatildeo

adequada para mulheres acima de 50 anos eacute de 1200 mg pois com a idade o corpo

naturalmente perde um pouco da capacidade de absorccedilatildeo de minerais (Nuacutecleo de Estudos e

Pesquisas em Alimentaccedilatildeo 2006) O fato de apenas 44 das mulheres que natildeo tiveram

fraturas e 167 das mulheres que tiveram fraturas ter referido consumo superior a

900mgdia (3 ou mais copos) foi fator de surpresa principalmente levando-se em conta o PIB

per capita da cidade superior ao da maioria dos municiacutepios brasileiros (IPEA 2000)

Assim como em estudos preacutevios (Pinheiro et al 2010c NHI 2001 Demir et al

2008) nossos dados tambeacutem demonstraram o hipoestrogenismo como importante fator de

risco para fraturas por fragilidade oacutessea jaacute que as pacientes com fratura tecircm entre 19 e 29

anos de menopausa Em recente estudo Demir et al (2008) estudaram 2769 mulheres na

41

poacutes-menopausa correlacionando a ocorrecircncia de osteoporose com o tempo de menopausa

Demonstraram que 106 das pacientes com ateacute trecircs anos de poacutes-menopausa tinham

osteoporose contra 329 das pacientes com sete anos ou mais Acredita-se que a deficiecircncia

estrogecircnica seja responsaacutevel por dois terccedilos da perda de massa oacutessea levando

consequentemente agraves fraturas por fragilidade oacutessea assim como observado (Position

statement of the North American Menopause Society 2010)

Os dados deste estudo podem ser limitados pois apesar de tratar-se de uma coorte as

participantes reportaram dados referentes a estilo de vida dieta antecedentes familiares e

pessoais o que pode ter ocasionado algum vieacutes recordatoacuterio Outra limitaccedilatildeo eacute que como

avaliado por Oliveira et al (2007) esta populaccedilatildeo apresenta a maior parte das mulheres com

baixo niacutevel socioeconocircmico e escolaridade sem acesso agrave adequada educaccedilatildeo nutricional e agrave

atividade fiacutesica orientada Por outro lado resultados encontrados sem significacircncia estatiacutestica

podem ter sido ocasionados pelo tamanho amostral reduzido devido a dificuldade de

rastreamento da populaccedilatildeo uma vez que a unidade de sauacutede natildeo atualizou o endereccedilo e

telefone das mulheres eleitas para o estudo Talvez se tivesse sido realizado contato anual

com essas mulheres natildeo teriacuteamos perdido o seguimento delas

42

8 Conclusatildeo

Devido agrave sua alta prevalecircncia e associaccedilatildeo com mortalidade e incapacidade a fratura

devido agrave fragilidade oacutessea deve ser considerada um problema de sauacutede puacuteblica no Brasil

Apesar das limitaccedilotildees o presente estudo foi realizado de forma prospectiva em mulheres

brasileiras na poacutes-menopausa devendo os seus resultados serem levados em consideraccedilatildeo

para a formulaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas de sauacutede para a prevenccedilatildeo e estrateacutegias de tratamento

para as fraturas Os fatores de risco encontrados como a idade avanccedilada a histoacuteria familiar

de fratura de quadril e a presenccedila de osteoporose devem ser acompanhados e combatidos para

tentar-se diminuir o risco para as fraturas Assim como o USO mostrou ser um meacutetodo

confiaacutevel para avaliar o risco para fraturas podendo ser implementado em maior escala do

que a atual Entatildeo acreditamos que novos estudos prospectivos com uma amostra mais

representativa devam ser realizados para se confirmar os fatores associados a fraturas por

fragilidade oacutessea na populaccedilatildeo brasileira para cada vez mais conhecermos o perfil da nossa

populaccedilatildeo e termos subsiacutedios para combater esse agravo

43

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48

10 Anexo 1 - Instrumento de coleta - EVOS (EUROPEAN VERTEBRAL

OSTEOPOROSIS STUDY)

Data _________

Nome________________________________________________________

Endereco_____________________________________________________

Fone _____________ Data de nascimento _________ RG

1- Dados antropomeacutetricos

Peso (Kg) Altura (m) IMC

2- Dados Ginecoloacutegicos

Idade da primeira menstruacao anos

Vocecirc jaacute usou piacutelula anticoncepcional por mais de 3 meses

sim natildeo natildeo sei

Vocecirc jaacute ficou algum periacuteodo em sua vida sem menstruar antes da menopausa (exceto se

gravidez) sim natildeo natildeo sei

Idade da ultima menstruaccedilatildeo anos

Numero de filhos

Vocecirc fez cirurgia para retirar o uacutetero sim com Idade ____ (anos)

natildeo natildeo sei

E para retirar os ovaacuterios (um ou os dois) sim idade ___ (anos)

natildeo natildeo sei

Vocecirc fez reposiccedilatildeo hormonal apos a menopausa sim natildeo natildeo sei

Se sim quando iniciado o periacuteodo foi superior a 1 ano sim natildeo natildeo sei

49

Vocecirc notou os seguintes sintomas na menopausa

calores sim natildeo natildeo sei

depressatildeo sim natildeo natildeo sei

insocircnia sim natildeo natildeo sei

outros sim natildeo natildeo sei

Vocecirc amamentou sim natildeo natildeo sei

Se sim quantas crianccedilas vocecirc amamentou por mais que 3 meses

3- Dados familiares

Em sua famiacutelia (pai matildee irmatildeos) existe historia de fratura de quadril apos os 50 anos de

idade sim natildeo natildeo sei

4- Histoacuteria de fratura

Vocecirc jaacute teve alguma fratura sim natildeo natildeo sei

Se sim em qual sitio esqueleacutetico com que idade e qual foi o tipo de trauma

Sitio Numero Idade (anos) Niacutevel do trauma

Vertebra

Fecircmur (colo trocanter)

Costela

Antebraccedilo

Uacutemero

Pe

Outras

Vocecirc sabe que tem osteoporose sim tenho natildeo natildeo tenho natildeo sei

5- Aacutelcool

Com que frequecircncia vocecirc bebeu no ultimo ano

Diariamente 5-6 dsem 3-4 dsem

50

1 -2 dsem lt 1 dsem nunca

Tipo de bebida destilados (uiacutesque cachaccedila vodka)

fermentados (cerveja vinho)

6- Imobilizaccedilatildeo

Vocecirc jaacute ficou acamado por um periacuteodo superior a 2 meses

sim natildeo natildeo sei

Se sim foi antes ou apos os 25 anos de idade

ano passado nunca

7- Fumo

Vocecirc fumou cigarro ou usou outras formas de fumo (cachimbo ou charuto)

atualmente no passado nunca

Com que idade iniciou anos

Se parou com que idade anos

Numero de cigarrosdia

8- Atividade Fiacutesica

Quantas tempo costuma passar diariamente ao ar livre caminhando ou andando de bicicleta

nenhuma a 1 h superior a 1 h

Qual a sua atividade fiacutesica durante diferentes periacuteodos de sua vida adulta

Ate os 25 anos 25 a 50 anos acima 50 anos

Niacutevel 1 (leve) 2 (moderada) 3 (pesada) 4

(muito pesada)

9- Impacto

Como vocecirc descreveria sua sauacutede geral neste momento

muito boa boa satisfatoacuteria regular ruim

10- Interrogatoacuterio sobre drogas

51

Vocecirc jaacute usou alguma medicaccedilatildeo oral ou injetaacutevel contendo corticosteroides por mais de 3

meses sim natildeo natildeo sei

Vocecirc jaacute usou alguma desses remeacutedios

Droga sim natildeo sei tempo

(meses)

parou ha quanto tempo

Hormocircnios

masculinos

Hormocircnios

femininos

Calcitonina

Fluacuteor

Caacutelcio

Vitamina D

Anabolizantes

Diureacuteticos

tiazidicos

11- Ingestatildeo de caacutelcio

Com que frequecircncia vocecirc comeu produtos derivados do leite na semana passada

(diassemana)

queijo amarelo queijo branco iogurte leite sorvete

Para os periacuteodos indicados abaixo com que frequecircncia vocecirc recebeu leite

ate 25 anos 25 a 50 anos Acima de 50 anos

Todas as refeiccedilotildees (3 ou + coposdia)

1-2 coposdia

52

Toda semana mas natildeo todo dia

lt 1 vezsemana

53

11 Anexo 2 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Projeto de Pesquisa Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade

oacutessea em mulheres na menopausa

Pesquisador responsaacutevel Dra Lizanka Paola F Marinheiro

Instituiccedilatildeo responsaacutevel Instituto Fernandes Figueira

Vocecirc estaacute sendo convidado a participar do projeto de pesquisa intitulado

Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea em mulheres na

menopausa por que vocecirc participou do estudo anterior realizado haacute 7 anos sobre a

osteoporose e suas consequumlecircncias

54

A osteoporose e uma doenccedila que se caracteriza pela diminuiccedilatildeo da resistecircncia do osso

tornando-o mais fraacutegil Essa fragilidade aumenta o risco da pessoa que tem osteoporose de ter

fraturas mesmo com atividades comuns como tossir ou espirrar

Com isso esse trabalho deseja avaliar a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea na

populaccedilatildeo de mulheres na poacutes menopausa residente da Ilha de Paquetaacute apoacutes 7 anos de

seguimento do uacuteltimo estudo transversal

Vocecirc natildeo eacute obrigada a participar Mas se quiser vocecirc teraacute que responder a um

questionaacuterio Para participar vocecirc natildeo teraacute que pagar nada O resultado seraacute fornecido apenas

a vocecirc ningueacutem mais saberaacute Suas duvidas seratildeo esclarecidas e vocecirc devera continuar

acompanhamento com seu meacutedico assistente Se vocecirc natildeo quiser participar natildeo seraacute

submetida a nenhum constrangimento fiacutesico ou moral e seu atendimento no posto de sauacutede

natildeo seraacute prejudicado A participante poderaacute se retirar do estudo a qualquer momento que

julgar necessaacuterio sem prejuiacutezo para a mesma O resultado de toda a pesquisa seraacute divulgada e

atraveacutes de artigos cientiacuteficos em revistas encontros congressos ou similares sem a

divulgaccedilatildeo dos nomes de quem participou de forma sigilosa

Sua participaccedilatildeo no estudo natildeo implicaraacute em custos adicionais O (A) Sr (a) natildeo teraacute

qualquer despesa com a realizaccedilatildeo dos procedimentos previstos neste estudo que seratildeo

custeados pelo pesquisador responsaacutevel Tambeacutem natildeo haveraacute nenhuma forma de pagamento

pela sua participaccedilatildeo

Caso surja alguma duacutevida quanto agrave eacutetica do estudo o (a) Sr(a) deveraacute se reportar ao

Comitecirc de Eacutetica em Pesquisas envolvendo seres humanos ndash subordinado ao Conselho

Nacional de Eacutetica em Pesquisa oacutergatildeo do Ministeacuterio da Sauacutede atraveacutes de solicitaccedilatildeo ao

representante de pesquisa que estaraacute sob contato permanente ou contactando o Comitecirc de

Eacutetica em Pesquisa desta instituiccedilatildeo no telefone (21) 3971-1590 Eacute assegurado o completo

55

sigilo de sua identidade quanto a sua participaccedilatildeo neste estudo incluindo a eventualidade da

apresentaccedilatildeo dos resultados deste estudo em congressos e perioacutedicos cientiacuteficos

Eu________________________________________________________________________

residente do endereccedilo__________________________ fui informada dos objetivos e da

justificativa deste trabalho de forma clara e detalhada pela Dra Adriana de Mattos V da

Costa Recebi informaccedilotildees especificas sobre cada procedimento no qual estarei envolvida

dos desconfortos e riscos previstos tanto quanto dos benefiacutecios esperados Todas as minhas

duvidas foram respondidas com clareza e sei que poderei solicitar novos esclarecimentos a

qualquer momento Aleacutem disso sei que novas informaccedilotildees obtidas durante o estudo me seratildeo

fornecidas e que terei liberdade de retirar meu consentimento de participaccedilatildeo face a estas

informaccedilotildees sem prejuiacutezo para mim Aleacutem disto me foi entregue uma coacutepia da folha de

informaccedilotildees para os participantes a qual li compreendi e me deu plena liberdade para decidir

acerca da minha espontacircnea participaccedilatildeo nesta pesquisa Minha identidade jamais seraacute

publicada Os dados colhidos poderatildeo ser examinados por pessoas envolvidas no estudo com

autorizaccedilatildeo delegada do investigador e por pessoas delegadas pelo patrocinador Estou

recebendo uma coacutepia assinada deste Termo

Os pesquisadores responsaacuteveis pelo Projeto satildeo a Dra Lizanka Paola F Marinheiro e

sua aluna a Dra Adriana de Mattos Viveiros da Costa

56

Participante

Nome _________________________________

Assinatura________________________________

Data_________________________________________

Investigador

Nome____________________________________

Assinatura________________________________

Data_______________________________________

Pesquisadora

Nome______________________________________

Assinatura___________________________________

Data__________________________________________

Dra Lizanka Paola F Marinheiro

lizankaglobocom

tel 25541700

Dra Adriana de Mattos Vda Costa

adrianamattosmedyahoocombr

tel 87273315

Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa

Rua Afonso Cavalcanti 455 sala 710 ndash Cidade Nova -

Telefone 3971-1463

11

2 Justificativa

No Brasil com o envelhecimento populacional e consequumlente aumento no nuacutemero de

idosas medidas devem der tomadas para se cuidar da mulher em sua fase climateacuterica eacutepoca

que ela chega a viver um terccedilo ou mais apoacutes o fim do periacuteodo reprodutivo Essa transiccedilatildeo

epidemioloacutegica tem trazido grandes desafios ao Estado Haacute a substituiccedilatildeo entre as primeiras

causas de morte das doenccedilas transmissiacuteveis pelas crocircnicas degenerativas e causas externas

entre elas a osteoporose (IBGE 2009b)

Vaacuterios fatores estatildeo relacionados agrave causa da osteoporose como a etnia a nutriccedilatildeo os

exerciacutecios fiacutesicos os dados antropomeacutetricos o alcoolismo o tabagismo e a vida reprodutiva

da mulher Por isso eacute necessaacuterio que se tenha cada vez mais estudos atuais e com populaccedilotildees

brasileiras para que os fatores de risco que fazem a diferenccedila para fraturas por fragilidade

sejam descobertos (Pinheiro et al 2010b c)

Em 2003 segundo as informaccedilotildees da Pesquisa Nacional por Amostras de Domiciacutelios

(PNAD) a populaccedilatildeo de 60 anos ou mais era por volta de 17 milhotildees de pessoas

representando cerca de 10 da populaccedilatildeo total do Paiacutes (IBGE 2009a) As diferenccedilas de sexo

satildeo importantes para descrever as pessoas idosas e da mesma forma como tem ocorrido em

todo o mundo o nuacutemero de mulheres idosas no Brasil eacute maior do que o de homens as

informaccedilotildees da PNAD mostraram que em 2003 essa proporccedilatildeo era de 559 e 441

respectivamente (IBGE 2009a)

Tambeacutem foi observado que a expectativa de vida a partir dos 60 anos aumentou no

periacuteodo de 1999 a 2003 em todas as faixas de idade tanto para homens quanto para

mulheres entretanto a expectativa de vida das mulheres excede a dos homens e este fato

explica em parte a maior proporccedilatildeo de mulheres idosas em relaccedilatildeo aos homens Em 2006

12

no Paiacutes como um todo a expectativa de vida das pessoas de 60 anos era de 193 anos para os

homens e de 224 anos para as mulheres Notando as mudanccedilas nas caracteriacutesticas da

populaccedilatildeo o Ministeacuterio da Sauacutede iniciou accedilotildees voltadas agraves mulheres no periacuteodo climateacuterico

entre elas a Poliacutetica de Assistecircncia Integral aacute Sauacutede da Mulher (PNAISM 2004)

Os estudos confirmam que diferenccedilas de sexo e idade na percepccedilatildeo da sauacutede satildeo

importantes determinantes do comportamento em relaccedilatildeo agrave procura por atendimento de sauacutede

(WHO 2001)

Em 2003 as mulheres idosas declararam um estado de sauacutede pior do que os homens

exceto entre os idosos de 80 anos ou mais onde a tendecircncia se inverte passando os homens a

declarar um estado de sauacutede pior do que aquele declarado pelas mulheres (PNAD 2003)

Os resultados do Censo Demograacutefico 2000 para os municiacutepios das capitais

apresentam padrotildees de incapacidade funcional em mobilidade fiacutesica compatiacuteveis com aqueles

apontados pelas informaccedilotildees da Politica Nacional de Assistecircncia a Domiciacutelio 2003 para as

aacutereas metropolitanas As mulheres declaram incapacidade funcional em maior proporccedilatildeo do

que os homens observando-se tambeacutem o caraacuteter progressivo da incapacidade funcional

entre os idosos em relaccedilatildeo ao aumento da idade (IBGE 2009a b)

Com o maior nuacutemero de idosos consequumlentemente haacute uma elevaccedilatildeo na frequecircncia das

fraturas por fragilidade oacutessea Isso se torna um problema de sauacutede de grandes dimensotildees

para a paciente na poacutes-menopausa pelos limites que comprometem sua qualidade de vida

para a famiacutelia por arcar com a responsabilidade de protegecirc-la no seu conviacutevio e para a sauacutede

puacuteblica pelo ocircnus econocircmico (Speroff et al 1989 Pinheiro et al 2010a b) Assim satildeo

necessaacuteria accedilotildees de promoccedilatildeo prevenccedilatildeo e abordagem da osteoporose que incide a partir da

perimenopausa

13

Estima-se que 70 das fraturas de quadril esperadas para 2050 ocorreratildeo na Aacutesia

Ameacuterica Latina e Aacutefrica (Cooper 1999) Jaacute na Europa segundo dados da Fundaccedilatildeo

Internacional de Osteoporose estima-se que uma em cada trecircs mulheres acima dos 50 anos

teraacute fratura por fragilidade oacutessea E na Uniatildeo Europeia ocorre uma fratura a cada 30 segundos

e se espera que para essa populaccedilatildeo o nuacutemero de fraturas dobre nos proacuteximos 50 anos

(International Osteoporosis Foundation 2005)

Estudos realizados sobre os custos da osteoporose e suas consequecircncias demonstram

que os gastos com essa doenccedila impressionam O estudo de Silva et al (2003) somou os gastos

com as internaccedilotildees para reduccedilotildees ciruacutergicas as reduccedilotildees incruentas o tratamento

conservador os gastos com cirurgias para a retirada de proacutetese internaccedilotildees de longa

permanecircncia consultas meacutedicas e fisioterapia chegando agrave conclusatildeo de que os custos do

SUS com o tratamento das fraturas eacute de mais de 20 milhotildees de reais por ano Tambeacutem

Tosteson et al (2008) fizeram um levantamento de custos do tratamento da osteoporose em

uma populaccedilatildeo de mulheres americanas em 2005 e mostrou que os custos anuais com

medicamentos satildeo altiacutessimos

Sobre os exames realizados para avaliaccedilatildeo da osteoporose os principais usados satildeo a

densitometria oacutessea e a ultrassonometria oacutessea de calcacircneo (USO) A densitometria oacutessea eacute

considerada o padratildeo-ouro para o diagnoacutestico de osteoporose pela Organizaccedilatildeo Mundial da

Sauacutede (OMS) desde 1994 poreacutem este exame estima apenas a densidade mineral oacutessea A

USO busca refletir outros paracircmetros aleacutem da densidade mineral oacutessea avaliando o risco de

fratura com eficiecircncia similar agrave densitometria oacutessea (Oliveira et al 2004 Castro 2000)

Embora os fatores cliacutenicos de riscos (FCRs) em populaccedilotildees de risco para osteoporose

e fratura estejam bem estabelecidos especialmente em estudos internacionais sua prevalecircncia

14

na populaccedilatildeo brasileira em geral natildeo estaacute clara porque ainda faltam estudos sobre o tema Um

dos principais estudos sobre a avaliaccedilatildeo de FCR foi o BRAZOS (Pinheiro et al 2010a) Ele

natildeo avaliou os fatores de risco relacionados agrave massa oacutessea mas os seus resultados permitem

inferir que esses fatores de risco satildeo muito semelhantes agravequeles relacionados agrave fratura por

baixo impacto Pinheiro et al (2010) demonstrou que os principais FCRs associados agrave fratura

por osteoporose de qualquer siacutetio esqueleacutetico de um total de 2420 indiviacuteduos apoacutes ajustes

estatiacutesticos foram histoacuteria familiar de fratura de quadril idade avanccedilada e baixo peso E que

a associaccedilatildeo de FCR agraves medidas de massa oacutessea poderia melhorar a discriminaccedilatildeo de

pacientes com maior risco de fratura osteoporoacutetica (Pinheiro et al 2010a b)

Atualmente existe uma ferramenta chamada FRAXreg utilizada por meacutedicos em vaacuterios

paiacuteses baseado na pratica meacutedica usando uma combinaccedilatildeo de fatores cliacutenicos e densidade

mineral oacutessea O FRAXreg eacute usado para predizer o risco de fratura nos proacuteximos dez anos com

implicaccedilotildees diretas na decisatildeo do tratamento e custos (Kanis et al 2008 Pinheiro et al 2009)

Poreacutem o risco absoluto de fraturas depende da populaccedilatildeo estudada e essa ferramenta ainda

natildeo foi aprovada para uso no Brasil Assim estudos epidemioloacutegicos representativos sobre

fatores de risco para fraturas ainda continuam sendo necessaacuterios (Pinheiro et al 2009)

Em 2003 a dissertaccedilatildeo de mestrado da Dra Patriacutecia Pereira de Oliveira verificou o

risco aumentado de fraturas por osteoporose atraveacutes da USO (Oliveira et al 2007) na

populaccedilatildeo de mulheres menopausadas na ilha de Paquetaacute-RJ Em nosso estudo verificaremos

se existe uma correlaccedilatildeo entre os achados ultrassonograacuteficos e as fraturas cliacutenicas na mesma

populaccedilatildeo por ela utilizada aleacutem outros fatores de risco para fraturas serem contemplados

como doenccedilas de base tempo de menopausa medicamentos entre outros Isto se justifica

pela necessidade de termos no Brasil dados sobre a incidecircncia de fraturas por fragilidade

oacutessea e fatores de risco a ela relacionados desenvolvidos em uma populaccedilatildeo brasileira e

15

residente de uma ilha localizada no litoral fluminense Jaacute que a literatura nessa aacuterea eacute escassa

e para que compreendendo melhor a dinacircmica da fratura por fragilidade oacutessea possamos

intervir antes que ela ocorra melhorando a qualidade de vida dessas mulheres e diminuiacutedo os

gastos com a sauacutede

16

3 Objeto de Estudo

Estudo de fatores associados agraves fraturas por fragilidade oacutessea em mulheres na poacutes-

menopausa atendidas em uma unidade baacutesica de sauacutede

Questionamento

Quais os fatores associados agrave ocorrecircncia de fraturas em mulheres poacutes-menopausa

acompanhadas em uma unidade baacutesica de sauacutede

31 Objetivos

311 Geral

Avaliar os fatores relacionados agrave ocorrecircncia de fraturas em mulheres poacutes-menopausa

acompanhadas em uma unidade baacutesica de sauacutede

312 Especiacuteficos

a- Avaliar se a ocorrecircncia de fraturas foi maior nas pacientes identificadas como risco

aumentado para fraturas pelo ultrassonometria oacutessea de calcacircneo preacutevia

b- Verificar a associaccedilatildeo entre as fraturas por fragilidade oacutessea e os dados cliacutenicos

comportamental e demograacuteficos (idade e sexo) das pacientes

c- Analisar se o tempo de menopausa influencia a ocorrecircncia de fraturas por fragilidade

oacutessea

17

4 Marco Teoacuterico

A osteoporose pode ser definida como doenccedila osteometaboacutelica caracterizada pela

diminuiccedilatildeo da densidade mineral oacutessea com alteraccedilotildees na sua microestrutura que conduzem

a um aumento da fragilidade oacutessea e uma tendecircncia a fraturas por traumatismos pouco

intensos Dado o exposto esta constitui o verdadeiro problema de sauacutede puacuteblica devido agrave sua

alta taxa de morbimortalidade e altos custos (Vianna et al 2001 International Osteoporosis

Foundation 2005)

Com relaccedilatildeo ao hipoestrogenismo observa-se que as mulheres apresentam uma perda

oacutessea mais acelerada nos dez primeiros anos apoacutes a instalaccedilatildeo da menopausa do que os

homens da mesma idade adquirindo risco de fratura mais precocemente do que eles (NHI

2001) Esta diminuiccedilatildeo de massa oacutessea total poderaacute ser ateacute dez vezes a diminuiccedilatildeo ocorrida

antes deste periacuteodo podendo chegar a 2 a 4 ao ano para o osso trabecular e de 1 para o

cortical (NHI 2001) A deficiecircncia de estrogecircnio aumenta o remodelamento oacutesseo e pode

agravar o desequiliacutebrio nas unidades de remodelamento com o aumento do tempo de vida dos

osteoclastos em detrimento dos osteoblastos (Fyhrie amp Schaffler 1994)

Na maioria dos casos a perda oacutessea eacute assintomaacutetica Quando sinais e sintomas da

osteoporose aparecem se relacionam com a ocorrecircncia de fraturas mais comumente na

porccedilatildeo distal do antebraccedilo (fratura de Colles) na coluna vertebral e no colo do fecircmur

(International Osteoporosis Foundation 2005) A maior incidecircncia de fraturas eacute observada

em mulheres brancas na poacutes menopausa (Pinheiro et al 2010a b)

Pinheiro et al (2010) analisaram 275 mulheres caucasoacuteides acima dos 50 anos e

acharam que 44 jaacute possuiacuteam algum tipo de fratura por osteoporose (Pinheiro et al 2010b)

A dor oacutessea eacute consequumlecircncia tanto das fraturas quanto das deformidades oacutesseas As fraturas

18

vertebrais satildeo as mais comuns poreacutem satildeo geralmente assintomaacuteticas e portanto menos

diagnosticadas Poreacutem podem causar dor perda de peso deformidade na coluna espinhal e

perda de estabilidade ao andar (International Osteoporosis Foundation 2005) Apenas 10

das fraturas de veacutertebras cursam com hospitalizaccedilatildeo mesmo que causem dor e diminuiccedilatildeo da

qualidade de vida Elas ocorrem entre os 50 e 60 anos de idade com maior frequecircncia

(International Osteoporosis Foundation 2005)

Jaacute as fraturas do fecircmur satildeo as mais letais devido a complicaccedilotildees poacutes-operatoacuterias As

principais causas de mortalidade satildeo as infecccedilotildees e tromboembolismo As fraturas de quadril

satildeo menos prevalentes do que as vertebrais poreacutem de maior gravidade devido agraves altas taxas

de morbimortalidade aleacutem do alto custo para a famiacutelia e para o sistema puacuteblico de sauacutede A

mortalidade apoacutes uma fratura de quadril eacute de cerca de 20- 24 no ano seguinte a fratura

sendo acompanhada de periacuteodos de hospitalizaccedilatildeo prolongados (International Osteoporosis

Foundation 2005 Silveira et al 2005) Estimativas apontam que no ano de 2050 ocorreratildeo

aproximadamente 65 milhotildees de fratura de quadril em todo mundo (Cooper 1999) As

fraturas de punho satildeo as mais facilmente observadas por mulheres no climateacuterio chegando a

originar seis milhotildees de dias de restriccedilatildeo de trabalho por ano (International Osteoporosis

Foundation 2005)

Aleacutem do custo pessoal o impacto econocircmico gerado pela osteoporose eacute enorme

Atraveacutes do mundo eacute estimado que uma em cada trecircs mulheres acima dos 50 anos teraacute fraturas

por osteoporose Na Europa no ano 2000 foi estimada uma ocorrecircncia de 379 milhotildees de

fraturas por fragilidade oacutessea sendo que destas 890 mil eram de quadril (Tosteson et al

2008) Eacute sabido que apenas metade das pacientes que sobrevivem agrave fratura de quadril voltaraacute

a andar novamente mas dificilmente com a mesma agilidade que andava antes da fratura

Apesar de a osteoporose ser facilmente diagnosticada atraveacutes de exames e seu tratamento

19

poder ser instituiacutedo ainda eacute uma doenccedila muito subdiagnosticada e subtratada Eacute estimada na

comunidade europeacuteia que uma em cada trecircs fraturas de vertebrais recebe a atenccedilatildeo cliacutenica

que merece E uma pessoa com fratura de veacutertebra tem ateacute cinco vezes mais chance de

desenvolver nova fratura no ano seguinte fenocircmeno conhecido como fratura em cascata

(Lindsay et al 2001)

Tradicionalmente a osteoporose eacute reconhecida como uma doenccedila multifatorial sendo

70 desses fatores natildeo modificaacuteveis isto eacute definidos pela carga geneacutetica e 30

potencialmente modificaacuteveis e assim envolvidos com os aspectos ambientais Dessa forma

um uacutenico fator de risco natildeo eacute capaz de identificar indiviacuteduos com ou sem fratura Diferenccedilas

geneacuteticas raciais e antropomeacutetricas bem como da composiccedilatildeo corporal densidade oacutessea

dieta atividade fiacutesica e outros haacutebitos de vida contribuem para explicar as divergecircncias na

incidecircncia e na prevalecircncia de baixa densidade oacutessea e fraturas em diversos paiacuteses do mundo

(Pinheiro et al 2010b c) Os aspectos geneacuteticos desempenham importante influecircncia sobre a

aquisiccedilatildeo do pico de massa oacutessea e perda oacutessea relacionada agrave idade bem como na

determinaccedilatildeo das propriedades estruturais e geomeacutetricas do osso No entanto a associaccedilatildeo

entre diferentes polimorfismos gecircnicos e densidade oacutessea ou fraturas por osteoporose eacute

bastante controversa e varia em diferentes estudos inclusive no Brasil fato que pode ser

tomado como um provaacutevel reflexo das diferenccedilas de etnia e ambiental das populaccedilotildees

estudadas Da mesma forma os fatores ambientais natildeo permitem uniformizar e homogeneizar

o impacto de cada um deles em cada regiatildeo do planeta (Pinheiro et al 2010c)

Atualmente a densitometria oacutessea eacute o meacutetodo mais utilizado para avaliar a massa

oacutessea Eacute o padratildeo ouro para o diagnoacutestico de osteoporose A densidade mineral oacutessea (DMO)

eacute expressa em nuacutemero absolutos em gramas de mineral por centiacutemetro quadrado escaneado

ou ainda comparado com a DMO esperada para a idade e sexo da paciente (z escore) ou

20

comparado a DMO de adultos jovens normais do mesmo sexo (t-escore) A diferenccedila entre o

escore do paciente e o padratildeo eacute expressa em desvios padrotildees acima ou abaixo da meacutedia

(Castro et al 1999)

Segundo a Sociedade Brasileira de Densitometria Cliacutenica no consenso de 2008 satildeo

indicaccedilotildees para avaliaccedilatildeo da densidade mineral oacutessea (Brandatildeo et al 2009)

rdquoMulheres com idade gt a 65 anos e homens com idade gt a 70 anos

Mulheres acima de 40 anos na transiccedilatildeo menopausal (1-2) e homens acima de 50

anos de idade com fatores de risco

Adultos com antecedente de fratura por fragilidade condiccedilatildeo cliacutenica ou uso de

medicamentos associados agrave baixa massa oacutessea ou perda oacutessea

Indiviacuteduos para os quais satildeo consideradas intervenccedilotildees farmacoloacutegicas para

osteoporose

Indiviacuteduos em tratamento para osteoporose para monitoramento de sua eficaacutecia

Indiviacuteduos que natildeo estejam sob tratamento poreacutem nos quais a identificaccedilatildeo de perda

de massa oacutessea possa determinar a indicaccedilatildeo do tratamento

Mulheres interrompendo terapia hormonal (TH)rdquo

Arq Bras Endocrinol Metab 2009 531 pag108

A proacutepria definiccedilatildeo de osteoporose pela Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede reunida em

Hong Kong em 1994 estabeleceu criteacuterios diagnoacutesticos baseados em valores obtidos pela

densitometria oacutessea classificando como osteopecircnicas aquelas mulheres que apresentarem-se

entre 1 e 25 desvios-padratildeo (DP) abaixo da meacutedia para adultas jovens e de osteoporoacuteticas as

que se encontrarem com mais de 25 DP abaixo da meacutedia para adultas jovens (Castro et al

1999 WHO 1999)

A densitometria oacutessea apresenta como desvantagens no entanto o fato de utilizar uma

fonte de radiaccedilatildeo ionizante e possuir um elevado custo que limita seu uso em estudos

populacionais principalmente em nosso paiacutes onde os recursos destinados agrave sauacutede da

populaccedilatildeo mais carente satildeo miacutenimos Sempre tentando diminuir o impacto dos gastos com

21

sauacutede eacute estimulada a busca por meacutetodos natildeo poluentes e mais baratos mas que tragam as

mesmas informaccedilotildees que os meacutetodos jaacute estabelecidos Em funccedilatildeo disto a USO vem sendo

avaliada e alguns resultados promissores tecircm sido apresentados (Castro et al 1999) Baseia-se

na modificaccedilatildeo das caracteriacutesticas de ultrassom transmitido atraveacutes de ossos de localizaccedilatildeo

mais superficiais como no calcacircneo tiacutebia falanges ou patela Os sistemas atuais se

constituem de dois transdutores sendo um transmissor e outro receptor posicionados em

locais diferentes do osso a ser estudado Os aparelhos existentes entre noacutes avaliam o

calcacircneo osso predominantemente trabecular atraveacutes das medidas de velocidade de

transmissatildeo do ultrassom (SOS em ms) e da atenuaccedilatildeo da frequumlecircncia do ultrassom (BUA em

dBMHz) (Kanis et al 2008) Novamente de acordo com a orientaccedilatildeo da Sociedade Brasileira

de Densitometria Cliacutenica de 2008 as recomendaccedilotildees para ultrassonometria oacutessea satildeo

(Brandatildeo et al 2009)

rdquoO uacutenico siacutetio validado para o uso cliacutenico da USO em osteoporose eacute o calcacircneo

Equipamentos de USO de calcacircneo validados satildeo capazes de estimar fratura por

fragilidade em mulheres na poacutes-menopausa e em homens com idade superior a 65 anos

independentemente da densidade mineral oacutessea medida em equipamentos de DMO

central

A correlaccedilatildeo entre os resultados obtidos por USO e DMO ccccccc entral eacute

moderada

USO do calcacircneo associada a fatores de risco cliacutenicos podem ser usados para

identificar populaccedilatildeo com baixa probabilidade de fratura na qual avaliaccedilatildeo adicional

natildeo seja mais necessaacuteria

Medidas de DMO central na coluna e no fecircmur constituem o meacutetodo de escolha para a

tomada de decisatildeo terapecircutica Entretanto se a DMO central natildeo for acessiacutevel o

tratamento farmacoloacutegico pode ser iniciado se a probabilidade de fratura avaliada pelo

USO do calcacircneo com pontos de corte especiacuteficos associados a fatores de risco

cliacutenicos for suficientemente alta

Equipamentos de USO natildeo satildeo clinicamente uacuteteis no monitoramento de efeitos

esqueleacuteticos dos medicamentos disponiacuteveis para o tratamento da osteoporoserdquo

Arq Bras Endocrinol Metab 2009 531 pag110

22

Em 2003 foi realizada uma dissertaccedilatildeo de mestrado (Oliveira et al 2007) sobre a

utilizaccedilatildeo do USO para estimar a prevalecircncia de risco aumentado de fraturas em uma

populaccedilatildeo de mulheres na poacutes menopausa residentes da Ilha de Paquetaacute Em trabalho

realizado por Oliveira e cols nesta instituiccedilatildeo Foi realizado um estudo transversal com

recrutamento de 385 mulheres residentes da Ilha Todas as mulheres responderam a

questionaacuterio previamente estruturado e foram submetidas a medidas antropomeacutetricas e a

USO As medidas de USO foram realizadas segundo o manual do fabricante A idade da

populaccedilatildeo estudada variou entre 42 e 95 anos Os resultados encontrados mostram que

5922 da amostra apresentava algum tipo de alteraccedilatildeo a USO com t score menor que -1

Esse grupo era composto por mulheres mais idosas com menor peso menor altura e menor

percentual de gordura quando comparado com o grupo com t score lt ndash 1 Foi encontrado que

1688 das pesquisadas possuiacuteam alto risco para fraturas com t score lt -25 E as mulheres

do grupo de alto risco tinham maior peso e IMC paracircmetros conhecidos como protetores

Embora divergente da literatura a autora atribui esses resultados a caracteriacutesticas das

mulheres mais idosas em um contexto social de baixa escolaridade e renda (Oliveira et al

2007)

23

5 Materiais e Meacutetodos

51 Populaccedilatildeo

A Ilha de Paquetaacute dista aproximadamente 15 km da Praccedila XV no Centro da Cidade

do Rio de Janeiro sendo a principal ilha do arquipeacutelago de Paquetaacute situada ao nordeste da

Baiacutea de Guanabara A populaccedilatildeo e frequecircncia da Ilha satildeo extremamente sazonais sendo

aproximadamente 2200 domiciacutelios (entre moradores e veranistas) Os moradores fixos

correspondem a 4500 pessoas em sua maioria de famiacutelias antigas na Ilha das quais 208

satildeo idosos ultrapassando ateacute mesmo a meacutedia nacional que eacute em torno de 12 (IBGE

2009a) Este iacutendice faz de Paquetaacute o erceiro bairro em nuacutemero de idosos no municiacutepio sendo

que sua populaccedilatildeo pode ser considerada envelhecida segundo os criteacuterios da Organizaccedilatildeo

Mundial da Sauacutede (OMS 2003) Embora a maioria da populaccedilatildeo seja branca existem 109

de negros 256 de pardos e 01 de iacutendios Cerca de 90 dos domiciacutelios possuem aacutegua

tratada e 9957 tratamento de esgoto As famiacutelias residentes nesta regiatildeo satildeo compostas em

meacutedia por trecircs pessoas com rendimento meacutedio per capita de 301 salaacuterios miacutenimos (IPEA

2000) e o transporte urbano eacute feito basicamente a peacute por bicicletas ou charretes puxadas por

ciclistas (IBGE 2009a)

52 Tipo de estudo

Foi realizado um estudo de coorte prospectivo na ilha de PaquetaacuteRJ no ano de 2011

Foram inicialmente alocadas todas as mulheres que participaram do estudo anterior

desenvolvido no ano de 2003 (Oliveira et al 2007)

24

53 Criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo

Os criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo foram os mesmos utilizados do estudo anterior

(Oliveira et al 2007) Sendo os criteacuterios de inclusatildeo as mulheres que estavam na menopausa

e que tinham residecircncia fixa na Ilha de Paquetaacute e os criteacuterios de exclusatildeo a historia pessoal

de doenccedilas que sabidamente afetam o metabolismo oacutesseo direta ou indiretamente (como

artrite reumatoacuteide luacutepus eritematoso sistecircmico hiperparatireoidismo osteogecircnese imperfeita)

e as neoplasias malignas exceto carcinoma basocelular de pele

54 Alocaccedilotildees de pacientes

A populaccedilatildeo elegiacutevel era constituiacuteda pelas 385 mulheres alocadas no estudo inicial

(Oliveira et al 2007) No trabalho de Oliveira et al (2007) foi realizado um estudo transversal

com recrutamento por auto-seleccedilatildeo ou demanda espontacircnea no ano de 2003 na Ilha de

Paquetaacute Rio de Janeiro Brasil Foram estudadas 385 mulheres na poacutes-menopausa

(diagnoacutestico cliacutenico) residentes no local apoacutes a aplicaccedilatildeo dos criteacuterios de exclusatildeo

(existecircncia de pino metaacutelico ou edema com cacifo em ambos os peacutes ou impossibilitadas de

posicionar os peacutes no aparelho de ultra-sonometria oacutessea) Todas as mulheres responderam na

eacutepoca a um questionaacuterio e foram submetidas a medidas antropomeacutetricas e agrave USO

No presente estudo considerando uma significacircncia de 95 e um poder de 80 uma

prevalecircncia de 15 de fraturas na populaccedilatildeo de risco (Clark et al 2009) o tamanho amostral

previsto foi de 130 mulheres Poreacutem devido agraves perdas o tamanho amostral final foi de 86

pacientes

Atraveacutes do banco de dados jaacute existente todas as pacientes foram re-contactadas As

mulheres foram localizadas atraveacutes de telefonemas e comparecimento no hospital local onde

25

eacute realizado a atenccedilatildeo baacutesica de sauacutede Foram realizados pelo menos 2 telefonemas com

intervalo de 1 semana entre eles Como ldquoperdasrdquo foram consideradas as pacientes natildeo

encontradas apoacutes os dois telefonemas (035 dos telefones estavam errados e 049 das

pacientes tinham telefone quebrado ou ocupado) pacientes que natildeo quiseram ou natildeo

puderam responder ao questionaacuterio (008) e pacientes falecidas (006)

As pacientes selecionadas foram submetidas a um questionaacuterio de avaliaccedilatildeo de fatores

relacionados agrave fragilidade oacutessea conhecido como European Vertebral Osteoporosis Study

(EVOS) jaacute validado previamente para o portuguecircs (OrsquoNeill et al 1996) e jaacute utilizados em

importantes estudos (Pinheiro et al 2006 Clark et al 2009) O questionaacuterio EVOS eacute

composto por dados soacutecio-demograacuteficos (idade estado civil escolaridade cor renda familiar

e nuacutemero de dependentes desta haacutebitos de vida) e histoacuteria reprodutiva pessoal sumaacuteria

(idade da menarca idade da menopausa tipo de menopausa) Os dados antropomeacutetricos

foram aferidos segundo criteacuterios adotados internacionalmente com medidas de peso e altura

observando intervalos de 01kg e 001m respectivamente

A definiccedilatildeo de fratura por fragilidade oacutessea foi a mesma utilizada por Pinheiro et al

(2010a) como aquela resultante de uma queda da proacutepria altura ou trauma menos intenso em

indiviacuteduos com 50 anos ou mais em siacutetios esqueleacuteticos especiacuteficos antebraccedilo fecircmur

costelas veacutertebras e uacutemero E a documentaccedilatildeo de fraturas foi realizada atraveacutes de relato da

paciente (fratura referida) As fraturas traumaacuteticas (apoacutes acidente automobiliacutestico ou outras

condiccedilotildees sob forte impacto) ou as de baixo impacto natildeo relacionadas agrave osteoporose (como

por exemplo as de face tornozelo metacarpo falanges) natildeo foram consideradas

O estudo obedeceu aos criteacuterios de eacutetica preconizados pela resoluccedilatildeo no 19696 do

Conselho Nacional de Sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede e foi aprovado previamente pelo Comitecirc

26

de Eacutetica em Pesquisa da FiocruzIFF e pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Prefeitura Todas

as mulheres assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido antes de qualquer

procedimento

55 Anaacutelise Estatiacutestica

Os dados foram registrados em planilha Excel e analisados pelo programa Statistical

Package for Social Sciences (SPSS) versatildeo 170 Para avaliar diferenccedilas entre os grupos as

variaacuteveis categoacutericas foram avaliadas pelo Qui-quadrado de Pearson ou o teste exato de

Fisher A relaccedilatildeo entre as variaacuteveis categoacutericas e ordinal e entre as variaacuteveis numeacutericas foi

avaliada pelo teste de Mann-Whitney que eacute um teste natildeo-parameacutetrico que equivale ao teste t

escolhido pelo tamanho da amostra A relaccedilatildeo entre as variaacuteveis numeacutericas foi avaliada pelo

coeficiente de Sperman que eacute uma estatiacutestica natildeo parameacutetrica utilizada para dados natildeo

normais eou amostra pequena Para todos os testes o niacutevel de significacircncia adotado foi de

5 A variaacutevel dependente foi a presenccedila de fratura (sim ou natildeo) e as variaacuteveis

independentes foram idade (em anos) resultado de USO (normal ou alterado) tempo de

menopausa (em anos) siacutetio de localizaccedilatildeo de fraturas IMC (abaixo do pesonormal

sobrepeso obeso) tabagismo (fumante ou natildeo fumante) atividade fiacutesica (leve

moderadapesada) frequecircncia diaacuteria de ingestatildeo de leite (em coposdia) e as variaacuteveis

binaacuterias como o histoacuterico familiar de fratura de quadril osteoporose uso de anticoncepcional

ausecircncia de menstruaccedilatildeo retirada de uacutetero ou ovaacuterios amamentaccedilatildeo paciente acamado e

etilismo O caacutelculo do risco relativo (RR) foi feito para avaliar a relaccedilatildeo entre o USO e a

presenccedila de fraturas Para isso foi considerado pacientes com USO normal aqueles com

resultados do T-score gt-11 e USO alterado aqueles com T-score lt-11 O niacutevel de atividade

fiacutesica foi classificado em atividade leve (trabalho burocraacutetico em escritoacuterio na maior parte

do tempo sentado) atividade moderada (trabalhos na maior parte do tempo em peacute como

27

vendedor e dona-de-casa) atividade pesada (enfermeira empregada domeacutestica) Oliveira et al

2010) Para caacutelculo aproximado da ingestatildeo alimentar diaacuteria de caacutelcio utilizou- se uma

adaptaccedilatildeo da Tabela Brasileira de Composiccedilatildeo de Alimentos 1 fatia queijo (90mg) 1 copo

de iogurte (1212mg) 1 copo leite (257mg) 1 bola se sorvete (135mg) E no final todos esses

alimentos foram convertidos em quantidade ingerida de copos de leite

28

6 Resultados Encontrados

61 Gerais

As caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas da populaccedilatildeo estudada estatildeo listadas na

tabela 1 A idade meacutedia das pacientes foi de 725 anos (DPplusmn 87) com a idade da menopausa

460 anos (DPplusmn 61) o tempo de menopausa 261 anos (DPplusmn 97) e o IMC de 264 (kgm2)

(DPplusmn 55) Essas caracteriacutesticas quando comparadas com o estudo anterior de 2003 (tabela

2) confirmam tratar-se da mesma populaccedilatildeo Apenas a idade e o tempo de menopausa

evidenciam ser a nossa populaccedilatildeo mais idosa Fator que se justifica pelo tempo ocorrido entre

os dois estudos

A incidecircncia de fratura por fragilidade oacutessea encontrada foi de 21 evidenciado no

graacutefico 1 Os principais siacutetios de fratura satildeo analisados na tabela 3 tendo como sitio principal

o antebraccedilo com 50 seguido pelo peacute com 192 e uacutemero 145 Jaacute na tabela 4 e no graacutefico

2 pode ser observado que a idade da populaccedilatildeo estudada variou entre 54 e 97 anos com meacutedia

de 72 anos com DP plusmn 90 No grupo de pacientes fraturadas 50 tinham entre 65 e 79 anos

sugerindo ser essa faixa etaacuteria mais susceptiacutevel as fraturas por fragilidade oacutessea

62 USO preacutevia X Fraturas

Foi verificado na tabela 5 a associaccedilatildeo entre o resultado da (USO) preacutevia e o desfecho

fraturas por fragilidade oacutessea De todas as pacientes que fizeram USO no estudo inicial 66

participaram deste estudo Das 50 pacientes que tiveram o USO alterado 22 tiveram

fraturas nesse periacuteodo E as pacientes com USO considerada normal 194 tiveram fraturas

por fragilidade oacutessea O RR= 113 (IC95 048 - 263) sugere que as mulheres que tiveram

29

USO alterado tem um risco de fraturar de 13 maior em relaccedilatildeo as pacientes com resultado

de USO considerado normal

63 Caracteriacutesticas cliacutenicas e comportamentais X Fratura

As pacientes foram analisadas quanto as variaacuteveis clinicas e comportamentais

Considerando a tabela 6 as pacientes que tiveram fraturas se mostraram com maior

sobrepeso ou obesas (722) com maior historia familiar de fratura de quadril (133) e

com maior diagnostico de osteoporose (471) do que as pacientes sem fraturas (p

valorgt005) Jaacute o uso de anticoncepcional ou o uso de reposiccedilatildeo hormonal natildeo se mostraram

ser relevantes para ocorrecircncia de fraturas nessa amostra E 235 das pacientes acamadas por

mais de dois meses sofreram alguma fratura com p valor lt005 Evidenciando associaccedilatildeo

entre a paciente ficar acamada por mais de dois meses e sofrer fratura por fragilidade oacutessea

Avaliando a tabela 7 foi notado que apenas 125 das pacientes que tiveram fratura eram

tabagistas e 167 eram etilistas natildeo se mostrando essas caracteriacutesticas como fatores de

risco A atividade fiacutesica moderadapesada ateacute 25 anos e acima de 50 anos apresentou

percentuais de 441 e 382 respectivamente Aleacutem disso entre 25 e 50 anos 444 das

pacientes com atividade fiacutesica moderadapesada tiveram fraturas e 441 das pacientes natildeo

tiveram fraturas para essa faixa etaacuteria (p valor gt005) Sendo assim natildeo houve associaccedilatildeo

entre a atividade fiacutesica e as fraturas Em relaccedilatildeo ao item ingestatildeo de leite apoacutes os 50 anos

456 das pacientes que natildeo tiveram fraturas ingeriam de 1 a 2 copos de leite por dia e

apenas 44 ingeriam mais de 3 copos de leite por dia No caso das pacientes que tiveram

fraturas apoacutes os 50 anos foi observado que 50 ingeriam de 1 a 2 copos de leite por dia e

167 ingeriam 3 copos ou mais de leite

30

64 Tempo de menopausa X Fratura

As pacientes foram avaliadas graacutefico 3 para verificar a associaccedilatildeo entre o tempo de

menopausa e o desfecho das fraturas A mediana do tempo de menopausa encontrado em

ambos os grupos foi de 262 com DP de plusmn98 Metade das pacientes que tiveram fraturas tem

entre 193 e 293 anos de menopausa com DP de plusmn72 A correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade

tempo de menopausa e IMC foi observado na tabela 8 onde evidenciada uma associaccedilatildeo

positiva entre a idade e o tempo de menopausa nos grupos de pacientes com e sem fraturas

Assim como foi verificado uma associaccedilatildeo negativa de quanto maior a idade e o tempo de

menopausa menor o IMC

31

Graacutefico 1

Graacutefico 2

32

Graacutefico 3

33

Tabela 1- Caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas das

mulheres poacutes menopausa (n=86)

Caracteriacutesticas Meacutedia plusmn desvio padratildeo

Idade (anos) 7255 plusmn 897

Idade da

menarca (anos) 1324 plusmn 184

Idade da

menopausa

(anos)

4608 plusmn 614

Tempo de

menopausa

(anos)

2618 plusmn976

Peso (kg)sect 6342 plusmn 1055

Altura (m)deg 155 plusmn 008

IMC (kgm2) 2643 plusmn 557

n=85 sectn=83 ordmn=82 n=81 n=80

Tabela 2-Caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas das

mulheres poacutes menopausa em 2003

Caracteriacutesticas Meacutedia plusmn desvio padratildeo

Idade (anos) 6463plusmn1270

Idade da

menarca (anos)

1304 plusmn 193

Idade da

menopausa

(anos)

4755 plusmn 601

Tempo de

menopausa

(anos)

1700 plusmn 1076

Peso (kg)sect 6533 plusmn 1270

Altura (m)deg 155 plusmn 006

IMC (kgm2) 2696 plusmn 477

34

Tabela 3 ndash Incidecircncia de fraturas em mulheres poacutes menopausa segundo a

localizaccedilatildeo de fratura 2003-2011

Tipo da fratura

n

Veacutertebra 1 38

Fecircmur 1 38

Costela 2 77

Antebraccedilo 13 500

Uacutemero 4 145

Peacute 5 192

Total 26 1000

Nota Algumas pacientes tiveram mais de uma fratura no periacuteodo

Tabela 4- Relaccedilatildeo entre idade e fratura nas mulheres na poacutes menopausa

Total

Fratura

Idade (anos) Natildeo Sim

N () n () n ()

54 a 64 anos 18 209 14 206 4 222

65 a 79 anos 48 558 39 574 9 500

80 a 97 anos 20 233 15 221 5 278

Total 86 1000 68 1000 18 1000

Meacutedia (DP) 725 (90) 713 (77) 729 (93)

Nota P-valor pelo teste de Mann-Whitney=0813

35

Tabela 5 - Incidecircncia de fratura em mulheres poacutes-menopausa segundo

resultado da USO 2003-2011

Resultado da

USO

Total

Fratura p-valor

Sim Natildeo

n n

()

IC95 n

()

Normal 36 7 194

89 -

3472

29 806

0496

Alterado 50 11 220

121 -

350

39 780

Total 86 18 209

133 -

305

68 791

Nota Risco relativo = 113 (IC95 048 - 263)

36

Tabela 6 ndash Caracteriacutesticas cliacutenicas de mulheres poacutes-menopausa segundo

fratura (n=86)

Fratura

Natildeo (n=68) Sim (n=18) Total

n ( ) n ( )

IMC

Abaixo do pesoNormal 24 (353) 5 (278) 28 0792

Sobrepeso 27 (397) 9 (500) 36

Obeso 17 (250) 4 (222) 21

Histoacuterico familiar de fratura de quadril

Natildeo 66 (985) 13 (867) 79 0085

Sim 1 (15) 2 (133) 3

Osteoporose

Natildeo 44 (800) 9 (529) 53 0055

Sim 11 (200) 8 (471) 19

Uso de anticoncepcional

Natildeo 32 (485) 10 (556) 42 0791

Sim 34 (515) 8 (444) 42

Ausecircncia de mentruaccedilatildeo

Natildeo 60 (909) 16 (941) 76 1000

Sim 6 (91) 1 (59) 7

Retirou o uacutetero

Natildeo 46 (687) 9 (500) 55 0170

Sim 21 (313) 9 (500) 30

Retirou os ovaacuterios

Natildeo 53 (815) 11 (647) 64 0187

Sim 12 (185) 6 (353) 18

Reposiccedilatildeo hormonal

Natildeo 51 (761) 13 (722) 64 0763

Sim 16 (239) 5 (278) 21

Amamentou

Natildeo 14 (206) 4 (222) 18 1000

Sim 54 (794) 14 (778) 68

Acamado por mais de dois meses

Natildeo 63 (940) 13 (765) 76 0049

Sim 4 (60) 4 (235) 8

Caracteriacutesticas clinicas

p-valor do

teste exato

de Fisher

37

Tabela 7 - Caracteriacutesticas comportamentais de mulheres poacutes-menopausa segundo

fratura (n=86)

Fratura

Natildeo (n=68) Sim (n=18) Total

n ( ) n ( )

Tabagismo

Natildeo fumante 47 (758) 14 (875) 61 0499

FumanteEx-fumante 15 (242) 2 (125) 17

Etilismo no uacuteltimo ano

Natildeo 48 (706) 15 (833) 63 0376

Sim 20 (294) 3 (167) 23

Atividade fiacutesica ateacute os 25 anos

Leve 38 (559) 11 (611) 49 0792

ModeradaPesada 30 (441) 7 (389) 37

Atividade fiacutesica entre os 25 e 50 anos

Leve 38 (559) 10 (556) 48 1000

ModeradaPesada 30 (441) 8 (444) 38

Atividade fiacutesica acima dos 50 anos

Leve 42 (618) 12 (667) 54 0789

ModeradaPesada 26 (382) 6 (333) 32

Frequecircncia diaacuteria de leite ateacute 25 anos

Nenhummenos 1 copodia 34 (500) 8 (444) 42 0910

1 a 2 coposdia 31 (456) 9 (500) 40

3 coposdia ou mais 3 (44) 1 (56) 4

Frequecircncia diaacuteria de leite apoacutes 50 anos

Nenhummenos 1 copodia 34 (500) 6 (333) 40 0103

1 a 2 coposdia 31 (456) 9 (500) 40

3 coposdia ou mais 3 (44) 3 (167) 6

Caracteriacutesticas

comportamentais

p-valor do

teste exato

de Fisher

Tabela 8- Coeficientes de correlaccedilatildeo de Spearman (rs) entre idade IMC e tempo de

menopausa em mulheres poacutes-menopausa

Variaacuteveis

IMC IdadeTempo de

menopausa

r s 1 -0144 -0151

p-valor 0569 0550

r s -0227 1 0736

p-valor 0074 lt0001

r s -0295 0761 1

p-valor 0020 lt0001

Variaacuteveis

IMC

Idade

Tempo de menopausa

Nota o triacircngulo superior direito (parte hachurada) se refere agraves correlaccedilotildees para as mulheres com

fratura e o inferior esquerdo (parte natildeo hachurada) agraves mulheres sem fratura

38

7 Discussatildeo

No Brasil os principais fatores cliacutenicos de risco para fraturas por fragilidade oacutessea

eram extrapolados a partir de estudos internacionais O estudo vem acrescentar informaccedilotildees

para se conhecer os fatores relacionados agrave essas fraturas Nossos resultados revelam que a

idade avanccedilada a historia familiar de fratura de quadril o diagnoacutestico de osteoporose e

tambeacutem o paciente ficar acamado por mais de 2 meses foram considerados fatores de risco

para fraturas por fragilidade oacutessea

Esse estudo mostrou concordacircncia com a Johnell amp Kanis (2006) onde o principal

siacutetio mundial de fratura por fragilidade oacutessea nas mulheres apoacutes a menopausa foi o antebraccedilo

Segundo o estudo Latin American Vertebral Osteoporosis Study (LAVOS) (Clark et al

2009) a fratura vertebral eacute a mais prevalente da ameacuterica latina com uma prevalecircncia de

142 diferente do nosso estudo onde a coluna vertebral e o colo do fecircmur aparecem

juntos em uacuteltimo lugar na lista de incidecircncia dos siacutetios de fratura Isso pode ser atribuiacutedo

devido a diferenccedila nos criteacuterios de definiccedilatildeo de fraturas pois no LAVOS optou-se pela

medida radiograacutefica do local de fraturas enquanto no nosso estudo as fraturas foram referidas

pelas pacientes

Os consensos sobre osteoporose tecircm propostos algoritmos para identificar indiviacuteduos

de alto risco para fraturas (Kanis et al 2008 WHO 1999) Para tanto a associaccedilatildeo de fatores

de risco para fraturas com a medida da USO eacute de suma importacircncia embora sejam poucas as

pacientes que tecircm oportunidade de realizar esse exame (Oliveira et al 2007) Assim o

presente trabalho mostrou um risco para fraturas por fragilidade oacutessea 13 maior nas

pacientes com resultado de USO alterada em relaccedilatildeo as pacientes que tiveram resultados de

39

USO normais vindo de encontro aos resultados encontrados por Oliveira et al (2007)

Corroborando o USO como um meacutetodo confiaacutevel para a prediccedilatildeo de fraturas

E semelhante a Pinheiro et al (2010a) o presente estudo revelou que os principais

fatores de risco para fraturas por fragilidade oacutessea satildeo a idade avanccedilada a historia familiar de

fratura de quadril e a presenccedila de osteoporose Isso pode ser atribuiacutedo ao fato de que no

estudo de Pinheiro et al (2010a) assim como no nosso estudo a populaccedilatildeo ser

predominantemente de mulheres acima dos 65 anos e viverem em aacuterea urbana tendo haacutebitos

de vida parecidos

O achado em nosso estudo que apresentou significacircncia estatiacutestica refere-se ao fator

de risco ldquopaciente acamado por mais de dois mesesrdquo como disposto na literatura (Pinheiro et

al 2010b Demir et al 2008) O que acontece eacute que com o paciente acamado por tempo

prolongado um maior remodelamento oacutesseo eacute observado Os osteoclastos responsaacuteveis pela

absorccedilatildeo oacutessea sobrepotildee os osteoblastos predispondo as fraturas por fragilidade oacutessea

(Fyhrie amp Schaffler 1994) Assim observou-se no estudo que 235 das pacientes

acamadas por mais de dois meses sofreram alguma fratura por fragilidade oacutessea com p valor

lt005 Isso reafirma a associaccedilatildeo entre a paciente ficar acamada por mais de dois meses e

sofrer fratura por fragilidade oacutessea Por outro lado o exerciacutecio fiacutesico que estaacute sabidamente

relacionado ao aumento da resistecircncia muscular do equiliacutebrio e da flexibilidade contribuindo

para a reduccedilatildeo da perda oacutessea e melhora da sauacutede em geral (Chan 2003) natildeo se mostrou

como fator de proteccedilatildeo neste estudo Provavelmente devido ao baixo percentual encontrado

de pacientes que praticavam atividade fiacutesica moderada ou pesada

O elevado IMC e a terapia de reposiccedilatildeo hormonal natildeo desempenharam papel protetor

na nossa populaccedilatildeo como seria o esperado por estudos anteriores (Pinheiro et al 2010c

40

Buttros et al 2011) Ao contrario o sobrepeso e obesidade foram considerados fatores de

risco Isso pode ser atribuiacutedo ao IMC meacutedio dessa populaccedilatildeo ser 264 (kgm2) (DPplusmn 55)

limiacutetrofe para sobrepeso Embora esse dado demonstre contrariedade com a literatura que

estabelece relaccedilatildeo inversa entre obesidade e fraturas por fragilidade oacutessea em nosso estudo

ter maior peso e IMC natildeo seriam fatores de risco para fraturas e sim caracteriacutesticas das

mulheres mais idosas em um contexto social de baixa escolaridade e renda Esse fato eacute

confirmado pelos resultados da Pesquisa Nacional sobre Sauacutede e Nutriccedilatildeo ( Batista F et al

2003) que demonstraram caraacuteter ascendente da obesidade nos estratos de mulheres com baixa

renda residentes na regiatildeo Sudeste

Aleacutem disso haacutebitos de vida como tabagismo e etilismo sabidamente relacionados agrave

maior risco para fraturas por fragilidade oacutessea (Pinheiro et al 2010) tambeacutem natildeo se

mostraram estar associados nesse estudo

A necessidade de caacutelcio do ser humano varia ao longo da vida e uma ingestatildeo

adequada para mulheres acima de 50 anos eacute de 1200 mg pois com a idade o corpo

naturalmente perde um pouco da capacidade de absorccedilatildeo de minerais (Nuacutecleo de Estudos e

Pesquisas em Alimentaccedilatildeo 2006) O fato de apenas 44 das mulheres que natildeo tiveram

fraturas e 167 das mulheres que tiveram fraturas ter referido consumo superior a

900mgdia (3 ou mais copos) foi fator de surpresa principalmente levando-se em conta o PIB

per capita da cidade superior ao da maioria dos municiacutepios brasileiros (IPEA 2000)

Assim como em estudos preacutevios (Pinheiro et al 2010c NHI 2001 Demir et al

2008) nossos dados tambeacutem demonstraram o hipoestrogenismo como importante fator de

risco para fraturas por fragilidade oacutessea jaacute que as pacientes com fratura tecircm entre 19 e 29

anos de menopausa Em recente estudo Demir et al (2008) estudaram 2769 mulheres na

41

poacutes-menopausa correlacionando a ocorrecircncia de osteoporose com o tempo de menopausa

Demonstraram que 106 das pacientes com ateacute trecircs anos de poacutes-menopausa tinham

osteoporose contra 329 das pacientes com sete anos ou mais Acredita-se que a deficiecircncia

estrogecircnica seja responsaacutevel por dois terccedilos da perda de massa oacutessea levando

consequentemente agraves fraturas por fragilidade oacutessea assim como observado (Position

statement of the North American Menopause Society 2010)

Os dados deste estudo podem ser limitados pois apesar de tratar-se de uma coorte as

participantes reportaram dados referentes a estilo de vida dieta antecedentes familiares e

pessoais o que pode ter ocasionado algum vieacutes recordatoacuterio Outra limitaccedilatildeo eacute que como

avaliado por Oliveira et al (2007) esta populaccedilatildeo apresenta a maior parte das mulheres com

baixo niacutevel socioeconocircmico e escolaridade sem acesso agrave adequada educaccedilatildeo nutricional e agrave

atividade fiacutesica orientada Por outro lado resultados encontrados sem significacircncia estatiacutestica

podem ter sido ocasionados pelo tamanho amostral reduzido devido a dificuldade de

rastreamento da populaccedilatildeo uma vez que a unidade de sauacutede natildeo atualizou o endereccedilo e

telefone das mulheres eleitas para o estudo Talvez se tivesse sido realizado contato anual

com essas mulheres natildeo teriacuteamos perdido o seguimento delas

42

8 Conclusatildeo

Devido agrave sua alta prevalecircncia e associaccedilatildeo com mortalidade e incapacidade a fratura

devido agrave fragilidade oacutessea deve ser considerada um problema de sauacutede puacuteblica no Brasil

Apesar das limitaccedilotildees o presente estudo foi realizado de forma prospectiva em mulheres

brasileiras na poacutes-menopausa devendo os seus resultados serem levados em consideraccedilatildeo

para a formulaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas de sauacutede para a prevenccedilatildeo e estrateacutegias de tratamento

para as fraturas Os fatores de risco encontrados como a idade avanccedilada a histoacuteria familiar

de fratura de quadril e a presenccedila de osteoporose devem ser acompanhados e combatidos para

tentar-se diminuir o risco para as fraturas Assim como o USO mostrou ser um meacutetodo

confiaacutevel para avaliar o risco para fraturas podendo ser implementado em maior escala do

que a atual Entatildeo acreditamos que novos estudos prospectivos com uma amostra mais

representativa devam ser realizados para se confirmar os fatores associados a fraturas por

fragilidade oacutessea na populaccedilatildeo brasileira para cada vez mais conhecermos o perfil da nossa

populaccedilatildeo e termos subsiacutedios para combater esse agravo

43

9 Referecircncias Bibliograacuteficas

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48

10 Anexo 1 - Instrumento de coleta - EVOS (EUROPEAN VERTEBRAL

OSTEOPOROSIS STUDY)

Data _________

Nome________________________________________________________

Endereco_____________________________________________________

Fone _____________ Data de nascimento _________ RG

1- Dados antropomeacutetricos

Peso (Kg) Altura (m) IMC

2- Dados Ginecoloacutegicos

Idade da primeira menstruacao anos

Vocecirc jaacute usou piacutelula anticoncepcional por mais de 3 meses

sim natildeo natildeo sei

Vocecirc jaacute ficou algum periacuteodo em sua vida sem menstruar antes da menopausa (exceto se

gravidez) sim natildeo natildeo sei

Idade da ultima menstruaccedilatildeo anos

Numero de filhos

Vocecirc fez cirurgia para retirar o uacutetero sim com Idade ____ (anos)

natildeo natildeo sei

E para retirar os ovaacuterios (um ou os dois) sim idade ___ (anos)

natildeo natildeo sei

Vocecirc fez reposiccedilatildeo hormonal apos a menopausa sim natildeo natildeo sei

Se sim quando iniciado o periacuteodo foi superior a 1 ano sim natildeo natildeo sei

49

Vocecirc notou os seguintes sintomas na menopausa

calores sim natildeo natildeo sei

depressatildeo sim natildeo natildeo sei

insocircnia sim natildeo natildeo sei

outros sim natildeo natildeo sei

Vocecirc amamentou sim natildeo natildeo sei

Se sim quantas crianccedilas vocecirc amamentou por mais que 3 meses

3- Dados familiares

Em sua famiacutelia (pai matildee irmatildeos) existe historia de fratura de quadril apos os 50 anos de

idade sim natildeo natildeo sei

4- Histoacuteria de fratura

Vocecirc jaacute teve alguma fratura sim natildeo natildeo sei

Se sim em qual sitio esqueleacutetico com que idade e qual foi o tipo de trauma

Sitio Numero Idade (anos) Niacutevel do trauma

Vertebra

Fecircmur (colo trocanter)

Costela

Antebraccedilo

Uacutemero

Pe

Outras

Vocecirc sabe que tem osteoporose sim tenho natildeo natildeo tenho natildeo sei

5- Aacutelcool

Com que frequecircncia vocecirc bebeu no ultimo ano

Diariamente 5-6 dsem 3-4 dsem

50

1 -2 dsem lt 1 dsem nunca

Tipo de bebida destilados (uiacutesque cachaccedila vodka)

fermentados (cerveja vinho)

6- Imobilizaccedilatildeo

Vocecirc jaacute ficou acamado por um periacuteodo superior a 2 meses

sim natildeo natildeo sei

Se sim foi antes ou apos os 25 anos de idade

ano passado nunca

7- Fumo

Vocecirc fumou cigarro ou usou outras formas de fumo (cachimbo ou charuto)

atualmente no passado nunca

Com que idade iniciou anos

Se parou com que idade anos

Numero de cigarrosdia

8- Atividade Fiacutesica

Quantas tempo costuma passar diariamente ao ar livre caminhando ou andando de bicicleta

nenhuma a 1 h superior a 1 h

Qual a sua atividade fiacutesica durante diferentes periacuteodos de sua vida adulta

Ate os 25 anos 25 a 50 anos acima 50 anos

Niacutevel 1 (leve) 2 (moderada) 3 (pesada) 4

(muito pesada)

9- Impacto

Como vocecirc descreveria sua sauacutede geral neste momento

muito boa boa satisfatoacuteria regular ruim

10- Interrogatoacuterio sobre drogas

51

Vocecirc jaacute usou alguma medicaccedilatildeo oral ou injetaacutevel contendo corticosteroides por mais de 3

meses sim natildeo natildeo sei

Vocecirc jaacute usou alguma desses remeacutedios

Droga sim natildeo sei tempo

(meses)

parou ha quanto tempo

Hormocircnios

masculinos

Hormocircnios

femininos

Calcitonina

Fluacuteor

Caacutelcio

Vitamina D

Anabolizantes

Diureacuteticos

tiazidicos

11- Ingestatildeo de caacutelcio

Com que frequecircncia vocecirc comeu produtos derivados do leite na semana passada

(diassemana)

queijo amarelo queijo branco iogurte leite sorvete

Para os periacuteodos indicados abaixo com que frequecircncia vocecirc recebeu leite

ate 25 anos 25 a 50 anos Acima de 50 anos

Todas as refeiccedilotildees (3 ou + coposdia)

1-2 coposdia

52

Toda semana mas natildeo todo dia

lt 1 vezsemana

53

11 Anexo 2 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Projeto de Pesquisa Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade

oacutessea em mulheres na menopausa

Pesquisador responsaacutevel Dra Lizanka Paola F Marinheiro

Instituiccedilatildeo responsaacutevel Instituto Fernandes Figueira

Vocecirc estaacute sendo convidado a participar do projeto de pesquisa intitulado

Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea em mulheres na

menopausa por que vocecirc participou do estudo anterior realizado haacute 7 anos sobre a

osteoporose e suas consequumlecircncias

54

A osteoporose e uma doenccedila que se caracteriza pela diminuiccedilatildeo da resistecircncia do osso

tornando-o mais fraacutegil Essa fragilidade aumenta o risco da pessoa que tem osteoporose de ter

fraturas mesmo com atividades comuns como tossir ou espirrar

Com isso esse trabalho deseja avaliar a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea na

populaccedilatildeo de mulheres na poacutes menopausa residente da Ilha de Paquetaacute apoacutes 7 anos de

seguimento do uacuteltimo estudo transversal

Vocecirc natildeo eacute obrigada a participar Mas se quiser vocecirc teraacute que responder a um

questionaacuterio Para participar vocecirc natildeo teraacute que pagar nada O resultado seraacute fornecido apenas

a vocecirc ningueacutem mais saberaacute Suas duvidas seratildeo esclarecidas e vocecirc devera continuar

acompanhamento com seu meacutedico assistente Se vocecirc natildeo quiser participar natildeo seraacute

submetida a nenhum constrangimento fiacutesico ou moral e seu atendimento no posto de sauacutede

natildeo seraacute prejudicado A participante poderaacute se retirar do estudo a qualquer momento que

julgar necessaacuterio sem prejuiacutezo para a mesma O resultado de toda a pesquisa seraacute divulgada e

atraveacutes de artigos cientiacuteficos em revistas encontros congressos ou similares sem a

divulgaccedilatildeo dos nomes de quem participou de forma sigilosa

Sua participaccedilatildeo no estudo natildeo implicaraacute em custos adicionais O (A) Sr (a) natildeo teraacute

qualquer despesa com a realizaccedilatildeo dos procedimentos previstos neste estudo que seratildeo

custeados pelo pesquisador responsaacutevel Tambeacutem natildeo haveraacute nenhuma forma de pagamento

pela sua participaccedilatildeo

Caso surja alguma duacutevida quanto agrave eacutetica do estudo o (a) Sr(a) deveraacute se reportar ao

Comitecirc de Eacutetica em Pesquisas envolvendo seres humanos ndash subordinado ao Conselho

Nacional de Eacutetica em Pesquisa oacutergatildeo do Ministeacuterio da Sauacutede atraveacutes de solicitaccedilatildeo ao

representante de pesquisa que estaraacute sob contato permanente ou contactando o Comitecirc de

Eacutetica em Pesquisa desta instituiccedilatildeo no telefone (21) 3971-1590 Eacute assegurado o completo

55

sigilo de sua identidade quanto a sua participaccedilatildeo neste estudo incluindo a eventualidade da

apresentaccedilatildeo dos resultados deste estudo em congressos e perioacutedicos cientiacuteficos

Eu________________________________________________________________________

residente do endereccedilo__________________________ fui informada dos objetivos e da

justificativa deste trabalho de forma clara e detalhada pela Dra Adriana de Mattos V da

Costa Recebi informaccedilotildees especificas sobre cada procedimento no qual estarei envolvida

dos desconfortos e riscos previstos tanto quanto dos benefiacutecios esperados Todas as minhas

duvidas foram respondidas com clareza e sei que poderei solicitar novos esclarecimentos a

qualquer momento Aleacutem disso sei que novas informaccedilotildees obtidas durante o estudo me seratildeo

fornecidas e que terei liberdade de retirar meu consentimento de participaccedilatildeo face a estas

informaccedilotildees sem prejuiacutezo para mim Aleacutem disto me foi entregue uma coacutepia da folha de

informaccedilotildees para os participantes a qual li compreendi e me deu plena liberdade para decidir

acerca da minha espontacircnea participaccedilatildeo nesta pesquisa Minha identidade jamais seraacute

publicada Os dados colhidos poderatildeo ser examinados por pessoas envolvidas no estudo com

autorizaccedilatildeo delegada do investigador e por pessoas delegadas pelo patrocinador Estou

recebendo uma coacutepia assinada deste Termo

Os pesquisadores responsaacuteveis pelo Projeto satildeo a Dra Lizanka Paola F Marinheiro e

sua aluna a Dra Adriana de Mattos Viveiros da Costa

56

Participante

Nome _________________________________

Assinatura________________________________

Data_________________________________________

Investigador

Nome____________________________________

Assinatura________________________________

Data_______________________________________

Pesquisadora

Nome______________________________________

Assinatura___________________________________

Data__________________________________________

Dra Lizanka Paola F Marinheiro

lizankaglobocom

tel 25541700

Dra Adriana de Mattos Vda Costa

adrianamattosmedyahoocombr

tel 87273315

Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa

Rua Afonso Cavalcanti 455 sala 710 ndash Cidade Nova -

Telefone 3971-1463

12

no Paiacutes como um todo a expectativa de vida das pessoas de 60 anos era de 193 anos para os

homens e de 224 anos para as mulheres Notando as mudanccedilas nas caracteriacutesticas da

populaccedilatildeo o Ministeacuterio da Sauacutede iniciou accedilotildees voltadas agraves mulheres no periacuteodo climateacuterico

entre elas a Poliacutetica de Assistecircncia Integral aacute Sauacutede da Mulher (PNAISM 2004)

Os estudos confirmam que diferenccedilas de sexo e idade na percepccedilatildeo da sauacutede satildeo

importantes determinantes do comportamento em relaccedilatildeo agrave procura por atendimento de sauacutede

(WHO 2001)

Em 2003 as mulheres idosas declararam um estado de sauacutede pior do que os homens

exceto entre os idosos de 80 anos ou mais onde a tendecircncia se inverte passando os homens a

declarar um estado de sauacutede pior do que aquele declarado pelas mulheres (PNAD 2003)

Os resultados do Censo Demograacutefico 2000 para os municiacutepios das capitais

apresentam padrotildees de incapacidade funcional em mobilidade fiacutesica compatiacuteveis com aqueles

apontados pelas informaccedilotildees da Politica Nacional de Assistecircncia a Domiciacutelio 2003 para as

aacutereas metropolitanas As mulheres declaram incapacidade funcional em maior proporccedilatildeo do

que os homens observando-se tambeacutem o caraacuteter progressivo da incapacidade funcional

entre os idosos em relaccedilatildeo ao aumento da idade (IBGE 2009a b)

Com o maior nuacutemero de idosos consequumlentemente haacute uma elevaccedilatildeo na frequecircncia das

fraturas por fragilidade oacutessea Isso se torna um problema de sauacutede de grandes dimensotildees

para a paciente na poacutes-menopausa pelos limites que comprometem sua qualidade de vida

para a famiacutelia por arcar com a responsabilidade de protegecirc-la no seu conviacutevio e para a sauacutede

puacuteblica pelo ocircnus econocircmico (Speroff et al 1989 Pinheiro et al 2010a b) Assim satildeo

necessaacuteria accedilotildees de promoccedilatildeo prevenccedilatildeo e abordagem da osteoporose que incide a partir da

perimenopausa

13

Estima-se que 70 das fraturas de quadril esperadas para 2050 ocorreratildeo na Aacutesia

Ameacuterica Latina e Aacutefrica (Cooper 1999) Jaacute na Europa segundo dados da Fundaccedilatildeo

Internacional de Osteoporose estima-se que uma em cada trecircs mulheres acima dos 50 anos

teraacute fratura por fragilidade oacutessea E na Uniatildeo Europeia ocorre uma fratura a cada 30 segundos

e se espera que para essa populaccedilatildeo o nuacutemero de fraturas dobre nos proacuteximos 50 anos

(International Osteoporosis Foundation 2005)

Estudos realizados sobre os custos da osteoporose e suas consequecircncias demonstram

que os gastos com essa doenccedila impressionam O estudo de Silva et al (2003) somou os gastos

com as internaccedilotildees para reduccedilotildees ciruacutergicas as reduccedilotildees incruentas o tratamento

conservador os gastos com cirurgias para a retirada de proacutetese internaccedilotildees de longa

permanecircncia consultas meacutedicas e fisioterapia chegando agrave conclusatildeo de que os custos do

SUS com o tratamento das fraturas eacute de mais de 20 milhotildees de reais por ano Tambeacutem

Tosteson et al (2008) fizeram um levantamento de custos do tratamento da osteoporose em

uma populaccedilatildeo de mulheres americanas em 2005 e mostrou que os custos anuais com

medicamentos satildeo altiacutessimos

Sobre os exames realizados para avaliaccedilatildeo da osteoporose os principais usados satildeo a

densitometria oacutessea e a ultrassonometria oacutessea de calcacircneo (USO) A densitometria oacutessea eacute

considerada o padratildeo-ouro para o diagnoacutestico de osteoporose pela Organizaccedilatildeo Mundial da

Sauacutede (OMS) desde 1994 poreacutem este exame estima apenas a densidade mineral oacutessea A

USO busca refletir outros paracircmetros aleacutem da densidade mineral oacutessea avaliando o risco de

fratura com eficiecircncia similar agrave densitometria oacutessea (Oliveira et al 2004 Castro 2000)

Embora os fatores cliacutenicos de riscos (FCRs) em populaccedilotildees de risco para osteoporose

e fratura estejam bem estabelecidos especialmente em estudos internacionais sua prevalecircncia

14

na populaccedilatildeo brasileira em geral natildeo estaacute clara porque ainda faltam estudos sobre o tema Um

dos principais estudos sobre a avaliaccedilatildeo de FCR foi o BRAZOS (Pinheiro et al 2010a) Ele

natildeo avaliou os fatores de risco relacionados agrave massa oacutessea mas os seus resultados permitem

inferir que esses fatores de risco satildeo muito semelhantes agravequeles relacionados agrave fratura por

baixo impacto Pinheiro et al (2010) demonstrou que os principais FCRs associados agrave fratura

por osteoporose de qualquer siacutetio esqueleacutetico de um total de 2420 indiviacuteduos apoacutes ajustes

estatiacutesticos foram histoacuteria familiar de fratura de quadril idade avanccedilada e baixo peso E que

a associaccedilatildeo de FCR agraves medidas de massa oacutessea poderia melhorar a discriminaccedilatildeo de

pacientes com maior risco de fratura osteoporoacutetica (Pinheiro et al 2010a b)

Atualmente existe uma ferramenta chamada FRAXreg utilizada por meacutedicos em vaacuterios

paiacuteses baseado na pratica meacutedica usando uma combinaccedilatildeo de fatores cliacutenicos e densidade

mineral oacutessea O FRAXreg eacute usado para predizer o risco de fratura nos proacuteximos dez anos com

implicaccedilotildees diretas na decisatildeo do tratamento e custos (Kanis et al 2008 Pinheiro et al 2009)

Poreacutem o risco absoluto de fraturas depende da populaccedilatildeo estudada e essa ferramenta ainda

natildeo foi aprovada para uso no Brasil Assim estudos epidemioloacutegicos representativos sobre

fatores de risco para fraturas ainda continuam sendo necessaacuterios (Pinheiro et al 2009)

Em 2003 a dissertaccedilatildeo de mestrado da Dra Patriacutecia Pereira de Oliveira verificou o

risco aumentado de fraturas por osteoporose atraveacutes da USO (Oliveira et al 2007) na

populaccedilatildeo de mulheres menopausadas na ilha de Paquetaacute-RJ Em nosso estudo verificaremos

se existe uma correlaccedilatildeo entre os achados ultrassonograacuteficos e as fraturas cliacutenicas na mesma

populaccedilatildeo por ela utilizada aleacutem outros fatores de risco para fraturas serem contemplados

como doenccedilas de base tempo de menopausa medicamentos entre outros Isto se justifica

pela necessidade de termos no Brasil dados sobre a incidecircncia de fraturas por fragilidade

oacutessea e fatores de risco a ela relacionados desenvolvidos em uma populaccedilatildeo brasileira e

15

residente de uma ilha localizada no litoral fluminense Jaacute que a literatura nessa aacuterea eacute escassa

e para que compreendendo melhor a dinacircmica da fratura por fragilidade oacutessea possamos

intervir antes que ela ocorra melhorando a qualidade de vida dessas mulheres e diminuiacutedo os

gastos com a sauacutede

16

3 Objeto de Estudo

Estudo de fatores associados agraves fraturas por fragilidade oacutessea em mulheres na poacutes-

menopausa atendidas em uma unidade baacutesica de sauacutede

Questionamento

Quais os fatores associados agrave ocorrecircncia de fraturas em mulheres poacutes-menopausa

acompanhadas em uma unidade baacutesica de sauacutede

31 Objetivos

311 Geral

Avaliar os fatores relacionados agrave ocorrecircncia de fraturas em mulheres poacutes-menopausa

acompanhadas em uma unidade baacutesica de sauacutede

312 Especiacuteficos

a- Avaliar se a ocorrecircncia de fraturas foi maior nas pacientes identificadas como risco

aumentado para fraturas pelo ultrassonometria oacutessea de calcacircneo preacutevia

b- Verificar a associaccedilatildeo entre as fraturas por fragilidade oacutessea e os dados cliacutenicos

comportamental e demograacuteficos (idade e sexo) das pacientes

c- Analisar se o tempo de menopausa influencia a ocorrecircncia de fraturas por fragilidade

oacutessea

17

4 Marco Teoacuterico

A osteoporose pode ser definida como doenccedila osteometaboacutelica caracterizada pela

diminuiccedilatildeo da densidade mineral oacutessea com alteraccedilotildees na sua microestrutura que conduzem

a um aumento da fragilidade oacutessea e uma tendecircncia a fraturas por traumatismos pouco

intensos Dado o exposto esta constitui o verdadeiro problema de sauacutede puacuteblica devido agrave sua

alta taxa de morbimortalidade e altos custos (Vianna et al 2001 International Osteoporosis

Foundation 2005)

Com relaccedilatildeo ao hipoestrogenismo observa-se que as mulheres apresentam uma perda

oacutessea mais acelerada nos dez primeiros anos apoacutes a instalaccedilatildeo da menopausa do que os

homens da mesma idade adquirindo risco de fratura mais precocemente do que eles (NHI

2001) Esta diminuiccedilatildeo de massa oacutessea total poderaacute ser ateacute dez vezes a diminuiccedilatildeo ocorrida

antes deste periacuteodo podendo chegar a 2 a 4 ao ano para o osso trabecular e de 1 para o

cortical (NHI 2001) A deficiecircncia de estrogecircnio aumenta o remodelamento oacutesseo e pode

agravar o desequiliacutebrio nas unidades de remodelamento com o aumento do tempo de vida dos

osteoclastos em detrimento dos osteoblastos (Fyhrie amp Schaffler 1994)

Na maioria dos casos a perda oacutessea eacute assintomaacutetica Quando sinais e sintomas da

osteoporose aparecem se relacionam com a ocorrecircncia de fraturas mais comumente na

porccedilatildeo distal do antebraccedilo (fratura de Colles) na coluna vertebral e no colo do fecircmur

(International Osteoporosis Foundation 2005) A maior incidecircncia de fraturas eacute observada

em mulheres brancas na poacutes menopausa (Pinheiro et al 2010a b)

Pinheiro et al (2010) analisaram 275 mulheres caucasoacuteides acima dos 50 anos e

acharam que 44 jaacute possuiacuteam algum tipo de fratura por osteoporose (Pinheiro et al 2010b)

A dor oacutessea eacute consequumlecircncia tanto das fraturas quanto das deformidades oacutesseas As fraturas

18

vertebrais satildeo as mais comuns poreacutem satildeo geralmente assintomaacuteticas e portanto menos

diagnosticadas Poreacutem podem causar dor perda de peso deformidade na coluna espinhal e

perda de estabilidade ao andar (International Osteoporosis Foundation 2005) Apenas 10

das fraturas de veacutertebras cursam com hospitalizaccedilatildeo mesmo que causem dor e diminuiccedilatildeo da

qualidade de vida Elas ocorrem entre os 50 e 60 anos de idade com maior frequecircncia

(International Osteoporosis Foundation 2005)

Jaacute as fraturas do fecircmur satildeo as mais letais devido a complicaccedilotildees poacutes-operatoacuterias As

principais causas de mortalidade satildeo as infecccedilotildees e tromboembolismo As fraturas de quadril

satildeo menos prevalentes do que as vertebrais poreacutem de maior gravidade devido agraves altas taxas

de morbimortalidade aleacutem do alto custo para a famiacutelia e para o sistema puacuteblico de sauacutede A

mortalidade apoacutes uma fratura de quadril eacute de cerca de 20- 24 no ano seguinte a fratura

sendo acompanhada de periacuteodos de hospitalizaccedilatildeo prolongados (International Osteoporosis

Foundation 2005 Silveira et al 2005) Estimativas apontam que no ano de 2050 ocorreratildeo

aproximadamente 65 milhotildees de fratura de quadril em todo mundo (Cooper 1999) As

fraturas de punho satildeo as mais facilmente observadas por mulheres no climateacuterio chegando a

originar seis milhotildees de dias de restriccedilatildeo de trabalho por ano (International Osteoporosis

Foundation 2005)

Aleacutem do custo pessoal o impacto econocircmico gerado pela osteoporose eacute enorme

Atraveacutes do mundo eacute estimado que uma em cada trecircs mulheres acima dos 50 anos teraacute fraturas

por osteoporose Na Europa no ano 2000 foi estimada uma ocorrecircncia de 379 milhotildees de

fraturas por fragilidade oacutessea sendo que destas 890 mil eram de quadril (Tosteson et al

2008) Eacute sabido que apenas metade das pacientes que sobrevivem agrave fratura de quadril voltaraacute

a andar novamente mas dificilmente com a mesma agilidade que andava antes da fratura

Apesar de a osteoporose ser facilmente diagnosticada atraveacutes de exames e seu tratamento

19

poder ser instituiacutedo ainda eacute uma doenccedila muito subdiagnosticada e subtratada Eacute estimada na

comunidade europeacuteia que uma em cada trecircs fraturas de vertebrais recebe a atenccedilatildeo cliacutenica

que merece E uma pessoa com fratura de veacutertebra tem ateacute cinco vezes mais chance de

desenvolver nova fratura no ano seguinte fenocircmeno conhecido como fratura em cascata

(Lindsay et al 2001)

Tradicionalmente a osteoporose eacute reconhecida como uma doenccedila multifatorial sendo

70 desses fatores natildeo modificaacuteveis isto eacute definidos pela carga geneacutetica e 30

potencialmente modificaacuteveis e assim envolvidos com os aspectos ambientais Dessa forma

um uacutenico fator de risco natildeo eacute capaz de identificar indiviacuteduos com ou sem fratura Diferenccedilas

geneacuteticas raciais e antropomeacutetricas bem como da composiccedilatildeo corporal densidade oacutessea

dieta atividade fiacutesica e outros haacutebitos de vida contribuem para explicar as divergecircncias na

incidecircncia e na prevalecircncia de baixa densidade oacutessea e fraturas em diversos paiacuteses do mundo

(Pinheiro et al 2010b c) Os aspectos geneacuteticos desempenham importante influecircncia sobre a

aquisiccedilatildeo do pico de massa oacutessea e perda oacutessea relacionada agrave idade bem como na

determinaccedilatildeo das propriedades estruturais e geomeacutetricas do osso No entanto a associaccedilatildeo

entre diferentes polimorfismos gecircnicos e densidade oacutessea ou fraturas por osteoporose eacute

bastante controversa e varia em diferentes estudos inclusive no Brasil fato que pode ser

tomado como um provaacutevel reflexo das diferenccedilas de etnia e ambiental das populaccedilotildees

estudadas Da mesma forma os fatores ambientais natildeo permitem uniformizar e homogeneizar

o impacto de cada um deles em cada regiatildeo do planeta (Pinheiro et al 2010c)

Atualmente a densitometria oacutessea eacute o meacutetodo mais utilizado para avaliar a massa

oacutessea Eacute o padratildeo ouro para o diagnoacutestico de osteoporose A densidade mineral oacutessea (DMO)

eacute expressa em nuacutemero absolutos em gramas de mineral por centiacutemetro quadrado escaneado

ou ainda comparado com a DMO esperada para a idade e sexo da paciente (z escore) ou

20

comparado a DMO de adultos jovens normais do mesmo sexo (t-escore) A diferenccedila entre o

escore do paciente e o padratildeo eacute expressa em desvios padrotildees acima ou abaixo da meacutedia

(Castro et al 1999)

Segundo a Sociedade Brasileira de Densitometria Cliacutenica no consenso de 2008 satildeo

indicaccedilotildees para avaliaccedilatildeo da densidade mineral oacutessea (Brandatildeo et al 2009)

rdquoMulheres com idade gt a 65 anos e homens com idade gt a 70 anos

Mulheres acima de 40 anos na transiccedilatildeo menopausal (1-2) e homens acima de 50

anos de idade com fatores de risco

Adultos com antecedente de fratura por fragilidade condiccedilatildeo cliacutenica ou uso de

medicamentos associados agrave baixa massa oacutessea ou perda oacutessea

Indiviacuteduos para os quais satildeo consideradas intervenccedilotildees farmacoloacutegicas para

osteoporose

Indiviacuteduos em tratamento para osteoporose para monitoramento de sua eficaacutecia

Indiviacuteduos que natildeo estejam sob tratamento poreacutem nos quais a identificaccedilatildeo de perda

de massa oacutessea possa determinar a indicaccedilatildeo do tratamento

Mulheres interrompendo terapia hormonal (TH)rdquo

Arq Bras Endocrinol Metab 2009 531 pag108

A proacutepria definiccedilatildeo de osteoporose pela Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede reunida em

Hong Kong em 1994 estabeleceu criteacuterios diagnoacutesticos baseados em valores obtidos pela

densitometria oacutessea classificando como osteopecircnicas aquelas mulheres que apresentarem-se

entre 1 e 25 desvios-padratildeo (DP) abaixo da meacutedia para adultas jovens e de osteoporoacuteticas as

que se encontrarem com mais de 25 DP abaixo da meacutedia para adultas jovens (Castro et al

1999 WHO 1999)

A densitometria oacutessea apresenta como desvantagens no entanto o fato de utilizar uma

fonte de radiaccedilatildeo ionizante e possuir um elevado custo que limita seu uso em estudos

populacionais principalmente em nosso paiacutes onde os recursos destinados agrave sauacutede da

populaccedilatildeo mais carente satildeo miacutenimos Sempre tentando diminuir o impacto dos gastos com

21

sauacutede eacute estimulada a busca por meacutetodos natildeo poluentes e mais baratos mas que tragam as

mesmas informaccedilotildees que os meacutetodos jaacute estabelecidos Em funccedilatildeo disto a USO vem sendo

avaliada e alguns resultados promissores tecircm sido apresentados (Castro et al 1999) Baseia-se

na modificaccedilatildeo das caracteriacutesticas de ultrassom transmitido atraveacutes de ossos de localizaccedilatildeo

mais superficiais como no calcacircneo tiacutebia falanges ou patela Os sistemas atuais se

constituem de dois transdutores sendo um transmissor e outro receptor posicionados em

locais diferentes do osso a ser estudado Os aparelhos existentes entre noacutes avaliam o

calcacircneo osso predominantemente trabecular atraveacutes das medidas de velocidade de

transmissatildeo do ultrassom (SOS em ms) e da atenuaccedilatildeo da frequumlecircncia do ultrassom (BUA em

dBMHz) (Kanis et al 2008) Novamente de acordo com a orientaccedilatildeo da Sociedade Brasileira

de Densitometria Cliacutenica de 2008 as recomendaccedilotildees para ultrassonometria oacutessea satildeo

(Brandatildeo et al 2009)

rdquoO uacutenico siacutetio validado para o uso cliacutenico da USO em osteoporose eacute o calcacircneo

Equipamentos de USO de calcacircneo validados satildeo capazes de estimar fratura por

fragilidade em mulheres na poacutes-menopausa e em homens com idade superior a 65 anos

independentemente da densidade mineral oacutessea medida em equipamentos de DMO

central

A correlaccedilatildeo entre os resultados obtidos por USO e DMO ccccccc entral eacute

moderada

USO do calcacircneo associada a fatores de risco cliacutenicos podem ser usados para

identificar populaccedilatildeo com baixa probabilidade de fratura na qual avaliaccedilatildeo adicional

natildeo seja mais necessaacuteria

Medidas de DMO central na coluna e no fecircmur constituem o meacutetodo de escolha para a

tomada de decisatildeo terapecircutica Entretanto se a DMO central natildeo for acessiacutevel o

tratamento farmacoloacutegico pode ser iniciado se a probabilidade de fratura avaliada pelo

USO do calcacircneo com pontos de corte especiacuteficos associados a fatores de risco

cliacutenicos for suficientemente alta

Equipamentos de USO natildeo satildeo clinicamente uacuteteis no monitoramento de efeitos

esqueleacuteticos dos medicamentos disponiacuteveis para o tratamento da osteoporoserdquo

Arq Bras Endocrinol Metab 2009 531 pag110

22

Em 2003 foi realizada uma dissertaccedilatildeo de mestrado (Oliveira et al 2007) sobre a

utilizaccedilatildeo do USO para estimar a prevalecircncia de risco aumentado de fraturas em uma

populaccedilatildeo de mulheres na poacutes menopausa residentes da Ilha de Paquetaacute Em trabalho

realizado por Oliveira e cols nesta instituiccedilatildeo Foi realizado um estudo transversal com

recrutamento de 385 mulheres residentes da Ilha Todas as mulheres responderam a

questionaacuterio previamente estruturado e foram submetidas a medidas antropomeacutetricas e a

USO As medidas de USO foram realizadas segundo o manual do fabricante A idade da

populaccedilatildeo estudada variou entre 42 e 95 anos Os resultados encontrados mostram que

5922 da amostra apresentava algum tipo de alteraccedilatildeo a USO com t score menor que -1

Esse grupo era composto por mulheres mais idosas com menor peso menor altura e menor

percentual de gordura quando comparado com o grupo com t score lt ndash 1 Foi encontrado que

1688 das pesquisadas possuiacuteam alto risco para fraturas com t score lt -25 E as mulheres

do grupo de alto risco tinham maior peso e IMC paracircmetros conhecidos como protetores

Embora divergente da literatura a autora atribui esses resultados a caracteriacutesticas das

mulheres mais idosas em um contexto social de baixa escolaridade e renda (Oliveira et al

2007)

23

5 Materiais e Meacutetodos

51 Populaccedilatildeo

A Ilha de Paquetaacute dista aproximadamente 15 km da Praccedila XV no Centro da Cidade

do Rio de Janeiro sendo a principal ilha do arquipeacutelago de Paquetaacute situada ao nordeste da

Baiacutea de Guanabara A populaccedilatildeo e frequecircncia da Ilha satildeo extremamente sazonais sendo

aproximadamente 2200 domiciacutelios (entre moradores e veranistas) Os moradores fixos

correspondem a 4500 pessoas em sua maioria de famiacutelias antigas na Ilha das quais 208

satildeo idosos ultrapassando ateacute mesmo a meacutedia nacional que eacute em torno de 12 (IBGE

2009a) Este iacutendice faz de Paquetaacute o erceiro bairro em nuacutemero de idosos no municiacutepio sendo

que sua populaccedilatildeo pode ser considerada envelhecida segundo os criteacuterios da Organizaccedilatildeo

Mundial da Sauacutede (OMS 2003) Embora a maioria da populaccedilatildeo seja branca existem 109

de negros 256 de pardos e 01 de iacutendios Cerca de 90 dos domiciacutelios possuem aacutegua

tratada e 9957 tratamento de esgoto As famiacutelias residentes nesta regiatildeo satildeo compostas em

meacutedia por trecircs pessoas com rendimento meacutedio per capita de 301 salaacuterios miacutenimos (IPEA

2000) e o transporte urbano eacute feito basicamente a peacute por bicicletas ou charretes puxadas por

ciclistas (IBGE 2009a)

52 Tipo de estudo

Foi realizado um estudo de coorte prospectivo na ilha de PaquetaacuteRJ no ano de 2011

Foram inicialmente alocadas todas as mulheres que participaram do estudo anterior

desenvolvido no ano de 2003 (Oliveira et al 2007)

24

53 Criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo

Os criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo foram os mesmos utilizados do estudo anterior

(Oliveira et al 2007) Sendo os criteacuterios de inclusatildeo as mulheres que estavam na menopausa

e que tinham residecircncia fixa na Ilha de Paquetaacute e os criteacuterios de exclusatildeo a historia pessoal

de doenccedilas que sabidamente afetam o metabolismo oacutesseo direta ou indiretamente (como

artrite reumatoacuteide luacutepus eritematoso sistecircmico hiperparatireoidismo osteogecircnese imperfeita)

e as neoplasias malignas exceto carcinoma basocelular de pele

54 Alocaccedilotildees de pacientes

A populaccedilatildeo elegiacutevel era constituiacuteda pelas 385 mulheres alocadas no estudo inicial

(Oliveira et al 2007) No trabalho de Oliveira et al (2007) foi realizado um estudo transversal

com recrutamento por auto-seleccedilatildeo ou demanda espontacircnea no ano de 2003 na Ilha de

Paquetaacute Rio de Janeiro Brasil Foram estudadas 385 mulheres na poacutes-menopausa

(diagnoacutestico cliacutenico) residentes no local apoacutes a aplicaccedilatildeo dos criteacuterios de exclusatildeo

(existecircncia de pino metaacutelico ou edema com cacifo em ambos os peacutes ou impossibilitadas de

posicionar os peacutes no aparelho de ultra-sonometria oacutessea) Todas as mulheres responderam na

eacutepoca a um questionaacuterio e foram submetidas a medidas antropomeacutetricas e agrave USO

No presente estudo considerando uma significacircncia de 95 e um poder de 80 uma

prevalecircncia de 15 de fraturas na populaccedilatildeo de risco (Clark et al 2009) o tamanho amostral

previsto foi de 130 mulheres Poreacutem devido agraves perdas o tamanho amostral final foi de 86

pacientes

Atraveacutes do banco de dados jaacute existente todas as pacientes foram re-contactadas As

mulheres foram localizadas atraveacutes de telefonemas e comparecimento no hospital local onde

25

eacute realizado a atenccedilatildeo baacutesica de sauacutede Foram realizados pelo menos 2 telefonemas com

intervalo de 1 semana entre eles Como ldquoperdasrdquo foram consideradas as pacientes natildeo

encontradas apoacutes os dois telefonemas (035 dos telefones estavam errados e 049 das

pacientes tinham telefone quebrado ou ocupado) pacientes que natildeo quiseram ou natildeo

puderam responder ao questionaacuterio (008) e pacientes falecidas (006)

As pacientes selecionadas foram submetidas a um questionaacuterio de avaliaccedilatildeo de fatores

relacionados agrave fragilidade oacutessea conhecido como European Vertebral Osteoporosis Study

(EVOS) jaacute validado previamente para o portuguecircs (OrsquoNeill et al 1996) e jaacute utilizados em

importantes estudos (Pinheiro et al 2006 Clark et al 2009) O questionaacuterio EVOS eacute

composto por dados soacutecio-demograacuteficos (idade estado civil escolaridade cor renda familiar

e nuacutemero de dependentes desta haacutebitos de vida) e histoacuteria reprodutiva pessoal sumaacuteria

(idade da menarca idade da menopausa tipo de menopausa) Os dados antropomeacutetricos

foram aferidos segundo criteacuterios adotados internacionalmente com medidas de peso e altura

observando intervalos de 01kg e 001m respectivamente

A definiccedilatildeo de fratura por fragilidade oacutessea foi a mesma utilizada por Pinheiro et al

(2010a) como aquela resultante de uma queda da proacutepria altura ou trauma menos intenso em

indiviacuteduos com 50 anos ou mais em siacutetios esqueleacuteticos especiacuteficos antebraccedilo fecircmur

costelas veacutertebras e uacutemero E a documentaccedilatildeo de fraturas foi realizada atraveacutes de relato da

paciente (fratura referida) As fraturas traumaacuteticas (apoacutes acidente automobiliacutestico ou outras

condiccedilotildees sob forte impacto) ou as de baixo impacto natildeo relacionadas agrave osteoporose (como

por exemplo as de face tornozelo metacarpo falanges) natildeo foram consideradas

O estudo obedeceu aos criteacuterios de eacutetica preconizados pela resoluccedilatildeo no 19696 do

Conselho Nacional de Sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede e foi aprovado previamente pelo Comitecirc

26

de Eacutetica em Pesquisa da FiocruzIFF e pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Prefeitura Todas

as mulheres assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido antes de qualquer

procedimento

55 Anaacutelise Estatiacutestica

Os dados foram registrados em planilha Excel e analisados pelo programa Statistical

Package for Social Sciences (SPSS) versatildeo 170 Para avaliar diferenccedilas entre os grupos as

variaacuteveis categoacutericas foram avaliadas pelo Qui-quadrado de Pearson ou o teste exato de

Fisher A relaccedilatildeo entre as variaacuteveis categoacutericas e ordinal e entre as variaacuteveis numeacutericas foi

avaliada pelo teste de Mann-Whitney que eacute um teste natildeo-parameacutetrico que equivale ao teste t

escolhido pelo tamanho da amostra A relaccedilatildeo entre as variaacuteveis numeacutericas foi avaliada pelo

coeficiente de Sperman que eacute uma estatiacutestica natildeo parameacutetrica utilizada para dados natildeo

normais eou amostra pequena Para todos os testes o niacutevel de significacircncia adotado foi de

5 A variaacutevel dependente foi a presenccedila de fratura (sim ou natildeo) e as variaacuteveis

independentes foram idade (em anos) resultado de USO (normal ou alterado) tempo de

menopausa (em anos) siacutetio de localizaccedilatildeo de fraturas IMC (abaixo do pesonormal

sobrepeso obeso) tabagismo (fumante ou natildeo fumante) atividade fiacutesica (leve

moderadapesada) frequecircncia diaacuteria de ingestatildeo de leite (em coposdia) e as variaacuteveis

binaacuterias como o histoacuterico familiar de fratura de quadril osteoporose uso de anticoncepcional

ausecircncia de menstruaccedilatildeo retirada de uacutetero ou ovaacuterios amamentaccedilatildeo paciente acamado e

etilismo O caacutelculo do risco relativo (RR) foi feito para avaliar a relaccedilatildeo entre o USO e a

presenccedila de fraturas Para isso foi considerado pacientes com USO normal aqueles com

resultados do T-score gt-11 e USO alterado aqueles com T-score lt-11 O niacutevel de atividade

fiacutesica foi classificado em atividade leve (trabalho burocraacutetico em escritoacuterio na maior parte

do tempo sentado) atividade moderada (trabalhos na maior parte do tempo em peacute como

27

vendedor e dona-de-casa) atividade pesada (enfermeira empregada domeacutestica) Oliveira et al

2010) Para caacutelculo aproximado da ingestatildeo alimentar diaacuteria de caacutelcio utilizou- se uma

adaptaccedilatildeo da Tabela Brasileira de Composiccedilatildeo de Alimentos 1 fatia queijo (90mg) 1 copo

de iogurte (1212mg) 1 copo leite (257mg) 1 bola se sorvete (135mg) E no final todos esses

alimentos foram convertidos em quantidade ingerida de copos de leite

28

6 Resultados Encontrados

61 Gerais

As caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas da populaccedilatildeo estudada estatildeo listadas na

tabela 1 A idade meacutedia das pacientes foi de 725 anos (DPplusmn 87) com a idade da menopausa

460 anos (DPplusmn 61) o tempo de menopausa 261 anos (DPplusmn 97) e o IMC de 264 (kgm2)

(DPplusmn 55) Essas caracteriacutesticas quando comparadas com o estudo anterior de 2003 (tabela

2) confirmam tratar-se da mesma populaccedilatildeo Apenas a idade e o tempo de menopausa

evidenciam ser a nossa populaccedilatildeo mais idosa Fator que se justifica pelo tempo ocorrido entre

os dois estudos

A incidecircncia de fratura por fragilidade oacutessea encontrada foi de 21 evidenciado no

graacutefico 1 Os principais siacutetios de fratura satildeo analisados na tabela 3 tendo como sitio principal

o antebraccedilo com 50 seguido pelo peacute com 192 e uacutemero 145 Jaacute na tabela 4 e no graacutefico

2 pode ser observado que a idade da populaccedilatildeo estudada variou entre 54 e 97 anos com meacutedia

de 72 anos com DP plusmn 90 No grupo de pacientes fraturadas 50 tinham entre 65 e 79 anos

sugerindo ser essa faixa etaacuteria mais susceptiacutevel as fraturas por fragilidade oacutessea

62 USO preacutevia X Fraturas

Foi verificado na tabela 5 a associaccedilatildeo entre o resultado da (USO) preacutevia e o desfecho

fraturas por fragilidade oacutessea De todas as pacientes que fizeram USO no estudo inicial 66

participaram deste estudo Das 50 pacientes que tiveram o USO alterado 22 tiveram

fraturas nesse periacuteodo E as pacientes com USO considerada normal 194 tiveram fraturas

por fragilidade oacutessea O RR= 113 (IC95 048 - 263) sugere que as mulheres que tiveram

29

USO alterado tem um risco de fraturar de 13 maior em relaccedilatildeo as pacientes com resultado

de USO considerado normal

63 Caracteriacutesticas cliacutenicas e comportamentais X Fratura

As pacientes foram analisadas quanto as variaacuteveis clinicas e comportamentais

Considerando a tabela 6 as pacientes que tiveram fraturas se mostraram com maior

sobrepeso ou obesas (722) com maior historia familiar de fratura de quadril (133) e

com maior diagnostico de osteoporose (471) do que as pacientes sem fraturas (p

valorgt005) Jaacute o uso de anticoncepcional ou o uso de reposiccedilatildeo hormonal natildeo se mostraram

ser relevantes para ocorrecircncia de fraturas nessa amostra E 235 das pacientes acamadas por

mais de dois meses sofreram alguma fratura com p valor lt005 Evidenciando associaccedilatildeo

entre a paciente ficar acamada por mais de dois meses e sofrer fratura por fragilidade oacutessea

Avaliando a tabela 7 foi notado que apenas 125 das pacientes que tiveram fratura eram

tabagistas e 167 eram etilistas natildeo se mostrando essas caracteriacutesticas como fatores de

risco A atividade fiacutesica moderadapesada ateacute 25 anos e acima de 50 anos apresentou

percentuais de 441 e 382 respectivamente Aleacutem disso entre 25 e 50 anos 444 das

pacientes com atividade fiacutesica moderadapesada tiveram fraturas e 441 das pacientes natildeo

tiveram fraturas para essa faixa etaacuteria (p valor gt005) Sendo assim natildeo houve associaccedilatildeo

entre a atividade fiacutesica e as fraturas Em relaccedilatildeo ao item ingestatildeo de leite apoacutes os 50 anos

456 das pacientes que natildeo tiveram fraturas ingeriam de 1 a 2 copos de leite por dia e

apenas 44 ingeriam mais de 3 copos de leite por dia No caso das pacientes que tiveram

fraturas apoacutes os 50 anos foi observado que 50 ingeriam de 1 a 2 copos de leite por dia e

167 ingeriam 3 copos ou mais de leite

30

64 Tempo de menopausa X Fratura

As pacientes foram avaliadas graacutefico 3 para verificar a associaccedilatildeo entre o tempo de

menopausa e o desfecho das fraturas A mediana do tempo de menopausa encontrado em

ambos os grupos foi de 262 com DP de plusmn98 Metade das pacientes que tiveram fraturas tem

entre 193 e 293 anos de menopausa com DP de plusmn72 A correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade

tempo de menopausa e IMC foi observado na tabela 8 onde evidenciada uma associaccedilatildeo

positiva entre a idade e o tempo de menopausa nos grupos de pacientes com e sem fraturas

Assim como foi verificado uma associaccedilatildeo negativa de quanto maior a idade e o tempo de

menopausa menor o IMC

31

Graacutefico 1

Graacutefico 2

32

Graacutefico 3

33

Tabela 1- Caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas das

mulheres poacutes menopausa (n=86)

Caracteriacutesticas Meacutedia plusmn desvio padratildeo

Idade (anos) 7255 plusmn 897

Idade da

menarca (anos) 1324 plusmn 184

Idade da

menopausa

(anos)

4608 plusmn 614

Tempo de

menopausa

(anos)

2618 plusmn976

Peso (kg)sect 6342 plusmn 1055

Altura (m)deg 155 plusmn 008

IMC (kgm2) 2643 plusmn 557

n=85 sectn=83 ordmn=82 n=81 n=80

Tabela 2-Caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas das

mulheres poacutes menopausa em 2003

Caracteriacutesticas Meacutedia plusmn desvio padratildeo

Idade (anos) 6463plusmn1270

Idade da

menarca (anos)

1304 plusmn 193

Idade da

menopausa

(anos)

4755 plusmn 601

Tempo de

menopausa

(anos)

1700 plusmn 1076

Peso (kg)sect 6533 plusmn 1270

Altura (m)deg 155 plusmn 006

IMC (kgm2) 2696 plusmn 477

34

Tabela 3 ndash Incidecircncia de fraturas em mulheres poacutes menopausa segundo a

localizaccedilatildeo de fratura 2003-2011

Tipo da fratura

n

Veacutertebra 1 38

Fecircmur 1 38

Costela 2 77

Antebraccedilo 13 500

Uacutemero 4 145

Peacute 5 192

Total 26 1000

Nota Algumas pacientes tiveram mais de uma fratura no periacuteodo

Tabela 4- Relaccedilatildeo entre idade e fratura nas mulheres na poacutes menopausa

Total

Fratura

Idade (anos) Natildeo Sim

N () n () n ()

54 a 64 anos 18 209 14 206 4 222

65 a 79 anos 48 558 39 574 9 500

80 a 97 anos 20 233 15 221 5 278

Total 86 1000 68 1000 18 1000

Meacutedia (DP) 725 (90) 713 (77) 729 (93)

Nota P-valor pelo teste de Mann-Whitney=0813

35

Tabela 5 - Incidecircncia de fratura em mulheres poacutes-menopausa segundo

resultado da USO 2003-2011

Resultado da

USO

Total

Fratura p-valor

Sim Natildeo

n n

()

IC95 n

()

Normal 36 7 194

89 -

3472

29 806

0496

Alterado 50 11 220

121 -

350

39 780

Total 86 18 209

133 -

305

68 791

Nota Risco relativo = 113 (IC95 048 - 263)

36

Tabela 6 ndash Caracteriacutesticas cliacutenicas de mulheres poacutes-menopausa segundo

fratura (n=86)

Fratura

Natildeo (n=68) Sim (n=18) Total

n ( ) n ( )

IMC

Abaixo do pesoNormal 24 (353) 5 (278) 28 0792

Sobrepeso 27 (397) 9 (500) 36

Obeso 17 (250) 4 (222) 21

Histoacuterico familiar de fratura de quadril

Natildeo 66 (985) 13 (867) 79 0085

Sim 1 (15) 2 (133) 3

Osteoporose

Natildeo 44 (800) 9 (529) 53 0055

Sim 11 (200) 8 (471) 19

Uso de anticoncepcional

Natildeo 32 (485) 10 (556) 42 0791

Sim 34 (515) 8 (444) 42

Ausecircncia de mentruaccedilatildeo

Natildeo 60 (909) 16 (941) 76 1000

Sim 6 (91) 1 (59) 7

Retirou o uacutetero

Natildeo 46 (687) 9 (500) 55 0170

Sim 21 (313) 9 (500) 30

Retirou os ovaacuterios

Natildeo 53 (815) 11 (647) 64 0187

Sim 12 (185) 6 (353) 18

Reposiccedilatildeo hormonal

Natildeo 51 (761) 13 (722) 64 0763

Sim 16 (239) 5 (278) 21

Amamentou

Natildeo 14 (206) 4 (222) 18 1000

Sim 54 (794) 14 (778) 68

Acamado por mais de dois meses

Natildeo 63 (940) 13 (765) 76 0049

Sim 4 (60) 4 (235) 8

Caracteriacutesticas clinicas

p-valor do

teste exato

de Fisher

37

Tabela 7 - Caracteriacutesticas comportamentais de mulheres poacutes-menopausa segundo

fratura (n=86)

Fratura

Natildeo (n=68) Sim (n=18) Total

n ( ) n ( )

Tabagismo

Natildeo fumante 47 (758) 14 (875) 61 0499

FumanteEx-fumante 15 (242) 2 (125) 17

Etilismo no uacuteltimo ano

Natildeo 48 (706) 15 (833) 63 0376

Sim 20 (294) 3 (167) 23

Atividade fiacutesica ateacute os 25 anos

Leve 38 (559) 11 (611) 49 0792

ModeradaPesada 30 (441) 7 (389) 37

Atividade fiacutesica entre os 25 e 50 anos

Leve 38 (559) 10 (556) 48 1000

ModeradaPesada 30 (441) 8 (444) 38

Atividade fiacutesica acima dos 50 anos

Leve 42 (618) 12 (667) 54 0789

ModeradaPesada 26 (382) 6 (333) 32

Frequecircncia diaacuteria de leite ateacute 25 anos

Nenhummenos 1 copodia 34 (500) 8 (444) 42 0910

1 a 2 coposdia 31 (456) 9 (500) 40

3 coposdia ou mais 3 (44) 1 (56) 4

Frequecircncia diaacuteria de leite apoacutes 50 anos

Nenhummenos 1 copodia 34 (500) 6 (333) 40 0103

1 a 2 coposdia 31 (456) 9 (500) 40

3 coposdia ou mais 3 (44) 3 (167) 6

Caracteriacutesticas

comportamentais

p-valor do

teste exato

de Fisher

Tabela 8- Coeficientes de correlaccedilatildeo de Spearman (rs) entre idade IMC e tempo de

menopausa em mulheres poacutes-menopausa

Variaacuteveis

IMC IdadeTempo de

menopausa

r s 1 -0144 -0151

p-valor 0569 0550

r s -0227 1 0736

p-valor 0074 lt0001

r s -0295 0761 1

p-valor 0020 lt0001

Variaacuteveis

IMC

Idade

Tempo de menopausa

Nota o triacircngulo superior direito (parte hachurada) se refere agraves correlaccedilotildees para as mulheres com

fratura e o inferior esquerdo (parte natildeo hachurada) agraves mulheres sem fratura

38

7 Discussatildeo

No Brasil os principais fatores cliacutenicos de risco para fraturas por fragilidade oacutessea

eram extrapolados a partir de estudos internacionais O estudo vem acrescentar informaccedilotildees

para se conhecer os fatores relacionados agrave essas fraturas Nossos resultados revelam que a

idade avanccedilada a historia familiar de fratura de quadril o diagnoacutestico de osteoporose e

tambeacutem o paciente ficar acamado por mais de 2 meses foram considerados fatores de risco

para fraturas por fragilidade oacutessea

Esse estudo mostrou concordacircncia com a Johnell amp Kanis (2006) onde o principal

siacutetio mundial de fratura por fragilidade oacutessea nas mulheres apoacutes a menopausa foi o antebraccedilo

Segundo o estudo Latin American Vertebral Osteoporosis Study (LAVOS) (Clark et al

2009) a fratura vertebral eacute a mais prevalente da ameacuterica latina com uma prevalecircncia de

142 diferente do nosso estudo onde a coluna vertebral e o colo do fecircmur aparecem

juntos em uacuteltimo lugar na lista de incidecircncia dos siacutetios de fratura Isso pode ser atribuiacutedo

devido a diferenccedila nos criteacuterios de definiccedilatildeo de fraturas pois no LAVOS optou-se pela

medida radiograacutefica do local de fraturas enquanto no nosso estudo as fraturas foram referidas

pelas pacientes

Os consensos sobre osteoporose tecircm propostos algoritmos para identificar indiviacuteduos

de alto risco para fraturas (Kanis et al 2008 WHO 1999) Para tanto a associaccedilatildeo de fatores

de risco para fraturas com a medida da USO eacute de suma importacircncia embora sejam poucas as

pacientes que tecircm oportunidade de realizar esse exame (Oliveira et al 2007) Assim o

presente trabalho mostrou um risco para fraturas por fragilidade oacutessea 13 maior nas

pacientes com resultado de USO alterada em relaccedilatildeo as pacientes que tiveram resultados de

39

USO normais vindo de encontro aos resultados encontrados por Oliveira et al (2007)

Corroborando o USO como um meacutetodo confiaacutevel para a prediccedilatildeo de fraturas

E semelhante a Pinheiro et al (2010a) o presente estudo revelou que os principais

fatores de risco para fraturas por fragilidade oacutessea satildeo a idade avanccedilada a historia familiar de

fratura de quadril e a presenccedila de osteoporose Isso pode ser atribuiacutedo ao fato de que no

estudo de Pinheiro et al (2010a) assim como no nosso estudo a populaccedilatildeo ser

predominantemente de mulheres acima dos 65 anos e viverem em aacuterea urbana tendo haacutebitos

de vida parecidos

O achado em nosso estudo que apresentou significacircncia estatiacutestica refere-se ao fator

de risco ldquopaciente acamado por mais de dois mesesrdquo como disposto na literatura (Pinheiro et

al 2010b Demir et al 2008) O que acontece eacute que com o paciente acamado por tempo

prolongado um maior remodelamento oacutesseo eacute observado Os osteoclastos responsaacuteveis pela

absorccedilatildeo oacutessea sobrepotildee os osteoblastos predispondo as fraturas por fragilidade oacutessea

(Fyhrie amp Schaffler 1994) Assim observou-se no estudo que 235 das pacientes

acamadas por mais de dois meses sofreram alguma fratura por fragilidade oacutessea com p valor

lt005 Isso reafirma a associaccedilatildeo entre a paciente ficar acamada por mais de dois meses e

sofrer fratura por fragilidade oacutessea Por outro lado o exerciacutecio fiacutesico que estaacute sabidamente

relacionado ao aumento da resistecircncia muscular do equiliacutebrio e da flexibilidade contribuindo

para a reduccedilatildeo da perda oacutessea e melhora da sauacutede em geral (Chan 2003) natildeo se mostrou

como fator de proteccedilatildeo neste estudo Provavelmente devido ao baixo percentual encontrado

de pacientes que praticavam atividade fiacutesica moderada ou pesada

O elevado IMC e a terapia de reposiccedilatildeo hormonal natildeo desempenharam papel protetor

na nossa populaccedilatildeo como seria o esperado por estudos anteriores (Pinheiro et al 2010c

40

Buttros et al 2011) Ao contrario o sobrepeso e obesidade foram considerados fatores de

risco Isso pode ser atribuiacutedo ao IMC meacutedio dessa populaccedilatildeo ser 264 (kgm2) (DPplusmn 55)

limiacutetrofe para sobrepeso Embora esse dado demonstre contrariedade com a literatura que

estabelece relaccedilatildeo inversa entre obesidade e fraturas por fragilidade oacutessea em nosso estudo

ter maior peso e IMC natildeo seriam fatores de risco para fraturas e sim caracteriacutesticas das

mulheres mais idosas em um contexto social de baixa escolaridade e renda Esse fato eacute

confirmado pelos resultados da Pesquisa Nacional sobre Sauacutede e Nutriccedilatildeo ( Batista F et al

2003) que demonstraram caraacuteter ascendente da obesidade nos estratos de mulheres com baixa

renda residentes na regiatildeo Sudeste

Aleacutem disso haacutebitos de vida como tabagismo e etilismo sabidamente relacionados agrave

maior risco para fraturas por fragilidade oacutessea (Pinheiro et al 2010) tambeacutem natildeo se

mostraram estar associados nesse estudo

A necessidade de caacutelcio do ser humano varia ao longo da vida e uma ingestatildeo

adequada para mulheres acima de 50 anos eacute de 1200 mg pois com a idade o corpo

naturalmente perde um pouco da capacidade de absorccedilatildeo de minerais (Nuacutecleo de Estudos e

Pesquisas em Alimentaccedilatildeo 2006) O fato de apenas 44 das mulheres que natildeo tiveram

fraturas e 167 das mulheres que tiveram fraturas ter referido consumo superior a

900mgdia (3 ou mais copos) foi fator de surpresa principalmente levando-se em conta o PIB

per capita da cidade superior ao da maioria dos municiacutepios brasileiros (IPEA 2000)

Assim como em estudos preacutevios (Pinheiro et al 2010c NHI 2001 Demir et al

2008) nossos dados tambeacutem demonstraram o hipoestrogenismo como importante fator de

risco para fraturas por fragilidade oacutessea jaacute que as pacientes com fratura tecircm entre 19 e 29

anos de menopausa Em recente estudo Demir et al (2008) estudaram 2769 mulheres na

41

poacutes-menopausa correlacionando a ocorrecircncia de osteoporose com o tempo de menopausa

Demonstraram que 106 das pacientes com ateacute trecircs anos de poacutes-menopausa tinham

osteoporose contra 329 das pacientes com sete anos ou mais Acredita-se que a deficiecircncia

estrogecircnica seja responsaacutevel por dois terccedilos da perda de massa oacutessea levando

consequentemente agraves fraturas por fragilidade oacutessea assim como observado (Position

statement of the North American Menopause Society 2010)

Os dados deste estudo podem ser limitados pois apesar de tratar-se de uma coorte as

participantes reportaram dados referentes a estilo de vida dieta antecedentes familiares e

pessoais o que pode ter ocasionado algum vieacutes recordatoacuterio Outra limitaccedilatildeo eacute que como

avaliado por Oliveira et al (2007) esta populaccedilatildeo apresenta a maior parte das mulheres com

baixo niacutevel socioeconocircmico e escolaridade sem acesso agrave adequada educaccedilatildeo nutricional e agrave

atividade fiacutesica orientada Por outro lado resultados encontrados sem significacircncia estatiacutestica

podem ter sido ocasionados pelo tamanho amostral reduzido devido a dificuldade de

rastreamento da populaccedilatildeo uma vez que a unidade de sauacutede natildeo atualizou o endereccedilo e

telefone das mulheres eleitas para o estudo Talvez se tivesse sido realizado contato anual

com essas mulheres natildeo teriacuteamos perdido o seguimento delas

42

8 Conclusatildeo

Devido agrave sua alta prevalecircncia e associaccedilatildeo com mortalidade e incapacidade a fratura

devido agrave fragilidade oacutessea deve ser considerada um problema de sauacutede puacuteblica no Brasil

Apesar das limitaccedilotildees o presente estudo foi realizado de forma prospectiva em mulheres

brasileiras na poacutes-menopausa devendo os seus resultados serem levados em consideraccedilatildeo

para a formulaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas de sauacutede para a prevenccedilatildeo e estrateacutegias de tratamento

para as fraturas Os fatores de risco encontrados como a idade avanccedilada a histoacuteria familiar

de fratura de quadril e a presenccedila de osteoporose devem ser acompanhados e combatidos para

tentar-se diminuir o risco para as fraturas Assim como o USO mostrou ser um meacutetodo

confiaacutevel para avaliar o risco para fraturas podendo ser implementado em maior escala do

que a atual Entatildeo acreditamos que novos estudos prospectivos com uma amostra mais

representativa devam ser realizados para se confirmar os fatores associados a fraturas por

fragilidade oacutessea na populaccedilatildeo brasileira para cada vez mais conhecermos o perfil da nossa

populaccedilatildeo e termos subsiacutedios para combater esse agravo

43

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48

10 Anexo 1 - Instrumento de coleta - EVOS (EUROPEAN VERTEBRAL

OSTEOPOROSIS STUDY)

Data _________

Nome________________________________________________________

Endereco_____________________________________________________

Fone _____________ Data de nascimento _________ RG

1- Dados antropomeacutetricos

Peso (Kg) Altura (m) IMC

2- Dados Ginecoloacutegicos

Idade da primeira menstruacao anos

Vocecirc jaacute usou piacutelula anticoncepcional por mais de 3 meses

sim natildeo natildeo sei

Vocecirc jaacute ficou algum periacuteodo em sua vida sem menstruar antes da menopausa (exceto se

gravidez) sim natildeo natildeo sei

Idade da ultima menstruaccedilatildeo anos

Numero de filhos

Vocecirc fez cirurgia para retirar o uacutetero sim com Idade ____ (anos)

natildeo natildeo sei

E para retirar os ovaacuterios (um ou os dois) sim idade ___ (anos)

natildeo natildeo sei

Vocecirc fez reposiccedilatildeo hormonal apos a menopausa sim natildeo natildeo sei

Se sim quando iniciado o periacuteodo foi superior a 1 ano sim natildeo natildeo sei

49

Vocecirc notou os seguintes sintomas na menopausa

calores sim natildeo natildeo sei

depressatildeo sim natildeo natildeo sei

insocircnia sim natildeo natildeo sei

outros sim natildeo natildeo sei

Vocecirc amamentou sim natildeo natildeo sei

Se sim quantas crianccedilas vocecirc amamentou por mais que 3 meses

3- Dados familiares

Em sua famiacutelia (pai matildee irmatildeos) existe historia de fratura de quadril apos os 50 anos de

idade sim natildeo natildeo sei

4- Histoacuteria de fratura

Vocecirc jaacute teve alguma fratura sim natildeo natildeo sei

Se sim em qual sitio esqueleacutetico com que idade e qual foi o tipo de trauma

Sitio Numero Idade (anos) Niacutevel do trauma

Vertebra

Fecircmur (colo trocanter)

Costela

Antebraccedilo

Uacutemero

Pe

Outras

Vocecirc sabe que tem osteoporose sim tenho natildeo natildeo tenho natildeo sei

5- Aacutelcool

Com que frequecircncia vocecirc bebeu no ultimo ano

Diariamente 5-6 dsem 3-4 dsem

50

1 -2 dsem lt 1 dsem nunca

Tipo de bebida destilados (uiacutesque cachaccedila vodka)

fermentados (cerveja vinho)

6- Imobilizaccedilatildeo

Vocecirc jaacute ficou acamado por um periacuteodo superior a 2 meses

sim natildeo natildeo sei

Se sim foi antes ou apos os 25 anos de idade

ano passado nunca

7- Fumo

Vocecirc fumou cigarro ou usou outras formas de fumo (cachimbo ou charuto)

atualmente no passado nunca

Com que idade iniciou anos

Se parou com que idade anos

Numero de cigarrosdia

8- Atividade Fiacutesica

Quantas tempo costuma passar diariamente ao ar livre caminhando ou andando de bicicleta

nenhuma a 1 h superior a 1 h

Qual a sua atividade fiacutesica durante diferentes periacuteodos de sua vida adulta

Ate os 25 anos 25 a 50 anos acima 50 anos

Niacutevel 1 (leve) 2 (moderada) 3 (pesada) 4

(muito pesada)

9- Impacto

Como vocecirc descreveria sua sauacutede geral neste momento

muito boa boa satisfatoacuteria regular ruim

10- Interrogatoacuterio sobre drogas

51

Vocecirc jaacute usou alguma medicaccedilatildeo oral ou injetaacutevel contendo corticosteroides por mais de 3

meses sim natildeo natildeo sei

Vocecirc jaacute usou alguma desses remeacutedios

Droga sim natildeo sei tempo

(meses)

parou ha quanto tempo

Hormocircnios

masculinos

Hormocircnios

femininos

Calcitonina

Fluacuteor

Caacutelcio

Vitamina D

Anabolizantes

Diureacuteticos

tiazidicos

11- Ingestatildeo de caacutelcio

Com que frequecircncia vocecirc comeu produtos derivados do leite na semana passada

(diassemana)

queijo amarelo queijo branco iogurte leite sorvete

Para os periacuteodos indicados abaixo com que frequecircncia vocecirc recebeu leite

ate 25 anos 25 a 50 anos Acima de 50 anos

Todas as refeiccedilotildees (3 ou + coposdia)

1-2 coposdia

52

Toda semana mas natildeo todo dia

lt 1 vezsemana

53

11 Anexo 2 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Projeto de Pesquisa Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade

oacutessea em mulheres na menopausa

Pesquisador responsaacutevel Dra Lizanka Paola F Marinheiro

Instituiccedilatildeo responsaacutevel Instituto Fernandes Figueira

Vocecirc estaacute sendo convidado a participar do projeto de pesquisa intitulado

Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea em mulheres na

menopausa por que vocecirc participou do estudo anterior realizado haacute 7 anos sobre a

osteoporose e suas consequumlecircncias

54

A osteoporose e uma doenccedila que se caracteriza pela diminuiccedilatildeo da resistecircncia do osso

tornando-o mais fraacutegil Essa fragilidade aumenta o risco da pessoa que tem osteoporose de ter

fraturas mesmo com atividades comuns como tossir ou espirrar

Com isso esse trabalho deseja avaliar a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea na

populaccedilatildeo de mulheres na poacutes menopausa residente da Ilha de Paquetaacute apoacutes 7 anos de

seguimento do uacuteltimo estudo transversal

Vocecirc natildeo eacute obrigada a participar Mas se quiser vocecirc teraacute que responder a um

questionaacuterio Para participar vocecirc natildeo teraacute que pagar nada O resultado seraacute fornecido apenas

a vocecirc ningueacutem mais saberaacute Suas duvidas seratildeo esclarecidas e vocecirc devera continuar

acompanhamento com seu meacutedico assistente Se vocecirc natildeo quiser participar natildeo seraacute

submetida a nenhum constrangimento fiacutesico ou moral e seu atendimento no posto de sauacutede

natildeo seraacute prejudicado A participante poderaacute se retirar do estudo a qualquer momento que

julgar necessaacuterio sem prejuiacutezo para a mesma O resultado de toda a pesquisa seraacute divulgada e

atraveacutes de artigos cientiacuteficos em revistas encontros congressos ou similares sem a

divulgaccedilatildeo dos nomes de quem participou de forma sigilosa

Sua participaccedilatildeo no estudo natildeo implicaraacute em custos adicionais O (A) Sr (a) natildeo teraacute

qualquer despesa com a realizaccedilatildeo dos procedimentos previstos neste estudo que seratildeo

custeados pelo pesquisador responsaacutevel Tambeacutem natildeo haveraacute nenhuma forma de pagamento

pela sua participaccedilatildeo

Caso surja alguma duacutevida quanto agrave eacutetica do estudo o (a) Sr(a) deveraacute se reportar ao

Comitecirc de Eacutetica em Pesquisas envolvendo seres humanos ndash subordinado ao Conselho

Nacional de Eacutetica em Pesquisa oacutergatildeo do Ministeacuterio da Sauacutede atraveacutes de solicitaccedilatildeo ao

representante de pesquisa que estaraacute sob contato permanente ou contactando o Comitecirc de

Eacutetica em Pesquisa desta instituiccedilatildeo no telefone (21) 3971-1590 Eacute assegurado o completo

55

sigilo de sua identidade quanto a sua participaccedilatildeo neste estudo incluindo a eventualidade da

apresentaccedilatildeo dos resultados deste estudo em congressos e perioacutedicos cientiacuteficos

Eu________________________________________________________________________

residente do endereccedilo__________________________ fui informada dos objetivos e da

justificativa deste trabalho de forma clara e detalhada pela Dra Adriana de Mattos V da

Costa Recebi informaccedilotildees especificas sobre cada procedimento no qual estarei envolvida

dos desconfortos e riscos previstos tanto quanto dos benefiacutecios esperados Todas as minhas

duvidas foram respondidas com clareza e sei que poderei solicitar novos esclarecimentos a

qualquer momento Aleacutem disso sei que novas informaccedilotildees obtidas durante o estudo me seratildeo

fornecidas e que terei liberdade de retirar meu consentimento de participaccedilatildeo face a estas

informaccedilotildees sem prejuiacutezo para mim Aleacutem disto me foi entregue uma coacutepia da folha de

informaccedilotildees para os participantes a qual li compreendi e me deu plena liberdade para decidir

acerca da minha espontacircnea participaccedilatildeo nesta pesquisa Minha identidade jamais seraacute

publicada Os dados colhidos poderatildeo ser examinados por pessoas envolvidas no estudo com

autorizaccedilatildeo delegada do investigador e por pessoas delegadas pelo patrocinador Estou

recebendo uma coacutepia assinada deste Termo

Os pesquisadores responsaacuteveis pelo Projeto satildeo a Dra Lizanka Paola F Marinheiro e

sua aluna a Dra Adriana de Mattos Viveiros da Costa

56

Participante

Nome _________________________________

Assinatura________________________________

Data_________________________________________

Investigador

Nome____________________________________

Assinatura________________________________

Data_______________________________________

Pesquisadora

Nome______________________________________

Assinatura___________________________________

Data__________________________________________

Dra Lizanka Paola F Marinheiro

lizankaglobocom

tel 25541700

Dra Adriana de Mattos Vda Costa

adrianamattosmedyahoocombr

tel 87273315

Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa

Rua Afonso Cavalcanti 455 sala 710 ndash Cidade Nova -

Telefone 3971-1463

13

Estima-se que 70 das fraturas de quadril esperadas para 2050 ocorreratildeo na Aacutesia

Ameacuterica Latina e Aacutefrica (Cooper 1999) Jaacute na Europa segundo dados da Fundaccedilatildeo

Internacional de Osteoporose estima-se que uma em cada trecircs mulheres acima dos 50 anos

teraacute fratura por fragilidade oacutessea E na Uniatildeo Europeia ocorre uma fratura a cada 30 segundos

e se espera que para essa populaccedilatildeo o nuacutemero de fraturas dobre nos proacuteximos 50 anos

(International Osteoporosis Foundation 2005)

Estudos realizados sobre os custos da osteoporose e suas consequecircncias demonstram

que os gastos com essa doenccedila impressionam O estudo de Silva et al (2003) somou os gastos

com as internaccedilotildees para reduccedilotildees ciruacutergicas as reduccedilotildees incruentas o tratamento

conservador os gastos com cirurgias para a retirada de proacutetese internaccedilotildees de longa

permanecircncia consultas meacutedicas e fisioterapia chegando agrave conclusatildeo de que os custos do

SUS com o tratamento das fraturas eacute de mais de 20 milhotildees de reais por ano Tambeacutem

Tosteson et al (2008) fizeram um levantamento de custos do tratamento da osteoporose em

uma populaccedilatildeo de mulheres americanas em 2005 e mostrou que os custos anuais com

medicamentos satildeo altiacutessimos

Sobre os exames realizados para avaliaccedilatildeo da osteoporose os principais usados satildeo a

densitometria oacutessea e a ultrassonometria oacutessea de calcacircneo (USO) A densitometria oacutessea eacute

considerada o padratildeo-ouro para o diagnoacutestico de osteoporose pela Organizaccedilatildeo Mundial da

Sauacutede (OMS) desde 1994 poreacutem este exame estima apenas a densidade mineral oacutessea A

USO busca refletir outros paracircmetros aleacutem da densidade mineral oacutessea avaliando o risco de

fratura com eficiecircncia similar agrave densitometria oacutessea (Oliveira et al 2004 Castro 2000)

Embora os fatores cliacutenicos de riscos (FCRs) em populaccedilotildees de risco para osteoporose

e fratura estejam bem estabelecidos especialmente em estudos internacionais sua prevalecircncia

14

na populaccedilatildeo brasileira em geral natildeo estaacute clara porque ainda faltam estudos sobre o tema Um

dos principais estudos sobre a avaliaccedilatildeo de FCR foi o BRAZOS (Pinheiro et al 2010a) Ele

natildeo avaliou os fatores de risco relacionados agrave massa oacutessea mas os seus resultados permitem

inferir que esses fatores de risco satildeo muito semelhantes agravequeles relacionados agrave fratura por

baixo impacto Pinheiro et al (2010) demonstrou que os principais FCRs associados agrave fratura

por osteoporose de qualquer siacutetio esqueleacutetico de um total de 2420 indiviacuteduos apoacutes ajustes

estatiacutesticos foram histoacuteria familiar de fratura de quadril idade avanccedilada e baixo peso E que

a associaccedilatildeo de FCR agraves medidas de massa oacutessea poderia melhorar a discriminaccedilatildeo de

pacientes com maior risco de fratura osteoporoacutetica (Pinheiro et al 2010a b)

Atualmente existe uma ferramenta chamada FRAXreg utilizada por meacutedicos em vaacuterios

paiacuteses baseado na pratica meacutedica usando uma combinaccedilatildeo de fatores cliacutenicos e densidade

mineral oacutessea O FRAXreg eacute usado para predizer o risco de fratura nos proacuteximos dez anos com

implicaccedilotildees diretas na decisatildeo do tratamento e custos (Kanis et al 2008 Pinheiro et al 2009)

Poreacutem o risco absoluto de fraturas depende da populaccedilatildeo estudada e essa ferramenta ainda

natildeo foi aprovada para uso no Brasil Assim estudos epidemioloacutegicos representativos sobre

fatores de risco para fraturas ainda continuam sendo necessaacuterios (Pinheiro et al 2009)

Em 2003 a dissertaccedilatildeo de mestrado da Dra Patriacutecia Pereira de Oliveira verificou o

risco aumentado de fraturas por osteoporose atraveacutes da USO (Oliveira et al 2007) na

populaccedilatildeo de mulheres menopausadas na ilha de Paquetaacute-RJ Em nosso estudo verificaremos

se existe uma correlaccedilatildeo entre os achados ultrassonograacuteficos e as fraturas cliacutenicas na mesma

populaccedilatildeo por ela utilizada aleacutem outros fatores de risco para fraturas serem contemplados

como doenccedilas de base tempo de menopausa medicamentos entre outros Isto se justifica

pela necessidade de termos no Brasil dados sobre a incidecircncia de fraturas por fragilidade

oacutessea e fatores de risco a ela relacionados desenvolvidos em uma populaccedilatildeo brasileira e

15

residente de uma ilha localizada no litoral fluminense Jaacute que a literatura nessa aacuterea eacute escassa

e para que compreendendo melhor a dinacircmica da fratura por fragilidade oacutessea possamos

intervir antes que ela ocorra melhorando a qualidade de vida dessas mulheres e diminuiacutedo os

gastos com a sauacutede

16

3 Objeto de Estudo

Estudo de fatores associados agraves fraturas por fragilidade oacutessea em mulheres na poacutes-

menopausa atendidas em uma unidade baacutesica de sauacutede

Questionamento

Quais os fatores associados agrave ocorrecircncia de fraturas em mulheres poacutes-menopausa

acompanhadas em uma unidade baacutesica de sauacutede

31 Objetivos

311 Geral

Avaliar os fatores relacionados agrave ocorrecircncia de fraturas em mulheres poacutes-menopausa

acompanhadas em uma unidade baacutesica de sauacutede

312 Especiacuteficos

a- Avaliar se a ocorrecircncia de fraturas foi maior nas pacientes identificadas como risco

aumentado para fraturas pelo ultrassonometria oacutessea de calcacircneo preacutevia

b- Verificar a associaccedilatildeo entre as fraturas por fragilidade oacutessea e os dados cliacutenicos

comportamental e demograacuteficos (idade e sexo) das pacientes

c- Analisar se o tempo de menopausa influencia a ocorrecircncia de fraturas por fragilidade

oacutessea

17

4 Marco Teoacuterico

A osteoporose pode ser definida como doenccedila osteometaboacutelica caracterizada pela

diminuiccedilatildeo da densidade mineral oacutessea com alteraccedilotildees na sua microestrutura que conduzem

a um aumento da fragilidade oacutessea e uma tendecircncia a fraturas por traumatismos pouco

intensos Dado o exposto esta constitui o verdadeiro problema de sauacutede puacuteblica devido agrave sua

alta taxa de morbimortalidade e altos custos (Vianna et al 2001 International Osteoporosis

Foundation 2005)

Com relaccedilatildeo ao hipoestrogenismo observa-se que as mulheres apresentam uma perda

oacutessea mais acelerada nos dez primeiros anos apoacutes a instalaccedilatildeo da menopausa do que os

homens da mesma idade adquirindo risco de fratura mais precocemente do que eles (NHI

2001) Esta diminuiccedilatildeo de massa oacutessea total poderaacute ser ateacute dez vezes a diminuiccedilatildeo ocorrida

antes deste periacuteodo podendo chegar a 2 a 4 ao ano para o osso trabecular e de 1 para o

cortical (NHI 2001) A deficiecircncia de estrogecircnio aumenta o remodelamento oacutesseo e pode

agravar o desequiliacutebrio nas unidades de remodelamento com o aumento do tempo de vida dos

osteoclastos em detrimento dos osteoblastos (Fyhrie amp Schaffler 1994)

Na maioria dos casos a perda oacutessea eacute assintomaacutetica Quando sinais e sintomas da

osteoporose aparecem se relacionam com a ocorrecircncia de fraturas mais comumente na

porccedilatildeo distal do antebraccedilo (fratura de Colles) na coluna vertebral e no colo do fecircmur

(International Osteoporosis Foundation 2005) A maior incidecircncia de fraturas eacute observada

em mulheres brancas na poacutes menopausa (Pinheiro et al 2010a b)

Pinheiro et al (2010) analisaram 275 mulheres caucasoacuteides acima dos 50 anos e

acharam que 44 jaacute possuiacuteam algum tipo de fratura por osteoporose (Pinheiro et al 2010b)

A dor oacutessea eacute consequumlecircncia tanto das fraturas quanto das deformidades oacutesseas As fraturas

18

vertebrais satildeo as mais comuns poreacutem satildeo geralmente assintomaacuteticas e portanto menos

diagnosticadas Poreacutem podem causar dor perda de peso deformidade na coluna espinhal e

perda de estabilidade ao andar (International Osteoporosis Foundation 2005) Apenas 10

das fraturas de veacutertebras cursam com hospitalizaccedilatildeo mesmo que causem dor e diminuiccedilatildeo da

qualidade de vida Elas ocorrem entre os 50 e 60 anos de idade com maior frequecircncia

(International Osteoporosis Foundation 2005)

Jaacute as fraturas do fecircmur satildeo as mais letais devido a complicaccedilotildees poacutes-operatoacuterias As

principais causas de mortalidade satildeo as infecccedilotildees e tromboembolismo As fraturas de quadril

satildeo menos prevalentes do que as vertebrais poreacutem de maior gravidade devido agraves altas taxas

de morbimortalidade aleacutem do alto custo para a famiacutelia e para o sistema puacuteblico de sauacutede A

mortalidade apoacutes uma fratura de quadril eacute de cerca de 20- 24 no ano seguinte a fratura

sendo acompanhada de periacuteodos de hospitalizaccedilatildeo prolongados (International Osteoporosis

Foundation 2005 Silveira et al 2005) Estimativas apontam que no ano de 2050 ocorreratildeo

aproximadamente 65 milhotildees de fratura de quadril em todo mundo (Cooper 1999) As

fraturas de punho satildeo as mais facilmente observadas por mulheres no climateacuterio chegando a

originar seis milhotildees de dias de restriccedilatildeo de trabalho por ano (International Osteoporosis

Foundation 2005)

Aleacutem do custo pessoal o impacto econocircmico gerado pela osteoporose eacute enorme

Atraveacutes do mundo eacute estimado que uma em cada trecircs mulheres acima dos 50 anos teraacute fraturas

por osteoporose Na Europa no ano 2000 foi estimada uma ocorrecircncia de 379 milhotildees de

fraturas por fragilidade oacutessea sendo que destas 890 mil eram de quadril (Tosteson et al

2008) Eacute sabido que apenas metade das pacientes que sobrevivem agrave fratura de quadril voltaraacute

a andar novamente mas dificilmente com a mesma agilidade que andava antes da fratura

Apesar de a osteoporose ser facilmente diagnosticada atraveacutes de exames e seu tratamento

19

poder ser instituiacutedo ainda eacute uma doenccedila muito subdiagnosticada e subtratada Eacute estimada na

comunidade europeacuteia que uma em cada trecircs fraturas de vertebrais recebe a atenccedilatildeo cliacutenica

que merece E uma pessoa com fratura de veacutertebra tem ateacute cinco vezes mais chance de

desenvolver nova fratura no ano seguinte fenocircmeno conhecido como fratura em cascata

(Lindsay et al 2001)

Tradicionalmente a osteoporose eacute reconhecida como uma doenccedila multifatorial sendo

70 desses fatores natildeo modificaacuteveis isto eacute definidos pela carga geneacutetica e 30

potencialmente modificaacuteveis e assim envolvidos com os aspectos ambientais Dessa forma

um uacutenico fator de risco natildeo eacute capaz de identificar indiviacuteduos com ou sem fratura Diferenccedilas

geneacuteticas raciais e antropomeacutetricas bem como da composiccedilatildeo corporal densidade oacutessea

dieta atividade fiacutesica e outros haacutebitos de vida contribuem para explicar as divergecircncias na

incidecircncia e na prevalecircncia de baixa densidade oacutessea e fraturas em diversos paiacuteses do mundo

(Pinheiro et al 2010b c) Os aspectos geneacuteticos desempenham importante influecircncia sobre a

aquisiccedilatildeo do pico de massa oacutessea e perda oacutessea relacionada agrave idade bem como na

determinaccedilatildeo das propriedades estruturais e geomeacutetricas do osso No entanto a associaccedilatildeo

entre diferentes polimorfismos gecircnicos e densidade oacutessea ou fraturas por osteoporose eacute

bastante controversa e varia em diferentes estudos inclusive no Brasil fato que pode ser

tomado como um provaacutevel reflexo das diferenccedilas de etnia e ambiental das populaccedilotildees

estudadas Da mesma forma os fatores ambientais natildeo permitem uniformizar e homogeneizar

o impacto de cada um deles em cada regiatildeo do planeta (Pinheiro et al 2010c)

Atualmente a densitometria oacutessea eacute o meacutetodo mais utilizado para avaliar a massa

oacutessea Eacute o padratildeo ouro para o diagnoacutestico de osteoporose A densidade mineral oacutessea (DMO)

eacute expressa em nuacutemero absolutos em gramas de mineral por centiacutemetro quadrado escaneado

ou ainda comparado com a DMO esperada para a idade e sexo da paciente (z escore) ou

20

comparado a DMO de adultos jovens normais do mesmo sexo (t-escore) A diferenccedila entre o

escore do paciente e o padratildeo eacute expressa em desvios padrotildees acima ou abaixo da meacutedia

(Castro et al 1999)

Segundo a Sociedade Brasileira de Densitometria Cliacutenica no consenso de 2008 satildeo

indicaccedilotildees para avaliaccedilatildeo da densidade mineral oacutessea (Brandatildeo et al 2009)

rdquoMulheres com idade gt a 65 anos e homens com idade gt a 70 anos

Mulheres acima de 40 anos na transiccedilatildeo menopausal (1-2) e homens acima de 50

anos de idade com fatores de risco

Adultos com antecedente de fratura por fragilidade condiccedilatildeo cliacutenica ou uso de

medicamentos associados agrave baixa massa oacutessea ou perda oacutessea

Indiviacuteduos para os quais satildeo consideradas intervenccedilotildees farmacoloacutegicas para

osteoporose

Indiviacuteduos em tratamento para osteoporose para monitoramento de sua eficaacutecia

Indiviacuteduos que natildeo estejam sob tratamento poreacutem nos quais a identificaccedilatildeo de perda

de massa oacutessea possa determinar a indicaccedilatildeo do tratamento

Mulheres interrompendo terapia hormonal (TH)rdquo

Arq Bras Endocrinol Metab 2009 531 pag108

A proacutepria definiccedilatildeo de osteoporose pela Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede reunida em

Hong Kong em 1994 estabeleceu criteacuterios diagnoacutesticos baseados em valores obtidos pela

densitometria oacutessea classificando como osteopecircnicas aquelas mulheres que apresentarem-se

entre 1 e 25 desvios-padratildeo (DP) abaixo da meacutedia para adultas jovens e de osteoporoacuteticas as

que se encontrarem com mais de 25 DP abaixo da meacutedia para adultas jovens (Castro et al

1999 WHO 1999)

A densitometria oacutessea apresenta como desvantagens no entanto o fato de utilizar uma

fonte de radiaccedilatildeo ionizante e possuir um elevado custo que limita seu uso em estudos

populacionais principalmente em nosso paiacutes onde os recursos destinados agrave sauacutede da

populaccedilatildeo mais carente satildeo miacutenimos Sempre tentando diminuir o impacto dos gastos com

21

sauacutede eacute estimulada a busca por meacutetodos natildeo poluentes e mais baratos mas que tragam as

mesmas informaccedilotildees que os meacutetodos jaacute estabelecidos Em funccedilatildeo disto a USO vem sendo

avaliada e alguns resultados promissores tecircm sido apresentados (Castro et al 1999) Baseia-se

na modificaccedilatildeo das caracteriacutesticas de ultrassom transmitido atraveacutes de ossos de localizaccedilatildeo

mais superficiais como no calcacircneo tiacutebia falanges ou patela Os sistemas atuais se

constituem de dois transdutores sendo um transmissor e outro receptor posicionados em

locais diferentes do osso a ser estudado Os aparelhos existentes entre noacutes avaliam o

calcacircneo osso predominantemente trabecular atraveacutes das medidas de velocidade de

transmissatildeo do ultrassom (SOS em ms) e da atenuaccedilatildeo da frequumlecircncia do ultrassom (BUA em

dBMHz) (Kanis et al 2008) Novamente de acordo com a orientaccedilatildeo da Sociedade Brasileira

de Densitometria Cliacutenica de 2008 as recomendaccedilotildees para ultrassonometria oacutessea satildeo

(Brandatildeo et al 2009)

rdquoO uacutenico siacutetio validado para o uso cliacutenico da USO em osteoporose eacute o calcacircneo

Equipamentos de USO de calcacircneo validados satildeo capazes de estimar fratura por

fragilidade em mulheres na poacutes-menopausa e em homens com idade superior a 65 anos

independentemente da densidade mineral oacutessea medida em equipamentos de DMO

central

A correlaccedilatildeo entre os resultados obtidos por USO e DMO ccccccc entral eacute

moderada

USO do calcacircneo associada a fatores de risco cliacutenicos podem ser usados para

identificar populaccedilatildeo com baixa probabilidade de fratura na qual avaliaccedilatildeo adicional

natildeo seja mais necessaacuteria

Medidas de DMO central na coluna e no fecircmur constituem o meacutetodo de escolha para a

tomada de decisatildeo terapecircutica Entretanto se a DMO central natildeo for acessiacutevel o

tratamento farmacoloacutegico pode ser iniciado se a probabilidade de fratura avaliada pelo

USO do calcacircneo com pontos de corte especiacuteficos associados a fatores de risco

cliacutenicos for suficientemente alta

Equipamentos de USO natildeo satildeo clinicamente uacuteteis no monitoramento de efeitos

esqueleacuteticos dos medicamentos disponiacuteveis para o tratamento da osteoporoserdquo

Arq Bras Endocrinol Metab 2009 531 pag110

22

Em 2003 foi realizada uma dissertaccedilatildeo de mestrado (Oliveira et al 2007) sobre a

utilizaccedilatildeo do USO para estimar a prevalecircncia de risco aumentado de fraturas em uma

populaccedilatildeo de mulheres na poacutes menopausa residentes da Ilha de Paquetaacute Em trabalho

realizado por Oliveira e cols nesta instituiccedilatildeo Foi realizado um estudo transversal com

recrutamento de 385 mulheres residentes da Ilha Todas as mulheres responderam a

questionaacuterio previamente estruturado e foram submetidas a medidas antropomeacutetricas e a

USO As medidas de USO foram realizadas segundo o manual do fabricante A idade da

populaccedilatildeo estudada variou entre 42 e 95 anos Os resultados encontrados mostram que

5922 da amostra apresentava algum tipo de alteraccedilatildeo a USO com t score menor que -1

Esse grupo era composto por mulheres mais idosas com menor peso menor altura e menor

percentual de gordura quando comparado com o grupo com t score lt ndash 1 Foi encontrado que

1688 das pesquisadas possuiacuteam alto risco para fraturas com t score lt -25 E as mulheres

do grupo de alto risco tinham maior peso e IMC paracircmetros conhecidos como protetores

Embora divergente da literatura a autora atribui esses resultados a caracteriacutesticas das

mulheres mais idosas em um contexto social de baixa escolaridade e renda (Oliveira et al

2007)

23

5 Materiais e Meacutetodos

51 Populaccedilatildeo

A Ilha de Paquetaacute dista aproximadamente 15 km da Praccedila XV no Centro da Cidade

do Rio de Janeiro sendo a principal ilha do arquipeacutelago de Paquetaacute situada ao nordeste da

Baiacutea de Guanabara A populaccedilatildeo e frequecircncia da Ilha satildeo extremamente sazonais sendo

aproximadamente 2200 domiciacutelios (entre moradores e veranistas) Os moradores fixos

correspondem a 4500 pessoas em sua maioria de famiacutelias antigas na Ilha das quais 208

satildeo idosos ultrapassando ateacute mesmo a meacutedia nacional que eacute em torno de 12 (IBGE

2009a) Este iacutendice faz de Paquetaacute o erceiro bairro em nuacutemero de idosos no municiacutepio sendo

que sua populaccedilatildeo pode ser considerada envelhecida segundo os criteacuterios da Organizaccedilatildeo

Mundial da Sauacutede (OMS 2003) Embora a maioria da populaccedilatildeo seja branca existem 109

de negros 256 de pardos e 01 de iacutendios Cerca de 90 dos domiciacutelios possuem aacutegua

tratada e 9957 tratamento de esgoto As famiacutelias residentes nesta regiatildeo satildeo compostas em

meacutedia por trecircs pessoas com rendimento meacutedio per capita de 301 salaacuterios miacutenimos (IPEA

2000) e o transporte urbano eacute feito basicamente a peacute por bicicletas ou charretes puxadas por

ciclistas (IBGE 2009a)

52 Tipo de estudo

Foi realizado um estudo de coorte prospectivo na ilha de PaquetaacuteRJ no ano de 2011

Foram inicialmente alocadas todas as mulheres que participaram do estudo anterior

desenvolvido no ano de 2003 (Oliveira et al 2007)

24

53 Criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo

Os criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo foram os mesmos utilizados do estudo anterior

(Oliveira et al 2007) Sendo os criteacuterios de inclusatildeo as mulheres que estavam na menopausa

e que tinham residecircncia fixa na Ilha de Paquetaacute e os criteacuterios de exclusatildeo a historia pessoal

de doenccedilas que sabidamente afetam o metabolismo oacutesseo direta ou indiretamente (como

artrite reumatoacuteide luacutepus eritematoso sistecircmico hiperparatireoidismo osteogecircnese imperfeita)

e as neoplasias malignas exceto carcinoma basocelular de pele

54 Alocaccedilotildees de pacientes

A populaccedilatildeo elegiacutevel era constituiacuteda pelas 385 mulheres alocadas no estudo inicial

(Oliveira et al 2007) No trabalho de Oliveira et al (2007) foi realizado um estudo transversal

com recrutamento por auto-seleccedilatildeo ou demanda espontacircnea no ano de 2003 na Ilha de

Paquetaacute Rio de Janeiro Brasil Foram estudadas 385 mulheres na poacutes-menopausa

(diagnoacutestico cliacutenico) residentes no local apoacutes a aplicaccedilatildeo dos criteacuterios de exclusatildeo

(existecircncia de pino metaacutelico ou edema com cacifo em ambos os peacutes ou impossibilitadas de

posicionar os peacutes no aparelho de ultra-sonometria oacutessea) Todas as mulheres responderam na

eacutepoca a um questionaacuterio e foram submetidas a medidas antropomeacutetricas e agrave USO

No presente estudo considerando uma significacircncia de 95 e um poder de 80 uma

prevalecircncia de 15 de fraturas na populaccedilatildeo de risco (Clark et al 2009) o tamanho amostral

previsto foi de 130 mulheres Poreacutem devido agraves perdas o tamanho amostral final foi de 86

pacientes

Atraveacutes do banco de dados jaacute existente todas as pacientes foram re-contactadas As

mulheres foram localizadas atraveacutes de telefonemas e comparecimento no hospital local onde

25

eacute realizado a atenccedilatildeo baacutesica de sauacutede Foram realizados pelo menos 2 telefonemas com

intervalo de 1 semana entre eles Como ldquoperdasrdquo foram consideradas as pacientes natildeo

encontradas apoacutes os dois telefonemas (035 dos telefones estavam errados e 049 das

pacientes tinham telefone quebrado ou ocupado) pacientes que natildeo quiseram ou natildeo

puderam responder ao questionaacuterio (008) e pacientes falecidas (006)

As pacientes selecionadas foram submetidas a um questionaacuterio de avaliaccedilatildeo de fatores

relacionados agrave fragilidade oacutessea conhecido como European Vertebral Osteoporosis Study

(EVOS) jaacute validado previamente para o portuguecircs (OrsquoNeill et al 1996) e jaacute utilizados em

importantes estudos (Pinheiro et al 2006 Clark et al 2009) O questionaacuterio EVOS eacute

composto por dados soacutecio-demograacuteficos (idade estado civil escolaridade cor renda familiar

e nuacutemero de dependentes desta haacutebitos de vida) e histoacuteria reprodutiva pessoal sumaacuteria

(idade da menarca idade da menopausa tipo de menopausa) Os dados antropomeacutetricos

foram aferidos segundo criteacuterios adotados internacionalmente com medidas de peso e altura

observando intervalos de 01kg e 001m respectivamente

A definiccedilatildeo de fratura por fragilidade oacutessea foi a mesma utilizada por Pinheiro et al

(2010a) como aquela resultante de uma queda da proacutepria altura ou trauma menos intenso em

indiviacuteduos com 50 anos ou mais em siacutetios esqueleacuteticos especiacuteficos antebraccedilo fecircmur

costelas veacutertebras e uacutemero E a documentaccedilatildeo de fraturas foi realizada atraveacutes de relato da

paciente (fratura referida) As fraturas traumaacuteticas (apoacutes acidente automobiliacutestico ou outras

condiccedilotildees sob forte impacto) ou as de baixo impacto natildeo relacionadas agrave osteoporose (como

por exemplo as de face tornozelo metacarpo falanges) natildeo foram consideradas

O estudo obedeceu aos criteacuterios de eacutetica preconizados pela resoluccedilatildeo no 19696 do

Conselho Nacional de Sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede e foi aprovado previamente pelo Comitecirc

26

de Eacutetica em Pesquisa da FiocruzIFF e pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Prefeitura Todas

as mulheres assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido antes de qualquer

procedimento

55 Anaacutelise Estatiacutestica

Os dados foram registrados em planilha Excel e analisados pelo programa Statistical

Package for Social Sciences (SPSS) versatildeo 170 Para avaliar diferenccedilas entre os grupos as

variaacuteveis categoacutericas foram avaliadas pelo Qui-quadrado de Pearson ou o teste exato de

Fisher A relaccedilatildeo entre as variaacuteveis categoacutericas e ordinal e entre as variaacuteveis numeacutericas foi

avaliada pelo teste de Mann-Whitney que eacute um teste natildeo-parameacutetrico que equivale ao teste t

escolhido pelo tamanho da amostra A relaccedilatildeo entre as variaacuteveis numeacutericas foi avaliada pelo

coeficiente de Sperman que eacute uma estatiacutestica natildeo parameacutetrica utilizada para dados natildeo

normais eou amostra pequena Para todos os testes o niacutevel de significacircncia adotado foi de

5 A variaacutevel dependente foi a presenccedila de fratura (sim ou natildeo) e as variaacuteveis

independentes foram idade (em anos) resultado de USO (normal ou alterado) tempo de

menopausa (em anos) siacutetio de localizaccedilatildeo de fraturas IMC (abaixo do pesonormal

sobrepeso obeso) tabagismo (fumante ou natildeo fumante) atividade fiacutesica (leve

moderadapesada) frequecircncia diaacuteria de ingestatildeo de leite (em coposdia) e as variaacuteveis

binaacuterias como o histoacuterico familiar de fratura de quadril osteoporose uso de anticoncepcional

ausecircncia de menstruaccedilatildeo retirada de uacutetero ou ovaacuterios amamentaccedilatildeo paciente acamado e

etilismo O caacutelculo do risco relativo (RR) foi feito para avaliar a relaccedilatildeo entre o USO e a

presenccedila de fraturas Para isso foi considerado pacientes com USO normal aqueles com

resultados do T-score gt-11 e USO alterado aqueles com T-score lt-11 O niacutevel de atividade

fiacutesica foi classificado em atividade leve (trabalho burocraacutetico em escritoacuterio na maior parte

do tempo sentado) atividade moderada (trabalhos na maior parte do tempo em peacute como

27

vendedor e dona-de-casa) atividade pesada (enfermeira empregada domeacutestica) Oliveira et al

2010) Para caacutelculo aproximado da ingestatildeo alimentar diaacuteria de caacutelcio utilizou- se uma

adaptaccedilatildeo da Tabela Brasileira de Composiccedilatildeo de Alimentos 1 fatia queijo (90mg) 1 copo

de iogurte (1212mg) 1 copo leite (257mg) 1 bola se sorvete (135mg) E no final todos esses

alimentos foram convertidos em quantidade ingerida de copos de leite

28

6 Resultados Encontrados

61 Gerais

As caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas da populaccedilatildeo estudada estatildeo listadas na

tabela 1 A idade meacutedia das pacientes foi de 725 anos (DPplusmn 87) com a idade da menopausa

460 anos (DPplusmn 61) o tempo de menopausa 261 anos (DPplusmn 97) e o IMC de 264 (kgm2)

(DPplusmn 55) Essas caracteriacutesticas quando comparadas com o estudo anterior de 2003 (tabela

2) confirmam tratar-se da mesma populaccedilatildeo Apenas a idade e o tempo de menopausa

evidenciam ser a nossa populaccedilatildeo mais idosa Fator que se justifica pelo tempo ocorrido entre

os dois estudos

A incidecircncia de fratura por fragilidade oacutessea encontrada foi de 21 evidenciado no

graacutefico 1 Os principais siacutetios de fratura satildeo analisados na tabela 3 tendo como sitio principal

o antebraccedilo com 50 seguido pelo peacute com 192 e uacutemero 145 Jaacute na tabela 4 e no graacutefico

2 pode ser observado que a idade da populaccedilatildeo estudada variou entre 54 e 97 anos com meacutedia

de 72 anos com DP plusmn 90 No grupo de pacientes fraturadas 50 tinham entre 65 e 79 anos

sugerindo ser essa faixa etaacuteria mais susceptiacutevel as fraturas por fragilidade oacutessea

62 USO preacutevia X Fraturas

Foi verificado na tabela 5 a associaccedilatildeo entre o resultado da (USO) preacutevia e o desfecho

fraturas por fragilidade oacutessea De todas as pacientes que fizeram USO no estudo inicial 66

participaram deste estudo Das 50 pacientes que tiveram o USO alterado 22 tiveram

fraturas nesse periacuteodo E as pacientes com USO considerada normal 194 tiveram fraturas

por fragilidade oacutessea O RR= 113 (IC95 048 - 263) sugere que as mulheres que tiveram

29

USO alterado tem um risco de fraturar de 13 maior em relaccedilatildeo as pacientes com resultado

de USO considerado normal

63 Caracteriacutesticas cliacutenicas e comportamentais X Fratura

As pacientes foram analisadas quanto as variaacuteveis clinicas e comportamentais

Considerando a tabela 6 as pacientes que tiveram fraturas se mostraram com maior

sobrepeso ou obesas (722) com maior historia familiar de fratura de quadril (133) e

com maior diagnostico de osteoporose (471) do que as pacientes sem fraturas (p

valorgt005) Jaacute o uso de anticoncepcional ou o uso de reposiccedilatildeo hormonal natildeo se mostraram

ser relevantes para ocorrecircncia de fraturas nessa amostra E 235 das pacientes acamadas por

mais de dois meses sofreram alguma fratura com p valor lt005 Evidenciando associaccedilatildeo

entre a paciente ficar acamada por mais de dois meses e sofrer fratura por fragilidade oacutessea

Avaliando a tabela 7 foi notado que apenas 125 das pacientes que tiveram fratura eram

tabagistas e 167 eram etilistas natildeo se mostrando essas caracteriacutesticas como fatores de

risco A atividade fiacutesica moderadapesada ateacute 25 anos e acima de 50 anos apresentou

percentuais de 441 e 382 respectivamente Aleacutem disso entre 25 e 50 anos 444 das

pacientes com atividade fiacutesica moderadapesada tiveram fraturas e 441 das pacientes natildeo

tiveram fraturas para essa faixa etaacuteria (p valor gt005) Sendo assim natildeo houve associaccedilatildeo

entre a atividade fiacutesica e as fraturas Em relaccedilatildeo ao item ingestatildeo de leite apoacutes os 50 anos

456 das pacientes que natildeo tiveram fraturas ingeriam de 1 a 2 copos de leite por dia e

apenas 44 ingeriam mais de 3 copos de leite por dia No caso das pacientes que tiveram

fraturas apoacutes os 50 anos foi observado que 50 ingeriam de 1 a 2 copos de leite por dia e

167 ingeriam 3 copos ou mais de leite

30

64 Tempo de menopausa X Fratura

As pacientes foram avaliadas graacutefico 3 para verificar a associaccedilatildeo entre o tempo de

menopausa e o desfecho das fraturas A mediana do tempo de menopausa encontrado em

ambos os grupos foi de 262 com DP de plusmn98 Metade das pacientes que tiveram fraturas tem

entre 193 e 293 anos de menopausa com DP de plusmn72 A correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade

tempo de menopausa e IMC foi observado na tabela 8 onde evidenciada uma associaccedilatildeo

positiva entre a idade e o tempo de menopausa nos grupos de pacientes com e sem fraturas

Assim como foi verificado uma associaccedilatildeo negativa de quanto maior a idade e o tempo de

menopausa menor o IMC

31

Graacutefico 1

Graacutefico 2

32

Graacutefico 3

33

Tabela 1- Caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas das

mulheres poacutes menopausa (n=86)

Caracteriacutesticas Meacutedia plusmn desvio padratildeo

Idade (anos) 7255 plusmn 897

Idade da

menarca (anos) 1324 plusmn 184

Idade da

menopausa

(anos)

4608 plusmn 614

Tempo de

menopausa

(anos)

2618 plusmn976

Peso (kg)sect 6342 plusmn 1055

Altura (m)deg 155 plusmn 008

IMC (kgm2) 2643 plusmn 557

n=85 sectn=83 ordmn=82 n=81 n=80

Tabela 2-Caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas das

mulheres poacutes menopausa em 2003

Caracteriacutesticas Meacutedia plusmn desvio padratildeo

Idade (anos) 6463plusmn1270

Idade da

menarca (anos)

1304 plusmn 193

Idade da

menopausa

(anos)

4755 plusmn 601

Tempo de

menopausa

(anos)

1700 plusmn 1076

Peso (kg)sect 6533 plusmn 1270

Altura (m)deg 155 plusmn 006

IMC (kgm2) 2696 plusmn 477

34

Tabela 3 ndash Incidecircncia de fraturas em mulheres poacutes menopausa segundo a

localizaccedilatildeo de fratura 2003-2011

Tipo da fratura

n

Veacutertebra 1 38

Fecircmur 1 38

Costela 2 77

Antebraccedilo 13 500

Uacutemero 4 145

Peacute 5 192

Total 26 1000

Nota Algumas pacientes tiveram mais de uma fratura no periacuteodo

Tabela 4- Relaccedilatildeo entre idade e fratura nas mulheres na poacutes menopausa

Total

Fratura

Idade (anos) Natildeo Sim

N () n () n ()

54 a 64 anos 18 209 14 206 4 222

65 a 79 anos 48 558 39 574 9 500

80 a 97 anos 20 233 15 221 5 278

Total 86 1000 68 1000 18 1000

Meacutedia (DP) 725 (90) 713 (77) 729 (93)

Nota P-valor pelo teste de Mann-Whitney=0813

35

Tabela 5 - Incidecircncia de fratura em mulheres poacutes-menopausa segundo

resultado da USO 2003-2011

Resultado da

USO

Total

Fratura p-valor

Sim Natildeo

n n

()

IC95 n

()

Normal 36 7 194

89 -

3472

29 806

0496

Alterado 50 11 220

121 -

350

39 780

Total 86 18 209

133 -

305

68 791

Nota Risco relativo = 113 (IC95 048 - 263)

36

Tabela 6 ndash Caracteriacutesticas cliacutenicas de mulheres poacutes-menopausa segundo

fratura (n=86)

Fratura

Natildeo (n=68) Sim (n=18) Total

n ( ) n ( )

IMC

Abaixo do pesoNormal 24 (353) 5 (278) 28 0792

Sobrepeso 27 (397) 9 (500) 36

Obeso 17 (250) 4 (222) 21

Histoacuterico familiar de fratura de quadril

Natildeo 66 (985) 13 (867) 79 0085

Sim 1 (15) 2 (133) 3

Osteoporose

Natildeo 44 (800) 9 (529) 53 0055

Sim 11 (200) 8 (471) 19

Uso de anticoncepcional

Natildeo 32 (485) 10 (556) 42 0791

Sim 34 (515) 8 (444) 42

Ausecircncia de mentruaccedilatildeo

Natildeo 60 (909) 16 (941) 76 1000

Sim 6 (91) 1 (59) 7

Retirou o uacutetero

Natildeo 46 (687) 9 (500) 55 0170

Sim 21 (313) 9 (500) 30

Retirou os ovaacuterios

Natildeo 53 (815) 11 (647) 64 0187

Sim 12 (185) 6 (353) 18

Reposiccedilatildeo hormonal

Natildeo 51 (761) 13 (722) 64 0763

Sim 16 (239) 5 (278) 21

Amamentou

Natildeo 14 (206) 4 (222) 18 1000

Sim 54 (794) 14 (778) 68

Acamado por mais de dois meses

Natildeo 63 (940) 13 (765) 76 0049

Sim 4 (60) 4 (235) 8

Caracteriacutesticas clinicas

p-valor do

teste exato

de Fisher

37

Tabela 7 - Caracteriacutesticas comportamentais de mulheres poacutes-menopausa segundo

fratura (n=86)

Fratura

Natildeo (n=68) Sim (n=18) Total

n ( ) n ( )

Tabagismo

Natildeo fumante 47 (758) 14 (875) 61 0499

FumanteEx-fumante 15 (242) 2 (125) 17

Etilismo no uacuteltimo ano

Natildeo 48 (706) 15 (833) 63 0376

Sim 20 (294) 3 (167) 23

Atividade fiacutesica ateacute os 25 anos

Leve 38 (559) 11 (611) 49 0792

ModeradaPesada 30 (441) 7 (389) 37

Atividade fiacutesica entre os 25 e 50 anos

Leve 38 (559) 10 (556) 48 1000

ModeradaPesada 30 (441) 8 (444) 38

Atividade fiacutesica acima dos 50 anos

Leve 42 (618) 12 (667) 54 0789

ModeradaPesada 26 (382) 6 (333) 32

Frequecircncia diaacuteria de leite ateacute 25 anos

Nenhummenos 1 copodia 34 (500) 8 (444) 42 0910

1 a 2 coposdia 31 (456) 9 (500) 40

3 coposdia ou mais 3 (44) 1 (56) 4

Frequecircncia diaacuteria de leite apoacutes 50 anos

Nenhummenos 1 copodia 34 (500) 6 (333) 40 0103

1 a 2 coposdia 31 (456) 9 (500) 40

3 coposdia ou mais 3 (44) 3 (167) 6

Caracteriacutesticas

comportamentais

p-valor do

teste exato

de Fisher

Tabela 8- Coeficientes de correlaccedilatildeo de Spearman (rs) entre idade IMC e tempo de

menopausa em mulheres poacutes-menopausa

Variaacuteveis

IMC IdadeTempo de

menopausa

r s 1 -0144 -0151

p-valor 0569 0550

r s -0227 1 0736

p-valor 0074 lt0001

r s -0295 0761 1

p-valor 0020 lt0001

Variaacuteveis

IMC

Idade

Tempo de menopausa

Nota o triacircngulo superior direito (parte hachurada) se refere agraves correlaccedilotildees para as mulheres com

fratura e o inferior esquerdo (parte natildeo hachurada) agraves mulheres sem fratura

38

7 Discussatildeo

No Brasil os principais fatores cliacutenicos de risco para fraturas por fragilidade oacutessea

eram extrapolados a partir de estudos internacionais O estudo vem acrescentar informaccedilotildees

para se conhecer os fatores relacionados agrave essas fraturas Nossos resultados revelam que a

idade avanccedilada a historia familiar de fratura de quadril o diagnoacutestico de osteoporose e

tambeacutem o paciente ficar acamado por mais de 2 meses foram considerados fatores de risco

para fraturas por fragilidade oacutessea

Esse estudo mostrou concordacircncia com a Johnell amp Kanis (2006) onde o principal

siacutetio mundial de fratura por fragilidade oacutessea nas mulheres apoacutes a menopausa foi o antebraccedilo

Segundo o estudo Latin American Vertebral Osteoporosis Study (LAVOS) (Clark et al

2009) a fratura vertebral eacute a mais prevalente da ameacuterica latina com uma prevalecircncia de

142 diferente do nosso estudo onde a coluna vertebral e o colo do fecircmur aparecem

juntos em uacuteltimo lugar na lista de incidecircncia dos siacutetios de fratura Isso pode ser atribuiacutedo

devido a diferenccedila nos criteacuterios de definiccedilatildeo de fraturas pois no LAVOS optou-se pela

medida radiograacutefica do local de fraturas enquanto no nosso estudo as fraturas foram referidas

pelas pacientes

Os consensos sobre osteoporose tecircm propostos algoritmos para identificar indiviacuteduos

de alto risco para fraturas (Kanis et al 2008 WHO 1999) Para tanto a associaccedilatildeo de fatores

de risco para fraturas com a medida da USO eacute de suma importacircncia embora sejam poucas as

pacientes que tecircm oportunidade de realizar esse exame (Oliveira et al 2007) Assim o

presente trabalho mostrou um risco para fraturas por fragilidade oacutessea 13 maior nas

pacientes com resultado de USO alterada em relaccedilatildeo as pacientes que tiveram resultados de

39

USO normais vindo de encontro aos resultados encontrados por Oliveira et al (2007)

Corroborando o USO como um meacutetodo confiaacutevel para a prediccedilatildeo de fraturas

E semelhante a Pinheiro et al (2010a) o presente estudo revelou que os principais

fatores de risco para fraturas por fragilidade oacutessea satildeo a idade avanccedilada a historia familiar de

fratura de quadril e a presenccedila de osteoporose Isso pode ser atribuiacutedo ao fato de que no

estudo de Pinheiro et al (2010a) assim como no nosso estudo a populaccedilatildeo ser

predominantemente de mulheres acima dos 65 anos e viverem em aacuterea urbana tendo haacutebitos

de vida parecidos

O achado em nosso estudo que apresentou significacircncia estatiacutestica refere-se ao fator

de risco ldquopaciente acamado por mais de dois mesesrdquo como disposto na literatura (Pinheiro et

al 2010b Demir et al 2008) O que acontece eacute que com o paciente acamado por tempo

prolongado um maior remodelamento oacutesseo eacute observado Os osteoclastos responsaacuteveis pela

absorccedilatildeo oacutessea sobrepotildee os osteoblastos predispondo as fraturas por fragilidade oacutessea

(Fyhrie amp Schaffler 1994) Assim observou-se no estudo que 235 das pacientes

acamadas por mais de dois meses sofreram alguma fratura por fragilidade oacutessea com p valor

lt005 Isso reafirma a associaccedilatildeo entre a paciente ficar acamada por mais de dois meses e

sofrer fratura por fragilidade oacutessea Por outro lado o exerciacutecio fiacutesico que estaacute sabidamente

relacionado ao aumento da resistecircncia muscular do equiliacutebrio e da flexibilidade contribuindo

para a reduccedilatildeo da perda oacutessea e melhora da sauacutede em geral (Chan 2003) natildeo se mostrou

como fator de proteccedilatildeo neste estudo Provavelmente devido ao baixo percentual encontrado

de pacientes que praticavam atividade fiacutesica moderada ou pesada

O elevado IMC e a terapia de reposiccedilatildeo hormonal natildeo desempenharam papel protetor

na nossa populaccedilatildeo como seria o esperado por estudos anteriores (Pinheiro et al 2010c

40

Buttros et al 2011) Ao contrario o sobrepeso e obesidade foram considerados fatores de

risco Isso pode ser atribuiacutedo ao IMC meacutedio dessa populaccedilatildeo ser 264 (kgm2) (DPplusmn 55)

limiacutetrofe para sobrepeso Embora esse dado demonstre contrariedade com a literatura que

estabelece relaccedilatildeo inversa entre obesidade e fraturas por fragilidade oacutessea em nosso estudo

ter maior peso e IMC natildeo seriam fatores de risco para fraturas e sim caracteriacutesticas das

mulheres mais idosas em um contexto social de baixa escolaridade e renda Esse fato eacute

confirmado pelos resultados da Pesquisa Nacional sobre Sauacutede e Nutriccedilatildeo ( Batista F et al

2003) que demonstraram caraacuteter ascendente da obesidade nos estratos de mulheres com baixa

renda residentes na regiatildeo Sudeste

Aleacutem disso haacutebitos de vida como tabagismo e etilismo sabidamente relacionados agrave

maior risco para fraturas por fragilidade oacutessea (Pinheiro et al 2010) tambeacutem natildeo se

mostraram estar associados nesse estudo

A necessidade de caacutelcio do ser humano varia ao longo da vida e uma ingestatildeo

adequada para mulheres acima de 50 anos eacute de 1200 mg pois com a idade o corpo

naturalmente perde um pouco da capacidade de absorccedilatildeo de minerais (Nuacutecleo de Estudos e

Pesquisas em Alimentaccedilatildeo 2006) O fato de apenas 44 das mulheres que natildeo tiveram

fraturas e 167 das mulheres que tiveram fraturas ter referido consumo superior a

900mgdia (3 ou mais copos) foi fator de surpresa principalmente levando-se em conta o PIB

per capita da cidade superior ao da maioria dos municiacutepios brasileiros (IPEA 2000)

Assim como em estudos preacutevios (Pinheiro et al 2010c NHI 2001 Demir et al

2008) nossos dados tambeacutem demonstraram o hipoestrogenismo como importante fator de

risco para fraturas por fragilidade oacutessea jaacute que as pacientes com fratura tecircm entre 19 e 29

anos de menopausa Em recente estudo Demir et al (2008) estudaram 2769 mulheres na

41

poacutes-menopausa correlacionando a ocorrecircncia de osteoporose com o tempo de menopausa

Demonstraram que 106 das pacientes com ateacute trecircs anos de poacutes-menopausa tinham

osteoporose contra 329 das pacientes com sete anos ou mais Acredita-se que a deficiecircncia

estrogecircnica seja responsaacutevel por dois terccedilos da perda de massa oacutessea levando

consequentemente agraves fraturas por fragilidade oacutessea assim como observado (Position

statement of the North American Menopause Society 2010)

Os dados deste estudo podem ser limitados pois apesar de tratar-se de uma coorte as

participantes reportaram dados referentes a estilo de vida dieta antecedentes familiares e

pessoais o que pode ter ocasionado algum vieacutes recordatoacuterio Outra limitaccedilatildeo eacute que como

avaliado por Oliveira et al (2007) esta populaccedilatildeo apresenta a maior parte das mulheres com

baixo niacutevel socioeconocircmico e escolaridade sem acesso agrave adequada educaccedilatildeo nutricional e agrave

atividade fiacutesica orientada Por outro lado resultados encontrados sem significacircncia estatiacutestica

podem ter sido ocasionados pelo tamanho amostral reduzido devido a dificuldade de

rastreamento da populaccedilatildeo uma vez que a unidade de sauacutede natildeo atualizou o endereccedilo e

telefone das mulheres eleitas para o estudo Talvez se tivesse sido realizado contato anual

com essas mulheres natildeo teriacuteamos perdido o seguimento delas

42

8 Conclusatildeo

Devido agrave sua alta prevalecircncia e associaccedilatildeo com mortalidade e incapacidade a fratura

devido agrave fragilidade oacutessea deve ser considerada um problema de sauacutede puacuteblica no Brasil

Apesar das limitaccedilotildees o presente estudo foi realizado de forma prospectiva em mulheres

brasileiras na poacutes-menopausa devendo os seus resultados serem levados em consideraccedilatildeo

para a formulaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas de sauacutede para a prevenccedilatildeo e estrateacutegias de tratamento

para as fraturas Os fatores de risco encontrados como a idade avanccedilada a histoacuteria familiar

de fratura de quadril e a presenccedila de osteoporose devem ser acompanhados e combatidos para

tentar-se diminuir o risco para as fraturas Assim como o USO mostrou ser um meacutetodo

confiaacutevel para avaliar o risco para fraturas podendo ser implementado em maior escala do

que a atual Entatildeo acreditamos que novos estudos prospectivos com uma amostra mais

representativa devam ser realizados para se confirmar os fatores associados a fraturas por

fragilidade oacutessea na populaccedilatildeo brasileira para cada vez mais conhecermos o perfil da nossa

populaccedilatildeo e termos subsiacutedios para combater esse agravo

43

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48

10 Anexo 1 - Instrumento de coleta - EVOS (EUROPEAN VERTEBRAL

OSTEOPOROSIS STUDY)

Data _________

Nome________________________________________________________

Endereco_____________________________________________________

Fone _____________ Data de nascimento _________ RG

1- Dados antropomeacutetricos

Peso (Kg) Altura (m) IMC

2- Dados Ginecoloacutegicos

Idade da primeira menstruacao anos

Vocecirc jaacute usou piacutelula anticoncepcional por mais de 3 meses

sim natildeo natildeo sei

Vocecirc jaacute ficou algum periacuteodo em sua vida sem menstruar antes da menopausa (exceto se

gravidez) sim natildeo natildeo sei

Idade da ultima menstruaccedilatildeo anos

Numero de filhos

Vocecirc fez cirurgia para retirar o uacutetero sim com Idade ____ (anos)

natildeo natildeo sei

E para retirar os ovaacuterios (um ou os dois) sim idade ___ (anos)

natildeo natildeo sei

Vocecirc fez reposiccedilatildeo hormonal apos a menopausa sim natildeo natildeo sei

Se sim quando iniciado o periacuteodo foi superior a 1 ano sim natildeo natildeo sei

49

Vocecirc notou os seguintes sintomas na menopausa

calores sim natildeo natildeo sei

depressatildeo sim natildeo natildeo sei

insocircnia sim natildeo natildeo sei

outros sim natildeo natildeo sei

Vocecirc amamentou sim natildeo natildeo sei

Se sim quantas crianccedilas vocecirc amamentou por mais que 3 meses

3- Dados familiares

Em sua famiacutelia (pai matildee irmatildeos) existe historia de fratura de quadril apos os 50 anos de

idade sim natildeo natildeo sei

4- Histoacuteria de fratura

Vocecirc jaacute teve alguma fratura sim natildeo natildeo sei

Se sim em qual sitio esqueleacutetico com que idade e qual foi o tipo de trauma

Sitio Numero Idade (anos) Niacutevel do trauma

Vertebra

Fecircmur (colo trocanter)

Costela

Antebraccedilo

Uacutemero

Pe

Outras

Vocecirc sabe que tem osteoporose sim tenho natildeo natildeo tenho natildeo sei

5- Aacutelcool

Com que frequecircncia vocecirc bebeu no ultimo ano

Diariamente 5-6 dsem 3-4 dsem

50

1 -2 dsem lt 1 dsem nunca

Tipo de bebida destilados (uiacutesque cachaccedila vodka)

fermentados (cerveja vinho)

6- Imobilizaccedilatildeo

Vocecirc jaacute ficou acamado por um periacuteodo superior a 2 meses

sim natildeo natildeo sei

Se sim foi antes ou apos os 25 anos de idade

ano passado nunca

7- Fumo

Vocecirc fumou cigarro ou usou outras formas de fumo (cachimbo ou charuto)

atualmente no passado nunca

Com que idade iniciou anos

Se parou com que idade anos

Numero de cigarrosdia

8- Atividade Fiacutesica

Quantas tempo costuma passar diariamente ao ar livre caminhando ou andando de bicicleta

nenhuma a 1 h superior a 1 h

Qual a sua atividade fiacutesica durante diferentes periacuteodos de sua vida adulta

Ate os 25 anos 25 a 50 anos acima 50 anos

Niacutevel 1 (leve) 2 (moderada) 3 (pesada) 4

(muito pesada)

9- Impacto

Como vocecirc descreveria sua sauacutede geral neste momento

muito boa boa satisfatoacuteria regular ruim

10- Interrogatoacuterio sobre drogas

51

Vocecirc jaacute usou alguma medicaccedilatildeo oral ou injetaacutevel contendo corticosteroides por mais de 3

meses sim natildeo natildeo sei

Vocecirc jaacute usou alguma desses remeacutedios

Droga sim natildeo sei tempo

(meses)

parou ha quanto tempo

Hormocircnios

masculinos

Hormocircnios

femininos

Calcitonina

Fluacuteor

Caacutelcio

Vitamina D

Anabolizantes

Diureacuteticos

tiazidicos

11- Ingestatildeo de caacutelcio

Com que frequecircncia vocecirc comeu produtos derivados do leite na semana passada

(diassemana)

queijo amarelo queijo branco iogurte leite sorvete

Para os periacuteodos indicados abaixo com que frequecircncia vocecirc recebeu leite

ate 25 anos 25 a 50 anos Acima de 50 anos

Todas as refeiccedilotildees (3 ou + coposdia)

1-2 coposdia

52

Toda semana mas natildeo todo dia

lt 1 vezsemana

53

11 Anexo 2 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Projeto de Pesquisa Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade

oacutessea em mulheres na menopausa

Pesquisador responsaacutevel Dra Lizanka Paola F Marinheiro

Instituiccedilatildeo responsaacutevel Instituto Fernandes Figueira

Vocecirc estaacute sendo convidado a participar do projeto de pesquisa intitulado

Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea em mulheres na

menopausa por que vocecirc participou do estudo anterior realizado haacute 7 anos sobre a

osteoporose e suas consequumlecircncias

54

A osteoporose e uma doenccedila que se caracteriza pela diminuiccedilatildeo da resistecircncia do osso

tornando-o mais fraacutegil Essa fragilidade aumenta o risco da pessoa que tem osteoporose de ter

fraturas mesmo com atividades comuns como tossir ou espirrar

Com isso esse trabalho deseja avaliar a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea na

populaccedilatildeo de mulheres na poacutes menopausa residente da Ilha de Paquetaacute apoacutes 7 anos de

seguimento do uacuteltimo estudo transversal

Vocecirc natildeo eacute obrigada a participar Mas se quiser vocecirc teraacute que responder a um

questionaacuterio Para participar vocecirc natildeo teraacute que pagar nada O resultado seraacute fornecido apenas

a vocecirc ningueacutem mais saberaacute Suas duvidas seratildeo esclarecidas e vocecirc devera continuar

acompanhamento com seu meacutedico assistente Se vocecirc natildeo quiser participar natildeo seraacute

submetida a nenhum constrangimento fiacutesico ou moral e seu atendimento no posto de sauacutede

natildeo seraacute prejudicado A participante poderaacute se retirar do estudo a qualquer momento que

julgar necessaacuterio sem prejuiacutezo para a mesma O resultado de toda a pesquisa seraacute divulgada e

atraveacutes de artigos cientiacuteficos em revistas encontros congressos ou similares sem a

divulgaccedilatildeo dos nomes de quem participou de forma sigilosa

Sua participaccedilatildeo no estudo natildeo implicaraacute em custos adicionais O (A) Sr (a) natildeo teraacute

qualquer despesa com a realizaccedilatildeo dos procedimentos previstos neste estudo que seratildeo

custeados pelo pesquisador responsaacutevel Tambeacutem natildeo haveraacute nenhuma forma de pagamento

pela sua participaccedilatildeo

Caso surja alguma duacutevida quanto agrave eacutetica do estudo o (a) Sr(a) deveraacute se reportar ao

Comitecirc de Eacutetica em Pesquisas envolvendo seres humanos ndash subordinado ao Conselho

Nacional de Eacutetica em Pesquisa oacutergatildeo do Ministeacuterio da Sauacutede atraveacutes de solicitaccedilatildeo ao

representante de pesquisa que estaraacute sob contato permanente ou contactando o Comitecirc de

Eacutetica em Pesquisa desta instituiccedilatildeo no telefone (21) 3971-1590 Eacute assegurado o completo

55

sigilo de sua identidade quanto a sua participaccedilatildeo neste estudo incluindo a eventualidade da

apresentaccedilatildeo dos resultados deste estudo em congressos e perioacutedicos cientiacuteficos

Eu________________________________________________________________________

residente do endereccedilo__________________________ fui informada dos objetivos e da

justificativa deste trabalho de forma clara e detalhada pela Dra Adriana de Mattos V da

Costa Recebi informaccedilotildees especificas sobre cada procedimento no qual estarei envolvida

dos desconfortos e riscos previstos tanto quanto dos benefiacutecios esperados Todas as minhas

duvidas foram respondidas com clareza e sei que poderei solicitar novos esclarecimentos a

qualquer momento Aleacutem disso sei que novas informaccedilotildees obtidas durante o estudo me seratildeo

fornecidas e que terei liberdade de retirar meu consentimento de participaccedilatildeo face a estas

informaccedilotildees sem prejuiacutezo para mim Aleacutem disto me foi entregue uma coacutepia da folha de

informaccedilotildees para os participantes a qual li compreendi e me deu plena liberdade para decidir

acerca da minha espontacircnea participaccedilatildeo nesta pesquisa Minha identidade jamais seraacute

publicada Os dados colhidos poderatildeo ser examinados por pessoas envolvidas no estudo com

autorizaccedilatildeo delegada do investigador e por pessoas delegadas pelo patrocinador Estou

recebendo uma coacutepia assinada deste Termo

Os pesquisadores responsaacuteveis pelo Projeto satildeo a Dra Lizanka Paola F Marinheiro e

sua aluna a Dra Adriana de Mattos Viveiros da Costa

56

Participante

Nome _________________________________

Assinatura________________________________

Data_________________________________________

Investigador

Nome____________________________________

Assinatura________________________________

Data_______________________________________

Pesquisadora

Nome______________________________________

Assinatura___________________________________

Data__________________________________________

Dra Lizanka Paola F Marinheiro

lizankaglobocom

tel 25541700

Dra Adriana de Mattos Vda Costa

adrianamattosmedyahoocombr

tel 87273315

Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa

Rua Afonso Cavalcanti 455 sala 710 ndash Cidade Nova -

Telefone 3971-1463

14

na populaccedilatildeo brasileira em geral natildeo estaacute clara porque ainda faltam estudos sobre o tema Um

dos principais estudos sobre a avaliaccedilatildeo de FCR foi o BRAZOS (Pinheiro et al 2010a) Ele

natildeo avaliou os fatores de risco relacionados agrave massa oacutessea mas os seus resultados permitem

inferir que esses fatores de risco satildeo muito semelhantes agravequeles relacionados agrave fratura por

baixo impacto Pinheiro et al (2010) demonstrou que os principais FCRs associados agrave fratura

por osteoporose de qualquer siacutetio esqueleacutetico de um total de 2420 indiviacuteduos apoacutes ajustes

estatiacutesticos foram histoacuteria familiar de fratura de quadril idade avanccedilada e baixo peso E que

a associaccedilatildeo de FCR agraves medidas de massa oacutessea poderia melhorar a discriminaccedilatildeo de

pacientes com maior risco de fratura osteoporoacutetica (Pinheiro et al 2010a b)

Atualmente existe uma ferramenta chamada FRAXreg utilizada por meacutedicos em vaacuterios

paiacuteses baseado na pratica meacutedica usando uma combinaccedilatildeo de fatores cliacutenicos e densidade

mineral oacutessea O FRAXreg eacute usado para predizer o risco de fratura nos proacuteximos dez anos com

implicaccedilotildees diretas na decisatildeo do tratamento e custos (Kanis et al 2008 Pinheiro et al 2009)

Poreacutem o risco absoluto de fraturas depende da populaccedilatildeo estudada e essa ferramenta ainda

natildeo foi aprovada para uso no Brasil Assim estudos epidemioloacutegicos representativos sobre

fatores de risco para fraturas ainda continuam sendo necessaacuterios (Pinheiro et al 2009)

Em 2003 a dissertaccedilatildeo de mestrado da Dra Patriacutecia Pereira de Oliveira verificou o

risco aumentado de fraturas por osteoporose atraveacutes da USO (Oliveira et al 2007) na

populaccedilatildeo de mulheres menopausadas na ilha de Paquetaacute-RJ Em nosso estudo verificaremos

se existe uma correlaccedilatildeo entre os achados ultrassonograacuteficos e as fraturas cliacutenicas na mesma

populaccedilatildeo por ela utilizada aleacutem outros fatores de risco para fraturas serem contemplados

como doenccedilas de base tempo de menopausa medicamentos entre outros Isto se justifica

pela necessidade de termos no Brasil dados sobre a incidecircncia de fraturas por fragilidade

oacutessea e fatores de risco a ela relacionados desenvolvidos em uma populaccedilatildeo brasileira e

15

residente de uma ilha localizada no litoral fluminense Jaacute que a literatura nessa aacuterea eacute escassa

e para que compreendendo melhor a dinacircmica da fratura por fragilidade oacutessea possamos

intervir antes que ela ocorra melhorando a qualidade de vida dessas mulheres e diminuiacutedo os

gastos com a sauacutede

16

3 Objeto de Estudo

Estudo de fatores associados agraves fraturas por fragilidade oacutessea em mulheres na poacutes-

menopausa atendidas em uma unidade baacutesica de sauacutede

Questionamento

Quais os fatores associados agrave ocorrecircncia de fraturas em mulheres poacutes-menopausa

acompanhadas em uma unidade baacutesica de sauacutede

31 Objetivos

311 Geral

Avaliar os fatores relacionados agrave ocorrecircncia de fraturas em mulheres poacutes-menopausa

acompanhadas em uma unidade baacutesica de sauacutede

312 Especiacuteficos

a- Avaliar se a ocorrecircncia de fraturas foi maior nas pacientes identificadas como risco

aumentado para fraturas pelo ultrassonometria oacutessea de calcacircneo preacutevia

b- Verificar a associaccedilatildeo entre as fraturas por fragilidade oacutessea e os dados cliacutenicos

comportamental e demograacuteficos (idade e sexo) das pacientes

c- Analisar se o tempo de menopausa influencia a ocorrecircncia de fraturas por fragilidade

oacutessea

17

4 Marco Teoacuterico

A osteoporose pode ser definida como doenccedila osteometaboacutelica caracterizada pela

diminuiccedilatildeo da densidade mineral oacutessea com alteraccedilotildees na sua microestrutura que conduzem

a um aumento da fragilidade oacutessea e uma tendecircncia a fraturas por traumatismos pouco

intensos Dado o exposto esta constitui o verdadeiro problema de sauacutede puacuteblica devido agrave sua

alta taxa de morbimortalidade e altos custos (Vianna et al 2001 International Osteoporosis

Foundation 2005)

Com relaccedilatildeo ao hipoestrogenismo observa-se que as mulheres apresentam uma perda

oacutessea mais acelerada nos dez primeiros anos apoacutes a instalaccedilatildeo da menopausa do que os

homens da mesma idade adquirindo risco de fratura mais precocemente do que eles (NHI

2001) Esta diminuiccedilatildeo de massa oacutessea total poderaacute ser ateacute dez vezes a diminuiccedilatildeo ocorrida

antes deste periacuteodo podendo chegar a 2 a 4 ao ano para o osso trabecular e de 1 para o

cortical (NHI 2001) A deficiecircncia de estrogecircnio aumenta o remodelamento oacutesseo e pode

agravar o desequiliacutebrio nas unidades de remodelamento com o aumento do tempo de vida dos

osteoclastos em detrimento dos osteoblastos (Fyhrie amp Schaffler 1994)

Na maioria dos casos a perda oacutessea eacute assintomaacutetica Quando sinais e sintomas da

osteoporose aparecem se relacionam com a ocorrecircncia de fraturas mais comumente na

porccedilatildeo distal do antebraccedilo (fratura de Colles) na coluna vertebral e no colo do fecircmur

(International Osteoporosis Foundation 2005) A maior incidecircncia de fraturas eacute observada

em mulheres brancas na poacutes menopausa (Pinheiro et al 2010a b)

Pinheiro et al (2010) analisaram 275 mulheres caucasoacuteides acima dos 50 anos e

acharam que 44 jaacute possuiacuteam algum tipo de fratura por osteoporose (Pinheiro et al 2010b)

A dor oacutessea eacute consequumlecircncia tanto das fraturas quanto das deformidades oacutesseas As fraturas

18

vertebrais satildeo as mais comuns poreacutem satildeo geralmente assintomaacuteticas e portanto menos

diagnosticadas Poreacutem podem causar dor perda de peso deformidade na coluna espinhal e

perda de estabilidade ao andar (International Osteoporosis Foundation 2005) Apenas 10

das fraturas de veacutertebras cursam com hospitalizaccedilatildeo mesmo que causem dor e diminuiccedilatildeo da

qualidade de vida Elas ocorrem entre os 50 e 60 anos de idade com maior frequecircncia

(International Osteoporosis Foundation 2005)

Jaacute as fraturas do fecircmur satildeo as mais letais devido a complicaccedilotildees poacutes-operatoacuterias As

principais causas de mortalidade satildeo as infecccedilotildees e tromboembolismo As fraturas de quadril

satildeo menos prevalentes do que as vertebrais poreacutem de maior gravidade devido agraves altas taxas

de morbimortalidade aleacutem do alto custo para a famiacutelia e para o sistema puacuteblico de sauacutede A

mortalidade apoacutes uma fratura de quadril eacute de cerca de 20- 24 no ano seguinte a fratura

sendo acompanhada de periacuteodos de hospitalizaccedilatildeo prolongados (International Osteoporosis

Foundation 2005 Silveira et al 2005) Estimativas apontam que no ano de 2050 ocorreratildeo

aproximadamente 65 milhotildees de fratura de quadril em todo mundo (Cooper 1999) As

fraturas de punho satildeo as mais facilmente observadas por mulheres no climateacuterio chegando a

originar seis milhotildees de dias de restriccedilatildeo de trabalho por ano (International Osteoporosis

Foundation 2005)

Aleacutem do custo pessoal o impacto econocircmico gerado pela osteoporose eacute enorme

Atraveacutes do mundo eacute estimado que uma em cada trecircs mulheres acima dos 50 anos teraacute fraturas

por osteoporose Na Europa no ano 2000 foi estimada uma ocorrecircncia de 379 milhotildees de

fraturas por fragilidade oacutessea sendo que destas 890 mil eram de quadril (Tosteson et al

2008) Eacute sabido que apenas metade das pacientes que sobrevivem agrave fratura de quadril voltaraacute

a andar novamente mas dificilmente com a mesma agilidade que andava antes da fratura

Apesar de a osteoporose ser facilmente diagnosticada atraveacutes de exames e seu tratamento

19

poder ser instituiacutedo ainda eacute uma doenccedila muito subdiagnosticada e subtratada Eacute estimada na

comunidade europeacuteia que uma em cada trecircs fraturas de vertebrais recebe a atenccedilatildeo cliacutenica

que merece E uma pessoa com fratura de veacutertebra tem ateacute cinco vezes mais chance de

desenvolver nova fratura no ano seguinte fenocircmeno conhecido como fratura em cascata

(Lindsay et al 2001)

Tradicionalmente a osteoporose eacute reconhecida como uma doenccedila multifatorial sendo

70 desses fatores natildeo modificaacuteveis isto eacute definidos pela carga geneacutetica e 30

potencialmente modificaacuteveis e assim envolvidos com os aspectos ambientais Dessa forma

um uacutenico fator de risco natildeo eacute capaz de identificar indiviacuteduos com ou sem fratura Diferenccedilas

geneacuteticas raciais e antropomeacutetricas bem como da composiccedilatildeo corporal densidade oacutessea

dieta atividade fiacutesica e outros haacutebitos de vida contribuem para explicar as divergecircncias na

incidecircncia e na prevalecircncia de baixa densidade oacutessea e fraturas em diversos paiacuteses do mundo

(Pinheiro et al 2010b c) Os aspectos geneacuteticos desempenham importante influecircncia sobre a

aquisiccedilatildeo do pico de massa oacutessea e perda oacutessea relacionada agrave idade bem como na

determinaccedilatildeo das propriedades estruturais e geomeacutetricas do osso No entanto a associaccedilatildeo

entre diferentes polimorfismos gecircnicos e densidade oacutessea ou fraturas por osteoporose eacute

bastante controversa e varia em diferentes estudos inclusive no Brasil fato que pode ser

tomado como um provaacutevel reflexo das diferenccedilas de etnia e ambiental das populaccedilotildees

estudadas Da mesma forma os fatores ambientais natildeo permitem uniformizar e homogeneizar

o impacto de cada um deles em cada regiatildeo do planeta (Pinheiro et al 2010c)

Atualmente a densitometria oacutessea eacute o meacutetodo mais utilizado para avaliar a massa

oacutessea Eacute o padratildeo ouro para o diagnoacutestico de osteoporose A densidade mineral oacutessea (DMO)

eacute expressa em nuacutemero absolutos em gramas de mineral por centiacutemetro quadrado escaneado

ou ainda comparado com a DMO esperada para a idade e sexo da paciente (z escore) ou

20

comparado a DMO de adultos jovens normais do mesmo sexo (t-escore) A diferenccedila entre o

escore do paciente e o padratildeo eacute expressa em desvios padrotildees acima ou abaixo da meacutedia

(Castro et al 1999)

Segundo a Sociedade Brasileira de Densitometria Cliacutenica no consenso de 2008 satildeo

indicaccedilotildees para avaliaccedilatildeo da densidade mineral oacutessea (Brandatildeo et al 2009)

rdquoMulheres com idade gt a 65 anos e homens com idade gt a 70 anos

Mulheres acima de 40 anos na transiccedilatildeo menopausal (1-2) e homens acima de 50

anos de idade com fatores de risco

Adultos com antecedente de fratura por fragilidade condiccedilatildeo cliacutenica ou uso de

medicamentos associados agrave baixa massa oacutessea ou perda oacutessea

Indiviacuteduos para os quais satildeo consideradas intervenccedilotildees farmacoloacutegicas para

osteoporose

Indiviacuteduos em tratamento para osteoporose para monitoramento de sua eficaacutecia

Indiviacuteduos que natildeo estejam sob tratamento poreacutem nos quais a identificaccedilatildeo de perda

de massa oacutessea possa determinar a indicaccedilatildeo do tratamento

Mulheres interrompendo terapia hormonal (TH)rdquo

Arq Bras Endocrinol Metab 2009 531 pag108

A proacutepria definiccedilatildeo de osteoporose pela Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede reunida em

Hong Kong em 1994 estabeleceu criteacuterios diagnoacutesticos baseados em valores obtidos pela

densitometria oacutessea classificando como osteopecircnicas aquelas mulheres que apresentarem-se

entre 1 e 25 desvios-padratildeo (DP) abaixo da meacutedia para adultas jovens e de osteoporoacuteticas as

que se encontrarem com mais de 25 DP abaixo da meacutedia para adultas jovens (Castro et al

1999 WHO 1999)

A densitometria oacutessea apresenta como desvantagens no entanto o fato de utilizar uma

fonte de radiaccedilatildeo ionizante e possuir um elevado custo que limita seu uso em estudos

populacionais principalmente em nosso paiacutes onde os recursos destinados agrave sauacutede da

populaccedilatildeo mais carente satildeo miacutenimos Sempre tentando diminuir o impacto dos gastos com

21

sauacutede eacute estimulada a busca por meacutetodos natildeo poluentes e mais baratos mas que tragam as

mesmas informaccedilotildees que os meacutetodos jaacute estabelecidos Em funccedilatildeo disto a USO vem sendo

avaliada e alguns resultados promissores tecircm sido apresentados (Castro et al 1999) Baseia-se

na modificaccedilatildeo das caracteriacutesticas de ultrassom transmitido atraveacutes de ossos de localizaccedilatildeo

mais superficiais como no calcacircneo tiacutebia falanges ou patela Os sistemas atuais se

constituem de dois transdutores sendo um transmissor e outro receptor posicionados em

locais diferentes do osso a ser estudado Os aparelhos existentes entre noacutes avaliam o

calcacircneo osso predominantemente trabecular atraveacutes das medidas de velocidade de

transmissatildeo do ultrassom (SOS em ms) e da atenuaccedilatildeo da frequumlecircncia do ultrassom (BUA em

dBMHz) (Kanis et al 2008) Novamente de acordo com a orientaccedilatildeo da Sociedade Brasileira

de Densitometria Cliacutenica de 2008 as recomendaccedilotildees para ultrassonometria oacutessea satildeo

(Brandatildeo et al 2009)

rdquoO uacutenico siacutetio validado para o uso cliacutenico da USO em osteoporose eacute o calcacircneo

Equipamentos de USO de calcacircneo validados satildeo capazes de estimar fratura por

fragilidade em mulheres na poacutes-menopausa e em homens com idade superior a 65 anos

independentemente da densidade mineral oacutessea medida em equipamentos de DMO

central

A correlaccedilatildeo entre os resultados obtidos por USO e DMO ccccccc entral eacute

moderada

USO do calcacircneo associada a fatores de risco cliacutenicos podem ser usados para

identificar populaccedilatildeo com baixa probabilidade de fratura na qual avaliaccedilatildeo adicional

natildeo seja mais necessaacuteria

Medidas de DMO central na coluna e no fecircmur constituem o meacutetodo de escolha para a

tomada de decisatildeo terapecircutica Entretanto se a DMO central natildeo for acessiacutevel o

tratamento farmacoloacutegico pode ser iniciado se a probabilidade de fratura avaliada pelo

USO do calcacircneo com pontos de corte especiacuteficos associados a fatores de risco

cliacutenicos for suficientemente alta

Equipamentos de USO natildeo satildeo clinicamente uacuteteis no monitoramento de efeitos

esqueleacuteticos dos medicamentos disponiacuteveis para o tratamento da osteoporoserdquo

Arq Bras Endocrinol Metab 2009 531 pag110

22

Em 2003 foi realizada uma dissertaccedilatildeo de mestrado (Oliveira et al 2007) sobre a

utilizaccedilatildeo do USO para estimar a prevalecircncia de risco aumentado de fraturas em uma

populaccedilatildeo de mulheres na poacutes menopausa residentes da Ilha de Paquetaacute Em trabalho

realizado por Oliveira e cols nesta instituiccedilatildeo Foi realizado um estudo transversal com

recrutamento de 385 mulheres residentes da Ilha Todas as mulheres responderam a

questionaacuterio previamente estruturado e foram submetidas a medidas antropomeacutetricas e a

USO As medidas de USO foram realizadas segundo o manual do fabricante A idade da

populaccedilatildeo estudada variou entre 42 e 95 anos Os resultados encontrados mostram que

5922 da amostra apresentava algum tipo de alteraccedilatildeo a USO com t score menor que -1

Esse grupo era composto por mulheres mais idosas com menor peso menor altura e menor

percentual de gordura quando comparado com o grupo com t score lt ndash 1 Foi encontrado que

1688 das pesquisadas possuiacuteam alto risco para fraturas com t score lt -25 E as mulheres

do grupo de alto risco tinham maior peso e IMC paracircmetros conhecidos como protetores

Embora divergente da literatura a autora atribui esses resultados a caracteriacutesticas das

mulheres mais idosas em um contexto social de baixa escolaridade e renda (Oliveira et al

2007)

23

5 Materiais e Meacutetodos

51 Populaccedilatildeo

A Ilha de Paquetaacute dista aproximadamente 15 km da Praccedila XV no Centro da Cidade

do Rio de Janeiro sendo a principal ilha do arquipeacutelago de Paquetaacute situada ao nordeste da

Baiacutea de Guanabara A populaccedilatildeo e frequecircncia da Ilha satildeo extremamente sazonais sendo

aproximadamente 2200 domiciacutelios (entre moradores e veranistas) Os moradores fixos

correspondem a 4500 pessoas em sua maioria de famiacutelias antigas na Ilha das quais 208

satildeo idosos ultrapassando ateacute mesmo a meacutedia nacional que eacute em torno de 12 (IBGE

2009a) Este iacutendice faz de Paquetaacute o erceiro bairro em nuacutemero de idosos no municiacutepio sendo

que sua populaccedilatildeo pode ser considerada envelhecida segundo os criteacuterios da Organizaccedilatildeo

Mundial da Sauacutede (OMS 2003) Embora a maioria da populaccedilatildeo seja branca existem 109

de negros 256 de pardos e 01 de iacutendios Cerca de 90 dos domiciacutelios possuem aacutegua

tratada e 9957 tratamento de esgoto As famiacutelias residentes nesta regiatildeo satildeo compostas em

meacutedia por trecircs pessoas com rendimento meacutedio per capita de 301 salaacuterios miacutenimos (IPEA

2000) e o transporte urbano eacute feito basicamente a peacute por bicicletas ou charretes puxadas por

ciclistas (IBGE 2009a)

52 Tipo de estudo

Foi realizado um estudo de coorte prospectivo na ilha de PaquetaacuteRJ no ano de 2011

Foram inicialmente alocadas todas as mulheres que participaram do estudo anterior

desenvolvido no ano de 2003 (Oliveira et al 2007)

24

53 Criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo

Os criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo foram os mesmos utilizados do estudo anterior

(Oliveira et al 2007) Sendo os criteacuterios de inclusatildeo as mulheres que estavam na menopausa

e que tinham residecircncia fixa na Ilha de Paquetaacute e os criteacuterios de exclusatildeo a historia pessoal

de doenccedilas que sabidamente afetam o metabolismo oacutesseo direta ou indiretamente (como

artrite reumatoacuteide luacutepus eritematoso sistecircmico hiperparatireoidismo osteogecircnese imperfeita)

e as neoplasias malignas exceto carcinoma basocelular de pele

54 Alocaccedilotildees de pacientes

A populaccedilatildeo elegiacutevel era constituiacuteda pelas 385 mulheres alocadas no estudo inicial

(Oliveira et al 2007) No trabalho de Oliveira et al (2007) foi realizado um estudo transversal

com recrutamento por auto-seleccedilatildeo ou demanda espontacircnea no ano de 2003 na Ilha de

Paquetaacute Rio de Janeiro Brasil Foram estudadas 385 mulheres na poacutes-menopausa

(diagnoacutestico cliacutenico) residentes no local apoacutes a aplicaccedilatildeo dos criteacuterios de exclusatildeo

(existecircncia de pino metaacutelico ou edema com cacifo em ambos os peacutes ou impossibilitadas de

posicionar os peacutes no aparelho de ultra-sonometria oacutessea) Todas as mulheres responderam na

eacutepoca a um questionaacuterio e foram submetidas a medidas antropomeacutetricas e agrave USO

No presente estudo considerando uma significacircncia de 95 e um poder de 80 uma

prevalecircncia de 15 de fraturas na populaccedilatildeo de risco (Clark et al 2009) o tamanho amostral

previsto foi de 130 mulheres Poreacutem devido agraves perdas o tamanho amostral final foi de 86

pacientes

Atraveacutes do banco de dados jaacute existente todas as pacientes foram re-contactadas As

mulheres foram localizadas atraveacutes de telefonemas e comparecimento no hospital local onde

25

eacute realizado a atenccedilatildeo baacutesica de sauacutede Foram realizados pelo menos 2 telefonemas com

intervalo de 1 semana entre eles Como ldquoperdasrdquo foram consideradas as pacientes natildeo

encontradas apoacutes os dois telefonemas (035 dos telefones estavam errados e 049 das

pacientes tinham telefone quebrado ou ocupado) pacientes que natildeo quiseram ou natildeo

puderam responder ao questionaacuterio (008) e pacientes falecidas (006)

As pacientes selecionadas foram submetidas a um questionaacuterio de avaliaccedilatildeo de fatores

relacionados agrave fragilidade oacutessea conhecido como European Vertebral Osteoporosis Study

(EVOS) jaacute validado previamente para o portuguecircs (OrsquoNeill et al 1996) e jaacute utilizados em

importantes estudos (Pinheiro et al 2006 Clark et al 2009) O questionaacuterio EVOS eacute

composto por dados soacutecio-demograacuteficos (idade estado civil escolaridade cor renda familiar

e nuacutemero de dependentes desta haacutebitos de vida) e histoacuteria reprodutiva pessoal sumaacuteria

(idade da menarca idade da menopausa tipo de menopausa) Os dados antropomeacutetricos

foram aferidos segundo criteacuterios adotados internacionalmente com medidas de peso e altura

observando intervalos de 01kg e 001m respectivamente

A definiccedilatildeo de fratura por fragilidade oacutessea foi a mesma utilizada por Pinheiro et al

(2010a) como aquela resultante de uma queda da proacutepria altura ou trauma menos intenso em

indiviacuteduos com 50 anos ou mais em siacutetios esqueleacuteticos especiacuteficos antebraccedilo fecircmur

costelas veacutertebras e uacutemero E a documentaccedilatildeo de fraturas foi realizada atraveacutes de relato da

paciente (fratura referida) As fraturas traumaacuteticas (apoacutes acidente automobiliacutestico ou outras

condiccedilotildees sob forte impacto) ou as de baixo impacto natildeo relacionadas agrave osteoporose (como

por exemplo as de face tornozelo metacarpo falanges) natildeo foram consideradas

O estudo obedeceu aos criteacuterios de eacutetica preconizados pela resoluccedilatildeo no 19696 do

Conselho Nacional de Sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede e foi aprovado previamente pelo Comitecirc

26

de Eacutetica em Pesquisa da FiocruzIFF e pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Prefeitura Todas

as mulheres assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido antes de qualquer

procedimento

55 Anaacutelise Estatiacutestica

Os dados foram registrados em planilha Excel e analisados pelo programa Statistical

Package for Social Sciences (SPSS) versatildeo 170 Para avaliar diferenccedilas entre os grupos as

variaacuteveis categoacutericas foram avaliadas pelo Qui-quadrado de Pearson ou o teste exato de

Fisher A relaccedilatildeo entre as variaacuteveis categoacutericas e ordinal e entre as variaacuteveis numeacutericas foi

avaliada pelo teste de Mann-Whitney que eacute um teste natildeo-parameacutetrico que equivale ao teste t

escolhido pelo tamanho da amostra A relaccedilatildeo entre as variaacuteveis numeacutericas foi avaliada pelo

coeficiente de Sperman que eacute uma estatiacutestica natildeo parameacutetrica utilizada para dados natildeo

normais eou amostra pequena Para todos os testes o niacutevel de significacircncia adotado foi de

5 A variaacutevel dependente foi a presenccedila de fratura (sim ou natildeo) e as variaacuteveis

independentes foram idade (em anos) resultado de USO (normal ou alterado) tempo de

menopausa (em anos) siacutetio de localizaccedilatildeo de fraturas IMC (abaixo do pesonormal

sobrepeso obeso) tabagismo (fumante ou natildeo fumante) atividade fiacutesica (leve

moderadapesada) frequecircncia diaacuteria de ingestatildeo de leite (em coposdia) e as variaacuteveis

binaacuterias como o histoacuterico familiar de fratura de quadril osteoporose uso de anticoncepcional

ausecircncia de menstruaccedilatildeo retirada de uacutetero ou ovaacuterios amamentaccedilatildeo paciente acamado e

etilismo O caacutelculo do risco relativo (RR) foi feito para avaliar a relaccedilatildeo entre o USO e a

presenccedila de fraturas Para isso foi considerado pacientes com USO normal aqueles com

resultados do T-score gt-11 e USO alterado aqueles com T-score lt-11 O niacutevel de atividade

fiacutesica foi classificado em atividade leve (trabalho burocraacutetico em escritoacuterio na maior parte

do tempo sentado) atividade moderada (trabalhos na maior parte do tempo em peacute como

27

vendedor e dona-de-casa) atividade pesada (enfermeira empregada domeacutestica) Oliveira et al

2010) Para caacutelculo aproximado da ingestatildeo alimentar diaacuteria de caacutelcio utilizou- se uma

adaptaccedilatildeo da Tabela Brasileira de Composiccedilatildeo de Alimentos 1 fatia queijo (90mg) 1 copo

de iogurte (1212mg) 1 copo leite (257mg) 1 bola se sorvete (135mg) E no final todos esses

alimentos foram convertidos em quantidade ingerida de copos de leite

28

6 Resultados Encontrados

61 Gerais

As caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas da populaccedilatildeo estudada estatildeo listadas na

tabela 1 A idade meacutedia das pacientes foi de 725 anos (DPplusmn 87) com a idade da menopausa

460 anos (DPplusmn 61) o tempo de menopausa 261 anos (DPplusmn 97) e o IMC de 264 (kgm2)

(DPplusmn 55) Essas caracteriacutesticas quando comparadas com o estudo anterior de 2003 (tabela

2) confirmam tratar-se da mesma populaccedilatildeo Apenas a idade e o tempo de menopausa

evidenciam ser a nossa populaccedilatildeo mais idosa Fator que se justifica pelo tempo ocorrido entre

os dois estudos

A incidecircncia de fratura por fragilidade oacutessea encontrada foi de 21 evidenciado no

graacutefico 1 Os principais siacutetios de fratura satildeo analisados na tabela 3 tendo como sitio principal

o antebraccedilo com 50 seguido pelo peacute com 192 e uacutemero 145 Jaacute na tabela 4 e no graacutefico

2 pode ser observado que a idade da populaccedilatildeo estudada variou entre 54 e 97 anos com meacutedia

de 72 anos com DP plusmn 90 No grupo de pacientes fraturadas 50 tinham entre 65 e 79 anos

sugerindo ser essa faixa etaacuteria mais susceptiacutevel as fraturas por fragilidade oacutessea

62 USO preacutevia X Fraturas

Foi verificado na tabela 5 a associaccedilatildeo entre o resultado da (USO) preacutevia e o desfecho

fraturas por fragilidade oacutessea De todas as pacientes que fizeram USO no estudo inicial 66

participaram deste estudo Das 50 pacientes que tiveram o USO alterado 22 tiveram

fraturas nesse periacuteodo E as pacientes com USO considerada normal 194 tiveram fraturas

por fragilidade oacutessea O RR= 113 (IC95 048 - 263) sugere que as mulheres que tiveram

29

USO alterado tem um risco de fraturar de 13 maior em relaccedilatildeo as pacientes com resultado

de USO considerado normal

63 Caracteriacutesticas cliacutenicas e comportamentais X Fratura

As pacientes foram analisadas quanto as variaacuteveis clinicas e comportamentais

Considerando a tabela 6 as pacientes que tiveram fraturas se mostraram com maior

sobrepeso ou obesas (722) com maior historia familiar de fratura de quadril (133) e

com maior diagnostico de osteoporose (471) do que as pacientes sem fraturas (p

valorgt005) Jaacute o uso de anticoncepcional ou o uso de reposiccedilatildeo hormonal natildeo se mostraram

ser relevantes para ocorrecircncia de fraturas nessa amostra E 235 das pacientes acamadas por

mais de dois meses sofreram alguma fratura com p valor lt005 Evidenciando associaccedilatildeo

entre a paciente ficar acamada por mais de dois meses e sofrer fratura por fragilidade oacutessea

Avaliando a tabela 7 foi notado que apenas 125 das pacientes que tiveram fratura eram

tabagistas e 167 eram etilistas natildeo se mostrando essas caracteriacutesticas como fatores de

risco A atividade fiacutesica moderadapesada ateacute 25 anos e acima de 50 anos apresentou

percentuais de 441 e 382 respectivamente Aleacutem disso entre 25 e 50 anos 444 das

pacientes com atividade fiacutesica moderadapesada tiveram fraturas e 441 das pacientes natildeo

tiveram fraturas para essa faixa etaacuteria (p valor gt005) Sendo assim natildeo houve associaccedilatildeo

entre a atividade fiacutesica e as fraturas Em relaccedilatildeo ao item ingestatildeo de leite apoacutes os 50 anos

456 das pacientes que natildeo tiveram fraturas ingeriam de 1 a 2 copos de leite por dia e

apenas 44 ingeriam mais de 3 copos de leite por dia No caso das pacientes que tiveram

fraturas apoacutes os 50 anos foi observado que 50 ingeriam de 1 a 2 copos de leite por dia e

167 ingeriam 3 copos ou mais de leite

30

64 Tempo de menopausa X Fratura

As pacientes foram avaliadas graacutefico 3 para verificar a associaccedilatildeo entre o tempo de

menopausa e o desfecho das fraturas A mediana do tempo de menopausa encontrado em

ambos os grupos foi de 262 com DP de plusmn98 Metade das pacientes que tiveram fraturas tem

entre 193 e 293 anos de menopausa com DP de plusmn72 A correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade

tempo de menopausa e IMC foi observado na tabela 8 onde evidenciada uma associaccedilatildeo

positiva entre a idade e o tempo de menopausa nos grupos de pacientes com e sem fraturas

Assim como foi verificado uma associaccedilatildeo negativa de quanto maior a idade e o tempo de

menopausa menor o IMC

31

Graacutefico 1

Graacutefico 2

32

Graacutefico 3

33

Tabela 1- Caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas das

mulheres poacutes menopausa (n=86)

Caracteriacutesticas Meacutedia plusmn desvio padratildeo

Idade (anos) 7255 plusmn 897

Idade da

menarca (anos) 1324 plusmn 184

Idade da

menopausa

(anos)

4608 plusmn 614

Tempo de

menopausa

(anos)

2618 plusmn976

Peso (kg)sect 6342 plusmn 1055

Altura (m)deg 155 plusmn 008

IMC (kgm2) 2643 plusmn 557

n=85 sectn=83 ordmn=82 n=81 n=80

Tabela 2-Caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas das

mulheres poacutes menopausa em 2003

Caracteriacutesticas Meacutedia plusmn desvio padratildeo

Idade (anos) 6463plusmn1270

Idade da

menarca (anos)

1304 plusmn 193

Idade da

menopausa

(anos)

4755 plusmn 601

Tempo de

menopausa

(anos)

1700 plusmn 1076

Peso (kg)sect 6533 plusmn 1270

Altura (m)deg 155 plusmn 006

IMC (kgm2) 2696 plusmn 477

34

Tabela 3 ndash Incidecircncia de fraturas em mulheres poacutes menopausa segundo a

localizaccedilatildeo de fratura 2003-2011

Tipo da fratura

n

Veacutertebra 1 38

Fecircmur 1 38

Costela 2 77

Antebraccedilo 13 500

Uacutemero 4 145

Peacute 5 192

Total 26 1000

Nota Algumas pacientes tiveram mais de uma fratura no periacuteodo

Tabela 4- Relaccedilatildeo entre idade e fratura nas mulheres na poacutes menopausa

Total

Fratura

Idade (anos) Natildeo Sim

N () n () n ()

54 a 64 anos 18 209 14 206 4 222

65 a 79 anos 48 558 39 574 9 500

80 a 97 anos 20 233 15 221 5 278

Total 86 1000 68 1000 18 1000

Meacutedia (DP) 725 (90) 713 (77) 729 (93)

Nota P-valor pelo teste de Mann-Whitney=0813

35

Tabela 5 - Incidecircncia de fratura em mulheres poacutes-menopausa segundo

resultado da USO 2003-2011

Resultado da

USO

Total

Fratura p-valor

Sim Natildeo

n n

()

IC95 n

()

Normal 36 7 194

89 -

3472

29 806

0496

Alterado 50 11 220

121 -

350

39 780

Total 86 18 209

133 -

305

68 791

Nota Risco relativo = 113 (IC95 048 - 263)

36

Tabela 6 ndash Caracteriacutesticas cliacutenicas de mulheres poacutes-menopausa segundo

fratura (n=86)

Fratura

Natildeo (n=68) Sim (n=18) Total

n ( ) n ( )

IMC

Abaixo do pesoNormal 24 (353) 5 (278) 28 0792

Sobrepeso 27 (397) 9 (500) 36

Obeso 17 (250) 4 (222) 21

Histoacuterico familiar de fratura de quadril

Natildeo 66 (985) 13 (867) 79 0085

Sim 1 (15) 2 (133) 3

Osteoporose

Natildeo 44 (800) 9 (529) 53 0055

Sim 11 (200) 8 (471) 19

Uso de anticoncepcional

Natildeo 32 (485) 10 (556) 42 0791

Sim 34 (515) 8 (444) 42

Ausecircncia de mentruaccedilatildeo

Natildeo 60 (909) 16 (941) 76 1000

Sim 6 (91) 1 (59) 7

Retirou o uacutetero

Natildeo 46 (687) 9 (500) 55 0170

Sim 21 (313) 9 (500) 30

Retirou os ovaacuterios

Natildeo 53 (815) 11 (647) 64 0187

Sim 12 (185) 6 (353) 18

Reposiccedilatildeo hormonal

Natildeo 51 (761) 13 (722) 64 0763

Sim 16 (239) 5 (278) 21

Amamentou

Natildeo 14 (206) 4 (222) 18 1000

Sim 54 (794) 14 (778) 68

Acamado por mais de dois meses

Natildeo 63 (940) 13 (765) 76 0049

Sim 4 (60) 4 (235) 8

Caracteriacutesticas clinicas

p-valor do

teste exato

de Fisher

37

Tabela 7 - Caracteriacutesticas comportamentais de mulheres poacutes-menopausa segundo

fratura (n=86)

Fratura

Natildeo (n=68) Sim (n=18) Total

n ( ) n ( )

Tabagismo

Natildeo fumante 47 (758) 14 (875) 61 0499

FumanteEx-fumante 15 (242) 2 (125) 17

Etilismo no uacuteltimo ano

Natildeo 48 (706) 15 (833) 63 0376

Sim 20 (294) 3 (167) 23

Atividade fiacutesica ateacute os 25 anos

Leve 38 (559) 11 (611) 49 0792

ModeradaPesada 30 (441) 7 (389) 37

Atividade fiacutesica entre os 25 e 50 anos

Leve 38 (559) 10 (556) 48 1000

ModeradaPesada 30 (441) 8 (444) 38

Atividade fiacutesica acima dos 50 anos

Leve 42 (618) 12 (667) 54 0789

ModeradaPesada 26 (382) 6 (333) 32

Frequecircncia diaacuteria de leite ateacute 25 anos

Nenhummenos 1 copodia 34 (500) 8 (444) 42 0910

1 a 2 coposdia 31 (456) 9 (500) 40

3 coposdia ou mais 3 (44) 1 (56) 4

Frequecircncia diaacuteria de leite apoacutes 50 anos

Nenhummenos 1 copodia 34 (500) 6 (333) 40 0103

1 a 2 coposdia 31 (456) 9 (500) 40

3 coposdia ou mais 3 (44) 3 (167) 6

Caracteriacutesticas

comportamentais

p-valor do

teste exato

de Fisher

Tabela 8- Coeficientes de correlaccedilatildeo de Spearman (rs) entre idade IMC e tempo de

menopausa em mulheres poacutes-menopausa

Variaacuteveis

IMC IdadeTempo de

menopausa

r s 1 -0144 -0151

p-valor 0569 0550

r s -0227 1 0736

p-valor 0074 lt0001

r s -0295 0761 1

p-valor 0020 lt0001

Variaacuteveis

IMC

Idade

Tempo de menopausa

Nota o triacircngulo superior direito (parte hachurada) se refere agraves correlaccedilotildees para as mulheres com

fratura e o inferior esquerdo (parte natildeo hachurada) agraves mulheres sem fratura

38

7 Discussatildeo

No Brasil os principais fatores cliacutenicos de risco para fraturas por fragilidade oacutessea

eram extrapolados a partir de estudos internacionais O estudo vem acrescentar informaccedilotildees

para se conhecer os fatores relacionados agrave essas fraturas Nossos resultados revelam que a

idade avanccedilada a historia familiar de fratura de quadril o diagnoacutestico de osteoporose e

tambeacutem o paciente ficar acamado por mais de 2 meses foram considerados fatores de risco

para fraturas por fragilidade oacutessea

Esse estudo mostrou concordacircncia com a Johnell amp Kanis (2006) onde o principal

siacutetio mundial de fratura por fragilidade oacutessea nas mulheres apoacutes a menopausa foi o antebraccedilo

Segundo o estudo Latin American Vertebral Osteoporosis Study (LAVOS) (Clark et al

2009) a fratura vertebral eacute a mais prevalente da ameacuterica latina com uma prevalecircncia de

142 diferente do nosso estudo onde a coluna vertebral e o colo do fecircmur aparecem

juntos em uacuteltimo lugar na lista de incidecircncia dos siacutetios de fratura Isso pode ser atribuiacutedo

devido a diferenccedila nos criteacuterios de definiccedilatildeo de fraturas pois no LAVOS optou-se pela

medida radiograacutefica do local de fraturas enquanto no nosso estudo as fraturas foram referidas

pelas pacientes

Os consensos sobre osteoporose tecircm propostos algoritmos para identificar indiviacuteduos

de alto risco para fraturas (Kanis et al 2008 WHO 1999) Para tanto a associaccedilatildeo de fatores

de risco para fraturas com a medida da USO eacute de suma importacircncia embora sejam poucas as

pacientes que tecircm oportunidade de realizar esse exame (Oliveira et al 2007) Assim o

presente trabalho mostrou um risco para fraturas por fragilidade oacutessea 13 maior nas

pacientes com resultado de USO alterada em relaccedilatildeo as pacientes que tiveram resultados de

39

USO normais vindo de encontro aos resultados encontrados por Oliveira et al (2007)

Corroborando o USO como um meacutetodo confiaacutevel para a prediccedilatildeo de fraturas

E semelhante a Pinheiro et al (2010a) o presente estudo revelou que os principais

fatores de risco para fraturas por fragilidade oacutessea satildeo a idade avanccedilada a historia familiar de

fratura de quadril e a presenccedila de osteoporose Isso pode ser atribuiacutedo ao fato de que no

estudo de Pinheiro et al (2010a) assim como no nosso estudo a populaccedilatildeo ser

predominantemente de mulheres acima dos 65 anos e viverem em aacuterea urbana tendo haacutebitos

de vida parecidos

O achado em nosso estudo que apresentou significacircncia estatiacutestica refere-se ao fator

de risco ldquopaciente acamado por mais de dois mesesrdquo como disposto na literatura (Pinheiro et

al 2010b Demir et al 2008) O que acontece eacute que com o paciente acamado por tempo

prolongado um maior remodelamento oacutesseo eacute observado Os osteoclastos responsaacuteveis pela

absorccedilatildeo oacutessea sobrepotildee os osteoblastos predispondo as fraturas por fragilidade oacutessea

(Fyhrie amp Schaffler 1994) Assim observou-se no estudo que 235 das pacientes

acamadas por mais de dois meses sofreram alguma fratura por fragilidade oacutessea com p valor

lt005 Isso reafirma a associaccedilatildeo entre a paciente ficar acamada por mais de dois meses e

sofrer fratura por fragilidade oacutessea Por outro lado o exerciacutecio fiacutesico que estaacute sabidamente

relacionado ao aumento da resistecircncia muscular do equiliacutebrio e da flexibilidade contribuindo

para a reduccedilatildeo da perda oacutessea e melhora da sauacutede em geral (Chan 2003) natildeo se mostrou

como fator de proteccedilatildeo neste estudo Provavelmente devido ao baixo percentual encontrado

de pacientes que praticavam atividade fiacutesica moderada ou pesada

O elevado IMC e a terapia de reposiccedilatildeo hormonal natildeo desempenharam papel protetor

na nossa populaccedilatildeo como seria o esperado por estudos anteriores (Pinheiro et al 2010c

40

Buttros et al 2011) Ao contrario o sobrepeso e obesidade foram considerados fatores de

risco Isso pode ser atribuiacutedo ao IMC meacutedio dessa populaccedilatildeo ser 264 (kgm2) (DPplusmn 55)

limiacutetrofe para sobrepeso Embora esse dado demonstre contrariedade com a literatura que

estabelece relaccedilatildeo inversa entre obesidade e fraturas por fragilidade oacutessea em nosso estudo

ter maior peso e IMC natildeo seriam fatores de risco para fraturas e sim caracteriacutesticas das

mulheres mais idosas em um contexto social de baixa escolaridade e renda Esse fato eacute

confirmado pelos resultados da Pesquisa Nacional sobre Sauacutede e Nutriccedilatildeo ( Batista F et al

2003) que demonstraram caraacuteter ascendente da obesidade nos estratos de mulheres com baixa

renda residentes na regiatildeo Sudeste

Aleacutem disso haacutebitos de vida como tabagismo e etilismo sabidamente relacionados agrave

maior risco para fraturas por fragilidade oacutessea (Pinheiro et al 2010) tambeacutem natildeo se

mostraram estar associados nesse estudo

A necessidade de caacutelcio do ser humano varia ao longo da vida e uma ingestatildeo

adequada para mulheres acima de 50 anos eacute de 1200 mg pois com a idade o corpo

naturalmente perde um pouco da capacidade de absorccedilatildeo de minerais (Nuacutecleo de Estudos e

Pesquisas em Alimentaccedilatildeo 2006) O fato de apenas 44 das mulheres que natildeo tiveram

fraturas e 167 das mulheres que tiveram fraturas ter referido consumo superior a

900mgdia (3 ou mais copos) foi fator de surpresa principalmente levando-se em conta o PIB

per capita da cidade superior ao da maioria dos municiacutepios brasileiros (IPEA 2000)

Assim como em estudos preacutevios (Pinheiro et al 2010c NHI 2001 Demir et al

2008) nossos dados tambeacutem demonstraram o hipoestrogenismo como importante fator de

risco para fraturas por fragilidade oacutessea jaacute que as pacientes com fratura tecircm entre 19 e 29

anos de menopausa Em recente estudo Demir et al (2008) estudaram 2769 mulheres na

41

poacutes-menopausa correlacionando a ocorrecircncia de osteoporose com o tempo de menopausa

Demonstraram que 106 das pacientes com ateacute trecircs anos de poacutes-menopausa tinham

osteoporose contra 329 das pacientes com sete anos ou mais Acredita-se que a deficiecircncia

estrogecircnica seja responsaacutevel por dois terccedilos da perda de massa oacutessea levando

consequentemente agraves fraturas por fragilidade oacutessea assim como observado (Position

statement of the North American Menopause Society 2010)

Os dados deste estudo podem ser limitados pois apesar de tratar-se de uma coorte as

participantes reportaram dados referentes a estilo de vida dieta antecedentes familiares e

pessoais o que pode ter ocasionado algum vieacutes recordatoacuterio Outra limitaccedilatildeo eacute que como

avaliado por Oliveira et al (2007) esta populaccedilatildeo apresenta a maior parte das mulheres com

baixo niacutevel socioeconocircmico e escolaridade sem acesso agrave adequada educaccedilatildeo nutricional e agrave

atividade fiacutesica orientada Por outro lado resultados encontrados sem significacircncia estatiacutestica

podem ter sido ocasionados pelo tamanho amostral reduzido devido a dificuldade de

rastreamento da populaccedilatildeo uma vez que a unidade de sauacutede natildeo atualizou o endereccedilo e

telefone das mulheres eleitas para o estudo Talvez se tivesse sido realizado contato anual

com essas mulheres natildeo teriacuteamos perdido o seguimento delas

42

8 Conclusatildeo

Devido agrave sua alta prevalecircncia e associaccedilatildeo com mortalidade e incapacidade a fratura

devido agrave fragilidade oacutessea deve ser considerada um problema de sauacutede puacuteblica no Brasil

Apesar das limitaccedilotildees o presente estudo foi realizado de forma prospectiva em mulheres

brasileiras na poacutes-menopausa devendo os seus resultados serem levados em consideraccedilatildeo

para a formulaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas de sauacutede para a prevenccedilatildeo e estrateacutegias de tratamento

para as fraturas Os fatores de risco encontrados como a idade avanccedilada a histoacuteria familiar

de fratura de quadril e a presenccedila de osteoporose devem ser acompanhados e combatidos para

tentar-se diminuir o risco para as fraturas Assim como o USO mostrou ser um meacutetodo

confiaacutevel para avaliar o risco para fraturas podendo ser implementado em maior escala do

que a atual Entatildeo acreditamos que novos estudos prospectivos com uma amostra mais

representativa devam ser realizados para se confirmar os fatores associados a fraturas por

fragilidade oacutessea na populaccedilatildeo brasileira para cada vez mais conhecermos o perfil da nossa

populaccedilatildeo e termos subsiacutedios para combater esse agravo

43

9 Referecircncias Bibliograacuteficas

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48

10 Anexo 1 - Instrumento de coleta - EVOS (EUROPEAN VERTEBRAL

OSTEOPOROSIS STUDY)

Data _________

Nome________________________________________________________

Endereco_____________________________________________________

Fone _____________ Data de nascimento _________ RG

1- Dados antropomeacutetricos

Peso (Kg) Altura (m) IMC

2- Dados Ginecoloacutegicos

Idade da primeira menstruacao anos

Vocecirc jaacute usou piacutelula anticoncepcional por mais de 3 meses

sim natildeo natildeo sei

Vocecirc jaacute ficou algum periacuteodo em sua vida sem menstruar antes da menopausa (exceto se

gravidez) sim natildeo natildeo sei

Idade da ultima menstruaccedilatildeo anos

Numero de filhos

Vocecirc fez cirurgia para retirar o uacutetero sim com Idade ____ (anos)

natildeo natildeo sei

E para retirar os ovaacuterios (um ou os dois) sim idade ___ (anos)

natildeo natildeo sei

Vocecirc fez reposiccedilatildeo hormonal apos a menopausa sim natildeo natildeo sei

Se sim quando iniciado o periacuteodo foi superior a 1 ano sim natildeo natildeo sei

49

Vocecirc notou os seguintes sintomas na menopausa

calores sim natildeo natildeo sei

depressatildeo sim natildeo natildeo sei

insocircnia sim natildeo natildeo sei

outros sim natildeo natildeo sei

Vocecirc amamentou sim natildeo natildeo sei

Se sim quantas crianccedilas vocecirc amamentou por mais que 3 meses

3- Dados familiares

Em sua famiacutelia (pai matildee irmatildeos) existe historia de fratura de quadril apos os 50 anos de

idade sim natildeo natildeo sei

4- Histoacuteria de fratura

Vocecirc jaacute teve alguma fratura sim natildeo natildeo sei

Se sim em qual sitio esqueleacutetico com que idade e qual foi o tipo de trauma

Sitio Numero Idade (anos) Niacutevel do trauma

Vertebra

Fecircmur (colo trocanter)

Costela

Antebraccedilo

Uacutemero

Pe

Outras

Vocecirc sabe que tem osteoporose sim tenho natildeo natildeo tenho natildeo sei

5- Aacutelcool

Com que frequecircncia vocecirc bebeu no ultimo ano

Diariamente 5-6 dsem 3-4 dsem

50

1 -2 dsem lt 1 dsem nunca

Tipo de bebida destilados (uiacutesque cachaccedila vodka)

fermentados (cerveja vinho)

6- Imobilizaccedilatildeo

Vocecirc jaacute ficou acamado por um periacuteodo superior a 2 meses

sim natildeo natildeo sei

Se sim foi antes ou apos os 25 anos de idade

ano passado nunca

7- Fumo

Vocecirc fumou cigarro ou usou outras formas de fumo (cachimbo ou charuto)

atualmente no passado nunca

Com que idade iniciou anos

Se parou com que idade anos

Numero de cigarrosdia

8- Atividade Fiacutesica

Quantas tempo costuma passar diariamente ao ar livre caminhando ou andando de bicicleta

nenhuma a 1 h superior a 1 h

Qual a sua atividade fiacutesica durante diferentes periacuteodos de sua vida adulta

Ate os 25 anos 25 a 50 anos acima 50 anos

Niacutevel 1 (leve) 2 (moderada) 3 (pesada) 4

(muito pesada)

9- Impacto

Como vocecirc descreveria sua sauacutede geral neste momento

muito boa boa satisfatoacuteria regular ruim

10- Interrogatoacuterio sobre drogas

51

Vocecirc jaacute usou alguma medicaccedilatildeo oral ou injetaacutevel contendo corticosteroides por mais de 3

meses sim natildeo natildeo sei

Vocecirc jaacute usou alguma desses remeacutedios

Droga sim natildeo sei tempo

(meses)

parou ha quanto tempo

Hormocircnios

masculinos

Hormocircnios

femininos

Calcitonina

Fluacuteor

Caacutelcio

Vitamina D

Anabolizantes

Diureacuteticos

tiazidicos

11- Ingestatildeo de caacutelcio

Com que frequecircncia vocecirc comeu produtos derivados do leite na semana passada

(diassemana)

queijo amarelo queijo branco iogurte leite sorvete

Para os periacuteodos indicados abaixo com que frequecircncia vocecirc recebeu leite

ate 25 anos 25 a 50 anos Acima de 50 anos

Todas as refeiccedilotildees (3 ou + coposdia)

1-2 coposdia

52

Toda semana mas natildeo todo dia

lt 1 vezsemana

53

11 Anexo 2 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Projeto de Pesquisa Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade

oacutessea em mulheres na menopausa

Pesquisador responsaacutevel Dra Lizanka Paola F Marinheiro

Instituiccedilatildeo responsaacutevel Instituto Fernandes Figueira

Vocecirc estaacute sendo convidado a participar do projeto de pesquisa intitulado

Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea em mulheres na

menopausa por que vocecirc participou do estudo anterior realizado haacute 7 anos sobre a

osteoporose e suas consequumlecircncias

54

A osteoporose e uma doenccedila que se caracteriza pela diminuiccedilatildeo da resistecircncia do osso

tornando-o mais fraacutegil Essa fragilidade aumenta o risco da pessoa que tem osteoporose de ter

fraturas mesmo com atividades comuns como tossir ou espirrar

Com isso esse trabalho deseja avaliar a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea na

populaccedilatildeo de mulheres na poacutes menopausa residente da Ilha de Paquetaacute apoacutes 7 anos de

seguimento do uacuteltimo estudo transversal

Vocecirc natildeo eacute obrigada a participar Mas se quiser vocecirc teraacute que responder a um

questionaacuterio Para participar vocecirc natildeo teraacute que pagar nada O resultado seraacute fornecido apenas

a vocecirc ningueacutem mais saberaacute Suas duvidas seratildeo esclarecidas e vocecirc devera continuar

acompanhamento com seu meacutedico assistente Se vocecirc natildeo quiser participar natildeo seraacute

submetida a nenhum constrangimento fiacutesico ou moral e seu atendimento no posto de sauacutede

natildeo seraacute prejudicado A participante poderaacute se retirar do estudo a qualquer momento que

julgar necessaacuterio sem prejuiacutezo para a mesma O resultado de toda a pesquisa seraacute divulgada e

atraveacutes de artigos cientiacuteficos em revistas encontros congressos ou similares sem a

divulgaccedilatildeo dos nomes de quem participou de forma sigilosa

Sua participaccedilatildeo no estudo natildeo implicaraacute em custos adicionais O (A) Sr (a) natildeo teraacute

qualquer despesa com a realizaccedilatildeo dos procedimentos previstos neste estudo que seratildeo

custeados pelo pesquisador responsaacutevel Tambeacutem natildeo haveraacute nenhuma forma de pagamento

pela sua participaccedilatildeo

Caso surja alguma duacutevida quanto agrave eacutetica do estudo o (a) Sr(a) deveraacute se reportar ao

Comitecirc de Eacutetica em Pesquisas envolvendo seres humanos ndash subordinado ao Conselho

Nacional de Eacutetica em Pesquisa oacutergatildeo do Ministeacuterio da Sauacutede atraveacutes de solicitaccedilatildeo ao

representante de pesquisa que estaraacute sob contato permanente ou contactando o Comitecirc de

Eacutetica em Pesquisa desta instituiccedilatildeo no telefone (21) 3971-1590 Eacute assegurado o completo

55

sigilo de sua identidade quanto a sua participaccedilatildeo neste estudo incluindo a eventualidade da

apresentaccedilatildeo dos resultados deste estudo em congressos e perioacutedicos cientiacuteficos

Eu________________________________________________________________________

residente do endereccedilo__________________________ fui informada dos objetivos e da

justificativa deste trabalho de forma clara e detalhada pela Dra Adriana de Mattos V da

Costa Recebi informaccedilotildees especificas sobre cada procedimento no qual estarei envolvida

dos desconfortos e riscos previstos tanto quanto dos benefiacutecios esperados Todas as minhas

duvidas foram respondidas com clareza e sei que poderei solicitar novos esclarecimentos a

qualquer momento Aleacutem disso sei que novas informaccedilotildees obtidas durante o estudo me seratildeo

fornecidas e que terei liberdade de retirar meu consentimento de participaccedilatildeo face a estas

informaccedilotildees sem prejuiacutezo para mim Aleacutem disto me foi entregue uma coacutepia da folha de

informaccedilotildees para os participantes a qual li compreendi e me deu plena liberdade para decidir

acerca da minha espontacircnea participaccedilatildeo nesta pesquisa Minha identidade jamais seraacute

publicada Os dados colhidos poderatildeo ser examinados por pessoas envolvidas no estudo com

autorizaccedilatildeo delegada do investigador e por pessoas delegadas pelo patrocinador Estou

recebendo uma coacutepia assinada deste Termo

Os pesquisadores responsaacuteveis pelo Projeto satildeo a Dra Lizanka Paola F Marinheiro e

sua aluna a Dra Adriana de Mattos Viveiros da Costa

56

Participante

Nome _________________________________

Assinatura________________________________

Data_________________________________________

Investigador

Nome____________________________________

Assinatura________________________________

Data_______________________________________

Pesquisadora

Nome______________________________________

Assinatura___________________________________

Data__________________________________________

Dra Lizanka Paola F Marinheiro

lizankaglobocom

tel 25541700

Dra Adriana de Mattos Vda Costa

adrianamattosmedyahoocombr

tel 87273315

Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa

Rua Afonso Cavalcanti 455 sala 710 ndash Cidade Nova -

Telefone 3971-1463

15

residente de uma ilha localizada no litoral fluminense Jaacute que a literatura nessa aacuterea eacute escassa

e para que compreendendo melhor a dinacircmica da fratura por fragilidade oacutessea possamos

intervir antes que ela ocorra melhorando a qualidade de vida dessas mulheres e diminuiacutedo os

gastos com a sauacutede

16

3 Objeto de Estudo

Estudo de fatores associados agraves fraturas por fragilidade oacutessea em mulheres na poacutes-

menopausa atendidas em uma unidade baacutesica de sauacutede

Questionamento

Quais os fatores associados agrave ocorrecircncia de fraturas em mulheres poacutes-menopausa

acompanhadas em uma unidade baacutesica de sauacutede

31 Objetivos

311 Geral

Avaliar os fatores relacionados agrave ocorrecircncia de fraturas em mulheres poacutes-menopausa

acompanhadas em uma unidade baacutesica de sauacutede

312 Especiacuteficos

a- Avaliar se a ocorrecircncia de fraturas foi maior nas pacientes identificadas como risco

aumentado para fraturas pelo ultrassonometria oacutessea de calcacircneo preacutevia

b- Verificar a associaccedilatildeo entre as fraturas por fragilidade oacutessea e os dados cliacutenicos

comportamental e demograacuteficos (idade e sexo) das pacientes

c- Analisar se o tempo de menopausa influencia a ocorrecircncia de fraturas por fragilidade

oacutessea

17

4 Marco Teoacuterico

A osteoporose pode ser definida como doenccedila osteometaboacutelica caracterizada pela

diminuiccedilatildeo da densidade mineral oacutessea com alteraccedilotildees na sua microestrutura que conduzem

a um aumento da fragilidade oacutessea e uma tendecircncia a fraturas por traumatismos pouco

intensos Dado o exposto esta constitui o verdadeiro problema de sauacutede puacuteblica devido agrave sua

alta taxa de morbimortalidade e altos custos (Vianna et al 2001 International Osteoporosis

Foundation 2005)

Com relaccedilatildeo ao hipoestrogenismo observa-se que as mulheres apresentam uma perda

oacutessea mais acelerada nos dez primeiros anos apoacutes a instalaccedilatildeo da menopausa do que os

homens da mesma idade adquirindo risco de fratura mais precocemente do que eles (NHI

2001) Esta diminuiccedilatildeo de massa oacutessea total poderaacute ser ateacute dez vezes a diminuiccedilatildeo ocorrida

antes deste periacuteodo podendo chegar a 2 a 4 ao ano para o osso trabecular e de 1 para o

cortical (NHI 2001) A deficiecircncia de estrogecircnio aumenta o remodelamento oacutesseo e pode

agravar o desequiliacutebrio nas unidades de remodelamento com o aumento do tempo de vida dos

osteoclastos em detrimento dos osteoblastos (Fyhrie amp Schaffler 1994)

Na maioria dos casos a perda oacutessea eacute assintomaacutetica Quando sinais e sintomas da

osteoporose aparecem se relacionam com a ocorrecircncia de fraturas mais comumente na

porccedilatildeo distal do antebraccedilo (fratura de Colles) na coluna vertebral e no colo do fecircmur

(International Osteoporosis Foundation 2005) A maior incidecircncia de fraturas eacute observada

em mulheres brancas na poacutes menopausa (Pinheiro et al 2010a b)

Pinheiro et al (2010) analisaram 275 mulheres caucasoacuteides acima dos 50 anos e

acharam que 44 jaacute possuiacuteam algum tipo de fratura por osteoporose (Pinheiro et al 2010b)

A dor oacutessea eacute consequumlecircncia tanto das fraturas quanto das deformidades oacutesseas As fraturas

18

vertebrais satildeo as mais comuns poreacutem satildeo geralmente assintomaacuteticas e portanto menos

diagnosticadas Poreacutem podem causar dor perda de peso deformidade na coluna espinhal e

perda de estabilidade ao andar (International Osteoporosis Foundation 2005) Apenas 10

das fraturas de veacutertebras cursam com hospitalizaccedilatildeo mesmo que causem dor e diminuiccedilatildeo da

qualidade de vida Elas ocorrem entre os 50 e 60 anos de idade com maior frequecircncia

(International Osteoporosis Foundation 2005)

Jaacute as fraturas do fecircmur satildeo as mais letais devido a complicaccedilotildees poacutes-operatoacuterias As

principais causas de mortalidade satildeo as infecccedilotildees e tromboembolismo As fraturas de quadril

satildeo menos prevalentes do que as vertebrais poreacutem de maior gravidade devido agraves altas taxas

de morbimortalidade aleacutem do alto custo para a famiacutelia e para o sistema puacuteblico de sauacutede A

mortalidade apoacutes uma fratura de quadril eacute de cerca de 20- 24 no ano seguinte a fratura

sendo acompanhada de periacuteodos de hospitalizaccedilatildeo prolongados (International Osteoporosis

Foundation 2005 Silveira et al 2005) Estimativas apontam que no ano de 2050 ocorreratildeo

aproximadamente 65 milhotildees de fratura de quadril em todo mundo (Cooper 1999) As

fraturas de punho satildeo as mais facilmente observadas por mulheres no climateacuterio chegando a

originar seis milhotildees de dias de restriccedilatildeo de trabalho por ano (International Osteoporosis

Foundation 2005)

Aleacutem do custo pessoal o impacto econocircmico gerado pela osteoporose eacute enorme

Atraveacutes do mundo eacute estimado que uma em cada trecircs mulheres acima dos 50 anos teraacute fraturas

por osteoporose Na Europa no ano 2000 foi estimada uma ocorrecircncia de 379 milhotildees de

fraturas por fragilidade oacutessea sendo que destas 890 mil eram de quadril (Tosteson et al

2008) Eacute sabido que apenas metade das pacientes que sobrevivem agrave fratura de quadril voltaraacute

a andar novamente mas dificilmente com a mesma agilidade que andava antes da fratura

Apesar de a osteoporose ser facilmente diagnosticada atraveacutes de exames e seu tratamento

19

poder ser instituiacutedo ainda eacute uma doenccedila muito subdiagnosticada e subtratada Eacute estimada na

comunidade europeacuteia que uma em cada trecircs fraturas de vertebrais recebe a atenccedilatildeo cliacutenica

que merece E uma pessoa com fratura de veacutertebra tem ateacute cinco vezes mais chance de

desenvolver nova fratura no ano seguinte fenocircmeno conhecido como fratura em cascata

(Lindsay et al 2001)

Tradicionalmente a osteoporose eacute reconhecida como uma doenccedila multifatorial sendo

70 desses fatores natildeo modificaacuteveis isto eacute definidos pela carga geneacutetica e 30

potencialmente modificaacuteveis e assim envolvidos com os aspectos ambientais Dessa forma

um uacutenico fator de risco natildeo eacute capaz de identificar indiviacuteduos com ou sem fratura Diferenccedilas

geneacuteticas raciais e antropomeacutetricas bem como da composiccedilatildeo corporal densidade oacutessea

dieta atividade fiacutesica e outros haacutebitos de vida contribuem para explicar as divergecircncias na

incidecircncia e na prevalecircncia de baixa densidade oacutessea e fraturas em diversos paiacuteses do mundo

(Pinheiro et al 2010b c) Os aspectos geneacuteticos desempenham importante influecircncia sobre a

aquisiccedilatildeo do pico de massa oacutessea e perda oacutessea relacionada agrave idade bem como na

determinaccedilatildeo das propriedades estruturais e geomeacutetricas do osso No entanto a associaccedilatildeo

entre diferentes polimorfismos gecircnicos e densidade oacutessea ou fraturas por osteoporose eacute

bastante controversa e varia em diferentes estudos inclusive no Brasil fato que pode ser

tomado como um provaacutevel reflexo das diferenccedilas de etnia e ambiental das populaccedilotildees

estudadas Da mesma forma os fatores ambientais natildeo permitem uniformizar e homogeneizar

o impacto de cada um deles em cada regiatildeo do planeta (Pinheiro et al 2010c)

Atualmente a densitometria oacutessea eacute o meacutetodo mais utilizado para avaliar a massa

oacutessea Eacute o padratildeo ouro para o diagnoacutestico de osteoporose A densidade mineral oacutessea (DMO)

eacute expressa em nuacutemero absolutos em gramas de mineral por centiacutemetro quadrado escaneado

ou ainda comparado com a DMO esperada para a idade e sexo da paciente (z escore) ou

20

comparado a DMO de adultos jovens normais do mesmo sexo (t-escore) A diferenccedila entre o

escore do paciente e o padratildeo eacute expressa em desvios padrotildees acima ou abaixo da meacutedia

(Castro et al 1999)

Segundo a Sociedade Brasileira de Densitometria Cliacutenica no consenso de 2008 satildeo

indicaccedilotildees para avaliaccedilatildeo da densidade mineral oacutessea (Brandatildeo et al 2009)

rdquoMulheres com idade gt a 65 anos e homens com idade gt a 70 anos

Mulheres acima de 40 anos na transiccedilatildeo menopausal (1-2) e homens acima de 50

anos de idade com fatores de risco

Adultos com antecedente de fratura por fragilidade condiccedilatildeo cliacutenica ou uso de

medicamentos associados agrave baixa massa oacutessea ou perda oacutessea

Indiviacuteduos para os quais satildeo consideradas intervenccedilotildees farmacoloacutegicas para

osteoporose

Indiviacuteduos em tratamento para osteoporose para monitoramento de sua eficaacutecia

Indiviacuteduos que natildeo estejam sob tratamento poreacutem nos quais a identificaccedilatildeo de perda

de massa oacutessea possa determinar a indicaccedilatildeo do tratamento

Mulheres interrompendo terapia hormonal (TH)rdquo

Arq Bras Endocrinol Metab 2009 531 pag108

A proacutepria definiccedilatildeo de osteoporose pela Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede reunida em

Hong Kong em 1994 estabeleceu criteacuterios diagnoacutesticos baseados em valores obtidos pela

densitometria oacutessea classificando como osteopecircnicas aquelas mulheres que apresentarem-se

entre 1 e 25 desvios-padratildeo (DP) abaixo da meacutedia para adultas jovens e de osteoporoacuteticas as

que se encontrarem com mais de 25 DP abaixo da meacutedia para adultas jovens (Castro et al

1999 WHO 1999)

A densitometria oacutessea apresenta como desvantagens no entanto o fato de utilizar uma

fonte de radiaccedilatildeo ionizante e possuir um elevado custo que limita seu uso em estudos

populacionais principalmente em nosso paiacutes onde os recursos destinados agrave sauacutede da

populaccedilatildeo mais carente satildeo miacutenimos Sempre tentando diminuir o impacto dos gastos com

21

sauacutede eacute estimulada a busca por meacutetodos natildeo poluentes e mais baratos mas que tragam as

mesmas informaccedilotildees que os meacutetodos jaacute estabelecidos Em funccedilatildeo disto a USO vem sendo

avaliada e alguns resultados promissores tecircm sido apresentados (Castro et al 1999) Baseia-se

na modificaccedilatildeo das caracteriacutesticas de ultrassom transmitido atraveacutes de ossos de localizaccedilatildeo

mais superficiais como no calcacircneo tiacutebia falanges ou patela Os sistemas atuais se

constituem de dois transdutores sendo um transmissor e outro receptor posicionados em

locais diferentes do osso a ser estudado Os aparelhos existentes entre noacutes avaliam o

calcacircneo osso predominantemente trabecular atraveacutes das medidas de velocidade de

transmissatildeo do ultrassom (SOS em ms) e da atenuaccedilatildeo da frequumlecircncia do ultrassom (BUA em

dBMHz) (Kanis et al 2008) Novamente de acordo com a orientaccedilatildeo da Sociedade Brasileira

de Densitometria Cliacutenica de 2008 as recomendaccedilotildees para ultrassonometria oacutessea satildeo

(Brandatildeo et al 2009)

rdquoO uacutenico siacutetio validado para o uso cliacutenico da USO em osteoporose eacute o calcacircneo

Equipamentos de USO de calcacircneo validados satildeo capazes de estimar fratura por

fragilidade em mulheres na poacutes-menopausa e em homens com idade superior a 65 anos

independentemente da densidade mineral oacutessea medida em equipamentos de DMO

central

A correlaccedilatildeo entre os resultados obtidos por USO e DMO ccccccc entral eacute

moderada

USO do calcacircneo associada a fatores de risco cliacutenicos podem ser usados para

identificar populaccedilatildeo com baixa probabilidade de fratura na qual avaliaccedilatildeo adicional

natildeo seja mais necessaacuteria

Medidas de DMO central na coluna e no fecircmur constituem o meacutetodo de escolha para a

tomada de decisatildeo terapecircutica Entretanto se a DMO central natildeo for acessiacutevel o

tratamento farmacoloacutegico pode ser iniciado se a probabilidade de fratura avaliada pelo

USO do calcacircneo com pontos de corte especiacuteficos associados a fatores de risco

cliacutenicos for suficientemente alta

Equipamentos de USO natildeo satildeo clinicamente uacuteteis no monitoramento de efeitos

esqueleacuteticos dos medicamentos disponiacuteveis para o tratamento da osteoporoserdquo

Arq Bras Endocrinol Metab 2009 531 pag110

22

Em 2003 foi realizada uma dissertaccedilatildeo de mestrado (Oliveira et al 2007) sobre a

utilizaccedilatildeo do USO para estimar a prevalecircncia de risco aumentado de fraturas em uma

populaccedilatildeo de mulheres na poacutes menopausa residentes da Ilha de Paquetaacute Em trabalho

realizado por Oliveira e cols nesta instituiccedilatildeo Foi realizado um estudo transversal com

recrutamento de 385 mulheres residentes da Ilha Todas as mulheres responderam a

questionaacuterio previamente estruturado e foram submetidas a medidas antropomeacutetricas e a

USO As medidas de USO foram realizadas segundo o manual do fabricante A idade da

populaccedilatildeo estudada variou entre 42 e 95 anos Os resultados encontrados mostram que

5922 da amostra apresentava algum tipo de alteraccedilatildeo a USO com t score menor que -1

Esse grupo era composto por mulheres mais idosas com menor peso menor altura e menor

percentual de gordura quando comparado com o grupo com t score lt ndash 1 Foi encontrado que

1688 das pesquisadas possuiacuteam alto risco para fraturas com t score lt -25 E as mulheres

do grupo de alto risco tinham maior peso e IMC paracircmetros conhecidos como protetores

Embora divergente da literatura a autora atribui esses resultados a caracteriacutesticas das

mulheres mais idosas em um contexto social de baixa escolaridade e renda (Oliveira et al

2007)

23

5 Materiais e Meacutetodos

51 Populaccedilatildeo

A Ilha de Paquetaacute dista aproximadamente 15 km da Praccedila XV no Centro da Cidade

do Rio de Janeiro sendo a principal ilha do arquipeacutelago de Paquetaacute situada ao nordeste da

Baiacutea de Guanabara A populaccedilatildeo e frequecircncia da Ilha satildeo extremamente sazonais sendo

aproximadamente 2200 domiciacutelios (entre moradores e veranistas) Os moradores fixos

correspondem a 4500 pessoas em sua maioria de famiacutelias antigas na Ilha das quais 208

satildeo idosos ultrapassando ateacute mesmo a meacutedia nacional que eacute em torno de 12 (IBGE

2009a) Este iacutendice faz de Paquetaacute o erceiro bairro em nuacutemero de idosos no municiacutepio sendo

que sua populaccedilatildeo pode ser considerada envelhecida segundo os criteacuterios da Organizaccedilatildeo

Mundial da Sauacutede (OMS 2003) Embora a maioria da populaccedilatildeo seja branca existem 109

de negros 256 de pardos e 01 de iacutendios Cerca de 90 dos domiciacutelios possuem aacutegua

tratada e 9957 tratamento de esgoto As famiacutelias residentes nesta regiatildeo satildeo compostas em

meacutedia por trecircs pessoas com rendimento meacutedio per capita de 301 salaacuterios miacutenimos (IPEA

2000) e o transporte urbano eacute feito basicamente a peacute por bicicletas ou charretes puxadas por

ciclistas (IBGE 2009a)

52 Tipo de estudo

Foi realizado um estudo de coorte prospectivo na ilha de PaquetaacuteRJ no ano de 2011

Foram inicialmente alocadas todas as mulheres que participaram do estudo anterior

desenvolvido no ano de 2003 (Oliveira et al 2007)

24

53 Criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo

Os criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo foram os mesmos utilizados do estudo anterior

(Oliveira et al 2007) Sendo os criteacuterios de inclusatildeo as mulheres que estavam na menopausa

e que tinham residecircncia fixa na Ilha de Paquetaacute e os criteacuterios de exclusatildeo a historia pessoal

de doenccedilas que sabidamente afetam o metabolismo oacutesseo direta ou indiretamente (como

artrite reumatoacuteide luacutepus eritematoso sistecircmico hiperparatireoidismo osteogecircnese imperfeita)

e as neoplasias malignas exceto carcinoma basocelular de pele

54 Alocaccedilotildees de pacientes

A populaccedilatildeo elegiacutevel era constituiacuteda pelas 385 mulheres alocadas no estudo inicial

(Oliveira et al 2007) No trabalho de Oliveira et al (2007) foi realizado um estudo transversal

com recrutamento por auto-seleccedilatildeo ou demanda espontacircnea no ano de 2003 na Ilha de

Paquetaacute Rio de Janeiro Brasil Foram estudadas 385 mulheres na poacutes-menopausa

(diagnoacutestico cliacutenico) residentes no local apoacutes a aplicaccedilatildeo dos criteacuterios de exclusatildeo

(existecircncia de pino metaacutelico ou edema com cacifo em ambos os peacutes ou impossibilitadas de

posicionar os peacutes no aparelho de ultra-sonometria oacutessea) Todas as mulheres responderam na

eacutepoca a um questionaacuterio e foram submetidas a medidas antropomeacutetricas e agrave USO

No presente estudo considerando uma significacircncia de 95 e um poder de 80 uma

prevalecircncia de 15 de fraturas na populaccedilatildeo de risco (Clark et al 2009) o tamanho amostral

previsto foi de 130 mulheres Poreacutem devido agraves perdas o tamanho amostral final foi de 86

pacientes

Atraveacutes do banco de dados jaacute existente todas as pacientes foram re-contactadas As

mulheres foram localizadas atraveacutes de telefonemas e comparecimento no hospital local onde

25

eacute realizado a atenccedilatildeo baacutesica de sauacutede Foram realizados pelo menos 2 telefonemas com

intervalo de 1 semana entre eles Como ldquoperdasrdquo foram consideradas as pacientes natildeo

encontradas apoacutes os dois telefonemas (035 dos telefones estavam errados e 049 das

pacientes tinham telefone quebrado ou ocupado) pacientes que natildeo quiseram ou natildeo

puderam responder ao questionaacuterio (008) e pacientes falecidas (006)

As pacientes selecionadas foram submetidas a um questionaacuterio de avaliaccedilatildeo de fatores

relacionados agrave fragilidade oacutessea conhecido como European Vertebral Osteoporosis Study

(EVOS) jaacute validado previamente para o portuguecircs (OrsquoNeill et al 1996) e jaacute utilizados em

importantes estudos (Pinheiro et al 2006 Clark et al 2009) O questionaacuterio EVOS eacute

composto por dados soacutecio-demograacuteficos (idade estado civil escolaridade cor renda familiar

e nuacutemero de dependentes desta haacutebitos de vida) e histoacuteria reprodutiva pessoal sumaacuteria

(idade da menarca idade da menopausa tipo de menopausa) Os dados antropomeacutetricos

foram aferidos segundo criteacuterios adotados internacionalmente com medidas de peso e altura

observando intervalos de 01kg e 001m respectivamente

A definiccedilatildeo de fratura por fragilidade oacutessea foi a mesma utilizada por Pinheiro et al

(2010a) como aquela resultante de uma queda da proacutepria altura ou trauma menos intenso em

indiviacuteduos com 50 anos ou mais em siacutetios esqueleacuteticos especiacuteficos antebraccedilo fecircmur

costelas veacutertebras e uacutemero E a documentaccedilatildeo de fraturas foi realizada atraveacutes de relato da

paciente (fratura referida) As fraturas traumaacuteticas (apoacutes acidente automobiliacutestico ou outras

condiccedilotildees sob forte impacto) ou as de baixo impacto natildeo relacionadas agrave osteoporose (como

por exemplo as de face tornozelo metacarpo falanges) natildeo foram consideradas

O estudo obedeceu aos criteacuterios de eacutetica preconizados pela resoluccedilatildeo no 19696 do

Conselho Nacional de Sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede e foi aprovado previamente pelo Comitecirc

26

de Eacutetica em Pesquisa da FiocruzIFF e pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Prefeitura Todas

as mulheres assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido antes de qualquer

procedimento

55 Anaacutelise Estatiacutestica

Os dados foram registrados em planilha Excel e analisados pelo programa Statistical

Package for Social Sciences (SPSS) versatildeo 170 Para avaliar diferenccedilas entre os grupos as

variaacuteveis categoacutericas foram avaliadas pelo Qui-quadrado de Pearson ou o teste exato de

Fisher A relaccedilatildeo entre as variaacuteveis categoacutericas e ordinal e entre as variaacuteveis numeacutericas foi

avaliada pelo teste de Mann-Whitney que eacute um teste natildeo-parameacutetrico que equivale ao teste t

escolhido pelo tamanho da amostra A relaccedilatildeo entre as variaacuteveis numeacutericas foi avaliada pelo

coeficiente de Sperman que eacute uma estatiacutestica natildeo parameacutetrica utilizada para dados natildeo

normais eou amostra pequena Para todos os testes o niacutevel de significacircncia adotado foi de

5 A variaacutevel dependente foi a presenccedila de fratura (sim ou natildeo) e as variaacuteveis

independentes foram idade (em anos) resultado de USO (normal ou alterado) tempo de

menopausa (em anos) siacutetio de localizaccedilatildeo de fraturas IMC (abaixo do pesonormal

sobrepeso obeso) tabagismo (fumante ou natildeo fumante) atividade fiacutesica (leve

moderadapesada) frequecircncia diaacuteria de ingestatildeo de leite (em coposdia) e as variaacuteveis

binaacuterias como o histoacuterico familiar de fratura de quadril osteoporose uso de anticoncepcional

ausecircncia de menstruaccedilatildeo retirada de uacutetero ou ovaacuterios amamentaccedilatildeo paciente acamado e

etilismo O caacutelculo do risco relativo (RR) foi feito para avaliar a relaccedilatildeo entre o USO e a

presenccedila de fraturas Para isso foi considerado pacientes com USO normal aqueles com

resultados do T-score gt-11 e USO alterado aqueles com T-score lt-11 O niacutevel de atividade

fiacutesica foi classificado em atividade leve (trabalho burocraacutetico em escritoacuterio na maior parte

do tempo sentado) atividade moderada (trabalhos na maior parte do tempo em peacute como

27

vendedor e dona-de-casa) atividade pesada (enfermeira empregada domeacutestica) Oliveira et al

2010) Para caacutelculo aproximado da ingestatildeo alimentar diaacuteria de caacutelcio utilizou- se uma

adaptaccedilatildeo da Tabela Brasileira de Composiccedilatildeo de Alimentos 1 fatia queijo (90mg) 1 copo

de iogurte (1212mg) 1 copo leite (257mg) 1 bola se sorvete (135mg) E no final todos esses

alimentos foram convertidos em quantidade ingerida de copos de leite

28

6 Resultados Encontrados

61 Gerais

As caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas da populaccedilatildeo estudada estatildeo listadas na

tabela 1 A idade meacutedia das pacientes foi de 725 anos (DPplusmn 87) com a idade da menopausa

460 anos (DPplusmn 61) o tempo de menopausa 261 anos (DPplusmn 97) e o IMC de 264 (kgm2)

(DPplusmn 55) Essas caracteriacutesticas quando comparadas com o estudo anterior de 2003 (tabela

2) confirmam tratar-se da mesma populaccedilatildeo Apenas a idade e o tempo de menopausa

evidenciam ser a nossa populaccedilatildeo mais idosa Fator que se justifica pelo tempo ocorrido entre

os dois estudos

A incidecircncia de fratura por fragilidade oacutessea encontrada foi de 21 evidenciado no

graacutefico 1 Os principais siacutetios de fratura satildeo analisados na tabela 3 tendo como sitio principal

o antebraccedilo com 50 seguido pelo peacute com 192 e uacutemero 145 Jaacute na tabela 4 e no graacutefico

2 pode ser observado que a idade da populaccedilatildeo estudada variou entre 54 e 97 anos com meacutedia

de 72 anos com DP plusmn 90 No grupo de pacientes fraturadas 50 tinham entre 65 e 79 anos

sugerindo ser essa faixa etaacuteria mais susceptiacutevel as fraturas por fragilidade oacutessea

62 USO preacutevia X Fraturas

Foi verificado na tabela 5 a associaccedilatildeo entre o resultado da (USO) preacutevia e o desfecho

fraturas por fragilidade oacutessea De todas as pacientes que fizeram USO no estudo inicial 66

participaram deste estudo Das 50 pacientes que tiveram o USO alterado 22 tiveram

fraturas nesse periacuteodo E as pacientes com USO considerada normal 194 tiveram fraturas

por fragilidade oacutessea O RR= 113 (IC95 048 - 263) sugere que as mulheres que tiveram

29

USO alterado tem um risco de fraturar de 13 maior em relaccedilatildeo as pacientes com resultado

de USO considerado normal

63 Caracteriacutesticas cliacutenicas e comportamentais X Fratura

As pacientes foram analisadas quanto as variaacuteveis clinicas e comportamentais

Considerando a tabela 6 as pacientes que tiveram fraturas se mostraram com maior

sobrepeso ou obesas (722) com maior historia familiar de fratura de quadril (133) e

com maior diagnostico de osteoporose (471) do que as pacientes sem fraturas (p

valorgt005) Jaacute o uso de anticoncepcional ou o uso de reposiccedilatildeo hormonal natildeo se mostraram

ser relevantes para ocorrecircncia de fraturas nessa amostra E 235 das pacientes acamadas por

mais de dois meses sofreram alguma fratura com p valor lt005 Evidenciando associaccedilatildeo

entre a paciente ficar acamada por mais de dois meses e sofrer fratura por fragilidade oacutessea

Avaliando a tabela 7 foi notado que apenas 125 das pacientes que tiveram fratura eram

tabagistas e 167 eram etilistas natildeo se mostrando essas caracteriacutesticas como fatores de

risco A atividade fiacutesica moderadapesada ateacute 25 anos e acima de 50 anos apresentou

percentuais de 441 e 382 respectivamente Aleacutem disso entre 25 e 50 anos 444 das

pacientes com atividade fiacutesica moderadapesada tiveram fraturas e 441 das pacientes natildeo

tiveram fraturas para essa faixa etaacuteria (p valor gt005) Sendo assim natildeo houve associaccedilatildeo

entre a atividade fiacutesica e as fraturas Em relaccedilatildeo ao item ingestatildeo de leite apoacutes os 50 anos

456 das pacientes que natildeo tiveram fraturas ingeriam de 1 a 2 copos de leite por dia e

apenas 44 ingeriam mais de 3 copos de leite por dia No caso das pacientes que tiveram

fraturas apoacutes os 50 anos foi observado que 50 ingeriam de 1 a 2 copos de leite por dia e

167 ingeriam 3 copos ou mais de leite

30

64 Tempo de menopausa X Fratura

As pacientes foram avaliadas graacutefico 3 para verificar a associaccedilatildeo entre o tempo de

menopausa e o desfecho das fraturas A mediana do tempo de menopausa encontrado em

ambos os grupos foi de 262 com DP de plusmn98 Metade das pacientes que tiveram fraturas tem

entre 193 e 293 anos de menopausa com DP de plusmn72 A correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade

tempo de menopausa e IMC foi observado na tabela 8 onde evidenciada uma associaccedilatildeo

positiva entre a idade e o tempo de menopausa nos grupos de pacientes com e sem fraturas

Assim como foi verificado uma associaccedilatildeo negativa de quanto maior a idade e o tempo de

menopausa menor o IMC

31

Graacutefico 1

Graacutefico 2

32

Graacutefico 3

33

Tabela 1- Caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas das

mulheres poacutes menopausa (n=86)

Caracteriacutesticas Meacutedia plusmn desvio padratildeo

Idade (anos) 7255 plusmn 897

Idade da

menarca (anos) 1324 plusmn 184

Idade da

menopausa

(anos)

4608 plusmn 614

Tempo de

menopausa

(anos)

2618 plusmn976

Peso (kg)sect 6342 plusmn 1055

Altura (m)deg 155 plusmn 008

IMC (kgm2) 2643 plusmn 557

n=85 sectn=83 ordmn=82 n=81 n=80

Tabela 2-Caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas das

mulheres poacutes menopausa em 2003

Caracteriacutesticas Meacutedia plusmn desvio padratildeo

Idade (anos) 6463plusmn1270

Idade da

menarca (anos)

1304 plusmn 193

Idade da

menopausa

(anos)

4755 plusmn 601

Tempo de

menopausa

(anos)

1700 plusmn 1076

Peso (kg)sect 6533 plusmn 1270

Altura (m)deg 155 plusmn 006

IMC (kgm2) 2696 plusmn 477

34

Tabela 3 ndash Incidecircncia de fraturas em mulheres poacutes menopausa segundo a

localizaccedilatildeo de fratura 2003-2011

Tipo da fratura

n

Veacutertebra 1 38

Fecircmur 1 38

Costela 2 77

Antebraccedilo 13 500

Uacutemero 4 145

Peacute 5 192

Total 26 1000

Nota Algumas pacientes tiveram mais de uma fratura no periacuteodo

Tabela 4- Relaccedilatildeo entre idade e fratura nas mulheres na poacutes menopausa

Total

Fratura

Idade (anos) Natildeo Sim

N () n () n ()

54 a 64 anos 18 209 14 206 4 222

65 a 79 anos 48 558 39 574 9 500

80 a 97 anos 20 233 15 221 5 278

Total 86 1000 68 1000 18 1000

Meacutedia (DP) 725 (90) 713 (77) 729 (93)

Nota P-valor pelo teste de Mann-Whitney=0813

35

Tabela 5 - Incidecircncia de fratura em mulheres poacutes-menopausa segundo

resultado da USO 2003-2011

Resultado da

USO

Total

Fratura p-valor

Sim Natildeo

n n

()

IC95 n

()

Normal 36 7 194

89 -

3472

29 806

0496

Alterado 50 11 220

121 -

350

39 780

Total 86 18 209

133 -

305

68 791

Nota Risco relativo = 113 (IC95 048 - 263)

36

Tabela 6 ndash Caracteriacutesticas cliacutenicas de mulheres poacutes-menopausa segundo

fratura (n=86)

Fratura

Natildeo (n=68) Sim (n=18) Total

n ( ) n ( )

IMC

Abaixo do pesoNormal 24 (353) 5 (278) 28 0792

Sobrepeso 27 (397) 9 (500) 36

Obeso 17 (250) 4 (222) 21

Histoacuterico familiar de fratura de quadril

Natildeo 66 (985) 13 (867) 79 0085

Sim 1 (15) 2 (133) 3

Osteoporose

Natildeo 44 (800) 9 (529) 53 0055

Sim 11 (200) 8 (471) 19

Uso de anticoncepcional

Natildeo 32 (485) 10 (556) 42 0791

Sim 34 (515) 8 (444) 42

Ausecircncia de mentruaccedilatildeo

Natildeo 60 (909) 16 (941) 76 1000

Sim 6 (91) 1 (59) 7

Retirou o uacutetero

Natildeo 46 (687) 9 (500) 55 0170

Sim 21 (313) 9 (500) 30

Retirou os ovaacuterios

Natildeo 53 (815) 11 (647) 64 0187

Sim 12 (185) 6 (353) 18

Reposiccedilatildeo hormonal

Natildeo 51 (761) 13 (722) 64 0763

Sim 16 (239) 5 (278) 21

Amamentou

Natildeo 14 (206) 4 (222) 18 1000

Sim 54 (794) 14 (778) 68

Acamado por mais de dois meses

Natildeo 63 (940) 13 (765) 76 0049

Sim 4 (60) 4 (235) 8

Caracteriacutesticas clinicas

p-valor do

teste exato

de Fisher

37

Tabela 7 - Caracteriacutesticas comportamentais de mulheres poacutes-menopausa segundo

fratura (n=86)

Fratura

Natildeo (n=68) Sim (n=18) Total

n ( ) n ( )

Tabagismo

Natildeo fumante 47 (758) 14 (875) 61 0499

FumanteEx-fumante 15 (242) 2 (125) 17

Etilismo no uacuteltimo ano

Natildeo 48 (706) 15 (833) 63 0376

Sim 20 (294) 3 (167) 23

Atividade fiacutesica ateacute os 25 anos

Leve 38 (559) 11 (611) 49 0792

ModeradaPesada 30 (441) 7 (389) 37

Atividade fiacutesica entre os 25 e 50 anos

Leve 38 (559) 10 (556) 48 1000

ModeradaPesada 30 (441) 8 (444) 38

Atividade fiacutesica acima dos 50 anos

Leve 42 (618) 12 (667) 54 0789

ModeradaPesada 26 (382) 6 (333) 32

Frequecircncia diaacuteria de leite ateacute 25 anos

Nenhummenos 1 copodia 34 (500) 8 (444) 42 0910

1 a 2 coposdia 31 (456) 9 (500) 40

3 coposdia ou mais 3 (44) 1 (56) 4

Frequecircncia diaacuteria de leite apoacutes 50 anos

Nenhummenos 1 copodia 34 (500) 6 (333) 40 0103

1 a 2 coposdia 31 (456) 9 (500) 40

3 coposdia ou mais 3 (44) 3 (167) 6

Caracteriacutesticas

comportamentais

p-valor do

teste exato

de Fisher

Tabela 8- Coeficientes de correlaccedilatildeo de Spearman (rs) entre idade IMC e tempo de

menopausa em mulheres poacutes-menopausa

Variaacuteveis

IMC IdadeTempo de

menopausa

r s 1 -0144 -0151

p-valor 0569 0550

r s -0227 1 0736

p-valor 0074 lt0001

r s -0295 0761 1

p-valor 0020 lt0001

Variaacuteveis

IMC

Idade

Tempo de menopausa

Nota o triacircngulo superior direito (parte hachurada) se refere agraves correlaccedilotildees para as mulheres com

fratura e o inferior esquerdo (parte natildeo hachurada) agraves mulheres sem fratura

38

7 Discussatildeo

No Brasil os principais fatores cliacutenicos de risco para fraturas por fragilidade oacutessea

eram extrapolados a partir de estudos internacionais O estudo vem acrescentar informaccedilotildees

para se conhecer os fatores relacionados agrave essas fraturas Nossos resultados revelam que a

idade avanccedilada a historia familiar de fratura de quadril o diagnoacutestico de osteoporose e

tambeacutem o paciente ficar acamado por mais de 2 meses foram considerados fatores de risco

para fraturas por fragilidade oacutessea

Esse estudo mostrou concordacircncia com a Johnell amp Kanis (2006) onde o principal

siacutetio mundial de fratura por fragilidade oacutessea nas mulheres apoacutes a menopausa foi o antebraccedilo

Segundo o estudo Latin American Vertebral Osteoporosis Study (LAVOS) (Clark et al

2009) a fratura vertebral eacute a mais prevalente da ameacuterica latina com uma prevalecircncia de

142 diferente do nosso estudo onde a coluna vertebral e o colo do fecircmur aparecem

juntos em uacuteltimo lugar na lista de incidecircncia dos siacutetios de fratura Isso pode ser atribuiacutedo

devido a diferenccedila nos criteacuterios de definiccedilatildeo de fraturas pois no LAVOS optou-se pela

medida radiograacutefica do local de fraturas enquanto no nosso estudo as fraturas foram referidas

pelas pacientes

Os consensos sobre osteoporose tecircm propostos algoritmos para identificar indiviacuteduos

de alto risco para fraturas (Kanis et al 2008 WHO 1999) Para tanto a associaccedilatildeo de fatores

de risco para fraturas com a medida da USO eacute de suma importacircncia embora sejam poucas as

pacientes que tecircm oportunidade de realizar esse exame (Oliveira et al 2007) Assim o

presente trabalho mostrou um risco para fraturas por fragilidade oacutessea 13 maior nas

pacientes com resultado de USO alterada em relaccedilatildeo as pacientes que tiveram resultados de

39

USO normais vindo de encontro aos resultados encontrados por Oliveira et al (2007)

Corroborando o USO como um meacutetodo confiaacutevel para a prediccedilatildeo de fraturas

E semelhante a Pinheiro et al (2010a) o presente estudo revelou que os principais

fatores de risco para fraturas por fragilidade oacutessea satildeo a idade avanccedilada a historia familiar de

fratura de quadril e a presenccedila de osteoporose Isso pode ser atribuiacutedo ao fato de que no

estudo de Pinheiro et al (2010a) assim como no nosso estudo a populaccedilatildeo ser

predominantemente de mulheres acima dos 65 anos e viverem em aacuterea urbana tendo haacutebitos

de vida parecidos

O achado em nosso estudo que apresentou significacircncia estatiacutestica refere-se ao fator

de risco ldquopaciente acamado por mais de dois mesesrdquo como disposto na literatura (Pinheiro et

al 2010b Demir et al 2008) O que acontece eacute que com o paciente acamado por tempo

prolongado um maior remodelamento oacutesseo eacute observado Os osteoclastos responsaacuteveis pela

absorccedilatildeo oacutessea sobrepotildee os osteoblastos predispondo as fraturas por fragilidade oacutessea

(Fyhrie amp Schaffler 1994) Assim observou-se no estudo que 235 das pacientes

acamadas por mais de dois meses sofreram alguma fratura por fragilidade oacutessea com p valor

lt005 Isso reafirma a associaccedilatildeo entre a paciente ficar acamada por mais de dois meses e

sofrer fratura por fragilidade oacutessea Por outro lado o exerciacutecio fiacutesico que estaacute sabidamente

relacionado ao aumento da resistecircncia muscular do equiliacutebrio e da flexibilidade contribuindo

para a reduccedilatildeo da perda oacutessea e melhora da sauacutede em geral (Chan 2003) natildeo se mostrou

como fator de proteccedilatildeo neste estudo Provavelmente devido ao baixo percentual encontrado

de pacientes que praticavam atividade fiacutesica moderada ou pesada

O elevado IMC e a terapia de reposiccedilatildeo hormonal natildeo desempenharam papel protetor

na nossa populaccedilatildeo como seria o esperado por estudos anteriores (Pinheiro et al 2010c

40

Buttros et al 2011) Ao contrario o sobrepeso e obesidade foram considerados fatores de

risco Isso pode ser atribuiacutedo ao IMC meacutedio dessa populaccedilatildeo ser 264 (kgm2) (DPplusmn 55)

limiacutetrofe para sobrepeso Embora esse dado demonstre contrariedade com a literatura que

estabelece relaccedilatildeo inversa entre obesidade e fraturas por fragilidade oacutessea em nosso estudo

ter maior peso e IMC natildeo seriam fatores de risco para fraturas e sim caracteriacutesticas das

mulheres mais idosas em um contexto social de baixa escolaridade e renda Esse fato eacute

confirmado pelos resultados da Pesquisa Nacional sobre Sauacutede e Nutriccedilatildeo ( Batista F et al

2003) que demonstraram caraacuteter ascendente da obesidade nos estratos de mulheres com baixa

renda residentes na regiatildeo Sudeste

Aleacutem disso haacutebitos de vida como tabagismo e etilismo sabidamente relacionados agrave

maior risco para fraturas por fragilidade oacutessea (Pinheiro et al 2010) tambeacutem natildeo se

mostraram estar associados nesse estudo

A necessidade de caacutelcio do ser humano varia ao longo da vida e uma ingestatildeo

adequada para mulheres acima de 50 anos eacute de 1200 mg pois com a idade o corpo

naturalmente perde um pouco da capacidade de absorccedilatildeo de minerais (Nuacutecleo de Estudos e

Pesquisas em Alimentaccedilatildeo 2006) O fato de apenas 44 das mulheres que natildeo tiveram

fraturas e 167 das mulheres que tiveram fraturas ter referido consumo superior a

900mgdia (3 ou mais copos) foi fator de surpresa principalmente levando-se em conta o PIB

per capita da cidade superior ao da maioria dos municiacutepios brasileiros (IPEA 2000)

Assim como em estudos preacutevios (Pinheiro et al 2010c NHI 2001 Demir et al

2008) nossos dados tambeacutem demonstraram o hipoestrogenismo como importante fator de

risco para fraturas por fragilidade oacutessea jaacute que as pacientes com fratura tecircm entre 19 e 29

anos de menopausa Em recente estudo Demir et al (2008) estudaram 2769 mulheres na

41

poacutes-menopausa correlacionando a ocorrecircncia de osteoporose com o tempo de menopausa

Demonstraram que 106 das pacientes com ateacute trecircs anos de poacutes-menopausa tinham

osteoporose contra 329 das pacientes com sete anos ou mais Acredita-se que a deficiecircncia

estrogecircnica seja responsaacutevel por dois terccedilos da perda de massa oacutessea levando

consequentemente agraves fraturas por fragilidade oacutessea assim como observado (Position

statement of the North American Menopause Society 2010)

Os dados deste estudo podem ser limitados pois apesar de tratar-se de uma coorte as

participantes reportaram dados referentes a estilo de vida dieta antecedentes familiares e

pessoais o que pode ter ocasionado algum vieacutes recordatoacuterio Outra limitaccedilatildeo eacute que como

avaliado por Oliveira et al (2007) esta populaccedilatildeo apresenta a maior parte das mulheres com

baixo niacutevel socioeconocircmico e escolaridade sem acesso agrave adequada educaccedilatildeo nutricional e agrave

atividade fiacutesica orientada Por outro lado resultados encontrados sem significacircncia estatiacutestica

podem ter sido ocasionados pelo tamanho amostral reduzido devido a dificuldade de

rastreamento da populaccedilatildeo uma vez que a unidade de sauacutede natildeo atualizou o endereccedilo e

telefone das mulheres eleitas para o estudo Talvez se tivesse sido realizado contato anual

com essas mulheres natildeo teriacuteamos perdido o seguimento delas

42

8 Conclusatildeo

Devido agrave sua alta prevalecircncia e associaccedilatildeo com mortalidade e incapacidade a fratura

devido agrave fragilidade oacutessea deve ser considerada um problema de sauacutede puacuteblica no Brasil

Apesar das limitaccedilotildees o presente estudo foi realizado de forma prospectiva em mulheres

brasileiras na poacutes-menopausa devendo os seus resultados serem levados em consideraccedilatildeo

para a formulaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas de sauacutede para a prevenccedilatildeo e estrateacutegias de tratamento

para as fraturas Os fatores de risco encontrados como a idade avanccedilada a histoacuteria familiar

de fratura de quadril e a presenccedila de osteoporose devem ser acompanhados e combatidos para

tentar-se diminuir o risco para as fraturas Assim como o USO mostrou ser um meacutetodo

confiaacutevel para avaliar o risco para fraturas podendo ser implementado em maior escala do

que a atual Entatildeo acreditamos que novos estudos prospectivos com uma amostra mais

representativa devam ser realizados para se confirmar os fatores associados a fraturas por

fragilidade oacutessea na populaccedilatildeo brasileira para cada vez mais conhecermos o perfil da nossa

populaccedilatildeo e termos subsiacutedios para combater esse agravo

43

9 Referecircncias Bibliograacuteficas

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48

10 Anexo 1 - Instrumento de coleta - EVOS (EUROPEAN VERTEBRAL

OSTEOPOROSIS STUDY)

Data _________

Nome________________________________________________________

Endereco_____________________________________________________

Fone _____________ Data de nascimento _________ RG

1- Dados antropomeacutetricos

Peso (Kg) Altura (m) IMC

2- Dados Ginecoloacutegicos

Idade da primeira menstruacao anos

Vocecirc jaacute usou piacutelula anticoncepcional por mais de 3 meses

sim natildeo natildeo sei

Vocecirc jaacute ficou algum periacuteodo em sua vida sem menstruar antes da menopausa (exceto se

gravidez) sim natildeo natildeo sei

Idade da ultima menstruaccedilatildeo anos

Numero de filhos

Vocecirc fez cirurgia para retirar o uacutetero sim com Idade ____ (anos)

natildeo natildeo sei

E para retirar os ovaacuterios (um ou os dois) sim idade ___ (anos)

natildeo natildeo sei

Vocecirc fez reposiccedilatildeo hormonal apos a menopausa sim natildeo natildeo sei

Se sim quando iniciado o periacuteodo foi superior a 1 ano sim natildeo natildeo sei

49

Vocecirc notou os seguintes sintomas na menopausa

calores sim natildeo natildeo sei

depressatildeo sim natildeo natildeo sei

insocircnia sim natildeo natildeo sei

outros sim natildeo natildeo sei

Vocecirc amamentou sim natildeo natildeo sei

Se sim quantas crianccedilas vocecirc amamentou por mais que 3 meses

3- Dados familiares

Em sua famiacutelia (pai matildee irmatildeos) existe historia de fratura de quadril apos os 50 anos de

idade sim natildeo natildeo sei

4- Histoacuteria de fratura

Vocecirc jaacute teve alguma fratura sim natildeo natildeo sei

Se sim em qual sitio esqueleacutetico com que idade e qual foi o tipo de trauma

Sitio Numero Idade (anos) Niacutevel do trauma

Vertebra

Fecircmur (colo trocanter)

Costela

Antebraccedilo

Uacutemero

Pe

Outras

Vocecirc sabe que tem osteoporose sim tenho natildeo natildeo tenho natildeo sei

5- Aacutelcool

Com que frequecircncia vocecirc bebeu no ultimo ano

Diariamente 5-6 dsem 3-4 dsem

50

1 -2 dsem lt 1 dsem nunca

Tipo de bebida destilados (uiacutesque cachaccedila vodka)

fermentados (cerveja vinho)

6- Imobilizaccedilatildeo

Vocecirc jaacute ficou acamado por um periacuteodo superior a 2 meses

sim natildeo natildeo sei

Se sim foi antes ou apos os 25 anos de idade

ano passado nunca

7- Fumo

Vocecirc fumou cigarro ou usou outras formas de fumo (cachimbo ou charuto)

atualmente no passado nunca

Com que idade iniciou anos

Se parou com que idade anos

Numero de cigarrosdia

8- Atividade Fiacutesica

Quantas tempo costuma passar diariamente ao ar livre caminhando ou andando de bicicleta

nenhuma a 1 h superior a 1 h

Qual a sua atividade fiacutesica durante diferentes periacuteodos de sua vida adulta

Ate os 25 anos 25 a 50 anos acima 50 anos

Niacutevel 1 (leve) 2 (moderada) 3 (pesada) 4

(muito pesada)

9- Impacto

Como vocecirc descreveria sua sauacutede geral neste momento

muito boa boa satisfatoacuteria regular ruim

10- Interrogatoacuterio sobre drogas

51

Vocecirc jaacute usou alguma medicaccedilatildeo oral ou injetaacutevel contendo corticosteroides por mais de 3

meses sim natildeo natildeo sei

Vocecirc jaacute usou alguma desses remeacutedios

Droga sim natildeo sei tempo

(meses)

parou ha quanto tempo

Hormocircnios

masculinos

Hormocircnios

femininos

Calcitonina

Fluacuteor

Caacutelcio

Vitamina D

Anabolizantes

Diureacuteticos

tiazidicos

11- Ingestatildeo de caacutelcio

Com que frequecircncia vocecirc comeu produtos derivados do leite na semana passada

(diassemana)

queijo amarelo queijo branco iogurte leite sorvete

Para os periacuteodos indicados abaixo com que frequecircncia vocecirc recebeu leite

ate 25 anos 25 a 50 anos Acima de 50 anos

Todas as refeiccedilotildees (3 ou + coposdia)

1-2 coposdia

52

Toda semana mas natildeo todo dia

lt 1 vezsemana

53

11 Anexo 2 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Projeto de Pesquisa Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade

oacutessea em mulheres na menopausa

Pesquisador responsaacutevel Dra Lizanka Paola F Marinheiro

Instituiccedilatildeo responsaacutevel Instituto Fernandes Figueira

Vocecirc estaacute sendo convidado a participar do projeto de pesquisa intitulado

Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea em mulheres na

menopausa por que vocecirc participou do estudo anterior realizado haacute 7 anos sobre a

osteoporose e suas consequumlecircncias

54

A osteoporose e uma doenccedila que se caracteriza pela diminuiccedilatildeo da resistecircncia do osso

tornando-o mais fraacutegil Essa fragilidade aumenta o risco da pessoa que tem osteoporose de ter

fraturas mesmo com atividades comuns como tossir ou espirrar

Com isso esse trabalho deseja avaliar a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea na

populaccedilatildeo de mulheres na poacutes menopausa residente da Ilha de Paquetaacute apoacutes 7 anos de

seguimento do uacuteltimo estudo transversal

Vocecirc natildeo eacute obrigada a participar Mas se quiser vocecirc teraacute que responder a um

questionaacuterio Para participar vocecirc natildeo teraacute que pagar nada O resultado seraacute fornecido apenas

a vocecirc ningueacutem mais saberaacute Suas duvidas seratildeo esclarecidas e vocecirc devera continuar

acompanhamento com seu meacutedico assistente Se vocecirc natildeo quiser participar natildeo seraacute

submetida a nenhum constrangimento fiacutesico ou moral e seu atendimento no posto de sauacutede

natildeo seraacute prejudicado A participante poderaacute se retirar do estudo a qualquer momento que

julgar necessaacuterio sem prejuiacutezo para a mesma O resultado de toda a pesquisa seraacute divulgada e

atraveacutes de artigos cientiacuteficos em revistas encontros congressos ou similares sem a

divulgaccedilatildeo dos nomes de quem participou de forma sigilosa

Sua participaccedilatildeo no estudo natildeo implicaraacute em custos adicionais O (A) Sr (a) natildeo teraacute

qualquer despesa com a realizaccedilatildeo dos procedimentos previstos neste estudo que seratildeo

custeados pelo pesquisador responsaacutevel Tambeacutem natildeo haveraacute nenhuma forma de pagamento

pela sua participaccedilatildeo

Caso surja alguma duacutevida quanto agrave eacutetica do estudo o (a) Sr(a) deveraacute se reportar ao

Comitecirc de Eacutetica em Pesquisas envolvendo seres humanos ndash subordinado ao Conselho

Nacional de Eacutetica em Pesquisa oacutergatildeo do Ministeacuterio da Sauacutede atraveacutes de solicitaccedilatildeo ao

representante de pesquisa que estaraacute sob contato permanente ou contactando o Comitecirc de

Eacutetica em Pesquisa desta instituiccedilatildeo no telefone (21) 3971-1590 Eacute assegurado o completo

55

sigilo de sua identidade quanto a sua participaccedilatildeo neste estudo incluindo a eventualidade da

apresentaccedilatildeo dos resultados deste estudo em congressos e perioacutedicos cientiacuteficos

Eu________________________________________________________________________

residente do endereccedilo__________________________ fui informada dos objetivos e da

justificativa deste trabalho de forma clara e detalhada pela Dra Adriana de Mattos V da

Costa Recebi informaccedilotildees especificas sobre cada procedimento no qual estarei envolvida

dos desconfortos e riscos previstos tanto quanto dos benefiacutecios esperados Todas as minhas

duvidas foram respondidas com clareza e sei que poderei solicitar novos esclarecimentos a

qualquer momento Aleacutem disso sei que novas informaccedilotildees obtidas durante o estudo me seratildeo

fornecidas e que terei liberdade de retirar meu consentimento de participaccedilatildeo face a estas

informaccedilotildees sem prejuiacutezo para mim Aleacutem disto me foi entregue uma coacutepia da folha de

informaccedilotildees para os participantes a qual li compreendi e me deu plena liberdade para decidir

acerca da minha espontacircnea participaccedilatildeo nesta pesquisa Minha identidade jamais seraacute

publicada Os dados colhidos poderatildeo ser examinados por pessoas envolvidas no estudo com

autorizaccedilatildeo delegada do investigador e por pessoas delegadas pelo patrocinador Estou

recebendo uma coacutepia assinada deste Termo

Os pesquisadores responsaacuteveis pelo Projeto satildeo a Dra Lizanka Paola F Marinheiro e

sua aluna a Dra Adriana de Mattos Viveiros da Costa

56

Participante

Nome _________________________________

Assinatura________________________________

Data_________________________________________

Investigador

Nome____________________________________

Assinatura________________________________

Data_______________________________________

Pesquisadora

Nome______________________________________

Assinatura___________________________________

Data__________________________________________

Dra Lizanka Paola F Marinheiro

lizankaglobocom

tel 25541700

Dra Adriana de Mattos Vda Costa

adrianamattosmedyahoocombr

tel 87273315

Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa

Rua Afonso Cavalcanti 455 sala 710 ndash Cidade Nova -

Telefone 3971-1463

16

3 Objeto de Estudo

Estudo de fatores associados agraves fraturas por fragilidade oacutessea em mulheres na poacutes-

menopausa atendidas em uma unidade baacutesica de sauacutede

Questionamento

Quais os fatores associados agrave ocorrecircncia de fraturas em mulheres poacutes-menopausa

acompanhadas em uma unidade baacutesica de sauacutede

31 Objetivos

311 Geral

Avaliar os fatores relacionados agrave ocorrecircncia de fraturas em mulheres poacutes-menopausa

acompanhadas em uma unidade baacutesica de sauacutede

312 Especiacuteficos

a- Avaliar se a ocorrecircncia de fraturas foi maior nas pacientes identificadas como risco

aumentado para fraturas pelo ultrassonometria oacutessea de calcacircneo preacutevia

b- Verificar a associaccedilatildeo entre as fraturas por fragilidade oacutessea e os dados cliacutenicos

comportamental e demograacuteficos (idade e sexo) das pacientes

c- Analisar se o tempo de menopausa influencia a ocorrecircncia de fraturas por fragilidade

oacutessea

17

4 Marco Teoacuterico

A osteoporose pode ser definida como doenccedila osteometaboacutelica caracterizada pela

diminuiccedilatildeo da densidade mineral oacutessea com alteraccedilotildees na sua microestrutura que conduzem

a um aumento da fragilidade oacutessea e uma tendecircncia a fraturas por traumatismos pouco

intensos Dado o exposto esta constitui o verdadeiro problema de sauacutede puacuteblica devido agrave sua

alta taxa de morbimortalidade e altos custos (Vianna et al 2001 International Osteoporosis

Foundation 2005)

Com relaccedilatildeo ao hipoestrogenismo observa-se que as mulheres apresentam uma perda

oacutessea mais acelerada nos dez primeiros anos apoacutes a instalaccedilatildeo da menopausa do que os

homens da mesma idade adquirindo risco de fratura mais precocemente do que eles (NHI

2001) Esta diminuiccedilatildeo de massa oacutessea total poderaacute ser ateacute dez vezes a diminuiccedilatildeo ocorrida

antes deste periacuteodo podendo chegar a 2 a 4 ao ano para o osso trabecular e de 1 para o

cortical (NHI 2001) A deficiecircncia de estrogecircnio aumenta o remodelamento oacutesseo e pode

agravar o desequiliacutebrio nas unidades de remodelamento com o aumento do tempo de vida dos

osteoclastos em detrimento dos osteoblastos (Fyhrie amp Schaffler 1994)

Na maioria dos casos a perda oacutessea eacute assintomaacutetica Quando sinais e sintomas da

osteoporose aparecem se relacionam com a ocorrecircncia de fraturas mais comumente na

porccedilatildeo distal do antebraccedilo (fratura de Colles) na coluna vertebral e no colo do fecircmur

(International Osteoporosis Foundation 2005) A maior incidecircncia de fraturas eacute observada

em mulheres brancas na poacutes menopausa (Pinheiro et al 2010a b)

Pinheiro et al (2010) analisaram 275 mulheres caucasoacuteides acima dos 50 anos e

acharam que 44 jaacute possuiacuteam algum tipo de fratura por osteoporose (Pinheiro et al 2010b)

A dor oacutessea eacute consequumlecircncia tanto das fraturas quanto das deformidades oacutesseas As fraturas

18

vertebrais satildeo as mais comuns poreacutem satildeo geralmente assintomaacuteticas e portanto menos

diagnosticadas Poreacutem podem causar dor perda de peso deformidade na coluna espinhal e

perda de estabilidade ao andar (International Osteoporosis Foundation 2005) Apenas 10

das fraturas de veacutertebras cursam com hospitalizaccedilatildeo mesmo que causem dor e diminuiccedilatildeo da

qualidade de vida Elas ocorrem entre os 50 e 60 anos de idade com maior frequecircncia

(International Osteoporosis Foundation 2005)

Jaacute as fraturas do fecircmur satildeo as mais letais devido a complicaccedilotildees poacutes-operatoacuterias As

principais causas de mortalidade satildeo as infecccedilotildees e tromboembolismo As fraturas de quadril

satildeo menos prevalentes do que as vertebrais poreacutem de maior gravidade devido agraves altas taxas

de morbimortalidade aleacutem do alto custo para a famiacutelia e para o sistema puacuteblico de sauacutede A

mortalidade apoacutes uma fratura de quadril eacute de cerca de 20- 24 no ano seguinte a fratura

sendo acompanhada de periacuteodos de hospitalizaccedilatildeo prolongados (International Osteoporosis

Foundation 2005 Silveira et al 2005) Estimativas apontam que no ano de 2050 ocorreratildeo

aproximadamente 65 milhotildees de fratura de quadril em todo mundo (Cooper 1999) As

fraturas de punho satildeo as mais facilmente observadas por mulheres no climateacuterio chegando a

originar seis milhotildees de dias de restriccedilatildeo de trabalho por ano (International Osteoporosis

Foundation 2005)

Aleacutem do custo pessoal o impacto econocircmico gerado pela osteoporose eacute enorme

Atraveacutes do mundo eacute estimado que uma em cada trecircs mulheres acima dos 50 anos teraacute fraturas

por osteoporose Na Europa no ano 2000 foi estimada uma ocorrecircncia de 379 milhotildees de

fraturas por fragilidade oacutessea sendo que destas 890 mil eram de quadril (Tosteson et al

2008) Eacute sabido que apenas metade das pacientes que sobrevivem agrave fratura de quadril voltaraacute

a andar novamente mas dificilmente com a mesma agilidade que andava antes da fratura

Apesar de a osteoporose ser facilmente diagnosticada atraveacutes de exames e seu tratamento

19

poder ser instituiacutedo ainda eacute uma doenccedila muito subdiagnosticada e subtratada Eacute estimada na

comunidade europeacuteia que uma em cada trecircs fraturas de vertebrais recebe a atenccedilatildeo cliacutenica

que merece E uma pessoa com fratura de veacutertebra tem ateacute cinco vezes mais chance de

desenvolver nova fratura no ano seguinte fenocircmeno conhecido como fratura em cascata

(Lindsay et al 2001)

Tradicionalmente a osteoporose eacute reconhecida como uma doenccedila multifatorial sendo

70 desses fatores natildeo modificaacuteveis isto eacute definidos pela carga geneacutetica e 30

potencialmente modificaacuteveis e assim envolvidos com os aspectos ambientais Dessa forma

um uacutenico fator de risco natildeo eacute capaz de identificar indiviacuteduos com ou sem fratura Diferenccedilas

geneacuteticas raciais e antropomeacutetricas bem como da composiccedilatildeo corporal densidade oacutessea

dieta atividade fiacutesica e outros haacutebitos de vida contribuem para explicar as divergecircncias na

incidecircncia e na prevalecircncia de baixa densidade oacutessea e fraturas em diversos paiacuteses do mundo

(Pinheiro et al 2010b c) Os aspectos geneacuteticos desempenham importante influecircncia sobre a

aquisiccedilatildeo do pico de massa oacutessea e perda oacutessea relacionada agrave idade bem como na

determinaccedilatildeo das propriedades estruturais e geomeacutetricas do osso No entanto a associaccedilatildeo

entre diferentes polimorfismos gecircnicos e densidade oacutessea ou fraturas por osteoporose eacute

bastante controversa e varia em diferentes estudos inclusive no Brasil fato que pode ser

tomado como um provaacutevel reflexo das diferenccedilas de etnia e ambiental das populaccedilotildees

estudadas Da mesma forma os fatores ambientais natildeo permitem uniformizar e homogeneizar

o impacto de cada um deles em cada regiatildeo do planeta (Pinheiro et al 2010c)

Atualmente a densitometria oacutessea eacute o meacutetodo mais utilizado para avaliar a massa

oacutessea Eacute o padratildeo ouro para o diagnoacutestico de osteoporose A densidade mineral oacutessea (DMO)

eacute expressa em nuacutemero absolutos em gramas de mineral por centiacutemetro quadrado escaneado

ou ainda comparado com a DMO esperada para a idade e sexo da paciente (z escore) ou

20

comparado a DMO de adultos jovens normais do mesmo sexo (t-escore) A diferenccedila entre o

escore do paciente e o padratildeo eacute expressa em desvios padrotildees acima ou abaixo da meacutedia

(Castro et al 1999)

Segundo a Sociedade Brasileira de Densitometria Cliacutenica no consenso de 2008 satildeo

indicaccedilotildees para avaliaccedilatildeo da densidade mineral oacutessea (Brandatildeo et al 2009)

rdquoMulheres com idade gt a 65 anos e homens com idade gt a 70 anos

Mulheres acima de 40 anos na transiccedilatildeo menopausal (1-2) e homens acima de 50

anos de idade com fatores de risco

Adultos com antecedente de fratura por fragilidade condiccedilatildeo cliacutenica ou uso de

medicamentos associados agrave baixa massa oacutessea ou perda oacutessea

Indiviacuteduos para os quais satildeo consideradas intervenccedilotildees farmacoloacutegicas para

osteoporose

Indiviacuteduos em tratamento para osteoporose para monitoramento de sua eficaacutecia

Indiviacuteduos que natildeo estejam sob tratamento poreacutem nos quais a identificaccedilatildeo de perda

de massa oacutessea possa determinar a indicaccedilatildeo do tratamento

Mulheres interrompendo terapia hormonal (TH)rdquo

Arq Bras Endocrinol Metab 2009 531 pag108

A proacutepria definiccedilatildeo de osteoporose pela Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede reunida em

Hong Kong em 1994 estabeleceu criteacuterios diagnoacutesticos baseados em valores obtidos pela

densitometria oacutessea classificando como osteopecircnicas aquelas mulheres que apresentarem-se

entre 1 e 25 desvios-padratildeo (DP) abaixo da meacutedia para adultas jovens e de osteoporoacuteticas as

que se encontrarem com mais de 25 DP abaixo da meacutedia para adultas jovens (Castro et al

1999 WHO 1999)

A densitometria oacutessea apresenta como desvantagens no entanto o fato de utilizar uma

fonte de radiaccedilatildeo ionizante e possuir um elevado custo que limita seu uso em estudos

populacionais principalmente em nosso paiacutes onde os recursos destinados agrave sauacutede da

populaccedilatildeo mais carente satildeo miacutenimos Sempre tentando diminuir o impacto dos gastos com

21

sauacutede eacute estimulada a busca por meacutetodos natildeo poluentes e mais baratos mas que tragam as

mesmas informaccedilotildees que os meacutetodos jaacute estabelecidos Em funccedilatildeo disto a USO vem sendo

avaliada e alguns resultados promissores tecircm sido apresentados (Castro et al 1999) Baseia-se

na modificaccedilatildeo das caracteriacutesticas de ultrassom transmitido atraveacutes de ossos de localizaccedilatildeo

mais superficiais como no calcacircneo tiacutebia falanges ou patela Os sistemas atuais se

constituem de dois transdutores sendo um transmissor e outro receptor posicionados em

locais diferentes do osso a ser estudado Os aparelhos existentes entre noacutes avaliam o

calcacircneo osso predominantemente trabecular atraveacutes das medidas de velocidade de

transmissatildeo do ultrassom (SOS em ms) e da atenuaccedilatildeo da frequumlecircncia do ultrassom (BUA em

dBMHz) (Kanis et al 2008) Novamente de acordo com a orientaccedilatildeo da Sociedade Brasileira

de Densitometria Cliacutenica de 2008 as recomendaccedilotildees para ultrassonometria oacutessea satildeo

(Brandatildeo et al 2009)

rdquoO uacutenico siacutetio validado para o uso cliacutenico da USO em osteoporose eacute o calcacircneo

Equipamentos de USO de calcacircneo validados satildeo capazes de estimar fratura por

fragilidade em mulheres na poacutes-menopausa e em homens com idade superior a 65 anos

independentemente da densidade mineral oacutessea medida em equipamentos de DMO

central

A correlaccedilatildeo entre os resultados obtidos por USO e DMO ccccccc entral eacute

moderada

USO do calcacircneo associada a fatores de risco cliacutenicos podem ser usados para

identificar populaccedilatildeo com baixa probabilidade de fratura na qual avaliaccedilatildeo adicional

natildeo seja mais necessaacuteria

Medidas de DMO central na coluna e no fecircmur constituem o meacutetodo de escolha para a

tomada de decisatildeo terapecircutica Entretanto se a DMO central natildeo for acessiacutevel o

tratamento farmacoloacutegico pode ser iniciado se a probabilidade de fratura avaliada pelo

USO do calcacircneo com pontos de corte especiacuteficos associados a fatores de risco

cliacutenicos for suficientemente alta

Equipamentos de USO natildeo satildeo clinicamente uacuteteis no monitoramento de efeitos

esqueleacuteticos dos medicamentos disponiacuteveis para o tratamento da osteoporoserdquo

Arq Bras Endocrinol Metab 2009 531 pag110

22

Em 2003 foi realizada uma dissertaccedilatildeo de mestrado (Oliveira et al 2007) sobre a

utilizaccedilatildeo do USO para estimar a prevalecircncia de risco aumentado de fraturas em uma

populaccedilatildeo de mulheres na poacutes menopausa residentes da Ilha de Paquetaacute Em trabalho

realizado por Oliveira e cols nesta instituiccedilatildeo Foi realizado um estudo transversal com

recrutamento de 385 mulheres residentes da Ilha Todas as mulheres responderam a

questionaacuterio previamente estruturado e foram submetidas a medidas antropomeacutetricas e a

USO As medidas de USO foram realizadas segundo o manual do fabricante A idade da

populaccedilatildeo estudada variou entre 42 e 95 anos Os resultados encontrados mostram que

5922 da amostra apresentava algum tipo de alteraccedilatildeo a USO com t score menor que -1

Esse grupo era composto por mulheres mais idosas com menor peso menor altura e menor

percentual de gordura quando comparado com o grupo com t score lt ndash 1 Foi encontrado que

1688 das pesquisadas possuiacuteam alto risco para fraturas com t score lt -25 E as mulheres

do grupo de alto risco tinham maior peso e IMC paracircmetros conhecidos como protetores

Embora divergente da literatura a autora atribui esses resultados a caracteriacutesticas das

mulheres mais idosas em um contexto social de baixa escolaridade e renda (Oliveira et al

2007)

23

5 Materiais e Meacutetodos

51 Populaccedilatildeo

A Ilha de Paquetaacute dista aproximadamente 15 km da Praccedila XV no Centro da Cidade

do Rio de Janeiro sendo a principal ilha do arquipeacutelago de Paquetaacute situada ao nordeste da

Baiacutea de Guanabara A populaccedilatildeo e frequecircncia da Ilha satildeo extremamente sazonais sendo

aproximadamente 2200 domiciacutelios (entre moradores e veranistas) Os moradores fixos

correspondem a 4500 pessoas em sua maioria de famiacutelias antigas na Ilha das quais 208

satildeo idosos ultrapassando ateacute mesmo a meacutedia nacional que eacute em torno de 12 (IBGE

2009a) Este iacutendice faz de Paquetaacute o erceiro bairro em nuacutemero de idosos no municiacutepio sendo

que sua populaccedilatildeo pode ser considerada envelhecida segundo os criteacuterios da Organizaccedilatildeo

Mundial da Sauacutede (OMS 2003) Embora a maioria da populaccedilatildeo seja branca existem 109

de negros 256 de pardos e 01 de iacutendios Cerca de 90 dos domiciacutelios possuem aacutegua

tratada e 9957 tratamento de esgoto As famiacutelias residentes nesta regiatildeo satildeo compostas em

meacutedia por trecircs pessoas com rendimento meacutedio per capita de 301 salaacuterios miacutenimos (IPEA

2000) e o transporte urbano eacute feito basicamente a peacute por bicicletas ou charretes puxadas por

ciclistas (IBGE 2009a)

52 Tipo de estudo

Foi realizado um estudo de coorte prospectivo na ilha de PaquetaacuteRJ no ano de 2011

Foram inicialmente alocadas todas as mulheres que participaram do estudo anterior

desenvolvido no ano de 2003 (Oliveira et al 2007)

24

53 Criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo

Os criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo foram os mesmos utilizados do estudo anterior

(Oliveira et al 2007) Sendo os criteacuterios de inclusatildeo as mulheres que estavam na menopausa

e que tinham residecircncia fixa na Ilha de Paquetaacute e os criteacuterios de exclusatildeo a historia pessoal

de doenccedilas que sabidamente afetam o metabolismo oacutesseo direta ou indiretamente (como

artrite reumatoacuteide luacutepus eritematoso sistecircmico hiperparatireoidismo osteogecircnese imperfeita)

e as neoplasias malignas exceto carcinoma basocelular de pele

54 Alocaccedilotildees de pacientes

A populaccedilatildeo elegiacutevel era constituiacuteda pelas 385 mulheres alocadas no estudo inicial

(Oliveira et al 2007) No trabalho de Oliveira et al (2007) foi realizado um estudo transversal

com recrutamento por auto-seleccedilatildeo ou demanda espontacircnea no ano de 2003 na Ilha de

Paquetaacute Rio de Janeiro Brasil Foram estudadas 385 mulheres na poacutes-menopausa

(diagnoacutestico cliacutenico) residentes no local apoacutes a aplicaccedilatildeo dos criteacuterios de exclusatildeo

(existecircncia de pino metaacutelico ou edema com cacifo em ambos os peacutes ou impossibilitadas de

posicionar os peacutes no aparelho de ultra-sonometria oacutessea) Todas as mulheres responderam na

eacutepoca a um questionaacuterio e foram submetidas a medidas antropomeacutetricas e agrave USO

No presente estudo considerando uma significacircncia de 95 e um poder de 80 uma

prevalecircncia de 15 de fraturas na populaccedilatildeo de risco (Clark et al 2009) o tamanho amostral

previsto foi de 130 mulheres Poreacutem devido agraves perdas o tamanho amostral final foi de 86

pacientes

Atraveacutes do banco de dados jaacute existente todas as pacientes foram re-contactadas As

mulheres foram localizadas atraveacutes de telefonemas e comparecimento no hospital local onde

25

eacute realizado a atenccedilatildeo baacutesica de sauacutede Foram realizados pelo menos 2 telefonemas com

intervalo de 1 semana entre eles Como ldquoperdasrdquo foram consideradas as pacientes natildeo

encontradas apoacutes os dois telefonemas (035 dos telefones estavam errados e 049 das

pacientes tinham telefone quebrado ou ocupado) pacientes que natildeo quiseram ou natildeo

puderam responder ao questionaacuterio (008) e pacientes falecidas (006)

As pacientes selecionadas foram submetidas a um questionaacuterio de avaliaccedilatildeo de fatores

relacionados agrave fragilidade oacutessea conhecido como European Vertebral Osteoporosis Study

(EVOS) jaacute validado previamente para o portuguecircs (OrsquoNeill et al 1996) e jaacute utilizados em

importantes estudos (Pinheiro et al 2006 Clark et al 2009) O questionaacuterio EVOS eacute

composto por dados soacutecio-demograacuteficos (idade estado civil escolaridade cor renda familiar

e nuacutemero de dependentes desta haacutebitos de vida) e histoacuteria reprodutiva pessoal sumaacuteria

(idade da menarca idade da menopausa tipo de menopausa) Os dados antropomeacutetricos

foram aferidos segundo criteacuterios adotados internacionalmente com medidas de peso e altura

observando intervalos de 01kg e 001m respectivamente

A definiccedilatildeo de fratura por fragilidade oacutessea foi a mesma utilizada por Pinheiro et al

(2010a) como aquela resultante de uma queda da proacutepria altura ou trauma menos intenso em

indiviacuteduos com 50 anos ou mais em siacutetios esqueleacuteticos especiacuteficos antebraccedilo fecircmur

costelas veacutertebras e uacutemero E a documentaccedilatildeo de fraturas foi realizada atraveacutes de relato da

paciente (fratura referida) As fraturas traumaacuteticas (apoacutes acidente automobiliacutestico ou outras

condiccedilotildees sob forte impacto) ou as de baixo impacto natildeo relacionadas agrave osteoporose (como

por exemplo as de face tornozelo metacarpo falanges) natildeo foram consideradas

O estudo obedeceu aos criteacuterios de eacutetica preconizados pela resoluccedilatildeo no 19696 do

Conselho Nacional de Sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede e foi aprovado previamente pelo Comitecirc

26

de Eacutetica em Pesquisa da FiocruzIFF e pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Prefeitura Todas

as mulheres assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido antes de qualquer

procedimento

55 Anaacutelise Estatiacutestica

Os dados foram registrados em planilha Excel e analisados pelo programa Statistical

Package for Social Sciences (SPSS) versatildeo 170 Para avaliar diferenccedilas entre os grupos as

variaacuteveis categoacutericas foram avaliadas pelo Qui-quadrado de Pearson ou o teste exato de

Fisher A relaccedilatildeo entre as variaacuteveis categoacutericas e ordinal e entre as variaacuteveis numeacutericas foi

avaliada pelo teste de Mann-Whitney que eacute um teste natildeo-parameacutetrico que equivale ao teste t

escolhido pelo tamanho da amostra A relaccedilatildeo entre as variaacuteveis numeacutericas foi avaliada pelo

coeficiente de Sperman que eacute uma estatiacutestica natildeo parameacutetrica utilizada para dados natildeo

normais eou amostra pequena Para todos os testes o niacutevel de significacircncia adotado foi de

5 A variaacutevel dependente foi a presenccedila de fratura (sim ou natildeo) e as variaacuteveis

independentes foram idade (em anos) resultado de USO (normal ou alterado) tempo de

menopausa (em anos) siacutetio de localizaccedilatildeo de fraturas IMC (abaixo do pesonormal

sobrepeso obeso) tabagismo (fumante ou natildeo fumante) atividade fiacutesica (leve

moderadapesada) frequecircncia diaacuteria de ingestatildeo de leite (em coposdia) e as variaacuteveis

binaacuterias como o histoacuterico familiar de fratura de quadril osteoporose uso de anticoncepcional

ausecircncia de menstruaccedilatildeo retirada de uacutetero ou ovaacuterios amamentaccedilatildeo paciente acamado e

etilismo O caacutelculo do risco relativo (RR) foi feito para avaliar a relaccedilatildeo entre o USO e a

presenccedila de fraturas Para isso foi considerado pacientes com USO normal aqueles com

resultados do T-score gt-11 e USO alterado aqueles com T-score lt-11 O niacutevel de atividade

fiacutesica foi classificado em atividade leve (trabalho burocraacutetico em escritoacuterio na maior parte

do tempo sentado) atividade moderada (trabalhos na maior parte do tempo em peacute como

27

vendedor e dona-de-casa) atividade pesada (enfermeira empregada domeacutestica) Oliveira et al

2010) Para caacutelculo aproximado da ingestatildeo alimentar diaacuteria de caacutelcio utilizou- se uma

adaptaccedilatildeo da Tabela Brasileira de Composiccedilatildeo de Alimentos 1 fatia queijo (90mg) 1 copo

de iogurte (1212mg) 1 copo leite (257mg) 1 bola se sorvete (135mg) E no final todos esses

alimentos foram convertidos em quantidade ingerida de copos de leite

28

6 Resultados Encontrados

61 Gerais

As caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas da populaccedilatildeo estudada estatildeo listadas na

tabela 1 A idade meacutedia das pacientes foi de 725 anos (DPplusmn 87) com a idade da menopausa

460 anos (DPplusmn 61) o tempo de menopausa 261 anos (DPplusmn 97) e o IMC de 264 (kgm2)

(DPplusmn 55) Essas caracteriacutesticas quando comparadas com o estudo anterior de 2003 (tabela

2) confirmam tratar-se da mesma populaccedilatildeo Apenas a idade e o tempo de menopausa

evidenciam ser a nossa populaccedilatildeo mais idosa Fator que se justifica pelo tempo ocorrido entre

os dois estudos

A incidecircncia de fratura por fragilidade oacutessea encontrada foi de 21 evidenciado no

graacutefico 1 Os principais siacutetios de fratura satildeo analisados na tabela 3 tendo como sitio principal

o antebraccedilo com 50 seguido pelo peacute com 192 e uacutemero 145 Jaacute na tabela 4 e no graacutefico

2 pode ser observado que a idade da populaccedilatildeo estudada variou entre 54 e 97 anos com meacutedia

de 72 anos com DP plusmn 90 No grupo de pacientes fraturadas 50 tinham entre 65 e 79 anos

sugerindo ser essa faixa etaacuteria mais susceptiacutevel as fraturas por fragilidade oacutessea

62 USO preacutevia X Fraturas

Foi verificado na tabela 5 a associaccedilatildeo entre o resultado da (USO) preacutevia e o desfecho

fraturas por fragilidade oacutessea De todas as pacientes que fizeram USO no estudo inicial 66

participaram deste estudo Das 50 pacientes que tiveram o USO alterado 22 tiveram

fraturas nesse periacuteodo E as pacientes com USO considerada normal 194 tiveram fraturas

por fragilidade oacutessea O RR= 113 (IC95 048 - 263) sugere que as mulheres que tiveram

29

USO alterado tem um risco de fraturar de 13 maior em relaccedilatildeo as pacientes com resultado

de USO considerado normal

63 Caracteriacutesticas cliacutenicas e comportamentais X Fratura

As pacientes foram analisadas quanto as variaacuteveis clinicas e comportamentais

Considerando a tabela 6 as pacientes que tiveram fraturas se mostraram com maior

sobrepeso ou obesas (722) com maior historia familiar de fratura de quadril (133) e

com maior diagnostico de osteoporose (471) do que as pacientes sem fraturas (p

valorgt005) Jaacute o uso de anticoncepcional ou o uso de reposiccedilatildeo hormonal natildeo se mostraram

ser relevantes para ocorrecircncia de fraturas nessa amostra E 235 das pacientes acamadas por

mais de dois meses sofreram alguma fratura com p valor lt005 Evidenciando associaccedilatildeo

entre a paciente ficar acamada por mais de dois meses e sofrer fratura por fragilidade oacutessea

Avaliando a tabela 7 foi notado que apenas 125 das pacientes que tiveram fratura eram

tabagistas e 167 eram etilistas natildeo se mostrando essas caracteriacutesticas como fatores de

risco A atividade fiacutesica moderadapesada ateacute 25 anos e acima de 50 anos apresentou

percentuais de 441 e 382 respectivamente Aleacutem disso entre 25 e 50 anos 444 das

pacientes com atividade fiacutesica moderadapesada tiveram fraturas e 441 das pacientes natildeo

tiveram fraturas para essa faixa etaacuteria (p valor gt005) Sendo assim natildeo houve associaccedilatildeo

entre a atividade fiacutesica e as fraturas Em relaccedilatildeo ao item ingestatildeo de leite apoacutes os 50 anos

456 das pacientes que natildeo tiveram fraturas ingeriam de 1 a 2 copos de leite por dia e

apenas 44 ingeriam mais de 3 copos de leite por dia No caso das pacientes que tiveram

fraturas apoacutes os 50 anos foi observado que 50 ingeriam de 1 a 2 copos de leite por dia e

167 ingeriam 3 copos ou mais de leite

30

64 Tempo de menopausa X Fratura

As pacientes foram avaliadas graacutefico 3 para verificar a associaccedilatildeo entre o tempo de

menopausa e o desfecho das fraturas A mediana do tempo de menopausa encontrado em

ambos os grupos foi de 262 com DP de plusmn98 Metade das pacientes que tiveram fraturas tem

entre 193 e 293 anos de menopausa com DP de plusmn72 A correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade

tempo de menopausa e IMC foi observado na tabela 8 onde evidenciada uma associaccedilatildeo

positiva entre a idade e o tempo de menopausa nos grupos de pacientes com e sem fraturas

Assim como foi verificado uma associaccedilatildeo negativa de quanto maior a idade e o tempo de

menopausa menor o IMC

31

Graacutefico 1

Graacutefico 2

32

Graacutefico 3

33

Tabela 1- Caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas das

mulheres poacutes menopausa (n=86)

Caracteriacutesticas Meacutedia plusmn desvio padratildeo

Idade (anos) 7255 plusmn 897

Idade da

menarca (anos) 1324 plusmn 184

Idade da

menopausa

(anos)

4608 plusmn 614

Tempo de

menopausa

(anos)

2618 plusmn976

Peso (kg)sect 6342 plusmn 1055

Altura (m)deg 155 plusmn 008

IMC (kgm2) 2643 plusmn 557

n=85 sectn=83 ordmn=82 n=81 n=80

Tabela 2-Caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas das

mulheres poacutes menopausa em 2003

Caracteriacutesticas Meacutedia plusmn desvio padratildeo

Idade (anos) 6463plusmn1270

Idade da

menarca (anos)

1304 plusmn 193

Idade da

menopausa

(anos)

4755 plusmn 601

Tempo de

menopausa

(anos)

1700 plusmn 1076

Peso (kg)sect 6533 plusmn 1270

Altura (m)deg 155 plusmn 006

IMC (kgm2) 2696 plusmn 477

34

Tabela 3 ndash Incidecircncia de fraturas em mulheres poacutes menopausa segundo a

localizaccedilatildeo de fratura 2003-2011

Tipo da fratura

n

Veacutertebra 1 38

Fecircmur 1 38

Costela 2 77

Antebraccedilo 13 500

Uacutemero 4 145

Peacute 5 192

Total 26 1000

Nota Algumas pacientes tiveram mais de uma fratura no periacuteodo

Tabela 4- Relaccedilatildeo entre idade e fratura nas mulheres na poacutes menopausa

Total

Fratura

Idade (anos) Natildeo Sim

N () n () n ()

54 a 64 anos 18 209 14 206 4 222

65 a 79 anos 48 558 39 574 9 500

80 a 97 anos 20 233 15 221 5 278

Total 86 1000 68 1000 18 1000

Meacutedia (DP) 725 (90) 713 (77) 729 (93)

Nota P-valor pelo teste de Mann-Whitney=0813

35

Tabela 5 - Incidecircncia de fratura em mulheres poacutes-menopausa segundo

resultado da USO 2003-2011

Resultado da

USO

Total

Fratura p-valor

Sim Natildeo

n n

()

IC95 n

()

Normal 36 7 194

89 -

3472

29 806

0496

Alterado 50 11 220

121 -

350

39 780

Total 86 18 209

133 -

305

68 791

Nota Risco relativo = 113 (IC95 048 - 263)

36

Tabela 6 ndash Caracteriacutesticas cliacutenicas de mulheres poacutes-menopausa segundo

fratura (n=86)

Fratura

Natildeo (n=68) Sim (n=18) Total

n ( ) n ( )

IMC

Abaixo do pesoNormal 24 (353) 5 (278) 28 0792

Sobrepeso 27 (397) 9 (500) 36

Obeso 17 (250) 4 (222) 21

Histoacuterico familiar de fratura de quadril

Natildeo 66 (985) 13 (867) 79 0085

Sim 1 (15) 2 (133) 3

Osteoporose

Natildeo 44 (800) 9 (529) 53 0055

Sim 11 (200) 8 (471) 19

Uso de anticoncepcional

Natildeo 32 (485) 10 (556) 42 0791

Sim 34 (515) 8 (444) 42

Ausecircncia de mentruaccedilatildeo

Natildeo 60 (909) 16 (941) 76 1000

Sim 6 (91) 1 (59) 7

Retirou o uacutetero

Natildeo 46 (687) 9 (500) 55 0170

Sim 21 (313) 9 (500) 30

Retirou os ovaacuterios

Natildeo 53 (815) 11 (647) 64 0187

Sim 12 (185) 6 (353) 18

Reposiccedilatildeo hormonal

Natildeo 51 (761) 13 (722) 64 0763

Sim 16 (239) 5 (278) 21

Amamentou

Natildeo 14 (206) 4 (222) 18 1000

Sim 54 (794) 14 (778) 68

Acamado por mais de dois meses

Natildeo 63 (940) 13 (765) 76 0049

Sim 4 (60) 4 (235) 8

Caracteriacutesticas clinicas

p-valor do

teste exato

de Fisher

37

Tabela 7 - Caracteriacutesticas comportamentais de mulheres poacutes-menopausa segundo

fratura (n=86)

Fratura

Natildeo (n=68) Sim (n=18) Total

n ( ) n ( )

Tabagismo

Natildeo fumante 47 (758) 14 (875) 61 0499

FumanteEx-fumante 15 (242) 2 (125) 17

Etilismo no uacuteltimo ano

Natildeo 48 (706) 15 (833) 63 0376

Sim 20 (294) 3 (167) 23

Atividade fiacutesica ateacute os 25 anos

Leve 38 (559) 11 (611) 49 0792

ModeradaPesada 30 (441) 7 (389) 37

Atividade fiacutesica entre os 25 e 50 anos

Leve 38 (559) 10 (556) 48 1000

ModeradaPesada 30 (441) 8 (444) 38

Atividade fiacutesica acima dos 50 anos

Leve 42 (618) 12 (667) 54 0789

ModeradaPesada 26 (382) 6 (333) 32

Frequecircncia diaacuteria de leite ateacute 25 anos

Nenhummenos 1 copodia 34 (500) 8 (444) 42 0910

1 a 2 coposdia 31 (456) 9 (500) 40

3 coposdia ou mais 3 (44) 1 (56) 4

Frequecircncia diaacuteria de leite apoacutes 50 anos

Nenhummenos 1 copodia 34 (500) 6 (333) 40 0103

1 a 2 coposdia 31 (456) 9 (500) 40

3 coposdia ou mais 3 (44) 3 (167) 6

Caracteriacutesticas

comportamentais

p-valor do

teste exato

de Fisher

Tabela 8- Coeficientes de correlaccedilatildeo de Spearman (rs) entre idade IMC e tempo de

menopausa em mulheres poacutes-menopausa

Variaacuteveis

IMC IdadeTempo de

menopausa

r s 1 -0144 -0151

p-valor 0569 0550

r s -0227 1 0736

p-valor 0074 lt0001

r s -0295 0761 1

p-valor 0020 lt0001

Variaacuteveis

IMC

Idade

Tempo de menopausa

Nota o triacircngulo superior direito (parte hachurada) se refere agraves correlaccedilotildees para as mulheres com

fratura e o inferior esquerdo (parte natildeo hachurada) agraves mulheres sem fratura

38

7 Discussatildeo

No Brasil os principais fatores cliacutenicos de risco para fraturas por fragilidade oacutessea

eram extrapolados a partir de estudos internacionais O estudo vem acrescentar informaccedilotildees

para se conhecer os fatores relacionados agrave essas fraturas Nossos resultados revelam que a

idade avanccedilada a historia familiar de fratura de quadril o diagnoacutestico de osteoporose e

tambeacutem o paciente ficar acamado por mais de 2 meses foram considerados fatores de risco

para fraturas por fragilidade oacutessea

Esse estudo mostrou concordacircncia com a Johnell amp Kanis (2006) onde o principal

siacutetio mundial de fratura por fragilidade oacutessea nas mulheres apoacutes a menopausa foi o antebraccedilo

Segundo o estudo Latin American Vertebral Osteoporosis Study (LAVOS) (Clark et al

2009) a fratura vertebral eacute a mais prevalente da ameacuterica latina com uma prevalecircncia de

142 diferente do nosso estudo onde a coluna vertebral e o colo do fecircmur aparecem

juntos em uacuteltimo lugar na lista de incidecircncia dos siacutetios de fratura Isso pode ser atribuiacutedo

devido a diferenccedila nos criteacuterios de definiccedilatildeo de fraturas pois no LAVOS optou-se pela

medida radiograacutefica do local de fraturas enquanto no nosso estudo as fraturas foram referidas

pelas pacientes

Os consensos sobre osteoporose tecircm propostos algoritmos para identificar indiviacuteduos

de alto risco para fraturas (Kanis et al 2008 WHO 1999) Para tanto a associaccedilatildeo de fatores

de risco para fraturas com a medida da USO eacute de suma importacircncia embora sejam poucas as

pacientes que tecircm oportunidade de realizar esse exame (Oliveira et al 2007) Assim o

presente trabalho mostrou um risco para fraturas por fragilidade oacutessea 13 maior nas

pacientes com resultado de USO alterada em relaccedilatildeo as pacientes que tiveram resultados de

39

USO normais vindo de encontro aos resultados encontrados por Oliveira et al (2007)

Corroborando o USO como um meacutetodo confiaacutevel para a prediccedilatildeo de fraturas

E semelhante a Pinheiro et al (2010a) o presente estudo revelou que os principais

fatores de risco para fraturas por fragilidade oacutessea satildeo a idade avanccedilada a historia familiar de

fratura de quadril e a presenccedila de osteoporose Isso pode ser atribuiacutedo ao fato de que no

estudo de Pinheiro et al (2010a) assim como no nosso estudo a populaccedilatildeo ser

predominantemente de mulheres acima dos 65 anos e viverem em aacuterea urbana tendo haacutebitos

de vida parecidos

O achado em nosso estudo que apresentou significacircncia estatiacutestica refere-se ao fator

de risco ldquopaciente acamado por mais de dois mesesrdquo como disposto na literatura (Pinheiro et

al 2010b Demir et al 2008) O que acontece eacute que com o paciente acamado por tempo

prolongado um maior remodelamento oacutesseo eacute observado Os osteoclastos responsaacuteveis pela

absorccedilatildeo oacutessea sobrepotildee os osteoblastos predispondo as fraturas por fragilidade oacutessea

(Fyhrie amp Schaffler 1994) Assim observou-se no estudo que 235 das pacientes

acamadas por mais de dois meses sofreram alguma fratura por fragilidade oacutessea com p valor

lt005 Isso reafirma a associaccedilatildeo entre a paciente ficar acamada por mais de dois meses e

sofrer fratura por fragilidade oacutessea Por outro lado o exerciacutecio fiacutesico que estaacute sabidamente

relacionado ao aumento da resistecircncia muscular do equiliacutebrio e da flexibilidade contribuindo

para a reduccedilatildeo da perda oacutessea e melhora da sauacutede em geral (Chan 2003) natildeo se mostrou

como fator de proteccedilatildeo neste estudo Provavelmente devido ao baixo percentual encontrado

de pacientes que praticavam atividade fiacutesica moderada ou pesada

O elevado IMC e a terapia de reposiccedilatildeo hormonal natildeo desempenharam papel protetor

na nossa populaccedilatildeo como seria o esperado por estudos anteriores (Pinheiro et al 2010c

40

Buttros et al 2011) Ao contrario o sobrepeso e obesidade foram considerados fatores de

risco Isso pode ser atribuiacutedo ao IMC meacutedio dessa populaccedilatildeo ser 264 (kgm2) (DPplusmn 55)

limiacutetrofe para sobrepeso Embora esse dado demonstre contrariedade com a literatura que

estabelece relaccedilatildeo inversa entre obesidade e fraturas por fragilidade oacutessea em nosso estudo

ter maior peso e IMC natildeo seriam fatores de risco para fraturas e sim caracteriacutesticas das

mulheres mais idosas em um contexto social de baixa escolaridade e renda Esse fato eacute

confirmado pelos resultados da Pesquisa Nacional sobre Sauacutede e Nutriccedilatildeo ( Batista F et al

2003) que demonstraram caraacuteter ascendente da obesidade nos estratos de mulheres com baixa

renda residentes na regiatildeo Sudeste

Aleacutem disso haacutebitos de vida como tabagismo e etilismo sabidamente relacionados agrave

maior risco para fraturas por fragilidade oacutessea (Pinheiro et al 2010) tambeacutem natildeo se

mostraram estar associados nesse estudo

A necessidade de caacutelcio do ser humano varia ao longo da vida e uma ingestatildeo

adequada para mulheres acima de 50 anos eacute de 1200 mg pois com a idade o corpo

naturalmente perde um pouco da capacidade de absorccedilatildeo de minerais (Nuacutecleo de Estudos e

Pesquisas em Alimentaccedilatildeo 2006) O fato de apenas 44 das mulheres que natildeo tiveram

fraturas e 167 das mulheres que tiveram fraturas ter referido consumo superior a

900mgdia (3 ou mais copos) foi fator de surpresa principalmente levando-se em conta o PIB

per capita da cidade superior ao da maioria dos municiacutepios brasileiros (IPEA 2000)

Assim como em estudos preacutevios (Pinheiro et al 2010c NHI 2001 Demir et al

2008) nossos dados tambeacutem demonstraram o hipoestrogenismo como importante fator de

risco para fraturas por fragilidade oacutessea jaacute que as pacientes com fratura tecircm entre 19 e 29

anos de menopausa Em recente estudo Demir et al (2008) estudaram 2769 mulheres na

41

poacutes-menopausa correlacionando a ocorrecircncia de osteoporose com o tempo de menopausa

Demonstraram que 106 das pacientes com ateacute trecircs anos de poacutes-menopausa tinham

osteoporose contra 329 das pacientes com sete anos ou mais Acredita-se que a deficiecircncia

estrogecircnica seja responsaacutevel por dois terccedilos da perda de massa oacutessea levando

consequentemente agraves fraturas por fragilidade oacutessea assim como observado (Position

statement of the North American Menopause Society 2010)

Os dados deste estudo podem ser limitados pois apesar de tratar-se de uma coorte as

participantes reportaram dados referentes a estilo de vida dieta antecedentes familiares e

pessoais o que pode ter ocasionado algum vieacutes recordatoacuterio Outra limitaccedilatildeo eacute que como

avaliado por Oliveira et al (2007) esta populaccedilatildeo apresenta a maior parte das mulheres com

baixo niacutevel socioeconocircmico e escolaridade sem acesso agrave adequada educaccedilatildeo nutricional e agrave

atividade fiacutesica orientada Por outro lado resultados encontrados sem significacircncia estatiacutestica

podem ter sido ocasionados pelo tamanho amostral reduzido devido a dificuldade de

rastreamento da populaccedilatildeo uma vez que a unidade de sauacutede natildeo atualizou o endereccedilo e

telefone das mulheres eleitas para o estudo Talvez se tivesse sido realizado contato anual

com essas mulheres natildeo teriacuteamos perdido o seguimento delas

42

8 Conclusatildeo

Devido agrave sua alta prevalecircncia e associaccedilatildeo com mortalidade e incapacidade a fratura

devido agrave fragilidade oacutessea deve ser considerada um problema de sauacutede puacuteblica no Brasil

Apesar das limitaccedilotildees o presente estudo foi realizado de forma prospectiva em mulheres

brasileiras na poacutes-menopausa devendo os seus resultados serem levados em consideraccedilatildeo

para a formulaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas de sauacutede para a prevenccedilatildeo e estrateacutegias de tratamento

para as fraturas Os fatores de risco encontrados como a idade avanccedilada a histoacuteria familiar

de fratura de quadril e a presenccedila de osteoporose devem ser acompanhados e combatidos para

tentar-se diminuir o risco para as fraturas Assim como o USO mostrou ser um meacutetodo

confiaacutevel para avaliar o risco para fraturas podendo ser implementado em maior escala do

que a atual Entatildeo acreditamos que novos estudos prospectivos com uma amostra mais

representativa devam ser realizados para se confirmar os fatores associados a fraturas por

fragilidade oacutessea na populaccedilatildeo brasileira para cada vez mais conhecermos o perfil da nossa

populaccedilatildeo e termos subsiacutedios para combater esse agravo

43

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48

10 Anexo 1 - Instrumento de coleta - EVOS (EUROPEAN VERTEBRAL

OSTEOPOROSIS STUDY)

Data _________

Nome________________________________________________________

Endereco_____________________________________________________

Fone _____________ Data de nascimento _________ RG

1- Dados antropomeacutetricos

Peso (Kg) Altura (m) IMC

2- Dados Ginecoloacutegicos

Idade da primeira menstruacao anos

Vocecirc jaacute usou piacutelula anticoncepcional por mais de 3 meses

sim natildeo natildeo sei

Vocecirc jaacute ficou algum periacuteodo em sua vida sem menstruar antes da menopausa (exceto se

gravidez) sim natildeo natildeo sei

Idade da ultima menstruaccedilatildeo anos

Numero de filhos

Vocecirc fez cirurgia para retirar o uacutetero sim com Idade ____ (anos)

natildeo natildeo sei

E para retirar os ovaacuterios (um ou os dois) sim idade ___ (anos)

natildeo natildeo sei

Vocecirc fez reposiccedilatildeo hormonal apos a menopausa sim natildeo natildeo sei

Se sim quando iniciado o periacuteodo foi superior a 1 ano sim natildeo natildeo sei

49

Vocecirc notou os seguintes sintomas na menopausa

calores sim natildeo natildeo sei

depressatildeo sim natildeo natildeo sei

insocircnia sim natildeo natildeo sei

outros sim natildeo natildeo sei

Vocecirc amamentou sim natildeo natildeo sei

Se sim quantas crianccedilas vocecirc amamentou por mais que 3 meses

3- Dados familiares

Em sua famiacutelia (pai matildee irmatildeos) existe historia de fratura de quadril apos os 50 anos de

idade sim natildeo natildeo sei

4- Histoacuteria de fratura

Vocecirc jaacute teve alguma fratura sim natildeo natildeo sei

Se sim em qual sitio esqueleacutetico com que idade e qual foi o tipo de trauma

Sitio Numero Idade (anos) Niacutevel do trauma

Vertebra

Fecircmur (colo trocanter)

Costela

Antebraccedilo

Uacutemero

Pe

Outras

Vocecirc sabe que tem osteoporose sim tenho natildeo natildeo tenho natildeo sei

5- Aacutelcool

Com que frequecircncia vocecirc bebeu no ultimo ano

Diariamente 5-6 dsem 3-4 dsem

50

1 -2 dsem lt 1 dsem nunca

Tipo de bebida destilados (uiacutesque cachaccedila vodka)

fermentados (cerveja vinho)

6- Imobilizaccedilatildeo

Vocecirc jaacute ficou acamado por um periacuteodo superior a 2 meses

sim natildeo natildeo sei

Se sim foi antes ou apos os 25 anos de idade

ano passado nunca

7- Fumo

Vocecirc fumou cigarro ou usou outras formas de fumo (cachimbo ou charuto)

atualmente no passado nunca

Com que idade iniciou anos

Se parou com que idade anos

Numero de cigarrosdia

8- Atividade Fiacutesica

Quantas tempo costuma passar diariamente ao ar livre caminhando ou andando de bicicleta

nenhuma a 1 h superior a 1 h

Qual a sua atividade fiacutesica durante diferentes periacuteodos de sua vida adulta

Ate os 25 anos 25 a 50 anos acima 50 anos

Niacutevel 1 (leve) 2 (moderada) 3 (pesada) 4

(muito pesada)

9- Impacto

Como vocecirc descreveria sua sauacutede geral neste momento

muito boa boa satisfatoacuteria regular ruim

10- Interrogatoacuterio sobre drogas

51

Vocecirc jaacute usou alguma medicaccedilatildeo oral ou injetaacutevel contendo corticosteroides por mais de 3

meses sim natildeo natildeo sei

Vocecirc jaacute usou alguma desses remeacutedios

Droga sim natildeo sei tempo

(meses)

parou ha quanto tempo

Hormocircnios

masculinos

Hormocircnios

femininos

Calcitonina

Fluacuteor

Caacutelcio

Vitamina D

Anabolizantes

Diureacuteticos

tiazidicos

11- Ingestatildeo de caacutelcio

Com que frequecircncia vocecirc comeu produtos derivados do leite na semana passada

(diassemana)

queijo amarelo queijo branco iogurte leite sorvete

Para os periacuteodos indicados abaixo com que frequecircncia vocecirc recebeu leite

ate 25 anos 25 a 50 anos Acima de 50 anos

Todas as refeiccedilotildees (3 ou + coposdia)

1-2 coposdia

52

Toda semana mas natildeo todo dia

lt 1 vezsemana

53

11 Anexo 2 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Projeto de Pesquisa Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade

oacutessea em mulheres na menopausa

Pesquisador responsaacutevel Dra Lizanka Paola F Marinheiro

Instituiccedilatildeo responsaacutevel Instituto Fernandes Figueira

Vocecirc estaacute sendo convidado a participar do projeto de pesquisa intitulado

Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea em mulheres na

menopausa por que vocecirc participou do estudo anterior realizado haacute 7 anos sobre a

osteoporose e suas consequumlecircncias

54

A osteoporose e uma doenccedila que se caracteriza pela diminuiccedilatildeo da resistecircncia do osso

tornando-o mais fraacutegil Essa fragilidade aumenta o risco da pessoa que tem osteoporose de ter

fraturas mesmo com atividades comuns como tossir ou espirrar

Com isso esse trabalho deseja avaliar a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea na

populaccedilatildeo de mulheres na poacutes menopausa residente da Ilha de Paquetaacute apoacutes 7 anos de

seguimento do uacuteltimo estudo transversal

Vocecirc natildeo eacute obrigada a participar Mas se quiser vocecirc teraacute que responder a um

questionaacuterio Para participar vocecirc natildeo teraacute que pagar nada O resultado seraacute fornecido apenas

a vocecirc ningueacutem mais saberaacute Suas duvidas seratildeo esclarecidas e vocecirc devera continuar

acompanhamento com seu meacutedico assistente Se vocecirc natildeo quiser participar natildeo seraacute

submetida a nenhum constrangimento fiacutesico ou moral e seu atendimento no posto de sauacutede

natildeo seraacute prejudicado A participante poderaacute se retirar do estudo a qualquer momento que

julgar necessaacuterio sem prejuiacutezo para a mesma O resultado de toda a pesquisa seraacute divulgada e

atraveacutes de artigos cientiacuteficos em revistas encontros congressos ou similares sem a

divulgaccedilatildeo dos nomes de quem participou de forma sigilosa

Sua participaccedilatildeo no estudo natildeo implicaraacute em custos adicionais O (A) Sr (a) natildeo teraacute

qualquer despesa com a realizaccedilatildeo dos procedimentos previstos neste estudo que seratildeo

custeados pelo pesquisador responsaacutevel Tambeacutem natildeo haveraacute nenhuma forma de pagamento

pela sua participaccedilatildeo

Caso surja alguma duacutevida quanto agrave eacutetica do estudo o (a) Sr(a) deveraacute se reportar ao

Comitecirc de Eacutetica em Pesquisas envolvendo seres humanos ndash subordinado ao Conselho

Nacional de Eacutetica em Pesquisa oacutergatildeo do Ministeacuterio da Sauacutede atraveacutes de solicitaccedilatildeo ao

representante de pesquisa que estaraacute sob contato permanente ou contactando o Comitecirc de

Eacutetica em Pesquisa desta instituiccedilatildeo no telefone (21) 3971-1590 Eacute assegurado o completo

55

sigilo de sua identidade quanto a sua participaccedilatildeo neste estudo incluindo a eventualidade da

apresentaccedilatildeo dos resultados deste estudo em congressos e perioacutedicos cientiacuteficos

Eu________________________________________________________________________

residente do endereccedilo__________________________ fui informada dos objetivos e da

justificativa deste trabalho de forma clara e detalhada pela Dra Adriana de Mattos V da

Costa Recebi informaccedilotildees especificas sobre cada procedimento no qual estarei envolvida

dos desconfortos e riscos previstos tanto quanto dos benefiacutecios esperados Todas as minhas

duvidas foram respondidas com clareza e sei que poderei solicitar novos esclarecimentos a

qualquer momento Aleacutem disso sei que novas informaccedilotildees obtidas durante o estudo me seratildeo

fornecidas e que terei liberdade de retirar meu consentimento de participaccedilatildeo face a estas

informaccedilotildees sem prejuiacutezo para mim Aleacutem disto me foi entregue uma coacutepia da folha de

informaccedilotildees para os participantes a qual li compreendi e me deu plena liberdade para decidir

acerca da minha espontacircnea participaccedilatildeo nesta pesquisa Minha identidade jamais seraacute

publicada Os dados colhidos poderatildeo ser examinados por pessoas envolvidas no estudo com

autorizaccedilatildeo delegada do investigador e por pessoas delegadas pelo patrocinador Estou

recebendo uma coacutepia assinada deste Termo

Os pesquisadores responsaacuteveis pelo Projeto satildeo a Dra Lizanka Paola F Marinheiro e

sua aluna a Dra Adriana de Mattos Viveiros da Costa

56

Participante

Nome _________________________________

Assinatura________________________________

Data_________________________________________

Investigador

Nome____________________________________

Assinatura________________________________

Data_______________________________________

Pesquisadora

Nome______________________________________

Assinatura___________________________________

Data__________________________________________

Dra Lizanka Paola F Marinheiro

lizankaglobocom

tel 25541700

Dra Adriana de Mattos Vda Costa

adrianamattosmedyahoocombr

tel 87273315

Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa

Rua Afonso Cavalcanti 455 sala 710 ndash Cidade Nova -

Telefone 3971-1463

17

4 Marco Teoacuterico

A osteoporose pode ser definida como doenccedila osteometaboacutelica caracterizada pela

diminuiccedilatildeo da densidade mineral oacutessea com alteraccedilotildees na sua microestrutura que conduzem

a um aumento da fragilidade oacutessea e uma tendecircncia a fraturas por traumatismos pouco

intensos Dado o exposto esta constitui o verdadeiro problema de sauacutede puacuteblica devido agrave sua

alta taxa de morbimortalidade e altos custos (Vianna et al 2001 International Osteoporosis

Foundation 2005)

Com relaccedilatildeo ao hipoestrogenismo observa-se que as mulheres apresentam uma perda

oacutessea mais acelerada nos dez primeiros anos apoacutes a instalaccedilatildeo da menopausa do que os

homens da mesma idade adquirindo risco de fratura mais precocemente do que eles (NHI

2001) Esta diminuiccedilatildeo de massa oacutessea total poderaacute ser ateacute dez vezes a diminuiccedilatildeo ocorrida

antes deste periacuteodo podendo chegar a 2 a 4 ao ano para o osso trabecular e de 1 para o

cortical (NHI 2001) A deficiecircncia de estrogecircnio aumenta o remodelamento oacutesseo e pode

agravar o desequiliacutebrio nas unidades de remodelamento com o aumento do tempo de vida dos

osteoclastos em detrimento dos osteoblastos (Fyhrie amp Schaffler 1994)

Na maioria dos casos a perda oacutessea eacute assintomaacutetica Quando sinais e sintomas da

osteoporose aparecem se relacionam com a ocorrecircncia de fraturas mais comumente na

porccedilatildeo distal do antebraccedilo (fratura de Colles) na coluna vertebral e no colo do fecircmur

(International Osteoporosis Foundation 2005) A maior incidecircncia de fraturas eacute observada

em mulheres brancas na poacutes menopausa (Pinheiro et al 2010a b)

Pinheiro et al (2010) analisaram 275 mulheres caucasoacuteides acima dos 50 anos e

acharam que 44 jaacute possuiacuteam algum tipo de fratura por osteoporose (Pinheiro et al 2010b)

A dor oacutessea eacute consequumlecircncia tanto das fraturas quanto das deformidades oacutesseas As fraturas

18

vertebrais satildeo as mais comuns poreacutem satildeo geralmente assintomaacuteticas e portanto menos

diagnosticadas Poreacutem podem causar dor perda de peso deformidade na coluna espinhal e

perda de estabilidade ao andar (International Osteoporosis Foundation 2005) Apenas 10

das fraturas de veacutertebras cursam com hospitalizaccedilatildeo mesmo que causem dor e diminuiccedilatildeo da

qualidade de vida Elas ocorrem entre os 50 e 60 anos de idade com maior frequecircncia

(International Osteoporosis Foundation 2005)

Jaacute as fraturas do fecircmur satildeo as mais letais devido a complicaccedilotildees poacutes-operatoacuterias As

principais causas de mortalidade satildeo as infecccedilotildees e tromboembolismo As fraturas de quadril

satildeo menos prevalentes do que as vertebrais poreacutem de maior gravidade devido agraves altas taxas

de morbimortalidade aleacutem do alto custo para a famiacutelia e para o sistema puacuteblico de sauacutede A

mortalidade apoacutes uma fratura de quadril eacute de cerca de 20- 24 no ano seguinte a fratura

sendo acompanhada de periacuteodos de hospitalizaccedilatildeo prolongados (International Osteoporosis

Foundation 2005 Silveira et al 2005) Estimativas apontam que no ano de 2050 ocorreratildeo

aproximadamente 65 milhotildees de fratura de quadril em todo mundo (Cooper 1999) As

fraturas de punho satildeo as mais facilmente observadas por mulheres no climateacuterio chegando a

originar seis milhotildees de dias de restriccedilatildeo de trabalho por ano (International Osteoporosis

Foundation 2005)

Aleacutem do custo pessoal o impacto econocircmico gerado pela osteoporose eacute enorme

Atraveacutes do mundo eacute estimado que uma em cada trecircs mulheres acima dos 50 anos teraacute fraturas

por osteoporose Na Europa no ano 2000 foi estimada uma ocorrecircncia de 379 milhotildees de

fraturas por fragilidade oacutessea sendo que destas 890 mil eram de quadril (Tosteson et al

2008) Eacute sabido que apenas metade das pacientes que sobrevivem agrave fratura de quadril voltaraacute

a andar novamente mas dificilmente com a mesma agilidade que andava antes da fratura

Apesar de a osteoporose ser facilmente diagnosticada atraveacutes de exames e seu tratamento

19

poder ser instituiacutedo ainda eacute uma doenccedila muito subdiagnosticada e subtratada Eacute estimada na

comunidade europeacuteia que uma em cada trecircs fraturas de vertebrais recebe a atenccedilatildeo cliacutenica

que merece E uma pessoa com fratura de veacutertebra tem ateacute cinco vezes mais chance de

desenvolver nova fratura no ano seguinte fenocircmeno conhecido como fratura em cascata

(Lindsay et al 2001)

Tradicionalmente a osteoporose eacute reconhecida como uma doenccedila multifatorial sendo

70 desses fatores natildeo modificaacuteveis isto eacute definidos pela carga geneacutetica e 30

potencialmente modificaacuteveis e assim envolvidos com os aspectos ambientais Dessa forma

um uacutenico fator de risco natildeo eacute capaz de identificar indiviacuteduos com ou sem fratura Diferenccedilas

geneacuteticas raciais e antropomeacutetricas bem como da composiccedilatildeo corporal densidade oacutessea

dieta atividade fiacutesica e outros haacutebitos de vida contribuem para explicar as divergecircncias na

incidecircncia e na prevalecircncia de baixa densidade oacutessea e fraturas em diversos paiacuteses do mundo

(Pinheiro et al 2010b c) Os aspectos geneacuteticos desempenham importante influecircncia sobre a

aquisiccedilatildeo do pico de massa oacutessea e perda oacutessea relacionada agrave idade bem como na

determinaccedilatildeo das propriedades estruturais e geomeacutetricas do osso No entanto a associaccedilatildeo

entre diferentes polimorfismos gecircnicos e densidade oacutessea ou fraturas por osteoporose eacute

bastante controversa e varia em diferentes estudos inclusive no Brasil fato que pode ser

tomado como um provaacutevel reflexo das diferenccedilas de etnia e ambiental das populaccedilotildees

estudadas Da mesma forma os fatores ambientais natildeo permitem uniformizar e homogeneizar

o impacto de cada um deles em cada regiatildeo do planeta (Pinheiro et al 2010c)

Atualmente a densitometria oacutessea eacute o meacutetodo mais utilizado para avaliar a massa

oacutessea Eacute o padratildeo ouro para o diagnoacutestico de osteoporose A densidade mineral oacutessea (DMO)

eacute expressa em nuacutemero absolutos em gramas de mineral por centiacutemetro quadrado escaneado

ou ainda comparado com a DMO esperada para a idade e sexo da paciente (z escore) ou

20

comparado a DMO de adultos jovens normais do mesmo sexo (t-escore) A diferenccedila entre o

escore do paciente e o padratildeo eacute expressa em desvios padrotildees acima ou abaixo da meacutedia

(Castro et al 1999)

Segundo a Sociedade Brasileira de Densitometria Cliacutenica no consenso de 2008 satildeo

indicaccedilotildees para avaliaccedilatildeo da densidade mineral oacutessea (Brandatildeo et al 2009)

rdquoMulheres com idade gt a 65 anos e homens com idade gt a 70 anos

Mulheres acima de 40 anos na transiccedilatildeo menopausal (1-2) e homens acima de 50

anos de idade com fatores de risco

Adultos com antecedente de fratura por fragilidade condiccedilatildeo cliacutenica ou uso de

medicamentos associados agrave baixa massa oacutessea ou perda oacutessea

Indiviacuteduos para os quais satildeo consideradas intervenccedilotildees farmacoloacutegicas para

osteoporose

Indiviacuteduos em tratamento para osteoporose para monitoramento de sua eficaacutecia

Indiviacuteduos que natildeo estejam sob tratamento poreacutem nos quais a identificaccedilatildeo de perda

de massa oacutessea possa determinar a indicaccedilatildeo do tratamento

Mulheres interrompendo terapia hormonal (TH)rdquo

Arq Bras Endocrinol Metab 2009 531 pag108

A proacutepria definiccedilatildeo de osteoporose pela Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede reunida em

Hong Kong em 1994 estabeleceu criteacuterios diagnoacutesticos baseados em valores obtidos pela

densitometria oacutessea classificando como osteopecircnicas aquelas mulheres que apresentarem-se

entre 1 e 25 desvios-padratildeo (DP) abaixo da meacutedia para adultas jovens e de osteoporoacuteticas as

que se encontrarem com mais de 25 DP abaixo da meacutedia para adultas jovens (Castro et al

1999 WHO 1999)

A densitometria oacutessea apresenta como desvantagens no entanto o fato de utilizar uma

fonte de radiaccedilatildeo ionizante e possuir um elevado custo que limita seu uso em estudos

populacionais principalmente em nosso paiacutes onde os recursos destinados agrave sauacutede da

populaccedilatildeo mais carente satildeo miacutenimos Sempre tentando diminuir o impacto dos gastos com

21

sauacutede eacute estimulada a busca por meacutetodos natildeo poluentes e mais baratos mas que tragam as

mesmas informaccedilotildees que os meacutetodos jaacute estabelecidos Em funccedilatildeo disto a USO vem sendo

avaliada e alguns resultados promissores tecircm sido apresentados (Castro et al 1999) Baseia-se

na modificaccedilatildeo das caracteriacutesticas de ultrassom transmitido atraveacutes de ossos de localizaccedilatildeo

mais superficiais como no calcacircneo tiacutebia falanges ou patela Os sistemas atuais se

constituem de dois transdutores sendo um transmissor e outro receptor posicionados em

locais diferentes do osso a ser estudado Os aparelhos existentes entre noacutes avaliam o

calcacircneo osso predominantemente trabecular atraveacutes das medidas de velocidade de

transmissatildeo do ultrassom (SOS em ms) e da atenuaccedilatildeo da frequumlecircncia do ultrassom (BUA em

dBMHz) (Kanis et al 2008) Novamente de acordo com a orientaccedilatildeo da Sociedade Brasileira

de Densitometria Cliacutenica de 2008 as recomendaccedilotildees para ultrassonometria oacutessea satildeo

(Brandatildeo et al 2009)

rdquoO uacutenico siacutetio validado para o uso cliacutenico da USO em osteoporose eacute o calcacircneo

Equipamentos de USO de calcacircneo validados satildeo capazes de estimar fratura por

fragilidade em mulheres na poacutes-menopausa e em homens com idade superior a 65 anos

independentemente da densidade mineral oacutessea medida em equipamentos de DMO

central

A correlaccedilatildeo entre os resultados obtidos por USO e DMO ccccccc entral eacute

moderada

USO do calcacircneo associada a fatores de risco cliacutenicos podem ser usados para

identificar populaccedilatildeo com baixa probabilidade de fratura na qual avaliaccedilatildeo adicional

natildeo seja mais necessaacuteria

Medidas de DMO central na coluna e no fecircmur constituem o meacutetodo de escolha para a

tomada de decisatildeo terapecircutica Entretanto se a DMO central natildeo for acessiacutevel o

tratamento farmacoloacutegico pode ser iniciado se a probabilidade de fratura avaliada pelo

USO do calcacircneo com pontos de corte especiacuteficos associados a fatores de risco

cliacutenicos for suficientemente alta

Equipamentos de USO natildeo satildeo clinicamente uacuteteis no monitoramento de efeitos

esqueleacuteticos dos medicamentos disponiacuteveis para o tratamento da osteoporoserdquo

Arq Bras Endocrinol Metab 2009 531 pag110

22

Em 2003 foi realizada uma dissertaccedilatildeo de mestrado (Oliveira et al 2007) sobre a

utilizaccedilatildeo do USO para estimar a prevalecircncia de risco aumentado de fraturas em uma

populaccedilatildeo de mulheres na poacutes menopausa residentes da Ilha de Paquetaacute Em trabalho

realizado por Oliveira e cols nesta instituiccedilatildeo Foi realizado um estudo transversal com

recrutamento de 385 mulheres residentes da Ilha Todas as mulheres responderam a

questionaacuterio previamente estruturado e foram submetidas a medidas antropomeacutetricas e a

USO As medidas de USO foram realizadas segundo o manual do fabricante A idade da

populaccedilatildeo estudada variou entre 42 e 95 anos Os resultados encontrados mostram que

5922 da amostra apresentava algum tipo de alteraccedilatildeo a USO com t score menor que -1

Esse grupo era composto por mulheres mais idosas com menor peso menor altura e menor

percentual de gordura quando comparado com o grupo com t score lt ndash 1 Foi encontrado que

1688 das pesquisadas possuiacuteam alto risco para fraturas com t score lt -25 E as mulheres

do grupo de alto risco tinham maior peso e IMC paracircmetros conhecidos como protetores

Embora divergente da literatura a autora atribui esses resultados a caracteriacutesticas das

mulheres mais idosas em um contexto social de baixa escolaridade e renda (Oliveira et al

2007)

23

5 Materiais e Meacutetodos

51 Populaccedilatildeo

A Ilha de Paquetaacute dista aproximadamente 15 km da Praccedila XV no Centro da Cidade

do Rio de Janeiro sendo a principal ilha do arquipeacutelago de Paquetaacute situada ao nordeste da

Baiacutea de Guanabara A populaccedilatildeo e frequecircncia da Ilha satildeo extremamente sazonais sendo

aproximadamente 2200 domiciacutelios (entre moradores e veranistas) Os moradores fixos

correspondem a 4500 pessoas em sua maioria de famiacutelias antigas na Ilha das quais 208

satildeo idosos ultrapassando ateacute mesmo a meacutedia nacional que eacute em torno de 12 (IBGE

2009a) Este iacutendice faz de Paquetaacute o erceiro bairro em nuacutemero de idosos no municiacutepio sendo

que sua populaccedilatildeo pode ser considerada envelhecida segundo os criteacuterios da Organizaccedilatildeo

Mundial da Sauacutede (OMS 2003) Embora a maioria da populaccedilatildeo seja branca existem 109

de negros 256 de pardos e 01 de iacutendios Cerca de 90 dos domiciacutelios possuem aacutegua

tratada e 9957 tratamento de esgoto As famiacutelias residentes nesta regiatildeo satildeo compostas em

meacutedia por trecircs pessoas com rendimento meacutedio per capita de 301 salaacuterios miacutenimos (IPEA

2000) e o transporte urbano eacute feito basicamente a peacute por bicicletas ou charretes puxadas por

ciclistas (IBGE 2009a)

52 Tipo de estudo

Foi realizado um estudo de coorte prospectivo na ilha de PaquetaacuteRJ no ano de 2011

Foram inicialmente alocadas todas as mulheres que participaram do estudo anterior

desenvolvido no ano de 2003 (Oliveira et al 2007)

24

53 Criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo

Os criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo foram os mesmos utilizados do estudo anterior

(Oliveira et al 2007) Sendo os criteacuterios de inclusatildeo as mulheres que estavam na menopausa

e que tinham residecircncia fixa na Ilha de Paquetaacute e os criteacuterios de exclusatildeo a historia pessoal

de doenccedilas que sabidamente afetam o metabolismo oacutesseo direta ou indiretamente (como

artrite reumatoacuteide luacutepus eritematoso sistecircmico hiperparatireoidismo osteogecircnese imperfeita)

e as neoplasias malignas exceto carcinoma basocelular de pele

54 Alocaccedilotildees de pacientes

A populaccedilatildeo elegiacutevel era constituiacuteda pelas 385 mulheres alocadas no estudo inicial

(Oliveira et al 2007) No trabalho de Oliveira et al (2007) foi realizado um estudo transversal

com recrutamento por auto-seleccedilatildeo ou demanda espontacircnea no ano de 2003 na Ilha de

Paquetaacute Rio de Janeiro Brasil Foram estudadas 385 mulheres na poacutes-menopausa

(diagnoacutestico cliacutenico) residentes no local apoacutes a aplicaccedilatildeo dos criteacuterios de exclusatildeo

(existecircncia de pino metaacutelico ou edema com cacifo em ambos os peacutes ou impossibilitadas de

posicionar os peacutes no aparelho de ultra-sonometria oacutessea) Todas as mulheres responderam na

eacutepoca a um questionaacuterio e foram submetidas a medidas antropomeacutetricas e agrave USO

No presente estudo considerando uma significacircncia de 95 e um poder de 80 uma

prevalecircncia de 15 de fraturas na populaccedilatildeo de risco (Clark et al 2009) o tamanho amostral

previsto foi de 130 mulheres Poreacutem devido agraves perdas o tamanho amostral final foi de 86

pacientes

Atraveacutes do banco de dados jaacute existente todas as pacientes foram re-contactadas As

mulheres foram localizadas atraveacutes de telefonemas e comparecimento no hospital local onde

25

eacute realizado a atenccedilatildeo baacutesica de sauacutede Foram realizados pelo menos 2 telefonemas com

intervalo de 1 semana entre eles Como ldquoperdasrdquo foram consideradas as pacientes natildeo

encontradas apoacutes os dois telefonemas (035 dos telefones estavam errados e 049 das

pacientes tinham telefone quebrado ou ocupado) pacientes que natildeo quiseram ou natildeo

puderam responder ao questionaacuterio (008) e pacientes falecidas (006)

As pacientes selecionadas foram submetidas a um questionaacuterio de avaliaccedilatildeo de fatores

relacionados agrave fragilidade oacutessea conhecido como European Vertebral Osteoporosis Study

(EVOS) jaacute validado previamente para o portuguecircs (OrsquoNeill et al 1996) e jaacute utilizados em

importantes estudos (Pinheiro et al 2006 Clark et al 2009) O questionaacuterio EVOS eacute

composto por dados soacutecio-demograacuteficos (idade estado civil escolaridade cor renda familiar

e nuacutemero de dependentes desta haacutebitos de vida) e histoacuteria reprodutiva pessoal sumaacuteria

(idade da menarca idade da menopausa tipo de menopausa) Os dados antropomeacutetricos

foram aferidos segundo criteacuterios adotados internacionalmente com medidas de peso e altura

observando intervalos de 01kg e 001m respectivamente

A definiccedilatildeo de fratura por fragilidade oacutessea foi a mesma utilizada por Pinheiro et al

(2010a) como aquela resultante de uma queda da proacutepria altura ou trauma menos intenso em

indiviacuteduos com 50 anos ou mais em siacutetios esqueleacuteticos especiacuteficos antebraccedilo fecircmur

costelas veacutertebras e uacutemero E a documentaccedilatildeo de fraturas foi realizada atraveacutes de relato da

paciente (fratura referida) As fraturas traumaacuteticas (apoacutes acidente automobiliacutestico ou outras

condiccedilotildees sob forte impacto) ou as de baixo impacto natildeo relacionadas agrave osteoporose (como

por exemplo as de face tornozelo metacarpo falanges) natildeo foram consideradas

O estudo obedeceu aos criteacuterios de eacutetica preconizados pela resoluccedilatildeo no 19696 do

Conselho Nacional de Sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede e foi aprovado previamente pelo Comitecirc

26

de Eacutetica em Pesquisa da FiocruzIFF e pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Prefeitura Todas

as mulheres assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido antes de qualquer

procedimento

55 Anaacutelise Estatiacutestica

Os dados foram registrados em planilha Excel e analisados pelo programa Statistical

Package for Social Sciences (SPSS) versatildeo 170 Para avaliar diferenccedilas entre os grupos as

variaacuteveis categoacutericas foram avaliadas pelo Qui-quadrado de Pearson ou o teste exato de

Fisher A relaccedilatildeo entre as variaacuteveis categoacutericas e ordinal e entre as variaacuteveis numeacutericas foi

avaliada pelo teste de Mann-Whitney que eacute um teste natildeo-parameacutetrico que equivale ao teste t

escolhido pelo tamanho da amostra A relaccedilatildeo entre as variaacuteveis numeacutericas foi avaliada pelo

coeficiente de Sperman que eacute uma estatiacutestica natildeo parameacutetrica utilizada para dados natildeo

normais eou amostra pequena Para todos os testes o niacutevel de significacircncia adotado foi de

5 A variaacutevel dependente foi a presenccedila de fratura (sim ou natildeo) e as variaacuteveis

independentes foram idade (em anos) resultado de USO (normal ou alterado) tempo de

menopausa (em anos) siacutetio de localizaccedilatildeo de fraturas IMC (abaixo do pesonormal

sobrepeso obeso) tabagismo (fumante ou natildeo fumante) atividade fiacutesica (leve

moderadapesada) frequecircncia diaacuteria de ingestatildeo de leite (em coposdia) e as variaacuteveis

binaacuterias como o histoacuterico familiar de fratura de quadril osteoporose uso de anticoncepcional

ausecircncia de menstruaccedilatildeo retirada de uacutetero ou ovaacuterios amamentaccedilatildeo paciente acamado e

etilismo O caacutelculo do risco relativo (RR) foi feito para avaliar a relaccedilatildeo entre o USO e a

presenccedila de fraturas Para isso foi considerado pacientes com USO normal aqueles com

resultados do T-score gt-11 e USO alterado aqueles com T-score lt-11 O niacutevel de atividade

fiacutesica foi classificado em atividade leve (trabalho burocraacutetico em escritoacuterio na maior parte

do tempo sentado) atividade moderada (trabalhos na maior parte do tempo em peacute como

27

vendedor e dona-de-casa) atividade pesada (enfermeira empregada domeacutestica) Oliveira et al

2010) Para caacutelculo aproximado da ingestatildeo alimentar diaacuteria de caacutelcio utilizou- se uma

adaptaccedilatildeo da Tabela Brasileira de Composiccedilatildeo de Alimentos 1 fatia queijo (90mg) 1 copo

de iogurte (1212mg) 1 copo leite (257mg) 1 bola se sorvete (135mg) E no final todos esses

alimentos foram convertidos em quantidade ingerida de copos de leite

28

6 Resultados Encontrados

61 Gerais

As caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas da populaccedilatildeo estudada estatildeo listadas na

tabela 1 A idade meacutedia das pacientes foi de 725 anos (DPplusmn 87) com a idade da menopausa

460 anos (DPplusmn 61) o tempo de menopausa 261 anos (DPplusmn 97) e o IMC de 264 (kgm2)

(DPplusmn 55) Essas caracteriacutesticas quando comparadas com o estudo anterior de 2003 (tabela

2) confirmam tratar-se da mesma populaccedilatildeo Apenas a idade e o tempo de menopausa

evidenciam ser a nossa populaccedilatildeo mais idosa Fator que se justifica pelo tempo ocorrido entre

os dois estudos

A incidecircncia de fratura por fragilidade oacutessea encontrada foi de 21 evidenciado no

graacutefico 1 Os principais siacutetios de fratura satildeo analisados na tabela 3 tendo como sitio principal

o antebraccedilo com 50 seguido pelo peacute com 192 e uacutemero 145 Jaacute na tabela 4 e no graacutefico

2 pode ser observado que a idade da populaccedilatildeo estudada variou entre 54 e 97 anos com meacutedia

de 72 anos com DP plusmn 90 No grupo de pacientes fraturadas 50 tinham entre 65 e 79 anos

sugerindo ser essa faixa etaacuteria mais susceptiacutevel as fraturas por fragilidade oacutessea

62 USO preacutevia X Fraturas

Foi verificado na tabela 5 a associaccedilatildeo entre o resultado da (USO) preacutevia e o desfecho

fraturas por fragilidade oacutessea De todas as pacientes que fizeram USO no estudo inicial 66

participaram deste estudo Das 50 pacientes que tiveram o USO alterado 22 tiveram

fraturas nesse periacuteodo E as pacientes com USO considerada normal 194 tiveram fraturas

por fragilidade oacutessea O RR= 113 (IC95 048 - 263) sugere que as mulheres que tiveram

29

USO alterado tem um risco de fraturar de 13 maior em relaccedilatildeo as pacientes com resultado

de USO considerado normal

63 Caracteriacutesticas cliacutenicas e comportamentais X Fratura

As pacientes foram analisadas quanto as variaacuteveis clinicas e comportamentais

Considerando a tabela 6 as pacientes que tiveram fraturas se mostraram com maior

sobrepeso ou obesas (722) com maior historia familiar de fratura de quadril (133) e

com maior diagnostico de osteoporose (471) do que as pacientes sem fraturas (p

valorgt005) Jaacute o uso de anticoncepcional ou o uso de reposiccedilatildeo hormonal natildeo se mostraram

ser relevantes para ocorrecircncia de fraturas nessa amostra E 235 das pacientes acamadas por

mais de dois meses sofreram alguma fratura com p valor lt005 Evidenciando associaccedilatildeo

entre a paciente ficar acamada por mais de dois meses e sofrer fratura por fragilidade oacutessea

Avaliando a tabela 7 foi notado que apenas 125 das pacientes que tiveram fratura eram

tabagistas e 167 eram etilistas natildeo se mostrando essas caracteriacutesticas como fatores de

risco A atividade fiacutesica moderadapesada ateacute 25 anos e acima de 50 anos apresentou

percentuais de 441 e 382 respectivamente Aleacutem disso entre 25 e 50 anos 444 das

pacientes com atividade fiacutesica moderadapesada tiveram fraturas e 441 das pacientes natildeo

tiveram fraturas para essa faixa etaacuteria (p valor gt005) Sendo assim natildeo houve associaccedilatildeo

entre a atividade fiacutesica e as fraturas Em relaccedilatildeo ao item ingestatildeo de leite apoacutes os 50 anos

456 das pacientes que natildeo tiveram fraturas ingeriam de 1 a 2 copos de leite por dia e

apenas 44 ingeriam mais de 3 copos de leite por dia No caso das pacientes que tiveram

fraturas apoacutes os 50 anos foi observado que 50 ingeriam de 1 a 2 copos de leite por dia e

167 ingeriam 3 copos ou mais de leite

30

64 Tempo de menopausa X Fratura

As pacientes foram avaliadas graacutefico 3 para verificar a associaccedilatildeo entre o tempo de

menopausa e o desfecho das fraturas A mediana do tempo de menopausa encontrado em

ambos os grupos foi de 262 com DP de plusmn98 Metade das pacientes que tiveram fraturas tem

entre 193 e 293 anos de menopausa com DP de plusmn72 A correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade

tempo de menopausa e IMC foi observado na tabela 8 onde evidenciada uma associaccedilatildeo

positiva entre a idade e o tempo de menopausa nos grupos de pacientes com e sem fraturas

Assim como foi verificado uma associaccedilatildeo negativa de quanto maior a idade e o tempo de

menopausa menor o IMC

31

Graacutefico 1

Graacutefico 2

32

Graacutefico 3

33

Tabela 1- Caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas das

mulheres poacutes menopausa (n=86)

Caracteriacutesticas Meacutedia plusmn desvio padratildeo

Idade (anos) 7255 plusmn 897

Idade da

menarca (anos) 1324 plusmn 184

Idade da

menopausa

(anos)

4608 plusmn 614

Tempo de

menopausa

(anos)

2618 plusmn976

Peso (kg)sect 6342 plusmn 1055

Altura (m)deg 155 plusmn 008

IMC (kgm2) 2643 plusmn 557

n=85 sectn=83 ordmn=82 n=81 n=80

Tabela 2-Caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas das

mulheres poacutes menopausa em 2003

Caracteriacutesticas Meacutedia plusmn desvio padratildeo

Idade (anos) 6463plusmn1270

Idade da

menarca (anos)

1304 plusmn 193

Idade da

menopausa

(anos)

4755 plusmn 601

Tempo de

menopausa

(anos)

1700 plusmn 1076

Peso (kg)sect 6533 plusmn 1270

Altura (m)deg 155 plusmn 006

IMC (kgm2) 2696 plusmn 477

34

Tabela 3 ndash Incidecircncia de fraturas em mulheres poacutes menopausa segundo a

localizaccedilatildeo de fratura 2003-2011

Tipo da fratura

n

Veacutertebra 1 38

Fecircmur 1 38

Costela 2 77

Antebraccedilo 13 500

Uacutemero 4 145

Peacute 5 192

Total 26 1000

Nota Algumas pacientes tiveram mais de uma fratura no periacuteodo

Tabela 4- Relaccedilatildeo entre idade e fratura nas mulheres na poacutes menopausa

Total

Fratura

Idade (anos) Natildeo Sim

N () n () n ()

54 a 64 anos 18 209 14 206 4 222

65 a 79 anos 48 558 39 574 9 500

80 a 97 anos 20 233 15 221 5 278

Total 86 1000 68 1000 18 1000

Meacutedia (DP) 725 (90) 713 (77) 729 (93)

Nota P-valor pelo teste de Mann-Whitney=0813

35

Tabela 5 - Incidecircncia de fratura em mulheres poacutes-menopausa segundo

resultado da USO 2003-2011

Resultado da

USO

Total

Fratura p-valor

Sim Natildeo

n n

()

IC95 n

()

Normal 36 7 194

89 -

3472

29 806

0496

Alterado 50 11 220

121 -

350

39 780

Total 86 18 209

133 -

305

68 791

Nota Risco relativo = 113 (IC95 048 - 263)

36

Tabela 6 ndash Caracteriacutesticas cliacutenicas de mulheres poacutes-menopausa segundo

fratura (n=86)

Fratura

Natildeo (n=68) Sim (n=18) Total

n ( ) n ( )

IMC

Abaixo do pesoNormal 24 (353) 5 (278) 28 0792

Sobrepeso 27 (397) 9 (500) 36

Obeso 17 (250) 4 (222) 21

Histoacuterico familiar de fratura de quadril

Natildeo 66 (985) 13 (867) 79 0085

Sim 1 (15) 2 (133) 3

Osteoporose

Natildeo 44 (800) 9 (529) 53 0055

Sim 11 (200) 8 (471) 19

Uso de anticoncepcional

Natildeo 32 (485) 10 (556) 42 0791

Sim 34 (515) 8 (444) 42

Ausecircncia de mentruaccedilatildeo

Natildeo 60 (909) 16 (941) 76 1000

Sim 6 (91) 1 (59) 7

Retirou o uacutetero

Natildeo 46 (687) 9 (500) 55 0170

Sim 21 (313) 9 (500) 30

Retirou os ovaacuterios

Natildeo 53 (815) 11 (647) 64 0187

Sim 12 (185) 6 (353) 18

Reposiccedilatildeo hormonal

Natildeo 51 (761) 13 (722) 64 0763

Sim 16 (239) 5 (278) 21

Amamentou

Natildeo 14 (206) 4 (222) 18 1000

Sim 54 (794) 14 (778) 68

Acamado por mais de dois meses

Natildeo 63 (940) 13 (765) 76 0049

Sim 4 (60) 4 (235) 8

Caracteriacutesticas clinicas

p-valor do

teste exato

de Fisher

37

Tabela 7 - Caracteriacutesticas comportamentais de mulheres poacutes-menopausa segundo

fratura (n=86)

Fratura

Natildeo (n=68) Sim (n=18) Total

n ( ) n ( )

Tabagismo

Natildeo fumante 47 (758) 14 (875) 61 0499

FumanteEx-fumante 15 (242) 2 (125) 17

Etilismo no uacuteltimo ano

Natildeo 48 (706) 15 (833) 63 0376

Sim 20 (294) 3 (167) 23

Atividade fiacutesica ateacute os 25 anos

Leve 38 (559) 11 (611) 49 0792

ModeradaPesada 30 (441) 7 (389) 37

Atividade fiacutesica entre os 25 e 50 anos

Leve 38 (559) 10 (556) 48 1000

ModeradaPesada 30 (441) 8 (444) 38

Atividade fiacutesica acima dos 50 anos

Leve 42 (618) 12 (667) 54 0789

ModeradaPesada 26 (382) 6 (333) 32

Frequecircncia diaacuteria de leite ateacute 25 anos

Nenhummenos 1 copodia 34 (500) 8 (444) 42 0910

1 a 2 coposdia 31 (456) 9 (500) 40

3 coposdia ou mais 3 (44) 1 (56) 4

Frequecircncia diaacuteria de leite apoacutes 50 anos

Nenhummenos 1 copodia 34 (500) 6 (333) 40 0103

1 a 2 coposdia 31 (456) 9 (500) 40

3 coposdia ou mais 3 (44) 3 (167) 6

Caracteriacutesticas

comportamentais

p-valor do

teste exato

de Fisher

Tabela 8- Coeficientes de correlaccedilatildeo de Spearman (rs) entre idade IMC e tempo de

menopausa em mulheres poacutes-menopausa

Variaacuteveis

IMC IdadeTempo de

menopausa

r s 1 -0144 -0151

p-valor 0569 0550

r s -0227 1 0736

p-valor 0074 lt0001

r s -0295 0761 1

p-valor 0020 lt0001

Variaacuteveis

IMC

Idade

Tempo de menopausa

Nota o triacircngulo superior direito (parte hachurada) se refere agraves correlaccedilotildees para as mulheres com

fratura e o inferior esquerdo (parte natildeo hachurada) agraves mulheres sem fratura

38

7 Discussatildeo

No Brasil os principais fatores cliacutenicos de risco para fraturas por fragilidade oacutessea

eram extrapolados a partir de estudos internacionais O estudo vem acrescentar informaccedilotildees

para se conhecer os fatores relacionados agrave essas fraturas Nossos resultados revelam que a

idade avanccedilada a historia familiar de fratura de quadril o diagnoacutestico de osteoporose e

tambeacutem o paciente ficar acamado por mais de 2 meses foram considerados fatores de risco

para fraturas por fragilidade oacutessea

Esse estudo mostrou concordacircncia com a Johnell amp Kanis (2006) onde o principal

siacutetio mundial de fratura por fragilidade oacutessea nas mulheres apoacutes a menopausa foi o antebraccedilo

Segundo o estudo Latin American Vertebral Osteoporosis Study (LAVOS) (Clark et al

2009) a fratura vertebral eacute a mais prevalente da ameacuterica latina com uma prevalecircncia de

142 diferente do nosso estudo onde a coluna vertebral e o colo do fecircmur aparecem

juntos em uacuteltimo lugar na lista de incidecircncia dos siacutetios de fratura Isso pode ser atribuiacutedo

devido a diferenccedila nos criteacuterios de definiccedilatildeo de fraturas pois no LAVOS optou-se pela

medida radiograacutefica do local de fraturas enquanto no nosso estudo as fraturas foram referidas

pelas pacientes

Os consensos sobre osteoporose tecircm propostos algoritmos para identificar indiviacuteduos

de alto risco para fraturas (Kanis et al 2008 WHO 1999) Para tanto a associaccedilatildeo de fatores

de risco para fraturas com a medida da USO eacute de suma importacircncia embora sejam poucas as

pacientes que tecircm oportunidade de realizar esse exame (Oliveira et al 2007) Assim o

presente trabalho mostrou um risco para fraturas por fragilidade oacutessea 13 maior nas

pacientes com resultado de USO alterada em relaccedilatildeo as pacientes que tiveram resultados de

39

USO normais vindo de encontro aos resultados encontrados por Oliveira et al (2007)

Corroborando o USO como um meacutetodo confiaacutevel para a prediccedilatildeo de fraturas

E semelhante a Pinheiro et al (2010a) o presente estudo revelou que os principais

fatores de risco para fraturas por fragilidade oacutessea satildeo a idade avanccedilada a historia familiar de

fratura de quadril e a presenccedila de osteoporose Isso pode ser atribuiacutedo ao fato de que no

estudo de Pinheiro et al (2010a) assim como no nosso estudo a populaccedilatildeo ser

predominantemente de mulheres acima dos 65 anos e viverem em aacuterea urbana tendo haacutebitos

de vida parecidos

O achado em nosso estudo que apresentou significacircncia estatiacutestica refere-se ao fator

de risco ldquopaciente acamado por mais de dois mesesrdquo como disposto na literatura (Pinheiro et

al 2010b Demir et al 2008) O que acontece eacute que com o paciente acamado por tempo

prolongado um maior remodelamento oacutesseo eacute observado Os osteoclastos responsaacuteveis pela

absorccedilatildeo oacutessea sobrepotildee os osteoblastos predispondo as fraturas por fragilidade oacutessea

(Fyhrie amp Schaffler 1994) Assim observou-se no estudo que 235 das pacientes

acamadas por mais de dois meses sofreram alguma fratura por fragilidade oacutessea com p valor

lt005 Isso reafirma a associaccedilatildeo entre a paciente ficar acamada por mais de dois meses e

sofrer fratura por fragilidade oacutessea Por outro lado o exerciacutecio fiacutesico que estaacute sabidamente

relacionado ao aumento da resistecircncia muscular do equiliacutebrio e da flexibilidade contribuindo

para a reduccedilatildeo da perda oacutessea e melhora da sauacutede em geral (Chan 2003) natildeo se mostrou

como fator de proteccedilatildeo neste estudo Provavelmente devido ao baixo percentual encontrado

de pacientes que praticavam atividade fiacutesica moderada ou pesada

O elevado IMC e a terapia de reposiccedilatildeo hormonal natildeo desempenharam papel protetor

na nossa populaccedilatildeo como seria o esperado por estudos anteriores (Pinheiro et al 2010c

40

Buttros et al 2011) Ao contrario o sobrepeso e obesidade foram considerados fatores de

risco Isso pode ser atribuiacutedo ao IMC meacutedio dessa populaccedilatildeo ser 264 (kgm2) (DPplusmn 55)

limiacutetrofe para sobrepeso Embora esse dado demonstre contrariedade com a literatura que

estabelece relaccedilatildeo inversa entre obesidade e fraturas por fragilidade oacutessea em nosso estudo

ter maior peso e IMC natildeo seriam fatores de risco para fraturas e sim caracteriacutesticas das

mulheres mais idosas em um contexto social de baixa escolaridade e renda Esse fato eacute

confirmado pelos resultados da Pesquisa Nacional sobre Sauacutede e Nutriccedilatildeo ( Batista F et al

2003) que demonstraram caraacuteter ascendente da obesidade nos estratos de mulheres com baixa

renda residentes na regiatildeo Sudeste

Aleacutem disso haacutebitos de vida como tabagismo e etilismo sabidamente relacionados agrave

maior risco para fraturas por fragilidade oacutessea (Pinheiro et al 2010) tambeacutem natildeo se

mostraram estar associados nesse estudo

A necessidade de caacutelcio do ser humano varia ao longo da vida e uma ingestatildeo

adequada para mulheres acima de 50 anos eacute de 1200 mg pois com a idade o corpo

naturalmente perde um pouco da capacidade de absorccedilatildeo de minerais (Nuacutecleo de Estudos e

Pesquisas em Alimentaccedilatildeo 2006) O fato de apenas 44 das mulheres que natildeo tiveram

fraturas e 167 das mulheres que tiveram fraturas ter referido consumo superior a

900mgdia (3 ou mais copos) foi fator de surpresa principalmente levando-se em conta o PIB

per capita da cidade superior ao da maioria dos municiacutepios brasileiros (IPEA 2000)

Assim como em estudos preacutevios (Pinheiro et al 2010c NHI 2001 Demir et al

2008) nossos dados tambeacutem demonstraram o hipoestrogenismo como importante fator de

risco para fraturas por fragilidade oacutessea jaacute que as pacientes com fratura tecircm entre 19 e 29

anos de menopausa Em recente estudo Demir et al (2008) estudaram 2769 mulheres na

41

poacutes-menopausa correlacionando a ocorrecircncia de osteoporose com o tempo de menopausa

Demonstraram que 106 das pacientes com ateacute trecircs anos de poacutes-menopausa tinham

osteoporose contra 329 das pacientes com sete anos ou mais Acredita-se que a deficiecircncia

estrogecircnica seja responsaacutevel por dois terccedilos da perda de massa oacutessea levando

consequentemente agraves fraturas por fragilidade oacutessea assim como observado (Position

statement of the North American Menopause Society 2010)

Os dados deste estudo podem ser limitados pois apesar de tratar-se de uma coorte as

participantes reportaram dados referentes a estilo de vida dieta antecedentes familiares e

pessoais o que pode ter ocasionado algum vieacutes recordatoacuterio Outra limitaccedilatildeo eacute que como

avaliado por Oliveira et al (2007) esta populaccedilatildeo apresenta a maior parte das mulheres com

baixo niacutevel socioeconocircmico e escolaridade sem acesso agrave adequada educaccedilatildeo nutricional e agrave

atividade fiacutesica orientada Por outro lado resultados encontrados sem significacircncia estatiacutestica

podem ter sido ocasionados pelo tamanho amostral reduzido devido a dificuldade de

rastreamento da populaccedilatildeo uma vez que a unidade de sauacutede natildeo atualizou o endereccedilo e

telefone das mulheres eleitas para o estudo Talvez se tivesse sido realizado contato anual

com essas mulheres natildeo teriacuteamos perdido o seguimento delas

42

8 Conclusatildeo

Devido agrave sua alta prevalecircncia e associaccedilatildeo com mortalidade e incapacidade a fratura

devido agrave fragilidade oacutessea deve ser considerada um problema de sauacutede puacuteblica no Brasil

Apesar das limitaccedilotildees o presente estudo foi realizado de forma prospectiva em mulheres

brasileiras na poacutes-menopausa devendo os seus resultados serem levados em consideraccedilatildeo

para a formulaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas de sauacutede para a prevenccedilatildeo e estrateacutegias de tratamento

para as fraturas Os fatores de risco encontrados como a idade avanccedilada a histoacuteria familiar

de fratura de quadril e a presenccedila de osteoporose devem ser acompanhados e combatidos para

tentar-se diminuir o risco para as fraturas Assim como o USO mostrou ser um meacutetodo

confiaacutevel para avaliar o risco para fraturas podendo ser implementado em maior escala do

que a atual Entatildeo acreditamos que novos estudos prospectivos com uma amostra mais

representativa devam ser realizados para se confirmar os fatores associados a fraturas por

fragilidade oacutessea na populaccedilatildeo brasileira para cada vez mais conhecermos o perfil da nossa

populaccedilatildeo e termos subsiacutedios para combater esse agravo

43

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48

10 Anexo 1 - Instrumento de coleta - EVOS (EUROPEAN VERTEBRAL

OSTEOPOROSIS STUDY)

Data _________

Nome________________________________________________________

Endereco_____________________________________________________

Fone _____________ Data de nascimento _________ RG

1- Dados antropomeacutetricos

Peso (Kg) Altura (m) IMC

2- Dados Ginecoloacutegicos

Idade da primeira menstruacao anos

Vocecirc jaacute usou piacutelula anticoncepcional por mais de 3 meses

sim natildeo natildeo sei

Vocecirc jaacute ficou algum periacuteodo em sua vida sem menstruar antes da menopausa (exceto se

gravidez) sim natildeo natildeo sei

Idade da ultima menstruaccedilatildeo anos

Numero de filhos

Vocecirc fez cirurgia para retirar o uacutetero sim com Idade ____ (anos)

natildeo natildeo sei

E para retirar os ovaacuterios (um ou os dois) sim idade ___ (anos)

natildeo natildeo sei

Vocecirc fez reposiccedilatildeo hormonal apos a menopausa sim natildeo natildeo sei

Se sim quando iniciado o periacuteodo foi superior a 1 ano sim natildeo natildeo sei

49

Vocecirc notou os seguintes sintomas na menopausa

calores sim natildeo natildeo sei

depressatildeo sim natildeo natildeo sei

insocircnia sim natildeo natildeo sei

outros sim natildeo natildeo sei

Vocecirc amamentou sim natildeo natildeo sei

Se sim quantas crianccedilas vocecirc amamentou por mais que 3 meses

3- Dados familiares

Em sua famiacutelia (pai matildee irmatildeos) existe historia de fratura de quadril apos os 50 anos de

idade sim natildeo natildeo sei

4- Histoacuteria de fratura

Vocecirc jaacute teve alguma fratura sim natildeo natildeo sei

Se sim em qual sitio esqueleacutetico com que idade e qual foi o tipo de trauma

Sitio Numero Idade (anos) Niacutevel do trauma

Vertebra

Fecircmur (colo trocanter)

Costela

Antebraccedilo

Uacutemero

Pe

Outras

Vocecirc sabe que tem osteoporose sim tenho natildeo natildeo tenho natildeo sei

5- Aacutelcool

Com que frequecircncia vocecirc bebeu no ultimo ano

Diariamente 5-6 dsem 3-4 dsem

50

1 -2 dsem lt 1 dsem nunca

Tipo de bebida destilados (uiacutesque cachaccedila vodka)

fermentados (cerveja vinho)

6- Imobilizaccedilatildeo

Vocecirc jaacute ficou acamado por um periacuteodo superior a 2 meses

sim natildeo natildeo sei

Se sim foi antes ou apos os 25 anos de idade

ano passado nunca

7- Fumo

Vocecirc fumou cigarro ou usou outras formas de fumo (cachimbo ou charuto)

atualmente no passado nunca

Com que idade iniciou anos

Se parou com que idade anos

Numero de cigarrosdia

8- Atividade Fiacutesica

Quantas tempo costuma passar diariamente ao ar livre caminhando ou andando de bicicleta

nenhuma a 1 h superior a 1 h

Qual a sua atividade fiacutesica durante diferentes periacuteodos de sua vida adulta

Ate os 25 anos 25 a 50 anos acima 50 anos

Niacutevel 1 (leve) 2 (moderada) 3 (pesada) 4

(muito pesada)

9- Impacto

Como vocecirc descreveria sua sauacutede geral neste momento

muito boa boa satisfatoacuteria regular ruim

10- Interrogatoacuterio sobre drogas

51

Vocecirc jaacute usou alguma medicaccedilatildeo oral ou injetaacutevel contendo corticosteroides por mais de 3

meses sim natildeo natildeo sei

Vocecirc jaacute usou alguma desses remeacutedios

Droga sim natildeo sei tempo

(meses)

parou ha quanto tempo

Hormocircnios

masculinos

Hormocircnios

femininos

Calcitonina

Fluacuteor

Caacutelcio

Vitamina D

Anabolizantes

Diureacuteticos

tiazidicos

11- Ingestatildeo de caacutelcio

Com que frequecircncia vocecirc comeu produtos derivados do leite na semana passada

(diassemana)

queijo amarelo queijo branco iogurte leite sorvete

Para os periacuteodos indicados abaixo com que frequecircncia vocecirc recebeu leite

ate 25 anos 25 a 50 anos Acima de 50 anos

Todas as refeiccedilotildees (3 ou + coposdia)

1-2 coposdia

52

Toda semana mas natildeo todo dia

lt 1 vezsemana

53

11 Anexo 2 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Projeto de Pesquisa Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade

oacutessea em mulheres na menopausa

Pesquisador responsaacutevel Dra Lizanka Paola F Marinheiro

Instituiccedilatildeo responsaacutevel Instituto Fernandes Figueira

Vocecirc estaacute sendo convidado a participar do projeto de pesquisa intitulado

Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea em mulheres na

menopausa por que vocecirc participou do estudo anterior realizado haacute 7 anos sobre a

osteoporose e suas consequumlecircncias

54

A osteoporose e uma doenccedila que se caracteriza pela diminuiccedilatildeo da resistecircncia do osso

tornando-o mais fraacutegil Essa fragilidade aumenta o risco da pessoa que tem osteoporose de ter

fraturas mesmo com atividades comuns como tossir ou espirrar

Com isso esse trabalho deseja avaliar a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea na

populaccedilatildeo de mulheres na poacutes menopausa residente da Ilha de Paquetaacute apoacutes 7 anos de

seguimento do uacuteltimo estudo transversal

Vocecirc natildeo eacute obrigada a participar Mas se quiser vocecirc teraacute que responder a um

questionaacuterio Para participar vocecirc natildeo teraacute que pagar nada O resultado seraacute fornecido apenas

a vocecirc ningueacutem mais saberaacute Suas duvidas seratildeo esclarecidas e vocecirc devera continuar

acompanhamento com seu meacutedico assistente Se vocecirc natildeo quiser participar natildeo seraacute

submetida a nenhum constrangimento fiacutesico ou moral e seu atendimento no posto de sauacutede

natildeo seraacute prejudicado A participante poderaacute se retirar do estudo a qualquer momento que

julgar necessaacuterio sem prejuiacutezo para a mesma O resultado de toda a pesquisa seraacute divulgada e

atraveacutes de artigos cientiacuteficos em revistas encontros congressos ou similares sem a

divulgaccedilatildeo dos nomes de quem participou de forma sigilosa

Sua participaccedilatildeo no estudo natildeo implicaraacute em custos adicionais O (A) Sr (a) natildeo teraacute

qualquer despesa com a realizaccedilatildeo dos procedimentos previstos neste estudo que seratildeo

custeados pelo pesquisador responsaacutevel Tambeacutem natildeo haveraacute nenhuma forma de pagamento

pela sua participaccedilatildeo

Caso surja alguma duacutevida quanto agrave eacutetica do estudo o (a) Sr(a) deveraacute se reportar ao

Comitecirc de Eacutetica em Pesquisas envolvendo seres humanos ndash subordinado ao Conselho

Nacional de Eacutetica em Pesquisa oacutergatildeo do Ministeacuterio da Sauacutede atraveacutes de solicitaccedilatildeo ao

representante de pesquisa que estaraacute sob contato permanente ou contactando o Comitecirc de

Eacutetica em Pesquisa desta instituiccedilatildeo no telefone (21) 3971-1590 Eacute assegurado o completo

55

sigilo de sua identidade quanto a sua participaccedilatildeo neste estudo incluindo a eventualidade da

apresentaccedilatildeo dos resultados deste estudo em congressos e perioacutedicos cientiacuteficos

Eu________________________________________________________________________

residente do endereccedilo__________________________ fui informada dos objetivos e da

justificativa deste trabalho de forma clara e detalhada pela Dra Adriana de Mattos V da

Costa Recebi informaccedilotildees especificas sobre cada procedimento no qual estarei envolvida

dos desconfortos e riscos previstos tanto quanto dos benefiacutecios esperados Todas as minhas

duvidas foram respondidas com clareza e sei que poderei solicitar novos esclarecimentos a

qualquer momento Aleacutem disso sei que novas informaccedilotildees obtidas durante o estudo me seratildeo

fornecidas e que terei liberdade de retirar meu consentimento de participaccedilatildeo face a estas

informaccedilotildees sem prejuiacutezo para mim Aleacutem disto me foi entregue uma coacutepia da folha de

informaccedilotildees para os participantes a qual li compreendi e me deu plena liberdade para decidir

acerca da minha espontacircnea participaccedilatildeo nesta pesquisa Minha identidade jamais seraacute

publicada Os dados colhidos poderatildeo ser examinados por pessoas envolvidas no estudo com

autorizaccedilatildeo delegada do investigador e por pessoas delegadas pelo patrocinador Estou

recebendo uma coacutepia assinada deste Termo

Os pesquisadores responsaacuteveis pelo Projeto satildeo a Dra Lizanka Paola F Marinheiro e

sua aluna a Dra Adriana de Mattos Viveiros da Costa

56

Participante

Nome _________________________________

Assinatura________________________________

Data_________________________________________

Investigador

Nome____________________________________

Assinatura________________________________

Data_______________________________________

Pesquisadora

Nome______________________________________

Assinatura___________________________________

Data__________________________________________

Dra Lizanka Paola F Marinheiro

lizankaglobocom

tel 25541700

Dra Adriana de Mattos Vda Costa

adrianamattosmedyahoocombr

tel 87273315

Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa

Rua Afonso Cavalcanti 455 sala 710 ndash Cidade Nova -

Telefone 3971-1463

18

vertebrais satildeo as mais comuns poreacutem satildeo geralmente assintomaacuteticas e portanto menos

diagnosticadas Poreacutem podem causar dor perda de peso deformidade na coluna espinhal e

perda de estabilidade ao andar (International Osteoporosis Foundation 2005) Apenas 10

das fraturas de veacutertebras cursam com hospitalizaccedilatildeo mesmo que causem dor e diminuiccedilatildeo da

qualidade de vida Elas ocorrem entre os 50 e 60 anos de idade com maior frequecircncia

(International Osteoporosis Foundation 2005)

Jaacute as fraturas do fecircmur satildeo as mais letais devido a complicaccedilotildees poacutes-operatoacuterias As

principais causas de mortalidade satildeo as infecccedilotildees e tromboembolismo As fraturas de quadril

satildeo menos prevalentes do que as vertebrais poreacutem de maior gravidade devido agraves altas taxas

de morbimortalidade aleacutem do alto custo para a famiacutelia e para o sistema puacuteblico de sauacutede A

mortalidade apoacutes uma fratura de quadril eacute de cerca de 20- 24 no ano seguinte a fratura

sendo acompanhada de periacuteodos de hospitalizaccedilatildeo prolongados (International Osteoporosis

Foundation 2005 Silveira et al 2005) Estimativas apontam que no ano de 2050 ocorreratildeo

aproximadamente 65 milhotildees de fratura de quadril em todo mundo (Cooper 1999) As

fraturas de punho satildeo as mais facilmente observadas por mulheres no climateacuterio chegando a

originar seis milhotildees de dias de restriccedilatildeo de trabalho por ano (International Osteoporosis

Foundation 2005)

Aleacutem do custo pessoal o impacto econocircmico gerado pela osteoporose eacute enorme

Atraveacutes do mundo eacute estimado que uma em cada trecircs mulheres acima dos 50 anos teraacute fraturas

por osteoporose Na Europa no ano 2000 foi estimada uma ocorrecircncia de 379 milhotildees de

fraturas por fragilidade oacutessea sendo que destas 890 mil eram de quadril (Tosteson et al

2008) Eacute sabido que apenas metade das pacientes que sobrevivem agrave fratura de quadril voltaraacute

a andar novamente mas dificilmente com a mesma agilidade que andava antes da fratura

Apesar de a osteoporose ser facilmente diagnosticada atraveacutes de exames e seu tratamento

19

poder ser instituiacutedo ainda eacute uma doenccedila muito subdiagnosticada e subtratada Eacute estimada na

comunidade europeacuteia que uma em cada trecircs fraturas de vertebrais recebe a atenccedilatildeo cliacutenica

que merece E uma pessoa com fratura de veacutertebra tem ateacute cinco vezes mais chance de

desenvolver nova fratura no ano seguinte fenocircmeno conhecido como fratura em cascata

(Lindsay et al 2001)

Tradicionalmente a osteoporose eacute reconhecida como uma doenccedila multifatorial sendo

70 desses fatores natildeo modificaacuteveis isto eacute definidos pela carga geneacutetica e 30

potencialmente modificaacuteveis e assim envolvidos com os aspectos ambientais Dessa forma

um uacutenico fator de risco natildeo eacute capaz de identificar indiviacuteduos com ou sem fratura Diferenccedilas

geneacuteticas raciais e antropomeacutetricas bem como da composiccedilatildeo corporal densidade oacutessea

dieta atividade fiacutesica e outros haacutebitos de vida contribuem para explicar as divergecircncias na

incidecircncia e na prevalecircncia de baixa densidade oacutessea e fraturas em diversos paiacuteses do mundo

(Pinheiro et al 2010b c) Os aspectos geneacuteticos desempenham importante influecircncia sobre a

aquisiccedilatildeo do pico de massa oacutessea e perda oacutessea relacionada agrave idade bem como na

determinaccedilatildeo das propriedades estruturais e geomeacutetricas do osso No entanto a associaccedilatildeo

entre diferentes polimorfismos gecircnicos e densidade oacutessea ou fraturas por osteoporose eacute

bastante controversa e varia em diferentes estudos inclusive no Brasil fato que pode ser

tomado como um provaacutevel reflexo das diferenccedilas de etnia e ambiental das populaccedilotildees

estudadas Da mesma forma os fatores ambientais natildeo permitem uniformizar e homogeneizar

o impacto de cada um deles em cada regiatildeo do planeta (Pinheiro et al 2010c)

Atualmente a densitometria oacutessea eacute o meacutetodo mais utilizado para avaliar a massa

oacutessea Eacute o padratildeo ouro para o diagnoacutestico de osteoporose A densidade mineral oacutessea (DMO)

eacute expressa em nuacutemero absolutos em gramas de mineral por centiacutemetro quadrado escaneado

ou ainda comparado com a DMO esperada para a idade e sexo da paciente (z escore) ou

20

comparado a DMO de adultos jovens normais do mesmo sexo (t-escore) A diferenccedila entre o

escore do paciente e o padratildeo eacute expressa em desvios padrotildees acima ou abaixo da meacutedia

(Castro et al 1999)

Segundo a Sociedade Brasileira de Densitometria Cliacutenica no consenso de 2008 satildeo

indicaccedilotildees para avaliaccedilatildeo da densidade mineral oacutessea (Brandatildeo et al 2009)

rdquoMulheres com idade gt a 65 anos e homens com idade gt a 70 anos

Mulheres acima de 40 anos na transiccedilatildeo menopausal (1-2) e homens acima de 50

anos de idade com fatores de risco

Adultos com antecedente de fratura por fragilidade condiccedilatildeo cliacutenica ou uso de

medicamentos associados agrave baixa massa oacutessea ou perda oacutessea

Indiviacuteduos para os quais satildeo consideradas intervenccedilotildees farmacoloacutegicas para

osteoporose

Indiviacuteduos em tratamento para osteoporose para monitoramento de sua eficaacutecia

Indiviacuteduos que natildeo estejam sob tratamento poreacutem nos quais a identificaccedilatildeo de perda

de massa oacutessea possa determinar a indicaccedilatildeo do tratamento

Mulheres interrompendo terapia hormonal (TH)rdquo

Arq Bras Endocrinol Metab 2009 531 pag108

A proacutepria definiccedilatildeo de osteoporose pela Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede reunida em

Hong Kong em 1994 estabeleceu criteacuterios diagnoacutesticos baseados em valores obtidos pela

densitometria oacutessea classificando como osteopecircnicas aquelas mulheres que apresentarem-se

entre 1 e 25 desvios-padratildeo (DP) abaixo da meacutedia para adultas jovens e de osteoporoacuteticas as

que se encontrarem com mais de 25 DP abaixo da meacutedia para adultas jovens (Castro et al

1999 WHO 1999)

A densitometria oacutessea apresenta como desvantagens no entanto o fato de utilizar uma

fonte de radiaccedilatildeo ionizante e possuir um elevado custo que limita seu uso em estudos

populacionais principalmente em nosso paiacutes onde os recursos destinados agrave sauacutede da

populaccedilatildeo mais carente satildeo miacutenimos Sempre tentando diminuir o impacto dos gastos com

21

sauacutede eacute estimulada a busca por meacutetodos natildeo poluentes e mais baratos mas que tragam as

mesmas informaccedilotildees que os meacutetodos jaacute estabelecidos Em funccedilatildeo disto a USO vem sendo

avaliada e alguns resultados promissores tecircm sido apresentados (Castro et al 1999) Baseia-se

na modificaccedilatildeo das caracteriacutesticas de ultrassom transmitido atraveacutes de ossos de localizaccedilatildeo

mais superficiais como no calcacircneo tiacutebia falanges ou patela Os sistemas atuais se

constituem de dois transdutores sendo um transmissor e outro receptor posicionados em

locais diferentes do osso a ser estudado Os aparelhos existentes entre noacutes avaliam o

calcacircneo osso predominantemente trabecular atraveacutes das medidas de velocidade de

transmissatildeo do ultrassom (SOS em ms) e da atenuaccedilatildeo da frequumlecircncia do ultrassom (BUA em

dBMHz) (Kanis et al 2008) Novamente de acordo com a orientaccedilatildeo da Sociedade Brasileira

de Densitometria Cliacutenica de 2008 as recomendaccedilotildees para ultrassonometria oacutessea satildeo

(Brandatildeo et al 2009)

rdquoO uacutenico siacutetio validado para o uso cliacutenico da USO em osteoporose eacute o calcacircneo

Equipamentos de USO de calcacircneo validados satildeo capazes de estimar fratura por

fragilidade em mulheres na poacutes-menopausa e em homens com idade superior a 65 anos

independentemente da densidade mineral oacutessea medida em equipamentos de DMO

central

A correlaccedilatildeo entre os resultados obtidos por USO e DMO ccccccc entral eacute

moderada

USO do calcacircneo associada a fatores de risco cliacutenicos podem ser usados para

identificar populaccedilatildeo com baixa probabilidade de fratura na qual avaliaccedilatildeo adicional

natildeo seja mais necessaacuteria

Medidas de DMO central na coluna e no fecircmur constituem o meacutetodo de escolha para a

tomada de decisatildeo terapecircutica Entretanto se a DMO central natildeo for acessiacutevel o

tratamento farmacoloacutegico pode ser iniciado se a probabilidade de fratura avaliada pelo

USO do calcacircneo com pontos de corte especiacuteficos associados a fatores de risco

cliacutenicos for suficientemente alta

Equipamentos de USO natildeo satildeo clinicamente uacuteteis no monitoramento de efeitos

esqueleacuteticos dos medicamentos disponiacuteveis para o tratamento da osteoporoserdquo

Arq Bras Endocrinol Metab 2009 531 pag110

22

Em 2003 foi realizada uma dissertaccedilatildeo de mestrado (Oliveira et al 2007) sobre a

utilizaccedilatildeo do USO para estimar a prevalecircncia de risco aumentado de fraturas em uma

populaccedilatildeo de mulheres na poacutes menopausa residentes da Ilha de Paquetaacute Em trabalho

realizado por Oliveira e cols nesta instituiccedilatildeo Foi realizado um estudo transversal com

recrutamento de 385 mulheres residentes da Ilha Todas as mulheres responderam a

questionaacuterio previamente estruturado e foram submetidas a medidas antropomeacutetricas e a

USO As medidas de USO foram realizadas segundo o manual do fabricante A idade da

populaccedilatildeo estudada variou entre 42 e 95 anos Os resultados encontrados mostram que

5922 da amostra apresentava algum tipo de alteraccedilatildeo a USO com t score menor que -1

Esse grupo era composto por mulheres mais idosas com menor peso menor altura e menor

percentual de gordura quando comparado com o grupo com t score lt ndash 1 Foi encontrado que

1688 das pesquisadas possuiacuteam alto risco para fraturas com t score lt -25 E as mulheres

do grupo de alto risco tinham maior peso e IMC paracircmetros conhecidos como protetores

Embora divergente da literatura a autora atribui esses resultados a caracteriacutesticas das

mulheres mais idosas em um contexto social de baixa escolaridade e renda (Oliveira et al

2007)

23

5 Materiais e Meacutetodos

51 Populaccedilatildeo

A Ilha de Paquetaacute dista aproximadamente 15 km da Praccedila XV no Centro da Cidade

do Rio de Janeiro sendo a principal ilha do arquipeacutelago de Paquetaacute situada ao nordeste da

Baiacutea de Guanabara A populaccedilatildeo e frequecircncia da Ilha satildeo extremamente sazonais sendo

aproximadamente 2200 domiciacutelios (entre moradores e veranistas) Os moradores fixos

correspondem a 4500 pessoas em sua maioria de famiacutelias antigas na Ilha das quais 208

satildeo idosos ultrapassando ateacute mesmo a meacutedia nacional que eacute em torno de 12 (IBGE

2009a) Este iacutendice faz de Paquetaacute o erceiro bairro em nuacutemero de idosos no municiacutepio sendo

que sua populaccedilatildeo pode ser considerada envelhecida segundo os criteacuterios da Organizaccedilatildeo

Mundial da Sauacutede (OMS 2003) Embora a maioria da populaccedilatildeo seja branca existem 109

de negros 256 de pardos e 01 de iacutendios Cerca de 90 dos domiciacutelios possuem aacutegua

tratada e 9957 tratamento de esgoto As famiacutelias residentes nesta regiatildeo satildeo compostas em

meacutedia por trecircs pessoas com rendimento meacutedio per capita de 301 salaacuterios miacutenimos (IPEA

2000) e o transporte urbano eacute feito basicamente a peacute por bicicletas ou charretes puxadas por

ciclistas (IBGE 2009a)

52 Tipo de estudo

Foi realizado um estudo de coorte prospectivo na ilha de PaquetaacuteRJ no ano de 2011

Foram inicialmente alocadas todas as mulheres que participaram do estudo anterior

desenvolvido no ano de 2003 (Oliveira et al 2007)

24

53 Criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo

Os criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo foram os mesmos utilizados do estudo anterior

(Oliveira et al 2007) Sendo os criteacuterios de inclusatildeo as mulheres que estavam na menopausa

e que tinham residecircncia fixa na Ilha de Paquetaacute e os criteacuterios de exclusatildeo a historia pessoal

de doenccedilas que sabidamente afetam o metabolismo oacutesseo direta ou indiretamente (como

artrite reumatoacuteide luacutepus eritematoso sistecircmico hiperparatireoidismo osteogecircnese imperfeita)

e as neoplasias malignas exceto carcinoma basocelular de pele

54 Alocaccedilotildees de pacientes

A populaccedilatildeo elegiacutevel era constituiacuteda pelas 385 mulheres alocadas no estudo inicial

(Oliveira et al 2007) No trabalho de Oliveira et al (2007) foi realizado um estudo transversal

com recrutamento por auto-seleccedilatildeo ou demanda espontacircnea no ano de 2003 na Ilha de

Paquetaacute Rio de Janeiro Brasil Foram estudadas 385 mulheres na poacutes-menopausa

(diagnoacutestico cliacutenico) residentes no local apoacutes a aplicaccedilatildeo dos criteacuterios de exclusatildeo

(existecircncia de pino metaacutelico ou edema com cacifo em ambos os peacutes ou impossibilitadas de

posicionar os peacutes no aparelho de ultra-sonometria oacutessea) Todas as mulheres responderam na

eacutepoca a um questionaacuterio e foram submetidas a medidas antropomeacutetricas e agrave USO

No presente estudo considerando uma significacircncia de 95 e um poder de 80 uma

prevalecircncia de 15 de fraturas na populaccedilatildeo de risco (Clark et al 2009) o tamanho amostral

previsto foi de 130 mulheres Poreacutem devido agraves perdas o tamanho amostral final foi de 86

pacientes

Atraveacutes do banco de dados jaacute existente todas as pacientes foram re-contactadas As

mulheres foram localizadas atraveacutes de telefonemas e comparecimento no hospital local onde

25

eacute realizado a atenccedilatildeo baacutesica de sauacutede Foram realizados pelo menos 2 telefonemas com

intervalo de 1 semana entre eles Como ldquoperdasrdquo foram consideradas as pacientes natildeo

encontradas apoacutes os dois telefonemas (035 dos telefones estavam errados e 049 das

pacientes tinham telefone quebrado ou ocupado) pacientes que natildeo quiseram ou natildeo

puderam responder ao questionaacuterio (008) e pacientes falecidas (006)

As pacientes selecionadas foram submetidas a um questionaacuterio de avaliaccedilatildeo de fatores

relacionados agrave fragilidade oacutessea conhecido como European Vertebral Osteoporosis Study

(EVOS) jaacute validado previamente para o portuguecircs (OrsquoNeill et al 1996) e jaacute utilizados em

importantes estudos (Pinheiro et al 2006 Clark et al 2009) O questionaacuterio EVOS eacute

composto por dados soacutecio-demograacuteficos (idade estado civil escolaridade cor renda familiar

e nuacutemero de dependentes desta haacutebitos de vida) e histoacuteria reprodutiva pessoal sumaacuteria

(idade da menarca idade da menopausa tipo de menopausa) Os dados antropomeacutetricos

foram aferidos segundo criteacuterios adotados internacionalmente com medidas de peso e altura

observando intervalos de 01kg e 001m respectivamente

A definiccedilatildeo de fratura por fragilidade oacutessea foi a mesma utilizada por Pinheiro et al

(2010a) como aquela resultante de uma queda da proacutepria altura ou trauma menos intenso em

indiviacuteduos com 50 anos ou mais em siacutetios esqueleacuteticos especiacuteficos antebraccedilo fecircmur

costelas veacutertebras e uacutemero E a documentaccedilatildeo de fraturas foi realizada atraveacutes de relato da

paciente (fratura referida) As fraturas traumaacuteticas (apoacutes acidente automobiliacutestico ou outras

condiccedilotildees sob forte impacto) ou as de baixo impacto natildeo relacionadas agrave osteoporose (como

por exemplo as de face tornozelo metacarpo falanges) natildeo foram consideradas

O estudo obedeceu aos criteacuterios de eacutetica preconizados pela resoluccedilatildeo no 19696 do

Conselho Nacional de Sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede e foi aprovado previamente pelo Comitecirc

26

de Eacutetica em Pesquisa da FiocruzIFF e pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Prefeitura Todas

as mulheres assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido antes de qualquer

procedimento

55 Anaacutelise Estatiacutestica

Os dados foram registrados em planilha Excel e analisados pelo programa Statistical

Package for Social Sciences (SPSS) versatildeo 170 Para avaliar diferenccedilas entre os grupos as

variaacuteveis categoacutericas foram avaliadas pelo Qui-quadrado de Pearson ou o teste exato de

Fisher A relaccedilatildeo entre as variaacuteveis categoacutericas e ordinal e entre as variaacuteveis numeacutericas foi

avaliada pelo teste de Mann-Whitney que eacute um teste natildeo-parameacutetrico que equivale ao teste t

escolhido pelo tamanho da amostra A relaccedilatildeo entre as variaacuteveis numeacutericas foi avaliada pelo

coeficiente de Sperman que eacute uma estatiacutestica natildeo parameacutetrica utilizada para dados natildeo

normais eou amostra pequena Para todos os testes o niacutevel de significacircncia adotado foi de

5 A variaacutevel dependente foi a presenccedila de fratura (sim ou natildeo) e as variaacuteveis

independentes foram idade (em anos) resultado de USO (normal ou alterado) tempo de

menopausa (em anos) siacutetio de localizaccedilatildeo de fraturas IMC (abaixo do pesonormal

sobrepeso obeso) tabagismo (fumante ou natildeo fumante) atividade fiacutesica (leve

moderadapesada) frequecircncia diaacuteria de ingestatildeo de leite (em coposdia) e as variaacuteveis

binaacuterias como o histoacuterico familiar de fratura de quadril osteoporose uso de anticoncepcional

ausecircncia de menstruaccedilatildeo retirada de uacutetero ou ovaacuterios amamentaccedilatildeo paciente acamado e

etilismo O caacutelculo do risco relativo (RR) foi feito para avaliar a relaccedilatildeo entre o USO e a

presenccedila de fraturas Para isso foi considerado pacientes com USO normal aqueles com

resultados do T-score gt-11 e USO alterado aqueles com T-score lt-11 O niacutevel de atividade

fiacutesica foi classificado em atividade leve (trabalho burocraacutetico em escritoacuterio na maior parte

do tempo sentado) atividade moderada (trabalhos na maior parte do tempo em peacute como

27

vendedor e dona-de-casa) atividade pesada (enfermeira empregada domeacutestica) Oliveira et al

2010) Para caacutelculo aproximado da ingestatildeo alimentar diaacuteria de caacutelcio utilizou- se uma

adaptaccedilatildeo da Tabela Brasileira de Composiccedilatildeo de Alimentos 1 fatia queijo (90mg) 1 copo

de iogurte (1212mg) 1 copo leite (257mg) 1 bola se sorvete (135mg) E no final todos esses

alimentos foram convertidos em quantidade ingerida de copos de leite

28

6 Resultados Encontrados

61 Gerais

As caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas da populaccedilatildeo estudada estatildeo listadas na

tabela 1 A idade meacutedia das pacientes foi de 725 anos (DPplusmn 87) com a idade da menopausa

460 anos (DPplusmn 61) o tempo de menopausa 261 anos (DPplusmn 97) e o IMC de 264 (kgm2)

(DPplusmn 55) Essas caracteriacutesticas quando comparadas com o estudo anterior de 2003 (tabela

2) confirmam tratar-se da mesma populaccedilatildeo Apenas a idade e o tempo de menopausa

evidenciam ser a nossa populaccedilatildeo mais idosa Fator que se justifica pelo tempo ocorrido entre

os dois estudos

A incidecircncia de fratura por fragilidade oacutessea encontrada foi de 21 evidenciado no

graacutefico 1 Os principais siacutetios de fratura satildeo analisados na tabela 3 tendo como sitio principal

o antebraccedilo com 50 seguido pelo peacute com 192 e uacutemero 145 Jaacute na tabela 4 e no graacutefico

2 pode ser observado que a idade da populaccedilatildeo estudada variou entre 54 e 97 anos com meacutedia

de 72 anos com DP plusmn 90 No grupo de pacientes fraturadas 50 tinham entre 65 e 79 anos

sugerindo ser essa faixa etaacuteria mais susceptiacutevel as fraturas por fragilidade oacutessea

62 USO preacutevia X Fraturas

Foi verificado na tabela 5 a associaccedilatildeo entre o resultado da (USO) preacutevia e o desfecho

fraturas por fragilidade oacutessea De todas as pacientes que fizeram USO no estudo inicial 66

participaram deste estudo Das 50 pacientes que tiveram o USO alterado 22 tiveram

fraturas nesse periacuteodo E as pacientes com USO considerada normal 194 tiveram fraturas

por fragilidade oacutessea O RR= 113 (IC95 048 - 263) sugere que as mulheres que tiveram

29

USO alterado tem um risco de fraturar de 13 maior em relaccedilatildeo as pacientes com resultado

de USO considerado normal

63 Caracteriacutesticas cliacutenicas e comportamentais X Fratura

As pacientes foram analisadas quanto as variaacuteveis clinicas e comportamentais

Considerando a tabela 6 as pacientes que tiveram fraturas se mostraram com maior

sobrepeso ou obesas (722) com maior historia familiar de fratura de quadril (133) e

com maior diagnostico de osteoporose (471) do que as pacientes sem fraturas (p

valorgt005) Jaacute o uso de anticoncepcional ou o uso de reposiccedilatildeo hormonal natildeo se mostraram

ser relevantes para ocorrecircncia de fraturas nessa amostra E 235 das pacientes acamadas por

mais de dois meses sofreram alguma fratura com p valor lt005 Evidenciando associaccedilatildeo

entre a paciente ficar acamada por mais de dois meses e sofrer fratura por fragilidade oacutessea

Avaliando a tabela 7 foi notado que apenas 125 das pacientes que tiveram fratura eram

tabagistas e 167 eram etilistas natildeo se mostrando essas caracteriacutesticas como fatores de

risco A atividade fiacutesica moderadapesada ateacute 25 anos e acima de 50 anos apresentou

percentuais de 441 e 382 respectivamente Aleacutem disso entre 25 e 50 anos 444 das

pacientes com atividade fiacutesica moderadapesada tiveram fraturas e 441 das pacientes natildeo

tiveram fraturas para essa faixa etaacuteria (p valor gt005) Sendo assim natildeo houve associaccedilatildeo

entre a atividade fiacutesica e as fraturas Em relaccedilatildeo ao item ingestatildeo de leite apoacutes os 50 anos

456 das pacientes que natildeo tiveram fraturas ingeriam de 1 a 2 copos de leite por dia e

apenas 44 ingeriam mais de 3 copos de leite por dia No caso das pacientes que tiveram

fraturas apoacutes os 50 anos foi observado que 50 ingeriam de 1 a 2 copos de leite por dia e

167 ingeriam 3 copos ou mais de leite

30

64 Tempo de menopausa X Fratura

As pacientes foram avaliadas graacutefico 3 para verificar a associaccedilatildeo entre o tempo de

menopausa e o desfecho das fraturas A mediana do tempo de menopausa encontrado em

ambos os grupos foi de 262 com DP de plusmn98 Metade das pacientes que tiveram fraturas tem

entre 193 e 293 anos de menopausa com DP de plusmn72 A correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade

tempo de menopausa e IMC foi observado na tabela 8 onde evidenciada uma associaccedilatildeo

positiva entre a idade e o tempo de menopausa nos grupos de pacientes com e sem fraturas

Assim como foi verificado uma associaccedilatildeo negativa de quanto maior a idade e o tempo de

menopausa menor o IMC

31

Graacutefico 1

Graacutefico 2

32

Graacutefico 3

33

Tabela 1- Caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas das

mulheres poacutes menopausa (n=86)

Caracteriacutesticas Meacutedia plusmn desvio padratildeo

Idade (anos) 7255 plusmn 897

Idade da

menarca (anos) 1324 plusmn 184

Idade da

menopausa

(anos)

4608 plusmn 614

Tempo de

menopausa

(anos)

2618 plusmn976

Peso (kg)sect 6342 plusmn 1055

Altura (m)deg 155 plusmn 008

IMC (kgm2) 2643 plusmn 557

n=85 sectn=83 ordmn=82 n=81 n=80

Tabela 2-Caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas das

mulheres poacutes menopausa em 2003

Caracteriacutesticas Meacutedia plusmn desvio padratildeo

Idade (anos) 6463plusmn1270

Idade da

menarca (anos)

1304 plusmn 193

Idade da

menopausa

(anos)

4755 plusmn 601

Tempo de

menopausa

(anos)

1700 plusmn 1076

Peso (kg)sect 6533 plusmn 1270

Altura (m)deg 155 plusmn 006

IMC (kgm2) 2696 plusmn 477

34

Tabela 3 ndash Incidecircncia de fraturas em mulheres poacutes menopausa segundo a

localizaccedilatildeo de fratura 2003-2011

Tipo da fratura

n

Veacutertebra 1 38

Fecircmur 1 38

Costela 2 77

Antebraccedilo 13 500

Uacutemero 4 145

Peacute 5 192

Total 26 1000

Nota Algumas pacientes tiveram mais de uma fratura no periacuteodo

Tabela 4- Relaccedilatildeo entre idade e fratura nas mulheres na poacutes menopausa

Total

Fratura

Idade (anos) Natildeo Sim

N () n () n ()

54 a 64 anos 18 209 14 206 4 222

65 a 79 anos 48 558 39 574 9 500

80 a 97 anos 20 233 15 221 5 278

Total 86 1000 68 1000 18 1000

Meacutedia (DP) 725 (90) 713 (77) 729 (93)

Nota P-valor pelo teste de Mann-Whitney=0813

35

Tabela 5 - Incidecircncia de fratura em mulheres poacutes-menopausa segundo

resultado da USO 2003-2011

Resultado da

USO

Total

Fratura p-valor

Sim Natildeo

n n

()

IC95 n

()

Normal 36 7 194

89 -

3472

29 806

0496

Alterado 50 11 220

121 -

350

39 780

Total 86 18 209

133 -

305

68 791

Nota Risco relativo = 113 (IC95 048 - 263)

36

Tabela 6 ndash Caracteriacutesticas cliacutenicas de mulheres poacutes-menopausa segundo

fratura (n=86)

Fratura

Natildeo (n=68) Sim (n=18) Total

n ( ) n ( )

IMC

Abaixo do pesoNormal 24 (353) 5 (278) 28 0792

Sobrepeso 27 (397) 9 (500) 36

Obeso 17 (250) 4 (222) 21

Histoacuterico familiar de fratura de quadril

Natildeo 66 (985) 13 (867) 79 0085

Sim 1 (15) 2 (133) 3

Osteoporose

Natildeo 44 (800) 9 (529) 53 0055

Sim 11 (200) 8 (471) 19

Uso de anticoncepcional

Natildeo 32 (485) 10 (556) 42 0791

Sim 34 (515) 8 (444) 42

Ausecircncia de mentruaccedilatildeo

Natildeo 60 (909) 16 (941) 76 1000

Sim 6 (91) 1 (59) 7

Retirou o uacutetero

Natildeo 46 (687) 9 (500) 55 0170

Sim 21 (313) 9 (500) 30

Retirou os ovaacuterios

Natildeo 53 (815) 11 (647) 64 0187

Sim 12 (185) 6 (353) 18

Reposiccedilatildeo hormonal

Natildeo 51 (761) 13 (722) 64 0763

Sim 16 (239) 5 (278) 21

Amamentou

Natildeo 14 (206) 4 (222) 18 1000

Sim 54 (794) 14 (778) 68

Acamado por mais de dois meses

Natildeo 63 (940) 13 (765) 76 0049

Sim 4 (60) 4 (235) 8

Caracteriacutesticas clinicas

p-valor do

teste exato

de Fisher

37

Tabela 7 - Caracteriacutesticas comportamentais de mulheres poacutes-menopausa segundo

fratura (n=86)

Fratura

Natildeo (n=68) Sim (n=18) Total

n ( ) n ( )

Tabagismo

Natildeo fumante 47 (758) 14 (875) 61 0499

FumanteEx-fumante 15 (242) 2 (125) 17

Etilismo no uacuteltimo ano

Natildeo 48 (706) 15 (833) 63 0376

Sim 20 (294) 3 (167) 23

Atividade fiacutesica ateacute os 25 anos

Leve 38 (559) 11 (611) 49 0792

ModeradaPesada 30 (441) 7 (389) 37

Atividade fiacutesica entre os 25 e 50 anos

Leve 38 (559) 10 (556) 48 1000

ModeradaPesada 30 (441) 8 (444) 38

Atividade fiacutesica acima dos 50 anos

Leve 42 (618) 12 (667) 54 0789

ModeradaPesada 26 (382) 6 (333) 32

Frequecircncia diaacuteria de leite ateacute 25 anos

Nenhummenos 1 copodia 34 (500) 8 (444) 42 0910

1 a 2 coposdia 31 (456) 9 (500) 40

3 coposdia ou mais 3 (44) 1 (56) 4

Frequecircncia diaacuteria de leite apoacutes 50 anos

Nenhummenos 1 copodia 34 (500) 6 (333) 40 0103

1 a 2 coposdia 31 (456) 9 (500) 40

3 coposdia ou mais 3 (44) 3 (167) 6

Caracteriacutesticas

comportamentais

p-valor do

teste exato

de Fisher

Tabela 8- Coeficientes de correlaccedilatildeo de Spearman (rs) entre idade IMC e tempo de

menopausa em mulheres poacutes-menopausa

Variaacuteveis

IMC IdadeTempo de

menopausa

r s 1 -0144 -0151

p-valor 0569 0550

r s -0227 1 0736

p-valor 0074 lt0001

r s -0295 0761 1

p-valor 0020 lt0001

Variaacuteveis

IMC

Idade

Tempo de menopausa

Nota o triacircngulo superior direito (parte hachurada) se refere agraves correlaccedilotildees para as mulheres com

fratura e o inferior esquerdo (parte natildeo hachurada) agraves mulheres sem fratura

38

7 Discussatildeo

No Brasil os principais fatores cliacutenicos de risco para fraturas por fragilidade oacutessea

eram extrapolados a partir de estudos internacionais O estudo vem acrescentar informaccedilotildees

para se conhecer os fatores relacionados agrave essas fraturas Nossos resultados revelam que a

idade avanccedilada a historia familiar de fratura de quadril o diagnoacutestico de osteoporose e

tambeacutem o paciente ficar acamado por mais de 2 meses foram considerados fatores de risco

para fraturas por fragilidade oacutessea

Esse estudo mostrou concordacircncia com a Johnell amp Kanis (2006) onde o principal

siacutetio mundial de fratura por fragilidade oacutessea nas mulheres apoacutes a menopausa foi o antebraccedilo

Segundo o estudo Latin American Vertebral Osteoporosis Study (LAVOS) (Clark et al

2009) a fratura vertebral eacute a mais prevalente da ameacuterica latina com uma prevalecircncia de

142 diferente do nosso estudo onde a coluna vertebral e o colo do fecircmur aparecem

juntos em uacuteltimo lugar na lista de incidecircncia dos siacutetios de fratura Isso pode ser atribuiacutedo

devido a diferenccedila nos criteacuterios de definiccedilatildeo de fraturas pois no LAVOS optou-se pela

medida radiograacutefica do local de fraturas enquanto no nosso estudo as fraturas foram referidas

pelas pacientes

Os consensos sobre osteoporose tecircm propostos algoritmos para identificar indiviacuteduos

de alto risco para fraturas (Kanis et al 2008 WHO 1999) Para tanto a associaccedilatildeo de fatores

de risco para fraturas com a medida da USO eacute de suma importacircncia embora sejam poucas as

pacientes que tecircm oportunidade de realizar esse exame (Oliveira et al 2007) Assim o

presente trabalho mostrou um risco para fraturas por fragilidade oacutessea 13 maior nas

pacientes com resultado de USO alterada em relaccedilatildeo as pacientes que tiveram resultados de

39

USO normais vindo de encontro aos resultados encontrados por Oliveira et al (2007)

Corroborando o USO como um meacutetodo confiaacutevel para a prediccedilatildeo de fraturas

E semelhante a Pinheiro et al (2010a) o presente estudo revelou que os principais

fatores de risco para fraturas por fragilidade oacutessea satildeo a idade avanccedilada a historia familiar de

fratura de quadril e a presenccedila de osteoporose Isso pode ser atribuiacutedo ao fato de que no

estudo de Pinheiro et al (2010a) assim como no nosso estudo a populaccedilatildeo ser

predominantemente de mulheres acima dos 65 anos e viverem em aacuterea urbana tendo haacutebitos

de vida parecidos

O achado em nosso estudo que apresentou significacircncia estatiacutestica refere-se ao fator

de risco ldquopaciente acamado por mais de dois mesesrdquo como disposto na literatura (Pinheiro et

al 2010b Demir et al 2008) O que acontece eacute que com o paciente acamado por tempo

prolongado um maior remodelamento oacutesseo eacute observado Os osteoclastos responsaacuteveis pela

absorccedilatildeo oacutessea sobrepotildee os osteoblastos predispondo as fraturas por fragilidade oacutessea

(Fyhrie amp Schaffler 1994) Assim observou-se no estudo que 235 das pacientes

acamadas por mais de dois meses sofreram alguma fratura por fragilidade oacutessea com p valor

lt005 Isso reafirma a associaccedilatildeo entre a paciente ficar acamada por mais de dois meses e

sofrer fratura por fragilidade oacutessea Por outro lado o exerciacutecio fiacutesico que estaacute sabidamente

relacionado ao aumento da resistecircncia muscular do equiliacutebrio e da flexibilidade contribuindo

para a reduccedilatildeo da perda oacutessea e melhora da sauacutede em geral (Chan 2003) natildeo se mostrou

como fator de proteccedilatildeo neste estudo Provavelmente devido ao baixo percentual encontrado

de pacientes que praticavam atividade fiacutesica moderada ou pesada

O elevado IMC e a terapia de reposiccedilatildeo hormonal natildeo desempenharam papel protetor

na nossa populaccedilatildeo como seria o esperado por estudos anteriores (Pinheiro et al 2010c

40

Buttros et al 2011) Ao contrario o sobrepeso e obesidade foram considerados fatores de

risco Isso pode ser atribuiacutedo ao IMC meacutedio dessa populaccedilatildeo ser 264 (kgm2) (DPplusmn 55)

limiacutetrofe para sobrepeso Embora esse dado demonstre contrariedade com a literatura que

estabelece relaccedilatildeo inversa entre obesidade e fraturas por fragilidade oacutessea em nosso estudo

ter maior peso e IMC natildeo seriam fatores de risco para fraturas e sim caracteriacutesticas das

mulheres mais idosas em um contexto social de baixa escolaridade e renda Esse fato eacute

confirmado pelos resultados da Pesquisa Nacional sobre Sauacutede e Nutriccedilatildeo ( Batista F et al

2003) que demonstraram caraacuteter ascendente da obesidade nos estratos de mulheres com baixa

renda residentes na regiatildeo Sudeste

Aleacutem disso haacutebitos de vida como tabagismo e etilismo sabidamente relacionados agrave

maior risco para fraturas por fragilidade oacutessea (Pinheiro et al 2010) tambeacutem natildeo se

mostraram estar associados nesse estudo

A necessidade de caacutelcio do ser humano varia ao longo da vida e uma ingestatildeo

adequada para mulheres acima de 50 anos eacute de 1200 mg pois com a idade o corpo

naturalmente perde um pouco da capacidade de absorccedilatildeo de minerais (Nuacutecleo de Estudos e

Pesquisas em Alimentaccedilatildeo 2006) O fato de apenas 44 das mulheres que natildeo tiveram

fraturas e 167 das mulheres que tiveram fraturas ter referido consumo superior a

900mgdia (3 ou mais copos) foi fator de surpresa principalmente levando-se em conta o PIB

per capita da cidade superior ao da maioria dos municiacutepios brasileiros (IPEA 2000)

Assim como em estudos preacutevios (Pinheiro et al 2010c NHI 2001 Demir et al

2008) nossos dados tambeacutem demonstraram o hipoestrogenismo como importante fator de

risco para fraturas por fragilidade oacutessea jaacute que as pacientes com fratura tecircm entre 19 e 29

anos de menopausa Em recente estudo Demir et al (2008) estudaram 2769 mulheres na

41

poacutes-menopausa correlacionando a ocorrecircncia de osteoporose com o tempo de menopausa

Demonstraram que 106 das pacientes com ateacute trecircs anos de poacutes-menopausa tinham

osteoporose contra 329 das pacientes com sete anos ou mais Acredita-se que a deficiecircncia

estrogecircnica seja responsaacutevel por dois terccedilos da perda de massa oacutessea levando

consequentemente agraves fraturas por fragilidade oacutessea assim como observado (Position

statement of the North American Menopause Society 2010)

Os dados deste estudo podem ser limitados pois apesar de tratar-se de uma coorte as

participantes reportaram dados referentes a estilo de vida dieta antecedentes familiares e

pessoais o que pode ter ocasionado algum vieacutes recordatoacuterio Outra limitaccedilatildeo eacute que como

avaliado por Oliveira et al (2007) esta populaccedilatildeo apresenta a maior parte das mulheres com

baixo niacutevel socioeconocircmico e escolaridade sem acesso agrave adequada educaccedilatildeo nutricional e agrave

atividade fiacutesica orientada Por outro lado resultados encontrados sem significacircncia estatiacutestica

podem ter sido ocasionados pelo tamanho amostral reduzido devido a dificuldade de

rastreamento da populaccedilatildeo uma vez que a unidade de sauacutede natildeo atualizou o endereccedilo e

telefone das mulheres eleitas para o estudo Talvez se tivesse sido realizado contato anual

com essas mulheres natildeo teriacuteamos perdido o seguimento delas

42

8 Conclusatildeo

Devido agrave sua alta prevalecircncia e associaccedilatildeo com mortalidade e incapacidade a fratura

devido agrave fragilidade oacutessea deve ser considerada um problema de sauacutede puacuteblica no Brasil

Apesar das limitaccedilotildees o presente estudo foi realizado de forma prospectiva em mulheres

brasileiras na poacutes-menopausa devendo os seus resultados serem levados em consideraccedilatildeo

para a formulaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas de sauacutede para a prevenccedilatildeo e estrateacutegias de tratamento

para as fraturas Os fatores de risco encontrados como a idade avanccedilada a histoacuteria familiar

de fratura de quadril e a presenccedila de osteoporose devem ser acompanhados e combatidos para

tentar-se diminuir o risco para as fraturas Assim como o USO mostrou ser um meacutetodo

confiaacutevel para avaliar o risco para fraturas podendo ser implementado em maior escala do

que a atual Entatildeo acreditamos que novos estudos prospectivos com uma amostra mais

representativa devam ser realizados para se confirmar os fatores associados a fraturas por

fragilidade oacutessea na populaccedilatildeo brasileira para cada vez mais conhecermos o perfil da nossa

populaccedilatildeo e termos subsiacutedios para combater esse agravo

43

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48

10 Anexo 1 - Instrumento de coleta - EVOS (EUROPEAN VERTEBRAL

OSTEOPOROSIS STUDY)

Data _________

Nome________________________________________________________

Endereco_____________________________________________________

Fone _____________ Data de nascimento _________ RG

1- Dados antropomeacutetricos

Peso (Kg) Altura (m) IMC

2- Dados Ginecoloacutegicos

Idade da primeira menstruacao anos

Vocecirc jaacute usou piacutelula anticoncepcional por mais de 3 meses

sim natildeo natildeo sei

Vocecirc jaacute ficou algum periacuteodo em sua vida sem menstruar antes da menopausa (exceto se

gravidez) sim natildeo natildeo sei

Idade da ultima menstruaccedilatildeo anos

Numero de filhos

Vocecirc fez cirurgia para retirar o uacutetero sim com Idade ____ (anos)

natildeo natildeo sei

E para retirar os ovaacuterios (um ou os dois) sim idade ___ (anos)

natildeo natildeo sei

Vocecirc fez reposiccedilatildeo hormonal apos a menopausa sim natildeo natildeo sei

Se sim quando iniciado o periacuteodo foi superior a 1 ano sim natildeo natildeo sei

49

Vocecirc notou os seguintes sintomas na menopausa

calores sim natildeo natildeo sei

depressatildeo sim natildeo natildeo sei

insocircnia sim natildeo natildeo sei

outros sim natildeo natildeo sei

Vocecirc amamentou sim natildeo natildeo sei

Se sim quantas crianccedilas vocecirc amamentou por mais que 3 meses

3- Dados familiares

Em sua famiacutelia (pai matildee irmatildeos) existe historia de fratura de quadril apos os 50 anos de

idade sim natildeo natildeo sei

4- Histoacuteria de fratura

Vocecirc jaacute teve alguma fratura sim natildeo natildeo sei

Se sim em qual sitio esqueleacutetico com que idade e qual foi o tipo de trauma

Sitio Numero Idade (anos) Niacutevel do trauma

Vertebra

Fecircmur (colo trocanter)

Costela

Antebraccedilo

Uacutemero

Pe

Outras

Vocecirc sabe que tem osteoporose sim tenho natildeo natildeo tenho natildeo sei

5- Aacutelcool

Com que frequecircncia vocecirc bebeu no ultimo ano

Diariamente 5-6 dsem 3-4 dsem

50

1 -2 dsem lt 1 dsem nunca

Tipo de bebida destilados (uiacutesque cachaccedila vodka)

fermentados (cerveja vinho)

6- Imobilizaccedilatildeo

Vocecirc jaacute ficou acamado por um periacuteodo superior a 2 meses

sim natildeo natildeo sei

Se sim foi antes ou apos os 25 anos de idade

ano passado nunca

7- Fumo

Vocecirc fumou cigarro ou usou outras formas de fumo (cachimbo ou charuto)

atualmente no passado nunca

Com que idade iniciou anos

Se parou com que idade anos

Numero de cigarrosdia

8- Atividade Fiacutesica

Quantas tempo costuma passar diariamente ao ar livre caminhando ou andando de bicicleta

nenhuma a 1 h superior a 1 h

Qual a sua atividade fiacutesica durante diferentes periacuteodos de sua vida adulta

Ate os 25 anos 25 a 50 anos acima 50 anos

Niacutevel 1 (leve) 2 (moderada) 3 (pesada) 4

(muito pesada)

9- Impacto

Como vocecirc descreveria sua sauacutede geral neste momento

muito boa boa satisfatoacuteria regular ruim

10- Interrogatoacuterio sobre drogas

51

Vocecirc jaacute usou alguma medicaccedilatildeo oral ou injetaacutevel contendo corticosteroides por mais de 3

meses sim natildeo natildeo sei

Vocecirc jaacute usou alguma desses remeacutedios

Droga sim natildeo sei tempo

(meses)

parou ha quanto tempo

Hormocircnios

masculinos

Hormocircnios

femininos

Calcitonina

Fluacuteor

Caacutelcio

Vitamina D

Anabolizantes

Diureacuteticos

tiazidicos

11- Ingestatildeo de caacutelcio

Com que frequecircncia vocecirc comeu produtos derivados do leite na semana passada

(diassemana)

queijo amarelo queijo branco iogurte leite sorvete

Para os periacuteodos indicados abaixo com que frequecircncia vocecirc recebeu leite

ate 25 anos 25 a 50 anos Acima de 50 anos

Todas as refeiccedilotildees (3 ou + coposdia)

1-2 coposdia

52

Toda semana mas natildeo todo dia

lt 1 vezsemana

53

11 Anexo 2 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Projeto de Pesquisa Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade

oacutessea em mulheres na menopausa

Pesquisador responsaacutevel Dra Lizanka Paola F Marinheiro

Instituiccedilatildeo responsaacutevel Instituto Fernandes Figueira

Vocecirc estaacute sendo convidado a participar do projeto de pesquisa intitulado

Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea em mulheres na

menopausa por que vocecirc participou do estudo anterior realizado haacute 7 anos sobre a

osteoporose e suas consequumlecircncias

54

A osteoporose e uma doenccedila que se caracteriza pela diminuiccedilatildeo da resistecircncia do osso

tornando-o mais fraacutegil Essa fragilidade aumenta o risco da pessoa que tem osteoporose de ter

fraturas mesmo com atividades comuns como tossir ou espirrar

Com isso esse trabalho deseja avaliar a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea na

populaccedilatildeo de mulheres na poacutes menopausa residente da Ilha de Paquetaacute apoacutes 7 anos de

seguimento do uacuteltimo estudo transversal

Vocecirc natildeo eacute obrigada a participar Mas se quiser vocecirc teraacute que responder a um

questionaacuterio Para participar vocecirc natildeo teraacute que pagar nada O resultado seraacute fornecido apenas

a vocecirc ningueacutem mais saberaacute Suas duvidas seratildeo esclarecidas e vocecirc devera continuar

acompanhamento com seu meacutedico assistente Se vocecirc natildeo quiser participar natildeo seraacute

submetida a nenhum constrangimento fiacutesico ou moral e seu atendimento no posto de sauacutede

natildeo seraacute prejudicado A participante poderaacute se retirar do estudo a qualquer momento que

julgar necessaacuterio sem prejuiacutezo para a mesma O resultado de toda a pesquisa seraacute divulgada e

atraveacutes de artigos cientiacuteficos em revistas encontros congressos ou similares sem a

divulgaccedilatildeo dos nomes de quem participou de forma sigilosa

Sua participaccedilatildeo no estudo natildeo implicaraacute em custos adicionais O (A) Sr (a) natildeo teraacute

qualquer despesa com a realizaccedilatildeo dos procedimentos previstos neste estudo que seratildeo

custeados pelo pesquisador responsaacutevel Tambeacutem natildeo haveraacute nenhuma forma de pagamento

pela sua participaccedilatildeo

Caso surja alguma duacutevida quanto agrave eacutetica do estudo o (a) Sr(a) deveraacute se reportar ao

Comitecirc de Eacutetica em Pesquisas envolvendo seres humanos ndash subordinado ao Conselho

Nacional de Eacutetica em Pesquisa oacutergatildeo do Ministeacuterio da Sauacutede atraveacutes de solicitaccedilatildeo ao

representante de pesquisa que estaraacute sob contato permanente ou contactando o Comitecirc de

Eacutetica em Pesquisa desta instituiccedilatildeo no telefone (21) 3971-1590 Eacute assegurado o completo

55

sigilo de sua identidade quanto a sua participaccedilatildeo neste estudo incluindo a eventualidade da

apresentaccedilatildeo dos resultados deste estudo em congressos e perioacutedicos cientiacuteficos

Eu________________________________________________________________________

residente do endereccedilo__________________________ fui informada dos objetivos e da

justificativa deste trabalho de forma clara e detalhada pela Dra Adriana de Mattos V da

Costa Recebi informaccedilotildees especificas sobre cada procedimento no qual estarei envolvida

dos desconfortos e riscos previstos tanto quanto dos benefiacutecios esperados Todas as minhas

duvidas foram respondidas com clareza e sei que poderei solicitar novos esclarecimentos a

qualquer momento Aleacutem disso sei que novas informaccedilotildees obtidas durante o estudo me seratildeo

fornecidas e que terei liberdade de retirar meu consentimento de participaccedilatildeo face a estas

informaccedilotildees sem prejuiacutezo para mim Aleacutem disto me foi entregue uma coacutepia da folha de

informaccedilotildees para os participantes a qual li compreendi e me deu plena liberdade para decidir

acerca da minha espontacircnea participaccedilatildeo nesta pesquisa Minha identidade jamais seraacute

publicada Os dados colhidos poderatildeo ser examinados por pessoas envolvidas no estudo com

autorizaccedilatildeo delegada do investigador e por pessoas delegadas pelo patrocinador Estou

recebendo uma coacutepia assinada deste Termo

Os pesquisadores responsaacuteveis pelo Projeto satildeo a Dra Lizanka Paola F Marinheiro e

sua aluna a Dra Adriana de Mattos Viveiros da Costa

56

Participante

Nome _________________________________

Assinatura________________________________

Data_________________________________________

Investigador

Nome____________________________________

Assinatura________________________________

Data_______________________________________

Pesquisadora

Nome______________________________________

Assinatura___________________________________

Data__________________________________________

Dra Lizanka Paola F Marinheiro

lizankaglobocom

tel 25541700

Dra Adriana de Mattos Vda Costa

adrianamattosmedyahoocombr

tel 87273315

Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa

Rua Afonso Cavalcanti 455 sala 710 ndash Cidade Nova -

Telefone 3971-1463

19

poder ser instituiacutedo ainda eacute uma doenccedila muito subdiagnosticada e subtratada Eacute estimada na

comunidade europeacuteia que uma em cada trecircs fraturas de vertebrais recebe a atenccedilatildeo cliacutenica

que merece E uma pessoa com fratura de veacutertebra tem ateacute cinco vezes mais chance de

desenvolver nova fratura no ano seguinte fenocircmeno conhecido como fratura em cascata

(Lindsay et al 2001)

Tradicionalmente a osteoporose eacute reconhecida como uma doenccedila multifatorial sendo

70 desses fatores natildeo modificaacuteveis isto eacute definidos pela carga geneacutetica e 30

potencialmente modificaacuteveis e assim envolvidos com os aspectos ambientais Dessa forma

um uacutenico fator de risco natildeo eacute capaz de identificar indiviacuteduos com ou sem fratura Diferenccedilas

geneacuteticas raciais e antropomeacutetricas bem como da composiccedilatildeo corporal densidade oacutessea

dieta atividade fiacutesica e outros haacutebitos de vida contribuem para explicar as divergecircncias na

incidecircncia e na prevalecircncia de baixa densidade oacutessea e fraturas em diversos paiacuteses do mundo

(Pinheiro et al 2010b c) Os aspectos geneacuteticos desempenham importante influecircncia sobre a

aquisiccedilatildeo do pico de massa oacutessea e perda oacutessea relacionada agrave idade bem como na

determinaccedilatildeo das propriedades estruturais e geomeacutetricas do osso No entanto a associaccedilatildeo

entre diferentes polimorfismos gecircnicos e densidade oacutessea ou fraturas por osteoporose eacute

bastante controversa e varia em diferentes estudos inclusive no Brasil fato que pode ser

tomado como um provaacutevel reflexo das diferenccedilas de etnia e ambiental das populaccedilotildees

estudadas Da mesma forma os fatores ambientais natildeo permitem uniformizar e homogeneizar

o impacto de cada um deles em cada regiatildeo do planeta (Pinheiro et al 2010c)

Atualmente a densitometria oacutessea eacute o meacutetodo mais utilizado para avaliar a massa

oacutessea Eacute o padratildeo ouro para o diagnoacutestico de osteoporose A densidade mineral oacutessea (DMO)

eacute expressa em nuacutemero absolutos em gramas de mineral por centiacutemetro quadrado escaneado

ou ainda comparado com a DMO esperada para a idade e sexo da paciente (z escore) ou

20

comparado a DMO de adultos jovens normais do mesmo sexo (t-escore) A diferenccedila entre o

escore do paciente e o padratildeo eacute expressa em desvios padrotildees acima ou abaixo da meacutedia

(Castro et al 1999)

Segundo a Sociedade Brasileira de Densitometria Cliacutenica no consenso de 2008 satildeo

indicaccedilotildees para avaliaccedilatildeo da densidade mineral oacutessea (Brandatildeo et al 2009)

rdquoMulheres com idade gt a 65 anos e homens com idade gt a 70 anos

Mulheres acima de 40 anos na transiccedilatildeo menopausal (1-2) e homens acima de 50

anos de idade com fatores de risco

Adultos com antecedente de fratura por fragilidade condiccedilatildeo cliacutenica ou uso de

medicamentos associados agrave baixa massa oacutessea ou perda oacutessea

Indiviacuteduos para os quais satildeo consideradas intervenccedilotildees farmacoloacutegicas para

osteoporose

Indiviacuteduos em tratamento para osteoporose para monitoramento de sua eficaacutecia

Indiviacuteduos que natildeo estejam sob tratamento poreacutem nos quais a identificaccedilatildeo de perda

de massa oacutessea possa determinar a indicaccedilatildeo do tratamento

Mulheres interrompendo terapia hormonal (TH)rdquo

Arq Bras Endocrinol Metab 2009 531 pag108

A proacutepria definiccedilatildeo de osteoporose pela Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede reunida em

Hong Kong em 1994 estabeleceu criteacuterios diagnoacutesticos baseados em valores obtidos pela

densitometria oacutessea classificando como osteopecircnicas aquelas mulheres que apresentarem-se

entre 1 e 25 desvios-padratildeo (DP) abaixo da meacutedia para adultas jovens e de osteoporoacuteticas as

que se encontrarem com mais de 25 DP abaixo da meacutedia para adultas jovens (Castro et al

1999 WHO 1999)

A densitometria oacutessea apresenta como desvantagens no entanto o fato de utilizar uma

fonte de radiaccedilatildeo ionizante e possuir um elevado custo que limita seu uso em estudos

populacionais principalmente em nosso paiacutes onde os recursos destinados agrave sauacutede da

populaccedilatildeo mais carente satildeo miacutenimos Sempre tentando diminuir o impacto dos gastos com

21

sauacutede eacute estimulada a busca por meacutetodos natildeo poluentes e mais baratos mas que tragam as

mesmas informaccedilotildees que os meacutetodos jaacute estabelecidos Em funccedilatildeo disto a USO vem sendo

avaliada e alguns resultados promissores tecircm sido apresentados (Castro et al 1999) Baseia-se

na modificaccedilatildeo das caracteriacutesticas de ultrassom transmitido atraveacutes de ossos de localizaccedilatildeo

mais superficiais como no calcacircneo tiacutebia falanges ou patela Os sistemas atuais se

constituem de dois transdutores sendo um transmissor e outro receptor posicionados em

locais diferentes do osso a ser estudado Os aparelhos existentes entre noacutes avaliam o

calcacircneo osso predominantemente trabecular atraveacutes das medidas de velocidade de

transmissatildeo do ultrassom (SOS em ms) e da atenuaccedilatildeo da frequumlecircncia do ultrassom (BUA em

dBMHz) (Kanis et al 2008) Novamente de acordo com a orientaccedilatildeo da Sociedade Brasileira

de Densitometria Cliacutenica de 2008 as recomendaccedilotildees para ultrassonometria oacutessea satildeo

(Brandatildeo et al 2009)

rdquoO uacutenico siacutetio validado para o uso cliacutenico da USO em osteoporose eacute o calcacircneo

Equipamentos de USO de calcacircneo validados satildeo capazes de estimar fratura por

fragilidade em mulheres na poacutes-menopausa e em homens com idade superior a 65 anos

independentemente da densidade mineral oacutessea medida em equipamentos de DMO

central

A correlaccedilatildeo entre os resultados obtidos por USO e DMO ccccccc entral eacute

moderada

USO do calcacircneo associada a fatores de risco cliacutenicos podem ser usados para

identificar populaccedilatildeo com baixa probabilidade de fratura na qual avaliaccedilatildeo adicional

natildeo seja mais necessaacuteria

Medidas de DMO central na coluna e no fecircmur constituem o meacutetodo de escolha para a

tomada de decisatildeo terapecircutica Entretanto se a DMO central natildeo for acessiacutevel o

tratamento farmacoloacutegico pode ser iniciado se a probabilidade de fratura avaliada pelo

USO do calcacircneo com pontos de corte especiacuteficos associados a fatores de risco

cliacutenicos for suficientemente alta

Equipamentos de USO natildeo satildeo clinicamente uacuteteis no monitoramento de efeitos

esqueleacuteticos dos medicamentos disponiacuteveis para o tratamento da osteoporoserdquo

Arq Bras Endocrinol Metab 2009 531 pag110

22

Em 2003 foi realizada uma dissertaccedilatildeo de mestrado (Oliveira et al 2007) sobre a

utilizaccedilatildeo do USO para estimar a prevalecircncia de risco aumentado de fraturas em uma

populaccedilatildeo de mulheres na poacutes menopausa residentes da Ilha de Paquetaacute Em trabalho

realizado por Oliveira e cols nesta instituiccedilatildeo Foi realizado um estudo transversal com

recrutamento de 385 mulheres residentes da Ilha Todas as mulheres responderam a

questionaacuterio previamente estruturado e foram submetidas a medidas antropomeacutetricas e a

USO As medidas de USO foram realizadas segundo o manual do fabricante A idade da

populaccedilatildeo estudada variou entre 42 e 95 anos Os resultados encontrados mostram que

5922 da amostra apresentava algum tipo de alteraccedilatildeo a USO com t score menor que -1

Esse grupo era composto por mulheres mais idosas com menor peso menor altura e menor

percentual de gordura quando comparado com o grupo com t score lt ndash 1 Foi encontrado que

1688 das pesquisadas possuiacuteam alto risco para fraturas com t score lt -25 E as mulheres

do grupo de alto risco tinham maior peso e IMC paracircmetros conhecidos como protetores

Embora divergente da literatura a autora atribui esses resultados a caracteriacutesticas das

mulheres mais idosas em um contexto social de baixa escolaridade e renda (Oliveira et al

2007)

23

5 Materiais e Meacutetodos

51 Populaccedilatildeo

A Ilha de Paquetaacute dista aproximadamente 15 km da Praccedila XV no Centro da Cidade

do Rio de Janeiro sendo a principal ilha do arquipeacutelago de Paquetaacute situada ao nordeste da

Baiacutea de Guanabara A populaccedilatildeo e frequecircncia da Ilha satildeo extremamente sazonais sendo

aproximadamente 2200 domiciacutelios (entre moradores e veranistas) Os moradores fixos

correspondem a 4500 pessoas em sua maioria de famiacutelias antigas na Ilha das quais 208

satildeo idosos ultrapassando ateacute mesmo a meacutedia nacional que eacute em torno de 12 (IBGE

2009a) Este iacutendice faz de Paquetaacute o erceiro bairro em nuacutemero de idosos no municiacutepio sendo

que sua populaccedilatildeo pode ser considerada envelhecida segundo os criteacuterios da Organizaccedilatildeo

Mundial da Sauacutede (OMS 2003) Embora a maioria da populaccedilatildeo seja branca existem 109

de negros 256 de pardos e 01 de iacutendios Cerca de 90 dos domiciacutelios possuem aacutegua

tratada e 9957 tratamento de esgoto As famiacutelias residentes nesta regiatildeo satildeo compostas em

meacutedia por trecircs pessoas com rendimento meacutedio per capita de 301 salaacuterios miacutenimos (IPEA

2000) e o transporte urbano eacute feito basicamente a peacute por bicicletas ou charretes puxadas por

ciclistas (IBGE 2009a)

52 Tipo de estudo

Foi realizado um estudo de coorte prospectivo na ilha de PaquetaacuteRJ no ano de 2011

Foram inicialmente alocadas todas as mulheres que participaram do estudo anterior

desenvolvido no ano de 2003 (Oliveira et al 2007)

24

53 Criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo

Os criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo foram os mesmos utilizados do estudo anterior

(Oliveira et al 2007) Sendo os criteacuterios de inclusatildeo as mulheres que estavam na menopausa

e que tinham residecircncia fixa na Ilha de Paquetaacute e os criteacuterios de exclusatildeo a historia pessoal

de doenccedilas que sabidamente afetam o metabolismo oacutesseo direta ou indiretamente (como

artrite reumatoacuteide luacutepus eritematoso sistecircmico hiperparatireoidismo osteogecircnese imperfeita)

e as neoplasias malignas exceto carcinoma basocelular de pele

54 Alocaccedilotildees de pacientes

A populaccedilatildeo elegiacutevel era constituiacuteda pelas 385 mulheres alocadas no estudo inicial

(Oliveira et al 2007) No trabalho de Oliveira et al (2007) foi realizado um estudo transversal

com recrutamento por auto-seleccedilatildeo ou demanda espontacircnea no ano de 2003 na Ilha de

Paquetaacute Rio de Janeiro Brasil Foram estudadas 385 mulheres na poacutes-menopausa

(diagnoacutestico cliacutenico) residentes no local apoacutes a aplicaccedilatildeo dos criteacuterios de exclusatildeo

(existecircncia de pino metaacutelico ou edema com cacifo em ambos os peacutes ou impossibilitadas de

posicionar os peacutes no aparelho de ultra-sonometria oacutessea) Todas as mulheres responderam na

eacutepoca a um questionaacuterio e foram submetidas a medidas antropomeacutetricas e agrave USO

No presente estudo considerando uma significacircncia de 95 e um poder de 80 uma

prevalecircncia de 15 de fraturas na populaccedilatildeo de risco (Clark et al 2009) o tamanho amostral

previsto foi de 130 mulheres Poreacutem devido agraves perdas o tamanho amostral final foi de 86

pacientes

Atraveacutes do banco de dados jaacute existente todas as pacientes foram re-contactadas As

mulheres foram localizadas atraveacutes de telefonemas e comparecimento no hospital local onde

25

eacute realizado a atenccedilatildeo baacutesica de sauacutede Foram realizados pelo menos 2 telefonemas com

intervalo de 1 semana entre eles Como ldquoperdasrdquo foram consideradas as pacientes natildeo

encontradas apoacutes os dois telefonemas (035 dos telefones estavam errados e 049 das

pacientes tinham telefone quebrado ou ocupado) pacientes que natildeo quiseram ou natildeo

puderam responder ao questionaacuterio (008) e pacientes falecidas (006)

As pacientes selecionadas foram submetidas a um questionaacuterio de avaliaccedilatildeo de fatores

relacionados agrave fragilidade oacutessea conhecido como European Vertebral Osteoporosis Study

(EVOS) jaacute validado previamente para o portuguecircs (OrsquoNeill et al 1996) e jaacute utilizados em

importantes estudos (Pinheiro et al 2006 Clark et al 2009) O questionaacuterio EVOS eacute

composto por dados soacutecio-demograacuteficos (idade estado civil escolaridade cor renda familiar

e nuacutemero de dependentes desta haacutebitos de vida) e histoacuteria reprodutiva pessoal sumaacuteria

(idade da menarca idade da menopausa tipo de menopausa) Os dados antropomeacutetricos

foram aferidos segundo criteacuterios adotados internacionalmente com medidas de peso e altura

observando intervalos de 01kg e 001m respectivamente

A definiccedilatildeo de fratura por fragilidade oacutessea foi a mesma utilizada por Pinheiro et al

(2010a) como aquela resultante de uma queda da proacutepria altura ou trauma menos intenso em

indiviacuteduos com 50 anos ou mais em siacutetios esqueleacuteticos especiacuteficos antebraccedilo fecircmur

costelas veacutertebras e uacutemero E a documentaccedilatildeo de fraturas foi realizada atraveacutes de relato da

paciente (fratura referida) As fraturas traumaacuteticas (apoacutes acidente automobiliacutestico ou outras

condiccedilotildees sob forte impacto) ou as de baixo impacto natildeo relacionadas agrave osteoporose (como

por exemplo as de face tornozelo metacarpo falanges) natildeo foram consideradas

O estudo obedeceu aos criteacuterios de eacutetica preconizados pela resoluccedilatildeo no 19696 do

Conselho Nacional de Sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede e foi aprovado previamente pelo Comitecirc

26

de Eacutetica em Pesquisa da FiocruzIFF e pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Prefeitura Todas

as mulheres assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido antes de qualquer

procedimento

55 Anaacutelise Estatiacutestica

Os dados foram registrados em planilha Excel e analisados pelo programa Statistical

Package for Social Sciences (SPSS) versatildeo 170 Para avaliar diferenccedilas entre os grupos as

variaacuteveis categoacutericas foram avaliadas pelo Qui-quadrado de Pearson ou o teste exato de

Fisher A relaccedilatildeo entre as variaacuteveis categoacutericas e ordinal e entre as variaacuteveis numeacutericas foi

avaliada pelo teste de Mann-Whitney que eacute um teste natildeo-parameacutetrico que equivale ao teste t

escolhido pelo tamanho da amostra A relaccedilatildeo entre as variaacuteveis numeacutericas foi avaliada pelo

coeficiente de Sperman que eacute uma estatiacutestica natildeo parameacutetrica utilizada para dados natildeo

normais eou amostra pequena Para todos os testes o niacutevel de significacircncia adotado foi de

5 A variaacutevel dependente foi a presenccedila de fratura (sim ou natildeo) e as variaacuteveis

independentes foram idade (em anos) resultado de USO (normal ou alterado) tempo de

menopausa (em anos) siacutetio de localizaccedilatildeo de fraturas IMC (abaixo do pesonormal

sobrepeso obeso) tabagismo (fumante ou natildeo fumante) atividade fiacutesica (leve

moderadapesada) frequecircncia diaacuteria de ingestatildeo de leite (em coposdia) e as variaacuteveis

binaacuterias como o histoacuterico familiar de fratura de quadril osteoporose uso de anticoncepcional

ausecircncia de menstruaccedilatildeo retirada de uacutetero ou ovaacuterios amamentaccedilatildeo paciente acamado e

etilismo O caacutelculo do risco relativo (RR) foi feito para avaliar a relaccedilatildeo entre o USO e a

presenccedila de fraturas Para isso foi considerado pacientes com USO normal aqueles com

resultados do T-score gt-11 e USO alterado aqueles com T-score lt-11 O niacutevel de atividade

fiacutesica foi classificado em atividade leve (trabalho burocraacutetico em escritoacuterio na maior parte

do tempo sentado) atividade moderada (trabalhos na maior parte do tempo em peacute como

27

vendedor e dona-de-casa) atividade pesada (enfermeira empregada domeacutestica) Oliveira et al

2010) Para caacutelculo aproximado da ingestatildeo alimentar diaacuteria de caacutelcio utilizou- se uma

adaptaccedilatildeo da Tabela Brasileira de Composiccedilatildeo de Alimentos 1 fatia queijo (90mg) 1 copo

de iogurte (1212mg) 1 copo leite (257mg) 1 bola se sorvete (135mg) E no final todos esses

alimentos foram convertidos em quantidade ingerida de copos de leite

28

6 Resultados Encontrados

61 Gerais

As caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas da populaccedilatildeo estudada estatildeo listadas na

tabela 1 A idade meacutedia das pacientes foi de 725 anos (DPplusmn 87) com a idade da menopausa

460 anos (DPplusmn 61) o tempo de menopausa 261 anos (DPplusmn 97) e o IMC de 264 (kgm2)

(DPplusmn 55) Essas caracteriacutesticas quando comparadas com o estudo anterior de 2003 (tabela

2) confirmam tratar-se da mesma populaccedilatildeo Apenas a idade e o tempo de menopausa

evidenciam ser a nossa populaccedilatildeo mais idosa Fator que se justifica pelo tempo ocorrido entre

os dois estudos

A incidecircncia de fratura por fragilidade oacutessea encontrada foi de 21 evidenciado no

graacutefico 1 Os principais siacutetios de fratura satildeo analisados na tabela 3 tendo como sitio principal

o antebraccedilo com 50 seguido pelo peacute com 192 e uacutemero 145 Jaacute na tabela 4 e no graacutefico

2 pode ser observado que a idade da populaccedilatildeo estudada variou entre 54 e 97 anos com meacutedia

de 72 anos com DP plusmn 90 No grupo de pacientes fraturadas 50 tinham entre 65 e 79 anos

sugerindo ser essa faixa etaacuteria mais susceptiacutevel as fraturas por fragilidade oacutessea

62 USO preacutevia X Fraturas

Foi verificado na tabela 5 a associaccedilatildeo entre o resultado da (USO) preacutevia e o desfecho

fraturas por fragilidade oacutessea De todas as pacientes que fizeram USO no estudo inicial 66

participaram deste estudo Das 50 pacientes que tiveram o USO alterado 22 tiveram

fraturas nesse periacuteodo E as pacientes com USO considerada normal 194 tiveram fraturas

por fragilidade oacutessea O RR= 113 (IC95 048 - 263) sugere que as mulheres que tiveram

29

USO alterado tem um risco de fraturar de 13 maior em relaccedilatildeo as pacientes com resultado

de USO considerado normal

63 Caracteriacutesticas cliacutenicas e comportamentais X Fratura

As pacientes foram analisadas quanto as variaacuteveis clinicas e comportamentais

Considerando a tabela 6 as pacientes que tiveram fraturas se mostraram com maior

sobrepeso ou obesas (722) com maior historia familiar de fratura de quadril (133) e

com maior diagnostico de osteoporose (471) do que as pacientes sem fraturas (p

valorgt005) Jaacute o uso de anticoncepcional ou o uso de reposiccedilatildeo hormonal natildeo se mostraram

ser relevantes para ocorrecircncia de fraturas nessa amostra E 235 das pacientes acamadas por

mais de dois meses sofreram alguma fratura com p valor lt005 Evidenciando associaccedilatildeo

entre a paciente ficar acamada por mais de dois meses e sofrer fratura por fragilidade oacutessea

Avaliando a tabela 7 foi notado que apenas 125 das pacientes que tiveram fratura eram

tabagistas e 167 eram etilistas natildeo se mostrando essas caracteriacutesticas como fatores de

risco A atividade fiacutesica moderadapesada ateacute 25 anos e acima de 50 anos apresentou

percentuais de 441 e 382 respectivamente Aleacutem disso entre 25 e 50 anos 444 das

pacientes com atividade fiacutesica moderadapesada tiveram fraturas e 441 das pacientes natildeo

tiveram fraturas para essa faixa etaacuteria (p valor gt005) Sendo assim natildeo houve associaccedilatildeo

entre a atividade fiacutesica e as fraturas Em relaccedilatildeo ao item ingestatildeo de leite apoacutes os 50 anos

456 das pacientes que natildeo tiveram fraturas ingeriam de 1 a 2 copos de leite por dia e

apenas 44 ingeriam mais de 3 copos de leite por dia No caso das pacientes que tiveram

fraturas apoacutes os 50 anos foi observado que 50 ingeriam de 1 a 2 copos de leite por dia e

167 ingeriam 3 copos ou mais de leite

30

64 Tempo de menopausa X Fratura

As pacientes foram avaliadas graacutefico 3 para verificar a associaccedilatildeo entre o tempo de

menopausa e o desfecho das fraturas A mediana do tempo de menopausa encontrado em

ambos os grupos foi de 262 com DP de plusmn98 Metade das pacientes que tiveram fraturas tem

entre 193 e 293 anos de menopausa com DP de plusmn72 A correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade

tempo de menopausa e IMC foi observado na tabela 8 onde evidenciada uma associaccedilatildeo

positiva entre a idade e o tempo de menopausa nos grupos de pacientes com e sem fraturas

Assim como foi verificado uma associaccedilatildeo negativa de quanto maior a idade e o tempo de

menopausa menor o IMC

31

Graacutefico 1

Graacutefico 2

32

Graacutefico 3

33

Tabela 1- Caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas das

mulheres poacutes menopausa (n=86)

Caracteriacutesticas Meacutedia plusmn desvio padratildeo

Idade (anos) 7255 plusmn 897

Idade da

menarca (anos) 1324 plusmn 184

Idade da

menopausa

(anos)

4608 plusmn 614

Tempo de

menopausa

(anos)

2618 plusmn976

Peso (kg)sect 6342 plusmn 1055

Altura (m)deg 155 plusmn 008

IMC (kgm2) 2643 plusmn 557

n=85 sectn=83 ordmn=82 n=81 n=80

Tabela 2-Caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas das

mulheres poacutes menopausa em 2003

Caracteriacutesticas Meacutedia plusmn desvio padratildeo

Idade (anos) 6463plusmn1270

Idade da

menarca (anos)

1304 plusmn 193

Idade da

menopausa

(anos)

4755 plusmn 601

Tempo de

menopausa

(anos)

1700 plusmn 1076

Peso (kg)sect 6533 plusmn 1270

Altura (m)deg 155 plusmn 006

IMC (kgm2) 2696 plusmn 477

34

Tabela 3 ndash Incidecircncia de fraturas em mulheres poacutes menopausa segundo a

localizaccedilatildeo de fratura 2003-2011

Tipo da fratura

n

Veacutertebra 1 38

Fecircmur 1 38

Costela 2 77

Antebraccedilo 13 500

Uacutemero 4 145

Peacute 5 192

Total 26 1000

Nota Algumas pacientes tiveram mais de uma fratura no periacuteodo

Tabela 4- Relaccedilatildeo entre idade e fratura nas mulheres na poacutes menopausa

Total

Fratura

Idade (anos) Natildeo Sim

N () n () n ()

54 a 64 anos 18 209 14 206 4 222

65 a 79 anos 48 558 39 574 9 500

80 a 97 anos 20 233 15 221 5 278

Total 86 1000 68 1000 18 1000

Meacutedia (DP) 725 (90) 713 (77) 729 (93)

Nota P-valor pelo teste de Mann-Whitney=0813

35

Tabela 5 - Incidecircncia de fratura em mulheres poacutes-menopausa segundo

resultado da USO 2003-2011

Resultado da

USO

Total

Fratura p-valor

Sim Natildeo

n n

()

IC95 n

()

Normal 36 7 194

89 -

3472

29 806

0496

Alterado 50 11 220

121 -

350

39 780

Total 86 18 209

133 -

305

68 791

Nota Risco relativo = 113 (IC95 048 - 263)

36

Tabela 6 ndash Caracteriacutesticas cliacutenicas de mulheres poacutes-menopausa segundo

fratura (n=86)

Fratura

Natildeo (n=68) Sim (n=18) Total

n ( ) n ( )

IMC

Abaixo do pesoNormal 24 (353) 5 (278) 28 0792

Sobrepeso 27 (397) 9 (500) 36

Obeso 17 (250) 4 (222) 21

Histoacuterico familiar de fratura de quadril

Natildeo 66 (985) 13 (867) 79 0085

Sim 1 (15) 2 (133) 3

Osteoporose

Natildeo 44 (800) 9 (529) 53 0055

Sim 11 (200) 8 (471) 19

Uso de anticoncepcional

Natildeo 32 (485) 10 (556) 42 0791

Sim 34 (515) 8 (444) 42

Ausecircncia de mentruaccedilatildeo

Natildeo 60 (909) 16 (941) 76 1000

Sim 6 (91) 1 (59) 7

Retirou o uacutetero

Natildeo 46 (687) 9 (500) 55 0170

Sim 21 (313) 9 (500) 30

Retirou os ovaacuterios

Natildeo 53 (815) 11 (647) 64 0187

Sim 12 (185) 6 (353) 18

Reposiccedilatildeo hormonal

Natildeo 51 (761) 13 (722) 64 0763

Sim 16 (239) 5 (278) 21

Amamentou

Natildeo 14 (206) 4 (222) 18 1000

Sim 54 (794) 14 (778) 68

Acamado por mais de dois meses

Natildeo 63 (940) 13 (765) 76 0049

Sim 4 (60) 4 (235) 8

Caracteriacutesticas clinicas

p-valor do

teste exato

de Fisher

37

Tabela 7 - Caracteriacutesticas comportamentais de mulheres poacutes-menopausa segundo

fratura (n=86)

Fratura

Natildeo (n=68) Sim (n=18) Total

n ( ) n ( )

Tabagismo

Natildeo fumante 47 (758) 14 (875) 61 0499

FumanteEx-fumante 15 (242) 2 (125) 17

Etilismo no uacuteltimo ano

Natildeo 48 (706) 15 (833) 63 0376

Sim 20 (294) 3 (167) 23

Atividade fiacutesica ateacute os 25 anos

Leve 38 (559) 11 (611) 49 0792

ModeradaPesada 30 (441) 7 (389) 37

Atividade fiacutesica entre os 25 e 50 anos

Leve 38 (559) 10 (556) 48 1000

ModeradaPesada 30 (441) 8 (444) 38

Atividade fiacutesica acima dos 50 anos

Leve 42 (618) 12 (667) 54 0789

ModeradaPesada 26 (382) 6 (333) 32

Frequecircncia diaacuteria de leite ateacute 25 anos

Nenhummenos 1 copodia 34 (500) 8 (444) 42 0910

1 a 2 coposdia 31 (456) 9 (500) 40

3 coposdia ou mais 3 (44) 1 (56) 4

Frequecircncia diaacuteria de leite apoacutes 50 anos

Nenhummenos 1 copodia 34 (500) 6 (333) 40 0103

1 a 2 coposdia 31 (456) 9 (500) 40

3 coposdia ou mais 3 (44) 3 (167) 6

Caracteriacutesticas

comportamentais

p-valor do

teste exato

de Fisher

Tabela 8- Coeficientes de correlaccedilatildeo de Spearman (rs) entre idade IMC e tempo de

menopausa em mulheres poacutes-menopausa

Variaacuteveis

IMC IdadeTempo de

menopausa

r s 1 -0144 -0151

p-valor 0569 0550

r s -0227 1 0736

p-valor 0074 lt0001

r s -0295 0761 1

p-valor 0020 lt0001

Variaacuteveis

IMC

Idade

Tempo de menopausa

Nota o triacircngulo superior direito (parte hachurada) se refere agraves correlaccedilotildees para as mulheres com

fratura e o inferior esquerdo (parte natildeo hachurada) agraves mulheres sem fratura

38

7 Discussatildeo

No Brasil os principais fatores cliacutenicos de risco para fraturas por fragilidade oacutessea

eram extrapolados a partir de estudos internacionais O estudo vem acrescentar informaccedilotildees

para se conhecer os fatores relacionados agrave essas fraturas Nossos resultados revelam que a

idade avanccedilada a historia familiar de fratura de quadril o diagnoacutestico de osteoporose e

tambeacutem o paciente ficar acamado por mais de 2 meses foram considerados fatores de risco

para fraturas por fragilidade oacutessea

Esse estudo mostrou concordacircncia com a Johnell amp Kanis (2006) onde o principal

siacutetio mundial de fratura por fragilidade oacutessea nas mulheres apoacutes a menopausa foi o antebraccedilo

Segundo o estudo Latin American Vertebral Osteoporosis Study (LAVOS) (Clark et al

2009) a fratura vertebral eacute a mais prevalente da ameacuterica latina com uma prevalecircncia de

142 diferente do nosso estudo onde a coluna vertebral e o colo do fecircmur aparecem

juntos em uacuteltimo lugar na lista de incidecircncia dos siacutetios de fratura Isso pode ser atribuiacutedo

devido a diferenccedila nos criteacuterios de definiccedilatildeo de fraturas pois no LAVOS optou-se pela

medida radiograacutefica do local de fraturas enquanto no nosso estudo as fraturas foram referidas

pelas pacientes

Os consensos sobre osteoporose tecircm propostos algoritmos para identificar indiviacuteduos

de alto risco para fraturas (Kanis et al 2008 WHO 1999) Para tanto a associaccedilatildeo de fatores

de risco para fraturas com a medida da USO eacute de suma importacircncia embora sejam poucas as

pacientes que tecircm oportunidade de realizar esse exame (Oliveira et al 2007) Assim o

presente trabalho mostrou um risco para fraturas por fragilidade oacutessea 13 maior nas

pacientes com resultado de USO alterada em relaccedilatildeo as pacientes que tiveram resultados de

39

USO normais vindo de encontro aos resultados encontrados por Oliveira et al (2007)

Corroborando o USO como um meacutetodo confiaacutevel para a prediccedilatildeo de fraturas

E semelhante a Pinheiro et al (2010a) o presente estudo revelou que os principais

fatores de risco para fraturas por fragilidade oacutessea satildeo a idade avanccedilada a historia familiar de

fratura de quadril e a presenccedila de osteoporose Isso pode ser atribuiacutedo ao fato de que no

estudo de Pinheiro et al (2010a) assim como no nosso estudo a populaccedilatildeo ser

predominantemente de mulheres acima dos 65 anos e viverem em aacuterea urbana tendo haacutebitos

de vida parecidos

O achado em nosso estudo que apresentou significacircncia estatiacutestica refere-se ao fator

de risco ldquopaciente acamado por mais de dois mesesrdquo como disposto na literatura (Pinheiro et

al 2010b Demir et al 2008) O que acontece eacute que com o paciente acamado por tempo

prolongado um maior remodelamento oacutesseo eacute observado Os osteoclastos responsaacuteveis pela

absorccedilatildeo oacutessea sobrepotildee os osteoblastos predispondo as fraturas por fragilidade oacutessea

(Fyhrie amp Schaffler 1994) Assim observou-se no estudo que 235 das pacientes

acamadas por mais de dois meses sofreram alguma fratura por fragilidade oacutessea com p valor

lt005 Isso reafirma a associaccedilatildeo entre a paciente ficar acamada por mais de dois meses e

sofrer fratura por fragilidade oacutessea Por outro lado o exerciacutecio fiacutesico que estaacute sabidamente

relacionado ao aumento da resistecircncia muscular do equiliacutebrio e da flexibilidade contribuindo

para a reduccedilatildeo da perda oacutessea e melhora da sauacutede em geral (Chan 2003) natildeo se mostrou

como fator de proteccedilatildeo neste estudo Provavelmente devido ao baixo percentual encontrado

de pacientes que praticavam atividade fiacutesica moderada ou pesada

O elevado IMC e a terapia de reposiccedilatildeo hormonal natildeo desempenharam papel protetor

na nossa populaccedilatildeo como seria o esperado por estudos anteriores (Pinheiro et al 2010c

40

Buttros et al 2011) Ao contrario o sobrepeso e obesidade foram considerados fatores de

risco Isso pode ser atribuiacutedo ao IMC meacutedio dessa populaccedilatildeo ser 264 (kgm2) (DPplusmn 55)

limiacutetrofe para sobrepeso Embora esse dado demonstre contrariedade com a literatura que

estabelece relaccedilatildeo inversa entre obesidade e fraturas por fragilidade oacutessea em nosso estudo

ter maior peso e IMC natildeo seriam fatores de risco para fraturas e sim caracteriacutesticas das

mulheres mais idosas em um contexto social de baixa escolaridade e renda Esse fato eacute

confirmado pelos resultados da Pesquisa Nacional sobre Sauacutede e Nutriccedilatildeo ( Batista F et al

2003) que demonstraram caraacuteter ascendente da obesidade nos estratos de mulheres com baixa

renda residentes na regiatildeo Sudeste

Aleacutem disso haacutebitos de vida como tabagismo e etilismo sabidamente relacionados agrave

maior risco para fraturas por fragilidade oacutessea (Pinheiro et al 2010) tambeacutem natildeo se

mostraram estar associados nesse estudo

A necessidade de caacutelcio do ser humano varia ao longo da vida e uma ingestatildeo

adequada para mulheres acima de 50 anos eacute de 1200 mg pois com a idade o corpo

naturalmente perde um pouco da capacidade de absorccedilatildeo de minerais (Nuacutecleo de Estudos e

Pesquisas em Alimentaccedilatildeo 2006) O fato de apenas 44 das mulheres que natildeo tiveram

fraturas e 167 das mulheres que tiveram fraturas ter referido consumo superior a

900mgdia (3 ou mais copos) foi fator de surpresa principalmente levando-se em conta o PIB

per capita da cidade superior ao da maioria dos municiacutepios brasileiros (IPEA 2000)

Assim como em estudos preacutevios (Pinheiro et al 2010c NHI 2001 Demir et al

2008) nossos dados tambeacutem demonstraram o hipoestrogenismo como importante fator de

risco para fraturas por fragilidade oacutessea jaacute que as pacientes com fratura tecircm entre 19 e 29

anos de menopausa Em recente estudo Demir et al (2008) estudaram 2769 mulheres na

41

poacutes-menopausa correlacionando a ocorrecircncia de osteoporose com o tempo de menopausa

Demonstraram que 106 das pacientes com ateacute trecircs anos de poacutes-menopausa tinham

osteoporose contra 329 das pacientes com sete anos ou mais Acredita-se que a deficiecircncia

estrogecircnica seja responsaacutevel por dois terccedilos da perda de massa oacutessea levando

consequentemente agraves fraturas por fragilidade oacutessea assim como observado (Position

statement of the North American Menopause Society 2010)

Os dados deste estudo podem ser limitados pois apesar de tratar-se de uma coorte as

participantes reportaram dados referentes a estilo de vida dieta antecedentes familiares e

pessoais o que pode ter ocasionado algum vieacutes recordatoacuterio Outra limitaccedilatildeo eacute que como

avaliado por Oliveira et al (2007) esta populaccedilatildeo apresenta a maior parte das mulheres com

baixo niacutevel socioeconocircmico e escolaridade sem acesso agrave adequada educaccedilatildeo nutricional e agrave

atividade fiacutesica orientada Por outro lado resultados encontrados sem significacircncia estatiacutestica

podem ter sido ocasionados pelo tamanho amostral reduzido devido a dificuldade de

rastreamento da populaccedilatildeo uma vez que a unidade de sauacutede natildeo atualizou o endereccedilo e

telefone das mulheres eleitas para o estudo Talvez se tivesse sido realizado contato anual

com essas mulheres natildeo teriacuteamos perdido o seguimento delas

42

8 Conclusatildeo

Devido agrave sua alta prevalecircncia e associaccedilatildeo com mortalidade e incapacidade a fratura

devido agrave fragilidade oacutessea deve ser considerada um problema de sauacutede puacuteblica no Brasil

Apesar das limitaccedilotildees o presente estudo foi realizado de forma prospectiva em mulheres

brasileiras na poacutes-menopausa devendo os seus resultados serem levados em consideraccedilatildeo

para a formulaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas de sauacutede para a prevenccedilatildeo e estrateacutegias de tratamento

para as fraturas Os fatores de risco encontrados como a idade avanccedilada a histoacuteria familiar

de fratura de quadril e a presenccedila de osteoporose devem ser acompanhados e combatidos para

tentar-se diminuir o risco para as fraturas Assim como o USO mostrou ser um meacutetodo

confiaacutevel para avaliar o risco para fraturas podendo ser implementado em maior escala do

que a atual Entatildeo acreditamos que novos estudos prospectivos com uma amostra mais

representativa devam ser realizados para se confirmar os fatores associados a fraturas por

fragilidade oacutessea na populaccedilatildeo brasileira para cada vez mais conhecermos o perfil da nossa

populaccedilatildeo e termos subsiacutedios para combater esse agravo

43

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48

10 Anexo 1 - Instrumento de coleta - EVOS (EUROPEAN VERTEBRAL

OSTEOPOROSIS STUDY)

Data _________

Nome________________________________________________________

Endereco_____________________________________________________

Fone _____________ Data de nascimento _________ RG

1- Dados antropomeacutetricos

Peso (Kg) Altura (m) IMC

2- Dados Ginecoloacutegicos

Idade da primeira menstruacao anos

Vocecirc jaacute usou piacutelula anticoncepcional por mais de 3 meses

sim natildeo natildeo sei

Vocecirc jaacute ficou algum periacuteodo em sua vida sem menstruar antes da menopausa (exceto se

gravidez) sim natildeo natildeo sei

Idade da ultima menstruaccedilatildeo anos

Numero de filhos

Vocecirc fez cirurgia para retirar o uacutetero sim com Idade ____ (anos)

natildeo natildeo sei

E para retirar os ovaacuterios (um ou os dois) sim idade ___ (anos)

natildeo natildeo sei

Vocecirc fez reposiccedilatildeo hormonal apos a menopausa sim natildeo natildeo sei

Se sim quando iniciado o periacuteodo foi superior a 1 ano sim natildeo natildeo sei

49

Vocecirc notou os seguintes sintomas na menopausa

calores sim natildeo natildeo sei

depressatildeo sim natildeo natildeo sei

insocircnia sim natildeo natildeo sei

outros sim natildeo natildeo sei

Vocecirc amamentou sim natildeo natildeo sei

Se sim quantas crianccedilas vocecirc amamentou por mais que 3 meses

3- Dados familiares

Em sua famiacutelia (pai matildee irmatildeos) existe historia de fratura de quadril apos os 50 anos de

idade sim natildeo natildeo sei

4- Histoacuteria de fratura

Vocecirc jaacute teve alguma fratura sim natildeo natildeo sei

Se sim em qual sitio esqueleacutetico com que idade e qual foi o tipo de trauma

Sitio Numero Idade (anos) Niacutevel do trauma

Vertebra

Fecircmur (colo trocanter)

Costela

Antebraccedilo

Uacutemero

Pe

Outras

Vocecirc sabe que tem osteoporose sim tenho natildeo natildeo tenho natildeo sei

5- Aacutelcool

Com que frequecircncia vocecirc bebeu no ultimo ano

Diariamente 5-6 dsem 3-4 dsem

50

1 -2 dsem lt 1 dsem nunca

Tipo de bebida destilados (uiacutesque cachaccedila vodka)

fermentados (cerveja vinho)

6- Imobilizaccedilatildeo

Vocecirc jaacute ficou acamado por um periacuteodo superior a 2 meses

sim natildeo natildeo sei

Se sim foi antes ou apos os 25 anos de idade

ano passado nunca

7- Fumo

Vocecirc fumou cigarro ou usou outras formas de fumo (cachimbo ou charuto)

atualmente no passado nunca

Com que idade iniciou anos

Se parou com que idade anos

Numero de cigarrosdia

8- Atividade Fiacutesica

Quantas tempo costuma passar diariamente ao ar livre caminhando ou andando de bicicleta

nenhuma a 1 h superior a 1 h

Qual a sua atividade fiacutesica durante diferentes periacuteodos de sua vida adulta

Ate os 25 anos 25 a 50 anos acima 50 anos

Niacutevel 1 (leve) 2 (moderada) 3 (pesada) 4

(muito pesada)

9- Impacto

Como vocecirc descreveria sua sauacutede geral neste momento

muito boa boa satisfatoacuteria regular ruim

10- Interrogatoacuterio sobre drogas

51

Vocecirc jaacute usou alguma medicaccedilatildeo oral ou injetaacutevel contendo corticosteroides por mais de 3

meses sim natildeo natildeo sei

Vocecirc jaacute usou alguma desses remeacutedios

Droga sim natildeo sei tempo

(meses)

parou ha quanto tempo

Hormocircnios

masculinos

Hormocircnios

femininos

Calcitonina

Fluacuteor

Caacutelcio

Vitamina D

Anabolizantes

Diureacuteticos

tiazidicos

11- Ingestatildeo de caacutelcio

Com que frequecircncia vocecirc comeu produtos derivados do leite na semana passada

(diassemana)

queijo amarelo queijo branco iogurte leite sorvete

Para os periacuteodos indicados abaixo com que frequecircncia vocecirc recebeu leite

ate 25 anos 25 a 50 anos Acima de 50 anos

Todas as refeiccedilotildees (3 ou + coposdia)

1-2 coposdia

52

Toda semana mas natildeo todo dia

lt 1 vezsemana

53

11 Anexo 2 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Projeto de Pesquisa Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade

oacutessea em mulheres na menopausa

Pesquisador responsaacutevel Dra Lizanka Paola F Marinheiro

Instituiccedilatildeo responsaacutevel Instituto Fernandes Figueira

Vocecirc estaacute sendo convidado a participar do projeto de pesquisa intitulado

Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea em mulheres na

menopausa por que vocecirc participou do estudo anterior realizado haacute 7 anos sobre a

osteoporose e suas consequumlecircncias

54

A osteoporose e uma doenccedila que se caracteriza pela diminuiccedilatildeo da resistecircncia do osso

tornando-o mais fraacutegil Essa fragilidade aumenta o risco da pessoa que tem osteoporose de ter

fraturas mesmo com atividades comuns como tossir ou espirrar

Com isso esse trabalho deseja avaliar a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea na

populaccedilatildeo de mulheres na poacutes menopausa residente da Ilha de Paquetaacute apoacutes 7 anos de

seguimento do uacuteltimo estudo transversal

Vocecirc natildeo eacute obrigada a participar Mas se quiser vocecirc teraacute que responder a um

questionaacuterio Para participar vocecirc natildeo teraacute que pagar nada O resultado seraacute fornecido apenas

a vocecirc ningueacutem mais saberaacute Suas duvidas seratildeo esclarecidas e vocecirc devera continuar

acompanhamento com seu meacutedico assistente Se vocecirc natildeo quiser participar natildeo seraacute

submetida a nenhum constrangimento fiacutesico ou moral e seu atendimento no posto de sauacutede

natildeo seraacute prejudicado A participante poderaacute se retirar do estudo a qualquer momento que

julgar necessaacuterio sem prejuiacutezo para a mesma O resultado de toda a pesquisa seraacute divulgada e

atraveacutes de artigos cientiacuteficos em revistas encontros congressos ou similares sem a

divulgaccedilatildeo dos nomes de quem participou de forma sigilosa

Sua participaccedilatildeo no estudo natildeo implicaraacute em custos adicionais O (A) Sr (a) natildeo teraacute

qualquer despesa com a realizaccedilatildeo dos procedimentos previstos neste estudo que seratildeo

custeados pelo pesquisador responsaacutevel Tambeacutem natildeo haveraacute nenhuma forma de pagamento

pela sua participaccedilatildeo

Caso surja alguma duacutevida quanto agrave eacutetica do estudo o (a) Sr(a) deveraacute se reportar ao

Comitecirc de Eacutetica em Pesquisas envolvendo seres humanos ndash subordinado ao Conselho

Nacional de Eacutetica em Pesquisa oacutergatildeo do Ministeacuterio da Sauacutede atraveacutes de solicitaccedilatildeo ao

representante de pesquisa que estaraacute sob contato permanente ou contactando o Comitecirc de

Eacutetica em Pesquisa desta instituiccedilatildeo no telefone (21) 3971-1590 Eacute assegurado o completo

55

sigilo de sua identidade quanto a sua participaccedilatildeo neste estudo incluindo a eventualidade da

apresentaccedilatildeo dos resultados deste estudo em congressos e perioacutedicos cientiacuteficos

Eu________________________________________________________________________

residente do endereccedilo__________________________ fui informada dos objetivos e da

justificativa deste trabalho de forma clara e detalhada pela Dra Adriana de Mattos V da

Costa Recebi informaccedilotildees especificas sobre cada procedimento no qual estarei envolvida

dos desconfortos e riscos previstos tanto quanto dos benefiacutecios esperados Todas as minhas

duvidas foram respondidas com clareza e sei que poderei solicitar novos esclarecimentos a

qualquer momento Aleacutem disso sei que novas informaccedilotildees obtidas durante o estudo me seratildeo

fornecidas e que terei liberdade de retirar meu consentimento de participaccedilatildeo face a estas

informaccedilotildees sem prejuiacutezo para mim Aleacutem disto me foi entregue uma coacutepia da folha de

informaccedilotildees para os participantes a qual li compreendi e me deu plena liberdade para decidir

acerca da minha espontacircnea participaccedilatildeo nesta pesquisa Minha identidade jamais seraacute

publicada Os dados colhidos poderatildeo ser examinados por pessoas envolvidas no estudo com

autorizaccedilatildeo delegada do investigador e por pessoas delegadas pelo patrocinador Estou

recebendo uma coacutepia assinada deste Termo

Os pesquisadores responsaacuteveis pelo Projeto satildeo a Dra Lizanka Paola F Marinheiro e

sua aluna a Dra Adriana de Mattos Viveiros da Costa

56

Participante

Nome _________________________________

Assinatura________________________________

Data_________________________________________

Investigador

Nome____________________________________

Assinatura________________________________

Data_______________________________________

Pesquisadora

Nome______________________________________

Assinatura___________________________________

Data__________________________________________

Dra Lizanka Paola F Marinheiro

lizankaglobocom

tel 25541700

Dra Adriana de Mattos Vda Costa

adrianamattosmedyahoocombr

tel 87273315

Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa

Rua Afonso Cavalcanti 455 sala 710 ndash Cidade Nova -

Telefone 3971-1463

20

comparado a DMO de adultos jovens normais do mesmo sexo (t-escore) A diferenccedila entre o

escore do paciente e o padratildeo eacute expressa em desvios padrotildees acima ou abaixo da meacutedia

(Castro et al 1999)

Segundo a Sociedade Brasileira de Densitometria Cliacutenica no consenso de 2008 satildeo

indicaccedilotildees para avaliaccedilatildeo da densidade mineral oacutessea (Brandatildeo et al 2009)

rdquoMulheres com idade gt a 65 anos e homens com idade gt a 70 anos

Mulheres acima de 40 anos na transiccedilatildeo menopausal (1-2) e homens acima de 50

anos de idade com fatores de risco

Adultos com antecedente de fratura por fragilidade condiccedilatildeo cliacutenica ou uso de

medicamentos associados agrave baixa massa oacutessea ou perda oacutessea

Indiviacuteduos para os quais satildeo consideradas intervenccedilotildees farmacoloacutegicas para

osteoporose

Indiviacuteduos em tratamento para osteoporose para monitoramento de sua eficaacutecia

Indiviacuteduos que natildeo estejam sob tratamento poreacutem nos quais a identificaccedilatildeo de perda

de massa oacutessea possa determinar a indicaccedilatildeo do tratamento

Mulheres interrompendo terapia hormonal (TH)rdquo

Arq Bras Endocrinol Metab 2009 531 pag108

A proacutepria definiccedilatildeo de osteoporose pela Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede reunida em

Hong Kong em 1994 estabeleceu criteacuterios diagnoacutesticos baseados em valores obtidos pela

densitometria oacutessea classificando como osteopecircnicas aquelas mulheres que apresentarem-se

entre 1 e 25 desvios-padratildeo (DP) abaixo da meacutedia para adultas jovens e de osteoporoacuteticas as

que se encontrarem com mais de 25 DP abaixo da meacutedia para adultas jovens (Castro et al

1999 WHO 1999)

A densitometria oacutessea apresenta como desvantagens no entanto o fato de utilizar uma

fonte de radiaccedilatildeo ionizante e possuir um elevado custo que limita seu uso em estudos

populacionais principalmente em nosso paiacutes onde os recursos destinados agrave sauacutede da

populaccedilatildeo mais carente satildeo miacutenimos Sempre tentando diminuir o impacto dos gastos com

21

sauacutede eacute estimulada a busca por meacutetodos natildeo poluentes e mais baratos mas que tragam as

mesmas informaccedilotildees que os meacutetodos jaacute estabelecidos Em funccedilatildeo disto a USO vem sendo

avaliada e alguns resultados promissores tecircm sido apresentados (Castro et al 1999) Baseia-se

na modificaccedilatildeo das caracteriacutesticas de ultrassom transmitido atraveacutes de ossos de localizaccedilatildeo

mais superficiais como no calcacircneo tiacutebia falanges ou patela Os sistemas atuais se

constituem de dois transdutores sendo um transmissor e outro receptor posicionados em

locais diferentes do osso a ser estudado Os aparelhos existentes entre noacutes avaliam o

calcacircneo osso predominantemente trabecular atraveacutes das medidas de velocidade de

transmissatildeo do ultrassom (SOS em ms) e da atenuaccedilatildeo da frequumlecircncia do ultrassom (BUA em

dBMHz) (Kanis et al 2008) Novamente de acordo com a orientaccedilatildeo da Sociedade Brasileira

de Densitometria Cliacutenica de 2008 as recomendaccedilotildees para ultrassonometria oacutessea satildeo

(Brandatildeo et al 2009)

rdquoO uacutenico siacutetio validado para o uso cliacutenico da USO em osteoporose eacute o calcacircneo

Equipamentos de USO de calcacircneo validados satildeo capazes de estimar fratura por

fragilidade em mulheres na poacutes-menopausa e em homens com idade superior a 65 anos

independentemente da densidade mineral oacutessea medida em equipamentos de DMO

central

A correlaccedilatildeo entre os resultados obtidos por USO e DMO ccccccc entral eacute

moderada

USO do calcacircneo associada a fatores de risco cliacutenicos podem ser usados para

identificar populaccedilatildeo com baixa probabilidade de fratura na qual avaliaccedilatildeo adicional

natildeo seja mais necessaacuteria

Medidas de DMO central na coluna e no fecircmur constituem o meacutetodo de escolha para a

tomada de decisatildeo terapecircutica Entretanto se a DMO central natildeo for acessiacutevel o

tratamento farmacoloacutegico pode ser iniciado se a probabilidade de fratura avaliada pelo

USO do calcacircneo com pontos de corte especiacuteficos associados a fatores de risco

cliacutenicos for suficientemente alta

Equipamentos de USO natildeo satildeo clinicamente uacuteteis no monitoramento de efeitos

esqueleacuteticos dos medicamentos disponiacuteveis para o tratamento da osteoporoserdquo

Arq Bras Endocrinol Metab 2009 531 pag110

22

Em 2003 foi realizada uma dissertaccedilatildeo de mestrado (Oliveira et al 2007) sobre a

utilizaccedilatildeo do USO para estimar a prevalecircncia de risco aumentado de fraturas em uma

populaccedilatildeo de mulheres na poacutes menopausa residentes da Ilha de Paquetaacute Em trabalho

realizado por Oliveira e cols nesta instituiccedilatildeo Foi realizado um estudo transversal com

recrutamento de 385 mulheres residentes da Ilha Todas as mulheres responderam a

questionaacuterio previamente estruturado e foram submetidas a medidas antropomeacutetricas e a

USO As medidas de USO foram realizadas segundo o manual do fabricante A idade da

populaccedilatildeo estudada variou entre 42 e 95 anos Os resultados encontrados mostram que

5922 da amostra apresentava algum tipo de alteraccedilatildeo a USO com t score menor que -1

Esse grupo era composto por mulheres mais idosas com menor peso menor altura e menor

percentual de gordura quando comparado com o grupo com t score lt ndash 1 Foi encontrado que

1688 das pesquisadas possuiacuteam alto risco para fraturas com t score lt -25 E as mulheres

do grupo de alto risco tinham maior peso e IMC paracircmetros conhecidos como protetores

Embora divergente da literatura a autora atribui esses resultados a caracteriacutesticas das

mulheres mais idosas em um contexto social de baixa escolaridade e renda (Oliveira et al

2007)

23

5 Materiais e Meacutetodos

51 Populaccedilatildeo

A Ilha de Paquetaacute dista aproximadamente 15 km da Praccedila XV no Centro da Cidade

do Rio de Janeiro sendo a principal ilha do arquipeacutelago de Paquetaacute situada ao nordeste da

Baiacutea de Guanabara A populaccedilatildeo e frequecircncia da Ilha satildeo extremamente sazonais sendo

aproximadamente 2200 domiciacutelios (entre moradores e veranistas) Os moradores fixos

correspondem a 4500 pessoas em sua maioria de famiacutelias antigas na Ilha das quais 208

satildeo idosos ultrapassando ateacute mesmo a meacutedia nacional que eacute em torno de 12 (IBGE

2009a) Este iacutendice faz de Paquetaacute o erceiro bairro em nuacutemero de idosos no municiacutepio sendo

que sua populaccedilatildeo pode ser considerada envelhecida segundo os criteacuterios da Organizaccedilatildeo

Mundial da Sauacutede (OMS 2003) Embora a maioria da populaccedilatildeo seja branca existem 109

de negros 256 de pardos e 01 de iacutendios Cerca de 90 dos domiciacutelios possuem aacutegua

tratada e 9957 tratamento de esgoto As famiacutelias residentes nesta regiatildeo satildeo compostas em

meacutedia por trecircs pessoas com rendimento meacutedio per capita de 301 salaacuterios miacutenimos (IPEA

2000) e o transporte urbano eacute feito basicamente a peacute por bicicletas ou charretes puxadas por

ciclistas (IBGE 2009a)

52 Tipo de estudo

Foi realizado um estudo de coorte prospectivo na ilha de PaquetaacuteRJ no ano de 2011

Foram inicialmente alocadas todas as mulheres que participaram do estudo anterior

desenvolvido no ano de 2003 (Oliveira et al 2007)

24

53 Criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo

Os criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo foram os mesmos utilizados do estudo anterior

(Oliveira et al 2007) Sendo os criteacuterios de inclusatildeo as mulheres que estavam na menopausa

e que tinham residecircncia fixa na Ilha de Paquetaacute e os criteacuterios de exclusatildeo a historia pessoal

de doenccedilas que sabidamente afetam o metabolismo oacutesseo direta ou indiretamente (como

artrite reumatoacuteide luacutepus eritematoso sistecircmico hiperparatireoidismo osteogecircnese imperfeita)

e as neoplasias malignas exceto carcinoma basocelular de pele

54 Alocaccedilotildees de pacientes

A populaccedilatildeo elegiacutevel era constituiacuteda pelas 385 mulheres alocadas no estudo inicial

(Oliveira et al 2007) No trabalho de Oliveira et al (2007) foi realizado um estudo transversal

com recrutamento por auto-seleccedilatildeo ou demanda espontacircnea no ano de 2003 na Ilha de

Paquetaacute Rio de Janeiro Brasil Foram estudadas 385 mulheres na poacutes-menopausa

(diagnoacutestico cliacutenico) residentes no local apoacutes a aplicaccedilatildeo dos criteacuterios de exclusatildeo

(existecircncia de pino metaacutelico ou edema com cacifo em ambos os peacutes ou impossibilitadas de

posicionar os peacutes no aparelho de ultra-sonometria oacutessea) Todas as mulheres responderam na

eacutepoca a um questionaacuterio e foram submetidas a medidas antropomeacutetricas e agrave USO

No presente estudo considerando uma significacircncia de 95 e um poder de 80 uma

prevalecircncia de 15 de fraturas na populaccedilatildeo de risco (Clark et al 2009) o tamanho amostral

previsto foi de 130 mulheres Poreacutem devido agraves perdas o tamanho amostral final foi de 86

pacientes

Atraveacutes do banco de dados jaacute existente todas as pacientes foram re-contactadas As

mulheres foram localizadas atraveacutes de telefonemas e comparecimento no hospital local onde

25

eacute realizado a atenccedilatildeo baacutesica de sauacutede Foram realizados pelo menos 2 telefonemas com

intervalo de 1 semana entre eles Como ldquoperdasrdquo foram consideradas as pacientes natildeo

encontradas apoacutes os dois telefonemas (035 dos telefones estavam errados e 049 das

pacientes tinham telefone quebrado ou ocupado) pacientes que natildeo quiseram ou natildeo

puderam responder ao questionaacuterio (008) e pacientes falecidas (006)

As pacientes selecionadas foram submetidas a um questionaacuterio de avaliaccedilatildeo de fatores

relacionados agrave fragilidade oacutessea conhecido como European Vertebral Osteoporosis Study

(EVOS) jaacute validado previamente para o portuguecircs (OrsquoNeill et al 1996) e jaacute utilizados em

importantes estudos (Pinheiro et al 2006 Clark et al 2009) O questionaacuterio EVOS eacute

composto por dados soacutecio-demograacuteficos (idade estado civil escolaridade cor renda familiar

e nuacutemero de dependentes desta haacutebitos de vida) e histoacuteria reprodutiva pessoal sumaacuteria

(idade da menarca idade da menopausa tipo de menopausa) Os dados antropomeacutetricos

foram aferidos segundo criteacuterios adotados internacionalmente com medidas de peso e altura

observando intervalos de 01kg e 001m respectivamente

A definiccedilatildeo de fratura por fragilidade oacutessea foi a mesma utilizada por Pinheiro et al

(2010a) como aquela resultante de uma queda da proacutepria altura ou trauma menos intenso em

indiviacuteduos com 50 anos ou mais em siacutetios esqueleacuteticos especiacuteficos antebraccedilo fecircmur

costelas veacutertebras e uacutemero E a documentaccedilatildeo de fraturas foi realizada atraveacutes de relato da

paciente (fratura referida) As fraturas traumaacuteticas (apoacutes acidente automobiliacutestico ou outras

condiccedilotildees sob forte impacto) ou as de baixo impacto natildeo relacionadas agrave osteoporose (como

por exemplo as de face tornozelo metacarpo falanges) natildeo foram consideradas

O estudo obedeceu aos criteacuterios de eacutetica preconizados pela resoluccedilatildeo no 19696 do

Conselho Nacional de Sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede e foi aprovado previamente pelo Comitecirc

26

de Eacutetica em Pesquisa da FiocruzIFF e pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Prefeitura Todas

as mulheres assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido antes de qualquer

procedimento

55 Anaacutelise Estatiacutestica

Os dados foram registrados em planilha Excel e analisados pelo programa Statistical

Package for Social Sciences (SPSS) versatildeo 170 Para avaliar diferenccedilas entre os grupos as

variaacuteveis categoacutericas foram avaliadas pelo Qui-quadrado de Pearson ou o teste exato de

Fisher A relaccedilatildeo entre as variaacuteveis categoacutericas e ordinal e entre as variaacuteveis numeacutericas foi

avaliada pelo teste de Mann-Whitney que eacute um teste natildeo-parameacutetrico que equivale ao teste t

escolhido pelo tamanho da amostra A relaccedilatildeo entre as variaacuteveis numeacutericas foi avaliada pelo

coeficiente de Sperman que eacute uma estatiacutestica natildeo parameacutetrica utilizada para dados natildeo

normais eou amostra pequena Para todos os testes o niacutevel de significacircncia adotado foi de

5 A variaacutevel dependente foi a presenccedila de fratura (sim ou natildeo) e as variaacuteveis

independentes foram idade (em anos) resultado de USO (normal ou alterado) tempo de

menopausa (em anos) siacutetio de localizaccedilatildeo de fraturas IMC (abaixo do pesonormal

sobrepeso obeso) tabagismo (fumante ou natildeo fumante) atividade fiacutesica (leve

moderadapesada) frequecircncia diaacuteria de ingestatildeo de leite (em coposdia) e as variaacuteveis

binaacuterias como o histoacuterico familiar de fratura de quadril osteoporose uso de anticoncepcional

ausecircncia de menstruaccedilatildeo retirada de uacutetero ou ovaacuterios amamentaccedilatildeo paciente acamado e

etilismo O caacutelculo do risco relativo (RR) foi feito para avaliar a relaccedilatildeo entre o USO e a

presenccedila de fraturas Para isso foi considerado pacientes com USO normal aqueles com

resultados do T-score gt-11 e USO alterado aqueles com T-score lt-11 O niacutevel de atividade

fiacutesica foi classificado em atividade leve (trabalho burocraacutetico em escritoacuterio na maior parte

do tempo sentado) atividade moderada (trabalhos na maior parte do tempo em peacute como

27

vendedor e dona-de-casa) atividade pesada (enfermeira empregada domeacutestica) Oliveira et al

2010) Para caacutelculo aproximado da ingestatildeo alimentar diaacuteria de caacutelcio utilizou- se uma

adaptaccedilatildeo da Tabela Brasileira de Composiccedilatildeo de Alimentos 1 fatia queijo (90mg) 1 copo

de iogurte (1212mg) 1 copo leite (257mg) 1 bola se sorvete (135mg) E no final todos esses

alimentos foram convertidos em quantidade ingerida de copos de leite

28

6 Resultados Encontrados

61 Gerais

As caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas da populaccedilatildeo estudada estatildeo listadas na

tabela 1 A idade meacutedia das pacientes foi de 725 anos (DPplusmn 87) com a idade da menopausa

460 anos (DPplusmn 61) o tempo de menopausa 261 anos (DPplusmn 97) e o IMC de 264 (kgm2)

(DPplusmn 55) Essas caracteriacutesticas quando comparadas com o estudo anterior de 2003 (tabela

2) confirmam tratar-se da mesma populaccedilatildeo Apenas a idade e o tempo de menopausa

evidenciam ser a nossa populaccedilatildeo mais idosa Fator que se justifica pelo tempo ocorrido entre

os dois estudos

A incidecircncia de fratura por fragilidade oacutessea encontrada foi de 21 evidenciado no

graacutefico 1 Os principais siacutetios de fratura satildeo analisados na tabela 3 tendo como sitio principal

o antebraccedilo com 50 seguido pelo peacute com 192 e uacutemero 145 Jaacute na tabela 4 e no graacutefico

2 pode ser observado que a idade da populaccedilatildeo estudada variou entre 54 e 97 anos com meacutedia

de 72 anos com DP plusmn 90 No grupo de pacientes fraturadas 50 tinham entre 65 e 79 anos

sugerindo ser essa faixa etaacuteria mais susceptiacutevel as fraturas por fragilidade oacutessea

62 USO preacutevia X Fraturas

Foi verificado na tabela 5 a associaccedilatildeo entre o resultado da (USO) preacutevia e o desfecho

fraturas por fragilidade oacutessea De todas as pacientes que fizeram USO no estudo inicial 66

participaram deste estudo Das 50 pacientes que tiveram o USO alterado 22 tiveram

fraturas nesse periacuteodo E as pacientes com USO considerada normal 194 tiveram fraturas

por fragilidade oacutessea O RR= 113 (IC95 048 - 263) sugere que as mulheres que tiveram

29

USO alterado tem um risco de fraturar de 13 maior em relaccedilatildeo as pacientes com resultado

de USO considerado normal

63 Caracteriacutesticas cliacutenicas e comportamentais X Fratura

As pacientes foram analisadas quanto as variaacuteveis clinicas e comportamentais

Considerando a tabela 6 as pacientes que tiveram fraturas se mostraram com maior

sobrepeso ou obesas (722) com maior historia familiar de fratura de quadril (133) e

com maior diagnostico de osteoporose (471) do que as pacientes sem fraturas (p

valorgt005) Jaacute o uso de anticoncepcional ou o uso de reposiccedilatildeo hormonal natildeo se mostraram

ser relevantes para ocorrecircncia de fraturas nessa amostra E 235 das pacientes acamadas por

mais de dois meses sofreram alguma fratura com p valor lt005 Evidenciando associaccedilatildeo

entre a paciente ficar acamada por mais de dois meses e sofrer fratura por fragilidade oacutessea

Avaliando a tabela 7 foi notado que apenas 125 das pacientes que tiveram fratura eram

tabagistas e 167 eram etilistas natildeo se mostrando essas caracteriacutesticas como fatores de

risco A atividade fiacutesica moderadapesada ateacute 25 anos e acima de 50 anos apresentou

percentuais de 441 e 382 respectivamente Aleacutem disso entre 25 e 50 anos 444 das

pacientes com atividade fiacutesica moderadapesada tiveram fraturas e 441 das pacientes natildeo

tiveram fraturas para essa faixa etaacuteria (p valor gt005) Sendo assim natildeo houve associaccedilatildeo

entre a atividade fiacutesica e as fraturas Em relaccedilatildeo ao item ingestatildeo de leite apoacutes os 50 anos

456 das pacientes que natildeo tiveram fraturas ingeriam de 1 a 2 copos de leite por dia e

apenas 44 ingeriam mais de 3 copos de leite por dia No caso das pacientes que tiveram

fraturas apoacutes os 50 anos foi observado que 50 ingeriam de 1 a 2 copos de leite por dia e

167 ingeriam 3 copos ou mais de leite

30

64 Tempo de menopausa X Fratura

As pacientes foram avaliadas graacutefico 3 para verificar a associaccedilatildeo entre o tempo de

menopausa e o desfecho das fraturas A mediana do tempo de menopausa encontrado em

ambos os grupos foi de 262 com DP de plusmn98 Metade das pacientes que tiveram fraturas tem

entre 193 e 293 anos de menopausa com DP de plusmn72 A correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade

tempo de menopausa e IMC foi observado na tabela 8 onde evidenciada uma associaccedilatildeo

positiva entre a idade e o tempo de menopausa nos grupos de pacientes com e sem fraturas

Assim como foi verificado uma associaccedilatildeo negativa de quanto maior a idade e o tempo de

menopausa menor o IMC

31

Graacutefico 1

Graacutefico 2

32

Graacutefico 3

33

Tabela 1- Caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas das

mulheres poacutes menopausa (n=86)

Caracteriacutesticas Meacutedia plusmn desvio padratildeo

Idade (anos) 7255 plusmn 897

Idade da

menarca (anos) 1324 plusmn 184

Idade da

menopausa

(anos)

4608 plusmn 614

Tempo de

menopausa

(anos)

2618 plusmn976

Peso (kg)sect 6342 plusmn 1055

Altura (m)deg 155 plusmn 008

IMC (kgm2) 2643 plusmn 557

n=85 sectn=83 ordmn=82 n=81 n=80

Tabela 2-Caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas das

mulheres poacutes menopausa em 2003

Caracteriacutesticas Meacutedia plusmn desvio padratildeo

Idade (anos) 6463plusmn1270

Idade da

menarca (anos)

1304 plusmn 193

Idade da

menopausa

(anos)

4755 plusmn 601

Tempo de

menopausa

(anos)

1700 plusmn 1076

Peso (kg)sect 6533 plusmn 1270

Altura (m)deg 155 plusmn 006

IMC (kgm2) 2696 plusmn 477

34

Tabela 3 ndash Incidecircncia de fraturas em mulheres poacutes menopausa segundo a

localizaccedilatildeo de fratura 2003-2011

Tipo da fratura

n

Veacutertebra 1 38

Fecircmur 1 38

Costela 2 77

Antebraccedilo 13 500

Uacutemero 4 145

Peacute 5 192

Total 26 1000

Nota Algumas pacientes tiveram mais de uma fratura no periacuteodo

Tabela 4- Relaccedilatildeo entre idade e fratura nas mulheres na poacutes menopausa

Total

Fratura

Idade (anos) Natildeo Sim

N () n () n ()

54 a 64 anos 18 209 14 206 4 222

65 a 79 anos 48 558 39 574 9 500

80 a 97 anos 20 233 15 221 5 278

Total 86 1000 68 1000 18 1000

Meacutedia (DP) 725 (90) 713 (77) 729 (93)

Nota P-valor pelo teste de Mann-Whitney=0813

35

Tabela 5 - Incidecircncia de fratura em mulheres poacutes-menopausa segundo

resultado da USO 2003-2011

Resultado da

USO

Total

Fratura p-valor

Sim Natildeo

n n

()

IC95 n

()

Normal 36 7 194

89 -

3472

29 806

0496

Alterado 50 11 220

121 -

350

39 780

Total 86 18 209

133 -

305

68 791

Nota Risco relativo = 113 (IC95 048 - 263)

36

Tabela 6 ndash Caracteriacutesticas cliacutenicas de mulheres poacutes-menopausa segundo

fratura (n=86)

Fratura

Natildeo (n=68) Sim (n=18) Total

n ( ) n ( )

IMC

Abaixo do pesoNormal 24 (353) 5 (278) 28 0792

Sobrepeso 27 (397) 9 (500) 36

Obeso 17 (250) 4 (222) 21

Histoacuterico familiar de fratura de quadril

Natildeo 66 (985) 13 (867) 79 0085

Sim 1 (15) 2 (133) 3

Osteoporose

Natildeo 44 (800) 9 (529) 53 0055

Sim 11 (200) 8 (471) 19

Uso de anticoncepcional

Natildeo 32 (485) 10 (556) 42 0791

Sim 34 (515) 8 (444) 42

Ausecircncia de mentruaccedilatildeo

Natildeo 60 (909) 16 (941) 76 1000

Sim 6 (91) 1 (59) 7

Retirou o uacutetero

Natildeo 46 (687) 9 (500) 55 0170

Sim 21 (313) 9 (500) 30

Retirou os ovaacuterios

Natildeo 53 (815) 11 (647) 64 0187

Sim 12 (185) 6 (353) 18

Reposiccedilatildeo hormonal

Natildeo 51 (761) 13 (722) 64 0763

Sim 16 (239) 5 (278) 21

Amamentou

Natildeo 14 (206) 4 (222) 18 1000

Sim 54 (794) 14 (778) 68

Acamado por mais de dois meses

Natildeo 63 (940) 13 (765) 76 0049

Sim 4 (60) 4 (235) 8

Caracteriacutesticas clinicas

p-valor do

teste exato

de Fisher

37

Tabela 7 - Caracteriacutesticas comportamentais de mulheres poacutes-menopausa segundo

fratura (n=86)

Fratura

Natildeo (n=68) Sim (n=18) Total

n ( ) n ( )

Tabagismo

Natildeo fumante 47 (758) 14 (875) 61 0499

FumanteEx-fumante 15 (242) 2 (125) 17

Etilismo no uacuteltimo ano

Natildeo 48 (706) 15 (833) 63 0376

Sim 20 (294) 3 (167) 23

Atividade fiacutesica ateacute os 25 anos

Leve 38 (559) 11 (611) 49 0792

ModeradaPesada 30 (441) 7 (389) 37

Atividade fiacutesica entre os 25 e 50 anos

Leve 38 (559) 10 (556) 48 1000

ModeradaPesada 30 (441) 8 (444) 38

Atividade fiacutesica acima dos 50 anos

Leve 42 (618) 12 (667) 54 0789

ModeradaPesada 26 (382) 6 (333) 32

Frequecircncia diaacuteria de leite ateacute 25 anos

Nenhummenos 1 copodia 34 (500) 8 (444) 42 0910

1 a 2 coposdia 31 (456) 9 (500) 40

3 coposdia ou mais 3 (44) 1 (56) 4

Frequecircncia diaacuteria de leite apoacutes 50 anos

Nenhummenos 1 copodia 34 (500) 6 (333) 40 0103

1 a 2 coposdia 31 (456) 9 (500) 40

3 coposdia ou mais 3 (44) 3 (167) 6

Caracteriacutesticas

comportamentais

p-valor do

teste exato

de Fisher

Tabela 8- Coeficientes de correlaccedilatildeo de Spearman (rs) entre idade IMC e tempo de

menopausa em mulheres poacutes-menopausa

Variaacuteveis

IMC IdadeTempo de

menopausa

r s 1 -0144 -0151

p-valor 0569 0550

r s -0227 1 0736

p-valor 0074 lt0001

r s -0295 0761 1

p-valor 0020 lt0001

Variaacuteveis

IMC

Idade

Tempo de menopausa

Nota o triacircngulo superior direito (parte hachurada) se refere agraves correlaccedilotildees para as mulheres com

fratura e o inferior esquerdo (parte natildeo hachurada) agraves mulheres sem fratura

38

7 Discussatildeo

No Brasil os principais fatores cliacutenicos de risco para fraturas por fragilidade oacutessea

eram extrapolados a partir de estudos internacionais O estudo vem acrescentar informaccedilotildees

para se conhecer os fatores relacionados agrave essas fraturas Nossos resultados revelam que a

idade avanccedilada a historia familiar de fratura de quadril o diagnoacutestico de osteoporose e

tambeacutem o paciente ficar acamado por mais de 2 meses foram considerados fatores de risco

para fraturas por fragilidade oacutessea

Esse estudo mostrou concordacircncia com a Johnell amp Kanis (2006) onde o principal

siacutetio mundial de fratura por fragilidade oacutessea nas mulheres apoacutes a menopausa foi o antebraccedilo

Segundo o estudo Latin American Vertebral Osteoporosis Study (LAVOS) (Clark et al

2009) a fratura vertebral eacute a mais prevalente da ameacuterica latina com uma prevalecircncia de

142 diferente do nosso estudo onde a coluna vertebral e o colo do fecircmur aparecem

juntos em uacuteltimo lugar na lista de incidecircncia dos siacutetios de fratura Isso pode ser atribuiacutedo

devido a diferenccedila nos criteacuterios de definiccedilatildeo de fraturas pois no LAVOS optou-se pela

medida radiograacutefica do local de fraturas enquanto no nosso estudo as fraturas foram referidas

pelas pacientes

Os consensos sobre osteoporose tecircm propostos algoritmos para identificar indiviacuteduos

de alto risco para fraturas (Kanis et al 2008 WHO 1999) Para tanto a associaccedilatildeo de fatores

de risco para fraturas com a medida da USO eacute de suma importacircncia embora sejam poucas as

pacientes que tecircm oportunidade de realizar esse exame (Oliveira et al 2007) Assim o

presente trabalho mostrou um risco para fraturas por fragilidade oacutessea 13 maior nas

pacientes com resultado de USO alterada em relaccedilatildeo as pacientes que tiveram resultados de

39

USO normais vindo de encontro aos resultados encontrados por Oliveira et al (2007)

Corroborando o USO como um meacutetodo confiaacutevel para a prediccedilatildeo de fraturas

E semelhante a Pinheiro et al (2010a) o presente estudo revelou que os principais

fatores de risco para fraturas por fragilidade oacutessea satildeo a idade avanccedilada a historia familiar de

fratura de quadril e a presenccedila de osteoporose Isso pode ser atribuiacutedo ao fato de que no

estudo de Pinheiro et al (2010a) assim como no nosso estudo a populaccedilatildeo ser

predominantemente de mulheres acima dos 65 anos e viverem em aacuterea urbana tendo haacutebitos

de vida parecidos

O achado em nosso estudo que apresentou significacircncia estatiacutestica refere-se ao fator

de risco ldquopaciente acamado por mais de dois mesesrdquo como disposto na literatura (Pinheiro et

al 2010b Demir et al 2008) O que acontece eacute que com o paciente acamado por tempo

prolongado um maior remodelamento oacutesseo eacute observado Os osteoclastos responsaacuteveis pela

absorccedilatildeo oacutessea sobrepotildee os osteoblastos predispondo as fraturas por fragilidade oacutessea

(Fyhrie amp Schaffler 1994) Assim observou-se no estudo que 235 das pacientes

acamadas por mais de dois meses sofreram alguma fratura por fragilidade oacutessea com p valor

lt005 Isso reafirma a associaccedilatildeo entre a paciente ficar acamada por mais de dois meses e

sofrer fratura por fragilidade oacutessea Por outro lado o exerciacutecio fiacutesico que estaacute sabidamente

relacionado ao aumento da resistecircncia muscular do equiliacutebrio e da flexibilidade contribuindo

para a reduccedilatildeo da perda oacutessea e melhora da sauacutede em geral (Chan 2003) natildeo se mostrou

como fator de proteccedilatildeo neste estudo Provavelmente devido ao baixo percentual encontrado

de pacientes que praticavam atividade fiacutesica moderada ou pesada

O elevado IMC e a terapia de reposiccedilatildeo hormonal natildeo desempenharam papel protetor

na nossa populaccedilatildeo como seria o esperado por estudos anteriores (Pinheiro et al 2010c

40

Buttros et al 2011) Ao contrario o sobrepeso e obesidade foram considerados fatores de

risco Isso pode ser atribuiacutedo ao IMC meacutedio dessa populaccedilatildeo ser 264 (kgm2) (DPplusmn 55)

limiacutetrofe para sobrepeso Embora esse dado demonstre contrariedade com a literatura que

estabelece relaccedilatildeo inversa entre obesidade e fraturas por fragilidade oacutessea em nosso estudo

ter maior peso e IMC natildeo seriam fatores de risco para fraturas e sim caracteriacutesticas das

mulheres mais idosas em um contexto social de baixa escolaridade e renda Esse fato eacute

confirmado pelos resultados da Pesquisa Nacional sobre Sauacutede e Nutriccedilatildeo ( Batista F et al

2003) que demonstraram caraacuteter ascendente da obesidade nos estratos de mulheres com baixa

renda residentes na regiatildeo Sudeste

Aleacutem disso haacutebitos de vida como tabagismo e etilismo sabidamente relacionados agrave

maior risco para fraturas por fragilidade oacutessea (Pinheiro et al 2010) tambeacutem natildeo se

mostraram estar associados nesse estudo

A necessidade de caacutelcio do ser humano varia ao longo da vida e uma ingestatildeo

adequada para mulheres acima de 50 anos eacute de 1200 mg pois com a idade o corpo

naturalmente perde um pouco da capacidade de absorccedilatildeo de minerais (Nuacutecleo de Estudos e

Pesquisas em Alimentaccedilatildeo 2006) O fato de apenas 44 das mulheres que natildeo tiveram

fraturas e 167 das mulheres que tiveram fraturas ter referido consumo superior a

900mgdia (3 ou mais copos) foi fator de surpresa principalmente levando-se em conta o PIB

per capita da cidade superior ao da maioria dos municiacutepios brasileiros (IPEA 2000)

Assim como em estudos preacutevios (Pinheiro et al 2010c NHI 2001 Demir et al

2008) nossos dados tambeacutem demonstraram o hipoestrogenismo como importante fator de

risco para fraturas por fragilidade oacutessea jaacute que as pacientes com fratura tecircm entre 19 e 29

anos de menopausa Em recente estudo Demir et al (2008) estudaram 2769 mulheres na

41

poacutes-menopausa correlacionando a ocorrecircncia de osteoporose com o tempo de menopausa

Demonstraram que 106 das pacientes com ateacute trecircs anos de poacutes-menopausa tinham

osteoporose contra 329 das pacientes com sete anos ou mais Acredita-se que a deficiecircncia

estrogecircnica seja responsaacutevel por dois terccedilos da perda de massa oacutessea levando

consequentemente agraves fraturas por fragilidade oacutessea assim como observado (Position

statement of the North American Menopause Society 2010)

Os dados deste estudo podem ser limitados pois apesar de tratar-se de uma coorte as

participantes reportaram dados referentes a estilo de vida dieta antecedentes familiares e

pessoais o que pode ter ocasionado algum vieacutes recordatoacuterio Outra limitaccedilatildeo eacute que como

avaliado por Oliveira et al (2007) esta populaccedilatildeo apresenta a maior parte das mulheres com

baixo niacutevel socioeconocircmico e escolaridade sem acesso agrave adequada educaccedilatildeo nutricional e agrave

atividade fiacutesica orientada Por outro lado resultados encontrados sem significacircncia estatiacutestica

podem ter sido ocasionados pelo tamanho amostral reduzido devido a dificuldade de

rastreamento da populaccedilatildeo uma vez que a unidade de sauacutede natildeo atualizou o endereccedilo e

telefone das mulheres eleitas para o estudo Talvez se tivesse sido realizado contato anual

com essas mulheres natildeo teriacuteamos perdido o seguimento delas

42

8 Conclusatildeo

Devido agrave sua alta prevalecircncia e associaccedilatildeo com mortalidade e incapacidade a fratura

devido agrave fragilidade oacutessea deve ser considerada um problema de sauacutede puacuteblica no Brasil

Apesar das limitaccedilotildees o presente estudo foi realizado de forma prospectiva em mulheres

brasileiras na poacutes-menopausa devendo os seus resultados serem levados em consideraccedilatildeo

para a formulaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas de sauacutede para a prevenccedilatildeo e estrateacutegias de tratamento

para as fraturas Os fatores de risco encontrados como a idade avanccedilada a histoacuteria familiar

de fratura de quadril e a presenccedila de osteoporose devem ser acompanhados e combatidos para

tentar-se diminuir o risco para as fraturas Assim como o USO mostrou ser um meacutetodo

confiaacutevel para avaliar o risco para fraturas podendo ser implementado em maior escala do

que a atual Entatildeo acreditamos que novos estudos prospectivos com uma amostra mais

representativa devam ser realizados para se confirmar os fatores associados a fraturas por

fragilidade oacutessea na populaccedilatildeo brasileira para cada vez mais conhecermos o perfil da nossa

populaccedilatildeo e termos subsiacutedios para combater esse agravo

43

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48

10 Anexo 1 - Instrumento de coleta - EVOS (EUROPEAN VERTEBRAL

OSTEOPOROSIS STUDY)

Data _________

Nome________________________________________________________

Endereco_____________________________________________________

Fone _____________ Data de nascimento _________ RG

1- Dados antropomeacutetricos

Peso (Kg) Altura (m) IMC

2- Dados Ginecoloacutegicos

Idade da primeira menstruacao anos

Vocecirc jaacute usou piacutelula anticoncepcional por mais de 3 meses

sim natildeo natildeo sei

Vocecirc jaacute ficou algum periacuteodo em sua vida sem menstruar antes da menopausa (exceto se

gravidez) sim natildeo natildeo sei

Idade da ultima menstruaccedilatildeo anos

Numero de filhos

Vocecirc fez cirurgia para retirar o uacutetero sim com Idade ____ (anos)

natildeo natildeo sei

E para retirar os ovaacuterios (um ou os dois) sim idade ___ (anos)

natildeo natildeo sei

Vocecirc fez reposiccedilatildeo hormonal apos a menopausa sim natildeo natildeo sei

Se sim quando iniciado o periacuteodo foi superior a 1 ano sim natildeo natildeo sei

49

Vocecirc notou os seguintes sintomas na menopausa

calores sim natildeo natildeo sei

depressatildeo sim natildeo natildeo sei

insocircnia sim natildeo natildeo sei

outros sim natildeo natildeo sei

Vocecirc amamentou sim natildeo natildeo sei

Se sim quantas crianccedilas vocecirc amamentou por mais que 3 meses

3- Dados familiares

Em sua famiacutelia (pai matildee irmatildeos) existe historia de fratura de quadril apos os 50 anos de

idade sim natildeo natildeo sei

4- Histoacuteria de fratura

Vocecirc jaacute teve alguma fratura sim natildeo natildeo sei

Se sim em qual sitio esqueleacutetico com que idade e qual foi o tipo de trauma

Sitio Numero Idade (anos) Niacutevel do trauma

Vertebra

Fecircmur (colo trocanter)

Costela

Antebraccedilo

Uacutemero

Pe

Outras

Vocecirc sabe que tem osteoporose sim tenho natildeo natildeo tenho natildeo sei

5- Aacutelcool

Com que frequecircncia vocecirc bebeu no ultimo ano

Diariamente 5-6 dsem 3-4 dsem

50

1 -2 dsem lt 1 dsem nunca

Tipo de bebida destilados (uiacutesque cachaccedila vodka)

fermentados (cerveja vinho)

6- Imobilizaccedilatildeo

Vocecirc jaacute ficou acamado por um periacuteodo superior a 2 meses

sim natildeo natildeo sei

Se sim foi antes ou apos os 25 anos de idade

ano passado nunca

7- Fumo

Vocecirc fumou cigarro ou usou outras formas de fumo (cachimbo ou charuto)

atualmente no passado nunca

Com que idade iniciou anos

Se parou com que idade anos

Numero de cigarrosdia

8- Atividade Fiacutesica

Quantas tempo costuma passar diariamente ao ar livre caminhando ou andando de bicicleta

nenhuma a 1 h superior a 1 h

Qual a sua atividade fiacutesica durante diferentes periacuteodos de sua vida adulta

Ate os 25 anos 25 a 50 anos acima 50 anos

Niacutevel 1 (leve) 2 (moderada) 3 (pesada) 4

(muito pesada)

9- Impacto

Como vocecirc descreveria sua sauacutede geral neste momento

muito boa boa satisfatoacuteria regular ruim

10- Interrogatoacuterio sobre drogas

51

Vocecirc jaacute usou alguma medicaccedilatildeo oral ou injetaacutevel contendo corticosteroides por mais de 3

meses sim natildeo natildeo sei

Vocecirc jaacute usou alguma desses remeacutedios

Droga sim natildeo sei tempo

(meses)

parou ha quanto tempo

Hormocircnios

masculinos

Hormocircnios

femininos

Calcitonina

Fluacuteor

Caacutelcio

Vitamina D

Anabolizantes

Diureacuteticos

tiazidicos

11- Ingestatildeo de caacutelcio

Com que frequecircncia vocecirc comeu produtos derivados do leite na semana passada

(diassemana)

queijo amarelo queijo branco iogurte leite sorvete

Para os periacuteodos indicados abaixo com que frequecircncia vocecirc recebeu leite

ate 25 anos 25 a 50 anos Acima de 50 anos

Todas as refeiccedilotildees (3 ou + coposdia)

1-2 coposdia

52

Toda semana mas natildeo todo dia

lt 1 vezsemana

53

11 Anexo 2 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Projeto de Pesquisa Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade

oacutessea em mulheres na menopausa

Pesquisador responsaacutevel Dra Lizanka Paola F Marinheiro

Instituiccedilatildeo responsaacutevel Instituto Fernandes Figueira

Vocecirc estaacute sendo convidado a participar do projeto de pesquisa intitulado

Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea em mulheres na

menopausa por que vocecirc participou do estudo anterior realizado haacute 7 anos sobre a

osteoporose e suas consequumlecircncias

54

A osteoporose e uma doenccedila que se caracteriza pela diminuiccedilatildeo da resistecircncia do osso

tornando-o mais fraacutegil Essa fragilidade aumenta o risco da pessoa que tem osteoporose de ter

fraturas mesmo com atividades comuns como tossir ou espirrar

Com isso esse trabalho deseja avaliar a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea na

populaccedilatildeo de mulheres na poacutes menopausa residente da Ilha de Paquetaacute apoacutes 7 anos de

seguimento do uacuteltimo estudo transversal

Vocecirc natildeo eacute obrigada a participar Mas se quiser vocecirc teraacute que responder a um

questionaacuterio Para participar vocecirc natildeo teraacute que pagar nada O resultado seraacute fornecido apenas

a vocecirc ningueacutem mais saberaacute Suas duvidas seratildeo esclarecidas e vocecirc devera continuar

acompanhamento com seu meacutedico assistente Se vocecirc natildeo quiser participar natildeo seraacute

submetida a nenhum constrangimento fiacutesico ou moral e seu atendimento no posto de sauacutede

natildeo seraacute prejudicado A participante poderaacute se retirar do estudo a qualquer momento que

julgar necessaacuterio sem prejuiacutezo para a mesma O resultado de toda a pesquisa seraacute divulgada e

atraveacutes de artigos cientiacuteficos em revistas encontros congressos ou similares sem a

divulgaccedilatildeo dos nomes de quem participou de forma sigilosa

Sua participaccedilatildeo no estudo natildeo implicaraacute em custos adicionais O (A) Sr (a) natildeo teraacute

qualquer despesa com a realizaccedilatildeo dos procedimentos previstos neste estudo que seratildeo

custeados pelo pesquisador responsaacutevel Tambeacutem natildeo haveraacute nenhuma forma de pagamento

pela sua participaccedilatildeo

Caso surja alguma duacutevida quanto agrave eacutetica do estudo o (a) Sr(a) deveraacute se reportar ao

Comitecirc de Eacutetica em Pesquisas envolvendo seres humanos ndash subordinado ao Conselho

Nacional de Eacutetica em Pesquisa oacutergatildeo do Ministeacuterio da Sauacutede atraveacutes de solicitaccedilatildeo ao

representante de pesquisa que estaraacute sob contato permanente ou contactando o Comitecirc de

Eacutetica em Pesquisa desta instituiccedilatildeo no telefone (21) 3971-1590 Eacute assegurado o completo

55

sigilo de sua identidade quanto a sua participaccedilatildeo neste estudo incluindo a eventualidade da

apresentaccedilatildeo dos resultados deste estudo em congressos e perioacutedicos cientiacuteficos

Eu________________________________________________________________________

residente do endereccedilo__________________________ fui informada dos objetivos e da

justificativa deste trabalho de forma clara e detalhada pela Dra Adriana de Mattos V da

Costa Recebi informaccedilotildees especificas sobre cada procedimento no qual estarei envolvida

dos desconfortos e riscos previstos tanto quanto dos benefiacutecios esperados Todas as minhas

duvidas foram respondidas com clareza e sei que poderei solicitar novos esclarecimentos a

qualquer momento Aleacutem disso sei que novas informaccedilotildees obtidas durante o estudo me seratildeo

fornecidas e que terei liberdade de retirar meu consentimento de participaccedilatildeo face a estas

informaccedilotildees sem prejuiacutezo para mim Aleacutem disto me foi entregue uma coacutepia da folha de

informaccedilotildees para os participantes a qual li compreendi e me deu plena liberdade para decidir

acerca da minha espontacircnea participaccedilatildeo nesta pesquisa Minha identidade jamais seraacute

publicada Os dados colhidos poderatildeo ser examinados por pessoas envolvidas no estudo com

autorizaccedilatildeo delegada do investigador e por pessoas delegadas pelo patrocinador Estou

recebendo uma coacutepia assinada deste Termo

Os pesquisadores responsaacuteveis pelo Projeto satildeo a Dra Lizanka Paola F Marinheiro e

sua aluna a Dra Adriana de Mattos Viveiros da Costa

56

Participante

Nome _________________________________

Assinatura________________________________

Data_________________________________________

Investigador

Nome____________________________________

Assinatura________________________________

Data_______________________________________

Pesquisadora

Nome______________________________________

Assinatura___________________________________

Data__________________________________________

Dra Lizanka Paola F Marinheiro

lizankaglobocom

tel 25541700

Dra Adriana de Mattos Vda Costa

adrianamattosmedyahoocombr

tel 87273315

Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa

Rua Afonso Cavalcanti 455 sala 710 ndash Cidade Nova -

Telefone 3971-1463

21

sauacutede eacute estimulada a busca por meacutetodos natildeo poluentes e mais baratos mas que tragam as

mesmas informaccedilotildees que os meacutetodos jaacute estabelecidos Em funccedilatildeo disto a USO vem sendo

avaliada e alguns resultados promissores tecircm sido apresentados (Castro et al 1999) Baseia-se

na modificaccedilatildeo das caracteriacutesticas de ultrassom transmitido atraveacutes de ossos de localizaccedilatildeo

mais superficiais como no calcacircneo tiacutebia falanges ou patela Os sistemas atuais se

constituem de dois transdutores sendo um transmissor e outro receptor posicionados em

locais diferentes do osso a ser estudado Os aparelhos existentes entre noacutes avaliam o

calcacircneo osso predominantemente trabecular atraveacutes das medidas de velocidade de

transmissatildeo do ultrassom (SOS em ms) e da atenuaccedilatildeo da frequumlecircncia do ultrassom (BUA em

dBMHz) (Kanis et al 2008) Novamente de acordo com a orientaccedilatildeo da Sociedade Brasileira

de Densitometria Cliacutenica de 2008 as recomendaccedilotildees para ultrassonometria oacutessea satildeo

(Brandatildeo et al 2009)

rdquoO uacutenico siacutetio validado para o uso cliacutenico da USO em osteoporose eacute o calcacircneo

Equipamentos de USO de calcacircneo validados satildeo capazes de estimar fratura por

fragilidade em mulheres na poacutes-menopausa e em homens com idade superior a 65 anos

independentemente da densidade mineral oacutessea medida em equipamentos de DMO

central

A correlaccedilatildeo entre os resultados obtidos por USO e DMO ccccccc entral eacute

moderada

USO do calcacircneo associada a fatores de risco cliacutenicos podem ser usados para

identificar populaccedilatildeo com baixa probabilidade de fratura na qual avaliaccedilatildeo adicional

natildeo seja mais necessaacuteria

Medidas de DMO central na coluna e no fecircmur constituem o meacutetodo de escolha para a

tomada de decisatildeo terapecircutica Entretanto se a DMO central natildeo for acessiacutevel o

tratamento farmacoloacutegico pode ser iniciado se a probabilidade de fratura avaliada pelo

USO do calcacircneo com pontos de corte especiacuteficos associados a fatores de risco

cliacutenicos for suficientemente alta

Equipamentos de USO natildeo satildeo clinicamente uacuteteis no monitoramento de efeitos

esqueleacuteticos dos medicamentos disponiacuteveis para o tratamento da osteoporoserdquo

Arq Bras Endocrinol Metab 2009 531 pag110

22

Em 2003 foi realizada uma dissertaccedilatildeo de mestrado (Oliveira et al 2007) sobre a

utilizaccedilatildeo do USO para estimar a prevalecircncia de risco aumentado de fraturas em uma

populaccedilatildeo de mulheres na poacutes menopausa residentes da Ilha de Paquetaacute Em trabalho

realizado por Oliveira e cols nesta instituiccedilatildeo Foi realizado um estudo transversal com

recrutamento de 385 mulheres residentes da Ilha Todas as mulheres responderam a

questionaacuterio previamente estruturado e foram submetidas a medidas antropomeacutetricas e a

USO As medidas de USO foram realizadas segundo o manual do fabricante A idade da

populaccedilatildeo estudada variou entre 42 e 95 anos Os resultados encontrados mostram que

5922 da amostra apresentava algum tipo de alteraccedilatildeo a USO com t score menor que -1

Esse grupo era composto por mulheres mais idosas com menor peso menor altura e menor

percentual de gordura quando comparado com o grupo com t score lt ndash 1 Foi encontrado que

1688 das pesquisadas possuiacuteam alto risco para fraturas com t score lt -25 E as mulheres

do grupo de alto risco tinham maior peso e IMC paracircmetros conhecidos como protetores

Embora divergente da literatura a autora atribui esses resultados a caracteriacutesticas das

mulheres mais idosas em um contexto social de baixa escolaridade e renda (Oliveira et al

2007)

23

5 Materiais e Meacutetodos

51 Populaccedilatildeo

A Ilha de Paquetaacute dista aproximadamente 15 km da Praccedila XV no Centro da Cidade

do Rio de Janeiro sendo a principal ilha do arquipeacutelago de Paquetaacute situada ao nordeste da

Baiacutea de Guanabara A populaccedilatildeo e frequecircncia da Ilha satildeo extremamente sazonais sendo

aproximadamente 2200 domiciacutelios (entre moradores e veranistas) Os moradores fixos

correspondem a 4500 pessoas em sua maioria de famiacutelias antigas na Ilha das quais 208

satildeo idosos ultrapassando ateacute mesmo a meacutedia nacional que eacute em torno de 12 (IBGE

2009a) Este iacutendice faz de Paquetaacute o erceiro bairro em nuacutemero de idosos no municiacutepio sendo

que sua populaccedilatildeo pode ser considerada envelhecida segundo os criteacuterios da Organizaccedilatildeo

Mundial da Sauacutede (OMS 2003) Embora a maioria da populaccedilatildeo seja branca existem 109

de negros 256 de pardos e 01 de iacutendios Cerca de 90 dos domiciacutelios possuem aacutegua

tratada e 9957 tratamento de esgoto As famiacutelias residentes nesta regiatildeo satildeo compostas em

meacutedia por trecircs pessoas com rendimento meacutedio per capita de 301 salaacuterios miacutenimos (IPEA

2000) e o transporte urbano eacute feito basicamente a peacute por bicicletas ou charretes puxadas por

ciclistas (IBGE 2009a)

52 Tipo de estudo

Foi realizado um estudo de coorte prospectivo na ilha de PaquetaacuteRJ no ano de 2011

Foram inicialmente alocadas todas as mulheres que participaram do estudo anterior

desenvolvido no ano de 2003 (Oliveira et al 2007)

24

53 Criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo

Os criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo foram os mesmos utilizados do estudo anterior

(Oliveira et al 2007) Sendo os criteacuterios de inclusatildeo as mulheres que estavam na menopausa

e que tinham residecircncia fixa na Ilha de Paquetaacute e os criteacuterios de exclusatildeo a historia pessoal

de doenccedilas que sabidamente afetam o metabolismo oacutesseo direta ou indiretamente (como

artrite reumatoacuteide luacutepus eritematoso sistecircmico hiperparatireoidismo osteogecircnese imperfeita)

e as neoplasias malignas exceto carcinoma basocelular de pele

54 Alocaccedilotildees de pacientes

A populaccedilatildeo elegiacutevel era constituiacuteda pelas 385 mulheres alocadas no estudo inicial

(Oliveira et al 2007) No trabalho de Oliveira et al (2007) foi realizado um estudo transversal

com recrutamento por auto-seleccedilatildeo ou demanda espontacircnea no ano de 2003 na Ilha de

Paquetaacute Rio de Janeiro Brasil Foram estudadas 385 mulheres na poacutes-menopausa

(diagnoacutestico cliacutenico) residentes no local apoacutes a aplicaccedilatildeo dos criteacuterios de exclusatildeo

(existecircncia de pino metaacutelico ou edema com cacifo em ambos os peacutes ou impossibilitadas de

posicionar os peacutes no aparelho de ultra-sonometria oacutessea) Todas as mulheres responderam na

eacutepoca a um questionaacuterio e foram submetidas a medidas antropomeacutetricas e agrave USO

No presente estudo considerando uma significacircncia de 95 e um poder de 80 uma

prevalecircncia de 15 de fraturas na populaccedilatildeo de risco (Clark et al 2009) o tamanho amostral

previsto foi de 130 mulheres Poreacutem devido agraves perdas o tamanho amostral final foi de 86

pacientes

Atraveacutes do banco de dados jaacute existente todas as pacientes foram re-contactadas As

mulheres foram localizadas atraveacutes de telefonemas e comparecimento no hospital local onde

25

eacute realizado a atenccedilatildeo baacutesica de sauacutede Foram realizados pelo menos 2 telefonemas com

intervalo de 1 semana entre eles Como ldquoperdasrdquo foram consideradas as pacientes natildeo

encontradas apoacutes os dois telefonemas (035 dos telefones estavam errados e 049 das

pacientes tinham telefone quebrado ou ocupado) pacientes que natildeo quiseram ou natildeo

puderam responder ao questionaacuterio (008) e pacientes falecidas (006)

As pacientes selecionadas foram submetidas a um questionaacuterio de avaliaccedilatildeo de fatores

relacionados agrave fragilidade oacutessea conhecido como European Vertebral Osteoporosis Study

(EVOS) jaacute validado previamente para o portuguecircs (OrsquoNeill et al 1996) e jaacute utilizados em

importantes estudos (Pinheiro et al 2006 Clark et al 2009) O questionaacuterio EVOS eacute

composto por dados soacutecio-demograacuteficos (idade estado civil escolaridade cor renda familiar

e nuacutemero de dependentes desta haacutebitos de vida) e histoacuteria reprodutiva pessoal sumaacuteria

(idade da menarca idade da menopausa tipo de menopausa) Os dados antropomeacutetricos

foram aferidos segundo criteacuterios adotados internacionalmente com medidas de peso e altura

observando intervalos de 01kg e 001m respectivamente

A definiccedilatildeo de fratura por fragilidade oacutessea foi a mesma utilizada por Pinheiro et al

(2010a) como aquela resultante de uma queda da proacutepria altura ou trauma menos intenso em

indiviacuteduos com 50 anos ou mais em siacutetios esqueleacuteticos especiacuteficos antebraccedilo fecircmur

costelas veacutertebras e uacutemero E a documentaccedilatildeo de fraturas foi realizada atraveacutes de relato da

paciente (fratura referida) As fraturas traumaacuteticas (apoacutes acidente automobiliacutestico ou outras

condiccedilotildees sob forte impacto) ou as de baixo impacto natildeo relacionadas agrave osteoporose (como

por exemplo as de face tornozelo metacarpo falanges) natildeo foram consideradas

O estudo obedeceu aos criteacuterios de eacutetica preconizados pela resoluccedilatildeo no 19696 do

Conselho Nacional de Sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede e foi aprovado previamente pelo Comitecirc

26

de Eacutetica em Pesquisa da FiocruzIFF e pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Prefeitura Todas

as mulheres assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido antes de qualquer

procedimento

55 Anaacutelise Estatiacutestica

Os dados foram registrados em planilha Excel e analisados pelo programa Statistical

Package for Social Sciences (SPSS) versatildeo 170 Para avaliar diferenccedilas entre os grupos as

variaacuteveis categoacutericas foram avaliadas pelo Qui-quadrado de Pearson ou o teste exato de

Fisher A relaccedilatildeo entre as variaacuteveis categoacutericas e ordinal e entre as variaacuteveis numeacutericas foi

avaliada pelo teste de Mann-Whitney que eacute um teste natildeo-parameacutetrico que equivale ao teste t

escolhido pelo tamanho da amostra A relaccedilatildeo entre as variaacuteveis numeacutericas foi avaliada pelo

coeficiente de Sperman que eacute uma estatiacutestica natildeo parameacutetrica utilizada para dados natildeo

normais eou amostra pequena Para todos os testes o niacutevel de significacircncia adotado foi de

5 A variaacutevel dependente foi a presenccedila de fratura (sim ou natildeo) e as variaacuteveis

independentes foram idade (em anos) resultado de USO (normal ou alterado) tempo de

menopausa (em anos) siacutetio de localizaccedilatildeo de fraturas IMC (abaixo do pesonormal

sobrepeso obeso) tabagismo (fumante ou natildeo fumante) atividade fiacutesica (leve

moderadapesada) frequecircncia diaacuteria de ingestatildeo de leite (em coposdia) e as variaacuteveis

binaacuterias como o histoacuterico familiar de fratura de quadril osteoporose uso de anticoncepcional

ausecircncia de menstruaccedilatildeo retirada de uacutetero ou ovaacuterios amamentaccedilatildeo paciente acamado e

etilismo O caacutelculo do risco relativo (RR) foi feito para avaliar a relaccedilatildeo entre o USO e a

presenccedila de fraturas Para isso foi considerado pacientes com USO normal aqueles com

resultados do T-score gt-11 e USO alterado aqueles com T-score lt-11 O niacutevel de atividade

fiacutesica foi classificado em atividade leve (trabalho burocraacutetico em escritoacuterio na maior parte

do tempo sentado) atividade moderada (trabalhos na maior parte do tempo em peacute como

27

vendedor e dona-de-casa) atividade pesada (enfermeira empregada domeacutestica) Oliveira et al

2010) Para caacutelculo aproximado da ingestatildeo alimentar diaacuteria de caacutelcio utilizou- se uma

adaptaccedilatildeo da Tabela Brasileira de Composiccedilatildeo de Alimentos 1 fatia queijo (90mg) 1 copo

de iogurte (1212mg) 1 copo leite (257mg) 1 bola se sorvete (135mg) E no final todos esses

alimentos foram convertidos em quantidade ingerida de copos de leite

28

6 Resultados Encontrados

61 Gerais

As caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas da populaccedilatildeo estudada estatildeo listadas na

tabela 1 A idade meacutedia das pacientes foi de 725 anos (DPplusmn 87) com a idade da menopausa

460 anos (DPplusmn 61) o tempo de menopausa 261 anos (DPplusmn 97) e o IMC de 264 (kgm2)

(DPplusmn 55) Essas caracteriacutesticas quando comparadas com o estudo anterior de 2003 (tabela

2) confirmam tratar-se da mesma populaccedilatildeo Apenas a idade e o tempo de menopausa

evidenciam ser a nossa populaccedilatildeo mais idosa Fator que se justifica pelo tempo ocorrido entre

os dois estudos

A incidecircncia de fratura por fragilidade oacutessea encontrada foi de 21 evidenciado no

graacutefico 1 Os principais siacutetios de fratura satildeo analisados na tabela 3 tendo como sitio principal

o antebraccedilo com 50 seguido pelo peacute com 192 e uacutemero 145 Jaacute na tabela 4 e no graacutefico

2 pode ser observado que a idade da populaccedilatildeo estudada variou entre 54 e 97 anos com meacutedia

de 72 anos com DP plusmn 90 No grupo de pacientes fraturadas 50 tinham entre 65 e 79 anos

sugerindo ser essa faixa etaacuteria mais susceptiacutevel as fraturas por fragilidade oacutessea

62 USO preacutevia X Fraturas

Foi verificado na tabela 5 a associaccedilatildeo entre o resultado da (USO) preacutevia e o desfecho

fraturas por fragilidade oacutessea De todas as pacientes que fizeram USO no estudo inicial 66

participaram deste estudo Das 50 pacientes que tiveram o USO alterado 22 tiveram

fraturas nesse periacuteodo E as pacientes com USO considerada normal 194 tiveram fraturas

por fragilidade oacutessea O RR= 113 (IC95 048 - 263) sugere que as mulheres que tiveram

29

USO alterado tem um risco de fraturar de 13 maior em relaccedilatildeo as pacientes com resultado

de USO considerado normal

63 Caracteriacutesticas cliacutenicas e comportamentais X Fratura

As pacientes foram analisadas quanto as variaacuteveis clinicas e comportamentais

Considerando a tabela 6 as pacientes que tiveram fraturas se mostraram com maior

sobrepeso ou obesas (722) com maior historia familiar de fratura de quadril (133) e

com maior diagnostico de osteoporose (471) do que as pacientes sem fraturas (p

valorgt005) Jaacute o uso de anticoncepcional ou o uso de reposiccedilatildeo hormonal natildeo se mostraram

ser relevantes para ocorrecircncia de fraturas nessa amostra E 235 das pacientes acamadas por

mais de dois meses sofreram alguma fratura com p valor lt005 Evidenciando associaccedilatildeo

entre a paciente ficar acamada por mais de dois meses e sofrer fratura por fragilidade oacutessea

Avaliando a tabela 7 foi notado que apenas 125 das pacientes que tiveram fratura eram

tabagistas e 167 eram etilistas natildeo se mostrando essas caracteriacutesticas como fatores de

risco A atividade fiacutesica moderadapesada ateacute 25 anos e acima de 50 anos apresentou

percentuais de 441 e 382 respectivamente Aleacutem disso entre 25 e 50 anos 444 das

pacientes com atividade fiacutesica moderadapesada tiveram fraturas e 441 das pacientes natildeo

tiveram fraturas para essa faixa etaacuteria (p valor gt005) Sendo assim natildeo houve associaccedilatildeo

entre a atividade fiacutesica e as fraturas Em relaccedilatildeo ao item ingestatildeo de leite apoacutes os 50 anos

456 das pacientes que natildeo tiveram fraturas ingeriam de 1 a 2 copos de leite por dia e

apenas 44 ingeriam mais de 3 copos de leite por dia No caso das pacientes que tiveram

fraturas apoacutes os 50 anos foi observado que 50 ingeriam de 1 a 2 copos de leite por dia e

167 ingeriam 3 copos ou mais de leite

30

64 Tempo de menopausa X Fratura

As pacientes foram avaliadas graacutefico 3 para verificar a associaccedilatildeo entre o tempo de

menopausa e o desfecho das fraturas A mediana do tempo de menopausa encontrado em

ambos os grupos foi de 262 com DP de plusmn98 Metade das pacientes que tiveram fraturas tem

entre 193 e 293 anos de menopausa com DP de plusmn72 A correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade

tempo de menopausa e IMC foi observado na tabela 8 onde evidenciada uma associaccedilatildeo

positiva entre a idade e o tempo de menopausa nos grupos de pacientes com e sem fraturas

Assim como foi verificado uma associaccedilatildeo negativa de quanto maior a idade e o tempo de

menopausa menor o IMC

31

Graacutefico 1

Graacutefico 2

32

Graacutefico 3

33

Tabela 1- Caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas das

mulheres poacutes menopausa (n=86)

Caracteriacutesticas Meacutedia plusmn desvio padratildeo

Idade (anos) 7255 plusmn 897

Idade da

menarca (anos) 1324 plusmn 184

Idade da

menopausa

(anos)

4608 plusmn 614

Tempo de

menopausa

(anos)

2618 plusmn976

Peso (kg)sect 6342 plusmn 1055

Altura (m)deg 155 plusmn 008

IMC (kgm2) 2643 plusmn 557

n=85 sectn=83 ordmn=82 n=81 n=80

Tabela 2-Caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas das

mulheres poacutes menopausa em 2003

Caracteriacutesticas Meacutedia plusmn desvio padratildeo

Idade (anos) 6463plusmn1270

Idade da

menarca (anos)

1304 plusmn 193

Idade da

menopausa

(anos)

4755 plusmn 601

Tempo de

menopausa

(anos)

1700 plusmn 1076

Peso (kg)sect 6533 plusmn 1270

Altura (m)deg 155 plusmn 006

IMC (kgm2) 2696 plusmn 477

34

Tabela 3 ndash Incidecircncia de fraturas em mulheres poacutes menopausa segundo a

localizaccedilatildeo de fratura 2003-2011

Tipo da fratura

n

Veacutertebra 1 38

Fecircmur 1 38

Costela 2 77

Antebraccedilo 13 500

Uacutemero 4 145

Peacute 5 192

Total 26 1000

Nota Algumas pacientes tiveram mais de uma fratura no periacuteodo

Tabela 4- Relaccedilatildeo entre idade e fratura nas mulheres na poacutes menopausa

Total

Fratura

Idade (anos) Natildeo Sim

N () n () n ()

54 a 64 anos 18 209 14 206 4 222

65 a 79 anos 48 558 39 574 9 500

80 a 97 anos 20 233 15 221 5 278

Total 86 1000 68 1000 18 1000

Meacutedia (DP) 725 (90) 713 (77) 729 (93)

Nota P-valor pelo teste de Mann-Whitney=0813

35

Tabela 5 - Incidecircncia de fratura em mulheres poacutes-menopausa segundo

resultado da USO 2003-2011

Resultado da

USO

Total

Fratura p-valor

Sim Natildeo

n n

()

IC95 n

()

Normal 36 7 194

89 -

3472

29 806

0496

Alterado 50 11 220

121 -

350

39 780

Total 86 18 209

133 -

305

68 791

Nota Risco relativo = 113 (IC95 048 - 263)

36

Tabela 6 ndash Caracteriacutesticas cliacutenicas de mulheres poacutes-menopausa segundo

fratura (n=86)

Fratura

Natildeo (n=68) Sim (n=18) Total

n ( ) n ( )

IMC

Abaixo do pesoNormal 24 (353) 5 (278) 28 0792

Sobrepeso 27 (397) 9 (500) 36

Obeso 17 (250) 4 (222) 21

Histoacuterico familiar de fratura de quadril

Natildeo 66 (985) 13 (867) 79 0085

Sim 1 (15) 2 (133) 3

Osteoporose

Natildeo 44 (800) 9 (529) 53 0055

Sim 11 (200) 8 (471) 19

Uso de anticoncepcional

Natildeo 32 (485) 10 (556) 42 0791

Sim 34 (515) 8 (444) 42

Ausecircncia de mentruaccedilatildeo

Natildeo 60 (909) 16 (941) 76 1000

Sim 6 (91) 1 (59) 7

Retirou o uacutetero

Natildeo 46 (687) 9 (500) 55 0170

Sim 21 (313) 9 (500) 30

Retirou os ovaacuterios

Natildeo 53 (815) 11 (647) 64 0187

Sim 12 (185) 6 (353) 18

Reposiccedilatildeo hormonal

Natildeo 51 (761) 13 (722) 64 0763

Sim 16 (239) 5 (278) 21

Amamentou

Natildeo 14 (206) 4 (222) 18 1000

Sim 54 (794) 14 (778) 68

Acamado por mais de dois meses

Natildeo 63 (940) 13 (765) 76 0049

Sim 4 (60) 4 (235) 8

Caracteriacutesticas clinicas

p-valor do

teste exato

de Fisher

37

Tabela 7 - Caracteriacutesticas comportamentais de mulheres poacutes-menopausa segundo

fratura (n=86)

Fratura

Natildeo (n=68) Sim (n=18) Total

n ( ) n ( )

Tabagismo

Natildeo fumante 47 (758) 14 (875) 61 0499

FumanteEx-fumante 15 (242) 2 (125) 17

Etilismo no uacuteltimo ano

Natildeo 48 (706) 15 (833) 63 0376

Sim 20 (294) 3 (167) 23

Atividade fiacutesica ateacute os 25 anos

Leve 38 (559) 11 (611) 49 0792

ModeradaPesada 30 (441) 7 (389) 37

Atividade fiacutesica entre os 25 e 50 anos

Leve 38 (559) 10 (556) 48 1000

ModeradaPesada 30 (441) 8 (444) 38

Atividade fiacutesica acima dos 50 anos

Leve 42 (618) 12 (667) 54 0789

ModeradaPesada 26 (382) 6 (333) 32

Frequecircncia diaacuteria de leite ateacute 25 anos

Nenhummenos 1 copodia 34 (500) 8 (444) 42 0910

1 a 2 coposdia 31 (456) 9 (500) 40

3 coposdia ou mais 3 (44) 1 (56) 4

Frequecircncia diaacuteria de leite apoacutes 50 anos

Nenhummenos 1 copodia 34 (500) 6 (333) 40 0103

1 a 2 coposdia 31 (456) 9 (500) 40

3 coposdia ou mais 3 (44) 3 (167) 6

Caracteriacutesticas

comportamentais

p-valor do

teste exato

de Fisher

Tabela 8- Coeficientes de correlaccedilatildeo de Spearman (rs) entre idade IMC e tempo de

menopausa em mulheres poacutes-menopausa

Variaacuteveis

IMC IdadeTempo de

menopausa

r s 1 -0144 -0151

p-valor 0569 0550

r s -0227 1 0736

p-valor 0074 lt0001

r s -0295 0761 1

p-valor 0020 lt0001

Variaacuteveis

IMC

Idade

Tempo de menopausa

Nota o triacircngulo superior direito (parte hachurada) se refere agraves correlaccedilotildees para as mulheres com

fratura e o inferior esquerdo (parte natildeo hachurada) agraves mulheres sem fratura

38

7 Discussatildeo

No Brasil os principais fatores cliacutenicos de risco para fraturas por fragilidade oacutessea

eram extrapolados a partir de estudos internacionais O estudo vem acrescentar informaccedilotildees

para se conhecer os fatores relacionados agrave essas fraturas Nossos resultados revelam que a

idade avanccedilada a historia familiar de fratura de quadril o diagnoacutestico de osteoporose e

tambeacutem o paciente ficar acamado por mais de 2 meses foram considerados fatores de risco

para fraturas por fragilidade oacutessea

Esse estudo mostrou concordacircncia com a Johnell amp Kanis (2006) onde o principal

siacutetio mundial de fratura por fragilidade oacutessea nas mulheres apoacutes a menopausa foi o antebraccedilo

Segundo o estudo Latin American Vertebral Osteoporosis Study (LAVOS) (Clark et al

2009) a fratura vertebral eacute a mais prevalente da ameacuterica latina com uma prevalecircncia de

142 diferente do nosso estudo onde a coluna vertebral e o colo do fecircmur aparecem

juntos em uacuteltimo lugar na lista de incidecircncia dos siacutetios de fratura Isso pode ser atribuiacutedo

devido a diferenccedila nos criteacuterios de definiccedilatildeo de fraturas pois no LAVOS optou-se pela

medida radiograacutefica do local de fraturas enquanto no nosso estudo as fraturas foram referidas

pelas pacientes

Os consensos sobre osteoporose tecircm propostos algoritmos para identificar indiviacuteduos

de alto risco para fraturas (Kanis et al 2008 WHO 1999) Para tanto a associaccedilatildeo de fatores

de risco para fraturas com a medida da USO eacute de suma importacircncia embora sejam poucas as

pacientes que tecircm oportunidade de realizar esse exame (Oliveira et al 2007) Assim o

presente trabalho mostrou um risco para fraturas por fragilidade oacutessea 13 maior nas

pacientes com resultado de USO alterada em relaccedilatildeo as pacientes que tiveram resultados de

39

USO normais vindo de encontro aos resultados encontrados por Oliveira et al (2007)

Corroborando o USO como um meacutetodo confiaacutevel para a prediccedilatildeo de fraturas

E semelhante a Pinheiro et al (2010a) o presente estudo revelou que os principais

fatores de risco para fraturas por fragilidade oacutessea satildeo a idade avanccedilada a historia familiar de

fratura de quadril e a presenccedila de osteoporose Isso pode ser atribuiacutedo ao fato de que no

estudo de Pinheiro et al (2010a) assim como no nosso estudo a populaccedilatildeo ser

predominantemente de mulheres acima dos 65 anos e viverem em aacuterea urbana tendo haacutebitos

de vida parecidos

O achado em nosso estudo que apresentou significacircncia estatiacutestica refere-se ao fator

de risco ldquopaciente acamado por mais de dois mesesrdquo como disposto na literatura (Pinheiro et

al 2010b Demir et al 2008) O que acontece eacute que com o paciente acamado por tempo

prolongado um maior remodelamento oacutesseo eacute observado Os osteoclastos responsaacuteveis pela

absorccedilatildeo oacutessea sobrepotildee os osteoblastos predispondo as fraturas por fragilidade oacutessea

(Fyhrie amp Schaffler 1994) Assim observou-se no estudo que 235 das pacientes

acamadas por mais de dois meses sofreram alguma fratura por fragilidade oacutessea com p valor

lt005 Isso reafirma a associaccedilatildeo entre a paciente ficar acamada por mais de dois meses e

sofrer fratura por fragilidade oacutessea Por outro lado o exerciacutecio fiacutesico que estaacute sabidamente

relacionado ao aumento da resistecircncia muscular do equiliacutebrio e da flexibilidade contribuindo

para a reduccedilatildeo da perda oacutessea e melhora da sauacutede em geral (Chan 2003) natildeo se mostrou

como fator de proteccedilatildeo neste estudo Provavelmente devido ao baixo percentual encontrado

de pacientes que praticavam atividade fiacutesica moderada ou pesada

O elevado IMC e a terapia de reposiccedilatildeo hormonal natildeo desempenharam papel protetor

na nossa populaccedilatildeo como seria o esperado por estudos anteriores (Pinheiro et al 2010c

40

Buttros et al 2011) Ao contrario o sobrepeso e obesidade foram considerados fatores de

risco Isso pode ser atribuiacutedo ao IMC meacutedio dessa populaccedilatildeo ser 264 (kgm2) (DPplusmn 55)

limiacutetrofe para sobrepeso Embora esse dado demonstre contrariedade com a literatura que

estabelece relaccedilatildeo inversa entre obesidade e fraturas por fragilidade oacutessea em nosso estudo

ter maior peso e IMC natildeo seriam fatores de risco para fraturas e sim caracteriacutesticas das

mulheres mais idosas em um contexto social de baixa escolaridade e renda Esse fato eacute

confirmado pelos resultados da Pesquisa Nacional sobre Sauacutede e Nutriccedilatildeo ( Batista F et al

2003) que demonstraram caraacuteter ascendente da obesidade nos estratos de mulheres com baixa

renda residentes na regiatildeo Sudeste

Aleacutem disso haacutebitos de vida como tabagismo e etilismo sabidamente relacionados agrave

maior risco para fraturas por fragilidade oacutessea (Pinheiro et al 2010) tambeacutem natildeo se

mostraram estar associados nesse estudo

A necessidade de caacutelcio do ser humano varia ao longo da vida e uma ingestatildeo

adequada para mulheres acima de 50 anos eacute de 1200 mg pois com a idade o corpo

naturalmente perde um pouco da capacidade de absorccedilatildeo de minerais (Nuacutecleo de Estudos e

Pesquisas em Alimentaccedilatildeo 2006) O fato de apenas 44 das mulheres que natildeo tiveram

fraturas e 167 das mulheres que tiveram fraturas ter referido consumo superior a

900mgdia (3 ou mais copos) foi fator de surpresa principalmente levando-se em conta o PIB

per capita da cidade superior ao da maioria dos municiacutepios brasileiros (IPEA 2000)

Assim como em estudos preacutevios (Pinheiro et al 2010c NHI 2001 Demir et al

2008) nossos dados tambeacutem demonstraram o hipoestrogenismo como importante fator de

risco para fraturas por fragilidade oacutessea jaacute que as pacientes com fratura tecircm entre 19 e 29

anos de menopausa Em recente estudo Demir et al (2008) estudaram 2769 mulheres na

41

poacutes-menopausa correlacionando a ocorrecircncia de osteoporose com o tempo de menopausa

Demonstraram que 106 das pacientes com ateacute trecircs anos de poacutes-menopausa tinham

osteoporose contra 329 das pacientes com sete anos ou mais Acredita-se que a deficiecircncia

estrogecircnica seja responsaacutevel por dois terccedilos da perda de massa oacutessea levando

consequentemente agraves fraturas por fragilidade oacutessea assim como observado (Position

statement of the North American Menopause Society 2010)

Os dados deste estudo podem ser limitados pois apesar de tratar-se de uma coorte as

participantes reportaram dados referentes a estilo de vida dieta antecedentes familiares e

pessoais o que pode ter ocasionado algum vieacutes recordatoacuterio Outra limitaccedilatildeo eacute que como

avaliado por Oliveira et al (2007) esta populaccedilatildeo apresenta a maior parte das mulheres com

baixo niacutevel socioeconocircmico e escolaridade sem acesso agrave adequada educaccedilatildeo nutricional e agrave

atividade fiacutesica orientada Por outro lado resultados encontrados sem significacircncia estatiacutestica

podem ter sido ocasionados pelo tamanho amostral reduzido devido a dificuldade de

rastreamento da populaccedilatildeo uma vez que a unidade de sauacutede natildeo atualizou o endereccedilo e

telefone das mulheres eleitas para o estudo Talvez se tivesse sido realizado contato anual

com essas mulheres natildeo teriacuteamos perdido o seguimento delas

42

8 Conclusatildeo

Devido agrave sua alta prevalecircncia e associaccedilatildeo com mortalidade e incapacidade a fratura

devido agrave fragilidade oacutessea deve ser considerada um problema de sauacutede puacuteblica no Brasil

Apesar das limitaccedilotildees o presente estudo foi realizado de forma prospectiva em mulheres

brasileiras na poacutes-menopausa devendo os seus resultados serem levados em consideraccedilatildeo

para a formulaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas de sauacutede para a prevenccedilatildeo e estrateacutegias de tratamento

para as fraturas Os fatores de risco encontrados como a idade avanccedilada a histoacuteria familiar

de fratura de quadril e a presenccedila de osteoporose devem ser acompanhados e combatidos para

tentar-se diminuir o risco para as fraturas Assim como o USO mostrou ser um meacutetodo

confiaacutevel para avaliar o risco para fraturas podendo ser implementado em maior escala do

que a atual Entatildeo acreditamos que novos estudos prospectivos com uma amostra mais

representativa devam ser realizados para se confirmar os fatores associados a fraturas por

fragilidade oacutessea na populaccedilatildeo brasileira para cada vez mais conhecermos o perfil da nossa

populaccedilatildeo e termos subsiacutedios para combater esse agravo

43

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48

10 Anexo 1 - Instrumento de coleta - EVOS (EUROPEAN VERTEBRAL

OSTEOPOROSIS STUDY)

Data _________

Nome________________________________________________________

Endereco_____________________________________________________

Fone _____________ Data de nascimento _________ RG

1- Dados antropomeacutetricos

Peso (Kg) Altura (m) IMC

2- Dados Ginecoloacutegicos

Idade da primeira menstruacao anos

Vocecirc jaacute usou piacutelula anticoncepcional por mais de 3 meses

sim natildeo natildeo sei

Vocecirc jaacute ficou algum periacuteodo em sua vida sem menstruar antes da menopausa (exceto se

gravidez) sim natildeo natildeo sei

Idade da ultima menstruaccedilatildeo anos

Numero de filhos

Vocecirc fez cirurgia para retirar o uacutetero sim com Idade ____ (anos)

natildeo natildeo sei

E para retirar os ovaacuterios (um ou os dois) sim idade ___ (anos)

natildeo natildeo sei

Vocecirc fez reposiccedilatildeo hormonal apos a menopausa sim natildeo natildeo sei

Se sim quando iniciado o periacuteodo foi superior a 1 ano sim natildeo natildeo sei

49

Vocecirc notou os seguintes sintomas na menopausa

calores sim natildeo natildeo sei

depressatildeo sim natildeo natildeo sei

insocircnia sim natildeo natildeo sei

outros sim natildeo natildeo sei

Vocecirc amamentou sim natildeo natildeo sei

Se sim quantas crianccedilas vocecirc amamentou por mais que 3 meses

3- Dados familiares

Em sua famiacutelia (pai matildee irmatildeos) existe historia de fratura de quadril apos os 50 anos de

idade sim natildeo natildeo sei

4- Histoacuteria de fratura

Vocecirc jaacute teve alguma fratura sim natildeo natildeo sei

Se sim em qual sitio esqueleacutetico com que idade e qual foi o tipo de trauma

Sitio Numero Idade (anos) Niacutevel do trauma

Vertebra

Fecircmur (colo trocanter)

Costela

Antebraccedilo

Uacutemero

Pe

Outras

Vocecirc sabe que tem osteoporose sim tenho natildeo natildeo tenho natildeo sei

5- Aacutelcool

Com que frequecircncia vocecirc bebeu no ultimo ano

Diariamente 5-6 dsem 3-4 dsem

50

1 -2 dsem lt 1 dsem nunca

Tipo de bebida destilados (uiacutesque cachaccedila vodka)

fermentados (cerveja vinho)

6- Imobilizaccedilatildeo

Vocecirc jaacute ficou acamado por um periacuteodo superior a 2 meses

sim natildeo natildeo sei

Se sim foi antes ou apos os 25 anos de idade

ano passado nunca

7- Fumo

Vocecirc fumou cigarro ou usou outras formas de fumo (cachimbo ou charuto)

atualmente no passado nunca

Com que idade iniciou anos

Se parou com que idade anos

Numero de cigarrosdia

8- Atividade Fiacutesica

Quantas tempo costuma passar diariamente ao ar livre caminhando ou andando de bicicleta

nenhuma a 1 h superior a 1 h

Qual a sua atividade fiacutesica durante diferentes periacuteodos de sua vida adulta

Ate os 25 anos 25 a 50 anos acima 50 anos

Niacutevel 1 (leve) 2 (moderada) 3 (pesada) 4

(muito pesada)

9- Impacto

Como vocecirc descreveria sua sauacutede geral neste momento

muito boa boa satisfatoacuteria regular ruim

10- Interrogatoacuterio sobre drogas

51

Vocecirc jaacute usou alguma medicaccedilatildeo oral ou injetaacutevel contendo corticosteroides por mais de 3

meses sim natildeo natildeo sei

Vocecirc jaacute usou alguma desses remeacutedios

Droga sim natildeo sei tempo

(meses)

parou ha quanto tempo

Hormocircnios

masculinos

Hormocircnios

femininos

Calcitonina

Fluacuteor

Caacutelcio

Vitamina D

Anabolizantes

Diureacuteticos

tiazidicos

11- Ingestatildeo de caacutelcio

Com que frequecircncia vocecirc comeu produtos derivados do leite na semana passada

(diassemana)

queijo amarelo queijo branco iogurte leite sorvete

Para os periacuteodos indicados abaixo com que frequecircncia vocecirc recebeu leite

ate 25 anos 25 a 50 anos Acima de 50 anos

Todas as refeiccedilotildees (3 ou + coposdia)

1-2 coposdia

52

Toda semana mas natildeo todo dia

lt 1 vezsemana

53

11 Anexo 2 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Projeto de Pesquisa Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade

oacutessea em mulheres na menopausa

Pesquisador responsaacutevel Dra Lizanka Paola F Marinheiro

Instituiccedilatildeo responsaacutevel Instituto Fernandes Figueira

Vocecirc estaacute sendo convidado a participar do projeto de pesquisa intitulado

Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea em mulheres na

menopausa por que vocecirc participou do estudo anterior realizado haacute 7 anos sobre a

osteoporose e suas consequumlecircncias

54

A osteoporose e uma doenccedila que se caracteriza pela diminuiccedilatildeo da resistecircncia do osso

tornando-o mais fraacutegil Essa fragilidade aumenta o risco da pessoa que tem osteoporose de ter

fraturas mesmo com atividades comuns como tossir ou espirrar

Com isso esse trabalho deseja avaliar a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea na

populaccedilatildeo de mulheres na poacutes menopausa residente da Ilha de Paquetaacute apoacutes 7 anos de

seguimento do uacuteltimo estudo transversal

Vocecirc natildeo eacute obrigada a participar Mas se quiser vocecirc teraacute que responder a um

questionaacuterio Para participar vocecirc natildeo teraacute que pagar nada O resultado seraacute fornecido apenas

a vocecirc ningueacutem mais saberaacute Suas duvidas seratildeo esclarecidas e vocecirc devera continuar

acompanhamento com seu meacutedico assistente Se vocecirc natildeo quiser participar natildeo seraacute

submetida a nenhum constrangimento fiacutesico ou moral e seu atendimento no posto de sauacutede

natildeo seraacute prejudicado A participante poderaacute se retirar do estudo a qualquer momento que

julgar necessaacuterio sem prejuiacutezo para a mesma O resultado de toda a pesquisa seraacute divulgada e

atraveacutes de artigos cientiacuteficos em revistas encontros congressos ou similares sem a

divulgaccedilatildeo dos nomes de quem participou de forma sigilosa

Sua participaccedilatildeo no estudo natildeo implicaraacute em custos adicionais O (A) Sr (a) natildeo teraacute

qualquer despesa com a realizaccedilatildeo dos procedimentos previstos neste estudo que seratildeo

custeados pelo pesquisador responsaacutevel Tambeacutem natildeo haveraacute nenhuma forma de pagamento

pela sua participaccedilatildeo

Caso surja alguma duacutevida quanto agrave eacutetica do estudo o (a) Sr(a) deveraacute se reportar ao

Comitecirc de Eacutetica em Pesquisas envolvendo seres humanos ndash subordinado ao Conselho

Nacional de Eacutetica em Pesquisa oacutergatildeo do Ministeacuterio da Sauacutede atraveacutes de solicitaccedilatildeo ao

representante de pesquisa que estaraacute sob contato permanente ou contactando o Comitecirc de

Eacutetica em Pesquisa desta instituiccedilatildeo no telefone (21) 3971-1590 Eacute assegurado o completo

55

sigilo de sua identidade quanto a sua participaccedilatildeo neste estudo incluindo a eventualidade da

apresentaccedilatildeo dos resultados deste estudo em congressos e perioacutedicos cientiacuteficos

Eu________________________________________________________________________

residente do endereccedilo__________________________ fui informada dos objetivos e da

justificativa deste trabalho de forma clara e detalhada pela Dra Adriana de Mattos V da

Costa Recebi informaccedilotildees especificas sobre cada procedimento no qual estarei envolvida

dos desconfortos e riscos previstos tanto quanto dos benefiacutecios esperados Todas as minhas

duvidas foram respondidas com clareza e sei que poderei solicitar novos esclarecimentos a

qualquer momento Aleacutem disso sei que novas informaccedilotildees obtidas durante o estudo me seratildeo

fornecidas e que terei liberdade de retirar meu consentimento de participaccedilatildeo face a estas

informaccedilotildees sem prejuiacutezo para mim Aleacutem disto me foi entregue uma coacutepia da folha de

informaccedilotildees para os participantes a qual li compreendi e me deu plena liberdade para decidir

acerca da minha espontacircnea participaccedilatildeo nesta pesquisa Minha identidade jamais seraacute

publicada Os dados colhidos poderatildeo ser examinados por pessoas envolvidas no estudo com

autorizaccedilatildeo delegada do investigador e por pessoas delegadas pelo patrocinador Estou

recebendo uma coacutepia assinada deste Termo

Os pesquisadores responsaacuteveis pelo Projeto satildeo a Dra Lizanka Paola F Marinheiro e

sua aluna a Dra Adriana de Mattos Viveiros da Costa

56

Participante

Nome _________________________________

Assinatura________________________________

Data_________________________________________

Investigador

Nome____________________________________

Assinatura________________________________

Data_______________________________________

Pesquisadora

Nome______________________________________

Assinatura___________________________________

Data__________________________________________

Dra Lizanka Paola F Marinheiro

lizankaglobocom

tel 25541700

Dra Adriana de Mattos Vda Costa

adrianamattosmedyahoocombr

tel 87273315

Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa

Rua Afonso Cavalcanti 455 sala 710 ndash Cidade Nova -

Telefone 3971-1463

22

Em 2003 foi realizada uma dissertaccedilatildeo de mestrado (Oliveira et al 2007) sobre a

utilizaccedilatildeo do USO para estimar a prevalecircncia de risco aumentado de fraturas em uma

populaccedilatildeo de mulheres na poacutes menopausa residentes da Ilha de Paquetaacute Em trabalho

realizado por Oliveira e cols nesta instituiccedilatildeo Foi realizado um estudo transversal com

recrutamento de 385 mulheres residentes da Ilha Todas as mulheres responderam a

questionaacuterio previamente estruturado e foram submetidas a medidas antropomeacutetricas e a

USO As medidas de USO foram realizadas segundo o manual do fabricante A idade da

populaccedilatildeo estudada variou entre 42 e 95 anos Os resultados encontrados mostram que

5922 da amostra apresentava algum tipo de alteraccedilatildeo a USO com t score menor que -1

Esse grupo era composto por mulheres mais idosas com menor peso menor altura e menor

percentual de gordura quando comparado com o grupo com t score lt ndash 1 Foi encontrado que

1688 das pesquisadas possuiacuteam alto risco para fraturas com t score lt -25 E as mulheres

do grupo de alto risco tinham maior peso e IMC paracircmetros conhecidos como protetores

Embora divergente da literatura a autora atribui esses resultados a caracteriacutesticas das

mulheres mais idosas em um contexto social de baixa escolaridade e renda (Oliveira et al

2007)

23

5 Materiais e Meacutetodos

51 Populaccedilatildeo

A Ilha de Paquetaacute dista aproximadamente 15 km da Praccedila XV no Centro da Cidade

do Rio de Janeiro sendo a principal ilha do arquipeacutelago de Paquetaacute situada ao nordeste da

Baiacutea de Guanabara A populaccedilatildeo e frequecircncia da Ilha satildeo extremamente sazonais sendo

aproximadamente 2200 domiciacutelios (entre moradores e veranistas) Os moradores fixos

correspondem a 4500 pessoas em sua maioria de famiacutelias antigas na Ilha das quais 208

satildeo idosos ultrapassando ateacute mesmo a meacutedia nacional que eacute em torno de 12 (IBGE

2009a) Este iacutendice faz de Paquetaacute o erceiro bairro em nuacutemero de idosos no municiacutepio sendo

que sua populaccedilatildeo pode ser considerada envelhecida segundo os criteacuterios da Organizaccedilatildeo

Mundial da Sauacutede (OMS 2003) Embora a maioria da populaccedilatildeo seja branca existem 109

de negros 256 de pardos e 01 de iacutendios Cerca de 90 dos domiciacutelios possuem aacutegua

tratada e 9957 tratamento de esgoto As famiacutelias residentes nesta regiatildeo satildeo compostas em

meacutedia por trecircs pessoas com rendimento meacutedio per capita de 301 salaacuterios miacutenimos (IPEA

2000) e o transporte urbano eacute feito basicamente a peacute por bicicletas ou charretes puxadas por

ciclistas (IBGE 2009a)

52 Tipo de estudo

Foi realizado um estudo de coorte prospectivo na ilha de PaquetaacuteRJ no ano de 2011

Foram inicialmente alocadas todas as mulheres que participaram do estudo anterior

desenvolvido no ano de 2003 (Oliveira et al 2007)

24

53 Criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo

Os criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo foram os mesmos utilizados do estudo anterior

(Oliveira et al 2007) Sendo os criteacuterios de inclusatildeo as mulheres que estavam na menopausa

e que tinham residecircncia fixa na Ilha de Paquetaacute e os criteacuterios de exclusatildeo a historia pessoal

de doenccedilas que sabidamente afetam o metabolismo oacutesseo direta ou indiretamente (como

artrite reumatoacuteide luacutepus eritematoso sistecircmico hiperparatireoidismo osteogecircnese imperfeita)

e as neoplasias malignas exceto carcinoma basocelular de pele

54 Alocaccedilotildees de pacientes

A populaccedilatildeo elegiacutevel era constituiacuteda pelas 385 mulheres alocadas no estudo inicial

(Oliveira et al 2007) No trabalho de Oliveira et al (2007) foi realizado um estudo transversal

com recrutamento por auto-seleccedilatildeo ou demanda espontacircnea no ano de 2003 na Ilha de

Paquetaacute Rio de Janeiro Brasil Foram estudadas 385 mulheres na poacutes-menopausa

(diagnoacutestico cliacutenico) residentes no local apoacutes a aplicaccedilatildeo dos criteacuterios de exclusatildeo

(existecircncia de pino metaacutelico ou edema com cacifo em ambos os peacutes ou impossibilitadas de

posicionar os peacutes no aparelho de ultra-sonometria oacutessea) Todas as mulheres responderam na

eacutepoca a um questionaacuterio e foram submetidas a medidas antropomeacutetricas e agrave USO

No presente estudo considerando uma significacircncia de 95 e um poder de 80 uma

prevalecircncia de 15 de fraturas na populaccedilatildeo de risco (Clark et al 2009) o tamanho amostral

previsto foi de 130 mulheres Poreacutem devido agraves perdas o tamanho amostral final foi de 86

pacientes

Atraveacutes do banco de dados jaacute existente todas as pacientes foram re-contactadas As

mulheres foram localizadas atraveacutes de telefonemas e comparecimento no hospital local onde

25

eacute realizado a atenccedilatildeo baacutesica de sauacutede Foram realizados pelo menos 2 telefonemas com

intervalo de 1 semana entre eles Como ldquoperdasrdquo foram consideradas as pacientes natildeo

encontradas apoacutes os dois telefonemas (035 dos telefones estavam errados e 049 das

pacientes tinham telefone quebrado ou ocupado) pacientes que natildeo quiseram ou natildeo

puderam responder ao questionaacuterio (008) e pacientes falecidas (006)

As pacientes selecionadas foram submetidas a um questionaacuterio de avaliaccedilatildeo de fatores

relacionados agrave fragilidade oacutessea conhecido como European Vertebral Osteoporosis Study

(EVOS) jaacute validado previamente para o portuguecircs (OrsquoNeill et al 1996) e jaacute utilizados em

importantes estudos (Pinheiro et al 2006 Clark et al 2009) O questionaacuterio EVOS eacute

composto por dados soacutecio-demograacuteficos (idade estado civil escolaridade cor renda familiar

e nuacutemero de dependentes desta haacutebitos de vida) e histoacuteria reprodutiva pessoal sumaacuteria

(idade da menarca idade da menopausa tipo de menopausa) Os dados antropomeacutetricos

foram aferidos segundo criteacuterios adotados internacionalmente com medidas de peso e altura

observando intervalos de 01kg e 001m respectivamente

A definiccedilatildeo de fratura por fragilidade oacutessea foi a mesma utilizada por Pinheiro et al

(2010a) como aquela resultante de uma queda da proacutepria altura ou trauma menos intenso em

indiviacuteduos com 50 anos ou mais em siacutetios esqueleacuteticos especiacuteficos antebraccedilo fecircmur

costelas veacutertebras e uacutemero E a documentaccedilatildeo de fraturas foi realizada atraveacutes de relato da

paciente (fratura referida) As fraturas traumaacuteticas (apoacutes acidente automobiliacutestico ou outras

condiccedilotildees sob forte impacto) ou as de baixo impacto natildeo relacionadas agrave osteoporose (como

por exemplo as de face tornozelo metacarpo falanges) natildeo foram consideradas

O estudo obedeceu aos criteacuterios de eacutetica preconizados pela resoluccedilatildeo no 19696 do

Conselho Nacional de Sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede e foi aprovado previamente pelo Comitecirc

26

de Eacutetica em Pesquisa da FiocruzIFF e pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Prefeitura Todas

as mulheres assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido antes de qualquer

procedimento

55 Anaacutelise Estatiacutestica

Os dados foram registrados em planilha Excel e analisados pelo programa Statistical

Package for Social Sciences (SPSS) versatildeo 170 Para avaliar diferenccedilas entre os grupos as

variaacuteveis categoacutericas foram avaliadas pelo Qui-quadrado de Pearson ou o teste exato de

Fisher A relaccedilatildeo entre as variaacuteveis categoacutericas e ordinal e entre as variaacuteveis numeacutericas foi

avaliada pelo teste de Mann-Whitney que eacute um teste natildeo-parameacutetrico que equivale ao teste t

escolhido pelo tamanho da amostra A relaccedilatildeo entre as variaacuteveis numeacutericas foi avaliada pelo

coeficiente de Sperman que eacute uma estatiacutestica natildeo parameacutetrica utilizada para dados natildeo

normais eou amostra pequena Para todos os testes o niacutevel de significacircncia adotado foi de

5 A variaacutevel dependente foi a presenccedila de fratura (sim ou natildeo) e as variaacuteveis

independentes foram idade (em anos) resultado de USO (normal ou alterado) tempo de

menopausa (em anos) siacutetio de localizaccedilatildeo de fraturas IMC (abaixo do pesonormal

sobrepeso obeso) tabagismo (fumante ou natildeo fumante) atividade fiacutesica (leve

moderadapesada) frequecircncia diaacuteria de ingestatildeo de leite (em coposdia) e as variaacuteveis

binaacuterias como o histoacuterico familiar de fratura de quadril osteoporose uso de anticoncepcional

ausecircncia de menstruaccedilatildeo retirada de uacutetero ou ovaacuterios amamentaccedilatildeo paciente acamado e

etilismo O caacutelculo do risco relativo (RR) foi feito para avaliar a relaccedilatildeo entre o USO e a

presenccedila de fraturas Para isso foi considerado pacientes com USO normal aqueles com

resultados do T-score gt-11 e USO alterado aqueles com T-score lt-11 O niacutevel de atividade

fiacutesica foi classificado em atividade leve (trabalho burocraacutetico em escritoacuterio na maior parte

do tempo sentado) atividade moderada (trabalhos na maior parte do tempo em peacute como

27

vendedor e dona-de-casa) atividade pesada (enfermeira empregada domeacutestica) Oliveira et al

2010) Para caacutelculo aproximado da ingestatildeo alimentar diaacuteria de caacutelcio utilizou- se uma

adaptaccedilatildeo da Tabela Brasileira de Composiccedilatildeo de Alimentos 1 fatia queijo (90mg) 1 copo

de iogurte (1212mg) 1 copo leite (257mg) 1 bola se sorvete (135mg) E no final todos esses

alimentos foram convertidos em quantidade ingerida de copos de leite

28

6 Resultados Encontrados

61 Gerais

As caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas da populaccedilatildeo estudada estatildeo listadas na

tabela 1 A idade meacutedia das pacientes foi de 725 anos (DPplusmn 87) com a idade da menopausa

460 anos (DPplusmn 61) o tempo de menopausa 261 anos (DPplusmn 97) e o IMC de 264 (kgm2)

(DPplusmn 55) Essas caracteriacutesticas quando comparadas com o estudo anterior de 2003 (tabela

2) confirmam tratar-se da mesma populaccedilatildeo Apenas a idade e o tempo de menopausa

evidenciam ser a nossa populaccedilatildeo mais idosa Fator que se justifica pelo tempo ocorrido entre

os dois estudos

A incidecircncia de fratura por fragilidade oacutessea encontrada foi de 21 evidenciado no

graacutefico 1 Os principais siacutetios de fratura satildeo analisados na tabela 3 tendo como sitio principal

o antebraccedilo com 50 seguido pelo peacute com 192 e uacutemero 145 Jaacute na tabela 4 e no graacutefico

2 pode ser observado que a idade da populaccedilatildeo estudada variou entre 54 e 97 anos com meacutedia

de 72 anos com DP plusmn 90 No grupo de pacientes fraturadas 50 tinham entre 65 e 79 anos

sugerindo ser essa faixa etaacuteria mais susceptiacutevel as fraturas por fragilidade oacutessea

62 USO preacutevia X Fraturas

Foi verificado na tabela 5 a associaccedilatildeo entre o resultado da (USO) preacutevia e o desfecho

fraturas por fragilidade oacutessea De todas as pacientes que fizeram USO no estudo inicial 66

participaram deste estudo Das 50 pacientes que tiveram o USO alterado 22 tiveram

fraturas nesse periacuteodo E as pacientes com USO considerada normal 194 tiveram fraturas

por fragilidade oacutessea O RR= 113 (IC95 048 - 263) sugere que as mulheres que tiveram

29

USO alterado tem um risco de fraturar de 13 maior em relaccedilatildeo as pacientes com resultado

de USO considerado normal

63 Caracteriacutesticas cliacutenicas e comportamentais X Fratura

As pacientes foram analisadas quanto as variaacuteveis clinicas e comportamentais

Considerando a tabela 6 as pacientes que tiveram fraturas se mostraram com maior

sobrepeso ou obesas (722) com maior historia familiar de fratura de quadril (133) e

com maior diagnostico de osteoporose (471) do que as pacientes sem fraturas (p

valorgt005) Jaacute o uso de anticoncepcional ou o uso de reposiccedilatildeo hormonal natildeo se mostraram

ser relevantes para ocorrecircncia de fraturas nessa amostra E 235 das pacientes acamadas por

mais de dois meses sofreram alguma fratura com p valor lt005 Evidenciando associaccedilatildeo

entre a paciente ficar acamada por mais de dois meses e sofrer fratura por fragilidade oacutessea

Avaliando a tabela 7 foi notado que apenas 125 das pacientes que tiveram fratura eram

tabagistas e 167 eram etilistas natildeo se mostrando essas caracteriacutesticas como fatores de

risco A atividade fiacutesica moderadapesada ateacute 25 anos e acima de 50 anos apresentou

percentuais de 441 e 382 respectivamente Aleacutem disso entre 25 e 50 anos 444 das

pacientes com atividade fiacutesica moderadapesada tiveram fraturas e 441 das pacientes natildeo

tiveram fraturas para essa faixa etaacuteria (p valor gt005) Sendo assim natildeo houve associaccedilatildeo

entre a atividade fiacutesica e as fraturas Em relaccedilatildeo ao item ingestatildeo de leite apoacutes os 50 anos

456 das pacientes que natildeo tiveram fraturas ingeriam de 1 a 2 copos de leite por dia e

apenas 44 ingeriam mais de 3 copos de leite por dia No caso das pacientes que tiveram

fraturas apoacutes os 50 anos foi observado que 50 ingeriam de 1 a 2 copos de leite por dia e

167 ingeriam 3 copos ou mais de leite

30

64 Tempo de menopausa X Fratura

As pacientes foram avaliadas graacutefico 3 para verificar a associaccedilatildeo entre o tempo de

menopausa e o desfecho das fraturas A mediana do tempo de menopausa encontrado em

ambos os grupos foi de 262 com DP de plusmn98 Metade das pacientes que tiveram fraturas tem

entre 193 e 293 anos de menopausa com DP de plusmn72 A correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade

tempo de menopausa e IMC foi observado na tabela 8 onde evidenciada uma associaccedilatildeo

positiva entre a idade e o tempo de menopausa nos grupos de pacientes com e sem fraturas

Assim como foi verificado uma associaccedilatildeo negativa de quanto maior a idade e o tempo de

menopausa menor o IMC

31

Graacutefico 1

Graacutefico 2

32

Graacutefico 3

33

Tabela 1- Caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas das

mulheres poacutes menopausa (n=86)

Caracteriacutesticas Meacutedia plusmn desvio padratildeo

Idade (anos) 7255 plusmn 897

Idade da

menarca (anos) 1324 plusmn 184

Idade da

menopausa

(anos)

4608 plusmn 614

Tempo de

menopausa

(anos)

2618 plusmn976

Peso (kg)sect 6342 plusmn 1055

Altura (m)deg 155 plusmn 008

IMC (kgm2) 2643 plusmn 557

n=85 sectn=83 ordmn=82 n=81 n=80

Tabela 2-Caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas das

mulheres poacutes menopausa em 2003

Caracteriacutesticas Meacutedia plusmn desvio padratildeo

Idade (anos) 6463plusmn1270

Idade da

menarca (anos)

1304 plusmn 193

Idade da

menopausa

(anos)

4755 plusmn 601

Tempo de

menopausa

(anos)

1700 plusmn 1076

Peso (kg)sect 6533 plusmn 1270

Altura (m)deg 155 plusmn 006

IMC (kgm2) 2696 plusmn 477

34

Tabela 3 ndash Incidecircncia de fraturas em mulheres poacutes menopausa segundo a

localizaccedilatildeo de fratura 2003-2011

Tipo da fratura

n

Veacutertebra 1 38

Fecircmur 1 38

Costela 2 77

Antebraccedilo 13 500

Uacutemero 4 145

Peacute 5 192

Total 26 1000

Nota Algumas pacientes tiveram mais de uma fratura no periacuteodo

Tabela 4- Relaccedilatildeo entre idade e fratura nas mulheres na poacutes menopausa

Total

Fratura

Idade (anos) Natildeo Sim

N () n () n ()

54 a 64 anos 18 209 14 206 4 222

65 a 79 anos 48 558 39 574 9 500

80 a 97 anos 20 233 15 221 5 278

Total 86 1000 68 1000 18 1000

Meacutedia (DP) 725 (90) 713 (77) 729 (93)

Nota P-valor pelo teste de Mann-Whitney=0813

35

Tabela 5 - Incidecircncia de fratura em mulheres poacutes-menopausa segundo

resultado da USO 2003-2011

Resultado da

USO

Total

Fratura p-valor

Sim Natildeo

n n

()

IC95 n

()

Normal 36 7 194

89 -

3472

29 806

0496

Alterado 50 11 220

121 -

350

39 780

Total 86 18 209

133 -

305

68 791

Nota Risco relativo = 113 (IC95 048 - 263)

36

Tabela 6 ndash Caracteriacutesticas cliacutenicas de mulheres poacutes-menopausa segundo

fratura (n=86)

Fratura

Natildeo (n=68) Sim (n=18) Total

n ( ) n ( )

IMC

Abaixo do pesoNormal 24 (353) 5 (278) 28 0792

Sobrepeso 27 (397) 9 (500) 36

Obeso 17 (250) 4 (222) 21

Histoacuterico familiar de fratura de quadril

Natildeo 66 (985) 13 (867) 79 0085

Sim 1 (15) 2 (133) 3

Osteoporose

Natildeo 44 (800) 9 (529) 53 0055

Sim 11 (200) 8 (471) 19

Uso de anticoncepcional

Natildeo 32 (485) 10 (556) 42 0791

Sim 34 (515) 8 (444) 42

Ausecircncia de mentruaccedilatildeo

Natildeo 60 (909) 16 (941) 76 1000

Sim 6 (91) 1 (59) 7

Retirou o uacutetero

Natildeo 46 (687) 9 (500) 55 0170

Sim 21 (313) 9 (500) 30

Retirou os ovaacuterios

Natildeo 53 (815) 11 (647) 64 0187

Sim 12 (185) 6 (353) 18

Reposiccedilatildeo hormonal

Natildeo 51 (761) 13 (722) 64 0763

Sim 16 (239) 5 (278) 21

Amamentou

Natildeo 14 (206) 4 (222) 18 1000

Sim 54 (794) 14 (778) 68

Acamado por mais de dois meses

Natildeo 63 (940) 13 (765) 76 0049

Sim 4 (60) 4 (235) 8

Caracteriacutesticas clinicas

p-valor do

teste exato

de Fisher

37

Tabela 7 - Caracteriacutesticas comportamentais de mulheres poacutes-menopausa segundo

fratura (n=86)

Fratura

Natildeo (n=68) Sim (n=18) Total

n ( ) n ( )

Tabagismo

Natildeo fumante 47 (758) 14 (875) 61 0499

FumanteEx-fumante 15 (242) 2 (125) 17

Etilismo no uacuteltimo ano

Natildeo 48 (706) 15 (833) 63 0376

Sim 20 (294) 3 (167) 23

Atividade fiacutesica ateacute os 25 anos

Leve 38 (559) 11 (611) 49 0792

ModeradaPesada 30 (441) 7 (389) 37

Atividade fiacutesica entre os 25 e 50 anos

Leve 38 (559) 10 (556) 48 1000

ModeradaPesada 30 (441) 8 (444) 38

Atividade fiacutesica acima dos 50 anos

Leve 42 (618) 12 (667) 54 0789

ModeradaPesada 26 (382) 6 (333) 32

Frequecircncia diaacuteria de leite ateacute 25 anos

Nenhummenos 1 copodia 34 (500) 8 (444) 42 0910

1 a 2 coposdia 31 (456) 9 (500) 40

3 coposdia ou mais 3 (44) 1 (56) 4

Frequecircncia diaacuteria de leite apoacutes 50 anos

Nenhummenos 1 copodia 34 (500) 6 (333) 40 0103

1 a 2 coposdia 31 (456) 9 (500) 40

3 coposdia ou mais 3 (44) 3 (167) 6

Caracteriacutesticas

comportamentais

p-valor do

teste exato

de Fisher

Tabela 8- Coeficientes de correlaccedilatildeo de Spearman (rs) entre idade IMC e tempo de

menopausa em mulheres poacutes-menopausa

Variaacuteveis

IMC IdadeTempo de

menopausa

r s 1 -0144 -0151

p-valor 0569 0550

r s -0227 1 0736

p-valor 0074 lt0001

r s -0295 0761 1

p-valor 0020 lt0001

Variaacuteveis

IMC

Idade

Tempo de menopausa

Nota o triacircngulo superior direito (parte hachurada) se refere agraves correlaccedilotildees para as mulheres com

fratura e o inferior esquerdo (parte natildeo hachurada) agraves mulheres sem fratura

38

7 Discussatildeo

No Brasil os principais fatores cliacutenicos de risco para fraturas por fragilidade oacutessea

eram extrapolados a partir de estudos internacionais O estudo vem acrescentar informaccedilotildees

para se conhecer os fatores relacionados agrave essas fraturas Nossos resultados revelam que a

idade avanccedilada a historia familiar de fratura de quadril o diagnoacutestico de osteoporose e

tambeacutem o paciente ficar acamado por mais de 2 meses foram considerados fatores de risco

para fraturas por fragilidade oacutessea

Esse estudo mostrou concordacircncia com a Johnell amp Kanis (2006) onde o principal

siacutetio mundial de fratura por fragilidade oacutessea nas mulheres apoacutes a menopausa foi o antebraccedilo

Segundo o estudo Latin American Vertebral Osteoporosis Study (LAVOS) (Clark et al

2009) a fratura vertebral eacute a mais prevalente da ameacuterica latina com uma prevalecircncia de

142 diferente do nosso estudo onde a coluna vertebral e o colo do fecircmur aparecem

juntos em uacuteltimo lugar na lista de incidecircncia dos siacutetios de fratura Isso pode ser atribuiacutedo

devido a diferenccedila nos criteacuterios de definiccedilatildeo de fraturas pois no LAVOS optou-se pela

medida radiograacutefica do local de fraturas enquanto no nosso estudo as fraturas foram referidas

pelas pacientes

Os consensos sobre osteoporose tecircm propostos algoritmos para identificar indiviacuteduos

de alto risco para fraturas (Kanis et al 2008 WHO 1999) Para tanto a associaccedilatildeo de fatores

de risco para fraturas com a medida da USO eacute de suma importacircncia embora sejam poucas as

pacientes que tecircm oportunidade de realizar esse exame (Oliveira et al 2007) Assim o

presente trabalho mostrou um risco para fraturas por fragilidade oacutessea 13 maior nas

pacientes com resultado de USO alterada em relaccedilatildeo as pacientes que tiveram resultados de

39

USO normais vindo de encontro aos resultados encontrados por Oliveira et al (2007)

Corroborando o USO como um meacutetodo confiaacutevel para a prediccedilatildeo de fraturas

E semelhante a Pinheiro et al (2010a) o presente estudo revelou que os principais

fatores de risco para fraturas por fragilidade oacutessea satildeo a idade avanccedilada a historia familiar de

fratura de quadril e a presenccedila de osteoporose Isso pode ser atribuiacutedo ao fato de que no

estudo de Pinheiro et al (2010a) assim como no nosso estudo a populaccedilatildeo ser

predominantemente de mulheres acima dos 65 anos e viverem em aacuterea urbana tendo haacutebitos

de vida parecidos

O achado em nosso estudo que apresentou significacircncia estatiacutestica refere-se ao fator

de risco ldquopaciente acamado por mais de dois mesesrdquo como disposto na literatura (Pinheiro et

al 2010b Demir et al 2008) O que acontece eacute que com o paciente acamado por tempo

prolongado um maior remodelamento oacutesseo eacute observado Os osteoclastos responsaacuteveis pela

absorccedilatildeo oacutessea sobrepotildee os osteoblastos predispondo as fraturas por fragilidade oacutessea

(Fyhrie amp Schaffler 1994) Assim observou-se no estudo que 235 das pacientes

acamadas por mais de dois meses sofreram alguma fratura por fragilidade oacutessea com p valor

lt005 Isso reafirma a associaccedilatildeo entre a paciente ficar acamada por mais de dois meses e

sofrer fratura por fragilidade oacutessea Por outro lado o exerciacutecio fiacutesico que estaacute sabidamente

relacionado ao aumento da resistecircncia muscular do equiliacutebrio e da flexibilidade contribuindo

para a reduccedilatildeo da perda oacutessea e melhora da sauacutede em geral (Chan 2003) natildeo se mostrou

como fator de proteccedilatildeo neste estudo Provavelmente devido ao baixo percentual encontrado

de pacientes que praticavam atividade fiacutesica moderada ou pesada

O elevado IMC e a terapia de reposiccedilatildeo hormonal natildeo desempenharam papel protetor

na nossa populaccedilatildeo como seria o esperado por estudos anteriores (Pinheiro et al 2010c

40

Buttros et al 2011) Ao contrario o sobrepeso e obesidade foram considerados fatores de

risco Isso pode ser atribuiacutedo ao IMC meacutedio dessa populaccedilatildeo ser 264 (kgm2) (DPplusmn 55)

limiacutetrofe para sobrepeso Embora esse dado demonstre contrariedade com a literatura que

estabelece relaccedilatildeo inversa entre obesidade e fraturas por fragilidade oacutessea em nosso estudo

ter maior peso e IMC natildeo seriam fatores de risco para fraturas e sim caracteriacutesticas das

mulheres mais idosas em um contexto social de baixa escolaridade e renda Esse fato eacute

confirmado pelos resultados da Pesquisa Nacional sobre Sauacutede e Nutriccedilatildeo ( Batista F et al

2003) que demonstraram caraacuteter ascendente da obesidade nos estratos de mulheres com baixa

renda residentes na regiatildeo Sudeste

Aleacutem disso haacutebitos de vida como tabagismo e etilismo sabidamente relacionados agrave

maior risco para fraturas por fragilidade oacutessea (Pinheiro et al 2010) tambeacutem natildeo se

mostraram estar associados nesse estudo

A necessidade de caacutelcio do ser humano varia ao longo da vida e uma ingestatildeo

adequada para mulheres acima de 50 anos eacute de 1200 mg pois com a idade o corpo

naturalmente perde um pouco da capacidade de absorccedilatildeo de minerais (Nuacutecleo de Estudos e

Pesquisas em Alimentaccedilatildeo 2006) O fato de apenas 44 das mulheres que natildeo tiveram

fraturas e 167 das mulheres que tiveram fraturas ter referido consumo superior a

900mgdia (3 ou mais copos) foi fator de surpresa principalmente levando-se em conta o PIB

per capita da cidade superior ao da maioria dos municiacutepios brasileiros (IPEA 2000)

Assim como em estudos preacutevios (Pinheiro et al 2010c NHI 2001 Demir et al

2008) nossos dados tambeacutem demonstraram o hipoestrogenismo como importante fator de

risco para fraturas por fragilidade oacutessea jaacute que as pacientes com fratura tecircm entre 19 e 29

anos de menopausa Em recente estudo Demir et al (2008) estudaram 2769 mulheres na

41

poacutes-menopausa correlacionando a ocorrecircncia de osteoporose com o tempo de menopausa

Demonstraram que 106 das pacientes com ateacute trecircs anos de poacutes-menopausa tinham

osteoporose contra 329 das pacientes com sete anos ou mais Acredita-se que a deficiecircncia

estrogecircnica seja responsaacutevel por dois terccedilos da perda de massa oacutessea levando

consequentemente agraves fraturas por fragilidade oacutessea assim como observado (Position

statement of the North American Menopause Society 2010)

Os dados deste estudo podem ser limitados pois apesar de tratar-se de uma coorte as

participantes reportaram dados referentes a estilo de vida dieta antecedentes familiares e

pessoais o que pode ter ocasionado algum vieacutes recordatoacuterio Outra limitaccedilatildeo eacute que como

avaliado por Oliveira et al (2007) esta populaccedilatildeo apresenta a maior parte das mulheres com

baixo niacutevel socioeconocircmico e escolaridade sem acesso agrave adequada educaccedilatildeo nutricional e agrave

atividade fiacutesica orientada Por outro lado resultados encontrados sem significacircncia estatiacutestica

podem ter sido ocasionados pelo tamanho amostral reduzido devido a dificuldade de

rastreamento da populaccedilatildeo uma vez que a unidade de sauacutede natildeo atualizou o endereccedilo e

telefone das mulheres eleitas para o estudo Talvez se tivesse sido realizado contato anual

com essas mulheres natildeo teriacuteamos perdido o seguimento delas

42

8 Conclusatildeo

Devido agrave sua alta prevalecircncia e associaccedilatildeo com mortalidade e incapacidade a fratura

devido agrave fragilidade oacutessea deve ser considerada um problema de sauacutede puacuteblica no Brasil

Apesar das limitaccedilotildees o presente estudo foi realizado de forma prospectiva em mulheres

brasileiras na poacutes-menopausa devendo os seus resultados serem levados em consideraccedilatildeo

para a formulaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas de sauacutede para a prevenccedilatildeo e estrateacutegias de tratamento

para as fraturas Os fatores de risco encontrados como a idade avanccedilada a histoacuteria familiar

de fratura de quadril e a presenccedila de osteoporose devem ser acompanhados e combatidos para

tentar-se diminuir o risco para as fraturas Assim como o USO mostrou ser um meacutetodo

confiaacutevel para avaliar o risco para fraturas podendo ser implementado em maior escala do

que a atual Entatildeo acreditamos que novos estudos prospectivos com uma amostra mais

representativa devam ser realizados para se confirmar os fatores associados a fraturas por

fragilidade oacutessea na populaccedilatildeo brasileira para cada vez mais conhecermos o perfil da nossa

populaccedilatildeo e termos subsiacutedios para combater esse agravo

43

9 Referecircncias Bibliograacuteficas

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48

10 Anexo 1 - Instrumento de coleta - EVOS (EUROPEAN VERTEBRAL

OSTEOPOROSIS STUDY)

Data _________

Nome________________________________________________________

Endereco_____________________________________________________

Fone _____________ Data de nascimento _________ RG

1- Dados antropomeacutetricos

Peso (Kg) Altura (m) IMC

2- Dados Ginecoloacutegicos

Idade da primeira menstruacao anos

Vocecirc jaacute usou piacutelula anticoncepcional por mais de 3 meses

sim natildeo natildeo sei

Vocecirc jaacute ficou algum periacuteodo em sua vida sem menstruar antes da menopausa (exceto se

gravidez) sim natildeo natildeo sei

Idade da ultima menstruaccedilatildeo anos

Numero de filhos

Vocecirc fez cirurgia para retirar o uacutetero sim com Idade ____ (anos)

natildeo natildeo sei

E para retirar os ovaacuterios (um ou os dois) sim idade ___ (anos)

natildeo natildeo sei

Vocecirc fez reposiccedilatildeo hormonal apos a menopausa sim natildeo natildeo sei

Se sim quando iniciado o periacuteodo foi superior a 1 ano sim natildeo natildeo sei

49

Vocecirc notou os seguintes sintomas na menopausa

calores sim natildeo natildeo sei

depressatildeo sim natildeo natildeo sei

insocircnia sim natildeo natildeo sei

outros sim natildeo natildeo sei

Vocecirc amamentou sim natildeo natildeo sei

Se sim quantas crianccedilas vocecirc amamentou por mais que 3 meses

3- Dados familiares

Em sua famiacutelia (pai matildee irmatildeos) existe historia de fratura de quadril apos os 50 anos de

idade sim natildeo natildeo sei

4- Histoacuteria de fratura

Vocecirc jaacute teve alguma fratura sim natildeo natildeo sei

Se sim em qual sitio esqueleacutetico com que idade e qual foi o tipo de trauma

Sitio Numero Idade (anos) Niacutevel do trauma

Vertebra

Fecircmur (colo trocanter)

Costela

Antebraccedilo

Uacutemero

Pe

Outras

Vocecirc sabe que tem osteoporose sim tenho natildeo natildeo tenho natildeo sei

5- Aacutelcool

Com que frequecircncia vocecirc bebeu no ultimo ano

Diariamente 5-6 dsem 3-4 dsem

50

1 -2 dsem lt 1 dsem nunca

Tipo de bebida destilados (uiacutesque cachaccedila vodka)

fermentados (cerveja vinho)

6- Imobilizaccedilatildeo

Vocecirc jaacute ficou acamado por um periacuteodo superior a 2 meses

sim natildeo natildeo sei

Se sim foi antes ou apos os 25 anos de idade

ano passado nunca

7- Fumo

Vocecirc fumou cigarro ou usou outras formas de fumo (cachimbo ou charuto)

atualmente no passado nunca

Com que idade iniciou anos

Se parou com que idade anos

Numero de cigarrosdia

8- Atividade Fiacutesica

Quantas tempo costuma passar diariamente ao ar livre caminhando ou andando de bicicleta

nenhuma a 1 h superior a 1 h

Qual a sua atividade fiacutesica durante diferentes periacuteodos de sua vida adulta

Ate os 25 anos 25 a 50 anos acima 50 anos

Niacutevel 1 (leve) 2 (moderada) 3 (pesada) 4

(muito pesada)

9- Impacto

Como vocecirc descreveria sua sauacutede geral neste momento

muito boa boa satisfatoacuteria regular ruim

10- Interrogatoacuterio sobre drogas

51

Vocecirc jaacute usou alguma medicaccedilatildeo oral ou injetaacutevel contendo corticosteroides por mais de 3

meses sim natildeo natildeo sei

Vocecirc jaacute usou alguma desses remeacutedios

Droga sim natildeo sei tempo

(meses)

parou ha quanto tempo

Hormocircnios

masculinos

Hormocircnios

femininos

Calcitonina

Fluacuteor

Caacutelcio

Vitamina D

Anabolizantes

Diureacuteticos

tiazidicos

11- Ingestatildeo de caacutelcio

Com que frequecircncia vocecirc comeu produtos derivados do leite na semana passada

(diassemana)

queijo amarelo queijo branco iogurte leite sorvete

Para os periacuteodos indicados abaixo com que frequecircncia vocecirc recebeu leite

ate 25 anos 25 a 50 anos Acima de 50 anos

Todas as refeiccedilotildees (3 ou + coposdia)

1-2 coposdia

52

Toda semana mas natildeo todo dia

lt 1 vezsemana

53

11 Anexo 2 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Projeto de Pesquisa Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade

oacutessea em mulheres na menopausa

Pesquisador responsaacutevel Dra Lizanka Paola F Marinheiro

Instituiccedilatildeo responsaacutevel Instituto Fernandes Figueira

Vocecirc estaacute sendo convidado a participar do projeto de pesquisa intitulado

Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea em mulheres na

menopausa por que vocecirc participou do estudo anterior realizado haacute 7 anos sobre a

osteoporose e suas consequumlecircncias

54

A osteoporose e uma doenccedila que se caracteriza pela diminuiccedilatildeo da resistecircncia do osso

tornando-o mais fraacutegil Essa fragilidade aumenta o risco da pessoa que tem osteoporose de ter

fraturas mesmo com atividades comuns como tossir ou espirrar

Com isso esse trabalho deseja avaliar a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea na

populaccedilatildeo de mulheres na poacutes menopausa residente da Ilha de Paquetaacute apoacutes 7 anos de

seguimento do uacuteltimo estudo transversal

Vocecirc natildeo eacute obrigada a participar Mas se quiser vocecirc teraacute que responder a um

questionaacuterio Para participar vocecirc natildeo teraacute que pagar nada O resultado seraacute fornecido apenas

a vocecirc ningueacutem mais saberaacute Suas duvidas seratildeo esclarecidas e vocecirc devera continuar

acompanhamento com seu meacutedico assistente Se vocecirc natildeo quiser participar natildeo seraacute

submetida a nenhum constrangimento fiacutesico ou moral e seu atendimento no posto de sauacutede

natildeo seraacute prejudicado A participante poderaacute se retirar do estudo a qualquer momento que

julgar necessaacuterio sem prejuiacutezo para a mesma O resultado de toda a pesquisa seraacute divulgada e

atraveacutes de artigos cientiacuteficos em revistas encontros congressos ou similares sem a

divulgaccedilatildeo dos nomes de quem participou de forma sigilosa

Sua participaccedilatildeo no estudo natildeo implicaraacute em custos adicionais O (A) Sr (a) natildeo teraacute

qualquer despesa com a realizaccedilatildeo dos procedimentos previstos neste estudo que seratildeo

custeados pelo pesquisador responsaacutevel Tambeacutem natildeo haveraacute nenhuma forma de pagamento

pela sua participaccedilatildeo

Caso surja alguma duacutevida quanto agrave eacutetica do estudo o (a) Sr(a) deveraacute se reportar ao

Comitecirc de Eacutetica em Pesquisas envolvendo seres humanos ndash subordinado ao Conselho

Nacional de Eacutetica em Pesquisa oacutergatildeo do Ministeacuterio da Sauacutede atraveacutes de solicitaccedilatildeo ao

representante de pesquisa que estaraacute sob contato permanente ou contactando o Comitecirc de

Eacutetica em Pesquisa desta instituiccedilatildeo no telefone (21) 3971-1590 Eacute assegurado o completo

55

sigilo de sua identidade quanto a sua participaccedilatildeo neste estudo incluindo a eventualidade da

apresentaccedilatildeo dos resultados deste estudo em congressos e perioacutedicos cientiacuteficos

Eu________________________________________________________________________

residente do endereccedilo__________________________ fui informada dos objetivos e da

justificativa deste trabalho de forma clara e detalhada pela Dra Adriana de Mattos V da

Costa Recebi informaccedilotildees especificas sobre cada procedimento no qual estarei envolvida

dos desconfortos e riscos previstos tanto quanto dos benefiacutecios esperados Todas as minhas

duvidas foram respondidas com clareza e sei que poderei solicitar novos esclarecimentos a

qualquer momento Aleacutem disso sei que novas informaccedilotildees obtidas durante o estudo me seratildeo

fornecidas e que terei liberdade de retirar meu consentimento de participaccedilatildeo face a estas

informaccedilotildees sem prejuiacutezo para mim Aleacutem disto me foi entregue uma coacutepia da folha de

informaccedilotildees para os participantes a qual li compreendi e me deu plena liberdade para decidir

acerca da minha espontacircnea participaccedilatildeo nesta pesquisa Minha identidade jamais seraacute

publicada Os dados colhidos poderatildeo ser examinados por pessoas envolvidas no estudo com

autorizaccedilatildeo delegada do investigador e por pessoas delegadas pelo patrocinador Estou

recebendo uma coacutepia assinada deste Termo

Os pesquisadores responsaacuteveis pelo Projeto satildeo a Dra Lizanka Paola F Marinheiro e

sua aluna a Dra Adriana de Mattos Viveiros da Costa

56

Participante

Nome _________________________________

Assinatura________________________________

Data_________________________________________

Investigador

Nome____________________________________

Assinatura________________________________

Data_______________________________________

Pesquisadora

Nome______________________________________

Assinatura___________________________________

Data__________________________________________

Dra Lizanka Paola F Marinheiro

lizankaglobocom

tel 25541700

Dra Adriana de Mattos Vda Costa

adrianamattosmedyahoocombr

tel 87273315

Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa

Rua Afonso Cavalcanti 455 sala 710 ndash Cidade Nova -

Telefone 3971-1463

23

5 Materiais e Meacutetodos

51 Populaccedilatildeo

A Ilha de Paquetaacute dista aproximadamente 15 km da Praccedila XV no Centro da Cidade

do Rio de Janeiro sendo a principal ilha do arquipeacutelago de Paquetaacute situada ao nordeste da

Baiacutea de Guanabara A populaccedilatildeo e frequecircncia da Ilha satildeo extremamente sazonais sendo

aproximadamente 2200 domiciacutelios (entre moradores e veranistas) Os moradores fixos

correspondem a 4500 pessoas em sua maioria de famiacutelias antigas na Ilha das quais 208

satildeo idosos ultrapassando ateacute mesmo a meacutedia nacional que eacute em torno de 12 (IBGE

2009a) Este iacutendice faz de Paquetaacute o erceiro bairro em nuacutemero de idosos no municiacutepio sendo

que sua populaccedilatildeo pode ser considerada envelhecida segundo os criteacuterios da Organizaccedilatildeo

Mundial da Sauacutede (OMS 2003) Embora a maioria da populaccedilatildeo seja branca existem 109

de negros 256 de pardos e 01 de iacutendios Cerca de 90 dos domiciacutelios possuem aacutegua

tratada e 9957 tratamento de esgoto As famiacutelias residentes nesta regiatildeo satildeo compostas em

meacutedia por trecircs pessoas com rendimento meacutedio per capita de 301 salaacuterios miacutenimos (IPEA

2000) e o transporte urbano eacute feito basicamente a peacute por bicicletas ou charretes puxadas por

ciclistas (IBGE 2009a)

52 Tipo de estudo

Foi realizado um estudo de coorte prospectivo na ilha de PaquetaacuteRJ no ano de 2011

Foram inicialmente alocadas todas as mulheres que participaram do estudo anterior

desenvolvido no ano de 2003 (Oliveira et al 2007)

24

53 Criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo

Os criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo foram os mesmos utilizados do estudo anterior

(Oliveira et al 2007) Sendo os criteacuterios de inclusatildeo as mulheres que estavam na menopausa

e que tinham residecircncia fixa na Ilha de Paquetaacute e os criteacuterios de exclusatildeo a historia pessoal

de doenccedilas que sabidamente afetam o metabolismo oacutesseo direta ou indiretamente (como

artrite reumatoacuteide luacutepus eritematoso sistecircmico hiperparatireoidismo osteogecircnese imperfeita)

e as neoplasias malignas exceto carcinoma basocelular de pele

54 Alocaccedilotildees de pacientes

A populaccedilatildeo elegiacutevel era constituiacuteda pelas 385 mulheres alocadas no estudo inicial

(Oliveira et al 2007) No trabalho de Oliveira et al (2007) foi realizado um estudo transversal

com recrutamento por auto-seleccedilatildeo ou demanda espontacircnea no ano de 2003 na Ilha de

Paquetaacute Rio de Janeiro Brasil Foram estudadas 385 mulheres na poacutes-menopausa

(diagnoacutestico cliacutenico) residentes no local apoacutes a aplicaccedilatildeo dos criteacuterios de exclusatildeo

(existecircncia de pino metaacutelico ou edema com cacifo em ambos os peacutes ou impossibilitadas de

posicionar os peacutes no aparelho de ultra-sonometria oacutessea) Todas as mulheres responderam na

eacutepoca a um questionaacuterio e foram submetidas a medidas antropomeacutetricas e agrave USO

No presente estudo considerando uma significacircncia de 95 e um poder de 80 uma

prevalecircncia de 15 de fraturas na populaccedilatildeo de risco (Clark et al 2009) o tamanho amostral

previsto foi de 130 mulheres Poreacutem devido agraves perdas o tamanho amostral final foi de 86

pacientes

Atraveacutes do banco de dados jaacute existente todas as pacientes foram re-contactadas As

mulheres foram localizadas atraveacutes de telefonemas e comparecimento no hospital local onde

25

eacute realizado a atenccedilatildeo baacutesica de sauacutede Foram realizados pelo menos 2 telefonemas com

intervalo de 1 semana entre eles Como ldquoperdasrdquo foram consideradas as pacientes natildeo

encontradas apoacutes os dois telefonemas (035 dos telefones estavam errados e 049 das

pacientes tinham telefone quebrado ou ocupado) pacientes que natildeo quiseram ou natildeo

puderam responder ao questionaacuterio (008) e pacientes falecidas (006)

As pacientes selecionadas foram submetidas a um questionaacuterio de avaliaccedilatildeo de fatores

relacionados agrave fragilidade oacutessea conhecido como European Vertebral Osteoporosis Study

(EVOS) jaacute validado previamente para o portuguecircs (OrsquoNeill et al 1996) e jaacute utilizados em

importantes estudos (Pinheiro et al 2006 Clark et al 2009) O questionaacuterio EVOS eacute

composto por dados soacutecio-demograacuteficos (idade estado civil escolaridade cor renda familiar

e nuacutemero de dependentes desta haacutebitos de vida) e histoacuteria reprodutiva pessoal sumaacuteria

(idade da menarca idade da menopausa tipo de menopausa) Os dados antropomeacutetricos

foram aferidos segundo criteacuterios adotados internacionalmente com medidas de peso e altura

observando intervalos de 01kg e 001m respectivamente

A definiccedilatildeo de fratura por fragilidade oacutessea foi a mesma utilizada por Pinheiro et al

(2010a) como aquela resultante de uma queda da proacutepria altura ou trauma menos intenso em

indiviacuteduos com 50 anos ou mais em siacutetios esqueleacuteticos especiacuteficos antebraccedilo fecircmur

costelas veacutertebras e uacutemero E a documentaccedilatildeo de fraturas foi realizada atraveacutes de relato da

paciente (fratura referida) As fraturas traumaacuteticas (apoacutes acidente automobiliacutestico ou outras

condiccedilotildees sob forte impacto) ou as de baixo impacto natildeo relacionadas agrave osteoporose (como

por exemplo as de face tornozelo metacarpo falanges) natildeo foram consideradas

O estudo obedeceu aos criteacuterios de eacutetica preconizados pela resoluccedilatildeo no 19696 do

Conselho Nacional de Sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede e foi aprovado previamente pelo Comitecirc

26

de Eacutetica em Pesquisa da FiocruzIFF e pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Prefeitura Todas

as mulheres assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido antes de qualquer

procedimento

55 Anaacutelise Estatiacutestica

Os dados foram registrados em planilha Excel e analisados pelo programa Statistical

Package for Social Sciences (SPSS) versatildeo 170 Para avaliar diferenccedilas entre os grupos as

variaacuteveis categoacutericas foram avaliadas pelo Qui-quadrado de Pearson ou o teste exato de

Fisher A relaccedilatildeo entre as variaacuteveis categoacutericas e ordinal e entre as variaacuteveis numeacutericas foi

avaliada pelo teste de Mann-Whitney que eacute um teste natildeo-parameacutetrico que equivale ao teste t

escolhido pelo tamanho da amostra A relaccedilatildeo entre as variaacuteveis numeacutericas foi avaliada pelo

coeficiente de Sperman que eacute uma estatiacutestica natildeo parameacutetrica utilizada para dados natildeo

normais eou amostra pequena Para todos os testes o niacutevel de significacircncia adotado foi de

5 A variaacutevel dependente foi a presenccedila de fratura (sim ou natildeo) e as variaacuteveis

independentes foram idade (em anos) resultado de USO (normal ou alterado) tempo de

menopausa (em anos) siacutetio de localizaccedilatildeo de fraturas IMC (abaixo do pesonormal

sobrepeso obeso) tabagismo (fumante ou natildeo fumante) atividade fiacutesica (leve

moderadapesada) frequecircncia diaacuteria de ingestatildeo de leite (em coposdia) e as variaacuteveis

binaacuterias como o histoacuterico familiar de fratura de quadril osteoporose uso de anticoncepcional

ausecircncia de menstruaccedilatildeo retirada de uacutetero ou ovaacuterios amamentaccedilatildeo paciente acamado e

etilismo O caacutelculo do risco relativo (RR) foi feito para avaliar a relaccedilatildeo entre o USO e a

presenccedila de fraturas Para isso foi considerado pacientes com USO normal aqueles com

resultados do T-score gt-11 e USO alterado aqueles com T-score lt-11 O niacutevel de atividade

fiacutesica foi classificado em atividade leve (trabalho burocraacutetico em escritoacuterio na maior parte

do tempo sentado) atividade moderada (trabalhos na maior parte do tempo em peacute como

27

vendedor e dona-de-casa) atividade pesada (enfermeira empregada domeacutestica) Oliveira et al

2010) Para caacutelculo aproximado da ingestatildeo alimentar diaacuteria de caacutelcio utilizou- se uma

adaptaccedilatildeo da Tabela Brasileira de Composiccedilatildeo de Alimentos 1 fatia queijo (90mg) 1 copo

de iogurte (1212mg) 1 copo leite (257mg) 1 bola se sorvete (135mg) E no final todos esses

alimentos foram convertidos em quantidade ingerida de copos de leite

28

6 Resultados Encontrados

61 Gerais

As caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas da populaccedilatildeo estudada estatildeo listadas na

tabela 1 A idade meacutedia das pacientes foi de 725 anos (DPplusmn 87) com a idade da menopausa

460 anos (DPplusmn 61) o tempo de menopausa 261 anos (DPplusmn 97) e o IMC de 264 (kgm2)

(DPplusmn 55) Essas caracteriacutesticas quando comparadas com o estudo anterior de 2003 (tabela

2) confirmam tratar-se da mesma populaccedilatildeo Apenas a idade e o tempo de menopausa

evidenciam ser a nossa populaccedilatildeo mais idosa Fator que se justifica pelo tempo ocorrido entre

os dois estudos

A incidecircncia de fratura por fragilidade oacutessea encontrada foi de 21 evidenciado no

graacutefico 1 Os principais siacutetios de fratura satildeo analisados na tabela 3 tendo como sitio principal

o antebraccedilo com 50 seguido pelo peacute com 192 e uacutemero 145 Jaacute na tabela 4 e no graacutefico

2 pode ser observado que a idade da populaccedilatildeo estudada variou entre 54 e 97 anos com meacutedia

de 72 anos com DP plusmn 90 No grupo de pacientes fraturadas 50 tinham entre 65 e 79 anos

sugerindo ser essa faixa etaacuteria mais susceptiacutevel as fraturas por fragilidade oacutessea

62 USO preacutevia X Fraturas

Foi verificado na tabela 5 a associaccedilatildeo entre o resultado da (USO) preacutevia e o desfecho

fraturas por fragilidade oacutessea De todas as pacientes que fizeram USO no estudo inicial 66

participaram deste estudo Das 50 pacientes que tiveram o USO alterado 22 tiveram

fraturas nesse periacuteodo E as pacientes com USO considerada normal 194 tiveram fraturas

por fragilidade oacutessea O RR= 113 (IC95 048 - 263) sugere que as mulheres que tiveram

29

USO alterado tem um risco de fraturar de 13 maior em relaccedilatildeo as pacientes com resultado

de USO considerado normal

63 Caracteriacutesticas cliacutenicas e comportamentais X Fratura

As pacientes foram analisadas quanto as variaacuteveis clinicas e comportamentais

Considerando a tabela 6 as pacientes que tiveram fraturas se mostraram com maior

sobrepeso ou obesas (722) com maior historia familiar de fratura de quadril (133) e

com maior diagnostico de osteoporose (471) do que as pacientes sem fraturas (p

valorgt005) Jaacute o uso de anticoncepcional ou o uso de reposiccedilatildeo hormonal natildeo se mostraram

ser relevantes para ocorrecircncia de fraturas nessa amostra E 235 das pacientes acamadas por

mais de dois meses sofreram alguma fratura com p valor lt005 Evidenciando associaccedilatildeo

entre a paciente ficar acamada por mais de dois meses e sofrer fratura por fragilidade oacutessea

Avaliando a tabela 7 foi notado que apenas 125 das pacientes que tiveram fratura eram

tabagistas e 167 eram etilistas natildeo se mostrando essas caracteriacutesticas como fatores de

risco A atividade fiacutesica moderadapesada ateacute 25 anos e acima de 50 anos apresentou

percentuais de 441 e 382 respectivamente Aleacutem disso entre 25 e 50 anos 444 das

pacientes com atividade fiacutesica moderadapesada tiveram fraturas e 441 das pacientes natildeo

tiveram fraturas para essa faixa etaacuteria (p valor gt005) Sendo assim natildeo houve associaccedilatildeo

entre a atividade fiacutesica e as fraturas Em relaccedilatildeo ao item ingestatildeo de leite apoacutes os 50 anos

456 das pacientes que natildeo tiveram fraturas ingeriam de 1 a 2 copos de leite por dia e

apenas 44 ingeriam mais de 3 copos de leite por dia No caso das pacientes que tiveram

fraturas apoacutes os 50 anos foi observado que 50 ingeriam de 1 a 2 copos de leite por dia e

167 ingeriam 3 copos ou mais de leite

30

64 Tempo de menopausa X Fratura

As pacientes foram avaliadas graacutefico 3 para verificar a associaccedilatildeo entre o tempo de

menopausa e o desfecho das fraturas A mediana do tempo de menopausa encontrado em

ambos os grupos foi de 262 com DP de plusmn98 Metade das pacientes que tiveram fraturas tem

entre 193 e 293 anos de menopausa com DP de plusmn72 A correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade

tempo de menopausa e IMC foi observado na tabela 8 onde evidenciada uma associaccedilatildeo

positiva entre a idade e o tempo de menopausa nos grupos de pacientes com e sem fraturas

Assim como foi verificado uma associaccedilatildeo negativa de quanto maior a idade e o tempo de

menopausa menor o IMC

31

Graacutefico 1

Graacutefico 2

32

Graacutefico 3

33

Tabela 1- Caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas das

mulheres poacutes menopausa (n=86)

Caracteriacutesticas Meacutedia plusmn desvio padratildeo

Idade (anos) 7255 plusmn 897

Idade da

menarca (anos) 1324 plusmn 184

Idade da

menopausa

(anos)

4608 plusmn 614

Tempo de

menopausa

(anos)

2618 plusmn976

Peso (kg)sect 6342 plusmn 1055

Altura (m)deg 155 plusmn 008

IMC (kgm2) 2643 plusmn 557

n=85 sectn=83 ordmn=82 n=81 n=80

Tabela 2-Caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas das

mulheres poacutes menopausa em 2003

Caracteriacutesticas Meacutedia plusmn desvio padratildeo

Idade (anos) 6463plusmn1270

Idade da

menarca (anos)

1304 plusmn 193

Idade da

menopausa

(anos)

4755 plusmn 601

Tempo de

menopausa

(anos)

1700 plusmn 1076

Peso (kg)sect 6533 plusmn 1270

Altura (m)deg 155 plusmn 006

IMC (kgm2) 2696 plusmn 477

34

Tabela 3 ndash Incidecircncia de fraturas em mulheres poacutes menopausa segundo a

localizaccedilatildeo de fratura 2003-2011

Tipo da fratura

n

Veacutertebra 1 38

Fecircmur 1 38

Costela 2 77

Antebraccedilo 13 500

Uacutemero 4 145

Peacute 5 192

Total 26 1000

Nota Algumas pacientes tiveram mais de uma fratura no periacuteodo

Tabela 4- Relaccedilatildeo entre idade e fratura nas mulheres na poacutes menopausa

Total

Fratura

Idade (anos) Natildeo Sim

N () n () n ()

54 a 64 anos 18 209 14 206 4 222

65 a 79 anos 48 558 39 574 9 500

80 a 97 anos 20 233 15 221 5 278

Total 86 1000 68 1000 18 1000

Meacutedia (DP) 725 (90) 713 (77) 729 (93)

Nota P-valor pelo teste de Mann-Whitney=0813

35

Tabela 5 - Incidecircncia de fratura em mulheres poacutes-menopausa segundo

resultado da USO 2003-2011

Resultado da

USO

Total

Fratura p-valor

Sim Natildeo

n n

()

IC95 n

()

Normal 36 7 194

89 -

3472

29 806

0496

Alterado 50 11 220

121 -

350

39 780

Total 86 18 209

133 -

305

68 791

Nota Risco relativo = 113 (IC95 048 - 263)

36

Tabela 6 ndash Caracteriacutesticas cliacutenicas de mulheres poacutes-menopausa segundo

fratura (n=86)

Fratura

Natildeo (n=68) Sim (n=18) Total

n ( ) n ( )

IMC

Abaixo do pesoNormal 24 (353) 5 (278) 28 0792

Sobrepeso 27 (397) 9 (500) 36

Obeso 17 (250) 4 (222) 21

Histoacuterico familiar de fratura de quadril

Natildeo 66 (985) 13 (867) 79 0085

Sim 1 (15) 2 (133) 3

Osteoporose

Natildeo 44 (800) 9 (529) 53 0055

Sim 11 (200) 8 (471) 19

Uso de anticoncepcional

Natildeo 32 (485) 10 (556) 42 0791

Sim 34 (515) 8 (444) 42

Ausecircncia de mentruaccedilatildeo

Natildeo 60 (909) 16 (941) 76 1000

Sim 6 (91) 1 (59) 7

Retirou o uacutetero

Natildeo 46 (687) 9 (500) 55 0170

Sim 21 (313) 9 (500) 30

Retirou os ovaacuterios

Natildeo 53 (815) 11 (647) 64 0187

Sim 12 (185) 6 (353) 18

Reposiccedilatildeo hormonal

Natildeo 51 (761) 13 (722) 64 0763

Sim 16 (239) 5 (278) 21

Amamentou

Natildeo 14 (206) 4 (222) 18 1000

Sim 54 (794) 14 (778) 68

Acamado por mais de dois meses

Natildeo 63 (940) 13 (765) 76 0049

Sim 4 (60) 4 (235) 8

Caracteriacutesticas clinicas

p-valor do

teste exato

de Fisher

37

Tabela 7 - Caracteriacutesticas comportamentais de mulheres poacutes-menopausa segundo

fratura (n=86)

Fratura

Natildeo (n=68) Sim (n=18) Total

n ( ) n ( )

Tabagismo

Natildeo fumante 47 (758) 14 (875) 61 0499

FumanteEx-fumante 15 (242) 2 (125) 17

Etilismo no uacuteltimo ano

Natildeo 48 (706) 15 (833) 63 0376

Sim 20 (294) 3 (167) 23

Atividade fiacutesica ateacute os 25 anos

Leve 38 (559) 11 (611) 49 0792

ModeradaPesada 30 (441) 7 (389) 37

Atividade fiacutesica entre os 25 e 50 anos

Leve 38 (559) 10 (556) 48 1000

ModeradaPesada 30 (441) 8 (444) 38

Atividade fiacutesica acima dos 50 anos

Leve 42 (618) 12 (667) 54 0789

ModeradaPesada 26 (382) 6 (333) 32

Frequecircncia diaacuteria de leite ateacute 25 anos

Nenhummenos 1 copodia 34 (500) 8 (444) 42 0910

1 a 2 coposdia 31 (456) 9 (500) 40

3 coposdia ou mais 3 (44) 1 (56) 4

Frequecircncia diaacuteria de leite apoacutes 50 anos

Nenhummenos 1 copodia 34 (500) 6 (333) 40 0103

1 a 2 coposdia 31 (456) 9 (500) 40

3 coposdia ou mais 3 (44) 3 (167) 6

Caracteriacutesticas

comportamentais

p-valor do

teste exato

de Fisher

Tabela 8- Coeficientes de correlaccedilatildeo de Spearman (rs) entre idade IMC e tempo de

menopausa em mulheres poacutes-menopausa

Variaacuteveis

IMC IdadeTempo de

menopausa

r s 1 -0144 -0151

p-valor 0569 0550

r s -0227 1 0736

p-valor 0074 lt0001

r s -0295 0761 1

p-valor 0020 lt0001

Variaacuteveis

IMC

Idade

Tempo de menopausa

Nota o triacircngulo superior direito (parte hachurada) se refere agraves correlaccedilotildees para as mulheres com

fratura e o inferior esquerdo (parte natildeo hachurada) agraves mulheres sem fratura

38

7 Discussatildeo

No Brasil os principais fatores cliacutenicos de risco para fraturas por fragilidade oacutessea

eram extrapolados a partir de estudos internacionais O estudo vem acrescentar informaccedilotildees

para se conhecer os fatores relacionados agrave essas fraturas Nossos resultados revelam que a

idade avanccedilada a historia familiar de fratura de quadril o diagnoacutestico de osteoporose e

tambeacutem o paciente ficar acamado por mais de 2 meses foram considerados fatores de risco

para fraturas por fragilidade oacutessea

Esse estudo mostrou concordacircncia com a Johnell amp Kanis (2006) onde o principal

siacutetio mundial de fratura por fragilidade oacutessea nas mulheres apoacutes a menopausa foi o antebraccedilo

Segundo o estudo Latin American Vertebral Osteoporosis Study (LAVOS) (Clark et al

2009) a fratura vertebral eacute a mais prevalente da ameacuterica latina com uma prevalecircncia de

142 diferente do nosso estudo onde a coluna vertebral e o colo do fecircmur aparecem

juntos em uacuteltimo lugar na lista de incidecircncia dos siacutetios de fratura Isso pode ser atribuiacutedo

devido a diferenccedila nos criteacuterios de definiccedilatildeo de fraturas pois no LAVOS optou-se pela

medida radiograacutefica do local de fraturas enquanto no nosso estudo as fraturas foram referidas

pelas pacientes

Os consensos sobre osteoporose tecircm propostos algoritmos para identificar indiviacuteduos

de alto risco para fraturas (Kanis et al 2008 WHO 1999) Para tanto a associaccedilatildeo de fatores

de risco para fraturas com a medida da USO eacute de suma importacircncia embora sejam poucas as

pacientes que tecircm oportunidade de realizar esse exame (Oliveira et al 2007) Assim o

presente trabalho mostrou um risco para fraturas por fragilidade oacutessea 13 maior nas

pacientes com resultado de USO alterada em relaccedilatildeo as pacientes que tiveram resultados de

39

USO normais vindo de encontro aos resultados encontrados por Oliveira et al (2007)

Corroborando o USO como um meacutetodo confiaacutevel para a prediccedilatildeo de fraturas

E semelhante a Pinheiro et al (2010a) o presente estudo revelou que os principais

fatores de risco para fraturas por fragilidade oacutessea satildeo a idade avanccedilada a historia familiar de

fratura de quadril e a presenccedila de osteoporose Isso pode ser atribuiacutedo ao fato de que no

estudo de Pinheiro et al (2010a) assim como no nosso estudo a populaccedilatildeo ser

predominantemente de mulheres acima dos 65 anos e viverem em aacuterea urbana tendo haacutebitos

de vida parecidos

O achado em nosso estudo que apresentou significacircncia estatiacutestica refere-se ao fator

de risco ldquopaciente acamado por mais de dois mesesrdquo como disposto na literatura (Pinheiro et

al 2010b Demir et al 2008) O que acontece eacute que com o paciente acamado por tempo

prolongado um maior remodelamento oacutesseo eacute observado Os osteoclastos responsaacuteveis pela

absorccedilatildeo oacutessea sobrepotildee os osteoblastos predispondo as fraturas por fragilidade oacutessea

(Fyhrie amp Schaffler 1994) Assim observou-se no estudo que 235 das pacientes

acamadas por mais de dois meses sofreram alguma fratura por fragilidade oacutessea com p valor

lt005 Isso reafirma a associaccedilatildeo entre a paciente ficar acamada por mais de dois meses e

sofrer fratura por fragilidade oacutessea Por outro lado o exerciacutecio fiacutesico que estaacute sabidamente

relacionado ao aumento da resistecircncia muscular do equiliacutebrio e da flexibilidade contribuindo

para a reduccedilatildeo da perda oacutessea e melhora da sauacutede em geral (Chan 2003) natildeo se mostrou

como fator de proteccedilatildeo neste estudo Provavelmente devido ao baixo percentual encontrado

de pacientes que praticavam atividade fiacutesica moderada ou pesada

O elevado IMC e a terapia de reposiccedilatildeo hormonal natildeo desempenharam papel protetor

na nossa populaccedilatildeo como seria o esperado por estudos anteriores (Pinheiro et al 2010c

40

Buttros et al 2011) Ao contrario o sobrepeso e obesidade foram considerados fatores de

risco Isso pode ser atribuiacutedo ao IMC meacutedio dessa populaccedilatildeo ser 264 (kgm2) (DPplusmn 55)

limiacutetrofe para sobrepeso Embora esse dado demonstre contrariedade com a literatura que

estabelece relaccedilatildeo inversa entre obesidade e fraturas por fragilidade oacutessea em nosso estudo

ter maior peso e IMC natildeo seriam fatores de risco para fraturas e sim caracteriacutesticas das

mulheres mais idosas em um contexto social de baixa escolaridade e renda Esse fato eacute

confirmado pelos resultados da Pesquisa Nacional sobre Sauacutede e Nutriccedilatildeo ( Batista F et al

2003) que demonstraram caraacuteter ascendente da obesidade nos estratos de mulheres com baixa

renda residentes na regiatildeo Sudeste

Aleacutem disso haacutebitos de vida como tabagismo e etilismo sabidamente relacionados agrave

maior risco para fraturas por fragilidade oacutessea (Pinheiro et al 2010) tambeacutem natildeo se

mostraram estar associados nesse estudo

A necessidade de caacutelcio do ser humano varia ao longo da vida e uma ingestatildeo

adequada para mulheres acima de 50 anos eacute de 1200 mg pois com a idade o corpo

naturalmente perde um pouco da capacidade de absorccedilatildeo de minerais (Nuacutecleo de Estudos e

Pesquisas em Alimentaccedilatildeo 2006) O fato de apenas 44 das mulheres que natildeo tiveram

fraturas e 167 das mulheres que tiveram fraturas ter referido consumo superior a

900mgdia (3 ou mais copos) foi fator de surpresa principalmente levando-se em conta o PIB

per capita da cidade superior ao da maioria dos municiacutepios brasileiros (IPEA 2000)

Assim como em estudos preacutevios (Pinheiro et al 2010c NHI 2001 Demir et al

2008) nossos dados tambeacutem demonstraram o hipoestrogenismo como importante fator de

risco para fraturas por fragilidade oacutessea jaacute que as pacientes com fratura tecircm entre 19 e 29

anos de menopausa Em recente estudo Demir et al (2008) estudaram 2769 mulheres na

41

poacutes-menopausa correlacionando a ocorrecircncia de osteoporose com o tempo de menopausa

Demonstraram que 106 das pacientes com ateacute trecircs anos de poacutes-menopausa tinham

osteoporose contra 329 das pacientes com sete anos ou mais Acredita-se que a deficiecircncia

estrogecircnica seja responsaacutevel por dois terccedilos da perda de massa oacutessea levando

consequentemente agraves fraturas por fragilidade oacutessea assim como observado (Position

statement of the North American Menopause Society 2010)

Os dados deste estudo podem ser limitados pois apesar de tratar-se de uma coorte as

participantes reportaram dados referentes a estilo de vida dieta antecedentes familiares e

pessoais o que pode ter ocasionado algum vieacutes recordatoacuterio Outra limitaccedilatildeo eacute que como

avaliado por Oliveira et al (2007) esta populaccedilatildeo apresenta a maior parte das mulheres com

baixo niacutevel socioeconocircmico e escolaridade sem acesso agrave adequada educaccedilatildeo nutricional e agrave

atividade fiacutesica orientada Por outro lado resultados encontrados sem significacircncia estatiacutestica

podem ter sido ocasionados pelo tamanho amostral reduzido devido a dificuldade de

rastreamento da populaccedilatildeo uma vez que a unidade de sauacutede natildeo atualizou o endereccedilo e

telefone das mulheres eleitas para o estudo Talvez se tivesse sido realizado contato anual

com essas mulheres natildeo teriacuteamos perdido o seguimento delas

42

8 Conclusatildeo

Devido agrave sua alta prevalecircncia e associaccedilatildeo com mortalidade e incapacidade a fratura

devido agrave fragilidade oacutessea deve ser considerada um problema de sauacutede puacuteblica no Brasil

Apesar das limitaccedilotildees o presente estudo foi realizado de forma prospectiva em mulheres

brasileiras na poacutes-menopausa devendo os seus resultados serem levados em consideraccedilatildeo

para a formulaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas de sauacutede para a prevenccedilatildeo e estrateacutegias de tratamento

para as fraturas Os fatores de risco encontrados como a idade avanccedilada a histoacuteria familiar

de fratura de quadril e a presenccedila de osteoporose devem ser acompanhados e combatidos para

tentar-se diminuir o risco para as fraturas Assim como o USO mostrou ser um meacutetodo

confiaacutevel para avaliar o risco para fraturas podendo ser implementado em maior escala do

que a atual Entatildeo acreditamos que novos estudos prospectivos com uma amostra mais

representativa devam ser realizados para se confirmar os fatores associados a fraturas por

fragilidade oacutessea na populaccedilatildeo brasileira para cada vez mais conhecermos o perfil da nossa

populaccedilatildeo e termos subsiacutedios para combater esse agravo

43

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20jun2012)

48

10 Anexo 1 - Instrumento de coleta - EVOS (EUROPEAN VERTEBRAL

OSTEOPOROSIS STUDY)

Data _________

Nome________________________________________________________

Endereco_____________________________________________________

Fone _____________ Data de nascimento _________ RG

1- Dados antropomeacutetricos

Peso (Kg) Altura (m) IMC

2- Dados Ginecoloacutegicos

Idade da primeira menstruacao anos

Vocecirc jaacute usou piacutelula anticoncepcional por mais de 3 meses

sim natildeo natildeo sei

Vocecirc jaacute ficou algum periacuteodo em sua vida sem menstruar antes da menopausa (exceto se

gravidez) sim natildeo natildeo sei

Idade da ultima menstruaccedilatildeo anos

Numero de filhos

Vocecirc fez cirurgia para retirar o uacutetero sim com Idade ____ (anos)

natildeo natildeo sei

E para retirar os ovaacuterios (um ou os dois) sim idade ___ (anos)

natildeo natildeo sei

Vocecirc fez reposiccedilatildeo hormonal apos a menopausa sim natildeo natildeo sei

Se sim quando iniciado o periacuteodo foi superior a 1 ano sim natildeo natildeo sei

49

Vocecirc notou os seguintes sintomas na menopausa

calores sim natildeo natildeo sei

depressatildeo sim natildeo natildeo sei

insocircnia sim natildeo natildeo sei

outros sim natildeo natildeo sei

Vocecirc amamentou sim natildeo natildeo sei

Se sim quantas crianccedilas vocecirc amamentou por mais que 3 meses

3- Dados familiares

Em sua famiacutelia (pai matildee irmatildeos) existe historia de fratura de quadril apos os 50 anos de

idade sim natildeo natildeo sei

4- Histoacuteria de fratura

Vocecirc jaacute teve alguma fratura sim natildeo natildeo sei

Se sim em qual sitio esqueleacutetico com que idade e qual foi o tipo de trauma

Sitio Numero Idade (anos) Niacutevel do trauma

Vertebra

Fecircmur (colo trocanter)

Costela

Antebraccedilo

Uacutemero

Pe

Outras

Vocecirc sabe que tem osteoporose sim tenho natildeo natildeo tenho natildeo sei

5- Aacutelcool

Com que frequecircncia vocecirc bebeu no ultimo ano

Diariamente 5-6 dsem 3-4 dsem

50

1 -2 dsem lt 1 dsem nunca

Tipo de bebida destilados (uiacutesque cachaccedila vodka)

fermentados (cerveja vinho)

6- Imobilizaccedilatildeo

Vocecirc jaacute ficou acamado por um periacuteodo superior a 2 meses

sim natildeo natildeo sei

Se sim foi antes ou apos os 25 anos de idade

ano passado nunca

7- Fumo

Vocecirc fumou cigarro ou usou outras formas de fumo (cachimbo ou charuto)

atualmente no passado nunca

Com que idade iniciou anos

Se parou com que idade anos

Numero de cigarrosdia

8- Atividade Fiacutesica

Quantas tempo costuma passar diariamente ao ar livre caminhando ou andando de bicicleta

nenhuma a 1 h superior a 1 h

Qual a sua atividade fiacutesica durante diferentes periacuteodos de sua vida adulta

Ate os 25 anos 25 a 50 anos acima 50 anos

Niacutevel 1 (leve) 2 (moderada) 3 (pesada) 4

(muito pesada)

9- Impacto

Como vocecirc descreveria sua sauacutede geral neste momento

muito boa boa satisfatoacuteria regular ruim

10- Interrogatoacuterio sobre drogas

51

Vocecirc jaacute usou alguma medicaccedilatildeo oral ou injetaacutevel contendo corticosteroides por mais de 3

meses sim natildeo natildeo sei

Vocecirc jaacute usou alguma desses remeacutedios

Droga sim natildeo sei tempo

(meses)

parou ha quanto tempo

Hormocircnios

masculinos

Hormocircnios

femininos

Calcitonina

Fluacuteor

Caacutelcio

Vitamina D

Anabolizantes

Diureacuteticos

tiazidicos

11- Ingestatildeo de caacutelcio

Com que frequecircncia vocecirc comeu produtos derivados do leite na semana passada

(diassemana)

queijo amarelo queijo branco iogurte leite sorvete

Para os periacuteodos indicados abaixo com que frequecircncia vocecirc recebeu leite

ate 25 anos 25 a 50 anos Acima de 50 anos

Todas as refeiccedilotildees (3 ou + coposdia)

1-2 coposdia

52

Toda semana mas natildeo todo dia

lt 1 vezsemana

53

11 Anexo 2 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Projeto de Pesquisa Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade

oacutessea em mulheres na menopausa

Pesquisador responsaacutevel Dra Lizanka Paola F Marinheiro

Instituiccedilatildeo responsaacutevel Instituto Fernandes Figueira

Vocecirc estaacute sendo convidado a participar do projeto de pesquisa intitulado

Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea em mulheres na

menopausa por que vocecirc participou do estudo anterior realizado haacute 7 anos sobre a

osteoporose e suas consequumlecircncias

54

A osteoporose e uma doenccedila que se caracteriza pela diminuiccedilatildeo da resistecircncia do osso

tornando-o mais fraacutegil Essa fragilidade aumenta o risco da pessoa que tem osteoporose de ter

fraturas mesmo com atividades comuns como tossir ou espirrar

Com isso esse trabalho deseja avaliar a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea na

populaccedilatildeo de mulheres na poacutes menopausa residente da Ilha de Paquetaacute apoacutes 7 anos de

seguimento do uacuteltimo estudo transversal

Vocecirc natildeo eacute obrigada a participar Mas se quiser vocecirc teraacute que responder a um

questionaacuterio Para participar vocecirc natildeo teraacute que pagar nada O resultado seraacute fornecido apenas

a vocecirc ningueacutem mais saberaacute Suas duvidas seratildeo esclarecidas e vocecirc devera continuar

acompanhamento com seu meacutedico assistente Se vocecirc natildeo quiser participar natildeo seraacute

submetida a nenhum constrangimento fiacutesico ou moral e seu atendimento no posto de sauacutede

natildeo seraacute prejudicado A participante poderaacute se retirar do estudo a qualquer momento que

julgar necessaacuterio sem prejuiacutezo para a mesma O resultado de toda a pesquisa seraacute divulgada e

atraveacutes de artigos cientiacuteficos em revistas encontros congressos ou similares sem a

divulgaccedilatildeo dos nomes de quem participou de forma sigilosa

Sua participaccedilatildeo no estudo natildeo implicaraacute em custos adicionais O (A) Sr (a) natildeo teraacute

qualquer despesa com a realizaccedilatildeo dos procedimentos previstos neste estudo que seratildeo

custeados pelo pesquisador responsaacutevel Tambeacutem natildeo haveraacute nenhuma forma de pagamento

pela sua participaccedilatildeo

Caso surja alguma duacutevida quanto agrave eacutetica do estudo o (a) Sr(a) deveraacute se reportar ao

Comitecirc de Eacutetica em Pesquisas envolvendo seres humanos ndash subordinado ao Conselho

Nacional de Eacutetica em Pesquisa oacutergatildeo do Ministeacuterio da Sauacutede atraveacutes de solicitaccedilatildeo ao

representante de pesquisa que estaraacute sob contato permanente ou contactando o Comitecirc de

Eacutetica em Pesquisa desta instituiccedilatildeo no telefone (21) 3971-1590 Eacute assegurado o completo

55

sigilo de sua identidade quanto a sua participaccedilatildeo neste estudo incluindo a eventualidade da

apresentaccedilatildeo dos resultados deste estudo em congressos e perioacutedicos cientiacuteficos

Eu________________________________________________________________________

residente do endereccedilo__________________________ fui informada dos objetivos e da

justificativa deste trabalho de forma clara e detalhada pela Dra Adriana de Mattos V da

Costa Recebi informaccedilotildees especificas sobre cada procedimento no qual estarei envolvida

dos desconfortos e riscos previstos tanto quanto dos benefiacutecios esperados Todas as minhas

duvidas foram respondidas com clareza e sei que poderei solicitar novos esclarecimentos a

qualquer momento Aleacutem disso sei que novas informaccedilotildees obtidas durante o estudo me seratildeo

fornecidas e que terei liberdade de retirar meu consentimento de participaccedilatildeo face a estas

informaccedilotildees sem prejuiacutezo para mim Aleacutem disto me foi entregue uma coacutepia da folha de

informaccedilotildees para os participantes a qual li compreendi e me deu plena liberdade para decidir

acerca da minha espontacircnea participaccedilatildeo nesta pesquisa Minha identidade jamais seraacute

publicada Os dados colhidos poderatildeo ser examinados por pessoas envolvidas no estudo com

autorizaccedilatildeo delegada do investigador e por pessoas delegadas pelo patrocinador Estou

recebendo uma coacutepia assinada deste Termo

Os pesquisadores responsaacuteveis pelo Projeto satildeo a Dra Lizanka Paola F Marinheiro e

sua aluna a Dra Adriana de Mattos Viveiros da Costa

56

Participante

Nome _________________________________

Assinatura________________________________

Data_________________________________________

Investigador

Nome____________________________________

Assinatura________________________________

Data_______________________________________

Pesquisadora

Nome______________________________________

Assinatura___________________________________

Data__________________________________________

Dra Lizanka Paola F Marinheiro

lizankaglobocom

tel 25541700

Dra Adriana de Mattos Vda Costa

adrianamattosmedyahoocombr

tel 87273315

Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa

Rua Afonso Cavalcanti 455 sala 710 ndash Cidade Nova -

Telefone 3971-1463

24

53 Criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo

Os criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo foram os mesmos utilizados do estudo anterior

(Oliveira et al 2007) Sendo os criteacuterios de inclusatildeo as mulheres que estavam na menopausa

e que tinham residecircncia fixa na Ilha de Paquetaacute e os criteacuterios de exclusatildeo a historia pessoal

de doenccedilas que sabidamente afetam o metabolismo oacutesseo direta ou indiretamente (como

artrite reumatoacuteide luacutepus eritematoso sistecircmico hiperparatireoidismo osteogecircnese imperfeita)

e as neoplasias malignas exceto carcinoma basocelular de pele

54 Alocaccedilotildees de pacientes

A populaccedilatildeo elegiacutevel era constituiacuteda pelas 385 mulheres alocadas no estudo inicial

(Oliveira et al 2007) No trabalho de Oliveira et al (2007) foi realizado um estudo transversal

com recrutamento por auto-seleccedilatildeo ou demanda espontacircnea no ano de 2003 na Ilha de

Paquetaacute Rio de Janeiro Brasil Foram estudadas 385 mulheres na poacutes-menopausa

(diagnoacutestico cliacutenico) residentes no local apoacutes a aplicaccedilatildeo dos criteacuterios de exclusatildeo

(existecircncia de pino metaacutelico ou edema com cacifo em ambos os peacutes ou impossibilitadas de

posicionar os peacutes no aparelho de ultra-sonometria oacutessea) Todas as mulheres responderam na

eacutepoca a um questionaacuterio e foram submetidas a medidas antropomeacutetricas e agrave USO

No presente estudo considerando uma significacircncia de 95 e um poder de 80 uma

prevalecircncia de 15 de fraturas na populaccedilatildeo de risco (Clark et al 2009) o tamanho amostral

previsto foi de 130 mulheres Poreacutem devido agraves perdas o tamanho amostral final foi de 86

pacientes

Atraveacutes do banco de dados jaacute existente todas as pacientes foram re-contactadas As

mulheres foram localizadas atraveacutes de telefonemas e comparecimento no hospital local onde

25

eacute realizado a atenccedilatildeo baacutesica de sauacutede Foram realizados pelo menos 2 telefonemas com

intervalo de 1 semana entre eles Como ldquoperdasrdquo foram consideradas as pacientes natildeo

encontradas apoacutes os dois telefonemas (035 dos telefones estavam errados e 049 das

pacientes tinham telefone quebrado ou ocupado) pacientes que natildeo quiseram ou natildeo

puderam responder ao questionaacuterio (008) e pacientes falecidas (006)

As pacientes selecionadas foram submetidas a um questionaacuterio de avaliaccedilatildeo de fatores

relacionados agrave fragilidade oacutessea conhecido como European Vertebral Osteoporosis Study

(EVOS) jaacute validado previamente para o portuguecircs (OrsquoNeill et al 1996) e jaacute utilizados em

importantes estudos (Pinheiro et al 2006 Clark et al 2009) O questionaacuterio EVOS eacute

composto por dados soacutecio-demograacuteficos (idade estado civil escolaridade cor renda familiar

e nuacutemero de dependentes desta haacutebitos de vida) e histoacuteria reprodutiva pessoal sumaacuteria

(idade da menarca idade da menopausa tipo de menopausa) Os dados antropomeacutetricos

foram aferidos segundo criteacuterios adotados internacionalmente com medidas de peso e altura

observando intervalos de 01kg e 001m respectivamente

A definiccedilatildeo de fratura por fragilidade oacutessea foi a mesma utilizada por Pinheiro et al

(2010a) como aquela resultante de uma queda da proacutepria altura ou trauma menos intenso em

indiviacuteduos com 50 anos ou mais em siacutetios esqueleacuteticos especiacuteficos antebraccedilo fecircmur

costelas veacutertebras e uacutemero E a documentaccedilatildeo de fraturas foi realizada atraveacutes de relato da

paciente (fratura referida) As fraturas traumaacuteticas (apoacutes acidente automobiliacutestico ou outras

condiccedilotildees sob forte impacto) ou as de baixo impacto natildeo relacionadas agrave osteoporose (como

por exemplo as de face tornozelo metacarpo falanges) natildeo foram consideradas

O estudo obedeceu aos criteacuterios de eacutetica preconizados pela resoluccedilatildeo no 19696 do

Conselho Nacional de Sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede e foi aprovado previamente pelo Comitecirc

26

de Eacutetica em Pesquisa da FiocruzIFF e pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Prefeitura Todas

as mulheres assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido antes de qualquer

procedimento

55 Anaacutelise Estatiacutestica

Os dados foram registrados em planilha Excel e analisados pelo programa Statistical

Package for Social Sciences (SPSS) versatildeo 170 Para avaliar diferenccedilas entre os grupos as

variaacuteveis categoacutericas foram avaliadas pelo Qui-quadrado de Pearson ou o teste exato de

Fisher A relaccedilatildeo entre as variaacuteveis categoacutericas e ordinal e entre as variaacuteveis numeacutericas foi

avaliada pelo teste de Mann-Whitney que eacute um teste natildeo-parameacutetrico que equivale ao teste t

escolhido pelo tamanho da amostra A relaccedilatildeo entre as variaacuteveis numeacutericas foi avaliada pelo

coeficiente de Sperman que eacute uma estatiacutestica natildeo parameacutetrica utilizada para dados natildeo

normais eou amostra pequena Para todos os testes o niacutevel de significacircncia adotado foi de

5 A variaacutevel dependente foi a presenccedila de fratura (sim ou natildeo) e as variaacuteveis

independentes foram idade (em anos) resultado de USO (normal ou alterado) tempo de

menopausa (em anos) siacutetio de localizaccedilatildeo de fraturas IMC (abaixo do pesonormal

sobrepeso obeso) tabagismo (fumante ou natildeo fumante) atividade fiacutesica (leve

moderadapesada) frequecircncia diaacuteria de ingestatildeo de leite (em coposdia) e as variaacuteveis

binaacuterias como o histoacuterico familiar de fratura de quadril osteoporose uso de anticoncepcional

ausecircncia de menstruaccedilatildeo retirada de uacutetero ou ovaacuterios amamentaccedilatildeo paciente acamado e

etilismo O caacutelculo do risco relativo (RR) foi feito para avaliar a relaccedilatildeo entre o USO e a

presenccedila de fraturas Para isso foi considerado pacientes com USO normal aqueles com

resultados do T-score gt-11 e USO alterado aqueles com T-score lt-11 O niacutevel de atividade

fiacutesica foi classificado em atividade leve (trabalho burocraacutetico em escritoacuterio na maior parte

do tempo sentado) atividade moderada (trabalhos na maior parte do tempo em peacute como

27

vendedor e dona-de-casa) atividade pesada (enfermeira empregada domeacutestica) Oliveira et al

2010) Para caacutelculo aproximado da ingestatildeo alimentar diaacuteria de caacutelcio utilizou- se uma

adaptaccedilatildeo da Tabela Brasileira de Composiccedilatildeo de Alimentos 1 fatia queijo (90mg) 1 copo

de iogurte (1212mg) 1 copo leite (257mg) 1 bola se sorvete (135mg) E no final todos esses

alimentos foram convertidos em quantidade ingerida de copos de leite

28

6 Resultados Encontrados

61 Gerais

As caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas da populaccedilatildeo estudada estatildeo listadas na

tabela 1 A idade meacutedia das pacientes foi de 725 anos (DPplusmn 87) com a idade da menopausa

460 anos (DPplusmn 61) o tempo de menopausa 261 anos (DPplusmn 97) e o IMC de 264 (kgm2)

(DPplusmn 55) Essas caracteriacutesticas quando comparadas com o estudo anterior de 2003 (tabela

2) confirmam tratar-se da mesma populaccedilatildeo Apenas a idade e o tempo de menopausa

evidenciam ser a nossa populaccedilatildeo mais idosa Fator que se justifica pelo tempo ocorrido entre

os dois estudos

A incidecircncia de fratura por fragilidade oacutessea encontrada foi de 21 evidenciado no

graacutefico 1 Os principais siacutetios de fratura satildeo analisados na tabela 3 tendo como sitio principal

o antebraccedilo com 50 seguido pelo peacute com 192 e uacutemero 145 Jaacute na tabela 4 e no graacutefico

2 pode ser observado que a idade da populaccedilatildeo estudada variou entre 54 e 97 anos com meacutedia

de 72 anos com DP plusmn 90 No grupo de pacientes fraturadas 50 tinham entre 65 e 79 anos

sugerindo ser essa faixa etaacuteria mais susceptiacutevel as fraturas por fragilidade oacutessea

62 USO preacutevia X Fraturas

Foi verificado na tabela 5 a associaccedilatildeo entre o resultado da (USO) preacutevia e o desfecho

fraturas por fragilidade oacutessea De todas as pacientes que fizeram USO no estudo inicial 66

participaram deste estudo Das 50 pacientes que tiveram o USO alterado 22 tiveram

fraturas nesse periacuteodo E as pacientes com USO considerada normal 194 tiveram fraturas

por fragilidade oacutessea O RR= 113 (IC95 048 - 263) sugere que as mulheres que tiveram

29

USO alterado tem um risco de fraturar de 13 maior em relaccedilatildeo as pacientes com resultado

de USO considerado normal

63 Caracteriacutesticas cliacutenicas e comportamentais X Fratura

As pacientes foram analisadas quanto as variaacuteveis clinicas e comportamentais

Considerando a tabela 6 as pacientes que tiveram fraturas se mostraram com maior

sobrepeso ou obesas (722) com maior historia familiar de fratura de quadril (133) e

com maior diagnostico de osteoporose (471) do que as pacientes sem fraturas (p

valorgt005) Jaacute o uso de anticoncepcional ou o uso de reposiccedilatildeo hormonal natildeo se mostraram

ser relevantes para ocorrecircncia de fraturas nessa amostra E 235 das pacientes acamadas por

mais de dois meses sofreram alguma fratura com p valor lt005 Evidenciando associaccedilatildeo

entre a paciente ficar acamada por mais de dois meses e sofrer fratura por fragilidade oacutessea

Avaliando a tabela 7 foi notado que apenas 125 das pacientes que tiveram fratura eram

tabagistas e 167 eram etilistas natildeo se mostrando essas caracteriacutesticas como fatores de

risco A atividade fiacutesica moderadapesada ateacute 25 anos e acima de 50 anos apresentou

percentuais de 441 e 382 respectivamente Aleacutem disso entre 25 e 50 anos 444 das

pacientes com atividade fiacutesica moderadapesada tiveram fraturas e 441 das pacientes natildeo

tiveram fraturas para essa faixa etaacuteria (p valor gt005) Sendo assim natildeo houve associaccedilatildeo

entre a atividade fiacutesica e as fraturas Em relaccedilatildeo ao item ingestatildeo de leite apoacutes os 50 anos

456 das pacientes que natildeo tiveram fraturas ingeriam de 1 a 2 copos de leite por dia e

apenas 44 ingeriam mais de 3 copos de leite por dia No caso das pacientes que tiveram

fraturas apoacutes os 50 anos foi observado que 50 ingeriam de 1 a 2 copos de leite por dia e

167 ingeriam 3 copos ou mais de leite

30

64 Tempo de menopausa X Fratura

As pacientes foram avaliadas graacutefico 3 para verificar a associaccedilatildeo entre o tempo de

menopausa e o desfecho das fraturas A mediana do tempo de menopausa encontrado em

ambos os grupos foi de 262 com DP de plusmn98 Metade das pacientes que tiveram fraturas tem

entre 193 e 293 anos de menopausa com DP de plusmn72 A correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade

tempo de menopausa e IMC foi observado na tabela 8 onde evidenciada uma associaccedilatildeo

positiva entre a idade e o tempo de menopausa nos grupos de pacientes com e sem fraturas

Assim como foi verificado uma associaccedilatildeo negativa de quanto maior a idade e o tempo de

menopausa menor o IMC

31

Graacutefico 1

Graacutefico 2

32

Graacutefico 3

33

Tabela 1- Caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas das

mulheres poacutes menopausa (n=86)

Caracteriacutesticas Meacutedia plusmn desvio padratildeo

Idade (anos) 7255 plusmn 897

Idade da

menarca (anos) 1324 plusmn 184

Idade da

menopausa

(anos)

4608 plusmn 614

Tempo de

menopausa

(anos)

2618 plusmn976

Peso (kg)sect 6342 plusmn 1055

Altura (m)deg 155 plusmn 008

IMC (kgm2) 2643 plusmn 557

n=85 sectn=83 ordmn=82 n=81 n=80

Tabela 2-Caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas das

mulheres poacutes menopausa em 2003

Caracteriacutesticas Meacutedia plusmn desvio padratildeo

Idade (anos) 6463plusmn1270

Idade da

menarca (anos)

1304 plusmn 193

Idade da

menopausa

(anos)

4755 plusmn 601

Tempo de

menopausa

(anos)

1700 plusmn 1076

Peso (kg)sect 6533 plusmn 1270

Altura (m)deg 155 plusmn 006

IMC (kgm2) 2696 plusmn 477

34

Tabela 3 ndash Incidecircncia de fraturas em mulheres poacutes menopausa segundo a

localizaccedilatildeo de fratura 2003-2011

Tipo da fratura

n

Veacutertebra 1 38

Fecircmur 1 38

Costela 2 77

Antebraccedilo 13 500

Uacutemero 4 145

Peacute 5 192

Total 26 1000

Nota Algumas pacientes tiveram mais de uma fratura no periacuteodo

Tabela 4- Relaccedilatildeo entre idade e fratura nas mulheres na poacutes menopausa

Total

Fratura

Idade (anos) Natildeo Sim

N () n () n ()

54 a 64 anos 18 209 14 206 4 222

65 a 79 anos 48 558 39 574 9 500

80 a 97 anos 20 233 15 221 5 278

Total 86 1000 68 1000 18 1000

Meacutedia (DP) 725 (90) 713 (77) 729 (93)

Nota P-valor pelo teste de Mann-Whitney=0813

35

Tabela 5 - Incidecircncia de fratura em mulheres poacutes-menopausa segundo

resultado da USO 2003-2011

Resultado da

USO

Total

Fratura p-valor

Sim Natildeo

n n

()

IC95 n

()

Normal 36 7 194

89 -

3472

29 806

0496

Alterado 50 11 220

121 -

350

39 780

Total 86 18 209

133 -

305

68 791

Nota Risco relativo = 113 (IC95 048 - 263)

36

Tabela 6 ndash Caracteriacutesticas cliacutenicas de mulheres poacutes-menopausa segundo

fratura (n=86)

Fratura

Natildeo (n=68) Sim (n=18) Total

n ( ) n ( )

IMC

Abaixo do pesoNormal 24 (353) 5 (278) 28 0792

Sobrepeso 27 (397) 9 (500) 36

Obeso 17 (250) 4 (222) 21

Histoacuterico familiar de fratura de quadril

Natildeo 66 (985) 13 (867) 79 0085

Sim 1 (15) 2 (133) 3

Osteoporose

Natildeo 44 (800) 9 (529) 53 0055

Sim 11 (200) 8 (471) 19

Uso de anticoncepcional

Natildeo 32 (485) 10 (556) 42 0791

Sim 34 (515) 8 (444) 42

Ausecircncia de mentruaccedilatildeo

Natildeo 60 (909) 16 (941) 76 1000

Sim 6 (91) 1 (59) 7

Retirou o uacutetero

Natildeo 46 (687) 9 (500) 55 0170

Sim 21 (313) 9 (500) 30

Retirou os ovaacuterios

Natildeo 53 (815) 11 (647) 64 0187

Sim 12 (185) 6 (353) 18

Reposiccedilatildeo hormonal

Natildeo 51 (761) 13 (722) 64 0763

Sim 16 (239) 5 (278) 21

Amamentou

Natildeo 14 (206) 4 (222) 18 1000

Sim 54 (794) 14 (778) 68

Acamado por mais de dois meses

Natildeo 63 (940) 13 (765) 76 0049

Sim 4 (60) 4 (235) 8

Caracteriacutesticas clinicas

p-valor do

teste exato

de Fisher

37

Tabela 7 - Caracteriacutesticas comportamentais de mulheres poacutes-menopausa segundo

fratura (n=86)

Fratura

Natildeo (n=68) Sim (n=18) Total

n ( ) n ( )

Tabagismo

Natildeo fumante 47 (758) 14 (875) 61 0499

FumanteEx-fumante 15 (242) 2 (125) 17

Etilismo no uacuteltimo ano

Natildeo 48 (706) 15 (833) 63 0376

Sim 20 (294) 3 (167) 23

Atividade fiacutesica ateacute os 25 anos

Leve 38 (559) 11 (611) 49 0792

ModeradaPesada 30 (441) 7 (389) 37

Atividade fiacutesica entre os 25 e 50 anos

Leve 38 (559) 10 (556) 48 1000

ModeradaPesada 30 (441) 8 (444) 38

Atividade fiacutesica acima dos 50 anos

Leve 42 (618) 12 (667) 54 0789

ModeradaPesada 26 (382) 6 (333) 32

Frequecircncia diaacuteria de leite ateacute 25 anos

Nenhummenos 1 copodia 34 (500) 8 (444) 42 0910

1 a 2 coposdia 31 (456) 9 (500) 40

3 coposdia ou mais 3 (44) 1 (56) 4

Frequecircncia diaacuteria de leite apoacutes 50 anos

Nenhummenos 1 copodia 34 (500) 6 (333) 40 0103

1 a 2 coposdia 31 (456) 9 (500) 40

3 coposdia ou mais 3 (44) 3 (167) 6

Caracteriacutesticas

comportamentais

p-valor do

teste exato

de Fisher

Tabela 8- Coeficientes de correlaccedilatildeo de Spearman (rs) entre idade IMC e tempo de

menopausa em mulheres poacutes-menopausa

Variaacuteveis

IMC IdadeTempo de

menopausa

r s 1 -0144 -0151

p-valor 0569 0550

r s -0227 1 0736

p-valor 0074 lt0001

r s -0295 0761 1

p-valor 0020 lt0001

Variaacuteveis

IMC

Idade

Tempo de menopausa

Nota o triacircngulo superior direito (parte hachurada) se refere agraves correlaccedilotildees para as mulheres com

fratura e o inferior esquerdo (parte natildeo hachurada) agraves mulheres sem fratura

38

7 Discussatildeo

No Brasil os principais fatores cliacutenicos de risco para fraturas por fragilidade oacutessea

eram extrapolados a partir de estudos internacionais O estudo vem acrescentar informaccedilotildees

para se conhecer os fatores relacionados agrave essas fraturas Nossos resultados revelam que a

idade avanccedilada a historia familiar de fratura de quadril o diagnoacutestico de osteoporose e

tambeacutem o paciente ficar acamado por mais de 2 meses foram considerados fatores de risco

para fraturas por fragilidade oacutessea

Esse estudo mostrou concordacircncia com a Johnell amp Kanis (2006) onde o principal

siacutetio mundial de fratura por fragilidade oacutessea nas mulheres apoacutes a menopausa foi o antebraccedilo

Segundo o estudo Latin American Vertebral Osteoporosis Study (LAVOS) (Clark et al

2009) a fratura vertebral eacute a mais prevalente da ameacuterica latina com uma prevalecircncia de

142 diferente do nosso estudo onde a coluna vertebral e o colo do fecircmur aparecem

juntos em uacuteltimo lugar na lista de incidecircncia dos siacutetios de fratura Isso pode ser atribuiacutedo

devido a diferenccedila nos criteacuterios de definiccedilatildeo de fraturas pois no LAVOS optou-se pela

medida radiograacutefica do local de fraturas enquanto no nosso estudo as fraturas foram referidas

pelas pacientes

Os consensos sobre osteoporose tecircm propostos algoritmos para identificar indiviacuteduos

de alto risco para fraturas (Kanis et al 2008 WHO 1999) Para tanto a associaccedilatildeo de fatores

de risco para fraturas com a medida da USO eacute de suma importacircncia embora sejam poucas as

pacientes que tecircm oportunidade de realizar esse exame (Oliveira et al 2007) Assim o

presente trabalho mostrou um risco para fraturas por fragilidade oacutessea 13 maior nas

pacientes com resultado de USO alterada em relaccedilatildeo as pacientes que tiveram resultados de

39

USO normais vindo de encontro aos resultados encontrados por Oliveira et al (2007)

Corroborando o USO como um meacutetodo confiaacutevel para a prediccedilatildeo de fraturas

E semelhante a Pinheiro et al (2010a) o presente estudo revelou que os principais

fatores de risco para fraturas por fragilidade oacutessea satildeo a idade avanccedilada a historia familiar de

fratura de quadril e a presenccedila de osteoporose Isso pode ser atribuiacutedo ao fato de que no

estudo de Pinheiro et al (2010a) assim como no nosso estudo a populaccedilatildeo ser

predominantemente de mulheres acima dos 65 anos e viverem em aacuterea urbana tendo haacutebitos

de vida parecidos

O achado em nosso estudo que apresentou significacircncia estatiacutestica refere-se ao fator

de risco ldquopaciente acamado por mais de dois mesesrdquo como disposto na literatura (Pinheiro et

al 2010b Demir et al 2008) O que acontece eacute que com o paciente acamado por tempo

prolongado um maior remodelamento oacutesseo eacute observado Os osteoclastos responsaacuteveis pela

absorccedilatildeo oacutessea sobrepotildee os osteoblastos predispondo as fraturas por fragilidade oacutessea

(Fyhrie amp Schaffler 1994) Assim observou-se no estudo que 235 das pacientes

acamadas por mais de dois meses sofreram alguma fratura por fragilidade oacutessea com p valor

lt005 Isso reafirma a associaccedilatildeo entre a paciente ficar acamada por mais de dois meses e

sofrer fratura por fragilidade oacutessea Por outro lado o exerciacutecio fiacutesico que estaacute sabidamente

relacionado ao aumento da resistecircncia muscular do equiliacutebrio e da flexibilidade contribuindo

para a reduccedilatildeo da perda oacutessea e melhora da sauacutede em geral (Chan 2003) natildeo se mostrou

como fator de proteccedilatildeo neste estudo Provavelmente devido ao baixo percentual encontrado

de pacientes que praticavam atividade fiacutesica moderada ou pesada

O elevado IMC e a terapia de reposiccedilatildeo hormonal natildeo desempenharam papel protetor

na nossa populaccedilatildeo como seria o esperado por estudos anteriores (Pinheiro et al 2010c

40

Buttros et al 2011) Ao contrario o sobrepeso e obesidade foram considerados fatores de

risco Isso pode ser atribuiacutedo ao IMC meacutedio dessa populaccedilatildeo ser 264 (kgm2) (DPplusmn 55)

limiacutetrofe para sobrepeso Embora esse dado demonstre contrariedade com a literatura que

estabelece relaccedilatildeo inversa entre obesidade e fraturas por fragilidade oacutessea em nosso estudo

ter maior peso e IMC natildeo seriam fatores de risco para fraturas e sim caracteriacutesticas das

mulheres mais idosas em um contexto social de baixa escolaridade e renda Esse fato eacute

confirmado pelos resultados da Pesquisa Nacional sobre Sauacutede e Nutriccedilatildeo ( Batista F et al

2003) que demonstraram caraacuteter ascendente da obesidade nos estratos de mulheres com baixa

renda residentes na regiatildeo Sudeste

Aleacutem disso haacutebitos de vida como tabagismo e etilismo sabidamente relacionados agrave

maior risco para fraturas por fragilidade oacutessea (Pinheiro et al 2010) tambeacutem natildeo se

mostraram estar associados nesse estudo

A necessidade de caacutelcio do ser humano varia ao longo da vida e uma ingestatildeo

adequada para mulheres acima de 50 anos eacute de 1200 mg pois com a idade o corpo

naturalmente perde um pouco da capacidade de absorccedilatildeo de minerais (Nuacutecleo de Estudos e

Pesquisas em Alimentaccedilatildeo 2006) O fato de apenas 44 das mulheres que natildeo tiveram

fraturas e 167 das mulheres que tiveram fraturas ter referido consumo superior a

900mgdia (3 ou mais copos) foi fator de surpresa principalmente levando-se em conta o PIB

per capita da cidade superior ao da maioria dos municiacutepios brasileiros (IPEA 2000)

Assim como em estudos preacutevios (Pinheiro et al 2010c NHI 2001 Demir et al

2008) nossos dados tambeacutem demonstraram o hipoestrogenismo como importante fator de

risco para fraturas por fragilidade oacutessea jaacute que as pacientes com fratura tecircm entre 19 e 29

anos de menopausa Em recente estudo Demir et al (2008) estudaram 2769 mulheres na

41

poacutes-menopausa correlacionando a ocorrecircncia de osteoporose com o tempo de menopausa

Demonstraram que 106 das pacientes com ateacute trecircs anos de poacutes-menopausa tinham

osteoporose contra 329 das pacientes com sete anos ou mais Acredita-se que a deficiecircncia

estrogecircnica seja responsaacutevel por dois terccedilos da perda de massa oacutessea levando

consequentemente agraves fraturas por fragilidade oacutessea assim como observado (Position

statement of the North American Menopause Society 2010)

Os dados deste estudo podem ser limitados pois apesar de tratar-se de uma coorte as

participantes reportaram dados referentes a estilo de vida dieta antecedentes familiares e

pessoais o que pode ter ocasionado algum vieacutes recordatoacuterio Outra limitaccedilatildeo eacute que como

avaliado por Oliveira et al (2007) esta populaccedilatildeo apresenta a maior parte das mulheres com

baixo niacutevel socioeconocircmico e escolaridade sem acesso agrave adequada educaccedilatildeo nutricional e agrave

atividade fiacutesica orientada Por outro lado resultados encontrados sem significacircncia estatiacutestica

podem ter sido ocasionados pelo tamanho amostral reduzido devido a dificuldade de

rastreamento da populaccedilatildeo uma vez que a unidade de sauacutede natildeo atualizou o endereccedilo e

telefone das mulheres eleitas para o estudo Talvez se tivesse sido realizado contato anual

com essas mulheres natildeo teriacuteamos perdido o seguimento delas

42

8 Conclusatildeo

Devido agrave sua alta prevalecircncia e associaccedilatildeo com mortalidade e incapacidade a fratura

devido agrave fragilidade oacutessea deve ser considerada um problema de sauacutede puacuteblica no Brasil

Apesar das limitaccedilotildees o presente estudo foi realizado de forma prospectiva em mulheres

brasileiras na poacutes-menopausa devendo os seus resultados serem levados em consideraccedilatildeo

para a formulaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas de sauacutede para a prevenccedilatildeo e estrateacutegias de tratamento

para as fraturas Os fatores de risco encontrados como a idade avanccedilada a histoacuteria familiar

de fratura de quadril e a presenccedila de osteoporose devem ser acompanhados e combatidos para

tentar-se diminuir o risco para as fraturas Assim como o USO mostrou ser um meacutetodo

confiaacutevel para avaliar o risco para fraturas podendo ser implementado em maior escala do

que a atual Entatildeo acreditamos que novos estudos prospectivos com uma amostra mais

representativa devam ser realizados para se confirmar os fatores associados a fraturas por

fragilidade oacutessea na populaccedilatildeo brasileira para cada vez mais conhecermos o perfil da nossa

populaccedilatildeo e termos subsiacutedios para combater esse agravo

43

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48

10 Anexo 1 - Instrumento de coleta - EVOS (EUROPEAN VERTEBRAL

OSTEOPOROSIS STUDY)

Data _________

Nome________________________________________________________

Endereco_____________________________________________________

Fone _____________ Data de nascimento _________ RG

1- Dados antropomeacutetricos

Peso (Kg) Altura (m) IMC

2- Dados Ginecoloacutegicos

Idade da primeira menstruacao anos

Vocecirc jaacute usou piacutelula anticoncepcional por mais de 3 meses

sim natildeo natildeo sei

Vocecirc jaacute ficou algum periacuteodo em sua vida sem menstruar antes da menopausa (exceto se

gravidez) sim natildeo natildeo sei

Idade da ultima menstruaccedilatildeo anos

Numero de filhos

Vocecirc fez cirurgia para retirar o uacutetero sim com Idade ____ (anos)

natildeo natildeo sei

E para retirar os ovaacuterios (um ou os dois) sim idade ___ (anos)

natildeo natildeo sei

Vocecirc fez reposiccedilatildeo hormonal apos a menopausa sim natildeo natildeo sei

Se sim quando iniciado o periacuteodo foi superior a 1 ano sim natildeo natildeo sei

49

Vocecirc notou os seguintes sintomas na menopausa

calores sim natildeo natildeo sei

depressatildeo sim natildeo natildeo sei

insocircnia sim natildeo natildeo sei

outros sim natildeo natildeo sei

Vocecirc amamentou sim natildeo natildeo sei

Se sim quantas crianccedilas vocecirc amamentou por mais que 3 meses

3- Dados familiares

Em sua famiacutelia (pai matildee irmatildeos) existe historia de fratura de quadril apos os 50 anos de

idade sim natildeo natildeo sei

4- Histoacuteria de fratura

Vocecirc jaacute teve alguma fratura sim natildeo natildeo sei

Se sim em qual sitio esqueleacutetico com que idade e qual foi o tipo de trauma

Sitio Numero Idade (anos) Niacutevel do trauma

Vertebra

Fecircmur (colo trocanter)

Costela

Antebraccedilo

Uacutemero

Pe

Outras

Vocecirc sabe que tem osteoporose sim tenho natildeo natildeo tenho natildeo sei

5- Aacutelcool

Com que frequecircncia vocecirc bebeu no ultimo ano

Diariamente 5-6 dsem 3-4 dsem

50

1 -2 dsem lt 1 dsem nunca

Tipo de bebida destilados (uiacutesque cachaccedila vodka)

fermentados (cerveja vinho)

6- Imobilizaccedilatildeo

Vocecirc jaacute ficou acamado por um periacuteodo superior a 2 meses

sim natildeo natildeo sei

Se sim foi antes ou apos os 25 anos de idade

ano passado nunca

7- Fumo

Vocecirc fumou cigarro ou usou outras formas de fumo (cachimbo ou charuto)

atualmente no passado nunca

Com que idade iniciou anos

Se parou com que idade anos

Numero de cigarrosdia

8- Atividade Fiacutesica

Quantas tempo costuma passar diariamente ao ar livre caminhando ou andando de bicicleta

nenhuma a 1 h superior a 1 h

Qual a sua atividade fiacutesica durante diferentes periacuteodos de sua vida adulta

Ate os 25 anos 25 a 50 anos acima 50 anos

Niacutevel 1 (leve) 2 (moderada) 3 (pesada) 4

(muito pesada)

9- Impacto

Como vocecirc descreveria sua sauacutede geral neste momento

muito boa boa satisfatoacuteria regular ruim

10- Interrogatoacuterio sobre drogas

51

Vocecirc jaacute usou alguma medicaccedilatildeo oral ou injetaacutevel contendo corticosteroides por mais de 3

meses sim natildeo natildeo sei

Vocecirc jaacute usou alguma desses remeacutedios

Droga sim natildeo sei tempo

(meses)

parou ha quanto tempo

Hormocircnios

masculinos

Hormocircnios

femininos

Calcitonina

Fluacuteor

Caacutelcio

Vitamina D

Anabolizantes

Diureacuteticos

tiazidicos

11- Ingestatildeo de caacutelcio

Com que frequecircncia vocecirc comeu produtos derivados do leite na semana passada

(diassemana)

queijo amarelo queijo branco iogurte leite sorvete

Para os periacuteodos indicados abaixo com que frequecircncia vocecirc recebeu leite

ate 25 anos 25 a 50 anos Acima de 50 anos

Todas as refeiccedilotildees (3 ou + coposdia)

1-2 coposdia

52

Toda semana mas natildeo todo dia

lt 1 vezsemana

53

11 Anexo 2 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Projeto de Pesquisa Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade

oacutessea em mulheres na menopausa

Pesquisador responsaacutevel Dra Lizanka Paola F Marinheiro

Instituiccedilatildeo responsaacutevel Instituto Fernandes Figueira

Vocecirc estaacute sendo convidado a participar do projeto de pesquisa intitulado

Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea em mulheres na

menopausa por que vocecirc participou do estudo anterior realizado haacute 7 anos sobre a

osteoporose e suas consequumlecircncias

54

A osteoporose e uma doenccedila que se caracteriza pela diminuiccedilatildeo da resistecircncia do osso

tornando-o mais fraacutegil Essa fragilidade aumenta o risco da pessoa que tem osteoporose de ter

fraturas mesmo com atividades comuns como tossir ou espirrar

Com isso esse trabalho deseja avaliar a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea na

populaccedilatildeo de mulheres na poacutes menopausa residente da Ilha de Paquetaacute apoacutes 7 anos de

seguimento do uacuteltimo estudo transversal

Vocecirc natildeo eacute obrigada a participar Mas se quiser vocecirc teraacute que responder a um

questionaacuterio Para participar vocecirc natildeo teraacute que pagar nada O resultado seraacute fornecido apenas

a vocecirc ningueacutem mais saberaacute Suas duvidas seratildeo esclarecidas e vocecirc devera continuar

acompanhamento com seu meacutedico assistente Se vocecirc natildeo quiser participar natildeo seraacute

submetida a nenhum constrangimento fiacutesico ou moral e seu atendimento no posto de sauacutede

natildeo seraacute prejudicado A participante poderaacute se retirar do estudo a qualquer momento que

julgar necessaacuterio sem prejuiacutezo para a mesma O resultado de toda a pesquisa seraacute divulgada e

atraveacutes de artigos cientiacuteficos em revistas encontros congressos ou similares sem a

divulgaccedilatildeo dos nomes de quem participou de forma sigilosa

Sua participaccedilatildeo no estudo natildeo implicaraacute em custos adicionais O (A) Sr (a) natildeo teraacute

qualquer despesa com a realizaccedilatildeo dos procedimentos previstos neste estudo que seratildeo

custeados pelo pesquisador responsaacutevel Tambeacutem natildeo haveraacute nenhuma forma de pagamento

pela sua participaccedilatildeo

Caso surja alguma duacutevida quanto agrave eacutetica do estudo o (a) Sr(a) deveraacute se reportar ao

Comitecirc de Eacutetica em Pesquisas envolvendo seres humanos ndash subordinado ao Conselho

Nacional de Eacutetica em Pesquisa oacutergatildeo do Ministeacuterio da Sauacutede atraveacutes de solicitaccedilatildeo ao

representante de pesquisa que estaraacute sob contato permanente ou contactando o Comitecirc de

Eacutetica em Pesquisa desta instituiccedilatildeo no telefone (21) 3971-1590 Eacute assegurado o completo

55

sigilo de sua identidade quanto a sua participaccedilatildeo neste estudo incluindo a eventualidade da

apresentaccedilatildeo dos resultados deste estudo em congressos e perioacutedicos cientiacuteficos

Eu________________________________________________________________________

residente do endereccedilo__________________________ fui informada dos objetivos e da

justificativa deste trabalho de forma clara e detalhada pela Dra Adriana de Mattos V da

Costa Recebi informaccedilotildees especificas sobre cada procedimento no qual estarei envolvida

dos desconfortos e riscos previstos tanto quanto dos benefiacutecios esperados Todas as minhas

duvidas foram respondidas com clareza e sei que poderei solicitar novos esclarecimentos a

qualquer momento Aleacutem disso sei que novas informaccedilotildees obtidas durante o estudo me seratildeo

fornecidas e que terei liberdade de retirar meu consentimento de participaccedilatildeo face a estas

informaccedilotildees sem prejuiacutezo para mim Aleacutem disto me foi entregue uma coacutepia da folha de

informaccedilotildees para os participantes a qual li compreendi e me deu plena liberdade para decidir

acerca da minha espontacircnea participaccedilatildeo nesta pesquisa Minha identidade jamais seraacute

publicada Os dados colhidos poderatildeo ser examinados por pessoas envolvidas no estudo com

autorizaccedilatildeo delegada do investigador e por pessoas delegadas pelo patrocinador Estou

recebendo uma coacutepia assinada deste Termo

Os pesquisadores responsaacuteveis pelo Projeto satildeo a Dra Lizanka Paola F Marinheiro e

sua aluna a Dra Adriana de Mattos Viveiros da Costa

56

Participante

Nome _________________________________

Assinatura________________________________

Data_________________________________________

Investigador

Nome____________________________________

Assinatura________________________________

Data_______________________________________

Pesquisadora

Nome______________________________________

Assinatura___________________________________

Data__________________________________________

Dra Lizanka Paola F Marinheiro

lizankaglobocom

tel 25541700

Dra Adriana de Mattos Vda Costa

adrianamattosmedyahoocombr

tel 87273315

Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa

Rua Afonso Cavalcanti 455 sala 710 ndash Cidade Nova -

Telefone 3971-1463

25

eacute realizado a atenccedilatildeo baacutesica de sauacutede Foram realizados pelo menos 2 telefonemas com

intervalo de 1 semana entre eles Como ldquoperdasrdquo foram consideradas as pacientes natildeo

encontradas apoacutes os dois telefonemas (035 dos telefones estavam errados e 049 das

pacientes tinham telefone quebrado ou ocupado) pacientes que natildeo quiseram ou natildeo

puderam responder ao questionaacuterio (008) e pacientes falecidas (006)

As pacientes selecionadas foram submetidas a um questionaacuterio de avaliaccedilatildeo de fatores

relacionados agrave fragilidade oacutessea conhecido como European Vertebral Osteoporosis Study

(EVOS) jaacute validado previamente para o portuguecircs (OrsquoNeill et al 1996) e jaacute utilizados em

importantes estudos (Pinheiro et al 2006 Clark et al 2009) O questionaacuterio EVOS eacute

composto por dados soacutecio-demograacuteficos (idade estado civil escolaridade cor renda familiar

e nuacutemero de dependentes desta haacutebitos de vida) e histoacuteria reprodutiva pessoal sumaacuteria

(idade da menarca idade da menopausa tipo de menopausa) Os dados antropomeacutetricos

foram aferidos segundo criteacuterios adotados internacionalmente com medidas de peso e altura

observando intervalos de 01kg e 001m respectivamente

A definiccedilatildeo de fratura por fragilidade oacutessea foi a mesma utilizada por Pinheiro et al

(2010a) como aquela resultante de uma queda da proacutepria altura ou trauma menos intenso em

indiviacuteduos com 50 anos ou mais em siacutetios esqueleacuteticos especiacuteficos antebraccedilo fecircmur

costelas veacutertebras e uacutemero E a documentaccedilatildeo de fraturas foi realizada atraveacutes de relato da

paciente (fratura referida) As fraturas traumaacuteticas (apoacutes acidente automobiliacutestico ou outras

condiccedilotildees sob forte impacto) ou as de baixo impacto natildeo relacionadas agrave osteoporose (como

por exemplo as de face tornozelo metacarpo falanges) natildeo foram consideradas

O estudo obedeceu aos criteacuterios de eacutetica preconizados pela resoluccedilatildeo no 19696 do

Conselho Nacional de Sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede e foi aprovado previamente pelo Comitecirc

26

de Eacutetica em Pesquisa da FiocruzIFF e pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Prefeitura Todas

as mulheres assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido antes de qualquer

procedimento

55 Anaacutelise Estatiacutestica

Os dados foram registrados em planilha Excel e analisados pelo programa Statistical

Package for Social Sciences (SPSS) versatildeo 170 Para avaliar diferenccedilas entre os grupos as

variaacuteveis categoacutericas foram avaliadas pelo Qui-quadrado de Pearson ou o teste exato de

Fisher A relaccedilatildeo entre as variaacuteveis categoacutericas e ordinal e entre as variaacuteveis numeacutericas foi

avaliada pelo teste de Mann-Whitney que eacute um teste natildeo-parameacutetrico que equivale ao teste t

escolhido pelo tamanho da amostra A relaccedilatildeo entre as variaacuteveis numeacutericas foi avaliada pelo

coeficiente de Sperman que eacute uma estatiacutestica natildeo parameacutetrica utilizada para dados natildeo

normais eou amostra pequena Para todos os testes o niacutevel de significacircncia adotado foi de

5 A variaacutevel dependente foi a presenccedila de fratura (sim ou natildeo) e as variaacuteveis

independentes foram idade (em anos) resultado de USO (normal ou alterado) tempo de

menopausa (em anos) siacutetio de localizaccedilatildeo de fraturas IMC (abaixo do pesonormal

sobrepeso obeso) tabagismo (fumante ou natildeo fumante) atividade fiacutesica (leve

moderadapesada) frequecircncia diaacuteria de ingestatildeo de leite (em coposdia) e as variaacuteveis

binaacuterias como o histoacuterico familiar de fratura de quadril osteoporose uso de anticoncepcional

ausecircncia de menstruaccedilatildeo retirada de uacutetero ou ovaacuterios amamentaccedilatildeo paciente acamado e

etilismo O caacutelculo do risco relativo (RR) foi feito para avaliar a relaccedilatildeo entre o USO e a

presenccedila de fraturas Para isso foi considerado pacientes com USO normal aqueles com

resultados do T-score gt-11 e USO alterado aqueles com T-score lt-11 O niacutevel de atividade

fiacutesica foi classificado em atividade leve (trabalho burocraacutetico em escritoacuterio na maior parte

do tempo sentado) atividade moderada (trabalhos na maior parte do tempo em peacute como

27

vendedor e dona-de-casa) atividade pesada (enfermeira empregada domeacutestica) Oliveira et al

2010) Para caacutelculo aproximado da ingestatildeo alimentar diaacuteria de caacutelcio utilizou- se uma

adaptaccedilatildeo da Tabela Brasileira de Composiccedilatildeo de Alimentos 1 fatia queijo (90mg) 1 copo

de iogurte (1212mg) 1 copo leite (257mg) 1 bola se sorvete (135mg) E no final todos esses

alimentos foram convertidos em quantidade ingerida de copos de leite

28

6 Resultados Encontrados

61 Gerais

As caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas da populaccedilatildeo estudada estatildeo listadas na

tabela 1 A idade meacutedia das pacientes foi de 725 anos (DPplusmn 87) com a idade da menopausa

460 anos (DPplusmn 61) o tempo de menopausa 261 anos (DPplusmn 97) e o IMC de 264 (kgm2)

(DPplusmn 55) Essas caracteriacutesticas quando comparadas com o estudo anterior de 2003 (tabela

2) confirmam tratar-se da mesma populaccedilatildeo Apenas a idade e o tempo de menopausa

evidenciam ser a nossa populaccedilatildeo mais idosa Fator que se justifica pelo tempo ocorrido entre

os dois estudos

A incidecircncia de fratura por fragilidade oacutessea encontrada foi de 21 evidenciado no

graacutefico 1 Os principais siacutetios de fratura satildeo analisados na tabela 3 tendo como sitio principal

o antebraccedilo com 50 seguido pelo peacute com 192 e uacutemero 145 Jaacute na tabela 4 e no graacutefico

2 pode ser observado que a idade da populaccedilatildeo estudada variou entre 54 e 97 anos com meacutedia

de 72 anos com DP plusmn 90 No grupo de pacientes fraturadas 50 tinham entre 65 e 79 anos

sugerindo ser essa faixa etaacuteria mais susceptiacutevel as fraturas por fragilidade oacutessea

62 USO preacutevia X Fraturas

Foi verificado na tabela 5 a associaccedilatildeo entre o resultado da (USO) preacutevia e o desfecho

fraturas por fragilidade oacutessea De todas as pacientes que fizeram USO no estudo inicial 66

participaram deste estudo Das 50 pacientes que tiveram o USO alterado 22 tiveram

fraturas nesse periacuteodo E as pacientes com USO considerada normal 194 tiveram fraturas

por fragilidade oacutessea O RR= 113 (IC95 048 - 263) sugere que as mulheres que tiveram

29

USO alterado tem um risco de fraturar de 13 maior em relaccedilatildeo as pacientes com resultado

de USO considerado normal

63 Caracteriacutesticas cliacutenicas e comportamentais X Fratura

As pacientes foram analisadas quanto as variaacuteveis clinicas e comportamentais

Considerando a tabela 6 as pacientes que tiveram fraturas se mostraram com maior

sobrepeso ou obesas (722) com maior historia familiar de fratura de quadril (133) e

com maior diagnostico de osteoporose (471) do que as pacientes sem fraturas (p

valorgt005) Jaacute o uso de anticoncepcional ou o uso de reposiccedilatildeo hormonal natildeo se mostraram

ser relevantes para ocorrecircncia de fraturas nessa amostra E 235 das pacientes acamadas por

mais de dois meses sofreram alguma fratura com p valor lt005 Evidenciando associaccedilatildeo

entre a paciente ficar acamada por mais de dois meses e sofrer fratura por fragilidade oacutessea

Avaliando a tabela 7 foi notado que apenas 125 das pacientes que tiveram fratura eram

tabagistas e 167 eram etilistas natildeo se mostrando essas caracteriacutesticas como fatores de

risco A atividade fiacutesica moderadapesada ateacute 25 anos e acima de 50 anos apresentou

percentuais de 441 e 382 respectivamente Aleacutem disso entre 25 e 50 anos 444 das

pacientes com atividade fiacutesica moderadapesada tiveram fraturas e 441 das pacientes natildeo

tiveram fraturas para essa faixa etaacuteria (p valor gt005) Sendo assim natildeo houve associaccedilatildeo

entre a atividade fiacutesica e as fraturas Em relaccedilatildeo ao item ingestatildeo de leite apoacutes os 50 anos

456 das pacientes que natildeo tiveram fraturas ingeriam de 1 a 2 copos de leite por dia e

apenas 44 ingeriam mais de 3 copos de leite por dia No caso das pacientes que tiveram

fraturas apoacutes os 50 anos foi observado que 50 ingeriam de 1 a 2 copos de leite por dia e

167 ingeriam 3 copos ou mais de leite

30

64 Tempo de menopausa X Fratura

As pacientes foram avaliadas graacutefico 3 para verificar a associaccedilatildeo entre o tempo de

menopausa e o desfecho das fraturas A mediana do tempo de menopausa encontrado em

ambos os grupos foi de 262 com DP de plusmn98 Metade das pacientes que tiveram fraturas tem

entre 193 e 293 anos de menopausa com DP de plusmn72 A correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade

tempo de menopausa e IMC foi observado na tabela 8 onde evidenciada uma associaccedilatildeo

positiva entre a idade e o tempo de menopausa nos grupos de pacientes com e sem fraturas

Assim como foi verificado uma associaccedilatildeo negativa de quanto maior a idade e o tempo de

menopausa menor o IMC

31

Graacutefico 1

Graacutefico 2

32

Graacutefico 3

33

Tabela 1- Caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas das

mulheres poacutes menopausa (n=86)

Caracteriacutesticas Meacutedia plusmn desvio padratildeo

Idade (anos) 7255 plusmn 897

Idade da

menarca (anos) 1324 plusmn 184

Idade da

menopausa

(anos)

4608 plusmn 614

Tempo de

menopausa

(anos)

2618 plusmn976

Peso (kg)sect 6342 plusmn 1055

Altura (m)deg 155 plusmn 008

IMC (kgm2) 2643 plusmn 557

n=85 sectn=83 ordmn=82 n=81 n=80

Tabela 2-Caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas das

mulheres poacutes menopausa em 2003

Caracteriacutesticas Meacutedia plusmn desvio padratildeo

Idade (anos) 6463plusmn1270

Idade da

menarca (anos)

1304 plusmn 193

Idade da

menopausa

(anos)

4755 plusmn 601

Tempo de

menopausa

(anos)

1700 plusmn 1076

Peso (kg)sect 6533 plusmn 1270

Altura (m)deg 155 plusmn 006

IMC (kgm2) 2696 plusmn 477

34

Tabela 3 ndash Incidecircncia de fraturas em mulheres poacutes menopausa segundo a

localizaccedilatildeo de fratura 2003-2011

Tipo da fratura

n

Veacutertebra 1 38

Fecircmur 1 38

Costela 2 77

Antebraccedilo 13 500

Uacutemero 4 145

Peacute 5 192

Total 26 1000

Nota Algumas pacientes tiveram mais de uma fratura no periacuteodo

Tabela 4- Relaccedilatildeo entre idade e fratura nas mulheres na poacutes menopausa

Total

Fratura

Idade (anos) Natildeo Sim

N () n () n ()

54 a 64 anos 18 209 14 206 4 222

65 a 79 anos 48 558 39 574 9 500

80 a 97 anos 20 233 15 221 5 278

Total 86 1000 68 1000 18 1000

Meacutedia (DP) 725 (90) 713 (77) 729 (93)

Nota P-valor pelo teste de Mann-Whitney=0813

35

Tabela 5 - Incidecircncia de fratura em mulheres poacutes-menopausa segundo

resultado da USO 2003-2011

Resultado da

USO

Total

Fratura p-valor

Sim Natildeo

n n

()

IC95 n

()

Normal 36 7 194

89 -

3472

29 806

0496

Alterado 50 11 220

121 -

350

39 780

Total 86 18 209

133 -

305

68 791

Nota Risco relativo = 113 (IC95 048 - 263)

36

Tabela 6 ndash Caracteriacutesticas cliacutenicas de mulheres poacutes-menopausa segundo

fratura (n=86)

Fratura

Natildeo (n=68) Sim (n=18) Total

n ( ) n ( )

IMC

Abaixo do pesoNormal 24 (353) 5 (278) 28 0792

Sobrepeso 27 (397) 9 (500) 36

Obeso 17 (250) 4 (222) 21

Histoacuterico familiar de fratura de quadril

Natildeo 66 (985) 13 (867) 79 0085

Sim 1 (15) 2 (133) 3

Osteoporose

Natildeo 44 (800) 9 (529) 53 0055

Sim 11 (200) 8 (471) 19

Uso de anticoncepcional

Natildeo 32 (485) 10 (556) 42 0791

Sim 34 (515) 8 (444) 42

Ausecircncia de mentruaccedilatildeo

Natildeo 60 (909) 16 (941) 76 1000

Sim 6 (91) 1 (59) 7

Retirou o uacutetero

Natildeo 46 (687) 9 (500) 55 0170

Sim 21 (313) 9 (500) 30

Retirou os ovaacuterios

Natildeo 53 (815) 11 (647) 64 0187

Sim 12 (185) 6 (353) 18

Reposiccedilatildeo hormonal

Natildeo 51 (761) 13 (722) 64 0763

Sim 16 (239) 5 (278) 21

Amamentou

Natildeo 14 (206) 4 (222) 18 1000

Sim 54 (794) 14 (778) 68

Acamado por mais de dois meses

Natildeo 63 (940) 13 (765) 76 0049

Sim 4 (60) 4 (235) 8

Caracteriacutesticas clinicas

p-valor do

teste exato

de Fisher

37

Tabela 7 - Caracteriacutesticas comportamentais de mulheres poacutes-menopausa segundo

fratura (n=86)

Fratura

Natildeo (n=68) Sim (n=18) Total

n ( ) n ( )

Tabagismo

Natildeo fumante 47 (758) 14 (875) 61 0499

FumanteEx-fumante 15 (242) 2 (125) 17

Etilismo no uacuteltimo ano

Natildeo 48 (706) 15 (833) 63 0376

Sim 20 (294) 3 (167) 23

Atividade fiacutesica ateacute os 25 anos

Leve 38 (559) 11 (611) 49 0792

ModeradaPesada 30 (441) 7 (389) 37

Atividade fiacutesica entre os 25 e 50 anos

Leve 38 (559) 10 (556) 48 1000

ModeradaPesada 30 (441) 8 (444) 38

Atividade fiacutesica acima dos 50 anos

Leve 42 (618) 12 (667) 54 0789

ModeradaPesada 26 (382) 6 (333) 32

Frequecircncia diaacuteria de leite ateacute 25 anos

Nenhummenos 1 copodia 34 (500) 8 (444) 42 0910

1 a 2 coposdia 31 (456) 9 (500) 40

3 coposdia ou mais 3 (44) 1 (56) 4

Frequecircncia diaacuteria de leite apoacutes 50 anos

Nenhummenos 1 copodia 34 (500) 6 (333) 40 0103

1 a 2 coposdia 31 (456) 9 (500) 40

3 coposdia ou mais 3 (44) 3 (167) 6

Caracteriacutesticas

comportamentais

p-valor do

teste exato

de Fisher

Tabela 8- Coeficientes de correlaccedilatildeo de Spearman (rs) entre idade IMC e tempo de

menopausa em mulheres poacutes-menopausa

Variaacuteveis

IMC IdadeTempo de

menopausa

r s 1 -0144 -0151

p-valor 0569 0550

r s -0227 1 0736

p-valor 0074 lt0001

r s -0295 0761 1

p-valor 0020 lt0001

Variaacuteveis

IMC

Idade

Tempo de menopausa

Nota o triacircngulo superior direito (parte hachurada) se refere agraves correlaccedilotildees para as mulheres com

fratura e o inferior esquerdo (parte natildeo hachurada) agraves mulheres sem fratura

38

7 Discussatildeo

No Brasil os principais fatores cliacutenicos de risco para fraturas por fragilidade oacutessea

eram extrapolados a partir de estudos internacionais O estudo vem acrescentar informaccedilotildees

para se conhecer os fatores relacionados agrave essas fraturas Nossos resultados revelam que a

idade avanccedilada a historia familiar de fratura de quadril o diagnoacutestico de osteoporose e

tambeacutem o paciente ficar acamado por mais de 2 meses foram considerados fatores de risco

para fraturas por fragilidade oacutessea

Esse estudo mostrou concordacircncia com a Johnell amp Kanis (2006) onde o principal

siacutetio mundial de fratura por fragilidade oacutessea nas mulheres apoacutes a menopausa foi o antebraccedilo

Segundo o estudo Latin American Vertebral Osteoporosis Study (LAVOS) (Clark et al

2009) a fratura vertebral eacute a mais prevalente da ameacuterica latina com uma prevalecircncia de

142 diferente do nosso estudo onde a coluna vertebral e o colo do fecircmur aparecem

juntos em uacuteltimo lugar na lista de incidecircncia dos siacutetios de fratura Isso pode ser atribuiacutedo

devido a diferenccedila nos criteacuterios de definiccedilatildeo de fraturas pois no LAVOS optou-se pela

medida radiograacutefica do local de fraturas enquanto no nosso estudo as fraturas foram referidas

pelas pacientes

Os consensos sobre osteoporose tecircm propostos algoritmos para identificar indiviacuteduos

de alto risco para fraturas (Kanis et al 2008 WHO 1999) Para tanto a associaccedilatildeo de fatores

de risco para fraturas com a medida da USO eacute de suma importacircncia embora sejam poucas as

pacientes que tecircm oportunidade de realizar esse exame (Oliveira et al 2007) Assim o

presente trabalho mostrou um risco para fraturas por fragilidade oacutessea 13 maior nas

pacientes com resultado de USO alterada em relaccedilatildeo as pacientes que tiveram resultados de

39

USO normais vindo de encontro aos resultados encontrados por Oliveira et al (2007)

Corroborando o USO como um meacutetodo confiaacutevel para a prediccedilatildeo de fraturas

E semelhante a Pinheiro et al (2010a) o presente estudo revelou que os principais

fatores de risco para fraturas por fragilidade oacutessea satildeo a idade avanccedilada a historia familiar de

fratura de quadril e a presenccedila de osteoporose Isso pode ser atribuiacutedo ao fato de que no

estudo de Pinheiro et al (2010a) assim como no nosso estudo a populaccedilatildeo ser

predominantemente de mulheres acima dos 65 anos e viverem em aacuterea urbana tendo haacutebitos

de vida parecidos

O achado em nosso estudo que apresentou significacircncia estatiacutestica refere-se ao fator

de risco ldquopaciente acamado por mais de dois mesesrdquo como disposto na literatura (Pinheiro et

al 2010b Demir et al 2008) O que acontece eacute que com o paciente acamado por tempo

prolongado um maior remodelamento oacutesseo eacute observado Os osteoclastos responsaacuteveis pela

absorccedilatildeo oacutessea sobrepotildee os osteoblastos predispondo as fraturas por fragilidade oacutessea

(Fyhrie amp Schaffler 1994) Assim observou-se no estudo que 235 das pacientes

acamadas por mais de dois meses sofreram alguma fratura por fragilidade oacutessea com p valor

lt005 Isso reafirma a associaccedilatildeo entre a paciente ficar acamada por mais de dois meses e

sofrer fratura por fragilidade oacutessea Por outro lado o exerciacutecio fiacutesico que estaacute sabidamente

relacionado ao aumento da resistecircncia muscular do equiliacutebrio e da flexibilidade contribuindo

para a reduccedilatildeo da perda oacutessea e melhora da sauacutede em geral (Chan 2003) natildeo se mostrou

como fator de proteccedilatildeo neste estudo Provavelmente devido ao baixo percentual encontrado

de pacientes que praticavam atividade fiacutesica moderada ou pesada

O elevado IMC e a terapia de reposiccedilatildeo hormonal natildeo desempenharam papel protetor

na nossa populaccedilatildeo como seria o esperado por estudos anteriores (Pinheiro et al 2010c

40

Buttros et al 2011) Ao contrario o sobrepeso e obesidade foram considerados fatores de

risco Isso pode ser atribuiacutedo ao IMC meacutedio dessa populaccedilatildeo ser 264 (kgm2) (DPplusmn 55)

limiacutetrofe para sobrepeso Embora esse dado demonstre contrariedade com a literatura que

estabelece relaccedilatildeo inversa entre obesidade e fraturas por fragilidade oacutessea em nosso estudo

ter maior peso e IMC natildeo seriam fatores de risco para fraturas e sim caracteriacutesticas das

mulheres mais idosas em um contexto social de baixa escolaridade e renda Esse fato eacute

confirmado pelos resultados da Pesquisa Nacional sobre Sauacutede e Nutriccedilatildeo ( Batista F et al

2003) que demonstraram caraacuteter ascendente da obesidade nos estratos de mulheres com baixa

renda residentes na regiatildeo Sudeste

Aleacutem disso haacutebitos de vida como tabagismo e etilismo sabidamente relacionados agrave

maior risco para fraturas por fragilidade oacutessea (Pinheiro et al 2010) tambeacutem natildeo se

mostraram estar associados nesse estudo

A necessidade de caacutelcio do ser humano varia ao longo da vida e uma ingestatildeo

adequada para mulheres acima de 50 anos eacute de 1200 mg pois com a idade o corpo

naturalmente perde um pouco da capacidade de absorccedilatildeo de minerais (Nuacutecleo de Estudos e

Pesquisas em Alimentaccedilatildeo 2006) O fato de apenas 44 das mulheres que natildeo tiveram

fraturas e 167 das mulheres que tiveram fraturas ter referido consumo superior a

900mgdia (3 ou mais copos) foi fator de surpresa principalmente levando-se em conta o PIB

per capita da cidade superior ao da maioria dos municiacutepios brasileiros (IPEA 2000)

Assim como em estudos preacutevios (Pinheiro et al 2010c NHI 2001 Demir et al

2008) nossos dados tambeacutem demonstraram o hipoestrogenismo como importante fator de

risco para fraturas por fragilidade oacutessea jaacute que as pacientes com fratura tecircm entre 19 e 29

anos de menopausa Em recente estudo Demir et al (2008) estudaram 2769 mulheres na

41

poacutes-menopausa correlacionando a ocorrecircncia de osteoporose com o tempo de menopausa

Demonstraram que 106 das pacientes com ateacute trecircs anos de poacutes-menopausa tinham

osteoporose contra 329 das pacientes com sete anos ou mais Acredita-se que a deficiecircncia

estrogecircnica seja responsaacutevel por dois terccedilos da perda de massa oacutessea levando

consequentemente agraves fraturas por fragilidade oacutessea assim como observado (Position

statement of the North American Menopause Society 2010)

Os dados deste estudo podem ser limitados pois apesar de tratar-se de uma coorte as

participantes reportaram dados referentes a estilo de vida dieta antecedentes familiares e

pessoais o que pode ter ocasionado algum vieacutes recordatoacuterio Outra limitaccedilatildeo eacute que como

avaliado por Oliveira et al (2007) esta populaccedilatildeo apresenta a maior parte das mulheres com

baixo niacutevel socioeconocircmico e escolaridade sem acesso agrave adequada educaccedilatildeo nutricional e agrave

atividade fiacutesica orientada Por outro lado resultados encontrados sem significacircncia estatiacutestica

podem ter sido ocasionados pelo tamanho amostral reduzido devido a dificuldade de

rastreamento da populaccedilatildeo uma vez que a unidade de sauacutede natildeo atualizou o endereccedilo e

telefone das mulheres eleitas para o estudo Talvez se tivesse sido realizado contato anual

com essas mulheres natildeo teriacuteamos perdido o seguimento delas

42

8 Conclusatildeo

Devido agrave sua alta prevalecircncia e associaccedilatildeo com mortalidade e incapacidade a fratura

devido agrave fragilidade oacutessea deve ser considerada um problema de sauacutede puacuteblica no Brasil

Apesar das limitaccedilotildees o presente estudo foi realizado de forma prospectiva em mulheres

brasileiras na poacutes-menopausa devendo os seus resultados serem levados em consideraccedilatildeo

para a formulaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas de sauacutede para a prevenccedilatildeo e estrateacutegias de tratamento

para as fraturas Os fatores de risco encontrados como a idade avanccedilada a histoacuteria familiar

de fratura de quadril e a presenccedila de osteoporose devem ser acompanhados e combatidos para

tentar-se diminuir o risco para as fraturas Assim como o USO mostrou ser um meacutetodo

confiaacutevel para avaliar o risco para fraturas podendo ser implementado em maior escala do

que a atual Entatildeo acreditamos que novos estudos prospectivos com uma amostra mais

representativa devam ser realizados para se confirmar os fatores associados a fraturas por

fragilidade oacutessea na populaccedilatildeo brasileira para cada vez mais conhecermos o perfil da nossa

populaccedilatildeo e termos subsiacutedios para combater esse agravo

43

9 Referecircncias Bibliograacuteficas

1- Batista F M Rissin A A transiccedilatildeo nutricional no Brasil tendecircncias regionais

e temporais Cad Sauacutede Puacuteblica 2003 19 Suppl 1S181-91

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3- Buttros DAB Nahas-Neto J Nahas EAP Cangussu LM Barral ABCR

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4- Castro CHM Pinheiro MM Szejnfeld VL Proacutes e contra da ultra-

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5- Castro Marise Lazaretti et al Correlaccedilatildeo entre ultrassonometria quantitativa

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48

10 Anexo 1 - Instrumento de coleta - EVOS (EUROPEAN VERTEBRAL

OSTEOPOROSIS STUDY)

Data _________

Nome________________________________________________________

Endereco_____________________________________________________

Fone _____________ Data de nascimento _________ RG

1- Dados antropomeacutetricos

Peso (Kg) Altura (m) IMC

2- Dados Ginecoloacutegicos

Idade da primeira menstruacao anos

Vocecirc jaacute usou piacutelula anticoncepcional por mais de 3 meses

sim natildeo natildeo sei

Vocecirc jaacute ficou algum periacuteodo em sua vida sem menstruar antes da menopausa (exceto se

gravidez) sim natildeo natildeo sei

Idade da ultima menstruaccedilatildeo anos

Numero de filhos

Vocecirc fez cirurgia para retirar o uacutetero sim com Idade ____ (anos)

natildeo natildeo sei

E para retirar os ovaacuterios (um ou os dois) sim idade ___ (anos)

natildeo natildeo sei

Vocecirc fez reposiccedilatildeo hormonal apos a menopausa sim natildeo natildeo sei

Se sim quando iniciado o periacuteodo foi superior a 1 ano sim natildeo natildeo sei

49

Vocecirc notou os seguintes sintomas na menopausa

calores sim natildeo natildeo sei

depressatildeo sim natildeo natildeo sei

insocircnia sim natildeo natildeo sei

outros sim natildeo natildeo sei

Vocecirc amamentou sim natildeo natildeo sei

Se sim quantas crianccedilas vocecirc amamentou por mais que 3 meses

3- Dados familiares

Em sua famiacutelia (pai matildee irmatildeos) existe historia de fratura de quadril apos os 50 anos de

idade sim natildeo natildeo sei

4- Histoacuteria de fratura

Vocecirc jaacute teve alguma fratura sim natildeo natildeo sei

Se sim em qual sitio esqueleacutetico com que idade e qual foi o tipo de trauma

Sitio Numero Idade (anos) Niacutevel do trauma

Vertebra

Fecircmur (colo trocanter)

Costela

Antebraccedilo

Uacutemero

Pe

Outras

Vocecirc sabe que tem osteoporose sim tenho natildeo natildeo tenho natildeo sei

5- Aacutelcool

Com que frequecircncia vocecirc bebeu no ultimo ano

Diariamente 5-6 dsem 3-4 dsem

50

1 -2 dsem lt 1 dsem nunca

Tipo de bebida destilados (uiacutesque cachaccedila vodka)

fermentados (cerveja vinho)

6- Imobilizaccedilatildeo

Vocecirc jaacute ficou acamado por um periacuteodo superior a 2 meses

sim natildeo natildeo sei

Se sim foi antes ou apos os 25 anos de idade

ano passado nunca

7- Fumo

Vocecirc fumou cigarro ou usou outras formas de fumo (cachimbo ou charuto)

atualmente no passado nunca

Com que idade iniciou anos

Se parou com que idade anos

Numero de cigarrosdia

8- Atividade Fiacutesica

Quantas tempo costuma passar diariamente ao ar livre caminhando ou andando de bicicleta

nenhuma a 1 h superior a 1 h

Qual a sua atividade fiacutesica durante diferentes periacuteodos de sua vida adulta

Ate os 25 anos 25 a 50 anos acima 50 anos

Niacutevel 1 (leve) 2 (moderada) 3 (pesada) 4

(muito pesada)

9- Impacto

Como vocecirc descreveria sua sauacutede geral neste momento

muito boa boa satisfatoacuteria regular ruim

10- Interrogatoacuterio sobre drogas

51

Vocecirc jaacute usou alguma medicaccedilatildeo oral ou injetaacutevel contendo corticosteroides por mais de 3

meses sim natildeo natildeo sei

Vocecirc jaacute usou alguma desses remeacutedios

Droga sim natildeo sei tempo

(meses)

parou ha quanto tempo

Hormocircnios

masculinos

Hormocircnios

femininos

Calcitonina

Fluacuteor

Caacutelcio

Vitamina D

Anabolizantes

Diureacuteticos

tiazidicos

11- Ingestatildeo de caacutelcio

Com que frequecircncia vocecirc comeu produtos derivados do leite na semana passada

(diassemana)

queijo amarelo queijo branco iogurte leite sorvete

Para os periacuteodos indicados abaixo com que frequecircncia vocecirc recebeu leite

ate 25 anos 25 a 50 anos Acima de 50 anos

Todas as refeiccedilotildees (3 ou + coposdia)

1-2 coposdia

52

Toda semana mas natildeo todo dia

lt 1 vezsemana

53

11 Anexo 2 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Projeto de Pesquisa Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade

oacutessea em mulheres na menopausa

Pesquisador responsaacutevel Dra Lizanka Paola F Marinheiro

Instituiccedilatildeo responsaacutevel Instituto Fernandes Figueira

Vocecirc estaacute sendo convidado a participar do projeto de pesquisa intitulado

Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea em mulheres na

menopausa por que vocecirc participou do estudo anterior realizado haacute 7 anos sobre a

osteoporose e suas consequumlecircncias

54

A osteoporose e uma doenccedila que se caracteriza pela diminuiccedilatildeo da resistecircncia do osso

tornando-o mais fraacutegil Essa fragilidade aumenta o risco da pessoa que tem osteoporose de ter

fraturas mesmo com atividades comuns como tossir ou espirrar

Com isso esse trabalho deseja avaliar a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea na

populaccedilatildeo de mulheres na poacutes menopausa residente da Ilha de Paquetaacute apoacutes 7 anos de

seguimento do uacuteltimo estudo transversal

Vocecirc natildeo eacute obrigada a participar Mas se quiser vocecirc teraacute que responder a um

questionaacuterio Para participar vocecirc natildeo teraacute que pagar nada O resultado seraacute fornecido apenas

a vocecirc ningueacutem mais saberaacute Suas duvidas seratildeo esclarecidas e vocecirc devera continuar

acompanhamento com seu meacutedico assistente Se vocecirc natildeo quiser participar natildeo seraacute

submetida a nenhum constrangimento fiacutesico ou moral e seu atendimento no posto de sauacutede

natildeo seraacute prejudicado A participante poderaacute se retirar do estudo a qualquer momento que

julgar necessaacuterio sem prejuiacutezo para a mesma O resultado de toda a pesquisa seraacute divulgada e

atraveacutes de artigos cientiacuteficos em revistas encontros congressos ou similares sem a

divulgaccedilatildeo dos nomes de quem participou de forma sigilosa

Sua participaccedilatildeo no estudo natildeo implicaraacute em custos adicionais O (A) Sr (a) natildeo teraacute

qualquer despesa com a realizaccedilatildeo dos procedimentos previstos neste estudo que seratildeo

custeados pelo pesquisador responsaacutevel Tambeacutem natildeo haveraacute nenhuma forma de pagamento

pela sua participaccedilatildeo

Caso surja alguma duacutevida quanto agrave eacutetica do estudo o (a) Sr(a) deveraacute se reportar ao

Comitecirc de Eacutetica em Pesquisas envolvendo seres humanos ndash subordinado ao Conselho

Nacional de Eacutetica em Pesquisa oacutergatildeo do Ministeacuterio da Sauacutede atraveacutes de solicitaccedilatildeo ao

representante de pesquisa que estaraacute sob contato permanente ou contactando o Comitecirc de

Eacutetica em Pesquisa desta instituiccedilatildeo no telefone (21) 3971-1590 Eacute assegurado o completo

55

sigilo de sua identidade quanto a sua participaccedilatildeo neste estudo incluindo a eventualidade da

apresentaccedilatildeo dos resultados deste estudo em congressos e perioacutedicos cientiacuteficos

Eu________________________________________________________________________

residente do endereccedilo__________________________ fui informada dos objetivos e da

justificativa deste trabalho de forma clara e detalhada pela Dra Adriana de Mattos V da

Costa Recebi informaccedilotildees especificas sobre cada procedimento no qual estarei envolvida

dos desconfortos e riscos previstos tanto quanto dos benefiacutecios esperados Todas as minhas

duvidas foram respondidas com clareza e sei que poderei solicitar novos esclarecimentos a

qualquer momento Aleacutem disso sei que novas informaccedilotildees obtidas durante o estudo me seratildeo

fornecidas e que terei liberdade de retirar meu consentimento de participaccedilatildeo face a estas

informaccedilotildees sem prejuiacutezo para mim Aleacutem disto me foi entregue uma coacutepia da folha de

informaccedilotildees para os participantes a qual li compreendi e me deu plena liberdade para decidir

acerca da minha espontacircnea participaccedilatildeo nesta pesquisa Minha identidade jamais seraacute

publicada Os dados colhidos poderatildeo ser examinados por pessoas envolvidas no estudo com

autorizaccedilatildeo delegada do investigador e por pessoas delegadas pelo patrocinador Estou

recebendo uma coacutepia assinada deste Termo

Os pesquisadores responsaacuteveis pelo Projeto satildeo a Dra Lizanka Paola F Marinheiro e

sua aluna a Dra Adriana de Mattos Viveiros da Costa

56

Participante

Nome _________________________________

Assinatura________________________________

Data_________________________________________

Investigador

Nome____________________________________

Assinatura________________________________

Data_______________________________________

Pesquisadora

Nome______________________________________

Assinatura___________________________________

Data__________________________________________

Dra Lizanka Paola F Marinheiro

lizankaglobocom

tel 25541700

Dra Adriana de Mattos Vda Costa

adrianamattosmedyahoocombr

tel 87273315

Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa

Rua Afonso Cavalcanti 455 sala 710 ndash Cidade Nova -

Telefone 3971-1463

26

de Eacutetica em Pesquisa da FiocruzIFF e pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Prefeitura Todas

as mulheres assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido antes de qualquer

procedimento

55 Anaacutelise Estatiacutestica

Os dados foram registrados em planilha Excel e analisados pelo programa Statistical

Package for Social Sciences (SPSS) versatildeo 170 Para avaliar diferenccedilas entre os grupos as

variaacuteveis categoacutericas foram avaliadas pelo Qui-quadrado de Pearson ou o teste exato de

Fisher A relaccedilatildeo entre as variaacuteveis categoacutericas e ordinal e entre as variaacuteveis numeacutericas foi

avaliada pelo teste de Mann-Whitney que eacute um teste natildeo-parameacutetrico que equivale ao teste t

escolhido pelo tamanho da amostra A relaccedilatildeo entre as variaacuteveis numeacutericas foi avaliada pelo

coeficiente de Sperman que eacute uma estatiacutestica natildeo parameacutetrica utilizada para dados natildeo

normais eou amostra pequena Para todos os testes o niacutevel de significacircncia adotado foi de

5 A variaacutevel dependente foi a presenccedila de fratura (sim ou natildeo) e as variaacuteveis

independentes foram idade (em anos) resultado de USO (normal ou alterado) tempo de

menopausa (em anos) siacutetio de localizaccedilatildeo de fraturas IMC (abaixo do pesonormal

sobrepeso obeso) tabagismo (fumante ou natildeo fumante) atividade fiacutesica (leve

moderadapesada) frequecircncia diaacuteria de ingestatildeo de leite (em coposdia) e as variaacuteveis

binaacuterias como o histoacuterico familiar de fratura de quadril osteoporose uso de anticoncepcional

ausecircncia de menstruaccedilatildeo retirada de uacutetero ou ovaacuterios amamentaccedilatildeo paciente acamado e

etilismo O caacutelculo do risco relativo (RR) foi feito para avaliar a relaccedilatildeo entre o USO e a

presenccedila de fraturas Para isso foi considerado pacientes com USO normal aqueles com

resultados do T-score gt-11 e USO alterado aqueles com T-score lt-11 O niacutevel de atividade

fiacutesica foi classificado em atividade leve (trabalho burocraacutetico em escritoacuterio na maior parte

do tempo sentado) atividade moderada (trabalhos na maior parte do tempo em peacute como

27

vendedor e dona-de-casa) atividade pesada (enfermeira empregada domeacutestica) Oliveira et al

2010) Para caacutelculo aproximado da ingestatildeo alimentar diaacuteria de caacutelcio utilizou- se uma

adaptaccedilatildeo da Tabela Brasileira de Composiccedilatildeo de Alimentos 1 fatia queijo (90mg) 1 copo

de iogurte (1212mg) 1 copo leite (257mg) 1 bola se sorvete (135mg) E no final todos esses

alimentos foram convertidos em quantidade ingerida de copos de leite

28

6 Resultados Encontrados

61 Gerais

As caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas da populaccedilatildeo estudada estatildeo listadas na

tabela 1 A idade meacutedia das pacientes foi de 725 anos (DPplusmn 87) com a idade da menopausa

460 anos (DPplusmn 61) o tempo de menopausa 261 anos (DPplusmn 97) e o IMC de 264 (kgm2)

(DPplusmn 55) Essas caracteriacutesticas quando comparadas com o estudo anterior de 2003 (tabela

2) confirmam tratar-se da mesma populaccedilatildeo Apenas a idade e o tempo de menopausa

evidenciam ser a nossa populaccedilatildeo mais idosa Fator que se justifica pelo tempo ocorrido entre

os dois estudos

A incidecircncia de fratura por fragilidade oacutessea encontrada foi de 21 evidenciado no

graacutefico 1 Os principais siacutetios de fratura satildeo analisados na tabela 3 tendo como sitio principal

o antebraccedilo com 50 seguido pelo peacute com 192 e uacutemero 145 Jaacute na tabela 4 e no graacutefico

2 pode ser observado que a idade da populaccedilatildeo estudada variou entre 54 e 97 anos com meacutedia

de 72 anos com DP plusmn 90 No grupo de pacientes fraturadas 50 tinham entre 65 e 79 anos

sugerindo ser essa faixa etaacuteria mais susceptiacutevel as fraturas por fragilidade oacutessea

62 USO preacutevia X Fraturas

Foi verificado na tabela 5 a associaccedilatildeo entre o resultado da (USO) preacutevia e o desfecho

fraturas por fragilidade oacutessea De todas as pacientes que fizeram USO no estudo inicial 66

participaram deste estudo Das 50 pacientes que tiveram o USO alterado 22 tiveram

fraturas nesse periacuteodo E as pacientes com USO considerada normal 194 tiveram fraturas

por fragilidade oacutessea O RR= 113 (IC95 048 - 263) sugere que as mulheres que tiveram

29

USO alterado tem um risco de fraturar de 13 maior em relaccedilatildeo as pacientes com resultado

de USO considerado normal

63 Caracteriacutesticas cliacutenicas e comportamentais X Fratura

As pacientes foram analisadas quanto as variaacuteveis clinicas e comportamentais

Considerando a tabela 6 as pacientes que tiveram fraturas se mostraram com maior

sobrepeso ou obesas (722) com maior historia familiar de fratura de quadril (133) e

com maior diagnostico de osteoporose (471) do que as pacientes sem fraturas (p

valorgt005) Jaacute o uso de anticoncepcional ou o uso de reposiccedilatildeo hormonal natildeo se mostraram

ser relevantes para ocorrecircncia de fraturas nessa amostra E 235 das pacientes acamadas por

mais de dois meses sofreram alguma fratura com p valor lt005 Evidenciando associaccedilatildeo

entre a paciente ficar acamada por mais de dois meses e sofrer fratura por fragilidade oacutessea

Avaliando a tabela 7 foi notado que apenas 125 das pacientes que tiveram fratura eram

tabagistas e 167 eram etilistas natildeo se mostrando essas caracteriacutesticas como fatores de

risco A atividade fiacutesica moderadapesada ateacute 25 anos e acima de 50 anos apresentou

percentuais de 441 e 382 respectivamente Aleacutem disso entre 25 e 50 anos 444 das

pacientes com atividade fiacutesica moderadapesada tiveram fraturas e 441 das pacientes natildeo

tiveram fraturas para essa faixa etaacuteria (p valor gt005) Sendo assim natildeo houve associaccedilatildeo

entre a atividade fiacutesica e as fraturas Em relaccedilatildeo ao item ingestatildeo de leite apoacutes os 50 anos

456 das pacientes que natildeo tiveram fraturas ingeriam de 1 a 2 copos de leite por dia e

apenas 44 ingeriam mais de 3 copos de leite por dia No caso das pacientes que tiveram

fraturas apoacutes os 50 anos foi observado que 50 ingeriam de 1 a 2 copos de leite por dia e

167 ingeriam 3 copos ou mais de leite

30

64 Tempo de menopausa X Fratura

As pacientes foram avaliadas graacutefico 3 para verificar a associaccedilatildeo entre o tempo de

menopausa e o desfecho das fraturas A mediana do tempo de menopausa encontrado em

ambos os grupos foi de 262 com DP de plusmn98 Metade das pacientes que tiveram fraturas tem

entre 193 e 293 anos de menopausa com DP de plusmn72 A correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade

tempo de menopausa e IMC foi observado na tabela 8 onde evidenciada uma associaccedilatildeo

positiva entre a idade e o tempo de menopausa nos grupos de pacientes com e sem fraturas

Assim como foi verificado uma associaccedilatildeo negativa de quanto maior a idade e o tempo de

menopausa menor o IMC

31

Graacutefico 1

Graacutefico 2

32

Graacutefico 3

33

Tabela 1- Caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas das

mulheres poacutes menopausa (n=86)

Caracteriacutesticas Meacutedia plusmn desvio padratildeo

Idade (anos) 7255 plusmn 897

Idade da

menarca (anos) 1324 plusmn 184

Idade da

menopausa

(anos)

4608 plusmn 614

Tempo de

menopausa

(anos)

2618 plusmn976

Peso (kg)sect 6342 plusmn 1055

Altura (m)deg 155 plusmn 008

IMC (kgm2) 2643 plusmn 557

n=85 sectn=83 ordmn=82 n=81 n=80

Tabela 2-Caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas das

mulheres poacutes menopausa em 2003

Caracteriacutesticas Meacutedia plusmn desvio padratildeo

Idade (anos) 6463plusmn1270

Idade da

menarca (anos)

1304 plusmn 193

Idade da

menopausa

(anos)

4755 plusmn 601

Tempo de

menopausa

(anos)

1700 plusmn 1076

Peso (kg)sect 6533 plusmn 1270

Altura (m)deg 155 plusmn 006

IMC (kgm2) 2696 plusmn 477

34

Tabela 3 ndash Incidecircncia de fraturas em mulheres poacutes menopausa segundo a

localizaccedilatildeo de fratura 2003-2011

Tipo da fratura

n

Veacutertebra 1 38

Fecircmur 1 38

Costela 2 77

Antebraccedilo 13 500

Uacutemero 4 145

Peacute 5 192

Total 26 1000

Nota Algumas pacientes tiveram mais de uma fratura no periacuteodo

Tabela 4- Relaccedilatildeo entre idade e fratura nas mulheres na poacutes menopausa

Total

Fratura

Idade (anos) Natildeo Sim

N () n () n ()

54 a 64 anos 18 209 14 206 4 222

65 a 79 anos 48 558 39 574 9 500

80 a 97 anos 20 233 15 221 5 278

Total 86 1000 68 1000 18 1000

Meacutedia (DP) 725 (90) 713 (77) 729 (93)

Nota P-valor pelo teste de Mann-Whitney=0813

35

Tabela 5 - Incidecircncia de fratura em mulheres poacutes-menopausa segundo

resultado da USO 2003-2011

Resultado da

USO

Total

Fratura p-valor

Sim Natildeo

n n

()

IC95 n

()

Normal 36 7 194

89 -

3472

29 806

0496

Alterado 50 11 220

121 -

350

39 780

Total 86 18 209

133 -

305

68 791

Nota Risco relativo = 113 (IC95 048 - 263)

36

Tabela 6 ndash Caracteriacutesticas cliacutenicas de mulheres poacutes-menopausa segundo

fratura (n=86)

Fratura

Natildeo (n=68) Sim (n=18) Total

n ( ) n ( )

IMC

Abaixo do pesoNormal 24 (353) 5 (278) 28 0792

Sobrepeso 27 (397) 9 (500) 36

Obeso 17 (250) 4 (222) 21

Histoacuterico familiar de fratura de quadril

Natildeo 66 (985) 13 (867) 79 0085

Sim 1 (15) 2 (133) 3

Osteoporose

Natildeo 44 (800) 9 (529) 53 0055

Sim 11 (200) 8 (471) 19

Uso de anticoncepcional

Natildeo 32 (485) 10 (556) 42 0791

Sim 34 (515) 8 (444) 42

Ausecircncia de mentruaccedilatildeo

Natildeo 60 (909) 16 (941) 76 1000

Sim 6 (91) 1 (59) 7

Retirou o uacutetero

Natildeo 46 (687) 9 (500) 55 0170

Sim 21 (313) 9 (500) 30

Retirou os ovaacuterios

Natildeo 53 (815) 11 (647) 64 0187

Sim 12 (185) 6 (353) 18

Reposiccedilatildeo hormonal

Natildeo 51 (761) 13 (722) 64 0763

Sim 16 (239) 5 (278) 21

Amamentou

Natildeo 14 (206) 4 (222) 18 1000

Sim 54 (794) 14 (778) 68

Acamado por mais de dois meses

Natildeo 63 (940) 13 (765) 76 0049

Sim 4 (60) 4 (235) 8

Caracteriacutesticas clinicas

p-valor do

teste exato

de Fisher

37

Tabela 7 - Caracteriacutesticas comportamentais de mulheres poacutes-menopausa segundo

fratura (n=86)

Fratura

Natildeo (n=68) Sim (n=18) Total

n ( ) n ( )

Tabagismo

Natildeo fumante 47 (758) 14 (875) 61 0499

FumanteEx-fumante 15 (242) 2 (125) 17

Etilismo no uacuteltimo ano

Natildeo 48 (706) 15 (833) 63 0376

Sim 20 (294) 3 (167) 23

Atividade fiacutesica ateacute os 25 anos

Leve 38 (559) 11 (611) 49 0792

ModeradaPesada 30 (441) 7 (389) 37

Atividade fiacutesica entre os 25 e 50 anos

Leve 38 (559) 10 (556) 48 1000

ModeradaPesada 30 (441) 8 (444) 38

Atividade fiacutesica acima dos 50 anos

Leve 42 (618) 12 (667) 54 0789

ModeradaPesada 26 (382) 6 (333) 32

Frequecircncia diaacuteria de leite ateacute 25 anos

Nenhummenos 1 copodia 34 (500) 8 (444) 42 0910

1 a 2 coposdia 31 (456) 9 (500) 40

3 coposdia ou mais 3 (44) 1 (56) 4

Frequecircncia diaacuteria de leite apoacutes 50 anos

Nenhummenos 1 copodia 34 (500) 6 (333) 40 0103

1 a 2 coposdia 31 (456) 9 (500) 40

3 coposdia ou mais 3 (44) 3 (167) 6

Caracteriacutesticas

comportamentais

p-valor do

teste exato

de Fisher

Tabela 8- Coeficientes de correlaccedilatildeo de Spearman (rs) entre idade IMC e tempo de

menopausa em mulheres poacutes-menopausa

Variaacuteveis

IMC IdadeTempo de

menopausa

r s 1 -0144 -0151

p-valor 0569 0550

r s -0227 1 0736

p-valor 0074 lt0001

r s -0295 0761 1

p-valor 0020 lt0001

Variaacuteveis

IMC

Idade

Tempo de menopausa

Nota o triacircngulo superior direito (parte hachurada) se refere agraves correlaccedilotildees para as mulheres com

fratura e o inferior esquerdo (parte natildeo hachurada) agraves mulheres sem fratura

38

7 Discussatildeo

No Brasil os principais fatores cliacutenicos de risco para fraturas por fragilidade oacutessea

eram extrapolados a partir de estudos internacionais O estudo vem acrescentar informaccedilotildees

para se conhecer os fatores relacionados agrave essas fraturas Nossos resultados revelam que a

idade avanccedilada a historia familiar de fratura de quadril o diagnoacutestico de osteoporose e

tambeacutem o paciente ficar acamado por mais de 2 meses foram considerados fatores de risco

para fraturas por fragilidade oacutessea

Esse estudo mostrou concordacircncia com a Johnell amp Kanis (2006) onde o principal

siacutetio mundial de fratura por fragilidade oacutessea nas mulheres apoacutes a menopausa foi o antebraccedilo

Segundo o estudo Latin American Vertebral Osteoporosis Study (LAVOS) (Clark et al

2009) a fratura vertebral eacute a mais prevalente da ameacuterica latina com uma prevalecircncia de

142 diferente do nosso estudo onde a coluna vertebral e o colo do fecircmur aparecem

juntos em uacuteltimo lugar na lista de incidecircncia dos siacutetios de fratura Isso pode ser atribuiacutedo

devido a diferenccedila nos criteacuterios de definiccedilatildeo de fraturas pois no LAVOS optou-se pela

medida radiograacutefica do local de fraturas enquanto no nosso estudo as fraturas foram referidas

pelas pacientes

Os consensos sobre osteoporose tecircm propostos algoritmos para identificar indiviacuteduos

de alto risco para fraturas (Kanis et al 2008 WHO 1999) Para tanto a associaccedilatildeo de fatores

de risco para fraturas com a medida da USO eacute de suma importacircncia embora sejam poucas as

pacientes que tecircm oportunidade de realizar esse exame (Oliveira et al 2007) Assim o

presente trabalho mostrou um risco para fraturas por fragilidade oacutessea 13 maior nas

pacientes com resultado de USO alterada em relaccedilatildeo as pacientes que tiveram resultados de

39

USO normais vindo de encontro aos resultados encontrados por Oliveira et al (2007)

Corroborando o USO como um meacutetodo confiaacutevel para a prediccedilatildeo de fraturas

E semelhante a Pinheiro et al (2010a) o presente estudo revelou que os principais

fatores de risco para fraturas por fragilidade oacutessea satildeo a idade avanccedilada a historia familiar de

fratura de quadril e a presenccedila de osteoporose Isso pode ser atribuiacutedo ao fato de que no

estudo de Pinheiro et al (2010a) assim como no nosso estudo a populaccedilatildeo ser

predominantemente de mulheres acima dos 65 anos e viverem em aacuterea urbana tendo haacutebitos

de vida parecidos

O achado em nosso estudo que apresentou significacircncia estatiacutestica refere-se ao fator

de risco ldquopaciente acamado por mais de dois mesesrdquo como disposto na literatura (Pinheiro et

al 2010b Demir et al 2008) O que acontece eacute que com o paciente acamado por tempo

prolongado um maior remodelamento oacutesseo eacute observado Os osteoclastos responsaacuteveis pela

absorccedilatildeo oacutessea sobrepotildee os osteoblastos predispondo as fraturas por fragilidade oacutessea

(Fyhrie amp Schaffler 1994) Assim observou-se no estudo que 235 das pacientes

acamadas por mais de dois meses sofreram alguma fratura por fragilidade oacutessea com p valor

lt005 Isso reafirma a associaccedilatildeo entre a paciente ficar acamada por mais de dois meses e

sofrer fratura por fragilidade oacutessea Por outro lado o exerciacutecio fiacutesico que estaacute sabidamente

relacionado ao aumento da resistecircncia muscular do equiliacutebrio e da flexibilidade contribuindo

para a reduccedilatildeo da perda oacutessea e melhora da sauacutede em geral (Chan 2003) natildeo se mostrou

como fator de proteccedilatildeo neste estudo Provavelmente devido ao baixo percentual encontrado

de pacientes que praticavam atividade fiacutesica moderada ou pesada

O elevado IMC e a terapia de reposiccedilatildeo hormonal natildeo desempenharam papel protetor

na nossa populaccedilatildeo como seria o esperado por estudos anteriores (Pinheiro et al 2010c

40

Buttros et al 2011) Ao contrario o sobrepeso e obesidade foram considerados fatores de

risco Isso pode ser atribuiacutedo ao IMC meacutedio dessa populaccedilatildeo ser 264 (kgm2) (DPplusmn 55)

limiacutetrofe para sobrepeso Embora esse dado demonstre contrariedade com a literatura que

estabelece relaccedilatildeo inversa entre obesidade e fraturas por fragilidade oacutessea em nosso estudo

ter maior peso e IMC natildeo seriam fatores de risco para fraturas e sim caracteriacutesticas das

mulheres mais idosas em um contexto social de baixa escolaridade e renda Esse fato eacute

confirmado pelos resultados da Pesquisa Nacional sobre Sauacutede e Nutriccedilatildeo ( Batista F et al

2003) que demonstraram caraacuteter ascendente da obesidade nos estratos de mulheres com baixa

renda residentes na regiatildeo Sudeste

Aleacutem disso haacutebitos de vida como tabagismo e etilismo sabidamente relacionados agrave

maior risco para fraturas por fragilidade oacutessea (Pinheiro et al 2010) tambeacutem natildeo se

mostraram estar associados nesse estudo

A necessidade de caacutelcio do ser humano varia ao longo da vida e uma ingestatildeo

adequada para mulheres acima de 50 anos eacute de 1200 mg pois com a idade o corpo

naturalmente perde um pouco da capacidade de absorccedilatildeo de minerais (Nuacutecleo de Estudos e

Pesquisas em Alimentaccedilatildeo 2006) O fato de apenas 44 das mulheres que natildeo tiveram

fraturas e 167 das mulheres que tiveram fraturas ter referido consumo superior a

900mgdia (3 ou mais copos) foi fator de surpresa principalmente levando-se em conta o PIB

per capita da cidade superior ao da maioria dos municiacutepios brasileiros (IPEA 2000)

Assim como em estudos preacutevios (Pinheiro et al 2010c NHI 2001 Demir et al

2008) nossos dados tambeacutem demonstraram o hipoestrogenismo como importante fator de

risco para fraturas por fragilidade oacutessea jaacute que as pacientes com fratura tecircm entre 19 e 29

anos de menopausa Em recente estudo Demir et al (2008) estudaram 2769 mulheres na

41

poacutes-menopausa correlacionando a ocorrecircncia de osteoporose com o tempo de menopausa

Demonstraram que 106 das pacientes com ateacute trecircs anos de poacutes-menopausa tinham

osteoporose contra 329 das pacientes com sete anos ou mais Acredita-se que a deficiecircncia

estrogecircnica seja responsaacutevel por dois terccedilos da perda de massa oacutessea levando

consequentemente agraves fraturas por fragilidade oacutessea assim como observado (Position

statement of the North American Menopause Society 2010)

Os dados deste estudo podem ser limitados pois apesar de tratar-se de uma coorte as

participantes reportaram dados referentes a estilo de vida dieta antecedentes familiares e

pessoais o que pode ter ocasionado algum vieacutes recordatoacuterio Outra limitaccedilatildeo eacute que como

avaliado por Oliveira et al (2007) esta populaccedilatildeo apresenta a maior parte das mulheres com

baixo niacutevel socioeconocircmico e escolaridade sem acesso agrave adequada educaccedilatildeo nutricional e agrave

atividade fiacutesica orientada Por outro lado resultados encontrados sem significacircncia estatiacutestica

podem ter sido ocasionados pelo tamanho amostral reduzido devido a dificuldade de

rastreamento da populaccedilatildeo uma vez que a unidade de sauacutede natildeo atualizou o endereccedilo e

telefone das mulheres eleitas para o estudo Talvez se tivesse sido realizado contato anual

com essas mulheres natildeo teriacuteamos perdido o seguimento delas

42

8 Conclusatildeo

Devido agrave sua alta prevalecircncia e associaccedilatildeo com mortalidade e incapacidade a fratura

devido agrave fragilidade oacutessea deve ser considerada um problema de sauacutede puacuteblica no Brasil

Apesar das limitaccedilotildees o presente estudo foi realizado de forma prospectiva em mulheres

brasileiras na poacutes-menopausa devendo os seus resultados serem levados em consideraccedilatildeo

para a formulaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas de sauacutede para a prevenccedilatildeo e estrateacutegias de tratamento

para as fraturas Os fatores de risco encontrados como a idade avanccedilada a histoacuteria familiar

de fratura de quadril e a presenccedila de osteoporose devem ser acompanhados e combatidos para

tentar-se diminuir o risco para as fraturas Assim como o USO mostrou ser um meacutetodo

confiaacutevel para avaliar o risco para fraturas podendo ser implementado em maior escala do

que a atual Entatildeo acreditamos que novos estudos prospectivos com uma amostra mais

representativa devam ser realizados para se confirmar os fatores associados a fraturas por

fragilidade oacutessea na populaccedilatildeo brasileira para cada vez mais conhecermos o perfil da nossa

populaccedilatildeo e termos subsiacutedios para combater esse agravo

43

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48

10 Anexo 1 - Instrumento de coleta - EVOS (EUROPEAN VERTEBRAL

OSTEOPOROSIS STUDY)

Data _________

Nome________________________________________________________

Endereco_____________________________________________________

Fone _____________ Data de nascimento _________ RG

1- Dados antropomeacutetricos

Peso (Kg) Altura (m) IMC

2- Dados Ginecoloacutegicos

Idade da primeira menstruacao anos

Vocecirc jaacute usou piacutelula anticoncepcional por mais de 3 meses

sim natildeo natildeo sei

Vocecirc jaacute ficou algum periacuteodo em sua vida sem menstruar antes da menopausa (exceto se

gravidez) sim natildeo natildeo sei

Idade da ultima menstruaccedilatildeo anos

Numero de filhos

Vocecirc fez cirurgia para retirar o uacutetero sim com Idade ____ (anos)

natildeo natildeo sei

E para retirar os ovaacuterios (um ou os dois) sim idade ___ (anos)

natildeo natildeo sei

Vocecirc fez reposiccedilatildeo hormonal apos a menopausa sim natildeo natildeo sei

Se sim quando iniciado o periacuteodo foi superior a 1 ano sim natildeo natildeo sei

49

Vocecirc notou os seguintes sintomas na menopausa

calores sim natildeo natildeo sei

depressatildeo sim natildeo natildeo sei

insocircnia sim natildeo natildeo sei

outros sim natildeo natildeo sei

Vocecirc amamentou sim natildeo natildeo sei

Se sim quantas crianccedilas vocecirc amamentou por mais que 3 meses

3- Dados familiares

Em sua famiacutelia (pai matildee irmatildeos) existe historia de fratura de quadril apos os 50 anos de

idade sim natildeo natildeo sei

4- Histoacuteria de fratura

Vocecirc jaacute teve alguma fratura sim natildeo natildeo sei

Se sim em qual sitio esqueleacutetico com que idade e qual foi o tipo de trauma

Sitio Numero Idade (anos) Niacutevel do trauma

Vertebra

Fecircmur (colo trocanter)

Costela

Antebraccedilo

Uacutemero

Pe

Outras

Vocecirc sabe que tem osteoporose sim tenho natildeo natildeo tenho natildeo sei

5- Aacutelcool

Com que frequecircncia vocecirc bebeu no ultimo ano

Diariamente 5-6 dsem 3-4 dsem

50

1 -2 dsem lt 1 dsem nunca

Tipo de bebida destilados (uiacutesque cachaccedila vodka)

fermentados (cerveja vinho)

6- Imobilizaccedilatildeo

Vocecirc jaacute ficou acamado por um periacuteodo superior a 2 meses

sim natildeo natildeo sei

Se sim foi antes ou apos os 25 anos de idade

ano passado nunca

7- Fumo

Vocecirc fumou cigarro ou usou outras formas de fumo (cachimbo ou charuto)

atualmente no passado nunca

Com que idade iniciou anos

Se parou com que idade anos

Numero de cigarrosdia

8- Atividade Fiacutesica

Quantas tempo costuma passar diariamente ao ar livre caminhando ou andando de bicicleta

nenhuma a 1 h superior a 1 h

Qual a sua atividade fiacutesica durante diferentes periacuteodos de sua vida adulta

Ate os 25 anos 25 a 50 anos acima 50 anos

Niacutevel 1 (leve) 2 (moderada) 3 (pesada) 4

(muito pesada)

9- Impacto

Como vocecirc descreveria sua sauacutede geral neste momento

muito boa boa satisfatoacuteria regular ruim

10- Interrogatoacuterio sobre drogas

51

Vocecirc jaacute usou alguma medicaccedilatildeo oral ou injetaacutevel contendo corticosteroides por mais de 3

meses sim natildeo natildeo sei

Vocecirc jaacute usou alguma desses remeacutedios

Droga sim natildeo sei tempo

(meses)

parou ha quanto tempo

Hormocircnios

masculinos

Hormocircnios

femininos

Calcitonina

Fluacuteor

Caacutelcio

Vitamina D

Anabolizantes

Diureacuteticos

tiazidicos

11- Ingestatildeo de caacutelcio

Com que frequecircncia vocecirc comeu produtos derivados do leite na semana passada

(diassemana)

queijo amarelo queijo branco iogurte leite sorvete

Para os periacuteodos indicados abaixo com que frequecircncia vocecirc recebeu leite

ate 25 anos 25 a 50 anos Acima de 50 anos

Todas as refeiccedilotildees (3 ou + coposdia)

1-2 coposdia

52

Toda semana mas natildeo todo dia

lt 1 vezsemana

53

11 Anexo 2 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Projeto de Pesquisa Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade

oacutessea em mulheres na menopausa

Pesquisador responsaacutevel Dra Lizanka Paola F Marinheiro

Instituiccedilatildeo responsaacutevel Instituto Fernandes Figueira

Vocecirc estaacute sendo convidado a participar do projeto de pesquisa intitulado

Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea em mulheres na

menopausa por que vocecirc participou do estudo anterior realizado haacute 7 anos sobre a

osteoporose e suas consequumlecircncias

54

A osteoporose e uma doenccedila que se caracteriza pela diminuiccedilatildeo da resistecircncia do osso

tornando-o mais fraacutegil Essa fragilidade aumenta o risco da pessoa que tem osteoporose de ter

fraturas mesmo com atividades comuns como tossir ou espirrar

Com isso esse trabalho deseja avaliar a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea na

populaccedilatildeo de mulheres na poacutes menopausa residente da Ilha de Paquetaacute apoacutes 7 anos de

seguimento do uacuteltimo estudo transversal

Vocecirc natildeo eacute obrigada a participar Mas se quiser vocecirc teraacute que responder a um

questionaacuterio Para participar vocecirc natildeo teraacute que pagar nada O resultado seraacute fornecido apenas

a vocecirc ningueacutem mais saberaacute Suas duvidas seratildeo esclarecidas e vocecirc devera continuar

acompanhamento com seu meacutedico assistente Se vocecirc natildeo quiser participar natildeo seraacute

submetida a nenhum constrangimento fiacutesico ou moral e seu atendimento no posto de sauacutede

natildeo seraacute prejudicado A participante poderaacute se retirar do estudo a qualquer momento que

julgar necessaacuterio sem prejuiacutezo para a mesma O resultado de toda a pesquisa seraacute divulgada e

atraveacutes de artigos cientiacuteficos em revistas encontros congressos ou similares sem a

divulgaccedilatildeo dos nomes de quem participou de forma sigilosa

Sua participaccedilatildeo no estudo natildeo implicaraacute em custos adicionais O (A) Sr (a) natildeo teraacute

qualquer despesa com a realizaccedilatildeo dos procedimentos previstos neste estudo que seratildeo

custeados pelo pesquisador responsaacutevel Tambeacutem natildeo haveraacute nenhuma forma de pagamento

pela sua participaccedilatildeo

Caso surja alguma duacutevida quanto agrave eacutetica do estudo o (a) Sr(a) deveraacute se reportar ao

Comitecirc de Eacutetica em Pesquisas envolvendo seres humanos ndash subordinado ao Conselho

Nacional de Eacutetica em Pesquisa oacutergatildeo do Ministeacuterio da Sauacutede atraveacutes de solicitaccedilatildeo ao

representante de pesquisa que estaraacute sob contato permanente ou contactando o Comitecirc de

Eacutetica em Pesquisa desta instituiccedilatildeo no telefone (21) 3971-1590 Eacute assegurado o completo

55

sigilo de sua identidade quanto a sua participaccedilatildeo neste estudo incluindo a eventualidade da

apresentaccedilatildeo dos resultados deste estudo em congressos e perioacutedicos cientiacuteficos

Eu________________________________________________________________________

residente do endereccedilo__________________________ fui informada dos objetivos e da

justificativa deste trabalho de forma clara e detalhada pela Dra Adriana de Mattos V da

Costa Recebi informaccedilotildees especificas sobre cada procedimento no qual estarei envolvida

dos desconfortos e riscos previstos tanto quanto dos benefiacutecios esperados Todas as minhas

duvidas foram respondidas com clareza e sei que poderei solicitar novos esclarecimentos a

qualquer momento Aleacutem disso sei que novas informaccedilotildees obtidas durante o estudo me seratildeo

fornecidas e que terei liberdade de retirar meu consentimento de participaccedilatildeo face a estas

informaccedilotildees sem prejuiacutezo para mim Aleacutem disto me foi entregue uma coacutepia da folha de

informaccedilotildees para os participantes a qual li compreendi e me deu plena liberdade para decidir

acerca da minha espontacircnea participaccedilatildeo nesta pesquisa Minha identidade jamais seraacute

publicada Os dados colhidos poderatildeo ser examinados por pessoas envolvidas no estudo com

autorizaccedilatildeo delegada do investigador e por pessoas delegadas pelo patrocinador Estou

recebendo uma coacutepia assinada deste Termo

Os pesquisadores responsaacuteveis pelo Projeto satildeo a Dra Lizanka Paola F Marinheiro e

sua aluna a Dra Adriana de Mattos Viveiros da Costa

56

Participante

Nome _________________________________

Assinatura________________________________

Data_________________________________________

Investigador

Nome____________________________________

Assinatura________________________________

Data_______________________________________

Pesquisadora

Nome______________________________________

Assinatura___________________________________

Data__________________________________________

Dra Lizanka Paola F Marinheiro

lizankaglobocom

tel 25541700

Dra Adriana de Mattos Vda Costa

adrianamattosmedyahoocombr

tel 87273315

Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa

Rua Afonso Cavalcanti 455 sala 710 ndash Cidade Nova -

Telefone 3971-1463

27

vendedor e dona-de-casa) atividade pesada (enfermeira empregada domeacutestica) Oliveira et al

2010) Para caacutelculo aproximado da ingestatildeo alimentar diaacuteria de caacutelcio utilizou- se uma

adaptaccedilatildeo da Tabela Brasileira de Composiccedilatildeo de Alimentos 1 fatia queijo (90mg) 1 copo

de iogurte (1212mg) 1 copo leite (257mg) 1 bola se sorvete (135mg) E no final todos esses

alimentos foram convertidos em quantidade ingerida de copos de leite

28

6 Resultados Encontrados

61 Gerais

As caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas da populaccedilatildeo estudada estatildeo listadas na

tabela 1 A idade meacutedia das pacientes foi de 725 anos (DPplusmn 87) com a idade da menopausa

460 anos (DPplusmn 61) o tempo de menopausa 261 anos (DPplusmn 97) e o IMC de 264 (kgm2)

(DPplusmn 55) Essas caracteriacutesticas quando comparadas com o estudo anterior de 2003 (tabela

2) confirmam tratar-se da mesma populaccedilatildeo Apenas a idade e o tempo de menopausa

evidenciam ser a nossa populaccedilatildeo mais idosa Fator que se justifica pelo tempo ocorrido entre

os dois estudos

A incidecircncia de fratura por fragilidade oacutessea encontrada foi de 21 evidenciado no

graacutefico 1 Os principais siacutetios de fratura satildeo analisados na tabela 3 tendo como sitio principal

o antebraccedilo com 50 seguido pelo peacute com 192 e uacutemero 145 Jaacute na tabela 4 e no graacutefico

2 pode ser observado que a idade da populaccedilatildeo estudada variou entre 54 e 97 anos com meacutedia

de 72 anos com DP plusmn 90 No grupo de pacientes fraturadas 50 tinham entre 65 e 79 anos

sugerindo ser essa faixa etaacuteria mais susceptiacutevel as fraturas por fragilidade oacutessea

62 USO preacutevia X Fraturas

Foi verificado na tabela 5 a associaccedilatildeo entre o resultado da (USO) preacutevia e o desfecho

fraturas por fragilidade oacutessea De todas as pacientes que fizeram USO no estudo inicial 66

participaram deste estudo Das 50 pacientes que tiveram o USO alterado 22 tiveram

fraturas nesse periacuteodo E as pacientes com USO considerada normal 194 tiveram fraturas

por fragilidade oacutessea O RR= 113 (IC95 048 - 263) sugere que as mulheres que tiveram

29

USO alterado tem um risco de fraturar de 13 maior em relaccedilatildeo as pacientes com resultado

de USO considerado normal

63 Caracteriacutesticas cliacutenicas e comportamentais X Fratura

As pacientes foram analisadas quanto as variaacuteveis clinicas e comportamentais

Considerando a tabela 6 as pacientes que tiveram fraturas se mostraram com maior

sobrepeso ou obesas (722) com maior historia familiar de fratura de quadril (133) e

com maior diagnostico de osteoporose (471) do que as pacientes sem fraturas (p

valorgt005) Jaacute o uso de anticoncepcional ou o uso de reposiccedilatildeo hormonal natildeo se mostraram

ser relevantes para ocorrecircncia de fraturas nessa amostra E 235 das pacientes acamadas por

mais de dois meses sofreram alguma fratura com p valor lt005 Evidenciando associaccedilatildeo

entre a paciente ficar acamada por mais de dois meses e sofrer fratura por fragilidade oacutessea

Avaliando a tabela 7 foi notado que apenas 125 das pacientes que tiveram fratura eram

tabagistas e 167 eram etilistas natildeo se mostrando essas caracteriacutesticas como fatores de

risco A atividade fiacutesica moderadapesada ateacute 25 anos e acima de 50 anos apresentou

percentuais de 441 e 382 respectivamente Aleacutem disso entre 25 e 50 anos 444 das

pacientes com atividade fiacutesica moderadapesada tiveram fraturas e 441 das pacientes natildeo

tiveram fraturas para essa faixa etaacuteria (p valor gt005) Sendo assim natildeo houve associaccedilatildeo

entre a atividade fiacutesica e as fraturas Em relaccedilatildeo ao item ingestatildeo de leite apoacutes os 50 anos

456 das pacientes que natildeo tiveram fraturas ingeriam de 1 a 2 copos de leite por dia e

apenas 44 ingeriam mais de 3 copos de leite por dia No caso das pacientes que tiveram

fraturas apoacutes os 50 anos foi observado que 50 ingeriam de 1 a 2 copos de leite por dia e

167 ingeriam 3 copos ou mais de leite

30

64 Tempo de menopausa X Fratura

As pacientes foram avaliadas graacutefico 3 para verificar a associaccedilatildeo entre o tempo de

menopausa e o desfecho das fraturas A mediana do tempo de menopausa encontrado em

ambos os grupos foi de 262 com DP de plusmn98 Metade das pacientes que tiveram fraturas tem

entre 193 e 293 anos de menopausa com DP de plusmn72 A correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade

tempo de menopausa e IMC foi observado na tabela 8 onde evidenciada uma associaccedilatildeo

positiva entre a idade e o tempo de menopausa nos grupos de pacientes com e sem fraturas

Assim como foi verificado uma associaccedilatildeo negativa de quanto maior a idade e o tempo de

menopausa menor o IMC

31

Graacutefico 1

Graacutefico 2

32

Graacutefico 3

33

Tabela 1- Caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas das

mulheres poacutes menopausa (n=86)

Caracteriacutesticas Meacutedia plusmn desvio padratildeo

Idade (anos) 7255 plusmn 897

Idade da

menarca (anos) 1324 plusmn 184

Idade da

menopausa

(anos)

4608 plusmn 614

Tempo de

menopausa

(anos)

2618 plusmn976

Peso (kg)sect 6342 plusmn 1055

Altura (m)deg 155 plusmn 008

IMC (kgm2) 2643 plusmn 557

n=85 sectn=83 ordmn=82 n=81 n=80

Tabela 2-Caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas das

mulheres poacutes menopausa em 2003

Caracteriacutesticas Meacutedia plusmn desvio padratildeo

Idade (anos) 6463plusmn1270

Idade da

menarca (anos)

1304 plusmn 193

Idade da

menopausa

(anos)

4755 plusmn 601

Tempo de

menopausa

(anos)

1700 plusmn 1076

Peso (kg)sect 6533 plusmn 1270

Altura (m)deg 155 plusmn 006

IMC (kgm2) 2696 plusmn 477

34

Tabela 3 ndash Incidecircncia de fraturas em mulheres poacutes menopausa segundo a

localizaccedilatildeo de fratura 2003-2011

Tipo da fratura

n

Veacutertebra 1 38

Fecircmur 1 38

Costela 2 77

Antebraccedilo 13 500

Uacutemero 4 145

Peacute 5 192

Total 26 1000

Nota Algumas pacientes tiveram mais de uma fratura no periacuteodo

Tabela 4- Relaccedilatildeo entre idade e fratura nas mulheres na poacutes menopausa

Total

Fratura

Idade (anos) Natildeo Sim

N () n () n ()

54 a 64 anos 18 209 14 206 4 222

65 a 79 anos 48 558 39 574 9 500

80 a 97 anos 20 233 15 221 5 278

Total 86 1000 68 1000 18 1000

Meacutedia (DP) 725 (90) 713 (77) 729 (93)

Nota P-valor pelo teste de Mann-Whitney=0813

35

Tabela 5 - Incidecircncia de fratura em mulheres poacutes-menopausa segundo

resultado da USO 2003-2011

Resultado da

USO

Total

Fratura p-valor

Sim Natildeo

n n

()

IC95 n

()

Normal 36 7 194

89 -

3472

29 806

0496

Alterado 50 11 220

121 -

350

39 780

Total 86 18 209

133 -

305

68 791

Nota Risco relativo = 113 (IC95 048 - 263)

36

Tabela 6 ndash Caracteriacutesticas cliacutenicas de mulheres poacutes-menopausa segundo

fratura (n=86)

Fratura

Natildeo (n=68) Sim (n=18) Total

n ( ) n ( )

IMC

Abaixo do pesoNormal 24 (353) 5 (278) 28 0792

Sobrepeso 27 (397) 9 (500) 36

Obeso 17 (250) 4 (222) 21

Histoacuterico familiar de fratura de quadril

Natildeo 66 (985) 13 (867) 79 0085

Sim 1 (15) 2 (133) 3

Osteoporose

Natildeo 44 (800) 9 (529) 53 0055

Sim 11 (200) 8 (471) 19

Uso de anticoncepcional

Natildeo 32 (485) 10 (556) 42 0791

Sim 34 (515) 8 (444) 42

Ausecircncia de mentruaccedilatildeo

Natildeo 60 (909) 16 (941) 76 1000

Sim 6 (91) 1 (59) 7

Retirou o uacutetero

Natildeo 46 (687) 9 (500) 55 0170

Sim 21 (313) 9 (500) 30

Retirou os ovaacuterios

Natildeo 53 (815) 11 (647) 64 0187

Sim 12 (185) 6 (353) 18

Reposiccedilatildeo hormonal

Natildeo 51 (761) 13 (722) 64 0763

Sim 16 (239) 5 (278) 21

Amamentou

Natildeo 14 (206) 4 (222) 18 1000

Sim 54 (794) 14 (778) 68

Acamado por mais de dois meses

Natildeo 63 (940) 13 (765) 76 0049

Sim 4 (60) 4 (235) 8

Caracteriacutesticas clinicas

p-valor do

teste exato

de Fisher

37

Tabela 7 - Caracteriacutesticas comportamentais de mulheres poacutes-menopausa segundo

fratura (n=86)

Fratura

Natildeo (n=68) Sim (n=18) Total

n ( ) n ( )

Tabagismo

Natildeo fumante 47 (758) 14 (875) 61 0499

FumanteEx-fumante 15 (242) 2 (125) 17

Etilismo no uacuteltimo ano

Natildeo 48 (706) 15 (833) 63 0376

Sim 20 (294) 3 (167) 23

Atividade fiacutesica ateacute os 25 anos

Leve 38 (559) 11 (611) 49 0792

ModeradaPesada 30 (441) 7 (389) 37

Atividade fiacutesica entre os 25 e 50 anos

Leve 38 (559) 10 (556) 48 1000

ModeradaPesada 30 (441) 8 (444) 38

Atividade fiacutesica acima dos 50 anos

Leve 42 (618) 12 (667) 54 0789

ModeradaPesada 26 (382) 6 (333) 32

Frequecircncia diaacuteria de leite ateacute 25 anos

Nenhummenos 1 copodia 34 (500) 8 (444) 42 0910

1 a 2 coposdia 31 (456) 9 (500) 40

3 coposdia ou mais 3 (44) 1 (56) 4

Frequecircncia diaacuteria de leite apoacutes 50 anos

Nenhummenos 1 copodia 34 (500) 6 (333) 40 0103

1 a 2 coposdia 31 (456) 9 (500) 40

3 coposdia ou mais 3 (44) 3 (167) 6

Caracteriacutesticas

comportamentais

p-valor do

teste exato

de Fisher

Tabela 8- Coeficientes de correlaccedilatildeo de Spearman (rs) entre idade IMC e tempo de

menopausa em mulheres poacutes-menopausa

Variaacuteveis

IMC IdadeTempo de

menopausa

r s 1 -0144 -0151

p-valor 0569 0550

r s -0227 1 0736

p-valor 0074 lt0001

r s -0295 0761 1

p-valor 0020 lt0001

Variaacuteveis

IMC

Idade

Tempo de menopausa

Nota o triacircngulo superior direito (parte hachurada) se refere agraves correlaccedilotildees para as mulheres com

fratura e o inferior esquerdo (parte natildeo hachurada) agraves mulheres sem fratura

38

7 Discussatildeo

No Brasil os principais fatores cliacutenicos de risco para fraturas por fragilidade oacutessea

eram extrapolados a partir de estudos internacionais O estudo vem acrescentar informaccedilotildees

para se conhecer os fatores relacionados agrave essas fraturas Nossos resultados revelam que a

idade avanccedilada a historia familiar de fratura de quadril o diagnoacutestico de osteoporose e

tambeacutem o paciente ficar acamado por mais de 2 meses foram considerados fatores de risco

para fraturas por fragilidade oacutessea

Esse estudo mostrou concordacircncia com a Johnell amp Kanis (2006) onde o principal

siacutetio mundial de fratura por fragilidade oacutessea nas mulheres apoacutes a menopausa foi o antebraccedilo

Segundo o estudo Latin American Vertebral Osteoporosis Study (LAVOS) (Clark et al

2009) a fratura vertebral eacute a mais prevalente da ameacuterica latina com uma prevalecircncia de

142 diferente do nosso estudo onde a coluna vertebral e o colo do fecircmur aparecem

juntos em uacuteltimo lugar na lista de incidecircncia dos siacutetios de fratura Isso pode ser atribuiacutedo

devido a diferenccedila nos criteacuterios de definiccedilatildeo de fraturas pois no LAVOS optou-se pela

medida radiograacutefica do local de fraturas enquanto no nosso estudo as fraturas foram referidas

pelas pacientes

Os consensos sobre osteoporose tecircm propostos algoritmos para identificar indiviacuteduos

de alto risco para fraturas (Kanis et al 2008 WHO 1999) Para tanto a associaccedilatildeo de fatores

de risco para fraturas com a medida da USO eacute de suma importacircncia embora sejam poucas as

pacientes que tecircm oportunidade de realizar esse exame (Oliveira et al 2007) Assim o

presente trabalho mostrou um risco para fraturas por fragilidade oacutessea 13 maior nas

pacientes com resultado de USO alterada em relaccedilatildeo as pacientes que tiveram resultados de

39

USO normais vindo de encontro aos resultados encontrados por Oliveira et al (2007)

Corroborando o USO como um meacutetodo confiaacutevel para a prediccedilatildeo de fraturas

E semelhante a Pinheiro et al (2010a) o presente estudo revelou que os principais

fatores de risco para fraturas por fragilidade oacutessea satildeo a idade avanccedilada a historia familiar de

fratura de quadril e a presenccedila de osteoporose Isso pode ser atribuiacutedo ao fato de que no

estudo de Pinheiro et al (2010a) assim como no nosso estudo a populaccedilatildeo ser

predominantemente de mulheres acima dos 65 anos e viverem em aacuterea urbana tendo haacutebitos

de vida parecidos

O achado em nosso estudo que apresentou significacircncia estatiacutestica refere-se ao fator

de risco ldquopaciente acamado por mais de dois mesesrdquo como disposto na literatura (Pinheiro et

al 2010b Demir et al 2008) O que acontece eacute que com o paciente acamado por tempo

prolongado um maior remodelamento oacutesseo eacute observado Os osteoclastos responsaacuteveis pela

absorccedilatildeo oacutessea sobrepotildee os osteoblastos predispondo as fraturas por fragilidade oacutessea

(Fyhrie amp Schaffler 1994) Assim observou-se no estudo que 235 das pacientes

acamadas por mais de dois meses sofreram alguma fratura por fragilidade oacutessea com p valor

lt005 Isso reafirma a associaccedilatildeo entre a paciente ficar acamada por mais de dois meses e

sofrer fratura por fragilidade oacutessea Por outro lado o exerciacutecio fiacutesico que estaacute sabidamente

relacionado ao aumento da resistecircncia muscular do equiliacutebrio e da flexibilidade contribuindo

para a reduccedilatildeo da perda oacutessea e melhora da sauacutede em geral (Chan 2003) natildeo se mostrou

como fator de proteccedilatildeo neste estudo Provavelmente devido ao baixo percentual encontrado

de pacientes que praticavam atividade fiacutesica moderada ou pesada

O elevado IMC e a terapia de reposiccedilatildeo hormonal natildeo desempenharam papel protetor

na nossa populaccedilatildeo como seria o esperado por estudos anteriores (Pinheiro et al 2010c

40

Buttros et al 2011) Ao contrario o sobrepeso e obesidade foram considerados fatores de

risco Isso pode ser atribuiacutedo ao IMC meacutedio dessa populaccedilatildeo ser 264 (kgm2) (DPplusmn 55)

limiacutetrofe para sobrepeso Embora esse dado demonstre contrariedade com a literatura que

estabelece relaccedilatildeo inversa entre obesidade e fraturas por fragilidade oacutessea em nosso estudo

ter maior peso e IMC natildeo seriam fatores de risco para fraturas e sim caracteriacutesticas das

mulheres mais idosas em um contexto social de baixa escolaridade e renda Esse fato eacute

confirmado pelos resultados da Pesquisa Nacional sobre Sauacutede e Nutriccedilatildeo ( Batista F et al

2003) que demonstraram caraacuteter ascendente da obesidade nos estratos de mulheres com baixa

renda residentes na regiatildeo Sudeste

Aleacutem disso haacutebitos de vida como tabagismo e etilismo sabidamente relacionados agrave

maior risco para fraturas por fragilidade oacutessea (Pinheiro et al 2010) tambeacutem natildeo se

mostraram estar associados nesse estudo

A necessidade de caacutelcio do ser humano varia ao longo da vida e uma ingestatildeo

adequada para mulheres acima de 50 anos eacute de 1200 mg pois com a idade o corpo

naturalmente perde um pouco da capacidade de absorccedilatildeo de minerais (Nuacutecleo de Estudos e

Pesquisas em Alimentaccedilatildeo 2006) O fato de apenas 44 das mulheres que natildeo tiveram

fraturas e 167 das mulheres que tiveram fraturas ter referido consumo superior a

900mgdia (3 ou mais copos) foi fator de surpresa principalmente levando-se em conta o PIB

per capita da cidade superior ao da maioria dos municiacutepios brasileiros (IPEA 2000)

Assim como em estudos preacutevios (Pinheiro et al 2010c NHI 2001 Demir et al

2008) nossos dados tambeacutem demonstraram o hipoestrogenismo como importante fator de

risco para fraturas por fragilidade oacutessea jaacute que as pacientes com fratura tecircm entre 19 e 29

anos de menopausa Em recente estudo Demir et al (2008) estudaram 2769 mulheres na

41

poacutes-menopausa correlacionando a ocorrecircncia de osteoporose com o tempo de menopausa

Demonstraram que 106 das pacientes com ateacute trecircs anos de poacutes-menopausa tinham

osteoporose contra 329 das pacientes com sete anos ou mais Acredita-se que a deficiecircncia

estrogecircnica seja responsaacutevel por dois terccedilos da perda de massa oacutessea levando

consequentemente agraves fraturas por fragilidade oacutessea assim como observado (Position

statement of the North American Menopause Society 2010)

Os dados deste estudo podem ser limitados pois apesar de tratar-se de uma coorte as

participantes reportaram dados referentes a estilo de vida dieta antecedentes familiares e

pessoais o que pode ter ocasionado algum vieacutes recordatoacuterio Outra limitaccedilatildeo eacute que como

avaliado por Oliveira et al (2007) esta populaccedilatildeo apresenta a maior parte das mulheres com

baixo niacutevel socioeconocircmico e escolaridade sem acesso agrave adequada educaccedilatildeo nutricional e agrave

atividade fiacutesica orientada Por outro lado resultados encontrados sem significacircncia estatiacutestica

podem ter sido ocasionados pelo tamanho amostral reduzido devido a dificuldade de

rastreamento da populaccedilatildeo uma vez que a unidade de sauacutede natildeo atualizou o endereccedilo e

telefone das mulheres eleitas para o estudo Talvez se tivesse sido realizado contato anual

com essas mulheres natildeo teriacuteamos perdido o seguimento delas

42

8 Conclusatildeo

Devido agrave sua alta prevalecircncia e associaccedilatildeo com mortalidade e incapacidade a fratura

devido agrave fragilidade oacutessea deve ser considerada um problema de sauacutede puacuteblica no Brasil

Apesar das limitaccedilotildees o presente estudo foi realizado de forma prospectiva em mulheres

brasileiras na poacutes-menopausa devendo os seus resultados serem levados em consideraccedilatildeo

para a formulaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas de sauacutede para a prevenccedilatildeo e estrateacutegias de tratamento

para as fraturas Os fatores de risco encontrados como a idade avanccedilada a histoacuteria familiar

de fratura de quadril e a presenccedila de osteoporose devem ser acompanhados e combatidos para

tentar-se diminuir o risco para as fraturas Assim como o USO mostrou ser um meacutetodo

confiaacutevel para avaliar o risco para fraturas podendo ser implementado em maior escala do

que a atual Entatildeo acreditamos que novos estudos prospectivos com uma amostra mais

representativa devam ser realizados para se confirmar os fatores associados a fraturas por

fragilidade oacutessea na populaccedilatildeo brasileira para cada vez mais conhecermos o perfil da nossa

populaccedilatildeo e termos subsiacutedios para combater esse agravo

43

9 Referecircncias Bibliograacuteficas

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e temporais Cad Sauacutede Puacuteblica 2003 19 Suppl 1S181-91

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48

10 Anexo 1 - Instrumento de coleta - EVOS (EUROPEAN VERTEBRAL

OSTEOPOROSIS STUDY)

Data _________

Nome________________________________________________________

Endereco_____________________________________________________

Fone _____________ Data de nascimento _________ RG

1- Dados antropomeacutetricos

Peso (Kg) Altura (m) IMC

2- Dados Ginecoloacutegicos

Idade da primeira menstruacao anos

Vocecirc jaacute usou piacutelula anticoncepcional por mais de 3 meses

sim natildeo natildeo sei

Vocecirc jaacute ficou algum periacuteodo em sua vida sem menstruar antes da menopausa (exceto se

gravidez) sim natildeo natildeo sei

Idade da ultima menstruaccedilatildeo anos

Numero de filhos

Vocecirc fez cirurgia para retirar o uacutetero sim com Idade ____ (anos)

natildeo natildeo sei

E para retirar os ovaacuterios (um ou os dois) sim idade ___ (anos)

natildeo natildeo sei

Vocecirc fez reposiccedilatildeo hormonal apos a menopausa sim natildeo natildeo sei

Se sim quando iniciado o periacuteodo foi superior a 1 ano sim natildeo natildeo sei

49

Vocecirc notou os seguintes sintomas na menopausa

calores sim natildeo natildeo sei

depressatildeo sim natildeo natildeo sei

insocircnia sim natildeo natildeo sei

outros sim natildeo natildeo sei

Vocecirc amamentou sim natildeo natildeo sei

Se sim quantas crianccedilas vocecirc amamentou por mais que 3 meses

3- Dados familiares

Em sua famiacutelia (pai matildee irmatildeos) existe historia de fratura de quadril apos os 50 anos de

idade sim natildeo natildeo sei

4- Histoacuteria de fratura

Vocecirc jaacute teve alguma fratura sim natildeo natildeo sei

Se sim em qual sitio esqueleacutetico com que idade e qual foi o tipo de trauma

Sitio Numero Idade (anos) Niacutevel do trauma

Vertebra

Fecircmur (colo trocanter)

Costela

Antebraccedilo

Uacutemero

Pe

Outras

Vocecirc sabe que tem osteoporose sim tenho natildeo natildeo tenho natildeo sei

5- Aacutelcool

Com que frequecircncia vocecirc bebeu no ultimo ano

Diariamente 5-6 dsem 3-4 dsem

50

1 -2 dsem lt 1 dsem nunca

Tipo de bebida destilados (uiacutesque cachaccedila vodka)

fermentados (cerveja vinho)

6- Imobilizaccedilatildeo

Vocecirc jaacute ficou acamado por um periacuteodo superior a 2 meses

sim natildeo natildeo sei

Se sim foi antes ou apos os 25 anos de idade

ano passado nunca

7- Fumo

Vocecirc fumou cigarro ou usou outras formas de fumo (cachimbo ou charuto)

atualmente no passado nunca

Com que idade iniciou anos

Se parou com que idade anos

Numero de cigarrosdia

8- Atividade Fiacutesica

Quantas tempo costuma passar diariamente ao ar livre caminhando ou andando de bicicleta

nenhuma a 1 h superior a 1 h

Qual a sua atividade fiacutesica durante diferentes periacuteodos de sua vida adulta

Ate os 25 anos 25 a 50 anos acima 50 anos

Niacutevel 1 (leve) 2 (moderada) 3 (pesada) 4

(muito pesada)

9- Impacto

Como vocecirc descreveria sua sauacutede geral neste momento

muito boa boa satisfatoacuteria regular ruim

10- Interrogatoacuterio sobre drogas

51

Vocecirc jaacute usou alguma medicaccedilatildeo oral ou injetaacutevel contendo corticosteroides por mais de 3

meses sim natildeo natildeo sei

Vocecirc jaacute usou alguma desses remeacutedios

Droga sim natildeo sei tempo

(meses)

parou ha quanto tempo

Hormocircnios

masculinos

Hormocircnios

femininos

Calcitonina

Fluacuteor

Caacutelcio

Vitamina D

Anabolizantes

Diureacuteticos

tiazidicos

11- Ingestatildeo de caacutelcio

Com que frequecircncia vocecirc comeu produtos derivados do leite na semana passada

(diassemana)

queijo amarelo queijo branco iogurte leite sorvete

Para os periacuteodos indicados abaixo com que frequecircncia vocecirc recebeu leite

ate 25 anos 25 a 50 anos Acima de 50 anos

Todas as refeiccedilotildees (3 ou + coposdia)

1-2 coposdia

52

Toda semana mas natildeo todo dia

lt 1 vezsemana

53

11 Anexo 2 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Projeto de Pesquisa Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade

oacutessea em mulheres na menopausa

Pesquisador responsaacutevel Dra Lizanka Paola F Marinheiro

Instituiccedilatildeo responsaacutevel Instituto Fernandes Figueira

Vocecirc estaacute sendo convidado a participar do projeto de pesquisa intitulado

Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea em mulheres na

menopausa por que vocecirc participou do estudo anterior realizado haacute 7 anos sobre a

osteoporose e suas consequumlecircncias

54

A osteoporose e uma doenccedila que se caracteriza pela diminuiccedilatildeo da resistecircncia do osso

tornando-o mais fraacutegil Essa fragilidade aumenta o risco da pessoa que tem osteoporose de ter

fraturas mesmo com atividades comuns como tossir ou espirrar

Com isso esse trabalho deseja avaliar a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea na

populaccedilatildeo de mulheres na poacutes menopausa residente da Ilha de Paquetaacute apoacutes 7 anos de

seguimento do uacuteltimo estudo transversal

Vocecirc natildeo eacute obrigada a participar Mas se quiser vocecirc teraacute que responder a um

questionaacuterio Para participar vocecirc natildeo teraacute que pagar nada O resultado seraacute fornecido apenas

a vocecirc ningueacutem mais saberaacute Suas duvidas seratildeo esclarecidas e vocecirc devera continuar

acompanhamento com seu meacutedico assistente Se vocecirc natildeo quiser participar natildeo seraacute

submetida a nenhum constrangimento fiacutesico ou moral e seu atendimento no posto de sauacutede

natildeo seraacute prejudicado A participante poderaacute se retirar do estudo a qualquer momento que

julgar necessaacuterio sem prejuiacutezo para a mesma O resultado de toda a pesquisa seraacute divulgada e

atraveacutes de artigos cientiacuteficos em revistas encontros congressos ou similares sem a

divulgaccedilatildeo dos nomes de quem participou de forma sigilosa

Sua participaccedilatildeo no estudo natildeo implicaraacute em custos adicionais O (A) Sr (a) natildeo teraacute

qualquer despesa com a realizaccedilatildeo dos procedimentos previstos neste estudo que seratildeo

custeados pelo pesquisador responsaacutevel Tambeacutem natildeo haveraacute nenhuma forma de pagamento

pela sua participaccedilatildeo

Caso surja alguma duacutevida quanto agrave eacutetica do estudo o (a) Sr(a) deveraacute se reportar ao

Comitecirc de Eacutetica em Pesquisas envolvendo seres humanos ndash subordinado ao Conselho

Nacional de Eacutetica em Pesquisa oacutergatildeo do Ministeacuterio da Sauacutede atraveacutes de solicitaccedilatildeo ao

representante de pesquisa que estaraacute sob contato permanente ou contactando o Comitecirc de

Eacutetica em Pesquisa desta instituiccedilatildeo no telefone (21) 3971-1590 Eacute assegurado o completo

55

sigilo de sua identidade quanto a sua participaccedilatildeo neste estudo incluindo a eventualidade da

apresentaccedilatildeo dos resultados deste estudo em congressos e perioacutedicos cientiacuteficos

Eu________________________________________________________________________

residente do endereccedilo__________________________ fui informada dos objetivos e da

justificativa deste trabalho de forma clara e detalhada pela Dra Adriana de Mattos V da

Costa Recebi informaccedilotildees especificas sobre cada procedimento no qual estarei envolvida

dos desconfortos e riscos previstos tanto quanto dos benefiacutecios esperados Todas as minhas

duvidas foram respondidas com clareza e sei que poderei solicitar novos esclarecimentos a

qualquer momento Aleacutem disso sei que novas informaccedilotildees obtidas durante o estudo me seratildeo

fornecidas e que terei liberdade de retirar meu consentimento de participaccedilatildeo face a estas

informaccedilotildees sem prejuiacutezo para mim Aleacutem disto me foi entregue uma coacutepia da folha de

informaccedilotildees para os participantes a qual li compreendi e me deu plena liberdade para decidir

acerca da minha espontacircnea participaccedilatildeo nesta pesquisa Minha identidade jamais seraacute

publicada Os dados colhidos poderatildeo ser examinados por pessoas envolvidas no estudo com

autorizaccedilatildeo delegada do investigador e por pessoas delegadas pelo patrocinador Estou

recebendo uma coacutepia assinada deste Termo

Os pesquisadores responsaacuteveis pelo Projeto satildeo a Dra Lizanka Paola F Marinheiro e

sua aluna a Dra Adriana de Mattos Viveiros da Costa

56

Participante

Nome _________________________________

Assinatura________________________________

Data_________________________________________

Investigador

Nome____________________________________

Assinatura________________________________

Data_______________________________________

Pesquisadora

Nome______________________________________

Assinatura___________________________________

Data__________________________________________

Dra Lizanka Paola F Marinheiro

lizankaglobocom

tel 25541700

Dra Adriana de Mattos Vda Costa

adrianamattosmedyahoocombr

tel 87273315

Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa

Rua Afonso Cavalcanti 455 sala 710 ndash Cidade Nova -

Telefone 3971-1463

28

6 Resultados Encontrados

61 Gerais

As caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas da populaccedilatildeo estudada estatildeo listadas na

tabela 1 A idade meacutedia das pacientes foi de 725 anos (DPplusmn 87) com a idade da menopausa

460 anos (DPplusmn 61) o tempo de menopausa 261 anos (DPplusmn 97) e o IMC de 264 (kgm2)

(DPplusmn 55) Essas caracteriacutesticas quando comparadas com o estudo anterior de 2003 (tabela

2) confirmam tratar-se da mesma populaccedilatildeo Apenas a idade e o tempo de menopausa

evidenciam ser a nossa populaccedilatildeo mais idosa Fator que se justifica pelo tempo ocorrido entre

os dois estudos

A incidecircncia de fratura por fragilidade oacutessea encontrada foi de 21 evidenciado no

graacutefico 1 Os principais siacutetios de fratura satildeo analisados na tabela 3 tendo como sitio principal

o antebraccedilo com 50 seguido pelo peacute com 192 e uacutemero 145 Jaacute na tabela 4 e no graacutefico

2 pode ser observado que a idade da populaccedilatildeo estudada variou entre 54 e 97 anos com meacutedia

de 72 anos com DP plusmn 90 No grupo de pacientes fraturadas 50 tinham entre 65 e 79 anos

sugerindo ser essa faixa etaacuteria mais susceptiacutevel as fraturas por fragilidade oacutessea

62 USO preacutevia X Fraturas

Foi verificado na tabela 5 a associaccedilatildeo entre o resultado da (USO) preacutevia e o desfecho

fraturas por fragilidade oacutessea De todas as pacientes que fizeram USO no estudo inicial 66

participaram deste estudo Das 50 pacientes que tiveram o USO alterado 22 tiveram

fraturas nesse periacuteodo E as pacientes com USO considerada normal 194 tiveram fraturas

por fragilidade oacutessea O RR= 113 (IC95 048 - 263) sugere que as mulheres que tiveram

29

USO alterado tem um risco de fraturar de 13 maior em relaccedilatildeo as pacientes com resultado

de USO considerado normal

63 Caracteriacutesticas cliacutenicas e comportamentais X Fratura

As pacientes foram analisadas quanto as variaacuteveis clinicas e comportamentais

Considerando a tabela 6 as pacientes que tiveram fraturas se mostraram com maior

sobrepeso ou obesas (722) com maior historia familiar de fratura de quadril (133) e

com maior diagnostico de osteoporose (471) do que as pacientes sem fraturas (p

valorgt005) Jaacute o uso de anticoncepcional ou o uso de reposiccedilatildeo hormonal natildeo se mostraram

ser relevantes para ocorrecircncia de fraturas nessa amostra E 235 das pacientes acamadas por

mais de dois meses sofreram alguma fratura com p valor lt005 Evidenciando associaccedilatildeo

entre a paciente ficar acamada por mais de dois meses e sofrer fratura por fragilidade oacutessea

Avaliando a tabela 7 foi notado que apenas 125 das pacientes que tiveram fratura eram

tabagistas e 167 eram etilistas natildeo se mostrando essas caracteriacutesticas como fatores de

risco A atividade fiacutesica moderadapesada ateacute 25 anos e acima de 50 anos apresentou

percentuais de 441 e 382 respectivamente Aleacutem disso entre 25 e 50 anos 444 das

pacientes com atividade fiacutesica moderadapesada tiveram fraturas e 441 das pacientes natildeo

tiveram fraturas para essa faixa etaacuteria (p valor gt005) Sendo assim natildeo houve associaccedilatildeo

entre a atividade fiacutesica e as fraturas Em relaccedilatildeo ao item ingestatildeo de leite apoacutes os 50 anos

456 das pacientes que natildeo tiveram fraturas ingeriam de 1 a 2 copos de leite por dia e

apenas 44 ingeriam mais de 3 copos de leite por dia No caso das pacientes que tiveram

fraturas apoacutes os 50 anos foi observado que 50 ingeriam de 1 a 2 copos de leite por dia e

167 ingeriam 3 copos ou mais de leite

30

64 Tempo de menopausa X Fratura

As pacientes foram avaliadas graacutefico 3 para verificar a associaccedilatildeo entre o tempo de

menopausa e o desfecho das fraturas A mediana do tempo de menopausa encontrado em

ambos os grupos foi de 262 com DP de plusmn98 Metade das pacientes que tiveram fraturas tem

entre 193 e 293 anos de menopausa com DP de plusmn72 A correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade

tempo de menopausa e IMC foi observado na tabela 8 onde evidenciada uma associaccedilatildeo

positiva entre a idade e o tempo de menopausa nos grupos de pacientes com e sem fraturas

Assim como foi verificado uma associaccedilatildeo negativa de quanto maior a idade e o tempo de

menopausa menor o IMC

31

Graacutefico 1

Graacutefico 2

32

Graacutefico 3

33

Tabela 1- Caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas das

mulheres poacutes menopausa (n=86)

Caracteriacutesticas Meacutedia plusmn desvio padratildeo

Idade (anos) 7255 plusmn 897

Idade da

menarca (anos) 1324 plusmn 184

Idade da

menopausa

(anos)

4608 plusmn 614

Tempo de

menopausa

(anos)

2618 plusmn976

Peso (kg)sect 6342 plusmn 1055

Altura (m)deg 155 plusmn 008

IMC (kgm2) 2643 plusmn 557

n=85 sectn=83 ordmn=82 n=81 n=80

Tabela 2-Caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas das

mulheres poacutes menopausa em 2003

Caracteriacutesticas Meacutedia plusmn desvio padratildeo

Idade (anos) 6463plusmn1270

Idade da

menarca (anos)

1304 plusmn 193

Idade da

menopausa

(anos)

4755 plusmn 601

Tempo de

menopausa

(anos)

1700 plusmn 1076

Peso (kg)sect 6533 plusmn 1270

Altura (m)deg 155 plusmn 006

IMC (kgm2) 2696 plusmn 477

34

Tabela 3 ndash Incidecircncia de fraturas em mulheres poacutes menopausa segundo a

localizaccedilatildeo de fratura 2003-2011

Tipo da fratura

n

Veacutertebra 1 38

Fecircmur 1 38

Costela 2 77

Antebraccedilo 13 500

Uacutemero 4 145

Peacute 5 192

Total 26 1000

Nota Algumas pacientes tiveram mais de uma fratura no periacuteodo

Tabela 4- Relaccedilatildeo entre idade e fratura nas mulheres na poacutes menopausa

Total

Fratura

Idade (anos) Natildeo Sim

N () n () n ()

54 a 64 anos 18 209 14 206 4 222

65 a 79 anos 48 558 39 574 9 500

80 a 97 anos 20 233 15 221 5 278

Total 86 1000 68 1000 18 1000

Meacutedia (DP) 725 (90) 713 (77) 729 (93)

Nota P-valor pelo teste de Mann-Whitney=0813

35

Tabela 5 - Incidecircncia de fratura em mulheres poacutes-menopausa segundo

resultado da USO 2003-2011

Resultado da

USO

Total

Fratura p-valor

Sim Natildeo

n n

()

IC95 n

()

Normal 36 7 194

89 -

3472

29 806

0496

Alterado 50 11 220

121 -

350

39 780

Total 86 18 209

133 -

305

68 791

Nota Risco relativo = 113 (IC95 048 - 263)

36

Tabela 6 ndash Caracteriacutesticas cliacutenicas de mulheres poacutes-menopausa segundo

fratura (n=86)

Fratura

Natildeo (n=68) Sim (n=18) Total

n ( ) n ( )

IMC

Abaixo do pesoNormal 24 (353) 5 (278) 28 0792

Sobrepeso 27 (397) 9 (500) 36

Obeso 17 (250) 4 (222) 21

Histoacuterico familiar de fratura de quadril

Natildeo 66 (985) 13 (867) 79 0085

Sim 1 (15) 2 (133) 3

Osteoporose

Natildeo 44 (800) 9 (529) 53 0055

Sim 11 (200) 8 (471) 19

Uso de anticoncepcional

Natildeo 32 (485) 10 (556) 42 0791

Sim 34 (515) 8 (444) 42

Ausecircncia de mentruaccedilatildeo

Natildeo 60 (909) 16 (941) 76 1000

Sim 6 (91) 1 (59) 7

Retirou o uacutetero

Natildeo 46 (687) 9 (500) 55 0170

Sim 21 (313) 9 (500) 30

Retirou os ovaacuterios

Natildeo 53 (815) 11 (647) 64 0187

Sim 12 (185) 6 (353) 18

Reposiccedilatildeo hormonal

Natildeo 51 (761) 13 (722) 64 0763

Sim 16 (239) 5 (278) 21

Amamentou

Natildeo 14 (206) 4 (222) 18 1000

Sim 54 (794) 14 (778) 68

Acamado por mais de dois meses

Natildeo 63 (940) 13 (765) 76 0049

Sim 4 (60) 4 (235) 8

Caracteriacutesticas clinicas

p-valor do

teste exato

de Fisher

37

Tabela 7 - Caracteriacutesticas comportamentais de mulheres poacutes-menopausa segundo

fratura (n=86)

Fratura

Natildeo (n=68) Sim (n=18) Total

n ( ) n ( )

Tabagismo

Natildeo fumante 47 (758) 14 (875) 61 0499

FumanteEx-fumante 15 (242) 2 (125) 17

Etilismo no uacuteltimo ano

Natildeo 48 (706) 15 (833) 63 0376

Sim 20 (294) 3 (167) 23

Atividade fiacutesica ateacute os 25 anos

Leve 38 (559) 11 (611) 49 0792

ModeradaPesada 30 (441) 7 (389) 37

Atividade fiacutesica entre os 25 e 50 anos

Leve 38 (559) 10 (556) 48 1000

ModeradaPesada 30 (441) 8 (444) 38

Atividade fiacutesica acima dos 50 anos

Leve 42 (618) 12 (667) 54 0789

ModeradaPesada 26 (382) 6 (333) 32

Frequecircncia diaacuteria de leite ateacute 25 anos

Nenhummenos 1 copodia 34 (500) 8 (444) 42 0910

1 a 2 coposdia 31 (456) 9 (500) 40

3 coposdia ou mais 3 (44) 1 (56) 4

Frequecircncia diaacuteria de leite apoacutes 50 anos

Nenhummenos 1 copodia 34 (500) 6 (333) 40 0103

1 a 2 coposdia 31 (456) 9 (500) 40

3 coposdia ou mais 3 (44) 3 (167) 6

Caracteriacutesticas

comportamentais

p-valor do

teste exato

de Fisher

Tabela 8- Coeficientes de correlaccedilatildeo de Spearman (rs) entre idade IMC e tempo de

menopausa em mulheres poacutes-menopausa

Variaacuteveis

IMC IdadeTempo de

menopausa

r s 1 -0144 -0151

p-valor 0569 0550

r s -0227 1 0736

p-valor 0074 lt0001

r s -0295 0761 1

p-valor 0020 lt0001

Variaacuteveis

IMC

Idade

Tempo de menopausa

Nota o triacircngulo superior direito (parte hachurada) se refere agraves correlaccedilotildees para as mulheres com

fratura e o inferior esquerdo (parte natildeo hachurada) agraves mulheres sem fratura

38

7 Discussatildeo

No Brasil os principais fatores cliacutenicos de risco para fraturas por fragilidade oacutessea

eram extrapolados a partir de estudos internacionais O estudo vem acrescentar informaccedilotildees

para se conhecer os fatores relacionados agrave essas fraturas Nossos resultados revelam que a

idade avanccedilada a historia familiar de fratura de quadril o diagnoacutestico de osteoporose e

tambeacutem o paciente ficar acamado por mais de 2 meses foram considerados fatores de risco

para fraturas por fragilidade oacutessea

Esse estudo mostrou concordacircncia com a Johnell amp Kanis (2006) onde o principal

siacutetio mundial de fratura por fragilidade oacutessea nas mulheres apoacutes a menopausa foi o antebraccedilo

Segundo o estudo Latin American Vertebral Osteoporosis Study (LAVOS) (Clark et al

2009) a fratura vertebral eacute a mais prevalente da ameacuterica latina com uma prevalecircncia de

142 diferente do nosso estudo onde a coluna vertebral e o colo do fecircmur aparecem

juntos em uacuteltimo lugar na lista de incidecircncia dos siacutetios de fratura Isso pode ser atribuiacutedo

devido a diferenccedila nos criteacuterios de definiccedilatildeo de fraturas pois no LAVOS optou-se pela

medida radiograacutefica do local de fraturas enquanto no nosso estudo as fraturas foram referidas

pelas pacientes

Os consensos sobre osteoporose tecircm propostos algoritmos para identificar indiviacuteduos

de alto risco para fraturas (Kanis et al 2008 WHO 1999) Para tanto a associaccedilatildeo de fatores

de risco para fraturas com a medida da USO eacute de suma importacircncia embora sejam poucas as

pacientes que tecircm oportunidade de realizar esse exame (Oliveira et al 2007) Assim o

presente trabalho mostrou um risco para fraturas por fragilidade oacutessea 13 maior nas

pacientes com resultado de USO alterada em relaccedilatildeo as pacientes que tiveram resultados de

39

USO normais vindo de encontro aos resultados encontrados por Oliveira et al (2007)

Corroborando o USO como um meacutetodo confiaacutevel para a prediccedilatildeo de fraturas

E semelhante a Pinheiro et al (2010a) o presente estudo revelou que os principais

fatores de risco para fraturas por fragilidade oacutessea satildeo a idade avanccedilada a historia familiar de

fratura de quadril e a presenccedila de osteoporose Isso pode ser atribuiacutedo ao fato de que no

estudo de Pinheiro et al (2010a) assim como no nosso estudo a populaccedilatildeo ser

predominantemente de mulheres acima dos 65 anos e viverem em aacuterea urbana tendo haacutebitos

de vida parecidos

O achado em nosso estudo que apresentou significacircncia estatiacutestica refere-se ao fator

de risco ldquopaciente acamado por mais de dois mesesrdquo como disposto na literatura (Pinheiro et

al 2010b Demir et al 2008) O que acontece eacute que com o paciente acamado por tempo

prolongado um maior remodelamento oacutesseo eacute observado Os osteoclastos responsaacuteveis pela

absorccedilatildeo oacutessea sobrepotildee os osteoblastos predispondo as fraturas por fragilidade oacutessea

(Fyhrie amp Schaffler 1994) Assim observou-se no estudo que 235 das pacientes

acamadas por mais de dois meses sofreram alguma fratura por fragilidade oacutessea com p valor

lt005 Isso reafirma a associaccedilatildeo entre a paciente ficar acamada por mais de dois meses e

sofrer fratura por fragilidade oacutessea Por outro lado o exerciacutecio fiacutesico que estaacute sabidamente

relacionado ao aumento da resistecircncia muscular do equiliacutebrio e da flexibilidade contribuindo

para a reduccedilatildeo da perda oacutessea e melhora da sauacutede em geral (Chan 2003) natildeo se mostrou

como fator de proteccedilatildeo neste estudo Provavelmente devido ao baixo percentual encontrado

de pacientes que praticavam atividade fiacutesica moderada ou pesada

O elevado IMC e a terapia de reposiccedilatildeo hormonal natildeo desempenharam papel protetor

na nossa populaccedilatildeo como seria o esperado por estudos anteriores (Pinheiro et al 2010c

40

Buttros et al 2011) Ao contrario o sobrepeso e obesidade foram considerados fatores de

risco Isso pode ser atribuiacutedo ao IMC meacutedio dessa populaccedilatildeo ser 264 (kgm2) (DPplusmn 55)

limiacutetrofe para sobrepeso Embora esse dado demonstre contrariedade com a literatura que

estabelece relaccedilatildeo inversa entre obesidade e fraturas por fragilidade oacutessea em nosso estudo

ter maior peso e IMC natildeo seriam fatores de risco para fraturas e sim caracteriacutesticas das

mulheres mais idosas em um contexto social de baixa escolaridade e renda Esse fato eacute

confirmado pelos resultados da Pesquisa Nacional sobre Sauacutede e Nutriccedilatildeo ( Batista F et al

2003) que demonstraram caraacuteter ascendente da obesidade nos estratos de mulheres com baixa

renda residentes na regiatildeo Sudeste

Aleacutem disso haacutebitos de vida como tabagismo e etilismo sabidamente relacionados agrave

maior risco para fraturas por fragilidade oacutessea (Pinheiro et al 2010) tambeacutem natildeo se

mostraram estar associados nesse estudo

A necessidade de caacutelcio do ser humano varia ao longo da vida e uma ingestatildeo

adequada para mulheres acima de 50 anos eacute de 1200 mg pois com a idade o corpo

naturalmente perde um pouco da capacidade de absorccedilatildeo de minerais (Nuacutecleo de Estudos e

Pesquisas em Alimentaccedilatildeo 2006) O fato de apenas 44 das mulheres que natildeo tiveram

fraturas e 167 das mulheres que tiveram fraturas ter referido consumo superior a

900mgdia (3 ou mais copos) foi fator de surpresa principalmente levando-se em conta o PIB

per capita da cidade superior ao da maioria dos municiacutepios brasileiros (IPEA 2000)

Assim como em estudos preacutevios (Pinheiro et al 2010c NHI 2001 Demir et al

2008) nossos dados tambeacutem demonstraram o hipoestrogenismo como importante fator de

risco para fraturas por fragilidade oacutessea jaacute que as pacientes com fratura tecircm entre 19 e 29

anos de menopausa Em recente estudo Demir et al (2008) estudaram 2769 mulheres na

41

poacutes-menopausa correlacionando a ocorrecircncia de osteoporose com o tempo de menopausa

Demonstraram que 106 das pacientes com ateacute trecircs anos de poacutes-menopausa tinham

osteoporose contra 329 das pacientes com sete anos ou mais Acredita-se que a deficiecircncia

estrogecircnica seja responsaacutevel por dois terccedilos da perda de massa oacutessea levando

consequentemente agraves fraturas por fragilidade oacutessea assim como observado (Position

statement of the North American Menopause Society 2010)

Os dados deste estudo podem ser limitados pois apesar de tratar-se de uma coorte as

participantes reportaram dados referentes a estilo de vida dieta antecedentes familiares e

pessoais o que pode ter ocasionado algum vieacutes recordatoacuterio Outra limitaccedilatildeo eacute que como

avaliado por Oliveira et al (2007) esta populaccedilatildeo apresenta a maior parte das mulheres com

baixo niacutevel socioeconocircmico e escolaridade sem acesso agrave adequada educaccedilatildeo nutricional e agrave

atividade fiacutesica orientada Por outro lado resultados encontrados sem significacircncia estatiacutestica

podem ter sido ocasionados pelo tamanho amostral reduzido devido a dificuldade de

rastreamento da populaccedilatildeo uma vez que a unidade de sauacutede natildeo atualizou o endereccedilo e

telefone das mulheres eleitas para o estudo Talvez se tivesse sido realizado contato anual

com essas mulheres natildeo teriacuteamos perdido o seguimento delas

42

8 Conclusatildeo

Devido agrave sua alta prevalecircncia e associaccedilatildeo com mortalidade e incapacidade a fratura

devido agrave fragilidade oacutessea deve ser considerada um problema de sauacutede puacuteblica no Brasil

Apesar das limitaccedilotildees o presente estudo foi realizado de forma prospectiva em mulheres

brasileiras na poacutes-menopausa devendo os seus resultados serem levados em consideraccedilatildeo

para a formulaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas de sauacutede para a prevenccedilatildeo e estrateacutegias de tratamento

para as fraturas Os fatores de risco encontrados como a idade avanccedilada a histoacuteria familiar

de fratura de quadril e a presenccedila de osteoporose devem ser acompanhados e combatidos para

tentar-se diminuir o risco para as fraturas Assim como o USO mostrou ser um meacutetodo

confiaacutevel para avaliar o risco para fraturas podendo ser implementado em maior escala do

que a atual Entatildeo acreditamos que novos estudos prospectivos com uma amostra mais

representativa devam ser realizados para se confirmar os fatores associados a fraturas por

fragilidade oacutessea na populaccedilatildeo brasileira para cada vez mais conhecermos o perfil da nossa

populaccedilatildeo e termos subsiacutedios para combater esse agravo

43

9 Referecircncias Bibliograacuteficas

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48

10 Anexo 1 - Instrumento de coleta - EVOS (EUROPEAN VERTEBRAL

OSTEOPOROSIS STUDY)

Data _________

Nome________________________________________________________

Endereco_____________________________________________________

Fone _____________ Data de nascimento _________ RG

1- Dados antropomeacutetricos

Peso (Kg) Altura (m) IMC

2- Dados Ginecoloacutegicos

Idade da primeira menstruacao anos

Vocecirc jaacute usou piacutelula anticoncepcional por mais de 3 meses

sim natildeo natildeo sei

Vocecirc jaacute ficou algum periacuteodo em sua vida sem menstruar antes da menopausa (exceto se

gravidez) sim natildeo natildeo sei

Idade da ultima menstruaccedilatildeo anos

Numero de filhos

Vocecirc fez cirurgia para retirar o uacutetero sim com Idade ____ (anos)

natildeo natildeo sei

E para retirar os ovaacuterios (um ou os dois) sim idade ___ (anos)

natildeo natildeo sei

Vocecirc fez reposiccedilatildeo hormonal apos a menopausa sim natildeo natildeo sei

Se sim quando iniciado o periacuteodo foi superior a 1 ano sim natildeo natildeo sei

49

Vocecirc notou os seguintes sintomas na menopausa

calores sim natildeo natildeo sei

depressatildeo sim natildeo natildeo sei

insocircnia sim natildeo natildeo sei

outros sim natildeo natildeo sei

Vocecirc amamentou sim natildeo natildeo sei

Se sim quantas crianccedilas vocecirc amamentou por mais que 3 meses

3- Dados familiares

Em sua famiacutelia (pai matildee irmatildeos) existe historia de fratura de quadril apos os 50 anos de

idade sim natildeo natildeo sei

4- Histoacuteria de fratura

Vocecirc jaacute teve alguma fratura sim natildeo natildeo sei

Se sim em qual sitio esqueleacutetico com que idade e qual foi o tipo de trauma

Sitio Numero Idade (anos) Niacutevel do trauma

Vertebra

Fecircmur (colo trocanter)

Costela

Antebraccedilo

Uacutemero

Pe

Outras

Vocecirc sabe que tem osteoporose sim tenho natildeo natildeo tenho natildeo sei

5- Aacutelcool

Com que frequecircncia vocecirc bebeu no ultimo ano

Diariamente 5-6 dsem 3-4 dsem

50

1 -2 dsem lt 1 dsem nunca

Tipo de bebida destilados (uiacutesque cachaccedila vodka)

fermentados (cerveja vinho)

6- Imobilizaccedilatildeo

Vocecirc jaacute ficou acamado por um periacuteodo superior a 2 meses

sim natildeo natildeo sei

Se sim foi antes ou apos os 25 anos de idade

ano passado nunca

7- Fumo

Vocecirc fumou cigarro ou usou outras formas de fumo (cachimbo ou charuto)

atualmente no passado nunca

Com que idade iniciou anos

Se parou com que idade anos

Numero de cigarrosdia

8- Atividade Fiacutesica

Quantas tempo costuma passar diariamente ao ar livre caminhando ou andando de bicicleta

nenhuma a 1 h superior a 1 h

Qual a sua atividade fiacutesica durante diferentes periacuteodos de sua vida adulta

Ate os 25 anos 25 a 50 anos acima 50 anos

Niacutevel 1 (leve) 2 (moderada) 3 (pesada) 4

(muito pesada)

9- Impacto

Como vocecirc descreveria sua sauacutede geral neste momento

muito boa boa satisfatoacuteria regular ruim

10- Interrogatoacuterio sobre drogas

51

Vocecirc jaacute usou alguma medicaccedilatildeo oral ou injetaacutevel contendo corticosteroides por mais de 3

meses sim natildeo natildeo sei

Vocecirc jaacute usou alguma desses remeacutedios

Droga sim natildeo sei tempo

(meses)

parou ha quanto tempo

Hormocircnios

masculinos

Hormocircnios

femininos

Calcitonina

Fluacuteor

Caacutelcio

Vitamina D

Anabolizantes

Diureacuteticos

tiazidicos

11- Ingestatildeo de caacutelcio

Com que frequecircncia vocecirc comeu produtos derivados do leite na semana passada

(diassemana)

queijo amarelo queijo branco iogurte leite sorvete

Para os periacuteodos indicados abaixo com que frequecircncia vocecirc recebeu leite

ate 25 anos 25 a 50 anos Acima de 50 anos

Todas as refeiccedilotildees (3 ou + coposdia)

1-2 coposdia

52

Toda semana mas natildeo todo dia

lt 1 vezsemana

53

11 Anexo 2 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Projeto de Pesquisa Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade

oacutessea em mulheres na menopausa

Pesquisador responsaacutevel Dra Lizanka Paola F Marinheiro

Instituiccedilatildeo responsaacutevel Instituto Fernandes Figueira

Vocecirc estaacute sendo convidado a participar do projeto de pesquisa intitulado

Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea em mulheres na

menopausa por que vocecirc participou do estudo anterior realizado haacute 7 anos sobre a

osteoporose e suas consequumlecircncias

54

A osteoporose e uma doenccedila que se caracteriza pela diminuiccedilatildeo da resistecircncia do osso

tornando-o mais fraacutegil Essa fragilidade aumenta o risco da pessoa que tem osteoporose de ter

fraturas mesmo com atividades comuns como tossir ou espirrar

Com isso esse trabalho deseja avaliar a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea na

populaccedilatildeo de mulheres na poacutes menopausa residente da Ilha de Paquetaacute apoacutes 7 anos de

seguimento do uacuteltimo estudo transversal

Vocecirc natildeo eacute obrigada a participar Mas se quiser vocecirc teraacute que responder a um

questionaacuterio Para participar vocecirc natildeo teraacute que pagar nada O resultado seraacute fornecido apenas

a vocecirc ningueacutem mais saberaacute Suas duvidas seratildeo esclarecidas e vocecirc devera continuar

acompanhamento com seu meacutedico assistente Se vocecirc natildeo quiser participar natildeo seraacute

submetida a nenhum constrangimento fiacutesico ou moral e seu atendimento no posto de sauacutede

natildeo seraacute prejudicado A participante poderaacute se retirar do estudo a qualquer momento que

julgar necessaacuterio sem prejuiacutezo para a mesma O resultado de toda a pesquisa seraacute divulgada e

atraveacutes de artigos cientiacuteficos em revistas encontros congressos ou similares sem a

divulgaccedilatildeo dos nomes de quem participou de forma sigilosa

Sua participaccedilatildeo no estudo natildeo implicaraacute em custos adicionais O (A) Sr (a) natildeo teraacute

qualquer despesa com a realizaccedilatildeo dos procedimentos previstos neste estudo que seratildeo

custeados pelo pesquisador responsaacutevel Tambeacutem natildeo haveraacute nenhuma forma de pagamento

pela sua participaccedilatildeo

Caso surja alguma duacutevida quanto agrave eacutetica do estudo o (a) Sr(a) deveraacute se reportar ao

Comitecirc de Eacutetica em Pesquisas envolvendo seres humanos ndash subordinado ao Conselho

Nacional de Eacutetica em Pesquisa oacutergatildeo do Ministeacuterio da Sauacutede atraveacutes de solicitaccedilatildeo ao

representante de pesquisa que estaraacute sob contato permanente ou contactando o Comitecirc de

Eacutetica em Pesquisa desta instituiccedilatildeo no telefone (21) 3971-1590 Eacute assegurado o completo

55

sigilo de sua identidade quanto a sua participaccedilatildeo neste estudo incluindo a eventualidade da

apresentaccedilatildeo dos resultados deste estudo em congressos e perioacutedicos cientiacuteficos

Eu________________________________________________________________________

residente do endereccedilo__________________________ fui informada dos objetivos e da

justificativa deste trabalho de forma clara e detalhada pela Dra Adriana de Mattos V da

Costa Recebi informaccedilotildees especificas sobre cada procedimento no qual estarei envolvida

dos desconfortos e riscos previstos tanto quanto dos benefiacutecios esperados Todas as minhas

duvidas foram respondidas com clareza e sei que poderei solicitar novos esclarecimentos a

qualquer momento Aleacutem disso sei que novas informaccedilotildees obtidas durante o estudo me seratildeo

fornecidas e que terei liberdade de retirar meu consentimento de participaccedilatildeo face a estas

informaccedilotildees sem prejuiacutezo para mim Aleacutem disto me foi entregue uma coacutepia da folha de

informaccedilotildees para os participantes a qual li compreendi e me deu plena liberdade para decidir

acerca da minha espontacircnea participaccedilatildeo nesta pesquisa Minha identidade jamais seraacute

publicada Os dados colhidos poderatildeo ser examinados por pessoas envolvidas no estudo com

autorizaccedilatildeo delegada do investigador e por pessoas delegadas pelo patrocinador Estou

recebendo uma coacutepia assinada deste Termo

Os pesquisadores responsaacuteveis pelo Projeto satildeo a Dra Lizanka Paola F Marinheiro e

sua aluna a Dra Adriana de Mattos Viveiros da Costa

56

Participante

Nome _________________________________

Assinatura________________________________

Data_________________________________________

Investigador

Nome____________________________________

Assinatura________________________________

Data_______________________________________

Pesquisadora

Nome______________________________________

Assinatura___________________________________

Data__________________________________________

Dra Lizanka Paola F Marinheiro

lizankaglobocom

tel 25541700

Dra Adriana de Mattos Vda Costa

adrianamattosmedyahoocombr

tel 87273315

Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa

Rua Afonso Cavalcanti 455 sala 710 ndash Cidade Nova -

Telefone 3971-1463

29

USO alterado tem um risco de fraturar de 13 maior em relaccedilatildeo as pacientes com resultado

de USO considerado normal

63 Caracteriacutesticas cliacutenicas e comportamentais X Fratura

As pacientes foram analisadas quanto as variaacuteveis clinicas e comportamentais

Considerando a tabela 6 as pacientes que tiveram fraturas se mostraram com maior

sobrepeso ou obesas (722) com maior historia familiar de fratura de quadril (133) e

com maior diagnostico de osteoporose (471) do que as pacientes sem fraturas (p

valorgt005) Jaacute o uso de anticoncepcional ou o uso de reposiccedilatildeo hormonal natildeo se mostraram

ser relevantes para ocorrecircncia de fraturas nessa amostra E 235 das pacientes acamadas por

mais de dois meses sofreram alguma fratura com p valor lt005 Evidenciando associaccedilatildeo

entre a paciente ficar acamada por mais de dois meses e sofrer fratura por fragilidade oacutessea

Avaliando a tabela 7 foi notado que apenas 125 das pacientes que tiveram fratura eram

tabagistas e 167 eram etilistas natildeo se mostrando essas caracteriacutesticas como fatores de

risco A atividade fiacutesica moderadapesada ateacute 25 anos e acima de 50 anos apresentou

percentuais de 441 e 382 respectivamente Aleacutem disso entre 25 e 50 anos 444 das

pacientes com atividade fiacutesica moderadapesada tiveram fraturas e 441 das pacientes natildeo

tiveram fraturas para essa faixa etaacuteria (p valor gt005) Sendo assim natildeo houve associaccedilatildeo

entre a atividade fiacutesica e as fraturas Em relaccedilatildeo ao item ingestatildeo de leite apoacutes os 50 anos

456 das pacientes que natildeo tiveram fraturas ingeriam de 1 a 2 copos de leite por dia e

apenas 44 ingeriam mais de 3 copos de leite por dia No caso das pacientes que tiveram

fraturas apoacutes os 50 anos foi observado que 50 ingeriam de 1 a 2 copos de leite por dia e

167 ingeriam 3 copos ou mais de leite

30

64 Tempo de menopausa X Fratura

As pacientes foram avaliadas graacutefico 3 para verificar a associaccedilatildeo entre o tempo de

menopausa e o desfecho das fraturas A mediana do tempo de menopausa encontrado em

ambos os grupos foi de 262 com DP de plusmn98 Metade das pacientes que tiveram fraturas tem

entre 193 e 293 anos de menopausa com DP de plusmn72 A correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade

tempo de menopausa e IMC foi observado na tabela 8 onde evidenciada uma associaccedilatildeo

positiva entre a idade e o tempo de menopausa nos grupos de pacientes com e sem fraturas

Assim como foi verificado uma associaccedilatildeo negativa de quanto maior a idade e o tempo de

menopausa menor o IMC

31

Graacutefico 1

Graacutefico 2

32

Graacutefico 3

33

Tabela 1- Caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas das

mulheres poacutes menopausa (n=86)

Caracteriacutesticas Meacutedia plusmn desvio padratildeo

Idade (anos) 7255 plusmn 897

Idade da

menarca (anos) 1324 plusmn 184

Idade da

menopausa

(anos)

4608 plusmn 614

Tempo de

menopausa

(anos)

2618 plusmn976

Peso (kg)sect 6342 plusmn 1055

Altura (m)deg 155 plusmn 008

IMC (kgm2) 2643 plusmn 557

n=85 sectn=83 ordmn=82 n=81 n=80

Tabela 2-Caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas das

mulheres poacutes menopausa em 2003

Caracteriacutesticas Meacutedia plusmn desvio padratildeo

Idade (anos) 6463plusmn1270

Idade da

menarca (anos)

1304 plusmn 193

Idade da

menopausa

(anos)

4755 plusmn 601

Tempo de

menopausa

(anos)

1700 plusmn 1076

Peso (kg)sect 6533 plusmn 1270

Altura (m)deg 155 plusmn 006

IMC (kgm2) 2696 plusmn 477

34

Tabela 3 ndash Incidecircncia de fraturas em mulheres poacutes menopausa segundo a

localizaccedilatildeo de fratura 2003-2011

Tipo da fratura

n

Veacutertebra 1 38

Fecircmur 1 38

Costela 2 77

Antebraccedilo 13 500

Uacutemero 4 145

Peacute 5 192

Total 26 1000

Nota Algumas pacientes tiveram mais de uma fratura no periacuteodo

Tabela 4- Relaccedilatildeo entre idade e fratura nas mulheres na poacutes menopausa

Total

Fratura

Idade (anos) Natildeo Sim

N () n () n ()

54 a 64 anos 18 209 14 206 4 222

65 a 79 anos 48 558 39 574 9 500

80 a 97 anos 20 233 15 221 5 278

Total 86 1000 68 1000 18 1000

Meacutedia (DP) 725 (90) 713 (77) 729 (93)

Nota P-valor pelo teste de Mann-Whitney=0813

35

Tabela 5 - Incidecircncia de fratura em mulheres poacutes-menopausa segundo

resultado da USO 2003-2011

Resultado da

USO

Total

Fratura p-valor

Sim Natildeo

n n

()

IC95 n

()

Normal 36 7 194

89 -

3472

29 806

0496

Alterado 50 11 220

121 -

350

39 780

Total 86 18 209

133 -

305

68 791

Nota Risco relativo = 113 (IC95 048 - 263)

36

Tabela 6 ndash Caracteriacutesticas cliacutenicas de mulheres poacutes-menopausa segundo

fratura (n=86)

Fratura

Natildeo (n=68) Sim (n=18) Total

n ( ) n ( )

IMC

Abaixo do pesoNormal 24 (353) 5 (278) 28 0792

Sobrepeso 27 (397) 9 (500) 36

Obeso 17 (250) 4 (222) 21

Histoacuterico familiar de fratura de quadril

Natildeo 66 (985) 13 (867) 79 0085

Sim 1 (15) 2 (133) 3

Osteoporose

Natildeo 44 (800) 9 (529) 53 0055

Sim 11 (200) 8 (471) 19

Uso de anticoncepcional

Natildeo 32 (485) 10 (556) 42 0791

Sim 34 (515) 8 (444) 42

Ausecircncia de mentruaccedilatildeo

Natildeo 60 (909) 16 (941) 76 1000

Sim 6 (91) 1 (59) 7

Retirou o uacutetero

Natildeo 46 (687) 9 (500) 55 0170

Sim 21 (313) 9 (500) 30

Retirou os ovaacuterios

Natildeo 53 (815) 11 (647) 64 0187

Sim 12 (185) 6 (353) 18

Reposiccedilatildeo hormonal

Natildeo 51 (761) 13 (722) 64 0763

Sim 16 (239) 5 (278) 21

Amamentou

Natildeo 14 (206) 4 (222) 18 1000

Sim 54 (794) 14 (778) 68

Acamado por mais de dois meses

Natildeo 63 (940) 13 (765) 76 0049

Sim 4 (60) 4 (235) 8

Caracteriacutesticas clinicas

p-valor do

teste exato

de Fisher

37

Tabela 7 - Caracteriacutesticas comportamentais de mulheres poacutes-menopausa segundo

fratura (n=86)

Fratura

Natildeo (n=68) Sim (n=18) Total

n ( ) n ( )

Tabagismo

Natildeo fumante 47 (758) 14 (875) 61 0499

FumanteEx-fumante 15 (242) 2 (125) 17

Etilismo no uacuteltimo ano

Natildeo 48 (706) 15 (833) 63 0376

Sim 20 (294) 3 (167) 23

Atividade fiacutesica ateacute os 25 anos

Leve 38 (559) 11 (611) 49 0792

ModeradaPesada 30 (441) 7 (389) 37

Atividade fiacutesica entre os 25 e 50 anos

Leve 38 (559) 10 (556) 48 1000

ModeradaPesada 30 (441) 8 (444) 38

Atividade fiacutesica acima dos 50 anos

Leve 42 (618) 12 (667) 54 0789

ModeradaPesada 26 (382) 6 (333) 32

Frequecircncia diaacuteria de leite ateacute 25 anos

Nenhummenos 1 copodia 34 (500) 8 (444) 42 0910

1 a 2 coposdia 31 (456) 9 (500) 40

3 coposdia ou mais 3 (44) 1 (56) 4

Frequecircncia diaacuteria de leite apoacutes 50 anos

Nenhummenos 1 copodia 34 (500) 6 (333) 40 0103

1 a 2 coposdia 31 (456) 9 (500) 40

3 coposdia ou mais 3 (44) 3 (167) 6

Caracteriacutesticas

comportamentais

p-valor do

teste exato

de Fisher

Tabela 8- Coeficientes de correlaccedilatildeo de Spearman (rs) entre idade IMC e tempo de

menopausa em mulheres poacutes-menopausa

Variaacuteveis

IMC IdadeTempo de

menopausa

r s 1 -0144 -0151

p-valor 0569 0550

r s -0227 1 0736

p-valor 0074 lt0001

r s -0295 0761 1

p-valor 0020 lt0001

Variaacuteveis

IMC

Idade

Tempo de menopausa

Nota o triacircngulo superior direito (parte hachurada) se refere agraves correlaccedilotildees para as mulheres com

fratura e o inferior esquerdo (parte natildeo hachurada) agraves mulheres sem fratura

38

7 Discussatildeo

No Brasil os principais fatores cliacutenicos de risco para fraturas por fragilidade oacutessea

eram extrapolados a partir de estudos internacionais O estudo vem acrescentar informaccedilotildees

para se conhecer os fatores relacionados agrave essas fraturas Nossos resultados revelam que a

idade avanccedilada a historia familiar de fratura de quadril o diagnoacutestico de osteoporose e

tambeacutem o paciente ficar acamado por mais de 2 meses foram considerados fatores de risco

para fraturas por fragilidade oacutessea

Esse estudo mostrou concordacircncia com a Johnell amp Kanis (2006) onde o principal

siacutetio mundial de fratura por fragilidade oacutessea nas mulheres apoacutes a menopausa foi o antebraccedilo

Segundo o estudo Latin American Vertebral Osteoporosis Study (LAVOS) (Clark et al

2009) a fratura vertebral eacute a mais prevalente da ameacuterica latina com uma prevalecircncia de

142 diferente do nosso estudo onde a coluna vertebral e o colo do fecircmur aparecem

juntos em uacuteltimo lugar na lista de incidecircncia dos siacutetios de fratura Isso pode ser atribuiacutedo

devido a diferenccedila nos criteacuterios de definiccedilatildeo de fraturas pois no LAVOS optou-se pela

medida radiograacutefica do local de fraturas enquanto no nosso estudo as fraturas foram referidas

pelas pacientes

Os consensos sobre osteoporose tecircm propostos algoritmos para identificar indiviacuteduos

de alto risco para fraturas (Kanis et al 2008 WHO 1999) Para tanto a associaccedilatildeo de fatores

de risco para fraturas com a medida da USO eacute de suma importacircncia embora sejam poucas as

pacientes que tecircm oportunidade de realizar esse exame (Oliveira et al 2007) Assim o

presente trabalho mostrou um risco para fraturas por fragilidade oacutessea 13 maior nas

pacientes com resultado de USO alterada em relaccedilatildeo as pacientes que tiveram resultados de

39

USO normais vindo de encontro aos resultados encontrados por Oliveira et al (2007)

Corroborando o USO como um meacutetodo confiaacutevel para a prediccedilatildeo de fraturas

E semelhante a Pinheiro et al (2010a) o presente estudo revelou que os principais

fatores de risco para fraturas por fragilidade oacutessea satildeo a idade avanccedilada a historia familiar de

fratura de quadril e a presenccedila de osteoporose Isso pode ser atribuiacutedo ao fato de que no

estudo de Pinheiro et al (2010a) assim como no nosso estudo a populaccedilatildeo ser

predominantemente de mulheres acima dos 65 anos e viverem em aacuterea urbana tendo haacutebitos

de vida parecidos

O achado em nosso estudo que apresentou significacircncia estatiacutestica refere-se ao fator

de risco ldquopaciente acamado por mais de dois mesesrdquo como disposto na literatura (Pinheiro et

al 2010b Demir et al 2008) O que acontece eacute que com o paciente acamado por tempo

prolongado um maior remodelamento oacutesseo eacute observado Os osteoclastos responsaacuteveis pela

absorccedilatildeo oacutessea sobrepotildee os osteoblastos predispondo as fraturas por fragilidade oacutessea

(Fyhrie amp Schaffler 1994) Assim observou-se no estudo que 235 das pacientes

acamadas por mais de dois meses sofreram alguma fratura por fragilidade oacutessea com p valor

lt005 Isso reafirma a associaccedilatildeo entre a paciente ficar acamada por mais de dois meses e

sofrer fratura por fragilidade oacutessea Por outro lado o exerciacutecio fiacutesico que estaacute sabidamente

relacionado ao aumento da resistecircncia muscular do equiliacutebrio e da flexibilidade contribuindo

para a reduccedilatildeo da perda oacutessea e melhora da sauacutede em geral (Chan 2003) natildeo se mostrou

como fator de proteccedilatildeo neste estudo Provavelmente devido ao baixo percentual encontrado

de pacientes que praticavam atividade fiacutesica moderada ou pesada

O elevado IMC e a terapia de reposiccedilatildeo hormonal natildeo desempenharam papel protetor

na nossa populaccedilatildeo como seria o esperado por estudos anteriores (Pinheiro et al 2010c

40

Buttros et al 2011) Ao contrario o sobrepeso e obesidade foram considerados fatores de

risco Isso pode ser atribuiacutedo ao IMC meacutedio dessa populaccedilatildeo ser 264 (kgm2) (DPplusmn 55)

limiacutetrofe para sobrepeso Embora esse dado demonstre contrariedade com a literatura que

estabelece relaccedilatildeo inversa entre obesidade e fraturas por fragilidade oacutessea em nosso estudo

ter maior peso e IMC natildeo seriam fatores de risco para fraturas e sim caracteriacutesticas das

mulheres mais idosas em um contexto social de baixa escolaridade e renda Esse fato eacute

confirmado pelos resultados da Pesquisa Nacional sobre Sauacutede e Nutriccedilatildeo ( Batista F et al

2003) que demonstraram caraacuteter ascendente da obesidade nos estratos de mulheres com baixa

renda residentes na regiatildeo Sudeste

Aleacutem disso haacutebitos de vida como tabagismo e etilismo sabidamente relacionados agrave

maior risco para fraturas por fragilidade oacutessea (Pinheiro et al 2010) tambeacutem natildeo se

mostraram estar associados nesse estudo

A necessidade de caacutelcio do ser humano varia ao longo da vida e uma ingestatildeo

adequada para mulheres acima de 50 anos eacute de 1200 mg pois com a idade o corpo

naturalmente perde um pouco da capacidade de absorccedilatildeo de minerais (Nuacutecleo de Estudos e

Pesquisas em Alimentaccedilatildeo 2006) O fato de apenas 44 das mulheres que natildeo tiveram

fraturas e 167 das mulheres que tiveram fraturas ter referido consumo superior a

900mgdia (3 ou mais copos) foi fator de surpresa principalmente levando-se em conta o PIB

per capita da cidade superior ao da maioria dos municiacutepios brasileiros (IPEA 2000)

Assim como em estudos preacutevios (Pinheiro et al 2010c NHI 2001 Demir et al

2008) nossos dados tambeacutem demonstraram o hipoestrogenismo como importante fator de

risco para fraturas por fragilidade oacutessea jaacute que as pacientes com fratura tecircm entre 19 e 29

anos de menopausa Em recente estudo Demir et al (2008) estudaram 2769 mulheres na

41

poacutes-menopausa correlacionando a ocorrecircncia de osteoporose com o tempo de menopausa

Demonstraram que 106 das pacientes com ateacute trecircs anos de poacutes-menopausa tinham

osteoporose contra 329 das pacientes com sete anos ou mais Acredita-se que a deficiecircncia

estrogecircnica seja responsaacutevel por dois terccedilos da perda de massa oacutessea levando

consequentemente agraves fraturas por fragilidade oacutessea assim como observado (Position

statement of the North American Menopause Society 2010)

Os dados deste estudo podem ser limitados pois apesar de tratar-se de uma coorte as

participantes reportaram dados referentes a estilo de vida dieta antecedentes familiares e

pessoais o que pode ter ocasionado algum vieacutes recordatoacuterio Outra limitaccedilatildeo eacute que como

avaliado por Oliveira et al (2007) esta populaccedilatildeo apresenta a maior parte das mulheres com

baixo niacutevel socioeconocircmico e escolaridade sem acesso agrave adequada educaccedilatildeo nutricional e agrave

atividade fiacutesica orientada Por outro lado resultados encontrados sem significacircncia estatiacutestica

podem ter sido ocasionados pelo tamanho amostral reduzido devido a dificuldade de

rastreamento da populaccedilatildeo uma vez que a unidade de sauacutede natildeo atualizou o endereccedilo e

telefone das mulheres eleitas para o estudo Talvez se tivesse sido realizado contato anual

com essas mulheres natildeo teriacuteamos perdido o seguimento delas

42

8 Conclusatildeo

Devido agrave sua alta prevalecircncia e associaccedilatildeo com mortalidade e incapacidade a fratura

devido agrave fragilidade oacutessea deve ser considerada um problema de sauacutede puacuteblica no Brasil

Apesar das limitaccedilotildees o presente estudo foi realizado de forma prospectiva em mulheres

brasileiras na poacutes-menopausa devendo os seus resultados serem levados em consideraccedilatildeo

para a formulaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas de sauacutede para a prevenccedilatildeo e estrateacutegias de tratamento

para as fraturas Os fatores de risco encontrados como a idade avanccedilada a histoacuteria familiar

de fratura de quadril e a presenccedila de osteoporose devem ser acompanhados e combatidos para

tentar-se diminuir o risco para as fraturas Assim como o USO mostrou ser um meacutetodo

confiaacutevel para avaliar o risco para fraturas podendo ser implementado em maior escala do

que a atual Entatildeo acreditamos que novos estudos prospectivos com uma amostra mais

representativa devam ser realizados para se confirmar os fatores associados a fraturas por

fragilidade oacutessea na populaccedilatildeo brasileira para cada vez mais conhecermos o perfil da nossa

populaccedilatildeo e termos subsiacutedios para combater esse agravo

43

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48

10 Anexo 1 - Instrumento de coleta - EVOS (EUROPEAN VERTEBRAL

OSTEOPOROSIS STUDY)

Data _________

Nome________________________________________________________

Endereco_____________________________________________________

Fone _____________ Data de nascimento _________ RG

1- Dados antropomeacutetricos

Peso (Kg) Altura (m) IMC

2- Dados Ginecoloacutegicos

Idade da primeira menstruacao anos

Vocecirc jaacute usou piacutelula anticoncepcional por mais de 3 meses

sim natildeo natildeo sei

Vocecirc jaacute ficou algum periacuteodo em sua vida sem menstruar antes da menopausa (exceto se

gravidez) sim natildeo natildeo sei

Idade da ultima menstruaccedilatildeo anos

Numero de filhos

Vocecirc fez cirurgia para retirar o uacutetero sim com Idade ____ (anos)

natildeo natildeo sei

E para retirar os ovaacuterios (um ou os dois) sim idade ___ (anos)

natildeo natildeo sei

Vocecirc fez reposiccedilatildeo hormonal apos a menopausa sim natildeo natildeo sei

Se sim quando iniciado o periacuteodo foi superior a 1 ano sim natildeo natildeo sei

49

Vocecirc notou os seguintes sintomas na menopausa

calores sim natildeo natildeo sei

depressatildeo sim natildeo natildeo sei

insocircnia sim natildeo natildeo sei

outros sim natildeo natildeo sei

Vocecirc amamentou sim natildeo natildeo sei

Se sim quantas crianccedilas vocecirc amamentou por mais que 3 meses

3- Dados familiares

Em sua famiacutelia (pai matildee irmatildeos) existe historia de fratura de quadril apos os 50 anos de

idade sim natildeo natildeo sei

4- Histoacuteria de fratura

Vocecirc jaacute teve alguma fratura sim natildeo natildeo sei

Se sim em qual sitio esqueleacutetico com que idade e qual foi o tipo de trauma

Sitio Numero Idade (anos) Niacutevel do trauma

Vertebra

Fecircmur (colo trocanter)

Costela

Antebraccedilo

Uacutemero

Pe

Outras

Vocecirc sabe que tem osteoporose sim tenho natildeo natildeo tenho natildeo sei

5- Aacutelcool

Com que frequecircncia vocecirc bebeu no ultimo ano

Diariamente 5-6 dsem 3-4 dsem

50

1 -2 dsem lt 1 dsem nunca

Tipo de bebida destilados (uiacutesque cachaccedila vodka)

fermentados (cerveja vinho)

6- Imobilizaccedilatildeo

Vocecirc jaacute ficou acamado por um periacuteodo superior a 2 meses

sim natildeo natildeo sei

Se sim foi antes ou apos os 25 anos de idade

ano passado nunca

7- Fumo

Vocecirc fumou cigarro ou usou outras formas de fumo (cachimbo ou charuto)

atualmente no passado nunca

Com que idade iniciou anos

Se parou com que idade anos

Numero de cigarrosdia

8- Atividade Fiacutesica

Quantas tempo costuma passar diariamente ao ar livre caminhando ou andando de bicicleta

nenhuma a 1 h superior a 1 h

Qual a sua atividade fiacutesica durante diferentes periacuteodos de sua vida adulta

Ate os 25 anos 25 a 50 anos acima 50 anos

Niacutevel 1 (leve) 2 (moderada) 3 (pesada) 4

(muito pesada)

9- Impacto

Como vocecirc descreveria sua sauacutede geral neste momento

muito boa boa satisfatoacuteria regular ruim

10- Interrogatoacuterio sobre drogas

51

Vocecirc jaacute usou alguma medicaccedilatildeo oral ou injetaacutevel contendo corticosteroides por mais de 3

meses sim natildeo natildeo sei

Vocecirc jaacute usou alguma desses remeacutedios

Droga sim natildeo sei tempo

(meses)

parou ha quanto tempo

Hormocircnios

masculinos

Hormocircnios

femininos

Calcitonina

Fluacuteor

Caacutelcio

Vitamina D

Anabolizantes

Diureacuteticos

tiazidicos

11- Ingestatildeo de caacutelcio

Com que frequecircncia vocecirc comeu produtos derivados do leite na semana passada

(diassemana)

queijo amarelo queijo branco iogurte leite sorvete

Para os periacuteodos indicados abaixo com que frequecircncia vocecirc recebeu leite

ate 25 anos 25 a 50 anos Acima de 50 anos

Todas as refeiccedilotildees (3 ou + coposdia)

1-2 coposdia

52

Toda semana mas natildeo todo dia

lt 1 vezsemana

53

11 Anexo 2 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Projeto de Pesquisa Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade

oacutessea em mulheres na menopausa

Pesquisador responsaacutevel Dra Lizanka Paola F Marinheiro

Instituiccedilatildeo responsaacutevel Instituto Fernandes Figueira

Vocecirc estaacute sendo convidado a participar do projeto de pesquisa intitulado

Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea em mulheres na

menopausa por que vocecirc participou do estudo anterior realizado haacute 7 anos sobre a

osteoporose e suas consequumlecircncias

54

A osteoporose e uma doenccedila que se caracteriza pela diminuiccedilatildeo da resistecircncia do osso

tornando-o mais fraacutegil Essa fragilidade aumenta o risco da pessoa que tem osteoporose de ter

fraturas mesmo com atividades comuns como tossir ou espirrar

Com isso esse trabalho deseja avaliar a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea na

populaccedilatildeo de mulheres na poacutes menopausa residente da Ilha de Paquetaacute apoacutes 7 anos de

seguimento do uacuteltimo estudo transversal

Vocecirc natildeo eacute obrigada a participar Mas se quiser vocecirc teraacute que responder a um

questionaacuterio Para participar vocecirc natildeo teraacute que pagar nada O resultado seraacute fornecido apenas

a vocecirc ningueacutem mais saberaacute Suas duvidas seratildeo esclarecidas e vocecirc devera continuar

acompanhamento com seu meacutedico assistente Se vocecirc natildeo quiser participar natildeo seraacute

submetida a nenhum constrangimento fiacutesico ou moral e seu atendimento no posto de sauacutede

natildeo seraacute prejudicado A participante poderaacute se retirar do estudo a qualquer momento que

julgar necessaacuterio sem prejuiacutezo para a mesma O resultado de toda a pesquisa seraacute divulgada e

atraveacutes de artigos cientiacuteficos em revistas encontros congressos ou similares sem a

divulgaccedilatildeo dos nomes de quem participou de forma sigilosa

Sua participaccedilatildeo no estudo natildeo implicaraacute em custos adicionais O (A) Sr (a) natildeo teraacute

qualquer despesa com a realizaccedilatildeo dos procedimentos previstos neste estudo que seratildeo

custeados pelo pesquisador responsaacutevel Tambeacutem natildeo haveraacute nenhuma forma de pagamento

pela sua participaccedilatildeo

Caso surja alguma duacutevida quanto agrave eacutetica do estudo o (a) Sr(a) deveraacute se reportar ao

Comitecirc de Eacutetica em Pesquisas envolvendo seres humanos ndash subordinado ao Conselho

Nacional de Eacutetica em Pesquisa oacutergatildeo do Ministeacuterio da Sauacutede atraveacutes de solicitaccedilatildeo ao

representante de pesquisa que estaraacute sob contato permanente ou contactando o Comitecirc de

Eacutetica em Pesquisa desta instituiccedilatildeo no telefone (21) 3971-1590 Eacute assegurado o completo

55

sigilo de sua identidade quanto a sua participaccedilatildeo neste estudo incluindo a eventualidade da

apresentaccedilatildeo dos resultados deste estudo em congressos e perioacutedicos cientiacuteficos

Eu________________________________________________________________________

residente do endereccedilo__________________________ fui informada dos objetivos e da

justificativa deste trabalho de forma clara e detalhada pela Dra Adriana de Mattos V da

Costa Recebi informaccedilotildees especificas sobre cada procedimento no qual estarei envolvida

dos desconfortos e riscos previstos tanto quanto dos benefiacutecios esperados Todas as minhas

duvidas foram respondidas com clareza e sei que poderei solicitar novos esclarecimentos a

qualquer momento Aleacutem disso sei que novas informaccedilotildees obtidas durante o estudo me seratildeo

fornecidas e que terei liberdade de retirar meu consentimento de participaccedilatildeo face a estas

informaccedilotildees sem prejuiacutezo para mim Aleacutem disto me foi entregue uma coacutepia da folha de

informaccedilotildees para os participantes a qual li compreendi e me deu plena liberdade para decidir

acerca da minha espontacircnea participaccedilatildeo nesta pesquisa Minha identidade jamais seraacute

publicada Os dados colhidos poderatildeo ser examinados por pessoas envolvidas no estudo com

autorizaccedilatildeo delegada do investigador e por pessoas delegadas pelo patrocinador Estou

recebendo uma coacutepia assinada deste Termo

Os pesquisadores responsaacuteveis pelo Projeto satildeo a Dra Lizanka Paola F Marinheiro e

sua aluna a Dra Adriana de Mattos Viveiros da Costa

56

Participante

Nome _________________________________

Assinatura________________________________

Data_________________________________________

Investigador

Nome____________________________________

Assinatura________________________________

Data_______________________________________

Pesquisadora

Nome______________________________________

Assinatura___________________________________

Data__________________________________________

Dra Lizanka Paola F Marinheiro

lizankaglobocom

tel 25541700

Dra Adriana de Mattos Vda Costa

adrianamattosmedyahoocombr

tel 87273315

Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa

Rua Afonso Cavalcanti 455 sala 710 ndash Cidade Nova -

Telefone 3971-1463

30

64 Tempo de menopausa X Fratura

As pacientes foram avaliadas graacutefico 3 para verificar a associaccedilatildeo entre o tempo de

menopausa e o desfecho das fraturas A mediana do tempo de menopausa encontrado em

ambos os grupos foi de 262 com DP de plusmn98 Metade das pacientes que tiveram fraturas tem

entre 193 e 293 anos de menopausa com DP de plusmn72 A correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade

tempo de menopausa e IMC foi observado na tabela 8 onde evidenciada uma associaccedilatildeo

positiva entre a idade e o tempo de menopausa nos grupos de pacientes com e sem fraturas

Assim como foi verificado uma associaccedilatildeo negativa de quanto maior a idade e o tempo de

menopausa menor o IMC

31

Graacutefico 1

Graacutefico 2

32

Graacutefico 3

33

Tabela 1- Caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas das

mulheres poacutes menopausa (n=86)

Caracteriacutesticas Meacutedia plusmn desvio padratildeo

Idade (anos) 7255 plusmn 897

Idade da

menarca (anos) 1324 plusmn 184

Idade da

menopausa

(anos)

4608 plusmn 614

Tempo de

menopausa

(anos)

2618 plusmn976

Peso (kg)sect 6342 plusmn 1055

Altura (m)deg 155 plusmn 008

IMC (kgm2) 2643 plusmn 557

n=85 sectn=83 ordmn=82 n=81 n=80

Tabela 2-Caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas das

mulheres poacutes menopausa em 2003

Caracteriacutesticas Meacutedia plusmn desvio padratildeo

Idade (anos) 6463plusmn1270

Idade da

menarca (anos)

1304 plusmn 193

Idade da

menopausa

(anos)

4755 plusmn 601

Tempo de

menopausa

(anos)

1700 plusmn 1076

Peso (kg)sect 6533 plusmn 1270

Altura (m)deg 155 plusmn 006

IMC (kgm2) 2696 plusmn 477

34

Tabela 3 ndash Incidecircncia de fraturas em mulheres poacutes menopausa segundo a

localizaccedilatildeo de fratura 2003-2011

Tipo da fratura

n

Veacutertebra 1 38

Fecircmur 1 38

Costela 2 77

Antebraccedilo 13 500

Uacutemero 4 145

Peacute 5 192

Total 26 1000

Nota Algumas pacientes tiveram mais de uma fratura no periacuteodo

Tabela 4- Relaccedilatildeo entre idade e fratura nas mulheres na poacutes menopausa

Total

Fratura

Idade (anos) Natildeo Sim

N () n () n ()

54 a 64 anos 18 209 14 206 4 222

65 a 79 anos 48 558 39 574 9 500

80 a 97 anos 20 233 15 221 5 278

Total 86 1000 68 1000 18 1000

Meacutedia (DP) 725 (90) 713 (77) 729 (93)

Nota P-valor pelo teste de Mann-Whitney=0813

35

Tabela 5 - Incidecircncia de fratura em mulheres poacutes-menopausa segundo

resultado da USO 2003-2011

Resultado da

USO

Total

Fratura p-valor

Sim Natildeo

n n

()

IC95 n

()

Normal 36 7 194

89 -

3472

29 806

0496

Alterado 50 11 220

121 -

350

39 780

Total 86 18 209

133 -

305

68 791

Nota Risco relativo = 113 (IC95 048 - 263)

36

Tabela 6 ndash Caracteriacutesticas cliacutenicas de mulheres poacutes-menopausa segundo

fratura (n=86)

Fratura

Natildeo (n=68) Sim (n=18) Total

n ( ) n ( )

IMC

Abaixo do pesoNormal 24 (353) 5 (278) 28 0792

Sobrepeso 27 (397) 9 (500) 36

Obeso 17 (250) 4 (222) 21

Histoacuterico familiar de fratura de quadril

Natildeo 66 (985) 13 (867) 79 0085

Sim 1 (15) 2 (133) 3

Osteoporose

Natildeo 44 (800) 9 (529) 53 0055

Sim 11 (200) 8 (471) 19

Uso de anticoncepcional

Natildeo 32 (485) 10 (556) 42 0791

Sim 34 (515) 8 (444) 42

Ausecircncia de mentruaccedilatildeo

Natildeo 60 (909) 16 (941) 76 1000

Sim 6 (91) 1 (59) 7

Retirou o uacutetero

Natildeo 46 (687) 9 (500) 55 0170

Sim 21 (313) 9 (500) 30

Retirou os ovaacuterios

Natildeo 53 (815) 11 (647) 64 0187

Sim 12 (185) 6 (353) 18

Reposiccedilatildeo hormonal

Natildeo 51 (761) 13 (722) 64 0763

Sim 16 (239) 5 (278) 21

Amamentou

Natildeo 14 (206) 4 (222) 18 1000

Sim 54 (794) 14 (778) 68

Acamado por mais de dois meses

Natildeo 63 (940) 13 (765) 76 0049

Sim 4 (60) 4 (235) 8

Caracteriacutesticas clinicas

p-valor do

teste exato

de Fisher

37

Tabela 7 - Caracteriacutesticas comportamentais de mulheres poacutes-menopausa segundo

fratura (n=86)

Fratura

Natildeo (n=68) Sim (n=18) Total

n ( ) n ( )

Tabagismo

Natildeo fumante 47 (758) 14 (875) 61 0499

FumanteEx-fumante 15 (242) 2 (125) 17

Etilismo no uacuteltimo ano

Natildeo 48 (706) 15 (833) 63 0376

Sim 20 (294) 3 (167) 23

Atividade fiacutesica ateacute os 25 anos

Leve 38 (559) 11 (611) 49 0792

ModeradaPesada 30 (441) 7 (389) 37

Atividade fiacutesica entre os 25 e 50 anos

Leve 38 (559) 10 (556) 48 1000

ModeradaPesada 30 (441) 8 (444) 38

Atividade fiacutesica acima dos 50 anos

Leve 42 (618) 12 (667) 54 0789

ModeradaPesada 26 (382) 6 (333) 32

Frequecircncia diaacuteria de leite ateacute 25 anos

Nenhummenos 1 copodia 34 (500) 8 (444) 42 0910

1 a 2 coposdia 31 (456) 9 (500) 40

3 coposdia ou mais 3 (44) 1 (56) 4

Frequecircncia diaacuteria de leite apoacutes 50 anos

Nenhummenos 1 copodia 34 (500) 6 (333) 40 0103

1 a 2 coposdia 31 (456) 9 (500) 40

3 coposdia ou mais 3 (44) 3 (167) 6

Caracteriacutesticas

comportamentais

p-valor do

teste exato

de Fisher

Tabela 8- Coeficientes de correlaccedilatildeo de Spearman (rs) entre idade IMC e tempo de

menopausa em mulheres poacutes-menopausa

Variaacuteveis

IMC IdadeTempo de

menopausa

r s 1 -0144 -0151

p-valor 0569 0550

r s -0227 1 0736

p-valor 0074 lt0001

r s -0295 0761 1

p-valor 0020 lt0001

Variaacuteveis

IMC

Idade

Tempo de menopausa

Nota o triacircngulo superior direito (parte hachurada) se refere agraves correlaccedilotildees para as mulheres com

fratura e o inferior esquerdo (parte natildeo hachurada) agraves mulheres sem fratura

38

7 Discussatildeo

No Brasil os principais fatores cliacutenicos de risco para fraturas por fragilidade oacutessea

eram extrapolados a partir de estudos internacionais O estudo vem acrescentar informaccedilotildees

para se conhecer os fatores relacionados agrave essas fraturas Nossos resultados revelam que a

idade avanccedilada a historia familiar de fratura de quadril o diagnoacutestico de osteoporose e

tambeacutem o paciente ficar acamado por mais de 2 meses foram considerados fatores de risco

para fraturas por fragilidade oacutessea

Esse estudo mostrou concordacircncia com a Johnell amp Kanis (2006) onde o principal

siacutetio mundial de fratura por fragilidade oacutessea nas mulheres apoacutes a menopausa foi o antebraccedilo

Segundo o estudo Latin American Vertebral Osteoporosis Study (LAVOS) (Clark et al

2009) a fratura vertebral eacute a mais prevalente da ameacuterica latina com uma prevalecircncia de

142 diferente do nosso estudo onde a coluna vertebral e o colo do fecircmur aparecem

juntos em uacuteltimo lugar na lista de incidecircncia dos siacutetios de fratura Isso pode ser atribuiacutedo

devido a diferenccedila nos criteacuterios de definiccedilatildeo de fraturas pois no LAVOS optou-se pela

medida radiograacutefica do local de fraturas enquanto no nosso estudo as fraturas foram referidas

pelas pacientes

Os consensos sobre osteoporose tecircm propostos algoritmos para identificar indiviacuteduos

de alto risco para fraturas (Kanis et al 2008 WHO 1999) Para tanto a associaccedilatildeo de fatores

de risco para fraturas com a medida da USO eacute de suma importacircncia embora sejam poucas as

pacientes que tecircm oportunidade de realizar esse exame (Oliveira et al 2007) Assim o

presente trabalho mostrou um risco para fraturas por fragilidade oacutessea 13 maior nas

pacientes com resultado de USO alterada em relaccedilatildeo as pacientes que tiveram resultados de

39

USO normais vindo de encontro aos resultados encontrados por Oliveira et al (2007)

Corroborando o USO como um meacutetodo confiaacutevel para a prediccedilatildeo de fraturas

E semelhante a Pinheiro et al (2010a) o presente estudo revelou que os principais

fatores de risco para fraturas por fragilidade oacutessea satildeo a idade avanccedilada a historia familiar de

fratura de quadril e a presenccedila de osteoporose Isso pode ser atribuiacutedo ao fato de que no

estudo de Pinheiro et al (2010a) assim como no nosso estudo a populaccedilatildeo ser

predominantemente de mulheres acima dos 65 anos e viverem em aacuterea urbana tendo haacutebitos

de vida parecidos

O achado em nosso estudo que apresentou significacircncia estatiacutestica refere-se ao fator

de risco ldquopaciente acamado por mais de dois mesesrdquo como disposto na literatura (Pinheiro et

al 2010b Demir et al 2008) O que acontece eacute que com o paciente acamado por tempo

prolongado um maior remodelamento oacutesseo eacute observado Os osteoclastos responsaacuteveis pela

absorccedilatildeo oacutessea sobrepotildee os osteoblastos predispondo as fraturas por fragilidade oacutessea

(Fyhrie amp Schaffler 1994) Assim observou-se no estudo que 235 das pacientes

acamadas por mais de dois meses sofreram alguma fratura por fragilidade oacutessea com p valor

lt005 Isso reafirma a associaccedilatildeo entre a paciente ficar acamada por mais de dois meses e

sofrer fratura por fragilidade oacutessea Por outro lado o exerciacutecio fiacutesico que estaacute sabidamente

relacionado ao aumento da resistecircncia muscular do equiliacutebrio e da flexibilidade contribuindo

para a reduccedilatildeo da perda oacutessea e melhora da sauacutede em geral (Chan 2003) natildeo se mostrou

como fator de proteccedilatildeo neste estudo Provavelmente devido ao baixo percentual encontrado

de pacientes que praticavam atividade fiacutesica moderada ou pesada

O elevado IMC e a terapia de reposiccedilatildeo hormonal natildeo desempenharam papel protetor

na nossa populaccedilatildeo como seria o esperado por estudos anteriores (Pinheiro et al 2010c

40

Buttros et al 2011) Ao contrario o sobrepeso e obesidade foram considerados fatores de

risco Isso pode ser atribuiacutedo ao IMC meacutedio dessa populaccedilatildeo ser 264 (kgm2) (DPplusmn 55)

limiacutetrofe para sobrepeso Embora esse dado demonstre contrariedade com a literatura que

estabelece relaccedilatildeo inversa entre obesidade e fraturas por fragilidade oacutessea em nosso estudo

ter maior peso e IMC natildeo seriam fatores de risco para fraturas e sim caracteriacutesticas das

mulheres mais idosas em um contexto social de baixa escolaridade e renda Esse fato eacute

confirmado pelos resultados da Pesquisa Nacional sobre Sauacutede e Nutriccedilatildeo ( Batista F et al

2003) que demonstraram caraacuteter ascendente da obesidade nos estratos de mulheres com baixa

renda residentes na regiatildeo Sudeste

Aleacutem disso haacutebitos de vida como tabagismo e etilismo sabidamente relacionados agrave

maior risco para fraturas por fragilidade oacutessea (Pinheiro et al 2010) tambeacutem natildeo se

mostraram estar associados nesse estudo

A necessidade de caacutelcio do ser humano varia ao longo da vida e uma ingestatildeo

adequada para mulheres acima de 50 anos eacute de 1200 mg pois com a idade o corpo

naturalmente perde um pouco da capacidade de absorccedilatildeo de minerais (Nuacutecleo de Estudos e

Pesquisas em Alimentaccedilatildeo 2006) O fato de apenas 44 das mulheres que natildeo tiveram

fraturas e 167 das mulheres que tiveram fraturas ter referido consumo superior a

900mgdia (3 ou mais copos) foi fator de surpresa principalmente levando-se em conta o PIB

per capita da cidade superior ao da maioria dos municiacutepios brasileiros (IPEA 2000)

Assim como em estudos preacutevios (Pinheiro et al 2010c NHI 2001 Demir et al

2008) nossos dados tambeacutem demonstraram o hipoestrogenismo como importante fator de

risco para fraturas por fragilidade oacutessea jaacute que as pacientes com fratura tecircm entre 19 e 29

anos de menopausa Em recente estudo Demir et al (2008) estudaram 2769 mulheres na

41

poacutes-menopausa correlacionando a ocorrecircncia de osteoporose com o tempo de menopausa

Demonstraram que 106 das pacientes com ateacute trecircs anos de poacutes-menopausa tinham

osteoporose contra 329 das pacientes com sete anos ou mais Acredita-se que a deficiecircncia

estrogecircnica seja responsaacutevel por dois terccedilos da perda de massa oacutessea levando

consequentemente agraves fraturas por fragilidade oacutessea assim como observado (Position

statement of the North American Menopause Society 2010)

Os dados deste estudo podem ser limitados pois apesar de tratar-se de uma coorte as

participantes reportaram dados referentes a estilo de vida dieta antecedentes familiares e

pessoais o que pode ter ocasionado algum vieacutes recordatoacuterio Outra limitaccedilatildeo eacute que como

avaliado por Oliveira et al (2007) esta populaccedilatildeo apresenta a maior parte das mulheres com

baixo niacutevel socioeconocircmico e escolaridade sem acesso agrave adequada educaccedilatildeo nutricional e agrave

atividade fiacutesica orientada Por outro lado resultados encontrados sem significacircncia estatiacutestica

podem ter sido ocasionados pelo tamanho amostral reduzido devido a dificuldade de

rastreamento da populaccedilatildeo uma vez que a unidade de sauacutede natildeo atualizou o endereccedilo e

telefone das mulheres eleitas para o estudo Talvez se tivesse sido realizado contato anual

com essas mulheres natildeo teriacuteamos perdido o seguimento delas

42

8 Conclusatildeo

Devido agrave sua alta prevalecircncia e associaccedilatildeo com mortalidade e incapacidade a fratura

devido agrave fragilidade oacutessea deve ser considerada um problema de sauacutede puacuteblica no Brasil

Apesar das limitaccedilotildees o presente estudo foi realizado de forma prospectiva em mulheres

brasileiras na poacutes-menopausa devendo os seus resultados serem levados em consideraccedilatildeo

para a formulaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas de sauacutede para a prevenccedilatildeo e estrateacutegias de tratamento

para as fraturas Os fatores de risco encontrados como a idade avanccedilada a histoacuteria familiar

de fratura de quadril e a presenccedila de osteoporose devem ser acompanhados e combatidos para

tentar-se diminuir o risco para as fraturas Assim como o USO mostrou ser um meacutetodo

confiaacutevel para avaliar o risco para fraturas podendo ser implementado em maior escala do

que a atual Entatildeo acreditamos que novos estudos prospectivos com uma amostra mais

representativa devam ser realizados para se confirmar os fatores associados a fraturas por

fragilidade oacutessea na populaccedilatildeo brasileira para cada vez mais conhecermos o perfil da nossa

populaccedilatildeo e termos subsiacutedios para combater esse agravo

43

9 Referecircncias Bibliograacuteficas

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e temporais Cad Sauacutede Puacuteblica 2003 19 Suppl 1S181-91

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48

10 Anexo 1 - Instrumento de coleta - EVOS (EUROPEAN VERTEBRAL

OSTEOPOROSIS STUDY)

Data _________

Nome________________________________________________________

Endereco_____________________________________________________

Fone _____________ Data de nascimento _________ RG

1- Dados antropomeacutetricos

Peso (Kg) Altura (m) IMC

2- Dados Ginecoloacutegicos

Idade da primeira menstruacao anos

Vocecirc jaacute usou piacutelula anticoncepcional por mais de 3 meses

sim natildeo natildeo sei

Vocecirc jaacute ficou algum periacuteodo em sua vida sem menstruar antes da menopausa (exceto se

gravidez) sim natildeo natildeo sei

Idade da ultima menstruaccedilatildeo anos

Numero de filhos

Vocecirc fez cirurgia para retirar o uacutetero sim com Idade ____ (anos)

natildeo natildeo sei

E para retirar os ovaacuterios (um ou os dois) sim idade ___ (anos)

natildeo natildeo sei

Vocecirc fez reposiccedilatildeo hormonal apos a menopausa sim natildeo natildeo sei

Se sim quando iniciado o periacuteodo foi superior a 1 ano sim natildeo natildeo sei

49

Vocecirc notou os seguintes sintomas na menopausa

calores sim natildeo natildeo sei

depressatildeo sim natildeo natildeo sei

insocircnia sim natildeo natildeo sei

outros sim natildeo natildeo sei

Vocecirc amamentou sim natildeo natildeo sei

Se sim quantas crianccedilas vocecirc amamentou por mais que 3 meses

3- Dados familiares

Em sua famiacutelia (pai matildee irmatildeos) existe historia de fratura de quadril apos os 50 anos de

idade sim natildeo natildeo sei

4- Histoacuteria de fratura

Vocecirc jaacute teve alguma fratura sim natildeo natildeo sei

Se sim em qual sitio esqueleacutetico com que idade e qual foi o tipo de trauma

Sitio Numero Idade (anos) Niacutevel do trauma

Vertebra

Fecircmur (colo trocanter)

Costela

Antebraccedilo

Uacutemero

Pe

Outras

Vocecirc sabe que tem osteoporose sim tenho natildeo natildeo tenho natildeo sei

5- Aacutelcool

Com que frequecircncia vocecirc bebeu no ultimo ano

Diariamente 5-6 dsem 3-4 dsem

50

1 -2 dsem lt 1 dsem nunca

Tipo de bebida destilados (uiacutesque cachaccedila vodka)

fermentados (cerveja vinho)

6- Imobilizaccedilatildeo

Vocecirc jaacute ficou acamado por um periacuteodo superior a 2 meses

sim natildeo natildeo sei

Se sim foi antes ou apos os 25 anos de idade

ano passado nunca

7- Fumo

Vocecirc fumou cigarro ou usou outras formas de fumo (cachimbo ou charuto)

atualmente no passado nunca

Com que idade iniciou anos

Se parou com que idade anos

Numero de cigarrosdia

8- Atividade Fiacutesica

Quantas tempo costuma passar diariamente ao ar livre caminhando ou andando de bicicleta

nenhuma a 1 h superior a 1 h

Qual a sua atividade fiacutesica durante diferentes periacuteodos de sua vida adulta

Ate os 25 anos 25 a 50 anos acima 50 anos

Niacutevel 1 (leve) 2 (moderada) 3 (pesada) 4

(muito pesada)

9- Impacto

Como vocecirc descreveria sua sauacutede geral neste momento

muito boa boa satisfatoacuteria regular ruim

10- Interrogatoacuterio sobre drogas

51

Vocecirc jaacute usou alguma medicaccedilatildeo oral ou injetaacutevel contendo corticosteroides por mais de 3

meses sim natildeo natildeo sei

Vocecirc jaacute usou alguma desses remeacutedios

Droga sim natildeo sei tempo

(meses)

parou ha quanto tempo

Hormocircnios

masculinos

Hormocircnios

femininos

Calcitonina

Fluacuteor

Caacutelcio

Vitamina D

Anabolizantes

Diureacuteticos

tiazidicos

11- Ingestatildeo de caacutelcio

Com que frequecircncia vocecirc comeu produtos derivados do leite na semana passada

(diassemana)

queijo amarelo queijo branco iogurte leite sorvete

Para os periacuteodos indicados abaixo com que frequecircncia vocecirc recebeu leite

ate 25 anos 25 a 50 anos Acima de 50 anos

Todas as refeiccedilotildees (3 ou + coposdia)

1-2 coposdia

52

Toda semana mas natildeo todo dia

lt 1 vezsemana

53

11 Anexo 2 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Projeto de Pesquisa Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade

oacutessea em mulheres na menopausa

Pesquisador responsaacutevel Dra Lizanka Paola F Marinheiro

Instituiccedilatildeo responsaacutevel Instituto Fernandes Figueira

Vocecirc estaacute sendo convidado a participar do projeto de pesquisa intitulado

Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea em mulheres na

menopausa por que vocecirc participou do estudo anterior realizado haacute 7 anos sobre a

osteoporose e suas consequumlecircncias

54

A osteoporose e uma doenccedila que se caracteriza pela diminuiccedilatildeo da resistecircncia do osso

tornando-o mais fraacutegil Essa fragilidade aumenta o risco da pessoa que tem osteoporose de ter

fraturas mesmo com atividades comuns como tossir ou espirrar

Com isso esse trabalho deseja avaliar a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea na

populaccedilatildeo de mulheres na poacutes menopausa residente da Ilha de Paquetaacute apoacutes 7 anos de

seguimento do uacuteltimo estudo transversal

Vocecirc natildeo eacute obrigada a participar Mas se quiser vocecirc teraacute que responder a um

questionaacuterio Para participar vocecirc natildeo teraacute que pagar nada O resultado seraacute fornecido apenas

a vocecirc ningueacutem mais saberaacute Suas duvidas seratildeo esclarecidas e vocecirc devera continuar

acompanhamento com seu meacutedico assistente Se vocecirc natildeo quiser participar natildeo seraacute

submetida a nenhum constrangimento fiacutesico ou moral e seu atendimento no posto de sauacutede

natildeo seraacute prejudicado A participante poderaacute se retirar do estudo a qualquer momento que

julgar necessaacuterio sem prejuiacutezo para a mesma O resultado de toda a pesquisa seraacute divulgada e

atraveacutes de artigos cientiacuteficos em revistas encontros congressos ou similares sem a

divulgaccedilatildeo dos nomes de quem participou de forma sigilosa

Sua participaccedilatildeo no estudo natildeo implicaraacute em custos adicionais O (A) Sr (a) natildeo teraacute

qualquer despesa com a realizaccedilatildeo dos procedimentos previstos neste estudo que seratildeo

custeados pelo pesquisador responsaacutevel Tambeacutem natildeo haveraacute nenhuma forma de pagamento

pela sua participaccedilatildeo

Caso surja alguma duacutevida quanto agrave eacutetica do estudo o (a) Sr(a) deveraacute se reportar ao

Comitecirc de Eacutetica em Pesquisas envolvendo seres humanos ndash subordinado ao Conselho

Nacional de Eacutetica em Pesquisa oacutergatildeo do Ministeacuterio da Sauacutede atraveacutes de solicitaccedilatildeo ao

representante de pesquisa que estaraacute sob contato permanente ou contactando o Comitecirc de

Eacutetica em Pesquisa desta instituiccedilatildeo no telefone (21) 3971-1590 Eacute assegurado o completo

55

sigilo de sua identidade quanto a sua participaccedilatildeo neste estudo incluindo a eventualidade da

apresentaccedilatildeo dos resultados deste estudo em congressos e perioacutedicos cientiacuteficos

Eu________________________________________________________________________

residente do endereccedilo__________________________ fui informada dos objetivos e da

justificativa deste trabalho de forma clara e detalhada pela Dra Adriana de Mattos V da

Costa Recebi informaccedilotildees especificas sobre cada procedimento no qual estarei envolvida

dos desconfortos e riscos previstos tanto quanto dos benefiacutecios esperados Todas as minhas

duvidas foram respondidas com clareza e sei que poderei solicitar novos esclarecimentos a

qualquer momento Aleacutem disso sei que novas informaccedilotildees obtidas durante o estudo me seratildeo

fornecidas e que terei liberdade de retirar meu consentimento de participaccedilatildeo face a estas

informaccedilotildees sem prejuiacutezo para mim Aleacutem disto me foi entregue uma coacutepia da folha de

informaccedilotildees para os participantes a qual li compreendi e me deu plena liberdade para decidir

acerca da minha espontacircnea participaccedilatildeo nesta pesquisa Minha identidade jamais seraacute

publicada Os dados colhidos poderatildeo ser examinados por pessoas envolvidas no estudo com

autorizaccedilatildeo delegada do investigador e por pessoas delegadas pelo patrocinador Estou

recebendo uma coacutepia assinada deste Termo

Os pesquisadores responsaacuteveis pelo Projeto satildeo a Dra Lizanka Paola F Marinheiro e

sua aluna a Dra Adriana de Mattos Viveiros da Costa

56

Participante

Nome _________________________________

Assinatura________________________________

Data_________________________________________

Investigador

Nome____________________________________

Assinatura________________________________

Data_______________________________________

Pesquisadora

Nome______________________________________

Assinatura___________________________________

Data__________________________________________

Dra Lizanka Paola F Marinheiro

lizankaglobocom

tel 25541700

Dra Adriana de Mattos Vda Costa

adrianamattosmedyahoocombr

tel 87273315

Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa

Rua Afonso Cavalcanti 455 sala 710 ndash Cidade Nova -

Telefone 3971-1463

31

Graacutefico 1

Graacutefico 2

32

Graacutefico 3

33

Tabela 1- Caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas das

mulheres poacutes menopausa (n=86)

Caracteriacutesticas Meacutedia plusmn desvio padratildeo

Idade (anos) 7255 plusmn 897

Idade da

menarca (anos) 1324 plusmn 184

Idade da

menopausa

(anos)

4608 plusmn 614

Tempo de

menopausa

(anos)

2618 plusmn976

Peso (kg)sect 6342 plusmn 1055

Altura (m)deg 155 plusmn 008

IMC (kgm2) 2643 plusmn 557

n=85 sectn=83 ordmn=82 n=81 n=80

Tabela 2-Caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas das

mulheres poacutes menopausa em 2003

Caracteriacutesticas Meacutedia plusmn desvio padratildeo

Idade (anos) 6463plusmn1270

Idade da

menarca (anos)

1304 plusmn 193

Idade da

menopausa

(anos)

4755 plusmn 601

Tempo de

menopausa

(anos)

1700 plusmn 1076

Peso (kg)sect 6533 plusmn 1270

Altura (m)deg 155 plusmn 006

IMC (kgm2) 2696 plusmn 477

34

Tabela 3 ndash Incidecircncia de fraturas em mulheres poacutes menopausa segundo a

localizaccedilatildeo de fratura 2003-2011

Tipo da fratura

n

Veacutertebra 1 38

Fecircmur 1 38

Costela 2 77

Antebraccedilo 13 500

Uacutemero 4 145

Peacute 5 192

Total 26 1000

Nota Algumas pacientes tiveram mais de uma fratura no periacuteodo

Tabela 4- Relaccedilatildeo entre idade e fratura nas mulheres na poacutes menopausa

Total

Fratura

Idade (anos) Natildeo Sim

N () n () n ()

54 a 64 anos 18 209 14 206 4 222

65 a 79 anos 48 558 39 574 9 500

80 a 97 anos 20 233 15 221 5 278

Total 86 1000 68 1000 18 1000

Meacutedia (DP) 725 (90) 713 (77) 729 (93)

Nota P-valor pelo teste de Mann-Whitney=0813

35

Tabela 5 - Incidecircncia de fratura em mulheres poacutes-menopausa segundo

resultado da USO 2003-2011

Resultado da

USO

Total

Fratura p-valor

Sim Natildeo

n n

()

IC95 n

()

Normal 36 7 194

89 -

3472

29 806

0496

Alterado 50 11 220

121 -

350

39 780

Total 86 18 209

133 -

305

68 791

Nota Risco relativo = 113 (IC95 048 - 263)

36

Tabela 6 ndash Caracteriacutesticas cliacutenicas de mulheres poacutes-menopausa segundo

fratura (n=86)

Fratura

Natildeo (n=68) Sim (n=18) Total

n ( ) n ( )

IMC

Abaixo do pesoNormal 24 (353) 5 (278) 28 0792

Sobrepeso 27 (397) 9 (500) 36

Obeso 17 (250) 4 (222) 21

Histoacuterico familiar de fratura de quadril

Natildeo 66 (985) 13 (867) 79 0085

Sim 1 (15) 2 (133) 3

Osteoporose

Natildeo 44 (800) 9 (529) 53 0055

Sim 11 (200) 8 (471) 19

Uso de anticoncepcional

Natildeo 32 (485) 10 (556) 42 0791

Sim 34 (515) 8 (444) 42

Ausecircncia de mentruaccedilatildeo

Natildeo 60 (909) 16 (941) 76 1000

Sim 6 (91) 1 (59) 7

Retirou o uacutetero

Natildeo 46 (687) 9 (500) 55 0170

Sim 21 (313) 9 (500) 30

Retirou os ovaacuterios

Natildeo 53 (815) 11 (647) 64 0187

Sim 12 (185) 6 (353) 18

Reposiccedilatildeo hormonal

Natildeo 51 (761) 13 (722) 64 0763

Sim 16 (239) 5 (278) 21

Amamentou

Natildeo 14 (206) 4 (222) 18 1000

Sim 54 (794) 14 (778) 68

Acamado por mais de dois meses

Natildeo 63 (940) 13 (765) 76 0049

Sim 4 (60) 4 (235) 8

Caracteriacutesticas clinicas

p-valor do

teste exato

de Fisher

37

Tabela 7 - Caracteriacutesticas comportamentais de mulheres poacutes-menopausa segundo

fratura (n=86)

Fratura

Natildeo (n=68) Sim (n=18) Total

n ( ) n ( )

Tabagismo

Natildeo fumante 47 (758) 14 (875) 61 0499

FumanteEx-fumante 15 (242) 2 (125) 17

Etilismo no uacuteltimo ano

Natildeo 48 (706) 15 (833) 63 0376

Sim 20 (294) 3 (167) 23

Atividade fiacutesica ateacute os 25 anos

Leve 38 (559) 11 (611) 49 0792

ModeradaPesada 30 (441) 7 (389) 37

Atividade fiacutesica entre os 25 e 50 anos

Leve 38 (559) 10 (556) 48 1000

ModeradaPesada 30 (441) 8 (444) 38

Atividade fiacutesica acima dos 50 anos

Leve 42 (618) 12 (667) 54 0789

ModeradaPesada 26 (382) 6 (333) 32

Frequecircncia diaacuteria de leite ateacute 25 anos

Nenhummenos 1 copodia 34 (500) 8 (444) 42 0910

1 a 2 coposdia 31 (456) 9 (500) 40

3 coposdia ou mais 3 (44) 1 (56) 4

Frequecircncia diaacuteria de leite apoacutes 50 anos

Nenhummenos 1 copodia 34 (500) 6 (333) 40 0103

1 a 2 coposdia 31 (456) 9 (500) 40

3 coposdia ou mais 3 (44) 3 (167) 6

Caracteriacutesticas

comportamentais

p-valor do

teste exato

de Fisher

Tabela 8- Coeficientes de correlaccedilatildeo de Spearman (rs) entre idade IMC e tempo de

menopausa em mulheres poacutes-menopausa

Variaacuteveis

IMC IdadeTempo de

menopausa

r s 1 -0144 -0151

p-valor 0569 0550

r s -0227 1 0736

p-valor 0074 lt0001

r s -0295 0761 1

p-valor 0020 lt0001

Variaacuteveis

IMC

Idade

Tempo de menopausa

Nota o triacircngulo superior direito (parte hachurada) se refere agraves correlaccedilotildees para as mulheres com

fratura e o inferior esquerdo (parte natildeo hachurada) agraves mulheres sem fratura

38

7 Discussatildeo

No Brasil os principais fatores cliacutenicos de risco para fraturas por fragilidade oacutessea

eram extrapolados a partir de estudos internacionais O estudo vem acrescentar informaccedilotildees

para se conhecer os fatores relacionados agrave essas fraturas Nossos resultados revelam que a

idade avanccedilada a historia familiar de fratura de quadril o diagnoacutestico de osteoporose e

tambeacutem o paciente ficar acamado por mais de 2 meses foram considerados fatores de risco

para fraturas por fragilidade oacutessea

Esse estudo mostrou concordacircncia com a Johnell amp Kanis (2006) onde o principal

siacutetio mundial de fratura por fragilidade oacutessea nas mulheres apoacutes a menopausa foi o antebraccedilo

Segundo o estudo Latin American Vertebral Osteoporosis Study (LAVOS) (Clark et al

2009) a fratura vertebral eacute a mais prevalente da ameacuterica latina com uma prevalecircncia de

142 diferente do nosso estudo onde a coluna vertebral e o colo do fecircmur aparecem

juntos em uacuteltimo lugar na lista de incidecircncia dos siacutetios de fratura Isso pode ser atribuiacutedo

devido a diferenccedila nos criteacuterios de definiccedilatildeo de fraturas pois no LAVOS optou-se pela

medida radiograacutefica do local de fraturas enquanto no nosso estudo as fraturas foram referidas

pelas pacientes

Os consensos sobre osteoporose tecircm propostos algoritmos para identificar indiviacuteduos

de alto risco para fraturas (Kanis et al 2008 WHO 1999) Para tanto a associaccedilatildeo de fatores

de risco para fraturas com a medida da USO eacute de suma importacircncia embora sejam poucas as

pacientes que tecircm oportunidade de realizar esse exame (Oliveira et al 2007) Assim o

presente trabalho mostrou um risco para fraturas por fragilidade oacutessea 13 maior nas

pacientes com resultado de USO alterada em relaccedilatildeo as pacientes que tiveram resultados de

39

USO normais vindo de encontro aos resultados encontrados por Oliveira et al (2007)

Corroborando o USO como um meacutetodo confiaacutevel para a prediccedilatildeo de fraturas

E semelhante a Pinheiro et al (2010a) o presente estudo revelou que os principais

fatores de risco para fraturas por fragilidade oacutessea satildeo a idade avanccedilada a historia familiar de

fratura de quadril e a presenccedila de osteoporose Isso pode ser atribuiacutedo ao fato de que no

estudo de Pinheiro et al (2010a) assim como no nosso estudo a populaccedilatildeo ser

predominantemente de mulheres acima dos 65 anos e viverem em aacuterea urbana tendo haacutebitos

de vida parecidos

O achado em nosso estudo que apresentou significacircncia estatiacutestica refere-se ao fator

de risco ldquopaciente acamado por mais de dois mesesrdquo como disposto na literatura (Pinheiro et

al 2010b Demir et al 2008) O que acontece eacute que com o paciente acamado por tempo

prolongado um maior remodelamento oacutesseo eacute observado Os osteoclastos responsaacuteveis pela

absorccedilatildeo oacutessea sobrepotildee os osteoblastos predispondo as fraturas por fragilidade oacutessea

(Fyhrie amp Schaffler 1994) Assim observou-se no estudo que 235 das pacientes

acamadas por mais de dois meses sofreram alguma fratura por fragilidade oacutessea com p valor

lt005 Isso reafirma a associaccedilatildeo entre a paciente ficar acamada por mais de dois meses e

sofrer fratura por fragilidade oacutessea Por outro lado o exerciacutecio fiacutesico que estaacute sabidamente

relacionado ao aumento da resistecircncia muscular do equiliacutebrio e da flexibilidade contribuindo

para a reduccedilatildeo da perda oacutessea e melhora da sauacutede em geral (Chan 2003) natildeo se mostrou

como fator de proteccedilatildeo neste estudo Provavelmente devido ao baixo percentual encontrado

de pacientes que praticavam atividade fiacutesica moderada ou pesada

O elevado IMC e a terapia de reposiccedilatildeo hormonal natildeo desempenharam papel protetor

na nossa populaccedilatildeo como seria o esperado por estudos anteriores (Pinheiro et al 2010c

40

Buttros et al 2011) Ao contrario o sobrepeso e obesidade foram considerados fatores de

risco Isso pode ser atribuiacutedo ao IMC meacutedio dessa populaccedilatildeo ser 264 (kgm2) (DPplusmn 55)

limiacutetrofe para sobrepeso Embora esse dado demonstre contrariedade com a literatura que

estabelece relaccedilatildeo inversa entre obesidade e fraturas por fragilidade oacutessea em nosso estudo

ter maior peso e IMC natildeo seriam fatores de risco para fraturas e sim caracteriacutesticas das

mulheres mais idosas em um contexto social de baixa escolaridade e renda Esse fato eacute

confirmado pelos resultados da Pesquisa Nacional sobre Sauacutede e Nutriccedilatildeo ( Batista F et al

2003) que demonstraram caraacuteter ascendente da obesidade nos estratos de mulheres com baixa

renda residentes na regiatildeo Sudeste

Aleacutem disso haacutebitos de vida como tabagismo e etilismo sabidamente relacionados agrave

maior risco para fraturas por fragilidade oacutessea (Pinheiro et al 2010) tambeacutem natildeo se

mostraram estar associados nesse estudo

A necessidade de caacutelcio do ser humano varia ao longo da vida e uma ingestatildeo

adequada para mulheres acima de 50 anos eacute de 1200 mg pois com a idade o corpo

naturalmente perde um pouco da capacidade de absorccedilatildeo de minerais (Nuacutecleo de Estudos e

Pesquisas em Alimentaccedilatildeo 2006) O fato de apenas 44 das mulheres que natildeo tiveram

fraturas e 167 das mulheres que tiveram fraturas ter referido consumo superior a

900mgdia (3 ou mais copos) foi fator de surpresa principalmente levando-se em conta o PIB

per capita da cidade superior ao da maioria dos municiacutepios brasileiros (IPEA 2000)

Assim como em estudos preacutevios (Pinheiro et al 2010c NHI 2001 Demir et al

2008) nossos dados tambeacutem demonstraram o hipoestrogenismo como importante fator de

risco para fraturas por fragilidade oacutessea jaacute que as pacientes com fratura tecircm entre 19 e 29

anos de menopausa Em recente estudo Demir et al (2008) estudaram 2769 mulheres na

41

poacutes-menopausa correlacionando a ocorrecircncia de osteoporose com o tempo de menopausa

Demonstraram que 106 das pacientes com ateacute trecircs anos de poacutes-menopausa tinham

osteoporose contra 329 das pacientes com sete anos ou mais Acredita-se que a deficiecircncia

estrogecircnica seja responsaacutevel por dois terccedilos da perda de massa oacutessea levando

consequentemente agraves fraturas por fragilidade oacutessea assim como observado (Position

statement of the North American Menopause Society 2010)

Os dados deste estudo podem ser limitados pois apesar de tratar-se de uma coorte as

participantes reportaram dados referentes a estilo de vida dieta antecedentes familiares e

pessoais o que pode ter ocasionado algum vieacutes recordatoacuterio Outra limitaccedilatildeo eacute que como

avaliado por Oliveira et al (2007) esta populaccedilatildeo apresenta a maior parte das mulheres com

baixo niacutevel socioeconocircmico e escolaridade sem acesso agrave adequada educaccedilatildeo nutricional e agrave

atividade fiacutesica orientada Por outro lado resultados encontrados sem significacircncia estatiacutestica

podem ter sido ocasionados pelo tamanho amostral reduzido devido a dificuldade de

rastreamento da populaccedilatildeo uma vez que a unidade de sauacutede natildeo atualizou o endereccedilo e

telefone das mulheres eleitas para o estudo Talvez se tivesse sido realizado contato anual

com essas mulheres natildeo teriacuteamos perdido o seguimento delas

42

8 Conclusatildeo

Devido agrave sua alta prevalecircncia e associaccedilatildeo com mortalidade e incapacidade a fratura

devido agrave fragilidade oacutessea deve ser considerada um problema de sauacutede puacuteblica no Brasil

Apesar das limitaccedilotildees o presente estudo foi realizado de forma prospectiva em mulheres

brasileiras na poacutes-menopausa devendo os seus resultados serem levados em consideraccedilatildeo

para a formulaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas de sauacutede para a prevenccedilatildeo e estrateacutegias de tratamento

para as fraturas Os fatores de risco encontrados como a idade avanccedilada a histoacuteria familiar

de fratura de quadril e a presenccedila de osteoporose devem ser acompanhados e combatidos para

tentar-se diminuir o risco para as fraturas Assim como o USO mostrou ser um meacutetodo

confiaacutevel para avaliar o risco para fraturas podendo ser implementado em maior escala do

que a atual Entatildeo acreditamos que novos estudos prospectivos com uma amostra mais

representativa devam ser realizados para se confirmar os fatores associados a fraturas por

fragilidade oacutessea na populaccedilatildeo brasileira para cada vez mais conhecermos o perfil da nossa

populaccedilatildeo e termos subsiacutedios para combater esse agravo

43

9 Referecircncias Bibliograacuteficas

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48

10 Anexo 1 - Instrumento de coleta - EVOS (EUROPEAN VERTEBRAL

OSTEOPOROSIS STUDY)

Data _________

Nome________________________________________________________

Endereco_____________________________________________________

Fone _____________ Data de nascimento _________ RG

1- Dados antropomeacutetricos

Peso (Kg) Altura (m) IMC

2- Dados Ginecoloacutegicos

Idade da primeira menstruacao anos

Vocecirc jaacute usou piacutelula anticoncepcional por mais de 3 meses

sim natildeo natildeo sei

Vocecirc jaacute ficou algum periacuteodo em sua vida sem menstruar antes da menopausa (exceto se

gravidez) sim natildeo natildeo sei

Idade da ultima menstruaccedilatildeo anos

Numero de filhos

Vocecirc fez cirurgia para retirar o uacutetero sim com Idade ____ (anos)

natildeo natildeo sei

E para retirar os ovaacuterios (um ou os dois) sim idade ___ (anos)

natildeo natildeo sei

Vocecirc fez reposiccedilatildeo hormonal apos a menopausa sim natildeo natildeo sei

Se sim quando iniciado o periacuteodo foi superior a 1 ano sim natildeo natildeo sei

49

Vocecirc notou os seguintes sintomas na menopausa

calores sim natildeo natildeo sei

depressatildeo sim natildeo natildeo sei

insocircnia sim natildeo natildeo sei

outros sim natildeo natildeo sei

Vocecirc amamentou sim natildeo natildeo sei

Se sim quantas crianccedilas vocecirc amamentou por mais que 3 meses

3- Dados familiares

Em sua famiacutelia (pai matildee irmatildeos) existe historia de fratura de quadril apos os 50 anos de

idade sim natildeo natildeo sei

4- Histoacuteria de fratura

Vocecirc jaacute teve alguma fratura sim natildeo natildeo sei

Se sim em qual sitio esqueleacutetico com que idade e qual foi o tipo de trauma

Sitio Numero Idade (anos) Niacutevel do trauma

Vertebra

Fecircmur (colo trocanter)

Costela

Antebraccedilo

Uacutemero

Pe

Outras

Vocecirc sabe que tem osteoporose sim tenho natildeo natildeo tenho natildeo sei

5- Aacutelcool

Com que frequecircncia vocecirc bebeu no ultimo ano

Diariamente 5-6 dsem 3-4 dsem

50

1 -2 dsem lt 1 dsem nunca

Tipo de bebida destilados (uiacutesque cachaccedila vodka)

fermentados (cerveja vinho)

6- Imobilizaccedilatildeo

Vocecirc jaacute ficou acamado por um periacuteodo superior a 2 meses

sim natildeo natildeo sei

Se sim foi antes ou apos os 25 anos de idade

ano passado nunca

7- Fumo

Vocecirc fumou cigarro ou usou outras formas de fumo (cachimbo ou charuto)

atualmente no passado nunca

Com que idade iniciou anos

Se parou com que idade anos

Numero de cigarrosdia

8- Atividade Fiacutesica

Quantas tempo costuma passar diariamente ao ar livre caminhando ou andando de bicicleta

nenhuma a 1 h superior a 1 h

Qual a sua atividade fiacutesica durante diferentes periacuteodos de sua vida adulta

Ate os 25 anos 25 a 50 anos acima 50 anos

Niacutevel 1 (leve) 2 (moderada) 3 (pesada) 4

(muito pesada)

9- Impacto

Como vocecirc descreveria sua sauacutede geral neste momento

muito boa boa satisfatoacuteria regular ruim

10- Interrogatoacuterio sobre drogas

51

Vocecirc jaacute usou alguma medicaccedilatildeo oral ou injetaacutevel contendo corticosteroides por mais de 3

meses sim natildeo natildeo sei

Vocecirc jaacute usou alguma desses remeacutedios

Droga sim natildeo sei tempo

(meses)

parou ha quanto tempo

Hormocircnios

masculinos

Hormocircnios

femininos

Calcitonina

Fluacuteor

Caacutelcio

Vitamina D

Anabolizantes

Diureacuteticos

tiazidicos

11- Ingestatildeo de caacutelcio

Com que frequecircncia vocecirc comeu produtos derivados do leite na semana passada

(diassemana)

queijo amarelo queijo branco iogurte leite sorvete

Para os periacuteodos indicados abaixo com que frequecircncia vocecirc recebeu leite

ate 25 anos 25 a 50 anos Acima de 50 anos

Todas as refeiccedilotildees (3 ou + coposdia)

1-2 coposdia

52

Toda semana mas natildeo todo dia

lt 1 vezsemana

53

11 Anexo 2 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Projeto de Pesquisa Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade

oacutessea em mulheres na menopausa

Pesquisador responsaacutevel Dra Lizanka Paola F Marinheiro

Instituiccedilatildeo responsaacutevel Instituto Fernandes Figueira

Vocecirc estaacute sendo convidado a participar do projeto de pesquisa intitulado

Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea em mulheres na

menopausa por que vocecirc participou do estudo anterior realizado haacute 7 anos sobre a

osteoporose e suas consequumlecircncias

54

A osteoporose e uma doenccedila que se caracteriza pela diminuiccedilatildeo da resistecircncia do osso

tornando-o mais fraacutegil Essa fragilidade aumenta o risco da pessoa que tem osteoporose de ter

fraturas mesmo com atividades comuns como tossir ou espirrar

Com isso esse trabalho deseja avaliar a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea na

populaccedilatildeo de mulheres na poacutes menopausa residente da Ilha de Paquetaacute apoacutes 7 anos de

seguimento do uacuteltimo estudo transversal

Vocecirc natildeo eacute obrigada a participar Mas se quiser vocecirc teraacute que responder a um

questionaacuterio Para participar vocecirc natildeo teraacute que pagar nada O resultado seraacute fornecido apenas

a vocecirc ningueacutem mais saberaacute Suas duvidas seratildeo esclarecidas e vocecirc devera continuar

acompanhamento com seu meacutedico assistente Se vocecirc natildeo quiser participar natildeo seraacute

submetida a nenhum constrangimento fiacutesico ou moral e seu atendimento no posto de sauacutede

natildeo seraacute prejudicado A participante poderaacute se retirar do estudo a qualquer momento que

julgar necessaacuterio sem prejuiacutezo para a mesma O resultado de toda a pesquisa seraacute divulgada e

atraveacutes de artigos cientiacuteficos em revistas encontros congressos ou similares sem a

divulgaccedilatildeo dos nomes de quem participou de forma sigilosa

Sua participaccedilatildeo no estudo natildeo implicaraacute em custos adicionais O (A) Sr (a) natildeo teraacute

qualquer despesa com a realizaccedilatildeo dos procedimentos previstos neste estudo que seratildeo

custeados pelo pesquisador responsaacutevel Tambeacutem natildeo haveraacute nenhuma forma de pagamento

pela sua participaccedilatildeo

Caso surja alguma duacutevida quanto agrave eacutetica do estudo o (a) Sr(a) deveraacute se reportar ao

Comitecirc de Eacutetica em Pesquisas envolvendo seres humanos ndash subordinado ao Conselho

Nacional de Eacutetica em Pesquisa oacutergatildeo do Ministeacuterio da Sauacutede atraveacutes de solicitaccedilatildeo ao

representante de pesquisa que estaraacute sob contato permanente ou contactando o Comitecirc de

Eacutetica em Pesquisa desta instituiccedilatildeo no telefone (21) 3971-1590 Eacute assegurado o completo

55

sigilo de sua identidade quanto a sua participaccedilatildeo neste estudo incluindo a eventualidade da

apresentaccedilatildeo dos resultados deste estudo em congressos e perioacutedicos cientiacuteficos

Eu________________________________________________________________________

residente do endereccedilo__________________________ fui informada dos objetivos e da

justificativa deste trabalho de forma clara e detalhada pela Dra Adriana de Mattos V da

Costa Recebi informaccedilotildees especificas sobre cada procedimento no qual estarei envolvida

dos desconfortos e riscos previstos tanto quanto dos benefiacutecios esperados Todas as minhas

duvidas foram respondidas com clareza e sei que poderei solicitar novos esclarecimentos a

qualquer momento Aleacutem disso sei que novas informaccedilotildees obtidas durante o estudo me seratildeo

fornecidas e que terei liberdade de retirar meu consentimento de participaccedilatildeo face a estas

informaccedilotildees sem prejuiacutezo para mim Aleacutem disto me foi entregue uma coacutepia da folha de

informaccedilotildees para os participantes a qual li compreendi e me deu plena liberdade para decidir

acerca da minha espontacircnea participaccedilatildeo nesta pesquisa Minha identidade jamais seraacute

publicada Os dados colhidos poderatildeo ser examinados por pessoas envolvidas no estudo com

autorizaccedilatildeo delegada do investigador e por pessoas delegadas pelo patrocinador Estou

recebendo uma coacutepia assinada deste Termo

Os pesquisadores responsaacuteveis pelo Projeto satildeo a Dra Lizanka Paola F Marinheiro e

sua aluna a Dra Adriana de Mattos Viveiros da Costa

56

Participante

Nome _________________________________

Assinatura________________________________

Data_________________________________________

Investigador

Nome____________________________________

Assinatura________________________________

Data_______________________________________

Pesquisadora

Nome______________________________________

Assinatura___________________________________

Data__________________________________________

Dra Lizanka Paola F Marinheiro

lizankaglobocom

tel 25541700

Dra Adriana de Mattos Vda Costa

adrianamattosmedyahoocombr

tel 87273315

Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa

Rua Afonso Cavalcanti 455 sala 710 ndash Cidade Nova -

Telefone 3971-1463

32

Graacutefico 3

33

Tabela 1- Caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas das

mulheres poacutes menopausa (n=86)

Caracteriacutesticas Meacutedia plusmn desvio padratildeo

Idade (anos) 7255 plusmn 897

Idade da

menarca (anos) 1324 plusmn 184

Idade da

menopausa

(anos)

4608 plusmn 614

Tempo de

menopausa

(anos)

2618 plusmn976

Peso (kg)sect 6342 plusmn 1055

Altura (m)deg 155 plusmn 008

IMC (kgm2) 2643 plusmn 557

n=85 sectn=83 ordmn=82 n=81 n=80

Tabela 2-Caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas das

mulheres poacutes menopausa em 2003

Caracteriacutesticas Meacutedia plusmn desvio padratildeo

Idade (anos) 6463plusmn1270

Idade da

menarca (anos)

1304 plusmn 193

Idade da

menopausa

(anos)

4755 plusmn 601

Tempo de

menopausa

(anos)

1700 plusmn 1076

Peso (kg)sect 6533 plusmn 1270

Altura (m)deg 155 plusmn 006

IMC (kgm2) 2696 plusmn 477

34

Tabela 3 ndash Incidecircncia de fraturas em mulheres poacutes menopausa segundo a

localizaccedilatildeo de fratura 2003-2011

Tipo da fratura

n

Veacutertebra 1 38

Fecircmur 1 38

Costela 2 77

Antebraccedilo 13 500

Uacutemero 4 145

Peacute 5 192

Total 26 1000

Nota Algumas pacientes tiveram mais de uma fratura no periacuteodo

Tabela 4- Relaccedilatildeo entre idade e fratura nas mulheres na poacutes menopausa

Total

Fratura

Idade (anos) Natildeo Sim

N () n () n ()

54 a 64 anos 18 209 14 206 4 222

65 a 79 anos 48 558 39 574 9 500

80 a 97 anos 20 233 15 221 5 278

Total 86 1000 68 1000 18 1000

Meacutedia (DP) 725 (90) 713 (77) 729 (93)

Nota P-valor pelo teste de Mann-Whitney=0813

35

Tabela 5 - Incidecircncia de fratura em mulheres poacutes-menopausa segundo

resultado da USO 2003-2011

Resultado da

USO

Total

Fratura p-valor

Sim Natildeo

n n

()

IC95 n

()

Normal 36 7 194

89 -

3472

29 806

0496

Alterado 50 11 220

121 -

350

39 780

Total 86 18 209

133 -

305

68 791

Nota Risco relativo = 113 (IC95 048 - 263)

36

Tabela 6 ndash Caracteriacutesticas cliacutenicas de mulheres poacutes-menopausa segundo

fratura (n=86)

Fratura

Natildeo (n=68) Sim (n=18) Total

n ( ) n ( )

IMC

Abaixo do pesoNormal 24 (353) 5 (278) 28 0792

Sobrepeso 27 (397) 9 (500) 36

Obeso 17 (250) 4 (222) 21

Histoacuterico familiar de fratura de quadril

Natildeo 66 (985) 13 (867) 79 0085

Sim 1 (15) 2 (133) 3

Osteoporose

Natildeo 44 (800) 9 (529) 53 0055

Sim 11 (200) 8 (471) 19

Uso de anticoncepcional

Natildeo 32 (485) 10 (556) 42 0791

Sim 34 (515) 8 (444) 42

Ausecircncia de mentruaccedilatildeo

Natildeo 60 (909) 16 (941) 76 1000

Sim 6 (91) 1 (59) 7

Retirou o uacutetero

Natildeo 46 (687) 9 (500) 55 0170

Sim 21 (313) 9 (500) 30

Retirou os ovaacuterios

Natildeo 53 (815) 11 (647) 64 0187

Sim 12 (185) 6 (353) 18

Reposiccedilatildeo hormonal

Natildeo 51 (761) 13 (722) 64 0763

Sim 16 (239) 5 (278) 21

Amamentou

Natildeo 14 (206) 4 (222) 18 1000

Sim 54 (794) 14 (778) 68

Acamado por mais de dois meses

Natildeo 63 (940) 13 (765) 76 0049

Sim 4 (60) 4 (235) 8

Caracteriacutesticas clinicas

p-valor do

teste exato

de Fisher

37

Tabela 7 - Caracteriacutesticas comportamentais de mulheres poacutes-menopausa segundo

fratura (n=86)

Fratura

Natildeo (n=68) Sim (n=18) Total

n ( ) n ( )

Tabagismo

Natildeo fumante 47 (758) 14 (875) 61 0499

FumanteEx-fumante 15 (242) 2 (125) 17

Etilismo no uacuteltimo ano

Natildeo 48 (706) 15 (833) 63 0376

Sim 20 (294) 3 (167) 23

Atividade fiacutesica ateacute os 25 anos

Leve 38 (559) 11 (611) 49 0792

ModeradaPesada 30 (441) 7 (389) 37

Atividade fiacutesica entre os 25 e 50 anos

Leve 38 (559) 10 (556) 48 1000

ModeradaPesada 30 (441) 8 (444) 38

Atividade fiacutesica acima dos 50 anos

Leve 42 (618) 12 (667) 54 0789

ModeradaPesada 26 (382) 6 (333) 32

Frequecircncia diaacuteria de leite ateacute 25 anos

Nenhummenos 1 copodia 34 (500) 8 (444) 42 0910

1 a 2 coposdia 31 (456) 9 (500) 40

3 coposdia ou mais 3 (44) 1 (56) 4

Frequecircncia diaacuteria de leite apoacutes 50 anos

Nenhummenos 1 copodia 34 (500) 6 (333) 40 0103

1 a 2 coposdia 31 (456) 9 (500) 40

3 coposdia ou mais 3 (44) 3 (167) 6

Caracteriacutesticas

comportamentais

p-valor do

teste exato

de Fisher

Tabela 8- Coeficientes de correlaccedilatildeo de Spearman (rs) entre idade IMC e tempo de

menopausa em mulheres poacutes-menopausa

Variaacuteveis

IMC IdadeTempo de

menopausa

r s 1 -0144 -0151

p-valor 0569 0550

r s -0227 1 0736

p-valor 0074 lt0001

r s -0295 0761 1

p-valor 0020 lt0001

Variaacuteveis

IMC

Idade

Tempo de menopausa

Nota o triacircngulo superior direito (parte hachurada) se refere agraves correlaccedilotildees para as mulheres com

fratura e o inferior esquerdo (parte natildeo hachurada) agraves mulheres sem fratura

38

7 Discussatildeo

No Brasil os principais fatores cliacutenicos de risco para fraturas por fragilidade oacutessea

eram extrapolados a partir de estudos internacionais O estudo vem acrescentar informaccedilotildees

para se conhecer os fatores relacionados agrave essas fraturas Nossos resultados revelam que a

idade avanccedilada a historia familiar de fratura de quadril o diagnoacutestico de osteoporose e

tambeacutem o paciente ficar acamado por mais de 2 meses foram considerados fatores de risco

para fraturas por fragilidade oacutessea

Esse estudo mostrou concordacircncia com a Johnell amp Kanis (2006) onde o principal

siacutetio mundial de fratura por fragilidade oacutessea nas mulheres apoacutes a menopausa foi o antebraccedilo

Segundo o estudo Latin American Vertebral Osteoporosis Study (LAVOS) (Clark et al

2009) a fratura vertebral eacute a mais prevalente da ameacuterica latina com uma prevalecircncia de

142 diferente do nosso estudo onde a coluna vertebral e o colo do fecircmur aparecem

juntos em uacuteltimo lugar na lista de incidecircncia dos siacutetios de fratura Isso pode ser atribuiacutedo

devido a diferenccedila nos criteacuterios de definiccedilatildeo de fraturas pois no LAVOS optou-se pela

medida radiograacutefica do local de fraturas enquanto no nosso estudo as fraturas foram referidas

pelas pacientes

Os consensos sobre osteoporose tecircm propostos algoritmos para identificar indiviacuteduos

de alto risco para fraturas (Kanis et al 2008 WHO 1999) Para tanto a associaccedilatildeo de fatores

de risco para fraturas com a medida da USO eacute de suma importacircncia embora sejam poucas as

pacientes que tecircm oportunidade de realizar esse exame (Oliveira et al 2007) Assim o

presente trabalho mostrou um risco para fraturas por fragilidade oacutessea 13 maior nas

pacientes com resultado de USO alterada em relaccedilatildeo as pacientes que tiveram resultados de

39

USO normais vindo de encontro aos resultados encontrados por Oliveira et al (2007)

Corroborando o USO como um meacutetodo confiaacutevel para a prediccedilatildeo de fraturas

E semelhante a Pinheiro et al (2010a) o presente estudo revelou que os principais

fatores de risco para fraturas por fragilidade oacutessea satildeo a idade avanccedilada a historia familiar de

fratura de quadril e a presenccedila de osteoporose Isso pode ser atribuiacutedo ao fato de que no

estudo de Pinheiro et al (2010a) assim como no nosso estudo a populaccedilatildeo ser

predominantemente de mulheres acima dos 65 anos e viverem em aacuterea urbana tendo haacutebitos

de vida parecidos

O achado em nosso estudo que apresentou significacircncia estatiacutestica refere-se ao fator

de risco ldquopaciente acamado por mais de dois mesesrdquo como disposto na literatura (Pinheiro et

al 2010b Demir et al 2008) O que acontece eacute que com o paciente acamado por tempo

prolongado um maior remodelamento oacutesseo eacute observado Os osteoclastos responsaacuteveis pela

absorccedilatildeo oacutessea sobrepotildee os osteoblastos predispondo as fraturas por fragilidade oacutessea

(Fyhrie amp Schaffler 1994) Assim observou-se no estudo que 235 das pacientes

acamadas por mais de dois meses sofreram alguma fratura por fragilidade oacutessea com p valor

lt005 Isso reafirma a associaccedilatildeo entre a paciente ficar acamada por mais de dois meses e

sofrer fratura por fragilidade oacutessea Por outro lado o exerciacutecio fiacutesico que estaacute sabidamente

relacionado ao aumento da resistecircncia muscular do equiliacutebrio e da flexibilidade contribuindo

para a reduccedilatildeo da perda oacutessea e melhora da sauacutede em geral (Chan 2003) natildeo se mostrou

como fator de proteccedilatildeo neste estudo Provavelmente devido ao baixo percentual encontrado

de pacientes que praticavam atividade fiacutesica moderada ou pesada

O elevado IMC e a terapia de reposiccedilatildeo hormonal natildeo desempenharam papel protetor

na nossa populaccedilatildeo como seria o esperado por estudos anteriores (Pinheiro et al 2010c

40

Buttros et al 2011) Ao contrario o sobrepeso e obesidade foram considerados fatores de

risco Isso pode ser atribuiacutedo ao IMC meacutedio dessa populaccedilatildeo ser 264 (kgm2) (DPplusmn 55)

limiacutetrofe para sobrepeso Embora esse dado demonstre contrariedade com a literatura que

estabelece relaccedilatildeo inversa entre obesidade e fraturas por fragilidade oacutessea em nosso estudo

ter maior peso e IMC natildeo seriam fatores de risco para fraturas e sim caracteriacutesticas das

mulheres mais idosas em um contexto social de baixa escolaridade e renda Esse fato eacute

confirmado pelos resultados da Pesquisa Nacional sobre Sauacutede e Nutriccedilatildeo ( Batista F et al

2003) que demonstraram caraacuteter ascendente da obesidade nos estratos de mulheres com baixa

renda residentes na regiatildeo Sudeste

Aleacutem disso haacutebitos de vida como tabagismo e etilismo sabidamente relacionados agrave

maior risco para fraturas por fragilidade oacutessea (Pinheiro et al 2010) tambeacutem natildeo se

mostraram estar associados nesse estudo

A necessidade de caacutelcio do ser humano varia ao longo da vida e uma ingestatildeo

adequada para mulheres acima de 50 anos eacute de 1200 mg pois com a idade o corpo

naturalmente perde um pouco da capacidade de absorccedilatildeo de minerais (Nuacutecleo de Estudos e

Pesquisas em Alimentaccedilatildeo 2006) O fato de apenas 44 das mulheres que natildeo tiveram

fraturas e 167 das mulheres que tiveram fraturas ter referido consumo superior a

900mgdia (3 ou mais copos) foi fator de surpresa principalmente levando-se em conta o PIB

per capita da cidade superior ao da maioria dos municiacutepios brasileiros (IPEA 2000)

Assim como em estudos preacutevios (Pinheiro et al 2010c NHI 2001 Demir et al

2008) nossos dados tambeacutem demonstraram o hipoestrogenismo como importante fator de

risco para fraturas por fragilidade oacutessea jaacute que as pacientes com fratura tecircm entre 19 e 29

anos de menopausa Em recente estudo Demir et al (2008) estudaram 2769 mulheres na

41

poacutes-menopausa correlacionando a ocorrecircncia de osteoporose com o tempo de menopausa

Demonstraram que 106 das pacientes com ateacute trecircs anos de poacutes-menopausa tinham

osteoporose contra 329 das pacientes com sete anos ou mais Acredita-se que a deficiecircncia

estrogecircnica seja responsaacutevel por dois terccedilos da perda de massa oacutessea levando

consequentemente agraves fraturas por fragilidade oacutessea assim como observado (Position

statement of the North American Menopause Society 2010)

Os dados deste estudo podem ser limitados pois apesar de tratar-se de uma coorte as

participantes reportaram dados referentes a estilo de vida dieta antecedentes familiares e

pessoais o que pode ter ocasionado algum vieacutes recordatoacuterio Outra limitaccedilatildeo eacute que como

avaliado por Oliveira et al (2007) esta populaccedilatildeo apresenta a maior parte das mulheres com

baixo niacutevel socioeconocircmico e escolaridade sem acesso agrave adequada educaccedilatildeo nutricional e agrave

atividade fiacutesica orientada Por outro lado resultados encontrados sem significacircncia estatiacutestica

podem ter sido ocasionados pelo tamanho amostral reduzido devido a dificuldade de

rastreamento da populaccedilatildeo uma vez que a unidade de sauacutede natildeo atualizou o endereccedilo e

telefone das mulheres eleitas para o estudo Talvez se tivesse sido realizado contato anual

com essas mulheres natildeo teriacuteamos perdido o seguimento delas

42

8 Conclusatildeo

Devido agrave sua alta prevalecircncia e associaccedilatildeo com mortalidade e incapacidade a fratura

devido agrave fragilidade oacutessea deve ser considerada um problema de sauacutede puacuteblica no Brasil

Apesar das limitaccedilotildees o presente estudo foi realizado de forma prospectiva em mulheres

brasileiras na poacutes-menopausa devendo os seus resultados serem levados em consideraccedilatildeo

para a formulaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas de sauacutede para a prevenccedilatildeo e estrateacutegias de tratamento

para as fraturas Os fatores de risco encontrados como a idade avanccedilada a histoacuteria familiar

de fratura de quadril e a presenccedila de osteoporose devem ser acompanhados e combatidos para

tentar-se diminuir o risco para as fraturas Assim como o USO mostrou ser um meacutetodo

confiaacutevel para avaliar o risco para fraturas podendo ser implementado em maior escala do

que a atual Entatildeo acreditamos que novos estudos prospectivos com uma amostra mais

representativa devam ser realizados para se confirmar os fatores associados a fraturas por

fragilidade oacutessea na populaccedilatildeo brasileira para cada vez mais conhecermos o perfil da nossa

populaccedilatildeo e termos subsiacutedios para combater esse agravo

43

9 Referecircncias Bibliograacuteficas

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48

10 Anexo 1 - Instrumento de coleta - EVOS (EUROPEAN VERTEBRAL

OSTEOPOROSIS STUDY)

Data _________

Nome________________________________________________________

Endereco_____________________________________________________

Fone _____________ Data de nascimento _________ RG

1- Dados antropomeacutetricos

Peso (Kg) Altura (m) IMC

2- Dados Ginecoloacutegicos

Idade da primeira menstruacao anos

Vocecirc jaacute usou piacutelula anticoncepcional por mais de 3 meses

sim natildeo natildeo sei

Vocecirc jaacute ficou algum periacuteodo em sua vida sem menstruar antes da menopausa (exceto se

gravidez) sim natildeo natildeo sei

Idade da ultima menstruaccedilatildeo anos

Numero de filhos

Vocecirc fez cirurgia para retirar o uacutetero sim com Idade ____ (anos)

natildeo natildeo sei

E para retirar os ovaacuterios (um ou os dois) sim idade ___ (anos)

natildeo natildeo sei

Vocecirc fez reposiccedilatildeo hormonal apos a menopausa sim natildeo natildeo sei

Se sim quando iniciado o periacuteodo foi superior a 1 ano sim natildeo natildeo sei

49

Vocecirc notou os seguintes sintomas na menopausa

calores sim natildeo natildeo sei

depressatildeo sim natildeo natildeo sei

insocircnia sim natildeo natildeo sei

outros sim natildeo natildeo sei

Vocecirc amamentou sim natildeo natildeo sei

Se sim quantas crianccedilas vocecirc amamentou por mais que 3 meses

3- Dados familiares

Em sua famiacutelia (pai matildee irmatildeos) existe historia de fratura de quadril apos os 50 anos de

idade sim natildeo natildeo sei

4- Histoacuteria de fratura

Vocecirc jaacute teve alguma fratura sim natildeo natildeo sei

Se sim em qual sitio esqueleacutetico com que idade e qual foi o tipo de trauma

Sitio Numero Idade (anos) Niacutevel do trauma

Vertebra

Fecircmur (colo trocanter)

Costela

Antebraccedilo

Uacutemero

Pe

Outras

Vocecirc sabe que tem osteoporose sim tenho natildeo natildeo tenho natildeo sei

5- Aacutelcool

Com que frequecircncia vocecirc bebeu no ultimo ano

Diariamente 5-6 dsem 3-4 dsem

50

1 -2 dsem lt 1 dsem nunca

Tipo de bebida destilados (uiacutesque cachaccedila vodka)

fermentados (cerveja vinho)

6- Imobilizaccedilatildeo

Vocecirc jaacute ficou acamado por um periacuteodo superior a 2 meses

sim natildeo natildeo sei

Se sim foi antes ou apos os 25 anos de idade

ano passado nunca

7- Fumo

Vocecirc fumou cigarro ou usou outras formas de fumo (cachimbo ou charuto)

atualmente no passado nunca

Com que idade iniciou anos

Se parou com que idade anos

Numero de cigarrosdia

8- Atividade Fiacutesica

Quantas tempo costuma passar diariamente ao ar livre caminhando ou andando de bicicleta

nenhuma a 1 h superior a 1 h

Qual a sua atividade fiacutesica durante diferentes periacuteodos de sua vida adulta

Ate os 25 anos 25 a 50 anos acima 50 anos

Niacutevel 1 (leve) 2 (moderada) 3 (pesada) 4

(muito pesada)

9- Impacto

Como vocecirc descreveria sua sauacutede geral neste momento

muito boa boa satisfatoacuteria regular ruim

10- Interrogatoacuterio sobre drogas

51

Vocecirc jaacute usou alguma medicaccedilatildeo oral ou injetaacutevel contendo corticosteroides por mais de 3

meses sim natildeo natildeo sei

Vocecirc jaacute usou alguma desses remeacutedios

Droga sim natildeo sei tempo

(meses)

parou ha quanto tempo

Hormocircnios

masculinos

Hormocircnios

femininos

Calcitonina

Fluacuteor

Caacutelcio

Vitamina D

Anabolizantes

Diureacuteticos

tiazidicos

11- Ingestatildeo de caacutelcio

Com que frequecircncia vocecirc comeu produtos derivados do leite na semana passada

(diassemana)

queijo amarelo queijo branco iogurte leite sorvete

Para os periacuteodos indicados abaixo com que frequecircncia vocecirc recebeu leite

ate 25 anos 25 a 50 anos Acima de 50 anos

Todas as refeiccedilotildees (3 ou + coposdia)

1-2 coposdia

52

Toda semana mas natildeo todo dia

lt 1 vezsemana

53

11 Anexo 2 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Projeto de Pesquisa Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade

oacutessea em mulheres na menopausa

Pesquisador responsaacutevel Dra Lizanka Paola F Marinheiro

Instituiccedilatildeo responsaacutevel Instituto Fernandes Figueira

Vocecirc estaacute sendo convidado a participar do projeto de pesquisa intitulado

Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea em mulheres na

menopausa por que vocecirc participou do estudo anterior realizado haacute 7 anos sobre a

osteoporose e suas consequumlecircncias

54

A osteoporose e uma doenccedila que se caracteriza pela diminuiccedilatildeo da resistecircncia do osso

tornando-o mais fraacutegil Essa fragilidade aumenta o risco da pessoa que tem osteoporose de ter

fraturas mesmo com atividades comuns como tossir ou espirrar

Com isso esse trabalho deseja avaliar a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea na

populaccedilatildeo de mulheres na poacutes menopausa residente da Ilha de Paquetaacute apoacutes 7 anos de

seguimento do uacuteltimo estudo transversal

Vocecirc natildeo eacute obrigada a participar Mas se quiser vocecirc teraacute que responder a um

questionaacuterio Para participar vocecirc natildeo teraacute que pagar nada O resultado seraacute fornecido apenas

a vocecirc ningueacutem mais saberaacute Suas duvidas seratildeo esclarecidas e vocecirc devera continuar

acompanhamento com seu meacutedico assistente Se vocecirc natildeo quiser participar natildeo seraacute

submetida a nenhum constrangimento fiacutesico ou moral e seu atendimento no posto de sauacutede

natildeo seraacute prejudicado A participante poderaacute se retirar do estudo a qualquer momento que

julgar necessaacuterio sem prejuiacutezo para a mesma O resultado de toda a pesquisa seraacute divulgada e

atraveacutes de artigos cientiacuteficos em revistas encontros congressos ou similares sem a

divulgaccedilatildeo dos nomes de quem participou de forma sigilosa

Sua participaccedilatildeo no estudo natildeo implicaraacute em custos adicionais O (A) Sr (a) natildeo teraacute

qualquer despesa com a realizaccedilatildeo dos procedimentos previstos neste estudo que seratildeo

custeados pelo pesquisador responsaacutevel Tambeacutem natildeo haveraacute nenhuma forma de pagamento

pela sua participaccedilatildeo

Caso surja alguma duacutevida quanto agrave eacutetica do estudo o (a) Sr(a) deveraacute se reportar ao

Comitecirc de Eacutetica em Pesquisas envolvendo seres humanos ndash subordinado ao Conselho

Nacional de Eacutetica em Pesquisa oacutergatildeo do Ministeacuterio da Sauacutede atraveacutes de solicitaccedilatildeo ao

representante de pesquisa que estaraacute sob contato permanente ou contactando o Comitecirc de

Eacutetica em Pesquisa desta instituiccedilatildeo no telefone (21) 3971-1590 Eacute assegurado o completo

55

sigilo de sua identidade quanto a sua participaccedilatildeo neste estudo incluindo a eventualidade da

apresentaccedilatildeo dos resultados deste estudo em congressos e perioacutedicos cientiacuteficos

Eu________________________________________________________________________

residente do endereccedilo__________________________ fui informada dos objetivos e da

justificativa deste trabalho de forma clara e detalhada pela Dra Adriana de Mattos V da

Costa Recebi informaccedilotildees especificas sobre cada procedimento no qual estarei envolvida

dos desconfortos e riscos previstos tanto quanto dos benefiacutecios esperados Todas as minhas

duvidas foram respondidas com clareza e sei que poderei solicitar novos esclarecimentos a

qualquer momento Aleacutem disso sei que novas informaccedilotildees obtidas durante o estudo me seratildeo

fornecidas e que terei liberdade de retirar meu consentimento de participaccedilatildeo face a estas

informaccedilotildees sem prejuiacutezo para mim Aleacutem disto me foi entregue uma coacutepia da folha de

informaccedilotildees para os participantes a qual li compreendi e me deu plena liberdade para decidir

acerca da minha espontacircnea participaccedilatildeo nesta pesquisa Minha identidade jamais seraacute

publicada Os dados colhidos poderatildeo ser examinados por pessoas envolvidas no estudo com

autorizaccedilatildeo delegada do investigador e por pessoas delegadas pelo patrocinador Estou

recebendo uma coacutepia assinada deste Termo

Os pesquisadores responsaacuteveis pelo Projeto satildeo a Dra Lizanka Paola F Marinheiro e

sua aluna a Dra Adriana de Mattos Viveiros da Costa

56

Participante

Nome _________________________________

Assinatura________________________________

Data_________________________________________

Investigador

Nome____________________________________

Assinatura________________________________

Data_______________________________________

Pesquisadora

Nome______________________________________

Assinatura___________________________________

Data__________________________________________

Dra Lizanka Paola F Marinheiro

lizankaglobocom

tel 25541700

Dra Adriana de Mattos Vda Costa

adrianamattosmedyahoocombr

tel 87273315

Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa

Rua Afonso Cavalcanti 455 sala 710 ndash Cidade Nova -

Telefone 3971-1463

33

Tabela 1- Caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas das

mulheres poacutes menopausa (n=86)

Caracteriacutesticas Meacutedia plusmn desvio padratildeo

Idade (anos) 7255 plusmn 897

Idade da

menarca (anos) 1324 plusmn 184

Idade da

menopausa

(anos)

4608 plusmn 614

Tempo de

menopausa

(anos)

2618 plusmn976

Peso (kg)sect 6342 plusmn 1055

Altura (m)deg 155 plusmn 008

IMC (kgm2) 2643 plusmn 557

n=85 sectn=83 ordmn=82 n=81 n=80

Tabela 2-Caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas das

mulheres poacutes menopausa em 2003

Caracteriacutesticas Meacutedia plusmn desvio padratildeo

Idade (anos) 6463plusmn1270

Idade da

menarca (anos)

1304 plusmn 193

Idade da

menopausa

(anos)

4755 plusmn 601

Tempo de

menopausa

(anos)

1700 plusmn 1076

Peso (kg)sect 6533 plusmn 1270

Altura (m)deg 155 plusmn 006

IMC (kgm2) 2696 plusmn 477

34

Tabela 3 ndash Incidecircncia de fraturas em mulheres poacutes menopausa segundo a

localizaccedilatildeo de fratura 2003-2011

Tipo da fratura

n

Veacutertebra 1 38

Fecircmur 1 38

Costela 2 77

Antebraccedilo 13 500

Uacutemero 4 145

Peacute 5 192

Total 26 1000

Nota Algumas pacientes tiveram mais de uma fratura no periacuteodo

Tabela 4- Relaccedilatildeo entre idade e fratura nas mulheres na poacutes menopausa

Total

Fratura

Idade (anos) Natildeo Sim

N () n () n ()

54 a 64 anos 18 209 14 206 4 222

65 a 79 anos 48 558 39 574 9 500

80 a 97 anos 20 233 15 221 5 278

Total 86 1000 68 1000 18 1000

Meacutedia (DP) 725 (90) 713 (77) 729 (93)

Nota P-valor pelo teste de Mann-Whitney=0813

35

Tabela 5 - Incidecircncia de fratura em mulheres poacutes-menopausa segundo

resultado da USO 2003-2011

Resultado da

USO

Total

Fratura p-valor

Sim Natildeo

n n

()

IC95 n

()

Normal 36 7 194

89 -

3472

29 806

0496

Alterado 50 11 220

121 -

350

39 780

Total 86 18 209

133 -

305

68 791

Nota Risco relativo = 113 (IC95 048 - 263)

36

Tabela 6 ndash Caracteriacutesticas cliacutenicas de mulheres poacutes-menopausa segundo

fratura (n=86)

Fratura

Natildeo (n=68) Sim (n=18) Total

n ( ) n ( )

IMC

Abaixo do pesoNormal 24 (353) 5 (278) 28 0792

Sobrepeso 27 (397) 9 (500) 36

Obeso 17 (250) 4 (222) 21

Histoacuterico familiar de fratura de quadril

Natildeo 66 (985) 13 (867) 79 0085

Sim 1 (15) 2 (133) 3

Osteoporose

Natildeo 44 (800) 9 (529) 53 0055

Sim 11 (200) 8 (471) 19

Uso de anticoncepcional

Natildeo 32 (485) 10 (556) 42 0791

Sim 34 (515) 8 (444) 42

Ausecircncia de mentruaccedilatildeo

Natildeo 60 (909) 16 (941) 76 1000

Sim 6 (91) 1 (59) 7

Retirou o uacutetero

Natildeo 46 (687) 9 (500) 55 0170

Sim 21 (313) 9 (500) 30

Retirou os ovaacuterios

Natildeo 53 (815) 11 (647) 64 0187

Sim 12 (185) 6 (353) 18

Reposiccedilatildeo hormonal

Natildeo 51 (761) 13 (722) 64 0763

Sim 16 (239) 5 (278) 21

Amamentou

Natildeo 14 (206) 4 (222) 18 1000

Sim 54 (794) 14 (778) 68

Acamado por mais de dois meses

Natildeo 63 (940) 13 (765) 76 0049

Sim 4 (60) 4 (235) 8

Caracteriacutesticas clinicas

p-valor do

teste exato

de Fisher

37

Tabela 7 - Caracteriacutesticas comportamentais de mulheres poacutes-menopausa segundo

fratura (n=86)

Fratura

Natildeo (n=68) Sim (n=18) Total

n ( ) n ( )

Tabagismo

Natildeo fumante 47 (758) 14 (875) 61 0499

FumanteEx-fumante 15 (242) 2 (125) 17

Etilismo no uacuteltimo ano

Natildeo 48 (706) 15 (833) 63 0376

Sim 20 (294) 3 (167) 23

Atividade fiacutesica ateacute os 25 anos

Leve 38 (559) 11 (611) 49 0792

ModeradaPesada 30 (441) 7 (389) 37

Atividade fiacutesica entre os 25 e 50 anos

Leve 38 (559) 10 (556) 48 1000

ModeradaPesada 30 (441) 8 (444) 38

Atividade fiacutesica acima dos 50 anos

Leve 42 (618) 12 (667) 54 0789

ModeradaPesada 26 (382) 6 (333) 32

Frequecircncia diaacuteria de leite ateacute 25 anos

Nenhummenos 1 copodia 34 (500) 8 (444) 42 0910

1 a 2 coposdia 31 (456) 9 (500) 40

3 coposdia ou mais 3 (44) 1 (56) 4

Frequecircncia diaacuteria de leite apoacutes 50 anos

Nenhummenos 1 copodia 34 (500) 6 (333) 40 0103

1 a 2 coposdia 31 (456) 9 (500) 40

3 coposdia ou mais 3 (44) 3 (167) 6

Caracteriacutesticas

comportamentais

p-valor do

teste exato

de Fisher

Tabela 8- Coeficientes de correlaccedilatildeo de Spearman (rs) entre idade IMC e tempo de

menopausa em mulheres poacutes-menopausa

Variaacuteveis

IMC IdadeTempo de

menopausa

r s 1 -0144 -0151

p-valor 0569 0550

r s -0227 1 0736

p-valor 0074 lt0001

r s -0295 0761 1

p-valor 0020 lt0001

Variaacuteveis

IMC

Idade

Tempo de menopausa

Nota o triacircngulo superior direito (parte hachurada) se refere agraves correlaccedilotildees para as mulheres com

fratura e o inferior esquerdo (parte natildeo hachurada) agraves mulheres sem fratura

38

7 Discussatildeo

No Brasil os principais fatores cliacutenicos de risco para fraturas por fragilidade oacutessea

eram extrapolados a partir de estudos internacionais O estudo vem acrescentar informaccedilotildees

para se conhecer os fatores relacionados agrave essas fraturas Nossos resultados revelam que a

idade avanccedilada a historia familiar de fratura de quadril o diagnoacutestico de osteoporose e

tambeacutem o paciente ficar acamado por mais de 2 meses foram considerados fatores de risco

para fraturas por fragilidade oacutessea

Esse estudo mostrou concordacircncia com a Johnell amp Kanis (2006) onde o principal

siacutetio mundial de fratura por fragilidade oacutessea nas mulheres apoacutes a menopausa foi o antebraccedilo

Segundo o estudo Latin American Vertebral Osteoporosis Study (LAVOS) (Clark et al

2009) a fratura vertebral eacute a mais prevalente da ameacuterica latina com uma prevalecircncia de

142 diferente do nosso estudo onde a coluna vertebral e o colo do fecircmur aparecem

juntos em uacuteltimo lugar na lista de incidecircncia dos siacutetios de fratura Isso pode ser atribuiacutedo

devido a diferenccedila nos criteacuterios de definiccedilatildeo de fraturas pois no LAVOS optou-se pela

medida radiograacutefica do local de fraturas enquanto no nosso estudo as fraturas foram referidas

pelas pacientes

Os consensos sobre osteoporose tecircm propostos algoritmos para identificar indiviacuteduos

de alto risco para fraturas (Kanis et al 2008 WHO 1999) Para tanto a associaccedilatildeo de fatores

de risco para fraturas com a medida da USO eacute de suma importacircncia embora sejam poucas as

pacientes que tecircm oportunidade de realizar esse exame (Oliveira et al 2007) Assim o

presente trabalho mostrou um risco para fraturas por fragilidade oacutessea 13 maior nas

pacientes com resultado de USO alterada em relaccedilatildeo as pacientes que tiveram resultados de

39

USO normais vindo de encontro aos resultados encontrados por Oliveira et al (2007)

Corroborando o USO como um meacutetodo confiaacutevel para a prediccedilatildeo de fraturas

E semelhante a Pinheiro et al (2010a) o presente estudo revelou que os principais

fatores de risco para fraturas por fragilidade oacutessea satildeo a idade avanccedilada a historia familiar de

fratura de quadril e a presenccedila de osteoporose Isso pode ser atribuiacutedo ao fato de que no

estudo de Pinheiro et al (2010a) assim como no nosso estudo a populaccedilatildeo ser

predominantemente de mulheres acima dos 65 anos e viverem em aacuterea urbana tendo haacutebitos

de vida parecidos

O achado em nosso estudo que apresentou significacircncia estatiacutestica refere-se ao fator

de risco ldquopaciente acamado por mais de dois mesesrdquo como disposto na literatura (Pinheiro et

al 2010b Demir et al 2008) O que acontece eacute que com o paciente acamado por tempo

prolongado um maior remodelamento oacutesseo eacute observado Os osteoclastos responsaacuteveis pela

absorccedilatildeo oacutessea sobrepotildee os osteoblastos predispondo as fraturas por fragilidade oacutessea

(Fyhrie amp Schaffler 1994) Assim observou-se no estudo que 235 das pacientes

acamadas por mais de dois meses sofreram alguma fratura por fragilidade oacutessea com p valor

lt005 Isso reafirma a associaccedilatildeo entre a paciente ficar acamada por mais de dois meses e

sofrer fratura por fragilidade oacutessea Por outro lado o exerciacutecio fiacutesico que estaacute sabidamente

relacionado ao aumento da resistecircncia muscular do equiliacutebrio e da flexibilidade contribuindo

para a reduccedilatildeo da perda oacutessea e melhora da sauacutede em geral (Chan 2003) natildeo se mostrou

como fator de proteccedilatildeo neste estudo Provavelmente devido ao baixo percentual encontrado

de pacientes que praticavam atividade fiacutesica moderada ou pesada

O elevado IMC e a terapia de reposiccedilatildeo hormonal natildeo desempenharam papel protetor

na nossa populaccedilatildeo como seria o esperado por estudos anteriores (Pinheiro et al 2010c

40

Buttros et al 2011) Ao contrario o sobrepeso e obesidade foram considerados fatores de

risco Isso pode ser atribuiacutedo ao IMC meacutedio dessa populaccedilatildeo ser 264 (kgm2) (DPplusmn 55)

limiacutetrofe para sobrepeso Embora esse dado demonstre contrariedade com a literatura que

estabelece relaccedilatildeo inversa entre obesidade e fraturas por fragilidade oacutessea em nosso estudo

ter maior peso e IMC natildeo seriam fatores de risco para fraturas e sim caracteriacutesticas das

mulheres mais idosas em um contexto social de baixa escolaridade e renda Esse fato eacute

confirmado pelos resultados da Pesquisa Nacional sobre Sauacutede e Nutriccedilatildeo ( Batista F et al

2003) que demonstraram caraacuteter ascendente da obesidade nos estratos de mulheres com baixa

renda residentes na regiatildeo Sudeste

Aleacutem disso haacutebitos de vida como tabagismo e etilismo sabidamente relacionados agrave

maior risco para fraturas por fragilidade oacutessea (Pinheiro et al 2010) tambeacutem natildeo se

mostraram estar associados nesse estudo

A necessidade de caacutelcio do ser humano varia ao longo da vida e uma ingestatildeo

adequada para mulheres acima de 50 anos eacute de 1200 mg pois com a idade o corpo

naturalmente perde um pouco da capacidade de absorccedilatildeo de minerais (Nuacutecleo de Estudos e

Pesquisas em Alimentaccedilatildeo 2006) O fato de apenas 44 das mulheres que natildeo tiveram

fraturas e 167 das mulheres que tiveram fraturas ter referido consumo superior a

900mgdia (3 ou mais copos) foi fator de surpresa principalmente levando-se em conta o PIB

per capita da cidade superior ao da maioria dos municiacutepios brasileiros (IPEA 2000)

Assim como em estudos preacutevios (Pinheiro et al 2010c NHI 2001 Demir et al

2008) nossos dados tambeacutem demonstraram o hipoestrogenismo como importante fator de

risco para fraturas por fragilidade oacutessea jaacute que as pacientes com fratura tecircm entre 19 e 29

anos de menopausa Em recente estudo Demir et al (2008) estudaram 2769 mulheres na

41

poacutes-menopausa correlacionando a ocorrecircncia de osteoporose com o tempo de menopausa

Demonstraram que 106 das pacientes com ateacute trecircs anos de poacutes-menopausa tinham

osteoporose contra 329 das pacientes com sete anos ou mais Acredita-se que a deficiecircncia

estrogecircnica seja responsaacutevel por dois terccedilos da perda de massa oacutessea levando

consequentemente agraves fraturas por fragilidade oacutessea assim como observado (Position

statement of the North American Menopause Society 2010)

Os dados deste estudo podem ser limitados pois apesar de tratar-se de uma coorte as

participantes reportaram dados referentes a estilo de vida dieta antecedentes familiares e

pessoais o que pode ter ocasionado algum vieacutes recordatoacuterio Outra limitaccedilatildeo eacute que como

avaliado por Oliveira et al (2007) esta populaccedilatildeo apresenta a maior parte das mulheres com

baixo niacutevel socioeconocircmico e escolaridade sem acesso agrave adequada educaccedilatildeo nutricional e agrave

atividade fiacutesica orientada Por outro lado resultados encontrados sem significacircncia estatiacutestica

podem ter sido ocasionados pelo tamanho amostral reduzido devido a dificuldade de

rastreamento da populaccedilatildeo uma vez que a unidade de sauacutede natildeo atualizou o endereccedilo e

telefone das mulheres eleitas para o estudo Talvez se tivesse sido realizado contato anual

com essas mulheres natildeo teriacuteamos perdido o seguimento delas

42

8 Conclusatildeo

Devido agrave sua alta prevalecircncia e associaccedilatildeo com mortalidade e incapacidade a fratura

devido agrave fragilidade oacutessea deve ser considerada um problema de sauacutede puacuteblica no Brasil

Apesar das limitaccedilotildees o presente estudo foi realizado de forma prospectiva em mulheres

brasileiras na poacutes-menopausa devendo os seus resultados serem levados em consideraccedilatildeo

para a formulaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas de sauacutede para a prevenccedilatildeo e estrateacutegias de tratamento

para as fraturas Os fatores de risco encontrados como a idade avanccedilada a histoacuteria familiar

de fratura de quadril e a presenccedila de osteoporose devem ser acompanhados e combatidos para

tentar-se diminuir o risco para as fraturas Assim como o USO mostrou ser um meacutetodo

confiaacutevel para avaliar o risco para fraturas podendo ser implementado em maior escala do

que a atual Entatildeo acreditamos que novos estudos prospectivos com uma amostra mais

representativa devam ser realizados para se confirmar os fatores associados a fraturas por

fragilidade oacutessea na populaccedilatildeo brasileira para cada vez mais conhecermos o perfil da nossa

populaccedilatildeo e termos subsiacutedios para combater esse agravo

43

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48

10 Anexo 1 - Instrumento de coleta - EVOS (EUROPEAN VERTEBRAL

OSTEOPOROSIS STUDY)

Data _________

Nome________________________________________________________

Endereco_____________________________________________________

Fone _____________ Data de nascimento _________ RG

1- Dados antropomeacutetricos

Peso (Kg) Altura (m) IMC

2- Dados Ginecoloacutegicos

Idade da primeira menstruacao anos

Vocecirc jaacute usou piacutelula anticoncepcional por mais de 3 meses

sim natildeo natildeo sei

Vocecirc jaacute ficou algum periacuteodo em sua vida sem menstruar antes da menopausa (exceto se

gravidez) sim natildeo natildeo sei

Idade da ultima menstruaccedilatildeo anos

Numero de filhos

Vocecirc fez cirurgia para retirar o uacutetero sim com Idade ____ (anos)

natildeo natildeo sei

E para retirar os ovaacuterios (um ou os dois) sim idade ___ (anos)

natildeo natildeo sei

Vocecirc fez reposiccedilatildeo hormonal apos a menopausa sim natildeo natildeo sei

Se sim quando iniciado o periacuteodo foi superior a 1 ano sim natildeo natildeo sei

49

Vocecirc notou os seguintes sintomas na menopausa

calores sim natildeo natildeo sei

depressatildeo sim natildeo natildeo sei

insocircnia sim natildeo natildeo sei

outros sim natildeo natildeo sei

Vocecirc amamentou sim natildeo natildeo sei

Se sim quantas crianccedilas vocecirc amamentou por mais que 3 meses

3- Dados familiares

Em sua famiacutelia (pai matildee irmatildeos) existe historia de fratura de quadril apos os 50 anos de

idade sim natildeo natildeo sei

4- Histoacuteria de fratura

Vocecirc jaacute teve alguma fratura sim natildeo natildeo sei

Se sim em qual sitio esqueleacutetico com que idade e qual foi o tipo de trauma

Sitio Numero Idade (anos) Niacutevel do trauma

Vertebra

Fecircmur (colo trocanter)

Costela

Antebraccedilo

Uacutemero

Pe

Outras

Vocecirc sabe que tem osteoporose sim tenho natildeo natildeo tenho natildeo sei

5- Aacutelcool

Com que frequecircncia vocecirc bebeu no ultimo ano

Diariamente 5-6 dsem 3-4 dsem

50

1 -2 dsem lt 1 dsem nunca

Tipo de bebida destilados (uiacutesque cachaccedila vodka)

fermentados (cerveja vinho)

6- Imobilizaccedilatildeo

Vocecirc jaacute ficou acamado por um periacuteodo superior a 2 meses

sim natildeo natildeo sei

Se sim foi antes ou apos os 25 anos de idade

ano passado nunca

7- Fumo

Vocecirc fumou cigarro ou usou outras formas de fumo (cachimbo ou charuto)

atualmente no passado nunca

Com que idade iniciou anos

Se parou com que idade anos

Numero de cigarrosdia

8- Atividade Fiacutesica

Quantas tempo costuma passar diariamente ao ar livre caminhando ou andando de bicicleta

nenhuma a 1 h superior a 1 h

Qual a sua atividade fiacutesica durante diferentes periacuteodos de sua vida adulta

Ate os 25 anos 25 a 50 anos acima 50 anos

Niacutevel 1 (leve) 2 (moderada) 3 (pesada) 4

(muito pesada)

9- Impacto

Como vocecirc descreveria sua sauacutede geral neste momento

muito boa boa satisfatoacuteria regular ruim

10- Interrogatoacuterio sobre drogas

51

Vocecirc jaacute usou alguma medicaccedilatildeo oral ou injetaacutevel contendo corticosteroides por mais de 3

meses sim natildeo natildeo sei

Vocecirc jaacute usou alguma desses remeacutedios

Droga sim natildeo sei tempo

(meses)

parou ha quanto tempo

Hormocircnios

masculinos

Hormocircnios

femininos

Calcitonina

Fluacuteor

Caacutelcio

Vitamina D

Anabolizantes

Diureacuteticos

tiazidicos

11- Ingestatildeo de caacutelcio

Com que frequecircncia vocecirc comeu produtos derivados do leite na semana passada

(diassemana)

queijo amarelo queijo branco iogurte leite sorvete

Para os periacuteodos indicados abaixo com que frequecircncia vocecirc recebeu leite

ate 25 anos 25 a 50 anos Acima de 50 anos

Todas as refeiccedilotildees (3 ou + coposdia)

1-2 coposdia

52

Toda semana mas natildeo todo dia

lt 1 vezsemana

53

11 Anexo 2 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Projeto de Pesquisa Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade

oacutessea em mulheres na menopausa

Pesquisador responsaacutevel Dra Lizanka Paola F Marinheiro

Instituiccedilatildeo responsaacutevel Instituto Fernandes Figueira

Vocecirc estaacute sendo convidado a participar do projeto de pesquisa intitulado

Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea em mulheres na

menopausa por que vocecirc participou do estudo anterior realizado haacute 7 anos sobre a

osteoporose e suas consequumlecircncias

54

A osteoporose e uma doenccedila que se caracteriza pela diminuiccedilatildeo da resistecircncia do osso

tornando-o mais fraacutegil Essa fragilidade aumenta o risco da pessoa que tem osteoporose de ter

fraturas mesmo com atividades comuns como tossir ou espirrar

Com isso esse trabalho deseja avaliar a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea na

populaccedilatildeo de mulheres na poacutes menopausa residente da Ilha de Paquetaacute apoacutes 7 anos de

seguimento do uacuteltimo estudo transversal

Vocecirc natildeo eacute obrigada a participar Mas se quiser vocecirc teraacute que responder a um

questionaacuterio Para participar vocecirc natildeo teraacute que pagar nada O resultado seraacute fornecido apenas

a vocecirc ningueacutem mais saberaacute Suas duvidas seratildeo esclarecidas e vocecirc devera continuar

acompanhamento com seu meacutedico assistente Se vocecirc natildeo quiser participar natildeo seraacute

submetida a nenhum constrangimento fiacutesico ou moral e seu atendimento no posto de sauacutede

natildeo seraacute prejudicado A participante poderaacute se retirar do estudo a qualquer momento que

julgar necessaacuterio sem prejuiacutezo para a mesma O resultado de toda a pesquisa seraacute divulgada e

atraveacutes de artigos cientiacuteficos em revistas encontros congressos ou similares sem a

divulgaccedilatildeo dos nomes de quem participou de forma sigilosa

Sua participaccedilatildeo no estudo natildeo implicaraacute em custos adicionais O (A) Sr (a) natildeo teraacute

qualquer despesa com a realizaccedilatildeo dos procedimentos previstos neste estudo que seratildeo

custeados pelo pesquisador responsaacutevel Tambeacutem natildeo haveraacute nenhuma forma de pagamento

pela sua participaccedilatildeo

Caso surja alguma duacutevida quanto agrave eacutetica do estudo o (a) Sr(a) deveraacute se reportar ao

Comitecirc de Eacutetica em Pesquisas envolvendo seres humanos ndash subordinado ao Conselho

Nacional de Eacutetica em Pesquisa oacutergatildeo do Ministeacuterio da Sauacutede atraveacutes de solicitaccedilatildeo ao

representante de pesquisa que estaraacute sob contato permanente ou contactando o Comitecirc de

Eacutetica em Pesquisa desta instituiccedilatildeo no telefone (21) 3971-1590 Eacute assegurado o completo

55

sigilo de sua identidade quanto a sua participaccedilatildeo neste estudo incluindo a eventualidade da

apresentaccedilatildeo dos resultados deste estudo em congressos e perioacutedicos cientiacuteficos

Eu________________________________________________________________________

residente do endereccedilo__________________________ fui informada dos objetivos e da

justificativa deste trabalho de forma clara e detalhada pela Dra Adriana de Mattos V da

Costa Recebi informaccedilotildees especificas sobre cada procedimento no qual estarei envolvida

dos desconfortos e riscos previstos tanto quanto dos benefiacutecios esperados Todas as minhas

duvidas foram respondidas com clareza e sei que poderei solicitar novos esclarecimentos a

qualquer momento Aleacutem disso sei que novas informaccedilotildees obtidas durante o estudo me seratildeo

fornecidas e que terei liberdade de retirar meu consentimento de participaccedilatildeo face a estas

informaccedilotildees sem prejuiacutezo para mim Aleacutem disto me foi entregue uma coacutepia da folha de

informaccedilotildees para os participantes a qual li compreendi e me deu plena liberdade para decidir

acerca da minha espontacircnea participaccedilatildeo nesta pesquisa Minha identidade jamais seraacute

publicada Os dados colhidos poderatildeo ser examinados por pessoas envolvidas no estudo com

autorizaccedilatildeo delegada do investigador e por pessoas delegadas pelo patrocinador Estou

recebendo uma coacutepia assinada deste Termo

Os pesquisadores responsaacuteveis pelo Projeto satildeo a Dra Lizanka Paola F Marinheiro e

sua aluna a Dra Adriana de Mattos Viveiros da Costa

56

Participante

Nome _________________________________

Assinatura________________________________

Data_________________________________________

Investigador

Nome____________________________________

Assinatura________________________________

Data_______________________________________

Pesquisadora

Nome______________________________________

Assinatura___________________________________

Data__________________________________________

Dra Lizanka Paola F Marinheiro

lizankaglobocom

tel 25541700

Dra Adriana de Mattos Vda Costa

adrianamattosmedyahoocombr

tel 87273315

Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa

Rua Afonso Cavalcanti 455 sala 710 ndash Cidade Nova -

Telefone 3971-1463

34

Tabela 3 ndash Incidecircncia de fraturas em mulheres poacutes menopausa segundo a

localizaccedilatildeo de fratura 2003-2011

Tipo da fratura

n

Veacutertebra 1 38

Fecircmur 1 38

Costela 2 77

Antebraccedilo 13 500

Uacutemero 4 145

Peacute 5 192

Total 26 1000

Nota Algumas pacientes tiveram mais de uma fratura no periacuteodo

Tabela 4- Relaccedilatildeo entre idade e fratura nas mulheres na poacutes menopausa

Total

Fratura

Idade (anos) Natildeo Sim

N () n () n ()

54 a 64 anos 18 209 14 206 4 222

65 a 79 anos 48 558 39 574 9 500

80 a 97 anos 20 233 15 221 5 278

Total 86 1000 68 1000 18 1000

Meacutedia (DP) 725 (90) 713 (77) 729 (93)

Nota P-valor pelo teste de Mann-Whitney=0813

35

Tabela 5 - Incidecircncia de fratura em mulheres poacutes-menopausa segundo

resultado da USO 2003-2011

Resultado da

USO

Total

Fratura p-valor

Sim Natildeo

n n

()

IC95 n

()

Normal 36 7 194

89 -

3472

29 806

0496

Alterado 50 11 220

121 -

350

39 780

Total 86 18 209

133 -

305

68 791

Nota Risco relativo = 113 (IC95 048 - 263)

36

Tabela 6 ndash Caracteriacutesticas cliacutenicas de mulheres poacutes-menopausa segundo

fratura (n=86)

Fratura

Natildeo (n=68) Sim (n=18) Total

n ( ) n ( )

IMC

Abaixo do pesoNormal 24 (353) 5 (278) 28 0792

Sobrepeso 27 (397) 9 (500) 36

Obeso 17 (250) 4 (222) 21

Histoacuterico familiar de fratura de quadril

Natildeo 66 (985) 13 (867) 79 0085

Sim 1 (15) 2 (133) 3

Osteoporose

Natildeo 44 (800) 9 (529) 53 0055

Sim 11 (200) 8 (471) 19

Uso de anticoncepcional

Natildeo 32 (485) 10 (556) 42 0791

Sim 34 (515) 8 (444) 42

Ausecircncia de mentruaccedilatildeo

Natildeo 60 (909) 16 (941) 76 1000

Sim 6 (91) 1 (59) 7

Retirou o uacutetero

Natildeo 46 (687) 9 (500) 55 0170

Sim 21 (313) 9 (500) 30

Retirou os ovaacuterios

Natildeo 53 (815) 11 (647) 64 0187

Sim 12 (185) 6 (353) 18

Reposiccedilatildeo hormonal

Natildeo 51 (761) 13 (722) 64 0763

Sim 16 (239) 5 (278) 21

Amamentou

Natildeo 14 (206) 4 (222) 18 1000

Sim 54 (794) 14 (778) 68

Acamado por mais de dois meses

Natildeo 63 (940) 13 (765) 76 0049

Sim 4 (60) 4 (235) 8

Caracteriacutesticas clinicas

p-valor do

teste exato

de Fisher

37

Tabela 7 - Caracteriacutesticas comportamentais de mulheres poacutes-menopausa segundo

fratura (n=86)

Fratura

Natildeo (n=68) Sim (n=18) Total

n ( ) n ( )

Tabagismo

Natildeo fumante 47 (758) 14 (875) 61 0499

FumanteEx-fumante 15 (242) 2 (125) 17

Etilismo no uacuteltimo ano

Natildeo 48 (706) 15 (833) 63 0376

Sim 20 (294) 3 (167) 23

Atividade fiacutesica ateacute os 25 anos

Leve 38 (559) 11 (611) 49 0792

ModeradaPesada 30 (441) 7 (389) 37

Atividade fiacutesica entre os 25 e 50 anos

Leve 38 (559) 10 (556) 48 1000

ModeradaPesada 30 (441) 8 (444) 38

Atividade fiacutesica acima dos 50 anos

Leve 42 (618) 12 (667) 54 0789

ModeradaPesada 26 (382) 6 (333) 32

Frequecircncia diaacuteria de leite ateacute 25 anos

Nenhummenos 1 copodia 34 (500) 8 (444) 42 0910

1 a 2 coposdia 31 (456) 9 (500) 40

3 coposdia ou mais 3 (44) 1 (56) 4

Frequecircncia diaacuteria de leite apoacutes 50 anos

Nenhummenos 1 copodia 34 (500) 6 (333) 40 0103

1 a 2 coposdia 31 (456) 9 (500) 40

3 coposdia ou mais 3 (44) 3 (167) 6

Caracteriacutesticas

comportamentais

p-valor do

teste exato

de Fisher

Tabela 8- Coeficientes de correlaccedilatildeo de Spearman (rs) entre idade IMC e tempo de

menopausa em mulheres poacutes-menopausa

Variaacuteveis

IMC IdadeTempo de

menopausa

r s 1 -0144 -0151

p-valor 0569 0550

r s -0227 1 0736

p-valor 0074 lt0001

r s -0295 0761 1

p-valor 0020 lt0001

Variaacuteveis

IMC

Idade

Tempo de menopausa

Nota o triacircngulo superior direito (parte hachurada) se refere agraves correlaccedilotildees para as mulheres com

fratura e o inferior esquerdo (parte natildeo hachurada) agraves mulheres sem fratura

38

7 Discussatildeo

No Brasil os principais fatores cliacutenicos de risco para fraturas por fragilidade oacutessea

eram extrapolados a partir de estudos internacionais O estudo vem acrescentar informaccedilotildees

para se conhecer os fatores relacionados agrave essas fraturas Nossos resultados revelam que a

idade avanccedilada a historia familiar de fratura de quadril o diagnoacutestico de osteoporose e

tambeacutem o paciente ficar acamado por mais de 2 meses foram considerados fatores de risco

para fraturas por fragilidade oacutessea

Esse estudo mostrou concordacircncia com a Johnell amp Kanis (2006) onde o principal

siacutetio mundial de fratura por fragilidade oacutessea nas mulheres apoacutes a menopausa foi o antebraccedilo

Segundo o estudo Latin American Vertebral Osteoporosis Study (LAVOS) (Clark et al

2009) a fratura vertebral eacute a mais prevalente da ameacuterica latina com uma prevalecircncia de

142 diferente do nosso estudo onde a coluna vertebral e o colo do fecircmur aparecem

juntos em uacuteltimo lugar na lista de incidecircncia dos siacutetios de fratura Isso pode ser atribuiacutedo

devido a diferenccedila nos criteacuterios de definiccedilatildeo de fraturas pois no LAVOS optou-se pela

medida radiograacutefica do local de fraturas enquanto no nosso estudo as fraturas foram referidas

pelas pacientes

Os consensos sobre osteoporose tecircm propostos algoritmos para identificar indiviacuteduos

de alto risco para fraturas (Kanis et al 2008 WHO 1999) Para tanto a associaccedilatildeo de fatores

de risco para fraturas com a medida da USO eacute de suma importacircncia embora sejam poucas as

pacientes que tecircm oportunidade de realizar esse exame (Oliveira et al 2007) Assim o

presente trabalho mostrou um risco para fraturas por fragilidade oacutessea 13 maior nas

pacientes com resultado de USO alterada em relaccedilatildeo as pacientes que tiveram resultados de

39

USO normais vindo de encontro aos resultados encontrados por Oliveira et al (2007)

Corroborando o USO como um meacutetodo confiaacutevel para a prediccedilatildeo de fraturas

E semelhante a Pinheiro et al (2010a) o presente estudo revelou que os principais

fatores de risco para fraturas por fragilidade oacutessea satildeo a idade avanccedilada a historia familiar de

fratura de quadril e a presenccedila de osteoporose Isso pode ser atribuiacutedo ao fato de que no

estudo de Pinheiro et al (2010a) assim como no nosso estudo a populaccedilatildeo ser

predominantemente de mulheres acima dos 65 anos e viverem em aacuterea urbana tendo haacutebitos

de vida parecidos

O achado em nosso estudo que apresentou significacircncia estatiacutestica refere-se ao fator

de risco ldquopaciente acamado por mais de dois mesesrdquo como disposto na literatura (Pinheiro et

al 2010b Demir et al 2008) O que acontece eacute que com o paciente acamado por tempo

prolongado um maior remodelamento oacutesseo eacute observado Os osteoclastos responsaacuteveis pela

absorccedilatildeo oacutessea sobrepotildee os osteoblastos predispondo as fraturas por fragilidade oacutessea

(Fyhrie amp Schaffler 1994) Assim observou-se no estudo que 235 das pacientes

acamadas por mais de dois meses sofreram alguma fratura por fragilidade oacutessea com p valor

lt005 Isso reafirma a associaccedilatildeo entre a paciente ficar acamada por mais de dois meses e

sofrer fratura por fragilidade oacutessea Por outro lado o exerciacutecio fiacutesico que estaacute sabidamente

relacionado ao aumento da resistecircncia muscular do equiliacutebrio e da flexibilidade contribuindo

para a reduccedilatildeo da perda oacutessea e melhora da sauacutede em geral (Chan 2003) natildeo se mostrou

como fator de proteccedilatildeo neste estudo Provavelmente devido ao baixo percentual encontrado

de pacientes que praticavam atividade fiacutesica moderada ou pesada

O elevado IMC e a terapia de reposiccedilatildeo hormonal natildeo desempenharam papel protetor

na nossa populaccedilatildeo como seria o esperado por estudos anteriores (Pinheiro et al 2010c

40

Buttros et al 2011) Ao contrario o sobrepeso e obesidade foram considerados fatores de

risco Isso pode ser atribuiacutedo ao IMC meacutedio dessa populaccedilatildeo ser 264 (kgm2) (DPplusmn 55)

limiacutetrofe para sobrepeso Embora esse dado demonstre contrariedade com a literatura que

estabelece relaccedilatildeo inversa entre obesidade e fraturas por fragilidade oacutessea em nosso estudo

ter maior peso e IMC natildeo seriam fatores de risco para fraturas e sim caracteriacutesticas das

mulheres mais idosas em um contexto social de baixa escolaridade e renda Esse fato eacute

confirmado pelos resultados da Pesquisa Nacional sobre Sauacutede e Nutriccedilatildeo ( Batista F et al

2003) que demonstraram caraacuteter ascendente da obesidade nos estratos de mulheres com baixa

renda residentes na regiatildeo Sudeste

Aleacutem disso haacutebitos de vida como tabagismo e etilismo sabidamente relacionados agrave

maior risco para fraturas por fragilidade oacutessea (Pinheiro et al 2010) tambeacutem natildeo se

mostraram estar associados nesse estudo

A necessidade de caacutelcio do ser humano varia ao longo da vida e uma ingestatildeo

adequada para mulheres acima de 50 anos eacute de 1200 mg pois com a idade o corpo

naturalmente perde um pouco da capacidade de absorccedilatildeo de minerais (Nuacutecleo de Estudos e

Pesquisas em Alimentaccedilatildeo 2006) O fato de apenas 44 das mulheres que natildeo tiveram

fraturas e 167 das mulheres que tiveram fraturas ter referido consumo superior a

900mgdia (3 ou mais copos) foi fator de surpresa principalmente levando-se em conta o PIB

per capita da cidade superior ao da maioria dos municiacutepios brasileiros (IPEA 2000)

Assim como em estudos preacutevios (Pinheiro et al 2010c NHI 2001 Demir et al

2008) nossos dados tambeacutem demonstraram o hipoestrogenismo como importante fator de

risco para fraturas por fragilidade oacutessea jaacute que as pacientes com fratura tecircm entre 19 e 29

anos de menopausa Em recente estudo Demir et al (2008) estudaram 2769 mulheres na

41

poacutes-menopausa correlacionando a ocorrecircncia de osteoporose com o tempo de menopausa

Demonstraram que 106 das pacientes com ateacute trecircs anos de poacutes-menopausa tinham

osteoporose contra 329 das pacientes com sete anos ou mais Acredita-se que a deficiecircncia

estrogecircnica seja responsaacutevel por dois terccedilos da perda de massa oacutessea levando

consequentemente agraves fraturas por fragilidade oacutessea assim como observado (Position

statement of the North American Menopause Society 2010)

Os dados deste estudo podem ser limitados pois apesar de tratar-se de uma coorte as

participantes reportaram dados referentes a estilo de vida dieta antecedentes familiares e

pessoais o que pode ter ocasionado algum vieacutes recordatoacuterio Outra limitaccedilatildeo eacute que como

avaliado por Oliveira et al (2007) esta populaccedilatildeo apresenta a maior parte das mulheres com

baixo niacutevel socioeconocircmico e escolaridade sem acesso agrave adequada educaccedilatildeo nutricional e agrave

atividade fiacutesica orientada Por outro lado resultados encontrados sem significacircncia estatiacutestica

podem ter sido ocasionados pelo tamanho amostral reduzido devido a dificuldade de

rastreamento da populaccedilatildeo uma vez que a unidade de sauacutede natildeo atualizou o endereccedilo e

telefone das mulheres eleitas para o estudo Talvez se tivesse sido realizado contato anual

com essas mulheres natildeo teriacuteamos perdido o seguimento delas

42

8 Conclusatildeo

Devido agrave sua alta prevalecircncia e associaccedilatildeo com mortalidade e incapacidade a fratura

devido agrave fragilidade oacutessea deve ser considerada um problema de sauacutede puacuteblica no Brasil

Apesar das limitaccedilotildees o presente estudo foi realizado de forma prospectiva em mulheres

brasileiras na poacutes-menopausa devendo os seus resultados serem levados em consideraccedilatildeo

para a formulaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas de sauacutede para a prevenccedilatildeo e estrateacutegias de tratamento

para as fraturas Os fatores de risco encontrados como a idade avanccedilada a histoacuteria familiar

de fratura de quadril e a presenccedila de osteoporose devem ser acompanhados e combatidos para

tentar-se diminuir o risco para as fraturas Assim como o USO mostrou ser um meacutetodo

confiaacutevel para avaliar o risco para fraturas podendo ser implementado em maior escala do

que a atual Entatildeo acreditamos que novos estudos prospectivos com uma amostra mais

representativa devam ser realizados para se confirmar os fatores associados a fraturas por

fragilidade oacutessea na populaccedilatildeo brasileira para cada vez mais conhecermos o perfil da nossa

populaccedilatildeo e termos subsiacutedios para combater esse agravo

43

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48

10 Anexo 1 - Instrumento de coleta - EVOS (EUROPEAN VERTEBRAL

OSTEOPOROSIS STUDY)

Data _________

Nome________________________________________________________

Endereco_____________________________________________________

Fone _____________ Data de nascimento _________ RG

1- Dados antropomeacutetricos

Peso (Kg) Altura (m) IMC

2- Dados Ginecoloacutegicos

Idade da primeira menstruacao anos

Vocecirc jaacute usou piacutelula anticoncepcional por mais de 3 meses

sim natildeo natildeo sei

Vocecirc jaacute ficou algum periacuteodo em sua vida sem menstruar antes da menopausa (exceto se

gravidez) sim natildeo natildeo sei

Idade da ultima menstruaccedilatildeo anos

Numero de filhos

Vocecirc fez cirurgia para retirar o uacutetero sim com Idade ____ (anos)

natildeo natildeo sei

E para retirar os ovaacuterios (um ou os dois) sim idade ___ (anos)

natildeo natildeo sei

Vocecirc fez reposiccedilatildeo hormonal apos a menopausa sim natildeo natildeo sei

Se sim quando iniciado o periacuteodo foi superior a 1 ano sim natildeo natildeo sei

49

Vocecirc notou os seguintes sintomas na menopausa

calores sim natildeo natildeo sei

depressatildeo sim natildeo natildeo sei

insocircnia sim natildeo natildeo sei

outros sim natildeo natildeo sei

Vocecirc amamentou sim natildeo natildeo sei

Se sim quantas crianccedilas vocecirc amamentou por mais que 3 meses

3- Dados familiares

Em sua famiacutelia (pai matildee irmatildeos) existe historia de fratura de quadril apos os 50 anos de

idade sim natildeo natildeo sei

4- Histoacuteria de fratura

Vocecirc jaacute teve alguma fratura sim natildeo natildeo sei

Se sim em qual sitio esqueleacutetico com que idade e qual foi o tipo de trauma

Sitio Numero Idade (anos) Niacutevel do trauma

Vertebra

Fecircmur (colo trocanter)

Costela

Antebraccedilo

Uacutemero

Pe

Outras

Vocecirc sabe que tem osteoporose sim tenho natildeo natildeo tenho natildeo sei

5- Aacutelcool

Com que frequecircncia vocecirc bebeu no ultimo ano

Diariamente 5-6 dsem 3-4 dsem

50

1 -2 dsem lt 1 dsem nunca

Tipo de bebida destilados (uiacutesque cachaccedila vodka)

fermentados (cerveja vinho)

6- Imobilizaccedilatildeo

Vocecirc jaacute ficou acamado por um periacuteodo superior a 2 meses

sim natildeo natildeo sei

Se sim foi antes ou apos os 25 anos de idade

ano passado nunca

7- Fumo

Vocecirc fumou cigarro ou usou outras formas de fumo (cachimbo ou charuto)

atualmente no passado nunca

Com que idade iniciou anos

Se parou com que idade anos

Numero de cigarrosdia

8- Atividade Fiacutesica

Quantas tempo costuma passar diariamente ao ar livre caminhando ou andando de bicicleta

nenhuma a 1 h superior a 1 h

Qual a sua atividade fiacutesica durante diferentes periacuteodos de sua vida adulta

Ate os 25 anos 25 a 50 anos acima 50 anos

Niacutevel 1 (leve) 2 (moderada) 3 (pesada) 4

(muito pesada)

9- Impacto

Como vocecirc descreveria sua sauacutede geral neste momento

muito boa boa satisfatoacuteria regular ruim

10- Interrogatoacuterio sobre drogas

51

Vocecirc jaacute usou alguma medicaccedilatildeo oral ou injetaacutevel contendo corticosteroides por mais de 3

meses sim natildeo natildeo sei

Vocecirc jaacute usou alguma desses remeacutedios

Droga sim natildeo sei tempo

(meses)

parou ha quanto tempo

Hormocircnios

masculinos

Hormocircnios

femininos

Calcitonina

Fluacuteor

Caacutelcio

Vitamina D

Anabolizantes

Diureacuteticos

tiazidicos

11- Ingestatildeo de caacutelcio

Com que frequecircncia vocecirc comeu produtos derivados do leite na semana passada

(diassemana)

queijo amarelo queijo branco iogurte leite sorvete

Para os periacuteodos indicados abaixo com que frequecircncia vocecirc recebeu leite

ate 25 anos 25 a 50 anos Acima de 50 anos

Todas as refeiccedilotildees (3 ou + coposdia)

1-2 coposdia

52

Toda semana mas natildeo todo dia

lt 1 vezsemana

53

11 Anexo 2 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Projeto de Pesquisa Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade

oacutessea em mulheres na menopausa

Pesquisador responsaacutevel Dra Lizanka Paola F Marinheiro

Instituiccedilatildeo responsaacutevel Instituto Fernandes Figueira

Vocecirc estaacute sendo convidado a participar do projeto de pesquisa intitulado

Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea em mulheres na

menopausa por que vocecirc participou do estudo anterior realizado haacute 7 anos sobre a

osteoporose e suas consequumlecircncias

54

A osteoporose e uma doenccedila que se caracteriza pela diminuiccedilatildeo da resistecircncia do osso

tornando-o mais fraacutegil Essa fragilidade aumenta o risco da pessoa que tem osteoporose de ter

fraturas mesmo com atividades comuns como tossir ou espirrar

Com isso esse trabalho deseja avaliar a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea na

populaccedilatildeo de mulheres na poacutes menopausa residente da Ilha de Paquetaacute apoacutes 7 anos de

seguimento do uacuteltimo estudo transversal

Vocecirc natildeo eacute obrigada a participar Mas se quiser vocecirc teraacute que responder a um

questionaacuterio Para participar vocecirc natildeo teraacute que pagar nada O resultado seraacute fornecido apenas

a vocecirc ningueacutem mais saberaacute Suas duvidas seratildeo esclarecidas e vocecirc devera continuar

acompanhamento com seu meacutedico assistente Se vocecirc natildeo quiser participar natildeo seraacute

submetida a nenhum constrangimento fiacutesico ou moral e seu atendimento no posto de sauacutede

natildeo seraacute prejudicado A participante poderaacute se retirar do estudo a qualquer momento que

julgar necessaacuterio sem prejuiacutezo para a mesma O resultado de toda a pesquisa seraacute divulgada e

atraveacutes de artigos cientiacuteficos em revistas encontros congressos ou similares sem a

divulgaccedilatildeo dos nomes de quem participou de forma sigilosa

Sua participaccedilatildeo no estudo natildeo implicaraacute em custos adicionais O (A) Sr (a) natildeo teraacute

qualquer despesa com a realizaccedilatildeo dos procedimentos previstos neste estudo que seratildeo

custeados pelo pesquisador responsaacutevel Tambeacutem natildeo haveraacute nenhuma forma de pagamento

pela sua participaccedilatildeo

Caso surja alguma duacutevida quanto agrave eacutetica do estudo o (a) Sr(a) deveraacute se reportar ao

Comitecirc de Eacutetica em Pesquisas envolvendo seres humanos ndash subordinado ao Conselho

Nacional de Eacutetica em Pesquisa oacutergatildeo do Ministeacuterio da Sauacutede atraveacutes de solicitaccedilatildeo ao

representante de pesquisa que estaraacute sob contato permanente ou contactando o Comitecirc de

Eacutetica em Pesquisa desta instituiccedilatildeo no telefone (21) 3971-1590 Eacute assegurado o completo

55

sigilo de sua identidade quanto a sua participaccedilatildeo neste estudo incluindo a eventualidade da

apresentaccedilatildeo dos resultados deste estudo em congressos e perioacutedicos cientiacuteficos

Eu________________________________________________________________________

residente do endereccedilo__________________________ fui informada dos objetivos e da

justificativa deste trabalho de forma clara e detalhada pela Dra Adriana de Mattos V da

Costa Recebi informaccedilotildees especificas sobre cada procedimento no qual estarei envolvida

dos desconfortos e riscos previstos tanto quanto dos benefiacutecios esperados Todas as minhas

duvidas foram respondidas com clareza e sei que poderei solicitar novos esclarecimentos a

qualquer momento Aleacutem disso sei que novas informaccedilotildees obtidas durante o estudo me seratildeo

fornecidas e que terei liberdade de retirar meu consentimento de participaccedilatildeo face a estas

informaccedilotildees sem prejuiacutezo para mim Aleacutem disto me foi entregue uma coacutepia da folha de

informaccedilotildees para os participantes a qual li compreendi e me deu plena liberdade para decidir

acerca da minha espontacircnea participaccedilatildeo nesta pesquisa Minha identidade jamais seraacute

publicada Os dados colhidos poderatildeo ser examinados por pessoas envolvidas no estudo com

autorizaccedilatildeo delegada do investigador e por pessoas delegadas pelo patrocinador Estou

recebendo uma coacutepia assinada deste Termo

Os pesquisadores responsaacuteveis pelo Projeto satildeo a Dra Lizanka Paola F Marinheiro e

sua aluna a Dra Adriana de Mattos Viveiros da Costa

56

Participante

Nome _________________________________

Assinatura________________________________

Data_________________________________________

Investigador

Nome____________________________________

Assinatura________________________________

Data_______________________________________

Pesquisadora

Nome______________________________________

Assinatura___________________________________

Data__________________________________________

Dra Lizanka Paola F Marinheiro

lizankaglobocom

tel 25541700

Dra Adriana de Mattos Vda Costa

adrianamattosmedyahoocombr

tel 87273315

Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa

Rua Afonso Cavalcanti 455 sala 710 ndash Cidade Nova -

Telefone 3971-1463

35

Tabela 5 - Incidecircncia de fratura em mulheres poacutes-menopausa segundo

resultado da USO 2003-2011

Resultado da

USO

Total

Fratura p-valor

Sim Natildeo

n n

()

IC95 n

()

Normal 36 7 194

89 -

3472

29 806

0496

Alterado 50 11 220

121 -

350

39 780

Total 86 18 209

133 -

305

68 791

Nota Risco relativo = 113 (IC95 048 - 263)

36

Tabela 6 ndash Caracteriacutesticas cliacutenicas de mulheres poacutes-menopausa segundo

fratura (n=86)

Fratura

Natildeo (n=68) Sim (n=18) Total

n ( ) n ( )

IMC

Abaixo do pesoNormal 24 (353) 5 (278) 28 0792

Sobrepeso 27 (397) 9 (500) 36

Obeso 17 (250) 4 (222) 21

Histoacuterico familiar de fratura de quadril

Natildeo 66 (985) 13 (867) 79 0085

Sim 1 (15) 2 (133) 3

Osteoporose

Natildeo 44 (800) 9 (529) 53 0055

Sim 11 (200) 8 (471) 19

Uso de anticoncepcional

Natildeo 32 (485) 10 (556) 42 0791

Sim 34 (515) 8 (444) 42

Ausecircncia de mentruaccedilatildeo

Natildeo 60 (909) 16 (941) 76 1000

Sim 6 (91) 1 (59) 7

Retirou o uacutetero

Natildeo 46 (687) 9 (500) 55 0170

Sim 21 (313) 9 (500) 30

Retirou os ovaacuterios

Natildeo 53 (815) 11 (647) 64 0187

Sim 12 (185) 6 (353) 18

Reposiccedilatildeo hormonal

Natildeo 51 (761) 13 (722) 64 0763

Sim 16 (239) 5 (278) 21

Amamentou

Natildeo 14 (206) 4 (222) 18 1000

Sim 54 (794) 14 (778) 68

Acamado por mais de dois meses

Natildeo 63 (940) 13 (765) 76 0049

Sim 4 (60) 4 (235) 8

Caracteriacutesticas clinicas

p-valor do

teste exato

de Fisher

37

Tabela 7 - Caracteriacutesticas comportamentais de mulheres poacutes-menopausa segundo

fratura (n=86)

Fratura

Natildeo (n=68) Sim (n=18) Total

n ( ) n ( )

Tabagismo

Natildeo fumante 47 (758) 14 (875) 61 0499

FumanteEx-fumante 15 (242) 2 (125) 17

Etilismo no uacuteltimo ano

Natildeo 48 (706) 15 (833) 63 0376

Sim 20 (294) 3 (167) 23

Atividade fiacutesica ateacute os 25 anos

Leve 38 (559) 11 (611) 49 0792

ModeradaPesada 30 (441) 7 (389) 37

Atividade fiacutesica entre os 25 e 50 anos

Leve 38 (559) 10 (556) 48 1000

ModeradaPesada 30 (441) 8 (444) 38

Atividade fiacutesica acima dos 50 anos

Leve 42 (618) 12 (667) 54 0789

ModeradaPesada 26 (382) 6 (333) 32

Frequecircncia diaacuteria de leite ateacute 25 anos

Nenhummenos 1 copodia 34 (500) 8 (444) 42 0910

1 a 2 coposdia 31 (456) 9 (500) 40

3 coposdia ou mais 3 (44) 1 (56) 4

Frequecircncia diaacuteria de leite apoacutes 50 anos

Nenhummenos 1 copodia 34 (500) 6 (333) 40 0103

1 a 2 coposdia 31 (456) 9 (500) 40

3 coposdia ou mais 3 (44) 3 (167) 6

Caracteriacutesticas

comportamentais

p-valor do

teste exato

de Fisher

Tabela 8- Coeficientes de correlaccedilatildeo de Spearman (rs) entre idade IMC e tempo de

menopausa em mulheres poacutes-menopausa

Variaacuteveis

IMC IdadeTempo de

menopausa

r s 1 -0144 -0151

p-valor 0569 0550

r s -0227 1 0736

p-valor 0074 lt0001

r s -0295 0761 1

p-valor 0020 lt0001

Variaacuteveis

IMC

Idade

Tempo de menopausa

Nota o triacircngulo superior direito (parte hachurada) se refere agraves correlaccedilotildees para as mulheres com

fratura e o inferior esquerdo (parte natildeo hachurada) agraves mulheres sem fratura

38

7 Discussatildeo

No Brasil os principais fatores cliacutenicos de risco para fraturas por fragilidade oacutessea

eram extrapolados a partir de estudos internacionais O estudo vem acrescentar informaccedilotildees

para se conhecer os fatores relacionados agrave essas fraturas Nossos resultados revelam que a

idade avanccedilada a historia familiar de fratura de quadril o diagnoacutestico de osteoporose e

tambeacutem o paciente ficar acamado por mais de 2 meses foram considerados fatores de risco

para fraturas por fragilidade oacutessea

Esse estudo mostrou concordacircncia com a Johnell amp Kanis (2006) onde o principal

siacutetio mundial de fratura por fragilidade oacutessea nas mulheres apoacutes a menopausa foi o antebraccedilo

Segundo o estudo Latin American Vertebral Osteoporosis Study (LAVOS) (Clark et al

2009) a fratura vertebral eacute a mais prevalente da ameacuterica latina com uma prevalecircncia de

142 diferente do nosso estudo onde a coluna vertebral e o colo do fecircmur aparecem

juntos em uacuteltimo lugar na lista de incidecircncia dos siacutetios de fratura Isso pode ser atribuiacutedo

devido a diferenccedila nos criteacuterios de definiccedilatildeo de fraturas pois no LAVOS optou-se pela

medida radiograacutefica do local de fraturas enquanto no nosso estudo as fraturas foram referidas

pelas pacientes

Os consensos sobre osteoporose tecircm propostos algoritmos para identificar indiviacuteduos

de alto risco para fraturas (Kanis et al 2008 WHO 1999) Para tanto a associaccedilatildeo de fatores

de risco para fraturas com a medida da USO eacute de suma importacircncia embora sejam poucas as

pacientes que tecircm oportunidade de realizar esse exame (Oliveira et al 2007) Assim o

presente trabalho mostrou um risco para fraturas por fragilidade oacutessea 13 maior nas

pacientes com resultado de USO alterada em relaccedilatildeo as pacientes que tiveram resultados de

39

USO normais vindo de encontro aos resultados encontrados por Oliveira et al (2007)

Corroborando o USO como um meacutetodo confiaacutevel para a prediccedilatildeo de fraturas

E semelhante a Pinheiro et al (2010a) o presente estudo revelou que os principais

fatores de risco para fraturas por fragilidade oacutessea satildeo a idade avanccedilada a historia familiar de

fratura de quadril e a presenccedila de osteoporose Isso pode ser atribuiacutedo ao fato de que no

estudo de Pinheiro et al (2010a) assim como no nosso estudo a populaccedilatildeo ser

predominantemente de mulheres acima dos 65 anos e viverem em aacuterea urbana tendo haacutebitos

de vida parecidos

O achado em nosso estudo que apresentou significacircncia estatiacutestica refere-se ao fator

de risco ldquopaciente acamado por mais de dois mesesrdquo como disposto na literatura (Pinheiro et

al 2010b Demir et al 2008) O que acontece eacute que com o paciente acamado por tempo

prolongado um maior remodelamento oacutesseo eacute observado Os osteoclastos responsaacuteveis pela

absorccedilatildeo oacutessea sobrepotildee os osteoblastos predispondo as fraturas por fragilidade oacutessea

(Fyhrie amp Schaffler 1994) Assim observou-se no estudo que 235 das pacientes

acamadas por mais de dois meses sofreram alguma fratura por fragilidade oacutessea com p valor

lt005 Isso reafirma a associaccedilatildeo entre a paciente ficar acamada por mais de dois meses e

sofrer fratura por fragilidade oacutessea Por outro lado o exerciacutecio fiacutesico que estaacute sabidamente

relacionado ao aumento da resistecircncia muscular do equiliacutebrio e da flexibilidade contribuindo

para a reduccedilatildeo da perda oacutessea e melhora da sauacutede em geral (Chan 2003) natildeo se mostrou

como fator de proteccedilatildeo neste estudo Provavelmente devido ao baixo percentual encontrado

de pacientes que praticavam atividade fiacutesica moderada ou pesada

O elevado IMC e a terapia de reposiccedilatildeo hormonal natildeo desempenharam papel protetor

na nossa populaccedilatildeo como seria o esperado por estudos anteriores (Pinheiro et al 2010c

40

Buttros et al 2011) Ao contrario o sobrepeso e obesidade foram considerados fatores de

risco Isso pode ser atribuiacutedo ao IMC meacutedio dessa populaccedilatildeo ser 264 (kgm2) (DPplusmn 55)

limiacutetrofe para sobrepeso Embora esse dado demonstre contrariedade com a literatura que

estabelece relaccedilatildeo inversa entre obesidade e fraturas por fragilidade oacutessea em nosso estudo

ter maior peso e IMC natildeo seriam fatores de risco para fraturas e sim caracteriacutesticas das

mulheres mais idosas em um contexto social de baixa escolaridade e renda Esse fato eacute

confirmado pelos resultados da Pesquisa Nacional sobre Sauacutede e Nutriccedilatildeo ( Batista F et al

2003) que demonstraram caraacuteter ascendente da obesidade nos estratos de mulheres com baixa

renda residentes na regiatildeo Sudeste

Aleacutem disso haacutebitos de vida como tabagismo e etilismo sabidamente relacionados agrave

maior risco para fraturas por fragilidade oacutessea (Pinheiro et al 2010) tambeacutem natildeo se

mostraram estar associados nesse estudo

A necessidade de caacutelcio do ser humano varia ao longo da vida e uma ingestatildeo

adequada para mulheres acima de 50 anos eacute de 1200 mg pois com a idade o corpo

naturalmente perde um pouco da capacidade de absorccedilatildeo de minerais (Nuacutecleo de Estudos e

Pesquisas em Alimentaccedilatildeo 2006) O fato de apenas 44 das mulheres que natildeo tiveram

fraturas e 167 das mulheres que tiveram fraturas ter referido consumo superior a

900mgdia (3 ou mais copos) foi fator de surpresa principalmente levando-se em conta o PIB

per capita da cidade superior ao da maioria dos municiacutepios brasileiros (IPEA 2000)

Assim como em estudos preacutevios (Pinheiro et al 2010c NHI 2001 Demir et al

2008) nossos dados tambeacutem demonstraram o hipoestrogenismo como importante fator de

risco para fraturas por fragilidade oacutessea jaacute que as pacientes com fratura tecircm entre 19 e 29

anos de menopausa Em recente estudo Demir et al (2008) estudaram 2769 mulheres na

41

poacutes-menopausa correlacionando a ocorrecircncia de osteoporose com o tempo de menopausa

Demonstraram que 106 das pacientes com ateacute trecircs anos de poacutes-menopausa tinham

osteoporose contra 329 das pacientes com sete anos ou mais Acredita-se que a deficiecircncia

estrogecircnica seja responsaacutevel por dois terccedilos da perda de massa oacutessea levando

consequentemente agraves fraturas por fragilidade oacutessea assim como observado (Position

statement of the North American Menopause Society 2010)

Os dados deste estudo podem ser limitados pois apesar de tratar-se de uma coorte as

participantes reportaram dados referentes a estilo de vida dieta antecedentes familiares e

pessoais o que pode ter ocasionado algum vieacutes recordatoacuterio Outra limitaccedilatildeo eacute que como

avaliado por Oliveira et al (2007) esta populaccedilatildeo apresenta a maior parte das mulheres com

baixo niacutevel socioeconocircmico e escolaridade sem acesso agrave adequada educaccedilatildeo nutricional e agrave

atividade fiacutesica orientada Por outro lado resultados encontrados sem significacircncia estatiacutestica

podem ter sido ocasionados pelo tamanho amostral reduzido devido a dificuldade de

rastreamento da populaccedilatildeo uma vez que a unidade de sauacutede natildeo atualizou o endereccedilo e

telefone das mulheres eleitas para o estudo Talvez se tivesse sido realizado contato anual

com essas mulheres natildeo teriacuteamos perdido o seguimento delas

42

8 Conclusatildeo

Devido agrave sua alta prevalecircncia e associaccedilatildeo com mortalidade e incapacidade a fratura

devido agrave fragilidade oacutessea deve ser considerada um problema de sauacutede puacuteblica no Brasil

Apesar das limitaccedilotildees o presente estudo foi realizado de forma prospectiva em mulheres

brasileiras na poacutes-menopausa devendo os seus resultados serem levados em consideraccedilatildeo

para a formulaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas de sauacutede para a prevenccedilatildeo e estrateacutegias de tratamento

para as fraturas Os fatores de risco encontrados como a idade avanccedilada a histoacuteria familiar

de fratura de quadril e a presenccedila de osteoporose devem ser acompanhados e combatidos para

tentar-se diminuir o risco para as fraturas Assim como o USO mostrou ser um meacutetodo

confiaacutevel para avaliar o risco para fraturas podendo ser implementado em maior escala do

que a atual Entatildeo acreditamos que novos estudos prospectivos com uma amostra mais

representativa devam ser realizados para se confirmar os fatores associados a fraturas por

fragilidade oacutessea na populaccedilatildeo brasileira para cada vez mais conhecermos o perfil da nossa

populaccedilatildeo e termos subsiacutedios para combater esse agravo

43

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48

10 Anexo 1 - Instrumento de coleta - EVOS (EUROPEAN VERTEBRAL

OSTEOPOROSIS STUDY)

Data _________

Nome________________________________________________________

Endereco_____________________________________________________

Fone _____________ Data de nascimento _________ RG

1- Dados antropomeacutetricos

Peso (Kg) Altura (m) IMC

2- Dados Ginecoloacutegicos

Idade da primeira menstruacao anos

Vocecirc jaacute usou piacutelula anticoncepcional por mais de 3 meses

sim natildeo natildeo sei

Vocecirc jaacute ficou algum periacuteodo em sua vida sem menstruar antes da menopausa (exceto se

gravidez) sim natildeo natildeo sei

Idade da ultima menstruaccedilatildeo anos

Numero de filhos

Vocecirc fez cirurgia para retirar o uacutetero sim com Idade ____ (anos)

natildeo natildeo sei

E para retirar os ovaacuterios (um ou os dois) sim idade ___ (anos)

natildeo natildeo sei

Vocecirc fez reposiccedilatildeo hormonal apos a menopausa sim natildeo natildeo sei

Se sim quando iniciado o periacuteodo foi superior a 1 ano sim natildeo natildeo sei

49

Vocecirc notou os seguintes sintomas na menopausa

calores sim natildeo natildeo sei

depressatildeo sim natildeo natildeo sei

insocircnia sim natildeo natildeo sei

outros sim natildeo natildeo sei

Vocecirc amamentou sim natildeo natildeo sei

Se sim quantas crianccedilas vocecirc amamentou por mais que 3 meses

3- Dados familiares

Em sua famiacutelia (pai matildee irmatildeos) existe historia de fratura de quadril apos os 50 anos de

idade sim natildeo natildeo sei

4- Histoacuteria de fratura

Vocecirc jaacute teve alguma fratura sim natildeo natildeo sei

Se sim em qual sitio esqueleacutetico com que idade e qual foi o tipo de trauma

Sitio Numero Idade (anos) Niacutevel do trauma

Vertebra

Fecircmur (colo trocanter)

Costela

Antebraccedilo

Uacutemero

Pe

Outras

Vocecirc sabe que tem osteoporose sim tenho natildeo natildeo tenho natildeo sei

5- Aacutelcool

Com que frequecircncia vocecirc bebeu no ultimo ano

Diariamente 5-6 dsem 3-4 dsem

50

1 -2 dsem lt 1 dsem nunca

Tipo de bebida destilados (uiacutesque cachaccedila vodka)

fermentados (cerveja vinho)

6- Imobilizaccedilatildeo

Vocecirc jaacute ficou acamado por um periacuteodo superior a 2 meses

sim natildeo natildeo sei

Se sim foi antes ou apos os 25 anos de idade

ano passado nunca

7- Fumo

Vocecirc fumou cigarro ou usou outras formas de fumo (cachimbo ou charuto)

atualmente no passado nunca

Com que idade iniciou anos

Se parou com que idade anos

Numero de cigarrosdia

8- Atividade Fiacutesica

Quantas tempo costuma passar diariamente ao ar livre caminhando ou andando de bicicleta

nenhuma a 1 h superior a 1 h

Qual a sua atividade fiacutesica durante diferentes periacuteodos de sua vida adulta

Ate os 25 anos 25 a 50 anos acima 50 anos

Niacutevel 1 (leve) 2 (moderada) 3 (pesada) 4

(muito pesada)

9- Impacto

Como vocecirc descreveria sua sauacutede geral neste momento

muito boa boa satisfatoacuteria regular ruim

10- Interrogatoacuterio sobre drogas

51

Vocecirc jaacute usou alguma medicaccedilatildeo oral ou injetaacutevel contendo corticosteroides por mais de 3

meses sim natildeo natildeo sei

Vocecirc jaacute usou alguma desses remeacutedios

Droga sim natildeo sei tempo

(meses)

parou ha quanto tempo

Hormocircnios

masculinos

Hormocircnios

femininos

Calcitonina

Fluacuteor

Caacutelcio

Vitamina D

Anabolizantes

Diureacuteticos

tiazidicos

11- Ingestatildeo de caacutelcio

Com que frequecircncia vocecirc comeu produtos derivados do leite na semana passada

(diassemana)

queijo amarelo queijo branco iogurte leite sorvete

Para os periacuteodos indicados abaixo com que frequecircncia vocecirc recebeu leite

ate 25 anos 25 a 50 anos Acima de 50 anos

Todas as refeiccedilotildees (3 ou + coposdia)

1-2 coposdia

52

Toda semana mas natildeo todo dia

lt 1 vezsemana

53

11 Anexo 2 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Projeto de Pesquisa Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade

oacutessea em mulheres na menopausa

Pesquisador responsaacutevel Dra Lizanka Paola F Marinheiro

Instituiccedilatildeo responsaacutevel Instituto Fernandes Figueira

Vocecirc estaacute sendo convidado a participar do projeto de pesquisa intitulado

Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea em mulheres na

menopausa por que vocecirc participou do estudo anterior realizado haacute 7 anos sobre a

osteoporose e suas consequumlecircncias

54

A osteoporose e uma doenccedila que se caracteriza pela diminuiccedilatildeo da resistecircncia do osso

tornando-o mais fraacutegil Essa fragilidade aumenta o risco da pessoa que tem osteoporose de ter

fraturas mesmo com atividades comuns como tossir ou espirrar

Com isso esse trabalho deseja avaliar a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea na

populaccedilatildeo de mulheres na poacutes menopausa residente da Ilha de Paquetaacute apoacutes 7 anos de

seguimento do uacuteltimo estudo transversal

Vocecirc natildeo eacute obrigada a participar Mas se quiser vocecirc teraacute que responder a um

questionaacuterio Para participar vocecirc natildeo teraacute que pagar nada O resultado seraacute fornecido apenas

a vocecirc ningueacutem mais saberaacute Suas duvidas seratildeo esclarecidas e vocecirc devera continuar

acompanhamento com seu meacutedico assistente Se vocecirc natildeo quiser participar natildeo seraacute

submetida a nenhum constrangimento fiacutesico ou moral e seu atendimento no posto de sauacutede

natildeo seraacute prejudicado A participante poderaacute se retirar do estudo a qualquer momento que

julgar necessaacuterio sem prejuiacutezo para a mesma O resultado de toda a pesquisa seraacute divulgada e

atraveacutes de artigos cientiacuteficos em revistas encontros congressos ou similares sem a

divulgaccedilatildeo dos nomes de quem participou de forma sigilosa

Sua participaccedilatildeo no estudo natildeo implicaraacute em custos adicionais O (A) Sr (a) natildeo teraacute

qualquer despesa com a realizaccedilatildeo dos procedimentos previstos neste estudo que seratildeo

custeados pelo pesquisador responsaacutevel Tambeacutem natildeo haveraacute nenhuma forma de pagamento

pela sua participaccedilatildeo

Caso surja alguma duacutevida quanto agrave eacutetica do estudo o (a) Sr(a) deveraacute se reportar ao

Comitecirc de Eacutetica em Pesquisas envolvendo seres humanos ndash subordinado ao Conselho

Nacional de Eacutetica em Pesquisa oacutergatildeo do Ministeacuterio da Sauacutede atraveacutes de solicitaccedilatildeo ao

representante de pesquisa que estaraacute sob contato permanente ou contactando o Comitecirc de

Eacutetica em Pesquisa desta instituiccedilatildeo no telefone (21) 3971-1590 Eacute assegurado o completo

55

sigilo de sua identidade quanto a sua participaccedilatildeo neste estudo incluindo a eventualidade da

apresentaccedilatildeo dos resultados deste estudo em congressos e perioacutedicos cientiacuteficos

Eu________________________________________________________________________

residente do endereccedilo__________________________ fui informada dos objetivos e da

justificativa deste trabalho de forma clara e detalhada pela Dra Adriana de Mattos V da

Costa Recebi informaccedilotildees especificas sobre cada procedimento no qual estarei envolvida

dos desconfortos e riscos previstos tanto quanto dos benefiacutecios esperados Todas as minhas

duvidas foram respondidas com clareza e sei que poderei solicitar novos esclarecimentos a

qualquer momento Aleacutem disso sei que novas informaccedilotildees obtidas durante o estudo me seratildeo

fornecidas e que terei liberdade de retirar meu consentimento de participaccedilatildeo face a estas

informaccedilotildees sem prejuiacutezo para mim Aleacutem disto me foi entregue uma coacutepia da folha de

informaccedilotildees para os participantes a qual li compreendi e me deu plena liberdade para decidir

acerca da minha espontacircnea participaccedilatildeo nesta pesquisa Minha identidade jamais seraacute

publicada Os dados colhidos poderatildeo ser examinados por pessoas envolvidas no estudo com

autorizaccedilatildeo delegada do investigador e por pessoas delegadas pelo patrocinador Estou

recebendo uma coacutepia assinada deste Termo

Os pesquisadores responsaacuteveis pelo Projeto satildeo a Dra Lizanka Paola F Marinheiro e

sua aluna a Dra Adriana de Mattos Viveiros da Costa

56

Participante

Nome _________________________________

Assinatura________________________________

Data_________________________________________

Investigador

Nome____________________________________

Assinatura________________________________

Data_______________________________________

Pesquisadora

Nome______________________________________

Assinatura___________________________________

Data__________________________________________

Dra Lizanka Paola F Marinheiro

lizankaglobocom

tel 25541700

Dra Adriana de Mattos Vda Costa

adrianamattosmedyahoocombr

tel 87273315

Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa

Rua Afonso Cavalcanti 455 sala 710 ndash Cidade Nova -

Telefone 3971-1463

36

Tabela 6 ndash Caracteriacutesticas cliacutenicas de mulheres poacutes-menopausa segundo

fratura (n=86)

Fratura

Natildeo (n=68) Sim (n=18) Total

n ( ) n ( )

IMC

Abaixo do pesoNormal 24 (353) 5 (278) 28 0792

Sobrepeso 27 (397) 9 (500) 36

Obeso 17 (250) 4 (222) 21

Histoacuterico familiar de fratura de quadril

Natildeo 66 (985) 13 (867) 79 0085

Sim 1 (15) 2 (133) 3

Osteoporose

Natildeo 44 (800) 9 (529) 53 0055

Sim 11 (200) 8 (471) 19

Uso de anticoncepcional

Natildeo 32 (485) 10 (556) 42 0791

Sim 34 (515) 8 (444) 42

Ausecircncia de mentruaccedilatildeo

Natildeo 60 (909) 16 (941) 76 1000

Sim 6 (91) 1 (59) 7

Retirou o uacutetero

Natildeo 46 (687) 9 (500) 55 0170

Sim 21 (313) 9 (500) 30

Retirou os ovaacuterios

Natildeo 53 (815) 11 (647) 64 0187

Sim 12 (185) 6 (353) 18

Reposiccedilatildeo hormonal

Natildeo 51 (761) 13 (722) 64 0763

Sim 16 (239) 5 (278) 21

Amamentou

Natildeo 14 (206) 4 (222) 18 1000

Sim 54 (794) 14 (778) 68

Acamado por mais de dois meses

Natildeo 63 (940) 13 (765) 76 0049

Sim 4 (60) 4 (235) 8

Caracteriacutesticas clinicas

p-valor do

teste exato

de Fisher

37

Tabela 7 - Caracteriacutesticas comportamentais de mulheres poacutes-menopausa segundo

fratura (n=86)

Fratura

Natildeo (n=68) Sim (n=18) Total

n ( ) n ( )

Tabagismo

Natildeo fumante 47 (758) 14 (875) 61 0499

FumanteEx-fumante 15 (242) 2 (125) 17

Etilismo no uacuteltimo ano

Natildeo 48 (706) 15 (833) 63 0376

Sim 20 (294) 3 (167) 23

Atividade fiacutesica ateacute os 25 anos

Leve 38 (559) 11 (611) 49 0792

ModeradaPesada 30 (441) 7 (389) 37

Atividade fiacutesica entre os 25 e 50 anos

Leve 38 (559) 10 (556) 48 1000

ModeradaPesada 30 (441) 8 (444) 38

Atividade fiacutesica acima dos 50 anos

Leve 42 (618) 12 (667) 54 0789

ModeradaPesada 26 (382) 6 (333) 32

Frequecircncia diaacuteria de leite ateacute 25 anos

Nenhummenos 1 copodia 34 (500) 8 (444) 42 0910

1 a 2 coposdia 31 (456) 9 (500) 40

3 coposdia ou mais 3 (44) 1 (56) 4

Frequecircncia diaacuteria de leite apoacutes 50 anos

Nenhummenos 1 copodia 34 (500) 6 (333) 40 0103

1 a 2 coposdia 31 (456) 9 (500) 40

3 coposdia ou mais 3 (44) 3 (167) 6

Caracteriacutesticas

comportamentais

p-valor do

teste exato

de Fisher

Tabela 8- Coeficientes de correlaccedilatildeo de Spearman (rs) entre idade IMC e tempo de

menopausa em mulheres poacutes-menopausa

Variaacuteveis

IMC IdadeTempo de

menopausa

r s 1 -0144 -0151

p-valor 0569 0550

r s -0227 1 0736

p-valor 0074 lt0001

r s -0295 0761 1

p-valor 0020 lt0001

Variaacuteveis

IMC

Idade

Tempo de menopausa

Nota o triacircngulo superior direito (parte hachurada) se refere agraves correlaccedilotildees para as mulheres com

fratura e o inferior esquerdo (parte natildeo hachurada) agraves mulheres sem fratura

38

7 Discussatildeo

No Brasil os principais fatores cliacutenicos de risco para fraturas por fragilidade oacutessea

eram extrapolados a partir de estudos internacionais O estudo vem acrescentar informaccedilotildees

para se conhecer os fatores relacionados agrave essas fraturas Nossos resultados revelam que a

idade avanccedilada a historia familiar de fratura de quadril o diagnoacutestico de osteoporose e

tambeacutem o paciente ficar acamado por mais de 2 meses foram considerados fatores de risco

para fraturas por fragilidade oacutessea

Esse estudo mostrou concordacircncia com a Johnell amp Kanis (2006) onde o principal

siacutetio mundial de fratura por fragilidade oacutessea nas mulheres apoacutes a menopausa foi o antebraccedilo

Segundo o estudo Latin American Vertebral Osteoporosis Study (LAVOS) (Clark et al

2009) a fratura vertebral eacute a mais prevalente da ameacuterica latina com uma prevalecircncia de

142 diferente do nosso estudo onde a coluna vertebral e o colo do fecircmur aparecem

juntos em uacuteltimo lugar na lista de incidecircncia dos siacutetios de fratura Isso pode ser atribuiacutedo

devido a diferenccedila nos criteacuterios de definiccedilatildeo de fraturas pois no LAVOS optou-se pela

medida radiograacutefica do local de fraturas enquanto no nosso estudo as fraturas foram referidas

pelas pacientes

Os consensos sobre osteoporose tecircm propostos algoritmos para identificar indiviacuteduos

de alto risco para fraturas (Kanis et al 2008 WHO 1999) Para tanto a associaccedilatildeo de fatores

de risco para fraturas com a medida da USO eacute de suma importacircncia embora sejam poucas as

pacientes que tecircm oportunidade de realizar esse exame (Oliveira et al 2007) Assim o

presente trabalho mostrou um risco para fraturas por fragilidade oacutessea 13 maior nas

pacientes com resultado de USO alterada em relaccedilatildeo as pacientes que tiveram resultados de

39

USO normais vindo de encontro aos resultados encontrados por Oliveira et al (2007)

Corroborando o USO como um meacutetodo confiaacutevel para a prediccedilatildeo de fraturas

E semelhante a Pinheiro et al (2010a) o presente estudo revelou que os principais

fatores de risco para fraturas por fragilidade oacutessea satildeo a idade avanccedilada a historia familiar de

fratura de quadril e a presenccedila de osteoporose Isso pode ser atribuiacutedo ao fato de que no

estudo de Pinheiro et al (2010a) assim como no nosso estudo a populaccedilatildeo ser

predominantemente de mulheres acima dos 65 anos e viverem em aacuterea urbana tendo haacutebitos

de vida parecidos

O achado em nosso estudo que apresentou significacircncia estatiacutestica refere-se ao fator

de risco ldquopaciente acamado por mais de dois mesesrdquo como disposto na literatura (Pinheiro et

al 2010b Demir et al 2008) O que acontece eacute que com o paciente acamado por tempo

prolongado um maior remodelamento oacutesseo eacute observado Os osteoclastos responsaacuteveis pela

absorccedilatildeo oacutessea sobrepotildee os osteoblastos predispondo as fraturas por fragilidade oacutessea

(Fyhrie amp Schaffler 1994) Assim observou-se no estudo que 235 das pacientes

acamadas por mais de dois meses sofreram alguma fratura por fragilidade oacutessea com p valor

lt005 Isso reafirma a associaccedilatildeo entre a paciente ficar acamada por mais de dois meses e

sofrer fratura por fragilidade oacutessea Por outro lado o exerciacutecio fiacutesico que estaacute sabidamente

relacionado ao aumento da resistecircncia muscular do equiliacutebrio e da flexibilidade contribuindo

para a reduccedilatildeo da perda oacutessea e melhora da sauacutede em geral (Chan 2003) natildeo se mostrou

como fator de proteccedilatildeo neste estudo Provavelmente devido ao baixo percentual encontrado

de pacientes que praticavam atividade fiacutesica moderada ou pesada

O elevado IMC e a terapia de reposiccedilatildeo hormonal natildeo desempenharam papel protetor

na nossa populaccedilatildeo como seria o esperado por estudos anteriores (Pinheiro et al 2010c

40

Buttros et al 2011) Ao contrario o sobrepeso e obesidade foram considerados fatores de

risco Isso pode ser atribuiacutedo ao IMC meacutedio dessa populaccedilatildeo ser 264 (kgm2) (DPplusmn 55)

limiacutetrofe para sobrepeso Embora esse dado demonstre contrariedade com a literatura que

estabelece relaccedilatildeo inversa entre obesidade e fraturas por fragilidade oacutessea em nosso estudo

ter maior peso e IMC natildeo seriam fatores de risco para fraturas e sim caracteriacutesticas das

mulheres mais idosas em um contexto social de baixa escolaridade e renda Esse fato eacute

confirmado pelos resultados da Pesquisa Nacional sobre Sauacutede e Nutriccedilatildeo ( Batista F et al

2003) que demonstraram caraacuteter ascendente da obesidade nos estratos de mulheres com baixa

renda residentes na regiatildeo Sudeste

Aleacutem disso haacutebitos de vida como tabagismo e etilismo sabidamente relacionados agrave

maior risco para fraturas por fragilidade oacutessea (Pinheiro et al 2010) tambeacutem natildeo se

mostraram estar associados nesse estudo

A necessidade de caacutelcio do ser humano varia ao longo da vida e uma ingestatildeo

adequada para mulheres acima de 50 anos eacute de 1200 mg pois com a idade o corpo

naturalmente perde um pouco da capacidade de absorccedilatildeo de minerais (Nuacutecleo de Estudos e

Pesquisas em Alimentaccedilatildeo 2006) O fato de apenas 44 das mulheres que natildeo tiveram

fraturas e 167 das mulheres que tiveram fraturas ter referido consumo superior a

900mgdia (3 ou mais copos) foi fator de surpresa principalmente levando-se em conta o PIB

per capita da cidade superior ao da maioria dos municiacutepios brasileiros (IPEA 2000)

Assim como em estudos preacutevios (Pinheiro et al 2010c NHI 2001 Demir et al

2008) nossos dados tambeacutem demonstraram o hipoestrogenismo como importante fator de

risco para fraturas por fragilidade oacutessea jaacute que as pacientes com fratura tecircm entre 19 e 29

anos de menopausa Em recente estudo Demir et al (2008) estudaram 2769 mulheres na

41

poacutes-menopausa correlacionando a ocorrecircncia de osteoporose com o tempo de menopausa

Demonstraram que 106 das pacientes com ateacute trecircs anos de poacutes-menopausa tinham

osteoporose contra 329 das pacientes com sete anos ou mais Acredita-se que a deficiecircncia

estrogecircnica seja responsaacutevel por dois terccedilos da perda de massa oacutessea levando

consequentemente agraves fraturas por fragilidade oacutessea assim como observado (Position

statement of the North American Menopause Society 2010)

Os dados deste estudo podem ser limitados pois apesar de tratar-se de uma coorte as

participantes reportaram dados referentes a estilo de vida dieta antecedentes familiares e

pessoais o que pode ter ocasionado algum vieacutes recordatoacuterio Outra limitaccedilatildeo eacute que como

avaliado por Oliveira et al (2007) esta populaccedilatildeo apresenta a maior parte das mulheres com

baixo niacutevel socioeconocircmico e escolaridade sem acesso agrave adequada educaccedilatildeo nutricional e agrave

atividade fiacutesica orientada Por outro lado resultados encontrados sem significacircncia estatiacutestica

podem ter sido ocasionados pelo tamanho amostral reduzido devido a dificuldade de

rastreamento da populaccedilatildeo uma vez que a unidade de sauacutede natildeo atualizou o endereccedilo e

telefone das mulheres eleitas para o estudo Talvez se tivesse sido realizado contato anual

com essas mulheres natildeo teriacuteamos perdido o seguimento delas

42

8 Conclusatildeo

Devido agrave sua alta prevalecircncia e associaccedilatildeo com mortalidade e incapacidade a fratura

devido agrave fragilidade oacutessea deve ser considerada um problema de sauacutede puacuteblica no Brasil

Apesar das limitaccedilotildees o presente estudo foi realizado de forma prospectiva em mulheres

brasileiras na poacutes-menopausa devendo os seus resultados serem levados em consideraccedilatildeo

para a formulaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas de sauacutede para a prevenccedilatildeo e estrateacutegias de tratamento

para as fraturas Os fatores de risco encontrados como a idade avanccedilada a histoacuteria familiar

de fratura de quadril e a presenccedila de osteoporose devem ser acompanhados e combatidos para

tentar-se diminuir o risco para as fraturas Assim como o USO mostrou ser um meacutetodo

confiaacutevel para avaliar o risco para fraturas podendo ser implementado em maior escala do

que a atual Entatildeo acreditamos que novos estudos prospectivos com uma amostra mais

representativa devam ser realizados para se confirmar os fatores associados a fraturas por

fragilidade oacutessea na populaccedilatildeo brasileira para cada vez mais conhecermos o perfil da nossa

populaccedilatildeo e termos subsiacutedios para combater esse agravo

43

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48

10 Anexo 1 - Instrumento de coleta - EVOS (EUROPEAN VERTEBRAL

OSTEOPOROSIS STUDY)

Data _________

Nome________________________________________________________

Endereco_____________________________________________________

Fone _____________ Data de nascimento _________ RG

1- Dados antropomeacutetricos

Peso (Kg) Altura (m) IMC

2- Dados Ginecoloacutegicos

Idade da primeira menstruacao anos

Vocecirc jaacute usou piacutelula anticoncepcional por mais de 3 meses

sim natildeo natildeo sei

Vocecirc jaacute ficou algum periacuteodo em sua vida sem menstruar antes da menopausa (exceto se

gravidez) sim natildeo natildeo sei

Idade da ultima menstruaccedilatildeo anos

Numero de filhos

Vocecirc fez cirurgia para retirar o uacutetero sim com Idade ____ (anos)

natildeo natildeo sei

E para retirar os ovaacuterios (um ou os dois) sim idade ___ (anos)

natildeo natildeo sei

Vocecirc fez reposiccedilatildeo hormonal apos a menopausa sim natildeo natildeo sei

Se sim quando iniciado o periacuteodo foi superior a 1 ano sim natildeo natildeo sei

49

Vocecirc notou os seguintes sintomas na menopausa

calores sim natildeo natildeo sei

depressatildeo sim natildeo natildeo sei

insocircnia sim natildeo natildeo sei

outros sim natildeo natildeo sei

Vocecirc amamentou sim natildeo natildeo sei

Se sim quantas crianccedilas vocecirc amamentou por mais que 3 meses

3- Dados familiares

Em sua famiacutelia (pai matildee irmatildeos) existe historia de fratura de quadril apos os 50 anos de

idade sim natildeo natildeo sei

4- Histoacuteria de fratura

Vocecirc jaacute teve alguma fratura sim natildeo natildeo sei

Se sim em qual sitio esqueleacutetico com que idade e qual foi o tipo de trauma

Sitio Numero Idade (anos) Niacutevel do trauma

Vertebra

Fecircmur (colo trocanter)

Costela

Antebraccedilo

Uacutemero

Pe

Outras

Vocecirc sabe que tem osteoporose sim tenho natildeo natildeo tenho natildeo sei

5- Aacutelcool

Com que frequecircncia vocecirc bebeu no ultimo ano

Diariamente 5-6 dsem 3-4 dsem

50

1 -2 dsem lt 1 dsem nunca

Tipo de bebida destilados (uiacutesque cachaccedila vodka)

fermentados (cerveja vinho)

6- Imobilizaccedilatildeo

Vocecirc jaacute ficou acamado por um periacuteodo superior a 2 meses

sim natildeo natildeo sei

Se sim foi antes ou apos os 25 anos de idade

ano passado nunca

7- Fumo

Vocecirc fumou cigarro ou usou outras formas de fumo (cachimbo ou charuto)

atualmente no passado nunca

Com que idade iniciou anos

Se parou com que idade anos

Numero de cigarrosdia

8- Atividade Fiacutesica

Quantas tempo costuma passar diariamente ao ar livre caminhando ou andando de bicicleta

nenhuma a 1 h superior a 1 h

Qual a sua atividade fiacutesica durante diferentes periacuteodos de sua vida adulta

Ate os 25 anos 25 a 50 anos acima 50 anos

Niacutevel 1 (leve) 2 (moderada) 3 (pesada) 4

(muito pesada)

9- Impacto

Como vocecirc descreveria sua sauacutede geral neste momento

muito boa boa satisfatoacuteria regular ruim

10- Interrogatoacuterio sobre drogas

51

Vocecirc jaacute usou alguma medicaccedilatildeo oral ou injetaacutevel contendo corticosteroides por mais de 3

meses sim natildeo natildeo sei

Vocecirc jaacute usou alguma desses remeacutedios

Droga sim natildeo sei tempo

(meses)

parou ha quanto tempo

Hormocircnios

masculinos

Hormocircnios

femininos

Calcitonina

Fluacuteor

Caacutelcio

Vitamina D

Anabolizantes

Diureacuteticos

tiazidicos

11- Ingestatildeo de caacutelcio

Com que frequecircncia vocecirc comeu produtos derivados do leite na semana passada

(diassemana)

queijo amarelo queijo branco iogurte leite sorvete

Para os periacuteodos indicados abaixo com que frequecircncia vocecirc recebeu leite

ate 25 anos 25 a 50 anos Acima de 50 anos

Todas as refeiccedilotildees (3 ou + coposdia)

1-2 coposdia

52

Toda semana mas natildeo todo dia

lt 1 vezsemana

53

11 Anexo 2 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Projeto de Pesquisa Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade

oacutessea em mulheres na menopausa

Pesquisador responsaacutevel Dra Lizanka Paola F Marinheiro

Instituiccedilatildeo responsaacutevel Instituto Fernandes Figueira

Vocecirc estaacute sendo convidado a participar do projeto de pesquisa intitulado

Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea em mulheres na

menopausa por que vocecirc participou do estudo anterior realizado haacute 7 anos sobre a

osteoporose e suas consequumlecircncias

54

A osteoporose e uma doenccedila que se caracteriza pela diminuiccedilatildeo da resistecircncia do osso

tornando-o mais fraacutegil Essa fragilidade aumenta o risco da pessoa que tem osteoporose de ter

fraturas mesmo com atividades comuns como tossir ou espirrar

Com isso esse trabalho deseja avaliar a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea na

populaccedilatildeo de mulheres na poacutes menopausa residente da Ilha de Paquetaacute apoacutes 7 anos de

seguimento do uacuteltimo estudo transversal

Vocecirc natildeo eacute obrigada a participar Mas se quiser vocecirc teraacute que responder a um

questionaacuterio Para participar vocecirc natildeo teraacute que pagar nada O resultado seraacute fornecido apenas

a vocecirc ningueacutem mais saberaacute Suas duvidas seratildeo esclarecidas e vocecirc devera continuar

acompanhamento com seu meacutedico assistente Se vocecirc natildeo quiser participar natildeo seraacute

submetida a nenhum constrangimento fiacutesico ou moral e seu atendimento no posto de sauacutede

natildeo seraacute prejudicado A participante poderaacute se retirar do estudo a qualquer momento que

julgar necessaacuterio sem prejuiacutezo para a mesma O resultado de toda a pesquisa seraacute divulgada e

atraveacutes de artigos cientiacuteficos em revistas encontros congressos ou similares sem a

divulgaccedilatildeo dos nomes de quem participou de forma sigilosa

Sua participaccedilatildeo no estudo natildeo implicaraacute em custos adicionais O (A) Sr (a) natildeo teraacute

qualquer despesa com a realizaccedilatildeo dos procedimentos previstos neste estudo que seratildeo

custeados pelo pesquisador responsaacutevel Tambeacutem natildeo haveraacute nenhuma forma de pagamento

pela sua participaccedilatildeo

Caso surja alguma duacutevida quanto agrave eacutetica do estudo o (a) Sr(a) deveraacute se reportar ao

Comitecirc de Eacutetica em Pesquisas envolvendo seres humanos ndash subordinado ao Conselho

Nacional de Eacutetica em Pesquisa oacutergatildeo do Ministeacuterio da Sauacutede atraveacutes de solicitaccedilatildeo ao

representante de pesquisa que estaraacute sob contato permanente ou contactando o Comitecirc de

Eacutetica em Pesquisa desta instituiccedilatildeo no telefone (21) 3971-1590 Eacute assegurado o completo

55

sigilo de sua identidade quanto a sua participaccedilatildeo neste estudo incluindo a eventualidade da

apresentaccedilatildeo dos resultados deste estudo em congressos e perioacutedicos cientiacuteficos

Eu________________________________________________________________________

residente do endereccedilo__________________________ fui informada dos objetivos e da

justificativa deste trabalho de forma clara e detalhada pela Dra Adriana de Mattos V da

Costa Recebi informaccedilotildees especificas sobre cada procedimento no qual estarei envolvida

dos desconfortos e riscos previstos tanto quanto dos benefiacutecios esperados Todas as minhas

duvidas foram respondidas com clareza e sei que poderei solicitar novos esclarecimentos a

qualquer momento Aleacutem disso sei que novas informaccedilotildees obtidas durante o estudo me seratildeo

fornecidas e que terei liberdade de retirar meu consentimento de participaccedilatildeo face a estas

informaccedilotildees sem prejuiacutezo para mim Aleacutem disto me foi entregue uma coacutepia da folha de

informaccedilotildees para os participantes a qual li compreendi e me deu plena liberdade para decidir

acerca da minha espontacircnea participaccedilatildeo nesta pesquisa Minha identidade jamais seraacute

publicada Os dados colhidos poderatildeo ser examinados por pessoas envolvidas no estudo com

autorizaccedilatildeo delegada do investigador e por pessoas delegadas pelo patrocinador Estou

recebendo uma coacutepia assinada deste Termo

Os pesquisadores responsaacuteveis pelo Projeto satildeo a Dra Lizanka Paola F Marinheiro e

sua aluna a Dra Adriana de Mattos Viveiros da Costa

56

Participante

Nome _________________________________

Assinatura________________________________

Data_________________________________________

Investigador

Nome____________________________________

Assinatura________________________________

Data_______________________________________

Pesquisadora

Nome______________________________________

Assinatura___________________________________

Data__________________________________________

Dra Lizanka Paola F Marinheiro

lizankaglobocom

tel 25541700

Dra Adriana de Mattos Vda Costa

adrianamattosmedyahoocombr

tel 87273315

Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa

Rua Afonso Cavalcanti 455 sala 710 ndash Cidade Nova -

Telefone 3971-1463

37

Tabela 7 - Caracteriacutesticas comportamentais de mulheres poacutes-menopausa segundo

fratura (n=86)

Fratura

Natildeo (n=68) Sim (n=18) Total

n ( ) n ( )

Tabagismo

Natildeo fumante 47 (758) 14 (875) 61 0499

FumanteEx-fumante 15 (242) 2 (125) 17

Etilismo no uacuteltimo ano

Natildeo 48 (706) 15 (833) 63 0376

Sim 20 (294) 3 (167) 23

Atividade fiacutesica ateacute os 25 anos

Leve 38 (559) 11 (611) 49 0792

ModeradaPesada 30 (441) 7 (389) 37

Atividade fiacutesica entre os 25 e 50 anos

Leve 38 (559) 10 (556) 48 1000

ModeradaPesada 30 (441) 8 (444) 38

Atividade fiacutesica acima dos 50 anos

Leve 42 (618) 12 (667) 54 0789

ModeradaPesada 26 (382) 6 (333) 32

Frequecircncia diaacuteria de leite ateacute 25 anos

Nenhummenos 1 copodia 34 (500) 8 (444) 42 0910

1 a 2 coposdia 31 (456) 9 (500) 40

3 coposdia ou mais 3 (44) 1 (56) 4

Frequecircncia diaacuteria de leite apoacutes 50 anos

Nenhummenos 1 copodia 34 (500) 6 (333) 40 0103

1 a 2 coposdia 31 (456) 9 (500) 40

3 coposdia ou mais 3 (44) 3 (167) 6

Caracteriacutesticas

comportamentais

p-valor do

teste exato

de Fisher

Tabela 8- Coeficientes de correlaccedilatildeo de Spearman (rs) entre idade IMC e tempo de

menopausa em mulheres poacutes-menopausa

Variaacuteveis

IMC IdadeTempo de

menopausa

r s 1 -0144 -0151

p-valor 0569 0550

r s -0227 1 0736

p-valor 0074 lt0001

r s -0295 0761 1

p-valor 0020 lt0001

Variaacuteveis

IMC

Idade

Tempo de menopausa

Nota o triacircngulo superior direito (parte hachurada) se refere agraves correlaccedilotildees para as mulheres com

fratura e o inferior esquerdo (parte natildeo hachurada) agraves mulheres sem fratura

38

7 Discussatildeo

No Brasil os principais fatores cliacutenicos de risco para fraturas por fragilidade oacutessea

eram extrapolados a partir de estudos internacionais O estudo vem acrescentar informaccedilotildees

para se conhecer os fatores relacionados agrave essas fraturas Nossos resultados revelam que a

idade avanccedilada a historia familiar de fratura de quadril o diagnoacutestico de osteoporose e

tambeacutem o paciente ficar acamado por mais de 2 meses foram considerados fatores de risco

para fraturas por fragilidade oacutessea

Esse estudo mostrou concordacircncia com a Johnell amp Kanis (2006) onde o principal

siacutetio mundial de fratura por fragilidade oacutessea nas mulheres apoacutes a menopausa foi o antebraccedilo

Segundo o estudo Latin American Vertebral Osteoporosis Study (LAVOS) (Clark et al

2009) a fratura vertebral eacute a mais prevalente da ameacuterica latina com uma prevalecircncia de

142 diferente do nosso estudo onde a coluna vertebral e o colo do fecircmur aparecem

juntos em uacuteltimo lugar na lista de incidecircncia dos siacutetios de fratura Isso pode ser atribuiacutedo

devido a diferenccedila nos criteacuterios de definiccedilatildeo de fraturas pois no LAVOS optou-se pela

medida radiograacutefica do local de fraturas enquanto no nosso estudo as fraturas foram referidas

pelas pacientes

Os consensos sobre osteoporose tecircm propostos algoritmos para identificar indiviacuteduos

de alto risco para fraturas (Kanis et al 2008 WHO 1999) Para tanto a associaccedilatildeo de fatores

de risco para fraturas com a medida da USO eacute de suma importacircncia embora sejam poucas as

pacientes que tecircm oportunidade de realizar esse exame (Oliveira et al 2007) Assim o

presente trabalho mostrou um risco para fraturas por fragilidade oacutessea 13 maior nas

pacientes com resultado de USO alterada em relaccedilatildeo as pacientes que tiveram resultados de

39

USO normais vindo de encontro aos resultados encontrados por Oliveira et al (2007)

Corroborando o USO como um meacutetodo confiaacutevel para a prediccedilatildeo de fraturas

E semelhante a Pinheiro et al (2010a) o presente estudo revelou que os principais

fatores de risco para fraturas por fragilidade oacutessea satildeo a idade avanccedilada a historia familiar de

fratura de quadril e a presenccedila de osteoporose Isso pode ser atribuiacutedo ao fato de que no

estudo de Pinheiro et al (2010a) assim como no nosso estudo a populaccedilatildeo ser

predominantemente de mulheres acima dos 65 anos e viverem em aacuterea urbana tendo haacutebitos

de vida parecidos

O achado em nosso estudo que apresentou significacircncia estatiacutestica refere-se ao fator

de risco ldquopaciente acamado por mais de dois mesesrdquo como disposto na literatura (Pinheiro et

al 2010b Demir et al 2008) O que acontece eacute que com o paciente acamado por tempo

prolongado um maior remodelamento oacutesseo eacute observado Os osteoclastos responsaacuteveis pela

absorccedilatildeo oacutessea sobrepotildee os osteoblastos predispondo as fraturas por fragilidade oacutessea

(Fyhrie amp Schaffler 1994) Assim observou-se no estudo que 235 das pacientes

acamadas por mais de dois meses sofreram alguma fratura por fragilidade oacutessea com p valor

lt005 Isso reafirma a associaccedilatildeo entre a paciente ficar acamada por mais de dois meses e

sofrer fratura por fragilidade oacutessea Por outro lado o exerciacutecio fiacutesico que estaacute sabidamente

relacionado ao aumento da resistecircncia muscular do equiliacutebrio e da flexibilidade contribuindo

para a reduccedilatildeo da perda oacutessea e melhora da sauacutede em geral (Chan 2003) natildeo se mostrou

como fator de proteccedilatildeo neste estudo Provavelmente devido ao baixo percentual encontrado

de pacientes que praticavam atividade fiacutesica moderada ou pesada

O elevado IMC e a terapia de reposiccedilatildeo hormonal natildeo desempenharam papel protetor

na nossa populaccedilatildeo como seria o esperado por estudos anteriores (Pinheiro et al 2010c

40

Buttros et al 2011) Ao contrario o sobrepeso e obesidade foram considerados fatores de

risco Isso pode ser atribuiacutedo ao IMC meacutedio dessa populaccedilatildeo ser 264 (kgm2) (DPplusmn 55)

limiacutetrofe para sobrepeso Embora esse dado demonstre contrariedade com a literatura que

estabelece relaccedilatildeo inversa entre obesidade e fraturas por fragilidade oacutessea em nosso estudo

ter maior peso e IMC natildeo seriam fatores de risco para fraturas e sim caracteriacutesticas das

mulheres mais idosas em um contexto social de baixa escolaridade e renda Esse fato eacute

confirmado pelos resultados da Pesquisa Nacional sobre Sauacutede e Nutriccedilatildeo ( Batista F et al

2003) que demonstraram caraacuteter ascendente da obesidade nos estratos de mulheres com baixa

renda residentes na regiatildeo Sudeste

Aleacutem disso haacutebitos de vida como tabagismo e etilismo sabidamente relacionados agrave

maior risco para fraturas por fragilidade oacutessea (Pinheiro et al 2010) tambeacutem natildeo se

mostraram estar associados nesse estudo

A necessidade de caacutelcio do ser humano varia ao longo da vida e uma ingestatildeo

adequada para mulheres acima de 50 anos eacute de 1200 mg pois com a idade o corpo

naturalmente perde um pouco da capacidade de absorccedilatildeo de minerais (Nuacutecleo de Estudos e

Pesquisas em Alimentaccedilatildeo 2006) O fato de apenas 44 das mulheres que natildeo tiveram

fraturas e 167 das mulheres que tiveram fraturas ter referido consumo superior a

900mgdia (3 ou mais copos) foi fator de surpresa principalmente levando-se em conta o PIB

per capita da cidade superior ao da maioria dos municiacutepios brasileiros (IPEA 2000)

Assim como em estudos preacutevios (Pinheiro et al 2010c NHI 2001 Demir et al

2008) nossos dados tambeacutem demonstraram o hipoestrogenismo como importante fator de

risco para fraturas por fragilidade oacutessea jaacute que as pacientes com fratura tecircm entre 19 e 29

anos de menopausa Em recente estudo Demir et al (2008) estudaram 2769 mulheres na

41

poacutes-menopausa correlacionando a ocorrecircncia de osteoporose com o tempo de menopausa

Demonstraram que 106 das pacientes com ateacute trecircs anos de poacutes-menopausa tinham

osteoporose contra 329 das pacientes com sete anos ou mais Acredita-se que a deficiecircncia

estrogecircnica seja responsaacutevel por dois terccedilos da perda de massa oacutessea levando

consequentemente agraves fraturas por fragilidade oacutessea assim como observado (Position

statement of the North American Menopause Society 2010)

Os dados deste estudo podem ser limitados pois apesar de tratar-se de uma coorte as

participantes reportaram dados referentes a estilo de vida dieta antecedentes familiares e

pessoais o que pode ter ocasionado algum vieacutes recordatoacuterio Outra limitaccedilatildeo eacute que como

avaliado por Oliveira et al (2007) esta populaccedilatildeo apresenta a maior parte das mulheres com

baixo niacutevel socioeconocircmico e escolaridade sem acesso agrave adequada educaccedilatildeo nutricional e agrave

atividade fiacutesica orientada Por outro lado resultados encontrados sem significacircncia estatiacutestica

podem ter sido ocasionados pelo tamanho amostral reduzido devido a dificuldade de

rastreamento da populaccedilatildeo uma vez que a unidade de sauacutede natildeo atualizou o endereccedilo e

telefone das mulheres eleitas para o estudo Talvez se tivesse sido realizado contato anual

com essas mulheres natildeo teriacuteamos perdido o seguimento delas

42

8 Conclusatildeo

Devido agrave sua alta prevalecircncia e associaccedilatildeo com mortalidade e incapacidade a fratura

devido agrave fragilidade oacutessea deve ser considerada um problema de sauacutede puacuteblica no Brasil

Apesar das limitaccedilotildees o presente estudo foi realizado de forma prospectiva em mulheres

brasileiras na poacutes-menopausa devendo os seus resultados serem levados em consideraccedilatildeo

para a formulaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas de sauacutede para a prevenccedilatildeo e estrateacutegias de tratamento

para as fraturas Os fatores de risco encontrados como a idade avanccedilada a histoacuteria familiar

de fratura de quadril e a presenccedila de osteoporose devem ser acompanhados e combatidos para

tentar-se diminuir o risco para as fraturas Assim como o USO mostrou ser um meacutetodo

confiaacutevel para avaliar o risco para fraturas podendo ser implementado em maior escala do

que a atual Entatildeo acreditamos que novos estudos prospectivos com uma amostra mais

representativa devam ser realizados para se confirmar os fatores associados a fraturas por

fragilidade oacutessea na populaccedilatildeo brasileira para cada vez mais conhecermos o perfil da nossa

populaccedilatildeo e termos subsiacutedios para combater esse agravo

43

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48

10 Anexo 1 - Instrumento de coleta - EVOS (EUROPEAN VERTEBRAL

OSTEOPOROSIS STUDY)

Data _________

Nome________________________________________________________

Endereco_____________________________________________________

Fone _____________ Data de nascimento _________ RG

1- Dados antropomeacutetricos

Peso (Kg) Altura (m) IMC

2- Dados Ginecoloacutegicos

Idade da primeira menstruacao anos

Vocecirc jaacute usou piacutelula anticoncepcional por mais de 3 meses

sim natildeo natildeo sei

Vocecirc jaacute ficou algum periacuteodo em sua vida sem menstruar antes da menopausa (exceto se

gravidez) sim natildeo natildeo sei

Idade da ultima menstruaccedilatildeo anos

Numero de filhos

Vocecirc fez cirurgia para retirar o uacutetero sim com Idade ____ (anos)

natildeo natildeo sei

E para retirar os ovaacuterios (um ou os dois) sim idade ___ (anos)

natildeo natildeo sei

Vocecirc fez reposiccedilatildeo hormonal apos a menopausa sim natildeo natildeo sei

Se sim quando iniciado o periacuteodo foi superior a 1 ano sim natildeo natildeo sei

49

Vocecirc notou os seguintes sintomas na menopausa

calores sim natildeo natildeo sei

depressatildeo sim natildeo natildeo sei

insocircnia sim natildeo natildeo sei

outros sim natildeo natildeo sei

Vocecirc amamentou sim natildeo natildeo sei

Se sim quantas crianccedilas vocecirc amamentou por mais que 3 meses

3- Dados familiares

Em sua famiacutelia (pai matildee irmatildeos) existe historia de fratura de quadril apos os 50 anos de

idade sim natildeo natildeo sei

4- Histoacuteria de fratura

Vocecirc jaacute teve alguma fratura sim natildeo natildeo sei

Se sim em qual sitio esqueleacutetico com que idade e qual foi o tipo de trauma

Sitio Numero Idade (anos) Niacutevel do trauma

Vertebra

Fecircmur (colo trocanter)

Costela

Antebraccedilo

Uacutemero

Pe

Outras

Vocecirc sabe que tem osteoporose sim tenho natildeo natildeo tenho natildeo sei

5- Aacutelcool

Com que frequecircncia vocecirc bebeu no ultimo ano

Diariamente 5-6 dsem 3-4 dsem

50

1 -2 dsem lt 1 dsem nunca

Tipo de bebida destilados (uiacutesque cachaccedila vodka)

fermentados (cerveja vinho)

6- Imobilizaccedilatildeo

Vocecirc jaacute ficou acamado por um periacuteodo superior a 2 meses

sim natildeo natildeo sei

Se sim foi antes ou apos os 25 anos de idade

ano passado nunca

7- Fumo

Vocecirc fumou cigarro ou usou outras formas de fumo (cachimbo ou charuto)

atualmente no passado nunca

Com que idade iniciou anos

Se parou com que idade anos

Numero de cigarrosdia

8- Atividade Fiacutesica

Quantas tempo costuma passar diariamente ao ar livre caminhando ou andando de bicicleta

nenhuma a 1 h superior a 1 h

Qual a sua atividade fiacutesica durante diferentes periacuteodos de sua vida adulta

Ate os 25 anos 25 a 50 anos acima 50 anos

Niacutevel 1 (leve) 2 (moderada) 3 (pesada) 4

(muito pesada)

9- Impacto

Como vocecirc descreveria sua sauacutede geral neste momento

muito boa boa satisfatoacuteria regular ruim

10- Interrogatoacuterio sobre drogas

51

Vocecirc jaacute usou alguma medicaccedilatildeo oral ou injetaacutevel contendo corticosteroides por mais de 3

meses sim natildeo natildeo sei

Vocecirc jaacute usou alguma desses remeacutedios

Droga sim natildeo sei tempo

(meses)

parou ha quanto tempo

Hormocircnios

masculinos

Hormocircnios

femininos

Calcitonina

Fluacuteor

Caacutelcio

Vitamina D

Anabolizantes

Diureacuteticos

tiazidicos

11- Ingestatildeo de caacutelcio

Com que frequecircncia vocecirc comeu produtos derivados do leite na semana passada

(diassemana)

queijo amarelo queijo branco iogurte leite sorvete

Para os periacuteodos indicados abaixo com que frequecircncia vocecirc recebeu leite

ate 25 anos 25 a 50 anos Acima de 50 anos

Todas as refeiccedilotildees (3 ou + coposdia)

1-2 coposdia

52

Toda semana mas natildeo todo dia

lt 1 vezsemana

53

11 Anexo 2 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Projeto de Pesquisa Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade

oacutessea em mulheres na menopausa

Pesquisador responsaacutevel Dra Lizanka Paola F Marinheiro

Instituiccedilatildeo responsaacutevel Instituto Fernandes Figueira

Vocecirc estaacute sendo convidado a participar do projeto de pesquisa intitulado

Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea em mulheres na

menopausa por que vocecirc participou do estudo anterior realizado haacute 7 anos sobre a

osteoporose e suas consequumlecircncias

54

A osteoporose e uma doenccedila que se caracteriza pela diminuiccedilatildeo da resistecircncia do osso

tornando-o mais fraacutegil Essa fragilidade aumenta o risco da pessoa que tem osteoporose de ter

fraturas mesmo com atividades comuns como tossir ou espirrar

Com isso esse trabalho deseja avaliar a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea na

populaccedilatildeo de mulheres na poacutes menopausa residente da Ilha de Paquetaacute apoacutes 7 anos de

seguimento do uacuteltimo estudo transversal

Vocecirc natildeo eacute obrigada a participar Mas se quiser vocecirc teraacute que responder a um

questionaacuterio Para participar vocecirc natildeo teraacute que pagar nada O resultado seraacute fornecido apenas

a vocecirc ningueacutem mais saberaacute Suas duvidas seratildeo esclarecidas e vocecirc devera continuar

acompanhamento com seu meacutedico assistente Se vocecirc natildeo quiser participar natildeo seraacute

submetida a nenhum constrangimento fiacutesico ou moral e seu atendimento no posto de sauacutede

natildeo seraacute prejudicado A participante poderaacute se retirar do estudo a qualquer momento que

julgar necessaacuterio sem prejuiacutezo para a mesma O resultado de toda a pesquisa seraacute divulgada e

atraveacutes de artigos cientiacuteficos em revistas encontros congressos ou similares sem a

divulgaccedilatildeo dos nomes de quem participou de forma sigilosa

Sua participaccedilatildeo no estudo natildeo implicaraacute em custos adicionais O (A) Sr (a) natildeo teraacute

qualquer despesa com a realizaccedilatildeo dos procedimentos previstos neste estudo que seratildeo

custeados pelo pesquisador responsaacutevel Tambeacutem natildeo haveraacute nenhuma forma de pagamento

pela sua participaccedilatildeo

Caso surja alguma duacutevida quanto agrave eacutetica do estudo o (a) Sr(a) deveraacute se reportar ao

Comitecirc de Eacutetica em Pesquisas envolvendo seres humanos ndash subordinado ao Conselho

Nacional de Eacutetica em Pesquisa oacutergatildeo do Ministeacuterio da Sauacutede atraveacutes de solicitaccedilatildeo ao

representante de pesquisa que estaraacute sob contato permanente ou contactando o Comitecirc de

Eacutetica em Pesquisa desta instituiccedilatildeo no telefone (21) 3971-1590 Eacute assegurado o completo

55

sigilo de sua identidade quanto a sua participaccedilatildeo neste estudo incluindo a eventualidade da

apresentaccedilatildeo dos resultados deste estudo em congressos e perioacutedicos cientiacuteficos

Eu________________________________________________________________________

residente do endereccedilo__________________________ fui informada dos objetivos e da

justificativa deste trabalho de forma clara e detalhada pela Dra Adriana de Mattos V da

Costa Recebi informaccedilotildees especificas sobre cada procedimento no qual estarei envolvida

dos desconfortos e riscos previstos tanto quanto dos benefiacutecios esperados Todas as minhas

duvidas foram respondidas com clareza e sei que poderei solicitar novos esclarecimentos a

qualquer momento Aleacutem disso sei que novas informaccedilotildees obtidas durante o estudo me seratildeo

fornecidas e que terei liberdade de retirar meu consentimento de participaccedilatildeo face a estas

informaccedilotildees sem prejuiacutezo para mim Aleacutem disto me foi entregue uma coacutepia da folha de

informaccedilotildees para os participantes a qual li compreendi e me deu plena liberdade para decidir

acerca da minha espontacircnea participaccedilatildeo nesta pesquisa Minha identidade jamais seraacute

publicada Os dados colhidos poderatildeo ser examinados por pessoas envolvidas no estudo com

autorizaccedilatildeo delegada do investigador e por pessoas delegadas pelo patrocinador Estou

recebendo uma coacutepia assinada deste Termo

Os pesquisadores responsaacuteveis pelo Projeto satildeo a Dra Lizanka Paola F Marinheiro e

sua aluna a Dra Adriana de Mattos Viveiros da Costa

56

Participante

Nome _________________________________

Assinatura________________________________

Data_________________________________________

Investigador

Nome____________________________________

Assinatura________________________________

Data_______________________________________

Pesquisadora

Nome______________________________________

Assinatura___________________________________

Data__________________________________________

Dra Lizanka Paola F Marinheiro

lizankaglobocom

tel 25541700

Dra Adriana de Mattos Vda Costa

adrianamattosmedyahoocombr

tel 87273315

Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa

Rua Afonso Cavalcanti 455 sala 710 ndash Cidade Nova -

Telefone 3971-1463

38

7 Discussatildeo

No Brasil os principais fatores cliacutenicos de risco para fraturas por fragilidade oacutessea

eram extrapolados a partir de estudos internacionais O estudo vem acrescentar informaccedilotildees

para se conhecer os fatores relacionados agrave essas fraturas Nossos resultados revelam que a

idade avanccedilada a historia familiar de fratura de quadril o diagnoacutestico de osteoporose e

tambeacutem o paciente ficar acamado por mais de 2 meses foram considerados fatores de risco

para fraturas por fragilidade oacutessea

Esse estudo mostrou concordacircncia com a Johnell amp Kanis (2006) onde o principal

siacutetio mundial de fratura por fragilidade oacutessea nas mulheres apoacutes a menopausa foi o antebraccedilo

Segundo o estudo Latin American Vertebral Osteoporosis Study (LAVOS) (Clark et al

2009) a fratura vertebral eacute a mais prevalente da ameacuterica latina com uma prevalecircncia de

142 diferente do nosso estudo onde a coluna vertebral e o colo do fecircmur aparecem

juntos em uacuteltimo lugar na lista de incidecircncia dos siacutetios de fratura Isso pode ser atribuiacutedo

devido a diferenccedila nos criteacuterios de definiccedilatildeo de fraturas pois no LAVOS optou-se pela

medida radiograacutefica do local de fraturas enquanto no nosso estudo as fraturas foram referidas

pelas pacientes

Os consensos sobre osteoporose tecircm propostos algoritmos para identificar indiviacuteduos

de alto risco para fraturas (Kanis et al 2008 WHO 1999) Para tanto a associaccedilatildeo de fatores

de risco para fraturas com a medida da USO eacute de suma importacircncia embora sejam poucas as

pacientes que tecircm oportunidade de realizar esse exame (Oliveira et al 2007) Assim o

presente trabalho mostrou um risco para fraturas por fragilidade oacutessea 13 maior nas

pacientes com resultado de USO alterada em relaccedilatildeo as pacientes que tiveram resultados de

39

USO normais vindo de encontro aos resultados encontrados por Oliveira et al (2007)

Corroborando o USO como um meacutetodo confiaacutevel para a prediccedilatildeo de fraturas

E semelhante a Pinheiro et al (2010a) o presente estudo revelou que os principais

fatores de risco para fraturas por fragilidade oacutessea satildeo a idade avanccedilada a historia familiar de

fratura de quadril e a presenccedila de osteoporose Isso pode ser atribuiacutedo ao fato de que no

estudo de Pinheiro et al (2010a) assim como no nosso estudo a populaccedilatildeo ser

predominantemente de mulheres acima dos 65 anos e viverem em aacuterea urbana tendo haacutebitos

de vida parecidos

O achado em nosso estudo que apresentou significacircncia estatiacutestica refere-se ao fator

de risco ldquopaciente acamado por mais de dois mesesrdquo como disposto na literatura (Pinheiro et

al 2010b Demir et al 2008) O que acontece eacute que com o paciente acamado por tempo

prolongado um maior remodelamento oacutesseo eacute observado Os osteoclastos responsaacuteveis pela

absorccedilatildeo oacutessea sobrepotildee os osteoblastos predispondo as fraturas por fragilidade oacutessea

(Fyhrie amp Schaffler 1994) Assim observou-se no estudo que 235 das pacientes

acamadas por mais de dois meses sofreram alguma fratura por fragilidade oacutessea com p valor

lt005 Isso reafirma a associaccedilatildeo entre a paciente ficar acamada por mais de dois meses e

sofrer fratura por fragilidade oacutessea Por outro lado o exerciacutecio fiacutesico que estaacute sabidamente

relacionado ao aumento da resistecircncia muscular do equiliacutebrio e da flexibilidade contribuindo

para a reduccedilatildeo da perda oacutessea e melhora da sauacutede em geral (Chan 2003) natildeo se mostrou

como fator de proteccedilatildeo neste estudo Provavelmente devido ao baixo percentual encontrado

de pacientes que praticavam atividade fiacutesica moderada ou pesada

O elevado IMC e a terapia de reposiccedilatildeo hormonal natildeo desempenharam papel protetor

na nossa populaccedilatildeo como seria o esperado por estudos anteriores (Pinheiro et al 2010c

40

Buttros et al 2011) Ao contrario o sobrepeso e obesidade foram considerados fatores de

risco Isso pode ser atribuiacutedo ao IMC meacutedio dessa populaccedilatildeo ser 264 (kgm2) (DPplusmn 55)

limiacutetrofe para sobrepeso Embora esse dado demonstre contrariedade com a literatura que

estabelece relaccedilatildeo inversa entre obesidade e fraturas por fragilidade oacutessea em nosso estudo

ter maior peso e IMC natildeo seriam fatores de risco para fraturas e sim caracteriacutesticas das

mulheres mais idosas em um contexto social de baixa escolaridade e renda Esse fato eacute

confirmado pelos resultados da Pesquisa Nacional sobre Sauacutede e Nutriccedilatildeo ( Batista F et al

2003) que demonstraram caraacuteter ascendente da obesidade nos estratos de mulheres com baixa

renda residentes na regiatildeo Sudeste

Aleacutem disso haacutebitos de vida como tabagismo e etilismo sabidamente relacionados agrave

maior risco para fraturas por fragilidade oacutessea (Pinheiro et al 2010) tambeacutem natildeo se

mostraram estar associados nesse estudo

A necessidade de caacutelcio do ser humano varia ao longo da vida e uma ingestatildeo

adequada para mulheres acima de 50 anos eacute de 1200 mg pois com a idade o corpo

naturalmente perde um pouco da capacidade de absorccedilatildeo de minerais (Nuacutecleo de Estudos e

Pesquisas em Alimentaccedilatildeo 2006) O fato de apenas 44 das mulheres que natildeo tiveram

fraturas e 167 das mulheres que tiveram fraturas ter referido consumo superior a

900mgdia (3 ou mais copos) foi fator de surpresa principalmente levando-se em conta o PIB

per capita da cidade superior ao da maioria dos municiacutepios brasileiros (IPEA 2000)

Assim como em estudos preacutevios (Pinheiro et al 2010c NHI 2001 Demir et al

2008) nossos dados tambeacutem demonstraram o hipoestrogenismo como importante fator de

risco para fraturas por fragilidade oacutessea jaacute que as pacientes com fratura tecircm entre 19 e 29

anos de menopausa Em recente estudo Demir et al (2008) estudaram 2769 mulheres na

41

poacutes-menopausa correlacionando a ocorrecircncia de osteoporose com o tempo de menopausa

Demonstraram que 106 das pacientes com ateacute trecircs anos de poacutes-menopausa tinham

osteoporose contra 329 das pacientes com sete anos ou mais Acredita-se que a deficiecircncia

estrogecircnica seja responsaacutevel por dois terccedilos da perda de massa oacutessea levando

consequentemente agraves fraturas por fragilidade oacutessea assim como observado (Position

statement of the North American Menopause Society 2010)

Os dados deste estudo podem ser limitados pois apesar de tratar-se de uma coorte as

participantes reportaram dados referentes a estilo de vida dieta antecedentes familiares e

pessoais o que pode ter ocasionado algum vieacutes recordatoacuterio Outra limitaccedilatildeo eacute que como

avaliado por Oliveira et al (2007) esta populaccedilatildeo apresenta a maior parte das mulheres com

baixo niacutevel socioeconocircmico e escolaridade sem acesso agrave adequada educaccedilatildeo nutricional e agrave

atividade fiacutesica orientada Por outro lado resultados encontrados sem significacircncia estatiacutestica

podem ter sido ocasionados pelo tamanho amostral reduzido devido a dificuldade de

rastreamento da populaccedilatildeo uma vez que a unidade de sauacutede natildeo atualizou o endereccedilo e

telefone das mulheres eleitas para o estudo Talvez se tivesse sido realizado contato anual

com essas mulheres natildeo teriacuteamos perdido o seguimento delas

42

8 Conclusatildeo

Devido agrave sua alta prevalecircncia e associaccedilatildeo com mortalidade e incapacidade a fratura

devido agrave fragilidade oacutessea deve ser considerada um problema de sauacutede puacuteblica no Brasil

Apesar das limitaccedilotildees o presente estudo foi realizado de forma prospectiva em mulheres

brasileiras na poacutes-menopausa devendo os seus resultados serem levados em consideraccedilatildeo

para a formulaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas de sauacutede para a prevenccedilatildeo e estrateacutegias de tratamento

para as fraturas Os fatores de risco encontrados como a idade avanccedilada a histoacuteria familiar

de fratura de quadril e a presenccedila de osteoporose devem ser acompanhados e combatidos para

tentar-se diminuir o risco para as fraturas Assim como o USO mostrou ser um meacutetodo

confiaacutevel para avaliar o risco para fraturas podendo ser implementado em maior escala do

que a atual Entatildeo acreditamos que novos estudos prospectivos com uma amostra mais

representativa devam ser realizados para se confirmar os fatores associados a fraturas por

fragilidade oacutessea na populaccedilatildeo brasileira para cada vez mais conhecermos o perfil da nossa

populaccedilatildeo e termos subsiacutedios para combater esse agravo

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48

10 Anexo 1 - Instrumento de coleta - EVOS (EUROPEAN VERTEBRAL

OSTEOPOROSIS STUDY)

Data _________

Nome________________________________________________________

Endereco_____________________________________________________

Fone _____________ Data de nascimento _________ RG

1- Dados antropomeacutetricos

Peso (Kg) Altura (m) IMC

2- Dados Ginecoloacutegicos

Idade da primeira menstruacao anos

Vocecirc jaacute usou piacutelula anticoncepcional por mais de 3 meses

sim natildeo natildeo sei

Vocecirc jaacute ficou algum periacuteodo em sua vida sem menstruar antes da menopausa (exceto se

gravidez) sim natildeo natildeo sei

Idade da ultima menstruaccedilatildeo anos

Numero de filhos

Vocecirc fez cirurgia para retirar o uacutetero sim com Idade ____ (anos)

natildeo natildeo sei

E para retirar os ovaacuterios (um ou os dois) sim idade ___ (anos)

natildeo natildeo sei

Vocecirc fez reposiccedilatildeo hormonal apos a menopausa sim natildeo natildeo sei

Se sim quando iniciado o periacuteodo foi superior a 1 ano sim natildeo natildeo sei

49

Vocecirc notou os seguintes sintomas na menopausa

calores sim natildeo natildeo sei

depressatildeo sim natildeo natildeo sei

insocircnia sim natildeo natildeo sei

outros sim natildeo natildeo sei

Vocecirc amamentou sim natildeo natildeo sei

Se sim quantas crianccedilas vocecirc amamentou por mais que 3 meses

3- Dados familiares

Em sua famiacutelia (pai matildee irmatildeos) existe historia de fratura de quadril apos os 50 anos de

idade sim natildeo natildeo sei

4- Histoacuteria de fratura

Vocecirc jaacute teve alguma fratura sim natildeo natildeo sei

Se sim em qual sitio esqueleacutetico com que idade e qual foi o tipo de trauma

Sitio Numero Idade (anos) Niacutevel do trauma

Vertebra

Fecircmur (colo trocanter)

Costela

Antebraccedilo

Uacutemero

Pe

Outras

Vocecirc sabe que tem osteoporose sim tenho natildeo natildeo tenho natildeo sei

5- Aacutelcool

Com que frequecircncia vocecirc bebeu no ultimo ano

Diariamente 5-6 dsem 3-4 dsem

50

1 -2 dsem lt 1 dsem nunca

Tipo de bebida destilados (uiacutesque cachaccedila vodka)

fermentados (cerveja vinho)

6- Imobilizaccedilatildeo

Vocecirc jaacute ficou acamado por um periacuteodo superior a 2 meses

sim natildeo natildeo sei

Se sim foi antes ou apos os 25 anos de idade

ano passado nunca

7- Fumo

Vocecirc fumou cigarro ou usou outras formas de fumo (cachimbo ou charuto)

atualmente no passado nunca

Com que idade iniciou anos

Se parou com que idade anos

Numero de cigarrosdia

8- Atividade Fiacutesica

Quantas tempo costuma passar diariamente ao ar livre caminhando ou andando de bicicleta

nenhuma a 1 h superior a 1 h

Qual a sua atividade fiacutesica durante diferentes periacuteodos de sua vida adulta

Ate os 25 anos 25 a 50 anos acima 50 anos

Niacutevel 1 (leve) 2 (moderada) 3 (pesada) 4

(muito pesada)

9- Impacto

Como vocecirc descreveria sua sauacutede geral neste momento

muito boa boa satisfatoacuteria regular ruim

10- Interrogatoacuterio sobre drogas

51

Vocecirc jaacute usou alguma medicaccedilatildeo oral ou injetaacutevel contendo corticosteroides por mais de 3

meses sim natildeo natildeo sei

Vocecirc jaacute usou alguma desses remeacutedios

Droga sim natildeo sei tempo

(meses)

parou ha quanto tempo

Hormocircnios

masculinos

Hormocircnios

femininos

Calcitonina

Fluacuteor

Caacutelcio

Vitamina D

Anabolizantes

Diureacuteticos

tiazidicos

11- Ingestatildeo de caacutelcio

Com que frequecircncia vocecirc comeu produtos derivados do leite na semana passada

(diassemana)

queijo amarelo queijo branco iogurte leite sorvete

Para os periacuteodos indicados abaixo com que frequecircncia vocecirc recebeu leite

ate 25 anos 25 a 50 anos Acima de 50 anos

Todas as refeiccedilotildees (3 ou + coposdia)

1-2 coposdia

52

Toda semana mas natildeo todo dia

lt 1 vezsemana

53

11 Anexo 2 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Projeto de Pesquisa Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade

oacutessea em mulheres na menopausa

Pesquisador responsaacutevel Dra Lizanka Paola F Marinheiro

Instituiccedilatildeo responsaacutevel Instituto Fernandes Figueira

Vocecirc estaacute sendo convidado a participar do projeto de pesquisa intitulado

Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea em mulheres na

menopausa por que vocecirc participou do estudo anterior realizado haacute 7 anos sobre a

osteoporose e suas consequumlecircncias

54

A osteoporose e uma doenccedila que se caracteriza pela diminuiccedilatildeo da resistecircncia do osso

tornando-o mais fraacutegil Essa fragilidade aumenta o risco da pessoa que tem osteoporose de ter

fraturas mesmo com atividades comuns como tossir ou espirrar

Com isso esse trabalho deseja avaliar a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea na

populaccedilatildeo de mulheres na poacutes menopausa residente da Ilha de Paquetaacute apoacutes 7 anos de

seguimento do uacuteltimo estudo transversal

Vocecirc natildeo eacute obrigada a participar Mas se quiser vocecirc teraacute que responder a um

questionaacuterio Para participar vocecirc natildeo teraacute que pagar nada O resultado seraacute fornecido apenas

a vocecirc ningueacutem mais saberaacute Suas duvidas seratildeo esclarecidas e vocecirc devera continuar

acompanhamento com seu meacutedico assistente Se vocecirc natildeo quiser participar natildeo seraacute

submetida a nenhum constrangimento fiacutesico ou moral e seu atendimento no posto de sauacutede

natildeo seraacute prejudicado A participante poderaacute se retirar do estudo a qualquer momento que

julgar necessaacuterio sem prejuiacutezo para a mesma O resultado de toda a pesquisa seraacute divulgada e

atraveacutes de artigos cientiacuteficos em revistas encontros congressos ou similares sem a

divulgaccedilatildeo dos nomes de quem participou de forma sigilosa

Sua participaccedilatildeo no estudo natildeo implicaraacute em custos adicionais O (A) Sr (a) natildeo teraacute

qualquer despesa com a realizaccedilatildeo dos procedimentos previstos neste estudo que seratildeo

custeados pelo pesquisador responsaacutevel Tambeacutem natildeo haveraacute nenhuma forma de pagamento

pela sua participaccedilatildeo

Caso surja alguma duacutevida quanto agrave eacutetica do estudo o (a) Sr(a) deveraacute se reportar ao

Comitecirc de Eacutetica em Pesquisas envolvendo seres humanos ndash subordinado ao Conselho

Nacional de Eacutetica em Pesquisa oacutergatildeo do Ministeacuterio da Sauacutede atraveacutes de solicitaccedilatildeo ao

representante de pesquisa que estaraacute sob contato permanente ou contactando o Comitecirc de

Eacutetica em Pesquisa desta instituiccedilatildeo no telefone (21) 3971-1590 Eacute assegurado o completo

55

sigilo de sua identidade quanto a sua participaccedilatildeo neste estudo incluindo a eventualidade da

apresentaccedilatildeo dos resultados deste estudo em congressos e perioacutedicos cientiacuteficos

Eu________________________________________________________________________

residente do endereccedilo__________________________ fui informada dos objetivos e da

justificativa deste trabalho de forma clara e detalhada pela Dra Adriana de Mattos V da

Costa Recebi informaccedilotildees especificas sobre cada procedimento no qual estarei envolvida

dos desconfortos e riscos previstos tanto quanto dos benefiacutecios esperados Todas as minhas

duvidas foram respondidas com clareza e sei que poderei solicitar novos esclarecimentos a

qualquer momento Aleacutem disso sei que novas informaccedilotildees obtidas durante o estudo me seratildeo

fornecidas e que terei liberdade de retirar meu consentimento de participaccedilatildeo face a estas

informaccedilotildees sem prejuiacutezo para mim Aleacutem disto me foi entregue uma coacutepia da folha de

informaccedilotildees para os participantes a qual li compreendi e me deu plena liberdade para decidir

acerca da minha espontacircnea participaccedilatildeo nesta pesquisa Minha identidade jamais seraacute

publicada Os dados colhidos poderatildeo ser examinados por pessoas envolvidas no estudo com

autorizaccedilatildeo delegada do investigador e por pessoas delegadas pelo patrocinador Estou

recebendo uma coacutepia assinada deste Termo

Os pesquisadores responsaacuteveis pelo Projeto satildeo a Dra Lizanka Paola F Marinheiro e

sua aluna a Dra Adriana de Mattos Viveiros da Costa

56

Participante

Nome _________________________________

Assinatura________________________________

Data_________________________________________

Investigador

Nome____________________________________

Assinatura________________________________

Data_______________________________________

Pesquisadora

Nome______________________________________

Assinatura___________________________________

Data__________________________________________

Dra Lizanka Paola F Marinheiro

lizankaglobocom

tel 25541700

Dra Adriana de Mattos Vda Costa

adrianamattosmedyahoocombr

tel 87273315

Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa

Rua Afonso Cavalcanti 455 sala 710 ndash Cidade Nova -

Telefone 3971-1463

39

USO normais vindo de encontro aos resultados encontrados por Oliveira et al (2007)

Corroborando o USO como um meacutetodo confiaacutevel para a prediccedilatildeo de fraturas

E semelhante a Pinheiro et al (2010a) o presente estudo revelou que os principais

fatores de risco para fraturas por fragilidade oacutessea satildeo a idade avanccedilada a historia familiar de

fratura de quadril e a presenccedila de osteoporose Isso pode ser atribuiacutedo ao fato de que no

estudo de Pinheiro et al (2010a) assim como no nosso estudo a populaccedilatildeo ser

predominantemente de mulheres acima dos 65 anos e viverem em aacuterea urbana tendo haacutebitos

de vida parecidos

O achado em nosso estudo que apresentou significacircncia estatiacutestica refere-se ao fator

de risco ldquopaciente acamado por mais de dois mesesrdquo como disposto na literatura (Pinheiro et

al 2010b Demir et al 2008) O que acontece eacute que com o paciente acamado por tempo

prolongado um maior remodelamento oacutesseo eacute observado Os osteoclastos responsaacuteveis pela

absorccedilatildeo oacutessea sobrepotildee os osteoblastos predispondo as fraturas por fragilidade oacutessea

(Fyhrie amp Schaffler 1994) Assim observou-se no estudo que 235 das pacientes

acamadas por mais de dois meses sofreram alguma fratura por fragilidade oacutessea com p valor

lt005 Isso reafirma a associaccedilatildeo entre a paciente ficar acamada por mais de dois meses e

sofrer fratura por fragilidade oacutessea Por outro lado o exerciacutecio fiacutesico que estaacute sabidamente

relacionado ao aumento da resistecircncia muscular do equiliacutebrio e da flexibilidade contribuindo

para a reduccedilatildeo da perda oacutessea e melhora da sauacutede em geral (Chan 2003) natildeo se mostrou

como fator de proteccedilatildeo neste estudo Provavelmente devido ao baixo percentual encontrado

de pacientes que praticavam atividade fiacutesica moderada ou pesada

O elevado IMC e a terapia de reposiccedilatildeo hormonal natildeo desempenharam papel protetor

na nossa populaccedilatildeo como seria o esperado por estudos anteriores (Pinheiro et al 2010c

40

Buttros et al 2011) Ao contrario o sobrepeso e obesidade foram considerados fatores de

risco Isso pode ser atribuiacutedo ao IMC meacutedio dessa populaccedilatildeo ser 264 (kgm2) (DPplusmn 55)

limiacutetrofe para sobrepeso Embora esse dado demonstre contrariedade com a literatura que

estabelece relaccedilatildeo inversa entre obesidade e fraturas por fragilidade oacutessea em nosso estudo

ter maior peso e IMC natildeo seriam fatores de risco para fraturas e sim caracteriacutesticas das

mulheres mais idosas em um contexto social de baixa escolaridade e renda Esse fato eacute

confirmado pelos resultados da Pesquisa Nacional sobre Sauacutede e Nutriccedilatildeo ( Batista F et al

2003) que demonstraram caraacuteter ascendente da obesidade nos estratos de mulheres com baixa

renda residentes na regiatildeo Sudeste

Aleacutem disso haacutebitos de vida como tabagismo e etilismo sabidamente relacionados agrave

maior risco para fraturas por fragilidade oacutessea (Pinheiro et al 2010) tambeacutem natildeo se

mostraram estar associados nesse estudo

A necessidade de caacutelcio do ser humano varia ao longo da vida e uma ingestatildeo

adequada para mulheres acima de 50 anos eacute de 1200 mg pois com a idade o corpo

naturalmente perde um pouco da capacidade de absorccedilatildeo de minerais (Nuacutecleo de Estudos e

Pesquisas em Alimentaccedilatildeo 2006) O fato de apenas 44 das mulheres que natildeo tiveram

fraturas e 167 das mulheres que tiveram fraturas ter referido consumo superior a

900mgdia (3 ou mais copos) foi fator de surpresa principalmente levando-se em conta o PIB

per capita da cidade superior ao da maioria dos municiacutepios brasileiros (IPEA 2000)

Assim como em estudos preacutevios (Pinheiro et al 2010c NHI 2001 Demir et al

2008) nossos dados tambeacutem demonstraram o hipoestrogenismo como importante fator de

risco para fraturas por fragilidade oacutessea jaacute que as pacientes com fratura tecircm entre 19 e 29

anos de menopausa Em recente estudo Demir et al (2008) estudaram 2769 mulheres na

41

poacutes-menopausa correlacionando a ocorrecircncia de osteoporose com o tempo de menopausa

Demonstraram que 106 das pacientes com ateacute trecircs anos de poacutes-menopausa tinham

osteoporose contra 329 das pacientes com sete anos ou mais Acredita-se que a deficiecircncia

estrogecircnica seja responsaacutevel por dois terccedilos da perda de massa oacutessea levando

consequentemente agraves fraturas por fragilidade oacutessea assim como observado (Position

statement of the North American Menopause Society 2010)

Os dados deste estudo podem ser limitados pois apesar de tratar-se de uma coorte as

participantes reportaram dados referentes a estilo de vida dieta antecedentes familiares e

pessoais o que pode ter ocasionado algum vieacutes recordatoacuterio Outra limitaccedilatildeo eacute que como

avaliado por Oliveira et al (2007) esta populaccedilatildeo apresenta a maior parte das mulheres com

baixo niacutevel socioeconocircmico e escolaridade sem acesso agrave adequada educaccedilatildeo nutricional e agrave

atividade fiacutesica orientada Por outro lado resultados encontrados sem significacircncia estatiacutestica

podem ter sido ocasionados pelo tamanho amostral reduzido devido a dificuldade de

rastreamento da populaccedilatildeo uma vez que a unidade de sauacutede natildeo atualizou o endereccedilo e

telefone das mulheres eleitas para o estudo Talvez se tivesse sido realizado contato anual

com essas mulheres natildeo teriacuteamos perdido o seguimento delas

42

8 Conclusatildeo

Devido agrave sua alta prevalecircncia e associaccedilatildeo com mortalidade e incapacidade a fratura

devido agrave fragilidade oacutessea deve ser considerada um problema de sauacutede puacuteblica no Brasil

Apesar das limitaccedilotildees o presente estudo foi realizado de forma prospectiva em mulheres

brasileiras na poacutes-menopausa devendo os seus resultados serem levados em consideraccedilatildeo

para a formulaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas de sauacutede para a prevenccedilatildeo e estrateacutegias de tratamento

para as fraturas Os fatores de risco encontrados como a idade avanccedilada a histoacuteria familiar

de fratura de quadril e a presenccedila de osteoporose devem ser acompanhados e combatidos para

tentar-se diminuir o risco para as fraturas Assim como o USO mostrou ser um meacutetodo

confiaacutevel para avaliar o risco para fraturas podendo ser implementado em maior escala do

que a atual Entatildeo acreditamos que novos estudos prospectivos com uma amostra mais

representativa devam ser realizados para se confirmar os fatores associados a fraturas por

fragilidade oacutessea na populaccedilatildeo brasileira para cada vez mais conhecermos o perfil da nossa

populaccedilatildeo e termos subsiacutedios para combater esse agravo

43

9 Referecircncias Bibliograacuteficas

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(acessado em 15out2011)

27- Pinheiro MM Castro CM Szejnfeld VL Low femoral bone mineral density

and quantitative ultrasound are risk factores for new osteoporotic fracture and

total and cardiovascular mortality a 5-year population-based study of

Brazilian elderly women J Gerontol A Biol Sci Med Sci 2006 61196-203

28- Pinheiro Marcelo de Medeiros et al FRAXTM construindo uma ideacuteia para o

Brasil Ar Braacutes Endocrinol Metab Ago 2009 vol53 no 6 p783-790

29- Pinheiro Marcelo M et al O impacto da osteoporose no Brasil dados

regionais das fraturas em homens e mulheres adultos - The Brazilian

Osteoporosis Study (BRAZOS) Rev Bras Reumatol Abr 2010a vol50

no2 p113-120

46

30- Pinheiro Marcelo de Medeiros Eis Seacutergio Ragi Epidemiology of

osteoporotic fractures in Brazil what we have and what we need Arq bras

endocrinol metab Mar 2010b 54(2) 164-170

31- Pinheiro Marcelo M Edgard T dos Reis Neto Flaacutevia S Machado Felipe

Omura Jeane H K Yang Jacob Szejnfeld Vera Szejnfeld Risk factors for

osteoporotic fractures and low bone density in pre and postmenopausal women

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32- PNAISM 2004 - Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede da Mulher ndash

Princiacutepios e Diretrizes (2004)

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portpdf (acessado em 15out2011)

33- Position statement of the North American Menopause Society Menopause

Management of osteoporosis in postmenopausal women Menopause

201017(1)25-54

34- Silva Leticia Krauss Avaliaccedilatildeo tecnoloacutegica em sauacutede densitometria oacutessea e

terapecircuticas alternativas na osteoporose poacutes-menopausa Cad Sauacutede Puacuteblica

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infertility 4th ed Baltimore Williams amp Wilkins 1989 p 134-5

37- Tosteson AN Burge RT Marshall DA Lindsay R Therapies for treatment of

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39- Word Healh Organization Assessment of fracture risk and its application to

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47

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the life span Geneva 2001 Disponiacutevel em

httpwhqlibdocwhointhq2001WHO_NMH_ NPH_012pdf (acessado

20jun2012)

48

10 Anexo 1 - Instrumento de coleta - EVOS (EUROPEAN VERTEBRAL

OSTEOPOROSIS STUDY)

Data _________

Nome________________________________________________________

Endereco_____________________________________________________

Fone _____________ Data de nascimento _________ RG

1- Dados antropomeacutetricos

Peso (Kg) Altura (m) IMC

2- Dados Ginecoloacutegicos

Idade da primeira menstruacao anos

Vocecirc jaacute usou piacutelula anticoncepcional por mais de 3 meses

sim natildeo natildeo sei

Vocecirc jaacute ficou algum periacuteodo em sua vida sem menstruar antes da menopausa (exceto se

gravidez) sim natildeo natildeo sei

Idade da ultima menstruaccedilatildeo anos

Numero de filhos

Vocecirc fez cirurgia para retirar o uacutetero sim com Idade ____ (anos)

natildeo natildeo sei

E para retirar os ovaacuterios (um ou os dois) sim idade ___ (anos)

natildeo natildeo sei

Vocecirc fez reposiccedilatildeo hormonal apos a menopausa sim natildeo natildeo sei

Se sim quando iniciado o periacuteodo foi superior a 1 ano sim natildeo natildeo sei

49

Vocecirc notou os seguintes sintomas na menopausa

calores sim natildeo natildeo sei

depressatildeo sim natildeo natildeo sei

insocircnia sim natildeo natildeo sei

outros sim natildeo natildeo sei

Vocecirc amamentou sim natildeo natildeo sei

Se sim quantas crianccedilas vocecirc amamentou por mais que 3 meses

3- Dados familiares

Em sua famiacutelia (pai matildee irmatildeos) existe historia de fratura de quadril apos os 50 anos de

idade sim natildeo natildeo sei

4- Histoacuteria de fratura

Vocecirc jaacute teve alguma fratura sim natildeo natildeo sei

Se sim em qual sitio esqueleacutetico com que idade e qual foi o tipo de trauma

Sitio Numero Idade (anos) Niacutevel do trauma

Vertebra

Fecircmur (colo trocanter)

Costela

Antebraccedilo

Uacutemero

Pe

Outras

Vocecirc sabe que tem osteoporose sim tenho natildeo natildeo tenho natildeo sei

5- Aacutelcool

Com que frequecircncia vocecirc bebeu no ultimo ano

Diariamente 5-6 dsem 3-4 dsem

50

1 -2 dsem lt 1 dsem nunca

Tipo de bebida destilados (uiacutesque cachaccedila vodka)

fermentados (cerveja vinho)

6- Imobilizaccedilatildeo

Vocecirc jaacute ficou acamado por um periacuteodo superior a 2 meses

sim natildeo natildeo sei

Se sim foi antes ou apos os 25 anos de idade

ano passado nunca

7- Fumo

Vocecirc fumou cigarro ou usou outras formas de fumo (cachimbo ou charuto)

atualmente no passado nunca

Com que idade iniciou anos

Se parou com que idade anos

Numero de cigarrosdia

8- Atividade Fiacutesica

Quantas tempo costuma passar diariamente ao ar livre caminhando ou andando de bicicleta

nenhuma a 1 h superior a 1 h

Qual a sua atividade fiacutesica durante diferentes periacuteodos de sua vida adulta

Ate os 25 anos 25 a 50 anos acima 50 anos

Niacutevel 1 (leve) 2 (moderada) 3 (pesada) 4

(muito pesada)

9- Impacto

Como vocecirc descreveria sua sauacutede geral neste momento

muito boa boa satisfatoacuteria regular ruim

10- Interrogatoacuterio sobre drogas

51

Vocecirc jaacute usou alguma medicaccedilatildeo oral ou injetaacutevel contendo corticosteroides por mais de 3

meses sim natildeo natildeo sei

Vocecirc jaacute usou alguma desses remeacutedios

Droga sim natildeo sei tempo

(meses)

parou ha quanto tempo

Hormocircnios

masculinos

Hormocircnios

femininos

Calcitonina

Fluacuteor

Caacutelcio

Vitamina D

Anabolizantes

Diureacuteticos

tiazidicos

11- Ingestatildeo de caacutelcio

Com que frequecircncia vocecirc comeu produtos derivados do leite na semana passada

(diassemana)

queijo amarelo queijo branco iogurte leite sorvete

Para os periacuteodos indicados abaixo com que frequecircncia vocecirc recebeu leite

ate 25 anos 25 a 50 anos Acima de 50 anos

Todas as refeiccedilotildees (3 ou + coposdia)

1-2 coposdia

52

Toda semana mas natildeo todo dia

lt 1 vezsemana

53

11 Anexo 2 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Projeto de Pesquisa Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade

oacutessea em mulheres na menopausa

Pesquisador responsaacutevel Dra Lizanka Paola F Marinheiro

Instituiccedilatildeo responsaacutevel Instituto Fernandes Figueira

Vocecirc estaacute sendo convidado a participar do projeto de pesquisa intitulado

Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea em mulheres na

menopausa por que vocecirc participou do estudo anterior realizado haacute 7 anos sobre a

osteoporose e suas consequumlecircncias

54

A osteoporose e uma doenccedila que se caracteriza pela diminuiccedilatildeo da resistecircncia do osso

tornando-o mais fraacutegil Essa fragilidade aumenta o risco da pessoa que tem osteoporose de ter

fraturas mesmo com atividades comuns como tossir ou espirrar

Com isso esse trabalho deseja avaliar a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea na

populaccedilatildeo de mulheres na poacutes menopausa residente da Ilha de Paquetaacute apoacutes 7 anos de

seguimento do uacuteltimo estudo transversal

Vocecirc natildeo eacute obrigada a participar Mas se quiser vocecirc teraacute que responder a um

questionaacuterio Para participar vocecirc natildeo teraacute que pagar nada O resultado seraacute fornecido apenas

a vocecirc ningueacutem mais saberaacute Suas duvidas seratildeo esclarecidas e vocecirc devera continuar

acompanhamento com seu meacutedico assistente Se vocecirc natildeo quiser participar natildeo seraacute

submetida a nenhum constrangimento fiacutesico ou moral e seu atendimento no posto de sauacutede

natildeo seraacute prejudicado A participante poderaacute se retirar do estudo a qualquer momento que

julgar necessaacuterio sem prejuiacutezo para a mesma O resultado de toda a pesquisa seraacute divulgada e

atraveacutes de artigos cientiacuteficos em revistas encontros congressos ou similares sem a

divulgaccedilatildeo dos nomes de quem participou de forma sigilosa

Sua participaccedilatildeo no estudo natildeo implicaraacute em custos adicionais O (A) Sr (a) natildeo teraacute

qualquer despesa com a realizaccedilatildeo dos procedimentos previstos neste estudo que seratildeo

custeados pelo pesquisador responsaacutevel Tambeacutem natildeo haveraacute nenhuma forma de pagamento

pela sua participaccedilatildeo

Caso surja alguma duacutevida quanto agrave eacutetica do estudo o (a) Sr(a) deveraacute se reportar ao

Comitecirc de Eacutetica em Pesquisas envolvendo seres humanos ndash subordinado ao Conselho

Nacional de Eacutetica em Pesquisa oacutergatildeo do Ministeacuterio da Sauacutede atraveacutes de solicitaccedilatildeo ao

representante de pesquisa que estaraacute sob contato permanente ou contactando o Comitecirc de

Eacutetica em Pesquisa desta instituiccedilatildeo no telefone (21) 3971-1590 Eacute assegurado o completo

55

sigilo de sua identidade quanto a sua participaccedilatildeo neste estudo incluindo a eventualidade da

apresentaccedilatildeo dos resultados deste estudo em congressos e perioacutedicos cientiacuteficos

Eu________________________________________________________________________

residente do endereccedilo__________________________ fui informada dos objetivos e da

justificativa deste trabalho de forma clara e detalhada pela Dra Adriana de Mattos V da

Costa Recebi informaccedilotildees especificas sobre cada procedimento no qual estarei envolvida

dos desconfortos e riscos previstos tanto quanto dos benefiacutecios esperados Todas as minhas

duvidas foram respondidas com clareza e sei que poderei solicitar novos esclarecimentos a

qualquer momento Aleacutem disso sei que novas informaccedilotildees obtidas durante o estudo me seratildeo

fornecidas e que terei liberdade de retirar meu consentimento de participaccedilatildeo face a estas

informaccedilotildees sem prejuiacutezo para mim Aleacutem disto me foi entregue uma coacutepia da folha de

informaccedilotildees para os participantes a qual li compreendi e me deu plena liberdade para decidir

acerca da minha espontacircnea participaccedilatildeo nesta pesquisa Minha identidade jamais seraacute

publicada Os dados colhidos poderatildeo ser examinados por pessoas envolvidas no estudo com

autorizaccedilatildeo delegada do investigador e por pessoas delegadas pelo patrocinador Estou

recebendo uma coacutepia assinada deste Termo

Os pesquisadores responsaacuteveis pelo Projeto satildeo a Dra Lizanka Paola F Marinheiro e

sua aluna a Dra Adriana de Mattos Viveiros da Costa

56

Participante

Nome _________________________________

Assinatura________________________________

Data_________________________________________

Investigador

Nome____________________________________

Assinatura________________________________

Data_______________________________________

Pesquisadora

Nome______________________________________

Assinatura___________________________________

Data__________________________________________

Dra Lizanka Paola F Marinheiro

lizankaglobocom

tel 25541700

Dra Adriana de Mattos Vda Costa

adrianamattosmedyahoocombr

tel 87273315

Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa

Rua Afonso Cavalcanti 455 sala 710 ndash Cidade Nova -

Telefone 3971-1463

40

Buttros et al 2011) Ao contrario o sobrepeso e obesidade foram considerados fatores de

risco Isso pode ser atribuiacutedo ao IMC meacutedio dessa populaccedilatildeo ser 264 (kgm2) (DPplusmn 55)

limiacutetrofe para sobrepeso Embora esse dado demonstre contrariedade com a literatura que

estabelece relaccedilatildeo inversa entre obesidade e fraturas por fragilidade oacutessea em nosso estudo

ter maior peso e IMC natildeo seriam fatores de risco para fraturas e sim caracteriacutesticas das

mulheres mais idosas em um contexto social de baixa escolaridade e renda Esse fato eacute

confirmado pelos resultados da Pesquisa Nacional sobre Sauacutede e Nutriccedilatildeo ( Batista F et al

2003) que demonstraram caraacuteter ascendente da obesidade nos estratos de mulheres com baixa

renda residentes na regiatildeo Sudeste

Aleacutem disso haacutebitos de vida como tabagismo e etilismo sabidamente relacionados agrave

maior risco para fraturas por fragilidade oacutessea (Pinheiro et al 2010) tambeacutem natildeo se

mostraram estar associados nesse estudo

A necessidade de caacutelcio do ser humano varia ao longo da vida e uma ingestatildeo

adequada para mulheres acima de 50 anos eacute de 1200 mg pois com a idade o corpo

naturalmente perde um pouco da capacidade de absorccedilatildeo de minerais (Nuacutecleo de Estudos e

Pesquisas em Alimentaccedilatildeo 2006) O fato de apenas 44 das mulheres que natildeo tiveram

fraturas e 167 das mulheres que tiveram fraturas ter referido consumo superior a

900mgdia (3 ou mais copos) foi fator de surpresa principalmente levando-se em conta o PIB

per capita da cidade superior ao da maioria dos municiacutepios brasileiros (IPEA 2000)

Assim como em estudos preacutevios (Pinheiro et al 2010c NHI 2001 Demir et al

2008) nossos dados tambeacutem demonstraram o hipoestrogenismo como importante fator de

risco para fraturas por fragilidade oacutessea jaacute que as pacientes com fratura tecircm entre 19 e 29

anos de menopausa Em recente estudo Demir et al (2008) estudaram 2769 mulheres na

41

poacutes-menopausa correlacionando a ocorrecircncia de osteoporose com o tempo de menopausa

Demonstraram que 106 das pacientes com ateacute trecircs anos de poacutes-menopausa tinham

osteoporose contra 329 das pacientes com sete anos ou mais Acredita-se que a deficiecircncia

estrogecircnica seja responsaacutevel por dois terccedilos da perda de massa oacutessea levando

consequentemente agraves fraturas por fragilidade oacutessea assim como observado (Position

statement of the North American Menopause Society 2010)

Os dados deste estudo podem ser limitados pois apesar de tratar-se de uma coorte as

participantes reportaram dados referentes a estilo de vida dieta antecedentes familiares e

pessoais o que pode ter ocasionado algum vieacutes recordatoacuterio Outra limitaccedilatildeo eacute que como

avaliado por Oliveira et al (2007) esta populaccedilatildeo apresenta a maior parte das mulheres com

baixo niacutevel socioeconocircmico e escolaridade sem acesso agrave adequada educaccedilatildeo nutricional e agrave

atividade fiacutesica orientada Por outro lado resultados encontrados sem significacircncia estatiacutestica

podem ter sido ocasionados pelo tamanho amostral reduzido devido a dificuldade de

rastreamento da populaccedilatildeo uma vez que a unidade de sauacutede natildeo atualizou o endereccedilo e

telefone das mulheres eleitas para o estudo Talvez se tivesse sido realizado contato anual

com essas mulheres natildeo teriacuteamos perdido o seguimento delas

42

8 Conclusatildeo

Devido agrave sua alta prevalecircncia e associaccedilatildeo com mortalidade e incapacidade a fratura

devido agrave fragilidade oacutessea deve ser considerada um problema de sauacutede puacuteblica no Brasil

Apesar das limitaccedilotildees o presente estudo foi realizado de forma prospectiva em mulheres

brasileiras na poacutes-menopausa devendo os seus resultados serem levados em consideraccedilatildeo

para a formulaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas de sauacutede para a prevenccedilatildeo e estrateacutegias de tratamento

para as fraturas Os fatores de risco encontrados como a idade avanccedilada a histoacuteria familiar

de fratura de quadril e a presenccedila de osteoporose devem ser acompanhados e combatidos para

tentar-se diminuir o risco para as fraturas Assim como o USO mostrou ser um meacutetodo

confiaacutevel para avaliar o risco para fraturas podendo ser implementado em maior escala do

que a atual Entatildeo acreditamos que novos estudos prospectivos com uma amostra mais

representativa devam ser realizados para se confirmar os fatores associados a fraturas por

fragilidade oacutessea na populaccedilatildeo brasileira para cada vez mais conhecermos o perfil da nossa

populaccedilatildeo e termos subsiacutedios para combater esse agravo

43

9 Referecircncias Bibliograacuteficas

1- Batista F M Rissin A A transiccedilatildeo nutricional no Brasil tendecircncias regionais

e temporais Cad Sauacutede Puacuteblica 2003 19 Suppl 1S181-91

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Osteoporosis Study (BRAZOS) Rev Bras Reumatol Abr 2010a vol50

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46

30- Pinheiro Marcelo de Medeiros Eis Seacutergio Ragi Epidemiology of

osteoporotic fractures in Brazil what we have and what we need Arq bras

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31- Pinheiro Marcelo M Edgard T dos Reis Neto Flaacutevia S Machado Felipe

Omura Jeane H K Yang Jacob Szejnfeld Vera Szejnfeld Risk factors for

osteoporotic fractures and low bone density in pre and postmenopausal women

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32- PNAISM 2004 - Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede da Mulher ndash

Princiacutepios e Diretrizes (2004)

httpportalsaudegovbrportalarquivospdfprotecao_mulheres_conquistas_

portpdf (acessado em 15out2011)

33- Position statement of the North American Menopause Society Menopause

Management of osteoporosis in postmenopausal women Menopause

201017(1)25-54

34- Silva Leticia Krauss Avaliaccedilatildeo tecnoloacutegica em sauacutede densitometria oacutessea e

terapecircuticas alternativas na osteoporose poacutes-menopausa Cad Sauacutede Puacuteblica

[online] 2003 vol19 n4 pp 987-1003 ISSN 0102-311X

35- Silveira Virgiacutenia Angeacutelica Lopes et al Incidecircncia de fratura do quadril em

aacuterea urbana do Nordeste brasileiro Cad Sauacutede Puacuteblica Jun 2005 vol21 no

3 p907-912

36- Speroff L Glass RH Kase NG Clinical gynecologic endocrinology and

infertility 4th ed Baltimore Williams amp Wilkins 1989 p 134-5

37- Tosteson AN Burge RT Marshall DA Lindsay R Therapies for treatment of

osteoporosis in US women cost-effectiveness and budget impact

considerations USA 2008 Sep14(9)605-15

38- Vianna LC Ginecologia Rio de Janeiro Editora MedBook 2ordm Ed 2001

p619-62

39- Word Healh Organization Assessment of fracture risk and its application to

screening for post menopausal osteoporosis Technical report series 843 1999

Geneva WHO

47

40- World Health Organization MEN ageing and health achieving health across

the life span Geneva 2001 Disponiacutevel em

httpwhqlibdocwhointhq2001WHO_NMH_ NPH_012pdf (acessado

20jun2012)

48

10 Anexo 1 - Instrumento de coleta - EVOS (EUROPEAN VERTEBRAL

OSTEOPOROSIS STUDY)

Data _________

Nome________________________________________________________

Endereco_____________________________________________________

Fone _____________ Data de nascimento _________ RG

1- Dados antropomeacutetricos

Peso (Kg) Altura (m) IMC

2- Dados Ginecoloacutegicos

Idade da primeira menstruacao anos

Vocecirc jaacute usou piacutelula anticoncepcional por mais de 3 meses

sim natildeo natildeo sei

Vocecirc jaacute ficou algum periacuteodo em sua vida sem menstruar antes da menopausa (exceto se

gravidez) sim natildeo natildeo sei

Idade da ultima menstruaccedilatildeo anos

Numero de filhos

Vocecirc fez cirurgia para retirar o uacutetero sim com Idade ____ (anos)

natildeo natildeo sei

E para retirar os ovaacuterios (um ou os dois) sim idade ___ (anos)

natildeo natildeo sei

Vocecirc fez reposiccedilatildeo hormonal apos a menopausa sim natildeo natildeo sei

Se sim quando iniciado o periacuteodo foi superior a 1 ano sim natildeo natildeo sei

49

Vocecirc notou os seguintes sintomas na menopausa

calores sim natildeo natildeo sei

depressatildeo sim natildeo natildeo sei

insocircnia sim natildeo natildeo sei

outros sim natildeo natildeo sei

Vocecirc amamentou sim natildeo natildeo sei

Se sim quantas crianccedilas vocecirc amamentou por mais que 3 meses

3- Dados familiares

Em sua famiacutelia (pai matildee irmatildeos) existe historia de fratura de quadril apos os 50 anos de

idade sim natildeo natildeo sei

4- Histoacuteria de fratura

Vocecirc jaacute teve alguma fratura sim natildeo natildeo sei

Se sim em qual sitio esqueleacutetico com que idade e qual foi o tipo de trauma

Sitio Numero Idade (anos) Niacutevel do trauma

Vertebra

Fecircmur (colo trocanter)

Costela

Antebraccedilo

Uacutemero

Pe

Outras

Vocecirc sabe que tem osteoporose sim tenho natildeo natildeo tenho natildeo sei

5- Aacutelcool

Com que frequecircncia vocecirc bebeu no ultimo ano

Diariamente 5-6 dsem 3-4 dsem

50

1 -2 dsem lt 1 dsem nunca

Tipo de bebida destilados (uiacutesque cachaccedila vodka)

fermentados (cerveja vinho)

6- Imobilizaccedilatildeo

Vocecirc jaacute ficou acamado por um periacuteodo superior a 2 meses

sim natildeo natildeo sei

Se sim foi antes ou apos os 25 anos de idade

ano passado nunca

7- Fumo

Vocecirc fumou cigarro ou usou outras formas de fumo (cachimbo ou charuto)

atualmente no passado nunca

Com que idade iniciou anos

Se parou com que idade anos

Numero de cigarrosdia

8- Atividade Fiacutesica

Quantas tempo costuma passar diariamente ao ar livre caminhando ou andando de bicicleta

nenhuma a 1 h superior a 1 h

Qual a sua atividade fiacutesica durante diferentes periacuteodos de sua vida adulta

Ate os 25 anos 25 a 50 anos acima 50 anos

Niacutevel 1 (leve) 2 (moderada) 3 (pesada) 4

(muito pesada)

9- Impacto

Como vocecirc descreveria sua sauacutede geral neste momento

muito boa boa satisfatoacuteria regular ruim

10- Interrogatoacuterio sobre drogas

51

Vocecirc jaacute usou alguma medicaccedilatildeo oral ou injetaacutevel contendo corticosteroides por mais de 3

meses sim natildeo natildeo sei

Vocecirc jaacute usou alguma desses remeacutedios

Droga sim natildeo sei tempo

(meses)

parou ha quanto tempo

Hormocircnios

masculinos

Hormocircnios

femininos

Calcitonina

Fluacuteor

Caacutelcio

Vitamina D

Anabolizantes

Diureacuteticos

tiazidicos

11- Ingestatildeo de caacutelcio

Com que frequecircncia vocecirc comeu produtos derivados do leite na semana passada

(diassemana)

queijo amarelo queijo branco iogurte leite sorvete

Para os periacuteodos indicados abaixo com que frequecircncia vocecirc recebeu leite

ate 25 anos 25 a 50 anos Acima de 50 anos

Todas as refeiccedilotildees (3 ou + coposdia)

1-2 coposdia

52

Toda semana mas natildeo todo dia

lt 1 vezsemana

53

11 Anexo 2 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Projeto de Pesquisa Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade

oacutessea em mulheres na menopausa

Pesquisador responsaacutevel Dra Lizanka Paola F Marinheiro

Instituiccedilatildeo responsaacutevel Instituto Fernandes Figueira

Vocecirc estaacute sendo convidado a participar do projeto de pesquisa intitulado

Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea em mulheres na

menopausa por que vocecirc participou do estudo anterior realizado haacute 7 anos sobre a

osteoporose e suas consequumlecircncias

54

A osteoporose e uma doenccedila que se caracteriza pela diminuiccedilatildeo da resistecircncia do osso

tornando-o mais fraacutegil Essa fragilidade aumenta o risco da pessoa que tem osteoporose de ter

fraturas mesmo com atividades comuns como tossir ou espirrar

Com isso esse trabalho deseja avaliar a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea na

populaccedilatildeo de mulheres na poacutes menopausa residente da Ilha de Paquetaacute apoacutes 7 anos de

seguimento do uacuteltimo estudo transversal

Vocecirc natildeo eacute obrigada a participar Mas se quiser vocecirc teraacute que responder a um

questionaacuterio Para participar vocecirc natildeo teraacute que pagar nada O resultado seraacute fornecido apenas

a vocecirc ningueacutem mais saberaacute Suas duvidas seratildeo esclarecidas e vocecirc devera continuar

acompanhamento com seu meacutedico assistente Se vocecirc natildeo quiser participar natildeo seraacute

submetida a nenhum constrangimento fiacutesico ou moral e seu atendimento no posto de sauacutede

natildeo seraacute prejudicado A participante poderaacute se retirar do estudo a qualquer momento que

julgar necessaacuterio sem prejuiacutezo para a mesma O resultado de toda a pesquisa seraacute divulgada e

atraveacutes de artigos cientiacuteficos em revistas encontros congressos ou similares sem a

divulgaccedilatildeo dos nomes de quem participou de forma sigilosa

Sua participaccedilatildeo no estudo natildeo implicaraacute em custos adicionais O (A) Sr (a) natildeo teraacute

qualquer despesa com a realizaccedilatildeo dos procedimentos previstos neste estudo que seratildeo

custeados pelo pesquisador responsaacutevel Tambeacutem natildeo haveraacute nenhuma forma de pagamento

pela sua participaccedilatildeo

Caso surja alguma duacutevida quanto agrave eacutetica do estudo o (a) Sr(a) deveraacute se reportar ao

Comitecirc de Eacutetica em Pesquisas envolvendo seres humanos ndash subordinado ao Conselho

Nacional de Eacutetica em Pesquisa oacutergatildeo do Ministeacuterio da Sauacutede atraveacutes de solicitaccedilatildeo ao

representante de pesquisa que estaraacute sob contato permanente ou contactando o Comitecirc de

Eacutetica em Pesquisa desta instituiccedilatildeo no telefone (21) 3971-1590 Eacute assegurado o completo

55

sigilo de sua identidade quanto a sua participaccedilatildeo neste estudo incluindo a eventualidade da

apresentaccedilatildeo dos resultados deste estudo em congressos e perioacutedicos cientiacuteficos

Eu________________________________________________________________________

residente do endereccedilo__________________________ fui informada dos objetivos e da

justificativa deste trabalho de forma clara e detalhada pela Dra Adriana de Mattos V da

Costa Recebi informaccedilotildees especificas sobre cada procedimento no qual estarei envolvida

dos desconfortos e riscos previstos tanto quanto dos benefiacutecios esperados Todas as minhas

duvidas foram respondidas com clareza e sei que poderei solicitar novos esclarecimentos a

qualquer momento Aleacutem disso sei que novas informaccedilotildees obtidas durante o estudo me seratildeo

fornecidas e que terei liberdade de retirar meu consentimento de participaccedilatildeo face a estas

informaccedilotildees sem prejuiacutezo para mim Aleacutem disto me foi entregue uma coacutepia da folha de

informaccedilotildees para os participantes a qual li compreendi e me deu plena liberdade para decidir

acerca da minha espontacircnea participaccedilatildeo nesta pesquisa Minha identidade jamais seraacute

publicada Os dados colhidos poderatildeo ser examinados por pessoas envolvidas no estudo com

autorizaccedilatildeo delegada do investigador e por pessoas delegadas pelo patrocinador Estou

recebendo uma coacutepia assinada deste Termo

Os pesquisadores responsaacuteveis pelo Projeto satildeo a Dra Lizanka Paola F Marinheiro e

sua aluna a Dra Adriana de Mattos Viveiros da Costa

56

Participante

Nome _________________________________

Assinatura________________________________

Data_________________________________________

Investigador

Nome____________________________________

Assinatura________________________________

Data_______________________________________

Pesquisadora

Nome______________________________________

Assinatura___________________________________

Data__________________________________________

Dra Lizanka Paola F Marinheiro

lizankaglobocom

tel 25541700

Dra Adriana de Mattos Vda Costa

adrianamattosmedyahoocombr

tel 87273315

Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa

Rua Afonso Cavalcanti 455 sala 710 ndash Cidade Nova -

Telefone 3971-1463

41

poacutes-menopausa correlacionando a ocorrecircncia de osteoporose com o tempo de menopausa

Demonstraram que 106 das pacientes com ateacute trecircs anos de poacutes-menopausa tinham

osteoporose contra 329 das pacientes com sete anos ou mais Acredita-se que a deficiecircncia

estrogecircnica seja responsaacutevel por dois terccedilos da perda de massa oacutessea levando

consequentemente agraves fraturas por fragilidade oacutessea assim como observado (Position

statement of the North American Menopause Society 2010)

Os dados deste estudo podem ser limitados pois apesar de tratar-se de uma coorte as

participantes reportaram dados referentes a estilo de vida dieta antecedentes familiares e

pessoais o que pode ter ocasionado algum vieacutes recordatoacuterio Outra limitaccedilatildeo eacute que como

avaliado por Oliveira et al (2007) esta populaccedilatildeo apresenta a maior parte das mulheres com

baixo niacutevel socioeconocircmico e escolaridade sem acesso agrave adequada educaccedilatildeo nutricional e agrave

atividade fiacutesica orientada Por outro lado resultados encontrados sem significacircncia estatiacutestica

podem ter sido ocasionados pelo tamanho amostral reduzido devido a dificuldade de

rastreamento da populaccedilatildeo uma vez que a unidade de sauacutede natildeo atualizou o endereccedilo e

telefone das mulheres eleitas para o estudo Talvez se tivesse sido realizado contato anual

com essas mulheres natildeo teriacuteamos perdido o seguimento delas

42

8 Conclusatildeo

Devido agrave sua alta prevalecircncia e associaccedilatildeo com mortalidade e incapacidade a fratura

devido agrave fragilidade oacutessea deve ser considerada um problema de sauacutede puacuteblica no Brasil

Apesar das limitaccedilotildees o presente estudo foi realizado de forma prospectiva em mulheres

brasileiras na poacutes-menopausa devendo os seus resultados serem levados em consideraccedilatildeo

para a formulaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas de sauacutede para a prevenccedilatildeo e estrateacutegias de tratamento

para as fraturas Os fatores de risco encontrados como a idade avanccedilada a histoacuteria familiar

de fratura de quadril e a presenccedila de osteoporose devem ser acompanhados e combatidos para

tentar-se diminuir o risco para as fraturas Assim como o USO mostrou ser um meacutetodo

confiaacutevel para avaliar o risco para fraturas podendo ser implementado em maior escala do

que a atual Entatildeo acreditamos que novos estudos prospectivos com uma amostra mais

representativa devam ser realizados para se confirmar os fatores associados a fraturas por

fragilidade oacutessea na populaccedilatildeo brasileira para cada vez mais conhecermos o perfil da nossa

populaccedilatildeo e termos subsiacutedios para combater esse agravo

43

9 Referecircncias Bibliograacuteficas

1- Batista F M Rissin A A transiccedilatildeo nutricional no Brasil tendecircncias regionais

e temporais Cad Sauacutede Puacuteblica 2003 19 Suppl 1S181-91

2- Brandatildeo Cynthia M A et al Posiccedilotildees oficiais 2008 da Sociedade Brasileira

de Densitometria Cliacutenica (SBDens) Arq Bras Endocrinol Metab Fev 2009

vol53 no 1 p107-112

3- Buttros DAB Nahas-Neto J Nahas EAP Cangussu LM Barral ABCR

Kawakami MS Fatores de risco para osteoporose em mulheres na poacutes-

menopausa do sudeste brasileiro Rev Bras Ginecol Obstet 2011 33(6)

295-302

4- Castro CHM Pinheiro MM Szejnfeld VL Proacutes e contra da ultra-

sonometria oacutessea de calcacircneo Rev Assoc Med Bras vol46 n1 Satildeo

Paulo JanMar 2000

5- Castro Marise Lazaretti et al Correlaccedilatildeo entre ultrassonometria quantitativa

de calcacircneo e densitometria oacutessea duo-energeacutetica de coluna e fecircmur na

avaliaccedilatildeo oacutessea Arq Bras Endocrinol Metab Jun 1999 vol43 no 3 p205-

209

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worlds osteoporosis time bomb Bull World Health Organ 2003 81827-30

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Osteoporosis Study (LAVOS) Osteoporosis Int 2009 20275-82

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9- De Lorenzi Dino Roberto Soares et al Fatores indicadores da sintomatologia

climateacuterica Rev Bras Ginecol Obstet Jan 2005 vol27 no 1 p7-11

10- Demir B Haberal A Geyik P Baskan B Ozturkoglu E Karacay O et al

Identification of risk factors for osteoporosis among postmenpausal women

Maturitas 2008 60(3-4) 253-6

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11- Fyhrie DPamp Schaffler MB 1994 Failure mechanisms in human vertebral

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12- Indicadores sociodemograacuteficos e de sauacutede no Brasil IBGE 2009 Portal

httpwwwibgegovbrhomeestatisticapopulacaocenso2000defaultshm a

(acessado em 15abril2012)

13- Indicadores sociodemograficos e de sauacutede no Brasil IBGE 2009 Portal

httpwwwibgegovbrhomeestatisticapopulacaoindic_sociosaude2009ind

icsaudepdf b (acessado em 15abril2012)

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(acessado em 01maio2012)

15- International Osteoporosis Foundation Osteoporosis in Europe Indicators of

Progress (2005) Portal httpwwwiofbonehealthorg (acessado em

05nov2011)

16- Johnell O amp Kanis JA An estimate of the worldwide prevalence and

disability associated with osteoporotic fractures Osteoporosis Int 2006

171726ndash1733

17- Kanis JA Johnell O Oden A Johansson H McCloskey E FRAX and the

assessment of fracture probability in men and women from the UK

Osteoporosis Int 200819(4)385-97

18- Lindsay R Silverman SL Cooper C et al Risk of new vertebral fracture in

the year following a fracture JAMA 2001 285320-323

19- NHI (national Institutes of Health) 2001 NHI consensus development panel

on osteoporosis prevention diagnosis and therapy The journal of the

American Medical Association 285 ( 6) 785-795

20- Nuacutecleo de Estudos e Pesquisas em Alimentaccedilatildeo Tabela brasileira de

composiccedilatildeo de alimentos 2ordf Ed Campinas Nuacutecleo de Estudos e Pesquisas em

Alimentaccedilatildeo 2006

45

21- OrsquoNeill TW Felsenbergp D Varlow J Cooper C Kanis JA Silman A J

The Prevalence of Vertebral Deformity in European Men and Women The

European Vertebral Osteoporosis Study J Bone Miner Res

199611101amp1018

22- Oliveira PP Klumb EM and Marinheiro L P F Prevalecircncia do risco para

fraturas estimado pela ultra-sonometria oacutessea de calcacircneo em uma populaccedilatildeo

de mulheres brasileiras na poacutes-menopausa Cad Sauacutede Puacuteblica Fev 2007

vol23 no 2 p381-390

23- Oliveira PP Monteiro AS Klumb EM and Marinheiro LP F O uso da

ultrassonometria oacutessea de calcacircneo para avaliaccedilatildeo do risco de fratura por

osteoporose Femina (Rio de Janeiro) v32 p613- 616 2004

24- Oliveira PP Marinheiro LPF Wender MCO A epidemiologia das

fraturas por fragilidade oacutessea em uma populaccedilatildeo de mulheres brasileiras na

poacutes-menopausa residentes na cidade de ChapecoacuteSC Revista Brasileira de

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25- OMS (Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede) 2003 Towars policy for health and

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26- Pesquisa Nacional Por Amostra de Domiciacutelios (PNAD) 2003

wwwibgegovbrhomeestatisticapnad2003coeficiente_brasilshtm

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27- Pinheiro MM Castro CM Szejnfeld VL Low femoral bone mineral density

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total and cardiovascular mortality a 5-year population-based study of

Brazilian elderly women J Gerontol A Biol Sci Med Sci 2006 61196-203

28- Pinheiro Marcelo de Medeiros et al FRAXTM construindo uma ideacuteia para o

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29- Pinheiro Marcelo M et al O impacto da osteoporose no Brasil dados

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Osteoporosis Study (BRAZOS) Rev Bras Reumatol Abr 2010a vol50

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46

30- Pinheiro Marcelo de Medeiros Eis Seacutergio Ragi Epidemiology of

osteoporotic fractures in Brazil what we have and what we need Arq bras

endocrinol metab Mar 2010b 54(2) 164-170

31- Pinheiro Marcelo M Edgard T dos Reis Neto Flaacutevia S Machado Felipe

Omura Jeane H K Yang Jacob Szejnfeld Vera Szejnfeld Risk factors for

osteoporotic fractures and low bone density in pre and postmenopausal women

Rev Sauacutede Puacuteblica 2010c44(3)479-85

32- PNAISM 2004 - Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede da Mulher ndash

Princiacutepios e Diretrizes (2004)

httpportalsaudegovbrportalarquivospdfprotecao_mulheres_conquistas_

portpdf (acessado em 15out2011)

33- Position statement of the North American Menopause Society Menopause

Management of osteoporosis in postmenopausal women Menopause

201017(1)25-54

34- Silva Leticia Krauss Avaliaccedilatildeo tecnoloacutegica em sauacutede densitometria oacutessea e

terapecircuticas alternativas na osteoporose poacutes-menopausa Cad Sauacutede Puacuteblica

[online] 2003 vol19 n4 pp 987-1003 ISSN 0102-311X

35- Silveira Virgiacutenia Angeacutelica Lopes et al Incidecircncia de fratura do quadril em

aacuterea urbana do Nordeste brasileiro Cad Sauacutede Puacuteblica Jun 2005 vol21 no

3 p907-912

36- Speroff L Glass RH Kase NG Clinical gynecologic endocrinology and

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37- Tosteson AN Burge RT Marshall DA Lindsay R Therapies for treatment of

osteoporosis in US women cost-effectiveness and budget impact

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38- Vianna LC Ginecologia Rio de Janeiro Editora MedBook 2ordm Ed 2001

p619-62

39- Word Healh Organization Assessment of fracture risk and its application to

screening for post menopausal osteoporosis Technical report series 843 1999

Geneva WHO

47

40- World Health Organization MEN ageing and health achieving health across

the life span Geneva 2001 Disponiacutevel em

httpwhqlibdocwhointhq2001WHO_NMH_ NPH_012pdf (acessado

20jun2012)

48

10 Anexo 1 - Instrumento de coleta - EVOS (EUROPEAN VERTEBRAL

OSTEOPOROSIS STUDY)

Data _________

Nome________________________________________________________

Endereco_____________________________________________________

Fone _____________ Data de nascimento _________ RG

1- Dados antropomeacutetricos

Peso (Kg) Altura (m) IMC

2- Dados Ginecoloacutegicos

Idade da primeira menstruacao anos

Vocecirc jaacute usou piacutelula anticoncepcional por mais de 3 meses

sim natildeo natildeo sei

Vocecirc jaacute ficou algum periacuteodo em sua vida sem menstruar antes da menopausa (exceto se

gravidez) sim natildeo natildeo sei

Idade da ultima menstruaccedilatildeo anos

Numero de filhos

Vocecirc fez cirurgia para retirar o uacutetero sim com Idade ____ (anos)

natildeo natildeo sei

E para retirar os ovaacuterios (um ou os dois) sim idade ___ (anos)

natildeo natildeo sei

Vocecirc fez reposiccedilatildeo hormonal apos a menopausa sim natildeo natildeo sei

Se sim quando iniciado o periacuteodo foi superior a 1 ano sim natildeo natildeo sei

49

Vocecirc notou os seguintes sintomas na menopausa

calores sim natildeo natildeo sei

depressatildeo sim natildeo natildeo sei

insocircnia sim natildeo natildeo sei

outros sim natildeo natildeo sei

Vocecirc amamentou sim natildeo natildeo sei

Se sim quantas crianccedilas vocecirc amamentou por mais que 3 meses

3- Dados familiares

Em sua famiacutelia (pai matildee irmatildeos) existe historia de fratura de quadril apos os 50 anos de

idade sim natildeo natildeo sei

4- Histoacuteria de fratura

Vocecirc jaacute teve alguma fratura sim natildeo natildeo sei

Se sim em qual sitio esqueleacutetico com que idade e qual foi o tipo de trauma

Sitio Numero Idade (anos) Niacutevel do trauma

Vertebra

Fecircmur (colo trocanter)

Costela

Antebraccedilo

Uacutemero

Pe

Outras

Vocecirc sabe que tem osteoporose sim tenho natildeo natildeo tenho natildeo sei

5- Aacutelcool

Com que frequecircncia vocecirc bebeu no ultimo ano

Diariamente 5-6 dsem 3-4 dsem

50

1 -2 dsem lt 1 dsem nunca

Tipo de bebida destilados (uiacutesque cachaccedila vodka)

fermentados (cerveja vinho)

6- Imobilizaccedilatildeo

Vocecirc jaacute ficou acamado por um periacuteodo superior a 2 meses

sim natildeo natildeo sei

Se sim foi antes ou apos os 25 anos de idade

ano passado nunca

7- Fumo

Vocecirc fumou cigarro ou usou outras formas de fumo (cachimbo ou charuto)

atualmente no passado nunca

Com que idade iniciou anos

Se parou com que idade anos

Numero de cigarrosdia

8- Atividade Fiacutesica

Quantas tempo costuma passar diariamente ao ar livre caminhando ou andando de bicicleta

nenhuma a 1 h superior a 1 h

Qual a sua atividade fiacutesica durante diferentes periacuteodos de sua vida adulta

Ate os 25 anos 25 a 50 anos acima 50 anos

Niacutevel 1 (leve) 2 (moderada) 3 (pesada) 4

(muito pesada)

9- Impacto

Como vocecirc descreveria sua sauacutede geral neste momento

muito boa boa satisfatoacuteria regular ruim

10- Interrogatoacuterio sobre drogas

51

Vocecirc jaacute usou alguma medicaccedilatildeo oral ou injetaacutevel contendo corticosteroides por mais de 3

meses sim natildeo natildeo sei

Vocecirc jaacute usou alguma desses remeacutedios

Droga sim natildeo sei tempo

(meses)

parou ha quanto tempo

Hormocircnios

masculinos

Hormocircnios

femininos

Calcitonina

Fluacuteor

Caacutelcio

Vitamina D

Anabolizantes

Diureacuteticos

tiazidicos

11- Ingestatildeo de caacutelcio

Com que frequecircncia vocecirc comeu produtos derivados do leite na semana passada

(diassemana)

queijo amarelo queijo branco iogurte leite sorvete

Para os periacuteodos indicados abaixo com que frequecircncia vocecirc recebeu leite

ate 25 anos 25 a 50 anos Acima de 50 anos

Todas as refeiccedilotildees (3 ou + coposdia)

1-2 coposdia

52

Toda semana mas natildeo todo dia

lt 1 vezsemana

53

11 Anexo 2 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Projeto de Pesquisa Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade

oacutessea em mulheres na menopausa

Pesquisador responsaacutevel Dra Lizanka Paola F Marinheiro

Instituiccedilatildeo responsaacutevel Instituto Fernandes Figueira

Vocecirc estaacute sendo convidado a participar do projeto de pesquisa intitulado

Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea em mulheres na

menopausa por que vocecirc participou do estudo anterior realizado haacute 7 anos sobre a

osteoporose e suas consequumlecircncias

54

A osteoporose e uma doenccedila que se caracteriza pela diminuiccedilatildeo da resistecircncia do osso

tornando-o mais fraacutegil Essa fragilidade aumenta o risco da pessoa que tem osteoporose de ter

fraturas mesmo com atividades comuns como tossir ou espirrar

Com isso esse trabalho deseja avaliar a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea na

populaccedilatildeo de mulheres na poacutes menopausa residente da Ilha de Paquetaacute apoacutes 7 anos de

seguimento do uacuteltimo estudo transversal

Vocecirc natildeo eacute obrigada a participar Mas se quiser vocecirc teraacute que responder a um

questionaacuterio Para participar vocecirc natildeo teraacute que pagar nada O resultado seraacute fornecido apenas

a vocecirc ningueacutem mais saberaacute Suas duvidas seratildeo esclarecidas e vocecirc devera continuar

acompanhamento com seu meacutedico assistente Se vocecirc natildeo quiser participar natildeo seraacute

submetida a nenhum constrangimento fiacutesico ou moral e seu atendimento no posto de sauacutede

natildeo seraacute prejudicado A participante poderaacute se retirar do estudo a qualquer momento que

julgar necessaacuterio sem prejuiacutezo para a mesma O resultado de toda a pesquisa seraacute divulgada e

atraveacutes de artigos cientiacuteficos em revistas encontros congressos ou similares sem a

divulgaccedilatildeo dos nomes de quem participou de forma sigilosa

Sua participaccedilatildeo no estudo natildeo implicaraacute em custos adicionais O (A) Sr (a) natildeo teraacute

qualquer despesa com a realizaccedilatildeo dos procedimentos previstos neste estudo que seratildeo

custeados pelo pesquisador responsaacutevel Tambeacutem natildeo haveraacute nenhuma forma de pagamento

pela sua participaccedilatildeo

Caso surja alguma duacutevida quanto agrave eacutetica do estudo o (a) Sr(a) deveraacute se reportar ao

Comitecirc de Eacutetica em Pesquisas envolvendo seres humanos ndash subordinado ao Conselho

Nacional de Eacutetica em Pesquisa oacutergatildeo do Ministeacuterio da Sauacutede atraveacutes de solicitaccedilatildeo ao

representante de pesquisa que estaraacute sob contato permanente ou contactando o Comitecirc de

Eacutetica em Pesquisa desta instituiccedilatildeo no telefone (21) 3971-1590 Eacute assegurado o completo

55

sigilo de sua identidade quanto a sua participaccedilatildeo neste estudo incluindo a eventualidade da

apresentaccedilatildeo dos resultados deste estudo em congressos e perioacutedicos cientiacuteficos

Eu________________________________________________________________________

residente do endereccedilo__________________________ fui informada dos objetivos e da

justificativa deste trabalho de forma clara e detalhada pela Dra Adriana de Mattos V da

Costa Recebi informaccedilotildees especificas sobre cada procedimento no qual estarei envolvida

dos desconfortos e riscos previstos tanto quanto dos benefiacutecios esperados Todas as minhas

duvidas foram respondidas com clareza e sei que poderei solicitar novos esclarecimentos a

qualquer momento Aleacutem disso sei que novas informaccedilotildees obtidas durante o estudo me seratildeo

fornecidas e que terei liberdade de retirar meu consentimento de participaccedilatildeo face a estas

informaccedilotildees sem prejuiacutezo para mim Aleacutem disto me foi entregue uma coacutepia da folha de

informaccedilotildees para os participantes a qual li compreendi e me deu plena liberdade para decidir

acerca da minha espontacircnea participaccedilatildeo nesta pesquisa Minha identidade jamais seraacute

publicada Os dados colhidos poderatildeo ser examinados por pessoas envolvidas no estudo com

autorizaccedilatildeo delegada do investigador e por pessoas delegadas pelo patrocinador Estou

recebendo uma coacutepia assinada deste Termo

Os pesquisadores responsaacuteveis pelo Projeto satildeo a Dra Lizanka Paola F Marinheiro e

sua aluna a Dra Adriana de Mattos Viveiros da Costa

56

Participante

Nome _________________________________

Assinatura________________________________

Data_________________________________________

Investigador

Nome____________________________________

Assinatura________________________________

Data_______________________________________

Pesquisadora

Nome______________________________________

Assinatura___________________________________

Data__________________________________________

Dra Lizanka Paola F Marinheiro

lizankaglobocom

tel 25541700

Dra Adriana de Mattos Vda Costa

adrianamattosmedyahoocombr

tel 87273315

Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa

Rua Afonso Cavalcanti 455 sala 710 ndash Cidade Nova -

Telefone 3971-1463

42

8 Conclusatildeo

Devido agrave sua alta prevalecircncia e associaccedilatildeo com mortalidade e incapacidade a fratura

devido agrave fragilidade oacutessea deve ser considerada um problema de sauacutede puacuteblica no Brasil

Apesar das limitaccedilotildees o presente estudo foi realizado de forma prospectiva em mulheres

brasileiras na poacutes-menopausa devendo os seus resultados serem levados em consideraccedilatildeo

para a formulaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas de sauacutede para a prevenccedilatildeo e estrateacutegias de tratamento

para as fraturas Os fatores de risco encontrados como a idade avanccedilada a histoacuteria familiar

de fratura de quadril e a presenccedila de osteoporose devem ser acompanhados e combatidos para

tentar-se diminuir o risco para as fraturas Assim como o USO mostrou ser um meacutetodo

confiaacutevel para avaliar o risco para fraturas podendo ser implementado em maior escala do

que a atual Entatildeo acreditamos que novos estudos prospectivos com uma amostra mais

representativa devam ser realizados para se confirmar os fatores associados a fraturas por

fragilidade oacutessea na populaccedilatildeo brasileira para cada vez mais conhecermos o perfil da nossa

populaccedilatildeo e termos subsiacutedios para combater esse agravo

43

9 Referecircncias Bibliograacuteficas

1- Batista F M Rissin A A transiccedilatildeo nutricional no Brasil tendecircncias regionais

e temporais Cad Sauacutede Puacuteblica 2003 19 Suppl 1S181-91

2- Brandatildeo Cynthia M A et al Posiccedilotildees oficiais 2008 da Sociedade Brasileira

de Densitometria Cliacutenica (SBDens) Arq Bras Endocrinol Metab Fev 2009

vol53 no 1 p107-112

3- Buttros DAB Nahas-Neto J Nahas EAP Cangussu LM Barral ABCR

Kawakami MS Fatores de risco para osteoporose em mulheres na poacutes-

menopausa do sudeste brasileiro Rev Bras Ginecol Obstet 2011 33(6)

295-302

4- Castro CHM Pinheiro MM Szejnfeld VL Proacutes e contra da ultra-

sonometria oacutessea de calcacircneo Rev Assoc Med Bras vol46 n1 Satildeo

Paulo JanMar 2000

5- Castro Marise Lazaretti et al Correlaccedilatildeo entre ultrassonometria quantitativa

de calcacircneo e densitometria oacutessea duo-energeacutetica de coluna e fecircmur na

avaliaccedilatildeo oacutessea Arq Bras Endocrinol Metab Jun 1999 vol43 no 3 p205-

209

6- Chan KM Anderson M Lau EMC Exercise interventions defusing the

worlds osteoporosis time bomb Bull World Health Organ 2003 81827-30

7- Clark P Cons-Molina F Delezeacute M et al The prevalence of radiographic

vertebral fractures in Latin American countries the Latin American Vertebral

Osteoporosis Study (LAVOS) Osteoporosis Int 2009 20275-82

8- Cooper C Epidemiology of osteoporosis Osteoporosis Int 1999 2 Suppl2-8

9- De Lorenzi Dino Roberto Soares et al Fatores indicadores da sintomatologia

climateacuterica Rev Bras Ginecol Obstet Jan 2005 vol27 no 1 p7-11

10- Demir B Haberal A Geyik P Baskan B Ozturkoglu E Karacay O et al

Identification of risk factors for osteoporosis among postmenpausal women

Maturitas 2008 60(3-4) 253-6

44

11- Fyhrie DPamp Schaffler MB 1994 Failure mechanisms in human vertebral

cancellous bone Bone 15 105-109

12- Indicadores sociodemograacuteficos e de sauacutede no Brasil IBGE 2009 Portal

httpwwwibgegovbrhomeestatisticapopulacaocenso2000defaultshm a

(acessado em 15abril2012)

13- Indicadores sociodemograficos e de sauacutede no Brasil IBGE 2009 Portal

httpwwwibgegovbrhomeestatisticapopulacaoindic_sociosaude2009ind

icsaudepdf b (acessado em 15abril2012)

14- Instituto de Pesquisa Econocircmica Aplicada ndash IPEA Iacutendice de Desenvolvimento

Humano ndash IDH Rio de Janeiro 2000 Disponiacutevel em wwwipeadatagovbr

(acessado em 01maio2012)

15- International Osteoporosis Foundation Osteoporosis in Europe Indicators of

Progress (2005) Portal httpwwwiofbonehealthorg (acessado em

05nov2011)

16- Johnell O amp Kanis JA An estimate of the worldwide prevalence and

disability associated with osteoporotic fractures Osteoporosis Int 2006

171726ndash1733

17- Kanis JA Johnell O Oden A Johansson H McCloskey E FRAX and the

assessment of fracture probability in men and women from the UK

Osteoporosis Int 200819(4)385-97

18- Lindsay R Silverman SL Cooper C et al Risk of new vertebral fracture in

the year following a fracture JAMA 2001 285320-323

19- NHI (national Institutes of Health) 2001 NHI consensus development panel

on osteoporosis prevention diagnosis and therapy The journal of the

American Medical Association 285 ( 6) 785-795

20- Nuacutecleo de Estudos e Pesquisas em Alimentaccedilatildeo Tabela brasileira de

composiccedilatildeo de alimentos 2ordf Ed Campinas Nuacutecleo de Estudos e Pesquisas em

Alimentaccedilatildeo 2006

45

21- OrsquoNeill TW Felsenbergp D Varlow J Cooper C Kanis JA Silman A J

The Prevalence of Vertebral Deformity in European Men and Women The

European Vertebral Osteoporosis Study J Bone Miner Res

199611101amp1018

22- Oliveira PP Klumb EM and Marinheiro L P F Prevalecircncia do risco para

fraturas estimado pela ultra-sonometria oacutessea de calcacircneo em uma populaccedilatildeo

de mulheres brasileiras na poacutes-menopausa Cad Sauacutede Puacuteblica Fev 2007

vol23 no 2 p381-390

23- Oliveira PP Monteiro AS Klumb EM and Marinheiro LP F O uso da

ultrassonometria oacutessea de calcacircneo para avaliaccedilatildeo do risco de fratura por

osteoporose Femina (Rio de Janeiro) v32 p613- 616 2004

24- Oliveira PP Marinheiro LPF Wender MCO A epidemiologia das

fraturas por fragilidade oacutessea em uma populaccedilatildeo de mulheres brasileiras na

poacutes-menopausa residentes na cidade de ChapecoacuteSC Revista Brasileira de

Ginecologia e Obstetriacutecia (Impresso) v32 p360 - 360 2010

25- OMS (Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede) 2003 Towars policy for health and

angeing wwwwhointgov (acessado em 10012012)

26- Pesquisa Nacional Por Amostra de Domiciacutelios (PNAD) 2003

wwwibgegovbrhomeestatisticapnad2003coeficiente_brasilshtm

(acessado em 15out2011)

27- Pinheiro MM Castro CM Szejnfeld VL Low femoral bone mineral density

and quantitative ultrasound are risk factores for new osteoporotic fracture and

total and cardiovascular mortality a 5-year population-based study of

Brazilian elderly women J Gerontol A Biol Sci Med Sci 2006 61196-203

28- Pinheiro Marcelo de Medeiros et al FRAXTM construindo uma ideacuteia para o

Brasil Ar Braacutes Endocrinol Metab Ago 2009 vol53 no 6 p783-790

29- Pinheiro Marcelo M et al O impacto da osteoporose no Brasil dados

regionais das fraturas em homens e mulheres adultos - The Brazilian

Osteoporosis Study (BRAZOS) Rev Bras Reumatol Abr 2010a vol50

no2 p113-120

46

30- Pinheiro Marcelo de Medeiros Eis Seacutergio Ragi Epidemiology of

osteoporotic fractures in Brazil what we have and what we need Arq bras

endocrinol metab Mar 2010b 54(2) 164-170

31- Pinheiro Marcelo M Edgard T dos Reis Neto Flaacutevia S Machado Felipe

Omura Jeane H K Yang Jacob Szejnfeld Vera Szejnfeld Risk factors for

osteoporotic fractures and low bone density in pre and postmenopausal women

Rev Sauacutede Puacuteblica 2010c44(3)479-85

32- PNAISM 2004 - Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede da Mulher ndash

Princiacutepios e Diretrizes (2004)

httpportalsaudegovbrportalarquivospdfprotecao_mulheres_conquistas_

portpdf (acessado em 15out2011)

33- Position statement of the North American Menopause Society Menopause

Management of osteoporosis in postmenopausal women Menopause

201017(1)25-54

34- Silva Leticia Krauss Avaliaccedilatildeo tecnoloacutegica em sauacutede densitometria oacutessea e

terapecircuticas alternativas na osteoporose poacutes-menopausa Cad Sauacutede Puacuteblica

[online] 2003 vol19 n4 pp 987-1003 ISSN 0102-311X

35- Silveira Virgiacutenia Angeacutelica Lopes et al Incidecircncia de fratura do quadril em

aacuterea urbana do Nordeste brasileiro Cad Sauacutede Puacuteblica Jun 2005 vol21 no

3 p907-912

36- Speroff L Glass RH Kase NG Clinical gynecologic endocrinology and

infertility 4th ed Baltimore Williams amp Wilkins 1989 p 134-5

37- Tosteson AN Burge RT Marshall DA Lindsay R Therapies for treatment of

osteoporosis in US women cost-effectiveness and budget impact

considerations USA 2008 Sep14(9)605-15

38- Vianna LC Ginecologia Rio de Janeiro Editora MedBook 2ordm Ed 2001

p619-62

39- Word Healh Organization Assessment of fracture risk and its application to

screening for post menopausal osteoporosis Technical report series 843 1999

Geneva WHO

47

40- World Health Organization MEN ageing and health achieving health across

the life span Geneva 2001 Disponiacutevel em

httpwhqlibdocwhointhq2001WHO_NMH_ NPH_012pdf (acessado

20jun2012)

48

10 Anexo 1 - Instrumento de coleta - EVOS (EUROPEAN VERTEBRAL

OSTEOPOROSIS STUDY)

Data _________

Nome________________________________________________________

Endereco_____________________________________________________

Fone _____________ Data de nascimento _________ RG

1- Dados antropomeacutetricos

Peso (Kg) Altura (m) IMC

2- Dados Ginecoloacutegicos

Idade da primeira menstruacao anos

Vocecirc jaacute usou piacutelula anticoncepcional por mais de 3 meses

sim natildeo natildeo sei

Vocecirc jaacute ficou algum periacuteodo em sua vida sem menstruar antes da menopausa (exceto se

gravidez) sim natildeo natildeo sei

Idade da ultima menstruaccedilatildeo anos

Numero de filhos

Vocecirc fez cirurgia para retirar o uacutetero sim com Idade ____ (anos)

natildeo natildeo sei

E para retirar os ovaacuterios (um ou os dois) sim idade ___ (anos)

natildeo natildeo sei

Vocecirc fez reposiccedilatildeo hormonal apos a menopausa sim natildeo natildeo sei

Se sim quando iniciado o periacuteodo foi superior a 1 ano sim natildeo natildeo sei

49

Vocecirc notou os seguintes sintomas na menopausa

calores sim natildeo natildeo sei

depressatildeo sim natildeo natildeo sei

insocircnia sim natildeo natildeo sei

outros sim natildeo natildeo sei

Vocecirc amamentou sim natildeo natildeo sei

Se sim quantas crianccedilas vocecirc amamentou por mais que 3 meses

3- Dados familiares

Em sua famiacutelia (pai matildee irmatildeos) existe historia de fratura de quadril apos os 50 anos de

idade sim natildeo natildeo sei

4- Histoacuteria de fratura

Vocecirc jaacute teve alguma fratura sim natildeo natildeo sei

Se sim em qual sitio esqueleacutetico com que idade e qual foi o tipo de trauma

Sitio Numero Idade (anos) Niacutevel do trauma

Vertebra

Fecircmur (colo trocanter)

Costela

Antebraccedilo

Uacutemero

Pe

Outras

Vocecirc sabe que tem osteoporose sim tenho natildeo natildeo tenho natildeo sei

5- Aacutelcool

Com que frequecircncia vocecirc bebeu no ultimo ano

Diariamente 5-6 dsem 3-4 dsem

50

1 -2 dsem lt 1 dsem nunca

Tipo de bebida destilados (uiacutesque cachaccedila vodka)

fermentados (cerveja vinho)

6- Imobilizaccedilatildeo

Vocecirc jaacute ficou acamado por um periacuteodo superior a 2 meses

sim natildeo natildeo sei

Se sim foi antes ou apos os 25 anos de idade

ano passado nunca

7- Fumo

Vocecirc fumou cigarro ou usou outras formas de fumo (cachimbo ou charuto)

atualmente no passado nunca

Com que idade iniciou anos

Se parou com que idade anos

Numero de cigarrosdia

8- Atividade Fiacutesica

Quantas tempo costuma passar diariamente ao ar livre caminhando ou andando de bicicleta

nenhuma a 1 h superior a 1 h

Qual a sua atividade fiacutesica durante diferentes periacuteodos de sua vida adulta

Ate os 25 anos 25 a 50 anos acima 50 anos

Niacutevel 1 (leve) 2 (moderada) 3 (pesada) 4

(muito pesada)

9- Impacto

Como vocecirc descreveria sua sauacutede geral neste momento

muito boa boa satisfatoacuteria regular ruim

10- Interrogatoacuterio sobre drogas

51

Vocecirc jaacute usou alguma medicaccedilatildeo oral ou injetaacutevel contendo corticosteroides por mais de 3

meses sim natildeo natildeo sei

Vocecirc jaacute usou alguma desses remeacutedios

Droga sim natildeo sei tempo

(meses)

parou ha quanto tempo

Hormocircnios

masculinos

Hormocircnios

femininos

Calcitonina

Fluacuteor

Caacutelcio

Vitamina D

Anabolizantes

Diureacuteticos

tiazidicos

11- Ingestatildeo de caacutelcio

Com que frequecircncia vocecirc comeu produtos derivados do leite na semana passada

(diassemana)

queijo amarelo queijo branco iogurte leite sorvete

Para os periacuteodos indicados abaixo com que frequecircncia vocecirc recebeu leite

ate 25 anos 25 a 50 anos Acima de 50 anos

Todas as refeiccedilotildees (3 ou + coposdia)

1-2 coposdia

52

Toda semana mas natildeo todo dia

lt 1 vezsemana

53

11 Anexo 2 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Projeto de Pesquisa Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade

oacutessea em mulheres na menopausa

Pesquisador responsaacutevel Dra Lizanka Paola F Marinheiro

Instituiccedilatildeo responsaacutevel Instituto Fernandes Figueira

Vocecirc estaacute sendo convidado a participar do projeto de pesquisa intitulado

Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea em mulheres na

menopausa por que vocecirc participou do estudo anterior realizado haacute 7 anos sobre a

osteoporose e suas consequumlecircncias

54

A osteoporose e uma doenccedila que se caracteriza pela diminuiccedilatildeo da resistecircncia do osso

tornando-o mais fraacutegil Essa fragilidade aumenta o risco da pessoa que tem osteoporose de ter

fraturas mesmo com atividades comuns como tossir ou espirrar

Com isso esse trabalho deseja avaliar a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea na

populaccedilatildeo de mulheres na poacutes menopausa residente da Ilha de Paquetaacute apoacutes 7 anos de

seguimento do uacuteltimo estudo transversal

Vocecirc natildeo eacute obrigada a participar Mas se quiser vocecirc teraacute que responder a um

questionaacuterio Para participar vocecirc natildeo teraacute que pagar nada O resultado seraacute fornecido apenas

a vocecirc ningueacutem mais saberaacute Suas duvidas seratildeo esclarecidas e vocecirc devera continuar

acompanhamento com seu meacutedico assistente Se vocecirc natildeo quiser participar natildeo seraacute

submetida a nenhum constrangimento fiacutesico ou moral e seu atendimento no posto de sauacutede

natildeo seraacute prejudicado A participante poderaacute se retirar do estudo a qualquer momento que

julgar necessaacuterio sem prejuiacutezo para a mesma O resultado de toda a pesquisa seraacute divulgada e

atraveacutes de artigos cientiacuteficos em revistas encontros congressos ou similares sem a

divulgaccedilatildeo dos nomes de quem participou de forma sigilosa

Sua participaccedilatildeo no estudo natildeo implicaraacute em custos adicionais O (A) Sr (a) natildeo teraacute

qualquer despesa com a realizaccedilatildeo dos procedimentos previstos neste estudo que seratildeo

custeados pelo pesquisador responsaacutevel Tambeacutem natildeo haveraacute nenhuma forma de pagamento

pela sua participaccedilatildeo

Caso surja alguma duacutevida quanto agrave eacutetica do estudo o (a) Sr(a) deveraacute se reportar ao

Comitecirc de Eacutetica em Pesquisas envolvendo seres humanos ndash subordinado ao Conselho

Nacional de Eacutetica em Pesquisa oacutergatildeo do Ministeacuterio da Sauacutede atraveacutes de solicitaccedilatildeo ao

representante de pesquisa que estaraacute sob contato permanente ou contactando o Comitecirc de

Eacutetica em Pesquisa desta instituiccedilatildeo no telefone (21) 3971-1590 Eacute assegurado o completo

55

sigilo de sua identidade quanto a sua participaccedilatildeo neste estudo incluindo a eventualidade da

apresentaccedilatildeo dos resultados deste estudo em congressos e perioacutedicos cientiacuteficos

Eu________________________________________________________________________

residente do endereccedilo__________________________ fui informada dos objetivos e da

justificativa deste trabalho de forma clara e detalhada pela Dra Adriana de Mattos V da

Costa Recebi informaccedilotildees especificas sobre cada procedimento no qual estarei envolvida

dos desconfortos e riscos previstos tanto quanto dos benefiacutecios esperados Todas as minhas

duvidas foram respondidas com clareza e sei que poderei solicitar novos esclarecimentos a

qualquer momento Aleacutem disso sei que novas informaccedilotildees obtidas durante o estudo me seratildeo

fornecidas e que terei liberdade de retirar meu consentimento de participaccedilatildeo face a estas

informaccedilotildees sem prejuiacutezo para mim Aleacutem disto me foi entregue uma coacutepia da folha de

informaccedilotildees para os participantes a qual li compreendi e me deu plena liberdade para decidir

acerca da minha espontacircnea participaccedilatildeo nesta pesquisa Minha identidade jamais seraacute

publicada Os dados colhidos poderatildeo ser examinados por pessoas envolvidas no estudo com

autorizaccedilatildeo delegada do investigador e por pessoas delegadas pelo patrocinador Estou

recebendo uma coacutepia assinada deste Termo

Os pesquisadores responsaacuteveis pelo Projeto satildeo a Dra Lizanka Paola F Marinheiro e

sua aluna a Dra Adriana de Mattos Viveiros da Costa

56

Participante

Nome _________________________________

Assinatura________________________________

Data_________________________________________

Investigador

Nome____________________________________

Assinatura________________________________

Data_______________________________________

Pesquisadora

Nome______________________________________

Assinatura___________________________________

Data__________________________________________

Dra Lizanka Paola F Marinheiro

lizankaglobocom

tel 25541700

Dra Adriana de Mattos Vda Costa

adrianamattosmedyahoocombr

tel 87273315

Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa

Rua Afonso Cavalcanti 455 sala 710 ndash Cidade Nova -

Telefone 3971-1463

43

9 Referecircncias Bibliograacuteficas

1- Batista F M Rissin A A transiccedilatildeo nutricional no Brasil tendecircncias regionais

e temporais Cad Sauacutede Puacuteblica 2003 19 Suppl 1S181-91

2- Brandatildeo Cynthia M A et al Posiccedilotildees oficiais 2008 da Sociedade Brasileira

de Densitometria Cliacutenica (SBDens) Arq Bras Endocrinol Metab Fev 2009

vol53 no 1 p107-112

3- Buttros DAB Nahas-Neto J Nahas EAP Cangussu LM Barral ABCR

Kawakami MS Fatores de risco para osteoporose em mulheres na poacutes-

menopausa do sudeste brasileiro Rev Bras Ginecol Obstet 2011 33(6)

295-302

4- Castro CHM Pinheiro MM Szejnfeld VL Proacutes e contra da ultra-

sonometria oacutessea de calcacircneo Rev Assoc Med Bras vol46 n1 Satildeo

Paulo JanMar 2000

5- Castro Marise Lazaretti et al Correlaccedilatildeo entre ultrassonometria quantitativa

de calcacircneo e densitometria oacutessea duo-energeacutetica de coluna e fecircmur na

avaliaccedilatildeo oacutessea Arq Bras Endocrinol Metab Jun 1999 vol43 no 3 p205-

209

6- Chan KM Anderson M Lau EMC Exercise interventions defusing the

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7- Clark P Cons-Molina F Delezeacute M et al The prevalence of radiographic

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Osteoporosis Study (LAVOS) Osteoporosis Int 2009 20275-82

8- Cooper C Epidemiology of osteoporosis Osteoporosis Int 1999 2 Suppl2-8

9- De Lorenzi Dino Roberto Soares et al Fatores indicadores da sintomatologia

climateacuterica Rev Bras Ginecol Obstet Jan 2005 vol27 no 1 p7-11

10- Demir B Haberal A Geyik P Baskan B Ozturkoglu E Karacay O et al

Identification of risk factors for osteoporosis among postmenpausal women

Maturitas 2008 60(3-4) 253-6

44

11- Fyhrie DPamp Schaffler MB 1994 Failure mechanisms in human vertebral

cancellous bone Bone 15 105-109

12- Indicadores sociodemograacuteficos e de sauacutede no Brasil IBGE 2009 Portal

httpwwwibgegovbrhomeestatisticapopulacaocenso2000defaultshm a

(acessado em 15abril2012)

13- Indicadores sociodemograficos e de sauacutede no Brasil IBGE 2009 Portal

httpwwwibgegovbrhomeestatisticapopulacaoindic_sociosaude2009ind

icsaudepdf b (acessado em 15abril2012)

14- Instituto de Pesquisa Econocircmica Aplicada ndash IPEA Iacutendice de Desenvolvimento

Humano ndash IDH Rio de Janeiro 2000 Disponiacutevel em wwwipeadatagovbr

(acessado em 01maio2012)

15- International Osteoporosis Foundation Osteoporosis in Europe Indicators of

Progress (2005) Portal httpwwwiofbonehealthorg (acessado em

05nov2011)

16- Johnell O amp Kanis JA An estimate of the worldwide prevalence and

disability associated with osteoporotic fractures Osteoporosis Int 2006

171726ndash1733

17- Kanis JA Johnell O Oden A Johansson H McCloskey E FRAX and the

assessment of fracture probability in men and women from the UK

Osteoporosis Int 200819(4)385-97

18- Lindsay R Silverman SL Cooper C et al Risk of new vertebral fracture in

the year following a fracture JAMA 2001 285320-323

19- NHI (national Institutes of Health) 2001 NHI consensus development panel

on osteoporosis prevention diagnosis and therapy The journal of the

American Medical Association 285 ( 6) 785-795

20- Nuacutecleo de Estudos e Pesquisas em Alimentaccedilatildeo Tabela brasileira de

composiccedilatildeo de alimentos 2ordf Ed Campinas Nuacutecleo de Estudos e Pesquisas em

Alimentaccedilatildeo 2006

45

21- OrsquoNeill TW Felsenbergp D Varlow J Cooper C Kanis JA Silman A J

The Prevalence of Vertebral Deformity in European Men and Women The

European Vertebral Osteoporosis Study J Bone Miner Res

199611101amp1018

22- Oliveira PP Klumb EM and Marinheiro L P F Prevalecircncia do risco para

fraturas estimado pela ultra-sonometria oacutessea de calcacircneo em uma populaccedilatildeo

de mulheres brasileiras na poacutes-menopausa Cad Sauacutede Puacuteblica Fev 2007

vol23 no 2 p381-390

23- Oliveira PP Monteiro AS Klumb EM and Marinheiro LP F O uso da

ultrassonometria oacutessea de calcacircneo para avaliaccedilatildeo do risco de fratura por

osteoporose Femina (Rio de Janeiro) v32 p613- 616 2004

24- Oliveira PP Marinheiro LPF Wender MCO A epidemiologia das

fraturas por fragilidade oacutessea em uma populaccedilatildeo de mulheres brasileiras na

poacutes-menopausa residentes na cidade de ChapecoacuteSC Revista Brasileira de

Ginecologia e Obstetriacutecia (Impresso) v32 p360 - 360 2010

25- OMS (Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede) 2003 Towars policy for health and

angeing wwwwhointgov (acessado em 10012012)

26- Pesquisa Nacional Por Amostra de Domiciacutelios (PNAD) 2003

wwwibgegovbrhomeestatisticapnad2003coeficiente_brasilshtm

(acessado em 15out2011)

27- Pinheiro MM Castro CM Szejnfeld VL Low femoral bone mineral density

and quantitative ultrasound are risk factores for new osteoporotic fracture and

total and cardiovascular mortality a 5-year population-based study of

Brazilian elderly women J Gerontol A Biol Sci Med Sci 2006 61196-203

28- Pinheiro Marcelo de Medeiros et al FRAXTM construindo uma ideacuteia para o

Brasil Ar Braacutes Endocrinol Metab Ago 2009 vol53 no 6 p783-790

29- Pinheiro Marcelo M et al O impacto da osteoporose no Brasil dados

regionais das fraturas em homens e mulheres adultos - The Brazilian

Osteoporosis Study (BRAZOS) Rev Bras Reumatol Abr 2010a vol50

no2 p113-120

46

30- Pinheiro Marcelo de Medeiros Eis Seacutergio Ragi Epidemiology of

osteoporotic fractures in Brazil what we have and what we need Arq bras

endocrinol metab Mar 2010b 54(2) 164-170

31- Pinheiro Marcelo M Edgard T dos Reis Neto Flaacutevia S Machado Felipe

Omura Jeane H K Yang Jacob Szejnfeld Vera Szejnfeld Risk factors for

osteoporotic fractures and low bone density in pre and postmenopausal women

Rev Sauacutede Puacuteblica 2010c44(3)479-85

32- PNAISM 2004 - Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede da Mulher ndash

Princiacutepios e Diretrizes (2004)

httpportalsaudegovbrportalarquivospdfprotecao_mulheres_conquistas_

portpdf (acessado em 15out2011)

33- Position statement of the North American Menopause Society Menopause

Management of osteoporosis in postmenopausal women Menopause

201017(1)25-54

34- Silva Leticia Krauss Avaliaccedilatildeo tecnoloacutegica em sauacutede densitometria oacutessea e

terapecircuticas alternativas na osteoporose poacutes-menopausa Cad Sauacutede Puacuteblica

[online] 2003 vol19 n4 pp 987-1003 ISSN 0102-311X

35- Silveira Virgiacutenia Angeacutelica Lopes et al Incidecircncia de fratura do quadril em

aacuterea urbana do Nordeste brasileiro Cad Sauacutede Puacuteblica Jun 2005 vol21 no

3 p907-912

36- Speroff L Glass RH Kase NG Clinical gynecologic endocrinology and

infertility 4th ed Baltimore Williams amp Wilkins 1989 p 134-5

37- Tosteson AN Burge RT Marshall DA Lindsay R Therapies for treatment of

osteoporosis in US women cost-effectiveness and budget impact

considerations USA 2008 Sep14(9)605-15

38- Vianna LC Ginecologia Rio de Janeiro Editora MedBook 2ordm Ed 2001

p619-62

39- Word Healh Organization Assessment of fracture risk and its application to

screening for post menopausal osteoporosis Technical report series 843 1999

Geneva WHO

47

40- World Health Organization MEN ageing and health achieving health across

the life span Geneva 2001 Disponiacutevel em

httpwhqlibdocwhointhq2001WHO_NMH_ NPH_012pdf (acessado

20jun2012)

48

10 Anexo 1 - Instrumento de coleta - EVOS (EUROPEAN VERTEBRAL

OSTEOPOROSIS STUDY)

Data _________

Nome________________________________________________________

Endereco_____________________________________________________

Fone _____________ Data de nascimento _________ RG

1- Dados antropomeacutetricos

Peso (Kg) Altura (m) IMC

2- Dados Ginecoloacutegicos

Idade da primeira menstruacao anos

Vocecirc jaacute usou piacutelula anticoncepcional por mais de 3 meses

sim natildeo natildeo sei

Vocecirc jaacute ficou algum periacuteodo em sua vida sem menstruar antes da menopausa (exceto se

gravidez) sim natildeo natildeo sei

Idade da ultima menstruaccedilatildeo anos

Numero de filhos

Vocecirc fez cirurgia para retirar o uacutetero sim com Idade ____ (anos)

natildeo natildeo sei

E para retirar os ovaacuterios (um ou os dois) sim idade ___ (anos)

natildeo natildeo sei

Vocecirc fez reposiccedilatildeo hormonal apos a menopausa sim natildeo natildeo sei

Se sim quando iniciado o periacuteodo foi superior a 1 ano sim natildeo natildeo sei

49

Vocecirc notou os seguintes sintomas na menopausa

calores sim natildeo natildeo sei

depressatildeo sim natildeo natildeo sei

insocircnia sim natildeo natildeo sei

outros sim natildeo natildeo sei

Vocecirc amamentou sim natildeo natildeo sei

Se sim quantas crianccedilas vocecirc amamentou por mais que 3 meses

3- Dados familiares

Em sua famiacutelia (pai matildee irmatildeos) existe historia de fratura de quadril apos os 50 anos de

idade sim natildeo natildeo sei

4- Histoacuteria de fratura

Vocecirc jaacute teve alguma fratura sim natildeo natildeo sei

Se sim em qual sitio esqueleacutetico com que idade e qual foi o tipo de trauma

Sitio Numero Idade (anos) Niacutevel do trauma

Vertebra

Fecircmur (colo trocanter)

Costela

Antebraccedilo

Uacutemero

Pe

Outras

Vocecirc sabe que tem osteoporose sim tenho natildeo natildeo tenho natildeo sei

5- Aacutelcool

Com que frequecircncia vocecirc bebeu no ultimo ano

Diariamente 5-6 dsem 3-4 dsem

50

1 -2 dsem lt 1 dsem nunca

Tipo de bebida destilados (uiacutesque cachaccedila vodka)

fermentados (cerveja vinho)

6- Imobilizaccedilatildeo

Vocecirc jaacute ficou acamado por um periacuteodo superior a 2 meses

sim natildeo natildeo sei

Se sim foi antes ou apos os 25 anos de idade

ano passado nunca

7- Fumo

Vocecirc fumou cigarro ou usou outras formas de fumo (cachimbo ou charuto)

atualmente no passado nunca

Com que idade iniciou anos

Se parou com que idade anos

Numero de cigarrosdia

8- Atividade Fiacutesica

Quantas tempo costuma passar diariamente ao ar livre caminhando ou andando de bicicleta

nenhuma a 1 h superior a 1 h

Qual a sua atividade fiacutesica durante diferentes periacuteodos de sua vida adulta

Ate os 25 anos 25 a 50 anos acima 50 anos

Niacutevel 1 (leve) 2 (moderada) 3 (pesada) 4

(muito pesada)

9- Impacto

Como vocecirc descreveria sua sauacutede geral neste momento

muito boa boa satisfatoacuteria regular ruim

10- Interrogatoacuterio sobre drogas

51

Vocecirc jaacute usou alguma medicaccedilatildeo oral ou injetaacutevel contendo corticosteroides por mais de 3

meses sim natildeo natildeo sei

Vocecirc jaacute usou alguma desses remeacutedios

Droga sim natildeo sei tempo

(meses)

parou ha quanto tempo

Hormocircnios

masculinos

Hormocircnios

femininos

Calcitonina

Fluacuteor

Caacutelcio

Vitamina D

Anabolizantes

Diureacuteticos

tiazidicos

11- Ingestatildeo de caacutelcio

Com que frequecircncia vocecirc comeu produtos derivados do leite na semana passada

(diassemana)

queijo amarelo queijo branco iogurte leite sorvete

Para os periacuteodos indicados abaixo com que frequecircncia vocecirc recebeu leite

ate 25 anos 25 a 50 anos Acima de 50 anos

Todas as refeiccedilotildees (3 ou + coposdia)

1-2 coposdia

52

Toda semana mas natildeo todo dia

lt 1 vezsemana

53

11 Anexo 2 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Projeto de Pesquisa Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade

oacutessea em mulheres na menopausa

Pesquisador responsaacutevel Dra Lizanka Paola F Marinheiro

Instituiccedilatildeo responsaacutevel Instituto Fernandes Figueira

Vocecirc estaacute sendo convidado a participar do projeto de pesquisa intitulado

Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea em mulheres na

menopausa por que vocecirc participou do estudo anterior realizado haacute 7 anos sobre a

osteoporose e suas consequumlecircncias

54

A osteoporose e uma doenccedila que se caracteriza pela diminuiccedilatildeo da resistecircncia do osso

tornando-o mais fraacutegil Essa fragilidade aumenta o risco da pessoa que tem osteoporose de ter

fraturas mesmo com atividades comuns como tossir ou espirrar

Com isso esse trabalho deseja avaliar a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea na

populaccedilatildeo de mulheres na poacutes menopausa residente da Ilha de Paquetaacute apoacutes 7 anos de

seguimento do uacuteltimo estudo transversal

Vocecirc natildeo eacute obrigada a participar Mas se quiser vocecirc teraacute que responder a um

questionaacuterio Para participar vocecirc natildeo teraacute que pagar nada O resultado seraacute fornecido apenas

a vocecirc ningueacutem mais saberaacute Suas duvidas seratildeo esclarecidas e vocecirc devera continuar

acompanhamento com seu meacutedico assistente Se vocecirc natildeo quiser participar natildeo seraacute

submetida a nenhum constrangimento fiacutesico ou moral e seu atendimento no posto de sauacutede

natildeo seraacute prejudicado A participante poderaacute se retirar do estudo a qualquer momento que

julgar necessaacuterio sem prejuiacutezo para a mesma O resultado de toda a pesquisa seraacute divulgada e

atraveacutes de artigos cientiacuteficos em revistas encontros congressos ou similares sem a

divulgaccedilatildeo dos nomes de quem participou de forma sigilosa

Sua participaccedilatildeo no estudo natildeo implicaraacute em custos adicionais O (A) Sr (a) natildeo teraacute

qualquer despesa com a realizaccedilatildeo dos procedimentos previstos neste estudo que seratildeo

custeados pelo pesquisador responsaacutevel Tambeacutem natildeo haveraacute nenhuma forma de pagamento

pela sua participaccedilatildeo

Caso surja alguma duacutevida quanto agrave eacutetica do estudo o (a) Sr(a) deveraacute se reportar ao

Comitecirc de Eacutetica em Pesquisas envolvendo seres humanos ndash subordinado ao Conselho

Nacional de Eacutetica em Pesquisa oacutergatildeo do Ministeacuterio da Sauacutede atraveacutes de solicitaccedilatildeo ao

representante de pesquisa que estaraacute sob contato permanente ou contactando o Comitecirc de

Eacutetica em Pesquisa desta instituiccedilatildeo no telefone (21) 3971-1590 Eacute assegurado o completo

55

sigilo de sua identidade quanto a sua participaccedilatildeo neste estudo incluindo a eventualidade da

apresentaccedilatildeo dos resultados deste estudo em congressos e perioacutedicos cientiacuteficos

Eu________________________________________________________________________

residente do endereccedilo__________________________ fui informada dos objetivos e da

justificativa deste trabalho de forma clara e detalhada pela Dra Adriana de Mattos V da

Costa Recebi informaccedilotildees especificas sobre cada procedimento no qual estarei envolvida

dos desconfortos e riscos previstos tanto quanto dos benefiacutecios esperados Todas as minhas

duvidas foram respondidas com clareza e sei que poderei solicitar novos esclarecimentos a

qualquer momento Aleacutem disso sei que novas informaccedilotildees obtidas durante o estudo me seratildeo

fornecidas e que terei liberdade de retirar meu consentimento de participaccedilatildeo face a estas

informaccedilotildees sem prejuiacutezo para mim Aleacutem disto me foi entregue uma coacutepia da folha de

informaccedilotildees para os participantes a qual li compreendi e me deu plena liberdade para decidir

acerca da minha espontacircnea participaccedilatildeo nesta pesquisa Minha identidade jamais seraacute

publicada Os dados colhidos poderatildeo ser examinados por pessoas envolvidas no estudo com

autorizaccedilatildeo delegada do investigador e por pessoas delegadas pelo patrocinador Estou

recebendo uma coacutepia assinada deste Termo

Os pesquisadores responsaacuteveis pelo Projeto satildeo a Dra Lizanka Paola F Marinheiro e

sua aluna a Dra Adriana de Mattos Viveiros da Costa

56

Participante

Nome _________________________________

Assinatura________________________________

Data_________________________________________

Investigador

Nome____________________________________

Assinatura________________________________

Data_______________________________________

Pesquisadora

Nome______________________________________

Assinatura___________________________________

Data__________________________________________

Dra Lizanka Paola F Marinheiro

lizankaglobocom

tel 25541700

Dra Adriana de Mattos Vda Costa

adrianamattosmedyahoocombr

tel 87273315

Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa

Rua Afonso Cavalcanti 455 sala 710 ndash Cidade Nova -

Telefone 3971-1463

44

11- Fyhrie DPamp Schaffler MB 1994 Failure mechanisms in human vertebral

cancellous bone Bone 15 105-109

12- Indicadores sociodemograacuteficos e de sauacutede no Brasil IBGE 2009 Portal

httpwwwibgegovbrhomeestatisticapopulacaocenso2000defaultshm a

(acessado em 15abril2012)

13- Indicadores sociodemograficos e de sauacutede no Brasil IBGE 2009 Portal

httpwwwibgegovbrhomeestatisticapopulacaoindic_sociosaude2009ind

icsaudepdf b (acessado em 15abril2012)

14- Instituto de Pesquisa Econocircmica Aplicada ndash IPEA Iacutendice de Desenvolvimento

Humano ndash IDH Rio de Janeiro 2000 Disponiacutevel em wwwipeadatagovbr

(acessado em 01maio2012)

15- International Osteoporosis Foundation Osteoporosis in Europe Indicators of

Progress (2005) Portal httpwwwiofbonehealthorg (acessado em

05nov2011)

16- Johnell O amp Kanis JA An estimate of the worldwide prevalence and

disability associated with osteoporotic fractures Osteoporosis Int 2006

171726ndash1733

17- Kanis JA Johnell O Oden A Johansson H McCloskey E FRAX and the

assessment of fracture probability in men and women from the UK

Osteoporosis Int 200819(4)385-97

18- Lindsay R Silverman SL Cooper C et al Risk of new vertebral fracture in

the year following a fracture JAMA 2001 285320-323

19- NHI (national Institutes of Health) 2001 NHI consensus development panel

on osteoporosis prevention diagnosis and therapy The journal of the

American Medical Association 285 ( 6) 785-795

20- Nuacutecleo de Estudos e Pesquisas em Alimentaccedilatildeo Tabela brasileira de

composiccedilatildeo de alimentos 2ordf Ed Campinas Nuacutecleo de Estudos e Pesquisas em

Alimentaccedilatildeo 2006

45

21- OrsquoNeill TW Felsenbergp D Varlow J Cooper C Kanis JA Silman A J

The Prevalence of Vertebral Deformity in European Men and Women The

European Vertebral Osteoporosis Study J Bone Miner Res

199611101amp1018

22- Oliveira PP Klumb EM and Marinheiro L P F Prevalecircncia do risco para

fraturas estimado pela ultra-sonometria oacutessea de calcacircneo em uma populaccedilatildeo

de mulheres brasileiras na poacutes-menopausa Cad Sauacutede Puacuteblica Fev 2007

vol23 no 2 p381-390

23- Oliveira PP Monteiro AS Klumb EM and Marinheiro LP F O uso da

ultrassonometria oacutessea de calcacircneo para avaliaccedilatildeo do risco de fratura por

osteoporose Femina (Rio de Janeiro) v32 p613- 616 2004

24- Oliveira PP Marinheiro LPF Wender MCO A epidemiologia das

fraturas por fragilidade oacutessea em uma populaccedilatildeo de mulheres brasileiras na

poacutes-menopausa residentes na cidade de ChapecoacuteSC Revista Brasileira de

Ginecologia e Obstetriacutecia (Impresso) v32 p360 - 360 2010

25- OMS (Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede) 2003 Towars policy for health and

angeing wwwwhointgov (acessado em 10012012)

26- Pesquisa Nacional Por Amostra de Domiciacutelios (PNAD) 2003

wwwibgegovbrhomeestatisticapnad2003coeficiente_brasilshtm

(acessado em 15out2011)

27- Pinheiro MM Castro CM Szejnfeld VL Low femoral bone mineral density

and quantitative ultrasound are risk factores for new osteoporotic fracture and

total and cardiovascular mortality a 5-year population-based study of

Brazilian elderly women J Gerontol A Biol Sci Med Sci 2006 61196-203

28- Pinheiro Marcelo de Medeiros et al FRAXTM construindo uma ideacuteia para o

Brasil Ar Braacutes Endocrinol Metab Ago 2009 vol53 no 6 p783-790

29- Pinheiro Marcelo M et al O impacto da osteoporose no Brasil dados

regionais das fraturas em homens e mulheres adultos - The Brazilian

Osteoporosis Study (BRAZOS) Rev Bras Reumatol Abr 2010a vol50

no2 p113-120

46

30- Pinheiro Marcelo de Medeiros Eis Seacutergio Ragi Epidemiology of

osteoporotic fractures in Brazil what we have and what we need Arq bras

endocrinol metab Mar 2010b 54(2) 164-170

31- Pinheiro Marcelo M Edgard T dos Reis Neto Flaacutevia S Machado Felipe

Omura Jeane H K Yang Jacob Szejnfeld Vera Szejnfeld Risk factors for

osteoporotic fractures and low bone density in pre and postmenopausal women

Rev Sauacutede Puacuteblica 2010c44(3)479-85

32- PNAISM 2004 - Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede da Mulher ndash

Princiacutepios e Diretrizes (2004)

httpportalsaudegovbrportalarquivospdfprotecao_mulheres_conquistas_

portpdf (acessado em 15out2011)

33- Position statement of the North American Menopause Society Menopause

Management of osteoporosis in postmenopausal women Menopause

201017(1)25-54

34- Silva Leticia Krauss Avaliaccedilatildeo tecnoloacutegica em sauacutede densitometria oacutessea e

terapecircuticas alternativas na osteoporose poacutes-menopausa Cad Sauacutede Puacuteblica

[online] 2003 vol19 n4 pp 987-1003 ISSN 0102-311X

35- Silveira Virgiacutenia Angeacutelica Lopes et al Incidecircncia de fratura do quadril em

aacuterea urbana do Nordeste brasileiro Cad Sauacutede Puacuteblica Jun 2005 vol21 no

3 p907-912

36- Speroff L Glass RH Kase NG Clinical gynecologic endocrinology and

infertility 4th ed Baltimore Williams amp Wilkins 1989 p 134-5

37- Tosteson AN Burge RT Marshall DA Lindsay R Therapies for treatment of

osteoporosis in US women cost-effectiveness and budget impact

considerations USA 2008 Sep14(9)605-15

38- Vianna LC Ginecologia Rio de Janeiro Editora MedBook 2ordm Ed 2001

p619-62

39- Word Healh Organization Assessment of fracture risk and its application to

screening for post menopausal osteoporosis Technical report series 843 1999

Geneva WHO

47

40- World Health Organization MEN ageing and health achieving health across

the life span Geneva 2001 Disponiacutevel em

httpwhqlibdocwhointhq2001WHO_NMH_ NPH_012pdf (acessado

20jun2012)

48

10 Anexo 1 - Instrumento de coleta - EVOS (EUROPEAN VERTEBRAL

OSTEOPOROSIS STUDY)

Data _________

Nome________________________________________________________

Endereco_____________________________________________________

Fone _____________ Data de nascimento _________ RG

1- Dados antropomeacutetricos

Peso (Kg) Altura (m) IMC

2- Dados Ginecoloacutegicos

Idade da primeira menstruacao anos

Vocecirc jaacute usou piacutelula anticoncepcional por mais de 3 meses

sim natildeo natildeo sei

Vocecirc jaacute ficou algum periacuteodo em sua vida sem menstruar antes da menopausa (exceto se

gravidez) sim natildeo natildeo sei

Idade da ultima menstruaccedilatildeo anos

Numero de filhos

Vocecirc fez cirurgia para retirar o uacutetero sim com Idade ____ (anos)

natildeo natildeo sei

E para retirar os ovaacuterios (um ou os dois) sim idade ___ (anos)

natildeo natildeo sei

Vocecirc fez reposiccedilatildeo hormonal apos a menopausa sim natildeo natildeo sei

Se sim quando iniciado o periacuteodo foi superior a 1 ano sim natildeo natildeo sei

49

Vocecirc notou os seguintes sintomas na menopausa

calores sim natildeo natildeo sei

depressatildeo sim natildeo natildeo sei

insocircnia sim natildeo natildeo sei

outros sim natildeo natildeo sei

Vocecirc amamentou sim natildeo natildeo sei

Se sim quantas crianccedilas vocecirc amamentou por mais que 3 meses

3- Dados familiares

Em sua famiacutelia (pai matildee irmatildeos) existe historia de fratura de quadril apos os 50 anos de

idade sim natildeo natildeo sei

4- Histoacuteria de fratura

Vocecirc jaacute teve alguma fratura sim natildeo natildeo sei

Se sim em qual sitio esqueleacutetico com que idade e qual foi o tipo de trauma

Sitio Numero Idade (anos) Niacutevel do trauma

Vertebra

Fecircmur (colo trocanter)

Costela

Antebraccedilo

Uacutemero

Pe

Outras

Vocecirc sabe que tem osteoporose sim tenho natildeo natildeo tenho natildeo sei

5- Aacutelcool

Com que frequecircncia vocecirc bebeu no ultimo ano

Diariamente 5-6 dsem 3-4 dsem

50

1 -2 dsem lt 1 dsem nunca

Tipo de bebida destilados (uiacutesque cachaccedila vodka)

fermentados (cerveja vinho)

6- Imobilizaccedilatildeo

Vocecirc jaacute ficou acamado por um periacuteodo superior a 2 meses

sim natildeo natildeo sei

Se sim foi antes ou apos os 25 anos de idade

ano passado nunca

7- Fumo

Vocecirc fumou cigarro ou usou outras formas de fumo (cachimbo ou charuto)

atualmente no passado nunca

Com que idade iniciou anos

Se parou com que idade anos

Numero de cigarrosdia

8- Atividade Fiacutesica

Quantas tempo costuma passar diariamente ao ar livre caminhando ou andando de bicicleta

nenhuma a 1 h superior a 1 h

Qual a sua atividade fiacutesica durante diferentes periacuteodos de sua vida adulta

Ate os 25 anos 25 a 50 anos acima 50 anos

Niacutevel 1 (leve) 2 (moderada) 3 (pesada) 4

(muito pesada)

9- Impacto

Como vocecirc descreveria sua sauacutede geral neste momento

muito boa boa satisfatoacuteria regular ruim

10- Interrogatoacuterio sobre drogas

51

Vocecirc jaacute usou alguma medicaccedilatildeo oral ou injetaacutevel contendo corticosteroides por mais de 3

meses sim natildeo natildeo sei

Vocecirc jaacute usou alguma desses remeacutedios

Droga sim natildeo sei tempo

(meses)

parou ha quanto tempo

Hormocircnios

masculinos

Hormocircnios

femininos

Calcitonina

Fluacuteor

Caacutelcio

Vitamina D

Anabolizantes

Diureacuteticos

tiazidicos

11- Ingestatildeo de caacutelcio

Com que frequecircncia vocecirc comeu produtos derivados do leite na semana passada

(diassemana)

queijo amarelo queijo branco iogurte leite sorvete

Para os periacuteodos indicados abaixo com que frequecircncia vocecirc recebeu leite

ate 25 anos 25 a 50 anos Acima de 50 anos

Todas as refeiccedilotildees (3 ou + coposdia)

1-2 coposdia

52

Toda semana mas natildeo todo dia

lt 1 vezsemana

53

11 Anexo 2 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Projeto de Pesquisa Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade

oacutessea em mulheres na menopausa

Pesquisador responsaacutevel Dra Lizanka Paola F Marinheiro

Instituiccedilatildeo responsaacutevel Instituto Fernandes Figueira

Vocecirc estaacute sendo convidado a participar do projeto de pesquisa intitulado

Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea em mulheres na

menopausa por que vocecirc participou do estudo anterior realizado haacute 7 anos sobre a

osteoporose e suas consequumlecircncias

54

A osteoporose e uma doenccedila que se caracteriza pela diminuiccedilatildeo da resistecircncia do osso

tornando-o mais fraacutegil Essa fragilidade aumenta o risco da pessoa que tem osteoporose de ter

fraturas mesmo com atividades comuns como tossir ou espirrar

Com isso esse trabalho deseja avaliar a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea na

populaccedilatildeo de mulheres na poacutes menopausa residente da Ilha de Paquetaacute apoacutes 7 anos de

seguimento do uacuteltimo estudo transversal

Vocecirc natildeo eacute obrigada a participar Mas se quiser vocecirc teraacute que responder a um

questionaacuterio Para participar vocecirc natildeo teraacute que pagar nada O resultado seraacute fornecido apenas

a vocecirc ningueacutem mais saberaacute Suas duvidas seratildeo esclarecidas e vocecirc devera continuar

acompanhamento com seu meacutedico assistente Se vocecirc natildeo quiser participar natildeo seraacute

submetida a nenhum constrangimento fiacutesico ou moral e seu atendimento no posto de sauacutede

natildeo seraacute prejudicado A participante poderaacute se retirar do estudo a qualquer momento que

julgar necessaacuterio sem prejuiacutezo para a mesma O resultado de toda a pesquisa seraacute divulgada e

atraveacutes de artigos cientiacuteficos em revistas encontros congressos ou similares sem a

divulgaccedilatildeo dos nomes de quem participou de forma sigilosa

Sua participaccedilatildeo no estudo natildeo implicaraacute em custos adicionais O (A) Sr (a) natildeo teraacute

qualquer despesa com a realizaccedilatildeo dos procedimentos previstos neste estudo que seratildeo

custeados pelo pesquisador responsaacutevel Tambeacutem natildeo haveraacute nenhuma forma de pagamento

pela sua participaccedilatildeo

Caso surja alguma duacutevida quanto agrave eacutetica do estudo o (a) Sr(a) deveraacute se reportar ao

Comitecirc de Eacutetica em Pesquisas envolvendo seres humanos ndash subordinado ao Conselho

Nacional de Eacutetica em Pesquisa oacutergatildeo do Ministeacuterio da Sauacutede atraveacutes de solicitaccedilatildeo ao

representante de pesquisa que estaraacute sob contato permanente ou contactando o Comitecirc de

Eacutetica em Pesquisa desta instituiccedilatildeo no telefone (21) 3971-1590 Eacute assegurado o completo

55

sigilo de sua identidade quanto a sua participaccedilatildeo neste estudo incluindo a eventualidade da

apresentaccedilatildeo dos resultados deste estudo em congressos e perioacutedicos cientiacuteficos

Eu________________________________________________________________________

residente do endereccedilo__________________________ fui informada dos objetivos e da

justificativa deste trabalho de forma clara e detalhada pela Dra Adriana de Mattos V da

Costa Recebi informaccedilotildees especificas sobre cada procedimento no qual estarei envolvida

dos desconfortos e riscos previstos tanto quanto dos benefiacutecios esperados Todas as minhas

duvidas foram respondidas com clareza e sei que poderei solicitar novos esclarecimentos a

qualquer momento Aleacutem disso sei que novas informaccedilotildees obtidas durante o estudo me seratildeo

fornecidas e que terei liberdade de retirar meu consentimento de participaccedilatildeo face a estas

informaccedilotildees sem prejuiacutezo para mim Aleacutem disto me foi entregue uma coacutepia da folha de

informaccedilotildees para os participantes a qual li compreendi e me deu plena liberdade para decidir

acerca da minha espontacircnea participaccedilatildeo nesta pesquisa Minha identidade jamais seraacute

publicada Os dados colhidos poderatildeo ser examinados por pessoas envolvidas no estudo com

autorizaccedilatildeo delegada do investigador e por pessoas delegadas pelo patrocinador Estou

recebendo uma coacutepia assinada deste Termo

Os pesquisadores responsaacuteveis pelo Projeto satildeo a Dra Lizanka Paola F Marinheiro e

sua aluna a Dra Adriana de Mattos Viveiros da Costa

56

Participante

Nome _________________________________

Assinatura________________________________

Data_________________________________________

Investigador

Nome____________________________________

Assinatura________________________________

Data_______________________________________

Pesquisadora

Nome______________________________________

Assinatura___________________________________

Data__________________________________________

Dra Lizanka Paola F Marinheiro

lizankaglobocom

tel 25541700

Dra Adriana de Mattos Vda Costa

adrianamattosmedyahoocombr

tel 87273315

Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa

Rua Afonso Cavalcanti 455 sala 710 ndash Cidade Nova -

Telefone 3971-1463

45

21- OrsquoNeill TW Felsenbergp D Varlow J Cooper C Kanis JA Silman A J

The Prevalence of Vertebral Deformity in European Men and Women The

European Vertebral Osteoporosis Study J Bone Miner Res

199611101amp1018

22- Oliveira PP Klumb EM and Marinheiro L P F Prevalecircncia do risco para

fraturas estimado pela ultra-sonometria oacutessea de calcacircneo em uma populaccedilatildeo

de mulheres brasileiras na poacutes-menopausa Cad Sauacutede Puacuteblica Fev 2007

vol23 no 2 p381-390

23- Oliveira PP Monteiro AS Klumb EM and Marinheiro LP F O uso da

ultrassonometria oacutessea de calcacircneo para avaliaccedilatildeo do risco de fratura por

osteoporose Femina (Rio de Janeiro) v32 p613- 616 2004

24- Oliveira PP Marinheiro LPF Wender MCO A epidemiologia das

fraturas por fragilidade oacutessea em uma populaccedilatildeo de mulheres brasileiras na

poacutes-menopausa residentes na cidade de ChapecoacuteSC Revista Brasileira de

Ginecologia e Obstetriacutecia (Impresso) v32 p360 - 360 2010

25- OMS (Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede) 2003 Towars policy for health and

angeing wwwwhointgov (acessado em 10012012)

26- Pesquisa Nacional Por Amostra de Domiciacutelios (PNAD) 2003

wwwibgegovbrhomeestatisticapnad2003coeficiente_brasilshtm

(acessado em 15out2011)

27- Pinheiro MM Castro CM Szejnfeld VL Low femoral bone mineral density

and quantitative ultrasound are risk factores for new osteoporotic fracture and

total and cardiovascular mortality a 5-year population-based study of

Brazilian elderly women J Gerontol A Biol Sci Med Sci 2006 61196-203

28- Pinheiro Marcelo de Medeiros et al FRAXTM construindo uma ideacuteia para o

Brasil Ar Braacutes Endocrinol Metab Ago 2009 vol53 no 6 p783-790

29- Pinheiro Marcelo M et al O impacto da osteoporose no Brasil dados

regionais das fraturas em homens e mulheres adultos - The Brazilian

Osteoporosis Study (BRAZOS) Rev Bras Reumatol Abr 2010a vol50

no2 p113-120

46

30- Pinheiro Marcelo de Medeiros Eis Seacutergio Ragi Epidemiology of

osteoporotic fractures in Brazil what we have and what we need Arq bras

endocrinol metab Mar 2010b 54(2) 164-170

31- Pinheiro Marcelo M Edgard T dos Reis Neto Flaacutevia S Machado Felipe

Omura Jeane H K Yang Jacob Szejnfeld Vera Szejnfeld Risk factors for

osteoporotic fractures and low bone density in pre and postmenopausal women

Rev Sauacutede Puacuteblica 2010c44(3)479-85

32- PNAISM 2004 - Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede da Mulher ndash

Princiacutepios e Diretrizes (2004)

httpportalsaudegovbrportalarquivospdfprotecao_mulheres_conquistas_

portpdf (acessado em 15out2011)

33- Position statement of the North American Menopause Society Menopause

Management of osteoporosis in postmenopausal women Menopause

201017(1)25-54

34- Silva Leticia Krauss Avaliaccedilatildeo tecnoloacutegica em sauacutede densitometria oacutessea e

terapecircuticas alternativas na osteoporose poacutes-menopausa Cad Sauacutede Puacuteblica

[online] 2003 vol19 n4 pp 987-1003 ISSN 0102-311X

35- Silveira Virgiacutenia Angeacutelica Lopes et al Incidecircncia de fratura do quadril em

aacuterea urbana do Nordeste brasileiro Cad Sauacutede Puacuteblica Jun 2005 vol21 no

3 p907-912

36- Speroff L Glass RH Kase NG Clinical gynecologic endocrinology and

infertility 4th ed Baltimore Williams amp Wilkins 1989 p 134-5

37- Tosteson AN Burge RT Marshall DA Lindsay R Therapies for treatment of

osteoporosis in US women cost-effectiveness and budget impact

considerations USA 2008 Sep14(9)605-15

38- Vianna LC Ginecologia Rio de Janeiro Editora MedBook 2ordm Ed 2001

p619-62

39- Word Healh Organization Assessment of fracture risk and its application to

screening for post menopausal osteoporosis Technical report series 843 1999

Geneva WHO

47

40- World Health Organization MEN ageing and health achieving health across

the life span Geneva 2001 Disponiacutevel em

httpwhqlibdocwhointhq2001WHO_NMH_ NPH_012pdf (acessado

20jun2012)

48

10 Anexo 1 - Instrumento de coleta - EVOS (EUROPEAN VERTEBRAL

OSTEOPOROSIS STUDY)

Data _________

Nome________________________________________________________

Endereco_____________________________________________________

Fone _____________ Data de nascimento _________ RG

1- Dados antropomeacutetricos

Peso (Kg) Altura (m) IMC

2- Dados Ginecoloacutegicos

Idade da primeira menstruacao anos

Vocecirc jaacute usou piacutelula anticoncepcional por mais de 3 meses

sim natildeo natildeo sei

Vocecirc jaacute ficou algum periacuteodo em sua vida sem menstruar antes da menopausa (exceto se

gravidez) sim natildeo natildeo sei

Idade da ultima menstruaccedilatildeo anos

Numero de filhos

Vocecirc fez cirurgia para retirar o uacutetero sim com Idade ____ (anos)

natildeo natildeo sei

E para retirar os ovaacuterios (um ou os dois) sim idade ___ (anos)

natildeo natildeo sei

Vocecirc fez reposiccedilatildeo hormonal apos a menopausa sim natildeo natildeo sei

Se sim quando iniciado o periacuteodo foi superior a 1 ano sim natildeo natildeo sei

49

Vocecirc notou os seguintes sintomas na menopausa

calores sim natildeo natildeo sei

depressatildeo sim natildeo natildeo sei

insocircnia sim natildeo natildeo sei

outros sim natildeo natildeo sei

Vocecirc amamentou sim natildeo natildeo sei

Se sim quantas crianccedilas vocecirc amamentou por mais que 3 meses

3- Dados familiares

Em sua famiacutelia (pai matildee irmatildeos) existe historia de fratura de quadril apos os 50 anos de

idade sim natildeo natildeo sei

4- Histoacuteria de fratura

Vocecirc jaacute teve alguma fratura sim natildeo natildeo sei

Se sim em qual sitio esqueleacutetico com que idade e qual foi o tipo de trauma

Sitio Numero Idade (anos) Niacutevel do trauma

Vertebra

Fecircmur (colo trocanter)

Costela

Antebraccedilo

Uacutemero

Pe

Outras

Vocecirc sabe que tem osteoporose sim tenho natildeo natildeo tenho natildeo sei

5- Aacutelcool

Com que frequecircncia vocecirc bebeu no ultimo ano

Diariamente 5-6 dsem 3-4 dsem

50

1 -2 dsem lt 1 dsem nunca

Tipo de bebida destilados (uiacutesque cachaccedila vodka)

fermentados (cerveja vinho)

6- Imobilizaccedilatildeo

Vocecirc jaacute ficou acamado por um periacuteodo superior a 2 meses

sim natildeo natildeo sei

Se sim foi antes ou apos os 25 anos de idade

ano passado nunca

7- Fumo

Vocecirc fumou cigarro ou usou outras formas de fumo (cachimbo ou charuto)

atualmente no passado nunca

Com que idade iniciou anos

Se parou com que idade anos

Numero de cigarrosdia

8- Atividade Fiacutesica

Quantas tempo costuma passar diariamente ao ar livre caminhando ou andando de bicicleta

nenhuma a 1 h superior a 1 h

Qual a sua atividade fiacutesica durante diferentes periacuteodos de sua vida adulta

Ate os 25 anos 25 a 50 anos acima 50 anos

Niacutevel 1 (leve) 2 (moderada) 3 (pesada) 4

(muito pesada)

9- Impacto

Como vocecirc descreveria sua sauacutede geral neste momento

muito boa boa satisfatoacuteria regular ruim

10- Interrogatoacuterio sobre drogas

51

Vocecirc jaacute usou alguma medicaccedilatildeo oral ou injetaacutevel contendo corticosteroides por mais de 3

meses sim natildeo natildeo sei

Vocecirc jaacute usou alguma desses remeacutedios

Droga sim natildeo sei tempo

(meses)

parou ha quanto tempo

Hormocircnios

masculinos

Hormocircnios

femininos

Calcitonina

Fluacuteor

Caacutelcio

Vitamina D

Anabolizantes

Diureacuteticos

tiazidicos

11- Ingestatildeo de caacutelcio

Com que frequecircncia vocecirc comeu produtos derivados do leite na semana passada

(diassemana)

queijo amarelo queijo branco iogurte leite sorvete

Para os periacuteodos indicados abaixo com que frequecircncia vocecirc recebeu leite

ate 25 anos 25 a 50 anos Acima de 50 anos

Todas as refeiccedilotildees (3 ou + coposdia)

1-2 coposdia

52

Toda semana mas natildeo todo dia

lt 1 vezsemana

53

11 Anexo 2 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Projeto de Pesquisa Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade

oacutessea em mulheres na menopausa

Pesquisador responsaacutevel Dra Lizanka Paola F Marinheiro

Instituiccedilatildeo responsaacutevel Instituto Fernandes Figueira

Vocecirc estaacute sendo convidado a participar do projeto de pesquisa intitulado

Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea em mulheres na

menopausa por que vocecirc participou do estudo anterior realizado haacute 7 anos sobre a

osteoporose e suas consequumlecircncias

54

A osteoporose e uma doenccedila que se caracteriza pela diminuiccedilatildeo da resistecircncia do osso

tornando-o mais fraacutegil Essa fragilidade aumenta o risco da pessoa que tem osteoporose de ter

fraturas mesmo com atividades comuns como tossir ou espirrar

Com isso esse trabalho deseja avaliar a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea na

populaccedilatildeo de mulheres na poacutes menopausa residente da Ilha de Paquetaacute apoacutes 7 anos de

seguimento do uacuteltimo estudo transversal

Vocecirc natildeo eacute obrigada a participar Mas se quiser vocecirc teraacute que responder a um

questionaacuterio Para participar vocecirc natildeo teraacute que pagar nada O resultado seraacute fornecido apenas

a vocecirc ningueacutem mais saberaacute Suas duvidas seratildeo esclarecidas e vocecirc devera continuar

acompanhamento com seu meacutedico assistente Se vocecirc natildeo quiser participar natildeo seraacute

submetida a nenhum constrangimento fiacutesico ou moral e seu atendimento no posto de sauacutede

natildeo seraacute prejudicado A participante poderaacute se retirar do estudo a qualquer momento que

julgar necessaacuterio sem prejuiacutezo para a mesma O resultado de toda a pesquisa seraacute divulgada e

atraveacutes de artigos cientiacuteficos em revistas encontros congressos ou similares sem a

divulgaccedilatildeo dos nomes de quem participou de forma sigilosa

Sua participaccedilatildeo no estudo natildeo implicaraacute em custos adicionais O (A) Sr (a) natildeo teraacute

qualquer despesa com a realizaccedilatildeo dos procedimentos previstos neste estudo que seratildeo

custeados pelo pesquisador responsaacutevel Tambeacutem natildeo haveraacute nenhuma forma de pagamento

pela sua participaccedilatildeo

Caso surja alguma duacutevida quanto agrave eacutetica do estudo o (a) Sr(a) deveraacute se reportar ao

Comitecirc de Eacutetica em Pesquisas envolvendo seres humanos ndash subordinado ao Conselho

Nacional de Eacutetica em Pesquisa oacutergatildeo do Ministeacuterio da Sauacutede atraveacutes de solicitaccedilatildeo ao

representante de pesquisa que estaraacute sob contato permanente ou contactando o Comitecirc de

Eacutetica em Pesquisa desta instituiccedilatildeo no telefone (21) 3971-1590 Eacute assegurado o completo

55

sigilo de sua identidade quanto a sua participaccedilatildeo neste estudo incluindo a eventualidade da

apresentaccedilatildeo dos resultados deste estudo em congressos e perioacutedicos cientiacuteficos

Eu________________________________________________________________________

residente do endereccedilo__________________________ fui informada dos objetivos e da

justificativa deste trabalho de forma clara e detalhada pela Dra Adriana de Mattos V da

Costa Recebi informaccedilotildees especificas sobre cada procedimento no qual estarei envolvida

dos desconfortos e riscos previstos tanto quanto dos benefiacutecios esperados Todas as minhas

duvidas foram respondidas com clareza e sei que poderei solicitar novos esclarecimentos a

qualquer momento Aleacutem disso sei que novas informaccedilotildees obtidas durante o estudo me seratildeo

fornecidas e que terei liberdade de retirar meu consentimento de participaccedilatildeo face a estas

informaccedilotildees sem prejuiacutezo para mim Aleacutem disto me foi entregue uma coacutepia da folha de

informaccedilotildees para os participantes a qual li compreendi e me deu plena liberdade para decidir

acerca da minha espontacircnea participaccedilatildeo nesta pesquisa Minha identidade jamais seraacute

publicada Os dados colhidos poderatildeo ser examinados por pessoas envolvidas no estudo com

autorizaccedilatildeo delegada do investigador e por pessoas delegadas pelo patrocinador Estou

recebendo uma coacutepia assinada deste Termo

Os pesquisadores responsaacuteveis pelo Projeto satildeo a Dra Lizanka Paola F Marinheiro e

sua aluna a Dra Adriana de Mattos Viveiros da Costa

56

Participante

Nome _________________________________

Assinatura________________________________

Data_________________________________________

Investigador

Nome____________________________________

Assinatura________________________________

Data_______________________________________

Pesquisadora

Nome______________________________________

Assinatura___________________________________

Data__________________________________________

Dra Lizanka Paola F Marinheiro

lizankaglobocom

tel 25541700

Dra Adriana de Mattos Vda Costa

adrianamattosmedyahoocombr

tel 87273315

Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa

Rua Afonso Cavalcanti 455 sala 710 ndash Cidade Nova -

Telefone 3971-1463

46

30- Pinheiro Marcelo de Medeiros Eis Seacutergio Ragi Epidemiology of

osteoporotic fractures in Brazil what we have and what we need Arq bras

endocrinol metab Mar 2010b 54(2) 164-170

31- Pinheiro Marcelo M Edgard T dos Reis Neto Flaacutevia S Machado Felipe

Omura Jeane H K Yang Jacob Szejnfeld Vera Szejnfeld Risk factors for

osteoporotic fractures and low bone density in pre and postmenopausal women

Rev Sauacutede Puacuteblica 2010c44(3)479-85

32- PNAISM 2004 - Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede da Mulher ndash

Princiacutepios e Diretrizes (2004)

httpportalsaudegovbrportalarquivospdfprotecao_mulheres_conquistas_

portpdf (acessado em 15out2011)

33- Position statement of the North American Menopause Society Menopause

Management of osteoporosis in postmenopausal women Menopause

201017(1)25-54

34- Silva Leticia Krauss Avaliaccedilatildeo tecnoloacutegica em sauacutede densitometria oacutessea e

terapecircuticas alternativas na osteoporose poacutes-menopausa Cad Sauacutede Puacuteblica

[online] 2003 vol19 n4 pp 987-1003 ISSN 0102-311X

35- Silveira Virgiacutenia Angeacutelica Lopes et al Incidecircncia de fratura do quadril em

aacuterea urbana do Nordeste brasileiro Cad Sauacutede Puacuteblica Jun 2005 vol21 no

3 p907-912

36- Speroff L Glass RH Kase NG Clinical gynecologic endocrinology and

infertility 4th ed Baltimore Williams amp Wilkins 1989 p 134-5

37- Tosteson AN Burge RT Marshall DA Lindsay R Therapies for treatment of

osteoporosis in US women cost-effectiveness and budget impact

considerations USA 2008 Sep14(9)605-15

38- Vianna LC Ginecologia Rio de Janeiro Editora MedBook 2ordm Ed 2001

p619-62

39- Word Healh Organization Assessment of fracture risk and its application to

screening for post menopausal osteoporosis Technical report series 843 1999

Geneva WHO

47

40- World Health Organization MEN ageing and health achieving health across

the life span Geneva 2001 Disponiacutevel em

httpwhqlibdocwhointhq2001WHO_NMH_ NPH_012pdf (acessado

20jun2012)

48

10 Anexo 1 - Instrumento de coleta - EVOS (EUROPEAN VERTEBRAL

OSTEOPOROSIS STUDY)

Data _________

Nome________________________________________________________

Endereco_____________________________________________________

Fone _____________ Data de nascimento _________ RG

1- Dados antropomeacutetricos

Peso (Kg) Altura (m) IMC

2- Dados Ginecoloacutegicos

Idade da primeira menstruacao anos

Vocecirc jaacute usou piacutelula anticoncepcional por mais de 3 meses

sim natildeo natildeo sei

Vocecirc jaacute ficou algum periacuteodo em sua vida sem menstruar antes da menopausa (exceto se

gravidez) sim natildeo natildeo sei

Idade da ultima menstruaccedilatildeo anos

Numero de filhos

Vocecirc fez cirurgia para retirar o uacutetero sim com Idade ____ (anos)

natildeo natildeo sei

E para retirar os ovaacuterios (um ou os dois) sim idade ___ (anos)

natildeo natildeo sei

Vocecirc fez reposiccedilatildeo hormonal apos a menopausa sim natildeo natildeo sei

Se sim quando iniciado o periacuteodo foi superior a 1 ano sim natildeo natildeo sei

49

Vocecirc notou os seguintes sintomas na menopausa

calores sim natildeo natildeo sei

depressatildeo sim natildeo natildeo sei

insocircnia sim natildeo natildeo sei

outros sim natildeo natildeo sei

Vocecirc amamentou sim natildeo natildeo sei

Se sim quantas crianccedilas vocecirc amamentou por mais que 3 meses

3- Dados familiares

Em sua famiacutelia (pai matildee irmatildeos) existe historia de fratura de quadril apos os 50 anos de

idade sim natildeo natildeo sei

4- Histoacuteria de fratura

Vocecirc jaacute teve alguma fratura sim natildeo natildeo sei

Se sim em qual sitio esqueleacutetico com que idade e qual foi o tipo de trauma

Sitio Numero Idade (anos) Niacutevel do trauma

Vertebra

Fecircmur (colo trocanter)

Costela

Antebraccedilo

Uacutemero

Pe

Outras

Vocecirc sabe que tem osteoporose sim tenho natildeo natildeo tenho natildeo sei

5- Aacutelcool

Com que frequecircncia vocecirc bebeu no ultimo ano

Diariamente 5-6 dsem 3-4 dsem

50

1 -2 dsem lt 1 dsem nunca

Tipo de bebida destilados (uiacutesque cachaccedila vodka)

fermentados (cerveja vinho)

6- Imobilizaccedilatildeo

Vocecirc jaacute ficou acamado por um periacuteodo superior a 2 meses

sim natildeo natildeo sei

Se sim foi antes ou apos os 25 anos de idade

ano passado nunca

7- Fumo

Vocecirc fumou cigarro ou usou outras formas de fumo (cachimbo ou charuto)

atualmente no passado nunca

Com que idade iniciou anos

Se parou com que idade anos

Numero de cigarrosdia

8- Atividade Fiacutesica

Quantas tempo costuma passar diariamente ao ar livre caminhando ou andando de bicicleta

nenhuma a 1 h superior a 1 h

Qual a sua atividade fiacutesica durante diferentes periacuteodos de sua vida adulta

Ate os 25 anos 25 a 50 anos acima 50 anos

Niacutevel 1 (leve) 2 (moderada) 3 (pesada) 4

(muito pesada)

9- Impacto

Como vocecirc descreveria sua sauacutede geral neste momento

muito boa boa satisfatoacuteria regular ruim

10- Interrogatoacuterio sobre drogas

51

Vocecirc jaacute usou alguma medicaccedilatildeo oral ou injetaacutevel contendo corticosteroides por mais de 3

meses sim natildeo natildeo sei

Vocecirc jaacute usou alguma desses remeacutedios

Droga sim natildeo sei tempo

(meses)

parou ha quanto tempo

Hormocircnios

masculinos

Hormocircnios

femininos

Calcitonina

Fluacuteor

Caacutelcio

Vitamina D

Anabolizantes

Diureacuteticos

tiazidicos

11- Ingestatildeo de caacutelcio

Com que frequecircncia vocecirc comeu produtos derivados do leite na semana passada

(diassemana)

queijo amarelo queijo branco iogurte leite sorvete

Para os periacuteodos indicados abaixo com que frequecircncia vocecirc recebeu leite

ate 25 anos 25 a 50 anos Acima de 50 anos

Todas as refeiccedilotildees (3 ou + coposdia)

1-2 coposdia

52

Toda semana mas natildeo todo dia

lt 1 vezsemana

53

11 Anexo 2 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Projeto de Pesquisa Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade

oacutessea em mulheres na menopausa

Pesquisador responsaacutevel Dra Lizanka Paola F Marinheiro

Instituiccedilatildeo responsaacutevel Instituto Fernandes Figueira

Vocecirc estaacute sendo convidado a participar do projeto de pesquisa intitulado

Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea em mulheres na

menopausa por que vocecirc participou do estudo anterior realizado haacute 7 anos sobre a

osteoporose e suas consequumlecircncias

54

A osteoporose e uma doenccedila que se caracteriza pela diminuiccedilatildeo da resistecircncia do osso

tornando-o mais fraacutegil Essa fragilidade aumenta o risco da pessoa que tem osteoporose de ter

fraturas mesmo com atividades comuns como tossir ou espirrar

Com isso esse trabalho deseja avaliar a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea na

populaccedilatildeo de mulheres na poacutes menopausa residente da Ilha de Paquetaacute apoacutes 7 anos de

seguimento do uacuteltimo estudo transversal

Vocecirc natildeo eacute obrigada a participar Mas se quiser vocecirc teraacute que responder a um

questionaacuterio Para participar vocecirc natildeo teraacute que pagar nada O resultado seraacute fornecido apenas

a vocecirc ningueacutem mais saberaacute Suas duvidas seratildeo esclarecidas e vocecirc devera continuar

acompanhamento com seu meacutedico assistente Se vocecirc natildeo quiser participar natildeo seraacute

submetida a nenhum constrangimento fiacutesico ou moral e seu atendimento no posto de sauacutede

natildeo seraacute prejudicado A participante poderaacute se retirar do estudo a qualquer momento que

julgar necessaacuterio sem prejuiacutezo para a mesma O resultado de toda a pesquisa seraacute divulgada e

atraveacutes de artigos cientiacuteficos em revistas encontros congressos ou similares sem a

divulgaccedilatildeo dos nomes de quem participou de forma sigilosa

Sua participaccedilatildeo no estudo natildeo implicaraacute em custos adicionais O (A) Sr (a) natildeo teraacute

qualquer despesa com a realizaccedilatildeo dos procedimentos previstos neste estudo que seratildeo

custeados pelo pesquisador responsaacutevel Tambeacutem natildeo haveraacute nenhuma forma de pagamento

pela sua participaccedilatildeo

Caso surja alguma duacutevida quanto agrave eacutetica do estudo o (a) Sr(a) deveraacute se reportar ao

Comitecirc de Eacutetica em Pesquisas envolvendo seres humanos ndash subordinado ao Conselho

Nacional de Eacutetica em Pesquisa oacutergatildeo do Ministeacuterio da Sauacutede atraveacutes de solicitaccedilatildeo ao

representante de pesquisa que estaraacute sob contato permanente ou contactando o Comitecirc de

Eacutetica em Pesquisa desta instituiccedilatildeo no telefone (21) 3971-1590 Eacute assegurado o completo

55

sigilo de sua identidade quanto a sua participaccedilatildeo neste estudo incluindo a eventualidade da

apresentaccedilatildeo dos resultados deste estudo em congressos e perioacutedicos cientiacuteficos

Eu________________________________________________________________________

residente do endereccedilo__________________________ fui informada dos objetivos e da

justificativa deste trabalho de forma clara e detalhada pela Dra Adriana de Mattos V da

Costa Recebi informaccedilotildees especificas sobre cada procedimento no qual estarei envolvida

dos desconfortos e riscos previstos tanto quanto dos benefiacutecios esperados Todas as minhas

duvidas foram respondidas com clareza e sei que poderei solicitar novos esclarecimentos a

qualquer momento Aleacutem disso sei que novas informaccedilotildees obtidas durante o estudo me seratildeo

fornecidas e que terei liberdade de retirar meu consentimento de participaccedilatildeo face a estas

informaccedilotildees sem prejuiacutezo para mim Aleacutem disto me foi entregue uma coacutepia da folha de

informaccedilotildees para os participantes a qual li compreendi e me deu plena liberdade para decidir

acerca da minha espontacircnea participaccedilatildeo nesta pesquisa Minha identidade jamais seraacute

publicada Os dados colhidos poderatildeo ser examinados por pessoas envolvidas no estudo com

autorizaccedilatildeo delegada do investigador e por pessoas delegadas pelo patrocinador Estou

recebendo uma coacutepia assinada deste Termo

Os pesquisadores responsaacuteveis pelo Projeto satildeo a Dra Lizanka Paola F Marinheiro e

sua aluna a Dra Adriana de Mattos Viveiros da Costa

56

Participante

Nome _________________________________

Assinatura________________________________

Data_________________________________________

Investigador

Nome____________________________________

Assinatura________________________________

Data_______________________________________

Pesquisadora

Nome______________________________________

Assinatura___________________________________

Data__________________________________________

Dra Lizanka Paola F Marinheiro

lizankaglobocom

tel 25541700

Dra Adriana de Mattos Vda Costa

adrianamattosmedyahoocombr

tel 87273315

Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa

Rua Afonso Cavalcanti 455 sala 710 ndash Cidade Nova -

Telefone 3971-1463

47

40- World Health Organization MEN ageing and health achieving health across

the life span Geneva 2001 Disponiacutevel em

httpwhqlibdocwhointhq2001WHO_NMH_ NPH_012pdf (acessado

20jun2012)

48

10 Anexo 1 - Instrumento de coleta - EVOS (EUROPEAN VERTEBRAL

OSTEOPOROSIS STUDY)

Data _________

Nome________________________________________________________

Endereco_____________________________________________________

Fone _____________ Data de nascimento _________ RG

1- Dados antropomeacutetricos

Peso (Kg) Altura (m) IMC

2- Dados Ginecoloacutegicos

Idade da primeira menstruacao anos

Vocecirc jaacute usou piacutelula anticoncepcional por mais de 3 meses

sim natildeo natildeo sei

Vocecirc jaacute ficou algum periacuteodo em sua vida sem menstruar antes da menopausa (exceto se

gravidez) sim natildeo natildeo sei

Idade da ultima menstruaccedilatildeo anos

Numero de filhos

Vocecirc fez cirurgia para retirar o uacutetero sim com Idade ____ (anos)

natildeo natildeo sei

E para retirar os ovaacuterios (um ou os dois) sim idade ___ (anos)

natildeo natildeo sei

Vocecirc fez reposiccedilatildeo hormonal apos a menopausa sim natildeo natildeo sei

Se sim quando iniciado o periacuteodo foi superior a 1 ano sim natildeo natildeo sei

49

Vocecirc notou os seguintes sintomas na menopausa

calores sim natildeo natildeo sei

depressatildeo sim natildeo natildeo sei

insocircnia sim natildeo natildeo sei

outros sim natildeo natildeo sei

Vocecirc amamentou sim natildeo natildeo sei

Se sim quantas crianccedilas vocecirc amamentou por mais que 3 meses

3- Dados familiares

Em sua famiacutelia (pai matildee irmatildeos) existe historia de fratura de quadril apos os 50 anos de

idade sim natildeo natildeo sei

4- Histoacuteria de fratura

Vocecirc jaacute teve alguma fratura sim natildeo natildeo sei

Se sim em qual sitio esqueleacutetico com que idade e qual foi o tipo de trauma

Sitio Numero Idade (anos) Niacutevel do trauma

Vertebra

Fecircmur (colo trocanter)

Costela

Antebraccedilo

Uacutemero

Pe

Outras

Vocecirc sabe que tem osteoporose sim tenho natildeo natildeo tenho natildeo sei

5- Aacutelcool

Com que frequecircncia vocecirc bebeu no ultimo ano

Diariamente 5-6 dsem 3-4 dsem

50

1 -2 dsem lt 1 dsem nunca

Tipo de bebida destilados (uiacutesque cachaccedila vodka)

fermentados (cerveja vinho)

6- Imobilizaccedilatildeo

Vocecirc jaacute ficou acamado por um periacuteodo superior a 2 meses

sim natildeo natildeo sei

Se sim foi antes ou apos os 25 anos de idade

ano passado nunca

7- Fumo

Vocecirc fumou cigarro ou usou outras formas de fumo (cachimbo ou charuto)

atualmente no passado nunca

Com que idade iniciou anos

Se parou com que idade anos

Numero de cigarrosdia

8- Atividade Fiacutesica

Quantas tempo costuma passar diariamente ao ar livre caminhando ou andando de bicicleta

nenhuma a 1 h superior a 1 h

Qual a sua atividade fiacutesica durante diferentes periacuteodos de sua vida adulta

Ate os 25 anos 25 a 50 anos acima 50 anos

Niacutevel 1 (leve) 2 (moderada) 3 (pesada) 4

(muito pesada)

9- Impacto

Como vocecirc descreveria sua sauacutede geral neste momento

muito boa boa satisfatoacuteria regular ruim

10- Interrogatoacuterio sobre drogas

51

Vocecirc jaacute usou alguma medicaccedilatildeo oral ou injetaacutevel contendo corticosteroides por mais de 3

meses sim natildeo natildeo sei

Vocecirc jaacute usou alguma desses remeacutedios

Droga sim natildeo sei tempo

(meses)

parou ha quanto tempo

Hormocircnios

masculinos

Hormocircnios

femininos

Calcitonina

Fluacuteor

Caacutelcio

Vitamina D

Anabolizantes

Diureacuteticos

tiazidicos

11- Ingestatildeo de caacutelcio

Com que frequecircncia vocecirc comeu produtos derivados do leite na semana passada

(diassemana)

queijo amarelo queijo branco iogurte leite sorvete

Para os periacuteodos indicados abaixo com que frequecircncia vocecirc recebeu leite

ate 25 anos 25 a 50 anos Acima de 50 anos

Todas as refeiccedilotildees (3 ou + coposdia)

1-2 coposdia

52

Toda semana mas natildeo todo dia

lt 1 vezsemana

53

11 Anexo 2 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Projeto de Pesquisa Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade

oacutessea em mulheres na menopausa

Pesquisador responsaacutevel Dra Lizanka Paola F Marinheiro

Instituiccedilatildeo responsaacutevel Instituto Fernandes Figueira

Vocecirc estaacute sendo convidado a participar do projeto de pesquisa intitulado

Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea em mulheres na

menopausa por que vocecirc participou do estudo anterior realizado haacute 7 anos sobre a

osteoporose e suas consequumlecircncias

54

A osteoporose e uma doenccedila que se caracteriza pela diminuiccedilatildeo da resistecircncia do osso

tornando-o mais fraacutegil Essa fragilidade aumenta o risco da pessoa que tem osteoporose de ter

fraturas mesmo com atividades comuns como tossir ou espirrar

Com isso esse trabalho deseja avaliar a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea na

populaccedilatildeo de mulheres na poacutes menopausa residente da Ilha de Paquetaacute apoacutes 7 anos de

seguimento do uacuteltimo estudo transversal

Vocecirc natildeo eacute obrigada a participar Mas se quiser vocecirc teraacute que responder a um

questionaacuterio Para participar vocecirc natildeo teraacute que pagar nada O resultado seraacute fornecido apenas

a vocecirc ningueacutem mais saberaacute Suas duvidas seratildeo esclarecidas e vocecirc devera continuar

acompanhamento com seu meacutedico assistente Se vocecirc natildeo quiser participar natildeo seraacute

submetida a nenhum constrangimento fiacutesico ou moral e seu atendimento no posto de sauacutede

natildeo seraacute prejudicado A participante poderaacute se retirar do estudo a qualquer momento que

julgar necessaacuterio sem prejuiacutezo para a mesma O resultado de toda a pesquisa seraacute divulgada e

atraveacutes de artigos cientiacuteficos em revistas encontros congressos ou similares sem a

divulgaccedilatildeo dos nomes de quem participou de forma sigilosa

Sua participaccedilatildeo no estudo natildeo implicaraacute em custos adicionais O (A) Sr (a) natildeo teraacute

qualquer despesa com a realizaccedilatildeo dos procedimentos previstos neste estudo que seratildeo

custeados pelo pesquisador responsaacutevel Tambeacutem natildeo haveraacute nenhuma forma de pagamento

pela sua participaccedilatildeo

Caso surja alguma duacutevida quanto agrave eacutetica do estudo o (a) Sr(a) deveraacute se reportar ao

Comitecirc de Eacutetica em Pesquisas envolvendo seres humanos ndash subordinado ao Conselho

Nacional de Eacutetica em Pesquisa oacutergatildeo do Ministeacuterio da Sauacutede atraveacutes de solicitaccedilatildeo ao

representante de pesquisa que estaraacute sob contato permanente ou contactando o Comitecirc de

Eacutetica em Pesquisa desta instituiccedilatildeo no telefone (21) 3971-1590 Eacute assegurado o completo

55

sigilo de sua identidade quanto a sua participaccedilatildeo neste estudo incluindo a eventualidade da

apresentaccedilatildeo dos resultados deste estudo em congressos e perioacutedicos cientiacuteficos

Eu________________________________________________________________________

residente do endereccedilo__________________________ fui informada dos objetivos e da

justificativa deste trabalho de forma clara e detalhada pela Dra Adriana de Mattos V da

Costa Recebi informaccedilotildees especificas sobre cada procedimento no qual estarei envolvida

dos desconfortos e riscos previstos tanto quanto dos benefiacutecios esperados Todas as minhas

duvidas foram respondidas com clareza e sei que poderei solicitar novos esclarecimentos a

qualquer momento Aleacutem disso sei que novas informaccedilotildees obtidas durante o estudo me seratildeo

fornecidas e que terei liberdade de retirar meu consentimento de participaccedilatildeo face a estas

informaccedilotildees sem prejuiacutezo para mim Aleacutem disto me foi entregue uma coacutepia da folha de

informaccedilotildees para os participantes a qual li compreendi e me deu plena liberdade para decidir

acerca da minha espontacircnea participaccedilatildeo nesta pesquisa Minha identidade jamais seraacute

publicada Os dados colhidos poderatildeo ser examinados por pessoas envolvidas no estudo com

autorizaccedilatildeo delegada do investigador e por pessoas delegadas pelo patrocinador Estou

recebendo uma coacutepia assinada deste Termo

Os pesquisadores responsaacuteveis pelo Projeto satildeo a Dra Lizanka Paola F Marinheiro e

sua aluna a Dra Adriana de Mattos Viveiros da Costa

56

Participante

Nome _________________________________

Assinatura________________________________

Data_________________________________________

Investigador

Nome____________________________________

Assinatura________________________________

Data_______________________________________

Pesquisadora

Nome______________________________________

Assinatura___________________________________

Data__________________________________________

Dra Lizanka Paola F Marinheiro

lizankaglobocom

tel 25541700

Dra Adriana de Mattos Vda Costa

adrianamattosmedyahoocombr

tel 87273315

Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa

Rua Afonso Cavalcanti 455 sala 710 ndash Cidade Nova -

Telefone 3971-1463

48

10 Anexo 1 - Instrumento de coleta - EVOS (EUROPEAN VERTEBRAL

OSTEOPOROSIS STUDY)

Data _________

Nome________________________________________________________

Endereco_____________________________________________________

Fone _____________ Data de nascimento _________ RG

1- Dados antropomeacutetricos

Peso (Kg) Altura (m) IMC

2- Dados Ginecoloacutegicos

Idade da primeira menstruacao anos

Vocecirc jaacute usou piacutelula anticoncepcional por mais de 3 meses

sim natildeo natildeo sei

Vocecirc jaacute ficou algum periacuteodo em sua vida sem menstruar antes da menopausa (exceto se

gravidez) sim natildeo natildeo sei

Idade da ultima menstruaccedilatildeo anos

Numero de filhos

Vocecirc fez cirurgia para retirar o uacutetero sim com Idade ____ (anos)

natildeo natildeo sei

E para retirar os ovaacuterios (um ou os dois) sim idade ___ (anos)

natildeo natildeo sei

Vocecirc fez reposiccedilatildeo hormonal apos a menopausa sim natildeo natildeo sei

Se sim quando iniciado o periacuteodo foi superior a 1 ano sim natildeo natildeo sei

49

Vocecirc notou os seguintes sintomas na menopausa

calores sim natildeo natildeo sei

depressatildeo sim natildeo natildeo sei

insocircnia sim natildeo natildeo sei

outros sim natildeo natildeo sei

Vocecirc amamentou sim natildeo natildeo sei

Se sim quantas crianccedilas vocecirc amamentou por mais que 3 meses

3- Dados familiares

Em sua famiacutelia (pai matildee irmatildeos) existe historia de fratura de quadril apos os 50 anos de

idade sim natildeo natildeo sei

4- Histoacuteria de fratura

Vocecirc jaacute teve alguma fratura sim natildeo natildeo sei

Se sim em qual sitio esqueleacutetico com que idade e qual foi o tipo de trauma

Sitio Numero Idade (anos) Niacutevel do trauma

Vertebra

Fecircmur (colo trocanter)

Costela

Antebraccedilo

Uacutemero

Pe

Outras

Vocecirc sabe que tem osteoporose sim tenho natildeo natildeo tenho natildeo sei

5- Aacutelcool

Com que frequecircncia vocecirc bebeu no ultimo ano

Diariamente 5-6 dsem 3-4 dsem

50

1 -2 dsem lt 1 dsem nunca

Tipo de bebida destilados (uiacutesque cachaccedila vodka)

fermentados (cerveja vinho)

6- Imobilizaccedilatildeo

Vocecirc jaacute ficou acamado por um periacuteodo superior a 2 meses

sim natildeo natildeo sei

Se sim foi antes ou apos os 25 anos de idade

ano passado nunca

7- Fumo

Vocecirc fumou cigarro ou usou outras formas de fumo (cachimbo ou charuto)

atualmente no passado nunca

Com que idade iniciou anos

Se parou com que idade anos

Numero de cigarrosdia

8- Atividade Fiacutesica

Quantas tempo costuma passar diariamente ao ar livre caminhando ou andando de bicicleta

nenhuma a 1 h superior a 1 h

Qual a sua atividade fiacutesica durante diferentes periacuteodos de sua vida adulta

Ate os 25 anos 25 a 50 anos acima 50 anos

Niacutevel 1 (leve) 2 (moderada) 3 (pesada) 4

(muito pesada)

9- Impacto

Como vocecirc descreveria sua sauacutede geral neste momento

muito boa boa satisfatoacuteria regular ruim

10- Interrogatoacuterio sobre drogas

51

Vocecirc jaacute usou alguma medicaccedilatildeo oral ou injetaacutevel contendo corticosteroides por mais de 3

meses sim natildeo natildeo sei

Vocecirc jaacute usou alguma desses remeacutedios

Droga sim natildeo sei tempo

(meses)

parou ha quanto tempo

Hormocircnios

masculinos

Hormocircnios

femininos

Calcitonina

Fluacuteor

Caacutelcio

Vitamina D

Anabolizantes

Diureacuteticos

tiazidicos

11- Ingestatildeo de caacutelcio

Com que frequecircncia vocecirc comeu produtos derivados do leite na semana passada

(diassemana)

queijo amarelo queijo branco iogurte leite sorvete

Para os periacuteodos indicados abaixo com que frequecircncia vocecirc recebeu leite

ate 25 anos 25 a 50 anos Acima de 50 anos

Todas as refeiccedilotildees (3 ou + coposdia)

1-2 coposdia

52

Toda semana mas natildeo todo dia

lt 1 vezsemana

53

11 Anexo 2 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Projeto de Pesquisa Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade

oacutessea em mulheres na menopausa

Pesquisador responsaacutevel Dra Lizanka Paola F Marinheiro

Instituiccedilatildeo responsaacutevel Instituto Fernandes Figueira

Vocecirc estaacute sendo convidado a participar do projeto de pesquisa intitulado

Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea em mulheres na

menopausa por que vocecirc participou do estudo anterior realizado haacute 7 anos sobre a

osteoporose e suas consequumlecircncias

54

A osteoporose e uma doenccedila que se caracteriza pela diminuiccedilatildeo da resistecircncia do osso

tornando-o mais fraacutegil Essa fragilidade aumenta o risco da pessoa que tem osteoporose de ter

fraturas mesmo com atividades comuns como tossir ou espirrar

Com isso esse trabalho deseja avaliar a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea na

populaccedilatildeo de mulheres na poacutes menopausa residente da Ilha de Paquetaacute apoacutes 7 anos de

seguimento do uacuteltimo estudo transversal

Vocecirc natildeo eacute obrigada a participar Mas se quiser vocecirc teraacute que responder a um

questionaacuterio Para participar vocecirc natildeo teraacute que pagar nada O resultado seraacute fornecido apenas

a vocecirc ningueacutem mais saberaacute Suas duvidas seratildeo esclarecidas e vocecirc devera continuar

acompanhamento com seu meacutedico assistente Se vocecirc natildeo quiser participar natildeo seraacute

submetida a nenhum constrangimento fiacutesico ou moral e seu atendimento no posto de sauacutede

natildeo seraacute prejudicado A participante poderaacute se retirar do estudo a qualquer momento que

julgar necessaacuterio sem prejuiacutezo para a mesma O resultado de toda a pesquisa seraacute divulgada e

atraveacutes de artigos cientiacuteficos em revistas encontros congressos ou similares sem a

divulgaccedilatildeo dos nomes de quem participou de forma sigilosa

Sua participaccedilatildeo no estudo natildeo implicaraacute em custos adicionais O (A) Sr (a) natildeo teraacute

qualquer despesa com a realizaccedilatildeo dos procedimentos previstos neste estudo que seratildeo

custeados pelo pesquisador responsaacutevel Tambeacutem natildeo haveraacute nenhuma forma de pagamento

pela sua participaccedilatildeo

Caso surja alguma duacutevida quanto agrave eacutetica do estudo o (a) Sr(a) deveraacute se reportar ao

Comitecirc de Eacutetica em Pesquisas envolvendo seres humanos ndash subordinado ao Conselho

Nacional de Eacutetica em Pesquisa oacutergatildeo do Ministeacuterio da Sauacutede atraveacutes de solicitaccedilatildeo ao

representante de pesquisa que estaraacute sob contato permanente ou contactando o Comitecirc de

Eacutetica em Pesquisa desta instituiccedilatildeo no telefone (21) 3971-1590 Eacute assegurado o completo

55

sigilo de sua identidade quanto a sua participaccedilatildeo neste estudo incluindo a eventualidade da

apresentaccedilatildeo dos resultados deste estudo em congressos e perioacutedicos cientiacuteficos

Eu________________________________________________________________________

residente do endereccedilo__________________________ fui informada dos objetivos e da

justificativa deste trabalho de forma clara e detalhada pela Dra Adriana de Mattos V da

Costa Recebi informaccedilotildees especificas sobre cada procedimento no qual estarei envolvida

dos desconfortos e riscos previstos tanto quanto dos benefiacutecios esperados Todas as minhas

duvidas foram respondidas com clareza e sei que poderei solicitar novos esclarecimentos a

qualquer momento Aleacutem disso sei que novas informaccedilotildees obtidas durante o estudo me seratildeo

fornecidas e que terei liberdade de retirar meu consentimento de participaccedilatildeo face a estas

informaccedilotildees sem prejuiacutezo para mim Aleacutem disto me foi entregue uma coacutepia da folha de

informaccedilotildees para os participantes a qual li compreendi e me deu plena liberdade para decidir

acerca da minha espontacircnea participaccedilatildeo nesta pesquisa Minha identidade jamais seraacute

publicada Os dados colhidos poderatildeo ser examinados por pessoas envolvidas no estudo com

autorizaccedilatildeo delegada do investigador e por pessoas delegadas pelo patrocinador Estou

recebendo uma coacutepia assinada deste Termo

Os pesquisadores responsaacuteveis pelo Projeto satildeo a Dra Lizanka Paola F Marinheiro e

sua aluna a Dra Adriana de Mattos Viveiros da Costa

56

Participante

Nome _________________________________

Assinatura________________________________

Data_________________________________________

Investigador

Nome____________________________________

Assinatura________________________________

Data_______________________________________

Pesquisadora

Nome______________________________________

Assinatura___________________________________

Data__________________________________________

Dra Lizanka Paola F Marinheiro

lizankaglobocom

tel 25541700

Dra Adriana de Mattos Vda Costa

adrianamattosmedyahoocombr

tel 87273315

Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa

Rua Afonso Cavalcanti 455 sala 710 ndash Cidade Nova -

Telefone 3971-1463

49

Vocecirc notou os seguintes sintomas na menopausa

calores sim natildeo natildeo sei

depressatildeo sim natildeo natildeo sei

insocircnia sim natildeo natildeo sei

outros sim natildeo natildeo sei

Vocecirc amamentou sim natildeo natildeo sei

Se sim quantas crianccedilas vocecirc amamentou por mais que 3 meses

3- Dados familiares

Em sua famiacutelia (pai matildee irmatildeos) existe historia de fratura de quadril apos os 50 anos de

idade sim natildeo natildeo sei

4- Histoacuteria de fratura

Vocecirc jaacute teve alguma fratura sim natildeo natildeo sei

Se sim em qual sitio esqueleacutetico com que idade e qual foi o tipo de trauma

Sitio Numero Idade (anos) Niacutevel do trauma

Vertebra

Fecircmur (colo trocanter)

Costela

Antebraccedilo

Uacutemero

Pe

Outras

Vocecirc sabe que tem osteoporose sim tenho natildeo natildeo tenho natildeo sei

5- Aacutelcool

Com que frequecircncia vocecirc bebeu no ultimo ano

Diariamente 5-6 dsem 3-4 dsem

50

1 -2 dsem lt 1 dsem nunca

Tipo de bebida destilados (uiacutesque cachaccedila vodka)

fermentados (cerveja vinho)

6- Imobilizaccedilatildeo

Vocecirc jaacute ficou acamado por um periacuteodo superior a 2 meses

sim natildeo natildeo sei

Se sim foi antes ou apos os 25 anos de idade

ano passado nunca

7- Fumo

Vocecirc fumou cigarro ou usou outras formas de fumo (cachimbo ou charuto)

atualmente no passado nunca

Com que idade iniciou anos

Se parou com que idade anos

Numero de cigarrosdia

8- Atividade Fiacutesica

Quantas tempo costuma passar diariamente ao ar livre caminhando ou andando de bicicleta

nenhuma a 1 h superior a 1 h

Qual a sua atividade fiacutesica durante diferentes periacuteodos de sua vida adulta

Ate os 25 anos 25 a 50 anos acima 50 anos

Niacutevel 1 (leve) 2 (moderada) 3 (pesada) 4

(muito pesada)

9- Impacto

Como vocecirc descreveria sua sauacutede geral neste momento

muito boa boa satisfatoacuteria regular ruim

10- Interrogatoacuterio sobre drogas

51

Vocecirc jaacute usou alguma medicaccedilatildeo oral ou injetaacutevel contendo corticosteroides por mais de 3

meses sim natildeo natildeo sei

Vocecirc jaacute usou alguma desses remeacutedios

Droga sim natildeo sei tempo

(meses)

parou ha quanto tempo

Hormocircnios

masculinos

Hormocircnios

femininos

Calcitonina

Fluacuteor

Caacutelcio

Vitamina D

Anabolizantes

Diureacuteticos

tiazidicos

11- Ingestatildeo de caacutelcio

Com que frequecircncia vocecirc comeu produtos derivados do leite na semana passada

(diassemana)

queijo amarelo queijo branco iogurte leite sorvete

Para os periacuteodos indicados abaixo com que frequecircncia vocecirc recebeu leite

ate 25 anos 25 a 50 anos Acima de 50 anos

Todas as refeiccedilotildees (3 ou + coposdia)

1-2 coposdia

52

Toda semana mas natildeo todo dia

lt 1 vezsemana

53

11 Anexo 2 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Projeto de Pesquisa Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade

oacutessea em mulheres na menopausa

Pesquisador responsaacutevel Dra Lizanka Paola F Marinheiro

Instituiccedilatildeo responsaacutevel Instituto Fernandes Figueira

Vocecirc estaacute sendo convidado a participar do projeto de pesquisa intitulado

Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea em mulheres na

menopausa por que vocecirc participou do estudo anterior realizado haacute 7 anos sobre a

osteoporose e suas consequumlecircncias

54

A osteoporose e uma doenccedila que se caracteriza pela diminuiccedilatildeo da resistecircncia do osso

tornando-o mais fraacutegil Essa fragilidade aumenta o risco da pessoa que tem osteoporose de ter

fraturas mesmo com atividades comuns como tossir ou espirrar

Com isso esse trabalho deseja avaliar a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea na

populaccedilatildeo de mulheres na poacutes menopausa residente da Ilha de Paquetaacute apoacutes 7 anos de

seguimento do uacuteltimo estudo transversal

Vocecirc natildeo eacute obrigada a participar Mas se quiser vocecirc teraacute que responder a um

questionaacuterio Para participar vocecirc natildeo teraacute que pagar nada O resultado seraacute fornecido apenas

a vocecirc ningueacutem mais saberaacute Suas duvidas seratildeo esclarecidas e vocecirc devera continuar

acompanhamento com seu meacutedico assistente Se vocecirc natildeo quiser participar natildeo seraacute

submetida a nenhum constrangimento fiacutesico ou moral e seu atendimento no posto de sauacutede

natildeo seraacute prejudicado A participante poderaacute se retirar do estudo a qualquer momento que

julgar necessaacuterio sem prejuiacutezo para a mesma O resultado de toda a pesquisa seraacute divulgada e

atraveacutes de artigos cientiacuteficos em revistas encontros congressos ou similares sem a

divulgaccedilatildeo dos nomes de quem participou de forma sigilosa

Sua participaccedilatildeo no estudo natildeo implicaraacute em custos adicionais O (A) Sr (a) natildeo teraacute

qualquer despesa com a realizaccedilatildeo dos procedimentos previstos neste estudo que seratildeo

custeados pelo pesquisador responsaacutevel Tambeacutem natildeo haveraacute nenhuma forma de pagamento

pela sua participaccedilatildeo

Caso surja alguma duacutevida quanto agrave eacutetica do estudo o (a) Sr(a) deveraacute se reportar ao

Comitecirc de Eacutetica em Pesquisas envolvendo seres humanos ndash subordinado ao Conselho

Nacional de Eacutetica em Pesquisa oacutergatildeo do Ministeacuterio da Sauacutede atraveacutes de solicitaccedilatildeo ao

representante de pesquisa que estaraacute sob contato permanente ou contactando o Comitecirc de

Eacutetica em Pesquisa desta instituiccedilatildeo no telefone (21) 3971-1590 Eacute assegurado o completo

55

sigilo de sua identidade quanto a sua participaccedilatildeo neste estudo incluindo a eventualidade da

apresentaccedilatildeo dos resultados deste estudo em congressos e perioacutedicos cientiacuteficos

Eu________________________________________________________________________

residente do endereccedilo__________________________ fui informada dos objetivos e da

justificativa deste trabalho de forma clara e detalhada pela Dra Adriana de Mattos V da

Costa Recebi informaccedilotildees especificas sobre cada procedimento no qual estarei envolvida

dos desconfortos e riscos previstos tanto quanto dos benefiacutecios esperados Todas as minhas

duvidas foram respondidas com clareza e sei que poderei solicitar novos esclarecimentos a

qualquer momento Aleacutem disso sei que novas informaccedilotildees obtidas durante o estudo me seratildeo

fornecidas e que terei liberdade de retirar meu consentimento de participaccedilatildeo face a estas

informaccedilotildees sem prejuiacutezo para mim Aleacutem disto me foi entregue uma coacutepia da folha de

informaccedilotildees para os participantes a qual li compreendi e me deu plena liberdade para decidir

acerca da minha espontacircnea participaccedilatildeo nesta pesquisa Minha identidade jamais seraacute

publicada Os dados colhidos poderatildeo ser examinados por pessoas envolvidas no estudo com

autorizaccedilatildeo delegada do investigador e por pessoas delegadas pelo patrocinador Estou

recebendo uma coacutepia assinada deste Termo

Os pesquisadores responsaacuteveis pelo Projeto satildeo a Dra Lizanka Paola F Marinheiro e

sua aluna a Dra Adriana de Mattos Viveiros da Costa

56

Participante

Nome _________________________________

Assinatura________________________________

Data_________________________________________

Investigador

Nome____________________________________

Assinatura________________________________

Data_______________________________________

Pesquisadora

Nome______________________________________

Assinatura___________________________________

Data__________________________________________

Dra Lizanka Paola F Marinheiro

lizankaglobocom

tel 25541700

Dra Adriana de Mattos Vda Costa

adrianamattosmedyahoocombr

tel 87273315

Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa

Rua Afonso Cavalcanti 455 sala 710 ndash Cidade Nova -

Telefone 3971-1463

50

1 -2 dsem lt 1 dsem nunca

Tipo de bebida destilados (uiacutesque cachaccedila vodka)

fermentados (cerveja vinho)

6- Imobilizaccedilatildeo

Vocecirc jaacute ficou acamado por um periacuteodo superior a 2 meses

sim natildeo natildeo sei

Se sim foi antes ou apos os 25 anos de idade

ano passado nunca

7- Fumo

Vocecirc fumou cigarro ou usou outras formas de fumo (cachimbo ou charuto)

atualmente no passado nunca

Com que idade iniciou anos

Se parou com que idade anos

Numero de cigarrosdia

8- Atividade Fiacutesica

Quantas tempo costuma passar diariamente ao ar livre caminhando ou andando de bicicleta

nenhuma a 1 h superior a 1 h

Qual a sua atividade fiacutesica durante diferentes periacuteodos de sua vida adulta

Ate os 25 anos 25 a 50 anos acima 50 anos

Niacutevel 1 (leve) 2 (moderada) 3 (pesada) 4

(muito pesada)

9- Impacto

Como vocecirc descreveria sua sauacutede geral neste momento

muito boa boa satisfatoacuteria regular ruim

10- Interrogatoacuterio sobre drogas

51

Vocecirc jaacute usou alguma medicaccedilatildeo oral ou injetaacutevel contendo corticosteroides por mais de 3

meses sim natildeo natildeo sei

Vocecirc jaacute usou alguma desses remeacutedios

Droga sim natildeo sei tempo

(meses)

parou ha quanto tempo

Hormocircnios

masculinos

Hormocircnios

femininos

Calcitonina

Fluacuteor

Caacutelcio

Vitamina D

Anabolizantes

Diureacuteticos

tiazidicos

11- Ingestatildeo de caacutelcio

Com que frequecircncia vocecirc comeu produtos derivados do leite na semana passada

(diassemana)

queijo amarelo queijo branco iogurte leite sorvete

Para os periacuteodos indicados abaixo com que frequecircncia vocecirc recebeu leite

ate 25 anos 25 a 50 anos Acima de 50 anos

Todas as refeiccedilotildees (3 ou + coposdia)

1-2 coposdia

52

Toda semana mas natildeo todo dia

lt 1 vezsemana

53

11 Anexo 2 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Projeto de Pesquisa Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade

oacutessea em mulheres na menopausa

Pesquisador responsaacutevel Dra Lizanka Paola F Marinheiro

Instituiccedilatildeo responsaacutevel Instituto Fernandes Figueira

Vocecirc estaacute sendo convidado a participar do projeto de pesquisa intitulado

Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea em mulheres na

menopausa por que vocecirc participou do estudo anterior realizado haacute 7 anos sobre a

osteoporose e suas consequumlecircncias

54

A osteoporose e uma doenccedila que se caracteriza pela diminuiccedilatildeo da resistecircncia do osso

tornando-o mais fraacutegil Essa fragilidade aumenta o risco da pessoa que tem osteoporose de ter

fraturas mesmo com atividades comuns como tossir ou espirrar

Com isso esse trabalho deseja avaliar a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea na

populaccedilatildeo de mulheres na poacutes menopausa residente da Ilha de Paquetaacute apoacutes 7 anos de

seguimento do uacuteltimo estudo transversal

Vocecirc natildeo eacute obrigada a participar Mas se quiser vocecirc teraacute que responder a um

questionaacuterio Para participar vocecirc natildeo teraacute que pagar nada O resultado seraacute fornecido apenas

a vocecirc ningueacutem mais saberaacute Suas duvidas seratildeo esclarecidas e vocecirc devera continuar

acompanhamento com seu meacutedico assistente Se vocecirc natildeo quiser participar natildeo seraacute

submetida a nenhum constrangimento fiacutesico ou moral e seu atendimento no posto de sauacutede

natildeo seraacute prejudicado A participante poderaacute se retirar do estudo a qualquer momento que

julgar necessaacuterio sem prejuiacutezo para a mesma O resultado de toda a pesquisa seraacute divulgada e

atraveacutes de artigos cientiacuteficos em revistas encontros congressos ou similares sem a

divulgaccedilatildeo dos nomes de quem participou de forma sigilosa

Sua participaccedilatildeo no estudo natildeo implicaraacute em custos adicionais O (A) Sr (a) natildeo teraacute

qualquer despesa com a realizaccedilatildeo dos procedimentos previstos neste estudo que seratildeo

custeados pelo pesquisador responsaacutevel Tambeacutem natildeo haveraacute nenhuma forma de pagamento

pela sua participaccedilatildeo

Caso surja alguma duacutevida quanto agrave eacutetica do estudo o (a) Sr(a) deveraacute se reportar ao

Comitecirc de Eacutetica em Pesquisas envolvendo seres humanos ndash subordinado ao Conselho

Nacional de Eacutetica em Pesquisa oacutergatildeo do Ministeacuterio da Sauacutede atraveacutes de solicitaccedilatildeo ao

representante de pesquisa que estaraacute sob contato permanente ou contactando o Comitecirc de

Eacutetica em Pesquisa desta instituiccedilatildeo no telefone (21) 3971-1590 Eacute assegurado o completo

55

sigilo de sua identidade quanto a sua participaccedilatildeo neste estudo incluindo a eventualidade da

apresentaccedilatildeo dos resultados deste estudo em congressos e perioacutedicos cientiacuteficos

Eu________________________________________________________________________

residente do endereccedilo__________________________ fui informada dos objetivos e da

justificativa deste trabalho de forma clara e detalhada pela Dra Adriana de Mattos V da

Costa Recebi informaccedilotildees especificas sobre cada procedimento no qual estarei envolvida

dos desconfortos e riscos previstos tanto quanto dos benefiacutecios esperados Todas as minhas

duvidas foram respondidas com clareza e sei que poderei solicitar novos esclarecimentos a

qualquer momento Aleacutem disso sei que novas informaccedilotildees obtidas durante o estudo me seratildeo

fornecidas e que terei liberdade de retirar meu consentimento de participaccedilatildeo face a estas

informaccedilotildees sem prejuiacutezo para mim Aleacutem disto me foi entregue uma coacutepia da folha de

informaccedilotildees para os participantes a qual li compreendi e me deu plena liberdade para decidir

acerca da minha espontacircnea participaccedilatildeo nesta pesquisa Minha identidade jamais seraacute

publicada Os dados colhidos poderatildeo ser examinados por pessoas envolvidas no estudo com

autorizaccedilatildeo delegada do investigador e por pessoas delegadas pelo patrocinador Estou

recebendo uma coacutepia assinada deste Termo

Os pesquisadores responsaacuteveis pelo Projeto satildeo a Dra Lizanka Paola F Marinheiro e

sua aluna a Dra Adriana de Mattos Viveiros da Costa

56

Participante

Nome _________________________________

Assinatura________________________________

Data_________________________________________

Investigador

Nome____________________________________

Assinatura________________________________

Data_______________________________________

Pesquisadora

Nome______________________________________

Assinatura___________________________________

Data__________________________________________

Dra Lizanka Paola F Marinheiro

lizankaglobocom

tel 25541700

Dra Adriana de Mattos Vda Costa

adrianamattosmedyahoocombr

tel 87273315

Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa

Rua Afonso Cavalcanti 455 sala 710 ndash Cidade Nova -

Telefone 3971-1463

51

Vocecirc jaacute usou alguma medicaccedilatildeo oral ou injetaacutevel contendo corticosteroides por mais de 3

meses sim natildeo natildeo sei

Vocecirc jaacute usou alguma desses remeacutedios

Droga sim natildeo sei tempo

(meses)

parou ha quanto tempo

Hormocircnios

masculinos

Hormocircnios

femininos

Calcitonina

Fluacuteor

Caacutelcio

Vitamina D

Anabolizantes

Diureacuteticos

tiazidicos

11- Ingestatildeo de caacutelcio

Com que frequecircncia vocecirc comeu produtos derivados do leite na semana passada

(diassemana)

queijo amarelo queijo branco iogurte leite sorvete

Para os periacuteodos indicados abaixo com que frequecircncia vocecirc recebeu leite

ate 25 anos 25 a 50 anos Acima de 50 anos

Todas as refeiccedilotildees (3 ou + coposdia)

1-2 coposdia

52

Toda semana mas natildeo todo dia

lt 1 vezsemana

53

11 Anexo 2 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Projeto de Pesquisa Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade

oacutessea em mulheres na menopausa

Pesquisador responsaacutevel Dra Lizanka Paola F Marinheiro

Instituiccedilatildeo responsaacutevel Instituto Fernandes Figueira

Vocecirc estaacute sendo convidado a participar do projeto de pesquisa intitulado

Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea em mulheres na

menopausa por que vocecirc participou do estudo anterior realizado haacute 7 anos sobre a

osteoporose e suas consequumlecircncias

54

A osteoporose e uma doenccedila que se caracteriza pela diminuiccedilatildeo da resistecircncia do osso

tornando-o mais fraacutegil Essa fragilidade aumenta o risco da pessoa que tem osteoporose de ter

fraturas mesmo com atividades comuns como tossir ou espirrar

Com isso esse trabalho deseja avaliar a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea na

populaccedilatildeo de mulheres na poacutes menopausa residente da Ilha de Paquetaacute apoacutes 7 anos de

seguimento do uacuteltimo estudo transversal

Vocecirc natildeo eacute obrigada a participar Mas se quiser vocecirc teraacute que responder a um

questionaacuterio Para participar vocecirc natildeo teraacute que pagar nada O resultado seraacute fornecido apenas

a vocecirc ningueacutem mais saberaacute Suas duvidas seratildeo esclarecidas e vocecirc devera continuar

acompanhamento com seu meacutedico assistente Se vocecirc natildeo quiser participar natildeo seraacute

submetida a nenhum constrangimento fiacutesico ou moral e seu atendimento no posto de sauacutede

natildeo seraacute prejudicado A participante poderaacute se retirar do estudo a qualquer momento que

julgar necessaacuterio sem prejuiacutezo para a mesma O resultado de toda a pesquisa seraacute divulgada e

atraveacutes de artigos cientiacuteficos em revistas encontros congressos ou similares sem a

divulgaccedilatildeo dos nomes de quem participou de forma sigilosa

Sua participaccedilatildeo no estudo natildeo implicaraacute em custos adicionais O (A) Sr (a) natildeo teraacute

qualquer despesa com a realizaccedilatildeo dos procedimentos previstos neste estudo que seratildeo

custeados pelo pesquisador responsaacutevel Tambeacutem natildeo haveraacute nenhuma forma de pagamento

pela sua participaccedilatildeo

Caso surja alguma duacutevida quanto agrave eacutetica do estudo o (a) Sr(a) deveraacute se reportar ao

Comitecirc de Eacutetica em Pesquisas envolvendo seres humanos ndash subordinado ao Conselho

Nacional de Eacutetica em Pesquisa oacutergatildeo do Ministeacuterio da Sauacutede atraveacutes de solicitaccedilatildeo ao

representante de pesquisa que estaraacute sob contato permanente ou contactando o Comitecirc de

Eacutetica em Pesquisa desta instituiccedilatildeo no telefone (21) 3971-1590 Eacute assegurado o completo

55

sigilo de sua identidade quanto a sua participaccedilatildeo neste estudo incluindo a eventualidade da

apresentaccedilatildeo dos resultados deste estudo em congressos e perioacutedicos cientiacuteficos

Eu________________________________________________________________________

residente do endereccedilo__________________________ fui informada dos objetivos e da

justificativa deste trabalho de forma clara e detalhada pela Dra Adriana de Mattos V da

Costa Recebi informaccedilotildees especificas sobre cada procedimento no qual estarei envolvida

dos desconfortos e riscos previstos tanto quanto dos benefiacutecios esperados Todas as minhas

duvidas foram respondidas com clareza e sei que poderei solicitar novos esclarecimentos a

qualquer momento Aleacutem disso sei que novas informaccedilotildees obtidas durante o estudo me seratildeo

fornecidas e que terei liberdade de retirar meu consentimento de participaccedilatildeo face a estas

informaccedilotildees sem prejuiacutezo para mim Aleacutem disto me foi entregue uma coacutepia da folha de

informaccedilotildees para os participantes a qual li compreendi e me deu plena liberdade para decidir

acerca da minha espontacircnea participaccedilatildeo nesta pesquisa Minha identidade jamais seraacute

publicada Os dados colhidos poderatildeo ser examinados por pessoas envolvidas no estudo com

autorizaccedilatildeo delegada do investigador e por pessoas delegadas pelo patrocinador Estou

recebendo uma coacutepia assinada deste Termo

Os pesquisadores responsaacuteveis pelo Projeto satildeo a Dra Lizanka Paola F Marinheiro e

sua aluna a Dra Adriana de Mattos Viveiros da Costa

56

Participante

Nome _________________________________

Assinatura________________________________

Data_________________________________________

Investigador

Nome____________________________________

Assinatura________________________________

Data_______________________________________

Pesquisadora

Nome______________________________________

Assinatura___________________________________

Data__________________________________________

Dra Lizanka Paola F Marinheiro

lizankaglobocom

tel 25541700

Dra Adriana de Mattos Vda Costa

adrianamattosmedyahoocombr

tel 87273315

Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa

Rua Afonso Cavalcanti 455 sala 710 ndash Cidade Nova -

Telefone 3971-1463

52

Toda semana mas natildeo todo dia

lt 1 vezsemana

53

11 Anexo 2 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Projeto de Pesquisa Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade

oacutessea em mulheres na menopausa

Pesquisador responsaacutevel Dra Lizanka Paola F Marinheiro

Instituiccedilatildeo responsaacutevel Instituto Fernandes Figueira

Vocecirc estaacute sendo convidado a participar do projeto de pesquisa intitulado

Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea em mulheres na

menopausa por que vocecirc participou do estudo anterior realizado haacute 7 anos sobre a

osteoporose e suas consequumlecircncias

54

A osteoporose e uma doenccedila que se caracteriza pela diminuiccedilatildeo da resistecircncia do osso

tornando-o mais fraacutegil Essa fragilidade aumenta o risco da pessoa que tem osteoporose de ter

fraturas mesmo com atividades comuns como tossir ou espirrar

Com isso esse trabalho deseja avaliar a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea na

populaccedilatildeo de mulheres na poacutes menopausa residente da Ilha de Paquetaacute apoacutes 7 anos de

seguimento do uacuteltimo estudo transversal

Vocecirc natildeo eacute obrigada a participar Mas se quiser vocecirc teraacute que responder a um

questionaacuterio Para participar vocecirc natildeo teraacute que pagar nada O resultado seraacute fornecido apenas

a vocecirc ningueacutem mais saberaacute Suas duvidas seratildeo esclarecidas e vocecirc devera continuar

acompanhamento com seu meacutedico assistente Se vocecirc natildeo quiser participar natildeo seraacute

submetida a nenhum constrangimento fiacutesico ou moral e seu atendimento no posto de sauacutede

natildeo seraacute prejudicado A participante poderaacute se retirar do estudo a qualquer momento que

julgar necessaacuterio sem prejuiacutezo para a mesma O resultado de toda a pesquisa seraacute divulgada e

atraveacutes de artigos cientiacuteficos em revistas encontros congressos ou similares sem a

divulgaccedilatildeo dos nomes de quem participou de forma sigilosa

Sua participaccedilatildeo no estudo natildeo implicaraacute em custos adicionais O (A) Sr (a) natildeo teraacute

qualquer despesa com a realizaccedilatildeo dos procedimentos previstos neste estudo que seratildeo

custeados pelo pesquisador responsaacutevel Tambeacutem natildeo haveraacute nenhuma forma de pagamento

pela sua participaccedilatildeo

Caso surja alguma duacutevida quanto agrave eacutetica do estudo o (a) Sr(a) deveraacute se reportar ao

Comitecirc de Eacutetica em Pesquisas envolvendo seres humanos ndash subordinado ao Conselho

Nacional de Eacutetica em Pesquisa oacutergatildeo do Ministeacuterio da Sauacutede atraveacutes de solicitaccedilatildeo ao

representante de pesquisa que estaraacute sob contato permanente ou contactando o Comitecirc de

Eacutetica em Pesquisa desta instituiccedilatildeo no telefone (21) 3971-1590 Eacute assegurado o completo

55

sigilo de sua identidade quanto a sua participaccedilatildeo neste estudo incluindo a eventualidade da

apresentaccedilatildeo dos resultados deste estudo em congressos e perioacutedicos cientiacuteficos

Eu________________________________________________________________________

residente do endereccedilo__________________________ fui informada dos objetivos e da

justificativa deste trabalho de forma clara e detalhada pela Dra Adriana de Mattos V da

Costa Recebi informaccedilotildees especificas sobre cada procedimento no qual estarei envolvida

dos desconfortos e riscos previstos tanto quanto dos benefiacutecios esperados Todas as minhas

duvidas foram respondidas com clareza e sei que poderei solicitar novos esclarecimentos a

qualquer momento Aleacutem disso sei que novas informaccedilotildees obtidas durante o estudo me seratildeo

fornecidas e que terei liberdade de retirar meu consentimento de participaccedilatildeo face a estas

informaccedilotildees sem prejuiacutezo para mim Aleacutem disto me foi entregue uma coacutepia da folha de

informaccedilotildees para os participantes a qual li compreendi e me deu plena liberdade para decidir

acerca da minha espontacircnea participaccedilatildeo nesta pesquisa Minha identidade jamais seraacute

publicada Os dados colhidos poderatildeo ser examinados por pessoas envolvidas no estudo com

autorizaccedilatildeo delegada do investigador e por pessoas delegadas pelo patrocinador Estou

recebendo uma coacutepia assinada deste Termo

Os pesquisadores responsaacuteveis pelo Projeto satildeo a Dra Lizanka Paola F Marinheiro e

sua aluna a Dra Adriana de Mattos Viveiros da Costa

56

Participante

Nome _________________________________

Assinatura________________________________

Data_________________________________________

Investigador

Nome____________________________________

Assinatura________________________________

Data_______________________________________

Pesquisadora

Nome______________________________________

Assinatura___________________________________

Data__________________________________________

Dra Lizanka Paola F Marinheiro

lizankaglobocom

tel 25541700

Dra Adriana de Mattos Vda Costa

adrianamattosmedyahoocombr

tel 87273315

Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa

Rua Afonso Cavalcanti 455 sala 710 ndash Cidade Nova -

Telefone 3971-1463

53

11 Anexo 2 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Projeto de Pesquisa Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade

oacutessea em mulheres na menopausa

Pesquisador responsaacutevel Dra Lizanka Paola F Marinheiro

Instituiccedilatildeo responsaacutevel Instituto Fernandes Figueira

Vocecirc estaacute sendo convidado a participar do projeto de pesquisa intitulado

Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea em mulheres na

menopausa por que vocecirc participou do estudo anterior realizado haacute 7 anos sobre a

osteoporose e suas consequumlecircncias

54

A osteoporose e uma doenccedila que se caracteriza pela diminuiccedilatildeo da resistecircncia do osso

tornando-o mais fraacutegil Essa fragilidade aumenta o risco da pessoa que tem osteoporose de ter

fraturas mesmo com atividades comuns como tossir ou espirrar

Com isso esse trabalho deseja avaliar a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea na

populaccedilatildeo de mulheres na poacutes menopausa residente da Ilha de Paquetaacute apoacutes 7 anos de

seguimento do uacuteltimo estudo transversal

Vocecirc natildeo eacute obrigada a participar Mas se quiser vocecirc teraacute que responder a um

questionaacuterio Para participar vocecirc natildeo teraacute que pagar nada O resultado seraacute fornecido apenas

a vocecirc ningueacutem mais saberaacute Suas duvidas seratildeo esclarecidas e vocecirc devera continuar

acompanhamento com seu meacutedico assistente Se vocecirc natildeo quiser participar natildeo seraacute

submetida a nenhum constrangimento fiacutesico ou moral e seu atendimento no posto de sauacutede

natildeo seraacute prejudicado A participante poderaacute se retirar do estudo a qualquer momento que

julgar necessaacuterio sem prejuiacutezo para a mesma O resultado de toda a pesquisa seraacute divulgada e

atraveacutes de artigos cientiacuteficos em revistas encontros congressos ou similares sem a

divulgaccedilatildeo dos nomes de quem participou de forma sigilosa

Sua participaccedilatildeo no estudo natildeo implicaraacute em custos adicionais O (A) Sr (a) natildeo teraacute

qualquer despesa com a realizaccedilatildeo dos procedimentos previstos neste estudo que seratildeo

custeados pelo pesquisador responsaacutevel Tambeacutem natildeo haveraacute nenhuma forma de pagamento

pela sua participaccedilatildeo

Caso surja alguma duacutevida quanto agrave eacutetica do estudo o (a) Sr(a) deveraacute se reportar ao

Comitecirc de Eacutetica em Pesquisas envolvendo seres humanos ndash subordinado ao Conselho

Nacional de Eacutetica em Pesquisa oacutergatildeo do Ministeacuterio da Sauacutede atraveacutes de solicitaccedilatildeo ao

representante de pesquisa que estaraacute sob contato permanente ou contactando o Comitecirc de

Eacutetica em Pesquisa desta instituiccedilatildeo no telefone (21) 3971-1590 Eacute assegurado o completo

55

sigilo de sua identidade quanto a sua participaccedilatildeo neste estudo incluindo a eventualidade da

apresentaccedilatildeo dos resultados deste estudo em congressos e perioacutedicos cientiacuteficos

Eu________________________________________________________________________

residente do endereccedilo__________________________ fui informada dos objetivos e da

justificativa deste trabalho de forma clara e detalhada pela Dra Adriana de Mattos V da

Costa Recebi informaccedilotildees especificas sobre cada procedimento no qual estarei envolvida

dos desconfortos e riscos previstos tanto quanto dos benefiacutecios esperados Todas as minhas

duvidas foram respondidas com clareza e sei que poderei solicitar novos esclarecimentos a

qualquer momento Aleacutem disso sei que novas informaccedilotildees obtidas durante o estudo me seratildeo

fornecidas e que terei liberdade de retirar meu consentimento de participaccedilatildeo face a estas

informaccedilotildees sem prejuiacutezo para mim Aleacutem disto me foi entregue uma coacutepia da folha de

informaccedilotildees para os participantes a qual li compreendi e me deu plena liberdade para decidir

acerca da minha espontacircnea participaccedilatildeo nesta pesquisa Minha identidade jamais seraacute

publicada Os dados colhidos poderatildeo ser examinados por pessoas envolvidas no estudo com

autorizaccedilatildeo delegada do investigador e por pessoas delegadas pelo patrocinador Estou

recebendo uma coacutepia assinada deste Termo

Os pesquisadores responsaacuteveis pelo Projeto satildeo a Dra Lizanka Paola F Marinheiro e

sua aluna a Dra Adriana de Mattos Viveiros da Costa

56

Participante

Nome _________________________________

Assinatura________________________________

Data_________________________________________

Investigador

Nome____________________________________

Assinatura________________________________

Data_______________________________________

Pesquisadora

Nome______________________________________

Assinatura___________________________________

Data__________________________________________

Dra Lizanka Paola F Marinheiro

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tel 25541700

Dra Adriana de Mattos Vda Costa

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tel 87273315

Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa

Rua Afonso Cavalcanti 455 sala 710 ndash Cidade Nova -

Telefone 3971-1463

54

A osteoporose e uma doenccedila que se caracteriza pela diminuiccedilatildeo da resistecircncia do osso

tornando-o mais fraacutegil Essa fragilidade aumenta o risco da pessoa que tem osteoporose de ter

fraturas mesmo com atividades comuns como tossir ou espirrar

Com isso esse trabalho deseja avaliar a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea na

populaccedilatildeo de mulheres na poacutes menopausa residente da Ilha de Paquetaacute apoacutes 7 anos de

seguimento do uacuteltimo estudo transversal

Vocecirc natildeo eacute obrigada a participar Mas se quiser vocecirc teraacute que responder a um

questionaacuterio Para participar vocecirc natildeo teraacute que pagar nada O resultado seraacute fornecido apenas

a vocecirc ningueacutem mais saberaacute Suas duvidas seratildeo esclarecidas e vocecirc devera continuar

acompanhamento com seu meacutedico assistente Se vocecirc natildeo quiser participar natildeo seraacute

submetida a nenhum constrangimento fiacutesico ou moral e seu atendimento no posto de sauacutede

natildeo seraacute prejudicado A participante poderaacute se retirar do estudo a qualquer momento que

julgar necessaacuterio sem prejuiacutezo para a mesma O resultado de toda a pesquisa seraacute divulgada e

atraveacutes de artigos cientiacuteficos em revistas encontros congressos ou similares sem a

divulgaccedilatildeo dos nomes de quem participou de forma sigilosa

Sua participaccedilatildeo no estudo natildeo implicaraacute em custos adicionais O (A) Sr (a) natildeo teraacute

qualquer despesa com a realizaccedilatildeo dos procedimentos previstos neste estudo que seratildeo

custeados pelo pesquisador responsaacutevel Tambeacutem natildeo haveraacute nenhuma forma de pagamento

pela sua participaccedilatildeo

Caso surja alguma duacutevida quanto agrave eacutetica do estudo o (a) Sr(a) deveraacute se reportar ao

Comitecirc de Eacutetica em Pesquisas envolvendo seres humanos ndash subordinado ao Conselho

Nacional de Eacutetica em Pesquisa oacutergatildeo do Ministeacuterio da Sauacutede atraveacutes de solicitaccedilatildeo ao

representante de pesquisa que estaraacute sob contato permanente ou contactando o Comitecirc de

Eacutetica em Pesquisa desta instituiccedilatildeo no telefone (21) 3971-1590 Eacute assegurado o completo

55

sigilo de sua identidade quanto a sua participaccedilatildeo neste estudo incluindo a eventualidade da

apresentaccedilatildeo dos resultados deste estudo em congressos e perioacutedicos cientiacuteficos

Eu________________________________________________________________________

residente do endereccedilo__________________________ fui informada dos objetivos e da

justificativa deste trabalho de forma clara e detalhada pela Dra Adriana de Mattos V da

Costa Recebi informaccedilotildees especificas sobre cada procedimento no qual estarei envolvida

dos desconfortos e riscos previstos tanto quanto dos benefiacutecios esperados Todas as minhas

duvidas foram respondidas com clareza e sei que poderei solicitar novos esclarecimentos a

qualquer momento Aleacutem disso sei que novas informaccedilotildees obtidas durante o estudo me seratildeo

fornecidas e que terei liberdade de retirar meu consentimento de participaccedilatildeo face a estas

informaccedilotildees sem prejuiacutezo para mim Aleacutem disto me foi entregue uma coacutepia da folha de

informaccedilotildees para os participantes a qual li compreendi e me deu plena liberdade para decidir

acerca da minha espontacircnea participaccedilatildeo nesta pesquisa Minha identidade jamais seraacute

publicada Os dados colhidos poderatildeo ser examinados por pessoas envolvidas no estudo com

autorizaccedilatildeo delegada do investigador e por pessoas delegadas pelo patrocinador Estou

recebendo uma coacutepia assinada deste Termo

Os pesquisadores responsaacuteveis pelo Projeto satildeo a Dra Lizanka Paola F Marinheiro e

sua aluna a Dra Adriana de Mattos Viveiros da Costa

56

Participante

Nome _________________________________

Assinatura________________________________

Data_________________________________________

Investigador

Nome____________________________________

Assinatura________________________________

Data_______________________________________

Pesquisadora

Nome______________________________________

Assinatura___________________________________

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Dra Lizanka Paola F Marinheiro

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tel 25541700

Dra Adriana de Mattos Vda Costa

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Telefone 3971-1463

55

sigilo de sua identidade quanto a sua participaccedilatildeo neste estudo incluindo a eventualidade da

apresentaccedilatildeo dos resultados deste estudo em congressos e perioacutedicos cientiacuteficos

Eu________________________________________________________________________

residente do endereccedilo__________________________ fui informada dos objetivos e da

justificativa deste trabalho de forma clara e detalhada pela Dra Adriana de Mattos V da

Costa Recebi informaccedilotildees especificas sobre cada procedimento no qual estarei envolvida

dos desconfortos e riscos previstos tanto quanto dos benefiacutecios esperados Todas as minhas

duvidas foram respondidas com clareza e sei que poderei solicitar novos esclarecimentos a

qualquer momento Aleacutem disso sei que novas informaccedilotildees obtidas durante o estudo me seratildeo

fornecidas e que terei liberdade de retirar meu consentimento de participaccedilatildeo face a estas

informaccedilotildees sem prejuiacutezo para mim Aleacutem disto me foi entregue uma coacutepia da folha de

informaccedilotildees para os participantes a qual li compreendi e me deu plena liberdade para decidir

acerca da minha espontacircnea participaccedilatildeo nesta pesquisa Minha identidade jamais seraacute

publicada Os dados colhidos poderatildeo ser examinados por pessoas envolvidas no estudo com

autorizaccedilatildeo delegada do investigador e por pessoas delegadas pelo patrocinador Estou

recebendo uma coacutepia assinada deste Termo

Os pesquisadores responsaacuteveis pelo Projeto satildeo a Dra Lizanka Paola F Marinheiro e

sua aluna a Dra Adriana de Mattos Viveiros da Costa

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Participante

Nome _________________________________

Assinatura________________________________

Data_________________________________________

Investigador

Nome____________________________________

Assinatura________________________________

Data_______________________________________

Pesquisadora

Nome______________________________________

Assinatura___________________________________

Data__________________________________________

Dra Lizanka Paola F Marinheiro

lizankaglobocom

tel 25541700

Dra Adriana de Mattos Vda Costa

adrianamattosmedyahoocombr

tel 87273315

Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa

Rua Afonso Cavalcanti 455 sala 710 ndash Cidade Nova -

Telefone 3971-1463

56

Participante

Nome _________________________________

Assinatura________________________________

Data_________________________________________

Investigador

Nome____________________________________

Assinatura________________________________

Data_______________________________________

Pesquisadora

Nome______________________________________

Assinatura___________________________________

Data__________________________________________

Dra Lizanka Paola F Marinheiro

lizankaglobocom

tel 25541700

Dra Adriana de Mattos Vda Costa

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Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa

Rua Afonso Cavalcanti 455 sala 710 ndash Cidade Nova -

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