estudo de concepção de sistema de abastecimento de água

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1 UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO INSTITUTO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA IT178 SANEAMENTO BÁSICO PROFESSOR Msc. ALEXANDRE LIOI GEFERSON ALVES RODRIGUES LUAN CAIO DE ÁGUAS VANDERSON RODRIGUES ALVES ESTUDO DE CONCEPÇÃO DE SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA SEROPÉDICA, MAIO DE 2012

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Page 1: Estudo de concepção de sistema de abastecimento de água

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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO INSTITUTO DE TECNOLOGIA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA IT178 – SANEAMENTO BÁSICO

PROFESSOR Msc. ALEXANDRE LIOI

GEFERSON ALVES RODRIGUES LUAN CAIO DE ÁGUAS

VANDERSON RODRIGUES ALVES

ESTUDO DE CONCEPÇÃO DE SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA

SEROPÉDICA, MAIO DE 2012

Page 2: Estudo de concepção de sistema de abastecimento de água

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................ 3

2. ESTUDO POPULACIONAL ........................................................................ 4

3. CÁLCULO DAS VAZÕES ........................................................................... 5

4. ESCOLHA DO MANANCIAL ....................................................................... 6

5. CONCEPÇÃO DO SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA ............... 7

6. PROJETO DOS ELEMENTOS CONSTITUÍNTES DO SISTEMA DE

ABASTECIMENTO DE ÁGUA ............................................................................ 9

6.1. Captação ............................................................................................... 9

6.2. Gradeamento ...................................................................................... 10

6.3. Sedimentação (Desarenadores) ......................................................... 12

6.4. Estações Elevatórias ........................................................................... 13

6.4.1. Estação Elevatória 1 ..................................................................... 14

6.4.2. Estação Elevatória 2 ..................................................................... 16

6.5. Estação de Tratamento de Água (ETA) .............................................. 18

6.5.1. Coagulação .................................................................................. 18

6.5.2. Floculação .................................................................................... 18

6.5.3. Decantação .................................................................................. 20

6.5.4. Filtração ........................................................................................ 21

6.5.5. Reservatórios................................................................................ 21

Page 3: Estudo de concepção de sistema de abastecimento de água

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ESTUDO DE CONCEPÇÃO DE SISTEMA DE ABASTECIMENTO

DE ÁGUA

1. INTRODUÇÃO

O Tratamento de Água pode ser definido como um conjunto de

processos químicos e físicos aplicados à água, de modo que esta ao final

torne-se apropriada para o consumo, estando livre de resíduos, sujeira,

impurezas, bactérias etc.

Sendo assim, aplicando os conhecimentos adquiridos em sala de aula, o

presente projeto, tem como objetivo realizar o Estudo e o Dimensionamento de

uma Estação de Tratamento de Água (ETA), seguindo todas as etapas

necessárias ao processo, desde o estudo populacional até o dimensionamento

do reservatório de água potável, anterior à distribuição.

A região de interesse corresponde à cidade de Madre de Deus de Minas

no estado de Minas Gerais, com uma área de aproximadamente 494 km² e

uma população em 2010 de 4898 habitantes. No decorrer da apresentação

deste projeto serão expostos cálculos, gráficos, planilhas, ilustrações, entre

outros artifícios, para que ao fim, de forma concisa e clara obtenhamos um

projeto de uma ETA, mesmo que de forma didática, porém atendendo as

necessidades “reais” do município referente.

Page 4: Estudo de concepção de sistema de abastecimento de água

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2. ESTUDO POPULACIONAL

O estudo da população de uma determinada área (seja de um bairro,

cidade, país, continente ou de todo o globo terrestre) é muito importante para

que se conheçam as necessidades das pessoas que ali vivem. É preciso

conhecer o número de habitantes que vivem na Terra, como se distribuem,

quais são as suas carências, além de uma série de outros aspectos, para que

se possam elaborar projetos de desenvolvimento social e econômico de forma

mais racional e justa para todos.

Neste trabalho, o estudo populacional é destinado para o projeto de um

sistema de abastecimento de água para a população da cidade de Madre de

Deus de Minas - MG para perspectiva de crescimento populacional em um

horizonte de 20 anos.

Sendo assim, o estudo populacional realizado, foi baseado em dados

dos censos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A Estimativa da população para o horizonte de 20 anos foi feita pelo

método estatístico de regressão linear considerando uma margem de

segurança de 15% utilizando os seguintes dados de censos do IBGE:

Ano População (hab.)

1991 3971

1996 4306

2000 4734

2007 4951

2010 4904

2011 4918

Tabela 2.1: Dados de População – IBGE

Page 5: Estudo de concepção de sistema de abastecimento de água

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Gráfico 2.1: Curva de Tendência Populacional – Horizonte de 20 anos

A partir da equação gerada pela regressão linear, podemos calcular o

valor da população estimada para o ano de 2032, ou seja, horizonte de 20

anos:

Com a população estimada, somamos os 15% da margem de

segurança:

3. CÁLCULO DAS VAZÕES

Nesta fase de um projeto de estação de tratamento de água, é feito um

estudo das vazões requeridas em cada parte do sistema de distribuição.

A figura 3.1 exemplifica os processos desde a captação, até a rede de

distribuição, nota-se que a vazão calculada é diferente entre duas etapas do

processo, sendo que a vazão de distribuição após o reservatório deve atender

a vazão máxima de projeto já estimada.

y = 46,653x - 88791 R² = 0,8841

3000,0

3500,0

4000,0

4500,0

5000,0

5500,0

6000,0

6500,0

7000,0

1980 1990 2000 2010 2020 2030 2040

Tendência populacional

População

Linear (População)

Page 6: Estudo de concepção de sistema de abastecimento de água

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Figura 3.1 – Processo de Abastecimento de Água.

K1: coeficiente do dia de maior consumo = 1,2

K2 = coeficiente da hora de maior consumo = 1,5

Consumo médio diário por habitante: 150L/dia

QETA = 5% da vazão média

Cálculo da Vazão média:

Para um tempo de funcionamento da ETA de 8h. E desconsiderando a

vazão singular (Qs). Obteve-se:

4. ESCOLHA DO MANANCIAL

A escolha do manancial se constitui na decisão mais importante na

implantação de um sistema de abastecimento de água, seja ele de caráter

individual ou coletivo.

Page 7: Estudo de concepção de sistema de abastecimento de água

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Esta etapa consiste em determinar no manancial o melhor ponto de

captação, ou seja, um local que não seja assoreado, e que não esteja em um

ponto de centro de curva do rio.

Neste trabalho, escolhemos fazer a captação da água bruta no Rio

Grande em um ponto de uma curva do rio mais próxima possível do local

previsto para implantação da Estação de Tratamento de Água (ETA), tendo em

vista que é um rio perene e que atende as necessidades de vazão do projeto.

Coordenada do ponto de captação: UTM Sad69, Fuso 23S (E=568900m,

N=7623911m, Altitude=925m).

Para fins didáticos, consideramos que a água a ser coletada está dentro

das especificações e atende a todos os critérios citados acima.

Figura 4.1: Local de captação da água no Rio Grande.

5. CONCEPÇÃO DO SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA

Um sistema de abastecimento de água deve ser projetado para atender

as necessidades de água potável para o mais extremo dos casos de consumo

da sociedade.

Condições adversas de topografia, quantitativo populacional, estrutura

do local a ser abastecido, além de outros fatores, influenciam no projeto de um

Page 8: Estudo de concepção de sistema de abastecimento de água

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sistema de abastecimento de água tratada. São esses fatores que serão

considerados nos cálculos de projeto e que mostrarão o que será necessário

para estruturação do sistema.

Neste trabalho o sistema de abastecimento consistirá em 3 glebas de

estruturas:

1- Captação da água bruta, gradeamento, desarenação e estação

elevatória;

2- Adução, ETA (mistura rápida – calha Parshall, mistura lenta, floculação e

decantação) e estação elevatória;

3- Adução e Reservatórios.

Figura 5.1: Representação das glebas de estruturas do sistema de

abastecimento.

Localização da Captação: (E=568900m, N=7623911m, Altitude=925m).

Localização da ETA: (E=568842m, N=7624072m, Altitude=1000m).

Localização do Reservatório mais alto: (E=568784m, N=7624278m,

Altitude=1070m).

Sistema de Coordenadas: Projeção UTM Sad69, Fuso 23S

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Figura 5.2: Esquema do sistema de abastecimento de água

6. PROJETO DOS ELEMENTOS CONSTITUÍNTES DO SISTEMA DE

ABASTECIMENTO DE ÁGUA

6.1. Captação

É a parte do sistema de abastecimento, por meio da qual a água é recolhida

do manancial. Existem dois tipos de captação, superficial e subterrânea, utilizada

de acordo com o manancial explorado.

A estrutura para captação de água para tratamento será feita através de

uma caixa de captação instalada na borda do leito do rio. Foi considerado que o rio

mantém uma vazão relativamente não muito variável ao longo do ano.

Page 10: Estudo de concepção de sistema de abastecimento de água

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6.2. Gradeamento

Processo que retira corpos de maiores dimensões presentes na massa

líquida através da passagem da água por uma seção dotada de grade. O

mecanismo de gradeamento é dimensionado através de barras justapostas

verticalmente pelo caminho por onde a água deverá passar anterior a fase de

desarenação.

Cálculo da grade

Espaçamento entre as barras:

Espessura das barras:

Considerando uma Vmáx= 1,0 m/s através da grade, espaçamento livre

máximo entre as barras e = 1,5 cm, espessura das barras t = 0,8 cm, obtemos

diversos parâmetros de dimensionamento, eficiência, e outros:

Espaçamento entre as peças horizontais de amarração das barras:

Eficiência da grade:

Área útil da grade:

Área molhada do canal:

Largura do canal:

Considerando a área de escoamento da seção quadrada

√ √

Adotamos

Área molhada do canal (Ac), é a razão entre a área útil da grade e a

eficiência da mesma. Ac = 0,149m2. Como o comprimento do canal (Lc) = √ ,

obtemos um canal de 40 x 40 cm.

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Número de barras para a montagem da grade:

Altura molhada do canal:

Comprimento da Barra:

Largura das barras:

Adotando-se o comprimento de barras Cb = 1m obtemos uma largura

para as barras Lb = 0,25m.

Para obter valores de perda de carga na grade (hf) é necessário o

cálculo da velocidade do fluxo através da grade (Vg) e da velocidade do fluxo

sem a grade (Vc), assim tem-se:

Ângulo de inclinação:

Limpeza manual

Velocidade Máxima Maximorum na Grade (50% de obstrução)

Velocidade máxima no canal

Perda de carga máxima na grade

Com estes dados é possível executar todo o dimensionamento do

gradeamento, bem como a obtenção de dados do comportamento hidráulico e

físico do fluido em questão do projeto. Fica imposto que a limpeza do objeto em

questão será de forma manual e com periodicidade regular.

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6.3. Sedimentação (Desarenadores)

Processo em que se promove a retirada de sólidos facilmente

sedimentáveis suspensos na água contida em um recipiente pela simples

combinação da sedimentação das partículas com a retirada da água próximo à

superfície.

Como o manancial de referência revela sedimentação será necessário a

jusante da primeira adução, posterior ao gradeamento a instalação de um

desarenador, com a função de decantar totalmente ou parcialmente o material

sólido em suspensão, e de diferentes granulometrias.

O processo consiste em cálculos de área do desarenador e velocidade

de sedimentação de cada partícula, afim de que este material seja depositado

no fundo do desarenador, não sendo arrastado pelo fluido, para posteriormente

ser retirado. Este procedimento facilita o tratamento de água na estação,

tornando-a mais limpa e diminui a ocorrência de prejuízos aos equipamentos

que manipularão esta água.

A análise física decorre da equação cinemática, do movimento retilíneo

uniforme, onde decompondo as forças vetoriais obtemos valores de

deslocamento horizontal e vertical, entretanto todos esses cálculos não são

confirmados em prática, de modo que se devem considerar aquelas partículas

que sofrerão outras ações que poderão elevá-las novamente, a não

conformidade.

Cálculo das dimensões e propriedades dos desarenadores.

Tamanho da partícula: 0,2mm

Retenção de 80% do total de partículas

Água a 20°C

Taxa de sedimentação de

Velocidade de sedimentação:

Page 13: Estudo de concepção de sistema de abastecimento de água

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Determinado o diâmetro máximo das partículas que deverão ser

removidas, (ø) de 0,2mm, considerando uma temperatura de T = 25ºC obtemos

a velocidade de sedimentação (Vs) = 0,026 m/s. Pode-se então proceder com

os cálculos necessários para o projeto dos desarenadores.

Cálculo da superfície do desarenador:

Determinação das dimensões horizontais do desarenador:

Adotando

Velocidade máxima

Lâmina de água mínima no desarenador:

Cálculo da velocidade máxima real no escoamento:

Volume diário de sólido de sedimento:

Cálculo da profundidade da câmara de sólidos:

Fazer h para 3 dias.

Cálculo da velocidade de sedimentação das partículas com retenção de 80%:

Determinação do diâmetro das partículas com retenção de 80%:

6.4. Estações Elevatórias

São instalações destinadas a transportar e elevar a água de uma altitude

menos para uma maior. Podem apresentar em sua forma, dependendo de seu

objetivo e importância, variações as mais diversas.

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6.4.1. Estação Elevatória 1

CaptaçãoETA

= ⁄ =

⁄ = ⁄

(

)

√ (

)

Diâmetro das tubulações comerciais: 100mm e 125mm.

Altura manométrica:

,

Page 15: Estudo de concepção de sistema de abastecimento de água

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Figura 6.1: Catálogo da bomba KSB 40-250, 3500rpm

Utilizando o catálogo do fabricante KSB, a bomba escolhida foi a KSB

40-250 de 3500rpm com rendimento de 56% e 238.

Potência instalada:

com folga de 10%.

A bomba 1 trabalhará fora do ponto de projeto.

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6.4.2. Estação Elevatória 2

ETAReservatório 1

= ⁄ =

⁄ = ⁄

(

)

√ (

)

Diâmetro das tubulações comerciais: 100mm e 125mm.

Altura manométrica:

,

Page 17: Estudo de concepção de sistema de abastecimento de água

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Figura 6.2: Catálogo da bomba KSB 40-200, 3500rpm

Utilizando o catálogo do fabricante KSB, a bomba escolhida foi a KSB

40-200 de 3500rpm com rendimento de 65,8% e 209.

A bomba 2 trabalhará fora do ponto de projeto.

Potência instalada:

com folga de 10%.

A próxima etapa consiste em determinar o dimensionamento da ETA,

local onde a água captada e bombeada será tratada.

Page 18: Estudo de concepção de sistema de abastecimento de água

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6.5. Estação de Tratamento de Água (ETA)

6.5.1. Coagulação

O processo de coagulação é a primeira etapa de uma ETA, consiste em

aglomerar as impurezas que se encontram em suspensões finas (turbidez,

bactérias, etc.) ou em estado coloidal (ferro, manganês, emulsões CO2, etc.),

de modo que possam ser removidas posteriormente pelo processo de

decantação.

Tal processo é definido como sendo de mistura rápida, uma vez que o

composto químico coagulante deve em poucos segundos, ser uniformemente

distribuído por toda a massa fluída, a fim de que devido à agitação mecânica

intensa, as partículas se aglutinem tornando-se maiores, facilitando o processo

de sedimentação.

Para este projeto, a mistura rápida dará por meio de uma Calha Parshall,

onde abaixo são apresentados os cálculos e dimensões do modelo da calha.

Para a vazão de projeto, o modelo da calha escolhida tem as seguintes

características:

Lâmina d’água na seção de medição do Parshall:

Perda de carga (H)

6.5.2. Floculação

Conhecido também como fase de mistura rápida, o processo de

floculação é sempre subsequente ao processo de coagulação, este consiste na

aglomeração das partículas já coaguladas em forma de blocos de flocos, de

modo que facilite a decantação na etapa seguinte do Tratamento de Água.

Page 19: Estudo de concepção de sistema de abastecimento de água

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Nesta etapa o gradiente de velocidade (G) da água deve ser inferior ao

estimado para a coagulação, para que os flocos já formados não se

desintegrem, este gradiente deve ser pequeno, entretanto suficiente para

manter o contato entre os coágulos. É recomendável que ao longo do processo

(G) seja decrescente para que primeiramente ocorra o aumento do material

coagulado e a seguir com a diminuição deste, haja a complementação do

processo. Uma vez que a literatura indica utilizar valores de (G) entre 70 s-1 e

10 s-1, juntamente com um tempo de retenção (T) variando de 15 a 25 minutos,

adotou-se para o presente os seguintes valores:

Tempo de retenção: t = 25 minutos

Número de unidades: 4 floculadores em série

Gradientes de velocidade (G)

Dimensionamento dos tanques de Floculação

Volume útil:

Adotando a base de 2m

Altura útil:

Como o gradiente de velocidade sofreu variações, o floculador foi

dividido em quatro setores, assim cada setor possui um tempo de retenção de

330s e um volume útil de V=12,03 m³. Para o tanque estabeleceu-se uma base

quadrada de comprimento L=2m, com isso a altura útil do tanque corresponde

a H=3m.

Page 20: Estudo de concepção de sistema de abastecimento de água

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6.5.3. Decantação

A decantação é o processo pelo qual se verifica a deposição das

partículas floculadas pela ação da gravidade, é uma das etapas de clarificação

de água mais utiliza. Nesta fase, quanto maior a velocidade de sedimentação,

menor é o tempo de residência requerido para a água, assim parâmetros como

densidade e principalmente o diâmetro da partícula, estarão relacionados a

uma alta ou baixa velocidade de sedimentação.

Uma melhor eficiência do processo é atingida quando se alcançam

valores de velocidade de sedimentação altos, para tal é necessário um estudo

aprofundado sobre decantadores, onde características físicas, e geométricas

são de suma importância, a exemplo a escolha da melhor geometria do tanque,

o sentido de fluxo do fluido, considerações acerca de remoção e limpeza do

lodo sedimentado e outros. Para o proposto alguns estudos foram

condensadas, outrora não realizados, ficou fixado uma relação dimensional

⁄ , caracterizando a ETA como pequeno porte e operação deficiente,

uma taxa de escoamento superficial de 30 m³/m².d , um tempo de retenção de

2,5h.

Velocidade de escoamento: 0,006m/s a 0,008m/s

O fundo do decantador deverá conter uma declividade de 4% para se terem

poços de lodo.

Cada poço conterá uma descarga no fundo.

Diâmetro de cada descarga: 200mm

Área superficial total de decantação

Largura de cada unidade:

(

)

(

)

Comprimento de cada unidade:

Profundidade da zona de sedimentação:

Page 21: Estudo de concepção de sistema de abastecimento de água

21

Uma área superficial retangular do decantador foi calculada

A=35m², e as dimensões alcançadas foram para a base B=3,415m e

comprimento L=10,25m. Através do volume V=110m³, projetou-se a altura do

tanque equivalente a H=3,50m.

6.5.4. Filtração

Esta é a ultima etapa dotada de processos físicos de purificação de uma

ETA, anterior a desinfecção bactericida. A água proveniente da parte superior

do tanque de decantação transcorre por um leito filtrante geralmente formado

por camadas de areia, carvão e cascalho de diversas gramaturas, de modo que

as partículas em suspensão sejam retidas nas camadas no sentido

descendente, produzindo um efluente mais limpo.

Considerando o método de filtragem rápida, a taxa de aplicação adotada

Tx = 60 m³/m².d e padronizando o número de filtros para três tanques,

podemos realizar os cálculos necessários:

Área do filtro:

Comprimento do filtro:

√ √

Define-se então, para cada filtro, uma área de 6 m². Sendo assim as

dimensões serão de uma base quadrada de comprimento L=2,45m. Ressalta-

se a importância do controle do nível de água dos filtros pelo controle de

entrada da vazão decantada, e a periodicidade de lavagem dos mesmos.

6.5.5. Reservatórios

A fim de possibilitar a disponibilidade de água para a população ao longo

de todo o dia, visto que a ETA trabalhará apenas 8 horas por dia, a disposição

de reservatórios é indispensável para que isso ocorra.

Sendo assim, o sistema de abastecimento de água conta com uma rede

de 3 reservatórios, sendo um primeiro no topo de um morro (altitude de 1070m)

próximo a cidade que atenderá 50% da população, um segundo em uma região

em outra parcela da cidade (altitude de 1030m) que atenderá outros 25% da

Page 22: Estudo de concepção de sistema de abastecimento de água

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população e um terceiro em uma região mais baixa da cidade (altitude de

990m) que atenderá os 25% restantes da população.

A disposição de 3 reservatórios distribuídos pela cidade é pura e

simplesmente para regularizar a pressão estática na tubulação residencial,

sendo que essa não pode passar de 50mca.

Logo, com esses critérios estabelecidos, podemos calcular as

dimensões e capacidades dos reservatórios.

Capacidade total dos 3 reservatórios juntos:

Fracionando essa capacidade em 3 reservatórios:

Reservatório 1: 117,5m³

Reservatório 2: 58,75m³

Reservatório 3: 58,75m³

Serão reservatórios do tipo apoiado cilíndricos com as seguintes dimensões:

Reservatório 1

Raio: 3,5m

Altura: 3,0m

Reservatório 2

Raio: 2,5m

Altura: 3,0m

Reservatório 3

Raio: 2,5m

Altura: 3,0m