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Estudo de fatores associados agrave incidecircncia de fraturas por
fragilidade oacutessea em mulheres na menopausa
Adriana de Mattos V da Costa
Rio de Janeiro julho de 2012
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Estudo de fatores associados agrave incidecircncia de fraturas por
fragilidade oacutessea em mulheres na menopausa
Adriana de Mattos V da Costa
Dissertaccedilatildeo apresentado agrave Poacutes-
Graduaccedilatildeo em Sauacutede da Crianccedila e
da Mulher como parte dos
requisitos para obtenccedilatildeo do tiacutetulo
de Mestre
Orientador Dra Lizanka Paola Figueiredo Marinheiro
Co-orientador Dra Patriacutecia Pereira de Oliveira
Rio de Janeiro julho de 2012
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Agradecimento
Agradeccedilo a Deus por ter me amparado nesta jornada e ter me dado agrave oportunidade de chegar
ateacute aqui
Agrave minha orientadora Professora e Doutora Lizanka Paola Figueiredo Marinheiro por ter
acreditado em mim e me apoiado na construccedilatildeo desse trabalho
Agrave minha co-orientadora Dra Patriacutecia Pereira de Oliveira que mesmo de longe se fez perto
com suas ideias e criticas que tanto contribuiacuteram para dissertaccedilatildeo de mestrado
Agrave meacutedica Michelly Mota ginecologista do Hospital Municipal Manoel Artur Vilaboim por
ter aberto portas no local de realizaccedilatildeo desta pesquisa
Agrave Pauline Menezes por ter me auxiliado na coleta de dados
Agrave Ceciacutelia de Mattos por prontamente ter ajudado na traduccedilatildeo deste projeto
Aos professores e colegas de turma da poacutes-graduaccedilatildeo meu reconhecimento e eterna amizade
Ao meu esposo Cesar Amorim pelas palavras de conforto e incentivo em todos os momentos
dessa poacutes graduaccedilatildeo e a minha matildee Fatima Guimaraes de Mattos meus agradecimentos pela
presenccedila especial e essencial em todos os momentos da minha vida
E agrave minha filha Giovanna de Mattos Amorim que nasceu durante essa jornada e motivo da
minha maior alegria
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Resumo
Introduccedilatildeo O aumento na ocorrecircncia de fraturas secundaacuterias agrave fragilidade oacutessea
representa um significativo problema de Sauacutede Puacuteblica jaacute que corresponde a um importante
aumento na morbidade mortalidade e nos custos de mulheres na poacutes menopausa Objetivos
Avaliar os fatores relacionados agrave ocorrecircncia de fraturas em mulheres poacutes-menopausa
acompanhadas em uma unidade baacutesica de sauacutede Metodologia Foi realizado um estudo de
coorte prospectivo na ilha de PaquetaacuteRJ no ano de 2011 Atraveacutes do banco de dados jaacute
existente as mulheres foram localizadas por telefonemas e comparecimento no hospital local
As pacientes selecionadas foram submetidas a um questionaacuterio estruturado de avaliaccedilatildeo de
fatores relacionados agrave fragilidade oacutessea Resultados A incidecircncia de fratura por fragilidade
oacutessea encontrada foi de 21 tendo como sitio principal o antebraccedilo com 13 A idade
meacutedia da populaccedilatildeo foi de 72 anos com DP plusmn 90 No grupo de pacientes fraturadas 50
tinham entre 65 e 79 anos sugerindo ser essa faixa etaacuteria mais susceptiacutevel as fraturas por
fragilidade oacutessea Das pacientes que tiveram a Ultrassonometria oacutessea de calcacircneo alterado
22 tiveram fraturas nesse periacuteodo Foi calculado o RR= 113 (IC95 048 - 263) As
pacientes que tiveram fraturas se mostraram com maior sobrepeso ou obesas (722) com
maior historia familiar de fratura de quadril (133) e com maior diagnostico de osteoporose
(471) do que as pacientes sem fraturas (p valorgt005) E 235 das pacientes acamadas
por mais de dois meses sofreram alguma fratura com p valor lt005 Na correlaccedilatildeo entre as
variaacuteveis idade tempo de menopausa e IMC foi evidenciada uma associaccedilatildeo positiva entre a
idade e o tempo de menopausa nos grupos de pacientes com e sem fraturas Conclusatildeo Os
fatores de risco para fraturas por fragilidade oacutessea encontrados ajudam a conhecermos o
perfil da nossa populaccedilatildeo e termos subsiacutedios para combater esse agravo
Palavras Chaves Osteogecircnese Imperfeita Fraturas Fragilidade Oacutessea e Epidemiologia
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Abstract
Introduction The increased occurrence of secondary fractures associated with bone
fragility represents a significant Public Health problem since it leads to a considerable
increase in morbidity mortality and in health care costs for postmenopausal women
Objectives To evaluate the factors related to the occurrence of fractures in postmenopausal
women attended at a public health center Methodology A prospective cohort study was
conducted in Paquetaacute Island Rio de Janeiro in 2011 Using an existing database these
women were identified contacted by phone and asked to come to the local hospital The
selected patients were submitted to a structured questionnaire assessing factors related to
bone fragility Results The incidence of fracture due to bone fragility was of 21 and the
main site was the forearm accounting for 13 The average age of the population was 72
with a SD plusmn 90 In the group of fractured patients 50 were between 65 and 79 years old
which suggest this is the age group that is most susceptible to fractures associated with bone
fragility Twenty two percent of the patients who had an altered quantitative ultrasonometry
of the calcaneus had fractures in that period of their lives The RR was calculated RR = 113
(CI 95 048 ndash 263) The patients who had fractures were more overweight or obese
(722) had a longer family history of hip fracture (133) and more diagnoses of
osteoporosis (471) than patients without fractures (p-value gt 005) And 235 of the
patients who were bedridden for more than two months suffered some type of fracture with a
p-value lt 005 In the correlation between the different ages time of menopause and BMI a
positive association between age and time of menopause became clear in the groups of
patients with and without fractures Conclusion The risk factors for fractures associated with
bone fragility help us to define the profile of our population and provide us with means to
fight this problem
Key Words Fractures Bone Fragility and Epidemiology
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Lista de Abreviaturas e Siglas
BUA = Atenuaccedilatildeo da frequecircncia do som
DMO= Densidade Mineral Oacutessea
DP= Desvio Padratildeo
EVOS= European Vertebral Osteoporosis Study
FCRs= Fatores Cliacutenicos de Riscos
IBGE= Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica
IMC= Iacutendice de Massa Corporal
IDH= Iacutendice de Desenvolvimento Humano
OMS= Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
PNAISM= Poliacutetica Nacional de Assistecircncia Integrada a Sauacutede da Mulher
PNAD= Pesquisa Nacional Por Amostra de Domiciacutelio
SPSS= Statistical Package for Social Science
SOS= Velocidade do Som
TH= Terapia Hormonal
USO= Ultrassonometria Oacutessea de calcacircneo
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Lista de Ilustraccedilotildees
Graacutefico 1- Incidecircncia de fratura em mulheres poacutes-menopausa 2003-2011
Graacutefico 2-Mulheres poacutes-menopausa por idade segundo fratura
Graacutefico 3- Anos apoacutes a menopausa conforme fratura
Tabela 1- Caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas das mulheres poacutes
menopausa (n=86)
Tabela 2- Caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas das mulheres poacutes
menopausa em 2003
Tabela 3- Incidecircncia de fraturas em mulheres poacutes menopausa segundo a
localizaccedilatildeo da fratura 2003-2011
Tabela 4- Relaccedilatildeo entre idade e fratura nas mulheres na poacutes menopausa
Tabela 5- Incidecircncia de fratura em mulheres poacutes-menopausa segundo
resultado da USO 2003-2011
Tabela 6 - Caracteriacutesticas cliacutenicas de mulheres poacutes-menopausa segundo
fratura (n=86)
Tabela 7- Caracteriacutesticas comportamentais de mulheres poacutes-menopausa
segundo fratura (n=86)
Tabela 8- Coeficientes de correlaccedilatildeo de Spearman (rs) entre idade IMC e
tempo de menopausa em mulheres poacutes-menopausa com fratura (n=18) e
sem fratura (n=68)
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Sumaacuterio
Lista de Abreviaturas e Siglas 6
Lista de Ilustraccedilotildees 7
1 Introduccedilatildeo 9
2 Justificativa 11
3 Objeto de Estudo 16
31 Objetivos 16
311 Geral 16
312 Especiacuteficos 16
4 Marco Teoacuterico 17
5 Materiais e Meacutetodos 23
51 Populaccedilatildeo 23
52 Tipo de estudo 23
53 Criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo 24
54 Alocaccedilotildees de pacientes 24
55 Anaacutelise Estatiacutestica 26
6 Resultados Encontrados 28
61 Gerais 28
62 USO preacutevia X Fraturas 28
63 Caracteriacutesticas cliacutenicas e comportamentais X Fratura 29
64 Tempo de menopausa X Fratura 30
7 Discussatildeo 38
8 Conclusatildeo 42
9 Referecircncias Bibliograacuteficas 43
10 Anexo 1 - Instrumento de coleta - EVOS (EUROPEAN VERTEBRAL OSTEOPOROSIS STUDY) 48
11 Anexo 2 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido 53
1
9
1 Introduccedilatildeo
Nota-se nas uacuteltimas deacutecadas o aumento da expectativa de vida das mulheres que
atingem a fase do climateacuterio ainda ativa econocircmica e socialmente desejando uma melhor
qualidade de vida Segundo a definiccedilatildeo proposta pela Sociedade Internacional da Menopausa
no 1deg Congresso Mundial de Climateacuterio em 1976 climateacuterio eacute o periacuteodo de transiccedilatildeo entre a
vida reprodutiva e a senilidade A menopausa seria a uacuteltima menstruaccedilatildeo natural Ela
geralmente ocorre por volta dos 50 anos e soacute pode ser reconhecida apoacutes os doze meses de
amenorreia (Speroff et al 1989)
Este periacuteodo eacute marcado por um estado de hipoestrogenismo com um impacto
negativo na vida das mulheres Todavia a multiplicidade de manifestaccedilotildees inclui distuacuterbios
fiacutesicos psicoloacutegicos e metaboacutelicos (De Lorenzi et al 2005) Dentre as doenccedilas crocircnicas que
atingem a mulher climateacuterica a osteoporose aparece como uma das patologias de maior
incidecircncia (Vianna 2001)
Quando sintomas da osteoporose aparecem se relacionam com a ocorrecircncia de
fraturas mais comumente na porccedilatildeo distal do antebraccedilo na coluna vertebral e no colo do
fecircmur (International Osteoporosis Foundation 2005) A maior incidecircncia de fraturas eacute
observada em mulheres brancas na poacutes-menopausa (Pinheiro et al 2010a b) e os fatores
associados agraves fraturas alguns jaacute satildeo bem conhecidos e outros ainda precisam ser descobertos
Assim a fratura por fragilidade oacutessea eacute definida como aquela resultante de uma queda da
proacutepria altura ou trauma menos intenso em indiviacuteduos com 50 anos ou mais em siacutetios
esqueleacuteticos especiacuteficos antebraccedilo fecircmur costelas veacutertebras e uacutemero (Pinheiro et al
2010a)
10
Segundo o IBGE (IBGE 2009a) a expectativa de vida no Brasil eacute de 72 anos e soacute no
ano 2000 jaacute havia 24 milhotildees de mulheres com mais de 40 anos Ou seja predominantemente
na fase de deficiecircncia estrogecircnica e com risco aumentado de osteoporose A principal e mais
temida complicaccedilatildeo da osteoporose eacute a fratura oacutessea Entatildeo a adoccedilatildeo de meacutetodos praacuteticos e
de baixo custo para o rastreamento da populaccedilatildeo de risco para fraturas propiciaria a
quantificaccedilatildeo do problema e o planejamento de intervenccedilotildees precoces que impedissem ou
retardassem a ocorrecircncia deste agravo (Oliveira et AL 2007) Logo o conhecimento da
epidemiologia local de fraturas por fragilidade oacutessea eacute essencial para embasar este
rastreamento
Sendo assim esse estudo procurou avaliar a incidecircncia de fraturas por fragilidade
oacutessea na populaccedilatildeo de mulheres na poacutes-menopausa residente da Ilha de Paquetaacute apoacutes sete
anos de seguimento
11
2 Justificativa
No Brasil com o envelhecimento populacional e consequumlente aumento no nuacutemero de
idosas medidas devem der tomadas para se cuidar da mulher em sua fase climateacuterica eacutepoca
que ela chega a viver um terccedilo ou mais apoacutes o fim do periacuteodo reprodutivo Essa transiccedilatildeo
epidemioloacutegica tem trazido grandes desafios ao Estado Haacute a substituiccedilatildeo entre as primeiras
causas de morte das doenccedilas transmissiacuteveis pelas crocircnicas degenerativas e causas externas
entre elas a osteoporose (IBGE 2009b)
Vaacuterios fatores estatildeo relacionados agrave causa da osteoporose como a etnia a nutriccedilatildeo os
exerciacutecios fiacutesicos os dados antropomeacutetricos o alcoolismo o tabagismo e a vida reprodutiva
da mulher Por isso eacute necessaacuterio que se tenha cada vez mais estudos atuais e com populaccedilotildees
brasileiras para que os fatores de risco que fazem a diferenccedila para fraturas por fragilidade
sejam descobertos (Pinheiro et al 2010b c)
Em 2003 segundo as informaccedilotildees da Pesquisa Nacional por Amostras de Domiciacutelios
(PNAD) a populaccedilatildeo de 60 anos ou mais era por volta de 17 milhotildees de pessoas
representando cerca de 10 da populaccedilatildeo total do Paiacutes (IBGE 2009a) As diferenccedilas de sexo
satildeo importantes para descrever as pessoas idosas e da mesma forma como tem ocorrido em
todo o mundo o nuacutemero de mulheres idosas no Brasil eacute maior do que o de homens as
informaccedilotildees da PNAD mostraram que em 2003 essa proporccedilatildeo era de 559 e 441
respectivamente (IBGE 2009a)
Tambeacutem foi observado que a expectativa de vida a partir dos 60 anos aumentou no
periacuteodo de 1999 a 2003 em todas as faixas de idade tanto para homens quanto para
mulheres entretanto a expectativa de vida das mulheres excede a dos homens e este fato
explica em parte a maior proporccedilatildeo de mulheres idosas em relaccedilatildeo aos homens Em 2006
12
no Paiacutes como um todo a expectativa de vida das pessoas de 60 anos era de 193 anos para os
homens e de 224 anos para as mulheres Notando as mudanccedilas nas caracteriacutesticas da
populaccedilatildeo o Ministeacuterio da Sauacutede iniciou accedilotildees voltadas agraves mulheres no periacuteodo climateacuterico
entre elas a Poliacutetica de Assistecircncia Integral aacute Sauacutede da Mulher (PNAISM 2004)
Os estudos confirmam que diferenccedilas de sexo e idade na percepccedilatildeo da sauacutede satildeo
importantes determinantes do comportamento em relaccedilatildeo agrave procura por atendimento de sauacutede
(WHO 2001)
Em 2003 as mulheres idosas declararam um estado de sauacutede pior do que os homens
exceto entre os idosos de 80 anos ou mais onde a tendecircncia se inverte passando os homens a
declarar um estado de sauacutede pior do que aquele declarado pelas mulheres (PNAD 2003)
Os resultados do Censo Demograacutefico 2000 para os municiacutepios das capitais
apresentam padrotildees de incapacidade funcional em mobilidade fiacutesica compatiacuteveis com aqueles
apontados pelas informaccedilotildees da Politica Nacional de Assistecircncia a Domiciacutelio 2003 para as
aacutereas metropolitanas As mulheres declaram incapacidade funcional em maior proporccedilatildeo do
que os homens observando-se tambeacutem o caraacuteter progressivo da incapacidade funcional
entre os idosos em relaccedilatildeo ao aumento da idade (IBGE 2009a b)
Com o maior nuacutemero de idosos consequumlentemente haacute uma elevaccedilatildeo na frequecircncia das
fraturas por fragilidade oacutessea Isso se torna um problema de sauacutede de grandes dimensotildees
para a paciente na poacutes-menopausa pelos limites que comprometem sua qualidade de vida
para a famiacutelia por arcar com a responsabilidade de protegecirc-la no seu conviacutevio e para a sauacutede
puacuteblica pelo ocircnus econocircmico (Speroff et al 1989 Pinheiro et al 2010a b) Assim satildeo
necessaacuteria accedilotildees de promoccedilatildeo prevenccedilatildeo e abordagem da osteoporose que incide a partir da
perimenopausa
13
Estima-se que 70 das fraturas de quadril esperadas para 2050 ocorreratildeo na Aacutesia
Ameacuterica Latina e Aacutefrica (Cooper 1999) Jaacute na Europa segundo dados da Fundaccedilatildeo
Internacional de Osteoporose estima-se que uma em cada trecircs mulheres acima dos 50 anos
teraacute fratura por fragilidade oacutessea E na Uniatildeo Europeia ocorre uma fratura a cada 30 segundos
e se espera que para essa populaccedilatildeo o nuacutemero de fraturas dobre nos proacuteximos 50 anos
(International Osteoporosis Foundation 2005)
Estudos realizados sobre os custos da osteoporose e suas consequecircncias demonstram
que os gastos com essa doenccedila impressionam O estudo de Silva et al (2003) somou os gastos
com as internaccedilotildees para reduccedilotildees ciruacutergicas as reduccedilotildees incruentas o tratamento
conservador os gastos com cirurgias para a retirada de proacutetese internaccedilotildees de longa
permanecircncia consultas meacutedicas e fisioterapia chegando agrave conclusatildeo de que os custos do
SUS com o tratamento das fraturas eacute de mais de 20 milhotildees de reais por ano Tambeacutem
Tosteson et al (2008) fizeram um levantamento de custos do tratamento da osteoporose em
uma populaccedilatildeo de mulheres americanas em 2005 e mostrou que os custos anuais com
medicamentos satildeo altiacutessimos
Sobre os exames realizados para avaliaccedilatildeo da osteoporose os principais usados satildeo a
densitometria oacutessea e a ultrassonometria oacutessea de calcacircneo (USO) A densitometria oacutessea eacute
considerada o padratildeo-ouro para o diagnoacutestico de osteoporose pela Organizaccedilatildeo Mundial da
Sauacutede (OMS) desde 1994 poreacutem este exame estima apenas a densidade mineral oacutessea A
USO busca refletir outros paracircmetros aleacutem da densidade mineral oacutessea avaliando o risco de
fratura com eficiecircncia similar agrave densitometria oacutessea (Oliveira et al 2004 Castro 2000)
Embora os fatores cliacutenicos de riscos (FCRs) em populaccedilotildees de risco para osteoporose
e fratura estejam bem estabelecidos especialmente em estudos internacionais sua prevalecircncia
14
na populaccedilatildeo brasileira em geral natildeo estaacute clara porque ainda faltam estudos sobre o tema Um
dos principais estudos sobre a avaliaccedilatildeo de FCR foi o BRAZOS (Pinheiro et al 2010a) Ele
natildeo avaliou os fatores de risco relacionados agrave massa oacutessea mas os seus resultados permitem
inferir que esses fatores de risco satildeo muito semelhantes agravequeles relacionados agrave fratura por
baixo impacto Pinheiro et al (2010) demonstrou que os principais FCRs associados agrave fratura
por osteoporose de qualquer siacutetio esqueleacutetico de um total de 2420 indiviacuteduos apoacutes ajustes
estatiacutesticos foram histoacuteria familiar de fratura de quadril idade avanccedilada e baixo peso E que
a associaccedilatildeo de FCR agraves medidas de massa oacutessea poderia melhorar a discriminaccedilatildeo de
pacientes com maior risco de fratura osteoporoacutetica (Pinheiro et al 2010a b)
Atualmente existe uma ferramenta chamada FRAXreg utilizada por meacutedicos em vaacuterios
paiacuteses baseado na pratica meacutedica usando uma combinaccedilatildeo de fatores cliacutenicos e densidade
mineral oacutessea O FRAXreg eacute usado para predizer o risco de fratura nos proacuteximos dez anos com
implicaccedilotildees diretas na decisatildeo do tratamento e custos (Kanis et al 2008 Pinheiro et al 2009)
Poreacutem o risco absoluto de fraturas depende da populaccedilatildeo estudada e essa ferramenta ainda
natildeo foi aprovada para uso no Brasil Assim estudos epidemioloacutegicos representativos sobre
fatores de risco para fraturas ainda continuam sendo necessaacuterios (Pinheiro et al 2009)
Em 2003 a dissertaccedilatildeo de mestrado da Dra Patriacutecia Pereira de Oliveira verificou o
risco aumentado de fraturas por osteoporose atraveacutes da USO (Oliveira et al 2007) na
populaccedilatildeo de mulheres menopausadas na ilha de Paquetaacute-RJ Em nosso estudo verificaremos
se existe uma correlaccedilatildeo entre os achados ultrassonograacuteficos e as fraturas cliacutenicas na mesma
populaccedilatildeo por ela utilizada aleacutem outros fatores de risco para fraturas serem contemplados
como doenccedilas de base tempo de menopausa medicamentos entre outros Isto se justifica
pela necessidade de termos no Brasil dados sobre a incidecircncia de fraturas por fragilidade
oacutessea e fatores de risco a ela relacionados desenvolvidos em uma populaccedilatildeo brasileira e
15
residente de uma ilha localizada no litoral fluminense Jaacute que a literatura nessa aacuterea eacute escassa
e para que compreendendo melhor a dinacircmica da fratura por fragilidade oacutessea possamos
intervir antes que ela ocorra melhorando a qualidade de vida dessas mulheres e diminuiacutedo os
gastos com a sauacutede
16
3 Objeto de Estudo
Estudo de fatores associados agraves fraturas por fragilidade oacutessea em mulheres na poacutes-
menopausa atendidas em uma unidade baacutesica de sauacutede
Questionamento
Quais os fatores associados agrave ocorrecircncia de fraturas em mulheres poacutes-menopausa
acompanhadas em uma unidade baacutesica de sauacutede
31 Objetivos
311 Geral
Avaliar os fatores relacionados agrave ocorrecircncia de fraturas em mulheres poacutes-menopausa
acompanhadas em uma unidade baacutesica de sauacutede
312 Especiacuteficos
a- Avaliar se a ocorrecircncia de fraturas foi maior nas pacientes identificadas como risco
aumentado para fraturas pelo ultrassonometria oacutessea de calcacircneo preacutevia
b- Verificar a associaccedilatildeo entre as fraturas por fragilidade oacutessea e os dados cliacutenicos
comportamental e demograacuteficos (idade e sexo) das pacientes
c- Analisar se o tempo de menopausa influencia a ocorrecircncia de fraturas por fragilidade
oacutessea
17
4 Marco Teoacuterico
A osteoporose pode ser definida como doenccedila osteometaboacutelica caracterizada pela
diminuiccedilatildeo da densidade mineral oacutessea com alteraccedilotildees na sua microestrutura que conduzem
a um aumento da fragilidade oacutessea e uma tendecircncia a fraturas por traumatismos pouco
intensos Dado o exposto esta constitui o verdadeiro problema de sauacutede puacuteblica devido agrave sua
alta taxa de morbimortalidade e altos custos (Vianna et al 2001 International Osteoporosis
Foundation 2005)
Com relaccedilatildeo ao hipoestrogenismo observa-se que as mulheres apresentam uma perda
oacutessea mais acelerada nos dez primeiros anos apoacutes a instalaccedilatildeo da menopausa do que os
homens da mesma idade adquirindo risco de fratura mais precocemente do que eles (NHI
2001) Esta diminuiccedilatildeo de massa oacutessea total poderaacute ser ateacute dez vezes a diminuiccedilatildeo ocorrida
antes deste periacuteodo podendo chegar a 2 a 4 ao ano para o osso trabecular e de 1 para o
cortical (NHI 2001) A deficiecircncia de estrogecircnio aumenta o remodelamento oacutesseo e pode
agravar o desequiliacutebrio nas unidades de remodelamento com o aumento do tempo de vida dos
osteoclastos em detrimento dos osteoblastos (Fyhrie amp Schaffler 1994)
Na maioria dos casos a perda oacutessea eacute assintomaacutetica Quando sinais e sintomas da
osteoporose aparecem se relacionam com a ocorrecircncia de fraturas mais comumente na
porccedilatildeo distal do antebraccedilo (fratura de Colles) na coluna vertebral e no colo do fecircmur
(International Osteoporosis Foundation 2005) A maior incidecircncia de fraturas eacute observada
em mulheres brancas na poacutes menopausa (Pinheiro et al 2010a b)
Pinheiro et al (2010) analisaram 275 mulheres caucasoacuteides acima dos 50 anos e
acharam que 44 jaacute possuiacuteam algum tipo de fratura por osteoporose (Pinheiro et al 2010b)
A dor oacutessea eacute consequumlecircncia tanto das fraturas quanto das deformidades oacutesseas As fraturas
18
vertebrais satildeo as mais comuns poreacutem satildeo geralmente assintomaacuteticas e portanto menos
diagnosticadas Poreacutem podem causar dor perda de peso deformidade na coluna espinhal e
perda de estabilidade ao andar (International Osteoporosis Foundation 2005) Apenas 10
das fraturas de veacutertebras cursam com hospitalizaccedilatildeo mesmo que causem dor e diminuiccedilatildeo da
qualidade de vida Elas ocorrem entre os 50 e 60 anos de idade com maior frequecircncia
(International Osteoporosis Foundation 2005)
Jaacute as fraturas do fecircmur satildeo as mais letais devido a complicaccedilotildees poacutes-operatoacuterias As
principais causas de mortalidade satildeo as infecccedilotildees e tromboembolismo As fraturas de quadril
satildeo menos prevalentes do que as vertebrais poreacutem de maior gravidade devido agraves altas taxas
de morbimortalidade aleacutem do alto custo para a famiacutelia e para o sistema puacuteblico de sauacutede A
mortalidade apoacutes uma fratura de quadril eacute de cerca de 20- 24 no ano seguinte a fratura
sendo acompanhada de periacuteodos de hospitalizaccedilatildeo prolongados (International Osteoporosis
Foundation 2005 Silveira et al 2005) Estimativas apontam que no ano de 2050 ocorreratildeo
aproximadamente 65 milhotildees de fratura de quadril em todo mundo (Cooper 1999) As
fraturas de punho satildeo as mais facilmente observadas por mulheres no climateacuterio chegando a
originar seis milhotildees de dias de restriccedilatildeo de trabalho por ano (International Osteoporosis
Foundation 2005)
Aleacutem do custo pessoal o impacto econocircmico gerado pela osteoporose eacute enorme
Atraveacutes do mundo eacute estimado que uma em cada trecircs mulheres acima dos 50 anos teraacute fraturas
por osteoporose Na Europa no ano 2000 foi estimada uma ocorrecircncia de 379 milhotildees de
fraturas por fragilidade oacutessea sendo que destas 890 mil eram de quadril (Tosteson et al
2008) Eacute sabido que apenas metade das pacientes que sobrevivem agrave fratura de quadril voltaraacute
a andar novamente mas dificilmente com a mesma agilidade que andava antes da fratura
Apesar de a osteoporose ser facilmente diagnosticada atraveacutes de exames e seu tratamento
19
poder ser instituiacutedo ainda eacute uma doenccedila muito subdiagnosticada e subtratada Eacute estimada na
comunidade europeacuteia que uma em cada trecircs fraturas de vertebrais recebe a atenccedilatildeo cliacutenica
que merece E uma pessoa com fratura de veacutertebra tem ateacute cinco vezes mais chance de
desenvolver nova fratura no ano seguinte fenocircmeno conhecido como fratura em cascata
(Lindsay et al 2001)
Tradicionalmente a osteoporose eacute reconhecida como uma doenccedila multifatorial sendo
70 desses fatores natildeo modificaacuteveis isto eacute definidos pela carga geneacutetica e 30
potencialmente modificaacuteveis e assim envolvidos com os aspectos ambientais Dessa forma
um uacutenico fator de risco natildeo eacute capaz de identificar indiviacuteduos com ou sem fratura Diferenccedilas
geneacuteticas raciais e antropomeacutetricas bem como da composiccedilatildeo corporal densidade oacutessea
dieta atividade fiacutesica e outros haacutebitos de vida contribuem para explicar as divergecircncias na
incidecircncia e na prevalecircncia de baixa densidade oacutessea e fraturas em diversos paiacuteses do mundo
(Pinheiro et al 2010b c) Os aspectos geneacuteticos desempenham importante influecircncia sobre a
aquisiccedilatildeo do pico de massa oacutessea e perda oacutessea relacionada agrave idade bem como na
determinaccedilatildeo das propriedades estruturais e geomeacutetricas do osso No entanto a associaccedilatildeo
entre diferentes polimorfismos gecircnicos e densidade oacutessea ou fraturas por osteoporose eacute
bastante controversa e varia em diferentes estudos inclusive no Brasil fato que pode ser
tomado como um provaacutevel reflexo das diferenccedilas de etnia e ambiental das populaccedilotildees
estudadas Da mesma forma os fatores ambientais natildeo permitem uniformizar e homogeneizar
o impacto de cada um deles em cada regiatildeo do planeta (Pinheiro et al 2010c)
Atualmente a densitometria oacutessea eacute o meacutetodo mais utilizado para avaliar a massa
oacutessea Eacute o padratildeo ouro para o diagnoacutestico de osteoporose A densidade mineral oacutessea (DMO)
eacute expressa em nuacutemero absolutos em gramas de mineral por centiacutemetro quadrado escaneado
ou ainda comparado com a DMO esperada para a idade e sexo da paciente (z escore) ou
20
comparado a DMO de adultos jovens normais do mesmo sexo (t-escore) A diferenccedila entre o
escore do paciente e o padratildeo eacute expressa em desvios padrotildees acima ou abaixo da meacutedia
(Castro et al 1999)
Segundo a Sociedade Brasileira de Densitometria Cliacutenica no consenso de 2008 satildeo
indicaccedilotildees para avaliaccedilatildeo da densidade mineral oacutessea (Brandatildeo et al 2009)
rdquoMulheres com idade gt a 65 anos e homens com idade gt a 70 anos
Mulheres acima de 40 anos na transiccedilatildeo menopausal (1-2) e homens acima de 50
anos de idade com fatores de risco
Adultos com antecedente de fratura por fragilidade condiccedilatildeo cliacutenica ou uso de
medicamentos associados agrave baixa massa oacutessea ou perda oacutessea
Indiviacuteduos para os quais satildeo consideradas intervenccedilotildees farmacoloacutegicas para
osteoporose
Indiviacuteduos em tratamento para osteoporose para monitoramento de sua eficaacutecia
Indiviacuteduos que natildeo estejam sob tratamento poreacutem nos quais a identificaccedilatildeo de perda
de massa oacutessea possa determinar a indicaccedilatildeo do tratamento
Mulheres interrompendo terapia hormonal (TH)rdquo
Arq Bras Endocrinol Metab 2009 531 pag108
A proacutepria definiccedilatildeo de osteoporose pela Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede reunida em
Hong Kong em 1994 estabeleceu criteacuterios diagnoacutesticos baseados em valores obtidos pela
densitometria oacutessea classificando como osteopecircnicas aquelas mulheres que apresentarem-se
entre 1 e 25 desvios-padratildeo (DP) abaixo da meacutedia para adultas jovens e de osteoporoacuteticas as
que se encontrarem com mais de 25 DP abaixo da meacutedia para adultas jovens (Castro et al
1999 WHO 1999)
A densitometria oacutessea apresenta como desvantagens no entanto o fato de utilizar uma
fonte de radiaccedilatildeo ionizante e possuir um elevado custo que limita seu uso em estudos
populacionais principalmente em nosso paiacutes onde os recursos destinados agrave sauacutede da
populaccedilatildeo mais carente satildeo miacutenimos Sempre tentando diminuir o impacto dos gastos com
21
sauacutede eacute estimulada a busca por meacutetodos natildeo poluentes e mais baratos mas que tragam as
mesmas informaccedilotildees que os meacutetodos jaacute estabelecidos Em funccedilatildeo disto a USO vem sendo
avaliada e alguns resultados promissores tecircm sido apresentados (Castro et al 1999) Baseia-se
na modificaccedilatildeo das caracteriacutesticas de ultrassom transmitido atraveacutes de ossos de localizaccedilatildeo
mais superficiais como no calcacircneo tiacutebia falanges ou patela Os sistemas atuais se
constituem de dois transdutores sendo um transmissor e outro receptor posicionados em
locais diferentes do osso a ser estudado Os aparelhos existentes entre noacutes avaliam o
calcacircneo osso predominantemente trabecular atraveacutes das medidas de velocidade de
transmissatildeo do ultrassom (SOS em ms) e da atenuaccedilatildeo da frequumlecircncia do ultrassom (BUA em
dBMHz) (Kanis et al 2008) Novamente de acordo com a orientaccedilatildeo da Sociedade Brasileira
de Densitometria Cliacutenica de 2008 as recomendaccedilotildees para ultrassonometria oacutessea satildeo
(Brandatildeo et al 2009)
rdquoO uacutenico siacutetio validado para o uso cliacutenico da USO em osteoporose eacute o calcacircneo
Equipamentos de USO de calcacircneo validados satildeo capazes de estimar fratura por
fragilidade em mulheres na poacutes-menopausa e em homens com idade superior a 65 anos
independentemente da densidade mineral oacutessea medida em equipamentos de DMO
central
A correlaccedilatildeo entre os resultados obtidos por USO e DMO ccccccc entral eacute
moderada
USO do calcacircneo associada a fatores de risco cliacutenicos podem ser usados para
identificar populaccedilatildeo com baixa probabilidade de fratura na qual avaliaccedilatildeo adicional
natildeo seja mais necessaacuteria
Medidas de DMO central na coluna e no fecircmur constituem o meacutetodo de escolha para a
tomada de decisatildeo terapecircutica Entretanto se a DMO central natildeo for acessiacutevel o
tratamento farmacoloacutegico pode ser iniciado se a probabilidade de fratura avaliada pelo
USO do calcacircneo com pontos de corte especiacuteficos associados a fatores de risco
cliacutenicos for suficientemente alta
Equipamentos de USO natildeo satildeo clinicamente uacuteteis no monitoramento de efeitos
esqueleacuteticos dos medicamentos disponiacuteveis para o tratamento da osteoporoserdquo
Arq Bras Endocrinol Metab 2009 531 pag110
22
Em 2003 foi realizada uma dissertaccedilatildeo de mestrado (Oliveira et al 2007) sobre a
utilizaccedilatildeo do USO para estimar a prevalecircncia de risco aumentado de fraturas em uma
populaccedilatildeo de mulheres na poacutes menopausa residentes da Ilha de Paquetaacute Em trabalho
realizado por Oliveira e cols nesta instituiccedilatildeo Foi realizado um estudo transversal com
recrutamento de 385 mulheres residentes da Ilha Todas as mulheres responderam a
questionaacuterio previamente estruturado e foram submetidas a medidas antropomeacutetricas e a
USO As medidas de USO foram realizadas segundo o manual do fabricante A idade da
populaccedilatildeo estudada variou entre 42 e 95 anos Os resultados encontrados mostram que
5922 da amostra apresentava algum tipo de alteraccedilatildeo a USO com t score menor que -1
Esse grupo era composto por mulheres mais idosas com menor peso menor altura e menor
percentual de gordura quando comparado com o grupo com t score lt ndash 1 Foi encontrado que
1688 das pesquisadas possuiacuteam alto risco para fraturas com t score lt -25 E as mulheres
do grupo de alto risco tinham maior peso e IMC paracircmetros conhecidos como protetores
Embora divergente da literatura a autora atribui esses resultados a caracteriacutesticas das
mulheres mais idosas em um contexto social de baixa escolaridade e renda (Oliveira et al
2007)
23
5 Materiais e Meacutetodos
51 Populaccedilatildeo
A Ilha de Paquetaacute dista aproximadamente 15 km da Praccedila XV no Centro da Cidade
do Rio de Janeiro sendo a principal ilha do arquipeacutelago de Paquetaacute situada ao nordeste da
Baiacutea de Guanabara A populaccedilatildeo e frequecircncia da Ilha satildeo extremamente sazonais sendo
aproximadamente 2200 domiciacutelios (entre moradores e veranistas) Os moradores fixos
correspondem a 4500 pessoas em sua maioria de famiacutelias antigas na Ilha das quais 208
satildeo idosos ultrapassando ateacute mesmo a meacutedia nacional que eacute em torno de 12 (IBGE
2009a) Este iacutendice faz de Paquetaacute o erceiro bairro em nuacutemero de idosos no municiacutepio sendo
que sua populaccedilatildeo pode ser considerada envelhecida segundo os criteacuterios da Organizaccedilatildeo
Mundial da Sauacutede (OMS 2003) Embora a maioria da populaccedilatildeo seja branca existem 109
de negros 256 de pardos e 01 de iacutendios Cerca de 90 dos domiciacutelios possuem aacutegua
tratada e 9957 tratamento de esgoto As famiacutelias residentes nesta regiatildeo satildeo compostas em
meacutedia por trecircs pessoas com rendimento meacutedio per capita de 301 salaacuterios miacutenimos (IPEA
2000) e o transporte urbano eacute feito basicamente a peacute por bicicletas ou charretes puxadas por
ciclistas (IBGE 2009a)
52 Tipo de estudo
Foi realizado um estudo de coorte prospectivo na ilha de PaquetaacuteRJ no ano de 2011
Foram inicialmente alocadas todas as mulheres que participaram do estudo anterior
desenvolvido no ano de 2003 (Oliveira et al 2007)
24
53 Criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo
Os criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo foram os mesmos utilizados do estudo anterior
(Oliveira et al 2007) Sendo os criteacuterios de inclusatildeo as mulheres que estavam na menopausa
e que tinham residecircncia fixa na Ilha de Paquetaacute e os criteacuterios de exclusatildeo a historia pessoal
de doenccedilas que sabidamente afetam o metabolismo oacutesseo direta ou indiretamente (como
artrite reumatoacuteide luacutepus eritematoso sistecircmico hiperparatireoidismo osteogecircnese imperfeita)
e as neoplasias malignas exceto carcinoma basocelular de pele
54 Alocaccedilotildees de pacientes
A populaccedilatildeo elegiacutevel era constituiacuteda pelas 385 mulheres alocadas no estudo inicial
(Oliveira et al 2007) No trabalho de Oliveira et al (2007) foi realizado um estudo transversal
com recrutamento por auto-seleccedilatildeo ou demanda espontacircnea no ano de 2003 na Ilha de
Paquetaacute Rio de Janeiro Brasil Foram estudadas 385 mulheres na poacutes-menopausa
(diagnoacutestico cliacutenico) residentes no local apoacutes a aplicaccedilatildeo dos criteacuterios de exclusatildeo
(existecircncia de pino metaacutelico ou edema com cacifo em ambos os peacutes ou impossibilitadas de
posicionar os peacutes no aparelho de ultra-sonometria oacutessea) Todas as mulheres responderam na
eacutepoca a um questionaacuterio e foram submetidas a medidas antropomeacutetricas e agrave USO
No presente estudo considerando uma significacircncia de 95 e um poder de 80 uma
prevalecircncia de 15 de fraturas na populaccedilatildeo de risco (Clark et al 2009) o tamanho amostral
previsto foi de 130 mulheres Poreacutem devido agraves perdas o tamanho amostral final foi de 86
pacientes
Atraveacutes do banco de dados jaacute existente todas as pacientes foram re-contactadas As
mulheres foram localizadas atraveacutes de telefonemas e comparecimento no hospital local onde
25
eacute realizado a atenccedilatildeo baacutesica de sauacutede Foram realizados pelo menos 2 telefonemas com
intervalo de 1 semana entre eles Como ldquoperdasrdquo foram consideradas as pacientes natildeo
encontradas apoacutes os dois telefonemas (035 dos telefones estavam errados e 049 das
pacientes tinham telefone quebrado ou ocupado) pacientes que natildeo quiseram ou natildeo
puderam responder ao questionaacuterio (008) e pacientes falecidas (006)
As pacientes selecionadas foram submetidas a um questionaacuterio de avaliaccedilatildeo de fatores
relacionados agrave fragilidade oacutessea conhecido como European Vertebral Osteoporosis Study
(EVOS) jaacute validado previamente para o portuguecircs (OrsquoNeill et al 1996) e jaacute utilizados em
importantes estudos (Pinheiro et al 2006 Clark et al 2009) O questionaacuterio EVOS eacute
composto por dados soacutecio-demograacuteficos (idade estado civil escolaridade cor renda familiar
e nuacutemero de dependentes desta haacutebitos de vida) e histoacuteria reprodutiva pessoal sumaacuteria
(idade da menarca idade da menopausa tipo de menopausa) Os dados antropomeacutetricos
foram aferidos segundo criteacuterios adotados internacionalmente com medidas de peso e altura
observando intervalos de 01kg e 001m respectivamente
A definiccedilatildeo de fratura por fragilidade oacutessea foi a mesma utilizada por Pinheiro et al
(2010a) como aquela resultante de uma queda da proacutepria altura ou trauma menos intenso em
indiviacuteduos com 50 anos ou mais em siacutetios esqueleacuteticos especiacuteficos antebraccedilo fecircmur
costelas veacutertebras e uacutemero E a documentaccedilatildeo de fraturas foi realizada atraveacutes de relato da
paciente (fratura referida) As fraturas traumaacuteticas (apoacutes acidente automobiliacutestico ou outras
condiccedilotildees sob forte impacto) ou as de baixo impacto natildeo relacionadas agrave osteoporose (como
por exemplo as de face tornozelo metacarpo falanges) natildeo foram consideradas
O estudo obedeceu aos criteacuterios de eacutetica preconizados pela resoluccedilatildeo no 19696 do
Conselho Nacional de Sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede e foi aprovado previamente pelo Comitecirc
26
de Eacutetica em Pesquisa da FiocruzIFF e pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Prefeitura Todas
as mulheres assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido antes de qualquer
procedimento
55 Anaacutelise Estatiacutestica
Os dados foram registrados em planilha Excel e analisados pelo programa Statistical
Package for Social Sciences (SPSS) versatildeo 170 Para avaliar diferenccedilas entre os grupos as
variaacuteveis categoacutericas foram avaliadas pelo Qui-quadrado de Pearson ou o teste exato de
Fisher A relaccedilatildeo entre as variaacuteveis categoacutericas e ordinal e entre as variaacuteveis numeacutericas foi
avaliada pelo teste de Mann-Whitney que eacute um teste natildeo-parameacutetrico que equivale ao teste t
escolhido pelo tamanho da amostra A relaccedilatildeo entre as variaacuteveis numeacutericas foi avaliada pelo
coeficiente de Sperman que eacute uma estatiacutestica natildeo parameacutetrica utilizada para dados natildeo
normais eou amostra pequena Para todos os testes o niacutevel de significacircncia adotado foi de
5 A variaacutevel dependente foi a presenccedila de fratura (sim ou natildeo) e as variaacuteveis
independentes foram idade (em anos) resultado de USO (normal ou alterado) tempo de
menopausa (em anos) siacutetio de localizaccedilatildeo de fraturas IMC (abaixo do pesonormal
sobrepeso obeso) tabagismo (fumante ou natildeo fumante) atividade fiacutesica (leve
moderadapesada) frequecircncia diaacuteria de ingestatildeo de leite (em coposdia) e as variaacuteveis
binaacuterias como o histoacuterico familiar de fratura de quadril osteoporose uso de anticoncepcional
ausecircncia de menstruaccedilatildeo retirada de uacutetero ou ovaacuterios amamentaccedilatildeo paciente acamado e
etilismo O caacutelculo do risco relativo (RR) foi feito para avaliar a relaccedilatildeo entre o USO e a
presenccedila de fraturas Para isso foi considerado pacientes com USO normal aqueles com
resultados do T-score gt-11 e USO alterado aqueles com T-score lt-11 O niacutevel de atividade
fiacutesica foi classificado em atividade leve (trabalho burocraacutetico em escritoacuterio na maior parte
do tempo sentado) atividade moderada (trabalhos na maior parte do tempo em peacute como
27
vendedor e dona-de-casa) atividade pesada (enfermeira empregada domeacutestica) Oliveira et al
2010) Para caacutelculo aproximado da ingestatildeo alimentar diaacuteria de caacutelcio utilizou- se uma
adaptaccedilatildeo da Tabela Brasileira de Composiccedilatildeo de Alimentos 1 fatia queijo (90mg) 1 copo
de iogurte (1212mg) 1 copo leite (257mg) 1 bola se sorvete (135mg) E no final todos esses
alimentos foram convertidos em quantidade ingerida de copos de leite
28
6 Resultados Encontrados
61 Gerais
As caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas da populaccedilatildeo estudada estatildeo listadas na
tabela 1 A idade meacutedia das pacientes foi de 725 anos (DPplusmn 87) com a idade da menopausa
460 anos (DPplusmn 61) o tempo de menopausa 261 anos (DPplusmn 97) e o IMC de 264 (kgm2)
(DPplusmn 55) Essas caracteriacutesticas quando comparadas com o estudo anterior de 2003 (tabela
2) confirmam tratar-se da mesma populaccedilatildeo Apenas a idade e o tempo de menopausa
evidenciam ser a nossa populaccedilatildeo mais idosa Fator que se justifica pelo tempo ocorrido entre
os dois estudos
A incidecircncia de fratura por fragilidade oacutessea encontrada foi de 21 evidenciado no
graacutefico 1 Os principais siacutetios de fratura satildeo analisados na tabela 3 tendo como sitio principal
o antebraccedilo com 50 seguido pelo peacute com 192 e uacutemero 145 Jaacute na tabela 4 e no graacutefico
2 pode ser observado que a idade da populaccedilatildeo estudada variou entre 54 e 97 anos com meacutedia
de 72 anos com DP plusmn 90 No grupo de pacientes fraturadas 50 tinham entre 65 e 79 anos
sugerindo ser essa faixa etaacuteria mais susceptiacutevel as fraturas por fragilidade oacutessea
62 USO preacutevia X Fraturas
Foi verificado na tabela 5 a associaccedilatildeo entre o resultado da (USO) preacutevia e o desfecho
fraturas por fragilidade oacutessea De todas as pacientes que fizeram USO no estudo inicial 66
participaram deste estudo Das 50 pacientes que tiveram o USO alterado 22 tiveram
fraturas nesse periacuteodo E as pacientes com USO considerada normal 194 tiveram fraturas
por fragilidade oacutessea O RR= 113 (IC95 048 - 263) sugere que as mulheres que tiveram
29
USO alterado tem um risco de fraturar de 13 maior em relaccedilatildeo as pacientes com resultado
de USO considerado normal
63 Caracteriacutesticas cliacutenicas e comportamentais X Fratura
As pacientes foram analisadas quanto as variaacuteveis clinicas e comportamentais
Considerando a tabela 6 as pacientes que tiveram fraturas se mostraram com maior
sobrepeso ou obesas (722) com maior historia familiar de fratura de quadril (133) e
com maior diagnostico de osteoporose (471) do que as pacientes sem fraturas (p
valorgt005) Jaacute o uso de anticoncepcional ou o uso de reposiccedilatildeo hormonal natildeo se mostraram
ser relevantes para ocorrecircncia de fraturas nessa amostra E 235 das pacientes acamadas por
mais de dois meses sofreram alguma fratura com p valor lt005 Evidenciando associaccedilatildeo
entre a paciente ficar acamada por mais de dois meses e sofrer fratura por fragilidade oacutessea
Avaliando a tabela 7 foi notado que apenas 125 das pacientes que tiveram fratura eram
tabagistas e 167 eram etilistas natildeo se mostrando essas caracteriacutesticas como fatores de
risco A atividade fiacutesica moderadapesada ateacute 25 anos e acima de 50 anos apresentou
percentuais de 441 e 382 respectivamente Aleacutem disso entre 25 e 50 anos 444 das
pacientes com atividade fiacutesica moderadapesada tiveram fraturas e 441 das pacientes natildeo
tiveram fraturas para essa faixa etaacuteria (p valor gt005) Sendo assim natildeo houve associaccedilatildeo
entre a atividade fiacutesica e as fraturas Em relaccedilatildeo ao item ingestatildeo de leite apoacutes os 50 anos
456 das pacientes que natildeo tiveram fraturas ingeriam de 1 a 2 copos de leite por dia e
apenas 44 ingeriam mais de 3 copos de leite por dia No caso das pacientes que tiveram
fraturas apoacutes os 50 anos foi observado que 50 ingeriam de 1 a 2 copos de leite por dia e
167 ingeriam 3 copos ou mais de leite
30
64 Tempo de menopausa X Fratura
As pacientes foram avaliadas graacutefico 3 para verificar a associaccedilatildeo entre o tempo de
menopausa e o desfecho das fraturas A mediana do tempo de menopausa encontrado em
ambos os grupos foi de 262 com DP de plusmn98 Metade das pacientes que tiveram fraturas tem
entre 193 e 293 anos de menopausa com DP de plusmn72 A correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade
tempo de menopausa e IMC foi observado na tabela 8 onde evidenciada uma associaccedilatildeo
positiva entre a idade e o tempo de menopausa nos grupos de pacientes com e sem fraturas
Assim como foi verificado uma associaccedilatildeo negativa de quanto maior a idade e o tempo de
menopausa menor o IMC
31
Graacutefico 1
Graacutefico 2
32
Graacutefico 3
33
Tabela 1- Caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas das
mulheres poacutes menopausa (n=86)
Caracteriacutesticas Meacutedia plusmn desvio padratildeo
Idade (anos) 7255 plusmn 897
Idade da
menarca (anos) 1324 plusmn 184
Idade da
menopausa
(anos)
4608 plusmn 614
Tempo de
menopausa
(anos)
2618 plusmn976
Peso (kg)sect 6342 plusmn 1055
Altura (m)deg 155 plusmn 008
IMC (kgm2) 2643 plusmn 557
n=85 sectn=83 ordmn=82 n=81 n=80
Tabela 2-Caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas das
mulheres poacutes menopausa em 2003
Caracteriacutesticas Meacutedia plusmn desvio padratildeo
Idade (anos) 6463plusmn1270
Idade da
menarca (anos)
1304 plusmn 193
Idade da
menopausa
(anos)
4755 plusmn 601
Tempo de
menopausa
(anos)
1700 plusmn 1076
Peso (kg)sect 6533 plusmn 1270
Altura (m)deg 155 plusmn 006
IMC (kgm2) 2696 plusmn 477
34
Tabela 3 ndash Incidecircncia de fraturas em mulheres poacutes menopausa segundo a
localizaccedilatildeo de fratura 2003-2011
Tipo da fratura
n
Veacutertebra 1 38
Fecircmur 1 38
Costela 2 77
Antebraccedilo 13 500
Uacutemero 4 145
Peacute 5 192
Total 26 1000
Nota Algumas pacientes tiveram mais de uma fratura no periacuteodo
Tabela 4- Relaccedilatildeo entre idade e fratura nas mulheres na poacutes menopausa
Total
Fratura
Idade (anos) Natildeo Sim
N () n () n ()
54 a 64 anos 18 209 14 206 4 222
65 a 79 anos 48 558 39 574 9 500
80 a 97 anos 20 233 15 221 5 278
Total 86 1000 68 1000 18 1000
Meacutedia (DP) 725 (90) 713 (77) 729 (93)
Nota P-valor pelo teste de Mann-Whitney=0813
35
Tabela 5 - Incidecircncia de fratura em mulheres poacutes-menopausa segundo
resultado da USO 2003-2011
Resultado da
USO
Total
Fratura p-valor
Sim Natildeo
n n
()
IC95 n
()
Normal 36 7 194
89 -
3472
29 806
0496
Alterado 50 11 220
121 -
350
39 780
Total 86 18 209
133 -
305
68 791
Nota Risco relativo = 113 (IC95 048 - 263)
36
Tabela 6 ndash Caracteriacutesticas cliacutenicas de mulheres poacutes-menopausa segundo
fratura (n=86)
Fratura
Natildeo (n=68) Sim (n=18) Total
n ( ) n ( )
IMC
Abaixo do pesoNormal 24 (353) 5 (278) 28 0792
Sobrepeso 27 (397) 9 (500) 36
Obeso 17 (250) 4 (222) 21
Histoacuterico familiar de fratura de quadril
Natildeo 66 (985) 13 (867) 79 0085
Sim 1 (15) 2 (133) 3
Osteoporose
Natildeo 44 (800) 9 (529) 53 0055
Sim 11 (200) 8 (471) 19
Uso de anticoncepcional
Natildeo 32 (485) 10 (556) 42 0791
Sim 34 (515) 8 (444) 42
Ausecircncia de mentruaccedilatildeo
Natildeo 60 (909) 16 (941) 76 1000
Sim 6 (91) 1 (59) 7
Retirou o uacutetero
Natildeo 46 (687) 9 (500) 55 0170
Sim 21 (313) 9 (500) 30
Retirou os ovaacuterios
Natildeo 53 (815) 11 (647) 64 0187
Sim 12 (185) 6 (353) 18
Reposiccedilatildeo hormonal
Natildeo 51 (761) 13 (722) 64 0763
Sim 16 (239) 5 (278) 21
Amamentou
Natildeo 14 (206) 4 (222) 18 1000
Sim 54 (794) 14 (778) 68
Acamado por mais de dois meses
Natildeo 63 (940) 13 (765) 76 0049
Sim 4 (60) 4 (235) 8
Caracteriacutesticas clinicas
p-valor do
teste exato
de Fisher
37
Tabela 7 - Caracteriacutesticas comportamentais de mulheres poacutes-menopausa segundo
fratura (n=86)
Fratura
Natildeo (n=68) Sim (n=18) Total
n ( ) n ( )
Tabagismo
Natildeo fumante 47 (758) 14 (875) 61 0499
FumanteEx-fumante 15 (242) 2 (125) 17
Etilismo no uacuteltimo ano
Natildeo 48 (706) 15 (833) 63 0376
Sim 20 (294) 3 (167) 23
Atividade fiacutesica ateacute os 25 anos
Leve 38 (559) 11 (611) 49 0792
ModeradaPesada 30 (441) 7 (389) 37
Atividade fiacutesica entre os 25 e 50 anos
Leve 38 (559) 10 (556) 48 1000
ModeradaPesada 30 (441) 8 (444) 38
Atividade fiacutesica acima dos 50 anos
Leve 42 (618) 12 (667) 54 0789
ModeradaPesada 26 (382) 6 (333) 32
Frequecircncia diaacuteria de leite ateacute 25 anos
Nenhummenos 1 copodia 34 (500) 8 (444) 42 0910
1 a 2 coposdia 31 (456) 9 (500) 40
3 coposdia ou mais 3 (44) 1 (56) 4
Frequecircncia diaacuteria de leite apoacutes 50 anos
Nenhummenos 1 copodia 34 (500) 6 (333) 40 0103
1 a 2 coposdia 31 (456) 9 (500) 40
3 coposdia ou mais 3 (44) 3 (167) 6
Caracteriacutesticas
comportamentais
p-valor do
teste exato
de Fisher
Tabela 8- Coeficientes de correlaccedilatildeo de Spearman (rs) entre idade IMC e tempo de
menopausa em mulheres poacutes-menopausa
Variaacuteveis
IMC IdadeTempo de
menopausa
r s 1 -0144 -0151
p-valor 0569 0550
r s -0227 1 0736
p-valor 0074 lt0001
r s -0295 0761 1
p-valor 0020 lt0001
Variaacuteveis
IMC
Idade
Tempo de menopausa
Nota o triacircngulo superior direito (parte hachurada) se refere agraves correlaccedilotildees para as mulheres com
fratura e o inferior esquerdo (parte natildeo hachurada) agraves mulheres sem fratura
38
7 Discussatildeo
No Brasil os principais fatores cliacutenicos de risco para fraturas por fragilidade oacutessea
eram extrapolados a partir de estudos internacionais O estudo vem acrescentar informaccedilotildees
para se conhecer os fatores relacionados agrave essas fraturas Nossos resultados revelam que a
idade avanccedilada a historia familiar de fratura de quadril o diagnoacutestico de osteoporose e
tambeacutem o paciente ficar acamado por mais de 2 meses foram considerados fatores de risco
para fraturas por fragilidade oacutessea
Esse estudo mostrou concordacircncia com a Johnell amp Kanis (2006) onde o principal
siacutetio mundial de fratura por fragilidade oacutessea nas mulheres apoacutes a menopausa foi o antebraccedilo
Segundo o estudo Latin American Vertebral Osteoporosis Study (LAVOS) (Clark et al
2009) a fratura vertebral eacute a mais prevalente da ameacuterica latina com uma prevalecircncia de
142 diferente do nosso estudo onde a coluna vertebral e o colo do fecircmur aparecem
juntos em uacuteltimo lugar na lista de incidecircncia dos siacutetios de fratura Isso pode ser atribuiacutedo
devido a diferenccedila nos criteacuterios de definiccedilatildeo de fraturas pois no LAVOS optou-se pela
medida radiograacutefica do local de fraturas enquanto no nosso estudo as fraturas foram referidas
pelas pacientes
Os consensos sobre osteoporose tecircm propostos algoritmos para identificar indiviacuteduos
de alto risco para fraturas (Kanis et al 2008 WHO 1999) Para tanto a associaccedilatildeo de fatores
de risco para fraturas com a medida da USO eacute de suma importacircncia embora sejam poucas as
pacientes que tecircm oportunidade de realizar esse exame (Oliveira et al 2007) Assim o
presente trabalho mostrou um risco para fraturas por fragilidade oacutessea 13 maior nas
pacientes com resultado de USO alterada em relaccedilatildeo as pacientes que tiveram resultados de
39
USO normais vindo de encontro aos resultados encontrados por Oliveira et al (2007)
Corroborando o USO como um meacutetodo confiaacutevel para a prediccedilatildeo de fraturas
E semelhante a Pinheiro et al (2010a) o presente estudo revelou que os principais
fatores de risco para fraturas por fragilidade oacutessea satildeo a idade avanccedilada a historia familiar de
fratura de quadril e a presenccedila de osteoporose Isso pode ser atribuiacutedo ao fato de que no
estudo de Pinheiro et al (2010a) assim como no nosso estudo a populaccedilatildeo ser
predominantemente de mulheres acima dos 65 anos e viverem em aacuterea urbana tendo haacutebitos
de vida parecidos
O achado em nosso estudo que apresentou significacircncia estatiacutestica refere-se ao fator
de risco ldquopaciente acamado por mais de dois mesesrdquo como disposto na literatura (Pinheiro et
al 2010b Demir et al 2008) O que acontece eacute que com o paciente acamado por tempo
prolongado um maior remodelamento oacutesseo eacute observado Os osteoclastos responsaacuteveis pela
absorccedilatildeo oacutessea sobrepotildee os osteoblastos predispondo as fraturas por fragilidade oacutessea
(Fyhrie amp Schaffler 1994) Assim observou-se no estudo que 235 das pacientes
acamadas por mais de dois meses sofreram alguma fratura por fragilidade oacutessea com p valor
lt005 Isso reafirma a associaccedilatildeo entre a paciente ficar acamada por mais de dois meses e
sofrer fratura por fragilidade oacutessea Por outro lado o exerciacutecio fiacutesico que estaacute sabidamente
relacionado ao aumento da resistecircncia muscular do equiliacutebrio e da flexibilidade contribuindo
para a reduccedilatildeo da perda oacutessea e melhora da sauacutede em geral (Chan 2003) natildeo se mostrou
como fator de proteccedilatildeo neste estudo Provavelmente devido ao baixo percentual encontrado
de pacientes que praticavam atividade fiacutesica moderada ou pesada
O elevado IMC e a terapia de reposiccedilatildeo hormonal natildeo desempenharam papel protetor
na nossa populaccedilatildeo como seria o esperado por estudos anteriores (Pinheiro et al 2010c
40
Buttros et al 2011) Ao contrario o sobrepeso e obesidade foram considerados fatores de
risco Isso pode ser atribuiacutedo ao IMC meacutedio dessa populaccedilatildeo ser 264 (kgm2) (DPplusmn 55)
limiacutetrofe para sobrepeso Embora esse dado demonstre contrariedade com a literatura que
estabelece relaccedilatildeo inversa entre obesidade e fraturas por fragilidade oacutessea em nosso estudo
ter maior peso e IMC natildeo seriam fatores de risco para fraturas e sim caracteriacutesticas das
mulheres mais idosas em um contexto social de baixa escolaridade e renda Esse fato eacute
confirmado pelos resultados da Pesquisa Nacional sobre Sauacutede e Nutriccedilatildeo ( Batista F et al
2003) que demonstraram caraacuteter ascendente da obesidade nos estratos de mulheres com baixa
renda residentes na regiatildeo Sudeste
Aleacutem disso haacutebitos de vida como tabagismo e etilismo sabidamente relacionados agrave
maior risco para fraturas por fragilidade oacutessea (Pinheiro et al 2010) tambeacutem natildeo se
mostraram estar associados nesse estudo
A necessidade de caacutelcio do ser humano varia ao longo da vida e uma ingestatildeo
adequada para mulheres acima de 50 anos eacute de 1200 mg pois com a idade o corpo
naturalmente perde um pouco da capacidade de absorccedilatildeo de minerais (Nuacutecleo de Estudos e
Pesquisas em Alimentaccedilatildeo 2006) O fato de apenas 44 das mulheres que natildeo tiveram
fraturas e 167 das mulheres que tiveram fraturas ter referido consumo superior a
900mgdia (3 ou mais copos) foi fator de surpresa principalmente levando-se em conta o PIB
per capita da cidade superior ao da maioria dos municiacutepios brasileiros (IPEA 2000)
Assim como em estudos preacutevios (Pinheiro et al 2010c NHI 2001 Demir et al
2008) nossos dados tambeacutem demonstraram o hipoestrogenismo como importante fator de
risco para fraturas por fragilidade oacutessea jaacute que as pacientes com fratura tecircm entre 19 e 29
anos de menopausa Em recente estudo Demir et al (2008) estudaram 2769 mulheres na
41
poacutes-menopausa correlacionando a ocorrecircncia de osteoporose com o tempo de menopausa
Demonstraram que 106 das pacientes com ateacute trecircs anos de poacutes-menopausa tinham
osteoporose contra 329 das pacientes com sete anos ou mais Acredita-se que a deficiecircncia
estrogecircnica seja responsaacutevel por dois terccedilos da perda de massa oacutessea levando
consequentemente agraves fraturas por fragilidade oacutessea assim como observado (Position
statement of the North American Menopause Society 2010)
Os dados deste estudo podem ser limitados pois apesar de tratar-se de uma coorte as
participantes reportaram dados referentes a estilo de vida dieta antecedentes familiares e
pessoais o que pode ter ocasionado algum vieacutes recordatoacuterio Outra limitaccedilatildeo eacute que como
avaliado por Oliveira et al (2007) esta populaccedilatildeo apresenta a maior parte das mulheres com
baixo niacutevel socioeconocircmico e escolaridade sem acesso agrave adequada educaccedilatildeo nutricional e agrave
atividade fiacutesica orientada Por outro lado resultados encontrados sem significacircncia estatiacutestica
podem ter sido ocasionados pelo tamanho amostral reduzido devido a dificuldade de
rastreamento da populaccedilatildeo uma vez que a unidade de sauacutede natildeo atualizou o endereccedilo e
telefone das mulheres eleitas para o estudo Talvez se tivesse sido realizado contato anual
com essas mulheres natildeo teriacuteamos perdido o seguimento delas
42
8 Conclusatildeo
Devido agrave sua alta prevalecircncia e associaccedilatildeo com mortalidade e incapacidade a fratura
devido agrave fragilidade oacutessea deve ser considerada um problema de sauacutede puacuteblica no Brasil
Apesar das limitaccedilotildees o presente estudo foi realizado de forma prospectiva em mulheres
brasileiras na poacutes-menopausa devendo os seus resultados serem levados em consideraccedilatildeo
para a formulaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas de sauacutede para a prevenccedilatildeo e estrateacutegias de tratamento
para as fraturas Os fatores de risco encontrados como a idade avanccedilada a histoacuteria familiar
de fratura de quadril e a presenccedila de osteoporose devem ser acompanhados e combatidos para
tentar-se diminuir o risco para as fraturas Assim como o USO mostrou ser um meacutetodo
confiaacutevel para avaliar o risco para fraturas podendo ser implementado em maior escala do
que a atual Entatildeo acreditamos que novos estudos prospectivos com uma amostra mais
representativa devam ser realizados para se confirmar os fatores associados a fraturas por
fragilidade oacutessea na populaccedilatildeo brasileira para cada vez mais conhecermos o perfil da nossa
populaccedilatildeo e termos subsiacutedios para combater esse agravo
43
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48
10 Anexo 1 - Instrumento de coleta - EVOS (EUROPEAN VERTEBRAL
OSTEOPOROSIS STUDY)
Data _________
Nome________________________________________________________
Endereco_____________________________________________________
Fone _____________ Data de nascimento _________ RG
1- Dados antropomeacutetricos
Peso (Kg) Altura (m) IMC
2- Dados Ginecoloacutegicos
Idade da primeira menstruacao anos
Vocecirc jaacute usou piacutelula anticoncepcional por mais de 3 meses
sim natildeo natildeo sei
Vocecirc jaacute ficou algum periacuteodo em sua vida sem menstruar antes da menopausa (exceto se
gravidez) sim natildeo natildeo sei
Idade da ultima menstruaccedilatildeo anos
Numero de filhos
Vocecirc fez cirurgia para retirar o uacutetero sim com Idade ____ (anos)
natildeo natildeo sei
E para retirar os ovaacuterios (um ou os dois) sim idade ___ (anos)
natildeo natildeo sei
Vocecirc fez reposiccedilatildeo hormonal apos a menopausa sim natildeo natildeo sei
Se sim quando iniciado o periacuteodo foi superior a 1 ano sim natildeo natildeo sei
49
Vocecirc notou os seguintes sintomas na menopausa
calores sim natildeo natildeo sei
depressatildeo sim natildeo natildeo sei
insocircnia sim natildeo natildeo sei
outros sim natildeo natildeo sei
Vocecirc amamentou sim natildeo natildeo sei
Se sim quantas crianccedilas vocecirc amamentou por mais que 3 meses
3- Dados familiares
Em sua famiacutelia (pai matildee irmatildeos) existe historia de fratura de quadril apos os 50 anos de
idade sim natildeo natildeo sei
4- Histoacuteria de fratura
Vocecirc jaacute teve alguma fratura sim natildeo natildeo sei
Se sim em qual sitio esqueleacutetico com que idade e qual foi o tipo de trauma
Sitio Numero Idade (anos) Niacutevel do trauma
Vertebra
Fecircmur (colo trocanter)
Costela
Antebraccedilo
Uacutemero
Pe
Outras
Vocecirc sabe que tem osteoporose sim tenho natildeo natildeo tenho natildeo sei
5- Aacutelcool
Com que frequecircncia vocecirc bebeu no ultimo ano
Diariamente 5-6 dsem 3-4 dsem
50
1 -2 dsem lt 1 dsem nunca
Tipo de bebida destilados (uiacutesque cachaccedila vodka)
fermentados (cerveja vinho)
6- Imobilizaccedilatildeo
Vocecirc jaacute ficou acamado por um periacuteodo superior a 2 meses
sim natildeo natildeo sei
Se sim foi antes ou apos os 25 anos de idade
ano passado nunca
7- Fumo
Vocecirc fumou cigarro ou usou outras formas de fumo (cachimbo ou charuto)
atualmente no passado nunca
Com que idade iniciou anos
Se parou com que idade anos
Numero de cigarrosdia
8- Atividade Fiacutesica
Quantas tempo costuma passar diariamente ao ar livre caminhando ou andando de bicicleta
nenhuma a 1 h superior a 1 h
Qual a sua atividade fiacutesica durante diferentes periacuteodos de sua vida adulta
Ate os 25 anos 25 a 50 anos acima 50 anos
Niacutevel 1 (leve) 2 (moderada) 3 (pesada) 4
(muito pesada)
9- Impacto
Como vocecirc descreveria sua sauacutede geral neste momento
muito boa boa satisfatoacuteria regular ruim
10- Interrogatoacuterio sobre drogas
51
Vocecirc jaacute usou alguma medicaccedilatildeo oral ou injetaacutevel contendo corticosteroides por mais de 3
meses sim natildeo natildeo sei
Vocecirc jaacute usou alguma desses remeacutedios
Droga sim natildeo sei tempo
(meses)
parou ha quanto tempo
Hormocircnios
masculinos
Hormocircnios
femininos
Calcitonina
Fluacuteor
Caacutelcio
Vitamina D
Anabolizantes
Diureacuteticos
tiazidicos
11- Ingestatildeo de caacutelcio
Com que frequecircncia vocecirc comeu produtos derivados do leite na semana passada
(diassemana)
queijo amarelo queijo branco iogurte leite sorvete
Para os periacuteodos indicados abaixo com que frequecircncia vocecirc recebeu leite
ate 25 anos 25 a 50 anos Acima de 50 anos
Todas as refeiccedilotildees (3 ou + coposdia)
1-2 coposdia
52
Toda semana mas natildeo todo dia
lt 1 vezsemana
53
11 Anexo 2 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Projeto de Pesquisa Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade
oacutessea em mulheres na menopausa
Pesquisador responsaacutevel Dra Lizanka Paola F Marinheiro
Instituiccedilatildeo responsaacutevel Instituto Fernandes Figueira
Vocecirc estaacute sendo convidado a participar do projeto de pesquisa intitulado
Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea em mulheres na
menopausa por que vocecirc participou do estudo anterior realizado haacute 7 anos sobre a
osteoporose e suas consequumlecircncias
54
A osteoporose e uma doenccedila que se caracteriza pela diminuiccedilatildeo da resistecircncia do osso
tornando-o mais fraacutegil Essa fragilidade aumenta o risco da pessoa que tem osteoporose de ter
fraturas mesmo com atividades comuns como tossir ou espirrar
Com isso esse trabalho deseja avaliar a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea na
populaccedilatildeo de mulheres na poacutes menopausa residente da Ilha de Paquetaacute apoacutes 7 anos de
seguimento do uacuteltimo estudo transversal
Vocecirc natildeo eacute obrigada a participar Mas se quiser vocecirc teraacute que responder a um
questionaacuterio Para participar vocecirc natildeo teraacute que pagar nada O resultado seraacute fornecido apenas
a vocecirc ningueacutem mais saberaacute Suas duvidas seratildeo esclarecidas e vocecirc devera continuar
acompanhamento com seu meacutedico assistente Se vocecirc natildeo quiser participar natildeo seraacute
submetida a nenhum constrangimento fiacutesico ou moral e seu atendimento no posto de sauacutede
natildeo seraacute prejudicado A participante poderaacute se retirar do estudo a qualquer momento que
julgar necessaacuterio sem prejuiacutezo para a mesma O resultado de toda a pesquisa seraacute divulgada e
atraveacutes de artigos cientiacuteficos em revistas encontros congressos ou similares sem a
divulgaccedilatildeo dos nomes de quem participou de forma sigilosa
Sua participaccedilatildeo no estudo natildeo implicaraacute em custos adicionais O (A) Sr (a) natildeo teraacute
qualquer despesa com a realizaccedilatildeo dos procedimentos previstos neste estudo que seratildeo
custeados pelo pesquisador responsaacutevel Tambeacutem natildeo haveraacute nenhuma forma de pagamento
pela sua participaccedilatildeo
Caso surja alguma duacutevida quanto agrave eacutetica do estudo o (a) Sr(a) deveraacute se reportar ao
Comitecirc de Eacutetica em Pesquisas envolvendo seres humanos ndash subordinado ao Conselho
Nacional de Eacutetica em Pesquisa oacutergatildeo do Ministeacuterio da Sauacutede atraveacutes de solicitaccedilatildeo ao
representante de pesquisa que estaraacute sob contato permanente ou contactando o Comitecirc de
Eacutetica em Pesquisa desta instituiccedilatildeo no telefone (21) 3971-1590 Eacute assegurado o completo
55
sigilo de sua identidade quanto a sua participaccedilatildeo neste estudo incluindo a eventualidade da
apresentaccedilatildeo dos resultados deste estudo em congressos e perioacutedicos cientiacuteficos
Eu________________________________________________________________________
residente do endereccedilo__________________________ fui informada dos objetivos e da
justificativa deste trabalho de forma clara e detalhada pela Dra Adriana de Mattos V da
Costa Recebi informaccedilotildees especificas sobre cada procedimento no qual estarei envolvida
dos desconfortos e riscos previstos tanto quanto dos benefiacutecios esperados Todas as minhas
duvidas foram respondidas com clareza e sei que poderei solicitar novos esclarecimentos a
qualquer momento Aleacutem disso sei que novas informaccedilotildees obtidas durante o estudo me seratildeo
fornecidas e que terei liberdade de retirar meu consentimento de participaccedilatildeo face a estas
informaccedilotildees sem prejuiacutezo para mim Aleacutem disto me foi entregue uma coacutepia da folha de
informaccedilotildees para os participantes a qual li compreendi e me deu plena liberdade para decidir
acerca da minha espontacircnea participaccedilatildeo nesta pesquisa Minha identidade jamais seraacute
publicada Os dados colhidos poderatildeo ser examinados por pessoas envolvidas no estudo com
autorizaccedilatildeo delegada do investigador e por pessoas delegadas pelo patrocinador Estou
recebendo uma coacutepia assinada deste Termo
Os pesquisadores responsaacuteveis pelo Projeto satildeo a Dra Lizanka Paola F Marinheiro e
sua aluna a Dra Adriana de Mattos Viveiros da Costa
56
Participante
Nome _________________________________
Assinatura________________________________
Data_________________________________________
Investigador
Nome____________________________________
Assinatura________________________________
Data_______________________________________
Pesquisadora
Nome______________________________________
Assinatura___________________________________
Data__________________________________________
Dra Lizanka Paola F Marinheiro
lizankaglobocom
tel 25541700
Dra Adriana de Mattos Vda Costa
adrianamattosmedyahoocombr
tel 87273315
Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa
Rua Afonso Cavalcanti 455 sala 710 ndash Cidade Nova -
Telefone 3971-1463
2
Estudo de fatores associados agrave incidecircncia de fraturas por
fragilidade oacutessea em mulheres na menopausa
Adriana de Mattos V da Costa
Dissertaccedilatildeo apresentado agrave Poacutes-
Graduaccedilatildeo em Sauacutede da Crianccedila e
da Mulher como parte dos
requisitos para obtenccedilatildeo do tiacutetulo
de Mestre
Orientador Dra Lizanka Paola Figueiredo Marinheiro
Co-orientador Dra Patriacutecia Pereira de Oliveira
Rio de Janeiro julho de 2012
3
Agradecimento
Agradeccedilo a Deus por ter me amparado nesta jornada e ter me dado agrave oportunidade de chegar
ateacute aqui
Agrave minha orientadora Professora e Doutora Lizanka Paola Figueiredo Marinheiro por ter
acreditado em mim e me apoiado na construccedilatildeo desse trabalho
Agrave minha co-orientadora Dra Patriacutecia Pereira de Oliveira que mesmo de longe se fez perto
com suas ideias e criticas que tanto contribuiacuteram para dissertaccedilatildeo de mestrado
Agrave meacutedica Michelly Mota ginecologista do Hospital Municipal Manoel Artur Vilaboim por
ter aberto portas no local de realizaccedilatildeo desta pesquisa
Agrave Pauline Menezes por ter me auxiliado na coleta de dados
Agrave Ceciacutelia de Mattos por prontamente ter ajudado na traduccedilatildeo deste projeto
Aos professores e colegas de turma da poacutes-graduaccedilatildeo meu reconhecimento e eterna amizade
Ao meu esposo Cesar Amorim pelas palavras de conforto e incentivo em todos os momentos
dessa poacutes graduaccedilatildeo e a minha matildee Fatima Guimaraes de Mattos meus agradecimentos pela
presenccedila especial e essencial em todos os momentos da minha vida
E agrave minha filha Giovanna de Mattos Amorim que nasceu durante essa jornada e motivo da
minha maior alegria
4
Resumo
Introduccedilatildeo O aumento na ocorrecircncia de fraturas secundaacuterias agrave fragilidade oacutessea
representa um significativo problema de Sauacutede Puacuteblica jaacute que corresponde a um importante
aumento na morbidade mortalidade e nos custos de mulheres na poacutes menopausa Objetivos
Avaliar os fatores relacionados agrave ocorrecircncia de fraturas em mulheres poacutes-menopausa
acompanhadas em uma unidade baacutesica de sauacutede Metodologia Foi realizado um estudo de
coorte prospectivo na ilha de PaquetaacuteRJ no ano de 2011 Atraveacutes do banco de dados jaacute
existente as mulheres foram localizadas por telefonemas e comparecimento no hospital local
As pacientes selecionadas foram submetidas a um questionaacuterio estruturado de avaliaccedilatildeo de
fatores relacionados agrave fragilidade oacutessea Resultados A incidecircncia de fratura por fragilidade
oacutessea encontrada foi de 21 tendo como sitio principal o antebraccedilo com 13 A idade
meacutedia da populaccedilatildeo foi de 72 anos com DP plusmn 90 No grupo de pacientes fraturadas 50
tinham entre 65 e 79 anos sugerindo ser essa faixa etaacuteria mais susceptiacutevel as fraturas por
fragilidade oacutessea Das pacientes que tiveram a Ultrassonometria oacutessea de calcacircneo alterado
22 tiveram fraturas nesse periacuteodo Foi calculado o RR= 113 (IC95 048 - 263) As
pacientes que tiveram fraturas se mostraram com maior sobrepeso ou obesas (722) com
maior historia familiar de fratura de quadril (133) e com maior diagnostico de osteoporose
(471) do que as pacientes sem fraturas (p valorgt005) E 235 das pacientes acamadas
por mais de dois meses sofreram alguma fratura com p valor lt005 Na correlaccedilatildeo entre as
variaacuteveis idade tempo de menopausa e IMC foi evidenciada uma associaccedilatildeo positiva entre a
idade e o tempo de menopausa nos grupos de pacientes com e sem fraturas Conclusatildeo Os
fatores de risco para fraturas por fragilidade oacutessea encontrados ajudam a conhecermos o
perfil da nossa populaccedilatildeo e termos subsiacutedios para combater esse agravo
Palavras Chaves Osteogecircnese Imperfeita Fraturas Fragilidade Oacutessea e Epidemiologia
5
Abstract
Introduction The increased occurrence of secondary fractures associated with bone
fragility represents a significant Public Health problem since it leads to a considerable
increase in morbidity mortality and in health care costs for postmenopausal women
Objectives To evaluate the factors related to the occurrence of fractures in postmenopausal
women attended at a public health center Methodology A prospective cohort study was
conducted in Paquetaacute Island Rio de Janeiro in 2011 Using an existing database these
women were identified contacted by phone and asked to come to the local hospital The
selected patients were submitted to a structured questionnaire assessing factors related to
bone fragility Results The incidence of fracture due to bone fragility was of 21 and the
main site was the forearm accounting for 13 The average age of the population was 72
with a SD plusmn 90 In the group of fractured patients 50 were between 65 and 79 years old
which suggest this is the age group that is most susceptible to fractures associated with bone
fragility Twenty two percent of the patients who had an altered quantitative ultrasonometry
of the calcaneus had fractures in that period of their lives The RR was calculated RR = 113
(CI 95 048 ndash 263) The patients who had fractures were more overweight or obese
(722) had a longer family history of hip fracture (133) and more diagnoses of
osteoporosis (471) than patients without fractures (p-value gt 005) And 235 of the
patients who were bedridden for more than two months suffered some type of fracture with a
p-value lt 005 In the correlation between the different ages time of menopause and BMI a
positive association between age and time of menopause became clear in the groups of
patients with and without fractures Conclusion The risk factors for fractures associated with
bone fragility help us to define the profile of our population and provide us with means to
fight this problem
Key Words Fractures Bone Fragility and Epidemiology
6
Lista de Abreviaturas e Siglas
BUA = Atenuaccedilatildeo da frequecircncia do som
DMO= Densidade Mineral Oacutessea
DP= Desvio Padratildeo
EVOS= European Vertebral Osteoporosis Study
FCRs= Fatores Cliacutenicos de Riscos
IBGE= Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica
IMC= Iacutendice de Massa Corporal
IDH= Iacutendice de Desenvolvimento Humano
OMS= Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
PNAISM= Poliacutetica Nacional de Assistecircncia Integrada a Sauacutede da Mulher
PNAD= Pesquisa Nacional Por Amostra de Domiciacutelio
SPSS= Statistical Package for Social Science
SOS= Velocidade do Som
TH= Terapia Hormonal
USO= Ultrassonometria Oacutessea de calcacircneo
7
Lista de Ilustraccedilotildees
Graacutefico 1- Incidecircncia de fratura em mulheres poacutes-menopausa 2003-2011
Graacutefico 2-Mulheres poacutes-menopausa por idade segundo fratura
Graacutefico 3- Anos apoacutes a menopausa conforme fratura
Tabela 1- Caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas das mulheres poacutes
menopausa (n=86)
Tabela 2- Caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas das mulheres poacutes
menopausa em 2003
Tabela 3- Incidecircncia de fraturas em mulheres poacutes menopausa segundo a
localizaccedilatildeo da fratura 2003-2011
Tabela 4- Relaccedilatildeo entre idade e fratura nas mulheres na poacutes menopausa
Tabela 5- Incidecircncia de fratura em mulheres poacutes-menopausa segundo
resultado da USO 2003-2011
Tabela 6 - Caracteriacutesticas cliacutenicas de mulheres poacutes-menopausa segundo
fratura (n=86)
Tabela 7- Caracteriacutesticas comportamentais de mulheres poacutes-menopausa
segundo fratura (n=86)
Tabela 8- Coeficientes de correlaccedilatildeo de Spearman (rs) entre idade IMC e
tempo de menopausa em mulheres poacutes-menopausa com fratura (n=18) e
sem fratura (n=68)
8
Sumaacuterio
Lista de Abreviaturas e Siglas 6
Lista de Ilustraccedilotildees 7
1 Introduccedilatildeo 9
2 Justificativa 11
3 Objeto de Estudo 16
31 Objetivos 16
311 Geral 16
312 Especiacuteficos 16
4 Marco Teoacuterico 17
5 Materiais e Meacutetodos 23
51 Populaccedilatildeo 23
52 Tipo de estudo 23
53 Criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo 24
54 Alocaccedilotildees de pacientes 24
55 Anaacutelise Estatiacutestica 26
6 Resultados Encontrados 28
61 Gerais 28
62 USO preacutevia X Fraturas 28
63 Caracteriacutesticas cliacutenicas e comportamentais X Fratura 29
64 Tempo de menopausa X Fratura 30
7 Discussatildeo 38
8 Conclusatildeo 42
9 Referecircncias Bibliograacuteficas 43
10 Anexo 1 - Instrumento de coleta - EVOS (EUROPEAN VERTEBRAL OSTEOPOROSIS STUDY) 48
11 Anexo 2 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido 53
1
9
1 Introduccedilatildeo
Nota-se nas uacuteltimas deacutecadas o aumento da expectativa de vida das mulheres que
atingem a fase do climateacuterio ainda ativa econocircmica e socialmente desejando uma melhor
qualidade de vida Segundo a definiccedilatildeo proposta pela Sociedade Internacional da Menopausa
no 1deg Congresso Mundial de Climateacuterio em 1976 climateacuterio eacute o periacuteodo de transiccedilatildeo entre a
vida reprodutiva e a senilidade A menopausa seria a uacuteltima menstruaccedilatildeo natural Ela
geralmente ocorre por volta dos 50 anos e soacute pode ser reconhecida apoacutes os doze meses de
amenorreia (Speroff et al 1989)
Este periacuteodo eacute marcado por um estado de hipoestrogenismo com um impacto
negativo na vida das mulheres Todavia a multiplicidade de manifestaccedilotildees inclui distuacuterbios
fiacutesicos psicoloacutegicos e metaboacutelicos (De Lorenzi et al 2005) Dentre as doenccedilas crocircnicas que
atingem a mulher climateacuterica a osteoporose aparece como uma das patologias de maior
incidecircncia (Vianna 2001)
Quando sintomas da osteoporose aparecem se relacionam com a ocorrecircncia de
fraturas mais comumente na porccedilatildeo distal do antebraccedilo na coluna vertebral e no colo do
fecircmur (International Osteoporosis Foundation 2005) A maior incidecircncia de fraturas eacute
observada em mulheres brancas na poacutes-menopausa (Pinheiro et al 2010a b) e os fatores
associados agraves fraturas alguns jaacute satildeo bem conhecidos e outros ainda precisam ser descobertos
Assim a fratura por fragilidade oacutessea eacute definida como aquela resultante de uma queda da
proacutepria altura ou trauma menos intenso em indiviacuteduos com 50 anos ou mais em siacutetios
esqueleacuteticos especiacuteficos antebraccedilo fecircmur costelas veacutertebras e uacutemero (Pinheiro et al
2010a)
10
Segundo o IBGE (IBGE 2009a) a expectativa de vida no Brasil eacute de 72 anos e soacute no
ano 2000 jaacute havia 24 milhotildees de mulheres com mais de 40 anos Ou seja predominantemente
na fase de deficiecircncia estrogecircnica e com risco aumentado de osteoporose A principal e mais
temida complicaccedilatildeo da osteoporose eacute a fratura oacutessea Entatildeo a adoccedilatildeo de meacutetodos praacuteticos e
de baixo custo para o rastreamento da populaccedilatildeo de risco para fraturas propiciaria a
quantificaccedilatildeo do problema e o planejamento de intervenccedilotildees precoces que impedissem ou
retardassem a ocorrecircncia deste agravo (Oliveira et AL 2007) Logo o conhecimento da
epidemiologia local de fraturas por fragilidade oacutessea eacute essencial para embasar este
rastreamento
Sendo assim esse estudo procurou avaliar a incidecircncia de fraturas por fragilidade
oacutessea na populaccedilatildeo de mulheres na poacutes-menopausa residente da Ilha de Paquetaacute apoacutes sete
anos de seguimento
11
2 Justificativa
No Brasil com o envelhecimento populacional e consequumlente aumento no nuacutemero de
idosas medidas devem der tomadas para se cuidar da mulher em sua fase climateacuterica eacutepoca
que ela chega a viver um terccedilo ou mais apoacutes o fim do periacuteodo reprodutivo Essa transiccedilatildeo
epidemioloacutegica tem trazido grandes desafios ao Estado Haacute a substituiccedilatildeo entre as primeiras
causas de morte das doenccedilas transmissiacuteveis pelas crocircnicas degenerativas e causas externas
entre elas a osteoporose (IBGE 2009b)
Vaacuterios fatores estatildeo relacionados agrave causa da osteoporose como a etnia a nutriccedilatildeo os
exerciacutecios fiacutesicos os dados antropomeacutetricos o alcoolismo o tabagismo e a vida reprodutiva
da mulher Por isso eacute necessaacuterio que se tenha cada vez mais estudos atuais e com populaccedilotildees
brasileiras para que os fatores de risco que fazem a diferenccedila para fraturas por fragilidade
sejam descobertos (Pinheiro et al 2010b c)
Em 2003 segundo as informaccedilotildees da Pesquisa Nacional por Amostras de Domiciacutelios
(PNAD) a populaccedilatildeo de 60 anos ou mais era por volta de 17 milhotildees de pessoas
representando cerca de 10 da populaccedilatildeo total do Paiacutes (IBGE 2009a) As diferenccedilas de sexo
satildeo importantes para descrever as pessoas idosas e da mesma forma como tem ocorrido em
todo o mundo o nuacutemero de mulheres idosas no Brasil eacute maior do que o de homens as
informaccedilotildees da PNAD mostraram que em 2003 essa proporccedilatildeo era de 559 e 441
respectivamente (IBGE 2009a)
Tambeacutem foi observado que a expectativa de vida a partir dos 60 anos aumentou no
periacuteodo de 1999 a 2003 em todas as faixas de idade tanto para homens quanto para
mulheres entretanto a expectativa de vida das mulheres excede a dos homens e este fato
explica em parte a maior proporccedilatildeo de mulheres idosas em relaccedilatildeo aos homens Em 2006
12
no Paiacutes como um todo a expectativa de vida das pessoas de 60 anos era de 193 anos para os
homens e de 224 anos para as mulheres Notando as mudanccedilas nas caracteriacutesticas da
populaccedilatildeo o Ministeacuterio da Sauacutede iniciou accedilotildees voltadas agraves mulheres no periacuteodo climateacuterico
entre elas a Poliacutetica de Assistecircncia Integral aacute Sauacutede da Mulher (PNAISM 2004)
Os estudos confirmam que diferenccedilas de sexo e idade na percepccedilatildeo da sauacutede satildeo
importantes determinantes do comportamento em relaccedilatildeo agrave procura por atendimento de sauacutede
(WHO 2001)
Em 2003 as mulheres idosas declararam um estado de sauacutede pior do que os homens
exceto entre os idosos de 80 anos ou mais onde a tendecircncia se inverte passando os homens a
declarar um estado de sauacutede pior do que aquele declarado pelas mulheres (PNAD 2003)
Os resultados do Censo Demograacutefico 2000 para os municiacutepios das capitais
apresentam padrotildees de incapacidade funcional em mobilidade fiacutesica compatiacuteveis com aqueles
apontados pelas informaccedilotildees da Politica Nacional de Assistecircncia a Domiciacutelio 2003 para as
aacutereas metropolitanas As mulheres declaram incapacidade funcional em maior proporccedilatildeo do
que os homens observando-se tambeacutem o caraacuteter progressivo da incapacidade funcional
entre os idosos em relaccedilatildeo ao aumento da idade (IBGE 2009a b)
Com o maior nuacutemero de idosos consequumlentemente haacute uma elevaccedilatildeo na frequecircncia das
fraturas por fragilidade oacutessea Isso se torna um problema de sauacutede de grandes dimensotildees
para a paciente na poacutes-menopausa pelos limites que comprometem sua qualidade de vida
para a famiacutelia por arcar com a responsabilidade de protegecirc-la no seu conviacutevio e para a sauacutede
puacuteblica pelo ocircnus econocircmico (Speroff et al 1989 Pinheiro et al 2010a b) Assim satildeo
necessaacuteria accedilotildees de promoccedilatildeo prevenccedilatildeo e abordagem da osteoporose que incide a partir da
perimenopausa
13
Estima-se que 70 das fraturas de quadril esperadas para 2050 ocorreratildeo na Aacutesia
Ameacuterica Latina e Aacutefrica (Cooper 1999) Jaacute na Europa segundo dados da Fundaccedilatildeo
Internacional de Osteoporose estima-se que uma em cada trecircs mulheres acima dos 50 anos
teraacute fratura por fragilidade oacutessea E na Uniatildeo Europeia ocorre uma fratura a cada 30 segundos
e se espera que para essa populaccedilatildeo o nuacutemero de fraturas dobre nos proacuteximos 50 anos
(International Osteoporosis Foundation 2005)
Estudos realizados sobre os custos da osteoporose e suas consequecircncias demonstram
que os gastos com essa doenccedila impressionam O estudo de Silva et al (2003) somou os gastos
com as internaccedilotildees para reduccedilotildees ciruacutergicas as reduccedilotildees incruentas o tratamento
conservador os gastos com cirurgias para a retirada de proacutetese internaccedilotildees de longa
permanecircncia consultas meacutedicas e fisioterapia chegando agrave conclusatildeo de que os custos do
SUS com o tratamento das fraturas eacute de mais de 20 milhotildees de reais por ano Tambeacutem
Tosteson et al (2008) fizeram um levantamento de custos do tratamento da osteoporose em
uma populaccedilatildeo de mulheres americanas em 2005 e mostrou que os custos anuais com
medicamentos satildeo altiacutessimos
Sobre os exames realizados para avaliaccedilatildeo da osteoporose os principais usados satildeo a
densitometria oacutessea e a ultrassonometria oacutessea de calcacircneo (USO) A densitometria oacutessea eacute
considerada o padratildeo-ouro para o diagnoacutestico de osteoporose pela Organizaccedilatildeo Mundial da
Sauacutede (OMS) desde 1994 poreacutem este exame estima apenas a densidade mineral oacutessea A
USO busca refletir outros paracircmetros aleacutem da densidade mineral oacutessea avaliando o risco de
fratura com eficiecircncia similar agrave densitometria oacutessea (Oliveira et al 2004 Castro 2000)
Embora os fatores cliacutenicos de riscos (FCRs) em populaccedilotildees de risco para osteoporose
e fratura estejam bem estabelecidos especialmente em estudos internacionais sua prevalecircncia
14
na populaccedilatildeo brasileira em geral natildeo estaacute clara porque ainda faltam estudos sobre o tema Um
dos principais estudos sobre a avaliaccedilatildeo de FCR foi o BRAZOS (Pinheiro et al 2010a) Ele
natildeo avaliou os fatores de risco relacionados agrave massa oacutessea mas os seus resultados permitem
inferir que esses fatores de risco satildeo muito semelhantes agravequeles relacionados agrave fratura por
baixo impacto Pinheiro et al (2010) demonstrou que os principais FCRs associados agrave fratura
por osteoporose de qualquer siacutetio esqueleacutetico de um total de 2420 indiviacuteduos apoacutes ajustes
estatiacutesticos foram histoacuteria familiar de fratura de quadril idade avanccedilada e baixo peso E que
a associaccedilatildeo de FCR agraves medidas de massa oacutessea poderia melhorar a discriminaccedilatildeo de
pacientes com maior risco de fratura osteoporoacutetica (Pinheiro et al 2010a b)
Atualmente existe uma ferramenta chamada FRAXreg utilizada por meacutedicos em vaacuterios
paiacuteses baseado na pratica meacutedica usando uma combinaccedilatildeo de fatores cliacutenicos e densidade
mineral oacutessea O FRAXreg eacute usado para predizer o risco de fratura nos proacuteximos dez anos com
implicaccedilotildees diretas na decisatildeo do tratamento e custos (Kanis et al 2008 Pinheiro et al 2009)
Poreacutem o risco absoluto de fraturas depende da populaccedilatildeo estudada e essa ferramenta ainda
natildeo foi aprovada para uso no Brasil Assim estudos epidemioloacutegicos representativos sobre
fatores de risco para fraturas ainda continuam sendo necessaacuterios (Pinheiro et al 2009)
Em 2003 a dissertaccedilatildeo de mestrado da Dra Patriacutecia Pereira de Oliveira verificou o
risco aumentado de fraturas por osteoporose atraveacutes da USO (Oliveira et al 2007) na
populaccedilatildeo de mulheres menopausadas na ilha de Paquetaacute-RJ Em nosso estudo verificaremos
se existe uma correlaccedilatildeo entre os achados ultrassonograacuteficos e as fraturas cliacutenicas na mesma
populaccedilatildeo por ela utilizada aleacutem outros fatores de risco para fraturas serem contemplados
como doenccedilas de base tempo de menopausa medicamentos entre outros Isto se justifica
pela necessidade de termos no Brasil dados sobre a incidecircncia de fraturas por fragilidade
oacutessea e fatores de risco a ela relacionados desenvolvidos em uma populaccedilatildeo brasileira e
15
residente de uma ilha localizada no litoral fluminense Jaacute que a literatura nessa aacuterea eacute escassa
e para que compreendendo melhor a dinacircmica da fratura por fragilidade oacutessea possamos
intervir antes que ela ocorra melhorando a qualidade de vida dessas mulheres e diminuiacutedo os
gastos com a sauacutede
16
3 Objeto de Estudo
Estudo de fatores associados agraves fraturas por fragilidade oacutessea em mulheres na poacutes-
menopausa atendidas em uma unidade baacutesica de sauacutede
Questionamento
Quais os fatores associados agrave ocorrecircncia de fraturas em mulheres poacutes-menopausa
acompanhadas em uma unidade baacutesica de sauacutede
31 Objetivos
311 Geral
Avaliar os fatores relacionados agrave ocorrecircncia de fraturas em mulheres poacutes-menopausa
acompanhadas em uma unidade baacutesica de sauacutede
312 Especiacuteficos
a- Avaliar se a ocorrecircncia de fraturas foi maior nas pacientes identificadas como risco
aumentado para fraturas pelo ultrassonometria oacutessea de calcacircneo preacutevia
b- Verificar a associaccedilatildeo entre as fraturas por fragilidade oacutessea e os dados cliacutenicos
comportamental e demograacuteficos (idade e sexo) das pacientes
c- Analisar se o tempo de menopausa influencia a ocorrecircncia de fraturas por fragilidade
oacutessea
17
4 Marco Teoacuterico
A osteoporose pode ser definida como doenccedila osteometaboacutelica caracterizada pela
diminuiccedilatildeo da densidade mineral oacutessea com alteraccedilotildees na sua microestrutura que conduzem
a um aumento da fragilidade oacutessea e uma tendecircncia a fraturas por traumatismos pouco
intensos Dado o exposto esta constitui o verdadeiro problema de sauacutede puacuteblica devido agrave sua
alta taxa de morbimortalidade e altos custos (Vianna et al 2001 International Osteoporosis
Foundation 2005)
Com relaccedilatildeo ao hipoestrogenismo observa-se que as mulheres apresentam uma perda
oacutessea mais acelerada nos dez primeiros anos apoacutes a instalaccedilatildeo da menopausa do que os
homens da mesma idade adquirindo risco de fratura mais precocemente do que eles (NHI
2001) Esta diminuiccedilatildeo de massa oacutessea total poderaacute ser ateacute dez vezes a diminuiccedilatildeo ocorrida
antes deste periacuteodo podendo chegar a 2 a 4 ao ano para o osso trabecular e de 1 para o
cortical (NHI 2001) A deficiecircncia de estrogecircnio aumenta o remodelamento oacutesseo e pode
agravar o desequiliacutebrio nas unidades de remodelamento com o aumento do tempo de vida dos
osteoclastos em detrimento dos osteoblastos (Fyhrie amp Schaffler 1994)
Na maioria dos casos a perda oacutessea eacute assintomaacutetica Quando sinais e sintomas da
osteoporose aparecem se relacionam com a ocorrecircncia de fraturas mais comumente na
porccedilatildeo distal do antebraccedilo (fratura de Colles) na coluna vertebral e no colo do fecircmur
(International Osteoporosis Foundation 2005) A maior incidecircncia de fraturas eacute observada
em mulheres brancas na poacutes menopausa (Pinheiro et al 2010a b)
Pinheiro et al (2010) analisaram 275 mulheres caucasoacuteides acima dos 50 anos e
acharam que 44 jaacute possuiacuteam algum tipo de fratura por osteoporose (Pinheiro et al 2010b)
A dor oacutessea eacute consequumlecircncia tanto das fraturas quanto das deformidades oacutesseas As fraturas
18
vertebrais satildeo as mais comuns poreacutem satildeo geralmente assintomaacuteticas e portanto menos
diagnosticadas Poreacutem podem causar dor perda de peso deformidade na coluna espinhal e
perda de estabilidade ao andar (International Osteoporosis Foundation 2005) Apenas 10
das fraturas de veacutertebras cursam com hospitalizaccedilatildeo mesmo que causem dor e diminuiccedilatildeo da
qualidade de vida Elas ocorrem entre os 50 e 60 anos de idade com maior frequecircncia
(International Osteoporosis Foundation 2005)
Jaacute as fraturas do fecircmur satildeo as mais letais devido a complicaccedilotildees poacutes-operatoacuterias As
principais causas de mortalidade satildeo as infecccedilotildees e tromboembolismo As fraturas de quadril
satildeo menos prevalentes do que as vertebrais poreacutem de maior gravidade devido agraves altas taxas
de morbimortalidade aleacutem do alto custo para a famiacutelia e para o sistema puacuteblico de sauacutede A
mortalidade apoacutes uma fratura de quadril eacute de cerca de 20- 24 no ano seguinte a fratura
sendo acompanhada de periacuteodos de hospitalizaccedilatildeo prolongados (International Osteoporosis
Foundation 2005 Silveira et al 2005) Estimativas apontam que no ano de 2050 ocorreratildeo
aproximadamente 65 milhotildees de fratura de quadril em todo mundo (Cooper 1999) As
fraturas de punho satildeo as mais facilmente observadas por mulheres no climateacuterio chegando a
originar seis milhotildees de dias de restriccedilatildeo de trabalho por ano (International Osteoporosis
Foundation 2005)
Aleacutem do custo pessoal o impacto econocircmico gerado pela osteoporose eacute enorme
Atraveacutes do mundo eacute estimado que uma em cada trecircs mulheres acima dos 50 anos teraacute fraturas
por osteoporose Na Europa no ano 2000 foi estimada uma ocorrecircncia de 379 milhotildees de
fraturas por fragilidade oacutessea sendo que destas 890 mil eram de quadril (Tosteson et al
2008) Eacute sabido que apenas metade das pacientes que sobrevivem agrave fratura de quadril voltaraacute
a andar novamente mas dificilmente com a mesma agilidade que andava antes da fratura
Apesar de a osteoporose ser facilmente diagnosticada atraveacutes de exames e seu tratamento
19
poder ser instituiacutedo ainda eacute uma doenccedila muito subdiagnosticada e subtratada Eacute estimada na
comunidade europeacuteia que uma em cada trecircs fraturas de vertebrais recebe a atenccedilatildeo cliacutenica
que merece E uma pessoa com fratura de veacutertebra tem ateacute cinco vezes mais chance de
desenvolver nova fratura no ano seguinte fenocircmeno conhecido como fratura em cascata
(Lindsay et al 2001)
Tradicionalmente a osteoporose eacute reconhecida como uma doenccedila multifatorial sendo
70 desses fatores natildeo modificaacuteveis isto eacute definidos pela carga geneacutetica e 30
potencialmente modificaacuteveis e assim envolvidos com os aspectos ambientais Dessa forma
um uacutenico fator de risco natildeo eacute capaz de identificar indiviacuteduos com ou sem fratura Diferenccedilas
geneacuteticas raciais e antropomeacutetricas bem como da composiccedilatildeo corporal densidade oacutessea
dieta atividade fiacutesica e outros haacutebitos de vida contribuem para explicar as divergecircncias na
incidecircncia e na prevalecircncia de baixa densidade oacutessea e fraturas em diversos paiacuteses do mundo
(Pinheiro et al 2010b c) Os aspectos geneacuteticos desempenham importante influecircncia sobre a
aquisiccedilatildeo do pico de massa oacutessea e perda oacutessea relacionada agrave idade bem como na
determinaccedilatildeo das propriedades estruturais e geomeacutetricas do osso No entanto a associaccedilatildeo
entre diferentes polimorfismos gecircnicos e densidade oacutessea ou fraturas por osteoporose eacute
bastante controversa e varia em diferentes estudos inclusive no Brasil fato que pode ser
tomado como um provaacutevel reflexo das diferenccedilas de etnia e ambiental das populaccedilotildees
estudadas Da mesma forma os fatores ambientais natildeo permitem uniformizar e homogeneizar
o impacto de cada um deles em cada regiatildeo do planeta (Pinheiro et al 2010c)
Atualmente a densitometria oacutessea eacute o meacutetodo mais utilizado para avaliar a massa
oacutessea Eacute o padratildeo ouro para o diagnoacutestico de osteoporose A densidade mineral oacutessea (DMO)
eacute expressa em nuacutemero absolutos em gramas de mineral por centiacutemetro quadrado escaneado
ou ainda comparado com a DMO esperada para a idade e sexo da paciente (z escore) ou
20
comparado a DMO de adultos jovens normais do mesmo sexo (t-escore) A diferenccedila entre o
escore do paciente e o padratildeo eacute expressa em desvios padrotildees acima ou abaixo da meacutedia
(Castro et al 1999)
Segundo a Sociedade Brasileira de Densitometria Cliacutenica no consenso de 2008 satildeo
indicaccedilotildees para avaliaccedilatildeo da densidade mineral oacutessea (Brandatildeo et al 2009)
rdquoMulheres com idade gt a 65 anos e homens com idade gt a 70 anos
Mulheres acima de 40 anos na transiccedilatildeo menopausal (1-2) e homens acima de 50
anos de idade com fatores de risco
Adultos com antecedente de fratura por fragilidade condiccedilatildeo cliacutenica ou uso de
medicamentos associados agrave baixa massa oacutessea ou perda oacutessea
Indiviacuteduos para os quais satildeo consideradas intervenccedilotildees farmacoloacutegicas para
osteoporose
Indiviacuteduos em tratamento para osteoporose para monitoramento de sua eficaacutecia
Indiviacuteduos que natildeo estejam sob tratamento poreacutem nos quais a identificaccedilatildeo de perda
de massa oacutessea possa determinar a indicaccedilatildeo do tratamento
Mulheres interrompendo terapia hormonal (TH)rdquo
Arq Bras Endocrinol Metab 2009 531 pag108
A proacutepria definiccedilatildeo de osteoporose pela Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede reunida em
Hong Kong em 1994 estabeleceu criteacuterios diagnoacutesticos baseados em valores obtidos pela
densitometria oacutessea classificando como osteopecircnicas aquelas mulheres que apresentarem-se
entre 1 e 25 desvios-padratildeo (DP) abaixo da meacutedia para adultas jovens e de osteoporoacuteticas as
que se encontrarem com mais de 25 DP abaixo da meacutedia para adultas jovens (Castro et al
1999 WHO 1999)
A densitometria oacutessea apresenta como desvantagens no entanto o fato de utilizar uma
fonte de radiaccedilatildeo ionizante e possuir um elevado custo que limita seu uso em estudos
populacionais principalmente em nosso paiacutes onde os recursos destinados agrave sauacutede da
populaccedilatildeo mais carente satildeo miacutenimos Sempre tentando diminuir o impacto dos gastos com
21
sauacutede eacute estimulada a busca por meacutetodos natildeo poluentes e mais baratos mas que tragam as
mesmas informaccedilotildees que os meacutetodos jaacute estabelecidos Em funccedilatildeo disto a USO vem sendo
avaliada e alguns resultados promissores tecircm sido apresentados (Castro et al 1999) Baseia-se
na modificaccedilatildeo das caracteriacutesticas de ultrassom transmitido atraveacutes de ossos de localizaccedilatildeo
mais superficiais como no calcacircneo tiacutebia falanges ou patela Os sistemas atuais se
constituem de dois transdutores sendo um transmissor e outro receptor posicionados em
locais diferentes do osso a ser estudado Os aparelhos existentes entre noacutes avaliam o
calcacircneo osso predominantemente trabecular atraveacutes das medidas de velocidade de
transmissatildeo do ultrassom (SOS em ms) e da atenuaccedilatildeo da frequumlecircncia do ultrassom (BUA em
dBMHz) (Kanis et al 2008) Novamente de acordo com a orientaccedilatildeo da Sociedade Brasileira
de Densitometria Cliacutenica de 2008 as recomendaccedilotildees para ultrassonometria oacutessea satildeo
(Brandatildeo et al 2009)
rdquoO uacutenico siacutetio validado para o uso cliacutenico da USO em osteoporose eacute o calcacircneo
Equipamentos de USO de calcacircneo validados satildeo capazes de estimar fratura por
fragilidade em mulheres na poacutes-menopausa e em homens com idade superior a 65 anos
independentemente da densidade mineral oacutessea medida em equipamentos de DMO
central
A correlaccedilatildeo entre os resultados obtidos por USO e DMO ccccccc entral eacute
moderada
USO do calcacircneo associada a fatores de risco cliacutenicos podem ser usados para
identificar populaccedilatildeo com baixa probabilidade de fratura na qual avaliaccedilatildeo adicional
natildeo seja mais necessaacuteria
Medidas de DMO central na coluna e no fecircmur constituem o meacutetodo de escolha para a
tomada de decisatildeo terapecircutica Entretanto se a DMO central natildeo for acessiacutevel o
tratamento farmacoloacutegico pode ser iniciado se a probabilidade de fratura avaliada pelo
USO do calcacircneo com pontos de corte especiacuteficos associados a fatores de risco
cliacutenicos for suficientemente alta
Equipamentos de USO natildeo satildeo clinicamente uacuteteis no monitoramento de efeitos
esqueleacuteticos dos medicamentos disponiacuteveis para o tratamento da osteoporoserdquo
Arq Bras Endocrinol Metab 2009 531 pag110
22
Em 2003 foi realizada uma dissertaccedilatildeo de mestrado (Oliveira et al 2007) sobre a
utilizaccedilatildeo do USO para estimar a prevalecircncia de risco aumentado de fraturas em uma
populaccedilatildeo de mulheres na poacutes menopausa residentes da Ilha de Paquetaacute Em trabalho
realizado por Oliveira e cols nesta instituiccedilatildeo Foi realizado um estudo transversal com
recrutamento de 385 mulheres residentes da Ilha Todas as mulheres responderam a
questionaacuterio previamente estruturado e foram submetidas a medidas antropomeacutetricas e a
USO As medidas de USO foram realizadas segundo o manual do fabricante A idade da
populaccedilatildeo estudada variou entre 42 e 95 anos Os resultados encontrados mostram que
5922 da amostra apresentava algum tipo de alteraccedilatildeo a USO com t score menor que -1
Esse grupo era composto por mulheres mais idosas com menor peso menor altura e menor
percentual de gordura quando comparado com o grupo com t score lt ndash 1 Foi encontrado que
1688 das pesquisadas possuiacuteam alto risco para fraturas com t score lt -25 E as mulheres
do grupo de alto risco tinham maior peso e IMC paracircmetros conhecidos como protetores
Embora divergente da literatura a autora atribui esses resultados a caracteriacutesticas das
mulheres mais idosas em um contexto social de baixa escolaridade e renda (Oliveira et al
2007)
23
5 Materiais e Meacutetodos
51 Populaccedilatildeo
A Ilha de Paquetaacute dista aproximadamente 15 km da Praccedila XV no Centro da Cidade
do Rio de Janeiro sendo a principal ilha do arquipeacutelago de Paquetaacute situada ao nordeste da
Baiacutea de Guanabara A populaccedilatildeo e frequecircncia da Ilha satildeo extremamente sazonais sendo
aproximadamente 2200 domiciacutelios (entre moradores e veranistas) Os moradores fixos
correspondem a 4500 pessoas em sua maioria de famiacutelias antigas na Ilha das quais 208
satildeo idosos ultrapassando ateacute mesmo a meacutedia nacional que eacute em torno de 12 (IBGE
2009a) Este iacutendice faz de Paquetaacute o erceiro bairro em nuacutemero de idosos no municiacutepio sendo
que sua populaccedilatildeo pode ser considerada envelhecida segundo os criteacuterios da Organizaccedilatildeo
Mundial da Sauacutede (OMS 2003) Embora a maioria da populaccedilatildeo seja branca existem 109
de negros 256 de pardos e 01 de iacutendios Cerca de 90 dos domiciacutelios possuem aacutegua
tratada e 9957 tratamento de esgoto As famiacutelias residentes nesta regiatildeo satildeo compostas em
meacutedia por trecircs pessoas com rendimento meacutedio per capita de 301 salaacuterios miacutenimos (IPEA
2000) e o transporte urbano eacute feito basicamente a peacute por bicicletas ou charretes puxadas por
ciclistas (IBGE 2009a)
52 Tipo de estudo
Foi realizado um estudo de coorte prospectivo na ilha de PaquetaacuteRJ no ano de 2011
Foram inicialmente alocadas todas as mulheres que participaram do estudo anterior
desenvolvido no ano de 2003 (Oliveira et al 2007)
24
53 Criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo
Os criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo foram os mesmos utilizados do estudo anterior
(Oliveira et al 2007) Sendo os criteacuterios de inclusatildeo as mulheres que estavam na menopausa
e que tinham residecircncia fixa na Ilha de Paquetaacute e os criteacuterios de exclusatildeo a historia pessoal
de doenccedilas que sabidamente afetam o metabolismo oacutesseo direta ou indiretamente (como
artrite reumatoacuteide luacutepus eritematoso sistecircmico hiperparatireoidismo osteogecircnese imperfeita)
e as neoplasias malignas exceto carcinoma basocelular de pele
54 Alocaccedilotildees de pacientes
A populaccedilatildeo elegiacutevel era constituiacuteda pelas 385 mulheres alocadas no estudo inicial
(Oliveira et al 2007) No trabalho de Oliveira et al (2007) foi realizado um estudo transversal
com recrutamento por auto-seleccedilatildeo ou demanda espontacircnea no ano de 2003 na Ilha de
Paquetaacute Rio de Janeiro Brasil Foram estudadas 385 mulheres na poacutes-menopausa
(diagnoacutestico cliacutenico) residentes no local apoacutes a aplicaccedilatildeo dos criteacuterios de exclusatildeo
(existecircncia de pino metaacutelico ou edema com cacifo em ambos os peacutes ou impossibilitadas de
posicionar os peacutes no aparelho de ultra-sonometria oacutessea) Todas as mulheres responderam na
eacutepoca a um questionaacuterio e foram submetidas a medidas antropomeacutetricas e agrave USO
No presente estudo considerando uma significacircncia de 95 e um poder de 80 uma
prevalecircncia de 15 de fraturas na populaccedilatildeo de risco (Clark et al 2009) o tamanho amostral
previsto foi de 130 mulheres Poreacutem devido agraves perdas o tamanho amostral final foi de 86
pacientes
Atraveacutes do banco de dados jaacute existente todas as pacientes foram re-contactadas As
mulheres foram localizadas atraveacutes de telefonemas e comparecimento no hospital local onde
25
eacute realizado a atenccedilatildeo baacutesica de sauacutede Foram realizados pelo menos 2 telefonemas com
intervalo de 1 semana entre eles Como ldquoperdasrdquo foram consideradas as pacientes natildeo
encontradas apoacutes os dois telefonemas (035 dos telefones estavam errados e 049 das
pacientes tinham telefone quebrado ou ocupado) pacientes que natildeo quiseram ou natildeo
puderam responder ao questionaacuterio (008) e pacientes falecidas (006)
As pacientes selecionadas foram submetidas a um questionaacuterio de avaliaccedilatildeo de fatores
relacionados agrave fragilidade oacutessea conhecido como European Vertebral Osteoporosis Study
(EVOS) jaacute validado previamente para o portuguecircs (OrsquoNeill et al 1996) e jaacute utilizados em
importantes estudos (Pinheiro et al 2006 Clark et al 2009) O questionaacuterio EVOS eacute
composto por dados soacutecio-demograacuteficos (idade estado civil escolaridade cor renda familiar
e nuacutemero de dependentes desta haacutebitos de vida) e histoacuteria reprodutiva pessoal sumaacuteria
(idade da menarca idade da menopausa tipo de menopausa) Os dados antropomeacutetricos
foram aferidos segundo criteacuterios adotados internacionalmente com medidas de peso e altura
observando intervalos de 01kg e 001m respectivamente
A definiccedilatildeo de fratura por fragilidade oacutessea foi a mesma utilizada por Pinheiro et al
(2010a) como aquela resultante de uma queda da proacutepria altura ou trauma menos intenso em
indiviacuteduos com 50 anos ou mais em siacutetios esqueleacuteticos especiacuteficos antebraccedilo fecircmur
costelas veacutertebras e uacutemero E a documentaccedilatildeo de fraturas foi realizada atraveacutes de relato da
paciente (fratura referida) As fraturas traumaacuteticas (apoacutes acidente automobiliacutestico ou outras
condiccedilotildees sob forte impacto) ou as de baixo impacto natildeo relacionadas agrave osteoporose (como
por exemplo as de face tornozelo metacarpo falanges) natildeo foram consideradas
O estudo obedeceu aos criteacuterios de eacutetica preconizados pela resoluccedilatildeo no 19696 do
Conselho Nacional de Sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede e foi aprovado previamente pelo Comitecirc
26
de Eacutetica em Pesquisa da FiocruzIFF e pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Prefeitura Todas
as mulheres assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido antes de qualquer
procedimento
55 Anaacutelise Estatiacutestica
Os dados foram registrados em planilha Excel e analisados pelo programa Statistical
Package for Social Sciences (SPSS) versatildeo 170 Para avaliar diferenccedilas entre os grupos as
variaacuteveis categoacutericas foram avaliadas pelo Qui-quadrado de Pearson ou o teste exato de
Fisher A relaccedilatildeo entre as variaacuteveis categoacutericas e ordinal e entre as variaacuteveis numeacutericas foi
avaliada pelo teste de Mann-Whitney que eacute um teste natildeo-parameacutetrico que equivale ao teste t
escolhido pelo tamanho da amostra A relaccedilatildeo entre as variaacuteveis numeacutericas foi avaliada pelo
coeficiente de Sperman que eacute uma estatiacutestica natildeo parameacutetrica utilizada para dados natildeo
normais eou amostra pequena Para todos os testes o niacutevel de significacircncia adotado foi de
5 A variaacutevel dependente foi a presenccedila de fratura (sim ou natildeo) e as variaacuteveis
independentes foram idade (em anos) resultado de USO (normal ou alterado) tempo de
menopausa (em anos) siacutetio de localizaccedilatildeo de fraturas IMC (abaixo do pesonormal
sobrepeso obeso) tabagismo (fumante ou natildeo fumante) atividade fiacutesica (leve
moderadapesada) frequecircncia diaacuteria de ingestatildeo de leite (em coposdia) e as variaacuteveis
binaacuterias como o histoacuterico familiar de fratura de quadril osteoporose uso de anticoncepcional
ausecircncia de menstruaccedilatildeo retirada de uacutetero ou ovaacuterios amamentaccedilatildeo paciente acamado e
etilismo O caacutelculo do risco relativo (RR) foi feito para avaliar a relaccedilatildeo entre o USO e a
presenccedila de fraturas Para isso foi considerado pacientes com USO normal aqueles com
resultados do T-score gt-11 e USO alterado aqueles com T-score lt-11 O niacutevel de atividade
fiacutesica foi classificado em atividade leve (trabalho burocraacutetico em escritoacuterio na maior parte
do tempo sentado) atividade moderada (trabalhos na maior parte do tempo em peacute como
27
vendedor e dona-de-casa) atividade pesada (enfermeira empregada domeacutestica) Oliveira et al
2010) Para caacutelculo aproximado da ingestatildeo alimentar diaacuteria de caacutelcio utilizou- se uma
adaptaccedilatildeo da Tabela Brasileira de Composiccedilatildeo de Alimentos 1 fatia queijo (90mg) 1 copo
de iogurte (1212mg) 1 copo leite (257mg) 1 bola se sorvete (135mg) E no final todos esses
alimentos foram convertidos em quantidade ingerida de copos de leite
28
6 Resultados Encontrados
61 Gerais
As caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas da populaccedilatildeo estudada estatildeo listadas na
tabela 1 A idade meacutedia das pacientes foi de 725 anos (DPplusmn 87) com a idade da menopausa
460 anos (DPplusmn 61) o tempo de menopausa 261 anos (DPplusmn 97) e o IMC de 264 (kgm2)
(DPplusmn 55) Essas caracteriacutesticas quando comparadas com o estudo anterior de 2003 (tabela
2) confirmam tratar-se da mesma populaccedilatildeo Apenas a idade e o tempo de menopausa
evidenciam ser a nossa populaccedilatildeo mais idosa Fator que se justifica pelo tempo ocorrido entre
os dois estudos
A incidecircncia de fratura por fragilidade oacutessea encontrada foi de 21 evidenciado no
graacutefico 1 Os principais siacutetios de fratura satildeo analisados na tabela 3 tendo como sitio principal
o antebraccedilo com 50 seguido pelo peacute com 192 e uacutemero 145 Jaacute na tabela 4 e no graacutefico
2 pode ser observado que a idade da populaccedilatildeo estudada variou entre 54 e 97 anos com meacutedia
de 72 anos com DP plusmn 90 No grupo de pacientes fraturadas 50 tinham entre 65 e 79 anos
sugerindo ser essa faixa etaacuteria mais susceptiacutevel as fraturas por fragilidade oacutessea
62 USO preacutevia X Fraturas
Foi verificado na tabela 5 a associaccedilatildeo entre o resultado da (USO) preacutevia e o desfecho
fraturas por fragilidade oacutessea De todas as pacientes que fizeram USO no estudo inicial 66
participaram deste estudo Das 50 pacientes que tiveram o USO alterado 22 tiveram
fraturas nesse periacuteodo E as pacientes com USO considerada normal 194 tiveram fraturas
por fragilidade oacutessea O RR= 113 (IC95 048 - 263) sugere que as mulheres que tiveram
29
USO alterado tem um risco de fraturar de 13 maior em relaccedilatildeo as pacientes com resultado
de USO considerado normal
63 Caracteriacutesticas cliacutenicas e comportamentais X Fratura
As pacientes foram analisadas quanto as variaacuteveis clinicas e comportamentais
Considerando a tabela 6 as pacientes que tiveram fraturas se mostraram com maior
sobrepeso ou obesas (722) com maior historia familiar de fratura de quadril (133) e
com maior diagnostico de osteoporose (471) do que as pacientes sem fraturas (p
valorgt005) Jaacute o uso de anticoncepcional ou o uso de reposiccedilatildeo hormonal natildeo se mostraram
ser relevantes para ocorrecircncia de fraturas nessa amostra E 235 das pacientes acamadas por
mais de dois meses sofreram alguma fratura com p valor lt005 Evidenciando associaccedilatildeo
entre a paciente ficar acamada por mais de dois meses e sofrer fratura por fragilidade oacutessea
Avaliando a tabela 7 foi notado que apenas 125 das pacientes que tiveram fratura eram
tabagistas e 167 eram etilistas natildeo se mostrando essas caracteriacutesticas como fatores de
risco A atividade fiacutesica moderadapesada ateacute 25 anos e acima de 50 anos apresentou
percentuais de 441 e 382 respectivamente Aleacutem disso entre 25 e 50 anos 444 das
pacientes com atividade fiacutesica moderadapesada tiveram fraturas e 441 das pacientes natildeo
tiveram fraturas para essa faixa etaacuteria (p valor gt005) Sendo assim natildeo houve associaccedilatildeo
entre a atividade fiacutesica e as fraturas Em relaccedilatildeo ao item ingestatildeo de leite apoacutes os 50 anos
456 das pacientes que natildeo tiveram fraturas ingeriam de 1 a 2 copos de leite por dia e
apenas 44 ingeriam mais de 3 copos de leite por dia No caso das pacientes que tiveram
fraturas apoacutes os 50 anos foi observado que 50 ingeriam de 1 a 2 copos de leite por dia e
167 ingeriam 3 copos ou mais de leite
30
64 Tempo de menopausa X Fratura
As pacientes foram avaliadas graacutefico 3 para verificar a associaccedilatildeo entre o tempo de
menopausa e o desfecho das fraturas A mediana do tempo de menopausa encontrado em
ambos os grupos foi de 262 com DP de plusmn98 Metade das pacientes que tiveram fraturas tem
entre 193 e 293 anos de menopausa com DP de plusmn72 A correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade
tempo de menopausa e IMC foi observado na tabela 8 onde evidenciada uma associaccedilatildeo
positiva entre a idade e o tempo de menopausa nos grupos de pacientes com e sem fraturas
Assim como foi verificado uma associaccedilatildeo negativa de quanto maior a idade e o tempo de
menopausa menor o IMC
31
Graacutefico 1
Graacutefico 2
32
Graacutefico 3
33
Tabela 1- Caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas das
mulheres poacutes menopausa (n=86)
Caracteriacutesticas Meacutedia plusmn desvio padratildeo
Idade (anos) 7255 plusmn 897
Idade da
menarca (anos) 1324 plusmn 184
Idade da
menopausa
(anos)
4608 plusmn 614
Tempo de
menopausa
(anos)
2618 plusmn976
Peso (kg)sect 6342 plusmn 1055
Altura (m)deg 155 plusmn 008
IMC (kgm2) 2643 plusmn 557
n=85 sectn=83 ordmn=82 n=81 n=80
Tabela 2-Caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas das
mulheres poacutes menopausa em 2003
Caracteriacutesticas Meacutedia plusmn desvio padratildeo
Idade (anos) 6463plusmn1270
Idade da
menarca (anos)
1304 plusmn 193
Idade da
menopausa
(anos)
4755 plusmn 601
Tempo de
menopausa
(anos)
1700 plusmn 1076
Peso (kg)sect 6533 plusmn 1270
Altura (m)deg 155 plusmn 006
IMC (kgm2) 2696 plusmn 477
34
Tabela 3 ndash Incidecircncia de fraturas em mulheres poacutes menopausa segundo a
localizaccedilatildeo de fratura 2003-2011
Tipo da fratura
n
Veacutertebra 1 38
Fecircmur 1 38
Costela 2 77
Antebraccedilo 13 500
Uacutemero 4 145
Peacute 5 192
Total 26 1000
Nota Algumas pacientes tiveram mais de uma fratura no periacuteodo
Tabela 4- Relaccedilatildeo entre idade e fratura nas mulheres na poacutes menopausa
Total
Fratura
Idade (anos) Natildeo Sim
N () n () n ()
54 a 64 anos 18 209 14 206 4 222
65 a 79 anos 48 558 39 574 9 500
80 a 97 anos 20 233 15 221 5 278
Total 86 1000 68 1000 18 1000
Meacutedia (DP) 725 (90) 713 (77) 729 (93)
Nota P-valor pelo teste de Mann-Whitney=0813
35
Tabela 5 - Incidecircncia de fratura em mulheres poacutes-menopausa segundo
resultado da USO 2003-2011
Resultado da
USO
Total
Fratura p-valor
Sim Natildeo
n n
()
IC95 n
()
Normal 36 7 194
89 -
3472
29 806
0496
Alterado 50 11 220
121 -
350
39 780
Total 86 18 209
133 -
305
68 791
Nota Risco relativo = 113 (IC95 048 - 263)
36
Tabela 6 ndash Caracteriacutesticas cliacutenicas de mulheres poacutes-menopausa segundo
fratura (n=86)
Fratura
Natildeo (n=68) Sim (n=18) Total
n ( ) n ( )
IMC
Abaixo do pesoNormal 24 (353) 5 (278) 28 0792
Sobrepeso 27 (397) 9 (500) 36
Obeso 17 (250) 4 (222) 21
Histoacuterico familiar de fratura de quadril
Natildeo 66 (985) 13 (867) 79 0085
Sim 1 (15) 2 (133) 3
Osteoporose
Natildeo 44 (800) 9 (529) 53 0055
Sim 11 (200) 8 (471) 19
Uso de anticoncepcional
Natildeo 32 (485) 10 (556) 42 0791
Sim 34 (515) 8 (444) 42
Ausecircncia de mentruaccedilatildeo
Natildeo 60 (909) 16 (941) 76 1000
Sim 6 (91) 1 (59) 7
Retirou o uacutetero
Natildeo 46 (687) 9 (500) 55 0170
Sim 21 (313) 9 (500) 30
Retirou os ovaacuterios
Natildeo 53 (815) 11 (647) 64 0187
Sim 12 (185) 6 (353) 18
Reposiccedilatildeo hormonal
Natildeo 51 (761) 13 (722) 64 0763
Sim 16 (239) 5 (278) 21
Amamentou
Natildeo 14 (206) 4 (222) 18 1000
Sim 54 (794) 14 (778) 68
Acamado por mais de dois meses
Natildeo 63 (940) 13 (765) 76 0049
Sim 4 (60) 4 (235) 8
Caracteriacutesticas clinicas
p-valor do
teste exato
de Fisher
37
Tabela 7 - Caracteriacutesticas comportamentais de mulheres poacutes-menopausa segundo
fratura (n=86)
Fratura
Natildeo (n=68) Sim (n=18) Total
n ( ) n ( )
Tabagismo
Natildeo fumante 47 (758) 14 (875) 61 0499
FumanteEx-fumante 15 (242) 2 (125) 17
Etilismo no uacuteltimo ano
Natildeo 48 (706) 15 (833) 63 0376
Sim 20 (294) 3 (167) 23
Atividade fiacutesica ateacute os 25 anos
Leve 38 (559) 11 (611) 49 0792
ModeradaPesada 30 (441) 7 (389) 37
Atividade fiacutesica entre os 25 e 50 anos
Leve 38 (559) 10 (556) 48 1000
ModeradaPesada 30 (441) 8 (444) 38
Atividade fiacutesica acima dos 50 anos
Leve 42 (618) 12 (667) 54 0789
ModeradaPesada 26 (382) 6 (333) 32
Frequecircncia diaacuteria de leite ateacute 25 anos
Nenhummenos 1 copodia 34 (500) 8 (444) 42 0910
1 a 2 coposdia 31 (456) 9 (500) 40
3 coposdia ou mais 3 (44) 1 (56) 4
Frequecircncia diaacuteria de leite apoacutes 50 anos
Nenhummenos 1 copodia 34 (500) 6 (333) 40 0103
1 a 2 coposdia 31 (456) 9 (500) 40
3 coposdia ou mais 3 (44) 3 (167) 6
Caracteriacutesticas
comportamentais
p-valor do
teste exato
de Fisher
Tabela 8- Coeficientes de correlaccedilatildeo de Spearman (rs) entre idade IMC e tempo de
menopausa em mulheres poacutes-menopausa
Variaacuteveis
IMC IdadeTempo de
menopausa
r s 1 -0144 -0151
p-valor 0569 0550
r s -0227 1 0736
p-valor 0074 lt0001
r s -0295 0761 1
p-valor 0020 lt0001
Variaacuteveis
IMC
Idade
Tempo de menopausa
Nota o triacircngulo superior direito (parte hachurada) se refere agraves correlaccedilotildees para as mulheres com
fratura e o inferior esquerdo (parte natildeo hachurada) agraves mulheres sem fratura
38
7 Discussatildeo
No Brasil os principais fatores cliacutenicos de risco para fraturas por fragilidade oacutessea
eram extrapolados a partir de estudos internacionais O estudo vem acrescentar informaccedilotildees
para se conhecer os fatores relacionados agrave essas fraturas Nossos resultados revelam que a
idade avanccedilada a historia familiar de fratura de quadril o diagnoacutestico de osteoporose e
tambeacutem o paciente ficar acamado por mais de 2 meses foram considerados fatores de risco
para fraturas por fragilidade oacutessea
Esse estudo mostrou concordacircncia com a Johnell amp Kanis (2006) onde o principal
siacutetio mundial de fratura por fragilidade oacutessea nas mulheres apoacutes a menopausa foi o antebraccedilo
Segundo o estudo Latin American Vertebral Osteoporosis Study (LAVOS) (Clark et al
2009) a fratura vertebral eacute a mais prevalente da ameacuterica latina com uma prevalecircncia de
142 diferente do nosso estudo onde a coluna vertebral e o colo do fecircmur aparecem
juntos em uacuteltimo lugar na lista de incidecircncia dos siacutetios de fratura Isso pode ser atribuiacutedo
devido a diferenccedila nos criteacuterios de definiccedilatildeo de fraturas pois no LAVOS optou-se pela
medida radiograacutefica do local de fraturas enquanto no nosso estudo as fraturas foram referidas
pelas pacientes
Os consensos sobre osteoporose tecircm propostos algoritmos para identificar indiviacuteduos
de alto risco para fraturas (Kanis et al 2008 WHO 1999) Para tanto a associaccedilatildeo de fatores
de risco para fraturas com a medida da USO eacute de suma importacircncia embora sejam poucas as
pacientes que tecircm oportunidade de realizar esse exame (Oliveira et al 2007) Assim o
presente trabalho mostrou um risco para fraturas por fragilidade oacutessea 13 maior nas
pacientes com resultado de USO alterada em relaccedilatildeo as pacientes que tiveram resultados de
39
USO normais vindo de encontro aos resultados encontrados por Oliveira et al (2007)
Corroborando o USO como um meacutetodo confiaacutevel para a prediccedilatildeo de fraturas
E semelhante a Pinheiro et al (2010a) o presente estudo revelou que os principais
fatores de risco para fraturas por fragilidade oacutessea satildeo a idade avanccedilada a historia familiar de
fratura de quadril e a presenccedila de osteoporose Isso pode ser atribuiacutedo ao fato de que no
estudo de Pinheiro et al (2010a) assim como no nosso estudo a populaccedilatildeo ser
predominantemente de mulheres acima dos 65 anos e viverem em aacuterea urbana tendo haacutebitos
de vida parecidos
O achado em nosso estudo que apresentou significacircncia estatiacutestica refere-se ao fator
de risco ldquopaciente acamado por mais de dois mesesrdquo como disposto na literatura (Pinheiro et
al 2010b Demir et al 2008) O que acontece eacute que com o paciente acamado por tempo
prolongado um maior remodelamento oacutesseo eacute observado Os osteoclastos responsaacuteveis pela
absorccedilatildeo oacutessea sobrepotildee os osteoblastos predispondo as fraturas por fragilidade oacutessea
(Fyhrie amp Schaffler 1994) Assim observou-se no estudo que 235 das pacientes
acamadas por mais de dois meses sofreram alguma fratura por fragilidade oacutessea com p valor
lt005 Isso reafirma a associaccedilatildeo entre a paciente ficar acamada por mais de dois meses e
sofrer fratura por fragilidade oacutessea Por outro lado o exerciacutecio fiacutesico que estaacute sabidamente
relacionado ao aumento da resistecircncia muscular do equiliacutebrio e da flexibilidade contribuindo
para a reduccedilatildeo da perda oacutessea e melhora da sauacutede em geral (Chan 2003) natildeo se mostrou
como fator de proteccedilatildeo neste estudo Provavelmente devido ao baixo percentual encontrado
de pacientes que praticavam atividade fiacutesica moderada ou pesada
O elevado IMC e a terapia de reposiccedilatildeo hormonal natildeo desempenharam papel protetor
na nossa populaccedilatildeo como seria o esperado por estudos anteriores (Pinheiro et al 2010c
40
Buttros et al 2011) Ao contrario o sobrepeso e obesidade foram considerados fatores de
risco Isso pode ser atribuiacutedo ao IMC meacutedio dessa populaccedilatildeo ser 264 (kgm2) (DPplusmn 55)
limiacutetrofe para sobrepeso Embora esse dado demonstre contrariedade com a literatura que
estabelece relaccedilatildeo inversa entre obesidade e fraturas por fragilidade oacutessea em nosso estudo
ter maior peso e IMC natildeo seriam fatores de risco para fraturas e sim caracteriacutesticas das
mulheres mais idosas em um contexto social de baixa escolaridade e renda Esse fato eacute
confirmado pelos resultados da Pesquisa Nacional sobre Sauacutede e Nutriccedilatildeo ( Batista F et al
2003) que demonstraram caraacuteter ascendente da obesidade nos estratos de mulheres com baixa
renda residentes na regiatildeo Sudeste
Aleacutem disso haacutebitos de vida como tabagismo e etilismo sabidamente relacionados agrave
maior risco para fraturas por fragilidade oacutessea (Pinheiro et al 2010) tambeacutem natildeo se
mostraram estar associados nesse estudo
A necessidade de caacutelcio do ser humano varia ao longo da vida e uma ingestatildeo
adequada para mulheres acima de 50 anos eacute de 1200 mg pois com a idade o corpo
naturalmente perde um pouco da capacidade de absorccedilatildeo de minerais (Nuacutecleo de Estudos e
Pesquisas em Alimentaccedilatildeo 2006) O fato de apenas 44 das mulheres que natildeo tiveram
fraturas e 167 das mulheres que tiveram fraturas ter referido consumo superior a
900mgdia (3 ou mais copos) foi fator de surpresa principalmente levando-se em conta o PIB
per capita da cidade superior ao da maioria dos municiacutepios brasileiros (IPEA 2000)
Assim como em estudos preacutevios (Pinheiro et al 2010c NHI 2001 Demir et al
2008) nossos dados tambeacutem demonstraram o hipoestrogenismo como importante fator de
risco para fraturas por fragilidade oacutessea jaacute que as pacientes com fratura tecircm entre 19 e 29
anos de menopausa Em recente estudo Demir et al (2008) estudaram 2769 mulheres na
41
poacutes-menopausa correlacionando a ocorrecircncia de osteoporose com o tempo de menopausa
Demonstraram que 106 das pacientes com ateacute trecircs anos de poacutes-menopausa tinham
osteoporose contra 329 das pacientes com sete anos ou mais Acredita-se que a deficiecircncia
estrogecircnica seja responsaacutevel por dois terccedilos da perda de massa oacutessea levando
consequentemente agraves fraturas por fragilidade oacutessea assim como observado (Position
statement of the North American Menopause Society 2010)
Os dados deste estudo podem ser limitados pois apesar de tratar-se de uma coorte as
participantes reportaram dados referentes a estilo de vida dieta antecedentes familiares e
pessoais o que pode ter ocasionado algum vieacutes recordatoacuterio Outra limitaccedilatildeo eacute que como
avaliado por Oliveira et al (2007) esta populaccedilatildeo apresenta a maior parte das mulheres com
baixo niacutevel socioeconocircmico e escolaridade sem acesso agrave adequada educaccedilatildeo nutricional e agrave
atividade fiacutesica orientada Por outro lado resultados encontrados sem significacircncia estatiacutestica
podem ter sido ocasionados pelo tamanho amostral reduzido devido a dificuldade de
rastreamento da populaccedilatildeo uma vez que a unidade de sauacutede natildeo atualizou o endereccedilo e
telefone das mulheres eleitas para o estudo Talvez se tivesse sido realizado contato anual
com essas mulheres natildeo teriacuteamos perdido o seguimento delas
42
8 Conclusatildeo
Devido agrave sua alta prevalecircncia e associaccedilatildeo com mortalidade e incapacidade a fratura
devido agrave fragilidade oacutessea deve ser considerada um problema de sauacutede puacuteblica no Brasil
Apesar das limitaccedilotildees o presente estudo foi realizado de forma prospectiva em mulheres
brasileiras na poacutes-menopausa devendo os seus resultados serem levados em consideraccedilatildeo
para a formulaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas de sauacutede para a prevenccedilatildeo e estrateacutegias de tratamento
para as fraturas Os fatores de risco encontrados como a idade avanccedilada a histoacuteria familiar
de fratura de quadril e a presenccedila de osteoporose devem ser acompanhados e combatidos para
tentar-se diminuir o risco para as fraturas Assim como o USO mostrou ser um meacutetodo
confiaacutevel para avaliar o risco para fraturas podendo ser implementado em maior escala do
que a atual Entatildeo acreditamos que novos estudos prospectivos com uma amostra mais
representativa devam ser realizados para se confirmar os fatores associados a fraturas por
fragilidade oacutessea na populaccedilatildeo brasileira para cada vez mais conhecermos o perfil da nossa
populaccedilatildeo e termos subsiacutedios para combater esse agravo
43
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48
10 Anexo 1 - Instrumento de coleta - EVOS (EUROPEAN VERTEBRAL
OSTEOPOROSIS STUDY)
Data _________
Nome________________________________________________________
Endereco_____________________________________________________
Fone _____________ Data de nascimento _________ RG
1- Dados antropomeacutetricos
Peso (Kg) Altura (m) IMC
2- Dados Ginecoloacutegicos
Idade da primeira menstruacao anos
Vocecirc jaacute usou piacutelula anticoncepcional por mais de 3 meses
sim natildeo natildeo sei
Vocecirc jaacute ficou algum periacuteodo em sua vida sem menstruar antes da menopausa (exceto se
gravidez) sim natildeo natildeo sei
Idade da ultima menstruaccedilatildeo anos
Numero de filhos
Vocecirc fez cirurgia para retirar o uacutetero sim com Idade ____ (anos)
natildeo natildeo sei
E para retirar os ovaacuterios (um ou os dois) sim idade ___ (anos)
natildeo natildeo sei
Vocecirc fez reposiccedilatildeo hormonal apos a menopausa sim natildeo natildeo sei
Se sim quando iniciado o periacuteodo foi superior a 1 ano sim natildeo natildeo sei
49
Vocecirc notou os seguintes sintomas na menopausa
calores sim natildeo natildeo sei
depressatildeo sim natildeo natildeo sei
insocircnia sim natildeo natildeo sei
outros sim natildeo natildeo sei
Vocecirc amamentou sim natildeo natildeo sei
Se sim quantas crianccedilas vocecirc amamentou por mais que 3 meses
3- Dados familiares
Em sua famiacutelia (pai matildee irmatildeos) existe historia de fratura de quadril apos os 50 anos de
idade sim natildeo natildeo sei
4- Histoacuteria de fratura
Vocecirc jaacute teve alguma fratura sim natildeo natildeo sei
Se sim em qual sitio esqueleacutetico com que idade e qual foi o tipo de trauma
Sitio Numero Idade (anos) Niacutevel do trauma
Vertebra
Fecircmur (colo trocanter)
Costela
Antebraccedilo
Uacutemero
Pe
Outras
Vocecirc sabe que tem osteoporose sim tenho natildeo natildeo tenho natildeo sei
5- Aacutelcool
Com que frequecircncia vocecirc bebeu no ultimo ano
Diariamente 5-6 dsem 3-4 dsem
50
1 -2 dsem lt 1 dsem nunca
Tipo de bebida destilados (uiacutesque cachaccedila vodka)
fermentados (cerveja vinho)
6- Imobilizaccedilatildeo
Vocecirc jaacute ficou acamado por um periacuteodo superior a 2 meses
sim natildeo natildeo sei
Se sim foi antes ou apos os 25 anos de idade
ano passado nunca
7- Fumo
Vocecirc fumou cigarro ou usou outras formas de fumo (cachimbo ou charuto)
atualmente no passado nunca
Com que idade iniciou anos
Se parou com que idade anos
Numero de cigarrosdia
8- Atividade Fiacutesica
Quantas tempo costuma passar diariamente ao ar livre caminhando ou andando de bicicleta
nenhuma a 1 h superior a 1 h
Qual a sua atividade fiacutesica durante diferentes periacuteodos de sua vida adulta
Ate os 25 anos 25 a 50 anos acima 50 anos
Niacutevel 1 (leve) 2 (moderada) 3 (pesada) 4
(muito pesada)
9- Impacto
Como vocecirc descreveria sua sauacutede geral neste momento
muito boa boa satisfatoacuteria regular ruim
10- Interrogatoacuterio sobre drogas
51
Vocecirc jaacute usou alguma medicaccedilatildeo oral ou injetaacutevel contendo corticosteroides por mais de 3
meses sim natildeo natildeo sei
Vocecirc jaacute usou alguma desses remeacutedios
Droga sim natildeo sei tempo
(meses)
parou ha quanto tempo
Hormocircnios
masculinos
Hormocircnios
femininos
Calcitonina
Fluacuteor
Caacutelcio
Vitamina D
Anabolizantes
Diureacuteticos
tiazidicos
11- Ingestatildeo de caacutelcio
Com que frequecircncia vocecirc comeu produtos derivados do leite na semana passada
(diassemana)
queijo amarelo queijo branco iogurte leite sorvete
Para os periacuteodos indicados abaixo com que frequecircncia vocecirc recebeu leite
ate 25 anos 25 a 50 anos Acima de 50 anos
Todas as refeiccedilotildees (3 ou + coposdia)
1-2 coposdia
52
Toda semana mas natildeo todo dia
lt 1 vezsemana
53
11 Anexo 2 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Projeto de Pesquisa Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade
oacutessea em mulheres na menopausa
Pesquisador responsaacutevel Dra Lizanka Paola F Marinheiro
Instituiccedilatildeo responsaacutevel Instituto Fernandes Figueira
Vocecirc estaacute sendo convidado a participar do projeto de pesquisa intitulado
Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea em mulheres na
menopausa por que vocecirc participou do estudo anterior realizado haacute 7 anos sobre a
osteoporose e suas consequumlecircncias
54
A osteoporose e uma doenccedila que se caracteriza pela diminuiccedilatildeo da resistecircncia do osso
tornando-o mais fraacutegil Essa fragilidade aumenta o risco da pessoa que tem osteoporose de ter
fraturas mesmo com atividades comuns como tossir ou espirrar
Com isso esse trabalho deseja avaliar a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea na
populaccedilatildeo de mulheres na poacutes menopausa residente da Ilha de Paquetaacute apoacutes 7 anos de
seguimento do uacuteltimo estudo transversal
Vocecirc natildeo eacute obrigada a participar Mas se quiser vocecirc teraacute que responder a um
questionaacuterio Para participar vocecirc natildeo teraacute que pagar nada O resultado seraacute fornecido apenas
a vocecirc ningueacutem mais saberaacute Suas duvidas seratildeo esclarecidas e vocecirc devera continuar
acompanhamento com seu meacutedico assistente Se vocecirc natildeo quiser participar natildeo seraacute
submetida a nenhum constrangimento fiacutesico ou moral e seu atendimento no posto de sauacutede
natildeo seraacute prejudicado A participante poderaacute se retirar do estudo a qualquer momento que
julgar necessaacuterio sem prejuiacutezo para a mesma O resultado de toda a pesquisa seraacute divulgada e
atraveacutes de artigos cientiacuteficos em revistas encontros congressos ou similares sem a
divulgaccedilatildeo dos nomes de quem participou de forma sigilosa
Sua participaccedilatildeo no estudo natildeo implicaraacute em custos adicionais O (A) Sr (a) natildeo teraacute
qualquer despesa com a realizaccedilatildeo dos procedimentos previstos neste estudo que seratildeo
custeados pelo pesquisador responsaacutevel Tambeacutem natildeo haveraacute nenhuma forma de pagamento
pela sua participaccedilatildeo
Caso surja alguma duacutevida quanto agrave eacutetica do estudo o (a) Sr(a) deveraacute se reportar ao
Comitecirc de Eacutetica em Pesquisas envolvendo seres humanos ndash subordinado ao Conselho
Nacional de Eacutetica em Pesquisa oacutergatildeo do Ministeacuterio da Sauacutede atraveacutes de solicitaccedilatildeo ao
representante de pesquisa que estaraacute sob contato permanente ou contactando o Comitecirc de
Eacutetica em Pesquisa desta instituiccedilatildeo no telefone (21) 3971-1590 Eacute assegurado o completo
55
sigilo de sua identidade quanto a sua participaccedilatildeo neste estudo incluindo a eventualidade da
apresentaccedilatildeo dos resultados deste estudo em congressos e perioacutedicos cientiacuteficos
Eu________________________________________________________________________
residente do endereccedilo__________________________ fui informada dos objetivos e da
justificativa deste trabalho de forma clara e detalhada pela Dra Adriana de Mattos V da
Costa Recebi informaccedilotildees especificas sobre cada procedimento no qual estarei envolvida
dos desconfortos e riscos previstos tanto quanto dos benefiacutecios esperados Todas as minhas
duvidas foram respondidas com clareza e sei que poderei solicitar novos esclarecimentos a
qualquer momento Aleacutem disso sei que novas informaccedilotildees obtidas durante o estudo me seratildeo
fornecidas e que terei liberdade de retirar meu consentimento de participaccedilatildeo face a estas
informaccedilotildees sem prejuiacutezo para mim Aleacutem disto me foi entregue uma coacutepia da folha de
informaccedilotildees para os participantes a qual li compreendi e me deu plena liberdade para decidir
acerca da minha espontacircnea participaccedilatildeo nesta pesquisa Minha identidade jamais seraacute
publicada Os dados colhidos poderatildeo ser examinados por pessoas envolvidas no estudo com
autorizaccedilatildeo delegada do investigador e por pessoas delegadas pelo patrocinador Estou
recebendo uma coacutepia assinada deste Termo
Os pesquisadores responsaacuteveis pelo Projeto satildeo a Dra Lizanka Paola F Marinheiro e
sua aluna a Dra Adriana de Mattos Viveiros da Costa
56
Participante
Nome _________________________________
Assinatura________________________________
Data_________________________________________
Investigador
Nome____________________________________
Assinatura________________________________
Data_______________________________________
Pesquisadora
Nome______________________________________
Assinatura___________________________________
Data__________________________________________
Dra Lizanka Paola F Marinheiro
lizankaglobocom
tel 25541700
Dra Adriana de Mattos Vda Costa
adrianamattosmedyahoocombr
tel 87273315
Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa
Rua Afonso Cavalcanti 455 sala 710 ndash Cidade Nova -
Telefone 3971-1463
3
Agradecimento
Agradeccedilo a Deus por ter me amparado nesta jornada e ter me dado agrave oportunidade de chegar
ateacute aqui
Agrave minha orientadora Professora e Doutora Lizanka Paola Figueiredo Marinheiro por ter
acreditado em mim e me apoiado na construccedilatildeo desse trabalho
Agrave minha co-orientadora Dra Patriacutecia Pereira de Oliveira que mesmo de longe se fez perto
com suas ideias e criticas que tanto contribuiacuteram para dissertaccedilatildeo de mestrado
Agrave meacutedica Michelly Mota ginecologista do Hospital Municipal Manoel Artur Vilaboim por
ter aberto portas no local de realizaccedilatildeo desta pesquisa
Agrave Pauline Menezes por ter me auxiliado na coleta de dados
Agrave Ceciacutelia de Mattos por prontamente ter ajudado na traduccedilatildeo deste projeto
Aos professores e colegas de turma da poacutes-graduaccedilatildeo meu reconhecimento e eterna amizade
Ao meu esposo Cesar Amorim pelas palavras de conforto e incentivo em todos os momentos
dessa poacutes graduaccedilatildeo e a minha matildee Fatima Guimaraes de Mattos meus agradecimentos pela
presenccedila especial e essencial em todos os momentos da minha vida
E agrave minha filha Giovanna de Mattos Amorim que nasceu durante essa jornada e motivo da
minha maior alegria
4
Resumo
Introduccedilatildeo O aumento na ocorrecircncia de fraturas secundaacuterias agrave fragilidade oacutessea
representa um significativo problema de Sauacutede Puacuteblica jaacute que corresponde a um importante
aumento na morbidade mortalidade e nos custos de mulheres na poacutes menopausa Objetivos
Avaliar os fatores relacionados agrave ocorrecircncia de fraturas em mulheres poacutes-menopausa
acompanhadas em uma unidade baacutesica de sauacutede Metodologia Foi realizado um estudo de
coorte prospectivo na ilha de PaquetaacuteRJ no ano de 2011 Atraveacutes do banco de dados jaacute
existente as mulheres foram localizadas por telefonemas e comparecimento no hospital local
As pacientes selecionadas foram submetidas a um questionaacuterio estruturado de avaliaccedilatildeo de
fatores relacionados agrave fragilidade oacutessea Resultados A incidecircncia de fratura por fragilidade
oacutessea encontrada foi de 21 tendo como sitio principal o antebraccedilo com 13 A idade
meacutedia da populaccedilatildeo foi de 72 anos com DP plusmn 90 No grupo de pacientes fraturadas 50
tinham entre 65 e 79 anos sugerindo ser essa faixa etaacuteria mais susceptiacutevel as fraturas por
fragilidade oacutessea Das pacientes que tiveram a Ultrassonometria oacutessea de calcacircneo alterado
22 tiveram fraturas nesse periacuteodo Foi calculado o RR= 113 (IC95 048 - 263) As
pacientes que tiveram fraturas se mostraram com maior sobrepeso ou obesas (722) com
maior historia familiar de fratura de quadril (133) e com maior diagnostico de osteoporose
(471) do que as pacientes sem fraturas (p valorgt005) E 235 das pacientes acamadas
por mais de dois meses sofreram alguma fratura com p valor lt005 Na correlaccedilatildeo entre as
variaacuteveis idade tempo de menopausa e IMC foi evidenciada uma associaccedilatildeo positiva entre a
idade e o tempo de menopausa nos grupos de pacientes com e sem fraturas Conclusatildeo Os
fatores de risco para fraturas por fragilidade oacutessea encontrados ajudam a conhecermos o
perfil da nossa populaccedilatildeo e termos subsiacutedios para combater esse agravo
Palavras Chaves Osteogecircnese Imperfeita Fraturas Fragilidade Oacutessea e Epidemiologia
5
Abstract
Introduction The increased occurrence of secondary fractures associated with bone
fragility represents a significant Public Health problem since it leads to a considerable
increase in morbidity mortality and in health care costs for postmenopausal women
Objectives To evaluate the factors related to the occurrence of fractures in postmenopausal
women attended at a public health center Methodology A prospective cohort study was
conducted in Paquetaacute Island Rio de Janeiro in 2011 Using an existing database these
women were identified contacted by phone and asked to come to the local hospital The
selected patients were submitted to a structured questionnaire assessing factors related to
bone fragility Results The incidence of fracture due to bone fragility was of 21 and the
main site was the forearm accounting for 13 The average age of the population was 72
with a SD plusmn 90 In the group of fractured patients 50 were between 65 and 79 years old
which suggest this is the age group that is most susceptible to fractures associated with bone
fragility Twenty two percent of the patients who had an altered quantitative ultrasonometry
of the calcaneus had fractures in that period of their lives The RR was calculated RR = 113
(CI 95 048 ndash 263) The patients who had fractures were more overweight or obese
(722) had a longer family history of hip fracture (133) and more diagnoses of
osteoporosis (471) than patients without fractures (p-value gt 005) And 235 of the
patients who were bedridden for more than two months suffered some type of fracture with a
p-value lt 005 In the correlation between the different ages time of menopause and BMI a
positive association between age and time of menopause became clear in the groups of
patients with and without fractures Conclusion The risk factors for fractures associated with
bone fragility help us to define the profile of our population and provide us with means to
fight this problem
Key Words Fractures Bone Fragility and Epidemiology
6
Lista de Abreviaturas e Siglas
BUA = Atenuaccedilatildeo da frequecircncia do som
DMO= Densidade Mineral Oacutessea
DP= Desvio Padratildeo
EVOS= European Vertebral Osteoporosis Study
FCRs= Fatores Cliacutenicos de Riscos
IBGE= Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica
IMC= Iacutendice de Massa Corporal
IDH= Iacutendice de Desenvolvimento Humano
OMS= Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
PNAISM= Poliacutetica Nacional de Assistecircncia Integrada a Sauacutede da Mulher
PNAD= Pesquisa Nacional Por Amostra de Domiciacutelio
SPSS= Statistical Package for Social Science
SOS= Velocidade do Som
TH= Terapia Hormonal
USO= Ultrassonometria Oacutessea de calcacircneo
7
Lista de Ilustraccedilotildees
Graacutefico 1- Incidecircncia de fratura em mulheres poacutes-menopausa 2003-2011
Graacutefico 2-Mulheres poacutes-menopausa por idade segundo fratura
Graacutefico 3- Anos apoacutes a menopausa conforme fratura
Tabela 1- Caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas das mulheres poacutes
menopausa (n=86)
Tabela 2- Caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas das mulheres poacutes
menopausa em 2003
Tabela 3- Incidecircncia de fraturas em mulheres poacutes menopausa segundo a
localizaccedilatildeo da fratura 2003-2011
Tabela 4- Relaccedilatildeo entre idade e fratura nas mulheres na poacutes menopausa
Tabela 5- Incidecircncia de fratura em mulheres poacutes-menopausa segundo
resultado da USO 2003-2011
Tabela 6 - Caracteriacutesticas cliacutenicas de mulheres poacutes-menopausa segundo
fratura (n=86)
Tabela 7- Caracteriacutesticas comportamentais de mulheres poacutes-menopausa
segundo fratura (n=86)
Tabela 8- Coeficientes de correlaccedilatildeo de Spearman (rs) entre idade IMC e
tempo de menopausa em mulheres poacutes-menopausa com fratura (n=18) e
sem fratura (n=68)
8
Sumaacuterio
Lista de Abreviaturas e Siglas 6
Lista de Ilustraccedilotildees 7
1 Introduccedilatildeo 9
2 Justificativa 11
3 Objeto de Estudo 16
31 Objetivos 16
311 Geral 16
312 Especiacuteficos 16
4 Marco Teoacuterico 17
5 Materiais e Meacutetodos 23
51 Populaccedilatildeo 23
52 Tipo de estudo 23
53 Criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo 24
54 Alocaccedilotildees de pacientes 24
55 Anaacutelise Estatiacutestica 26
6 Resultados Encontrados 28
61 Gerais 28
62 USO preacutevia X Fraturas 28
63 Caracteriacutesticas cliacutenicas e comportamentais X Fratura 29
64 Tempo de menopausa X Fratura 30
7 Discussatildeo 38
8 Conclusatildeo 42
9 Referecircncias Bibliograacuteficas 43
10 Anexo 1 - Instrumento de coleta - EVOS (EUROPEAN VERTEBRAL OSTEOPOROSIS STUDY) 48
11 Anexo 2 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido 53
1
9
1 Introduccedilatildeo
Nota-se nas uacuteltimas deacutecadas o aumento da expectativa de vida das mulheres que
atingem a fase do climateacuterio ainda ativa econocircmica e socialmente desejando uma melhor
qualidade de vida Segundo a definiccedilatildeo proposta pela Sociedade Internacional da Menopausa
no 1deg Congresso Mundial de Climateacuterio em 1976 climateacuterio eacute o periacuteodo de transiccedilatildeo entre a
vida reprodutiva e a senilidade A menopausa seria a uacuteltima menstruaccedilatildeo natural Ela
geralmente ocorre por volta dos 50 anos e soacute pode ser reconhecida apoacutes os doze meses de
amenorreia (Speroff et al 1989)
Este periacuteodo eacute marcado por um estado de hipoestrogenismo com um impacto
negativo na vida das mulheres Todavia a multiplicidade de manifestaccedilotildees inclui distuacuterbios
fiacutesicos psicoloacutegicos e metaboacutelicos (De Lorenzi et al 2005) Dentre as doenccedilas crocircnicas que
atingem a mulher climateacuterica a osteoporose aparece como uma das patologias de maior
incidecircncia (Vianna 2001)
Quando sintomas da osteoporose aparecem se relacionam com a ocorrecircncia de
fraturas mais comumente na porccedilatildeo distal do antebraccedilo na coluna vertebral e no colo do
fecircmur (International Osteoporosis Foundation 2005) A maior incidecircncia de fraturas eacute
observada em mulheres brancas na poacutes-menopausa (Pinheiro et al 2010a b) e os fatores
associados agraves fraturas alguns jaacute satildeo bem conhecidos e outros ainda precisam ser descobertos
Assim a fratura por fragilidade oacutessea eacute definida como aquela resultante de uma queda da
proacutepria altura ou trauma menos intenso em indiviacuteduos com 50 anos ou mais em siacutetios
esqueleacuteticos especiacuteficos antebraccedilo fecircmur costelas veacutertebras e uacutemero (Pinheiro et al
2010a)
10
Segundo o IBGE (IBGE 2009a) a expectativa de vida no Brasil eacute de 72 anos e soacute no
ano 2000 jaacute havia 24 milhotildees de mulheres com mais de 40 anos Ou seja predominantemente
na fase de deficiecircncia estrogecircnica e com risco aumentado de osteoporose A principal e mais
temida complicaccedilatildeo da osteoporose eacute a fratura oacutessea Entatildeo a adoccedilatildeo de meacutetodos praacuteticos e
de baixo custo para o rastreamento da populaccedilatildeo de risco para fraturas propiciaria a
quantificaccedilatildeo do problema e o planejamento de intervenccedilotildees precoces que impedissem ou
retardassem a ocorrecircncia deste agravo (Oliveira et AL 2007) Logo o conhecimento da
epidemiologia local de fraturas por fragilidade oacutessea eacute essencial para embasar este
rastreamento
Sendo assim esse estudo procurou avaliar a incidecircncia de fraturas por fragilidade
oacutessea na populaccedilatildeo de mulheres na poacutes-menopausa residente da Ilha de Paquetaacute apoacutes sete
anos de seguimento
11
2 Justificativa
No Brasil com o envelhecimento populacional e consequumlente aumento no nuacutemero de
idosas medidas devem der tomadas para se cuidar da mulher em sua fase climateacuterica eacutepoca
que ela chega a viver um terccedilo ou mais apoacutes o fim do periacuteodo reprodutivo Essa transiccedilatildeo
epidemioloacutegica tem trazido grandes desafios ao Estado Haacute a substituiccedilatildeo entre as primeiras
causas de morte das doenccedilas transmissiacuteveis pelas crocircnicas degenerativas e causas externas
entre elas a osteoporose (IBGE 2009b)
Vaacuterios fatores estatildeo relacionados agrave causa da osteoporose como a etnia a nutriccedilatildeo os
exerciacutecios fiacutesicos os dados antropomeacutetricos o alcoolismo o tabagismo e a vida reprodutiva
da mulher Por isso eacute necessaacuterio que se tenha cada vez mais estudos atuais e com populaccedilotildees
brasileiras para que os fatores de risco que fazem a diferenccedila para fraturas por fragilidade
sejam descobertos (Pinheiro et al 2010b c)
Em 2003 segundo as informaccedilotildees da Pesquisa Nacional por Amostras de Domiciacutelios
(PNAD) a populaccedilatildeo de 60 anos ou mais era por volta de 17 milhotildees de pessoas
representando cerca de 10 da populaccedilatildeo total do Paiacutes (IBGE 2009a) As diferenccedilas de sexo
satildeo importantes para descrever as pessoas idosas e da mesma forma como tem ocorrido em
todo o mundo o nuacutemero de mulheres idosas no Brasil eacute maior do que o de homens as
informaccedilotildees da PNAD mostraram que em 2003 essa proporccedilatildeo era de 559 e 441
respectivamente (IBGE 2009a)
Tambeacutem foi observado que a expectativa de vida a partir dos 60 anos aumentou no
periacuteodo de 1999 a 2003 em todas as faixas de idade tanto para homens quanto para
mulheres entretanto a expectativa de vida das mulheres excede a dos homens e este fato
explica em parte a maior proporccedilatildeo de mulheres idosas em relaccedilatildeo aos homens Em 2006
12
no Paiacutes como um todo a expectativa de vida das pessoas de 60 anos era de 193 anos para os
homens e de 224 anos para as mulheres Notando as mudanccedilas nas caracteriacutesticas da
populaccedilatildeo o Ministeacuterio da Sauacutede iniciou accedilotildees voltadas agraves mulheres no periacuteodo climateacuterico
entre elas a Poliacutetica de Assistecircncia Integral aacute Sauacutede da Mulher (PNAISM 2004)
Os estudos confirmam que diferenccedilas de sexo e idade na percepccedilatildeo da sauacutede satildeo
importantes determinantes do comportamento em relaccedilatildeo agrave procura por atendimento de sauacutede
(WHO 2001)
Em 2003 as mulheres idosas declararam um estado de sauacutede pior do que os homens
exceto entre os idosos de 80 anos ou mais onde a tendecircncia se inverte passando os homens a
declarar um estado de sauacutede pior do que aquele declarado pelas mulheres (PNAD 2003)
Os resultados do Censo Demograacutefico 2000 para os municiacutepios das capitais
apresentam padrotildees de incapacidade funcional em mobilidade fiacutesica compatiacuteveis com aqueles
apontados pelas informaccedilotildees da Politica Nacional de Assistecircncia a Domiciacutelio 2003 para as
aacutereas metropolitanas As mulheres declaram incapacidade funcional em maior proporccedilatildeo do
que os homens observando-se tambeacutem o caraacuteter progressivo da incapacidade funcional
entre os idosos em relaccedilatildeo ao aumento da idade (IBGE 2009a b)
Com o maior nuacutemero de idosos consequumlentemente haacute uma elevaccedilatildeo na frequecircncia das
fraturas por fragilidade oacutessea Isso se torna um problema de sauacutede de grandes dimensotildees
para a paciente na poacutes-menopausa pelos limites que comprometem sua qualidade de vida
para a famiacutelia por arcar com a responsabilidade de protegecirc-la no seu conviacutevio e para a sauacutede
puacuteblica pelo ocircnus econocircmico (Speroff et al 1989 Pinheiro et al 2010a b) Assim satildeo
necessaacuteria accedilotildees de promoccedilatildeo prevenccedilatildeo e abordagem da osteoporose que incide a partir da
perimenopausa
13
Estima-se que 70 das fraturas de quadril esperadas para 2050 ocorreratildeo na Aacutesia
Ameacuterica Latina e Aacutefrica (Cooper 1999) Jaacute na Europa segundo dados da Fundaccedilatildeo
Internacional de Osteoporose estima-se que uma em cada trecircs mulheres acima dos 50 anos
teraacute fratura por fragilidade oacutessea E na Uniatildeo Europeia ocorre uma fratura a cada 30 segundos
e se espera que para essa populaccedilatildeo o nuacutemero de fraturas dobre nos proacuteximos 50 anos
(International Osteoporosis Foundation 2005)
Estudos realizados sobre os custos da osteoporose e suas consequecircncias demonstram
que os gastos com essa doenccedila impressionam O estudo de Silva et al (2003) somou os gastos
com as internaccedilotildees para reduccedilotildees ciruacutergicas as reduccedilotildees incruentas o tratamento
conservador os gastos com cirurgias para a retirada de proacutetese internaccedilotildees de longa
permanecircncia consultas meacutedicas e fisioterapia chegando agrave conclusatildeo de que os custos do
SUS com o tratamento das fraturas eacute de mais de 20 milhotildees de reais por ano Tambeacutem
Tosteson et al (2008) fizeram um levantamento de custos do tratamento da osteoporose em
uma populaccedilatildeo de mulheres americanas em 2005 e mostrou que os custos anuais com
medicamentos satildeo altiacutessimos
Sobre os exames realizados para avaliaccedilatildeo da osteoporose os principais usados satildeo a
densitometria oacutessea e a ultrassonometria oacutessea de calcacircneo (USO) A densitometria oacutessea eacute
considerada o padratildeo-ouro para o diagnoacutestico de osteoporose pela Organizaccedilatildeo Mundial da
Sauacutede (OMS) desde 1994 poreacutem este exame estima apenas a densidade mineral oacutessea A
USO busca refletir outros paracircmetros aleacutem da densidade mineral oacutessea avaliando o risco de
fratura com eficiecircncia similar agrave densitometria oacutessea (Oliveira et al 2004 Castro 2000)
Embora os fatores cliacutenicos de riscos (FCRs) em populaccedilotildees de risco para osteoporose
e fratura estejam bem estabelecidos especialmente em estudos internacionais sua prevalecircncia
14
na populaccedilatildeo brasileira em geral natildeo estaacute clara porque ainda faltam estudos sobre o tema Um
dos principais estudos sobre a avaliaccedilatildeo de FCR foi o BRAZOS (Pinheiro et al 2010a) Ele
natildeo avaliou os fatores de risco relacionados agrave massa oacutessea mas os seus resultados permitem
inferir que esses fatores de risco satildeo muito semelhantes agravequeles relacionados agrave fratura por
baixo impacto Pinheiro et al (2010) demonstrou que os principais FCRs associados agrave fratura
por osteoporose de qualquer siacutetio esqueleacutetico de um total de 2420 indiviacuteduos apoacutes ajustes
estatiacutesticos foram histoacuteria familiar de fratura de quadril idade avanccedilada e baixo peso E que
a associaccedilatildeo de FCR agraves medidas de massa oacutessea poderia melhorar a discriminaccedilatildeo de
pacientes com maior risco de fratura osteoporoacutetica (Pinheiro et al 2010a b)
Atualmente existe uma ferramenta chamada FRAXreg utilizada por meacutedicos em vaacuterios
paiacuteses baseado na pratica meacutedica usando uma combinaccedilatildeo de fatores cliacutenicos e densidade
mineral oacutessea O FRAXreg eacute usado para predizer o risco de fratura nos proacuteximos dez anos com
implicaccedilotildees diretas na decisatildeo do tratamento e custos (Kanis et al 2008 Pinheiro et al 2009)
Poreacutem o risco absoluto de fraturas depende da populaccedilatildeo estudada e essa ferramenta ainda
natildeo foi aprovada para uso no Brasil Assim estudos epidemioloacutegicos representativos sobre
fatores de risco para fraturas ainda continuam sendo necessaacuterios (Pinheiro et al 2009)
Em 2003 a dissertaccedilatildeo de mestrado da Dra Patriacutecia Pereira de Oliveira verificou o
risco aumentado de fraturas por osteoporose atraveacutes da USO (Oliveira et al 2007) na
populaccedilatildeo de mulheres menopausadas na ilha de Paquetaacute-RJ Em nosso estudo verificaremos
se existe uma correlaccedilatildeo entre os achados ultrassonograacuteficos e as fraturas cliacutenicas na mesma
populaccedilatildeo por ela utilizada aleacutem outros fatores de risco para fraturas serem contemplados
como doenccedilas de base tempo de menopausa medicamentos entre outros Isto se justifica
pela necessidade de termos no Brasil dados sobre a incidecircncia de fraturas por fragilidade
oacutessea e fatores de risco a ela relacionados desenvolvidos em uma populaccedilatildeo brasileira e
15
residente de uma ilha localizada no litoral fluminense Jaacute que a literatura nessa aacuterea eacute escassa
e para que compreendendo melhor a dinacircmica da fratura por fragilidade oacutessea possamos
intervir antes que ela ocorra melhorando a qualidade de vida dessas mulheres e diminuiacutedo os
gastos com a sauacutede
16
3 Objeto de Estudo
Estudo de fatores associados agraves fraturas por fragilidade oacutessea em mulheres na poacutes-
menopausa atendidas em uma unidade baacutesica de sauacutede
Questionamento
Quais os fatores associados agrave ocorrecircncia de fraturas em mulheres poacutes-menopausa
acompanhadas em uma unidade baacutesica de sauacutede
31 Objetivos
311 Geral
Avaliar os fatores relacionados agrave ocorrecircncia de fraturas em mulheres poacutes-menopausa
acompanhadas em uma unidade baacutesica de sauacutede
312 Especiacuteficos
a- Avaliar se a ocorrecircncia de fraturas foi maior nas pacientes identificadas como risco
aumentado para fraturas pelo ultrassonometria oacutessea de calcacircneo preacutevia
b- Verificar a associaccedilatildeo entre as fraturas por fragilidade oacutessea e os dados cliacutenicos
comportamental e demograacuteficos (idade e sexo) das pacientes
c- Analisar se o tempo de menopausa influencia a ocorrecircncia de fraturas por fragilidade
oacutessea
17
4 Marco Teoacuterico
A osteoporose pode ser definida como doenccedila osteometaboacutelica caracterizada pela
diminuiccedilatildeo da densidade mineral oacutessea com alteraccedilotildees na sua microestrutura que conduzem
a um aumento da fragilidade oacutessea e uma tendecircncia a fraturas por traumatismos pouco
intensos Dado o exposto esta constitui o verdadeiro problema de sauacutede puacuteblica devido agrave sua
alta taxa de morbimortalidade e altos custos (Vianna et al 2001 International Osteoporosis
Foundation 2005)
Com relaccedilatildeo ao hipoestrogenismo observa-se que as mulheres apresentam uma perda
oacutessea mais acelerada nos dez primeiros anos apoacutes a instalaccedilatildeo da menopausa do que os
homens da mesma idade adquirindo risco de fratura mais precocemente do que eles (NHI
2001) Esta diminuiccedilatildeo de massa oacutessea total poderaacute ser ateacute dez vezes a diminuiccedilatildeo ocorrida
antes deste periacuteodo podendo chegar a 2 a 4 ao ano para o osso trabecular e de 1 para o
cortical (NHI 2001) A deficiecircncia de estrogecircnio aumenta o remodelamento oacutesseo e pode
agravar o desequiliacutebrio nas unidades de remodelamento com o aumento do tempo de vida dos
osteoclastos em detrimento dos osteoblastos (Fyhrie amp Schaffler 1994)
Na maioria dos casos a perda oacutessea eacute assintomaacutetica Quando sinais e sintomas da
osteoporose aparecem se relacionam com a ocorrecircncia de fraturas mais comumente na
porccedilatildeo distal do antebraccedilo (fratura de Colles) na coluna vertebral e no colo do fecircmur
(International Osteoporosis Foundation 2005) A maior incidecircncia de fraturas eacute observada
em mulheres brancas na poacutes menopausa (Pinheiro et al 2010a b)
Pinheiro et al (2010) analisaram 275 mulheres caucasoacuteides acima dos 50 anos e
acharam que 44 jaacute possuiacuteam algum tipo de fratura por osteoporose (Pinheiro et al 2010b)
A dor oacutessea eacute consequumlecircncia tanto das fraturas quanto das deformidades oacutesseas As fraturas
18
vertebrais satildeo as mais comuns poreacutem satildeo geralmente assintomaacuteticas e portanto menos
diagnosticadas Poreacutem podem causar dor perda de peso deformidade na coluna espinhal e
perda de estabilidade ao andar (International Osteoporosis Foundation 2005) Apenas 10
das fraturas de veacutertebras cursam com hospitalizaccedilatildeo mesmo que causem dor e diminuiccedilatildeo da
qualidade de vida Elas ocorrem entre os 50 e 60 anos de idade com maior frequecircncia
(International Osteoporosis Foundation 2005)
Jaacute as fraturas do fecircmur satildeo as mais letais devido a complicaccedilotildees poacutes-operatoacuterias As
principais causas de mortalidade satildeo as infecccedilotildees e tromboembolismo As fraturas de quadril
satildeo menos prevalentes do que as vertebrais poreacutem de maior gravidade devido agraves altas taxas
de morbimortalidade aleacutem do alto custo para a famiacutelia e para o sistema puacuteblico de sauacutede A
mortalidade apoacutes uma fratura de quadril eacute de cerca de 20- 24 no ano seguinte a fratura
sendo acompanhada de periacuteodos de hospitalizaccedilatildeo prolongados (International Osteoporosis
Foundation 2005 Silveira et al 2005) Estimativas apontam que no ano de 2050 ocorreratildeo
aproximadamente 65 milhotildees de fratura de quadril em todo mundo (Cooper 1999) As
fraturas de punho satildeo as mais facilmente observadas por mulheres no climateacuterio chegando a
originar seis milhotildees de dias de restriccedilatildeo de trabalho por ano (International Osteoporosis
Foundation 2005)
Aleacutem do custo pessoal o impacto econocircmico gerado pela osteoporose eacute enorme
Atraveacutes do mundo eacute estimado que uma em cada trecircs mulheres acima dos 50 anos teraacute fraturas
por osteoporose Na Europa no ano 2000 foi estimada uma ocorrecircncia de 379 milhotildees de
fraturas por fragilidade oacutessea sendo que destas 890 mil eram de quadril (Tosteson et al
2008) Eacute sabido que apenas metade das pacientes que sobrevivem agrave fratura de quadril voltaraacute
a andar novamente mas dificilmente com a mesma agilidade que andava antes da fratura
Apesar de a osteoporose ser facilmente diagnosticada atraveacutes de exames e seu tratamento
19
poder ser instituiacutedo ainda eacute uma doenccedila muito subdiagnosticada e subtratada Eacute estimada na
comunidade europeacuteia que uma em cada trecircs fraturas de vertebrais recebe a atenccedilatildeo cliacutenica
que merece E uma pessoa com fratura de veacutertebra tem ateacute cinco vezes mais chance de
desenvolver nova fratura no ano seguinte fenocircmeno conhecido como fratura em cascata
(Lindsay et al 2001)
Tradicionalmente a osteoporose eacute reconhecida como uma doenccedila multifatorial sendo
70 desses fatores natildeo modificaacuteveis isto eacute definidos pela carga geneacutetica e 30
potencialmente modificaacuteveis e assim envolvidos com os aspectos ambientais Dessa forma
um uacutenico fator de risco natildeo eacute capaz de identificar indiviacuteduos com ou sem fratura Diferenccedilas
geneacuteticas raciais e antropomeacutetricas bem como da composiccedilatildeo corporal densidade oacutessea
dieta atividade fiacutesica e outros haacutebitos de vida contribuem para explicar as divergecircncias na
incidecircncia e na prevalecircncia de baixa densidade oacutessea e fraturas em diversos paiacuteses do mundo
(Pinheiro et al 2010b c) Os aspectos geneacuteticos desempenham importante influecircncia sobre a
aquisiccedilatildeo do pico de massa oacutessea e perda oacutessea relacionada agrave idade bem como na
determinaccedilatildeo das propriedades estruturais e geomeacutetricas do osso No entanto a associaccedilatildeo
entre diferentes polimorfismos gecircnicos e densidade oacutessea ou fraturas por osteoporose eacute
bastante controversa e varia em diferentes estudos inclusive no Brasil fato que pode ser
tomado como um provaacutevel reflexo das diferenccedilas de etnia e ambiental das populaccedilotildees
estudadas Da mesma forma os fatores ambientais natildeo permitem uniformizar e homogeneizar
o impacto de cada um deles em cada regiatildeo do planeta (Pinheiro et al 2010c)
Atualmente a densitometria oacutessea eacute o meacutetodo mais utilizado para avaliar a massa
oacutessea Eacute o padratildeo ouro para o diagnoacutestico de osteoporose A densidade mineral oacutessea (DMO)
eacute expressa em nuacutemero absolutos em gramas de mineral por centiacutemetro quadrado escaneado
ou ainda comparado com a DMO esperada para a idade e sexo da paciente (z escore) ou
20
comparado a DMO de adultos jovens normais do mesmo sexo (t-escore) A diferenccedila entre o
escore do paciente e o padratildeo eacute expressa em desvios padrotildees acima ou abaixo da meacutedia
(Castro et al 1999)
Segundo a Sociedade Brasileira de Densitometria Cliacutenica no consenso de 2008 satildeo
indicaccedilotildees para avaliaccedilatildeo da densidade mineral oacutessea (Brandatildeo et al 2009)
rdquoMulheres com idade gt a 65 anos e homens com idade gt a 70 anos
Mulheres acima de 40 anos na transiccedilatildeo menopausal (1-2) e homens acima de 50
anos de idade com fatores de risco
Adultos com antecedente de fratura por fragilidade condiccedilatildeo cliacutenica ou uso de
medicamentos associados agrave baixa massa oacutessea ou perda oacutessea
Indiviacuteduos para os quais satildeo consideradas intervenccedilotildees farmacoloacutegicas para
osteoporose
Indiviacuteduos em tratamento para osteoporose para monitoramento de sua eficaacutecia
Indiviacuteduos que natildeo estejam sob tratamento poreacutem nos quais a identificaccedilatildeo de perda
de massa oacutessea possa determinar a indicaccedilatildeo do tratamento
Mulheres interrompendo terapia hormonal (TH)rdquo
Arq Bras Endocrinol Metab 2009 531 pag108
A proacutepria definiccedilatildeo de osteoporose pela Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede reunida em
Hong Kong em 1994 estabeleceu criteacuterios diagnoacutesticos baseados em valores obtidos pela
densitometria oacutessea classificando como osteopecircnicas aquelas mulheres que apresentarem-se
entre 1 e 25 desvios-padratildeo (DP) abaixo da meacutedia para adultas jovens e de osteoporoacuteticas as
que se encontrarem com mais de 25 DP abaixo da meacutedia para adultas jovens (Castro et al
1999 WHO 1999)
A densitometria oacutessea apresenta como desvantagens no entanto o fato de utilizar uma
fonte de radiaccedilatildeo ionizante e possuir um elevado custo que limita seu uso em estudos
populacionais principalmente em nosso paiacutes onde os recursos destinados agrave sauacutede da
populaccedilatildeo mais carente satildeo miacutenimos Sempre tentando diminuir o impacto dos gastos com
21
sauacutede eacute estimulada a busca por meacutetodos natildeo poluentes e mais baratos mas que tragam as
mesmas informaccedilotildees que os meacutetodos jaacute estabelecidos Em funccedilatildeo disto a USO vem sendo
avaliada e alguns resultados promissores tecircm sido apresentados (Castro et al 1999) Baseia-se
na modificaccedilatildeo das caracteriacutesticas de ultrassom transmitido atraveacutes de ossos de localizaccedilatildeo
mais superficiais como no calcacircneo tiacutebia falanges ou patela Os sistemas atuais se
constituem de dois transdutores sendo um transmissor e outro receptor posicionados em
locais diferentes do osso a ser estudado Os aparelhos existentes entre noacutes avaliam o
calcacircneo osso predominantemente trabecular atraveacutes das medidas de velocidade de
transmissatildeo do ultrassom (SOS em ms) e da atenuaccedilatildeo da frequumlecircncia do ultrassom (BUA em
dBMHz) (Kanis et al 2008) Novamente de acordo com a orientaccedilatildeo da Sociedade Brasileira
de Densitometria Cliacutenica de 2008 as recomendaccedilotildees para ultrassonometria oacutessea satildeo
(Brandatildeo et al 2009)
rdquoO uacutenico siacutetio validado para o uso cliacutenico da USO em osteoporose eacute o calcacircneo
Equipamentos de USO de calcacircneo validados satildeo capazes de estimar fratura por
fragilidade em mulheres na poacutes-menopausa e em homens com idade superior a 65 anos
independentemente da densidade mineral oacutessea medida em equipamentos de DMO
central
A correlaccedilatildeo entre os resultados obtidos por USO e DMO ccccccc entral eacute
moderada
USO do calcacircneo associada a fatores de risco cliacutenicos podem ser usados para
identificar populaccedilatildeo com baixa probabilidade de fratura na qual avaliaccedilatildeo adicional
natildeo seja mais necessaacuteria
Medidas de DMO central na coluna e no fecircmur constituem o meacutetodo de escolha para a
tomada de decisatildeo terapecircutica Entretanto se a DMO central natildeo for acessiacutevel o
tratamento farmacoloacutegico pode ser iniciado se a probabilidade de fratura avaliada pelo
USO do calcacircneo com pontos de corte especiacuteficos associados a fatores de risco
cliacutenicos for suficientemente alta
Equipamentos de USO natildeo satildeo clinicamente uacuteteis no monitoramento de efeitos
esqueleacuteticos dos medicamentos disponiacuteveis para o tratamento da osteoporoserdquo
Arq Bras Endocrinol Metab 2009 531 pag110
22
Em 2003 foi realizada uma dissertaccedilatildeo de mestrado (Oliveira et al 2007) sobre a
utilizaccedilatildeo do USO para estimar a prevalecircncia de risco aumentado de fraturas em uma
populaccedilatildeo de mulheres na poacutes menopausa residentes da Ilha de Paquetaacute Em trabalho
realizado por Oliveira e cols nesta instituiccedilatildeo Foi realizado um estudo transversal com
recrutamento de 385 mulheres residentes da Ilha Todas as mulheres responderam a
questionaacuterio previamente estruturado e foram submetidas a medidas antropomeacutetricas e a
USO As medidas de USO foram realizadas segundo o manual do fabricante A idade da
populaccedilatildeo estudada variou entre 42 e 95 anos Os resultados encontrados mostram que
5922 da amostra apresentava algum tipo de alteraccedilatildeo a USO com t score menor que -1
Esse grupo era composto por mulheres mais idosas com menor peso menor altura e menor
percentual de gordura quando comparado com o grupo com t score lt ndash 1 Foi encontrado que
1688 das pesquisadas possuiacuteam alto risco para fraturas com t score lt -25 E as mulheres
do grupo de alto risco tinham maior peso e IMC paracircmetros conhecidos como protetores
Embora divergente da literatura a autora atribui esses resultados a caracteriacutesticas das
mulheres mais idosas em um contexto social de baixa escolaridade e renda (Oliveira et al
2007)
23
5 Materiais e Meacutetodos
51 Populaccedilatildeo
A Ilha de Paquetaacute dista aproximadamente 15 km da Praccedila XV no Centro da Cidade
do Rio de Janeiro sendo a principal ilha do arquipeacutelago de Paquetaacute situada ao nordeste da
Baiacutea de Guanabara A populaccedilatildeo e frequecircncia da Ilha satildeo extremamente sazonais sendo
aproximadamente 2200 domiciacutelios (entre moradores e veranistas) Os moradores fixos
correspondem a 4500 pessoas em sua maioria de famiacutelias antigas na Ilha das quais 208
satildeo idosos ultrapassando ateacute mesmo a meacutedia nacional que eacute em torno de 12 (IBGE
2009a) Este iacutendice faz de Paquetaacute o erceiro bairro em nuacutemero de idosos no municiacutepio sendo
que sua populaccedilatildeo pode ser considerada envelhecida segundo os criteacuterios da Organizaccedilatildeo
Mundial da Sauacutede (OMS 2003) Embora a maioria da populaccedilatildeo seja branca existem 109
de negros 256 de pardos e 01 de iacutendios Cerca de 90 dos domiciacutelios possuem aacutegua
tratada e 9957 tratamento de esgoto As famiacutelias residentes nesta regiatildeo satildeo compostas em
meacutedia por trecircs pessoas com rendimento meacutedio per capita de 301 salaacuterios miacutenimos (IPEA
2000) e o transporte urbano eacute feito basicamente a peacute por bicicletas ou charretes puxadas por
ciclistas (IBGE 2009a)
52 Tipo de estudo
Foi realizado um estudo de coorte prospectivo na ilha de PaquetaacuteRJ no ano de 2011
Foram inicialmente alocadas todas as mulheres que participaram do estudo anterior
desenvolvido no ano de 2003 (Oliveira et al 2007)
24
53 Criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo
Os criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo foram os mesmos utilizados do estudo anterior
(Oliveira et al 2007) Sendo os criteacuterios de inclusatildeo as mulheres que estavam na menopausa
e que tinham residecircncia fixa na Ilha de Paquetaacute e os criteacuterios de exclusatildeo a historia pessoal
de doenccedilas que sabidamente afetam o metabolismo oacutesseo direta ou indiretamente (como
artrite reumatoacuteide luacutepus eritematoso sistecircmico hiperparatireoidismo osteogecircnese imperfeita)
e as neoplasias malignas exceto carcinoma basocelular de pele
54 Alocaccedilotildees de pacientes
A populaccedilatildeo elegiacutevel era constituiacuteda pelas 385 mulheres alocadas no estudo inicial
(Oliveira et al 2007) No trabalho de Oliveira et al (2007) foi realizado um estudo transversal
com recrutamento por auto-seleccedilatildeo ou demanda espontacircnea no ano de 2003 na Ilha de
Paquetaacute Rio de Janeiro Brasil Foram estudadas 385 mulheres na poacutes-menopausa
(diagnoacutestico cliacutenico) residentes no local apoacutes a aplicaccedilatildeo dos criteacuterios de exclusatildeo
(existecircncia de pino metaacutelico ou edema com cacifo em ambos os peacutes ou impossibilitadas de
posicionar os peacutes no aparelho de ultra-sonometria oacutessea) Todas as mulheres responderam na
eacutepoca a um questionaacuterio e foram submetidas a medidas antropomeacutetricas e agrave USO
No presente estudo considerando uma significacircncia de 95 e um poder de 80 uma
prevalecircncia de 15 de fraturas na populaccedilatildeo de risco (Clark et al 2009) o tamanho amostral
previsto foi de 130 mulheres Poreacutem devido agraves perdas o tamanho amostral final foi de 86
pacientes
Atraveacutes do banco de dados jaacute existente todas as pacientes foram re-contactadas As
mulheres foram localizadas atraveacutes de telefonemas e comparecimento no hospital local onde
25
eacute realizado a atenccedilatildeo baacutesica de sauacutede Foram realizados pelo menos 2 telefonemas com
intervalo de 1 semana entre eles Como ldquoperdasrdquo foram consideradas as pacientes natildeo
encontradas apoacutes os dois telefonemas (035 dos telefones estavam errados e 049 das
pacientes tinham telefone quebrado ou ocupado) pacientes que natildeo quiseram ou natildeo
puderam responder ao questionaacuterio (008) e pacientes falecidas (006)
As pacientes selecionadas foram submetidas a um questionaacuterio de avaliaccedilatildeo de fatores
relacionados agrave fragilidade oacutessea conhecido como European Vertebral Osteoporosis Study
(EVOS) jaacute validado previamente para o portuguecircs (OrsquoNeill et al 1996) e jaacute utilizados em
importantes estudos (Pinheiro et al 2006 Clark et al 2009) O questionaacuterio EVOS eacute
composto por dados soacutecio-demograacuteficos (idade estado civil escolaridade cor renda familiar
e nuacutemero de dependentes desta haacutebitos de vida) e histoacuteria reprodutiva pessoal sumaacuteria
(idade da menarca idade da menopausa tipo de menopausa) Os dados antropomeacutetricos
foram aferidos segundo criteacuterios adotados internacionalmente com medidas de peso e altura
observando intervalos de 01kg e 001m respectivamente
A definiccedilatildeo de fratura por fragilidade oacutessea foi a mesma utilizada por Pinheiro et al
(2010a) como aquela resultante de uma queda da proacutepria altura ou trauma menos intenso em
indiviacuteduos com 50 anos ou mais em siacutetios esqueleacuteticos especiacuteficos antebraccedilo fecircmur
costelas veacutertebras e uacutemero E a documentaccedilatildeo de fraturas foi realizada atraveacutes de relato da
paciente (fratura referida) As fraturas traumaacuteticas (apoacutes acidente automobiliacutestico ou outras
condiccedilotildees sob forte impacto) ou as de baixo impacto natildeo relacionadas agrave osteoporose (como
por exemplo as de face tornozelo metacarpo falanges) natildeo foram consideradas
O estudo obedeceu aos criteacuterios de eacutetica preconizados pela resoluccedilatildeo no 19696 do
Conselho Nacional de Sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede e foi aprovado previamente pelo Comitecirc
26
de Eacutetica em Pesquisa da FiocruzIFF e pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Prefeitura Todas
as mulheres assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido antes de qualquer
procedimento
55 Anaacutelise Estatiacutestica
Os dados foram registrados em planilha Excel e analisados pelo programa Statistical
Package for Social Sciences (SPSS) versatildeo 170 Para avaliar diferenccedilas entre os grupos as
variaacuteveis categoacutericas foram avaliadas pelo Qui-quadrado de Pearson ou o teste exato de
Fisher A relaccedilatildeo entre as variaacuteveis categoacutericas e ordinal e entre as variaacuteveis numeacutericas foi
avaliada pelo teste de Mann-Whitney que eacute um teste natildeo-parameacutetrico que equivale ao teste t
escolhido pelo tamanho da amostra A relaccedilatildeo entre as variaacuteveis numeacutericas foi avaliada pelo
coeficiente de Sperman que eacute uma estatiacutestica natildeo parameacutetrica utilizada para dados natildeo
normais eou amostra pequena Para todos os testes o niacutevel de significacircncia adotado foi de
5 A variaacutevel dependente foi a presenccedila de fratura (sim ou natildeo) e as variaacuteveis
independentes foram idade (em anos) resultado de USO (normal ou alterado) tempo de
menopausa (em anos) siacutetio de localizaccedilatildeo de fraturas IMC (abaixo do pesonormal
sobrepeso obeso) tabagismo (fumante ou natildeo fumante) atividade fiacutesica (leve
moderadapesada) frequecircncia diaacuteria de ingestatildeo de leite (em coposdia) e as variaacuteveis
binaacuterias como o histoacuterico familiar de fratura de quadril osteoporose uso de anticoncepcional
ausecircncia de menstruaccedilatildeo retirada de uacutetero ou ovaacuterios amamentaccedilatildeo paciente acamado e
etilismo O caacutelculo do risco relativo (RR) foi feito para avaliar a relaccedilatildeo entre o USO e a
presenccedila de fraturas Para isso foi considerado pacientes com USO normal aqueles com
resultados do T-score gt-11 e USO alterado aqueles com T-score lt-11 O niacutevel de atividade
fiacutesica foi classificado em atividade leve (trabalho burocraacutetico em escritoacuterio na maior parte
do tempo sentado) atividade moderada (trabalhos na maior parte do tempo em peacute como
27
vendedor e dona-de-casa) atividade pesada (enfermeira empregada domeacutestica) Oliveira et al
2010) Para caacutelculo aproximado da ingestatildeo alimentar diaacuteria de caacutelcio utilizou- se uma
adaptaccedilatildeo da Tabela Brasileira de Composiccedilatildeo de Alimentos 1 fatia queijo (90mg) 1 copo
de iogurte (1212mg) 1 copo leite (257mg) 1 bola se sorvete (135mg) E no final todos esses
alimentos foram convertidos em quantidade ingerida de copos de leite
28
6 Resultados Encontrados
61 Gerais
As caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas da populaccedilatildeo estudada estatildeo listadas na
tabela 1 A idade meacutedia das pacientes foi de 725 anos (DPplusmn 87) com a idade da menopausa
460 anos (DPplusmn 61) o tempo de menopausa 261 anos (DPplusmn 97) e o IMC de 264 (kgm2)
(DPplusmn 55) Essas caracteriacutesticas quando comparadas com o estudo anterior de 2003 (tabela
2) confirmam tratar-se da mesma populaccedilatildeo Apenas a idade e o tempo de menopausa
evidenciam ser a nossa populaccedilatildeo mais idosa Fator que se justifica pelo tempo ocorrido entre
os dois estudos
A incidecircncia de fratura por fragilidade oacutessea encontrada foi de 21 evidenciado no
graacutefico 1 Os principais siacutetios de fratura satildeo analisados na tabela 3 tendo como sitio principal
o antebraccedilo com 50 seguido pelo peacute com 192 e uacutemero 145 Jaacute na tabela 4 e no graacutefico
2 pode ser observado que a idade da populaccedilatildeo estudada variou entre 54 e 97 anos com meacutedia
de 72 anos com DP plusmn 90 No grupo de pacientes fraturadas 50 tinham entre 65 e 79 anos
sugerindo ser essa faixa etaacuteria mais susceptiacutevel as fraturas por fragilidade oacutessea
62 USO preacutevia X Fraturas
Foi verificado na tabela 5 a associaccedilatildeo entre o resultado da (USO) preacutevia e o desfecho
fraturas por fragilidade oacutessea De todas as pacientes que fizeram USO no estudo inicial 66
participaram deste estudo Das 50 pacientes que tiveram o USO alterado 22 tiveram
fraturas nesse periacuteodo E as pacientes com USO considerada normal 194 tiveram fraturas
por fragilidade oacutessea O RR= 113 (IC95 048 - 263) sugere que as mulheres que tiveram
29
USO alterado tem um risco de fraturar de 13 maior em relaccedilatildeo as pacientes com resultado
de USO considerado normal
63 Caracteriacutesticas cliacutenicas e comportamentais X Fratura
As pacientes foram analisadas quanto as variaacuteveis clinicas e comportamentais
Considerando a tabela 6 as pacientes que tiveram fraturas se mostraram com maior
sobrepeso ou obesas (722) com maior historia familiar de fratura de quadril (133) e
com maior diagnostico de osteoporose (471) do que as pacientes sem fraturas (p
valorgt005) Jaacute o uso de anticoncepcional ou o uso de reposiccedilatildeo hormonal natildeo se mostraram
ser relevantes para ocorrecircncia de fraturas nessa amostra E 235 das pacientes acamadas por
mais de dois meses sofreram alguma fratura com p valor lt005 Evidenciando associaccedilatildeo
entre a paciente ficar acamada por mais de dois meses e sofrer fratura por fragilidade oacutessea
Avaliando a tabela 7 foi notado que apenas 125 das pacientes que tiveram fratura eram
tabagistas e 167 eram etilistas natildeo se mostrando essas caracteriacutesticas como fatores de
risco A atividade fiacutesica moderadapesada ateacute 25 anos e acima de 50 anos apresentou
percentuais de 441 e 382 respectivamente Aleacutem disso entre 25 e 50 anos 444 das
pacientes com atividade fiacutesica moderadapesada tiveram fraturas e 441 das pacientes natildeo
tiveram fraturas para essa faixa etaacuteria (p valor gt005) Sendo assim natildeo houve associaccedilatildeo
entre a atividade fiacutesica e as fraturas Em relaccedilatildeo ao item ingestatildeo de leite apoacutes os 50 anos
456 das pacientes que natildeo tiveram fraturas ingeriam de 1 a 2 copos de leite por dia e
apenas 44 ingeriam mais de 3 copos de leite por dia No caso das pacientes que tiveram
fraturas apoacutes os 50 anos foi observado que 50 ingeriam de 1 a 2 copos de leite por dia e
167 ingeriam 3 copos ou mais de leite
30
64 Tempo de menopausa X Fratura
As pacientes foram avaliadas graacutefico 3 para verificar a associaccedilatildeo entre o tempo de
menopausa e o desfecho das fraturas A mediana do tempo de menopausa encontrado em
ambos os grupos foi de 262 com DP de plusmn98 Metade das pacientes que tiveram fraturas tem
entre 193 e 293 anos de menopausa com DP de plusmn72 A correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade
tempo de menopausa e IMC foi observado na tabela 8 onde evidenciada uma associaccedilatildeo
positiva entre a idade e o tempo de menopausa nos grupos de pacientes com e sem fraturas
Assim como foi verificado uma associaccedilatildeo negativa de quanto maior a idade e o tempo de
menopausa menor o IMC
31
Graacutefico 1
Graacutefico 2
32
Graacutefico 3
33
Tabela 1- Caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas das
mulheres poacutes menopausa (n=86)
Caracteriacutesticas Meacutedia plusmn desvio padratildeo
Idade (anos) 7255 plusmn 897
Idade da
menarca (anos) 1324 plusmn 184
Idade da
menopausa
(anos)
4608 plusmn 614
Tempo de
menopausa
(anos)
2618 plusmn976
Peso (kg)sect 6342 plusmn 1055
Altura (m)deg 155 plusmn 008
IMC (kgm2) 2643 plusmn 557
n=85 sectn=83 ordmn=82 n=81 n=80
Tabela 2-Caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas das
mulheres poacutes menopausa em 2003
Caracteriacutesticas Meacutedia plusmn desvio padratildeo
Idade (anos) 6463plusmn1270
Idade da
menarca (anos)
1304 plusmn 193
Idade da
menopausa
(anos)
4755 plusmn 601
Tempo de
menopausa
(anos)
1700 plusmn 1076
Peso (kg)sect 6533 plusmn 1270
Altura (m)deg 155 plusmn 006
IMC (kgm2) 2696 plusmn 477
34
Tabela 3 ndash Incidecircncia de fraturas em mulheres poacutes menopausa segundo a
localizaccedilatildeo de fratura 2003-2011
Tipo da fratura
n
Veacutertebra 1 38
Fecircmur 1 38
Costela 2 77
Antebraccedilo 13 500
Uacutemero 4 145
Peacute 5 192
Total 26 1000
Nota Algumas pacientes tiveram mais de uma fratura no periacuteodo
Tabela 4- Relaccedilatildeo entre idade e fratura nas mulheres na poacutes menopausa
Total
Fratura
Idade (anos) Natildeo Sim
N () n () n ()
54 a 64 anos 18 209 14 206 4 222
65 a 79 anos 48 558 39 574 9 500
80 a 97 anos 20 233 15 221 5 278
Total 86 1000 68 1000 18 1000
Meacutedia (DP) 725 (90) 713 (77) 729 (93)
Nota P-valor pelo teste de Mann-Whitney=0813
35
Tabela 5 - Incidecircncia de fratura em mulheres poacutes-menopausa segundo
resultado da USO 2003-2011
Resultado da
USO
Total
Fratura p-valor
Sim Natildeo
n n
()
IC95 n
()
Normal 36 7 194
89 -
3472
29 806
0496
Alterado 50 11 220
121 -
350
39 780
Total 86 18 209
133 -
305
68 791
Nota Risco relativo = 113 (IC95 048 - 263)
36
Tabela 6 ndash Caracteriacutesticas cliacutenicas de mulheres poacutes-menopausa segundo
fratura (n=86)
Fratura
Natildeo (n=68) Sim (n=18) Total
n ( ) n ( )
IMC
Abaixo do pesoNormal 24 (353) 5 (278) 28 0792
Sobrepeso 27 (397) 9 (500) 36
Obeso 17 (250) 4 (222) 21
Histoacuterico familiar de fratura de quadril
Natildeo 66 (985) 13 (867) 79 0085
Sim 1 (15) 2 (133) 3
Osteoporose
Natildeo 44 (800) 9 (529) 53 0055
Sim 11 (200) 8 (471) 19
Uso de anticoncepcional
Natildeo 32 (485) 10 (556) 42 0791
Sim 34 (515) 8 (444) 42
Ausecircncia de mentruaccedilatildeo
Natildeo 60 (909) 16 (941) 76 1000
Sim 6 (91) 1 (59) 7
Retirou o uacutetero
Natildeo 46 (687) 9 (500) 55 0170
Sim 21 (313) 9 (500) 30
Retirou os ovaacuterios
Natildeo 53 (815) 11 (647) 64 0187
Sim 12 (185) 6 (353) 18
Reposiccedilatildeo hormonal
Natildeo 51 (761) 13 (722) 64 0763
Sim 16 (239) 5 (278) 21
Amamentou
Natildeo 14 (206) 4 (222) 18 1000
Sim 54 (794) 14 (778) 68
Acamado por mais de dois meses
Natildeo 63 (940) 13 (765) 76 0049
Sim 4 (60) 4 (235) 8
Caracteriacutesticas clinicas
p-valor do
teste exato
de Fisher
37
Tabela 7 - Caracteriacutesticas comportamentais de mulheres poacutes-menopausa segundo
fratura (n=86)
Fratura
Natildeo (n=68) Sim (n=18) Total
n ( ) n ( )
Tabagismo
Natildeo fumante 47 (758) 14 (875) 61 0499
FumanteEx-fumante 15 (242) 2 (125) 17
Etilismo no uacuteltimo ano
Natildeo 48 (706) 15 (833) 63 0376
Sim 20 (294) 3 (167) 23
Atividade fiacutesica ateacute os 25 anos
Leve 38 (559) 11 (611) 49 0792
ModeradaPesada 30 (441) 7 (389) 37
Atividade fiacutesica entre os 25 e 50 anos
Leve 38 (559) 10 (556) 48 1000
ModeradaPesada 30 (441) 8 (444) 38
Atividade fiacutesica acima dos 50 anos
Leve 42 (618) 12 (667) 54 0789
ModeradaPesada 26 (382) 6 (333) 32
Frequecircncia diaacuteria de leite ateacute 25 anos
Nenhummenos 1 copodia 34 (500) 8 (444) 42 0910
1 a 2 coposdia 31 (456) 9 (500) 40
3 coposdia ou mais 3 (44) 1 (56) 4
Frequecircncia diaacuteria de leite apoacutes 50 anos
Nenhummenos 1 copodia 34 (500) 6 (333) 40 0103
1 a 2 coposdia 31 (456) 9 (500) 40
3 coposdia ou mais 3 (44) 3 (167) 6
Caracteriacutesticas
comportamentais
p-valor do
teste exato
de Fisher
Tabela 8- Coeficientes de correlaccedilatildeo de Spearman (rs) entre idade IMC e tempo de
menopausa em mulheres poacutes-menopausa
Variaacuteveis
IMC IdadeTempo de
menopausa
r s 1 -0144 -0151
p-valor 0569 0550
r s -0227 1 0736
p-valor 0074 lt0001
r s -0295 0761 1
p-valor 0020 lt0001
Variaacuteveis
IMC
Idade
Tempo de menopausa
Nota o triacircngulo superior direito (parte hachurada) se refere agraves correlaccedilotildees para as mulheres com
fratura e o inferior esquerdo (parte natildeo hachurada) agraves mulheres sem fratura
38
7 Discussatildeo
No Brasil os principais fatores cliacutenicos de risco para fraturas por fragilidade oacutessea
eram extrapolados a partir de estudos internacionais O estudo vem acrescentar informaccedilotildees
para se conhecer os fatores relacionados agrave essas fraturas Nossos resultados revelam que a
idade avanccedilada a historia familiar de fratura de quadril o diagnoacutestico de osteoporose e
tambeacutem o paciente ficar acamado por mais de 2 meses foram considerados fatores de risco
para fraturas por fragilidade oacutessea
Esse estudo mostrou concordacircncia com a Johnell amp Kanis (2006) onde o principal
siacutetio mundial de fratura por fragilidade oacutessea nas mulheres apoacutes a menopausa foi o antebraccedilo
Segundo o estudo Latin American Vertebral Osteoporosis Study (LAVOS) (Clark et al
2009) a fratura vertebral eacute a mais prevalente da ameacuterica latina com uma prevalecircncia de
142 diferente do nosso estudo onde a coluna vertebral e o colo do fecircmur aparecem
juntos em uacuteltimo lugar na lista de incidecircncia dos siacutetios de fratura Isso pode ser atribuiacutedo
devido a diferenccedila nos criteacuterios de definiccedilatildeo de fraturas pois no LAVOS optou-se pela
medida radiograacutefica do local de fraturas enquanto no nosso estudo as fraturas foram referidas
pelas pacientes
Os consensos sobre osteoporose tecircm propostos algoritmos para identificar indiviacuteduos
de alto risco para fraturas (Kanis et al 2008 WHO 1999) Para tanto a associaccedilatildeo de fatores
de risco para fraturas com a medida da USO eacute de suma importacircncia embora sejam poucas as
pacientes que tecircm oportunidade de realizar esse exame (Oliveira et al 2007) Assim o
presente trabalho mostrou um risco para fraturas por fragilidade oacutessea 13 maior nas
pacientes com resultado de USO alterada em relaccedilatildeo as pacientes que tiveram resultados de
39
USO normais vindo de encontro aos resultados encontrados por Oliveira et al (2007)
Corroborando o USO como um meacutetodo confiaacutevel para a prediccedilatildeo de fraturas
E semelhante a Pinheiro et al (2010a) o presente estudo revelou que os principais
fatores de risco para fraturas por fragilidade oacutessea satildeo a idade avanccedilada a historia familiar de
fratura de quadril e a presenccedila de osteoporose Isso pode ser atribuiacutedo ao fato de que no
estudo de Pinheiro et al (2010a) assim como no nosso estudo a populaccedilatildeo ser
predominantemente de mulheres acima dos 65 anos e viverem em aacuterea urbana tendo haacutebitos
de vida parecidos
O achado em nosso estudo que apresentou significacircncia estatiacutestica refere-se ao fator
de risco ldquopaciente acamado por mais de dois mesesrdquo como disposto na literatura (Pinheiro et
al 2010b Demir et al 2008) O que acontece eacute que com o paciente acamado por tempo
prolongado um maior remodelamento oacutesseo eacute observado Os osteoclastos responsaacuteveis pela
absorccedilatildeo oacutessea sobrepotildee os osteoblastos predispondo as fraturas por fragilidade oacutessea
(Fyhrie amp Schaffler 1994) Assim observou-se no estudo que 235 das pacientes
acamadas por mais de dois meses sofreram alguma fratura por fragilidade oacutessea com p valor
lt005 Isso reafirma a associaccedilatildeo entre a paciente ficar acamada por mais de dois meses e
sofrer fratura por fragilidade oacutessea Por outro lado o exerciacutecio fiacutesico que estaacute sabidamente
relacionado ao aumento da resistecircncia muscular do equiliacutebrio e da flexibilidade contribuindo
para a reduccedilatildeo da perda oacutessea e melhora da sauacutede em geral (Chan 2003) natildeo se mostrou
como fator de proteccedilatildeo neste estudo Provavelmente devido ao baixo percentual encontrado
de pacientes que praticavam atividade fiacutesica moderada ou pesada
O elevado IMC e a terapia de reposiccedilatildeo hormonal natildeo desempenharam papel protetor
na nossa populaccedilatildeo como seria o esperado por estudos anteriores (Pinheiro et al 2010c
40
Buttros et al 2011) Ao contrario o sobrepeso e obesidade foram considerados fatores de
risco Isso pode ser atribuiacutedo ao IMC meacutedio dessa populaccedilatildeo ser 264 (kgm2) (DPplusmn 55)
limiacutetrofe para sobrepeso Embora esse dado demonstre contrariedade com a literatura que
estabelece relaccedilatildeo inversa entre obesidade e fraturas por fragilidade oacutessea em nosso estudo
ter maior peso e IMC natildeo seriam fatores de risco para fraturas e sim caracteriacutesticas das
mulheres mais idosas em um contexto social de baixa escolaridade e renda Esse fato eacute
confirmado pelos resultados da Pesquisa Nacional sobre Sauacutede e Nutriccedilatildeo ( Batista F et al
2003) que demonstraram caraacuteter ascendente da obesidade nos estratos de mulheres com baixa
renda residentes na regiatildeo Sudeste
Aleacutem disso haacutebitos de vida como tabagismo e etilismo sabidamente relacionados agrave
maior risco para fraturas por fragilidade oacutessea (Pinheiro et al 2010) tambeacutem natildeo se
mostraram estar associados nesse estudo
A necessidade de caacutelcio do ser humano varia ao longo da vida e uma ingestatildeo
adequada para mulheres acima de 50 anos eacute de 1200 mg pois com a idade o corpo
naturalmente perde um pouco da capacidade de absorccedilatildeo de minerais (Nuacutecleo de Estudos e
Pesquisas em Alimentaccedilatildeo 2006) O fato de apenas 44 das mulheres que natildeo tiveram
fraturas e 167 das mulheres que tiveram fraturas ter referido consumo superior a
900mgdia (3 ou mais copos) foi fator de surpresa principalmente levando-se em conta o PIB
per capita da cidade superior ao da maioria dos municiacutepios brasileiros (IPEA 2000)
Assim como em estudos preacutevios (Pinheiro et al 2010c NHI 2001 Demir et al
2008) nossos dados tambeacutem demonstraram o hipoestrogenismo como importante fator de
risco para fraturas por fragilidade oacutessea jaacute que as pacientes com fratura tecircm entre 19 e 29
anos de menopausa Em recente estudo Demir et al (2008) estudaram 2769 mulheres na
41
poacutes-menopausa correlacionando a ocorrecircncia de osteoporose com o tempo de menopausa
Demonstraram que 106 das pacientes com ateacute trecircs anos de poacutes-menopausa tinham
osteoporose contra 329 das pacientes com sete anos ou mais Acredita-se que a deficiecircncia
estrogecircnica seja responsaacutevel por dois terccedilos da perda de massa oacutessea levando
consequentemente agraves fraturas por fragilidade oacutessea assim como observado (Position
statement of the North American Menopause Society 2010)
Os dados deste estudo podem ser limitados pois apesar de tratar-se de uma coorte as
participantes reportaram dados referentes a estilo de vida dieta antecedentes familiares e
pessoais o que pode ter ocasionado algum vieacutes recordatoacuterio Outra limitaccedilatildeo eacute que como
avaliado por Oliveira et al (2007) esta populaccedilatildeo apresenta a maior parte das mulheres com
baixo niacutevel socioeconocircmico e escolaridade sem acesso agrave adequada educaccedilatildeo nutricional e agrave
atividade fiacutesica orientada Por outro lado resultados encontrados sem significacircncia estatiacutestica
podem ter sido ocasionados pelo tamanho amostral reduzido devido a dificuldade de
rastreamento da populaccedilatildeo uma vez que a unidade de sauacutede natildeo atualizou o endereccedilo e
telefone das mulheres eleitas para o estudo Talvez se tivesse sido realizado contato anual
com essas mulheres natildeo teriacuteamos perdido o seguimento delas
42
8 Conclusatildeo
Devido agrave sua alta prevalecircncia e associaccedilatildeo com mortalidade e incapacidade a fratura
devido agrave fragilidade oacutessea deve ser considerada um problema de sauacutede puacuteblica no Brasil
Apesar das limitaccedilotildees o presente estudo foi realizado de forma prospectiva em mulheres
brasileiras na poacutes-menopausa devendo os seus resultados serem levados em consideraccedilatildeo
para a formulaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas de sauacutede para a prevenccedilatildeo e estrateacutegias de tratamento
para as fraturas Os fatores de risco encontrados como a idade avanccedilada a histoacuteria familiar
de fratura de quadril e a presenccedila de osteoporose devem ser acompanhados e combatidos para
tentar-se diminuir o risco para as fraturas Assim como o USO mostrou ser um meacutetodo
confiaacutevel para avaliar o risco para fraturas podendo ser implementado em maior escala do
que a atual Entatildeo acreditamos que novos estudos prospectivos com uma amostra mais
representativa devam ser realizados para se confirmar os fatores associados a fraturas por
fragilidade oacutessea na populaccedilatildeo brasileira para cada vez mais conhecermos o perfil da nossa
populaccedilatildeo e termos subsiacutedios para combater esse agravo
43
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48
10 Anexo 1 - Instrumento de coleta - EVOS (EUROPEAN VERTEBRAL
OSTEOPOROSIS STUDY)
Data _________
Nome________________________________________________________
Endereco_____________________________________________________
Fone _____________ Data de nascimento _________ RG
1- Dados antropomeacutetricos
Peso (Kg) Altura (m) IMC
2- Dados Ginecoloacutegicos
Idade da primeira menstruacao anos
Vocecirc jaacute usou piacutelula anticoncepcional por mais de 3 meses
sim natildeo natildeo sei
Vocecirc jaacute ficou algum periacuteodo em sua vida sem menstruar antes da menopausa (exceto se
gravidez) sim natildeo natildeo sei
Idade da ultima menstruaccedilatildeo anos
Numero de filhos
Vocecirc fez cirurgia para retirar o uacutetero sim com Idade ____ (anos)
natildeo natildeo sei
E para retirar os ovaacuterios (um ou os dois) sim idade ___ (anos)
natildeo natildeo sei
Vocecirc fez reposiccedilatildeo hormonal apos a menopausa sim natildeo natildeo sei
Se sim quando iniciado o periacuteodo foi superior a 1 ano sim natildeo natildeo sei
49
Vocecirc notou os seguintes sintomas na menopausa
calores sim natildeo natildeo sei
depressatildeo sim natildeo natildeo sei
insocircnia sim natildeo natildeo sei
outros sim natildeo natildeo sei
Vocecirc amamentou sim natildeo natildeo sei
Se sim quantas crianccedilas vocecirc amamentou por mais que 3 meses
3- Dados familiares
Em sua famiacutelia (pai matildee irmatildeos) existe historia de fratura de quadril apos os 50 anos de
idade sim natildeo natildeo sei
4- Histoacuteria de fratura
Vocecirc jaacute teve alguma fratura sim natildeo natildeo sei
Se sim em qual sitio esqueleacutetico com que idade e qual foi o tipo de trauma
Sitio Numero Idade (anos) Niacutevel do trauma
Vertebra
Fecircmur (colo trocanter)
Costela
Antebraccedilo
Uacutemero
Pe
Outras
Vocecirc sabe que tem osteoporose sim tenho natildeo natildeo tenho natildeo sei
5- Aacutelcool
Com que frequecircncia vocecirc bebeu no ultimo ano
Diariamente 5-6 dsem 3-4 dsem
50
1 -2 dsem lt 1 dsem nunca
Tipo de bebida destilados (uiacutesque cachaccedila vodka)
fermentados (cerveja vinho)
6- Imobilizaccedilatildeo
Vocecirc jaacute ficou acamado por um periacuteodo superior a 2 meses
sim natildeo natildeo sei
Se sim foi antes ou apos os 25 anos de idade
ano passado nunca
7- Fumo
Vocecirc fumou cigarro ou usou outras formas de fumo (cachimbo ou charuto)
atualmente no passado nunca
Com que idade iniciou anos
Se parou com que idade anos
Numero de cigarrosdia
8- Atividade Fiacutesica
Quantas tempo costuma passar diariamente ao ar livre caminhando ou andando de bicicleta
nenhuma a 1 h superior a 1 h
Qual a sua atividade fiacutesica durante diferentes periacuteodos de sua vida adulta
Ate os 25 anos 25 a 50 anos acima 50 anos
Niacutevel 1 (leve) 2 (moderada) 3 (pesada) 4
(muito pesada)
9- Impacto
Como vocecirc descreveria sua sauacutede geral neste momento
muito boa boa satisfatoacuteria regular ruim
10- Interrogatoacuterio sobre drogas
51
Vocecirc jaacute usou alguma medicaccedilatildeo oral ou injetaacutevel contendo corticosteroides por mais de 3
meses sim natildeo natildeo sei
Vocecirc jaacute usou alguma desses remeacutedios
Droga sim natildeo sei tempo
(meses)
parou ha quanto tempo
Hormocircnios
masculinos
Hormocircnios
femininos
Calcitonina
Fluacuteor
Caacutelcio
Vitamina D
Anabolizantes
Diureacuteticos
tiazidicos
11- Ingestatildeo de caacutelcio
Com que frequecircncia vocecirc comeu produtos derivados do leite na semana passada
(diassemana)
queijo amarelo queijo branco iogurte leite sorvete
Para os periacuteodos indicados abaixo com que frequecircncia vocecirc recebeu leite
ate 25 anos 25 a 50 anos Acima de 50 anos
Todas as refeiccedilotildees (3 ou + coposdia)
1-2 coposdia
52
Toda semana mas natildeo todo dia
lt 1 vezsemana
53
11 Anexo 2 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Projeto de Pesquisa Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade
oacutessea em mulheres na menopausa
Pesquisador responsaacutevel Dra Lizanka Paola F Marinheiro
Instituiccedilatildeo responsaacutevel Instituto Fernandes Figueira
Vocecirc estaacute sendo convidado a participar do projeto de pesquisa intitulado
Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea em mulheres na
menopausa por que vocecirc participou do estudo anterior realizado haacute 7 anos sobre a
osteoporose e suas consequumlecircncias
54
A osteoporose e uma doenccedila que se caracteriza pela diminuiccedilatildeo da resistecircncia do osso
tornando-o mais fraacutegil Essa fragilidade aumenta o risco da pessoa que tem osteoporose de ter
fraturas mesmo com atividades comuns como tossir ou espirrar
Com isso esse trabalho deseja avaliar a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea na
populaccedilatildeo de mulheres na poacutes menopausa residente da Ilha de Paquetaacute apoacutes 7 anos de
seguimento do uacuteltimo estudo transversal
Vocecirc natildeo eacute obrigada a participar Mas se quiser vocecirc teraacute que responder a um
questionaacuterio Para participar vocecirc natildeo teraacute que pagar nada O resultado seraacute fornecido apenas
a vocecirc ningueacutem mais saberaacute Suas duvidas seratildeo esclarecidas e vocecirc devera continuar
acompanhamento com seu meacutedico assistente Se vocecirc natildeo quiser participar natildeo seraacute
submetida a nenhum constrangimento fiacutesico ou moral e seu atendimento no posto de sauacutede
natildeo seraacute prejudicado A participante poderaacute se retirar do estudo a qualquer momento que
julgar necessaacuterio sem prejuiacutezo para a mesma O resultado de toda a pesquisa seraacute divulgada e
atraveacutes de artigos cientiacuteficos em revistas encontros congressos ou similares sem a
divulgaccedilatildeo dos nomes de quem participou de forma sigilosa
Sua participaccedilatildeo no estudo natildeo implicaraacute em custos adicionais O (A) Sr (a) natildeo teraacute
qualquer despesa com a realizaccedilatildeo dos procedimentos previstos neste estudo que seratildeo
custeados pelo pesquisador responsaacutevel Tambeacutem natildeo haveraacute nenhuma forma de pagamento
pela sua participaccedilatildeo
Caso surja alguma duacutevida quanto agrave eacutetica do estudo o (a) Sr(a) deveraacute se reportar ao
Comitecirc de Eacutetica em Pesquisas envolvendo seres humanos ndash subordinado ao Conselho
Nacional de Eacutetica em Pesquisa oacutergatildeo do Ministeacuterio da Sauacutede atraveacutes de solicitaccedilatildeo ao
representante de pesquisa que estaraacute sob contato permanente ou contactando o Comitecirc de
Eacutetica em Pesquisa desta instituiccedilatildeo no telefone (21) 3971-1590 Eacute assegurado o completo
55
sigilo de sua identidade quanto a sua participaccedilatildeo neste estudo incluindo a eventualidade da
apresentaccedilatildeo dos resultados deste estudo em congressos e perioacutedicos cientiacuteficos
Eu________________________________________________________________________
residente do endereccedilo__________________________ fui informada dos objetivos e da
justificativa deste trabalho de forma clara e detalhada pela Dra Adriana de Mattos V da
Costa Recebi informaccedilotildees especificas sobre cada procedimento no qual estarei envolvida
dos desconfortos e riscos previstos tanto quanto dos benefiacutecios esperados Todas as minhas
duvidas foram respondidas com clareza e sei que poderei solicitar novos esclarecimentos a
qualquer momento Aleacutem disso sei que novas informaccedilotildees obtidas durante o estudo me seratildeo
fornecidas e que terei liberdade de retirar meu consentimento de participaccedilatildeo face a estas
informaccedilotildees sem prejuiacutezo para mim Aleacutem disto me foi entregue uma coacutepia da folha de
informaccedilotildees para os participantes a qual li compreendi e me deu plena liberdade para decidir
acerca da minha espontacircnea participaccedilatildeo nesta pesquisa Minha identidade jamais seraacute
publicada Os dados colhidos poderatildeo ser examinados por pessoas envolvidas no estudo com
autorizaccedilatildeo delegada do investigador e por pessoas delegadas pelo patrocinador Estou
recebendo uma coacutepia assinada deste Termo
Os pesquisadores responsaacuteveis pelo Projeto satildeo a Dra Lizanka Paola F Marinheiro e
sua aluna a Dra Adriana de Mattos Viveiros da Costa
56
Participante
Nome _________________________________
Assinatura________________________________
Data_________________________________________
Investigador
Nome____________________________________
Assinatura________________________________
Data_______________________________________
Pesquisadora
Nome______________________________________
Assinatura___________________________________
Data__________________________________________
Dra Lizanka Paola F Marinheiro
lizankaglobocom
tel 25541700
Dra Adriana de Mattos Vda Costa
adrianamattosmedyahoocombr
tel 87273315
Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa
Rua Afonso Cavalcanti 455 sala 710 ndash Cidade Nova -
Telefone 3971-1463
4
Resumo
Introduccedilatildeo O aumento na ocorrecircncia de fraturas secundaacuterias agrave fragilidade oacutessea
representa um significativo problema de Sauacutede Puacuteblica jaacute que corresponde a um importante
aumento na morbidade mortalidade e nos custos de mulheres na poacutes menopausa Objetivos
Avaliar os fatores relacionados agrave ocorrecircncia de fraturas em mulheres poacutes-menopausa
acompanhadas em uma unidade baacutesica de sauacutede Metodologia Foi realizado um estudo de
coorte prospectivo na ilha de PaquetaacuteRJ no ano de 2011 Atraveacutes do banco de dados jaacute
existente as mulheres foram localizadas por telefonemas e comparecimento no hospital local
As pacientes selecionadas foram submetidas a um questionaacuterio estruturado de avaliaccedilatildeo de
fatores relacionados agrave fragilidade oacutessea Resultados A incidecircncia de fratura por fragilidade
oacutessea encontrada foi de 21 tendo como sitio principal o antebraccedilo com 13 A idade
meacutedia da populaccedilatildeo foi de 72 anos com DP plusmn 90 No grupo de pacientes fraturadas 50
tinham entre 65 e 79 anos sugerindo ser essa faixa etaacuteria mais susceptiacutevel as fraturas por
fragilidade oacutessea Das pacientes que tiveram a Ultrassonometria oacutessea de calcacircneo alterado
22 tiveram fraturas nesse periacuteodo Foi calculado o RR= 113 (IC95 048 - 263) As
pacientes que tiveram fraturas se mostraram com maior sobrepeso ou obesas (722) com
maior historia familiar de fratura de quadril (133) e com maior diagnostico de osteoporose
(471) do que as pacientes sem fraturas (p valorgt005) E 235 das pacientes acamadas
por mais de dois meses sofreram alguma fratura com p valor lt005 Na correlaccedilatildeo entre as
variaacuteveis idade tempo de menopausa e IMC foi evidenciada uma associaccedilatildeo positiva entre a
idade e o tempo de menopausa nos grupos de pacientes com e sem fraturas Conclusatildeo Os
fatores de risco para fraturas por fragilidade oacutessea encontrados ajudam a conhecermos o
perfil da nossa populaccedilatildeo e termos subsiacutedios para combater esse agravo
Palavras Chaves Osteogecircnese Imperfeita Fraturas Fragilidade Oacutessea e Epidemiologia
5
Abstract
Introduction The increased occurrence of secondary fractures associated with bone
fragility represents a significant Public Health problem since it leads to a considerable
increase in morbidity mortality and in health care costs for postmenopausal women
Objectives To evaluate the factors related to the occurrence of fractures in postmenopausal
women attended at a public health center Methodology A prospective cohort study was
conducted in Paquetaacute Island Rio de Janeiro in 2011 Using an existing database these
women were identified contacted by phone and asked to come to the local hospital The
selected patients were submitted to a structured questionnaire assessing factors related to
bone fragility Results The incidence of fracture due to bone fragility was of 21 and the
main site was the forearm accounting for 13 The average age of the population was 72
with a SD plusmn 90 In the group of fractured patients 50 were between 65 and 79 years old
which suggest this is the age group that is most susceptible to fractures associated with bone
fragility Twenty two percent of the patients who had an altered quantitative ultrasonometry
of the calcaneus had fractures in that period of their lives The RR was calculated RR = 113
(CI 95 048 ndash 263) The patients who had fractures were more overweight or obese
(722) had a longer family history of hip fracture (133) and more diagnoses of
osteoporosis (471) than patients without fractures (p-value gt 005) And 235 of the
patients who were bedridden for more than two months suffered some type of fracture with a
p-value lt 005 In the correlation between the different ages time of menopause and BMI a
positive association between age and time of menopause became clear in the groups of
patients with and without fractures Conclusion The risk factors for fractures associated with
bone fragility help us to define the profile of our population and provide us with means to
fight this problem
Key Words Fractures Bone Fragility and Epidemiology
6
Lista de Abreviaturas e Siglas
BUA = Atenuaccedilatildeo da frequecircncia do som
DMO= Densidade Mineral Oacutessea
DP= Desvio Padratildeo
EVOS= European Vertebral Osteoporosis Study
FCRs= Fatores Cliacutenicos de Riscos
IBGE= Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica
IMC= Iacutendice de Massa Corporal
IDH= Iacutendice de Desenvolvimento Humano
OMS= Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
PNAISM= Poliacutetica Nacional de Assistecircncia Integrada a Sauacutede da Mulher
PNAD= Pesquisa Nacional Por Amostra de Domiciacutelio
SPSS= Statistical Package for Social Science
SOS= Velocidade do Som
TH= Terapia Hormonal
USO= Ultrassonometria Oacutessea de calcacircneo
7
Lista de Ilustraccedilotildees
Graacutefico 1- Incidecircncia de fratura em mulheres poacutes-menopausa 2003-2011
Graacutefico 2-Mulheres poacutes-menopausa por idade segundo fratura
Graacutefico 3- Anos apoacutes a menopausa conforme fratura
Tabela 1- Caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas das mulheres poacutes
menopausa (n=86)
Tabela 2- Caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas das mulheres poacutes
menopausa em 2003
Tabela 3- Incidecircncia de fraturas em mulheres poacutes menopausa segundo a
localizaccedilatildeo da fratura 2003-2011
Tabela 4- Relaccedilatildeo entre idade e fratura nas mulheres na poacutes menopausa
Tabela 5- Incidecircncia de fratura em mulheres poacutes-menopausa segundo
resultado da USO 2003-2011
Tabela 6 - Caracteriacutesticas cliacutenicas de mulheres poacutes-menopausa segundo
fratura (n=86)
Tabela 7- Caracteriacutesticas comportamentais de mulheres poacutes-menopausa
segundo fratura (n=86)
Tabela 8- Coeficientes de correlaccedilatildeo de Spearman (rs) entre idade IMC e
tempo de menopausa em mulheres poacutes-menopausa com fratura (n=18) e
sem fratura (n=68)
8
Sumaacuterio
Lista de Abreviaturas e Siglas 6
Lista de Ilustraccedilotildees 7
1 Introduccedilatildeo 9
2 Justificativa 11
3 Objeto de Estudo 16
31 Objetivos 16
311 Geral 16
312 Especiacuteficos 16
4 Marco Teoacuterico 17
5 Materiais e Meacutetodos 23
51 Populaccedilatildeo 23
52 Tipo de estudo 23
53 Criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo 24
54 Alocaccedilotildees de pacientes 24
55 Anaacutelise Estatiacutestica 26
6 Resultados Encontrados 28
61 Gerais 28
62 USO preacutevia X Fraturas 28
63 Caracteriacutesticas cliacutenicas e comportamentais X Fratura 29
64 Tempo de menopausa X Fratura 30
7 Discussatildeo 38
8 Conclusatildeo 42
9 Referecircncias Bibliograacuteficas 43
10 Anexo 1 - Instrumento de coleta - EVOS (EUROPEAN VERTEBRAL OSTEOPOROSIS STUDY) 48
11 Anexo 2 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido 53
1
9
1 Introduccedilatildeo
Nota-se nas uacuteltimas deacutecadas o aumento da expectativa de vida das mulheres que
atingem a fase do climateacuterio ainda ativa econocircmica e socialmente desejando uma melhor
qualidade de vida Segundo a definiccedilatildeo proposta pela Sociedade Internacional da Menopausa
no 1deg Congresso Mundial de Climateacuterio em 1976 climateacuterio eacute o periacuteodo de transiccedilatildeo entre a
vida reprodutiva e a senilidade A menopausa seria a uacuteltima menstruaccedilatildeo natural Ela
geralmente ocorre por volta dos 50 anos e soacute pode ser reconhecida apoacutes os doze meses de
amenorreia (Speroff et al 1989)
Este periacuteodo eacute marcado por um estado de hipoestrogenismo com um impacto
negativo na vida das mulheres Todavia a multiplicidade de manifestaccedilotildees inclui distuacuterbios
fiacutesicos psicoloacutegicos e metaboacutelicos (De Lorenzi et al 2005) Dentre as doenccedilas crocircnicas que
atingem a mulher climateacuterica a osteoporose aparece como uma das patologias de maior
incidecircncia (Vianna 2001)
Quando sintomas da osteoporose aparecem se relacionam com a ocorrecircncia de
fraturas mais comumente na porccedilatildeo distal do antebraccedilo na coluna vertebral e no colo do
fecircmur (International Osteoporosis Foundation 2005) A maior incidecircncia de fraturas eacute
observada em mulheres brancas na poacutes-menopausa (Pinheiro et al 2010a b) e os fatores
associados agraves fraturas alguns jaacute satildeo bem conhecidos e outros ainda precisam ser descobertos
Assim a fratura por fragilidade oacutessea eacute definida como aquela resultante de uma queda da
proacutepria altura ou trauma menos intenso em indiviacuteduos com 50 anos ou mais em siacutetios
esqueleacuteticos especiacuteficos antebraccedilo fecircmur costelas veacutertebras e uacutemero (Pinheiro et al
2010a)
10
Segundo o IBGE (IBGE 2009a) a expectativa de vida no Brasil eacute de 72 anos e soacute no
ano 2000 jaacute havia 24 milhotildees de mulheres com mais de 40 anos Ou seja predominantemente
na fase de deficiecircncia estrogecircnica e com risco aumentado de osteoporose A principal e mais
temida complicaccedilatildeo da osteoporose eacute a fratura oacutessea Entatildeo a adoccedilatildeo de meacutetodos praacuteticos e
de baixo custo para o rastreamento da populaccedilatildeo de risco para fraturas propiciaria a
quantificaccedilatildeo do problema e o planejamento de intervenccedilotildees precoces que impedissem ou
retardassem a ocorrecircncia deste agravo (Oliveira et AL 2007) Logo o conhecimento da
epidemiologia local de fraturas por fragilidade oacutessea eacute essencial para embasar este
rastreamento
Sendo assim esse estudo procurou avaliar a incidecircncia de fraturas por fragilidade
oacutessea na populaccedilatildeo de mulheres na poacutes-menopausa residente da Ilha de Paquetaacute apoacutes sete
anos de seguimento
11
2 Justificativa
No Brasil com o envelhecimento populacional e consequumlente aumento no nuacutemero de
idosas medidas devem der tomadas para se cuidar da mulher em sua fase climateacuterica eacutepoca
que ela chega a viver um terccedilo ou mais apoacutes o fim do periacuteodo reprodutivo Essa transiccedilatildeo
epidemioloacutegica tem trazido grandes desafios ao Estado Haacute a substituiccedilatildeo entre as primeiras
causas de morte das doenccedilas transmissiacuteveis pelas crocircnicas degenerativas e causas externas
entre elas a osteoporose (IBGE 2009b)
Vaacuterios fatores estatildeo relacionados agrave causa da osteoporose como a etnia a nutriccedilatildeo os
exerciacutecios fiacutesicos os dados antropomeacutetricos o alcoolismo o tabagismo e a vida reprodutiva
da mulher Por isso eacute necessaacuterio que se tenha cada vez mais estudos atuais e com populaccedilotildees
brasileiras para que os fatores de risco que fazem a diferenccedila para fraturas por fragilidade
sejam descobertos (Pinheiro et al 2010b c)
Em 2003 segundo as informaccedilotildees da Pesquisa Nacional por Amostras de Domiciacutelios
(PNAD) a populaccedilatildeo de 60 anos ou mais era por volta de 17 milhotildees de pessoas
representando cerca de 10 da populaccedilatildeo total do Paiacutes (IBGE 2009a) As diferenccedilas de sexo
satildeo importantes para descrever as pessoas idosas e da mesma forma como tem ocorrido em
todo o mundo o nuacutemero de mulheres idosas no Brasil eacute maior do que o de homens as
informaccedilotildees da PNAD mostraram que em 2003 essa proporccedilatildeo era de 559 e 441
respectivamente (IBGE 2009a)
Tambeacutem foi observado que a expectativa de vida a partir dos 60 anos aumentou no
periacuteodo de 1999 a 2003 em todas as faixas de idade tanto para homens quanto para
mulheres entretanto a expectativa de vida das mulheres excede a dos homens e este fato
explica em parte a maior proporccedilatildeo de mulheres idosas em relaccedilatildeo aos homens Em 2006
12
no Paiacutes como um todo a expectativa de vida das pessoas de 60 anos era de 193 anos para os
homens e de 224 anos para as mulheres Notando as mudanccedilas nas caracteriacutesticas da
populaccedilatildeo o Ministeacuterio da Sauacutede iniciou accedilotildees voltadas agraves mulheres no periacuteodo climateacuterico
entre elas a Poliacutetica de Assistecircncia Integral aacute Sauacutede da Mulher (PNAISM 2004)
Os estudos confirmam que diferenccedilas de sexo e idade na percepccedilatildeo da sauacutede satildeo
importantes determinantes do comportamento em relaccedilatildeo agrave procura por atendimento de sauacutede
(WHO 2001)
Em 2003 as mulheres idosas declararam um estado de sauacutede pior do que os homens
exceto entre os idosos de 80 anos ou mais onde a tendecircncia se inverte passando os homens a
declarar um estado de sauacutede pior do que aquele declarado pelas mulheres (PNAD 2003)
Os resultados do Censo Demograacutefico 2000 para os municiacutepios das capitais
apresentam padrotildees de incapacidade funcional em mobilidade fiacutesica compatiacuteveis com aqueles
apontados pelas informaccedilotildees da Politica Nacional de Assistecircncia a Domiciacutelio 2003 para as
aacutereas metropolitanas As mulheres declaram incapacidade funcional em maior proporccedilatildeo do
que os homens observando-se tambeacutem o caraacuteter progressivo da incapacidade funcional
entre os idosos em relaccedilatildeo ao aumento da idade (IBGE 2009a b)
Com o maior nuacutemero de idosos consequumlentemente haacute uma elevaccedilatildeo na frequecircncia das
fraturas por fragilidade oacutessea Isso se torna um problema de sauacutede de grandes dimensotildees
para a paciente na poacutes-menopausa pelos limites que comprometem sua qualidade de vida
para a famiacutelia por arcar com a responsabilidade de protegecirc-la no seu conviacutevio e para a sauacutede
puacuteblica pelo ocircnus econocircmico (Speroff et al 1989 Pinheiro et al 2010a b) Assim satildeo
necessaacuteria accedilotildees de promoccedilatildeo prevenccedilatildeo e abordagem da osteoporose que incide a partir da
perimenopausa
13
Estima-se que 70 das fraturas de quadril esperadas para 2050 ocorreratildeo na Aacutesia
Ameacuterica Latina e Aacutefrica (Cooper 1999) Jaacute na Europa segundo dados da Fundaccedilatildeo
Internacional de Osteoporose estima-se que uma em cada trecircs mulheres acima dos 50 anos
teraacute fratura por fragilidade oacutessea E na Uniatildeo Europeia ocorre uma fratura a cada 30 segundos
e se espera que para essa populaccedilatildeo o nuacutemero de fraturas dobre nos proacuteximos 50 anos
(International Osteoporosis Foundation 2005)
Estudos realizados sobre os custos da osteoporose e suas consequecircncias demonstram
que os gastos com essa doenccedila impressionam O estudo de Silva et al (2003) somou os gastos
com as internaccedilotildees para reduccedilotildees ciruacutergicas as reduccedilotildees incruentas o tratamento
conservador os gastos com cirurgias para a retirada de proacutetese internaccedilotildees de longa
permanecircncia consultas meacutedicas e fisioterapia chegando agrave conclusatildeo de que os custos do
SUS com o tratamento das fraturas eacute de mais de 20 milhotildees de reais por ano Tambeacutem
Tosteson et al (2008) fizeram um levantamento de custos do tratamento da osteoporose em
uma populaccedilatildeo de mulheres americanas em 2005 e mostrou que os custos anuais com
medicamentos satildeo altiacutessimos
Sobre os exames realizados para avaliaccedilatildeo da osteoporose os principais usados satildeo a
densitometria oacutessea e a ultrassonometria oacutessea de calcacircneo (USO) A densitometria oacutessea eacute
considerada o padratildeo-ouro para o diagnoacutestico de osteoporose pela Organizaccedilatildeo Mundial da
Sauacutede (OMS) desde 1994 poreacutem este exame estima apenas a densidade mineral oacutessea A
USO busca refletir outros paracircmetros aleacutem da densidade mineral oacutessea avaliando o risco de
fratura com eficiecircncia similar agrave densitometria oacutessea (Oliveira et al 2004 Castro 2000)
Embora os fatores cliacutenicos de riscos (FCRs) em populaccedilotildees de risco para osteoporose
e fratura estejam bem estabelecidos especialmente em estudos internacionais sua prevalecircncia
14
na populaccedilatildeo brasileira em geral natildeo estaacute clara porque ainda faltam estudos sobre o tema Um
dos principais estudos sobre a avaliaccedilatildeo de FCR foi o BRAZOS (Pinheiro et al 2010a) Ele
natildeo avaliou os fatores de risco relacionados agrave massa oacutessea mas os seus resultados permitem
inferir que esses fatores de risco satildeo muito semelhantes agravequeles relacionados agrave fratura por
baixo impacto Pinheiro et al (2010) demonstrou que os principais FCRs associados agrave fratura
por osteoporose de qualquer siacutetio esqueleacutetico de um total de 2420 indiviacuteduos apoacutes ajustes
estatiacutesticos foram histoacuteria familiar de fratura de quadril idade avanccedilada e baixo peso E que
a associaccedilatildeo de FCR agraves medidas de massa oacutessea poderia melhorar a discriminaccedilatildeo de
pacientes com maior risco de fratura osteoporoacutetica (Pinheiro et al 2010a b)
Atualmente existe uma ferramenta chamada FRAXreg utilizada por meacutedicos em vaacuterios
paiacuteses baseado na pratica meacutedica usando uma combinaccedilatildeo de fatores cliacutenicos e densidade
mineral oacutessea O FRAXreg eacute usado para predizer o risco de fratura nos proacuteximos dez anos com
implicaccedilotildees diretas na decisatildeo do tratamento e custos (Kanis et al 2008 Pinheiro et al 2009)
Poreacutem o risco absoluto de fraturas depende da populaccedilatildeo estudada e essa ferramenta ainda
natildeo foi aprovada para uso no Brasil Assim estudos epidemioloacutegicos representativos sobre
fatores de risco para fraturas ainda continuam sendo necessaacuterios (Pinheiro et al 2009)
Em 2003 a dissertaccedilatildeo de mestrado da Dra Patriacutecia Pereira de Oliveira verificou o
risco aumentado de fraturas por osteoporose atraveacutes da USO (Oliveira et al 2007) na
populaccedilatildeo de mulheres menopausadas na ilha de Paquetaacute-RJ Em nosso estudo verificaremos
se existe uma correlaccedilatildeo entre os achados ultrassonograacuteficos e as fraturas cliacutenicas na mesma
populaccedilatildeo por ela utilizada aleacutem outros fatores de risco para fraturas serem contemplados
como doenccedilas de base tempo de menopausa medicamentos entre outros Isto se justifica
pela necessidade de termos no Brasil dados sobre a incidecircncia de fraturas por fragilidade
oacutessea e fatores de risco a ela relacionados desenvolvidos em uma populaccedilatildeo brasileira e
15
residente de uma ilha localizada no litoral fluminense Jaacute que a literatura nessa aacuterea eacute escassa
e para que compreendendo melhor a dinacircmica da fratura por fragilidade oacutessea possamos
intervir antes que ela ocorra melhorando a qualidade de vida dessas mulheres e diminuiacutedo os
gastos com a sauacutede
16
3 Objeto de Estudo
Estudo de fatores associados agraves fraturas por fragilidade oacutessea em mulheres na poacutes-
menopausa atendidas em uma unidade baacutesica de sauacutede
Questionamento
Quais os fatores associados agrave ocorrecircncia de fraturas em mulheres poacutes-menopausa
acompanhadas em uma unidade baacutesica de sauacutede
31 Objetivos
311 Geral
Avaliar os fatores relacionados agrave ocorrecircncia de fraturas em mulheres poacutes-menopausa
acompanhadas em uma unidade baacutesica de sauacutede
312 Especiacuteficos
a- Avaliar se a ocorrecircncia de fraturas foi maior nas pacientes identificadas como risco
aumentado para fraturas pelo ultrassonometria oacutessea de calcacircneo preacutevia
b- Verificar a associaccedilatildeo entre as fraturas por fragilidade oacutessea e os dados cliacutenicos
comportamental e demograacuteficos (idade e sexo) das pacientes
c- Analisar se o tempo de menopausa influencia a ocorrecircncia de fraturas por fragilidade
oacutessea
17
4 Marco Teoacuterico
A osteoporose pode ser definida como doenccedila osteometaboacutelica caracterizada pela
diminuiccedilatildeo da densidade mineral oacutessea com alteraccedilotildees na sua microestrutura que conduzem
a um aumento da fragilidade oacutessea e uma tendecircncia a fraturas por traumatismos pouco
intensos Dado o exposto esta constitui o verdadeiro problema de sauacutede puacuteblica devido agrave sua
alta taxa de morbimortalidade e altos custos (Vianna et al 2001 International Osteoporosis
Foundation 2005)
Com relaccedilatildeo ao hipoestrogenismo observa-se que as mulheres apresentam uma perda
oacutessea mais acelerada nos dez primeiros anos apoacutes a instalaccedilatildeo da menopausa do que os
homens da mesma idade adquirindo risco de fratura mais precocemente do que eles (NHI
2001) Esta diminuiccedilatildeo de massa oacutessea total poderaacute ser ateacute dez vezes a diminuiccedilatildeo ocorrida
antes deste periacuteodo podendo chegar a 2 a 4 ao ano para o osso trabecular e de 1 para o
cortical (NHI 2001) A deficiecircncia de estrogecircnio aumenta o remodelamento oacutesseo e pode
agravar o desequiliacutebrio nas unidades de remodelamento com o aumento do tempo de vida dos
osteoclastos em detrimento dos osteoblastos (Fyhrie amp Schaffler 1994)
Na maioria dos casos a perda oacutessea eacute assintomaacutetica Quando sinais e sintomas da
osteoporose aparecem se relacionam com a ocorrecircncia de fraturas mais comumente na
porccedilatildeo distal do antebraccedilo (fratura de Colles) na coluna vertebral e no colo do fecircmur
(International Osteoporosis Foundation 2005) A maior incidecircncia de fraturas eacute observada
em mulheres brancas na poacutes menopausa (Pinheiro et al 2010a b)
Pinheiro et al (2010) analisaram 275 mulheres caucasoacuteides acima dos 50 anos e
acharam que 44 jaacute possuiacuteam algum tipo de fratura por osteoporose (Pinheiro et al 2010b)
A dor oacutessea eacute consequumlecircncia tanto das fraturas quanto das deformidades oacutesseas As fraturas
18
vertebrais satildeo as mais comuns poreacutem satildeo geralmente assintomaacuteticas e portanto menos
diagnosticadas Poreacutem podem causar dor perda de peso deformidade na coluna espinhal e
perda de estabilidade ao andar (International Osteoporosis Foundation 2005) Apenas 10
das fraturas de veacutertebras cursam com hospitalizaccedilatildeo mesmo que causem dor e diminuiccedilatildeo da
qualidade de vida Elas ocorrem entre os 50 e 60 anos de idade com maior frequecircncia
(International Osteoporosis Foundation 2005)
Jaacute as fraturas do fecircmur satildeo as mais letais devido a complicaccedilotildees poacutes-operatoacuterias As
principais causas de mortalidade satildeo as infecccedilotildees e tromboembolismo As fraturas de quadril
satildeo menos prevalentes do que as vertebrais poreacutem de maior gravidade devido agraves altas taxas
de morbimortalidade aleacutem do alto custo para a famiacutelia e para o sistema puacuteblico de sauacutede A
mortalidade apoacutes uma fratura de quadril eacute de cerca de 20- 24 no ano seguinte a fratura
sendo acompanhada de periacuteodos de hospitalizaccedilatildeo prolongados (International Osteoporosis
Foundation 2005 Silveira et al 2005) Estimativas apontam que no ano de 2050 ocorreratildeo
aproximadamente 65 milhotildees de fratura de quadril em todo mundo (Cooper 1999) As
fraturas de punho satildeo as mais facilmente observadas por mulheres no climateacuterio chegando a
originar seis milhotildees de dias de restriccedilatildeo de trabalho por ano (International Osteoporosis
Foundation 2005)
Aleacutem do custo pessoal o impacto econocircmico gerado pela osteoporose eacute enorme
Atraveacutes do mundo eacute estimado que uma em cada trecircs mulheres acima dos 50 anos teraacute fraturas
por osteoporose Na Europa no ano 2000 foi estimada uma ocorrecircncia de 379 milhotildees de
fraturas por fragilidade oacutessea sendo que destas 890 mil eram de quadril (Tosteson et al
2008) Eacute sabido que apenas metade das pacientes que sobrevivem agrave fratura de quadril voltaraacute
a andar novamente mas dificilmente com a mesma agilidade que andava antes da fratura
Apesar de a osteoporose ser facilmente diagnosticada atraveacutes de exames e seu tratamento
19
poder ser instituiacutedo ainda eacute uma doenccedila muito subdiagnosticada e subtratada Eacute estimada na
comunidade europeacuteia que uma em cada trecircs fraturas de vertebrais recebe a atenccedilatildeo cliacutenica
que merece E uma pessoa com fratura de veacutertebra tem ateacute cinco vezes mais chance de
desenvolver nova fratura no ano seguinte fenocircmeno conhecido como fratura em cascata
(Lindsay et al 2001)
Tradicionalmente a osteoporose eacute reconhecida como uma doenccedila multifatorial sendo
70 desses fatores natildeo modificaacuteveis isto eacute definidos pela carga geneacutetica e 30
potencialmente modificaacuteveis e assim envolvidos com os aspectos ambientais Dessa forma
um uacutenico fator de risco natildeo eacute capaz de identificar indiviacuteduos com ou sem fratura Diferenccedilas
geneacuteticas raciais e antropomeacutetricas bem como da composiccedilatildeo corporal densidade oacutessea
dieta atividade fiacutesica e outros haacutebitos de vida contribuem para explicar as divergecircncias na
incidecircncia e na prevalecircncia de baixa densidade oacutessea e fraturas em diversos paiacuteses do mundo
(Pinheiro et al 2010b c) Os aspectos geneacuteticos desempenham importante influecircncia sobre a
aquisiccedilatildeo do pico de massa oacutessea e perda oacutessea relacionada agrave idade bem como na
determinaccedilatildeo das propriedades estruturais e geomeacutetricas do osso No entanto a associaccedilatildeo
entre diferentes polimorfismos gecircnicos e densidade oacutessea ou fraturas por osteoporose eacute
bastante controversa e varia em diferentes estudos inclusive no Brasil fato que pode ser
tomado como um provaacutevel reflexo das diferenccedilas de etnia e ambiental das populaccedilotildees
estudadas Da mesma forma os fatores ambientais natildeo permitem uniformizar e homogeneizar
o impacto de cada um deles em cada regiatildeo do planeta (Pinheiro et al 2010c)
Atualmente a densitometria oacutessea eacute o meacutetodo mais utilizado para avaliar a massa
oacutessea Eacute o padratildeo ouro para o diagnoacutestico de osteoporose A densidade mineral oacutessea (DMO)
eacute expressa em nuacutemero absolutos em gramas de mineral por centiacutemetro quadrado escaneado
ou ainda comparado com a DMO esperada para a idade e sexo da paciente (z escore) ou
20
comparado a DMO de adultos jovens normais do mesmo sexo (t-escore) A diferenccedila entre o
escore do paciente e o padratildeo eacute expressa em desvios padrotildees acima ou abaixo da meacutedia
(Castro et al 1999)
Segundo a Sociedade Brasileira de Densitometria Cliacutenica no consenso de 2008 satildeo
indicaccedilotildees para avaliaccedilatildeo da densidade mineral oacutessea (Brandatildeo et al 2009)
rdquoMulheres com idade gt a 65 anos e homens com idade gt a 70 anos
Mulheres acima de 40 anos na transiccedilatildeo menopausal (1-2) e homens acima de 50
anos de idade com fatores de risco
Adultos com antecedente de fratura por fragilidade condiccedilatildeo cliacutenica ou uso de
medicamentos associados agrave baixa massa oacutessea ou perda oacutessea
Indiviacuteduos para os quais satildeo consideradas intervenccedilotildees farmacoloacutegicas para
osteoporose
Indiviacuteduos em tratamento para osteoporose para monitoramento de sua eficaacutecia
Indiviacuteduos que natildeo estejam sob tratamento poreacutem nos quais a identificaccedilatildeo de perda
de massa oacutessea possa determinar a indicaccedilatildeo do tratamento
Mulheres interrompendo terapia hormonal (TH)rdquo
Arq Bras Endocrinol Metab 2009 531 pag108
A proacutepria definiccedilatildeo de osteoporose pela Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede reunida em
Hong Kong em 1994 estabeleceu criteacuterios diagnoacutesticos baseados em valores obtidos pela
densitometria oacutessea classificando como osteopecircnicas aquelas mulheres que apresentarem-se
entre 1 e 25 desvios-padratildeo (DP) abaixo da meacutedia para adultas jovens e de osteoporoacuteticas as
que se encontrarem com mais de 25 DP abaixo da meacutedia para adultas jovens (Castro et al
1999 WHO 1999)
A densitometria oacutessea apresenta como desvantagens no entanto o fato de utilizar uma
fonte de radiaccedilatildeo ionizante e possuir um elevado custo que limita seu uso em estudos
populacionais principalmente em nosso paiacutes onde os recursos destinados agrave sauacutede da
populaccedilatildeo mais carente satildeo miacutenimos Sempre tentando diminuir o impacto dos gastos com
21
sauacutede eacute estimulada a busca por meacutetodos natildeo poluentes e mais baratos mas que tragam as
mesmas informaccedilotildees que os meacutetodos jaacute estabelecidos Em funccedilatildeo disto a USO vem sendo
avaliada e alguns resultados promissores tecircm sido apresentados (Castro et al 1999) Baseia-se
na modificaccedilatildeo das caracteriacutesticas de ultrassom transmitido atraveacutes de ossos de localizaccedilatildeo
mais superficiais como no calcacircneo tiacutebia falanges ou patela Os sistemas atuais se
constituem de dois transdutores sendo um transmissor e outro receptor posicionados em
locais diferentes do osso a ser estudado Os aparelhos existentes entre noacutes avaliam o
calcacircneo osso predominantemente trabecular atraveacutes das medidas de velocidade de
transmissatildeo do ultrassom (SOS em ms) e da atenuaccedilatildeo da frequumlecircncia do ultrassom (BUA em
dBMHz) (Kanis et al 2008) Novamente de acordo com a orientaccedilatildeo da Sociedade Brasileira
de Densitometria Cliacutenica de 2008 as recomendaccedilotildees para ultrassonometria oacutessea satildeo
(Brandatildeo et al 2009)
rdquoO uacutenico siacutetio validado para o uso cliacutenico da USO em osteoporose eacute o calcacircneo
Equipamentos de USO de calcacircneo validados satildeo capazes de estimar fratura por
fragilidade em mulheres na poacutes-menopausa e em homens com idade superior a 65 anos
independentemente da densidade mineral oacutessea medida em equipamentos de DMO
central
A correlaccedilatildeo entre os resultados obtidos por USO e DMO ccccccc entral eacute
moderada
USO do calcacircneo associada a fatores de risco cliacutenicos podem ser usados para
identificar populaccedilatildeo com baixa probabilidade de fratura na qual avaliaccedilatildeo adicional
natildeo seja mais necessaacuteria
Medidas de DMO central na coluna e no fecircmur constituem o meacutetodo de escolha para a
tomada de decisatildeo terapecircutica Entretanto se a DMO central natildeo for acessiacutevel o
tratamento farmacoloacutegico pode ser iniciado se a probabilidade de fratura avaliada pelo
USO do calcacircneo com pontos de corte especiacuteficos associados a fatores de risco
cliacutenicos for suficientemente alta
Equipamentos de USO natildeo satildeo clinicamente uacuteteis no monitoramento de efeitos
esqueleacuteticos dos medicamentos disponiacuteveis para o tratamento da osteoporoserdquo
Arq Bras Endocrinol Metab 2009 531 pag110
22
Em 2003 foi realizada uma dissertaccedilatildeo de mestrado (Oliveira et al 2007) sobre a
utilizaccedilatildeo do USO para estimar a prevalecircncia de risco aumentado de fraturas em uma
populaccedilatildeo de mulheres na poacutes menopausa residentes da Ilha de Paquetaacute Em trabalho
realizado por Oliveira e cols nesta instituiccedilatildeo Foi realizado um estudo transversal com
recrutamento de 385 mulheres residentes da Ilha Todas as mulheres responderam a
questionaacuterio previamente estruturado e foram submetidas a medidas antropomeacutetricas e a
USO As medidas de USO foram realizadas segundo o manual do fabricante A idade da
populaccedilatildeo estudada variou entre 42 e 95 anos Os resultados encontrados mostram que
5922 da amostra apresentava algum tipo de alteraccedilatildeo a USO com t score menor que -1
Esse grupo era composto por mulheres mais idosas com menor peso menor altura e menor
percentual de gordura quando comparado com o grupo com t score lt ndash 1 Foi encontrado que
1688 das pesquisadas possuiacuteam alto risco para fraturas com t score lt -25 E as mulheres
do grupo de alto risco tinham maior peso e IMC paracircmetros conhecidos como protetores
Embora divergente da literatura a autora atribui esses resultados a caracteriacutesticas das
mulheres mais idosas em um contexto social de baixa escolaridade e renda (Oliveira et al
2007)
23
5 Materiais e Meacutetodos
51 Populaccedilatildeo
A Ilha de Paquetaacute dista aproximadamente 15 km da Praccedila XV no Centro da Cidade
do Rio de Janeiro sendo a principal ilha do arquipeacutelago de Paquetaacute situada ao nordeste da
Baiacutea de Guanabara A populaccedilatildeo e frequecircncia da Ilha satildeo extremamente sazonais sendo
aproximadamente 2200 domiciacutelios (entre moradores e veranistas) Os moradores fixos
correspondem a 4500 pessoas em sua maioria de famiacutelias antigas na Ilha das quais 208
satildeo idosos ultrapassando ateacute mesmo a meacutedia nacional que eacute em torno de 12 (IBGE
2009a) Este iacutendice faz de Paquetaacute o erceiro bairro em nuacutemero de idosos no municiacutepio sendo
que sua populaccedilatildeo pode ser considerada envelhecida segundo os criteacuterios da Organizaccedilatildeo
Mundial da Sauacutede (OMS 2003) Embora a maioria da populaccedilatildeo seja branca existem 109
de negros 256 de pardos e 01 de iacutendios Cerca de 90 dos domiciacutelios possuem aacutegua
tratada e 9957 tratamento de esgoto As famiacutelias residentes nesta regiatildeo satildeo compostas em
meacutedia por trecircs pessoas com rendimento meacutedio per capita de 301 salaacuterios miacutenimos (IPEA
2000) e o transporte urbano eacute feito basicamente a peacute por bicicletas ou charretes puxadas por
ciclistas (IBGE 2009a)
52 Tipo de estudo
Foi realizado um estudo de coorte prospectivo na ilha de PaquetaacuteRJ no ano de 2011
Foram inicialmente alocadas todas as mulheres que participaram do estudo anterior
desenvolvido no ano de 2003 (Oliveira et al 2007)
24
53 Criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo
Os criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo foram os mesmos utilizados do estudo anterior
(Oliveira et al 2007) Sendo os criteacuterios de inclusatildeo as mulheres que estavam na menopausa
e que tinham residecircncia fixa na Ilha de Paquetaacute e os criteacuterios de exclusatildeo a historia pessoal
de doenccedilas que sabidamente afetam o metabolismo oacutesseo direta ou indiretamente (como
artrite reumatoacuteide luacutepus eritematoso sistecircmico hiperparatireoidismo osteogecircnese imperfeita)
e as neoplasias malignas exceto carcinoma basocelular de pele
54 Alocaccedilotildees de pacientes
A populaccedilatildeo elegiacutevel era constituiacuteda pelas 385 mulheres alocadas no estudo inicial
(Oliveira et al 2007) No trabalho de Oliveira et al (2007) foi realizado um estudo transversal
com recrutamento por auto-seleccedilatildeo ou demanda espontacircnea no ano de 2003 na Ilha de
Paquetaacute Rio de Janeiro Brasil Foram estudadas 385 mulheres na poacutes-menopausa
(diagnoacutestico cliacutenico) residentes no local apoacutes a aplicaccedilatildeo dos criteacuterios de exclusatildeo
(existecircncia de pino metaacutelico ou edema com cacifo em ambos os peacutes ou impossibilitadas de
posicionar os peacutes no aparelho de ultra-sonometria oacutessea) Todas as mulheres responderam na
eacutepoca a um questionaacuterio e foram submetidas a medidas antropomeacutetricas e agrave USO
No presente estudo considerando uma significacircncia de 95 e um poder de 80 uma
prevalecircncia de 15 de fraturas na populaccedilatildeo de risco (Clark et al 2009) o tamanho amostral
previsto foi de 130 mulheres Poreacutem devido agraves perdas o tamanho amostral final foi de 86
pacientes
Atraveacutes do banco de dados jaacute existente todas as pacientes foram re-contactadas As
mulheres foram localizadas atraveacutes de telefonemas e comparecimento no hospital local onde
25
eacute realizado a atenccedilatildeo baacutesica de sauacutede Foram realizados pelo menos 2 telefonemas com
intervalo de 1 semana entre eles Como ldquoperdasrdquo foram consideradas as pacientes natildeo
encontradas apoacutes os dois telefonemas (035 dos telefones estavam errados e 049 das
pacientes tinham telefone quebrado ou ocupado) pacientes que natildeo quiseram ou natildeo
puderam responder ao questionaacuterio (008) e pacientes falecidas (006)
As pacientes selecionadas foram submetidas a um questionaacuterio de avaliaccedilatildeo de fatores
relacionados agrave fragilidade oacutessea conhecido como European Vertebral Osteoporosis Study
(EVOS) jaacute validado previamente para o portuguecircs (OrsquoNeill et al 1996) e jaacute utilizados em
importantes estudos (Pinheiro et al 2006 Clark et al 2009) O questionaacuterio EVOS eacute
composto por dados soacutecio-demograacuteficos (idade estado civil escolaridade cor renda familiar
e nuacutemero de dependentes desta haacutebitos de vida) e histoacuteria reprodutiva pessoal sumaacuteria
(idade da menarca idade da menopausa tipo de menopausa) Os dados antropomeacutetricos
foram aferidos segundo criteacuterios adotados internacionalmente com medidas de peso e altura
observando intervalos de 01kg e 001m respectivamente
A definiccedilatildeo de fratura por fragilidade oacutessea foi a mesma utilizada por Pinheiro et al
(2010a) como aquela resultante de uma queda da proacutepria altura ou trauma menos intenso em
indiviacuteduos com 50 anos ou mais em siacutetios esqueleacuteticos especiacuteficos antebraccedilo fecircmur
costelas veacutertebras e uacutemero E a documentaccedilatildeo de fraturas foi realizada atraveacutes de relato da
paciente (fratura referida) As fraturas traumaacuteticas (apoacutes acidente automobiliacutestico ou outras
condiccedilotildees sob forte impacto) ou as de baixo impacto natildeo relacionadas agrave osteoporose (como
por exemplo as de face tornozelo metacarpo falanges) natildeo foram consideradas
O estudo obedeceu aos criteacuterios de eacutetica preconizados pela resoluccedilatildeo no 19696 do
Conselho Nacional de Sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede e foi aprovado previamente pelo Comitecirc
26
de Eacutetica em Pesquisa da FiocruzIFF e pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Prefeitura Todas
as mulheres assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido antes de qualquer
procedimento
55 Anaacutelise Estatiacutestica
Os dados foram registrados em planilha Excel e analisados pelo programa Statistical
Package for Social Sciences (SPSS) versatildeo 170 Para avaliar diferenccedilas entre os grupos as
variaacuteveis categoacutericas foram avaliadas pelo Qui-quadrado de Pearson ou o teste exato de
Fisher A relaccedilatildeo entre as variaacuteveis categoacutericas e ordinal e entre as variaacuteveis numeacutericas foi
avaliada pelo teste de Mann-Whitney que eacute um teste natildeo-parameacutetrico que equivale ao teste t
escolhido pelo tamanho da amostra A relaccedilatildeo entre as variaacuteveis numeacutericas foi avaliada pelo
coeficiente de Sperman que eacute uma estatiacutestica natildeo parameacutetrica utilizada para dados natildeo
normais eou amostra pequena Para todos os testes o niacutevel de significacircncia adotado foi de
5 A variaacutevel dependente foi a presenccedila de fratura (sim ou natildeo) e as variaacuteveis
independentes foram idade (em anos) resultado de USO (normal ou alterado) tempo de
menopausa (em anos) siacutetio de localizaccedilatildeo de fraturas IMC (abaixo do pesonormal
sobrepeso obeso) tabagismo (fumante ou natildeo fumante) atividade fiacutesica (leve
moderadapesada) frequecircncia diaacuteria de ingestatildeo de leite (em coposdia) e as variaacuteveis
binaacuterias como o histoacuterico familiar de fratura de quadril osteoporose uso de anticoncepcional
ausecircncia de menstruaccedilatildeo retirada de uacutetero ou ovaacuterios amamentaccedilatildeo paciente acamado e
etilismo O caacutelculo do risco relativo (RR) foi feito para avaliar a relaccedilatildeo entre o USO e a
presenccedila de fraturas Para isso foi considerado pacientes com USO normal aqueles com
resultados do T-score gt-11 e USO alterado aqueles com T-score lt-11 O niacutevel de atividade
fiacutesica foi classificado em atividade leve (trabalho burocraacutetico em escritoacuterio na maior parte
do tempo sentado) atividade moderada (trabalhos na maior parte do tempo em peacute como
27
vendedor e dona-de-casa) atividade pesada (enfermeira empregada domeacutestica) Oliveira et al
2010) Para caacutelculo aproximado da ingestatildeo alimentar diaacuteria de caacutelcio utilizou- se uma
adaptaccedilatildeo da Tabela Brasileira de Composiccedilatildeo de Alimentos 1 fatia queijo (90mg) 1 copo
de iogurte (1212mg) 1 copo leite (257mg) 1 bola se sorvete (135mg) E no final todos esses
alimentos foram convertidos em quantidade ingerida de copos de leite
28
6 Resultados Encontrados
61 Gerais
As caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas da populaccedilatildeo estudada estatildeo listadas na
tabela 1 A idade meacutedia das pacientes foi de 725 anos (DPplusmn 87) com a idade da menopausa
460 anos (DPplusmn 61) o tempo de menopausa 261 anos (DPplusmn 97) e o IMC de 264 (kgm2)
(DPplusmn 55) Essas caracteriacutesticas quando comparadas com o estudo anterior de 2003 (tabela
2) confirmam tratar-se da mesma populaccedilatildeo Apenas a idade e o tempo de menopausa
evidenciam ser a nossa populaccedilatildeo mais idosa Fator que se justifica pelo tempo ocorrido entre
os dois estudos
A incidecircncia de fratura por fragilidade oacutessea encontrada foi de 21 evidenciado no
graacutefico 1 Os principais siacutetios de fratura satildeo analisados na tabela 3 tendo como sitio principal
o antebraccedilo com 50 seguido pelo peacute com 192 e uacutemero 145 Jaacute na tabela 4 e no graacutefico
2 pode ser observado que a idade da populaccedilatildeo estudada variou entre 54 e 97 anos com meacutedia
de 72 anos com DP plusmn 90 No grupo de pacientes fraturadas 50 tinham entre 65 e 79 anos
sugerindo ser essa faixa etaacuteria mais susceptiacutevel as fraturas por fragilidade oacutessea
62 USO preacutevia X Fraturas
Foi verificado na tabela 5 a associaccedilatildeo entre o resultado da (USO) preacutevia e o desfecho
fraturas por fragilidade oacutessea De todas as pacientes que fizeram USO no estudo inicial 66
participaram deste estudo Das 50 pacientes que tiveram o USO alterado 22 tiveram
fraturas nesse periacuteodo E as pacientes com USO considerada normal 194 tiveram fraturas
por fragilidade oacutessea O RR= 113 (IC95 048 - 263) sugere que as mulheres que tiveram
29
USO alterado tem um risco de fraturar de 13 maior em relaccedilatildeo as pacientes com resultado
de USO considerado normal
63 Caracteriacutesticas cliacutenicas e comportamentais X Fratura
As pacientes foram analisadas quanto as variaacuteveis clinicas e comportamentais
Considerando a tabela 6 as pacientes que tiveram fraturas se mostraram com maior
sobrepeso ou obesas (722) com maior historia familiar de fratura de quadril (133) e
com maior diagnostico de osteoporose (471) do que as pacientes sem fraturas (p
valorgt005) Jaacute o uso de anticoncepcional ou o uso de reposiccedilatildeo hormonal natildeo se mostraram
ser relevantes para ocorrecircncia de fraturas nessa amostra E 235 das pacientes acamadas por
mais de dois meses sofreram alguma fratura com p valor lt005 Evidenciando associaccedilatildeo
entre a paciente ficar acamada por mais de dois meses e sofrer fratura por fragilidade oacutessea
Avaliando a tabela 7 foi notado que apenas 125 das pacientes que tiveram fratura eram
tabagistas e 167 eram etilistas natildeo se mostrando essas caracteriacutesticas como fatores de
risco A atividade fiacutesica moderadapesada ateacute 25 anos e acima de 50 anos apresentou
percentuais de 441 e 382 respectivamente Aleacutem disso entre 25 e 50 anos 444 das
pacientes com atividade fiacutesica moderadapesada tiveram fraturas e 441 das pacientes natildeo
tiveram fraturas para essa faixa etaacuteria (p valor gt005) Sendo assim natildeo houve associaccedilatildeo
entre a atividade fiacutesica e as fraturas Em relaccedilatildeo ao item ingestatildeo de leite apoacutes os 50 anos
456 das pacientes que natildeo tiveram fraturas ingeriam de 1 a 2 copos de leite por dia e
apenas 44 ingeriam mais de 3 copos de leite por dia No caso das pacientes que tiveram
fraturas apoacutes os 50 anos foi observado que 50 ingeriam de 1 a 2 copos de leite por dia e
167 ingeriam 3 copos ou mais de leite
30
64 Tempo de menopausa X Fratura
As pacientes foram avaliadas graacutefico 3 para verificar a associaccedilatildeo entre o tempo de
menopausa e o desfecho das fraturas A mediana do tempo de menopausa encontrado em
ambos os grupos foi de 262 com DP de plusmn98 Metade das pacientes que tiveram fraturas tem
entre 193 e 293 anos de menopausa com DP de plusmn72 A correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade
tempo de menopausa e IMC foi observado na tabela 8 onde evidenciada uma associaccedilatildeo
positiva entre a idade e o tempo de menopausa nos grupos de pacientes com e sem fraturas
Assim como foi verificado uma associaccedilatildeo negativa de quanto maior a idade e o tempo de
menopausa menor o IMC
31
Graacutefico 1
Graacutefico 2
32
Graacutefico 3
33
Tabela 1- Caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas das
mulheres poacutes menopausa (n=86)
Caracteriacutesticas Meacutedia plusmn desvio padratildeo
Idade (anos) 7255 plusmn 897
Idade da
menarca (anos) 1324 plusmn 184
Idade da
menopausa
(anos)
4608 plusmn 614
Tempo de
menopausa
(anos)
2618 plusmn976
Peso (kg)sect 6342 plusmn 1055
Altura (m)deg 155 plusmn 008
IMC (kgm2) 2643 plusmn 557
n=85 sectn=83 ordmn=82 n=81 n=80
Tabela 2-Caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas das
mulheres poacutes menopausa em 2003
Caracteriacutesticas Meacutedia plusmn desvio padratildeo
Idade (anos) 6463plusmn1270
Idade da
menarca (anos)
1304 plusmn 193
Idade da
menopausa
(anos)
4755 plusmn 601
Tempo de
menopausa
(anos)
1700 plusmn 1076
Peso (kg)sect 6533 plusmn 1270
Altura (m)deg 155 plusmn 006
IMC (kgm2) 2696 plusmn 477
34
Tabela 3 ndash Incidecircncia de fraturas em mulheres poacutes menopausa segundo a
localizaccedilatildeo de fratura 2003-2011
Tipo da fratura
n
Veacutertebra 1 38
Fecircmur 1 38
Costela 2 77
Antebraccedilo 13 500
Uacutemero 4 145
Peacute 5 192
Total 26 1000
Nota Algumas pacientes tiveram mais de uma fratura no periacuteodo
Tabela 4- Relaccedilatildeo entre idade e fratura nas mulheres na poacutes menopausa
Total
Fratura
Idade (anos) Natildeo Sim
N () n () n ()
54 a 64 anos 18 209 14 206 4 222
65 a 79 anos 48 558 39 574 9 500
80 a 97 anos 20 233 15 221 5 278
Total 86 1000 68 1000 18 1000
Meacutedia (DP) 725 (90) 713 (77) 729 (93)
Nota P-valor pelo teste de Mann-Whitney=0813
35
Tabela 5 - Incidecircncia de fratura em mulheres poacutes-menopausa segundo
resultado da USO 2003-2011
Resultado da
USO
Total
Fratura p-valor
Sim Natildeo
n n
()
IC95 n
()
Normal 36 7 194
89 -
3472
29 806
0496
Alterado 50 11 220
121 -
350
39 780
Total 86 18 209
133 -
305
68 791
Nota Risco relativo = 113 (IC95 048 - 263)
36
Tabela 6 ndash Caracteriacutesticas cliacutenicas de mulheres poacutes-menopausa segundo
fratura (n=86)
Fratura
Natildeo (n=68) Sim (n=18) Total
n ( ) n ( )
IMC
Abaixo do pesoNormal 24 (353) 5 (278) 28 0792
Sobrepeso 27 (397) 9 (500) 36
Obeso 17 (250) 4 (222) 21
Histoacuterico familiar de fratura de quadril
Natildeo 66 (985) 13 (867) 79 0085
Sim 1 (15) 2 (133) 3
Osteoporose
Natildeo 44 (800) 9 (529) 53 0055
Sim 11 (200) 8 (471) 19
Uso de anticoncepcional
Natildeo 32 (485) 10 (556) 42 0791
Sim 34 (515) 8 (444) 42
Ausecircncia de mentruaccedilatildeo
Natildeo 60 (909) 16 (941) 76 1000
Sim 6 (91) 1 (59) 7
Retirou o uacutetero
Natildeo 46 (687) 9 (500) 55 0170
Sim 21 (313) 9 (500) 30
Retirou os ovaacuterios
Natildeo 53 (815) 11 (647) 64 0187
Sim 12 (185) 6 (353) 18
Reposiccedilatildeo hormonal
Natildeo 51 (761) 13 (722) 64 0763
Sim 16 (239) 5 (278) 21
Amamentou
Natildeo 14 (206) 4 (222) 18 1000
Sim 54 (794) 14 (778) 68
Acamado por mais de dois meses
Natildeo 63 (940) 13 (765) 76 0049
Sim 4 (60) 4 (235) 8
Caracteriacutesticas clinicas
p-valor do
teste exato
de Fisher
37
Tabela 7 - Caracteriacutesticas comportamentais de mulheres poacutes-menopausa segundo
fratura (n=86)
Fratura
Natildeo (n=68) Sim (n=18) Total
n ( ) n ( )
Tabagismo
Natildeo fumante 47 (758) 14 (875) 61 0499
FumanteEx-fumante 15 (242) 2 (125) 17
Etilismo no uacuteltimo ano
Natildeo 48 (706) 15 (833) 63 0376
Sim 20 (294) 3 (167) 23
Atividade fiacutesica ateacute os 25 anos
Leve 38 (559) 11 (611) 49 0792
ModeradaPesada 30 (441) 7 (389) 37
Atividade fiacutesica entre os 25 e 50 anos
Leve 38 (559) 10 (556) 48 1000
ModeradaPesada 30 (441) 8 (444) 38
Atividade fiacutesica acima dos 50 anos
Leve 42 (618) 12 (667) 54 0789
ModeradaPesada 26 (382) 6 (333) 32
Frequecircncia diaacuteria de leite ateacute 25 anos
Nenhummenos 1 copodia 34 (500) 8 (444) 42 0910
1 a 2 coposdia 31 (456) 9 (500) 40
3 coposdia ou mais 3 (44) 1 (56) 4
Frequecircncia diaacuteria de leite apoacutes 50 anos
Nenhummenos 1 copodia 34 (500) 6 (333) 40 0103
1 a 2 coposdia 31 (456) 9 (500) 40
3 coposdia ou mais 3 (44) 3 (167) 6
Caracteriacutesticas
comportamentais
p-valor do
teste exato
de Fisher
Tabela 8- Coeficientes de correlaccedilatildeo de Spearman (rs) entre idade IMC e tempo de
menopausa em mulheres poacutes-menopausa
Variaacuteveis
IMC IdadeTempo de
menopausa
r s 1 -0144 -0151
p-valor 0569 0550
r s -0227 1 0736
p-valor 0074 lt0001
r s -0295 0761 1
p-valor 0020 lt0001
Variaacuteveis
IMC
Idade
Tempo de menopausa
Nota o triacircngulo superior direito (parte hachurada) se refere agraves correlaccedilotildees para as mulheres com
fratura e o inferior esquerdo (parte natildeo hachurada) agraves mulheres sem fratura
38
7 Discussatildeo
No Brasil os principais fatores cliacutenicos de risco para fraturas por fragilidade oacutessea
eram extrapolados a partir de estudos internacionais O estudo vem acrescentar informaccedilotildees
para se conhecer os fatores relacionados agrave essas fraturas Nossos resultados revelam que a
idade avanccedilada a historia familiar de fratura de quadril o diagnoacutestico de osteoporose e
tambeacutem o paciente ficar acamado por mais de 2 meses foram considerados fatores de risco
para fraturas por fragilidade oacutessea
Esse estudo mostrou concordacircncia com a Johnell amp Kanis (2006) onde o principal
siacutetio mundial de fratura por fragilidade oacutessea nas mulheres apoacutes a menopausa foi o antebraccedilo
Segundo o estudo Latin American Vertebral Osteoporosis Study (LAVOS) (Clark et al
2009) a fratura vertebral eacute a mais prevalente da ameacuterica latina com uma prevalecircncia de
142 diferente do nosso estudo onde a coluna vertebral e o colo do fecircmur aparecem
juntos em uacuteltimo lugar na lista de incidecircncia dos siacutetios de fratura Isso pode ser atribuiacutedo
devido a diferenccedila nos criteacuterios de definiccedilatildeo de fraturas pois no LAVOS optou-se pela
medida radiograacutefica do local de fraturas enquanto no nosso estudo as fraturas foram referidas
pelas pacientes
Os consensos sobre osteoporose tecircm propostos algoritmos para identificar indiviacuteduos
de alto risco para fraturas (Kanis et al 2008 WHO 1999) Para tanto a associaccedilatildeo de fatores
de risco para fraturas com a medida da USO eacute de suma importacircncia embora sejam poucas as
pacientes que tecircm oportunidade de realizar esse exame (Oliveira et al 2007) Assim o
presente trabalho mostrou um risco para fraturas por fragilidade oacutessea 13 maior nas
pacientes com resultado de USO alterada em relaccedilatildeo as pacientes que tiveram resultados de
39
USO normais vindo de encontro aos resultados encontrados por Oliveira et al (2007)
Corroborando o USO como um meacutetodo confiaacutevel para a prediccedilatildeo de fraturas
E semelhante a Pinheiro et al (2010a) o presente estudo revelou que os principais
fatores de risco para fraturas por fragilidade oacutessea satildeo a idade avanccedilada a historia familiar de
fratura de quadril e a presenccedila de osteoporose Isso pode ser atribuiacutedo ao fato de que no
estudo de Pinheiro et al (2010a) assim como no nosso estudo a populaccedilatildeo ser
predominantemente de mulheres acima dos 65 anos e viverem em aacuterea urbana tendo haacutebitos
de vida parecidos
O achado em nosso estudo que apresentou significacircncia estatiacutestica refere-se ao fator
de risco ldquopaciente acamado por mais de dois mesesrdquo como disposto na literatura (Pinheiro et
al 2010b Demir et al 2008) O que acontece eacute que com o paciente acamado por tempo
prolongado um maior remodelamento oacutesseo eacute observado Os osteoclastos responsaacuteveis pela
absorccedilatildeo oacutessea sobrepotildee os osteoblastos predispondo as fraturas por fragilidade oacutessea
(Fyhrie amp Schaffler 1994) Assim observou-se no estudo que 235 das pacientes
acamadas por mais de dois meses sofreram alguma fratura por fragilidade oacutessea com p valor
lt005 Isso reafirma a associaccedilatildeo entre a paciente ficar acamada por mais de dois meses e
sofrer fratura por fragilidade oacutessea Por outro lado o exerciacutecio fiacutesico que estaacute sabidamente
relacionado ao aumento da resistecircncia muscular do equiliacutebrio e da flexibilidade contribuindo
para a reduccedilatildeo da perda oacutessea e melhora da sauacutede em geral (Chan 2003) natildeo se mostrou
como fator de proteccedilatildeo neste estudo Provavelmente devido ao baixo percentual encontrado
de pacientes que praticavam atividade fiacutesica moderada ou pesada
O elevado IMC e a terapia de reposiccedilatildeo hormonal natildeo desempenharam papel protetor
na nossa populaccedilatildeo como seria o esperado por estudos anteriores (Pinheiro et al 2010c
40
Buttros et al 2011) Ao contrario o sobrepeso e obesidade foram considerados fatores de
risco Isso pode ser atribuiacutedo ao IMC meacutedio dessa populaccedilatildeo ser 264 (kgm2) (DPplusmn 55)
limiacutetrofe para sobrepeso Embora esse dado demonstre contrariedade com a literatura que
estabelece relaccedilatildeo inversa entre obesidade e fraturas por fragilidade oacutessea em nosso estudo
ter maior peso e IMC natildeo seriam fatores de risco para fraturas e sim caracteriacutesticas das
mulheres mais idosas em um contexto social de baixa escolaridade e renda Esse fato eacute
confirmado pelos resultados da Pesquisa Nacional sobre Sauacutede e Nutriccedilatildeo ( Batista F et al
2003) que demonstraram caraacuteter ascendente da obesidade nos estratos de mulheres com baixa
renda residentes na regiatildeo Sudeste
Aleacutem disso haacutebitos de vida como tabagismo e etilismo sabidamente relacionados agrave
maior risco para fraturas por fragilidade oacutessea (Pinheiro et al 2010) tambeacutem natildeo se
mostraram estar associados nesse estudo
A necessidade de caacutelcio do ser humano varia ao longo da vida e uma ingestatildeo
adequada para mulheres acima de 50 anos eacute de 1200 mg pois com a idade o corpo
naturalmente perde um pouco da capacidade de absorccedilatildeo de minerais (Nuacutecleo de Estudos e
Pesquisas em Alimentaccedilatildeo 2006) O fato de apenas 44 das mulheres que natildeo tiveram
fraturas e 167 das mulheres que tiveram fraturas ter referido consumo superior a
900mgdia (3 ou mais copos) foi fator de surpresa principalmente levando-se em conta o PIB
per capita da cidade superior ao da maioria dos municiacutepios brasileiros (IPEA 2000)
Assim como em estudos preacutevios (Pinheiro et al 2010c NHI 2001 Demir et al
2008) nossos dados tambeacutem demonstraram o hipoestrogenismo como importante fator de
risco para fraturas por fragilidade oacutessea jaacute que as pacientes com fratura tecircm entre 19 e 29
anos de menopausa Em recente estudo Demir et al (2008) estudaram 2769 mulheres na
41
poacutes-menopausa correlacionando a ocorrecircncia de osteoporose com o tempo de menopausa
Demonstraram que 106 das pacientes com ateacute trecircs anos de poacutes-menopausa tinham
osteoporose contra 329 das pacientes com sete anos ou mais Acredita-se que a deficiecircncia
estrogecircnica seja responsaacutevel por dois terccedilos da perda de massa oacutessea levando
consequentemente agraves fraturas por fragilidade oacutessea assim como observado (Position
statement of the North American Menopause Society 2010)
Os dados deste estudo podem ser limitados pois apesar de tratar-se de uma coorte as
participantes reportaram dados referentes a estilo de vida dieta antecedentes familiares e
pessoais o que pode ter ocasionado algum vieacutes recordatoacuterio Outra limitaccedilatildeo eacute que como
avaliado por Oliveira et al (2007) esta populaccedilatildeo apresenta a maior parte das mulheres com
baixo niacutevel socioeconocircmico e escolaridade sem acesso agrave adequada educaccedilatildeo nutricional e agrave
atividade fiacutesica orientada Por outro lado resultados encontrados sem significacircncia estatiacutestica
podem ter sido ocasionados pelo tamanho amostral reduzido devido a dificuldade de
rastreamento da populaccedilatildeo uma vez que a unidade de sauacutede natildeo atualizou o endereccedilo e
telefone das mulheres eleitas para o estudo Talvez se tivesse sido realizado contato anual
com essas mulheres natildeo teriacuteamos perdido o seguimento delas
42
8 Conclusatildeo
Devido agrave sua alta prevalecircncia e associaccedilatildeo com mortalidade e incapacidade a fratura
devido agrave fragilidade oacutessea deve ser considerada um problema de sauacutede puacuteblica no Brasil
Apesar das limitaccedilotildees o presente estudo foi realizado de forma prospectiva em mulheres
brasileiras na poacutes-menopausa devendo os seus resultados serem levados em consideraccedilatildeo
para a formulaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas de sauacutede para a prevenccedilatildeo e estrateacutegias de tratamento
para as fraturas Os fatores de risco encontrados como a idade avanccedilada a histoacuteria familiar
de fratura de quadril e a presenccedila de osteoporose devem ser acompanhados e combatidos para
tentar-se diminuir o risco para as fraturas Assim como o USO mostrou ser um meacutetodo
confiaacutevel para avaliar o risco para fraturas podendo ser implementado em maior escala do
que a atual Entatildeo acreditamos que novos estudos prospectivos com uma amostra mais
representativa devam ser realizados para se confirmar os fatores associados a fraturas por
fragilidade oacutessea na populaccedilatildeo brasileira para cada vez mais conhecermos o perfil da nossa
populaccedilatildeo e termos subsiacutedios para combater esse agravo
43
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48
10 Anexo 1 - Instrumento de coleta - EVOS (EUROPEAN VERTEBRAL
OSTEOPOROSIS STUDY)
Data _________
Nome________________________________________________________
Endereco_____________________________________________________
Fone _____________ Data de nascimento _________ RG
1- Dados antropomeacutetricos
Peso (Kg) Altura (m) IMC
2- Dados Ginecoloacutegicos
Idade da primeira menstruacao anos
Vocecirc jaacute usou piacutelula anticoncepcional por mais de 3 meses
sim natildeo natildeo sei
Vocecirc jaacute ficou algum periacuteodo em sua vida sem menstruar antes da menopausa (exceto se
gravidez) sim natildeo natildeo sei
Idade da ultima menstruaccedilatildeo anos
Numero de filhos
Vocecirc fez cirurgia para retirar o uacutetero sim com Idade ____ (anos)
natildeo natildeo sei
E para retirar os ovaacuterios (um ou os dois) sim idade ___ (anos)
natildeo natildeo sei
Vocecirc fez reposiccedilatildeo hormonal apos a menopausa sim natildeo natildeo sei
Se sim quando iniciado o periacuteodo foi superior a 1 ano sim natildeo natildeo sei
49
Vocecirc notou os seguintes sintomas na menopausa
calores sim natildeo natildeo sei
depressatildeo sim natildeo natildeo sei
insocircnia sim natildeo natildeo sei
outros sim natildeo natildeo sei
Vocecirc amamentou sim natildeo natildeo sei
Se sim quantas crianccedilas vocecirc amamentou por mais que 3 meses
3- Dados familiares
Em sua famiacutelia (pai matildee irmatildeos) existe historia de fratura de quadril apos os 50 anos de
idade sim natildeo natildeo sei
4- Histoacuteria de fratura
Vocecirc jaacute teve alguma fratura sim natildeo natildeo sei
Se sim em qual sitio esqueleacutetico com que idade e qual foi o tipo de trauma
Sitio Numero Idade (anos) Niacutevel do trauma
Vertebra
Fecircmur (colo trocanter)
Costela
Antebraccedilo
Uacutemero
Pe
Outras
Vocecirc sabe que tem osteoporose sim tenho natildeo natildeo tenho natildeo sei
5- Aacutelcool
Com que frequecircncia vocecirc bebeu no ultimo ano
Diariamente 5-6 dsem 3-4 dsem
50
1 -2 dsem lt 1 dsem nunca
Tipo de bebida destilados (uiacutesque cachaccedila vodka)
fermentados (cerveja vinho)
6- Imobilizaccedilatildeo
Vocecirc jaacute ficou acamado por um periacuteodo superior a 2 meses
sim natildeo natildeo sei
Se sim foi antes ou apos os 25 anos de idade
ano passado nunca
7- Fumo
Vocecirc fumou cigarro ou usou outras formas de fumo (cachimbo ou charuto)
atualmente no passado nunca
Com que idade iniciou anos
Se parou com que idade anos
Numero de cigarrosdia
8- Atividade Fiacutesica
Quantas tempo costuma passar diariamente ao ar livre caminhando ou andando de bicicleta
nenhuma a 1 h superior a 1 h
Qual a sua atividade fiacutesica durante diferentes periacuteodos de sua vida adulta
Ate os 25 anos 25 a 50 anos acima 50 anos
Niacutevel 1 (leve) 2 (moderada) 3 (pesada) 4
(muito pesada)
9- Impacto
Como vocecirc descreveria sua sauacutede geral neste momento
muito boa boa satisfatoacuteria regular ruim
10- Interrogatoacuterio sobre drogas
51
Vocecirc jaacute usou alguma medicaccedilatildeo oral ou injetaacutevel contendo corticosteroides por mais de 3
meses sim natildeo natildeo sei
Vocecirc jaacute usou alguma desses remeacutedios
Droga sim natildeo sei tempo
(meses)
parou ha quanto tempo
Hormocircnios
masculinos
Hormocircnios
femininos
Calcitonina
Fluacuteor
Caacutelcio
Vitamina D
Anabolizantes
Diureacuteticos
tiazidicos
11- Ingestatildeo de caacutelcio
Com que frequecircncia vocecirc comeu produtos derivados do leite na semana passada
(diassemana)
queijo amarelo queijo branco iogurte leite sorvete
Para os periacuteodos indicados abaixo com que frequecircncia vocecirc recebeu leite
ate 25 anos 25 a 50 anos Acima de 50 anos
Todas as refeiccedilotildees (3 ou + coposdia)
1-2 coposdia
52
Toda semana mas natildeo todo dia
lt 1 vezsemana
53
11 Anexo 2 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Projeto de Pesquisa Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade
oacutessea em mulheres na menopausa
Pesquisador responsaacutevel Dra Lizanka Paola F Marinheiro
Instituiccedilatildeo responsaacutevel Instituto Fernandes Figueira
Vocecirc estaacute sendo convidado a participar do projeto de pesquisa intitulado
Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea em mulheres na
menopausa por que vocecirc participou do estudo anterior realizado haacute 7 anos sobre a
osteoporose e suas consequumlecircncias
54
A osteoporose e uma doenccedila que se caracteriza pela diminuiccedilatildeo da resistecircncia do osso
tornando-o mais fraacutegil Essa fragilidade aumenta o risco da pessoa que tem osteoporose de ter
fraturas mesmo com atividades comuns como tossir ou espirrar
Com isso esse trabalho deseja avaliar a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea na
populaccedilatildeo de mulheres na poacutes menopausa residente da Ilha de Paquetaacute apoacutes 7 anos de
seguimento do uacuteltimo estudo transversal
Vocecirc natildeo eacute obrigada a participar Mas se quiser vocecirc teraacute que responder a um
questionaacuterio Para participar vocecirc natildeo teraacute que pagar nada O resultado seraacute fornecido apenas
a vocecirc ningueacutem mais saberaacute Suas duvidas seratildeo esclarecidas e vocecirc devera continuar
acompanhamento com seu meacutedico assistente Se vocecirc natildeo quiser participar natildeo seraacute
submetida a nenhum constrangimento fiacutesico ou moral e seu atendimento no posto de sauacutede
natildeo seraacute prejudicado A participante poderaacute se retirar do estudo a qualquer momento que
julgar necessaacuterio sem prejuiacutezo para a mesma O resultado de toda a pesquisa seraacute divulgada e
atraveacutes de artigos cientiacuteficos em revistas encontros congressos ou similares sem a
divulgaccedilatildeo dos nomes de quem participou de forma sigilosa
Sua participaccedilatildeo no estudo natildeo implicaraacute em custos adicionais O (A) Sr (a) natildeo teraacute
qualquer despesa com a realizaccedilatildeo dos procedimentos previstos neste estudo que seratildeo
custeados pelo pesquisador responsaacutevel Tambeacutem natildeo haveraacute nenhuma forma de pagamento
pela sua participaccedilatildeo
Caso surja alguma duacutevida quanto agrave eacutetica do estudo o (a) Sr(a) deveraacute se reportar ao
Comitecirc de Eacutetica em Pesquisas envolvendo seres humanos ndash subordinado ao Conselho
Nacional de Eacutetica em Pesquisa oacutergatildeo do Ministeacuterio da Sauacutede atraveacutes de solicitaccedilatildeo ao
representante de pesquisa que estaraacute sob contato permanente ou contactando o Comitecirc de
Eacutetica em Pesquisa desta instituiccedilatildeo no telefone (21) 3971-1590 Eacute assegurado o completo
55
sigilo de sua identidade quanto a sua participaccedilatildeo neste estudo incluindo a eventualidade da
apresentaccedilatildeo dos resultados deste estudo em congressos e perioacutedicos cientiacuteficos
Eu________________________________________________________________________
residente do endereccedilo__________________________ fui informada dos objetivos e da
justificativa deste trabalho de forma clara e detalhada pela Dra Adriana de Mattos V da
Costa Recebi informaccedilotildees especificas sobre cada procedimento no qual estarei envolvida
dos desconfortos e riscos previstos tanto quanto dos benefiacutecios esperados Todas as minhas
duvidas foram respondidas com clareza e sei que poderei solicitar novos esclarecimentos a
qualquer momento Aleacutem disso sei que novas informaccedilotildees obtidas durante o estudo me seratildeo
fornecidas e que terei liberdade de retirar meu consentimento de participaccedilatildeo face a estas
informaccedilotildees sem prejuiacutezo para mim Aleacutem disto me foi entregue uma coacutepia da folha de
informaccedilotildees para os participantes a qual li compreendi e me deu plena liberdade para decidir
acerca da minha espontacircnea participaccedilatildeo nesta pesquisa Minha identidade jamais seraacute
publicada Os dados colhidos poderatildeo ser examinados por pessoas envolvidas no estudo com
autorizaccedilatildeo delegada do investigador e por pessoas delegadas pelo patrocinador Estou
recebendo uma coacutepia assinada deste Termo
Os pesquisadores responsaacuteveis pelo Projeto satildeo a Dra Lizanka Paola F Marinheiro e
sua aluna a Dra Adriana de Mattos Viveiros da Costa
56
Participante
Nome _________________________________
Assinatura________________________________
Data_________________________________________
Investigador
Nome____________________________________
Assinatura________________________________
Data_______________________________________
Pesquisadora
Nome______________________________________
Assinatura___________________________________
Data__________________________________________
Dra Lizanka Paola F Marinheiro
lizankaglobocom
tel 25541700
Dra Adriana de Mattos Vda Costa
adrianamattosmedyahoocombr
tel 87273315
Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa
Rua Afonso Cavalcanti 455 sala 710 ndash Cidade Nova -
Telefone 3971-1463
5
Abstract
Introduction The increased occurrence of secondary fractures associated with bone
fragility represents a significant Public Health problem since it leads to a considerable
increase in morbidity mortality and in health care costs for postmenopausal women
Objectives To evaluate the factors related to the occurrence of fractures in postmenopausal
women attended at a public health center Methodology A prospective cohort study was
conducted in Paquetaacute Island Rio de Janeiro in 2011 Using an existing database these
women were identified contacted by phone and asked to come to the local hospital The
selected patients were submitted to a structured questionnaire assessing factors related to
bone fragility Results The incidence of fracture due to bone fragility was of 21 and the
main site was the forearm accounting for 13 The average age of the population was 72
with a SD plusmn 90 In the group of fractured patients 50 were between 65 and 79 years old
which suggest this is the age group that is most susceptible to fractures associated with bone
fragility Twenty two percent of the patients who had an altered quantitative ultrasonometry
of the calcaneus had fractures in that period of their lives The RR was calculated RR = 113
(CI 95 048 ndash 263) The patients who had fractures were more overweight or obese
(722) had a longer family history of hip fracture (133) and more diagnoses of
osteoporosis (471) than patients without fractures (p-value gt 005) And 235 of the
patients who were bedridden for more than two months suffered some type of fracture with a
p-value lt 005 In the correlation between the different ages time of menopause and BMI a
positive association between age and time of menopause became clear in the groups of
patients with and without fractures Conclusion The risk factors for fractures associated with
bone fragility help us to define the profile of our population and provide us with means to
fight this problem
Key Words Fractures Bone Fragility and Epidemiology
6
Lista de Abreviaturas e Siglas
BUA = Atenuaccedilatildeo da frequecircncia do som
DMO= Densidade Mineral Oacutessea
DP= Desvio Padratildeo
EVOS= European Vertebral Osteoporosis Study
FCRs= Fatores Cliacutenicos de Riscos
IBGE= Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica
IMC= Iacutendice de Massa Corporal
IDH= Iacutendice de Desenvolvimento Humano
OMS= Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
PNAISM= Poliacutetica Nacional de Assistecircncia Integrada a Sauacutede da Mulher
PNAD= Pesquisa Nacional Por Amostra de Domiciacutelio
SPSS= Statistical Package for Social Science
SOS= Velocidade do Som
TH= Terapia Hormonal
USO= Ultrassonometria Oacutessea de calcacircneo
7
Lista de Ilustraccedilotildees
Graacutefico 1- Incidecircncia de fratura em mulheres poacutes-menopausa 2003-2011
Graacutefico 2-Mulheres poacutes-menopausa por idade segundo fratura
Graacutefico 3- Anos apoacutes a menopausa conforme fratura
Tabela 1- Caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas das mulheres poacutes
menopausa (n=86)
Tabela 2- Caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas das mulheres poacutes
menopausa em 2003
Tabela 3- Incidecircncia de fraturas em mulheres poacutes menopausa segundo a
localizaccedilatildeo da fratura 2003-2011
Tabela 4- Relaccedilatildeo entre idade e fratura nas mulheres na poacutes menopausa
Tabela 5- Incidecircncia de fratura em mulheres poacutes-menopausa segundo
resultado da USO 2003-2011
Tabela 6 - Caracteriacutesticas cliacutenicas de mulheres poacutes-menopausa segundo
fratura (n=86)
Tabela 7- Caracteriacutesticas comportamentais de mulheres poacutes-menopausa
segundo fratura (n=86)
Tabela 8- Coeficientes de correlaccedilatildeo de Spearman (rs) entre idade IMC e
tempo de menopausa em mulheres poacutes-menopausa com fratura (n=18) e
sem fratura (n=68)
8
Sumaacuterio
Lista de Abreviaturas e Siglas 6
Lista de Ilustraccedilotildees 7
1 Introduccedilatildeo 9
2 Justificativa 11
3 Objeto de Estudo 16
31 Objetivos 16
311 Geral 16
312 Especiacuteficos 16
4 Marco Teoacuterico 17
5 Materiais e Meacutetodos 23
51 Populaccedilatildeo 23
52 Tipo de estudo 23
53 Criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo 24
54 Alocaccedilotildees de pacientes 24
55 Anaacutelise Estatiacutestica 26
6 Resultados Encontrados 28
61 Gerais 28
62 USO preacutevia X Fraturas 28
63 Caracteriacutesticas cliacutenicas e comportamentais X Fratura 29
64 Tempo de menopausa X Fratura 30
7 Discussatildeo 38
8 Conclusatildeo 42
9 Referecircncias Bibliograacuteficas 43
10 Anexo 1 - Instrumento de coleta - EVOS (EUROPEAN VERTEBRAL OSTEOPOROSIS STUDY) 48
11 Anexo 2 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido 53
1
9
1 Introduccedilatildeo
Nota-se nas uacuteltimas deacutecadas o aumento da expectativa de vida das mulheres que
atingem a fase do climateacuterio ainda ativa econocircmica e socialmente desejando uma melhor
qualidade de vida Segundo a definiccedilatildeo proposta pela Sociedade Internacional da Menopausa
no 1deg Congresso Mundial de Climateacuterio em 1976 climateacuterio eacute o periacuteodo de transiccedilatildeo entre a
vida reprodutiva e a senilidade A menopausa seria a uacuteltima menstruaccedilatildeo natural Ela
geralmente ocorre por volta dos 50 anos e soacute pode ser reconhecida apoacutes os doze meses de
amenorreia (Speroff et al 1989)
Este periacuteodo eacute marcado por um estado de hipoestrogenismo com um impacto
negativo na vida das mulheres Todavia a multiplicidade de manifestaccedilotildees inclui distuacuterbios
fiacutesicos psicoloacutegicos e metaboacutelicos (De Lorenzi et al 2005) Dentre as doenccedilas crocircnicas que
atingem a mulher climateacuterica a osteoporose aparece como uma das patologias de maior
incidecircncia (Vianna 2001)
Quando sintomas da osteoporose aparecem se relacionam com a ocorrecircncia de
fraturas mais comumente na porccedilatildeo distal do antebraccedilo na coluna vertebral e no colo do
fecircmur (International Osteoporosis Foundation 2005) A maior incidecircncia de fraturas eacute
observada em mulheres brancas na poacutes-menopausa (Pinheiro et al 2010a b) e os fatores
associados agraves fraturas alguns jaacute satildeo bem conhecidos e outros ainda precisam ser descobertos
Assim a fratura por fragilidade oacutessea eacute definida como aquela resultante de uma queda da
proacutepria altura ou trauma menos intenso em indiviacuteduos com 50 anos ou mais em siacutetios
esqueleacuteticos especiacuteficos antebraccedilo fecircmur costelas veacutertebras e uacutemero (Pinheiro et al
2010a)
10
Segundo o IBGE (IBGE 2009a) a expectativa de vida no Brasil eacute de 72 anos e soacute no
ano 2000 jaacute havia 24 milhotildees de mulheres com mais de 40 anos Ou seja predominantemente
na fase de deficiecircncia estrogecircnica e com risco aumentado de osteoporose A principal e mais
temida complicaccedilatildeo da osteoporose eacute a fratura oacutessea Entatildeo a adoccedilatildeo de meacutetodos praacuteticos e
de baixo custo para o rastreamento da populaccedilatildeo de risco para fraturas propiciaria a
quantificaccedilatildeo do problema e o planejamento de intervenccedilotildees precoces que impedissem ou
retardassem a ocorrecircncia deste agravo (Oliveira et AL 2007) Logo o conhecimento da
epidemiologia local de fraturas por fragilidade oacutessea eacute essencial para embasar este
rastreamento
Sendo assim esse estudo procurou avaliar a incidecircncia de fraturas por fragilidade
oacutessea na populaccedilatildeo de mulheres na poacutes-menopausa residente da Ilha de Paquetaacute apoacutes sete
anos de seguimento
11
2 Justificativa
No Brasil com o envelhecimento populacional e consequumlente aumento no nuacutemero de
idosas medidas devem der tomadas para se cuidar da mulher em sua fase climateacuterica eacutepoca
que ela chega a viver um terccedilo ou mais apoacutes o fim do periacuteodo reprodutivo Essa transiccedilatildeo
epidemioloacutegica tem trazido grandes desafios ao Estado Haacute a substituiccedilatildeo entre as primeiras
causas de morte das doenccedilas transmissiacuteveis pelas crocircnicas degenerativas e causas externas
entre elas a osteoporose (IBGE 2009b)
Vaacuterios fatores estatildeo relacionados agrave causa da osteoporose como a etnia a nutriccedilatildeo os
exerciacutecios fiacutesicos os dados antropomeacutetricos o alcoolismo o tabagismo e a vida reprodutiva
da mulher Por isso eacute necessaacuterio que se tenha cada vez mais estudos atuais e com populaccedilotildees
brasileiras para que os fatores de risco que fazem a diferenccedila para fraturas por fragilidade
sejam descobertos (Pinheiro et al 2010b c)
Em 2003 segundo as informaccedilotildees da Pesquisa Nacional por Amostras de Domiciacutelios
(PNAD) a populaccedilatildeo de 60 anos ou mais era por volta de 17 milhotildees de pessoas
representando cerca de 10 da populaccedilatildeo total do Paiacutes (IBGE 2009a) As diferenccedilas de sexo
satildeo importantes para descrever as pessoas idosas e da mesma forma como tem ocorrido em
todo o mundo o nuacutemero de mulheres idosas no Brasil eacute maior do que o de homens as
informaccedilotildees da PNAD mostraram que em 2003 essa proporccedilatildeo era de 559 e 441
respectivamente (IBGE 2009a)
Tambeacutem foi observado que a expectativa de vida a partir dos 60 anos aumentou no
periacuteodo de 1999 a 2003 em todas as faixas de idade tanto para homens quanto para
mulheres entretanto a expectativa de vida das mulheres excede a dos homens e este fato
explica em parte a maior proporccedilatildeo de mulheres idosas em relaccedilatildeo aos homens Em 2006
12
no Paiacutes como um todo a expectativa de vida das pessoas de 60 anos era de 193 anos para os
homens e de 224 anos para as mulheres Notando as mudanccedilas nas caracteriacutesticas da
populaccedilatildeo o Ministeacuterio da Sauacutede iniciou accedilotildees voltadas agraves mulheres no periacuteodo climateacuterico
entre elas a Poliacutetica de Assistecircncia Integral aacute Sauacutede da Mulher (PNAISM 2004)
Os estudos confirmam que diferenccedilas de sexo e idade na percepccedilatildeo da sauacutede satildeo
importantes determinantes do comportamento em relaccedilatildeo agrave procura por atendimento de sauacutede
(WHO 2001)
Em 2003 as mulheres idosas declararam um estado de sauacutede pior do que os homens
exceto entre os idosos de 80 anos ou mais onde a tendecircncia se inverte passando os homens a
declarar um estado de sauacutede pior do que aquele declarado pelas mulheres (PNAD 2003)
Os resultados do Censo Demograacutefico 2000 para os municiacutepios das capitais
apresentam padrotildees de incapacidade funcional em mobilidade fiacutesica compatiacuteveis com aqueles
apontados pelas informaccedilotildees da Politica Nacional de Assistecircncia a Domiciacutelio 2003 para as
aacutereas metropolitanas As mulheres declaram incapacidade funcional em maior proporccedilatildeo do
que os homens observando-se tambeacutem o caraacuteter progressivo da incapacidade funcional
entre os idosos em relaccedilatildeo ao aumento da idade (IBGE 2009a b)
Com o maior nuacutemero de idosos consequumlentemente haacute uma elevaccedilatildeo na frequecircncia das
fraturas por fragilidade oacutessea Isso se torna um problema de sauacutede de grandes dimensotildees
para a paciente na poacutes-menopausa pelos limites que comprometem sua qualidade de vida
para a famiacutelia por arcar com a responsabilidade de protegecirc-la no seu conviacutevio e para a sauacutede
puacuteblica pelo ocircnus econocircmico (Speroff et al 1989 Pinheiro et al 2010a b) Assim satildeo
necessaacuteria accedilotildees de promoccedilatildeo prevenccedilatildeo e abordagem da osteoporose que incide a partir da
perimenopausa
13
Estima-se que 70 das fraturas de quadril esperadas para 2050 ocorreratildeo na Aacutesia
Ameacuterica Latina e Aacutefrica (Cooper 1999) Jaacute na Europa segundo dados da Fundaccedilatildeo
Internacional de Osteoporose estima-se que uma em cada trecircs mulheres acima dos 50 anos
teraacute fratura por fragilidade oacutessea E na Uniatildeo Europeia ocorre uma fratura a cada 30 segundos
e se espera que para essa populaccedilatildeo o nuacutemero de fraturas dobre nos proacuteximos 50 anos
(International Osteoporosis Foundation 2005)
Estudos realizados sobre os custos da osteoporose e suas consequecircncias demonstram
que os gastos com essa doenccedila impressionam O estudo de Silva et al (2003) somou os gastos
com as internaccedilotildees para reduccedilotildees ciruacutergicas as reduccedilotildees incruentas o tratamento
conservador os gastos com cirurgias para a retirada de proacutetese internaccedilotildees de longa
permanecircncia consultas meacutedicas e fisioterapia chegando agrave conclusatildeo de que os custos do
SUS com o tratamento das fraturas eacute de mais de 20 milhotildees de reais por ano Tambeacutem
Tosteson et al (2008) fizeram um levantamento de custos do tratamento da osteoporose em
uma populaccedilatildeo de mulheres americanas em 2005 e mostrou que os custos anuais com
medicamentos satildeo altiacutessimos
Sobre os exames realizados para avaliaccedilatildeo da osteoporose os principais usados satildeo a
densitometria oacutessea e a ultrassonometria oacutessea de calcacircneo (USO) A densitometria oacutessea eacute
considerada o padratildeo-ouro para o diagnoacutestico de osteoporose pela Organizaccedilatildeo Mundial da
Sauacutede (OMS) desde 1994 poreacutem este exame estima apenas a densidade mineral oacutessea A
USO busca refletir outros paracircmetros aleacutem da densidade mineral oacutessea avaliando o risco de
fratura com eficiecircncia similar agrave densitometria oacutessea (Oliveira et al 2004 Castro 2000)
Embora os fatores cliacutenicos de riscos (FCRs) em populaccedilotildees de risco para osteoporose
e fratura estejam bem estabelecidos especialmente em estudos internacionais sua prevalecircncia
14
na populaccedilatildeo brasileira em geral natildeo estaacute clara porque ainda faltam estudos sobre o tema Um
dos principais estudos sobre a avaliaccedilatildeo de FCR foi o BRAZOS (Pinheiro et al 2010a) Ele
natildeo avaliou os fatores de risco relacionados agrave massa oacutessea mas os seus resultados permitem
inferir que esses fatores de risco satildeo muito semelhantes agravequeles relacionados agrave fratura por
baixo impacto Pinheiro et al (2010) demonstrou que os principais FCRs associados agrave fratura
por osteoporose de qualquer siacutetio esqueleacutetico de um total de 2420 indiviacuteduos apoacutes ajustes
estatiacutesticos foram histoacuteria familiar de fratura de quadril idade avanccedilada e baixo peso E que
a associaccedilatildeo de FCR agraves medidas de massa oacutessea poderia melhorar a discriminaccedilatildeo de
pacientes com maior risco de fratura osteoporoacutetica (Pinheiro et al 2010a b)
Atualmente existe uma ferramenta chamada FRAXreg utilizada por meacutedicos em vaacuterios
paiacuteses baseado na pratica meacutedica usando uma combinaccedilatildeo de fatores cliacutenicos e densidade
mineral oacutessea O FRAXreg eacute usado para predizer o risco de fratura nos proacuteximos dez anos com
implicaccedilotildees diretas na decisatildeo do tratamento e custos (Kanis et al 2008 Pinheiro et al 2009)
Poreacutem o risco absoluto de fraturas depende da populaccedilatildeo estudada e essa ferramenta ainda
natildeo foi aprovada para uso no Brasil Assim estudos epidemioloacutegicos representativos sobre
fatores de risco para fraturas ainda continuam sendo necessaacuterios (Pinheiro et al 2009)
Em 2003 a dissertaccedilatildeo de mestrado da Dra Patriacutecia Pereira de Oliveira verificou o
risco aumentado de fraturas por osteoporose atraveacutes da USO (Oliveira et al 2007) na
populaccedilatildeo de mulheres menopausadas na ilha de Paquetaacute-RJ Em nosso estudo verificaremos
se existe uma correlaccedilatildeo entre os achados ultrassonograacuteficos e as fraturas cliacutenicas na mesma
populaccedilatildeo por ela utilizada aleacutem outros fatores de risco para fraturas serem contemplados
como doenccedilas de base tempo de menopausa medicamentos entre outros Isto se justifica
pela necessidade de termos no Brasil dados sobre a incidecircncia de fraturas por fragilidade
oacutessea e fatores de risco a ela relacionados desenvolvidos em uma populaccedilatildeo brasileira e
15
residente de uma ilha localizada no litoral fluminense Jaacute que a literatura nessa aacuterea eacute escassa
e para que compreendendo melhor a dinacircmica da fratura por fragilidade oacutessea possamos
intervir antes que ela ocorra melhorando a qualidade de vida dessas mulheres e diminuiacutedo os
gastos com a sauacutede
16
3 Objeto de Estudo
Estudo de fatores associados agraves fraturas por fragilidade oacutessea em mulheres na poacutes-
menopausa atendidas em uma unidade baacutesica de sauacutede
Questionamento
Quais os fatores associados agrave ocorrecircncia de fraturas em mulheres poacutes-menopausa
acompanhadas em uma unidade baacutesica de sauacutede
31 Objetivos
311 Geral
Avaliar os fatores relacionados agrave ocorrecircncia de fraturas em mulheres poacutes-menopausa
acompanhadas em uma unidade baacutesica de sauacutede
312 Especiacuteficos
a- Avaliar se a ocorrecircncia de fraturas foi maior nas pacientes identificadas como risco
aumentado para fraturas pelo ultrassonometria oacutessea de calcacircneo preacutevia
b- Verificar a associaccedilatildeo entre as fraturas por fragilidade oacutessea e os dados cliacutenicos
comportamental e demograacuteficos (idade e sexo) das pacientes
c- Analisar se o tempo de menopausa influencia a ocorrecircncia de fraturas por fragilidade
oacutessea
17
4 Marco Teoacuterico
A osteoporose pode ser definida como doenccedila osteometaboacutelica caracterizada pela
diminuiccedilatildeo da densidade mineral oacutessea com alteraccedilotildees na sua microestrutura que conduzem
a um aumento da fragilidade oacutessea e uma tendecircncia a fraturas por traumatismos pouco
intensos Dado o exposto esta constitui o verdadeiro problema de sauacutede puacuteblica devido agrave sua
alta taxa de morbimortalidade e altos custos (Vianna et al 2001 International Osteoporosis
Foundation 2005)
Com relaccedilatildeo ao hipoestrogenismo observa-se que as mulheres apresentam uma perda
oacutessea mais acelerada nos dez primeiros anos apoacutes a instalaccedilatildeo da menopausa do que os
homens da mesma idade adquirindo risco de fratura mais precocemente do que eles (NHI
2001) Esta diminuiccedilatildeo de massa oacutessea total poderaacute ser ateacute dez vezes a diminuiccedilatildeo ocorrida
antes deste periacuteodo podendo chegar a 2 a 4 ao ano para o osso trabecular e de 1 para o
cortical (NHI 2001) A deficiecircncia de estrogecircnio aumenta o remodelamento oacutesseo e pode
agravar o desequiliacutebrio nas unidades de remodelamento com o aumento do tempo de vida dos
osteoclastos em detrimento dos osteoblastos (Fyhrie amp Schaffler 1994)
Na maioria dos casos a perda oacutessea eacute assintomaacutetica Quando sinais e sintomas da
osteoporose aparecem se relacionam com a ocorrecircncia de fraturas mais comumente na
porccedilatildeo distal do antebraccedilo (fratura de Colles) na coluna vertebral e no colo do fecircmur
(International Osteoporosis Foundation 2005) A maior incidecircncia de fraturas eacute observada
em mulheres brancas na poacutes menopausa (Pinheiro et al 2010a b)
Pinheiro et al (2010) analisaram 275 mulheres caucasoacuteides acima dos 50 anos e
acharam que 44 jaacute possuiacuteam algum tipo de fratura por osteoporose (Pinheiro et al 2010b)
A dor oacutessea eacute consequumlecircncia tanto das fraturas quanto das deformidades oacutesseas As fraturas
18
vertebrais satildeo as mais comuns poreacutem satildeo geralmente assintomaacuteticas e portanto menos
diagnosticadas Poreacutem podem causar dor perda de peso deformidade na coluna espinhal e
perda de estabilidade ao andar (International Osteoporosis Foundation 2005) Apenas 10
das fraturas de veacutertebras cursam com hospitalizaccedilatildeo mesmo que causem dor e diminuiccedilatildeo da
qualidade de vida Elas ocorrem entre os 50 e 60 anos de idade com maior frequecircncia
(International Osteoporosis Foundation 2005)
Jaacute as fraturas do fecircmur satildeo as mais letais devido a complicaccedilotildees poacutes-operatoacuterias As
principais causas de mortalidade satildeo as infecccedilotildees e tromboembolismo As fraturas de quadril
satildeo menos prevalentes do que as vertebrais poreacutem de maior gravidade devido agraves altas taxas
de morbimortalidade aleacutem do alto custo para a famiacutelia e para o sistema puacuteblico de sauacutede A
mortalidade apoacutes uma fratura de quadril eacute de cerca de 20- 24 no ano seguinte a fratura
sendo acompanhada de periacuteodos de hospitalizaccedilatildeo prolongados (International Osteoporosis
Foundation 2005 Silveira et al 2005) Estimativas apontam que no ano de 2050 ocorreratildeo
aproximadamente 65 milhotildees de fratura de quadril em todo mundo (Cooper 1999) As
fraturas de punho satildeo as mais facilmente observadas por mulheres no climateacuterio chegando a
originar seis milhotildees de dias de restriccedilatildeo de trabalho por ano (International Osteoporosis
Foundation 2005)
Aleacutem do custo pessoal o impacto econocircmico gerado pela osteoporose eacute enorme
Atraveacutes do mundo eacute estimado que uma em cada trecircs mulheres acima dos 50 anos teraacute fraturas
por osteoporose Na Europa no ano 2000 foi estimada uma ocorrecircncia de 379 milhotildees de
fraturas por fragilidade oacutessea sendo que destas 890 mil eram de quadril (Tosteson et al
2008) Eacute sabido que apenas metade das pacientes que sobrevivem agrave fratura de quadril voltaraacute
a andar novamente mas dificilmente com a mesma agilidade que andava antes da fratura
Apesar de a osteoporose ser facilmente diagnosticada atraveacutes de exames e seu tratamento
19
poder ser instituiacutedo ainda eacute uma doenccedila muito subdiagnosticada e subtratada Eacute estimada na
comunidade europeacuteia que uma em cada trecircs fraturas de vertebrais recebe a atenccedilatildeo cliacutenica
que merece E uma pessoa com fratura de veacutertebra tem ateacute cinco vezes mais chance de
desenvolver nova fratura no ano seguinte fenocircmeno conhecido como fratura em cascata
(Lindsay et al 2001)
Tradicionalmente a osteoporose eacute reconhecida como uma doenccedila multifatorial sendo
70 desses fatores natildeo modificaacuteveis isto eacute definidos pela carga geneacutetica e 30
potencialmente modificaacuteveis e assim envolvidos com os aspectos ambientais Dessa forma
um uacutenico fator de risco natildeo eacute capaz de identificar indiviacuteduos com ou sem fratura Diferenccedilas
geneacuteticas raciais e antropomeacutetricas bem como da composiccedilatildeo corporal densidade oacutessea
dieta atividade fiacutesica e outros haacutebitos de vida contribuem para explicar as divergecircncias na
incidecircncia e na prevalecircncia de baixa densidade oacutessea e fraturas em diversos paiacuteses do mundo
(Pinheiro et al 2010b c) Os aspectos geneacuteticos desempenham importante influecircncia sobre a
aquisiccedilatildeo do pico de massa oacutessea e perda oacutessea relacionada agrave idade bem como na
determinaccedilatildeo das propriedades estruturais e geomeacutetricas do osso No entanto a associaccedilatildeo
entre diferentes polimorfismos gecircnicos e densidade oacutessea ou fraturas por osteoporose eacute
bastante controversa e varia em diferentes estudos inclusive no Brasil fato que pode ser
tomado como um provaacutevel reflexo das diferenccedilas de etnia e ambiental das populaccedilotildees
estudadas Da mesma forma os fatores ambientais natildeo permitem uniformizar e homogeneizar
o impacto de cada um deles em cada regiatildeo do planeta (Pinheiro et al 2010c)
Atualmente a densitometria oacutessea eacute o meacutetodo mais utilizado para avaliar a massa
oacutessea Eacute o padratildeo ouro para o diagnoacutestico de osteoporose A densidade mineral oacutessea (DMO)
eacute expressa em nuacutemero absolutos em gramas de mineral por centiacutemetro quadrado escaneado
ou ainda comparado com a DMO esperada para a idade e sexo da paciente (z escore) ou
20
comparado a DMO de adultos jovens normais do mesmo sexo (t-escore) A diferenccedila entre o
escore do paciente e o padratildeo eacute expressa em desvios padrotildees acima ou abaixo da meacutedia
(Castro et al 1999)
Segundo a Sociedade Brasileira de Densitometria Cliacutenica no consenso de 2008 satildeo
indicaccedilotildees para avaliaccedilatildeo da densidade mineral oacutessea (Brandatildeo et al 2009)
rdquoMulheres com idade gt a 65 anos e homens com idade gt a 70 anos
Mulheres acima de 40 anos na transiccedilatildeo menopausal (1-2) e homens acima de 50
anos de idade com fatores de risco
Adultos com antecedente de fratura por fragilidade condiccedilatildeo cliacutenica ou uso de
medicamentos associados agrave baixa massa oacutessea ou perda oacutessea
Indiviacuteduos para os quais satildeo consideradas intervenccedilotildees farmacoloacutegicas para
osteoporose
Indiviacuteduos em tratamento para osteoporose para monitoramento de sua eficaacutecia
Indiviacuteduos que natildeo estejam sob tratamento poreacutem nos quais a identificaccedilatildeo de perda
de massa oacutessea possa determinar a indicaccedilatildeo do tratamento
Mulheres interrompendo terapia hormonal (TH)rdquo
Arq Bras Endocrinol Metab 2009 531 pag108
A proacutepria definiccedilatildeo de osteoporose pela Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede reunida em
Hong Kong em 1994 estabeleceu criteacuterios diagnoacutesticos baseados em valores obtidos pela
densitometria oacutessea classificando como osteopecircnicas aquelas mulheres que apresentarem-se
entre 1 e 25 desvios-padratildeo (DP) abaixo da meacutedia para adultas jovens e de osteoporoacuteticas as
que se encontrarem com mais de 25 DP abaixo da meacutedia para adultas jovens (Castro et al
1999 WHO 1999)
A densitometria oacutessea apresenta como desvantagens no entanto o fato de utilizar uma
fonte de radiaccedilatildeo ionizante e possuir um elevado custo que limita seu uso em estudos
populacionais principalmente em nosso paiacutes onde os recursos destinados agrave sauacutede da
populaccedilatildeo mais carente satildeo miacutenimos Sempre tentando diminuir o impacto dos gastos com
21
sauacutede eacute estimulada a busca por meacutetodos natildeo poluentes e mais baratos mas que tragam as
mesmas informaccedilotildees que os meacutetodos jaacute estabelecidos Em funccedilatildeo disto a USO vem sendo
avaliada e alguns resultados promissores tecircm sido apresentados (Castro et al 1999) Baseia-se
na modificaccedilatildeo das caracteriacutesticas de ultrassom transmitido atraveacutes de ossos de localizaccedilatildeo
mais superficiais como no calcacircneo tiacutebia falanges ou patela Os sistemas atuais se
constituem de dois transdutores sendo um transmissor e outro receptor posicionados em
locais diferentes do osso a ser estudado Os aparelhos existentes entre noacutes avaliam o
calcacircneo osso predominantemente trabecular atraveacutes das medidas de velocidade de
transmissatildeo do ultrassom (SOS em ms) e da atenuaccedilatildeo da frequumlecircncia do ultrassom (BUA em
dBMHz) (Kanis et al 2008) Novamente de acordo com a orientaccedilatildeo da Sociedade Brasileira
de Densitometria Cliacutenica de 2008 as recomendaccedilotildees para ultrassonometria oacutessea satildeo
(Brandatildeo et al 2009)
rdquoO uacutenico siacutetio validado para o uso cliacutenico da USO em osteoporose eacute o calcacircneo
Equipamentos de USO de calcacircneo validados satildeo capazes de estimar fratura por
fragilidade em mulheres na poacutes-menopausa e em homens com idade superior a 65 anos
independentemente da densidade mineral oacutessea medida em equipamentos de DMO
central
A correlaccedilatildeo entre os resultados obtidos por USO e DMO ccccccc entral eacute
moderada
USO do calcacircneo associada a fatores de risco cliacutenicos podem ser usados para
identificar populaccedilatildeo com baixa probabilidade de fratura na qual avaliaccedilatildeo adicional
natildeo seja mais necessaacuteria
Medidas de DMO central na coluna e no fecircmur constituem o meacutetodo de escolha para a
tomada de decisatildeo terapecircutica Entretanto se a DMO central natildeo for acessiacutevel o
tratamento farmacoloacutegico pode ser iniciado se a probabilidade de fratura avaliada pelo
USO do calcacircneo com pontos de corte especiacuteficos associados a fatores de risco
cliacutenicos for suficientemente alta
Equipamentos de USO natildeo satildeo clinicamente uacuteteis no monitoramento de efeitos
esqueleacuteticos dos medicamentos disponiacuteveis para o tratamento da osteoporoserdquo
Arq Bras Endocrinol Metab 2009 531 pag110
22
Em 2003 foi realizada uma dissertaccedilatildeo de mestrado (Oliveira et al 2007) sobre a
utilizaccedilatildeo do USO para estimar a prevalecircncia de risco aumentado de fraturas em uma
populaccedilatildeo de mulheres na poacutes menopausa residentes da Ilha de Paquetaacute Em trabalho
realizado por Oliveira e cols nesta instituiccedilatildeo Foi realizado um estudo transversal com
recrutamento de 385 mulheres residentes da Ilha Todas as mulheres responderam a
questionaacuterio previamente estruturado e foram submetidas a medidas antropomeacutetricas e a
USO As medidas de USO foram realizadas segundo o manual do fabricante A idade da
populaccedilatildeo estudada variou entre 42 e 95 anos Os resultados encontrados mostram que
5922 da amostra apresentava algum tipo de alteraccedilatildeo a USO com t score menor que -1
Esse grupo era composto por mulheres mais idosas com menor peso menor altura e menor
percentual de gordura quando comparado com o grupo com t score lt ndash 1 Foi encontrado que
1688 das pesquisadas possuiacuteam alto risco para fraturas com t score lt -25 E as mulheres
do grupo de alto risco tinham maior peso e IMC paracircmetros conhecidos como protetores
Embora divergente da literatura a autora atribui esses resultados a caracteriacutesticas das
mulheres mais idosas em um contexto social de baixa escolaridade e renda (Oliveira et al
2007)
23
5 Materiais e Meacutetodos
51 Populaccedilatildeo
A Ilha de Paquetaacute dista aproximadamente 15 km da Praccedila XV no Centro da Cidade
do Rio de Janeiro sendo a principal ilha do arquipeacutelago de Paquetaacute situada ao nordeste da
Baiacutea de Guanabara A populaccedilatildeo e frequecircncia da Ilha satildeo extremamente sazonais sendo
aproximadamente 2200 domiciacutelios (entre moradores e veranistas) Os moradores fixos
correspondem a 4500 pessoas em sua maioria de famiacutelias antigas na Ilha das quais 208
satildeo idosos ultrapassando ateacute mesmo a meacutedia nacional que eacute em torno de 12 (IBGE
2009a) Este iacutendice faz de Paquetaacute o erceiro bairro em nuacutemero de idosos no municiacutepio sendo
que sua populaccedilatildeo pode ser considerada envelhecida segundo os criteacuterios da Organizaccedilatildeo
Mundial da Sauacutede (OMS 2003) Embora a maioria da populaccedilatildeo seja branca existem 109
de negros 256 de pardos e 01 de iacutendios Cerca de 90 dos domiciacutelios possuem aacutegua
tratada e 9957 tratamento de esgoto As famiacutelias residentes nesta regiatildeo satildeo compostas em
meacutedia por trecircs pessoas com rendimento meacutedio per capita de 301 salaacuterios miacutenimos (IPEA
2000) e o transporte urbano eacute feito basicamente a peacute por bicicletas ou charretes puxadas por
ciclistas (IBGE 2009a)
52 Tipo de estudo
Foi realizado um estudo de coorte prospectivo na ilha de PaquetaacuteRJ no ano de 2011
Foram inicialmente alocadas todas as mulheres que participaram do estudo anterior
desenvolvido no ano de 2003 (Oliveira et al 2007)
24
53 Criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo
Os criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo foram os mesmos utilizados do estudo anterior
(Oliveira et al 2007) Sendo os criteacuterios de inclusatildeo as mulheres que estavam na menopausa
e que tinham residecircncia fixa na Ilha de Paquetaacute e os criteacuterios de exclusatildeo a historia pessoal
de doenccedilas que sabidamente afetam o metabolismo oacutesseo direta ou indiretamente (como
artrite reumatoacuteide luacutepus eritematoso sistecircmico hiperparatireoidismo osteogecircnese imperfeita)
e as neoplasias malignas exceto carcinoma basocelular de pele
54 Alocaccedilotildees de pacientes
A populaccedilatildeo elegiacutevel era constituiacuteda pelas 385 mulheres alocadas no estudo inicial
(Oliveira et al 2007) No trabalho de Oliveira et al (2007) foi realizado um estudo transversal
com recrutamento por auto-seleccedilatildeo ou demanda espontacircnea no ano de 2003 na Ilha de
Paquetaacute Rio de Janeiro Brasil Foram estudadas 385 mulheres na poacutes-menopausa
(diagnoacutestico cliacutenico) residentes no local apoacutes a aplicaccedilatildeo dos criteacuterios de exclusatildeo
(existecircncia de pino metaacutelico ou edema com cacifo em ambos os peacutes ou impossibilitadas de
posicionar os peacutes no aparelho de ultra-sonometria oacutessea) Todas as mulheres responderam na
eacutepoca a um questionaacuterio e foram submetidas a medidas antropomeacutetricas e agrave USO
No presente estudo considerando uma significacircncia de 95 e um poder de 80 uma
prevalecircncia de 15 de fraturas na populaccedilatildeo de risco (Clark et al 2009) o tamanho amostral
previsto foi de 130 mulheres Poreacutem devido agraves perdas o tamanho amostral final foi de 86
pacientes
Atraveacutes do banco de dados jaacute existente todas as pacientes foram re-contactadas As
mulheres foram localizadas atraveacutes de telefonemas e comparecimento no hospital local onde
25
eacute realizado a atenccedilatildeo baacutesica de sauacutede Foram realizados pelo menos 2 telefonemas com
intervalo de 1 semana entre eles Como ldquoperdasrdquo foram consideradas as pacientes natildeo
encontradas apoacutes os dois telefonemas (035 dos telefones estavam errados e 049 das
pacientes tinham telefone quebrado ou ocupado) pacientes que natildeo quiseram ou natildeo
puderam responder ao questionaacuterio (008) e pacientes falecidas (006)
As pacientes selecionadas foram submetidas a um questionaacuterio de avaliaccedilatildeo de fatores
relacionados agrave fragilidade oacutessea conhecido como European Vertebral Osteoporosis Study
(EVOS) jaacute validado previamente para o portuguecircs (OrsquoNeill et al 1996) e jaacute utilizados em
importantes estudos (Pinheiro et al 2006 Clark et al 2009) O questionaacuterio EVOS eacute
composto por dados soacutecio-demograacuteficos (idade estado civil escolaridade cor renda familiar
e nuacutemero de dependentes desta haacutebitos de vida) e histoacuteria reprodutiva pessoal sumaacuteria
(idade da menarca idade da menopausa tipo de menopausa) Os dados antropomeacutetricos
foram aferidos segundo criteacuterios adotados internacionalmente com medidas de peso e altura
observando intervalos de 01kg e 001m respectivamente
A definiccedilatildeo de fratura por fragilidade oacutessea foi a mesma utilizada por Pinheiro et al
(2010a) como aquela resultante de uma queda da proacutepria altura ou trauma menos intenso em
indiviacuteduos com 50 anos ou mais em siacutetios esqueleacuteticos especiacuteficos antebraccedilo fecircmur
costelas veacutertebras e uacutemero E a documentaccedilatildeo de fraturas foi realizada atraveacutes de relato da
paciente (fratura referida) As fraturas traumaacuteticas (apoacutes acidente automobiliacutestico ou outras
condiccedilotildees sob forte impacto) ou as de baixo impacto natildeo relacionadas agrave osteoporose (como
por exemplo as de face tornozelo metacarpo falanges) natildeo foram consideradas
O estudo obedeceu aos criteacuterios de eacutetica preconizados pela resoluccedilatildeo no 19696 do
Conselho Nacional de Sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede e foi aprovado previamente pelo Comitecirc
26
de Eacutetica em Pesquisa da FiocruzIFF e pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Prefeitura Todas
as mulheres assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido antes de qualquer
procedimento
55 Anaacutelise Estatiacutestica
Os dados foram registrados em planilha Excel e analisados pelo programa Statistical
Package for Social Sciences (SPSS) versatildeo 170 Para avaliar diferenccedilas entre os grupos as
variaacuteveis categoacutericas foram avaliadas pelo Qui-quadrado de Pearson ou o teste exato de
Fisher A relaccedilatildeo entre as variaacuteveis categoacutericas e ordinal e entre as variaacuteveis numeacutericas foi
avaliada pelo teste de Mann-Whitney que eacute um teste natildeo-parameacutetrico que equivale ao teste t
escolhido pelo tamanho da amostra A relaccedilatildeo entre as variaacuteveis numeacutericas foi avaliada pelo
coeficiente de Sperman que eacute uma estatiacutestica natildeo parameacutetrica utilizada para dados natildeo
normais eou amostra pequena Para todos os testes o niacutevel de significacircncia adotado foi de
5 A variaacutevel dependente foi a presenccedila de fratura (sim ou natildeo) e as variaacuteveis
independentes foram idade (em anos) resultado de USO (normal ou alterado) tempo de
menopausa (em anos) siacutetio de localizaccedilatildeo de fraturas IMC (abaixo do pesonormal
sobrepeso obeso) tabagismo (fumante ou natildeo fumante) atividade fiacutesica (leve
moderadapesada) frequecircncia diaacuteria de ingestatildeo de leite (em coposdia) e as variaacuteveis
binaacuterias como o histoacuterico familiar de fratura de quadril osteoporose uso de anticoncepcional
ausecircncia de menstruaccedilatildeo retirada de uacutetero ou ovaacuterios amamentaccedilatildeo paciente acamado e
etilismo O caacutelculo do risco relativo (RR) foi feito para avaliar a relaccedilatildeo entre o USO e a
presenccedila de fraturas Para isso foi considerado pacientes com USO normal aqueles com
resultados do T-score gt-11 e USO alterado aqueles com T-score lt-11 O niacutevel de atividade
fiacutesica foi classificado em atividade leve (trabalho burocraacutetico em escritoacuterio na maior parte
do tempo sentado) atividade moderada (trabalhos na maior parte do tempo em peacute como
27
vendedor e dona-de-casa) atividade pesada (enfermeira empregada domeacutestica) Oliveira et al
2010) Para caacutelculo aproximado da ingestatildeo alimentar diaacuteria de caacutelcio utilizou- se uma
adaptaccedilatildeo da Tabela Brasileira de Composiccedilatildeo de Alimentos 1 fatia queijo (90mg) 1 copo
de iogurte (1212mg) 1 copo leite (257mg) 1 bola se sorvete (135mg) E no final todos esses
alimentos foram convertidos em quantidade ingerida de copos de leite
28
6 Resultados Encontrados
61 Gerais
As caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas da populaccedilatildeo estudada estatildeo listadas na
tabela 1 A idade meacutedia das pacientes foi de 725 anos (DPplusmn 87) com a idade da menopausa
460 anos (DPplusmn 61) o tempo de menopausa 261 anos (DPplusmn 97) e o IMC de 264 (kgm2)
(DPplusmn 55) Essas caracteriacutesticas quando comparadas com o estudo anterior de 2003 (tabela
2) confirmam tratar-se da mesma populaccedilatildeo Apenas a idade e o tempo de menopausa
evidenciam ser a nossa populaccedilatildeo mais idosa Fator que se justifica pelo tempo ocorrido entre
os dois estudos
A incidecircncia de fratura por fragilidade oacutessea encontrada foi de 21 evidenciado no
graacutefico 1 Os principais siacutetios de fratura satildeo analisados na tabela 3 tendo como sitio principal
o antebraccedilo com 50 seguido pelo peacute com 192 e uacutemero 145 Jaacute na tabela 4 e no graacutefico
2 pode ser observado que a idade da populaccedilatildeo estudada variou entre 54 e 97 anos com meacutedia
de 72 anos com DP plusmn 90 No grupo de pacientes fraturadas 50 tinham entre 65 e 79 anos
sugerindo ser essa faixa etaacuteria mais susceptiacutevel as fraturas por fragilidade oacutessea
62 USO preacutevia X Fraturas
Foi verificado na tabela 5 a associaccedilatildeo entre o resultado da (USO) preacutevia e o desfecho
fraturas por fragilidade oacutessea De todas as pacientes que fizeram USO no estudo inicial 66
participaram deste estudo Das 50 pacientes que tiveram o USO alterado 22 tiveram
fraturas nesse periacuteodo E as pacientes com USO considerada normal 194 tiveram fraturas
por fragilidade oacutessea O RR= 113 (IC95 048 - 263) sugere que as mulheres que tiveram
29
USO alterado tem um risco de fraturar de 13 maior em relaccedilatildeo as pacientes com resultado
de USO considerado normal
63 Caracteriacutesticas cliacutenicas e comportamentais X Fratura
As pacientes foram analisadas quanto as variaacuteveis clinicas e comportamentais
Considerando a tabela 6 as pacientes que tiveram fraturas se mostraram com maior
sobrepeso ou obesas (722) com maior historia familiar de fratura de quadril (133) e
com maior diagnostico de osteoporose (471) do que as pacientes sem fraturas (p
valorgt005) Jaacute o uso de anticoncepcional ou o uso de reposiccedilatildeo hormonal natildeo se mostraram
ser relevantes para ocorrecircncia de fraturas nessa amostra E 235 das pacientes acamadas por
mais de dois meses sofreram alguma fratura com p valor lt005 Evidenciando associaccedilatildeo
entre a paciente ficar acamada por mais de dois meses e sofrer fratura por fragilidade oacutessea
Avaliando a tabela 7 foi notado que apenas 125 das pacientes que tiveram fratura eram
tabagistas e 167 eram etilistas natildeo se mostrando essas caracteriacutesticas como fatores de
risco A atividade fiacutesica moderadapesada ateacute 25 anos e acima de 50 anos apresentou
percentuais de 441 e 382 respectivamente Aleacutem disso entre 25 e 50 anos 444 das
pacientes com atividade fiacutesica moderadapesada tiveram fraturas e 441 das pacientes natildeo
tiveram fraturas para essa faixa etaacuteria (p valor gt005) Sendo assim natildeo houve associaccedilatildeo
entre a atividade fiacutesica e as fraturas Em relaccedilatildeo ao item ingestatildeo de leite apoacutes os 50 anos
456 das pacientes que natildeo tiveram fraturas ingeriam de 1 a 2 copos de leite por dia e
apenas 44 ingeriam mais de 3 copos de leite por dia No caso das pacientes que tiveram
fraturas apoacutes os 50 anos foi observado que 50 ingeriam de 1 a 2 copos de leite por dia e
167 ingeriam 3 copos ou mais de leite
30
64 Tempo de menopausa X Fratura
As pacientes foram avaliadas graacutefico 3 para verificar a associaccedilatildeo entre o tempo de
menopausa e o desfecho das fraturas A mediana do tempo de menopausa encontrado em
ambos os grupos foi de 262 com DP de plusmn98 Metade das pacientes que tiveram fraturas tem
entre 193 e 293 anos de menopausa com DP de plusmn72 A correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade
tempo de menopausa e IMC foi observado na tabela 8 onde evidenciada uma associaccedilatildeo
positiva entre a idade e o tempo de menopausa nos grupos de pacientes com e sem fraturas
Assim como foi verificado uma associaccedilatildeo negativa de quanto maior a idade e o tempo de
menopausa menor o IMC
31
Graacutefico 1
Graacutefico 2
32
Graacutefico 3
33
Tabela 1- Caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas das
mulheres poacutes menopausa (n=86)
Caracteriacutesticas Meacutedia plusmn desvio padratildeo
Idade (anos) 7255 plusmn 897
Idade da
menarca (anos) 1324 plusmn 184
Idade da
menopausa
(anos)
4608 plusmn 614
Tempo de
menopausa
(anos)
2618 plusmn976
Peso (kg)sect 6342 plusmn 1055
Altura (m)deg 155 plusmn 008
IMC (kgm2) 2643 plusmn 557
n=85 sectn=83 ordmn=82 n=81 n=80
Tabela 2-Caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas das
mulheres poacutes menopausa em 2003
Caracteriacutesticas Meacutedia plusmn desvio padratildeo
Idade (anos) 6463plusmn1270
Idade da
menarca (anos)
1304 plusmn 193
Idade da
menopausa
(anos)
4755 plusmn 601
Tempo de
menopausa
(anos)
1700 plusmn 1076
Peso (kg)sect 6533 plusmn 1270
Altura (m)deg 155 plusmn 006
IMC (kgm2) 2696 plusmn 477
34
Tabela 3 ndash Incidecircncia de fraturas em mulheres poacutes menopausa segundo a
localizaccedilatildeo de fratura 2003-2011
Tipo da fratura
n
Veacutertebra 1 38
Fecircmur 1 38
Costela 2 77
Antebraccedilo 13 500
Uacutemero 4 145
Peacute 5 192
Total 26 1000
Nota Algumas pacientes tiveram mais de uma fratura no periacuteodo
Tabela 4- Relaccedilatildeo entre idade e fratura nas mulheres na poacutes menopausa
Total
Fratura
Idade (anos) Natildeo Sim
N () n () n ()
54 a 64 anos 18 209 14 206 4 222
65 a 79 anos 48 558 39 574 9 500
80 a 97 anos 20 233 15 221 5 278
Total 86 1000 68 1000 18 1000
Meacutedia (DP) 725 (90) 713 (77) 729 (93)
Nota P-valor pelo teste de Mann-Whitney=0813
35
Tabela 5 - Incidecircncia de fratura em mulheres poacutes-menopausa segundo
resultado da USO 2003-2011
Resultado da
USO
Total
Fratura p-valor
Sim Natildeo
n n
()
IC95 n
()
Normal 36 7 194
89 -
3472
29 806
0496
Alterado 50 11 220
121 -
350
39 780
Total 86 18 209
133 -
305
68 791
Nota Risco relativo = 113 (IC95 048 - 263)
36
Tabela 6 ndash Caracteriacutesticas cliacutenicas de mulheres poacutes-menopausa segundo
fratura (n=86)
Fratura
Natildeo (n=68) Sim (n=18) Total
n ( ) n ( )
IMC
Abaixo do pesoNormal 24 (353) 5 (278) 28 0792
Sobrepeso 27 (397) 9 (500) 36
Obeso 17 (250) 4 (222) 21
Histoacuterico familiar de fratura de quadril
Natildeo 66 (985) 13 (867) 79 0085
Sim 1 (15) 2 (133) 3
Osteoporose
Natildeo 44 (800) 9 (529) 53 0055
Sim 11 (200) 8 (471) 19
Uso de anticoncepcional
Natildeo 32 (485) 10 (556) 42 0791
Sim 34 (515) 8 (444) 42
Ausecircncia de mentruaccedilatildeo
Natildeo 60 (909) 16 (941) 76 1000
Sim 6 (91) 1 (59) 7
Retirou o uacutetero
Natildeo 46 (687) 9 (500) 55 0170
Sim 21 (313) 9 (500) 30
Retirou os ovaacuterios
Natildeo 53 (815) 11 (647) 64 0187
Sim 12 (185) 6 (353) 18
Reposiccedilatildeo hormonal
Natildeo 51 (761) 13 (722) 64 0763
Sim 16 (239) 5 (278) 21
Amamentou
Natildeo 14 (206) 4 (222) 18 1000
Sim 54 (794) 14 (778) 68
Acamado por mais de dois meses
Natildeo 63 (940) 13 (765) 76 0049
Sim 4 (60) 4 (235) 8
Caracteriacutesticas clinicas
p-valor do
teste exato
de Fisher
37
Tabela 7 - Caracteriacutesticas comportamentais de mulheres poacutes-menopausa segundo
fratura (n=86)
Fratura
Natildeo (n=68) Sim (n=18) Total
n ( ) n ( )
Tabagismo
Natildeo fumante 47 (758) 14 (875) 61 0499
FumanteEx-fumante 15 (242) 2 (125) 17
Etilismo no uacuteltimo ano
Natildeo 48 (706) 15 (833) 63 0376
Sim 20 (294) 3 (167) 23
Atividade fiacutesica ateacute os 25 anos
Leve 38 (559) 11 (611) 49 0792
ModeradaPesada 30 (441) 7 (389) 37
Atividade fiacutesica entre os 25 e 50 anos
Leve 38 (559) 10 (556) 48 1000
ModeradaPesada 30 (441) 8 (444) 38
Atividade fiacutesica acima dos 50 anos
Leve 42 (618) 12 (667) 54 0789
ModeradaPesada 26 (382) 6 (333) 32
Frequecircncia diaacuteria de leite ateacute 25 anos
Nenhummenos 1 copodia 34 (500) 8 (444) 42 0910
1 a 2 coposdia 31 (456) 9 (500) 40
3 coposdia ou mais 3 (44) 1 (56) 4
Frequecircncia diaacuteria de leite apoacutes 50 anos
Nenhummenos 1 copodia 34 (500) 6 (333) 40 0103
1 a 2 coposdia 31 (456) 9 (500) 40
3 coposdia ou mais 3 (44) 3 (167) 6
Caracteriacutesticas
comportamentais
p-valor do
teste exato
de Fisher
Tabela 8- Coeficientes de correlaccedilatildeo de Spearman (rs) entre idade IMC e tempo de
menopausa em mulheres poacutes-menopausa
Variaacuteveis
IMC IdadeTempo de
menopausa
r s 1 -0144 -0151
p-valor 0569 0550
r s -0227 1 0736
p-valor 0074 lt0001
r s -0295 0761 1
p-valor 0020 lt0001
Variaacuteveis
IMC
Idade
Tempo de menopausa
Nota o triacircngulo superior direito (parte hachurada) se refere agraves correlaccedilotildees para as mulheres com
fratura e o inferior esquerdo (parte natildeo hachurada) agraves mulheres sem fratura
38
7 Discussatildeo
No Brasil os principais fatores cliacutenicos de risco para fraturas por fragilidade oacutessea
eram extrapolados a partir de estudos internacionais O estudo vem acrescentar informaccedilotildees
para se conhecer os fatores relacionados agrave essas fraturas Nossos resultados revelam que a
idade avanccedilada a historia familiar de fratura de quadril o diagnoacutestico de osteoporose e
tambeacutem o paciente ficar acamado por mais de 2 meses foram considerados fatores de risco
para fraturas por fragilidade oacutessea
Esse estudo mostrou concordacircncia com a Johnell amp Kanis (2006) onde o principal
siacutetio mundial de fratura por fragilidade oacutessea nas mulheres apoacutes a menopausa foi o antebraccedilo
Segundo o estudo Latin American Vertebral Osteoporosis Study (LAVOS) (Clark et al
2009) a fratura vertebral eacute a mais prevalente da ameacuterica latina com uma prevalecircncia de
142 diferente do nosso estudo onde a coluna vertebral e o colo do fecircmur aparecem
juntos em uacuteltimo lugar na lista de incidecircncia dos siacutetios de fratura Isso pode ser atribuiacutedo
devido a diferenccedila nos criteacuterios de definiccedilatildeo de fraturas pois no LAVOS optou-se pela
medida radiograacutefica do local de fraturas enquanto no nosso estudo as fraturas foram referidas
pelas pacientes
Os consensos sobre osteoporose tecircm propostos algoritmos para identificar indiviacuteduos
de alto risco para fraturas (Kanis et al 2008 WHO 1999) Para tanto a associaccedilatildeo de fatores
de risco para fraturas com a medida da USO eacute de suma importacircncia embora sejam poucas as
pacientes que tecircm oportunidade de realizar esse exame (Oliveira et al 2007) Assim o
presente trabalho mostrou um risco para fraturas por fragilidade oacutessea 13 maior nas
pacientes com resultado de USO alterada em relaccedilatildeo as pacientes que tiveram resultados de
39
USO normais vindo de encontro aos resultados encontrados por Oliveira et al (2007)
Corroborando o USO como um meacutetodo confiaacutevel para a prediccedilatildeo de fraturas
E semelhante a Pinheiro et al (2010a) o presente estudo revelou que os principais
fatores de risco para fraturas por fragilidade oacutessea satildeo a idade avanccedilada a historia familiar de
fratura de quadril e a presenccedila de osteoporose Isso pode ser atribuiacutedo ao fato de que no
estudo de Pinheiro et al (2010a) assim como no nosso estudo a populaccedilatildeo ser
predominantemente de mulheres acima dos 65 anos e viverem em aacuterea urbana tendo haacutebitos
de vida parecidos
O achado em nosso estudo que apresentou significacircncia estatiacutestica refere-se ao fator
de risco ldquopaciente acamado por mais de dois mesesrdquo como disposto na literatura (Pinheiro et
al 2010b Demir et al 2008) O que acontece eacute que com o paciente acamado por tempo
prolongado um maior remodelamento oacutesseo eacute observado Os osteoclastos responsaacuteveis pela
absorccedilatildeo oacutessea sobrepotildee os osteoblastos predispondo as fraturas por fragilidade oacutessea
(Fyhrie amp Schaffler 1994) Assim observou-se no estudo que 235 das pacientes
acamadas por mais de dois meses sofreram alguma fratura por fragilidade oacutessea com p valor
lt005 Isso reafirma a associaccedilatildeo entre a paciente ficar acamada por mais de dois meses e
sofrer fratura por fragilidade oacutessea Por outro lado o exerciacutecio fiacutesico que estaacute sabidamente
relacionado ao aumento da resistecircncia muscular do equiliacutebrio e da flexibilidade contribuindo
para a reduccedilatildeo da perda oacutessea e melhora da sauacutede em geral (Chan 2003) natildeo se mostrou
como fator de proteccedilatildeo neste estudo Provavelmente devido ao baixo percentual encontrado
de pacientes que praticavam atividade fiacutesica moderada ou pesada
O elevado IMC e a terapia de reposiccedilatildeo hormonal natildeo desempenharam papel protetor
na nossa populaccedilatildeo como seria o esperado por estudos anteriores (Pinheiro et al 2010c
40
Buttros et al 2011) Ao contrario o sobrepeso e obesidade foram considerados fatores de
risco Isso pode ser atribuiacutedo ao IMC meacutedio dessa populaccedilatildeo ser 264 (kgm2) (DPplusmn 55)
limiacutetrofe para sobrepeso Embora esse dado demonstre contrariedade com a literatura que
estabelece relaccedilatildeo inversa entre obesidade e fraturas por fragilidade oacutessea em nosso estudo
ter maior peso e IMC natildeo seriam fatores de risco para fraturas e sim caracteriacutesticas das
mulheres mais idosas em um contexto social de baixa escolaridade e renda Esse fato eacute
confirmado pelos resultados da Pesquisa Nacional sobre Sauacutede e Nutriccedilatildeo ( Batista F et al
2003) que demonstraram caraacuteter ascendente da obesidade nos estratos de mulheres com baixa
renda residentes na regiatildeo Sudeste
Aleacutem disso haacutebitos de vida como tabagismo e etilismo sabidamente relacionados agrave
maior risco para fraturas por fragilidade oacutessea (Pinheiro et al 2010) tambeacutem natildeo se
mostraram estar associados nesse estudo
A necessidade de caacutelcio do ser humano varia ao longo da vida e uma ingestatildeo
adequada para mulheres acima de 50 anos eacute de 1200 mg pois com a idade o corpo
naturalmente perde um pouco da capacidade de absorccedilatildeo de minerais (Nuacutecleo de Estudos e
Pesquisas em Alimentaccedilatildeo 2006) O fato de apenas 44 das mulheres que natildeo tiveram
fraturas e 167 das mulheres que tiveram fraturas ter referido consumo superior a
900mgdia (3 ou mais copos) foi fator de surpresa principalmente levando-se em conta o PIB
per capita da cidade superior ao da maioria dos municiacutepios brasileiros (IPEA 2000)
Assim como em estudos preacutevios (Pinheiro et al 2010c NHI 2001 Demir et al
2008) nossos dados tambeacutem demonstraram o hipoestrogenismo como importante fator de
risco para fraturas por fragilidade oacutessea jaacute que as pacientes com fratura tecircm entre 19 e 29
anos de menopausa Em recente estudo Demir et al (2008) estudaram 2769 mulheres na
41
poacutes-menopausa correlacionando a ocorrecircncia de osteoporose com o tempo de menopausa
Demonstraram que 106 das pacientes com ateacute trecircs anos de poacutes-menopausa tinham
osteoporose contra 329 das pacientes com sete anos ou mais Acredita-se que a deficiecircncia
estrogecircnica seja responsaacutevel por dois terccedilos da perda de massa oacutessea levando
consequentemente agraves fraturas por fragilidade oacutessea assim como observado (Position
statement of the North American Menopause Society 2010)
Os dados deste estudo podem ser limitados pois apesar de tratar-se de uma coorte as
participantes reportaram dados referentes a estilo de vida dieta antecedentes familiares e
pessoais o que pode ter ocasionado algum vieacutes recordatoacuterio Outra limitaccedilatildeo eacute que como
avaliado por Oliveira et al (2007) esta populaccedilatildeo apresenta a maior parte das mulheres com
baixo niacutevel socioeconocircmico e escolaridade sem acesso agrave adequada educaccedilatildeo nutricional e agrave
atividade fiacutesica orientada Por outro lado resultados encontrados sem significacircncia estatiacutestica
podem ter sido ocasionados pelo tamanho amostral reduzido devido a dificuldade de
rastreamento da populaccedilatildeo uma vez que a unidade de sauacutede natildeo atualizou o endereccedilo e
telefone das mulheres eleitas para o estudo Talvez se tivesse sido realizado contato anual
com essas mulheres natildeo teriacuteamos perdido o seguimento delas
42
8 Conclusatildeo
Devido agrave sua alta prevalecircncia e associaccedilatildeo com mortalidade e incapacidade a fratura
devido agrave fragilidade oacutessea deve ser considerada um problema de sauacutede puacuteblica no Brasil
Apesar das limitaccedilotildees o presente estudo foi realizado de forma prospectiva em mulheres
brasileiras na poacutes-menopausa devendo os seus resultados serem levados em consideraccedilatildeo
para a formulaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas de sauacutede para a prevenccedilatildeo e estrateacutegias de tratamento
para as fraturas Os fatores de risco encontrados como a idade avanccedilada a histoacuteria familiar
de fratura de quadril e a presenccedila de osteoporose devem ser acompanhados e combatidos para
tentar-se diminuir o risco para as fraturas Assim como o USO mostrou ser um meacutetodo
confiaacutevel para avaliar o risco para fraturas podendo ser implementado em maior escala do
que a atual Entatildeo acreditamos que novos estudos prospectivos com uma amostra mais
representativa devam ser realizados para se confirmar os fatores associados a fraturas por
fragilidade oacutessea na populaccedilatildeo brasileira para cada vez mais conhecermos o perfil da nossa
populaccedilatildeo e termos subsiacutedios para combater esse agravo
43
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48
10 Anexo 1 - Instrumento de coleta - EVOS (EUROPEAN VERTEBRAL
OSTEOPOROSIS STUDY)
Data _________
Nome________________________________________________________
Endereco_____________________________________________________
Fone _____________ Data de nascimento _________ RG
1- Dados antropomeacutetricos
Peso (Kg) Altura (m) IMC
2- Dados Ginecoloacutegicos
Idade da primeira menstruacao anos
Vocecirc jaacute usou piacutelula anticoncepcional por mais de 3 meses
sim natildeo natildeo sei
Vocecirc jaacute ficou algum periacuteodo em sua vida sem menstruar antes da menopausa (exceto se
gravidez) sim natildeo natildeo sei
Idade da ultima menstruaccedilatildeo anos
Numero de filhos
Vocecirc fez cirurgia para retirar o uacutetero sim com Idade ____ (anos)
natildeo natildeo sei
E para retirar os ovaacuterios (um ou os dois) sim idade ___ (anos)
natildeo natildeo sei
Vocecirc fez reposiccedilatildeo hormonal apos a menopausa sim natildeo natildeo sei
Se sim quando iniciado o periacuteodo foi superior a 1 ano sim natildeo natildeo sei
49
Vocecirc notou os seguintes sintomas na menopausa
calores sim natildeo natildeo sei
depressatildeo sim natildeo natildeo sei
insocircnia sim natildeo natildeo sei
outros sim natildeo natildeo sei
Vocecirc amamentou sim natildeo natildeo sei
Se sim quantas crianccedilas vocecirc amamentou por mais que 3 meses
3- Dados familiares
Em sua famiacutelia (pai matildee irmatildeos) existe historia de fratura de quadril apos os 50 anos de
idade sim natildeo natildeo sei
4- Histoacuteria de fratura
Vocecirc jaacute teve alguma fratura sim natildeo natildeo sei
Se sim em qual sitio esqueleacutetico com que idade e qual foi o tipo de trauma
Sitio Numero Idade (anos) Niacutevel do trauma
Vertebra
Fecircmur (colo trocanter)
Costela
Antebraccedilo
Uacutemero
Pe
Outras
Vocecirc sabe que tem osteoporose sim tenho natildeo natildeo tenho natildeo sei
5- Aacutelcool
Com que frequecircncia vocecirc bebeu no ultimo ano
Diariamente 5-6 dsem 3-4 dsem
50
1 -2 dsem lt 1 dsem nunca
Tipo de bebida destilados (uiacutesque cachaccedila vodka)
fermentados (cerveja vinho)
6- Imobilizaccedilatildeo
Vocecirc jaacute ficou acamado por um periacuteodo superior a 2 meses
sim natildeo natildeo sei
Se sim foi antes ou apos os 25 anos de idade
ano passado nunca
7- Fumo
Vocecirc fumou cigarro ou usou outras formas de fumo (cachimbo ou charuto)
atualmente no passado nunca
Com que idade iniciou anos
Se parou com que idade anos
Numero de cigarrosdia
8- Atividade Fiacutesica
Quantas tempo costuma passar diariamente ao ar livre caminhando ou andando de bicicleta
nenhuma a 1 h superior a 1 h
Qual a sua atividade fiacutesica durante diferentes periacuteodos de sua vida adulta
Ate os 25 anos 25 a 50 anos acima 50 anos
Niacutevel 1 (leve) 2 (moderada) 3 (pesada) 4
(muito pesada)
9- Impacto
Como vocecirc descreveria sua sauacutede geral neste momento
muito boa boa satisfatoacuteria regular ruim
10- Interrogatoacuterio sobre drogas
51
Vocecirc jaacute usou alguma medicaccedilatildeo oral ou injetaacutevel contendo corticosteroides por mais de 3
meses sim natildeo natildeo sei
Vocecirc jaacute usou alguma desses remeacutedios
Droga sim natildeo sei tempo
(meses)
parou ha quanto tempo
Hormocircnios
masculinos
Hormocircnios
femininos
Calcitonina
Fluacuteor
Caacutelcio
Vitamina D
Anabolizantes
Diureacuteticos
tiazidicos
11- Ingestatildeo de caacutelcio
Com que frequecircncia vocecirc comeu produtos derivados do leite na semana passada
(diassemana)
queijo amarelo queijo branco iogurte leite sorvete
Para os periacuteodos indicados abaixo com que frequecircncia vocecirc recebeu leite
ate 25 anos 25 a 50 anos Acima de 50 anos
Todas as refeiccedilotildees (3 ou + coposdia)
1-2 coposdia
52
Toda semana mas natildeo todo dia
lt 1 vezsemana
53
11 Anexo 2 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Projeto de Pesquisa Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade
oacutessea em mulheres na menopausa
Pesquisador responsaacutevel Dra Lizanka Paola F Marinheiro
Instituiccedilatildeo responsaacutevel Instituto Fernandes Figueira
Vocecirc estaacute sendo convidado a participar do projeto de pesquisa intitulado
Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea em mulheres na
menopausa por que vocecirc participou do estudo anterior realizado haacute 7 anos sobre a
osteoporose e suas consequumlecircncias
54
A osteoporose e uma doenccedila que se caracteriza pela diminuiccedilatildeo da resistecircncia do osso
tornando-o mais fraacutegil Essa fragilidade aumenta o risco da pessoa que tem osteoporose de ter
fraturas mesmo com atividades comuns como tossir ou espirrar
Com isso esse trabalho deseja avaliar a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea na
populaccedilatildeo de mulheres na poacutes menopausa residente da Ilha de Paquetaacute apoacutes 7 anos de
seguimento do uacuteltimo estudo transversal
Vocecirc natildeo eacute obrigada a participar Mas se quiser vocecirc teraacute que responder a um
questionaacuterio Para participar vocecirc natildeo teraacute que pagar nada O resultado seraacute fornecido apenas
a vocecirc ningueacutem mais saberaacute Suas duvidas seratildeo esclarecidas e vocecirc devera continuar
acompanhamento com seu meacutedico assistente Se vocecirc natildeo quiser participar natildeo seraacute
submetida a nenhum constrangimento fiacutesico ou moral e seu atendimento no posto de sauacutede
natildeo seraacute prejudicado A participante poderaacute se retirar do estudo a qualquer momento que
julgar necessaacuterio sem prejuiacutezo para a mesma O resultado de toda a pesquisa seraacute divulgada e
atraveacutes de artigos cientiacuteficos em revistas encontros congressos ou similares sem a
divulgaccedilatildeo dos nomes de quem participou de forma sigilosa
Sua participaccedilatildeo no estudo natildeo implicaraacute em custos adicionais O (A) Sr (a) natildeo teraacute
qualquer despesa com a realizaccedilatildeo dos procedimentos previstos neste estudo que seratildeo
custeados pelo pesquisador responsaacutevel Tambeacutem natildeo haveraacute nenhuma forma de pagamento
pela sua participaccedilatildeo
Caso surja alguma duacutevida quanto agrave eacutetica do estudo o (a) Sr(a) deveraacute se reportar ao
Comitecirc de Eacutetica em Pesquisas envolvendo seres humanos ndash subordinado ao Conselho
Nacional de Eacutetica em Pesquisa oacutergatildeo do Ministeacuterio da Sauacutede atraveacutes de solicitaccedilatildeo ao
representante de pesquisa que estaraacute sob contato permanente ou contactando o Comitecirc de
Eacutetica em Pesquisa desta instituiccedilatildeo no telefone (21) 3971-1590 Eacute assegurado o completo
55
sigilo de sua identidade quanto a sua participaccedilatildeo neste estudo incluindo a eventualidade da
apresentaccedilatildeo dos resultados deste estudo em congressos e perioacutedicos cientiacuteficos
Eu________________________________________________________________________
residente do endereccedilo__________________________ fui informada dos objetivos e da
justificativa deste trabalho de forma clara e detalhada pela Dra Adriana de Mattos V da
Costa Recebi informaccedilotildees especificas sobre cada procedimento no qual estarei envolvida
dos desconfortos e riscos previstos tanto quanto dos benefiacutecios esperados Todas as minhas
duvidas foram respondidas com clareza e sei que poderei solicitar novos esclarecimentos a
qualquer momento Aleacutem disso sei que novas informaccedilotildees obtidas durante o estudo me seratildeo
fornecidas e que terei liberdade de retirar meu consentimento de participaccedilatildeo face a estas
informaccedilotildees sem prejuiacutezo para mim Aleacutem disto me foi entregue uma coacutepia da folha de
informaccedilotildees para os participantes a qual li compreendi e me deu plena liberdade para decidir
acerca da minha espontacircnea participaccedilatildeo nesta pesquisa Minha identidade jamais seraacute
publicada Os dados colhidos poderatildeo ser examinados por pessoas envolvidas no estudo com
autorizaccedilatildeo delegada do investigador e por pessoas delegadas pelo patrocinador Estou
recebendo uma coacutepia assinada deste Termo
Os pesquisadores responsaacuteveis pelo Projeto satildeo a Dra Lizanka Paola F Marinheiro e
sua aluna a Dra Adriana de Mattos Viveiros da Costa
56
Participante
Nome _________________________________
Assinatura________________________________
Data_________________________________________
Investigador
Nome____________________________________
Assinatura________________________________
Data_______________________________________
Pesquisadora
Nome______________________________________
Assinatura___________________________________
Data__________________________________________
Dra Lizanka Paola F Marinheiro
lizankaglobocom
tel 25541700
Dra Adriana de Mattos Vda Costa
adrianamattosmedyahoocombr
tel 87273315
Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa
Rua Afonso Cavalcanti 455 sala 710 ndash Cidade Nova -
Telefone 3971-1463
6
Lista de Abreviaturas e Siglas
BUA = Atenuaccedilatildeo da frequecircncia do som
DMO= Densidade Mineral Oacutessea
DP= Desvio Padratildeo
EVOS= European Vertebral Osteoporosis Study
FCRs= Fatores Cliacutenicos de Riscos
IBGE= Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica
IMC= Iacutendice de Massa Corporal
IDH= Iacutendice de Desenvolvimento Humano
OMS= Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
PNAISM= Poliacutetica Nacional de Assistecircncia Integrada a Sauacutede da Mulher
PNAD= Pesquisa Nacional Por Amostra de Domiciacutelio
SPSS= Statistical Package for Social Science
SOS= Velocidade do Som
TH= Terapia Hormonal
USO= Ultrassonometria Oacutessea de calcacircneo
7
Lista de Ilustraccedilotildees
Graacutefico 1- Incidecircncia de fratura em mulheres poacutes-menopausa 2003-2011
Graacutefico 2-Mulheres poacutes-menopausa por idade segundo fratura
Graacutefico 3- Anos apoacutes a menopausa conforme fratura
Tabela 1- Caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas das mulheres poacutes
menopausa (n=86)
Tabela 2- Caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas das mulheres poacutes
menopausa em 2003
Tabela 3- Incidecircncia de fraturas em mulheres poacutes menopausa segundo a
localizaccedilatildeo da fratura 2003-2011
Tabela 4- Relaccedilatildeo entre idade e fratura nas mulheres na poacutes menopausa
Tabela 5- Incidecircncia de fratura em mulheres poacutes-menopausa segundo
resultado da USO 2003-2011
Tabela 6 - Caracteriacutesticas cliacutenicas de mulheres poacutes-menopausa segundo
fratura (n=86)
Tabela 7- Caracteriacutesticas comportamentais de mulheres poacutes-menopausa
segundo fratura (n=86)
Tabela 8- Coeficientes de correlaccedilatildeo de Spearman (rs) entre idade IMC e
tempo de menopausa em mulheres poacutes-menopausa com fratura (n=18) e
sem fratura (n=68)
8
Sumaacuterio
Lista de Abreviaturas e Siglas 6
Lista de Ilustraccedilotildees 7
1 Introduccedilatildeo 9
2 Justificativa 11
3 Objeto de Estudo 16
31 Objetivos 16
311 Geral 16
312 Especiacuteficos 16
4 Marco Teoacuterico 17
5 Materiais e Meacutetodos 23
51 Populaccedilatildeo 23
52 Tipo de estudo 23
53 Criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo 24
54 Alocaccedilotildees de pacientes 24
55 Anaacutelise Estatiacutestica 26
6 Resultados Encontrados 28
61 Gerais 28
62 USO preacutevia X Fraturas 28
63 Caracteriacutesticas cliacutenicas e comportamentais X Fratura 29
64 Tempo de menopausa X Fratura 30
7 Discussatildeo 38
8 Conclusatildeo 42
9 Referecircncias Bibliograacuteficas 43
10 Anexo 1 - Instrumento de coleta - EVOS (EUROPEAN VERTEBRAL OSTEOPOROSIS STUDY) 48
11 Anexo 2 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido 53
1
9
1 Introduccedilatildeo
Nota-se nas uacuteltimas deacutecadas o aumento da expectativa de vida das mulheres que
atingem a fase do climateacuterio ainda ativa econocircmica e socialmente desejando uma melhor
qualidade de vida Segundo a definiccedilatildeo proposta pela Sociedade Internacional da Menopausa
no 1deg Congresso Mundial de Climateacuterio em 1976 climateacuterio eacute o periacuteodo de transiccedilatildeo entre a
vida reprodutiva e a senilidade A menopausa seria a uacuteltima menstruaccedilatildeo natural Ela
geralmente ocorre por volta dos 50 anos e soacute pode ser reconhecida apoacutes os doze meses de
amenorreia (Speroff et al 1989)
Este periacuteodo eacute marcado por um estado de hipoestrogenismo com um impacto
negativo na vida das mulheres Todavia a multiplicidade de manifestaccedilotildees inclui distuacuterbios
fiacutesicos psicoloacutegicos e metaboacutelicos (De Lorenzi et al 2005) Dentre as doenccedilas crocircnicas que
atingem a mulher climateacuterica a osteoporose aparece como uma das patologias de maior
incidecircncia (Vianna 2001)
Quando sintomas da osteoporose aparecem se relacionam com a ocorrecircncia de
fraturas mais comumente na porccedilatildeo distal do antebraccedilo na coluna vertebral e no colo do
fecircmur (International Osteoporosis Foundation 2005) A maior incidecircncia de fraturas eacute
observada em mulheres brancas na poacutes-menopausa (Pinheiro et al 2010a b) e os fatores
associados agraves fraturas alguns jaacute satildeo bem conhecidos e outros ainda precisam ser descobertos
Assim a fratura por fragilidade oacutessea eacute definida como aquela resultante de uma queda da
proacutepria altura ou trauma menos intenso em indiviacuteduos com 50 anos ou mais em siacutetios
esqueleacuteticos especiacuteficos antebraccedilo fecircmur costelas veacutertebras e uacutemero (Pinheiro et al
2010a)
10
Segundo o IBGE (IBGE 2009a) a expectativa de vida no Brasil eacute de 72 anos e soacute no
ano 2000 jaacute havia 24 milhotildees de mulheres com mais de 40 anos Ou seja predominantemente
na fase de deficiecircncia estrogecircnica e com risco aumentado de osteoporose A principal e mais
temida complicaccedilatildeo da osteoporose eacute a fratura oacutessea Entatildeo a adoccedilatildeo de meacutetodos praacuteticos e
de baixo custo para o rastreamento da populaccedilatildeo de risco para fraturas propiciaria a
quantificaccedilatildeo do problema e o planejamento de intervenccedilotildees precoces que impedissem ou
retardassem a ocorrecircncia deste agravo (Oliveira et AL 2007) Logo o conhecimento da
epidemiologia local de fraturas por fragilidade oacutessea eacute essencial para embasar este
rastreamento
Sendo assim esse estudo procurou avaliar a incidecircncia de fraturas por fragilidade
oacutessea na populaccedilatildeo de mulheres na poacutes-menopausa residente da Ilha de Paquetaacute apoacutes sete
anos de seguimento
11
2 Justificativa
No Brasil com o envelhecimento populacional e consequumlente aumento no nuacutemero de
idosas medidas devem der tomadas para se cuidar da mulher em sua fase climateacuterica eacutepoca
que ela chega a viver um terccedilo ou mais apoacutes o fim do periacuteodo reprodutivo Essa transiccedilatildeo
epidemioloacutegica tem trazido grandes desafios ao Estado Haacute a substituiccedilatildeo entre as primeiras
causas de morte das doenccedilas transmissiacuteveis pelas crocircnicas degenerativas e causas externas
entre elas a osteoporose (IBGE 2009b)
Vaacuterios fatores estatildeo relacionados agrave causa da osteoporose como a etnia a nutriccedilatildeo os
exerciacutecios fiacutesicos os dados antropomeacutetricos o alcoolismo o tabagismo e a vida reprodutiva
da mulher Por isso eacute necessaacuterio que se tenha cada vez mais estudos atuais e com populaccedilotildees
brasileiras para que os fatores de risco que fazem a diferenccedila para fraturas por fragilidade
sejam descobertos (Pinheiro et al 2010b c)
Em 2003 segundo as informaccedilotildees da Pesquisa Nacional por Amostras de Domiciacutelios
(PNAD) a populaccedilatildeo de 60 anos ou mais era por volta de 17 milhotildees de pessoas
representando cerca de 10 da populaccedilatildeo total do Paiacutes (IBGE 2009a) As diferenccedilas de sexo
satildeo importantes para descrever as pessoas idosas e da mesma forma como tem ocorrido em
todo o mundo o nuacutemero de mulheres idosas no Brasil eacute maior do que o de homens as
informaccedilotildees da PNAD mostraram que em 2003 essa proporccedilatildeo era de 559 e 441
respectivamente (IBGE 2009a)
Tambeacutem foi observado que a expectativa de vida a partir dos 60 anos aumentou no
periacuteodo de 1999 a 2003 em todas as faixas de idade tanto para homens quanto para
mulheres entretanto a expectativa de vida das mulheres excede a dos homens e este fato
explica em parte a maior proporccedilatildeo de mulheres idosas em relaccedilatildeo aos homens Em 2006
12
no Paiacutes como um todo a expectativa de vida das pessoas de 60 anos era de 193 anos para os
homens e de 224 anos para as mulheres Notando as mudanccedilas nas caracteriacutesticas da
populaccedilatildeo o Ministeacuterio da Sauacutede iniciou accedilotildees voltadas agraves mulheres no periacuteodo climateacuterico
entre elas a Poliacutetica de Assistecircncia Integral aacute Sauacutede da Mulher (PNAISM 2004)
Os estudos confirmam que diferenccedilas de sexo e idade na percepccedilatildeo da sauacutede satildeo
importantes determinantes do comportamento em relaccedilatildeo agrave procura por atendimento de sauacutede
(WHO 2001)
Em 2003 as mulheres idosas declararam um estado de sauacutede pior do que os homens
exceto entre os idosos de 80 anos ou mais onde a tendecircncia se inverte passando os homens a
declarar um estado de sauacutede pior do que aquele declarado pelas mulheres (PNAD 2003)
Os resultados do Censo Demograacutefico 2000 para os municiacutepios das capitais
apresentam padrotildees de incapacidade funcional em mobilidade fiacutesica compatiacuteveis com aqueles
apontados pelas informaccedilotildees da Politica Nacional de Assistecircncia a Domiciacutelio 2003 para as
aacutereas metropolitanas As mulheres declaram incapacidade funcional em maior proporccedilatildeo do
que os homens observando-se tambeacutem o caraacuteter progressivo da incapacidade funcional
entre os idosos em relaccedilatildeo ao aumento da idade (IBGE 2009a b)
Com o maior nuacutemero de idosos consequumlentemente haacute uma elevaccedilatildeo na frequecircncia das
fraturas por fragilidade oacutessea Isso se torna um problema de sauacutede de grandes dimensotildees
para a paciente na poacutes-menopausa pelos limites que comprometem sua qualidade de vida
para a famiacutelia por arcar com a responsabilidade de protegecirc-la no seu conviacutevio e para a sauacutede
puacuteblica pelo ocircnus econocircmico (Speroff et al 1989 Pinheiro et al 2010a b) Assim satildeo
necessaacuteria accedilotildees de promoccedilatildeo prevenccedilatildeo e abordagem da osteoporose que incide a partir da
perimenopausa
13
Estima-se que 70 das fraturas de quadril esperadas para 2050 ocorreratildeo na Aacutesia
Ameacuterica Latina e Aacutefrica (Cooper 1999) Jaacute na Europa segundo dados da Fundaccedilatildeo
Internacional de Osteoporose estima-se que uma em cada trecircs mulheres acima dos 50 anos
teraacute fratura por fragilidade oacutessea E na Uniatildeo Europeia ocorre uma fratura a cada 30 segundos
e se espera que para essa populaccedilatildeo o nuacutemero de fraturas dobre nos proacuteximos 50 anos
(International Osteoporosis Foundation 2005)
Estudos realizados sobre os custos da osteoporose e suas consequecircncias demonstram
que os gastos com essa doenccedila impressionam O estudo de Silva et al (2003) somou os gastos
com as internaccedilotildees para reduccedilotildees ciruacutergicas as reduccedilotildees incruentas o tratamento
conservador os gastos com cirurgias para a retirada de proacutetese internaccedilotildees de longa
permanecircncia consultas meacutedicas e fisioterapia chegando agrave conclusatildeo de que os custos do
SUS com o tratamento das fraturas eacute de mais de 20 milhotildees de reais por ano Tambeacutem
Tosteson et al (2008) fizeram um levantamento de custos do tratamento da osteoporose em
uma populaccedilatildeo de mulheres americanas em 2005 e mostrou que os custos anuais com
medicamentos satildeo altiacutessimos
Sobre os exames realizados para avaliaccedilatildeo da osteoporose os principais usados satildeo a
densitometria oacutessea e a ultrassonometria oacutessea de calcacircneo (USO) A densitometria oacutessea eacute
considerada o padratildeo-ouro para o diagnoacutestico de osteoporose pela Organizaccedilatildeo Mundial da
Sauacutede (OMS) desde 1994 poreacutem este exame estima apenas a densidade mineral oacutessea A
USO busca refletir outros paracircmetros aleacutem da densidade mineral oacutessea avaliando o risco de
fratura com eficiecircncia similar agrave densitometria oacutessea (Oliveira et al 2004 Castro 2000)
Embora os fatores cliacutenicos de riscos (FCRs) em populaccedilotildees de risco para osteoporose
e fratura estejam bem estabelecidos especialmente em estudos internacionais sua prevalecircncia
14
na populaccedilatildeo brasileira em geral natildeo estaacute clara porque ainda faltam estudos sobre o tema Um
dos principais estudos sobre a avaliaccedilatildeo de FCR foi o BRAZOS (Pinheiro et al 2010a) Ele
natildeo avaliou os fatores de risco relacionados agrave massa oacutessea mas os seus resultados permitem
inferir que esses fatores de risco satildeo muito semelhantes agravequeles relacionados agrave fratura por
baixo impacto Pinheiro et al (2010) demonstrou que os principais FCRs associados agrave fratura
por osteoporose de qualquer siacutetio esqueleacutetico de um total de 2420 indiviacuteduos apoacutes ajustes
estatiacutesticos foram histoacuteria familiar de fratura de quadril idade avanccedilada e baixo peso E que
a associaccedilatildeo de FCR agraves medidas de massa oacutessea poderia melhorar a discriminaccedilatildeo de
pacientes com maior risco de fratura osteoporoacutetica (Pinheiro et al 2010a b)
Atualmente existe uma ferramenta chamada FRAXreg utilizada por meacutedicos em vaacuterios
paiacuteses baseado na pratica meacutedica usando uma combinaccedilatildeo de fatores cliacutenicos e densidade
mineral oacutessea O FRAXreg eacute usado para predizer o risco de fratura nos proacuteximos dez anos com
implicaccedilotildees diretas na decisatildeo do tratamento e custos (Kanis et al 2008 Pinheiro et al 2009)
Poreacutem o risco absoluto de fraturas depende da populaccedilatildeo estudada e essa ferramenta ainda
natildeo foi aprovada para uso no Brasil Assim estudos epidemioloacutegicos representativos sobre
fatores de risco para fraturas ainda continuam sendo necessaacuterios (Pinheiro et al 2009)
Em 2003 a dissertaccedilatildeo de mestrado da Dra Patriacutecia Pereira de Oliveira verificou o
risco aumentado de fraturas por osteoporose atraveacutes da USO (Oliveira et al 2007) na
populaccedilatildeo de mulheres menopausadas na ilha de Paquetaacute-RJ Em nosso estudo verificaremos
se existe uma correlaccedilatildeo entre os achados ultrassonograacuteficos e as fraturas cliacutenicas na mesma
populaccedilatildeo por ela utilizada aleacutem outros fatores de risco para fraturas serem contemplados
como doenccedilas de base tempo de menopausa medicamentos entre outros Isto se justifica
pela necessidade de termos no Brasil dados sobre a incidecircncia de fraturas por fragilidade
oacutessea e fatores de risco a ela relacionados desenvolvidos em uma populaccedilatildeo brasileira e
15
residente de uma ilha localizada no litoral fluminense Jaacute que a literatura nessa aacuterea eacute escassa
e para que compreendendo melhor a dinacircmica da fratura por fragilidade oacutessea possamos
intervir antes que ela ocorra melhorando a qualidade de vida dessas mulheres e diminuiacutedo os
gastos com a sauacutede
16
3 Objeto de Estudo
Estudo de fatores associados agraves fraturas por fragilidade oacutessea em mulheres na poacutes-
menopausa atendidas em uma unidade baacutesica de sauacutede
Questionamento
Quais os fatores associados agrave ocorrecircncia de fraturas em mulheres poacutes-menopausa
acompanhadas em uma unidade baacutesica de sauacutede
31 Objetivos
311 Geral
Avaliar os fatores relacionados agrave ocorrecircncia de fraturas em mulheres poacutes-menopausa
acompanhadas em uma unidade baacutesica de sauacutede
312 Especiacuteficos
a- Avaliar se a ocorrecircncia de fraturas foi maior nas pacientes identificadas como risco
aumentado para fraturas pelo ultrassonometria oacutessea de calcacircneo preacutevia
b- Verificar a associaccedilatildeo entre as fraturas por fragilidade oacutessea e os dados cliacutenicos
comportamental e demograacuteficos (idade e sexo) das pacientes
c- Analisar se o tempo de menopausa influencia a ocorrecircncia de fraturas por fragilidade
oacutessea
17
4 Marco Teoacuterico
A osteoporose pode ser definida como doenccedila osteometaboacutelica caracterizada pela
diminuiccedilatildeo da densidade mineral oacutessea com alteraccedilotildees na sua microestrutura que conduzem
a um aumento da fragilidade oacutessea e uma tendecircncia a fraturas por traumatismos pouco
intensos Dado o exposto esta constitui o verdadeiro problema de sauacutede puacuteblica devido agrave sua
alta taxa de morbimortalidade e altos custos (Vianna et al 2001 International Osteoporosis
Foundation 2005)
Com relaccedilatildeo ao hipoestrogenismo observa-se que as mulheres apresentam uma perda
oacutessea mais acelerada nos dez primeiros anos apoacutes a instalaccedilatildeo da menopausa do que os
homens da mesma idade adquirindo risco de fratura mais precocemente do que eles (NHI
2001) Esta diminuiccedilatildeo de massa oacutessea total poderaacute ser ateacute dez vezes a diminuiccedilatildeo ocorrida
antes deste periacuteodo podendo chegar a 2 a 4 ao ano para o osso trabecular e de 1 para o
cortical (NHI 2001) A deficiecircncia de estrogecircnio aumenta o remodelamento oacutesseo e pode
agravar o desequiliacutebrio nas unidades de remodelamento com o aumento do tempo de vida dos
osteoclastos em detrimento dos osteoblastos (Fyhrie amp Schaffler 1994)
Na maioria dos casos a perda oacutessea eacute assintomaacutetica Quando sinais e sintomas da
osteoporose aparecem se relacionam com a ocorrecircncia de fraturas mais comumente na
porccedilatildeo distal do antebraccedilo (fratura de Colles) na coluna vertebral e no colo do fecircmur
(International Osteoporosis Foundation 2005) A maior incidecircncia de fraturas eacute observada
em mulheres brancas na poacutes menopausa (Pinheiro et al 2010a b)
Pinheiro et al (2010) analisaram 275 mulheres caucasoacuteides acima dos 50 anos e
acharam que 44 jaacute possuiacuteam algum tipo de fratura por osteoporose (Pinheiro et al 2010b)
A dor oacutessea eacute consequumlecircncia tanto das fraturas quanto das deformidades oacutesseas As fraturas
18
vertebrais satildeo as mais comuns poreacutem satildeo geralmente assintomaacuteticas e portanto menos
diagnosticadas Poreacutem podem causar dor perda de peso deformidade na coluna espinhal e
perda de estabilidade ao andar (International Osteoporosis Foundation 2005) Apenas 10
das fraturas de veacutertebras cursam com hospitalizaccedilatildeo mesmo que causem dor e diminuiccedilatildeo da
qualidade de vida Elas ocorrem entre os 50 e 60 anos de idade com maior frequecircncia
(International Osteoporosis Foundation 2005)
Jaacute as fraturas do fecircmur satildeo as mais letais devido a complicaccedilotildees poacutes-operatoacuterias As
principais causas de mortalidade satildeo as infecccedilotildees e tromboembolismo As fraturas de quadril
satildeo menos prevalentes do que as vertebrais poreacutem de maior gravidade devido agraves altas taxas
de morbimortalidade aleacutem do alto custo para a famiacutelia e para o sistema puacuteblico de sauacutede A
mortalidade apoacutes uma fratura de quadril eacute de cerca de 20- 24 no ano seguinte a fratura
sendo acompanhada de periacuteodos de hospitalizaccedilatildeo prolongados (International Osteoporosis
Foundation 2005 Silveira et al 2005) Estimativas apontam que no ano de 2050 ocorreratildeo
aproximadamente 65 milhotildees de fratura de quadril em todo mundo (Cooper 1999) As
fraturas de punho satildeo as mais facilmente observadas por mulheres no climateacuterio chegando a
originar seis milhotildees de dias de restriccedilatildeo de trabalho por ano (International Osteoporosis
Foundation 2005)
Aleacutem do custo pessoal o impacto econocircmico gerado pela osteoporose eacute enorme
Atraveacutes do mundo eacute estimado que uma em cada trecircs mulheres acima dos 50 anos teraacute fraturas
por osteoporose Na Europa no ano 2000 foi estimada uma ocorrecircncia de 379 milhotildees de
fraturas por fragilidade oacutessea sendo que destas 890 mil eram de quadril (Tosteson et al
2008) Eacute sabido que apenas metade das pacientes que sobrevivem agrave fratura de quadril voltaraacute
a andar novamente mas dificilmente com a mesma agilidade que andava antes da fratura
Apesar de a osteoporose ser facilmente diagnosticada atraveacutes de exames e seu tratamento
19
poder ser instituiacutedo ainda eacute uma doenccedila muito subdiagnosticada e subtratada Eacute estimada na
comunidade europeacuteia que uma em cada trecircs fraturas de vertebrais recebe a atenccedilatildeo cliacutenica
que merece E uma pessoa com fratura de veacutertebra tem ateacute cinco vezes mais chance de
desenvolver nova fratura no ano seguinte fenocircmeno conhecido como fratura em cascata
(Lindsay et al 2001)
Tradicionalmente a osteoporose eacute reconhecida como uma doenccedila multifatorial sendo
70 desses fatores natildeo modificaacuteveis isto eacute definidos pela carga geneacutetica e 30
potencialmente modificaacuteveis e assim envolvidos com os aspectos ambientais Dessa forma
um uacutenico fator de risco natildeo eacute capaz de identificar indiviacuteduos com ou sem fratura Diferenccedilas
geneacuteticas raciais e antropomeacutetricas bem como da composiccedilatildeo corporal densidade oacutessea
dieta atividade fiacutesica e outros haacutebitos de vida contribuem para explicar as divergecircncias na
incidecircncia e na prevalecircncia de baixa densidade oacutessea e fraturas em diversos paiacuteses do mundo
(Pinheiro et al 2010b c) Os aspectos geneacuteticos desempenham importante influecircncia sobre a
aquisiccedilatildeo do pico de massa oacutessea e perda oacutessea relacionada agrave idade bem como na
determinaccedilatildeo das propriedades estruturais e geomeacutetricas do osso No entanto a associaccedilatildeo
entre diferentes polimorfismos gecircnicos e densidade oacutessea ou fraturas por osteoporose eacute
bastante controversa e varia em diferentes estudos inclusive no Brasil fato que pode ser
tomado como um provaacutevel reflexo das diferenccedilas de etnia e ambiental das populaccedilotildees
estudadas Da mesma forma os fatores ambientais natildeo permitem uniformizar e homogeneizar
o impacto de cada um deles em cada regiatildeo do planeta (Pinheiro et al 2010c)
Atualmente a densitometria oacutessea eacute o meacutetodo mais utilizado para avaliar a massa
oacutessea Eacute o padratildeo ouro para o diagnoacutestico de osteoporose A densidade mineral oacutessea (DMO)
eacute expressa em nuacutemero absolutos em gramas de mineral por centiacutemetro quadrado escaneado
ou ainda comparado com a DMO esperada para a idade e sexo da paciente (z escore) ou
20
comparado a DMO de adultos jovens normais do mesmo sexo (t-escore) A diferenccedila entre o
escore do paciente e o padratildeo eacute expressa em desvios padrotildees acima ou abaixo da meacutedia
(Castro et al 1999)
Segundo a Sociedade Brasileira de Densitometria Cliacutenica no consenso de 2008 satildeo
indicaccedilotildees para avaliaccedilatildeo da densidade mineral oacutessea (Brandatildeo et al 2009)
rdquoMulheres com idade gt a 65 anos e homens com idade gt a 70 anos
Mulheres acima de 40 anos na transiccedilatildeo menopausal (1-2) e homens acima de 50
anos de idade com fatores de risco
Adultos com antecedente de fratura por fragilidade condiccedilatildeo cliacutenica ou uso de
medicamentos associados agrave baixa massa oacutessea ou perda oacutessea
Indiviacuteduos para os quais satildeo consideradas intervenccedilotildees farmacoloacutegicas para
osteoporose
Indiviacuteduos em tratamento para osteoporose para monitoramento de sua eficaacutecia
Indiviacuteduos que natildeo estejam sob tratamento poreacutem nos quais a identificaccedilatildeo de perda
de massa oacutessea possa determinar a indicaccedilatildeo do tratamento
Mulheres interrompendo terapia hormonal (TH)rdquo
Arq Bras Endocrinol Metab 2009 531 pag108
A proacutepria definiccedilatildeo de osteoporose pela Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede reunida em
Hong Kong em 1994 estabeleceu criteacuterios diagnoacutesticos baseados em valores obtidos pela
densitometria oacutessea classificando como osteopecircnicas aquelas mulheres que apresentarem-se
entre 1 e 25 desvios-padratildeo (DP) abaixo da meacutedia para adultas jovens e de osteoporoacuteticas as
que se encontrarem com mais de 25 DP abaixo da meacutedia para adultas jovens (Castro et al
1999 WHO 1999)
A densitometria oacutessea apresenta como desvantagens no entanto o fato de utilizar uma
fonte de radiaccedilatildeo ionizante e possuir um elevado custo que limita seu uso em estudos
populacionais principalmente em nosso paiacutes onde os recursos destinados agrave sauacutede da
populaccedilatildeo mais carente satildeo miacutenimos Sempre tentando diminuir o impacto dos gastos com
21
sauacutede eacute estimulada a busca por meacutetodos natildeo poluentes e mais baratos mas que tragam as
mesmas informaccedilotildees que os meacutetodos jaacute estabelecidos Em funccedilatildeo disto a USO vem sendo
avaliada e alguns resultados promissores tecircm sido apresentados (Castro et al 1999) Baseia-se
na modificaccedilatildeo das caracteriacutesticas de ultrassom transmitido atraveacutes de ossos de localizaccedilatildeo
mais superficiais como no calcacircneo tiacutebia falanges ou patela Os sistemas atuais se
constituem de dois transdutores sendo um transmissor e outro receptor posicionados em
locais diferentes do osso a ser estudado Os aparelhos existentes entre noacutes avaliam o
calcacircneo osso predominantemente trabecular atraveacutes das medidas de velocidade de
transmissatildeo do ultrassom (SOS em ms) e da atenuaccedilatildeo da frequumlecircncia do ultrassom (BUA em
dBMHz) (Kanis et al 2008) Novamente de acordo com a orientaccedilatildeo da Sociedade Brasileira
de Densitometria Cliacutenica de 2008 as recomendaccedilotildees para ultrassonometria oacutessea satildeo
(Brandatildeo et al 2009)
rdquoO uacutenico siacutetio validado para o uso cliacutenico da USO em osteoporose eacute o calcacircneo
Equipamentos de USO de calcacircneo validados satildeo capazes de estimar fratura por
fragilidade em mulheres na poacutes-menopausa e em homens com idade superior a 65 anos
independentemente da densidade mineral oacutessea medida em equipamentos de DMO
central
A correlaccedilatildeo entre os resultados obtidos por USO e DMO ccccccc entral eacute
moderada
USO do calcacircneo associada a fatores de risco cliacutenicos podem ser usados para
identificar populaccedilatildeo com baixa probabilidade de fratura na qual avaliaccedilatildeo adicional
natildeo seja mais necessaacuteria
Medidas de DMO central na coluna e no fecircmur constituem o meacutetodo de escolha para a
tomada de decisatildeo terapecircutica Entretanto se a DMO central natildeo for acessiacutevel o
tratamento farmacoloacutegico pode ser iniciado se a probabilidade de fratura avaliada pelo
USO do calcacircneo com pontos de corte especiacuteficos associados a fatores de risco
cliacutenicos for suficientemente alta
Equipamentos de USO natildeo satildeo clinicamente uacuteteis no monitoramento de efeitos
esqueleacuteticos dos medicamentos disponiacuteveis para o tratamento da osteoporoserdquo
Arq Bras Endocrinol Metab 2009 531 pag110
22
Em 2003 foi realizada uma dissertaccedilatildeo de mestrado (Oliveira et al 2007) sobre a
utilizaccedilatildeo do USO para estimar a prevalecircncia de risco aumentado de fraturas em uma
populaccedilatildeo de mulheres na poacutes menopausa residentes da Ilha de Paquetaacute Em trabalho
realizado por Oliveira e cols nesta instituiccedilatildeo Foi realizado um estudo transversal com
recrutamento de 385 mulheres residentes da Ilha Todas as mulheres responderam a
questionaacuterio previamente estruturado e foram submetidas a medidas antropomeacutetricas e a
USO As medidas de USO foram realizadas segundo o manual do fabricante A idade da
populaccedilatildeo estudada variou entre 42 e 95 anos Os resultados encontrados mostram que
5922 da amostra apresentava algum tipo de alteraccedilatildeo a USO com t score menor que -1
Esse grupo era composto por mulheres mais idosas com menor peso menor altura e menor
percentual de gordura quando comparado com o grupo com t score lt ndash 1 Foi encontrado que
1688 das pesquisadas possuiacuteam alto risco para fraturas com t score lt -25 E as mulheres
do grupo de alto risco tinham maior peso e IMC paracircmetros conhecidos como protetores
Embora divergente da literatura a autora atribui esses resultados a caracteriacutesticas das
mulheres mais idosas em um contexto social de baixa escolaridade e renda (Oliveira et al
2007)
23
5 Materiais e Meacutetodos
51 Populaccedilatildeo
A Ilha de Paquetaacute dista aproximadamente 15 km da Praccedila XV no Centro da Cidade
do Rio de Janeiro sendo a principal ilha do arquipeacutelago de Paquetaacute situada ao nordeste da
Baiacutea de Guanabara A populaccedilatildeo e frequecircncia da Ilha satildeo extremamente sazonais sendo
aproximadamente 2200 domiciacutelios (entre moradores e veranistas) Os moradores fixos
correspondem a 4500 pessoas em sua maioria de famiacutelias antigas na Ilha das quais 208
satildeo idosos ultrapassando ateacute mesmo a meacutedia nacional que eacute em torno de 12 (IBGE
2009a) Este iacutendice faz de Paquetaacute o erceiro bairro em nuacutemero de idosos no municiacutepio sendo
que sua populaccedilatildeo pode ser considerada envelhecida segundo os criteacuterios da Organizaccedilatildeo
Mundial da Sauacutede (OMS 2003) Embora a maioria da populaccedilatildeo seja branca existem 109
de negros 256 de pardos e 01 de iacutendios Cerca de 90 dos domiciacutelios possuem aacutegua
tratada e 9957 tratamento de esgoto As famiacutelias residentes nesta regiatildeo satildeo compostas em
meacutedia por trecircs pessoas com rendimento meacutedio per capita de 301 salaacuterios miacutenimos (IPEA
2000) e o transporte urbano eacute feito basicamente a peacute por bicicletas ou charretes puxadas por
ciclistas (IBGE 2009a)
52 Tipo de estudo
Foi realizado um estudo de coorte prospectivo na ilha de PaquetaacuteRJ no ano de 2011
Foram inicialmente alocadas todas as mulheres que participaram do estudo anterior
desenvolvido no ano de 2003 (Oliveira et al 2007)
24
53 Criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo
Os criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo foram os mesmos utilizados do estudo anterior
(Oliveira et al 2007) Sendo os criteacuterios de inclusatildeo as mulheres que estavam na menopausa
e que tinham residecircncia fixa na Ilha de Paquetaacute e os criteacuterios de exclusatildeo a historia pessoal
de doenccedilas que sabidamente afetam o metabolismo oacutesseo direta ou indiretamente (como
artrite reumatoacuteide luacutepus eritematoso sistecircmico hiperparatireoidismo osteogecircnese imperfeita)
e as neoplasias malignas exceto carcinoma basocelular de pele
54 Alocaccedilotildees de pacientes
A populaccedilatildeo elegiacutevel era constituiacuteda pelas 385 mulheres alocadas no estudo inicial
(Oliveira et al 2007) No trabalho de Oliveira et al (2007) foi realizado um estudo transversal
com recrutamento por auto-seleccedilatildeo ou demanda espontacircnea no ano de 2003 na Ilha de
Paquetaacute Rio de Janeiro Brasil Foram estudadas 385 mulheres na poacutes-menopausa
(diagnoacutestico cliacutenico) residentes no local apoacutes a aplicaccedilatildeo dos criteacuterios de exclusatildeo
(existecircncia de pino metaacutelico ou edema com cacifo em ambos os peacutes ou impossibilitadas de
posicionar os peacutes no aparelho de ultra-sonometria oacutessea) Todas as mulheres responderam na
eacutepoca a um questionaacuterio e foram submetidas a medidas antropomeacutetricas e agrave USO
No presente estudo considerando uma significacircncia de 95 e um poder de 80 uma
prevalecircncia de 15 de fraturas na populaccedilatildeo de risco (Clark et al 2009) o tamanho amostral
previsto foi de 130 mulheres Poreacutem devido agraves perdas o tamanho amostral final foi de 86
pacientes
Atraveacutes do banco de dados jaacute existente todas as pacientes foram re-contactadas As
mulheres foram localizadas atraveacutes de telefonemas e comparecimento no hospital local onde
25
eacute realizado a atenccedilatildeo baacutesica de sauacutede Foram realizados pelo menos 2 telefonemas com
intervalo de 1 semana entre eles Como ldquoperdasrdquo foram consideradas as pacientes natildeo
encontradas apoacutes os dois telefonemas (035 dos telefones estavam errados e 049 das
pacientes tinham telefone quebrado ou ocupado) pacientes que natildeo quiseram ou natildeo
puderam responder ao questionaacuterio (008) e pacientes falecidas (006)
As pacientes selecionadas foram submetidas a um questionaacuterio de avaliaccedilatildeo de fatores
relacionados agrave fragilidade oacutessea conhecido como European Vertebral Osteoporosis Study
(EVOS) jaacute validado previamente para o portuguecircs (OrsquoNeill et al 1996) e jaacute utilizados em
importantes estudos (Pinheiro et al 2006 Clark et al 2009) O questionaacuterio EVOS eacute
composto por dados soacutecio-demograacuteficos (idade estado civil escolaridade cor renda familiar
e nuacutemero de dependentes desta haacutebitos de vida) e histoacuteria reprodutiva pessoal sumaacuteria
(idade da menarca idade da menopausa tipo de menopausa) Os dados antropomeacutetricos
foram aferidos segundo criteacuterios adotados internacionalmente com medidas de peso e altura
observando intervalos de 01kg e 001m respectivamente
A definiccedilatildeo de fratura por fragilidade oacutessea foi a mesma utilizada por Pinheiro et al
(2010a) como aquela resultante de uma queda da proacutepria altura ou trauma menos intenso em
indiviacuteduos com 50 anos ou mais em siacutetios esqueleacuteticos especiacuteficos antebraccedilo fecircmur
costelas veacutertebras e uacutemero E a documentaccedilatildeo de fraturas foi realizada atraveacutes de relato da
paciente (fratura referida) As fraturas traumaacuteticas (apoacutes acidente automobiliacutestico ou outras
condiccedilotildees sob forte impacto) ou as de baixo impacto natildeo relacionadas agrave osteoporose (como
por exemplo as de face tornozelo metacarpo falanges) natildeo foram consideradas
O estudo obedeceu aos criteacuterios de eacutetica preconizados pela resoluccedilatildeo no 19696 do
Conselho Nacional de Sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede e foi aprovado previamente pelo Comitecirc
26
de Eacutetica em Pesquisa da FiocruzIFF e pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Prefeitura Todas
as mulheres assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido antes de qualquer
procedimento
55 Anaacutelise Estatiacutestica
Os dados foram registrados em planilha Excel e analisados pelo programa Statistical
Package for Social Sciences (SPSS) versatildeo 170 Para avaliar diferenccedilas entre os grupos as
variaacuteveis categoacutericas foram avaliadas pelo Qui-quadrado de Pearson ou o teste exato de
Fisher A relaccedilatildeo entre as variaacuteveis categoacutericas e ordinal e entre as variaacuteveis numeacutericas foi
avaliada pelo teste de Mann-Whitney que eacute um teste natildeo-parameacutetrico que equivale ao teste t
escolhido pelo tamanho da amostra A relaccedilatildeo entre as variaacuteveis numeacutericas foi avaliada pelo
coeficiente de Sperman que eacute uma estatiacutestica natildeo parameacutetrica utilizada para dados natildeo
normais eou amostra pequena Para todos os testes o niacutevel de significacircncia adotado foi de
5 A variaacutevel dependente foi a presenccedila de fratura (sim ou natildeo) e as variaacuteveis
independentes foram idade (em anos) resultado de USO (normal ou alterado) tempo de
menopausa (em anos) siacutetio de localizaccedilatildeo de fraturas IMC (abaixo do pesonormal
sobrepeso obeso) tabagismo (fumante ou natildeo fumante) atividade fiacutesica (leve
moderadapesada) frequecircncia diaacuteria de ingestatildeo de leite (em coposdia) e as variaacuteveis
binaacuterias como o histoacuterico familiar de fratura de quadril osteoporose uso de anticoncepcional
ausecircncia de menstruaccedilatildeo retirada de uacutetero ou ovaacuterios amamentaccedilatildeo paciente acamado e
etilismo O caacutelculo do risco relativo (RR) foi feito para avaliar a relaccedilatildeo entre o USO e a
presenccedila de fraturas Para isso foi considerado pacientes com USO normal aqueles com
resultados do T-score gt-11 e USO alterado aqueles com T-score lt-11 O niacutevel de atividade
fiacutesica foi classificado em atividade leve (trabalho burocraacutetico em escritoacuterio na maior parte
do tempo sentado) atividade moderada (trabalhos na maior parte do tempo em peacute como
27
vendedor e dona-de-casa) atividade pesada (enfermeira empregada domeacutestica) Oliveira et al
2010) Para caacutelculo aproximado da ingestatildeo alimentar diaacuteria de caacutelcio utilizou- se uma
adaptaccedilatildeo da Tabela Brasileira de Composiccedilatildeo de Alimentos 1 fatia queijo (90mg) 1 copo
de iogurte (1212mg) 1 copo leite (257mg) 1 bola se sorvete (135mg) E no final todos esses
alimentos foram convertidos em quantidade ingerida de copos de leite
28
6 Resultados Encontrados
61 Gerais
As caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas da populaccedilatildeo estudada estatildeo listadas na
tabela 1 A idade meacutedia das pacientes foi de 725 anos (DPplusmn 87) com a idade da menopausa
460 anos (DPplusmn 61) o tempo de menopausa 261 anos (DPplusmn 97) e o IMC de 264 (kgm2)
(DPplusmn 55) Essas caracteriacutesticas quando comparadas com o estudo anterior de 2003 (tabela
2) confirmam tratar-se da mesma populaccedilatildeo Apenas a idade e o tempo de menopausa
evidenciam ser a nossa populaccedilatildeo mais idosa Fator que se justifica pelo tempo ocorrido entre
os dois estudos
A incidecircncia de fratura por fragilidade oacutessea encontrada foi de 21 evidenciado no
graacutefico 1 Os principais siacutetios de fratura satildeo analisados na tabela 3 tendo como sitio principal
o antebraccedilo com 50 seguido pelo peacute com 192 e uacutemero 145 Jaacute na tabela 4 e no graacutefico
2 pode ser observado que a idade da populaccedilatildeo estudada variou entre 54 e 97 anos com meacutedia
de 72 anos com DP plusmn 90 No grupo de pacientes fraturadas 50 tinham entre 65 e 79 anos
sugerindo ser essa faixa etaacuteria mais susceptiacutevel as fraturas por fragilidade oacutessea
62 USO preacutevia X Fraturas
Foi verificado na tabela 5 a associaccedilatildeo entre o resultado da (USO) preacutevia e o desfecho
fraturas por fragilidade oacutessea De todas as pacientes que fizeram USO no estudo inicial 66
participaram deste estudo Das 50 pacientes que tiveram o USO alterado 22 tiveram
fraturas nesse periacuteodo E as pacientes com USO considerada normal 194 tiveram fraturas
por fragilidade oacutessea O RR= 113 (IC95 048 - 263) sugere que as mulheres que tiveram
29
USO alterado tem um risco de fraturar de 13 maior em relaccedilatildeo as pacientes com resultado
de USO considerado normal
63 Caracteriacutesticas cliacutenicas e comportamentais X Fratura
As pacientes foram analisadas quanto as variaacuteveis clinicas e comportamentais
Considerando a tabela 6 as pacientes que tiveram fraturas se mostraram com maior
sobrepeso ou obesas (722) com maior historia familiar de fratura de quadril (133) e
com maior diagnostico de osteoporose (471) do que as pacientes sem fraturas (p
valorgt005) Jaacute o uso de anticoncepcional ou o uso de reposiccedilatildeo hormonal natildeo se mostraram
ser relevantes para ocorrecircncia de fraturas nessa amostra E 235 das pacientes acamadas por
mais de dois meses sofreram alguma fratura com p valor lt005 Evidenciando associaccedilatildeo
entre a paciente ficar acamada por mais de dois meses e sofrer fratura por fragilidade oacutessea
Avaliando a tabela 7 foi notado que apenas 125 das pacientes que tiveram fratura eram
tabagistas e 167 eram etilistas natildeo se mostrando essas caracteriacutesticas como fatores de
risco A atividade fiacutesica moderadapesada ateacute 25 anos e acima de 50 anos apresentou
percentuais de 441 e 382 respectivamente Aleacutem disso entre 25 e 50 anos 444 das
pacientes com atividade fiacutesica moderadapesada tiveram fraturas e 441 das pacientes natildeo
tiveram fraturas para essa faixa etaacuteria (p valor gt005) Sendo assim natildeo houve associaccedilatildeo
entre a atividade fiacutesica e as fraturas Em relaccedilatildeo ao item ingestatildeo de leite apoacutes os 50 anos
456 das pacientes que natildeo tiveram fraturas ingeriam de 1 a 2 copos de leite por dia e
apenas 44 ingeriam mais de 3 copos de leite por dia No caso das pacientes que tiveram
fraturas apoacutes os 50 anos foi observado que 50 ingeriam de 1 a 2 copos de leite por dia e
167 ingeriam 3 copos ou mais de leite
30
64 Tempo de menopausa X Fratura
As pacientes foram avaliadas graacutefico 3 para verificar a associaccedilatildeo entre o tempo de
menopausa e o desfecho das fraturas A mediana do tempo de menopausa encontrado em
ambos os grupos foi de 262 com DP de plusmn98 Metade das pacientes que tiveram fraturas tem
entre 193 e 293 anos de menopausa com DP de plusmn72 A correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade
tempo de menopausa e IMC foi observado na tabela 8 onde evidenciada uma associaccedilatildeo
positiva entre a idade e o tempo de menopausa nos grupos de pacientes com e sem fraturas
Assim como foi verificado uma associaccedilatildeo negativa de quanto maior a idade e o tempo de
menopausa menor o IMC
31
Graacutefico 1
Graacutefico 2
32
Graacutefico 3
33
Tabela 1- Caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas das
mulheres poacutes menopausa (n=86)
Caracteriacutesticas Meacutedia plusmn desvio padratildeo
Idade (anos) 7255 plusmn 897
Idade da
menarca (anos) 1324 plusmn 184
Idade da
menopausa
(anos)
4608 plusmn 614
Tempo de
menopausa
(anos)
2618 plusmn976
Peso (kg)sect 6342 plusmn 1055
Altura (m)deg 155 plusmn 008
IMC (kgm2) 2643 plusmn 557
n=85 sectn=83 ordmn=82 n=81 n=80
Tabela 2-Caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas das
mulheres poacutes menopausa em 2003
Caracteriacutesticas Meacutedia plusmn desvio padratildeo
Idade (anos) 6463plusmn1270
Idade da
menarca (anos)
1304 plusmn 193
Idade da
menopausa
(anos)
4755 plusmn 601
Tempo de
menopausa
(anos)
1700 plusmn 1076
Peso (kg)sect 6533 plusmn 1270
Altura (m)deg 155 plusmn 006
IMC (kgm2) 2696 plusmn 477
34
Tabela 3 ndash Incidecircncia de fraturas em mulheres poacutes menopausa segundo a
localizaccedilatildeo de fratura 2003-2011
Tipo da fratura
n
Veacutertebra 1 38
Fecircmur 1 38
Costela 2 77
Antebraccedilo 13 500
Uacutemero 4 145
Peacute 5 192
Total 26 1000
Nota Algumas pacientes tiveram mais de uma fratura no periacuteodo
Tabela 4- Relaccedilatildeo entre idade e fratura nas mulheres na poacutes menopausa
Total
Fratura
Idade (anos) Natildeo Sim
N () n () n ()
54 a 64 anos 18 209 14 206 4 222
65 a 79 anos 48 558 39 574 9 500
80 a 97 anos 20 233 15 221 5 278
Total 86 1000 68 1000 18 1000
Meacutedia (DP) 725 (90) 713 (77) 729 (93)
Nota P-valor pelo teste de Mann-Whitney=0813
35
Tabela 5 - Incidecircncia de fratura em mulheres poacutes-menopausa segundo
resultado da USO 2003-2011
Resultado da
USO
Total
Fratura p-valor
Sim Natildeo
n n
()
IC95 n
()
Normal 36 7 194
89 -
3472
29 806
0496
Alterado 50 11 220
121 -
350
39 780
Total 86 18 209
133 -
305
68 791
Nota Risco relativo = 113 (IC95 048 - 263)
36
Tabela 6 ndash Caracteriacutesticas cliacutenicas de mulheres poacutes-menopausa segundo
fratura (n=86)
Fratura
Natildeo (n=68) Sim (n=18) Total
n ( ) n ( )
IMC
Abaixo do pesoNormal 24 (353) 5 (278) 28 0792
Sobrepeso 27 (397) 9 (500) 36
Obeso 17 (250) 4 (222) 21
Histoacuterico familiar de fratura de quadril
Natildeo 66 (985) 13 (867) 79 0085
Sim 1 (15) 2 (133) 3
Osteoporose
Natildeo 44 (800) 9 (529) 53 0055
Sim 11 (200) 8 (471) 19
Uso de anticoncepcional
Natildeo 32 (485) 10 (556) 42 0791
Sim 34 (515) 8 (444) 42
Ausecircncia de mentruaccedilatildeo
Natildeo 60 (909) 16 (941) 76 1000
Sim 6 (91) 1 (59) 7
Retirou o uacutetero
Natildeo 46 (687) 9 (500) 55 0170
Sim 21 (313) 9 (500) 30
Retirou os ovaacuterios
Natildeo 53 (815) 11 (647) 64 0187
Sim 12 (185) 6 (353) 18
Reposiccedilatildeo hormonal
Natildeo 51 (761) 13 (722) 64 0763
Sim 16 (239) 5 (278) 21
Amamentou
Natildeo 14 (206) 4 (222) 18 1000
Sim 54 (794) 14 (778) 68
Acamado por mais de dois meses
Natildeo 63 (940) 13 (765) 76 0049
Sim 4 (60) 4 (235) 8
Caracteriacutesticas clinicas
p-valor do
teste exato
de Fisher
37
Tabela 7 - Caracteriacutesticas comportamentais de mulheres poacutes-menopausa segundo
fratura (n=86)
Fratura
Natildeo (n=68) Sim (n=18) Total
n ( ) n ( )
Tabagismo
Natildeo fumante 47 (758) 14 (875) 61 0499
FumanteEx-fumante 15 (242) 2 (125) 17
Etilismo no uacuteltimo ano
Natildeo 48 (706) 15 (833) 63 0376
Sim 20 (294) 3 (167) 23
Atividade fiacutesica ateacute os 25 anos
Leve 38 (559) 11 (611) 49 0792
ModeradaPesada 30 (441) 7 (389) 37
Atividade fiacutesica entre os 25 e 50 anos
Leve 38 (559) 10 (556) 48 1000
ModeradaPesada 30 (441) 8 (444) 38
Atividade fiacutesica acima dos 50 anos
Leve 42 (618) 12 (667) 54 0789
ModeradaPesada 26 (382) 6 (333) 32
Frequecircncia diaacuteria de leite ateacute 25 anos
Nenhummenos 1 copodia 34 (500) 8 (444) 42 0910
1 a 2 coposdia 31 (456) 9 (500) 40
3 coposdia ou mais 3 (44) 1 (56) 4
Frequecircncia diaacuteria de leite apoacutes 50 anos
Nenhummenos 1 copodia 34 (500) 6 (333) 40 0103
1 a 2 coposdia 31 (456) 9 (500) 40
3 coposdia ou mais 3 (44) 3 (167) 6
Caracteriacutesticas
comportamentais
p-valor do
teste exato
de Fisher
Tabela 8- Coeficientes de correlaccedilatildeo de Spearman (rs) entre idade IMC e tempo de
menopausa em mulheres poacutes-menopausa
Variaacuteveis
IMC IdadeTempo de
menopausa
r s 1 -0144 -0151
p-valor 0569 0550
r s -0227 1 0736
p-valor 0074 lt0001
r s -0295 0761 1
p-valor 0020 lt0001
Variaacuteveis
IMC
Idade
Tempo de menopausa
Nota o triacircngulo superior direito (parte hachurada) se refere agraves correlaccedilotildees para as mulheres com
fratura e o inferior esquerdo (parte natildeo hachurada) agraves mulheres sem fratura
38
7 Discussatildeo
No Brasil os principais fatores cliacutenicos de risco para fraturas por fragilidade oacutessea
eram extrapolados a partir de estudos internacionais O estudo vem acrescentar informaccedilotildees
para se conhecer os fatores relacionados agrave essas fraturas Nossos resultados revelam que a
idade avanccedilada a historia familiar de fratura de quadril o diagnoacutestico de osteoporose e
tambeacutem o paciente ficar acamado por mais de 2 meses foram considerados fatores de risco
para fraturas por fragilidade oacutessea
Esse estudo mostrou concordacircncia com a Johnell amp Kanis (2006) onde o principal
siacutetio mundial de fratura por fragilidade oacutessea nas mulheres apoacutes a menopausa foi o antebraccedilo
Segundo o estudo Latin American Vertebral Osteoporosis Study (LAVOS) (Clark et al
2009) a fratura vertebral eacute a mais prevalente da ameacuterica latina com uma prevalecircncia de
142 diferente do nosso estudo onde a coluna vertebral e o colo do fecircmur aparecem
juntos em uacuteltimo lugar na lista de incidecircncia dos siacutetios de fratura Isso pode ser atribuiacutedo
devido a diferenccedila nos criteacuterios de definiccedilatildeo de fraturas pois no LAVOS optou-se pela
medida radiograacutefica do local de fraturas enquanto no nosso estudo as fraturas foram referidas
pelas pacientes
Os consensos sobre osteoporose tecircm propostos algoritmos para identificar indiviacuteduos
de alto risco para fraturas (Kanis et al 2008 WHO 1999) Para tanto a associaccedilatildeo de fatores
de risco para fraturas com a medida da USO eacute de suma importacircncia embora sejam poucas as
pacientes que tecircm oportunidade de realizar esse exame (Oliveira et al 2007) Assim o
presente trabalho mostrou um risco para fraturas por fragilidade oacutessea 13 maior nas
pacientes com resultado de USO alterada em relaccedilatildeo as pacientes que tiveram resultados de
39
USO normais vindo de encontro aos resultados encontrados por Oliveira et al (2007)
Corroborando o USO como um meacutetodo confiaacutevel para a prediccedilatildeo de fraturas
E semelhante a Pinheiro et al (2010a) o presente estudo revelou que os principais
fatores de risco para fraturas por fragilidade oacutessea satildeo a idade avanccedilada a historia familiar de
fratura de quadril e a presenccedila de osteoporose Isso pode ser atribuiacutedo ao fato de que no
estudo de Pinheiro et al (2010a) assim como no nosso estudo a populaccedilatildeo ser
predominantemente de mulheres acima dos 65 anos e viverem em aacuterea urbana tendo haacutebitos
de vida parecidos
O achado em nosso estudo que apresentou significacircncia estatiacutestica refere-se ao fator
de risco ldquopaciente acamado por mais de dois mesesrdquo como disposto na literatura (Pinheiro et
al 2010b Demir et al 2008) O que acontece eacute que com o paciente acamado por tempo
prolongado um maior remodelamento oacutesseo eacute observado Os osteoclastos responsaacuteveis pela
absorccedilatildeo oacutessea sobrepotildee os osteoblastos predispondo as fraturas por fragilidade oacutessea
(Fyhrie amp Schaffler 1994) Assim observou-se no estudo que 235 das pacientes
acamadas por mais de dois meses sofreram alguma fratura por fragilidade oacutessea com p valor
lt005 Isso reafirma a associaccedilatildeo entre a paciente ficar acamada por mais de dois meses e
sofrer fratura por fragilidade oacutessea Por outro lado o exerciacutecio fiacutesico que estaacute sabidamente
relacionado ao aumento da resistecircncia muscular do equiliacutebrio e da flexibilidade contribuindo
para a reduccedilatildeo da perda oacutessea e melhora da sauacutede em geral (Chan 2003) natildeo se mostrou
como fator de proteccedilatildeo neste estudo Provavelmente devido ao baixo percentual encontrado
de pacientes que praticavam atividade fiacutesica moderada ou pesada
O elevado IMC e a terapia de reposiccedilatildeo hormonal natildeo desempenharam papel protetor
na nossa populaccedilatildeo como seria o esperado por estudos anteriores (Pinheiro et al 2010c
40
Buttros et al 2011) Ao contrario o sobrepeso e obesidade foram considerados fatores de
risco Isso pode ser atribuiacutedo ao IMC meacutedio dessa populaccedilatildeo ser 264 (kgm2) (DPplusmn 55)
limiacutetrofe para sobrepeso Embora esse dado demonstre contrariedade com a literatura que
estabelece relaccedilatildeo inversa entre obesidade e fraturas por fragilidade oacutessea em nosso estudo
ter maior peso e IMC natildeo seriam fatores de risco para fraturas e sim caracteriacutesticas das
mulheres mais idosas em um contexto social de baixa escolaridade e renda Esse fato eacute
confirmado pelos resultados da Pesquisa Nacional sobre Sauacutede e Nutriccedilatildeo ( Batista F et al
2003) que demonstraram caraacuteter ascendente da obesidade nos estratos de mulheres com baixa
renda residentes na regiatildeo Sudeste
Aleacutem disso haacutebitos de vida como tabagismo e etilismo sabidamente relacionados agrave
maior risco para fraturas por fragilidade oacutessea (Pinheiro et al 2010) tambeacutem natildeo se
mostraram estar associados nesse estudo
A necessidade de caacutelcio do ser humano varia ao longo da vida e uma ingestatildeo
adequada para mulheres acima de 50 anos eacute de 1200 mg pois com a idade o corpo
naturalmente perde um pouco da capacidade de absorccedilatildeo de minerais (Nuacutecleo de Estudos e
Pesquisas em Alimentaccedilatildeo 2006) O fato de apenas 44 das mulheres que natildeo tiveram
fraturas e 167 das mulheres que tiveram fraturas ter referido consumo superior a
900mgdia (3 ou mais copos) foi fator de surpresa principalmente levando-se em conta o PIB
per capita da cidade superior ao da maioria dos municiacutepios brasileiros (IPEA 2000)
Assim como em estudos preacutevios (Pinheiro et al 2010c NHI 2001 Demir et al
2008) nossos dados tambeacutem demonstraram o hipoestrogenismo como importante fator de
risco para fraturas por fragilidade oacutessea jaacute que as pacientes com fratura tecircm entre 19 e 29
anos de menopausa Em recente estudo Demir et al (2008) estudaram 2769 mulheres na
41
poacutes-menopausa correlacionando a ocorrecircncia de osteoporose com o tempo de menopausa
Demonstraram que 106 das pacientes com ateacute trecircs anos de poacutes-menopausa tinham
osteoporose contra 329 das pacientes com sete anos ou mais Acredita-se que a deficiecircncia
estrogecircnica seja responsaacutevel por dois terccedilos da perda de massa oacutessea levando
consequentemente agraves fraturas por fragilidade oacutessea assim como observado (Position
statement of the North American Menopause Society 2010)
Os dados deste estudo podem ser limitados pois apesar de tratar-se de uma coorte as
participantes reportaram dados referentes a estilo de vida dieta antecedentes familiares e
pessoais o que pode ter ocasionado algum vieacutes recordatoacuterio Outra limitaccedilatildeo eacute que como
avaliado por Oliveira et al (2007) esta populaccedilatildeo apresenta a maior parte das mulheres com
baixo niacutevel socioeconocircmico e escolaridade sem acesso agrave adequada educaccedilatildeo nutricional e agrave
atividade fiacutesica orientada Por outro lado resultados encontrados sem significacircncia estatiacutestica
podem ter sido ocasionados pelo tamanho amostral reduzido devido a dificuldade de
rastreamento da populaccedilatildeo uma vez que a unidade de sauacutede natildeo atualizou o endereccedilo e
telefone das mulheres eleitas para o estudo Talvez se tivesse sido realizado contato anual
com essas mulheres natildeo teriacuteamos perdido o seguimento delas
42
8 Conclusatildeo
Devido agrave sua alta prevalecircncia e associaccedilatildeo com mortalidade e incapacidade a fratura
devido agrave fragilidade oacutessea deve ser considerada um problema de sauacutede puacuteblica no Brasil
Apesar das limitaccedilotildees o presente estudo foi realizado de forma prospectiva em mulheres
brasileiras na poacutes-menopausa devendo os seus resultados serem levados em consideraccedilatildeo
para a formulaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas de sauacutede para a prevenccedilatildeo e estrateacutegias de tratamento
para as fraturas Os fatores de risco encontrados como a idade avanccedilada a histoacuteria familiar
de fratura de quadril e a presenccedila de osteoporose devem ser acompanhados e combatidos para
tentar-se diminuir o risco para as fraturas Assim como o USO mostrou ser um meacutetodo
confiaacutevel para avaliar o risco para fraturas podendo ser implementado em maior escala do
que a atual Entatildeo acreditamos que novos estudos prospectivos com uma amostra mais
representativa devam ser realizados para se confirmar os fatores associados a fraturas por
fragilidade oacutessea na populaccedilatildeo brasileira para cada vez mais conhecermos o perfil da nossa
populaccedilatildeo e termos subsiacutedios para combater esse agravo
43
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48
10 Anexo 1 - Instrumento de coleta - EVOS (EUROPEAN VERTEBRAL
OSTEOPOROSIS STUDY)
Data _________
Nome________________________________________________________
Endereco_____________________________________________________
Fone _____________ Data de nascimento _________ RG
1- Dados antropomeacutetricos
Peso (Kg) Altura (m) IMC
2- Dados Ginecoloacutegicos
Idade da primeira menstruacao anos
Vocecirc jaacute usou piacutelula anticoncepcional por mais de 3 meses
sim natildeo natildeo sei
Vocecirc jaacute ficou algum periacuteodo em sua vida sem menstruar antes da menopausa (exceto se
gravidez) sim natildeo natildeo sei
Idade da ultima menstruaccedilatildeo anos
Numero de filhos
Vocecirc fez cirurgia para retirar o uacutetero sim com Idade ____ (anos)
natildeo natildeo sei
E para retirar os ovaacuterios (um ou os dois) sim idade ___ (anos)
natildeo natildeo sei
Vocecirc fez reposiccedilatildeo hormonal apos a menopausa sim natildeo natildeo sei
Se sim quando iniciado o periacuteodo foi superior a 1 ano sim natildeo natildeo sei
49
Vocecirc notou os seguintes sintomas na menopausa
calores sim natildeo natildeo sei
depressatildeo sim natildeo natildeo sei
insocircnia sim natildeo natildeo sei
outros sim natildeo natildeo sei
Vocecirc amamentou sim natildeo natildeo sei
Se sim quantas crianccedilas vocecirc amamentou por mais que 3 meses
3- Dados familiares
Em sua famiacutelia (pai matildee irmatildeos) existe historia de fratura de quadril apos os 50 anos de
idade sim natildeo natildeo sei
4- Histoacuteria de fratura
Vocecirc jaacute teve alguma fratura sim natildeo natildeo sei
Se sim em qual sitio esqueleacutetico com que idade e qual foi o tipo de trauma
Sitio Numero Idade (anos) Niacutevel do trauma
Vertebra
Fecircmur (colo trocanter)
Costela
Antebraccedilo
Uacutemero
Pe
Outras
Vocecirc sabe que tem osteoporose sim tenho natildeo natildeo tenho natildeo sei
5- Aacutelcool
Com que frequecircncia vocecirc bebeu no ultimo ano
Diariamente 5-6 dsem 3-4 dsem
50
1 -2 dsem lt 1 dsem nunca
Tipo de bebida destilados (uiacutesque cachaccedila vodka)
fermentados (cerveja vinho)
6- Imobilizaccedilatildeo
Vocecirc jaacute ficou acamado por um periacuteodo superior a 2 meses
sim natildeo natildeo sei
Se sim foi antes ou apos os 25 anos de idade
ano passado nunca
7- Fumo
Vocecirc fumou cigarro ou usou outras formas de fumo (cachimbo ou charuto)
atualmente no passado nunca
Com que idade iniciou anos
Se parou com que idade anos
Numero de cigarrosdia
8- Atividade Fiacutesica
Quantas tempo costuma passar diariamente ao ar livre caminhando ou andando de bicicleta
nenhuma a 1 h superior a 1 h
Qual a sua atividade fiacutesica durante diferentes periacuteodos de sua vida adulta
Ate os 25 anos 25 a 50 anos acima 50 anos
Niacutevel 1 (leve) 2 (moderada) 3 (pesada) 4
(muito pesada)
9- Impacto
Como vocecirc descreveria sua sauacutede geral neste momento
muito boa boa satisfatoacuteria regular ruim
10- Interrogatoacuterio sobre drogas
51
Vocecirc jaacute usou alguma medicaccedilatildeo oral ou injetaacutevel contendo corticosteroides por mais de 3
meses sim natildeo natildeo sei
Vocecirc jaacute usou alguma desses remeacutedios
Droga sim natildeo sei tempo
(meses)
parou ha quanto tempo
Hormocircnios
masculinos
Hormocircnios
femininos
Calcitonina
Fluacuteor
Caacutelcio
Vitamina D
Anabolizantes
Diureacuteticos
tiazidicos
11- Ingestatildeo de caacutelcio
Com que frequecircncia vocecirc comeu produtos derivados do leite na semana passada
(diassemana)
queijo amarelo queijo branco iogurte leite sorvete
Para os periacuteodos indicados abaixo com que frequecircncia vocecirc recebeu leite
ate 25 anos 25 a 50 anos Acima de 50 anos
Todas as refeiccedilotildees (3 ou + coposdia)
1-2 coposdia
52
Toda semana mas natildeo todo dia
lt 1 vezsemana
53
11 Anexo 2 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Projeto de Pesquisa Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade
oacutessea em mulheres na menopausa
Pesquisador responsaacutevel Dra Lizanka Paola F Marinheiro
Instituiccedilatildeo responsaacutevel Instituto Fernandes Figueira
Vocecirc estaacute sendo convidado a participar do projeto de pesquisa intitulado
Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea em mulheres na
menopausa por que vocecirc participou do estudo anterior realizado haacute 7 anos sobre a
osteoporose e suas consequumlecircncias
54
A osteoporose e uma doenccedila que se caracteriza pela diminuiccedilatildeo da resistecircncia do osso
tornando-o mais fraacutegil Essa fragilidade aumenta o risco da pessoa que tem osteoporose de ter
fraturas mesmo com atividades comuns como tossir ou espirrar
Com isso esse trabalho deseja avaliar a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea na
populaccedilatildeo de mulheres na poacutes menopausa residente da Ilha de Paquetaacute apoacutes 7 anos de
seguimento do uacuteltimo estudo transversal
Vocecirc natildeo eacute obrigada a participar Mas se quiser vocecirc teraacute que responder a um
questionaacuterio Para participar vocecirc natildeo teraacute que pagar nada O resultado seraacute fornecido apenas
a vocecirc ningueacutem mais saberaacute Suas duvidas seratildeo esclarecidas e vocecirc devera continuar
acompanhamento com seu meacutedico assistente Se vocecirc natildeo quiser participar natildeo seraacute
submetida a nenhum constrangimento fiacutesico ou moral e seu atendimento no posto de sauacutede
natildeo seraacute prejudicado A participante poderaacute se retirar do estudo a qualquer momento que
julgar necessaacuterio sem prejuiacutezo para a mesma O resultado de toda a pesquisa seraacute divulgada e
atraveacutes de artigos cientiacuteficos em revistas encontros congressos ou similares sem a
divulgaccedilatildeo dos nomes de quem participou de forma sigilosa
Sua participaccedilatildeo no estudo natildeo implicaraacute em custos adicionais O (A) Sr (a) natildeo teraacute
qualquer despesa com a realizaccedilatildeo dos procedimentos previstos neste estudo que seratildeo
custeados pelo pesquisador responsaacutevel Tambeacutem natildeo haveraacute nenhuma forma de pagamento
pela sua participaccedilatildeo
Caso surja alguma duacutevida quanto agrave eacutetica do estudo o (a) Sr(a) deveraacute se reportar ao
Comitecirc de Eacutetica em Pesquisas envolvendo seres humanos ndash subordinado ao Conselho
Nacional de Eacutetica em Pesquisa oacutergatildeo do Ministeacuterio da Sauacutede atraveacutes de solicitaccedilatildeo ao
representante de pesquisa que estaraacute sob contato permanente ou contactando o Comitecirc de
Eacutetica em Pesquisa desta instituiccedilatildeo no telefone (21) 3971-1590 Eacute assegurado o completo
55
sigilo de sua identidade quanto a sua participaccedilatildeo neste estudo incluindo a eventualidade da
apresentaccedilatildeo dos resultados deste estudo em congressos e perioacutedicos cientiacuteficos
Eu________________________________________________________________________
residente do endereccedilo__________________________ fui informada dos objetivos e da
justificativa deste trabalho de forma clara e detalhada pela Dra Adriana de Mattos V da
Costa Recebi informaccedilotildees especificas sobre cada procedimento no qual estarei envolvida
dos desconfortos e riscos previstos tanto quanto dos benefiacutecios esperados Todas as minhas
duvidas foram respondidas com clareza e sei que poderei solicitar novos esclarecimentos a
qualquer momento Aleacutem disso sei que novas informaccedilotildees obtidas durante o estudo me seratildeo
fornecidas e que terei liberdade de retirar meu consentimento de participaccedilatildeo face a estas
informaccedilotildees sem prejuiacutezo para mim Aleacutem disto me foi entregue uma coacutepia da folha de
informaccedilotildees para os participantes a qual li compreendi e me deu plena liberdade para decidir
acerca da minha espontacircnea participaccedilatildeo nesta pesquisa Minha identidade jamais seraacute
publicada Os dados colhidos poderatildeo ser examinados por pessoas envolvidas no estudo com
autorizaccedilatildeo delegada do investigador e por pessoas delegadas pelo patrocinador Estou
recebendo uma coacutepia assinada deste Termo
Os pesquisadores responsaacuteveis pelo Projeto satildeo a Dra Lizanka Paola F Marinheiro e
sua aluna a Dra Adriana de Mattos Viveiros da Costa
56
Participante
Nome _________________________________
Assinatura________________________________
Data_________________________________________
Investigador
Nome____________________________________
Assinatura________________________________
Data_______________________________________
Pesquisadora
Nome______________________________________
Assinatura___________________________________
Data__________________________________________
Dra Lizanka Paola F Marinheiro
lizankaglobocom
tel 25541700
Dra Adriana de Mattos Vda Costa
adrianamattosmedyahoocombr
tel 87273315
Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa
Rua Afonso Cavalcanti 455 sala 710 ndash Cidade Nova -
Telefone 3971-1463
7
Lista de Ilustraccedilotildees
Graacutefico 1- Incidecircncia de fratura em mulheres poacutes-menopausa 2003-2011
Graacutefico 2-Mulheres poacutes-menopausa por idade segundo fratura
Graacutefico 3- Anos apoacutes a menopausa conforme fratura
Tabela 1- Caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas das mulheres poacutes
menopausa (n=86)
Tabela 2- Caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas das mulheres poacutes
menopausa em 2003
Tabela 3- Incidecircncia de fraturas em mulheres poacutes menopausa segundo a
localizaccedilatildeo da fratura 2003-2011
Tabela 4- Relaccedilatildeo entre idade e fratura nas mulheres na poacutes menopausa
Tabela 5- Incidecircncia de fratura em mulheres poacutes-menopausa segundo
resultado da USO 2003-2011
Tabela 6 - Caracteriacutesticas cliacutenicas de mulheres poacutes-menopausa segundo
fratura (n=86)
Tabela 7- Caracteriacutesticas comportamentais de mulheres poacutes-menopausa
segundo fratura (n=86)
Tabela 8- Coeficientes de correlaccedilatildeo de Spearman (rs) entre idade IMC e
tempo de menopausa em mulheres poacutes-menopausa com fratura (n=18) e
sem fratura (n=68)
8
Sumaacuterio
Lista de Abreviaturas e Siglas 6
Lista de Ilustraccedilotildees 7
1 Introduccedilatildeo 9
2 Justificativa 11
3 Objeto de Estudo 16
31 Objetivos 16
311 Geral 16
312 Especiacuteficos 16
4 Marco Teoacuterico 17
5 Materiais e Meacutetodos 23
51 Populaccedilatildeo 23
52 Tipo de estudo 23
53 Criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo 24
54 Alocaccedilotildees de pacientes 24
55 Anaacutelise Estatiacutestica 26
6 Resultados Encontrados 28
61 Gerais 28
62 USO preacutevia X Fraturas 28
63 Caracteriacutesticas cliacutenicas e comportamentais X Fratura 29
64 Tempo de menopausa X Fratura 30
7 Discussatildeo 38
8 Conclusatildeo 42
9 Referecircncias Bibliograacuteficas 43
10 Anexo 1 - Instrumento de coleta - EVOS (EUROPEAN VERTEBRAL OSTEOPOROSIS STUDY) 48
11 Anexo 2 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido 53
1
9
1 Introduccedilatildeo
Nota-se nas uacuteltimas deacutecadas o aumento da expectativa de vida das mulheres que
atingem a fase do climateacuterio ainda ativa econocircmica e socialmente desejando uma melhor
qualidade de vida Segundo a definiccedilatildeo proposta pela Sociedade Internacional da Menopausa
no 1deg Congresso Mundial de Climateacuterio em 1976 climateacuterio eacute o periacuteodo de transiccedilatildeo entre a
vida reprodutiva e a senilidade A menopausa seria a uacuteltima menstruaccedilatildeo natural Ela
geralmente ocorre por volta dos 50 anos e soacute pode ser reconhecida apoacutes os doze meses de
amenorreia (Speroff et al 1989)
Este periacuteodo eacute marcado por um estado de hipoestrogenismo com um impacto
negativo na vida das mulheres Todavia a multiplicidade de manifestaccedilotildees inclui distuacuterbios
fiacutesicos psicoloacutegicos e metaboacutelicos (De Lorenzi et al 2005) Dentre as doenccedilas crocircnicas que
atingem a mulher climateacuterica a osteoporose aparece como uma das patologias de maior
incidecircncia (Vianna 2001)
Quando sintomas da osteoporose aparecem se relacionam com a ocorrecircncia de
fraturas mais comumente na porccedilatildeo distal do antebraccedilo na coluna vertebral e no colo do
fecircmur (International Osteoporosis Foundation 2005) A maior incidecircncia de fraturas eacute
observada em mulheres brancas na poacutes-menopausa (Pinheiro et al 2010a b) e os fatores
associados agraves fraturas alguns jaacute satildeo bem conhecidos e outros ainda precisam ser descobertos
Assim a fratura por fragilidade oacutessea eacute definida como aquela resultante de uma queda da
proacutepria altura ou trauma menos intenso em indiviacuteduos com 50 anos ou mais em siacutetios
esqueleacuteticos especiacuteficos antebraccedilo fecircmur costelas veacutertebras e uacutemero (Pinheiro et al
2010a)
10
Segundo o IBGE (IBGE 2009a) a expectativa de vida no Brasil eacute de 72 anos e soacute no
ano 2000 jaacute havia 24 milhotildees de mulheres com mais de 40 anos Ou seja predominantemente
na fase de deficiecircncia estrogecircnica e com risco aumentado de osteoporose A principal e mais
temida complicaccedilatildeo da osteoporose eacute a fratura oacutessea Entatildeo a adoccedilatildeo de meacutetodos praacuteticos e
de baixo custo para o rastreamento da populaccedilatildeo de risco para fraturas propiciaria a
quantificaccedilatildeo do problema e o planejamento de intervenccedilotildees precoces que impedissem ou
retardassem a ocorrecircncia deste agravo (Oliveira et AL 2007) Logo o conhecimento da
epidemiologia local de fraturas por fragilidade oacutessea eacute essencial para embasar este
rastreamento
Sendo assim esse estudo procurou avaliar a incidecircncia de fraturas por fragilidade
oacutessea na populaccedilatildeo de mulheres na poacutes-menopausa residente da Ilha de Paquetaacute apoacutes sete
anos de seguimento
11
2 Justificativa
No Brasil com o envelhecimento populacional e consequumlente aumento no nuacutemero de
idosas medidas devem der tomadas para se cuidar da mulher em sua fase climateacuterica eacutepoca
que ela chega a viver um terccedilo ou mais apoacutes o fim do periacuteodo reprodutivo Essa transiccedilatildeo
epidemioloacutegica tem trazido grandes desafios ao Estado Haacute a substituiccedilatildeo entre as primeiras
causas de morte das doenccedilas transmissiacuteveis pelas crocircnicas degenerativas e causas externas
entre elas a osteoporose (IBGE 2009b)
Vaacuterios fatores estatildeo relacionados agrave causa da osteoporose como a etnia a nutriccedilatildeo os
exerciacutecios fiacutesicos os dados antropomeacutetricos o alcoolismo o tabagismo e a vida reprodutiva
da mulher Por isso eacute necessaacuterio que se tenha cada vez mais estudos atuais e com populaccedilotildees
brasileiras para que os fatores de risco que fazem a diferenccedila para fraturas por fragilidade
sejam descobertos (Pinheiro et al 2010b c)
Em 2003 segundo as informaccedilotildees da Pesquisa Nacional por Amostras de Domiciacutelios
(PNAD) a populaccedilatildeo de 60 anos ou mais era por volta de 17 milhotildees de pessoas
representando cerca de 10 da populaccedilatildeo total do Paiacutes (IBGE 2009a) As diferenccedilas de sexo
satildeo importantes para descrever as pessoas idosas e da mesma forma como tem ocorrido em
todo o mundo o nuacutemero de mulheres idosas no Brasil eacute maior do que o de homens as
informaccedilotildees da PNAD mostraram que em 2003 essa proporccedilatildeo era de 559 e 441
respectivamente (IBGE 2009a)
Tambeacutem foi observado que a expectativa de vida a partir dos 60 anos aumentou no
periacuteodo de 1999 a 2003 em todas as faixas de idade tanto para homens quanto para
mulheres entretanto a expectativa de vida das mulheres excede a dos homens e este fato
explica em parte a maior proporccedilatildeo de mulheres idosas em relaccedilatildeo aos homens Em 2006
12
no Paiacutes como um todo a expectativa de vida das pessoas de 60 anos era de 193 anos para os
homens e de 224 anos para as mulheres Notando as mudanccedilas nas caracteriacutesticas da
populaccedilatildeo o Ministeacuterio da Sauacutede iniciou accedilotildees voltadas agraves mulheres no periacuteodo climateacuterico
entre elas a Poliacutetica de Assistecircncia Integral aacute Sauacutede da Mulher (PNAISM 2004)
Os estudos confirmam que diferenccedilas de sexo e idade na percepccedilatildeo da sauacutede satildeo
importantes determinantes do comportamento em relaccedilatildeo agrave procura por atendimento de sauacutede
(WHO 2001)
Em 2003 as mulheres idosas declararam um estado de sauacutede pior do que os homens
exceto entre os idosos de 80 anos ou mais onde a tendecircncia se inverte passando os homens a
declarar um estado de sauacutede pior do que aquele declarado pelas mulheres (PNAD 2003)
Os resultados do Censo Demograacutefico 2000 para os municiacutepios das capitais
apresentam padrotildees de incapacidade funcional em mobilidade fiacutesica compatiacuteveis com aqueles
apontados pelas informaccedilotildees da Politica Nacional de Assistecircncia a Domiciacutelio 2003 para as
aacutereas metropolitanas As mulheres declaram incapacidade funcional em maior proporccedilatildeo do
que os homens observando-se tambeacutem o caraacuteter progressivo da incapacidade funcional
entre os idosos em relaccedilatildeo ao aumento da idade (IBGE 2009a b)
Com o maior nuacutemero de idosos consequumlentemente haacute uma elevaccedilatildeo na frequecircncia das
fraturas por fragilidade oacutessea Isso se torna um problema de sauacutede de grandes dimensotildees
para a paciente na poacutes-menopausa pelos limites que comprometem sua qualidade de vida
para a famiacutelia por arcar com a responsabilidade de protegecirc-la no seu conviacutevio e para a sauacutede
puacuteblica pelo ocircnus econocircmico (Speroff et al 1989 Pinheiro et al 2010a b) Assim satildeo
necessaacuteria accedilotildees de promoccedilatildeo prevenccedilatildeo e abordagem da osteoporose que incide a partir da
perimenopausa
13
Estima-se que 70 das fraturas de quadril esperadas para 2050 ocorreratildeo na Aacutesia
Ameacuterica Latina e Aacutefrica (Cooper 1999) Jaacute na Europa segundo dados da Fundaccedilatildeo
Internacional de Osteoporose estima-se que uma em cada trecircs mulheres acima dos 50 anos
teraacute fratura por fragilidade oacutessea E na Uniatildeo Europeia ocorre uma fratura a cada 30 segundos
e se espera que para essa populaccedilatildeo o nuacutemero de fraturas dobre nos proacuteximos 50 anos
(International Osteoporosis Foundation 2005)
Estudos realizados sobre os custos da osteoporose e suas consequecircncias demonstram
que os gastos com essa doenccedila impressionam O estudo de Silva et al (2003) somou os gastos
com as internaccedilotildees para reduccedilotildees ciruacutergicas as reduccedilotildees incruentas o tratamento
conservador os gastos com cirurgias para a retirada de proacutetese internaccedilotildees de longa
permanecircncia consultas meacutedicas e fisioterapia chegando agrave conclusatildeo de que os custos do
SUS com o tratamento das fraturas eacute de mais de 20 milhotildees de reais por ano Tambeacutem
Tosteson et al (2008) fizeram um levantamento de custos do tratamento da osteoporose em
uma populaccedilatildeo de mulheres americanas em 2005 e mostrou que os custos anuais com
medicamentos satildeo altiacutessimos
Sobre os exames realizados para avaliaccedilatildeo da osteoporose os principais usados satildeo a
densitometria oacutessea e a ultrassonometria oacutessea de calcacircneo (USO) A densitometria oacutessea eacute
considerada o padratildeo-ouro para o diagnoacutestico de osteoporose pela Organizaccedilatildeo Mundial da
Sauacutede (OMS) desde 1994 poreacutem este exame estima apenas a densidade mineral oacutessea A
USO busca refletir outros paracircmetros aleacutem da densidade mineral oacutessea avaliando o risco de
fratura com eficiecircncia similar agrave densitometria oacutessea (Oliveira et al 2004 Castro 2000)
Embora os fatores cliacutenicos de riscos (FCRs) em populaccedilotildees de risco para osteoporose
e fratura estejam bem estabelecidos especialmente em estudos internacionais sua prevalecircncia
14
na populaccedilatildeo brasileira em geral natildeo estaacute clara porque ainda faltam estudos sobre o tema Um
dos principais estudos sobre a avaliaccedilatildeo de FCR foi o BRAZOS (Pinheiro et al 2010a) Ele
natildeo avaliou os fatores de risco relacionados agrave massa oacutessea mas os seus resultados permitem
inferir que esses fatores de risco satildeo muito semelhantes agravequeles relacionados agrave fratura por
baixo impacto Pinheiro et al (2010) demonstrou que os principais FCRs associados agrave fratura
por osteoporose de qualquer siacutetio esqueleacutetico de um total de 2420 indiviacuteduos apoacutes ajustes
estatiacutesticos foram histoacuteria familiar de fratura de quadril idade avanccedilada e baixo peso E que
a associaccedilatildeo de FCR agraves medidas de massa oacutessea poderia melhorar a discriminaccedilatildeo de
pacientes com maior risco de fratura osteoporoacutetica (Pinheiro et al 2010a b)
Atualmente existe uma ferramenta chamada FRAXreg utilizada por meacutedicos em vaacuterios
paiacuteses baseado na pratica meacutedica usando uma combinaccedilatildeo de fatores cliacutenicos e densidade
mineral oacutessea O FRAXreg eacute usado para predizer o risco de fratura nos proacuteximos dez anos com
implicaccedilotildees diretas na decisatildeo do tratamento e custos (Kanis et al 2008 Pinheiro et al 2009)
Poreacutem o risco absoluto de fraturas depende da populaccedilatildeo estudada e essa ferramenta ainda
natildeo foi aprovada para uso no Brasil Assim estudos epidemioloacutegicos representativos sobre
fatores de risco para fraturas ainda continuam sendo necessaacuterios (Pinheiro et al 2009)
Em 2003 a dissertaccedilatildeo de mestrado da Dra Patriacutecia Pereira de Oliveira verificou o
risco aumentado de fraturas por osteoporose atraveacutes da USO (Oliveira et al 2007) na
populaccedilatildeo de mulheres menopausadas na ilha de Paquetaacute-RJ Em nosso estudo verificaremos
se existe uma correlaccedilatildeo entre os achados ultrassonograacuteficos e as fraturas cliacutenicas na mesma
populaccedilatildeo por ela utilizada aleacutem outros fatores de risco para fraturas serem contemplados
como doenccedilas de base tempo de menopausa medicamentos entre outros Isto se justifica
pela necessidade de termos no Brasil dados sobre a incidecircncia de fraturas por fragilidade
oacutessea e fatores de risco a ela relacionados desenvolvidos em uma populaccedilatildeo brasileira e
15
residente de uma ilha localizada no litoral fluminense Jaacute que a literatura nessa aacuterea eacute escassa
e para que compreendendo melhor a dinacircmica da fratura por fragilidade oacutessea possamos
intervir antes que ela ocorra melhorando a qualidade de vida dessas mulheres e diminuiacutedo os
gastos com a sauacutede
16
3 Objeto de Estudo
Estudo de fatores associados agraves fraturas por fragilidade oacutessea em mulheres na poacutes-
menopausa atendidas em uma unidade baacutesica de sauacutede
Questionamento
Quais os fatores associados agrave ocorrecircncia de fraturas em mulheres poacutes-menopausa
acompanhadas em uma unidade baacutesica de sauacutede
31 Objetivos
311 Geral
Avaliar os fatores relacionados agrave ocorrecircncia de fraturas em mulheres poacutes-menopausa
acompanhadas em uma unidade baacutesica de sauacutede
312 Especiacuteficos
a- Avaliar se a ocorrecircncia de fraturas foi maior nas pacientes identificadas como risco
aumentado para fraturas pelo ultrassonometria oacutessea de calcacircneo preacutevia
b- Verificar a associaccedilatildeo entre as fraturas por fragilidade oacutessea e os dados cliacutenicos
comportamental e demograacuteficos (idade e sexo) das pacientes
c- Analisar se o tempo de menopausa influencia a ocorrecircncia de fraturas por fragilidade
oacutessea
17
4 Marco Teoacuterico
A osteoporose pode ser definida como doenccedila osteometaboacutelica caracterizada pela
diminuiccedilatildeo da densidade mineral oacutessea com alteraccedilotildees na sua microestrutura que conduzem
a um aumento da fragilidade oacutessea e uma tendecircncia a fraturas por traumatismos pouco
intensos Dado o exposto esta constitui o verdadeiro problema de sauacutede puacuteblica devido agrave sua
alta taxa de morbimortalidade e altos custos (Vianna et al 2001 International Osteoporosis
Foundation 2005)
Com relaccedilatildeo ao hipoestrogenismo observa-se que as mulheres apresentam uma perda
oacutessea mais acelerada nos dez primeiros anos apoacutes a instalaccedilatildeo da menopausa do que os
homens da mesma idade adquirindo risco de fratura mais precocemente do que eles (NHI
2001) Esta diminuiccedilatildeo de massa oacutessea total poderaacute ser ateacute dez vezes a diminuiccedilatildeo ocorrida
antes deste periacuteodo podendo chegar a 2 a 4 ao ano para o osso trabecular e de 1 para o
cortical (NHI 2001) A deficiecircncia de estrogecircnio aumenta o remodelamento oacutesseo e pode
agravar o desequiliacutebrio nas unidades de remodelamento com o aumento do tempo de vida dos
osteoclastos em detrimento dos osteoblastos (Fyhrie amp Schaffler 1994)
Na maioria dos casos a perda oacutessea eacute assintomaacutetica Quando sinais e sintomas da
osteoporose aparecem se relacionam com a ocorrecircncia de fraturas mais comumente na
porccedilatildeo distal do antebraccedilo (fratura de Colles) na coluna vertebral e no colo do fecircmur
(International Osteoporosis Foundation 2005) A maior incidecircncia de fraturas eacute observada
em mulheres brancas na poacutes menopausa (Pinheiro et al 2010a b)
Pinheiro et al (2010) analisaram 275 mulheres caucasoacuteides acima dos 50 anos e
acharam que 44 jaacute possuiacuteam algum tipo de fratura por osteoporose (Pinheiro et al 2010b)
A dor oacutessea eacute consequumlecircncia tanto das fraturas quanto das deformidades oacutesseas As fraturas
18
vertebrais satildeo as mais comuns poreacutem satildeo geralmente assintomaacuteticas e portanto menos
diagnosticadas Poreacutem podem causar dor perda de peso deformidade na coluna espinhal e
perda de estabilidade ao andar (International Osteoporosis Foundation 2005) Apenas 10
das fraturas de veacutertebras cursam com hospitalizaccedilatildeo mesmo que causem dor e diminuiccedilatildeo da
qualidade de vida Elas ocorrem entre os 50 e 60 anos de idade com maior frequecircncia
(International Osteoporosis Foundation 2005)
Jaacute as fraturas do fecircmur satildeo as mais letais devido a complicaccedilotildees poacutes-operatoacuterias As
principais causas de mortalidade satildeo as infecccedilotildees e tromboembolismo As fraturas de quadril
satildeo menos prevalentes do que as vertebrais poreacutem de maior gravidade devido agraves altas taxas
de morbimortalidade aleacutem do alto custo para a famiacutelia e para o sistema puacuteblico de sauacutede A
mortalidade apoacutes uma fratura de quadril eacute de cerca de 20- 24 no ano seguinte a fratura
sendo acompanhada de periacuteodos de hospitalizaccedilatildeo prolongados (International Osteoporosis
Foundation 2005 Silveira et al 2005) Estimativas apontam que no ano de 2050 ocorreratildeo
aproximadamente 65 milhotildees de fratura de quadril em todo mundo (Cooper 1999) As
fraturas de punho satildeo as mais facilmente observadas por mulheres no climateacuterio chegando a
originar seis milhotildees de dias de restriccedilatildeo de trabalho por ano (International Osteoporosis
Foundation 2005)
Aleacutem do custo pessoal o impacto econocircmico gerado pela osteoporose eacute enorme
Atraveacutes do mundo eacute estimado que uma em cada trecircs mulheres acima dos 50 anos teraacute fraturas
por osteoporose Na Europa no ano 2000 foi estimada uma ocorrecircncia de 379 milhotildees de
fraturas por fragilidade oacutessea sendo que destas 890 mil eram de quadril (Tosteson et al
2008) Eacute sabido que apenas metade das pacientes que sobrevivem agrave fratura de quadril voltaraacute
a andar novamente mas dificilmente com a mesma agilidade que andava antes da fratura
Apesar de a osteoporose ser facilmente diagnosticada atraveacutes de exames e seu tratamento
19
poder ser instituiacutedo ainda eacute uma doenccedila muito subdiagnosticada e subtratada Eacute estimada na
comunidade europeacuteia que uma em cada trecircs fraturas de vertebrais recebe a atenccedilatildeo cliacutenica
que merece E uma pessoa com fratura de veacutertebra tem ateacute cinco vezes mais chance de
desenvolver nova fratura no ano seguinte fenocircmeno conhecido como fratura em cascata
(Lindsay et al 2001)
Tradicionalmente a osteoporose eacute reconhecida como uma doenccedila multifatorial sendo
70 desses fatores natildeo modificaacuteveis isto eacute definidos pela carga geneacutetica e 30
potencialmente modificaacuteveis e assim envolvidos com os aspectos ambientais Dessa forma
um uacutenico fator de risco natildeo eacute capaz de identificar indiviacuteduos com ou sem fratura Diferenccedilas
geneacuteticas raciais e antropomeacutetricas bem como da composiccedilatildeo corporal densidade oacutessea
dieta atividade fiacutesica e outros haacutebitos de vida contribuem para explicar as divergecircncias na
incidecircncia e na prevalecircncia de baixa densidade oacutessea e fraturas em diversos paiacuteses do mundo
(Pinheiro et al 2010b c) Os aspectos geneacuteticos desempenham importante influecircncia sobre a
aquisiccedilatildeo do pico de massa oacutessea e perda oacutessea relacionada agrave idade bem como na
determinaccedilatildeo das propriedades estruturais e geomeacutetricas do osso No entanto a associaccedilatildeo
entre diferentes polimorfismos gecircnicos e densidade oacutessea ou fraturas por osteoporose eacute
bastante controversa e varia em diferentes estudos inclusive no Brasil fato que pode ser
tomado como um provaacutevel reflexo das diferenccedilas de etnia e ambiental das populaccedilotildees
estudadas Da mesma forma os fatores ambientais natildeo permitem uniformizar e homogeneizar
o impacto de cada um deles em cada regiatildeo do planeta (Pinheiro et al 2010c)
Atualmente a densitometria oacutessea eacute o meacutetodo mais utilizado para avaliar a massa
oacutessea Eacute o padratildeo ouro para o diagnoacutestico de osteoporose A densidade mineral oacutessea (DMO)
eacute expressa em nuacutemero absolutos em gramas de mineral por centiacutemetro quadrado escaneado
ou ainda comparado com a DMO esperada para a idade e sexo da paciente (z escore) ou
20
comparado a DMO de adultos jovens normais do mesmo sexo (t-escore) A diferenccedila entre o
escore do paciente e o padratildeo eacute expressa em desvios padrotildees acima ou abaixo da meacutedia
(Castro et al 1999)
Segundo a Sociedade Brasileira de Densitometria Cliacutenica no consenso de 2008 satildeo
indicaccedilotildees para avaliaccedilatildeo da densidade mineral oacutessea (Brandatildeo et al 2009)
rdquoMulheres com idade gt a 65 anos e homens com idade gt a 70 anos
Mulheres acima de 40 anos na transiccedilatildeo menopausal (1-2) e homens acima de 50
anos de idade com fatores de risco
Adultos com antecedente de fratura por fragilidade condiccedilatildeo cliacutenica ou uso de
medicamentos associados agrave baixa massa oacutessea ou perda oacutessea
Indiviacuteduos para os quais satildeo consideradas intervenccedilotildees farmacoloacutegicas para
osteoporose
Indiviacuteduos em tratamento para osteoporose para monitoramento de sua eficaacutecia
Indiviacuteduos que natildeo estejam sob tratamento poreacutem nos quais a identificaccedilatildeo de perda
de massa oacutessea possa determinar a indicaccedilatildeo do tratamento
Mulheres interrompendo terapia hormonal (TH)rdquo
Arq Bras Endocrinol Metab 2009 531 pag108
A proacutepria definiccedilatildeo de osteoporose pela Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede reunida em
Hong Kong em 1994 estabeleceu criteacuterios diagnoacutesticos baseados em valores obtidos pela
densitometria oacutessea classificando como osteopecircnicas aquelas mulheres que apresentarem-se
entre 1 e 25 desvios-padratildeo (DP) abaixo da meacutedia para adultas jovens e de osteoporoacuteticas as
que se encontrarem com mais de 25 DP abaixo da meacutedia para adultas jovens (Castro et al
1999 WHO 1999)
A densitometria oacutessea apresenta como desvantagens no entanto o fato de utilizar uma
fonte de radiaccedilatildeo ionizante e possuir um elevado custo que limita seu uso em estudos
populacionais principalmente em nosso paiacutes onde os recursos destinados agrave sauacutede da
populaccedilatildeo mais carente satildeo miacutenimos Sempre tentando diminuir o impacto dos gastos com
21
sauacutede eacute estimulada a busca por meacutetodos natildeo poluentes e mais baratos mas que tragam as
mesmas informaccedilotildees que os meacutetodos jaacute estabelecidos Em funccedilatildeo disto a USO vem sendo
avaliada e alguns resultados promissores tecircm sido apresentados (Castro et al 1999) Baseia-se
na modificaccedilatildeo das caracteriacutesticas de ultrassom transmitido atraveacutes de ossos de localizaccedilatildeo
mais superficiais como no calcacircneo tiacutebia falanges ou patela Os sistemas atuais se
constituem de dois transdutores sendo um transmissor e outro receptor posicionados em
locais diferentes do osso a ser estudado Os aparelhos existentes entre noacutes avaliam o
calcacircneo osso predominantemente trabecular atraveacutes das medidas de velocidade de
transmissatildeo do ultrassom (SOS em ms) e da atenuaccedilatildeo da frequumlecircncia do ultrassom (BUA em
dBMHz) (Kanis et al 2008) Novamente de acordo com a orientaccedilatildeo da Sociedade Brasileira
de Densitometria Cliacutenica de 2008 as recomendaccedilotildees para ultrassonometria oacutessea satildeo
(Brandatildeo et al 2009)
rdquoO uacutenico siacutetio validado para o uso cliacutenico da USO em osteoporose eacute o calcacircneo
Equipamentos de USO de calcacircneo validados satildeo capazes de estimar fratura por
fragilidade em mulheres na poacutes-menopausa e em homens com idade superior a 65 anos
independentemente da densidade mineral oacutessea medida em equipamentos de DMO
central
A correlaccedilatildeo entre os resultados obtidos por USO e DMO ccccccc entral eacute
moderada
USO do calcacircneo associada a fatores de risco cliacutenicos podem ser usados para
identificar populaccedilatildeo com baixa probabilidade de fratura na qual avaliaccedilatildeo adicional
natildeo seja mais necessaacuteria
Medidas de DMO central na coluna e no fecircmur constituem o meacutetodo de escolha para a
tomada de decisatildeo terapecircutica Entretanto se a DMO central natildeo for acessiacutevel o
tratamento farmacoloacutegico pode ser iniciado se a probabilidade de fratura avaliada pelo
USO do calcacircneo com pontos de corte especiacuteficos associados a fatores de risco
cliacutenicos for suficientemente alta
Equipamentos de USO natildeo satildeo clinicamente uacuteteis no monitoramento de efeitos
esqueleacuteticos dos medicamentos disponiacuteveis para o tratamento da osteoporoserdquo
Arq Bras Endocrinol Metab 2009 531 pag110
22
Em 2003 foi realizada uma dissertaccedilatildeo de mestrado (Oliveira et al 2007) sobre a
utilizaccedilatildeo do USO para estimar a prevalecircncia de risco aumentado de fraturas em uma
populaccedilatildeo de mulheres na poacutes menopausa residentes da Ilha de Paquetaacute Em trabalho
realizado por Oliveira e cols nesta instituiccedilatildeo Foi realizado um estudo transversal com
recrutamento de 385 mulheres residentes da Ilha Todas as mulheres responderam a
questionaacuterio previamente estruturado e foram submetidas a medidas antropomeacutetricas e a
USO As medidas de USO foram realizadas segundo o manual do fabricante A idade da
populaccedilatildeo estudada variou entre 42 e 95 anos Os resultados encontrados mostram que
5922 da amostra apresentava algum tipo de alteraccedilatildeo a USO com t score menor que -1
Esse grupo era composto por mulheres mais idosas com menor peso menor altura e menor
percentual de gordura quando comparado com o grupo com t score lt ndash 1 Foi encontrado que
1688 das pesquisadas possuiacuteam alto risco para fraturas com t score lt -25 E as mulheres
do grupo de alto risco tinham maior peso e IMC paracircmetros conhecidos como protetores
Embora divergente da literatura a autora atribui esses resultados a caracteriacutesticas das
mulheres mais idosas em um contexto social de baixa escolaridade e renda (Oliveira et al
2007)
23
5 Materiais e Meacutetodos
51 Populaccedilatildeo
A Ilha de Paquetaacute dista aproximadamente 15 km da Praccedila XV no Centro da Cidade
do Rio de Janeiro sendo a principal ilha do arquipeacutelago de Paquetaacute situada ao nordeste da
Baiacutea de Guanabara A populaccedilatildeo e frequecircncia da Ilha satildeo extremamente sazonais sendo
aproximadamente 2200 domiciacutelios (entre moradores e veranistas) Os moradores fixos
correspondem a 4500 pessoas em sua maioria de famiacutelias antigas na Ilha das quais 208
satildeo idosos ultrapassando ateacute mesmo a meacutedia nacional que eacute em torno de 12 (IBGE
2009a) Este iacutendice faz de Paquetaacute o erceiro bairro em nuacutemero de idosos no municiacutepio sendo
que sua populaccedilatildeo pode ser considerada envelhecida segundo os criteacuterios da Organizaccedilatildeo
Mundial da Sauacutede (OMS 2003) Embora a maioria da populaccedilatildeo seja branca existem 109
de negros 256 de pardos e 01 de iacutendios Cerca de 90 dos domiciacutelios possuem aacutegua
tratada e 9957 tratamento de esgoto As famiacutelias residentes nesta regiatildeo satildeo compostas em
meacutedia por trecircs pessoas com rendimento meacutedio per capita de 301 salaacuterios miacutenimos (IPEA
2000) e o transporte urbano eacute feito basicamente a peacute por bicicletas ou charretes puxadas por
ciclistas (IBGE 2009a)
52 Tipo de estudo
Foi realizado um estudo de coorte prospectivo na ilha de PaquetaacuteRJ no ano de 2011
Foram inicialmente alocadas todas as mulheres que participaram do estudo anterior
desenvolvido no ano de 2003 (Oliveira et al 2007)
24
53 Criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo
Os criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo foram os mesmos utilizados do estudo anterior
(Oliveira et al 2007) Sendo os criteacuterios de inclusatildeo as mulheres que estavam na menopausa
e que tinham residecircncia fixa na Ilha de Paquetaacute e os criteacuterios de exclusatildeo a historia pessoal
de doenccedilas que sabidamente afetam o metabolismo oacutesseo direta ou indiretamente (como
artrite reumatoacuteide luacutepus eritematoso sistecircmico hiperparatireoidismo osteogecircnese imperfeita)
e as neoplasias malignas exceto carcinoma basocelular de pele
54 Alocaccedilotildees de pacientes
A populaccedilatildeo elegiacutevel era constituiacuteda pelas 385 mulheres alocadas no estudo inicial
(Oliveira et al 2007) No trabalho de Oliveira et al (2007) foi realizado um estudo transversal
com recrutamento por auto-seleccedilatildeo ou demanda espontacircnea no ano de 2003 na Ilha de
Paquetaacute Rio de Janeiro Brasil Foram estudadas 385 mulheres na poacutes-menopausa
(diagnoacutestico cliacutenico) residentes no local apoacutes a aplicaccedilatildeo dos criteacuterios de exclusatildeo
(existecircncia de pino metaacutelico ou edema com cacifo em ambos os peacutes ou impossibilitadas de
posicionar os peacutes no aparelho de ultra-sonometria oacutessea) Todas as mulheres responderam na
eacutepoca a um questionaacuterio e foram submetidas a medidas antropomeacutetricas e agrave USO
No presente estudo considerando uma significacircncia de 95 e um poder de 80 uma
prevalecircncia de 15 de fraturas na populaccedilatildeo de risco (Clark et al 2009) o tamanho amostral
previsto foi de 130 mulheres Poreacutem devido agraves perdas o tamanho amostral final foi de 86
pacientes
Atraveacutes do banco de dados jaacute existente todas as pacientes foram re-contactadas As
mulheres foram localizadas atraveacutes de telefonemas e comparecimento no hospital local onde
25
eacute realizado a atenccedilatildeo baacutesica de sauacutede Foram realizados pelo menos 2 telefonemas com
intervalo de 1 semana entre eles Como ldquoperdasrdquo foram consideradas as pacientes natildeo
encontradas apoacutes os dois telefonemas (035 dos telefones estavam errados e 049 das
pacientes tinham telefone quebrado ou ocupado) pacientes que natildeo quiseram ou natildeo
puderam responder ao questionaacuterio (008) e pacientes falecidas (006)
As pacientes selecionadas foram submetidas a um questionaacuterio de avaliaccedilatildeo de fatores
relacionados agrave fragilidade oacutessea conhecido como European Vertebral Osteoporosis Study
(EVOS) jaacute validado previamente para o portuguecircs (OrsquoNeill et al 1996) e jaacute utilizados em
importantes estudos (Pinheiro et al 2006 Clark et al 2009) O questionaacuterio EVOS eacute
composto por dados soacutecio-demograacuteficos (idade estado civil escolaridade cor renda familiar
e nuacutemero de dependentes desta haacutebitos de vida) e histoacuteria reprodutiva pessoal sumaacuteria
(idade da menarca idade da menopausa tipo de menopausa) Os dados antropomeacutetricos
foram aferidos segundo criteacuterios adotados internacionalmente com medidas de peso e altura
observando intervalos de 01kg e 001m respectivamente
A definiccedilatildeo de fratura por fragilidade oacutessea foi a mesma utilizada por Pinheiro et al
(2010a) como aquela resultante de uma queda da proacutepria altura ou trauma menos intenso em
indiviacuteduos com 50 anos ou mais em siacutetios esqueleacuteticos especiacuteficos antebraccedilo fecircmur
costelas veacutertebras e uacutemero E a documentaccedilatildeo de fraturas foi realizada atraveacutes de relato da
paciente (fratura referida) As fraturas traumaacuteticas (apoacutes acidente automobiliacutestico ou outras
condiccedilotildees sob forte impacto) ou as de baixo impacto natildeo relacionadas agrave osteoporose (como
por exemplo as de face tornozelo metacarpo falanges) natildeo foram consideradas
O estudo obedeceu aos criteacuterios de eacutetica preconizados pela resoluccedilatildeo no 19696 do
Conselho Nacional de Sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede e foi aprovado previamente pelo Comitecirc
26
de Eacutetica em Pesquisa da FiocruzIFF e pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Prefeitura Todas
as mulheres assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido antes de qualquer
procedimento
55 Anaacutelise Estatiacutestica
Os dados foram registrados em planilha Excel e analisados pelo programa Statistical
Package for Social Sciences (SPSS) versatildeo 170 Para avaliar diferenccedilas entre os grupos as
variaacuteveis categoacutericas foram avaliadas pelo Qui-quadrado de Pearson ou o teste exato de
Fisher A relaccedilatildeo entre as variaacuteveis categoacutericas e ordinal e entre as variaacuteveis numeacutericas foi
avaliada pelo teste de Mann-Whitney que eacute um teste natildeo-parameacutetrico que equivale ao teste t
escolhido pelo tamanho da amostra A relaccedilatildeo entre as variaacuteveis numeacutericas foi avaliada pelo
coeficiente de Sperman que eacute uma estatiacutestica natildeo parameacutetrica utilizada para dados natildeo
normais eou amostra pequena Para todos os testes o niacutevel de significacircncia adotado foi de
5 A variaacutevel dependente foi a presenccedila de fratura (sim ou natildeo) e as variaacuteveis
independentes foram idade (em anos) resultado de USO (normal ou alterado) tempo de
menopausa (em anos) siacutetio de localizaccedilatildeo de fraturas IMC (abaixo do pesonormal
sobrepeso obeso) tabagismo (fumante ou natildeo fumante) atividade fiacutesica (leve
moderadapesada) frequecircncia diaacuteria de ingestatildeo de leite (em coposdia) e as variaacuteveis
binaacuterias como o histoacuterico familiar de fratura de quadril osteoporose uso de anticoncepcional
ausecircncia de menstruaccedilatildeo retirada de uacutetero ou ovaacuterios amamentaccedilatildeo paciente acamado e
etilismo O caacutelculo do risco relativo (RR) foi feito para avaliar a relaccedilatildeo entre o USO e a
presenccedila de fraturas Para isso foi considerado pacientes com USO normal aqueles com
resultados do T-score gt-11 e USO alterado aqueles com T-score lt-11 O niacutevel de atividade
fiacutesica foi classificado em atividade leve (trabalho burocraacutetico em escritoacuterio na maior parte
do tempo sentado) atividade moderada (trabalhos na maior parte do tempo em peacute como
27
vendedor e dona-de-casa) atividade pesada (enfermeira empregada domeacutestica) Oliveira et al
2010) Para caacutelculo aproximado da ingestatildeo alimentar diaacuteria de caacutelcio utilizou- se uma
adaptaccedilatildeo da Tabela Brasileira de Composiccedilatildeo de Alimentos 1 fatia queijo (90mg) 1 copo
de iogurte (1212mg) 1 copo leite (257mg) 1 bola se sorvete (135mg) E no final todos esses
alimentos foram convertidos em quantidade ingerida de copos de leite
28
6 Resultados Encontrados
61 Gerais
As caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas da populaccedilatildeo estudada estatildeo listadas na
tabela 1 A idade meacutedia das pacientes foi de 725 anos (DPplusmn 87) com a idade da menopausa
460 anos (DPplusmn 61) o tempo de menopausa 261 anos (DPplusmn 97) e o IMC de 264 (kgm2)
(DPplusmn 55) Essas caracteriacutesticas quando comparadas com o estudo anterior de 2003 (tabela
2) confirmam tratar-se da mesma populaccedilatildeo Apenas a idade e o tempo de menopausa
evidenciam ser a nossa populaccedilatildeo mais idosa Fator que se justifica pelo tempo ocorrido entre
os dois estudos
A incidecircncia de fratura por fragilidade oacutessea encontrada foi de 21 evidenciado no
graacutefico 1 Os principais siacutetios de fratura satildeo analisados na tabela 3 tendo como sitio principal
o antebraccedilo com 50 seguido pelo peacute com 192 e uacutemero 145 Jaacute na tabela 4 e no graacutefico
2 pode ser observado que a idade da populaccedilatildeo estudada variou entre 54 e 97 anos com meacutedia
de 72 anos com DP plusmn 90 No grupo de pacientes fraturadas 50 tinham entre 65 e 79 anos
sugerindo ser essa faixa etaacuteria mais susceptiacutevel as fraturas por fragilidade oacutessea
62 USO preacutevia X Fraturas
Foi verificado na tabela 5 a associaccedilatildeo entre o resultado da (USO) preacutevia e o desfecho
fraturas por fragilidade oacutessea De todas as pacientes que fizeram USO no estudo inicial 66
participaram deste estudo Das 50 pacientes que tiveram o USO alterado 22 tiveram
fraturas nesse periacuteodo E as pacientes com USO considerada normal 194 tiveram fraturas
por fragilidade oacutessea O RR= 113 (IC95 048 - 263) sugere que as mulheres que tiveram
29
USO alterado tem um risco de fraturar de 13 maior em relaccedilatildeo as pacientes com resultado
de USO considerado normal
63 Caracteriacutesticas cliacutenicas e comportamentais X Fratura
As pacientes foram analisadas quanto as variaacuteveis clinicas e comportamentais
Considerando a tabela 6 as pacientes que tiveram fraturas se mostraram com maior
sobrepeso ou obesas (722) com maior historia familiar de fratura de quadril (133) e
com maior diagnostico de osteoporose (471) do que as pacientes sem fraturas (p
valorgt005) Jaacute o uso de anticoncepcional ou o uso de reposiccedilatildeo hormonal natildeo se mostraram
ser relevantes para ocorrecircncia de fraturas nessa amostra E 235 das pacientes acamadas por
mais de dois meses sofreram alguma fratura com p valor lt005 Evidenciando associaccedilatildeo
entre a paciente ficar acamada por mais de dois meses e sofrer fratura por fragilidade oacutessea
Avaliando a tabela 7 foi notado que apenas 125 das pacientes que tiveram fratura eram
tabagistas e 167 eram etilistas natildeo se mostrando essas caracteriacutesticas como fatores de
risco A atividade fiacutesica moderadapesada ateacute 25 anos e acima de 50 anos apresentou
percentuais de 441 e 382 respectivamente Aleacutem disso entre 25 e 50 anos 444 das
pacientes com atividade fiacutesica moderadapesada tiveram fraturas e 441 das pacientes natildeo
tiveram fraturas para essa faixa etaacuteria (p valor gt005) Sendo assim natildeo houve associaccedilatildeo
entre a atividade fiacutesica e as fraturas Em relaccedilatildeo ao item ingestatildeo de leite apoacutes os 50 anos
456 das pacientes que natildeo tiveram fraturas ingeriam de 1 a 2 copos de leite por dia e
apenas 44 ingeriam mais de 3 copos de leite por dia No caso das pacientes que tiveram
fraturas apoacutes os 50 anos foi observado que 50 ingeriam de 1 a 2 copos de leite por dia e
167 ingeriam 3 copos ou mais de leite
30
64 Tempo de menopausa X Fratura
As pacientes foram avaliadas graacutefico 3 para verificar a associaccedilatildeo entre o tempo de
menopausa e o desfecho das fraturas A mediana do tempo de menopausa encontrado em
ambos os grupos foi de 262 com DP de plusmn98 Metade das pacientes que tiveram fraturas tem
entre 193 e 293 anos de menopausa com DP de plusmn72 A correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade
tempo de menopausa e IMC foi observado na tabela 8 onde evidenciada uma associaccedilatildeo
positiva entre a idade e o tempo de menopausa nos grupos de pacientes com e sem fraturas
Assim como foi verificado uma associaccedilatildeo negativa de quanto maior a idade e o tempo de
menopausa menor o IMC
31
Graacutefico 1
Graacutefico 2
32
Graacutefico 3
33
Tabela 1- Caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas das
mulheres poacutes menopausa (n=86)
Caracteriacutesticas Meacutedia plusmn desvio padratildeo
Idade (anos) 7255 plusmn 897
Idade da
menarca (anos) 1324 plusmn 184
Idade da
menopausa
(anos)
4608 plusmn 614
Tempo de
menopausa
(anos)
2618 plusmn976
Peso (kg)sect 6342 plusmn 1055
Altura (m)deg 155 plusmn 008
IMC (kgm2) 2643 plusmn 557
n=85 sectn=83 ordmn=82 n=81 n=80
Tabela 2-Caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas das
mulheres poacutes menopausa em 2003
Caracteriacutesticas Meacutedia plusmn desvio padratildeo
Idade (anos) 6463plusmn1270
Idade da
menarca (anos)
1304 plusmn 193
Idade da
menopausa
(anos)
4755 plusmn 601
Tempo de
menopausa
(anos)
1700 plusmn 1076
Peso (kg)sect 6533 plusmn 1270
Altura (m)deg 155 plusmn 006
IMC (kgm2) 2696 plusmn 477
34
Tabela 3 ndash Incidecircncia de fraturas em mulheres poacutes menopausa segundo a
localizaccedilatildeo de fratura 2003-2011
Tipo da fratura
n
Veacutertebra 1 38
Fecircmur 1 38
Costela 2 77
Antebraccedilo 13 500
Uacutemero 4 145
Peacute 5 192
Total 26 1000
Nota Algumas pacientes tiveram mais de uma fratura no periacuteodo
Tabela 4- Relaccedilatildeo entre idade e fratura nas mulheres na poacutes menopausa
Total
Fratura
Idade (anos) Natildeo Sim
N () n () n ()
54 a 64 anos 18 209 14 206 4 222
65 a 79 anos 48 558 39 574 9 500
80 a 97 anos 20 233 15 221 5 278
Total 86 1000 68 1000 18 1000
Meacutedia (DP) 725 (90) 713 (77) 729 (93)
Nota P-valor pelo teste de Mann-Whitney=0813
35
Tabela 5 - Incidecircncia de fratura em mulheres poacutes-menopausa segundo
resultado da USO 2003-2011
Resultado da
USO
Total
Fratura p-valor
Sim Natildeo
n n
()
IC95 n
()
Normal 36 7 194
89 -
3472
29 806
0496
Alterado 50 11 220
121 -
350
39 780
Total 86 18 209
133 -
305
68 791
Nota Risco relativo = 113 (IC95 048 - 263)
36
Tabela 6 ndash Caracteriacutesticas cliacutenicas de mulheres poacutes-menopausa segundo
fratura (n=86)
Fratura
Natildeo (n=68) Sim (n=18) Total
n ( ) n ( )
IMC
Abaixo do pesoNormal 24 (353) 5 (278) 28 0792
Sobrepeso 27 (397) 9 (500) 36
Obeso 17 (250) 4 (222) 21
Histoacuterico familiar de fratura de quadril
Natildeo 66 (985) 13 (867) 79 0085
Sim 1 (15) 2 (133) 3
Osteoporose
Natildeo 44 (800) 9 (529) 53 0055
Sim 11 (200) 8 (471) 19
Uso de anticoncepcional
Natildeo 32 (485) 10 (556) 42 0791
Sim 34 (515) 8 (444) 42
Ausecircncia de mentruaccedilatildeo
Natildeo 60 (909) 16 (941) 76 1000
Sim 6 (91) 1 (59) 7
Retirou o uacutetero
Natildeo 46 (687) 9 (500) 55 0170
Sim 21 (313) 9 (500) 30
Retirou os ovaacuterios
Natildeo 53 (815) 11 (647) 64 0187
Sim 12 (185) 6 (353) 18
Reposiccedilatildeo hormonal
Natildeo 51 (761) 13 (722) 64 0763
Sim 16 (239) 5 (278) 21
Amamentou
Natildeo 14 (206) 4 (222) 18 1000
Sim 54 (794) 14 (778) 68
Acamado por mais de dois meses
Natildeo 63 (940) 13 (765) 76 0049
Sim 4 (60) 4 (235) 8
Caracteriacutesticas clinicas
p-valor do
teste exato
de Fisher
37
Tabela 7 - Caracteriacutesticas comportamentais de mulheres poacutes-menopausa segundo
fratura (n=86)
Fratura
Natildeo (n=68) Sim (n=18) Total
n ( ) n ( )
Tabagismo
Natildeo fumante 47 (758) 14 (875) 61 0499
FumanteEx-fumante 15 (242) 2 (125) 17
Etilismo no uacuteltimo ano
Natildeo 48 (706) 15 (833) 63 0376
Sim 20 (294) 3 (167) 23
Atividade fiacutesica ateacute os 25 anos
Leve 38 (559) 11 (611) 49 0792
ModeradaPesada 30 (441) 7 (389) 37
Atividade fiacutesica entre os 25 e 50 anos
Leve 38 (559) 10 (556) 48 1000
ModeradaPesada 30 (441) 8 (444) 38
Atividade fiacutesica acima dos 50 anos
Leve 42 (618) 12 (667) 54 0789
ModeradaPesada 26 (382) 6 (333) 32
Frequecircncia diaacuteria de leite ateacute 25 anos
Nenhummenos 1 copodia 34 (500) 8 (444) 42 0910
1 a 2 coposdia 31 (456) 9 (500) 40
3 coposdia ou mais 3 (44) 1 (56) 4
Frequecircncia diaacuteria de leite apoacutes 50 anos
Nenhummenos 1 copodia 34 (500) 6 (333) 40 0103
1 a 2 coposdia 31 (456) 9 (500) 40
3 coposdia ou mais 3 (44) 3 (167) 6
Caracteriacutesticas
comportamentais
p-valor do
teste exato
de Fisher
Tabela 8- Coeficientes de correlaccedilatildeo de Spearman (rs) entre idade IMC e tempo de
menopausa em mulheres poacutes-menopausa
Variaacuteveis
IMC IdadeTempo de
menopausa
r s 1 -0144 -0151
p-valor 0569 0550
r s -0227 1 0736
p-valor 0074 lt0001
r s -0295 0761 1
p-valor 0020 lt0001
Variaacuteveis
IMC
Idade
Tempo de menopausa
Nota o triacircngulo superior direito (parte hachurada) se refere agraves correlaccedilotildees para as mulheres com
fratura e o inferior esquerdo (parte natildeo hachurada) agraves mulheres sem fratura
38
7 Discussatildeo
No Brasil os principais fatores cliacutenicos de risco para fraturas por fragilidade oacutessea
eram extrapolados a partir de estudos internacionais O estudo vem acrescentar informaccedilotildees
para se conhecer os fatores relacionados agrave essas fraturas Nossos resultados revelam que a
idade avanccedilada a historia familiar de fratura de quadril o diagnoacutestico de osteoporose e
tambeacutem o paciente ficar acamado por mais de 2 meses foram considerados fatores de risco
para fraturas por fragilidade oacutessea
Esse estudo mostrou concordacircncia com a Johnell amp Kanis (2006) onde o principal
siacutetio mundial de fratura por fragilidade oacutessea nas mulheres apoacutes a menopausa foi o antebraccedilo
Segundo o estudo Latin American Vertebral Osteoporosis Study (LAVOS) (Clark et al
2009) a fratura vertebral eacute a mais prevalente da ameacuterica latina com uma prevalecircncia de
142 diferente do nosso estudo onde a coluna vertebral e o colo do fecircmur aparecem
juntos em uacuteltimo lugar na lista de incidecircncia dos siacutetios de fratura Isso pode ser atribuiacutedo
devido a diferenccedila nos criteacuterios de definiccedilatildeo de fraturas pois no LAVOS optou-se pela
medida radiograacutefica do local de fraturas enquanto no nosso estudo as fraturas foram referidas
pelas pacientes
Os consensos sobre osteoporose tecircm propostos algoritmos para identificar indiviacuteduos
de alto risco para fraturas (Kanis et al 2008 WHO 1999) Para tanto a associaccedilatildeo de fatores
de risco para fraturas com a medida da USO eacute de suma importacircncia embora sejam poucas as
pacientes que tecircm oportunidade de realizar esse exame (Oliveira et al 2007) Assim o
presente trabalho mostrou um risco para fraturas por fragilidade oacutessea 13 maior nas
pacientes com resultado de USO alterada em relaccedilatildeo as pacientes que tiveram resultados de
39
USO normais vindo de encontro aos resultados encontrados por Oliveira et al (2007)
Corroborando o USO como um meacutetodo confiaacutevel para a prediccedilatildeo de fraturas
E semelhante a Pinheiro et al (2010a) o presente estudo revelou que os principais
fatores de risco para fraturas por fragilidade oacutessea satildeo a idade avanccedilada a historia familiar de
fratura de quadril e a presenccedila de osteoporose Isso pode ser atribuiacutedo ao fato de que no
estudo de Pinheiro et al (2010a) assim como no nosso estudo a populaccedilatildeo ser
predominantemente de mulheres acima dos 65 anos e viverem em aacuterea urbana tendo haacutebitos
de vida parecidos
O achado em nosso estudo que apresentou significacircncia estatiacutestica refere-se ao fator
de risco ldquopaciente acamado por mais de dois mesesrdquo como disposto na literatura (Pinheiro et
al 2010b Demir et al 2008) O que acontece eacute que com o paciente acamado por tempo
prolongado um maior remodelamento oacutesseo eacute observado Os osteoclastos responsaacuteveis pela
absorccedilatildeo oacutessea sobrepotildee os osteoblastos predispondo as fraturas por fragilidade oacutessea
(Fyhrie amp Schaffler 1994) Assim observou-se no estudo que 235 das pacientes
acamadas por mais de dois meses sofreram alguma fratura por fragilidade oacutessea com p valor
lt005 Isso reafirma a associaccedilatildeo entre a paciente ficar acamada por mais de dois meses e
sofrer fratura por fragilidade oacutessea Por outro lado o exerciacutecio fiacutesico que estaacute sabidamente
relacionado ao aumento da resistecircncia muscular do equiliacutebrio e da flexibilidade contribuindo
para a reduccedilatildeo da perda oacutessea e melhora da sauacutede em geral (Chan 2003) natildeo se mostrou
como fator de proteccedilatildeo neste estudo Provavelmente devido ao baixo percentual encontrado
de pacientes que praticavam atividade fiacutesica moderada ou pesada
O elevado IMC e a terapia de reposiccedilatildeo hormonal natildeo desempenharam papel protetor
na nossa populaccedilatildeo como seria o esperado por estudos anteriores (Pinheiro et al 2010c
40
Buttros et al 2011) Ao contrario o sobrepeso e obesidade foram considerados fatores de
risco Isso pode ser atribuiacutedo ao IMC meacutedio dessa populaccedilatildeo ser 264 (kgm2) (DPplusmn 55)
limiacutetrofe para sobrepeso Embora esse dado demonstre contrariedade com a literatura que
estabelece relaccedilatildeo inversa entre obesidade e fraturas por fragilidade oacutessea em nosso estudo
ter maior peso e IMC natildeo seriam fatores de risco para fraturas e sim caracteriacutesticas das
mulheres mais idosas em um contexto social de baixa escolaridade e renda Esse fato eacute
confirmado pelos resultados da Pesquisa Nacional sobre Sauacutede e Nutriccedilatildeo ( Batista F et al
2003) que demonstraram caraacuteter ascendente da obesidade nos estratos de mulheres com baixa
renda residentes na regiatildeo Sudeste
Aleacutem disso haacutebitos de vida como tabagismo e etilismo sabidamente relacionados agrave
maior risco para fraturas por fragilidade oacutessea (Pinheiro et al 2010) tambeacutem natildeo se
mostraram estar associados nesse estudo
A necessidade de caacutelcio do ser humano varia ao longo da vida e uma ingestatildeo
adequada para mulheres acima de 50 anos eacute de 1200 mg pois com a idade o corpo
naturalmente perde um pouco da capacidade de absorccedilatildeo de minerais (Nuacutecleo de Estudos e
Pesquisas em Alimentaccedilatildeo 2006) O fato de apenas 44 das mulheres que natildeo tiveram
fraturas e 167 das mulheres que tiveram fraturas ter referido consumo superior a
900mgdia (3 ou mais copos) foi fator de surpresa principalmente levando-se em conta o PIB
per capita da cidade superior ao da maioria dos municiacutepios brasileiros (IPEA 2000)
Assim como em estudos preacutevios (Pinheiro et al 2010c NHI 2001 Demir et al
2008) nossos dados tambeacutem demonstraram o hipoestrogenismo como importante fator de
risco para fraturas por fragilidade oacutessea jaacute que as pacientes com fratura tecircm entre 19 e 29
anos de menopausa Em recente estudo Demir et al (2008) estudaram 2769 mulheres na
41
poacutes-menopausa correlacionando a ocorrecircncia de osteoporose com o tempo de menopausa
Demonstraram que 106 das pacientes com ateacute trecircs anos de poacutes-menopausa tinham
osteoporose contra 329 das pacientes com sete anos ou mais Acredita-se que a deficiecircncia
estrogecircnica seja responsaacutevel por dois terccedilos da perda de massa oacutessea levando
consequentemente agraves fraturas por fragilidade oacutessea assim como observado (Position
statement of the North American Menopause Society 2010)
Os dados deste estudo podem ser limitados pois apesar de tratar-se de uma coorte as
participantes reportaram dados referentes a estilo de vida dieta antecedentes familiares e
pessoais o que pode ter ocasionado algum vieacutes recordatoacuterio Outra limitaccedilatildeo eacute que como
avaliado por Oliveira et al (2007) esta populaccedilatildeo apresenta a maior parte das mulheres com
baixo niacutevel socioeconocircmico e escolaridade sem acesso agrave adequada educaccedilatildeo nutricional e agrave
atividade fiacutesica orientada Por outro lado resultados encontrados sem significacircncia estatiacutestica
podem ter sido ocasionados pelo tamanho amostral reduzido devido a dificuldade de
rastreamento da populaccedilatildeo uma vez que a unidade de sauacutede natildeo atualizou o endereccedilo e
telefone das mulheres eleitas para o estudo Talvez se tivesse sido realizado contato anual
com essas mulheres natildeo teriacuteamos perdido o seguimento delas
42
8 Conclusatildeo
Devido agrave sua alta prevalecircncia e associaccedilatildeo com mortalidade e incapacidade a fratura
devido agrave fragilidade oacutessea deve ser considerada um problema de sauacutede puacuteblica no Brasil
Apesar das limitaccedilotildees o presente estudo foi realizado de forma prospectiva em mulheres
brasileiras na poacutes-menopausa devendo os seus resultados serem levados em consideraccedilatildeo
para a formulaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas de sauacutede para a prevenccedilatildeo e estrateacutegias de tratamento
para as fraturas Os fatores de risco encontrados como a idade avanccedilada a histoacuteria familiar
de fratura de quadril e a presenccedila de osteoporose devem ser acompanhados e combatidos para
tentar-se diminuir o risco para as fraturas Assim como o USO mostrou ser um meacutetodo
confiaacutevel para avaliar o risco para fraturas podendo ser implementado em maior escala do
que a atual Entatildeo acreditamos que novos estudos prospectivos com uma amostra mais
representativa devam ser realizados para se confirmar os fatores associados a fraturas por
fragilidade oacutessea na populaccedilatildeo brasileira para cada vez mais conhecermos o perfil da nossa
populaccedilatildeo e termos subsiacutedios para combater esse agravo
43
9 Referecircncias Bibliograacuteficas
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48
10 Anexo 1 - Instrumento de coleta - EVOS (EUROPEAN VERTEBRAL
OSTEOPOROSIS STUDY)
Data _________
Nome________________________________________________________
Endereco_____________________________________________________
Fone _____________ Data de nascimento _________ RG
1- Dados antropomeacutetricos
Peso (Kg) Altura (m) IMC
2- Dados Ginecoloacutegicos
Idade da primeira menstruacao anos
Vocecirc jaacute usou piacutelula anticoncepcional por mais de 3 meses
sim natildeo natildeo sei
Vocecirc jaacute ficou algum periacuteodo em sua vida sem menstruar antes da menopausa (exceto se
gravidez) sim natildeo natildeo sei
Idade da ultima menstruaccedilatildeo anos
Numero de filhos
Vocecirc fez cirurgia para retirar o uacutetero sim com Idade ____ (anos)
natildeo natildeo sei
E para retirar os ovaacuterios (um ou os dois) sim idade ___ (anos)
natildeo natildeo sei
Vocecirc fez reposiccedilatildeo hormonal apos a menopausa sim natildeo natildeo sei
Se sim quando iniciado o periacuteodo foi superior a 1 ano sim natildeo natildeo sei
49
Vocecirc notou os seguintes sintomas na menopausa
calores sim natildeo natildeo sei
depressatildeo sim natildeo natildeo sei
insocircnia sim natildeo natildeo sei
outros sim natildeo natildeo sei
Vocecirc amamentou sim natildeo natildeo sei
Se sim quantas crianccedilas vocecirc amamentou por mais que 3 meses
3- Dados familiares
Em sua famiacutelia (pai matildee irmatildeos) existe historia de fratura de quadril apos os 50 anos de
idade sim natildeo natildeo sei
4- Histoacuteria de fratura
Vocecirc jaacute teve alguma fratura sim natildeo natildeo sei
Se sim em qual sitio esqueleacutetico com que idade e qual foi o tipo de trauma
Sitio Numero Idade (anos) Niacutevel do trauma
Vertebra
Fecircmur (colo trocanter)
Costela
Antebraccedilo
Uacutemero
Pe
Outras
Vocecirc sabe que tem osteoporose sim tenho natildeo natildeo tenho natildeo sei
5- Aacutelcool
Com que frequecircncia vocecirc bebeu no ultimo ano
Diariamente 5-6 dsem 3-4 dsem
50
1 -2 dsem lt 1 dsem nunca
Tipo de bebida destilados (uiacutesque cachaccedila vodka)
fermentados (cerveja vinho)
6- Imobilizaccedilatildeo
Vocecirc jaacute ficou acamado por um periacuteodo superior a 2 meses
sim natildeo natildeo sei
Se sim foi antes ou apos os 25 anos de idade
ano passado nunca
7- Fumo
Vocecirc fumou cigarro ou usou outras formas de fumo (cachimbo ou charuto)
atualmente no passado nunca
Com que idade iniciou anos
Se parou com que idade anos
Numero de cigarrosdia
8- Atividade Fiacutesica
Quantas tempo costuma passar diariamente ao ar livre caminhando ou andando de bicicleta
nenhuma a 1 h superior a 1 h
Qual a sua atividade fiacutesica durante diferentes periacuteodos de sua vida adulta
Ate os 25 anos 25 a 50 anos acima 50 anos
Niacutevel 1 (leve) 2 (moderada) 3 (pesada) 4
(muito pesada)
9- Impacto
Como vocecirc descreveria sua sauacutede geral neste momento
muito boa boa satisfatoacuteria regular ruim
10- Interrogatoacuterio sobre drogas
51
Vocecirc jaacute usou alguma medicaccedilatildeo oral ou injetaacutevel contendo corticosteroides por mais de 3
meses sim natildeo natildeo sei
Vocecirc jaacute usou alguma desses remeacutedios
Droga sim natildeo sei tempo
(meses)
parou ha quanto tempo
Hormocircnios
masculinos
Hormocircnios
femininos
Calcitonina
Fluacuteor
Caacutelcio
Vitamina D
Anabolizantes
Diureacuteticos
tiazidicos
11- Ingestatildeo de caacutelcio
Com que frequecircncia vocecirc comeu produtos derivados do leite na semana passada
(diassemana)
queijo amarelo queijo branco iogurte leite sorvete
Para os periacuteodos indicados abaixo com que frequecircncia vocecirc recebeu leite
ate 25 anos 25 a 50 anos Acima de 50 anos
Todas as refeiccedilotildees (3 ou + coposdia)
1-2 coposdia
52
Toda semana mas natildeo todo dia
lt 1 vezsemana
53
11 Anexo 2 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Projeto de Pesquisa Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade
oacutessea em mulheres na menopausa
Pesquisador responsaacutevel Dra Lizanka Paola F Marinheiro
Instituiccedilatildeo responsaacutevel Instituto Fernandes Figueira
Vocecirc estaacute sendo convidado a participar do projeto de pesquisa intitulado
Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea em mulheres na
menopausa por que vocecirc participou do estudo anterior realizado haacute 7 anos sobre a
osteoporose e suas consequumlecircncias
54
A osteoporose e uma doenccedila que se caracteriza pela diminuiccedilatildeo da resistecircncia do osso
tornando-o mais fraacutegil Essa fragilidade aumenta o risco da pessoa que tem osteoporose de ter
fraturas mesmo com atividades comuns como tossir ou espirrar
Com isso esse trabalho deseja avaliar a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea na
populaccedilatildeo de mulheres na poacutes menopausa residente da Ilha de Paquetaacute apoacutes 7 anos de
seguimento do uacuteltimo estudo transversal
Vocecirc natildeo eacute obrigada a participar Mas se quiser vocecirc teraacute que responder a um
questionaacuterio Para participar vocecirc natildeo teraacute que pagar nada O resultado seraacute fornecido apenas
a vocecirc ningueacutem mais saberaacute Suas duvidas seratildeo esclarecidas e vocecirc devera continuar
acompanhamento com seu meacutedico assistente Se vocecirc natildeo quiser participar natildeo seraacute
submetida a nenhum constrangimento fiacutesico ou moral e seu atendimento no posto de sauacutede
natildeo seraacute prejudicado A participante poderaacute se retirar do estudo a qualquer momento que
julgar necessaacuterio sem prejuiacutezo para a mesma O resultado de toda a pesquisa seraacute divulgada e
atraveacutes de artigos cientiacuteficos em revistas encontros congressos ou similares sem a
divulgaccedilatildeo dos nomes de quem participou de forma sigilosa
Sua participaccedilatildeo no estudo natildeo implicaraacute em custos adicionais O (A) Sr (a) natildeo teraacute
qualquer despesa com a realizaccedilatildeo dos procedimentos previstos neste estudo que seratildeo
custeados pelo pesquisador responsaacutevel Tambeacutem natildeo haveraacute nenhuma forma de pagamento
pela sua participaccedilatildeo
Caso surja alguma duacutevida quanto agrave eacutetica do estudo o (a) Sr(a) deveraacute se reportar ao
Comitecirc de Eacutetica em Pesquisas envolvendo seres humanos ndash subordinado ao Conselho
Nacional de Eacutetica em Pesquisa oacutergatildeo do Ministeacuterio da Sauacutede atraveacutes de solicitaccedilatildeo ao
representante de pesquisa que estaraacute sob contato permanente ou contactando o Comitecirc de
Eacutetica em Pesquisa desta instituiccedilatildeo no telefone (21) 3971-1590 Eacute assegurado o completo
55
sigilo de sua identidade quanto a sua participaccedilatildeo neste estudo incluindo a eventualidade da
apresentaccedilatildeo dos resultados deste estudo em congressos e perioacutedicos cientiacuteficos
Eu________________________________________________________________________
residente do endereccedilo__________________________ fui informada dos objetivos e da
justificativa deste trabalho de forma clara e detalhada pela Dra Adriana de Mattos V da
Costa Recebi informaccedilotildees especificas sobre cada procedimento no qual estarei envolvida
dos desconfortos e riscos previstos tanto quanto dos benefiacutecios esperados Todas as minhas
duvidas foram respondidas com clareza e sei que poderei solicitar novos esclarecimentos a
qualquer momento Aleacutem disso sei que novas informaccedilotildees obtidas durante o estudo me seratildeo
fornecidas e que terei liberdade de retirar meu consentimento de participaccedilatildeo face a estas
informaccedilotildees sem prejuiacutezo para mim Aleacutem disto me foi entregue uma coacutepia da folha de
informaccedilotildees para os participantes a qual li compreendi e me deu plena liberdade para decidir
acerca da minha espontacircnea participaccedilatildeo nesta pesquisa Minha identidade jamais seraacute
publicada Os dados colhidos poderatildeo ser examinados por pessoas envolvidas no estudo com
autorizaccedilatildeo delegada do investigador e por pessoas delegadas pelo patrocinador Estou
recebendo uma coacutepia assinada deste Termo
Os pesquisadores responsaacuteveis pelo Projeto satildeo a Dra Lizanka Paola F Marinheiro e
sua aluna a Dra Adriana de Mattos Viveiros da Costa
56
Participante
Nome _________________________________
Assinatura________________________________
Data_________________________________________
Investigador
Nome____________________________________
Assinatura________________________________
Data_______________________________________
Pesquisadora
Nome______________________________________
Assinatura___________________________________
Data__________________________________________
Dra Lizanka Paola F Marinheiro
lizankaglobocom
tel 25541700
Dra Adriana de Mattos Vda Costa
adrianamattosmedyahoocombr
tel 87273315
Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa
Rua Afonso Cavalcanti 455 sala 710 ndash Cidade Nova -
Telefone 3971-1463
8
Sumaacuterio
Lista de Abreviaturas e Siglas 6
Lista de Ilustraccedilotildees 7
1 Introduccedilatildeo 9
2 Justificativa 11
3 Objeto de Estudo 16
31 Objetivos 16
311 Geral 16
312 Especiacuteficos 16
4 Marco Teoacuterico 17
5 Materiais e Meacutetodos 23
51 Populaccedilatildeo 23
52 Tipo de estudo 23
53 Criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo 24
54 Alocaccedilotildees de pacientes 24
55 Anaacutelise Estatiacutestica 26
6 Resultados Encontrados 28
61 Gerais 28
62 USO preacutevia X Fraturas 28
63 Caracteriacutesticas cliacutenicas e comportamentais X Fratura 29
64 Tempo de menopausa X Fratura 30
7 Discussatildeo 38
8 Conclusatildeo 42
9 Referecircncias Bibliograacuteficas 43
10 Anexo 1 - Instrumento de coleta - EVOS (EUROPEAN VERTEBRAL OSTEOPOROSIS STUDY) 48
11 Anexo 2 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido 53
1
9
1 Introduccedilatildeo
Nota-se nas uacuteltimas deacutecadas o aumento da expectativa de vida das mulheres que
atingem a fase do climateacuterio ainda ativa econocircmica e socialmente desejando uma melhor
qualidade de vida Segundo a definiccedilatildeo proposta pela Sociedade Internacional da Menopausa
no 1deg Congresso Mundial de Climateacuterio em 1976 climateacuterio eacute o periacuteodo de transiccedilatildeo entre a
vida reprodutiva e a senilidade A menopausa seria a uacuteltima menstruaccedilatildeo natural Ela
geralmente ocorre por volta dos 50 anos e soacute pode ser reconhecida apoacutes os doze meses de
amenorreia (Speroff et al 1989)
Este periacuteodo eacute marcado por um estado de hipoestrogenismo com um impacto
negativo na vida das mulheres Todavia a multiplicidade de manifestaccedilotildees inclui distuacuterbios
fiacutesicos psicoloacutegicos e metaboacutelicos (De Lorenzi et al 2005) Dentre as doenccedilas crocircnicas que
atingem a mulher climateacuterica a osteoporose aparece como uma das patologias de maior
incidecircncia (Vianna 2001)
Quando sintomas da osteoporose aparecem se relacionam com a ocorrecircncia de
fraturas mais comumente na porccedilatildeo distal do antebraccedilo na coluna vertebral e no colo do
fecircmur (International Osteoporosis Foundation 2005) A maior incidecircncia de fraturas eacute
observada em mulheres brancas na poacutes-menopausa (Pinheiro et al 2010a b) e os fatores
associados agraves fraturas alguns jaacute satildeo bem conhecidos e outros ainda precisam ser descobertos
Assim a fratura por fragilidade oacutessea eacute definida como aquela resultante de uma queda da
proacutepria altura ou trauma menos intenso em indiviacuteduos com 50 anos ou mais em siacutetios
esqueleacuteticos especiacuteficos antebraccedilo fecircmur costelas veacutertebras e uacutemero (Pinheiro et al
2010a)
10
Segundo o IBGE (IBGE 2009a) a expectativa de vida no Brasil eacute de 72 anos e soacute no
ano 2000 jaacute havia 24 milhotildees de mulheres com mais de 40 anos Ou seja predominantemente
na fase de deficiecircncia estrogecircnica e com risco aumentado de osteoporose A principal e mais
temida complicaccedilatildeo da osteoporose eacute a fratura oacutessea Entatildeo a adoccedilatildeo de meacutetodos praacuteticos e
de baixo custo para o rastreamento da populaccedilatildeo de risco para fraturas propiciaria a
quantificaccedilatildeo do problema e o planejamento de intervenccedilotildees precoces que impedissem ou
retardassem a ocorrecircncia deste agravo (Oliveira et AL 2007) Logo o conhecimento da
epidemiologia local de fraturas por fragilidade oacutessea eacute essencial para embasar este
rastreamento
Sendo assim esse estudo procurou avaliar a incidecircncia de fraturas por fragilidade
oacutessea na populaccedilatildeo de mulheres na poacutes-menopausa residente da Ilha de Paquetaacute apoacutes sete
anos de seguimento
11
2 Justificativa
No Brasil com o envelhecimento populacional e consequumlente aumento no nuacutemero de
idosas medidas devem der tomadas para se cuidar da mulher em sua fase climateacuterica eacutepoca
que ela chega a viver um terccedilo ou mais apoacutes o fim do periacuteodo reprodutivo Essa transiccedilatildeo
epidemioloacutegica tem trazido grandes desafios ao Estado Haacute a substituiccedilatildeo entre as primeiras
causas de morte das doenccedilas transmissiacuteveis pelas crocircnicas degenerativas e causas externas
entre elas a osteoporose (IBGE 2009b)
Vaacuterios fatores estatildeo relacionados agrave causa da osteoporose como a etnia a nutriccedilatildeo os
exerciacutecios fiacutesicos os dados antropomeacutetricos o alcoolismo o tabagismo e a vida reprodutiva
da mulher Por isso eacute necessaacuterio que se tenha cada vez mais estudos atuais e com populaccedilotildees
brasileiras para que os fatores de risco que fazem a diferenccedila para fraturas por fragilidade
sejam descobertos (Pinheiro et al 2010b c)
Em 2003 segundo as informaccedilotildees da Pesquisa Nacional por Amostras de Domiciacutelios
(PNAD) a populaccedilatildeo de 60 anos ou mais era por volta de 17 milhotildees de pessoas
representando cerca de 10 da populaccedilatildeo total do Paiacutes (IBGE 2009a) As diferenccedilas de sexo
satildeo importantes para descrever as pessoas idosas e da mesma forma como tem ocorrido em
todo o mundo o nuacutemero de mulheres idosas no Brasil eacute maior do que o de homens as
informaccedilotildees da PNAD mostraram que em 2003 essa proporccedilatildeo era de 559 e 441
respectivamente (IBGE 2009a)
Tambeacutem foi observado que a expectativa de vida a partir dos 60 anos aumentou no
periacuteodo de 1999 a 2003 em todas as faixas de idade tanto para homens quanto para
mulheres entretanto a expectativa de vida das mulheres excede a dos homens e este fato
explica em parte a maior proporccedilatildeo de mulheres idosas em relaccedilatildeo aos homens Em 2006
12
no Paiacutes como um todo a expectativa de vida das pessoas de 60 anos era de 193 anos para os
homens e de 224 anos para as mulheres Notando as mudanccedilas nas caracteriacutesticas da
populaccedilatildeo o Ministeacuterio da Sauacutede iniciou accedilotildees voltadas agraves mulheres no periacuteodo climateacuterico
entre elas a Poliacutetica de Assistecircncia Integral aacute Sauacutede da Mulher (PNAISM 2004)
Os estudos confirmam que diferenccedilas de sexo e idade na percepccedilatildeo da sauacutede satildeo
importantes determinantes do comportamento em relaccedilatildeo agrave procura por atendimento de sauacutede
(WHO 2001)
Em 2003 as mulheres idosas declararam um estado de sauacutede pior do que os homens
exceto entre os idosos de 80 anos ou mais onde a tendecircncia se inverte passando os homens a
declarar um estado de sauacutede pior do que aquele declarado pelas mulheres (PNAD 2003)
Os resultados do Censo Demograacutefico 2000 para os municiacutepios das capitais
apresentam padrotildees de incapacidade funcional em mobilidade fiacutesica compatiacuteveis com aqueles
apontados pelas informaccedilotildees da Politica Nacional de Assistecircncia a Domiciacutelio 2003 para as
aacutereas metropolitanas As mulheres declaram incapacidade funcional em maior proporccedilatildeo do
que os homens observando-se tambeacutem o caraacuteter progressivo da incapacidade funcional
entre os idosos em relaccedilatildeo ao aumento da idade (IBGE 2009a b)
Com o maior nuacutemero de idosos consequumlentemente haacute uma elevaccedilatildeo na frequecircncia das
fraturas por fragilidade oacutessea Isso se torna um problema de sauacutede de grandes dimensotildees
para a paciente na poacutes-menopausa pelos limites que comprometem sua qualidade de vida
para a famiacutelia por arcar com a responsabilidade de protegecirc-la no seu conviacutevio e para a sauacutede
puacuteblica pelo ocircnus econocircmico (Speroff et al 1989 Pinheiro et al 2010a b) Assim satildeo
necessaacuteria accedilotildees de promoccedilatildeo prevenccedilatildeo e abordagem da osteoporose que incide a partir da
perimenopausa
13
Estima-se que 70 das fraturas de quadril esperadas para 2050 ocorreratildeo na Aacutesia
Ameacuterica Latina e Aacutefrica (Cooper 1999) Jaacute na Europa segundo dados da Fundaccedilatildeo
Internacional de Osteoporose estima-se que uma em cada trecircs mulheres acima dos 50 anos
teraacute fratura por fragilidade oacutessea E na Uniatildeo Europeia ocorre uma fratura a cada 30 segundos
e se espera que para essa populaccedilatildeo o nuacutemero de fraturas dobre nos proacuteximos 50 anos
(International Osteoporosis Foundation 2005)
Estudos realizados sobre os custos da osteoporose e suas consequecircncias demonstram
que os gastos com essa doenccedila impressionam O estudo de Silva et al (2003) somou os gastos
com as internaccedilotildees para reduccedilotildees ciruacutergicas as reduccedilotildees incruentas o tratamento
conservador os gastos com cirurgias para a retirada de proacutetese internaccedilotildees de longa
permanecircncia consultas meacutedicas e fisioterapia chegando agrave conclusatildeo de que os custos do
SUS com o tratamento das fraturas eacute de mais de 20 milhotildees de reais por ano Tambeacutem
Tosteson et al (2008) fizeram um levantamento de custos do tratamento da osteoporose em
uma populaccedilatildeo de mulheres americanas em 2005 e mostrou que os custos anuais com
medicamentos satildeo altiacutessimos
Sobre os exames realizados para avaliaccedilatildeo da osteoporose os principais usados satildeo a
densitometria oacutessea e a ultrassonometria oacutessea de calcacircneo (USO) A densitometria oacutessea eacute
considerada o padratildeo-ouro para o diagnoacutestico de osteoporose pela Organizaccedilatildeo Mundial da
Sauacutede (OMS) desde 1994 poreacutem este exame estima apenas a densidade mineral oacutessea A
USO busca refletir outros paracircmetros aleacutem da densidade mineral oacutessea avaliando o risco de
fratura com eficiecircncia similar agrave densitometria oacutessea (Oliveira et al 2004 Castro 2000)
Embora os fatores cliacutenicos de riscos (FCRs) em populaccedilotildees de risco para osteoporose
e fratura estejam bem estabelecidos especialmente em estudos internacionais sua prevalecircncia
14
na populaccedilatildeo brasileira em geral natildeo estaacute clara porque ainda faltam estudos sobre o tema Um
dos principais estudos sobre a avaliaccedilatildeo de FCR foi o BRAZOS (Pinheiro et al 2010a) Ele
natildeo avaliou os fatores de risco relacionados agrave massa oacutessea mas os seus resultados permitem
inferir que esses fatores de risco satildeo muito semelhantes agravequeles relacionados agrave fratura por
baixo impacto Pinheiro et al (2010) demonstrou que os principais FCRs associados agrave fratura
por osteoporose de qualquer siacutetio esqueleacutetico de um total de 2420 indiviacuteduos apoacutes ajustes
estatiacutesticos foram histoacuteria familiar de fratura de quadril idade avanccedilada e baixo peso E que
a associaccedilatildeo de FCR agraves medidas de massa oacutessea poderia melhorar a discriminaccedilatildeo de
pacientes com maior risco de fratura osteoporoacutetica (Pinheiro et al 2010a b)
Atualmente existe uma ferramenta chamada FRAXreg utilizada por meacutedicos em vaacuterios
paiacuteses baseado na pratica meacutedica usando uma combinaccedilatildeo de fatores cliacutenicos e densidade
mineral oacutessea O FRAXreg eacute usado para predizer o risco de fratura nos proacuteximos dez anos com
implicaccedilotildees diretas na decisatildeo do tratamento e custos (Kanis et al 2008 Pinheiro et al 2009)
Poreacutem o risco absoluto de fraturas depende da populaccedilatildeo estudada e essa ferramenta ainda
natildeo foi aprovada para uso no Brasil Assim estudos epidemioloacutegicos representativos sobre
fatores de risco para fraturas ainda continuam sendo necessaacuterios (Pinheiro et al 2009)
Em 2003 a dissertaccedilatildeo de mestrado da Dra Patriacutecia Pereira de Oliveira verificou o
risco aumentado de fraturas por osteoporose atraveacutes da USO (Oliveira et al 2007) na
populaccedilatildeo de mulheres menopausadas na ilha de Paquetaacute-RJ Em nosso estudo verificaremos
se existe uma correlaccedilatildeo entre os achados ultrassonograacuteficos e as fraturas cliacutenicas na mesma
populaccedilatildeo por ela utilizada aleacutem outros fatores de risco para fraturas serem contemplados
como doenccedilas de base tempo de menopausa medicamentos entre outros Isto se justifica
pela necessidade de termos no Brasil dados sobre a incidecircncia de fraturas por fragilidade
oacutessea e fatores de risco a ela relacionados desenvolvidos em uma populaccedilatildeo brasileira e
15
residente de uma ilha localizada no litoral fluminense Jaacute que a literatura nessa aacuterea eacute escassa
e para que compreendendo melhor a dinacircmica da fratura por fragilidade oacutessea possamos
intervir antes que ela ocorra melhorando a qualidade de vida dessas mulheres e diminuiacutedo os
gastos com a sauacutede
16
3 Objeto de Estudo
Estudo de fatores associados agraves fraturas por fragilidade oacutessea em mulheres na poacutes-
menopausa atendidas em uma unidade baacutesica de sauacutede
Questionamento
Quais os fatores associados agrave ocorrecircncia de fraturas em mulheres poacutes-menopausa
acompanhadas em uma unidade baacutesica de sauacutede
31 Objetivos
311 Geral
Avaliar os fatores relacionados agrave ocorrecircncia de fraturas em mulheres poacutes-menopausa
acompanhadas em uma unidade baacutesica de sauacutede
312 Especiacuteficos
a- Avaliar se a ocorrecircncia de fraturas foi maior nas pacientes identificadas como risco
aumentado para fraturas pelo ultrassonometria oacutessea de calcacircneo preacutevia
b- Verificar a associaccedilatildeo entre as fraturas por fragilidade oacutessea e os dados cliacutenicos
comportamental e demograacuteficos (idade e sexo) das pacientes
c- Analisar se o tempo de menopausa influencia a ocorrecircncia de fraturas por fragilidade
oacutessea
17
4 Marco Teoacuterico
A osteoporose pode ser definida como doenccedila osteometaboacutelica caracterizada pela
diminuiccedilatildeo da densidade mineral oacutessea com alteraccedilotildees na sua microestrutura que conduzem
a um aumento da fragilidade oacutessea e uma tendecircncia a fraturas por traumatismos pouco
intensos Dado o exposto esta constitui o verdadeiro problema de sauacutede puacuteblica devido agrave sua
alta taxa de morbimortalidade e altos custos (Vianna et al 2001 International Osteoporosis
Foundation 2005)
Com relaccedilatildeo ao hipoestrogenismo observa-se que as mulheres apresentam uma perda
oacutessea mais acelerada nos dez primeiros anos apoacutes a instalaccedilatildeo da menopausa do que os
homens da mesma idade adquirindo risco de fratura mais precocemente do que eles (NHI
2001) Esta diminuiccedilatildeo de massa oacutessea total poderaacute ser ateacute dez vezes a diminuiccedilatildeo ocorrida
antes deste periacuteodo podendo chegar a 2 a 4 ao ano para o osso trabecular e de 1 para o
cortical (NHI 2001) A deficiecircncia de estrogecircnio aumenta o remodelamento oacutesseo e pode
agravar o desequiliacutebrio nas unidades de remodelamento com o aumento do tempo de vida dos
osteoclastos em detrimento dos osteoblastos (Fyhrie amp Schaffler 1994)
Na maioria dos casos a perda oacutessea eacute assintomaacutetica Quando sinais e sintomas da
osteoporose aparecem se relacionam com a ocorrecircncia de fraturas mais comumente na
porccedilatildeo distal do antebraccedilo (fratura de Colles) na coluna vertebral e no colo do fecircmur
(International Osteoporosis Foundation 2005) A maior incidecircncia de fraturas eacute observada
em mulheres brancas na poacutes menopausa (Pinheiro et al 2010a b)
Pinheiro et al (2010) analisaram 275 mulheres caucasoacuteides acima dos 50 anos e
acharam que 44 jaacute possuiacuteam algum tipo de fratura por osteoporose (Pinheiro et al 2010b)
A dor oacutessea eacute consequumlecircncia tanto das fraturas quanto das deformidades oacutesseas As fraturas
18
vertebrais satildeo as mais comuns poreacutem satildeo geralmente assintomaacuteticas e portanto menos
diagnosticadas Poreacutem podem causar dor perda de peso deformidade na coluna espinhal e
perda de estabilidade ao andar (International Osteoporosis Foundation 2005) Apenas 10
das fraturas de veacutertebras cursam com hospitalizaccedilatildeo mesmo que causem dor e diminuiccedilatildeo da
qualidade de vida Elas ocorrem entre os 50 e 60 anos de idade com maior frequecircncia
(International Osteoporosis Foundation 2005)
Jaacute as fraturas do fecircmur satildeo as mais letais devido a complicaccedilotildees poacutes-operatoacuterias As
principais causas de mortalidade satildeo as infecccedilotildees e tromboembolismo As fraturas de quadril
satildeo menos prevalentes do que as vertebrais poreacutem de maior gravidade devido agraves altas taxas
de morbimortalidade aleacutem do alto custo para a famiacutelia e para o sistema puacuteblico de sauacutede A
mortalidade apoacutes uma fratura de quadril eacute de cerca de 20- 24 no ano seguinte a fratura
sendo acompanhada de periacuteodos de hospitalizaccedilatildeo prolongados (International Osteoporosis
Foundation 2005 Silveira et al 2005) Estimativas apontam que no ano de 2050 ocorreratildeo
aproximadamente 65 milhotildees de fratura de quadril em todo mundo (Cooper 1999) As
fraturas de punho satildeo as mais facilmente observadas por mulheres no climateacuterio chegando a
originar seis milhotildees de dias de restriccedilatildeo de trabalho por ano (International Osteoporosis
Foundation 2005)
Aleacutem do custo pessoal o impacto econocircmico gerado pela osteoporose eacute enorme
Atraveacutes do mundo eacute estimado que uma em cada trecircs mulheres acima dos 50 anos teraacute fraturas
por osteoporose Na Europa no ano 2000 foi estimada uma ocorrecircncia de 379 milhotildees de
fraturas por fragilidade oacutessea sendo que destas 890 mil eram de quadril (Tosteson et al
2008) Eacute sabido que apenas metade das pacientes que sobrevivem agrave fratura de quadril voltaraacute
a andar novamente mas dificilmente com a mesma agilidade que andava antes da fratura
Apesar de a osteoporose ser facilmente diagnosticada atraveacutes de exames e seu tratamento
19
poder ser instituiacutedo ainda eacute uma doenccedila muito subdiagnosticada e subtratada Eacute estimada na
comunidade europeacuteia que uma em cada trecircs fraturas de vertebrais recebe a atenccedilatildeo cliacutenica
que merece E uma pessoa com fratura de veacutertebra tem ateacute cinco vezes mais chance de
desenvolver nova fratura no ano seguinte fenocircmeno conhecido como fratura em cascata
(Lindsay et al 2001)
Tradicionalmente a osteoporose eacute reconhecida como uma doenccedila multifatorial sendo
70 desses fatores natildeo modificaacuteveis isto eacute definidos pela carga geneacutetica e 30
potencialmente modificaacuteveis e assim envolvidos com os aspectos ambientais Dessa forma
um uacutenico fator de risco natildeo eacute capaz de identificar indiviacuteduos com ou sem fratura Diferenccedilas
geneacuteticas raciais e antropomeacutetricas bem como da composiccedilatildeo corporal densidade oacutessea
dieta atividade fiacutesica e outros haacutebitos de vida contribuem para explicar as divergecircncias na
incidecircncia e na prevalecircncia de baixa densidade oacutessea e fraturas em diversos paiacuteses do mundo
(Pinheiro et al 2010b c) Os aspectos geneacuteticos desempenham importante influecircncia sobre a
aquisiccedilatildeo do pico de massa oacutessea e perda oacutessea relacionada agrave idade bem como na
determinaccedilatildeo das propriedades estruturais e geomeacutetricas do osso No entanto a associaccedilatildeo
entre diferentes polimorfismos gecircnicos e densidade oacutessea ou fraturas por osteoporose eacute
bastante controversa e varia em diferentes estudos inclusive no Brasil fato que pode ser
tomado como um provaacutevel reflexo das diferenccedilas de etnia e ambiental das populaccedilotildees
estudadas Da mesma forma os fatores ambientais natildeo permitem uniformizar e homogeneizar
o impacto de cada um deles em cada regiatildeo do planeta (Pinheiro et al 2010c)
Atualmente a densitometria oacutessea eacute o meacutetodo mais utilizado para avaliar a massa
oacutessea Eacute o padratildeo ouro para o diagnoacutestico de osteoporose A densidade mineral oacutessea (DMO)
eacute expressa em nuacutemero absolutos em gramas de mineral por centiacutemetro quadrado escaneado
ou ainda comparado com a DMO esperada para a idade e sexo da paciente (z escore) ou
20
comparado a DMO de adultos jovens normais do mesmo sexo (t-escore) A diferenccedila entre o
escore do paciente e o padratildeo eacute expressa em desvios padrotildees acima ou abaixo da meacutedia
(Castro et al 1999)
Segundo a Sociedade Brasileira de Densitometria Cliacutenica no consenso de 2008 satildeo
indicaccedilotildees para avaliaccedilatildeo da densidade mineral oacutessea (Brandatildeo et al 2009)
rdquoMulheres com idade gt a 65 anos e homens com idade gt a 70 anos
Mulheres acima de 40 anos na transiccedilatildeo menopausal (1-2) e homens acima de 50
anos de idade com fatores de risco
Adultos com antecedente de fratura por fragilidade condiccedilatildeo cliacutenica ou uso de
medicamentos associados agrave baixa massa oacutessea ou perda oacutessea
Indiviacuteduos para os quais satildeo consideradas intervenccedilotildees farmacoloacutegicas para
osteoporose
Indiviacuteduos em tratamento para osteoporose para monitoramento de sua eficaacutecia
Indiviacuteduos que natildeo estejam sob tratamento poreacutem nos quais a identificaccedilatildeo de perda
de massa oacutessea possa determinar a indicaccedilatildeo do tratamento
Mulheres interrompendo terapia hormonal (TH)rdquo
Arq Bras Endocrinol Metab 2009 531 pag108
A proacutepria definiccedilatildeo de osteoporose pela Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede reunida em
Hong Kong em 1994 estabeleceu criteacuterios diagnoacutesticos baseados em valores obtidos pela
densitometria oacutessea classificando como osteopecircnicas aquelas mulheres que apresentarem-se
entre 1 e 25 desvios-padratildeo (DP) abaixo da meacutedia para adultas jovens e de osteoporoacuteticas as
que se encontrarem com mais de 25 DP abaixo da meacutedia para adultas jovens (Castro et al
1999 WHO 1999)
A densitometria oacutessea apresenta como desvantagens no entanto o fato de utilizar uma
fonte de radiaccedilatildeo ionizante e possuir um elevado custo que limita seu uso em estudos
populacionais principalmente em nosso paiacutes onde os recursos destinados agrave sauacutede da
populaccedilatildeo mais carente satildeo miacutenimos Sempre tentando diminuir o impacto dos gastos com
21
sauacutede eacute estimulada a busca por meacutetodos natildeo poluentes e mais baratos mas que tragam as
mesmas informaccedilotildees que os meacutetodos jaacute estabelecidos Em funccedilatildeo disto a USO vem sendo
avaliada e alguns resultados promissores tecircm sido apresentados (Castro et al 1999) Baseia-se
na modificaccedilatildeo das caracteriacutesticas de ultrassom transmitido atraveacutes de ossos de localizaccedilatildeo
mais superficiais como no calcacircneo tiacutebia falanges ou patela Os sistemas atuais se
constituem de dois transdutores sendo um transmissor e outro receptor posicionados em
locais diferentes do osso a ser estudado Os aparelhos existentes entre noacutes avaliam o
calcacircneo osso predominantemente trabecular atraveacutes das medidas de velocidade de
transmissatildeo do ultrassom (SOS em ms) e da atenuaccedilatildeo da frequumlecircncia do ultrassom (BUA em
dBMHz) (Kanis et al 2008) Novamente de acordo com a orientaccedilatildeo da Sociedade Brasileira
de Densitometria Cliacutenica de 2008 as recomendaccedilotildees para ultrassonometria oacutessea satildeo
(Brandatildeo et al 2009)
rdquoO uacutenico siacutetio validado para o uso cliacutenico da USO em osteoporose eacute o calcacircneo
Equipamentos de USO de calcacircneo validados satildeo capazes de estimar fratura por
fragilidade em mulheres na poacutes-menopausa e em homens com idade superior a 65 anos
independentemente da densidade mineral oacutessea medida em equipamentos de DMO
central
A correlaccedilatildeo entre os resultados obtidos por USO e DMO ccccccc entral eacute
moderada
USO do calcacircneo associada a fatores de risco cliacutenicos podem ser usados para
identificar populaccedilatildeo com baixa probabilidade de fratura na qual avaliaccedilatildeo adicional
natildeo seja mais necessaacuteria
Medidas de DMO central na coluna e no fecircmur constituem o meacutetodo de escolha para a
tomada de decisatildeo terapecircutica Entretanto se a DMO central natildeo for acessiacutevel o
tratamento farmacoloacutegico pode ser iniciado se a probabilidade de fratura avaliada pelo
USO do calcacircneo com pontos de corte especiacuteficos associados a fatores de risco
cliacutenicos for suficientemente alta
Equipamentos de USO natildeo satildeo clinicamente uacuteteis no monitoramento de efeitos
esqueleacuteticos dos medicamentos disponiacuteveis para o tratamento da osteoporoserdquo
Arq Bras Endocrinol Metab 2009 531 pag110
22
Em 2003 foi realizada uma dissertaccedilatildeo de mestrado (Oliveira et al 2007) sobre a
utilizaccedilatildeo do USO para estimar a prevalecircncia de risco aumentado de fraturas em uma
populaccedilatildeo de mulheres na poacutes menopausa residentes da Ilha de Paquetaacute Em trabalho
realizado por Oliveira e cols nesta instituiccedilatildeo Foi realizado um estudo transversal com
recrutamento de 385 mulheres residentes da Ilha Todas as mulheres responderam a
questionaacuterio previamente estruturado e foram submetidas a medidas antropomeacutetricas e a
USO As medidas de USO foram realizadas segundo o manual do fabricante A idade da
populaccedilatildeo estudada variou entre 42 e 95 anos Os resultados encontrados mostram que
5922 da amostra apresentava algum tipo de alteraccedilatildeo a USO com t score menor que -1
Esse grupo era composto por mulheres mais idosas com menor peso menor altura e menor
percentual de gordura quando comparado com o grupo com t score lt ndash 1 Foi encontrado que
1688 das pesquisadas possuiacuteam alto risco para fraturas com t score lt -25 E as mulheres
do grupo de alto risco tinham maior peso e IMC paracircmetros conhecidos como protetores
Embora divergente da literatura a autora atribui esses resultados a caracteriacutesticas das
mulheres mais idosas em um contexto social de baixa escolaridade e renda (Oliveira et al
2007)
23
5 Materiais e Meacutetodos
51 Populaccedilatildeo
A Ilha de Paquetaacute dista aproximadamente 15 km da Praccedila XV no Centro da Cidade
do Rio de Janeiro sendo a principal ilha do arquipeacutelago de Paquetaacute situada ao nordeste da
Baiacutea de Guanabara A populaccedilatildeo e frequecircncia da Ilha satildeo extremamente sazonais sendo
aproximadamente 2200 domiciacutelios (entre moradores e veranistas) Os moradores fixos
correspondem a 4500 pessoas em sua maioria de famiacutelias antigas na Ilha das quais 208
satildeo idosos ultrapassando ateacute mesmo a meacutedia nacional que eacute em torno de 12 (IBGE
2009a) Este iacutendice faz de Paquetaacute o erceiro bairro em nuacutemero de idosos no municiacutepio sendo
que sua populaccedilatildeo pode ser considerada envelhecida segundo os criteacuterios da Organizaccedilatildeo
Mundial da Sauacutede (OMS 2003) Embora a maioria da populaccedilatildeo seja branca existem 109
de negros 256 de pardos e 01 de iacutendios Cerca de 90 dos domiciacutelios possuem aacutegua
tratada e 9957 tratamento de esgoto As famiacutelias residentes nesta regiatildeo satildeo compostas em
meacutedia por trecircs pessoas com rendimento meacutedio per capita de 301 salaacuterios miacutenimos (IPEA
2000) e o transporte urbano eacute feito basicamente a peacute por bicicletas ou charretes puxadas por
ciclistas (IBGE 2009a)
52 Tipo de estudo
Foi realizado um estudo de coorte prospectivo na ilha de PaquetaacuteRJ no ano de 2011
Foram inicialmente alocadas todas as mulheres que participaram do estudo anterior
desenvolvido no ano de 2003 (Oliveira et al 2007)
24
53 Criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo
Os criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo foram os mesmos utilizados do estudo anterior
(Oliveira et al 2007) Sendo os criteacuterios de inclusatildeo as mulheres que estavam na menopausa
e que tinham residecircncia fixa na Ilha de Paquetaacute e os criteacuterios de exclusatildeo a historia pessoal
de doenccedilas que sabidamente afetam o metabolismo oacutesseo direta ou indiretamente (como
artrite reumatoacuteide luacutepus eritematoso sistecircmico hiperparatireoidismo osteogecircnese imperfeita)
e as neoplasias malignas exceto carcinoma basocelular de pele
54 Alocaccedilotildees de pacientes
A populaccedilatildeo elegiacutevel era constituiacuteda pelas 385 mulheres alocadas no estudo inicial
(Oliveira et al 2007) No trabalho de Oliveira et al (2007) foi realizado um estudo transversal
com recrutamento por auto-seleccedilatildeo ou demanda espontacircnea no ano de 2003 na Ilha de
Paquetaacute Rio de Janeiro Brasil Foram estudadas 385 mulheres na poacutes-menopausa
(diagnoacutestico cliacutenico) residentes no local apoacutes a aplicaccedilatildeo dos criteacuterios de exclusatildeo
(existecircncia de pino metaacutelico ou edema com cacifo em ambos os peacutes ou impossibilitadas de
posicionar os peacutes no aparelho de ultra-sonometria oacutessea) Todas as mulheres responderam na
eacutepoca a um questionaacuterio e foram submetidas a medidas antropomeacutetricas e agrave USO
No presente estudo considerando uma significacircncia de 95 e um poder de 80 uma
prevalecircncia de 15 de fraturas na populaccedilatildeo de risco (Clark et al 2009) o tamanho amostral
previsto foi de 130 mulheres Poreacutem devido agraves perdas o tamanho amostral final foi de 86
pacientes
Atraveacutes do banco de dados jaacute existente todas as pacientes foram re-contactadas As
mulheres foram localizadas atraveacutes de telefonemas e comparecimento no hospital local onde
25
eacute realizado a atenccedilatildeo baacutesica de sauacutede Foram realizados pelo menos 2 telefonemas com
intervalo de 1 semana entre eles Como ldquoperdasrdquo foram consideradas as pacientes natildeo
encontradas apoacutes os dois telefonemas (035 dos telefones estavam errados e 049 das
pacientes tinham telefone quebrado ou ocupado) pacientes que natildeo quiseram ou natildeo
puderam responder ao questionaacuterio (008) e pacientes falecidas (006)
As pacientes selecionadas foram submetidas a um questionaacuterio de avaliaccedilatildeo de fatores
relacionados agrave fragilidade oacutessea conhecido como European Vertebral Osteoporosis Study
(EVOS) jaacute validado previamente para o portuguecircs (OrsquoNeill et al 1996) e jaacute utilizados em
importantes estudos (Pinheiro et al 2006 Clark et al 2009) O questionaacuterio EVOS eacute
composto por dados soacutecio-demograacuteficos (idade estado civil escolaridade cor renda familiar
e nuacutemero de dependentes desta haacutebitos de vida) e histoacuteria reprodutiva pessoal sumaacuteria
(idade da menarca idade da menopausa tipo de menopausa) Os dados antropomeacutetricos
foram aferidos segundo criteacuterios adotados internacionalmente com medidas de peso e altura
observando intervalos de 01kg e 001m respectivamente
A definiccedilatildeo de fratura por fragilidade oacutessea foi a mesma utilizada por Pinheiro et al
(2010a) como aquela resultante de uma queda da proacutepria altura ou trauma menos intenso em
indiviacuteduos com 50 anos ou mais em siacutetios esqueleacuteticos especiacuteficos antebraccedilo fecircmur
costelas veacutertebras e uacutemero E a documentaccedilatildeo de fraturas foi realizada atraveacutes de relato da
paciente (fratura referida) As fraturas traumaacuteticas (apoacutes acidente automobiliacutestico ou outras
condiccedilotildees sob forte impacto) ou as de baixo impacto natildeo relacionadas agrave osteoporose (como
por exemplo as de face tornozelo metacarpo falanges) natildeo foram consideradas
O estudo obedeceu aos criteacuterios de eacutetica preconizados pela resoluccedilatildeo no 19696 do
Conselho Nacional de Sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede e foi aprovado previamente pelo Comitecirc
26
de Eacutetica em Pesquisa da FiocruzIFF e pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Prefeitura Todas
as mulheres assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido antes de qualquer
procedimento
55 Anaacutelise Estatiacutestica
Os dados foram registrados em planilha Excel e analisados pelo programa Statistical
Package for Social Sciences (SPSS) versatildeo 170 Para avaliar diferenccedilas entre os grupos as
variaacuteveis categoacutericas foram avaliadas pelo Qui-quadrado de Pearson ou o teste exato de
Fisher A relaccedilatildeo entre as variaacuteveis categoacutericas e ordinal e entre as variaacuteveis numeacutericas foi
avaliada pelo teste de Mann-Whitney que eacute um teste natildeo-parameacutetrico que equivale ao teste t
escolhido pelo tamanho da amostra A relaccedilatildeo entre as variaacuteveis numeacutericas foi avaliada pelo
coeficiente de Sperman que eacute uma estatiacutestica natildeo parameacutetrica utilizada para dados natildeo
normais eou amostra pequena Para todos os testes o niacutevel de significacircncia adotado foi de
5 A variaacutevel dependente foi a presenccedila de fratura (sim ou natildeo) e as variaacuteveis
independentes foram idade (em anos) resultado de USO (normal ou alterado) tempo de
menopausa (em anos) siacutetio de localizaccedilatildeo de fraturas IMC (abaixo do pesonormal
sobrepeso obeso) tabagismo (fumante ou natildeo fumante) atividade fiacutesica (leve
moderadapesada) frequecircncia diaacuteria de ingestatildeo de leite (em coposdia) e as variaacuteveis
binaacuterias como o histoacuterico familiar de fratura de quadril osteoporose uso de anticoncepcional
ausecircncia de menstruaccedilatildeo retirada de uacutetero ou ovaacuterios amamentaccedilatildeo paciente acamado e
etilismo O caacutelculo do risco relativo (RR) foi feito para avaliar a relaccedilatildeo entre o USO e a
presenccedila de fraturas Para isso foi considerado pacientes com USO normal aqueles com
resultados do T-score gt-11 e USO alterado aqueles com T-score lt-11 O niacutevel de atividade
fiacutesica foi classificado em atividade leve (trabalho burocraacutetico em escritoacuterio na maior parte
do tempo sentado) atividade moderada (trabalhos na maior parte do tempo em peacute como
27
vendedor e dona-de-casa) atividade pesada (enfermeira empregada domeacutestica) Oliveira et al
2010) Para caacutelculo aproximado da ingestatildeo alimentar diaacuteria de caacutelcio utilizou- se uma
adaptaccedilatildeo da Tabela Brasileira de Composiccedilatildeo de Alimentos 1 fatia queijo (90mg) 1 copo
de iogurte (1212mg) 1 copo leite (257mg) 1 bola se sorvete (135mg) E no final todos esses
alimentos foram convertidos em quantidade ingerida de copos de leite
28
6 Resultados Encontrados
61 Gerais
As caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas da populaccedilatildeo estudada estatildeo listadas na
tabela 1 A idade meacutedia das pacientes foi de 725 anos (DPplusmn 87) com a idade da menopausa
460 anos (DPplusmn 61) o tempo de menopausa 261 anos (DPplusmn 97) e o IMC de 264 (kgm2)
(DPplusmn 55) Essas caracteriacutesticas quando comparadas com o estudo anterior de 2003 (tabela
2) confirmam tratar-se da mesma populaccedilatildeo Apenas a idade e o tempo de menopausa
evidenciam ser a nossa populaccedilatildeo mais idosa Fator que se justifica pelo tempo ocorrido entre
os dois estudos
A incidecircncia de fratura por fragilidade oacutessea encontrada foi de 21 evidenciado no
graacutefico 1 Os principais siacutetios de fratura satildeo analisados na tabela 3 tendo como sitio principal
o antebraccedilo com 50 seguido pelo peacute com 192 e uacutemero 145 Jaacute na tabela 4 e no graacutefico
2 pode ser observado que a idade da populaccedilatildeo estudada variou entre 54 e 97 anos com meacutedia
de 72 anos com DP plusmn 90 No grupo de pacientes fraturadas 50 tinham entre 65 e 79 anos
sugerindo ser essa faixa etaacuteria mais susceptiacutevel as fraturas por fragilidade oacutessea
62 USO preacutevia X Fraturas
Foi verificado na tabela 5 a associaccedilatildeo entre o resultado da (USO) preacutevia e o desfecho
fraturas por fragilidade oacutessea De todas as pacientes que fizeram USO no estudo inicial 66
participaram deste estudo Das 50 pacientes que tiveram o USO alterado 22 tiveram
fraturas nesse periacuteodo E as pacientes com USO considerada normal 194 tiveram fraturas
por fragilidade oacutessea O RR= 113 (IC95 048 - 263) sugere que as mulheres que tiveram
29
USO alterado tem um risco de fraturar de 13 maior em relaccedilatildeo as pacientes com resultado
de USO considerado normal
63 Caracteriacutesticas cliacutenicas e comportamentais X Fratura
As pacientes foram analisadas quanto as variaacuteveis clinicas e comportamentais
Considerando a tabela 6 as pacientes que tiveram fraturas se mostraram com maior
sobrepeso ou obesas (722) com maior historia familiar de fratura de quadril (133) e
com maior diagnostico de osteoporose (471) do que as pacientes sem fraturas (p
valorgt005) Jaacute o uso de anticoncepcional ou o uso de reposiccedilatildeo hormonal natildeo se mostraram
ser relevantes para ocorrecircncia de fraturas nessa amostra E 235 das pacientes acamadas por
mais de dois meses sofreram alguma fratura com p valor lt005 Evidenciando associaccedilatildeo
entre a paciente ficar acamada por mais de dois meses e sofrer fratura por fragilidade oacutessea
Avaliando a tabela 7 foi notado que apenas 125 das pacientes que tiveram fratura eram
tabagistas e 167 eram etilistas natildeo se mostrando essas caracteriacutesticas como fatores de
risco A atividade fiacutesica moderadapesada ateacute 25 anos e acima de 50 anos apresentou
percentuais de 441 e 382 respectivamente Aleacutem disso entre 25 e 50 anos 444 das
pacientes com atividade fiacutesica moderadapesada tiveram fraturas e 441 das pacientes natildeo
tiveram fraturas para essa faixa etaacuteria (p valor gt005) Sendo assim natildeo houve associaccedilatildeo
entre a atividade fiacutesica e as fraturas Em relaccedilatildeo ao item ingestatildeo de leite apoacutes os 50 anos
456 das pacientes que natildeo tiveram fraturas ingeriam de 1 a 2 copos de leite por dia e
apenas 44 ingeriam mais de 3 copos de leite por dia No caso das pacientes que tiveram
fraturas apoacutes os 50 anos foi observado que 50 ingeriam de 1 a 2 copos de leite por dia e
167 ingeriam 3 copos ou mais de leite
30
64 Tempo de menopausa X Fratura
As pacientes foram avaliadas graacutefico 3 para verificar a associaccedilatildeo entre o tempo de
menopausa e o desfecho das fraturas A mediana do tempo de menopausa encontrado em
ambos os grupos foi de 262 com DP de plusmn98 Metade das pacientes que tiveram fraturas tem
entre 193 e 293 anos de menopausa com DP de plusmn72 A correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade
tempo de menopausa e IMC foi observado na tabela 8 onde evidenciada uma associaccedilatildeo
positiva entre a idade e o tempo de menopausa nos grupos de pacientes com e sem fraturas
Assim como foi verificado uma associaccedilatildeo negativa de quanto maior a idade e o tempo de
menopausa menor o IMC
31
Graacutefico 1
Graacutefico 2
32
Graacutefico 3
33
Tabela 1- Caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas das
mulheres poacutes menopausa (n=86)
Caracteriacutesticas Meacutedia plusmn desvio padratildeo
Idade (anos) 7255 plusmn 897
Idade da
menarca (anos) 1324 plusmn 184
Idade da
menopausa
(anos)
4608 plusmn 614
Tempo de
menopausa
(anos)
2618 plusmn976
Peso (kg)sect 6342 plusmn 1055
Altura (m)deg 155 plusmn 008
IMC (kgm2) 2643 plusmn 557
n=85 sectn=83 ordmn=82 n=81 n=80
Tabela 2-Caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas das
mulheres poacutes menopausa em 2003
Caracteriacutesticas Meacutedia plusmn desvio padratildeo
Idade (anos) 6463plusmn1270
Idade da
menarca (anos)
1304 plusmn 193
Idade da
menopausa
(anos)
4755 plusmn 601
Tempo de
menopausa
(anos)
1700 plusmn 1076
Peso (kg)sect 6533 plusmn 1270
Altura (m)deg 155 plusmn 006
IMC (kgm2) 2696 plusmn 477
34
Tabela 3 ndash Incidecircncia de fraturas em mulheres poacutes menopausa segundo a
localizaccedilatildeo de fratura 2003-2011
Tipo da fratura
n
Veacutertebra 1 38
Fecircmur 1 38
Costela 2 77
Antebraccedilo 13 500
Uacutemero 4 145
Peacute 5 192
Total 26 1000
Nota Algumas pacientes tiveram mais de uma fratura no periacuteodo
Tabela 4- Relaccedilatildeo entre idade e fratura nas mulheres na poacutes menopausa
Total
Fratura
Idade (anos) Natildeo Sim
N () n () n ()
54 a 64 anos 18 209 14 206 4 222
65 a 79 anos 48 558 39 574 9 500
80 a 97 anos 20 233 15 221 5 278
Total 86 1000 68 1000 18 1000
Meacutedia (DP) 725 (90) 713 (77) 729 (93)
Nota P-valor pelo teste de Mann-Whitney=0813
35
Tabela 5 - Incidecircncia de fratura em mulheres poacutes-menopausa segundo
resultado da USO 2003-2011
Resultado da
USO
Total
Fratura p-valor
Sim Natildeo
n n
()
IC95 n
()
Normal 36 7 194
89 -
3472
29 806
0496
Alterado 50 11 220
121 -
350
39 780
Total 86 18 209
133 -
305
68 791
Nota Risco relativo = 113 (IC95 048 - 263)
36
Tabela 6 ndash Caracteriacutesticas cliacutenicas de mulheres poacutes-menopausa segundo
fratura (n=86)
Fratura
Natildeo (n=68) Sim (n=18) Total
n ( ) n ( )
IMC
Abaixo do pesoNormal 24 (353) 5 (278) 28 0792
Sobrepeso 27 (397) 9 (500) 36
Obeso 17 (250) 4 (222) 21
Histoacuterico familiar de fratura de quadril
Natildeo 66 (985) 13 (867) 79 0085
Sim 1 (15) 2 (133) 3
Osteoporose
Natildeo 44 (800) 9 (529) 53 0055
Sim 11 (200) 8 (471) 19
Uso de anticoncepcional
Natildeo 32 (485) 10 (556) 42 0791
Sim 34 (515) 8 (444) 42
Ausecircncia de mentruaccedilatildeo
Natildeo 60 (909) 16 (941) 76 1000
Sim 6 (91) 1 (59) 7
Retirou o uacutetero
Natildeo 46 (687) 9 (500) 55 0170
Sim 21 (313) 9 (500) 30
Retirou os ovaacuterios
Natildeo 53 (815) 11 (647) 64 0187
Sim 12 (185) 6 (353) 18
Reposiccedilatildeo hormonal
Natildeo 51 (761) 13 (722) 64 0763
Sim 16 (239) 5 (278) 21
Amamentou
Natildeo 14 (206) 4 (222) 18 1000
Sim 54 (794) 14 (778) 68
Acamado por mais de dois meses
Natildeo 63 (940) 13 (765) 76 0049
Sim 4 (60) 4 (235) 8
Caracteriacutesticas clinicas
p-valor do
teste exato
de Fisher
37
Tabela 7 - Caracteriacutesticas comportamentais de mulheres poacutes-menopausa segundo
fratura (n=86)
Fratura
Natildeo (n=68) Sim (n=18) Total
n ( ) n ( )
Tabagismo
Natildeo fumante 47 (758) 14 (875) 61 0499
FumanteEx-fumante 15 (242) 2 (125) 17
Etilismo no uacuteltimo ano
Natildeo 48 (706) 15 (833) 63 0376
Sim 20 (294) 3 (167) 23
Atividade fiacutesica ateacute os 25 anos
Leve 38 (559) 11 (611) 49 0792
ModeradaPesada 30 (441) 7 (389) 37
Atividade fiacutesica entre os 25 e 50 anos
Leve 38 (559) 10 (556) 48 1000
ModeradaPesada 30 (441) 8 (444) 38
Atividade fiacutesica acima dos 50 anos
Leve 42 (618) 12 (667) 54 0789
ModeradaPesada 26 (382) 6 (333) 32
Frequecircncia diaacuteria de leite ateacute 25 anos
Nenhummenos 1 copodia 34 (500) 8 (444) 42 0910
1 a 2 coposdia 31 (456) 9 (500) 40
3 coposdia ou mais 3 (44) 1 (56) 4
Frequecircncia diaacuteria de leite apoacutes 50 anos
Nenhummenos 1 copodia 34 (500) 6 (333) 40 0103
1 a 2 coposdia 31 (456) 9 (500) 40
3 coposdia ou mais 3 (44) 3 (167) 6
Caracteriacutesticas
comportamentais
p-valor do
teste exato
de Fisher
Tabela 8- Coeficientes de correlaccedilatildeo de Spearman (rs) entre idade IMC e tempo de
menopausa em mulheres poacutes-menopausa
Variaacuteveis
IMC IdadeTempo de
menopausa
r s 1 -0144 -0151
p-valor 0569 0550
r s -0227 1 0736
p-valor 0074 lt0001
r s -0295 0761 1
p-valor 0020 lt0001
Variaacuteveis
IMC
Idade
Tempo de menopausa
Nota o triacircngulo superior direito (parte hachurada) se refere agraves correlaccedilotildees para as mulheres com
fratura e o inferior esquerdo (parte natildeo hachurada) agraves mulheres sem fratura
38
7 Discussatildeo
No Brasil os principais fatores cliacutenicos de risco para fraturas por fragilidade oacutessea
eram extrapolados a partir de estudos internacionais O estudo vem acrescentar informaccedilotildees
para se conhecer os fatores relacionados agrave essas fraturas Nossos resultados revelam que a
idade avanccedilada a historia familiar de fratura de quadril o diagnoacutestico de osteoporose e
tambeacutem o paciente ficar acamado por mais de 2 meses foram considerados fatores de risco
para fraturas por fragilidade oacutessea
Esse estudo mostrou concordacircncia com a Johnell amp Kanis (2006) onde o principal
siacutetio mundial de fratura por fragilidade oacutessea nas mulheres apoacutes a menopausa foi o antebraccedilo
Segundo o estudo Latin American Vertebral Osteoporosis Study (LAVOS) (Clark et al
2009) a fratura vertebral eacute a mais prevalente da ameacuterica latina com uma prevalecircncia de
142 diferente do nosso estudo onde a coluna vertebral e o colo do fecircmur aparecem
juntos em uacuteltimo lugar na lista de incidecircncia dos siacutetios de fratura Isso pode ser atribuiacutedo
devido a diferenccedila nos criteacuterios de definiccedilatildeo de fraturas pois no LAVOS optou-se pela
medida radiograacutefica do local de fraturas enquanto no nosso estudo as fraturas foram referidas
pelas pacientes
Os consensos sobre osteoporose tecircm propostos algoritmos para identificar indiviacuteduos
de alto risco para fraturas (Kanis et al 2008 WHO 1999) Para tanto a associaccedilatildeo de fatores
de risco para fraturas com a medida da USO eacute de suma importacircncia embora sejam poucas as
pacientes que tecircm oportunidade de realizar esse exame (Oliveira et al 2007) Assim o
presente trabalho mostrou um risco para fraturas por fragilidade oacutessea 13 maior nas
pacientes com resultado de USO alterada em relaccedilatildeo as pacientes que tiveram resultados de
39
USO normais vindo de encontro aos resultados encontrados por Oliveira et al (2007)
Corroborando o USO como um meacutetodo confiaacutevel para a prediccedilatildeo de fraturas
E semelhante a Pinheiro et al (2010a) o presente estudo revelou que os principais
fatores de risco para fraturas por fragilidade oacutessea satildeo a idade avanccedilada a historia familiar de
fratura de quadril e a presenccedila de osteoporose Isso pode ser atribuiacutedo ao fato de que no
estudo de Pinheiro et al (2010a) assim como no nosso estudo a populaccedilatildeo ser
predominantemente de mulheres acima dos 65 anos e viverem em aacuterea urbana tendo haacutebitos
de vida parecidos
O achado em nosso estudo que apresentou significacircncia estatiacutestica refere-se ao fator
de risco ldquopaciente acamado por mais de dois mesesrdquo como disposto na literatura (Pinheiro et
al 2010b Demir et al 2008) O que acontece eacute que com o paciente acamado por tempo
prolongado um maior remodelamento oacutesseo eacute observado Os osteoclastos responsaacuteveis pela
absorccedilatildeo oacutessea sobrepotildee os osteoblastos predispondo as fraturas por fragilidade oacutessea
(Fyhrie amp Schaffler 1994) Assim observou-se no estudo que 235 das pacientes
acamadas por mais de dois meses sofreram alguma fratura por fragilidade oacutessea com p valor
lt005 Isso reafirma a associaccedilatildeo entre a paciente ficar acamada por mais de dois meses e
sofrer fratura por fragilidade oacutessea Por outro lado o exerciacutecio fiacutesico que estaacute sabidamente
relacionado ao aumento da resistecircncia muscular do equiliacutebrio e da flexibilidade contribuindo
para a reduccedilatildeo da perda oacutessea e melhora da sauacutede em geral (Chan 2003) natildeo se mostrou
como fator de proteccedilatildeo neste estudo Provavelmente devido ao baixo percentual encontrado
de pacientes que praticavam atividade fiacutesica moderada ou pesada
O elevado IMC e a terapia de reposiccedilatildeo hormonal natildeo desempenharam papel protetor
na nossa populaccedilatildeo como seria o esperado por estudos anteriores (Pinheiro et al 2010c
40
Buttros et al 2011) Ao contrario o sobrepeso e obesidade foram considerados fatores de
risco Isso pode ser atribuiacutedo ao IMC meacutedio dessa populaccedilatildeo ser 264 (kgm2) (DPplusmn 55)
limiacutetrofe para sobrepeso Embora esse dado demonstre contrariedade com a literatura que
estabelece relaccedilatildeo inversa entre obesidade e fraturas por fragilidade oacutessea em nosso estudo
ter maior peso e IMC natildeo seriam fatores de risco para fraturas e sim caracteriacutesticas das
mulheres mais idosas em um contexto social de baixa escolaridade e renda Esse fato eacute
confirmado pelos resultados da Pesquisa Nacional sobre Sauacutede e Nutriccedilatildeo ( Batista F et al
2003) que demonstraram caraacuteter ascendente da obesidade nos estratos de mulheres com baixa
renda residentes na regiatildeo Sudeste
Aleacutem disso haacutebitos de vida como tabagismo e etilismo sabidamente relacionados agrave
maior risco para fraturas por fragilidade oacutessea (Pinheiro et al 2010) tambeacutem natildeo se
mostraram estar associados nesse estudo
A necessidade de caacutelcio do ser humano varia ao longo da vida e uma ingestatildeo
adequada para mulheres acima de 50 anos eacute de 1200 mg pois com a idade o corpo
naturalmente perde um pouco da capacidade de absorccedilatildeo de minerais (Nuacutecleo de Estudos e
Pesquisas em Alimentaccedilatildeo 2006) O fato de apenas 44 das mulheres que natildeo tiveram
fraturas e 167 das mulheres que tiveram fraturas ter referido consumo superior a
900mgdia (3 ou mais copos) foi fator de surpresa principalmente levando-se em conta o PIB
per capita da cidade superior ao da maioria dos municiacutepios brasileiros (IPEA 2000)
Assim como em estudos preacutevios (Pinheiro et al 2010c NHI 2001 Demir et al
2008) nossos dados tambeacutem demonstraram o hipoestrogenismo como importante fator de
risco para fraturas por fragilidade oacutessea jaacute que as pacientes com fratura tecircm entre 19 e 29
anos de menopausa Em recente estudo Demir et al (2008) estudaram 2769 mulheres na
41
poacutes-menopausa correlacionando a ocorrecircncia de osteoporose com o tempo de menopausa
Demonstraram que 106 das pacientes com ateacute trecircs anos de poacutes-menopausa tinham
osteoporose contra 329 das pacientes com sete anos ou mais Acredita-se que a deficiecircncia
estrogecircnica seja responsaacutevel por dois terccedilos da perda de massa oacutessea levando
consequentemente agraves fraturas por fragilidade oacutessea assim como observado (Position
statement of the North American Menopause Society 2010)
Os dados deste estudo podem ser limitados pois apesar de tratar-se de uma coorte as
participantes reportaram dados referentes a estilo de vida dieta antecedentes familiares e
pessoais o que pode ter ocasionado algum vieacutes recordatoacuterio Outra limitaccedilatildeo eacute que como
avaliado por Oliveira et al (2007) esta populaccedilatildeo apresenta a maior parte das mulheres com
baixo niacutevel socioeconocircmico e escolaridade sem acesso agrave adequada educaccedilatildeo nutricional e agrave
atividade fiacutesica orientada Por outro lado resultados encontrados sem significacircncia estatiacutestica
podem ter sido ocasionados pelo tamanho amostral reduzido devido a dificuldade de
rastreamento da populaccedilatildeo uma vez que a unidade de sauacutede natildeo atualizou o endereccedilo e
telefone das mulheres eleitas para o estudo Talvez se tivesse sido realizado contato anual
com essas mulheres natildeo teriacuteamos perdido o seguimento delas
42
8 Conclusatildeo
Devido agrave sua alta prevalecircncia e associaccedilatildeo com mortalidade e incapacidade a fratura
devido agrave fragilidade oacutessea deve ser considerada um problema de sauacutede puacuteblica no Brasil
Apesar das limitaccedilotildees o presente estudo foi realizado de forma prospectiva em mulheres
brasileiras na poacutes-menopausa devendo os seus resultados serem levados em consideraccedilatildeo
para a formulaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas de sauacutede para a prevenccedilatildeo e estrateacutegias de tratamento
para as fraturas Os fatores de risco encontrados como a idade avanccedilada a histoacuteria familiar
de fratura de quadril e a presenccedila de osteoporose devem ser acompanhados e combatidos para
tentar-se diminuir o risco para as fraturas Assim como o USO mostrou ser um meacutetodo
confiaacutevel para avaliar o risco para fraturas podendo ser implementado em maior escala do
que a atual Entatildeo acreditamos que novos estudos prospectivos com uma amostra mais
representativa devam ser realizados para se confirmar os fatores associados a fraturas por
fragilidade oacutessea na populaccedilatildeo brasileira para cada vez mais conhecermos o perfil da nossa
populaccedilatildeo e termos subsiacutedios para combater esse agravo
43
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48
10 Anexo 1 - Instrumento de coleta - EVOS (EUROPEAN VERTEBRAL
OSTEOPOROSIS STUDY)
Data _________
Nome________________________________________________________
Endereco_____________________________________________________
Fone _____________ Data de nascimento _________ RG
1- Dados antropomeacutetricos
Peso (Kg) Altura (m) IMC
2- Dados Ginecoloacutegicos
Idade da primeira menstruacao anos
Vocecirc jaacute usou piacutelula anticoncepcional por mais de 3 meses
sim natildeo natildeo sei
Vocecirc jaacute ficou algum periacuteodo em sua vida sem menstruar antes da menopausa (exceto se
gravidez) sim natildeo natildeo sei
Idade da ultima menstruaccedilatildeo anos
Numero de filhos
Vocecirc fez cirurgia para retirar o uacutetero sim com Idade ____ (anos)
natildeo natildeo sei
E para retirar os ovaacuterios (um ou os dois) sim idade ___ (anos)
natildeo natildeo sei
Vocecirc fez reposiccedilatildeo hormonal apos a menopausa sim natildeo natildeo sei
Se sim quando iniciado o periacuteodo foi superior a 1 ano sim natildeo natildeo sei
49
Vocecirc notou os seguintes sintomas na menopausa
calores sim natildeo natildeo sei
depressatildeo sim natildeo natildeo sei
insocircnia sim natildeo natildeo sei
outros sim natildeo natildeo sei
Vocecirc amamentou sim natildeo natildeo sei
Se sim quantas crianccedilas vocecirc amamentou por mais que 3 meses
3- Dados familiares
Em sua famiacutelia (pai matildee irmatildeos) existe historia de fratura de quadril apos os 50 anos de
idade sim natildeo natildeo sei
4- Histoacuteria de fratura
Vocecirc jaacute teve alguma fratura sim natildeo natildeo sei
Se sim em qual sitio esqueleacutetico com que idade e qual foi o tipo de trauma
Sitio Numero Idade (anos) Niacutevel do trauma
Vertebra
Fecircmur (colo trocanter)
Costela
Antebraccedilo
Uacutemero
Pe
Outras
Vocecirc sabe que tem osteoporose sim tenho natildeo natildeo tenho natildeo sei
5- Aacutelcool
Com que frequecircncia vocecirc bebeu no ultimo ano
Diariamente 5-6 dsem 3-4 dsem
50
1 -2 dsem lt 1 dsem nunca
Tipo de bebida destilados (uiacutesque cachaccedila vodka)
fermentados (cerveja vinho)
6- Imobilizaccedilatildeo
Vocecirc jaacute ficou acamado por um periacuteodo superior a 2 meses
sim natildeo natildeo sei
Se sim foi antes ou apos os 25 anos de idade
ano passado nunca
7- Fumo
Vocecirc fumou cigarro ou usou outras formas de fumo (cachimbo ou charuto)
atualmente no passado nunca
Com que idade iniciou anos
Se parou com que idade anos
Numero de cigarrosdia
8- Atividade Fiacutesica
Quantas tempo costuma passar diariamente ao ar livre caminhando ou andando de bicicleta
nenhuma a 1 h superior a 1 h
Qual a sua atividade fiacutesica durante diferentes periacuteodos de sua vida adulta
Ate os 25 anos 25 a 50 anos acima 50 anos
Niacutevel 1 (leve) 2 (moderada) 3 (pesada) 4
(muito pesada)
9- Impacto
Como vocecirc descreveria sua sauacutede geral neste momento
muito boa boa satisfatoacuteria regular ruim
10- Interrogatoacuterio sobre drogas
51
Vocecirc jaacute usou alguma medicaccedilatildeo oral ou injetaacutevel contendo corticosteroides por mais de 3
meses sim natildeo natildeo sei
Vocecirc jaacute usou alguma desses remeacutedios
Droga sim natildeo sei tempo
(meses)
parou ha quanto tempo
Hormocircnios
masculinos
Hormocircnios
femininos
Calcitonina
Fluacuteor
Caacutelcio
Vitamina D
Anabolizantes
Diureacuteticos
tiazidicos
11- Ingestatildeo de caacutelcio
Com que frequecircncia vocecirc comeu produtos derivados do leite na semana passada
(diassemana)
queijo amarelo queijo branco iogurte leite sorvete
Para os periacuteodos indicados abaixo com que frequecircncia vocecirc recebeu leite
ate 25 anos 25 a 50 anos Acima de 50 anos
Todas as refeiccedilotildees (3 ou + coposdia)
1-2 coposdia
52
Toda semana mas natildeo todo dia
lt 1 vezsemana
53
11 Anexo 2 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Projeto de Pesquisa Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade
oacutessea em mulheres na menopausa
Pesquisador responsaacutevel Dra Lizanka Paola F Marinheiro
Instituiccedilatildeo responsaacutevel Instituto Fernandes Figueira
Vocecirc estaacute sendo convidado a participar do projeto de pesquisa intitulado
Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea em mulheres na
menopausa por que vocecirc participou do estudo anterior realizado haacute 7 anos sobre a
osteoporose e suas consequumlecircncias
54
A osteoporose e uma doenccedila que se caracteriza pela diminuiccedilatildeo da resistecircncia do osso
tornando-o mais fraacutegil Essa fragilidade aumenta o risco da pessoa que tem osteoporose de ter
fraturas mesmo com atividades comuns como tossir ou espirrar
Com isso esse trabalho deseja avaliar a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea na
populaccedilatildeo de mulheres na poacutes menopausa residente da Ilha de Paquetaacute apoacutes 7 anos de
seguimento do uacuteltimo estudo transversal
Vocecirc natildeo eacute obrigada a participar Mas se quiser vocecirc teraacute que responder a um
questionaacuterio Para participar vocecirc natildeo teraacute que pagar nada O resultado seraacute fornecido apenas
a vocecirc ningueacutem mais saberaacute Suas duvidas seratildeo esclarecidas e vocecirc devera continuar
acompanhamento com seu meacutedico assistente Se vocecirc natildeo quiser participar natildeo seraacute
submetida a nenhum constrangimento fiacutesico ou moral e seu atendimento no posto de sauacutede
natildeo seraacute prejudicado A participante poderaacute se retirar do estudo a qualquer momento que
julgar necessaacuterio sem prejuiacutezo para a mesma O resultado de toda a pesquisa seraacute divulgada e
atraveacutes de artigos cientiacuteficos em revistas encontros congressos ou similares sem a
divulgaccedilatildeo dos nomes de quem participou de forma sigilosa
Sua participaccedilatildeo no estudo natildeo implicaraacute em custos adicionais O (A) Sr (a) natildeo teraacute
qualquer despesa com a realizaccedilatildeo dos procedimentos previstos neste estudo que seratildeo
custeados pelo pesquisador responsaacutevel Tambeacutem natildeo haveraacute nenhuma forma de pagamento
pela sua participaccedilatildeo
Caso surja alguma duacutevida quanto agrave eacutetica do estudo o (a) Sr(a) deveraacute se reportar ao
Comitecirc de Eacutetica em Pesquisas envolvendo seres humanos ndash subordinado ao Conselho
Nacional de Eacutetica em Pesquisa oacutergatildeo do Ministeacuterio da Sauacutede atraveacutes de solicitaccedilatildeo ao
representante de pesquisa que estaraacute sob contato permanente ou contactando o Comitecirc de
Eacutetica em Pesquisa desta instituiccedilatildeo no telefone (21) 3971-1590 Eacute assegurado o completo
55
sigilo de sua identidade quanto a sua participaccedilatildeo neste estudo incluindo a eventualidade da
apresentaccedilatildeo dos resultados deste estudo em congressos e perioacutedicos cientiacuteficos
Eu________________________________________________________________________
residente do endereccedilo__________________________ fui informada dos objetivos e da
justificativa deste trabalho de forma clara e detalhada pela Dra Adriana de Mattos V da
Costa Recebi informaccedilotildees especificas sobre cada procedimento no qual estarei envolvida
dos desconfortos e riscos previstos tanto quanto dos benefiacutecios esperados Todas as minhas
duvidas foram respondidas com clareza e sei que poderei solicitar novos esclarecimentos a
qualquer momento Aleacutem disso sei que novas informaccedilotildees obtidas durante o estudo me seratildeo
fornecidas e que terei liberdade de retirar meu consentimento de participaccedilatildeo face a estas
informaccedilotildees sem prejuiacutezo para mim Aleacutem disto me foi entregue uma coacutepia da folha de
informaccedilotildees para os participantes a qual li compreendi e me deu plena liberdade para decidir
acerca da minha espontacircnea participaccedilatildeo nesta pesquisa Minha identidade jamais seraacute
publicada Os dados colhidos poderatildeo ser examinados por pessoas envolvidas no estudo com
autorizaccedilatildeo delegada do investigador e por pessoas delegadas pelo patrocinador Estou
recebendo uma coacutepia assinada deste Termo
Os pesquisadores responsaacuteveis pelo Projeto satildeo a Dra Lizanka Paola F Marinheiro e
sua aluna a Dra Adriana de Mattos Viveiros da Costa
56
Participante
Nome _________________________________
Assinatura________________________________
Data_________________________________________
Investigador
Nome____________________________________
Assinatura________________________________
Data_______________________________________
Pesquisadora
Nome______________________________________
Assinatura___________________________________
Data__________________________________________
Dra Lizanka Paola F Marinheiro
lizankaglobocom
tel 25541700
Dra Adriana de Mattos Vda Costa
adrianamattosmedyahoocombr
tel 87273315
Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa
Rua Afonso Cavalcanti 455 sala 710 ndash Cidade Nova -
Telefone 3971-1463
9
1 Introduccedilatildeo
Nota-se nas uacuteltimas deacutecadas o aumento da expectativa de vida das mulheres que
atingem a fase do climateacuterio ainda ativa econocircmica e socialmente desejando uma melhor
qualidade de vida Segundo a definiccedilatildeo proposta pela Sociedade Internacional da Menopausa
no 1deg Congresso Mundial de Climateacuterio em 1976 climateacuterio eacute o periacuteodo de transiccedilatildeo entre a
vida reprodutiva e a senilidade A menopausa seria a uacuteltima menstruaccedilatildeo natural Ela
geralmente ocorre por volta dos 50 anos e soacute pode ser reconhecida apoacutes os doze meses de
amenorreia (Speroff et al 1989)
Este periacuteodo eacute marcado por um estado de hipoestrogenismo com um impacto
negativo na vida das mulheres Todavia a multiplicidade de manifestaccedilotildees inclui distuacuterbios
fiacutesicos psicoloacutegicos e metaboacutelicos (De Lorenzi et al 2005) Dentre as doenccedilas crocircnicas que
atingem a mulher climateacuterica a osteoporose aparece como uma das patologias de maior
incidecircncia (Vianna 2001)
Quando sintomas da osteoporose aparecem se relacionam com a ocorrecircncia de
fraturas mais comumente na porccedilatildeo distal do antebraccedilo na coluna vertebral e no colo do
fecircmur (International Osteoporosis Foundation 2005) A maior incidecircncia de fraturas eacute
observada em mulheres brancas na poacutes-menopausa (Pinheiro et al 2010a b) e os fatores
associados agraves fraturas alguns jaacute satildeo bem conhecidos e outros ainda precisam ser descobertos
Assim a fratura por fragilidade oacutessea eacute definida como aquela resultante de uma queda da
proacutepria altura ou trauma menos intenso em indiviacuteduos com 50 anos ou mais em siacutetios
esqueleacuteticos especiacuteficos antebraccedilo fecircmur costelas veacutertebras e uacutemero (Pinheiro et al
2010a)
10
Segundo o IBGE (IBGE 2009a) a expectativa de vida no Brasil eacute de 72 anos e soacute no
ano 2000 jaacute havia 24 milhotildees de mulheres com mais de 40 anos Ou seja predominantemente
na fase de deficiecircncia estrogecircnica e com risco aumentado de osteoporose A principal e mais
temida complicaccedilatildeo da osteoporose eacute a fratura oacutessea Entatildeo a adoccedilatildeo de meacutetodos praacuteticos e
de baixo custo para o rastreamento da populaccedilatildeo de risco para fraturas propiciaria a
quantificaccedilatildeo do problema e o planejamento de intervenccedilotildees precoces que impedissem ou
retardassem a ocorrecircncia deste agravo (Oliveira et AL 2007) Logo o conhecimento da
epidemiologia local de fraturas por fragilidade oacutessea eacute essencial para embasar este
rastreamento
Sendo assim esse estudo procurou avaliar a incidecircncia de fraturas por fragilidade
oacutessea na populaccedilatildeo de mulheres na poacutes-menopausa residente da Ilha de Paquetaacute apoacutes sete
anos de seguimento
11
2 Justificativa
No Brasil com o envelhecimento populacional e consequumlente aumento no nuacutemero de
idosas medidas devem der tomadas para se cuidar da mulher em sua fase climateacuterica eacutepoca
que ela chega a viver um terccedilo ou mais apoacutes o fim do periacuteodo reprodutivo Essa transiccedilatildeo
epidemioloacutegica tem trazido grandes desafios ao Estado Haacute a substituiccedilatildeo entre as primeiras
causas de morte das doenccedilas transmissiacuteveis pelas crocircnicas degenerativas e causas externas
entre elas a osteoporose (IBGE 2009b)
Vaacuterios fatores estatildeo relacionados agrave causa da osteoporose como a etnia a nutriccedilatildeo os
exerciacutecios fiacutesicos os dados antropomeacutetricos o alcoolismo o tabagismo e a vida reprodutiva
da mulher Por isso eacute necessaacuterio que se tenha cada vez mais estudos atuais e com populaccedilotildees
brasileiras para que os fatores de risco que fazem a diferenccedila para fraturas por fragilidade
sejam descobertos (Pinheiro et al 2010b c)
Em 2003 segundo as informaccedilotildees da Pesquisa Nacional por Amostras de Domiciacutelios
(PNAD) a populaccedilatildeo de 60 anos ou mais era por volta de 17 milhotildees de pessoas
representando cerca de 10 da populaccedilatildeo total do Paiacutes (IBGE 2009a) As diferenccedilas de sexo
satildeo importantes para descrever as pessoas idosas e da mesma forma como tem ocorrido em
todo o mundo o nuacutemero de mulheres idosas no Brasil eacute maior do que o de homens as
informaccedilotildees da PNAD mostraram que em 2003 essa proporccedilatildeo era de 559 e 441
respectivamente (IBGE 2009a)
Tambeacutem foi observado que a expectativa de vida a partir dos 60 anos aumentou no
periacuteodo de 1999 a 2003 em todas as faixas de idade tanto para homens quanto para
mulheres entretanto a expectativa de vida das mulheres excede a dos homens e este fato
explica em parte a maior proporccedilatildeo de mulheres idosas em relaccedilatildeo aos homens Em 2006
12
no Paiacutes como um todo a expectativa de vida das pessoas de 60 anos era de 193 anos para os
homens e de 224 anos para as mulheres Notando as mudanccedilas nas caracteriacutesticas da
populaccedilatildeo o Ministeacuterio da Sauacutede iniciou accedilotildees voltadas agraves mulheres no periacuteodo climateacuterico
entre elas a Poliacutetica de Assistecircncia Integral aacute Sauacutede da Mulher (PNAISM 2004)
Os estudos confirmam que diferenccedilas de sexo e idade na percepccedilatildeo da sauacutede satildeo
importantes determinantes do comportamento em relaccedilatildeo agrave procura por atendimento de sauacutede
(WHO 2001)
Em 2003 as mulheres idosas declararam um estado de sauacutede pior do que os homens
exceto entre os idosos de 80 anos ou mais onde a tendecircncia se inverte passando os homens a
declarar um estado de sauacutede pior do que aquele declarado pelas mulheres (PNAD 2003)
Os resultados do Censo Demograacutefico 2000 para os municiacutepios das capitais
apresentam padrotildees de incapacidade funcional em mobilidade fiacutesica compatiacuteveis com aqueles
apontados pelas informaccedilotildees da Politica Nacional de Assistecircncia a Domiciacutelio 2003 para as
aacutereas metropolitanas As mulheres declaram incapacidade funcional em maior proporccedilatildeo do
que os homens observando-se tambeacutem o caraacuteter progressivo da incapacidade funcional
entre os idosos em relaccedilatildeo ao aumento da idade (IBGE 2009a b)
Com o maior nuacutemero de idosos consequumlentemente haacute uma elevaccedilatildeo na frequecircncia das
fraturas por fragilidade oacutessea Isso se torna um problema de sauacutede de grandes dimensotildees
para a paciente na poacutes-menopausa pelos limites que comprometem sua qualidade de vida
para a famiacutelia por arcar com a responsabilidade de protegecirc-la no seu conviacutevio e para a sauacutede
puacuteblica pelo ocircnus econocircmico (Speroff et al 1989 Pinheiro et al 2010a b) Assim satildeo
necessaacuteria accedilotildees de promoccedilatildeo prevenccedilatildeo e abordagem da osteoporose que incide a partir da
perimenopausa
13
Estima-se que 70 das fraturas de quadril esperadas para 2050 ocorreratildeo na Aacutesia
Ameacuterica Latina e Aacutefrica (Cooper 1999) Jaacute na Europa segundo dados da Fundaccedilatildeo
Internacional de Osteoporose estima-se que uma em cada trecircs mulheres acima dos 50 anos
teraacute fratura por fragilidade oacutessea E na Uniatildeo Europeia ocorre uma fratura a cada 30 segundos
e se espera que para essa populaccedilatildeo o nuacutemero de fraturas dobre nos proacuteximos 50 anos
(International Osteoporosis Foundation 2005)
Estudos realizados sobre os custos da osteoporose e suas consequecircncias demonstram
que os gastos com essa doenccedila impressionam O estudo de Silva et al (2003) somou os gastos
com as internaccedilotildees para reduccedilotildees ciruacutergicas as reduccedilotildees incruentas o tratamento
conservador os gastos com cirurgias para a retirada de proacutetese internaccedilotildees de longa
permanecircncia consultas meacutedicas e fisioterapia chegando agrave conclusatildeo de que os custos do
SUS com o tratamento das fraturas eacute de mais de 20 milhotildees de reais por ano Tambeacutem
Tosteson et al (2008) fizeram um levantamento de custos do tratamento da osteoporose em
uma populaccedilatildeo de mulheres americanas em 2005 e mostrou que os custos anuais com
medicamentos satildeo altiacutessimos
Sobre os exames realizados para avaliaccedilatildeo da osteoporose os principais usados satildeo a
densitometria oacutessea e a ultrassonometria oacutessea de calcacircneo (USO) A densitometria oacutessea eacute
considerada o padratildeo-ouro para o diagnoacutestico de osteoporose pela Organizaccedilatildeo Mundial da
Sauacutede (OMS) desde 1994 poreacutem este exame estima apenas a densidade mineral oacutessea A
USO busca refletir outros paracircmetros aleacutem da densidade mineral oacutessea avaliando o risco de
fratura com eficiecircncia similar agrave densitometria oacutessea (Oliveira et al 2004 Castro 2000)
Embora os fatores cliacutenicos de riscos (FCRs) em populaccedilotildees de risco para osteoporose
e fratura estejam bem estabelecidos especialmente em estudos internacionais sua prevalecircncia
14
na populaccedilatildeo brasileira em geral natildeo estaacute clara porque ainda faltam estudos sobre o tema Um
dos principais estudos sobre a avaliaccedilatildeo de FCR foi o BRAZOS (Pinheiro et al 2010a) Ele
natildeo avaliou os fatores de risco relacionados agrave massa oacutessea mas os seus resultados permitem
inferir que esses fatores de risco satildeo muito semelhantes agravequeles relacionados agrave fratura por
baixo impacto Pinheiro et al (2010) demonstrou que os principais FCRs associados agrave fratura
por osteoporose de qualquer siacutetio esqueleacutetico de um total de 2420 indiviacuteduos apoacutes ajustes
estatiacutesticos foram histoacuteria familiar de fratura de quadril idade avanccedilada e baixo peso E que
a associaccedilatildeo de FCR agraves medidas de massa oacutessea poderia melhorar a discriminaccedilatildeo de
pacientes com maior risco de fratura osteoporoacutetica (Pinheiro et al 2010a b)
Atualmente existe uma ferramenta chamada FRAXreg utilizada por meacutedicos em vaacuterios
paiacuteses baseado na pratica meacutedica usando uma combinaccedilatildeo de fatores cliacutenicos e densidade
mineral oacutessea O FRAXreg eacute usado para predizer o risco de fratura nos proacuteximos dez anos com
implicaccedilotildees diretas na decisatildeo do tratamento e custos (Kanis et al 2008 Pinheiro et al 2009)
Poreacutem o risco absoluto de fraturas depende da populaccedilatildeo estudada e essa ferramenta ainda
natildeo foi aprovada para uso no Brasil Assim estudos epidemioloacutegicos representativos sobre
fatores de risco para fraturas ainda continuam sendo necessaacuterios (Pinheiro et al 2009)
Em 2003 a dissertaccedilatildeo de mestrado da Dra Patriacutecia Pereira de Oliveira verificou o
risco aumentado de fraturas por osteoporose atraveacutes da USO (Oliveira et al 2007) na
populaccedilatildeo de mulheres menopausadas na ilha de Paquetaacute-RJ Em nosso estudo verificaremos
se existe uma correlaccedilatildeo entre os achados ultrassonograacuteficos e as fraturas cliacutenicas na mesma
populaccedilatildeo por ela utilizada aleacutem outros fatores de risco para fraturas serem contemplados
como doenccedilas de base tempo de menopausa medicamentos entre outros Isto se justifica
pela necessidade de termos no Brasil dados sobre a incidecircncia de fraturas por fragilidade
oacutessea e fatores de risco a ela relacionados desenvolvidos em uma populaccedilatildeo brasileira e
15
residente de uma ilha localizada no litoral fluminense Jaacute que a literatura nessa aacuterea eacute escassa
e para que compreendendo melhor a dinacircmica da fratura por fragilidade oacutessea possamos
intervir antes que ela ocorra melhorando a qualidade de vida dessas mulheres e diminuiacutedo os
gastos com a sauacutede
16
3 Objeto de Estudo
Estudo de fatores associados agraves fraturas por fragilidade oacutessea em mulheres na poacutes-
menopausa atendidas em uma unidade baacutesica de sauacutede
Questionamento
Quais os fatores associados agrave ocorrecircncia de fraturas em mulheres poacutes-menopausa
acompanhadas em uma unidade baacutesica de sauacutede
31 Objetivos
311 Geral
Avaliar os fatores relacionados agrave ocorrecircncia de fraturas em mulheres poacutes-menopausa
acompanhadas em uma unidade baacutesica de sauacutede
312 Especiacuteficos
a- Avaliar se a ocorrecircncia de fraturas foi maior nas pacientes identificadas como risco
aumentado para fraturas pelo ultrassonometria oacutessea de calcacircneo preacutevia
b- Verificar a associaccedilatildeo entre as fraturas por fragilidade oacutessea e os dados cliacutenicos
comportamental e demograacuteficos (idade e sexo) das pacientes
c- Analisar se o tempo de menopausa influencia a ocorrecircncia de fraturas por fragilidade
oacutessea
17
4 Marco Teoacuterico
A osteoporose pode ser definida como doenccedila osteometaboacutelica caracterizada pela
diminuiccedilatildeo da densidade mineral oacutessea com alteraccedilotildees na sua microestrutura que conduzem
a um aumento da fragilidade oacutessea e uma tendecircncia a fraturas por traumatismos pouco
intensos Dado o exposto esta constitui o verdadeiro problema de sauacutede puacuteblica devido agrave sua
alta taxa de morbimortalidade e altos custos (Vianna et al 2001 International Osteoporosis
Foundation 2005)
Com relaccedilatildeo ao hipoestrogenismo observa-se que as mulheres apresentam uma perda
oacutessea mais acelerada nos dez primeiros anos apoacutes a instalaccedilatildeo da menopausa do que os
homens da mesma idade adquirindo risco de fratura mais precocemente do que eles (NHI
2001) Esta diminuiccedilatildeo de massa oacutessea total poderaacute ser ateacute dez vezes a diminuiccedilatildeo ocorrida
antes deste periacuteodo podendo chegar a 2 a 4 ao ano para o osso trabecular e de 1 para o
cortical (NHI 2001) A deficiecircncia de estrogecircnio aumenta o remodelamento oacutesseo e pode
agravar o desequiliacutebrio nas unidades de remodelamento com o aumento do tempo de vida dos
osteoclastos em detrimento dos osteoblastos (Fyhrie amp Schaffler 1994)
Na maioria dos casos a perda oacutessea eacute assintomaacutetica Quando sinais e sintomas da
osteoporose aparecem se relacionam com a ocorrecircncia de fraturas mais comumente na
porccedilatildeo distal do antebraccedilo (fratura de Colles) na coluna vertebral e no colo do fecircmur
(International Osteoporosis Foundation 2005) A maior incidecircncia de fraturas eacute observada
em mulheres brancas na poacutes menopausa (Pinheiro et al 2010a b)
Pinheiro et al (2010) analisaram 275 mulheres caucasoacuteides acima dos 50 anos e
acharam que 44 jaacute possuiacuteam algum tipo de fratura por osteoporose (Pinheiro et al 2010b)
A dor oacutessea eacute consequumlecircncia tanto das fraturas quanto das deformidades oacutesseas As fraturas
18
vertebrais satildeo as mais comuns poreacutem satildeo geralmente assintomaacuteticas e portanto menos
diagnosticadas Poreacutem podem causar dor perda de peso deformidade na coluna espinhal e
perda de estabilidade ao andar (International Osteoporosis Foundation 2005) Apenas 10
das fraturas de veacutertebras cursam com hospitalizaccedilatildeo mesmo que causem dor e diminuiccedilatildeo da
qualidade de vida Elas ocorrem entre os 50 e 60 anos de idade com maior frequecircncia
(International Osteoporosis Foundation 2005)
Jaacute as fraturas do fecircmur satildeo as mais letais devido a complicaccedilotildees poacutes-operatoacuterias As
principais causas de mortalidade satildeo as infecccedilotildees e tromboembolismo As fraturas de quadril
satildeo menos prevalentes do que as vertebrais poreacutem de maior gravidade devido agraves altas taxas
de morbimortalidade aleacutem do alto custo para a famiacutelia e para o sistema puacuteblico de sauacutede A
mortalidade apoacutes uma fratura de quadril eacute de cerca de 20- 24 no ano seguinte a fratura
sendo acompanhada de periacuteodos de hospitalizaccedilatildeo prolongados (International Osteoporosis
Foundation 2005 Silveira et al 2005) Estimativas apontam que no ano de 2050 ocorreratildeo
aproximadamente 65 milhotildees de fratura de quadril em todo mundo (Cooper 1999) As
fraturas de punho satildeo as mais facilmente observadas por mulheres no climateacuterio chegando a
originar seis milhotildees de dias de restriccedilatildeo de trabalho por ano (International Osteoporosis
Foundation 2005)
Aleacutem do custo pessoal o impacto econocircmico gerado pela osteoporose eacute enorme
Atraveacutes do mundo eacute estimado que uma em cada trecircs mulheres acima dos 50 anos teraacute fraturas
por osteoporose Na Europa no ano 2000 foi estimada uma ocorrecircncia de 379 milhotildees de
fraturas por fragilidade oacutessea sendo que destas 890 mil eram de quadril (Tosteson et al
2008) Eacute sabido que apenas metade das pacientes que sobrevivem agrave fratura de quadril voltaraacute
a andar novamente mas dificilmente com a mesma agilidade que andava antes da fratura
Apesar de a osteoporose ser facilmente diagnosticada atraveacutes de exames e seu tratamento
19
poder ser instituiacutedo ainda eacute uma doenccedila muito subdiagnosticada e subtratada Eacute estimada na
comunidade europeacuteia que uma em cada trecircs fraturas de vertebrais recebe a atenccedilatildeo cliacutenica
que merece E uma pessoa com fratura de veacutertebra tem ateacute cinco vezes mais chance de
desenvolver nova fratura no ano seguinte fenocircmeno conhecido como fratura em cascata
(Lindsay et al 2001)
Tradicionalmente a osteoporose eacute reconhecida como uma doenccedila multifatorial sendo
70 desses fatores natildeo modificaacuteveis isto eacute definidos pela carga geneacutetica e 30
potencialmente modificaacuteveis e assim envolvidos com os aspectos ambientais Dessa forma
um uacutenico fator de risco natildeo eacute capaz de identificar indiviacuteduos com ou sem fratura Diferenccedilas
geneacuteticas raciais e antropomeacutetricas bem como da composiccedilatildeo corporal densidade oacutessea
dieta atividade fiacutesica e outros haacutebitos de vida contribuem para explicar as divergecircncias na
incidecircncia e na prevalecircncia de baixa densidade oacutessea e fraturas em diversos paiacuteses do mundo
(Pinheiro et al 2010b c) Os aspectos geneacuteticos desempenham importante influecircncia sobre a
aquisiccedilatildeo do pico de massa oacutessea e perda oacutessea relacionada agrave idade bem como na
determinaccedilatildeo das propriedades estruturais e geomeacutetricas do osso No entanto a associaccedilatildeo
entre diferentes polimorfismos gecircnicos e densidade oacutessea ou fraturas por osteoporose eacute
bastante controversa e varia em diferentes estudos inclusive no Brasil fato que pode ser
tomado como um provaacutevel reflexo das diferenccedilas de etnia e ambiental das populaccedilotildees
estudadas Da mesma forma os fatores ambientais natildeo permitem uniformizar e homogeneizar
o impacto de cada um deles em cada regiatildeo do planeta (Pinheiro et al 2010c)
Atualmente a densitometria oacutessea eacute o meacutetodo mais utilizado para avaliar a massa
oacutessea Eacute o padratildeo ouro para o diagnoacutestico de osteoporose A densidade mineral oacutessea (DMO)
eacute expressa em nuacutemero absolutos em gramas de mineral por centiacutemetro quadrado escaneado
ou ainda comparado com a DMO esperada para a idade e sexo da paciente (z escore) ou
20
comparado a DMO de adultos jovens normais do mesmo sexo (t-escore) A diferenccedila entre o
escore do paciente e o padratildeo eacute expressa em desvios padrotildees acima ou abaixo da meacutedia
(Castro et al 1999)
Segundo a Sociedade Brasileira de Densitometria Cliacutenica no consenso de 2008 satildeo
indicaccedilotildees para avaliaccedilatildeo da densidade mineral oacutessea (Brandatildeo et al 2009)
rdquoMulheres com idade gt a 65 anos e homens com idade gt a 70 anos
Mulheres acima de 40 anos na transiccedilatildeo menopausal (1-2) e homens acima de 50
anos de idade com fatores de risco
Adultos com antecedente de fratura por fragilidade condiccedilatildeo cliacutenica ou uso de
medicamentos associados agrave baixa massa oacutessea ou perda oacutessea
Indiviacuteduos para os quais satildeo consideradas intervenccedilotildees farmacoloacutegicas para
osteoporose
Indiviacuteduos em tratamento para osteoporose para monitoramento de sua eficaacutecia
Indiviacuteduos que natildeo estejam sob tratamento poreacutem nos quais a identificaccedilatildeo de perda
de massa oacutessea possa determinar a indicaccedilatildeo do tratamento
Mulheres interrompendo terapia hormonal (TH)rdquo
Arq Bras Endocrinol Metab 2009 531 pag108
A proacutepria definiccedilatildeo de osteoporose pela Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede reunida em
Hong Kong em 1994 estabeleceu criteacuterios diagnoacutesticos baseados em valores obtidos pela
densitometria oacutessea classificando como osteopecircnicas aquelas mulheres que apresentarem-se
entre 1 e 25 desvios-padratildeo (DP) abaixo da meacutedia para adultas jovens e de osteoporoacuteticas as
que se encontrarem com mais de 25 DP abaixo da meacutedia para adultas jovens (Castro et al
1999 WHO 1999)
A densitometria oacutessea apresenta como desvantagens no entanto o fato de utilizar uma
fonte de radiaccedilatildeo ionizante e possuir um elevado custo que limita seu uso em estudos
populacionais principalmente em nosso paiacutes onde os recursos destinados agrave sauacutede da
populaccedilatildeo mais carente satildeo miacutenimos Sempre tentando diminuir o impacto dos gastos com
21
sauacutede eacute estimulada a busca por meacutetodos natildeo poluentes e mais baratos mas que tragam as
mesmas informaccedilotildees que os meacutetodos jaacute estabelecidos Em funccedilatildeo disto a USO vem sendo
avaliada e alguns resultados promissores tecircm sido apresentados (Castro et al 1999) Baseia-se
na modificaccedilatildeo das caracteriacutesticas de ultrassom transmitido atraveacutes de ossos de localizaccedilatildeo
mais superficiais como no calcacircneo tiacutebia falanges ou patela Os sistemas atuais se
constituem de dois transdutores sendo um transmissor e outro receptor posicionados em
locais diferentes do osso a ser estudado Os aparelhos existentes entre noacutes avaliam o
calcacircneo osso predominantemente trabecular atraveacutes das medidas de velocidade de
transmissatildeo do ultrassom (SOS em ms) e da atenuaccedilatildeo da frequumlecircncia do ultrassom (BUA em
dBMHz) (Kanis et al 2008) Novamente de acordo com a orientaccedilatildeo da Sociedade Brasileira
de Densitometria Cliacutenica de 2008 as recomendaccedilotildees para ultrassonometria oacutessea satildeo
(Brandatildeo et al 2009)
rdquoO uacutenico siacutetio validado para o uso cliacutenico da USO em osteoporose eacute o calcacircneo
Equipamentos de USO de calcacircneo validados satildeo capazes de estimar fratura por
fragilidade em mulheres na poacutes-menopausa e em homens com idade superior a 65 anos
independentemente da densidade mineral oacutessea medida em equipamentos de DMO
central
A correlaccedilatildeo entre os resultados obtidos por USO e DMO ccccccc entral eacute
moderada
USO do calcacircneo associada a fatores de risco cliacutenicos podem ser usados para
identificar populaccedilatildeo com baixa probabilidade de fratura na qual avaliaccedilatildeo adicional
natildeo seja mais necessaacuteria
Medidas de DMO central na coluna e no fecircmur constituem o meacutetodo de escolha para a
tomada de decisatildeo terapecircutica Entretanto se a DMO central natildeo for acessiacutevel o
tratamento farmacoloacutegico pode ser iniciado se a probabilidade de fratura avaliada pelo
USO do calcacircneo com pontos de corte especiacuteficos associados a fatores de risco
cliacutenicos for suficientemente alta
Equipamentos de USO natildeo satildeo clinicamente uacuteteis no monitoramento de efeitos
esqueleacuteticos dos medicamentos disponiacuteveis para o tratamento da osteoporoserdquo
Arq Bras Endocrinol Metab 2009 531 pag110
22
Em 2003 foi realizada uma dissertaccedilatildeo de mestrado (Oliveira et al 2007) sobre a
utilizaccedilatildeo do USO para estimar a prevalecircncia de risco aumentado de fraturas em uma
populaccedilatildeo de mulheres na poacutes menopausa residentes da Ilha de Paquetaacute Em trabalho
realizado por Oliveira e cols nesta instituiccedilatildeo Foi realizado um estudo transversal com
recrutamento de 385 mulheres residentes da Ilha Todas as mulheres responderam a
questionaacuterio previamente estruturado e foram submetidas a medidas antropomeacutetricas e a
USO As medidas de USO foram realizadas segundo o manual do fabricante A idade da
populaccedilatildeo estudada variou entre 42 e 95 anos Os resultados encontrados mostram que
5922 da amostra apresentava algum tipo de alteraccedilatildeo a USO com t score menor que -1
Esse grupo era composto por mulheres mais idosas com menor peso menor altura e menor
percentual de gordura quando comparado com o grupo com t score lt ndash 1 Foi encontrado que
1688 das pesquisadas possuiacuteam alto risco para fraturas com t score lt -25 E as mulheres
do grupo de alto risco tinham maior peso e IMC paracircmetros conhecidos como protetores
Embora divergente da literatura a autora atribui esses resultados a caracteriacutesticas das
mulheres mais idosas em um contexto social de baixa escolaridade e renda (Oliveira et al
2007)
23
5 Materiais e Meacutetodos
51 Populaccedilatildeo
A Ilha de Paquetaacute dista aproximadamente 15 km da Praccedila XV no Centro da Cidade
do Rio de Janeiro sendo a principal ilha do arquipeacutelago de Paquetaacute situada ao nordeste da
Baiacutea de Guanabara A populaccedilatildeo e frequecircncia da Ilha satildeo extremamente sazonais sendo
aproximadamente 2200 domiciacutelios (entre moradores e veranistas) Os moradores fixos
correspondem a 4500 pessoas em sua maioria de famiacutelias antigas na Ilha das quais 208
satildeo idosos ultrapassando ateacute mesmo a meacutedia nacional que eacute em torno de 12 (IBGE
2009a) Este iacutendice faz de Paquetaacute o erceiro bairro em nuacutemero de idosos no municiacutepio sendo
que sua populaccedilatildeo pode ser considerada envelhecida segundo os criteacuterios da Organizaccedilatildeo
Mundial da Sauacutede (OMS 2003) Embora a maioria da populaccedilatildeo seja branca existem 109
de negros 256 de pardos e 01 de iacutendios Cerca de 90 dos domiciacutelios possuem aacutegua
tratada e 9957 tratamento de esgoto As famiacutelias residentes nesta regiatildeo satildeo compostas em
meacutedia por trecircs pessoas com rendimento meacutedio per capita de 301 salaacuterios miacutenimos (IPEA
2000) e o transporte urbano eacute feito basicamente a peacute por bicicletas ou charretes puxadas por
ciclistas (IBGE 2009a)
52 Tipo de estudo
Foi realizado um estudo de coorte prospectivo na ilha de PaquetaacuteRJ no ano de 2011
Foram inicialmente alocadas todas as mulheres que participaram do estudo anterior
desenvolvido no ano de 2003 (Oliveira et al 2007)
24
53 Criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo
Os criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo foram os mesmos utilizados do estudo anterior
(Oliveira et al 2007) Sendo os criteacuterios de inclusatildeo as mulheres que estavam na menopausa
e que tinham residecircncia fixa na Ilha de Paquetaacute e os criteacuterios de exclusatildeo a historia pessoal
de doenccedilas que sabidamente afetam o metabolismo oacutesseo direta ou indiretamente (como
artrite reumatoacuteide luacutepus eritematoso sistecircmico hiperparatireoidismo osteogecircnese imperfeita)
e as neoplasias malignas exceto carcinoma basocelular de pele
54 Alocaccedilotildees de pacientes
A populaccedilatildeo elegiacutevel era constituiacuteda pelas 385 mulheres alocadas no estudo inicial
(Oliveira et al 2007) No trabalho de Oliveira et al (2007) foi realizado um estudo transversal
com recrutamento por auto-seleccedilatildeo ou demanda espontacircnea no ano de 2003 na Ilha de
Paquetaacute Rio de Janeiro Brasil Foram estudadas 385 mulheres na poacutes-menopausa
(diagnoacutestico cliacutenico) residentes no local apoacutes a aplicaccedilatildeo dos criteacuterios de exclusatildeo
(existecircncia de pino metaacutelico ou edema com cacifo em ambos os peacutes ou impossibilitadas de
posicionar os peacutes no aparelho de ultra-sonometria oacutessea) Todas as mulheres responderam na
eacutepoca a um questionaacuterio e foram submetidas a medidas antropomeacutetricas e agrave USO
No presente estudo considerando uma significacircncia de 95 e um poder de 80 uma
prevalecircncia de 15 de fraturas na populaccedilatildeo de risco (Clark et al 2009) o tamanho amostral
previsto foi de 130 mulheres Poreacutem devido agraves perdas o tamanho amostral final foi de 86
pacientes
Atraveacutes do banco de dados jaacute existente todas as pacientes foram re-contactadas As
mulheres foram localizadas atraveacutes de telefonemas e comparecimento no hospital local onde
25
eacute realizado a atenccedilatildeo baacutesica de sauacutede Foram realizados pelo menos 2 telefonemas com
intervalo de 1 semana entre eles Como ldquoperdasrdquo foram consideradas as pacientes natildeo
encontradas apoacutes os dois telefonemas (035 dos telefones estavam errados e 049 das
pacientes tinham telefone quebrado ou ocupado) pacientes que natildeo quiseram ou natildeo
puderam responder ao questionaacuterio (008) e pacientes falecidas (006)
As pacientes selecionadas foram submetidas a um questionaacuterio de avaliaccedilatildeo de fatores
relacionados agrave fragilidade oacutessea conhecido como European Vertebral Osteoporosis Study
(EVOS) jaacute validado previamente para o portuguecircs (OrsquoNeill et al 1996) e jaacute utilizados em
importantes estudos (Pinheiro et al 2006 Clark et al 2009) O questionaacuterio EVOS eacute
composto por dados soacutecio-demograacuteficos (idade estado civil escolaridade cor renda familiar
e nuacutemero de dependentes desta haacutebitos de vida) e histoacuteria reprodutiva pessoal sumaacuteria
(idade da menarca idade da menopausa tipo de menopausa) Os dados antropomeacutetricos
foram aferidos segundo criteacuterios adotados internacionalmente com medidas de peso e altura
observando intervalos de 01kg e 001m respectivamente
A definiccedilatildeo de fratura por fragilidade oacutessea foi a mesma utilizada por Pinheiro et al
(2010a) como aquela resultante de uma queda da proacutepria altura ou trauma menos intenso em
indiviacuteduos com 50 anos ou mais em siacutetios esqueleacuteticos especiacuteficos antebraccedilo fecircmur
costelas veacutertebras e uacutemero E a documentaccedilatildeo de fraturas foi realizada atraveacutes de relato da
paciente (fratura referida) As fraturas traumaacuteticas (apoacutes acidente automobiliacutestico ou outras
condiccedilotildees sob forte impacto) ou as de baixo impacto natildeo relacionadas agrave osteoporose (como
por exemplo as de face tornozelo metacarpo falanges) natildeo foram consideradas
O estudo obedeceu aos criteacuterios de eacutetica preconizados pela resoluccedilatildeo no 19696 do
Conselho Nacional de Sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede e foi aprovado previamente pelo Comitecirc
26
de Eacutetica em Pesquisa da FiocruzIFF e pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Prefeitura Todas
as mulheres assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido antes de qualquer
procedimento
55 Anaacutelise Estatiacutestica
Os dados foram registrados em planilha Excel e analisados pelo programa Statistical
Package for Social Sciences (SPSS) versatildeo 170 Para avaliar diferenccedilas entre os grupos as
variaacuteveis categoacutericas foram avaliadas pelo Qui-quadrado de Pearson ou o teste exato de
Fisher A relaccedilatildeo entre as variaacuteveis categoacutericas e ordinal e entre as variaacuteveis numeacutericas foi
avaliada pelo teste de Mann-Whitney que eacute um teste natildeo-parameacutetrico que equivale ao teste t
escolhido pelo tamanho da amostra A relaccedilatildeo entre as variaacuteveis numeacutericas foi avaliada pelo
coeficiente de Sperman que eacute uma estatiacutestica natildeo parameacutetrica utilizada para dados natildeo
normais eou amostra pequena Para todos os testes o niacutevel de significacircncia adotado foi de
5 A variaacutevel dependente foi a presenccedila de fratura (sim ou natildeo) e as variaacuteveis
independentes foram idade (em anos) resultado de USO (normal ou alterado) tempo de
menopausa (em anos) siacutetio de localizaccedilatildeo de fraturas IMC (abaixo do pesonormal
sobrepeso obeso) tabagismo (fumante ou natildeo fumante) atividade fiacutesica (leve
moderadapesada) frequecircncia diaacuteria de ingestatildeo de leite (em coposdia) e as variaacuteveis
binaacuterias como o histoacuterico familiar de fratura de quadril osteoporose uso de anticoncepcional
ausecircncia de menstruaccedilatildeo retirada de uacutetero ou ovaacuterios amamentaccedilatildeo paciente acamado e
etilismo O caacutelculo do risco relativo (RR) foi feito para avaliar a relaccedilatildeo entre o USO e a
presenccedila de fraturas Para isso foi considerado pacientes com USO normal aqueles com
resultados do T-score gt-11 e USO alterado aqueles com T-score lt-11 O niacutevel de atividade
fiacutesica foi classificado em atividade leve (trabalho burocraacutetico em escritoacuterio na maior parte
do tempo sentado) atividade moderada (trabalhos na maior parte do tempo em peacute como
27
vendedor e dona-de-casa) atividade pesada (enfermeira empregada domeacutestica) Oliveira et al
2010) Para caacutelculo aproximado da ingestatildeo alimentar diaacuteria de caacutelcio utilizou- se uma
adaptaccedilatildeo da Tabela Brasileira de Composiccedilatildeo de Alimentos 1 fatia queijo (90mg) 1 copo
de iogurte (1212mg) 1 copo leite (257mg) 1 bola se sorvete (135mg) E no final todos esses
alimentos foram convertidos em quantidade ingerida de copos de leite
28
6 Resultados Encontrados
61 Gerais
As caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas da populaccedilatildeo estudada estatildeo listadas na
tabela 1 A idade meacutedia das pacientes foi de 725 anos (DPplusmn 87) com a idade da menopausa
460 anos (DPplusmn 61) o tempo de menopausa 261 anos (DPplusmn 97) e o IMC de 264 (kgm2)
(DPplusmn 55) Essas caracteriacutesticas quando comparadas com o estudo anterior de 2003 (tabela
2) confirmam tratar-se da mesma populaccedilatildeo Apenas a idade e o tempo de menopausa
evidenciam ser a nossa populaccedilatildeo mais idosa Fator que se justifica pelo tempo ocorrido entre
os dois estudos
A incidecircncia de fratura por fragilidade oacutessea encontrada foi de 21 evidenciado no
graacutefico 1 Os principais siacutetios de fratura satildeo analisados na tabela 3 tendo como sitio principal
o antebraccedilo com 50 seguido pelo peacute com 192 e uacutemero 145 Jaacute na tabela 4 e no graacutefico
2 pode ser observado que a idade da populaccedilatildeo estudada variou entre 54 e 97 anos com meacutedia
de 72 anos com DP plusmn 90 No grupo de pacientes fraturadas 50 tinham entre 65 e 79 anos
sugerindo ser essa faixa etaacuteria mais susceptiacutevel as fraturas por fragilidade oacutessea
62 USO preacutevia X Fraturas
Foi verificado na tabela 5 a associaccedilatildeo entre o resultado da (USO) preacutevia e o desfecho
fraturas por fragilidade oacutessea De todas as pacientes que fizeram USO no estudo inicial 66
participaram deste estudo Das 50 pacientes que tiveram o USO alterado 22 tiveram
fraturas nesse periacuteodo E as pacientes com USO considerada normal 194 tiveram fraturas
por fragilidade oacutessea O RR= 113 (IC95 048 - 263) sugere que as mulheres que tiveram
29
USO alterado tem um risco de fraturar de 13 maior em relaccedilatildeo as pacientes com resultado
de USO considerado normal
63 Caracteriacutesticas cliacutenicas e comportamentais X Fratura
As pacientes foram analisadas quanto as variaacuteveis clinicas e comportamentais
Considerando a tabela 6 as pacientes que tiveram fraturas se mostraram com maior
sobrepeso ou obesas (722) com maior historia familiar de fratura de quadril (133) e
com maior diagnostico de osteoporose (471) do que as pacientes sem fraturas (p
valorgt005) Jaacute o uso de anticoncepcional ou o uso de reposiccedilatildeo hormonal natildeo se mostraram
ser relevantes para ocorrecircncia de fraturas nessa amostra E 235 das pacientes acamadas por
mais de dois meses sofreram alguma fratura com p valor lt005 Evidenciando associaccedilatildeo
entre a paciente ficar acamada por mais de dois meses e sofrer fratura por fragilidade oacutessea
Avaliando a tabela 7 foi notado que apenas 125 das pacientes que tiveram fratura eram
tabagistas e 167 eram etilistas natildeo se mostrando essas caracteriacutesticas como fatores de
risco A atividade fiacutesica moderadapesada ateacute 25 anos e acima de 50 anos apresentou
percentuais de 441 e 382 respectivamente Aleacutem disso entre 25 e 50 anos 444 das
pacientes com atividade fiacutesica moderadapesada tiveram fraturas e 441 das pacientes natildeo
tiveram fraturas para essa faixa etaacuteria (p valor gt005) Sendo assim natildeo houve associaccedilatildeo
entre a atividade fiacutesica e as fraturas Em relaccedilatildeo ao item ingestatildeo de leite apoacutes os 50 anos
456 das pacientes que natildeo tiveram fraturas ingeriam de 1 a 2 copos de leite por dia e
apenas 44 ingeriam mais de 3 copos de leite por dia No caso das pacientes que tiveram
fraturas apoacutes os 50 anos foi observado que 50 ingeriam de 1 a 2 copos de leite por dia e
167 ingeriam 3 copos ou mais de leite
30
64 Tempo de menopausa X Fratura
As pacientes foram avaliadas graacutefico 3 para verificar a associaccedilatildeo entre o tempo de
menopausa e o desfecho das fraturas A mediana do tempo de menopausa encontrado em
ambos os grupos foi de 262 com DP de plusmn98 Metade das pacientes que tiveram fraturas tem
entre 193 e 293 anos de menopausa com DP de plusmn72 A correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade
tempo de menopausa e IMC foi observado na tabela 8 onde evidenciada uma associaccedilatildeo
positiva entre a idade e o tempo de menopausa nos grupos de pacientes com e sem fraturas
Assim como foi verificado uma associaccedilatildeo negativa de quanto maior a idade e o tempo de
menopausa menor o IMC
31
Graacutefico 1
Graacutefico 2
32
Graacutefico 3
33
Tabela 1- Caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas das
mulheres poacutes menopausa (n=86)
Caracteriacutesticas Meacutedia plusmn desvio padratildeo
Idade (anos) 7255 plusmn 897
Idade da
menarca (anos) 1324 plusmn 184
Idade da
menopausa
(anos)
4608 plusmn 614
Tempo de
menopausa
(anos)
2618 plusmn976
Peso (kg)sect 6342 plusmn 1055
Altura (m)deg 155 plusmn 008
IMC (kgm2) 2643 plusmn 557
n=85 sectn=83 ordmn=82 n=81 n=80
Tabela 2-Caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas das
mulheres poacutes menopausa em 2003
Caracteriacutesticas Meacutedia plusmn desvio padratildeo
Idade (anos) 6463plusmn1270
Idade da
menarca (anos)
1304 plusmn 193
Idade da
menopausa
(anos)
4755 plusmn 601
Tempo de
menopausa
(anos)
1700 plusmn 1076
Peso (kg)sect 6533 plusmn 1270
Altura (m)deg 155 plusmn 006
IMC (kgm2) 2696 plusmn 477
34
Tabela 3 ndash Incidecircncia de fraturas em mulheres poacutes menopausa segundo a
localizaccedilatildeo de fratura 2003-2011
Tipo da fratura
n
Veacutertebra 1 38
Fecircmur 1 38
Costela 2 77
Antebraccedilo 13 500
Uacutemero 4 145
Peacute 5 192
Total 26 1000
Nota Algumas pacientes tiveram mais de uma fratura no periacuteodo
Tabela 4- Relaccedilatildeo entre idade e fratura nas mulheres na poacutes menopausa
Total
Fratura
Idade (anos) Natildeo Sim
N () n () n ()
54 a 64 anos 18 209 14 206 4 222
65 a 79 anos 48 558 39 574 9 500
80 a 97 anos 20 233 15 221 5 278
Total 86 1000 68 1000 18 1000
Meacutedia (DP) 725 (90) 713 (77) 729 (93)
Nota P-valor pelo teste de Mann-Whitney=0813
35
Tabela 5 - Incidecircncia de fratura em mulheres poacutes-menopausa segundo
resultado da USO 2003-2011
Resultado da
USO
Total
Fratura p-valor
Sim Natildeo
n n
()
IC95 n
()
Normal 36 7 194
89 -
3472
29 806
0496
Alterado 50 11 220
121 -
350
39 780
Total 86 18 209
133 -
305
68 791
Nota Risco relativo = 113 (IC95 048 - 263)
36
Tabela 6 ndash Caracteriacutesticas cliacutenicas de mulheres poacutes-menopausa segundo
fratura (n=86)
Fratura
Natildeo (n=68) Sim (n=18) Total
n ( ) n ( )
IMC
Abaixo do pesoNormal 24 (353) 5 (278) 28 0792
Sobrepeso 27 (397) 9 (500) 36
Obeso 17 (250) 4 (222) 21
Histoacuterico familiar de fratura de quadril
Natildeo 66 (985) 13 (867) 79 0085
Sim 1 (15) 2 (133) 3
Osteoporose
Natildeo 44 (800) 9 (529) 53 0055
Sim 11 (200) 8 (471) 19
Uso de anticoncepcional
Natildeo 32 (485) 10 (556) 42 0791
Sim 34 (515) 8 (444) 42
Ausecircncia de mentruaccedilatildeo
Natildeo 60 (909) 16 (941) 76 1000
Sim 6 (91) 1 (59) 7
Retirou o uacutetero
Natildeo 46 (687) 9 (500) 55 0170
Sim 21 (313) 9 (500) 30
Retirou os ovaacuterios
Natildeo 53 (815) 11 (647) 64 0187
Sim 12 (185) 6 (353) 18
Reposiccedilatildeo hormonal
Natildeo 51 (761) 13 (722) 64 0763
Sim 16 (239) 5 (278) 21
Amamentou
Natildeo 14 (206) 4 (222) 18 1000
Sim 54 (794) 14 (778) 68
Acamado por mais de dois meses
Natildeo 63 (940) 13 (765) 76 0049
Sim 4 (60) 4 (235) 8
Caracteriacutesticas clinicas
p-valor do
teste exato
de Fisher
37
Tabela 7 - Caracteriacutesticas comportamentais de mulheres poacutes-menopausa segundo
fratura (n=86)
Fratura
Natildeo (n=68) Sim (n=18) Total
n ( ) n ( )
Tabagismo
Natildeo fumante 47 (758) 14 (875) 61 0499
FumanteEx-fumante 15 (242) 2 (125) 17
Etilismo no uacuteltimo ano
Natildeo 48 (706) 15 (833) 63 0376
Sim 20 (294) 3 (167) 23
Atividade fiacutesica ateacute os 25 anos
Leve 38 (559) 11 (611) 49 0792
ModeradaPesada 30 (441) 7 (389) 37
Atividade fiacutesica entre os 25 e 50 anos
Leve 38 (559) 10 (556) 48 1000
ModeradaPesada 30 (441) 8 (444) 38
Atividade fiacutesica acima dos 50 anos
Leve 42 (618) 12 (667) 54 0789
ModeradaPesada 26 (382) 6 (333) 32
Frequecircncia diaacuteria de leite ateacute 25 anos
Nenhummenos 1 copodia 34 (500) 8 (444) 42 0910
1 a 2 coposdia 31 (456) 9 (500) 40
3 coposdia ou mais 3 (44) 1 (56) 4
Frequecircncia diaacuteria de leite apoacutes 50 anos
Nenhummenos 1 copodia 34 (500) 6 (333) 40 0103
1 a 2 coposdia 31 (456) 9 (500) 40
3 coposdia ou mais 3 (44) 3 (167) 6
Caracteriacutesticas
comportamentais
p-valor do
teste exato
de Fisher
Tabela 8- Coeficientes de correlaccedilatildeo de Spearman (rs) entre idade IMC e tempo de
menopausa em mulheres poacutes-menopausa
Variaacuteveis
IMC IdadeTempo de
menopausa
r s 1 -0144 -0151
p-valor 0569 0550
r s -0227 1 0736
p-valor 0074 lt0001
r s -0295 0761 1
p-valor 0020 lt0001
Variaacuteveis
IMC
Idade
Tempo de menopausa
Nota o triacircngulo superior direito (parte hachurada) se refere agraves correlaccedilotildees para as mulheres com
fratura e o inferior esquerdo (parte natildeo hachurada) agraves mulheres sem fratura
38
7 Discussatildeo
No Brasil os principais fatores cliacutenicos de risco para fraturas por fragilidade oacutessea
eram extrapolados a partir de estudos internacionais O estudo vem acrescentar informaccedilotildees
para se conhecer os fatores relacionados agrave essas fraturas Nossos resultados revelam que a
idade avanccedilada a historia familiar de fratura de quadril o diagnoacutestico de osteoporose e
tambeacutem o paciente ficar acamado por mais de 2 meses foram considerados fatores de risco
para fraturas por fragilidade oacutessea
Esse estudo mostrou concordacircncia com a Johnell amp Kanis (2006) onde o principal
siacutetio mundial de fratura por fragilidade oacutessea nas mulheres apoacutes a menopausa foi o antebraccedilo
Segundo o estudo Latin American Vertebral Osteoporosis Study (LAVOS) (Clark et al
2009) a fratura vertebral eacute a mais prevalente da ameacuterica latina com uma prevalecircncia de
142 diferente do nosso estudo onde a coluna vertebral e o colo do fecircmur aparecem
juntos em uacuteltimo lugar na lista de incidecircncia dos siacutetios de fratura Isso pode ser atribuiacutedo
devido a diferenccedila nos criteacuterios de definiccedilatildeo de fraturas pois no LAVOS optou-se pela
medida radiograacutefica do local de fraturas enquanto no nosso estudo as fraturas foram referidas
pelas pacientes
Os consensos sobre osteoporose tecircm propostos algoritmos para identificar indiviacuteduos
de alto risco para fraturas (Kanis et al 2008 WHO 1999) Para tanto a associaccedilatildeo de fatores
de risco para fraturas com a medida da USO eacute de suma importacircncia embora sejam poucas as
pacientes que tecircm oportunidade de realizar esse exame (Oliveira et al 2007) Assim o
presente trabalho mostrou um risco para fraturas por fragilidade oacutessea 13 maior nas
pacientes com resultado de USO alterada em relaccedilatildeo as pacientes que tiveram resultados de
39
USO normais vindo de encontro aos resultados encontrados por Oliveira et al (2007)
Corroborando o USO como um meacutetodo confiaacutevel para a prediccedilatildeo de fraturas
E semelhante a Pinheiro et al (2010a) o presente estudo revelou que os principais
fatores de risco para fraturas por fragilidade oacutessea satildeo a idade avanccedilada a historia familiar de
fratura de quadril e a presenccedila de osteoporose Isso pode ser atribuiacutedo ao fato de que no
estudo de Pinheiro et al (2010a) assim como no nosso estudo a populaccedilatildeo ser
predominantemente de mulheres acima dos 65 anos e viverem em aacuterea urbana tendo haacutebitos
de vida parecidos
O achado em nosso estudo que apresentou significacircncia estatiacutestica refere-se ao fator
de risco ldquopaciente acamado por mais de dois mesesrdquo como disposto na literatura (Pinheiro et
al 2010b Demir et al 2008) O que acontece eacute que com o paciente acamado por tempo
prolongado um maior remodelamento oacutesseo eacute observado Os osteoclastos responsaacuteveis pela
absorccedilatildeo oacutessea sobrepotildee os osteoblastos predispondo as fraturas por fragilidade oacutessea
(Fyhrie amp Schaffler 1994) Assim observou-se no estudo que 235 das pacientes
acamadas por mais de dois meses sofreram alguma fratura por fragilidade oacutessea com p valor
lt005 Isso reafirma a associaccedilatildeo entre a paciente ficar acamada por mais de dois meses e
sofrer fratura por fragilidade oacutessea Por outro lado o exerciacutecio fiacutesico que estaacute sabidamente
relacionado ao aumento da resistecircncia muscular do equiliacutebrio e da flexibilidade contribuindo
para a reduccedilatildeo da perda oacutessea e melhora da sauacutede em geral (Chan 2003) natildeo se mostrou
como fator de proteccedilatildeo neste estudo Provavelmente devido ao baixo percentual encontrado
de pacientes que praticavam atividade fiacutesica moderada ou pesada
O elevado IMC e a terapia de reposiccedilatildeo hormonal natildeo desempenharam papel protetor
na nossa populaccedilatildeo como seria o esperado por estudos anteriores (Pinheiro et al 2010c
40
Buttros et al 2011) Ao contrario o sobrepeso e obesidade foram considerados fatores de
risco Isso pode ser atribuiacutedo ao IMC meacutedio dessa populaccedilatildeo ser 264 (kgm2) (DPplusmn 55)
limiacutetrofe para sobrepeso Embora esse dado demonstre contrariedade com a literatura que
estabelece relaccedilatildeo inversa entre obesidade e fraturas por fragilidade oacutessea em nosso estudo
ter maior peso e IMC natildeo seriam fatores de risco para fraturas e sim caracteriacutesticas das
mulheres mais idosas em um contexto social de baixa escolaridade e renda Esse fato eacute
confirmado pelos resultados da Pesquisa Nacional sobre Sauacutede e Nutriccedilatildeo ( Batista F et al
2003) que demonstraram caraacuteter ascendente da obesidade nos estratos de mulheres com baixa
renda residentes na regiatildeo Sudeste
Aleacutem disso haacutebitos de vida como tabagismo e etilismo sabidamente relacionados agrave
maior risco para fraturas por fragilidade oacutessea (Pinheiro et al 2010) tambeacutem natildeo se
mostraram estar associados nesse estudo
A necessidade de caacutelcio do ser humano varia ao longo da vida e uma ingestatildeo
adequada para mulheres acima de 50 anos eacute de 1200 mg pois com a idade o corpo
naturalmente perde um pouco da capacidade de absorccedilatildeo de minerais (Nuacutecleo de Estudos e
Pesquisas em Alimentaccedilatildeo 2006) O fato de apenas 44 das mulheres que natildeo tiveram
fraturas e 167 das mulheres que tiveram fraturas ter referido consumo superior a
900mgdia (3 ou mais copos) foi fator de surpresa principalmente levando-se em conta o PIB
per capita da cidade superior ao da maioria dos municiacutepios brasileiros (IPEA 2000)
Assim como em estudos preacutevios (Pinheiro et al 2010c NHI 2001 Demir et al
2008) nossos dados tambeacutem demonstraram o hipoestrogenismo como importante fator de
risco para fraturas por fragilidade oacutessea jaacute que as pacientes com fratura tecircm entre 19 e 29
anos de menopausa Em recente estudo Demir et al (2008) estudaram 2769 mulheres na
41
poacutes-menopausa correlacionando a ocorrecircncia de osteoporose com o tempo de menopausa
Demonstraram que 106 das pacientes com ateacute trecircs anos de poacutes-menopausa tinham
osteoporose contra 329 das pacientes com sete anos ou mais Acredita-se que a deficiecircncia
estrogecircnica seja responsaacutevel por dois terccedilos da perda de massa oacutessea levando
consequentemente agraves fraturas por fragilidade oacutessea assim como observado (Position
statement of the North American Menopause Society 2010)
Os dados deste estudo podem ser limitados pois apesar de tratar-se de uma coorte as
participantes reportaram dados referentes a estilo de vida dieta antecedentes familiares e
pessoais o que pode ter ocasionado algum vieacutes recordatoacuterio Outra limitaccedilatildeo eacute que como
avaliado por Oliveira et al (2007) esta populaccedilatildeo apresenta a maior parte das mulheres com
baixo niacutevel socioeconocircmico e escolaridade sem acesso agrave adequada educaccedilatildeo nutricional e agrave
atividade fiacutesica orientada Por outro lado resultados encontrados sem significacircncia estatiacutestica
podem ter sido ocasionados pelo tamanho amostral reduzido devido a dificuldade de
rastreamento da populaccedilatildeo uma vez que a unidade de sauacutede natildeo atualizou o endereccedilo e
telefone das mulheres eleitas para o estudo Talvez se tivesse sido realizado contato anual
com essas mulheres natildeo teriacuteamos perdido o seguimento delas
42
8 Conclusatildeo
Devido agrave sua alta prevalecircncia e associaccedilatildeo com mortalidade e incapacidade a fratura
devido agrave fragilidade oacutessea deve ser considerada um problema de sauacutede puacuteblica no Brasil
Apesar das limitaccedilotildees o presente estudo foi realizado de forma prospectiva em mulheres
brasileiras na poacutes-menopausa devendo os seus resultados serem levados em consideraccedilatildeo
para a formulaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas de sauacutede para a prevenccedilatildeo e estrateacutegias de tratamento
para as fraturas Os fatores de risco encontrados como a idade avanccedilada a histoacuteria familiar
de fratura de quadril e a presenccedila de osteoporose devem ser acompanhados e combatidos para
tentar-se diminuir o risco para as fraturas Assim como o USO mostrou ser um meacutetodo
confiaacutevel para avaliar o risco para fraturas podendo ser implementado em maior escala do
que a atual Entatildeo acreditamos que novos estudos prospectivos com uma amostra mais
representativa devam ser realizados para se confirmar os fatores associados a fraturas por
fragilidade oacutessea na populaccedilatildeo brasileira para cada vez mais conhecermos o perfil da nossa
populaccedilatildeo e termos subsiacutedios para combater esse agravo
43
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48
10 Anexo 1 - Instrumento de coleta - EVOS (EUROPEAN VERTEBRAL
OSTEOPOROSIS STUDY)
Data _________
Nome________________________________________________________
Endereco_____________________________________________________
Fone _____________ Data de nascimento _________ RG
1- Dados antropomeacutetricos
Peso (Kg) Altura (m) IMC
2- Dados Ginecoloacutegicos
Idade da primeira menstruacao anos
Vocecirc jaacute usou piacutelula anticoncepcional por mais de 3 meses
sim natildeo natildeo sei
Vocecirc jaacute ficou algum periacuteodo em sua vida sem menstruar antes da menopausa (exceto se
gravidez) sim natildeo natildeo sei
Idade da ultima menstruaccedilatildeo anos
Numero de filhos
Vocecirc fez cirurgia para retirar o uacutetero sim com Idade ____ (anos)
natildeo natildeo sei
E para retirar os ovaacuterios (um ou os dois) sim idade ___ (anos)
natildeo natildeo sei
Vocecirc fez reposiccedilatildeo hormonal apos a menopausa sim natildeo natildeo sei
Se sim quando iniciado o periacuteodo foi superior a 1 ano sim natildeo natildeo sei
49
Vocecirc notou os seguintes sintomas na menopausa
calores sim natildeo natildeo sei
depressatildeo sim natildeo natildeo sei
insocircnia sim natildeo natildeo sei
outros sim natildeo natildeo sei
Vocecirc amamentou sim natildeo natildeo sei
Se sim quantas crianccedilas vocecirc amamentou por mais que 3 meses
3- Dados familiares
Em sua famiacutelia (pai matildee irmatildeos) existe historia de fratura de quadril apos os 50 anos de
idade sim natildeo natildeo sei
4- Histoacuteria de fratura
Vocecirc jaacute teve alguma fratura sim natildeo natildeo sei
Se sim em qual sitio esqueleacutetico com que idade e qual foi o tipo de trauma
Sitio Numero Idade (anos) Niacutevel do trauma
Vertebra
Fecircmur (colo trocanter)
Costela
Antebraccedilo
Uacutemero
Pe
Outras
Vocecirc sabe que tem osteoporose sim tenho natildeo natildeo tenho natildeo sei
5- Aacutelcool
Com que frequecircncia vocecirc bebeu no ultimo ano
Diariamente 5-6 dsem 3-4 dsem
50
1 -2 dsem lt 1 dsem nunca
Tipo de bebida destilados (uiacutesque cachaccedila vodka)
fermentados (cerveja vinho)
6- Imobilizaccedilatildeo
Vocecirc jaacute ficou acamado por um periacuteodo superior a 2 meses
sim natildeo natildeo sei
Se sim foi antes ou apos os 25 anos de idade
ano passado nunca
7- Fumo
Vocecirc fumou cigarro ou usou outras formas de fumo (cachimbo ou charuto)
atualmente no passado nunca
Com que idade iniciou anos
Se parou com que idade anos
Numero de cigarrosdia
8- Atividade Fiacutesica
Quantas tempo costuma passar diariamente ao ar livre caminhando ou andando de bicicleta
nenhuma a 1 h superior a 1 h
Qual a sua atividade fiacutesica durante diferentes periacuteodos de sua vida adulta
Ate os 25 anos 25 a 50 anos acima 50 anos
Niacutevel 1 (leve) 2 (moderada) 3 (pesada) 4
(muito pesada)
9- Impacto
Como vocecirc descreveria sua sauacutede geral neste momento
muito boa boa satisfatoacuteria regular ruim
10- Interrogatoacuterio sobre drogas
51
Vocecirc jaacute usou alguma medicaccedilatildeo oral ou injetaacutevel contendo corticosteroides por mais de 3
meses sim natildeo natildeo sei
Vocecirc jaacute usou alguma desses remeacutedios
Droga sim natildeo sei tempo
(meses)
parou ha quanto tempo
Hormocircnios
masculinos
Hormocircnios
femininos
Calcitonina
Fluacuteor
Caacutelcio
Vitamina D
Anabolizantes
Diureacuteticos
tiazidicos
11- Ingestatildeo de caacutelcio
Com que frequecircncia vocecirc comeu produtos derivados do leite na semana passada
(diassemana)
queijo amarelo queijo branco iogurte leite sorvete
Para os periacuteodos indicados abaixo com que frequecircncia vocecirc recebeu leite
ate 25 anos 25 a 50 anos Acima de 50 anos
Todas as refeiccedilotildees (3 ou + coposdia)
1-2 coposdia
52
Toda semana mas natildeo todo dia
lt 1 vezsemana
53
11 Anexo 2 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Projeto de Pesquisa Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade
oacutessea em mulheres na menopausa
Pesquisador responsaacutevel Dra Lizanka Paola F Marinheiro
Instituiccedilatildeo responsaacutevel Instituto Fernandes Figueira
Vocecirc estaacute sendo convidado a participar do projeto de pesquisa intitulado
Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea em mulheres na
menopausa por que vocecirc participou do estudo anterior realizado haacute 7 anos sobre a
osteoporose e suas consequumlecircncias
54
A osteoporose e uma doenccedila que se caracteriza pela diminuiccedilatildeo da resistecircncia do osso
tornando-o mais fraacutegil Essa fragilidade aumenta o risco da pessoa que tem osteoporose de ter
fraturas mesmo com atividades comuns como tossir ou espirrar
Com isso esse trabalho deseja avaliar a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea na
populaccedilatildeo de mulheres na poacutes menopausa residente da Ilha de Paquetaacute apoacutes 7 anos de
seguimento do uacuteltimo estudo transversal
Vocecirc natildeo eacute obrigada a participar Mas se quiser vocecirc teraacute que responder a um
questionaacuterio Para participar vocecirc natildeo teraacute que pagar nada O resultado seraacute fornecido apenas
a vocecirc ningueacutem mais saberaacute Suas duvidas seratildeo esclarecidas e vocecirc devera continuar
acompanhamento com seu meacutedico assistente Se vocecirc natildeo quiser participar natildeo seraacute
submetida a nenhum constrangimento fiacutesico ou moral e seu atendimento no posto de sauacutede
natildeo seraacute prejudicado A participante poderaacute se retirar do estudo a qualquer momento que
julgar necessaacuterio sem prejuiacutezo para a mesma O resultado de toda a pesquisa seraacute divulgada e
atraveacutes de artigos cientiacuteficos em revistas encontros congressos ou similares sem a
divulgaccedilatildeo dos nomes de quem participou de forma sigilosa
Sua participaccedilatildeo no estudo natildeo implicaraacute em custos adicionais O (A) Sr (a) natildeo teraacute
qualquer despesa com a realizaccedilatildeo dos procedimentos previstos neste estudo que seratildeo
custeados pelo pesquisador responsaacutevel Tambeacutem natildeo haveraacute nenhuma forma de pagamento
pela sua participaccedilatildeo
Caso surja alguma duacutevida quanto agrave eacutetica do estudo o (a) Sr(a) deveraacute se reportar ao
Comitecirc de Eacutetica em Pesquisas envolvendo seres humanos ndash subordinado ao Conselho
Nacional de Eacutetica em Pesquisa oacutergatildeo do Ministeacuterio da Sauacutede atraveacutes de solicitaccedilatildeo ao
representante de pesquisa que estaraacute sob contato permanente ou contactando o Comitecirc de
Eacutetica em Pesquisa desta instituiccedilatildeo no telefone (21) 3971-1590 Eacute assegurado o completo
55
sigilo de sua identidade quanto a sua participaccedilatildeo neste estudo incluindo a eventualidade da
apresentaccedilatildeo dos resultados deste estudo em congressos e perioacutedicos cientiacuteficos
Eu________________________________________________________________________
residente do endereccedilo__________________________ fui informada dos objetivos e da
justificativa deste trabalho de forma clara e detalhada pela Dra Adriana de Mattos V da
Costa Recebi informaccedilotildees especificas sobre cada procedimento no qual estarei envolvida
dos desconfortos e riscos previstos tanto quanto dos benefiacutecios esperados Todas as minhas
duvidas foram respondidas com clareza e sei que poderei solicitar novos esclarecimentos a
qualquer momento Aleacutem disso sei que novas informaccedilotildees obtidas durante o estudo me seratildeo
fornecidas e que terei liberdade de retirar meu consentimento de participaccedilatildeo face a estas
informaccedilotildees sem prejuiacutezo para mim Aleacutem disto me foi entregue uma coacutepia da folha de
informaccedilotildees para os participantes a qual li compreendi e me deu plena liberdade para decidir
acerca da minha espontacircnea participaccedilatildeo nesta pesquisa Minha identidade jamais seraacute
publicada Os dados colhidos poderatildeo ser examinados por pessoas envolvidas no estudo com
autorizaccedilatildeo delegada do investigador e por pessoas delegadas pelo patrocinador Estou
recebendo uma coacutepia assinada deste Termo
Os pesquisadores responsaacuteveis pelo Projeto satildeo a Dra Lizanka Paola F Marinheiro e
sua aluna a Dra Adriana de Mattos Viveiros da Costa
56
Participante
Nome _________________________________
Assinatura________________________________
Data_________________________________________
Investigador
Nome____________________________________
Assinatura________________________________
Data_______________________________________
Pesquisadora
Nome______________________________________
Assinatura___________________________________
Data__________________________________________
Dra Lizanka Paola F Marinheiro
lizankaglobocom
tel 25541700
Dra Adriana de Mattos Vda Costa
adrianamattosmedyahoocombr
tel 87273315
Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa
Rua Afonso Cavalcanti 455 sala 710 ndash Cidade Nova -
Telefone 3971-1463
10
Segundo o IBGE (IBGE 2009a) a expectativa de vida no Brasil eacute de 72 anos e soacute no
ano 2000 jaacute havia 24 milhotildees de mulheres com mais de 40 anos Ou seja predominantemente
na fase de deficiecircncia estrogecircnica e com risco aumentado de osteoporose A principal e mais
temida complicaccedilatildeo da osteoporose eacute a fratura oacutessea Entatildeo a adoccedilatildeo de meacutetodos praacuteticos e
de baixo custo para o rastreamento da populaccedilatildeo de risco para fraturas propiciaria a
quantificaccedilatildeo do problema e o planejamento de intervenccedilotildees precoces que impedissem ou
retardassem a ocorrecircncia deste agravo (Oliveira et AL 2007) Logo o conhecimento da
epidemiologia local de fraturas por fragilidade oacutessea eacute essencial para embasar este
rastreamento
Sendo assim esse estudo procurou avaliar a incidecircncia de fraturas por fragilidade
oacutessea na populaccedilatildeo de mulheres na poacutes-menopausa residente da Ilha de Paquetaacute apoacutes sete
anos de seguimento
11
2 Justificativa
No Brasil com o envelhecimento populacional e consequumlente aumento no nuacutemero de
idosas medidas devem der tomadas para se cuidar da mulher em sua fase climateacuterica eacutepoca
que ela chega a viver um terccedilo ou mais apoacutes o fim do periacuteodo reprodutivo Essa transiccedilatildeo
epidemioloacutegica tem trazido grandes desafios ao Estado Haacute a substituiccedilatildeo entre as primeiras
causas de morte das doenccedilas transmissiacuteveis pelas crocircnicas degenerativas e causas externas
entre elas a osteoporose (IBGE 2009b)
Vaacuterios fatores estatildeo relacionados agrave causa da osteoporose como a etnia a nutriccedilatildeo os
exerciacutecios fiacutesicos os dados antropomeacutetricos o alcoolismo o tabagismo e a vida reprodutiva
da mulher Por isso eacute necessaacuterio que se tenha cada vez mais estudos atuais e com populaccedilotildees
brasileiras para que os fatores de risco que fazem a diferenccedila para fraturas por fragilidade
sejam descobertos (Pinheiro et al 2010b c)
Em 2003 segundo as informaccedilotildees da Pesquisa Nacional por Amostras de Domiciacutelios
(PNAD) a populaccedilatildeo de 60 anos ou mais era por volta de 17 milhotildees de pessoas
representando cerca de 10 da populaccedilatildeo total do Paiacutes (IBGE 2009a) As diferenccedilas de sexo
satildeo importantes para descrever as pessoas idosas e da mesma forma como tem ocorrido em
todo o mundo o nuacutemero de mulheres idosas no Brasil eacute maior do que o de homens as
informaccedilotildees da PNAD mostraram que em 2003 essa proporccedilatildeo era de 559 e 441
respectivamente (IBGE 2009a)
Tambeacutem foi observado que a expectativa de vida a partir dos 60 anos aumentou no
periacuteodo de 1999 a 2003 em todas as faixas de idade tanto para homens quanto para
mulheres entretanto a expectativa de vida das mulheres excede a dos homens e este fato
explica em parte a maior proporccedilatildeo de mulheres idosas em relaccedilatildeo aos homens Em 2006
12
no Paiacutes como um todo a expectativa de vida das pessoas de 60 anos era de 193 anos para os
homens e de 224 anos para as mulheres Notando as mudanccedilas nas caracteriacutesticas da
populaccedilatildeo o Ministeacuterio da Sauacutede iniciou accedilotildees voltadas agraves mulheres no periacuteodo climateacuterico
entre elas a Poliacutetica de Assistecircncia Integral aacute Sauacutede da Mulher (PNAISM 2004)
Os estudos confirmam que diferenccedilas de sexo e idade na percepccedilatildeo da sauacutede satildeo
importantes determinantes do comportamento em relaccedilatildeo agrave procura por atendimento de sauacutede
(WHO 2001)
Em 2003 as mulheres idosas declararam um estado de sauacutede pior do que os homens
exceto entre os idosos de 80 anos ou mais onde a tendecircncia se inverte passando os homens a
declarar um estado de sauacutede pior do que aquele declarado pelas mulheres (PNAD 2003)
Os resultados do Censo Demograacutefico 2000 para os municiacutepios das capitais
apresentam padrotildees de incapacidade funcional em mobilidade fiacutesica compatiacuteveis com aqueles
apontados pelas informaccedilotildees da Politica Nacional de Assistecircncia a Domiciacutelio 2003 para as
aacutereas metropolitanas As mulheres declaram incapacidade funcional em maior proporccedilatildeo do
que os homens observando-se tambeacutem o caraacuteter progressivo da incapacidade funcional
entre os idosos em relaccedilatildeo ao aumento da idade (IBGE 2009a b)
Com o maior nuacutemero de idosos consequumlentemente haacute uma elevaccedilatildeo na frequecircncia das
fraturas por fragilidade oacutessea Isso se torna um problema de sauacutede de grandes dimensotildees
para a paciente na poacutes-menopausa pelos limites que comprometem sua qualidade de vida
para a famiacutelia por arcar com a responsabilidade de protegecirc-la no seu conviacutevio e para a sauacutede
puacuteblica pelo ocircnus econocircmico (Speroff et al 1989 Pinheiro et al 2010a b) Assim satildeo
necessaacuteria accedilotildees de promoccedilatildeo prevenccedilatildeo e abordagem da osteoporose que incide a partir da
perimenopausa
13
Estima-se que 70 das fraturas de quadril esperadas para 2050 ocorreratildeo na Aacutesia
Ameacuterica Latina e Aacutefrica (Cooper 1999) Jaacute na Europa segundo dados da Fundaccedilatildeo
Internacional de Osteoporose estima-se que uma em cada trecircs mulheres acima dos 50 anos
teraacute fratura por fragilidade oacutessea E na Uniatildeo Europeia ocorre uma fratura a cada 30 segundos
e se espera que para essa populaccedilatildeo o nuacutemero de fraturas dobre nos proacuteximos 50 anos
(International Osteoporosis Foundation 2005)
Estudos realizados sobre os custos da osteoporose e suas consequecircncias demonstram
que os gastos com essa doenccedila impressionam O estudo de Silva et al (2003) somou os gastos
com as internaccedilotildees para reduccedilotildees ciruacutergicas as reduccedilotildees incruentas o tratamento
conservador os gastos com cirurgias para a retirada de proacutetese internaccedilotildees de longa
permanecircncia consultas meacutedicas e fisioterapia chegando agrave conclusatildeo de que os custos do
SUS com o tratamento das fraturas eacute de mais de 20 milhotildees de reais por ano Tambeacutem
Tosteson et al (2008) fizeram um levantamento de custos do tratamento da osteoporose em
uma populaccedilatildeo de mulheres americanas em 2005 e mostrou que os custos anuais com
medicamentos satildeo altiacutessimos
Sobre os exames realizados para avaliaccedilatildeo da osteoporose os principais usados satildeo a
densitometria oacutessea e a ultrassonometria oacutessea de calcacircneo (USO) A densitometria oacutessea eacute
considerada o padratildeo-ouro para o diagnoacutestico de osteoporose pela Organizaccedilatildeo Mundial da
Sauacutede (OMS) desde 1994 poreacutem este exame estima apenas a densidade mineral oacutessea A
USO busca refletir outros paracircmetros aleacutem da densidade mineral oacutessea avaliando o risco de
fratura com eficiecircncia similar agrave densitometria oacutessea (Oliveira et al 2004 Castro 2000)
Embora os fatores cliacutenicos de riscos (FCRs) em populaccedilotildees de risco para osteoporose
e fratura estejam bem estabelecidos especialmente em estudos internacionais sua prevalecircncia
14
na populaccedilatildeo brasileira em geral natildeo estaacute clara porque ainda faltam estudos sobre o tema Um
dos principais estudos sobre a avaliaccedilatildeo de FCR foi o BRAZOS (Pinheiro et al 2010a) Ele
natildeo avaliou os fatores de risco relacionados agrave massa oacutessea mas os seus resultados permitem
inferir que esses fatores de risco satildeo muito semelhantes agravequeles relacionados agrave fratura por
baixo impacto Pinheiro et al (2010) demonstrou que os principais FCRs associados agrave fratura
por osteoporose de qualquer siacutetio esqueleacutetico de um total de 2420 indiviacuteduos apoacutes ajustes
estatiacutesticos foram histoacuteria familiar de fratura de quadril idade avanccedilada e baixo peso E que
a associaccedilatildeo de FCR agraves medidas de massa oacutessea poderia melhorar a discriminaccedilatildeo de
pacientes com maior risco de fratura osteoporoacutetica (Pinheiro et al 2010a b)
Atualmente existe uma ferramenta chamada FRAXreg utilizada por meacutedicos em vaacuterios
paiacuteses baseado na pratica meacutedica usando uma combinaccedilatildeo de fatores cliacutenicos e densidade
mineral oacutessea O FRAXreg eacute usado para predizer o risco de fratura nos proacuteximos dez anos com
implicaccedilotildees diretas na decisatildeo do tratamento e custos (Kanis et al 2008 Pinheiro et al 2009)
Poreacutem o risco absoluto de fraturas depende da populaccedilatildeo estudada e essa ferramenta ainda
natildeo foi aprovada para uso no Brasil Assim estudos epidemioloacutegicos representativos sobre
fatores de risco para fraturas ainda continuam sendo necessaacuterios (Pinheiro et al 2009)
Em 2003 a dissertaccedilatildeo de mestrado da Dra Patriacutecia Pereira de Oliveira verificou o
risco aumentado de fraturas por osteoporose atraveacutes da USO (Oliveira et al 2007) na
populaccedilatildeo de mulheres menopausadas na ilha de Paquetaacute-RJ Em nosso estudo verificaremos
se existe uma correlaccedilatildeo entre os achados ultrassonograacuteficos e as fraturas cliacutenicas na mesma
populaccedilatildeo por ela utilizada aleacutem outros fatores de risco para fraturas serem contemplados
como doenccedilas de base tempo de menopausa medicamentos entre outros Isto se justifica
pela necessidade de termos no Brasil dados sobre a incidecircncia de fraturas por fragilidade
oacutessea e fatores de risco a ela relacionados desenvolvidos em uma populaccedilatildeo brasileira e
15
residente de uma ilha localizada no litoral fluminense Jaacute que a literatura nessa aacuterea eacute escassa
e para que compreendendo melhor a dinacircmica da fratura por fragilidade oacutessea possamos
intervir antes que ela ocorra melhorando a qualidade de vida dessas mulheres e diminuiacutedo os
gastos com a sauacutede
16
3 Objeto de Estudo
Estudo de fatores associados agraves fraturas por fragilidade oacutessea em mulheres na poacutes-
menopausa atendidas em uma unidade baacutesica de sauacutede
Questionamento
Quais os fatores associados agrave ocorrecircncia de fraturas em mulheres poacutes-menopausa
acompanhadas em uma unidade baacutesica de sauacutede
31 Objetivos
311 Geral
Avaliar os fatores relacionados agrave ocorrecircncia de fraturas em mulheres poacutes-menopausa
acompanhadas em uma unidade baacutesica de sauacutede
312 Especiacuteficos
a- Avaliar se a ocorrecircncia de fraturas foi maior nas pacientes identificadas como risco
aumentado para fraturas pelo ultrassonometria oacutessea de calcacircneo preacutevia
b- Verificar a associaccedilatildeo entre as fraturas por fragilidade oacutessea e os dados cliacutenicos
comportamental e demograacuteficos (idade e sexo) das pacientes
c- Analisar se o tempo de menopausa influencia a ocorrecircncia de fraturas por fragilidade
oacutessea
17
4 Marco Teoacuterico
A osteoporose pode ser definida como doenccedila osteometaboacutelica caracterizada pela
diminuiccedilatildeo da densidade mineral oacutessea com alteraccedilotildees na sua microestrutura que conduzem
a um aumento da fragilidade oacutessea e uma tendecircncia a fraturas por traumatismos pouco
intensos Dado o exposto esta constitui o verdadeiro problema de sauacutede puacuteblica devido agrave sua
alta taxa de morbimortalidade e altos custos (Vianna et al 2001 International Osteoporosis
Foundation 2005)
Com relaccedilatildeo ao hipoestrogenismo observa-se que as mulheres apresentam uma perda
oacutessea mais acelerada nos dez primeiros anos apoacutes a instalaccedilatildeo da menopausa do que os
homens da mesma idade adquirindo risco de fratura mais precocemente do que eles (NHI
2001) Esta diminuiccedilatildeo de massa oacutessea total poderaacute ser ateacute dez vezes a diminuiccedilatildeo ocorrida
antes deste periacuteodo podendo chegar a 2 a 4 ao ano para o osso trabecular e de 1 para o
cortical (NHI 2001) A deficiecircncia de estrogecircnio aumenta o remodelamento oacutesseo e pode
agravar o desequiliacutebrio nas unidades de remodelamento com o aumento do tempo de vida dos
osteoclastos em detrimento dos osteoblastos (Fyhrie amp Schaffler 1994)
Na maioria dos casos a perda oacutessea eacute assintomaacutetica Quando sinais e sintomas da
osteoporose aparecem se relacionam com a ocorrecircncia de fraturas mais comumente na
porccedilatildeo distal do antebraccedilo (fratura de Colles) na coluna vertebral e no colo do fecircmur
(International Osteoporosis Foundation 2005) A maior incidecircncia de fraturas eacute observada
em mulheres brancas na poacutes menopausa (Pinheiro et al 2010a b)
Pinheiro et al (2010) analisaram 275 mulheres caucasoacuteides acima dos 50 anos e
acharam que 44 jaacute possuiacuteam algum tipo de fratura por osteoporose (Pinheiro et al 2010b)
A dor oacutessea eacute consequumlecircncia tanto das fraturas quanto das deformidades oacutesseas As fraturas
18
vertebrais satildeo as mais comuns poreacutem satildeo geralmente assintomaacuteticas e portanto menos
diagnosticadas Poreacutem podem causar dor perda de peso deformidade na coluna espinhal e
perda de estabilidade ao andar (International Osteoporosis Foundation 2005) Apenas 10
das fraturas de veacutertebras cursam com hospitalizaccedilatildeo mesmo que causem dor e diminuiccedilatildeo da
qualidade de vida Elas ocorrem entre os 50 e 60 anos de idade com maior frequecircncia
(International Osteoporosis Foundation 2005)
Jaacute as fraturas do fecircmur satildeo as mais letais devido a complicaccedilotildees poacutes-operatoacuterias As
principais causas de mortalidade satildeo as infecccedilotildees e tromboembolismo As fraturas de quadril
satildeo menos prevalentes do que as vertebrais poreacutem de maior gravidade devido agraves altas taxas
de morbimortalidade aleacutem do alto custo para a famiacutelia e para o sistema puacuteblico de sauacutede A
mortalidade apoacutes uma fratura de quadril eacute de cerca de 20- 24 no ano seguinte a fratura
sendo acompanhada de periacuteodos de hospitalizaccedilatildeo prolongados (International Osteoporosis
Foundation 2005 Silveira et al 2005) Estimativas apontam que no ano de 2050 ocorreratildeo
aproximadamente 65 milhotildees de fratura de quadril em todo mundo (Cooper 1999) As
fraturas de punho satildeo as mais facilmente observadas por mulheres no climateacuterio chegando a
originar seis milhotildees de dias de restriccedilatildeo de trabalho por ano (International Osteoporosis
Foundation 2005)
Aleacutem do custo pessoal o impacto econocircmico gerado pela osteoporose eacute enorme
Atraveacutes do mundo eacute estimado que uma em cada trecircs mulheres acima dos 50 anos teraacute fraturas
por osteoporose Na Europa no ano 2000 foi estimada uma ocorrecircncia de 379 milhotildees de
fraturas por fragilidade oacutessea sendo que destas 890 mil eram de quadril (Tosteson et al
2008) Eacute sabido que apenas metade das pacientes que sobrevivem agrave fratura de quadril voltaraacute
a andar novamente mas dificilmente com a mesma agilidade que andava antes da fratura
Apesar de a osteoporose ser facilmente diagnosticada atraveacutes de exames e seu tratamento
19
poder ser instituiacutedo ainda eacute uma doenccedila muito subdiagnosticada e subtratada Eacute estimada na
comunidade europeacuteia que uma em cada trecircs fraturas de vertebrais recebe a atenccedilatildeo cliacutenica
que merece E uma pessoa com fratura de veacutertebra tem ateacute cinco vezes mais chance de
desenvolver nova fratura no ano seguinte fenocircmeno conhecido como fratura em cascata
(Lindsay et al 2001)
Tradicionalmente a osteoporose eacute reconhecida como uma doenccedila multifatorial sendo
70 desses fatores natildeo modificaacuteveis isto eacute definidos pela carga geneacutetica e 30
potencialmente modificaacuteveis e assim envolvidos com os aspectos ambientais Dessa forma
um uacutenico fator de risco natildeo eacute capaz de identificar indiviacuteduos com ou sem fratura Diferenccedilas
geneacuteticas raciais e antropomeacutetricas bem como da composiccedilatildeo corporal densidade oacutessea
dieta atividade fiacutesica e outros haacutebitos de vida contribuem para explicar as divergecircncias na
incidecircncia e na prevalecircncia de baixa densidade oacutessea e fraturas em diversos paiacuteses do mundo
(Pinheiro et al 2010b c) Os aspectos geneacuteticos desempenham importante influecircncia sobre a
aquisiccedilatildeo do pico de massa oacutessea e perda oacutessea relacionada agrave idade bem como na
determinaccedilatildeo das propriedades estruturais e geomeacutetricas do osso No entanto a associaccedilatildeo
entre diferentes polimorfismos gecircnicos e densidade oacutessea ou fraturas por osteoporose eacute
bastante controversa e varia em diferentes estudos inclusive no Brasil fato que pode ser
tomado como um provaacutevel reflexo das diferenccedilas de etnia e ambiental das populaccedilotildees
estudadas Da mesma forma os fatores ambientais natildeo permitem uniformizar e homogeneizar
o impacto de cada um deles em cada regiatildeo do planeta (Pinheiro et al 2010c)
Atualmente a densitometria oacutessea eacute o meacutetodo mais utilizado para avaliar a massa
oacutessea Eacute o padratildeo ouro para o diagnoacutestico de osteoporose A densidade mineral oacutessea (DMO)
eacute expressa em nuacutemero absolutos em gramas de mineral por centiacutemetro quadrado escaneado
ou ainda comparado com a DMO esperada para a idade e sexo da paciente (z escore) ou
20
comparado a DMO de adultos jovens normais do mesmo sexo (t-escore) A diferenccedila entre o
escore do paciente e o padratildeo eacute expressa em desvios padrotildees acima ou abaixo da meacutedia
(Castro et al 1999)
Segundo a Sociedade Brasileira de Densitometria Cliacutenica no consenso de 2008 satildeo
indicaccedilotildees para avaliaccedilatildeo da densidade mineral oacutessea (Brandatildeo et al 2009)
rdquoMulheres com idade gt a 65 anos e homens com idade gt a 70 anos
Mulheres acima de 40 anos na transiccedilatildeo menopausal (1-2) e homens acima de 50
anos de idade com fatores de risco
Adultos com antecedente de fratura por fragilidade condiccedilatildeo cliacutenica ou uso de
medicamentos associados agrave baixa massa oacutessea ou perda oacutessea
Indiviacuteduos para os quais satildeo consideradas intervenccedilotildees farmacoloacutegicas para
osteoporose
Indiviacuteduos em tratamento para osteoporose para monitoramento de sua eficaacutecia
Indiviacuteduos que natildeo estejam sob tratamento poreacutem nos quais a identificaccedilatildeo de perda
de massa oacutessea possa determinar a indicaccedilatildeo do tratamento
Mulheres interrompendo terapia hormonal (TH)rdquo
Arq Bras Endocrinol Metab 2009 531 pag108
A proacutepria definiccedilatildeo de osteoporose pela Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede reunida em
Hong Kong em 1994 estabeleceu criteacuterios diagnoacutesticos baseados em valores obtidos pela
densitometria oacutessea classificando como osteopecircnicas aquelas mulheres que apresentarem-se
entre 1 e 25 desvios-padratildeo (DP) abaixo da meacutedia para adultas jovens e de osteoporoacuteticas as
que se encontrarem com mais de 25 DP abaixo da meacutedia para adultas jovens (Castro et al
1999 WHO 1999)
A densitometria oacutessea apresenta como desvantagens no entanto o fato de utilizar uma
fonte de radiaccedilatildeo ionizante e possuir um elevado custo que limita seu uso em estudos
populacionais principalmente em nosso paiacutes onde os recursos destinados agrave sauacutede da
populaccedilatildeo mais carente satildeo miacutenimos Sempre tentando diminuir o impacto dos gastos com
21
sauacutede eacute estimulada a busca por meacutetodos natildeo poluentes e mais baratos mas que tragam as
mesmas informaccedilotildees que os meacutetodos jaacute estabelecidos Em funccedilatildeo disto a USO vem sendo
avaliada e alguns resultados promissores tecircm sido apresentados (Castro et al 1999) Baseia-se
na modificaccedilatildeo das caracteriacutesticas de ultrassom transmitido atraveacutes de ossos de localizaccedilatildeo
mais superficiais como no calcacircneo tiacutebia falanges ou patela Os sistemas atuais se
constituem de dois transdutores sendo um transmissor e outro receptor posicionados em
locais diferentes do osso a ser estudado Os aparelhos existentes entre noacutes avaliam o
calcacircneo osso predominantemente trabecular atraveacutes das medidas de velocidade de
transmissatildeo do ultrassom (SOS em ms) e da atenuaccedilatildeo da frequumlecircncia do ultrassom (BUA em
dBMHz) (Kanis et al 2008) Novamente de acordo com a orientaccedilatildeo da Sociedade Brasileira
de Densitometria Cliacutenica de 2008 as recomendaccedilotildees para ultrassonometria oacutessea satildeo
(Brandatildeo et al 2009)
rdquoO uacutenico siacutetio validado para o uso cliacutenico da USO em osteoporose eacute o calcacircneo
Equipamentos de USO de calcacircneo validados satildeo capazes de estimar fratura por
fragilidade em mulheres na poacutes-menopausa e em homens com idade superior a 65 anos
independentemente da densidade mineral oacutessea medida em equipamentos de DMO
central
A correlaccedilatildeo entre os resultados obtidos por USO e DMO ccccccc entral eacute
moderada
USO do calcacircneo associada a fatores de risco cliacutenicos podem ser usados para
identificar populaccedilatildeo com baixa probabilidade de fratura na qual avaliaccedilatildeo adicional
natildeo seja mais necessaacuteria
Medidas de DMO central na coluna e no fecircmur constituem o meacutetodo de escolha para a
tomada de decisatildeo terapecircutica Entretanto se a DMO central natildeo for acessiacutevel o
tratamento farmacoloacutegico pode ser iniciado se a probabilidade de fratura avaliada pelo
USO do calcacircneo com pontos de corte especiacuteficos associados a fatores de risco
cliacutenicos for suficientemente alta
Equipamentos de USO natildeo satildeo clinicamente uacuteteis no monitoramento de efeitos
esqueleacuteticos dos medicamentos disponiacuteveis para o tratamento da osteoporoserdquo
Arq Bras Endocrinol Metab 2009 531 pag110
22
Em 2003 foi realizada uma dissertaccedilatildeo de mestrado (Oliveira et al 2007) sobre a
utilizaccedilatildeo do USO para estimar a prevalecircncia de risco aumentado de fraturas em uma
populaccedilatildeo de mulheres na poacutes menopausa residentes da Ilha de Paquetaacute Em trabalho
realizado por Oliveira e cols nesta instituiccedilatildeo Foi realizado um estudo transversal com
recrutamento de 385 mulheres residentes da Ilha Todas as mulheres responderam a
questionaacuterio previamente estruturado e foram submetidas a medidas antropomeacutetricas e a
USO As medidas de USO foram realizadas segundo o manual do fabricante A idade da
populaccedilatildeo estudada variou entre 42 e 95 anos Os resultados encontrados mostram que
5922 da amostra apresentava algum tipo de alteraccedilatildeo a USO com t score menor que -1
Esse grupo era composto por mulheres mais idosas com menor peso menor altura e menor
percentual de gordura quando comparado com o grupo com t score lt ndash 1 Foi encontrado que
1688 das pesquisadas possuiacuteam alto risco para fraturas com t score lt -25 E as mulheres
do grupo de alto risco tinham maior peso e IMC paracircmetros conhecidos como protetores
Embora divergente da literatura a autora atribui esses resultados a caracteriacutesticas das
mulheres mais idosas em um contexto social de baixa escolaridade e renda (Oliveira et al
2007)
23
5 Materiais e Meacutetodos
51 Populaccedilatildeo
A Ilha de Paquetaacute dista aproximadamente 15 km da Praccedila XV no Centro da Cidade
do Rio de Janeiro sendo a principal ilha do arquipeacutelago de Paquetaacute situada ao nordeste da
Baiacutea de Guanabara A populaccedilatildeo e frequecircncia da Ilha satildeo extremamente sazonais sendo
aproximadamente 2200 domiciacutelios (entre moradores e veranistas) Os moradores fixos
correspondem a 4500 pessoas em sua maioria de famiacutelias antigas na Ilha das quais 208
satildeo idosos ultrapassando ateacute mesmo a meacutedia nacional que eacute em torno de 12 (IBGE
2009a) Este iacutendice faz de Paquetaacute o erceiro bairro em nuacutemero de idosos no municiacutepio sendo
que sua populaccedilatildeo pode ser considerada envelhecida segundo os criteacuterios da Organizaccedilatildeo
Mundial da Sauacutede (OMS 2003) Embora a maioria da populaccedilatildeo seja branca existem 109
de negros 256 de pardos e 01 de iacutendios Cerca de 90 dos domiciacutelios possuem aacutegua
tratada e 9957 tratamento de esgoto As famiacutelias residentes nesta regiatildeo satildeo compostas em
meacutedia por trecircs pessoas com rendimento meacutedio per capita de 301 salaacuterios miacutenimos (IPEA
2000) e o transporte urbano eacute feito basicamente a peacute por bicicletas ou charretes puxadas por
ciclistas (IBGE 2009a)
52 Tipo de estudo
Foi realizado um estudo de coorte prospectivo na ilha de PaquetaacuteRJ no ano de 2011
Foram inicialmente alocadas todas as mulheres que participaram do estudo anterior
desenvolvido no ano de 2003 (Oliveira et al 2007)
24
53 Criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo
Os criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo foram os mesmos utilizados do estudo anterior
(Oliveira et al 2007) Sendo os criteacuterios de inclusatildeo as mulheres que estavam na menopausa
e que tinham residecircncia fixa na Ilha de Paquetaacute e os criteacuterios de exclusatildeo a historia pessoal
de doenccedilas que sabidamente afetam o metabolismo oacutesseo direta ou indiretamente (como
artrite reumatoacuteide luacutepus eritematoso sistecircmico hiperparatireoidismo osteogecircnese imperfeita)
e as neoplasias malignas exceto carcinoma basocelular de pele
54 Alocaccedilotildees de pacientes
A populaccedilatildeo elegiacutevel era constituiacuteda pelas 385 mulheres alocadas no estudo inicial
(Oliveira et al 2007) No trabalho de Oliveira et al (2007) foi realizado um estudo transversal
com recrutamento por auto-seleccedilatildeo ou demanda espontacircnea no ano de 2003 na Ilha de
Paquetaacute Rio de Janeiro Brasil Foram estudadas 385 mulheres na poacutes-menopausa
(diagnoacutestico cliacutenico) residentes no local apoacutes a aplicaccedilatildeo dos criteacuterios de exclusatildeo
(existecircncia de pino metaacutelico ou edema com cacifo em ambos os peacutes ou impossibilitadas de
posicionar os peacutes no aparelho de ultra-sonometria oacutessea) Todas as mulheres responderam na
eacutepoca a um questionaacuterio e foram submetidas a medidas antropomeacutetricas e agrave USO
No presente estudo considerando uma significacircncia de 95 e um poder de 80 uma
prevalecircncia de 15 de fraturas na populaccedilatildeo de risco (Clark et al 2009) o tamanho amostral
previsto foi de 130 mulheres Poreacutem devido agraves perdas o tamanho amostral final foi de 86
pacientes
Atraveacutes do banco de dados jaacute existente todas as pacientes foram re-contactadas As
mulheres foram localizadas atraveacutes de telefonemas e comparecimento no hospital local onde
25
eacute realizado a atenccedilatildeo baacutesica de sauacutede Foram realizados pelo menos 2 telefonemas com
intervalo de 1 semana entre eles Como ldquoperdasrdquo foram consideradas as pacientes natildeo
encontradas apoacutes os dois telefonemas (035 dos telefones estavam errados e 049 das
pacientes tinham telefone quebrado ou ocupado) pacientes que natildeo quiseram ou natildeo
puderam responder ao questionaacuterio (008) e pacientes falecidas (006)
As pacientes selecionadas foram submetidas a um questionaacuterio de avaliaccedilatildeo de fatores
relacionados agrave fragilidade oacutessea conhecido como European Vertebral Osteoporosis Study
(EVOS) jaacute validado previamente para o portuguecircs (OrsquoNeill et al 1996) e jaacute utilizados em
importantes estudos (Pinheiro et al 2006 Clark et al 2009) O questionaacuterio EVOS eacute
composto por dados soacutecio-demograacuteficos (idade estado civil escolaridade cor renda familiar
e nuacutemero de dependentes desta haacutebitos de vida) e histoacuteria reprodutiva pessoal sumaacuteria
(idade da menarca idade da menopausa tipo de menopausa) Os dados antropomeacutetricos
foram aferidos segundo criteacuterios adotados internacionalmente com medidas de peso e altura
observando intervalos de 01kg e 001m respectivamente
A definiccedilatildeo de fratura por fragilidade oacutessea foi a mesma utilizada por Pinheiro et al
(2010a) como aquela resultante de uma queda da proacutepria altura ou trauma menos intenso em
indiviacuteduos com 50 anos ou mais em siacutetios esqueleacuteticos especiacuteficos antebraccedilo fecircmur
costelas veacutertebras e uacutemero E a documentaccedilatildeo de fraturas foi realizada atraveacutes de relato da
paciente (fratura referida) As fraturas traumaacuteticas (apoacutes acidente automobiliacutestico ou outras
condiccedilotildees sob forte impacto) ou as de baixo impacto natildeo relacionadas agrave osteoporose (como
por exemplo as de face tornozelo metacarpo falanges) natildeo foram consideradas
O estudo obedeceu aos criteacuterios de eacutetica preconizados pela resoluccedilatildeo no 19696 do
Conselho Nacional de Sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede e foi aprovado previamente pelo Comitecirc
26
de Eacutetica em Pesquisa da FiocruzIFF e pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Prefeitura Todas
as mulheres assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido antes de qualquer
procedimento
55 Anaacutelise Estatiacutestica
Os dados foram registrados em planilha Excel e analisados pelo programa Statistical
Package for Social Sciences (SPSS) versatildeo 170 Para avaliar diferenccedilas entre os grupos as
variaacuteveis categoacutericas foram avaliadas pelo Qui-quadrado de Pearson ou o teste exato de
Fisher A relaccedilatildeo entre as variaacuteveis categoacutericas e ordinal e entre as variaacuteveis numeacutericas foi
avaliada pelo teste de Mann-Whitney que eacute um teste natildeo-parameacutetrico que equivale ao teste t
escolhido pelo tamanho da amostra A relaccedilatildeo entre as variaacuteveis numeacutericas foi avaliada pelo
coeficiente de Sperman que eacute uma estatiacutestica natildeo parameacutetrica utilizada para dados natildeo
normais eou amostra pequena Para todos os testes o niacutevel de significacircncia adotado foi de
5 A variaacutevel dependente foi a presenccedila de fratura (sim ou natildeo) e as variaacuteveis
independentes foram idade (em anos) resultado de USO (normal ou alterado) tempo de
menopausa (em anos) siacutetio de localizaccedilatildeo de fraturas IMC (abaixo do pesonormal
sobrepeso obeso) tabagismo (fumante ou natildeo fumante) atividade fiacutesica (leve
moderadapesada) frequecircncia diaacuteria de ingestatildeo de leite (em coposdia) e as variaacuteveis
binaacuterias como o histoacuterico familiar de fratura de quadril osteoporose uso de anticoncepcional
ausecircncia de menstruaccedilatildeo retirada de uacutetero ou ovaacuterios amamentaccedilatildeo paciente acamado e
etilismo O caacutelculo do risco relativo (RR) foi feito para avaliar a relaccedilatildeo entre o USO e a
presenccedila de fraturas Para isso foi considerado pacientes com USO normal aqueles com
resultados do T-score gt-11 e USO alterado aqueles com T-score lt-11 O niacutevel de atividade
fiacutesica foi classificado em atividade leve (trabalho burocraacutetico em escritoacuterio na maior parte
do tempo sentado) atividade moderada (trabalhos na maior parte do tempo em peacute como
27
vendedor e dona-de-casa) atividade pesada (enfermeira empregada domeacutestica) Oliveira et al
2010) Para caacutelculo aproximado da ingestatildeo alimentar diaacuteria de caacutelcio utilizou- se uma
adaptaccedilatildeo da Tabela Brasileira de Composiccedilatildeo de Alimentos 1 fatia queijo (90mg) 1 copo
de iogurte (1212mg) 1 copo leite (257mg) 1 bola se sorvete (135mg) E no final todos esses
alimentos foram convertidos em quantidade ingerida de copos de leite
28
6 Resultados Encontrados
61 Gerais
As caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas da populaccedilatildeo estudada estatildeo listadas na
tabela 1 A idade meacutedia das pacientes foi de 725 anos (DPplusmn 87) com a idade da menopausa
460 anos (DPplusmn 61) o tempo de menopausa 261 anos (DPplusmn 97) e o IMC de 264 (kgm2)
(DPplusmn 55) Essas caracteriacutesticas quando comparadas com o estudo anterior de 2003 (tabela
2) confirmam tratar-se da mesma populaccedilatildeo Apenas a idade e o tempo de menopausa
evidenciam ser a nossa populaccedilatildeo mais idosa Fator que se justifica pelo tempo ocorrido entre
os dois estudos
A incidecircncia de fratura por fragilidade oacutessea encontrada foi de 21 evidenciado no
graacutefico 1 Os principais siacutetios de fratura satildeo analisados na tabela 3 tendo como sitio principal
o antebraccedilo com 50 seguido pelo peacute com 192 e uacutemero 145 Jaacute na tabela 4 e no graacutefico
2 pode ser observado que a idade da populaccedilatildeo estudada variou entre 54 e 97 anos com meacutedia
de 72 anos com DP plusmn 90 No grupo de pacientes fraturadas 50 tinham entre 65 e 79 anos
sugerindo ser essa faixa etaacuteria mais susceptiacutevel as fraturas por fragilidade oacutessea
62 USO preacutevia X Fraturas
Foi verificado na tabela 5 a associaccedilatildeo entre o resultado da (USO) preacutevia e o desfecho
fraturas por fragilidade oacutessea De todas as pacientes que fizeram USO no estudo inicial 66
participaram deste estudo Das 50 pacientes que tiveram o USO alterado 22 tiveram
fraturas nesse periacuteodo E as pacientes com USO considerada normal 194 tiveram fraturas
por fragilidade oacutessea O RR= 113 (IC95 048 - 263) sugere que as mulheres que tiveram
29
USO alterado tem um risco de fraturar de 13 maior em relaccedilatildeo as pacientes com resultado
de USO considerado normal
63 Caracteriacutesticas cliacutenicas e comportamentais X Fratura
As pacientes foram analisadas quanto as variaacuteveis clinicas e comportamentais
Considerando a tabela 6 as pacientes que tiveram fraturas se mostraram com maior
sobrepeso ou obesas (722) com maior historia familiar de fratura de quadril (133) e
com maior diagnostico de osteoporose (471) do que as pacientes sem fraturas (p
valorgt005) Jaacute o uso de anticoncepcional ou o uso de reposiccedilatildeo hormonal natildeo se mostraram
ser relevantes para ocorrecircncia de fraturas nessa amostra E 235 das pacientes acamadas por
mais de dois meses sofreram alguma fratura com p valor lt005 Evidenciando associaccedilatildeo
entre a paciente ficar acamada por mais de dois meses e sofrer fratura por fragilidade oacutessea
Avaliando a tabela 7 foi notado que apenas 125 das pacientes que tiveram fratura eram
tabagistas e 167 eram etilistas natildeo se mostrando essas caracteriacutesticas como fatores de
risco A atividade fiacutesica moderadapesada ateacute 25 anos e acima de 50 anos apresentou
percentuais de 441 e 382 respectivamente Aleacutem disso entre 25 e 50 anos 444 das
pacientes com atividade fiacutesica moderadapesada tiveram fraturas e 441 das pacientes natildeo
tiveram fraturas para essa faixa etaacuteria (p valor gt005) Sendo assim natildeo houve associaccedilatildeo
entre a atividade fiacutesica e as fraturas Em relaccedilatildeo ao item ingestatildeo de leite apoacutes os 50 anos
456 das pacientes que natildeo tiveram fraturas ingeriam de 1 a 2 copos de leite por dia e
apenas 44 ingeriam mais de 3 copos de leite por dia No caso das pacientes que tiveram
fraturas apoacutes os 50 anos foi observado que 50 ingeriam de 1 a 2 copos de leite por dia e
167 ingeriam 3 copos ou mais de leite
30
64 Tempo de menopausa X Fratura
As pacientes foram avaliadas graacutefico 3 para verificar a associaccedilatildeo entre o tempo de
menopausa e o desfecho das fraturas A mediana do tempo de menopausa encontrado em
ambos os grupos foi de 262 com DP de plusmn98 Metade das pacientes que tiveram fraturas tem
entre 193 e 293 anos de menopausa com DP de plusmn72 A correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade
tempo de menopausa e IMC foi observado na tabela 8 onde evidenciada uma associaccedilatildeo
positiva entre a idade e o tempo de menopausa nos grupos de pacientes com e sem fraturas
Assim como foi verificado uma associaccedilatildeo negativa de quanto maior a idade e o tempo de
menopausa menor o IMC
31
Graacutefico 1
Graacutefico 2
32
Graacutefico 3
33
Tabela 1- Caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas das
mulheres poacutes menopausa (n=86)
Caracteriacutesticas Meacutedia plusmn desvio padratildeo
Idade (anos) 7255 plusmn 897
Idade da
menarca (anos) 1324 plusmn 184
Idade da
menopausa
(anos)
4608 plusmn 614
Tempo de
menopausa
(anos)
2618 plusmn976
Peso (kg)sect 6342 plusmn 1055
Altura (m)deg 155 plusmn 008
IMC (kgm2) 2643 plusmn 557
n=85 sectn=83 ordmn=82 n=81 n=80
Tabela 2-Caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas das
mulheres poacutes menopausa em 2003
Caracteriacutesticas Meacutedia plusmn desvio padratildeo
Idade (anos) 6463plusmn1270
Idade da
menarca (anos)
1304 plusmn 193
Idade da
menopausa
(anos)
4755 plusmn 601
Tempo de
menopausa
(anos)
1700 plusmn 1076
Peso (kg)sect 6533 plusmn 1270
Altura (m)deg 155 plusmn 006
IMC (kgm2) 2696 plusmn 477
34
Tabela 3 ndash Incidecircncia de fraturas em mulheres poacutes menopausa segundo a
localizaccedilatildeo de fratura 2003-2011
Tipo da fratura
n
Veacutertebra 1 38
Fecircmur 1 38
Costela 2 77
Antebraccedilo 13 500
Uacutemero 4 145
Peacute 5 192
Total 26 1000
Nota Algumas pacientes tiveram mais de uma fratura no periacuteodo
Tabela 4- Relaccedilatildeo entre idade e fratura nas mulheres na poacutes menopausa
Total
Fratura
Idade (anos) Natildeo Sim
N () n () n ()
54 a 64 anos 18 209 14 206 4 222
65 a 79 anos 48 558 39 574 9 500
80 a 97 anos 20 233 15 221 5 278
Total 86 1000 68 1000 18 1000
Meacutedia (DP) 725 (90) 713 (77) 729 (93)
Nota P-valor pelo teste de Mann-Whitney=0813
35
Tabela 5 - Incidecircncia de fratura em mulheres poacutes-menopausa segundo
resultado da USO 2003-2011
Resultado da
USO
Total
Fratura p-valor
Sim Natildeo
n n
()
IC95 n
()
Normal 36 7 194
89 -
3472
29 806
0496
Alterado 50 11 220
121 -
350
39 780
Total 86 18 209
133 -
305
68 791
Nota Risco relativo = 113 (IC95 048 - 263)
36
Tabela 6 ndash Caracteriacutesticas cliacutenicas de mulheres poacutes-menopausa segundo
fratura (n=86)
Fratura
Natildeo (n=68) Sim (n=18) Total
n ( ) n ( )
IMC
Abaixo do pesoNormal 24 (353) 5 (278) 28 0792
Sobrepeso 27 (397) 9 (500) 36
Obeso 17 (250) 4 (222) 21
Histoacuterico familiar de fratura de quadril
Natildeo 66 (985) 13 (867) 79 0085
Sim 1 (15) 2 (133) 3
Osteoporose
Natildeo 44 (800) 9 (529) 53 0055
Sim 11 (200) 8 (471) 19
Uso de anticoncepcional
Natildeo 32 (485) 10 (556) 42 0791
Sim 34 (515) 8 (444) 42
Ausecircncia de mentruaccedilatildeo
Natildeo 60 (909) 16 (941) 76 1000
Sim 6 (91) 1 (59) 7
Retirou o uacutetero
Natildeo 46 (687) 9 (500) 55 0170
Sim 21 (313) 9 (500) 30
Retirou os ovaacuterios
Natildeo 53 (815) 11 (647) 64 0187
Sim 12 (185) 6 (353) 18
Reposiccedilatildeo hormonal
Natildeo 51 (761) 13 (722) 64 0763
Sim 16 (239) 5 (278) 21
Amamentou
Natildeo 14 (206) 4 (222) 18 1000
Sim 54 (794) 14 (778) 68
Acamado por mais de dois meses
Natildeo 63 (940) 13 (765) 76 0049
Sim 4 (60) 4 (235) 8
Caracteriacutesticas clinicas
p-valor do
teste exato
de Fisher
37
Tabela 7 - Caracteriacutesticas comportamentais de mulheres poacutes-menopausa segundo
fratura (n=86)
Fratura
Natildeo (n=68) Sim (n=18) Total
n ( ) n ( )
Tabagismo
Natildeo fumante 47 (758) 14 (875) 61 0499
FumanteEx-fumante 15 (242) 2 (125) 17
Etilismo no uacuteltimo ano
Natildeo 48 (706) 15 (833) 63 0376
Sim 20 (294) 3 (167) 23
Atividade fiacutesica ateacute os 25 anos
Leve 38 (559) 11 (611) 49 0792
ModeradaPesada 30 (441) 7 (389) 37
Atividade fiacutesica entre os 25 e 50 anos
Leve 38 (559) 10 (556) 48 1000
ModeradaPesada 30 (441) 8 (444) 38
Atividade fiacutesica acima dos 50 anos
Leve 42 (618) 12 (667) 54 0789
ModeradaPesada 26 (382) 6 (333) 32
Frequecircncia diaacuteria de leite ateacute 25 anos
Nenhummenos 1 copodia 34 (500) 8 (444) 42 0910
1 a 2 coposdia 31 (456) 9 (500) 40
3 coposdia ou mais 3 (44) 1 (56) 4
Frequecircncia diaacuteria de leite apoacutes 50 anos
Nenhummenos 1 copodia 34 (500) 6 (333) 40 0103
1 a 2 coposdia 31 (456) 9 (500) 40
3 coposdia ou mais 3 (44) 3 (167) 6
Caracteriacutesticas
comportamentais
p-valor do
teste exato
de Fisher
Tabela 8- Coeficientes de correlaccedilatildeo de Spearman (rs) entre idade IMC e tempo de
menopausa em mulheres poacutes-menopausa
Variaacuteveis
IMC IdadeTempo de
menopausa
r s 1 -0144 -0151
p-valor 0569 0550
r s -0227 1 0736
p-valor 0074 lt0001
r s -0295 0761 1
p-valor 0020 lt0001
Variaacuteveis
IMC
Idade
Tempo de menopausa
Nota o triacircngulo superior direito (parte hachurada) se refere agraves correlaccedilotildees para as mulheres com
fratura e o inferior esquerdo (parte natildeo hachurada) agraves mulheres sem fratura
38
7 Discussatildeo
No Brasil os principais fatores cliacutenicos de risco para fraturas por fragilidade oacutessea
eram extrapolados a partir de estudos internacionais O estudo vem acrescentar informaccedilotildees
para se conhecer os fatores relacionados agrave essas fraturas Nossos resultados revelam que a
idade avanccedilada a historia familiar de fratura de quadril o diagnoacutestico de osteoporose e
tambeacutem o paciente ficar acamado por mais de 2 meses foram considerados fatores de risco
para fraturas por fragilidade oacutessea
Esse estudo mostrou concordacircncia com a Johnell amp Kanis (2006) onde o principal
siacutetio mundial de fratura por fragilidade oacutessea nas mulheres apoacutes a menopausa foi o antebraccedilo
Segundo o estudo Latin American Vertebral Osteoporosis Study (LAVOS) (Clark et al
2009) a fratura vertebral eacute a mais prevalente da ameacuterica latina com uma prevalecircncia de
142 diferente do nosso estudo onde a coluna vertebral e o colo do fecircmur aparecem
juntos em uacuteltimo lugar na lista de incidecircncia dos siacutetios de fratura Isso pode ser atribuiacutedo
devido a diferenccedila nos criteacuterios de definiccedilatildeo de fraturas pois no LAVOS optou-se pela
medida radiograacutefica do local de fraturas enquanto no nosso estudo as fraturas foram referidas
pelas pacientes
Os consensos sobre osteoporose tecircm propostos algoritmos para identificar indiviacuteduos
de alto risco para fraturas (Kanis et al 2008 WHO 1999) Para tanto a associaccedilatildeo de fatores
de risco para fraturas com a medida da USO eacute de suma importacircncia embora sejam poucas as
pacientes que tecircm oportunidade de realizar esse exame (Oliveira et al 2007) Assim o
presente trabalho mostrou um risco para fraturas por fragilidade oacutessea 13 maior nas
pacientes com resultado de USO alterada em relaccedilatildeo as pacientes que tiveram resultados de
39
USO normais vindo de encontro aos resultados encontrados por Oliveira et al (2007)
Corroborando o USO como um meacutetodo confiaacutevel para a prediccedilatildeo de fraturas
E semelhante a Pinheiro et al (2010a) o presente estudo revelou que os principais
fatores de risco para fraturas por fragilidade oacutessea satildeo a idade avanccedilada a historia familiar de
fratura de quadril e a presenccedila de osteoporose Isso pode ser atribuiacutedo ao fato de que no
estudo de Pinheiro et al (2010a) assim como no nosso estudo a populaccedilatildeo ser
predominantemente de mulheres acima dos 65 anos e viverem em aacuterea urbana tendo haacutebitos
de vida parecidos
O achado em nosso estudo que apresentou significacircncia estatiacutestica refere-se ao fator
de risco ldquopaciente acamado por mais de dois mesesrdquo como disposto na literatura (Pinheiro et
al 2010b Demir et al 2008) O que acontece eacute que com o paciente acamado por tempo
prolongado um maior remodelamento oacutesseo eacute observado Os osteoclastos responsaacuteveis pela
absorccedilatildeo oacutessea sobrepotildee os osteoblastos predispondo as fraturas por fragilidade oacutessea
(Fyhrie amp Schaffler 1994) Assim observou-se no estudo que 235 das pacientes
acamadas por mais de dois meses sofreram alguma fratura por fragilidade oacutessea com p valor
lt005 Isso reafirma a associaccedilatildeo entre a paciente ficar acamada por mais de dois meses e
sofrer fratura por fragilidade oacutessea Por outro lado o exerciacutecio fiacutesico que estaacute sabidamente
relacionado ao aumento da resistecircncia muscular do equiliacutebrio e da flexibilidade contribuindo
para a reduccedilatildeo da perda oacutessea e melhora da sauacutede em geral (Chan 2003) natildeo se mostrou
como fator de proteccedilatildeo neste estudo Provavelmente devido ao baixo percentual encontrado
de pacientes que praticavam atividade fiacutesica moderada ou pesada
O elevado IMC e a terapia de reposiccedilatildeo hormonal natildeo desempenharam papel protetor
na nossa populaccedilatildeo como seria o esperado por estudos anteriores (Pinheiro et al 2010c
40
Buttros et al 2011) Ao contrario o sobrepeso e obesidade foram considerados fatores de
risco Isso pode ser atribuiacutedo ao IMC meacutedio dessa populaccedilatildeo ser 264 (kgm2) (DPplusmn 55)
limiacutetrofe para sobrepeso Embora esse dado demonstre contrariedade com a literatura que
estabelece relaccedilatildeo inversa entre obesidade e fraturas por fragilidade oacutessea em nosso estudo
ter maior peso e IMC natildeo seriam fatores de risco para fraturas e sim caracteriacutesticas das
mulheres mais idosas em um contexto social de baixa escolaridade e renda Esse fato eacute
confirmado pelos resultados da Pesquisa Nacional sobre Sauacutede e Nutriccedilatildeo ( Batista F et al
2003) que demonstraram caraacuteter ascendente da obesidade nos estratos de mulheres com baixa
renda residentes na regiatildeo Sudeste
Aleacutem disso haacutebitos de vida como tabagismo e etilismo sabidamente relacionados agrave
maior risco para fraturas por fragilidade oacutessea (Pinheiro et al 2010) tambeacutem natildeo se
mostraram estar associados nesse estudo
A necessidade de caacutelcio do ser humano varia ao longo da vida e uma ingestatildeo
adequada para mulheres acima de 50 anos eacute de 1200 mg pois com a idade o corpo
naturalmente perde um pouco da capacidade de absorccedilatildeo de minerais (Nuacutecleo de Estudos e
Pesquisas em Alimentaccedilatildeo 2006) O fato de apenas 44 das mulheres que natildeo tiveram
fraturas e 167 das mulheres que tiveram fraturas ter referido consumo superior a
900mgdia (3 ou mais copos) foi fator de surpresa principalmente levando-se em conta o PIB
per capita da cidade superior ao da maioria dos municiacutepios brasileiros (IPEA 2000)
Assim como em estudos preacutevios (Pinheiro et al 2010c NHI 2001 Demir et al
2008) nossos dados tambeacutem demonstraram o hipoestrogenismo como importante fator de
risco para fraturas por fragilidade oacutessea jaacute que as pacientes com fratura tecircm entre 19 e 29
anos de menopausa Em recente estudo Demir et al (2008) estudaram 2769 mulheres na
41
poacutes-menopausa correlacionando a ocorrecircncia de osteoporose com o tempo de menopausa
Demonstraram que 106 das pacientes com ateacute trecircs anos de poacutes-menopausa tinham
osteoporose contra 329 das pacientes com sete anos ou mais Acredita-se que a deficiecircncia
estrogecircnica seja responsaacutevel por dois terccedilos da perda de massa oacutessea levando
consequentemente agraves fraturas por fragilidade oacutessea assim como observado (Position
statement of the North American Menopause Society 2010)
Os dados deste estudo podem ser limitados pois apesar de tratar-se de uma coorte as
participantes reportaram dados referentes a estilo de vida dieta antecedentes familiares e
pessoais o que pode ter ocasionado algum vieacutes recordatoacuterio Outra limitaccedilatildeo eacute que como
avaliado por Oliveira et al (2007) esta populaccedilatildeo apresenta a maior parte das mulheres com
baixo niacutevel socioeconocircmico e escolaridade sem acesso agrave adequada educaccedilatildeo nutricional e agrave
atividade fiacutesica orientada Por outro lado resultados encontrados sem significacircncia estatiacutestica
podem ter sido ocasionados pelo tamanho amostral reduzido devido a dificuldade de
rastreamento da populaccedilatildeo uma vez que a unidade de sauacutede natildeo atualizou o endereccedilo e
telefone das mulheres eleitas para o estudo Talvez se tivesse sido realizado contato anual
com essas mulheres natildeo teriacuteamos perdido o seguimento delas
42
8 Conclusatildeo
Devido agrave sua alta prevalecircncia e associaccedilatildeo com mortalidade e incapacidade a fratura
devido agrave fragilidade oacutessea deve ser considerada um problema de sauacutede puacuteblica no Brasil
Apesar das limitaccedilotildees o presente estudo foi realizado de forma prospectiva em mulheres
brasileiras na poacutes-menopausa devendo os seus resultados serem levados em consideraccedilatildeo
para a formulaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas de sauacutede para a prevenccedilatildeo e estrateacutegias de tratamento
para as fraturas Os fatores de risco encontrados como a idade avanccedilada a histoacuteria familiar
de fratura de quadril e a presenccedila de osteoporose devem ser acompanhados e combatidos para
tentar-se diminuir o risco para as fraturas Assim como o USO mostrou ser um meacutetodo
confiaacutevel para avaliar o risco para fraturas podendo ser implementado em maior escala do
que a atual Entatildeo acreditamos que novos estudos prospectivos com uma amostra mais
representativa devam ser realizados para se confirmar os fatores associados a fraturas por
fragilidade oacutessea na populaccedilatildeo brasileira para cada vez mais conhecermos o perfil da nossa
populaccedilatildeo e termos subsiacutedios para combater esse agravo
43
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48
10 Anexo 1 - Instrumento de coleta - EVOS (EUROPEAN VERTEBRAL
OSTEOPOROSIS STUDY)
Data _________
Nome________________________________________________________
Endereco_____________________________________________________
Fone _____________ Data de nascimento _________ RG
1- Dados antropomeacutetricos
Peso (Kg) Altura (m) IMC
2- Dados Ginecoloacutegicos
Idade da primeira menstruacao anos
Vocecirc jaacute usou piacutelula anticoncepcional por mais de 3 meses
sim natildeo natildeo sei
Vocecirc jaacute ficou algum periacuteodo em sua vida sem menstruar antes da menopausa (exceto se
gravidez) sim natildeo natildeo sei
Idade da ultima menstruaccedilatildeo anos
Numero de filhos
Vocecirc fez cirurgia para retirar o uacutetero sim com Idade ____ (anos)
natildeo natildeo sei
E para retirar os ovaacuterios (um ou os dois) sim idade ___ (anos)
natildeo natildeo sei
Vocecirc fez reposiccedilatildeo hormonal apos a menopausa sim natildeo natildeo sei
Se sim quando iniciado o periacuteodo foi superior a 1 ano sim natildeo natildeo sei
49
Vocecirc notou os seguintes sintomas na menopausa
calores sim natildeo natildeo sei
depressatildeo sim natildeo natildeo sei
insocircnia sim natildeo natildeo sei
outros sim natildeo natildeo sei
Vocecirc amamentou sim natildeo natildeo sei
Se sim quantas crianccedilas vocecirc amamentou por mais que 3 meses
3- Dados familiares
Em sua famiacutelia (pai matildee irmatildeos) existe historia de fratura de quadril apos os 50 anos de
idade sim natildeo natildeo sei
4- Histoacuteria de fratura
Vocecirc jaacute teve alguma fratura sim natildeo natildeo sei
Se sim em qual sitio esqueleacutetico com que idade e qual foi o tipo de trauma
Sitio Numero Idade (anos) Niacutevel do trauma
Vertebra
Fecircmur (colo trocanter)
Costela
Antebraccedilo
Uacutemero
Pe
Outras
Vocecirc sabe que tem osteoporose sim tenho natildeo natildeo tenho natildeo sei
5- Aacutelcool
Com que frequecircncia vocecirc bebeu no ultimo ano
Diariamente 5-6 dsem 3-4 dsem
50
1 -2 dsem lt 1 dsem nunca
Tipo de bebida destilados (uiacutesque cachaccedila vodka)
fermentados (cerveja vinho)
6- Imobilizaccedilatildeo
Vocecirc jaacute ficou acamado por um periacuteodo superior a 2 meses
sim natildeo natildeo sei
Se sim foi antes ou apos os 25 anos de idade
ano passado nunca
7- Fumo
Vocecirc fumou cigarro ou usou outras formas de fumo (cachimbo ou charuto)
atualmente no passado nunca
Com que idade iniciou anos
Se parou com que idade anos
Numero de cigarrosdia
8- Atividade Fiacutesica
Quantas tempo costuma passar diariamente ao ar livre caminhando ou andando de bicicleta
nenhuma a 1 h superior a 1 h
Qual a sua atividade fiacutesica durante diferentes periacuteodos de sua vida adulta
Ate os 25 anos 25 a 50 anos acima 50 anos
Niacutevel 1 (leve) 2 (moderada) 3 (pesada) 4
(muito pesada)
9- Impacto
Como vocecirc descreveria sua sauacutede geral neste momento
muito boa boa satisfatoacuteria regular ruim
10- Interrogatoacuterio sobre drogas
51
Vocecirc jaacute usou alguma medicaccedilatildeo oral ou injetaacutevel contendo corticosteroides por mais de 3
meses sim natildeo natildeo sei
Vocecirc jaacute usou alguma desses remeacutedios
Droga sim natildeo sei tempo
(meses)
parou ha quanto tempo
Hormocircnios
masculinos
Hormocircnios
femininos
Calcitonina
Fluacuteor
Caacutelcio
Vitamina D
Anabolizantes
Diureacuteticos
tiazidicos
11- Ingestatildeo de caacutelcio
Com que frequecircncia vocecirc comeu produtos derivados do leite na semana passada
(diassemana)
queijo amarelo queijo branco iogurte leite sorvete
Para os periacuteodos indicados abaixo com que frequecircncia vocecirc recebeu leite
ate 25 anos 25 a 50 anos Acima de 50 anos
Todas as refeiccedilotildees (3 ou + coposdia)
1-2 coposdia
52
Toda semana mas natildeo todo dia
lt 1 vezsemana
53
11 Anexo 2 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Projeto de Pesquisa Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade
oacutessea em mulheres na menopausa
Pesquisador responsaacutevel Dra Lizanka Paola F Marinheiro
Instituiccedilatildeo responsaacutevel Instituto Fernandes Figueira
Vocecirc estaacute sendo convidado a participar do projeto de pesquisa intitulado
Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea em mulheres na
menopausa por que vocecirc participou do estudo anterior realizado haacute 7 anos sobre a
osteoporose e suas consequumlecircncias
54
A osteoporose e uma doenccedila que se caracteriza pela diminuiccedilatildeo da resistecircncia do osso
tornando-o mais fraacutegil Essa fragilidade aumenta o risco da pessoa que tem osteoporose de ter
fraturas mesmo com atividades comuns como tossir ou espirrar
Com isso esse trabalho deseja avaliar a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea na
populaccedilatildeo de mulheres na poacutes menopausa residente da Ilha de Paquetaacute apoacutes 7 anos de
seguimento do uacuteltimo estudo transversal
Vocecirc natildeo eacute obrigada a participar Mas se quiser vocecirc teraacute que responder a um
questionaacuterio Para participar vocecirc natildeo teraacute que pagar nada O resultado seraacute fornecido apenas
a vocecirc ningueacutem mais saberaacute Suas duvidas seratildeo esclarecidas e vocecirc devera continuar
acompanhamento com seu meacutedico assistente Se vocecirc natildeo quiser participar natildeo seraacute
submetida a nenhum constrangimento fiacutesico ou moral e seu atendimento no posto de sauacutede
natildeo seraacute prejudicado A participante poderaacute se retirar do estudo a qualquer momento que
julgar necessaacuterio sem prejuiacutezo para a mesma O resultado de toda a pesquisa seraacute divulgada e
atraveacutes de artigos cientiacuteficos em revistas encontros congressos ou similares sem a
divulgaccedilatildeo dos nomes de quem participou de forma sigilosa
Sua participaccedilatildeo no estudo natildeo implicaraacute em custos adicionais O (A) Sr (a) natildeo teraacute
qualquer despesa com a realizaccedilatildeo dos procedimentos previstos neste estudo que seratildeo
custeados pelo pesquisador responsaacutevel Tambeacutem natildeo haveraacute nenhuma forma de pagamento
pela sua participaccedilatildeo
Caso surja alguma duacutevida quanto agrave eacutetica do estudo o (a) Sr(a) deveraacute se reportar ao
Comitecirc de Eacutetica em Pesquisas envolvendo seres humanos ndash subordinado ao Conselho
Nacional de Eacutetica em Pesquisa oacutergatildeo do Ministeacuterio da Sauacutede atraveacutes de solicitaccedilatildeo ao
representante de pesquisa que estaraacute sob contato permanente ou contactando o Comitecirc de
Eacutetica em Pesquisa desta instituiccedilatildeo no telefone (21) 3971-1590 Eacute assegurado o completo
55
sigilo de sua identidade quanto a sua participaccedilatildeo neste estudo incluindo a eventualidade da
apresentaccedilatildeo dos resultados deste estudo em congressos e perioacutedicos cientiacuteficos
Eu________________________________________________________________________
residente do endereccedilo__________________________ fui informada dos objetivos e da
justificativa deste trabalho de forma clara e detalhada pela Dra Adriana de Mattos V da
Costa Recebi informaccedilotildees especificas sobre cada procedimento no qual estarei envolvida
dos desconfortos e riscos previstos tanto quanto dos benefiacutecios esperados Todas as minhas
duvidas foram respondidas com clareza e sei que poderei solicitar novos esclarecimentos a
qualquer momento Aleacutem disso sei que novas informaccedilotildees obtidas durante o estudo me seratildeo
fornecidas e que terei liberdade de retirar meu consentimento de participaccedilatildeo face a estas
informaccedilotildees sem prejuiacutezo para mim Aleacutem disto me foi entregue uma coacutepia da folha de
informaccedilotildees para os participantes a qual li compreendi e me deu plena liberdade para decidir
acerca da minha espontacircnea participaccedilatildeo nesta pesquisa Minha identidade jamais seraacute
publicada Os dados colhidos poderatildeo ser examinados por pessoas envolvidas no estudo com
autorizaccedilatildeo delegada do investigador e por pessoas delegadas pelo patrocinador Estou
recebendo uma coacutepia assinada deste Termo
Os pesquisadores responsaacuteveis pelo Projeto satildeo a Dra Lizanka Paola F Marinheiro e
sua aluna a Dra Adriana de Mattos Viveiros da Costa
56
Participante
Nome _________________________________
Assinatura________________________________
Data_________________________________________
Investigador
Nome____________________________________
Assinatura________________________________
Data_______________________________________
Pesquisadora
Nome______________________________________
Assinatura___________________________________
Data__________________________________________
Dra Lizanka Paola F Marinheiro
lizankaglobocom
tel 25541700
Dra Adriana de Mattos Vda Costa
adrianamattosmedyahoocombr
tel 87273315
Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa
Rua Afonso Cavalcanti 455 sala 710 ndash Cidade Nova -
Telefone 3971-1463
11
2 Justificativa
No Brasil com o envelhecimento populacional e consequumlente aumento no nuacutemero de
idosas medidas devem der tomadas para se cuidar da mulher em sua fase climateacuterica eacutepoca
que ela chega a viver um terccedilo ou mais apoacutes o fim do periacuteodo reprodutivo Essa transiccedilatildeo
epidemioloacutegica tem trazido grandes desafios ao Estado Haacute a substituiccedilatildeo entre as primeiras
causas de morte das doenccedilas transmissiacuteveis pelas crocircnicas degenerativas e causas externas
entre elas a osteoporose (IBGE 2009b)
Vaacuterios fatores estatildeo relacionados agrave causa da osteoporose como a etnia a nutriccedilatildeo os
exerciacutecios fiacutesicos os dados antropomeacutetricos o alcoolismo o tabagismo e a vida reprodutiva
da mulher Por isso eacute necessaacuterio que se tenha cada vez mais estudos atuais e com populaccedilotildees
brasileiras para que os fatores de risco que fazem a diferenccedila para fraturas por fragilidade
sejam descobertos (Pinheiro et al 2010b c)
Em 2003 segundo as informaccedilotildees da Pesquisa Nacional por Amostras de Domiciacutelios
(PNAD) a populaccedilatildeo de 60 anos ou mais era por volta de 17 milhotildees de pessoas
representando cerca de 10 da populaccedilatildeo total do Paiacutes (IBGE 2009a) As diferenccedilas de sexo
satildeo importantes para descrever as pessoas idosas e da mesma forma como tem ocorrido em
todo o mundo o nuacutemero de mulheres idosas no Brasil eacute maior do que o de homens as
informaccedilotildees da PNAD mostraram que em 2003 essa proporccedilatildeo era de 559 e 441
respectivamente (IBGE 2009a)
Tambeacutem foi observado que a expectativa de vida a partir dos 60 anos aumentou no
periacuteodo de 1999 a 2003 em todas as faixas de idade tanto para homens quanto para
mulheres entretanto a expectativa de vida das mulheres excede a dos homens e este fato
explica em parte a maior proporccedilatildeo de mulheres idosas em relaccedilatildeo aos homens Em 2006
12
no Paiacutes como um todo a expectativa de vida das pessoas de 60 anos era de 193 anos para os
homens e de 224 anos para as mulheres Notando as mudanccedilas nas caracteriacutesticas da
populaccedilatildeo o Ministeacuterio da Sauacutede iniciou accedilotildees voltadas agraves mulheres no periacuteodo climateacuterico
entre elas a Poliacutetica de Assistecircncia Integral aacute Sauacutede da Mulher (PNAISM 2004)
Os estudos confirmam que diferenccedilas de sexo e idade na percepccedilatildeo da sauacutede satildeo
importantes determinantes do comportamento em relaccedilatildeo agrave procura por atendimento de sauacutede
(WHO 2001)
Em 2003 as mulheres idosas declararam um estado de sauacutede pior do que os homens
exceto entre os idosos de 80 anos ou mais onde a tendecircncia se inverte passando os homens a
declarar um estado de sauacutede pior do que aquele declarado pelas mulheres (PNAD 2003)
Os resultados do Censo Demograacutefico 2000 para os municiacutepios das capitais
apresentam padrotildees de incapacidade funcional em mobilidade fiacutesica compatiacuteveis com aqueles
apontados pelas informaccedilotildees da Politica Nacional de Assistecircncia a Domiciacutelio 2003 para as
aacutereas metropolitanas As mulheres declaram incapacidade funcional em maior proporccedilatildeo do
que os homens observando-se tambeacutem o caraacuteter progressivo da incapacidade funcional
entre os idosos em relaccedilatildeo ao aumento da idade (IBGE 2009a b)
Com o maior nuacutemero de idosos consequumlentemente haacute uma elevaccedilatildeo na frequecircncia das
fraturas por fragilidade oacutessea Isso se torna um problema de sauacutede de grandes dimensotildees
para a paciente na poacutes-menopausa pelos limites que comprometem sua qualidade de vida
para a famiacutelia por arcar com a responsabilidade de protegecirc-la no seu conviacutevio e para a sauacutede
puacuteblica pelo ocircnus econocircmico (Speroff et al 1989 Pinheiro et al 2010a b) Assim satildeo
necessaacuteria accedilotildees de promoccedilatildeo prevenccedilatildeo e abordagem da osteoporose que incide a partir da
perimenopausa
13
Estima-se que 70 das fraturas de quadril esperadas para 2050 ocorreratildeo na Aacutesia
Ameacuterica Latina e Aacutefrica (Cooper 1999) Jaacute na Europa segundo dados da Fundaccedilatildeo
Internacional de Osteoporose estima-se que uma em cada trecircs mulheres acima dos 50 anos
teraacute fratura por fragilidade oacutessea E na Uniatildeo Europeia ocorre uma fratura a cada 30 segundos
e se espera que para essa populaccedilatildeo o nuacutemero de fraturas dobre nos proacuteximos 50 anos
(International Osteoporosis Foundation 2005)
Estudos realizados sobre os custos da osteoporose e suas consequecircncias demonstram
que os gastos com essa doenccedila impressionam O estudo de Silva et al (2003) somou os gastos
com as internaccedilotildees para reduccedilotildees ciruacutergicas as reduccedilotildees incruentas o tratamento
conservador os gastos com cirurgias para a retirada de proacutetese internaccedilotildees de longa
permanecircncia consultas meacutedicas e fisioterapia chegando agrave conclusatildeo de que os custos do
SUS com o tratamento das fraturas eacute de mais de 20 milhotildees de reais por ano Tambeacutem
Tosteson et al (2008) fizeram um levantamento de custos do tratamento da osteoporose em
uma populaccedilatildeo de mulheres americanas em 2005 e mostrou que os custos anuais com
medicamentos satildeo altiacutessimos
Sobre os exames realizados para avaliaccedilatildeo da osteoporose os principais usados satildeo a
densitometria oacutessea e a ultrassonometria oacutessea de calcacircneo (USO) A densitometria oacutessea eacute
considerada o padratildeo-ouro para o diagnoacutestico de osteoporose pela Organizaccedilatildeo Mundial da
Sauacutede (OMS) desde 1994 poreacutem este exame estima apenas a densidade mineral oacutessea A
USO busca refletir outros paracircmetros aleacutem da densidade mineral oacutessea avaliando o risco de
fratura com eficiecircncia similar agrave densitometria oacutessea (Oliveira et al 2004 Castro 2000)
Embora os fatores cliacutenicos de riscos (FCRs) em populaccedilotildees de risco para osteoporose
e fratura estejam bem estabelecidos especialmente em estudos internacionais sua prevalecircncia
14
na populaccedilatildeo brasileira em geral natildeo estaacute clara porque ainda faltam estudos sobre o tema Um
dos principais estudos sobre a avaliaccedilatildeo de FCR foi o BRAZOS (Pinheiro et al 2010a) Ele
natildeo avaliou os fatores de risco relacionados agrave massa oacutessea mas os seus resultados permitem
inferir que esses fatores de risco satildeo muito semelhantes agravequeles relacionados agrave fratura por
baixo impacto Pinheiro et al (2010) demonstrou que os principais FCRs associados agrave fratura
por osteoporose de qualquer siacutetio esqueleacutetico de um total de 2420 indiviacuteduos apoacutes ajustes
estatiacutesticos foram histoacuteria familiar de fratura de quadril idade avanccedilada e baixo peso E que
a associaccedilatildeo de FCR agraves medidas de massa oacutessea poderia melhorar a discriminaccedilatildeo de
pacientes com maior risco de fratura osteoporoacutetica (Pinheiro et al 2010a b)
Atualmente existe uma ferramenta chamada FRAXreg utilizada por meacutedicos em vaacuterios
paiacuteses baseado na pratica meacutedica usando uma combinaccedilatildeo de fatores cliacutenicos e densidade
mineral oacutessea O FRAXreg eacute usado para predizer o risco de fratura nos proacuteximos dez anos com
implicaccedilotildees diretas na decisatildeo do tratamento e custos (Kanis et al 2008 Pinheiro et al 2009)
Poreacutem o risco absoluto de fraturas depende da populaccedilatildeo estudada e essa ferramenta ainda
natildeo foi aprovada para uso no Brasil Assim estudos epidemioloacutegicos representativos sobre
fatores de risco para fraturas ainda continuam sendo necessaacuterios (Pinheiro et al 2009)
Em 2003 a dissertaccedilatildeo de mestrado da Dra Patriacutecia Pereira de Oliveira verificou o
risco aumentado de fraturas por osteoporose atraveacutes da USO (Oliveira et al 2007) na
populaccedilatildeo de mulheres menopausadas na ilha de Paquetaacute-RJ Em nosso estudo verificaremos
se existe uma correlaccedilatildeo entre os achados ultrassonograacuteficos e as fraturas cliacutenicas na mesma
populaccedilatildeo por ela utilizada aleacutem outros fatores de risco para fraturas serem contemplados
como doenccedilas de base tempo de menopausa medicamentos entre outros Isto se justifica
pela necessidade de termos no Brasil dados sobre a incidecircncia de fraturas por fragilidade
oacutessea e fatores de risco a ela relacionados desenvolvidos em uma populaccedilatildeo brasileira e
15
residente de uma ilha localizada no litoral fluminense Jaacute que a literatura nessa aacuterea eacute escassa
e para que compreendendo melhor a dinacircmica da fratura por fragilidade oacutessea possamos
intervir antes que ela ocorra melhorando a qualidade de vida dessas mulheres e diminuiacutedo os
gastos com a sauacutede
16
3 Objeto de Estudo
Estudo de fatores associados agraves fraturas por fragilidade oacutessea em mulheres na poacutes-
menopausa atendidas em uma unidade baacutesica de sauacutede
Questionamento
Quais os fatores associados agrave ocorrecircncia de fraturas em mulheres poacutes-menopausa
acompanhadas em uma unidade baacutesica de sauacutede
31 Objetivos
311 Geral
Avaliar os fatores relacionados agrave ocorrecircncia de fraturas em mulheres poacutes-menopausa
acompanhadas em uma unidade baacutesica de sauacutede
312 Especiacuteficos
a- Avaliar se a ocorrecircncia de fraturas foi maior nas pacientes identificadas como risco
aumentado para fraturas pelo ultrassonometria oacutessea de calcacircneo preacutevia
b- Verificar a associaccedilatildeo entre as fraturas por fragilidade oacutessea e os dados cliacutenicos
comportamental e demograacuteficos (idade e sexo) das pacientes
c- Analisar se o tempo de menopausa influencia a ocorrecircncia de fraturas por fragilidade
oacutessea
17
4 Marco Teoacuterico
A osteoporose pode ser definida como doenccedila osteometaboacutelica caracterizada pela
diminuiccedilatildeo da densidade mineral oacutessea com alteraccedilotildees na sua microestrutura que conduzem
a um aumento da fragilidade oacutessea e uma tendecircncia a fraturas por traumatismos pouco
intensos Dado o exposto esta constitui o verdadeiro problema de sauacutede puacuteblica devido agrave sua
alta taxa de morbimortalidade e altos custos (Vianna et al 2001 International Osteoporosis
Foundation 2005)
Com relaccedilatildeo ao hipoestrogenismo observa-se que as mulheres apresentam uma perda
oacutessea mais acelerada nos dez primeiros anos apoacutes a instalaccedilatildeo da menopausa do que os
homens da mesma idade adquirindo risco de fratura mais precocemente do que eles (NHI
2001) Esta diminuiccedilatildeo de massa oacutessea total poderaacute ser ateacute dez vezes a diminuiccedilatildeo ocorrida
antes deste periacuteodo podendo chegar a 2 a 4 ao ano para o osso trabecular e de 1 para o
cortical (NHI 2001) A deficiecircncia de estrogecircnio aumenta o remodelamento oacutesseo e pode
agravar o desequiliacutebrio nas unidades de remodelamento com o aumento do tempo de vida dos
osteoclastos em detrimento dos osteoblastos (Fyhrie amp Schaffler 1994)
Na maioria dos casos a perda oacutessea eacute assintomaacutetica Quando sinais e sintomas da
osteoporose aparecem se relacionam com a ocorrecircncia de fraturas mais comumente na
porccedilatildeo distal do antebraccedilo (fratura de Colles) na coluna vertebral e no colo do fecircmur
(International Osteoporosis Foundation 2005) A maior incidecircncia de fraturas eacute observada
em mulheres brancas na poacutes menopausa (Pinheiro et al 2010a b)
Pinheiro et al (2010) analisaram 275 mulheres caucasoacuteides acima dos 50 anos e
acharam que 44 jaacute possuiacuteam algum tipo de fratura por osteoporose (Pinheiro et al 2010b)
A dor oacutessea eacute consequumlecircncia tanto das fraturas quanto das deformidades oacutesseas As fraturas
18
vertebrais satildeo as mais comuns poreacutem satildeo geralmente assintomaacuteticas e portanto menos
diagnosticadas Poreacutem podem causar dor perda de peso deformidade na coluna espinhal e
perda de estabilidade ao andar (International Osteoporosis Foundation 2005) Apenas 10
das fraturas de veacutertebras cursam com hospitalizaccedilatildeo mesmo que causem dor e diminuiccedilatildeo da
qualidade de vida Elas ocorrem entre os 50 e 60 anos de idade com maior frequecircncia
(International Osteoporosis Foundation 2005)
Jaacute as fraturas do fecircmur satildeo as mais letais devido a complicaccedilotildees poacutes-operatoacuterias As
principais causas de mortalidade satildeo as infecccedilotildees e tromboembolismo As fraturas de quadril
satildeo menos prevalentes do que as vertebrais poreacutem de maior gravidade devido agraves altas taxas
de morbimortalidade aleacutem do alto custo para a famiacutelia e para o sistema puacuteblico de sauacutede A
mortalidade apoacutes uma fratura de quadril eacute de cerca de 20- 24 no ano seguinte a fratura
sendo acompanhada de periacuteodos de hospitalizaccedilatildeo prolongados (International Osteoporosis
Foundation 2005 Silveira et al 2005) Estimativas apontam que no ano de 2050 ocorreratildeo
aproximadamente 65 milhotildees de fratura de quadril em todo mundo (Cooper 1999) As
fraturas de punho satildeo as mais facilmente observadas por mulheres no climateacuterio chegando a
originar seis milhotildees de dias de restriccedilatildeo de trabalho por ano (International Osteoporosis
Foundation 2005)
Aleacutem do custo pessoal o impacto econocircmico gerado pela osteoporose eacute enorme
Atraveacutes do mundo eacute estimado que uma em cada trecircs mulheres acima dos 50 anos teraacute fraturas
por osteoporose Na Europa no ano 2000 foi estimada uma ocorrecircncia de 379 milhotildees de
fraturas por fragilidade oacutessea sendo que destas 890 mil eram de quadril (Tosteson et al
2008) Eacute sabido que apenas metade das pacientes que sobrevivem agrave fratura de quadril voltaraacute
a andar novamente mas dificilmente com a mesma agilidade que andava antes da fratura
Apesar de a osteoporose ser facilmente diagnosticada atraveacutes de exames e seu tratamento
19
poder ser instituiacutedo ainda eacute uma doenccedila muito subdiagnosticada e subtratada Eacute estimada na
comunidade europeacuteia que uma em cada trecircs fraturas de vertebrais recebe a atenccedilatildeo cliacutenica
que merece E uma pessoa com fratura de veacutertebra tem ateacute cinco vezes mais chance de
desenvolver nova fratura no ano seguinte fenocircmeno conhecido como fratura em cascata
(Lindsay et al 2001)
Tradicionalmente a osteoporose eacute reconhecida como uma doenccedila multifatorial sendo
70 desses fatores natildeo modificaacuteveis isto eacute definidos pela carga geneacutetica e 30
potencialmente modificaacuteveis e assim envolvidos com os aspectos ambientais Dessa forma
um uacutenico fator de risco natildeo eacute capaz de identificar indiviacuteduos com ou sem fratura Diferenccedilas
geneacuteticas raciais e antropomeacutetricas bem como da composiccedilatildeo corporal densidade oacutessea
dieta atividade fiacutesica e outros haacutebitos de vida contribuem para explicar as divergecircncias na
incidecircncia e na prevalecircncia de baixa densidade oacutessea e fraturas em diversos paiacuteses do mundo
(Pinheiro et al 2010b c) Os aspectos geneacuteticos desempenham importante influecircncia sobre a
aquisiccedilatildeo do pico de massa oacutessea e perda oacutessea relacionada agrave idade bem como na
determinaccedilatildeo das propriedades estruturais e geomeacutetricas do osso No entanto a associaccedilatildeo
entre diferentes polimorfismos gecircnicos e densidade oacutessea ou fraturas por osteoporose eacute
bastante controversa e varia em diferentes estudos inclusive no Brasil fato que pode ser
tomado como um provaacutevel reflexo das diferenccedilas de etnia e ambiental das populaccedilotildees
estudadas Da mesma forma os fatores ambientais natildeo permitem uniformizar e homogeneizar
o impacto de cada um deles em cada regiatildeo do planeta (Pinheiro et al 2010c)
Atualmente a densitometria oacutessea eacute o meacutetodo mais utilizado para avaliar a massa
oacutessea Eacute o padratildeo ouro para o diagnoacutestico de osteoporose A densidade mineral oacutessea (DMO)
eacute expressa em nuacutemero absolutos em gramas de mineral por centiacutemetro quadrado escaneado
ou ainda comparado com a DMO esperada para a idade e sexo da paciente (z escore) ou
20
comparado a DMO de adultos jovens normais do mesmo sexo (t-escore) A diferenccedila entre o
escore do paciente e o padratildeo eacute expressa em desvios padrotildees acima ou abaixo da meacutedia
(Castro et al 1999)
Segundo a Sociedade Brasileira de Densitometria Cliacutenica no consenso de 2008 satildeo
indicaccedilotildees para avaliaccedilatildeo da densidade mineral oacutessea (Brandatildeo et al 2009)
rdquoMulheres com idade gt a 65 anos e homens com idade gt a 70 anos
Mulheres acima de 40 anos na transiccedilatildeo menopausal (1-2) e homens acima de 50
anos de idade com fatores de risco
Adultos com antecedente de fratura por fragilidade condiccedilatildeo cliacutenica ou uso de
medicamentos associados agrave baixa massa oacutessea ou perda oacutessea
Indiviacuteduos para os quais satildeo consideradas intervenccedilotildees farmacoloacutegicas para
osteoporose
Indiviacuteduos em tratamento para osteoporose para monitoramento de sua eficaacutecia
Indiviacuteduos que natildeo estejam sob tratamento poreacutem nos quais a identificaccedilatildeo de perda
de massa oacutessea possa determinar a indicaccedilatildeo do tratamento
Mulheres interrompendo terapia hormonal (TH)rdquo
Arq Bras Endocrinol Metab 2009 531 pag108
A proacutepria definiccedilatildeo de osteoporose pela Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede reunida em
Hong Kong em 1994 estabeleceu criteacuterios diagnoacutesticos baseados em valores obtidos pela
densitometria oacutessea classificando como osteopecircnicas aquelas mulheres que apresentarem-se
entre 1 e 25 desvios-padratildeo (DP) abaixo da meacutedia para adultas jovens e de osteoporoacuteticas as
que se encontrarem com mais de 25 DP abaixo da meacutedia para adultas jovens (Castro et al
1999 WHO 1999)
A densitometria oacutessea apresenta como desvantagens no entanto o fato de utilizar uma
fonte de radiaccedilatildeo ionizante e possuir um elevado custo que limita seu uso em estudos
populacionais principalmente em nosso paiacutes onde os recursos destinados agrave sauacutede da
populaccedilatildeo mais carente satildeo miacutenimos Sempre tentando diminuir o impacto dos gastos com
21
sauacutede eacute estimulada a busca por meacutetodos natildeo poluentes e mais baratos mas que tragam as
mesmas informaccedilotildees que os meacutetodos jaacute estabelecidos Em funccedilatildeo disto a USO vem sendo
avaliada e alguns resultados promissores tecircm sido apresentados (Castro et al 1999) Baseia-se
na modificaccedilatildeo das caracteriacutesticas de ultrassom transmitido atraveacutes de ossos de localizaccedilatildeo
mais superficiais como no calcacircneo tiacutebia falanges ou patela Os sistemas atuais se
constituem de dois transdutores sendo um transmissor e outro receptor posicionados em
locais diferentes do osso a ser estudado Os aparelhos existentes entre noacutes avaliam o
calcacircneo osso predominantemente trabecular atraveacutes das medidas de velocidade de
transmissatildeo do ultrassom (SOS em ms) e da atenuaccedilatildeo da frequumlecircncia do ultrassom (BUA em
dBMHz) (Kanis et al 2008) Novamente de acordo com a orientaccedilatildeo da Sociedade Brasileira
de Densitometria Cliacutenica de 2008 as recomendaccedilotildees para ultrassonometria oacutessea satildeo
(Brandatildeo et al 2009)
rdquoO uacutenico siacutetio validado para o uso cliacutenico da USO em osteoporose eacute o calcacircneo
Equipamentos de USO de calcacircneo validados satildeo capazes de estimar fratura por
fragilidade em mulheres na poacutes-menopausa e em homens com idade superior a 65 anos
independentemente da densidade mineral oacutessea medida em equipamentos de DMO
central
A correlaccedilatildeo entre os resultados obtidos por USO e DMO ccccccc entral eacute
moderada
USO do calcacircneo associada a fatores de risco cliacutenicos podem ser usados para
identificar populaccedilatildeo com baixa probabilidade de fratura na qual avaliaccedilatildeo adicional
natildeo seja mais necessaacuteria
Medidas de DMO central na coluna e no fecircmur constituem o meacutetodo de escolha para a
tomada de decisatildeo terapecircutica Entretanto se a DMO central natildeo for acessiacutevel o
tratamento farmacoloacutegico pode ser iniciado se a probabilidade de fratura avaliada pelo
USO do calcacircneo com pontos de corte especiacuteficos associados a fatores de risco
cliacutenicos for suficientemente alta
Equipamentos de USO natildeo satildeo clinicamente uacuteteis no monitoramento de efeitos
esqueleacuteticos dos medicamentos disponiacuteveis para o tratamento da osteoporoserdquo
Arq Bras Endocrinol Metab 2009 531 pag110
22
Em 2003 foi realizada uma dissertaccedilatildeo de mestrado (Oliveira et al 2007) sobre a
utilizaccedilatildeo do USO para estimar a prevalecircncia de risco aumentado de fraturas em uma
populaccedilatildeo de mulheres na poacutes menopausa residentes da Ilha de Paquetaacute Em trabalho
realizado por Oliveira e cols nesta instituiccedilatildeo Foi realizado um estudo transversal com
recrutamento de 385 mulheres residentes da Ilha Todas as mulheres responderam a
questionaacuterio previamente estruturado e foram submetidas a medidas antropomeacutetricas e a
USO As medidas de USO foram realizadas segundo o manual do fabricante A idade da
populaccedilatildeo estudada variou entre 42 e 95 anos Os resultados encontrados mostram que
5922 da amostra apresentava algum tipo de alteraccedilatildeo a USO com t score menor que -1
Esse grupo era composto por mulheres mais idosas com menor peso menor altura e menor
percentual de gordura quando comparado com o grupo com t score lt ndash 1 Foi encontrado que
1688 das pesquisadas possuiacuteam alto risco para fraturas com t score lt -25 E as mulheres
do grupo de alto risco tinham maior peso e IMC paracircmetros conhecidos como protetores
Embora divergente da literatura a autora atribui esses resultados a caracteriacutesticas das
mulheres mais idosas em um contexto social de baixa escolaridade e renda (Oliveira et al
2007)
23
5 Materiais e Meacutetodos
51 Populaccedilatildeo
A Ilha de Paquetaacute dista aproximadamente 15 km da Praccedila XV no Centro da Cidade
do Rio de Janeiro sendo a principal ilha do arquipeacutelago de Paquetaacute situada ao nordeste da
Baiacutea de Guanabara A populaccedilatildeo e frequecircncia da Ilha satildeo extremamente sazonais sendo
aproximadamente 2200 domiciacutelios (entre moradores e veranistas) Os moradores fixos
correspondem a 4500 pessoas em sua maioria de famiacutelias antigas na Ilha das quais 208
satildeo idosos ultrapassando ateacute mesmo a meacutedia nacional que eacute em torno de 12 (IBGE
2009a) Este iacutendice faz de Paquetaacute o erceiro bairro em nuacutemero de idosos no municiacutepio sendo
que sua populaccedilatildeo pode ser considerada envelhecida segundo os criteacuterios da Organizaccedilatildeo
Mundial da Sauacutede (OMS 2003) Embora a maioria da populaccedilatildeo seja branca existem 109
de negros 256 de pardos e 01 de iacutendios Cerca de 90 dos domiciacutelios possuem aacutegua
tratada e 9957 tratamento de esgoto As famiacutelias residentes nesta regiatildeo satildeo compostas em
meacutedia por trecircs pessoas com rendimento meacutedio per capita de 301 salaacuterios miacutenimos (IPEA
2000) e o transporte urbano eacute feito basicamente a peacute por bicicletas ou charretes puxadas por
ciclistas (IBGE 2009a)
52 Tipo de estudo
Foi realizado um estudo de coorte prospectivo na ilha de PaquetaacuteRJ no ano de 2011
Foram inicialmente alocadas todas as mulheres que participaram do estudo anterior
desenvolvido no ano de 2003 (Oliveira et al 2007)
24
53 Criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo
Os criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo foram os mesmos utilizados do estudo anterior
(Oliveira et al 2007) Sendo os criteacuterios de inclusatildeo as mulheres que estavam na menopausa
e que tinham residecircncia fixa na Ilha de Paquetaacute e os criteacuterios de exclusatildeo a historia pessoal
de doenccedilas que sabidamente afetam o metabolismo oacutesseo direta ou indiretamente (como
artrite reumatoacuteide luacutepus eritematoso sistecircmico hiperparatireoidismo osteogecircnese imperfeita)
e as neoplasias malignas exceto carcinoma basocelular de pele
54 Alocaccedilotildees de pacientes
A populaccedilatildeo elegiacutevel era constituiacuteda pelas 385 mulheres alocadas no estudo inicial
(Oliveira et al 2007) No trabalho de Oliveira et al (2007) foi realizado um estudo transversal
com recrutamento por auto-seleccedilatildeo ou demanda espontacircnea no ano de 2003 na Ilha de
Paquetaacute Rio de Janeiro Brasil Foram estudadas 385 mulheres na poacutes-menopausa
(diagnoacutestico cliacutenico) residentes no local apoacutes a aplicaccedilatildeo dos criteacuterios de exclusatildeo
(existecircncia de pino metaacutelico ou edema com cacifo em ambos os peacutes ou impossibilitadas de
posicionar os peacutes no aparelho de ultra-sonometria oacutessea) Todas as mulheres responderam na
eacutepoca a um questionaacuterio e foram submetidas a medidas antropomeacutetricas e agrave USO
No presente estudo considerando uma significacircncia de 95 e um poder de 80 uma
prevalecircncia de 15 de fraturas na populaccedilatildeo de risco (Clark et al 2009) o tamanho amostral
previsto foi de 130 mulheres Poreacutem devido agraves perdas o tamanho amostral final foi de 86
pacientes
Atraveacutes do banco de dados jaacute existente todas as pacientes foram re-contactadas As
mulheres foram localizadas atraveacutes de telefonemas e comparecimento no hospital local onde
25
eacute realizado a atenccedilatildeo baacutesica de sauacutede Foram realizados pelo menos 2 telefonemas com
intervalo de 1 semana entre eles Como ldquoperdasrdquo foram consideradas as pacientes natildeo
encontradas apoacutes os dois telefonemas (035 dos telefones estavam errados e 049 das
pacientes tinham telefone quebrado ou ocupado) pacientes que natildeo quiseram ou natildeo
puderam responder ao questionaacuterio (008) e pacientes falecidas (006)
As pacientes selecionadas foram submetidas a um questionaacuterio de avaliaccedilatildeo de fatores
relacionados agrave fragilidade oacutessea conhecido como European Vertebral Osteoporosis Study
(EVOS) jaacute validado previamente para o portuguecircs (OrsquoNeill et al 1996) e jaacute utilizados em
importantes estudos (Pinheiro et al 2006 Clark et al 2009) O questionaacuterio EVOS eacute
composto por dados soacutecio-demograacuteficos (idade estado civil escolaridade cor renda familiar
e nuacutemero de dependentes desta haacutebitos de vida) e histoacuteria reprodutiva pessoal sumaacuteria
(idade da menarca idade da menopausa tipo de menopausa) Os dados antropomeacutetricos
foram aferidos segundo criteacuterios adotados internacionalmente com medidas de peso e altura
observando intervalos de 01kg e 001m respectivamente
A definiccedilatildeo de fratura por fragilidade oacutessea foi a mesma utilizada por Pinheiro et al
(2010a) como aquela resultante de uma queda da proacutepria altura ou trauma menos intenso em
indiviacuteduos com 50 anos ou mais em siacutetios esqueleacuteticos especiacuteficos antebraccedilo fecircmur
costelas veacutertebras e uacutemero E a documentaccedilatildeo de fraturas foi realizada atraveacutes de relato da
paciente (fratura referida) As fraturas traumaacuteticas (apoacutes acidente automobiliacutestico ou outras
condiccedilotildees sob forte impacto) ou as de baixo impacto natildeo relacionadas agrave osteoporose (como
por exemplo as de face tornozelo metacarpo falanges) natildeo foram consideradas
O estudo obedeceu aos criteacuterios de eacutetica preconizados pela resoluccedilatildeo no 19696 do
Conselho Nacional de Sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede e foi aprovado previamente pelo Comitecirc
26
de Eacutetica em Pesquisa da FiocruzIFF e pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Prefeitura Todas
as mulheres assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido antes de qualquer
procedimento
55 Anaacutelise Estatiacutestica
Os dados foram registrados em planilha Excel e analisados pelo programa Statistical
Package for Social Sciences (SPSS) versatildeo 170 Para avaliar diferenccedilas entre os grupos as
variaacuteveis categoacutericas foram avaliadas pelo Qui-quadrado de Pearson ou o teste exato de
Fisher A relaccedilatildeo entre as variaacuteveis categoacutericas e ordinal e entre as variaacuteveis numeacutericas foi
avaliada pelo teste de Mann-Whitney que eacute um teste natildeo-parameacutetrico que equivale ao teste t
escolhido pelo tamanho da amostra A relaccedilatildeo entre as variaacuteveis numeacutericas foi avaliada pelo
coeficiente de Sperman que eacute uma estatiacutestica natildeo parameacutetrica utilizada para dados natildeo
normais eou amostra pequena Para todos os testes o niacutevel de significacircncia adotado foi de
5 A variaacutevel dependente foi a presenccedila de fratura (sim ou natildeo) e as variaacuteveis
independentes foram idade (em anos) resultado de USO (normal ou alterado) tempo de
menopausa (em anos) siacutetio de localizaccedilatildeo de fraturas IMC (abaixo do pesonormal
sobrepeso obeso) tabagismo (fumante ou natildeo fumante) atividade fiacutesica (leve
moderadapesada) frequecircncia diaacuteria de ingestatildeo de leite (em coposdia) e as variaacuteveis
binaacuterias como o histoacuterico familiar de fratura de quadril osteoporose uso de anticoncepcional
ausecircncia de menstruaccedilatildeo retirada de uacutetero ou ovaacuterios amamentaccedilatildeo paciente acamado e
etilismo O caacutelculo do risco relativo (RR) foi feito para avaliar a relaccedilatildeo entre o USO e a
presenccedila de fraturas Para isso foi considerado pacientes com USO normal aqueles com
resultados do T-score gt-11 e USO alterado aqueles com T-score lt-11 O niacutevel de atividade
fiacutesica foi classificado em atividade leve (trabalho burocraacutetico em escritoacuterio na maior parte
do tempo sentado) atividade moderada (trabalhos na maior parte do tempo em peacute como
27
vendedor e dona-de-casa) atividade pesada (enfermeira empregada domeacutestica) Oliveira et al
2010) Para caacutelculo aproximado da ingestatildeo alimentar diaacuteria de caacutelcio utilizou- se uma
adaptaccedilatildeo da Tabela Brasileira de Composiccedilatildeo de Alimentos 1 fatia queijo (90mg) 1 copo
de iogurte (1212mg) 1 copo leite (257mg) 1 bola se sorvete (135mg) E no final todos esses
alimentos foram convertidos em quantidade ingerida de copos de leite
28
6 Resultados Encontrados
61 Gerais
As caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas da populaccedilatildeo estudada estatildeo listadas na
tabela 1 A idade meacutedia das pacientes foi de 725 anos (DPplusmn 87) com a idade da menopausa
460 anos (DPplusmn 61) o tempo de menopausa 261 anos (DPplusmn 97) e o IMC de 264 (kgm2)
(DPplusmn 55) Essas caracteriacutesticas quando comparadas com o estudo anterior de 2003 (tabela
2) confirmam tratar-se da mesma populaccedilatildeo Apenas a idade e o tempo de menopausa
evidenciam ser a nossa populaccedilatildeo mais idosa Fator que se justifica pelo tempo ocorrido entre
os dois estudos
A incidecircncia de fratura por fragilidade oacutessea encontrada foi de 21 evidenciado no
graacutefico 1 Os principais siacutetios de fratura satildeo analisados na tabela 3 tendo como sitio principal
o antebraccedilo com 50 seguido pelo peacute com 192 e uacutemero 145 Jaacute na tabela 4 e no graacutefico
2 pode ser observado que a idade da populaccedilatildeo estudada variou entre 54 e 97 anos com meacutedia
de 72 anos com DP plusmn 90 No grupo de pacientes fraturadas 50 tinham entre 65 e 79 anos
sugerindo ser essa faixa etaacuteria mais susceptiacutevel as fraturas por fragilidade oacutessea
62 USO preacutevia X Fraturas
Foi verificado na tabela 5 a associaccedilatildeo entre o resultado da (USO) preacutevia e o desfecho
fraturas por fragilidade oacutessea De todas as pacientes que fizeram USO no estudo inicial 66
participaram deste estudo Das 50 pacientes que tiveram o USO alterado 22 tiveram
fraturas nesse periacuteodo E as pacientes com USO considerada normal 194 tiveram fraturas
por fragilidade oacutessea O RR= 113 (IC95 048 - 263) sugere que as mulheres que tiveram
29
USO alterado tem um risco de fraturar de 13 maior em relaccedilatildeo as pacientes com resultado
de USO considerado normal
63 Caracteriacutesticas cliacutenicas e comportamentais X Fratura
As pacientes foram analisadas quanto as variaacuteveis clinicas e comportamentais
Considerando a tabela 6 as pacientes que tiveram fraturas se mostraram com maior
sobrepeso ou obesas (722) com maior historia familiar de fratura de quadril (133) e
com maior diagnostico de osteoporose (471) do que as pacientes sem fraturas (p
valorgt005) Jaacute o uso de anticoncepcional ou o uso de reposiccedilatildeo hormonal natildeo se mostraram
ser relevantes para ocorrecircncia de fraturas nessa amostra E 235 das pacientes acamadas por
mais de dois meses sofreram alguma fratura com p valor lt005 Evidenciando associaccedilatildeo
entre a paciente ficar acamada por mais de dois meses e sofrer fratura por fragilidade oacutessea
Avaliando a tabela 7 foi notado que apenas 125 das pacientes que tiveram fratura eram
tabagistas e 167 eram etilistas natildeo se mostrando essas caracteriacutesticas como fatores de
risco A atividade fiacutesica moderadapesada ateacute 25 anos e acima de 50 anos apresentou
percentuais de 441 e 382 respectivamente Aleacutem disso entre 25 e 50 anos 444 das
pacientes com atividade fiacutesica moderadapesada tiveram fraturas e 441 das pacientes natildeo
tiveram fraturas para essa faixa etaacuteria (p valor gt005) Sendo assim natildeo houve associaccedilatildeo
entre a atividade fiacutesica e as fraturas Em relaccedilatildeo ao item ingestatildeo de leite apoacutes os 50 anos
456 das pacientes que natildeo tiveram fraturas ingeriam de 1 a 2 copos de leite por dia e
apenas 44 ingeriam mais de 3 copos de leite por dia No caso das pacientes que tiveram
fraturas apoacutes os 50 anos foi observado que 50 ingeriam de 1 a 2 copos de leite por dia e
167 ingeriam 3 copos ou mais de leite
30
64 Tempo de menopausa X Fratura
As pacientes foram avaliadas graacutefico 3 para verificar a associaccedilatildeo entre o tempo de
menopausa e o desfecho das fraturas A mediana do tempo de menopausa encontrado em
ambos os grupos foi de 262 com DP de plusmn98 Metade das pacientes que tiveram fraturas tem
entre 193 e 293 anos de menopausa com DP de plusmn72 A correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade
tempo de menopausa e IMC foi observado na tabela 8 onde evidenciada uma associaccedilatildeo
positiva entre a idade e o tempo de menopausa nos grupos de pacientes com e sem fraturas
Assim como foi verificado uma associaccedilatildeo negativa de quanto maior a idade e o tempo de
menopausa menor o IMC
31
Graacutefico 1
Graacutefico 2
32
Graacutefico 3
33
Tabela 1- Caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas das
mulheres poacutes menopausa (n=86)
Caracteriacutesticas Meacutedia plusmn desvio padratildeo
Idade (anos) 7255 plusmn 897
Idade da
menarca (anos) 1324 plusmn 184
Idade da
menopausa
(anos)
4608 plusmn 614
Tempo de
menopausa
(anos)
2618 plusmn976
Peso (kg)sect 6342 plusmn 1055
Altura (m)deg 155 plusmn 008
IMC (kgm2) 2643 plusmn 557
n=85 sectn=83 ordmn=82 n=81 n=80
Tabela 2-Caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas das
mulheres poacutes menopausa em 2003
Caracteriacutesticas Meacutedia plusmn desvio padratildeo
Idade (anos) 6463plusmn1270
Idade da
menarca (anos)
1304 plusmn 193
Idade da
menopausa
(anos)
4755 plusmn 601
Tempo de
menopausa
(anos)
1700 plusmn 1076
Peso (kg)sect 6533 plusmn 1270
Altura (m)deg 155 plusmn 006
IMC (kgm2) 2696 plusmn 477
34
Tabela 3 ndash Incidecircncia de fraturas em mulheres poacutes menopausa segundo a
localizaccedilatildeo de fratura 2003-2011
Tipo da fratura
n
Veacutertebra 1 38
Fecircmur 1 38
Costela 2 77
Antebraccedilo 13 500
Uacutemero 4 145
Peacute 5 192
Total 26 1000
Nota Algumas pacientes tiveram mais de uma fratura no periacuteodo
Tabela 4- Relaccedilatildeo entre idade e fratura nas mulheres na poacutes menopausa
Total
Fratura
Idade (anos) Natildeo Sim
N () n () n ()
54 a 64 anos 18 209 14 206 4 222
65 a 79 anos 48 558 39 574 9 500
80 a 97 anos 20 233 15 221 5 278
Total 86 1000 68 1000 18 1000
Meacutedia (DP) 725 (90) 713 (77) 729 (93)
Nota P-valor pelo teste de Mann-Whitney=0813
35
Tabela 5 - Incidecircncia de fratura em mulheres poacutes-menopausa segundo
resultado da USO 2003-2011
Resultado da
USO
Total
Fratura p-valor
Sim Natildeo
n n
()
IC95 n
()
Normal 36 7 194
89 -
3472
29 806
0496
Alterado 50 11 220
121 -
350
39 780
Total 86 18 209
133 -
305
68 791
Nota Risco relativo = 113 (IC95 048 - 263)
36
Tabela 6 ndash Caracteriacutesticas cliacutenicas de mulheres poacutes-menopausa segundo
fratura (n=86)
Fratura
Natildeo (n=68) Sim (n=18) Total
n ( ) n ( )
IMC
Abaixo do pesoNormal 24 (353) 5 (278) 28 0792
Sobrepeso 27 (397) 9 (500) 36
Obeso 17 (250) 4 (222) 21
Histoacuterico familiar de fratura de quadril
Natildeo 66 (985) 13 (867) 79 0085
Sim 1 (15) 2 (133) 3
Osteoporose
Natildeo 44 (800) 9 (529) 53 0055
Sim 11 (200) 8 (471) 19
Uso de anticoncepcional
Natildeo 32 (485) 10 (556) 42 0791
Sim 34 (515) 8 (444) 42
Ausecircncia de mentruaccedilatildeo
Natildeo 60 (909) 16 (941) 76 1000
Sim 6 (91) 1 (59) 7
Retirou o uacutetero
Natildeo 46 (687) 9 (500) 55 0170
Sim 21 (313) 9 (500) 30
Retirou os ovaacuterios
Natildeo 53 (815) 11 (647) 64 0187
Sim 12 (185) 6 (353) 18
Reposiccedilatildeo hormonal
Natildeo 51 (761) 13 (722) 64 0763
Sim 16 (239) 5 (278) 21
Amamentou
Natildeo 14 (206) 4 (222) 18 1000
Sim 54 (794) 14 (778) 68
Acamado por mais de dois meses
Natildeo 63 (940) 13 (765) 76 0049
Sim 4 (60) 4 (235) 8
Caracteriacutesticas clinicas
p-valor do
teste exato
de Fisher
37
Tabela 7 - Caracteriacutesticas comportamentais de mulheres poacutes-menopausa segundo
fratura (n=86)
Fratura
Natildeo (n=68) Sim (n=18) Total
n ( ) n ( )
Tabagismo
Natildeo fumante 47 (758) 14 (875) 61 0499
FumanteEx-fumante 15 (242) 2 (125) 17
Etilismo no uacuteltimo ano
Natildeo 48 (706) 15 (833) 63 0376
Sim 20 (294) 3 (167) 23
Atividade fiacutesica ateacute os 25 anos
Leve 38 (559) 11 (611) 49 0792
ModeradaPesada 30 (441) 7 (389) 37
Atividade fiacutesica entre os 25 e 50 anos
Leve 38 (559) 10 (556) 48 1000
ModeradaPesada 30 (441) 8 (444) 38
Atividade fiacutesica acima dos 50 anos
Leve 42 (618) 12 (667) 54 0789
ModeradaPesada 26 (382) 6 (333) 32
Frequecircncia diaacuteria de leite ateacute 25 anos
Nenhummenos 1 copodia 34 (500) 8 (444) 42 0910
1 a 2 coposdia 31 (456) 9 (500) 40
3 coposdia ou mais 3 (44) 1 (56) 4
Frequecircncia diaacuteria de leite apoacutes 50 anos
Nenhummenos 1 copodia 34 (500) 6 (333) 40 0103
1 a 2 coposdia 31 (456) 9 (500) 40
3 coposdia ou mais 3 (44) 3 (167) 6
Caracteriacutesticas
comportamentais
p-valor do
teste exato
de Fisher
Tabela 8- Coeficientes de correlaccedilatildeo de Spearman (rs) entre idade IMC e tempo de
menopausa em mulheres poacutes-menopausa
Variaacuteveis
IMC IdadeTempo de
menopausa
r s 1 -0144 -0151
p-valor 0569 0550
r s -0227 1 0736
p-valor 0074 lt0001
r s -0295 0761 1
p-valor 0020 lt0001
Variaacuteveis
IMC
Idade
Tempo de menopausa
Nota o triacircngulo superior direito (parte hachurada) se refere agraves correlaccedilotildees para as mulheres com
fratura e o inferior esquerdo (parte natildeo hachurada) agraves mulheres sem fratura
38
7 Discussatildeo
No Brasil os principais fatores cliacutenicos de risco para fraturas por fragilidade oacutessea
eram extrapolados a partir de estudos internacionais O estudo vem acrescentar informaccedilotildees
para se conhecer os fatores relacionados agrave essas fraturas Nossos resultados revelam que a
idade avanccedilada a historia familiar de fratura de quadril o diagnoacutestico de osteoporose e
tambeacutem o paciente ficar acamado por mais de 2 meses foram considerados fatores de risco
para fraturas por fragilidade oacutessea
Esse estudo mostrou concordacircncia com a Johnell amp Kanis (2006) onde o principal
siacutetio mundial de fratura por fragilidade oacutessea nas mulheres apoacutes a menopausa foi o antebraccedilo
Segundo o estudo Latin American Vertebral Osteoporosis Study (LAVOS) (Clark et al
2009) a fratura vertebral eacute a mais prevalente da ameacuterica latina com uma prevalecircncia de
142 diferente do nosso estudo onde a coluna vertebral e o colo do fecircmur aparecem
juntos em uacuteltimo lugar na lista de incidecircncia dos siacutetios de fratura Isso pode ser atribuiacutedo
devido a diferenccedila nos criteacuterios de definiccedilatildeo de fraturas pois no LAVOS optou-se pela
medida radiograacutefica do local de fraturas enquanto no nosso estudo as fraturas foram referidas
pelas pacientes
Os consensos sobre osteoporose tecircm propostos algoritmos para identificar indiviacuteduos
de alto risco para fraturas (Kanis et al 2008 WHO 1999) Para tanto a associaccedilatildeo de fatores
de risco para fraturas com a medida da USO eacute de suma importacircncia embora sejam poucas as
pacientes que tecircm oportunidade de realizar esse exame (Oliveira et al 2007) Assim o
presente trabalho mostrou um risco para fraturas por fragilidade oacutessea 13 maior nas
pacientes com resultado de USO alterada em relaccedilatildeo as pacientes que tiveram resultados de
39
USO normais vindo de encontro aos resultados encontrados por Oliveira et al (2007)
Corroborando o USO como um meacutetodo confiaacutevel para a prediccedilatildeo de fraturas
E semelhante a Pinheiro et al (2010a) o presente estudo revelou que os principais
fatores de risco para fraturas por fragilidade oacutessea satildeo a idade avanccedilada a historia familiar de
fratura de quadril e a presenccedila de osteoporose Isso pode ser atribuiacutedo ao fato de que no
estudo de Pinheiro et al (2010a) assim como no nosso estudo a populaccedilatildeo ser
predominantemente de mulheres acima dos 65 anos e viverem em aacuterea urbana tendo haacutebitos
de vida parecidos
O achado em nosso estudo que apresentou significacircncia estatiacutestica refere-se ao fator
de risco ldquopaciente acamado por mais de dois mesesrdquo como disposto na literatura (Pinheiro et
al 2010b Demir et al 2008) O que acontece eacute que com o paciente acamado por tempo
prolongado um maior remodelamento oacutesseo eacute observado Os osteoclastos responsaacuteveis pela
absorccedilatildeo oacutessea sobrepotildee os osteoblastos predispondo as fraturas por fragilidade oacutessea
(Fyhrie amp Schaffler 1994) Assim observou-se no estudo que 235 das pacientes
acamadas por mais de dois meses sofreram alguma fratura por fragilidade oacutessea com p valor
lt005 Isso reafirma a associaccedilatildeo entre a paciente ficar acamada por mais de dois meses e
sofrer fratura por fragilidade oacutessea Por outro lado o exerciacutecio fiacutesico que estaacute sabidamente
relacionado ao aumento da resistecircncia muscular do equiliacutebrio e da flexibilidade contribuindo
para a reduccedilatildeo da perda oacutessea e melhora da sauacutede em geral (Chan 2003) natildeo se mostrou
como fator de proteccedilatildeo neste estudo Provavelmente devido ao baixo percentual encontrado
de pacientes que praticavam atividade fiacutesica moderada ou pesada
O elevado IMC e a terapia de reposiccedilatildeo hormonal natildeo desempenharam papel protetor
na nossa populaccedilatildeo como seria o esperado por estudos anteriores (Pinheiro et al 2010c
40
Buttros et al 2011) Ao contrario o sobrepeso e obesidade foram considerados fatores de
risco Isso pode ser atribuiacutedo ao IMC meacutedio dessa populaccedilatildeo ser 264 (kgm2) (DPplusmn 55)
limiacutetrofe para sobrepeso Embora esse dado demonstre contrariedade com a literatura que
estabelece relaccedilatildeo inversa entre obesidade e fraturas por fragilidade oacutessea em nosso estudo
ter maior peso e IMC natildeo seriam fatores de risco para fraturas e sim caracteriacutesticas das
mulheres mais idosas em um contexto social de baixa escolaridade e renda Esse fato eacute
confirmado pelos resultados da Pesquisa Nacional sobre Sauacutede e Nutriccedilatildeo ( Batista F et al
2003) que demonstraram caraacuteter ascendente da obesidade nos estratos de mulheres com baixa
renda residentes na regiatildeo Sudeste
Aleacutem disso haacutebitos de vida como tabagismo e etilismo sabidamente relacionados agrave
maior risco para fraturas por fragilidade oacutessea (Pinheiro et al 2010) tambeacutem natildeo se
mostraram estar associados nesse estudo
A necessidade de caacutelcio do ser humano varia ao longo da vida e uma ingestatildeo
adequada para mulheres acima de 50 anos eacute de 1200 mg pois com a idade o corpo
naturalmente perde um pouco da capacidade de absorccedilatildeo de minerais (Nuacutecleo de Estudos e
Pesquisas em Alimentaccedilatildeo 2006) O fato de apenas 44 das mulheres que natildeo tiveram
fraturas e 167 das mulheres que tiveram fraturas ter referido consumo superior a
900mgdia (3 ou mais copos) foi fator de surpresa principalmente levando-se em conta o PIB
per capita da cidade superior ao da maioria dos municiacutepios brasileiros (IPEA 2000)
Assim como em estudos preacutevios (Pinheiro et al 2010c NHI 2001 Demir et al
2008) nossos dados tambeacutem demonstraram o hipoestrogenismo como importante fator de
risco para fraturas por fragilidade oacutessea jaacute que as pacientes com fratura tecircm entre 19 e 29
anos de menopausa Em recente estudo Demir et al (2008) estudaram 2769 mulheres na
41
poacutes-menopausa correlacionando a ocorrecircncia de osteoporose com o tempo de menopausa
Demonstraram que 106 das pacientes com ateacute trecircs anos de poacutes-menopausa tinham
osteoporose contra 329 das pacientes com sete anos ou mais Acredita-se que a deficiecircncia
estrogecircnica seja responsaacutevel por dois terccedilos da perda de massa oacutessea levando
consequentemente agraves fraturas por fragilidade oacutessea assim como observado (Position
statement of the North American Menopause Society 2010)
Os dados deste estudo podem ser limitados pois apesar de tratar-se de uma coorte as
participantes reportaram dados referentes a estilo de vida dieta antecedentes familiares e
pessoais o que pode ter ocasionado algum vieacutes recordatoacuterio Outra limitaccedilatildeo eacute que como
avaliado por Oliveira et al (2007) esta populaccedilatildeo apresenta a maior parte das mulheres com
baixo niacutevel socioeconocircmico e escolaridade sem acesso agrave adequada educaccedilatildeo nutricional e agrave
atividade fiacutesica orientada Por outro lado resultados encontrados sem significacircncia estatiacutestica
podem ter sido ocasionados pelo tamanho amostral reduzido devido a dificuldade de
rastreamento da populaccedilatildeo uma vez que a unidade de sauacutede natildeo atualizou o endereccedilo e
telefone das mulheres eleitas para o estudo Talvez se tivesse sido realizado contato anual
com essas mulheres natildeo teriacuteamos perdido o seguimento delas
42
8 Conclusatildeo
Devido agrave sua alta prevalecircncia e associaccedilatildeo com mortalidade e incapacidade a fratura
devido agrave fragilidade oacutessea deve ser considerada um problema de sauacutede puacuteblica no Brasil
Apesar das limitaccedilotildees o presente estudo foi realizado de forma prospectiva em mulheres
brasileiras na poacutes-menopausa devendo os seus resultados serem levados em consideraccedilatildeo
para a formulaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas de sauacutede para a prevenccedilatildeo e estrateacutegias de tratamento
para as fraturas Os fatores de risco encontrados como a idade avanccedilada a histoacuteria familiar
de fratura de quadril e a presenccedila de osteoporose devem ser acompanhados e combatidos para
tentar-se diminuir o risco para as fraturas Assim como o USO mostrou ser um meacutetodo
confiaacutevel para avaliar o risco para fraturas podendo ser implementado em maior escala do
que a atual Entatildeo acreditamos que novos estudos prospectivos com uma amostra mais
representativa devam ser realizados para se confirmar os fatores associados a fraturas por
fragilidade oacutessea na populaccedilatildeo brasileira para cada vez mais conhecermos o perfil da nossa
populaccedilatildeo e termos subsiacutedios para combater esse agravo
43
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48
10 Anexo 1 - Instrumento de coleta - EVOS (EUROPEAN VERTEBRAL
OSTEOPOROSIS STUDY)
Data _________
Nome________________________________________________________
Endereco_____________________________________________________
Fone _____________ Data de nascimento _________ RG
1- Dados antropomeacutetricos
Peso (Kg) Altura (m) IMC
2- Dados Ginecoloacutegicos
Idade da primeira menstruacao anos
Vocecirc jaacute usou piacutelula anticoncepcional por mais de 3 meses
sim natildeo natildeo sei
Vocecirc jaacute ficou algum periacuteodo em sua vida sem menstruar antes da menopausa (exceto se
gravidez) sim natildeo natildeo sei
Idade da ultima menstruaccedilatildeo anos
Numero de filhos
Vocecirc fez cirurgia para retirar o uacutetero sim com Idade ____ (anos)
natildeo natildeo sei
E para retirar os ovaacuterios (um ou os dois) sim idade ___ (anos)
natildeo natildeo sei
Vocecirc fez reposiccedilatildeo hormonal apos a menopausa sim natildeo natildeo sei
Se sim quando iniciado o periacuteodo foi superior a 1 ano sim natildeo natildeo sei
49
Vocecirc notou os seguintes sintomas na menopausa
calores sim natildeo natildeo sei
depressatildeo sim natildeo natildeo sei
insocircnia sim natildeo natildeo sei
outros sim natildeo natildeo sei
Vocecirc amamentou sim natildeo natildeo sei
Se sim quantas crianccedilas vocecirc amamentou por mais que 3 meses
3- Dados familiares
Em sua famiacutelia (pai matildee irmatildeos) existe historia de fratura de quadril apos os 50 anos de
idade sim natildeo natildeo sei
4- Histoacuteria de fratura
Vocecirc jaacute teve alguma fratura sim natildeo natildeo sei
Se sim em qual sitio esqueleacutetico com que idade e qual foi o tipo de trauma
Sitio Numero Idade (anos) Niacutevel do trauma
Vertebra
Fecircmur (colo trocanter)
Costela
Antebraccedilo
Uacutemero
Pe
Outras
Vocecirc sabe que tem osteoporose sim tenho natildeo natildeo tenho natildeo sei
5- Aacutelcool
Com que frequecircncia vocecirc bebeu no ultimo ano
Diariamente 5-6 dsem 3-4 dsem
50
1 -2 dsem lt 1 dsem nunca
Tipo de bebida destilados (uiacutesque cachaccedila vodka)
fermentados (cerveja vinho)
6- Imobilizaccedilatildeo
Vocecirc jaacute ficou acamado por um periacuteodo superior a 2 meses
sim natildeo natildeo sei
Se sim foi antes ou apos os 25 anos de idade
ano passado nunca
7- Fumo
Vocecirc fumou cigarro ou usou outras formas de fumo (cachimbo ou charuto)
atualmente no passado nunca
Com que idade iniciou anos
Se parou com que idade anos
Numero de cigarrosdia
8- Atividade Fiacutesica
Quantas tempo costuma passar diariamente ao ar livre caminhando ou andando de bicicleta
nenhuma a 1 h superior a 1 h
Qual a sua atividade fiacutesica durante diferentes periacuteodos de sua vida adulta
Ate os 25 anos 25 a 50 anos acima 50 anos
Niacutevel 1 (leve) 2 (moderada) 3 (pesada) 4
(muito pesada)
9- Impacto
Como vocecirc descreveria sua sauacutede geral neste momento
muito boa boa satisfatoacuteria regular ruim
10- Interrogatoacuterio sobre drogas
51
Vocecirc jaacute usou alguma medicaccedilatildeo oral ou injetaacutevel contendo corticosteroides por mais de 3
meses sim natildeo natildeo sei
Vocecirc jaacute usou alguma desses remeacutedios
Droga sim natildeo sei tempo
(meses)
parou ha quanto tempo
Hormocircnios
masculinos
Hormocircnios
femininos
Calcitonina
Fluacuteor
Caacutelcio
Vitamina D
Anabolizantes
Diureacuteticos
tiazidicos
11- Ingestatildeo de caacutelcio
Com que frequecircncia vocecirc comeu produtos derivados do leite na semana passada
(diassemana)
queijo amarelo queijo branco iogurte leite sorvete
Para os periacuteodos indicados abaixo com que frequecircncia vocecirc recebeu leite
ate 25 anos 25 a 50 anos Acima de 50 anos
Todas as refeiccedilotildees (3 ou + coposdia)
1-2 coposdia
52
Toda semana mas natildeo todo dia
lt 1 vezsemana
53
11 Anexo 2 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Projeto de Pesquisa Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade
oacutessea em mulheres na menopausa
Pesquisador responsaacutevel Dra Lizanka Paola F Marinheiro
Instituiccedilatildeo responsaacutevel Instituto Fernandes Figueira
Vocecirc estaacute sendo convidado a participar do projeto de pesquisa intitulado
Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea em mulheres na
menopausa por que vocecirc participou do estudo anterior realizado haacute 7 anos sobre a
osteoporose e suas consequumlecircncias
54
A osteoporose e uma doenccedila que se caracteriza pela diminuiccedilatildeo da resistecircncia do osso
tornando-o mais fraacutegil Essa fragilidade aumenta o risco da pessoa que tem osteoporose de ter
fraturas mesmo com atividades comuns como tossir ou espirrar
Com isso esse trabalho deseja avaliar a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea na
populaccedilatildeo de mulheres na poacutes menopausa residente da Ilha de Paquetaacute apoacutes 7 anos de
seguimento do uacuteltimo estudo transversal
Vocecirc natildeo eacute obrigada a participar Mas se quiser vocecirc teraacute que responder a um
questionaacuterio Para participar vocecirc natildeo teraacute que pagar nada O resultado seraacute fornecido apenas
a vocecirc ningueacutem mais saberaacute Suas duvidas seratildeo esclarecidas e vocecirc devera continuar
acompanhamento com seu meacutedico assistente Se vocecirc natildeo quiser participar natildeo seraacute
submetida a nenhum constrangimento fiacutesico ou moral e seu atendimento no posto de sauacutede
natildeo seraacute prejudicado A participante poderaacute se retirar do estudo a qualquer momento que
julgar necessaacuterio sem prejuiacutezo para a mesma O resultado de toda a pesquisa seraacute divulgada e
atraveacutes de artigos cientiacuteficos em revistas encontros congressos ou similares sem a
divulgaccedilatildeo dos nomes de quem participou de forma sigilosa
Sua participaccedilatildeo no estudo natildeo implicaraacute em custos adicionais O (A) Sr (a) natildeo teraacute
qualquer despesa com a realizaccedilatildeo dos procedimentos previstos neste estudo que seratildeo
custeados pelo pesquisador responsaacutevel Tambeacutem natildeo haveraacute nenhuma forma de pagamento
pela sua participaccedilatildeo
Caso surja alguma duacutevida quanto agrave eacutetica do estudo o (a) Sr(a) deveraacute se reportar ao
Comitecirc de Eacutetica em Pesquisas envolvendo seres humanos ndash subordinado ao Conselho
Nacional de Eacutetica em Pesquisa oacutergatildeo do Ministeacuterio da Sauacutede atraveacutes de solicitaccedilatildeo ao
representante de pesquisa que estaraacute sob contato permanente ou contactando o Comitecirc de
Eacutetica em Pesquisa desta instituiccedilatildeo no telefone (21) 3971-1590 Eacute assegurado o completo
55
sigilo de sua identidade quanto a sua participaccedilatildeo neste estudo incluindo a eventualidade da
apresentaccedilatildeo dos resultados deste estudo em congressos e perioacutedicos cientiacuteficos
Eu________________________________________________________________________
residente do endereccedilo__________________________ fui informada dos objetivos e da
justificativa deste trabalho de forma clara e detalhada pela Dra Adriana de Mattos V da
Costa Recebi informaccedilotildees especificas sobre cada procedimento no qual estarei envolvida
dos desconfortos e riscos previstos tanto quanto dos benefiacutecios esperados Todas as minhas
duvidas foram respondidas com clareza e sei que poderei solicitar novos esclarecimentos a
qualquer momento Aleacutem disso sei que novas informaccedilotildees obtidas durante o estudo me seratildeo
fornecidas e que terei liberdade de retirar meu consentimento de participaccedilatildeo face a estas
informaccedilotildees sem prejuiacutezo para mim Aleacutem disto me foi entregue uma coacutepia da folha de
informaccedilotildees para os participantes a qual li compreendi e me deu plena liberdade para decidir
acerca da minha espontacircnea participaccedilatildeo nesta pesquisa Minha identidade jamais seraacute
publicada Os dados colhidos poderatildeo ser examinados por pessoas envolvidas no estudo com
autorizaccedilatildeo delegada do investigador e por pessoas delegadas pelo patrocinador Estou
recebendo uma coacutepia assinada deste Termo
Os pesquisadores responsaacuteveis pelo Projeto satildeo a Dra Lizanka Paola F Marinheiro e
sua aluna a Dra Adriana de Mattos Viveiros da Costa
56
Participante
Nome _________________________________
Assinatura________________________________
Data_________________________________________
Investigador
Nome____________________________________
Assinatura________________________________
Data_______________________________________
Pesquisadora
Nome______________________________________
Assinatura___________________________________
Data__________________________________________
Dra Lizanka Paola F Marinheiro
lizankaglobocom
tel 25541700
Dra Adriana de Mattos Vda Costa
adrianamattosmedyahoocombr
tel 87273315
Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa
Rua Afonso Cavalcanti 455 sala 710 ndash Cidade Nova -
Telefone 3971-1463
12
no Paiacutes como um todo a expectativa de vida das pessoas de 60 anos era de 193 anos para os
homens e de 224 anos para as mulheres Notando as mudanccedilas nas caracteriacutesticas da
populaccedilatildeo o Ministeacuterio da Sauacutede iniciou accedilotildees voltadas agraves mulheres no periacuteodo climateacuterico
entre elas a Poliacutetica de Assistecircncia Integral aacute Sauacutede da Mulher (PNAISM 2004)
Os estudos confirmam que diferenccedilas de sexo e idade na percepccedilatildeo da sauacutede satildeo
importantes determinantes do comportamento em relaccedilatildeo agrave procura por atendimento de sauacutede
(WHO 2001)
Em 2003 as mulheres idosas declararam um estado de sauacutede pior do que os homens
exceto entre os idosos de 80 anos ou mais onde a tendecircncia se inverte passando os homens a
declarar um estado de sauacutede pior do que aquele declarado pelas mulheres (PNAD 2003)
Os resultados do Censo Demograacutefico 2000 para os municiacutepios das capitais
apresentam padrotildees de incapacidade funcional em mobilidade fiacutesica compatiacuteveis com aqueles
apontados pelas informaccedilotildees da Politica Nacional de Assistecircncia a Domiciacutelio 2003 para as
aacutereas metropolitanas As mulheres declaram incapacidade funcional em maior proporccedilatildeo do
que os homens observando-se tambeacutem o caraacuteter progressivo da incapacidade funcional
entre os idosos em relaccedilatildeo ao aumento da idade (IBGE 2009a b)
Com o maior nuacutemero de idosos consequumlentemente haacute uma elevaccedilatildeo na frequecircncia das
fraturas por fragilidade oacutessea Isso se torna um problema de sauacutede de grandes dimensotildees
para a paciente na poacutes-menopausa pelos limites que comprometem sua qualidade de vida
para a famiacutelia por arcar com a responsabilidade de protegecirc-la no seu conviacutevio e para a sauacutede
puacuteblica pelo ocircnus econocircmico (Speroff et al 1989 Pinheiro et al 2010a b) Assim satildeo
necessaacuteria accedilotildees de promoccedilatildeo prevenccedilatildeo e abordagem da osteoporose que incide a partir da
perimenopausa
13
Estima-se que 70 das fraturas de quadril esperadas para 2050 ocorreratildeo na Aacutesia
Ameacuterica Latina e Aacutefrica (Cooper 1999) Jaacute na Europa segundo dados da Fundaccedilatildeo
Internacional de Osteoporose estima-se que uma em cada trecircs mulheres acima dos 50 anos
teraacute fratura por fragilidade oacutessea E na Uniatildeo Europeia ocorre uma fratura a cada 30 segundos
e se espera que para essa populaccedilatildeo o nuacutemero de fraturas dobre nos proacuteximos 50 anos
(International Osteoporosis Foundation 2005)
Estudos realizados sobre os custos da osteoporose e suas consequecircncias demonstram
que os gastos com essa doenccedila impressionam O estudo de Silva et al (2003) somou os gastos
com as internaccedilotildees para reduccedilotildees ciruacutergicas as reduccedilotildees incruentas o tratamento
conservador os gastos com cirurgias para a retirada de proacutetese internaccedilotildees de longa
permanecircncia consultas meacutedicas e fisioterapia chegando agrave conclusatildeo de que os custos do
SUS com o tratamento das fraturas eacute de mais de 20 milhotildees de reais por ano Tambeacutem
Tosteson et al (2008) fizeram um levantamento de custos do tratamento da osteoporose em
uma populaccedilatildeo de mulheres americanas em 2005 e mostrou que os custos anuais com
medicamentos satildeo altiacutessimos
Sobre os exames realizados para avaliaccedilatildeo da osteoporose os principais usados satildeo a
densitometria oacutessea e a ultrassonometria oacutessea de calcacircneo (USO) A densitometria oacutessea eacute
considerada o padratildeo-ouro para o diagnoacutestico de osteoporose pela Organizaccedilatildeo Mundial da
Sauacutede (OMS) desde 1994 poreacutem este exame estima apenas a densidade mineral oacutessea A
USO busca refletir outros paracircmetros aleacutem da densidade mineral oacutessea avaliando o risco de
fratura com eficiecircncia similar agrave densitometria oacutessea (Oliveira et al 2004 Castro 2000)
Embora os fatores cliacutenicos de riscos (FCRs) em populaccedilotildees de risco para osteoporose
e fratura estejam bem estabelecidos especialmente em estudos internacionais sua prevalecircncia
14
na populaccedilatildeo brasileira em geral natildeo estaacute clara porque ainda faltam estudos sobre o tema Um
dos principais estudos sobre a avaliaccedilatildeo de FCR foi o BRAZOS (Pinheiro et al 2010a) Ele
natildeo avaliou os fatores de risco relacionados agrave massa oacutessea mas os seus resultados permitem
inferir que esses fatores de risco satildeo muito semelhantes agravequeles relacionados agrave fratura por
baixo impacto Pinheiro et al (2010) demonstrou que os principais FCRs associados agrave fratura
por osteoporose de qualquer siacutetio esqueleacutetico de um total de 2420 indiviacuteduos apoacutes ajustes
estatiacutesticos foram histoacuteria familiar de fratura de quadril idade avanccedilada e baixo peso E que
a associaccedilatildeo de FCR agraves medidas de massa oacutessea poderia melhorar a discriminaccedilatildeo de
pacientes com maior risco de fratura osteoporoacutetica (Pinheiro et al 2010a b)
Atualmente existe uma ferramenta chamada FRAXreg utilizada por meacutedicos em vaacuterios
paiacuteses baseado na pratica meacutedica usando uma combinaccedilatildeo de fatores cliacutenicos e densidade
mineral oacutessea O FRAXreg eacute usado para predizer o risco de fratura nos proacuteximos dez anos com
implicaccedilotildees diretas na decisatildeo do tratamento e custos (Kanis et al 2008 Pinheiro et al 2009)
Poreacutem o risco absoluto de fraturas depende da populaccedilatildeo estudada e essa ferramenta ainda
natildeo foi aprovada para uso no Brasil Assim estudos epidemioloacutegicos representativos sobre
fatores de risco para fraturas ainda continuam sendo necessaacuterios (Pinheiro et al 2009)
Em 2003 a dissertaccedilatildeo de mestrado da Dra Patriacutecia Pereira de Oliveira verificou o
risco aumentado de fraturas por osteoporose atraveacutes da USO (Oliveira et al 2007) na
populaccedilatildeo de mulheres menopausadas na ilha de Paquetaacute-RJ Em nosso estudo verificaremos
se existe uma correlaccedilatildeo entre os achados ultrassonograacuteficos e as fraturas cliacutenicas na mesma
populaccedilatildeo por ela utilizada aleacutem outros fatores de risco para fraturas serem contemplados
como doenccedilas de base tempo de menopausa medicamentos entre outros Isto se justifica
pela necessidade de termos no Brasil dados sobre a incidecircncia de fraturas por fragilidade
oacutessea e fatores de risco a ela relacionados desenvolvidos em uma populaccedilatildeo brasileira e
15
residente de uma ilha localizada no litoral fluminense Jaacute que a literatura nessa aacuterea eacute escassa
e para que compreendendo melhor a dinacircmica da fratura por fragilidade oacutessea possamos
intervir antes que ela ocorra melhorando a qualidade de vida dessas mulheres e diminuiacutedo os
gastos com a sauacutede
16
3 Objeto de Estudo
Estudo de fatores associados agraves fraturas por fragilidade oacutessea em mulheres na poacutes-
menopausa atendidas em uma unidade baacutesica de sauacutede
Questionamento
Quais os fatores associados agrave ocorrecircncia de fraturas em mulheres poacutes-menopausa
acompanhadas em uma unidade baacutesica de sauacutede
31 Objetivos
311 Geral
Avaliar os fatores relacionados agrave ocorrecircncia de fraturas em mulheres poacutes-menopausa
acompanhadas em uma unidade baacutesica de sauacutede
312 Especiacuteficos
a- Avaliar se a ocorrecircncia de fraturas foi maior nas pacientes identificadas como risco
aumentado para fraturas pelo ultrassonometria oacutessea de calcacircneo preacutevia
b- Verificar a associaccedilatildeo entre as fraturas por fragilidade oacutessea e os dados cliacutenicos
comportamental e demograacuteficos (idade e sexo) das pacientes
c- Analisar se o tempo de menopausa influencia a ocorrecircncia de fraturas por fragilidade
oacutessea
17
4 Marco Teoacuterico
A osteoporose pode ser definida como doenccedila osteometaboacutelica caracterizada pela
diminuiccedilatildeo da densidade mineral oacutessea com alteraccedilotildees na sua microestrutura que conduzem
a um aumento da fragilidade oacutessea e uma tendecircncia a fraturas por traumatismos pouco
intensos Dado o exposto esta constitui o verdadeiro problema de sauacutede puacuteblica devido agrave sua
alta taxa de morbimortalidade e altos custos (Vianna et al 2001 International Osteoporosis
Foundation 2005)
Com relaccedilatildeo ao hipoestrogenismo observa-se que as mulheres apresentam uma perda
oacutessea mais acelerada nos dez primeiros anos apoacutes a instalaccedilatildeo da menopausa do que os
homens da mesma idade adquirindo risco de fratura mais precocemente do que eles (NHI
2001) Esta diminuiccedilatildeo de massa oacutessea total poderaacute ser ateacute dez vezes a diminuiccedilatildeo ocorrida
antes deste periacuteodo podendo chegar a 2 a 4 ao ano para o osso trabecular e de 1 para o
cortical (NHI 2001) A deficiecircncia de estrogecircnio aumenta o remodelamento oacutesseo e pode
agravar o desequiliacutebrio nas unidades de remodelamento com o aumento do tempo de vida dos
osteoclastos em detrimento dos osteoblastos (Fyhrie amp Schaffler 1994)
Na maioria dos casos a perda oacutessea eacute assintomaacutetica Quando sinais e sintomas da
osteoporose aparecem se relacionam com a ocorrecircncia de fraturas mais comumente na
porccedilatildeo distal do antebraccedilo (fratura de Colles) na coluna vertebral e no colo do fecircmur
(International Osteoporosis Foundation 2005) A maior incidecircncia de fraturas eacute observada
em mulheres brancas na poacutes menopausa (Pinheiro et al 2010a b)
Pinheiro et al (2010) analisaram 275 mulheres caucasoacuteides acima dos 50 anos e
acharam que 44 jaacute possuiacuteam algum tipo de fratura por osteoporose (Pinheiro et al 2010b)
A dor oacutessea eacute consequumlecircncia tanto das fraturas quanto das deformidades oacutesseas As fraturas
18
vertebrais satildeo as mais comuns poreacutem satildeo geralmente assintomaacuteticas e portanto menos
diagnosticadas Poreacutem podem causar dor perda de peso deformidade na coluna espinhal e
perda de estabilidade ao andar (International Osteoporosis Foundation 2005) Apenas 10
das fraturas de veacutertebras cursam com hospitalizaccedilatildeo mesmo que causem dor e diminuiccedilatildeo da
qualidade de vida Elas ocorrem entre os 50 e 60 anos de idade com maior frequecircncia
(International Osteoporosis Foundation 2005)
Jaacute as fraturas do fecircmur satildeo as mais letais devido a complicaccedilotildees poacutes-operatoacuterias As
principais causas de mortalidade satildeo as infecccedilotildees e tromboembolismo As fraturas de quadril
satildeo menos prevalentes do que as vertebrais poreacutem de maior gravidade devido agraves altas taxas
de morbimortalidade aleacutem do alto custo para a famiacutelia e para o sistema puacuteblico de sauacutede A
mortalidade apoacutes uma fratura de quadril eacute de cerca de 20- 24 no ano seguinte a fratura
sendo acompanhada de periacuteodos de hospitalizaccedilatildeo prolongados (International Osteoporosis
Foundation 2005 Silveira et al 2005) Estimativas apontam que no ano de 2050 ocorreratildeo
aproximadamente 65 milhotildees de fratura de quadril em todo mundo (Cooper 1999) As
fraturas de punho satildeo as mais facilmente observadas por mulheres no climateacuterio chegando a
originar seis milhotildees de dias de restriccedilatildeo de trabalho por ano (International Osteoporosis
Foundation 2005)
Aleacutem do custo pessoal o impacto econocircmico gerado pela osteoporose eacute enorme
Atraveacutes do mundo eacute estimado que uma em cada trecircs mulheres acima dos 50 anos teraacute fraturas
por osteoporose Na Europa no ano 2000 foi estimada uma ocorrecircncia de 379 milhotildees de
fraturas por fragilidade oacutessea sendo que destas 890 mil eram de quadril (Tosteson et al
2008) Eacute sabido que apenas metade das pacientes que sobrevivem agrave fratura de quadril voltaraacute
a andar novamente mas dificilmente com a mesma agilidade que andava antes da fratura
Apesar de a osteoporose ser facilmente diagnosticada atraveacutes de exames e seu tratamento
19
poder ser instituiacutedo ainda eacute uma doenccedila muito subdiagnosticada e subtratada Eacute estimada na
comunidade europeacuteia que uma em cada trecircs fraturas de vertebrais recebe a atenccedilatildeo cliacutenica
que merece E uma pessoa com fratura de veacutertebra tem ateacute cinco vezes mais chance de
desenvolver nova fratura no ano seguinte fenocircmeno conhecido como fratura em cascata
(Lindsay et al 2001)
Tradicionalmente a osteoporose eacute reconhecida como uma doenccedila multifatorial sendo
70 desses fatores natildeo modificaacuteveis isto eacute definidos pela carga geneacutetica e 30
potencialmente modificaacuteveis e assim envolvidos com os aspectos ambientais Dessa forma
um uacutenico fator de risco natildeo eacute capaz de identificar indiviacuteduos com ou sem fratura Diferenccedilas
geneacuteticas raciais e antropomeacutetricas bem como da composiccedilatildeo corporal densidade oacutessea
dieta atividade fiacutesica e outros haacutebitos de vida contribuem para explicar as divergecircncias na
incidecircncia e na prevalecircncia de baixa densidade oacutessea e fraturas em diversos paiacuteses do mundo
(Pinheiro et al 2010b c) Os aspectos geneacuteticos desempenham importante influecircncia sobre a
aquisiccedilatildeo do pico de massa oacutessea e perda oacutessea relacionada agrave idade bem como na
determinaccedilatildeo das propriedades estruturais e geomeacutetricas do osso No entanto a associaccedilatildeo
entre diferentes polimorfismos gecircnicos e densidade oacutessea ou fraturas por osteoporose eacute
bastante controversa e varia em diferentes estudos inclusive no Brasil fato que pode ser
tomado como um provaacutevel reflexo das diferenccedilas de etnia e ambiental das populaccedilotildees
estudadas Da mesma forma os fatores ambientais natildeo permitem uniformizar e homogeneizar
o impacto de cada um deles em cada regiatildeo do planeta (Pinheiro et al 2010c)
Atualmente a densitometria oacutessea eacute o meacutetodo mais utilizado para avaliar a massa
oacutessea Eacute o padratildeo ouro para o diagnoacutestico de osteoporose A densidade mineral oacutessea (DMO)
eacute expressa em nuacutemero absolutos em gramas de mineral por centiacutemetro quadrado escaneado
ou ainda comparado com a DMO esperada para a idade e sexo da paciente (z escore) ou
20
comparado a DMO de adultos jovens normais do mesmo sexo (t-escore) A diferenccedila entre o
escore do paciente e o padratildeo eacute expressa em desvios padrotildees acima ou abaixo da meacutedia
(Castro et al 1999)
Segundo a Sociedade Brasileira de Densitometria Cliacutenica no consenso de 2008 satildeo
indicaccedilotildees para avaliaccedilatildeo da densidade mineral oacutessea (Brandatildeo et al 2009)
rdquoMulheres com idade gt a 65 anos e homens com idade gt a 70 anos
Mulheres acima de 40 anos na transiccedilatildeo menopausal (1-2) e homens acima de 50
anos de idade com fatores de risco
Adultos com antecedente de fratura por fragilidade condiccedilatildeo cliacutenica ou uso de
medicamentos associados agrave baixa massa oacutessea ou perda oacutessea
Indiviacuteduos para os quais satildeo consideradas intervenccedilotildees farmacoloacutegicas para
osteoporose
Indiviacuteduos em tratamento para osteoporose para monitoramento de sua eficaacutecia
Indiviacuteduos que natildeo estejam sob tratamento poreacutem nos quais a identificaccedilatildeo de perda
de massa oacutessea possa determinar a indicaccedilatildeo do tratamento
Mulheres interrompendo terapia hormonal (TH)rdquo
Arq Bras Endocrinol Metab 2009 531 pag108
A proacutepria definiccedilatildeo de osteoporose pela Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede reunida em
Hong Kong em 1994 estabeleceu criteacuterios diagnoacutesticos baseados em valores obtidos pela
densitometria oacutessea classificando como osteopecircnicas aquelas mulheres que apresentarem-se
entre 1 e 25 desvios-padratildeo (DP) abaixo da meacutedia para adultas jovens e de osteoporoacuteticas as
que se encontrarem com mais de 25 DP abaixo da meacutedia para adultas jovens (Castro et al
1999 WHO 1999)
A densitometria oacutessea apresenta como desvantagens no entanto o fato de utilizar uma
fonte de radiaccedilatildeo ionizante e possuir um elevado custo que limita seu uso em estudos
populacionais principalmente em nosso paiacutes onde os recursos destinados agrave sauacutede da
populaccedilatildeo mais carente satildeo miacutenimos Sempre tentando diminuir o impacto dos gastos com
21
sauacutede eacute estimulada a busca por meacutetodos natildeo poluentes e mais baratos mas que tragam as
mesmas informaccedilotildees que os meacutetodos jaacute estabelecidos Em funccedilatildeo disto a USO vem sendo
avaliada e alguns resultados promissores tecircm sido apresentados (Castro et al 1999) Baseia-se
na modificaccedilatildeo das caracteriacutesticas de ultrassom transmitido atraveacutes de ossos de localizaccedilatildeo
mais superficiais como no calcacircneo tiacutebia falanges ou patela Os sistemas atuais se
constituem de dois transdutores sendo um transmissor e outro receptor posicionados em
locais diferentes do osso a ser estudado Os aparelhos existentes entre noacutes avaliam o
calcacircneo osso predominantemente trabecular atraveacutes das medidas de velocidade de
transmissatildeo do ultrassom (SOS em ms) e da atenuaccedilatildeo da frequumlecircncia do ultrassom (BUA em
dBMHz) (Kanis et al 2008) Novamente de acordo com a orientaccedilatildeo da Sociedade Brasileira
de Densitometria Cliacutenica de 2008 as recomendaccedilotildees para ultrassonometria oacutessea satildeo
(Brandatildeo et al 2009)
rdquoO uacutenico siacutetio validado para o uso cliacutenico da USO em osteoporose eacute o calcacircneo
Equipamentos de USO de calcacircneo validados satildeo capazes de estimar fratura por
fragilidade em mulheres na poacutes-menopausa e em homens com idade superior a 65 anos
independentemente da densidade mineral oacutessea medida em equipamentos de DMO
central
A correlaccedilatildeo entre os resultados obtidos por USO e DMO ccccccc entral eacute
moderada
USO do calcacircneo associada a fatores de risco cliacutenicos podem ser usados para
identificar populaccedilatildeo com baixa probabilidade de fratura na qual avaliaccedilatildeo adicional
natildeo seja mais necessaacuteria
Medidas de DMO central na coluna e no fecircmur constituem o meacutetodo de escolha para a
tomada de decisatildeo terapecircutica Entretanto se a DMO central natildeo for acessiacutevel o
tratamento farmacoloacutegico pode ser iniciado se a probabilidade de fratura avaliada pelo
USO do calcacircneo com pontos de corte especiacuteficos associados a fatores de risco
cliacutenicos for suficientemente alta
Equipamentos de USO natildeo satildeo clinicamente uacuteteis no monitoramento de efeitos
esqueleacuteticos dos medicamentos disponiacuteveis para o tratamento da osteoporoserdquo
Arq Bras Endocrinol Metab 2009 531 pag110
22
Em 2003 foi realizada uma dissertaccedilatildeo de mestrado (Oliveira et al 2007) sobre a
utilizaccedilatildeo do USO para estimar a prevalecircncia de risco aumentado de fraturas em uma
populaccedilatildeo de mulheres na poacutes menopausa residentes da Ilha de Paquetaacute Em trabalho
realizado por Oliveira e cols nesta instituiccedilatildeo Foi realizado um estudo transversal com
recrutamento de 385 mulheres residentes da Ilha Todas as mulheres responderam a
questionaacuterio previamente estruturado e foram submetidas a medidas antropomeacutetricas e a
USO As medidas de USO foram realizadas segundo o manual do fabricante A idade da
populaccedilatildeo estudada variou entre 42 e 95 anos Os resultados encontrados mostram que
5922 da amostra apresentava algum tipo de alteraccedilatildeo a USO com t score menor que -1
Esse grupo era composto por mulheres mais idosas com menor peso menor altura e menor
percentual de gordura quando comparado com o grupo com t score lt ndash 1 Foi encontrado que
1688 das pesquisadas possuiacuteam alto risco para fraturas com t score lt -25 E as mulheres
do grupo de alto risco tinham maior peso e IMC paracircmetros conhecidos como protetores
Embora divergente da literatura a autora atribui esses resultados a caracteriacutesticas das
mulheres mais idosas em um contexto social de baixa escolaridade e renda (Oliveira et al
2007)
23
5 Materiais e Meacutetodos
51 Populaccedilatildeo
A Ilha de Paquetaacute dista aproximadamente 15 km da Praccedila XV no Centro da Cidade
do Rio de Janeiro sendo a principal ilha do arquipeacutelago de Paquetaacute situada ao nordeste da
Baiacutea de Guanabara A populaccedilatildeo e frequecircncia da Ilha satildeo extremamente sazonais sendo
aproximadamente 2200 domiciacutelios (entre moradores e veranistas) Os moradores fixos
correspondem a 4500 pessoas em sua maioria de famiacutelias antigas na Ilha das quais 208
satildeo idosos ultrapassando ateacute mesmo a meacutedia nacional que eacute em torno de 12 (IBGE
2009a) Este iacutendice faz de Paquetaacute o erceiro bairro em nuacutemero de idosos no municiacutepio sendo
que sua populaccedilatildeo pode ser considerada envelhecida segundo os criteacuterios da Organizaccedilatildeo
Mundial da Sauacutede (OMS 2003) Embora a maioria da populaccedilatildeo seja branca existem 109
de negros 256 de pardos e 01 de iacutendios Cerca de 90 dos domiciacutelios possuem aacutegua
tratada e 9957 tratamento de esgoto As famiacutelias residentes nesta regiatildeo satildeo compostas em
meacutedia por trecircs pessoas com rendimento meacutedio per capita de 301 salaacuterios miacutenimos (IPEA
2000) e o transporte urbano eacute feito basicamente a peacute por bicicletas ou charretes puxadas por
ciclistas (IBGE 2009a)
52 Tipo de estudo
Foi realizado um estudo de coorte prospectivo na ilha de PaquetaacuteRJ no ano de 2011
Foram inicialmente alocadas todas as mulheres que participaram do estudo anterior
desenvolvido no ano de 2003 (Oliveira et al 2007)
24
53 Criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo
Os criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo foram os mesmos utilizados do estudo anterior
(Oliveira et al 2007) Sendo os criteacuterios de inclusatildeo as mulheres que estavam na menopausa
e que tinham residecircncia fixa na Ilha de Paquetaacute e os criteacuterios de exclusatildeo a historia pessoal
de doenccedilas que sabidamente afetam o metabolismo oacutesseo direta ou indiretamente (como
artrite reumatoacuteide luacutepus eritematoso sistecircmico hiperparatireoidismo osteogecircnese imperfeita)
e as neoplasias malignas exceto carcinoma basocelular de pele
54 Alocaccedilotildees de pacientes
A populaccedilatildeo elegiacutevel era constituiacuteda pelas 385 mulheres alocadas no estudo inicial
(Oliveira et al 2007) No trabalho de Oliveira et al (2007) foi realizado um estudo transversal
com recrutamento por auto-seleccedilatildeo ou demanda espontacircnea no ano de 2003 na Ilha de
Paquetaacute Rio de Janeiro Brasil Foram estudadas 385 mulheres na poacutes-menopausa
(diagnoacutestico cliacutenico) residentes no local apoacutes a aplicaccedilatildeo dos criteacuterios de exclusatildeo
(existecircncia de pino metaacutelico ou edema com cacifo em ambos os peacutes ou impossibilitadas de
posicionar os peacutes no aparelho de ultra-sonometria oacutessea) Todas as mulheres responderam na
eacutepoca a um questionaacuterio e foram submetidas a medidas antropomeacutetricas e agrave USO
No presente estudo considerando uma significacircncia de 95 e um poder de 80 uma
prevalecircncia de 15 de fraturas na populaccedilatildeo de risco (Clark et al 2009) o tamanho amostral
previsto foi de 130 mulheres Poreacutem devido agraves perdas o tamanho amostral final foi de 86
pacientes
Atraveacutes do banco de dados jaacute existente todas as pacientes foram re-contactadas As
mulheres foram localizadas atraveacutes de telefonemas e comparecimento no hospital local onde
25
eacute realizado a atenccedilatildeo baacutesica de sauacutede Foram realizados pelo menos 2 telefonemas com
intervalo de 1 semana entre eles Como ldquoperdasrdquo foram consideradas as pacientes natildeo
encontradas apoacutes os dois telefonemas (035 dos telefones estavam errados e 049 das
pacientes tinham telefone quebrado ou ocupado) pacientes que natildeo quiseram ou natildeo
puderam responder ao questionaacuterio (008) e pacientes falecidas (006)
As pacientes selecionadas foram submetidas a um questionaacuterio de avaliaccedilatildeo de fatores
relacionados agrave fragilidade oacutessea conhecido como European Vertebral Osteoporosis Study
(EVOS) jaacute validado previamente para o portuguecircs (OrsquoNeill et al 1996) e jaacute utilizados em
importantes estudos (Pinheiro et al 2006 Clark et al 2009) O questionaacuterio EVOS eacute
composto por dados soacutecio-demograacuteficos (idade estado civil escolaridade cor renda familiar
e nuacutemero de dependentes desta haacutebitos de vida) e histoacuteria reprodutiva pessoal sumaacuteria
(idade da menarca idade da menopausa tipo de menopausa) Os dados antropomeacutetricos
foram aferidos segundo criteacuterios adotados internacionalmente com medidas de peso e altura
observando intervalos de 01kg e 001m respectivamente
A definiccedilatildeo de fratura por fragilidade oacutessea foi a mesma utilizada por Pinheiro et al
(2010a) como aquela resultante de uma queda da proacutepria altura ou trauma menos intenso em
indiviacuteduos com 50 anos ou mais em siacutetios esqueleacuteticos especiacuteficos antebraccedilo fecircmur
costelas veacutertebras e uacutemero E a documentaccedilatildeo de fraturas foi realizada atraveacutes de relato da
paciente (fratura referida) As fraturas traumaacuteticas (apoacutes acidente automobiliacutestico ou outras
condiccedilotildees sob forte impacto) ou as de baixo impacto natildeo relacionadas agrave osteoporose (como
por exemplo as de face tornozelo metacarpo falanges) natildeo foram consideradas
O estudo obedeceu aos criteacuterios de eacutetica preconizados pela resoluccedilatildeo no 19696 do
Conselho Nacional de Sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede e foi aprovado previamente pelo Comitecirc
26
de Eacutetica em Pesquisa da FiocruzIFF e pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Prefeitura Todas
as mulheres assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido antes de qualquer
procedimento
55 Anaacutelise Estatiacutestica
Os dados foram registrados em planilha Excel e analisados pelo programa Statistical
Package for Social Sciences (SPSS) versatildeo 170 Para avaliar diferenccedilas entre os grupos as
variaacuteveis categoacutericas foram avaliadas pelo Qui-quadrado de Pearson ou o teste exato de
Fisher A relaccedilatildeo entre as variaacuteveis categoacutericas e ordinal e entre as variaacuteveis numeacutericas foi
avaliada pelo teste de Mann-Whitney que eacute um teste natildeo-parameacutetrico que equivale ao teste t
escolhido pelo tamanho da amostra A relaccedilatildeo entre as variaacuteveis numeacutericas foi avaliada pelo
coeficiente de Sperman que eacute uma estatiacutestica natildeo parameacutetrica utilizada para dados natildeo
normais eou amostra pequena Para todos os testes o niacutevel de significacircncia adotado foi de
5 A variaacutevel dependente foi a presenccedila de fratura (sim ou natildeo) e as variaacuteveis
independentes foram idade (em anos) resultado de USO (normal ou alterado) tempo de
menopausa (em anos) siacutetio de localizaccedilatildeo de fraturas IMC (abaixo do pesonormal
sobrepeso obeso) tabagismo (fumante ou natildeo fumante) atividade fiacutesica (leve
moderadapesada) frequecircncia diaacuteria de ingestatildeo de leite (em coposdia) e as variaacuteveis
binaacuterias como o histoacuterico familiar de fratura de quadril osteoporose uso de anticoncepcional
ausecircncia de menstruaccedilatildeo retirada de uacutetero ou ovaacuterios amamentaccedilatildeo paciente acamado e
etilismo O caacutelculo do risco relativo (RR) foi feito para avaliar a relaccedilatildeo entre o USO e a
presenccedila de fraturas Para isso foi considerado pacientes com USO normal aqueles com
resultados do T-score gt-11 e USO alterado aqueles com T-score lt-11 O niacutevel de atividade
fiacutesica foi classificado em atividade leve (trabalho burocraacutetico em escritoacuterio na maior parte
do tempo sentado) atividade moderada (trabalhos na maior parte do tempo em peacute como
27
vendedor e dona-de-casa) atividade pesada (enfermeira empregada domeacutestica) Oliveira et al
2010) Para caacutelculo aproximado da ingestatildeo alimentar diaacuteria de caacutelcio utilizou- se uma
adaptaccedilatildeo da Tabela Brasileira de Composiccedilatildeo de Alimentos 1 fatia queijo (90mg) 1 copo
de iogurte (1212mg) 1 copo leite (257mg) 1 bola se sorvete (135mg) E no final todos esses
alimentos foram convertidos em quantidade ingerida de copos de leite
28
6 Resultados Encontrados
61 Gerais
As caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas da populaccedilatildeo estudada estatildeo listadas na
tabela 1 A idade meacutedia das pacientes foi de 725 anos (DPplusmn 87) com a idade da menopausa
460 anos (DPplusmn 61) o tempo de menopausa 261 anos (DPplusmn 97) e o IMC de 264 (kgm2)
(DPplusmn 55) Essas caracteriacutesticas quando comparadas com o estudo anterior de 2003 (tabela
2) confirmam tratar-se da mesma populaccedilatildeo Apenas a idade e o tempo de menopausa
evidenciam ser a nossa populaccedilatildeo mais idosa Fator que se justifica pelo tempo ocorrido entre
os dois estudos
A incidecircncia de fratura por fragilidade oacutessea encontrada foi de 21 evidenciado no
graacutefico 1 Os principais siacutetios de fratura satildeo analisados na tabela 3 tendo como sitio principal
o antebraccedilo com 50 seguido pelo peacute com 192 e uacutemero 145 Jaacute na tabela 4 e no graacutefico
2 pode ser observado que a idade da populaccedilatildeo estudada variou entre 54 e 97 anos com meacutedia
de 72 anos com DP plusmn 90 No grupo de pacientes fraturadas 50 tinham entre 65 e 79 anos
sugerindo ser essa faixa etaacuteria mais susceptiacutevel as fraturas por fragilidade oacutessea
62 USO preacutevia X Fraturas
Foi verificado na tabela 5 a associaccedilatildeo entre o resultado da (USO) preacutevia e o desfecho
fraturas por fragilidade oacutessea De todas as pacientes que fizeram USO no estudo inicial 66
participaram deste estudo Das 50 pacientes que tiveram o USO alterado 22 tiveram
fraturas nesse periacuteodo E as pacientes com USO considerada normal 194 tiveram fraturas
por fragilidade oacutessea O RR= 113 (IC95 048 - 263) sugere que as mulheres que tiveram
29
USO alterado tem um risco de fraturar de 13 maior em relaccedilatildeo as pacientes com resultado
de USO considerado normal
63 Caracteriacutesticas cliacutenicas e comportamentais X Fratura
As pacientes foram analisadas quanto as variaacuteveis clinicas e comportamentais
Considerando a tabela 6 as pacientes que tiveram fraturas se mostraram com maior
sobrepeso ou obesas (722) com maior historia familiar de fratura de quadril (133) e
com maior diagnostico de osteoporose (471) do que as pacientes sem fraturas (p
valorgt005) Jaacute o uso de anticoncepcional ou o uso de reposiccedilatildeo hormonal natildeo se mostraram
ser relevantes para ocorrecircncia de fraturas nessa amostra E 235 das pacientes acamadas por
mais de dois meses sofreram alguma fratura com p valor lt005 Evidenciando associaccedilatildeo
entre a paciente ficar acamada por mais de dois meses e sofrer fratura por fragilidade oacutessea
Avaliando a tabela 7 foi notado que apenas 125 das pacientes que tiveram fratura eram
tabagistas e 167 eram etilistas natildeo se mostrando essas caracteriacutesticas como fatores de
risco A atividade fiacutesica moderadapesada ateacute 25 anos e acima de 50 anos apresentou
percentuais de 441 e 382 respectivamente Aleacutem disso entre 25 e 50 anos 444 das
pacientes com atividade fiacutesica moderadapesada tiveram fraturas e 441 das pacientes natildeo
tiveram fraturas para essa faixa etaacuteria (p valor gt005) Sendo assim natildeo houve associaccedilatildeo
entre a atividade fiacutesica e as fraturas Em relaccedilatildeo ao item ingestatildeo de leite apoacutes os 50 anos
456 das pacientes que natildeo tiveram fraturas ingeriam de 1 a 2 copos de leite por dia e
apenas 44 ingeriam mais de 3 copos de leite por dia No caso das pacientes que tiveram
fraturas apoacutes os 50 anos foi observado que 50 ingeriam de 1 a 2 copos de leite por dia e
167 ingeriam 3 copos ou mais de leite
30
64 Tempo de menopausa X Fratura
As pacientes foram avaliadas graacutefico 3 para verificar a associaccedilatildeo entre o tempo de
menopausa e o desfecho das fraturas A mediana do tempo de menopausa encontrado em
ambos os grupos foi de 262 com DP de plusmn98 Metade das pacientes que tiveram fraturas tem
entre 193 e 293 anos de menopausa com DP de plusmn72 A correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade
tempo de menopausa e IMC foi observado na tabela 8 onde evidenciada uma associaccedilatildeo
positiva entre a idade e o tempo de menopausa nos grupos de pacientes com e sem fraturas
Assim como foi verificado uma associaccedilatildeo negativa de quanto maior a idade e o tempo de
menopausa menor o IMC
31
Graacutefico 1
Graacutefico 2
32
Graacutefico 3
33
Tabela 1- Caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas das
mulheres poacutes menopausa (n=86)
Caracteriacutesticas Meacutedia plusmn desvio padratildeo
Idade (anos) 7255 plusmn 897
Idade da
menarca (anos) 1324 plusmn 184
Idade da
menopausa
(anos)
4608 plusmn 614
Tempo de
menopausa
(anos)
2618 plusmn976
Peso (kg)sect 6342 plusmn 1055
Altura (m)deg 155 plusmn 008
IMC (kgm2) 2643 plusmn 557
n=85 sectn=83 ordmn=82 n=81 n=80
Tabela 2-Caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas das
mulheres poacutes menopausa em 2003
Caracteriacutesticas Meacutedia plusmn desvio padratildeo
Idade (anos) 6463plusmn1270
Idade da
menarca (anos)
1304 plusmn 193
Idade da
menopausa
(anos)
4755 plusmn 601
Tempo de
menopausa
(anos)
1700 plusmn 1076
Peso (kg)sect 6533 plusmn 1270
Altura (m)deg 155 plusmn 006
IMC (kgm2) 2696 plusmn 477
34
Tabela 3 ndash Incidecircncia de fraturas em mulheres poacutes menopausa segundo a
localizaccedilatildeo de fratura 2003-2011
Tipo da fratura
n
Veacutertebra 1 38
Fecircmur 1 38
Costela 2 77
Antebraccedilo 13 500
Uacutemero 4 145
Peacute 5 192
Total 26 1000
Nota Algumas pacientes tiveram mais de uma fratura no periacuteodo
Tabela 4- Relaccedilatildeo entre idade e fratura nas mulheres na poacutes menopausa
Total
Fratura
Idade (anos) Natildeo Sim
N () n () n ()
54 a 64 anos 18 209 14 206 4 222
65 a 79 anos 48 558 39 574 9 500
80 a 97 anos 20 233 15 221 5 278
Total 86 1000 68 1000 18 1000
Meacutedia (DP) 725 (90) 713 (77) 729 (93)
Nota P-valor pelo teste de Mann-Whitney=0813
35
Tabela 5 - Incidecircncia de fratura em mulheres poacutes-menopausa segundo
resultado da USO 2003-2011
Resultado da
USO
Total
Fratura p-valor
Sim Natildeo
n n
()
IC95 n
()
Normal 36 7 194
89 -
3472
29 806
0496
Alterado 50 11 220
121 -
350
39 780
Total 86 18 209
133 -
305
68 791
Nota Risco relativo = 113 (IC95 048 - 263)
36
Tabela 6 ndash Caracteriacutesticas cliacutenicas de mulheres poacutes-menopausa segundo
fratura (n=86)
Fratura
Natildeo (n=68) Sim (n=18) Total
n ( ) n ( )
IMC
Abaixo do pesoNormal 24 (353) 5 (278) 28 0792
Sobrepeso 27 (397) 9 (500) 36
Obeso 17 (250) 4 (222) 21
Histoacuterico familiar de fratura de quadril
Natildeo 66 (985) 13 (867) 79 0085
Sim 1 (15) 2 (133) 3
Osteoporose
Natildeo 44 (800) 9 (529) 53 0055
Sim 11 (200) 8 (471) 19
Uso de anticoncepcional
Natildeo 32 (485) 10 (556) 42 0791
Sim 34 (515) 8 (444) 42
Ausecircncia de mentruaccedilatildeo
Natildeo 60 (909) 16 (941) 76 1000
Sim 6 (91) 1 (59) 7
Retirou o uacutetero
Natildeo 46 (687) 9 (500) 55 0170
Sim 21 (313) 9 (500) 30
Retirou os ovaacuterios
Natildeo 53 (815) 11 (647) 64 0187
Sim 12 (185) 6 (353) 18
Reposiccedilatildeo hormonal
Natildeo 51 (761) 13 (722) 64 0763
Sim 16 (239) 5 (278) 21
Amamentou
Natildeo 14 (206) 4 (222) 18 1000
Sim 54 (794) 14 (778) 68
Acamado por mais de dois meses
Natildeo 63 (940) 13 (765) 76 0049
Sim 4 (60) 4 (235) 8
Caracteriacutesticas clinicas
p-valor do
teste exato
de Fisher
37
Tabela 7 - Caracteriacutesticas comportamentais de mulheres poacutes-menopausa segundo
fratura (n=86)
Fratura
Natildeo (n=68) Sim (n=18) Total
n ( ) n ( )
Tabagismo
Natildeo fumante 47 (758) 14 (875) 61 0499
FumanteEx-fumante 15 (242) 2 (125) 17
Etilismo no uacuteltimo ano
Natildeo 48 (706) 15 (833) 63 0376
Sim 20 (294) 3 (167) 23
Atividade fiacutesica ateacute os 25 anos
Leve 38 (559) 11 (611) 49 0792
ModeradaPesada 30 (441) 7 (389) 37
Atividade fiacutesica entre os 25 e 50 anos
Leve 38 (559) 10 (556) 48 1000
ModeradaPesada 30 (441) 8 (444) 38
Atividade fiacutesica acima dos 50 anos
Leve 42 (618) 12 (667) 54 0789
ModeradaPesada 26 (382) 6 (333) 32
Frequecircncia diaacuteria de leite ateacute 25 anos
Nenhummenos 1 copodia 34 (500) 8 (444) 42 0910
1 a 2 coposdia 31 (456) 9 (500) 40
3 coposdia ou mais 3 (44) 1 (56) 4
Frequecircncia diaacuteria de leite apoacutes 50 anos
Nenhummenos 1 copodia 34 (500) 6 (333) 40 0103
1 a 2 coposdia 31 (456) 9 (500) 40
3 coposdia ou mais 3 (44) 3 (167) 6
Caracteriacutesticas
comportamentais
p-valor do
teste exato
de Fisher
Tabela 8- Coeficientes de correlaccedilatildeo de Spearman (rs) entre idade IMC e tempo de
menopausa em mulheres poacutes-menopausa
Variaacuteveis
IMC IdadeTempo de
menopausa
r s 1 -0144 -0151
p-valor 0569 0550
r s -0227 1 0736
p-valor 0074 lt0001
r s -0295 0761 1
p-valor 0020 lt0001
Variaacuteveis
IMC
Idade
Tempo de menopausa
Nota o triacircngulo superior direito (parte hachurada) se refere agraves correlaccedilotildees para as mulheres com
fratura e o inferior esquerdo (parte natildeo hachurada) agraves mulheres sem fratura
38
7 Discussatildeo
No Brasil os principais fatores cliacutenicos de risco para fraturas por fragilidade oacutessea
eram extrapolados a partir de estudos internacionais O estudo vem acrescentar informaccedilotildees
para se conhecer os fatores relacionados agrave essas fraturas Nossos resultados revelam que a
idade avanccedilada a historia familiar de fratura de quadril o diagnoacutestico de osteoporose e
tambeacutem o paciente ficar acamado por mais de 2 meses foram considerados fatores de risco
para fraturas por fragilidade oacutessea
Esse estudo mostrou concordacircncia com a Johnell amp Kanis (2006) onde o principal
siacutetio mundial de fratura por fragilidade oacutessea nas mulheres apoacutes a menopausa foi o antebraccedilo
Segundo o estudo Latin American Vertebral Osteoporosis Study (LAVOS) (Clark et al
2009) a fratura vertebral eacute a mais prevalente da ameacuterica latina com uma prevalecircncia de
142 diferente do nosso estudo onde a coluna vertebral e o colo do fecircmur aparecem
juntos em uacuteltimo lugar na lista de incidecircncia dos siacutetios de fratura Isso pode ser atribuiacutedo
devido a diferenccedila nos criteacuterios de definiccedilatildeo de fraturas pois no LAVOS optou-se pela
medida radiograacutefica do local de fraturas enquanto no nosso estudo as fraturas foram referidas
pelas pacientes
Os consensos sobre osteoporose tecircm propostos algoritmos para identificar indiviacuteduos
de alto risco para fraturas (Kanis et al 2008 WHO 1999) Para tanto a associaccedilatildeo de fatores
de risco para fraturas com a medida da USO eacute de suma importacircncia embora sejam poucas as
pacientes que tecircm oportunidade de realizar esse exame (Oliveira et al 2007) Assim o
presente trabalho mostrou um risco para fraturas por fragilidade oacutessea 13 maior nas
pacientes com resultado de USO alterada em relaccedilatildeo as pacientes que tiveram resultados de
39
USO normais vindo de encontro aos resultados encontrados por Oliveira et al (2007)
Corroborando o USO como um meacutetodo confiaacutevel para a prediccedilatildeo de fraturas
E semelhante a Pinheiro et al (2010a) o presente estudo revelou que os principais
fatores de risco para fraturas por fragilidade oacutessea satildeo a idade avanccedilada a historia familiar de
fratura de quadril e a presenccedila de osteoporose Isso pode ser atribuiacutedo ao fato de que no
estudo de Pinheiro et al (2010a) assim como no nosso estudo a populaccedilatildeo ser
predominantemente de mulheres acima dos 65 anos e viverem em aacuterea urbana tendo haacutebitos
de vida parecidos
O achado em nosso estudo que apresentou significacircncia estatiacutestica refere-se ao fator
de risco ldquopaciente acamado por mais de dois mesesrdquo como disposto na literatura (Pinheiro et
al 2010b Demir et al 2008) O que acontece eacute que com o paciente acamado por tempo
prolongado um maior remodelamento oacutesseo eacute observado Os osteoclastos responsaacuteveis pela
absorccedilatildeo oacutessea sobrepotildee os osteoblastos predispondo as fraturas por fragilidade oacutessea
(Fyhrie amp Schaffler 1994) Assim observou-se no estudo que 235 das pacientes
acamadas por mais de dois meses sofreram alguma fratura por fragilidade oacutessea com p valor
lt005 Isso reafirma a associaccedilatildeo entre a paciente ficar acamada por mais de dois meses e
sofrer fratura por fragilidade oacutessea Por outro lado o exerciacutecio fiacutesico que estaacute sabidamente
relacionado ao aumento da resistecircncia muscular do equiliacutebrio e da flexibilidade contribuindo
para a reduccedilatildeo da perda oacutessea e melhora da sauacutede em geral (Chan 2003) natildeo se mostrou
como fator de proteccedilatildeo neste estudo Provavelmente devido ao baixo percentual encontrado
de pacientes que praticavam atividade fiacutesica moderada ou pesada
O elevado IMC e a terapia de reposiccedilatildeo hormonal natildeo desempenharam papel protetor
na nossa populaccedilatildeo como seria o esperado por estudos anteriores (Pinheiro et al 2010c
40
Buttros et al 2011) Ao contrario o sobrepeso e obesidade foram considerados fatores de
risco Isso pode ser atribuiacutedo ao IMC meacutedio dessa populaccedilatildeo ser 264 (kgm2) (DPplusmn 55)
limiacutetrofe para sobrepeso Embora esse dado demonstre contrariedade com a literatura que
estabelece relaccedilatildeo inversa entre obesidade e fraturas por fragilidade oacutessea em nosso estudo
ter maior peso e IMC natildeo seriam fatores de risco para fraturas e sim caracteriacutesticas das
mulheres mais idosas em um contexto social de baixa escolaridade e renda Esse fato eacute
confirmado pelos resultados da Pesquisa Nacional sobre Sauacutede e Nutriccedilatildeo ( Batista F et al
2003) que demonstraram caraacuteter ascendente da obesidade nos estratos de mulheres com baixa
renda residentes na regiatildeo Sudeste
Aleacutem disso haacutebitos de vida como tabagismo e etilismo sabidamente relacionados agrave
maior risco para fraturas por fragilidade oacutessea (Pinheiro et al 2010) tambeacutem natildeo se
mostraram estar associados nesse estudo
A necessidade de caacutelcio do ser humano varia ao longo da vida e uma ingestatildeo
adequada para mulheres acima de 50 anos eacute de 1200 mg pois com a idade o corpo
naturalmente perde um pouco da capacidade de absorccedilatildeo de minerais (Nuacutecleo de Estudos e
Pesquisas em Alimentaccedilatildeo 2006) O fato de apenas 44 das mulheres que natildeo tiveram
fraturas e 167 das mulheres que tiveram fraturas ter referido consumo superior a
900mgdia (3 ou mais copos) foi fator de surpresa principalmente levando-se em conta o PIB
per capita da cidade superior ao da maioria dos municiacutepios brasileiros (IPEA 2000)
Assim como em estudos preacutevios (Pinheiro et al 2010c NHI 2001 Demir et al
2008) nossos dados tambeacutem demonstraram o hipoestrogenismo como importante fator de
risco para fraturas por fragilidade oacutessea jaacute que as pacientes com fratura tecircm entre 19 e 29
anos de menopausa Em recente estudo Demir et al (2008) estudaram 2769 mulheres na
41
poacutes-menopausa correlacionando a ocorrecircncia de osteoporose com o tempo de menopausa
Demonstraram que 106 das pacientes com ateacute trecircs anos de poacutes-menopausa tinham
osteoporose contra 329 das pacientes com sete anos ou mais Acredita-se que a deficiecircncia
estrogecircnica seja responsaacutevel por dois terccedilos da perda de massa oacutessea levando
consequentemente agraves fraturas por fragilidade oacutessea assim como observado (Position
statement of the North American Menopause Society 2010)
Os dados deste estudo podem ser limitados pois apesar de tratar-se de uma coorte as
participantes reportaram dados referentes a estilo de vida dieta antecedentes familiares e
pessoais o que pode ter ocasionado algum vieacutes recordatoacuterio Outra limitaccedilatildeo eacute que como
avaliado por Oliveira et al (2007) esta populaccedilatildeo apresenta a maior parte das mulheres com
baixo niacutevel socioeconocircmico e escolaridade sem acesso agrave adequada educaccedilatildeo nutricional e agrave
atividade fiacutesica orientada Por outro lado resultados encontrados sem significacircncia estatiacutestica
podem ter sido ocasionados pelo tamanho amostral reduzido devido a dificuldade de
rastreamento da populaccedilatildeo uma vez que a unidade de sauacutede natildeo atualizou o endereccedilo e
telefone das mulheres eleitas para o estudo Talvez se tivesse sido realizado contato anual
com essas mulheres natildeo teriacuteamos perdido o seguimento delas
42
8 Conclusatildeo
Devido agrave sua alta prevalecircncia e associaccedilatildeo com mortalidade e incapacidade a fratura
devido agrave fragilidade oacutessea deve ser considerada um problema de sauacutede puacuteblica no Brasil
Apesar das limitaccedilotildees o presente estudo foi realizado de forma prospectiva em mulheres
brasileiras na poacutes-menopausa devendo os seus resultados serem levados em consideraccedilatildeo
para a formulaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas de sauacutede para a prevenccedilatildeo e estrateacutegias de tratamento
para as fraturas Os fatores de risco encontrados como a idade avanccedilada a histoacuteria familiar
de fratura de quadril e a presenccedila de osteoporose devem ser acompanhados e combatidos para
tentar-se diminuir o risco para as fraturas Assim como o USO mostrou ser um meacutetodo
confiaacutevel para avaliar o risco para fraturas podendo ser implementado em maior escala do
que a atual Entatildeo acreditamos que novos estudos prospectivos com uma amostra mais
representativa devam ser realizados para se confirmar os fatores associados a fraturas por
fragilidade oacutessea na populaccedilatildeo brasileira para cada vez mais conhecermos o perfil da nossa
populaccedilatildeo e termos subsiacutedios para combater esse agravo
43
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48
10 Anexo 1 - Instrumento de coleta - EVOS (EUROPEAN VERTEBRAL
OSTEOPOROSIS STUDY)
Data _________
Nome________________________________________________________
Endereco_____________________________________________________
Fone _____________ Data de nascimento _________ RG
1- Dados antropomeacutetricos
Peso (Kg) Altura (m) IMC
2- Dados Ginecoloacutegicos
Idade da primeira menstruacao anos
Vocecirc jaacute usou piacutelula anticoncepcional por mais de 3 meses
sim natildeo natildeo sei
Vocecirc jaacute ficou algum periacuteodo em sua vida sem menstruar antes da menopausa (exceto se
gravidez) sim natildeo natildeo sei
Idade da ultima menstruaccedilatildeo anos
Numero de filhos
Vocecirc fez cirurgia para retirar o uacutetero sim com Idade ____ (anos)
natildeo natildeo sei
E para retirar os ovaacuterios (um ou os dois) sim idade ___ (anos)
natildeo natildeo sei
Vocecirc fez reposiccedilatildeo hormonal apos a menopausa sim natildeo natildeo sei
Se sim quando iniciado o periacuteodo foi superior a 1 ano sim natildeo natildeo sei
49
Vocecirc notou os seguintes sintomas na menopausa
calores sim natildeo natildeo sei
depressatildeo sim natildeo natildeo sei
insocircnia sim natildeo natildeo sei
outros sim natildeo natildeo sei
Vocecirc amamentou sim natildeo natildeo sei
Se sim quantas crianccedilas vocecirc amamentou por mais que 3 meses
3- Dados familiares
Em sua famiacutelia (pai matildee irmatildeos) existe historia de fratura de quadril apos os 50 anos de
idade sim natildeo natildeo sei
4- Histoacuteria de fratura
Vocecirc jaacute teve alguma fratura sim natildeo natildeo sei
Se sim em qual sitio esqueleacutetico com que idade e qual foi o tipo de trauma
Sitio Numero Idade (anos) Niacutevel do trauma
Vertebra
Fecircmur (colo trocanter)
Costela
Antebraccedilo
Uacutemero
Pe
Outras
Vocecirc sabe que tem osteoporose sim tenho natildeo natildeo tenho natildeo sei
5- Aacutelcool
Com que frequecircncia vocecirc bebeu no ultimo ano
Diariamente 5-6 dsem 3-4 dsem
50
1 -2 dsem lt 1 dsem nunca
Tipo de bebida destilados (uiacutesque cachaccedila vodka)
fermentados (cerveja vinho)
6- Imobilizaccedilatildeo
Vocecirc jaacute ficou acamado por um periacuteodo superior a 2 meses
sim natildeo natildeo sei
Se sim foi antes ou apos os 25 anos de idade
ano passado nunca
7- Fumo
Vocecirc fumou cigarro ou usou outras formas de fumo (cachimbo ou charuto)
atualmente no passado nunca
Com que idade iniciou anos
Se parou com que idade anos
Numero de cigarrosdia
8- Atividade Fiacutesica
Quantas tempo costuma passar diariamente ao ar livre caminhando ou andando de bicicleta
nenhuma a 1 h superior a 1 h
Qual a sua atividade fiacutesica durante diferentes periacuteodos de sua vida adulta
Ate os 25 anos 25 a 50 anos acima 50 anos
Niacutevel 1 (leve) 2 (moderada) 3 (pesada) 4
(muito pesada)
9- Impacto
Como vocecirc descreveria sua sauacutede geral neste momento
muito boa boa satisfatoacuteria regular ruim
10- Interrogatoacuterio sobre drogas
51
Vocecirc jaacute usou alguma medicaccedilatildeo oral ou injetaacutevel contendo corticosteroides por mais de 3
meses sim natildeo natildeo sei
Vocecirc jaacute usou alguma desses remeacutedios
Droga sim natildeo sei tempo
(meses)
parou ha quanto tempo
Hormocircnios
masculinos
Hormocircnios
femininos
Calcitonina
Fluacuteor
Caacutelcio
Vitamina D
Anabolizantes
Diureacuteticos
tiazidicos
11- Ingestatildeo de caacutelcio
Com que frequecircncia vocecirc comeu produtos derivados do leite na semana passada
(diassemana)
queijo amarelo queijo branco iogurte leite sorvete
Para os periacuteodos indicados abaixo com que frequecircncia vocecirc recebeu leite
ate 25 anos 25 a 50 anos Acima de 50 anos
Todas as refeiccedilotildees (3 ou + coposdia)
1-2 coposdia
52
Toda semana mas natildeo todo dia
lt 1 vezsemana
53
11 Anexo 2 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Projeto de Pesquisa Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade
oacutessea em mulheres na menopausa
Pesquisador responsaacutevel Dra Lizanka Paola F Marinheiro
Instituiccedilatildeo responsaacutevel Instituto Fernandes Figueira
Vocecirc estaacute sendo convidado a participar do projeto de pesquisa intitulado
Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea em mulheres na
menopausa por que vocecirc participou do estudo anterior realizado haacute 7 anos sobre a
osteoporose e suas consequumlecircncias
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A osteoporose e uma doenccedila que se caracteriza pela diminuiccedilatildeo da resistecircncia do osso
tornando-o mais fraacutegil Essa fragilidade aumenta o risco da pessoa que tem osteoporose de ter
fraturas mesmo com atividades comuns como tossir ou espirrar
Com isso esse trabalho deseja avaliar a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea na
populaccedilatildeo de mulheres na poacutes menopausa residente da Ilha de Paquetaacute apoacutes 7 anos de
seguimento do uacuteltimo estudo transversal
Vocecirc natildeo eacute obrigada a participar Mas se quiser vocecirc teraacute que responder a um
questionaacuterio Para participar vocecirc natildeo teraacute que pagar nada O resultado seraacute fornecido apenas
a vocecirc ningueacutem mais saberaacute Suas duvidas seratildeo esclarecidas e vocecirc devera continuar
acompanhamento com seu meacutedico assistente Se vocecirc natildeo quiser participar natildeo seraacute
submetida a nenhum constrangimento fiacutesico ou moral e seu atendimento no posto de sauacutede
natildeo seraacute prejudicado A participante poderaacute se retirar do estudo a qualquer momento que
julgar necessaacuterio sem prejuiacutezo para a mesma O resultado de toda a pesquisa seraacute divulgada e
atraveacutes de artigos cientiacuteficos em revistas encontros congressos ou similares sem a
divulgaccedilatildeo dos nomes de quem participou de forma sigilosa
Sua participaccedilatildeo no estudo natildeo implicaraacute em custos adicionais O (A) Sr (a) natildeo teraacute
qualquer despesa com a realizaccedilatildeo dos procedimentos previstos neste estudo que seratildeo
custeados pelo pesquisador responsaacutevel Tambeacutem natildeo haveraacute nenhuma forma de pagamento
pela sua participaccedilatildeo
Caso surja alguma duacutevida quanto agrave eacutetica do estudo o (a) Sr(a) deveraacute se reportar ao
Comitecirc de Eacutetica em Pesquisas envolvendo seres humanos ndash subordinado ao Conselho
Nacional de Eacutetica em Pesquisa oacutergatildeo do Ministeacuterio da Sauacutede atraveacutes de solicitaccedilatildeo ao
representante de pesquisa que estaraacute sob contato permanente ou contactando o Comitecirc de
Eacutetica em Pesquisa desta instituiccedilatildeo no telefone (21) 3971-1590 Eacute assegurado o completo
55
sigilo de sua identidade quanto a sua participaccedilatildeo neste estudo incluindo a eventualidade da
apresentaccedilatildeo dos resultados deste estudo em congressos e perioacutedicos cientiacuteficos
Eu________________________________________________________________________
residente do endereccedilo__________________________ fui informada dos objetivos e da
justificativa deste trabalho de forma clara e detalhada pela Dra Adriana de Mattos V da
Costa Recebi informaccedilotildees especificas sobre cada procedimento no qual estarei envolvida
dos desconfortos e riscos previstos tanto quanto dos benefiacutecios esperados Todas as minhas
duvidas foram respondidas com clareza e sei que poderei solicitar novos esclarecimentos a
qualquer momento Aleacutem disso sei que novas informaccedilotildees obtidas durante o estudo me seratildeo
fornecidas e que terei liberdade de retirar meu consentimento de participaccedilatildeo face a estas
informaccedilotildees sem prejuiacutezo para mim Aleacutem disto me foi entregue uma coacutepia da folha de
informaccedilotildees para os participantes a qual li compreendi e me deu plena liberdade para decidir
acerca da minha espontacircnea participaccedilatildeo nesta pesquisa Minha identidade jamais seraacute
publicada Os dados colhidos poderatildeo ser examinados por pessoas envolvidas no estudo com
autorizaccedilatildeo delegada do investigador e por pessoas delegadas pelo patrocinador Estou
recebendo uma coacutepia assinada deste Termo
Os pesquisadores responsaacuteveis pelo Projeto satildeo a Dra Lizanka Paola F Marinheiro e
sua aluna a Dra Adriana de Mattos Viveiros da Costa
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Participante
Nome _________________________________
Assinatura________________________________
Data_________________________________________
Investigador
Nome____________________________________
Assinatura________________________________
Data_______________________________________
Pesquisadora
Nome______________________________________
Assinatura___________________________________
Data__________________________________________
Dra Lizanka Paola F Marinheiro
lizankaglobocom
tel 25541700
Dra Adriana de Mattos Vda Costa
adrianamattosmedyahoocombr
tel 87273315
Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa
Rua Afonso Cavalcanti 455 sala 710 ndash Cidade Nova -
Telefone 3971-1463
13
Estima-se que 70 das fraturas de quadril esperadas para 2050 ocorreratildeo na Aacutesia
Ameacuterica Latina e Aacutefrica (Cooper 1999) Jaacute na Europa segundo dados da Fundaccedilatildeo
Internacional de Osteoporose estima-se que uma em cada trecircs mulheres acima dos 50 anos
teraacute fratura por fragilidade oacutessea E na Uniatildeo Europeia ocorre uma fratura a cada 30 segundos
e se espera que para essa populaccedilatildeo o nuacutemero de fraturas dobre nos proacuteximos 50 anos
(International Osteoporosis Foundation 2005)
Estudos realizados sobre os custos da osteoporose e suas consequecircncias demonstram
que os gastos com essa doenccedila impressionam O estudo de Silva et al (2003) somou os gastos
com as internaccedilotildees para reduccedilotildees ciruacutergicas as reduccedilotildees incruentas o tratamento
conservador os gastos com cirurgias para a retirada de proacutetese internaccedilotildees de longa
permanecircncia consultas meacutedicas e fisioterapia chegando agrave conclusatildeo de que os custos do
SUS com o tratamento das fraturas eacute de mais de 20 milhotildees de reais por ano Tambeacutem
Tosteson et al (2008) fizeram um levantamento de custos do tratamento da osteoporose em
uma populaccedilatildeo de mulheres americanas em 2005 e mostrou que os custos anuais com
medicamentos satildeo altiacutessimos
Sobre os exames realizados para avaliaccedilatildeo da osteoporose os principais usados satildeo a
densitometria oacutessea e a ultrassonometria oacutessea de calcacircneo (USO) A densitometria oacutessea eacute
considerada o padratildeo-ouro para o diagnoacutestico de osteoporose pela Organizaccedilatildeo Mundial da
Sauacutede (OMS) desde 1994 poreacutem este exame estima apenas a densidade mineral oacutessea A
USO busca refletir outros paracircmetros aleacutem da densidade mineral oacutessea avaliando o risco de
fratura com eficiecircncia similar agrave densitometria oacutessea (Oliveira et al 2004 Castro 2000)
Embora os fatores cliacutenicos de riscos (FCRs) em populaccedilotildees de risco para osteoporose
e fratura estejam bem estabelecidos especialmente em estudos internacionais sua prevalecircncia
14
na populaccedilatildeo brasileira em geral natildeo estaacute clara porque ainda faltam estudos sobre o tema Um
dos principais estudos sobre a avaliaccedilatildeo de FCR foi o BRAZOS (Pinheiro et al 2010a) Ele
natildeo avaliou os fatores de risco relacionados agrave massa oacutessea mas os seus resultados permitem
inferir que esses fatores de risco satildeo muito semelhantes agravequeles relacionados agrave fratura por
baixo impacto Pinheiro et al (2010) demonstrou que os principais FCRs associados agrave fratura
por osteoporose de qualquer siacutetio esqueleacutetico de um total de 2420 indiviacuteduos apoacutes ajustes
estatiacutesticos foram histoacuteria familiar de fratura de quadril idade avanccedilada e baixo peso E que
a associaccedilatildeo de FCR agraves medidas de massa oacutessea poderia melhorar a discriminaccedilatildeo de
pacientes com maior risco de fratura osteoporoacutetica (Pinheiro et al 2010a b)
Atualmente existe uma ferramenta chamada FRAXreg utilizada por meacutedicos em vaacuterios
paiacuteses baseado na pratica meacutedica usando uma combinaccedilatildeo de fatores cliacutenicos e densidade
mineral oacutessea O FRAXreg eacute usado para predizer o risco de fratura nos proacuteximos dez anos com
implicaccedilotildees diretas na decisatildeo do tratamento e custos (Kanis et al 2008 Pinheiro et al 2009)
Poreacutem o risco absoluto de fraturas depende da populaccedilatildeo estudada e essa ferramenta ainda
natildeo foi aprovada para uso no Brasil Assim estudos epidemioloacutegicos representativos sobre
fatores de risco para fraturas ainda continuam sendo necessaacuterios (Pinheiro et al 2009)
Em 2003 a dissertaccedilatildeo de mestrado da Dra Patriacutecia Pereira de Oliveira verificou o
risco aumentado de fraturas por osteoporose atraveacutes da USO (Oliveira et al 2007) na
populaccedilatildeo de mulheres menopausadas na ilha de Paquetaacute-RJ Em nosso estudo verificaremos
se existe uma correlaccedilatildeo entre os achados ultrassonograacuteficos e as fraturas cliacutenicas na mesma
populaccedilatildeo por ela utilizada aleacutem outros fatores de risco para fraturas serem contemplados
como doenccedilas de base tempo de menopausa medicamentos entre outros Isto se justifica
pela necessidade de termos no Brasil dados sobre a incidecircncia de fraturas por fragilidade
oacutessea e fatores de risco a ela relacionados desenvolvidos em uma populaccedilatildeo brasileira e
15
residente de uma ilha localizada no litoral fluminense Jaacute que a literatura nessa aacuterea eacute escassa
e para que compreendendo melhor a dinacircmica da fratura por fragilidade oacutessea possamos
intervir antes que ela ocorra melhorando a qualidade de vida dessas mulheres e diminuiacutedo os
gastos com a sauacutede
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3 Objeto de Estudo
Estudo de fatores associados agraves fraturas por fragilidade oacutessea em mulheres na poacutes-
menopausa atendidas em uma unidade baacutesica de sauacutede
Questionamento
Quais os fatores associados agrave ocorrecircncia de fraturas em mulheres poacutes-menopausa
acompanhadas em uma unidade baacutesica de sauacutede
31 Objetivos
311 Geral
Avaliar os fatores relacionados agrave ocorrecircncia de fraturas em mulheres poacutes-menopausa
acompanhadas em uma unidade baacutesica de sauacutede
312 Especiacuteficos
a- Avaliar se a ocorrecircncia de fraturas foi maior nas pacientes identificadas como risco
aumentado para fraturas pelo ultrassonometria oacutessea de calcacircneo preacutevia
b- Verificar a associaccedilatildeo entre as fraturas por fragilidade oacutessea e os dados cliacutenicos
comportamental e demograacuteficos (idade e sexo) das pacientes
c- Analisar se o tempo de menopausa influencia a ocorrecircncia de fraturas por fragilidade
oacutessea
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4 Marco Teoacuterico
A osteoporose pode ser definida como doenccedila osteometaboacutelica caracterizada pela
diminuiccedilatildeo da densidade mineral oacutessea com alteraccedilotildees na sua microestrutura que conduzem
a um aumento da fragilidade oacutessea e uma tendecircncia a fraturas por traumatismos pouco
intensos Dado o exposto esta constitui o verdadeiro problema de sauacutede puacuteblica devido agrave sua
alta taxa de morbimortalidade e altos custos (Vianna et al 2001 International Osteoporosis
Foundation 2005)
Com relaccedilatildeo ao hipoestrogenismo observa-se que as mulheres apresentam uma perda
oacutessea mais acelerada nos dez primeiros anos apoacutes a instalaccedilatildeo da menopausa do que os
homens da mesma idade adquirindo risco de fratura mais precocemente do que eles (NHI
2001) Esta diminuiccedilatildeo de massa oacutessea total poderaacute ser ateacute dez vezes a diminuiccedilatildeo ocorrida
antes deste periacuteodo podendo chegar a 2 a 4 ao ano para o osso trabecular e de 1 para o
cortical (NHI 2001) A deficiecircncia de estrogecircnio aumenta o remodelamento oacutesseo e pode
agravar o desequiliacutebrio nas unidades de remodelamento com o aumento do tempo de vida dos
osteoclastos em detrimento dos osteoblastos (Fyhrie amp Schaffler 1994)
Na maioria dos casos a perda oacutessea eacute assintomaacutetica Quando sinais e sintomas da
osteoporose aparecem se relacionam com a ocorrecircncia de fraturas mais comumente na
porccedilatildeo distal do antebraccedilo (fratura de Colles) na coluna vertebral e no colo do fecircmur
(International Osteoporosis Foundation 2005) A maior incidecircncia de fraturas eacute observada
em mulheres brancas na poacutes menopausa (Pinheiro et al 2010a b)
Pinheiro et al (2010) analisaram 275 mulheres caucasoacuteides acima dos 50 anos e
acharam que 44 jaacute possuiacuteam algum tipo de fratura por osteoporose (Pinheiro et al 2010b)
A dor oacutessea eacute consequumlecircncia tanto das fraturas quanto das deformidades oacutesseas As fraturas
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vertebrais satildeo as mais comuns poreacutem satildeo geralmente assintomaacuteticas e portanto menos
diagnosticadas Poreacutem podem causar dor perda de peso deformidade na coluna espinhal e
perda de estabilidade ao andar (International Osteoporosis Foundation 2005) Apenas 10
das fraturas de veacutertebras cursam com hospitalizaccedilatildeo mesmo que causem dor e diminuiccedilatildeo da
qualidade de vida Elas ocorrem entre os 50 e 60 anos de idade com maior frequecircncia
(International Osteoporosis Foundation 2005)
Jaacute as fraturas do fecircmur satildeo as mais letais devido a complicaccedilotildees poacutes-operatoacuterias As
principais causas de mortalidade satildeo as infecccedilotildees e tromboembolismo As fraturas de quadril
satildeo menos prevalentes do que as vertebrais poreacutem de maior gravidade devido agraves altas taxas
de morbimortalidade aleacutem do alto custo para a famiacutelia e para o sistema puacuteblico de sauacutede A
mortalidade apoacutes uma fratura de quadril eacute de cerca de 20- 24 no ano seguinte a fratura
sendo acompanhada de periacuteodos de hospitalizaccedilatildeo prolongados (International Osteoporosis
Foundation 2005 Silveira et al 2005) Estimativas apontam que no ano de 2050 ocorreratildeo
aproximadamente 65 milhotildees de fratura de quadril em todo mundo (Cooper 1999) As
fraturas de punho satildeo as mais facilmente observadas por mulheres no climateacuterio chegando a
originar seis milhotildees de dias de restriccedilatildeo de trabalho por ano (International Osteoporosis
Foundation 2005)
Aleacutem do custo pessoal o impacto econocircmico gerado pela osteoporose eacute enorme
Atraveacutes do mundo eacute estimado que uma em cada trecircs mulheres acima dos 50 anos teraacute fraturas
por osteoporose Na Europa no ano 2000 foi estimada uma ocorrecircncia de 379 milhotildees de
fraturas por fragilidade oacutessea sendo que destas 890 mil eram de quadril (Tosteson et al
2008) Eacute sabido que apenas metade das pacientes que sobrevivem agrave fratura de quadril voltaraacute
a andar novamente mas dificilmente com a mesma agilidade que andava antes da fratura
Apesar de a osteoporose ser facilmente diagnosticada atraveacutes de exames e seu tratamento
19
poder ser instituiacutedo ainda eacute uma doenccedila muito subdiagnosticada e subtratada Eacute estimada na
comunidade europeacuteia que uma em cada trecircs fraturas de vertebrais recebe a atenccedilatildeo cliacutenica
que merece E uma pessoa com fratura de veacutertebra tem ateacute cinco vezes mais chance de
desenvolver nova fratura no ano seguinte fenocircmeno conhecido como fratura em cascata
(Lindsay et al 2001)
Tradicionalmente a osteoporose eacute reconhecida como uma doenccedila multifatorial sendo
70 desses fatores natildeo modificaacuteveis isto eacute definidos pela carga geneacutetica e 30
potencialmente modificaacuteveis e assim envolvidos com os aspectos ambientais Dessa forma
um uacutenico fator de risco natildeo eacute capaz de identificar indiviacuteduos com ou sem fratura Diferenccedilas
geneacuteticas raciais e antropomeacutetricas bem como da composiccedilatildeo corporal densidade oacutessea
dieta atividade fiacutesica e outros haacutebitos de vida contribuem para explicar as divergecircncias na
incidecircncia e na prevalecircncia de baixa densidade oacutessea e fraturas em diversos paiacuteses do mundo
(Pinheiro et al 2010b c) Os aspectos geneacuteticos desempenham importante influecircncia sobre a
aquisiccedilatildeo do pico de massa oacutessea e perda oacutessea relacionada agrave idade bem como na
determinaccedilatildeo das propriedades estruturais e geomeacutetricas do osso No entanto a associaccedilatildeo
entre diferentes polimorfismos gecircnicos e densidade oacutessea ou fraturas por osteoporose eacute
bastante controversa e varia em diferentes estudos inclusive no Brasil fato que pode ser
tomado como um provaacutevel reflexo das diferenccedilas de etnia e ambiental das populaccedilotildees
estudadas Da mesma forma os fatores ambientais natildeo permitem uniformizar e homogeneizar
o impacto de cada um deles em cada regiatildeo do planeta (Pinheiro et al 2010c)
Atualmente a densitometria oacutessea eacute o meacutetodo mais utilizado para avaliar a massa
oacutessea Eacute o padratildeo ouro para o diagnoacutestico de osteoporose A densidade mineral oacutessea (DMO)
eacute expressa em nuacutemero absolutos em gramas de mineral por centiacutemetro quadrado escaneado
ou ainda comparado com a DMO esperada para a idade e sexo da paciente (z escore) ou
20
comparado a DMO de adultos jovens normais do mesmo sexo (t-escore) A diferenccedila entre o
escore do paciente e o padratildeo eacute expressa em desvios padrotildees acima ou abaixo da meacutedia
(Castro et al 1999)
Segundo a Sociedade Brasileira de Densitometria Cliacutenica no consenso de 2008 satildeo
indicaccedilotildees para avaliaccedilatildeo da densidade mineral oacutessea (Brandatildeo et al 2009)
rdquoMulheres com idade gt a 65 anos e homens com idade gt a 70 anos
Mulheres acima de 40 anos na transiccedilatildeo menopausal (1-2) e homens acima de 50
anos de idade com fatores de risco
Adultos com antecedente de fratura por fragilidade condiccedilatildeo cliacutenica ou uso de
medicamentos associados agrave baixa massa oacutessea ou perda oacutessea
Indiviacuteduos para os quais satildeo consideradas intervenccedilotildees farmacoloacutegicas para
osteoporose
Indiviacuteduos em tratamento para osteoporose para monitoramento de sua eficaacutecia
Indiviacuteduos que natildeo estejam sob tratamento poreacutem nos quais a identificaccedilatildeo de perda
de massa oacutessea possa determinar a indicaccedilatildeo do tratamento
Mulheres interrompendo terapia hormonal (TH)rdquo
Arq Bras Endocrinol Metab 2009 531 pag108
A proacutepria definiccedilatildeo de osteoporose pela Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede reunida em
Hong Kong em 1994 estabeleceu criteacuterios diagnoacutesticos baseados em valores obtidos pela
densitometria oacutessea classificando como osteopecircnicas aquelas mulheres que apresentarem-se
entre 1 e 25 desvios-padratildeo (DP) abaixo da meacutedia para adultas jovens e de osteoporoacuteticas as
que se encontrarem com mais de 25 DP abaixo da meacutedia para adultas jovens (Castro et al
1999 WHO 1999)
A densitometria oacutessea apresenta como desvantagens no entanto o fato de utilizar uma
fonte de radiaccedilatildeo ionizante e possuir um elevado custo que limita seu uso em estudos
populacionais principalmente em nosso paiacutes onde os recursos destinados agrave sauacutede da
populaccedilatildeo mais carente satildeo miacutenimos Sempre tentando diminuir o impacto dos gastos com
21
sauacutede eacute estimulada a busca por meacutetodos natildeo poluentes e mais baratos mas que tragam as
mesmas informaccedilotildees que os meacutetodos jaacute estabelecidos Em funccedilatildeo disto a USO vem sendo
avaliada e alguns resultados promissores tecircm sido apresentados (Castro et al 1999) Baseia-se
na modificaccedilatildeo das caracteriacutesticas de ultrassom transmitido atraveacutes de ossos de localizaccedilatildeo
mais superficiais como no calcacircneo tiacutebia falanges ou patela Os sistemas atuais se
constituem de dois transdutores sendo um transmissor e outro receptor posicionados em
locais diferentes do osso a ser estudado Os aparelhos existentes entre noacutes avaliam o
calcacircneo osso predominantemente trabecular atraveacutes das medidas de velocidade de
transmissatildeo do ultrassom (SOS em ms) e da atenuaccedilatildeo da frequumlecircncia do ultrassom (BUA em
dBMHz) (Kanis et al 2008) Novamente de acordo com a orientaccedilatildeo da Sociedade Brasileira
de Densitometria Cliacutenica de 2008 as recomendaccedilotildees para ultrassonometria oacutessea satildeo
(Brandatildeo et al 2009)
rdquoO uacutenico siacutetio validado para o uso cliacutenico da USO em osteoporose eacute o calcacircneo
Equipamentos de USO de calcacircneo validados satildeo capazes de estimar fratura por
fragilidade em mulheres na poacutes-menopausa e em homens com idade superior a 65 anos
independentemente da densidade mineral oacutessea medida em equipamentos de DMO
central
A correlaccedilatildeo entre os resultados obtidos por USO e DMO ccccccc entral eacute
moderada
USO do calcacircneo associada a fatores de risco cliacutenicos podem ser usados para
identificar populaccedilatildeo com baixa probabilidade de fratura na qual avaliaccedilatildeo adicional
natildeo seja mais necessaacuteria
Medidas de DMO central na coluna e no fecircmur constituem o meacutetodo de escolha para a
tomada de decisatildeo terapecircutica Entretanto se a DMO central natildeo for acessiacutevel o
tratamento farmacoloacutegico pode ser iniciado se a probabilidade de fratura avaliada pelo
USO do calcacircneo com pontos de corte especiacuteficos associados a fatores de risco
cliacutenicos for suficientemente alta
Equipamentos de USO natildeo satildeo clinicamente uacuteteis no monitoramento de efeitos
esqueleacuteticos dos medicamentos disponiacuteveis para o tratamento da osteoporoserdquo
Arq Bras Endocrinol Metab 2009 531 pag110
22
Em 2003 foi realizada uma dissertaccedilatildeo de mestrado (Oliveira et al 2007) sobre a
utilizaccedilatildeo do USO para estimar a prevalecircncia de risco aumentado de fraturas em uma
populaccedilatildeo de mulheres na poacutes menopausa residentes da Ilha de Paquetaacute Em trabalho
realizado por Oliveira e cols nesta instituiccedilatildeo Foi realizado um estudo transversal com
recrutamento de 385 mulheres residentes da Ilha Todas as mulheres responderam a
questionaacuterio previamente estruturado e foram submetidas a medidas antropomeacutetricas e a
USO As medidas de USO foram realizadas segundo o manual do fabricante A idade da
populaccedilatildeo estudada variou entre 42 e 95 anos Os resultados encontrados mostram que
5922 da amostra apresentava algum tipo de alteraccedilatildeo a USO com t score menor que -1
Esse grupo era composto por mulheres mais idosas com menor peso menor altura e menor
percentual de gordura quando comparado com o grupo com t score lt ndash 1 Foi encontrado que
1688 das pesquisadas possuiacuteam alto risco para fraturas com t score lt -25 E as mulheres
do grupo de alto risco tinham maior peso e IMC paracircmetros conhecidos como protetores
Embora divergente da literatura a autora atribui esses resultados a caracteriacutesticas das
mulheres mais idosas em um contexto social de baixa escolaridade e renda (Oliveira et al
2007)
23
5 Materiais e Meacutetodos
51 Populaccedilatildeo
A Ilha de Paquetaacute dista aproximadamente 15 km da Praccedila XV no Centro da Cidade
do Rio de Janeiro sendo a principal ilha do arquipeacutelago de Paquetaacute situada ao nordeste da
Baiacutea de Guanabara A populaccedilatildeo e frequecircncia da Ilha satildeo extremamente sazonais sendo
aproximadamente 2200 domiciacutelios (entre moradores e veranistas) Os moradores fixos
correspondem a 4500 pessoas em sua maioria de famiacutelias antigas na Ilha das quais 208
satildeo idosos ultrapassando ateacute mesmo a meacutedia nacional que eacute em torno de 12 (IBGE
2009a) Este iacutendice faz de Paquetaacute o erceiro bairro em nuacutemero de idosos no municiacutepio sendo
que sua populaccedilatildeo pode ser considerada envelhecida segundo os criteacuterios da Organizaccedilatildeo
Mundial da Sauacutede (OMS 2003) Embora a maioria da populaccedilatildeo seja branca existem 109
de negros 256 de pardos e 01 de iacutendios Cerca de 90 dos domiciacutelios possuem aacutegua
tratada e 9957 tratamento de esgoto As famiacutelias residentes nesta regiatildeo satildeo compostas em
meacutedia por trecircs pessoas com rendimento meacutedio per capita de 301 salaacuterios miacutenimos (IPEA
2000) e o transporte urbano eacute feito basicamente a peacute por bicicletas ou charretes puxadas por
ciclistas (IBGE 2009a)
52 Tipo de estudo
Foi realizado um estudo de coorte prospectivo na ilha de PaquetaacuteRJ no ano de 2011
Foram inicialmente alocadas todas as mulheres que participaram do estudo anterior
desenvolvido no ano de 2003 (Oliveira et al 2007)
24
53 Criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo
Os criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo foram os mesmos utilizados do estudo anterior
(Oliveira et al 2007) Sendo os criteacuterios de inclusatildeo as mulheres que estavam na menopausa
e que tinham residecircncia fixa na Ilha de Paquetaacute e os criteacuterios de exclusatildeo a historia pessoal
de doenccedilas que sabidamente afetam o metabolismo oacutesseo direta ou indiretamente (como
artrite reumatoacuteide luacutepus eritematoso sistecircmico hiperparatireoidismo osteogecircnese imperfeita)
e as neoplasias malignas exceto carcinoma basocelular de pele
54 Alocaccedilotildees de pacientes
A populaccedilatildeo elegiacutevel era constituiacuteda pelas 385 mulheres alocadas no estudo inicial
(Oliveira et al 2007) No trabalho de Oliveira et al (2007) foi realizado um estudo transversal
com recrutamento por auto-seleccedilatildeo ou demanda espontacircnea no ano de 2003 na Ilha de
Paquetaacute Rio de Janeiro Brasil Foram estudadas 385 mulheres na poacutes-menopausa
(diagnoacutestico cliacutenico) residentes no local apoacutes a aplicaccedilatildeo dos criteacuterios de exclusatildeo
(existecircncia de pino metaacutelico ou edema com cacifo em ambos os peacutes ou impossibilitadas de
posicionar os peacutes no aparelho de ultra-sonometria oacutessea) Todas as mulheres responderam na
eacutepoca a um questionaacuterio e foram submetidas a medidas antropomeacutetricas e agrave USO
No presente estudo considerando uma significacircncia de 95 e um poder de 80 uma
prevalecircncia de 15 de fraturas na populaccedilatildeo de risco (Clark et al 2009) o tamanho amostral
previsto foi de 130 mulheres Poreacutem devido agraves perdas o tamanho amostral final foi de 86
pacientes
Atraveacutes do banco de dados jaacute existente todas as pacientes foram re-contactadas As
mulheres foram localizadas atraveacutes de telefonemas e comparecimento no hospital local onde
25
eacute realizado a atenccedilatildeo baacutesica de sauacutede Foram realizados pelo menos 2 telefonemas com
intervalo de 1 semana entre eles Como ldquoperdasrdquo foram consideradas as pacientes natildeo
encontradas apoacutes os dois telefonemas (035 dos telefones estavam errados e 049 das
pacientes tinham telefone quebrado ou ocupado) pacientes que natildeo quiseram ou natildeo
puderam responder ao questionaacuterio (008) e pacientes falecidas (006)
As pacientes selecionadas foram submetidas a um questionaacuterio de avaliaccedilatildeo de fatores
relacionados agrave fragilidade oacutessea conhecido como European Vertebral Osteoporosis Study
(EVOS) jaacute validado previamente para o portuguecircs (OrsquoNeill et al 1996) e jaacute utilizados em
importantes estudos (Pinheiro et al 2006 Clark et al 2009) O questionaacuterio EVOS eacute
composto por dados soacutecio-demograacuteficos (idade estado civil escolaridade cor renda familiar
e nuacutemero de dependentes desta haacutebitos de vida) e histoacuteria reprodutiva pessoal sumaacuteria
(idade da menarca idade da menopausa tipo de menopausa) Os dados antropomeacutetricos
foram aferidos segundo criteacuterios adotados internacionalmente com medidas de peso e altura
observando intervalos de 01kg e 001m respectivamente
A definiccedilatildeo de fratura por fragilidade oacutessea foi a mesma utilizada por Pinheiro et al
(2010a) como aquela resultante de uma queda da proacutepria altura ou trauma menos intenso em
indiviacuteduos com 50 anos ou mais em siacutetios esqueleacuteticos especiacuteficos antebraccedilo fecircmur
costelas veacutertebras e uacutemero E a documentaccedilatildeo de fraturas foi realizada atraveacutes de relato da
paciente (fratura referida) As fraturas traumaacuteticas (apoacutes acidente automobiliacutestico ou outras
condiccedilotildees sob forte impacto) ou as de baixo impacto natildeo relacionadas agrave osteoporose (como
por exemplo as de face tornozelo metacarpo falanges) natildeo foram consideradas
O estudo obedeceu aos criteacuterios de eacutetica preconizados pela resoluccedilatildeo no 19696 do
Conselho Nacional de Sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede e foi aprovado previamente pelo Comitecirc
26
de Eacutetica em Pesquisa da FiocruzIFF e pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Prefeitura Todas
as mulheres assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido antes de qualquer
procedimento
55 Anaacutelise Estatiacutestica
Os dados foram registrados em planilha Excel e analisados pelo programa Statistical
Package for Social Sciences (SPSS) versatildeo 170 Para avaliar diferenccedilas entre os grupos as
variaacuteveis categoacutericas foram avaliadas pelo Qui-quadrado de Pearson ou o teste exato de
Fisher A relaccedilatildeo entre as variaacuteveis categoacutericas e ordinal e entre as variaacuteveis numeacutericas foi
avaliada pelo teste de Mann-Whitney que eacute um teste natildeo-parameacutetrico que equivale ao teste t
escolhido pelo tamanho da amostra A relaccedilatildeo entre as variaacuteveis numeacutericas foi avaliada pelo
coeficiente de Sperman que eacute uma estatiacutestica natildeo parameacutetrica utilizada para dados natildeo
normais eou amostra pequena Para todos os testes o niacutevel de significacircncia adotado foi de
5 A variaacutevel dependente foi a presenccedila de fratura (sim ou natildeo) e as variaacuteveis
independentes foram idade (em anos) resultado de USO (normal ou alterado) tempo de
menopausa (em anos) siacutetio de localizaccedilatildeo de fraturas IMC (abaixo do pesonormal
sobrepeso obeso) tabagismo (fumante ou natildeo fumante) atividade fiacutesica (leve
moderadapesada) frequecircncia diaacuteria de ingestatildeo de leite (em coposdia) e as variaacuteveis
binaacuterias como o histoacuterico familiar de fratura de quadril osteoporose uso de anticoncepcional
ausecircncia de menstruaccedilatildeo retirada de uacutetero ou ovaacuterios amamentaccedilatildeo paciente acamado e
etilismo O caacutelculo do risco relativo (RR) foi feito para avaliar a relaccedilatildeo entre o USO e a
presenccedila de fraturas Para isso foi considerado pacientes com USO normal aqueles com
resultados do T-score gt-11 e USO alterado aqueles com T-score lt-11 O niacutevel de atividade
fiacutesica foi classificado em atividade leve (trabalho burocraacutetico em escritoacuterio na maior parte
do tempo sentado) atividade moderada (trabalhos na maior parte do tempo em peacute como
27
vendedor e dona-de-casa) atividade pesada (enfermeira empregada domeacutestica) Oliveira et al
2010) Para caacutelculo aproximado da ingestatildeo alimentar diaacuteria de caacutelcio utilizou- se uma
adaptaccedilatildeo da Tabela Brasileira de Composiccedilatildeo de Alimentos 1 fatia queijo (90mg) 1 copo
de iogurte (1212mg) 1 copo leite (257mg) 1 bola se sorvete (135mg) E no final todos esses
alimentos foram convertidos em quantidade ingerida de copos de leite
28
6 Resultados Encontrados
61 Gerais
As caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas da populaccedilatildeo estudada estatildeo listadas na
tabela 1 A idade meacutedia das pacientes foi de 725 anos (DPplusmn 87) com a idade da menopausa
460 anos (DPplusmn 61) o tempo de menopausa 261 anos (DPplusmn 97) e o IMC de 264 (kgm2)
(DPplusmn 55) Essas caracteriacutesticas quando comparadas com o estudo anterior de 2003 (tabela
2) confirmam tratar-se da mesma populaccedilatildeo Apenas a idade e o tempo de menopausa
evidenciam ser a nossa populaccedilatildeo mais idosa Fator que se justifica pelo tempo ocorrido entre
os dois estudos
A incidecircncia de fratura por fragilidade oacutessea encontrada foi de 21 evidenciado no
graacutefico 1 Os principais siacutetios de fratura satildeo analisados na tabela 3 tendo como sitio principal
o antebraccedilo com 50 seguido pelo peacute com 192 e uacutemero 145 Jaacute na tabela 4 e no graacutefico
2 pode ser observado que a idade da populaccedilatildeo estudada variou entre 54 e 97 anos com meacutedia
de 72 anos com DP plusmn 90 No grupo de pacientes fraturadas 50 tinham entre 65 e 79 anos
sugerindo ser essa faixa etaacuteria mais susceptiacutevel as fraturas por fragilidade oacutessea
62 USO preacutevia X Fraturas
Foi verificado na tabela 5 a associaccedilatildeo entre o resultado da (USO) preacutevia e o desfecho
fraturas por fragilidade oacutessea De todas as pacientes que fizeram USO no estudo inicial 66
participaram deste estudo Das 50 pacientes que tiveram o USO alterado 22 tiveram
fraturas nesse periacuteodo E as pacientes com USO considerada normal 194 tiveram fraturas
por fragilidade oacutessea O RR= 113 (IC95 048 - 263) sugere que as mulheres que tiveram
29
USO alterado tem um risco de fraturar de 13 maior em relaccedilatildeo as pacientes com resultado
de USO considerado normal
63 Caracteriacutesticas cliacutenicas e comportamentais X Fratura
As pacientes foram analisadas quanto as variaacuteveis clinicas e comportamentais
Considerando a tabela 6 as pacientes que tiveram fraturas se mostraram com maior
sobrepeso ou obesas (722) com maior historia familiar de fratura de quadril (133) e
com maior diagnostico de osteoporose (471) do que as pacientes sem fraturas (p
valorgt005) Jaacute o uso de anticoncepcional ou o uso de reposiccedilatildeo hormonal natildeo se mostraram
ser relevantes para ocorrecircncia de fraturas nessa amostra E 235 das pacientes acamadas por
mais de dois meses sofreram alguma fratura com p valor lt005 Evidenciando associaccedilatildeo
entre a paciente ficar acamada por mais de dois meses e sofrer fratura por fragilidade oacutessea
Avaliando a tabela 7 foi notado que apenas 125 das pacientes que tiveram fratura eram
tabagistas e 167 eram etilistas natildeo se mostrando essas caracteriacutesticas como fatores de
risco A atividade fiacutesica moderadapesada ateacute 25 anos e acima de 50 anos apresentou
percentuais de 441 e 382 respectivamente Aleacutem disso entre 25 e 50 anos 444 das
pacientes com atividade fiacutesica moderadapesada tiveram fraturas e 441 das pacientes natildeo
tiveram fraturas para essa faixa etaacuteria (p valor gt005) Sendo assim natildeo houve associaccedilatildeo
entre a atividade fiacutesica e as fraturas Em relaccedilatildeo ao item ingestatildeo de leite apoacutes os 50 anos
456 das pacientes que natildeo tiveram fraturas ingeriam de 1 a 2 copos de leite por dia e
apenas 44 ingeriam mais de 3 copos de leite por dia No caso das pacientes que tiveram
fraturas apoacutes os 50 anos foi observado que 50 ingeriam de 1 a 2 copos de leite por dia e
167 ingeriam 3 copos ou mais de leite
30
64 Tempo de menopausa X Fratura
As pacientes foram avaliadas graacutefico 3 para verificar a associaccedilatildeo entre o tempo de
menopausa e o desfecho das fraturas A mediana do tempo de menopausa encontrado em
ambos os grupos foi de 262 com DP de plusmn98 Metade das pacientes que tiveram fraturas tem
entre 193 e 293 anos de menopausa com DP de plusmn72 A correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade
tempo de menopausa e IMC foi observado na tabela 8 onde evidenciada uma associaccedilatildeo
positiva entre a idade e o tempo de menopausa nos grupos de pacientes com e sem fraturas
Assim como foi verificado uma associaccedilatildeo negativa de quanto maior a idade e o tempo de
menopausa menor o IMC
31
Graacutefico 1
Graacutefico 2
32
Graacutefico 3
33
Tabela 1- Caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas das
mulheres poacutes menopausa (n=86)
Caracteriacutesticas Meacutedia plusmn desvio padratildeo
Idade (anos) 7255 plusmn 897
Idade da
menarca (anos) 1324 plusmn 184
Idade da
menopausa
(anos)
4608 plusmn 614
Tempo de
menopausa
(anos)
2618 plusmn976
Peso (kg)sect 6342 plusmn 1055
Altura (m)deg 155 plusmn 008
IMC (kgm2) 2643 plusmn 557
n=85 sectn=83 ordmn=82 n=81 n=80
Tabela 2-Caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas das
mulheres poacutes menopausa em 2003
Caracteriacutesticas Meacutedia plusmn desvio padratildeo
Idade (anos) 6463plusmn1270
Idade da
menarca (anos)
1304 plusmn 193
Idade da
menopausa
(anos)
4755 plusmn 601
Tempo de
menopausa
(anos)
1700 plusmn 1076
Peso (kg)sect 6533 plusmn 1270
Altura (m)deg 155 plusmn 006
IMC (kgm2) 2696 plusmn 477
34
Tabela 3 ndash Incidecircncia de fraturas em mulheres poacutes menopausa segundo a
localizaccedilatildeo de fratura 2003-2011
Tipo da fratura
n
Veacutertebra 1 38
Fecircmur 1 38
Costela 2 77
Antebraccedilo 13 500
Uacutemero 4 145
Peacute 5 192
Total 26 1000
Nota Algumas pacientes tiveram mais de uma fratura no periacuteodo
Tabela 4- Relaccedilatildeo entre idade e fratura nas mulheres na poacutes menopausa
Total
Fratura
Idade (anos) Natildeo Sim
N () n () n ()
54 a 64 anos 18 209 14 206 4 222
65 a 79 anos 48 558 39 574 9 500
80 a 97 anos 20 233 15 221 5 278
Total 86 1000 68 1000 18 1000
Meacutedia (DP) 725 (90) 713 (77) 729 (93)
Nota P-valor pelo teste de Mann-Whitney=0813
35
Tabela 5 - Incidecircncia de fratura em mulheres poacutes-menopausa segundo
resultado da USO 2003-2011
Resultado da
USO
Total
Fratura p-valor
Sim Natildeo
n n
()
IC95 n
()
Normal 36 7 194
89 -
3472
29 806
0496
Alterado 50 11 220
121 -
350
39 780
Total 86 18 209
133 -
305
68 791
Nota Risco relativo = 113 (IC95 048 - 263)
36
Tabela 6 ndash Caracteriacutesticas cliacutenicas de mulheres poacutes-menopausa segundo
fratura (n=86)
Fratura
Natildeo (n=68) Sim (n=18) Total
n ( ) n ( )
IMC
Abaixo do pesoNormal 24 (353) 5 (278) 28 0792
Sobrepeso 27 (397) 9 (500) 36
Obeso 17 (250) 4 (222) 21
Histoacuterico familiar de fratura de quadril
Natildeo 66 (985) 13 (867) 79 0085
Sim 1 (15) 2 (133) 3
Osteoporose
Natildeo 44 (800) 9 (529) 53 0055
Sim 11 (200) 8 (471) 19
Uso de anticoncepcional
Natildeo 32 (485) 10 (556) 42 0791
Sim 34 (515) 8 (444) 42
Ausecircncia de mentruaccedilatildeo
Natildeo 60 (909) 16 (941) 76 1000
Sim 6 (91) 1 (59) 7
Retirou o uacutetero
Natildeo 46 (687) 9 (500) 55 0170
Sim 21 (313) 9 (500) 30
Retirou os ovaacuterios
Natildeo 53 (815) 11 (647) 64 0187
Sim 12 (185) 6 (353) 18
Reposiccedilatildeo hormonal
Natildeo 51 (761) 13 (722) 64 0763
Sim 16 (239) 5 (278) 21
Amamentou
Natildeo 14 (206) 4 (222) 18 1000
Sim 54 (794) 14 (778) 68
Acamado por mais de dois meses
Natildeo 63 (940) 13 (765) 76 0049
Sim 4 (60) 4 (235) 8
Caracteriacutesticas clinicas
p-valor do
teste exato
de Fisher
37
Tabela 7 - Caracteriacutesticas comportamentais de mulheres poacutes-menopausa segundo
fratura (n=86)
Fratura
Natildeo (n=68) Sim (n=18) Total
n ( ) n ( )
Tabagismo
Natildeo fumante 47 (758) 14 (875) 61 0499
FumanteEx-fumante 15 (242) 2 (125) 17
Etilismo no uacuteltimo ano
Natildeo 48 (706) 15 (833) 63 0376
Sim 20 (294) 3 (167) 23
Atividade fiacutesica ateacute os 25 anos
Leve 38 (559) 11 (611) 49 0792
ModeradaPesada 30 (441) 7 (389) 37
Atividade fiacutesica entre os 25 e 50 anos
Leve 38 (559) 10 (556) 48 1000
ModeradaPesada 30 (441) 8 (444) 38
Atividade fiacutesica acima dos 50 anos
Leve 42 (618) 12 (667) 54 0789
ModeradaPesada 26 (382) 6 (333) 32
Frequecircncia diaacuteria de leite ateacute 25 anos
Nenhummenos 1 copodia 34 (500) 8 (444) 42 0910
1 a 2 coposdia 31 (456) 9 (500) 40
3 coposdia ou mais 3 (44) 1 (56) 4
Frequecircncia diaacuteria de leite apoacutes 50 anos
Nenhummenos 1 copodia 34 (500) 6 (333) 40 0103
1 a 2 coposdia 31 (456) 9 (500) 40
3 coposdia ou mais 3 (44) 3 (167) 6
Caracteriacutesticas
comportamentais
p-valor do
teste exato
de Fisher
Tabela 8- Coeficientes de correlaccedilatildeo de Spearman (rs) entre idade IMC e tempo de
menopausa em mulheres poacutes-menopausa
Variaacuteveis
IMC IdadeTempo de
menopausa
r s 1 -0144 -0151
p-valor 0569 0550
r s -0227 1 0736
p-valor 0074 lt0001
r s -0295 0761 1
p-valor 0020 lt0001
Variaacuteveis
IMC
Idade
Tempo de menopausa
Nota o triacircngulo superior direito (parte hachurada) se refere agraves correlaccedilotildees para as mulheres com
fratura e o inferior esquerdo (parte natildeo hachurada) agraves mulheres sem fratura
38
7 Discussatildeo
No Brasil os principais fatores cliacutenicos de risco para fraturas por fragilidade oacutessea
eram extrapolados a partir de estudos internacionais O estudo vem acrescentar informaccedilotildees
para se conhecer os fatores relacionados agrave essas fraturas Nossos resultados revelam que a
idade avanccedilada a historia familiar de fratura de quadril o diagnoacutestico de osteoporose e
tambeacutem o paciente ficar acamado por mais de 2 meses foram considerados fatores de risco
para fraturas por fragilidade oacutessea
Esse estudo mostrou concordacircncia com a Johnell amp Kanis (2006) onde o principal
siacutetio mundial de fratura por fragilidade oacutessea nas mulheres apoacutes a menopausa foi o antebraccedilo
Segundo o estudo Latin American Vertebral Osteoporosis Study (LAVOS) (Clark et al
2009) a fratura vertebral eacute a mais prevalente da ameacuterica latina com uma prevalecircncia de
142 diferente do nosso estudo onde a coluna vertebral e o colo do fecircmur aparecem
juntos em uacuteltimo lugar na lista de incidecircncia dos siacutetios de fratura Isso pode ser atribuiacutedo
devido a diferenccedila nos criteacuterios de definiccedilatildeo de fraturas pois no LAVOS optou-se pela
medida radiograacutefica do local de fraturas enquanto no nosso estudo as fraturas foram referidas
pelas pacientes
Os consensos sobre osteoporose tecircm propostos algoritmos para identificar indiviacuteduos
de alto risco para fraturas (Kanis et al 2008 WHO 1999) Para tanto a associaccedilatildeo de fatores
de risco para fraturas com a medida da USO eacute de suma importacircncia embora sejam poucas as
pacientes que tecircm oportunidade de realizar esse exame (Oliveira et al 2007) Assim o
presente trabalho mostrou um risco para fraturas por fragilidade oacutessea 13 maior nas
pacientes com resultado de USO alterada em relaccedilatildeo as pacientes que tiveram resultados de
39
USO normais vindo de encontro aos resultados encontrados por Oliveira et al (2007)
Corroborando o USO como um meacutetodo confiaacutevel para a prediccedilatildeo de fraturas
E semelhante a Pinheiro et al (2010a) o presente estudo revelou que os principais
fatores de risco para fraturas por fragilidade oacutessea satildeo a idade avanccedilada a historia familiar de
fratura de quadril e a presenccedila de osteoporose Isso pode ser atribuiacutedo ao fato de que no
estudo de Pinheiro et al (2010a) assim como no nosso estudo a populaccedilatildeo ser
predominantemente de mulheres acima dos 65 anos e viverem em aacuterea urbana tendo haacutebitos
de vida parecidos
O achado em nosso estudo que apresentou significacircncia estatiacutestica refere-se ao fator
de risco ldquopaciente acamado por mais de dois mesesrdquo como disposto na literatura (Pinheiro et
al 2010b Demir et al 2008) O que acontece eacute que com o paciente acamado por tempo
prolongado um maior remodelamento oacutesseo eacute observado Os osteoclastos responsaacuteveis pela
absorccedilatildeo oacutessea sobrepotildee os osteoblastos predispondo as fraturas por fragilidade oacutessea
(Fyhrie amp Schaffler 1994) Assim observou-se no estudo que 235 das pacientes
acamadas por mais de dois meses sofreram alguma fratura por fragilidade oacutessea com p valor
lt005 Isso reafirma a associaccedilatildeo entre a paciente ficar acamada por mais de dois meses e
sofrer fratura por fragilidade oacutessea Por outro lado o exerciacutecio fiacutesico que estaacute sabidamente
relacionado ao aumento da resistecircncia muscular do equiliacutebrio e da flexibilidade contribuindo
para a reduccedilatildeo da perda oacutessea e melhora da sauacutede em geral (Chan 2003) natildeo se mostrou
como fator de proteccedilatildeo neste estudo Provavelmente devido ao baixo percentual encontrado
de pacientes que praticavam atividade fiacutesica moderada ou pesada
O elevado IMC e a terapia de reposiccedilatildeo hormonal natildeo desempenharam papel protetor
na nossa populaccedilatildeo como seria o esperado por estudos anteriores (Pinheiro et al 2010c
40
Buttros et al 2011) Ao contrario o sobrepeso e obesidade foram considerados fatores de
risco Isso pode ser atribuiacutedo ao IMC meacutedio dessa populaccedilatildeo ser 264 (kgm2) (DPplusmn 55)
limiacutetrofe para sobrepeso Embora esse dado demonstre contrariedade com a literatura que
estabelece relaccedilatildeo inversa entre obesidade e fraturas por fragilidade oacutessea em nosso estudo
ter maior peso e IMC natildeo seriam fatores de risco para fraturas e sim caracteriacutesticas das
mulheres mais idosas em um contexto social de baixa escolaridade e renda Esse fato eacute
confirmado pelos resultados da Pesquisa Nacional sobre Sauacutede e Nutriccedilatildeo ( Batista F et al
2003) que demonstraram caraacuteter ascendente da obesidade nos estratos de mulheres com baixa
renda residentes na regiatildeo Sudeste
Aleacutem disso haacutebitos de vida como tabagismo e etilismo sabidamente relacionados agrave
maior risco para fraturas por fragilidade oacutessea (Pinheiro et al 2010) tambeacutem natildeo se
mostraram estar associados nesse estudo
A necessidade de caacutelcio do ser humano varia ao longo da vida e uma ingestatildeo
adequada para mulheres acima de 50 anos eacute de 1200 mg pois com a idade o corpo
naturalmente perde um pouco da capacidade de absorccedilatildeo de minerais (Nuacutecleo de Estudos e
Pesquisas em Alimentaccedilatildeo 2006) O fato de apenas 44 das mulheres que natildeo tiveram
fraturas e 167 das mulheres que tiveram fraturas ter referido consumo superior a
900mgdia (3 ou mais copos) foi fator de surpresa principalmente levando-se em conta o PIB
per capita da cidade superior ao da maioria dos municiacutepios brasileiros (IPEA 2000)
Assim como em estudos preacutevios (Pinheiro et al 2010c NHI 2001 Demir et al
2008) nossos dados tambeacutem demonstraram o hipoestrogenismo como importante fator de
risco para fraturas por fragilidade oacutessea jaacute que as pacientes com fratura tecircm entre 19 e 29
anos de menopausa Em recente estudo Demir et al (2008) estudaram 2769 mulheres na
41
poacutes-menopausa correlacionando a ocorrecircncia de osteoporose com o tempo de menopausa
Demonstraram que 106 das pacientes com ateacute trecircs anos de poacutes-menopausa tinham
osteoporose contra 329 das pacientes com sete anos ou mais Acredita-se que a deficiecircncia
estrogecircnica seja responsaacutevel por dois terccedilos da perda de massa oacutessea levando
consequentemente agraves fraturas por fragilidade oacutessea assim como observado (Position
statement of the North American Menopause Society 2010)
Os dados deste estudo podem ser limitados pois apesar de tratar-se de uma coorte as
participantes reportaram dados referentes a estilo de vida dieta antecedentes familiares e
pessoais o que pode ter ocasionado algum vieacutes recordatoacuterio Outra limitaccedilatildeo eacute que como
avaliado por Oliveira et al (2007) esta populaccedilatildeo apresenta a maior parte das mulheres com
baixo niacutevel socioeconocircmico e escolaridade sem acesso agrave adequada educaccedilatildeo nutricional e agrave
atividade fiacutesica orientada Por outro lado resultados encontrados sem significacircncia estatiacutestica
podem ter sido ocasionados pelo tamanho amostral reduzido devido a dificuldade de
rastreamento da populaccedilatildeo uma vez que a unidade de sauacutede natildeo atualizou o endereccedilo e
telefone das mulheres eleitas para o estudo Talvez se tivesse sido realizado contato anual
com essas mulheres natildeo teriacuteamos perdido o seguimento delas
42
8 Conclusatildeo
Devido agrave sua alta prevalecircncia e associaccedilatildeo com mortalidade e incapacidade a fratura
devido agrave fragilidade oacutessea deve ser considerada um problema de sauacutede puacuteblica no Brasil
Apesar das limitaccedilotildees o presente estudo foi realizado de forma prospectiva em mulheres
brasileiras na poacutes-menopausa devendo os seus resultados serem levados em consideraccedilatildeo
para a formulaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas de sauacutede para a prevenccedilatildeo e estrateacutegias de tratamento
para as fraturas Os fatores de risco encontrados como a idade avanccedilada a histoacuteria familiar
de fratura de quadril e a presenccedila de osteoporose devem ser acompanhados e combatidos para
tentar-se diminuir o risco para as fraturas Assim como o USO mostrou ser um meacutetodo
confiaacutevel para avaliar o risco para fraturas podendo ser implementado em maior escala do
que a atual Entatildeo acreditamos que novos estudos prospectivos com uma amostra mais
representativa devam ser realizados para se confirmar os fatores associados a fraturas por
fragilidade oacutessea na populaccedilatildeo brasileira para cada vez mais conhecermos o perfil da nossa
populaccedilatildeo e termos subsiacutedios para combater esse agravo
43
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48
10 Anexo 1 - Instrumento de coleta - EVOS (EUROPEAN VERTEBRAL
OSTEOPOROSIS STUDY)
Data _________
Nome________________________________________________________
Endereco_____________________________________________________
Fone _____________ Data de nascimento _________ RG
1- Dados antropomeacutetricos
Peso (Kg) Altura (m) IMC
2- Dados Ginecoloacutegicos
Idade da primeira menstruacao anos
Vocecirc jaacute usou piacutelula anticoncepcional por mais de 3 meses
sim natildeo natildeo sei
Vocecirc jaacute ficou algum periacuteodo em sua vida sem menstruar antes da menopausa (exceto se
gravidez) sim natildeo natildeo sei
Idade da ultima menstruaccedilatildeo anos
Numero de filhos
Vocecirc fez cirurgia para retirar o uacutetero sim com Idade ____ (anos)
natildeo natildeo sei
E para retirar os ovaacuterios (um ou os dois) sim idade ___ (anos)
natildeo natildeo sei
Vocecirc fez reposiccedilatildeo hormonal apos a menopausa sim natildeo natildeo sei
Se sim quando iniciado o periacuteodo foi superior a 1 ano sim natildeo natildeo sei
49
Vocecirc notou os seguintes sintomas na menopausa
calores sim natildeo natildeo sei
depressatildeo sim natildeo natildeo sei
insocircnia sim natildeo natildeo sei
outros sim natildeo natildeo sei
Vocecirc amamentou sim natildeo natildeo sei
Se sim quantas crianccedilas vocecirc amamentou por mais que 3 meses
3- Dados familiares
Em sua famiacutelia (pai matildee irmatildeos) existe historia de fratura de quadril apos os 50 anos de
idade sim natildeo natildeo sei
4- Histoacuteria de fratura
Vocecirc jaacute teve alguma fratura sim natildeo natildeo sei
Se sim em qual sitio esqueleacutetico com que idade e qual foi o tipo de trauma
Sitio Numero Idade (anos) Niacutevel do trauma
Vertebra
Fecircmur (colo trocanter)
Costela
Antebraccedilo
Uacutemero
Pe
Outras
Vocecirc sabe que tem osteoporose sim tenho natildeo natildeo tenho natildeo sei
5- Aacutelcool
Com que frequecircncia vocecirc bebeu no ultimo ano
Diariamente 5-6 dsem 3-4 dsem
50
1 -2 dsem lt 1 dsem nunca
Tipo de bebida destilados (uiacutesque cachaccedila vodka)
fermentados (cerveja vinho)
6- Imobilizaccedilatildeo
Vocecirc jaacute ficou acamado por um periacuteodo superior a 2 meses
sim natildeo natildeo sei
Se sim foi antes ou apos os 25 anos de idade
ano passado nunca
7- Fumo
Vocecirc fumou cigarro ou usou outras formas de fumo (cachimbo ou charuto)
atualmente no passado nunca
Com que idade iniciou anos
Se parou com que idade anos
Numero de cigarrosdia
8- Atividade Fiacutesica
Quantas tempo costuma passar diariamente ao ar livre caminhando ou andando de bicicleta
nenhuma a 1 h superior a 1 h
Qual a sua atividade fiacutesica durante diferentes periacuteodos de sua vida adulta
Ate os 25 anos 25 a 50 anos acima 50 anos
Niacutevel 1 (leve) 2 (moderada) 3 (pesada) 4
(muito pesada)
9- Impacto
Como vocecirc descreveria sua sauacutede geral neste momento
muito boa boa satisfatoacuteria regular ruim
10- Interrogatoacuterio sobre drogas
51
Vocecirc jaacute usou alguma medicaccedilatildeo oral ou injetaacutevel contendo corticosteroides por mais de 3
meses sim natildeo natildeo sei
Vocecirc jaacute usou alguma desses remeacutedios
Droga sim natildeo sei tempo
(meses)
parou ha quanto tempo
Hormocircnios
masculinos
Hormocircnios
femininos
Calcitonina
Fluacuteor
Caacutelcio
Vitamina D
Anabolizantes
Diureacuteticos
tiazidicos
11- Ingestatildeo de caacutelcio
Com que frequecircncia vocecirc comeu produtos derivados do leite na semana passada
(diassemana)
queijo amarelo queijo branco iogurte leite sorvete
Para os periacuteodos indicados abaixo com que frequecircncia vocecirc recebeu leite
ate 25 anos 25 a 50 anos Acima de 50 anos
Todas as refeiccedilotildees (3 ou + coposdia)
1-2 coposdia
52
Toda semana mas natildeo todo dia
lt 1 vezsemana
53
11 Anexo 2 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Projeto de Pesquisa Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade
oacutessea em mulheres na menopausa
Pesquisador responsaacutevel Dra Lizanka Paola F Marinheiro
Instituiccedilatildeo responsaacutevel Instituto Fernandes Figueira
Vocecirc estaacute sendo convidado a participar do projeto de pesquisa intitulado
Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea em mulheres na
menopausa por que vocecirc participou do estudo anterior realizado haacute 7 anos sobre a
osteoporose e suas consequumlecircncias
54
A osteoporose e uma doenccedila que se caracteriza pela diminuiccedilatildeo da resistecircncia do osso
tornando-o mais fraacutegil Essa fragilidade aumenta o risco da pessoa que tem osteoporose de ter
fraturas mesmo com atividades comuns como tossir ou espirrar
Com isso esse trabalho deseja avaliar a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea na
populaccedilatildeo de mulheres na poacutes menopausa residente da Ilha de Paquetaacute apoacutes 7 anos de
seguimento do uacuteltimo estudo transversal
Vocecirc natildeo eacute obrigada a participar Mas se quiser vocecirc teraacute que responder a um
questionaacuterio Para participar vocecirc natildeo teraacute que pagar nada O resultado seraacute fornecido apenas
a vocecirc ningueacutem mais saberaacute Suas duvidas seratildeo esclarecidas e vocecirc devera continuar
acompanhamento com seu meacutedico assistente Se vocecirc natildeo quiser participar natildeo seraacute
submetida a nenhum constrangimento fiacutesico ou moral e seu atendimento no posto de sauacutede
natildeo seraacute prejudicado A participante poderaacute se retirar do estudo a qualquer momento que
julgar necessaacuterio sem prejuiacutezo para a mesma O resultado de toda a pesquisa seraacute divulgada e
atraveacutes de artigos cientiacuteficos em revistas encontros congressos ou similares sem a
divulgaccedilatildeo dos nomes de quem participou de forma sigilosa
Sua participaccedilatildeo no estudo natildeo implicaraacute em custos adicionais O (A) Sr (a) natildeo teraacute
qualquer despesa com a realizaccedilatildeo dos procedimentos previstos neste estudo que seratildeo
custeados pelo pesquisador responsaacutevel Tambeacutem natildeo haveraacute nenhuma forma de pagamento
pela sua participaccedilatildeo
Caso surja alguma duacutevida quanto agrave eacutetica do estudo o (a) Sr(a) deveraacute se reportar ao
Comitecirc de Eacutetica em Pesquisas envolvendo seres humanos ndash subordinado ao Conselho
Nacional de Eacutetica em Pesquisa oacutergatildeo do Ministeacuterio da Sauacutede atraveacutes de solicitaccedilatildeo ao
representante de pesquisa que estaraacute sob contato permanente ou contactando o Comitecirc de
Eacutetica em Pesquisa desta instituiccedilatildeo no telefone (21) 3971-1590 Eacute assegurado o completo
55
sigilo de sua identidade quanto a sua participaccedilatildeo neste estudo incluindo a eventualidade da
apresentaccedilatildeo dos resultados deste estudo em congressos e perioacutedicos cientiacuteficos
Eu________________________________________________________________________
residente do endereccedilo__________________________ fui informada dos objetivos e da
justificativa deste trabalho de forma clara e detalhada pela Dra Adriana de Mattos V da
Costa Recebi informaccedilotildees especificas sobre cada procedimento no qual estarei envolvida
dos desconfortos e riscos previstos tanto quanto dos benefiacutecios esperados Todas as minhas
duvidas foram respondidas com clareza e sei que poderei solicitar novos esclarecimentos a
qualquer momento Aleacutem disso sei que novas informaccedilotildees obtidas durante o estudo me seratildeo
fornecidas e que terei liberdade de retirar meu consentimento de participaccedilatildeo face a estas
informaccedilotildees sem prejuiacutezo para mim Aleacutem disto me foi entregue uma coacutepia da folha de
informaccedilotildees para os participantes a qual li compreendi e me deu plena liberdade para decidir
acerca da minha espontacircnea participaccedilatildeo nesta pesquisa Minha identidade jamais seraacute
publicada Os dados colhidos poderatildeo ser examinados por pessoas envolvidas no estudo com
autorizaccedilatildeo delegada do investigador e por pessoas delegadas pelo patrocinador Estou
recebendo uma coacutepia assinada deste Termo
Os pesquisadores responsaacuteveis pelo Projeto satildeo a Dra Lizanka Paola F Marinheiro e
sua aluna a Dra Adriana de Mattos Viveiros da Costa
56
Participante
Nome _________________________________
Assinatura________________________________
Data_________________________________________
Investigador
Nome____________________________________
Assinatura________________________________
Data_______________________________________
Pesquisadora
Nome______________________________________
Assinatura___________________________________
Data__________________________________________
Dra Lizanka Paola F Marinheiro
lizankaglobocom
tel 25541700
Dra Adriana de Mattos Vda Costa
adrianamattosmedyahoocombr
tel 87273315
Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa
Rua Afonso Cavalcanti 455 sala 710 ndash Cidade Nova -
Telefone 3971-1463
14
na populaccedilatildeo brasileira em geral natildeo estaacute clara porque ainda faltam estudos sobre o tema Um
dos principais estudos sobre a avaliaccedilatildeo de FCR foi o BRAZOS (Pinheiro et al 2010a) Ele
natildeo avaliou os fatores de risco relacionados agrave massa oacutessea mas os seus resultados permitem
inferir que esses fatores de risco satildeo muito semelhantes agravequeles relacionados agrave fratura por
baixo impacto Pinheiro et al (2010) demonstrou que os principais FCRs associados agrave fratura
por osteoporose de qualquer siacutetio esqueleacutetico de um total de 2420 indiviacuteduos apoacutes ajustes
estatiacutesticos foram histoacuteria familiar de fratura de quadril idade avanccedilada e baixo peso E que
a associaccedilatildeo de FCR agraves medidas de massa oacutessea poderia melhorar a discriminaccedilatildeo de
pacientes com maior risco de fratura osteoporoacutetica (Pinheiro et al 2010a b)
Atualmente existe uma ferramenta chamada FRAXreg utilizada por meacutedicos em vaacuterios
paiacuteses baseado na pratica meacutedica usando uma combinaccedilatildeo de fatores cliacutenicos e densidade
mineral oacutessea O FRAXreg eacute usado para predizer o risco de fratura nos proacuteximos dez anos com
implicaccedilotildees diretas na decisatildeo do tratamento e custos (Kanis et al 2008 Pinheiro et al 2009)
Poreacutem o risco absoluto de fraturas depende da populaccedilatildeo estudada e essa ferramenta ainda
natildeo foi aprovada para uso no Brasil Assim estudos epidemioloacutegicos representativos sobre
fatores de risco para fraturas ainda continuam sendo necessaacuterios (Pinheiro et al 2009)
Em 2003 a dissertaccedilatildeo de mestrado da Dra Patriacutecia Pereira de Oliveira verificou o
risco aumentado de fraturas por osteoporose atraveacutes da USO (Oliveira et al 2007) na
populaccedilatildeo de mulheres menopausadas na ilha de Paquetaacute-RJ Em nosso estudo verificaremos
se existe uma correlaccedilatildeo entre os achados ultrassonograacuteficos e as fraturas cliacutenicas na mesma
populaccedilatildeo por ela utilizada aleacutem outros fatores de risco para fraturas serem contemplados
como doenccedilas de base tempo de menopausa medicamentos entre outros Isto se justifica
pela necessidade de termos no Brasil dados sobre a incidecircncia de fraturas por fragilidade
oacutessea e fatores de risco a ela relacionados desenvolvidos em uma populaccedilatildeo brasileira e
15
residente de uma ilha localizada no litoral fluminense Jaacute que a literatura nessa aacuterea eacute escassa
e para que compreendendo melhor a dinacircmica da fratura por fragilidade oacutessea possamos
intervir antes que ela ocorra melhorando a qualidade de vida dessas mulheres e diminuiacutedo os
gastos com a sauacutede
16
3 Objeto de Estudo
Estudo de fatores associados agraves fraturas por fragilidade oacutessea em mulheres na poacutes-
menopausa atendidas em uma unidade baacutesica de sauacutede
Questionamento
Quais os fatores associados agrave ocorrecircncia de fraturas em mulheres poacutes-menopausa
acompanhadas em uma unidade baacutesica de sauacutede
31 Objetivos
311 Geral
Avaliar os fatores relacionados agrave ocorrecircncia de fraturas em mulheres poacutes-menopausa
acompanhadas em uma unidade baacutesica de sauacutede
312 Especiacuteficos
a- Avaliar se a ocorrecircncia de fraturas foi maior nas pacientes identificadas como risco
aumentado para fraturas pelo ultrassonometria oacutessea de calcacircneo preacutevia
b- Verificar a associaccedilatildeo entre as fraturas por fragilidade oacutessea e os dados cliacutenicos
comportamental e demograacuteficos (idade e sexo) das pacientes
c- Analisar se o tempo de menopausa influencia a ocorrecircncia de fraturas por fragilidade
oacutessea
17
4 Marco Teoacuterico
A osteoporose pode ser definida como doenccedila osteometaboacutelica caracterizada pela
diminuiccedilatildeo da densidade mineral oacutessea com alteraccedilotildees na sua microestrutura que conduzem
a um aumento da fragilidade oacutessea e uma tendecircncia a fraturas por traumatismos pouco
intensos Dado o exposto esta constitui o verdadeiro problema de sauacutede puacuteblica devido agrave sua
alta taxa de morbimortalidade e altos custos (Vianna et al 2001 International Osteoporosis
Foundation 2005)
Com relaccedilatildeo ao hipoestrogenismo observa-se que as mulheres apresentam uma perda
oacutessea mais acelerada nos dez primeiros anos apoacutes a instalaccedilatildeo da menopausa do que os
homens da mesma idade adquirindo risco de fratura mais precocemente do que eles (NHI
2001) Esta diminuiccedilatildeo de massa oacutessea total poderaacute ser ateacute dez vezes a diminuiccedilatildeo ocorrida
antes deste periacuteodo podendo chegar a 2 a 4 ao ano para o osso trabecular e de 1 para o
cortical (NHI 2001) A deficiecircncia de estrogecircnio aumenta o remodelamento oacutesseo e pode
agravar o desequiliacutebrio nas unidades de remodelamento com o aumento do tempo de vida dos
osteoclastos em detrimento dos osteoblastos (Fyhrie amp Schaffler 1994)
Na maioria dos casos a perda oacutessea eacute assintomaacutetica Quando sinais e sintomas da
osteoporose aparecem se relacionam com a ocorrecircncia de fraturas mais comumente na
porccedilatildeo distal do antebraccedilo (fratura de Colles) na coluna vertebral e no colo do fecircmur
(International Osteoporosis Foundation 2005) A maior incidecircncia de fraturas eacute observada
em mulheres brancas na poacutes menopausa (Pinheiro et al 2010a b)
Pinheiro et al (2010) analisaram 275 mulheres caucasoacuteides acima dos 50 anos e
acharam que 44 jaacute possuiacuteam algum tipo de fratura por osteoporose (Pinheiro et al 2010b)
A dor oacutessea eacute consequumlecircncia tanto das fraturas quanto das deformidades oacutesseas As fraturas
18
vertebrais satildeo as mais comuns poreacutem satildeo geralmente assintomaacuteticas e portanto menos
diagnosticadas Poreacutem podem causar dor perda de peso deformidade na coluna espinhal e
perda de estabilidade ao andar (International Osteoporosis Foundation 2005) Apenas 10
das fraturas de veacutertebras cursam com hospitalizaccedilatildeo mesmo que causem dor e diminuiccedilatildeo da
qualidade de vida Elas ocorrem entre os 50 e 60 anos de idade com maior frequecircncia
(International Osteoporosis Foundation 2005)
Jaacute as fraturas do fecircmur satildeo as mais letais devido a complicaccedilotildees poacutes-operatoacuterias As
principais causas de mortalidade satildeo as infecccedilotildees e tromboembolismo As fraturas de quadril
satildeo menos prevalentes do que as vertebrais poreacutem de maior gravidade devido agraves altas taxas
de morbimortalidade aleacutem do alto custo para a famiacutelia e para o sistema puacuteblico de sauacutede A
mortalidade apoacutes uma fratura de quadril eacute de cerca de 20- 24 no ano seguinte a fratura
sendo acompanhada de periacuteodos de hospitalizaccedilatildeo prolongados (International Osteoporosis
Foundation 2005 Silveira et al 2005) Estimativas apontam que no ano de 2050 ocorreratildeo
aproximadamente 65 milhotildees de fratura de quadril em todo mundo (Cooper 1999) As
fraturas de punho satildeo as mais facilmente observadas por mulheres no climateacuterio chegando a
originar seis milhotildees de dias de restriccedilatildeo de trabalho por ano (International Osteoporosis
Foundation 2005)
Aleacutem do custo pessoal o impacto econocircmico gerado pela osteoporose eacute enorme
Atraveacutes do mundo eacute estimado que uma em cada trecircs mulheres acima dos 50 anos teraacute fraturas
por osteoporose Na Europa no ano 2000 foi estimada uma ocorrecircncia de 379 milhotildees de
fraturas por fragilidade oacutessea sendo que destas 890 mil eram de quadril (Tosteson et al
2008) Eacute sabido que apenas metade das pacientes que sobrevivem agrave fratura de quadril voltaraacute
a andar novamente mas dificilmente com a mesma agilidade que andava antes da fratura
Apesar de a osteoporose ser facilmente diagnosticada atraveacutes de exames e seu tratamento
19
poder ser instituiacutedo ainda eacute uma doenccedila muito subdiagnosticada e subtratada Eacute estimada na
comunidade europeacuteia que uma em cada trecircs fraturas de vertebrais recebe a atenccedilatildeo cliacutenica
que merece E uma pessoa com fratura de veacutertebra tem ateacute cinco vezes mais chance de
desenvolver nova fratura no ano seguinte fenocircmeno conhecido como fratura em cascata
(Lindsay et al 2001)
Tradicionalmente a osteoporose eacute reconhecida como uma doenccedila multifatorial sendo
70 desses fatores natildeo modificaacuteveis isto eacute definidos pela carga geneacutetica e 30
potencialmente modificaacuteveis e assim envolvidos com os aspectos ambientais Dessa forma
um uacutenico fator de risco natildeo eacute capaz de identificar indiviacuteduos com ou sem fratura Diferenccedilas
geneacuteticas raciais e antropomeacutetricas bem como da composiccedilatildeo corporal densidade oacutessea
dieta atividade fiacutesica e outros haacutebitos de vida contribuem para explicar as divergecircncias na
incidecircncia e na prevalecircncia de baixa densidade oacutessea e fraturas em diversos paiacuteses do mundo
(Pinheiro et al 2010b c) Os aspectos geneacuteticos desempenham importante influecircncia sobre a
aquisiccedilatildeo do pico de massa oacutessea e perda oacutessea relacionada agrave idade bem como na
determinaccedilatildeo das propriedades estruturais e geomeacutetricas do osso No entanto a associaccedilatildeo
entre diferentes polimorfismos gecircnicos e densidade oacutessea ou fraturas por osteoporose eacute
bastante controversa e varia em diferentes estudos inclusive no Brasil fato que pode ser
tomado como um provaacutevel reflexo das diferenccedilas de etnia e ambiental das populaccedilotildees
estudadas Da mesma forma os fatores ambientais natildeo permitem uniformizar e homogeneizar
o impacto de cada um deles em cada regiatildeo do planeta (Pinheiro et al 2010c)
Atualmente a densitometria oacutessea eacute o meacutetodo mais utilizado para avaliar a massa
oacutessea Eacute o padratildeo ouro para o diagnoacutestico de osteoporose A densidade mineral oacutessea (DMO)
eacute expressa em nuacutemero absolutos em gramas de mineral por centiacutemetro quadrado escaneado
ou ainda comparado com a DMO esperada para a idade e sexo da paciente (z escore) ou
20
comparado a DMO de adultos jovens normais do mesmo sexo (t-escore) A diferenccedila entre o
escore do paciente e o padratildeo eacute expressa em desvios padrotildees acima ou abaixo da meacutedia
(Castro et al 1999)
Segundo a Sociedade Brasileira de Densitometria Cliacutenica no consenso de 2008 satildeo
indicaccedilotildees para avaliaccedilatildeo da densidade mineral oacutessea (Brandatildeo et al 2009)
rdquoMulheres com idade gt a 65 anos e homens com idade gt a 70 anos
Mulheres acima de 40 anos na transiccedilatildeo menopausal (1-2) e homens acima de 50
anos de idade com fatores de risco
Adultos com antecedente de fratura por fragilidade condiccedilatildeo cliacutenica ou uso de
medicamentos associados agrave baixa massa oacutessea ou perda oacutessea
Indiviacuteduos para os quais satildeo consideradas intervenccedilotildees farmacoloacutegicas para
osteoporose
Indiviacuteduos em tratamento para osteoporose para monitoramento de sua eficaacutecia
Indiviacuteduos que natildeo estejam sob tratamento poreacutem nos quais a identificaccedilatildeo de perda
de massa oacutessea possa determinar a indicaccedilatildeo do tratamento
Mulheres interrompendo terapia hormonal (TH)rdquo
Arq Bras Endocrinol Metab 2009 531 pag108
A proacutepria definiccedilatildeo de osteoporose pela Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede reunida em
Hong Kong em 1994 estabeleceu criteacuterios diagnoacutesticos baseados em valores obtidos pela
densitometria oacutessea classificando como osteopecircnicas aquelas mulheres que apresentarem-se
entre 1 e 25 desvios-padratildeo (DP) abaixo da meacutedia para adultas jovens e de osteoporoacuteticas as
que se encontrarem com mais de 25 DP abaixo da meacutedia para adultas jovens (Castro et al
1999 WHO 1999)
A densitometria oacutessea apresenta como desvantagens no entanto o fato de utilizar uma
fonte de radiaccedilatildeo ionizante e possuir um elevado custo que limita seu uso em estudos
populacionais principalmente em nosso paiacutes onde os recursos destinados agrave sauacutede da
populaccedilatildeo mais carente satildeo miacutenimos Sempre tentando diminuir o impacto dos gastos com
21
sauacutede eacute estimulada a busca por meacutetodos natildeo poluentes e mais baratos mas que tragam as
mesmas informaccedilotildees que os meacutetodos jaacute estabelecidos Em funccedilatildeo disto a USO vem sendo
avaliada e alguns resultados promissores tecircm sido apresentados (Castro et al 1999) Baseia-se
na modificaccedilatildeo das caracteriacutesticas de ultrassom transmitido atraveacutes de ossos de localizaccedilatildeo
mais superficiais como no calcacircneo tiacutebia falanges ou patela Os sistemas atuais se
constituem de dois transdutores sendo um transmissor e outro receptor posicionados em
locais diferentes do osso a ser estudado Os aparelhos existentes entre noacutes avaliam o
calcacircneo osso predominantemente trabecular atraveacutes das medidas de velocidade de
transmissatildeo do ultrassom (SOS em ms) e da atenuaccedilatildeo da frequumlecircncia do ultrassom (BUA em
dBMHz) (Kanis et al 2008) Novamente de acordo com a orientaccedilatildeo da Sociedade Brasileira
de Densitometria Cliacutenica de 2008 as recomendaccedilotildees para ultrassonometria oacutessea satildeo
(Brandatildeo et al 2009)
rdquoO uacutenico siacutetio validado para o uso cliacutenico da USO em osteoporose eacute o calcacircneo
Equipamentos de USO de calcacircneo validados satildeo capazes de estimar fratura por
fragilidade em mulheres na poacutes-menopausa e em homens com idade superior a 65 anos
independentemente da densidade mineral oacutessea medida em equipamentos de DMO
central
A correlaccedilatildeo entre os resultados obtidos por USO e DMO ccccccc entral eacute
moderada
USO do calcacircneo associada a fatores de risco cliacutenicos podem ser usados para
identificar populaccedilatildeo com baixa probabilidade de fratura na qual avaliaccedilatildeo adicional
natildeo seja mais necessaacuteria
Medidas de DMO central na coluna e no fecircmur constituem o meacutetodo de escolha para a
tomada de decisatildeo terapecircutica Entretanto se a DMO central natildeo for acessiacutevel o
tratamento farmacoloacutegico pode ser iniciado se a probabilidade de fratura avaliada pelo
USO do calcacircneo com pontos de corte especiacuteficos associados a fatores de risco
cliacutenicos for suficientemente alta
Equipamentos de USO natildeo satildeo clinicamente uacuteteis no monitoramento de efeitos
esqueleacuteticos dos medicamentos disponiacuteveis para o tratamento da osteoporoserdquo
Arq Bras Endocrinol Metab 2009 531 pag110
22
Em 2003 foi realizada uma dissertaccedilatildeo de mestrado (Oliveira et al 2007) sobre a
utilizaccedilatildeo do USO para estimar a prevalecircncia de risco aumentado de fraturas em uma
populaccedilatildeo de mulheres na poacutes menopausa residentes da Ilha de Paquetaacute Em trabalho
realizado por Oliveira e cols nesta instituiccedilatildeo Foi realizado um estudo transversal com
recrutamento de 385 mulheres residentes da Ilha Todas as mulheres responderam a
questionaacuterio previamente estruturado e foram submetidas a medidas antropomeacutetricas e a
USO As medidas de USO foram realizadas segundo o manual do fabricante A idade da
populaccedilatildeo estudada variou entre 42 e 95 anos Os resultados encontrados mostram que
5922 da amostra apresentava algum tipo de alteraccedilatildeo a USO com t score menor que -1
Esse grupo era composto por mulheres mais idosas com menor peso menor altura e menor
percentual de gordura quando comparado com o grupo com t score lt ndash 1 Foi encontrado que
1688 das pesquisadas possuiacuteam alto risco para fraturas com t score lt -25 E as mulheres
do grupo de alto risco tinham maior peso e IMC paracircmetros conhecidos como protetores
Embora divergente da literatura a autora atribui esses resultados a caracteriacutesticas das
mulheres mais idosas em um contexto social de baixa escolaridade e renda (Oliveira et al
2007)
23
5 Materiais e Meacutetodos
51 Populaccedilatildeo
A Ilha de Paquetaacute dista aproximadamente 15 km da Praccedila XV no Centro da Cidade
do Rio de Janeiro sendo a principal ilha do arquipeacutelago de Paquetaacute situada ao nordeste da
Baiacutea de Guanabara A populaccedilatildeo e frequecircncia da Ilha satildeo extremamente sazonais sendo
aproximadamente 2200 domiciacutelios (entre moradores e veranistas) Os moradores fixos
correspondem a 4500 pessoas em sua maioria de famiacutelias antigas na Ilha das quais 208
satildeo idosos ultrapassando ateacute mesmo a meacutedia nacional que eacute em torno de 12 (IBGE
2009a) Este iacutendice faz de Paquetaacute o erceiro bairro em nuacutemero de idosos no municiacutepio sendo
que sua populaccedilatildeo pode ser considerada envelhecida segundo os criteacuterios da Organizaccedilatildeo
Mundial da Sauacutede (OMS 2003) Embora a maioria da populaccedilatildeo seja branca existem 109
de negros 256 de pardos e 01 de iacutendios Cerca de 90 dos domiciacutelios possuem aacutegua
tratada e 9957 tratamento de esgoto As famiacutelias residentes nesta regiatildeo satildeo compostas em
meacutedia por trecircs pessoas com rendimento meacutedio per capita de 301 salaacuterios miacutenimos (IPEA
2000) e o transporte urbano eacute feito basicamente a peacute por bicicletas ou charretes puxadas por
ciclistas (IBGE 2009a)
52 Tipo de estudo
Foi realizado um estudo de coorte prospectivo na ilha de PaquetaacuteRJ no ano de 2011
Foram inicialmente alocadas todas as mulheres que participaram do estudo anterior
desenvolvido no ano de 2003 (Oliveira et al 2007)
24
53 Criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo
Os criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo foram os mesmos utilizados do estudo anterior
(Oliveira et al 2007) Sendo os criteacuterios de inclusatildeo as mulheres que estavam na menopausa
e que tinham residecircncia fixa na Ilha de Paquetaacute e os criteacuterios de exclusatildeo a historia pessoal
de doenccedilas que sabidamente afetam o metabolismo oacutesseo direta ou indiretamente (como
artrite reumatoacuteide luacutepus eritematoso sistecircmico hiperparatireoidismo osteogecircnese imperfeita)
e as neoplasias malignas exceto carcinoma basocelular de pele
54 Alocaccedilotildees de pacientes
A populaccedilatildeo elegiacutevel era constituiacuteda pelas 385 mulheres alocadas no estudo inicial
(Oliveira et al 2007) No trabalho de Oliveira et al (2007) foi realizado um estudo transversal
com recrutamento por auto-seleccedilatildeo ou demanda espontacircnea no ano de 2003 na Ilha de
Paquetaacute Rio de Janeiro Brasil Foram estudadas 385 mulheres na poacutes-menopausa
(diagnoacutestico cliacutenico) residentes no local apoacutes a aplicaccedilatildeo dos criteacuterios de exclusatildeo
(existecircncia de pino metaacutelico ou edema com cacifo em ambos os peacutes ou impossibilitadas de
posicionar os peacutes no aparelho de ultra-sonometria oacutessea) Todas as mulheres responderam na
eacutepoca a um questionaacuterio e foram submetidas a medidas antropomeacutetricas e agrave USO
No presente estudo considerando uma significacircncia de 95 e um poder de 80 uma
prevalecircncia de 15 de fraturas na populaccedilatildeo de risco (Clark et al 2009) o tamanho amostral
previsto foi de 130 mulheres Poreacutem devido agraves perdas o tamanho amostral final foi de 86
pacientes
Atraveacutes do banco de dados jaacute existente todas as pacientes foram re-contactadas As
mulheres foram localizadas atraveacutes de telefonemas e comparecimento no hospital local onde
25
eacute realizado a atenccedilatildeo baacutesica de sauacutede Foram realizados pelo menos 2 telefonemas com
intervalo de 1 semana entre eles Como ldquoperdasrdquo foram consideradas as pacientes natildeo
encontradas apoacutes os dois telefonemas (035 dos telefones estavam errados e 049 das
pacientes tinham telefone quebrado ou ocupado) pacientes que natildeo quiseram ou natildeo
puderam responder ao questionaacuterio (008) e pacientes falecidas (006)
As pacientes selecionadas foram submetidas a um questionaacuterio de avaliaccedilatildeo de fatores
relacionados agrave fragilidade oacutessea conhecido como European Vertebral Osteoporosis Study
(EVOS) jaacute validado previamente para o portuguecircs (OrsquoNeill et al 1996) e jaacute utilizados em
importantes estudos (Pinheiro et al 2006 Clark et al 2009) O questionaacuterio EVOS eacute
composto por dados soacutecio-demograacuteficos (idade estado civil escolaridade cor renda familiar
e nuacutemero de dependentes desta haacutebitos de vida) e histoacuteria reprodutiva pessoal sumaacuteria
(idade da menarca idade da menopausa tipo de menopausa) Os dados antropomeacutetricos
foram aferidos segundo criteacuterios adotados internacionalmente com medidas de peso e altura
observando intervalos de 01kg e 001m respectivamente
A definiccedilatildeo de fratura por fragilidade oacutessea foi a mesma utilizada por Pinheiro et al
(2010a) como aquela resultante de uma queda da proacutepria altura ou trauma menos intenso em
indiviacuteduos com 50 anos ou mais em siacutetios esqueleacuteticos especiacuteficos antebraccedilo fecircmur
costelas veacutertebras e uacutemero E a documentaccedilatildeo de fraturas foi realizada atraveacutes de relato da
paciente (fratura referida) As fraturas traumaacuteticas (apoacutes acidente automobiliacutestico ou outras
condiccedilotildees sob forte impacto) ou as de baixo impacto natildeo relacionadas agrave osteoporose (como
por exemplo as de face tornozelo metacarpo falanges) natildeo foram consideradas
O estudo obedeceu aos criteacuterios de eacutetica preconizados pela resoluccedilatildeo no 19696 do
Conselho Nacional de Sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede e foi aprovado previamente pelo Comitecirc
26
de Eacutetica em Pesquisa da FiocruzIFF e pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Prefeitura Todas
as mulheres assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido antes de qualquer
procedimento
55 Anaacutelise Estatiacutestica
Os dados foram registrados em planilha Excel e analisados pelo programa Statistical
Package for Social Sciences (SPSS) versatildeo 170 Para avaliar diferenccedilas entre os grupos as
variaacuteveis categoacutericas foram avaliadas pelo Qui-quadrado de Pearson ou o teste exato de
Fisher A relaccedilatildeo entre as variaacuteveis categoacutericas e ordinal e entre as variaacuteveis numeacutericas foi
avaliada pelo teste de Mann-Whitney que eacute um teste natildeo-parameacutetrico que equivale ao teste t
escolhido pelo tamanho da amostra A relaccedilatildeo entre as variaacuteveis numeacutericas foi avaliada pelo
coeficiente de Sperman que eacute uma estatiacutestica natildeo parameacutetrica utilizada para dados natildeo
normais eou amostra pequena Para todos os testes o niacutevel de significacircncia adotado foi de
5 A variaacutevel dependente foi a presenccedila de fratura (sim ou natildeo) e as variaacuteveis
independentes foram idade (em anos) resultado de USO (normal ou alterado) tempo de
menopausa (em anos) siacutetio de localizaccedilatildeo de fraturas IMC (abaixo do pesonormal
sobrepeso obeso) tabagismo (fumante ou natildeo fumante) atividade fiacutesica (leve
moderadapesada) frequecircncia diaacuteria de ingestatildeo de leite (em coposdia) e as variaacuteveis
binaacuterias como o histoacuterico familiar de fratura de quadril osteoporose uso de anticoncepcional
ausecircncia de menstruaccedilatildeo retirada de uacutetero ou ovaacuterios amamentaccedilatildeo paciente acamado e
etilismo O caacutelculo do risco relativo (RR) foi feito para avaliar a relaccedilatildeo entre o USO e a
presenccedila de fraturas Para isso foi considerado pacientes com USO normal aqueles com
resultados do T-score gt-11 e USO alterado aqueles com T-score lt-11 O niacutevel de atividade
fiacutesica foi classificado em atividade leve (trabalho burocraacutetico em escritoacuterio na maior parte
do tempo sentado) atividade moderada (trabalhos na maior parte do tempo em peacute como
27
vendedor e dona-de-casa) atividade pesada (enfermeira empregada domeacutestica) Oliveira et al
2010) Para caacutelculo aproximado da ingestatildeo alimentar diaacuteria de caacutelcio utilizou- se uma
adaptaccedilatildeo da Tabela Brasileira de Composiccedilatildeo de Alimentos 1 fatia queijo (90mg) 1 copo
de iogurte (1212mg) 1 copo leite (257mg) 1 bola se sorvete (135mg) E no final todos esses
alimentos foram convertidos em quantidade ingerida de copos de leite
28
6 Resultados Encontrados
61 Gerais
As caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas da populaccedilatildeo estudada estatildeo listadas na
tabela 1 A idade meacutedia das pacientes foi de 725 anos (DPplusmn 87) com a idade da menopausa
460 anos (DPplusmn 61) o tempo de menopausa 261 anos (DPplusmn 97) e o IMC de 264 (kgm2)
(DPplusmn 55) Essas caracteriacutesticas quando comparadas com o estudo anterior de 2003 (tabela
2) confirmam tratar-se da mesma populaccedilatildeo Apenas a idade e o tempo de menopausa
evidenciam ser a nossa populaccedilatildeo mais idosa Fator que se justifica pelo tempo ocorrido entre
os dois estudos
A incidecircncia de fratura por fragilidade oacutessea encontrada foi de 21 evidenciado no
graacutefico 1 Os principais siacutetios de fratura satildeo analisados na tabela 3 tendo como sitio principal
o antebraccedilo com 50 seguido pelo peacute com 192 e uacutemero 145 Jaacute na tabela 4 e no graacutefico
2 pode ser observado que a idade da populaccedilatildeo estudada variou entre 54 e 97 anos com meacutedia
de 72 anos com DP plusmn 90 No grupo de pacientes fraturadas 50 tinham entre 65 e 79 anos
sugerindo ser essa faixa etaacuteria mais susceptiacutevel as fraturas por fragilidade oacutessea
62 USO preacutevia X Fraturas
Foi verificado na tabela 5 a associaccedilatildeo entre o resultado da (USO) preacutevia e o desfecho
fraturas por fragilidade oacutessea De todas as pacientes que fizeram USO no estudo inicial 66
participaram deste estudo Das 50 pacientes que tiveram o USO alterado 22 tiveram
fraturas nesse periacuteodo E as pacientes com USO considerada normal 194 tiveram fraturas
por fragilidade oacutessea O RR= 113 (IC95 048 - 263) sugere que as mulheres que tiveram
29
USO alterado tem um risco de fraturar de 13 maior em relaccedilatildeo as pacientes com resultado
de USO considerado normal
63 Caracteriacutesticas cliacutenicas e comportamentais X Fratura
As pacientes foram analisadas quanto as variaacuteveis clinicas e comportamentais
Considerando a tabela 6 as pacientes que tiveram fraturas se mostraram com maior
sobrepeso ou obesas (722) com maior historia familiar de fratura de quadril (133) e
com maior diagnostico de osteoporose (471) do que as pacientes sem fraturas (p
valorgt005) Jaacute o uso de anticoncepcional ou o uso de reposiccedilatildeo hormonal natildeo se mostraram
ser relevantes para ocorrecircncia de fraturas nessa amostra E 235 das pacientes acamadas por
mais de dois meses sofreram alguma fratura com p valor lt005 Evidenciando associaccedilatildeo
entre a paciente ficar acamada por mais de dois meses e sofrer fratura por fragilidade oacutessea
Avaliando a tabela 7 foi notado que apenas 125 das pacientes que tiveram fratura eram
tabagistas e 167 eram etilistas natildeo se mostrando essas caracteriacutesticas como fatores de
risco A atividade fiacutesica moderadapesada ateacute 25 anos e acima de 50 anos apresentou
percentuais de 441 e 382 respectivamente Aleacutem disso entre 25 e 50 anos 444 das
pacientes com atividade fiacutesica moderadapesada tiveram fraturas e 441 das pacientes natildeo
tiveram fraturas para essa faixa etaacuteria (p valor gt005) Sendo assim natildeo houve associaccedilatildeo
entre a atividade fiacutesica e as fraturas Em relaccedilatildeo ao item ingestatildeo de leite apoacutes os 50 anos
456 das pacientes que natildeo tiveram fraturas ingeriam de 1 a 2 copos de leite por dia e
apenas 44 ingeriam mais de 3 copos de leite por dia No caso das pacientes que tiveram
fraturas apoacutes os 50 anos foi observado que 50 ingeriam de 1 a 2 copos de leite por dia e
167 ingeriam 3 copos ou mais de leite
30
64 Tempo de menopausa X Fratura
As pacientes foram avaliadas graacutefico 3 para verificar a associaccedilatildeo entre o tempo de
menopausa e o desfecho das fraturas A mediana do tempo de menopausa encontrado em
ambos os grupos foi de 262 com DP de plusmn98 Metade das pacientes que tiveram fraturas tem
entre 193 e 293 anos de menopausa com DP de plusmn72 A correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade
tempo de menopausa e IMC foi observado na tabela 8 onde evidenciada uma associaccedilatildeo
positiva entre a idade e o tempo de menopausa nos grupos de pacientes com e sem fraturas
Assim como foi verificado uma associaccedilatildeo negativa de quanto maior a idade e o tempo de
menopausa menor o IMC
31
Graacutefico 1
Graacutefico 2
32
Graacutefico 3
33
Tabela 1- Caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas das
mulheres poacutes menopausa (n=86)
Caracteriacutesticas Meacutedia plusmn desvio padratildeo
Idade (anos) 7255 plusmn 897
Idade da
menarca (anos) 1324 plusmn 184
Idade da
menopausa
(anos)
4608 plusmn 614
Tempo de
menopausa
(anos)
2618 plusmn976
Peso (kg)sect 6342 plusmn 1055
Altura (m)deg 155 plusmn 008
IMC (kgm2) 2643 plusmn 557
n=85 sectn=83 ordmn=82 n=81 n=80
Tabela 2-Caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas das
mulheres poacutes menopausa em 2003
Caracteriacutesticas Meacutedia plusmn desvio padratildeo
Idade (anos) 6463plusmn1270
Idade da
menarca (anos)
1304 plusmn 193
Idade da
menopausa
(anos)
4755 plusmn 601
Tempo de
menopausa
(anos)
1700 plusmn 1076
Peso (kg)sect 6533 plusmn 1270
Altura (m)deg 155 plusmn 006
IMC (kgm2) 2696 plusmn 477
34
Tabela 3 ndash Incidecircncia de fraturas em mulheres poacutes menopausa segundo a
localizaccedilatildeo de fratura 2003-2011
Tipo da fratura
n
Veacutertebra 1 38
Fecircmur 1 38
Costela 2 77
Antebraccedilo 13 500
Uacutemero 4 145
Peacute 5 192
Total 26 1000
Nota Algumas pacientes tiveram mais de uma fratura no periacuteodo
Tabela 4- Relaccedilatildeo entre idade e fratura nas mulheres na poacutes menopausa
Total
Fratura
Idade (anos) Natildeo Sim
N () n () n ()
54 a 64 anos 18 209 14 206 4 222
65 a 79 anos 48 558 39 574 9 500
80 a 97 anos 20 233 15 221 5 278
Total 86 1000 68 1000 18 1000
Meacutedia (DP) 725 (90) 713 (77) 729 (93)
Nota P-valor pelo teste de Mann-Whitney=0813
35
Tabela 5 - Incidecircncia de fratura em mulheres poacutes-menopausa segundo
resultado da USO 2003-2011
Resultado da
USO
Total
Fratura p-valor
Sim Natildeo
n n
()
IC95 n
()
Normal 36 7 194
89 -
3472
29 806
0496
Alterado 50 11 220
121 -
350
39 780
Total 86 18 209
133 -
305
68 791
Nota Risco relativo = 113 (IC95 048 - 263)
36
Tabela 6 ndash Caracteriacutesticas cliacutenicas de mulheres poacutes-menopausa segundo
fratura (n=86)
Fratura
Natildeo (n=68) Sim (n=18) Total
n ( ) n ( )
IMC
Abaixo do pesoNormal 24 (353) 5 (278) 28 0792
Sobrepeso 27 (397) 9 (500) 36
Obeso 17 (250) 4 (222) 21
Histoacuterico familiar de fratura de quadril
Natildeo 66 (985) 13 (867) 79 0085
Sim 1 (15) 2 (133) 3
Osteoporose
Natildeo 44 (800) 9 (529) 53 0055
Sim 11 (200) 8 (471) 19
Uso de anticoncepcional
Natildeo 32 (485) 10 (556) 42 0791
Sim 34 (515) 8 (444) 42
Ausecircncia de mentruaccedilatildeo
Natildeo 60 (909) 16 (941) 76 1000
Sim 6 (91) 1 (59) 7
Retirou o uacutetero
Natildeo 46 (687) 9 (500) 55 0170
Sim 21 (313) 9 (500) 30
Retirou os ovaacuterios
Natildeo 53 (815) 11 (647) 64 0187
Sim 12 (185) 6 (353) 18
Reposiccedilatildeo hormonal
Natildeo 51 (761) 13 (722) 64 0763
Sim 16 (239) 5 (278) 21
Amamentou
Natildeo 14 (206) 4 (222) 18 1000
Sim 54 (794) 14 (778) 68
Acamado por mais de dois meses
Natildeo 63 (940) 13 (765) 76 0049
Sim 4 (60) 4 (235) 8
Caracteriacutesticas clinicas
p-valor do
teste exato
de Fisher
37
Tabela 7 - Caracteriacutesticas comportamentais de mulheres poacutes-menopausa segundo
fratura (n=86)
Fratura
Natildeo (n=68) Sim (n=18) Total
n ( ) n ( )
Tabagismo
Natildeo fumante 47 (758) 14 (875) 61 0499
FumanteEx-fumante 15 (242) 2 (125) 17
Etilismo no uacuteltimo ano
Natildeo 48 (706) 15 (833) 63 0376
Sim 20 (294) 3 (167) 23
Atividade fiacutesica ateacute os 25 anos
Leve 38 (559) 11 (611) 49 0792
ModeradaPesada 30 (441) 7 (389) 37
Atividade fiacutesica entre os 25 e 50 anos
Leve 38 (559) 10 (556) 48 1000
ModeradaPesada 30 (441) 8 (444) 38
Atividade fiacutesica acima dos 50 anos
Leve 42 (618) 12 (667) 54 0789
ModeradaPesada 26 (382) 6 (333) 32
Frequecircncia diaacuteria de leite ateacute 25 anos
Nenhummenos 1 copodia 34 (500) 8 (444) 42 0910
1 a 2 coposdia 31 (456) 9 (500) 40
3 coposdia ou mais 3 (44) 1 (56) 4
Frequecircncia diaacuteria de leite apoacutes 50 anos
Nenhummenos 1 copodia 34 (500) 6 (333) 40 0103
1 a 2 coposdia 31 (456) 9 (500) 40
3 coposdia ou mais 3 (44) 3 (167) 6
Caracteriacutesticas
comportamentais
p-valor do
teste exato
de Fisher
Tabela 8- Coeficientes de correlaccedilatildeo de Spearman (rs) entre idade IMC e tempo de
menopausa em mulheres poacutes-menopausa
Variaacuteveis
IMC IdadeTempo de
menopausa
r s 1 -0144 -0151
p-valor 0569 0550
r s -0227 1 0736
p-valor 0074 lt0001
r s -0295 0761 1
p-valor 0020 lt0001
Variaacuteveis
IMC
Idade
Tempo de menopausa
Nota o triacircngulo superior direito (parte hachurada) se refere agraves correlaccedilotildees para as mulheres com
fratura e o inferior esquerdo (parte natildeo hachurada) agraves mulheres sem fratura
38
7 Discussatildeo
No Brasil os principais fatores cliacutenicos de risco para fraturas por fragilidade oacutessea
eram extrapolados a partir de estudos internacionais O estudo vem acrescentar informaccedilotildees
para se conhecer os fatores relacionados agrave essas fraturas Nossos resultados revelam que a
idade avanccedilada a historia familiar de fratura de quadril o diagnoacutestico de osteoporose e
tambeacutem o paciente ficar acamado por mais de 2 meses foram considerados fatores de risco
para fraturas por fragilidade oacutessea
Esse estudo mostrou concordacircncia com a Johnell amp Kanis (2006) onde o principal
siacutetio mundial de fratura por fragilidade oacutessea nas mulheres apoacutes a menopausa foi o antebraccedilo
Segundo o estudo Latin American Vertebral Osteoporosis Study (LAVOS) (Clark et al
2009) a fratura vertebral eacute a mais prevalente da ameacuterica latina com uma prevalecircncia de
142 diferente do nosso estudo onde a coluna vertebral e o colo do fecircmur aparecem
juntos em uacuteltimo lugar na lista de incidecircncia dos siacutetios de fratura Isso pode ser atribuiacutedo
devido a diferenccedila nos criteacuterios de definiccedilatildeo de fraturas pois no LAVOS optou-se pela
medida radiograacutefica do local de fraturas enquanto no nosso estudo as fraturas foram referidas
pelas pacientes
Os consensos sobre osteoporose tecircm propostos algoritmos para identificar indiviacuteduos
de alto risco para fraturas (Kanis et al 2008 WHO 1999) Para tanto a associaccedilatildeo de fatores
de risco para fraturas com a medida da USO eacute de suma importacircncia embora sejam poucas as
pacientes que tecircm oportunidade de realizar esse exame (Oliveira et al 2007) Assim o
presente trabalho mostrou um risco para fraturas por fragilidade oacutessea 13 maior nas
pacientes com resultado de USO alterada em relaccedilatildeo as pacientes que tiveram resultados de
39
USO normais vindo de encontro aos resultados encontrados por Oliveira et al (2007)
Corroborando o USO como um meacutetodo confiaacutevel para a prediccedilatildeo de fraturas
E semelhante a Pinheiro et al (2010a) o presente estudo revelou que os principais
fatores de risco para fraturas por fragilidade oacutessea satildeo a idade avanccedilada a historia familiar de
fratura de quadril e a presenccedila de osteoporose Isso pode ser atribuiacutedo ao fato de que no
estudo de Pinheiro et al (2010a) assim como no nosso estudo a populaccedilatildeo ser
predominantemente de mulheres acima dos 65 anos e viverem em aacuterea urbana tendo haacutebitos
de vida parecidos
O achado em nosso estudo que apresentou significacircncia estatiacutestica refere-se ao fator
de risco ldquopaciente acamado por mais de dois mesesrdquo como disposto na literatura (Pinheiro et
al 2010b Demir et al 2008) O que acontece eacute que com o paciente acamado por tempo
prolongado um maior remodelamento oacutesseo eacute observado Os osteoclastos responsaacuteveis pela
absorccedilatildeo oacutessea sobrepotildee os osteoblastos predispondo as fraturas por fragilidade oacutessea
(Fyhrie amp Schaffler 1994) Assim observou-se no estudo que 235 das pacientes
acamadas por mais de dois meses sofreram alguma fratura por fragilidade oacutessea com p valor
lt005 Isso reafirma a associaccedilatildeo entre a paciente ficar acamada por mais de dois meses e
sofrer fratura por fragilidade oacutessea Por outro lado o exerciacutecio fiacutesico que estaacute sabidamente
relacionado ao aumento da resistecircncia muscular do equiliacutebrio e da flexibilidade contribuindo
para a reduccedilatildeo da perda oacutessea e melhora da sauacutede em geral (Chan 2003) natildeo se mostrou
como fator de proteccedilatildeo neste estudo Provavelmente devido ao baixo percentual encontrado
de pacientes que praticavam atividade fiacutesica moderada ou pesada
O elevado IMC e a terapia de reposiccedilatildeo hormonal natildeo desempenharam papel protetor
na nossa populaccedilatildeo como seria o esperado por estudos anteriores (Pinheiro et al 2010c
40
Buttros et al 2011) Ao contrario o sobrepeso e obesidade foram considerados fatores de
risco Isso pode ser atribuiacutedo ao IMC meacutedio dessa populaccedilatildeo ser 264 (kgm2) (DPplusmn 55)
limiacutetrofe para sobrepeso Embora esse dado demonstre contrariedade com a literatura que
estabelece relaccedilatildeo inversa entre obesidade e fraturas por fragilidade oacutessea em nosso estudo
ter maior peso e IMC natildeo seriam fatores de risco para fraturas e sim caracteriacutesticas das
mulheres mais idosas em um contexto social de baixa escolaridade e renda Esse fato eacute
confirmado pelos resultados da Pesquisa Nacional sobre Sauacutede e Nutriccedilatildeo ( Batista F et al
2003) que demonstraram caraacuteter ascendente da obesidade nos estratos de mulheres com baixa
renda residentes na regiatildeo Sudeste
Aleacutem disso haacutebitos de vida como tabagismo e etilismo sabidamente relacionados agrave
maior risco para fraturas por fragilidade oacutessea (Pinheiro et al 2010) tambeacutem natildeo se
mostraram estar associados nesse estudo
A necessidade de caacutelcio do ser humano varia ao longo da vida e uma ingestatildeo
adequada para mulheres acima de 50 anos eacute de 1200 mg pois com a idade o corpo
naturalmente perde um pouco da capacidade de absorccedilatildeo de minerais (Nuacutecleo de Estudos e
Pesquisas em Alimentaccedilatildeo 2006) O fato de apenas 44 das mulheres que natildeo tiveram
fraturas e 167 das mulheres que tiveram fraturas ter referido consumo superior a
900mgdia (3 ou mais copos) foi fator de surpresa principalmente levando-se em conta o PIB
per capita da cidade superior ao da maioria dos municiacutepios brasileiros (IPEA 2000)
Assim como em estudos preacutevios (Pinheiro et al 2010c NHI 2001 Demir et al
2008) nossos dados tambeacutem demonstraram o hipoestrogenismo como importante fator de
risco para fraturas por fragilidade oacutessea jaacute que as pacientes com fratura tecircm entre 19 e 29
anos de menopausa Em recente estudo Demir et al (2008) estudaram 2769 mulheres na
41
poacutes-menopausa correlacionando a ocorrecircncia de osteoporose com o tempo de menopausa
Demonstraram que 106 das pacientes com ateacute trecircs anos de poacutes-menopausa tinham
osteoporose contra 329 das pacientes com sete anos ou mais Acredita-se que a deficiecircncia
estrogecircnica seja responsaacutevel por dois terccedilos da perda de massa oacutessea levando
consequentemente agraves fraturas por fragilidade oacutessea assim como observado (Position
statement of the North American Menopause Society 2010)
Os dados deste estudo podem ser limitados pois apesar de tratar-se de uma coorte as
participantes reportaram dados referentes a estilo de vida dieta antecedentes familiares e
pessoais o que pode ter ocasionado algum vieacutes recordatoacuterio Outra limitaccedilatildeo eacute que como
avaliado por Oliveira et al (2007) esta populaccedilatildeo apresenta a maior parte das mulheres com
baixo niacutevel socioeconocircmico e escolaridade sem acesso agrave adequada educaccedilatildeo nutricional e agrave
atividade fiacutesica orientada Por outro lado resultados encontrados sem significacircncia estatiacutestica
podem ter sido ocasionados pelo tamanho amostral reduzido devido a dificuldade de
rastreamento da populaccedilatildeo uma vez que a unidade de sauacutede natildeo atualizou o endereccedilo e
telefone das mulheres eleitas para o estudo Talvez se tivesse sido realizado contato anual
com essas mulheres natildeo teriacuteamos perdido o seguimento delas
42
8 Conclusatildeo
Devido agrave sua alta prevalecircncia e associaccedilatildeo com mortalidade e incapacidade a fratura
devido agrave fragilidade oacutessea deve ser considerada um problema de sauacutede puacuteblica no Brasil
Apesar das limitaccedilotildees o presente estudo foi realizado de forma prospectiva em mulheres
brasileiras na poacutes-menopausa devendo os seus resultados serem levados em consideraccedilatildeo
para a formulaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas de sauacutede para a prevenccedilatildeo e estrateacutegias de tratamento
para as fraturas Os fatores de risco encontrados como a idade avanccedilada a histoacuteria familiar
de fratura de quadril e a presenccedila de osteoporose devem ser acompanhados e combatidos para
tentar-se diminuir o risco para as fraturas Assim como o USO mostrou ser um meacutetodo
confiaacutevel para avaliar o risco para fraturas podendo ser implementado em maior escala do
que a atual Entatildeo acreditamos que novos estudos prospectivos com uma amostra mais
representativa devam ser realizados para se confirmar os fatores associados a fraturas por
fragilidade oacutessea na populaccedilatildeo brasileira para cada vez mais conhecermos o perfil da nossa
populaccedilatildeo e termos subsiacutedios para combater esse agravo
43
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48
10 Anexo 1 - Instrumento de coleta - EVOS (EUROPEAN VERTEBRAL
OSTEOPOROSIS STUDY)
Data _________
Nome________________________________________________________
Endereco_____________________________________________________
Fone _____________ Data de nascimento _________ RG
1- Dados antropomeacutetricos
Peso (Kg) Altura (m) IMC
2- Dados Ginecoloacutegicos
Idade da primeira menstruacao anos
Vocecirc jaacute usou piacutelula anticoncepcional por mais de 3 meses
sim natildeo natildeo sei
Vocecirc jaacute ficou algum periacuteodo em sua vida sem menstruar antes da menopausa (exceto se
gravidez) sim natildeo natildeo sei
Idade da ultima menstruaccedilatildeo anos
Numero de filhos
Vocecirc fez cirurgia para retirar o uacutetero sim com Idade ____ (anos)
natildeo natildeo sei
E para retirar os ovaacuterios (um ou os dois) sim idade ___ (anos)
natildeo natildeo sei
Vocecirc fez reposiccedilatildeo hormonal apos a menopausa sim natildeo natildeo sei
Se sim quando iniciado o periacuteodo foi superior a 1 ano sim natildeo natildeo sei
49
Vocecirc notou os seguintes sintomas na menopausa
calores sim natildeo natildeo sei
depressatildeo sim natildeo natildeo sei
insocircnia sim natildeo natildeo sei
outros sim natildeo natildeo sei
Vocecirc amamentou sim natildeo natildeo sei
Se sim quantas crianccedilas vocecirc amamentou por mais que 3 meses
3- Dados familiares
Em sua famiacutelia (pai matildee irmatildeos) existe historia de fratura de quadril apos os 50 anos de
idade sim natildeo natildeo sei
4- Histoacuteria de fratura
Vocecirc jaacute teve alguma fratura sim natildeo natildeo sei
Se sim em qual sitio esqueleacutetico com que idade e qual foi o tipo de trauma
Sitio Numero Idade (anos) Niacutevel do trauma
Vertebra
Fecircmur (colo trocanter)
Costela
Antebraccedilo
Uacutemero
Pe
Outras
Vocecirc sabe que tem osteoporose sim tenho natildeo natildeo tenho natildeo sei
5- Aacutelcool
Com que frequecircncia vocecirc bebeu no ultimo ano
Diariamente 5-6 dsem 3-4 dsem
50
1 -2 dsem lt 1 dsem nunca
Tipo de bebida destilados (uiacutesque cachaccedila vodka)
fermentados (cerveja vinho)
6- Imobilizaccedilatildeo
Vocecirc jaacute ficou acamado por um periacuteodo superior a 2 meses
sim natildeo natildeo sei
Se sim foi antes ou apos os 25 anos de idade
ano passado nunca
7- Fumo
Vocecirc fumou cigarro ou usou outras formas de fumo (cachimbo ou charuto)
atualmente no passado nunca
Com que idade iniciou anos
Se parou com que idade anos
Numero de cigarrosdia
8- Atividade Fiacutesica
Quantas tempo costuma passar diariamente ao ar livre caminhando ou andando de bicicleta
nenhuma a 1 h superior a 1 h
Qual a sua atividade fiacutesica durante diferentes periacuteodos de sua vida adulta
Ate os 25 anos 25 a 50 anos acima 50 anos
Niacutevel 1 (leve) 2 (moderada) 3 (pesada) 4
(muito pesada)
9- Impacto
Como vocecirc descreveria sua sauacutede geral neste momento
muito boa boa satisfatoacuteria regular ruim
10- Interrogatoacuterio sobre drogas
51
Vocecirc jaacute usou alguma medicaccedilatildeo oral ou injetaacutevel contendo corticosteroides por mais de 3
meses sim natildeo natildeo sei
Vocecirc jaacute usou alguma desses remeacutedios
Droga sim natildeo sei tempo
(meses)
parou ha quanto tempo
Hormocircnios
masculinos
Hormocircnios
femininos
Calcitonina
Fluacuteor
Caacutelcio
Vitamina D
Anabolizantes
Diureacuteticos
tiazidicos
11- Ingestatildeo de caacutelcio
Com que frequecircncia vocecirc comeu produtos derivados do leite na semana passada
(diassemana)
queijo amarelo queijo branco iogurte leite sorvete
Para os periacuteodos indicados abaixo com que frequecircncia vocecirc recebeu leite
ate 25 anos 25 a 50 anos Acima de 50 anos
Todas as refeiccedilotildees (3 ou + coposdia)
1-2 coposdia
52
Toda semana mas natildeo todo dia
lt 1 vezsemana
53
11 Anexo 2 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Projeto de Pesquisa Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade
oacutessea em mulheres na menopausa
Pesquisador responsaacutevel Dra Lizanka Paola F Marinheiro
Instituiccedilatildeo responsaacutevel Instituto Fernandes Figueira
Vocecirc estaacute sendo convidado a participar do projeto de pesquisa intitulado
Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea em mulheres na
menopausa por que vocecirc participou do estudo anterior realizado haacute 7 anos sobre a
osteoporose e suas consequumlecircncias
54
A osteoporose e uma doenccedila que se caracteriza pela diminuiccedilatildeo da resistecircncia do osso
tornando-o mais fraacutegil Essa fragilidade aumenta o risco da pessoa que tem osteoporose de ter
fraturas mesmo com atividades comuns como tossir ou espirrar
Com isso esse trabalho deseja avaliar a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea na
populaccedilatildeo de mulheres na poacutes menopausa residente da Ilha de Paquetaacute apoacutes 7 anos de
seguimento do uacuteltimo estudo transversal
Vocecirc natildeo eacute obrigada a participar Mas se quiser vocecirc teraacute que responder a um
questionaacuterio Para participar vocecirc natildeo teraacute que pagar nada O resultado seraacute fornecido apenas
a vocecirc ningueacutem mais saberaacute Suas duvidas seratildeo esclarecidas e vocecirc devera continuar
acompanhamento com seu meacutedico assistente Se vocecirc natildeo quiser participar natildeo seraacute
submetida a nenhum constrangimento fiacutesico ou moral e seu atendimento no posto de sauacutede
natildeo seraacute prejudicado A participante poderaacute se retirar do estudo a qualquer momento que
julgar necessaacuterio sem prejuiacutezo para a mesma O resultado de toda a pesquisa seraacute divulgada e
atraveacutes de artigos cientiacuteficos em revistas encontros congressos ou similares sem a
divulgaccedilatildeo dos nomes de quem participou de forma sigilosa
Sua participaccedilatildeo no estudo natildeo implicaraacute em custos adicionais O (A) Sr (a) natildeo teraacute
qualquer despesa com a realizaccedilatildeo dos procedimentos previstos neste estudo que seratildeo
custeados pelo pesquisador responsaacutevel Tambeacutem natildeo haveraacute nenhuma forma de pagamento
pela sua participaccedilatildeo
Caso surja alguma duacutevida quanto agrave eacutetica do estudo o (a) Sr(a) deveraacute se reportar ao
Comitecirc de Eacutetica em Pesquisas envolvendo seres humanos ndash subordinado ao Conselho
Nacional de Eacutetica em Pesquisa oacutergatildeo do Ministeacuterio da Sauacutede atraveacutes de solicitaccedilatildeo ao
representante de pesquisa que estaraacute sob contato permanente ou contactando o Comitecirc de
Eacutetica em Pesquisa desta instituiccedilatildeo no telefone (21) 3971-1590 Eacute assegurado o completo
55
sigilo de sua identidade quanto a sua participaccedilatildeo neste estudo incluindo a eventualidade da
apresentaccedilatildeo dos resultados deste estudo em congressos e perioacutedicos cientiacuteficos
Eu________________________________________________________________________
residente do endereccedilo__________________________ fui informada dos objetivos e da
justificativa deste trabalho de forma clara e detalhada pela Dra Adriana de Mattos V da
Costa Recebi informaccedilotildees especificas sobre cada procedimento no qual estarei envolvida
dos desconfortos e riscos previstos tanto quanto dos benefiacutecios esperados Todas as minhas
duvidas foram respondidas com clareza e sei que poderei solicitar novos esclarecimentos a
qualquer momento Aleacutem disso sei que novas informaccedilotildees obtidas durante o estudo me seratildeo
fornecidas e que terei liberdade de retirar meu consentimento de participaccedilatildeo face a estas
informaccedilotildees sem prejuiacutezo para mim Aleacutem disto me foi entregue uma coacutepia da folha de
informaccedilotildees para os participantes a qual li compreendi e me deu plena liberdade para decidir
acerca da minha espontacircnea participaccedilatildeo nesta pesquisa Minha identidade jamais seraacute
publicada Os dados colhidos poderatildeo ser examinados por pessoas envolvidas no estudo com
autorizaccedilatildeo delegada do investigador e por pessoas delegadas pelo patrocinador Estou
recebendo uma coacutepia assinada deste Termo
Os pesquisadores responsaacuteveis pelo Projeto satildeo a Dra Lizanka Paola F Marinheiro e
sua aluna a Dra Adriana de Mattos Viveiros da Costa
56
Participante
Nome _________________________________
Assinatura________________________________
Data_________________________________________
Investigador
Nome____________________________________
Assinatura________________________________
Data_______________________________________
Pesquisadora
Nome______________________________________
Assinatura___________________________________
Data__________________________________________
Dra Lizanka Paola F Marinheiro
lizankaglobocom
tel 25541700
Dra Adriana de Mattos Vda Costa
adrianamattosmedyahoocombr
tel 87273315
Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa
Rua Afonso Cavalcanti 455 sala 710 ndash Cidade Nova -
Telefone 3971-1463
15
residente de uma ilha localizada no litoral fluminense Jaacute que a literatura nessa aacuterea eacute escassa
e para que compreendendo melhor a dinacircmica da fratura por fragilidade oacutessea possamos
intervir antes que ela ocorra melhorando a qualidade de vida dessas mulheres e diminuiacutedo os
gastos com a sauacutede
16
3 Objeto de Estudo
Estudo de fatores associados agraves fraturas por fragilidade oacutessea em mulheres na poacutes-
menopausa atendidas em uma unidade baacutesica de sauacutede
Questionamento
Quais os fatores associados agrave ocorrecircncia de fraturas em mulheres poacutes-menopausa
acompanhadas em uma unidade baacutesica de sauacutede
31 Objetivos
311 Geral
Avaliar os fatores relacionados agrave ocorrecircncia de fraturas em mulheres poacutes-menopausa
acompanhadas em uma unidade baacutesica de sauacutede
312 Especiacuteficos
a- Avaliar se a ocorrecircncia de fraturas foi maior nas pacientes identificadas como risco
aumentado para fraturas pelo ultrassonometria oacutessea de calcacircneo preacutevia
b- Verificar a associaccedilatildeo entre as fraturas por fragilidade oacutessea e os dados cliacutenicos
comportamental e demograacuteficos (idade e sexo) das pacientes
c- Analisar se o tempo de menopausa influencia a ocorrecircncia de fraturas por fragilidade
oacutessea
17
4 Marco Teoacuterico
A osteoporose pode ser definida como doenccedila osteometaboacutelica caracterizada pela
diminuiccedilatildeo da densidade mineral oacutessea com alteraccedilotildees na sua microestrutura que conduzem
a um aumento da fragilidade oacutessea e uma tendecircncia a fraturas por traumatismos pouco
intensos Dado o exposto esta constitui o verdadeiro problema de sauacutede puacuteblica devido agrave sua
alta taxa de morbimortalidade e altos custos (Vianna et al 2001 International Osteoporosis
Foundation 2005)
Com relaccedilatildeo ao hipoestrogenismo observa-se que as mulheres apresentam uma perda
oacutessea mais acelerada nos dez primeiros anos apoacutes a instalaccedilatildeo da menopausa do que os
homens da mesma idade adquirindo risco de fratura mais precocemente do que eles (NHI
2001) Esta diminuiccedilatildeo de massa oacutessea total poderaacute ser ateacute dez vezes a diminuiccedilatildeo ocorrida
antes deste periacuteodo podendo chegar a 2 a 4 ao ano para o osso trabecular e de 1 para o
cortical (NHI 2001) A deficiecircncia de estrogecircnio aumenta o remodelamento oacutesseo e pode
agravar o desequiliacutebrio nas unidades de remodelamento com o aumento do tempo de vida dos
osteoclastos em detrimento dos osteoblastos (Fyhrie amp Schaffler 1994)
Na maioria dos casos a perda oacutessea eacute assintomaacutetica Quando sinais e sintomas da
osteoporose aparecem se relacionam com a ocorrecircncia de fraturas mais comumente na
porccedilatildeo distal do antebraccedilo (fratura de Colles) na coluna vertebral e no colo do fecircmur
(International Osteoporosis Foundation 2005) A maior incidecircncia de fraturas eacute observada
em mulheres brancas na poacutes menopausa (Pinheiro et al 2010a b)
Pinheiro et al (2010) analisaram 275 mulheres caucasoacuteides acima dos 50 anos e
acharam que 44 jaacute possuiacuteam algum tipo de fratura por osteoporose (Pinheiro et al 2010b)
A dor oacutessea eacute consequumlecircncia tanto das fraturas quanto das deformidades oacutesseas As fraturas
18
vertebrais satildeo as mais comuns poreacutem satildeo geralmente assintomaacuteticas e portanto menos
diagnosticadas Poreacutem podem causar dor perda de peso deformidade na coluna espinhal e
perda de estabilidade ao andar (International Osteoporosis Foundation 2005) Apenas 10
das fraturas de veacutertebras cursam com hospitalizaccedilatildeo mesmo que causem dor e diminuiccedilatildeo da
qualidade de vida Elas ocorrem entre os 50 e 60 anos de idade com maior frequecircncia
(International Osteoporosis Foundation 2005)
Jaacute as fraturas do fecircmur satildeo as mais letais devido a complicaccedilotildees poacutes-operatoacuterias As
principais causas de mortalidade satildeo as infecccedilotildees e tromboembolismo As fraturas de quadril
satildeo menos prevalentes do que as vertebrais poreacutem de maior gravidade devido agraves altas taxas
de morbimortalidade aleacutem do alto custo para a famiacutelia e para o sistema puacuteblico de sauacutede A
mortalidade apoacutes uma fratura de quadril eacute de cerca de 20- 24 no ano seguinte a fratura
sendo acompanhada de periacuteodos de hospitalizaccedilatildeo prolongados (International Osteoporosis
Foundation 2005 Silveira et al 2005) Estimativas apontam que no ano de 2050 ocorreratildeo
aproximadamente 65 milhotildees de fratura de quadril em todo mundo (Cooper 1999) As
fraturas de punho satildeo as mais facilmente observadas por mulheres no climateacuterio chegando a
originar seis milhotildees de dias de restriccedilatildeo de trabalho por ano (International Osteoporosis
Foundation 2005)
Aleacutem do custo pessoal o impacto econocircmico gerado pela osteoporose eacute enorme
Atraveacutes do mundo eacute estimado que uma em cada trecircs mulheres acima dos 50 anos teraacute fraturas
por osteoporose Na Europa no ano 2000 foi estimada uma ocorrecircncia de 379 milhotildees de
fraturas por fragilidade oacutessea sendo que destas 890 mil eram de quadril (Tosteson et al
2008) Eacute sabido que apenas metade das pacientes que sobrevivem agrave fratura de quadril voltaraacute
a andar novamente mas dificilmente com a mesma agilidade que andava antes da fratura
Apesar de a osteoporose ser facilmente diagnosticada atraveacutes de exames e seu tratamento
19
poder ser instituiacutedo ainda eacute uma doenccedila muito subdiagnosticada e subtratada Eacute estimada na
comunidade europeacuteia que uma em cada trecircs fraturas de vertebrais recebe a atenccedilatildeo cliacutenica
que merece E uma pessoa com fratura de veacutertebra tem ateacute cinco vezes mais chance de
desenvolver nova fratura no ano seguinte fenocircmeno conhecido como fratura em cascata
(Lindsay et al 2001)
Tradicionalmente a osteoporose eacute reconhecida como uma doenccedila multifatorial sendo
70 desses fatores natildeo modificaacuteveis isto eacute definidos pela carga geneacutetica e 30
potencialmente modificaacuteveis e assim envolvidos com os aspectos ambientais Dessa forma
um uacutenico fator de risco natildeo eacute capaz de identificar indiviacuteduos com ou sem fratura Diferenccedilas
geneacuteticas raciais e antropomeacutetricas bem como da composiccedilatildeo corporal densidade oacutessea
dieta atividade fiacutesica e outros haacutebitos de vida contribuem para explicar as divergecircncias na
incidecircncia e na prevalecircncia de baixa densidade oacutessea e fraturas em diversos paiacuteses do mundo
(Pinheiro et al 2010b c) Os aspectos geneacuteticos desempenham importante influecircncia sobre a
aquisiccedilatildeo do pico de massa oacutessea e perda oacutessea relacionada agrave idade bem como na
determinaccedilatildeo das propriedades estruturais e geomeacutetricas do osso No entanto a associaccedilatildeo
entre diferentes polimorfismos gecircnicos e densidade oacutessea ou fraturas por osteoporose eacute
bastante controversa e varia em diferentes estudos inclusive no Brasil fato que pode ser
tomado como um provaacutevel reflexo das diferenccedilas de etnia e ambiental das populaccedilotildees
estudadas Da mesma forma os fatores ambientais natildeo permitem uniformizar e homogeneizar
o impacto de cada um deles em cada regiatildeo do planeta (Pinheiro et al 2010c)
Atualmente a densitometria oacutessea eacute o meacutetodo mais utilizado para avaliar a massa
oacutessea Eacute o padratildeo ouro para o diagnoacutestico de osteoporose A densidade mineral oacutessea (DMO)
eacute expressa em nuacutemero absolutos em gramas de mineral por centiacutemetro quadrado escaneado
ou ainda comparado com a DMO esperada para a idade e sexo da paciente (z escore) ou
20
comparado a DMO de adultos jovens normais do mesmo sexo (t-escore) A diferenccedila entre o
escore do paciente e o padratildeo eacute expressa em desvios padrotildees acima ou abaixo da meacutedia
(Castro et al 1999)
Segundo a Sociedade Brasileira de Densitometria Cliacutenica no consenso de 2008 satildeo
indicaccedilotildees para avaliaccedilatildeo da densidade mineral oacutessea (Brandatildeo et al 2009)
rdquoMulheres com idade gt a 65 anos e homens com idade gt a 70 anos
Mulheres acima de 40 anos na transiccedilatildeo menopausal (1-2) e homens acima de 50
anos de idade com fatores de risco
Adultos com antecedente de fratura por fragilidade condiccedilatildeo cliacutenica ou uso de
medicamentos associados agrave baixa massa oacutessea ou perda oacutessea
Indiviacuteduos para os quais satildeo consideradas intervenccedilotildees farmacoloacutegicas para
osteoporose
Indiviacuteduos em tratamento para osteoporose para monitoramento de sua eficaacutecia
Indiviacuteduos que natildeo estejam sob tratamento poreacutem nos quais a identificaccedilatildeo de perda
de massa oacutessea possa determinar a indicaccedilatildeo do tratamento
Mulheres interrompendo terapia hormonal (TH)rdquo
Arq Bras Endocrinol Metab 2009 531 pag108
A proacutepria definiccedilatildeo de osteoporose pela Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede reunida em
Hong Kong em 1994 estabeleceu criteacuterios diagnoacutesticos baseados em valores obtidos pela
densitometria oacutessea classificando como osteopecircnicas aquelas mulheres que apresentarem-se
entre 1 e 25 desvios-padratildeo (DP) abaixo da meacutedia para adultas jovens e de osteoporoacuteticas as
que se encontrarem com mais de 25 DP abaixo da meacutedia para adultas jovens (Castro et al
1999 WHO 1999)
A densitometria oacutessea apresenta como desvantagens no entanto o fato de utilizar uma
fonte de radiaccedilatildeo ionizante e possuir um elevado custo que limita seu uso em estudos
populacionais principalmente em nosso paiacutes onde os recursos destinados agrave sauacutede da
populaccedilatildeo mais carente satildeo miacutenimos Sempre tentando diminuir o impacto dos gastos com
21
sauacutede eacute estimulada a busca por meacutetodos natildeo poluentes e mais baratos mas que tragam as
mesmas informaccedilotildees que os meacutetodos jaacute estabelecidos Em funccedilatildeo disto a USO vem sendo
avaliada e alguns resultados promissores tecircm sido apresentados (Castro et al 1999) Baseia-se
na modificaccedilatildeo das caracteriacutesticas de ultrassom transmitido atraveacutes de ossos de localizaccedilatildeo
mais superficiais como no calcacircneo tiacutebia falanges ou patela Os sistemas atuais se
constituem de dois transdutores sendo um transmissor e outro receptor posicionados em
locais diferentes do osso a ser estudado Os aparelhos existentes entre noacutes avaliam o
calcacircneo osso predominantemente trabecular atraveacutes das medidas de velocidade de
transmissatildeo do ultrassom (SOS em ms) e da atenuaccedilatildeo da frequumlecircncia do ultrassom (BUA em
dBMHz) (Kanis et al 2008) Novamente de acordo com a orientaccedilatildeo da Sociedade Brasileira
de Densitometria Cliacutenica de 2008 as recomendaccedilotildees para ultrassonometria oacutessea satildeo
(Brandatildeo et al 2009)
rdquoO uacutenico siacutetio validado para o uso cliacutenico da USO em osteoporose eacute o calcacircneo
Equipamentos de USO de calcacircneo validados satildeo capazes de estimar fratura por
fragilidade em mulheres na poacutes-menopausa e em homens com idade superior a 65 anos
independentemente da densidade mineral oacutessea medida em equipamentos de DMO
central
A correlaccedilatildeo entre os resultados obtidos por USO e DMO ccccccc entral eacute
moderada
USO do calcacircneo associada a fatores de risco cliacutenicos podem ser usados para
identificar populaccedilatildeo com baixa probabilidade de fratura na qual avaliaccedilatildeo adicional
natildeo seja mais necessaacuteria
Medidas de DMO central na coluna e no fecircmur constituem o meacutetodo de escolha para a
tomada de decisatildeo terapecircutica Entretanto se a DMO central natildeo for acessiacutevel o
tratamento farmacoloacutegico pode ser iniciado se a probabilidade de fratura avaliada pelo
USO do calcacircneo com pontos de corte especiacuteficos associados a fatores de risco
cliacutenicos for suficientemente alta
Equipamentos de USO natildeo satildeo clinicamente uacuteteis no monitoramento de efeitos
esqueleacuteticos dos medicamentos disponiacuteveis para o tratamento da osteoporoserdquo
Arq Bras Endocrinol Metab 2009 531 pag110
22
Em 2003 foi realizada uma dissertaccedilatildeo de mestrado (Oliveira et al 2007) sobre a
utilizaccedilatildeo do USO para estimar a prevalecircncia de risco aumentado de fraturas em uma
populaccedilatildeo de mulheres na poacutes menopausa residentes da Ilha de Paquetaacute Em trabalho
realizado por Oliveira e cols nesta instituiccedilatildeo Foi realizado um estudo transversal com
recrutamento de 385 mulheres residentes da Ilha Todas as mulheres responderam a
questionaacuterio previamente estruturado e foram submetidas a medidas antropomeacutetricas e a
USO As medidas de USO foram realizadas segundo o manual do fabricante A idade da
populaccedilatildeo estudada variou entre 42 e 95 anos Os resultados encontrados mostram que
5922 da amostra apresentava algum tipo de alteraccedilatildeo a USO com t score menor que -1
Esse grupo era composto por mulheres mais idosas com menor peso menor altura e menor
percentual de gordura quando comparado com o grupo com t score lt ndash 1 Foi encontrado que
1688 das pesquisadas possuiacuteam alto risco para fraturas com t score lt -25 E as mulheres
do grupo de alto risco tinham maior peso e IMC paracircmetros conhecidos como protetores
Embora divergente da literatura a autora atribui esses resultados a caracteriacutesticas das
mulheres mais idosas em um contexto social de baixa escolaridade e renda (Oliveira et al
2007)
23
5 Materiais e Meacutetodos
51 Populaccedilatildeo
A Ilha de Paquetaacute dista aproximadamente 15 km da Praccedila XV no Centro da Cidade
do Rio de Janeiro sendo a principal ilha do arquipeacutelago de Paquetaacute situada ao nordeste da
Baiacutea de Guanabara A populaccedilatildeo e frequecircncia da Ilha satildeo extremamente sazonais sendo
aproximadamente 2200 domiciacutelios (entre moradores e veranistas) Os moradores fixos
correspondem a 4500 pessoas em sua maioria de famiacutelias antigas na Ilha das quais 208
satildeo idosos ultrapassando ateacute mesmo a meacutedia nacional que eacute em torno de 12 (IBGE
2009a) Este iacutendice faz de Paquetaacute o erceiro bairro em nuacutemero de idosos no municiacutepio sendo
que sua populaccedilatildeo pode ser considerada envelhecida segundo os criteacuterios da Organizaccedilatildeo
Mundial da Sauacutede (OMS 2003) Embora a maioria da populaccedilatildeo seja branca existem 109
de negros 256 de pardos e 01 de iacutendios Cerca de 90 dos domiciacutelios possuem aacutegua
tratada e 9957 tratamento de esgoto As famiacutelias residentes nesta regiatildeo satildeo compostas em
meacutedia por trecircs pessoas com rendimento meacutedio per capita de 301 salaacuterios miacutenimos (IPEA
2000) e o transporte urbano eacute feito basicamente a peacute por bicicletas ou charretes puxadas por
ciclistas (IBGE 2009a)
52 Tipo de estudo
Foi realizado um estudo de coorte prospectivo na ilha de PaquetaacuteRJ no ano de 2011
Foram inicialmente alocadas todas as mulheres que participaram do estudo anterior
desenvolvido no ano de 2003 (Oliveira et al 2007)
24
53 Criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo
Os criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo foram os mesmos utilizados do estudo anterior
(Oliveira et al 2007) Sendo os criteacuterios de inclusatildeo as mulheres que estavam na menopausa
e que tinham residecircncia fixa na Ilha de Paquetaacute e os criteacuterios de exclusatildeo a historia pessoal
de doenccedilas que sabidamente afetam o metabolismo oacutesseo direta ou indiretamente (como
artrite reumatoacuteide luacutepus eritematoso sistecircmico hiperparatireoidismo osteogecircnese imperfeita)
e as neoplasias malignas exceto carcinoma basocelular de pele
54 Alocaccedilotildees de pacientes
A populaccedilatildeo elegiacutevel era constituiacuteda pelas 385 mulheres alocadas no estudo inicial
(Oliveira et al 2007) No trabalho de Oliveira et al (2007) foi realizado um estudo transversal
com recrutamento por auto-seleccedilatildeo ou demanda espontacircnea no ano de 2003 na Ilha de
Paquetaacute Rio de Janeiro Brasil Foram estudadas 385 mulheres na poacutes-menopausa
(diagnoacutestico cliacutenico) residentes no local apoacutes a aplicaccedilatildeo dos criteacuterios de exclusatildeo
(existecircncia de pino metaacutelico ou edema com cacifo em ambos os peacutes ou impossibilitadas de
posicionar os peacutes no aparelho de ultra-sonometria oacutessea) Todas as mulheres responderam na
eacutepoca a um questionaacuterio e foram submetidas a medidas antropomeacutetricas e agrave USO
No presente estudo considerando uma significacircncia de 95 e um poder de 80 uma
prevalecircncia de 15 de fraturas na populaccedilatildeo de risco (Clark et al 2009) o tamanho amostral
previsto foi de 130 mulheres Poreacutem devido agraves perdas o tamanho amostral final foi de 86
pacientes
Atraveacutes do banco de dados jaacute existente todas as pacientes foram re-contactadas As
mulheres foram localizadas atraveacutes de telefonemas e comparecimento no hospital local onde
25
eacute realizado a atenccedilatildeo baacutesica de sauacutede Foram realizados pelo menos 2 telefonemas com
intervalo de 1 semana entre eles Como ldquoperdasrdquo foram consideradas as pacientes natildeo
encontradas apoacutes os dois telefonemas (035 dos telefones estavam errados e 049 das
pacientes tinham telefone quebrado ou ocupado) pacientes que natildeo quiseram ou natildeo
puderam responder ao questionaacuterio (008) e pacientes falecidas (006)
As pacientes selecionadas foram submetidas a um questionaacuterio de avaliaccedilatildeo de fatores
relacionados agrave fragilidade oacutessea conhecido como European Vertebral Osteoporosis Study
(EVOS) jaacute validado previamente para o portuguecircs (OrsquoNeill et al 1996) e jaacute utilizados em
importantes estudos (Pinheiro et al 2006 Clark et al 2009) O questionaacuterio EVOS eacute
composto por dados soacutecio-demograacuteficos (idade estado civil escolaridade cor renda familiar
e nuacutemero de dependentes desta haacutebitos de vida) e histoacuteria reprodutiva pessoal sumaacuteria
(idade da menarca idade da menopausa tipo de menopausa) Os dados antropomeacutetricos
foram aferidos segundo criteacuterios adotados internacionalmente com medidas de peso e altura
observando intervalos de 01kg e 001m respectivamente
A definiccedilatildeo de fratura por fragilidade oacutessea foi a mesma utilizada por Pinheiro et al
(2010a) como aquela resultante de uma queda da proacutepria altura ou trauma menos intenso em
indiviacuteduos com 50 anos ou mais em siacutetios esqueleacuteticos especiacuteficos antebraccedilo fecircmur
costelas veacutertebras e uacutemero E a documentaccedilatildeo de fraturas foi realizada atraveacutes de relato da
paciente (fratura referida) As fraturas traumaacuteticas (apoacutes acidente automobiliacutestico ou outras
condiccedilotildees sob forte impacto) ou as de baixo impacto natildeo relacionadas agrave osteoporose (como
por exemplo as de face tornozelo metacarpo falanges) natildeo foram consideradas
O estudo obedeceu aos criteacuterios de eacutetica preconizados pela resoluccedilatildeo no 19696 do
Conselho Nacional de Sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede e foi aprovado previamente pelo Comitecirc
26
de Eacutetica em Pesquisa da FiocruzIFF e pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Prefeitura Todas
as mulheres assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido antes de qualquer
procedimento
55 Anaacutelise Estatiacutestica
Os dados foram registrados em planilha Excel e analisados pelo programa Statistical
Package for Social Sciences (SPSS) versatildeo 170 Para avaliar diferenccedilas entre os grupos as
variaacuteveis categoacutericas foram avaliadas pelo Qui-quadrado de Pearson ou o teste exato de
Fisher A relaccedilatildeo entre as variaacuteveis categoacutericas e ordinal e entre as variaacuteveis numeacutericas foi
avaliada pelo teste de Mann-Whitney que eacute um teste natildeo-parameacutetrico que equivale ao teste t
escolhido pelo tamanho da amostra A relaccedilatildeo entre as variaacuteveis numeacutericas foi avaliada pelo
coeficiente de Sperman que eacute uma estatiacutestica natildeo parameacutetrica utilizada para dados natildeo
normais eou amostra pequena Para todos os testes o niacutevel de significacircncia adotado foi de
5 A variaacutevel dependente foi a presenccedila de fratura (sim ou natildeo) e as variaacuteveis
independentes foram idade (em anos) resultado de USO (normal ou alterado) tempo de
menopausa (em anos) siacutetio de localizaccedilatildeo de fraturas IMC (abaixo do pesonormal
sobrepeso obeso) tabagismo (fumante ou natildeo fumante) atividade fiacutesica (leve
moderadapesada) frequecircncia diaacuteria de ingestatildeo de leite (em coposdia) e as variaacuteveis
binaacuterias como o histoacuterico familiar de fratura de quadril osteoporose uso de anticoncepcional
ausecircncia de menstruaccedilatildeo retirada de uacutetero ou ovaacuterios amamentaccedilatildeo paciente acamado e
etilismo O caacutelculo do risco relativo (RR) foi feito para avaliar a relaccedilatildeo entre o USO e a
presenccedila de fraturas Para isso foi considerado pacientes com USO normal aqueles com
resultados do T-score gt-11 e USO alterado aqueles com T-score lt-11 O niacutevel de atividade
fiacutesica foi classificado em atividade leve (trabalho burocraacutetico em escritoacuterio na maior parte
do tempo sentado) atividade moderada (trabalhos na maior parte do tempo em peacute como
27
vendedor e dona-de-casa) atividade pesada (enfermeira empregada domeacutestica) Oliveira et al
2010) Para caacutelculo aproximado da ingestatildeo alimentar diaacuteria de caacutelcio utilizou- se uma
adaptaccedilatildeo da Tabela Brasileira de Composiccedilatildeo de Alimentos 1 fatia queijo (90mg) 1 copo
de iogurte (1212mg) 1 copo leite (257mg) 1 bola se sorvete (135mg) E no final todos esses
alimentos foram convertidos em quantidade ingerida de copos de leite
28
6 Resultados Encontrados
61 Gerais
As caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas da populaccedilatildeo estudada estatildeo listadas na
tabela 1 A idade meacutedia das pacientes foi de 725 anos (DPplusmn 87) com a idade da menopausa
460 anos (DPplusmn 61) o tempo de menopausa 261 anos (DPplusmn 97) e o IMC de 264 (kgm2)
(DPplusmn 55) Essas caracteriacutesticas quando comparadas com o estudo anterior de 2003 (tabela
2) confirmam tratar-se da mesma populaccedilatildeo Apenas a idade e o tempo de menopausa
evidenciam ser a nossa populaccedilatildeo mais idosa Fator que se justifica pelo tempo ocorrido entre
os dois estudos
A incidecircncia de fratura por fragilidade oacutessea encontrada foi de 21 evidenciado no
graacutefico 1 Os principais siacutetios de fratura satildeo analisados na tabela 3 tendo como sitio principal
o antebraccedilo com 50 seguido pelo peacute com 192 e uacutemero 145 Jaacute na tabela 4 e no graacutefico
2 pode ser observado que a idade da populaccedilatildeo estudada variou entre 54 e 97 anos com meacutedia
de 72 anos com DP plusmn 90 No grupo de pacientes fraturadas 50 tinham entre 65 e 79 anos
sugerindo ser essa faixa etaacuteria mais susceptiacutevel as fraturas por fragilidade oacutessea
62 USO preacutevia X Fraturas
Foi verificado na tabela 5 a associaccedilatildeo entre o resultado da (USO) preacutevia e o desfecho
fraturas por fragilidade oacutessea De todas as pacientes que fizeram USO no estudo inicial 66
participaram deste estudo Das 50 pacientes que tiveram o USO alterado 22 tiveram
fraturas nesse periacuteodo E as pacientes com USO considerada normal 194 tiveram fraturas
por fragilidade oacutessea O RR= 113 (IC95 048 - 263) sugere que as mulheres que tiveram
29
USO alterado tem um risco de fraturar de 13 maior em relaccedilatildeo as pacientes com resultado
de USO considerado normal
63 Caracteriacutesticas cliacutenicas e comportamentais X Fratura
As pacientes foram analisadas quanto as variaacuteveis clinicas e comportamentais
Considerando a tabela 6 as pacientes que tiveram fraturas se mostraram com maior
sobrepeso ou obesas (722) com maior historia familiar de fratura de quadril (133) e
com maior diagnostico de osteoporose (471) do que as pacientes sem fraturas (p
valorgt005) Jaacute o uso de anticoncepcional ou o uso de reposiccedilatildeo hormonal natildeo se mostraram
ser relevantes para ocorrecircncia de fraturas nessa amostra E 235 das pacientes acamadas por
mais de dois meses sofreram alguma fratura com p valor lt005 Evidenciando associaccedilatildeo
entre a paciente ficar acamada por mais de dois meses e sofrer fratura por fragilidade oacutessea
Avaliando a tabela 7 foi notado que apenas 125 das pacientes que tiveram fratura eram
tabagistas e 167 eram etilistas natildeo se mostrando essas caracteriacutesticas como fatores de
risco A atividade fiacutesica moderadapesada ateacute 25 anos e acima de 50 anos apresentou
percentuais de 441 e 382 respectivamente Aleacutem disso entre 25 e 50 anos 444 das
pacientes com atividade fiacutesica moderadapesada tiveram fraturas e 441 das pacientes natildeo
tiveram fraturas para essa faixa etaacuteria (p valor gt005) Sendo assim natildeo houve associaccedilatildeo
entre a atividade fiacutesica e as fraturas Em relaccedilatildeo ao item ingestatildeo de leite apoacutes os 50 anos
456 das pacientes que natildeo tiveram fraturas ingeriam de 1 a 2 copos de leite por dia e
apenas 44 ingeriam mais de 3 copos de leite por dia No caso das pacientes que tiveram
fraturas apoacutes os 50 anos foi observado que 50 ingeriam de 1 a 2 copos de leite por dia e
167 ingeriam 3 copos ou mais de leite
30
64 Tempo de menopausa X Fratura
As pacientes foram avaliadas graacutefico 3 para verificar a associaccedilatildeo entre o tempo de
menopausa e o desfecho das fraturas A mediana do tempo de menopausa encontrado em
ambos os grupos foi de 262 com DP de plusmn98 Metade das pacientes que tiveram fraturas tem
entre 193 e 293 anos de menopausa com DP de plusmn72 A correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade
tempo de menopausa e IMC foi observado na tabela 8 onde evidenciada uma associaccedilatildeo
positiva entre a idade e o tempo de menopausa nos grupos de pacientes com e sem fraturas
Assim como foi verificado uma associaccedilatildeo negativa de quanto maior a idade e o tempo de
menopausa menor o IMC
31
Graacutefico 1
Graacutefico 2
32
Graacutefico 3
33
Tabela 1- Caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas das
mulheres poacutes menopausa (n=86)
Caracteriacutesticas Meacutedia plusmn desvio padratildeo
Idade (anos) 7255 plusmn 897
Idade da
menarca (anos) 1324 plusmn 184
Idade da
menopausa
(anos)
4608 plusmn 614
Tempo de
menopausa
(anos)
2618 plusmn976
Peso (kg)sect 6342 plusmn 1055
Altura (m)deg 155 plusmn 008
IMC (kgm2) 2643 plusmn 557
n=85 sectn=83 ordmn=82 n=81 n=80
Tabela 2-Caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas das
mulheres poacutes menopausa em 2003
Caracteriacutesticas Meacutedia plusmn desvio padratildeo
Idade (anos) 6463plusmn1270
Idade da
menarca (anos)
1304 plusmn 193
Idade da
menopausa
(anos)
4755 plusmn 601
Tempo de
menopausa
(anos)
1700 plusmn 1076
Peso (kg)sect 6533 plusmn 1270
Altura (m)deg 155 plusmn 006
IMC (kgm2) 2696 plusmn 477
34
Tabela 3 ndash Incidecircncia de fraturas em mulheres poacutes menopausa segundo a
localizaccedilatildeo de fratura 2003-2011
Tipo da fratura
n
Veacutertebra 1 38
Fecircmur 1 38
Costela 2 77
Antebraccedilo 13 500
Uacutemero 4 145
Peacute 5 192
Total 26 1000
Nota Algumas pacientes tiveram mais de uma fratura no periacuteodo
Tabela 4- Relaccedilatildeo entre idade e fratura nas mulheres na poacutes menopausa
Total
Fratura
Idade (anos) Natildeo Sim
N () n () n ()
54 a 64 anos 18 209 14 206 4 222
65 a 79 anos 48 558 39 574 9 500
80 a 97 anos 20 233 15 221 5 278
Total 86 1000 68 1000 18 1000
Meacutedia (DP) 725 (90) 713 (77) 729 (93)
Nota P-valor pelo teste de Mann-Whitney=0813
35
Tabela 5 - Incidecircncia de fratura em mulheres poacutes-menopausa segundo
resultado da USO 2003-2011
Resultado da
USO
Total
Fratura p-valor
Sim Natildeo
n n
()
IC95 n
()
Normal 36 7 194
89 -
3472
29 806
0496
Alterado 50 11 220
121 -
350
39 780
Total 86 18 209
133 -
305
68 791
Nota Risco relativo = 113 (IC95 048 - 263)
36
Tabela 6 ndash Caracteriacutesticas cliacutenicas de mulheres poacutes-menopausa segundo
fratura (n=86)
Fratura
Natildeo (n=68) Sim (n=18) Total
n ( ) n ( )
IMC
Abaixo do pesoNormal 24 (353) 5 (278) 28 0792
Sobrepeso 27 (397) 9 (500) 36
Obeso 17 (250) 4 (222) 21
Histoacuterico familiar de fratura de quadril
Natildeo 66 (985) 13 (867) 79 0085
Sim 1 (15) 2 (133) 3
Osteoporose
Natildeo 44 (800) 9 (529) 53 0055
Sim 11 (200) 8 (471) 19
Uso de anticoncepcional
Natildeo 32 (485) 10 (556) 42 0791
Sim 34 (515) 8 (444) 42
Ausecircncia de mentruaccedilatildeo
Natildeo 60 (909) 16 (941) 76 1000
Sim 6 (91) 1 (59) 7
Retirou o uacutetero
Natildeo 46 (687) 9 (500) 55 0170
Sim 21 (313) 9 (500) 30
Retirou os ovaacuterios
Natildeo 53 (815) 11 (647) 64 0187
Sim 12 (185) 6 (353) 18
Reposiccedilatildeo hormonal
Natildeo 51 (761) 13 (722) 64 0763
Sim 16 (239) 5 (278) 21
Amamentou
Natildeo 14 (206) 4 (222) 18 1000
Sim 54 (794) 14 (778) 68
Acamado por mais de dois meses
Natildeo 63 (940) 13 (765) 76 0049
Sim 4 (60) 4 (235) 8
Caracteriacutesticas clinicas
p-valor do
teste exato
de Fisher
37
Tabela 7 - Caracteriacutesticas comportamentais de mulheres poacutes-menopausa segundo
fratura (n=86)
Fratura
Natildeo (n=68) Sim (n=18) Total
n ( ) n ( )
Tabagismo
Natildeo fumante 47 (758) 14 (875) 61 0499
FumanteEx-fumante 15 (242) 2 (125) 17
Etilismo no uacuteltimo ano
Natildeo 48 (706) 15 (833) 63 0376
Sim 20 (294) 3 (167) 23
Atividade fiacutesica ateacute os 25 anos
Leve 38 (559) 11 (611) 49 0792
ModeradaPesada 30 (441) 7 (389) 37
Atividade fiacutesica entre os 25 e 50 anos
Leve 38 (559) 10 (556) 48 1000
ModeradaPesada 30 (441) 8 (444) 38
Atividade fiacutesica acima dos 50 anos
Leve 42 (618) 12 (667) 54 0789
ModeradaPesada 26 (382) 6 (333) 32
Frequecircncia diaacuteria de leite ateacute 25 anos
Nenhummenos 1 copodia 34 (500) 8 (444) 42 0910
1 a 2 coposdia 31 (456) 9 (500) 40
3 coposdia ou mais 3 (44) 1 (56) 4
Frequecircncia diaacuteria de leite apoacutes 50 anos
Nenhummenos 1 copodia 34 (500) 6 (333) 40 0103
1 a 2 coposdia 31 (456) 9 (500) 40
3 coposdia ou mais 3 (44) 3 (167) 6
Caracteriacutesticas
comportamentais
p-valor do
teste exato
de Fisher
Tabela 8- Coeficientes de correlaccedilatildeo de Spearman (rs) entre idade IMC e tempo de
menopausa em mulheres poacutes-menopausa
Variaacuteveis
IMC IdadeTempo de
menopausa
r s 1 -0144 -0151
p-valor 0569 0550
r s -0227 1 0736
p-valor 0074 lt0001
r s -0295 0761 1
p-valor 0020 lt0001
Variaacuteveis
IMC
Idade
Tempo de menopausa
Nota o triacircngulo superior direito (parte hachurada) se refere agraves correlaccedilotildees para as mulheres com
fratura e o inferior esquerdo (parte natildeo hachurada) agraves mulheres sem fratura
38
7 Discussatildeo
No Brasil os principais fatores cliacutenicos de risco para fraturas por fragilidade oacutessea
eram extrapolados a partir de estudos internacionais O estudo vem acrescentar informaccedilotildees
para se conhecer os fatores relacionados agrave essas fraturas Nossos resultados revelam que a
idade avanccedilada a historia familiar de fratura de quadril o diagnoacutestico de osteoporose e
tambeacutem o paciente ficar acamado por mais de 2 meses foram considerados fatores de risco
para fraturas por fragilidade oacutessea
Esse estudo mostrou concordacircncia com a Johnell amp Kanis (2006) onde o principal
siacutetio mundial de fratura por fragilidade oacutessea nas mulheres apoacutes a menopausa foi o antebraccedilo
Segundo o estudo Latin American Vertebral Osteoporosis Study (LAVOS) (Clark et al
2009) a fratura vertebral eacute a mais prevalente da ameacuterica latina com uma prevalecircncia de
142 diferente do nosso estudo onde a coluna vertebral e o colo do fecircmur aparecem
juntos em uacuteltimo lugar na lista de incidecircncia dos siacutetios de fratura Isso pode ser atribuiacutedo
devido a diferenccedila nos criteacuterios de definiccedilatildeo de fraturas pois no LAVOS optou-se pela
medida radiograacutefica do local de fraturas enquanto no nosso estudo as fraturas foram referidas
pelas pacientes
Os consensos sobre osteoporose tecircm propostos algoritmos para identificar indiviacuteduos
de alto risco para fraturas (Kanis et al 2008 WHO 1999) Para tanto a associaccedilatildeo de fatores
de risco para fraturas com a medida da USO eacute de suma importacircncia embora sejam poucas as
pacientes que tecircm oportunidade de realizar esse exame (Oliveira et al 2007) Assim o
presente trabalho mostrou um risco para fraturas por fragilidade oacutessea 13 maior nas
pacientes com resultado de USO alterada em relaccedilatildeo as pacientes que tiveram resultados de
39
USO normais vindo de encontro aos resultados encontrados por Oliveira et al (2007)
Corroborando o USO como um meacutetodo confiaacutevel para a prediccedilatildeo de fraturas
E semelhante a Pinheiro et al (2010a) o presente estudo revelou que os principais
fatores de risco para fraturas por fragilidade oacutessea satildeo a idade avanccedilada a historia familiar de
fratura de quadril e a presenccedila de osteoporose Isso pode ser atribuiacutedo ao fato de que no
estudo de Pinheiro et al (2010a) assim como no nosso estudo a populaccedilatildeo ser
predominantemente de mulheres acima dos 65 anos e viverem em aacuterea urbana tendo haacutebitos
de vida parecidos
O achado em nosso estudo que apresentou significacircncia estatiacutestica refere-se ao fator
de risco ldquopaciente acamado por mais de dois mesesrdquo como disposto na literatura (Pinheiro et
al 2010b Demir et al 2008) O que acontece eacute que com o paciente acamado por tempo
prolongado um maior remodelamento oacutesseo eacute observado Os osteoclastos responsaacuteveis pela
absorccedilatildeo oacutessea sobrepotildee os osteoblastos predispondo as fraturas por fragilidade oacutessea
(Fyhrie amp Schaffler 1994) Assim observou-se no estudo que 235 das pacientes
acamadas por mais de dois meses sofreram alguma fratura por fragilidade oacutessea com p valor
lt005 Isso reafirma a associaccedilatildeo entre a paciente ficar acamada por mais de dois meses e
sofrer fratura por fragilidade oacutessea Por outro lado o exerciacutecio fiacutesico que estaacute sabidamente
relacionado ao aumento da resistecircncia muscular do equiliacutebrio e da flexibilidade contribuindo
para a reduccedilatildeo da perda oacutessea e melhora da sauacutede em geral (Chan 2003) natildeo se mostrou
como fator de proteccedilatildeo neste estudo Provavelmente devido ao baixo percentual encontrado
de pacientes que praticavam atividade fiacutesica moderada ou pesada
O elevado IMC e a terapia de reposiccedilatildeo hormonal natildeo desempenharam papel protetor
na nossa populaccedilatildeo como seria o esperado por estudos anteriores (Pinheiro et al 2010c
40
Buttros et al 2011) Ao contrario o sobrepeso e obesidade foram considerados fatores de
risco Isso pode ser atribuiacutedo ao IMC meacutedio dessa populaccedilatildeo ser 264 (kgm2) (DPplusmn 55)
limiacutetrofe para sobrepeso Embora esse dado demonstre contrariedade com a literatura que
estabelece relaccedilatildeo inversa entre obesidade e fraturas por fragilidade oacutessea em nosso estudo
ter maior peso e IMC natildeo seriam fatores de risco para fraturas e sim caracteriacutesticas das
mulheres mais idosas em um contexto social de baixa escolaridade e renda Esse fato eacute
confirmado pelos resultados da Pesquisa Nacional sobre Sauacutede e Nutriccedilatildeo ( Batista F et al
2003) que demonstraram caraacuteter ascendente da obesidade nos estratos de mulheres com baixa
renda residentes na regiatildeo Sudeste
Aleacutem disso haacutebitos de vida como tabagismo e etilismo sabidamente relacionados agrave
maior risco para fraturas por fragilidade oacutessea (Pinheiro et al 2010) tambeacutem natildeo se
mostraram estar associados nesse estudo
A necessidade de caacutelcio do ser humano varia ao longo da vida e uma ingestatildeo
adequada para mulheres acima de 50 anos eacute de 1200 mg pois com a idade o corpo
naturalmente perde um pouco da capacidade de absorccedilatildeo de minerais (Nuacutecleo de Estudos e
Pesquisas em Alimentaccedilatildeo 2006) O fato de apenas 44 das mulheres que natildeo tiveram
fraturas e 167 das mulheres que tiveram fraturas ter referido consumo superior a
900mgdia (3 ou mais copos) foi fator de surpresa principalmente levando-se em conta o PIB
per capita da cidade superior ao da maioria dos municiacutepios brasileiros (IPEA 2000)
Assim como em estudos preacutevios (Pinheiro et al 2010c NHI 2001 Demir et al
2008) nossos dados tambeacutem demonstraram o hipoestrogenismo como importante fator de
risco para fraturas por fragilidade oacutessea jaacute que as pacientes com fratura tecircm entre 19 e 29
anos de menopausa Em recente estudo Demir et al (2008) estudaram 2769 mulheres na
41
poacutes-menopausa correlacionando a ocorrecircncia de osteoporose com o tempo de menopausa
Demonstraram que 106 das pacientes com ateacute trecircs anos de poacutes-menopausa tinham
osteoporose contra 329 das pacientes com sete anos ou mais Acredita-se que a deficiecircncia
estrogecircnica seja responsaacutevel por dois terccedilos da perda de massa oacutessea levando
consequentemente agraves fraturas por fragilidade oacutessea assim como observado (Position
statement of the North American Menopause Society 2010)
Os dados deste estudo podem ser limitados pois apesar de tratar-se de uma coorte as
participantes reportaram dados referentes a estilo de vida dieta antecedentes familiares e
pessoais o que pode ter ocasionado algum vieacutes recordatoacuterio Outra limitaccedilatildeo eacute que como
avaliado por Oliveira et al (2007) esta populaccedilatildeo apresenta a maior parte das mulheres com
baixo niacutevel socioeconocircmico e escolaridade sem acesso agrave adequada educaccedilatildeo nutricional e agrave
atividade fiacutesica orientada Por outro lado resultados encontrados sem significacircncia estatiacutestica
podem ter sido ocasionados pelo tamanho amostral reduzido devido a dificuldade de
rastreamento da populaccedilatildeo uma vez que a unidade de sauacutede natildeo atualizou o endereccedilo e
telefone das mulheres eleitas para o estudo Talvez se tivesse sido realizado contato anual
com essas mulheres natildeo teriacuteamos perdido o seguimento delas
42
8 Conclusatildeo
Devido agrave sua alta prevalecircncia e associaccedilatildeo com mortalidade e incapacidade a fratura
devido agrave fragilidade oacutessea deve ser considerada um problema de sauacutede puacuteblica no Brasil
Apesar das limitaccedilotildees o presente estudo foi realizado de forma prospectiva em mulheres
brasileiras na poacutes-menopausa devendo os seus resultados serem levados em consideraccedilatildeo
para a formulaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas de sauacutede para a prevenccedilatildeo e estrateacutegias de tratamento
para as fraturas Os fatores de risco encontrados como a idade avanccedilada a histoacuteria familiar
de fratura de quadril e a presenccedila de osteoporose devem ser acompanhados e combatidos para
tentar-se diminuir o risco para as fraturas Assim como o USO mostrou ser um meacutetodo
confiaacutevel para avaliar o risco para fraturas podendo ser implementado em maior escala do
que a atual Entatildeo acreditamos que novos estudos prospectivos com uma amostra mais
representativa devam ser realizados para se confirmar os fatores associados a fraturas por
fragilidade oacutessea na populaccedilatildeo brasileira para cada vez mais conhecermos o perfil da nossa
populaccedilatildeo e termos subsiacutedios para combater esse agravo
43
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48
10 Anexo 1 - Instrumento de coleta - EVOS (EUROPEAN VERTEBRAL
OSTEOPOROSIS STUDY)
Data _________
Nome________________________________________________________
Endereco_____________________________________________________
Fone _____________ Data de nascimento _________ RG
1- Dados antropomeacutetricos
Peso (Kg) Altura (m) IMC
2- Dados Ginecoloacutegicos
Idade da primeira menstruacao anos
Vocecirc jaacute usou piacutelula anticoncepcional por mais de 3 meses
sim natildeo natildeo sei
Vocecirc jaacute ficou algum periacuteodo em sua vida sem menstruar antes da menopausa (exceto se
gravidez) sim natildeo natildeo sei
Idade da ultima menstruaccedilatildeo anos
Numero de filhos
Vocecirc fez cirurgia para retirar o uacutetero sim com Idade ____ (anos)
natildeo natildeo sei
E para retirar os ovaacuterios (um ou os dois) sim idade ___ (anos)
natildeo natildeo sei
Vocecirc fez reposiccedilatildeo hormonal apos a menopausa sim natildeo natildeo sei
Se sim quando iniciado o periacuteodo foi superior a 1 ano sim natildeo natildeo sei
49
Vocecirc notou os seguintes sintomas na menopausa
calores sim natildeo natildeo sei
depressatildeo sim natildeo natildeo sei
insocircnia sim natildeo natildeo sei
outros sim natildeo natildeo sei
Vocecirc amamentou sim natildeo natildeo sei
Se sim quantas crianccedilas vocecirc amamentou por mais que 3 meses
3- Dados familiares
Em sua famiacutelia (pai matildee irmatildeos) existe historia de fratura de quadril apos os 50 anos de
idade sim natildeo natildeo sei
4- Histoacuteria de fratura
Vocecirc jaacute teve alguma fratura sim natildeo natildeo sei
Se sim em qual sitio esqueleacutetico com que idade e qual foi o tipo de trauma
Sitio Numero Idade (anos) Niacutevel do trauma
Vertebra
Fecircmur (colo trocanter)
Costela
Antebraccedilo
Uacutemero
Pe
Outras
Vocecirc sabe que tem osteoporose sim tenho natildeo natildeo tenho natildeo sei
5- Aacutelcool
Com que frequecircncia vocecirc bebeu no ultimo ano
Diariamente 5-6 dsem 3-4 dsem
50
1 -2 dsem lt 1 dsem nunca
Tipo de bebida destilados (uiacutesque cachaccedila vodka)
fermentados (cerveja vinho)
6- Imobilizaccedilatildeo
Vocecirc jaacute ficou acamado por um periacuteodo superior a 2 meses
sim natildeo natildeo sei
Se sim foi antes ou apos os 25 anos de idade
ano passado nunca
7- Fumo
Vocecirc fumou cigarro ou usou outras formas de fumo (cachimbo ou charuto)
atualmente no passado nunca
Com que idade iniciou anos
Se parou com que idade anos
Numero de cigarrosdia
8- Atividade Fiacutesica
Quantas tempo costuma passar diariamente ao ar livre caminhando ou andando de bicicleta
nenhuma a 1 h superior a 1 h
Qual a sua atividade fiacutesica durante diferentes periacuteodos de sua vida adulta
Ate os 25 anos 25 a 50 anos acima 50 anos
Niacutevel 1 (leve) 2 (moderada) 3 (pesada) 4
(muito pesada)
9- Impacto
Como vocecirc descreveria sua sauacutede geral neste momento
muito boa boa satisfatoacuteria regular ruim
10- Interrogatoacuterio sobre drogas
51
Vocecirc jaacute usou alguma medicaccedilatildeo oral ou injetaacutevel contendo corticosteroides por mais de 3
meses sim natildeo natildeo sei
Vocecirc jaacute usou alguma desses remeacutedios
Droga sim natildeo sei tempo
(meses)
parou ha quanto tempo
Hormocircnios
masculinos
Hormocircnios
femininos
Calcitonina
Fluacuteor
Caacutelcio
Vitamina D
Anabolizantes
Diureacuteticos
tiazidicos
11- Ingestatildeo de caacutelcio
Com que frequecircncia vocecirc comeu produtos derivados do leite na semana passada
(diassemana)
queijo amarelo queijo branco iogurte leite sorvete
Para os periacuteodos indicados abaixo com que frequecircncia vocecirc recebeu leite
ate 25 anos 25 a 50 anos Acima de 50 anos
Todas as refeiccedilotildees (3 ou + coposdia)
1-2 coposdia
52
Toda semana mas natildeo todo dia
lt 1 vezsemana
53
11 Anexo 2 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Projeto de Pesquisa Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade
oacutessea em mulheres na menopausa
Pesquisador responsaacutevel Dra Lizanka Paola F Marinheiro
Instituiccedilatildeo responsaacutevel Instituto Fernandes Figueira
Vocecirc estaacute sendo convidado a participar do projeto de pesquisa intitulado
Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea em mulheres na
menopausa por que vocecirc participou do estudo anterior realizado haacute 7 anos sobre a
osteoporose e suas consequumlecircncias
54
A osteoporose e uma doenccedila que se caracteriza pela diminuiccedilatildeo da resistecircncia do osso
tornando-o mais fraacutegil Essa fragilidade aumenta o risco da pessoa que tem osteoporose de ter
fraturas mesmo com atividades comuns como tossir ou espirrar
Com isso esse trabalho deseja avaliar a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea na
populaccedilatildeo de mulheres na poacutes menopausa residente da Ilha de Paquetaacute apoacutes 7 anos de
seguimento do uacuteltimo estudo transversal
Vocecirc natildeo eacute obrigada a participar Mas se quiser vocecirc teraacute que responder a um
questionaacuterio Para participar vocecirc natildeo teraacute que pagar nada O resultado seraacute fornecido apenas
a vocecirc ningueacutem mais saberaacute Suas duvidas seratildeo esclarecidas e vocecirc devera continuar
acompanhamento com seu meacutedico assistente Se vocecirc natildeo quiser participar natildeo seraacute
submetida a nenhum constrangimento fiacutesico ou moral e seu atendimento no posto de sauacutede
natildeo seraacute prejudicado A participante poderaacute se retirar do estudo a qualquer momento que
julgar necessaacuterio sem prejuiacutezo para a mesma O resultado de toda a pesquisa seraacute divulgada e
atraveacutes de artigos cientiacuteficos em revistas encontros congressos ou similares sem a
divulgaccedilatildeo dos nomes de quem participou de forma sigilosa
Sua participaccedilatildeo no estudo natildeo implicaraacute em custos adicionais O (A) Sr (a) natildeo teraacute
qualquer despesa com a realizaccedilatildeo dos procedimentos previstos neste estudo que seratildeo
custeados pelo pesquisador responsaacutevel Tambeacutem natildeo haveraacute nenhuma forma de pagamento
pela sua participaccedilatildeo
Caso surja alguma duacutevida quanto agrave eacutetica do estudo o (a) Sr(a) deveraacute se reportar ao
Comitecirc de Eacutetica em Pesquisas envolvendo seres humanos ndash subordinado ao Conselho
Nacional de Eacutetica em Pesquisa oacutergatildeo do Ministeacuterio da Sauacutede atraveacutes de solicitaccedilatildeo ao
representante de pesquisa que estaraacute sob contato permanente ou contactando o Comitecirc de
Eacutetica em Pesquisa desta instituiccedilatildeo no telefone (21) 3971-1590 Eacute assegurado o completo
55
sigilo de sua identidade quanto a sua participaccedilatildeo neste estudo incluindo a eventualidade da
apresentaccedilatildeo dos resultados deste estudo em congressos e perioacutedicos cientiacuteficos
Eu________________________________________________________________________
residente do endereccedilo__________________________ fui informada dos objetivos e da
justificativa deste trabalho de forma clara e detalhada pela Dra Adriana de Mattos V da
Costa Recebi informaccedilotildees especificas sobre cada procedimento no qual estarei envolvida
dos desconfortos e riscos previstos tanto quanto dos benefiacutecios esperados Todas as minhas
duvidas foram respondidas com clareza e sei que poderei solicitar novos esclarecimentos a
qualquer momento Aleacutem disso sei que novas informaccedilotildees obtidas durante o estudo me seratildeo
fornecidas e que terei liberdade de retirar meu consentimento de participaccedilatildeo face a estas
informaccedilotildees sem prejuiacutezo para mim Aleacutem disto me foi entregue uma coacutepia da folha de
informaccedilotildees para os participantes a qual li compreendi e me deu plena liberdade para decidir
acerca da minha espontacircnea participaccedilatildeo nesta pesquisa Minha identidade jamais seraacute
publicada Os dados colhidos poderatildeo ser examinados por pessoas envolvidas no estudo com
autorizaccedilatildeo delegada do investigador e por pessoas delegadas pelo patrocinador Estou
recebendo uma coacutepia assinada deste Termo
Os pesquisadores responsaacuteveis pelo Projeto satildeo a Dra Lizanka Paola F Marinheiro e
sua aluna a Dra Adriana de Mattos Viveiros da Costa
56
Participante
Nome _________________________________
Assinatura________________________________
Data_________________________________________
Investigador
Nome____________________________________
Assinatura________________________________
Data_______________________________________
Pesquisadora
Nome______________________________________
Assinatura___________________________________
Data__________________________________________
Dra Lizanka Paola F Marinheiro
lizankaglobocom
tel 25541700
Dra Adriana de Mattos Vda Costa
adrianamattosmedyahoocombr
tel 87273315
Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa
Rua Afonso Cavalcanti 455 sala 710 ndash Cidade Nova -
Telefone 3971-1463
16
3 Objeto de Estudo
Estudo de fatores associados agraves fraturas por fragilidade oacutessea em mulheres na poacutes-
menopausa atendidas em uma unidade baacutesica de sauacutede
Questionamento
Quais os fatores associados agrave ocorrecircncia de fraturas em mulheres poacutes-menopausa
acompanhadas em uma unidade baacutesica de sauacutede
31 Objetivos
311 Geral
Avaliar os fatores relacionados agrave ocorrecircncia de fraturas em mulheres poacutes-menopausa
acompanhadas em uma unidade baacutesica de sauacutede
312 Especiacuteficos
a- Avaliar se a ocorrecircncia de fraturas foi maior nas pacientes identificadas como risco
aumentado para fraturas pelo ultrassonometria oacutessea de calcacircneo preacutevia
b- Verificar a associaccedilatildeo entre as fraturas por fragilidade oacutessea e os dados cliacutenicos
comportamental e demograacuteficos (idade e sexo) das pacientes
c- Analisar se o tempo de menopausa influencia a ocorrecircncia de fraturas por fragilidade
oacutessea
17
4 Marco Teoacuterico
A osteoporose pode ser definida como doenccedila osteometaboacutelica caracterizada pela
diminuiccedilatildeo da densidade mineral oacutessea com alteraccedilotildees na sua microestrutura que conduzem
a um aumento da fragilidade oacutessea e uma tendecircncia a fraturas por traumatismos pouco
intensos Dado o exposto esta constitui o verdadeiro problema de sauacutede puacuteblica devido agrave sua
alta taxa de morbimortalidade e altos custos (Vianna et al 2001 International Osteoporosis
Foundation 2005)
Com relaccedilatildeo ao hipoestrogenismo observa-se que as mulheres apresentam uma perda
oacutessea mais acelerada nos dez primeiros anos apoacutes a instalaccedilatildeo da menopausa do que os
homens da mesma idade adquirindo risco de fratura mais precocemente do que eles (NHI
2001) Esta diminuiccedilatildeo de massa oacutessea total poderaacute ser ateacute dez vezes a diminuiccedilatildeo ocorrida
antes deste periacuteodo podendo chegar a 2 a 4 ao ano para o osso trabecular e de 1 para o
cortical (NHI 2001) A deficiecircncia de estrogecircnio aumenta o remodelamento oacutesseo e pode
agravar o desequiliacutebrio nas unidades de remodelamento com o aumento do tempo de vida dos
osteoclastos em detrimento dos osteoblastos (Fyhrie amp Schaffler 1994)
Na maioria dos casos a perda oacutessea eacute assintomaacutetica Quando sinais e sintomas da
osteoporose aparecem se relacionam com a ocorrecircncia de fraturas mais comumente na
porccedilatildeo distal do antebraccedilo (fratura de Colles) na coluna vertebral e no colo do fecircmur
(International Osteoporosis Foundation 2005) A maior incidecircncia de fraturas eacute observada
em mulheres brancas na poacutes menopausa (Pinheiro et al 2010a b)
Pinheiro et al (2010) analisaram 275 mulheres caucasoacuteides acima dos 50 anos e
acharam que 44 jaacute possuiacuteam algum tipo de fratura por osteoporose (Pinheiro et al 2010b)
A dor oacutessea eacute consequumlecircncia tanto das fraturas quanto das deformidades oacutesseas As fraturas
18
vertebrais satildeo as mais comuns poreacutem satildeo geralmente assintomaacuteticas e portanto menos
diagnosticadas Poreacutem podem causar dor perda de peso deformidade na coluna espinhal e
perda de estabilidade ao andar (International Osteoporosis Foundation 2005) Apenas 10
das fraturas de veacutertebras cursam com hospitalizaccedilatildeo mesmo que causem dor e diminuiccedilatildeo da
qualidade de vida Elas ocorrem entre os 50 e 60 anos de idade com maior frequecircncia
(International Osteoporosis Foundation 2005)
Jaacute as fraturas do fecircmur satildeo as mais letais devido a complicaccedilotildees poacutes-operatoacuterias As
principais causas de mortalidade satildeo as infecccedilotildees e tromboembolismo As fraturas de quadril
satildeo menos prevalentes do que as vertebrais poreacutem de maior gravidade devido agraves altas taxas
de morbimortalidade aleacutem do alto custo para a famiacutelia e para o sistema puacuteblico de sauacutede A
mortalidade apoacutes uma fratura de quadril eacute de cerca de 20- 24 no ano seguinte a fratura
sendo acompanhada de periacuteodos de hospitalizaccedilatildeo prolongados (International Osteoporosis
Foundation 2005 Silveira et al 2005) Estimativas apontam que no ano de 2050 ocorreratildeo
aproximadamente 65 milhotildees de fratura de quadril em todo mundo (Cooper 1999) As
fraturas de punho satildeo as mais facilmente observadas por mulheres no climateacuterio chegando a
originar seis milhotildees de dias de restriccedilatildeo de trabalho por ano (International Osteoporosis
Foundation 2005)
Aleacutem do custo pessoal o impacto econocircmico gerado pela osteoporose eacute enorme
Atraveacutes do mundo eacute estimado que uma em cada trecircs mulheres acima dos 50 anos teraacute fraturas
por osteoporose Na Europa no ano 2000 foi estimada uma ocorrecircncia de 379 milhotildees de
fraturas por fragilidade oacutessea sendo que destas 890 mil eram de quadril (Tosteson et al
2008) Eacute sabido que apenas metade das pacientes que sobrevivem agrave fratura de quadril voltaraacute
a andar novamente mas dificilmente com a mesma agilidade que andava antes da fratura
Apesar de a osteoporose ser facilmente diagnosticada atraveacutes de exames e seu tratamento
19
poder ser instituiacutedo ainda eacute uma doenccedila muito subdiagnosticada e subtratada Eacute estimada na
comunidade europeacuteia que uma em cada trecircs fraturas de vertebrais recebe a atenccedilatildeo cliacutenica
que merece E uma pessoa com fratura de veacutertebra tem ateacute cinco vezes mais chance de
desenvolver nova fratura no ano seguinte fenocircmeno conhecido como fratura em cascata
(Lindsay et al 2001)
Tradicionalmente a osteoporose eacute reconhecida como uma doenccedila multifatorial sendo
70 desses fatores natildeo modificaacuteveis isto eacute definidos pela carga geneacutetica e 30
potencialmente modificaacuteveis e assim envolvidos com os aspectos ambientais Dessa forma
um uacutenico fator de risco natildeo eacute capaz de identificar indiviacuteduos com ou sem fratura Diferenccedilas
geneacuteticas raciais e antropomeacutetricas bem como da composiccedilatildeo corporal densidade oacutessea
dieta atividade fiacutesica e outros haacutebitos de vida contribuem para explicar as divergecircncias na
incidecircncia e na prevalecircncia de baixa densidade oacutessea e fraturas em diversos paiacuteses do mundo
(Pinheiro et al 2010b c) Os aspectos geneacuteticos desempenham importante influecircncia sobre a
aquisiccedilatildeo do pico de massa oacutessea e perda oacutessea relacionada agrave idade bem como na
determinaccedilatildeo das propriedades estruturais e geomeacutetricas do osso No entanto a associaccedilatildeo
entre diferentes polimorfismos gecircnicos e densidade oacutessea ou fraturas por osteoporose eacute
bastante controversa e varia em diferentes estudos inclusive no Brasil fato que pode ser
tomado como um provaacutevel reflexo das diferenccedilas de etnia e ambiental das populaccedilotildees
estudadas Da mesma forma os fatores ambientais natildeo permitem uniformizar e homogeneizar
o impacto de cada um deles em cada regiatildeo do planeta (Pinheiro et al 2010c)
Atualmente a densitometria oacutessea eacute o meacutetodo mais utilizado para avaliar a massa
oacutessea Eacute o padratildeo ouro para o diagnoacutestico de osteoporose A densidade mineral oacutessea (DMO)
eacute expressa em nuacutemero absolutos em gramas de mineral por centiacutemetro quadrado escaneado
ou ainda comparado com a DMO esperada para a idade e sexo da paciente (z escore) ou
20
comparado a DMO de adultos jovens normais do mesmo sexo (t-escore) A diferenccedila entre o
escore do paciente e o padratildeo eacute expressa em desvios padrotildees acima ou abaixo da meacutedia
(Castro et al 1999)
Segundo a Sociedade Brasileira de Densitometria Cliacutenica no consenso de 2008 satildeo
indicaccedilotildees para avaliaccedilatildeo da densidade mineral oacutessea (Brandatildeo et al 2009)
rdquoMulheres com idade gt a 65 anos e homens com idade gt a 70 anos
Mulheres acima de 40 anos na transiccedilatildeo menopausal (1-2) e homens acima de 50
anos de idade com fatores de risco
Adultos com antecedente de fratura por fragilidade condiccedilatildeo cliacutenica ou uso de
medicamentos associados agrave baixa massa oacutessea ou perda oacutessea
Indiviacuteduos para os quais satildeo consideradas intervenccedilotildees farmacoloacutegicas para
osteoporose
Indiviacuteduos em tratamento para osteoporose para monitoramento de sua eficaacutecia
Indiviacuteduos que natildeo estejam sob tratamento poreacutem nos quais a identificaccedilatildeo de perda
de massa oacutessea possa determinar a indicaccedilatildeo do tratamento
Mulheres interrompendo terapia hormonal (TH)rdquo
Arq Bras Endocrinol Metab 2009 531 pag108
A proacutepria definiccedilatildeo de osteoporose pela Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede reunida em
Hong Kong em 1994 estabeleceu criteacuterios diagnoacutesticos baseados em valores obtidos pela
densitometria oacutessea classificando como osteopecircnicas aquelas mulheres que apresentarem-se
entre 1 e 25 desvios-padratildeo (DP) abaixo da meacutedia para adultas jovens e de osteoporoacuteticas as
que se encontrarem com mais de 25 DP abaixo da meacutedia para adultas jovens (Castro et al
1999 WHO 1999)
A densitometria oacutessea apresenta como desvantagens no entanto o fato de utilizar uma
fonte de radiaccedilatildeo ionizante e possuir um elevado custo que limita seu uso em estudos
populacionais principalmente em nosso paiacutes onde os recursos destinados agrave sauacutede da
populaccedilatildeo mais carente satildeo miacutenimos Sempre tentando diminuir o impacto dos gastos com
21
sauacutede eacute estimulada a busca por meacutetodos natildeo poluentes e mais baratos mas que tragam as
mesmas informaccedilotildees que os meacutetodos jaacute estabelecidos Em funccedilatildeo disto a USO vem sendo
avaliada e alguns resultados promissores tecircm sido apresentados (Castro et al 1999) Baseia-se
na modificaccedilatildeo das caracteriacutesticas de ultrassom transmitido atraveacutes de ossos de localizaccedilatildeo
mais superficiais como no calcacircneo tiacutebia falanges ou patela Os sistemas atuais se
constituem de dois transdutores sendo um transmissor e outro receptor posicionados em
locais diferentes do osso a ser estudado Os aparelhos existentes entre noacutes avaliam o
calcacircneo osso predominantemente trabecular atraveacutes das medidas de velocidade de
transmissatildeo do ultrassom (SOS em ms) e da atenuaccedilatildeo da frequumlecircncia do ultrassom (BUA em
dBMHz) (Kanis et al 2008) Novamente de acordo com a orientaccedilatildeo da Sociedade Brasileira
de Densitometria Cliacutenica de 2008 as recomendaccedilotildees para ultrassonometria oacutessea satildeo
(Brandatildeo et al 2009)
rdquoO uacutenico siacutetio validado para o uso cliacutenico da USO em osteoporose eacute o calcacircneo
Equipamentos de USO de calcacircneo validados satildeo capazes de estimar fratura por
fragilidade em mulheres na poacutes-menopausa e em homens com idade superior a 65 anos
independentemente da densidade mineral oacutessea medida em equipamentos de DMO
central
A correlaccedilatildeo entre os resultados obtidos por USO e DMO ccccccc entral eacute
moderada
USO do calcacircneo associada a fatores de risco cliacutenicos podem ser usados para
identificar populaccedilatildeo com baixa probabilidade de fratura na qual avaliaccedilatildeo adicional
natildeo seja mais necessaacuteria
Medidas de DMO central na coluna e no fecircmur constituem o meacutetodo de escolha para a
tomada de decisatildeo terapecircutica Entretanto se a DMO central natildeo for acessiacutevel o
tratamento farmacoloacutegico pode ser iniciado se a probabilidade de fratura avaliada pelo
USO do calcacircneo com pontos de corte especiacuteficos associados a fatores de risco
cliacutenicos for suficientemente alta
Equipamentos de USO natildeo satildeo clinicamente uacuteteis no monitoramento de efeitos
esqueleacuteticos dos medicamentos disponiacuteveis para o tratamento da osteoporoserdquo
Arq Bras Endocrinol Metab 2009 531 pag110
22
Em 2003 foi realizada uma dissertaccedilatildeo de mestrado (Oliveira et al 2007) sobre a
utilizaccedilatildeo do USO para estimar a prevalecircncia de risco aumentado de fraturas em uma
populaccedilatildeo de mulheres na poacutes menopausa residentes da Ilha de Paquetaacute Em trabalho
realizado por Oliveira e cols nesta instituiccedilatildeo Foi realizado um estudo transversal com
recrutamento de 385 mulheres residentes da Ilha Todas as mulheres responderam a
questionaacuterio previamente estruturado e foram submetidas a medidas antropomeacutetricas e a
USO As medidas de USO foram realizadas segundo o manual do fabricante A idade da
populaccedilatildeo estudada variou entre 42 e 95 anos Os resultados encontrados mostram que
5922 da amostra apresentava algum tipo de alteraccedilatildeo a USO com t score menor que -1
Esse grupo era composto por mulheres mais idosas com menor peso menor altura e menor
percentual de gordura quando comparado com o grupo com t score lt ndash 1 Foi encontrado que
1688 das pesquisadas possuiacuteam alto risco para fraturas com t score lt -25 E as mulheres
do grupo de alto risco tinham maior peso e IMC paracircmetros conhecidos como protetores
Embora divergente da literatura a autora atribui esses resultados a caracteriacutesticas das
mulheres mais idosas em um contexto social de baixa escolaridade e renda (Oliveira et al
2007)
23
5 Materiais e Meacutetodos
51 Populaccedilatildeo
A Ilha de Paquetaacute dista aproximadamente 15 km da Praccedila XV no Centro da Cidade
do Rio de Janeiro sendo a principal ilha do arquipeacutelago de Paquetaacute situada ao nordeste da
Baiacutea de Guanabara A populaccedilatildeo e frequecircncia da Ilha satildeo extremamente sazonais sendo
aproximadamente 2200 domiciacutelios (entre moradores e veranistas) Os moradores fixos
correspondem a 4500 pessoas em sua maioria de famiacutelias antigas na Ilha das quais 208
satildeo idosos ultrapassando ateacute mesmo a meacutedia nacional que eacute em torno de 12 (IBGE
2009a) Este iacutendice faz de Paquetaacute o erceiro bairro em nuacutemero de idosos no municiacutepio sendo
que sua populaccedilatildeo pode ser considerada envelhecida segundo os criteacuterios da Organizaccedilatildeo
Mundial da Sauacutede (OMS 2003) Embora a maioria da populaccedilatildeo seja branca existem 109
de negros 256 de pardos e 01 de iacutendios Cerca de 90 dos domiciacutelios possuem aacutegua
tratada e 9957 tratamento de esgoto As famiacutelias residentes nesta regiatildeo satildeo compostas em
meacutedia por trecircs pessoas com rendimento meacutedio per capita de 301 salaacuterios miacutenimos (IPEA
2000) e o transporte urbano eacute feito basicamente a peacute por bicicletas ou charretes puxadas por
ciclistas (IBGE 2009a)
52 Tipo de estudo
Foi realizado um estudo de coorte prospectivo na ilha de PaquetaacuteRJ no ano de 2011
Foram inicialmente alocadas todas as mulheres que participaram do estudo anterior
desenvolvido no ano de 2003 (Oliveira et al 2007)
24
53 Criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo
Os criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo foram os mesmos utilizados do estudo anterior
(Oliveira et al 2007) Sendo os criteacuterios de inclusatildeo as mulheres que estavam na menopausa
e que tinham residecircncia fixa na Ilha de Paquetaacute e os criteacuterios de exclusatildeo a historia pessoal
de doenccedilas que sabidamente afetam o metabolismo oacutesseo direta ou indiretamente (como
artrite reumatoacuteide luacutepus eritematoso sistecircmico hiperparatireoidismo osteogecircnese imperfeita)
e as neoplasias malignas exceto carcinoma basocelular de pele
54 Alocaccedilotildees de pacientes
A populaccedilatildeo elegiacutevel era constituiacuteda pelas 385 mulheres alocadas no estudo inicial
(Oliveira et al 2007) No trabalho de Oliveira et al (2007) foi realizado um estudo transversal
com recrutamento por auto-seleccedilatildeo ou demanda espontacircnea no ano de 2003 na Ilha de
Paquetaacute Rio de Janeiro Brasil Foram estudadas 385 mulheres na poacutes-menopausa
(diagnoacutestico cliacutenico) residentes no local apoacutes a aplicaccedilatildeo dos criteacuterios de exclusatildeo
(existecircncia de pino metaacutelico ou edema com cacifo em ambos os peacutes ou impossibilitadas de
posicionar os peacutes no aparelho de ultra-sonometria oacutessea) Todas as mulheres responderam na
eacutepoca a um questionaacuterio e foram submetidas a medidas antropomeacutetricas e agrave USO
No presente estudo considerando uma significacircncia de 95 e um poder de 80 uma
prevalecircncia de 15 de fraturas na populaccedilatildeo de risco (Clark et al 2009) o tamanho amostral
previsto foi de 130 mulheres Poreacutem devido agraves perdas o tamanho amostral final foi de 86
pacientes
Atraveacutes do banco de dados jaacute existente todas as pacientes foram re-contactadas As
mulheres foram localizadas atraveacutes de telefonemas e comparecimento no hospital local onde
25
eacute realizado a atenccedilatildeo baacutesica de sauacutede Foram realizados pelo menos 2 telefonemas com
intervalo de 1 semana entre eles Como ldquoperdasrdquo foram consideradas as pacientes natildeo
encontradas apoacutes os dois telefonemas (035 dos telefones estavam errados e 049 das
pacientes tinham telefone quebrado ou ocupado) pacientes que natildeo quiseram ou natildeo
puderam responder ao questionaacuterio (008) e pacientes falecidas (006)
As pacientes selecionadas foram submetidas a um questionaacuterio de avaliaccedilatildeo de fatores
relacionados agrave fragilidade oacutessea conhecido como European Vertebral Osteoporosis Study
(EVOS) jaacute validado previamente para o portuguecircs (OrsquoNeill et al 1996) e jaacute utilizados em
importantes estudos (Pinheiro et al 2006 Clark et al 2009) O questionaacuterio EVOS eacute
composto por dados soacutecio-demograacuteficos (idade estado civil escolaridade cor renda familiar
e nuacutemero de dependentes desta haacutebitos de vida) e histoacuteria reprodutiva pessoal sumaacuteria
(idade da menarca idade da menopausa tipo de menopausa) Os dados antropomeacutetricos
foram aferidos segundo criteacuterios adotados internacionalmente com medidas de peso e altura
observando intervalos de 01kg e 001m respectivamente
A definiccedilatildeo de fratura por fragilidade oacutessea foi a mesma utilizada por Pinheiro et al
(2010a) como aquela resultante de uma queda da proacutepria altura ou trauma menos intenso em
indiviacuteduos com 50 anos ou mais em siacutetios esqueleacuteticos especiacuteficos antebraccedilo fecircmur
costelas veacutertebras e uacutemero E a documentaccedilatildeo de fraturas foi realizada atraveacutes de relato da
paciente (fratura referida) As fraturas traumaacuteticas (apoacutes acidente automobiliacutestico ou outras
condiccedilotildees sob forte impacto) ou as de baixo impacto natildeo relacionadas agrave osteoporose (como
por exemplo as de face tornozelo metacarpo falanges) natildeo foram consideradas
O estudo obedeceu aos criteacuterios de eacutetica preconizados pela resoluccedilatildeo no 19696 do
Conselho Nacional de Sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede e foi aprovado previamente pelo Comitecirc
26
de Eacutetica em Pesquisa da FiocruzIFF e pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Prefeitura Todas
as mulheres assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido antes de qualquer
procedimento
55 Anaacutelise Estatiacutestica
Os dados foram registrados em planilha Excel e analisados pelo programa Statistical
Package for Social Sciences (SPSS) versatildeo 170 Para avaliar diferenccedilas entre os grupos as
variaacuteveis categoacutericas foram avaliadas pelo Qui-quadrado de Pearson ou o teste exato de
Fisher A relaccedilatildeo entre as variaacuteveis categoacutericas e ordinal e entre as variaacuteveis numeacutericas foi
avaliada pelo teste de Mann-Whitney que eacute um teste natildeo-parameacutetrico que equivale ao teste t
escolhido pelo tamanho da amostra A relaccedilatildeo entre as variaacuteveis numeacutericas foi avaliada pelo
coeficiente de Sperman que eacute uma estatiacutestica natildeo parameacutetrica utilizada para dados natildeo
normais eou amostra pequena Para todos os testes o niacutevel de significacircncia adotado foi de
5 A variaacutevel dependente foi a presenccedila de fratura (sim ou natildeo) e as variaacuteveis
independentes foram idade (em anos) resultado de USO (normal ou alterado) tempo de
menopausa (em anos) siacutetio de localizaccedilatildeo de fraturas IMC (abaixo do pesonormal
sobrepeso obeso) tabagismo (fumante ou natildeo fumante) atividade fiacutesica (leve
moderadapesada) frequecircncia diaacuteria de ingestatildeo de leite (em coposdia) e as variaacuteveis
binaacuterias como o histoacuterico familiar de fratura de quadril osteoporose uso de anticoncepcional
ausecircncia de menstruaccedilatildeo retirada de uacutetero ou ovaacuterios amamentaccedilatildeo paciente acamado e
etilismo O caacutelculo do risco relativo (RR) foi feito para avaliar a relaccedilatildeo entre o USO e a
presenccedila de fraturas Para isso foi considerado pacientes com USO normal aqueles com
resultados do T-score gt-11 e USO alterado aqueles com T-score lt-11 O niacutevel de atividade
fiacutesica foi classificado em atividade leve (trabalho burocraacutetico em escritoacuterio na maior parte
do tempo sentado) atividade moderada (trabalhos na maior parte do tempo em peacute como
27
vendedor e dona-de-casa) atividade pesada (enfermeira empregada domeacutestica) Oliveira et al
2010) Para caacutelculo aproximado da ingestatildeo alimentar diaacuteria de caacutelcio utilizou- se uma
adaptaccedilatildeo da Tabela Brasileira de Composiccedilatildeo de Alimentos 1 fatia queijo (90mg) 1 copo
de iogurte (1212mg) 1 copo leite (257mg) 1 bola se sorvete (135mg) E no final todos esses
alimentos foram convertidos em quantidade ingerida de copos de leite
28
6 Resultados Encontrados
61 Gerais
As caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas da populaccedilatildeo estudada estatildeo listadas na
tabela 1 A idade meacutedia das pacientes foi de 725 anos (DPplusmn 87) com a idade da menopausa
460 anos (DPplusmn 61) o tempo de menopausa 261 anos (DPplusmn 97) e o IMC de 264 (kgm2)
(DPplusmn 55) Essas caracteriacutesticas quando comparadas com o estudo anterior de 2003 (tabela
2) confirmam tratar-se da mesma populaccedilatildeo Apenas a idade e o tempo de menopausa
evidenciam ser a nossa populaccedilatildeo mais idosa Fator que se justifica pelo tempo ocorrido entre
os dois estudos
A incidecircncia de fratura por fragilidade oacutessea encontrada foi de 21 evidenciado no
graacutefico 1 Os principais siacutetios de fratura satildeo analisados na tabela 3 tendo como sitio principal
o antebraccedilo com 50 seguido pelo peacute com 192 e uacutemero 145 Jaacute na tabela 4 e no graacutefico
2 pode ser observado que a idade da populaccedilatildeo estudada variou entre 54 e 97 anos com meacutedia
de 72 anos com DP plusmn 90 No grupo de pacientes fraturadas 50 tinham entre 65 e 79 anos
sugerindo ser essa faixa etaacuteria mais susceptiacutevel as fraturas por fragilidade oacutessea
62 USO preacutevia X Fraturas
Foi verificado na tabela 5 a associaccedilatildeo entre o resultado da (USO) preacutevia e o desfecho
fraturas por fragilidade oacutessea De todas as pacientes que fizeram USO no estudo inicial 66
participaram deste estudo Das 50 pacientes que tiveram o USO alterado 22 tiveram
fraturas nesse periacuteodo E as pacientes com USO considerada normal 194 tiveram fraturas
por fragilidade oacutessea O RR= 113 (IC95 048 - 263) sugere que as mulheres que tiveram
29
USO alterado tem um risco de fraturar de 13 maior em relaccedilatildeo as pacientes com resultado
de USO considerado normal
63 Caracteriacutesticas cliacutenicas e comportamentais X Fratura
As pacientes foram analisadas quanto as variaacuteveis clinicas e comportamentais
Considerando a tabela 6 as pacientes que tiveram fraturas se mostraram com maior
sobrepeso ou obesas (722) com maior historia familiar de fratura de quadril (133) e
com maior diagnostico de osteoporose (471) do que as pacientes sem fraturas (p
valorgt005) Jaacute o uso de anticoncepcional ou o uso de reposiccedilatildeo hormonal natildeo se mostraram
ser relevantes para ocorrecircncia de fraturas nessa amostra E 235 das pacientes acamadas por
mais de dois meses sofreram alguma fratura com p valor lt005 Evidenciando associaccedilatildeo
entre a paciente ficar acamada por mais de dois meses e sofrer fratura por fragilidade oacutessea
Avaliando a tabela 7 foi notado que apenas 125 das pacientes que tiveram fratura eram
tabagistas e 167 eram etilistas natildeo se mostrando essas caracteriacutesticas como fatores de
risco A atividade fiacutesica moderadapesada ateacute 25 anos e acima de 50 anos apresentou
percentuais de 441 e 382 respectivamente Aleacutem disso entre 25 e 50 anos 444 das
pacientes com atividade fiacutesica moderadapesada tiveram fraturas e 441 das pacientes natildeo
tiveram fraturas para essa faixa etaacuteria (p valor gt005) Sendo assim natildeo houve associaccedilatildeo
entre a atividade fiacutesica e as fraturas Em relaccedilatildeo ao item ingestatildeo de leite apoacutes os 50 anos
456 das pacientes que natildeo tiveram fraturas ingeriam de 1 a 2 copos de leite por dia e
apenas 44 ingeriam mais de 3 copos de leite por dia No caso das pacientes que tiveram
fraturas apoacutes os 50 anos foi observado que 50 ingeriam de 1 a 2 copos de leite por dia e
167 ingeriam 3 copos ou mais de leite
30
64 Tempo de menopausa X Fratura
As pacientes foram avaliadas graacutefico 3 para verificar a associaccedilatildeo entre o tempo de
menopausa e o desfecho das fraturas A mediana do tempo de menopausa encontrado em
ambos os grupos foi de 262 com DP de plusmn98 Metade das pacientes que tiveram fraturas tem
entre 193 e 293 anos de menopausa com DP de plusmn72 A correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade
tempo de menopausa e IMC foi observado na tabela 8 onde evidenciada uma associaccedilatildeo
positiva entre a idade e o tempo de menopausa nos grupos de pacientes com e sem fraturas
Assim como foi verificado uma associaccedilatildeo negativa de quanto maior a idade e o tempo de
menopausa menor o IMC
31
Graacutefico 1
Graacutefico 2
32
Graacutefico 3
33
Tabela 1- Caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas das
mulheres poacutes menopausa (n=86)
Caracteriacutesticas Meacutedia plusmn desvio padratildeo
Idade (anos) 7255 plusmn 897
Idade da
menarca (anos) 1324 plusmn 184
Idade da
menopausa
(anos)
4608 plusmn 614
Tempo de
menopausa
(anos)
2618 plusmn976
Peso (kg)sect 6342 plusmn 1055
Altura (m)deg 155 plusmn 008
IMC (kgm2) 2643 plusmn 557
n=85 sectn=83 ordmn=82 n=81 n=80
Tabela 2-Caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas das
mulheres poacutes menopausa em 2003
Caracteriacutesticas Meacutedia plusmn desvio padratildeo
Idade (anos) 6463plusmn1270
Idade da
menarca (anos)
1304 plusmn 193
Idade da
menopausa
(anos)
4755 plusmn 601
Tempo de
menopausa
(anos)
1700 plusmn 1076
Peso (kg)sect 6533 plusmn 1270
Altura (m)deg 155 plusmn 006
IMC (kgm2) 2696 plusmn 477
34
Tabela 3 ndash Incidecircncia de fraturas em mulheres poacutes menopausa segundo a
localizaccedilatildeo de fratura 2003-2011
Tipo da fratura
n
Veacutertebra 1 38
Fecircmur 1 38
Costela 2 77
Antebraccedilo 13 500
Uacutemero 4 145
Peacute 5 192
Total 26 1000
Nota Algumas pacientes tiveram mais de uma fratura no periacuteodo
Tabela 4- Relaccedilatildeo entre idade e fratura nas mulheres na poacutes menopausa
Total
Fratura
Idade (anos) Natildeo Sim
N () n () n ()
54 a 64 anos 18 209 14 206 4 222
65 a 79 anos 48 558 39 574 9 500
80 a 97 anos 20 233 15 221 5 278
Total 86 1000 68 1000 18 1000
Meacutedia (DP) 725 (90) 713 (77) 729 (93)
Nota P-valor pelo teste de Mann-Whitney=0813
35
Tabela 5 - Incidecircncia de fratura em mulheres poacutes-menopausa segundo
resultado da USO 2003-2011
Resultado da
USO
Total
Fratura p-valor
Sim Natildeo
n n
()
IC95 n
()
Normal 36 7 194
89 -
3472
29 806
0496
Alterado 50 11 220
121 -
350
39 780
Total 86 18 209
133 -
305
68 791
Nota Risco relativo = 113 (IC95 048 - 263)
36
Tabela 6 ndash Caracteriacutesticas cliacutenicas de mulheres poacutes-menopausa segundo
fratura (n=86)
Fratura
Natildeo (n=68) Sim (n=18) Total
n ( ) n ( )
IMC
Abaixo do pesoNormal 24 (353) 5 (278) 28 0792
Sobrepeso 27 (397) 9 (500) 36
Obeso 17 (250) 4 (222) 21
Histoacuterico familiar de fratura de quadril
Natildeo 66 (985) 13 (867) 79 0085
Sim 1 (15) 2 (133) 3
Osteoporose
Natildeo 44 (800) 9 (529) 53 0055
Sim 11 (200) 8 (471) 19
Uso de anticoncepcional
Natildeo 32 (485) 10 (556) 42 0791
Sim 34 (515) 8 (444) 42
Ausecircncia de mentruaccedilatildeo
Natildeo 60 (909) 16 (941) 76 1000
Sim 6 (91) 1 (59) 7
Retirou o uacutetero
Natildeo 46 (687) 9 (500) 55 0170
Sim 21 (313) 9 (500) 30
Retirou os ovaacuterios
Natildeo 53 (815) 11 (647) 64 0187
Sim 12 (185) 6 (353) 18
Reposiccedilatildeo hormonal
Natildeo 51 (761) 13 (722) 64 0763
Sim 16 (239) 5 (278) 21
Amamentou
Natildeo 14 (206) 4 (222) 18 1000
Sim 54 (794) 14 (778) 68
Acamado por mais de dois meses
Natildeo 63 (940) 13 (765) 76 0049
Sim 4 (60) 4 (235) 8
Caracteriacutesticas clinicas
p-valor do
teste exato
de Fisher
37
Tabela 7 - Caracteriacutesticas comportamentais de mulheres poacutes-menopausa segundo
fratura (n=86)
Fratura
Natildeo (n=68) Sim (n=18) Total
n ( ) n ( )
Tabagismo
Natildeo fumante 47 (758) 14 (875) 61 0499
FumanteEx-fumante 15 (242) 2 (125) 17
Etilismo no uacuteltimo ano
Natildeo 48 (706) 15 (833) 63 0376
Sim 20 (294) 3 (167) 23
Atividade fiacutesica ateacute os 25 anos
Leve 38 (559) 11 (611) 49 0792
ModeradaPesada 30 (441) 7 (389) 37
Atividade fiacutesica entre os 25 e 50 anos
Leve 38 (559) 10 (556) 48 1000
ModeradaPesada 30 (441) 8 (444) 38
Atividade fiacutesica acima dos 50 anos
Leve 42 (618) 12 (667) 54 0789
ModeradaPesada 26 (382) 6 (333) 32
Frequecircncia diaacuteria de leite ateacute 25 anos
Nenhummenos 1 copodia 34 (500) 8 (444) 42 0910
1 a 2 coposdia 31 (456) 9 (500) 40
3 coposdia ou mais 3 (44) 1 (56) 4
Frequecircncia diaacuteria de leite apoacutes 50 anos
Nenhummenos 1 copodia 34 (500) 6 (333) 40 0103
1 a 2 coposdia 31 (456) 9 (500) 40
3 coposdia ou mais 3 (44) 3 (167) 6
Caracteriacutesticas
comportamentais
p-valor do
teste exato
de Fisher
Tabela 8- Coeficientes de correlaccedilatildeo de Spearman (rs) entre idade IMC e tempo de
menopausa em mulheres poacutes-menopausa
Variaacuteveis
IMC IdadeTempo de
menopausa
r s 1 -0144 -0151
p-valor 0569 0550
r s -0227 1 0736
p-valor 0074 lt0001
r s -0295 0761 1
p-valor 0020 lt0001
Variaacuteveis
IMC
Idade
Tempo de menopausa
Nota o triacircngulo superior direito (parte hachurada) se refere agraves correlaccedilotildees para as mulheres com
fratura e o inferior esquerdo (parte natildeo hachurada) agraves mulheres sem fratura
38
7 Discussatildeo
No Brasil os principais fatores cliacutenicos de risco para fraturas por fragilidade oacutessea
eram extrapolados a partir de estudos internacionais O estudo vem acrescentar informaccedilotildees
para se conhecer os fatores relacionados agrave essas fraturas Nossos resultados revelam que a
idade avanccedilada a historia familiar de fratura de quadril o diagnoacutestico de osteoporose e
tambeacutem o paciente ficar acamado por mais de 2 meses foram considerados fatores de risco
para fraturas por fragilidade oacutessea
Esse estudo mostrou concordacircncia com a Johnell amp Kanis (2006) onde o principal
siacutetio mundial de fratura por fragilidade oacutessea nas mulheres apoacutes a menopausa foi o antebraccedilo
Segundo o estudo Latin American Vertebral Osteoporosis Study (LAVOS) (Clark et al
2009) a fratura vertebral eacute a mais prevalente da ameacuterica latina com uma prevalecircncia de
142 diferente do nosso estudo onde a coluna vertebral e o colo do fecircmur aparecem
juntos em uacuteltimo lugar na lista de incidecircncia dos siacutetios de fratura Isso pode ser atribuiacutedo
devido a diferenccedila nos criteacuterios de definiccedilatildeo de fraturas pois no LAVOS optou-se pela
medida radiograacutefica do local de fraturas enquanto no nosso estudo as fraturas foram referidas
pelas pacientes
Os consensos sobre osteoporose tecircm propostos algoritmos para identificar indiviacuteduos
de alto risco para fraturas (Kanis et al 2008 WHO 1999) Para tanto a associaccedilatildeo de fatores
de risco para fraturas com a medida da USO eacute de suma importacircncia embora sejam poucas as
pacientes que tecircm oportunidade de realizar esse exame (Oliveira et al 2007) Assim o
presente trabalho mostrou um risco para fraturas por fragilidade oacutessea 13 maior nas
pacientes com resultado de USO alterada em relaccedilatildeo as pacientes que tiveram resultados de
39
USO normais vindo de encontro aos resultados encontrados por Oliveira et al (2007)
Corroborando o USO como um meacutetodo confiaacutevel para a prediccedilatildeo de fraturas
E semelhante a Pinheiro et al (2010a) o presente estudo revelou que os principais
fatores de risco para fraturas por fragilidade oacutessea satildeo a idade avanccedilada a historia familiar de
fratura de quadril e a presenccedila de osteoporose Isso pode ser atribuiacutedo ao fato de que no
estudo de Pinheiro et al (2010a) assim como no nosso estudo a populaccedilatildeo ser
predominantemente de mulheres acima dos 65 anos e viverem em aacuterea urbana tendo haacutebitos
de vida parecidos
O achado em nosso estudo que apresentou significacircncia estatiacutestica refere-se ao fator
de risco ldquopaciente acamado por mais de dois mesesrdquo como disposto na literatura (Pinheiro et
al 2010b Demir et al 2008) O que acontece eacute que com o paciente acamado por tempo
prolongado um maior remodelamento oacutesseo eacute observado Os osteoclastos responsaacuteveis pela
absorccedilatildeo oacutessea sobrepotildee os osteoblastos predispondo as fraturas por fragilidade oacutessea
(Fyhrie amp Schaffler 1994) Assim observou-se no estudo que 235 das pacientes
acamadas por mais de dois meses sofreram alguma fratura por fragilidade oacutessea com p valor
lt005 Isso reafirma a associaccedilatildeo entre a paciente ficar acamada por mais de dois meses e
sofrer fratura por fragilidade oacutessea Por outro lado o exerciacutecio fiacutesico que estaacute sabidamente
relacionado ao aumento da resistecircncia muscular do equiliacutebrio e da flexibilidade contribuindo
para a reduccedilatildeo da perda oacutessea e melhora da sauacutede em geral (Chan 2003) natildeo se mostrou
como fator de proteccedilatildeo neste estudo Provavelmente devido ao baixo percentual encontrado
de pacientes que praticavam atividade fiacutesica moderada ou pesada
O elevado IMC e a terapia de reposiccedilatildeo hormonal natildeo desempenharam papel protetor
na nossa populaccedilatildeo como seria o esperado por estudos anteriores (Pinheiro et al 2010c
40
Buttros et al 2011) Ao contrario o sobrepeso e obesidade foram considerados fatores de
risco Isso pode ser atribuiacutedo ao IMC meacutedio dessa populaccedilatildeo ser 264 (kgm2) (DPplusmn 55)
limiacutetrofe para sobrepeso Embora esse dado demonstre contrariedade com a literatura que
estabelece relaccedilatildeo inversa entre obesidade e fraturas por fragilidade oacutessea em nosso estudo
ter maior peso e IMC natildeo seriam fatores de risco para fraturas e sim caracteriacutesticas das
mulheres mais idosas em um contexto social de baixa escolaridade e renda Esse fato eacute
confirmado pelos resultados da Pesquisa Nacional sobre Sauacutede e Nutriccedilatildeo ( Batista F et al
2003) que demonstraram caraacuteter ascendente da obesidade nos estratos de mulheres com baixa
renda residentes na regiatildeo Sudeste
Aleacutem disso haacutebitos de vida como tabagismo e etilismo sabidamente relacionados agrave
maior risco para fraturas por fragilidade oacutessea (Pinheiro et al 2010) tambeacutem natildeo se
mostraram estar associados nesse estudo
A necessidade de caacutelcio do ser humano varia ao longo da vida e uma ingestatildeo
adequada para mulheres acima de 50 anos eacute de 1200 mg pois com a idade o corpo
naturalmente perde um pouco da capacidade de absorccedilatildeo de minerais (Nuacutecleo de Estudos e
Pesquisas em Alimentaccedilatildeo 2006) O fato de apenas 44 das mulheres que natildeo tiveram
fraturas e 167 das mulheres que tiveram fraturas ter referido consumo superior a
900mgdia (3 ou mais copos) foi fator de surpresa principalmente levando-se em conta o PIB
per capita da cidade superior ao da maioria dos municiacutepios brasileiros (IPEA 2000)
Assim como em estudos preacutevios (Pinheiro et al 2010c NHI 2001 Demir et al
2008) nossos dados tambeacutem demonstraram o hipoestrogenismo como importante fator de
risco para fraturas por fragilidade oacutessea jaacute que as pacientes com fratura tecircm entre 19 e 29
anos de menopausa Em recente estudo Demir et al (2008) estudaram 2769 mulheres na
41
poacutes-menopausa correlacionando a ocorrecircncia de osteoporose com o tempo de menopausa
Demonstraram que 106 das pacientes com ateacute trecircs anos de poacutes-menopausa tinham
osteoporose contra 329 das pacientes com sete anos ou mais Acredita-se que a deficiecircncia
estrogecircnica seja responsaacutevel por dois terccedilos da perda de massa oacutessea levando
consequentemente agraves fraturas por fragilidade oacutessea assim como observado (Position
statement of the North American Menopause Society 2010)
Os dados deste estudo podem ser limitados pois apesar de tratar-se de uma coorte as
participantes reportaram dados referentes a estilo de vida dieta antecedentes familiares e
pessoais o que pode ter ocasionado algum vieacutes recordatoacuterio Outra limitaccedilatildeo eacute que como
avaliado por Oliveira et al (2007) esta populaccedilatildeo apresenta a maior parte das mulheres com
baixo niacutevel socioeconocircmico e escolaridade sem acesso agrave adequada educaccedilatildeo nutricional e agrave
atividade fiacutesica orientada Por outro lado resultados encontrados sem significacircncia estatiacutestica
podem ter sido ocasionados pelo tamanho amostral reduzido devido a dificuldade de
rastreamento da populaccedilatildeo uma vez que a unidade de sauacutede natildeo atualizou o endereccedilo e
telefone das mulheres eleitas para o estudo Talvez se tivesse sido realizado contato anual
com essas mulheres natildeo teriacuteamos perdido o seguimento delas
42
8 Conclusatildeo
Devido agrave sua alta prevalecircncia e associaccedilatildeo com mortalidade e incapacidade a fratura
devido agrave fragilidade oacutessea deve ser considerada um problema de sauacutede puacuteblica no Brasil
Apesar das limitaccedilotildees o presente estudo foi realizado de forma prospectiva em mulheres
brasileiras na poacutes-menopausa devendo os seus resultados serem levados em consideraccedilatildeo
para a formulaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas de sauacutede para a prevenccedilatildeo e estrateacutegias de tratamento
para as fraturas Os fatores de risco encontrados como a idade avanccedilada a histoacuteria familiar
de fratura de quadril e a presenccedila de osteoporose devem ser acompanhados e combatidos para
tentar-se diminuir o risco para as fraturas Assim como o USO mostrou ser um meacutetodo
confiaacutevel para avaliar o risco para fraturas podendo ser implementado em maior escala do
que a atual Entatildeo acreditamos que novos estudos prospectivos com uma amostra mais
representativa devam ser realizados para se confirmar os fatores associados a fraturas por
fragilidade oacutessea na populaccedilatildeo brasileira para cada vez mais conhecermos o perfil da nossa
populaccedilatildeo e termos subsiacutedios para combater esse agravo
43
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48
10 Anexo 1 - Instrumento de coleta - EVOS (EUROPEAN VERTEBRAL
OSTEOPOROSIS STUDY)
Data _________
Nome________________________________________________________
Endereco_____________________________________________________
Fone _____________ Data de nascimento _________ RG
1- Dados antropomeacutetricos
Peso (Kg) Altura (m) IMC
2- Dados Ginecoloacutegicos
Idade da primeira menstruacao anos
Vocecirc jaacute usou piacutelula anticoncepcional por mais de 3 meses
sim natildeo natildeo sei
Vocecirc jaacute ficou algum periacuteodo em sua vida sem menstruar antes da menopausa (exceto se
gravidez) sim natildeo natildeo sei
Idade da ultima menstruaccedilatildeo anos
Numero de filhos
Vocecirc fez cirurgia para retirar o uacutetero sim com Idade ____ (anos)
natildeo natildeo sei
E para retirar os ovaacuterios (um ou os dois) sim idade ___ (anos)
natildeo natildeo sei
Vocecirc fez reposiccedilatildeo hormonal apos a menopausa sim natildeo natildeo sei
Se sim quando iniciado o periacuteodo foi superior a 1 ano sim natildeo natildeo sei
49
Vocecirc notou os seguintes sintomas na menopausa
calores sim natildeo natildeo sei
depressatildeo sim natildeo natildeo sei
insocircnia sim natildeo natildeo sei
outros sim natildeo natildeo sei
Vocecirc amamentou sim natildeo natildeo sei
Se sim quantas crianccedilas vocecirc amamentou por mais que 3 meses
3- Dados familiares
Em sua famiacutelia (pai matildee irmatildeos) existe historia de fratura de quadril apos os 50 anos de
idade sim natildeo natildeo sei
4- Histoacuteria de fratura
Vocecirc jaacute teve alguma fratura sim natildeo natildeo sei
Se sim em qual sitio esqueleacutetico com que idade e qual foi o tipo de trauma
Sitio Numero Idade (anos) Niacutevel do trauma
Vertebra
Fecircmur (colo trocanter)
Costela
Antebraccedilo
Uacutemero
Pe
Outras
Vocecirc sabe que tem osteoporose sim tenho natildeo natildeo tenho natildeo sei
5- Aacutelcool
Com que frequecircncia vocecirc bebeu no ultimo ano
Diariamente 5-6 dsem 3-4 dsem
50
1 -2 dsem lt 1 dsem nunca
Tipo de bebida destilados (uiacutesque cachaccedila vodka)
fermentados (cerveja vinho)
6- Imobilizaccedilatildeo
Vocecirc jaacute ficou acamado por um periacuteodo superior a 2 meses
sim natildeo natildeo sei
Se sim foi antes ou apos os 25 anos de idade
ano passado nunca
7- Fumo
Vocecirc fumou cigarro ou usou outras formas de fumo (cachimbo ou charuto)
atualmente no passado nunca
Com que idade iniciou anos
Se parou com que idade anos
Numero de cigarrosdia
8- Atividade Fiacutesica
Quantas tempo costuma passar diariamente ao ar livre caminhando ou andando de bicicleta
nenhuma a 1 h superior a 1 h
Qual a sua atividade fiacutesica durante diferentes periacuteodos de sua vida adulta
Ate os 25 anos 25 a 50 anos acima 50 anos
Niacutevel 1 (leve) 2 (moderada) 3 (pesada) 4
(muito pesada)
9- Impacto
Como vocecirc descreveria sua sauacutede geral neste momento
muito boa boa satisfatoacuteria regular ruim
10- Interrogatoacuterio sobre drogas
51
Vocecirc jaacute usou alguma medicaccedilatildeo oral ou injetaacutevel contendo corticosteroides por mais de 3
meses sim natildeo natildeo sei
Vocecirc jaacute usou alguma desses remeacutedios
Droga sim natildeo sei tempo
(meses)
parou ha quanto tempo
Hormocircnios
masculinos
Hormocircnios
femininos
Calcitonina
Fluacuteor
Caacutelcio
Vitamina D
Anabolizantes
Diureacuteticos
tiazidicos
11- Ingestatildeo de caacutelcio
Com que frequecircncia vocecirc comeu produtos derivados do leite na semana passada
(diassemana)
queijo amarelo queijo branco iogurte leite sorvete
Para os periacuteodos indicados abaixo com que frequecircncia vocecirc recebeu leite
ate 25 anos 25 a 50 anos Acima de 50 anos
Todas as refeiccedilotildees (3 ou + coposdia)
1-2 coposdia
52
Toda semana mas natildeo todo dia
lt 1 vezsemana
53
11 Anexo 2 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Projeto de Pesquisa Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade
oacutessea em mulheres na menopausa
Pesquisador responsaacutevel Dra Lizanka Paola F Marinheiro
Instituiccedilatildeo responsaacutevel Instituto Fernandes Figueira
Vocecirc estaacute sendo convidado a participar do projeto de pesquisa intitulado
Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea em mulheres na
menopausa por que vocecirc participou do estudo anterior realizado haacute 7 anos sobre a
osteoporose e suas consequumlecircncias
54
A osteoporose e uma doenccedila que se caracteriza pela diminuiccedilatildeo da resistecircncia do osso
tornando-o mais fraacutegil Essa fragilidade aumenta o risco da pessoa que tem osteoporose de ter
fraturas mesmo com atividades comuns como tossir ou espirrar
Com isso esse trabalho deseja avaliar a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea na
populaccedilatildeo de mulheres na poacutes menopausa residente da Ilha de Paquetaacute apoacutes 7 anos de
seguimento do uacuteltimo estudo transversal
Vocecirc natildeo eacute obrigada a participar Mas se quiser vocecirc teraacute que responder a um
questionaacuterio Para participar vocecirc natildeo teraacute que pagar nada O resultado seraacute fornecido apenas
a vocecirc ningueacutem mais saberaacute Suas duvidas seratildeo esclarecidas e vocecirc devera continuar
acompanhamento com seu meacutedico assistente Se vocecirc natildeo quiser participar natildeo seraacute
submetida a nenhum constrangimento fiacutesico ou moral e seu atendimento no posto de sauacutede
natildeo seraacute prejudicado A participante poderaacute se retirar do estudo a qualquer momento que
julgar necessaacuterio sem prejuiacutezo para a mesma O resultado de toda a pesquisa seraacute divulgada e
atraveacutes de artigos cientiacuteficos em revistas encontros congressos ou similares sem a
divulgaccedilatildeo dos nomes de quem participou de forma sigilosa
Sua participaccedilatildeo no estudo natildeo implicaraacute em custos adicionais O (A) Sr (a) natildeo teraacute
qualquer despesa com a realizaccedilatildeo dos procedimentos previstos neste estudo que seratildeo
custeados pelo pesquisador responsaacutevel Tambeacutem natildeo haveraacute nenhuma forma de pagamento
pela sua participaccedilatildeo
Caso surja alguma duacutevida quanto agrave eacutetica do estudo o (a) Sr(a) deveraacute se reportar ao
Comitecirc de Eacutetica em Pesquisas envolvendo seres humanos ndash subordinado ao Conselho
Nacional de Eacutetica em Pesquisa oacutergatildeo do Ministeacuterio da Sauacutede atraveacutes de solicitaccedilatildeo ao
representante de pesquisa que estaraacute sob contato permanente ou contactando o Comitecirc de
Eacutetica em Pesquisa desta instituiccedilatildeo no telefone (21) 3971-1590 Eacute assegurado o completo
55
sigilo de sua identidade quanto a sua participaccedilatildeo neste estudo incluindo a eventualidade da
apresentaccedilatildeo dos resultados deste estudo em congressos e perioacutedicos cientiacuteficos
Eu________________________________________________________________________
residente do endereccedilo__________________________ fui informada dos objetivos e da
justificativa deste trabalho de forma clara e detalhada pela Dra Adriana de Mattos V da
Costa Recebi informaccedilotildees especificas sobre cada procedimento no qual estarei envolvida
dos desconfortos e riscos previstos tanto quanto dos benefiacutecios esperados Todas as minhas
duvidas foram respondidas com clareza e sei que poderei solicitar novos esclarecimentos a
qualquer momento Aleacutem disso sei que novas informaccedilotildees obtidas durante o estudo me seratildeo
fornecidas e que terei liberdade de retirar meu consentimento de participaccedilatildeo face a estas
informaccedilotildees sem prejuiacutezo para mim Aleacutem disto me foi entregue uma coacutepia da folha de
informaccedilotildees para os participantes a qual li compreendi e me deu plena liberdade para decidir
acerca da minha espontacircnea participaccedilatildeo nesta pesquisa Minha identidade jamais seraacute
publicada Os dados colhidos poderatildeo ser examinados por pessoas envolvidas no estudo com
autorizaccedilatildeo delegada do investigador e por pessoas delegadas pelo patrocinador Estou
recebendo uma coacutepia assinada deste Termo
Os pesquisadores responsaacuteveis pelo Projeto satildeo a Dra Lizanka Paola F Marinheiro e
sua aluna a Dra Adriana de Mattos Viveiros da Costa
56
Participante
Nome _________________________________
Assinatura________________________________
Data_________________________________________
Investigador
Nome____________________________________
Assinatura________________________________
Data_______________________________________
Pesquisadora
Nome______________________________________
Assinatura___________________________________
Data__________________________________________
Dra Lizanka Paola F Marinheiro
lizankaglobocom
tel 25541700
Dra Adriana de Mattos Vda Costa
adrianamattosmedyahoocombr
tel 87273315
Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa
Rua Afonso Cavalcanti 455 sala 710 ndash Cidade Nova -
Telefone 3971-1463
17
4 Marco Teoacuterico
A osteoporose pode ser definida como doenccedila osteometaboacutelica caracterizada pela
diminuiccedilatildeo da densidade mineral oacutessea com alteraccedilotildees na sua microestrutura que conduzem
a um aumento da fragilidade oacutessea e uma tendecircncia a fraturas por traumatismos pouco
intensos Dado o exposto esta constitui o verdadeiro problema de sauacutede puacuteblica devido agrave sua
alta taxa de morbimortalidade e altos custos (Vianna et al 2001 International Osteoporosis
Foundation 2005)
Com relaccedilatildeo ao hipoestrogenismo observa-se que as mulheres apresentam uma perda
oacutessea mais acelerada nos dez primeiros anos apoacutes a instalaccedilatildeo da menopausa do que os
homens da mesma idade adquirindo risco de fratura mais precocemente do que eles (NHI
2001) Esta diminuiccedilatildeo de massa oacutessea total poderaacute ser ateacute dez vezes a diminuiccedilatildeo ocorrida
antes deste periacuteodo podendo chegar a 2 a 4 ao ano para o osso trabecular e de 1 para o
cortical (NHI 2001) A deficiecircncia de estrogecircnio aumenta o remodelamento oacutesseo e pode
agravar o desequiliacutebrio nas unidades de remodelamento com o aumento do tempo de vida dos
osteoclastos em detrimento dos osteoblastos (Fyhrie amp Schaffler 1994)
Na maioria dos casos a perda oacutessea eacute assintomaacutetica Quando sinais e sintomas da
osteoporose aparecem se relacionam com a ocorrecircncia de fraturas mais comumente na
porccedilatildeo distal do antebraccedilo (fratura de Colles) na coluna vertebral e no colo do fecircmur
(International Osteoporosis Foundation 2005) A maior incidecircncia de fraturas eacute observada
em mulheres brancas na poacutes menopausa (Pinheiro et al 2010a b)
Pinheiro et al (2010) analisaram 275 mulheres caucasoacuteides acima dos 50 anos e
acharam que 44 jaacute possuiacuteam algum tipo de fratura por osteoporose (Pinheiro et al 2010b)
A dor oacutessea eacute consequumlecircncia tanto das fraturas quanto das deformidades oacutesseas As fraturas
18
vertebrais satildeo as mais comuns poreacutem satildeo geralmente assintomaacuteticas e portanto menos
diagnosticadas Poreacutem podem causar dor perda de peso deformidade na coluna espinhal e
perda de estabilidade ao andar (International Osteoporosis Foundation 2005) Apenas 10
das fraturas de veacutertebras cursam com hospitalizaccedilatildeo mesmo que causem dor e diminuiccedilatildeo da
qualidade de vida Elas ocorrem entre os 50 e 60 anos de idade com maior frequecircncia
(International Osteoporosis Foundation 2005)
Jaacute as fraturas do fecircmur satildeo as mais letais devido a complicaccedilotildees poacutes-operatoacuterias As
principais causas de mortalidade satildeo as infecccedilotildees e tromboembolismo As fraturas de quadril
satildeo menos prevalentes do que as vertebrais poreacutem de maior gravidade devido agraves altas taxas
de morbimortalidade aleacutem do alto custo para a famiacutelia e para o sistema puacuteblico de sauacutede A
mortalidade apoacutes uma fratura de quadril eacute de cerca de 20- 24 no ano seguinte a fratura
sendo acompanhada de periacuteodos de hospitalizaccedilatildeo prolongados (International Osteoporosis
Foundation 2005 Silveira et al 2005) Estimativas apontam que no ano de 2050 ocorreratildeo
aproximadamente 65 milhotildees de fratura de quadril em todo mundo (Cooper 1999) As
fraturas de punho satildeo as mais facilmente observadas por mulheres no climateacuterio chegando a
originar seis milhotildees de dias de restriccedilatildeo de trabalho por ano (International Osteoporosis
Foundation 2005)
Aleacutem do custo pessoal o impacto econocircmico gerado pela osteoporose eacute enorme
Atraveacutes do mundo eacute estimado que uma em cada trecircs mulheres acima dos 50 anos teraacute fraturas
por osteoporose Na Europa no ano 2000 foi estimada uma ocorrecircncia de 379 milhotildees de
fraturas por fragilidade oacutessea sendo que destas 890 mil eram de quadril (Tosteson et al
2008) Eacute sabido que apenas metade das pacientes que sobrevivem agrave fratura de quadril voltaraacute
a andar novamente mas dificilmente com a mesma agilidade que andava antes da fratura
Apesar de a osteoporose ser facilmente diagnosticada atraveacutes de exames e seu tratamento
19
poder ser instituiacutedo ainda eacute uma doenccedila muito subdiagnosticada e subtratada Eacute estimada na
comunidade europeacuteia que uma em cada trecircs fraturas de vertebrais recebe a atenccedilatildeo cliacutenica
que merece E uma pessoa com fratura de veacutertebra tem ateacute cinco vezes mais chance de
desenvolver nova fratura no ano seguinte fenocircmeno conhecido como fratura em cascata
(Lindsay et al 2001)
Tradicionalmente a osteoporose eacute reconhecida como uma doenccedila multifatorial sendo
70 desses fatores natildeo modificaacuteveis isto eacute definidos pela carga geneacutetica e 30
potencialmente modificaacuteveis e assim envolvidos com os aspectos ambientais Dessa forma
um uacutenico fator de risco natildeo eacute capaz de identificar indiviacuteduos com ou sem fratura Diferenccedilas
geneacuteticas raciais e antropomeacutetricas bem como da composiccedilatildeo corporal densidade oacutessea
dieta atividade fiacutesica e outros haacutebitos de vida contribuem para explicar as divergecircncias na
incidecircncia e na prevalecircncia de baixa densidade oacutessea e fraturas em diversos paiacuteses do mundo
(Pinheiro et al 2010b c) Os aspectos geneacuteticos desempenham importante influecircncia sobre a
aquisiccedilatildeo do pico de massa oacutessea e perda oacutessea relacionada agrave idade bem como na
determinaccedilatildeo das propriedades estruturais e geomeacutetricas do osso No entanto a associaccedilatildeo
entre diferentes polimorfismos gecircnicos e densidade oacutessea ou fraturas por osteoporose eacute
bastante controversa e varia em diferentes estudos inclusive no Brasil fato que pode ser
tomado como um provaacutevel reflexo das diferenccedilas de etnia e ambiental das populaccedilotildees
estudadas Da mesma forma os fatores ambientais natildeo permitem uniformizar e homogeneizar
o impacto de cada um deles em cada regiatildeo do planeta (Pinheiro et al 2010c)
Atualmente a densitometria oacutessea eacute o meacutetodo mais utilizado para avaliar a massa
oacutessea Eacute o padratildeo ouro para o diagnoacutestico de osteoporose A densidade mineral oacutessea (DMO)
eacute expressa em nuacutemero absolutos em gramas de mineral por centiacutemetro quadrado escaneado
ou ainda comparado com a DMO esperada para a idade e sexo da paciente (z escore) ou
20
comparado a DMO de adultos jovens normais do mesmo sexo (t-escore) A diferenccedila entre o
escore do paciente e o padratildeo eacute expressa em desvios padrotildees acima ou abaixo da meacutedia
(Castro et al 1999)
Segundo a Sociedade Brasileira de Densitometria Cliacutenica no consenso de 2008 satildeo
indicaccedilotildees para avaliaccedilatildeo da densidade mineral oacutessea (Brandatildeo et al 2009)
rdquoMulheres com idade gt a 65 anos e homens com idade gt a 70 anos
Mulheres acima de 40 anos na transiccedilatildeo menopausal (1-2) e homens acima de 50
anos de idade com fatores de risco
Adultos com antecedente de fratura por fragilidade condiccedilatildeo cliacutenica ou uso de
medicamentos associados agrave baixa massa oacutessea ou perda oacutessea
Indiviacuteduos para os quais satildeo consideradas intervenccedilotildees farmacoloacutegicas para
osteoporose
Indiviacuteduos em tratamento para osteoporose para monitoramento de sua eficaacutecia
Indiviacuteduos que natildeo estejam sob tratamento poreacutem nos quais a identificaccedilatildeo de perda
de massa oacutessea possa determinar a indicaccedilatildeo do tratamento
Mulheres interrompendo terapia hormonal (TH)rdquo
Arq Bras Endocrinol Metab 2009 531 pag108
A proacutepria definiccedilatildeo de osteoporose pela Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede reunida em
Hong Kong em 1994 estabeleceu criteacuterios diagnoacutesticos baseados em valores obtidos pela
densitometria oacutessea classificando como osteopecircnicas aquelas mulheres que apresentarem-se
entre 1 e 25 desvios-padratildeo (DP) abaixo da meacutedia para adultas jovens e de osteoporoacuteticas as
que se encontrarem com mais de 25 DP abaixo da meacutedia para adultas jovens (Castro et al
1999 WHO 1999)
A densitometria oacutessea apresenta como desvantagens no entanto o fato de utilizar uma
fonte de radiaccedilatildeo ionizante e possuir um elevado custo que limita seu uso em estudos
populacionais principalmente em nosso paiacutes onde os recursos destinados agrave sauacutede da
populaccedilatildeo mais carente satildeo miacutenimos Sempre tentando diminuir o impacto dos gastos com
21
sauacutede eacute estimulada a busca por meacutetodos natildeo poluentes e mais baratos mas que tragam as
mesmas informaccedilotildees que os meacutetodos jaacute estabelecidos Em funccedilatildeo disto a USO vem sendo
avaliada e alguns resultados promissores tecircm sido apresentados (Castro et al 1999) Baseia-se
na modificaccedilatildeo das caracteriacutesticas de ultrassom transmitido atraveacutes de ossos de localizaccedilatildeo
mais superficiais como no calcacircneo tiacutebia falanges ou patela Os sistemas atuais se
constituem de dois transdutores sendo um transmissor e outro receptor posicionados em
locais diferentes do osso a ser estudado Os aparelhos existentes entre noacutes avaliam o
calcacircneo osso predominantemente trabecular atraveacutes das medidas de velocidade de
transmissatildeo do ultrassom (SOS em ms) e da atenuaccedilatildeo da frequumlecircncia do ultrassom (BUA em
dBMHz) (Kanis et al 2008) Novamente de acordo com a orientaccedilatildeo da Sociedade Brasileira
de Densitometria Cliacutenica de 2008 as recomendaccedilotildees para ultrassonometria oacutessea satildeo
(Brandatildeo et al 2009)
rdquoO uacutenico siacutetio validado para o uso cliacutenico da USO em osteoporose eacute o calcacircneo
Equipamentos de USO de calcacircneo validados satildeo capazes de estimar fratura por
fragilidade em mulheres na poacutes-menopausa e em homens com idade superior a 65 anos
independentemente da densidade mineral oacutessea medida em equipamentos de DMO
central
A correlaccedilatildeo entre os resultados obtidos por USO e DMO ccccccc entral eacute
moderada
USO do calcacircneo associada a fatores de risco cliacutenicos podem ser usados para
identificar populaccedilatildeo com baixa probabilidade de fratura na qual avaliaccedilatildeo adicional
natildeo seja mais necessaacuteria
Medidas de DMO central na coluna e no fecircmur constituem o meacutetodo de escolha para a
tomada de decisatildeo terapecircutica Entretanto se a DMO central natildeo for acessiacutevel o
tratamento farmacoloacutegico pode ser iniciado se a probabilidade de fratura avaliada pelo
USO do calcacircneo com pontos de corte especiacuteficos associados a fatores de risco
cliacutenicos for suficientemente alta
Equipamentos de USO natildeo satildeo clinicamente uacuteteis no monitoramento de efeitos
esqueleacuteticos dos medicamentos disponiacuteveis para o tratamento da osteoporoserdquo
Arq Bras Endocrinol Metab 2009 531 pag110
22
Em 2003 foi realizada uma dissertaccedilatildeo de mestrado (Oliveira et al 2007) sobre a
utilizaccedilatildeo do USO para estimar a prevalecircncia de risco aumentado de fraturas em uma
populaccedilatildeo de mulheres na poacutes menopausa residentes da Ilha de Paquetaacute Em trabalho
realizado por Oliveira e cols nesta instituiccedilatildeo Foi realizado um estudo transversal com
recrutamento de 385 mulheres residentes da Ilha Todas as mulheres responderam a
questionaacuterio previamente estruturado e foram submetidas a medidas antropomeacutetricas e a
USO As medidas de USO foram realizadas segundo o manual do fabricante A idade da
populaccedilatildeo estudada variou entre 42 e 95 anos Os resultados encontrados mostram que
5922 da amostra apresentava algum tipo de alteraccedilatildeo a USO com t score menor que -1
Esse grupo era composto por mulheres mais idosas com menor peso menor altura e menor
percentual de gordura quando comparado com o grupo com t score lt ndash 1 Foi encontrado que
1688 das pesquisadas possuiacuteam alto risco para fraturas com t score lt -25 E as mulheres
do grupo de alto risco tinham maior peso e IMC paracircmetros conhecidos como protetores
Embora divergente da literatura a autora atribui esses resultados a caracteriacutesticas das
mulheres mais idosas em um contexto social de baixa escolaridade e renda (Oliveira et al
2007)
23
5 Materiais e Meacutetodos
51 Populaccedilatildeo
A Ilha de Paquetaacute dista aproximadamente 15 km da Praccedila XV no Centro da Cidade
do Rio de Janeiro sendo a principal ilha do arquipeacutelago de Paquetaacute situada ao nordeste da
Baiacutea de Guanabara A populaccedilatildeo e frequecircncia da Ilha satildeo extremamente sazonais sendo
aproximadamente 2200 domiciacutelios (entre moradores e veranistas) Os moradores fixos
correspondem a 4500 pessoas em sua maioria de famiacutelias antigas na Ilha das quais 208
satildeo idosos ultrapassando ateacute mesmo a meacutedia nacional que eacute em torno de 12 (IBGE
2009a) Este iacutendice faz de Paquetaacute o erceiro bairro em nuacutemero de idosos no municiacutepio sendo
que sua populaccedilatildeo pode ser considerada envelhecida segundo os criteacuterios da Organizaccedilatildeo
Mundial da Sauacutede (OMS 2003) Embora a maioria da populaccedilatildeo seja branca existem 109
de negros 256 de pardos e 01 de iacutendios Cerca de 90 dos domiciacutelios possuem aacutegua
tratada e 9957 tratamento de esgoto As famiacutelias residentes nesta regiatildeo satildeo compostas em
meacutedia por trecircs pessoas com rendimento meacutedio per capita de 301 salaacuterios miacutenimos (IPEA
2000) e o transporte urbano eacute feito basicamente a peacute por bicicletas ou charretes puxadas por
ciclistas (IBGE 2009a)
52 Tipo de estudo
Foi realizado um estudo de coorte prospectivo na ilha de PaquetaacuteRJ no ano de 2011
Foram inicialmente alocadas todas as mulheres que participaram do estudo anterior
desenvolvido no ano de 2003 (Oliveira et al 2007)
24
53 Criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo
Os criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo foram os mesmos utilizados do estudo anterior
(Oliveira et al 2007) Sendo os criteacuterios de inclusatildeo as mulheres que estavam na menopausa
e que tinham residecircncia fixa na Ilha de Paquetaacute e os criteacuterios de exclusatildeo a historia pessoal
de doenccedilas que sabidamente afetam o metabolismo oacutesseo direta ou indiretamente (como
artrite reumatoacuteide luacutepus eritematoso sistecircmico hiperparatireoidismo osteogecircnese imperfeita)
e as neoplasias malignas exceto carcinoma basocelular de pele
54 Alocaccedilotildees de pacientes
A populaccedilatildeo elegiacutevel era constituiacuteda pelas 385 mulheres alocadas no estudo inicial
(Oliveira et al 2007) No trabalho de Oliveira et al (2007) foi realizado um estudo transversal
com recrutamento por auto-seleccedilatildeo ou demanda espontacircnea no ano de 2003 na Ilha de
Paquetaacute Rio de Janeiro Brasil Foram estudadas 385 mulheres na poacutes-menopausa
(diagnoacutestico cliacutenico) residentes no local apoacutes a aplicaccedilatildeo dos criteacuterios de exclusatildeo
(existecircncia de pino metaacutelico ou edema com cacifo em ambos os peacutes ou impossibilitadas de
posicionar os peacutes no aparelho de ultra-sonometria oacutessea) Todas as mulheres responderam na
eacutepoca a um questionaacuterio e foram submetidas a medidas antropomeacutetricas e agrave USO
No presente estudo considerando uma significacircncia de 95 e um poder de 80 uma
prevalecircncia de 15 de fraturas na populaccedilatildeo de risco (Clark et al 2009) o tamanho amostral
previsto foi de 130 mulheres Poreacutem devido agraves perdas o tamanho amostral final foi de 86
pacientes
Atraveacutes do banco de dados jaacute existente todas as pacientes foram re-contactadas As
mulheres foram localizadas atraveacutes de telefonemas e comparecimento no hospital local onde
25
eacute realizado a atenccedilatildeo baacutesica de sauacutede Foram realizados pelo menos 2 telefonemas com
intervalo de 1 semana entre eles Como ldquoperdasrdquo foram consideradas as pacientes natildeo
encontradas apoacutes os dois telefonemas (035 dos telefones estavam errados e 049 das
pacientes tinham telefone quebrado ou ocupado) pacientes que natildeo quiseram ou natildeo
puderam responder ao questionaacuterio (008) e pacientes falecidas (006)
As pacientes selecionadas foram submetidas a um questionaacuterio de avaliaccedilatildeo de fatores
relacionados agrave fragilidade oacutessea conhecido como European Vertebral Osteoporosis Study
(EVOS) jaacute validado previamente para o portuguecircs (OrsquoNeill et al 1996) e jaacute utilizados em
importantes estudos (Pinheiro et al 2006 Clark et al 2009) O questionaacuterio EVOS eacute
composto por dados soacutecio-demograacuteficos (idade estado civil escolaridade cor renda familiar
e nuacutemero de dependentes desta haacutebitos de vida) e histoacuteria reprodutiva pessoal sumaacuteria
(idade da menarca idade da menopausa tipo de menopausa) Os dados antropomeacutetricos
foram aferidos segundo criteacuterios adotados internacionalmente com medidas de peso e altura
observando intervalos de 01kg e 001m respectivamente
A definiccedilatildeo de fratura por fragilidade oacutessea foi a mesma utilizada por Pinheiro et al
(2010a) como aquela resultante de uma queda da proacutepria altura ou trauma menos intenso em
indiviacuteduos com 50 anos ou mais em siacutetios esqueleacuteticos especiacuteficos antebraccedilo fecircmur
costelas veacutertebras e uacutemero E a documentaccedilatildeo de fraturas foi realizada atraveacutes de relato da
paciente (fratura referida) As fraturas traumaacuteticas (apoacutes acidente automobiliacutestico ou outras
condiccedilotildees sob forte impacto) ou as de baixo impacto natildeo relacionadas agrave osteoporose (como
por exemplo as de face tornozelo metacarpo falanges) natildeo foram consideradas
O estudo obedeceu aos criteacuterios de eacutetica preconizados pela resoluccedilatildeo no 19696 do
Conselho Nacional de Sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede e foi aprovado previamente pelo Comitecirc
26
de Eacutetica em Pesquisa da FiocruzIFF e pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Prefeitura Todas
as mulheres assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido antes de qualquer
procedimento
55 Anaacutelise Estatiacutestica
Os dados foram registrados em planilha Excel e analisados pelo programa Statistical
Package for Social Sciences (SPSS) versatildeo 170 Para avaliar diferenccedilas entre os grupos as
variaacuteveis categoacutericas foram avaliadas pelo Qui-quadrado de Pearson ou o teste exato de
Fisher A relaccedilatildeo entre as variaacuteveis categoacutericas e ordinal e entre as variaacuteveis numeacutericas foi
avaliada pelo teste de Mann-Whitney que eacute um teste natildeo-parameacutetrico que equivale ao teste t
escolhido pelo tamanho da amostra A relaccedilatildeo entre as variaacuteveis numeacutericas foi avaliada pelo
coeficiente de Sperman que eacute uma estatiacutestica natildeo parameacutetrica utilizada para dados natildeo
normais eou amostra pequena Para todos os testes o niacutevel de significacircncia adotado foi de
5 A variaacutevel dependente foi a presenccedila de fratura (sim ou natildeo) e as variaacuteveis
independentes foram idade (em anos) resultado de USO (normal ou alterado) tempo de
menopausa (em anos) siacutetio de localizaccedilatildeo de fraturas IMC (abaixo do pesonormal
sobrepeso obeso) tabagismo (fumante ou natildeo fumante) atividade fiacutesica (leve
moderadapesada) frequecircncia diaacuteria de ingestatildeo de leite (em coposdia) e as variaacuteveis
binaacuterias como o histoacuterico familiar de fratura de quadril osteoporose uso de anticoncepcional
ausecircncia de menstruaccedilatildeo retirada de uacutetero ou ovaacuterios amamentaccedilatildeo paciente acamado e
etilismo O caacutelculo do risco relativo (RR) foi feito para avaliar a relaccedilatildeo entre o USO e a
presenccedila de fraturas Para isso foi considerado pacientes com USO normal aqueles com
resultados do T-score gt-11 e USO alterado aqueles com T-score lt-11 O niacutevel de atividade
fiacutesica foi classificado em atividade leve (trabalho burocraacutetico em escritoacuterio na maior parte
do tempo sentado) atividade moderada (trabalhos na maior parte do tempo em peacute como
27
vendedor e dona-de-casa) atividade pesada (enfermeira empregada domeacutestica) Oliveira et al
2010) Para caacutelculo aproximado da ingestatildeo alimentar diaacuteria de caacutelcio utilizou- se uma
adaptaccedilatildeo da Tabela Brasileira de Composiccedilatildeo de Alimentos 1 fatia queijo (90mg) 1 copo
de iogurte (1212mg) 1 copo leite (257mg) 1 bola se sorvete (135mg) E no final todos esses
alimentos foram convertidos em quantidade ingerida de copos de leite
28
6 Resultados Encontrados
61 Gerais
As caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas da populaccedilatildeo estudada estatildeo listadas na
tabela 1 A idade meacutedia das pacientes foi de 725 anos (DPplusmn 87) com a idade da menopausa
460 anos (DPplusmn 61) o tempo de menopausa 261 anos (DPplusmn 97) e o IMC de 264 (kgm2)
(DPplusmn 55) Essas caracteriacutesticas quando comparadas com o estudo anterior de 2003 (tabela
2) confirmam tratar-se da mesma populaccedilatildeo Apenas a idade e o tempo de menopausa
evidenciam ser a nossa populaccedilatildeo mais idosa Fator que se justifica pelo tempo ocorrido entre
os dois estudos
A incidecircncia de fratura por fragilidade oacutessea encontrada foi de 21 evidenciado no
graacutefico 1 Os principais siacutetios de fratura satildeo analisados na tabela 3 tendo como sitio principal
o antebraccedilo com 50 seguido pelo peacute com 192 e uacutemero 145 Jaacute na tabela 4 e no graacutefico
2 pode ser observado que a idade da populaccedilatildeo estudada variou entre 54 e 97 anos com meacutedia
de 72 anos com DP plusmn 90 No grupo de pacientes fraturadas 50 tinham entre 65 e 79 anos
sugerindo ser essa faixa etaacuteria mais susceptiacutevel as fraturas por fragilidade oacutessea
62 USO preacutevia X Fraturas
Foi verificado na tabela 5 a associaccedilatildeo entre o resultado da (USO) preacutevia e o desfecho
fraturas por fragilidade oacutessea De todas as pacientes que fizeram USO no estudo inicial 66
participaram deste estudo Das 50 pacientes que tiveram o USO alterado 22 tiveram
fraturas nesse periacuteodo E as pacientes com USO considerada normal 194 tiveram fraturas
por fragilidade oacutessea O RR= 113 (IC95 048 - 263) sugere que as mulheres que tiveram
29
USO alterado tem um risco de fraturar de 13 maior em relaccedilatildeo as pacientes com resultado
de USO considerado normal
63 Caracteriacutesticas cliacutenicas e comportamentais X Fratura
As pacientes foram analisadas quanto as variaacuteveis clinicas e comportamentais
Considerando a tabela 6 as pacientes que tiveram fraturas se mostraram com maior
sobrepeso ou obesas (722) com maior historia familiar de fratura de quadril (133) e
com maior diagnostico de osteoporose (471) do que as pacientes sem fraturas (p
valorgt005) Jaacute o uso de anticoncepcional ou o uso de reposiccedilatildeo hormonal natildeo se mostraram
ser relevantes para ocorrecircncia de fraturas nessa amostra E 235 das pacientes acamadas por
mais de dois meses sofreram alguma fratura com p valor lt005 Evidenciando associaccedilatildeo
entre a paciente ficar acamada por mais de dois meses e sofrer fratura por fragilidade oacutessea
Avaliando a tabela 7 foi notado que apenas 125 das pacientes que tiveram fratura eram
tabagistas e 167 eram etilistas natildeo se mostrando essas caracteriacutesticas como fatores de
risco A atividade fiacutesica moderadapesada ateacute 25 anos e acima de 50 anos apresentou
percentuais de 441 e 382 respectivamente Aleacutem disso entre 25 e 50 anos 444 das
pacientes com atividade fiacutesica moderadapesada tiveram fraturas e 441 das pacientes natildeo
tiveram fraturas para essa faixa etaacuteria (p valor gt005) Sendo assim natildeo houve associaccedilatildeo
entre a atividade fiacutesica e as fraturas Em relaccedilatildeo ao item ingestatildeo de leite apoacutes os 50 anos
456 das pacientes que natildeo tiveram fraturas ingeriam de 1 a 2 copos de leite por dia e
apenas 44 ingeriam mais de 3 copos de leite por dia No caso das pacientes que tiveram
fraturas apoacutes os 50 anos foi observado que 50 ingeriam de 1 a 2 copos de leite por dia e
167 ingeriam 3 copos ou mais de leite
30
64 Tempo de menopausa X Fratura
As pacientes foram avaliadas graacutefico 3 para verificar a associaccedilatildeo entre o tempo de
menopausa e o desfecho das fraturas A mediana do tempo de menopausa encontrado em
ambos os grupos foi de 262 com DP de plusmn98 Metade das pacientes que tiveram fraturas tem
entre 193 e 293 anos de menopausa com DP de plusmn72 A correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade
tempo de menopausa e IMC foi observado na tabela 8 onde evidenciada uma associaccedilatildeo
positiva entre a idade e o tempo de menopausa nos grupos de pacientes com e sem fraturas
Assim como foi verificado uma associaccedilatildeo negativa de quanto maior a idade e o tempo de
menopausa menor o IMC
31
Graacutefico 1
Graacutefico 2
32
Graacutefico 3
33
Tabela 1- Caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas das
mulheres poacutes menopausa (n=86)
Caracteriacutesticas Meacutedia plusmn desvio padratildeo
Idade (anos) 7255 plusmn 897
Idade da
menarca (anos) 1324 plusmn 184
Idade da
menopausa
(anos)
4608 plusmn 614
Tempo de
menopausa
(anos)
2618 plusmn976
Peso (kg)sect 6342 plusmn 1055
Altura (m)deg 155 plusmn 008
IMC (kgm2) 2643 plusmn 557
n=85 sectn=83 ordmn=82 n=81 n=80
Tabela 2-Caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas das
mulheres poacutes menopausa em 2003
Caracteriacutesticas Meacutedia plusmn desvio padratildeo
Idade (anos) 6463plusmn1270
Idade da
menarca (anos)
1304 plusmn 193
Idade da
menopausa
(anos)
4755 plusmn 601
Tempo de
menopausa
(anos)
1700 plusmn 1076
Peso (kg)sect 6533 plusmn 1270
Altura (m)deg 155 plusmn 006
IMC (kgm2) 2696 plusmn 477
34
Tabela 3 ndash Incidecircncia de fraturas em mulheres poacutes menopausa segundo a
localizaccedilatildeo de fratura 2003-2011
Tipo da fratura
n
Veacutertebra 1 38
Fecircmur 1 38
Costela 2 77
Antebraccedilo 13 500
Uacutemero 4 145
Peacute 5 192
Total 26 1000
Nota Algumas pacientes tiveram mais de uma fratura no periacuteodo
Tabela 4- Relaccedilatildeo entre idade e fratura nas mulheres na poacutes menopausa
Total
Fratura
Idade (anos) Natildeo Sim
N () n () n ()
54 a 64 anos 18 209 14 206 4 222
65 a 79 anos 48 558 39 574 9 500
80 a 97 anos 20 233 15 221 5 278
Total 86 1000 68 1000 18 1000
Meacutedia (DP) 725 (90) 713 (77) 729 (93)
Nota P-valor pelo teste de Mann-Whitney=0813
35
Tabela 5 - Incidecircncia de fratura em mulheres poacutes-menopausa segundo
resultado da USO 2003-2011
Resultado da
USO
Total
Fratura p-valor
Sim Natildeo
n n
()
IC95 n
()
Normal 36 7 194
89 -
3472
29 806
0496
Alterado 50 11 220
121 -
350
39 780
Total 86 18 209
133 -
305
68 791
Nota Risco relativo = 113 (IC95 048 - 263)
36
Tabela 6 ndash Caracteriacutesticas cliacutenicas de mulheres poacutes-menopausa segundo
fratura (n=86)
Fratura
Natildeo (n=68) Sim (n=18) Total
n ( ) n ( )
IMC
Abaixo do pesoNormal 24 (353) 5 (278) 28 0792
Sobrepeso 27 (397) 9 (500) 36
Obeso 17 (250) 4 (222) 21
Histoacuterico familiar de fratura de quadril
Natildeo 66 (985) 13 (867) 79 0085
Sim 1 (15) 2 (133) 3
Osteoporose
Natildeo 44 (800) 9 (529) 53 0055
Sim 11 (200) 8 (471) 19
Uso de anticoncepcional
Natildeo 32 (485) 10 (556) 42 0791
Sim 34 (515) 8 (444) 42
Ausecircncia de mentruaccedilatildeo
Natildeo 60 (909) 16 (941) 76 1000
Sim 6 (91) 1 (59) 7
Retirou o uacutetero
Natildeo 46 (687) 9 (500) 55 0170
Sim 21 (313) 9 (500) 30
Retirou os ovaacuterios
Natildeo 53 (815) 11 (647) 64 0187
Sim 12 (185) 6 (353) 18
Reposiccedilatildeo hormonal
Natildeo 51 (761) 13 (722) 64 0763
Sim 16 (239) 5 (278) 21
Amamentou
Natildeo 14 (206) 4 (222) 18 1000
Sim 54 (794) 14 (778) 68
Acamado por mais de dois meses
Natildeo 63 (940) 13 (765) 76 0049
Sim 4 (60) 4 (235) 8
Caracteriacutesticas clinicas
p-valor do
teste exato
de Fisher
37
Tabela 7 - Caracteriacutesticas comportamentais de mulheres poacutes-menopausa segundo
fratura (n=86)
Fratura
Natildeo (n=68) Sim (n=18) Total
n ( ) n ( )
Tabagismo
Natildeo fumante 47 (758) 14 (875) 61 0499
FumanteEx-fumante 15 (242) 2 (125) 17
Etilismo no uacuteltimo ano
Natildeo 48 (706) 15 (833) 63 0376
Sim 20 (294) 3 (167) 23
Atividade fiacutesica ateacute os 25 anos
Leve 38 (559) 11 (611) 49 0792
ModeradaPesada 30 (441) 7 (389) 37
Atividade fiacutesica entre os 25 e 50 anos
Leve 38 (559) 10 (556) 48 1000
ModeradaPesada 30 (441) 8 (444) 38
Atividade fiacutesica acima dos 50 anos
Leve 42 (618) 12 (667) 54 0789
ModeradaPesada 26 (382) 6 (333) 32
Frequecircncia diaacuteria de leite ateacute 25 anos
Nenhummenos 1 copodia 34 (500) 8 (444) 42 0910
1 a 2 coposdia 31 (456) 9 (500) 40
3 coposdia ou mais 3 (44) 1 (56) 4
Frequecircncia diaacuteria de leite apoacutes 50 anos
Nenhummenos 1 copodia 34 (500) 6 (333) 40 0103
1 a 2 coposdia 31 (456) 9 (500) 40
3 coposdia ou mais 3 (44) 3 (167) 6
Caracteriacutesticas
comportamentais
p-valor do
teste exato
de Fisher
Tabela 8- Coeficientes de correlaccedilatildeo de Spearman (rs) entre idade IMC e tempo de
menopausa em mulheres poacutes-menopausa
Variaacuteveis
IMC IdadeTempo de
menopausa
r s 1 -0144 -0151
p-valor 0569 0550
r s -0227 1 0736
p-valor 0074 lt0001
r s -0295 0761 1
p-valor 0020 lt0001
Variaacuteveis
IMC
Idade
Tempo de menopausa
Nota o triacircngulo superior direito (parte hachurada) se refere agraves correlaccedilotildees para as mulheres com
fratura e o inferior esquerdo (parte natildeo hachurada) agraves mulheres sem fratura
38
7 Discussatildeo
No Brasil os principais fatores cliacutenicos de risco para fraturas por fragilidade oacutessea
eram extrapolados a partir de estudos internacionais O estudo vem acrescentar informaccedilotildees
para se conhecer os fatores relacionados agrave essas fraturas Nossos resultados revelam que a
idade avanccedilada a historia familiar de fratura de quadril o diagnoacutestico de osteoporose e
tambeacutem o paciente ficar acamado por mais de 2 meses foram considerados fatores de risco
para fraturas por fragilidade oacutessea
Esse estudo mostrou concordacircncia com a Johnell amp Kanis (2006) onde o principal
siacutetio mundial de fratura por fragilidade oacutessea nas mulheres apoacutes a menopausa foi o antebraccedilo
Segundo o estudo Latin American Vertebral Osteoporosis Study (LAVOS) (Clark et al
2009) a fratura vertebral eacute a mais prevalente da ameacuterica latina com uma prevalecircncia de
142 diferente do nosso estudo onde a coluna vertebral e o colo do fecircmur aparecem
juntos em uacuteltimo lugar na lista de incidecircncia dos siacutetios de fratura Isso pode ser atribuiacutedo
devido a diferenccedila nos criteacuterios de definiccedilatildeo de fraturas pois no LAVOS optou-se pela
medida radiograacutefica do local de fraturas enquanto no nosso estudo as fraturas foram referidas
pelas pacientes
Os consensos sobre osteoporose tecircm propostos algoritmos para identificar indiviacuteduos
de alto risco para fraturas (Kanis et al 2008 WHO 1999) Para tanto a associaccedilatildeo de fatores
de risco para fraturas com a medida da USO eacute de suma importacircncia embora sejam poucas as
pacientes que tecircm oportunidade de realizar esse exame (Oliveira et al 2007) Assim o
presente trabalho mostrou um risco para fraturas por fragilidade oacutessea 13 maior nas
pacientes com resultado de USO alterada em relaccedilatildeo as pacientes que tiveram resultados de
39
USO normais vindo de encontro aos resultados encontrados por Oliveira et al (2007)
Corroborando o USO como um meacutetodo confiaacutevel para a prediccedilatildeo de fraturas
E semelhante a Pinheiro et al (2010a) o presente estudo revelou que os principais
fatores de risco para fraturas por fragilidade oacutessea satildeo a idade avanccedilada a historia familiar de
fratura de quadril e a presenccedila de osteoporose Isso pode ser atribuiacutedo ao fato de que no
estudo de Pinheiro et al (2010a) assim como no nosso estudo a populaccedilatildeo ser
predominantemente de mulheres acima dos 65 anos e viverem em aacuterea urbana tendo haacutebitos
de vida parecidos
O achado em nosso estudo que apresentou significacircncia estatiacutestica refere-se ao fator
de risco ldquopaciente acamado por mais de dois mesesrdquo como disposto na literatura (Pinheiro et
al 2010b Demir et al 2008) O que acontece eacute que com o paciente acamado por tempo
prolongado um maior remodelamento oacutesseo eacute observado Os osteoclastos responsaacuteveis pela
absorccedilatildeo oacutessea sobrepotildee os osteoblastos predispondo as fraturas por fragilidade oacutessea
(Fyhrie amp Schaffler 1994) Assim observou-se no estudo que 235 das pacientes
acamadas por mais de dois meses sofreram alguma fratura por fragilidade oacutessea com p valor
lt005 Isso reafirma a associaccedilatildeo entre a paciente ficar acamada por mais de dois meses e
sofrer fratura por fragilidade oacutessea Por outro lado o exerciacutecio fiacutesico que estaacute sabidamente
relacionado ao aumento da resistecircncia muscular do equiliacutebrio e da flexibilidade contribuindo
para a reduccedilatildeo da perda oacutessea e melhora da sauacutede em geral (Chan 2003) natildeo se mostrou
como fator de proteccedilatildeo neste estudo Provavelmente devido ao baixo percentual encontrado
de pacientes que praticavam atividade fiacutesica moderada ou pesada
O elevado IMC e a terapia de reposiccedilatildeo hormonal natildeo desempenharam papel protetor
na nossa populaccedilatildeo como seria o esperado por estudos anteriores (Pinheiro et al 2010c
40
Buttros et al 2011) Ao contrario o sobrepeso e obesidade foram considerados fatores de
risco Isso pode ser atribuiacutedo ao IMC meacutedio dessa populaccedilatildeo ser 264 (kgm2) (DPplusmn 55)
limiacutetrofe para sobrepeso Embora esse dado demonstre contrariedade com a literatura que
estabelece relaccedilatildeo inversa entre obesidade e fraturas por fragilidade oacutessea em nosso estudo
ter maior peso e IMC natildeo seriam fatores de risco para fraturas e sim caracteriacutesticas das
mulheres mais idosas em um contexto social de baixa escolaridade e renda Esse fato eacute
confirmado pelos resultados da Pesquisa Nacional sobre Sauacutede e Nutriccedilatildeo ( Batista F et al
2003) que demonstraram caraacuteter ascendente da obesidade nos estratos de mulheres com baixa
renda residentes na regiatildeo Sudeste
Aleacutem disso haacutebitos de vida como tabagismo e etilismo sabidamente relacionados agrave
maior risco para fraturas por fragilidade oacutessea (Pinheiro et al 2010) tambeacutem natildeo se
mostraram estar associados nesse estudo
A necessidade de caacutelcio do ser humano varia ao longo da vida e uma ingestatildeo
adequada para mulheres acima de 50 anos eacute de 1200 mg pois com a idade o corpo
naturalmente perde um pouco da capacidade de absorccedilatildeo de minerais (Nuacutecleo de Estudos e
Pesquisas em Alimentaccedilatildeo 2006) O fato de apenas 44 das mulheres que natildeo tiveram
fraturas e 167 das mulheres que tiveram fraturas ter referido consumo superior a
900mgdia (3 ou mais copos) foi fator de surpresa principalmente levando-se em conta o PIB
per capita da cidade superior ao da maioria dos municiacutepios brasileiros (IPEA 2000)
Assim como em estudos preacutevios (Pinheiro et al 2010c NHI 2001 Demir et al
2008) nossos dados tambeacutem demonstraram o hipoestrogenismo como importante fator de
risco para fraturas por fragilidade oacutessea jaacute que as pacientes com fratura tecircm entre 19 e 29
anos de menopausa Em recente estudo Demir et al (2008) estudaram 2769 mulheres na
41
poacutes-menopausa correlacionando a ocorrecircncia de osteoporose com o tempo de menopausa
Demonstraram que 106 das pacientes com ateacute trecircs anos de poacutes-menopausa tinham
osteoporose contra 329 das pacientes com sete anos ou mais Acredita-se que a deficiecircncia
estrogecircnica seja responsaacutevel por dois terccedilos da perda de massa oacutessea levando
consequentemente agraves fraturas por fragilidade oacutessea assim como observado (Position
statement of the North American Menopause Society 2010)
Os dados deste estudo podem ser limitados pois apesar de tratar-se de uma coorte as
participantes reportaram dados referentes a estilo de vida dieta antecedentes familiares e
pessoais o que pode ter ocasionado algum vieacutes recordatoacuterio Outra limitaccedilatildeo eacute que como
avaliado por Oliveira et al (2007) esta populaccedilatildeo apresenta a maior parte das mulheres com
baixo niacutevel socioeconocircmico e escolaridade sem acesso agrave adequada educaccedilatildeo nutricional e agrave
atividade fiacutesica orientada Por outro lado resultados encontrados sem significacircncia estatiacutestica
podem ter sido ocasionados pelo tamanho amostral reduzido devido a dificuldade de
rastreamento da populaccedilatildeo uma vez que a unidade de sauacutede natildeo atualizou o endereccedilo e
telefone das mulheres eleitas para o estudo Talvez se tivesse sido realizado contato anual
com essas mulheres natildeo teriacuteamos perdido o seguimento delas
42
8 Conclusatildeo
Devido agrave sua alta prevalecircncia e associaccedilatildeo com mortalidade e incapacidade a fratura
devido agrave fragilidade oacutessea deve ser considerada um problema de sauacutede puacuteblica no Brasil
Apesar das limitaccedilotildees o presente estudo foi realizado de forma prospectiva em mulheres
brasileiras na poacutes-menopausa devendo os seus resultados serem levados em consideraccedilatildeo
para a formulaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas de sauacutede para a prevenccedilatildeo e estrateacutegias de tratamento
para as fraturas Os fatores de risco encontrados como a idade avanccedilada a histoacuteria familiar
de fratura de quadril e a presenccedila de osteoporose devem ser acompanhados e combatidos para
tentar-se diminuir o risco para as fraturas Assim como o USO mostrou ser um meacutetodo
confiaacutevel para avaliar o risco para fraturas podendo ser implementado em maior escala do
que a atual Entatildeo acreditamos que novos estudos prospectivos com uma amostra mais
representativa devam ser realizados para se confirmar os fatores associados a fraturas por
fragilidade oacutessea na populaccedilatildeo brasileira para cada vez mais conhecermos o perfil da nossa
populaccedilatildeo e termos subsiacutedios para combater esse agravo
43
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48
10 Anexo 1 - Instrumento de coleta - EVOS (EUROPEAN VERTEBRAL
OSTEOPOROSIS STUDY)
Data _________
Nome________________________________________________________
Endereco_____________________________________________________
Fone _____________ Data de nascimento _________ RG
1- Dados antropomeacutetricos
Peso (Kg) Altura (m) IMC
2- Dados Ginecoloacutegicos
Idade da primeira menstruacao anos
Vocecirc jaacute usou piacutelula anticoncepcional por mais de 3 meses
sim natildeo natildeo sei
Vocecirc jaacute ficou algum periacuteodo em sua vida sem menstruar antes da menopausa (exceto se
gravidez) sim natildeo natildeo sei
Idade da ultima menstruaccedilatildeo anos
Numero de filhos
Vocecirc fez cirurgia para retirar o uacutetero sim com Idade ____ (anos)
natildeo natildeo sei
E para retirar os ovaacuterios (um ou os dois) sim idade ___ (anos)
natildeo natildeo sei
Vocecirc fez reposiccedilatildeo hormonal apos a menopausa sim natildeo natildeo sei
Se sim quando iniciado o periacuteodo foi superior a 1 ano sim natildeo natildeo sei
49
Vocecirc notou os seguintes sintomas na menopausa
calores sim natildeo natildeo sei
depressatildeo sim natildeo natildeo sei
insocircnia sim natildeo natildeo sei
outros sim natildeo natildeo sei
Vocecirc amamentou sim natildeo natildeo sei
Se sim quantas crianccedilas vocecirc amamentou por mais que 3 meses
3- Dados familiares
Em sua famiacutelia (pai matildee irmatildeos) existe historia de fratura de quadril apos os 50 anos de
idade sim natildeo natildeo sei
4- Histoacuteria de fratura
Vocecirc jaacute teve alguma fratura sim natildeo natildeo sei
Se sim em qual sitio esqueleacutetico com que idade e qual foi o tipo de trauma
Sitio Numero Idade (anos) Niacutevel do trauma
Vertebra
Fecircmur (colo trocanter)
Costela
Antebraccedilo
Uacutemero
Pe
Outras
Vocecirc sabe que tem osteoporose sim tenho natildeo natildeo tenho natildeo sei
5- Aacutelcool
Com que frequecircncia vocecirc bebeu no ultimo ano
Diariamente 5-6 dsem 3-4 dsem
50
1 -2 dsem lt 1 dsem nunca
Tipo de bebida destilados (uiacutesque cachaccedila vodka)
fermentados (cerveja vinho)
6- Imobilizaccedilatildeo
Vocecirc jaacute ficou acamado por um periacuteodo superior a 2 meses
sim natildeo natildeo sei
Se sim foi antes ou apos os 25 anos de idade
ano passado nunca
7- Fumo
Vocecirc fumou cigarro ou usou outras formas de fumo (cachimbo ou charuto)
atualmente no passado nunca
Com que idade iniciou anos
Se parou com que idade anos
Numero de cigarrosdia
8- Atividade Fiacutesica
Quantas tempo costuma passar diariamente ao ar livre caminhando ou andando de bicicleta
nenhuma a 1 h superior a 1 h
Qual a sua atividade fiacutesica durante diferentes periacuteodos de sua vida adulta
Ate os 25 anos 25 a 50 anos acima 50 anos
Niacutevel 1 (leve) 2 (moderada) 3 (pesada) 4
(muito pesada)
9- Impacto
Como vocecirc descreveria sua sauacutede geral neste momento
muito boa boa satisfatoacuteria regular ruim
10- Interrogatoacuterio sobre drogas
51
Vocecirc jaacute usou alguma medicaccedilatildeo oral ou injetaacutevel contendo corticosteroides por mais de 3
meses sim natildeo natildeo sei
Vocecirc jaacute usou alguma desses remeacutedios
Droga sim natildeo sei tempo
(meses)
parou ha quanto tempo
Hormocircnios
masculinos
Hormocircnios
femininos
Calcitonina
Fluacuteor
Caacutelcio
Vitamina D
Anabolizantes
Diureacuteticos
tiazidicos
11- Ingestatildeo de caacutelcio
Com que frequecircncia vocecirc comeu produtos derivados do leite na semana passada
(diassemana)
queijo amarelo queijo branco iogurte leite sorvete
Para os periacuteodos indicados abaixo com que frequecircncia vocecirc recebeu leite
ate 25 anos 25 a 50 anos Acima de 50 anos
Todas as refeiccedilotildees (3 ou + coposdia)
1-2 coposdia
52
Toda semana mas natildeo todo dia
lt 1 vezsemana
53
11 Anexo 2 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Projeto de Pesquisa Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade
oacutessea em mulheres na menopausa
Pesquisador responsaacutevel Dra Lizanka Paola F Marinheiro
Instituiccedilatildeo responsaacutevel Instituto Fernandes Figueira
Vocecirc estaacute sendo convidado a participar do projeto de pesquisa intitulado
Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea em mulheres na
menopausa por que vocecirc participou do estudo anterior realizado haacute 7 anos sobre a
osteoporose e suas consequumlecircncias
54
A osteoporose e uma doenccedila que se caracteriza pela diminuiccedilatildeo da resistecircncia do osso
tornando-o mais fraacutegil Essa fragilidade aumenta o risco da pessoa que tem osteoporose de ter
fraturas mesmo com atividades comuns como tossir ou espirrar
Com isso esse trabalho deseja avaliar a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea na
populaccedilatildeo de mulheres na poacutes menopausa residente da Ilha de Paquetaacute apoacutes 7 anos de
seguimento do uacuteltimo estudo transversal
Vocecirc natildeo eacute obrigada a participar Mas se quiser vocecirc teraacute que responder a um
questionaacuterio Para participar vocecirc natildeo teraacute que pagar nada O resultado seraacute fornecido apenas
a vocecirc ningueacutem mais saberaacute Suas duvidas seratildeo esclarecidas e vocecirc devera continuar
acompanhamento com seu meacutedico assistente Se vocecirc natildeo quiser participar natildeo seraacute
submetida a nenhum constrangimento fiacutesico ou moral e seu atendimento no posto de sauacutede
natildeo seraacute prejudicado A participante poderaacute se retirar do estudo a qualquer momento que
julgar necessaacuterio sem prejuiacutezo para a mesma O resultado de toda a pesquisa seraacute divulgada e
atraveacutes de artigos cientiacuteficos em revistas encontros congressos ou similares sem a
divulgaccedilatildeo dos nomes de quem participou de forma sigilosa
Sua participaccedilatildeo no estudo natildeo implicaraacute em custos adicionais O (A) Sr (a) natildeo teraacute
qualquer despesa com a realizaccedilatildeo dos procedimentos previstos neste estudo que seratildeo
custeados pelo pesquisador responsaacutevel Tambeacutem natildeo haveraacute nenhuma forma de pagamento
pela sua participaccedilatildeo
Caso surja alguma duacutevida quanto agrave eacutetica do estudo o (a) Sr(a) deveraacute se reportar ao
Comitecirc de Eacutetica em Pesquisas envolvendo seres humanos ndash subordinado ao Conselho
Nacional de Eacutetica em Pesquisa oacutergatildeo do Ministeacuterio da Sauacutede atraveacutes de solicitaccedilatildeo ao
representante de pesquisa que estaraacute sob contato permanente ou contactando o Comitecirc de
Eacutetica em Pesquisa desta instituiccedilatildeo no telefone (21) 3971-1590 Eacute assegurado o completo
55
sigilo de sua identidade quanto a sua participaccedilatildeo neste estudo incluindo a eventualidade da
apresentaccedilatildeo dos resultados deste estudo em congressos e perioacutedicos cientiacuteficos
Eu________________________________________________________________________
residente do endereccedilo__________________________ fui informada dos objetivos e da
justificativa deste trabalho de forma clara e detalhada pela Dra Adriana de Mattos V da
Costa Recebi informaccedilotildees especificas sobre cada procedimento no qual estarei envolvida
dos desconfortos e riscos previstos tanto quanto dos benefiacutecios esperados Todas as minhas
duvidas foram respondidas com clareza e sei que poderei solicitar novos esclarecimentos a
qualquer momento Aleacutem disso sei que novas informaccedilotildees obtidas durante o estudo me seratildeo
fornecidas e que terei liberdade de retirar meu consentimento de participaccedilatildeo face a estas
informaccedilotildees sem prejuiacutezo para mim Aleacutem disto me foi entregue uma coacutepia da folha de
informaccedilotildees para os participantes a qual li compreendi e me deu plena liberdade para decidir
acerca da minha espontacircnea participaccedilatildeo nesta pesquisa Minha identidade jamais seraacute
publicada Os dados colhidos poderatildeo ser examinados por pessoas envolvidas no estudo com
autorizaccedilatildeo delegada do investigador e por pessoas delegadas pelo patrocinador Estou
recebendo uma coacutepia assinada deste Termo
Os pesquisadores responsaacuteveis pelo Projeto satildeo a Dra Lizanka Paola F Marinheiro e
sua aluna a Dra Adriana de Mattos Viveiros da Costa
56
Participante
Nome _________________________________
Assinatura________________________________
Data_________________________________________
Investigador
Nome____________________________________
Assinatura________________________________
Data_______________________________________
Pesquisadora
Nome______________________________________
Assinatura___________________________________
Data__________________________________________
Dra Lizanka Paola F Marinheiro
lizankaglobocom
tel 25541700
Dra Adriana de Mattos Vda Costa
adrianamattosmedyahoocombr
tel 87273315
Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa
Rua Afonso Cavalcanti 455 sala 710 ndash Cidade Nova -
Telefone 3971-1463
18
vertebrais satildeo as mais comuns poreacutem satildeo geralmente assintomaacuteticas e portanto menos
diagnosticadas Poreacutem podem causar dor perda de peso deformidade na coluna espinhal e
perda de estabilidade ao andar (International Osteoporosis Foundation 2005) Apenas 10
das fraturas de veacutertebras cursam com hospitalizaccedilatildeo mesmo que causem dor e diminuiccedilatildeo da
qualidade de vida Elas ocorrem entre os 50 e 60 anos de idade com maior frequecircncia
(International Osteoporosis Foundation 2005)
Jaacute as fraturas do fecircmur satildeo as mais letais devido a complicaccedilotildees poacutes-operatoacuterias As
principais causas de mortalidade satildeo as infecccedilotildees e tromboembolismo As fraturas de quadril
satildeo menos prevalentes do que as vertebrais poreacutem de maior gravidade devido agraves altas taxas
de morbimortalidade aleacutem do alto custo para a famiacutelia e para o sistema puacuteblico de sauacutede A
mortalidade apoacutes uma fratura de quadril eacute de cerca de 20- 24 no ano seguinte a fratura
sendo acompanhada de periacuteodos de hospitalizaccedilatildeo prolongados (International Osteoporosis
Foundation 2005 Silveira et al 2005) Estimativas apontam que no ano de 2050 ocorreratildeo
aproximadamente 65 milhotildees de fratura de quadril em todo mundo (Cooper 1999) As
fraturas de punho satildeo as mais facilmente observadas por mulheres no climateacuterio chegando a
originar seis milhotildees de dias de restriccedilatildeo de trabalho por ano (International Osteoporosis
Foundation 2005)
Aleacutem do custo pessoal o impacto econocircmico gerado pela osteoporose eacute enorme
Atraveacutes do mundo eacute estimado que uma em cada trecircs mulheres acima dos 50 anos teraacute fraturas
por osteoporose Na Europa no ano 2000 foi estimada uma ocorrecircncia de 379 milhotildees de
fraturas por fragilidade oacutessea sendo que destas 890 mil eram de quadril (Tosteson et al
2008) Eacute sabido que apenas metade das pacientes que sobrevivem agrave fratura de quadril voltaraacute
a andar novamente mas dificilmente com a mesma agilidade que andava antes da fratura
Apesar de a osteoporose ser facilmente diagnosticada atraveacutes de exames e seu tratamento
19
poder ser instituiacutedo ainda eacute uma doenccedila muito subdiagnosticada e subtratada Eacute estimada na
comunidade europeacuteia que uma em cada trecircs fraturas de vertebrais recebe a atenccedilatildeo cliacutenica
que merece E uma pessoa com fratura de veacutertebra tem ateacute cinco vezes mais chance de
desenvolver nova fratura no ano seguinte fenocircmeno conhecido como fratura em cascata
(Lindsay et al 2001)
Tradicionalmente a osteoporose eacute reconhecida como uma doenccedila multifatorial sendo
70 desses fatores natildeo modificaacuteveis isto eacute definidos pela carga geneacutetica e 30
potencialmente modificaacuteveis e assim envolvidos com os aspectos ambientais Dessa forma
um uacutenico fator de risco natildeo eacute capaz de identificar indiviacuteduos com ou sem fratura Diferenccedilas
geneacuteticas raciais e antropomeacutetricas bem como da composiccedilatildeo corporal densidade oacutessea
dieta atividade fiacutesica e outros haacutebitos de vida contribuem para explicar as divergecircncias na
incidecircncia e na prevalecircncia de baixa densidade oacutessea e fraturas em diversos paiacuteses do mundo
(Pinheiro et al 2010b c) Os aspectos geneacuteticos desempenham importante influecircncia sobre a
aquisiccedilatildeo do pico de massa oacutessea e perda oacutessea relacionada agrave idade bem como na
determinaccedilatildeo das propriedades estruturais e geomeacutetricas do osso No entanto a associaccedilatildeo
entre diferentes polimorfismos gecircnicos e densidade oacutessea ou fraturas por osteoporose eacute
bastante controversa e varia em diferentes estudos inclusive no Brasil fato que pode ser
tomado como um provaacutevel reflexo das diferenccedilas de etnia e ambiental das populaccedilotildees
estudadas Da mesma forma os fatores ambientais natildeo permitem uniformizar e homogeneizar
o impacto de cada um deles em cada regiatildeo do planeta (Pinheiro et al 2010c)
Atualmente a densitometria oacutessea eacute o meacutetodo mais utilizado para avaliar a massa
oacutessea Eacute o padratildeo ouro para o diagnoacutestico de osteoporose A densidade mineral oacutessea (DMO)
eacute expressa em nuacutemero absolutos em gramas de mineral por centiacutemetro quadrado escaneado
ou ainda comparado com a DMO esperada para a idade e sexo da paciente (z escore) ou
20
comparado a DMO de adultos jovens normais do mesmo sexo (t-escore) A diferenccedila entre o
escore do paciente e o padratildeo eacute expressa em desvios padrotildees acima ou abaixo da meacutedia
(Castro et al 1999)
Segundo a Sociedade Brasileira de Densitometria Cliacutenica no consenso de 2008 satildeo
indicaccedilotildees para avaliaccedilatildeo da densidade mineral oacutessea (Brandatildeo et al 2009)
rdquoMulheres com idade gt a 65 anos e homens com idade gt a 70 anos
Mulheres acima de 40 anos na transiccedilatildeo menopausal (1-2) e homens acima de 50
anos de idade com fatores de risco
Adultos com antecedente de fratura por fragilidade condiccedilatildeo cliacutenica ou uso de
medicamentos associados agrave baixa massa oacutessea ou perda oacutessea
Indiviacuteduos para os quais satildeo consideradas intervenccedilotildees farmacoloacutegicas para
osteoporose
Indiviacuteduos em tratamento para osteoporose para monitoramento de sua eficaacutecia
Indiviacuteduos que natildeo estejam sob tratamento poreacutem nos quais a identificaccedilatildeo de perda
de massa oacutessea possa determinar a indicaccedilatildeo do tratamento
Mulheres interrompendo terapia hormonal (TH)rdquo
Arq Bras Endocrinol Metab 2009 531 pag108
A proacutepria definiccedilatildeo de osteoporose pela Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede reunida em
Hong Kong em 1994 estabeleceu criteacuterios diagnoacutesticos baseados em valores obtidos pela
densitometria oacutessea classificando como osteopecircnicas aquelas mulheres que apresentarem-se
entre 1 e 25 desvios-padratildeo (DP) abaixo da meacutedia para adultas jovens e de osteoporoacuteticas as
que se encontrarem com mais de 25 DP abaixo da meacutedia para adultas jovens (Castro et al
1999 WHO 1999)
A densitometria oacutessea apresenta como desvantagens no entanto o fato de utilizar uma
fonte de radiaccedilatildeo ionizante e possuir um elevado custo que limita seu uso em estudos
populacionais principalmente em nosso paiacutes onde os recursos destinados agrave sauacutede da
populaccedilatildeo mais carente satildeo miacutenimos Sempre tentando diminuir o impacto dos gastos com
21
sauacutede eacute estimulada a busca por meacutetodos natildeo poluentes e mais baratos mas que tragam as
mesmas informaccedilotildees que os meacutetodos jaacute estabelecidos Em funccedilatildeo disto a USO vem sendo
avaliada e alguns resultados promissores tecircm sido apresentados (Castro et al 1999) Baseia-se
na modificaccedilatildeo das caracteriacutesticas de ultrassom transmitido atraveacutes de ossos de localizaccedilatildeo
mais superficiais como no calcacircneo tiacutebia falanges ou patela Os sistemas atuais se
constituem de dois transdutores sendo um transmissor e outro receptor posicionados em
locais diferentes do osso a ser estudado Os aparelhos existentes entre noacutes avaliam o
calcacircneo osso predominantemente trabecular atraveacutes das medidas de velocidade de
transmissatildeo do ultrassom (SOS em ms) e da atenuaccedilatildeo da frequumlecircncia do ultrassom (BUA em
dBMHz) (Kanis et al 2008) Novamente de acordo com a orientaccedilatildeo da Sociedade Brasileira
de Densitometria Cliacutenica de 2008 as recomendaccedilotildees para ultrassonometria oacutessea satildeo
(Brandatildeo et al 2009)
rdquoO uacutenico siacutetio validado para o uso cliacutenico da USO em osteoporose eacute o calcacircneo
Equipamentos de USO de calcacircneo validados satildeo capazes de estimar fratura por
fragilidade em mulheres na poacutes-menopausa e em homens com idade superior a 65 anos
independentemente da densidade mineral oacutessea medida em equipamentos de DMO
central
A correlaccedilatildeo entre os resultados obtidos por USO e DMO ccccccc entral eacute
moderada
USO do calcacircneo associada a fatores de risco cliacutenicos podem ser usados para
identificar populaccedilatildeo com baixa probabilidade de fratura na qual avaliaccedilatildeo adicional
natildeo seja mais necessaacuteria
Medidas de DMO central na coluna e no fecircmur constituem o meacutetodo de escolha para a
tomada de decisatildeo terapecircutica Entretanto se a DMO central natildeo for acessiacutevel o
tratamento farmacoloacutegico pode ser iniciado se a probabilidade de fratura avaliada pelo
USO do calcacircneo com pontos de corte especiacuteficos associados a fatores de risco
cliacutenicos for suficientemente alta
Equipamentos de USO natildeo satildeo clinicamente uacuteteis no monitoramento de efeitos
esqueleacuteticos dos medicamentos disponiacuteveis para o tratamento da osteoporoserdquo
Arq Bras Endocrinol Metab 2009 531 pag110
22
Em 2003 foi realizada uma dissertaccedilatildeo de mestrado (Oliveira et al 2007) sobre a
utilizaccedilatildeo do USO para estimar a prevalecircncia de risco aumentado de fraturas em uma
populaccedilatildeo de mulheres na poacutes menopausa residentes da Ilha de Paquetaacute Em trabalho
realizado por Oliveira e cols nesta instituiccedilatildeo Foi realizado um estudo transversal com
recrutamento de 385 mulheres residentes da Ilha Todas as mulheres responderam a
questionaacuterio previamente estruturado e foram submetidas a medidas antropomeacutetricas e a
USO As medidas de USO foram realizadas segundo o manual do fabricante A idade da
populaccedilatildeo estudada variou entre 42 e 95 anos Os resultados encontrados mostram que
5922 da amostra apresentava algum tipo de alteraccedilatildeo a USO com t score menor que -1
Esse grupo era composto por mulheres mais idosas com menor peso menor altura e menor
percentual de gordura quando comparado com o grupo com t score lt ndash 1 Foi encontrado que
1688 das pesquisadas possuiacuteam alto risco para fraturas com t score lt -25 E as mulheres
do grupo de alto risco tinham maior peso e IMC paracircmetros conhecidos como protetores
Embora divergente da literatura a autora atribui esses resultados a caracteriacutesticas das
mulheres mais idosas em um contexto social de baixa escolaridade e renda (Oliveira et al
2007)
23
5 Materiais e Meacutetodos
51 Populaccedilatildeo
A Ilha de Paquetaacute dista aproximadamente 15 km da Praccedila XV no Centro da Cidade
do Rio de Janeiro sendo a principal ilha do arquipeacutelago de Paquetaacute situada ao nordeste da
Baiacutea de Guanabara A populaccedilatildeo e frequecircncia da Ilha satildeo extremamente sazonais sendo
aproximadamente 2200 domiciacutelios (entre moradores e veranistas) Os moradores fixos
correspondem a 4500 pessoas em sua maioria de famiacutelias antigas na Ilha das quais 208
satildeo idosos ultrapassando ateacute mesmo a meacutedia nacional que eacute em torno de 12 (IBGE
2009a) Este iacutendice faz de Paquetaacute o erceiro bairro em nuacutemero de idosos no municiacutepio sendo
que sua populaccedilatildeo pode ser considerada envelhecida segundo os criteacuterios da Organizaccedilatildeo
Mundial da Sauacutede (OMS 2003) Embora a maioria da populaccedilatildeo seja branca existem 109
de negros 256 de pardos e 01 de iacutendios Cerca de 90 dos domiciacutelios possuem aacutegua
tratada e 9957 tratamento de esgoto As famiacutelias residentes nesta regiatildeo satildeo compostas em
meacutedia por trecircs pessoas com rendimento meacutedio per capita de 301 salaacuterios miacutenimos (IPEA
2000) e o transporte urbano eacute feito basicamente a peacute por bicicletas ou charretes puxadas por
ciclistas (IBGE 2009a)
52 Tipo de estudo
Foi realizado um estudo de coorte prospectivo na ilha de PaquetaacuteRJ no ano de 2011
Foram inicialmente alocadas todas as mulheres que participaram do estudo anterior
desenvolvido no ano de 2003 (Oliveira et al 2007)
24
53 Criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo
Os criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo foram os mesmos utilizados do estudo anterior
(Oliveira et al 2007) Sendo os criteacuterios de inclusatildeo as mulheres que estavam na menopausa
e que tinham residecircncia fixa na Ilha de Paquetaacute e os criteacuterios de exclusatildeo a historia pessoal
de doenccedilas que sabidamente afetam o metabolismo oacutesseo direta ou indiretamente (como
artrite reumatoacuteide luacutepus eritematoso sistecircmico hiperparatireoidismo osteogecircnese imperfeita)
e as neoplasias malignas exceto carcinoma basocelular de pele
54 Alocaccedilotildees de pacientes
A populaccedilatildeo elegiacutevel era constituiacuteda pelas 385 mulheres alocadas no estudo inicial
(Oliveira et al 2007) No trabalho de Oliveira et al (2007) foi realizado um estudo transversal
com recrutamento por auto-seleccedilatildeo ou demanda espontacircnea no ano de 2003 na Ilha de
Paquetaacute Rio de Janeiro Brasil Foram estudadas 385 mulheres na poacutes-menopausa
(diagnoacutestico cliacutenico) residentes no local apoacutes a aplicaccedilatildeo dos criteacuterios de exclusatildeo
(existecircncia de pino metaacutelico ou edema com cacifo em ambos os peacutes ou impossibilitadas de
posicionar os peacutes no aparelho de ultra-sonometria oacutessea) Todas as mulheres responderam na
eacutepoca a um questionaacuterio e foram submetidas a medidas antropomeacutetricas e agrave USO
No presente estudo considerando uma significacircncia de 95 e um poder de 80 uma
prevalecircncia de 15 de fraturas na populaccedilatildeo de risco (Clark et al 2009) o tamanho amostral
previsto foi de 130 mulheres Poreacutem devido agraves perdas o tamanho amostral final foi de 86
pacientes
Atraveacutes do banco de dados jaacute existente todas as pacientes foram re-contactadas As
mulheres foram localizadas atraveacutes de telefonemas e comparecimento no hospital local onde
25
eacute realizado a atenccedilatildeo baacutesica de sauacutede Foram realizados pelo menos 2 telefonemas com
intervalo de 1 semana entre eles Como ldquoperdasrdquo foram consideradas as pacientes natildeo
encontradas apoacutes os dois telefonemas (035 dos telefones estavam errados e 049 das
pacientes tinham telefone quebrado ou ocupado) pacientes que natildeo quiseram ou natildeo
puderam responder ao questionaacuterio (008) e pacientes falecidas (006)
As pacientes selecionadas foram submetidas a um questionaacuterio de avaliaccedilatildeo de fatores
relacionados agrave fragilidade oacutessea conhecido como European Vertebral Osteoporosis Study
(EVOS) jaacute validado previamente para o portuguecircs (OrsquoNeill et al 1996) e jaacute utilizados em
importantes estudos (Pinheiro et al 2006 Clark et al 2009) O questionaacuterio EVOS eacute
composto por dados soacutecio-demograacuteficos (idade estado civil escolaridade cor renda familiar
e nuacutemero de dependentes desta haacutebitos de vida) e histoacuteria reprodutiva pessoal sumaacuteria
(idade da menarca idade da menopausa tipo de menopausa) Os dados antropomeacutetricos
foram aferidos segundo criteacuterios adotados internacionalmente com medidas de peso e altura
observando intervalos de 01kg e 001m respectivamente
A definiccedilatildeo de fratura por fragilidade oacutessea foi a mesma utilizada por Pinheiro et al
(2010a) como aquela resultante de uma queda da proacutepria altura ou trauma menos intenso em
indiviacuteduos com 50 anos ou mais em siacutetios esqueleacuteticos especiacuteficos antebraccedilo fecircmur
costelas veacutertebras e uacutemero E a documentaccedilatildeo de fraturas foi realizada atraveacutes de relato da
paciente (fratura referida) As fraturas traumaacuteticas (apoacutes acidente automobiliacutestico ou outras
condiccedilotildees sob forte impacto) ou as de baixo impacto natildeo relacionadas agrave osteoporose (como
por exemplo as de face tornozelo metacarpo falanges) natildeo foram consideradas
O estudo obedeceu aos criteacuterios de eacutetica preconizados pela resoluccedilatildeo no 19696 do
Conselho Nacional de Sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede e foi aprovado previamente pelo Comitecirc
26
de Eacutetica em Pesquisa da FiocruzIFF e pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Prefeitura Todas
as mulheres assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido antes de qualquer
procedimento
55 Anaacutelise Estatiacutestica
Os dados foram registrados em planilha Excel e analisados pelo programa Statistical
Package for Social Sciences (SPSS) versatildeo 170 Para avaliar diferenccedilas entre os grupos as
variaacuteveis categoacutericas foram avaliadas pelo Qui-quadrado de Pearson ou o teste exato de
Fisher A relaccedilatildeo entre as variaacuteveis categoacutericas e ordinal e entre as variaacuteveis numeacutericas foi
avaliada pelo teste de Mann-Whitney que eacute um teste natildeo-parameacutetrico que equivale ao teste t
escolhido pelo tamanho da amostra A relaccedilatildeo entre as variaacuteveis numeacutericas foi avaliada pelo
coeficiente de Sperman que eacute uma estatiacutestica natildeo parameacutetrica utilizada para dados natildeo
normais eou amostra pequena Para todos os testes o niacutevel de significacircncia adotado foi de
5 A variaacutevel dependente foi a presenccedila de fratura (sim ou natildeo) e as variaacuteveis
independentes foram idade (em anos) resultado de USO (normal ou alterado) tempo de
menopausa (em anos) siacutetio de localizaccedilatildeo de fraturas IMC (abaixo do pesonormal
sobrepeso obeso) tabagismo (fumante ou natildeo fumante) atividade fiacutesica (leve
moderadapesada) frequecircncia diaacuteria de ingestatildeo de leite (em coposdia) e as variaacuteveis
binaacuterias como o histoacuterico familiar de fratura de quadril osteoporose uso de anticoncepcional
ausecircncia de menstruaccedilatildeo retirada de uacutetero ou ovaacuterios amamentaccedilatildeo paciente acamado e
etilismo O caacutelculo do risco relativo (RR) foi feito para avaliar a relaccedilatildeo entre o USO e a
presenccedila de fraturas Para isso foi considerado pacientes com USO normal aqueles com
resultados do T-score gt-11 e USO alterado aqueles com T-score lt-11 O niacutevel de atividade
fiacutesica foi classificado em atividade leve (trabalho burocraacutetico em escritoacuterio na maior parte
do tempo sentado) atividade moderada (trabalhos na maior parte do tempo em peacute como
27
vendedor e dona-de-casa) atividade pesada (enfermeira empregada domeacutestica) Oliveira et al
2010) Para caacutelculo aproximado da ingestatildeo alimentar diaacuteria de caacutelcio utilizou- se uma
adaptaccedilatildeo da Tabela Brasileira de Composiccedilatildeo de Alimentos 1 fatia queijo (90mg) 1 copo
de iogurte (1212mg) 1 copo leite (257mg) 1 bola se sorvete (135mg) E no final todos esses
alimentos foram convertidos em quantidade ingerida de copos de leite
28
6 Resultados Encontrados
61 Gerais
As caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas da populaccedilatildeo estudada estatildeo listadas na
tabela 1 A idade meacutedia das pacientes foi de 725 anos (DPplusmn 87) com a idade da menopausa
460 anos (DPplusmn 61) o tempo de menopausa 261 anos (DPplusmn 97) e o IMC de 264 (kgm2)
(DPplusmn 55) Essas caracteriacutesticas quando comparadas com o estudo anterior de 2003 (tabela
2) confirmam tratar-se da mesma populaccedilatildeo Apenas a idade e o tempo de menopausa
evidenciam ser a nossa populaccedilatildeo mais idosa Fator que se justifica pelo tempo ocorrido entre
os dois estudos
A incidecircncia de fratura por fragilidade oacutessea encontrada foi de 21 evidenciado no
graacutefico 1 Os principais siacutetios de fratura satildeo analisados na tabela 3 tendo como sitio principal
o antebraccedilo com 50 seguido pelo peacute com 192 e uacutemero 145 Jaacute na tabela 4 e no graacutefico
2 pode ser observado que a idade da populaccedilatildeo estudada variou entre 54 e 97 anos com meacutedia
de 72 anos com DP plusmn 90 No grupo de pacientes fraturadas 50 tinham entre 65 e 79 anos
sugerindo ser essa faixa etaacuteria mais susceptiacutevel as fraturas por fragilidade oacutessea
62 USO preacutevia X Fraturas
Foi verificado na tabela 5 a associaccedilatildeo entre o resultado da (USO) preacutevia e o desfecho
fraturas por fragilidade oacutessea De todas as pacientes que fizeram USO no estudo inicial 66
participaram deste estudo Das 50 pacientes que tiveram o USO alterado 22 tiveram
fraturas nesse periacuteodo E as pacientes com USO considerada normal 194 tiveram fraturas
por fragilidade oacutessea O RR= 113 (IC95 048 - 263) sugere que as mulheres que tiveram
29
USO alterado tem um risco de fraturar de 13 maior em relaccedilatildeo as pacientes com resultado
de USO considerado normal
63 Caracteriacutesticas cliacutenicas e comportamentais X Fratura
As pacientes foram analisadas quanto as variaacuteveis clinicas e comportamentais
Considerando a tabela 6 as pacientes que tiveram fraturas se mostraram com maior
sobrepeso ou obesas (722) com maior historia familiar de fratura de quadril (133) e
com maior diagnostico de osteoporose (471) do que as pacientes sem fraturas (p
valorgt005) Jaacute o uso de anticoncepcional ou o uso de reposiccedilatildeo hormonal natildeo se mostraram
ser relevantes para ocorrecircncia de fraturas nessa amostra E 235 das pacientes acamadas por
mais de dois meses sofreram alguma fratura com p valor lt005 Evidenciando associaccedilatildeo
entre a paciente ficar acamada por mais de dois meses e sofrer fratura por fragilidade oacutessea
Avaliando a tabela 7 foi notado que apenas 125 das pacientes que tiveram fratura eram
tabagistas e 167 eram etilistas natildeo se mostrando essas caracteriacutesticas como fatores de
risco A atividade fiacutesica moderadapesada ateacute 25 anos e acima de 50 anos apresentou
percentuais de 441 e 382 respectivamente Aleacutem disso entre 25 e 50 anos 444 das
pacientes com atividade fiacutesica moderadapesada tiveram fraturas e 441 das pacientes natildeo
tiveram fraturas para essa faixa etaacuteria (p valor gt005) Sendo assim natildeo houve associaccedilatildeo
entre a atividade fiacutesica e as fraturas Em relaccedilatildeo ao item ingestatildeo de leite apoacutes os 50 anos
456 das pacientes que natildeo tiveram fraturas ingeriam de 1 a 2 copos de leite por dia e
apenas 44 ingeriam mais de 3 copos de leite por dia No caso das pacientes que tiveram
fraturas apoacutes os 50 anos foi observado que 50 ingeriam de 1 a 2 copos de leite por dia e
167 ingeriam 3 copos ou mais de leite
30
64 Tempo de menopausa X Fratura
As pacientes foram avaliadas graacutefico 3 para verificar a associaccedilatildeo entre o tempo de
menopausa e o desfecho das fraturas A mediana do tempo de menopausa encontrado em
ambos os grupos foi de 262 com DP de plusmn98 Metade das pacientes que tiveram fraturas tem
entre 193 e 293 anos de menopausa com DP de plusmn72 A correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade
tempo de menopausa e IMC foi observado na tabela 8 onde evidenciada uma associaccedilatildeo
positiva entre a idade e o tempo de menopausa nos grupos de pacientes com e sem fraturas
Assim como foi verificado uma associaccedilatildeo negativa de quanto maior a idade e o tempo de
menopausa menor o IMC
31
Graacutefico 1
Graacutefico 2
32
Graacutefico 3
33
Tabela 1- Caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas das
mulheres poacutes menopausa (n=86)
Caracteriacutesticas Meacutedia plusmn desvio padratildeo
Idade (anos) 7255 plusmn 897
Idade da
menarca (anos) 1324 plusmn 184
Idade da
menopausa
(anos)
4608 plusmn 614
Tempo de
menopausa
(anos)
2618 plusmn976
Peso (kg)sect 6342 plusmn 1055
Altura (m)deg 155 plusmn 008
IMC (kgm2) 2643 plusmn 557
n=85 sectn=83 ordmn=82 n=81 n=80
Tabela 2-Caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas das
mulheres poacutes menopausa em 2003
Caracteriacutesticas Meacutedia plusmn desvio padratildeo
Idade (anos) 6463plusmn1270
Idade da
menarca (anos)
1304 plusmn 193
Idade da
menopausa
(anos)
4755 plusmn 601
Tempo de
menopausa
(anos)
1700 plusmn 1076
Peso (kg)sect 6533 plusmn 1270
Altura (m)deg 155 plusmn 006
IMC (kgm2) 2696 plusmn 477
34
Tabela 3 ndash Incidecircncia de fraturas em mulheres poacutes menopausa segundo a
localizaccedilatildeo de fratura 2003-2011
Tipo da fratura
n
Veacutertebra 1 38
Fecircmur 1 38
Costela 2 77
Antebraccedilo 13 500
Uacutemero 4 145
Peacute 5 192
Total 26 1000
Nota Algumas pacientes tiveram mais de uma fratura no periacuteodo
Tabela 4- Relaccedilatildeo entre idade e fratura nas mulheres na poacutes menopausa
Total
Fratura
Idade (anos) Natildeo Sim
N () n () n ()
54 a 64 anos 18 209 14 206 4 222
65 a 79 anos 48 558 39 574 9 500
80 a 97 anos 20 233 15 221 5 278
Total 86 1000 68 1000 18 1000
Meacutedia (DP) 725 (90) 713 (77) 729 (93)
Nota P-valor pelo teste de Mann-Whitney=0813
35
Tabela 5 - Incidecircncia de fratura em mulheres poacutes-menopausa segundo
resultado da USO 2003-2011
Resultado da
USO
Total
Fratura p-valor
Sim Natildeo
n n
()
IC95 n
()
Normal 36 7 194
89 -
3472
29 806
0496
Alterado 50 11 220
121 -
350
39 780
Total 86 18 209
133 -
305
68 791
Nota Risco relativo = 113 (IC95 048 - 263)
36
Tabela 6 ndash Caracteriacutesticas cliacutenicas de mulheres poacutes-menopausa segundo
fratura (n=86)
Fratura
Natildeo (n=68) Sim (n=18) Total
n ( ) n ( )
IMC
Abaixo do pesoNormal 24 (353) 5 (278) 28 0792
Sobrepeso 27 (397) 9 (500) 36
Obeso 17 (250) 4 (222) 21
Histoacuterico familiar de fratura de quadril
Natildeo 66 (985) 13 (867) 79 0085
Sim 1 (15) 2 (133) 3
Osteoporose
Natildeo 44 (800) 9 (529) 53 0055
Sim 11 (200) 8 (471) 19
Uso de anticoncepcional
Natildeo 32 (485) 10 (556) 42 0791
Sim 34 (515) 8 (444) 42
Ausecircncia de mentruaccedilatildeo
Natildeo 60 (909) 16 (941) 76 1000
Sim 6 (91) 1 (59) 7
Retirou o uacutetero
Natildeo 46 (687) 9 (500) 55 0170
Sim 21 (313) 9 (500) 30
Retirou os ovaacuterios
Natildeo 53 (815) 11 (647) 64 0187
Sim 12 (185) 6 (353) 18
Reposiccedilatildeo hormonal
Natildeo 51 (761) 13 (722) 64 0763
Sim 16 (239) 5 (278) 21
Amamentou
Natildeo 14 (206) 4 (222) 18 1000
Sim 54 (794) 14 (778) 68
Acamado por mais de dois meses
Natildeo 63 (940) 13 (765) 76 0049
Sim 4 (60) 4 (235) 8
Caracteriacutesticas clinicas
p-valor do
teste exato
de Fisher
37
Tabela 7 - Caracteriacutesticas comportamentais de mulheres poacutes-menopausa segundo
fratura (n=86)
Fratura
Natildeo (n=68) Sim (n=18) Total
n ( ) n ( )
Tabagismo
Natildeo fumante 47 (758) 14 (875) 61 0499
FumanteEx-fumante 15 (242) 2 (125) 17
Etilismo no uacuteltimo ano
Natildeo 48 (706) 15 (833) 63 0376
Sim 20 (294) 3 (167) 23
Atividade fiacutesica ateacute os 25 anos
Leve 38 (559) 11 (611) 49 0792
ModeradaPesada 30 (441) 7 (389) 37
Atividade fiacutesica entre os 25 e 50 anos
Leve 38 (559) 10 (556) 48 1000
ModeradaPesada 30 (441) 8 (444) 38
Atividade fiacutesica acima dos 50 anos
Leve 42 (618) 12 (667) 54 0789
ModeradaPesada 26 (382) 6 (333) 32
Frequecircncia diaacuteria de leite ateacute 25 anos
Nenhummenos 1 copodia 34 (500) 8 (444) 42 0910
1 a 2 coposdia 31 (456) 9 (500) 40
3 coposdia ou mais 3 (44) 1 (56) 4
Frequecircncia diaacuteria de leite apoacutes 50 anos
Nenhummenos 1 copodia 34 (500) 6 (333) 40 0103
1 a 2 coposdia 31 (456) 9 (500) 40
3 coposdia ou mais 3 (44) 3 (167) 6
Caracteriacutesticas
comportamentais
p-valor do
teste exato
de Fisher
Tabela 8- Coeficientes de correlaccedilatildeo de Spearman (rs) entre idade IMC e tempo de
menopausa em mulheres poacutes-menopausa
Variaacuteveis
IMC IdadeTempo de
menopausa
r s 1 -0144 -0151
p-valor 0569 0550
r s -0227 1 0736
p-valor 0074 lt0001
r s -0295 0761 1
p-valor 0020 lt0001
Variaacuteveis
IMC
Idade
Tempo de menopausa
Nota o triacircngulo superior direito (parte hachurada) se refere agraves correlaccedilotildees para as mulheres com
fratura e o inferior esquerdo (parte natildeo hachurada) agraves mulheres sem fratura
38
7 Discussatildeo
No Brasil os principais fatores cliacutenicos de risco para fraturas por fragilidade oacutessea
eram extrapolados a partir de estudos internacionais O estudo vem acrescentar informaccedilotildees
para se conhecer os fatores relacionados agrave essas fraturas Nossos resultados revelam que a
idade avanccedilada a historia familiar de fratura de quadril o diagnoacutestico de osteoporose e
tambeacutem o paciente ficar acamado por mais de 2 meses foram considerados fatores de risco
para fraturas por fragilidade oacutessea
Esse estudo mostrou concordacircncia com a Johnell amp Kanis (2006) onde o principal
siacutetio mundial de fratura por fragilidade oacutessea nas mulheres apoacutes a menopausa foi o antebraccedilo
Segundo o estudo Latin American Vertebral Osteoporosis Study (LAVOS) (Clark et al
2009) a fratura vertebral eacute a mais prevalente da ameacuterica latina com uma prevalecircncia de
142 diferente do nosso estudo onde a coluna vertebral e o colo do fecircmur aparecem
juntos em uacuteltimo lugar na lista de incidecircncia dos siacutetios de fratura Isso pode ser atribuiacutedo
devido a diferenccedila nos criteacuterios de definiccedilatildeo de fraturas pois no LAVOS optou-se pela
medida radiograacutefica do local de fraturas enquanto no nosso estudo as fraturas foram referidas
pelas pacientes
Os consensos sobre osteoporose tecircm propostos algoritmos para identificar indiviacuteduos
de alto risco para fraturas (Kanis et al 2008 WHO 1999) Para tanto a associaccedilatildeo de fatores
de risco para fraturas com a medida da USO eacute de suma importacircncia embora sejam poucas as
pacientes que tecircm oportunidade de realizar esse exame (Oliveira et al 2007) Assim o
presente trabalho mostrou um risco para fraturas por fragilidade oacutessea 13 maior nas
pacientes com resultado de USO alterada em relaccedilatildeo as pacientes que tiveram resultados de
39
USO normais vindo de encontro aos resultados encontrados por Oliveira et al (2007)
Corroborando o USO como um meacutetodo confiaacutevel para a prediccedilatildeo de fraturas
E semelhante a Pinheiro et al (2010a) o presente estudo revelou que os principais
fatores de risco para fraturas por fragilidade oacutessea satildeo a idade avanccedilada a historia familiar de
fratura de quadril e a presenccedila de osteoporose Isso pode ser atribuiacutedo ao fato de que no
estudo de Pinheiro et al (2010a) assim como no nosso estudo a populaccedilatildeo ser
predominantemente de mulheres acima dos 65 anos e viverem em aacuterea urbana tendo haacutebitos
de vida parecidos
O achado em nosso estudo que apresentou significacircncia estatiacutestica refere-se ao fator
de risco ldquopaciente acamado por mais de dois mesesrdquo como disposto na literatura (Pinheiro et
al 2010b Demir et al 2008) O que acontece eacute que com o paciente acamado por tempo
prolongado um maior remodelamento oacutesseo eacute observado Os osteoclastos responsaacuteveis pela
absorccedilatildeo oacutessea sobrepotildee os osteoblastos predispondo as fraturas por fragilidade oacutessea
(Fyhrie amp Schaffler 1994) Assim observou-se no estudo que 235 das pacientes
acamadas por mais de dois meses sofreram alguma fratura por fragilidade oacutessea com p valor
lt005 Isso reafirma a associaccedilatildeo entre a paciente ficar acamada por mais de dois meses e
sofrer fratura por fragilidade oacutessea Por outro lado o exerciacutecio fiacutesico que estaacute sabidamente
relacionado ao aumento da resistecircncia muscular do equiliacutebrio e da flexibilidade contribuindo
para a reduccedilatildeo da perda oacutessea e melhora da sauacutede em geral (Chan 2003) natildeo se mostrou
como fator de proteccedilatildeo neste estudo Provavelmente devido ao baixo percentual encontrado
de pacientes que praticavam atividade fiacutesica moderada ou pesada
O elevado IMC e a terapia de reposiccedilatildeo hormonal natildeo desempenharam papel protetor
na nossa populaccedilatildeo como seria o esperado por estudos anteriores (Pinheiro et al 2010c
40
Buttros et al 2011) Ao contrario o sobrepeso e obesidade foram considerados fatores de
risco Isso pode ser atribuiacutedo ao IMC meacutedio dessa populaccedilatildeo ser 264 (kgm2) (DPplusmn 55)
limiacutetrofe para sobrepeso Embora esse dado demonstre contrariedade com a literatura que
estabelece relaccedilatildeo inversa entre obesidade e fraturas por fragilidade oacutessea em nosso estudo
ter maior peso e IMC natildeo seriam fatores de risco para fraturas e sim caracteriacutesticas das
mulheres mais idosas em um contexto social de baixa escolaridade e renda Esse fato eacute
confirmado pelos resultados da Pesquisa Nacional sobre Sauacutede e Nutriccedilatildeo ( Batista F et al
2003) que demonstraram caraacuteter ascendente da obesidade nos estratos de mulheres com baixa
renda residentes na regiatildeo Sudeste
Aleacutem disso haacutebitos de vida como tabagismo e etilismo sabidamente relacionados agrave
maior risco para fraturas por fragilidade oacutessea (Pinheiro et al 2010) tambeacutem natildeo se
mostraram estar associados nesse estudo
A necessidade de caacutelcio do ser humano varia ao longo da vida e uma ingestatildeo
adequada para mulheres acima de 50 anos eacute de 1200 mg pois com a idade o corpo
naturalmente perde um pouco da capacidade de absorccedilatildeo de minerais (Nuacutecleo de Estudos e
Pesquisas em Alimentaccedilatildeo 2006) O fato de apenas 44 das mulheres que natildeo tiveram
fraturas e 167 das mulheres que tiveram fraturas ter referido consumo superior a
900mgdia (3 ou mais copos) foi fator de surpresa principalmente levando-se em conta o PIB
per capita da cidade superior ao da maioria dos municiacutepios brasileiros (IPEA 2000)
Assim como em estudos preacutevios (Pinheiro et al 2010c NHI 2001 Demir et al
2008) nossos dados tambeacutem demonstraram o hipoestrogenismo como importante fator de
risco para fraturas por fragilidade oacutessea jaacute que as pacientes com fratura tecircm entre 19 e 29
anos de menopausa Em recente estudo Demir et al (2008) estudaram 2769 mulheres na
41
poacutes-menopausa correlacionando a ocorrecircncia de osteoporose com o tempo de menopausa
Demonstraram que 106 das pacientes com ateacute trecircs anos de poacutes-menopausa tinham
osteoporose contra 329 das pacientes com sete anos ou mais Acredita-se que a deficiecircncia
estrogecircnica seja responsaacutevel por dois terccedilos da perda de massa oacutessea levando
consequentemente agraves fraturas por fragilidade oacutessea assim como observado (Position
statement of the North American Menopause Society 2010)
Os dados deste estudo podem ser limitados pois apesar de tratar-se de uma coorte as
participantes reportaram dados referentes a estilo de vida dieta antecedentes familiares e
pessoais o que pode ter ocasionado algum vieacutes recordatoacuterio Outra limitaccedilatildeo eacute que como
avaliado por Oliveira et al (2007) esta populaccedilatildeo apresenta a maior parte das mulheres com
baixo niacutevel socioeconocircmico e escolaridade sem acesso agrave adequada educaccedilatildeo nutricional e agrave
atividade fiacutesica orientada Por outro lado resultados encontrados sem significacircncia estatiacutestica
podem ter sido ocasionados pelo tamanho amostral reduzido devido a dificuldade de
rastreamento da populaccedilatildeo uma vez que a unidade de sauacutede natildeo atualizou o endereccedilo e
telefone das mulheres eleitas para o estudo Talvez se tivesse sido realizado contato anual
com essas mulheres natildeo teriacuteamos perdido o seguimento delas
42
8 Conclusatildeo
Devido agrave sua alta prevalecircncia e associaccedilatildeo com mortalidade e incapacidade a fratura
devido agrave fragilidade oacutessea deve ser considerada um problema de sauacutede puacuteblica no Brasil
Apesar das limitaccedilotildees o presente estudo foi realizado de forma prospectiva em mulheres
brasileiras na poacutes-menopausa devendo os seus resultados serem levados em consideraccedilatildeo
para a formulaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas de sauacutede para a prevenccedilatildeo e estrateacutegias de tratamento
para as fraturas Os fatores de risco encontrados como a idade avanccedilada a histoacuteria familiar
de fratura de quadril e a presenccedila de osteoporose devem ser acompanhados e combatidos para
tentar-se diminuir o risco para as fraturas Assim como o USO mostrou ser um meacutetodo
confiaacutevel para avaliar o risco para fraturas podendo ser implementado em maior escala do
que a atual Entatildeo acreditamos que novos estudos prospectivos com uma amostra mais
representativa devam ser realizados para se confirmar os fatores associados a fraturas por
fragilidade oacutessea na populaccedilatildeo brasileira para cada vez mais conhecermos o perfil da nossa
populaccedilatildeo e termos subsiacutedios para combater esse agravo
43
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48
10 Anexo 1 - Instrumento de coleta - EVOS (EUROPEAN VERTEBRAL
OSTEOPOROSIS STUDY)
Data _________
Nome________________________________________________________
Endereco_____________________________________________________
Fone _____________ Data de nascimento _________ RG
1- Dados antropomeacutetricos
Peso (Kg) Altura (m) IMC
2- Dados Ginecoloacutegicos
Idade da primeira menstruacao anos
Vocecirc jaacute usou piacutelula anticoncepcional por mais de 3 meses
sim natildeo natildeo sei
Vocecirc jaacute ficou algum periacuteodo em sua vida sem menstruar antes da menopausa (exceto se
gravidez) sim natildeo natildeo sei
Idade da ultima menstruaccedilatildeo anos
Numero de filhos
Vocecirc fez cirurgia para retirar o uacutetero sim com Idade ____ (anos)
natildeo natildeo sei
E para retirar os ovaacuterios (um ou os dois) sim idade ___ (anos)
natildeo natildeo sei
Vocecirc fez reposiccedilatildeo hormonal apos a menopausa sim natildeo natildeo sei
Se sim quando iniciado o periacuteodo foi superior a 1 ano sim natildeo natildeo sei
49
Vocecirc notou os seguintes sintomas na menopausa
calores sim natildeo natildeo sei
depressatildeo sim natildeo natildeo sei
insocircnia sim natildeo natildeo sei
outros sim natildeo natildeo sei
Vocecirc amamentou sim natildeo natildeo sei
Se sim quantas crianccedilas vocecirc amamentou por mais que 3 meses
3- Dados familiares
Em sua famiacutelia (pai matildee irmatildeos) existe historia de fratura de quadril apos os 50 anos de
idade sim natildeo natildeo sei
4- Histoacuteria de fratura
Vocecirc jaacute teve alguma fratura sim natildeo natildeo sei
Se sim em qual sitio esqueleacutetico com que idade e qual foi o tipo de trauma
Sitio Numero Idade (anos) Niacutevel do trauma
Vertebra
Fecircmur (colo trocanter)
Costela
Antebraccedilo
Uacutemero
Pe
Outras
Vocecirc sabe que tem osteoporose sim tenho natildeo natildeo tenho natildeo sei
5- Aacutelcool
Com que frequecircncia vocecirc bebeu no ultimo ano
Diariamente 5-6 dsem 3-4 dsem
50
1 -2 dsem lt 1 dsem nunca
Tipo de bebida destilados (uiacutesque cachaccedila vodka)
fermentados (cerveja vinho)
6- Imobilizaccedilatildeo
Vocecirc jaacute ficou acamado por um periacuteodo superior a 2 meses
sim natildeo natildeo sei
Se sim foi antes ou apos os 25 anos de idade
ano passado nunca
7- Fumo
Vocecirc fumou cigarro ou usou outras formas de fumo (cachimbo ou charuto)
atualmente no passado nunca
Com que idade iniciou anos
Se parou com que idade anos
Numero de cigarrosdia
8- Atividade Fiacutesica
Quantas tempo costuma passar diariamente ao ar livre caminhando ou andando de bicicleta
nenhuma a 1 h superior a 1 h
Qual a sua atividade fiacutesica durante diferentes periacuteodos de sua vida adulta
Ate os 25 anos 25 a 50 anos acima 50 anos
Niacutevel 1 (leve) 2 (moderada) 3 (pesada) 4
(muito pesada)
9- Impacto
Como vocecirc descreveria sua sauacutede geral neste momento
muito boa boa satisfatoacuteria regular ruim
10- Interrogatoacuterio sobre drogas
51
Vocecirc jaacute usou alguma medicaccedilatildeo oral ou injetaacutevel contendo corticosteroides por mais de 3
meses sim natildeo natildeo sei
Vocecirc jaacute usou alguma desses remeacutedios
Droga sim natildeo sei tempo
(meses)
parou ha quanto tempo
Hormocircnios
masculinos
Hormocircnios
femininos
Calcitonina
Fluacuteor
Caacutelcio
Vitamina D
Anabolizantes
Diureacuteticos
tiazidicos
11- Ingestatildeo de caacutelcio
Com que frequecircncia vocecirc comeu produtos derivados do leite na semana passada
(diassemana)
queijo amarelo queijo branco iogurte leite sorvete
Para os periacuteodos indicados abaixo com que frequecircncia vocecirc recebeu leite
ate 25 anos 25 a 50 anos Acima de 50 anos
Todas as refeiccedilotildees (3 ou + coposdia)
1-2 coposdia
52
Toda semana mas natildeo todo dia
lt 1 vezsemana
53
11 Anexo 2 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Projeto de Pesquisa Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade
oacutessea em mulheres na menopausa
Pesquisador responsaacutevel Dra Lizanka Paola F Marinheiro
Instituiccedilatildeo responsaacutevel Instituto Fernandes Figueira
Vocecirc estaacute sendo convidado a participar do projeto de pesquisa intitulado
Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea em mulheres na
menopausa por que vocecirc participou do estudo anterior realizado haacute 7 anos sobre a
osteoporose e suas consequumlecircncias
54
A osteoporose e uma doenccedila que se caracteriza pela diminuiccedilatildeo da resistecircncia do osso
tornando-o mais fraacutegil Essa fragilidade aumenta o risco da pessoa que tem osteoporose de ter
fraturas mesmo com atividades comuns como tossir ou espirrar
Com isso esse trabalho deseja avaliar a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea na
populaccedilatildeo de mulheres na poacutes menopausa residente da Ilha de Paquetaacute apoacutes 7 anos de
seguimento do uacuteltimo estudo transversal
Vocecirc natildeo eacute obrigada a participar Mas se quiser vocecirc teraacute que responder a um
questionaacuterio Para participar vocecirc natildeo teraacute que pagar nada O resultado seraacute fornecido apenas
a vocecirc ningueacutem mais saberaacute Suas duvidas seratildeo esclarecidas e vocecirc devera continuar
acompanhamento com seu meacutedico assistente Se vocecirc natildeo quiser participar natildeo seraacute
submetida a nenhum constrangimento fiacutesico ou moral e seu atendimento no posto de sauacutede
natildeo seraacute prejudicado A participante poderaacute se retirar do estudo a qualquer momento que
julgar necessaacuterio sem prejuiacutezo para a mesma O resultado de toda a pesquisa seraacute divulgada e
atraveacutes de artigos cientiacuteficos em revistas encontros congressos ou similares sem a
divulgaccedilatildeo dos nomes de quem participou de forma sigilosa
Sua participaccedilatildeo no estudo natildeo implicaraacute em custos adicionais O (A) Sr (a) natildeo teraacute
qualquer despesa com a realizaccedilatildeo dos procedimentos previstos neste estudo que seratildeo
custeados pelo pesquisador responsaacutevel Tambeacutem natildeo haveraacute nenhuma forma de pagamento
pela sua participaccedilatildeo
Caso surja alguma duacutevida quanto agrave eacutetica do estudo o (a) Sr(a) deveraacute se reportar ao
Comitecirc de Eacutetica em Pesquisas envolvendo seres humanos ndash subordinado ao Conselho
Nacional de Eacutetica em Pesquisa oacutergatildeo do Ministeacuterio da Sauacutede atraveacutes de solicitaccedilatildeo ao
representante de pesquisa que estaraacute sob contato permanente ou contactando o Comitecirc de
Eacutetica em Pesquisa desta instituiccedilatildeo no telefone (21) 3971-1590 Eacute assegurado o completo
55
sigilo de sua identidade quanto a sua participaccedilatildeo neste estudo incluindo a eventualidade da
apresentaccedilatildeo dos resultados deste estudo em congressos e perioacutedicos cientiacuteficos
Eu________________________________________________________________________
residente do endereccedilo__________________________ fui informada dos objetivos e da
justificativa deste trabalho de forma clara e detalhada pela Dra Adriana de Mattos V da
Costa Recebi informaccedilotildees especificas sobre cada procedimento no qual estarei envolvida
dos desconfortos e riscos previstos tanto quanto dos benefiacutecios esperados Todas as minhas
duvidas foram respondidas com clareza e sei que poderei solicitar novos esclarecimentos a
qualquer momento Aleacutem disso sei que novas informaccedilotildees obtidas durante o estudo me seratildeo
fornecidas e que terei liberdade de retirar meu consentimento de participaccedilatildeo face a estas
informaccedilotildees sem prejuiacutezo para mim Aleacutem disto me foi entregue uma coacutepia da folha de
informaccedilotildees para os participantes a qual li compreendi e me deu plena liberdade para decidir
acerca da minha espontacircnea participaccedilatildeo nesta pesquisa Minha identidade jamais seraacute
publicada Os dados colhidos poderatildeo ser examinados por pessoas envolvidas no estudo com
autorizaccedilatildeo delegada do investigador e por pessoas delegadas pelo patrocinador Estou
recebendo uma coacutepia assinada deste Termo
Os pesquisadores responsaacuteveis pelo Projeto satildeo a Dra Lizanka Paola F Marinheiro e
sua aluna a Dra Adriana de Mattos Viveiros da Costa
56
Participante
Nome _________________________________
Assinatura________________________________
Data_________________________________________
Investigador
Nome____________________________________
Assinatura________________________________
Data_______________________________________
Pesquisadora
Nome______________________________________
Assinatura___________________________________
Data__________________________________________
Dra Lizanka Paola F Marinheiro
lizankaglobocom
tel 25541700
Dra Adriana de Mattos Vda Costa
adrianamattosmedyahoocombr
tel 87273315
Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa
Rua Afonso Cavalcanti 455 sala 710 ndash Cidade Nova -
Telefone 3971-1463
19
poder ser instituiacutedo ainda eacute uma doenccedila muito subdiagnosticada e subtratada Eacute estimada na
comunidade europeacuteia que uma em cada trecircs fraturas de vertebrais recebe a atenccedilatildeo cliacutenica
que merece E uma pessoa com fratura de veacutertebra tem ateacute cinco vezes mais chance de
desenvolver nova fratura no ano seguinte fenocircmeno conhecido como fratura em cascata
(Lindsay et al 2001)
Tradicionalmente a osteoporose eacute reconhecida como uma doenccedila multifatorial sendo
70 desses fatores natildeo modificaacuteveis isto eacute definidos pela carga geneacutetica e 30
potencialmente modificaacuteveis e assim envolvidos com os aspectos ambientais Dessa forma
um uacutenico fator de risco natildeo eacute capaz de identificar indiviacuteduos com ou sem fratura Diferenccedilas
geneacuteticas raciais e antropomeacutetricas bem como da composiccedilatildeo corporal densidade oacutessea
dieta atividade fiacutesica e outros haacutebitos de vida contribuem para explicar as divergecircncias na
incidecircncia e na prevalecircncia de baixa densidade oacutessea e fraturas em diversos paiacuteses do mundo
(Pinheiro et al 2010b c) Os aspectos geneacuteticos desempenham importante influecircncia sobre a
aquisiccedilatildeo do pico de massa oacutessea e perda oacutessea relacionada agrave idade bem como na
determinaccedilatildeo das propriedades estruturais e geomeacutetricas do osso No entanto a associaccedilatildeo
entre diferentes polimorfismos gecircnicos e densidade oacutessea ou fraturas por osteoporose eacute
bastante controversa e varia em diferentes estudos inclusive no Brasil fato que pode ser
tomado como um provaacutevel reflexo das diferenccedilas de etnia e ambiental das populaccedilotildees
estudadas Da mesma forma os fatores ambientais natildeo permitem uniformizar e homogeneizar
o impacto de cada um deles em cada regiatildeo do planeta (Pinheiro et al 2010c)
Atualmente a densitometria oacutessea eacute o meacutetodo mais utilizado para avaliar a massa
oacutessea Eacute o padratildeo ouro para o diagnoacutestico de osteoporose A densidade mineral oacutessea (DMO)
eacute expressa em nuacutemero absolutos em gramas de mineral por centiacutemetro quadrado escaneado
ou ainda comparado com a DMO esperada para a idade e sexo da paciente (z escore) ou
20
comparado a DMO de adultos jovens normais do mesmo sexo (t-escore) A diferenccedila entre o
escore do paciente e o padratildeo eacute expressa em desvios padrotildees acima ou abaixo da meacutedia
(Castro et al 1999)
Segundo a Sociedade Brasileira de Densitometria Cliacutenica no consenso de 2008 satildeo
indicaccedilotildees para avaliaccedilatildeo da densidade mineral oacutessea (Brandatildeo et al 2009)
rdquoMulheres com idade gt a 65 anos e homens com idade gt a 70 anos
Mulheres acima de 40 anos na transiccedilatildeo menopausal (1-2) e homens acima de 50
anos de idade com fatores de risco
Adultos com antecedente de fratura por fragilidade condiccedilatildeo cliacutenica ou uso de
medicamentos associados agrave baixa massa oacutessea ou perda oacutessea
Indiviacuteduos para os quais satildeo consideradas intervenccedilotildees farmacoloacutegicas para
osteoporose
Indiviacuteduos em tratamento para osteoporose para monitoramento de sua eficaacutecia
Indiviacuteduos que natildeo estejam sob tratamento poreacutem nos quais a identificaccedilatildeo de perda
de massa oacutessea possa determinar a indicaccedilatildeo do tratamento
Mulheres interrompendo terapia hormonal (TH)rdquo
Arq Bras Endocrinol Metab 2009 531 pag108
A proacutepria definiccedilatildeo de osteoporose pela Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede reunida em
Hong Kong em 1994 estabeleceu criteacuterios diagnoacutesticos baseados em valores obtidos pela
densitometria oacutessea classificando como osteopecircnicas aquelas mulheres que apresentarem-se
entre 1 e 25 desvios-padratildeo (DP) abaixo da meacutedia para adultas jovens e de osteoporoacuteticas as
que se encontrarem com mais de 25 DP abaixo da meacutedia para adultas jovens (Castro et al
1999 WHO 1999)
A densitometria oacutessea apresenta como desvantagens no entanto o fato de utilizar uma
fonte de radiaccedilatildeo ionizante e possuir um elevado custo que limita seu uso em estudos
populacionais principalmente em nosso paiacutes onde os recursos destinados agrave sauacutede da
populaccedilatildeo mais carente satildeo miacutenimos Sempre tentando diminuir o impacto dos gastos com
21
sauacutede eacute estimulada a busca por meacutetodos natildeo poluentes e mais baratos mas que tragam as
mesmas informaccedilotildees que os meacutetodos jaacute estabelecidos Em funccedilatildeo disto a USO vem sendo
avaliada e alguns resultados promissores tecircm sido apresentados (Castro et al 1999) Baseia-se
na modificaccedilatildeo das caracteriacutesticas de ultrassom transmitido atraveacutes de ossos de localizaccedilatildeo
mais superficiais como no calcacircneo tiacutebia falanges ou patela Os sistemas atuais se
constituem de dois transdutores sendo um transmissor e outro receptor posicionados em
locais diferentes do osso a ser estudado Os aparelhos existentes entre noacutes avaliam o
calcacircneo osso predominantemente trabecular atraveacutes das medidas de velocidade de
transmissatildeo do ultrassom (SOS em ms) e da atenuaccedilatildeo da frequumlecircncia do ultrassom (BUA em
dBMHz) (Kanis et al 2008) Novamente de acordo com a orientaccedilatildeo da Sociedade Brasileira
de Densitometria Cliacutenica de 2008 as recomendaccedilotildees para ultrassonometria oacutessea satildeo
(Brandatildeo et al 2009)
rdquoO uacutenico siacutetio validado para o uso cliacutenico da USO em osteoporose eacute o calcacircneo
Equipamentos de USO de calcacircneo validados satildeo capazes de estimar fratura por
fragilidade em mulheres na poacutes-menopausa e em homens com idade superior a 65 anos
independentemente da densidade mineral oacutessea medida em equipamentos de DMO
central
A correlaccedilatildeo entre os resultados obtidos por USO e DMO ccccccc entral eacute
moderada
USO do calcacircneo associada a fatores de risco cliacutenicos podem ser usados para
identificar populaccedilatildeo com baixa probabilidade de fratura na qual avaliaccedilatildeo adicional
natildeo seja mais necessaacuteria
Medidas de DMO central na coluna e no fecircmur constituem o meacutetodo de escolha para a
tomada de decisatildeo terapecircutica Entretanto se a DMO central natildeo for acessiacutevel o
tratamento farmacoloacutegico pode ser iniciado se a probabilidade de fratura avaliada pelo
USO do calcacircneo com pontos de corte especiacuteficos associados a fatores de risco
cliacutenicos for suficientemente alta
Equipamentos de USO natildeo satildeo clinicamente uacuteteis no monitoramento de efeitos
esqueleacuteticos dos medicamentos disponiacuteveis para o tratamento da osteoporoserdquo
Arq Bras Endocrinol Metab 2009 531 pag110
22
Em 2003 foi realizada uma dissertaccedilatildeo de mestrado (Oliveira et al 2007) sobre a
utilizaccedilatildeo do USO para estimar a prevalecircncia de risco aumentado de fraturas em uma
populaccedilatildeo de mulheres na poacutes menopausa residentes da Ilha de Paquetaacute Em trabalho
realizado por Oliveira e cols nesta instituiccedilatildeo Foi realizado um estudo transversal com
recrutamento de 385 mulheres residentes da Ilha Todas as mulheres responderam a
questionaacuterio previamente estruturado e foram submetidas a medidas antropomeacutetricas e a
USO As medidas de USO foram realizadas segundo o manual do fabricante A idade da
populaccedilatildeo estudada variou entre 42 e 95 anos Os resultados encontrados mostram que
5922 da amostra apresentava algum tipo de alteraccedilatildeo a USO com t score menor que -1
Esse grupo era composto por mulheres mais idosas com menor peso menor altura e menor
percentual de gordura quando comparado com o grupo com t score lt ndash 1 Foi encontrado que
1688 das pesquisadas possuiacuteam alto risco para fraturas com t score lt -25 E as mulheres
do grupo de alto risco tinham maior peso e IMC paracircmetros conhecidos como protetores
Embora divergente da literatura a autora atribui esses resultados a caracteriacutesticas das
mulheres mais idosas em um contexto social de baixa escolaridade e renda (Oliveira et al
2007)
23
5 Materiais e Meacutetodos
51 Populaccedilatildeo
A Ilha de Paquetaacute dista aproximadamente 15 km da Praccedila XV no Centro da Cidade
do Rio de Janeiro sendo a principal ilha do arquipeacutelago de Paquetaacute situada ao nordeste da
Baiacutea de Guanabara A populaccedilatildeo e frequecircncia da Ilha satildeo extremamente sazonais sendo
aproximadamente 2200 domiciacutelios (entre moradores e veranistas) Os moradores fixos
correspondem a 4500 pessoas em sua maioria de famiacutelias antigas na Ilha das quais 208
satildeo idosos ultrapassando ateacute mesmo a meacutedia nacional que eacute em torno de 12 (IBGE
2009a) Este iacutendice faz de Paquetaacute o erceiro bairro em nuacutemero de idosos no municiacutepio sendo
que sua populaccedilatildeo pode ser considerada envelhecida segundo os criteacuterios da Organizaccedilatildeo
Mundial da Sauacutede (OMS 2003) Embora a maioria da populaccedilatildeo seja branca existem 109
de negros 256 de pardos e 01 de iacutendios Cerca de 90 dos domiciacutelios possuem aacutegua
tratada e 9957 tratamento de esgoto As famiacutelias residentes nesta regiatildeo satildeo compostas em
meacutedia por trecircs pessoas com rendimento meacutedio per capita de 301 salaacuterios miacutenimos (IPEA
2000) e o transporte urbano eacute feito basicamente a peacute por bicicletas ou charretes puxadas por
ciclistas (IBGE 2009a)
52 Tipo de estudo
Foi realizado um estudo de coorte prospectivo na ilha de PaquetaacuteRJ no ano de 2011
Foram inicialmente alocadas todas as mulheres que participaram do estudo anterior
desenvolvido no ano de 2003 (Oliveira et al 2007)
24
53 Criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo
Os criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo foram os mesmos utilizados do estudo anterior
(Oliveira et al 2007) Sendo os criteacuterios de inclusatildeo as mulheres que estavam na menopausa
e que tinham residecircncia fixa na Ilha de Paquetaacute e os criteacuterios de exclusatildeo a historia pessoal
de doenccedilas que sabidamente afetam o metabolismo oacutesseo direta ou indiretamente (como
artrite reumatoacuteide luacutepus eritematoso sistecircmico hiperparatireoidismo osteogecircnese imperfeita)
e as neoplasias malignas exceto carcinoma basocelular de pele
54 Alocaccedilotildees de pacientes
A populaccedilatildeo elegiacutevel era constituiacuteda pelas 385 mulheres alocadas no estudo inicial
(Oliveira et al 2007) No trabalho de Oliveira et al (2007) foi realizado um estudo transversal
com recrutamento por auto-seleccedilatildeo ou demanda espontacircnea no ano de 2003 na Ilha de
Paquetaacute Rio de Janeiro Brasil Foram estudadas 385 mulheres na poacutes-menopausa
(diagnoacutestico cliacutenico) residentes no local apoacutes a aplicaccedilatildeo dos criteacuterios de exclusatildeo
(existecircncia de pino metaacutelico ou edema com cacifo em ambos os peacutes ou impossibilitadas de
posicionar os peacutes no aparelho de ultra-sonometria oacutessea) Todas as mulheres responderam na
eacutepoca a um questionaacuterio e foram submetidas a medidas antropomeacutetricas e agrave USO
No presente estudo considerando uma significacircncia de 95 e um poder de 80 uma
prevalecircncia de 15 de fraturas na populaccedilatildeo de risco (Clark et al 2009) o tamanho amostral
previsto foi de 130 mulheres Poreacutem devido agraves perdas o tamanho amostral final foi de 86
pacientes
Atraveacutes do banco de dados jaacute existente todas as pacientes foram re-contactadas As
mulheres foram localizadas atraveacutes de telefonemas e comparecimento no hospital local onde
25
eacute realizado a atenccedilatildeo baacutesica de sauacutede Foram realizados pelo menos 2 telefonemas com
intervalo de 1 semana entre eles Como ldquoperdasrdquo foram consideradas as pacientes natildeo
encontradas apoacutes os dois telefonemas (035 dos telefones estavam errados e 049 das
pacientes tinham telefone quebrado ou ocupado) pacientes que natildeo quiseram ou natildeo
puderam responder ao questionaacuterio (008) e pacientes falecidas (006)
As pacientes selecionadas foram submetidas a um questionaacuterio de avaliaccedilatildeo de fatores
relacionados agrave fragilidade oacutessea conhecido como European Vertebral Osteoporosis Study
(EVOS) jaacute validado previamente para o portuguecircs (OrsquoNeill et al 1996) e jaacute utilizados em
importantes estudos (Pinheiro et al 2006 Clark et al 2009) O questionaacuterio EVOS eacute
composto por dados soacutecio-demograacuteficos (idade estado civil escolaridade cor renda familiar
e nuacutemero de dependentes desta haacutebitos de vida) e histoacuteria reprodutiva pessoal sumaacuteria
(idade da menarca idade da menopausa tipo de menopausa) Os dados antropomeacutetricos
foram aferidos segundo criteacuterios adotados internacionalmente com medidas de peso e altura
observando intervalos de 01kg e 001m respectivamente
A definiccedilatildeo de fratura por fragilidade oacutessea foi a mesma utilizada por Pinheiro et al
(2010a) como aquela resultante de uma queda da proacutepria altura ou trauma menos intenso em
indiviacuteduos com 50 anos ou mais em siacutetios esqueleacuteticos especiacuteficos antebraccedilo fecircmur
costelas veacutertebras e uacutemero E a documentaccedilatildeo de fraturas foi realizada atraveacutes de relato da
paciente (fratura referida) As fraturas traumaacuteticas (apoacutes acidente automobiliacutestico ou outras
condiccedilotildees sob forte impacto) ou as de baixo impacto natildeo relacionadas agrave osteoporose (como
por exemplo as de face tornozelo metacarpo falanges) natildeo foram consideradas
O estudo obedeceu aos criteacuterios de eacutetica preconizados pela resoluccedilatildeo no 19696 do
Conselho Nacional de Sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede e foi aprovado previamente pelo Comitecirc
26
de Eacutetica em Pesquisa da FiocruzIFF e pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Prefeitura Todas
as mulheres assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido antes de qualquer
procedimento
55 Anaacutelise Estatiacutestica
Os dados foram registrados em planilha Excel e analisados pelo programa Statistical
Package for Social Sciences (SPSS) versatildeo 170 Para avaliar diferenccedilas entre os grupos as
variaacuteveis categoacutericas foram avaliadas pelo Qui-quadrado de Pearson ou o teste exato de
Fisher A relaccedilatildeo entre as variaacuteveis categoacutericas e ordinal e entre as variaacuteveis numeacutericas foi
avaliada pelo teste de Mann-Whitney que eacute um teste natildeo-parameacutetrico que equivale ao teste t
escolhido pelo tamanho da amostra A relaccedilatildeo entre as variaacuteveis numeacutericas foi avaliada pelo
coeficiente de Sperman que eacute uma estatiacutestica natildeo parameacutetrica utilizada para dados natildeo
normais eou amostra pequena Para todos os testes o niacutevel de significacircncia adotado foi de
5 A variaacutevel dependente foi a presenccedila de fratura (sim ou natildeo) e as variaacuteveis
independentes foram idade (em anos) resultado de USO (normal ou alterado) tempo de
menopausa (em anos) siacutetio de localizaccedilatildeo de fraturas IMC (abaixo do pesonormal
sobrepeso obeso) tabagismo (fumante ou natildeo fumante) atividade fiacutesica (leve
moderadapesada) frequecircncia diaacuteria de ingestatildeo de leite (em coposdia) e as variaacuteveis
binaacuterias como o histoacuterico familiar de fratura de quadril osteoporose uso de anticoncepcional
ausecircncia de menstruaccedilatildeo retirada de uacutetero ou ovaacuterios amamentaccedilatildeo paciente acamado e
etilismo O caacutelculo do risco relativo (RR) foi feito para avaliar a relaccedilatildeo entre o USO e a
presenccedila de fraturas Para isso foi considerado pacientes com USO normal aqueles com
resultados do T-score gt-11 e USO alterado aqueles com T-score lt-11 O niacutevel de atividade
fiacutesica foi classificado em atividade leve (trabalho burocraacutetico em escritoacuterio na maior parte
do tempo sentado) atividade moderada (trabalhos na maior parte do tempo em peacute como
27
vendedor e dona-de-casa) atividade pesada (enfermeira empregada domeacutestica) Oliveira et al
2010) Para caacutelculo aproximado da ingestatildeo alimentar diaacuteria de caacutelcio utilizou- se uma
adaptaccedilatildeo da Tabela Brasileira de Composiccedilatildeo de Alimentos 1 fatia queijo (90mg) 1 copo
de iogurte (1212mg) 1 copo leite (257mg) 1 bola se sorvete (135mg) E no final todos esses
alimentos foram convertidos em quantidade ingerida de copos de leite
28
6 Resultados Encontrados
61 Gerais
As caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas da populaccedilatildeo estudada estatildeo listadas na
tabela 1 A idade meacutedia das pacientes foi de 725 anos (DPplusmn 87) com a idade da menopausa
460 anos (DPplusmn 61) o tempo de menopausa 261 anos (DPplusmn 97) e o IMC de 264 (kgm2)
(DPplusmn 55) Essas caracteriacutesticas quando comparadas com o estudo anterior de 2003 (tabela
2) confirmam tratar-se da mesma populaccedilatildeo Apenas a idade e o tempo de menopausa
evidenciam ser a nossa populaccedilatildeo mais idosa Fator que se justifica pelo tempo ocorrido entre
os dois estudos
A incidecircncia de fratura por fragilidade oacutessea encontrada foi de 21 evidenciado no
graacutefico 1 Os principais siacutetios de fratura satildeo analisados na tabela 3 tendo como sitio principal
o antebraccedilo com 50 seguido pelo peacute com 192 e uacutemero 145 Jaacute na tabela 4 e no graacutefico
2 pode ser observado que a idade da populaccedilatildeo estudada variou entre 54 e 97 anos com meacutedia
de 72 anos com DP plusmn 90 No grupo de pacientes fraturadas 50 tinham entre 65 e 79 anos
sugerindo ser essa faixa etaacuteria mais susceptiacutevel as fraturas por fragilidade oacutessea
62 USO preacutevia X Fraturas
Foi verificado na tabela 5 a associaccedilatildeo entre o resultado da (USO) preacutevia e o desfecho
fraturas por fragilidade oacutessea De todas as pacientes que fizeram USO no estudo inicial 66
participaram deste estudo Das 50 pacientes que tiveram o USO alterado 22 tiveram
fraturas nesse periacuteodo E as pacientes com USO considerada normal 194 tiveram fraturas
por fragilidade oacutessea O RR= 113 (IC95 048 - 263) sugere que as mulheres que tiveram
29
USO alterado tem um risco de fraturar de 13 maior em relaccedilatildeo as pacientes com resultado
de USO considerado normal
63 Caracteriacutesticas cliacutenicas e comportamentais X Fratura
As pacientes foram analisadas quanto as variaacuteveis clinicas e comportamentais
Considerando a tabela 6 as pacientes que tiveram fraturas se mostraram com maior
sobrepeso ou obesas (722) com maior historia familiar de fratura de quadril (133) e
com maior diagnostico de osteoporose (471) do que as pacientes sem fraturas (p
valorgt005) Jaacute o uso de anticoncepcional ou o uso de reposiccedilatildeo hormonal natildeo se mostraram
ser relevantes para ocorrecircncia de fraturas nessa amostra E 235 das pacientes acamadas por
mais de dois meses sofreram alguma fratura com p valor lt005 Evidenciando associaccedilatildeo
entre a paciente ficar acamada por mais de dois meses e sofrer fratura por fragilidade oacutessea
Avaliando a tabela 7 foi notado que apenas 125 das pacientes que tiveram fratura eram
tabagistas e 167 eram etilistas natildeo se mostrando essas caracteriacutesticas como fatores de
risco A atividade fiacutesica moderadapesada ateacute 25 anos e acima de 50 anos apresentou
percentuais de 441 e 382 respectivamente Aleacutem disso entre 25 e 50 anos 444 das
pacientes com atividade fiacutesica moderadapesada tiveram fraturas e 441 das pacientes natildeo
tiveram fraturas para essa faixa etaacuteria (p valor gt005) Sendo assim natildeo houve associaccedilatildeo
entre a atividade fiacutesica e as fraturas Em relaccedilatildeo ao item ingestatildeo de leite apoacutes os 50 anos
456 das pacientes que natildeo tiveram fraturas ingeriam de 1 a 2 copos de leite por dia e
apenas 44 ingeriam mais de 3 copos de leite por dia No caso das pacientes que tiveram
fraturas apoacutes os 50 anos foi observado que 50 ingeriam de 1 a 2 copos de leite por dia e
167 ingeriam 3 copos ou mais de leite
30
64 Tempo de menopausa X Fratura
As pacientes foram avaliadas graacutefico 3 para verificar a associaccedilatildeo entre o tempo de
menopausa e o desfecho das fraturas A mediana do tempo de menopausa encontrado em
ambos os grupos foi de 262 com DP de plusmn98 Metade das pacientes que tiveram fraturas tem
entre 193 e 293 anos de menopausa com DP de plusmn72 A correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade
tempo de menopausa e IMC foi observado na tabela 8 onde evidenciada uma associaccedilatildeo
positiva entre a idade e o tempo de menopausa nos grupos de pacientes com e sem fraturas
Assim como foi verificado uma associaccedilatildeo negativa de quanto maior a idade e o tempo de
menopausa menor o IMC
31
Graacutefico 1
Graacutefico 2
32
Graacutefico 3
33
Tabela 1- Caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas das
mulheres poacutes menopausa (n=86)
Caracteriacutesticas Meacutedia plusmn desvio padratildeo
Idade (anos) 7255 plusmn 897
Idade da
menarca (anos) 1324 plusmn 184
Idade da
menopausa
(anos)
4608 plusmn 614
Tempo de
menopausa
(anos)
2618 plusmn976
Peso (kg)sect 6342 plusmn 1055
Altura (m)deg 155 plusmn 008
IMC (kgm2) 2643 plusmn 557
n=85 sectn=83 ordmn=82 n=81 n=80
Tabela 2-Caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas das
mulheres poacutes menopausa em 2003
Caracteriacutesticas Meacutedia plusmn desvio padratildeo
Idade (anos) 6463plusmn1270
Idade da
menarca (anos)
1304 plusmn 193
Idade da
menopausa
(anos)
4755 plusmn 601
Tempo de
menopausa
(anos)
1700 plusmn 1076
Peso (kg)sect 6533 plusmn 1270
Altura (m)deg 155 plusmn 006
IMC (kgm2) 2696 plusmn 477
34
Tabela 3 ndash Incidecircncia de fraturas em mulheres poacutes menopausa segundo a
localizaccedilatildeo de fratura 2003-2011
Tipo da fratura
n
Veacutertebra 1 38
Fecircmur 1 38
Costela 2 77
Antebraccedilo 13 500
Uacutemero 4 145
Peacute 5 192
Total 26 1000
Nota Algumas pacientes tiveram mais de uma fratura no periacuteodo
Tabela 4- Relaccedilatildeo entre idade e fratura nas mulheres na poacutes menopausa
Total
Fratura
Idade (anos) Natildeo Sim
N () n () n ()
54 a 64 anos 18 209 14 206 4 222
65 a 79 anos 48 558 39 574 9 500
80 a 97 anos 20 233 15 221 5 278
Total 86 1000 68 1000 18 1000
Meacutedia (DP) 725 (90) 713 (77) 729 (93)
Nota P-valor pelo teste de Mann-Whitney=0813
35
Tabela 5 - Incidecircncia de fratura em mulheres poacutes-menopausa segundo
resultado da USO 2003-2011
Resultado da
USO
Total
Fratura p-valor
Sim Natildeo
n n
()
IC95 n
()
Normal 36 7 194
89 -
3472
29 806
0496
Alterado 50 11 220
121 -
350
39 780
Total 86 18 209
133 -
305
68 791
Nota Risco relativo = 113 (IC95 048 - 263)
36
Tabela 6 ndash Caracteriacutesticas cliacutenicas de mulheres poacutes-menopausa segundo
fratura (n=86)
Fratura
Natildeo (n=68) Sim (n=18) Total
n ( ) n ( )
IMC
Abaixo do pesoNormal 24 (353) 5 (278) 28 0792
Sobrepeso 27 (397) 9 (500) 36
Obeso 17 (250) 4 (222) 21
Histoacuterico familiar de fratura de quadril
Natildeo 66 (985) 13 (867) 79 0085
Sim 1 (15) 2 (133) 3
Osteoporose
Natildeo 44 (800) 9 (529) 53 0055
Sim 11 (200) 8 (471) 19
Uso de anticoncepcional
Natildeo 32 (485) 10 (556) 42 0791
Sim 34 (515) 8 (444) 42
Ausecircncia de mentruaccedilatildeo
Natildeo 60 (909) 16 (941) 76 1000
Sim 6 (91) 1 (59) 7
Retirou o uacutetero
Natildeo 46 (687) 9 (500) 55 0170
Sim 21 (313) 9 (500) 30
Retirou os ovaacuterios
Natildeo 53 (815) 11 (647) 64 0187
Sim 12 (185) 6 (353) 18
Reposiccedilatildeo hormonal
Natildeo 51 (761) 13 (722) 64 0763
Sim 16 (239) 5 (278) 21
Amamentou
Natildeo 14 (206) 4 (222) 18 1000
Sim 54 (794) 14 (778) 68
Acamado por mais de dois meses
Natildeo 63 (940) 13 (765) 76 0049
Sim 4 (60) 4 (235) 8
Caracteriacutesticas clinicas
p-valor do
teste exato
de Fisher
37
Tabela 7 - Caracteriacutesticas comportamentais de mulheres poacutes-menopausa segundo
fratura (n=86)
Fratura
Natildeo (n=68) Sim (n=18) Total
n ( ) n ( )
Tabagismo
Natildeo fumante 47 (758) 14 (875) 61 0499
FumanteEx-fumante 15 (242) 2 (125) 17
Etilismo no uacuteltimo ano
Natildeo 48 (706) 15 (833) 63 0376
Sim 20 (294) 3 (167) 23
Atividade fiacutesica ateacute os 25 anos
Leve 38 (559) 11 (611) 49 0792
ModeradaPesada 30 (441) 7 (389) 37
Atividade fiacutesica entre os 25 e 50 anos
Leve 38 (559) 10 (556) 48 1000
ModeradaPesada 30 (441) 8 (444) 38
Atividade fiacutesica acima dos 50 anos
Leve 42 (618) 12 (667) 54 0789
ModeradaPesada 26 (382) 6 (333) 32
Frequecircncia diaacuteria de leite ateacute 25 anos
Nenhummenos 1 copodia 34 (500) 8 (444) 42 0910
1 a 2 coposdia 31 (456) 9 (500) 40
3 coposdia ou mais 3 (44) 1 (56) 4
Frequecircncia diaacuteria de leite apoacutes 50 anos
Nenhummenos 1 copodia 34 (500) 6 (333) 40 0103
1 a 2 coposdia 31 (456) 9 (500) 40
3 coposdia ou mais 3 (44) 3 (167) 6
Caracteriacutesticas
comportamentais
p-valor do
teste exato
de Fisher
Tabela 8- Coeficientes de correlaccedilatildeo de Spearman (rs) entre idade IMC e tempo de
menopausa em mulheres poacutes-menopausa
Variaacuteveis
IMC IdadeTempo de
menopausa
r s 1 -0144 -0151
p-valor 0569 0550
r s -0227 1 0736
p-valor 0074 lt0001
r s -0295 0761 1
p-valor 0020 lt0001
Variaacuteveis
IMC
Idade
Tempo de menopausa
Nota o triacircngulo superior direito (parte hachurada) se refere agraves correlaccedilotildees para as mulheres com
fratura e o inferior esquerdo (parte natildeo hachurada) agraves mulheres sem fratura
38
7 Discussatildeo
No Brasil os principais fatores cliacutenicos de risco para fraturas por fragilidade oacutessea
eram extrapolados a partir de estudos internacionais O estudo vem acrescentar informaccedilotildees
para se conhecer os fatores relacionados agrave essas fraturas Nossos resultados revelam que a
idade avanccedilada a historia familiar de fratura de quadril o diagnoacutestico de osteoporose e
tambeacutem o paciente ficar acamado por mais de 2 meses foram considerados fatores de risco
para fraturas por fragilidade oacutessea
Esse estudo mostrou concordacircncia com a Johnell amp Kanis (2006) onde o principal
siacutetio mundial de fratura por fragilidade oacutessea nas mulheres apoacutes a menopausa foi o antebraccedilo
Segundo o estudo Latin American Vertebral Osteoporosis Study (LAVOS) (Clark et al
2009) a fratura vertebral eacute a mais prevalente da ameacuterica latina com uma prevalecircncia de
142 diferente do nosso estudo onde a coluna vertebral e o colo do fecircmur aparecem
juntos em uacuteltimo lugar na lista de incidecircncia dos siacutetios de fratura Isso pode ser atribuiacutedo
devido a diferenccedila nos criteacuterios de definiccedilatildeo de fraturas pois no LAVOS optou-se pela
medida radiograacutefica do local de fraturas enquanto no nosso estudo as fraturas foram referidas
pelas pacientes
Os consensos sobre osteoporose tecircm propostos algoritmos para identificar indiviacuteduos
de alto risco para fraturas (Kanis et al 2008 WHO 1999) Para tanto a associaccedilatildeo de fatores
de risco para fraturas com a medida da USO eacute de suma importacircncia embora sejam poucas as
pacientes que tecircm oportunidade de realizar esse exame (Oliveira et al 2007) Assim o
presente trabalho mostrou um risco para fraturas por fragilidade oacutessea 13 maior nas
pacientes com resultado de USO alterada em relaccedilatildeo as pacientes que tiveram resultados de
39
USO normais vindo de encontro aos resultados encontrados por Oliveira et al (2007)
Corroborando o USO como um meacutetodo confiaacutevel para a prediccedilatildeo de fraturas
E semelhante a Pinheiro et al (2010a) o presente estudo revelou que os principais
fatores de risco para fraturas por fragilidade oacutessea satildeo a idade avanccedilada a historia familiar de
fratura de quadril e a presenccedila de osteoporose Isso pode ser atribuiacutedo ao fato de que no
estudo de Pinheiro et al (2010a) assim como no nosso estudo a populaccedilatildeo ser
predominantemente de mulheres acima dos 65 anos e viverem em aacuterea urbana tendo haacutebitos
de vida parecidos
O achado em nosso estudo que apresentou significacircncia estatiacutestica refere-se ao fator
de risco ldquopaciente acamado por mais de dois mesesrdquo como disposto na literatura (Pinheiro et
al 2010b Demir et al 2008) O que acontece eacute que com o paciente acamado por tempo
prolongado um maior remodelamento oacutesseo eacute observado Os osteoclastos responsaacuteveis pela
absorccedilatildeo oacutessea sobrepotildee os osteoblastos predispondo as fraturas por fragilidade oacutessea
(Fyhrie amp Schaffler 1994) Assim observou-se no estudo que 235 das pacientes
acamadas por mais de dois meses sofreram alguma fratura por fragilidade oacutessea com p valor
lt005 Isso reafirma a associaccedilatildeo entre a paciente ficar acamada por mais de dois meses e
sofrer fratura por fragilidade oacutessea Por outro lado o exerciacutecio fiacutesico que estaacute sabidamente
relacionado ao aumento da resistecircncia muscular do equiliacutebrio e da flexibilidade contribuindo
para a reduccedilatildeo da perda oacutessea e melhora da sauacutede em geral (Chan 2003) natildeo se mostrou
como fator de proteccedilatildeo neste estudo Provavelmente devido ao baixo percentual encontrado
de pacientes que praticavam atividade fiacutesica moderada ou pesada
O elevado IMC e a terapia de reposiccedilatildeo hormonal natildeo desempenharam papel protetor
na nossa populaccedilatildeo como seria o esperado por estudos anteriores (Pinheiro et al 2010c
40
Buttros et al 2011) Ao contrario o sobrepeso e obesidade foram considerados fatores de
risco Isso pode ser atribuiacutedo ao IMC meacutedio dessa populaccedilatildeo ser 264 (kgm2) (DPplusmn 55)
limiacutetrofe para sobrepeso Embora esse dado demonstre contrariedade com a literatura que
estabelece relaccedilatildeo inversa entre obesidade e fraturas por fragilidade oacutessea em nosso estudo
ter maior peso e IMC natildeo seriam fatores de risco para fraturas e sim caracteriacutesticas das
mulheres mais idosas em um contexto social de baixa escolaridade e renda Esse fato eacute
confirmado pelos resultados da Pesquisa Nacional sobre Sauacutede e Nutriccedilatildeo ( Batista F et al
2003) que demonstraram caraacuteter ascendente da obesidade nos estratos de mulheres com baixa
renda residentes na regiatildeo Sudeste
Aleacutem disso haacutebitos de vida como tabagismo e etilismo sabidamente relacionados agrave
maior risco para fraturas por fragilidade oacutessea (Pinheiro et al 2010) tambeacutem natildeo se
mostraram estar associados nesse estudo
A necessidade de caacutelcio do ser humano varia ao longo da vida e uma ingestatildeo
adequada para mulheres acima de 50 anos eacute de 1200 mg pois com a idade o corpo
naturalmente perde um pouco da capacidade de absorccedilatildeo de minerais (Nuacutecleo de Estudos e
Pesquisas em Alimentaccedilatildeo 2006) O fato de apenas 44 das mulheres que natildeo tiveram
fraturas e 167 das mulheres que tiveram fraturas ter referido consumo superior a
900mgdia (3 ou mais copos) foi fator de surpresa principalmente levando-se em conta o PIB
per capita da cidade superior ao da maioria dos municiacutepios brasileiros (IPEA 2000)
Assim como em estudos preacutevios (Pinheiro et al 2010c NHI 2001 Demir et al
2008) nossos dados tambeacutem demonstraram o hipoestrogenismo como importante fator de
risco para fraturas por fragilidade oacutessea jaacute que as pacientes com fratura tecircm entre 19 e 29
anos de menopausa Em recente estudo Demir et al (2008) estudaram 2769 mulheres na
41
poacutes-menopausa correlacionando a ocorrecircncia de osteoporose com o tempo de menopausa
Demonstraram que 106 das pacientes com ateacute trecircs anos de poacutes-menopausa tinham
osteoporose contra 329 das pacientes com sete anos ou mais Acredita-se que a deficiecircncia
estrogecircnica seja responsaacutevel por dois terccedilos da perda de massa oacutessea levando
consequentemente agraves fraturas por fragilidade oacutessea assim como observado (Position
statement of the North American Menopause Society 2010)
Os dados deste estudo podem ser limitados pois apesar de tratar-se de uma coorte as
participantes reportaram dados referentes a estilo de vida dieta antecedentes familiares e
pessoais o que pode ter ocasionado algum vieacutes recordatoacuterio Outra limitaccedilatildeo eacute que como
avaliado por Oliveira et al (2007) esta populaccedilatildeo apresenta a maior parte das mulheres com
baixo niacutevel socioeconocircmico e escolaridade sem acesso agrave adequada educaccedilatildeo nutricional e agrave
atividade fiacutesica orientada Por outro lado resultados encontrados sem significacircncia estatiacutestica
podem ter sido ocasionados pelo tamanho amostral reduzido devido a dificuldade de
rastreamento da populaccedilatildeo uma vez que a unidade de sauacutede natildeo atualizou o endereccedilo e
telefone das mulheres eleitas para o estudo Talvez se tivesse sido realizado contato anual
com essas mulheres natildeo teriacuteamos perdido o seguimento delas
42
8 Conclusatildeo
Devido agrave sua alta prevalecircncia e associaccedilatildeo com mortalidade e incapacidade a fratura
devido agrave fragilidade oacutessea deve ser considerada um problema de sauacutede puacuteblica no Brasil
Apesar das limitaccedilotildees o presente estudo foi realizado de forma prospectiva em mulheres
brasileiras na poacutes-menopausa devendo os seus resultados serem levados em consideraccedilatildeo
para a formulaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas de sauacutede para a prevenccedilatildeo e estrateacutegias de tratamento
para as fraturas Os fatores de risco encontrados como a idade avanccedilada a histoacuteria familiar
de fratura de quadril e a presenccedila de osteoporose devem ser acompanhados e combatidos para
tentar-se diminuir o risco para as fraturas Assim como o USO mostrou ser um meacutetodo
confiaacutevel para avaliar o risco para fraturas podendo ser implementado em maior escala do
que a atual Entatildeo acreditamos que novos estudos prospectivos com uma amostra mais
representativa devam ser realizados para se confirmar os fatores associados a fraturas por
fragilidade oacutessea na populaccedilatildeo brasileira para cada vez mais conhecermos o perfil da nossa
populaccedilatildeo e termos subsiacutedios para combater esse agravo
43
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48
10 Anexo 1 - Instrumento de coleta - EVOS (EUROPEAN VERTEBRAL
OSTEOPOROSIS STUDY)
Data _________
Nome________________________________________________________
Endereco_____________________________________________________
Fone _____________ Data de nascimento _________ RG
1- Dados antropomeacutetricos
Peso (Kg) Altura (m) IMC
2- Dados Ginecoloacutegicos
Idade da primeira menstruacao anos
Vocecirc jaacute usou piacutelula anticoncepcional por mais de 3 meses
sim natildeo natildeo sei
Vocecirc jaacute ficou algum periacuteodo em sua vida sem menstruar antes da menopausa (exceto se
gravidez) sim natildeo natildeo sei
Idade da ultima menstruaccedilatildeo anos
Numero de filhos
Vocecirc fez cirurgia para retirar o uacutetero sim com Idade ____ (anos)
natildeo natildeo sei
E para retirar os ovaacuterios (um ou os dois) sim idade ___ (anos)
natildeo natildeo sei
Vocecirc fez reposiccedilatildeo hormonal apos a menopausa sim natildeo natildeo sei
Se sim quando iniciado o periacuteodo foi superior a 1 ano sim natildeo natildeo sei
49
Vocecirc notou os seguintes sintomas na menopausa
calores sim natildeo natildeo sei
depressatildeo sim natildeo natildeo sei
insocircnia sim natildeo natildeo sei
outros sim natildeo natildeo sei
Vocecirc amamentou sim natildeo natildeo sei
Se sim quantas crianccedilas vocecirc amamentou por mais que 3 meses
3- Dados familiares
Em sua famiacutelia (pai matildee irmatildeos) existe historia de fratura de quadril apos os 50 anos de
idade sim natildeo natildeo sei
4- Histoacuteria de fratura
Vocecirc jaacute teve alguma fratura sim natildeo natildeo sei
Se sim em qual sitio esqueleacutetico com que idade e qual foi o tipo de trauma
Sitio Numero Idade (anos) Niacutevel do trauma
Vertebra
Fecircmur (colo trocanter)
Costela
Antebraccedilo
Uacutemero
Pe
Outras
Vocecirc sabe que tem osteoporose sim tenho natildeo natildeo tenho natildeo sei
5- Aacutelcool
Com que frequecircncia vocecirc bebeu no ultimo ano
Diariamente 5-6 dsem 3-4 dsem
50
1 -2 dsem lt 1 dsem nunca
Tipo de bebida destilados (uiacutesque cachaccedila vodka)
fermentados (cerveja vinho)
6- Imobilizaccedilatildeo
Vocecirc jaacute ficou acamado por um periacuteodo superior a 2 meses
sim natildeo natildeo sei
Se sim foi antes ou apos os 25 anos de idade
ano passado nunca
7- Fumo
Vocecirc fumou cigarro ou usou outras formas de fumo (cachimbo ou charuto)
atualmente no passado nunca
Com que idade iniciou anos
Se parou com que idade anos
Numero de cigarrosdia
8- Atividade Fiacutesica
Quantas tempo costuma passar diariamente ao ar livre caminhando ou andando de bicicleta
nenhuma a 1 h superior a 1 h
Qual a sua atividade fiacutesica durante diferentes periacuteodos de sua vida adulta
Ate os 25 anos 25 a 50 anos acima 50 anos
Niacutevel 1 (leve) 2 (moderada) 3 (pesada) 4
(muito pesada)
9- Impacto
Como vocecirc descreveria sua sauacutede geral neste momento
muito boa boa satisfatoacuteria regular ruim
10- Interrogatoacuterio sobre drogas
51
Vocecirc jaacute usou alguma medicaccedilatildeo oral ou injetaacutevel contendo corticosteroides por mais de 3
meses sim natildeo natildeo sei
Vocecirc jaacute usou alguma desses remeacutedios
Droga sim natildeo sei tempo
(meses)
parou ha quanto tempo
Hormocircnios
masculinos
Hormocircnios
femininos
Calcitonina
Fluacuteor
Caacutelcio
Vitamina D
Anabolizantes
Diureacuteticos
tiazidicos
11- Ingestatildeo de caacutelcio
Com que frequecircncia vocecirc comeu produtos derivados do leite na semana passada
(diassemana)
queijo amarelo queijo branco iogurte leite sorvete
Para os periacuteodos indicados abaixo com que frequecircncia vocecirc recebeu leite
ate 25 anos 25 a 50 anos Acima de 50 anos
Todas as refeiccedilotildees (3 ou + coposdia)
1-2 coposdia
52
Toda semana mas natildeo todo dia
lt 1 vezsemana
53
11 Anexo 2 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Projeto de Pesquisa Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade
oacutessea em mulheres na menopausa
Pesquisador responsaacutevel Dra Lizanka Paola F Marinheiro
Instituiccedilatildeo responsaacutevel Instituto Fernandes Figueira
Vocecirc estaacute sendo convidado a participar do projeto de pesquisa intitulado
Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea em mulheres na
menopausa por que vocecirc participou do estudo anterior realizado haacute 7 anos sobre a
osteoporose e suas consequumlecircncias
54
A osteoporose e uma doenccedila que se caracteriza pela diminuiccedilatildeo da resistecircncia do osso
tornando-o mais fraacutegil Essa fragilidade aumenta o risco da pessoa que tem osteoporose de ter
fraturas mesmo com atividades comuns como tossir ou espirrar
Com isso esse trabalho deseja avaliar a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea na
populaccedilatildeo de mulheres na poacutes menopausa residente da Ilha de Paquetaacute apoacutes 7 anos de
seguimento do uacuteltimo estudo transversal
Vocecirc natildeo eacute obrigada a participar Mas se quiser vocecirc teraacute que responder a um
questionaacuterio Para participar vocecirc natildeo teraacute que pagar nada O resultado seraacute fornecido apenas
a vocecirc ningueacutem mais saberaacute Suas duvidas seratildeo esclarecidas e vocecirc devera continuar
acompanhamento com seu meacutedico assistente Se vocecirc natildeo quiser participar natildeo seraacute
submetida a nenhum constrangimento fiacutesico ou moral e seu atendimento no posto de sauacutede
natildeo seraacute prejudicado A participante poderaacute se retirar do estudo a qualquer momento que
julgar necessaacuterio sem prejuiacutezo para a mesma O resultado de toda a pesquisa seraacute divulgada e
atraveacutes de artigos cientiacuteficos em revistas encontros congressos ou similares sem a
divulgaccedilatildeo dos nomes de quem participou de forma sigilosa
Sua participaccedilatildeo no estudo natildeo implicaraacute em custos adicionais O (A) Sr (a) natildeo teraacute
qualquer despesa com a realizaccedilatildeo dos procedimentos previstos neste estudo que seratildeo
custeados pelo pesquisador responsaacutevel Tambeacutem natildeo haveraacute nenhuma forma de pagamento
pela sua participaccedilatildeo
Caso surja alguma duacutevida quanto agrave eacutetica do estudo o (a) Sr(a) deveraacute se reportar ao
Comitecirc de Eacutetica em Pesquisas envolvendo seres humanos ndash subordinado ao Conselho
Nacional de Eacutetica em Pesquisa oacutergatildeo do Ministeacuterio da Sauacutede atraveacutes de solicitaccedilatildeo ao
representante de pesquisa que estaraacute sob contato permanente ou contactando o Comitecirc de
Eacutetica em Pesquisa desta instituiccedilatildeo no telefone (21) 3971-1590 Eacute assegurado o completo
55
sigilo de sua identidade quanto a sua participaccedilatildeo neste estudo incluindo a eventualidade da
apresentaccedilatildeo dos resultados deste estudo em congressos e perioacutedicos cientiacuteficos
Eu________________________________________________________________________
residente do endereccedilo__________________________ fui informada dos objetivos e da
justificativa deste trabalho de forma clara e detalhada pela Dra Adriana de Mattos V da
Costa Recebi informaccedilotildees especificas sobre cada procedimento no qual estarei envolvida
dos desconfortos e riscos previstos tanto quanto dos benefiacutecios esperados Todas as minhas
duvidas foram respondidas com clareza e sei que poderei solicitar novos esclarecimentos a
qualquer momento Aleacutem disso sei que novas informaccedilotildees obtidas durante o estudo me seratildeo
fornecidas e que terei liberdade de retirar meu consentimento de participaccedilatildeo face a estas
informaccedilotildees sem prejuiacutezo para mim Aleacutem disto me foi entregue uma coacutepia da folha de
informaccedilotildees para os participantes a qual li compreendi e me deu plena liberdade para decidir
acerca da minha espontacircnea participaccedilatildeo nesta pesquisa Minha identidade jamais seraacute
publicada Os dados colhidos poderatildeo ser examinados por pessoas envolvidas no estudo com
autorizaccedilatildeo delegada do investigador e por pessoas delegadas pelo patrocinador Estou
recebendo uma coacutepia assinada deste Termo
Os pesquisadores responsaacuteveis pelo Projeto satildeo a Dra Lizanka Paola F Marinheiro e
sua aluna a Dra Adriana de Mattos Viveiros da Costa
56
Participante
Nome _________________________________
Assinatura________________________________
Data_________________________________________
Investigador
Nome____________________________________
Assinatura________________________________
Data_______________________________________
Pesquisadora
Nome______________________________________
Assinatura___________________________________
Data__________________________________________
Dra Lizanka Paola F Marinheiro
lizankaglobocom
tel 25541700
Dra Adriana de Mattos Vda Costa
adrianamattosmedyahoocombr
tel 87273315
Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa
Rua Afonso Cavalcanti 455 sala 710 ndash Cidade Nova -
Telefone 3971-1463
20
comparado a DMO de adultos jovens normais do mesmo sexo (t-escore) A diferenccedila entre o
escore do paciente e o padratildeo eacute expressa em desvios padrotildees acima ou abaixo da meacutedia
(Castro et al 1999)
Segundo a Sociedade Brasileira de Densitometria Cliacutenica no consenso de 2008 satildeo
indicaccedilotildees para avaliaccedilatildeo da densidade mineral oacutessea (Brandatildeo et al 2009)
rdquoMulheres com idade gt a 65 anos e homens com idade gt a 70 anos
Mulheres acima de 40 anos na transiccedilatildeo menopausal (1-2) e homens acima de 50
anos de idade com fatores de risco
Adultos com antecedente de fratura por fragilidade condiccedilatildeo cliacutenica ou uso de
medicamentos associados agrave baixa massa oacutessea ou perda oacutessea
Indiviacuteduos para os quais satildeo consideradas intervenccedilotildees farmacoloacutegicas para
osteoporose
Indiviacuteduos em tratamento para osteoporose para monitoramento de sua eficaacutecia
Indiviacuteduos que natildeo estejam sob tratamento poreacutem nos quais a identificaccedilatildeo de perda
de massa oacutessea possa determinar a indicaccedilatildeo do tratamento
Mulheres interrompendo terapia hormonal (TH)rdquo
Arq Bras Endocrinol Metab 2009 531 pag108
A proacutepria definiccedilatildeo de osteoporose pela Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede reunida em
Hong Kong em 1994 estabeleceu criteacuterios diagnoacutesticos baseados em valores obtidos pela
densitometria oacutessea classificando como osteopecircnicas aquelas mulheres que apresentarem-se
entre 1 e 25 desvios-padratildeo (DP) abaixo da meacutedia para adultas jovens e de osteoporoacuteticas as
que se encontrarem com mais de 25 DP abaixo da meacutedia para adultas jovens (Castro et al
1999 WHO 1999)
A densitometria oacutessea apresenta como desvantagens no entanto o fato de utilizar uma
fonte de radiaccedilatildeo ionizante e possuir um elevado custo que limita seu uso em estudos
populacionais principalmente em nosso paiacutes onde os recursos destinados agrave sauacutede da
populaccedilatildeo mais carente satildeo miacutenimos Sempre tentando diminuir o impacto dos gastos com
21
sauacutede eacute estimulada a busca por meacutetodos natildeo poluentes e mais baratos mas que tragam as
mesmas informaccedilotildees que os meacutetodos jaacute estabelecidos Em funccedilatildeo disto a USO vem sendo
avaliada e alguns resultados promissores tecircm sido apresentados (Castro et al 1999) Baseia-se
na modificaccedilatildeo das caracteriacutesticas de ultrassom transmitido atraveacutes de ossos de localizaccedilatildeo
mais superficiais como no calcacircneo tiacutebia falanges ou patela Os sistemas atuais se
constituem de dois transdutores sendo um transmissor e outro receptor posicionados em
locais diferentes do osso a ser estudado Os aparelhos existentes entre noacutes avaliam o
calcacircneo osso predominantemente trabecular atraveacutes das medidas de velocidade de
transmissatildeo do ultrassom (SOS em ms) e da atenuaccedilatildeo da frequumlecircncia do ultrassom (BUA em
dBMHz) (Kanis et al 2008) Novamente de acordo com a orientaccedilatildeo da Sociedade Brasileira
de Densitometria Cliacutenica de 2008 as recomendaccedilotildees para ultrassonometria oacutessea satildeo
(Brandatildeo et al 2009)
rdquoO uacutenico siacutetio validado para o uso cliacutenico da USO em osteoporose eacute o calcacircneo
Equipamentos de USO de calcacircneo validados satildeo capazes de estimar fratura por
fragilidade em mulheres na poacutes-menopausa e em homens com idade superior a 65 anos
independentemente da densidade mineral oacutessea medida em equipamentos de DMO
central
A correlaccedilatildeo entre os resultados obtidos por USO e DMO ccccccc entral eacute
moderada
USO do calcacircneo associada a fatores de risco cliacutenicos podem ser usados para
identificar populaccedilatildeo com baixa probabilidade de fratura na qual avaliaccedilatildeo adicional
natildeo seja mais necessaacuteria
Medidas de DMO central na coluna e no fecircmur constituem o meacutetodo de escolha para a
tomada de decisatildeo terapecircutica Entretanto se a DMO central natildeo for acessiacutevel o
tratamento farmacoloacutegico pode ser iniciado se a probabilidade de fratura avaliada pelo
USO do calcacircneo com pontos de corte especiacuteficos associados a fatores de risco
cliacutenicos for suficientemente alta
Equipamentos de USO natildeo satildeo clinicamente uacuteteis no monitoramento de efeitos
esqueleacuteticos dos medicamentos disponiacuteveis para o tratamento da osteoporoserdquo
Arq Bras Endocrinol Metab 2009 531 pag110
22
Em 2003 foi realizada uma dissertaccedilatildeo de mestrado (Oliveira et al 2007) sobre a
utilizaccedilatildeo do USO para estimar a prevalecircncia de risco aumentado de fraturas em uma
populaccedilatildeo de mulheres na poacutes menopausa residentes da Ilha de Paquetaacute Em trabalho
realizado por Oliveira e cols nesta instituiccedilatildeo Foi realizado um estudo transversal com
recrutamento de 385 mulheres residentes da Ilha Todas as mulheres responderam a
questionaacuterio previamente estruturado e foram submetidas a medidas antropomeacutetricas e a
USO As medidas de USO foram realizadas segundo o manual do fabricante A idade da
populaccedilatildeo estudada variou entre 42 e 95 anos Os resultados encontrados mostram que
5922 da amostra apresentava algum tipo de alteraccedilatildeo a USO com t score menor que -1
Esse grupo era composto por mulheres mais idosas com menor peso menor altura e menor
percentual de gordura quando comparado com o grupo com t score lt ndash 1 Foi encontrado que
1688 das pesquisadas possuiacuteam alto risco para fraturas com t score lt -25 E as mulheres
do grupo de alto risco tinham maior peso e IMC paracircmetros conhecidos como protetores
Embora divergente da literatura a autora atribui esses resultados a caracteriacutesticas das
mulheres mais idosas em um contexto social de baixa escolaridade e renda (Oliveira et al
2007)
23
5 Materiais e Meacutetodos
51 Populaccedilatildeo
A Ilha de Paquetaacute dista aproximadamente 15 km da Praccedila XV no Centro da Cidade
do Rio de Janeiro sendo a principal ilha do arquipeacutelago de Paquetaacute situada ao nordeste da
Baiacutea de Guanabara A populaccedilatildeo e frequecircncia da Ilha satildeo extremamente sazonais sendo
aproximadamente 2200 domiciacutelios (entre moradores e veranistas) Os moradores fixos
correspondem a 4500 pessoas em sua maioria de famiacutelias antigas na Ilha das quais 208
satildeo idosos ultrapassando ateacute mesmo a meacutedia nacional que eacute em torno de 12 (IBGE
2009a) Este iacutendice faz de Paquetaacute o erceiro bairro em nuacutemero de idosos no municiacutepio sendo
que sua populaccedilatildeo pode ser considerada envelhecida segundo os criteacuterios da Organizaccedilatildeo
Mundial da Sauacutede (OMS 2003) Embora a maioria da populaccedilatildeo seja branca existem 109
de negros 256 de pardos e 01 de iacutendios Cerca de 90 dos domiciacutelios possuem aacutegua
tratada e 9957 tratamento de esgoto As famiacutelias residentes nesta regiatildeo satildeo compostas em
meacutedia por trecircs pessoas com rendimento meacutedio per capita de 301 salaacuterios miacutenimos (IPEA
2000) e o transporte urbano eacute feito basicamente a peacute por bicicletas ou charretes puxadas por
ciclistas (IBGE 2009a)
52 Tipo de estudo
Foi realizado um estudo de coorte prospectivo na ilha de PaquetaacuteRJ no ano de 2011
Foram inicialmente alocadas todas as mulheres que participaram do estudo anterior
desenvolvido no ano de 2003 (Oliveira et al 2007)
24
53 Criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo
Os criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo foram os mesmos utilizados do estudo anterior
(Oliveira et al 2007) Sendo os criteacuterios de inclusatildeo as mulheres que estavam na menopausa
e que tinham residecircncia fixa na Ilha de Paquetaacute e os criteacuterios de exclusatildeo a historia pessoal
de doenccedilas que sabidamente afetam o metabolismo oacutesseo direta ou indiretamente (como
artrite reumatoacuteide luacutepus eritematoso sistecircmico hiperparatireoidismo osteogecircnese imperfeita)
e as neoplasias malignas exceto carcinoma basocelular de pele
54 Alocaccedilotildees de pacientes
A populaccedilatildeo elegiacutevel era constituiacuteda pelas 385 mulheres alocadas no estudo inicial
(Oliveira et al 2007) No trabalho de Oliveira et al (2007) foi realizado um estudo transversal
com recrutamento por auto-seleccedilatildeo ou demanda espontacircnea no ano de 2003 na Ilha de
Paquetaacute Rio de Janeiro Brasil Foram estudadas 385 mulheres na poacutes-menopausa
(diagnoacutestico cliacutenico) residentes no local apoacutes a aplicaccedilatildeo dos criteacuterios de exclusatildeo
(existecircncia de pino metaacutelico ou edema com cacifo em ambos os peacutes ou impossibilitadas de
posicionar os peacutes no aparelho de ultra-sonometria oacutessea) Todas as mulheres responderam na
eacutepoca a um questionaacuterio e foram submetidas a medidas antropomeacutetricas e agrave USO
No presente estudo considerando uma significacircncia de 95 e um poder de 80 uma
prevalecircncia de 15 de fraturas na populaccedilatildeo de risco (Clark et al 2009) o tamanho amostral
previsto foi de 130 mulheres Poreacutem devido agraves perdas o tamanho amostral final foi de 86
pacientes
Atraveacutes do banco de dados jaacute existente todas as pacientes foram re-contactadas As
mulheres foram localizadas atraveacutes de telefonemas e comparecimento no hospital local onde
25
eacute realizado a atenccedilatildeo baacutesica de sauacutede Foram realizados pelo menos 2 telefonemas com
intervalo de 1 semana entre eles Como ldquoperdasrdquo foram consideradas as pacientes natildeo
encontradas apoacutes os dois telefonemas (035 dos telefones estavam errados e 049 das
pacientes tinham telefone quebrado ou ocupado) pacientes que natildeo quiseram ou natildeo
puderam responder ao questionaacuterio (008) e pacientes falecidas (006)
As pacientes selecionadas foram submetidas a um questionaacuterio de avaliaccedilatildeo de fatores
relacionados agrave fragilidade oacutessea conhecido como European Vertebral Osteoporosis Study
(EVOS) jaacute validado previamente para o portuguecircs (OrsquoNeill et al 1996) e jaacute utilizados em
importantes estudos (Pinheiro et al 2006 Clark et al 2009) O questionaacuterio EVOS eacute
composto por dados soacutecio-demograacuteficos (idade estado civil escolaridade cor renda familiar
e nuacutemero de dependentes desta haacutebitos de vida) e histoacuteria reprodutiva pessoal sumaacuteria
(idade da menarca idade da menopausa tipo de menopausa) Os dados antropomeacutetricos
foram aferidos segundo criteacuterios adotados internacionalmente com medidas de peso e altura
observando intervalos de 01kg e 001m respectivamente
A definiccedilatildeo de fratura por fragilidade oacutessea foi a mesma utilizada por Pinheiro et al
(2010a) como aquela resultante de uma queda da proacutepria altura ou trauma menos intenso em
indiviacuteduos com 50 anos ou mais em siacutetios esqueleacuteticos especiacuteficos antebraccedilo fecircmur
costelas veacutertebras e uacutemero E a documentaccedilatildeo de fraturas foi realizada atraveacutes de relato da
paciente (fratura referida) As fraturas traumaacuteticas (apoacutes acidente automobiliacutestico ou outras
condiccedilotildees sob forte impacto) ou as de baixo impacto natildeo relacionadas agrave osteoporose (como
por exemplo as de face tornozelo metacarpo falanges) natildeo foram consideradas
O estudo obedeceu aos criteacuterios de eacutetica preconizados pela resoluccedilatildeo no 19696 do
Conselho Nacional de Sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede e foi aprovado previamente pelo Comitecirc
26
de Eacutetica em Pesquisa da FiocruzIFF e pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Prefeitura Todas
as mulheres assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido antes de qualquer
procedimento
55 Anaacutelise Estatiacutestica
Os dados foram registrados em planilha Excel e analisados pelo programa Statistical
Package for Social Sciences (SPSS) versatildeo 170 Para avaliar diferenccedilas entre os grupos as
variaacuteveis categoacutericas foram avaliadas pelo Qui-quadrado de Pearson ou o teste exato de
Fisher A relaccedilatildeo entre as variaacuteveis categoacutericas e ordinal e entre as variaacuteveis numeacutericas foi
avaliada pelo teste de Mann-Whitney que eacute um teste natildeo-parameacutetrico que equivale ao teste t
escolhido pelo tamanho da amostra A relaccedilatildeo entre as variaacuteveis numeacutericas foi avaliada pelo
coeficiente de Sperman que eacute uma estatiacutestica natildeo parameacutetrica utilizada para dados natildeo
normais eou amostra pequena Para todos os testes o niacutevel de significacircncia adotado foi de
5 A variaacutevel dependente foi a presenccedila de fratura (sim ou natildeo) e as variaacuteveis
independentes foram idade (em anos) resultado de USO (normal ou alterado) tempo de
menopausa (em anos) siacutetio de localizaccedilatildeo de fraturas IMC (abaixo do pesonormal
sobrepeso obeso) tabagismo (fumante ou natildeo fumante) atividade fiacutesica (leve
moderadapesada) frequecircncia diaacuteria de ingestatildeo de leite (em coposdia) e as variaacuteveis
binaacuterias como o histoacuterico familiar de fratura de quadril osteoporose uso de anticoncepcional
ausecircncia de menstruaccedilatildeo retirada de uacutetero ou ovaacuterios amamentaccedilatildeo paciente acamado e
etilismo O caacutelculo do risco relativo (RR) foi feito para avaliar a relaccedilatildeo entre o USO e a
presenccedila de fraturas Para isso foi considerado pacientes com USO normal aqueles com
resultados do T-score gt-11 e USO alterado aqueles com T-score lt-11 O niacutevel de atividade
fiacutesica foi classificado em atividade leve (trabalho burocraacutetico em escritoacuterio na maior parte
do tempo sentado) atividade moderada (trabalhos na maior parte do tempo em peacute como
27
vendedor e dona-de-casa) atividade pesada (enfermeira empregada domeacutestica) Oliveira et al
2010) Para caacutelculo aproximado da ingestatildeo alimentar diaacuteria de caacutelcio utilizou- se uma
adaptaccedilatildeo da Tabela Brasileira de Composiccedilatildeo de Alimentos 1 fatia queijo (90mg) 1 copo
de iogurte (1212mg) 1 copo leite (257mg) 1 bola se sorvete (135mg) E no final todos esses
alimentos foram convertidos em quantidade ingerida de copos de leite
28
6 Resultados Encontrados
61 Gerais
As caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas da populaccedilatildeo estudada estatildeo listadas na
tabela 1 A idade meacutedia das pacientes foi de 725 anos (DPplusmn 87) com a idade da menopausa
460 anos (DPplusmn 61) o tempo de menopausa 261 anos (DPplusmn 97) e o IMC de 264 (kgm2)
(DPplusmn 55) Essas caracteriacutesticas quando comparadas com o estudo anterior de 2003 (tabela
2) confirmam tratar-se da mesma populaccedilatildeo Apenas a idade e o tempo de menopausa
evidenciam ser a nossa populaccedilatildeo mais idosa Fator que se justifica pelo tempo ocorrido entre
os dois estudos
A incidecircncia de fratura por fragilidade oacutessea encontrada foi de 21 evidenciado no
graacutefico 1 Os principais siacutetios de fratura satildeo analisados na tabela 3 tendo como sitio principal
o antebraccedilo com 50 seguido pelo peacute com 192 e uacutemero 145 Jaacute na tabela 4 e no graacutefico
2 pode ser observado que a idade da populaccedilatildeo estudada variou entre 54 e 97 anos com meacutedia
de 72 anos com DP plusmn 90 No grupo de pacientes fraturadas 50 tinham entre 65 e 79 anos
sugerindo ser essa faixa etaacuteria mais susceptiacutevel as fraturas por fragilidade oacutessea
62 USO preacutevia X Fraturas
Foi verificado na tabela 5 a associaccedilatildeo entre o resultado da (USO) preacutevia e o desfecho
fraturas por fragilidade oacutessea De todas as pacientes que fizeram USO no estudo inicial 66
participaram deste estudo Das 50 pacientes que tiveram o USO alterado 22 tiveram
fraturas nesse periacuteodo E as pacientes com USO considerada normal 194 tiveram fraturas
por fragilidade oacutessea O RR= 113 (IC95 048 - 263) sugere que as mulheres que tiveram
29
USO alterado tem um risco de fraturar de 13 maior em relaccedilatildeo as pacientes com resultado
de USO considerado normal
63 Caracteriacutesticas cliacutenicas e comportamentais X Fratura
As pacientes foram analisadas quanto as variaacuteveis clinicas e comportamentais
Considerando a tabela 6 as pacientes que tiveram fraturas se mostraram com maior
sobrepeso ou obesas (722) com maior historia familiar de fratura de quadril (133) e
com maior diagnostico de osteoporose (471) do que as pacientes sem fraturas (p
valorgt005) Jaacute o uso de anticoncepcional ou o uso de reposiccedilatildeo hormonal natildeo se mostraram
ser relevantes para ocorrecircncia de fraturas nessa amostra E 235 das pacientes acamadas por
mais de dois meses sofreram alguma fratura com p valor lt005 Evidenciando associaccedilatildeo
entre a paciente ficar acamada por mais de dois meses e sofrer fratura por fragilidade oacutessea
Avaliando a tabela 7 foi notado que apenas 125 das pacientes que tiveram fratura eram
tabagistas e 167 eram etilistas natildeo se mostrando essas caracteriacutesticas como fatores de
risco A atividade fiacutesica moderadapesada ateacute 25 anos e acima de 50 anos apresentou
percentuais de 441 e 382 respectivamente Aleacutem disso entre 25 e 50 anos 444 das
pacientes com atividade fiacutesica moderadapesada tiveram fraturas e 441 das pacientes natildeo
tiveram fraturas para essa faixa etaacuteria (p valor gt005) Sendo assim natildeo houve associaccedilatildeo
entre a atividade fiacutesica e as fraturas Em relaccedilatildeo ao item ingestatildeo de leite apoacutes os 50 anos
456 das pacientes que natildeo tiveram fraturas ingeriam de 1 a 2 copos de leite por dia e
apenas 44 ingeriam mais de 3 copos de leite por dia No caso das pacientes que tiveram
fraturas apoacutes os 50 anos foi observado que 50 ingeriam de 1 a 2 copos de leite por dia e
167 ingeriam 3 copos ou mais de leite
30
64 Tempo de menopausa X Fratura
As pacientes foram avaliadas graacutefico 3 para verificar a associaccedilatildeo entre o tempo de
menopausa e o desfecho das fraturas A mediana do tempo de menopausa encontrado em
ambos os grupos foi de 262 com DP de plusmn98 Metade das pacientes que tiveram fraturas tem
entre 193 e 293 anos de menopausa com DP de plusmn72 A correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade
tempo de menopausa e IMC foi observado na tabela 8 onde evidenciada uma associaccedilatildeo
positiva entre a idade e o tempo de menopausa nos grupos de pacientes com e sem fraturas
Assim como foi verificado uma associaccedilatildeo negativa de quanto maior a idade e o tempo de
menopausa menor o IMC
31
Graacutefico 1
Graacutefico 2
32
Graacutefico 3
33
Tabela 1- Caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas das
mulheres poacutes menopausa (n=86)
Caracteriacutesticas Meacutedia plusmn desvio padratildeo
Idade (anos) 7255 plusmn 897
Idade da
menarca (anos) 1324 plusmn 184
Idade da
menopausa
(anos)
4608 plusmn 614
Tempo de
menopausa
(anos)
2618 plusmn976
Peso (kg)sect 6342 plusmn 1055
Altura (m)deg 155 plusmn 008
IMC (kgm2) 2643 plusmn 557
n=85 sectn=83 ordmn=82 n=81 n=80
Tabela 2-Caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas das
mulheres poacutes menopausa em 2003
Caracteriacutesticas Meacutedia plusmn desvio padratildeo
Idade (anos) 6463plusmn1270
Idade da
menarca (anos)
1304 plusmn 193
Idade da
menopausa
(anos)
4755 plusmn 601
Tempo de
menopausa
(anos)
1700 plusmn 1076
Peso (kg)sect 6533 plusmn 1270
Altura (m)deg 155 plusmn 006
IMC (kgm2) 2696 plusmn 477
34
Tabela 3 ndash Incidecircncia de fraturas em mulheres poacutes menopausa segundo a
localizaccedilatildeo de fratura 2003-2011
Tipo da fratura
n
Veacutertebra 1 38
Fecircmur 1 38
Costela 2 77
Antebraccedilo 13 500
Uacutemero 4 145
Peacute 5 192
Total 26 1000
Nota Algumas pacientes tiveram mais de uma fratura no periacuteodo
Tabela 4- Relaccedilatildeo entre idade e fratura nas mulheres na poacutes menopausa
Total
Fratura
Idade (anos) Natildeo Sim
N () n () n ()
54 a 64 anos 18 209 14 206 4 222
65 a 79 anos 48 558 39 574 9 500
80 a 97 anos 20 233 15 221 5 278
Total 86 1000 68 1000 18 1000
Meacutedia (DP) 725 (90) 713 (77) 729 (93)
Nota P-valor pelo teste de Mann-Whitney=0813
35
Tabela 5 - Incidecircncia de fratura em mulheres poacutes-menopausa segundo
resultado da USO 2003-2011
Resultado da
USO
Total
Fratura p-valor
Sim Natildeo
n n
()
IC95 n
()
Normal 36 7 194
89 -
3472
29 806
0496
Alterado 50 11 220
121 -
350
39 780
Total 86 18 209
133 -
305
68 791
Nota Risco relativo = 113 (IC95 048 - 263)
36
Tabela 6 ndash Caracteriacutesticas cliacutenicas de mulheres poacutes-menopausa segundo
fratura (n=86)
Fratura
Natildeo (n=68) Sim (n=18) Total
n ( ) n ( )
IMC
Abaixo do pesoNormal 24 (353) 5 (278) 28 0792
Sobrepeso 27 (397) 9 (500) 36
Obeso 17 (250) 4 (222) 21
Histoacuterico familiar de fratura de quadril
Natildeo 66 (985) 13 (867) 79 0085
Sim 1 (15) 2 (133) 3
Osteoporose
Natildeo 44 (800) 9 (529) 53 0055
Sim 11 (200) 8 (471) 19
Uso de anticoncepcional
Natildeo 32 (485) 10 (556) 42 0791
Sim 34 (515) 8 (444) 42
Ausecircncia de mentruaccedilatildeo
Natildeo 60 (909) 16 (941) 76 1000
Sim 6 (91) 1 (59) 7
Retirou o uacutetero
Natildeo 46 (687) 9 (500) 55 0170
Sim 21 (313) 9 (500) 30
Retirou os ovaacuterios
Natildeo 53 (815) 11 (647) 64 0187
Sim 12 (185) 6 (353) 18
Reposiccedilatildeo hormonal
Natildeo 51 (761) 13 (722) 64 0763
Sim 16 (239) 5 (278) 21
Amamentou
Natildeo 14 (206) 4 (222) 18 1000
Sim 54 (794) 14 (778) 68
Acamado por mais de dois meses
Natildeo 63 (940) 13 (765) 76 0049
Sim 4 (60) 4 (235) 8
Caracteriacutesticas clinicas
p-valor do
teste exato
de Fisher
37
Tabela 7 - Caracteriacutesticas comportamentais de mulheres poacutes-menopausa segundo
fratura (n=86)
Fratura
Natildeo (n=68) Sim (n=18) Total
n ( ) n ( )
Tabagismo
Natildeo fumante 47 (758) 14 (875) 61 0499
FumanteEx-fumante 15 (242) 2 (125) 17
Etilismo no uacuteltimo ano
Natildeo 48 (706) 15 (833) 63 0376
Sim 20 (294) 3 (167) 23
Atividade fiacutesica ateacute os 25 anos
Leve 38 (559) 11 (611) 49 0792
ModeradaPesada 30 (441) 7 (389) 37
Atividade fiacutesica entre os 25 e 50 anos
Leve 38 (559) 10 (556) 48 1000
ModeradaPesada 30 (441) 8 (444) 38
Atividade fiacutesica acima dos 50 anos
Leve 42 (618) 12 (667) 54 0789
ModeradaPesada 26 (382) 6 (333) 32
Frequecircncia diaacuteria de leite ateacute 25 anos
Nenhummenos 1 copodia 34 (500) 8 (444) 42 0910
1 a 2 coposdia 31 (456) 9 (500) 40
3 coposdia ou mais 3 (44) 1 (56) 4
Frequecircncia diaacuteria de leite apoacutes 50 anos
Nenhummenos 1 copodia 34 (500) 6 (333) 40 0103
1 a 2 coposdia 31 (456) 9 (500) 40
3 coposdia ou mais 3 (44) 3 (167) 6
Caracteriacutesticas
comportamentais
p-valor do
teste exato
de Fisher
Tabela 8- Coeficientes de correlaccedilatildeo de Spearman (rs) entre idade IMC e tempo de
menopausa em mulheres poacutes-menopausa
Variaacuteveis
IMC IdadeTempo de
menopausa
r s 1 -0144 -0151
p-valor 0569 0550
r s -0227 1 0736
p-valor 0074 lt0001
r s -0295 0761 1
p-valor 0020 lt0001
Variaacuteveis
IMC
Idade
Tempo de menopausa
Nota o triacircngulo superior direito (parte hachurada) se refere agraves correlaccedilotildees para as mulheres com
fratura e o inferior esquerdo (parte natildeo hachurada) agraves mulheres sem fratura
38
7 Discussatildeo
No Brasil os principais fatores cliacutenicos de risco para fraturas por fragilidade oacutessea
eram extrapolados a partir de estudos internacionais O estudo vem acrescentar informaccedilotildees
para se conhecer os fatores relacionados agrave essas fraturas Nossos resultados revelam que a
idade avanccedilada a historia familiar de fratura de quadril o diagnoacutestico de osteoporose e
tambeacutem o paciente ficar acamado por mais de 2 meses foram considerados fatores de risco
para fraturas por fragilidade oacutessea
Esse estudo mostrou concordacircncia com a Johnell amp Kanis (2006) onde o principal
siacutetio mundial de fratura por fragilidade oacutessea nas mulheres apoacutes a menopausa foi o antebraccedilo
Segundo o estudo Latin American Vertebral Osteoporosis Study (LAVOS) (Clark et al
2009) a fratura vertebral eacute a mais prevalente da ameacuterica latina com uma prevalecircncia de
142 diferente do nosso estudo onde a coluna vertebral e o colo do fecircmur aparecem
juntos em uacuteltimo lugar na lista de incidecircncia dos siacutetios de fratura Isso pode ser atribuiacutedo
devido a diferenccedila nos criteacuterios de definiccedilatildeo de fraturas pois no LAVOS optou-se pela
medida radiograacutefica do local de fraturas enquanto no nosso estudo as fraturas foram referidas
pelas pacientes
Os consensos sobre osteoporose tecircm propostos algoritmos para identificar indiviacuteduos
de alto risco para fraturas (Kanis et al 2008 WHO 1999) Para tanto a associaccedilatildeo de fatores
de risco para fraturas com a medida da USO eacute de suma importacircncia embora sejam poucas as
pacientes que tecircm oportunidade de realizar esse exame (Oliveira et al 2007) Assim o
presente trabalho mostrou um risco para fraturas por fragilidade oacutessea 13 maior nas
pacientes com resultado de USO alterada em relaccedilatildeo as pacientes que tiveram resultados de
39
USO normais vindo de encontro aos resultados encontrados por Oliveira et al (2007)
Corroborando o USO como um meacutetodo confiaacutevel para a prediccedilatildeo de fraturas
E semelhante a Pinheiro et al (2010a) o presente estudo revelou que os principais
fatores de risco para fraturas por fragilidade oacutessea satildeo a idade avanccedilada a historia familiar de
fratura de quadril e a presenccedila de osteoporose Isso pode ser atribuiacutedo ao fato de que no
estudo de Pinheiro et al (2010a) assim como no nosso estudo a populaccedilatildeo ser
predominantemente de mulheres acima dos 65 anos e viverem em aacuterea urbana tendo haacutebitos
de vida parecidos
O achado em nosso estudo que apresentou significacircncia estatiacutestica refere-se ao fator
de risco ldquopaciente acamado por mais de dois mesesrdquo como disposto na literatura (Pinheiro et
al 2010b Demir et al 2008) O que acontece eacute que com o paciente acamado por tempo
prolongado um maior remodelamento oacutesseo eacute observado Os osteoclastos responsaacuteveis pela
absorccedilatildeo oacutessea sobrepotildee os osteoblastos predispondo as fraturas por fragilidade oacutessea
(Fyhrie amp Schaffler 1994) Assim observou-se no estudo que 235 das pacientes
acamadas por mais de dois meses sofreram alguma fratura por fragilidade oacutessea com p valor
lt005 Isso reafirma a associaccedilatildeo entre a paciente ficar acamada por mais de dois meses e
sofrer fratura por fragilidade oacutessea Por outro lado o exerciacutecio fiacutesico que estaacute sabidamente
relacionado ao aumento da resistecircncia muscular do equiliacutebrio e da flexibilidade contribuindo
para a reduccedilatildeo da perda oacutessea e melhora da sauacutede em geral (Chan 2003) natildeo se mostrou
como fator de proteccedilatildeo neste estudo Provavelmente devido ao baixo percentual encontrado
de pacientes que praticavam atividade fiacutesica moderada ou pesada
O elevado IMC e a terapia de reposiccedilatildeo hormonal natildeo desempenharam papel protetor
na nossa populaccedilatildeo como seria o esperado por estudos anteriores (Pinheiro et al 2010c
40
Buttros et al 2011) Ao contrario o sobrepeso e obesidade foram considerados fatores de
risco Isso pode ser atribuiacutedo ao IMC meacutedio dessa populaccedilatildeo ser 264 (kgm2) (DPplusmn 55)
limiacutetrofe para sobrepeso Embora esse dado demonstre contrariedade com a literatura que
estabelece relaccedilatildeo inversa entre obesidade e fraturas por fragilidade oacutessea em nosso estudo
ter maior peso e IMC natildeo seriam fatores de risco para fraturas e sim caracteriacutesticas das
mulheres mais idosas em um contexto social de baixa escolaridade e renda Esse fato eacute
confirmado pelos resultados da Pesquisa Nacional sobre Sauacutede e Nutriccedilatildeo ( Batista F et al
2003) que demonstraram caraacuteter ascendente da obesidade nos estratos de mulheres com baixa
renda residentes na regiatildeo Sudeste
Aleacutem disso haacutebitos de vida como tabagismo e etilismo sabidamente relacionados agrave
maior risco para fraturas por fragilidade oacutessea (Pinheiro et al 2010) tambeacutem natildeo se
mostraram estar associados nesse estudo
A necessidade de caacutelcio do ser humano varia ao longo da vida e uma ingestatildeo
adequada para mulheres acima de 50 anos eacute de 1200 mg pois com a idade o corpo
naturalmente perde um pouco da capacidade de absorccedilatildeo de minerais (Nuacutecleo de Estudos e
Pesquisas em Alimentaccedilatildeo 2006) O fato de apenas 44 das mulheres que natildeo tiveram
fraturas e 167 das mulheres que tiveram fraturas ter referido consumo superior a
900mgdia (3 ou mais copos) foi fator de surpresa principalmente levando-se em conta o PIB
per capita da cidade superior ao da maioria dos municiacutepios brasileiros (IPEA 2000)
Assim como em estudos preacutevios (Pinheiro et al 2010c NHI 2001 Demir et al
2008) nossos dados tambeacutem demonstraram o hipoestrogenismo como importante fator de
risco para fraturas por fragilidade oacutessea jaacute que as pacientes com fratura tecircm entre 19 e 29
anos de menopausa Em recente estudo Demir et al (2008) estudaram 2769 mulheres na
41
poacutes-menopausa correlacionando a ocorrecircncia de osteoporose com o tempo de menopausa
Demonstraram que 106 das pacientes com ateacute trecircs anos de poacutes-menopausa tinham
osteoporose contra 329 das pacientes com sete anos ou mais Acredita-se que a deficiecircncia
estrogecircnica seja responsaacutevel por dois terccedilos da perda de massa oacutessea levando
consequentemente agraves fraturas por fragilidade oacutessea assim como observado (Position
statement of the North American Menopause Society 2010)
Os dados deste estudo podem ser limitados pois apesar de tratar-se de uma coorte as
participantes reportaram dados referentes a estilo de vida dieta antecedentes familiares e
pessoais o que pode ter ocasionado algum vieacutes recordatoacuterio Outra limitaccedilatildeo eacute que como
avaliado por Oliveira et al (2007) esta populaccedilatildeo apresenta a maior parte das mulheres com
baixo niacutevel socioeconocircmico e escolaridade sem acesso agrave adequada educaccedilatildeo nutricional e agrave
atividade fiacutesica orientada Por outro lado resultados encontrados sem significacircncia estatiacutestica
podem ter sido ocasionados pelo tamanho amostral reduzido devido a dificuldade de
rastreamento da populaccedilatildeo uma vez que a unidade de sauacutede natildeo atualizou o endereccedilo e
telefone das mulheres eleitas para o estudo Talvez se tivesse sido realizado contato anual
com essas mulheres natildeo teriacuteamos perdido o seguimento delas
42
8 Conclusatildeo
Devido agrave sua alta prevalecircncia e associaccedilatildeo com mortalidade e incapacidade a fratura
devido agrave fragilidade oacutessea deve ser considerada um problema de sauacutede puacuteblica no Brasil
Apesar das limitaccedilotildees o presente estudo foi realizado de forma prospectiva em mulheres
brasileiras na poacutes-menopausa devendo os seus resultados serem levados em consideraccedilatildeo
para a formulaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas de sauacutede para a prevenccedilatildeo e estrateacutegias de tratamento
para as fraturas Os fatores de risco encontrados como a idade avanccedilada a histoacuteria familiar
de fratura de quadril e a presenccedila de osteoporose devem ser acompanhados e combatidos para
tentar-se diminuir o risco para as fraturas Assim como o USO mostrou ser um meacutetodo
confiaacutevel para avaliar o risco para fraturas podendo ser implementado em maior escala do
que a atual Entatildeo acreditamos que novos estudos prospectivos com uma amostra mais
representativa devam ser realizados para se confirmar os fatores associados a fraturas por
fragilidade oacutessea na populaccedilatildeo brasileira para cada vez mais conhecermos o perfil da nossa
populaccedilatildeo e termos subsiacutedios para combater esse agravo
43
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48
10 Anexo 1 - Instrumento de coleta - EVOS (EUROPEAN VERTEBRAL
OSTEOPOROSIS STUDY)
Data _________
Nome________________________________________________________
Endereco_____________________________________________________
Fone _____________ Data de nascimento _________ RG
1- Dados antropomeacutetricos
Peso (Kg) Altura (m) IMC
2- Dados Ginecoloacutegicos
Idade da primeira menstruacao anos
Vocecirc jaacute usou piacutelula anticoncepcional por mais de 3 meses
sim natildeo natildeo sei
Vocecirc jaacute ficou algum periacuteodo em sua vida sem menstruar antes da menopausa (exceto se
gravidez) sim natildeo natildeo sei
Idade da ultima menstruaccedilatildeo anos
Numero de filhos
Vocecirc fez cirurgia para retirar o uacutetero sim com Idade ____ (anos)
natildeo natildeo sei
E para retirar os ovaacuterios (um ou os dois) sim idade ___ (anos)
natildeo natildeo sei
Vocecirc fez reposiccedilatildeo hormonal apos a menopausa sim natildeo natildeo sei
Se sim quando iniciado o periacuteodo foi superior a 1 ano sim natildeo natildeo sei
49
Vocecirc notou os seguintes sintomas na menopausa
calores sim natildeo natildeo sei
depressatildeo sim natildeo natildeo sei
insocircnia sim natildeo natildeo sei
outros sim natildeo natildeo sei
Vocecirc amamentou sim natildeo natildeo sei
Se sim quantas crianccedilas vocecirc amamentou por mais que 3 meses
3- Dados familiares
Em sua famiacutelia (pai matildee irmatildeos) existe historia de fratura de quadril apos os 50 anos de
idade sim natildeo natildeo sei
4- Histoacuteria de fratura
Vocecirc jaacute teve alguma fratura sim natildeo natildeo sei
Se sim em qual sitio esqueleacutetico com que idade e qual foi o tipo de trauma
Sitio Numero Idade (anos) Niacutevel do trauma
Vertebra
Fecircmur (colo trocanter)
Costela
Antebraccedilo
Uacutemero
Pe
Outras
Vocecirc sabe que tem osteoporose sim tenho natildeo natildeo tenho natildeo sei
5- Aacutelcool
Com que frequecircncia vocecirc bebeu no ultimo ano
Diariamente 5-6 dsem 3-4 dsem
50
1 -2 dsem lt 1 dsem nunca
Tipo de bebida destilados (uiacutesque cachaccedila vodka)
fermentados (cerveja vinho)
6- Imobilizaccedilatildeo
Vocecirc jaacute ficou acamado por um periacuteodo superior a 2 meses
sim natildeo natildeo sei
Se sim foi antes ou apos os 25 anos de idade
ano passado nunca
7- Fumo
Vocecirc fumou cigarro ou usou outras formas de fumo (cachimbo ou charuto)
atualmente no passado nunca
Com que idade iniciou anos
Se parou com que idade anos
Numero de cigarrosdia
8- Atividade Fiacutesica
Quantas tempo costuma passar diariamente ao ar livre caminhando ou andando de bicicleta
nenhuma a 1 h superior a 1 h
Qual a sua atividade fiacutesica durante diferentes periacuteodos de sua vida adulta
Ate os 25 anos 25 a 50 anos acima 50 anos
Niacutevel 1 (leve) 2 (moderada) 3 (pesada) 4
(muito pesada)
9- Impacto
Como vocecirc descreveria sua sauacutede geral neste momento
muito boa boa satisfatoacuteria regular ruim
10- Interrogatoacuterio sobre drogas
51
Vocecirc jaacute usou alguma medicaccedilatildeo oral ou injetaacutevel contendo corticosteroides por mais de 3
meses sim natildeo natildeo sei
Vocecirc jaacute usou alguma desses remeacutedios
Droga sim natildeo sei tempo
(meses)
parou ha quanto tempo
Hormocircnios
masculinos
Hormocircnios
femininos
Calcitonina
Fluacuteor
Caacutelcio
Vitamina D
Anabolizantes
Diureacuteticos
tiazidicos
11- Ingestatildeo de caacutelcio
Com que frequecircncia vocecirc comeu produtos derivados do leite na semana passada
(diassemana)
queijo amarelo queijo branco iogurte leite sorvete
Para os periacuteodos indicados abaixo com que frequecircncia vocecirc recebeu leite
ate 25 anos 25 a 50 anos Acima de 50 anos
Todas as refeiccedilotildees (3 ou + coposdia)
1-2 coposdia
52
Toda semana mas natildeo todo dia
lt 1 vezsemana
53
11 Anexo 2 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Projeto de Pesquisa Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade
oacutessea em mulheres na menopausa
Pesquisador responsaacutevel Dra Lizanka Paola F Marinheiro
Instituiccedilatildeo responsaacutevel Instituto Fernandes Figueira
Vocecirc estaacute sendo convidado a participar do projeto de pesquisa intitulado
Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea em mulheres na
menopausa por que vocecirc participou do estudo anterior realizado haacute 7 anos sobre a
osteoporose e suas consequumlecircncias
54
A osteoporose e uma doenccedila que se caracteriza pela diminuiccedilatildeo da resistecircncia do osso
tornando-o mais fraacutegil Essa fragilidade aumenta o risco da pessoa que tem osteoporose de ter
fraturas mesmo com atividades comuns como tossir ou espirrar
Com isso esse trabalho deseja avaliar a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea na
populaccedilatildeo de mulheres na poacutes menopausa residente da Ilha de Paquetaacute apoacutes 7 anos de
seguimento do uacuteltimo estudo transversal
Vocecirc natildeo eacute obrigada a participar Mas se quiser vocecirc teraacute que responder a um
questionaacuterio Para participar vocecirc natildeo teraacute que pagar nada O resultado seraacute fornecido apenas
a vocecirc ningueacutem mais saberaacute Suas duvidas seratildeo esclarecidas e vocecirc devera continuar
acompanhamento com seu meacutedico assistente Se vocecirc natildeo quiser participar natildeo seraacute
submetida a nenhum constrangimento fiacutesico ou moral e seu atendimento no posto de sauacutede
natildeo seraacute prejudicado A participante poderaacute se retirar do estudo a qualquer momento que
julgar necessaacuterio sem prejuiacutezo para a mesma O resultado de toda a pesquisa seraacute divulgada e
atraveacutes de artigos cientiacuteficos em revistas encontros congressos ou similares sem a
divulgaccedilatildeo dos nomes de quem participou de forma sigilosa
Sua participaccedilatildeo no estudo natildeo implicaraacute em custos adicionais O (A) Sr (a) natildeo teraacute
qualquer despesa com a realizaccedilatildeo dos procedimentos previstos neste estudo que seratildeo
custeados pelo pesquisador responsaacutevel Tambeacutem natildeo haveraacute nenhuma forma de pagamento
pela sua participaccedilatildeo
Caso surja alguma duacutevida quanto agrave eacutetica do estudo o (a) Sr(a) deveraacute se reportar ao
Comitecirc de Eacutetica em Pesquisas envolvendo seres humanos ndash subordinado ao Conselho
Nacional de Eacutetica em Pesquisa oacutergatildeo do Ministeacuterio da Sauacutede atraveacutes de solicitaccedilatildeo ao
representante de pesquisa que estaraacute sob contato permanente ou contactando o Comitecirc de
Eacutetica em Pesquisa desta instituiccedilatildeo no telefone (21) 3971-1590 Eacute assegurado o completo
55
sigilo de sua identidade quanto a sua participaccedilatildeo neste estudo incluindo a eventualidade da
apresentaccedilatildeo dos resultados deste estudo em congressos e perioacutedicos cientiacuteficos
Eu________________________________________________________________________
residente do endereccedilo__________________________ fui informada dos objetivos e da
justificativa deste trabalho de forma clara e detalhada pela Dra Adriana de Mattos V da
Costa Recebi informaccedilotildees especificas sobre cada procedimento no qual estarei envolvida
dos desconfortos e riscos previstos tanto quanto dos benefiacutecios esperados Todas as minhas
duvidas foram respondidas com clareza e sei que poderei solicitar novos esclarecimentos a
qualquer momento Aleacutem disso sei que novas informaccedilotildees obtidas durante o estudo me seratildeo
fornecidas e que terei liberdade de retirar meu consentimento de participaccedilatildeo face a estas
informaccedilotildees sem prejuiacutezo para mim Aleacutem disto me foi entregue uma coacutepia da folha de
informaccedilotildees para os participantes a qual li compreendi e me deu plena liberdade para decidir
acerca da minha espontacircnea participaccedilatildeo nesta pesquisa Minha identidade jamais seraacute
publicada Os dados colhidos poderatildeo ser examinados por pessoas envolvidas no estudo com
autorizaccedilatildeo delegada do investigador e por pessoas delegadas pelo patrocinador Estou
recebendo uma coacutepia assinada deste Termo
Os pesquisadores responsaacuteveis pelo Projeto satildeo a Dra Lizanka Paola F Marinheiro e
sua aluna a Dra Adriana de Mattos Viveiros da Costa
56
Participante
Nome _________________________________
Assinatura________________________________
Data_________________________________________
Investigador
Nome____________________________________
Assinatura________________________________
Data_______________________________________
Pesquisadora
Nome______________________________________
Assinatura___________________________________
Data__________________________________________
Dra Lizanka Paola F Marinheiro
lizankaglobocom
tel 25541700
Dra Adriana de Mattos Vda Costa
adrianamattosmedyahoocombr
tel 87273315
Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa
Rua Afonso Cavalcanti 455 sala 710 ndash Cidade Nova -
Telefone 3971-1463
21
sauacutede eacute estimulada a busca por meacutetodos natildeo poluentes e mais baratos mas que tragam as
mesmas informaccedilotildees que os meacutetodos jaacute estabelecidos Em funccedilatildeo disto a USO vem sendo
avaliada e alguns resultados promissores tecircm sido apresentados (Castro et al 1999) Baseia-se
na modificaccedilatildeo das caracteriacutesticas de ultrassom transmitido atraveacutes de ossos de localizaccedilatildeo
mais superficiais como no calcacircneo tiacutebia falanges ou patela Os sistemas atuais se
constituem de dois transdutores sendo um transmissor e outro receptor posicionados em
locais diferentes do osso a ser estudado Os aparelhos existentes entre noacutes avaliam o
calcacircneo osso predominantemente trabecular atraveacutes das medidas de velocidade de
transmissatildeo do ultrassom (SOS em ms) e da atenuaccedilatildeo da frequumlecircncia do ultrassom (BUA em
dBMHz) (Kanis et al 2008) Novamente de acordo com a orientaccedilatildeo da Sociedade Brasileira
de Densitometria Cliacutenica de 2008 as recomendaccedilotildees para ultrassonometria oacutessea satildeo
(Brandatildeo et al 2009)
rdquoO uacutenico siacutetio validado para o uso cliacutenico da USO em osteoporose eacute o calcacircneo
Equipamentos de USO de calcacircneo validados satildeo capazes de estimar fratura por
fragilidade em mulheres na poacutes-menopausa e em homens com idade superior a 65 anos
independentemente da densidade mineral oacutessea medida em equipamentos de DMO
central
A correlaccedilatildeo entre os resultados obtidos por USO e DMO ccccccc entral eacute
moderada
USO do calcacircneo associada a fatores de risco cliacutenicos podem ser usados para
identificar populaccedilatildeo com baixa probabilidade de fratura na qual avaliaccedilatildeo adicional
natildeo seja mais necessaacuteria
Medidas de DMO central na coluna e no fecircmur constituem o meacutetodo de escolha para a
tomada de decisatildeo terapecircutica Entretanto se a DMO central natildeo for acessiacutevel o
tratamento farmacoloacutegico pode ser iniciado se a probabilidade de fratura avaliada pelo
USO do calcacircneo com pontos de corte especiacuteficos associados a fatores de risco
cliacutenicos for suficientemente alta
Equipamentos de USO natildeo satildeo clinicamente uacuteteis no monitoramento de efeitos
esqueleacuteticos dos medicamentos disponiacuteveis para o tratamento da osteoporoserdquo
Arq Bras Endocrinol Metab 2009 531 pag110
22
Em 2003 foi realizada uma dissertaccedilatildeo de mestrado (Oliveira et al 2007) sobre a
utilizaccedilatildeo do USO para estimar a prevalecircncia de risco aumentado de fraturas em uma
populaccedilatildeo de mulheres na poacutes menopausa residentes da Ilha de Paquetaacute Em trabalho
realizado por Oliveira e cols nesta instituiccedilatildeo Foi realizado um estudo transversal com
recrutamento de 385 mulheres residentes da Ilha Todas as mulheres responderam a
questionaacuterio previamente estruturado e foram submetidas a medidas antropomeacutetricas e a
USO As medidas de USO foram realizadas segundo o manual do fabricante A idade da
populaccedilatildeo estudada variou entre 42 e 95 anos Os resultados encontrados mostram que
5922 da amostra apresentava algum tipo de alteraccedilatildeo a USO com t score menor que -1
Esse grupo era composto por mulheres mais idosas com menor peso menor altura e menor
percentual de gordura quando comparado com o grupo com t score lt ndash 1 Foi encontrado que
1688 das pesquisadas possuiacuteam alto risco para fraturas com t score lt -25 E as mulheres
do grupo de alto risco tinham maior peso e IMC paracircmetros conhecidos como protetores
Embora divergente da literatura a autora atribui esses resultados a caracteriacutesticas das
mulheres mais idosas em um contexto social de baixa escolaridade e renda (Oliveira et al
2007)
23
5 Materiais e Meacutetodos
51 Populaccedilatildeo
A Ilha de Paquetaacute dista aproximadamente 15 km da Praccedila XV no Centro da Cidade
do Rio de Janeiro sendo a principal ilha do arquipeacutelago de Paquetaacute situada ao nordeste da
Baiacutea de Guanabara A populaccedilatildeo e frequecircncia da Ilha satildeo extremamente sazonais sendo
aproximadamente 2200 domiciacutelios (entre moradores e veranistas) Os moradores fixos
correspondem a 4500 pessoas em sua maioria de famiacutelias antigas na Ilha das quais 208
satildeo idosos ultrapassando ateacute mesmo a meacutedia nacional que eacute em torno de 12 (IBGE
2009a) Este iacutendice faz de Paquetaacute o erceiro bairro em nuacutemero de idosos no municiacutepio sendo
que sua populaccedilatildeo pode ser considerada envelhecida segundo os criteacuterios da Organizaccedilatildeo
Mundial da Sauacutede (OMS 2003) Embora a maioria da populaccedilatildeo seja branca existem 109
de negros 256 de pardos e 01 de iacutendios Cerca de 90 dos domiciacutelios possuem aacutegua
tratada e 9957 tratamento de esgoto As famiacutelias residentes nesta regiatildeo satildeo compostas em
meacutedia por trecircs pessoas com rendimento meacutedio per capita de 301 salaacuterios miacutenimos (IPEA
2000) e o transporte urbano eacute feito basicamente a peacute por bicicletas ou charretes puxadas por
ciclistas (IBGE 2009a)
52 Tipo de estudo
Foi realizado um estudo de coorte prospectivo na ilha de PaquetaacuteRJ no ano de 2011
Foram inicialmente alocadas todas as mulheres que participaram do estudo anterior
desenvolvido no ano de 2003 (Oliveira et al 2007)
24
53 Criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo
Os criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo foram os mesmos utilizados do estudo anterior
(Oliveira et al 2007) Sendo os criteacuterios de inclusatildeo as mulheres que estavam na menopausa
e que tinham residecircncia fixa na Ilha de Paquetaacute e os criteacuterios de exclusatildeo a historia pessoal
de doenccedilas que sabidamente afetam o metabolismo oacutesseo direta ou indiretamente (como
artrite reumatoacuteide luacutepus eritematoso sistecircmico hiperparatireoidismo osteogecircnese imperfeita)
e as neoplasias malignas exceto carcinoma basocelular de pele
54 Alocaccedilotildees de pacientes
A populaccedilatildeo elegiacutevel era constituiacuteda pelas 385 mulheres alocadas no estudo inicial
(Oliveira et al 2007) No trabalho de Oliveira et al (2007) foi realizado um estudo transversal
com recrutamento por auto-seleccedilatildeo ou demanda espontacircnea no ano de 2003 na Ilha de
Paquetaacute Rio de Janeiro Brasil Foram estudadas 385 mulheres na poacutes-menopausa
(diagnoacutestico cliacutenico) residentes no local apoacutes a aplicaccedilatildeo dos criteacuterios de exclusatildeo
(existecircncia de pino metaacutelico ou edema com cacifo em ambos os peacutes ou impossibilitadas de
posicionar os peacutes no aparelho de ultra-sonometria oacutessea) Todas as mulheres responderam na
eacutepoca a um questionaacuterio e foram submetidas a medidas antropomeacutetricas e agrave USO
No presente estudo considerando uma significacircncia de 95 e um poder de 80 uma
prevalecircncia de 15 de fraturas na populaccedilatildeo de risco (Clark et al 2009) o tamanho amostral
previsto foi de 130 mulheres Poreacutem devido agraves perdas o tamanho amostral final foi de 86
pacientes
Atraveacutes do banco de dados jaacute existente todas as pacientes foram re-contactadas As
mulheres foram localizadas atraveacutes de telefonemas e comparecimento no hospital local onde
25
eacute realizado a atenccedilatildeo baacutesica de sauacutede Foram realizados pelo menos 2 telefonemas com
intervalo de 1 semana entre eles Como ldquoperdasrdquo foram consideradas as pacientes natildeo
encontradas apoacutes os dois telefonemas (035 dos telefones estavam errados e 049 das
pacientes tinham telefone quebrado ou ocupado) pacientes que natildeo quiseram ou natildeo
puderam responder ao questionaacuterio (008) e pacientes falecidas (006)
As pacientes selecionadas foram submetidas a um questionaacuterio de avaliaccedilatildeo de fatores
relacionados agrave fragilidade oacutessea conhecido como European Vertebral Osteoporosis Study
(EVOS) jaacute validado previamente para o portuguecircs (OrsquoNeill et al 1996) e jaacute utilizados em
importantes estudos (Pinheiro et al 2006 Clark et al 2009) O questionaacuterio EVOS eacute
composto por dados soacutecio-demograacuteficos (idade estado civil escolaridade cor renda familiar
e nuacutemero de dependentes desta haacutebitos de vida) e histoacuteria reprodutiva pessoal sumaacuteria
(idade da menarca idade da menopausa tipo de menopausa) Os dados antropomeacutetricos
foram aferidos segundo criteacuterios adotados internacionalmente com medidas de peso e altura
observando intervalos de 01kg e 001m respectivamente
A definiccedilatildeo de fratura por fragilidade oacutessea foi a mesma utilizada por Pinheiro et al
(2010a) como aquela resultante de uma queda da proacutepria altura ou trauma menos intenso em
indiviacuteduos com 50 anos ou mais em siacutetios esqueleacuteticos especiacuteficos antebraccedilo fecircmur
costelas veacutertebras e uacutemero E a documentaccedilatildeo de fraturas foi realizada atraveacutes de relato da
paciente (fratura referida) As fraturas traumaacuteticas (apoacutes acidente automobiliacutestico ou outras
condiccedilotildees sob forte impacto) ou as de baixo impacto natildeo relacionadas agrave osteoporose (como
por exemplo as de face tornozelo metacarpo falanges) natildeo foram consideradas
O estudo obedeceu aos criteacuterios de eacutetica preconizados pela resoluccedilatildeo no 19696 do
Conselho Nacional de Sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede e foi aprovado previamente pelo Comitecirc
26
de Eacutetica em Pesquisa da FiocruzIFF e pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Prefeitura Todas
as mulheres assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido antes de qualquer
procedimento
55 Anaacutelise Estatiacutestica
Os dados foram registrados em planilha Excel e analisados pelo programa Statistical
Package for Social Sciences (SPSS) versatildeo 170 Para avaliar diferenccedilas entre os grupos as
variaacuteveis categoacutericas foram avaliadas pelo Qui-quadrado de Pearson ou o teste exato de
Fisher A relaccedilatildeo entre as variaacuteveis categoacutericas e ordinal e entre as variaacuteveis numeacutericas foi
avaliada pelo teste de Mann-Whitney que eacute um teste natildeo-parameacutetrico que equivale ao teste t
escolhido pelo tamanho da amostra A relaccedilatildeo entre as variaacuteveis numeacutericas foi avaliada pelo
coeficiente de Sperman que eacute uma estatiacutestica natildeo parameacutetrica utilizada para dados natildeo
normais eou amostra pequena Para todos os testes o niacutevel de significacircncia adotado foi de
5 A variaacutevel dependente foi a presenccedila de fratura (sim ou natildeo) e as variaacuteveis
independentes foram idade (em anos) resultado de USO (normal ou alterado) tempo de
menopausa (em anos) siacutetio de localizaccedilatildeo de fraturas IMC (abaixo do pesonormal
sobrepeso obeso) tabagismo (fumante ou natildeo fumante) atividade fiacutesica (leve
moderadapesada) frequecircncia diaacuteria de ingestatildeo de leite (em coposdia) e as variaacuteveis
binaacuterias como o histoacuterico familiar de fratura de quadril osteoporose uso de anticoncepcional
ausecircncia de menstruaccedilatildeo retirada de uacutetero ou ovaacuterios amamentaccedilatildeo paciente acamado e
etilismo O caacutelculo do risco relativo (RR) foi feito para avaliar a relaccedilatildeo entre o USO e a
presenccedila de fraturas Para isso foi considerado pacientes com USO normal aqueles com
resultados do T-score gt-11 e USO alterado aqueles com T-score lt-11 O niacutevel de atividade
fiacutesica foi classificado em atividade leve (trabalho burocraacutetico em escritoacuterio na maior parte
do tempo sentado) atividade moderada (trabalhos na maior parte do tempo em peacute como
27
vendedor e dona-de-casa) atividade pesada (enfermeira empregada domeacutestica) Oliveira et al
2010) Para caacutelculo aproximado da ingestatildeo alimentar diaacuteria de caacutelcio utilizou- se uma
adaptaccedilatildeo da Tabela Brasileira de Composiccedilatildeo de Alimentos 1 fatia queijo (90mg) 1 copo
de iogurte (1212mg) 1 copo leite (257mg) 1 bola se sorvete (135mg) E no final todos esses
alimentos foram convertidos em quantidade ingerida de copos de leite
28
6 Resultados Encontrados
61 Gerais
As caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas da populaccedilatildeo estudada estatildeo listadas na
tabela 1 A idade meacutedia das pacientes foi de 725 anos (DPplusmn 87) com a idade da menopausa
460 anos (DPplusmn 61) o tempo de menopausa 261 anos (DPplusmn 97) e o IMC de 264 (kgm2)
(DPplusmn 55) Essas caracteriacutesticas quando comparadas com o estudo anterior de 2003 (tabela
2) confirmam tratar-se da mesma populaccedilatildeo Apenas a idade e o tempo de menopausa
evidenciam ser a nossa populaccedilatildeo mais idosa Fator que se justifica pelo tempo ocorrido entre
os dois estudos
A incidecircncia de fratura por fragilidade oacutessea encontrada foi de 21 evidenciado no
graacutefico 1 Os principais siacutetios de fratura satildeo analisados na tabela 3 tendo como sitio principal
o antebraccedilo com 50 seguido pelo peacute com 192 e uacutemero 145 Jaacute na tabela 4 e no graacutefico
2 pode ser observado que a idade da populaccedilatildeo estudada variou entre 54 e 97 anos com meacutedia
de 72 anos com DP plusmn 90 No grupo de pacientes fraturadas 50 tinham entre 65 e 79 anos
sugerindo ser essa faixa etaacuteria mais susceptiacutevel as fraturas por fragilidade oacutessea
62 USO preacutevia X Fraturas
Foi verificado na tabela 5 a associaccedilatildeo entre o resultado da (USO) preacutevia e o desfecho
fraturas por fragilidade oacutessea De todas as pacientes que fizeram USO no estudo inicial 66
participaram deste estudo Das 50 pacientes que tiveram o USO alterado 22 tiveram
fraturas nesse periacuteodo E as pacientes com USO considerada normal 194 tiveram fraturas
por fragilidade oacutessea O RR= 113 (IC95 048 - 263) sugere que as mulheres que tiveram
29
USO alterado tem um risco de fraturar de 13 maior em relaccedilatildeo as pacientes com resultado
de USO considerado normal
63 Caracteriacutesticas cliacutenicas e comportamentais X Fratura
As pacientes foram analisadas quanto as variaacuteveis clinicas e comportamentais
Considerando a tabela 6 as pacientes que tiveram fraturas se mostraram com maior
sobrepeso ou obesas (722) com maior historia familiar de fratura de quadril (133) e
com maior diagnostico de osteoporose (471) do que as pacientes sem fraturas (p
valorgt005) Jaacute o uso de anticoncepcional ou o uso de reposiccedilatildeo hormonal natildeo se mostraram
ser relevantes para ocorrecircncia de fraturas nessa amostra E 235 das pacientes acamadas por
mais de dois meses sofreram alguma fratura com p valor lt005 Evidenciando associaccedilatildeo
entre a paciente ficar acamada por mais de dois meses e sofrer fratura por fragilidade oacutessea
Avaliando a tabela 7 foi notado que apenas 125 das pacientes que tiveram fratura eram
tabagistas e 167 eram etilistas natildeo se mostrando essas caracteriacutesticas como fatores de
risco A atividade fiacutesica moderadapesada ateacute 25 anos e acima de 50 anos apresentou
percentuais de 441 e 382 respectivamente Aleacutem disso entre 25 e 50 anos 444 das
pacientes com atividade fiacutesica moderadapesada tiveram fraturas e 441 das pacientes natildeo
tiveram fraturas para essa faixa etaacuteria (p valor gt005) Sendo assim natildeo houve associaccedilatildeo
entre a atividade fiacutesica e as fraturas Em relaccedilatildeo ao item ingestatildeo de leite apoacutes os 50 anos
456 das pacientes que natildeo tiveram fraturas ingeriam de 1 a 2 copos de leite por dia e
apenas 44 ingeriam mais de 3 copos de leite por dia No caso das pacientes que tiveram
fraturas apoacutes os 50 anos foi observado que 50 ingeriam de 1 a 2 copos de leite por dia e
167 ingeriam 3 copos ou mais de leite
30
64 Tempo de menopausa X Fratura
As pacientes foram avaliadas graacutefico 3 para verificar a associaccedilatildeo entre o tempo de
menopausa e o desfecho das fraturas A mediana do tempo de menopausa encontrado em
ambos os grupos foi de 262 com DP de plusmn98 Metade das pacientes que tiveram fraturas tem
entre 193 e 293 anos de menopausa com DP de plusmn72 A correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade
tempo de menopausa e IMC foi observado na tabela 8 onde evidenciada uma associaccedilatildeo
positiva entre a idade e o tempo de menopausa nos grupos de pacientes com e sem fraturas
Assim como foi verificado uma associaccedilatildeo negativa de quanto maior a idade e o tempo de
menopausa menor o IMC
31
Graacutefico 1
Graacutefico 2
32
Graacutefico 3
33
Tabela 1- Caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas das
mulheres poacutes menopausa (n=86)
Caracteriacutesticas Meacutedia plusmn desvio padratildeo
Idade (anos) 7255 plusmn 897
Idade da
menarca (anos) 1324 plusmn 184
Idade da
menopausa
(anos)
4608 plusmn 614
Tempo de
menopausa
(anos)
2618 plusmn976
Peso (kg)sect 6342 plusmn 1055
Altura (m)deg 155 plusmn 008
IMC (kgm2) 2643 plusmn 557
n=85 sectn=83 ordmn=82 n=81 n=80
Tabela 2-Caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas das
mulheres poacutes menopausa em 2003
Caracteriacutesticas Meacutedia plusmn desvio padratildeo
Idade (anos) 6463plusmn1270
Idade da
menarca (anos)
1304 plusmn 193
Idade da
menopausa
(anos)
4755 plusmn 601
Tempo de
menopausa
(anos)
1700 plusmn 1076
Peso (kg)sect 6533 plusmn 1270
Altura (m)deg 155 plusmn 006
IMC (kgm2) 2696 plusmn 477
34
Tabela 3 ndash Incidecircncia de fraturas em mulheres poacutes menopausa segundo a
localizaccedilatildeo de fratura 2003-2011
Tipo da fratura
n
Veacutertebra 1 38
Fecircmur 1 38
Costela 2 77
Antebraccedilo 13 500
Uacutemero 4 145
Peacute 5 192
Total 26 1000
Nota Algumas pacientes tiveram mais de uma fratura no periacuteodo
Tabela 4- Relaccedilatildeo entre idade e fratura nas mulheres na poacutes menopausa
Total
Fratura
Idade (anos) Natildeo Sim
N () n () n ()
54 a 64 anos 18 209 14 206 4 222
65 a 79 anos 48 558 39 574 9 500
80 a 97 anos 20 233 15 221 5 278
Total 86 1000 68 1000 18 1000
Meacutedia (DP) 725 (90) 713 (77) 729 (93)
Nota P-valor pelo teste de Mann-Whitney=0813
35
Tabela 5 - Incidecircncia de fratura em mulheres poacutes-menopausa segundo
resultado da USO 2003-2011
Resultado da
USO
Total
Fratura p-valor
Sim Natildeo
n n
()
IC95 n
()
Normal 36 7 194
89 -
3472
29 806
0496
Alterado 50 11 220
121 -
350
39 780
Total 86 18 209
133 -
305
68 791
Nota Risco relativo = 113 (IC95 048 - 263)
36
Tabela 6 ndash Caracteriacutesticas cliacutenicas de mulheres poacutes-menopausa segundo
fratura (n=86)
Fratura
Natildeo (n=68) Sim (n=18) Total
n ( ) n ( )
IMC
Abaixo do pesoNormal 24 (353) 5 (278) 28 0792
Sobrepeso 27 (397) 9 (500) 36
Obeso 17 (250) 4 (222) 21
Histoacuterico familiar de fratura de quadril
Natildeo 66 (985) 13 (867) 79 0085
Sim 1 (15) 2 (133) 3
Osteoporose
Natildeo 44 (800) 9 (529) 53 0055
Sim 11 (200) 8 (471) 19
Uso de anticoncepcional
Natildeo 32 (485) 10 (556) 42 0791
Sim 34 (515) 8 (444) 42
Ausecircncia de mentruaccedilatildeo
Natildeo 60 (909) 16 (941) 76 1000
Sim 6 (91) 1 (59) 7
Retirou o uacutetero
Natildeo 46 (687) 9 (500) 55 0170
Sim 21 (313) 9 (500) 30
Retirou os ovaacuterios
Natildeo 53 (815) 11 (647) 64 0187
Sim 12 (185) 6 (353) 18
Reposiccedilatildeo hormonal
Natildeo 51 (761) 13 (722) 64 0763
Sim 16 (239) 5 (278) 21
Amamentou
Natildeo 14 (206) 4 (222) 18 1000
Sim 54 (794) 14 (778) 68
Acamado por mais de dois meses
Natildeo 63 (940) 13 (765) 76 0049
Sim 4 (60) 4 (235) 8
Caracteriacutesticas clinicas
p-valor do
teste exato
de Fisher
37
Tabela 7 - Caracteriacutesticas comportamentais de mulheres poacutes-menopausa segundo
fratura (n=86)
Fratura
Natildeo (n=68) Sim (n=18) Total
n ( ) n ( )
Tabagismo
Natildeo fumante 47 (758) 14 (875) 61 0499
FumanteEx-fumante 15 (242) 2 (125) 17
Etilismo no uacuteltimo ano
Natildeo 48 (706) 15 (833) 63 0376
Sim 20 (294) 3 (167) 23
Atividade fiacutesica ateacute os 25 anos
Leve 38 (559) 11 (611) 49 0792
ModeradaPesada 30 (441) 7 (389) 37
Atividade fiacutesica entre os 25 e 50 anos
Leve 38 (559) 10 (556) 48 1000
ModeradaPesada 30 (441) 8 (444) 38
Atividade fiacutesica acima dos 50 anos
Leve 42 (618) 12 (667) 54 0789
ModeradaPesada 26 (382) 6 (333) 32
Frequecircncia diaacuteria de leite ateacute 25 anos
Nenhummenos 1 copodia 34 (500) 8 (444) 42 0910
1 a 2 coposdia 31 (456) 9 (500) 40
3 coposdia ou mais 3 (44) 1 (56) 4
Frequecircncia diaacuteria de leite apoacutes 50 anos
Nenhummenos 1 copodia 34 (500) 6 (333) 40 0103
1 a 2 coposdia 31 (456) 9 (500) 40
3 coposdia ou mais 3 (44) 3 (167) 6
Caracteriacutesticas
comportamentais
p-valor do
teste exato
de Fisher
Tabela 8- Coeficientes de correlaccedilatildeo de Spearman (rs) entre idade IMC e tempo de
menopausa em mulheres poacutes-menopausa
Variaacuteveis
IMC IdadeTempo de
menopausa
r s 1 -0144 -0151
p-valor 0569 0550
r s -0227 1 0736
p-valor 0074 lt0001
r s -0295 0761 1
p-valor 0020 lt0001
Variaacuteveis
IMC
Idade
Tempo de menopausa
Nota o triacircngulo superior direito (parte hachurada) se refere agraves correlaccedilotildees para as mulheres com
fratura e o inferior esquerdo (parte natildeo hachurada) agraves mulheres sem fratura
38
7 Discussatildeo
No Brasil os principais fatores cliacutenicos de risco para fraturas por fragilidade oacutessea
eram extrapolados a partir de estudos internacionais O estudo vem acrescentar informaccedilotildees
para se conhecer os fatores relacionados agrave essas fraturas Nossos resultados revelam que a
idade avanccedilada a historia familiar de fratura de quadril o diagnoacutestico de osteoporose e
tambeacutem o paciente ficar acamado por mais de 2 meses foram considerados fatores de risco
para fraturas por fragilidade oacutessea
Esse estudo mostrou concordacircncia com a Johnell amp Kanis (2006) onde o principal
siacutetio mundial de fratura por fragilidade oacutessea nas mulheres apoacutes a menopausa foi o antebraccedilo
Segundo o estudo Latin American Vertebral Osteoporosis Study (LAVOS) (Clark et al
2009) a fratura vertebral eacute a mais prevalente da ameacuterica latina com uma prevalecircncia de
142 diferente do nosso estudo onde a coluna vertebral e o colo do fecircmur aparecem
juntos em uacuteltimo lugar na lista de incidecircncia dos siacutetios de fratura Isso pode ser atribuiacutedo
devido a diferenccedila nos criteacuterios de definiccedilatildeo de fraturas pois no LAVOS optou-se pela
medida radiograacutefica do local de fraturas enquanto no nosso estudo as fraturas foram referidas
pelas pacientes
Os consensos sobre osteoporose tecircm propostos algoritmos para identificar indiviacuteduos
de alto risco para fraturas (Kanis et al 2008 WHO 1999) Para tanto a associaccedilatildeo de fatores
de risco para fraturas com a medida da USO eacute de suma importacircncia embora sejam poucas as
pacientes que tecircm oportunidade de realizar esse exame (Oliveira et al 2007) Assim o
presente trabalho mostrou um risco para fraturas por fragilidade oacutessea 13 maior nas
pacientes com resultado de USO alterada em relaccedilatildeo as pacientes que tiveram resultados de
39
USO normais vindo de encontro aos resultados encontrados por Oliveira et al (2007)
Corroborando o USO como um meacutetodo confiaacutevel para a prediccedilatildeo de fraturas
E semelhante a Pinheiro et al (2010a) o presente estudo revelou que os principais
fatores de risco para fraturas por fragilidade oacutessea satildeo a idade avanccedilada a historia familiar de
fratura de quadril e a presenccedila de osteoporose Isso pode ser atribuiacutedo ao fato de que no
estudo de Pinheiro et al (2010a) assim como no nosso estudo a populaccedilatildeo ser
predominantemente de mulheres acima dos 65 anos e viverem em aacuterea urbana tendo haacutebitos
de vida parecidos
O achado em nosso estudo que apresentou significacircncia estatiacutestica refere-se ao fator
de risco ldquopaciente acamado por mais de dois mesesrdquo como disposto na literatura (Pinheiro et
al 2010b Demir et al 2008) O que acontece eacute que com o paciente acamado por tempo
prolongado um maior remodelamento oacutesseo eacute observado Os osteoclastos responsaacuteveis pela
absorccedilatildeo oacutessea sobrepotildee os osteoblastos predispondo as fraturas por fragilidade oacutessea
(Fyhrie amp Schaffler 1994) Assim observou-se no estudo que 235 das pacientes
acamadas por mais de dois meses sofreram alguma fratura por fragilidade oacutessea com p valor
lt005 Isso reafirma a associaccedilatildeo entre a paciente ficar acamada por mais de dois meses e
sofrer fratura por fragilidade oacutessea Por outro lado o exerciacutecio fiacutesico que estaacute sabidamente
relacionado ao aumento da resistecircncia muscular do equiliacutebrio e da flexibilidade contribuindo
para a reduccedilatildeo da perda oacutessea e melhora da sauacutede em geral (Chan 2003) natildeo se mostrou
como fator de proteccedilatildeo neste estudo Provavelmente devido ao baixo percentual encontrado
de pacientes que praticavam atividade fiacutesica moderada ou pesada
O elevado IMC e a terapia de reposiccedilatildeo hormonal natildeo desempenharam papel protetor
na nossa populaccedilatildeo como seria o esperado por estudos anteriores (Pinheiro et al 2010c
40
Buttros et al 2011) Ao contrario o sobrepeso e obesidade foram considerados fatores de
risco Isso pode ser atribuiacutedo ao IMC meacutedio dessa populaccedilatildeo ser 264 (kgm2) (DPplusmn 55)
limiacutetrofe para sobrepeso Embora esse dado demonstre contrariedade com a literatura que
estabelece relaccedilatildeo inversa entre obesidade e fraturas por fragilidade oacutessea em nosso estudo
ter maior peso e IMC natildeo seriam fatores de risco para fraturas e sim caracteriacutesticas das
mulheres mais idosas em um contexto social de baixa escolaridade e renda Esse fato eacute
confirmado pelos resultados da Pesquisa Nacional sobre Sauacutede e Nutriccedilatildeo ( Batista F et al
2003) que demonstraram caraacuteter ascendente da obesidade nos estratos de mulheres com baixa
renda residentes na regiatildeo Sudeste
Aleacutem disso haacutebitos de vida como tabagismo e etilismo sabidamente relacionados agrave
maior risco para fraturas por fragilidade oacutessea (Pinheiro et al 2010) tambeacutem natildeo se
mostraram estar associados nesse estudo
A necessidade de caacutelcio do ser humano varia ao longo da vida e uma ingestatildeo
adequada para mulheres acima de 50 anos eacute de 1200 mg pois com a idade o corpo
naturalmente perde um pouco da capacidade de absorccedilatildeo de minerais (Nuacutecleo de Estudos e
Pesquisas em Alimentaccedilatildeo 2006) O fato de apenas 44 das mulheres que natildeo tiveram
fraturas e 167 das mulheres que tiveram fraturas ter referido consumo superior a
900mgdia (3 ou mais copos) foi fator de surpresa principalmente levando-se em conta o PIB
per capita da cidade superior ao da maioria dos municiacutepios brasileiros (IPEA 2000)
Assim como em estudos preacutevios (Pinheiro et al 2010c NHI 2001 Demir et al
2008) nossos dados tambeacutem demonstraram o hipoestrogenismo como importante fator de
risco para fraturas por fragilidade oacutessea jaacute que as pacientes com fratura tecircm entre 19 e 29
anos de menopausa Em recente estudo Demir et al (2008) estudaram 2769 mulheres na
41
poacutes-menopausa correlacionando a ocorrecircncia de osteoporose com o tempo de menopausa
Demonstraram que 106 das pacientes com ateacute trecircs anos de poacutes-menopausa tinham
osteoporose contra 329 das pacientes com sete anos ou mais Acredita-se que a deficiecircncia
estrogecircnica seja responsaacutevel por dois terccedilos da perda de massa oacutessea levando
consequentemente agraves fraturas por fragilidade oacutessea assim como observado (Position
statement of the North American Menopause Society 2010)
Os dados deste estudo podem ser limitados pois apesar de tratar-se de uma coorte as
participantes reportaram dados referentes a estilo de vida dieta antecedentes familiares e
pessoais o que pode ter ocasionado algum vieacutes recordatoacuterio Outra limitaccedilatildeo eacute que como
avaliado por Oliveira et al (2007) esta populaccedilatildeo apresenta a maior parte das mulheres com
baixo niacutevel socioeconocircmico e escolaridade sem acesso agrave adequada educaccedilatildeo nutricional e agrave
atividade fiacutesica orientada Por outro lado resultados encontrados sem significacircncia estatiacutestica
podem ter sido ocasionados pelo tamanho amostral reduzido devido a dificuldade de
rastreamento da populaccedilatildeo uma vez que a unidade de sauacutede natildeo atualizou o endereccedilo e
telefone das mulheres eleitas para o estudo Talvez se tivesse sido realizado contato anual
com essas mulheres natildeo teriacuteamos perdido o seguimento delas
42
8 Conclusatildeo
Devido agrave sua alta prevalecircncia e associaccedilatildeo com mortalidade e incapacidade a fratura
devido agrave fragilidade oacutessea deve ser considerada um problema de sauacutede puacuteblica no Brasil
Apesar das limitaccedilotildees o presente estudo foi realizado de forma prospectiva em mulheres
brasileiras na poacutes-menopausa devendo os seus resultados serem levados em consideraccedilatildeo
para a formulaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas de sauacutede para a prevenccedilatildeo e estrateacutegias de tratamento
para as fraturas Os fatores de risco encontrados como a idade avanccedilada a histoacuteria familiar
de fratura de quadril e a presenccedila de osteoporose devem ser acompanhados e combatidos para
tentar-se diminuir o risco para as fraturas Assim como o USO mostrou ser um meacutetodo
confiaacutevel para avaliar o risco para fraturas podendo ser implementado em maior escala do
que a atual Entatildeo acreditamos que novos estudos prospectivos com uma amostra mais
representativa devam ser realizados para se confirmar os fatores associados a fraturas por
fragilidade oacutessea na populaccedilatildeo brasileira para cada vez mais conhecermos o perfil da nossa
populaccedilatildeo e termos subsiacutedios para combater esse agravo
43
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48
10 Anexo 1 - Instrumento de coleta - EVOS (EUROPEAN VERTEBRAL
OSTEOPOROSIS STUDY)
Data _________
Nome________________________________________________________
Endereco_____________________________________________________
Fone _____________ Data de nascimento _________ RG
1- Dados antropomeacutetricos
Peso (Kg) Altura (m) IMC
2- Dados Ginecoloacutegicos
Idade da primeira menstruacao anos
Vocecirc jaacute usou piacutelula anticoncepcional por mais de 3 meses
sim natildeo natildeo sei
Vocecirc jaacute ficou algum periacuteodo em sua vida sem menstruar antes da menopausa (exceto se
gravidez) sim natildeo natildeo sei
Idade da ultima menstruaccedilatildeo anos
Numero de filhos
Vocecirc fez cirurgia para retirar o uacutetero sim com Idade ____ (anos)
natildeo natildeo sei
E para retirar os ovaacuterios (um ou os dois) sim idade ___ (anos)
natildeo natildeo sei
Vocecirc fez reposiccedilatildeo hormonal apos a menopausa sim natildeo natildeo sei
Se sim quando iniciado o periacuteodo foi superior a 1 ano sim natildeo natildeo sei
49
Vocecirc notou os seguintes sintomas na menopausa
calores sim natildeo natildeo sei
depressatildeo sim natildeo natildeo sei
insocircnia sim natildeo natildeo sei
outros sim natildeo natildeo sei
Vocecirc amamentou sim natildeo natildeo sei
Se sim quantas crianccedilas vocecirc amamentou por mais que 3 meses
3- Dados familiares
Em sua famiacutelia (pai matildee irmatildeos) existe historia de fratura de quadril apos os 50 anos de
idade sim natildeo natildeo sei
4- Histoacuteria de fratura
Vocecirc jaacute teve alguma fratura sim natildeo natildeo sei
Se sim em qual sitio esqueleacutetico com que idade e qual foi o tipo de trauma
Sitio Numero Idade (anos) Niacutevel do trauma
Vertebra
Fecircmur (colo trocanter)
Costela
Antebraccedilo
Uacutemero
Pe
Outras
Vocecirc sabe que tem osteoporose sim tenho natildeo natildeo tenho natildeo sei
5- Aacutelcool
Com que frequecircncia vocecirc bebeu no ultimo ano
Diariamente 5-6 dsem 3-4 dsem
50
1 -2 dsem lt 1 dsem nunca
Tipo de bebida destilados (uiacutesque cachaccedila vodka)
fermentados (cerveja vinho)
6- Imobilizaccedilatildeo
Vocecirc jaacute ficou acamado por um periacuteodo superior a 2 meses
sim natildeo natildeo sei
Se sim foi antes ou apos os 25 anos de idade
ano passado nunca
7- Fumo
Vocecirc fumou cigarro ou usou outras formas de fumo (cachimbo ou charuto)
atualmente no passado nunca
Com que idade iniciou anos
Se parou com que idade anos
Numero de cigarrosdia
8- Atividade Fiacutesica
Quantas tempo costuma passar diariamente ao ar livre caminhando ou andando de bicicleta
nenhuma a 1 h superior a 1 h
Qual a sua atividade fiacutesica durante diferentes periacuteodos de sua vida adulta
Ate os 25 anos 25 a 50 anos acima 50 anos
Niacutevel 1 (leve) 2 (moderada) 3 (pesada) 4
(muito pesada)
9- Impacto
Como vocecirc descreveria sua sauacutede geral neste momento
muito boa boa satisfatoacuteria regular ruim
10- Interrogatoacuterio sobre drogas
51
Vocecirc jaacute usou alguma medicaccedilatildeo oral ou injetaacutevel contendo corticosteroides por mais de 3
meses sim natildeo natildeo sei
Vocecirc jaacute usou alguma desses remeacutedios
Droga sim natildeo sei tempo
(meses)
parou ha quanto tempo
Hormocircnios
masculinos
Hormocircnios
femininos
Calcitonina
Fluacuteor
Caacutelcio
Vitamina D
Anabolizantes
Diureacuteticos
tiazidicos
11- Ingestatildeo de caacutelcio
Com que frequecircncia vocecirc comeu produtos derivados do leite na semana passada
(diassemana)
queijo amarelo queijo branco iogurte leite sorvete
Para os periacuteodos indicados abaixo com que frequecircncia vocecirc recebeu leite
ate 25 anos 25 a 50 anos Acima de 50 anos
Todas as refeiccedilotildees (3 ou + coposdia)
1-2 coposdia
52
Toda semana mas natildeo todo dia
lt 1 vezsemana
53
11 Anexo 2 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Projeto de Pesquisa Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade
oacutessea em mulheres na menopausa
Pesquisador responsaacutevel Dra Lizanka Paola F Marinheiro
Instituiccedilatildeo responsaacutevel Instituto Fernandes Figueira
Vocecirc estaacute sendo convidado a participar do projeto de pesquisa intitulado
Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea em mulheres na
menopausa por que vocecirc participou do estudo anterior realizado haacute 7 anos sobre a
osteoporose e suas consequumlecircncias
54
A osteoporose e uma doenccedila que se caracteriza pela diminuiccedilatildeo da resistecircncia do osso
tornando-o mais fraacutegil Essa fragilidade aumenta o risco da pessoa que tem osteoporose de ter
fraturas mesmo com atividades comuns como tossir ou espirrar
Com isso esse trabalho deseja avaliar a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea na
populaccedilatildeo de mulheres na poacutes menopausa residente da Ilha de Paquetaacute apoacutes 7 anos de
seguimento do uacuteltimo estudo transversal
Vocecirc natildeo eacute obrigada a participar Mas se quiser vocecirc teraacute que responder a um
questionaacuterio Para participar vocecirc natildeo teraacute que pagar nada O resultado seraacute fornecido apenas
a vocecirc ningueacutem mais saberaacute Suas duvidas seratildeo esclarecidas e vocecirc devera continuar
acompanhamento com seu meacutedico assistente Se vocecirc natildeo quiser participar natildeo seraacute
submetida a nenhum constrangimento fiacutesico ou moral e seu atendimento no posto de sauacutede
natildeo seraacute prejudicado A participante poderaacute se retirar do estudo a qualquer momento que
julgar necessaacuterio sem prejuiacutezo para a mesma O resultado de toda a pesquisa seraacute divulgada e
atraveacutes de artigos cientiacuteficos em revistas encontros congressos ou similares sem a
divulgaccedilatildeo dos nomes de quem participou de forma sigilosa
Sua participaccedilatildeo no estudo natildeo implicaraacute em custos adicionais O (A) Sr (a) natildeo teraacute
qualquer despesa com a realizaccedilatildeo dos procedimentos previstos neste estudo que seratildeo
custeados pelo pesquisador responsaacutevel Tambeacutem natildeo haveraacute nenhuma forma de pagamento
pela sua participaccedilatildeo
Caso surja alguma duacutevida quanto agrave eacutetica do estudo o (a) Sr(a) deveraacute se reportar ao
Comitecirc de Eacutetica em Pesquisas envolvendo seres humanos ndash subordinado ao Conselho
Nacional de Eacutetica em Pesquisa oacutergatildeo do Ministeacuterio da Sauacutede atraveacutes de solicitaccedilatildeo ao
representante de pesquisa que estaraacute sob contato permanente ou contactando o Comitecirc de
Eacutetica em Pesquisa desta instituiccedilatildeo no telefone (21) 3971-1590 Eacute assegurado o completo
55
sigilo de sua identidade quanto a sua participaccedilatildeo neste estudo incluindo a eventualidade da
apresentaccedilatildeo dos resultados deste estudo em congressos e perioacutedicos cientiacuteficos
Eu________________________________________________________________________
residente do endereccedilo__________________________ fui informada dos objetivos e da
justificativa deste trabalho de forma clara e detalhada pela Dra Adriana de Mattos V da
Costa Recebi informaccedilotildees especificas sobre cada procedimento no qual estarei envolvida
dos desconfortos e riscos previstos tanto quanto dos benefiacutecios esperados Todas as minhas
duvidas foram respondidas com clareza e sei que poderei solicitar novos esclarecimentos a
qualquer momento Aleacutem disso sei que novas informaccedilotildees obtidas durante o estudo me seratildeo
fornecidas e que terei liberdade de retirar meu consentimento de participaccedilatildeo face a estas
informaccedilotildees sem prejuiacutezo para mim Aleacutem disto me foi entregue uma coacutepia da folha de
informaccedilotildees para os participantes a qual li compreendi e me deu plena liberdade para decidir
acerca da minha espontacircnea participaccedilatildeo nesta pesquisa Minha identidade jamais seraacute
publicada Os dados colhidos poderatildeo ser examinados por pessoas envolvidas no estudo com
autorizaccedilatildeo delegada do investigador e por pessoas delegadas pelo patrocinador Estou
recebendo uma coacutepia assinada deste Termo
Os pesquisadores responsaacuteveis pelo Projeto satildeo a Dra Lizanka Paola F Marinheiro e
sua aluna a Dra Adriana de Mattos Viveiros da Costa
56
Participante
Nome _________________________________
Assinatura________________________________
Data_________________________________________
Investigador
Nome____________________________________
Assinatura________________________________
Data_______________________________________
Pesquisadora
Nome______________________________________
Assinatura___________________________________
Data__________________________________________
Dra Lizanka Paola F Marinheiro
lizankaglobocom
tel 25541700
Dra Adriana de Mattos Vda Costa
adrianamattosmedyahoocombr
tel 87273315
Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa
Rua Afonso Cavalcanti 455 sala 710 ndash Cidade Nova -
Telefone 3971-1463
22
Em 2003 foi realizada uma dissertaccedilatildeo de mestrado (Oliveira et al 2007) sobre a
utilizaccedilatildeo do USO para estimar a prevalecircncia de risco aumentado de fraturas em uma
populaccedilatildeo de mulheres na poacutes menopausa residentes da Ilha de Paquetaacute Em trabalho
realizado por Oliveira e cols nesta instituiccedilatildeo Foi realizado um estudo transversal com
recrutamento de 385 mulheres residentes da Ilha Todas as mulheres responderam a
questionaacuterio previamente estruturado e foram submetidas a medidas antropomeacutetricas e a
USO As medidas de USO foram realizadas segundo o manual do fabricante A idade da
populaccedilatildeo estudada variou entre 42 e 95 anos Os resultados encontrados mostram que
5922 da amostra apresentava algum tipo de alteraccedilatildeo a USO com t score menor que -1
Esse grupo era composto por mulheres mais idosas com menor peso menor altura e menor
percentual de gordura quando comparado com o grupo com t score lt ndash 1 Foi encontrado que
1688 das pesquisadas possuiacuteam alto risco para fraturas com t score lt -25 E as mulheres
do grupo de alto risco tinham maior peso e IMC paracircmetros conhecidos como protetores
Embora divergente da literatura a autora atribui esses resultados a caracteriacutesticas das
mulheres mais idosas em um contexto social de baixa escolaridade e renda (Oliveira et al
2007)
23
5 Materiais e Meacutetodos
51 Populaccedilatildeo
A Ilha de Paquetaacute dista aproximadamente 15 km da Praccedila XV no Centro da Cidade
do Rio de Janeiro sendo a principal ilha do arquipeacutelago de Paquetaacute situada ao nordeste da
Baiacutea de Guanabara A populaccedilatildeo e frequecircncia da Ilha satildeo extremamente sazonais sendo
aproximadamente 2200 domiciacutelios (entre moradores e veranistas) Os moradores fixos
correspondem a 4500 pessoas em sua maioria de famiacutelias antigas na Ilha das quais 208
satildeo idosos ultrapassando ateacute mesmo a meacutedia nacional que eacute em torno de 12 (IBGE
2009a) Este iacutendice faz de Paquetaacute o erceiro bairro em nuacutemero de idosos no municiacutepio sendo
que sua populaccedilatildeo pode ser considerada envelhecida segundo os criteacuterios da Organizaccedilatildeo
Mundial da Sauacutede (OMS 2003) Embora a maioria da populaccedilatildeo seja branca existem 109
de negros 256 de pardos e 01 de iacutendios Cerca de 90 dos domiciacutelios possuem aacutegua
tratada e 9957 tratamento de esgoto As famiacutelias residentes nesta regiatildeo satildeo compostas em
meacutedia por trecircs pessoas com rendimento meacutedio per capita de 301 salaacuterios miacutenimos (IPEA
2000) e o transporte urbano eacute feito basicamente a peacute por bicicletas ou charretes puxadas por
ciclistas (IBGE 2009a)
52 Tipo de estudo
Foi realizado um estudo de coorte prospectivo na ilha de PaquetaacuteRJ no ano de 2011
Foram inicialmente alocadas todas as mulheres que participaram do estudo anterior
desenvolvido no ano de 2003 (Oliveira et al 2007)
24
53 Criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo
Os criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo foram os mesmos utilizados do estudo anterior
(Oliveira et al 2007) Sendo os criteacuterios de inclusatildeo as mulheres que estavam na menopausa
e que tinham residecircncia fixa na Ilha de Paquetaacute e os criteacuterios de exclusatildeo a historia pessoal
de doenccedilas que sabidamente afetam o metabolismo oacutesseo direta ou indiretamente (como
artrite reumatoacuteide luacutepus eritematoso sistecircmico hiperparatireoidismo osteogecircnese imperfeita)
e as neoplasias malignas exceto carcinoma basocelular de pele
54 Alocaccedilotildees de pacientes
A populaccedilatildeo elegiacutevel era constituiacuteda pelas 385 mulheres alocadas no estudo inicial
(Oliveira et al 2007) No trabalho de Oliveira et al (2007) foi realizado um estudo transversal
com recrutamento por auto-seleccedilatildeo ou demanda espontacircnea no ano de 2003 na Ilha de
Paquetaacute Rio de Janeiro Brasil Foram estudadas 385 mulheres na poacutes-menopausa
(diagnoacutestico cliacutenico) residentes no local apoacutes a aplicaccedilatildeo dos criteacuterios de exclusatildeo
(existecircncia de pino metaacutelico ou edema com cacifo em ambos os peacutes ou impossibilitadas de
posicionar os peacutes no aparelho de ultra-sonometria oacutessea) Todas as mulheres responderam na
eacutepoca a um questionaacuterio e foram submetidas a medidas antropomeacutetricas e agrave USO
No presente estudo considerando uma significacircncia de 95 e um poder de 80 uma
prevalecircncia de 15 de fraturas na populaccedilatildeo de risco (Clark et al 2009) o tamanho amostral
previsto foi de 130 mulheres Poreacutem devido agraves perdas o tamanho amostral final foi de 86
pacientes
Atraveacutes do banco de dados jaacute existente todas as pacientes foram re-contactadas As
mulheres foram localizadas atraveacutes de telefonemas e comparecimento no hospital local onde
25
eacute realizado a atenccedilatildeo baacutesica de sauacutede Foram realizados pelo menos 2 telefonemas com
intervalo de 1 semana entre eles Como ldquoperdasrdquo foram consideradas as pacientes natildeo
encontradas apoacutes os dois telefonemas (035 dos telefones estavam errados e 049 das
pacientes tinham telefone quebrado ou ocupado) pacientes que natildeo quiseram ou natildeo
puderam responder ao questionaacuterio (008) e pacientes falecidas (006)
As pacientes selecionadas foram submetidas a um questionaacuterio de avaliaccedilatildeo de fatores
relacionados agrave fragilidade oacutessea conhecido como European Vertebral Osteoporosis Study
(EVOS) jaacute validado previamente para o portuguecircs (OrsquoNeill et al 1996) e jaacute utilizados em
importantes estudos (Pinheiro et al 2006 Clark et al 2009) O questionaacuterio EVOS eacute
composto por dados soacutecio-demograacuteficos (idade estado civil escolaridade cor renda familiar
e nuacutemero de dependentes desta haacutebitos de vida) e histoacuteria reprodutiva pessoal sumaacuteria
(idade da menarca idade da menopausa tipo de menopausa) Os dados antropomeacutetricos
foram aferidos segundo criteacuterios adotados internacionalmente com medidas de peso e altura
observando intervalos de 01kg e 001m respectivamente
A definiccedilatildeo de fratura por fragilidade oacutessea foi a mesma utilizada por Pinheiro et al
(2010a) como aquela resultante de uma queda da proacutepria altura ou trauma menos intenso em
indiviacuteduos com 50 anos ou mais em siacutetios esqueleacuteticos especiacuteficos antebraccedilo fecircmur
costelas veacutertebras e uacutemero E a documentaccedilatildeo de fraturas foi realizada atraveacutes de relato da
paciente (fratura referida) As fraturas traumaacuteticas (apoacutes acidente automobiliacutestico ou outras
condiccedilotildees sob forte impacto) ou as de baixo impacto natildeo relacionadas agrave osteoporose (como
por exemplo as de face tornozelo metacarpo falanges) natildeo foram consideradas
O estudo obedeceu aos criteacuterios de eacutetica preconizados pela resoluccedilatildeo no 19696 do
Conselho Nacional de Sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede e foi aprovado previamente pelo Comitecirc
26
de Eacutetica em Pesquisa da FiocruzIFF e pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Prefeitura Todas
as mulheres assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido antes de qualquer
procedimento
55 Anaacutelise Estatiacutestica
Os dados foram registrados em planilha Excel e analisados pelo programa Statistical
Package for Social Sciences (SPSS) versatildeo 170 Para avaliar diferenccedilas entre os grupos as
variaacuteveis categoacutericas foram avaliadas pelo Qui-quadrado de Pearson ou o teste exato de
Fisher A relaccedilatildeo entre as variaacuteveis categoacutericas e ordinal e entre as variaacuteveis numeacutericas foi
avaliada pelo teste de Mann-Whitney que eacute um teste natildeo-parameacutetrico que equivale ao teste t
escolhido pelo tamanho da amostra A relaccedilatildeo entre as variaacuteveis numeacutericas foi avaliada pelo
coeficiente de Sperman que eacute uma estatiacutestica natildeo parameacutetrica utilizada para dados natildeo
normais eou amostra pequena Para todos os testes o niacutevel de significacircncia adotado foi de
5 A variaacutevel dependente foi a presenccedila de fratura (sim ou natildeo) e as variaacuteveis
independentes foram idade (em anos) resultado de USO (normal ou alterado) tempo de
menopausa (em anos) siacutetio de localizaccedilatildeo de fraturas IMC (abaixo do pesonormal
sobrepeso obeso) tabagismo (fumante ou natildeo fumante) atividade fiacutesica (leve
moderadapesada) frequecircncia diaacuteria de ingestatildeo de leite (em coposdia) e as variaacuteveis
binaacuterias como o histoacuterico familiar de fratura de quadril osteoporose uso de anticoncepcional
ausecircncia de menstruaccedilatildeo retirada de uacutetero ou ovaacuterios amamentaccedilatildeo paciente acamado e
etilismo O caacutelculo do risco relativo (RR) foi feito para avaliar a relaccedilatildeo entre o USO e a
presenccedila de fraturas Para isso foi considerado pacientes com USO normal aqueles com
resultados do T-score gt-11 e USO alterado aqueles com T-score lt-11 O niacutevel de atividade
fiacutesica foi classificado em atividade leve (trabalho burocraacutetico em escritoacuterio na maior parte
do tempo sentado) atividade moderada (trabalhos na maior parte do tempo em peacute como
27
vendedor e dona-de-casa) atividade pesada (enfermeira empregada domeacutestica) Oliveira et al
2010) Para caacutelculo aproximado da ingestatildeo alimentar diaacuteria de caacutelcio utilizou- se uma
adaptaccedilatildeo da Tabela Brasileira de Composiccedilatildeo de Alimentos 1 fatia queijo (90mg) 1 copo
de iogurte (1212mg) 1 copo leite (257mg) 1 bola se sorvete (135mg) E no final todos esses
alimentos foram convertidos em quantidade ingerida de copos de leite
28
6 Resultados Encontrados
61 Gerais
As caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas da populaccedilatildeo estudada estatildeo listadas na
tabela 1 A idade meacutedia das pacientes foi de 725 anos (DPplusmn 87) com a idade da menopausa
460 anos (DPplusmn 61) o tempo de menopausa 261 anos (DPplusmn 97) e o IMC de 264 (kgm2)
(DPplusmn 55) Essas caracteriacutesticas quando comparadas com o estudo anterior de 2003 (tabela
2) confirmam tratar-se da mesma populaccedilatildeo Apenas a idade e o tempo de menopausa
evidenciam ser a nossa populaccedilatildeo mais idosa Fator que se justifica pelo tempo ocorrido entre
os dois estudos
A incidecircncia de fratura por fragilidade oacutessea encontrada foi de 21 evidenciado no
graacutefico 1 Os principais siacutetios de fratura satildeo analisados na tabela 3 tendo como sitio principal
o antebraccedilo com 50 seguido pelo peacute com 192 e uacutemero 145 Jaacute na tabela 4 e no graacutefico
2 pode ser observado que a idade da populaccedilatildeo estudada variou entre 54 e 97 anos com meacutedia
de 72 anos com DP plusmn 90 No grupo de pacientes fraturadas 50 tinham entre 65 e 79 anos
sugerindo ser essa faixa etaacuteria mais susceptiacutevel as fraturas por fragilidade oacutessea
62 USO preacutevia X Fraturas
Foi verificado na tabela 5 a associaccedilatildeo entre o resultado da (USO) preacutevia e o desfecho
fraturas por fragilidade oacutessea De todas as pacientes que fizeram USO no estudo inicial 66
participaram deste estudo Das 50 pacientes que tiveram o USO alterado 22 tiveram
fraturas nesse periacuteodo E as pacientes com USO considerada normal 194 tiveram fraturas
por fragilidade oacutessea O RR= 113 (IC95 048 - 263) sugere que as mulheres que tiveram
29
USO alterado tem um risco de fraturar de 13 maior em relaccedilatildeo as pacientes com resultado
de USO considerado normal
63 Caracteriacutesticas cliacutenicas e comportamentais X Fratura
As pacientes foram analisadas quanto as variaacuteveis clinicas e comportamentais
Considerando a tabela 6 as pacientes que tiveram fraturas se mostraram com maior
sobrepeso ou obesas (722) com maior historia familiar de fratura de quadril (133) e
com maior diagnostico de osteoporose (471) do que as pacientes sem fraturas (p
valorgt005) Jaacute o uso de anticoncepcional ou o uso de reposiccedilatildeo hormonal natildeo se mostraram
ser relevantes para ocorrecircncia de fraturas nessa amostra E 235 das pacientes acamadas por
mais de dois meses sofreram alguma fratura com p valor lt005 Evidenciando associaccedilatildeo
entre a paciente ficar acamada por mais de dois meses e sofrer fratura por fragilidade oacutessea
Avaliando a tabela 7 foi notado que apenas 125 das pacientes que tiveram fratura eram
tabagistas e 167 eram etilistas natildeo se mostrando essas caracteriacutesticas como fatores de
risco A atividade fiacutesica moderadapesada ateacute 25 anos e acima de 50 anos apresentou
percentuais de 441 e 382 respectivamente Aleacutem disso entre 25 e 50 anos 444 das
pacientes com atividade fiacutesica moderadapesada tiveram fraturas e 441 das pacientes natildeo
tiveram fraturas para essa faixa etaacuteria (p valor gt005) Sendo assim natildeo houve associaccedilatildeo
entre a atividade fiacutesica e as fraturas Em relaccedilatildeo ao item ingestatildeo de leite apoacutes os 50 anos
456 das pacientes que natildeo tiveram fraturas ingeriam de 1 a 2 copos de leite por dia e
apenas 44 ingeriam mais de 3 copos de leite por dia No caso das pacientes que tiveram
fraturas apoacutes os 50 anos foi observado que 50 ingeriam de 1 a 2 copos de leite por dia e
167 ingeriam 3 copos ou mais de leite
30
64 Tempo de menopausa X Fratura
As pacientes foram avaliadas graacutefico 3 para verificar a associaccedilatildeo entre o tempo de
menopausa e o desfecho das fraturas A mediana do tempo de menopausa encontrado em
ambos os grupos foi de 262 com DP de plusmn98 Metade das pacientes que tiveram fraturas tem
entre 193 e 293 anos de menopausa com DP de plusmn72 A correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade
tempo de menopausa e IMC foi observado na tabela 8 onde evidenciada uma associaccedilatildeo
positiva entre a idade e o tempo de menopausa nos grupos de pacientes com e sem fraturas
Assim como foi verificado uma associaccedilatildeo negativa de quanto maior a idade e o tempo de
menopausa menor o IMC
31
Graacutefico 1
Graacutefico 2
32
Graacutefico 3
33
Tabela 1- Caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas das
mulheres poacutes menopausa (n=86)
Caracteriacutesticas Meacutedia plusmn desvio padratildeo
Idade (anos) 7255 plusmn 897
Idade da
menarca (anos) 1324 plusmn 184
Idade da
menopausa
(anos)
4608 plusmn 614
Tempo de
menopausa
(anos)
2618 plusmn976
Peso (kg)sect 6342 plusmn 1055
Altura (m)deg 155 plusmn 008
IMC (kgm2) 2643 plusmn 557
n=85 sectn=83 ordmn=82 n=81 n=80
Tabela 2-Caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas das
mulheres poacutes menopausa em 2003
Caracteriacutesticas Meacutedia plusmn desvio padratildeo
Idade (anos) 6463plusmn1270
Idade da
menarca (anos)
1304 plusmn 193
Idade da
menopausa
(anos)
4755 plusmn 601
Tempo de
menopausa
(anos)
1700 plusmn 1076
Peso (kg)sect 6533 plusmn 1270
Altura (m)deg 155 plusmn 006
IMC (kgm2) 2696 plusmn 477
34
Tabela 3 ndash Incidecircncia de fraturas em mulheres poacutes menopausa segundo a
localizaccedilatildeo de fratura 2003-2011
Tipo da fratura
n
Veacutertebra 1 38
Fecircmur 1 38
Costela 2 77
Antebraccedilo 13 500
Uacutemero 4 145
Peacute 5 192
Total 26 1000
Nota Algumas pacientes tiveram mais de uma fratura no periacuteodo
Tabela 4- Relaccedilatildeo entre idade e fratura nas mulheres na poacutes menopausa
Total
Fratura
Idade (anos) Natildeo Sim
N () n () n ()
54 a 64 anos 18 209 14 206 4 222
65 a 79 anos 48 558 39 574 9 500
80 a 97 anos 20 233 15 221 5 278
Total 86 1000 68 1000 18 1000
Meacutedia (DP) 725 (90) 713 (77) 729 (93)
Nota P-valor pelo teste de Mann-Whitney=0813
35
Tabela 5 - Incidecircncia de fratura em mulheres poacutes-menopausa segundo
resultado da USO 2003-2011
Resultado da
USO
Total
Fratura p-valor
Sim Natildeo
n n
()
IC95 n
()
Normal 36 7 194
89 -
3472
29 806
0496
Alterado 50 11 220
121 -
350
39 780
Total 86 18 209
133 -
305
68 791
Nota Risco relativo = 113 (IC95 048 - 263)
36
Tabela 6 ndash Caracteriacutesticas cliacutenicas de mulheres poacutes-menopausa segundo
fratura (n=86)
Fratura
Natildeo (n=68) Sim (n=18) Total
n ( ) n ( )
IMC
Abaixo do pesoNormal 24 (353) 5 (278) 28 0792
Sobrepeso 27 (397) 9 (500) 36
Obeso 17 (250) 4 (222) 21
Histoacuterico familiar de fratura de quadril
Natildeo 66 (985) 13 (867) 79 0085
Sim 1 (15) 2 (133) 3
Osteoporose
Natildeo 44 (800) 9 (529) 53 0055
Sim 11 (200) 8 (471) 19
Uso de anticoncepcional
Natildeo 32 (485) 10 (556) 42 0791
Sim 34 (515) 8 (444) 42
Ausecircncia de mentruaccedilatildeo
Natildeo 60 (909) 16 (941) 76 1000
Sim 6 (91) 1 (59) 7
Retirou o uacutetero
Natildeo 46 (687) 9 (500) 55 0170
Sim 21 (313) 9 (500) 30
Retirou os ovaacuterios
Natildeo 53 (815) 11 (647) 64 0187
Sim 12 (185) 6 (353) 18
Reposiccedilatildeo hormonal
Natildeo 51 (761) 13 (722) 64 0763
Sim 16 (239) 5 (278) 21
Amamentou
Natildeo 14 (206) 4 (222) 18 1000
Sim 54 (794) 14 (778) 68
Acamado por mais de dois meses
Natildeo 63 (940) 13 (765) 76 0049
Sim 4 (60) 4 (235) 8
Caracteriacutesticas clinicas
p-valor do
teste exato
de Fisher
37
Tabela 7 - Caracteriacutesticas comportamentais de mulheres poacutes-menopausa segundo
fratura (n=86)
Fratura
Natildeo (n=68) Sim (n=18) Total
n ( ) n ( )
Tabagismo
Natildeo fumante 47 (758) 14 (875) 61 0499
FumanteEx-fumante 15 (242) 2 (125) 17
Etilismo no uacuteltimo ano
Natildeo 48 (706) 15 (833) 63 0376
Sim 20 (294) 3 (167) 23
Atividade fiacutesica ateacute os 25 anos
Leve 38 (559) 11 (611) 49 0792
ModeradaPesada 30 (441) 7 (389) 37
Atividade fiacutesica entre os 25 e 50 anos
Leve 38 (559) 10 (556) 48 1000
ModeradaPesada 30 (441) 8 (444) 38
Atividade fiacutesica acima dos 50 anos
Leve 42 (618) 12 (667) 54 0789
ModeradaPesada 26 (382) 6 (333) 32
Frequecircncia diaacuteria de leite ateacute 25 anos
Nenhummenos 1 copodia 34 (500) 8 (444) 42 0910
1 a 2 coposdia 31 (456) 9 (500) 40
3 coposdia ou mais 3 (44) 1 (56) 4
Frequecircncia diaacuteria de leite apoacutes 50 anos
Nenhummenos 1 copodia 34 (500) 6 (333) 40 0103
1 a 2 coposdia 31 (456) 9 (500) 40
3 coposdia ou mais 3 (44) 3 (167) 6
Caracteriacutesticas
comportamentais
p-valor do
teste exato
de Fisher
Tabela 8- Coeficientes de correlaccedilatildeo de Spearman (rs) entre idade IMC e tempo de
menopausa em mulheres poacutes-menopausa
Variaacuteveis
IMC IdadeTempo de
menopausa
r s 1 -0144 -0151
p-valor 0569 0550
r s -0227 1 0736
p-valor 0074 lt0001
r s -0295 0761 1
p-valor 0020 lt0001
Variaacuteveis
IMC
Idade
Tempo de menopausa
Nota o triacircngulo superior direito (parte hachurada) se refere agraves correlaccedilotildees para as mulheres com
fratura e o inferior esquerdo (parte natildeo hachurada) agraves mulheres sem fratura
38
7 Discussatildeo
No Brasil os principais fatores cliacutenicos de risco para fraturas por fragilidade oacutessea
eram extrapolados a partir de estudos internacionais O estudo vem acrescentar informaccedilotildees
para se conhecer os fatores relacionados agrave essas fraturas Nossos resultados revelam que a
idade avanccedilada a historia familiar de fratura de quadril o diagnoacutestico de osteoporose e
tambeacutem o paciente ficar acamado por mais de 2 meses foram considerados fatores de risco
para fraturas por fragilidade oacutessea
Esse estudo mostrou concordacircncia com a Johnell amp Kanis (2006) onde o principal
siacutetio mundial de fratura por fragilidade oacutessea nas mulheres apoacutes a menopausa foi o antebraccedilo
Segundo o estudo Latin American Vertebral Osteoporosis Study (LAVOS) (Clark et al
2009) a fratura vertebral eacute a mais prevalente da ameacuterica latina com uma prevalecircncia de
142 diferente do nosso estudo onde a coluna vertebral e o colo do fecircmur aparecem
juntos em uacuteltimo lugar na lista de incidecircncia dos siacutetios de fratura Isso pode ser atribuiacutedo
devido a diferenccedila nos criteacuterios de definiccedilatildeo de fraturas pois no LAVOS optou-se pela
medida radiograacutefica do local de fraturas enquanto no nosso estudo as fraturas foram referidas
pelas pacientes
Os consensos sobre osteoporose tecircm propostos algoritmos para identificar indiviacuteduos
de alto risco para fraturas (Kanis et al 2008 WHO 1999) Para tanto a associaccedilatildeo de fatores
de risco para fraturas com a medida da USO eacute de suma importacircncia embora sejam poucas as
pacientes que tecircm oportunidade de realizar esse exame (Oliveira et al 2007) Assim o
presente trabalho mostrou um risco para fraturas por fragilidade oacutessea 13 maior nas
pacientes com resultado de USO alterada em relaccedilatildeo as pacientes que tiveram resultados de
39
USO normais vindo de encontro aos resultados encontrados por Oliveira et al (2007)
Corroborando o USO como um meacutetodo confiaacutevel para a prediccedilatildeo de fraturas
E semelhante a Pinheiro et al (2010a) o presente estudo revelou que os principais
fatores de risco para fraturas por fragilidade oacutessea satildeo a idade avanccedilada a historia familiar de
fratura de quadril e a presenccedila de osteoporose Isso pode ser atribuiacutedo ao fato de que no
estudo de Pinheiro et al (2010a) assim como no nosso estudo a populaccedilatildeo ser
predominantemente de mulheres acima dos 65 anos e viverem em aacuterea urbana tendo haacutebitos
de vida parecidos
O achado em nosso estudo que apresentou significacircncia estatiacutestica refere-se ao fator
de risco ldquopaciente acamado por mais de dois mesesrdquo como disposto na literatura (Pinheiro et
al 2010b Demir et al 2008) O que acontece eacute que com o paciente acamado por tempo
prolongado um maior remodelamento oacutesseo eacute observado Os osteoclastos responsaacuteveis pela
absorccedilatildeo oacutessea sobrepotildee os osteoblastos predispondo as fraturas por fragilidade oacutessea
(Fyhrie amp Schaffler 1994) Assim observou-se no estudo que 235 das pacientes
acamadas por mais de dois meses sofreram alguma fratura por fragilidade oacutessea com p valor
lt005 Isso reafirma a associaccedilatildeo entre a paciente ficar acamada por mais de dois meses e
sofrer fratura por fragilidade oacutessea Por outro lado o exerciacutecio fiacutesico que estaacute sabidamente
relacionado ao aumento da resistecircncia muscular do equiliacutebrio e da flexibilidade contribuindo
para a reduccedilatildeo da perda oacutessea e melhora da sauacutede em geral (Chan 2003) natildeo se mostrou
como fator de proteccedilatildeo neste estudo Provavelmente devido ao baixo percentual encontrado
de pacientes que praticavam atividade fiacutesica moderada ou pesada
O elevado IMC e a terapia de reposiccedilatildeo hormonal natildeo desempenharam papel protetor
na nossa populaccedilatildeo como seria o esperado por estudos anteriores (Pinheiro et al 2010c
40
Buttros et al 2011) Ao contrario o sobrepeso e obesidade foram considerados fatores de
risco Isso pode ser atribuiacutedo ao IMC meacutedio dessa populaccedilatildeo ser 264 (kgm2) (DPplusmn 55)
limiacutetrofe para sobrepeso Embora esse dado demonstre contrariedade com a literatura que
estabelece relaccedilatildeo inversa entre obesidade e fraturas por fragilidade oacutessea em nosso estudo
ter maior peso e IMC natildeo seriam fatores de risco para fraturas e sim caracteriacutesticas das
mulheres mais idosas em um contexto social de baixa escolaridade e renda Esse fato eacute
confirmado pelos resultados da Pesquisa Nacional sobre Sauacutede e Nutriccedilatildeo ( Batista F et al
2003) que demonstraram caraacuteter ascendente da obesidade nos estratos de mulheres com baixa
renda residentes na regiatildeo Sudeste
Aleacutem disso haacutebitos de vida como tabagismo e etilismo sabidamente relacionados agrave
maior risco para fraturas por fragilidade oacutessea (Pinheiro et al 2010) tambeacutem natildeo se
mostraram estar associados nesse estudo
A necessidade de caacutelcio do ser humano varia ao longo da vida e uma ingestatildeo
adequada para mulheres acima de 50 anos eacute de 1200 mg pois com a idade o corpo
naturalmente perde um pouco da capacidade de absorccedilatildeo de minerais (Nuacutecleo de Estudos e
Pesquisas em Alimentaccedilatildeo 2006) O fato de apenas 44 das mulheres que natildeo tiveram
fraturas e 167 das mulheres que tiveram fraturas ter referido consumo superior a
900mgdia (3 ou mais copos) foi fator de surpresa principalmente levando-se em conta o PIB
per capita da cidade superior ao da maioria dos municiacutepios brasileiros (IPEA 2000)
Assim como em estudos preacutevios (Pinheiro et al 2010c NHI 2001 Demir et al
2008) nossos dados tambeacutem demonstraram o hipoestrogenismo como importante fator de
risco para fraturas por fragilidade oacutessea jaacute que as pacientes com fratura tecircm entre 19 e 29
anos de menopausa Em recente estudo Demir et al (2008) estudaram 2769 mulheres na
41
poacutes-menopausa correlacionando a ocorrecircncia de osteoporose com o tempo de menopausa
Demonstraram que 106 das pacientes com ateacute trecircs anos de poacutes-menopausa tinham
osteoporose contra 329 das pacientes com sete anos ou mais Acredita-se que a deficiecircncia
estrogecircnica seja responsaacutevel por dois terccedilos da perda de massa oacutessea levando
consequentemente agraves fraturas por fragilidade oacutessea assim como observado (Position
statement of the North American Menopause Society 2010)
Os dados deste estudo podem ser limitados pois apesar de tratar-se de uma coorte as
participantes reportaram dados referentes a estilo de vida dieta antecedentes familiares e
pessoais o que pode ter ocasionado algum vieacutes recordatoacuterio Outra limitaccedilatildeo eacute que como
avaliado por Oliveira et al (2007) esta populaccedilatildeo apresenta a maior parte das mulheres com
baixo niacutevel socioeconocircmico e escolaridade sem acesso agrave adequada educaccedilatildeo nutricional e agrave
atividade fiacutesica orientada Por outro lado resultados encontrados sem significacircncia estatiacutestica
podem ter sido ocasionados pelo tamanho amostral reduzido devido a dificuldade de
rastreamento da populaccedilatildeo uma vez que a unidade de sauacutede natildeo atualizou o endereccedilo e
telefone das mulheres eleitas para o estudo Talvez se tivesse sido realizado contato anual
com essas mulheres natildeo teriacuteamos perdido o seguimento delas
42
8 Conclusatildeo
Devido agrave sua alta prevalecircncia e associaccedilatildeo com mortalidade e incapacidade a fratura
devido agrave fragilidade oacutessea deve ser considerada um problema de sauacutede puacuteblica no Brasil
Apesar das limitaccedilotildees o presente estudo foi realizado de forma prospectiva em mulheres
brasileiras na poacutes-menopausa devendo os seus resultados serem levados em consideraccedilatildeo
para a formulaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas de sauacutede para a prevenccedilatildeo e estrateacutegias de tratamento
para as fraturas Os fatores de risco encontrados como a idade avanccedilada a histoacuteria familiar
de fratura de quadril e a presenccedila de osteoporose devem ser acompanhados e combatidos para
tentar-se diminuir o risco para as fraturas Assim como o USO mostrou ser um meacutetodo
confiaacutevel para avaliar o risco para fraturas podendo ser implementado em maior escala do
que a atual Entatildeo acreditamos que novos estudos prospectivos com uma amostra mais
representativa devam ser realizados para se confirmar os fatores associados a fraturas por
fragilidade oacutessea na populaccedilatildeo brasileira para cada vez mais conhecermos o perfil da nossa
populaccedilatildeo e termos subsiacutedios para combater esse agravo
43
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48
10 Anexo 1 - Instrumento de coleta - EVOS (EUROPEAN VERTEBRAL
OSTEOPOROSIS STUDY)
Data _________
Nome________________________________________________________
Endereco_____________________________________________________
Fone _____________ Data de nascimento _________ RG
1- Dados antropomeacutetricos
Peso (Kg) Altura (m) IMC
2- Dados Ginecoloacutegicos
Idade da primeira menstruacao anos
Vocecirc jaacute usou piacutelula anticoncepcional por mais de 3 meses
sim natildeo natildeo sei
Vocecirc jaacute ficou algum periacuteodo em sua vida sem menstruar antes da menopausa (exceto se
gravidez) sim natildeo natildeo sei
Idade da ultima menstruaccedilatildeo anos
Numero de filhos
Vocecirc fez cirurgia para retirar o uacutetero sim com Idade ____ (anos)
natildeo natildeo sei
E para retirar os ovaacuterios (um ou os dois) sim idade ___ (anos)
natildeo natildeo sei
Vocecirc fez reposiccedilatildeo hormonal apos a menopausa sim natildeo natildeo sei
Se sim quando iniciado o periacuteodo foi superior a 1 ano sim natildeo natildeo sei
49
Vocecirc notou os seguintes sintomas na menopausa
calores sim natildeo natildeo sei
depressatildeo sim natildeo natildeo sei
insocircnia sim natildeo natildeo sei
outros sim natildeo natildeo sei
Vocecirc amamentou sim natildeo natildeo sei
Se sim quantas crianccedilas vocecirc amamentou por mais que 3 meses
3- Dados familiares
Em sua famiacutelia (pai matildee irmatildeos) existe historia de fratura de quadril apos os 50 anos de
idade sim natildeo natildeo sei
4- Histoacuteria de fratura
Vocecirc jaacute teve alguma fratura sim natildeo natildeo sei
Se sim em qual sitio esqueleacutetico com que idade e qual foi o tipo de trauma
Sitio Numero Idade (anos) Niacutevel do trauma
Vertebra
Fecircmur (colo trocanter)
Costela
Antebraccedilo
Uacutemero
Pe
Outras
Vocecirc sabe que tem osteoporose sim tenho natildeo natildeo tenho natildeo sei
5- Aacutelcool
Com que frequecircncia vocecirc bebeu no ultimo ano
Diariamente 5-6 dsem 3-4 dsem
50
1 -2 dsem lt 1 dsem nunca
Tipo de bebida destilados (uiacutesque cachaccedila vodka)
fermentados (cerveja vinho)
6- Imobilizaccedilatildeo
Vocecirc jaacute ficou acamado por um periacuteodo superior a 2 meses
sim natildeo natildeo sei
Se sim foi antes ou apos os 25 anos de idade
ano passado nunca
7- Fumo
Vocecirc fumou cigarro ou usou outras formas de fumo (cachimbo ou charuto)
atualmente no passado nunca
Com que idade iniciou anos
Se parou com que idade anos
Numero de cigarrosdia
8- Atividade Fiacutesica
Quantas tempo costuma passar diariamente ao ar livre caminhando ou andando de bicicleta
nenhuma a 1 h superior a 1 h
Qual a sua atividade fiacutesica durante diferentes periacuteodos de sua vida adulta
Ate os 25 anos 25 a 50 anos acima 50 anos
Niacutevel 1 (leve) 2 (moderada) 3 (pesada) 4
(muito pesada)
9- Impacto
Como vocecirc descreveria sua sauacutede geral neste momento
muito boa boa satisfatoacuteria regular ruim
10- Interrogatoacuterio sobre drogas
51
Vocecirc jaacute usou alguma medicaccedilatildeo oral ou injetaacutevel contendo corticosteroides por mais de 3
meses sim natildeo natildeo sei
Vocecirc jaacute usou alguma desses remeacutedios
Droga sim natildeo sei tempo
(meses)
parou ha quanto tempo
Hormocircnios
masculinos
Hormocircnios
femininos
Calcitonina
Fluacuteor
Caacutelcio
Vitamina D
Anabolizantes
Diureacuteticos
tiazidicos
11- Ingestatildeo de caacutelcio
Com que frequecircncia vocecirc comeu produtos derivados do leite na semana passada
(diassemana)
queijo amarelo queijo branco iogurte leite sorvete
Para os periacuteodos indicados abaixo com que frequecircncia vocecirc recebeu leite
ate 25 anos 25 a 50 anos Acima de 50 anos
Todas as refeiccedilotildees (3 ou + coposdia)
1-2 coposdia
52
Toda semana mas natildeo todo dia
lt 1 vezsemana
53
11 Anexo 2 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Projeto de Pesquisa Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade
oacutessea em mulheres na menopausa
Pesquisador responsaacutevel Dra Lizanka Paola F Marinheiro
Instituiccedilatildeo responsaacutevel Instituto Fernandes Figueira
Vocecirc estaacute sendo convidado a participar do projeto de pesquisa intitulado
Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea em mulheres na
menopausa por que vocecirc participou do estudo anterior realizado haacute 7 anos sobre a
osteoporose e suas consequumlecircncias
54
A osteoporose e uma doenccedila que se caracteriza pela diminuiccedilatildeo da resistecircncia do osso
tornando-o mais fraacutegil Essa fragilidade aumenta o risco da pessoa que tem osteoporose de ter
fraturas mesmo com atividades comuns como tossir ou espirrar
Com isso esse trabalho deseja avaliar a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea na
populaccedilatildeo de mulheres na poacutes menopausa residente da Ilha de Paquetaacute apoacutes 7 anos de
seguimento do uacuteltimo estudo transversal
Vocecirc natildeo eacute obrigada a participar Mas se quiser vocecirc teraacute que responder a um
questionaacuterio Para participar vocecirc natildeo teraacute que pagar nada O resultado seraacute fornecido apenas
a vocecirc ningueacutem mais saberaacute Suas duvidas seratildeo esclarecidas e vocecirc devera continuar
acompanhamento com seu meacutedico assistente Se vocecirc natildeo quiser participar natildeo seraacute
submetida a nenhum constrangimento fiacutesico ou moral e seu atendimento no posto de sauacutede
natildeo seraacute prejudicado A participante poderaacute se retirar do estudo a qualquer momento que
julgar necessaacuterio sem prejuiacutezo para a mesma O resultado de toda a pesquisa seraacute divulgada e
atraveacutes de artigos cientiacuteficos em revistas encontros congressos ou similares sem a
divulgaccedilatildeo dos nomes de quem participou de forma sigilosa
Sua participaccedilatildeo no estudo natildeo implicaraacute em custos adicionais O (A) Sr (a) natildeo teraacute
qualquer despesa com a realizaccedilatildeo dos procedimentos previstos neste estudo que seratildeo
custeados pelo pesquisador responsaacutevel Tambeacutem natildeo haveraacute nenhuma forma de pagamento
pela sua participaccedilatildeo
Caso surja alguma duacutevida quanto agrave eacutetica do estudo o (a) Sr(a) deveraacute se reportar ao
Comitecirc de Eacutetica em Pesquisas envolvendo seres humanos ndash subordinado ao Conselho
Nacional de Eacutetica em Pesquisa oacutergatildeo do Ministeacuterio da Sauacutede atraveacutes de solicitaccedilatildeo ao
representante de pesquisa que estaraacute sob contato permanente ou contactando o Comitecirc de
Eacutetica em Pesquisa desta instituiccedilatildeo no telefone (21) 3971-1590 Eacute assegurado o completo
55
sigilo de sua identidade quanto a sua participaccedilatildeo neste estudo incluindo a eventualidade da
apresentaccedilatildeo dos resultados deste estudo em congressos e perioacutedicos cientiacuteficos
Eu________________________________________________________________________
residente do endereccedilo__________________________ fui informada dos objetivos e da
justificativa deste trabalho de forma clara e detalhada pela Dra Adriana de Mattos V da
Costa Recebi informaccedilotildees especificas sobre cada procedimento no qual estarei envolvida
dos desconfortos e riscos previstos tanto quanto dos benefiacutecios esperados Todas as minhas
duvidas foram respondidas com clareza e sei que poderei solicitar novos esclarecimentos a
qualquer momento Aleacutem disso sei que novas informaccedilotildees obtidas durante o estudo me seratildeo
fornecidas e que terei liberdade de retirar meu consentimento de participaccedilatildeo face a estas
informaccedilotildees sem prejuiacutezo para mim Aleacutem disto me foi entregue uma coacutepia da folha de
informaccedilotildees para os participantes a qual li compreendi e me deu plena liberdade para decidir
acerca da minha espontacircnea participaccedilatildeo nesta pesquisa Minha identidade jamais seraacute
publicada Os dados colhidos poderatildeo ser examinados por pessoas envolvidas no estudo com
autorizaccedilatildeo delegada do investigador e por pessoas delegadas pelo patrocinador Estou
recebendo uma coacutepia assinada deste Termo
Os pesquisadores responsaacuteveis pelo Projeto satildeo a Dra Lizanka Paola F Marinheiro e
sua aluna a Dra Adriana de Mattos Viveiros da Costa
56
Participante
Nome _________________________________
Assinatura________________________________
Data_________________________________________
Investigador
Nome____________________________________
Assinatura________________________________
Data_______________________________________
Pesquisadora
Nome______________________________________
Assinatura___________________________________
Data__________________________________________
Dra Lizanka Paola F Marinheiro
lizankaglobocom
tel 25541700
Dra Adriana de Mattos Vda Costa
adrianamattosmedyahoocombr
tel 87273315
Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa
Rua Afonso Cavalcanti 455 sala 710 ndash Cidade Nova -
Telefone 3971-1463
23
5 Materiais e Meacutetodos
51 Populaccedilatildeo
A Ilha de Paquetaacute dista aproximadamente 15 km da Praccedila XV no Centro da Cidade
do Rio de Janeiro sendo a principal ilha do arquipeacutelago de Paquetaacute situada ao nordeste da
Baiacutea de Guanabara A populaccedilatildeo e frequecircncia da Ilha satildeo extremamente sazonais sendo
aproximadamente 2200 domiciacutelios (entre moradores e veranistas) Os moradores fixos
correspondem a 4500 pessoas em sua maioria de famiacutelias antigas na Ilha das quais 208
satildeo idosos ultrapassando ateacute mesmo a meacutedia nacional que eacute em torno de 12 (IBGE
2009a) Este iacutendice faz de Paquetaacute o erceiro bairro em nuacutemero de idosos no municiacutepio sendo
que sua populaccedilatildeo pode ser considerada envelhecida segundo os criteacuterios da Organizaccedilatildeo
Mundial da Sauacutede (OMS 2003) Embora a maioria da populaccedilatildeo seja branca existem 109
de negros 256 de pardos e 01 de iacutendios Cerca de 90 dos domiciacutelios possuem aacutegua
tratada e 9957 tratamento de esgoto As famiacutelias residentes nesta regiatildeo satildeo compostas em
meacutedia por trecircs pessoas com rendimento meacutedio per capita de 301 salaacuterios miacutenimos (IPEA
2000) e o transporte urbano eacute feito basicamente a peacute por bicicletas ou charretes puxadas por
ciclistas (IBGE 2009a)
52 Tipo de estudo
Foi realizado um estudo de coorte prospectivo na ilha de PaquetaacuteRJ no ano de 2011
Foram inicialmente alocadas todas as mulheres que participaram do estudo anterior
desenvolvido no ano de 2003 (Oliveira et al 2007)
24
53 Criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo
Os criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo foram os mesmos utilizados do estudo anterior
(Oliveira et al 2007) Sendo os criteacuterios de inclusatildeo as mulheres que estavam na menopausa
e que tinham residecircncia fixa na Ilha de Paquetaacute e os criteacuterios de exclusatildeo a historia pessoal
de doenccedilas que sabidamente afetam o metabolismo oacutesseo direta ou indiretamente (como
artrite reumatoacuteide luacutepus eritematoso sistecircmico hiperparatireoidismo osteogecircnese imperfeita)
e as neoplasias malignas exceto carcinoma basocelular de pele
54 Alocaccedilotildees de pacientes
A populaccedilatildeo elegiacutevel era constituiacuteda pelas 385 mulheres alocadas no estudo inicial
(Oliveira et al 2007) No trabalho de Oliveira et al (2007) foi realizado um estudo transversal
com recrutamento por auto-seleccedilatildeo ou demanda espontacircnea no ano de 2003 na Ilha de
Paquetaacute Rio de Janeiro Brasil Foram estudadas 385 mulheres na poacutes-menopausa
(diagnoacutestico cliacutenico) residentes no local apoacutes a aplicaccedilatildeo dos criteacuterios de exclusatildeo
(existecircncia de pino metaacutelico ou edema com cacifo em ambos os peacutes ou impossibilitadas de
posicionar os peacutes no aparelho de ultra-sonometria oacutessea) Todas as mulheres responderam na
eacutepoca a um questionaacuterio e foram submetidas a medidas antropomeacutetricas e agrave USO
No presente estudo considerando uma significacircncia de 95 e um poder de 80 uma
prevalecircncia de 15 de fraturas na populaccedilatildeo de risco (Clark et al 2009) o tamanho amostral
previsto foi de 130 mulheres Poreacutem devido agraves perdas o tamanho amostral final foi de 86
pacientes
Atraveacutes do banco de dados jaacute existente todas as pacientes foram re-contactadas As
mulheres foram localizadas atraveacutes de telefonemas e comparecimento no hospital local onde
25
eacute realizado a atenccedilatildeo baacutesica de sauacutede Foram realizados pelo menos 2 telefonemas com
intervalo de 1 semana entre eles Como ldquoperdasrdquo foram consideradas as pacientes natildeo
encontradas apoacutes os dois telefonemas (035 dos telefones estavam errados e 049 das
pacientes tinham telefone quebrado ou ocupado) pacientes que natildeo quiseram ou natildeo
puderam responder ao questionaacuterio (008) e pacientes falecidas (006)
As pacientes selecionadas foram submetidas a um questionaacuterio de avaliaccedilatildeo de fatores
relacionados agrave fragilidade oacutessea conhecido como European Vertebral Osteoporosis Study
(EVOS) jaacute validado previamente para o portuguecircs (OrsquoNeill et al 1996) e jaacute utilizados em
importantes estudos (Pinheiro et al 2006 Clark et al 2009) O questionaacuterio EVOS eacute
composto por dados soacutecio-demograacuteficos (idade estado civil escolaridade cor renda familiar
e nuacutemero de dependentes desta haacutebitos de vida) e histoacuteria reprodutiva pessoal sumaacuteria
(idade da menarca idade da menopausa tipo de menopausa) Os dados antropomeacutetricos
foram aferidos segundo criteacuterios adotados internacionalmente com medidas de peso e altura
observando intervalos de 01kg e 001m respectivamente
A definiccedilatildeo de fratura por fragilidade oacutessea foi a mesma utilizada por Pinheiro et al
(2010a) como aquela resultante de uma queda da proacutepria altura ou trauma menos intenso em
indiviacuteduos com 50 anos ou mais em siacutetios esqueleacuteticos especiacuteficos antebraccedilo fecircmur
costelas veacutertebras e uacutemero E a documentaccedilatildeo de fraturas foi realizada atraveacutes de relato da
paciente (fratura referida) As fraturas traumaacuteticas (apoacutes acidente automobiliacutestico ou outras
condiccedilotildees sob forte impacto) ou as de baixo impacto natildeo relacionadas agrave osteoporose (como
por exemplo as de face tornozelo metacarpo falanges) natildeo foram consideradas
O estudo obedeceu aos criteacuterios de eacutetica preconizados pela resoluccedilatildeo no 19696 do
Conselho Nacional de Sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede e foi aprovado previamente pelo Comitecirc
26
de Eacutetica em Pesquisa da FiocruzIFF e pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Prefeitura Todas
as mulheres assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido antes de qualquer
procedimento
55 Anaacutelise Estatiacutestica
Os dados foram registrados em planilha Excel e analisados pelo programa Statistical
Package for Social Sciences (SPSS) versatildeo 170 Para avaliar diferenccedilas entre os grupos as
variaacuteveis categoacutericas foram avaliadas pelo Qui-quadrado de Pearson ou o teste exato de
Fisher A relaccedilatildeo entre as variaacuteveis categoacutericas e ordinal e entre as variaacuteveis numeacutericas foi
avaliada pelo teste de Mann-Whitney que eacute um teste natildeo-parameacutetrico que equivale ao teste t
escolhido pelo tamanho da amostra A relaccedilatildeo entre as variaacuteveis numeacutericas foi avaliada pelo
coeficiente de Sperman que eacute uma estatiacutestica natildeo parameacutetrica utilizada para dados natildeo
normais eou amostra pequena Para todos os testes o niacutevel de significacircncia adotado foi de
5 A variaacutevel dependente foi a presenccedila de fratura (sim ou natildeo) e as variaacuteveis
independentes foram idade (em anos) resultado de USO (normal ou alterado) tempo de
menopausa (em anos) siacutetio de localizaccedilatildeo de fraturas IMC (abaixo do pesonormal
sobrepeso obeso) tabagismo (fumante ou natildeo fumante) atividade fiacutesica (leve
moderadapesada) frequecircncia diaacuteria de ingestatildeo de leite (em coposdia) e as variaacuteveis
binaacuterias como o histoacuterico familiar de fratura de quadril osteoporose uso de anticoncepcional
ausecircncia de menstruaccedilatildeo retirada de uacutetero ou ovaacuterios amamentaccedilatildeo paciente acamado e
etilismo O caacutelculo do risco relativo (RR) foi feito para avaliar a relaccedilatildeo entre o USO e a
presenccedila de fraturas Para isso foi considerado pacientes com USO normal aqueles com
resultados do T-score gt-11 e USO alterado aqueles com T-score lt-11 O niacutevel de atividade
fiacutesica foi classificado em atividade leve (trabalho burocraacutetico em escritoacuterio na maior parte
do tempo sentado) atividade moderada (trabalhos na maior parte do tempo em peacute como
27
vendedor e dona-de-casa) atividade pesada (enfermeira empregada domeacutestica) Oliveira et al
2010) Para caacutelculo aproximado da ingestatildeo alimentar diaacuteria de caacutelcio utilizou- se uma
adaptaccedilatildeo da Tabela Brasileira de Composiccedilatildeo de Alimentos 1 fatia queijo (90mg) 1 copo
de iogurte (1212mg) 1 copo leite (257mg) 1 bola se sorvete (135mg) E no final todos esses
alimentos foram convertidos em quantidade ingerida de copos de leite
28
6 Resultados Encontrados
61 Gerais
As caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas da populaccedilatildeo estudada estatildeo listadas na
tabela 1 A idade meacutedia das pacientes foi de 725 anos (DPplusmn 87) com a idade da menopausa
460 anos (DPplusmn 61) o tempo de menopausa 261 anos (DPplusmn 97) e o IMC de 264 (kgm2)
(DPplusmn 55) Essas caracteriacutesticas quando comparadas com o estudo anterior de 2003 (tabela
2) confirmam tratar-se da mesma populaccedilatildeo Apenas a idade e o tempo de menopausa
evidenciam ser a nossa populaccedilatildeo mais idosa Fator que se justifica pelo tempo ocorrido entre
os dois estudos
A incidecircncia de fratura por fragilidade oacutessea encontrada foi de 21 evidenciado no
graacutefico 1 Os principais siacutetios de fratura satildeo analisados na tabela 3 tendo como sitio principal
o antebraccedilo com 50 seguido pelo peacute com 192 e uacutemero 145 Jaacute na tabela 4 e no graacutefico
2 pode ser observado que a idade da populaccedilatildeo estudada variou entre 54 e 97 anos com meacutedia
de 72 anos com DP plusmn 90 No grupo de pacientes fraturadas 50 tinham entre 65 e 79 anos
sugerindo ser essa faixa etaacuteria mais susceptiacutevel as fraturas por fragilidade oacutessea
62 USO preacutevia X Fraturas
Foi verificado na tabela 5 a associaccedilatildeo entre o resultado da (USO) preacutevia e o desfecho
fraturas por fragilidade oacutessea De todas as pacientes que fizeram USO no estudo inicial 66
participaram deste estudo Das 50 pacientes que tiveram o USO alterado 22 tiveram
fraturas nesse periacuteodo E as pacientes com USO considerada normal 194 tiveram fraturas
por fragilidade oacutessea O RR= 113 (IC95 048 - 263) sugere que as mulheres que tiveram
29
USO alterado tem um risco de fraturar de 13 maior em relaccedilatildeo as pacientes com resultado
de USO considerado normal
63 Caracteriacutesticas cliacutenicas e comportamentais X Fratura
As pacientes foram analisadas quanto as variaacuteveis clinicas e comportamentais
Considerando a tabela 6 as pacientes que tiveram fraturas se mostraram com maior
sobrepeso ou obesas (722) com maior historia familiar de fratura de quadril (133) e
com maior diagnostico de osteoporose (471) do que as pacientes sem fraturas (p
valorgt005) Jaacute o uso de anticoncepcional ou o uso de reposiccedilatildeo hormonal natildeo se mostraram
ser relevantes para ocorrecircncia de fraturas nessa amostra E 235 das pacientes acamadas por
mais de dois meses sofreram alguma fratura com p valor lt005 Evidenciando associaccedilatildeo
entre a paciente ficar acamada por mais de dois meses e sofrer fratura por fragilidade oacutessea
Avaliando a tabela 7 foi notado que apenas 125 das pacientes que tiveram fratura eram
tabagistas e 167 eram etilistas natildeo se mostrando essas caracteriacutesticas como fatores de
risco A atividade fiacutesica moderadapesada ateacute 25 anos e acima de 50 anos apresentou
percentuais de 441 e 382 respectivamente Aleacutem disso entre 25 e 50 anos 444 das
pacientes com atividade fiacutesica moderadapesada tiveram fraturas e 441 das pacientes natildeo
tiveram fraturas para essa faixa etaacuteria (p valor gt005) Sendo assim natildeo houve associaccedilatildeo
entre a atividade fiacutesica e as fraturas Em relaccedilatildeo ao item ingestatildeo de leite apoacutes os 50 anos
456 das pacientes que natildeo tiveram fraturas ingeriam de 1 a 2 copos de leite por dia e
apenas 44 ingeriam mais de 3 copos de leite por dia No caso das pacientes que tiveram
fraturas apoacutes os 50 anos foi observado que 50 ingeriam de 1 a 2 copos de leite por dia e
167 ingeriam 3 copos ou mais de leite
30
64 Tempo de menopausa X Fratura
As pacientes foram avaliadas graacutefico 3 para verificar a associaccedilatildeo entre o tempo de
menopausa e o desfecho das fraturas A mediana do tempo de menopausa encontrado em
ambos os grupos foi de 262 com DP de plusmn98 Metade das pacientes que tiveram fraturas tem
entre 193 e 293 anos de menopausa com DP de plusmn72 A correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade
tempo de menopausa e IMC foi observado na tabela 8 onde evidenciada uma associaccedilatildeo
positiva entre a idade e o tempo de menopausa nos grupos de pacientes com e sem fraturas
Assim como foi verificado uma associaccedilatildeo negativa de quanto maior a idade e o tempo de
menopausa menor o IMC
31
Graacutefico 1
Graacutefico 2
32
Graacutefico 3
33
Tabela 1- Caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas das
mulheres poacutes menopausa (n=86)
Caracteriacutesticas Meacutedia plusmn desvio padratildeo
Idade (anos) 7255 plusmn 897
Idade da
menarca (anos) 1324 plusmn 184
Idade da
menopausa
(anos)
4608 plusmn 614
Tempo de
menopausa
(anos)
2618 plusmn976
Peso (kg)sect 6342 plusmn 1055
Altura (m)deg 155 plusmn 008
IMC (kgm2) 2643 plusmn 557
n=85 sectn=83 ordmn=82 n=81 n=80
Tabela 2-Caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas das
mulheres poacutes menopausa em 2003
Caracteriacutesticas Meacutedia plusmn desvio padratildeo
Idade (anos) 6463plusmn1270
Idade da
menarca (anos)
1304 plusmn 193
Idade da
menopausa
(anos)
4755 plusmn 601
Tempo de
menopausa
(anos)
1700 plusmn 1076
Peso (kg)sect 6533 plusmn 1270
Altura (m)deg 155 plusmn 006
IMC (kgm2) 2696 plusmn 477
34
Tabela 3 ndash Incidecircncia de fraturas em mulheres poacutes menopausa segundo a
localizaccedilatildeo de fratura 2003-2011
Tipo da fratura
n
Veacutertebra 1 38
Fecircmur 1 38
Costela 2 77
Antebraccedilo 13 500
Uacutemero 4 145
Peacute 5 192
Total 26 1000
Nota Algumas pacientes tiveram mais de uma fratura no periacuteodo
Tabela 4- Relaccedilatildeo entre idade e fratura nas mulheres na poacutes menopausa
Total
Fratura
Idade (anos) Natildeo Sim
N () n () n ()
54 a 64 anos 18 209 14 206 4 222
65 a 79 anos 48 558 39 574 9 500
80 a 97 anos 20 233 15 221 5 278
Total 86 1000 68 1000 18 1000
Meacutedia (DP) 725 (90) 713 (77) 729 (93)
Nota P-valor pelo teste de Mann-Whitney=0813
35
Tabela 5 - Incidecircncia de fratura em mulheres poacutes-menopausa segundo
resultado da USO 2003-2011
Resultado da
USO
Total
Fratura p-valor
Sim Natildeo
n n
()
IC95 n
()
Normal 36 7 194
89 -
3472
29 806
0496
Alterado 50 11 220
121 -
350
39 780
Total 86 18 209
133 -
305
68 791
Nota Risco relativo = 113 (IC95 048 - 263)
36
Tabela 6 ndash Caracteriacutesticas cliacutenicas de mulheres poacutes-menopausa segundo
fratura (n=86)
Fratura
Natildeo (n=68) Sim (n=18) Total
n ( ) n ( )
IMC
Abaixo do pesoNormal 24 (353) 5 (278) 28 0792
Sobrepeso 27 (397) 9 (500) 36
Obeso 17 (250) 4 (222) 21
Histoacuterico familiar de fratura de quadril
Natildeo 66 (985) 13 (867) 79 0085
Sim 1 (15) 2 (133) 3
Osteoporose
Natildeo 44 (800) 9 (529) 53 0055
Sim 11 (200) 8 (471) 19
Uso de anticoncepcional
Natildeo 32 (485) 10 (556) 42 0791
Sim 34 (515) 8 (444) 42
Ausecircncia de mentruaccedilatildeo
Natildeo 60 (909) 16 (941) 76 1000
Sim 6 (91) 1 (59) 7
Retirou o uacutetero
Natildeo 46 (687) 9 (500) 55 0170
Sim 21 (313) 9 (500) 30
Retirou os ovaacuterios
Natildeo 53 (815) 11 (647) 64 0187
Sim 12 (185) 6 (353) 18
Reposiccedilatildeo hormonal
Natildeo 51 (761) 13 (722) 64 0763
Sim 16 (239) 5 (278) 21
Amamentou
Natildeo 14 (206) 4 (222) 18 1000
Sim 54 (794) 14 (778) 68
Acamado por mais de dois meses
Natildeo 63 (940) 13 (765) 76 0049
Sim 4 (60) 4 (235) 8
Caracteriacutesticas clinicas
p-valor do
teste exato
de Fisher
37
Tabela 7 - Caracteriacutesticas comportamentais de mulheres poacutes-menopausa segundo
fratura (n=86)
Fratura
Natildeo (n=68) Sim (n=18) Total
n ( ) n ( )
Tabagismo
Natildeo fumante 47 (758) 14 (875) 61 0499
FumanteEx-fumante 15 (242) 2 (125) 17
Etilismo no uacuteltimo ano
Natildeo 48 (706) 15 (833) 63 0376
Sim 20 (294) 3 (167) 23
Atividade fiacutesica ateacute os 25 anos
Leve 38 (559) 11 (611) 49 0792
ModeradaPesada 30 (441) 7 (389) 37
Atividade fiacutesica entre os 25 e 50 anos
Leve 38 (559) 10 (556) 48 1000
ModeradaPesada 30 (441) 8 (444) 38
Atividade fiacutesica acima dos 50 anos
Leve 42 (618) 12 (667) 54 0789
ModeradaPesada 26 (382) 6 (333) 32
Frequecircncia diaacuteria de leite ateacute 25 anos
Nenhummenos 1 copodia 34 (500) 8 (444) 42 0910
1 a 2 coposdia 31 (456) 9 (500) 40
3 coposdia ou mais 3 (44) 1 (56) 4
Frequecircncia diaacuteria de leite apoacutes 50 anos
Nenhummenos 1 copodia 34 (500) 6 (333) 40 0103
1 a 2 coposdia 31 (456) 9 (500) 40
3 coposdia ou mais 3 (44) 3 (167) 6
Caracteriacutesticas
comportamentais
p-valor do
teste exato
de Fisher
Tabela 8- Coeficientes de correlaccedilatildeo de Spearman (rs) entre idade IMC e tempo de
menopausa em mulheres poacutes-menopausa
Variaacuteveis
IMC IdadeTempo de
menopausa
r s 1 -0144 -0151
p-valor 0569 0550
r s -0227 1 0736
p-valor 0074 lt0001
r s -0295 0761 1
p-valor 0020 lt0001
Variaacuteveis
IMC
Idade
Tempo de menopausa
Nota o triacircngulo superior direito (parte hachurada) se refere agraves correlaccedilotildees para as mulheres com
fratura e o inferior esquerdo (parte natildeo hachurada) agraves mulheres sem fratura
38
7 Discussatildeo
No Brasil os principais fatores cliacutenicos de risco para fraturas por fragilidade oacutessea
eram extrapolados a partir de estudos internacionais O estudo vem acrescentar informaccedilotildees
para se conhecer os fatores relacionados agrave essas fraturas Nossos resultados revelam que a
idade avanccedilada a historia familiar de fratura de quadril o diagnoacutestico de osteoporose e
tambeacutem o paciente ficar acamado por mais de 2 meses foram considerados fatores de risco
para fraturas por fragilidade oacutessea
Esse estudo mostrou concordacircncia com a Johnell amp Kanis (2006) onde o principal
siacutetio mundial de fratura por fragilidade oacutessea nas mulheres apoacutes a menopausa foi o antebraccedilo
Segundo o estudo Latin American Vertebral Osteoporosis Study (LAVOS) (Clark et al
2009) a fratura vertebral eacute a mais prevalente da ameacuterica latina com uma prevalecircncia de
142 diferente do nosso estudo onde a coluna vertebral e o colo do fecircmur aparecem
juntos em uacuteltimo lugar na lista de incidecircncia dos siacutetios de fratura Isso pode ser atribuiacutedo
devido a diferenccedila nos criteacuterios de definiccedilatildeo de fraturas pois no LAVOS optou-se pela
medida radiograacutefica do local de fraturas enquanto no nosso estudo as fraturas foram referidas
pelas pacientes
Os consensos sobre osteoporose tecircm propostos algoritmos para identificar indiviacuteduos
de alto risco para fraturas (Kanis et al 2008 WHO 1999) Para tanto a associaccedilatildeo de fatores
de risco para fraturas com a medida da USO eacute de suma importacircncia embora sejam poucas as
pacientes que tecircm oportunidade de realizar esse exame (Oliveira et al 2007) Assim o
presente trabalho mostrou um risco para fraturas por fragilidade oacutessea 13 maior nas
pacientes com resultado de USO alterada em relaccedilatildeo as pacientes que tiveram resultados de
39
USO normais vindo de encontro aos resultados encontrados por Oliveira et al (2007)
Corroborando o USO como um meacutetodo confiaacutevel para a prediccedilatildeo de fraturas
E semelhante a Pinheiro et al (2010a) o presente estudo revelou que os principais
fatores de risco para fraturas por fragilidade oacutessea satildeo a idade avanccedilada a historia familiar de
fratura de quadril e a presenccedila de osteoporose Isso pode ser atribuiacutedo ao fato de que no
estudo de Pinheiro et al (2010a) assim como no nosso estudo a populaccedilatildeo ser
predominantemente de mulheres acima dos 65 anos e viverem em aacuterea urbana tendo haacutebitos
de vida parecidos
O achado em nosso estudo que apresentou significacircncia estatiacutestica refere-se ao fator
de risco ldquopaciente acamado por mais de dois mesesrdquo como disposto na literatura (Pinheiro et
al 2010b Demir et al 2008) O que acontece eacute que com o paciente acamado por tempo
prolongado um maior remodelamento oacutesseo eacute observado Os osteoclastos responsaacuteveis pela
absorccedilatildeo oacutessea sobrepotildee os osteoblastos predispondo as fraturas por fragilidade oacutessea
(Fyhrie amp Schaffler 1994) Assim observou-se no estudo que 235 das pacientes
acamadas por mais de dois meses sofreram alguma fratura por fragilidade oacutessea com p valor
lt005 Isso reafirma a associaccedilatildeo entre a paciente ficar acamada por mais de dois meses e
sofrer fratura por fragilidade oacutessea Por outro lado o exerciacutecio fiacutesico que estaacute sabidamente
relacionado ao aumento da resistecircncia muscular do equiliacutebrio e da flexibilidade contribuindo
para a reduccedilatildeo da perda oacutessea e melhora da sauacutede em geral (Chan 2003) natildeo se mostrou
como fator de proteccedilatildeo neste estudo Provavelmente devido ao baixo percentual encontrado
de pacientes que praticavam atividade fiacutesica moderada ou pesada
O elevado IMC e a terapia de reposiccedilatildeo hormonal natildeo desempenharam papel protetor
na nossa populaccedilatildeo como seria o esperado por estudos anteriores (Pinheiro et al 2010c
40
Buttros et al 2011) Ao contrario o sobrepeso e obesidade foram considerados fatores de
risco Isso pode ser atribuiacutedo ao IMC meacutedio dessa populaccedilatildeo ser 264 (kgm2) (DPplusmn 55)
limiacutetrofe para sobrepeso Embora esse dado demonstre contrariedade com a literatura que
estabelece relaccedilatildeo inversa entre obesidade e fraturas por fragilidade oacutessea em nosso estudo
ter maior peso e IMC natildeo seriam fatores de risco para fraturas e sim caracteriacutesticas das
mulheres mais idosas em um contexto social de baixa escolaridade e renda Esse fato eacute
confirmado pelos resultados da Pesquisa Nacional sobre Sauacutede e Nutriccedilatildeo ( Batista F et al
2003) que demonstraram caraacuteter ascendente da obesidade nos estratos de mulheres com baixa
renda residentes na regiatildeo Sudeste
Aleacutem disso haacutebitos de vida como tabagismo e etilismo sabidamente relacionados agrave
maior risco para fraturas por fragilidade oacutessea (Pinheiro et al 2010) tambeacutem natildeo se
mostraram estar associados nesse estudo
A necessidade de caacutelcio do ser humano varia ao longo da vida e uma ingestatildeo
adequada para mulheres acima de 50 anos eacute de 1200 mg pois com a idade o corpo
naturalmente perde um pouco da capacidade de absorccedilatildeo de minerais (Nuacutecleo de Estudos e
Pesquisas em Alimentaccedilatildeo 2006) O fato de apenas 44 das mulheres que natildeo tiveram
fraturas e 167 das mulheres que tiveram fraturas ter referido consumo superior a
900mgdia (3 ou mais copos) foi fator de surpresa principalmente levando-se em conta o PIB
per capita da cidade superior ao da maioria dos municiacutepios brasileiros (IPEA 2000)
Assim como em estudos preacutevios (Pinheiro et al 2010c NHI 2001 Demir et al
2008) nossos dados tambeacutem demonstraram o hipoestrogenismo como importante fator de
risco para fraturas por fragilidade oacutessea jaacute que as pacientes com fratura tecircm entre 19 e 29
anos de menopausa Em recente estudo Demir et al (2008) estudaram 2769 mulheres na
41
poacutes-menopausa correlacionando a ocorrecircncia de osteoporose com o tempo de menopausa
Demonstraram que 106 das pacientes com ateacute trecircs anos de poacutes-menopausa tinham
osteoporose contra 329 das pacientes com sete anos ou mais Acredita-se que a deficiecircncia
estrogecircnica seja responsaacutevel por dois terccedilos da perda de massa oacutessea levando
consequentemente agraves fraturas por fragilidade oacutessea assim como observado (Position
statement of the North American Menopause Society 2010)
Os dados deste estudo podem ser limitados pois apesar de tratar-se de uma coorte as
participantes reportaram dados referentes a estilo de vida dieta antecedentes familiares e
pessoais o que pode ter ocasionado algum vieacutes recordatoacuterio Outra limitaccedilatildeo eacute que como
avaliado por Oliveira et al (2007) esta populaccedilatildeo apresenta a maior parte das mulheres com
baixo niacutevel socioeconocircmico e escolaridade sem acesso agrave adequada educaccedilatildeo nutricional e agrave
atividade fiacutesica orientada Por outro lado resultados encontrados sem significacircncia estatiacutestica
podem ter sido ocasionados pelo tamanho amostral reduzido devido a dificuldade de
rastreamento da populaccedilatildeo uma vez que a unidade de sauacutede natildeo atualizou o endereccedilo e
telefone das mulheres eleitas para o estudo Talvez se tivesse sido realizado contato anual
com essas mulheres natildeo teriacuteamos perdido o seguimento delas
42
8 Conclusatildeo
Devido agrave sua alta prevalecircncia e associaccedilatildeo com mortalidade e incapacidade a fratura
devido agrave fragilidade oacutessea deve ser considerada um problema de sauacutede puacuteblica no Brasil
Apesar das limitaccedilotildees o presente estudo foi realizado de forma prospectiva em mulheres
brasileiras na poacutes-menopausa devendo os seus resultados serem levados em consideraccedilatildeo
para a formulaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas de sauacutede para a prevenccedilatildeo e estrateacutegias de tratamento
para as fraturas Os fatores de risco encontrados como a idade avanccedilada a histoacuteria familiar
de fratura de quadril e a presenccedila de osteoporose devem ser acompanhados e combatidos para
tentar-se diminuir o risco para as fraturas Assim como o USO mostrou ser um meacutetodo
confiaacutevel para avaliar o risco para fraturas podendo ser implementado em maior escala do
que a atual Entatildeo acreditamos que novos estudos prospectivos com uma amostra mais
representativa devam ser realizados para se confirmar os fatores associados a fraturas por
fragilidade oacutessea na populaccedilatildeo brasileira para cada vez mais conhecermos o perfil da nossa
populaccedilatildeo e termos subsiacutedios para combater esse agravo
43
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47
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20jun2012)
48
10 Anexo 1 - Instrumento de coleta - EVOS (EUROPEAN VERTEBRAL
OSTEOPOROSIS STUDY)
Data _________
Nome________________________________________________________
Endereco_____________________________________________________
Fone _____________ Data de nascimento _________ RG
1- Dados antropomeacutetricos
Peso (Kg) Altura (m) IMC
2- Dados Ginecoloacutegicos
Idade da primeira menstruacao anos
Vocecirc jaacute usou piacutelula anticoncepcional por mais de 3 meses
sim natildeo natildeo sei
Vocecirc jaacute ficou algum periacuteodo em sua vida sem menstruar antes da menopausa (exceto se
gravidez) sim natildeo natildeo sei
Idade da ultima menstruaccedilatildeo anos
Numero de filhos
Vocecirc fez cirurgia para retirar o uacutetero sim com Idade ____ (anos)
natildeo natildeo sei
E para retirar os ovaacuterios (um ou os dois) sim idade ___ (anos)
natildeo natildeo sei
Vocecirc fez reposiccedilatildeo hormonal apos a menopausa sim natildeo natildeo sei
Se sim quando iniciado o periacuteodo foi superior a 1 ano sim natildeo natildeo sei
49
Vocecirc notou os seguintes sintomas na menopausa
calores sim natildeo natildeo sei
depressatildeo sim natildeo natildeo sei
insocircnia sim natildeo natildeo sei
outros sim natildeo natildeo sei
Vocecirc amamentou sim natildeo natildeo sei
Se sim quantas crianccedilas vocecirc amamentou por mais que 3 meses
3- Dados familiares
Em sua famiacutelia (pai matildee irmatildeos) existe historia de fratura de quadril apos os 50 anos de
idade sim natildeo natildeo sei
4- Histoacuteria de fratura
Vocecirc jaacute teve alguma fratura sim natildeo natildeo sei
Se sim em qual sitio esqueleacutetico com que idade e qual foi o tipo de trauma
Sitio Numero Idade (anos) Niacutevel do trauma
Vertebra
Fecircmur (colo trocanter)
Costela
Antebraccedilo
Uacutemero
Pe
Outras
Vocecirc sabe que tem osteoporose sim tenho natildeo natildeo tenho natildeo sei
5- Aacutelcool
Com que frequecircncia vocecirc bebeu no ultimo ano
Diariamente 5-6 dsem 3-4 dsem
50
1 -2 dsem lt 1 dsem nunca
Tipo de bebida destilados (uiacutesque cachaccedila vodka)
fermentados (cerveja vinho)
6- Imobilizaccedilatildeo
Vocecirc jaacute ficou acamado por um periacuteodo superior a 2 meses
sim natildeo natildeo sei
Se sim foi antes ou apos os 25 anos de idade
ano passado nunca
7- Fumo
Vocecirc fumou cigarro ou usou outras formas de fumo (cachimbo ou charuto)
atualmente no passado nunca
Com que idade iniciou anos
Se parou com que idade anos
Numero de cigarrosdia
8- Atividade Fiacutesica
Quantas tempo costuma passar diariamente ao ar livre caminhando ou andando de bicicleta
nenhuma a 1 h superior a 1 h
Qual a sua atividade fiacutesica durante diferentes periacuteodos de sua vida adulta
Ate os 25 anos 25 a 50 anos acima 50 anos
Niacutevel 1 (leve) 2 (moderada) 3 (pesada) 4
(muito pesada)
9- Impacto
Como vocecirc descreveria sua sauacutede geral neste momento
muito boa boa satisfatoacuteria regular ruim
10- Interrogatoacuterio sobre drogas
51
Vocecirc jaacute usou alguma medicaccedilatildeo oral ou injetaacutevel contendo corticosteroides por mais de 3
meses sim natildeo natildeo sei
Vocecirc jaacute usou alguma desses remeacutedios
Droga sim natildeo sei tempo
(meses)
parou ha quanto tempo
Hormocircnios
masculinos
Hormocircnios
femininos
Calcitonina
Fluacuteor
Caacutelcio
Vitamina D
Anabolizantes
Diureacuteticos
tiazidicos
11- Ingestatildeo de caacutelcio
Com que frequecircncia vocecirc comeu produtos derivados do leite na semana passada
(diassemana)
queijo amarelo queijo branco iogurte leite sorvete
Para os periacuteodos indicados abaixo com que frequecircncia vocecirc recebeu leite
ate 25 anos 25 a 50 anos Acima de 50 anos
Todas as refeiccedilotildees (3 ou + coposdia)
1-2 coposdia
52
Toda semana mas natildeo todo dia
lt 1 vezsemana
53
11 Anexo 2 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Projeto de Pesquisa Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade
oacutessea em mulheres na menopausa
Pesquisador responsaacutevel Dra Lizanka Paola F Marinheiro
Instituiccedilatildeo responsaacutevel Instituto Fernandes Figueira
Vocecirc estaacute sendo convidado a participar do projeto de pesquisa intitulado
Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea em mulheres na
menopausa por que vocecirc participou do estudo anterior realizado haacute 7 anos sobre a
osteoporose e suas consequumlecircncias
54
A osteoporose e uma doenccedila que se caracteriza pela diminuiccedilatildeo da resistecircncia do osso
tornando-o mais fraacutegil Essa fragilidade aumenta o risco da pessoa que tem osteoporose de ter
fraturas mesmo com atividades comuns como tossir ou espirrar
Com isso esse trabalho deseja avaliar a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea na
populaccedilatildeo de mulheres na poacutes menopausa residente da Ilha de Paquetaacute apoacutes 7 anos de
seguimento do uacuteltimo estudo transversal
Vocecirc natildeo eacute obrigada a participar Mas se quiser vocecirc teraacute que responder a um
questionaacuterio Para participar vocecirc natildeo teraacute que pagar nada O resultado seraacute fornecido apenas
a vocecirc ningueacutem mais saberaacute Suas duvidas seratildeo esclarecidas e vocecirc devera continuar
acompanhamento com seu meacutedico assistente Se vocecirc natildeo quiser participar natildeo seraacute
submetida a nenhum constrangimento fiacutesico ou moral e seu atendimento no posto de sauacutede
natildeo seraacute prejudicado A participante poderaacute se retirar do estudo a qualquer momento que
julgar necessaacuterio sem prejuiacutezo para a mesma O resultado de toda a pesquisa seraacute divulgada e
atraveacutes de artigos cientiacuteficos em revistas encontros congressos ou similares sem a
divulgaccedilatildeo dos nomes de quem participou de forma sigilosa
Sua participaccedilatildeo no estudo natildeo implicaraacute em custos adicionais O (A) Sr (a) natildeo teraacute
qualquer despesa com a realizaccedilatildeo dos procedimentos previstos neste estudo que seratildeo
custeados pelo pesquisador responsaacutevel Tambeacutem natildeo haveraacute nenhuma forma de pagamento
pela sua participaccedilatildeo
Caso surja alguma duacutevida quanto agrave eacutetica do estudo o (a) Sr(a) deveraacute se reportar ao
Comitecirc de Eacutetica em Pesquisas envolvendo seres humanos ndash subordinado ao Conselho
Nacional de Eacutetica em Pesquisa oacutergatildeo do Ministeacuterio da Sauacutede atraveacutes de solicitaccedilatildeo ao
representante de pesquisa que estaraacute sob contato permanente ou contactando o Comitecirc de
Eacutetica em Pesquisa desta instituiccedilatildeo no telefone (21) 3971-1590 Eacute assegurado o completo
55
sigilo de sua identidade quanto a sua participaccedilatildeo neste estudo incluindo a eventualidade da
apresentaccedilatildeo dos resultados deste estudo em congressos e perioacutedicos cientiacuteficos
Eu________________________________________________________________________
residente do endereccedilo__________________________ fui informada dos objetivos e da
justificativa deste trabalho de forma clara e detalhada pela Dra Adriana de Mattos V da
Costa Recebi informaccedilotildees especificas sobre cada procedimento no qual estarei envolvida
dos desconfortos e riscos previstos tanto quanto dos benefiacutecios esperados Todas as minhas
duvidas foram respondidas com clareza e sei que poderei solicitar novos esclarecimentos a
qualquer momento Aleacutem disso sei que novas informaccedilotildees obtidas durante o estudo me seratildeo
fornecidas e que terei liberdade de retirar meu consentimento de participaccedilatildeo face a estas
informaccedilotildees sem prejuiacutezo para mim Aleacutem disto me foi entregue uma coacutepia da folha de
informaccedilotildees para os participantes a qual li compreendi e me deu plena liberdade para decidir
acerca da minha espontacircnea participaccedilatildeo nesta pesquisa Minha identidade jamais seraacute
publicada Os dados colhidos poderatildeo ser examinados por pessoas envolvidas no estudo com
autorizaccedilatildeo delegada do investigador e por pessoas delegadas pelo patrocinador Estou
recebendo uma coacutepia assinada deste Termo
Os pesquisadores responsaacuteveis pelo Projeto satildeo a Dra Lizanka Paola F Marinheiro e
sua aluna a Dra Adriana de Mattos Viveiros da Costa
56
Participante
Nome _________________________________
Assinatura________________________________
Data_________________________________________
Investigador
Nome____________________________________
Assinatura________________________________
Data_______________________________________
Pesquisadora
Nome______________________________________
Assinatura___________________________________
Data__________________________________________
Dra Lizanka Paola F Marinheiro
lizankaglobocom
tel 25541700
Dra Adriana de Mattos Vda Costa
adrianamattosmedyahoocombr
tel 87273315
Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa
Rua Afonso Cavalcanti 455 sala 710 ndash Cidade Nova -
Telefone 3971-1463
24
53 Criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo
Os criteacuterios de inclusatildeo e exclusatildeo foram os mesmos utilizados do estudo anterior
(Oliveira et al 2007) Sendo os criteacuterios de inclusatildeo as mulheres que estavam na menopausa
e que tinham residecircncia fixa na Ilha de Paquetaacute e os criteacuterios de exclusatildeo a historia pessoal
de doenccedilas que sabidamente afetam o metabolismo oacutesseo direta ou indiretamente (como
artrite reumatoacuteide luacutepus eritematoso sistecircmico hiperparatireoidismo osteogecircnese imperfeita)
e as neoplasias malignas exceto carcinoma basocelular de pele
54 Alocaccedilotildees de pacientes
A populaccedilatildeo elegiacutevel era constituiacuteda pelas 385 mulheres alocadas no estudo inicial
(Oliveira et al 2007) No trabalho de Oliveira et al (2007) foi realizado um estudo transversal
com recrutamento por auto-seleccedilatildeo ou demanda espontacircnea no ano de 2003 na Ilha de
Paquetaacute Rio de Janeiro Brasil Foram estudadas 385 mulheres na poacutes-menopausa
(diagnoacutestico cliacutenico) residentes no local apoacutes a aplicaccedilatildeo dos criteacuterios de exclusatildeo
(existecircncia de pino metaacutelico ou edema com cacifo em ambos os peacutes ou impossibilitadas de
posicionar os peacutes no aparelho de ultra-sonometria oacutessea) Todas as mulheres responderam na
eacutepoca a um questionaacuterio e foram submetidas a medidas antropomeacutetricas e agrave USO
No presente estudo considerando uma significacircncia de 95 e um poder de 80 uma
prevalecircncia de 15 de fraturas na populaccedilatildeo de risco (Clark et al 2009) o tamanho amostral
previsto foi de 130 mulheres Poreacutem devido agraves perdas o tamanho amostral final foi de 86
pacientes
Atraveacutes do banco de dados jaacute existente todas as pacientes foram re-contactadas As
mulheres foram localizadas atraveacutes de telefonemas e comparecimento no hospital local onde
25
eacute realizado a atenccedilatildeo baacutesica de sauacutede Foram realizados pelo menos 2 telefonemas com
intervalo de 1 semana entre eles Como ldquoperdasrdquo foram consideradas as pacientes natildeo
encontradas apoacutes os dois telefonemas (035 dos telefones estavam errados e 049 das
pacientes tinham telefone quebrado ou ocupado) pacientes que natildeo quiseram ou natildeo
puderam responder ao questionaacuterio (008) e pacientes falecidas (006)
As pacientes selecionadas foram submetidas a um questionaacuterio de avaliaccedilatildeo de fatores
relacionados agrave fragilidade oacutessea conhecido como European Vertebral Osteoporosis Study
(EVOS) jaacute validado previamente para o portuguecircs (OrsquoNeill et al 1996) e jaacute utilizados em
importantes estudos (Pinheiro et al 2006 Clark et al 2009) O questionaacuterio EVOS eacute
composto por dados soacutecio-demograacuteficos (idade estado civil escolaridade cor renda familiar
e nuacutemero de dependentes desta haacutebitos de vida) e histoacuteria reprodutiva pessoal sumaacuteria
(idade da menarca idade da menopausa tipo de menopausa) Os dados antropomeacutetricos
foram aferidos segundo criteacuterios adotados internacionalmente com medidas de peso e altura
observando intervalos de 01kg e 001m respectivamente
A definiccedilatildeo de fratura por fragilidade oacutessea foi a mesma utilizada por Pinheiro et al
(2010a) como aquela resultante de uma queda da proacutepria altura ou trauma menos intenso em
indiviacuteduos com 50 anos ou mais em siacutetios esqueleacuteticos especiacuteficos antebraccedilo fecircmur
costelas veacutertebras e uacutemero E a documentaccedilatildeo de fraturas foi realizada atraveacutes de relato da
paciente (fratura referida) As fraturas traumaacuteticas (apoacutes acidente automobiliacutestico ou outras
condiccedilotildees sob forte impacto) ou as de baixo impacto natildeo relacionadas agrave osteoporose (como
por exemplo as de face tornozelo metacarpo falanges) natildeo foram consideradas
O estudo obedeceu aos criteacuterios de eacutetica preconizados pela resoluccedilatildeo no 19696 do
Conselho Nacional de Sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede e foi aprovado previamente pelo Comitecirc
26
de Eacutetica em Pesquisa da FiocruzIFF e pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Prefeitura Todas
as mulheres assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido antes de qualquer
procedimento
55 Anaacutelise Estatiacutestica
Os dados foram registrados em planilha Excel e analisados pelo programa Statistical
Package for Social Sciences (SPSS) versatildeo 170 Para avaliar diferenccedilas entre os grupos as
variaacuteveis categoacutericas foram avaliadas pelo Qui-quadrado de Pearson ou o teste exato de
Fisher A relaccedilatildeo entre as variaacuteveis categoacutericas e ordinal e entre as variaacuteveis numeacutericas foi
avaliada pelo teste de Mann-Whitney que eacute um teste natildeo-parameacutetrico que equivale ao teste t
escolhido pelo tamanho da amostra A relaccedilatildeo entre as variaacuteveis numeacutericas foi avaliada pelo
coeficiente de Sperman que eacute uma estatiacutestica natildeo parameacutetrica utilizada para dados natildeo
normais eou amostra pequena Para todos os testes o niacutevel de significacircncia adotado foi de
5 A variaacutevel dependente foi a presenccedila de fratura (sim ou natildeo) e as variaacuteveis
independentes foram idade (em anos) resultado de USO (normal ou alterado) tempo de
menopausa (em anos) siacutetio de localizaccedilatildeo de fraturas IMC (abaixo do pesonormal
sobrepeso obeso) tabagismo (fumante ou natildeo fumante) atividade fiacutesica (leve
moderadapesada) frequecircncia diaacuteria de ingestatildeo de leite (em coposdia) e as variaacuteveis
binaacuterias como o histoacuterico familiar de fratura de quadril osteoporose uso de anticoncepcional
ausecircncia de menstruaccedilatildeo retirada de uacutetero ou ovaacuterios amamentaccedilatildeo paciente acamado e
etilismo O caacutelculo do risco relativo (RR) foi feito para avaliar a relaccedilatildeo entre o USO e a
presenccedila de fraturas Para isso foi considerado pacientes com USO normal aqueles com
resultados do T-score gt-11 e USO alterado aqueles com T-score lt-11 O niacutevel de atividade
fiacutesica foi classificado em atividade leve (trabalho burocraacutetico em escritoacuterio na maior parte
do tempo sentado) atividade moderada (trabalhos na maior parte do tempo em peacute como
27
vendedor e dona-de-casa) atividade pesada (enfermeira empregada domeacutestica) Oliveira et al
2010) Para caacutelculo aproximado da ingestatildeo alimentar diaacuteria de caacutelcio utilizou- se uma
adaptaccedilatildeo da Tabela Brasileira de Composiccedilatildeo de Alimentos 1 fatia queijo (90mg) 1 copo
de iogurte (1212mg) 1 copo leite (257mg) 1 bola se sorvete (135mg) E no final todos esses
alimentos foram convertidos em quantidade ingerida de copos de leite
28
6 Resultados Encontrados
61 Gerais
As caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas da populaccedilatildeo estudada estatildeo listadas na
tabela 1 A idade meacutedia das pacientes foi de 725 anos (DPplusmn 87) com a idade da menopausa
460 anos (DPplusmn 61) o tempo de menopausa 261 anos (DPplusmn 97) e o IMC de 264 (kgm2)
(DPplusmn 55) Essas caracteriacutesticas quando comparadas com o estudo anterior de 2003 (tabela
2) confirmam tratar-se da mesma populaccedilatildeo Apenas a idade e o tempo de menopausa
evidenciam ser a nossa populaccedilatildeo mais idosa Fator que se justifica pelo tempo ocorrido entre
os dois estudos
A incidecircncia de fratura por fragilidade oacutessea encontrada foi de 21 evidenciado no
graacutefico 1 Os principais siacutetios de fratura satildeo analisados na tabela 3 tendo como sitio principal
o antebraccedilo com 50 seguido pelo peacute com 192 e uacutemero 145 Jaacute na tabela 4 e no graacutefico
2 pode ser observado que a idade da populaccedilatildeo estudada variou entre 54 e 97 anos com meacutedia
de 72 anos com DP plusmn 90 No grupo de pacientes fraturadas 50 tinham entre 65 e 79 anos
sugerindo ser essa faixa etaacuteria mais susceptiacutevel as fraturas por fragilidade oacutessea
62 USO preacutevia X Fraturas
Foi verificado na tabela 5 a associaccedilatildeo entre o resultado da (USO) preacutevia e o desfecho
fraturas por fragilidade oacutessea De todas as pacientes que fizeram USO no estudo inicial 66
participaram deste estudo Das 50 pacientes que tiveram o USO alterado 22 tiveram
fraturas nesse periacuteodo E as pacientes com USO considerada normal 194 tiveram fraturas
por fragilidade oacutessea O RR= 113 (IC95 048 - 263) sugere que as mulheres que tiveram
29
USO alterado tem um risco de fraturar de 13 maior em relaccedilatildeo as pacientes com resultado
de USO considerado normal
63 Caracteriacutesticas cliacutenicas e comportamentais X Fratura
As pacientes foram analisadas quanto as variaacuteveis clinicas e comportamentais
Considerando a tabela 6 as pacientes que tiveram fraturas se mostraram com maior
sobrepeso ou obesas (722) com maior historia familiar de fratura de quadril (133) e
com maior diagnostico de osteoporose (471) do que as pacientes sem fraturas (p
valorgt005) Jaacute o uso de anticoncepcional ou o uso de reposiccedilatildeo hormonal natildeo se mostraram
ser relevantes para ocorrecircncia de fraturas nessa amostra E 235 das pacientes acamadas por
mais de dois meses sofreram alguma fratura com p valor lt005 Evidenciando associaccedilatildeo
entre a paciente ficar acamada por mais de dois meses e sofrer fratura por fragilidade oacutessea
Avaliando a tabela 7 foi notado que apenas 125 das pacientes que tiveram fratura eram
tabagistas e 167 eram etilistas natildeo se mostrando essas caracteriacutesticas como fatores de
risco A atividade fiacutesica moderadapesada ateacute 25 anos e acima de 50 anos apresentou
percentuais de 441 e 382 respectivamente Aleacutem disso entre 25 e 50 anos 444 das
pacientes com atividade fiacutesica moderadapesada tiveram fraturas e 441 das pacientes natildeo
tiveram fraturas para essa faixa etaacuteria (p valor gt005) Sendo assim natildeo houve associaccedilatildeo
entre a atividade fiacutesica e as fraturas Em relaccedilatildeo ao item ingestatildeo de leite apoacutes os 50 anos
456 das pacientes que natildeo tiveram fraturas ingeriam de 1 a 2 copos de leite por dia e
apenas 44 ingeriam mais de 3 copos de leite por dia No caso das pacientes que tiveram
fraturas apoacutes os 50 anos foi observado que 50 ingeriam de 1 a 2 copos de leite por dia e
167 ingeriam 3 copos ou mais de leite
30
64 Tempo de menopausa X Fratura
As pacientes foram avaliadas graacutefico 3 para verificar a associaccedilatildeo entre o tempo de
menopausa e o desfecho das fraturas A mediana do tempo de menopausa encontrado em
ambos os grupos foi de 262 com DP de plusmn98 Metade das pacientes que tiveram fraturas tem
entre 193 e 293 anos de menopausa com DP de plusmn72 A correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade
tempo de menopausa e IMC foi observado na tabela 8 onde evidenciada uma associaccedilatildeo
positiva entre a idade e o tempo de menopausa nos grupos de pacientes com e sem fraturas
Assim como foi verificado uma associaccedilatildeo negativa de quanto maior a idade e o tempo de
menopausa menor o IMC
31
Graacutefico 1
Graacutefico 2
32
Graacutefico 3
33
Tabela 1- Caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas das
mulheres poacutes menopausa (n=86)
Caracteriacutesticas Meacutedia plusmn desvio padratildeo
Idade (anos) 7255 plusmn 897
Idade da
menarca (anos) 1324 plusmn 184
Idade da
menopausa
(anos)
4608 plusmn 614
Tempo de
menopausa
(anos)
2618 plusmn976
Peso (kg)sect 6342 plusmn 1055
Altura (m)deg 155 plusmn 008
IMC (kgm2) 2643 plusmn 557
n=85 sectn=83 ordmn=82 n=81 n=80
Tabela 2-Caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas das
mulheres poacutes menopausa em 2003
Caracteriacutesticas Meacutedia plusmn desvio padratildeo
Idade (anos) 6463plusmn1270
Idade da
menarca (anos)
1304 plusmn 193
Idade da
menopausa
(anos)
4755 plusmn 601
Tempo de
menopausa
(anos)
1700 plusmn 1076
Peso (kg)sect 6533 plusmn 1270
Altura (m)deg 155 plusmn 006
IMC (kgm2) 2696 plusmn 477
34
Tabela 3 ndash Incidecircncia de fraturas em mulheres poacutes menopausa segundo a
localizaccedilatildeo de fratura 2003-2011
Tipo da fratura
n
Veacutertebra 1 38
Fecircmur 1 38
Costela 2 77
Antebraccedilo 13 500
Uacutemero 4 145
Peacute 5 192
Total 26 1000
Nota Algumas pacientes tiveram mais de uma fratura no periacuteodo
Tabela 4- Relaccedilatildeo entre idade e fratura nas mulheres na poacutes menopausa
Total
Fratura
Idade (anos) Natildeo Sim
N () n () n ()
54 a 64 anos 18 209 14 206 4 222
65 a 79 anos 48 558 39 574 9 500
80 a 97 anos 20 233 15 221 5 278
Total 86 1000 68 1000 18 1000
Meacutedia (DP) 725 (90) 713 (77) 729 (93)
Nota P-valor pelo teste de Mann-Whitney=0813
35
Tabela 5 - Incidecircncia de fratura em mulheres poacutes-menopausa segundo
resultado da USO 2003-2011
Resultado da
USO
Total
Fratura p-valor
Sim Natildeo
n n
()
IC95 n
()
Normal 36 7 194
89 -
3472
29 806
0496
Alterado 50 11 220
121 -
350
39 780
Total 86 18 209
133 -
305
68 791
Nota Risco relativo = 113 (IC95 048 - 263)
36
Tabela 6 ndash Caracteriacutesticas cliacutenicas de mulheres poacutes-menopausa segundo
fratura (n=86)
Fratura
Natildeo (n=68) Sim (n=18) Total
n ( ) n ( )
IMC
Abaixo do pesoNormal 24 (353) 5 (278) 28 0792
Sobrepeso 27 (397) 9 (500) 36
Obeso 17 (250) 4 (222) 21
Histoacuterico familiar de fratura de quadril
Natildeo 66 (985) 13 (867) 79 0085
Sim 1 (15) 2 (133) 3
Osteoporose
Natildeo 44 (800) 9 (529) 53 0055
Sim 11 (200) 8 (471) 19
Uso de anticoncepcional
Natildeo 32 (485) 10 (556) 42 0791
Sim 34 (515) 8 (444) 42
Ausecircncia de mentruaccedilatildeo
Natildeo 60 (909) 16 (941) 76 1000
Sim 6 (91) 1 (59) 7
Retirou o uacutetero
Natildeo 46 (687) 9 (500) 55 0170
Sim 21 (313) 9 (500) 30
Retirou os ovaacuterios
Natildeo 53 (815) 11 (647) 64 0187
Sim 12 (185) 6 (353) 18
Reposiccedilatildeo hormonal
Natildeo 51 (761) 13 (722) 64 0763
Sim 16 (239) 5 (278) 21
Amamentou
Natildeo 14 (206) 4 (222) 18 1000
Sim 54 (794) 14 (778) 68
Acamado por mais de dois meses
Natildeo 63 (940) 13 (765) 76 0049
Sim 4 (60) 4 (235) 8
Caracteriacutesticas clinicas
p-valor do
teste exato
de Fisher
37
Tabela 7 - Caracteriacutesticas comportamentais de mulheres poacutes-menopausa segundo
fratura (n=86)
Fratura
Natildeo (n=68) Sim (n=18) Total
n ( ) n ( )
Tabagismo
Natildeo fumante 47 (758) 14 (875) 61 0499
FumanteEx-fumante 15 (242) 2 (125) 17
Etilismo no uacuteltimo ano
Natildeo 48 (706) 15 (833) 63 0376
Sim 20 (294) 3 (167) 23
Atividade fiacutesica ateacute os 25 anos
Leve 38 (559) 11 (611) 49 0792
ModeradaPesada 30 (441) 7 (389) 37
Atividade fiacutesica entre os 25 e 50 anos
Leve 38 (559) 10 (556) 48 1000
ModeradaPesada 30 (441) 8 (444) 38
Atividade fiacutesica acima dos 50 anos
Leve 42 (618) 12 (667) 54 0789
ModeradaPesada 26 (382) 6 (333) 32
Frequecircncia diaacuteria de leite ateacute 25 anos
Nenhummenos 1 copodia 34 (500) 8 (444) 42 0910
1 a 2 coposdia 31 (456) 9 (500) 40
3 coposdia ou mais 3 (44) 1 (56) 4
Frequecircncia diaacuteria de leite apoacutes 50 anos
Nenhummenos 1 copodia 34 (500) 6 (333) 40 0103
1 a 2 coposdia 31 (456) 9 (500) 40
3 coposdia ou mais 3 (44) 3 (167) 6
Caracteriacutesticas
comportamentais
p-valor do
teste exato
de Fisher
Tabela 8- Coeficientes de correlaccedilatildeo de Spearman (rs) entre idade IMC e tempo de
menopausa em mulheres poacutes-menopausa
Variaacuteveis
IMC IdadeTempo de
menopausa
r s 1 -0144 -0151
p-valor 0569 0550
r s -0227 1 0736
p-valor 0074 lt0001
r s -0295 0761 1
p-valor 0020 lt0001
Variaacuteveis
IMC
Idade
Tempo de menopausa
Nota o triacircngulo superior direito (parte hachurada) se refere agraves correlaccedilotildees para as mulheres com
fratura e o inferior esquerdo (parte natildeo hachurada) agraves mulheres sem fratura
38
7 Discussatildeo
No Brasil os principais fatores cliacutenicos de risco para fraturas por fragilidade oacutessea
eram extrapolados a partir de estudos internacionais O estudo vem acrescentar informaccedilotildees
para se conhecer os fatores relacionados agrave essas fraturas Nossos resultados revelam que a
idade avanccedilada a historia familiar de fratura de quadril o diagnoacutestico de osteoporose e
tambeacutem o paciente ficar acamado por mais de 2 meses foram considerados fatores de risco
para fraturas por fragilidade oacutessea
Esse estudo mostrou concordacircncia com a Johnell amp Kanis (2006) onde o principal
siacutetio mundial de fratura por fragilidade oacutessea nas mulheres apoacutes a menopausa foi o antebraccedilo
Segundo o estudo Latin American Vertebral Osteoporosis Study (LAVOS) (Clark et al
2009) a fratura vertebral eacute a mais prevalente da ameacuterica latina com uma prevalecircncia de
142 diferente do nosso estudo onde a coluna vertebral e o colo do fecircmur aparecem
juntos em uacuteltimo lugar na lista de incidecircncia dos siacutetios de fratura Isso pode ser atribuiacutedo
devido a diferenccedila nos criteacuterios de definiccedilatildeo de fraturas pois no LAVOS optou-se pela
medida radiograacutefica do local de fraturas enquanto no nosso estudo as fraturas foram referidas
pelas pacientes
Os consensos sobre osteoporose tecircm propostos algoritmos para identificar indiviacuteduos
de alto risco para fraturas (Kanis et al 2008 WHO 1999) Para tanto a associaccedilatildeo de fatores
de risco para fraturas com a medida da USO eacute de suma importacircncia embora sejam poucas as
pacientes que tecircm oportunidade de realizar esse exame (Oliveira et al 2007) Assim o
presente trabalho mostrou um risco para fraturas por fragilidade oacutessea 13 maior nas
pacientes com resultado de USO alterada em relaccedilatildeo as pacientes que tiveram resultados de
39
USO normais vindo de encontro aos resultados encontrados por Oliveira et al (2007)
Corroborando o USO como um meacutetodo confiaacutevel para a prediccedilatildeo de fraturas
E semelhante a Pinheiro et al (2010a) o presente estudo revelou que os principais
fatores de risco para fraturas por fragilidade oacutessea satildeo a idade avanccedilada a historia familiar de
fratura de quadril e a presenccedila de osteoporose Isso pode ser atribuiacutedo ao fato de que no
estudo de Pinheiro et al (2010a) assim como no nosso estudo a populaccedilatildeo ser
predominantemente de mulheres acima dos 65 anos e viverem em aacuterea urbana tendo haacutebitos
de vida parecidos
O achado em nosso estudo que apresentou significacircncia estatiacutestica refere-se ao fator
de risco ldquopaciente acamado por mais de dois mesesrdquo como disposto na literatura (Pinheiro et
al 2010b Demir et al 2008) O que acontece eacute que com o paciente acamado por tempo
prolongado um maior remodelamento oacutesseo eacute observado Os osteoclastos responsaacuteveis pela
absorccedilatildeo oacutessea sobrepotildee os osteoblastos predispondo as fraturas por fragilidade oacutessea
(Fyhrie amp Schaffler 1994) Assim observou-se no estudo que 235 das pacientes
acamadas por mais de dois meses sofreram alguma fratura por fragilidade oacutessea com p valor
lt005 Isso reafirma a associaccedilatildeo entre a paciente ficar acamada por mais de dois meses e
sofrer fratura por fragilidade oacutessea Por outro lado o exerciacutecio fiacutesico que estaacute sabidamente
relacionado ao aumento da resistecircncia muscular do equiliacutebrio e da flexibilidade contribuindo
para a reduccedilatildeo da perda oacutessea e melhora da sauacutede em geral (Chan 2003) natildeo se mostrou
como fator de proteccedilatildeo neste estudo Provavelmente devido ao baixo percentual encontrado
de pacientes que praticavam atividade fiacutesica moderada ou pesada
O elevado IMC e a terapia de reposiccedilatildeo hormonal natildeo desempenharam papel protetor
na nossa populaccedilatildeo como seria o esperado por estudos anteriores (Pinheiro et al 2010c
40
Buttros et al 2011) Ao contrario o sobrepeso e obesidade foram considerados fatores de
risco Isso pode ser atribuiacutedo ao IMC meacutedio dessa populaccedilatildeo ser 264 (kgm2) (DPplusmn 55)
limiacutetrofe para sobrepeso Embora esse dado demonstre contrariedade com a literatura que
estabelece relaccedilatildeo inversa entre obesidade e fraturas por fragilidade oacutessea em nosso estudo
ter maior peso e IMC natildeo seriam fatores de risco para fraturas e sim caracteriacutesticas das
mulheres mais idosas em um contexto social de baixa escolaridade e renda Esse fato eacute
confirmado pelos resultados da Pesquisa Nacional sobre Sauacutede e Nutriccedilatildeo ( Batista F et al
2003) que demonstraram caraacuteter ascendente da obesidade nos estratos de mulheres com baixa
renda residentes na regiatildeo Sudeste
Aleacutem disso haacutebitos de vida como tabagismo e etilismo sabidamente relacionados agrave
maior risco para fraturas por fragilidade oacutessea (Pinheiro et al 2010) tambeacutem natildeo se
mostraram estar associados nesse estudo
A necessidade de caacutelcio do ser humano varia ao longo da vida e uma ingestatildeo
adequada para mulheres acima de 50 anos eacute de 1200 mg pois com a idade o corpo
naturalmente perde um pouco da capacidade de absorccedilatildeo de minerais (Nuacutecleo de Estudos e
Pesquisas em Alimentaccedilatildeo 2006) O fato de apenas 44 das mulheres que natildeo tiveram
fraturas e 167 das mulheres que tiveram fraturas ter referido consumo superior a
900mgdia (3 ou mais copos) foi fator de surpresa principalmente levando-se em conta o PIB
per capita da cidade superior ao da maioria dos municiacutepios brasileiros (IPEA 2000)
Assim como em estudos preacutevios (Pinheiro et al 2010c NHI 2001 Demir et al
2008) nossos dados tambeacutem demonstraram o hipoestrogenismo como importante fator de
risco para fraturas por fragilidade oacutessea jaacute que as pacientes com fratura tecircm entre 19 e 29
anos de menopausa Em recente estudo Demir et al (2008) estudaram 2769 mulheres na
41
poacutes-menopausa correlacionando a ocorrecircncia de osteoporose com o tempo de menopausa
Demonstraram que 106 das pacientes com ateacute trecircs anos de poacutes-menopausa tinham
osteoporose contra 329 das pacientes com sete anos ou mais Acredita-se que a deficiecircncia
estrogecircnica seja responsaacutevel por dois terccedilos da perda de massa oacutessea levando
consequentemente agraves fraturas por fragilidade oacutessea assim como observado (Position
statement of the North American Menopause Society 2010)
Os dados deste estudo podem ser limitados pois apesar de tratar-se de uma coorte as
participantes reportaram dados referentes a estilo de vida dieta antecedentes familiares e
pessoais o que pode ter ocasionado algum vieacutes recordatoacuterio Outra limitaccedilatildeo eacute que como
avaliado por Oliveira et al (2007) esta populaccedilatildeo apresenta a maior parte das mulheres com
baixo niacutevel socioeconocircmico e escolaridade sem acesso agrave adequada educaccedilatildeo nutricional e agrave
atividade fiacutesica orientada Por outro lado resultados encontrados sem significacircncia estatiacutestica
podem ter sido ocasionados pelo tamanho amostral reduzido devido a dificuldade de
rastreamento da populaccedilatildeo uma vez que a unidade de sauacutede natildeo atualizou o endereccedilo e
telefone das mulheres eleitas para o estudo Talvez se tivesse sido realizado contato anual
com essas mulheres natildeo teriacuteamos perdido o seguimento delas
42
8 Conclusatildeo
Devido agrave sua alta prevalecircncia e associaccedilatildeo com mortalidade e incapacidade a fratura
devido agrave fragilidade oacutessea deve ser considerada um problema de sauacutede puacuteblica no Brasil
Apesar das limitaccedilotildees o presente estudo foi realizado de forma prospectiva em mulheres
brasileiras na poacutes-menopausa devendo os seus resultados serem levados em consideraccedilatildeo
para a formulaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas de sauacutede para a prevenccedilatildeo e estrateacutegias de tratamento
para as fraturas Os fatores de risco encontrados como a idade avanccedilada a histoacuteria familiar
de fratura de quadril e a presenccedila de osteoporose devem ser acompanhados e combatidos para
tentar-se diminuir o risco para as fraturas Assim como o USO mostrou ser um meacutetodo
confiaacutevel para avaliar o risco para fraturas podendo ser implementado em maior escala do
que a atual Entatildeo acreditamos que novos estudos prospectivos com uma amostra mais
representativa devam ser realizados para se confirmar os fatores associados a fraturas por
fragilidade oacutessea na populaccedilatildeo brasileira para cada vez mais conhecermos o perfil da nossa
populaccedilatildeo e termos subsiacutedios para combater esse agravo
43
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48
10 Anexo 1 - Instrumento de coleta - EVOS (EUROPEAN VERTEBRAL
OSTEOPOROSIS STUDY)
Data _________
Nome________________________________________________________
Endereco_____________________________________________________
Fone _____________ Data de nascimento _________ RG
1- Dados antropomeacutetricos
Peso (Kg) Altura (m) IMC
2- Dados Ginecoloacutegicos
Idade da primeira menstruacao anos
Vocecirc jaacute usou piacutelula anticoncepcional por mais de 3 meses
sim natildeo natildeo sei
Vocecirc jaacute ficou algum periacuteodo em sua vida sem menstruar antes da menopausa (exceto se
gravidez) sim natildeo natildeo sei
Idade da ultima menstruaccedilatildeo anos
Numero de filhos
Vocecirc fez cirurgia para retirar o uacutetero sim com Idade ____ (anos)
natildeo natildeo sei
E para retirar os ovaacuterios (um ou os dois) sim idade ___ (anos)
natildeo natildeo sei
Vocecirc fez reposiccedilatildeo hormonal apos a menopausa sim natildeo natildeo sei
Se sim quando iniciado o periacuteodo foi superior a 1 ano sim natildeo natildeo sei
49
Vocecirc notou os seguintes sintomas na menopausa
calores sim natildeo natildeo sei
depressatildeo sim natildeo natildeo sei
insocircnia sim natildeo natildeo sei
outros sim natildeo natildeo sei
Vocecirc amamentou sim natildeo natildeo sei
Se sim quantas crianccedilas vocecirc amamentou por mais que 3 meses
3- Dados familiares
Em sua famiacutelia (pai matildee irmatildeos) existe historia de fratura de quadril apos os 50 anos de
idade sim natildeo natildeo sei
4- Histoacuteria de fratura
Vocecirc jaacute teve alguma fratura sim natildeo natildeo sei
Se sim em qual sitio esqueleacutetico com que idade e qual foi o tipo de trauma
Sitio Numero Idade (anos) Niacutevel do trauma
Vertebra
Fecircmur (colo trocanter)
Costela
Antebraccedilo
Uacutemero
Pe
Outras
Vocecirc sabe que tem osteoporose sim tenho natildeo natildeo tenho natildeo sei
5- Aacutelcool
Com que frequecircncia vocecirc bebeu no ultimo ano
Diariamente 5-6 dsem 3-4 dsem
50
1 -2 dsem lt 1 dsem nunca
Tipo de bebida destilados (uiacutesque cachaccedila vodka)
fermentados (cerveja vinho)
6- Imobilizaccedilatildeo
Vocecirc jaacute ficou acamado por um periacuteodo superior a 2 meses
sim natildeo natildeo sei
Se sim foi antes ou apos os 25 anos de idade
ano passado nunca
7- Fumo
Vocecirc fumou cigarro ou usou outras formas de fumo (cachimbo ou charuto)
atualmente no passado nunca
Com que idade iniciou anos
Se parou com que idade anos
Numero de cigarrosdia
8- Atividade Fiacutesica
Quantas tempo costuma passar diariamente ao ar livre caminhando ou andando de bicicleta
nenhuma a 1 h superior a 1 h
Qual a sua atividade fiacutesica durante diferentes periacuteodos de sua vida adulta
Ate os 25 anos 25 a 50 anos acima 50 anos
Niacutevel 1 (leve) 2 (moderada) 3 (pesada) 4
(muito pesada)
9- Impacto
Como vocecirc descreveria sua sauacutede geral neste momento
muito boa boa satisfatoacuteria regular ruim
10- Interrogatoacuterio sobre drogas
51
Vocecirc jaacute usou alguma medicaccedilatildeo oral ou injetaacutevel contendo corticosteroides por mais de 3
meses sim natildeo natildeo sei
Vocecirc jaacute usou alguma desses remeacutedios
Droga sim natildeo sei tempo
(meses)
parou ha quanto tempo
Hormocircnios
masculinos
Hormocircnios
femininos
Calcitonina
Fluacuteor
Caacutelcio
Vitamina D
Anabolizantes
Diureacuteticos
tiazidicos
11- Ingestatildeo de caacutelcio
Com que frequecircncia vocecirc comeu produtos derivados do leite na semana passada
(diassemana)
queijo amarelo queijo branco iogurte leite sorvete
Para os periacuteodos indicados abaixo com que frequecircncia vocecirc recebeu leite
ate 25 anos 25 a 50 anos Acima de 50 anos
Todas as refeiccedilotildees (3 ou + coposdia)
1-2 coposdia
52
Toda semana mas natildeo todo dia
lt 1 vezsemana
53
11 Anexo 2 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Projeto de Pesquisa Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade
oacutessea em mulheres na menopausa
Pesquisador responsaacutevel Dra Lizanka Paola F Marinheiro
Instituiccedilatildeo responsaacutevel Instituto Fernandes Figueira
Vocecirc estaacute sendo convidado a participar do projeto de pesquisa intitulado
Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea em mulheres na
menopausa por que vocecirc participou do estudo anterior realizado haacute 7 anos sobre a
osteoporose e suas consequumlecircncias
54
A osteoporose e uma doenccedila que se caracteriza pela diminuiccedilatildeo da resistecircncia do osso
tornando-o mais fraacutegil Essa fragilidade aumenta o risco da pessoa que tem osteoporose de ter
fraturas mesmo com atividades comuns como tossir ou espirrar
Com isso esse trabalho deseja avaliar a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea na
populaccedilatildeo de mulheres na poacutes menopausa residente da Ilha de Paquetaacute apoacutes 7 anos de
seguimento do uacuteltimo estudo transversal
Vocecirc natildeo eacute obrigada a participar Mas se quiser vocecirc teraacute que responder a um
questionaacuterio Para participar vocecirc natildeo teraacute que pagar nada O resultado seraacute fornecido apenas
a vocecirc ningueacutem mais saberaacute Suas duvidas seratildeo esclarecidas e vocecirc devera continuar
acompanhamento com seu meacutedico assistente Se vocecirc natildeo quiser participar natildeo seraacute
submetida a nenhum constrangimento fiacutesico ou moral e seu atendimento no posto de sauacutede
natildeo seraacute prejudicado A participante poderaacute se retirar do estudo a qualquer momento que
julgar necessaacuterio sem prejuiacutezo para a mesma O resultado de toda a pesquisa seraacute divulgada e
atraveacutes de artigos cientiacuteficos em revistas encontros congressos ou similares sem a
divulgaccedilatildeo dos nomes de quem participou de forma sigilosa
Sua participaccedilatildeo no estudo natildeo implicaraacute em custos adicionais O (A) Sr (a) natildeo teraacute
qualquer despesa com a realizaccedilatildeo dos procedimentos previstos neste estudo que seratildeo
custeados pelo pesquisador responsaacutevel Tambeacutem natildeo haveraacute nenhuma forma de pagamento
pela sua participaccedilatildeo
Caso surja alguma duacutevida quanto agrave eacutetica do estudo o (a) Sr(a) deveraacute se reportar ao
Comitecirc de Eacutetica em Pesquisas envolvendo seres humanos ndash subordinado ao Conselho
Nacional de Eacutetica em Pesquisa oacutergatildeo do Ministeacuterio da Sauacutede atraveacutes de solicitaccedilatildeo ao
representante de pesquisa que estaraacute sob contato permanente ou contactando o Comitecirc de
Eacutetica em Pesquisa desta instituiccedilatildeo no telefone (21) 3971-1590 Eacute assegurado o completo
55
sigilo de sua identidade quanto a sua participaccedilatildeo neste estudo incluindo a eventualidade da
apresentaccedilatildeo dos resultados deste estudo em congressos e perioacutedicos cientiacuteficos
Eu________________________________________________________________________
residente do endereccedilo__________________________ fui informada dos objetivos e da
justificativa deste trabalho de forma clara e detalhada pela Dra Adriana de Mattos V da
Costa Recebi informaccedilotildees especificas sobre cada procedimento no qual estarei envolvida
dos desconfortos e riscos previstos tanto quanto dos benefiacutecios esperados Todas as minhas
duvidas foram respondidas com clareza e sei que poderei solicitar novos esclarecimentos a
qualquer momento Aleacutem disso sei que novas informaccedilotildees obtidas durante o estudo me seratildeo
fornecidas e que terei liberdade de retirar meu consentimento de participaccedilatildeo face a estas
informaccedilotildees sem prejuiacutezo para mim Aleacutem disto me foi entregue uma coacutepia da folha de
informaccedilotildees para os participantes a qual li compreendi e me deu plena liberdade para decidir
acerca da minha espontacircnea participaccedilatildeo nesta pesquisa Minha identidade jamais seraacute
publicada Os dados colhidos poderatildeo ser examinados por pessoas envolvidas no estudo com
autorizaccedilatildeo delegada do investigador e por pessoas delegadas pelo patrocinador Estou
recebendo uma coacutepia assinada deste Termo
Os pesquisadores responsaacuteveis pelo Projeto satildeo a Dra Lizanka Paola F Marinheiro e
sua aluna a Dra Adriana de Mattos Viveiros da Costa
56
Participante
Nome _________________________________
Assinatura________________________________
Data_________________________________________
Investigador
Nome____________________________________
Assinatura________________________________
Data_______________________________________
Pesquisadora
Nome______________________________________
Assinatura___________________________________
Data__________________________________________
Dra Lizanka Paola F Marinheiro
lizankaglobocom
tel 25541700
Dra Adriana de Mattos Vda Costa
adrianamattosmedyahoocombr
tel 87273315
Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa
Rua Afonso Cavalcanti 455 sala 710 ndash Cidade Nova -
Telefone 3971-1463
25
eacute realizado a atenccedilatildeo baacutesica de sauacutede Foram realizados pelo menos 2 telefonemas com
intervalo de 1 semana entre eles Como ldquoperdasrdquo foram consideradas as pacientes natildeo
encontradas apoacutes os dois telefonemas (035 dos telefones estavam errados e 049 das
pacientes tinham telefone quebrado ou ocupado) pacientes que natildeo quiseram ou natildeo
puderam responder ao questionaacuterio (008) e pacientes falecidas (006)
As pacientes selecionadas foram submetidas a um questionaacuterio de avaliaccedilatildeo de fatores
relacionados agrave fragilidade oacutessea conhecido como European Vertebral Osteoporosis Study
(EVOS) jaacute validado previamente para o portuguecircs (OrsquoNeill et al 1996) e jaacute utilizados em
importantes estudos (Pinheiro et al 2006 Clark et al 2009) O questionaacuterio EVOS eacute
composto por dados soacutecio-demograacuteficos (idade estado civil escolaridade cor renda familiar
e nuacutemero de dependentes desta haacutebitos de vida) e histoacuteria reprodutiva pessoal sumaacuteria
(idade da menarca idade da menopausa tipo de menopausa) Os dados antropomeacutetricos
foram aferidos segundo criteacuterios adotados internacionalmente com medidas de peso e altura
observando intervalos de 01kg e 001m respectivamente
A definiccedilatildeo de fratura por fragilidade oacutessea foi a mesma utilizada por Pinheiro et al
(2010a) como aquela resultante de uma queda da proacutepria altura ou trauma menos intenso em
indiviacuteduos com 50 anos ou mais em siacutetios esqueleacuteticos especiacuteficos antebraccedilo fecircmur
costelas veacutertebras e uacutemero E a documentaccedilatildeo de fraturas foi realizada atraveacutes de relato da
paciente (fratura referida) As fraturas traumaacuteticas (apoacutes acidente automobiliacutestico ou outras
condiccedilotildees sob forte impacto) ou as de baixo impacto natildeo relacionadas agrave osteoporose (como
por exemplo as de face tornozelo metacarpo falanges) natildeo foram consideradas
O estudo obedeceu aos criteacuterios de eacutetica preconizados pela resoluccedilatildeo no 19696 do
Conselho Nacional de Sauacutede do Ministeacuterio da Sauacutede e foi aprovado previamente pelo Comitecirc
26
de Eacutetica em Pesquisa da FiocruzIFF e pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Prefeitura Todas
as mulheres assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido antes de qualquer
procedimento
55 Anaacutelise Estatiacutestica
Os dados foram registrados em planilha Excel e analisados pelo programa Statistical
Package for Social Sciences (SPSS) versatildeo 170 Para avaliar diferenccedilas entre os grupos as
variaacuteveis categoacutericas foram avaliadas pelo Qui-quadrado de Pearson ou o teste exato de
Fisher A relaccedilatildeo entre as variaacuteveis categoacutericas e ordinal e entre as variaacuteveis numeacutericas foi
avaliada pelo teste de Mann-Whitney que eacute um teste natildeo-parameacutetrico que equivale ao teste t
escolhido pelo tamanho da amostra A relaccedilatildeo entre as variaacuteveis numeacutericas foi avaliada pelo
coeficiente de Sperman que eacute uma estatiacutestica natildeo parameacutetrica utilizada para dados natildeo
normais eou amostra pequena Para todos os testes o niacutevel de significacircncia adotado foi de
5 A variaacutevel dependente foi a presenccedila de fratura (sim ou natildeo) e as variaacuteveis
independentes foram idade (em anos) resultado de USO (normal ou alterado) tempo de
menopausa (em anos) siacutetio de localizaccedilatildeo de fraturas IMC (abaixo do pesonormal
sobrepeso obeso) tabagismo (fumante ou natildeo fumante) atividade fiacutesica (leve
moderadapesada) frequecircncia diaacuteria de ingestatildeo de leite (em coposdia) e as variaacuteveis
binaacuterias como o histoacuterico familiar de fratura de quadril osteoporose uso de anticoncepcional
ausecircncia de menstruaccedilatildeo retirada de uacutetero ou ovaacuterios amamentaccedilatildeo paciente acamado e
etilismo O caacutelculo do risco relativo (RR) foi feito para avaliar a relaccedilatildeo entre o USO e a
presenccedila de fraturas Para isso foi considerado pacientes com USO normal aqueles com
resultados do T-score gt-11 e USO alterado aqueles com T-score lt-11 O niacutevel de atividade
fiacutesica foi classificado em atividade leve (trabalho burocraacutetico em escritoacuterio na maior parte
do tempo sentado) atividade moderada (trabalhos na maior parte do tempo em peacute como
27
vendedor e dona-de-casa) atividade pesada (enfermeira empregada domeacutestica) Oliveira et al
2010) Para caacutelculo aproximado da ingestatildeo alimentar diaacuteria de caacutelcio utilizou- se uma
adaptaccedilatildeo da Tabela Brasileira de Composiccedilatildeo de Alimentos 1 fatia queijo (90mg) 1 copo
de iogurte (1212mg) 1 copo leite (257mg) 1 bola se sorvete (135mg) E no final todos esses
alimentos foram convertidos em quantidade ingerida de copos de leite
28
6 Resultados Encontrados
61 Gerais
As caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas da populaccedilatildeo estudada estatildeo listadas na
tabela 1 A idade meacutedia das pacientes foi de 725 anos (DPplusmn 87) com a idade da menopausa
460 anos (DPplusmn 61) o tempo de menopausa 261 anos (DPplusmn 97) e o IMC de 264 (kgm2)
(DPplusmn 55) Essas caracteriacutesticas quando comparadas com o estudo anterior de 2003 (tabela
2) confirmam tratar-se da mesma populaccedilatildeo Apenas a idade e o tempo de menopausa
evidenciam ser a nossa populaccedilatildeo mais idosa Fator que se justifica pelo tempo ocorrido entre
os dois estudos
A incidecircncia de fratura por fragilidade oacutessea encontrada foi de 21 evidenciado no
graacutefico 1 Os principais siacutetios de fratura satildeo analisados na tabela 3 tendo como sitio principal
o antebraccedilo com 50 seguido pelo peacute com 192 e uacutemero 145 Jaacute na tabela 4 e no graacutefico
2 pode ser observado que a idade da populaccedilatildeo estudada variou entre 54 e 97 anos com meacutedia
de 72 anos com DP plusmn 90 No grupo de pacientes fraturadas 50 tinham entre 65 e 79 anos
sugerindo ser essa faixa etaacuteria mais susceptiacutevel as fraturas por fragilidade oacutessea
62 USO preacutevia X Fraturas
Foi verificado na tabela 5 a associaccedilatildeo entre o resultado da (USO) preacutevia e o desfecho
fraturas por fragilidade oacutessea De todas as pacientes que fizeram USO no estudo inicial 66
participaram deste estudo Das 50 pacientes que tiveram o USO alterado 22 tiveram
fraturas nesse periacuteodo E as pacientes com USO considerada normal 194 tiveram fraturas
por fragilidade oacutessea O RR= 113 (IC95 048 - 263) sugere que as mulheres que tiveram
29
USO alterado tem um risco de fraturar de 13 maior em relaccedilatildeo as pacientes com resultado
de USO considerado normal
63 Caracteriacutesticas cliacutenicas e comportamentais X Fratura
As pacientes foram analisadas quanto as variaacuteveis clinicas e comportamentais
Considerando a tabela 6 as pacientes que tiveram fraturas se mostraram com maior
sobrepeso ou obesas (722) com maior historia familiar de fratura de quadril (133) e
com maior diagnostico de osteoporose (471) do que as pacientes sem fraturas (p
valorgt005) Jaacute o uso de anticoncepcional ou o uso de reposiccedilatildeo hormonal natildeo se mostraram
ser relevantes para ocorrecircncia de fraturas nessa amostra E 235 das pacientes acamadas por
mais de dois meses sofreram alguma fratura com p valor lt005 Evidenciando associaccedilatildeo
entre a paciente ficar acamada por mais de dois meses e sofrer fratura por fragilidade oacutessea
Avaliando a tabela 7 foi notado que apenas 125 das pacientes que tiveram fratura eram
tabagistas e 167 eram etilistas natildeo se mostrando essas caracteriacutesticas como fatores de
risco A atividade fiacutesica moderadapesada ateacute 25 anos e acima de 50 anos apresentou
percentuais de 441 e 382 respectivamente Aleacutem disso entre 25 e 50 anos 444 das
pacientes com atividade fiacutesica moderadapesada tiveram fraturas e 441 das pacientes natildeo
tiveram fraturas para essa faixa etaacuteria (p valor gt005) Sendo assim natildeo houve associaccedilatildeo
entre a atividade fiacutesica e as fraturas Em relaccedilatildeo ao item ingestatildeo de leite apoacutes os 50 anos
456 das pacientes que natildeo tiveram fraturas ingeriam de 1 a 2 copos de leite por dia e
apenas 44 ingeriam mais de 3 copos de leite por dia No caso das pacientes que tiveram
fraturas apoacutes os 50 anos foi observado que 50 ingeriam de 1 a 2 copos de leite por dia e
167 ingeriam 3 copos ou mais de leite
30
64 Tempo de menopausa X Fratura
As pacientes foram avaliadas graacutefico 3 para verificar a associaccedilatildeo entre o tempo de
menopausa e o desfecho das fraturas A mediana do tempo de menopausa encontrado em
ambos os grupos foi de 262 com DP de plusmn98 Metade das pacientes que tiveram fraturas tem
entre 193 e 293 anos de menopausa com DP de plusmn72 A correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade
tempo de menopausa e IMC foi observado na tabela 8 onde evidenciada uma associaccedilatildeo
positiva entre a idade e o tempo de menopausa nos grupos de pacientes com e sem fraturas
Assim como foi verificado uma associaccedilatildeo negativa de quanto maior a idade e o tempo de
menopausa menor o IMC
31
Graacutefico 1
Graacutefico 2
32
Graacutefico 3
33
Tabela 1- Caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas das
mulheres poacutes menopausa (n=86)
Caracteriacutesticas Meacutedia plusmn desvio padratildeo
Idade (anos) 7255 plusmn 897
Idade da
menarca (anos) 1324 plusmn 184
Idade da
menopausa
(anos)
4608 plusmn 614
Tempo de
menopausa
(anos)
2618 plusmn976
Peso (kg)sect 6342 plusmn 1055
Altura (m)deg 155 plusmn 008
IMC (kgm2) 2643 plusmn 557
n=85 sectn=83 ordmn=82 n=81 n=80
Tabela 2-Caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas das
mulheres poacutes menopausa em 2003
Caracteriacutesticas Meacutedia plusmn desvio padratildeo
Idade (anos) 6463plusmn1270
Idade da
menarca (anos)
1304 plusmn 193
Idade da
menopausa
(anos)
4755 plusmn 601
Tempo de
menopausa
(anos)
1700 plusmn 1076
Peso (kg)sect 6533 plusmn 1270
Altura (m)deg 155 plusmn 006
IMC (kgm2) 2696 plusmn 477
34
Tabela 3 ndash Incidecircncia de fraturas em mulheres poacutes menopausa segundo a
localizaccedilatildeo de fratura 2003-2011
Tipo da fratura
n
Veacutertebra 1 38
Fecircmur 1 38
Costela 2 77
Antebraccedilo 13 500
Uacutemero 4 145
Peacute 5 192
Total 26 1000
Nota Algumas pacientes tiveram mais de uma fratura no periacuteodo
Tabela 4- Relaccedilatildeo entre idade e fratura nas mulheres na poacutes menopausa
Total
Fratura
Idade (anos) Natildeo Sim
N () n () n ()
54 a 64 anos 18 209 14 206 4 222
65 a 79 anos 48 558 39 574 9 500
80 a 97 anos 20 233 15 221 5 278
Total 86 1000 68 1000 18 1000
Meacutedia (DP) 725 (90) 713 (77) 729 (93)
Nota P-valor pelo teste de Mann-Whitney=0813
35
Tabela 5 - Incidecircncia de fratura em mulheres poacutes-menopausa segundo
resultado da USO 2003-2011
Resultado da
USO
Total
Fratura p-valor
Sim Natildeo
n n
()
IC95 n
()
Normal 36 7 194
89 -
3472
29 806
0496
Alterado 50 11 220
121 -
350
39 780
Total 86 18 209
133 -
305
68 791
Nota Risco relativo = 113 (IC95 048 - 263)
36
Tabela 6 ndash Caracteriacutesticas cliacutenicas de mulheres poacutes-menopausa segundo
fratura (n=86)
Fratura
Natildeo (n=68) Sim (n=18) Total
n ( ) n ( )
IMC
Abaixo do pesoNormal 24 (353) 5 (278) 28 0792
Sobrepeso 27 (397) 9 (500) 36
Obeso 17 (250) 4 (222) 21
Histoacuterico familiar de fratura de quadril
Natildeo 66 (985) 13 (867) 79 0085
Sim 1 (15) 2 (133) 3
Osteoporose
Natildeo 44 (800) 9 (529) 53 0055
Sim 11 (200) 8 (471) 19
Uso de anticoncepcional
Natildeo 32 (485) 10 (556) 42 0791
Sim 34 (515) 8 (444) 42
Ausecircncia de mentruaccedilatildeo
Natildeo 60 (909) 16 (941) 76 1000
Sim 6 (91) 1 (59) 7
Retirou o uacutetero
Natildeo 46 (687) 9 (500) 55 0170
Sim 21 (313) 9 (500) 30
Retirou os ovaacuterios
Natildeo 53 (815) 11 (647) 64 0187
Sim 12 (185) 6 (353) 18
Reposiccedilatildeo hormonal
Natildeo 51 (761) 13 (722) 64 0763
Sim 16 (239) 5 (278) 21
Amamentou
Natildeo 14 (206) 4 (222) 18 1000
Sim 54 (794) 14 (778) 68
Acamado por mais de dois meses
Natildeo 63 (940) 13 (765) 76 0049
Sim 4 (60) 4 (235) 8
Caracteriacutesticas clinicas
p-valor do
teste exato
de Fisher
37
Tabela 7 - Caracteriacutesticas comportamentais de mulheres poacutes-menopausa segundo
fratura (n=86)
Fratura
Natildeo (n=68) Sim (n=18) Total
n ( ) n ( )
Tabagismo
Natildeo fumante 47 (758) 14 (875) 61 0499
FumanteEx-fumante 15 (242) 2 (125) 17
Etilismo no uacuteltimo ano
Natildeo 48 (706) 15 (833) 63 0376
Sim 20 (294) 3 (167) 23
Atividade fiacutesica ateacute os 25 anos
Leve 38 (559) 11 (611) 49 0792
ModeradaPesada 30 (441) 7 (389) 37
Atividade fiacutesica entre os 25 e 50 anos
Leve 38 (559) 10 (556) 48 1000
ModeradaPesada 30 (441) 8 (444) 38
Atividade fiacutesica acima dos 50 anos
Leve 42 (618) 12 (667) 54 0789
ModeradaPesada 26 (382) 6 (333) 32
Frequecircncia diaacuteria de leite ateacute 25 anos
Nenhummenos 1 copodia 34 (500) 8 (444) 42 0910
1 a 2 coposdia 31 (456) 9 (500) 40
3 coposdia ou mais 3 (44) 1 (56) 4
Frequecircncia diaacuteria de leite apoacutes 50 anos
Nenhummenos 1 copodia 34 (500) 6 (333) 40 0103
1 a 2 coposdia 31 (456) 9 (500) 40
3 coposdia ou mais 3 (44) 3 (167) 6
Caracteriacutesticas
comportamentais
p-valor do
teste exato
de Fisher
Tabela 8- Coeficientes de correlaccedilatildeo de Spearman (rs) entre idade IMC e tempo de
menopausa em mulheres poacutes-menopausa
Variaacuteveis
IMC IdadeTempo de
menopausa
r s 1 -0144 -0151
p-valor 0569 0550
r s -0227 1 0736
p-valor 0074 lt0001
r s -0295 0761 1
p-valor 0020 lt0001
Variaacuteveis
IMC
Idade
Tempo de menopausa
Nota o triacircngulo superior direito (parte hachurada) se refere agraves correlaccedilotildees para as mulheres com
fratura e o inferior esquerdo (parte natildeo hachurada) agraves mulheres sem fratura
38
7 Discussatildeo
No Brasil os principais fatores cliacutenicos de risco para fraturas por fragilidade oacutessea
eram extrapolados a partir de estudos internacionais O estudo vem acrescentar informaccedilotildees
para se conhecer os fatores relacionados agrave essas fraturas Nossos resultados revelam que a
idade avanccedilada a historia familiar de fratura de quadril o diagnoacutestico de osteoporose e
tambeacutem o paciente ficar acamado por mais de 2 meses foram considerados fatores de risco
para fraturas por fragilidade oacutessea
Esse estudo mostrou concordacircncia com a Johnell amp Kanis (2006) onde o principal
siacutetio mundial de fratura por fragilidade oacutessea nas mulheres apoacutes a menopausa foi o antebraccedilo
Segundo o estudo Latin American Vertebral Osteoporosis Study (LAVOS) (Clark et al
2009) a fratura vertebral eacute a mais prevalente da ameacuterica latina com uma prevalecircncia de
142 diferente do nosso estudo onde a coluna vertebral e o colo do fecircmur aparecem
juntos em uacuteltimo lugar na lista de incidecircncia dos siacutetios de fratura Isso pode ser atribuiacutedo
devido a diferenccedila nos criteacuterios de definiccedilatildeo de fraturas pois no LAVOS optou-se pela
medida radiograacutefica do local de fraturas enquanto no nosso estudo as fraturas foram referidas
pelas pacientes
Os consensos sobre osteoporose tecircm propostos algoritmos para identificar indiviacuteduos
de alto risco para fraturas (Kanis et al 2008 WHO 1999) Para tanto a associaccedilatildeo de fatores
de risco para fraturas com a medida da USO eacute de suma importacircncia embora sejam poucas as
pacientes que tecircm oportunidade de realizar esse exame (Oliveira et al 2007) Assim o
presente trabalho mostrou um risco para fraturas por fragilidade oacutessea 13 maior nas
pacientes com resultado de USO alterada em relaccedilatildeo as pacientes que tiveram resultados de
39
USO normais vindo de encontro aos resultados encontrados por Oliveira et al (2007)
Corroborando o USO como um meacutetodo confiaacutevel para a prediccedilatildeo de fraturas
E semelhante a Pinheiro et al (2010a) o presente estudo revelou que os principais
fatores de risco para fraturas por fragilidade oacutessea satildeo a idade avanccedilada a historia familiar de
fratura de quadril e a presenccedila de osteoporose Isso pode ser atribuiacutedo ao fato de que no
estudo de Pinheiro et al (2010a) assim como no nosso estudo a populaccedilatildeo ser
predominantemente de mulheres acima dos 65 anos e viverem em aacuterea urbana tendo haacutebitos
de vida parecidos
O achado em nosso estudo que apresentou significacircncia estatiacutestica refere-se ao fator
de risco ldquopaciente acamado por mais de dois mesesrdquo como disposto na literatura (Pinheiro et
al 2010b Demir et al 2008) O que acontece eacute que com o paciente acamado por tempo
prolongado um maior remodelamento oacutesseo eacute observado Os osteoclastos responsaacuteveis pela
absorccedilatildeo oacutessea sobrepotildee os osteoblastos predispondo as fraturas por fragilidade oacutessea
(Fyhrie amp Schaffler 1994) Assim observou-se no estudo que 235 das pacientes
acamadas por mais de dois meses sofreram alguma fratura por fragilidade oacutessea com p valor
lt005 Isso reafirma a associaccedilatildeo entre a paciente ficar acamada por mais de dois meses e
sofrer fratura por fragilidade oacutessea Por outro lado o exerciacutecio fiacutesico que estaacute sabidamente
relacionado ao aumento da resistecircncia muscular do equiliacutebrio e da flexibilidade contribuindo
para a reduccedilatildeo da perda oacutessea e melhora da sauacutede em geral (Chan 2003) natildeo se mostrou
como fator de proteccedilatildeo neste estudo Provavelmente devido ao baixo percentual encontrado
de pacientes que praticavam atividade fiacutesica moderada ou pesada
O elevado IMC e a terapia de reposiccedilatildeo hormonal natildeo desempenharam papel protetor
na nossa populaccedilatildeo como seria o esperado por estudos anteriores (Pinheiro et al 2010c
40
Buttros et al 2011) Ao contrario o sobrepeso e obesidade foram considerados fatores de
risco Isso pode ser atribuiacutedo ao IMC meacutedio dessa populaccedilatildeo ser 264 (kgm2) (DPplusmn 55)
limiacutetrofe para sobrepeso Embora esse dado demonstre contrariedade com a literatura que
estabelece relaccedilatildeo inversa entre obesidade e fraturas por fragilidade oacutessea em nosso estudo
ter maior peso e IMC natildeo seriam fatores de risco para fraturas e sim caracteriacutesticas das
mulheres mais idosas em um contexto social de baixa escolaridade e renda Esse fato eacute
confirmado pelos resultados da Pesquisa Nacional sobre Sauacutede e Nutriccedilatildeo ( Batista F et al
2003) que demonstraram caraacuteter ascendente da obesidade nos estratos de mulheres com baixa
renda residentes na regiatildeo Sudeste
Aleacutem disso haacutebitos de vida como tabagismo e etilismo sabidamente relacionados agrave
maior risco para fraturas por fragilidade oacutessea (Pinheiro et al 2010) tambeacutem natildeo se
mostraram estar associados nesse estudo
A necessidade de caacutelcio do ser humano varia ao longo da vida e uma ingestatildeo
adequada para mulheres acima de 50 anos eacute de 1200 mg pois com a idade o corpo
naturalmente perde um pouco da capacidade de absorccedilatildeo de minerais (Nuacutecleo de Estudos e
Pesquisas em Alimentaccedilatildeo 2006) O fato de apenas 44 das mulheres que natildeo tiveram
fraturas e 167 das mulheres que tiveram fraturas ter referido consumo superior a
900mgdia (3 ou mais copos) foi fator de surpresa principalmente levando-se em conta o PIB
per capita da cidade superior ao da maioria dos municiacutepios brasileiros (IPEA 2000)
Assim como em estudos preacutevios (Pinheiro et al 2010c NHI 2001 Demir et al
2008) nossos dados tambeacutem demonstraram o hipoestrogenismo como importante fator de
risco para fraturas por fragilidade oacutessea jaacute que as pacientes com fratura tecircm entre 19 e 29
anos de menopausa Em recente estudo Demir et al (2008) estudaram 2769 mulheres na
41
poacutes-menopausa correlacionando a ocorrecircncia de osteoporose com o tempo de menopausa
Demonstraram que 106 das pacientes com ateacute trecircs anos de poacutes-menopausa tinham
osteoporose contra 329 das pacientes com sete anos ou mais Acredita-se que a deficiecircncia
estrogecircnica seja responsaacutevel por dois terccedilos da perda de massa oacutessea levando
consequentemente agraves fraturas por fragilidade oacutessea assim como observado (Position
statement of the North American Menopause Society 2010)
Os dados deste estudo podem ser limitados pois apesar de tratar-se de uma coorte as
participantes reportaram dados referentes a estilo de vida dieta antecedentes familiares e
pessoais o que pode ter ocasionado algum vieacutes recordatoacuterio Outra limitaccedilatildeo eacute que como
avaliado por Oliveira et al (2007) esta populaccedilatildeo apresenta a maior parte das mulheres com
baixo niacutevel socioeconocircmico e escolaridade sem acesso agrave adequada educaccedilatildeo nutricional e agrave
atividade fiacutesica orientada Por outro lado resultados encontrados sem significacircncia estatiacutestica
podem ter sido ocasionados pelo tamanho amostral reduzido devido a dificuldade de
rastreamento da populaccedilatildeo uma vez que a unidade de sauacutede natildeo atualizou o endereccedilo e
telefone das mulheres eleitas para o estudo Talvez se tivesse sido realizado contato anual
com essas mulheres natildeo teriacuteamos perdido o seguimento delas
42
8 Conclusatildeo
Devido agrave sua alta prevalecircncia e associaccedilatildeo com mortalidade e incapacidade a fratura
devido agrave fragilidade oacutessea deve ser considerada um problema de sauacutede puacuteblica no Brasil
Apesar das limitaccedilotildees o presente estudo foi realizado de forma prospectiva em mulheres
brasileiras na poacutes-menopausa devendo os seus resultados serem levados em consideraccedilatildeo
para a formulaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas de sauacutede para a prevenccedilatildeo e estrateacutegias de tratamento
para as fraturas Os fatores de risco encontrados como a idade avanccedilada a histoacuteria familiar
de fratura de quadril e a presenccedila de osteoporose devem ser acompanhados e combatidos para
tentar-se diminuir o risco para as fraturas Assim como o USO mostrou ser um meacutetodo
confiaacutevel para avaliar o risco para fraturas podendo ser implementado em maior escala do
que a atual Entatildeo acreditamos que novos estudos prospectivos com uma amostra mais
representativa devam ser realizados para se confirmar os fatores associados a fraturas por
fragilidade oacutessea na populaccedilatildeo brasileira para cada vez mais conhecermos o perfil da nossa
populaccedilatildeo e termos subsiacutedios para combater esse agravo
43
9 Referecircncias Bibliograacuteficas
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e temporais Cad Sauacutede Puacuteblica 2003 19 Suppl 1S181-91
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48
10 Anexo 1 - Instrumento de coleta - EVOS (EUROPEAN VERTEBRAL
OSTEOPOROSIS STUDY)
Data _________
Nome________________________________________________________
Endereco_____________________________________________________
Fone _____________ Data de nascimento _________ RG
1- Dados antropomeacutetricos
Peso (Kg) Altura (m) IMC
2- Dados Ginecoloacutegicos
Idade da primeira menstruacao anos
Vocecirc jaacute usou piacutelula anticoncepcional por mais de 3 meses
sim natildeo natildeo sei
Vocecirc jaacute ficou algum periacuteodo em sua vida sem menstruar antes da menopausa (exceto se
gravidez) sim natildeo natildeo sei
Idade da ultima menstruaccedilatildeo anos
Numero de filhos
Vocecirc fez cirurgia para retirar o uacutetero sim com Idade ____ (anos)
natildeo natildeo sei
E para retirar os ovaacuterios (um ou os dois) sim idade ___ (anos)
natildeo natildeo sei
Vocecirc fez reposiccedilatildeo hormonal apos a menopausa sim natildeo natildeo sei
Se sim quando iniciado o periacuteodo foi superior a 1 ano sim natildeo natildeo sei
49
Vocecirc notou os seguintes sintomas na menopausa
calores sim natildeo natildeo sei
depressatildeo sim natildeo natildeo sei
insocircnia sim natildeo natildeo sei
outros sim natildeo natildeo sei
Vocecirc amamentou sim natildeo natildeo sei
Se sim quantas crianccedilas vocecirc amamentou por mais que 3 meses
3- Dados familiares
Em sua famiacutelia (pai matildee irmatildeos) existe historia de fratura de quadril apos os 50 anos de
idade sim natildeo natildeo sei
4- Histoacuteria de fratura
Vocecirc jaacute teve alguma fratura sim natildeo natildeo sei
Se sim em qual sitio esqueleacutetico com que idade e qual foi o tipo de trauma
Sitio Numero Idade (anos) Niacutevel do trauma
Vertebra
Fecircmur (colo trocanter)
Costela
Antebraccedilo
Uacutemero
Pe
Outras
Vocecirc sabe que tem osteoporose sim tenho natildeo natildeo tenho natildeo sei
5- Aacutelcool
Com que frequecircncia vocecirc bebeu no ultimo ano
Diariamente 5-6 dsem 3-4 dsem
50
1 -2 dsem lt 1 dsem nunca
Tipo de bebida destilados (uiacutesque cachaccedila vodka)
fermentados (cerveja vinho)
6- Imobilizaccedilatildeo
Vocecirc jaacute ficou acamado por um periacuteodo superior a 2 meses
sim natildeo natildeo sei
Se sim foi antes ou apos os 25 anos de idade
ano passado nunca
7- Fumo
Vocecirc fumou cigarro ou usou outras formas de fumo (cachimbo ou charuto)
atualmente no passado nunca
Com que idade iniciou anos
Se parou com que idade anos
Numero de cigarrosdia
8- Atividade Fiacutesica
Quantas tempo costuma passar diariamente ao ar livre caminhando ou andando de bicicleta
nenhuma a 1 h superior a 1 h
Qual a sua atividade fiacutesica durante diferentes periacuteodos de sua vida adulta
Ate os 25 anos 25 a 50 anos acima 50 anos
Niacutevel 1 (leve) 2 (moderada) 3 (pesada) 4
(muito pesada)
9- Impacto
Como vocecirc descreveria sua sauacutede geral neste momento
muito boa boa satisfatoacuteria regular ruim
10- Interrogatoacuterio sobre drogas
51
Vocecirc jaacute usou alguma medicaccedilatildeo oral ou injetaacutevel contendo corticosteroides por mais de 3
meses sim natildeo natildeo sei
Vocecirc jaacute usou alguma desses remeacutedios
Droga sim natildeo sei tempo
(meses)
parou ha quanto tempo
Hormocircnios
masculinos
Hormocircnios
femininos
Calcitonina
Fluacuteor
Caacutelcio
Vitamina D
Anabolizantes
Diureacuteticos
tiazidicos
11- Ingestatildeo de caacutelcio
Com que frequecircncia vocecirc comeu produtos derivados do leite na semana passada
(diassemana)
queijo amarelo queijo branco iogurte leite sorvete
Para os periacuteodos indicados abaixo com que frequecircncia vocecirc recebeu leite
ate 25 anos 25 a 50 anos Acima de 50 anos
Todas as refeiccedilotildees (3 ou + coposdia)
1-2 coposdia
52
Toda semana mas natildeo todo dia
lt 1 vezsemana
53
11 Anexo 2 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Projeto de Pesquisa Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade
oacutessea em mulheres na menopausa
Pesquisador responsaacutevel Dra Lizanka Paola F Marinheiro
Instituiccedilatildeo responsaacutevel Instituto Fernandes Figueira
Vocecirc estaacute sendo convidado a participar do projeto de pesquisa intitulado
Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea em mulheres na
menopausa por que vocecirc participou do estudo anterior realizado haacute 7 anos sobre a
osteoporose e suas consequumlecircncias
54
A osteoporose e uma doenccedila que se caracteriza pela diminuiccedilatildeo da resistecircncia do osso
tornando-o mais fraacutegil Essa fragilidade aumenta o risco da pessoa que tem osteoporose de ter
fraturas mesmo com atividades comuns como tossir ou espirrar
Com isso esse trabalho deseja avaliar a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea na
populaccedilatildeo de mulheres na poacutes menopausa residente da Ilha de Paquetaacute apoacutes 7 anos de
seguimento do uacuteltimo estudo transversal
Vocecirc natildeo eacute obrigada a participar Mas se quiser vocecirc teraacute que responder a um
questionaacuterio Para participar vocecirc natildeo teraacute que pagar nada O resultado seraacute fornecido apenas
a vocecirc ningueacutem mais saberaacute Suas duvidas seratildeo esclarecidas e vocecirc devera continuar
acompanhamento com seu meacutedico assistente Se vocecirc natildeo quiser participar natildeo seraacute
submetida a nenhum constrangimento fiacutesico ou moral e seu atendimento no posto de sauacutede
natildeo seraacute prejudicado A participante poderaacute se retirar do estudo a qualquer momento que
julgar necessaacuterio sem prejuiacutezo para a mesma O resultado de toda a pesquisa seraacute divulgada e
atraveacutes de artigos cientiacuteficos em revistas encontros congressos ou similares sem a
divulgaccedilatildeo dos nomes de quem participou de forma sigilosa
Sua participaccedilatildeo no estudo natildeo implicaraacute em custos adicionais O (A) Sr (a) natildeo teraacute
qualquer despesa com a realizaccedilatildeo dos procedimentos previstos neste estudo que seratildeo
custeados pelo pesquisador responsaacutevel Tambeacutem natildeo haveraacute nenhuma forma de pagamento
pela sua participaccedilatildeo
Caso surja alguma duacutevida quanto agrave eacutetica do estudo o (a) Sr(a) deveraacute se reportar ao
Comitecirc de Eacutetica em Pesquisas envolvendo seres humanos ndash subordinado ao Conselho
Nacional de Eacutetica em Pesquisa oacutergatildeo do Ministeacuterio da Sauacutede atraveacutes de solicitaccedilatildeo ao
representante de pesquisa que estaraacute sob contato permanente ou contactando o Comitecirc de
Eacutetica em Pesquisa desta instituiccedilatildeo no telefone (21) 3971-1590 Eacute assegurado o completo
55
sigilo de sua identidade quanto a sua participaccedilatildeo neste estudo incluindo a eventualidade da
apresentaccedilatildeo dos resultados deste estudo em congressos e perioacutedicos cientiacuteficos
Eu________________________________________________________________________
residente do endereccedilo__________________________ fui informada dos objetivos e da
justificativa deste trabalho de forma clara e detalhada pela Dra Adriana de Mattos V da
Costa Recebi informaccedilotildees especificas sobre cada procedimento no qual estarei envolvida
dos desconfortos e riscos previstos tanto quanto dos benefiacutecios esperados Todas as minhas
duvidas foram respondidas com clareza e sei que poderei solicitar novos esclarecimentos a
qualquer momento Aleacutem disso sei que novas informaccedilotildees obtidas durante o estudo me seratildeo
fornecidas e que terei liberdade de retirar meu consentimento de participaccedilatildeo face a estas
informaccedilotildees sem prejuiacutezo para mim Aleacutem disto me foi entregue uma coacutepia da folha de
informaccedilotildees para os participantes a qual li compreendi e me deu plena liberdade para decidir
acerca da minha espontacircnea participaccedilatildeo nesta pesquisa Minha identidade jamais seraacute
publicada Os dados colhidos poderatildeo ser examinados por pessoas envolvidas no estudo com
autorizaccedilatildeo delegada do investigador e por pessoas delegadas pelo patrocinador Estou
recebendo uma coacutepia assinada deste Termo
Os pesquisadores responsaacuteveis pelo Projeto satildeo a Dra Lizanka Paola F Marinheiro e
sua aluna a Dra Adriana de Mattos Viveiros da Costa
56
Participante
Nome _________________________________
Assinatura________________________________
Data_________________________________________
Investigador
Nome____________________________________
Assinatura________________________________
Data_______________________________________
Pesquisadora
Nome______________________________________
Assinatura___________________________________
Data__________________________________________
Dra Lizanka Paola F Marinheiro
lizankaglobocom
tel 25541700
Dra Adriana de Mattos Vda Costa
adrianamattosmedyahoocombr
tel 87273315
Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa
Rua Afonso Cavalcanti 455 sala 710 ndash Cidade Nova -
Telefone 3971-1463
26
de Eacutetica em Pesquisa da FiocruzIFF e pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da Prefeitura Todas
as mulheres assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido antes de qualquer
procedimento
55 Anaacutelise Estatiacutestica
Os dados foram registrados em planilha Excel e analisados pelo programa Statistical
Package for Social Sciences (SPSS) versatildeo 170 Para avaliar diferenccedilas entre os grupos as
variaacuteveis categoacutericas foram avaliadas pelo Qui-quadrado de Pearson ou o teste exato de
Fisher A relaccedilatildeo entre as variaacuteveis categoacutericas e ordinal e entre as variaacuteveis numeacutericas foi
avaliada pelo teste de Mann-Whitney que eacute um teste natildeo-parameacutetrico que equivale ao teste t
escolhido pelo tamanho da amostra A relaccedilatildeo entre as variaacuteveis numeacutericas foi avaliada pelo
coeficiente de Sperman que eacute uma estatiacutestica natildeo parameacutetrica utilizada para dados natildeo
normais eou amostra pequena Para todos os testes o niacutevel de significacircncia adotado foi de
5 A variaacutevel dependente foi a presenccedila de fratura (sim ou natildeo) e as variaacuteveis
independentes foram idade (em anos) resultado de USO (normal ou alterado) tempo de
menopausa (em anos) siacutetio de localizaccedilatildeo de fraturas IMC (abaixo do pesonormal
sobrepeso obeso) tabagismo (fumante ou natildeo fumante) atividade fiacutesica (leve
moderadapesada) frequecircncia diaacuteria de ingestatildeo de leite (em coposdia) e as variaacuteveis
binaacuterias como o histoacuterico familiar de fratura de quadril osteoporose uso de anticoncepcional
ausecircncia de menstruaccedilatildeo retirada de uacutetero ou ovaacuterios amamentaccedilatildeo paciente acamado e
etilismo O caacutelculo do risco relativo (RR) foi feito para avaliar a relaccedilatildeo entre o USO e a
presenccedila de fraturas Para isso foi considerado pacientes com USO normal aqueles com
resultados do T-score gt-11 e USO alterado aqueles com T-score lt-11 O niacutevel de atividade
fiacutesica foi classificado em atividade leve (trabalho burocraacutetico em escritoacuterio na maior parte
do tempo sentado) atividade moderada (trabalhos na maior parte do tempo em peacute como
27
vendedor e dona-de-casa) atividade pesada (enfermeira empregada domeacutestica) Oliveira et al
2010) Para caacutelculo aproximado da ingestatildeo alimentar diaacuteria de caacutelcio utilizou- se uma
adaptaccedilatildeo da Tabela Brasileira de Composiccedilatildeo de Alimentos 1 fatia queijo (90mg) 1 copo
de iogurte (1212mg) 1 copo leite (257mg) 1 bola se sorvete (135mg) E no final todos esses
alimentos foram convertidos em quantidade ingerida de copos de leite
28
6 Resultados Encontrados
61 Gerais
As caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas da populaccedilatildeo estudada estatildeo listadas na
tabela 1 A idade meacutedia das pacientes foi de 725 anos (DPplusmn 87) com a idade da menopausa
460 anos (DPplusmn 61) o tempo de menopausa 261 anos (DPplusmn 97) e o IMC de 264 (kgm2)
(DPplusmn 55) Essas caracteriacutesticas quando comparadas com o estudo anterior de 2003 (tabela
2) confirmam tratar-se da mesma populaccedilatildeo Apenas a idade e o tempo de menopausa
evidenciam ser a nossa populaccedilatildeo mais idosa Fator que se justifica pelo tempo ocorrido entre
os dois estudos
A incidecircncia de fratura por fragilidade oacutessea encontrada foi de 21 evidenciado no
graacutefico 1 Os principais siacutetios de fratura satildeo analisados na tabela 3 tendo como sitio principal
o antebraccedilo com 50 seguido pelo peacute com 192 e uacutemero 145 Jaacute na tabela 4 e no graacutefico
2 pode ser observado que a idade da populaccedilatildeo estudada variou entre 54 e 97 anos com meacutedia
de 72 anos com DP plusmn 90 No grupo de pacientes fraturadas 50 tinham entre 65 e 79 anos
sugerindo ser essa faixa etaacuteria mais susceptiacutevel as fraturas por fragilidade oacutessea
62 USO preacutevia X Fraturas
Foi verificado na tabela 5 a associaccedilatildeo entre o resultado da (USO) preacutevia e o desfecho
fraturas por fragilidade oacutessea De todas as pacientes que fizeram USO no estudo inicial 66
participaram deste estudo Das 50 pacientes que tiveram o USO alterado 22 tiveram
fraturas nesse periacuteodo E as pacientes com USO considerada normal 194 tiveram fraturas
por fragilidade oacutessea O RR= 113 (IC95 048 - 263) sugere que as mulheres que tiveram
29
USO alterado tem um risco de fraturar de 13 maior em relaccedilatildeo as pacientes com resultado
de USO considerado normal
63 Caracteriacutesticas cliacutenicas e comportamentais X Fratura
As pacientes foram analisadas quanto as variaacuteveis clinicas e comportamentais
Considerando a tabela 6 as pacientes que tiveram fraturas se mostraram com maior
sobrepeso ou obesas (722) com maior historia familiar de fratura de quadril (133) e
com maior diagnostico de osteoporose (471) do que as pacientes sem fraturas (p
valorgt005) Jaacute o uso de anticoncepcional ou o uso de reposiccedilatildeo hormonal natildeo se mostraram
ser relevantes para ocorrecircncia de fraturas nessa amostra E 235 das pacientes acamadas por
mais de dois meses sofreram alguma fratura com p valor lt005 Evidenciando associaccedilatildeo
entre a paciente ficar acamada por mais de dois meses e sofrer fratura por fragilidade oacutessea
Avaliando a tabela 7 foi notado que apenas 125 das pacientes que tiveram fratura eram
tabagistas e 167 eram etilistas natildeo se mostrando essas caracteriacutesticas como fatores de
risco A atividade fiacutesica moderadapesada ateacute 25 anos e acima de 50 anos apresentou
percentuais de 441 e 382 respectivamente Aleacutem disso entre 25 e 50 anos 444 das
pacientes com atividade fiacutesica moderadapesada tiveram fraturas e 441 das pacientes natildeo
tiveram fraturas para essa faixa etaacuteria (p valor gt005) Sendo assim natildeo houve associaccedilatildeo
entre a atividade fiacutesica e as fraturas Em relaccedilatildeo ao item ingestatildeo de leite apoacutes os 50 anos
456 das pacientes que natildeo tiveram fraturas ingeriam de 1 a 2 copos de leite por dia e
apenas 44 ingeriam mais de 3 copos de leite por dia No caso das pacientes que tiveram
fraturas apoacutes os 50 anos foi observado que 50 ingeriam de 1 a 2 copos de leite por dia e
167 ingeriam 3 copos ou mais de leite
30
64 Tempo de menopausa X Fratura
As pacientes foram avaliadas graacutefico 3 para verificar a associaccedilatildeo entre o tempo de
menopausa e o desfecho das fraturas A mediana do tempo de menopausa encontrado em
ambos os grupos foi de 262 com DP de plusmn98 Metade das pacientes que tiveram fraturas tem
entre 193 e 293 anos de menopausa com DP de plusmn72 A correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade
tempo de menopausa e IMC foi observado na tabela 8 onde evidenciada uma associaccedilatildeo
positiva entre a idade e o tempo de menopausa nos grupos de pacientes com e sem fraturas
Assim como foi verificado uma associaccedilatildeo negativa de quanto maior a idade e o tempo de
menopausa menor o IMC
31
Graacutefico 1
Graacutefico 2
32
Graacutefico 3
33
Tabela 1- Caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas das
mulheres poacutes menopausa (n=86)
Caracteriacutesticas Meacutedia plusmn desvio padratildeo
Idade (anos) 7255 plusmn 897
Idade da
menarca (anos) 1324 plusmn 184
Idade da
menopausa
(anos)
4608 plusmn 614
Tempo de
menopausa
(anos)
2618 plusmn976
Peso (kg)sect 6342 plusmn 1055
Altura (m)deg 155 plusmn 008
IMC (kgm2) 2643 plusmn 557
n=85 sectn=83 ordmn=82 n=81 n=80
Tabela 2-Caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas das
mulheres poacutes menopausa em 2003
Caracteriacutesticas Meacutedia plusmn desvio padratildeo
Idade (anos) 6463plusmn1270
Idade da
menarca (anos)
1304 plusmn 193
Idade da
menopausa
(anos)
4755 plusmn 601
Tempo de
menopausa
(anos)
1700 plusmn 1076
Peso (kg)sect 6533 plusmn 1270
Altura (m)deg 155 plusmn 006
IMC (kgm2) 2696 plusmn 477
34
Tabela 3 ndash Incidecircncia de fraturas em mulheres poacutes menopausa segundo a
localizaccedilatildeo de fratura 2003-2011
Tipo da fratura
n
Veacutertebra 1 38
Fecircmur 1 38
Costela 2 77
Antebraccedilo 13 500
Uacutemero 4 145
Peacute 5 192
Total 26 1000
Nota Algumas pacientes tiveram mais de uma fratura no periacuteodo
Tabela 4- Relaccedilatildeo entre idade e fratura nas mulheres na poacutes menopausa
Total
Fratura
Idade (anos) Natildeo Sim
N () n () n ()
54 a 64 anos 18 209 14 206 4 222
65 a 79 anos 48 558 39 574 9 500
80 a 97 anos 20 233 15 221 5 278
Total 86 1000 68 1000 18 1000
Meacutedia (DP) 725 (90) 713 (77) 729 (93)
Nota P-valor pelo teste de Mann-Whitney=0813
35
Tabela 5 - Incidecircncia de fratura em mulheres poacutes-menopausa segundo
resultado da USO 2003-2011
Resultado da
USO
Total
Fratura p-valor
Sim Natildeo
n n
()
IC95 n
()
Normal 36 7 194
89 -
3472
29 806
0496
Alterado 50 11 220
121 -
350
39 780
Total 86 18 209
133 -
305
68 791
Nota Risco relativo = 113 (IC95 048 - 263)
36
Tabela 6 ndash Caracteriacutesticas cliacutenicas de mulheres poacutes-menopausa segundo
fratura (n=86)
Fratura
Natildeo (n=68) Sim (n=18) Total
n ( ) n ( )
IMC
Abaixo do pesoNormal 24 (353) 5 (278) 28 0792
Sobrepeso 27 (397) 9 (500) 36
Obeso 17 (250) 4 (222) 21
Histoacuterico familiar de fratura de quadril
Natildeo 66 (985) 13 (867) 79 0085
Sim 1 (15) 2 (133) 3
Osteoporose
Natildeo 44 (800) 9 (529) 53 0055
Sim 11 (200) 8 (471) 19
Uso de anticoncepcional
Natildeo 32 (485) 10 (556) 42 0791
Sim 34 (515) 8 (444) 42
Ausecircncia de mentruaccedilatildeo
Natildeo 60 (909) 16 (941) 76 1000
Sim 6 (91) 1 (59) 7
Retirou o uacutetero
Natildeo 46 (687) 9 (500) 55 0170
Sim 21 (313) 9 (500) 30
Retirou os ovaacuterios
Natildeo 53 (815) 11 (647) 64 0187
Sim 12 (185) 6 (353) 18
Reposiccedilatildeo hormonal
Natildeo 51 (761) 13 (722) 64 0763
Sim 16 (239) 5 (278) 21
Amamentou
Natildeo 14 (206) 4 (222) 18 1000
Sim 54 (794) 14 (778) 68
Acamado por mais de dois meses
Natildeo 63 (940) 13 (765) 76 0049
Sim 4 (60) 4 (235) 8
Caracteriacutesticas clinicas
p-valor do
teste exato
de Fisher
37
Tabela 7 - Caracteriacutesticas comportamentais de mulheres poacutes-menopausa segundo
fratura (n=86)
Fratura
Natildeo (n=68) Sim (n=18) Total
n ( ) n ( )
Tabagismo
Natildeo fumante 47 (758) 14 (875) 61 0499
FumanteEx-fumante 15 (242) 2 (125) 17
Etilismo no uacuteltimo ano
Natildeo 48 (706) 15 (833) 63 0376
Sim 20 (294) 3 (167) 23
Atividade fiacutesica ateacute os 25 anos
Leve 38 (559) 11 (611) 49 0792
ModeradaPesada 30 (441) 7 (389) 37
Atividade fiacutesica entre os 25 e 50 anos
Leve 38 (559) 10 (556) 48 1000
ModeradaPesada 30 (441) 8 (444) 38
Atividade fiacutesica acima dos 50 anos
Leve 42 (618) 12 (667) 54 0789
ModeradaPesada 26 (382) 6 (333) 32
Frequecircncia diaacuteria de leite ateacute 25 anos
Nenhummenos 1 copodia 34 (500) 8 (444) 42 0910
1 a 2 coposdia 31 (456) 9 (500) 40
3 coposdia ou mais 3 (44) 1 (56) 4
Frequecircncia diaacuteria de leite apoacutes 50 anos
Nenhummenos 1 copodia 34 (500) 6 (333) 40 0103
1 a 2 coposdia 31 (456) 9 (500) 40
3 coposdia ou mais 3 (44) 3 (167) 6
Caracteriacutesticas
comportamentais
p-valor do
teste exato
de Fisher
Tabela 8- Coeficientes de correlaccedilatildeo de Spearman (rs) entre idade IMC e tempo de
menopausa em mulheres poacutes-menopausa
Variaacuteveis
IMC IdadeTempo de
menopausa
r s 1 -0144 -0151
p-valor 0569 0550
r s -0227 1 0736
p-valor 0074 lt0001
r s -0295 0761 1
p-valor 0020 lt0001
Variaacuteveis
IMC
Idade
Tempo de menopausa
Nota o triacircngulo superior direito (parte hachurada) se refere agraves correlaccedilotildees para as mulheres com
fratura e o inferior esquerdo (parte natildeo hachurada) agraves mulheres sem fratura
38
7 Discussatildeo
No Brasil os principais fatores cliacutenicos de risco para fraturas por fragilidade oacutessea
eram extrapolados a partir de estudos internacionais O estudo vem acrescentar informaccedilotildees
para se conhecer os fatores relacionados agrave essas fraturas Nossos resultados revelam que a
idade avanccedilada a historia familiar de fratura de quadril o diagnoacutestico de osteoporose e
tambeacutem o paciente ficar acamado por mais de 2 meses foram considerados fatores de risco
para fraturas por fragilidade oacutessea
Esse estudo mostrou concordacircncia com a Johnell amp Kanis (2006) onde o principal
siacutetio mundial de fratura por fragilidade oacutessea nas mulheres apoacutes a menopausa foi o antebraccedilo
Segundo o estudo Latin American Vertebral Osteoporosis Study (LAVOS) (Clark et al
2009) a fratura vertebral eacute a mais prevalente da ameacuterica latina com uma prevalecircncia de
142 diferente do nosso estudo onde a coluna vertebral e o colo do fecircmur aparecem
juntos em uacuteltimo lugar na lista de incidecircncia dos siacutetios de fratura Isso pode ser atribuiacutedo
devido a diferenccedila nos criteacuterios de definiccedilatildeo de fraturas pois no LAVOS optou-se pela
medida radiograacutefica do local de fraturas enquanto no nosso estudo as fraturas foram referidas
pelas pacientes
Os consensos sobre osteoporose tecircm propostos algoritmos para identificar indiviacuteduos
de alto risco para fraturas (Kanis et al 2008 WHO 1999) Para tanto a associaccedilatildeo de fatores
de risco para fraturas com a medida da USO eacute de suma importacircncia embora sejam poucas as
pacientes que tecircm oportunidade de realizar esse exame (Oliveira et al 2007) Assim o
presente trabalho mostrou um risco para fraturas por fragilidade oacutessea 13 maior nas
pacientes com resultado de USO alterada em relaccedilatildeo as pacientes que tiveram resultados de
39
USO normais vindo de encontro aos resultados encontrados por Oliveira et al (2007)
Corroborando o USO como um meacutetodo confiaacutevel para a prediccedilatildeo de fraturas
E semelhante a Pinheiro et al (2010a) o presente estudo revelou que os principais
fatores de risco para fraturas por fragilidade oacutessea satildeo a idade avanccedilada a historia familiar de
fratura de quadril e a presenccedila de osteoporose Isso pode ser atribuiacutedo ao fato de que no
estudo de Pinheiro et al (2010a) assim como no nosso estudo a populaccedilatildeo ser
predominantemente de mulheres acima dos 65 anos e viverem em aacuterea urbana tendo haacutebitos
de vida parecidos
O achado em nosso estudo que apresentou significacircncia estatiacutestica refere-se ao fator
de risco ldquopaciente acamado por mais de dois mesesrdquo como disposto na literatura (Pinheiro et
al 2010b Demir et al 2008) O que acontece eacute que com o paciente acamado por tempo
prolongado um maior remodelamento oacutesseo eacute observado Os osteoclastos responsaacuteveis pela
absorccedilatildeo oacutessea sobrepotildee os osteoblastos predispondo as fraturas por fragilidade oacutessea
(Fyhrie amp Schaffler 1994) Assim observou-se no estudo que 235 das pacientes
acamadas por mais de dois meses sofreram alguma fratura por fragilidade oacutessea com p valor
lt005 Isso reafirma a associaccedilatildeo entre a paciente ficar acamada por mais de dois meses e
sofrer fratura por fragilidade oacutessea Por outro lado o exerciacutecio fiacutesico que estaacute sabidamente
relacionado ao aumento da resistecircncia muscular do equiliacutebrio e da flexibilidade contribuindo
para a reduccedilatildeo da perda oacutessea e melhora da sauacutede em geral (Chan 2003) natildeo se mostrou
como fator de proteccedilatildeo neste estudo Provavelmente devido ao baixo percentual encontrado
de pacientes que praticavam atividade fiacutesica moderada ou pesada
O elevado IMC e a terapia de reposiccedilatildeo hormonal natildeo desempenharam papel protetor
na nossa populaccedilatildeo como seria o esperado por estudos anteriores (Pinheiro et al 2010c
40
Buttros et al 2011) Ao contrario o sobrepeso e obesidade foram considerados fatores de
risco Isso pode ser atribuiacutedo ao IMC meacutedio dessa populaccedilatildeo ser 264 (kgm2) (DPplusmn 55)
limiacutetrofe para sobrepeso Embora esse dado demonstre contrariedade com a literatura que
estabelece relaccedilatildeo inversa entre obesidade e fraturas por fragilidade oacutessea em nosso estudo
ter maior peso e IMC natildeo seriam fatores de risco para fraturas e sim caracteriacutesticas das
mulheres mais idosas em um contexto social de baixa escolaridade e renda Esse fato eacute
confirmado pelos resultados da Pesquisa Nacional sobre Sauacutede e Nutriccedilatildeo ( Batista F et al
2003) que demonstraram caraacuteter ascendente da obesidade nos estratos de mulheres com baixa
renda residentes na regiatildeo Sudeste
Aleacutem disso haacutebitos de vida como tabagismo e etilismo sabidamente relacionados agrave
maior risco para fraturas por fragilidade oacutessea (Pinheiro et al 2010) tambeacutem natildeo se
mostraram estar associados nesse estudo
A necessidade de caacutelcio do ser humano varia ao longo da vida e uma ingestatildeo
adequada para mulheres acima de 50 anos eacute de 1200 mg pois com a idade o corpo
naturalmente perde um pouco da capacidade de absorccedilatildeo de minerais (Nuacutecleo de Estudos e
Pesquisas em Alimentaccedilatildeo 2006) O fato de apenas 44 das mulheres que natildeo tiveram
fraturas e 167 das mulheres que tiveram fraturas ter referido consumo superior a
900mgdia (3 ou mais copos) foi fator de surpresa principalmente levando-se em conta o PIB
per capita da cidade superior ao da maioria dos municiacutepios brasileiros (IPEA 2000)
Assim como em estudos preacutevios (Pinheiro et al 2010c NHI 2001 Demir et al
2008) nossos dados tambeacutem demonstraram o hipoestrogenismo como importante fator de
risco para fraturas por fragilidade oacutessea jaacute que as pacientes com fratura tecircm entre 19 e 29
anos de menopausa Em recente estudo Demir et al (2008) estudaram 2769 mulheres na
41
poacutes-menopausa correlacionando a ocorrecircncia de osteoporose com o tempo de menopausa
Demonstraram que 106 das pacientes com ateacute trecircs anos de poacutes-menopausa tinham
osteoporose contra 329 das pacientes com sete anos ou mais Acredita-se que a deficiecircncia
estrogecircnica seja responsaacutevel por dois terccedilos da perda de massa oacutessea levando
consequentemente agraves fraturas por fragilidade oacutessea assim como observado (Position
statement of the North American Menopause Society 2010)
Os dados deste estudo podem ser limitados pois apesar de tratar-se de uma coorte as
participantes reportaram dados referentes a estilo de vida dieta antecedentes familiares e
pessoais o que pode ter ocasionado algum vieacutes recordatoacuterio Outra limitaccedilatildeo eacute que como
avaliado por Oliveira et al (2007) esta populaccedilatildeo apresenta a maior parte das mulheres com
baixo niacutevel socioeconocircmico e escolaridade sem acesso agrave adequada educaccedilatildeo nutricional e agrave
atividade fiacutesica orientada Por outro lado resultados encontrados sem significacircncia estatiacutestica
podem ter sido ocasionados pelo tamanho amostral reduzido devido a dificuldade de
rastreamento da populaccedilatildeo uma vez que a unidade de sauacutede natildeo atualizou o endereccedilo e
telefone das mulheres eleitas para o estudo Talvez se tivesse sido realizado contato anual
com essas mulheres natildeo teriacuteamos perdido o seguimento delas
42
8 Conclusatildeo
Devido agrave sua alta prevalecircncia e associaccedilatildeo com mortalidade e incapacidade a fratura
devido agrave fragilidade oacutessea deve ser considerada um problema de sauacutede puacuteblica no Brasil
Apesar das limitaccedilotildees o presente estudo foi realizado de forma prospectiva em mulheres
brasileiras na poacutes-menopausa devendo os seus resultados serem levados em consideraccedilatildeo
para a formulaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas de sauacutede para a prevenccedilatildeo e estrateacutegias de tratamento
para as fraturas Os fatores de risco encontrados como a idade avanccedilada a histoacuteria familiar
de fratura de quadril e a presenccedila de osteoporose devem ser acompanhados e combatidos para
tentar-se diminuir o risco para as fraturas Assim como o USO mostrou ser um meacutetodo
confiaacutevel para avaliar o risco para fraturas podendo ser implementado em maior escala do
que a atual Entatildeo acreditamos que novos estudos prospectivos com uma amostra mais
representativa devam ser realizados para se confirmar os fatores associados a fraturas por
fragilidade oacutessea na populaccedilatildeo brasileira para cada vez mais conhecermos o perfil da nossa
populaccedilatildeo e termos subsiacutedios para combater esse agravo
43
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48
10 Anexo 1 - Instrumento de coleta - EVOS (EUROPEAN VERTEBRAL
OSTEOPOROSIS STUDY)
Data _________
Nome________________________________________________________
Endereco_____________________________________________________
Fone _____________ Data de nascimento _________ RG
1- Dados antropomeacutetricos
Peso (Kg) Altura (m) IMC
2- Dados Ginecoloacutegicos
Idade da primeira menstruacao anos
Vocecirc jaacute usou piacutelula anticoncepcional por mais de 3 meses
sim natildeo natildeo sei
Vocecirc jaacute ficou algum periacuteodo em sua vida sem menstruar antes da menopausa (exceto se
gravidez) sim natildeo natildeo sei
Idade da ultima menstruaccedilatildeo anos
Numero de filhos
Vocecirc fez cirurgia para retirar o uacutetero sim com Idade ____ (anos)
natildeo natildeo sei
E para retirar os ovaacuterios (um ou os dois) sim idade ___ (anos)
natildeo natildeo sei
Vocecirc fez reposiccedilatildeo hormonal apos a menopausa sim natildeo natildeo sei
Se sim quando iniciado o periacuteodo foi superior a 1 ano sim natildeo natildeo sei
49
Vocecirc notou os seguintes sintomas na menopausa
calores sim natildeo natildeo sei
depressatildeo sim natildeo natildeo sei
insocircnia sim natildeo natildeo sei
outros sim natildeo natildeo sei
Vocecirc amamentou sim natildeo natildeo sei
Se sim quantas crianccedilas vocecirc amamentou por mais que 3 meses
3- Dados familiares
Em sua famiacutelia (pai matildee irmatildeos) existe historia de fratura de quadril apos os 50 anos de
idade sim natildeo natildeo sei
4- Histoacuteria de fratura
Vocecirc jaacute teve alguma fratura sim natildeo natildeo sei
Se sim em qual sitio esqueleacutetico com que idade e qual foi o tipo de trauma
Sitio Numero Idade (anos) Niacutevel do trauma
Vertebra
Fecircmur (colo trocanter)
Costela
Antebraccedilo
Uacutemero
Pe
Outras
Vocecirc sabe que tem osteoporose sim tenho natildeo natildeo tenho natildeo sei
5- Aacutelcool
Com que frequecircncia vocecirc bebeu no ultimo ano
Diariamente 5-6 dsem 3-4 dsem
50
1 -2 dsem lt 1 dsem nunca
Tipo de bebida destilados (uiacutesque cachaccedila vodka)
fermentados (cerveja vinho)
6- Imobilizaccedilatildeo
Vocecirc jaacute ficou acamado por um periacuteodo superior a 2 meses
sim natildeo natildeo sei
Se sim foi antes ou apos os 25 anos de idade
ano passado nunca
7- Fumo
Vocecirc fumou cigarro ou usou outras formas de fumo (cachimbo ou charuto)
atualmente no passado nunca
Com que idade iniciou anos
Se parou com que idade anos
Numero de cigarrosdia
8- Atividade Fiacutesica
Quantas tempo costuma passar diariamente ao ar livre caminhando ou andando de bicicleta
nenhuma a 1 h superior a 1 h
Qual a sua atividade fiacutesica durante diferentes periacuteodos de sua vida adulta
Ate os 25 anos 25 a 50 anos acima 50 anos
Niacutevel 1 (leve) 2 (moderada) 3 (pesada) 4
(muito pesada)
9- Impacto
Como vocecirc descreveria sua sauacutede geral neste momento
muito boa boa satisfatoacuteria regular ruim
10- Interrogatoacuterio sobre drogas
51
Vocecirc jaacute usou alguma medicaccedilatildeo oral ou injetaacutevel contendo corticosteroides por mais de 3
meses sim natildeo natildeo sei
Vocecirc jaacute usou alguma desses remeacutedios
Droga sim natildeo sei tempo
(meses)
parou ha quanto tempo
Hormocircnios
masculinos
Hormocircnios
femininos
Calcitonina
Fluacuteor
Caacutelcio
Vitamina D
Anabolizantes
Diureacuteticos
tiazidicos
11- Ingestatildeo de caacutelcio
Com que frequecircncia vocecirc comeu produtos derivados do leite na semana passada
(diassemana)
queijo amarelo queijo branco iogurte leite sorvete
Para os periacuteodos indicados abaixo com que frequecircncia vocecirc recebeu leite
ate 25 anos 25 a 50 anos Acima de 50 anos
Todas as refeiccedilotildees (3 ou + coposdia)
1-2 coposdia
52
Toda semana mas natildeo todo dia
lt 1 vezsemana
53
11 Anexo 2 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Projeto de Pesquisa Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade
oacutessea em mulheres na menopausa
Pesquisador responsaacutevel Dra Lizanka Paola F Marinheiro
Instituiccedilatildeo responsaacutevel Instituto Fernandes Figueira
Vocecirc estaacute sendo convidado a participar do projeto de pesquisa intitulado
Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea em mulheres na
menopausa por que vocecirc participou do estudo anterior realizado haacute 7 anos sobre a
osteoporose e suas consequumlecircncias
54
A osteoporose e uma doenccedila que se caracteriza pela diminuiccedilatildeo da resistecircncia do osso
tornando-o mais fraacutegil Essa fragilidade aumenta o risco da pessoa que tem osteoporose de ter
fraturas mesmo com atividades comuns como tossir ou espirrar
Com isso esse trabalho deseja avaliar a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea na
populaccedilatildeo de mulheres na poacutes menopausa residente da Ilha de Paquetaacute apoacutes 7 anos de
seguimento do uacuteltimo estudo transversal
Vocecirc natildeo eacute obrigada a participar Mas se quiser vocecirc teraacute que responder a um
questionaacuterio Para participar vocecirc natildeo teraacute que pagar nada O resultado seraacute fornecido apenas
a vocecirc ningueacutem mais saberaacute Suas duvidas seratildeo esclarecidas e vocecirc devera continuar
acompanhamento com seu meacutedico assistente Se vocecirc natildeo quiser participar natildeo seraacute
submetida a nenhum constrangimento fiacutesico ou moral e seu atendimento no posto de sauacutede
natildeo seraacute prejudicado A participante poderaacute se retirar do estudo a qualquer momento que
julgar necessaacuterio sem prejuiacutezo para a mesma O resultado de toda a pesquisa seraacute divulgada e
atraveacutes de artigos cientiacuteficos em revistas encontros congressos ou similares sem a
divulgaccedilatildeo dos nomes de quem participou de forma sigilosa
Sua participaccedilatildeo no estudo natildeo implicaraacute em custos adicionais O (A) Sr (a) natildeo teraacute
qualquer despesa com a realizaccedilatildeo dos procedimentos previstos neste estudo que seratildeo
custeados pelo pesquisador responsaacutevel Tambeacutem natildeo haveraacute nenhuma forma de pagamento
pela sua participaccedilatildeo
Caso surja alguma duacutevida quanto agrave eacutetica do estudo o (a) Sr(a) deveraacute se reportar ao
Comitecirc de Eacutetica em Pesquisas envolvendo seres humanos ndash subordinado ao Conselho
Nacional de Eacutetica em Pesquisa oacutergatildeo do Ministeacuterio da Sauacutede atraveacutes de solicitaccedilatildeo ao
representante de pesquisa que estaraacute sob contato permanente ou contactando o Comitecirc de
Eacutetica em Pesquisa desta instituiccedilatildeo no telefone (21) 3971-1590 Eacute assegurado o completo
55
sigilo de sua identidade quanto a sua participaccedilatildeo neste estudo incluindo a eventualidade da
apresentaccedilatildeo dos resultados deste estudo em congressos e perioacutedicos cientiacuteficos
Eu________________________________________________________________________
residente do endereccedilo__________________________ fui informada dos objetivos e da
justificativa deste trabalho de forma clara e detalhada pela Dra Adriana de Mattos V da
Costa Recebi informaccedilotildees especificas sobre cada procedimento no qual estarei envolvida
dos desconfortos e riscos previstos tanto quanto dos benefiacutecios esperados Todas as minhas
duvidas foram respondidas com clareza e sei que poderei solicitar novos esclarecimentos a
qualquer momento Aleacutem disso sei que novas informaccedilotildees obtidas durante o estudo me seratildeo
fornecidas e que terei liberdade de retirar meu consentimento de participaccedilatildeo face a estas
informaccedilotildees sem prejuiacutezo para mim Aleacutem disto me foi entregue uma coacutepia da folha de
informaccedilotildees para os participantes a qual li compreendi e me deu plena liberdade para decidir
acerca da minha espontacircnea participaccedilatildeo nesta pesquisa Minha identidade jamais seraacute
publicada Os dados colhidos poderatildeo ser examinados por pessoas envolvidas no estudo com
autorizaccedilatildeo delegada do investigador e por pessoas delegadas pelo patrocinador Estou
recebendo uma coacutepia assinada deste Termo
Os pesquisadores responsaacuteveis pelo Projeto satildeo a Dra Lizanka Paola F Marinheiro e
sua aluna a Dra Adriana de Mattos Viveiros da Costa
56
Participante
Nome _________________________________
Assinatura________________________________
Data_________________________________________
Investigador
Nome____________________________________
Assinatura________________________________
Data_______________________________________
Pesquisadora
Nome______________________________________
Assinatura___________________________________
Data__________________________________________
Dra Lizanka Paola F Marinheiro
lizankaglobocom
tel 25541700
Dra Adriana de Mattos Vda Costa
adrianamattosmedyahoocombr
tel 87273315
Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa
Rua Afonso Cavalcanti 455 sala 710 ndash Cidade Nova -
Telefone 3971-1463
27
vendedor e dona-de-casa) atividade pesada (enfermeira empregada domeacutestica) Oliveira et al
2010) Para caacutelculo aproximado da ingestatildeo alimentar diaacuteria de caacutelcio utilizou- se uma
adaptaccedilatildeo da Tabela Brasileira de Composiccedilatildeo de Alimentos 1 fatia queijo (90mg) 1 copo
de iogurte (1212mg) 1 copo leite (257mg) 1 bola se sorvete (135mg) E no final todos esses
alimentos foram convertidos em quantidade ingerida de copos de leite
28
6 Resultados Encontrados
61 Gerais
As caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas da populaccedilatildeo estudada estatildeo listadas na
tabela 1 A idade meacutedia das pacientes foi de 725 anos (DPplusmn 87) com a idade da menopausa
460 anos (DPplusmn 61) o tempo de menopausa 261 anos (DPplusmn 97) e o IMC de 264 (kgm2)
(DPplusmn 55) Essas caracteriacutesticas quando comparadas com o estudo anterior de 2003 (tabela
2) confirmam tratar-se da mesma populaccedilatildeo Apenas a idade e o tempo de menopausa
evidenciam ser a nossa populaccedilatildeo mais idosa Fator que se justifica pelo tempo ocorrido entre
os dois estudos
A incidecircncia de fratura por fragilidade oacutessea encontrada foi de 21 evidenciado no
graacutefico 1 Os principais siacutetios de fratura satildeo analisados na tabela 3 tendo como sitio principal
o antebraccedilo com 50 seguido pelo peacute com 192 e uacutemero 145 Jaacute na tabela 4 e no graacutefico
2 pode ser observado que a idade da populaccedilatildeo estudada variou entre 54 e 97 anos com meacutedia
de 72 anos com DP plusmn 90 No grupo de pacientes fraturadas 50 tinham entre 65 e 79 anos
sugerindo ser essa faixa etaacuteria mais susceptiacutevel as fraturas por fragilidade oacutessea
62 USO preacutevia X Fraturas
Foi verificado na tabela 5 a associaccedilatildeo entre o resultado da (USO) preacutevia e o desfecho
fraturas por fragilidade oacutessea De todas as pacientes que fizeram USO no estudo inicial 66
participaram deste estudo Das 50 pacientes que tiveram o USO alterado 22 tiveram
fraturas nesse periacuteodo E as pacientes com USO considerada normal 194 tiveram fraturas
por fragilidade oacutessea O RR= 113 (IC95 048 - 263) sugere que as mulheres que tiveram
29
USO alterado tem um risco de fraturar de 13 maior em relaccedilatildeo as pacientes com resultado
de USO considerado normal
63 Caracteriacutesticas cliacutenicas e comportamentais X Fratura
As pacientes foram analisadas quanto as variaacuteveis clinicas e comportamentais
Considerando a tabela 6 as pacientes que tiveram fraturas se mostraram com maior
sobrepeso ou obesas (722) com maior historia familiar de fratura de quadril (133) e
com maior diagnostico de osteoporose (471) do que as pacientes sem fraturas (p
valorgt005) Jaacute o uso de anticoncepcional ou o uso de reposiccedilatildeo hormonal natildeo se mostraram
ser relevantes para ocorrecircncia de fraturas nessa amostra E 235 das pacientes acamadas por
mais de dois meses sofreram alguma fratura com p valor lt005 Evidenciando associaccedilatildeo
entre a paciente ficar acamada por mais de dois meses e sofrer fratura por fragilidade oacutessea
Avaliando a tabela 7 foi notado que apenas 125 das pacientes que tiveram fratura eram
tabagistas e 167 eram etilistas natildeo se mostrando essas caracteriacutesticas como fatores de
risco A atividade fiacutesica moderadapesada ateacute 25 anos e acima de 50 anos apresentou
percentuais de 441 e 382 respectivamente Aleacutem disso entre 25 e 50 anos 444 das
pacientes com atividade fiacutesica moderadapesada tiveram fraturas e 441 das pacientes natildeo
tiveram fraturas para essa faixa etaacuteria (p valor gt005) Sendo assim natildeo houve associaccedilatildeo
entre a atividade fiacutesica e as fraturas Em relaccedilatildeo ao item ingestatildeo de leite apoacutes os 50 anos
456 das pacientes que natildeo tiveram fraturas ingeriam de 1 a 2 copos de leite por dia e
apenas 44 ingeriam mais de 3 copos de leite por dia No caso das pacientes que tiveram
fraturas apoacutes os 50 anos foi observado que 50 ingeriam de 1 a 2 copos de leite por dia e
167 ingeriam 3 copos ou mais de leite
30
64 Tempo de menopausa X Fratura
As pacientes foram avaliadas graacutefico 3 para verificar a associaccedilatildeo entre o tempo de
menopausa e o desfecho das fraturas A mediana do tempo de menopausa encontrado em
ambos os grupos foi de 262 com DP de plusmn98 Metade das pacientes que tiveram fraturas tem
entre 193 e 293 anos de menopausa com DP de plusmn72 A correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade
tempo de menopausa e IMC foi observado na tabela 8 onde evidenciada uma associaccedilatildeo
positiva entre a idade e o tempo de menopausa nos grupos de pacientes com e sem fraturas
Assim como foi verificado uma associaccedilatildeo negativa de quanto maior a idade e o tempo de
menopausa menor o IMC
31
Graacutefico 1
Graacutefico 2
32
Graacutefico 3
33
Tabela 1- Caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas das
mulheres poacutes menopausa (n=86)
Caracteriacutesticas Meacutedia plusmn desvio padratildeo
Idade (anos) 7255 plusmn 897
Idade da
menarca (anos) 1324 plusmn 184
Idade da
menopausa
(anos)
4608 plusmn 614
Tempo de
menopausa
(anos)
2618 plusmn976
Peso (kg)sect 6342 plusmn 1055
Altura (m)deg 155 plusmn 008
IMC (kgm2) 2643 plusmn 557
n=85 sectn=83 ordmn=82 n=81 n=80
Tabela 2-Caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas das
mulheres poacutes menopausa em 2003
Caracteriacutesticas Meacutedia plusmn desvio padratildeo
Idade (anos) 6463plusmn1270
Idade da
menarca (anos)
1304 plusmn 193
Idade da
menopausa
(anos)
4755 plusmn 601
Tempo de
menopausa
(anos)
1700 plusmn 1076
Peso (kg)sect 6533 plusmn 1270
Altura (m)deg 155 plusmn 006
IMC (kgm2) 2696 plusmn 477
34
Tabela 3 ndash Incidecircncia de fraturas em mulheres poacutes menopausa segundo a
localizaccedilatildeo de fratura 2003-2011
Tipo da fratura
n
Veacutertebra 1 38
Fecircmur 1 38
Costela 2 77
Antebraccedilo 13 500
Uacutemero 4 145
Peacute 5 192
Total 26 1000
Nota Algumas pacientes tiveram mais de uma fratura no periacuteodo
Tabela 4- Relaccedilatildeo entre idade e fratura nas mulheres na poacutes menopausa
Total
Fratura
Idade (anos) Natildeo Sim
N () n () n ()
54 a 64 anos 18 209 14 206 4 222
65 a 79 anos 48 558 39 574 9 500
80 a 97 anos 20 233 15 221 5 278
Total 86 1000 68 1000 18 1000
Meacutedia (DP) 725 (90) 713 (77) 729 (93)
Nota P-valor pelo teste de Mann-Whitney=0813
35
Tabela 5 - Incidecircncia de fratura em mulheres poacutes-menopausa segundo
resultado da USO 2003-2011
Resultado da
USO
Total
Fratura p-valor
Sim Natildeo
n n
()
IC95 n
()
Normal 36 7 194
89 -
3472
29 806
0496
Alterado 50 11 220
121 -
350
39 780
Total 86 18 209
133 -
305
68 791
Nota Risco relativo = 113 (IC95 048 - 263)
36
Tabela 6 ndash Caracteriacutesticas cliacutenicas de mulheres poacutes-menopausa segundo
fratura (n=86)
Fratura
Natildeo (n=68) Sim (n=18) Total
n ( ) n ( )
IMC
Abaixo do pesoNormal 24 (353) 5 (278) 28 0792
Sobrepeso 27 (397) 9 (500) 36
Obeso 17 (250) 4 (222) 21
Histoacuterico familiar de fratura de quadril
Natildeo 66 (985) 13 (867) 79 0085
Sim 1 (15) 2 (133) 3
Osteoporose
Natildeo 44 (800) 9 (529) 53 0055
Sim 11 (200) 8 (471) 19
Uso de anticoncepcional
Natildeo 32 (485) 10 (556) 42 0791
Sim 34 (515) 8 (444) 42
Ausecircncia de mentruaccedilatildeo
Natildeo 60 (909) 16 (941) 76 1000
Sim 6 (91) 1 (59) 7
Retirou o uacutetero
Natildeo 46 (687) 9 (500) 55 0170
Sim 21 (313) 9 (500) 30
Retirou os ovaacuterios
Natildeo 53 (815) 11 (647) 64 0187
Sim 12 (185) 6 (353) 18
Reposiccedilatildeo hormonal
Natildeo 51 (761) 13 (722) 64 0763
Sim 16 (239) 5 (278) 21
Amamentou
Natildeo 14 (206) 4 (222) 18 1000
Sim 54 (794) 14 (778) 68
Acamado por mais de dois meses
Natildeo 63 (940) 13 (765) 76 0049
Sim 4 (60) 4 (235) 8
Caracteriacutesticas clinicas
p-valor do
teste exato
de Fisher
37
Tabela 7 - Caracteriacutesticas comportamentais de mulheres poacutes-menopausa segundo
fratura (n=86)
Fratura
Natildeo (n=68) Sim (n=18) Total
n ( ) n ( )
Tabagismo
Natildeo fumante 47 (758) 14 (875) 61 0499
FumanteEx-fumante 15 (242) 2 (125) 17
Etilismo no uacuteltimo ano
Natildeo 48 (706) 15 (833) 63 0376
Sim 20 (294) 3 (167) 23
Atividade fiacutesica ateacute os 25 anos
Leve 38 (559) 11 (611) 49 0792
ModeradaPesada 30 (441) 7 (389) 37
Atividade fiacutesica entre os 25 e 50 anos
Leve 38 (559) 10 (556) 48 1000
ModeradaPesada 30 (441) 8 (444) 38
Atividade fiacutesica acima dos 50 anos
Leve 42 (618) 12 (667) 54 0789
ModeradaPesada 26 (382) 6 (333) 32
Frequecircncia diaacuteria de leite ateacute 25 anos
Nenhummenos 1 copodia 34 (500) 8 (444) 42 0910
1 a 2 coposdia 31 (456) 9 (500) 40
3 coposdia ou mais 3 (44) 1 (56) 4
Frequecircncia diaacuteria de leite apoacutes 50 anos
Nenhummenos 1 copodia 34 (500) 6 (333) 40 0103
1 a 2 coposdia 31 (456) 9 (500) 40
3 coposdia ou mais 3 (44) 3 (167) 6
Caracteriacutesticas
comportamentais
p-valor do
teste exato
de Fisher
Tabela 8- Coeficientes de correlaccedilatildeo de Spearman (rs) entre idade IMC e tempo de
menopausa em mulheres poacutes-menopausa
Variaacuteveis
IMC IdadeTempo de
menopausa
r s 1 -0144 -0151
p-valor 0569 0550
r s -0227 1 0736
p-valor 0074 lt0001
r s -0295 0761 1
p-valor 0020 lt0001
Variaacuteveis
IMC
Idade
Tempo de menopausa
Nota o triacircngulo superior direito (parte hachurada) se refere agraves correlaccedilotildees para as mulheres com
fratura e o inferior esquerdo (parte natildeo hachurada) agraves mulheres sem fratura
38
7 Discussatildeo
No Brasil os principais fatores cliacutenicos de risco para fraturas por fragilidade oacutessea
eram extrapolados a partir de estudos internacionais O estudo vem acrescentar informaccedilotildees
para se conhecer os fatores relacionados agrave essas fraturas Nossos resultados revelam que a
idade avanccedilada a historia familiar de fratura de quadril o diagnoacutestico de osteoporose e
tambeacutem o paciente ficar acamado por mais de 2 meses foram considerados fatores de risco
para fraturas por fragilidade oacutessea
Esse estudo mostrou concordacircncia com a Johnell amp Kanis (2006) onde o principal
siacutetio mundial de fratura por fragilidade oacutessea nas mulheres apoacutes a menopausa foi o antebraccedilo
Segundo o estudo Latin American Vertebral Osteoporosis Study (LAVOS) (Clark et al
2009) a fratura vertebral eacute a mais prevalente da ameacuterica latina com uma prevalecircncia de
142 diferente do nosso estudo onde a coluna vertebral e o colo do fecircmur aparecem
juntos em uacuteltimo lugar na lista de incidecircncia dos siacutetios de fratura Isso pode ser atribuiacutedo
devido a diferenccedila nos criteacuterios de definiccedilatildeo de fraturas pois no LAVOS optou-se pela
medida radiograacutefica do local de fraturas enquanto no nosso estudo as fraturas foram referidas
pelas pacientes
Os consensos sobre osteoporose tecircm propostos algoritmos para identificar indiviacuteduos
de alto risco para fraturas (Kanis et al 2008 WHO 1999) Para tanto a associaccedilatildeo de fatores
de risco para fraturas com a medida da USO eacute de suma importacircncia embora sejam poucas as
pacientes que tecircm oportunidade de realizar esse exame (Oliveira et al 2007) Assim o
presente trabalho mostrou um risco para fraturas por fragilidade oacutessea 13 maior nas
pacientes com resultado de USO alterada em relaccedilatildeo as pacientes que tiveram resultados de
39
USO normais vindo de encontro aos resultados encontrados por Oliveira et al (2007)
Corroborando o USO como um meacutetodo confiaacutevel para a prediccedilatildeo de fraturas
E semelhante a Pinheiro et al (2010a) o presente estudo revelou que os principais
fatores de risco para fraturas por fragilidade oacutessea satildeo a idade avanccedilada a historia familiar de
fratura de quadril e a presenccedila de osteoporose Isso pode ser atribuiacutedo ao fato de que no
estudo de Pinheiro et al (2010a) assim como no nosso estudo a populaccedilatildeo ser
predominantemente de mulheres acima dos 65 anos e viverem em aacuterea urbana tendo haacutebitos
de vida parecidos
O achado em nosso estudo que apresentou significacircncia estatiacutestica refere-se ao fator
de risco ldquopaciente acamado por mais de dois mesesrdquo como disposto na literatura (Pinheiro et
al 2010b Demir et al 2008) O que acontece eacute que com o paciente acamado por tempo
prolongado um maior remodelamento oacutesseo eacute observado Os osteoclastos responsaacuteveis pela
absorccedilatildeo oacutessea sobrepotildee os osteoblastos predispondo as fraturas por fragilidade oacutessea
(Fyhrie amp Schaffler 1994) Assim observou-se no estudo que 235 das pacientes
acamadas por mais de dois meses sofreram alguma fratura por fragilidade oacutessea com p valor
lt005 Isso reafirma a associaccedilatildeo entre a paciente ficar acamada por mais de dois meses e
sofrer fratura por fragilidade oacutessea Por outro lado o exerciacutecio fiacutesico que estaacute sabidamente
relacionado ao aumento da resistecircncia muscular do equiliacutebrio e da flexibilidade contribuindo
para a reduccedilatildeo da perda oacutessea e melhora da sauacutede em geral (Chan 2003) natildeo se mostrou
como fator de proteccedilatildeo neste estudo Provavelmente devido ao baixo percentual encontrado
de pacientes que praticavam atividade fiacutesica moderada ou pesada
O elevado IMC e a terapia de reposiccedilatildeo hormonal natildeo desempenharam papel protetor
na nossa populaccedilatildeo como seria o esperado por estudos anteriores (Pinheiro et al 2010c
40
Buttros et al 2011) Ao contrario o sobrepeso e obesidade foram considerados fatores de
risco Isso pode ser atribuiacutedo ao IMC meacutedio dessa populaccedilatildeo ser 264 (kgm2) (DPplusmn 55)
limiacutetrofe para sobrepeso Embora esse dado demonstre contrariedade com a literatura que
estabelece relaccedilatildeo inversa entre obesidade e fraturas por fragilidade oacutessea em nosso estudo
ter maior peso e IMC natildeo seriam fatores de risco para fraturas e sim caracteriacutesticas das
mulheres mais idosas em um contexto social de baixa escolaridade e renda Esse fato eacute
confirmado pelos resultados da Pesquisa Nacional sobre Sauacutede e Nutriccedilatildeo ( Batista F et al
2003) que demonstraram caraacuteter ascendente da obesidade nos estratos de mulheres com baixa
renda residentes na regiatildeo Sudeste
Aleacutem disso haacutebitos de vida como tabagismo e etilismo sabidamente relacionados agrave
maior risco para fraturas por fragilidade oacutessea (Pinheiro et al 2010) tambeacutem natildeo se
mostraram estar associados nesse estudo
A necessidade de caacutelcio do ser humano varia ao longo da vida e uma ingestatildeo
adequada para mulheres acima de 50 anos eacute de 1200 mg pois com a idade o corpo
naturalmente perde um pouco da capacidade de absorccedilatildeo de minerais (Nuacutecleo de Estudos e
Pesquisas em Alimentaccedilatildeo 2006) O fato de apenas 44 das mulheres que natildeo tiveram
fraturas e 167 das mulheres que tiveram fraturas ter referido consumo superior a
900mgdia (3 ou mais copos) foi fator de surpresa principalmente levando-se em conta o PIB
per capita da cidade superior ao da maioria dos municiacutepios brasileiros (IPEA 2000)
Assim como em estudos preacutevios (Pinheiro et al 2010c NHI 2001 Demir et al
2008) nossos dados tambeacutem demonstraram o hipoestrogenismo como importante fator de
risco para fraturas por fragilidade oacutessea jaacute que as pacientes com fratura tecircm entre 19 e 29
anos de menopausa Em recente estudo Demir et al (2008) estudaram 2769 mulheres na
41
poacutes-menopausa correlacionando a ocorrecircncia de osteoporose com o tempo de menopausa
Demonstraram que 106 das pacientes com ateacute trecircs anos de poacutes-menopausa tinham
osteoporose contra 329 das pacientes com sete anos ou mais Acredita-se que a deficiecircncia
estrogecircnica seja responsaacutevel por dois terccedilos da perda de massa oacutessea levando
consequentemente agraves fraturas por fragilidade oacutessea assim como observado (Position
statement of the North American Menopause Society 2010)
Os dados deste estudo podem ser limitados pois apesar de tratar-se de uma coorte as
participantes reportaram dados referentes a estilo de vida dieta antecedentes familiares e
pessoais o que pode ter ocasionado algum vieacutes recordatoacuterio Outra limitaccedilatildeo eacute que como
avaliado por Oliveira et al (2007) esta populaccedilatildeo apresenta a maior parte das mulheres com
baixo niacutevel socioeconocircmico e escolaridade sem acesso agrave adequada educaccedilatildeo nutricional e agrave
atividade fiacutesica orientada Por outro lado resultados encontrados sem significacircncia estatiacutestica
podem ter sido ocasionados pelo tamanho amostral reduzido devido a dificuldade de
rastreamento da populaccedilatildeo uma vez que a unidade de sauacutede natildeo atualizou o endereccedilo e
telefone das mulheres eleitas para o estudo Talvez se tivesse sido realizado contato anual
com essas mulheres natildeo teriacuteamos perdido o seguimento delas
42
8 Conclusatildeo
Devido agrave sua alta prevalecircncia e associaccedilatildeo com mortalidade e incapacidade a fratura
devido agrave fragilidade oacutessea deve ser considerada um problema de sauacutede puacuteblica no Brasil
Apesar das limitaccedilotildees o presente estudo foi realizado de forma prospectiva em mulheres
brasileiras na poacutes-menopausa devendo os seus resultados serem levados em consideraccedilatildeo
para a formulaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas de sauacutede para a prevenccedilatildeo e estrateacutegias de tratamento
para as fraturas Os fatores de risco encontrados como a idade avanccedilada a histoacuteria familiar
de fratura de quadril e a presenccedila de osteoporose devem ser acompanhados e combatidos para
tentar-se diminuir o risco para as fraturas Assim como o USO mostrou ser um meacutetodo
confiaacutevel para avaliar o risco para fraturas podendo ser implementado em maior escala do
que a atual Entatildeo acreditamos que novos estudos prospectivos com uma amostra mais
representativa devam ser realizados para se confirmar os fatores associados a fraturas por
fragilidade oacutessea na populaccedilatildeo brasileira para cada vez mais conhecermos o perfil da nossa
populaccedilatildeo e termos subsiacutedios para combater esse agravo
43
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48
10 Anexo 1 - Instrumento de coleta - EVOS (EUROPEAN VERTEBRAL
OSTEOPOROSIS STUDY)
Data _________
Nome________________________________________________________
Endereco_____________________________________________________
Fone _____________ Data de nascimento _________ RG
1- Dados antropomeacutetricos
Peso (Kg) Altura (m) IMC
2- Dados Ginecoloacutegicos
Idade da primeira menstruacao anos
Vocecirc jaacute usou piacutelula anticoncepcional por mais de 3 meses
sim natildeo natildeo sei
Vocecirc jaacute ficou algum periacuteodo em sua vida sem menstruar antes da menopausa (exceto se
gravidez) sim natildeo natildeo sei
Idade da ultima menstruaccedilatildeo anos
Numero de filhos
Vocecirc fez cirurgia para retirar o uacutetero sim com Idade ____ (anos)
natildeo natildeo sei
E para retirar os ovaacuterios (um ou os dois) sim idade ___ (anos)
natildeo natildeo sei
Vocecirc fez reposiccedilatildeo hormonal apos a menopausa sim natildeo natildeo sei
Se sim quando iniciado o periacuteodo foi superior a 1 ano sim natildeo natildeo sei
49
Vocecirc notou os seguintes sintomas na menopausa
calores sim natildeo natildeo sei
depressatildeo sim natildeo natildeo sei
insocircnia sim natildeo natildeo sei
outros sim natildeo natildeo sei
Vocecirc amamentou sim natildeo natildeo sei
Se sim quantas crianccedilas vocecirc amamentou por mais que 3 meses
3- Dados familiares
Em sua famiacutelia (pai matildee irmatildeos) existe historia de fratura de quadril apos os 50 anos de
idade sim natildeo natildeo sei
4- Histoacuteria de fratura
Vocecirc jaacute teve alguma fratura sim natildeo natildeo sei
Se sim em qual sitio esqueleacutetico com que idade e qual foi o tipo de trauma
Sitio Numero Idade (anos) Niacutevel do trauma
Vertebra
Fecircmur (colo trocanter)
Costela
Antebraccedilo
Uacutemero
Pe
Outras
Vocecirc sabe que tem osteoporose sim tenho natildeo natildeo tenho natildeo sei
5- Aacutelcool
Com que frequecircncia vocecirc bebeu no ultimo ano
Diariamente 5-6 dsem 3-4 dsem
50
1 -2 dsem lt 1 dsem nunca
Tipo de bebida destilados (uiacutesque cachaccedila vodka)
fermentados (cerveja vinho)
6- Imobilizaccedilatildeo
Vocecirc jaacute ficou acamado por um periacuteodo superior a 2 meses
sim natildeo natildeo sei
Se sim foi antes ou apos os 25 anos de idade
ano passado nunca
7- Fumo
Vocecirc fumou cigarro ou usou outras formas de fumo (cachimbo ou charuto)
atualmente no passado nunca
Com que idade iniciou anos
Se parou com que idade anos
Numero de cigarrosdia
8- Atividade Fiacutesica
Quantas tempo costuma passar diariamente ao ar livre caminhando ou andando de bicicleta
nenhuma a 1 h superior a 1 h
Qual a sua atividade fiacutesica durante diferentes periacuteodos de sua vida adulta
Ate os 25 anos 25 a 50 anos acima 50 anos
Niacutevel 1 (leve) 2 (moderada) 3 (pesada) 4
(muito pesada)
9- Impacto
Como vocecirc descreveria sua sauacutede geral neste momento
muito boa boa satisfatoacuteria regular ruim
10- Interrogatoacuterio sobre drogas
51
Vocecirc jaacute usou alguma medicaccedilatildeo oral ou injetaacutevel contendo corticosteroides por mais de 3
meses sim natildeo natildeo sei
Vocecirc jaacute usou alguma desses remeacutedios
Droga sim natildeo sei tempo
(meses)
parou ha quanto tempo
Hormocircnios
masculinos
Hormocircnios
femininos
Calcitonina
Fluacuteor
Caacutelcio
Vitamina D
Anabolizantes
Diureacuteticos
tiazidicos
11- Ingestatildeo de caacutelcio
Com que frequecircncia vocecirc comeu produtos derivados do leite na semana passada
(diassemana)
queijo amarelo queijo branco iogurte leite sorvete
Para os periacuteodos indicados abaixo com que frequecircncia vocecirc recebeu leite
ate 25 anos 25 a 50 anos Acima de 50 anos
Todas as refeiccedilotildees (3 ou + coposdia)
1-2 coposdia
52
Toda semana mas natildeo todo dia
lt 1 vezsemana
53
11 Anexo 2 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Projeto de Pesquisa Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade
oacutessea em mulheres na menopausa
Pesquisador responsaacutevel Dra Lizanka Paola F Marinheiro
Instituiccedilatildeo responsaacutevel Instituto Fernandes Figueira
Vocecirc estaacute sendo convidado a participar do projeto de pesquisa intitulado
Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea em mulheres na
menopausa por que vocecirc participou do estudo anterior realizado haacute 7 anos sobre a
osteoporose e suas consequumlecircncias
54
A osteoporose e uma doenccedila que se caracteriza pela diminuiccedilatildeo da resistecircncia do osso
tornando-o mais fraacutegil Essa fragilidade aumenta o risco da pessoa que tem osteoporose de ter
fraturas mesmo com atividades comuns como tossir ou espirrar
Com isso esse trabalho deseja avaliar a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea na
populaccedilatildeo de mulheres na poacutes menopausa residente da Ilha de Paquetaacute apoacutes 7 anos de
seguimento do uacuteltimo estudo transversal
Vocecirc natildeo eacute obrigada a participar Mas se quiser vocecirc teraacute que responder a um
questionaacuterio Para participar vocecirc natildeo teraacute que pagar nada O resultado seraacute fornecido apenas
a vocecirc ningueacutem mais saberaacute Suas duvidas seratildeo esclarecidas e vocecirc devera continuar
acompanhamento com seu meacutedico assistente Se vocecirc natildeo quiser participar natildeo seraacute
submetida a nenhum constrangimento fiacutesico ou moral e seu atendimento no posto de sauacutede
natildeo seraacute prejudicado A participante poderaacute se retirar do estudo a qualquer momento que
julgar necessaacuterio sem prejuiacutezo para a mesma O resultado de toda a pesquisa seraacute divulgada e
atraveacutes de artigos cientiacuteficos em revistas encontros congressos ou similares sem a
divulgaccedilatildeo dos nomes de quem participou de forma sigilosa
Sua participaccedilatildeo no estudo natildeo implicaraacute em custos adicionais O (A) Sr (a) natildeo teraacute
qualquer despesa com a realizaccedilatildeo dos procedimentos previstos neste estudo que seratildeo
custeados pelo pesquisador responsaacutevel Tambeacutem natildeo haveraacute nenhuma forma de pagamento
pela sua participaccedilatildeo
Caso surja alguma duacutevida quanto agrave eacutetica do estudo o (a) Sr(a) deveraacute se reportar ao
Comitecirc de Eacutetica em Pesquisas envolvendo seres humanos ndash subordinado ao Conselho
Nacional de Eacutetica em Pesquisa oacutergatildeo do Ministeacuterio da Sauacutede atraveacutes de solicitaccedilatildeo ao
representante de pesquisa que estaraacute sob contato permanente ou contactando o Comitecirc de
Eacutetica em Pesquisa desta instituiccedilatildeo no telefone (21) 3971-1590 Eacute assegurado o completo
55
sigilo de sua identidade quanto a sua participaccedilatildeo neste estudo incluindo a eventualidade da
apresentaccedilatildeo dos resultados deste estudo em congressos e perioacutedicos cientiacuteficos
Eu________________________________________________________________________
residente do endereccedilo__________________________ fui informada dos objetivos e da
justificativa deste trabalho de forma clara e detalhada pela Dra Adriana de Mattos V da
Costa Recebi informaccedilotildees especificas sobre cada procedimento no qual estarei envolvida
dos desconfortos e riscos previstos tanto quanto dos benefiacutecios esperados Todas as minhas
duvidas foram respondidas com clareza e sei que poderei solicitar novos esclarecimentos a
qualquer momento Aleacutem disso sei que novas informaccedilotildees obtidas durante o estudo me seratildeo
fornecidas e que terei liberdade de retirar meu consentimento de participaccedilatildeo face a estas
informaccedilotildees sem prejuiacutezo para mim Aleacutem disto me foi entregue uma coacutepia da folha de
informaccedilotildees para os participantes a qual li compreendi e me deu plena liberdade para decidir
acerca da minha espontacircnea participaccedilatildeo nesta pesquisa Minha identidade jamais seraacute
publicada Os dados colhidos poderatildeo ser examinados por pessoas envolvidas no estudo com
autorizaccedilatildeo delegada do investigador e por pessoas delegadas pelo patrocinador Estou
recebendo uma coacutepia assinada deste Termo
Os pesquisadores responsaacuteveis pelo Projeto satildeo a Dra Lizanka Paola F Marinheiro e
sua aluna a Dra Adriana de Mattos Viveiros da Costa
56
Participante
Nome _________________________________
Assinatura________________________________
Data_________________________________________
Investigador
Nome____________________________________
Assinatura________________________________
Data_______________________________________
Pesquisadora
Nome______________________________________
Assinatura___________________________________
Data__________________________________________
Dra Lizanka Paola F Marinheiro
lizankaglobocom
tel 25541700
Dra Adriana de Mattos Vda Costa
adrianamattosmedyahoocombr
tel 87273315
Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa
Rua Afonso Cavalcanti 455 sala 710 ndash Cidade Nova -
Telefone 3971-1463
28
6 Resultados Encontrados
61 Gerais
As caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas da populaccedilatildeo estudada estatildeo listadas na
tabela 1 A idade meacutedia das pacientes foi de 725 anos (DPplusmn 87) com a idade da menopausa
460 anos (DPplusmn 61) o tempo de menopausa 261 anos (DPplusmn 97) e o IMC de 264 (kgm2)
(DPplusmn 55) Essas caracteriacutesticas quando comparadas com o estudo anterior de 2003 (tabela
2) confirmam tratar-se da mesma populaccedilatildeo Apenas a idade e o tempo de menopausa
evidenciam ser a nossa populaccedilatildeo mais idosa Fator que se justifica pelo tempo ocorrido entre
os dois estudos
A incidecircncia de fratura por fragilidade oacutessea encontrada foi de 21 evidenciado no
graacutefico 1 Os principais siacutetios de fratura satildeo analisados na tabela 3 tendo como sitio principal
o antebraccedilo com 50 seguido pelo peacute com 192 e uacutemero 145 Jaacute na tabela 4 e no graacutefico
2 pode ser observado que a idade da populaccedilatildeo estudada variou entre 54 e 97 anos com meacutedia
de 72 anos com DP plusmn 90 No grupo de pacientes fraturadas 50 tinham entre 65 e 79 anos
sugerindo ser essa faixa etaacuteria mais susceptiacutevel as fraturas por fragilidade oacutessea
62 USO preacutevia X Fraturas
Foi verificado na tabela 5 a associaccedilatildeo entre o resultado da (USO) preacutevia e o desfecho
fraturas por fragilidade oacutessea De todas as pacientes que fizeram USO no estudo inicial 66
participaram deste estudo Das 50 pacientes que tiveram o USO alterado 22 tiveram
fraturas nesse periacuteodo E as pacientes com USO considerada normal 194 tiveram fraturas
por fragilidade oacutessea O RR= 113 (IC95 048 - 263) sugere que as mulheres que tiveram
29
USO alterado tem um risco de fraturar de 13 maior em relaccedilatildeo as pacientes com resultado
de USO considerado normal
63 Caracteriacutesticas cliacutenicas e comportamentais X Fratura
As pacientes foram analisadas quanto as variaacuteveis clinicas e comportamentais
Considerando a tabela 6 as pacientes que tiveram fraturas se mostraram com maior
sobrepeso ou obesas (722) com maior historia familiar de fratura de quadril (133) e
com maior diagnostico de osteoporose (471) do que as pacientes sem fraturas (p
valorgt005) Jaacute o uso de anticoncepcional ou o uso de reposiccedilatildeo hormonal natildeo se mostraram
ser relevantes para ocorrecircncia de fraturas nessa amostra E 235 das pacientes acamadas por
mais de dois meses sofreram alguma fratura com p valor lt005 Evidenciando associaccedilatildeo
entre a paciente ficar acamada por mais de dois meses e sofrer fratura por fragilidade oacutessea
Avaliando a tabela 7 foi notado que apenas 125 das pacientes que tiveram fratura eram
tabagistas e 167 eram etilistas natildeo se mostrando essas caracteriacutesticas como fatores de
risco A atividade fiacutesica moderadapesada ateacute 25 anos e acima de 50 anos apresentou
percentuais de 441 e 382 respectivamente Aleacutem disso entre 25 e 50 anos 444 das
pacientes com atividade fiacutesica moderadapesada tiveram fraturas e 441 das pacientes natildeo
tiveram fraturas para essa faixa etaacuteria (p valor gt005) Sendo assim natildeo houve associaccedilatildeo
entre a atividade fiacutesica e as fraturas Em relaccedilatildeo ao item ingestatildeo de leite apoacutes os 50 anos
456 das pacientes que natildeo tiveram fraturas ingeriam de 1 a 2 copos de leite por dia e
apenas 44 ingeriam mais de 3 copos de leite por dia No caso das pacientes que tiveram
fraturas apoacutes os 50 anos foi observado que 50 ingeriam de 1 a 2 copos de leite por dia e
167 ingeriam 3 copos ou mais de leite
30
64 Tempo de menopausa X Fratura
As pacientes foram avaliadas graacutefico 3 para verificar a associaccedilatildeo entre o tempo de
menopausa e o desfecho das fraturas A mediana do tempo de menopausa encontrado em
ambos os grupos foi de 262 com DP de plusmn98 Metade das pacientes que tiveram fraturas tem
entre 193 e 293 anos de menopausa com DP de plusmn72 A correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade
tempo de menopausa e IMC foi observado na tabela 8 onde evidenciada uma associaccedilatildeo
positiva entre a idade e o tempo de menopausa nos grupos de pacientes com e sem fraturas
Assim como foi verificado uma associaccedilatildeo negativa de quanto maior a idade e o tempo de
menopausa menor o IMC
31
Graacutefico 1
Graacutefico 2
32
Graacutefico 3
33
Tabela 1- Caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas das
mulheres poacutes menopausa (n=86)
Caracteriacutesticas Meacutedia plusmn desvio padratildeo
Idade (anos) 7255 plusmn 897
Idade da
menarca (anos) 1324 plusmn 184
Idade da
menopausa
(anos)
4608 plusmn 614
Tempo de
menopausa
(anos)
2618 plusmn976
Peso (kg)sect 6342 plusmn 1055
Altura (m)deg 155 plusmn 008
IMC (kgm2) 2643 plusmn 557
n=85 sectn=83 ordmn=82 n=81 n=80
Tabela 2-Caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas das
mulheres poacutes menopausa em 2003
Caracteriacutesticas Meacutedia plusmn desvio padratildeo
Idade (anos) 6463plusmn1270
Idade da
menarca (anos)
1304 plusmn 193
Idade da
menopausa
(anos)
4755 plusmn 601
Tempo de
menopausa
(anos)
1700 plusmn 1076
Peso (kg)sect 6533 plusmn 1270
Altura (m)deg 155 plusmn 006
IMC (kgm2) 2696 plusmn 477
34
Tabela 3 ndash Incidecircncia de fraturas em mulheres poacutes menopausa segundo a
localizaccedilatildeo de fratura 2003-2011
Tipo da fratura
n
Veacutertebra 1 38
Fecircmur 1 38
Costela 2 77
Antebraccedilo 13 500
Uacutemero 4 145
Peacute 5 192
Total 26 1000
Nota Algumas pacientes tiveram mais de uma fratura no periacuteodo
Tabela 4- Relaccedilatildeo entre idade e fratura nas mulheres na poacutes menopausa
Total
Fratura
Idade (anos) Natildeo Sim
N () n () n ()
54 a 64 anos 18 209 14 206 4 222
65 a 79 anos 48 558 39 574 9 500
80 a 97 anos 20 233 15 221 5 278
Total 86 1000 68 1000 18 1000
Meacutedia (DP) 725 (90) 713 (77) 729 (93)
Nota P-valor pelo teste de Mann-Whitney=0813
35
Tabela 5 - Incidecircncia de fratura em mulheres poacutes-menopausa segundo
resultado da USO 2003-2011
Resultado da
USO
Total
Fratura p-valor
Sim Natildeo
n n
()
IC95 n
()
Normal 36 7 194
89 -
3472
29 806
0496
Alterado 50 11 220
121 -
350
39 780
Total 86 18 209
133 -
305
68 791
Nota Risco relativo = 113 (IC95 048 - 263)
36
Tabela 6 ndash Caracteriacutesticas cliacutenicas de mulheres poacutes-menopausa segundo
fratura (n=86)
Fratura
Natildeo (n=68) Sim (n=18) Total
n ( ) n ( )
IMC
Abaixo do pesoNormal 24 (353) 5 (278) 28 0792
Sobrepeso 27 (397) 9 (500) 36
Obeso 17 (250) 4 (222) 21
Histoacuterico familiar de fratura de quadril
Natildeo 66 (985) 13 (867) 79 0085
Sim 1 (15) 2 (133) 3
Osteoporose
Natildeo 44 (800) 9 (529) 53 0055
Sim 11 (200) 8 (471) 19
Uso de anticoncepcional
Natildeo 32 (485) 10 (556) 42 0791
Sim 34 (515) 8 (444) 42
Ausecircncia de mentruaccedilatildeo
Natildeo 60 (909) 16 (941) 76 1000
Sim 6 (91) 1 (59) 7
Retirou o uacutetero
Natildeo 46 (687) 9 (500) 55 0170
Sim 21 (313) 9 (500) 30
Retirou os ovaacuterios
Natildeo 53 (815) 11 (647) 64 0187
Sim 12 (185) 6 (353) 18
Reposiccedilatildeo hormonal
Natildeo 51 (761) 13 (722) 64 0763
Sim 16 (239) 5 (278) 21
Amamentou
Natildeo 14 (206) 4 (222) 18 1000
Sim 54 (794) 14 (778) 68
Acamado por mais de dois meses
Natildeo 63 (940) 13 (765) 76 0049
Sim 4 (60) 4 (235) 8
Caracteriacutesticas clinicas
p-valor do
teste exato
de Fisher
37
Tabela 7 - Caracteriacutesticas comportamentais de mulheres poacutes-menopausa segundo
fratura (n=86)
Fratura
Natildeo (n=68) Sim (n=18) Total
n ( ) n ( )
Tabagismo
Natildeo fumante 47 (758) 14 (875) 61 0499
FumanteEx-fumante 15 (242) 2 (125) 17
Etilismo no uacuteltimo ano
Natildeo 48 (706) 15 (833) 63 0376
Sim 20 (294) 3 (167) 23
Atividade fiacutesica ateacute os 25 anos
Leve 38 (559) 11 (611) 49 0792
ModeradaPesada 30 (441) 7 (389) 37
Atividade fiacutesica entre os 25 e 50 anos
Leve 38 (559) 10 (556) 48 1000
ModeradaPesada 30 (441) 8 (444) 38
Atividade fiacutesica acima dos 50 anos
Leve 42 (618) 12 (667) 54 0789
ModeradaPesada 26 (382) 6 (333) 32
Frequecircncia diaacuteria de leite ateacute 25 anos
Nenhummenos 1 copodia 34 (500) 8 (444) 42 0910
1 a 2 coposdia 31 (456) 9 (500) 40
3 coposdia ou mais 3 (44) 1 (56) 4
Frequecircncia diaacuteria de leite apoacutes 50 anos
Nenhummenos 1 copodia 34 (500) 6 (333) 40 0103
1 a 2 coposdia 31 (456) 9 (500) 40
3 coposdia ou mais 3 (44) 3 (167) 6
Caracteriacutesticas
comportamentais
p-valor do
teste exato
de Fisher
Tabela 8- Coeficientes de correlaccedilatildeo de Spearman (rs) entre idade IMC e tempo de
menopausa em mulheres poacutes-menopausa
Variaacuteveis
IMC IdadeTempo de
menopausa
r s 1 -0144 -0151
p-valor 0569 0550
r s -0227 1 0736
p-valor 0074 lt0001
r s -0295 0761 1
p-valor 0020 lt0001
Variaacuteveis
IMC
Idade
Tempo de menopausa
Nota o triacircngulo superior direito (parte hachurada) se refere agraves correlaccedilotildees para as mulheres com
fratura e o inferior esquerdo (parte natildeo hachurada) agraves mulheres sem fratura
38
7 Discussatildeo
No Brasil os principais fatores cliacutenicos de risco para fraturas por fragilidade oacutessea
eram extrapolados a partir de estudos internacionais O estudo vem acrescentar informaccedilotildees
para se conhecer os fatores relacionados agrave essas fraturas Nossos resultados revelam que a
idade avanccedilada a historia familiar de fratura de quadril o diagnoacutestico de osteoporose e
tambeacutem o paciente ficar acamado por mais de 2 meses foram considerados fatores de risco
para fraturas por fragilidade oacutessea
Esse estudo mostrou concordacircncia com a Johnell amp Kanis (2006) onde o principal
siacutetio mundial de fratura por fragilidade oacutessea nas mulheres apoacutes a menopausa foi o antebraccedilo
Segundo o estudo Latin American Vertebral Osteoporosis Study (LAVOS) (Clark et al
2009) a fratura vertebral eacute a mais prevalente da ameacuterica latina com uma prevalecircncia de
142 diferente do nosso estudo onde a coluna vertebral e o colo do fecircmur aparecem
juntos em uacuteltimo lugar na lista de incidecircncia dos siacutetios de fratura Isso pode ser atribuiacutedo
devido a diferenccedila nos criteacuterios de definiccedilatildeo de fraturas pois no LAVOS optou-se pela
medida radiograacutefica do local de fraturas enquanto no nosso estudo as fraturas foram referidas
pelas pacientes
Os consensos sobre osteoporose tecircm propostos algoritmos para identificar indiviacuteduos
de alto risco para fraturas (Kanis et al 2008 WHO 1999) Para tanto a associaccedilatildeo de fatores
de risco para fraturas com a medida da USO eacute de suma importacircncia embora sejam poucas as
pacientes que tecircm oportunidade de realizar esse exame (Oliveira et al 2007) Assim o
presente trabalho mostrou um risco para fraturas por fragilidade oacutessea 13 maior nas
pacientes com resultado de USO alterada em relaccedilatildeo as pacientes que tiveram resultados de
39
USO normais vindo de encontro aos resultados encontrados por Oliveira et al (2007)
Corroborando o USO como um meacutetodo confiaacutevel para a prediccedilatildeo de fraturas
E semelhante a Pinheiro et al (2010a) o presente estudo revelou que os principais
fatores de risco para fraturas por fragilidade oacutessea satildeo a idade avanccedilada a historia familiar de
fratura de quadril e a presenccedila de osteoporose Isso pode ser atribuiacutedo ao fato de que no
estudo de Pinheiro et al (2010a) assim como no nosso estudo a populaccedilatildeo ser
predominantemente de mulheres acima dos 65 anos e viverem em aacuterea urbana tendo haacutebitos
de vida parecidos
O achado em nosso estudo que apresentou significacircncia estatiacutestica refere-se ao fator
de risco ldquopaciente acamado por mais de dois mesesrdquo como disposto na literatura (Pinheiro et
al 2010b Demir et al 2008) O que acontece eacute que com o paciente acamado por tempo
prolongado um maior remodelamento oacutesseo eacute observado Os osteoclastos responsaacuteveis pela
absorccedilatildeo oacutessea sobrepotildee os osteoblastos predispondo as fraturas por fragilidade oacutessea
(Fyhrie amp Schaffler 1994) Assim observou-se no estudo que 235 das pacientes
acamadas por mais de dois meses sofreram alguma fratura por fragilidade oacutessea com p valor
lt005 Isso reafirma a associaccedilatildeo entre a paciente ficar acamada por mais de dois meses e
sofrer fratura por fragilidade oacutessea Por outro lado o exerciacutecio fiacutesico que estaacute sabidamente
relacionado ao aumento da resistecircncia muscular do equiliacutebrio e da flexibilidade contribuindo
para a reduccedilatildeo da perda oacutessea e melhora da sauacutede em geral (Chan 2003) natildeo se mostrou
como fator de proteccedilatildeo neste estudo Provavelmente devido ao baixo percentual encontrado
de pacientes que praticavam atividade fiacutesica moderada ou pesada
O elevado IMC e a terapia de reposiccedilatildeo hormonal natildeo desempenharam papel protetor
na nossa populaccedilatildeo como seria o esperado por estudos anteriores (Pinheiro et al 2010c
40
Buttros et al 2011) Ao contrario o sobrepeso e obesidade foram considerados fatores de
risco Isso pode ser atribuiacutedo ao IMC meacutedio dessa populaccedilatildeo ser 264 (kgm2) (DPplusmn 55)
limiacutetrofe para sobrepeso Embora esse dado demonstre contrariedade com a literatura que
estabelece relaccedilatildeo inversa entre obesidade e fraturas por fragilidade oacutessea em nosso estudo
ter maior peso e IMC natildeo seriam fatores de risco para fraturas e sim caracteriacutesticas das
mulheres mais idosas em um contexto social de baixa escolaridade e renda Esse fato eacute
confirmado pelos resultados da Pesquisa Nacional sobre Sauacutede e Nutriccedilatildeo ( Batista F et al
2003) que demonstraram caraacuteter ascendente da obesidade nos estratos de mulheres com baixa
renda residentes na regiatildeo Sudeste
Aleacutem disso haacutebitos de vida como tabagismo e etilismo sabidamente relacionados agrave
maior risco para fraturas por fragilidade oacutessea (Pinheiro et al 2010) tambeacutem natildeo se
mostraram estar associados nesse estudo
A necessidade de caacutelcio do ser humano varia ao longo da vida e uma ingestatildeo
adequada para mulheres acima de 50 anos eacute de 1200 mg pois com a idade o corpo
naturalmente perde um pouco da capacidade de absorccedilatildeo de minerais (Nuacutecleo de Estudos e
Pesquisas em Alimentaccedilatildeo 2006) O fato de apenas 44 das mulheres que natildeo tiveram
fraturas e 167 das mulheres que tiveram fraturas ter referido consumo superior a
900mgdia (3 ou mais copos) foi fator de surpresa principalmente levando-se em conta o PIB
per capita da cidade superior ao da maioria dos municiacutepios brasileiros (IPEA 2000)
Assim como em estudos preacutevios (Pinheiro et al 2010c NHI 2001 Demir et al
2008) nossos dados tambeacutem demonstraram o hipoestrogenismo como importante fator de
risco para fraturas por fragilidade oacutessea jaacute que as pacientes com fratura tecircm entre 19 e 29
anos de menopausa Em recente estudo Demir et al (2008) estudaram 2769 mulheres na
41
poacutes-menopausa correlacionando a ocorrecircncia de osteoporose com o tempo de menopausa
Demonstraram que 106 das pacientes com ateacute trecircs anos de poacutes-menopausa tinham
osteoporose contra 329 das pacientes com sete anos ou mais Acredita-se que a deficiecircncia
estrogecircnica seja responsaacutevel por dois terccedilos da perda de massa oacutessea levando
consequentemente agraves fraturas por fragilidade oacutessea assim como observado (Position
statement of the North American Menopause Society 2010)
Os dados deste estudo podem ser limitados pois apesar de tratar-se de uma coorte as
participantes reportaram dados referentes a estilo de vida dieta antecedentes familiares e
pessoais o que pode ter ocasionado algum vieacutes recordatoacuterio Outra limitaccedilatildeo eacute que como
avaliado por Oliveira et al (2007) esta populaccedilatildeo apresenta a maior parte das mulheres com
baixo niacutevel socioeconocircmico e escolaridade sem acesso agrave adequada educaccedilatildeo nutricional e agrave
atividade fiacutesica orientada Por outro lado resultados encontrados sem significacircncia estatiacutestica
podem ter sido ocasionados pelo tamanho amostral reduzido devido a dificuldade de
rastreamento da populaccedilatildeo uma vez que a unidade de sauacutede natildeo atualizou o endereccedilo e
telefone das mulheres eleitas para o estudo Talvez se tivesse sido realizado contato anual
com essas mulheres natildeo teriacuteamos perdido o seguimento delas
42
8 Conclusatildeo
Devido agrave sua alta prevalecircncia e associaccedilatildeo com mortalidade e incapacidade a fratura
devido agrave fragilidade oacutessea deve ser considerada um problema de sauacutede puacuteblica no Brasil
Apesar das limitaccedilotildees o presente estudo foi realizado de forma prospectiva em mulheres
brasileiras na poacutes-menopausa devendo os seus resultados serem levados em consideraccedilatildeo
para a formulaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas de sauacutede para a prevenccedilatildeo e estrateacutegias de tratamento
para as fraturas Os fatores de risco encontrados como a idade avanccedilada a histoacuteria familiar
de fratura de quadril e a presenccedila de osteoporose devem ser acompanhados e combatidos para
tentar-se diminuir o risco para as fraturas Assim como o USO mostrou ser um meacutetodo
confiaacutevel para avaliar o risco para fraturas podendo ser implementado em maior escala do
que a atual Entatildeo acreditamos que novos estudos prospectivos com uma amostra mais
representativa devam ser realizados para se confirmar os fatores associados a fraturas por
fragilidade oacutessea na populaccedilatildeo brasileira para cada vez mais conhecermos o perfil da nossa
populaccedilatildeo e termos subsiacutedios para combater esse agravo
43
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48
10 Anexo 1 - Instrumento de coleta - EVOS (EUROPEAN VERTEBRAL
OSTEOPOROSIS STUDY)
Data _________
Nome________________________________________________________
Endereco_____________________________________________________
Fone _____________ Data de nascimento _________ RG
1- Dados antropomeacutetricos
Peso (Kg) Altura (m) IMC
2- Dados Ginecoloacutegicos
Idade da primeira menstruacao anos
Vocecirc jaacute usou piacutelula anticoncepcional por mais de 3 meses
sim natildeo natildeo sei
Vocecirc jaacute ficou algum periacuteodo em sua vida sem menstruar antes da menopausa (exceto se
gravidez) sim natildeo natildeo sei
Idade da ultima menstruaccedilatildeo anos
Numero de filhos
Vocecirc fez cirurgia para retirar o uacutetero sim com Idade ____ (anos)
natildeo natildeo sei
E para retirar os ovaacuterios (um ou os dois) sim idade ___ (anos)
natildeo natildeo sei
Vocecirc fez reposiccedilatildeo hormonal apos a menopausa sim natildeo natildeo sei
Se sim quando iniciado o periacuteodo foi superior a 1 ano sim natildeo natildeo sei
49
Vocecirc notou os seguintes sintomas na menopausa
calores sim natildeo natildeo sei
depressatildeo sim natildeo natildeo sei
insocircnia sim natildeo natildeo sei
outros sim natildeo natildeo sei
Vocecirc amamentou sim natildeo natildeo sei
Se sim quantas crianccedilas vocecirc amamentou por mais que 3 meses
3- Dados familiares
Em sua famiacutelia (pai matildee irmatildeos) existe historia de fratura de quadril apos os 50 anos de
idade sim natildeo natildeo sei
4- Histoacuteria de fratura
Vocecirc jaacute teve alguma fratura sim natildeo natildeo sei
Se sim em qual sitio esqueleacutetico com que idade e qual foi o tipo de trauma
Sitio Numero Idade (anos) Niacutevel do trauma
Vertebra
Fecircmur (colo trocanter)
Costela
Antebraccedilo
Uacutemero
Pe
Outras
Vocecirc sabe que tem osteoporose sim tenho natildeo natildeo tenho natildeo sei
5- Aacutelcool
Com que frequecircncia vocecirc bebeu no ultimo ano
Diariamente 5-6 dsem 3-4 dsem
50
1 -2 dsem lt 1 dsem nunca
Tipo de bebida destilados (uiacutesque cachaccedila vodka)
fermentados (cerveja vinho)
6- Imobilizaccedilatildeo
Vocecirc jaacute ficou acamado por um periacuteodo superior a 2 meses
sim natildeo natildeo sei
Se sim foi antes ou apos os 25 anos de idade
ano passado nunca
7- Fumo
Vocecirc fumou cigarro ou usou outras formas de fumo (cachimbo ou charuto)
atualmente no passado nunca
Com que idade iniciou anos
Se parou com que idade anos
Numero de cigarrosdia
8- Atividade Fiacutesica
Quantas tempo costuma passar diariamente ao ar livre caminhando ou andando de bicicleta
nenhuma a 1 h superior a 1 h
Qual a sua atividade fiacutesica durante diferentes periacuteodos de sua vida adulta
Ate os 25 anos 25 a 50 anos acima 50 anos
Niacutevel 1 (leve) 2 (moderada) 3 (pesada) 4
(muito pesada)
9- Impacto
Como vocecirc descreveria sua sauacutede geral neste momento
muito boa boa satisfatoacuteria regular ruim
10- Interrogatoacuterio sobre drogas
51
Vocecirc jaacute usou alguma medicaccedilatildeo oral ou injetaacutevel contendo corticosteroides por mais de 3
meses sim natildeo natildeo sei
Vocecirc jaacute usou alguma desses remeacutedios
Droga sim natildeo sei tempo
(meses)
parou ha quanto tempo
Hormocircnios
masculinos
Hormocircnios
femininos
Calcitonina
Fluacuteor
Caacutelcio
Vitamina D
Anabolizantes
Diureacuteticos
tiazidicos
11- Ingestatildeo de caacutelcio
Com que frequecircncia vocecirc comeu produtos derivados do leite na semana passada
(diassemana)
queijo amarelo queijo branco iogurte leite sorvete
Para os periacuteodos indicados abaixo com que frequecircncia vocecirc recebeu leite
ate 25 anos 25 a 50 anos Acima de 50 anos
Todas as refeiccedilotildees (3 ou + coposdia)
1-2 coposdia
52
Toda semana mas natildeo todo dia
lt 1 vezsemana
53
11 Anexo 2 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Projeto de Pesquisa Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade
oacutessea em mulheres na menopausa
Pesquisador responsaacutevel Dra Lizanka Paola F Marinheiro
Instituiccedilatildeo responsaacutevel Instituto Fernandes Figueira
Vocecirc estaacute sendo convidado a participar do projeto de pesquisa intitulado
Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea em mulheres na
menopausa por que vocecirc participou do estudo anterior realizado haacute 7 anos sobre a
osteoporose e suas consequumlecircncias
54
A osteoporose e uma doenccedila que se caracteriza pela diminuiccedilatildeo da resistecircncia do osso
tornando-o mais fraacutegil Essa fragilidade aumenta o risco da pessoa que tem osteoporose de ter
fraturas mesmo com atividades comuns como tossir ou espirrar
Com isso esse trabalho deseja avaliar a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea na
populaccedilatildeo de mulheres na poacutes menopausa residente da Ilha de Paquetaacute apoacutes 7 anos de
seguimento do uacuteltimo estudo transversal
Vocecirc natildeo eacute obrigada a participar Mas se quiser vocecirc teraacute que responder a um
questionaacuterio Para participar vocecirc natildeo teraacute que pagar nada O resultado seraacute fornecido apenas
a vocecirc ningueacutem mais saberaacute Suas duvidas seratildeo esclarecidas e vocecirc devera continuar
acompanhamento com seu meacutedico assistente Se vocecirc natildeo quiser participar natildeo seraacute
submetida a nenhum constrangimento fiacutesico ou moral e seu atendimento no posto de sauacutede
natildeo seraacute prejudicado A participante poderaacute se retirar do estudo a qualquer momento que
julgar necessaacuterio sem prejuiacutezo para a mesma O resultado de toda a pesquisa seraacute divulgada e
atraveacutes de artigos cientiacuteficos em revistas encontros congressos ou similares sem a
divulgaccedilatildeo dos nomes de quem participou de forma sigilosa
Sua participaccedilatildeo no estudo natildeo implicaraacute em custos adicionais O (A) Sr (a) natildeo teraacute
qualquer despesa com a realizaccedilatildeo dos procedimentos previstos neste estudo que seratildeo
custeados pelo pesquisador responsaacutevel Tambeacutem natildeo haveraacute nenhuma forma de pagamento
pela sua participaccedilatildeo
Caso surja alguma duacutevida quanto agrave eacutetica do estudo o (a) Sr(a) deveraacute se reportar ao
Comitecirc de Eacutetica em Pesquisas envolvendo seres humanos ndash subordinado ao Conselho
Nacional de Eacutetica em Pesquisa oacutergatildeo do Ministeacuterio da Sauacutede atraveacutes de solicitaccedilatildeo ao
representante de pesquisa que estaraacute sob contato permanente ou contactando o Comitecirc de
Eacutetica em Pesquisa desta instituiccedilatildeo no telefone (21) 3971-1590 Eacute assegurado o completo
55
sigilo de sua identidade quanto a sua participaccedilatildeo neste estudo incluindo a eventualidade da
apresentaccedilatildeo dos resultados deste estudo em congressos e perioacutedicos cientiacuteficos
Eu________________________________________________________________________
residente do endereccedilo__________________________ fui informada dos objetivos e da
justificativa deste trabalho de forma clara e detalhada pela Dra Adriana de Mattos V da
Costa Recebi informaccedilotildees especificas sobre cada procedimento no qual estarei envolvida
dos desconfortos e riscos previstos tanto quanto dos benefiacutecios esperados Todas as minhas
duvidas foram respondidas com clareza e sei que poderei solicitar novos esclarecimentos a
qualquer momento Aleacutem disso sei que novas informaccedilotildees obtidas durante o estudo me seratildeo
fornecidas e que terei liberdade de retirar meu consentimento de participaccedilatildeo face a estas
informaccedilotildees sem prejuiacutezo para mim Aleacutem disto me foi entregue uma coacutepia da folha de
informaccedilotildees para os participantes a qual li compreendi e me deu plena liberdade para decidir
acerca da minha espontacircnea participaccedilatildeo nesta pesquisa Minha identidade jamais seraacute
publicada Os dados colhidos poderatildeo ser examinados por pessoas envolvidas no estudo com
autorizaccedilatildeo delegada do investigador e por pessoas delegadas pelo patrocinador Estou
recebendo uma coacutepia assinada deste Termo
Os pesquisadores responsaacuteveis pelo Projeto satildeo a Dra Lizanka Paola F Marinheiro e
sua aluna a Dra Adriana de Mattos Viveiros da Costa
56
Participante
Nome _________________________________
Assinatura________________________________
Data_________________________________________
Investigador
Nome____________________________________
Assinatura________________________________
Data_______________________________________
Pesquisadora
Nome______________________________________
Assinatura___________________________________
Data__________________________________________
Dra Lizanka Paola F Marinheiro
lizankaglobocom
tel 25541700
Dra Adriana de Mattos Vda Costa
adrianamattosmedyahoocombr
tel 87273315
Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa
Rua Afonso Cavalcanti 455 sala 710 ndash Cidade Nova -
Telefone 3971-1463
29
USO alterado tem um risco de fraturar de 13 maior em relaccedilatildeo as pacientes com resultado
de USO considerado normal
63 Caracteriacutesticas cliacutenicas e comportamentais X Fratura
As pacientes foram analisadas quanto as variaacuteveis clinicas e comportamentais
Considerando a tabela 6 as pacientes que tiveram fraturas se mostraram com maior
sobrepeso ou obesas (722) com maior historia familiar de fratura de quadril (133) e
com maior diagnostico de osteoporose (471) do que as pacientes sem fraturas (p
valorgt005) Jaacute o uso de anticoncepcional ou o uso de reposiccedilatildeo hormonal natildeo se mostraram
ser relevantes para ocorrecircncia de fraturas nessa amostra E 235 das pacientes acamadas por
mais de dois meses sofreram alguma fratura com p valor lt005 Evidenciando associaccedilatildeo
entre a paciente ficar acamada por mais de dois meses e sofrer fratura por fragilidade oacutessea
Avaliando a tabela 7 foi notado que apenas 125 das pacientes que tiveram fratura eram
tabagistas e 167 eram etilistas natildeo se mostrando essas caracteriacutesticas como fatores de
risco A atividade fiacutesica moderadapesada ateacute 25 anos e acima de 50 anos apresentou
percentuais de 441 e 382 respectivamente Aleacutem disso entre 25 e 50 anos 444 das
pacientes com atividade fiacutesica moderadapesada tiveram fraturas e 441 das pacientes natildeo
tiveram fraturas para essa faixa etaacuteria (p valor gt005) Sendo assim natildeo houve associaccedilatildeo
entre a atividade fiacutesica e as fraturas Em relaccedilatildeo ao item ingestatildeo de leite apoacutes os 50 anos
456 das pacientes que natildeo tiveram fraturas ingeriam de 1 a 2 copos de leite por dia e
apenas 44 ingeriam mais de 3 copos de leite por dia No caso das pacientes que tiveram
fraturas apoacutes os 50 anos foi observado que 50 ingeriam de 1 a 2 copos de leite por dia e
167 ingeriam 3 copos ou mais de leite
30
64 Tempo de menopausa X Fratura
As pacientes foram avaliadas graacutefico 3 para verificar a associaccedilatildeo entre o tempo de
menopausa e o desfecho das fraturas A mediana do tempo de menopausa encontrado em
ambos os grupos foi de 262 com DP de plusmn98 Metade das pacientes que tiveram fraturas tem
entre 193 e 293 anos de menopausa com DP de plusmn72 A correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade
tempo de menopausa e IMC foi observado na tabela 8 onde evidenciada uma associaccedilatildeo
positiva entre a idade e o tempo de menopausa nos grupos de pacientes com e sem fraturas
Assim como foi verificado uma associaccedilatildeo negativa de quanto maior a idade e o tempo de
menopausa menor o IMC
31
Graacutefico 1
Graacutefico 2
32
Graacutefico 3
33
Tabela 1- Caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas das
mulheres poacutes menopausa (n=86)
Caracteriacutesticas Meacutedia plusmn desvio padratildeo
Idade (anos) 7255 plusmn 897
Idade da
menarca (anos) 1324 plusmn 184
Idade da
menopausa
(anos)
4608 plusmn 614
Tempo de
menopausa
(anos)
2618 plusmn976
Peso (kg)sect 6342 plusmn 1055
Altura (m)deg 155 plusmn 008
IMC (kgm2) 2643 plusmn 557
n=85 sectn=83 ordmn=82 n=81 n=80
Tabela 2-Caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas das
mulheres poacutes menopausa em 2003
Caracteriacutesticas Meacutedia plusmn desvio padratildeo
Idade (anos) 6463plusmn1270
Idade da
menarca (anos)
1304 plusmn 193
Idade da
menopausa
(anos)
4755 plusmn 601
Tempo de
menopausa
(anos)
1700 plusmn 1076
Peso (kg)sect 6533 plusmn 1270
Altura (m)deg 155 plusmn 006
IMC (kgm2) 2696 plusmn 477
34
Tabela 3 ndash Incidecircncia de fraturas em mulheres poacutes menopausa segundo a
localizaccedilatildeo de fratura 2003-2011
Tipo da fratura
n
Veacutertebra 1 38
Fecircmur 1 38
Costela 2 77
Antebraccedilo 13 500
Uacutemero 4 145
Peacute 5 192
Total 26 1000
Nota Algumas pacientes tiveram mais de uma fratura no periacuteodo
Tabela 4- Relaccedilatildeo entre idade e fratura nas mulheres na poacutes menopausa
Total
Fratura
Idade (anos) Natildeo Sim
N () n () n ()
54 a 64 anos 18 209 14 206 4 222
65 a 79 anos 48 558 39 574 9 500
80 a 97 anos 20 233 15 221 5 278
Total 86 1000 68 1000 18 1000
Meacutedia (DP) 725 (90) 713 (77) 729 (93)
Nota P-valor pelo teste de Mann-Whitney=0813
35
Tabela 5 - Incidecircncia de fratura em mulheres poacutes-menopausa segundo
resultado da USO 2003-2011
Resultado da
USO
Total
Fratura p-valor
Sim Natildeo
n n
()
IC95 n
()
Normal 36 7 194
89 -
3472
29 806
0496
Alterado 50 11 220
121 -
350
39 780
Total 86 18 209
133 -
305
68 791
Nota Risco relativo = 113 (IC95 048 - 263)
36
Tabela 6 ndash Caracteriacutesticas cliacutenicas de mulheres poacutes-menopausa segundo
fratura (n=86)
Fratura
Natildeo (n=68) Sim (n=18) Total
n ( ) n ( )
IMC
Abaixo do pesoNormal 24 (353) 5 (278) 28 0792
Sobrepeso 27 (397) 9 (500) 36
Obeso 17 (250) 4 (222) 21
Histoacuterico familiar de fratura de quadril
Natildeo 66 (985) 13 (867) 79 0085
Sim 1 (15) 2 (133) 3
Osteoporose
Natildeo 44 (800) 9 (529) 53 0055
Sim 11 (200) 8 (471) 19
Uso de anticoncepcional
Natildeo 32 (485) 10 (556) 42 0791
Sim 34 (515) 8 (444) 42
Ausecircncia de mentruaccedilatildeo
Natildeo 60 (909) 16 (941) 76 1000
Sim 6 (91) 1 (59) 7
Retirou o uacutetero
Natildeo 46 (687) 9 (500) 55 0170
Sim 21 (313) 9 (500) 30
Retirou os ovaacuterios
Natildeo 53 (815) 11 (647) 64 0187
Sim 12 (185) 6 (353) 18
Reposiccedilatildeo hormonal
Natildeo 51 (761) 13 (722) 64 0763
Sim 16 (239) 5 (278) 21
Amamentou
Natildeo 14 (206) 4 (222) 18 1000
Sim 54 (794) 14 (778) 68
Acamado por mais de dois meses
Natildeo 63 (940) 13 (765) 76 0049
Sim 4 (60) 4 (235) 8
Caracteriacutesticas clinicas
p-valor do
teste exato
de Fisher
37
Tabela 7 - Caracteriacutesticas comportamentais de mulheres poacutes-menopausa segundo
fratura (n=86)
Fratura
Natildeo (n=68) Sim (n=18) Total
n ( ) n ( )
Tabagismo
Natildeo fumante 47 (758) 14 (875) 61 0499
FumanteEx-fumante 15 (242) 2 (125) 17
Etilismo no uacuteltimo ano
Natildeo 48 (706) 15 (833) 63 0376
Sim 20 (294) 3 (167) 23
Atividade fiacutesica ateacute os 25 anos
Leve 38 (559) 11 (611) 49 0792
ModeradaPesada 30 (441) 7 (389) 37
Atividade fiacutesica entre os 25 e 50 anos
Leve 38 (559) 10 (556) 48 1000
ModeradaPesada 30 (441) 8 (444) 38
Atividade fiacutesica acima dos 50 anos
Leve 42 (618) 12 (667) 54 0789
ModeradaPesada 26 (382) 6 (333) 32
Frequecircncia diaacuteria de leite ateacute 25 anos
Nenhummenos 1 copodia 34 (500) 8 (444) 42 0910
1 a 2 coposdia 31 (456) 9 (500) 40
3 coposdia ou mais 3 (44) 1 (56) 4
Frequecircncia diaacuteria de leite apoacutes 50 anos
Nenhummenos 1 copodia 34 (500) 6 (333) 40 0103
1 a 2 coposdia 31 (456) 9 (500) 40
3 coposdia ou mais 3 (44) 3 (167) 6
Caracteriacutesticas
comportamentais
p-valor do
teste exato
de Fisher
Tabela 8- Coeficientes de correlaccedilatildeo de Spearman (rs) entre idade IMC e tempo de
menopausa em mulheres poacutes-menopausa
Variaacuteveis
IMC IdadeTempo de
menopausa
r s 1 -0144 -0151
p-valor 0569 0550
r s -0227 1 0736
p-valor 0074 lt0001
r s -0295 0761 1
p-valor 0020 lt0001
Variaacuteveis
IMC
Idade
Tempo de menopausa
Nota o triacircngulo superior direito (parte hachurada) se refere agraves correlaccedilotildees para as mulheres com
fratura e o inferior esquerdo (parte natildeo hachurada) agraves mulheres sem fratura
38
7 Discussatildeo
No Brasil os principais fatores cliacutenicos de risco para fraturas por fragilidade oacutessea
eram extrapolados a partir de estudos internacionais O estudo vem acrescentar informaccedilotildees
para se conhecer os fatores relacionados agrave essas fraturas Nossos resultados revelam que a
idade avanccedilada a historia familiar de fratura de quadril o diagnoacutestico de osteoporose e
tambeacutem o paciente ficar acamado por mais de 2 meses foram considerados fatores de risco
para fraturas por fragilidade oacutessea
Esse estudo mostrou concordacircncia com a Johnell amp Kanis (2006) onde o principal
siacutetio mundial de fratura por fragilidade oacutessea nas mulheres apoacutes a menopausa foi o antebraccedilo
Segundo o estudo Latin American Vertebral Osteoporosis Study (LAVOS) (Clark et al
2009) a fratura vertebral eacute a mais prevalente da ameacuterica latina com uma prevalecircncia de
142 diferente do nosso estudo onde a coluna vertebral e o colo do fecircmur aparecem
juntos em uacuteltimo lugar na lista de incidecircncia dos siacutetios de fratura Isso pode ser atribuiacutedo
devido a diferenccedila nos criteacuterios de definiccedilatildeo de fraturas pois no LAVOS optou-se pela
medida radiograacutefica do local de fraturas enquanto no nosso estudo as fraturas foram referidas
pelas pacientes
Os consensos sobre osteoporose tecircm propostos algoritmos para identificar indiviacuteduos
de alto risco para fraturas (Kanis et al 2008 WHO 1999) Para tanto a associaccedilatildeo de fatores
de risco para fraturas com a medida da USO eacute de suma importacircncia embora sejam poucas as
pacientes que tecircm oportunidade de realizar esse exame (Oliveira et al 2007) Assim o
presente trabalho mostrou um risco para fraturas por fragilidade oacutessea 13 maior nas
pacientes com resultado de USO alterada em relaccedilatildeo as pacientes que tiveram resultados de
39
USO normais vindo de encontro aos resultados encontrados por Oliveira et al (2007)
Corroborando o USO como um meacutetodo confiaacutevel para a prediccedilatildeo de fraturas
E semelhante a Pinheiro et al (2010a) o presente estudo revelou que os principais
fatores de risco para fraturas por fragilidade oacutessea satildeo a idade avanccedilada a historia familiar de
fratura de quadril e a presenccedila de osteoporose Isso pode ser atribuiacutedo ao fato de que no
estudo de Pinheiro et al (2010a) assim como no nosso estudo a populaccedilatildeo ser
predominantemente de mulheres acima dos 65 anos e viverem em aacuterea urbana tendo haacutebitos
de vida parecidos
O achado em nosso estudo que apresentou significacircncia estatiacutestica refere-se ao fator
de risco ldquopaciente acamado por mais de dois mesesrdquo como disposto na literatura (Pinheiro et
al 2010b Demir et al 2008) O que acontece eacute que com o paciente acamado por tempo
prolongado um maior remodelamento oacutesseo eacute observado Os osteoclastos responsaacuteveis pela
absorccedilatildeo oacutessea sobrepotildee os osteoblastos predispondo as fraturas por fragilidade oacutessea
(Fyhrie amp Schaffler 1994) Assim observou-se no estudo que 235 das pacientes
acamadas por mais de dois meses sofreram alguma fratura por fragilidade oacutessea com p valor
lt005 Isso reafirma a associaccedilatildeo entre a paciente ficar acamada por mais de dois meses e
sofrer fratura por fragilidade oacutessea Por outro lado o exerciacutecio fiacutesico que estaacute sabidamente
relacionado ao aumento da resistecircncia muscular do equiliacutebrio e da flexibilidade contribuindo
para a reduccedilatildeo da perda oacutessea e melhora da sauacutede em geral (Chan 2003) natildeo se mostrou
como fator de proteccedilatildeo neste estudo Provavelmente devido ao baixo percentual encontrado
de pacientes que praticavam atividade fiacutesica moderada ou pesada
O elevado IMC e a terapia de reposiccedilatildeo hormonal natildeo desempenharam papel protetor
na nossa populaccedilatildeo como seria o esperado por estudos anteriores (Pinheiro et al 2010c
40
Buttros et al 2011) Ao contrario o sobrepeso e obesidade foram considerados fatores de
risco Isso pode ser atribuiacutedo ao IMC meacutedio dessa populaccedilatildeo ser 264 (kgm2) (DPplusmn 55)
limiacutetrofe para sobrepeso Embora esse dado demonstre contrariedade com a literatura que
estabelece relaccedilatildeo inversa entre obesidade e fraturas por fragilidade oacutessea em nosso estudo
ter maior peso e IMC natildeo seriam fatores de risco para fraturas e sim caracteriacutesticas das
mulheres mais idosas em um contexto social de baixa escolaridade e renda Esse fato eacute
confirmado pelos resultados da Pesquisa Nacional sobre Sauacutede e Nutriccedilatildeo ( Batista F et al
2003) que demonstraram caraacuteter ascendente da obesidade nos estratos de mulheres com baixa
renda residentes na regiatildeo Sudeste
Aleacutem disso haacutebitos de vida como tabagismo e etilismo sabidamente relacionados agrave
maior risco para fraturas por fragilidade oacutessea (Pinheiro et al 2010) tambeacutem natildeo se
mostraram estar associados nesse estudo
A necessidade de caacutelcio do ser humano varia ao longo da vida e uma ingestatildeo
adequada para mulheres acima de 50 anos eacute de 1200 mg pois com a idade o corpo
naturalmente perde um pouco da capacidade de absorccedilatildeo de minerais (Nuacutecleo de Estudos e
Pesquisas em Alimentaccedilatildeo 2006) O fato de apenas 44 das mulheres que natildeo tiveram
fraturas e 167 das mulheres que tiveram fraturas ter referido consumo superior a
900mgdia (3 ou mais copos) foi fator de surpresa principalmente levando-se em conta o PIB
per capita da cidade superior ao da maioria dos municiacutepios brasileiros (IPEA 2000)
Assim como em estudos preacutevios (Pinheiro et al 2010c NHI 2001 Demir et al
2008) nossos dados tambeacutem demonstraram o hipoestrogenismo como importante fator de
risco para fraturas por fragilidade oacutessea jaacute que as pacientes com fratura tecircm entre 19 e 29
anos de menopausa Em recente estudo Demir et al (2008) estudaram 2769 mulheres na
41
poacutes-menopausa correlacionando a ocorrecircncia de osteoporose com o tempo de menopausa
Demonstraram que 106 das pacientes com ateacute trecircs anos de poacutes-menopausa tinham
osteoporose contra 329 das pacientes com sete anos ou mais Acredita-se que a deficiecircncia
estrogecircnica seja responsaacutevel por dois terccedilos da perda de massa oacutessea levando
consequentemente agraves fraturas por fragilidade oacutessea assim como observado (Position
statement of the North American Menopause Society 2010)
Os dados deste estudo podem ser limitados pois apesar de tratar-se de uma coorte as
participantes reportaram dados referentes a estilo de vida dieta antecedentes familiares e
pessoais o que pode ter ocasionado algum vieacutes recordatoacuterio Outra limitaccedilatildeo eacute que como
avaliado por Oliveira et al (2007) esta populaccedilatildeo apresenta a maior parte das mulheres com
baixo niacutevel socioeconocircmico e escolaridade sem acesso agrave adequada educaccedilatildeo nutricional e agrave
atividade fiacutesica orientada Por outro lado resultados encontrados sem significacircncia estatiacutestica
podem ter sido ocasionados pelo tamanho amostral reduzido devido a dificuldade de
rastreamento da populaccedilatildeo uma vez que a unidade de sauacutede natildeo atualizou o endereccedilo e
telefone das mulheres eleitas para o estudo Talvez se tivesse sido realizado contato anual
com essas mulheres natildeo teriacuteamos perdido o seguimento delas
42
8 Conclusatildeo
Devido agrave sua alta prevalecircncia e associaccedilatildeo com mortalidade e incapacidade a fratura
devido agrave fragilidade oacutessea deve ser considerada um problema de sauacutede puacuteblica no Brasil
Apesar das limitaccedilotildees o presente estudo foi realizado de forma prospectiva em mulheres
brasileiras na poacutes-menopausa devendo os seus resultados serem levados em consideraccedilatildeo
para a formulaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas de sauacutede para a prevenccedilatildeo e estrateacutegias de tratamento
para as fraturas Os fatores de risco encontrados como a idade avanccedilada a histoacuteria familiar
de fratura de quadril e a presenccedila de osteoporose devem ser acompanhados e combatidos para
tentar-se diminuir o risco para as fraturas Assim como o USO mostrou ser um meacutetodo
confiaacutevel para avaliar o risco para fraturas podendo ser implementado em maior escala do
que a atual Entatildeo acreditamos que novos estudos prospectivos com uma amostra mais
representativa devam ser realizados para se confirmar os fatores associados a fraturas por
fragilidade oacutessea na populaccedilatildeo brasileira para cada vez mais conhecermos o perfil da nossa
populaccedilatildeo e termos subsiacutedios para combater esse agravo
43
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48
10 Anexo 1 - Instrumento de coleta - EVOS (EUROPEAN VERTEBRAL
OSTEOPOROSIS STUDY)
Data _________
Nome________________________________________________________
Endereco_____________________________________________________
Fone _____________ Data de nascimento _________ RG
1- Dados antropomeacutetricos
Peso (Kg) Altura (m) IMC
2- Dados Ginecoloacutegicos
Idade da primeira menstruacao anos
Vocecirc jaacute usou piacutelula anticoncepcional por mais de 3 meses
sim natildeo natildeo sei
Vocecirc jaacute ficou algum periacuteodo em sua vida sem menstruar antes da menopausa (exceto se
gravidez) sim natildeo natildeo sei
Idade da ultima menstruaccedilatildeo anos
Numero de filhos
Vocecirc fez cirurgia para retirar o uacutetero sim com Idade ____ (anos)
natildeo natildeo sei
E para retirar os ovaacuterios (um ou os dois) sim idade ___ (anos)
natildeo natildeo sei
Vocecirc fez reposiccedilatildeo hormonal apos a menopausa sim natildeo natildeo sei
Se sim quando iniciado o periacuteodo foi superior a 1 ano sim natildeo natildeo sei
49
Vocecirc notou os seguintes sintomas na menopausa
calores sim natildeo natildeo sei
depressatildeo sim natildeo natildeo sei
insocircnia sim natildeo natildeo sei
outros sim natildeo natildeo sei
Vocecirc amamentou sim natildeo natildeo sei
Se sim quantas crianccedilas vocecirc amamentou por mais que 3 meses
3- Dados familiares
Em sua famiacutelia (pai matildee irmatildeos) existe historia de fratura de quadril apos os 50 anos de
idade sim natildeo natildeo sei
4- Histoacuteria de fratura
Vocecirc jaacute teve alguma fratura sim natildeo natildeo sei
Se sim em qual sitio esqueleacutetico com que idade e qual foi o tipo de trauma
Sitio Numero Idade (anos) Niacutevel do trauma
Vertebra
Fecircmur (colo trocanter)
Costela
Antebraccedilo
Uacutemero
Pe
Outras
Vocecirc sabe que tem osteoporose sim tenho natildeo natildeo tenho natildeo sei
5- Aacutelcool
Com que frequecircncia vocecirc bebeu no ultimo ano
Diariamente 5-6 dsem 3-4 dsem
50
1 -2 dsem lt 1 dsem nunca
Tipo de bebida destilados (uiacutesque cachaccedila vodka)
fermentados (cerveja vinho)
6- Imobilizaccedilatildeo
Vocecirc jaacute ficou acamado por um periacuteodo superior a 2 meses
sim natildeo natildeo sei
Se sim foi antes ou apos os 25 anos de idade
ano passado nunca
7- Fumo
Vocecirc fumou cigarro ou usou outras formas de fumo (cachimbo ou charuto)
atualmente no passado nunca
Com que idade iniciou anos
Se parou com que idade anos
Numero de cigarrosdia
8- Atividade Fiacutesica
Quantas tempo costuma passar diariamente ao ar livre caminhando ou andando de bicicleta
nenhuma a 1 h superior a 1 h
Qual a sua atividade fiacutesica durante diferentes periacuteodos de sua vida adulta
Ate os 25 anos 25 a 50 anos acima 50 anos
Niacutevel 1 (leve) 2 (moderada) 3 (pesada) 4
(muito pesada)
9- Impacto
Como vocecirc descreveria sua sauacutede geral neste momento
muito boa boa satisfatoacuteria regular ruim
10- Interrogatoacuterio sobre drogas
51
Vocecirc jaacute usou alguma medicaccedilatildeo oral ou injetaacutevel contendo corticosteroides por mais de 3
meses sim natildeo natildeo sei
Vocecirc jaacute usou alguma desses remeacutedios
Droga sim natildeo sei tempo
(meses)
parou ha quanto tempo
Hormocircnios
masculinos
Hormocircnios
femininos
Calcitonina
Fluacuteor
Caacutelcio
Vitamina D
Anabolizantes
Diureacuteticos
tiazidicos
11- Ingestatildeo de caacutelcio
Com que frequecircncia vocecirc comeu produtos derivados do leite na semana passada
(diassemana)
queijo amarelo queijo branco iogurte leite sorvete
Para os periacuteodos indicados abaixo com que frequecircncia vocecirc recebeu leite
ate 25 anos 25 a 50 anos Acima de 50 anos
Todas as refeiccedilotildees (3 ou + coposdia)
1-2 coposdia
52
Toda semana mas natildeo todo dia
lt 1 vezsemana
53
11 Anexo 2 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Projeto de Pesquisa Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade
oacutessea em mulheres na menopausa
Pesquisador responsaacutevel Dra Lizanka Paola F Marinheiro
Instituiccedilatildeo responsaacutevel Instituto Fernandes Figueira
Vocecirc estaacute sendo convidado a participar do projeto de pesquisa intitulado
Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea em mulheres na
menopausa por que vocecirc participou do estudo anterior realizado haacute 7 anos sobre a
osteoporose e suas consequumlecircncias
54
A osteoporose e uma doenccedila que se caracteriza pela diminuiccedilatildeo da resistecircncia do osso
tornando-o mais fraacutegil Essa fragilidade aumenta o risco da pessoa que tem osteoporose de ter
fraturas mesmo com atividades comuns como tossir ou espirrar
Com isso esse trabalho deseja avaliar a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea na
populaccedilatildeo de mulheres na poacutes menopausa residente da Ilha de Paquetaacute apoacutes 7 anos de
seguimento do uacuteltimo estudo transversal
Vocecirc natildeo eacute obrigada a participar Mas se quiser vocecirc teraacute que responder a um
questionaacuterio Para participar vocecirc natildeo teraacute que pagar nada O resultado seraacute fornecido apenas
a vocecirc ningueacutem mais saberaacute Suas duvidas seratildeo esclarecidas e vocecirc devera continuar
acompanhamento com seu meacutedico assistente Se vocecirc natildeo quiser participar natildeo seraacute
submetida a nenhum constrangimento fiacutesico ou moral e seu atendimento no posto de sauacutede
natildeo seraacute prejudicado A participante poderaacute se retirar do estudo a qualquer momento que
julgar necessaacuterio sem prejuiacutezo para a mesma O resultado de toda a pesquisa seraacute divulgada e
atraveacutes de artigos cientiacuteficos em revistas encontros congressos ou similares sem a
divulgaccedilatildeo dos nomes de quem participou de forma sigilosa
Sua participaccedilatildeo no estudo natildeo implicaraacute em custos adicionais O (A) Sr (a) natildeo teraacute
qualquer despesa com a realizaccedilatildeo dos procedimentos previstos neste estudo que seratildeo
custeados pelo pesquisador responsaacutevel Tambeacutem natildeo haveraacute nenhuma forma de pagamento
pela sua participaccedilatildeo
Caso surja alguma duacutevida quanto agrave eacutetica do estudo o (a) Sr(a) deveraacute se reportar ao
Comitecirc de Eacutetica em Pesquisas envolvendo seres humanos ndash subordinado ao Conselho
Nacional de Eacutetica em Pesquisa oacutergatildeo do Ministeacuterio da Sauacutede atraveacutes de solicitaccedilatildeo ao
representante de pesquisa que estaraacute sob contato permanente ou contactando o Comitecirc de
Eacutetica em Pesquisa desta instituiccedilatildeo no telefone (21) 3971-1590 Eacute assegurado o completo
55
sigilo de sua identidade quanto a sua participaccedilatildeo neste estudo incluindo a eventualidade da
apresentaccedilatildeo dos resultados deste estudo em congressos e perioacutedicos cientiacuteficos
Eu________________________________________________________________________
residente do endereccedilo__________________________ fui informada dos objetivos e da
justificativa deste trabalho de forma clara e detalhada pela Dra Adriana de Mattos V da
Costa Recebi informaccedilotildees especificas sobre cada procedimento no qual estarei envolvida
dos desconfortos e riscos previstos tanto quanto dos benefiacutecios esperados Todas as minhas
duvidas foram respondidas com clareza e sei que poderei solicitar novos esclarecimentos a
qualquer momento Aleacutem disso sei que novas informaccedilotildees obtidas durante o estudo me seratildeo
fornecidas e que terei liberdade de retirar meu consentimento de participaccedilatildeo face a estas
informaccedilotildees sem prejuiacutezo para mim Aleacutem disto me foi entregue uma coacutepia da folha de
informaccedilotildees para os participantes a qual li compreendi e me deu plena liberdade para decidir
acerca da minha espontacircnea participaccedilatildeo nesta pesquisa Minha identidade jamais seraacute
publicada Os dados colhidos poderatildeo ser examinados por pessoas envolvidas no estudo com
autorizaccedilatildeo delegada do investigador e por pessoas delegadas pelo patrocinador Estou
recebendo uma coacutepia assinada deste Termo
Os pesquisadores responsaacuteveis pelo Projeto satildeo a Dra Lizanka Paola F Marinheiro e
sua aluna a Dra Adriana de Mattos Viveiros da Costa
56
Participante
Nome _________________________________
Assinatura________________________________
Data_________________________________________
Investigador
Nome____________________________________
Assinatura________________________________
Data_______________________________________
Pesquisadora
Nome______________________________________
Assinatura___________________________________
Data__________________________________________
Dra Lizanka Paola F Marinheiro
lizankaglobocom
tel 25541700
Dra Adriana de Mattos Vda Costa
adrianamattosmedyahoocombr
tel 87273315
Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa
Rua Afonso Cavalcanti 455 sala 710 ndash Cidade Nova -
Telefone 3971-1463
30
64 Tempo de menopausa X Fratura
As pacientes foram avaliadas graacutefico 3 para verificar a associaccedilatildeo entre o tempo de
menopausa e o desfecho das fraturas A mediana do tempo de menopausa encontrado em
ambos os grupos foi de 262 com DP de plusmn98 Metade das pacientes que tiveram fraturas tem
entre 193 e 293 anos de menopausa com DP de plusmn72 A correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis idade
tempo de menopausa e IMC foi observado na tabela 8 onde evidenciada uma associaccedilatildeo
positiva entre a idade e o tempo de menopausa nos grupos de pacientes com e sem fraturas
Assim como foi verificado uma associaccedilatildeo negativa de quanto maior a idade e o tempo de
menopausa menor o IMC
31
Graacutefico 1
Graacutefico 2
32
Graacutefico 3
33
Tabela 1- Caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas das
mulheres poacutes menopausa (n=86)
Caracteriacutesticas Meacutedia plusmn desvio padratildeo
Idade (anos) 7255 plusmn 897
Idade da
menarca (anos) 1324 plusmn 184
Idade da
menopausa
(anos)
4608 plusmn 614
Tempo de
menopausa
(anos)
2618 plusmn976
Peso (kg)sect 6342 plusmn 1055
Altura (m)deg 155 plusmn 008
IMC (kgm2) 2643 plusmn 557
n=85 sectn=83 ordmn=82 n=81 n=80
Tabela 2-Caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas das
mulheres poacutes menopausa em 2003
Caracteriacutesticas Meacutedia plusmn desvio padratildeo
Idade (anos) 6463plusmn1270
Idade da
menarca (anos)
1304 plusmn 193
Idade da
menopausa
(anos)
4755 plusmn 601
Tempo de
menopausa
(anos)
1700 plusmn 1076
Peso (kg)sect 6533 plusmn 1270
Altura (m)deg 155 plusmn 006
IMC (kgm2) 2696 plusmn 477
34
Tabela 3 ndash Incidecircncia de fraturas em mulheres poacutes menopausa segundo a
localizaccedilatildeo de fratura 2003-2011
Tipo da fratura
n
Veacutertebra 1 38
Fecircmur 1 38
Costela 2 77
Antebraccedilo 13 500
Uacutemero 4 145
Peacute 5 192
Total 26 1000
Nota Algumas pacientes tiveram mais de uma fratura no periacuteodo
Tabela 4- Relaccedilatildeo entre idade e fratura nas mulheres na poacutes menopausa
Total
Fratura
Idade (anos) Natildeo Sim
N () n () n ()
54 a 64 anos 18 209 14 206 4 222
65 a 79 anos 48 558 39 574 9 500
80 a 97 anos 20 233 15 221 5 278
Total 86 1000 68 1000 18 1000
Meacutedia (DP) 725 (90) 713 (77) 729 (93)
Nota P-valor pelo teste de Mann-Whitney=0813
35
Tabela 5 - Incidecircncia de fratura em mulheres poacutes-menopausa segundo
resultado da USO 2003-2011
Resultado da
USO
Total
Fratura p-valor
Sim Natildeo
n n
()
IC95 n
()
Normal 36 7 194
89 -
3472
29 806
0496
Alterado 50 11 220
121 -
350
39 780
Total 86 18 209
133 -
305
68 791
Nota Risco relativo = 113 (IC95 048 - 263)
36
Tabela 6 ndash Caracteriacutesticas cliacutenicas de mulheres poacutes-menopausa segundo
fratura (n=86)
Fratura
Natildeo (n=68) Sim (n=18) Total
n ( ) n ( )
IMC
Abaixo do pesoNormal 24 (353) 5 (278) 28 0792
Sobrepeso 27 (397) 9 (500) 36
Obeso 17 (250) 4 (222) 21
Histoacuterico familiar de fratura de quadril
Natildeo 66 (985) 13 (867) 79 0085
Sim 1 (15) 2 (133) 3
Osteoporose
Natildeo 44 (800) 9 (529) 53 0055
Sim 11 (200) 8 (471) 19
Uso de anticoncepcional
Natildeo 32 (485) 10 (556) 42 0791
Sim 34 (515) 8 (444) 42
Ausecircncia de mentruaccedilatildeo
Natildeo 60 (909) 16 (941) 76 1000
Sim 6 (91) 1 (59) 7
Retirou o uacutetero
Natildeo 46 (687) 9 (500) 55 0170
Sim 21 (313) 9 (500) 30
Retirou os ovaacuterios
Natildeo 53 (815) 11 (647) 64 0187
Sim 12 (185) 6 (353) 18
Reposiccedilatildeo hormonal
Natildeo 51 (761) 13 (722) 64 0763
Sim 16 (239) 5 (278) 21
Amamentou
Natildeo 14 (206) 4 (222) 18 1000
Sim 54 (794) 14 (778) 68
Acamado por mais de dois meses
Natildeo 63 (940) 13 (765) 76 0049
Sim 4 (60) 4 (235) 8
Caracteriacutesticas clinicas
p-valor do
teste exato
de Fisher
37
Tabela 7 - Caracteriacutesticas comportamentais de mulheres poacutes-menopausa segundo
fratura (n=86)
Fratura
Natildeo (n=68) Sim (n=18) Total
n ( ) n ( )
Tabagismo
Natildeo fumante 47 (758) 14 (875) 61 0499
FumanteEx-fumante 15 (242) 2 (125) 17
Etilismo no uacuteltimo ano
Natildeo 48 (706) 15 (833) 63 0376
Sim 20 (294) 3 (167) 23
Atividade fiacutesica ateacute os 25 anos
Leve 38 (559) 11 (611) 49 0792
ModeradaPesada 30 (441) 7 (389) 37
Atividade fiacutesica entre os 25 e 50 anos
Leve 38 (559) 10 (556) 48 1000
ModeradaPesada 30 (441) 8 (444) 38
Atividade fiacutesica acima dos 50 anos
Leve 42 (618) 12 (667) 54 0789
ModeradaPesada 26 (382) 6 (333) 32
Frequecircncia diaacuteria de leite ateacute 25 anos
Nenhummenos 1 copodia 34 (500) 8 (444) 42 0910
1 a 2 coposdia 31 (456) 9 (500) 40
3 coposdia ou mais 3 (44) 1 (56) 4
Frequecircncia diaacuteria de leite apoacutes 50 anos
Nenhummenos 1 copodia 34 (500) 6 (333) 40 0103
1 a 2 coposdia 31 (456) 9 (500) 40
3 coposdia ou mais 3 (44) 3 (167) 6
Caracteriacutesticas
comportamentais
p-valor do
teste exato
de Fisher
Tabela 8- Coeficientes de correlaccedilatildeo de Spearman (rs) entre idade IMC e tempo de
menopausa em mulheres poacutes-menopausa
Variaacuteveis
IMC IdadeTempo de
menopausa
r s 1 -0144 -0151
p-valor 0569 0550
r s -0227 1 0736
p-valor 0074 lt0001
r s -0295 0761 1
p-valor 0020 lt0001
Variaacuteveis
IMC
Idade
Tempo de menopausa
Nota o triacircngulo superior direito (parte hachurada) se refere agraves correlaccedilotildees para as mulheres com
fratura e o inferior esquerdo (parte natildeo hachurada) agraves mulheres sem fratura
38
7 Discussatildeo
No Brasil os principais fatores cliacutenicos de risco para fraturas por fragilidade oacutessea
eram extrapolados a partir de estudos internacionais O estudo vem acrescentar informaccedilotildees
para se conhecer os fatores relacionados agrave essas fraturas Nossos resultados revelam que a
idade avanccedilada a historia familiar de fratura de quadril o diagnoacutestico de osteoporose e
tambeacutem o paciente ficar acamado por mais de 2 meses foram considerados fatores de risco
para fraturas por fragilidade oacutessea
Esse estudo mostrou concordacircncia com a Johnell amp Kanis (2006) onde o principal
siacutetio mundial de fratura por fragilidade oacutessea nas mulheres apoacutes a menopausa foi o antebraccedilo
Segundo o estudo Latin American Vertebral Osteoporosis Study (LAVOS) (Clark et al
2009) a fratura vertebral eacute a mais prevalente da ameacuterica latina com uma prevalecircncia de
142 diferente do nosso estudo onde a coluna vertebral e o colo do fecircmur aparecem
juntos em uacuteltimo lugar na lista de incidecircncia dos siacutetios de fratura Isso pode ser atribuiacutedo
devido a diferenccedila nos criteacuterios de definiccedilatildeo de fraturas pois no LAVOS optou-se pela
medida radiograacutefica do local de fraturas enquanto no nosso estudo as fraturas foram referidas
pelas pacientes
Os consensos sobre osteoporose tecircm propostos algoritmos para identificar indiviacuteduos
de alto risco para fraturas (Kanis et al 2008 WHO 1999) Para tanto a associaccedilatildeo de fatores
de risco para fraturas com a medida da USO eacute de suma importacircncia embora sejam poucas as
pacientes que tecircm oportunidade de realizar esse exame (Oliveira et al 2007) Assim o
presente trabalho mostrou um risco para fraturas por fragilidade oacutessea 13 maior nas
pacientes com resultado de USO alterada em relaccedilatildeo as pacientes que tiveram resultados de
39
USO normais vindo de encontro aos resultados encontrados por Oliveira et al (2007)
Corroborando o USO como um meacutetodo confiaacutevel para a prediccedilatildeo de fraturas
E semelhante a Pinheiro et al (2010a) o presente estudo revelou que os principais
fatores de risco para fraturas por fragilidade oacutessea satildeo a idade avanccedilada a historia familiar de
fratura de quadril e a presenccedila de osteoporose Isso pode ser atribuiacutedo ao fato de que no
estudo de Pinheiro et al (2010a) assim como no nosso estudo a populaccedilatildeo ser
predominantemente de mulheres acima dos 65 anos e viverem em aacuterea urbana tendo haacutebitos
de vida parecidos
O achado em nosso estudo que apresentou significacircncia estatiacutestica refere-se ao fator
de risco ldquopaciente acamado por mais de dois mesesrdquo como disposto na literatura (Pinheiro et
al 2010b Demir et al 2008) O que acontece eacute que com o paciente acamado por tempo
prolongado um maior remodelamento oacutesseo eacute observado Os osteoclastos responsaacuteveis pela
absorccedilatildeo oacutessea sobrepotildee os osteoblastos predispondo as fraturas por fragilidade oacutessea
(Fyhrie amp Schaffler 1994) Assim observou-se no estudo que 235 das pacientes
acamadas por mais de dois meses sofreram alguma fratura por fragilidade oacutessea com p valor
lt005 Isso reafirma a associaccedilatildeo entre a paciente ficar acamada por mais de dois meses e
sofrer fratura por fragilidade oacutessea Por outro lado o exerciacutecio fiacutesico que estaacute sabidamente
relacionado ao aumento da resistecircncia muscular do equiliacutebrio e da flexibilidade contribuindo
para a reduccedilatildeo da perda oacutessea e melhora da sauacutede em geral (Chan 2003) natildeo se mostrou
como fator de proteccedilatildeo neste estudo Provavelmente devido ao baixo percentual encontrado
de pacientes que praticavam atividade fiacutesica moderada ou pesada
O elevado IMC e a terapia de reposiccedilatildeo hormonal natildeo desempenharam papel protetor
na nossa populaccedilatildeo como seria o esperado por estudos anteriores (Pinheiro et al 2010c
40
Buttros et al 2011) Ao contrario o sobrepeso e obesidade foram considerados fatores de
risco Isso pode ser atribuiacutedo ao IMC meacutedio dessa populaccedilatildeo ser 264 (kgm2) (DPplusmn 55)
limiacutetrofe para sobrepeso Embora esse dado demonstre contrariedade com a literatura que
estabelece relaccedilatildeo inversa entre obesidade e fraturas por fragilidade oacutessea em nosso estudo
ter maior peso e IMC natildeo seriam fatores de risco para fraturas e sim caracteriacutesticas das
mulheres mais idosas em um contexto social de baixa escolaridade e renda Esse fato eacute
confirmado pelos resultados da Pesquisa Nacional sobre Sauacutede e Nutriccedilatildeo ( Batista F et al
2003) que demonstraram caraacuteter ascendente da obesidade nos estratos de mulheres com baixa
renda residentes na regiatildeo Sudeste
Aleacutem disso haacutebitos de vida como tabagismo e etilismo sabidamente relacionados agrave
maior risco para fraturas por fragilidade oacutessea (Pinheiro et al 2010) tambeacutem natildeo se
mostraram estar associados nesse estudo
A necessidade de caacutelcio do ser humano varia ao longo da vida e uma ingestatildeo
adequada para mulheres acima de 50 anos eacute de 1200 mg pois com a idade o corpo
naturalmente perde um pouco da capacidade de absorccedilatildeo de minerais (Nuacutecleo de Estudos e
Pesquisas em Alimentaccedilatildeo 2006) O fato de apenas 44 das mulheres que natildeo tiveram
fraturas e 167 das mulheres que tiveram fraturas ter referido consumo superior a
900mgdia (3 ou mais copos) foi fator de surpresa principalmente levando-se em conta o PIB
per capita da cidade superior ao da maioria dos municiacutepios brasileiros (IPEA 2000)
Assim como em estudos preacutevios (Pinheiro et al 2010c NHI 2001 Demir et al
2008) nossos dados tambeacutem demonstraram o hipoestrogenismo como importante fator de
risco para fraturas por fragilidade oacutessea jaacute que as pacientes com fratura tecircm entre 19 e 29
anos de menopausa Em recente estudo Demir et al (2008) estudaram 2769 mulheres na
41
poacutes-menopausa correlacionando a ocorrecircncia de osteoporose com o tempo de menopausa
Demonstraram que 106 das pacientes com ateacute trecircs anos de poacutes-menopausa tinham
osteoporose contra 329 das pacientes com sete anos ou mais Acredita-se que a deficiecircncia
estrogecircnica seja responsaacutevel por dois terccedilos da perda de massa oacutessea levando
consequentemente agraves fraturas por fragilidade oacutessea assim como observado (Position
statement of the North American Menopause Society 2010)
Os dados deste estudo podem ser limitados pois apesar de tratar-se de uma coorte as
participantes reportaram dados referentes a estilo de vida dieta antecedentes familiares e
pessoais o que pode ter ocasionado algum vieacutes recordatoacuterio Outra limitaccedilatildeo eacute que como
avaliado por Oliveira et al (2007) esta populaccedilatildeo apresenta a maior parte das mulheres com
baixo niacutevel socioeconocircmico e escolaridade sem acesso agrave adequada educaccedilatildeo nutricional e agrave
atividade fiacutesica orientada Por outro lado resultados encontrados sem significacircncia estatiacutestica
podem ter sido ocasionados pelo tamanho amostral reduzido devido a dificuldade de
rastreamento da populaccedilatildeo uma vez que a unidade de sauacutede natildeo atualizou o endereccedilo e
telefone das mulheres eleitas para o estudo Talvez se tivesse sido realizado contato anual
com essas mulheres natildeo teriacuteamos perdido o seguimento delas
42
8 Conclusatildeo
Devido agrave sua alta prevalecircncia e associaccedilatildeo com mortalidade e incapacidade a fratura
devido agrave fragilidade oacutessea deve ser considerada um problema de sauacutede puacuteblica no Brasil
Apesar das limitaccedilotildees o presente estudo foi realizado de forma prospectiva em mulheres
brasileiras na poacutes-menopausa devendo os seus resultados serem levados em consideraccedilatildeo
para a formulaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas de sauacutede para a prevenccedilatildeo e estrateacutegias de tratamento
para as fraturas Os fatores de risco encontrados como a idade avanccedilada a histoacuteria familiar
de fratura de quadril e a presenccedila de osteoporose devem ser acompanhados e combatidos para
tentar-se diminuir o risco para as fraturas Assim como o USO mostrou ser um meacutetodo
confiaacutevel para avaliar o risco para fraturas podendo ser implementado em maior escala do
que a atual Entatildeo acreditamos que novos estudos prospectivos com uma amostra mais
representativa devam ser realizados para se confirmar os fatores associados a fraturas por
fragilidade oacutessea na populaccedilatildeo brasileira para cada vez mais conhecermos o perfil da nossa
populaccedilatildeo e termos subsiacutedios para combater esse agravo
43
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48
10 Anexo 1 - Instrumento de coleta - EVOS (EUROPEAN VERTEBRAL
OSTEOPOROSIS STUDY)
Data _________
Nome________________________________________________________
Endereco_____________________________________________________
Fone _____________ Data de nascimento _________ RG
1- Dados antropomeacutetricos
Peso (Kg) Altura (m) IMC
2- Dados Ginecoloacutegicos
Idade da primeira menstruacao anos
Vocecirc jaacute usou piacutelula anticoncepcional por mais de 3 meses
sim natildeo natildeo sei
Vocecirc jaacute ficou algum periacuteodo em sua vida sem menstruar antes da menopausa (exceto se
gravidez) sim natildeo natildeo sei
Idade da ultima menstruaccedilatildeo anos
Numero de filhos
Vocecirc fez cirurgia para retirar o uacutetero sim com Idade ____ (anos)
natildeo natildeo sei
E para retirar os ovaacuterios (um ou os dois) sim idade ___ (anos)
natildeo natildeo sei
Vocecirc fez reposiccedilatildeo hormonal apos a menopausa sim natildeo natildeo sei
Se sim quando iniciado o periacuteodo foi superior a 1 ano sim natildeo natildeo sei
49
Vocecirc notou os seguintes sintomas na menopausa
calores sim natildeo natildeo sei
depressatildeo sim natildeo natildeo sei
insocircnia sim natildeo natildeo sei
outros sim natildeo natildeo sei
Vocecirc amamentou sim natildeo natildeo sei
Se sim quantas crianccedilas vocecirc amamentou por mais que 3 meses
3- Dados familiares
Em sua famiacutelia (pai matildee irmatildeos) existe historia de fratura de quadril apos os 50 anos de
idade sim natildeo natildeo sei
4- Histoacuteria de fratura
Vocecirc jaacute teve alguma fratura sim natildeo natildeo sei
Se sim em qual sitio esqueleacutetico com que idade e qual foi o tipo de trauma
Sitio Numero Idade (anos) Niacutevel do trauma
Vertebra
Fecircmur (colo trocanter)
Costela
Antebraccedilo
Uacutemero
Pe
Outras
Vocecirc sabe que tem osteoporose sim tenho natildeo natildeo tenho natildeo sei
5- Aacutelcool
Com que frequecircncia vocecirc bebeu no ultimo ano
Diariamente 5-6 dsem 3-4 dsem
50
1 -2 dsem lt 1 dsem nunca
Tipo de bebida destilados (uiacutesque cachaccedila vodka)
fermentados (cerveja vinho)
6- Imobilizaccedilatildeo
Vocecirc jaacute ficou acamado por um periacuteodo superior a 2 meses
sim natildeo natildeo sei
Se sim foi antes ou apos os 25 anos de idade
ano passado nunca
7- Fumo
Vocecirc fumou cigarro ou usou outras formas de fumo (cachimbo ou charuto)
atualmente no passado nunca
Com que idade iniciou anos
Se parou com que idade anos
Numero de cigarrosdia
8- Atividade Fiacutesica
Quantas tempo costuma passar diariamente ao ar livre caminhando ou andando de bicicleta
nenhuma a 1 h superior a 1 h
Qual a sua atividade fiacutesica durante diferentes periacuteodos de sua vida adulta
Ate os 25 anos 25 a 50 anos acima 50 anos
Niacutevel 1 (leve) 2 (moderada) 3 (pesada) 4
(muito pesada)
9- Impacto
Como vocecirc descreveria sua sauacutede geral neste momento
muito boa boa satisfatoacuteria regular ruim
10- Interrogatoacuterio sobre drogas
51
Vocecirc jaacute usou alguma medicaccedilatildeo oral ou injetaacutevel contendo corticosteroides por mais de 3
meses sim natildeo natildeo sei
Vocecirc jaacute usou alguma desses remeacutedios
Droga sim natildeo sei tempo
(meses)
parou ha quanto tempo
Hormocircnios
masculinos
Hormocircnios
femininos
Calcitonina
Fluacuteor
Caacutelcio
Vitamina D
Anabolizantes
Diureacuteticos
tiazidicos
11- Ingestatildeo de caacutelcio
Com que frequecircncia vocecirc comeu produtos derivados do leite na semana passada
(diassemana)
queijo amarelo queijo branco iogurte leite sorvete
Para os periacuteodos indicados abaixo com que frequecircncia vocecirc recebeu leite
ate 25 anos 25 a 50 anos Acima de 50 anos
Todas as refeiccedilotildees (3 ou + coposdia)
1-2 coposdia
52
Toda semana mas natildeo todo dia
lt 1 vezsemana
53
11 Anexo 2 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Projeto de Pesquisa Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade
oacutessea em mulheres na menopausa
Pesquisador responsaacutevel Dra Lizanka Paola F Marinheiro
Instituiccedilatildeo responsaacutevel Instituto Fernandes Figueira
Vocecirc estaacute sendo convidado a participar do projeto de pesquisa intitulado
Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea em mulheres na
menopausa por que vocecirc participou do estudo anterior realizado haacute 7 anos sobre a
osteoporose e suas consequumlecircncias
54
A osteoporose e uma doenccedila que se caracteriza pela diminuiccedilatildeo da resistecircncia do osso
tornando-o mais fraacutegil Essa fragilidade aumenta o risco da pessoa que tem osteoporose de ter
fraturas mesmo com atividades comuns como tossir ou espirrar
Com isso esse trabalho deseja avaliar a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea na
populaccedilatildeo de mulheres na poacutes menopausa residente da Ilha de Paquetaacute apoacutes 7 anos de
seguimento do uacuteltimo estudo transversal
Vocecirc natildeo eacute obrigada a participar Mas se quiser vocecirc teraacute que responder a um
questionaacuterio Para participar vocecirc natildeo teraacute que pagar nada O resultado seraacute fornecido apenas
a vocecirc ningueacutem mais saberaacute Suas duvidas seratildeo esclarecidas e vocecirc devera continuar
acompanhamento com seu meacutedico assistente Se vocecirc natildeo quiser participar natildeo seraacute
submetida a nenhum constrangimento fiacutesico ou moral e seu atendimento no posto de sauacutede
natildeo seraacute prejudicado A participante poderaacute se retirar do estudo a qualquer momento que
julgar necessaacuterio sem prejuiacutezo para a mesma O resultado de toda a pesquisa seraacute divulgada e
atraveacutes de artigos cientiacuteficos em revistas encontros congressos ou similares sem a
divulgaccedilatildeo dos nomes de quem participou de forma sigilosa
Sua participaccedilatildeo no estudo natildeo implicaraacute em custos adicionais O (A) Sr (a) natildeo teraacute
qualquer despesa com a realizaccedilatildeo dos procedimentos previstos neste estudo que seratildeo
custeados pelo pesquisador responsaacutevel Tambeacutem natildeo haveraacute nenhuma forma de pagamento
pela sua participaccedilatildeo
Caso surja alguma duacutevida quanto agrave eacutetica do estudo o (a) Sr(a) deveraacute se reportar ao
Comitecirc de Eacutetica em Pesquisas envolvendo seres humanos ndash subordinado ao Conselho
Nacional de Eacutetica em Pesquisa oacutergatildeo do Ministeacuterio da Sauacutede atraveacutes de solicitaccedilatildeo ao
representante de pesquisa que estaraacute sob contato permanente ou contactando o Comitecirc de
Eacutetica em Pesquisa desta instituiccedilatildeo no telefone (21) 3971-1590 Eacute assegurado o completo
55
sigilo de sua identidade quanto a sua participaccedilatildeo neste estudo incluindo a eventualidade da
apresentaccedilatildeo dos resultados deste estudo em congressos e perioacutedicos cientiacuteficos
Eu________________________________________________________________________
residente do endereccedilo__________________________ fui informada dos objetivos e da
justificativa deste trabalho de forma clara e detalhada pela Dra Adriana de Mattos V da
Costa Recebi informaccedilotildees especificas sobre cada procedimento no qual estarei envolvida
dos desconfortos e riscos previstos tanto quanto dos benefiacutecios esperados Todas as minhas
duvidas foram respondidas com clareza e sei que poderei solicitar novos esclarecimentos a
qualquer momento Aleacutem disso sei que novas informaccedilotildees obtidas durante o estudo me seratildeo
fornecidas e que terei liberdade de retirar meu consentimento de participaccedilatildeo face a estas
informaccedilotildees sem prejuiacutezo para mim Aleacutem disto me foi entregue uma coacutepia da folha de
informaccedilotildees para os participantes a qual li compreendi e me deu plena liberdade para decidir
acerca da minha espontacircnea participaccedilatildeo nesta pesquisa Minha identidade jamais seraacute
publicada Os dados colhidos poderatildeo ser examinados por pessoas envolvidas no estudo com
autorizaccedilatildeo delegada do investigador e por pessoas delegadas pelo patrocinador Estou
recebendo uma coacutepia assinada deste Termo
Os pesquisadores responsaacuteveis pelo Projeto satildeo a Dra Lizanka Paola F Marinheiro e
sua aluna a Dra Adriana de Mattos Viveiros da Costa
56
Participante
Nome _________________________________
Assinatura________________________________
Data_________________________________________
Investigador
Nome____________________________________
Assinatura________________________________
Data_______________________________________
Pesquisadora
Nome______________________________________
Assinatura___________________________________
Data__________________________________________
Dra Lizanka Paola F Marinheiro
lizankaglobocom
tel 25541700
Dra Adriana de Mattos Vda Costa
adrianamattosmedyahoocombr
tel 87273315
Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa
Rua Afonso Cavalcanti 455 sala 710 ndash Cidade Nova -
Telefone 3971-1463
31
Graacutefico 1
Graacutefico 2
32
Graacutefico 3
33
Tabela 1- Caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas das
mulheres poacutes menopausa (n=86)
Caracteriacutesticas Meacutedia plusmn desvio padratildeo
Idade (anos) 7255 plusmn 897
Idade da
menarca (anos) 1324 plusmn 184
Idade da
menopausa
(anos)
4608 plusmn 614
Tempo de
menopausa
(anos)
2618 plusmn976
Peso (kg)sect 6342 plusmn 1055
Altura (m)deg 155 plusmn 008
IMC (kgm2) 2643 plusmn 557
n=85 sectn=83 ordmn=82 n=81 n=80
Tabela 2-Caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas das
mulheres poacutes menopausa em 2003
Caracteriacutesticas Meacutedia plusmn desvio padratildeo
Idade (anos) 6463plusmn1270
Idade da
menarca (anos)
1304 plusmn 193
Idade da
menopausa
(anos)
4755 plusmn 601
Tempo de
menopausa
(anos)
1700 plusmn 1076
Peso (kg)sect 6533 plusmn 1270
Altura (m)deg 155 plusmn 006
IMC (kgm2) 2696 plusmn 477
34
Tabela 3 ndash Incidecircncia de fraturas em mulheres poacutes menopausa segundo a
localizaccedilatildeo de fratura 2003-2011
Tipo da fratura
n
Veacutertebra 1 38
Fecircmur 1 38
Costela 2 77
Antebraccedilo 13 500
Uacutemero 4 145
Peacute 5 192
Total 26 1000
Nota Algumas pacientes tiveram mais de uma fratura no periacuteodo
Tabela 4- Relaccedilatildeo entre idade e fratura nas mulheres na poacutes menopausa
Total
Fratura
Idade (anos) Natildeo Sim
N () n () n ()
54 a 64 anos 18 209 14 206 4 222
65 a 79 anos 48 558 39 574 9 500
80 a 97 anos 20 233 15 221 5 278
Total 86 1000 68 1000 18 1000
Meacutedia (DP) 725 (90) 713 (77) 729 (93)
Nota P-valor pelo teste de Mann-Whitney=0813
35
Tabela 5 - Incidecircncia de fratura em mulheres poacutes-menopausa segundo
resultado da USO 2003-2011
Resultado da
USO
Total
Fratura p-valor
Sim Natildeo
n n
()
IC95 n
()
Normal 36 7 194
89 -
3472
29 806
0496
Alterado 50 11 220
121 -
350
39 780
Total 86 18 209
133 -
305
68 791
Nota Risco relativo = 113 (IC95 048 - 263)
36
Tabela 6 ndash Caracteriacutesticas cliacutenicas de mulheres poacutes-menopausa segundo
fratura (n=86)
Fratura
Natildeo (n=68) Sim (n=18) Total
n ( ) n ( )
IMC
Abaixo do pesoNormal 24 (353) 5 (278) 28 0792
Sobrepeso 27 (397) 9 (500) 36
Obeso 17 (250) 4 (222) 21
Histoacuterico familiar de fratura de quadril
Natildeo 66 (985) 13 (867) 79 0085
Sim 1 (15) 2 (133) 3
Osteoporose
Natildeo 44 (800) 9 (529) 53 0055
Sim 11 (200) 8 (471) 19
Uso de anticoncepcional
Natildeo 32 (485) 10 (556) 42 0791
Sim 34 (515) 8 (444) 42
Ausecircncia de mentruaccedilatildeo
Natildeo 60 (909) 16 (941) 76 1000
Sim 6 (91) 1 (59) 7
Retirou o uacutetero
Natildeo 46 (687) 9 (500) 55 0170
Sim 21 (313) 9 (500) 30
Retirou os ovaacuterios
Natildeo 53 (815) 11 (647) 64 0187
Sim 12 (185) 6 (353) 18
Reposiccedilatildeo hormonal
Natildeo 51 (761) 13 (722) 64 0763
Sim 16 (239) 5 (278) 21
Amamentou
Natildeo 14 (206) 4 (222) 18 1000
Sim 54 (794) 14 (778) 68
Acamado por mais de dois meses
Natildeo 63 (940) 13 (765) 76 0049
Sim 4 (60) 4 (235) 8
Caracteriacutesticas clinicas
p-valor do
teste exato
de Fisher
37
Tabela 7 - Caracteriacutesticas comportamentais de mulheres poacutes-menopausa segundo
fratura (n=86)
Fratura
Natildeo (n=68) Sim (n=18) Total
n ( ) n ( )
Tabagismo
Natildeo fumante 47 (758) 14 (875) 61 0499
FumanteEx-fumante 15 (242) 2 (125) 17
Etilismo no uacuteltimo ano
Natildeo 48 (706) 15 (833) 63 0376
Sim 20 (294) 3 (167) 23
Atividade fiacutesica ateacute os 25 anos
Leve 38 (559) 11 (611) 49 0792
ModeradaPesada 30 (441) 7 (389) 37
Atividade fiacutesica entre os 25 e 50 anos
Leve 38 (559) 10 (556) 48 1000
ModeradaPesada 30 (441) 8 (444) 38
Atividade fiacutesica acima dos 50 anos
Leve 42 (618) 12 (667) 54 0789
ModeradaPesada 26 (382) 6 (333) 32
Frequecircncia diaacuteria de leite ateacute 25 anos
Nenhummenos 1 copodia 34 (500) 8 (444) 42 0910
1 a 2 coposdia 31 (456) 9 (500) 40
3 coposdia ou mais 3 (44) 1 (56) 4
Frequecircncia diaacuteria de leite apoacutes 50 anos
Nenhummenos 1 copodia 34 (500) 6 (333) 40 0103
1 a 2 coposdia 31 (456) 9 (500) 40
3 coposdia ou mais 3 (44) 3 (167) 6
Caracteriacutesticas
comportamentais
p-valor do
teste exato
de Fisher
Tabela 8- Coeficientes de correlaccedilatildeo de Spearman (rs) entre idade IMC e tempo de
menopausa em mulheres poacutes-menopausa
Variaacuteveis
IMC IdadeTempo de
menopausa
r s 1 -0144 -0151
p-valor 0569 0550
r s -0227 1 0736
p-valor 0074 lt0001
r s -0295 0761 1
p-valor 0020 lt0001
Variaacuteveis
IMC
Idade
Tempo de menopausa
Nota o triacircngulo superior direito (parte hachurada) se refere agraves correlaccedilotildees para as mulheres com
fratura e o inferior esquerdo (parte natildeo hachurada) agraves mulheres sem fratura
38
7 Discussatildeo
No Brasil os principais fatores cliacutenicos de risco para fraturas por fragilidade oacutessea
eram extrapolados a partir de estudos internacionais O estudo vem acrescentar informaccedilotildees
para se conhecer os fatores relacionados agrave essas fraturas Nossos resultados revelam que a
idade avanccedilada a historia familiar de fratura de quadril o diagnoacutestico de osteoporose e
tambeacutem o paciente ficar acamado por mais de 2 meses foram considerados fatores de risco
para fraturas por fragilidade oacutessea
Esse estudo mostrou concordacircncia com a Johnell amp Kanis (2006) onde o principal
siacutetio mundial de fratura por fragilidade oacutessea nas mulheres apoacutes a menopausa foi o antebraccedilo
Segundo o estudo Latin American Vertebral Osteoporosis Study (LAVOS) (Clark et al
2009) a fratura vertebral eacute a mais prevalente da ameacuterica latina com uma prevalecircncia de
142 diferente do nosso estudo onde a coluna vertebral e o colo do fecircmur aparecem
juntos em uacuteltimo lugar na lista de incidecircncia dos siacutetios de fratura Isso pode ser atribuiacutedo
devido a diferenccedila nos criteacuterios de definiccedilatildeo de fraturas pois no LAVOS optou-se pela
medida radiograacutefica do local de fraturas enquanto no nosso estudo as fraturas foram referidas
pelas pacientes
Os consensos sobre osteoporose tecircm propostos algoritmos para identificar indiviacuteduos
de alto risco para fraturas (Kanis et al 2008 WHO 1999) Para tanto a associaccedilatildeo de fatores
de risco para fraturas com a medida da USO eacute de suma importacircncia embora sejam poucas as
pacientes que tecircm oportunidade de realizar esse exame (Oliveira et al 2007) Assim o
presente trabalho mostrou um risco para fraturas por fragilidade oacutessea 13 maior nas
pacientes com resultado de USO alterada em relaccedilatildeo as pacientes que tiveram resultados de
39
USO normais vindo de encontro aos resultados encontrados por Oliveira et al (2007)
Corroborando o USO como um meacutetodo confiaacutevel para a prediccedilatildeo de fraturas
E semelhante a Pinheiro et al (2010a) o presente estudo revelou que os principais
fatores de risco para fraturas por fragilidade oacutessea satildeo a idade avanccedilada a historia familiar de
fratura de quadril e a presenccedila de osteoporose Isso pode ser atribuiacutedo ao fato de que no
estudo de Pinheiro et al (2010a) assim como no nosso estudo a populaccedilatildeo ser
predominantemente de mulheres acima dos 65 anos e viverem em aacuterea urbana tendo haacutebitos
de vida parecidos
O achado em nosso estudo que apresentou significacircncia estatiacutestica refere-se ao fator
de risco ldquopaciente acamado por mais de dois mesesrdquo como disposto na literatura (Pinheiro et
al 2010b Demir et al 2008) O que acontece eacute que com o paciente acamado por tempo
prolongado um maior remodelamento oacutesseo eacute observado Os osteoclastos responsaacuteveis pela
absorccedilatildeo oacutessea sobrepotildee os osteoblastos predispondo as fraturas por fragilidade oacutessea
(Fyhrie amp Schaffler 1994) Assim observou-se no estudo que 235 das pacientes
acamadas por mais de dois meses sofreram alguma fratura por fragilidade oacutessea com p valor
lt005 Isso reafirma a associaccedilatildeo entre a paciente ficar acamada por mais de dois meses e
sofrer fratura por fragilidade oacutessea Por outro lado o exerciacutecio fiacutesico que estaacute sabidamente
relacionado ao aumento da resistecircncia muscular do equiliacutebrio e da flexibilidade contribuindo
para a reduccedilatildeo da perda oacutessea e melhora da sauacutede em geral (Chan 2003) natildeo se mostrou
como fator de proteccedilatildeo neste estudo Provavelmente devido ao baixo percentual encontrado
de pacientes que praticavam atividade fiacutesica moderada ou pesada
O elevado IMC e a terapia de reposiccedilatildeo hormonal natildeo desempenharam papel protetor
na nossa populaccedilatildeo como seria o esperado por estudos anteriores (Pinheiro et al 2010c
40
Buttros et al 2011) Ao contrario o sobrepeso e obesidade foram considerados fatores de
risco Isso pode ser atribuiacutedo ao IMC meacutedio dessa populaccedilatildeo ser 264 (kgm2) (DPplusmn 55)
limiacutetrofe para sobrepeso Embora esse dado demonstre contrariedade com a literatura que
estabelece relaccedilatildeo inversa entre obesidade e fraturas por fragilidade oacutessea em nosso estudo
ter maior peso e IMC natildeo seriam fatores de risco para fraturas e sim caracteriacutesticas das
mulheres mais idosas em um contexto social de baixa escolaridade e renda Esse fato eacute
confirmado pelos resultados da Pesquisa Nacional sobre Sauacutede e Nutriccedilatildeo ( Batista F et al
2003) que demonstraram caraacuteter ascendente da obesidade nos estratos de mulheres com baixa
renda residentes na regiatildeo Sudeste
Aleacutem disso haacutebitos de vida como tabagismo e etilismo sabidamente relacionados agrave
maior risco para fraturas por fragilidade oacutessea (Pinheiro et al 2010) tambeacutem natildeo se
mostraram estar associados nesse estudo
A necessidade de caacutelcio do ser humano varia ao longo da vida e uma ingestatildeo
adequada para mulheres acima de 50 anos eacute de 1200 mg pois com a idade o corpo
naturalmente perde um pouco da capacidade de absorccedilatildeo de minerais (Nuacutecleo de Estudos e
Pesquisas em Alimentaccedilatildeo 2006) O fato de apenas 44 das mulheres que natildeo tiveram
fraturas e 167 das mulheres que tiveram fraturas ter referido consumo superior a
900mgdia (3 ou mais copos) foi fator de surpresa principalmente levando-se em conta o PIB
per capita da cidade superior ao da maioria dos municiacutepios brasileiros (IPEA 2000)
Assim como em estudos preacutevios (Pinheiro et al 2010c NHI 2001 Demir et al
2008) nossos dados tambeacutem demonstraram o hipoestrogenismo como importante fator de
risco para fraturas por fragilidade oacutessea jaacute que as pacientes com fratura tecircm entre 19 e 29
anos de menopausa Em recente estudo Demir et al (2008) estudaram 2769 mulheres na
41
poacutes-menopausa correlacionando a ocorrecircncia de osteoporose com o tempo de menopausa
Demonstraram que 106 das pacientes com ateacute trecircs anos de poacutes-menopausa tinham
osteoporose contra 329 das pacientes com sete anos ou mais Acredita-se que a deficiecircncia
estrogecircnica seja responsaacutevel por dois terccedilos da perda de massa oacutessea levando
consequentemente agraves fraturas por fragilidade oacutessea assim como observado (Position
statement of the North American Menopause Society 2010)
Os dados deste estudo podem ser limitados pois apesar de tratar-se de uma coorte as
participantes reportaram dados referentes a estilo de vida dieta antecedentes familiares e
pessoais o que pode ter ocasionado algum vieacutes recordatoacuterio Outra limitaccedilatildeo eacute que como
avaliado por Oliveira et al (2007) esta populaccedilatildeo apresenta a maior parte das mulheres com
baixo niacutevel socioeconocircmico e escolaridade sem acesso agrave adequada educaccedilatildeo nutricional e agrave
atividade fiacutesica orientada Por outro lado resultados encontrados sem significacircncia estatiacutestica
podem ter sido ocasionados pelo tamanho amostral reduzido devido a dificuldade de
rastreamento da populaccedilatildeo uma vez que a unidade de sauacutede natildeo atualizou o endereccedilo e
telefone das mulheres eleitas para o estudo Talvez se tivesse sido realizado contato anual
com essas mulheres natildeo teriacuteamos perdido o seguimento delas
42
8 Conclusatildeo
Devido agrave sua alta prevalecircncia e associaccedilatildeo com mortalidade e incapacidade a fratura
devido agrave fragilidade oacutessea deve ser considerada um problema de sauacutede puacuteblica no Brasil
Apesar das limitaccedilotildees o presente estudo foi realizado de forma prospectiva em mulheres
brasileiras na poacutes-menopausa devendo os seus resultados serem levados em consideraccedilatildeo
para a formulaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas de sauacutede para a prevenccedilatildeo e estrateacutegias de tratamento
para as fraturas Os fatores de risco encontrados como a idade avanccedilada a histoacuteria familiar
de fratura de quadril e a presenccedila de osteoporose devem ser acompanhados e combatidos para
tentar-se diminuir o risco para as fraturas Assim como o USO mostrou ser um meacutetodo
confiaacutevel para avaliar o risco para fraturas podendo ser implementado em maior escala do
que a atual Entatildeo acreditamos que novos estudos prospectivos com uma amostra mais
representativa devam ser realizados para se confirmar os fatores associados a fraturas por
fragilidade oacutessea na populaccedilatildeo brasileira para cada vez mais conhecermos o perfil da nossa
populaccedilatildeo e termos subsiacutedios para combater esse agravo
43
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48
10 Anexo 1 - Instrumento de coleta - EVOS (EUROPEAN VERTEBRAL
OSTEOPOROSIS STUDY)
Data _________
Nome________________________________________________________
Endereco_____________________________________________________
Fone _____________ Data de nascimento _________ RG
1- Dados antropomeacutetricos
Peso (Kg) Altura (m) IMC
2- Dados Ginecoloacutegicos
Idade da primeira menstruacao anos
Vocecirc jaacute usou piacutelula anticoncepcional por mais de 3 meses
sim natildeo natildeo sei
Vocecirc jaacute ficou algum periacuteodo em sua vida sem menstruar antes da menopausa (exceto se
gravidez) sim natildeo natildeo sei
Idade da ultima menstruaccedilatildeo anos
Numero de filhos
Vocecirc fez cirurgia para retirar o uacutetero sim com Idade ____ (anos)
natildeo natildeo sei
E para retirar os ovaacuterios (um ou os dois) sim idade ___ (anos)
natildeo natildeo sei
Vocecirc fez reposiccedilatildeo hormonal apos a menopausa sim natildeo natildeo sei
Se sim quando iniciado o periacuteodo foi superior a 1 ano sim natildeo natildeo sei
49
Vocecirc notou os seguintes sintomas na menopausa
calores sim natildeo natildeo sei
depressatildeo sim natildeo natildeo sei
insocircnia sim natildeo natildeo sei
outros sim natildeo natildeo sei
Vocecirc amamentou sim natildeo natildeo sei
Se sim quantas crianccedilas vocecirc amamentou por mais que 3 meses
3- Dados familiares
Em sua famiacutelia (pai matildee irmatildeos) existe historia de fratura de quadril apos os 50 anos de
idade sim natildeo natildeo sei
4- Histoacuteria de fratura
Vocecirc jaacute teve alguma fratura sim natildeo natildeo sei
Se sim em qual sitio esqueleacutetico com que idade e qual foi o tipo de trauma
Sitio Numero Idade (anos) Niacutevel do trauma
Vertebra
Fecircmur (colo trocanter)
Costela
Antebraccedilo
Uacutemero
Pe
Outras
Vocecirc sabe que tem osteoporose sim tenho natildeo natildeo tenho natildeo sei
5- Aacutelcool
Com que frequecircncia vocecirc bebeu no ultimo ano
Diariamente 5-6 dsem 3-4 dsem
50
1 -2 dsem lt 1 dsem nunca
Tipo de bebida destilados (uiacutesque cachaccedila vodka)
fermentados (cerveja vinho)
6- Imobilizaccedilatildeo
Vocecirc jaacute ficou acamado por um periacuteodo superior a 2 meses
sim natildeo natildeo sei
Se sim foi antes ou apos os 25 anos de idade
ano passado nunca
7- Fumo
Vocecirc fumou cigarro ou usou outras formas de fumo (cachimbo ou charuto)
atualmente no passado nunca
Com que idade iniciou anos
Se parou com que idade anos
Numero de cigarrosdia
8- Atividade Fiacutesica
Quantas tempo costuma passar diariamente ao ar livre caminhando ou andando de bicicleta
nenhuma a 1 h superior a 1 h
Qual a sua atividade fiacutesica durante diferentes periacuteodos de sua vida adulta
Ate os 25 anos 25 a 50 anos acima 50 anos
Niacutevel 1 (leve) 2 (moderada) 3 (pesada) 4
(muito pesada)
9- Impacto
Como vocecirc descreveria sua sauacutede geral neste momento
muito boa boa satisfatoacuteria regular ruim
10- Interrogatoacuterio sobre drogas
51
Vocecirc jaacute usou alguma medicaccedilatildeo oral ou injetaacutevel contendo corticosteroides por mais de 3
meses sim natildeo natildeo sei
Vocecirc jaacute usou alguma desses remeacutedios
Droga sim natildeo sei tempo
(meses)
parou ha quanto tempo
Hormocircnios
masculinos
Hormocircnios
femininos
Calcitonina
Fluacuteor
Caacutelcio
Vitamina D
Anabolizantes
Diureacuteticos
tiazidicos
11- Ingestatildeo de caacutelcio
Com que frequecircncia vocecirc comeu produtos derivados do leite na semana passada
(diassemana)
queijo amarelo queijo branco iogurte leite sorvete
Para os periacuteodos indicados abaixo com que frequecircncia vocecirc recebeu leite
ate 25 anos 25 a 50 anos Acima de 50 anos
Todas as refeiccedilotildees (3 ou + coposdia)
1-2 coposdia
52
Toda semana mas natildeo todo dia
lt 1 vezsemana
53
11 Anexo 2 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Projeto de Pesquisa Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade
oacutessea em mulheres na menopausa
Pesquisador responsaacutevel Dra Lizanka Paola F Marinheiro
Instituiccedilatildeo responsaacutevel Instituto Fernandes Figueira
Vocecirc estaacute sendo convidado a participar do projeto de pesquisa intitulado
Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea em mulheres na
menopausa por que vocecirc participou do estudo anterior realizado haacute 7 anos sobre a
osteoporose e suas consequumlecircncias
54
A osteoporose e uma doenccedila que se caracteriza pela diminuiccedilatildeo da resistecircncia do osso
tornando-o mais fraacutegil Essa fragilidade aumenta o risco da pessoa que tem osteoporose de ter
fraturas mesmo com atividades comuns como tossir ou espirrar
Com isso esse trabalho deseja avaliar a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea na
populaccedilatildeo de mulheres na poacutes menopausa residente da Ilha de Paquetaacute apoacutes 7 anos de
seguimento do uacuteltimo estudo transversal
Vocecirc natildeo eacute obrigada a participar Mas se quiser vocecirc teraacute que responder a um
questionaacuterio Para participar vocecirc natildeo teraacute que pagar nada O resultado seraacute fornecido apenas
a vocecirc ningueacutem mais saberaacute Suas duvidas seratildeo esclarecidas e vocecirc devera continuar
acompanhamento com seu meacutedico assistente Se vocecirc natildeo quiser participar natildeo seraacute
submetida a nenhum constrangimento fiacutesico ou moral e seu atendimento no posto de sauacutede
natildeo seraacute prejudicado A participante poderaacute se retirar do estudo a qualquer momento que
julgar necessaacuterio sem prejuiacutezo para a mesma O resultado de toda a pesquisa seraacute divulgada e
atraveacutes de artigos cientiacuteficos em revistas encontros congressos ou similares sem a
divulgaccedilatildeo dos nomes de quem participou de forma sigilosa
Sua participaccedilatildeo no estudo natildeo implicaraacute em custos adicionais O (A) Sr (a) natildeo teraacute
qualquer despesa com a realizaccedilatildeo dos procedimentos previstos neste estudo que seratildeo
custeados pelo pesquisador responsaacutevel Tambeacutem natildeo haveraacute nenhuma forma de pagamento
pela sua participaccedilatildeo
Caso surja alguma duacutevida quanto agrave eacutetica do estudo o (a) Sr(a) deveraacute se reportar ao
Comitecirc de Eacutetica em Pesquisas envolvendo seres humanos ndash subordinado ao Conselho
Nacional de Eacutetica em Pesquisa oacutergatildeo do Ministeacuterio da Sauacutede atraveacutes de solicitaccedilatildeo ao
representante de pesquisa que estaraacute sob contato permanente ou contactando o Comitecirc de
Eacutetica em Pesquisa desta instituiccedilatildeo no telefone (21) 3971-1590 Eacute assegurado o completo
55
sigilo de sua identidade quanto a sua participaccedilatildeo neste estudo incluindo a eventualidade da
apresentaccedilatildeo dos resultados deste estudo em congressos e perioacutedicos cientiacuteficos
Eu________________________________________________________________________
residente do endereccedilo__________________________ fui informada dos objetivos e da
justificativa deste trabalho de forma clara e detalhada pela Dra Adriana de Mattos V da
Costa Recebi informaccedilotildees especificas sobre cada procedimento no qual estarei envolvida
dos desconfortos e riscos previstos tanto quanto dos benefiacutecios esperados Todas as minhas
duvidas foram respondidas com clareza e sei que poderei solicitar novos esclarecimentos a
qualquer momento Aleacutem disso sei que novas informaccedilotildees obtidas durante o estudo me seratildeo
fornecidas e que terei liberdade de retirar meu consentimento de participaccedilatildeo face a estas
informaccedilotildees sem prejuiacutezo para mim Aleacutem disto me foi entregue uma coacutepia da folha de
informaccedilotildees para os participantes a qual li compreendi e me deu plena liberdade para decidir
acerca da minha espontacircnea participaccedilatildeo nesta pesquisa Minha identidade jamais seraacute
publicada Os dados colhidos poderatildeo ser examinados por pessoas envolvidas no estudo com
autorizaccedilatildeo delegada do investigador e por pessoas delegadas pelo patrocinador Estou
recebendo uma coacutepia assinada deste Termo
Os pesquisadores responsaacuteveis pelo Projeto satildeo a Dra Lizanka Paola F Marinheiro e
sua aluna a Dra Adriana de Mattos Viveiros da Costa
56
Participante
Nome _________________________________
Assinatura________________________________
Data_________________________________________
Investigador
Nome____________________________________
Assinatura________________________________
Data_______________________________________
Pesquisadora
Nome______________________________________
Assinatura___________________________________
Data__________________________________________
Dra Lizanka Paola F Marinheiro
lizankaglobocom
tel 25541700
Dra Adriana de Mattos Vda Costa
adrianamattosmedyahoocombr
tel 87273315
Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa
Rua Afonso Cavalcanti 455 sala 710 ndash Cidade Nova -
Telefone 3971-1463
32
Graacutefico 3
33
Tabela 1- Caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas das
mulheres poacutes menopausa (n=86)
Caracteriacutesticas Meacutedia plusmn desvio padratildeo
Idade (anos) 7255 plusmn 897
Idade da
menarca (anos) 1324 plusmn 184
Idade da
menopausa
(anos)
4608 plusmn 614
Tempo de
menopausa
(anos)
2618 plusmn976
Peso (kg)sect 6342 plusmn 1055
Altura (m)deg 155 plusmn 008
IMC (kgm2) 2643 plusmn 557
n=85 sectn=83 ordmn=82 n=81 n=80
Tabela 2-Caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas das
mulheres poacutes menopausa em 2003
Caracteriacutesticas Meacutedia plusmn desvio padratildeo
Idade (anos) 6463plusmn1270
Idade da
menarca (anos)
1304 plusmn 193
Idade da
menopausa
(anos)
4755 plusmn 601
Tempo de
menopausa
(anos)
1700 plusmn 1076
Peso (kg)sect 6533 plusmn 1270
Altura (m)deg 155 plusmn 006
IMC (kgm2) 2696 plusmn 477
34
Tabela 3 ndash Incidecircncia de fraturas em mulheres poacutes menopausa segundo a
localizaccedilatildeo de fratura 2003-2011
Tipo da fratura
n
Veacutertebra 1 38
Fecircmur 1 38
Costela 2 77
Antebraccedilo 13 500
Uacutemero 4 145
Peacute 5 192
Total 26 1000
Nota Algumas pacientes tiveram mais de uma fratura no periacuteodo
Tabela 4- Relaccedilatildeo entre idade e fratura nas mulheres na poacutes menopausa
Total
Fratura
Idade (anos) Natildeo Sim
N () n () n ()
54 a 64 anos 18 209 14 206 4 222
65 a 79 anos 48 558 39 574 9 500
80 a 97 anos 20 233 15 221 5 278
Total 86 1000 68 1000 18 1000
Meacutedia (DP) 725 (90) 713 (77) 729 (93)
Nota P-valor pelo teste de Mann-Whitney=0813
35
Tabela 5 - Incidecircncia de fratura em mulheres poacutes-menopausa segundo
resultado da USO 2003-2011
Resultado da
USO
Total
Fratura p-valor
Sim Natildeo
n n
()
IC95 n
()
Normal 36 7 194
89 -
3472
29 806
0496
Alterado 50 11 220
121 -
350
39 780
Total 86 18 209
133 -
305
68 791
Nota Risco relativo = 113 (IC95 048 - 263)
36
Tabela 6 ndash Caracteriacutesticas cliacutenicas de mulheres poacutes-menopausa segundo
fratura (n=86)
Fratura
Natildeo (n=68) Sim (n=18) Total
n ( ) n ( )
IMC
Abaixo do pesoNormal 24 (353) 5 (278) 28 0792
Sobrepeso 27 (397) 9 (500) 36
Obeso 17 (250) 4 (222) 21
Histoacuterico familiar de fratura de quadril
Natildeo 66 (985) 13 (867) 79 0085
Sim 1 (15) 2 (133) 3
Osteoporose
Natildeo 44 (800) 9 (529) 53 0055
Sim 11 (200) 8 (471) 19
Uso de anticoncepcional
Natildeo 32 (485) 10 (556) 42 0791
Sim 34 (515) 8 (444) 42
Ausecircncia de mentruaccedilatildeo
Natildeo 60 (909) 16 (941) 76 1000
Sim 6 (91) 1 (59) 7
Retirou o uacutetero
Natildeo 46 (687) 9 (500) 55 0170
Sim 21 (313) 9 (500) 30
Retirou os ovaacuterios
Natildeo 53 (815) 11 (647) 64 0187
Sim 12 (185) 6 (353) 18
Reposiccedilatildeo hormonal
Natildeo 51 (761) 13 (722) 64 0763
Sim 16 (239) 5 (278) 21
Amamentou
Natildeo 14 (206) 4 (222) 18 1000
Sim 54 (794) 14 (778) 68
Acamado por mais de dois meses
Natildeo 63 (940) 13 (765) 76 0049
Sim 4 (60) 4 (235) 8
Caracteriacutesticas clinicas
p-valor do
teste exato
de Fisher
37
Tabela 7 - Caracteriacutesticas comportamentais de mulheres poacutes-menopausa segundo
fratura (n=86)
Fratura
Natildeo (n=68) Sim (n=18) Total
n ( ) n ( )
Tabagismo
Natildeo fumante 47 (758) 14 (875) 61 0499
FumanteEx-fumante 15 (242) 2 (125) 17
Etilismo no uacuteltimo ano
Natildeo 48 (706) 15 (833) 63 0376
Sim 20 (294) 3 (167) 23
Atividade fiacutesica ateacute os 25 anos
Leve 38 (559) 11 (611) 49 0792
ModeradaPesada 30 (441) 7 (389) 37
Atividade fiacutesica entre os 25 e 50 anos
Leve 38 (559) 10 (556) 48 1000
ModeradaPesada 30 (441) 8 (444) 38
Atividade fiacutesica acima dos 50 anos
Leve 42 (618) 12 (667) 54 0789
ModeradaPesada 26 (382) 6 (333) 32
Frequecircncia diaacuteria de leite ateacute 25 anos
Nenhummenos 1 copodia 34 (500) 8 (444) 42 0910
1 a 2 coposdia 31 (456) 9 (500) 40
3 coposdia ou mais 3 (44) 1 (56) 4
Frequecircncia diaacuteria de leite apoacutes 50 anos
Nenhummenos 1 copodia 34 (500) 6 (333) 40 0103
1 a 2 coposdia 31 (456) 9 (500) 40
3 coposdia ou mais 3 (44) 3 (167) 6
Caracteriacutesticas
comportamentais
p-valor do
teste exato
de Fisher
Tabela 8- Coeficientes de correlaccedilatildeo de Spearman (rs) entre idade IMC e tempo de
menopausa em mulheres poacutes-menopausa
Variaacuteveis
IMC IdadeTempo de
menopausa
r s 1 -0144 -0151
p-valor 0569 0550
r s -0227 1 0736
p-valor 0074 lt0001
r s -0295 0761 1
p-valor 0020 lt0001
Variaacuteveis
IMC
Idade
Tempo de menopausa
Nota o triacircngulo superior direito (parte hachurada) se refere agraves correlaccedilotildees para as mulheres com
fratura e o inferior esquerdo (parte natildeo hachurada) agraves mulheres sem fratura
38
7 Discussatildeo
No Brasil os principais fatores cliacutenicos de risco para fraturas por fragilidade oacutessea
eram extrapolados a partir de estudos internacionais O estudo vem acrescentar informaccedilotildees
para se conhecer os fatores relacionados agrave essas fraturas Nossos resultados revelam que a
idade avanccedilada a historia familiar de fratura de quadril o diagnoacutestico de osteoporose e
tambeacutem o paciente ficar acamado por mais de 2 meses foram considerados fatores de risco
para fraturas por fragilidade oacutessea
Esse estudo mostrou concordacircncia com a Johnell amp Kanis (2006) onde o principal
siacutetio mundial de fratura por fragilidade oacutessea nas mulheres apoacutes a menopausa foi o antebraccedilo
Segundo o estudo Latin American Vertebral Osteoporosis Study (LAVOS) (Clark et al
2009) a fratura vertebral eacute a mais prevalente da ameacuterica latina com uma prevalecircncia de
142 diferente do nosso estudo onde a coluna vertebral e o colo do fecircmur aparecem
juntos em uacuteltimo lugar na lista de incidecircncia dos siacutetios de fratura Isso pode ser atribuiacutedo
devido a diferenccedila nos criteacuterios de definiccedilatildeo de fraturas pois no LAVOS optou-se pela
medida radiograacutefica do local de fraturas enquanto no nosso estudo as fraturas foram referidas
pelas pacientes
Os consensos sobre osteoporose tecircm propostos algoritmos para identificar indiviacuteduos
de alto risco para fraturas (Kanis et al 2008 WHO 1999) Para tanto a associaccedilatildeo de fatores
de risco para fraturas com a medida da USO eacute de suma importacircncia embora sejam poucas as
pacientes que tecircm oportunidade de realizar esse exame (Oliveira et al 2007) Assim o
presente trabalho mostrou um risco para fraturas por fragilidade oacutessea 13 maior nas
pacientes com resultado de USO alterada em relaccedilatildeo as pacientes que tiveram resultados de
39
USO normais vindo de encontro aos resultados encontrados por Oliveira et al (2007)
Corroborando o USO como um meacutetodo confiaacutevel para a prediccedilatildeo de fraturas
E semelhante a Pinheiro et al (2010a) o presente estudo revelou que os principais
fatores de risco para fraturas por fragilidade oacutessea satildeo a idade avanccedilada a historia familiar de
fratura de quadril e a presenccedila de osteoporose Isso pode ser atribuiacutedo ao fato de que no
estudo de Pinheiro et al (2010a) assim como no nosso estudo a populaccedilatildeo ser
predominantemente de mulheres acima dos 65 anos e viverem em aacuterea urbana tendo haacutebitos
de vida parecidos
O achado em nosso estudo que apresentou significacircncia estatiacutestica refere-se ao fator
de risco ldquopaciente acamado por mais de dois mesesrdquo como disposto na literatura (Pinheiro et
al 2010b Demir et al 2008) O que acontece eacute que com o paciente acamado por tempo
prolongado um maior remodelamento oacutesseo eacute observado Os osteoclastos responsaacuteveis pela
absorccedilatildeo oacutessea sobrepotildee os osteoblastos predispondo as fraturas por fragilidade oacutessea
(Fyhrie amp Schaffler 1994) Assim observou-se no estudo que 235 das pacientes
acamadas por mais de dois meses sofreram alguma fratura por fragilidade oacutessea com p valor
lt005 Isso reafirma a associaccedilatildeo entre a paciente ficar acamada por mais de dois meses e
sofrer fratura por fragilidade oacutessea Por outro lado o exerciacutecio fiacutesico que estaacute sabidamente
relacionado ao aumento da resistecircncia muscular do equiliacutebrio e da flexibilidade contribuindo
para a reduccedilatildeo da perda oacutessea e melhora da sauacutede em geral (Chan 2003) natildeo se mostrou
como fator de proteccedilatildeo neste estudo Provavelmente devido ao baixo percentual encontrado
de pacientes que praticavam atividade fiacutesica moderada ou pesada
O elevado IMC e a terapia de reposiccedilatildeo hormonal natildeo desempenharam papel protetor
na nossa populaccedilatildeo como seria o esperado por estudos anteriores (Pinheiro et al 2010c
40
Buttros et al 2011) Ao contrario o sobrepeso e obesidade foram considerados fatores de
risco Isso pode ser atribuiacutedo ao IMC meacutedio dessa populaccedilatildeo ser 264 (kgm2) (DPplusmn 55)
limiacutetrofe para sobrepeso Embora esse dado demonstre contrariedade com a literatura que
estabelece relaccedilatildeo inversa entre obesidade e fraturas por fragilidade oacutessea em nosso estudo
ter maior peso e IMC natildeo seriam fatores de risco para fraturas e sim caracteriacutesticas das
mulheres mais idosas em um contexto social de baixa escolaridade e renda Esse fato eacute
confirmado pelos resultados da Pesquisa Nacional sobre Sauacutede e Nutriccedilatildeo ( Batista F et al
2003) que demonstraram caraacuteter ascendente da obesidade nos estratos de mulheres com baixa
renda residentes na regiatildeo Sudeste
Aleacutem disso haacutebitos de vida como tabagismo e etilismo sabidamente relacionados agrave
maior risco para fraturas por fragilidade oacutessea (Pinheiro et al 2010) tambeacutem natildeo se
mostraram estar associados nesse estudo
A necessidade de caacutelcio do ser humano varia ao longo da vida e uma ingestatildeo
adequada para mulheres acima de 50 anos eacute de 1200 mg pois com a idade o corpo
naturalmente perde um pouco da capacidade de absorccedilatildeo de minerais (Nuacutecleo de Estudos e
Pesquisas em Alimentaccedilatildeo 2006) O fato de apenas 44 das mulheres que natildeo tiveram
fraturas e 167 das mulheres que tiveram fraturas ter referido consumo superior a
900mgdia (3 ou mais copos) foi fator de surpresa principalmente levando-se em conta o PIB
per capita da cidade superior ao da maioria dos municiacutepios brasileiros (IPEA 2000)
Assim como em estudos preacutevios (Pinheiro et al 2010c NHI 2001 Demir et al
2008) nossos dados tambeacutem demonstraram o hipoestrogenismo como importante fator de
risco para fraturas por fragilidade oacutessea jaacute que as pacientes com fratura tecircm entre 19 e 29
anos de menopausa Em recente estudo Demir et al (2008) estudaram 2769 mulheres na
41
poacutes-menopausa correlacionando a ocorrecircncia de osteoporose com o tempo de menopausa
Demonstraram que 106 das pacientes com ateacute trecircs anos de poacutes-menopausa tinham
osteoporose contra 329 das pacientes com sete anos ou mais Acredita-se que a deficiecircncia
estrogecircnica seja responsaacutevel por dois terccedilos da perda de massa oacutessea levando
consequentemente agraves fraturas por fragilidade oacutessea assim como observado (Position
statement of the North American Menopause Society 2010)
Os dados deste estudo podem ser limitados pois apesar de tratar-se de uma coorte as
participantes reportaram dados referentes a estilo de vida dieta antecedentes familiares e
pessoais o que pode ter ocasionado algum vieacutes recordatoacuterio Outra limitaccedilatildeo eacute que como
avaliado por Oliveira et al (2007) esta populaccedilatildeo apresenta a maior parte das mulheres com
baixo niacutevel socioeconocircmico e escolaridade sem acesso agrave adequada educaccedilatildeo nutricional e agrave
atividade fiacutesica orientada Por outro lado resultados encontrados sem significacircncia estatiacutestica
podem ter sido ocasionados pelo tamanho amostral reduzido devido a dificuldade de
rastreamento da populaccedilatildeo uma vez que a unidade de sauacutede natildeo atualizou o endereccedilo e
telefone das mulheres eleitas para o estudo Talvez se tivesse sido realizado contato anual
com essas mulheres natildeo teriacuteamos perdido o seguimento delas
42
8 Conclusatildeo
Devido agrave sua alta prevalecircncia e associaccedilatildeo com mortalidade e incapacidade a fratura
devido agrave fragilidade oacutessea deve ser considerada um problema de sauacutede puacuteblica no Brasil
Apesar das limitaccedilotildees o presente estudo foi realizado de forma prospectiva em mulheres
brasileiras na poacutes-menopausa devendo os seus resultados serem levados em consideraccedilatildeo
para a formulaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas de sauacutede para a prevenccedilatildeo e estrateacutegias de tratamento
para as fraturas Os fatores de risco encontrados como a idade avanccedilada a histoacuteria familiar
de fratura de quadril e a presenccedila de osteoporose devem ser acompanhados e combatidos para
tentar-se diminuir o risco para as fraturas Assim como o USO mostrou ser um meacutetodo
confiaacutevel para avaliar o risco para fraturas podendo ser implementado em maior escala do
que a atual Entatildeo acreditamos que novos estudos prospectivos com uma amostra mais
representativa devam ser realizados para se confirmar os fatores associados a fraturas por
fragilidade oacutessea na populaccedilatildeo brasileira para cada vez mais conhecermos o perfil da nossa
populaccedilatildeo e termos subsiacutedios para combater esse agravo
43
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48
10 Anexo 1 - Instrumento de coleta - EVOS (EUROPEAN VERTEBRAL
OSTEOPOROSIS STUDY)
Data _________
Nome________________________________________________________
Endereco_____________________________________________________
Fone _____________ Data de nascimento _________ RG
1- Dados antropomeacutetricos
Peso (Kg) Altura (m) IMC
2- Dados Ginecoloacutegicos
Idade da primeira menstruacao anos
Vocecirc jaacute usou piacutelula anticoncepcional por mais de 3 meses
sim natildeo natildeo sei
Vocecirc jaacute ficou algum periacuteodo em sua vida sem menstruar antes da menopausa (exceto se
gravidez) sim natildeo natildeo sei
Idade da ultima menstruaccedilatildeo anos
Numero de filhos
Vocecirc fez cirurgia para retirar o uacutetero sim com Idade ____ (anos)
natildeo natildeo sei
E para retirar os ovaacuterios (um ou os dois) sim idade ___ (anos)
natildeo natildeo sei
Vocecirc fez reposiccedilatildeo hormonal apos a menopausa sim natildeo natildeo sei
Se sim quando iniciado o periacuteodo foi superior a 1 ano sim natildeo natildeo sei
49
Vocecirc notou os seguintes sintomas na menopausa
calores sim natildeo natildeo sei
depressatildeo sim natildeo natildeo sei
insocircnia sim natildeo natildeo sei
outros sim natildeo natildeo sei
Vocecirc amamentou sim natildeo natildeo sei
Se sim quantas crianccedilas vocecirc amamentou por mais que 3 meses
3- Dados familiares
Em sua famiacutelia (pai matildee irmatildeos) existe historia de fratura de quadril apos os 50 anos de
idade sim natildeo natildeo sei
4- Histoacuteria de fratura
Vocecirc jaacute teve alguma fratura sim natildeo natildeo sei
Se sim em qual sitio esqueleacutetico com que idade e qual foi o tipo de trauma
Sitio Numero Idade (anos) Niacutevel do trauma
Vertebra
Fecircmur (colo trocanter)
Costela
Antebraccedilo
Uacutemero
Pe
Outras
Vocecirc sabe que tem osteoporose sim tenho natildeo natildeo tenho natildeo sei
5- Aacutelcool
Com que frequecircncia vocecirc bebeu no ultimo ano
Diariamente 5-6 dsem 3-4 dsem
50
1 -2 dsem lt 1 dsem nunca
Tipo de bebida destilados (uiacutesque cachaccedila vodka)
fermentados (cerveja vinho)
6- Imobilizaccedilatildeo
Vocecirc jaacute ficou acamado por um periacuteodo superior a 2 meses
sim natildeo natildeo sei
Se sim foi antes ou apos os 25 anos de idade
ano passado nunca
7- Fumo
Vocecirc fumou cigarro ou usou outras formas de fumo (cachimbo ou charuto)
atualmente no passado nunca
Com que idade iniciou anos
Se parou com que idade anos
Numero de cigarrosdia
8- Atividade Fiacutesica
Quantas tempo costuma passar diariamente ao ar livre caminhando ou andando de bicicleta
nenhuma a 1 h superior a 1 h
Qual a sua atividade fiacutesica durante diferentes periacuteodos de sua vida adulta
Ate os 25 anos 25 a 50 anos acima 50 anos
Niacutevel 1 (leve) 2 (moderada) 3 (pesada) 4
(muito pesada)
9- Impacto
Como vocecirc descreveria sua sauacutede geral neste momento
muito boa boa satisfatoacuteria regular ruim
10- Interrogatoacuterio sobre drogas
51
Vocecirc jaacute usou alguma medicaccedilatildeo oral ou injetaacutevel contendo corticosteroides por mais de 3
meses sim natildeo natildeo sei
Vocecirc jaacute usou alguma desses remeacutedios
Droga sim natildeo sei tempo
(meses)
parou ha quanto tempo
Hormocircnios
masculinos
Hormocircnios
femininos
Calcitonina
Fluacuteor
Caacutelcio
Vitamina D
Anabolizantes
Diureacuteticos
tiazidicos
11- Ingestatildeo de caacutelcio
Com que frequecircncia vocecirc comeu produtos derivados do leite na semana passada
(diassemana)
queijo amarelo queijo branco iogurte leite sorvete
Para os periacuteodos indicados abaixo com que frequecircncia vocecirc recebeu leite
ate 25 anos 25 a 50 anos Acima de 50 anos
Todas as refeiccedilotildees (3 ou + coposdia)
1-2 coposdia
52
Toda semana mas natildeo todo dia
lt 1 vezsemana
53
11 Anexo 2 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Projeto de Pesquisa Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade
oacutessea em mulheres na menopausa
Pesquisador responsaacutevel Dra Lizanka Paola F Marinheiro
Instituiccedilatildeo responsaacutevel Instituto Fernandes Figueira
Vocecirc estaacute sendo convidado a participar do projeto de pesquisa intitulado
Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea em mulheres na
menopausa por que vocecirc participou do estudo anterior realizado haacute 7 anos sobre a
osteoporose e suas consequumlecircncias
54
A osteoporose e uma doenccedila que se caracteriza pela diminuiccedilatildeo da resistecircncia do osso
tornando-o mais fraacutegil Essa fragilidade aumenta o risco da pessoa que tem osteoporose de ter
fraturas mesmo com atividades comuns como tossir ou espirrar
Com isso esse trabalho deseja avaliar a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea na
populaccedilatildeo de mulheres na poacutes menopausa residente da Ilha de Paquetaacute apoacutes 7 anos de
seguimento do uacuteltimo estudo transversal
Vocecirc natildeo eacute obrigada a participar Mas se quiser vocecirc teraacute que responder a um
questionaacuterio Para participar vocecirc natildeo teraacute que pagar nada O resultado seraacute fornecido apenas
a vocecirc ningueacutem mais saberaacute Suas duvidas seratildeo esclarecidas e vocecirc devera continuar
acompanhamento com seu meacutedico assistente Se vocecirc natildeo quiser participar natildeo seraacute
submetida a nenhum constrangimento fiacutesico ou moral e seu atendimento no posto de sauacutede
natildeo seraacute prejudicado A participante poderaacute se retirar do estudo a qualquer momento que
julgar necessaacuterio sem prejuiacutezo para a mesma O resultado de toda a pesquisa seraacute divulgada e
atraveacutes de artigos cientiacuteficos em revistas encontros congressos ou similares sem a
divulgaccedilatildeo dos nomes de quem participou de forma sigilosa
Sua participaccedilatildeo no estudo natildeo implicaraacute em custos adicionais O (A) Sr (a) natildeo teraacute
qualquer despesa com a realizaccedilatildeo dos procedimentos previstos neste estudo que seratildeo
custeados pelo pesquisador responsaacutevel Tambeacutem natildeo haveraacute nenhuma forma de pagamento
pela sua participaccedilatildeo
Caso surja alguma duacutevida quanto agrave eacutetica do estudo o (a) Sr(a) deveraacute se reportar ao
Comitecirc de Eacutetica em Pesquisas envolvendo seres humanos ndash subordinado ao Conselho
Nacional de Eacutetica em Pesquisa oacutergatildeo do Ministeacuterio da Sauacutede atraveacutes de solicitaccedilatildeo ao
representante de pesquisa que estaraacute sob contato permanente ou contactando o Comitecirc de
Eacutetica em Pesquisa desta instituiccedilatildeo no telefone (21) 3971-1590 Eacute assegurado o completo
55
sigilo de sua identidade quanto a sua participaccedilatildeo neste estudo incluindo a eventualidade da
apresentaccedilatildeo dos resultados deste estudo em congressos e perioacutedicos cientiacuteficos
Eu________________________________________________________________________
residente do endereccedilo__________________________ fui informada dos objetivos e da
justificativa deste trabalho de forma clara e detalhada pela Dra Adriana de Mattos V da
Costa Recebi informaccedilotildees especificas sobre cada procedimento no qual estarei envolvida
dos desconfortos e riscos previstos tanto quanto dos benefiacutecios esperados Todas as minhas
duvidas foram respondidas com clareza e sei que poderei solicitar novos esclarecimentos a
qualquer momento Aleacutem disso sei que novas informaccedilotildees obtidas durante o estudo me seratildeo
fornecidas e que terei liberdade de retirar meu consentimento de participaccedilatildeo face a estas
informaccedilotildees sem prejuiacutezo para mim Aleacutem disto me foi entregue uma coacutepia da folha de
informaccedilotildees para os participantes a qual li compreendi e me deu plena liberdade para decidir
acerca da minha espontacircnea participaccedilatildeo nesta pesquisa Minha identidade jamais seraacute
publicada Os dados colhidos poderatildeo ser examinados por pessoas envolvidas no estudo com
autorizaccedilatildeo delegada do investigador e por pessoas delegadas pelo patrocinador Estou
recebendo uma coacutepia assinada deste Termo
Os pesquisadores responsaacuteveis pelo Projeto satildeo a Dra Lizanka Paola F Marinheiro e
sua aluna a Dra Adriana de Mattos Viveiros da Costa
56
Participante
Nome _________________________________
Assinatura________________________________
Data_________________________________________
Investigador
Nome____________________________________
Assinatura________________________________
Data_______________________________________
Pesquisadora
Nome______________________________________
Assinatura___________________________________
Data__________________________________________
Dra Lizanka Paola F Marinheiro
lizankaglobocom
tel 25541700
Dra Adriana de Mattos Vda Costa
adrianamattosmedyahoocombr
tel 87273315
Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa
Rua Afonso Cavalcanti 455 sala 710 ndash Cidade Nova -
Telefone 3971-1463
33
Tabela 1- Caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas das
mulheres poacutes menopausa (n=86)
Caracteriacutesticas Meacutedia plusmn desvio padratildeo
Idade (anos) 7255 plusmn 897
Idade da
menarca (anos) 1324 plusmn 184
Idade da
menopausa
(anos)
4608 plusmn 614
Tempo de
menopausa
(anos)
2618 plusmn976
Peso (kg)sect 6342 plusmn 1055
Altura (m)deg 155 plusmn 008
IMC (kgm2) 2643 plusmn 557
n=85 sectn=83 ordmn=82 n=81 n=80
Tabela 2-Caracteriacutesticas antropomeacutetricas e reprodutivas das
mulheres poacutes menopausa em 2003
Caracteriacutesticas Meacutedia plusmn desvio padratildeo
Idade (anos) 6463plusmn1270
Idade da
menarca (anos)
1304 plusmn 193
Idade da
menopausa
(anos)
4755 plusmn 601
Tempo de
menopausa
(anos)
1700 plusmn 1076
Peso (kg)sect 6533 plusmn 1270
Altura (m)deg 155 plusmn 006
IMC (kgm2) 2696 plusmn 477
34
Tabela 3 ndash Incidecircncia de fraturas em mulheres poacutes menopausa segundo a
localizaccedilatildeo de fratura 2003-2011
Tipo da fratura
n
Veacutertebra 1 38
Fecircmur 1 38
Costela 2 77
Antebraccedilo 13 500
Uacutemero 4 145
Peacute 5 192
Total 26 1000
Nota Algumas pacientes tiveram mais de uma fratura no periacuteodo
Tabela 4- Relaccedilatildeo entre idade e fratura nas mulheres na poacutes menopausa
Total
Fratura
Idade (anos) Natildeo Sim
N () n () n ()
54 a 64 anos 18 209 14 206 4 222
65 a 79 anos 48 558 39 574 9 500
80 a 97 anos 20 233 15 221 5 278
Total 86 1000 68 1000 18 1000
Meacutedia (DP) 725 (90) 713 (77) 729 (93)
Nota P-valor pelo teste de Mann-Whitney=0813
35
Tabela 5 - Incidecircncia de fratura em mulheres poacutes-menopausa segundo
resultado da USO 2003-2011
Resultado da
USO
Total
Fratura p-valor
Sim Natildeo
n n
()
IC95 n
()
Normal 36 7 194
89 -
3472
29 806
0496
Alterado 50 11 220
121 -
350
39 780
Total 86 18 209
133 -
305
68 791
Nota Risco relativo = 113 (IC95 048 - 263)
36
Tabela 6 ndash Caracteriacutesticas cliacutenicas de mulheres poacutes-menopausa segundo
fratura (n=86)
Fratura
Natildeo (n=68) Sim (n=18) Total
n ( ) n ( )
IMC
Abaixo do pesoNormal 24 (353) 5 (278) 28 0792
Sobrepeso 27 (397) 9 (500) 36
Obeso 17 (250) 4 (222) 21
Histoacuterico familiar de fratura de quadril
Natildeo 66 (985) 13 (867) 79 0085
Sim 1 (15) 2 (133) 3
Osteoporose
Natildeo 44 (800) 9 (529) 53 0055
Sim 11 (200) 8 (471) 19
Uso de anticoncepcional
Natildeo 32 (485) 10 (556) 42 0791
Sim 34 (515) 8 (444) 42
Ausecircncia de mentruaccedilatildeo
Natildeo 60 (909) 16 (941) 76 1000
Sim 6 (91) 1 (59) 7
Retirou o uacutetero
Natildeo 46 (687) 9 (500) 55 0170
Sim 21 (313) 9 (500) 30
Retirou os ovaacuterios
Natildeo 53 (815) 11 (647) 64 0187
Sim 12 (185) 6 (353) 18
Reposiccedilatildeo hormonal
Natildeo 51 (761) 13 (722) 64 0763
Sim 16 (239) 5 (278) 21
Amamentou
Natildeo 14 (206) 4 (222) 18 1000
Sim 54 (794) 14 (778) 68
Acamado por mais de dois meses
Natildeo 63 (940) 13 (765) 76 0049
Sim 4 (60) 4 (235) 8
Caracteriacutesticas clinicas
p-valor do
teste exato
de Fisher
37
Tabela 7 - Caracteriacutesticas comportamentais de mulheres poacutes-menopausa segundo
fratura (n=86)
Fratura
Natildeo (n=68) Sim (n=18) Total
n ( ) n ( )
Tabagismo
Natildeo fumante 47 (758) 14 (875) 61 0499
FumanteEx-fumante 15 (242) 2 (125) 17
Etilismo no uacuteltimo ano
Natildeo 48 (706) 15 (833) 63 0376
Sim 20 (294) 3 (167) 23
Atividade fiacutesica ateacute os 25 anos
Leve 38 (559) 11 (611) 49 0792
ModeradaPesada 30 (441) 7 (389) 37
Atividade fiacutesica entre os 25 e 50 anos
Leve 38 (559) 10 (556) 48 1000
ModeradaPesada 30 (441) 8 (444) 38
Atividade fiacutesica acima dos 50 anos
Leve 42 (618) 12 (667) 54 0789
ModeradaPesada 26 (382) 6 (333) 32
Frequecircncia diaacuteria de leite ateacute 25 anos
Nenhummenos 1 copodia 34 (500) 8 (444) 42 0910
1 a 2 coposdia 31 (456) 9 (500) 40
3 coposdia ou mais 3 (44) 1 (56) 4
Frequecircncia diaacuteria de leite apoacutes 50 anos
Nenhummenos 1 copodia 34 (500) 6 (333) 40 0103
1 a 2 coposdia 31 (456) 9 (500) 40
3 coposdia ou mais 3 (44) 3 (167) 6
Caracteriacutesticas
comportamentais
p-valor do
teste exato
de Fisher
Tabela 8- Coeficientes de correlaccedilatildeo de Spearman (rs) entre idade IMC e tempo de
menopausa em mulheres poacutes-menopausa
Variaacuteveis
IMC IdadeTempo de
menopausa
r s 1 -0144 -0151
p-valor 0569 0550
r s -0227 1 0736
p-valor 0074 lt0001
r s -0295 0761 1
p-valor 0020 lt0001
Variaacuteveis
IMC
Idade
Tempo de menopausa
Nota o triacircngulo superior direito (parte hachurada) se refere agraves correlaccedilotildees para as mulheres com
fratura e o inferior esquerdo (parte natildeo hachurada) agraves mulheres sem fratura
38
7 Discussatildeo
No Brasil os principais fatores cliacutenicos de risco para fraturas por fragilidade oacutessea
eram extrapolados a partir de estudos internacionais O estudo vem acrescentar informaccedilotildees
para se conhecer os fatores relacionados agrave essas fraturas Nossos resultados revelam que a
idade avanccedilada a historia familiar de fratura de quadril o diagnoacutestico de osteoporose e
tambeacutem o paciente ficar acamado por mais de 2 meses foram considerados fatores de risco
para fraturas por fragilidade oacutessea
Esse estudo mostrou concordacircncia com a Johnell amp Kanis (2006) onde o principal
siacutetio mundial de fratura por fragilidade oacutessea nas mulheres apoacutes a menopausa foi o antebraccedilo
Segundo o estudo Latin American Vertebral Osteoporosis Study (LAVOS) (Clark et al
2009) a fratura vertebral eacute a mais prevalente da ameacuterica latina com uma prevalecircncia de
142 diferente do nosso estudo onde a coluna vertebral e o colo do fecircmur aparecem
juntos em uacuteltimo lugar na lista de incidecircncia dos siacutetios de fratura Isso pode ser atribuiacutedo
devido a diferenccedila nos criteacuterios de definiccedilatildeo de fraturas pois no LAVOS optou-se pela
medida radiograacutefica do local de fraturas enquanto no nosso estudo as fraturas foram referidas
pelas pacientes
Os consensos sobre osteoporose tecircm propostos algoritmos para identificar indiviacuteduos
de alto risco para fraturas (Kanis et al 2008 WHO 1999) Para tanto a associaccedilatildeo de fatores
de risco para fraturas com a medida da USO eacute de suma importacircncia embora sejam poucas as
pacientes que tecircm oportunidade de realizar esse exame (Oliveira et al 2007) Assim o
presente trabalho mostrou um risco para fraturas por fragilidade oacutessea 13 maior nas
pacientes com resultado de USO alterada em relaccedilatildeo as pacientes que tiveram resultados de
39
USO normais vindo de encontro aos resultados encontrados por Oliveira et al (2007)
Corroborando o USO como um meacutetodo confiaacutevel para a prediccedilatildeo de fraturas
E semelhante a Pinheiro et al (2010a) o presente estudo revelou que os principais
fatores de risco para fraturas por fragilidade oacutessea satildeo a idade avanccedilada a historia familiar de
fratura de quadril e a presenccedila de osteoporose Isso pode ser atribuiacutedo ao fato de que no
estudo de Pinheiro et al (2010a) assim como no nosso estudo a populaccedilatildeo ser
predominantemente de mulheres acima dos 65 anos e viverem em aacuterea urbana tendo haacutebitos
de vida parecidos
O achado em nosso estudo que apresentou significacircncia estatiacutestica refere-se ao fator
de risco ldquopaciente acamado por mais de dois mesesrdquo como disposto na literatura (Pinheiro et
al 2010b Demir et al 2008) O que acontece eacute que com o paciente acamado por tempo
prolongado um maior remodelamento oacutesseo eacute observado Os osteoclastos responsaacuteveis pela
absorccedilatildeo oacutessea sobrepotildee os osteoblastos predispondo as fraturas por fragilidade oacutessea
(Fyhrie amp Schaffler 1994) Assim observou-se no estudo que 235 das pacientes
acamadas por mais de dois meses sofreram alguma fratura por fragilidade oacutessea com p valor
lt005 Isso reafirma a associaccedilatildeo entre a paciente ficar acamada por mais de dois meses e
sofrer fratura por fragilidade oacutessea Por outro lado o exerciacutecio fiacutesico que estaacute sabidamente
relacionado ao aumento da resistecircncia muscular do equiliacutebrio e da flexibilidade contribuindo
para a reduccedilatildeo da perda oacutessea e melhora da sauacutede em geral (Chan 2003) natildeo se mostrou
como fator de proteccedilatildeo neste estudo Provavelmente devido ao baixo percentual encontrado
de pacientes que praticavam atividade fiacutesica moderada ou pesada
O elevado IMC e a terapia de reposiccedilatildeo hormonal natildeo desempenharam papel protetor
na nossa populaccedilatildeo como seria o esperado por estudos anteriores (Pinheiro et al 2010c
40
Buttros et al 2011) Ao contrario o sobrepeso e obesidade foram considerados fatores de
risco Isso pode ser atribuiacutedo ao IMC meacutedio dessa populaccedilatildeo ser 264 (kgm2) (DPplusmn 55)
limiacutetrofe para sobrepeso Embora esse dado demonstre contrariedade com a literatura que
estabelece relaccedilatildeo inversa entre obesidade e fraturas por fragilidade oacutessea em nosso estudo
ter maior peso e IMC natildeo seriam fatores de risco para fraturas e sim caracteriacutesticas das
mulheres mais idosas em um contexto social de baixa escolaridade e renda Esse fato eacute
confirmado pelos resultados da Pesquisa Nacional sobre Sauacutede e Nutriccedilatildeo ( Batista F et al
2003) que demonstraram caraacuteter ascendente da obesidade nos estratos de mulheres com baixa
renda residentes na regiatildeo Sudeste
Aleacutem disso haacutebitos de vida como tabagismo e etilismo sabidamente relacionados agrave
maior risco para fraturas por fragilidade oacutessea (Pinheiro et al 2010) tambeacutem natildeo se
mostraram estar associados nesse estudo
A necessidade de caacutelcio do ser humano varia ao longo da vida e uma ingestatildeo
adequada para mulheres acima de 50 anos eacute de 1200 mg pois com a idade o corpo
naturalmente perde um pouco da capacidade de absorccedilatildeo de minerais (Nuacutecleo de Estudos e
Pesquisas em Alimentaccedilatildeo 2006) O fato de apenas 44 das mulheres que natildeo tiveram
fraturas e 167 das mulheres que tiveram fraturas ter referido consumo superior a
900mgdia (3 ou mais copos) foi fator de surpresa principalmente levando-se em conta o PIB
per capita da cidade superior ao da maioria dos municiacutepios brasileiros (IPEA 2000)
Assim como em estudos preacutevios (Pinheiro et al 2010c NHI 2001 Demir et al
2008) nossos dados tambeacutem demonstraram o hipoestrogenismo como importante fator de
risco para fraturas por fragilidade oacutessea jaacute que as pacientes com fratura tecircm entre 19 e 29
anos de menopausa Em recente estudo Demir et al (2008) estudaram 2769 mulheres na
41
poacutes-menopausa correlacionando a ocorrecircncia de osteoporose com o tempo de menopausa
Demonstraram que 106 das pacientes com ateacute trecircs anos de poacutes-menopausa tinham
osteoporose contra 329 das pacientes com sete anos ou mais Acredita-se que a deficiecircncia
estrogecircnica seja responsaacutevel por dois terccedilos da perda de massa oacutessea levando
consequentemente agraves fraturas por fragilidade oacutessea assim como observado (Position
statement of the North American Menopause Society 2010)
Os dados deste estudo podem ser limitados pois apesar de tratar-se de uma coorte as
participantes reportaram dados referentes a estilo de vida dieta antecedentes familiares e
pessoais o que pode ter ocasionado algum vieacutes recordatoacuterio Outra limitaccedilatildeo eacute que como
avaliado por Oliveira et al (2007) esta populaccedilatildeo apresenta a maior parte das mulheres com
baixo niacutevel socioeconocircmico e escolaridade sem acesso agrave adequada educaccedilatildeo nutricional e agrave
atividade fiacutesica orientada Por outro lado resultados encontrados sem significacircncia estatiacutestica
podem ter sido ocasionados pelo tamanho amostral reduzido devido a dificuldade de
rastreamento da populaccedilatildeo uma vez que a unidade de sauacutede natildeo atualizou o endereccedilo e
telefone das mulheres eleitas para o estudo Talvez se tivesse sido realizado contato anual
com essas mulheres natildeo teriacuteamos perdido o seguimento delas
42
8 Conclusatildeo
Devido agrave sua alta prevalecircncia e associaccedilatildeo com mortalidade e incapacidade a fratura
devido agrave fragilidade oacutessea deve ser considerada um problema de sauacutede puacuteblica no Brasil
Apesar das limitaccedilotildees o presente estudo foi realizado de forma prospectiva em mulheres
brasileiras na poacutes-menopausa devendo os seus resultados serem levados em consideraccedilatildeo
para a formulaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas de sauacutede para a prevenccedilatildeo e estrateacutegias de tratamento
para as fraturas Os fatores de risco encontrados como a idade avanccedilada a histoacuteria familiar
de fratura de quadril e a presenccedila de osteoporose devem ser acompanhados e combatidos para
tentar-se diminuir o risco para as fraturas Assim como o USO mostrou ser um meacutetodo
confiaacutevel para avaliar o risco para fraturas podendo ser implementado em maior escala do
que a atual Entatildeo acreditamos que novos estudos prospectivos com uma amostra mais
representativa devam ser realizados para se confirmar os fatores associados a fraturas por
fragilidade oacutessea na populaccedilatildeo brasileira para cada vez mais conhecermos o perfil da nossa
populaccedilatildeo e termos subsiacutedios para combater esse agravo
43
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48
10 Anexo 1 - Instrumento de coleta - EVOS (EUROPEAN VERTEBRAL
OSTEOPOROSIS STUDY)
Data _________
Nome________________________________________________________
Endereco_____________________________________________________
Fone _____________ Data de nascimento _________ RG
1- Dados antropomeacutetricos
Peso (Kg) Altura (m) IMC
2- Dados Ginecoloacutegicos
Idade da primeira menstruacao anos
Vocecirc jaacute usou piacutelula anticoncepcional por mais de 3 meses
sim natildeo natildeo sei
Vocecirc jaacute ficou algum periacuteodo em sua vida sem menstruar antes da menopausa (exceto se
gravidez) sim natildeo natildeo sei
Idade da ultima menstruaccedilatildeo anos
Numero de filhos
Vocecirc fez cirurgia para retirar o uacutetero sim com Idade ____ (anos)
natildeo natildeo sei
E para retirar os ovaacuterios (um ou os dois) sim idade ___ (anos)
natildeo natildeo sei
Vocecirc fez reposiccedilatildeo hormonal apos a menopausa sim natildeo natildeo sei
Se sim quando iniciado o periacuteodo foi superior a 1 ano sim natildeo natildeo sei
49
Vocecirc notou os seguintes sintomas na menopausa
calores sim natildeo natildeo sei
depressatildeo sim natildeo natildeo sei
insocircnia sim natildeo natildeo sei
outros sim natildeo natildeo sei
Vocecirc amamentou sim natildeo natildeo sei
Se sim quantas crianccedilas vocecirc amamentou por mais que 3 meses
3- Dados familiares
Em sua famiacutelia (pai matildee irmatildeos) existe historia de fratura de quadril apos os 50 anos de
idade sim natildeo natildeo sei
4- Histoacuteria de fratura
Vocecirc jaacute teve alguma fratura sim natildeo natildeo sei
Se sim em qual sitio esqueleacutetico com que idade e qual foi o tipo de trauma
Sitio Numero Idade (anos) Niacutevel do trauma
Vertebra
Fecircmur (colo trocanter)
Costela
Antebraccedilo
Uacutemero
Pe
Outras
Vocecirc sabe que tem osteoporose sim tenho natildeo natildeo tenho natildeo sei
5- Aacutelcool
Com que frequecircncia vocecirc bebeu no ultimo ano
Diariamente 5-6 dsem 3-4 dsem
50
1 -2 dsem lt 1 dsem nunca
Tipo de bebida destilados (uiacutesque cachaccedila vodka)
fermentados (cerveja vinho)
6- Imobilizaccedilatildeo
Vocecirc jaacute ficou acamado por um periacuteodo superior a 2 meses
sim natildeo natildeo sei
Se sim foi antes ou apos os 25 anos de idade
ano passado nunca
7- Fumo
Vocecirc fumou cigarro ou usou outras formas de fumo (cachimbo ou charuto)
atualmente no passado nunca
Com que idade iniciou anos
Se parou com que idade anos
Numero de cigarrosdia
8- Atividade Fiacutesica
Quantas tempo costuma passar diariamente ao ar livre caminhando ou andando de bicicleta
nenhuma a 1 h superior a 1 h
Qual a sua atividade fiacutesica durante diferentes periacuteodos de sua vida adulta
Ate os 25 anos 25 a 50 anos acima 50 anos
Niacutevel 1 (leve) 2 (moderada) 3 (pesada) 4
(muito pesada)
9- Impacto
Como vocecirc descreveria sua sauacutede geral neste momento
muito boa boa satisfatoacuteria regular ruim
10- Interrogatoacuterio sobre drogas
51
Vocecirc jaacute usou alguma medicaccedilatildeo oral ou injetaacutevel contendo corticosteroides por mais de 3
meses sim natildeo natildeo sei
Vocecirc jaacute usou alguma desses remeacutedios
Droga sim natildeo sei tempo
(meses)
parou ha quanto tempo
Hormocircnios
masculinos
Hormocircnios
femininos
Calcitonina
Fluacuteor
Caacutelcio
Vitamina D
Anabolizantes
Diureacuteticos
tiazidicos
11- Ingestatildeo de caacutelcio
Com que frequecircncia vocecirc comeu produtos derivados do leite na semana passada
(diassemana)
queijo amarelo queijo branco iogurte leite sorvete
Para os periacuteodos indicados abaixo com que frequecircncia vocecirc recebeu leite
ate 25 anos 25 a 50 anos Acima de 50 anos
Todas as refeiccedilotildees (3 ou + coposdia)
1-2 coposdia
52
Toda semana mas natildeo todo dia
lt 1 vezsemana
53
11 Anexo 2 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Projeto de Pesquisa Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade
oacutessea em mulheres na menopausa
Pesquisador responsaacutevel Dra Lizanka Paola F Marinheiro
Instituiccedilatildeo responsaacutevel Instituto Fernandes Figueira
Vocecirc estaacute sendo convidado a participar do projeto de pesquisa intitulado
Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea em mulheres na
menopausa por que vocecirc participou do estudo anterior realizado haacute 7 anos sobre a
osteoporose e suas consequumlecircncias
54
A osteoporose e uma doenccedila que se caracteriza pela diminuiccedilatildeo da resistecircncia do osso
tornando-o mais fraacutegil Essa fragilidade aumenta o risco da pessoa que tem osteoporose de ter
fraturas mesmo com atividades comuns como tossir ou espirrar
Com isso esse trabalho deseja avaliar a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea na
populaccedilatildeo de mulheres na poacutes menopausa residente da Ilha de Paquetaacute apoacutes 7 anos de
seguimento do uacuteltimo estudo transversal
Vocecirc natildeo eacute obrigada a participar Mas se quiser vocecirc teraacute que responder a um
questionaacuterio Para participar vocecirc natildeo teraacute que pagar nada O resultado seraacute fornecido apenas
a vocecirc ningueacutem mais saberaacute Suas duvidas seratildeo esclarecidas e vocecirc devera continuar
acompanhamento com seu meacutedico assistente Se vocecirc natildeo quiser participar natildeo seraacute
submetida a nenhum constrangimento fiacutesico ou moral e seu atendimento no posto de sauacutede
natildeo seraacute prejudicado A participante poderaacute se retirar do estudo a qualquer momento que
julgar necessaacuterio sem prejuiacutezo para a mesma O resultado de toda a pesquisa seraacute divulgada e
atraveacutes de artigos cientiacuteficos em revistas encontros congressos ou similares sem a
divulgaccedilatildeo dos nomes de quem participou de forma sigilosa
Sua participaccedilatildeo no estudo natildeo implicaraacute em custos adicionais O (A) Sr (a) natildeo teraacute
qualquer despesa com a realizaccedilatildeo dos procedimentos previstos neste estudo que seratildeo
custeados pelo pesquisador responsaacutevel Tambeacutem natildeo haveraacute nenhuma forma de pagamento
pela sua participaccedilatildeo
Caso surja alguma duacutevida quanto agrave eacutetica do estudo o (a) Sr(a) deveraacute se reportar ao
Comitecirc de Eacutetica em Pesquisas envolvendo seres humanos ndash subordinado ao Conselho
Nacional de Eacutetica em Pesquisa oacutergatildeo do Ministeacuterio da Sauacutede atraveacutes de solicitaccedilatildeo ao
representante de pesquisa que estaraacute sob contato permanente ou contactando o Comitecirc de
Eacutetica em Pesquisa desta instituiccedilatildeo no telefone (21) 3971-1590 Eacute assegurado o completo
55
sigilo de sua identidade quanto a sua participaccedilatildeo neste estudo incluindo a eventualidade da
apresentaccedilatildeo dos resultados deste estudo em congressos e perioacutedicos cientiacuteficos
Eu________________________________________________________________________
residente do endereccedilo__________________________ fui informada dos objetivos e da
justificativa deste trabalho de forma clara e detalhada pela Dra Adriana de Mattos V da
Costa Recebi informaccedilotildees especificas sobre cada procedimento no qual estarei envolvida
dos desconfortos e riscos previstos tanto quanto dos benefiacutecios esperados Todas as minhas
duvidas foram respondidas com clareza e sei que poderei solicitar novos esclarecimentos a
qualquer momento Aleacutem disso sei que novas informaccedilotildees obtidas durante o estudo me seratildeo
fornecidas e que terei liberdade de retirar meu consentimento de participaccedilatildeo face a estas
informaccedilotildees sem prejuiacutezo para mim Aleacutem disto me foi entregue uma coacutepia da folha de
informaccedilotildees para os participantes a qual li compreendi e me deu plena liberdade para decidir
acerca da minha espontacircnea participaccedilatildeo nesta pesquisa Minha identidade jamais seraacute
publicada Os dados colhidos poderatildeo ser examinados por pessoas envolvidas no estudo com
autorizaccedilatildeo delegada do investigador e por pessoas delegadas pelo patrocinador Estou
recebendo uma coacutepia assinada deste Termo
Os pesquisadores responsaacuteveis pelo Projeto satildeo a Dra Lizanka Paola F Marinheiro e
sua aluna a Dra Adriana de Mattos Viveiros da Costa
56
Participante
Nome _________________________________
Assinatura________________________________
Data_________________________________________
Investigador
Nome____________________________________
Assinatura________________________________
Data_______________________________________
Pesquisadora
Nome______________________________________
Assinatura___________________________________
Data__________________________________________
Dra Lizanka Paola F Marinheiro
lizankaglobocom
tel 25541700
Dra Adriana de Mattos Vda Costa
adrianamattosmedyahoocombr
tel 87273315
Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa
Rua Afonso Cavalcanti 455 sala 710 ndash Cidade Nova -
Telefone 3971-1463
34
Tabela 3 ndash Incidecircncia de fraturas em mulheres poacutes menopausa segundo a
localizaccedilatildeo de fratura 2003-2011
Tipo da fratura
n
Veacutertebra 1 38
Fecircmur 1 38
Costela 2 77
Antebraccedilo 13 500
Uacutemero 4 145
Peacute 5 192
Total 26 1000
Nota Algumas pacientes tiveram mais de uma fratura no periacuteodo
Tabela 4- Relaccedilatildeo entre idade e fratura nas mulheres na poacutes menopausa
Total
Fratura
Idade (anos) Natildeo Sim
N () n () n ()
54 a 64 anos 18 209 14 206 4 222
65 a 79 anos 48 558 39 574 9 500
80 a 97 anos 20 233 15 221 5 278
Total 86 1000 68 1000 18 1000
Meacutedia (DP) 725 (90) 713 (77) 729 (93)
Nota P-valor pelo teste de Mann-Whitney=0813
35
Tabela 5 - Incidecircncia de fratura em mulheres poacutes-menopausa segundo
resultado da USO 2003-2011
Resultado da
USO
Total
Fratura p-valor
Sim Natildeo
n n
()
IC95 n
()
Normal 36 7 194
89 -
3472
29 806
0496
Alterado 50 11 220
121 -
350
39 780
Total 86 18 209
133 -
305
68 791
Nota Risco relativo = 113 (IC95 048 - 263)
36
Tabela 6 ndash Caracteriacutesticas cliacutenicas de mulheres poacutes-menopausa segundo
fratura (n=86)
Fratura
Natildeo (n=68) Sim (n=18) Total
n ( ) n ( )
IMC
Abaixo do pesoNormal 24 (353) 5 (278) 28 0792
Sobrepeso 27 (397) 9 (500) 36
Obeso 17 (250) 4 (222) 21
Histoacuterico familiar de fratura de quadril
Natildeo 66 (985) 13 (867) 79 0085
Sim 1 (15) 2 (133) 3
Osteoporose
Natildeo 44 (800) 9 (529) 53 0055
Sim 11 (200) 8 (471) 19
Uso de anticoncepcional
Natildeo 32 (485) 10 (556) 42 0791
Sim 34 (515) 8 (444) 42
Ausecircncia de mentruaccedilatildeo
Natildeo 60 (909) 16 (941) 76 1000
Sim 6 (91) 1 (59) 7
Retirou o uacutetero
Natildeo 46 (687) 9 (500) 55 0170
Sim 21 (313) 9 (500) 30
Retirou os ovaacuterios
Natildeo 53 (815) 11 (647) 64 0187
Sim 12 (185) 6 (353) 18
Reposiccedilatildeo hormonal
Natildeo 51 (761) 13 (722) 64 0763
Sim 16 (239) 5 (278) 21
Amamentou
Natildeo 14 (206) 4 (222) 18 1000
Sim 54 (794) 14 (778) 68
Acamado por mais de dois meses
Natildeo 63 (940) 13 (765) 76 0049
Sim 4 (60) 4 (235) 8
Caracteriacutesticas clinicas
p-valor do
teste exato
de Fisher
37
Tabela 7 - Caracteriacutesticas comportamentais de mulheres poacutes-menopausa segundo
fratura (n=86)
Fratura
Natildeo (n=68) Sim (n=18) Total
n ( ) n ( )
Tabagismo
Natildeo fumante 47 (758) 14 (875) 61 0499
FumanteEx-fumante 15 (242) 2 (125) 17
Etilismo no uacuteltimo ano
Natildeo 48 (706) 15 (833) 63 0376
Sim 20 (294) 3 (167) 23
Atividade fiacutesica ateacute os 25 anos
Leve 38 (559) 11 (611) 49 0792
ModeradaPesada 30 (441) 7 (389) 37
Atividade fiacutesica entre os 25 e 50 anos
Leve 38 (559) 10 (556) 48 1000
ModeradaPesada 30 (441) 8 (444) 38
Atividade fiacutesica acima dos 50 anos
Leve 42 (618) 12 (667) 54 0789
ModeradaPesada 26 (382) 6 (333) 32
Frequecircncia diaacuteria de leite ateacute 25 anos
Nenhummenos 1 copodia 34 (500) 8 (444) 42 0910
1 a 2 coposdia 31 (456) 9 (500) 40
3 coposdia ou mais 3 (44) 1 (56) 4
Frequecircncia diaacuteria de leite apoacutes 50 anos
Nenhummenos 1 copodia 34 (500) 6 (333) 40 0103
1 a 2 coposdia 31 (456) 9 (500) 40
3 coposdia ou mais 3 (44) 3 (167) 6
Caracteriacutesticas
comportamentais
p-valor do
teste exato
de Fisher
Tabela 8- Coeficientes de correlaccedilatildeo de Spearman (rs) entre idade IMC e tempo de
menopausa em mulheres poacutes-menopausa
Variaacuteveis
IMC IdadeTempo de
menopausa
r s 1 -0144 -0151
p-valor 0569 0550
r s -0227 1 0736
p-valor 0074 lt0001
r s -0295 0761 1
p-valor 0020 lt0001
Variaacuteveis
IMC
Idade
Tempo de menopausa
Nota o triacircngulo superior direito (parte hachurada) se refere agraves correlaccedilotildees para as mulheres com
fratura e o inferior esquerdo (parte natildeo hachurada) agraves mulheres sem fratura
38
7 Discussatildeo
No Brasil os principais fatores cliacutenicos de risco para fraturas por fragilidade oacutessea
eram extrapolados a partir de estudos internacionais O estudo vem acrescentar informaccedilotildees
para se conhecer os fatores relacionados agrave essas fraturas Nossos resultados revelam que a
idade avanccedilada a historia familiar de fratura de quadril o diagnoacutestico de osteoporose e
tambeacutem o paciente ficar acamado por mais de 2 meses foram considerados fatores de risco
para fraturas por fragilidade oacutessea
Esse estudo mostrou concordacircncia com a Johnell amp Kanis (2006) onde o principal
siacutetio mundial de fratura por fragilidade oacutessea nas mulheres apoacutes a menopausa foi o antebraccedilo
Segundo o estudo Latin American Vertebral Osteoporosis Study (LAVOS) (Clark et al
2009) a fratura vertebral eacute a mais prevalente da ameacuterica latina com uma prevalecircncia de
142 diferente do nosso estudo onde a coluna vertebral e o colo do fecircmur aparecem
juntos em uacuteltimo lugar na lista de incidecircncia dos siacutetios de fratura Isso pode ser atribuiacutedo
devido a diferenccedila nos criteacuterios de definiccedilatildeo de fraturas pois no LAVOS optou-se pela
medida radiograacutefica do local de fraturas enquanto no nosso estudo as fraturas foram referidas
pelas pacientes
Os consensos sobre osteoporose tecircm propostos algoritmos para identificar indiviacuteduos
de alto risco para fraturas (Kanis et al 2008 WHO 1999) Para tanto a associaccedilatildeo de fatores
de risco para fraturas com a medida da USO eacute de suma importacircncia embora sejam poucas as
pacientes que tecircm oportunidade de realizar esse exame (Oliveira et al 2007) Assim o
presente trabalho mostrou um risco para fraturas por fragilidade oacutessea 13 maior nas
pacientes com resultado de USO alterada em relaccedilatildeo as pacientes que tiveram resultados de
39
USO normais vindo de encontro aos resultados encontrados por Oliveira et al (2007)
Corroborando o USO como um meacutetodo confiaacutevel para a prediccedilatildeo de fraturas
E semelhante a Pinheiro et al (2010a) o presente estudo revelou que os principais
fatores de risco para fraturas por fragilidade oacutessea satildeo a idade avanccedilada a historia familiar de
fratura de quadril e a presenccedila de osteoporose Isso pode ser atribuiacutedo ao fato de que no
estudo de Pinheiro et al (2010a) assim como no nosso estudo a populaccedilatildeo ser
predominantemente de mulheres acima dos 65 anos e viverem em aacuterea urbana tendo haacutebitos
de vida parecidos
O achado em nosso estudo que apresentou significacircncia estatiacutestica refere-se ao fator
de risco ldquopaciente acamado por mais de dois mesesrdquo como disposto na literatura (Pinheiro et
al 2010b Demir et al 2008) O que acontece eacute que com o paciente acamado por tempo
prolongado um maior remodelamento oacutesseo eacute observado Os osteoclastos responsaacuteveis pela
absorccedilatildeo oacutessea sobrepotildee os osteoblastos predispondo as fraturas por fragilidade oacutessea
(Fyhrie amp Schaffler 1994) Assim observou-se no estudo que 235 das pacientes
acamadas por mais de dois meses sofreram alguma fratura por fragilidade oacutessea com p valor
lt005 Isso reafirma a associaccedilatildeo entre a paciente ficar acamada por mais de dois meses e
sofrer fratura por fragilidade oacutessea Por outro lado o exerciacutecio fiacutesico que estaacute sabidamente
relacionado ao aumento da resistecircncia muscular do equiliacutebrio e da flexibilidade contribuindo
para a reduccedilatildeo da perda oacutessea e melhora da sauacutede em geral (Chan 2003) natildeo se mostrou
como fator de proteccedilatildeo neste estudo Provavelmente devido ao baixo percentual encontrado
de pacientes que praticavam atividade fiacutesica moderada ou pesada
O elevado IMC e a terapia de reposiccedilatildeo hormonal natildeo desempenharam papel protetor
na nossa populaccedilatildeo como seria o esperado por estudos anteriores (Pinheiro et al 2010c
40
Buttros et al 2011) Ao contrario o sobrepeso e obesidade foram considerados fatores de
risco Isso pode ser atribuiacutedo ao IMC meacutedio dessa populaccedilatildeo ser 264 (kgm2) (DPplusmn 55)
limiacutetrofe para sobrepeso Embora esse dado demonstre contrariedade com a literatura que
estabelece relaccedilatildeo inversa entre obesidade e fraturas por fragilidade oacutessea em nosso estudo
ter maior peso e IMC natildeo seriam fatores de risco para fraturas e sim caracteriacutesticas das
mulheres mais idosas em um contexto social de baixa escolaridade e renda Esse fato eacute
confirmado pelos resultados da Pesquisa Nacional sobre Sauacutede e Nutriccedilatildeo ( Batista F et al
2003) que demonstraram caraacuteter ascendente da obesidade nos estratos de mulheres com baixa
renda residentes na regiatildeo Sudeste
Aleacutem disso haacutebitos de vida como tabagismo e etilismo sabidamente relacionados agrave
maior risco para fraturas por fragilidade oacutessea (Pinheiro et al 2010) tambeacutem natildeo se
mostraram estar associados nesse estudo
A necessidade de caacutelcio do ser humano varia ao longo da vida e uma ingestatildeo
adequada para mulheres acima de 50 anos eacute de 1200 mg pois com a idade o corpo
naturalmente perde um pouco da capacidade de absorccedilatildeo de minerais (Nuacutecleo de Estudos e
Pesquisas em Alimentaccedilatildeo 2006) O fato de apenas 44 das mulheres que natildeo tiveram
fraturas e 167 das mulheres que tiveram fraturas ter referido consumo superior a
900mgdia (3 ou mais copos) foi fator de surpresa principalmente levando-se em conta o PIB
per capita da cidade superior ao da maioria dos municiacutepios brasileiros (IPEA 2000)
Assim como em estudos preacutevios (Pinheiro et al 2010c NHI 2001 Demir et al
2008) nossos dados tambeacutem demonstraram o hipoestrogenismo como importante fator de
risco para fraturas por fragilidade oacutessea jaacute que as pacientes com fratura tecircm entre 19 e 29
anos de menopausa Em recente estudo Demir et al (2008) estudaram 2769 mulheres na
41
poacutes-menopausa correlacionando a ocorrecircncia de osteoporose com o tempo de menopausa
Demonstraram que 106 das pacientes com ateacute trecircs anos de poacutes-menopausa tinham
osteoporose contra 329 das pacientes com sete anos ou mais Acredita-se que a deficiecircncia
estrogecircnica seja responsaacutevel por dois terccedilos da perda de massa oacutessea levando
consequentemente agraves fraturas por fragilidade oacutessea assim como observado (Position
statement of the North American Menopause Society 2010)
Os dados deste estudo podem ser limitados pois apesar de tratar-se de uma coorte as
participantes reportaram dados referentes a estilo de vida dieta antecedentes familiares e
pessoais o que pode ter ocasionado algum vieacutes recordatoacuterio Outra limitaccedilatildeo eacute que como
avaliado por Oliveira et al (2007) esta populaccedilatildeo apresenta a maior parte das mulheres com
baixo niacutevel socioeconocircmico e escolaridade sem acesso agrave adequada educaccedilatildeo nutricional e agrave
atividade fiacutesica orientada Por outro lado resultados encontrados sem significacircncia estatiacutestica
podem ter sido ocasionados pelo tamanho amostral reduzido devido a dificuldade de
rastreamento da populaccedilatildeo uma vez que a unidade de sauacutede natildeo atualizou o endereccedilo e
telefone das mulheres eleitas para o estudo Talvez se tivesse sido realizado contato anual
com essas mulheres natildeo teriacuteamos perdido o seguimento delas
42
8 Conclusatildeo
Devido agrave sua alta prevalecircncia e associaccedilatildeo com mortalidade e incapacidade a fratura
devido agrave fragilidade oacutessea deve ser considerada um problema de sauacutede puacuteblica no Brasil
Apesar das limitaccedilotildees o presente estudo foi realizado de forma prospectiva em mulheres
brasileiras na poacutes-menopausa devendo os seus resultados serem levados em consideraccedilatildeo
para a formulaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas de sauacutede para a prevenccedilatildeo e estrateacutegias de tratamento
para as fraturas Os fatores de risco encontrados como a idade avanccedilada a histoacuteria familiar
de fratura de quadril e a presenccedila de osteoporose devem ser acompanhados e combatidos para
tentar-se diminuir o risco para as fraturas Assim como o USO mostrou ser um meacutetodo
confiaacutevel para avaliar o risco para fraturas podendo ser implementado em maior escala do
que a atual Entatildeo acreditamos que novos estudos prospectivos com uma amostra mais
representativa devam ser realizados para se confirmar os fatores associados a fraturas por
fragilidade oacutessea na populaccedilatildeo brasileira para cada vez mais conhecermos o perfil da nossa
populaccedilatildeo e termos subsiacutedios para combater esse agravo
43
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48
10 Anexo 1 - Instrumento de coleta - EVOS (EUROPEAN VERTEBRAL
OSTEOPOROSIS STUDY)
Data _________
Nome________________________________________________________
Endereco_____________________________________________________
Fone _____________ Data de nascimento _________ RG
1- Dados antropomeacutetricos
Peso (Kg) Altura (m) IMC
2- Dados Ginecoloacutegicos
Idade da primeira menstruacao anos
Vocecirc jaacute usou piacutelula anticoncepcional por mais de 3 meses
sim natildeo natildeo sei
Vocecirc jaacute ficou algum periacuteodo em sua vida sem menstruar antes da menopausa (exceto se
gravidez) sim natildeo natildeo sei
Idade da ultima menstruaccedilatildeo anos
Numero de filhos
Vocecirc fez cirurgia para retirar o uacutetero sim com Idade ____ (anos)
natildeo natildeo sei
E para retirar os ovaacuterios (um ou os dois) sim idade ___ (anos)
natildeo natildeo sei
Vocecirc fez reposiccedilatildeo hormonal apos a menopausa sim natildeo natildeo sei
Se sim quando iniciado o periacuteodo foi superior a 1 ano sim natildeo natildeo sei
49
Vocecirc notou os seguintes sintomas na menopausa
calores sim natildeo natildeo sei
depressatildeo sim natildeo natildeo sei
insocircnia sim natildeo natildeo sei
outros sim natildeo natildeo sei
Vocecirc amamentou sim natildeo natildeo sei
Se sim quantas crianccedilas vocecirc amamentou por mais que 3 meses
3- Dados familiares
Em sua famiacutelia (pai matildee irmatildeos) existe historia de fratura de quadril apos os 50 anos de
idade sim natildeo natildeo sei
4- Histoacuteria de fratura
Vocecirc jaacute teve alguma fratura sim natildeo natildeo sei
Se sim em qual sitio esqueleacutetico com que idade e qual foi o tipo de trauma
Sitio Numero Idade (anos) Niacutevel do trauma
Vertebra
Fecircmur (colo trocanter)
Costela
Antebraccedilo
Uacutemero
Pe
Outras
Vocecirc sabe que tem osteoporose sim tenho natildeo natildeo tenho natildeo sei
5- Aacutelcool
Com que frequecircncia vocecirc bebeu no ultimo ano
Diariamente 5-6 dsem 3-4 dsem
50
1 -2 dsem lt 1 dsem nunca
Tipo de bebida destilados (uiacutesque cachaccedila vodka)
fermentados (cerveja vinho)
6- Imobilizaccedilatildeo
Vocecirc jaacute ficou acamado por um periacuteodo superior a 2 meses
sim natildeo natildeo sei
Se sim foi antes ou apos os 25 anos de idade
ano passado nunca
7- Fumo
Vocecirc fumou cigarro ou usou outras formas de fumo (cachimbo ou charuto)
atualmente no passado nunca
Com que idade iniciou anos
Se parou com que idade anos
Numero de cigarrosdia
8- Atividade Fiacutesica
Quantas tempo costuma passar diariamente ao ar livre caminhando ou andando de bicicleta
nenhuma a 1 h superior a 1 h
Qual a sua atividade fiacutesica durante diferentes periacuteodos de sua vida adulta
Ate os 25 anos 25 a 50 anos acima 50 anos
Niacutevel 1 (leve) 2 (moderada) 3 (pesada) 4
(muito pesada)
9- Impacto
Como vocecirc descreveria sua sauacutede geral neste momento
muito boa boa satisfatoacuteria regular ruim
10- Interrogatoacuterio sobre drogas
51
Vocecirc jaacute usou alguma medicaccedilatildeo oral ou injetaacutevel contendo corticosteroides por mais de 3
meses sim natildeo natildeo sei
Vocecirc jaacute usou alguma desses remeacutedios
Droga sim natildeo sei tempo
(meses)
parou ha quanto tempo
Hormocircnios
masculinos
Hormocircnios
femininos
Calcitonina
Fluacuteor
Caacutelcio
Vitamina D
Anabolizantes
Diureacuteticos
tiazidicos
11- Ingestatildeo de caacutelcio
Com que frequecircncia vocecirc comeu produtos derivados do leite na semana passada
(diassemana)
queijo amarelo queijo branco iogurte leite sorvete
Para os periacuteodos indicados abaixo com que frequecircncia vocecirc recebeu leite
ate 25 anos 25 a 50 anos Acima de 50 anos
Todas as refeiccedilotildees (3 ou + coposdia)
1-2 coposdia
52
Toda semana mas natildeo todo dia
lt 1 vezsemana
53
11 Anexo 2 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Projeto de Pesquisa Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade
oacutessea em mulheres na menopausa
Pesquisador responsaacutevel Dra Lizanka Paola F Marinheiro
Instituiccedilatildeo responsaacutevel Instituto Fernandes Figueira
Vocecirc estaacute sendo convidado a participar do projeto de pesquisa intitulado
Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea em mulheres na
menopausa por que vocecirc participou do estudo anterior realizado haacute 7 anos sobre a
osteoporose e suas consequumlecircncias
54
A osteoporose e uma doenccedila que se caracteriza pela diminuiccedilatildeo da resistecircncia do osso
tornando-o mais fraacutegil Essa fragilidade aumenta o risco da pessoa que tem osteoporose de ter
fraturas mesmo com atividades comuns como tossir ou espirrar
Com isso esse trabalho deseja avaliar a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea na
populaccedilatildeo de mulheres na poacutes menopausa residente da Ilha de Paquetaacute apoacutes 7 anos de
seguimento do uacuteltimo estudo transversal
Vocecirc natildeo eacute obrigada a participar Mas se quiser vocecirc teraacute que responder a um
questionaacuterio Para participar vocecirc natildeo teraacute que pagar nada O resultado seraacute fornecido apenas
a vocecirc ningueacutem mais saberaacute Suas duvidas seratildeo esclarecidas e vocecirc devera continuar
acompanhamento com seu meacutedico assistente Se vocecirc natildeo quiser participar natildeo seraacute
submetida a nenhum constrangimento fiacutesico ou moral e seu atendimento no posto de sauacutede
natildeo seraacute prejudicado A participante poderaacute se retirar do estudo a qualquer momento que
julgar necessaacuterio sem prejuiacutezo para a mesma O resultado de toda a pesquisa seraacute divulgada e
atraveacutes de artigos cientiacuteficos em revistas encontros congressos ou similares sem a
divulgaccedilatildeo dos nomes de quem participou de forma sigilosa
Sua participaccedilatildeo no estudo natildeo implicaraacute em custos adicionais O (A) Sr (a) natildeo teraacute
qualquer despesa com a realizaccedilatildeo dos procedimentos previstos neste estudo que seratildeo
custeados pelo pesquisador responsaacutevel Tambeacutem natildeo haveraacute nenhuma forma de pagamento
pela sua participaccedilatildeo
Caso surja alguma duacutevida quanto agrave eacutetica do estudo o (a) Sr(a) deveraacute se reportar ao
Comitecirc de Eacutetica em Pesquisas envolvendo seres humanos ndash subordinado ao Conselho
Nacional de Eacutetica em Pesquisa oacutergatildeo do Ministeacuterio da Sauacutede atraveacutes de solicitaccedilatildeo ao
representante de pesquisa que estaraacute sob contato permanente ou contactando o Comitecirc de
Eacutetica em Pesquisa desta instituiccedilatildeo no telefone (21) 3971-1590 Eacute assegurado o completo
55
sigilo de sua identidade quanto a sua participaccedilatildeo neste estudo incluindo a eventualidade da
apresentaccedilatildeo dos resultados deste estudo em congressos e perioacutedicos cientiacuteficos
Eu________________________________________________________________________
residente do endereccedilo__________________________ fui informada dos objetivos e da
justificativa deste trabalho de forma clara e detalhada pela Dra Adriana de Mattos V da
Costa Recebi informaccedilotildees especificas sobre cada procedimento no qual estarei envolvida
dos desconfortos e riscos previstos tanto quanto dos benefiacutecios esperados Todas as minhas
duvidas foram respondidas com clareza e sei que poderei solicitar novos esclarecimentos a
qualquer momento Aleacutem disso sei que novas informaccedilotildees obtidas durante o estudo me seratildeo
fornecidas e que terei liberdade de retirar meu consentimento de participaccedilatildeo face a estas
informaccedilotildees sem prejuiacutezo para mim Aleacutem disto me foi entregue uma coacutepia da folha de
informaccedilotildees para os participantes a qual li compreendi e me deu plena liberdade para decidir
acerca da minha espontacircnea participaccedilatildeo nesta pesquisa Minha identidade jamais seraacute
publicada Os dados colhidos poderatildeo ser examinados por pessoas envolvidas no estudo com
autorizaccedilatildeo delegada do investigador e por pessoas delegadas pelo patrocinador Estou
recebendo uma coacutepia assinada deste Termo
Os pesquisadores responsaacuteveis pelo Projeto satildeo a Dra Lizanka Paola F Marinheiro e
sua aluna a Dra Adriana de Mattos Viveiros da Costa
56
Participante
Nome _________________________________
Assinatura________________________________
Data_________________________________________
Investigador
Nome____________________________________
Assinatura________________________________
Data_______________________________________
Pesquisadora
Nome______________________________________
Assinatura___________________________________
Data__________________________________________
Dra Lizanka Paola F Marinheiro
lizankaglobocom
tel 25541700
Dra Adriana de Mattos Vda Costa
adrianamattosmedyahoocombr
tel 87273315
Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa
Rua Afonso Cavalcanti 455 sala 710 ndash Cidade Nova -
Telefone 3971-1463
35
Tabela 5 - Incidecircncia de fratura em mulheres poacutes-menopausa segundo
resultado da USO 2003-2011
Resultado da
USO
Total
Fratura p-valor
Sim Natildeo
n n
()
IC95 n
()
Normal 36 7 194
89 -
3472
29 806
0496
Alterado 50 11 220
121 -
350
39 780
Total 86 18 209
133 -
305
68 791
Nota Risco relativo = 113 (IC95 048 - 263)
36
Tabela 6 ndash Caracteriacutesticas cliacutenicas de mulheres poacutes-menopausa segundo
fratura (n=86)
Fratura
Natildeo (n=68) Sim (n=18) Total
n ( ) n ( )
IMC
Abaixo do pesoNormal 24 (353) 5 (278) 28 0792
Sobrepeso 27 (397) 9 (500) 36
Obeso 17 (250) 4 (222) 21
Histoacuterico familiar de fratura de quadril
Natildeo 66 (985) 13 (867) 79 0085
Sim 1 (15) 2 (133) 3
Osteoporose
Natildeo 44 (800) 9 (529) 53 0055
Sim 11 (200) 8 (471) 19
Uso de anticoncepcional
Natildeo 32 (485) 10 (556) 42 0791
Sim 34 (515) 8 (444) 42
Ausecircncia de mentruaccedilatildeo
Natildeo 60 (909) 16 (941) 76 1000
Sim 6 (91) 1 (59) 7
Retirou o uacutetero
Natildeo 46 (687) 9 (500) 55 0170
Sim 21 (313) 9 (500) 30
Retirou os ovaacuterios
Natildeo 53 (815) 11 (647) 64 0187
Sim 12 (185) 6 (353) 18
Reposiccedilatildeo hormonal
Natildeo 51 (761) 13 (722) 64 0763
Sim 16 (239) 5 (278) 21
Amamentou
Natildeo 14 (206) 4 (222) 18 1000
Sim 54 (794) 14 (778) 68
Acamado por mais de dois meses
Natildeo 63 (940) 13 (765) 76 0049
Sim 4 (60) 4 (235) 8
Caracteriacutesticas clinicas
p-valor do
teste exato
de Fisher
37
Tabela 7 - Caracteriacutesticas comportamentais de mulheres poacutes-menopausa segundo
fratura (n=86)
Fratura
Natildeo (n=68) Sim (n=18) Total
n ( ) n ( )
Tabagismo
Natildeo fumante 47 (758) 14 (875) 61 0499
FumanteEx-fumante 15 (242) 2 (125) 17
Etilismo no uacuteltimo ano
Natildeo 48 (706) 15 (833) 63 0376
Sim 20 (294) 3 (167) 23
Atividade fiacutesica ateacute os 25 anos
Leve 38 (559) 11 (611) 49 0792
ModeradaPesada 30 (441) 7 (389) 37
Atividade fiacutesica entre os 25 e 50 anos
Leve 38 (559) 10 (556) 48 1000
ModeradaPesada 30 (441) 8 (444) 38
Atividade fiacutesica acima dos 50 anos
Leve 42 (618) 12 (667) 54 0789
ModeradaPesada 26 (382) 6 (333) 32
Frequecircncia diaacuteria de leite ateacute 25 anos
Nenhummenos 1 copodia 34 (500) 8 (444) 42 0910
1 a 2 coposdia 31 (456) 9 (500) 40
3 coposdia ou mais 3 (44) 1 (56) 4
Frequecircncia diaacuteria de leite apoacutes 50 anos
Nenhummenos 1 copodia 34 (500) 6 (333) 40 0103
1 a 2 coposdia 31 (456) 9 (500) 40
3 coposdia ou mais 3 (44) 3 (167) 6
Caracteriacutesticas
comportamentais
p-valor do
teste exato
de Fisher
Tabela 8- Coeficientes de correlaccedilatildeo de Spearman (rs) entre idade IMC e tempo de
menopausa em mulheres poacutes-menopausa
Variaacuteveis
IMC IdadeTempo de
menopausa
r s 1 -0144 -0151
p-valor 0569 0550
r s -0227 1 0736
p-valor 0074 lt0001
r s -0295 0761 1
p-valor 0020 lt0001
Variaacuteveis
IMC
Idade
Tempo de menopausa
Nota o triacircngulo superior direito (parte hachurada) se refere agraves correlaccedilotildees para as mulheres com
fratura e o inferior esquerdo (parte natildeo hachurada) agraves mulheres sem fratura
38
7 Discussatildeo
No Brasil os principais fatores cliacutenicos de risco para fraturas por fragilidade oacutessea
eram extrapolados a partir de estudos internacionais O estudo vem acrescentar informaccedilotildees
para se conhecer os fatores relacionados agrave essas fraturas Nossos resultados revelam que a
idade avanccedilada a historia familiar de fratura de quadril o diagnoacutestico de osteoporose e
tambeacutem o paciente ficar acamado por mais de 2 meses foram considerados fatores de risco
para fraturas por fragilidade oacutessea
Esse estudo mostrou concordacircncia com a Johnell amp Kanis (2006) onde o principal
siacutetio mundial de fratura por fragilidade oacutessea nas mulheres apoacutes a menopausa foi o antebraccedilo
Segundo o estudo Latin American Vertebral Osteoporosis Study (LAVOS) (Clark et al
2009) a fratura vertebral eacute a mais prevalente da ameacuterica latina com uma prevalecircncia de
142 diferente do nosso estudo onde a coluna vertebral e o colo do fecircmur aparecem
juntos em uacuteltimo lugar na lista de incidecircncia dos siacutetios de fratura Isso pode ser atribuiacutedo
devido a diferenccedila nos criteacuterios de definiccedilatildeo de fraturas pois no LAVOS optou-se pela
medida radiograacutefica do local de fraturas enquanto no nosso estudo as fraturas foram referidas
pelas pacientes
Os consensos sobre osteoporose tecircm propostos algoritmos para identificar indiviacuteduos
de alto risco para fraturas (Kanis et al 2008 WHO 1999) Para tanto a associaccedilatildeo de fatores
de risco para fraturas com a medida da USO eacute de suma importacircncia embora sejam poucas as
pacientes que tecircm oportunidade de realizar esse exame (Oliveira et al 2007) Assim o
presente trabalho mostrou um risco para fraturas por fragilidade oacutessea 13 maior nas
pacientes com resultado de USO alterada em relaccedilatildeo as pacientes que tiveram resultados de
39
USO normais vindo de encontro aos resultados encontrados por Oliveira et al (2007)
Corroborando o USO como um meacutetodo confiaacutevel para a prediccedilatildeo de fraturas
E semelhante a Pinheiro et al (2010a) o presente estudo revelou que os principais
fatores de risco para fraturas por fragilidade oacutessea satildeo a idade avanccedilada a historia familiar de
fratura de quadril e a presenccedila de osteoporose Isso pode ser atribuiacutedo ao fato de que no
estudo de Pinheiro et al (2010a) assim como no nosso estudo a populaccedilatildeo ser
predominantemente de mulheres acima dos 65 anos e viverem em aacuterea urbana tendo haacutebitos
de vida parecidos
O achado em nosso estudo que apresentou significacircncia estatiacutestica refere-se ao fator
de risco ldquopaciente acamado por mais de dois mesesrdquo como disposto na literatura (Pinheiro et
al 2010b Demir et al 2008) O que acontece eacute que com o paciente acamado por tempo
prolongado um maior remodelamento oacutesseo eacute observado Os osteoclastos responsaacuteveis pela
absorccedilatildeo oacutessea sobrepotildee os osteoblastos predispondo as fraturas por fragilidade oacutessea
(Fyhrie amp Schaffler 1994) Assim observou-se no estudo que 235 das pacientes
acamadas por mais de dois meses sofreram alguma fratura por fragilidade oacutessea com p valor
lt005 Isso reafirma a associaccedilatildeo entre a paciente ficar acamada por mais de dois meses e
sofrer fratura por fragilidade oacutessea Por outro lado o exerciacutecio fiacutesico que estaacute sabidamente
relacionado ao aumento da resistecircncia muscular do equiliacutebrio e da flexibilidade contribuindo
para a reduccedilatildeo da perda oacutessea e melhora da sauacutede em geral (Chan 2003) natildeo se mostrou
como fator de proteccedilatildeo neste estudo Provavelmente devido ao baixo percentual encontrado
de pacientes que praticavam atividade fiacutesica moderada ou pesada
O elevado IMC e a terapia de reposiccedilatildeo hormonal natildeo desempenharam papel protetor
na nossa populaccedilatildeo como seria o esperado por estudos anteriores (Pinheiro et al 2010c
40
Buttros et al 2011) Ao contrario o sobrepeso e obesidade foram considerados fatores de
risco Isso pode ser atribuiacutedo ao IMC meacutedio dessa populaccedilatildeo ser 264 (kgm2) (DPplusmn 55)
limiacutetrofe para sobrepeso Embora esse dado demonstre contrariedade com a literatura que
estabelece relaccedilatildeo inversa entre obesidade e fraturas por fragilidade oacutessea em nosso estudo
ter maior peso e IMC natildeo seriam fatores de risco para fraturas e sim caracteriacutesticas das
mulheres mais idosas em um contexto social de baixa escolaridade e renda Esse fato eacute
confirmado pelos resultados da Pesquisa Nacional sobre Sauacutede e Nutriccedilatildeo ( Batista F et al
2003) que demonstraram caraacuteter ascendente da obesidade nos estratos de mulheres com baixa
renda residentes na regiatildeo Sudeste
Aleacutem disso haacutebitos de vida como tabagismo e etilismo sabidamente relacionados agrave
maior risco para fraturas por fragilidade oacutessea (Pinheiro et al 2010) tambeacutem natildeo se
mostraram estar associados nesse estudo
A necessidade de caacutelcio do ser humano varia ao longo da vida e uma ingestatildeo
adequada para mulheres acima de 50 anos eacute de 1200 mg pois com a idade o corpo
naturalmente perde um pouco da capacidade de absorccedilatildeo de minerais (Nuacutecleo de Estudos e
Pesquisas em Alimentaccedilatildeo 2006) O fato de apenas 44 das mulheres que natildeo tiveram
fraturas e 167 das mulheres que tiveram fraturas ter referido consumo superior a
900mgdia (3 ou mais copos) foi fator de surpresa principalmente levando-se em conta o PIB
per capita da cidade superior ao da maioria dos municiacutepios brasileiros (IPEA 2000)
Assim como em estudos preacutevios (Pinheiro et al 2010c NHI 2001 Demir et al
2008) nossos dados tambeacutem demonstraram o hipoestrogenismo como importante fator de
risco para fraturas por fragilidade oacutessea jaacute que as pacientes com fratura tecircm entre 19 e 29
anos de menopausa Em recente estudo Demir et al (2008) estudaram 2769 mulheres na
41
poacutes-menopausa correlacionando a ocorrecircncia de osteoporose com o tempo de menopausa
Demonstraram que 106 das pacientes com ateacute trecircs anos de poacutes-menopausa tinham
osteoporose contra 329 das pacientes com sete anos ou mais Acredita-se que a deficiecircncia
estrogecircnica seja responsaacutevel por dois terccedilos da perda de massa oacutessea levando
consequentemente agraves fraturas por fragilidade oacutessea assim como observado (Position
statement of the North American Menopause Society 2010)
Os dados deste estudo podem ser limitados pois apesar de tratar-se de uma coorte as
participantes reportaram dados referentes a estilo de vida dieta antecedentes familiares e
pessoais o que pode ter ocasionado algum vieacutes recordatoacuterio Outra limitaccedilatildeo eacute que como
avaliado por Oliveira et al (2007) esta populaccedilatildeo apresenta a maior parte das mulheres com
baixo niacutevel socioeconocircmico e escolaridade sem acesso agrave adequada educaccedilatildeo nutricional e agrave
atividade fiacutesica orientada Por outro lado resultados encontrados sem significacircncia estatiacutestica
podem ter sido ocasionados pelo tamanho amostral reduzido devido a dificuldade de
rastreamento da populaccedilatildeo uma vez que a unidade de sauacutede natildeo atualizou o endereccedilo e
telefone das mulheres eleitas para o estudo Talvez se tivesse sido realizado contato anual
com essas mulheres natildeo teriacuteamos perdido o seguimento delas
42
8 Conclusatildeo
Devido agrave sua alta prevalecircncia e associaccedilatildeo com mortalidade e incapacidade a fratura
devido agrave fragilidade oacutessea deve ser considerada um problema de sauacutede puacuteblica no Brasil
Apesar das limitaccedilotildees o presente estudo foi realizado de forma prospectiva em mulheres
brasileiras na poacutes-menopausa devendo os seus resultados serem levados em consideraccedilatildeo
para a formulaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas de sauacutede para a prevenccedilatildeo e estrateacutegias de tratamento
para as fraturas Os fatores de risco encontrados como a idade avanccedilada a histoacuteria familiar
de fratura de quadril e a presenccedila de osteoporose devem ser acompanhados e combatidos para
tentar-se diminuir o risco para as fraturas Assim como o USO mostrou ser um meacutetodo
confiaacutevel para avaliar o risco para fraturas podendo ser implementado em maior escala do
que a atual Entatildeo acreditamos que novos estudos prospectivos com uma amostra mais
representativa devam ser realizados para se confirmar os fatores associados a fraturas por
fragilidade oacutessea na populaccedilatildeo brasileira para cada vez mais conhecermos o perfil da nossa
populaccedilatildeo e termos subsiacutedios para combater esse agravo
43
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48
10 Anexo 1 - Instrumento de coleta - EVOS (EUROPEAN VERTEBRAL
OSTEOPOROSIS STUDY)
Data _________
Nome________________________________________________________
Endereco_____________________________________________________
Fone _____________ Data de nascimento _________ RG
1- Dados antropomeacutetricos
Peso (Kg) Altura (m) IMC
2- Dados Ginecoloacutegicos
Idade da primeira menstruacao anos
Vocecirc jaacute usou piacutelula anticoncepcional por mais de 3 meses
sim natildeo natildeo sei
Vocecirc jaacute ficou algum periacuteodo em sua vida sem menstruar antes da menopausa (exceto se
gravidez) sim natildeo natildeo sei
Idade da ultima menstruaccedilatildeo anos
Numero de filhos
Vocecirc fez cirurgia para retirar o uacutetero sim com Idade ____ (anos)
natildeo natildeo sei
E para retirar os ovaacuterios (um ou os dois) sim idade ___ (anos)
natildeo natildeo sei
Vocecirc fez reposiccedilatildeo hormonal apos a menopausa sim natildeo natildeo sei
Se sim quando iniciado o periacuteodo foi superior a 1 ano sim natildeo natildeo sei
49
Vocecirc notou os seguintes sintomas na menopausa
calores sim natildeo natildeo sei
depressatildeo sim natildeo natildeo sei
insocircnia sim natildeo natildeo sei
outros sim natildeo natildeo sei
Vocecirc amamentou sim natildeo natildeo sei
Se sim quantas crianccedilas vocecirc amamentou por mais que 3 meses
3- Dados familiares
Em sua famiacutelia (pai matildee irmatildeos) existe historia de fratura de quadril apos os 50 anos de
idade sim natildeo natildeo sei
4- Histoacuteria de fratura
Vocecirc jaacute teve alguma fratura sim natildeo natildeo sei
Se sim em qual sitio esqueleacutetico com que idade e qual foi o tipo de trauma
Sitio Numero Idade (anos) Niacutevel do trauma
Vertebra
Fecircmur (colo trocanter)
Costela
Antebraccedilo
Uacutemero
Pe
Outras
Vocecirc sabe que tem osteoporose sim tenho natildeo natildeo tenho natildeo sei
5- Aacutelcool
Com que frequecircncia vocecirc bebeu no ultimo ano
Diariamente 5-6 dsem 3-4 dsem
50
1 -2 dsem lt 1 dsem nunca
Tipo de bebida destilados (uiacutesque cachaccedila vodka)
fermentados (cerveja vinho)
6- Imobilizaccedilatildeo
Vocecirc jaacute ficou acamado por um periacuteodo superior a 2 meses
sim natildeo natildeo sei
Se sim foi antes ou apos os 25 anos de idade
ano passado nunca
7- Fumo
Vocecirc fumou cigarro ou usou outras formas de fumo (cachimbo ou charuto)
atualmente no passado nunca
Com que idade iniciou anos
Se parou com que idade anos
Numero de cigarrosdia
8- Atividade Fiacutesica
Quantas tempo costuma passar diariamente ao ar livre caminhando ou andando de bicicleta
nenhuma a 1 h superior a 1 h
Qual a sua atividade fiacutesica durante diferentes periacuteodos de sua vida adulta
Ate os 25 anos 25 a 50 anos acima 50 anos
Niacutevel 1 (leve) 2 (moderada) 3 (pesada) 4
(muito pesada)
9- Impacto
Como vocecirc descreveria sua sauacutede geral neste momento
muito boa boa satisfatoacuteria regular ruim
10- Interrogatoacuterio sobre drogas
51
Vocecirc jaacute usou alguma medicaccedilatildeo oral ou injetaacutevel contendo corticosteroides por mais de 3
meses sim natildeo natildeo sei
Vocecirc jaacute usou alguma desses remeacutedios
Droga sim natildeo sei tempo
(meses)
parou ha quanto tempo
Hormocircnios
masculinos
Hormocircnios
femininos
Calcitonina
Fluacuteor
Caacutelcio
Vitamina D
Anabolizantes
Diureacuteticos
tiazidicos
11- Ingestatildeo de caacutelcio
Com que frequecircncia vocecirc comeu produtos derivados do leite na semana passada
(diassemana)
queijo amarelo queijo branco iogurte leite sorvete
Para os periacuteodos indicados abaixo com que frequecircncia vocecirc recebeu leite
ate 25 anos 25 a 50 anos Acima de 50 anos
Todas as refeiccedilotildees (3 ou + coposdia)
1-2 coposdia
52
Toda semana mas natildeo todo dia
lt 1 vezsemana
53
11 Anexo 2 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Projeto de Pesquisa Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade
oacutessea em mulheres na menopausa
Pesquisador responsaacutevel Dra Lizanka Paola F Marinheiro
Instituiccedilatildeo responsaacutevel Instituto Fernandes Figueira
Vocecirc estaacute sendo convidado a participar do projeto de pesquisa intitulado
Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea em mulheres na
menopausa por que vocecirc participou do estudo anterior realizado haacute 7 anos sobre a
osteoporose e suas consequumlecircncias
54
A osteoporose e uma doenccedila que se caracteriza pela diminuiccedilatildeo da resistecircncia do osso
tornando-o mais fraacutegil Essa fragilidade aumenta o risco da pessoa que tem osteoporose de ter
fraturas mesmo com atividades comuns como tossir ou espirrar
Com isso esse trabalho deseja avaliar a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea na
populaccedilatildeo de mulheres na poacutes menopausa residente da Ilha de Paquetaacute apoacutes 7 anos de
seguimento do uacuteltimo estudo transversal
Vocecirc natildeo eacute obrigada a participar Mas se quiser vocecirc teraacute que responder a um
questionaacuterio Para participar vocecirc natildeo teraacute que pagar nada O resultado seraacute fornecido apenas
a vocecirc ningueacutem mais saberaacute Suas duvidas seratildeo esclarecidas e vocecirc devera continuar
acompanhamento com seu meacutedico assistente Se vocecirc natildeo quiser participar natildeo seraacute
submetida a nenhum constrangimento fiacutesico ou moral e seu atendimento no posto de sauacutede
natildeo seraacute prejudicado A participante poderaacute se retirar do estudo a qualquer momento que
julgar necessaacuterio sem prejuiacutezo para a mesma O resultado de toda a pesquisa seraacute divulgada e
atraveacutes de artigos cientiacuteficos em revistas encontros congressos ou similares sem a
divulgaccedilatildeo dos nomes de quem participou de forma sigilosa
Sua participaccedilatildeo no estudo natildeo implicaraacute em custos adicionais O (A) Sr (a) natildeo teraacute
qualquer despesa com a realizaccedilatildeo dos procedimentos previstos neste estudo que seratildeo
custeados pelo pesquisador responsaacutevel Tambeacutem natildeo haveraacute nenhuma forma de pagamento
pela sua participaccedilatildeo
Caso surja alguma duacutevida quanto agrave eacutetica do estudo o (a) Sr(a) deveraacute se reportar ao
Comitecirc de Eacutetica em Pesquisas envolvendo seres humanos ndash subordinado ao Conselho
Nacional de Eacutetica em Pesquisa oacutergatildeo do Ministeacuterio da Sauacutede atraveacutes de solicitaccedilatildeo ao
representante de pesquisa que estaraacute sob contato permanente ou contactando o Comitecirc de
Eacutetica em Pesquisa desta instituiccedilatildeo no telefone (21) 3971-1590 Eacute assegurado o completo
55
sigilo de sua identidade quanto a sua participaccedilatildeo neste estudo incluindo a eventualidade da
apresentaccedilatildeo dos resultados deste estudo em congressos e perioacutedicos cientiacuteficos
Eu________________________________________________________________________
residente do endereccedilo__________________________ fui informada dos objetivos e da
justificativa deste trabalho de forma clara e detalhada pela Dra Adriana de Mattos V da
Costa Recebi informaccedilotildees especificas sobre cada procedimento no qual estarei envolvida
dos desconfortos e riscos previstos tanto quanto dos benefiacutecios esperados Todas as minhas
duvidas foram respondidas com clareza e sei que poderei solicitar novos esclarecimentos a
qualquer momento Aleacutem disso sei que novas informaccedilotildees obtidas durante o estudo me seratildeo
fornecidas e que terei liberdade de retirar meu consentimento de participaccedilatildeo face a estas
informaccedilotildees sem prejuiacutezo para mim Aleacutem disto me foi entregue uma coacutepia da folha de
informaccedilotildees para os participantes a qual li compreendi e me deu plena liberdade para decidir
acerca da minha espontacircnea participaccedilatildeo nesta pesquisa Minha identidade jamais seraacute
publicada Os dados colhidos poderatildeo ser examinados por pessoas envolvidas no estudo com
autorizaccedilatildeo delegada do investigador e por pessoas delegadas pelo patrocinador Estou
recebendo uma coacutepia assinada deste Termo
Os pesquisadores responsaacuteveis pelo Projeto satildeo a Dra Lizanka Paola F Marinheiro e
sua aluna a Dra Adriana de Mattos Viveiros da Costa
56
Participante
Nome _________________________________
Assinatura________________________________
Data_________________________________________
Investigador
Nome____________________________________
Assinatura________________________________
Data_______________________________________
Pesquisadora
Nome______________________________________
Assinatura___________________________________
Data__________________________________________
Dra Lizanka Paola F Marinheiro
lizankaglobocom
tel 25541700
Dra Adriana de Mattos Vda Costa
adrianamattosmedyahoocombr
tel 87273315
Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa
Rua Afonso Cavalcanti 455 sala 710 ndash Cidade Nova -
Telefone 3971-1463
36
Tabela 6 ndash Caracteriacutesticas cliacutenicas de mulheres poacutes-menopausa segundo
fratura (n=86)
Fratura
Natildeo (n=68) Sim (n=18) Total
n ( ) n ( )
IMC
Abaixo do pesoNormal 24 (353) 5 (278) 28 0792
Sobrepeso 27 (397) 9 (500) 36
Obeso 17 (250) 4 (222) 21
Histoacuterico familiar de fratura de quadril
Natildeo 66 (985) 13 (867) 79 0085
Sim 1 (15) 2 (133) 3
Osteoporose
Natildeo 44 (800) 9 (529) 53 0055
Sim 11 (200) 8 (471) 19
Uso de anticoncepcional
Natildeo 32 (485) 10 (556) 42 0791
Sim 34 (515) 8 (444) 42
Ausecircncia de mentruaccedilatildeo
Natildeo 60 (909) 16 (941) 76 1000
Sim 6 (91) 1 (59) 7
Retirou o uacutetero
Natildeo 46 (687) 9 (500) 55 0170
Sim 21 (313) 9 (500) 30
Retirou os ovaacuterios
Natildeo 53 (815) 11 (647) 64 0187
Sim 12 (185) 6 (353) 18
Reposiccedilatildeo hormonal
Natildeo 51 (761) 13 (722) 64 0763
Sim 16 (239) 5 (278) 21
Amamentou
Natildeo 14 (206) 4 (222) 18 1000
Sim 54 (794) 14 (778) 68
Acamado por mais de dois meses
Natildeo 63 (940) 13 (765) 76 0049
Sim 4 (60) 4 (235) 8
Caracteriacutesticas clinicas
p-valor do
teste exato
de Fisher
37
Tabela 7 - Caracteriacutesticas comportamentais de mulheres poacutes-menopausa segundo
fratura (n=86)
Fratura
Natildeo (n=68) Sim (n=18) Total
n ( ) n ( )
Tabagismo
Natildeo fumante 47 (758) 14 (875) 61 0499
FumanteEx-fumante 15 (242) 2 (125) 17
Etilismo no uacuteltimo ano
Natildeo 48 (706) 15 (833) 63 0376
Sim 20 (294) 3 (167) 23
Atividade fiacutesica ateacute os 25 anos
Leve 38 (559) 11 (611) 49 0792
ModeradaPesada 30 (441) 7 (389) 37
Atividade fiacutesica entre os 25 e 50 anos
Leve 38 (559) 10 (556) 48 1000
ModeradaPesada 30 (441) 8 (444) 38
Atividade fiacutesica acima dos 50 anos
Leve 42 (618) 12 (667) 54 0789
ModeradaPesada 26 (382) 6 (333) 32
Frequecircncia diaacuteria de leite ateacute 25 anos
Nenhummenos 1 copodia 34 (500) 8 (444) 42 0910
1 a 2 coposdia 31 (456) 9 (500) 40
3 coposdia ou mais 3 (44) 1 (56) 4
Frequecircncia diaacuteria de leite apoacutes 50 anos
Nenhummenos 1 copodia 34 (500) 6 (333) 40 0103
1 a 2 coposdia 31 (456) 9 (500) 40
3 coposdia ou mais 3 (44) 3 (167) 6
Caracteriacutesticas
comportamentais
p-valor do
teste exato
de Fisher
Tabela 8- Coeficientes de correlaccedilatildeo de Spearman (rs) entre idade IMC e tempo de
menopausa em mulheres poacutes-menopausa
Variaacuteveis
IMC IdadeTempo de
menopausa
r s 1 -0144 -0151
p-valor 0569 0550
r s -0227 1 0736
p-valor 0074 lt0001
r s -0295 0761 1
p-valor 0020 lt0001
Variaacuteveis
IMC
Idade
Tempo de menopausa
Nota o triacircngulo superior direito (parte hachurada) se refere agraves correlaccedilotildees para as mulheres com
fratura e o inferior esquerdo (parte natildeo hachurada) agraves mulheres sem fratura
38
7 Discussatildeo
No Brasil os principais fatores cliacutenicos de risco para fraturas por fragilidade oacutessea
eram extrapolados a partir de estudos internacionais O estudo vem acrescentar informaccedilotildees
para se conhecer os fatores relacionados agrave essas fraturas Nossos resultados revelam que a
idade avanccedilada a historia familiar de fratura de quadril o diagnoacutestico de osteoporose e
tambeacutem o paciente ficar acamado por mais de 2 meses foram considerados fatores de risco
para fraturas por fragilidade oacutessea
Esse estudo mostrou concordacircncia com a Johnell amp Kanis (2006) onde o principal
siacutetio mundial de fratura por fragilidade oacutessea nas mulheres apoacutes a menopausa foi o antebraccedilo
Segundo o estudo Latin American Vertebral Osteoporosis Study (LAVOS) (Clark et al
2009) a fratura vertebral eacute a mais prevalente da ameacuterica latina com uma prevalecircncia de
142 diferente do nosso estudo onde a coluna vertebral e o colo do fecircmur aparecem
juntos em uacuteltimo lugar na lista de incidecircncia dos siacutetios de fratura Isso pode ser atribuiacutedo
devido a diferenccedila nos criteacuterios de definiccedilatildeo de fraturas pois no LAVOS optou-se pela
medida radiograacutefica do local de fraturas enquanto no nosso estudo as fraturas foram referidas
pelas pacientes
Os consensos sobre osteoporose tecircm propostos algoritmos para identificar indiviacuteduos
de alto risco para fraturas (Kanis et al 2008 WHO 1999) Para tanto a associaccedilatildeo de fatores
de risco para fraturas com a medida da USO eacute de suma importacircncia embora sejam poucas as
pacientes que tecircm oportunidade de realizar esse exame (Oliveira et al 2007) Assim o
presente trabalho mostrou um risco para fraturas por fragilidade oacutessea 13 maior nas
pacientes com resultado de USO alterada em relaccedilatildeo as pacientes que tiveram resultados de
39
USO normais vindo de encontro aos resultados encontrados por Oliveira et al (2007)
Corroborando o USO como um meacutetodo confiaacutevel para a prediccedilatildeo de fraturas
E semelhante a Pinheiro et al (2010a) o presente estudo revelou que os principais
fatores de risco para fraturas por fragilidade oacutessea satildeo a idade avanccedilada a historia familiar de
fratura de quadril e a presenccedila de osteoporose Isso pode ser atribuiacutedo ao fato de que no
estudo de Pinheiro et al (2010a) assim como no nosso estudo a populaccedilatildeo ser
predominantemente de mulheres acima dos 65 anos e viverem em aacuterea urbana tendo haacutebitos
de vida parecidos
O achado em nosso estudo que apresentou significacircncia estatiacutestica refere-se ao fator
de risco ldquopaciente acamado por mais de dois mesesrdquo como disposto na literatura (Pinheiro et
al 2010b Demir et al 2008) O que acontece eacute que com o paciente acamado por tempo
prolongado um maior remodelamento oacutesseo eacute observado Os osteoclastos responsaacuteveis pela
absorccedilatildeo oacutessea sobrepotildee os osteoblastos predispondo as fraturas por fragilidade oacutessea
(Fyhrie amp Schaffler 1994) Assim observou-se no estudo que 235 das pacientes
acamadas por mais de dois meses sofreram alguma fratura por fragilidade oacutessea com p valor
lt005 Isso reafirma a associaccedilatildeo entre a paciente ficar acamada por mais de dois meses e
sofrer fratura por fragilidade oacutessea Por outro lado o exerciacutecio fiacutesico que estaacute sabidamente
relacionado ao aumento da resistecircncia muscular do equiliacutebrio e da flexibilidade contribuindo
para a reduccedilatildeo da perda oacutessea e melhora da sauacutede em geral (Chan 2003) natildeo se mostrou
como fator de proteccedilatildeo neste estudo Provavelmente devido ao baixo percentual encontrado
de pacientes que praticavam atividade fiacutesica moderada ou pesada
O elevado IMC e a terapia de reposiccedilatildeo hormonal natildeo desempenharam papel protetor
na nossa populaccedilatildeo como seria o esperado por estudos anteriores (Pinheiro et al 2010c
40
Buttros et al 2011) Ao contrario o sobrepeso e obesidade foram considerados fatores de
risco Isso pode ser atribuiacutedo ao IMC meacutedio dessa populaccedilatildeo ser 264 (kgm2) (DPplusmn 55)
limiacutetrofe para sobrepeso Embora esse dado demonstre contrariedade com a literatura que
estabelece relaccedilatildeo inversa entre obesidade e fraturas por fragilidade oacutessea em nosso estudo
ter maior peso e IMC natildeo seriam fatores de risco para fraturas e sim caracteriacutesticas das
mulheres mais idosas em um contexto social de baixa escolaridade e renda Esse fato eacute
confirmado pelos resultados da Pesquisa Nacional sobre Sauacutede e Nutriccedilatildeo ( Batista F et al
2003) que demonstraram caraacuteter ascendente da obesidade nos estratos de mulheres com baixa
renda residentes na regiatildeo Sudeste
Aleacutem disso haacutebitos de vida como tabagismo e etilismo sabidamente relacionados agrave
maior risco para fraturas por fragilidade oacutessea (Pinheiro et al 2010) tambeacutem natildeo se
mostraram estar associados nesse estudo
A necessidade de caacutelcio do ser humano varia ao longo da vida e uma ingestatildeo
adequada para mulheres acima de 50 anos eacute de 1200 mg pois com a idade o corpo
naturalmente perde um pouco da capacidade de absorccedilatildeo de minerais (Nuacutecleo de Estudos e
Pesquisas em Alimentaccedilatildeo 2006) O fato de apenas 44 das mulheres que natildeo tiveram
fraturas e 167 das mulheres que tiveram fraturas ter referido consumo superior a
900mgdia (3 ou mais copos) foi fator de surpresa principalmente levando-se em conta o PIB
per capita da cidade superior ao da maioria dos municiacutepios brasileiros (IPEA 2000)
Assim como em estudos preacutevios (Pinheiro et al 2010c NHI 2001 Demir et al
2008) nossos dados tambeacutem demonstraram o hipoestrogenismo como importante fator de
risco para fraturas por fragilidade oacutessea jaacute que as pacientes com fratura tecircm entre 19 e 29
anos de menopausa Em recente estudo Demir et al (2008) estudaram 2769 mulheres na
41
poacutes-menopausa correlacionando a ocorrecircncia de osteoporose com o tempo de menopausa
Demonstraram que 106 das pacientes com ateacute trecircs anos de poacutes-menopausa tinham
osteoporose contra 329 das pacientes com sete anos ou mais Acredita-se que a deficiecircncia
estrogecircnica seja responsaacutevel por dois terccedilos da perda de massa oacutessea levando
consequentemente agraves fraturas por fragilidade oacutessea assim como observado (Position
statement of the North American Menopause Society 2010)
Os dados deste estudo podem ser limitados pois apesar de tratar-se de uma coorte as
participantes reportaram dados referentes a estilo de vida dieta antecedentes familiares e
pessoais o que pode ter ocasionado algum vieacutes recordatoacuterio Outra limitaccedilatildeo eacute que como
avaliado por Oliveira et al (2007) esta populaccedilatildeo apresenta a maior parte das mulheres com
baixo niacutevel socioeconocircmico e escolaridade sem acesso agrave adequada educaccedilatildeo nutricional e agrave
atividade fiacutesica orientada Por outro lado resultados encontrados sem significacircncia estatiacutestica
podem ter sido ocasionados pelo tamanho amostral reduzido devido a dificuldade de
rastreamento da populaccedilatildeo uma vez que a unidade de sauacutede natildeo atualizou o endereccedilo e
telefone das mulheres eleitas para o estudo Talvez se tivesse sido realizado contato anual
com essas mulheres natildeo teriacuteamos perdido o seguimento delas
42
8 Conclusatildeo
Devido agrave sua alta prevalecircncia e associaccedilatildeo com mortalidade e incapacidade a fratura
devido agrave fragilidade oacutessea deve ser considerada um problema de sauacutede puacuteblica no Brasil
Apesar das limitaccedilotildees o presente estudo foi realizado de forma prospectiva em mulheres
brasileiras na poacutes-menopausa devendo os seus resultados serem levados em consideraccedilatildeo
para a formulaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas de sauacutede para a prevenccedilatildeo e estrateacutegias de tratamento
para as fraturas Os fatores de risco encontrados como a idade avanccedilada a histoacuteria familiar
de fratura de quadril e a presenccedila de osteoporose devem ser acompanhados e combatidos para
tentar-se diminuir o risco para as fraturas Assim como o USO mostrou ser um meacutetodo
confiaacutevel para avaliar o risco para fraturas podendo ser implementado em maior escala do
que a atual Entatildeo acreditamos que novos estudos prospectivos com uma amostra mais
representativa devam ser realizados para se confirmar os fatores associados a fraturas por
fragilidade oacutessea na populaccedilatildeo brasileira para cada vez mais conhecermos o perfil da nossa
populaccedilatildeo e termos subsiacutedios para combater esse agravo
43
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48
10 Anexo 1 - Instrumento de coleta - EVOS (EUROPEAN VERTEBRAL
OSTEOPOROSIS STUDY)
Data _________
Nome________________________________________________________
Endereco_____________________________________________________
Fone _____________ Data de nascimento _________ RG
1- Dados antropomeacutetricos
Peso (Kg) Altura (m) IMC
2- Dados Ginecoloacutegicos
Idade da primeira menstruacao anos
Vocecirc jaacute usou piacutelula anticoncepcional por mais de 3 meses
sim natildeo natildeo sei
Vocecirc jaacute ficou algum periacuteodo em sua vida sem menstruar antes da menopausa (exceto se
gravidez) sim natildeo natildeo sei
Idade da ultima menstruaccedilatildeo anos
Numero de filhos
Vocecirc fez cirurgia para retirar o uacutetero sim com Idade ____ (anos)
natildeo natildeo sei
E para retirar os ovaacuterios (um ou os dois) sim idade ___ (anos)
natildeo natildeo sei
Vocecirc fez reposiccedilatildeo hormonal apos a menopausa sim natildeo natildeo sei
Se sim quando iniciado o periacuteodo foi superior a 1 ano sim natildeo natildeo sei
49
Vocecirc notou os seguintes sintomas na menopausa
calores sim natildeo natildeo sei
depressatildeo sim natildeo natildeo sei
insocircnia sim natildeo natildeo sei
outros sim natildeo natildeo sei
Vocecirc amamentou sim natildeo natildeo sei
Se sim quantas crianccedilas vocecirc amamentou por mais que 3 meses
3- Dados familiares
Em sua famiacutelia (pai matildee irmatildeos) existe historia de fratura de quadril apos os 50 anos de
idade sim natildeo natildeo sei
4- Histoacuteria de fratura
Vocecirc jaacute teve alguma fratura sim natildeo natildeo sei
Se sim em qual sitio esqueleacutetico com que idade e qual foi o tipo de trauma
Sitio Numero Idade (anos) Niacutevel do trauma
Vertebra
Fecircmur (colo trocanter)
Costela
Antebraccedilo
Uacutemero
Pe
Outras
Vocecirc sabe que tem osteoporose sim tenho natildeo natildeo tenho natildeo sei
5- Aacutelcool
Com que frequecircncia vocecirc bebeu no ultimo ano
Diariamente 5-6 dsem 3-4 dsem
50
1 -2 dsem lt 1 dsem nunca
Tipo de bebida destilados (uiacutesque cachaccedila vodka)
fermentados (cerveja vinho)
6- Imobilizaccedilatildeo
Vocecirc jaacute ficou acamado por um periacuteodo superior a 2 meses
sim natildeo natildeo sei
Se sim foi antes ou apos os 25 anos de idade
ano passado nunca
7- Fumo
Vocecirc fumou cigarro ou usou outras formas de fumo (cachimbo ou charuto)
atualmente no passado nunca
Com que idade iniciou anos
Se parou com que idade anos
Numero de cigarrosdia
8- Atividade Fiacutesica
Quantas tempo costuma passar diariamente ao ar livre caminhando ou andando de bicicleta
nenhuma a 1 h superior a 1 h
Qual a sua atividade fiacutesica durante diferentes periacuteodos de sua vida adulta
Ate os 25 anos 25 a 50 anos acima 50 anos
Niacutevel 1 (leve) 2 (moderada) 3 (pesada) 4
(muito pesada)
9- Impacto
Como vocecirc descreveria sua sauacutede geral neste momento
muito boa boa satisfatoacuteria regular ruim
10- Interrogatoacuterio sobre drogas
51
Vocecirc jaacute usou alguma medicaccedilatildeo oral ou injetaacutevel contendo corticosteroides por mais de 3
meses sim natildeo natildeo sei
Vocecirc jaacute usou alguma desses remeacutedios
Droga sim natildeo sei tempo
(meses)
parou ha quanto tempo
Hormocircnios
masculinos
Hormocircnios
femininos
Calcitonina
Fluacuteor
Caacutelcio
Vitamina D
Anabolizantes
Diureacuteticos
tiazidicos
11- Ingestatildeo de caacutelcio
Com que frequecircncia vocecirc comeu produtos derivados do leite na semana passada
(diassemana)
queijo amarelo queijo branco iogurte leite sorvete
Para os periacuteodos indicados abaixo com que frequecircncia vocecirc recebeu leite
ate 25 anos 25 a 50 anos Acima de 50 anos
Todas as refeiccedilotildees (3 ou + coposdia)
1-2 coposdia
52
Toda semana mas natildeo todo dia
lt 1 vezsemana
53
11 Anexo 2 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Projeto de Pesquisa Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade
oacutessea em mulheres na menopausa
Pesquisador responsaacutevel Dra Lizanka Paola F Marinheiro
Instituiccedilatildeo responsaacutevel Instituto Fernandes Figueira
Vocecirc estaacute sendo convidado a participar do projeto de pesquisa intitulado
Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea em mulheres na
menopausa por que vocecirc participou do estudo anterior realizado haacute 7 anos sobre a
osteoporose e suas consequumlecircncias
54
A osteoporose e uma doenccedila que se caracteriza pela diminuiccedilatildeo da resistecircncia do osso
tornando-o mais fraacutegil Essa fragilidade aumenta o risco da pessoa que tem osteoporose de ter
fraturas mesmo com atividades comuns como tossir ou espirrar
Com isso esse trabalho deseja avaliar a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea na
populaccedilatildeo de mulheres na poacutes menopausa residente da Ilha de Paquetaacute apoacutes 7 anos de
seguimento do uacuteltimo estudo transversal
Vocecirc natildeo eacute obrigada a participar Mas se quiser vocecirc teraacute que responder a um
questionaacuterio Para participar vocecirc natildeo teraacute que pagar nada O resultado seraacute fornecido apenas
a vocecirc ningueacutem mais saberaacute Suas duvidas seratildeo esclarecidas e vocecirc devera continuar
acompanhamento com seu meacutedico assistente Se vocecirc natildeo quiser participar natildeo seraacute
submetida a nenhum constrangimento fiacutesico ou moral e seu atendimento no posto de sauacutede
natildeo seraacute prejudicado A participante poderaacute se retirar do estudo a qualquer momento que
julgar necessaacuterio sem prejuiacutezo para a mesma O resultado de toda a pesquisa seraacute divulgada e
atraveacutes de artigos cientiacuteficos em revistas encontros congressos ou similares sem a
divulgaccedilatildeo dos nomes de quem participou de forma sigilosa
Sua participaccedilatildeo no estudo natildeo implicaraacute em custos adicionais O (A) Sr (a) natildeo teraacute
qualquer despesa com a realizaccedilatildeo dos procedimentos previstos neste estudo que seratildeo
custeados pelo pesquisador responsaacutevel Tambeacutem natildeo haveraacute nenhuma forma de pagamento
pela sua participaccedilatildeo
Caso surja alguma duacutevida quanto agrave eacutetica do estudo o (a) Sr(a) deveraacute se reportar ao
Comitecirc de Eacutetica em Pesquisas envolvendo seres humanos ndash subordinado ao Conselho
Nacional de Eacutetica em Pesquisa oacutergatildeo do Ministeacuterio da Sauacutede atraveacutes de solicitaccedilatildeo ao
representante de pesquisa que estaraacute sob contato permanente ou contactando o Comitecirc de
Eacutetica em Pesquisa desta instituiccedilatildeo no telefone (21) 3971-1590 Eacute assegurado o completo
55
sigilo de sua identidade quanto a sua participaccedilatildeo neste estudo incluindo a eventualidade da
apresentaccedilatildeo dos resultados deste estudo em congressos e perioacutedicos cientiacuteficos
Eu________________________________________________________________________
residente do endereccedilo__________________________ fui informada dos objetivos e da
justificativa deste trabalho de forma clara e detalhada pela Dra Adriana de Mattos V da
Costa Recebi informaccedilotildees especificas sobre cada procedimento no qual estarei envolvida
dos desconfortos e riscos previstos tanto quanto dos benefiacutecios esperados Todas as minhas
duvidas foram respondidas com clareza e sei que poderei solicitar novos esclarecimentos a
qualquer momento Aleacutem disso sei que novas informaccedilotildees obtidas durante o estudo me seratildeo
fornecidas e que terei liberdade de retirar meu consentimento de participaccedilatildeo face a estas
informaccedilotildees sem prejuiacutezo para mim Aleacutem disto me foi entregue uma coacutepia da folha de
informaccedilotildees para os participantes a qual li compreendi e me deu plena liberdade para decidir
acerca da minha espontacircnea participaccedilatildeo nesta pesquisa Minha identidade jamais seraacute
publicada Os dados colhidos poderatildeo ser examinados por pessoas envolvidas no estudo com
autorizaccedilatildeo delegada do investigador e por pessoas delegadas pelo patrocinador Estou
recebendo uma coacutepia assinada deste Termo
Os pesquisadores responsaacuteveis pelo Projeto satildeo a Dra Lizanka Paola F Marinheiro e
sua aluna a Dra Adriana de Mattos Viveiros da Costa
56
Participante
Nome _________________________________
Assinatura________________________________
Data_________________________________________
Investigador
Nome____________________________________
Assinatura________________________________
Data_______________________________________
Pesquisadora
Nome______________________________________
Assinatura___________________________________
Data__________________________________________
Dra Lizanka Paola F Marinheiro
lizankaglobocom
tel 25541700
Dra Adriana de Mattos Vda Costa
adrianamattosmedyahoocombr
tel 87273315
Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa
Rua Afonso Cavalcanti 455 sala 710 ndash Cidade Nova -
Telefone 3971-1463
37
Tabela 7 - Caracteriacutesticas comportamentais de mulheres poacutes-menopausa segundo
fratura (n=86)
Fratura
Natildeo (n=68) Sim (n=18) Total
n ( ) n ( )
Tabagismo
Natildeo fumante 47 (758) 14 (875) 61 0499
FumanteEx-fumante 15 (242) 2 (125) 17
Etilismo no uacuteltimo ano
Natildeo 48 (706) 15 (833) 63 0376
Sim 20 (294) 3 (167) 23
Atividade fiacutesica ateacute os 25 anos
Leve 38 (559) 11 (611) 49 0792
ModeradaPesada 30 (441) 7 (389) 37
Atividade fiacutesica entre os 25 e 50 anos
Leve 38 (559) 10 (556) 48 1000
ModeradaPesada 30 (441) 8 (444) 38
Atividade fiacutesica acima dos 50 anos
Leve 42 (618) 12 (667) 54 0789
ModeradaPesada 26 (382) 6 (333) 32
Frequecircncia diaacuteria de leite ateacute 25 anos
Nenhummenos 1 copodia 34 (500) 8 (444) 42 0910
1 a 2 coposdia 31 (456) 9 (500) 40
3 coposdia ou mais 3 (44) 1 (56) 4
Frequecircncia diaacuteria de leite apoacutes 50 anos
Nenhummenos 1 copodia 34 (500) 6 (333) 40 0103
1 a 2 coposdia 31 (456) 9 (500) 40
3 coposdia ou mais 3 (44) 3 (167) 6
Caracteriacutesticas
comportamentais
p-valor do
teste exato
de Fisher
Tabela 8- Coeficientes de correlaccedilatildeo de Spearman (rs) entre idade IMC e tempo de
menopausa em mulheres poacutes-menopausa
Variaacuteveis
IMC IdadeTempo de
menopausa
r s 1 -0144 -0151
p-valor 0569 0550
r s -0227 1 0736
p-valor 0074 lt0001
r s -0295 0761 1
p-valor 0020 lt0001
Variaacuteveis
IMC
Idade
Tempo de menopausa
Nota o triacircngulo superior direito (parte hachurada) se refere agraves correlaccedilotildees para as mulheres com
fratura e o inferior esquerdo (parte natildeo hachurada) agraves mulheres sem fratura
38
7 Discussatildeo
No Brasil os principais fatores cliacutenicos de risco para fraturas por fragilidade oacutessea
eram extrapolados a partir de estudos internacionais O estudo vem acrescentar informaccedilotildees
para se conhecer os fatores relacionados agrave essas fraturas Nossos resultados revelam que a
idade avanccedilada a historia familiar de fratura de quadril o diagnoacutestico de osteoporose e
tambeacutem o paciente ficar acamado por mais de 2 meses foram considerados fatores de risco
para fraturas por fragilidade oacutessea
Esse estudo mostrou concordacircncia com a Johnell amp Kanis (2006) onde o principal
siacutetio mundial de fratura por fragilidade oacutessea nas mulheres apoacutes a menopausa foi o antebraccedilo
Segundo o estudo Latin American Vertebral Osteoporosis Study (LAVOS) (Clark et al
2009) a fratura vertebral eacute a mais prevalente da ameacuterica latina com uma prevalecircncia de
142 diferente do nosso estudo onde a coluna vertebral e o colo do fecircmur aparecem
juntos em uacuteltimo lugar na lista de incidecircncia dos siacutetios de fratura Isso pode ser atribuiacutedo
devido a diferenccedila nos criteacuterios de definiccedilatildeo de fraturas pois no LAVOS optou-se pela
medida radiograacutefica do local de fraturas enquanto no nosso estudo as fraturas foram referidas
pelas pacientes
Os consensos sobre osteoporose tecircm propostos algoritmos para identificar indiviacuteduos
de alto risco para fraturas (Kanis et al 2008 WHO 1999) Para tanto a associaccedilatildeo de fatores
de risco para fraturas com a medida da USO eacute de suma importacircncia embora sejam poucas as
pacientes que tecircm oportunidade de realizar esse exame (Oliveira et al 2007) Assim o
presente trabalho mostrou um risco para fraturas por fragilidade oacutessea 13 maior nas
pacientes com resultado de USO alterada em relaccedilatildeo as pacientes que tiveram resultados de
39
USO normais vindo de encontro aos resultados encontrados por Oliveira et al (2007)
Corroborando o USO como um meacutetodo confiaacutevel para a prediccedilatildeo de fraturas
E semelhante a Pinheiro et al (2010a) o presente estudo revelou que os principais
fatores de risco para fraturas por fragilidade oacutessea satildeo a idade avanccedilada a historia familiar de
fratura de quadril e a presenccedila de osteoporose Isso pode ser atribuiacutedo ao fato de que no
estudo de Pinheiro et al (2010a) assim como no nosso estudo a populaccedilatildeo ser
predominantemente de mulheres acima dos 65 anos e viverem em aacuterea urbana tendo haacutebitos
de vida parecidos
O achado em nosso estudo que apresentou significacircncia estatiacutestica refere-se ao fator
de risco ldquopaciente acamado por mais de dois mesesrdquo como disposto na literatura (Pinheiro et
al 2010b Demir et al 2008) O que acontece eacute que com o paciente acamado por tempo
prolongado um maior remodelamento oacutesseo eacute observado Os osteoclastos responsaacuteveis pela
absorccedilatildeo oacutessea sobrepotildee os osteoblastos predispondo as fraturas por fragilidade oacutessea
(Fyhrie amp Schaffler 1994) Assim observou-se no estudo que 235 das pacientes
acamadas por mais de dois meses sofreram alguma fratura por fragilidade oacutessea com p valor
lt005 Isso reafirma a associaccedilatildeo entre a paciente ficar acamada por mais de dois meses e
sofrer fratura por fragilidade oacutessea Por outro lado o exerciacutecio fiacutesico que estaacute sabidamente
relacionado ao aumento da resistecircncia muscular do equiliacutebrio e da flexibilidade contribuindo
para a reduccedilatildeo da perda oacutessea e melhora da sauacutede em geral (Chan 2003) natildeo se mostrou
como fator de proteccedilatildeo neste estudo Provavelmente devido ao baixo percentual encontrado
de pacientes que praticavam atividade fiacutesica moderada ou pesada
O elevado IMC e a terapia de reposiccedilatildeo hormonal natildeo desempenharam papel protetor
na nossa populaccedilatildeo como seria o esperado por estudos anteriores (Pinheiro et al 2010c
40
Buttros et al 2011) Ao contrario o sobrepeso e obesidade foram considerados fatores de
risco Isso pode ser atribuiacutedo ao IMC meacutedio dessa populaccedilatildeo ser 264 (kgm2) (DPplusmn 55)
limiacutetrofe para sobrepeso Embora esse dado demonstre contrariedade com a literatura que
estabelece relaccedilatildeo inversa entre obesidade e fraturas por fragilidade oacutessea em nosso estudo
ter maior peso e IMC natildeo seriam fatores de risco para fraturas e sim caracteriacutesticas das
mulheres mais idosas em um contexto social de baixa escolaridade e renda Esse fato eacute
confirmado pelos resultados da Pesquisa Nacional sobre Sauacutede e Nutriccedilatildeo ( Batista F et al
2003) que demonstraram caraacuteter ascendente da obesidade nos estratos de mulheres com baixa
renda residentes na regiatildeo Sudeste
Aleacutem disso haacutebitos de vida como tabagismo e etilismo sabidamente relacionados agrave
maior risco para fraturas por fragilidade oacutessea (Pinheiro et al 2010) tambeacutem natildeo se
mostraram estar associados nesse estudo
A necessidade de caacutelcio do ser humano varia ao longo da vida e uma ingestatildeo
adequada para mulheres acima de 50 anos eacute de 1200 mg pois com a idade o corpo
naturalmente perde um pouco da capacidade de absorccedilatildeo de minerais (Nuacutecleo de Estudos e
Pesquisas em Alimentaccedilatildeo 2006) O fato de apenas 44 das mulheres que natildeo tiveram
fraturas e 167 das mulheres que tiveram fraturas ter referido consumo superior a
900mgdia (3 ou mais copos) foi fator de surpresa principalmente levando-se em conta o PIB
per capita da cidade superior ao da maioria dos municiacutepios brasileiros (IPEA 2000)
Assim como em estudos preacutevios (Pinheiro et al 2010c NHI 2001 Demir et al
2008) nossos dados tambeacutem demonstraram o hipoestrogenismo como importante fator de
risco para fraturas por fragilidade oacutessea jaacute que as pacientes com fratura tecircm entre 19 e 29
anos de menopausa Em recente estudo Demir et al (2008) estudaram 2769 mulheres na
41
poacutes-menopausa correlacionando a ocorrecircncia de osteoporose com o tempo de menopausa
Demonstraram que 106 das pacientes com ateacute trecircs anos de poacutes-menopausa tinham
osteoporose contra 329 das pacientes com sete anos ou mais Acredita-se que a deficiecircncia
estrogecircnica seja responsaacutevel por dois terccedilos da perda de massa oacutessea levando
consequentemente agraves fraturas por fragilidade oacutessea assim como observado (Position
statement of the North American Menopause Society 2010)
Os dados deste estudo podem ser limitados pois apesar de tratar-se de uma coorte as
participantes reportaram dados referentes a estilo de vida dieta antecedentes familiares e
pessoais o que pode ter ocasionado algum vieacutes recordatoacuterio Outra limitaccedilatildeo eacute que como
avaliado por Oliveira et al (2007) esta populaccedilatildeo apresenta a maior parte das mulheres com
baixo niacutevel socioeconocircmico e escolaridade sem acesso agrave adequada educaccedilatildeo nutricional e agrave
atividade fiacutesica orientada Por outro lado resultados encontrados sem significacircncia estatiacutestica
podem ter sido ocasionados pelo tamanho amostral reduzido devido a dificuldade de
rastreamento da populaccedilatildeo uma vez que a unidade de sauacutede natildeo atualizou o endereccedilo e
telefone das mulheres eleitas para o estudo Talvez se tivesse sido realizado contato anual
com essas mulheres natildeo teriacuteamos perdido o seguimento delas
42
8 Conclusatildeo
Devido agrave sua alta prevalecircncia e associaccedilatildeo com mortalidade e incapacidade a fratura
devido agrave fragilidade oacutessea deve ser considerada um problema de sauacutede puacuteblica no Brasil
Apesar das limitaccedilotildees o presente estudo foi realizado de forma prospectiva em mulheres
brasileiras na poacutes-menopausa devendo os seus resultados serem levados em consideraccedilatildeo
para a formulaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas de sauacutede para a prevenccedilatildeo e estrateacutegias de tratamento
para as fraturas Os fatores de risco encontrados como a idade avanccedilada a histoacuteria familiar
de fratura de quadril e a presenccedila de osteoporose devem ser acompanhados e combatidos para
tentar-se diminuir o risco para as fraturas Assim como o USO mostrou ser um meacutetodo
confiaacutevel para avaliar o risco para fraturas podendo ser implementado em maior escala do
que a atual Entatildeo acreditamos que novos estudos prospectivos com uma amostra mais
representativa devam ser realizados para se confirmar os fatores associados a fraturas por
fragilidade oacutessea na populaccedilatildeo brasileira para cada vez mais conhecermos o perfil da nossa
populaccedilatildeo e termos subsiacutedios para combater esse agravo
43
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48
10 Anexo 1 - Instrumento de coleta - EVOS (EUROPEAN VERTEBRAL
OSTEOPOROSIS STUDY)
Data _________
Nome________________________________________________________
Endereco_____________________________________________________
Fone _____________ Data de nascimento _________ RG
1- Dados antropomeacutetricos
Peso (Kg) Altura (m) IMC
2- Dados Ginecoloacutegicos
Idade da primeira menstruacao anos
Vocecirc jaacute usou piacutelula anticoncepcional por mais de 3 meses
sim natildeo natildeo sei
Vocecirc jaacute ficou algum periacuteodo em sua vida sem menstruar antes da menopausa (exceto se
gravidez) sim natildeo natildeo sei
Idade da ultima menstruaccedilatildeo anos
Numero de filhos
Vocecirc fez cirurgia para retirar o uacutetero sim com Idade ____ (anos)
natildeo natildeo sei
E para retirar os ovaacuterios (um ou os dois) sim idade ___ (anos)
natildeo natildeo sei
Vocecirc fez reposiccedilatildeo hormonal apos a menopausa sim natildeo natildeo sei
Se sim quando iniciado o periacuteodo foi superior a 1 ano sim natildeo natildeo sei
49
Vocecirc notou os seguintes sintomas na menopausa
calores sim natildeo natildeo sei
depressatildeo sim natildeo natildeo sei
insocircnia sim natildeo natildeo sei
outros sim natildeo natildeo sei
Vocecirc amamentou sim natildeo natildeo sei
Se sim quantas crianccedilas vocecirc amamentou por mais que 3 meses
3- Dados familiares
Em sua famiacutelia (pai matildee irmatildeos) existe historia de fratura de quadril apos os 50 anos de
idade sim natildeo natildeo sei
4- Histoacuteria de fratura
Vocecirc jaacute teve alguma fratura sim natildeo natildeo sei
Se sim em qual sitio esqueleacutetico com que idade e qual foi o tipo de trauma
Sitio Numero Idade (anos) Niacutevel do trauma
Vertebra
Fecircmur (colo trocanter)
Costela
Antebraccedilo
Uacutemero
Pe
Outras
Vocecirc sabe que tem osteoporose sim tenho natildeo natildeo tenho natildeo sei
5- Aacutelcool
Com que frequecircncia vocecirc bebeu no ultimo ano
Diariamente 5-6 dsem 3-4 dsem
50
1 -2 dsem lt 1 dsem nunca
Tipo de bebida destilados (uiacutesque cachaccedila vodka)
fermentados (cerveja vinho)
6- Imobilizaccedilatildeo
Vocecirc jaacute ficou acamado por um periacuteodo superior a 2 meses
sim natildeo natildeo sei
Se sim foi antes ou apos os 25 anos de idade
ano passado nunca
7- Fumo
Vocecirc fumou cigarro ou usou outras formas de fumo (cachimbo ou charuto)
atualmente no passado nunca
Com que idade iniciou anos
Se parou com que idade anos
Numero de cigarrosdia
8- Atividade Fiacutesica
Quantas tempo costuma passar diariamente ao ar livre caminhando ou andando de bicicleta
nenhuma a 1 h superior a 1 h
Qual a sua atividade fiacutesica durante diferentes periacuteodos de sua vida adulta
Ate os 25 anos 25 a 50 anos acima 50 anos
Niacutevel 1 (leve) 2 (moderada) 3 (pesada) 4
(muito pesada)
9- Impacto
Como vocecirc descreveria sua sauacutede geral neste momento
muito boa boa satisfatoacuteria regular ruim
10- Interrogatoacuterio sobre drogas
51
Vocecirc jaacute usou alguma medicaccedilatildeo oral ou injetaacutevel contendo corticosteroides por mais de 3
meses sim natildeo natildeo sei
Vocecirc jaacute usou alguma desses remeacutedios
Droga sim natildeo sei tempo
(meses)
parou ha quanto tempo
Hormocircnios
masculinos
Hormocircnios
femininos
Calcitonina
Fluacuteor
Caacutelcio
Vitamina D
Anabolizantes
Diureacuteticos
tiazidicos
11- Ingestatildeo de caacutelcio
Com que frequecircncia vocecirc comeu produtos derivados do leite na semana passada
(diassemana)
queijo amarelo queijo branco iogurte leite sorvete
Para os periacuteodos indicados abaixo com que frequecircncia vocecirc recebeu leite
ate 25 anos 25 a 50 anos Acima de 50 anos
Todas as refeiccedilotildees (3 ou + coposdia)
1-2 coposdia
52
Toda semana mas natildeo todo dia
lt 1 vezsemana
53
11 Anexo 2 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Projeto de Pesquisa Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade
oacutessea em mulheres na menopausa
Pesquisador responsaacutevel Dra Lizanka Paola F Marinheiro
Instituiccedilatildeo responsaacutevel Instituto Fernandes Figueira
Vocecirc estaacute sendo convidado a participar do projeto de pesquisa intitulado
Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea em mulheres na
menopausa por que vocecirc participou do estudo anterior realizado haacute 7 anos sobre a
osteoporose e suas consequumlecircncias
54
A osteoporose e uma doenccedila que se caracteriza pela diminuiccedilatildeo da resistecircncia do osso
tornando-o mais fraacutegil Essa fragilidade aumenta o risco da pessoa que tem osteoporose de ter
fraturas mesmo com atividades comuns como tossir ou espirrar
Com isso esse trabalho deseja avaliar a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea na
populaccedilatildeo de mulheres na poacutes menopausa residente da Ilha de Paquetaacute apoacutes 7 anos de
seguimento do uacuteltimo estudo transversal
Vocecirc natildeo eacute obrigada a participar Mas se quiser vocecirc teraacute que responder a um
questionaacuterio Para participar vocecirc natildeo teraacute que pagar nada O resultado seraacute fornecido apenas
a vocecirc ningueacutem mais saberaacute Suas duvidas seratildeo esclarecidas e vocecirc devera continuar
acompanhamento com seu meacutedico assistente Se vocecirc natildeo quiser participar natildeo seraacute
submetida a nenhum constrangimento fiacutesico ou moral e seu atendimento no posto de sauacutede
natildeo seraacute prejudicado A participante poderaacute se retirar do estudo a qualquer momento que
julgar necessaacuterio sem prejuiacutezo para a mesma O resultado de toda a pesquisa seraacute divulgada e
atraveacutes de artigos cientiacuteficos em revistas encontros congressos ou similares sem a
divulgaccedilatildeo dos nomes de quem participou de forma sigilosa
Sua participaccedilatildeo no estudo natildeo implicaraacute em custos adicionais O (A) Sr (a) natildeo teraacute
qualquer despesa com a realizaccedilatildeo dos procedimentos previstos neste estudo que seratildeo
custeados pelo pesquisador responsaacutevel Tambeacutem natildeo haveraacute nenhuma forma de pagamento
pela sua participaccedilatildeo
Caso surja alguma duacutevida quanto agrave eacutetica do estudo o (a) Sr(a) deveraacute se reportar ao
Comitecirc de Eacutetica em Pesquisas envolvendo seres humanos ndash subordinado ao Conselho
Nacional de Eacutetica em Pesquisa oacutergatildeo do Ministeacuterio da Sauacutede atraveacutes de solicitaccedilatildeo ao
representante de pesquisa que estaraacute sob contato permanente ou contactando o Comitecirc de
Eacutetica em Pesquisa desta instituiccedilatildeo no telefone (21) 3971-1590 Eacute assegurado o completo
55
sigilo de sua identidade quanto a sua participaccedilatildeo neste estudo incluindo a eventualidade da
apresentaccedilatildeo dos resultados deste estudo em congressos e perioacutedicos cientiacuteficos
Eu________________________________________________________________________
residente do endereccedilo__________________________ fui informada dos objetivos e da
justificativa deste trabalho de forma clara e detalhada pela Dra Adriana de Mattos V da
Costa Recebi informaccedilotildees especificas sobre cada procedimento no qual estarei envolvida
dos desconfortos e riscos previstos tanto quanto dos benefiacutecios esperados Todas as minhas
duvidas foram respondidas com clareza e sei que poderei solicitar novos esclarecimentos a
qualquer momento Aleacutem disso sei que novas informaccedilotildees obtidas durante o estudo me seratildeo
fornecidas e que terei liberdade de retirar meu consentimento de participaccedilatildeo face a estas
informaccedilotildees sem prejuiacutezo para mim Aleacutem disto me foi entregue uma coacutepia da folha de
informaccedilotildees para os participantes a qual li compreendi e me deu plena liberdade para decidir
acerca da minha espontacircnea participaccedilatildeo nesta pesquisa Minha identidade jamais seraacute
publicada Os dados colhidos poderatildeo ser examinados por pessoas envolvidas no estudo com
autorizaccedilatildeo delegada do investigador e por pessoas delegadas pelo patrocinador Estou
recebendo uma coacutepia assinada deste Termo
Os pesquisadores responsaacuteveis pelo Projeto satildeo a Dra Lizanka Paola F Marinheiro e
sua aluna a Dra Adriana de Mattos Viveiros da Costa
56
Participante
Nome _________________________________
Assinatura________________________________
Data_________________________________________
Investigador
Nome____________________________________
Assinatura________________________________
Data_______________________________________
Pesquisadora
Nome______________________________________
Assinatura___________________________________
Data__________________________________________
Dra Lizanka Paola F Marinheiro
lizankaglobocom
tel 25541700
Dra Adriana de Mattos Vda Costa
adrianamattosmedyahoocombr
tel 87273315
Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa
Rua Afonso Cavalcanti 455 sala 710 ndash Cidade Nova -
Telefone 3971-1463
38
7 Discussatildeo
No Brasil os principais fatores cliacutenicos de risco para fraturas por fragilidade oacutessea
eram extrapolados a partir de estudos internacionais O estudo vem acrescentar informaccedilotildees
para se conhecer os fatores relacionados agrave essas fraturas Nossos resultados revelam que a
idade avanccedilada a historia familiar de fratura de quadril o diagnoacutestico de osteoporose e
tambeacutem o paciente ficar acamado por mais de 2 meses foram considerados fatores de risco
para fraturas por fragilidade oacutessea
Esse estudo mostrou concordacircncia com a Johnell amp Kanis (2006) onde o principal
siacutetio mundial de fratura por fragilidade oacutessea nas mulheres apoacutes a menopausa foi o antebraccedilo
Segundo o estudo Latin American Vertebral Osteoporosis Study (LAVOS) (Clark et al
2009) a fratura vertebral eacute a mais prevalente da ameacuterica latina com uma prevalecircncia de
142 diferente do nosso estudo onde a coluna vertebral e o colo do fecircmur aparecem
juntos em uacuteltimo lugar na lista de incidecircncia dos siacutetios de fratura Isso pode ser atribuiacutedo
devido a diferenccedila nos criteacuterios de definiccedilatildeo de fraturas pois no LAVOS optou-se pela
medida radiograacutefica do local de fraturas enquanto no nosso estudo as fraturas foram referidas
pelas pacientes
Os consensos sobre osteoporose tecircm propostos algoritmos para identificar indiviacuteduos
de alto risco para fraturas (Kanis et al 2008 WHO 1999) Para tanto a associaccedilatildeo de fatores
de risco para fraturas com a medida da USO eacute de suma importacircncia embora sejam poucas as
pacientes que tecircm oportunidade de realizar esse exame (Oliveira et al 2007) Assim o
presente trabalho mostrou um risco para fraturas por fragilidade oacutessea 13 maior nas
pacientes com resultado de USO alterada em relaccedilatildeo as pacientes que tiveram resultados de
39
USO normais vindo de encontro aos resultados encontrados por Oliveira et al (2007)
Corroborando o USO como um meacutetodo confiaacutevel para a prediccedilatildeo de fraturas
E semelhante a Pinheiro et al (2010a) o presente estudo revelou que os principais
fatores de risco para fraturas por fragilidade oacutessea satildeo a idade avanccedilada a historia familiar de
fratura de quadril e a presenccedila de osteoporose Isso pode ser atribuiacutedo ao fato de que no
estudo de Pinheiro et al (2010a) assim como no nosso estudo a populaccedilatildeo ser
predominantemente de mulheres acima dos 65 anos e viverem em aacuterea urbana tendo haacutebitos
de vida parecidos
O achado em nosso estudo que apresentou significacircncia estatiacutestica refere-se ao fator
de risco ldquopaciente acamado por mais de dois mesesrdquo como disposto na literatura (Pinheiro et
al 2010b Demir et al 2008) O que acontece eacute que com o paciente acamado por tempo
prolongado um maior remodelamento oacutesseo eacute observado Os osteoclastos responsaacuteveis pela
absorccedilatildeo oacutessea sobrepotildee os osteoblastos predispondo as fraturas por fragilidade oacutessea
(Fyhrie amp Schaffler 1994) Assim observou-se no estudo que 235 das pacientes
acamadas por mais de dois meses sofreram alguma fratura por fragilidade oacutessea com p valor
lt005 Isso reafirma a associaccedilatildeo entre a paciente ficar acamada por mais de dois meses e
sofrer fratura por fragilidade oacutessea Por outro lado o exerciacutecio fiacutesico que estaacute sabidamente
relacionado ao aumento da resistecircncia muscular do equiliacutebrio e da flexibilidade contribuindo
para a reduccedilatildeo da perda oacutessea e melhora da sauacutede em geral (Chan 2003) natildeo se mostrou
como fator de proteccedilatildeo neste estudo Provavelmente devido ao baixo percentual encontrado
de pacientes que praticavam atividade fiacutesica moderada ou pesada
O elevado IMC e a terapia de reposiccedilatildeo hormonal natildeo desempenharam papel protetor
na nossa populaccedilatildeo como seria o esperado por estudos anteriores (Pinheiro et al 2010c
40
Buttros et al 2011) Ao contrario o sobrepeso e obesidade foram considerados fatores de
risco Isso pode ser atribuiacutedo ao IMC meacutedio dessa populaccedilatildeo ser 264 (kgm2) (DPplusmn 55)
limiacutetrofe para sobrepeso Embora esse dado demonstre contrariedade com a literatura que
estabelece relaccedilatildeo inversa entre obesidade e fraturas por fragilidade oacutessea em nosso estudo
ter maior peso e IMC natildeo seriam fatores de risco para fraturas e sim caracteriacutesticas das
mulheres mais idosas em um contexto social de baixa escolaridade e renda Esse fato eacute
confirmado pelos resultados da Pesquisa Nacional sobre Sauacutede e Nutriccedilatildeo ( Batista F et al
2003) que demonstraram caraacuteter ascendente da obesidade nos estratos de mulheres com baixa
renda residentes na regiatildeo Sudeste
Aleacutem disso haacutebitos de vida como tabagismo e etilismo sabidamente relacionados agrave
maior risco para fraturas por fragilidade oacutessea (Pinheiro et al 2010) tambeacutem natildeo se
mostraram estar associados nesse estudo
A necessidade de caacutelcio do ser humano varia ao longo da vida e uma ingestatildeo
adequada para mulheres acima de 50 anos eacute de 1200 mg pois com a idade o corpo
naturalmente perde um pouco da capacidade de absorccedilatildeo de minerais (Nuacutecleo de Estudos e
Pesquisas em Alimentaccedilatildeo 2006) O fato de apenas 44 das mulheres que natildeo tiveram
fraturas e 167 das mulheres que tiveram fraturas ter referido consumo superior a
900mgdia (3 ou mais copos) foi fator de surpresa principalmente levando-se em conta o PIB
per capita da cidade superior ao da maioria dos municiacutepios brasileiros (IPEA 2000)
Assim como em estudos preacutevios (Pinheiro et al 2010c NHI 2001 Demir et al
2008) nossos dados tambeacutem demonstraram o hipoestrogenismo como importante fator de
risco para fraturas por fragilidade oacutessea jaacute que as pacientes com fratura tecircm entre 19 e 29
anos de menopausa Em recente estudo Demir et al (2008) estudaram 2769 mulheres na
41
poacutes-menopausa correlacionando a ocorrecircncia de osteoporose com o tempo de menopausa
Demonstraram que 106 das pacientes com ateacute trecircs anos de poacutes-menopausa tinham
osteoporose contra 329 das pacientes com sete anos ou mais Acredita-se que a deficiecircncia
estrogecircnica seja responsaacutevel por dois terccedilos da perda de massa oacutessea levando
consequentemente agraves fraturas por fragilidade oacutessea assim como observado (Position
statement of the North American Menopause Society 2010)
Os dados deste estudo podem ser limitados pois apesar de tratar-se de uma coorte as
participantes reportaram dados referentes a estilo de vida dieta antecedentes familiares e
pessoais o que pode ter ocasionado algum vieacutes recordatoacuterio Outra limitaccedilatildeo eacute que como
avaliado por Oliveira et al (2007) esta populaccedilatildeo apresenta a maior parte das mulheres com
baixo niacutevel socioeconocircmico e escolaridade sem acesso agrave adequada educaccedilatildeo nutricional e agrave
atividade fiacutesica orientada Por outro lado resultados encontrados sem significacircncia estatiacutestica
podem ter sido ocasionados pelo tamanho amostral reduzido devido a dificuldade de
rastreamento da populaccedilatildeo uma vez que a unidade de sauacutede natildeo atualizou o endereccedilo e
telefone das mulheres eleitas para o estudo Talvez se tivesse sido realizado contato anual
com essas mulheres natildeo teriacuteamos perdido o seguimento delas
42
8 Conclusatildeo
Devido agrave sua alta prevalecircncia e associaccedilatildeo com mortalidade e incapacidade a fratura
devido agrave fragilidade oacutessea deve ser considerada um problema de sauacutede puacuteblica no Brasil
Apesar das limitaccedilotildees o presente estudo foi realizado de forma prospectiva em mulheres
brasileiras na poacutes-menopausa devendo os seus resultados serem levados em consideraccedilatildeo
para a formulaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas de sauacutede para a prevenccedilatildeo e estrateacutegias de tratamento
para as fraturas Os fatores de risco encontrados como a idade avanccedilada a histoacuteria familiar
de fratura de quadril e a presenccedila de osteoporose devem ser acompanhados e combatidos para
tentar-se diminuir o risco para as fraturas Assim como o USO mostrou ser um meacutetodo
confiaacutevel para avaliar o risco para fraturas podendo ser implementado em maior escala do
que a atual Entatildeo acreditamos que novos estudos prospectivos com uma amostra mais
representativa devam ser realizados para se confirmar os fatores associados a fraturas por
fragilidade oacutessea na populaccedilatildeo brasileira para cada vez mais conhecermos o perfil da nossa
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48
10 Anexo 1 - Instrumento de coleta - EVOS (EUROPEAN VERTEBRAL
OSTEOPOROSIS STUDY)
Data _________
Nome________________________________________________________
Endereco_____________________________________________________
Fone _____________ Data de nascimento _________ RG
1- Dados antropomeacutetricos
Peso (Kg) Altura (m) IMC
2- Dados Ginecoloacutegicos
Idade da primeira menstruacao anos
Vocecirc jaacute usou piacutelula anticoncepcional por mais de 3 meses
sim natildeo natildeo sei
Vocecirc jaacute ficou algum periacuteodo em sua vida sem menstruar antes da menopausa (exceto se
gravidez) sim natildeo natildeo sei
Idade da ultima menstruaccedilatildeo anos
Numero de filhos
Vocecirc fez cirurgia para retirar o uacutetero sim com Idade ____ (anos)
natildeo natildeo sei
E para retirar os ovaacuterios (um ou os dois) sim idade ___ (anos)
natildeo natildeo sei
Vocecirc fez reposiccedilatildeo hormonal apos a menopausa sim natildeo natildeo sei
Se sim quando iniciado o periacuteodo foi superior a 1 ano sim natildeo natildeo sei
49
Vocecirc notou os seguintes sintomas na menopausa
calores sim natildeo natildeo sei
depressatildeo sim natildeo natildeo sei
insocircnia sim natildeo natildeo sei
outros sim natildeo natildeo sei
Vocecirc amamentou sim natildeo natildeo sei
Se sim quantas crianccedilas vocecirc amamentou por mais que 3 meses
3- Dados familiares
Em sua famiacutelia (pai matildee irmatildeos) existe historia de fratura de quadril apos os 50 anos de
idade sim natildeo natildeo sei
4- Histoacuteria de fratura
Vocecirc jaacute teve alguma fratura sim natildeo natildeo sei
Se sim em qual sitio esqueleacutetico com que idade e qual foi o tipo de trauma
Sitio Numero Idade (anos) Niacutevel do trauma
Vertebra
Fecircmur (colo trocanter)
Costela
Antebraccedilo
Uacutemero
Pe
Outras
Vocecirc sabe que tem osteoporose sim tenho natildeo natildeo tenho natildeo sei
5- Aacutelcool
Com que frequecircncia vocecirc bebeu no ultimo ano
Diariamente 5-6 dsem 3-4 dsem
50
1 -2 dsem lt 1 dsem nunca
Tipo de bebida destilados (uiacutesque cachaccedila vodka)
fermentados (cerveja vinho)
6- Imobilizaccedilatildeo
Vocecirc jaacute ficou acamado por um periacuteodo superior a 2 meses
sim natildeo natildeo sei
Se sim foi antes ou apos os 25 anos de idade
ano passado nunca
7- Fumo
Vocecirc fumou cigarro ou usou outras formas de fumo (cachimbo ou charuto)
atualmente no passado nunca
Com que idade iniciou anos
Se parou com que idade anos
Numero de cigarrosdia
8- Atividade Fiacutesica
Quantas tempo costuma passar diariamente ao ar livre caminhando ou andando de bicicleta
nenhuma a 1 h superior a 1 h
Qual a sua atividade fiacutesica durante diferentes periacuteodos de sua vida adulta
Ate os 25 anos 25 a 50 anos acima 50 anos
Niacutevel 1 (leve) 2 (moderada) 3 (pesada) 4
(muito pesada)
9- Impacto
Como vocecirc descreveria sua sauacutede geral neste momento
muito boa boa satisfatoacuteria regular ruim
10- Interrogatoacuterio sobre drogas
51
Vocecirc jaacute usou alguma medicaccedilatildeo oral ou injetaacutevel contendo corticosteroides por mais de 3
meses sim natildeo natildeo sei
Vocecirc jaacute usou alguma desses remeacutedios
Droga sim natildeo sei tempo
(meses)
parou ha quanto tempo
Hormocircnios
masculinos
Hormocircnios
femininos
Calcitonina
Fluacuteor
Caacutelcio
Vitamina D
Anabolizantes
Diureacuteticos
tiazidicos
11- Ingestatildeo de caacutelcio
Com que frequecircncia vocecirc comeu produtos derivados do leite na semana passada
(diassemana)
queijo amarelo queijo branco iogurte leite sorvete
Para os periacuteodos indicados abaixo com que frequecircncia vocecirc recebeu leite
ate 25 anos 25 a 50 anos Acima de 50 anos
Todas as refeiccedilotildees (3 ou + coposdia)
1-2 coposdia
52
Toda semana mas natildeo todo dia
lt 1 vezsemana
53
11 Anexo 2 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Projeto de Pesquisa Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade
oacutessea em mulheres na menopausa
Pesquisador responsaacutevel Dra Lizanka Paola F Marinheiro
Instituiccedilatildeo responsaacutevel Instituto Fernandes Figueira
Vocecirc estaacute sendo convidado a participar do projeto de pesquisa intitulado
Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea em mulheres na
menopausa por que vocecirc participou do estudo anterior realizado haacute 7 anos sobre a
osteoporose e suas consequumlecircncias
54
A osteoporose e uma doenccedila que se caracteriza pela diminuiccedilatildeo da resistecircncia do osso
tornando-o mais fraacutegil Essa fragilidade aumenta o risco da pessoa que tem osteoporose de ter
fraturas mesmo com atividades comuns como tossir ou espirrar
Com isso esse trabalho deseja avaliar a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea na
populaccedilatildeo de mulheres na poacutes menopausa residente da Ilha de Paquetaacute apoacutes 7 anos de
seguimento do uacuteltimo estudo transversal
Vocecirc natildeo eacute obrigada a participar Mas se quiser vocecirc teraacute que responder a um
questionaacuterio Para participar vocecirc natildeo teraacute que pagar nada O resultado seraacute fornecido apenas
a vocecirc ningueacutem mais saberaacute Suas duvidas seratildeo esclarecidas e vocecirc devera continuar
acompanhamento com seu meacutedico assistente Se vocecirc natildeo quiser participar natildeo seraacute
submetida a nenhum constrangimento fiacutesico ou moral e seu atendimento no posto de sauacutede
natildeo seraacute prejudicado A participante poderaacute se retirar do estudo a qualquer momento que
julgar necessaacuterio sem prejuiacutezo para a mesma O resultado de toda a pesquisa seraacute divulgada e
atraveacutes de artigos cientiacuteficos em revistas encontros congressos ou similares sem a
divulgaccedilatildeo dos nomes de quem participou de forma sigilosa
Sua participaccedilatildeo no estudo natildeo implicaraacute em custos adicionais O (A) Sr (a) natildeo teraacute
qualquer despesa com a realizaccedilatildeo dos procedimentos previstos neste estudo que seratildeo
custeados pelo pesquisador responsaacutevel Tambeacutem natildeo haveraacute nenhuma forma de pagamento
pela sua participaccedilatildeo
Caso surja alguma duacutevida quanto agrave eacutetica do estudo o (a) Sr(a) deveraacute se reportar ao
Comitecirc de Eacutetica em Pesquisas envolvendo seres humanos ndash subordinado ao Conselho
Nacional de Eacutetica em Pesquisa oacutergatildeo do Ministeacuterio da Sauacutede atraveacutes de solicitaccedilatildeo ao
representante de pesquisa que estaraacute sob contato permanente ou contactando o Comitecirc de
Eacutetica em Pesquisa desta instituiccedilatildeo no telefone (21) 3971-1590 Eacute assegurado o completo
55
sigilo de sua identidade quanto a sua participaccedilatildeo neste estudo incluindo a eventualidade da
apresentaccedilatildeo dos resultados deste estudo em congressos e perioacutedicos cientiacuteficos
Eu________________________________________________________________________
residente do endereccedilo__________________________ fui informada dos objetivos e da
justificativa deste trabalho de forma clara e detalhada pela Dra Adriana de Mattos V da
Costa Recebi informaccedilotildees especificas sobre cada procedimento no qual estarei envolvida
dos desconfortos e riscos previstos tanto quanto dos benefiacutecios esperados Todas as minhas
duvidas foram respondidas com clareza e sei que poderei solicitar novos esclarecimentos a
qualquer momento Aleacutem disso sei que novas informaccedilotildees obtidas durante o estudo me seratildeo
fornecidas e que terei liberdade de retirar meu consentimento de participaccedilatildeo face a estas
informaccedilotildees sem prejuiacutezo para mim Aleacutem disto me foi entregue uma coacutepia da folha de
informaccedilotildees para os participantes a qual li compreendi e me deu plena liberdade para decidir
acerca da minha espontacircnea participaccedilatildeo nesta pesquisa Minha identidade jamais seraacute
publicada Os dados colhidos poderatildeo ser examinados por pessoas envolvidas no estudo com
autorizaccedilatildeo delegada do investigador e por pessoas delegadas pelo patrocinador Estou
recebendo uma coacutepia assinada deste Termo
Os pesquisadores responsaacuteveis pelo Projeto satildeo a Dra Lizanka Paola F Marinheiro e
sua aluna a Dra Adriana de Mattos Viveiros da Costa
56
Participante
Nome _________________________________
Assinatura________________________________
Data_________________________________________
Investigador
Nome____________________________________
Assinatura________________________________
Data_______________________________________
Pesquisadora
Nome______________________________________
Assinatura___________________________________
Data__________________________________________
Dra Lizanka Paola F Marinheiro
lizankaglobocom
tel 25541700
Dra Adriana de Mattos Vda Costa
adrianamattosmedyahoocombr
tel 87273315
Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa
Rua Afonso Cavalcanti 455 sala 710 ndash Cidade Nova -
Telefone 3971-1463
39
USO normais vindo de encontro aos resultados encontrados por Oliveira et al (2007)
Corroborando o USO como um meacutetodo confiaacutevel para a prediccedilatildeo de fraturas
E semelhante a Pinheiro et al (2010a) o presente estudo revelou que os principais
fatores de risco para fraturas por fragilidade oacutessea satildeo a idade avanccedilada a historia familiar de
fratura de quadril e a presenccedila de osteoporose Isso pode ser atribuiacutedo ao fato de que no
estudo de Pinheiro et al (2010a) assim como no nosso estudo a populaccedilatildeo ser
predominantemente de mulheres acima dos 65 anos e viverem em aacuterea urbana tendo haacutebitos
de vida parecidos
O achado em nosso estudo que apresentou significacircncia estatiacutestica refere-se ao fator
de risco ldquopaciente acamado por mais de dois mesesrdquo como disposto na literatura (Pinheiro et
al 2010b Demir et al 2008) O que acontece eacute que com o paciente acamado por tempo
prolongado um maior remodelamento oacutesseo eacute observado Os osteoclastos responsaacuteveis pela
absorccedilatildeo oacutessea sobrepotildee os osteoblastos predispondo as fraturas por fragilidade oacutessea
(Fyhrie amp Schaffler 1994) Assim observou-se no estudo que 235 das pacientes
acamadas por mais de dois meses sofreram alguma fratura por fragilidade oacutessea com p valor
lt005 Isso reafirma a associaccedilatildeo entre a paciente ficar acamada por mais de dois meses e
sofrer fratura por fragilidade oacutessea Por outro lado o exerciacutecio fiacutesico que estaacute sabidamente
relacionado ao aumento da resistecircncia muscular do equiliacutebrio e da flexibilidade contribuindo
para a reduccedilatildeo da perda oacutessea e melhora da sauacutede em geral (Chan 2003) natildeo se mostrou
como fator de proteccedilatildeo neste estudo Provavelmente devido ao baixo percentual encontrado
de pacientes que praticavam atividade fiacutesica moderada ou pesada
O elevado IMC e a terapia de reposiccedilatildeo hormonal natildeo desempenharam papel protetor
na nossa populaccedilatildeo como seria o esperado por estudos anteriores (Pinheiro et al 2010c
40
Buttros et al 2011) Ao contrario o sobrepeso e obesidade foram considerados fatores de
risco Isso pode ser atribuiacutedo ao IMC meacutedio dessa populaccedilatildeo ser 264 (kgm2) (DPplusmn 55)
limiacutetrofe para sobrepeso Embora esse dado demonstre contrariedade com a literatura que
estabelece relaccedilatildeo inversa entre obesidade e fraturas por fragilidade oacutessea em nosso estudo
ter maior peso e IMC natildeo seriam fatores de risco para fraturas e sim caracteriacutesticas das
mulheres mais idosas em um contexto social de baixa escolaridade e renda Esse fato eacute
confirmado pelos resultados da Pesquisa Nacional sobre Sauacutede e Nutriccedilatildeo ( Batista F et al
2003) que demonstraram caraacuteter ascendente da obesidade nos estratos de mulheres com baixa
renda residentes na regiatildeo Sudeste
Aleacutem disso haacutebitos de vida como tabagismo e etilismo sabidamente relacionados agrave
maior risco para fraturas por fragilidade oacutessea (Pinheiro et al 2010) tambeacutem natildeo se
mostraram estar associados nesse estudo
A necessidade de caacutelcio do ser humano varia ao longo da vida e uma ingestatildeo
adequada para mulheres acima de 50 anos eacute de 1200 mg pois com a idade o corpo
naturalmente perde um pouco da capacidade de absorccedilatildeo de minerais (Nuacutecleo de Estudos e
Pesquisas em Alimentaccedilatildeo 2006) O fato de apenas 44 das mulheres que natildeo tiveram
fraturas e 167 das mulheres que tiveram fraturas ter referido consumo superior a
900mgdia (3 ou mais copos) foi fator de surpresa principalmente levando-se em conta o PIB
per capita da cidade superior ao da maioria dos municiacutepios brasileiros (IPEA 2000)
Assim como em estudos preacutevios (Pinheiro et al 2010c NHI 2001 Demir et al
2008) nossos dados tambeacutem demonstraram o hipoestrogenismo como importante fator de
risco para fraturas por fragilidade oacutessea jaacute que as pacientes com fratura tecircm entre 19 e 29
anos de menopausa Em recente estudo Demir et al (2008) estudaram 2769 mulheres na
41
poacutes-menopausa correlacionando a ocorrecircncia de osteoporose com o tempo de menopausa
Demonstraram que 106 das pacientes com ateacute trecircs anos de poacutes-menopausa tinham
osteoporose contra 329 das pacientes com sete anos ou mais Acredita-se que a deficiecircncia
estrogecircnica seja responsaacutevel por dois terccedilos da perda de massa oacutessea levando
consequentemente agraves fraturas por fragilidade oacutessea assim como observado (Position
statement of the North American Menopause Society 2010)
Os dados deste estudo podem ser limitados pois apesar de tratar-se de uma coorte as
participantes reportaram dados referentes a estilo de vida dieta antecedentes familiares e
pessoais o que pode ter ocasionado algum vieacutes recordatoacuterio Outra limitaccedilatildeo eacute que como
avaliado por Oliveira et al (2007) esta populaccedilatildeo apresenta a maior parte das mulheres com
baixo niacutevel socioeconocircmico e escolaridade sem acesso agrave adequada educaccedilatildeo nutricional e agrave
atividade fiacutesica orientada Por outro lado resultados encontrados sem significacircncia estatiacutestica
podem ter sido ocasionados pelo tamanho amostral reduzido devido a dificuldade de
rastreamento da populaccedilatildeo uma vez que a unidade de sauacutede natildeo atualizou o endereccedilo e
telefone das mulheres eleitas para o estudo Talvez se tivesse sido realizado contato anual
com essas mulheres natildeo teriacuteamos perdido o seguimento delas
42
8 Conclusatildeo
Devido agrave sua alta prevalecircncia e associaccedilatildeo com mortalidade e incapacidade a fratura
devido agrave fragilidade oacutessea deve ser considerada um problema de sauacutede puacuteblica no Brasil
Apesar das limitaccedilotildees o presente estudo foi realizado de forma prospectiva em mulheres
brasileiras na poacutes-menopausa devendo os seus resultados serem levados em consideraccedilatildeo
para a formulaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas de sauacutede para a prevenccedilatildeo e estrateacutegias de tratamento
para as fraturas Os fatores de risco encontrados como a idade avanccedilada a histoacuteria familiar
de fratura de quadril e a presenccedila de osteoporose devem ser acompanhados e combatidos para
tentar-se diminuir o risco para as fraturas Assim como o USO mostrou ser um meacutetodo
confiaacutevel para avaliar o risco para fraturas podendo ser implementado em maior escala do
que a atual Entatildeo acreditamos que novos estudos prospectivos com uma amostra mais
representativa devam ser realizados para se confirmar os fatores associados a fraturas por
fragilidade oacutessea na populaccedilatildeo brasileira para cada vez mais conhecermos o perfil da nossa
populaccedilatildeo e termos subsiacutedios para combater esse agravo
43
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20jun2012)
48
10 Anexo 1 - Instrumento de coleta - EVOS (EUROPEAN VERTEBRAL
OSTEOPOROSIS STUDY)
Data _________
Nome________________________________________________________
Endereco_____________________________________________________
Fone _____________ Data de nascimento _________ RG
1- Dados antropomeacutetricos
Peso (Kg) Altura (m) IMC
2- Dados Ginecoloacutegicos
Idade da primeira menstruacao anos
Vocecirc jaacute usou piacutelula anticoncepcional por mais de 3 meses
sim natildeo natildeo sei
Vocecirc jaacute ficou algum periacuteodo em sua vida sem menstruar antes da menopausa (exceto se
gravidez) sim natildeo natildeo sei
Idade da ultima menstruaccedilatildeo anos
Numero de filhos
Vocecirc fez cirurgia para retirar o uacutetero sim com Idade ____ (anos)
natildeo natildeo sei
E para retirar os ovaacuterios (um ou os dois) sim idade ___ (anos)
natildeo natildeo sei
Vocecirc fez reposiccedilatildeo hormonal apos a menopausa sim natildeo natildeo sei
Se sim quando iniciado o periacuteodo foi superior a 1 ano sim natildeo natildeo sei
49
Vocecirc notou os seguintes sintomas na menopausa
calores sim natildeo natildeo sei
depressatildeo sim natildeo natildeo sei
insocircnia sim natildeo natildeo sei
outros sim natildeo natildeo sei
Vocecirc amamentou sim natildeo natildeo sei
Se sim quantas crianccedilas vocecirc amamentou por mais que 3 meses
3- Dados familiares
Em sua famiacutelia (pai matildee irmatildeos) existe historia de fratura de quadril apos os 50 anos de
idade sim natildeo natildeo sei
4- Histoacuteria de fratura
Vocecirc jaacute teve alguma fratura sim natildeo natildeo sei
Se sim em qual sitio esqueleacutetico com que idade e qual foi o tipo de trauma
Sitio Numero Idade (anos) Niacutevel do trauma
Vertebra
Fecircmur (colo trocanter)
Costela
Antebraccedilo
Uacutemero
Pe
Outras
Vocecirc sabe que tem osteoporose sim tenho natildeo natildeo tenho natildeo sei
5- Aacutelcool
Com que frequecircncia vocecirc bebeu no ultimo ano
Diariamente 5-6 dsem 3-4 dsem
50
1 -2 dsem lt 1 dsem nunca
Tipo de bebida destilados (uiacutesque cachaccedila vodka)
fermentados (cerveja vinho)
6- Imobilizaccedilatildeo
Vocecirc jaacute ficou acamado por um periacuteodo superior a 2 meses
sim natildeo natildeo sei
Se sim foi antes ou apos os 25 anos de idade
ano passado nunca
7- Fumo
Vocecirc fumou cigarro ou usou outras formas de fumo (cachimbo ou charuto)
atualmente no passado nunca
Com que idade iniciou anos
Se parou com que idade anos
Numero de cigarrosdia
8- Atividade Fiacutesica
Quantas tempo costuma passar diariamente ao ar livre caminhando ou andando de bicicleta
nenhuma a 1 h superior a 1 h
Qual a sua atividade fiacutesica durante diferentes periacuteodos de sua vida adulta
Ate os 25 anos 25 a 50 anos acima 50 anos
Niacutevel 1 (leve) 2 (moderada) 3 (pesada) 4
(muito pesada)
9- Impacto
Como vocecirc descreveria sua sauacutede geral neste momento
muito boa boa satisfatoacuteria regular ruim
10- Interrogatoacuterio sobre drogas
51
Vocecirc jaacute usou alguma medicaccedilatildeo oral ou injetaacutevel contendo corticosteroides por mais de 3
meses sim natildeo natildeo sei
Vocecirc jaacute usou alguma desses remeacutedios
Droga sim natildeo sei tempo
(meses)
parou ha quanto tempo
Hormocircnios
masculinos
Hormocircnios
femininos
Calcitonina
Fluacuteor
Caacutelcio
Vitamina D
Anabolizantes
Diureacuteticos
tiazidicos
11- Ingestatildeo de caacutelcio
Com que frequecircncia vocecirc comeu produtos derivados do leite na semana passada
(diassemana)
queijo amarelo queijo branco iogurte leite sorvete
Para os periacuteodos indicados abaixo com que frequecircncia vocecirc recebeu leite
ate 25 anos 25 a 50 anos Acima de 50 anos
Todas as refeiccedilotildees (3 ou + coposdia)
1-2 coposdia
52
Toda semana mas natildeo todo dia
lt 1 vezsemana
53
11 Anexo 2 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Projeto de Pesquisa Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade
oacutessea em mulheres na menopausa
Pesquisador responsaacutevel Dra Lizanka Paola F Marinheiro
Instituiccedilatildeo responsaacutevel Instituto Fernandes Figueira
Vocecirc estaacute sendo convidado a participar do projeto de pesquisa intitulado
Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea em mulheres na
menopausa por que vocecirc participou do estudo anterior realizado haacute 7 anos sobre a
osteoporose e suas consequumlecircncias
54
A osteoporose e uma doenccedila que se caracteriza pela diminuiccedilatildeo da resistecircncia do osso
tornando-o mais fraacutegil Essa fragilidade aumenta o risco da pessoa que tem osteoporose de ter
fraturas mesmo com atividades comuns como tossir ou espirrar
Com isso esse trabalho deseja avaliar a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea na
populaccedilatildeo de mulheres na poacutes menopausa residente da Ilha de Paquetaacute apoacutes 7 anos de
seguimento do uacuteltimo estudo transversal
Vocecirc natildeo eacute obrigada a participar Mas se quiser vocecirc teraacute que responder a um
questionaacuterio Para participar vocecirc natildeo teraacute que pagar nada O resultado seraacute fornecido apenas
a vocecirc ningueacutem mais saberaacute Suas duvidas seratildeo esclarecidas e vocecirc devera continuar
acompanhamento com seu meacutedico assistente Se vocecirc natildeo quiser participar natildeo seraacute
submetida a nenhum constrangimento fiacutesico ou moral e seu atendimento no posto de sauacutede
natildeo seraacute prejudicado A participante poderaacute se retirar do estudo a qualquer momento que
julgar necessaacuterio sem prejuiacutezo para a mesma O resultado de toda a pesquisa seraacute divulgada e
atraveacutes de artigos cientiacuteficos em revistas encontros congressos ou similares sem a
divulgaccedilatildeo dos nomes de quem participou de forma sigilosa
Sua participaccedilatildeo no estudo natildeo implicaraacute em custos adicionais O (A) Sr (a) natildeo teraacute
qualquer despesa com a realizaccedilatildeo dos procedimentos previstos neste estudo que seratildeo
custeados pelo pesquisador responsaacutevel Tambeacutem natildeo haveraacute nenhuma forma de pagamento
pela sua participaccedilatildeo
Caso surja alguma duacutevida quanto agrave eacutetica do estudo o (a) Sr(a) deveraacute se reportar ao
Comitecirc de Eacutetica em Pesquisas envolvendo seres humanos ndash subordinado ao Conselho
Nacional de Eacutetica em Pesquisa oacutergatildeo do Ministeacuterio da Sauacutede atraveacutes de solicitaccedilatildeo ao
representante de pesquisa que estaraacute sob contato permanente ou contactando o Comitecirc de
Eacutetica em Pesquisa desta instituiccedilatildeo no telefone (21) 3971-1590 Eacute assegurado o completo
55
sigilo de sua identidade quanto a sua participaccedilatildeo neste estudo incluindo a eventualidade da
apresentaccedilatildeo dos resultados deste estudo em congressos e perioacutedicos cientiacuteficos
Eu________________________________________________________________________
residente do endereccedilo__________________________ fui informada dos objetivos e da
justificativa deste trabalho de forma clara e detalhada pela Dra Adriana de Mattos V da
Costa Recebi informaccedilotildees especificas sobre cada procedimento no qual estarei envolvida
dos desconfortos e riscos previstos tanto quanto dos benefiacutecios esperados Todas as minhas
duvidas foram respondidas com clareza e sei que poderei solicitar novos esclarecimentos a
qualquer momento Aleacutem disso sei que novas informaccedilotildees obtidas durante o estudo me seratildeo
fornecidas e que terei liberdade de retirar meu consentimento de participaccedilatildeo face a estas
informaccedilotildees sem prejuiacutezo para mim Aleacutem disto me foi entregue uma coacutepia da folha de
informaccedilotildees para os participantes a qual li compreendi e me deu plena liberdade para decidir
acerca da minha espontacircnea participaccedilatildeo nesta pesquisa Minha identidade jamais seraacute
publicada Os dados colhidos poderatildeo ser examinados por pessoas envolvidas no estudo com
autorizaccedilatildeo delegada do investigador e por pessoas delegadas pelo patrocinador Estou
recebendo uma coacutepia assinada deste Termo
Os pesquisadores responsaacuteveis pelo Projeto satildeo a Dra Lizanka Paola F Marinheiro e
sua aluna a Dra Adriana de Mattos Viveiros da Costa
56
Participante
Nome _________________________________
Assinatura________________________________
Data_________________________________________
Investigador
Nome____________________________________
Assinatura________________________________
Data_______________________________________
Pesquisadora
Nome______________________________________
Assinatura___________________________________
Data__________________________________________
Dra Lizanka Paola F Marinheiro
lizankaglobocom
tel 25541700
Dra Adriana de Mattos Vda Costa
adrianamattosmedyahoocombr
tel 87273315
Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa
Rua Afonso Cavalcanti 455 sala 710 ndash Cidade Nova -
Telefone 3971-1463
40
Buttros et al 2011) Ao contrario o sobrepeso e obesidade foram considerados fatores de
risco Isso pode ser atribuiacutedo ao IMC meacutedio dessa populaccedilatildeo ser 264 (kgm2) (DPplusmn 55)
limiacutetrofe para sobrepeso Embora esse dado demonstre contrariedade com a literatura que
estabelece relaccedilatildeo inversa entre obesidade e fraturas por fragilidade oacutessea em nosso estudo
ter maior peso e IMC natildeo seriam fatores de risco para fraturas e sim caracteriacutesticas das
mulheres mais idosas em um contexto social de baixa escolaridade e renda Esse fato eacute
confirmado pelos resultados da Pesquisa Nacional sobre Sauacutede e Nutriccedilatildeo ( Batista F et al
2003) que demonstraram caraacuteter ascendente da obesidade nos estratos de mulheres com baixa
renda residentes na regiatildeo Sudeste
Aleacutem disso haacutebitos de vida como tabagismo e etilismo sabidamente relacionados agrave
maior risco para fraturas por fragilidade oacutessea (Pinheiro et al 2010) tambeacutem natildeo se
mostraram estar associados nesse estudo
A necessidade de caacutelcio do ser humano varia ao longo da vida e uma ingestatildeo
adequada para mulheres acima de 50 anos eacute de 1200 mg pois com a idade o corpo
naturalmente perde um pouco da capacidade de absorccedilatildeo de minerais (Nuacutecleo de Estudos e
Pesquisas em Alimentaccedilatildeo 2006) O fato de apenas 44 das mulheres que natildeo tiveram
fraturas e 167 das mulheres que tiveram fraturas ter referido consumo superior a
900mgdia (3 ou mais copos) foi fator de surpresa principalmente levando-se em conta o PIB
per capita da cidade superior ao da maioria dos municiacutepios brasileiros (IPEA 2000)
Assim como em estudos preacutevios (Pinheiro et al 2010c NHI 2001 Demir et al
2008) nossos dados tambeacutem demonstraram o hipoestrogenismo como importante fator de
risco para fraturas por fragilidade oacutessea jaacute que as pacientes com fratura tecircm entre 19 e 29
anos de menopausa Em recente estudo Demir et al (2008) estudaram 2769 mulheres na
41
poacutes-menopausa correlacionando a ocorrecircncia de osteoporose com o tempo de menopausa
Demonstraram que 106 das pacientes com ateacute trecircs anos de poacutes-menopausa tinham
osteoporose contra 329 das pacientes com sete anos ou mais Acredita-se que a deficiecircncia
estrogecircnica seja responsaacutevel por dois terccedilos da perda de massa oacutessea levando
consequentemente agraves fraturas por fragilidade oacutessea assim como observado (Position
statement of the North American Menopause Society 2010)
Os dados deste estudo podem ser limitados pois apesar de tratar-se de uma coorte as
participantes reportaram dados referentes a estilo de vida dieta antecedentes familiares e
pessoais o que pode ter ocasionado algum vieacutes recordatoacuterio Outra limitaccedilatildeo eacute que como
avaliado por Oliveira et al (2007) esta populaccedilatildeo apresenta a maior parte das mulheres com
baixo niacutevel socioeconocircmico e escolaridade sem acesso agrave adequada educaccedilatildeo nutricional e agrave
atividade fiacutesica orientada Por outro lado resultados encontrados sem significacircncia estatiacutestica
podem ter sido ocasionados pelo tamanho amostral reduzido devido a dificuldade de
rastreamento da populaccedilatildeo uma vez que a unidade de sauacutede natildeo atualizou o endereccedilo e
telefone das mulheres eleitas para o estudo Talvez se tivesse sido realizado contato anual
com essas mulheres natildeo teriacuteamos perdido o seguimento delas
42
8 Conclusatildeo
Devido agrave sua alta prevalecircncia e associaccedilatildeo com mortalidade e incapacidade a fratura
devido agrave fragilidade oacutessea deve ser considerada um problema de sauacutede puacuteblica no Brasil
Apesar das limitaccedilotildees o presente estudo foi realizado de forma prospectiva em mulheres
brasileiras na poacutes-menopausa devendo os seus resultados serem levados em consideraccedilatildeo
para a formulaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas de sauacutede para a prevenccedilatildeo e estrateacutegias de tratamento
para as fraturas Os fatores de risco encontrados como a idade avanccedilada a histoacuteria familiar
de fratura de quadril e a presenccedila de osteoporose devem ser acompanhados e combatidos para
tentar-se diminuir o risco para as fraturas Assim como o USO mostrou ser um meacutetodo
confiaacutevel para avaliar o risco para fraturas podendo ser implementado em maior escala do
que a atual Entatildeo acreditamos que novos estudos prospectivos com uma amostra mais
representativa devam ser realizados para se confirmar os fatores associados a fraturas por
fragilidade oacutessea na populaccedilatildeo brasileira para cada vez mais conhecermos o perfil da nossa
populaccedilatildeo e termos subsiacutedios para combater esse agravo
43
9 Referecircncias Bibliograacuteficas
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32- PNAISM 2004 - Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede da Mulher ndash
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Management of osteoporosis in postmenopausal women Menopause
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34- Silva Leticia Krauss Avaliaccedilatildeo tecnoloacutegica em sauacutede densitometria oacutessea e
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35- Silveira Virgiacutenia Angeacutelica Lopes et al Incidecircncia de fratura do quadril em
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37- Tosteson AN Burge RT Marshall DA Lindsay R Therapies for treatment of
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38- Vianna LC Ginecologia Rio de Janeiro Editora MedBook 2ordm Ed 2001
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39- Word Healh Organization Assessment of fracture risk and its application to
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10 Anexo 1 - Instrumento de coleta - EVOS (EUROPEAN VERTEBRAL
OSTEOPOROSIS STUDY)
Data _________
Nome________________________________________________________
Endereco_____________________________________________________
Fone _____________ Data de nascimento _________ RG
1- Dados antropomeacutetricos
Peso (Kg) Altura (m) IMC
2- Dados Ginecoloacutegicos
Idade da primeira menstruacao anos
Vocecirc jaacute usou piacutelula anticoncepcional por mais de 3 meses
sim natildeo natildeo sei
Vocecirc jaacute ficou algum periacuteodo em sua vida sem menstruar antes da menopausa (exceto se
gravidez) sim natildeo natildeo sei
Idade da ultima menstruaccedilatildeo anos
Numero de filhos
Vocecirc fez cirurgia para retirar o uacutetero sim com Idade ____ (anos)
natildeo natildeo sei
E para retirar os ovaacuterios (um ou os dois) sim idade ___ (anos)
natildeo natildeo sei
Vocecirc fez reposiccedilatildeo hormonal apos a menopausa sim natildeo natildeo sei
Se sim quando iniciado o periacuteodo foi superior a 1 ano sim natildeo natildeo sei
49
Vocecirc notou os seguintes sintomas na menopausa
calores sim natildeo natildeo sei
depressatildeo sim natildeo natildeo sei
insocircnia sim natildeo natildeo sei
outros sim natildeo natildeo sei
Vocecirc amamentou sim natildeo natildeo sei
Se sim quantas crianccedilas vocecirc amamentou por mais que 3 meses
3- Dados familiares
Em sua famiacutelia (pai matildee irmatildeos) existe historia de fratura de quadril apos os 50 anos de
idade sim natildeo natildeo sei
4- Histoacuteria de fratura
Vocecirc jaacute teve alguma fratura sim natildeo natildeo sei
Se sim em qual sitio esqueleacutetico com que idade e qual foi o tipo de trauma
Sitio Numero Idade (anos) Niacutevel do trauma
Vertebra
Fecircmur (colo trocanter)
Costela
Antebraccedilo
Uacutemero
Pe
Outras
Vocecirc sabe que tem osteoporose sim tenho natildeo natildeo tenho natildeo sei
5- Aacutelcool
Com que frequecircncia vocecirc bebeu no ultimo ano
Diariamente 5-6 dsem 3-4 dsem
50
1 -2 dsem lt 1 dsem nunca
Tipo de bebida destilados (uiacutesque cachaccedila vodka)
fermentados (cerveja vinho)
6- Imobilizaccedilatildeo
Vocecirc jaacute ficou acamado por um periacuteodo superior a 2 meses
sim natildeo natildeo sei
Se sim foi antes ou apos os 25 anos de idade
ano passado nunca
7- Fumo
Vocecirc fumou cigarro ou usou outras formas de fumo (cachimbo ou charuto)
atualmente no passado nunca
Com que idade iniciou anos
Se parou com que idade anos
Numero de cigarrosdia
8- Atividade Fiacutesica
Quantas tempo costuma passar diariamente ao ar livre caminhando ou andando de bicicleta
nenhuma a 1 h superior a 1 h
Qual a sua atividade fiacutesica durante diferentes periacuteodos de sua vida adulta
Ate os 25 anos 25 a 50 anos acima 50 anos
Niacutevel 1 (leve) 2 (moderada) 3 (pesada) 4
(muito pesada)
9- Impacto
Como vocecirc descreveria sua sauacutede geral neste momento
muito boa boa satisfatoacuteria regular ruim
10- Interrogatoacuterio sobre drogas
51
Vocecirc jaacute usou alguma medicaccedilatildeo oral ou injetaacutevel contendo corticosteroides por mais de 3
meses sim natildeo natildeo sei
Vocecirc jaacute usou alguma desses remeacutedios
Droga sim natildeo sei tempo
(meses)
parou ha quanto tempo
Hormocircnios
masculinos
Hormocircnios
femininos
Calcitonina
Fluacuteor
Caacutelcio
Vitamina D
Anabolizantes
Diureacuteticos
tiazidicos
11- Ingestatildeo de caacutelcio
Com que frequecircncia vocecirc comeu produtos derivados do leite na semana passada
(diassemana)
queijo amarelo queijo branco iogurte leite sorvete
Para os periacuteodos indicados abaixo com que frequecircncia vocecirc recebeu leite
ate 25 anos 25 a 50 anos Acima de 50 anos
Todas as refeiccedilotildees (3 ou + coposdia)
1-2 coposdia
52
Toda semana mas natildeo todo dia
lt 1 vezsemana
53
11 Anexo 2 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Projeto de Pesquisa Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade
oacutessea em mulheres na menopausa
Pesquisador responsaacutevel Dra Lizanka Paola F Marinheiro
Instituiccedilatildeo responsaacutevel Instituto Fernandes Figueira
Vocecirc estaacute sendo convidado a participar do projeto de pesquisa intitulado
Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea em mulheres na
menopausa por que vocecirc participou do estudo anterior realizado haacute 7 anos sobre a
osteoporose e suas consequumlecircncias
54
A osteoporose e uma doenccedila que se caracteriza pela diminuiccedilatildeo da resistecircncia do osso
tornando-o mais fraacutegil Essa fragilidade aumenta o risco da pessoa que tem osteoporose de ter
fraturas mesmo com atividades comuns como tossir ou espirrar
Com isso esse trabalho deseja avaliar a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea na
populaccedilatildeo de mulheres na poacutes menopausa residente da Ilha de Paquetaacute apoacutes 7 anos de
seguimento do uacuteltimo estudo transversal
Vocecirc natildeo eacute obrigada a participar Mas se quiser vocecirc teraacute que responder a um
questionaacuterio Para participar vocecirc natildeo teraacute que pagar nada O resultado seraacute fornecido apenas
a vocecirc ningueacutem mais saberaacute Suas duvidas seratildeo esclarecidas e vocecirc devera continuar
acompanhamento com seu meacutedico assistente Se vocecirc natildeo quiser participar natildeo seraacute
submetida a nenhum constrangimento fiacutesico ou moral e seu atendimento no posto de sauacutede
natildeo seraacute prejudicado A participante poderaacute se retirar do estudo a qualquer momento que
julgar necessaacuterio sem prejuiacutezo para a mesma O resultado de toda a pesquisa seraacute divulgada e
atraveacutes de artigos cientiacuteficos em revistas encontros congressos ou similares sem a
divulgaccedilatildeo dos nomes de quem participou de forma sigilosa
Sua participaccedilatildeo no estudo natildeo implicaraacute em custos adicionais O (A) Sr (a) natildeo teraacute
qualquer despesa com a realizaccedilatildeo dos procedimentos previstos neste estudo que seratildeo
custeados pelo pesquisador responsaacutevel Tambeacutem natildeo haveraacute nenhuma forma de pagamento
pela sua participaccedilatildeo
Caso surja alguma duacutevida quanto agrave eacutetica do estudo o (a) Sr(a) deveraacute se reportar ao
Comitecirc de Eacutetica em Pesquisas envolvendo seres humanos ndash subordinado ao Conselho
Nacional de Eacutetica em Pesquisa oacutergatildeo do Ministeacuterio da Sauacutede atraveacutes de solicitaccedilatildeo ao
representante de pesquisa que estaraacute sob contato permanente ou contactando o Comitecirc de
Eacutetica em Pesquisa desta instituiccedilatildeo no telefone (21) 3971-1590 Eacute assegurado o completo
55
sigilo de sua identidade quanto a sua participaccedilatildeo neste estudo incluindo a eventualidade da
apresentaccedilatildeo dos resultados deste estudo em congressos e perioacutedicos cientiacuteficos
Eu________________________________________________________________________
residente do endereccedilo__________________________ fui informada dos objetivos e da
justificativa deste trabalho de forma clara e detalhada pela Dra Adriana de Mattos V da
Costa Recebi informaccedilotildees especificas sobre cada procedimento no qual estarei envolvida
dos desconfortos e riscos previstos tanto quanto dos benefiacutecios esperados Todas as minhas
duvidas foram respondidas com clareza e sei que poderei solicitar novos esclarecimentos a
qualquer momento Aleacutem disso sei que novas informaccedilotildees obtidas durante o estudo me seratildeo
fornecidas e que terei liberdade de retirar meu consentimento de participaccedilatildeo face a estas
informaccedilotildees sem prejuiacutezo para mim Aleacutem disto me foi entregue uma coacutepia da folha de
informaccedilotildees para os participantes a qual li compreendi e me deu plena liberdade para decidir
acerca da minha espontacircnea participaccedilatildeo nesta pesquisa Minha identidade jamais seraacute
publicada Os dados colhidos poderatildeo ser examinados por pessoas envolvidas no estudo com
autorizaccedilatildeo delegada do investigador e por pessoas delegadas pelo patrocinador Estou
recebendo uma coacutepia assinada deste Termo
Os pesquisadores responsaacuteveis pelo Projeto satildeo a Dra Lizanka Paola F Marinheiro e
sua aluna a Dra Adriana de Mattos Viveiros da Costa
56
Participante
Nome _________________________________
Assinatura________________________________
Data_________________________________________
Investigador
Nome____________________________________
Assinatura________________________________
Data_______________________________________
Pesquisadora
Nome______________________________________
Assinatura___________________________________
Data__________________________________________
Dra Lizanka Paola F Marinheiro
lizankaglobocom
tel 25541700
Dra Adriana de Mattos Vda Costa
adrianamattosmedyahoocombr
tel 87273315
Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa
Rua Afonso Cavalcanti 455 sala 710 ndash Cidade Nova -
Telefone 3971-1463
41
poacutes-menopausa correlacionando a ocorrecircncia de osteoporose com o tempo de menopausa
Demonstraram que 106 das pacientes com ateacute trecircs anos de poacutes-menopausa tinham
osteoporose contra 329 das pacientes com sete anos ou mais Acredita-se que a deficiecircncia
estrogecircnica seja responsaacutevel por dois terccedilos da perda de massa oacutessea levando
consequentemente agraves fraturas por fragilidade oacutessea assim como observado (Position
statement of the North American Menopause Society 2010)
Os dados deste estudo podem ser limitados pois apesar de tratar-se de uma coorte as
participantes reportaram dados referentes a estilo de vida dieta antecedentes familiares e
pessoais o que pode ter ocasionado algum vieacutes recordatoacuterio Outra limitaccedilatildeo eacute que como
avaliado por Oliveira et al (2007) esta populaccedilatildeo apresenta a maior parte das mulheres com
baixo niacutevel socioeconocircmico e escolaridade sem acesso agrave adequada educaccedilatildeo nutricional e agrave
atividade fiacutesica orientada Por outro lado resultados encontrados sem significacircncia estatiacutestica
podem ter sido ocasionados pelo tamanho amostral reduzido devido a dificuldade de
rastreamento da populaccedilatildeo uma vez que a unidade de sauacutede natildeo atualizou o endereccedilo e
telefone das mulheres eleitas para o estudo Talvez se tivesse sido realizado contato anual
com essas mulheres natildeo teriacuteamos perdido o seguimento delas
42
8 Conclusatildeo
Devido agrave sua alta prevalecircncia e associaccedilatildeo com mortalidade e incapacidade a fratura
devido agrave fragilidade oacutessea deve ser considerada um problema de sauacutede puacuteblica no Brasil
Apesar das limitaccedilotildees o presente estudo foi realizado de forma prospectiva em mulheres
brasileiras na poacutes-menopausa devendo os seus resultados serem levados em consideraccedilatildeo
para a formulaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas de sauacutede para a prevenccedilatildeo e estrateacutegias de tratamento
para as fraturas Os fatores de risco encontrados como a idade avanccedilada a histoacuteria familiar
de fratura de quadril e a presenccedila de osteoporose devem ser acompanhados e combatidos para
tentar-se diminuir o risco para as fraturas Assim como o USO mostrou ser um meacutetodo
confiaacutevel para avaliar o risco para fraturas podendo ser implementado em maior escala do
que a atual Entatildeo acreditamos que novos estudos prospectivos com uma amostra mais
representativa devam ser realizados para se confirmar os fatores associados a fraturas por
fragilidade oacutessea na populaccedilatildeo brasileira para cada vez mais conhecermos o perfil da nossa
populaccedilatildeo e termos subsiacutedios para combater esse agravo
43
9 Referecircncias Bibliograacuteficas
1- Batista F M Rissin A A transiccedilatildeo nutricional no Brasil tendecircncias regionais
e temporais Cad Sauacutede Puacuteblica 2003 19 Suppl 1S181-91
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de Densitometria Cliacutenica (SBDens) Arq Bras Endocrinol Metab Fev 2009
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menopausa do sudeste brasileiro Rev Bras Ginecol Obstet 2011 33(6)
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sonometria oacutessea de calcacircneo Rev Assoc Med Bras vol46 n1 Satildeo
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5- Castro Marise Lazaretti et al Correlaccedilatildeo entre ultrassonometria quantitativa
de calcacircneo e densitometria oacutessea duo-energeacutetica de coluna e fecircmur na
avaliaccedilatildeo oacutessea Arq Bras Endocrinol Metab Jun 1999 vol43 no 3 p205-
209
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worlds osteoporosis time bomb Bull World Health Organ 2003 81827-30
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Osteoporosis Study (LAVOS) Osteoporosis Int 2009 20275-82
8- Cooper C Epidemiology of osteoporosis Osteoporosis Int 1999 2 Suppl2-8
9- De Lorenzi Dino Roberto Soares et al Fatores indicadores da sintomatologia
climateacuterica Rev Bras Ginecol Obstet Jan 2005 vol27 no 1 p7-11
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Identification of risk factors for osteoporosis among postmenpausal women
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11- Fyhrie DPamp Schaffler MB 1994 Failure mechanisms in human vertebral
cancellous bone Bone 15 105-109
12- Indicadores sociodemograacuteficos e de sauacutede no Brasil IBGE 2009 Portal
httpwwwibgegovbrhomeestatisticapopulacaocenso2000defaultshm a
(acessado em 15abril2012)
13- Indicadores sociodemograficos e de sauacutede no Brasil IBGE 2009 Portal
httpwwwibgegovbrhomeestatisticapopulacaoindic_sociosaude2009ind
icsaudepdf b (acessado em 15abril2012)
14- Instituto de Pesquisa Econocircmica Aplicada ndash IPEA Iacutendice de Desenvolvimento
Humano ndash IDH Rio de Janeiro 2000 Disponiacutevel em wwwipeadatagovbr
(acessado em 01maio2012)
15- International Osteoporosis Foundation Osteoporosis in Europe Indicators of
Progress (2005) Portal httpwwwiofbonehealthorg (acessado em
05nov2011)
16- Johnell O amp Kanis JA An estimate of the worldwide prevalence and
disability associated with osteoporotic fractures Osteoporosis Int 2006
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17- Kanis JA Johnell O Oden A Johansson H McCloskey E FRAX and the
assessment of fracture probability in men and women from the UK
Osteoporosis Int 200819(4)385-97
18- Lindsay R Silverman SL Cooper C et al Risk of new vertebral fracture in
the year following a fracture JAMA 2001 285320-323
19- NHI (national Institutes of Health) 2001 NHI consensus development panel
on osteoporosis prevention diagnosis and therapy The journal of the
American Medical Association 285 ( 6) 785-795
20- Nuacutecleo de Estudos e Pesquisas em Alimentaccedilatildeo Tabela brasileira de
composiccedilatildeo de alimentos 2ordf Ed Campinas Nuacutecleo de Estudos e Pesquisas em
Alimentaccedilatildeo 2006
45
21- OrsquoNeill TW Felsenbergp D Varlow J Cooper C Kanis JA Silman A J
The Prevalence of Vertebral Deformity in European Men and Women The
European Vertebral Osteoporosis Study J Bone Miner Res
199611101amp1018
22- Oliveira PP Klumb EM and Marinheiro L P F Prevalecircncia do risco para
fraturas estimado pela ultra-sonometria oacutessea de calcacircneo em uma populaccedilatildeo
de mulheres brasileiras na poacutes-menopausa Cad Sauacutede Puacuteblica Fev 2007
vol23 no 2 p381-390
23- Oliveira PP Monteiro AS Klumb EM and Marinheiro LP F O uso da
ultrassonometria oacutessea de calcacircneo para avaliaccedilatildeo do risco de fratura por
osteoporose Femina (Rio de Janeiro) v32 p613- 616 2004
24- Oliveira PP Marinheiro LPF Wender MCO A epidemiologia das
fraturas por fragilidade oacutessea em uma populaccedilatildeo de mulheres brasileiras na
poacutes-menopausa residentes na cidade de ChapecoacuteSC Revista Brasileira de
Ginecologia e Obstetriacutecia (Impresso) v32 p360 - 360 2010
25- OMS (Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede) 2003 Towars policy for health and
angeing wwwwhointgov (acessado em 10012012)
26- Pesquisa Nacional Por Amostra de Domiciacutelios (PNAD) 2003
wwwibgegovbrhomeestatisticapnad2003coeficiente_brasilshtm
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27- Pinheiro MM Castro CM Szejnfeld VL Low femoral bone mineral density
and quantitative ultrasound are risk factores for new osteoporotic fracture and
total and cardiovascular mortality a 5-year population-based study of
Brazilian elderly women J Gerontol A Biol Sci Med Sci 2006 61196-203
28- Pinheiro Marcelo de Medeiros et al FRAXTM construindo uma ideacuteia para o
Brasil Ar Braacutes Endocrinol Metab Ago 2009 vol53 no 6 p783-790
29- Pinheiro Marcelo M et al O impacto da osteoporose no Brasil dados
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Osteoporosis Study (BRAZOS) Rev Bras Reumatol Abr 2010a vol50
no2 p113-120
46
30- Pinheiro Marcelo de Medeiros Eis Seacutergio Ragi Epidemiology of
osteoporotic fractures in Brazil what we have and what we need Arq bras
endocrinol metab Mar 2010b 54(2) 164-170
31- Pinheiro Marcelo M Edgard T dos Reis Neto Flaacutevia S Machado Felipe
Omura Jeane H K Yang Jacob Szejnfeld Vera Szejnfeld Risk factors for
osteoporotic fractures and low bone density in pre and postmenopausal women
Rev Sauacutede Puacuteblica 2010c44(3)479-85
32- PNAISM 2004 - Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede da Mulher ndash
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httpportalsaudegovbrportalarquivospdfprotecao_mulheres_conquistas_
portpdf (acessado em 15out2011)
33- Position statement of the North American Menopause Society Menopause
Management of osteoporosis in postmenopausal women Menopause
201017(1)25-54
34- Silva Leticia Krauss Avaliaccedilatildeo tecnoloacutegica em sauacutede densitometria oacutessea e
terapecircuticas alternativas na osteoporose poacutes-menopausa Cad Sauacutede Puacuteblica
[online] 2003 vol19 n4 pp 987-1003 ISSN 0102-311X
35- Silveira Virgiacutenia Angeacutelica Lopes et al Incidecircncia de fratura do quadril em
aacuterea urbana do Nordeste brasileiro Cad Sauacutede Puacuteblica Jun 2005 vol21 no
3 p907-912
36- Speroff L Glass RH Kase NG Clinical gynecologic endocrinology and
infertility 4th ed Baltimore Williams amp Wilkins 1989 p 134-5
37- Tosteson AN Burge RT Marshall DA Lindsay R Therapies for treatment of
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38- Vianna LC Ginecologia Rio de Janeiro Editora MedBook 2ordm Ed 2001
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39- Word Healh Organization Assessment of fracture risk and its application to
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Geneva WHO
47
40- World Health Organization MEN ageing and health achieving health across
the life span Geneva 2001 Disponiacutevel em
httpwhqlibdocwhointhq2001WHO_NMH_ NPH_012pdf (acessado
20jun2012)
48
10 Anexo 1 - Instrumento de coleta - EVOS (EUROPEAN VERTEBRAL
OSTEOPOROSIS STUDY)
Data _________
Nome________________________________________________________
Endereco_____________________________________________________
Fone _____________ Data de nascimento _________ RG
1- Dados antropomeacutetricos
Peso (Kg) Altura (m) IMC
2- Dados Ginecoloacutegicos
Idade da primeira menstruacao anos
Vocecirc jaacute usou piacutelula anticoncepcional por mais de 3 meses
sim natildeo natildeo sei
Vocecirc jaacute ficou algum periacuteodo em sua vida sem menstruar antes da menopausa (exceto se
gravidez) sim natildeo natildeo sei
Idade da ultima menstruaccedilatildeo anos
Numero de filhos
Vocecirc fez cirurgia para retirar o uacutetero sim com Idade ____ (anos)
natildeo natildeo sei
E para retirar os ovaacuterios (um ou os dois) sim idade ___ (anos)
natildeo natildeo sei
Vocecirc fez reposiccedilatildeo hormonal apos a menopausa sim natildeo natildeo sei
Se sim quando iniciado o periacuteodo foi superior a 1 ano sim natildeo natildeo sei
49
Vocecirc notou os seguintes sintomas na menopausa
calores sim natildeo natildeo sei
depressatildeo sim natildeo natildeo sei
insocircnia sim natildeo natildeo sei
outros sim natildeo natildeo sei
Vocecirc amamentou sim natildeo natildeo sei
Se sim quantas crianccedilas vocecirc amamentou por mais que 3 meses
3- Dados familiares
Em sua famiacutelia (pai matildee irmatildeos) existe historia de fratura de quadril apos os 50 anos de
idade sim natildeo natildeo sei
4- Histoacuteria de fratura
Vocecirc jaacute teve alguma fratura sim natildeo natildeo sei
Se sim em qual sitio esqueleacutetico com que idade e qual foi o tipo de trauma
Sitio Numero Idade (anos) Niacutevel do trauma
Vertebra
Fecircmur (colo trocanter)
Costela
Antebraccedilo
Uacutemero
Pe
Outras
Vocecirc sabe que tem osteoporose sim tenho natildeo natildeo tenho natildeo sei
5- Aacutelcool
Com que frequecircncia vocecirc bebeu no ultimo ano
Diariamente 5-6 dsem 3-4 dsem
50
1 -2 dsem lt 1 dsem nunca
Tipo de bebida destilados (uiacutesque cachaccedila vodka)
fermentados (cerveja vinho)
6- Imobilizaccedilatildeo
Vocecirc jaacute ficou acamado por um periacuteodo superior a 2 meses
sim natildeo natildeo sei
Se sim foi antes ou apos os 25 anos de idade
ano passado nunca
7- Fumo
Vocecirc fumou cigarro ou usou outras formas de fumo (cachimbo ou charuto)
atualmente no passado nunca
Com que idade iniciou anos
Se parou com que idade anos
Numero de cigarrosdia
8- Atividade Fiacutesica
Quantas tempo costuma passar diariamente ao ar livre caminhando ou andando de bicicleta
nenhuma a 1 h superior a 1 h
Qual a sua atividade fiacutesica durante diferentes periacuteodos de sua vida adulta
Ate os 25 anos 25 a 50 anos acima 50 anos
Niacutevel 1 (leve) 2 (moderada) 3 (pesada) 4
(muito pesada)
9- Impacto
Como vocecirc descreveria sua sauacutede geral neste momento
muito boa boa satisfatoacuteria regular ruim
10- Interrogatoacuterio sobre drogas
51
Vocecirc jaacute usou alguma medicaccedilatildeo oral ou injetaacutevel contendo corticosteroides por mais de 3
meses sim natildeo natildeo sei
Vocecirc jaacute usou alguma desses remeacutedios
Droga sim natildeo sei tempo
(meses)
parou ha quanto tempo
Hormocircnios
masculinos
Hormocircnios
femininos
Calcitonina
Fluacuteor
Caacutelcio
Vitamina D
Anabolizantes
Diureacuteticos
tiazidicos
11- Ingestatildeo de caacutelcio
Com que frequecircncia vocecirc comeu produtos derivados do leite na semana passada
(diassemana)
queijo amarelo queijo branco iogurte leite sorvete
Para os periacuteodos indicados abaixo com que frequecircncia vocecirc recebeu leite
ate 25 anos 25 a 50 anos Acima de 50 anos
Todas as refeiccedilotildees (3 ou + coposdia)
1-2 coposdia
52
Toda semana mas natildeo todo dia
lt 1 vezsemana
53
11 Anexo 2 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Projeto de Pesquisa Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade
oacutessea em mulheres na menopausa
Pesquisador responsaacutevel Dra Lizanka Paola F Marinheiro
Instituiccedilatildeo responsaacutevel Instituto Fernandes Figueira
Vocecirc estaacute sendo convidado a participar do projeto de pesquisa intitulado
Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea em mulheres na
menopausa por que vocecirc participou do estudo anterior realizado haacute 7 anos sobre a
osteoporose e suas consequumlecircncias
54
A osteoporose e uma doenccedila que se caracteriza pela diminuiccedilatildeo da resistecircncia do osso
tornando-o mais fraacutegil Essa fragilidade aumenta o risco da pessoa que tem osteoporose de ter
fraturas mesmo com atividades comuns como tossir ou espirrar
Com isso esse trabalho deseja avaliar a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea na
populaccedilatildeo de mulheres na poacutes menopausa residente da Ilha de Paquetaacute apoacutes 7 anos de
seguimento do uacuteltimo estudo transversal
Vocecirc natildeo eacute obrigada a participar Mas se quiser vocecirc teraacute que responder a um
questionaacuterio Para participar vocecirc natildeo teraacute que pagar nada O resultado seraacute fornecido apenas
a vocecirc ningueacutem mais saberaacute Suas duvidas seratildeo esclarecidas e vocecirc devera continuar
acompanhamento com seu meacutedico assistente Se vocecirc natildeo quiser participar natildeo seraacute
submetida a nenhum constrangimento fiacutesico ou moral e seu atendimento no posto de sauacutede
natildeo seraacute prejudicado A participante poderaacute se retirar do estudo a qualquer momento que
julgar necessaacuterio sem prejuiacutezo para a mesma O resultado de toda a pesquisa seraacute divulgada e
atraveacutes de artigos cientiacuteficos em revistas encontros congressos ou similares sem a
divulgaccedilatildeo dos nomes de quem participou de forma sigilosa
Sua participaccedilatildeo no estudo natildeo implicaraacute em custos adicionais O (A) Sr (a) natildeo teraacute
qualquer despesa com a realizaccedilatildeo dos procedimentos previstos neste estudo que seratildeo
custeados pelo pesquisador responsaacutevel Tambeacutem natildeo haveraacute nenhuma forma de pagamento
pela sua participaccedilatildeo
Caso surja alguma duacutevida quanto agrave eacutetica do estudo o (a) Sr(a) deveraacute se reportar ao
Comitecirc de Eacutetica em Pesquisas envolvendo seres humanos ndash subordinado ao Conselho
Nacional de Eacutetica em Pesquisa oacutergatildeo do Ministeacuterio da Sauacutede atraveacutes de solicitaccedilatildeo ao
representante de pesquisa que estaraacute sob contato permanente ou contactando o Comitecirc de
Eacutetica em Pesquisa desta instituiccedilatildeo no telefone (21) 3971-1590 Eacute assegurado o completo
55
sigilo de sua identidade quanto a sua participaccedilatildeo neste estudo incluindo a eventualidade da
apresentaccedilatildeo dos resultados deste estudo em congressos e perioacutedicos cientiacuteficos
Eu________________________________________________________________________
residente do endereccedilo__________________________ fui informada dos objetivos e da
justificativa deste trabalho de forma clara e detalhada pela Dra Adriana de Mattos V da
Costa Recebi informaccedilotildees especificas sobre cada procedimento no qual estarei envolvida
dos desconfortos e riscos previstos tanto quanto dos benefiacutecios esperados Todas as minhas
duvidas foram respondidas com clareza e sei que poderei solicitar novos esclarecimentos a
qualquer momento Aleacutem disso sei que novas informaccedilotildees obtidas durante o estudo me seratildeo
fornecidas e que terei liberdade de retirar meu consentimento de participaccedilatildeo face a estas
informaccedilotildees sem prejuiacutezo para mim Aleacutem disto me foi entregue uma coacutepia da folha de
informaccedilotildees para os participantes a qual li compreendi e me deu plena liberdade para decidir
acerca da minha espontacircnea participaccedilatildeo nesta pesquisa Minha identidade jamais seraacute
publicada Os dados colhidos poderatildeo ser examinados por pessoas envolvidas no estudo com
autorizaccedilatildeo delegada do investigador e por pessoas delegadas pelo patrocinador Estou
recebendo uma coacutepia assinada deste Termo
Os pesquisadores responsaacuteveis pelo Projeto satildeo a Dra Lizanka Paola F Marinheiro e
sua aluna a Dra Adriana de Mattos Viveiros da Costa
56
Participante
Nome _________________________________
Assinatura________________________________
Data_________________________________________
Investigador
Nome____________________________________
Assinatura________________________________
Data_______________________________________
Pesquisadora
Nome______________________________________
Assinatura___________________________________
Data__________________________________________
Dra Lizanka Paola F Marinheiro
lizankaglobocom
tel 25541700
Dra Adriana de Mattos Vda Costa
adrianamattosmedyahoocombr
tel 87273315
Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa
Rua Afonso Cavalcanti 455 sala 710 ndash Cidade Nova -
Telefone 3971-1463
42
8 Conclusatildeo
Devido agrave sua alta prevalecircncia e associaccedilatildeo com mortalidade e incapacidade a fratura
devido agrave fragilidade oacutessea deve ser considerada um problema de sauacutede puacuteblica no Brasil
Apesar das limitaccedilotildees o presente estudo foi realizado de forma prospectiva em mulheres
brasileiras na poacutes-menopausa devendo os seus resultados serem levados em consideraccedilatildeo
para a formulaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas de sauacutede para a prevenccedilatildeo e estrateacutegias de tratamento
para as fraturas Os fatores de risco encontrados como a idade avanccedilada a histoacuteria familiar
de fratura de quadril e a presenccedila de osteoporose devem ser acompanhados e combatidos para
tentar-se diminuir o risco para as fraturas Assim como o USO mostrou ser um meacutetodo
confiaacutevel para avaliar o risco para fraturas podendo ser implementado em maior escala do
que a atual Entatildeo acreditamos que novos estudos prospectivos com uma amostra mais
representativa devam ser realizados para se confirmar os fatores associados a fraturas por
fragilidade oacutessea na populaccedilatildeo brasileira para cada vez mais conhecermos o perfil da nossa
populaccedilatildeo e termos subsiacutedios para combater esse agravo
43
9 Referecircncias Bibliograacuteficas
1- Batista F M Rissin A A transiccedilatildeo nutricional no Brasil tendecircncias regionais
e temporais Cad Sauacutede Puacuteblica 2003 19 Suppl 1S181-91
2- Brandatildeo Cynthia M A et al Posiccedilotildees oficiais 2008 da Sociedade Brasileira
de Densitometria Cliacutenica (SBDens) Arq Bras Endocrinol Metab Fev 2009
vol53 no 1 p107-112
3- Buttros DAB Nahas-Neto J Nahas EAP Cangussu LM Barral ABCR
Kawakami MS Fatores de risco para osteoporose em mulheres na poacutes-
menopausa do sudeste brasileiro Rev Bras Ginecol Obstet 2011 33(6)
295-302
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20jun2012)
48
10 Anexo 1 - Instrumento de coleta - EVOS (EUROPEAN VERTEBRAL
OSTEOPOROSIS STUDY)
Data _________
Nome________________________________________________________
Endereco_____________________________________________________
Fone _____________ Data de nascimento _________ RG
1- Dados antropomeacutetricos
Peso (Kg) Altura (m) IMC
2- Dados Ginecoloacutegicos
Idade da primeira menstruacao anos
Vocecirc jaacute usou piacutelula anticoncepcional por mais de 3 meses
sim natildeo natildeo sei
Vocecirc jaacute ficou algum periacuteodo em sua vida sem menstruar antes da menopausa (exceto se
gravidez) sim natildeo natildeo sei
Idade da ultima menstruaccedilatildeo anos
Numero de filhos
Vocecirc fez cirurgia para retirar o uacutetero sim com Idade ____ (anos)
natildeo natildeo sei
E para retirar os ovaacuterios (um ou os dois) sim idade ___ (anos)
natildeo natildeo sei
Vocecirc fez reposiccedilatildeo hormonal apos a menopausa sim natildeo natildeo sei
Se sim quando iniciado o periacuteodo foi superior a 1 ano sim natildeo natildeo sei
49
Vocecirc notou os seguintes sintomas na menopausa
calores sim natildeo natildeo sei
depressatildeo sim natildeo natildeo sei
insocircnia sim natildeo natildeo sei
outros sim natildeo natildeo sei
Vocecirc amamentou sim natildeo natildeo sei
Se sim quantas crianccedilas vocecirc amamentou por mais que 3 meses
3- Dados familiares
Em sua famiacutelia (pai matildee irmatildeos) existe historia de fratura de quadril apos os 50 anos de
idade sim natildeo natildeo sei
4- Histoacuteria de fratura
Vocecirc jaacute teve alguma fratura sim natildeo natildeo sei
Se sim em qual sitio esqueleacutetico com que idade e qual foi o tipo de trauma
Sitio Numero Idade (anos) Niacutevel do trauma
Vertebra
Fecircmur (colo trocanter)
Costela
Antebraccedilo
Uacutemero
Pe
Outras
Vocecirc sabe que tem osteoporose sim tenho natildeo natildeo tenho natildeo sei
5- Aacutelcool
Com que frequecircncia vocecirc bebeu no ultimo ano
Diariamente 5-6 dsem 3-4 dsem
50
1 -2 dsem lt 1 dsem nunca
Tipo de bebida destilados (uiacutesque cachaccedila vodka)
fermentados (cerveja vinho)
6- Imobilizaccedilatildeo
Vocecirc jaacute ficou acamado por um periacuteodo superior a 2 meses
sim natildeo natildeo sei
Se sim foi antes ou apos os 25 anos de idade
ano passado nunca
7- Fumo
Vocecirc fumou cigarro ou usou outras formas de fumo (cachimbo ou charuto)
atualmente no passado nunca
Com que idade iniciou anos
Se parou com que idade anos
Numero de cigarrosdia
8- Atividade Fiacutesica
Quantas tempo costuma passar diariamente ao ar livre caminhando ou andando de bicicleta
nenhuma a 1 h superior a 1 h
Qual a sua atividade fiacutesica durante diferentes periacuteodos de sua vida adulta
Ate os 25 anos 25 a 50 anos acima 50 anos
Niacutevel 1 (leve) 2 (moderada) 3 (pesada) 4
(muito pesada)
9- Impacto
Como vocecirc descreveria sua sauacutede geral neste momento
muito boa boa satisfatoacuteria regular ruim
10- Interrogatoacuterio sobre drogas
51
Vocecirc jaacute usou alguma medicaccedilatildeo oral ou injetaacutevel contendo corticosteroides por mais de 3
meses sim natildeo natildeo sei
Vocecirc jaacute usou alguma desses remeacutedios
Droga sim natildeo sei tempo
(meses)
parou ha quanto tempo
Hormocircnios
masculinos
Hormocircnios
femininos
Calcitonina
Fluacuteor
Caacutelcio
Vitamina D
Anabolizantes
Diureacuteticos
tiazidicos
11- Ingestatildeo de caacutelcio
Com que frequecircncia vocecirc comeu produtos derivados do leite na semana passada
(diassemana)
queijo amarelo queijo branco iogurte leite sorvete
Para os periacuteodos indicados abaixo com que frequecircncia vocecirc recebeu leite
ate 25 anos 25 a 50 anos Acima de 50 anos
Todas as refeiccedilotildees (3 ou + coposdia)
1-2 coposdia
52
Toda semana mas natildeo todo dia
lt 1 vezsemana
53
11 Anexo 2 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Projeto de Pesquisa Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade
oacutessea em mulheres na menopausa
Pesquisador responsaacutevel Dra Lizanka Paola F Marinheiro
Instituiccedilatildeo responsaacutevel Instituto Fernandes Figueira
Vocecirc estaacute sendo convidado a participar do projeto de pesquisa intitulado
Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea em mulheres na
menopausa por que vocecirc participou do estudo anterior realizado haacute 7 anos sobre a
osteoporose e suas consequumlecircncias
54
A osteoporose e uma doenccedila que se caracteriza pela diminuiccedilatildeo da resistecircncia do osso
tornando-o mais fraacutegil Essa fragilidade aumenta o risco da pessoa que tem osteoporose de ter
fraturas mesmo com atividades comuns como tossir ou espirrar
Com isso esse trabalho deseja avaliar a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea na
populaccedilatildeo de mulheres na poacutes menopausa residente da Ilha de Paquetaacute apoacutes 7 anos de
seguimento do uacuteltimo estudo transversal
Vocecirc natildeo eacute obrigada a participar Mas se quiser vocecirc teraacute que responder a um
questionaacuterio Para participar vocecirc natildeo teraacute que pagar nada O resultado seraacute fornecido apenas
a vocecirc ningueacutem mais saberaacute Suas duvidas seratildeo esclarecidas e vocecirc devera continuar
acompanhamento com seu meacutedico assistente Se vocecirc natildeo quiser participar natildeo seraacute
submetida a nenhum constrangimento fiacutesico ou moral e seu atendimento no posto de sauacutede
natildeo seraacute prejudicado A participante poderaacute se retirar do estudo a qualquer momento que
julgar necessaacuterio sem prejuiacutezo para a mesma O resultado de toda a pesquisa seraacute divulgada e
atraveacutes de artigos cientiacuteficos em revistas encontros congressos ou similares sem a
divulgaccedilatildeo dos nomes de quem participou de forma sigilosa
Sua participaccedilatildeo no estudo natildeo implicaraacute em custos adicionais O (A) Sr (a) natildeo teraacute
qualquer despesa com a realizaccedilatildeo dos procedimentos previstos neste estudo que seratildeo
custeados pelo pesquisador responsaacutevel Tambeacutem natildeo haveraacute nenhuma forma de pagamento
pela sua participaccedilatildeo
Caso surja alguma duacutevida quanto agrave eacutetica do estudo o (a) Sr(a) deveraacute se reportar ao
Comitecirc de Eacutetica em Pesquisas envolvendo seres humanos ndash subordinado ao Conselho
Nacional de Eacutetica em Pesquisa oacutergatildeo do Ministeacuterio da Sauacutede atraveacutes de solicitaccedilatildeo ao
representante de pesquisa que estaraacute sob contato permanente ou contactando o Comitecirc de
Eacutetica em Pesquisa desta instituiccedilatildeo no telefone (21) 3971-1590 Eacute assegurado o completo
55
sigilo de sua identidade quanto a sua participaccedilatildeo neste estudo incluindo a eventualidade da
apresentaccedilatildeo dos resultados deste estudo em congressos e perioacutedicos cientiacuteficos
Eu________________________________________________________________________
residente do endereccedilo__________________________ fui informada dos objetivos e da
justificativa deste trabalho de forma clara e detalhada pela Dra Adriana de Mattos V da
Costa Recebi informaccedilotildees especificas sobre cada procedimento no qual estarei envolvida
dos desconfortos e riscos previstos tanto quanto dos benefiacutecios esperados Todas as minhas
duvidas foram respondidas com clareza e sei que poderei solicitar novos esclarecimentos a
qualquer momento Aleacutem disso sei que novas informaccedilotildees obtidas durante o estudo me seratildeo
fornecidas e que terei liberdade de retirar meu consentimento de participaccedilatildeo face a estas
informaccedilotildees sem prejuiacutezo para mim Aleacutem disto me foi entregue uma coacutepia da folha de
informaccedilotildees para os participantes a qual li compreendi e me deu plena liberdade para decidir
acerca da minha espontacircnea participaccedilatildeo nesta pesquisa Minha identidade jamais seraacute
publicada Os dados colhidos poderatildeo ser examinados por pessoas envolvidas no estudo com
autorizaccedilatildeo delegada do investigador e por pessoas delegadas pelo patrocinador Estou
recebendo uma coacutepia assinada deste Termo
Os pesquisadores responsaacuteveis pelo Projeto satildeo a Dra Lizanka Paola F Marinheiro e
sua aluna a Dra Adriana de Mattos Viveiros da Costa
56
Participante
Nome _________________________________
Assinatura________________________________
Data_________________________________________
Investigador
Nome____________________________________
Assinatura________________________________
Data_______________________________________
Pesquisadora
Nome______________________________________
Assinatura___________________________________
Data__________________________________________
Dra Lizanka Paola F Marinheiro
lizankaglobocom
tel 25541700
Dra Adriana de Mattos Vda Costa
adrianamattosmedyahoocombr
tel 87273315
Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa
Rua Afonso Cavalcanti 455 sala 710 ndash Cidade Nova -
Telefone 3971-1463
43
9 Referecircncias Bibliograacuteficas
1- Batista F M Rissin A A transiccedilatildeo nutricional no Brasil tendecircncias regionais
e temporais Cad Sauacutede Puacuteblica 2003 19 Suppl 1S181-91
2- Brandatildeo Cynthia M A et al Posiccedilotildees oficiais 2008 da Sociedade Brasileira
de Densitometria Cliacutenica (SBDens) Arq Bras Endocrinol Metab Fev 2009
vol53 no 1 p107-112
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Kawakami MS Fatores de risco para osteoporose em mulheres na poacutes-
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disability associated with osteoporotic fractures Osteoporosis Int 2006
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Alimentaccedilatildeo 2006
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total and cardiovascular mortality a 5-year population-based study of
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Omura Jeane H K Yang Jacob Szejnfeld Vera Szejnfeld Risk factors for
osteoporotic fractures and low bone density in pre and postmenopausal women
Rev Sauacutede Puacuteblica 2010c44(3)479-85
32- PNAISM 2004 - Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede da Mulher ndash
Princiacutepios e Diretrizes (2004)
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Management of osteoporosis in postmenopausal women Menopause
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34- Silva Leticia Krauss Avaliaccedilatildeo tecnoloacutegica em sauacutede densitometria oacutessea e
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aacuterea urbana do Nordeste brasileiro Cad Sauacutede Puacuteblica Jun 2005 vol21 no
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36- Speroff L Glass RH Kase NG Clinical gynecologic endocrinology and
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37- Tosteson AN Burge RT Marshall DA Lindsay R Therapies for treatment of
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considerations USA 2008 Sep14(9)605-15
38- Vianna LC Ginecologia Rio de Janeiro Editora MedBook 2ordm Ed 2001
p619-62
39- Word Healh Organization Assessment of fracture risk and its application to
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Geneva WHO
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40- World Health Organization MEN ageing and health achieving health across
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20jun2012)
48
10 Anexo 1 - Instrumento de coleta - EVOS (EUROPEAN VERTEBRAL
OSTEOPOROSIS STUDY)
Data _________
Nome________________________________________________________
Endereco_____________________________________________________
Fone _____________ Data de nascimento _________ RG
1- Dados antropomeacutetricos
Peso (Kg) Altura (m) IMC
2- Dados Ginecoloacutegicos
Idade da primeira menstruacao anos
Vocecirc jaacute usou piacutelula anticoncepcional por mais de 3 meses
sim natildeo natildeo sei
Vocecirc jaacute ficou algum periacuteodo em sua vida sem menstruar antes da menopausa (exceto se
gravidez) sim natildeo natildeo sei
Idade da ultima menstruaccedilatildeo anos
Numero de filhos
Vocecirc fez cirurgia para retirar o uacutetero sim com Idade ____ (anos)
natildeo natildeo sei
E para retirar os ovaacuterios (um ou os dois) sim idade ___ (anos)
natildeo natildeo sei
Vocecirc fez reposiccedilatildeo hormonal apos a menopausa sim natildeo natildeo sei
Se sim quando iniciado o periacuteodo foi superior a 1 ano sim natildeo natildeo sei
49
Vocecirc notou os seguintes sintomas na menopausa
calores sim natildeo natildeo sei
depressatildeo sim natildeo natildeo sei
insocircnia sim natildeo natildeo sei
outros sim natildeo natildeo sei
Vocecirc amamentou sim natildeo natildeo sei
Se sim quantas crianccedilas vocecirc amamentou por mais que 3 meses
3- Dados familiares
Em sua famiacutelia (pai matildee irmatildeos) existe historia de fratura de quadril apos os 50 anos de
idade sim natildeo natildeo sei
4- Histoacuteria de fratura
Vocecirc jaacute teve alguma fratura sim natildeo natildeo sei
Se sim em qual sitio esqueleacutetico com que idade e qual foi o tipo de trauma
Sitio Numero Idade (anos) Niacutevel do trauma
Vertebra
Fecircmur (colo trocanter)
Costela
Antebraccedilo
Uacutemero
Pe
Outras
Vocecirc sabe que tem osteoporose sim tenho natildeo natildeo tenho natildeo sei
5- Aacutelcool
Com que frequecircncia vocecirc bebeu no ultimo ano
Diariamente 5-6 dsem 3-4 dsem
50
1 -2 dsem lt 1 dsem nunca
Tipo de bebida destilados (uiacutesque cachaccedila vodka)
fermentados (cerveja vinho)
6- Imobilizaccedilatildeo
Vocecirc jaacute ficou acamado por um periacuteodo superior a 2 meses
sim natildeo natildeo sei
Se sim foi antes ou apos os 25 anos de idade
ano passado nunca
7- Fumo
Vocecirc fumou cigarro ou usou outras formas de fumo (cachimbo ou charuto)
atualmente no passado nunca
Com que idade iniciou anos
Se parou com que idade anos
Numero de cigarrosdia
8- Atividade Fiacutesica
Quantas tempo costuma passar diariamente ao ar livre caminhando ou andando de bicicleta
nenhuma a 1 h superior a 1 h
Qual a sua atividade fiacutesica durante diferentes periacuteodos de sua vida adulta
Ate os 25 anos 25 a 50 anos acima 50 anos
Niacutevel 1 (leve) 2 (moderada) 3 (pesada) 4
(muito pesada)
9- Impacto
Como vocecirc descreveria sua sauacutede geral neste momento
muito boa boa satisfatoacuteria regular ruim
10- Interrogatoacuterio sobre drogas
51
Vocecirc jaacute usou alguma medicaccedilatildeo oral ou injetaacutevel contendo corticosteroides por mais de 3
meses sim natildeo natildeo sei
Vocecirc jaacute usou alguma desses remeacutedios
Droga sim natildeo sei tempo
(meses)
parou ha quanto tempo
Hormocircnios
masculinos
Hormocircnios
femininos
Calcitonina
Fluacuteor
Caacutelcio
Vitamina D
Anabolizantes
Diureacuteticos
tiazidicos
11- Ingestatildeo de caacutelcio
Com que frequecircncia vocecirc comeu produtos derivados do leite na semana passada
(diassemana)
queijo amarelo queijo branco iogurte leite sorvete
Para os periacuteodos indicados abaixo com que frequecircncia vocecirc recebeu leite
ate 25 anos 25 a 50 anos Acima de 50 anos
Todas as refeiccedilotildees (3 ou + coposdia)
1-2 coposdia
52
Toda semana mas natildeo todo dia
lt 1 vezsemana
53
11 Anexo 2 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Projeto de Pesquisa Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade
oacutessea em mulheres na menopausa
Pesquisador responsaacutevel Dra Lizanka Paola F Marinheiro
Instituiccedilatildeo responsaacutevel Instituto Fernandes Figueira
Vocecirc estaacute sendo convidado a participar do projeto de pesquisa intitulado
Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea em mulheres na
menopausa por que vocecirc participou do estudo anterior realizado haacute 7 anos sobre a
osteoporose e suas consequumlecircncias
54
A osteoporose e uma doenccedila que se caracteriza pela diminuiccedilatildeo da resistecircncia do osso
tornando-o mais fraacutegil Essa fragilidade aumenta o risco da pessoa que tem osteoporose de ter
fraturas mesmo com atividades comuns como tossir ou espirrar
Com isso esse trabalho deseja avaliar a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea na
populaccedilatildeo de mulheres na poacutes menopausa residente da Ilha de Paquetaacute apoacutes 7 anos de
seguimento do uacuteltimo estudo transversal
Vocecirc natildeo eacute obrigada a participar Mas se quiser vocecirc teraacute que responder a um
questionaacuterio Para participar vocecirc natildeo teraacute que pagar nada O resultado seraacute fornecido apenas
a vocecirc ningueacutem mais saberaacute Suas duvidas seratildeo esclarecidas e vocecirc devera continuar
acompanhamento com seu meacutedico assistente Se vocecirc natildeo quiser participar natildeo seraacute
submetida a nenhum constrangimento fiacutesico ou moral e seu atendimento no posto de sauacutede
natildeo seraacute prejudicado A participante poderaacute se retirar do estudo a qualquer momento que
julgar necessaacuterio sem prejuiacutezo para a mesma O resultado de toda a pesquisa seraacute divulgada e
atraveacutes de artigos cientiacuteficos em revistas encontros congressos ou similares sem a
divulgaccedilatildeo dos nomes de quem participou de forma sigilosa
Sua participaccedilatildeo no estudo natildeo implicaraacute em custos adicionais O (A) Sr (a) natildeo teraacute
qualquer despesa com a realizaccedilatildeo dos procedimentos previstos neste estudo que seratildeo
custeados pelo pesquisador responsaacutevel Tambeacutem natildeo haveraacute nenhuma forma de pagamento
pela sua participaccedilatildeo
Caso surja alguma duacutevida quanto agrave eacutetica do estudo o (a) Sr(a) deveraacute se reportar ao
Comitecirc de Eacutetica em Pesquisas envolvendo seres humanos ndash subordinado ao Conselho
Nacional de Eacutetica em Pesquisa oacutergatildeo do Ministeacuterio da Sauacutede atraveacutes de solicitaccedilatildeo ao
representante de pesquisa que estaraacute sob contato permanente ou contactando o Comitecirc de
Eacutetica em Pesquisa desta instituiccedilatildeo no telefone (21) 3971-1590 Eacute assegurado o completo
55
sigilo de sua identidade quanto a sua participaccedilatildeo neste estudo incluindo a eventualidade da
apresentaccedilatildeo dos resultados deste estudo em congressos e perioacutedicos cientiacuteficos
Eu________________________________________________________________________
residente do endereccedilo__________________________ fui informada dos objetivos e da
justificativa deste trabalho de forma clara e detalhada pela Dra Adriana de Mattos V da
Costa Recebi informaccedilotildees especificas sobre cada procedimento no qual estarei envolvida
dos desconfortos e riscos previstos tanto quanto dos benefiacutecios esperados Todas as minhas
duvidas foram respondidas com clareza e sei que poderei solicitar novos esclarecimentos a
qualquer momento Aleacutem disso sei que novas informaccedilotildees obtidas durante o estudo me seratildeo
fornecidas e que terei liberdade de retirar meu consentimento de participaccedilatildeo face a estas
informaccedilotildees sem prejuiacutezo para mim Aleacutem disto me foi entregue uma coacutepia da folha de
informaccedilotildees para os participantes a qual li compreendi e me deu plena liberdade para decidir
acerca da minha espontacircnea participaccedilatildeo nesta pesquisa Minha identidade jamais seraacute
publicada Os dados colhidos poderatildeo ser examinados por pessoas envolvidas no estudo com
autorizaccedilatildeo delegada do investigador e por pessoas delegadas pelo patrocinador Estou
recebendo uma coacutepia assinada deste Termo
Os pesquisadores responsaacuteveis pelo Projeto satildeo a Dra Lizanka Paola F Marinheiro e
sua aluna a Dra Adriana de Mattos Viveiros da Costa
56
Participante
Nome _________________________________
Assinatura________________________________
Data_________________________________________
Investigador
Nome____________________________________
Assinatura________________________________
Data_______________________________________
Pesquisadora
Nome______________________________________
Assinatura___________________________________
Data__________________________________________
Dra Lizanka Paola F Marinheiro
lizankaglobocom
tel 25541700
Dra Adriana de Mattos Vda Costa
adrianamattosmedyahoocombr
tel 87273315
Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa
Rua Afonso Cavalcanti 455 sala 710 ndash Cidade Nova -
Telefone 3971-1463
44
11- Fyhrie DPamp Schaffler MB 1994 Failure mechanisms in human vertebral
cancellous bone Bone 15 105-109
12- Indicadores sociodemograacuteficos e de sauacutede no Brasil IBGE 2009 Portal
httpwwwibgegovbrhomeestatisticapopulacaocenso2000defaultshm a
(acessado em 15abril2012)
13- Indicadores sociodemograficos e de sauacutede no Brasil IBGE 2009 Portal
httpwwwibgegovbrhomeestatisticapopulacaoindic_sociosaude2009ind
icsaudepdf b (acessado em 15abril2012)
14- Instituto de Pesquisa Econocircmica Aplicada ndash IPEA Iacutendice de Desenvolvimento
Humano ndash IDH Rio de Janeiro 2000 Disponiacutevel em wwwipeadatagovbr
(acessado em 01maio2012)
15- International Osteoporosis Foundation Osteoporosis in Europe Indicators of
Progress (2005) Portal httpwwwiofbonehealthorg (acessado em
05nov2011)
16- Johnell O amp Kanis JA An estimate of the worldwide prevalence and
disability associated with osteoporotic fractures Osteoporosis Int 2006
171726ndash1733
17- Kanis JA Johnell O Oden A Johansson H McCloskey E FRAX and the
assessment of fracture probability in men and women from the UK
Osteoporosis Int 200819(4)385-97
18- Lindsay R Silverman SL Cooper C et al Risk of new vertebral fracture in
the year following a fracture JAMA 2001 285320-323
19- NHI (national Institutes of Health) 2001 NHI consensus development panel
on osteoporosis prevention diagnosis and therapy The journal of the
American Medical Association 285 ( 6) 785-795
20- Nuacutecleo de Estudos e Pesquisas em Alimentaccedilatildeo Tabela brasileira de
composiccedilatildeo de alimentos 2ordf Ed Campinas Nuacutecleo de Estudos e Pesquisas em
Alimentaccedilatildeo 2006
45
21- OrsquoNeill TW Felsenbergp D Varlow J Cooper C Kanis JA Silman A J
The Prevalence of Vertebral Deformity in European Men and Women The
European Vertebral Osteoporosis Study J Bone Miner Res
199611101amp1018
22- Oliveira PP Klumb EM and Marinheiro L P F Prevalecircncia do risco para
fraturas estimado pela ultra-sonometria oacutessea de calcacircneo em uma populaccedilatildeo
de mulheres brasileiras na poacutes-menopausa Cad Sauacutede Puacuteblica Fev 2007
vol23 no 2 p381-390
23- Oliveira PP Monteiro AS Klumb EM and Marinheiro LP F O uso da
ultrassonometria oacutessea de calcacircneo para avaliaccedilatildeo do risco de fratura por
osteoporose Femina (Rio de Janeiro) v32 p613- 616 2004
24- Oliveira PP Marinheiro LPF Wender MCO A epidemiologia das
fraturas por fragilidade oacutessea em uma populaccedilatildeo de mulheres brasileiras na
poacutes-menopausa residentes na cidade de ChapecoacuteSC Revista Brasileira de
Ginecologia e Obstetriacutecia (Impresso) v32 p360 - 360 2010
25- OMS (Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede) 2003 Towars policy for health and
angeing wwwwhointgov (acessado em 10012012)
26- Pesquisa Nacional Por Amostra de Domiciacutelios (PNAD) 2003
wwwibgegovbrhomeestatisticapnad2003coeficiente_brasilshtm
(acessado em 15out2011)
27- Pinheiro MM Castro CM Szejnfeld VL Low femoral bone mineral density
and quantitative ultrasound are risk factores for new osteoporotic fracture and
total and cardiovascular mortality a 5-year population-based study of
Brazilian elderly women J Gerontol A Biol Sci Med Sci 2006 61196-203
28- Pinheiro Marcelo de Medeiros et al FRAXTM construindo uma ideacuteia para o
Brasil Ar Braacutes Endocrinol Metab Ago 2009 vol53 no 6 p783-790
29- Pinheiro Marcelo M et al O impacto da osteoporose no Brasil dados
regionais das fraturas em homens e mulheres adultos - The Brazilian
Osteoporosis Study (BRAZOS) Rev Bras Reumatol Abr 2010a vol50
no2 p113-120
46
30- Pinheiro Marcelo de Medeiros Eis Seacutergio Ragi Epidemiology of
osteoporotic fractures in Brazil what we have and what we need Arq bras
endocrinol metab Mar 2010b 54(2) 164-170
31- Pinheiro Marcelo M Edgard T dos Reis Neto Flaacutevia S Machado Felipe
Omura Jeane H K Yang Jacob Szejnfeld Vera Szejnfeld Risk factors for
osteoporotic fractures and low bone density in pre and postmenopausal women
Rev Sauacutede Puacuteblica 2010c44(3)479-85
32- PNAISM 2004 - Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede da Mulher ndash
Princiacutepios e Diretrizes (2004)
httpportalsaudegovbrportalarquivospdfprotecao_mulheres_conquistas_
portpdf (acessado em 15out2011)
33- Position statement of the North American Menopause Society Menopause
Management of osteoporosis in postmenopausal women Menopause
201017(1)25-54
34- Silva Leticia Krauss Avaliaccedilatildeo tecnoloacutegica em sauacutede densitometria oacutessea e
terapecircuticas alternativas na osteoporose poacutes-menopausa Cad Sauacutede Puacuteblica
[online] 2003 vol19 n4 pp 987-1003 ISSN 0102-311X
35- Silveira Virgiacutenia Angeacutelica Lopes et al Incidecircncia de fratura do quadril em
aacuterea urbana do Nordeste brasileiro Cad Sauacutede Puacuteblica Jun 2005 vol21 no
3 p907-912
36- Speroff L Glass RH Kase NG Clinical gynecologic endocrinology and
infertility 4th ed Baltimore Williams amp Wilkins 1989 p 134-5
37- Tosteson AN Burge RT Marshall DA Lindsay R Therapies for treatment of
osteoporosis in US women cost-effectiveness and budget impact
considerations USA 2008 Sep14(9)605-15
38- Vianna LC Ginecologia Rio de Janeiro Editora MedBook 2ordm Ed 2001
p619-62
39- Word Healh Organization Assessment of fracture risk and its application to
screening for post menopausal osteoporosis Technical report series 843 1999
Geneva WHO
47
40- World Health Organization MEN ageing and health achieving health across
the life span Geneva 2001 Disponiacutevel em
httpwhqlibdocwhointhq2001WHO_NMH_ NPH_012pdf (acessado
20jun2012)
48
10 Anexo 1 - Instrumento de coleta - EVOS (EUROPEAN VERTEBRAL
OSTEOPOROSIS STUDY)
Data _________
Nome________________________________________________________
Endereco_____________________________________________________
Fone _____________ Data de nascimento _________ RG
1- Dados antropomeacutetricos
Peso (Kg) Altura (m) IMC
2- Dados Ginecoloacutegicos
Idade da primeira menstruacao anos
Vocecirc jaacute usou piacutelula anticoncepcional por mais de 3 meses
sim natildeo natildeo sei
Vocecirc jaacute ficou algum periacuteodo em sua vida sem menstruar antes da menopausa (exceto se
gravidez) sim natildeo natildeo sei
Idade da ultima menstruaccedilatildeo anos
Numero de filhos
Vocecirc fez cirurgia para retirar o uacutetero sim com Idade ____ (anos)
natildeo natildeo sei
E para retirar os ovaacuterios (um ou os dois) sim idade ___ (anos)
natildeo natildeo sei
Vocecirc fez reposiccedilatildeo hormonal apos a menopausa sim natildeo natildeo sei
Se sim quando iniciado o periacuteodo foi superior a 1 ano sim natildeo natildeo sei
49
Vocecirc notou os seguintes sintomas na menopausa
calores sim natildeo natildeo sei
depressatildeo sim natildeo natildeo sei
insocircnia sim natildeo natildeo sei
outros sim natildeo natildeo sei
Vocecirc amamentou sim natildeo natildeo sei
Se sim quantas crianccedilas vocecirc amamentou por mais que 3 meses
3- Dados familiares
Em sua famiacutelia (pai matildee irmatildeos) existe historia de fratura de quadril apos os 50 anos de
idade sim natildeo natildeo sei
4- Histoacuteria de fratura
Vocecirc jaacute teve alguma fratura sim natildeo natildeo sei
Se sim em qual sitio esqueleacutetico com que idade e qual foi o tipo de trauma
Sitio Numero Idade (anos) Niacutevel do trauma
Vertebra
Fecircmur (colo trocanter)
Costela
Antebraccedilo
Uacutemero
Pe
Outras
Vocecirc sabe que tem osteoporose sim tenho natildeo natildeo tenho natildeo sei
5- Aacutelcool
Com que frequecircncia vocecirc bebeu no ultimo ano
Diariamente 5-6 dsem 3-4 dsem
50
1 -2 dsem lt 1 dsem nunca
Tipo de bebida destilados (uiacutesque cachaccedila vodka)
fermentados (cerveja vinho)
6- Imobilizaccedilatildeo
Vocecirc jaacute ficou acamado por um periacuteodo superior a 2 meses
sim natildeo natildeo sei
Se sim foi antes ou apos os 25 anos de idade
ano passado nunca
7- Fumo
Vocecirc fumou cigarro ou usou outras formas de fumo (cachimbo ou charuto)
atualmente no passado nunca
Com que idade iniciou anos
Se parou com que idade anos
Numero de cigarrosdia
8- Atividade Fiacutesica
Quantas tempo costuma passar diariamente ao ar livre caminhando ou andando de bicicleta
nenhuma a 1 h superior a 1 h
Qual a sua atividade fiacutesica durante diferentes periacuteodos de sua vida adulta
Ate os 25 anos 25 a 50 anos acima 50 anos
Niacutevel 1 (leve) 2 (moderada) 3 (pesada) 4
(muito pesada)
9- Impacto
Como vocecirc descreveria sua sauacutede geral neste momento
muito boa boa satisfatoacuteria regular ruim
10- Interrogatoacuterio sobre drogas
51
Vocecirc jaacute usou alguma medicaccedilatildeo oral ou injetaacutevel contendo corticosteroides por mais de 3
meses sim natildeo natildeo sei
Vocecirc jaacute usou alguma desses remeacutedios
Droga sim natildeo sei tempo
(meses)
parou ha quanto tempo
Hormocircnios
masculinos
Hormocircnios
femininos
Calcitonina
Fluacuteor
Caacutelcio
Vitamina D
Anabolizantes
Diureacuteticos
tiazidicos
11- Ingestatildeo de caacutelcio
Com que frequecircncia vocecirc comeu produtos derivados do leite na semana passada
(diassemana)
queijo amarelo queijo branco iogurte leite sorvete
Para os periacuteodos indicados abaixo com que frequecircncia vocecirc recebeu leite
ate 25 anos 25 a 50 anos Acima de 50 anos
Todas as refeiccedilotildees (3 ou + coposdia)
1-2 coposdia
52
Toda semana mas natildeo todo dia
lt 1 vezsemana
53
11 Anexo 2 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Projeto de Pesquisa Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade
oacutessea em mulheres na menopausa
Pesquisador responsaacutevel Dra Lizanka Paola F Marinheiro
Instituiccedilatildeo responsaacutevel Instituto Fernandes Figueira
Vocecirc estaacute sendo convidado a participar do projeto de pesquisa intitulado
Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea em mulheres na
menopausa por que vocecirc participou do estudo anterior realizado haacute 7 anos sobre a
osteoporose e suas consequumlecircncias
54
A osteoporose e uma doenccedila que se caracteriza pela diminuiccedilatildeo da resistecircncia do osso
tornando-o mais fraacutegil Essa fragilidade aumenta o risco da pessoa que tem osteoporose de ter
fraturas mesmo com atividades comuns como tossir ou espirrar
Com isso esse trabalho deseja avaliar a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea na
populaccedilatildeo de mulheres na poacutes menopausa residente da Ilha de Paquetaacute apoacutes 7 anos de
seguimento do uacuteltimo estudo transversal
Vocecirc natildeo eacute obrigada a participar Mas se quiser vocecirc teraacute que responder a um
questionaacuterio Para participar vocecirc natildeo teraacute que pagar nada O resultado seraacute fornecido apenas
a vocecirc ningueacutem mais saberaacute Suas duvidas seratildeo esclarecidas e vocecirc devera continuar
acompanhamento com seu meacutedico assistente Se vocecirc natildeo quiser participar natildeo seraacute
submetida a nenhum constrangimento fiacutesico ou moral e seu atendimento no posto de sauacutede
natildeo seraacute prejudicado A participante poderaacute se retirar do estudo a qualquer momento que
julgar necessaacuterio sem prejuiacutezo para a mesma O resultado de toda a pesquisa seraacute divulgada e
atraveacutes de artigos cientiacuteficos em revistas encontros congressos ou similares sem a
divulgaccedilatildeo dos nomes de quem participou de forma sigilosa
Sua participaccedilatildeo no estudo natildeo implicaraacute em custos adicionais O (A) Sr (a) natildeo teraacute
qualquer despesa com a realizaccedilatildeo dos procedimentos previstos neste estudo que seratildeo
custeados pelo pesquisador responsaacutevel Tambeacutem natildeo haveraacute nenhuma forma de pagamento
pela sua participaccedilatildeo
Caso surja alguma duacutevida quanto agrave eacutetica do estudo o (a) Sr(a) deveraacute se reportar ao
Comitecirc de Eacutetica em Pesquisas envolvendo seres humanos ndash subordinado ao Conselho
Nacional de Eacutetica em Pesquisa oacutergatildeo do Ministeacuterio da Sauacutede atraveacutes de solicitaccedilatildeo ao
representante de pesquisa que estaraacute sob contato permanente ou contactando o Comitecirc de
Eacutetica em Pesquisa desta instituiccedilatildeo no telefone (21) 3971-1590 Eacute assegurado o completo
55
sigilo de sua identidade quanto a sua participaccedilatildeo neste estudo incluindo a eventualidade da
apresentaccedilatildeo dos resultados deste estudo em congressos e perioacutedicos cientiacuteficos
Eu________________________________________________________________________
residente do endereccedilo__________________________ fui informada dos objetivos e da
justificativa deste trabalho de forma clara e detalhada pela Dra Adriana de Mattos V da
Costa Recebi informaccedilotildees especificas sobre cada procedimento no qual estarei envolvida
dos desconfortos e riscos previstos tanto quanto dos benefiacutecios esperados Todas as minhas
duvidas foram respondidas com clareza e sei que poderei solicitar novos esclarecimentos a
qualquer momento Aleacutem disso sei que novas informaccedilotildees obtidas durante o estudo me seratildeo
fornecidas e que terei liberdade de retirar meu consentimento de participaccedilatildeo face a estas
informaccedilotildees sem prejuiacutezo para mim Aleacutem disto me foi entregue uma coacutepia da folha de
informaccedilotildees para os participantes a qual li compreendi e me deu plena liberdade para decidir
acerca da minha espontacircnea participaccedilatildeo nesta pesquisa Minha identidade jamais seraacute
publicada Os dados colhidos poderatildeo ser examinados por pessoas envolvidas no estudo com
autorizaccedilatildeo delegada do investigador e por pessoas delegadas pelo patrocinador Estou
recebendo uma coacutepia assinada deste Termo
Os pesquisadores responsaacuteveis pelo Projeto satildeo a Dra Lizanka Paola F Marinheiro e
sua aluna a Dra Adriana de Mattos Viveiros da Costa
56
Participante
Nome _________________________________
Assinatura________________________________
Data_________________________________________
Investigador
Nome____________________________________
Assinatura________________________________
Data_______________________________________
Pesquisadora
Nome______________________________________
Assinatura___________________________________
Data__________________________________________
Dra Lizanka Paola F Marinheiro
lizankaglobocom
tel 25541700
Dra Adriana de Mattos Vda Costa
adrianamattosmedyahoocombr
tel 87273315
Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa
Rua Afonso Cavalcanti 455 sala 710 ndash Cidade Nova -
Telefone 3971-1463
45
21- OrsquoNeill TW Felsenbergp D Varlow J Cooper C Kanis JA Silman A J
The Prevalence of Vertebral Deformity in European Men and Women The
European Vertebral Osteoporosis Study J Bone Miner Res
199611101amp1018
22- Oliveira PP Klumb EM and Marinheiro L P F Prevalecircncia do risco para
fraturas estimado pela ultra-sonometria oacutessea de calcacircneo em uma populaccedilatildeo
de mulheres brasileiras na poacutes-menopausa Cad Sauacutede Puacuteblica Fev 2007
vol23 no 2 p381-390
23- Oliveira PP Monteiro AS Klumb EM and Marinheiro LP F O uso da
ultrassonometria oacutessea de calcacircneo para avaliaccedilatildeo do risco de fratura por
osteoporose Femina (Rio de Janeiro) v32 p613- 616 2004
24- Oliveira PP Marinheiro LPF Wender MCO A epidemiologia das
fraturas por fragilidade oacutessea em uma populaccedilatildeo de mulheres brasileiras na
poacutes-menopausa residentes na cidade de ChapecoacuteSC Revista Brasileira de
Ginecologia e Obstetriacutecia (Impresso) v32 p360 - 360 2010
25- OMS (Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede) 2003 Towars policy for health and
angeing wwwwhointgov (acessado em 10012012)
26- Pesquisa Nacional Por Amostra de Domiciacutelios (PNAD) 2003
wwwibgegovbrhomeestatisticapnad2003coeficiente_brasilshtm
(acessado em 15out2011)
27- Pinheiro MM Castro CM Szejnfeld VL Low femoral bone mineral density
and quantitative ultrasound are risk factores for new osteoporotic fracture and
total and cardiovascular mortality a 5-year population-based study of
Brazilian elderly women J Gerontol A Biol Sci Med Sci 2006 61196-203
28- Pinheiro Marcelo de Medeiros et al FRAXTM construindo uma ideacuteia para o
Brasil Ar Braacutes Endocrinol Metab Ago 2009 vol53 no 6 p783-790
29- Pinheiro Marcelo M et al O impacto da osteoporose no Brasil dados
regionais das fraturas em homens e mulheres adultos - The Brazilian
Osteoporosis Study (BRAZOS) Rev Bras Reumatol Abr 2010a vol50
no2 p113-120
46
30- Pinheiro Marcelo de Medeiros Eis Seacutergio Ragi Epidemiology of
osteoporotic fractures in Brazil what we have and what we need Arq bras
endocrinol metab Mar 2010b 54(2) 164-170
31- Pinheiro Marcelo M Edgard T dos Reis Neto Flaacutevia S Machado Felipe
Omura Jeane H K Yang Jacob Szejnfeld Vera Szejnfeld Risk factors for
osteoporotic fractures and low bone density in pre and postmenopausal women
Rev Sauacutede Puacuteblica 2010c44(3)479-85
32- PNAISM 2004 - Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede da Mulher ndash
Princiacutepios e Diretrizes (2004)
httpportalsaudegovbrportalarquivospdfprotecao_mulheres_conquistas_
portpdf (acessado em 15out2011)
33- Position statement of the North American Menopause Society Menopause
Management of osteoporosis in postmenopausal women Menopause
201017(1)25-54
34- Silva Leticia Krauss Avaliaccedilatildeo tecnoloacutegica em sauacutede densitometria oacutessea e
terapecircuticas alternativas na osteoporose poacutes-menopausa Cad Sauacutede Puacuteblica
[online] 2003 vol19 n4 pp 987-1003 ISSN 0102-311X
35- Silveira Virgiacutenia Angeacutelica Lopes et al Incidecircncia de fratura do quadril em
aacuterea urbana do Nordeste brasileiro Cad Sauacutede Puacuteblica Jun 2005 vol21 no
3 p907-912
36- Speroff L Glass RH Kase NG Clinical gynecologic endocrinology and
infertility 4th ed Baltimore Williams amp Wilkins 1989 p 134-5
37- Tosteson AN Burge RT Marshall DA Lindsay R Therapies for treatment of
osteoporosis in US women cost-effectiveness and budget impact
considerations USA 2008 Sep14(9)605-15
38- Vianna LC Ginecologia Rio de Janeiro Editora MedBook 2ordm Ed 2001
p619-62
39- Word Healh Organization Assessment of fracture risk and its application to
screening for post menopausal osteoporosis Technical report series 843 1999
Geneva WHO
47
40- World Health Organization MEN ageing and health achieving health across
the life span Geneva 2001 Disponiacutevel em
httpwhqlibdocwhointhq2001WHO_NMH_ NPH_012pdf (acessado
20jun2012)
48
10 Anexo 1 - Instrumento de coleta - EVOS (EUROPEAN VERTEBRAL
OSTEOPOROSIS STUDY)
Data _________
Nome________________________________________________________
Endereco_____________________________________________________
Fone _____________ Data de nascimento _________ RG
1- Dados antropomeacutetricos
Peso (Kg) Altura (m) IMC
2- Dados Ginecoloacutegicos
Idade da primeira menstruacao anos
Vocecirc jaacute usou piacutelula anticoncepcional por mais de 3 meses
sim natildeo natildeo sei
Vocecirc jaacute ficou algum periacuteodo em sua vida sem menstruar antes da menopausa (exceto se
gravidez) sim natildeo natildeo sei
Idade da ultima menstruaccedilatildeo anos
Numero de filhos
Vocecirc fez cirurgia para retirar o uacutetero sim com Idade ____ (anos)
natildeo natildeo sei
E para retirar os ovaacuterios (um ou os dois) sim idade ___ (anos)
natildeo natildeo sei
Vocecirc fez reposiccedilatildeo hormonal apos a menopausa sim natildeo natildeo sei
Se sim quando iniciado o periacuteodo foi superior a 1 ano sim natildeo natildeo sei
49
Vocecirc notou os seguintes sintomas na menopausa
calores sim natildeo natildeo sei
depressatildeo sim natildeo natildeo sei
insocircnia sim natildeo natildeo sei
outros sim natildeo natildeo sei
Vocecirc amamentou sim natildeo natildeo sei
Se sim quantas crianccedilas vocecirc amamentou por mais que 3 meses
3- Dados familiares
Em sua famiacutelia (pai matildee irmatildeos) existe historia de fratura de quadril apos os 50 anos de
idade sim natildeo natildeo sei
4- Histoacuteria de fratura
Vocecirc jaacute teve alguma fratura sim natildeo natildeo sei
Se sim em qual sitio esqueleacutetico com que idade e qual foi o tipo de trauma
Sitio Numero Idade (anos) Niacutevel do trauma
Vertebra
Fecircmur (colo trocanter)
Costela
Antebraccedilo
Uacutemero
Pe
Outras
Vocecirc sabe que tem osteoporose sim tenho natildeo natildeo tenho natildeo sei
5- Aacutelcool
Com que frequecircncia vocecirc bebeu no ultimo ano
Diariamente 5-6 dsem 3-4 dsem
50
1 -2 dsem lt 1 dsem nunca
Tipo de bebida destilados (uiacutesque cachaccedila vodka)
fermentados (cerveja vinho)
6- Imobilizaccedilatildeo
Vocecirc jaacute ficou acamado por um periacuteodo superior a 2 meses
sim natildeo natildeo sei
Se sim foi antes ou apos os 25 anos de idade
ano passado nunca
7- Fumo
Vocecirc fumou cigarro ou usou outras formas de fumo (cachimbo ou charuto)
atualmente no passado nunca
Com que idade iniciou anos
Se parou com que idade anos
Numero de cigarrosdia
8- Atividade Fiacutesica
Quantas tempo costuma passar diariamente ao ar livre caminhando ou andando de bicicleta
nenhuma a 1 h superior a 1 h
Qual a sua atividade fiacutesica durante diferentes periacuteodos de sua vida adulta
Ate os 25 anos 25 a 50 anos acima 50 anos
Niacutevel 1 (leve) 2 (moderada) 3 (pesada) 4
(muito pesada)
9- Impacto
Como vocecirc descreveria sua sauacutede geral neste momento
muito boa boa satisfatoacuteria regular ruim
10- Interrogatoacuterio sobre drogas
51
Vocecirc jaacute usou alguma medicaccedilatildeo oral ou injetaacutevel contendo corticosteroides por mais de 3
meses sim natildeo natildeo sei
Vocecirc jaacute usou alguma desses remeacutedios
Droga sim natildeo sei tempo
(meses)
parou ha quanto tempo
Hormocircnios
masculinos
Hormocircnios
femininos
Calcitonina
Fluacuteor
Caacutelcio
Vitamina D
Anabolizantes
Diureacuteticos
tiazidicos
11- Ingestatildeo de caacutelcio
Com que frequecircncia vocecirc comeu produtos derivados do leite na semana passada
(diassemana)
queijo amarelo queijo branco iogurte leite sorvete
Para os periacuteodos indicados abaixo com que frequecircncia vocecirc recebeu leite
ate 25 anos 25 a 50 anos Acima de 50 anos
Todas as refeiccedilotildees (3 ou + coposdia)
1-2 coposdia
52
Toda semana mas natildeo todo dia
lt 1 vezsemana
53
11 Anexo 2 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Projeto de Pesquisa Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade
oacutessea em mulheres na menopausa
Pesquisador responsaacutevel Dra Lizanka Paola F Marinheiro
Instituiccedilatildeo responsaacutevel Instituto Fernandes Figueira
Vocecirc estaacute sendo convidado a participar do projeto de pesquisa intitulado
Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea em mulheres na
menopausa por que vocecirc participou do estudo anterior realizado haacute 7 anos sobre a
osteoporose e suas consequumlecircncias
54
A osteoporose e uma doenccedila que se caracteriza pela diminuiccedilatildeo da resistecircncia do osso
tornando-o mais fraacutegil Essa fragilidade aumenta o risco da pessoa que tem osteoporose de ter
fraturas mesmo com atividades comuns como tossir ou espirrar
Com isso esse trabalho deseja avaliar a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea na
populaccedilatildeo de mulheres na poacutes menopausa residente da Ilha de Paquetaacute apoacutes 7 anos de
seguimento do uacuteltimo estudo transversal
Vocecirc natildeo eacute obrigada a participar Mas se quiser vocecirc teraacute que responder a um
questionaacuterio Para participar vocecirc natildeo teraacute que pagar nada O resultado seraacute fornecido apenas
a vocecirc ningueacutem mais saberaacute Suas duvidas seratildeo esclarecidas e vocecirc devera continuar
acompanhamento com seu meacutedico assistente Se vocecirc natildeo quiser participar natildeo seraacute
submetida a nenhum constrangimento fiacutesico ou moral e seu atendimento no posto de sauacutede
natildeo seraacute prejudicado A participante poderaacute se retirar do estudo a qualquer momento que
julgar necessaacuterio sem prejuiacutezo para a mesma O resultado de toda a pesquisa seraacute divulgada e
atraveacutes de artigos cientiacuteficos em revistas encontros congressos ou similares sem a
divulgaccedilatildeo dos nomes de quem participou de forma sigilosa
Sua participaccedilatildeo no estudo natildeo implicaraacute em custos adicionais O (A) Sr (a) natildeo teraacute
qualquer despesa com a realizaccedilatildeo dos procedimentos previstos neste estudo que seratildeo
custeados pelo pesquisador responsaacutevel Tambeacutem natildeo haveraacute nenhuma forma de pagamento
pela sua participaccedilatildeo
Caso surja alguma duacutevida quanto agrave eacutetica do estudo o (a) Sr(a) deveraacute se reportar ao
Comitecirc de Eacutetica em Pesquisas envolvendo seres humanos ndash subordinado ao Conselho
Nacional de Eacutetica em Pesquisa oacutergatildeo do Ministeacuterio da Sauacutede atraveacutes de solicitaccedilatildeo ao
representante de pesquisa que estaraacute sob contato permanente ou contactando o Comitecirc de
Eacutetica em Pesquisa desta instituiccedilatildeo no telefone (21) 3971-1590 Eacute assegurado o completo
55
sigilo de sua identidade quanto a sua participaccedilatildeo neste estudo incluindo a eventualidade da
apresentaccedilatildeo dos resultados deste estudo em congressos e perioacutedicos cientiacuteficos
Eu________________________________________________________________________
residente do endereccedilo__________________________ fui informada dos objetivos e da
justificativa deste trabalho de forma clara e detalhada pela Dra Adriana de Mattos V da
Costa Recebi informaccedilotildees especificas sobre cada procedimento no qual estarei envolvida
dos desconfortos e riscos previstos tanto quanto dos benefiacutecios esperados Todas as minhas
duvidas foram respondidas com clareza e sei que poderei solicitar novos esclarecimentos a
qualquer momento Aleacutem disso sei que novas informaccedilotildees obtidas durante o estudo me seratildeo
fornecidas e que terei liberdade de retirar meu consentimento de participaccedilatildeo face a estas
informaccedilotildees sem prejuiacutezo para mim Aleacutem disto me foi entregue uma coacutepia da folha de
informaccedilotildees para os participantes a qual li compreendi e me deu plena liberdade para decidir
acerca da minha espontacircnea participaccedilatildeo nesta pesquisa Minha identidade jamais seraacute
publicada Os dados colhidos poderatildeo ser examinados por pessoas envolvidas no estudo com
autorizaccedilatildeo delegada do investigador e por pessoas delegadas pelo patrocinador Estou
recebendo uma coacutepia assinada deste Termo
Os pesquisadores responsaacuteveis pelo Projeto satildeo a Dra Lizanka Paola F Marinheiro e
sua aluna a Dra Adriana de Mattos Viveiros da Costa
56
Participante
Nome _________________________________
Assinatura________________________________
Data_________________________________________
Investigador
Nome____________________________________
Assinatura________________________________
Data_______________________________________
Pesquisadora
Nome______________________________________
Assinatura___________________________________
Data__________________________________________
Dra Lizanka Paola F Marinheiro
lizankaglobocom
tel 25541700
Dra Adriana de Mattos Vda Costa
adrianamattosmedyahoocombr
tel 87273315
Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa
Rua Afonso Cavalcanti 455 sala 710 ndash Cidade Nova -
Telefone 3971-1463
46
30- Pinheiro Marcelo de Medeiros Eis Seacutergio Ragi Epidemiology of
osteoporotic fractures in Brazil what we have and what we need Arq bras
endocrinol metab Mar 2010b 54(2) 164-170
31- Pinheiro Marcelo M Edgard T dos Reis Neto Flaacutevia S Machado Felipe
Omura Jeane H K Yang Jacob Szejnfeld Vera Szejnfeld Risk factors for
osteoporotic fractures and low bone density in pre and postmenopausal women
Rev Sauacutede Puacuteblica 2010c44(3)479-85
32- PNAISM 2004 - Poliacutetica Nacional de Atenccedilatildeo Integral agrave Sauacutede da Mulher ndash
Princiacutepios e Diretrizes (2004)
httpportalsaudegovbrportalarquivospdfprotecao_mulheres_conquistas_
portpdf (acessado em 15out2011)
33- Position statement of the North American Menopause Society Menopause
Management of osteoporosis in postmenopausal women Menopause
201017(1)25-54
34- Silva Leticia Krauss Avaliaccedilatildeo tecnoloacutegica em sauacutede densitometria oacutessea e
terapecircuticas alternativas na osteoporose poacutes-menopausa Cad Sauacutede Puacuteblica
[online] 2003 vol19 n4 pp 987-1003 ISSN 0102-311X
35- Silveira Virgiacutenia Angeacutelica Lopes et al Incidecircncia de fratura do quadril em
aacuterea urbana do Nordeste brasileiro Cad Sauacutede Puacuteblica Jun 2005 vol21 no
3 p907-912
36- Speroff L Glass RH Kase NG Clinical gynecologic endocrinology and
infertility 4th ed Baltimore Williams amp Wilkins 1989 p 134-5
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38- Vianna LC Ginecologia Rio de Janeiro Editora MedBook 2ordm Ed 2001
p619-62
39- Word Healh Organization Assessment of fracture risk and its application to
screening for post menopausal osteoporosis Technical report series 843 1999
Geneva WHO
47
40- World Health Organization MEN ageing and health achieving health across
the life span Geneva 2001 Disponiacutevel em
httpwhqlibdocwhointhq2001WHO_NMH_ NPH_012pdf (acessado
20jun2012)
48
10 Anexo 1 - Instrumento de coleta - EVOS (EUROPEAN VERTEBRAL
OSTEOPOROSIS STUDY)
Data _________
Nome________________________________________________________
Endereco_____________________________________________________
Fone _____________ Data de nascimento _________ RG
1- Dados antropomeacutetricos
Peso (Kg) Altura (m) IMC
2- Dados Ginecoloacutegicos
Idade da primeira menstruacao anos
Vocecirc jaacute usou piacutelula anticoncepcional por mais de 3 meses
sim natildeo natildeo sei
Vocecirc jaacute ficou algum periacuteodo em sua vida sem menstruar antes da menopausa (exceto se
gravidez) sim natildeo natildeo sei
Idade da ultima menstruaccedilatildeo anos
Numero de filhos
Vocecirc fez cirurgia para retirar o uacutetero sim com Idade ____ (anos)
natildeo natildeo sei
E para retirar os ovaacuterios (um ou os dois) sim idade ___ (anos)
natildeo natildeo sei
Vocecirc fez reposiccedilatildeo hormonal apos a menopausa sim natildeo natildeo sei
Se sim quando iniciado o periacuteodo foi superior a 1 ano sim natildeo natildeo sei
49
Vocecirc notou os seguintes sintomas na menopausa
calores sim natildeo natildeo sei
depressatildeo sim natildeo natildeo sei
insocircnia sim natildeo natildeo sei
outros sim natildeo natildeo sei
Vocecirc amamentou sim natildeo natildeo sei
Se sim quantas crianccedilas vocecirc amamentou por mais que 3 meses
3- Dados familiares
Em sua famiacutelia (pai matildee irmatildeos) existe historia de fratura de quadril apos os 50 anos de
idade sim natildeo natildeo sei
4- Histoacuteria de fratura
Vocecirc jaacute teve alguma fratura sim natildeo natildeo sei
Se sim em qual sitio esqueleacutetico com que idade e qual foi o tipo de trauma
Sitio Numero Idade (anos) Niacutevel do trauma
Vertebra
Fecircmur (colo trocanter)
Costela
Antebraccedilo
Uacutemero
Pe
Outras
Vocecirc sabe que tem osteoporose sim tenho natildeo natildeo tenho natildeo sei
5- Aacutelcool
Com que frequecircncia vocecirc bebeu no ultimo ano
Diariamente 5-6 dsem 3-4 dsem
50
1 -2 dsem lt 1 dsem nunca
Tipo de bebida destilados (uiacutesque cachaccedila vodka)
fermentados (cerveja vinho)
6- Imobilizaccedilatildeo
Vocecirc jaacute ficou acamado por um periacuteodo superior a 2 meses
sim natildeo natildeo sei
Se sim foi antes ou apos os 25 anos de idade
ano passado nunca
7- Fumo
Vocecirc fumou cigarro ou usou outras formas de fumo (cachimbo ou charuto)
atualmente no passado nunca
Com que idade iniciou anos
Se parou com que idade anos
Numero de cigarrosdia
8- Atividade Fiacutesica
Quantas tempo costuma passar diariamente ao ar livre caminhando ou andando de bicicleta
nenhuma a 1 h superior a 1 h
Qual a sua atividade fiacutesica durante diferentes periacuteodos de sua vida adulta
Ate os 25 anos 25 a 50 anos acima 50 anos
Niacutevel 1 (leve) 2 (moderada) 3 (pesada) 4
(muito pesada)
9- Impacto
Como vocecirc descreveria sua sauacutede geral neste momento
muito boa boa satisfatoacuteria regular ruim
10- Interrogatoacuterio sobre drogas
51
Vocecirc jaacute usou alguma medicaccedilatildeo oral ou injetaacutevel contendo corticosteroides por mais de 3
meses sim natildeo natildeo sei
Vocecirc jaacute usou alguma desses remeacutedios
Droga sim natildeo sei tempo
(meses)
parou ha quanto tempo
Hormocircnios
masculinos
Hormocircnios
femininos
Calcitonina
Fluacuteor
Caacutelcio
Vitamina D
Anabolizantes
Diureacuteticos
tiazidicos
11- Ingestatildeo de caacutelcio
Com que frequecircncia vocecirc comeu produtos derivados do leite na semana passada
(diassemana)
queijo amarelo queijo branco iogurte leite sorvete
Para os periacuteodos indicados abaixo com que frequecircncia vocecirc recebeu leite
ate 25 anos 25 a 50 anos Acima de 50 anos
Todas as refeiccedilotildees (3 ou + coposdia)
1-2 coposdia
52
Toda semana mas natildeo todo dia
lt 1 vezsemana
53
11 Anexo 2 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Projeto de Pesquisa Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade
oacutessea em mulheres na menopausa
Pesquisador responsaacutevel Dra Lizanka Paola F Marinheiro
Instituiccedilatildeo responsaacutevel Instituto Fernandes Figueira
Vocecirc estaacute sendo convidado a participar do projeto de pesquisa intitulado
Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea em mulheres na
menopausa por que vocecirc participou do estudo anterior realizado haacute 7 anos sobre a
osteoporose e suas consequumlecircncias
54
A osteoporose e uma doenccedila que se caracteriza pela diminuiccedilatildeo da resistecircncia do osso
tornando-o mais fraacutegil Essa fragilidade aumenta o risco da pessoa que tem osteoporose de ter
fraturas mesmo com atividades comuns como tossir ou espirrar
Com isso esse trabalho deseja avaliar a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea na
populaccedilatildeo de mulheres na poacutes menopausa residente da Ilha de Paquetaacute apoacutes 7 anos de
seguimento do uacuteltimo estudo transversal
Vocecirc natildeo eacute obrigada a participar Mas se quiser vocecirc teraacute que responder a um
questionaacuterio Para participar vocecirc natildeo teraacute que pagar nada O resultado seraacute fornecido apenas
a vocecirc ningueacutem mais saberaacute Suas duvidas seratildeo esclarecidas e vocecirc devera continuar
acompanhamento com seu meacutedico assistente Se vocecirc natildeo quiser participar natildeo seraacute
submetida a nenhum constrangimento fiacutesico ou moral e seu atendimento no posto de sauacutede
natildeo seraacute prejudicado A participante poderaacute se retirar do estudo a qualquer momento que
julgar necessaacuterio sem prejuiacutezo para a mesma O resultado de toda a pesquisa seraacute divulgada e
atraveacutes de artigos cientiacuteficos em revistas encontros congressos ou similares sem a
divulgaccedilatildeo dos nomes de quem participou de forma sigilosa
Sua participaccedilatildeo no estudo natildeo implicaraacute em custos adicionais O (A) Sr (a) natildeo teraacute
qualquer despesa com a realizaccedilatildeo dos procedimentos previstos neste estudo que seratildeo
custeados pelo pesquisador responsaacutevel Tambeacutem natildeo haveraacute nenhuma forma de pagamento
pela sua participaccedilatildeo
Caso surja alguma duacutevida quanto agrave eacutetica do estudo o (a) Sr(a) deveraacute se reportar ao
Comitecirc de Eacutetica em Pesquisas envolvendo seres humanos ndash subordinado ao Conselho
Nacional de Eacutetica em Pesquisa oacutergatildeo do Ministeacuterio da Sauacutede atraveacutes de solicitaccedilatildeo ao
representante de pesquisa que estaraacute sob contato permanente ou contactando o Comitecirc de
Eacutetica em Pesquisa desta instituiccedilatildeo no telefone (21) 3971-1590 Eacute assegurado o completo
55
sigilo de sua identidade quanto a sua participaccedilatildeo neste estudo incluindo a eventualidade da
apresentaccedilatildeo dos resultados deste estudo em congressos e perioacutedicos cientiacuteficos
Eu________________________________________________________________________
residente do endereccedilo__________________________ fui informada dos objetivos e da
justificativa deste trabalho de forma clara e detalhada pela Dra Adriana de Mattos V da
Costa Recebi informaccedilotildees especificas sobre cada procedimento no qual estarei envolvida
dos desconfortos e riscos previstos tanto quanto dos benefiacutecios esperados Todas as minhas
duvidas foram respondidas com clareza e sei que poderei solicitar novos esclarecimentos a
qualquer momento Aleacutem disso sei que novas informaccedilotildees obtidas durante o estudo me seratildeo
fornecidas e que terei liberdade de retirar meu consentimento de participaccedilatildeo face a estas
informaccedilotildees sem prejuiacutezo para mim Aleacutem disto me foi entregue uma coacutepia da folha de
informaccedilotildees para os participantes a qual li compreendi e me deu plena liberdade para decidir
acerca da minha espontacircnea participaccedilatildeo nesta pesquisa Minha identidade jamais seraacute
publicada Os dados colhidos poderatildeo ser examinados por pessoas envolvidas no estudo com
autorizaccedilatildeo delegada do investigador e por pessoas delegadas pelo patrocinador Estou
recebendo uma coacutepia assinada deste Termo
Os pesquisadores responsaacuteveis pelo Projeto satildeo a Dra Lizanka Paola F Marinheiro e
sua aluna a Dra Adriana de Mattos Viveiros da Costa
56
Participante
Nome _________________________________
Assinatura________________________________
Data_________________________________________
Investigador
Nome____________________________________
Assinatura________________________________
Data_______________________________________
Pesquisadora
Nome______________________________________
Assinatura___________________________________
Data__________________________________________
Dra Lizanka Paola F Marinheiro
lizankaglobocom
tel 25541700
Dra Adriana de Mattos Vda Costa
adrianamattosmedyahoocombr
tel 87273315
Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa
Rua Afonso Cavalcanti 455 sala 710 ndash Cidade Nova -
Telefone 3971-1463
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40- World Health Organization MEN ageing and health achieving health across
the life span Geneva 2001 Disponiacutevel em
httpwhqlibdocwhointhq2001WHO_NMH_ NPH_012pdf (acessado
20jun2012)
48
10 Anexo 1 - Instrumento de coleta - EVOS (EUROPEAN VERTEBRAL
OSTEOPOROSIS STUDY)
Data _________
Nome________________________________________________________
Endereco_____________________________________________________
Fone _____________ Data de nascimento _________ RG
1- Dados antropomeacutetricos
Peso (Kg) Altura (m) IMC
2- Dados Ginecoloacutegicos
Idade da primeira menstruacao anos
Vocecirc jaacute usou piacutelula anticoncepcional por mais de 3 meses
sim natildeo natildeo sei
Vocecirc jaacute ficou algum periacuteodo em sua vida sem menstruar antes da menopausa (exceto se
gravidez) sim natildeo natildeo sei
Idade da ultima menstruaccedilatildeo anos
Numero de filhos
Vocecirc fez cirurgia para retirar o uacutetero sim com Idade ____ (anos)
natildeo natildeo sei
E para retirar os ovaacuterios (um ou os dois) sim idade ___ (anos)
natildeo natildeo sei
Vocecirc fez reposiccedilatildeo hormonal apos a menopausa sim natildeo natildeo sei
Se sim quando iniciado o periacuteodo foi superior a 1 ano sim natildeo natildeo sei
49
Vocecirc notou os seguintes sintomas na menopausa
calores sim natildeo natildeo sei
depressatildeo sim natildeo natildeo sei
insocircnia sim natildeo natildeo sei
outros sim natildeo natildeo sei
Vocecirc amamentou sim natildeo natildeo sei
Se sim quantas crianccedilas vocecirc amamentou por mais que 3 meses
3- Dados familiares
Em sua famiacutelia (pai matildee irmatildeos) existe historia de fratura de quadril apos os 50 anos de
idade sim natildeo natildeo sei
4- Histoacuteria de fratura
Vocecirc jaacute teve alguma fratura sim natildeo natildeo sei
Se sim em qual sitio esqueleacutetico com que idade e qual foi o tipo de trauma
Sitio Numero Idade (anos) Niacutevel do trauma
Vertebra
Fecircmur (colo trocanter)
Costela
Antebraccedilo
Uacutemero
Pe
Outras
Vocecirc sabe que tem osteoporose sim tenho natildeo natildeo tenho natildeo sei
5- Aacutelcool
Com que frequecircncia vocecirc bebeu no ultimo ano
Diariamente 5-6 dsem 3-4 dsem
50
1 -2 dsem lt 1 dsem nunca
Tipo de bebida destilados (uiacutesque cachaccedila vodka)
fermentados (cerveja vinho)
6- Imobilizaccedilatildeo
Vocecirc jaacute ficou acamado por um periacuteodo superior a 2 meses
sim natildeo natildeo sei
Se sim foi antes ou apos os 25 anos de idade
ano passado nunca
7- Fumo
Vocecirc fumou cigarro ou usou outras formas de fumo (cachimbo ou charuto)
atualmente no passado nunca
Com que idade iniciou anos
Se parou com que idade anos
Numero de cigarrosdia
8- Atividade Fiacutesica
Quantas tempo costuma passar diariamente ao ar livre caminhando ou andando de bicicleta
nenhuma a 1 h superior a 1 h
Qual a sua atividade fiacutesica durante diferentes periacuteodos de sua vida adulta
Ate os 25 anos 25 a 50 anos acima 50 anos
Niacutevel 1 (leve) 2 (moderada) 3 (pesada) 4
(muito pesada)
9- Impacto
Como vocecirc descreveria sua sauacutede geral neste momento
muito boa boa satisfatoacuteria regular ruim
10- Interrogatoacuterio sobre drogas
51
Vocecirc jaacute usou alguma medicaccedilatildeo oral ou injetaacutevel contendo corticosteroides por mais de 3
meses sim natildeo natildeo sei
Vocecirc jaacute usou alguma desses remeacutedios
Droga sim natildeo sei tempo
(meses)
parou ha quanto tempo
Hormocircnios
masculinos
Hormocircnios
femininos
Calcitonina
Fluacuteor
Caacutelcio
Vitamina D
Anabolizantes
Diureacuteticos
tiazidicos
11- Ingestatildeo de caacutelcio
Com que frequecircncia vocecirc comeu produtos derivados do leite na semana passada
(diassemana)
queijo amarelo queijo branco iogurte leite sorvete
Para os periacuteodos indicados abaixo com que frequecircncia vocecirc recebeu leite
ate 25 anos 25 a 50 anos Acima de 50 anos
Todas as refeiccedilotildees (3 ou + coposdia)
1-2 coposdia
52
Toda semana mas natildeo todo dia
lt 1 vezsemana
53
11 Anexo 2 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Projeto de Pesquisa Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade
oacutessea em mulheres na menopausa
Pesquisador responsaacutevel Dra Lizanka Paola F Marinheiro
Instituiccedilatildeo responsaacutevel Instituto Fernandes Figueira
Vocecirc estaacute sendo convidado a participar do projeto de pesquisa intitulado
Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea em mulheres na
menopausa por que vocecirc participou do estudo anterior realizado haacute 7 anos sobre a
osteoporose e suas consequumlecircncias
54
A osteoporose e uma doenccedila que se caracteriza pela diminuiccedilatildeo da resistecircncia do osso
tornando-o mais fraacutegil Essa fragilidade aumenta o risco da pessoa que tem osteoporose de ter
fraturas mesmo com atividades comuns como tossir ou espirrar
Com isso esse trabalho deseja avaliar a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea na
populaccedilatildeo de mulheres na poacutes menopausa residente da Ilha de Paquetaacute apoacutes 7 anos de
seguimento do uacuteltimo estudo transversal
Vocecirc natildeo eacute obrigada a participar Mas se quiser vocecirc teraacute que responder a um
questionaacuterio Para participar vocecirc natildeo teraacute que pagar nada O resultado seraacute fornecido apenas
a vocecirc ningueacutem mais saberaacute Suas duvidas seratildeo esclarecidas e vocecirc devera continuar
acompanhamento com seu meacutedico assistente Se vocecirc natildeo quiser participar natildeo seraacute
submetida a nenhum constrangimento fiacutesico ou moral e seu atendimento no posto de sauacutede
natildeo seraacute prejudicado A participante poderaacute se retirar do estudo a qualquer momento que
julgar necessaacuterio sem prejuiacutezo para a mesma O resultado de toda a pesquisa seraacute divulgada e
atraveacutes de artigos cientiacuteficos em revistas encontros congressos ou similares sem a
divulgaccedilatildeo dos nomes de quem participou de forma sigilosa
Sua participaccedilatildeo no estudo natildeo implicaraacute em custos adicionais O (A) Sr (a) natildeo teraacute
qualquer despesa com a realizaccedilatildeo dos procedimentos previstos neste estudo que seratildeo
custeados pelo pesquisador responsaacutevel Tambeacutem natildeo haveraacute nenhuma forma de pagamento
pela sua participaccedilatildeo
Caso surja alguma duacutevida quanto agrave eacutetica do estudo o (a) Sr(a) deveraacute se reportar ao
Comitecirc de Eacutetica em Pesquisas envolvendo seres humanos ndash subordinado ao Conselho
Nacional de Eacutetica em Pesquisa oacutergatildeo do Ministeacuterio da Sauacutede atraveacutes de solicitaccedilatildeo ao
representante de pesquisa que estaraacute sob contato permanente ou contactando o Comitecirc de
Eacutetica em Pesquisa desta instituiccedilatildeo no telefone (21) 3971-1590 Eacute assegurado o completo
55
sigilo de sua identidade quanto a sua participaccedilatildeo neste estudo incluindo a eventualidade da
apresentaccedilatildeo dos resultados deste estudo em congressos e perioacutedicos cientiacuteficos
Eu________________________________________________________________________
residente do endereccedilo__________________________ fui informada dos objetivos e da
justificativa deste trabalho de forma clara e detalhada pela Dra Adriana de Mattos V da
Costa Recebi informaccedilotildees especificas sobre cada procedimento no qual estarei envolvida
dos desconfortos e riscos previstos tanto quanto dos benefiacutecios esperados Todas as minhas
duvidas foram respondidas com clareza e sei que poderei solicitar novos esclarecimentos a
qualquer momento Aleacutem disso sei que novas informaccedilotildees obtidas durante o estudo me seratildeo
fornecidas e que terei liberdade de retirar meu consentimento de participaccedilatildeo face a estas
informaccedilotildees sem prejuiacutezo para mim Aleacutem disto me foi entregue uma coacutepia da folha de
informaccedilotildees para os participantes a qual li compreendi e me deu plena liberdade para decidir
acerca da minha espontacircnea participaccedilatildeo nesta pesquisa Minha identidade jamais seraacute
publicada Os dados colhidos poderatildeo ser examinados por pessoas envolvidas no estudo com
autorizaccedilatildeo delegada do investigador e por pessoas delegadas pelo patrocinador Estou
recebendo uma coacutepia assinada deste Termo
Os pesquisadores responsaacuteveis pelo Projeto satildeo a Dra Lizanka Paola F Marinheiro e
sua aluna a Dra Adriana de Mattos Viveiros da Costa
56
Participante
Nome _________________________________
Assinatura________________________________
Data_________________________________________
Investigador
Nome____________________________________
Assinatura________________________________
Data_______________________________________
Pesquisadora
Nome______________________________________
Assinatura___________________________________
Data__________________________________________
Dra Lizanka Paola F Marinheiro
lizankaglobocom
tel 25541700
Dra Adriana de Mattos Vda Costa
adrianamattosmedyahoocombr
tel 87273315
Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa
Rua Afonso Cavalcanti 455 sala 710 ndash Cidade Nova -
Telefone 3971-1463
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10 Anexo 1 - Instrumento de coleta - EVOS (EUROPEAN VERTEBRAL
OSTEOPOROSIS STUDY)
Data _________
Nome________________________________________________________
Endereco_____________________________________________________
Fone _____________ Data de nascimento _________ RG
1- Dados antropomeacutetricos
Peso (Kg) Altura (m) IMC
2- Dados Ginecoloacutegicos
Idade da primeira menstruacao anos
Vocecirc jaacute usou piacutelula anticoncepcional por mais de 3 meses
sim natildeo natildeo sei
Vocecirc jaacute ficou algum periacuteodo em sua vida sem menstruar antes da menopausa (exceto se
gravidez) sim natildeo natildeo sei
Idade da ultima menstruaccedilatildeo anos
Numero de filhos
Vocecirc fez cirurgia para retirar o uacutetero sim com Idade ____ (anos)
natildeo natildeo sei
E para retirar os ovaacuterios (um ou os dois) sim idade ___ (anos)
natildeo natildeo sei
Vocecirc fez reposiccedilatildeo hormonal apos a menopausa sim natildeo natildeo sei
Se sim quando iniciado o periacuteodo foi superior a 1 ano sim natildeo natildeo sei
49
Vocecirc notou os seguintes sintomas na menopausa
calores sim natildeo natildeo sei
depressatildeo sim natildeo natildeo sei
insocircnia sim natildeo natildeo sei
outros sim natildeo natildeo sei
Vocecirc amamentou sim natildeo natildeo sei
Se sim quantas crianccedilas vocecirc amamentou por mais que 3 meses
3- Dados familiares
Em sua famiacutelia (pai matildee irmatildeos) existe historia de fratura de quadril apos os 50 anos de
idade sim natildeo natildeo sei
4- Histoacuteria de fratura
Vocecirc jaacute teve alguma fratura sim natildeo natildeo sei
Se sim em qual sitio esqueleacutetico com que idade e qual foi o tipo de trauma
Sitio Numero Idade (anos) Niacutevel do trauma
Vertebra
Fecircmur (colo trocanter)
Costela
Antebraccedilo
Uacutemero
Pe
Outras
Vocecirc sabe que tem osteoporose sim tenho natildeo natildeo tenho natildeo sei
5- Aacutelcool
Com que frequecircncia vocecirc bebeu no ultimo ano
Diariamente 5-6 dsem 3-4 dsem
50
1 -2 dsem lt 1 dsem nunca
Tipo de bebida destilados (uiacutesque cachaccedila vodka)
fermentados (cerveja vinho)
6- Imobilizaccedilatildeo
Vocecirc jaacute ficou acamado por um periacuteodo superior a 2 meses
sim natildeo natildeo sei
Se sim foi antes ou apos os 25 anos de idade
ano passado nunca
7- Fumo
Vocecirc fumou cigarro ou usou outras formas de fumo (cachimbo ou charuto)
atualmente no passado nunca
Com que idade iniciou anos
Se parou com que idade anos
Numero de cigarrosdia
8- Atividade Fiacutesica
Quantas tempo costuma passar diariamente ao ar livre caminhando ou andando de bicicleta
nenhuma a 1 h superior a 1 h
Qual a sua atividade fiacutesica durante diferentes periacuteodos de sua vida adulta
Ate os 25 anos 25 a 50 anos acima 50 anos
Niacutevel 1 (leve) 2 (moderada) 3 (pesada) 4
(muito pesada)
9- Impacto
Como vocecirc descreveria sua sauacutede geral neste momento
muito boa boa satisfatoacuteria regular ruim
10- Interrogatoacuterio sobre drogas
51
Vocecirc jaacute usou alguma medicaccedilatildeo oral ou injetaacutevel contendo corticosteroides por mais de 3
meses sim natildeo natildeo sei
Vocecirc jaacute usou alguma desses remeacutedios
Droga sim natildeo sei tempo
(meses)
parou ha quanto tempo
Hormocircnios
masculinos
Hormocircnios
femininos
Calcitonina
Fluacuteor
Caacutelcio
Vitamina D
Anabolizantes
Diureacuteticos
tiazidicos
11- Ingestatildeo de caacutelcio
Com que frequecircncia vocecirc comeu produtos derivados do leite na semana passada
(diassemana)
queijo amarelo queijo branco iogurte leite sorvete
Para os periacuteodos indicados abaixo com que frequecircncia vocecirc recebeu leite
ate 25 anos 25 a 50 anos Acima de 50 anos
Todas as refeiccedilotildees (3 ou + coposdia)
1-2 coposdia
52
Toda semana mas natildeo todo dia
lt 1 vezsemana
53
11 Anexo 2 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Projeto de Pesquisa Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade
oacutessea em mulheres na menopausa
Pesquisador responsaacutevel Dra Lizanka Paola F Marinheiro
Instituiccedilatildeo responsaacutevel Instituto Fernandes Figueira
Vocecirc estaacute sendo convidado a participar do projeto de pesquisa intitulado
Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea em mulheres na
menopausa por que vocecirc participou do estudo anterior realizado haacute 7 anos sobre a
osteoporose e suas consequumlecircncias
54
A osteoporose e uma doenccedila que se caracteriza pela diminuiccedilatildeo da resistecircncia do osso
tornando-o mais fraacutegil Essa fragilidade aumenta o risco da pessoa que tem osteoporose de ter
fraturas mesmo com atividades comuns como tossir ou espirrar
Com isso esse trabalho deseja avaliar a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea na
populaccedilatildeo de mulheres na poacutes menopausa residente da Ilha de Paquetaacute apoacutes 7 anos de
seguimento do uacuteltimo estudo transversal
Vocecirc natildeo eacute obrigada a participar Mas se quiser vocecirc teraacute que responder a um
questionaacuterio Para participar vocecirc natildeo teraacute que pagar nada O resultado seraacute fornecido apenas
a vocecirc ningueacutem mais saberaacute Suas duvidas seratildeo esclarecidas e vocecirc devera continuar
acompanhamento com seu meacutedico assistente Se vocecirc natildeo quiser participar natildeo seraacute
submetida a nenhum constrangimento fiacutesico ou moral e seu atendimento no posto de sauacutede
natildeo seraacute prejudicado A participante poderaacute se retirar do estudo a qualquer momento que
julgar necessaacuterio sem prejuiacutezo para a mesma O resultado de toda a pesquisa seraacute divulgada e
atraveacutes de artigos cientiacuteficos em revistas encontros congressos ou similares sem a
divulgaccedilatildeo dos nomes de quem participou de forma sigilosa
Sua participaccedilatildeo no estudo natildeo implicaraacute em custos adicionais O (A) Sr (a) natildeo teraacute
qualquer despesa com a realizaccedilatildeo dos procedimentos previstos neste estudo que seratildeo
custeados pelo pesquisador responsaacutevel Tambeacutem natildeo haveraacute nenhuma forma de pagamento
pela sua participaccedilatildeo
Caso surja alguma duacutevida quanto agrave eacutetica do estudo o (a) Sr(a) deveraacute se reportar ao
Comitecirc de Eacutetica em Pesquisas envolvendo seres humanos ndash subordinado ao Conselho
Nacional de Eacutetica em Pesquisa oacutergatildeo do Ministeacuterio da Sauacutede atraveacutes de solicitaccedilatildeo ao
representante de pesquisa que estaraacute sob contato permanente ou contactando o Comitecirc de
Eacutetica em Pesquisa desta instituiccedilatildeo no telefone (21) 3971-1590 Eacute assegurado o completo
55
sigilo de sua identidade quanto a sua participaccedilatildeo neste estudo incluindo a eventualidade da
apresentaccedilatildeo dos resultados deste estudo em congressos e perioacutedicos cientiacuteficos
Eu________________________________________________________________________
residente do endereccedilo__________________________ fui informada dos objetivos e da
justificativa deste trabalho de forma clara e detalhada pela Dra Adriana de Mattos V da
Costa Recebi informaccedilotildees especificas sobre cada procedimento no qual estarei envolvida
dos desconfortos e riscos previstos tanto quanto dos benefiacutecios esperados Todas as minhas
duvidas foram respondidas com clareza e sei que poderei solicitar novos esclarecimentos a
qualquer momento Aleacutem disso sei que novas informaccedilotildees obtidas durante o estudo me seratildeo
fornecidas e que terei liberdade de retirar meu consentimento de participaccedilatildeo face a estas
informaccedilotildees sem prejuiacutezo para mim Aleacutem disto me foi entregue uma coacutepia da folha de
informaccedilotildees para os participantes a qual li compreendi e me deu plena liberdade para decidir
acerca da minha espontacircnea participaccedilatildeo nesta pesquisa Minha identidade jamais seraacute
publicada Os dados colhidos poderatildeo ser examinados por pessoas envolvidas no estudo com
autorizaccedilatildeo delegada do investigador e por pessoas delegadas pelo patrocinador Estou
recebendo uma coacutepia assinada deste Termo
Os pesquisadores responsaacuteveis pelo Projeto satildeo a Dra Lizanka Paola F Marinheiro e
sua aluna a Dra Adriana de Mattos Viveiros da Costa
56
Participante
Nome _________________________________
Assinatura________________________________
Data_________________________________________
Investigador
Nome____________________________________
Assinatura________________________________
Data_______________________________________
Pesquisadora
Nome______________________________________
Assinatura___________________________________
Data__________________________________________
Dra Lizanka Paola F Marinheiro
lizankaglobocom
tel 25541700
Dra Adriana de Mattos Vda Costa
adrianamattosmedyahoocombr
tel 87273315
Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa
Rua Afonso Cavalcanti 455 sala 710 ndash Cidade Nova -
Telefone 3971-1463
49
Vocecirc notou os seguintes sintomas na menopausa
calores sim natildeo natildeo sei
depressatildeo sim natildeo natildeo sei
insocircnia sim natildeo natildeo sei
outros sim natildeo natildeo sei
Vocecirc amamentou sim natildeo natildeo sei
Se sim quantas crianccedilas vocecirc amamentou por mais que 3 meses
3- Dados familiares
Em sua famiacutelia (pai matildee irmatildeos) existe historia de fratura de quadril apos os 50 anos de
idade sim natildeo natildeo sei
4- Histoacuteria de fratura
Vocecirc jaacute teve alguma fratura sim natildeo natildeo sei
Se sim em qual sitio esqueleacutetico com que idade e qual foi o tipo de trauma
Sitio Numero Idade (anos) Niacutevel do trauma
Vertebra
Fecircmur (colo trocanter)
Costela
Antebraccedilo
Uacutemero
Pe
Outras
Vocecirc sabe que tem osteoporose sim tenho natildeo natildeo tenho natildeo sei
5- Aacutelcool
Com que frequecircncia vocecirc bebeu no ultimo ano
Diariamente 5-6 dsem 3-4 dsem
50
1 -2 dsem lt 1 dsem nunca
Tipo de bebida destilados (uiacutesque cachaccedila vodka)
fermentados (cerveja vinho)
6- Imobilizaccedilatildeo
Vocecirc jaacute ficou acamado por um periacuteodo superior a 2 meses
sim natildeo natildeo sei
Se sim foi antes ou apos os 25 anos de idade
ano passado nunca
7- Fumo
Vocecirc fumou cigarro ou usou outras formas de fumo (cachimbo ou charuto)
atualmente no passado nunca
Com que idade iniciou anos
Se parou com que idade anos
Numero de cigarrosdia
8- Atividade Fiacutesica
Quantas tempo costuma passar diariamente ao ar livre caminhando ou andando de bicicleta
nenhuma a 1 h superior a 1 h
Qual a sua atividade fiacutesica durante diferentes periacuteodos de sua vida adulta
Ate os 25 anos 25 a 50 anos acima 50 anos
Niacutevel 1 (leve) 2 (moderada) 3 (pesada) 4
(muito pesada)
9- Impacto
Como vocecirc descreveria sua sauacutede geral neste momento
muito boa boa satisfatoacuteria regular ruim
10- Interrogatoacuterio sobre drogas
51
Vocecirc jaacute usou alguma medicaccedilatildeo oral ou injetaacutevel contendo corticosteroides por mais de 3
meses sim natildeo natildeo sei
Vocecirc jaacute usou alguma desses remeacutedios
Droga sim natildeo sei tempo
(meses)
parou ha quanto tempo
Hormocircnios
masculinos
Hormocircnios
femininos
Calcitonina
Fluacuteor
Caacutelcio
Vitamina D
Anabolizantes
Diureacuteticos
tiazidicos
11- Ingestatildeo de caacutelcio
Com que frequecircncia vocecirc comeu produtos derivados do leite na semana passada
(diassemana)
queijo amarelo queijo branco iogurte leite sorvete
Para os periacuteodos indicados abaixo com que frequecircncia vocecirc recebeu leite
ate 25 anos 25 a 50 anos Acima de 50 anos
Todas as refeiccedilotildees (3 ou + coposdia)
1-2 coposdia
52
Toda semana mas natildeo todo dia
lt 1 vezsemana
53
11 Anexo 2 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Projeto de Pesquisa Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade
oacutessea em mulheres na menopausa
Pesquisador responsaacutevel Dra Lizanka Paola F Marinheiro
Instituiccedilatildeo responsaacutevel Instituto Fernandes Figueira
Vocecirc estaacute sendo convidado a participar do projeto de pesquisa intitulado
Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea em mulheres na
menopausa por que vocecirc participou do estudo anterior realizado haacute 7 anos sobre a
osteoporose e suas consequumlecircncias
54
A osteoporose e uma doenccedila que se caracteriza pela diminuiccedilatildeo da resistecircncia do osso
tornando-o mais fraacutegil Essa fragilidade aumenta o risco da pessoa que tem osteoporose de ter
fraturas mesmo com atividades comuns como tossir ou espirrar
Com isso esse trabalho deseja avaliar a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea na
populaccedilatildeo de mulheres na poacutes menopausa residente da Ilha de Paquetaacute apoacutes 7 anos de
seguimento do uacuteltimo estudo transversal
Vocecirc natildeo eacute obrigada a participar Mas se quiser vocecirc teraacute que responder a um
questionaacuterio Para participar vocecirc natildeo teraacute que pagar nada O resultado seraacute fornecido apenas
a vocecirc ningueacutem mais saberaacute Suas duvidas seratildeo esclarecidas e vocecirc devera continuar
acompanhamento com seu meacutedico assistente Se vocecirc natildeo quiser participar natildeo seraacute
submetida a nenhum constrangimento fiacutesico ou moral e seu atendimento no posto de sauacutede
natildeo seraacute prejudicado A participante poderaacute se retirar do estudo a qualquer momento que
julgar necessaacuterio sem prejuiacutezo para a mesma O resultado de toda a pesquisa seraacute divulgada e
atraveacutes de artigos cientiacuteficos em revistas encontros congressos ou similares sem a
divulgaccedilatildeo dos nomes de quem participou de forma sigilosa
Sua participaccedilatildeo no estudo natildeo implicaraacute em custos adicionais O (A) Sr (a) natildeo teraacute
qualquer despesa com a realizaccedilatildeo dos procedimentos previstos neste estudo que seratildeo
custeados pelo pesquisador responsaacutevel Tambeacutem natildeo haveraacute nenhuma forma de pagamento
pela sua participaccedilatildeo
Caso surja alguma duacutevida quanto agrave eacutetica do estudo o (a) Sr(a) deveraacute se reportar ao
Comitecirc de Eacutetica em Pesquisas envolvendo seres humanos ndash subordinado ao Conselho
Nacional de Eacutetica em Pesquisa oacutergatildeo do Ministeacuterio da Sauacutede atraveacutes de solicitaccedilatildeo ao
representante de pesquisa que estaraacute sob contato permanente ou contactando o Comitecirc de
Eacutetica em Pesquisa desta instituiccedilatildeo no telefone (21) 3971-1590 Eacute assegurado o completo
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sigilo de sua identidade quanto a sua participaccedilatildeo neste estudo incluindo a eventualidade da
apresentaccedilatildeo dos resultados deste estudo em congressos e perioacutedicos cientiacuteficos
Eu________________________________________________________________________
residente do endereccedilo__________________________ fui informada dos objetivos e da
justificativa deste trabalho de forma clara e detalhada pela Dra Adriana de Mattos V da
Costa Recebi informaccedilotildees especificas sobre cada procedimento no qual estarei envolvida
dos desconfortos e riscos previstos tanto quanto dos benefiacutecios esperados Todas as minhas
duvidas foram respondidas com clareza e sei que poderei solicitar novos esclarecimentos a
qualquer momento Aleacutem disso sei que novas informaccedilotildees obtidas durante o estudo me seratildeo
fornecidas e que terei liberdade de retirar meu consentimento de participaccedilatildeo face a estas
informaccedilotildees sem prejuiacutezo para mim Aleacutem disto me foi entregue uma coacutepia da folha de
informaccedilotildees para os participantes a qual li compreendi e me deu plena liberdade para decidir
acerca da minha espontacircnea participaccedilatildeo nesta pesquisa Minha identidade jamais seraacute
publicada Os dados colhidos poderatildeo ser examinados por pessoas envolvidas no estudo com
autorizaccedilatildeo delegada do investigador e por pessoas delegadas pelo patrocinador Estou
recebendo uma coacutepia assinada deste Termo
Os pesquisadores responsaacuteveis pelo Projeto satildeo a Dra Lizanka Paola F Marinheiro e
sua aluna a Dra Adriana de Mattos Viveiros da Costa
56
Participante
Nome _________________________________
Assinatura________________________________
Data_________________________________________
Investigador
Nome____________________________________
Assinatura________________________________
Data_______________________________________
Pesquisadora
Nome______________________________________
Assinatura___________________________________
Data__________________________________________
Dra Lizanka Paola F Marinheiro
lizankaglobocom
tel 25541700
Dra Adriana de Mattos Vda Costa
adrianamattosmedyahoocombr
tel 87273315
Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa
Rua Afonso Cavalcanti 455 sala 710 ndash Cidade Nova -
Telefone 3971-1463
50
1 -2 dsem lt 1 dsem nunca
Tipo de bebida destilados (uiacutesque cachaccedila vodka)
fermentados (cerveja vinho)
6- Imobilizaccedilatildeo
Vocecirc jaacute ficou acamado por um periacuteodo superior a 2 meses
sim natildeo natildeo sei
Se sim foi antes ou apos os 25 anos de idade
ano passado nunca
7- Fumo
Vocecirc fumou cigarro ou usou outras formas de fumo (cachimbo ou charuto)
atualmente no passado nunca
Com que idade iniciou anos
Se parou com que idade anos
Numero de cigarrosdia
8- Atividade Fiacutesica
Quantas tempo costuma passar diariamente ao ar livre caminhando ou andando de bicicleta
nenhuma a 1 h superior a 1 h
Qual a sua atividade fiacutesica durante diferentes periacuteodos de sua vida adulta
Ate os 25 anos 25 a 50 anos acima 50 anos
Niacutevel 1 (leve) 2 (moderada) 3 (pesada) 4
(muito pesada)
9- Impacto
Como vocecirc descreveria sua sauacutede geral neste momento
muito boa boa satisfatoacuteria regular ruim
10- Interrogatoacuterio sobre drogas
51
Vocecirc jaacute usou alguma medicaccedilatildeo oral ou injetaacutevel contendo corticosteroides por mais de 3
meses sim natildeo natildeo sei
Vocecirc jaacute usou alguma desses remeacutedios
Droga sim natildeo sei tempo
(meses)
parou ha quanto tempo
Hormocircnios
masculinos
Hormocircnios
femininos
Calcitonina
Fluacuteor
Caacutelcio
Vitamina D
Anabolizantes
Diureacuteticos
tiazidicos
11- Ingestatildeo de caacutelcio
Com que frequecircncia vocecirc comeu produtos derivados do leite na semana passada
(diassemana)
queijo amarelo queijo branco iogurte leite sorvete
Para os periacuteodos indicados abaixo com que frequecircncia vocecirc recebeu leite
ate 25 anos 25 a 50 anos Acima de 50 anos
Todas as refeiccedilotildees (3 ou + coposdia)
1-2 coposdia
52
Toda semana mas natildeo todo dia
lt 1 vezsemana
53
11 Anexo 2 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Projeto de Pesquisa Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade
oacutessea em mulheres na menopausa
Pesquisador responsaacutevel Dra Lizanka Paola F Marinheiro
Instituiccedilatildeo responsaacutevel Instituto Fernandes Figueira
Vocecirc estaacute sendo convidado a participar do projeto de pesquisa intitulado
Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea em mulheres na
menopausa por que vocecirc participou do estudo anterior realizado haacute 7 anos sobre a
osteoporose e suas consequumlecircncias
54
A osteoporose e uma doenccedila que se caracteriza pela diminuiccedilatildeo da resistecircncia do osso
tornando-o mais fraacutegil Essa fragilidade aumenta o risco da pessoa que tem osteoporose de ter
fraturas mesmo com atividades comuns como tossir ou espirrar
Com isso esse trabalho deseja avaliar a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea na
populaccedilatildeo de mulheres na poacutes menopausa residente da Ilha de Paquetaacute apoacutes 7 anos de
seguimento do uacuteltimo estudo transversal
Vocecirc natildeo eacute obrigada a participar Mas se quiser vocecirc teraacute que responder a um
questionaacuterio Para participar vocecirc natildeo teraacute que pagar nada O resultado seraacute fornecido apenas
a vocecirc ningueacutem mais saberaacute Suas duvidas seratildeo esclarecidas e vocecirc devera continuar
acompanhamento com seu meacutedico assistente Se vocecirc natildeo quiser participar natildeo seraacute
submetida a nenhum constrangimento fiacutesico ou moral e seu atendimento no posto de sauacutede
natildeo seraacute prejudicado A participante poderaacute se retirar do estudo a qualquer momento que
julgar necessaacuterio sem prejuiacutezo para a mesma O resultado de toda a pesquisa seraacute divulgada e
atraveacutes de artigos cientiacuteficos em revistas encontros congressos ou similares sem a
divulgaccedilatildeo dos nomes de quem participou de forma sigilosa
Sua participaccedilatildeo no estudo natildeo implicaraacute em custos adicionais O (A) Sr (a) natildeo teraacute
qualquer despesa com a realizaccedilatildeo dos procedimentos previstos neste estudo que seratildeo
custeados pelo pesquisador responsaacutevel Tambeacutem natildeo haveraacute nenhuma forma de pagamento
pela sua participaccedilatildeo
Caso surja alguma duacutevida quanto agrave eacutetica do estudo o (a) Sr(a) deveraacute se reportar ao
Comitecirc de Eacutetica em Pesquisas envolvendo seres humanos ndash subordinado ao Conselho
Nacional de Eacutetica em Pesquisa oacutergatildeo do Ministeacuterio da Sauacutede atraveacutes de solicitaccedilatildeo ao
representante de pesquisa que estaraacute sob contato permanente ou contactando o Comitecirc de
Eacutetica em Pesquisa desta instituiccedilatildeo no telefone (21) 3971-1590 Eacute assegurado o completo
55
sigilo de sua identidade quanto a sua participaccedilatildeo neste estudo incluindo a eventualidade da
apresentaccedilatildeo dos resultados deste estudo em congressos e perioacutedicos cientiacuteficos
Eu________________________________________________________________________
residente do endereccedilo__________________________ fui informada dos objetivos e da
justificativa deste trabalho de forma clara e detalhada pela Dra Adriana de Mattos V da
Costa Recebi informaccedilotildees especificas sobre cada procedimento no qual estarei envolvida
dos desconfortos e riscos previstos tanto quanto dos benefiacutecios esperados Todas as minhas
duvidas foram respondidas com clareza e sei que poderei solicitar novos esclarecimentos a
qualquer momento Aleacutem disso sei que novas informaccedilotildees obtidas durante o estudo me seratildeo
fornecidas e que terei liberdade de retirar meu consentimento de participaccedilatildeo face a estas
informaccedilotildees sem prejuiacutezo para mim Aleacutem disto me foi entregue uma coacutepia da folha de
informaccedilotildees para os participantes a qual li compreendi e me deu plena liberdade para decidir
acerca da minha espontacircnea participaccedilatildeo nesta pesquisa Minha identidade jamais seraacute
publicada Os dados colhidos poderatildeo ser examinados por pessoas envolvidas no estudo com
autorizaccedilatildeo delegada do investigador e por pessoas delegadas pelo patrocinador Estou
recebendo uma coacutepia assinada deste Termo
Os pesquisadores responsaacuteveis pelo Projeto satildeo a Dra Lizanka Paola F Marinheiro e
sua aluna a Dra Adriana de Mattos Viveiros da Costa
56
Participante
Nome _________________________________
Assinatura________________________________
Data_________________________________________
Investigador
Nome____________________________________
Assinatura________________________________
Data_______________________________________
Pesquisadora
Nome______________________________________
Assinatura___________________________________
Data__________________________________________
Dra Lizanka Paola F Marinheiro
lizankaglobocom
tel 25541700
Dra Adriana de Mattos Vda Costa
adrianamattosmedyahoocombr
tel 87273315
Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa
Rua Afonso Cavalcanti 455 sala 710 ndash Cidade Nova -
Telefone 3971-1463
51
Vocecirc jaacute usou alguma medicaccedilatildeo oral ou injetaacutevel contendo corticosteroides por mais de 3
meses sim natildeo natildeo sei
Vocecirc jaacute usou alguma desses remeacutedios
Droga sim natildeo sei tempo
(meses)
parou ha quanto tempo
Hormocircnios
masculinos
Hormocircnios
femininos
Calcitonina
Fluacuteor
Caacutelcio
Vitamina D
Anabolizantes
Diureacuteticos
tiazidicos
11- Ingestatildeo de caacutelcio
Com que frequecircncia vocecirc comeu produtos derivados do leite na semana passada
(diassemana)
queijo amarelo queijo branco iogurte leite sorvete
Para os periacuteodos indicados abaixo com que frequecircncia vocecirc recebeu leite
ate 25 anos 25 a 50 anos Acima de 50 anos
Todas as refeiccedilotildees (3 ou + coposdia)
1-2 coposdia
52
Toda semana mas natildeo todo dia
lt 1 vezsemana
53
11 Anexo 2 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Projeto de Pesquisa Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade
oacutessea em mulheres na menopausa
Pesquisador responsaacutevel Dra Lizanka Paola F Marinheiro
Instituiccedilatildeo responsaacutevel Instituto Fernandes Figueira
Vocecirc estaacute sendo convidado a participar do projeto de pesquisa intitulado
Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea em mulheres na
menopausa por que vocecirc participou do estudo anterior realizado haacute 7 anos sobre a
osteoporose e suas consequumlecircncias
54
A osteoporose e uma doenccedila que se caracteriza pela diminuiccedilatildeo da resistecircncia do osso
tornando-o mais fraacutegil Essa fragilidade aumenta o risco da pessoa que tem osteoporose de ter
fraturas mesmo com atividades comuns como tossir ou espirrar
Com isso esse trabalho deseja avaliar a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea na
populaccedilatildeo de mulheres na poacutes menopausa residente da Ilha de Paquetaacute apoacutes 7 anos de
seguimento do uacuteltimo estudo transversal
Vocecirc natildeo eacute obrigada a participar Mas se quiser vocecirc teraacute que responder a um
questionaacuterio Para participar vocecirc natildeo teraacute que pagar nada O resultado seraacute fornecido apenas
a vocecirc ningueacutem mais saberaacute Suas duvidas seratildeo esclarecidas e vocecirc devera continuar
acompanhamento com seu meacutedico assistente Se vocecirc natildeo quiser participar natildeo seraacute
submetida a nenhum constrangimento fiacutesico ou moral e seu atendimento no posto de sauacutede
natildeo seraacute prejudicado A participante poderaacute se retirar do estudo a qualquer momento que
julgar necessaacuterio sem prejuiacutezo para a mesma O resultado de toda a pesquisa seraacute divulgada e
atraveacutes de artigos cientiacuteficos em revistas encontros congressos ou similares sem a
divulgaccedilatildeo dos nomes de quem participou de forma sigilosa
Sua participaccedilatildeo no estudo natildeo implicaraacute em custos adicionais O (A) Sr (a) natildeo teraacute
qualquer despesa com a realizaccedilatildeo dos procedimentos previstos neste estudo que seratildeo
custeados pelo pesquisador responsaacutevel Tambeacutem natildeo haveraacute nenhuma forma de pagamento
pela sua participaccedilatildeo
Caso surja alguma duacutevida quanto agrave eacutetica do estudo o (a) Sr(a) deveraacute se reportar ao
Comitecirc de Eacutetica em Pesquisas envolvendo seres humanos ndash subordinado ao Conselho
Nacional de Eacutetica em Pesquisa oacutergatildeo do Ministeacuterio da Sauacutede atraveacutes de solicitaccedilatildeo ao
representante de pesquisa que estaraacute sob contato permanente ou contactando o Comitecirc de
Eacutetica em Pesquisa desta instituiccedilatildeo no telefone (21) 3971-1590 Eacute assegurado o completo
55
sigilo de sua identidade quanto a sua participaccedilatildeo neste estudo incluindo a eventualidade da
apresentaccedilatildeo dos resultados deste estudo em congressos e perioacutedicos cientiacuteficos
Eu________________________________________________________________________
residente do endereccedilo__________________________ fui informada dos objetivos e da
justificativa deste trabalho de forma clara e detalhada pela Dra Adriana de Mattos V da
Costa Recebi informaccedilotildees especificas sobre cada procedimento no qual estarei envolvida
dos desconfortos e riscos previstos tanto quanto dos benefiacutecios esperados Todas as minhas
duvidas foram respondidas com clareza e sei que poderei solicitar novos esclarecimentos a
qualquer momento Aleacutem disso sei que novas informaccedilotildees obtidas durante o estudo me seratildeo
fornecidas e que terei liberdade de retirar meu consentimento de participaccedilatildeo face a estas
informaccedilotildees sem prejuiacutezo para mim Aleacutem disto me foi entregue uma coacutepia da folha de
informaccedilotildees para os participantes a qual li compreendi e me deu plena liberdade para decidir
acerca da minha espontacircnea participaccedilatildeo nesta pesquisa Minha identidade jamais seraacute
publicada Os dados colhidos poderatildeo ser examinados por pessoas envolvidas no estudo com
autorizaccedilatildeo delegada do investigador e por pessoas delegadas pelo patrocinador Estou
recebendo uma coacutepia assinada deste Termo
Os pesquisadores responsaacuteveis pelo Projeto satildeo a Dra Lizanka Paola F Marinheiro e
sua aluna a Dra Adriana de Mattos Viveiros da Costa
56
Participante
Nome _________________________________
Assinatura________________________________
Data_________________________________________
Investigador
Nome____________________________________
Assinatura________________________________
Data_______________________________________
Pesquisadora
Nome______________________________________
Assinatura___________________________________
Data__________________________________________
Dra Lizanka Paola F Marinheiro
lizankaglobocom
tel 25541700
Dra Adriana de Mattos Vda Costa
adrianamattosmedyahoocombr
tel 87273315
Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa
Rua Afonso Cavalcanti 455 sala 710 ndash Cidade Nova -
Telefone 3971-1463
52
Toda semana mas natildeo todo dia
lt 1 vezsemana
53
11 Anexo 2 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Projeto de Pesquisa Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade
oacutessea em mulheres na menopausa
Pesquisador responsaacutevel Dra Lizanka Paola F Marinheiro
Instituiccedilatildeo responsaacutevel Instituto Fernandes Figueira
Vocecirc estaacute sendo convidado a participar do projeto de pesquisa intitulado
Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea em mulheres na
menopausa por que vocecirc participou do estudo anterior realizado haacute 7 anos sobre a
osteoporose e suas consequumlecircncias
54
A osteoporose e uma doenccedila que se caracteriza pela diminuiccedilatildeo da resistecircncia do osso
tornando-o mais fraacutegil Essa fragilidade aumenta o risco da pessoa que tem osteoporose de ter
fraturas mesmo com atividades comuns como tossir ou espirrar
Com isso esse trabalho deseja avaliar a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea na
populaccedilatildeo de mulheres na poacutes menopausa residente da Ilha de Paquetaacute apoacutes 7 anos de
seguimento do uacuteltimo estudo transversal
Vocecirc natildeo eacute obrigada a participar Mas se quiser vocecirc teraacute que responder a um
questionaacuterio Para participar vocecirc natildeo teraacute que pagar nada O resultado seraacute fornecido apenas
a vocecirc ningueacutem mais saberaacute Suas duvidas seratildeo esclarecidas e vocecirc devera continuar
acompanhamento com seu meacutedico assistente Se vocecirc natildeo quiser participar natildeo seraacute
submetida a nenhum constrangimento fiacutesico ou moral e seu atendimento no posto de sauacutede
natildeo seraacute prejudicado A participante poderaacute se retirar do estudo a qualquer momento que
julgar necessaacuterio sem prejuiacutezo para a mesma O resultado de toda a pesquisa seraacute divulgada e
atraveacutes de artigos cientiacuteficos em revistas encontros congressos ou similares sem a
divulgaccedilatildeo dos nomes de quem participou de forma sigilosa
Sua participaccedilatildeo no estudo natildeo implicaraacute em custos adicionais O (A) Sr (a) natildeo teraacute
qualquer despesa com a realizaccedilatildeo dos procedimentos previstos neste estudo que seratildeo
custeados pelo pesquisador responsaacutevel Tambeacutem natildeo haveraacute nenhuma forma de pagamento
pela sua participaccedilatildeo
Caso surja alguma duacutevida quanto agrave eacutetica do estudo o (a) Sr(a) deveraacute se reportar ao
Comitecirc de Eacutetica em Pesquisas envolvendo seres humanos ndash subordinado ao Conselho
Nacional de Eacutetica em Pesquisa oacutergatildeo do Ministeacuterio da Sauacutede atraveacutes de solicitaccedilatildeo ao
representante de pesquisa que estaraacute sob contato permanente ou contactando o Comitecirc de
Eacutetica em Pesquisa desta instituiccedilatildeo no telefone (21) 3971-1590 Eacute assegurado o completo
55
sigilo de sua identidade quanto a sua participaccedilatildeo neste estudo incluindo a eventualidade da
apresentaccedilatildeo dos resultados deste estudo em congressos e perioacutedicos cientiacuteficos
Eu________________________________________________________________________
residente do endereccedilo__________________________ fui informada dos objetivos e da
justificativa deste trabalho de forma clara e detalhada pela Dra Adriana de Mattos V da
Costa Recebi informaccedilotildees especificas sobre cada procedimento no qual estarei envolvida
dos desconfortos e riscos previstos tanto quanto dos benefiacutecios esperados Todas as minhas
duvidas foram respondidas com clareza e sei que poderei solicitar novos esclarecimentos a
qualquer momento Aleacutem disso sei que novas informaccedilotildees obtidas durante o estudo me seratildeo
fornecidas e que terei liberdade de retirar meu consentimento de participaccedilatildeo face a estas
informaccedilotildees sem prejuiacutezo para mim Aleacutem disto me foi entregue uma coacutepia da folha de
informaccedilotildees para os participantes a qual li compreendi e me deu plena liberdade para decidir
acerca da minha espontacircnea participaccedilatildeo nesta pesquisa Minha identidade jamais seraacute
publicada Os dados colhidos poderatildeo ser examinados por pessoas envolvidas no estudo com
autorizaccedilatildeo delegada do investigador e por pessoas delegadas pelo patrocinador Estou
recebendo uma coacutepia assinada deste Termo
Os pesquisadores responsaacuteveis pelo Projeto satildeo a Dra Lizanka Paola F Marinheiro e
sua aluna a Dra Adriana de Mattos Viveiros da Costa
56
Participante
Nome _________________________________
Assinatura________________________________
Data_________________________________________
Investigador
Nome____________________________________
Assinatura________________________________
Data_______________________________________
Pesquisadora
Nome______________________________________
Assinatura___________________________________
Data__________________________________________
Dra Lizanka Paola F Marinheiro
lizankaglobocom
tel 25541700
Dra Adriana de Mattos Vda Costa
adrianamattosmedyahoocombr
tel 87273315
Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa
Rua Afonso Cavalcanti 455 sala 710 ndash Cidade Nova -
Telefone 3971-1463
53
11 Anexo 2 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Projeto de Pesquisa Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade
oacutessea em mulheres na menopausa
Pesquisador responsaacutevel Dra Lizanka Paola F Marinheiro
Instituiccedilatildeo responsaacutevel Instituto Fernandes Figueira
Vocecirc estaacute sendo convidado a participar do projeto de pesquisa intitulado
Estudo de fatores associados a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea em mulheres na
menopausa por que vocecirc participou do estudo anterior realizado haacute 7 anos sobre a
osteoporose e suas consequumlecircncias
54
A osteoporose e uma doenccedila que se caracteriza pela diminuiccedilatildeo da resistecircncia do osso
tornando-o mais fraacutegil Essa fragilidade aumenta o risco da pessoa que tem osteoporose de ter
fraturas mesmo com atividades comuns como tossir ou espirrar
Com isso esse trabalho deseja avaliar a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea na
populaccedilatildeo de mulheres na poacutes menopausa residente da Ilha de Paquetaacute apoacutes 7 anos de
seguimento do uacuteltimo estudo transversal
Vocecirc natildeo eacute obrigada a participar Mas se quiser vocecirc teraacute que responder a um
questionaacuterio Para participar vocecirc natildeo teraacute que pagar nada O resultado seraacute fornecido apenas
a vocecirc ningueacutem mais saberaacute Suas duvidas seratildeo esclarecidas e vocecirc devera continuar
acompanhamento com seu meacutedico assistente Se vocecirc natildeo quiser participar natildeo seraacute
submetida a nenhum constrangimento fiacutesico ou moral e seu atendimento no posto de sauacutede
natildeo seraacute prejudicado A participante poderaacute se retirar do estudo a qualquer momento que
julgar necessaacuterio sem prejuiacutezo para a mesma O resultado de toda a pesquisa seraacute divulgada e
atraveacutes de artigos cientiacuteficos em revistas encontros congressos ou similares sem a
divulgaccedilatildeo dos nomes de quem participou de forma sigilosa
Sua participaccedilatildeo no estudo natildeo implicaraacute em custos adicionais O (A) Sr (a) natildeo teraacute
qualquer despesa com a realizaccedilatildeo dos procedimentos previstos neste estudo que seratildeo
custeados pelo pesquisador responsaacutevel Tambeacutem natildeo haveraacute nenhuma forma de pagamento
pela sua participaccedilatildeo
Caso surja alguma duacutevida quanto agrave eacutetica do estudo o (a) Sr(a) deveraacute se reportar ao
Comitecirc de Eacutetica em Pesquisas envolvendo seres humanos ndash subordinado ao Conselho
Nacional de Eacutetica em Pesquisa oacutergatildeo do Ministeacuterio da Sauacutede atraveacutes de solicitaccedilatildeo ao
representante de pesquisa que estaraacute sob contato permanente ou contactando o Comitecirc de
Eacutetica em Pesquisa desta instituiccedilatildeo no telefone (21) 3971-1590 Eacute assegurado o completo
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sigilo de sua identidade quanto a sua participaccedilatildeo neste estudo incluindo a eventualidade da
apresentaccedilatildeo dos resultados deste estudo em congressos e perioacutedicos cientiacuteficos
Eu________________________________________________________________________
residente do endereccedilo__________________________ fui informada dos objetivos e da
justificativa deste trabalho de forma clara e detalhada pela Dra Adriana de Mattos V da
Costa Recebi informaccedilotildees especificas sobre cada procedimento no qual estarei envolvida
dos desconfortos e riscos previstos tanto quanto dos benefiacutecios esperados Todas as minhas
duvidas foram respondidas com clareza e sei que poderei solicitar novos esclarecimentos a
qualquer momento Aleacutem disso sei que novas informaccedilotildees obtidas durante o estudo me seratildeo
fornecidas e que terei liberdade de retirar meu consentimento de participaccedilatildeo face a estas
informaccedilotildees sem prejuiacutezo para mim Aleacutem disto me foi entregue uma coacutepia da folha de
informaccedilotildees para os participantes a qual li compreendi e me deu plena liberdade para decidir
acerca da minha espontacircnea participaccedilatildeo nesta pesquisa Minha identidade jamais seraacute
publicada Os dados colhidos poderatildeo ser examinados por pessoas envolvidas no estudo com
autorizaccedilatildeo delegada do investigador e por pessoas delegadas pelo patrocinador Estou
recebendo uma coacutepia assinada deste Termo
Os pesquisadores responsaacuteveis pelo Projeto satildeo a Dra Lizanka Paola F Marinheiro e
sua aluna a Dra Adriana de Mattos Viveiros da Costa
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Participante
Nome _________________________________
Assinatura________________________________
Data_________________________________________
Investigador
Nome____________________________________
Assinatura________________________________
Data_______________________________________
Pesquisadora
Nome______________________________________
Assinatura___________________________________
Data__________________________________________
Dra Lizanka Paola F Marinheiro
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tel 25541700
Dra Adriana de Mattos Vda Costa
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tel 87273315
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Rua Afonso Cavalcanti 455 sala 710 ndash Cidade Nova -
Telefone 3971-1463
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A osteoporose e uma doenccedila que se caracteriza pela diminuiccedilatildeo da resistecircncia do osso
tornando-o mais fraacutegil Essa fragilidade aumenta o risco da pessoa que tem osteoporose de ter
fraturas mesmo com atividades comuns como tossir ou espirrar
Com isso esse trabalho deseja avaliar a incidecircncia de fraturas por fragilidade oacutessea na
populaccedilatildeo de mulheres na poacutes menopausa residente da Ilha de Paquetaacute apoacutes 7 anos de
seguimento do uacuteltimo estudo transversal
Vocecirc natildeo eacute obrigada a participar Mas se quiser vocecirc teraacute que responder a um
questionaacuterio Para participar vocecirc natildeo teraacute que pagar nada O resultado seraacute fornecido apenas
a vocecirc ningueacutem mais saberaacute Suas duvidas seratildeo esclarecidas e vocecirc devera continuar
acompanhamento com seu meacutedico assistente Se vocecirc natildeo quiser participar natildeo seraacute
submetida a nenhum constrangimento fiacutesico ou moral e seu atendimento no posto de sauacutede
natildeo seraacute prejudicado A participante poderaacute se retirar do estudo a qualquer momento que
julgar necessaacuterio sem prejuiacutezo para a mesma O resultado de toda a pesquisa seraacute divulgada e
atraveacutes de artigos cientiacuteficos em revistas encontros congressos ou similares sem a
divulgaccedilatildeo dos nomes de quem participou de forma sigilosa
Sua participaccedilatildeo no estudo natildeo implicaraacute em custos adicionais O (A) Sr (a) natildeo teraacute
qualquer despesa com a realizaccedilatildeo dos procedimentos previstos neste estudo que seratildeo
custeados pelo pesquisador responsaacutevel Tambeacutem natildeo haveraacute nenhuma forma de pagamento
pela sua participaccedilatildeo
Caso surja alguma duacutevida quanto agrave eacutetica do estudo o (a) Sr(a) deveraacute se reportar ao
Comitecirc de Eacutetica em Pesquisas envolvendo seres humanos ndash subordinado ao Conselho
Nacional de Eacutetica em Pesquisa oacutergatildeo do Ministeacuterio da Sauacutede atraveacutes de solicitaccedilatildeo ao
representante de pesquisa que estaraacute sob contato permanente ou contactando o Comitecirc de
Eacutetica em Pesquisa desta instituiccedilatildeo no telefone (21) 3971-1590 Eacute assegurado o completo
55
sigilo de sua identidade quanto a sua participaccedilatildeo neste estudo incluindo a eventualidade da
apresentaccedilatildeo dos resultados deste estudo em congressos e perioacutedicos cientiacuteficos
Eu________________________________________________________________________
residente do endereccedilo__________________________ fui informada dos objetivos e da
justificativa deste trabalho de forma clara e detalhada pela Dra Adriana de Mattos V da
Costa Recebi informaccedilotildees especificas sobre cada procedimento no qual estarei envolvida
dos desconfortos e riscos previstos tanto quanto dos benefiacutecios esperados Todas as minhas
duvidas foram respondidas com clareza e sei que poderei solicitar novos esclarecimentos a
qualquer momento Aleacutem disso sei que novas informaccedilotildees obtidas durante o estudo me seratildeo
fornecidas e que terei liberdade de retirar meu consentimento de participaccedilatildeo face a estas
informaccedilotildees sem prejuiacutezo para mim Aleacutem disto me foi entregue uma coacutepia da folha de
informaccedilotildees para os participantes a qual li compreendi e me deu plena liberdade para decidir
acerca da minha espontacircnea participaccedilatildeo nesta pesquisa Minha identidade jamais seraacute
publicada Os dados colhidos poderatildeo ser examinados por pessoas envolvidas no estudo com
autorizaccedilatildeo delegada do investigador e por pessoas delegadas pelo patrocinador Estou
recebendo uma coacutepia assinada deste Termo
Os pesquisadores responsaacuteveis pelo Projeto satildeo a Dra Lizanka Paola F Marinheiro e
sua aluna a Dra Adriana de Mattos Viveiros da Costa
56
Participante
Nome _________________________________
Assinatura________________________________
Data_________________________________________
Investigador
Nome____________________________________
Assinatura________________________________
Data_______________________________________
Pesquisadora
Nome______________________________________
Assinatura___________________________________
Data__________________________________________
Dra Lizanka Paola F Marinheiro
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tel 25541700
Dra Adriana de Mattos Vda Costa
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Telefone 3971-1463
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sigilo de sua identidade quanto a sua participaccedilatildeo neste estudo incluindo a eventualidade da
apresentaccedilatildeo dos resultados deste estudo em congressos e perioacutedicos cientiacuteficos
Eu________________________________________________________________________
residente do endereccedilo__________________________ fui informada dos objetivos e da
justificativa deste trabalho de forma clara e detalhada pela Dra Adriana de Mattos V da
Costa Recebi informaccedilotildees especificas sobre cada procedimento no qual estarei envolvida
dos desconfortos e riscos previstos tanto quanto dos benefiacutecios esperados Todas as minhas
duvidas foram respondidas com clareza e sei que poderei solicitar novos esclarecimentos a
qualquer momento Aleacutem disso sei que novas informaccedilotildees obtidas durante o estudo me seratildeo
fornecidas e que terei liberdade de retirar meu consentimento de participaccedilatildeo face a estas
informaccedilotildees sem prejuiacutezo para mim Aleacutem disto me foi entregue uma coacutepia da folha de
informaccedilotildees para os participantes a qual li compreendi e me deu plena liberdade para decidir
acerca da minha espontacircnea participaccedilatildeo nesta pesquisa Minha identidade jamais seraacute
publicada Os dados colhidos poderatildeo ser examinados por pessoas envolvidas no estudo com
autorizaccedilatildeo delegada do investigador e por pessoas delegadas pelo patrocinador Estou
recebendo uma coacutepia assinada deste Termo
Os pesquisadores responsaacuteveis pelo Projeto satildeo a Dra Lizanka Paola F Marinheiro e
sua aluna a Dra Adriana de Mattos Viveiros da Costa
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Participante
Nome _________________________________
Assinatura________________________________
Data_________________________________________
Investigador
Nome____________________________________
Assinatura________________________________
Data_______________________________________
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Data__________________________________________
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Participante
Nome _________________________________
Assinatura________________________________
Data_________________________________________
Investigador
Nome____________________________________
Assinatura________________________________
Data_______________________________________
Pesquisadora
Nome______________________________________
Assinatura___________________________________
Data__________________________________________
Dra Lizanka Paola F Marinheiro
lizankaglobocom
tel 25541700
Dra Adriana de Mattos Vda Costa
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