estudo de caso weg

Upload: antonio-freire

Post on 21-Feb-2018

221 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

  • 7/24/2019 Estudo de caso WEG

    1/56

  • 7/24/2019 Estudo de caso WEG

    2/56

    ...equivalente ao consumo de10.454 residncias durante o

    mesmo perodo.

    10.273,15 toneladasde CO2deixaram de ser emitidas

    ...uma economia anual

    de 24.636,87 MWh/ano...

  • 7/24/2019 Estudo de caso WEG

    3/56

  • 7/24/2019 Estudo de caso WEG

    4/56

  • 7/24/2019 Estudo de caso WEG

    5/56

    Prefcio

    Apresentao

    Indstria + Eficiente exemplo para o setor nacionalEntrevista com Marco Aurlio Gianesini, Celesc

    O Programa

    Projeto Tigre

    Projeto BRF

    Projeto Tupy

    Empresas de Conservao de Energia. Do pr-diagnstico

    avaliao do projeto

    Entrevista com Aldemir Spohr, Abesco e APS Solues em

    Energia

    Nova regulamentao do Programa de Eficincia Energtica

    Entrevista com Mximo Luiz Pompermayer, Aneel

    Nmeros comprovam impacto da eficincia

    Expediente

    Referncias

    12

    36

    48

    06

    1816

    42

    38

    52

    53

    08

    24

    45

    10

    30

    +indstria

    eficiente

    sumrio

  • 7/24/2019 Estudo de caso WEG

    6/56

    06 \ indstria + eficiente

    prefcio

    E

    stimular o uso eficiente e racional de energia

    eltrica e demais recursos produtivos escassos e

    indispensveis ao desenvolvimento econmico e

    social de um pas nunca demais. No faltam motivos

    para isso, principalmente no setor industrial, que

    responde por quase metade do consumo de energia

    eltrica no Brasil e precisa se tornar mais competitivo

    para fazer frente concorrncia internacional.

    Cada quilowatt-hora economizado numa atividade

    produtiva pode ser destinado produo de outrosbens e servios, e cada unidade monetria economizada

    com energia um recurso a mais para investimentos em

    inovao e ganhos de produtividade. Seja para fazer mais

    com os recursos de que se dispe ou para fazer a mesma

    coisa com menos recursos, aes de eficincia energtica

    devem ser buscadas e estimuladas sempre.

    H, entretanto, uma srie de obstculos para a adoo

    sistemtica de medidas de eficincia energtica no

    dia-a-dia de uma empresa ou organizao. Torna-se

    indispensvel, portanto, a atuao do Estado, em

    articulao com empresas de energia e entidades

    da sociedade civil, na criao de mecanismos que

    estimulem o uso eficiente e racional de energia em todos

    os setores da economia e classes de consumo.

    O Programa de Eficincia Energtica Regulado pela

    ANEEL (PEE) um dos principais mecanismos de atuao

    do Estado nessa rea. Todas as concessionrias e

    permissionrias de distribuio de energia eltrica do

    pas devem aplicar um percentual mnimo da receita

    operacional em aes de eficincia energtica, segundo

  • 7/24/2019 Estudo de caso WEG

    7/56

    prefcio / 07

    regulamentos da Agncia Nacional de Energia Eltrica

    (ANEEL).

    Ciente da relevncia desse mecanismo e de seu papel

    institucional, a Agncia publicou nova regulamentao

    em julho de 2013 (Resoluo Normativa no 556, de 18 de

    junho de 2013), com aprimoramentos importantes nas

    regras para aplicao dos recursos. Entre as novidades na

    regulamentao mencionada est a obrigao de realizar

    Chamada Pblica para a seleo de projetos, de modo

    que todos os interessados possam participar do processoseletivo.

    Outro avano importante foi a criao de mecanismos

    que estimulam a realizao de projetos em segmentos

    de maior consumo de eletricidade, como o industrial

    e de comrcio e servios, que consomem cerca de

    60% de toda a energia eltrica gerada no pas e

    vinham recebendo, at ento, apenas 5% ou 6% dosinvestimentos realizados pelas distribuidoras em

    projetos de eficincia energtica. Entre os mecanismos

    de correo dessa distoro esto os incentivos para a

    realizao de projetos com contrato de desempenho e a

    obrigao de aplicarem pelo menos metade dos recursos

    no vinculados Tarifa Social de Energia aos dois

    setores de atividade com maior participao no mercado

    consumidor de energia da distribuidora.

    A Celesc percebeu rapidamente a relevncia desses

    instrumentos regulatrios e saiu na frente ao lanar

    o Programa Indstria + Eficiente, firmando parceria

    estratgica para a promoo da eficincia energtica

    num dos segmentos da economia que mais consome

    energia eltrica.

    Alm dos impactos em termos de energia economizada

    e de demanda evitada no horrio de ponta do sistema

    eltrico, os projetos contemplados pelo Programa

    Indstria + Eficiente tem a vantagem de que so

    executados mediante contrato de desempenho,

    modalidade em que os investimentos realizados pela

    concessionria retornam sua conta de eficincia

    energtica. Isso significa que esse montante ser

    reinvestido em novas aes de eficincia, sem impactosna tarifa de energia.

    Ampliar o volume de investimentos em eficincia

    energtica por meio dessa modalidade de projetos

    significa aumentar o volume de recursos do PEE sem

    onerar a fatura de energia eltrica do consumidor. Alm

    disso, projetos dessa natureza indicam que as aes

    realizadas so eficazes e economicamente viveis, oque assegura a sustentabilidade do Programa, estimula

    novas parcerias e projetos e legitima os investimentos

    realizados.

    Portanto, iniciativas como esta devem ser estimuladas

    e servem de exemplo para outras concessionrias de

    energia eltrica.

    Boa leitura a todos!

    Mximo Luiz Pompermayer

    Superintendente de Pesquisa e Desenvolvimento e

    Eficincia Energtica da Aneel

  • 7/24/2019 Estudo de caso WEG

    8/56

    A

    necessidade de fazer uso racional dos recursos

    naturais tem sido foco de intensas discusses

    na sociedade. Se no incio, pensava-se que

    o tema eficincia tinha apenas aspecto ambiental,

    hoje se sabe que ele ultrapassa esta esfera, estando

    diretamente atrelado s questes econmicas e sociais.

    Um dos insumos que mais impactam nos custos de

    produo, a energia eltrica, tem inspirado indstrias

    no desenvolvimento e adoo de tecnologias que

    combatam o seu desperdcio. Nesse setor que consome

    a maior fatia de energia eltrica do pas quase metade

    do total - esto as maiores oportunidades de eficincia.

    Para as concessionrias de energia, o investimento em

    eficincia energtica na indstria uma alternativa

    vivel, pois alm de reduzir os impactos ambientais,

    tem um custo at 70% menor* do que em expanso

    da capacidade de gerao. J para a indstria, ondeproduzir mais com menos sempre foi um desafio, a

    eficincia questo de sobrevivncia em um ambiente

    de alta competitividade.

    A presente publicao apresenta o Programa Indstria +

    Eficiente da Centrais Eltricas de Santa Catarina (Celesc),

    como um modelo que deu certo e pode ser seguido

    por outras concessionrias. Os resultados da iniciativa

    comprovaram que os projetos nessa rea no s so

    viveis, como podem ser simplificados e colocados em

    prtica, com benefcios que vo alm da economia de

    energia.

    08 \ indstria + eficiente *Estudo realizado pela Confederao Nacional da Indstria

    apresentao

  • 7/24/2019 Estudo de caso WEG

    9/56

    O investimento de R$20 milhes em cinco projetos e trs

    empresas selecionados via chamada pblica resultou em

    uma economia anual de 24.636,87 MWh/ano, equivalente

    ao consumo de 10.454 residncias durante o mesmo

    perodo. Somente em 2013 10.273,15 toneladas* de CO2

    deixaram de ser emitidas no meio ambiente.

    O recurso faz parte do Programa de Eficincia Energtica

    (PEE) da Agncia Nacional de Energia Eltrica (Aneel),

    onde so feitos os investimentos mais relevantes do

    Governo Federal. O PEE conta com um oramento de

    R$400 milhes, formado por 0,5% da Receita Operacional

    Lquida (ROL) das concessionrias . Porm, de acordo

    com a Lei Tarifa Social de Energia Eltrica, 60% desse

    valor deve ser direcionado a consumidores de baixa

    renda, segmento que consome menos de 5% da

    energia total do pas.J ao setor industrial,

    maior consumidor, so

    destinados apenas 2%

    dos recursos.

    Para equilibrar a

    aplicao dos recursos

    e tornar o PEE mais eficiente, a regulamentao foi

    reformulada em julho de 2013. A partir de 2015 todas as

    concessionrias tero que realizar anualmente chamadas

    pblicas para projetos de eficincia energtica. Essas

    e outras mudanas esto detalhadas na publicao

    Procedimentos do Programa de Eficincia Energtica(Propee) da Aneel, dividida em dez mdulos que

    explicam cada fase do processo.

    O documento considerado um marco para o mercado

    de eficincia energtica no Brasil, medida que detalha

    as fases do projeto, prioriza as duas maiores classes de

    clientes das concessionrias e privilegia projetos com a

    melhor Relao Custo-Benefcio (RCB).

    Com a iniciativa, a Aneel prope uma nova dinmica

    de atuao, dando subsdios para que o programa

    ganhe visibilidade e se torne autossustentvel. Ao

    priorizar as classes de maior representatividade de cada

    concessionria, a expectativa que gradativamente as

    demandas desses clientes sejam atendidas. No entanto,

    para muitas concessionrias essa reviso representa uma

    mudana de paradigma, e como tal, exige uma unio de

    esforos para entender as necessidades desses setores.

    Com entrevistas de

    representantes da

    Aneel, Celesc, entidades

    representativas e de

    indstrias que diminuram

    o desperdcio no seu

    processo, esta publicao

    registra cada case, apresenta as mudanas do novo

    manual do PEE e fomenta a discusso sobre a viabilidade

    desses projetos e sua importncia para fortalecer a

    indstria nacional. Pode ser entendido como um guia

    para quem busca saber mais sobre esse tema to

    pertinente para a construo de uma sociedade maissustentvel.

    apresentao / 09

    Projetos de eficincia podemcustar 70% menos do que o

    investimento em gerao

    *Adotado o Fator de Emisso para clculo de MDL do ano base de 2013, publicado pelo Ministrio de Cincias e Tecnologia.

  • 7/24/2019 Estudo de caso WEG

    10/56

    10 \ indstria + eficiente

  • 7/24/2019 Estudo de caso WEG

    11/56

    Um dos maiores projetos de eficincia energtica em instalaes

    industriais no Brasil, o Programa Indstria + Eficiente, desenvolvido pela

    Celesc, respondeu por mais de 20% do total investido no ano de 2013

    em projetos voltados eficientizao do parque fabril no Pas.

    O investimento de R$18 milhes* em cinco projetos selecionados, entre 25

    inscritos via chamada pblica, resultou em uma economia anual de 24.636,87

    MWh. Se o valor do projeto fosse investido em expanso da capacidade de

    produo de energia, o volume de energia gerado seria de apenas 17,8 GWh, o

    equivalente a 75% do total economizado.

    O projeto pautou-se por uma gesto simplificada por parte da concessionria,

    para oferecer condies e facilidades no encontradas no mercado. O modelo

    de contrato de desempenho adotado permite que as empresas realizem o

    reembolso do financiamento em parcelas, com o mesmo valor da economia

    gerada. Ao valor no incidem juros ou mesmo correo monetria.

    * O valor final se revelou inferior ao orado de R$20 milhes

    indstria+ eficiente / 11

    Sede da CelescFlorianpolis - SC

    Indstria +eficiente

    exemplopara o setor nacional

  • 7/24/2019 Estudo de caso WEG

    12/56

    O projeto mostrou que o esforo em combater o desperdcio

    no uso da energia eltrica por meio da eficientizao um

    negcio de excelentes resultados. A ampliao do sistema

    eltrico sempre ser necessria, porm devem existir fontes

    que fomentem a eficientizao das instalaes, para que se

    possa utilizar de forma sustentvel os recursos existentes,

    avalia Marco Aurelio Gianesini, chefe da Diviso de Eficincia

    Energtica da Celesc.

    Em que aspectos o programa foi inovador?

    Um dos grandes diferenciais deste programa foi deixar toda a parte

    de compra de materiais e equipamentos e a contratao de mo

    de obra de terceiros por conta da indstria, ficando a concessionria

    responsvel por gerir os recursos financeiros e fiscalizar a execuo

    do projeto conforme determina a Aneel.

    Marco Aurlio GianesiniCoordenador do programa Indstria + Eficiente

    12 \ indstria + eficiente

    entrevista

    Com essa economiaconseguimos alimentar umacidade de aproximadamente

    dez mil habitantes

  • 7/24/2019 Estudo de caso WEG

    13/56

    Quais os diferenciais do programa para atrair as

    empresas?

    O edital previa a inscrio tanto de consumidores livres

    quanto cativos. Buscamos deixar a indstria o mais livrepossvel para desenvolver e apresentar seus projetos.

    No impusemos limites de valores e de prazo de retorno

    do investimento, as aes de eficientizao poderiam ser

    desenvolvidas em diversas reas de uso final e adotamos

    um critrio de classificao que garantiu isonomia no

    processo e seleo dos melhores projetos.

    Qual foi o objetivo do programa?

    O objetivo era trazer o maior benefcio por MWh economizado,

    renovar o parque fabril, fomentar esse tipo de projeto na

    indstria, e torn-la mais competitiva em razo dos impactos

    destas aes na produtividade.

    Como foi a receptividade da indstria?

    Quando surgiu a ideia de voltar a realizar projetos de

    eficincia energtica, no tnhamos nenhuma informao a

    respeito do interesse do setor. Sentimos que precisvamos

    dar o pontap inicial e criar essa necessidade nas indstrias.

    Montamos uma chamada pblica e colocamos um prazo

    de apenas trs meses para os interessados montarem seus

    pr-diagnsticos. Apesar do prazo curto, foram inscritos

    25 projetos, somando R$38 milhes, a grande maioria em

    motores.

    Quais os resultados obtidos e sua avaliao a respeito?

    As indstrias j perceberam o retorno dessas aes em suas

    faturas de energia eltrica, algumas delas com at 10% de

    reduo do consumo. esperada uma economia de at 23,7

    GWh por ano e uma reduo de 2 MW de demanda no horrio

    de ponta. Com essa economia conseguimos alimentar maisde dez mil residncias durante o mesmo perodo.

    Qual a importncia do contrato de desempenho e qual

    sua funo?

    Diferente de entidades sem fins lucrativos, em que o

    recurso pblico repassado a fundo perdido, as empresas

    tm a obrigatoriedade de reembols-lo. No contrato de

    desempenho, a quantia retorna conta da concessionria, de

    acordo com a economia obtida, para ser investida em novos

    projetos. Esse montante aumenta medida que ocorram

    novos projetos. Um ciclo que no tem fim. possvel que no

    futuro, o fundo gire sozinho sem depender do repasse das

    concessionrias.

    vivel investir em eficincia na indstria? Esse tipo de

    projeto traz mais resultados do que investimentos em

    baixa renda?

    Os projetos de eficincia energtica em instalaes industriais

    so os que apresentam os menores custos da energia

    conservada. Cada MWh conservado custa, em mdia, R$80,

    aproximadamente 30% menos do que o custo existente

    hoje para disponibilizar 1 MWh no sistema eltrico nacional.

    Comparando com o investimento em eficincia energtica em

    outros setores, como os consumidores com tarifa social, este

    custo chega a ser cinco vezes menor.

    indstria+ eficiente / 13

  • 7/24/2019 Estudo de caso WEG

    14/56

    Quais os benefcios para a concessionria?

    O setor industrial o que mais consome energia. O percentual

    de economia com a eficientizao da indstria, por sua vez,

    maior em relao ao investimento. Projetos como essecomprovam que mais vivel economizar do que investir em

    expanso. Os resultados obtidos trazem muitas vantagens

    tambm para a concessionria, que pode postergar

    investimentos em manuteno, ampliao de subestao,

    criao de nova linha de transmisso e usina.

    A Aneel estabelece como

    obrigatria a divulgao dos

    projetos. Como ocorreram as

    aes de marketing?

    O recurso para investimento

    em marketing, limitado a

    R$20 mil, foi utilizado pelasempresas em aes como a

    instalao da placa indicativa

    do programa em frente

    unidade, e confeco de folders

    e etiquetas educativas para

    desligamento dos equipamentos na fbrica. As empresas

    tiveram liberdade para optar pelas aes. A Tupy, por

    exemplo, teve a iniciativa de realizar um concurso para

    crianas voltado conscientizao sobre o tema.

    Quais as principais dificuldades ocorridas e seu

    contorno?

    A Celesc teve sua primeira experincia com projetos de

    eficincia energtica em instalaes industriais no ano de

    2004 e depois em 2005. Com as mudanas nas regras da

    Aneel, tivemos dificuldades para encontrar materiais de

    pesquisa disponveis. Entramos em contato com algumasEmpresas de Conservao de Energia (ESCO) e com a

    Federao das Indstrias de Santa Catarina (FIESC) para

    verificar o interesse do setor industrial por financiamentos

    para esses projetos e estudar a sua viabilidade.

    E quais foram os desafios durante a execuo dos

    projetos?

    Durante a execuo dos

    projetos, identificamos a

    dificuldade da indstria

    em conciliar o cronograma

    de produo das fbricas

    com paradas para troca eadequao de maquinrio.

    Criamos uma grande

    mobilizao para a execuo

    das atividades no prazo

    estabelecido.

    Com a experincia obtida no programa, quais melhorias

    podem ser adotadas em futuros editais?

    A primeira adequao ficou por conta da mudana do

    PEE, que eximiu a indstria de ressarcir os custos com

    mo de obra e transporte da concessionria. As outras

    mudanas vieram da experincia com o programa, como a

    garantia do financiamento pela indstria, os relatrios de

    14 \ indstria + eficiente

    Cada MWh conservado

    custa em mdia R$80,

    aproximadamente 30%

    menos do que o custo paradisponibilizar 1 MWh no

    sistema eltrico nacional

  • 7/24/2019 Estudo de caso WEG

    15/56

    acompanhamento e as solicitaes de repasse financeiro.

    Na prxima chamada, pretendemos aumentar o prazo de

    apresentao dos projetos para possibilitar um estudo maior

    pelas indstrias.

    Qual o legado do projeto em sua viso?

    O Brasil nunca teve uma poltica de eficincia energtica

    de longo prazo especfica para o setor industrial. Mais

    ateno deveria ser dada ao setor responsvel por 45%

    da energia eltrica consumida no Brasil. Os consumos de

    energia dos setores residencial, comercial e pblico so

    menores, entretanto, os programas existentes de eficincia

    energtica esto mais focados neles. A Celesc buscou

    fomentar e aumentar

    os investimentos em

    instalaes industriais,

    demonstrando aviabilidade tcnica

    e financeira em

    comparao aos

    demais setores da

    economia brasileira.

    Quais os benefcios

    de investimentos

    em projetos de

    eficincia energtica

    na indstria?

    O setor industrial possui um alto custo com energia

    eltrica e grande parte deve-se ao desperdcio resultante

    do mau uso. Nosso parque fabril consome mais energia do

    que seria necessrio porque composto, em sua grande

    maioria, por mquinas e equipamentos antigos. Um

    aumento de 10% no investimento em eficincia na indstriado pas poderia economizar R$3,87 bilhes em custos de

    produo, tornando-a mais competitiva.

    Qual a avaliao sobre o novo manual da Aneel?

    A diviso em mdulos do manual de forma detalhada

    facilita a pesquisa e o entendimento de cada item. Entre os

    avanos est o estmulo ao contrato de desempenho com o

    custeio das atividades administrativas e do pr-diagnstico

    pelo programa. A prioridade para as duas maiores classes

    de consumo

    outro avano,

    que facilita,

    por exemplo,o acesso de

    novos projetos

    da indstria.

    Porm, o

    programa

    poderia ser

    mais atrativo,

    com a no

    exigncia

    de correo

    monetria

    do valor financiado e custeio tambm da medio e

    verificao.

    indstria+ eficiente / 15

    Arthur Rangel Laureano, Engenharia de Produo Eletricista (esquerda)

    Marco Aurlio Gianesini, Coordenador do programa Indstria + Eficiente

  • 7/24/2019 Estudo de caso WEG

    16/56

    Cinco projetos foram selecionados entre 25 inscritos,

    dois da BRF, dois da Tupy e um da Tigre. Consistiam na

    substituio de motores eltricos ainda em operao, mastecnicamente desatualizados em termos de eficincia

    energtica, por novos equipamentos de alta eficincia e, em

    alguns casos, automatizao de sistemas. A Tigre substituiu

    91 motores, a BRF 113 e a Tupy 297. Na Tigre tambm foi

    realizada a eficientizao de seu sistema de refrigerao.

    Tigre e Tupy, em parceria com a WEG, BRF e o Assistente

    Tcnico Videmotores, j possuam projetos de eficincia emandamento, que foram adequados ao edital da Celesc e ao

    padro da Aneel com o auxlio de uma Empresa de Servio

    de Conservao de Energia (ESCO).

    Sem dvida o estudo prvio foi um dos facilitadores,

    diante dos ganhos potenciais previstos, afirma Cssio

    L. F. Andrade, Diretor de Engenharia de Produtos,

    Processos e Qualidade da Tupy.

    ColocaoOs projetos tiveram a melhor colocao de acordo com

    a base de clculo da Aneel, considerando os indicadoresEnergia Economizada (EE), Reduo de Demanda na Ponta

    (RDP) e Relao Custo Benefcio (RCB).

    Pr-requisitos Adimplncia com a Celesc

    Sem inscries em rgos de proteo ao crdito

    Boa situao financeira

    Patrimnio Lquido de no mnimo 10% do valor do

    projeto

    Relao Custo-Benefcio de 0,75

    16 \ indstria + eficiente

    Posio

    1 Tigre

    Sadia - Chapec

    Tupy - 69kV

    Sadia - ConcrdiaTupy - 138kV

    2,19

    2,17

    1,70

    1,521,43

    0,67

    0,40

    0,65

    0,330,61

    5.345,56

    4.708,04

    6.276,89

    2.638,434.797,96

    632,65

    531,74

    218,22

    253,68183,26

    R$ 5.935.910,37

    R$ 2.770.549,32 motor

    motor e inversor

    motor

    R$ 5.760.020,02

    R$ 5.935.910,37R$ 5.935.910,37

    motor e inversor

    PROJETOS APRESENTADOS

    2

    3

    45

    Projeto

    Total 0,53 23.766,90 1.819,55 R$ 19.850.466,47

    Nota Final EE (MWh/ano)RCB RDP (kW) Custo Total Usos Finais

    Foto:FernandoWilladino/FIESC

    o programa

    motor e inversor

  • 7/24/2019 Estudo de caso WEG

    17/56

    SeleoAs propostas deveriam seguir os preos do mercado

    e obedecer aos critrios estabelecidos no Manual

    do Programa de Eficincia Energtica da Aneel, com

    benefcios 33% maiores que os custos. Os projetos teriam

    que atender um dos seguintes usos finais: iluminao,

    climatizao, aquecimento solar de gua, refrigerao,

    fora motriz, sistemas de ar comprimido, fornos eltricose eletrlise.

    RepasseA Celesc repassou a verba para as empresas conforme

    apresentao de notas, execuo das obras e

    fiscalizao. O retorno do investimento realizado sem

    a cobrana de juros, o nmero de parcelas foi definido

    com a diviso do custo total do projeto pelo valor da

    economia verificada ao final. As parcelas so cobradas

    na prpria fatura do cliente.

    AvaliaoAo trmino da execuo do projeto, foi realizada uma

    medio final para verificar a economia de energia

    gerada pela melhoria.

    o programa /17

    A CelescA Centrais Eltricas de Santa Catarina - Celesc uma

    sociedade de economia mista que atua desde 1955nas reas de gerao, transmisso e distribuio de

    energia. Sua rea de concesso abrange quase a

    totalidade do territrio catarinense e responsvel

    por 5,2% do volume de energia eltrica consumida

    no Brasil. A Distribuidora comercializa, anualmente,

    cerca de 12 milhes de MWh.

    Em 11 anos de atuao em

    projetos similares, promoveu

    a economia de 171 GWh/ano.

    O equivalente a energia consumida por

    uma cidade de 53 mil habitantes duranteum ano, e demanda de ponta de 36 MW,

    correspondente a 44% da potncia instalada

    do seu parque gerador.

  • 7/24/2019 Estudo de caso WEG

    18/56

    18 \ indstria + eficiente

  • 7/24/2019 Estudo de caso WEG

    19/56

    Esto no sistema motriz os maiores potenciais de

    economia de energia eltrica de uma indstria.

    Eles so responsveis por quase 70% do

    consumo total da planta. No caso da multinacional

    Tigre, existem vrias aplicaes onde o motor tem uma

    representatividade ainda maior, como nas mquinas

    injetoras, que chega a 80%. Com a substituio de

    motores e automao nas aplicaes do sistema de

    refrigerao da injeo e extruso, com variaes de

    potncia de 7,5cv a 400cv, a empresa atingiu uma

    economia de 5.284,98 MWh/ano, equivalente a 11,17%

    do seu consumo anual. Como estamos falando dosmaiores viles no consumo, o retorno de investimento

    se dar em apenas 2,5 anos, afirma Fabiano Fuck, gestor

    do projeto de Eficincia Energtica da Tigre. Para o meio

    ambiente os impactos tambm so significativos: a

    conservao evitou a emisso de 2.155,61 toneladas de

    CO2 ao ano, equivalente ao trabalho de 22 mil rvores.

    Com a melhor nota, o projeto foi o primeiro colocado

    projeto TIGRE / 19

    Sinergia eficiente

    Tigre reduz 11,17% do consumoanual em projeto desafiador

    Planta Tigre em Joinville - SC

  • 7/24/2019 Estudo de caso WEG

    20/56

    na seleo do edital. A meta de reduzir 600 kW no

    horrio de pico do uso da energia foi atingida. H mais

    de trs anos, a Tigre estudava modelos e tecnologias

    eficientes para mquinas e processos. Em 2012,estabeleceu um plano de renovao tecnolgica para

    aumentar a eficincia em suas plantas no Brasil. Neste

    projeto ousamos um pouco mais e adicionamos mais

    automao e renovao no s de motores, como de

    equipamentos completos, afirma o executivo.

    Para o gestor, o

    programa se mostrou

    atrativo pelo formato

    de contrato de

    desempenho, no

    qual o pagamento

    feito na prpriafatura de acordo com

    a economia, e pela

    no incidncia de

    juros sobre o valor

    reembolsvel. Porm, sugere que os prximos editais

    estabeleam prazos maiores para a apresentao

    dos projetos, com um cronograma alinhado aos

    planos oramentrios das empresas, para facilitar a

    administrao e aprovao interna. J o cronograma

    de execuo, com prazo de um ano, foi considerado

    adequado por ele. Contar com o perodo de frias

    coletivas facilitaria na execuo de projetos com essa

    complexidade, sugere.

    Segundo Fuck, o maior desafio para a implementao

    foi parar 91 mquinas para a troca dos equipamentos

    com a fbrica em operao. Todas as movimentaes

    da montagem concorreram com a manuteno do diaa dia da fbrica, o que exigiu muita determinao e

    organizao, afirma.

    Essas e outras dificuldades na execuo do projeto

    foram vencidas com a sinergia entre as empresas

    parceiras e resultaram

    em aprendizado para

    todos os envolvidos.

    Montamos um

    time multitarefa e

    trabalhamos muito o

    ano todo. Sempre h

    um aprendizado muitogrande com projetos

    desta grandeza

    e importncia. O

    resultado veio e no

    podia ser outro,

    afirma.

    \ indstria + eficiente20

    Sempre h umaprendizado muito

    grande com projetos

    desta grandeza eimportncia

  • 7/24/2019 Estudo de caso WEG

    21/56

    projeto TIGRE / 21

    Ficha tcnica

    91 motores, 80 inversores de frequncia esolues para injetoras e extrusoras de plstico

    5.284,98 MWh/ano em Energia Economizada (EE)Equivalente a 11,17%do consumo anual

    744,04 kW em Reduo da Demanda de Ponta (RDP)

    Equipamentos: 91 motores, 80 inversores de frequncia e solues parainjetoras e extrusoras de plstico

    Investimento: R$ 4,52 milhes

    Retorno do investimento: 2,5 anos

    Nota final:2,19

    Relao Custo-Benefcio (RCB): 0,67

    Energia Economizada (EE): 5.284,98 MWh/ano equivalente a 11,17% do consumo anual

    Reduo da Demanda de Ponta (RDP): 744,04 kW

  • 7/24/2019 Estudo de caso WEG

    22/56

    TIGRE

    ATigre uma multinacional brasileira, lder na

    fabricao de tubos, conexes e acessrios em

    PVC no Brasil, em diversos pases da Amrica

    Latina e uma das maiores do mundo. Fundada em

    1941, tem oito plantas no Brasil, incluindo uma fbrica

    de pincis, perfis de PVC e acessrios, e dez no exterior.

    Conta com 6.200 funcionrios e uma produo anual de

    300 mil toneladas de produtos.

    22 \ indstria + eficiente

    Neste projetoousamos um poucomais e adicionamos

    mais automao

  • 7/24/2019 Estudo de caso WEG

    23/56

  • 7/24/2019 Estudo de caso WEG

    24/56

    24 \ indstria + eficiente

  • 7/24/2019 Estudo de caso WEG

    25/56

    Com os dois projetos de melhor Relao Custo-Benefcio

    (RCB), a BRF, companhia de produtos alimentcios e

    protenas animais, alcanou uma reduo total de energia de

    8.710,06 MWh/ano, equivalente a um ms de produo na unidade

    de Chapec. S nesta planta, o consumo dirio foi reduzido em 10%,

    o que gerou uma economia de mais de R$500 mil ao ano. A planta

    tem capacidade instalada de 20 mil toneladas de frangos, peru e

    industrializados, alm de 60 mil toneladas de rao. Estava equipada

    com motores desatualizados em termos de eficincia, alguns

    fabricados na dcada de 70, com perda de rendimento de at 9% em

    relao aos atuais. Esses motores no ofereciam mais o rendimento

    adequado e j no supriam a necessidade do equipamento

    acionado, limitando assim a sua capacidade, explica o analista deeficincia energtica da BRF Chapec, Cleber Rgio Marques.

    Desenvolvidos e gerenciados pela Acxxus Engenharia de Medies,

    os projetos contemplaram a aquisio de motores W22 Premium

    WEG para as unidades de Chapec e Concrdia. Na planta de

    Chapec foram substitudos 68 motores, com potncia instalada de

    21.350 CV, gerando uma economia anual de 5.723,47 MWh e reduo

    projeto BRF / 25

    Um ms a menos na conta

    BRFreduz consumo de energiaequivalente a 30 dias de produo

    Planta BRF em Chapec - SC

  • 7/24/2019 Estudo de caso WEG

    26/56

    da demanda no horrio de ponta de 613,33 kW. Em

    Concrdia, o consumo anual diminuiu em 2.986,59 MWh

    e a demanda no horrio de ponta em 325,55 kW, com a

    substituio de 45 motores com potncia instalada de8.370 CV.

    Os motores acionam compressores e bombas nas

    aplicaes com

    maior consumo

    de energia, com

    potncias que

    variam de 40 a 700

    CV: gerao de

    frios, tratamento de

    gua e efluentes e

    fabricao de raes.

    Somente na geraode frios, so seis

    salas de mquina

    responsveis

    por 48% do

    consumo total da planta. O payback atestou que

    valia a pena investir. O projeto se demonstrou atrativo,

    principalmente porque o retorno do investimento vem

    na prpria fatura de energia e a economia continua

    aps esse perodo. Alm disso, esse tipo de projeto

    traz mais confiana, pois avaliado e auditado pela

    concessionria, afirma o analista.

    Conforme Marques, a companhia ainda tem um grande

    potencial de eficincia, tanto na substituio de motores

    quanto de componentes de automao.

    Marques analisa que as discusses sobre

    sustentabilidade no Brasil tm sido intensas, entretanto

    as aes ainda so mnimas. Para ele, esse um

    exemplo de projeto que

    quebra paradigmas

    e vem para mudar

    a cultura do pas.

    Antigamente, pensava-

    se que os recursos

    eram inesgotveis.

    Hoje, sabemos que

    possvel racionaliz-los

    para que nossos filhospossam usufruir depois,

    assinala.

    Certificada pela ISO

    50.001 e integrante do ndice de Sustentabilidade

    Empresarial (ISE) da BM&F Bovespa, a BRF foi

    classificada no ranking Global 100 Most Sustainable

    Corporations in the World que seleciona as 100

    empresas mais sustentveis do mundo.

    26\ indstria + eficiente

    O projeto se demonstrouatrativo, principalmente

    porque o retorno doinvestimento vem na

    prpria fatura de energia

  • 7/24/2019 Estudo de caso WEG

    27/56

    projeto BRF / 27

    Ficha tcnica

    113 motores

    938,88 kW em Reduo da Demanda de Ponta (RDP)

    8.710,06 MWh/ano em Energia Economizada (EE)Equivalente a 2,85%do consumo anual

    Projeto I - ChapecEquipamentos: 68 motores

    Investimento: R$ 2,67 milhes

    Retorno do investimento: 2,6 anos

    Nota final: 2,17

    Relao Custo-Benefcio (RCB):0,40

    Energia Economizada (EE): 5.723,47 MWh/ano

    Reduo da Demanda de Ponta (RDP): 613,33 kW

    Projeto II - ConcrdiaEquipamentos: 45 motores

    Investimento: R$ 1,29 milhes

    Retorno do investimento: 2,3 anos

    Nota final: 1,52

    Relao Custo-Benefcio (RCB):0,33

    Energia Economizada (EE): 2.986,59 MWh/ano

    Reduo da Demanda de Ponta (RDP): 325,55 kW

  • 7/24/2019 Estudo de caso WEG

    28/56

    BRF

    ABRF foi criada a partir da associao entre

    Perdigo e Sadia. Atua nos segmentos de carnes(aves, sunos e bovinos), alimentos processados

    de carnes, lcteos, margarinas, massas, pizzas e vegetais

    congelados. Com cerca de 110 mil funcionrios, possui

    50 fbricas em todas as regies do pas e responde

    por mais de 9% das exportaes mundiais de protena

    animal.

    28 \ indstria + eficiente

    Motores acionamsistema de geraode frio

    Esse tipo de projeto trazmais confiana, pois

    avaliado e auditado pela

    concessionria

  • 7/24/2019 Estudo de caso WEG

    29/56

    Cleber Rgio Marques, analista deeficincia energtica da BRF Chapec

    Motores acionam sistemade gerao de frio

    Motores acionam sistema detratamento de efluentes

  • 7/24/2019 Estudo de caso WEG

    30/56

    30 \ indstria + eficiente

  • 7/24/2019 Estudo de caso WEG

    31/56

    Umas das maiores consumidoras de energia eltrica de Santa

    Catarina, a Tupy, atualizou o parque fabril e, ao mesmo tempo,

    passou a economizar 10.641,83 MWh/ano, equivalente ao

    consumo de aproximadamente 4,3 mil residncias no mesmo perodo.

    Os dois projetos para a planta de Joinville/SC incluram tambm

    componentes de automao, como inversores de frequncia, para

    sistemas de exausto e torres de resfriamento. Por meio de aes de

    eficincia pode-se gerar a mesma demanda de energia ou at maior,

    entretanto com o uso de menos recursos. O resultado mais vivel do

    que gerar energia, afinal quanto mais se gera, mais se usa, afirma Cssio

    Luiz Francisco de Andrade, diretor de Engenharia de Produtos, Processos

    e Qualidade da Tupy.

    projeto TUPY / 31

    Tupy mais jovem e eficiente

    Empresa investe norejuvenescimentodo parque fabril

    Cssio Luiz Francisco de Andrade, diretorde Engenharia de Produtos, Processos eQualidade (esquerda) e Rogrio Lannaccaro,

    gerente de Planejamento da Manuteno

  • 7/24/2019 Estudo de caso WEG

    32/56

    Em mdia, a fora motriz corresponde a 35% do

    consumo total do parque fabril. Em sua maioria,

    os equipamentos foram aplicados em torres de

    resfriamento e em sistemas de exausto. De acordocom Andrade, a substituio j refletiu na eliminao

    das paradas de manuteno, que dever impactar em

    ganho de produtividade. A substituio dos motores de

    at 15 anos de idade traz ganhos que so intensificados

    com a automao. O primeiro tecnolgico, com o

    rejuvenescimento do parque,

    destaca o executivo.

    Alm da absoro tecnolgica,

    a experincia obtida com

    os projetos representou

    uma oportunidade de

    desenvolvimento aosprofissionais da empresa. Foi

    uma experincia nova, na qual

    os tcnicos da Tupy foram

    colocados prova, tanto no

    alinhamento das informaes,

    quanto na escala de substituio

    dos equipamentos, revela.

    A preocupao com eficincia

    energtica ganhou maior relevncia na Tupy no incio

    dos anos 2000. O programa atraiu a empresa por se

    caracterizar como uma iniciativa inteligente, cujos

    resultados econmicos se revertem em reembolso

    do financiamento. O modo de financiamento mais

    atrativo do que um simples contrato no banco, onde o

    determinante a condio de pagamento. Neste caso,

    h um resultado a ser alcanado, e nesse processo oaspecto tcnico se sobrepe ao econmico, afirma.

    32 \ indstria + eficiente

    Com o recurso disponvelpara o marketing do

    projeto, a Tupy premiou

    filhos de funcionriosno concurso culturalPoupe Luz e Esbanje

    Criatividade

  • 7/24/2019 Estudo de caso WEG

    33/56

    projeto TUPY / 33

    Ficha tcnica

    297 motores,inversores de frequnciae solues para filtros de mangas e para torres de resfriamento.

    394,57 kWem Reduo da Demanda de Ponta (RDP)

    10.641,83 MWh/ano em Energia Economizada (EE)Equivalente a 2,06%do consumo anual

    Equipamentos: motores WMagnet, WMining, inversores de frequncia e solues para filtros de

    mangas e para torres de resfriamento

    Investimento: R$ 9,73 milhes

    Retorno do investimento: 5 anos

    Energia Economizada (EE): 10.641,83 MWh/ano equivalente a cerca de 2,06% do consumo anual

    Reduo da Demanda de Ponta (RDP):394,57 kW

  • 7/24/2019 Estudo de caso WEG

    34/56

    Tupy

    Fundada em 1938, em Joinville, a Tupy fabrica

    componentes fundidos e usinados para o setorautomotivo e tambm para segmentos da indstria e

    construo civil, com capacidade produtiva de 848 mil

    toneladas anuais. A empresa emprega cerca de 13.200

    pessoas em quatro unidades fabris, nas cidades de

    Joinville/SC, Mau/SP, Saltillo e Ramos Arizpe, as duas

    ltimas localizadas no Mxico. Em 2013, 67% de sua

    receita foi proveniente do mercado externo, com vendas

    para 29 pases.

    34 \ indstria + eficiente

    Motores acionamsistema de exausto

    As empresas secomplementaram nosseus conhecimentos

    e finalidades. Um

    projeto como esse,que prope uma meta,tende a trazer bons

    resultados

  • 7/24/2019 Estudo de caso WEG

    35/56

    Motores acionam sistemas de exausto

    Motores acionam sistemas

    de resfriamento

    Motores acionam sistemas

    de exausto

  • 7/24/2019 Estudo de caso WEG

    36/56

    36 \ indstria + eficiente

  • 7/24/2019 Estudo de caso WEG

    37/56

    Com atuao em todas as etapas de um projeto

    de eficincia, as Empresas de Servios de

    Conservao de Energia (ESCO) so empresas

    de engenharia especializadas em promover a eficincia

    energtica e de consumo de gua em instalaes dos

    clientes. A APS Solues em Energia foi responsvel por

    elaborar trs projetos aprovados no programa Indstria

    + Eficiente, dois da Tupy e um da Tigre.

    Aldemir Spohr, primeiro presidente da Associao

    Brasileira das Empresas de Servios de Conservao

    de Energia (Abesco) e diretor da APS, explica que a

    diferena entre uma empresa de consultoria e umaESCO que esta divide os riscos com o cliente por

    meio de um contrato de desempenho. A indstria no

    realiza o investimento inicial, remunerando a ESCO por

    meio das economias resultantes durante um perodo

    de tempo acordado, afirma. Em entrevista, o executivo

    explica detalhes sobre a atuao das ESCOs e fala sobre

    a experincia da APS no programa da Celesc.

    ESCOs / 37

    Do pr-diagnstico avaliao do projeto

    Empresas de Conservao de Energia

  • 7/24/2019 Estudo de caso WEG

    38/56

    Qual a atribuio de uma ESCO?

    Uma ESCO integra seus servios aos departamentos de engenharia,

    produo e finanas, propiciando por meio de aes de eficincia

    energtica o aumento da competitividade do cliente. So empresas

    que realizam investimentos em eficincia energtica, trabalhando

    com todas as matrizes e assumindo a responsabilidade pelo

    projeto, sendo remuneradas com base nos resultados obtidos.

    A ESCO divide os riscos com o cliente, no apenas em termos de

    investimentos (muitas vezes compartilhados), mas tambm por

    meio de um contrato de performance, no qual a remunerao

    ocorre de acordo com a economia.seja, a remunerao

    38 \ indstria + eficiente

    Aldemir SpohrPresidente do Conselho Consultivo da Associao Brasileira das

    Empresas de Servios de Conservao de Energia (Abesco) e

    diretor da APS Solues em Energia

    Divulgao:APS

    entrevista

    Projetos para renovaotecnolgica de

    determinados sistemaspodem obter ganhos

    superiores a 40%

  • 7/24/2019 Estudo de caso WEG

    39/56

    De que forma ocorre o pr-diagnstico? Qual a

    importncia dessa etapa inicial?

    Como o nome sugere, um estudo preliminar, em que

    so identificadas oportunidades de economia, tendocomo base as prioridades de consumo do cliente. Assim,

    so estimados os custos necessrios para as melhorias

    identificadas e projetada a economia resultante das

    aes. Dessa forma, tem-se um conceito a respeito do

    escopo, da necessidade de investimento e do tempo de

    retorno da oportunidade.

    Em quais aplicaes esto os maiores potenciais de

    economia?

    A economia est atrelada ao nmero de horas de uso

    de um equipamento. Por exemplo, quando falamos

    em fora motriz, devemos avaliar sempre o sistema de

    forma completa. A economia proveniente da simples

    substituio de um motor de baixo rendimento por um

    eficiente no to significativa quanto aquela obtida

    na troca de todo o sistema de automao. Em geral,

    economias expressivas so identificadas em processos de

    sistema de exausto, climatizao, perdas em redes de ar

    comprido, troca de insumos (combustveis), entre outros.

    Como avaliada a atratividade de um

    financiamento? Quais fatores so levados em

    considerao?

    A busca de recursos para novos projetos na modalidade

    de Contrato de Desempenho ocorre junto a bancos

    comerciais, agncias de fomento e BNDES. Tendo em

    vista que o investimento inicial custeado pela ESCO e

    que no contrato de performance a remunerao ocorre

    a partir das economias, existe um intervalo entre a

    tomada de recurso e a remunerao. Este perodo

    equivalente execuo do projeto que, em geral, varia

    entre seis meses e um ano. Outra caracterstica do

    financiamento a necessidade de garantias especiais,

    que reduzam a percepo de risco por parte da instituio

    financeira e, portanto, diminuam a taxa de juros. Ao

    avaliar a atratividade de um financiamento, a ESCO

    dar preferncia a um conjunto de caractersticascomo prazos de carncia e de pagamento, aceite de

    garantias diferenciadas e taxa de juros. Nos projetos

    da Tupy e da Tigre, no entanto, o valor do investimento

    foi fornecido pelo programa diretamente s empresas,

    que remuneraram a APS de acordo com as entregas

    realizadas, com um percentual atrelado s economias.

    Qual a durao de um projeto de eficincia?

    O perodo de execuo das aes tem durao de acordo

    com a amplitude das aes. Projetos de grande porte

    levam, em mdia, doze meses para a implantao

    da soluo, e de tamanho mdio, de trs a seis. Um

    projeto pode envolver no somente a implementaodas melhorias e a instalao de equipamentos, como

    tambm sua operao durante um determinado perodo

    contratual. A ESCO pode se comprometer, nesse caso,

    a fornecer o insumo energtico durante perodos que

    podem chegar a dez anos, por exemplo.

    ESCOs / 39

    f i li d i bilid d d j b l d d l b d

  • 7/24/2019 Estudo de caso WEG

    40/56

    Como feita a avaliao da viabilidade de um projeto

    na indstria?

    Aps a identificao das oportunidades de melhoria,

    realiza-se um estudo de viabilidade reunindo as

    informaes de economias projetadas, os investimentos

    necessrios, bem como as fontes de recursos. Esse

    formato permite identificar os principais indicadores

    financeiros para a correta tomada de deciso. Indicadores

    como Taxa Interna de Retorno (TIR), Valor Presente Lquido

    (VPL) e Ebitda, assim como aspectos tcnicos e contbeis,

    so utilizados para a anlise da viabilidade.

    Investimento em eficincia na indstria uma

    alternativa vivel?

    Todas as aes de eficincia energtica so viveis. O que

    varia o investimento e o tempo de retorno. O que torna

    um projeto atraente em detrimento de outro, o que ESCO

    e cliente consideram vivel dadas as suas caractersticas

    organizacionais. Tambm influencia o custo do

    financiamento e a capacidade de investimento em termos

    de recursos humanos e financeiros da ESCO. O principal

    ganho para a indstria a maior competitividade

    decorrente da reduo de custos e melhoria de processos.

    Tambm existe o ganho da modernizao do parquefabril sem a utilizao de investimento inicial prprio, e

    possibilidade de manter recursos focados na atividade

    fim. Alm destes, existem ganhos ambientais com a

    reduo do consumo de energia eltrica e de gua,

    e a utilizao de combustveis menos poluentes, que

    vo ao encontro de um processo produtivo voltado

    sustentabilidade. Projetos elaborados para renovao

    tecnolgica de determinados sistemas podem obter

    ganhos superiores a 40%. J para recuperao de

    energia, podem atingir ganhos de quase 90%.

    Quais as principais motivaes da indstria para

    aderir a um projeto de eficincia?

    O cenrio atual de competitividade em escala

    global. O mercado exige que a produo seja feita com

    um mnimo de recursos, para que a indstria possa

    investir em sua estratgia de diferenciao frente concorrncia. O segundo motivo a necessidade de

    modernizao do parque fabril e a oportunidade da

    modalidade performance, em que a indstria no realiza

    o investimento inicial, remunerando a ESCO por meio das

    economias resultantes durante o perodo acordado.

    Como foi a experincia da APS no Programa Indstria

    + Eficiente? O programa pode ser considerado

    inovador?

    O programa foi inovador ao utilizar pela primeira vez a

    Chamada Pblica para o setor industrial, absorvendo

    cerca de R$20 milhes do Programa de Eficincia

    Energtica (PEE). Os recursos foram destinados reduo de consumo de grandes consumidores, que

    em termos absolutos traz um retorno maior frente aos

    investimentos em projetos para a populao enquadrada

    na Tarifa Social, que se encontra dispersa em milhares de

    pequenos consumidores. Outro ponto de grande valor na

    iniciativa o potencial de ganhos de competitividade da

    indstria brasileira no mercado internacional.

    \ indstria + eficiente40

  • 7/24/2019 Estudo de caso WEG

    41/56

    1 2 3 4 5

    ESCOs / 41

    Etapasde um projeto de eficincia

    Estudo de

    Pr-Viabilidade:

    identificao

    preliminar dopotencial de

    economia e do

    investimento para o

    desenvolvimento do

    negcio.

    Monitoramento

    e Verificao: as

    aes so verificadas

    atravs de umPlano de Medio

    e Verificao,

    realizado de acordo

    com o Protocolo

    Internacional para

    Medio e Verificao

    de Performance(IPMVP).

    Estudo de

    Viabilidade: todos

    os materiais e

    servios necessriosso orados e as

    projees de economia

    estimadas no estudo

    de pr-viabilidade so

    confirmadas.

    Financiamento:

    definio de como o

    investimento inicial

    ser custeado:recursos das

    Concessionrias

    ou prospeco no

    mercado.

    Implementao

    da Ao: o projeto

    passa a ser gerido

    por um gestor, que ircoordenar a compra

    de equipamentos,

    contratao de

    servios, instalao,

    comissionamento,

    treinamentos e

    elaborar um plano demanuteno.

    Empresas: o contratante identifica a eficincia energtica

    como um meio pra se tornar mais competitivo.

    Distribuidoras de energia eltrica: devem aportar recursospara eficincia energtica. Atualmente, o montante para estes

    investimentos gira em torno de R$400 milhes/ano.

    Fabricantes: detm tecnologia, produtos de alta eficincia e

    especialistas nas diversas aplicaes da indstria.

    ESCOs: fazem a ligao entre todos os players do mercado.

    Bancos: tm o papel de fornecer recursos competitivos para

    o financiamento de projetos de eficincia energtica.

    Governo: fomenta a eficincia energtica no Brasil por meio

    da Lei 9.991, de 24 de julho de 2000, que gera a obrigatoriedade

    de destinao de 0,5% da Receita Operacional Lquida (ROL)

    das concessionrias para projetos de eficincia.

    Atores de um projeto de eficincia

  • 7/24/2019 Estudo de caso WEG

    42/56

    42 \ indstria + eficiente

  • 7/24/2019 Estudo de caso WEG

    43/56

    Uma indstria competitiva precisa de alternativas viveis tambm

    para projetos de eficincia. Para ser mais eficiente na aplicao

    dos recursos, o Programa de Eficincia Energtica (PEE) da

    Aneel passou por uma reformulao* em julho de 2013, tornando-se

    mais atrativo para financiamentos de projetos. A nova regulamentao,

    que substitui o Manual de 2008, foi detalhada no manual chamado

    Procedimentos do Programa de Eficincia Energtica (PROPEE), dividido

    em dez mdulos.

    A nova regra torna obrigatria a realizao de chamadas pblicas

    anuais para projetos de eficincia pelas concessionrias. Todos ossetores podero participar, porm tero prioridade aqueles com maior

    participao no mercado consumidor. Entre as principais mudanas esto

    os incentivos ao Contrato de Desempenho, no qual o reembolso ocorre

    por meio de parcelas no mesmo valor da economia gerada durante o ms,

    de forma que o benefcio econmico seja maior, em mdia 25%, que o

    investimento realizado.

    Aneel / 43

    Um programa mais eficiente que prev maiores oportunidades para a indstria

    Nova regulamentao doPrograma de Eficincia Energtica

    *Resoluo Normativa N 556, de julho de 2013

    A modalidade de projeto incentivada pelo custeio das de energia Porm 60% desse valor so direcionados

  • 7/24/2019 Estudo de caso WEG

    44/56

    \ indstria + eficiente

    A modalidade de projeto incentivada pelo custeio das

    atividades administrativas e de prospeco de projetos

    (pr-diagnstico) e excluso dos custos administrativos

    e operacionais da parte reembolsvel do projeto.

    Destacam-se ainda a maior flexibilidade na relao

    custo/benefcio dos projetos, cujo limite passa a ser

    0,9 (antes era 0,8) e excluso da incidncia de juros dos

    valores reembolsveis, exigindo-se apenas correo

    monetria.

    Criado para ser uminstrumento de promoo

    da eficincia, o PEE tem

    sido desvirtuado com

    a concentrao dos

    recursos em segmentos

    de baixo consumo. Com a

    nova formatao, espera-

    se que os investimentos

    proporcionem resultados

    mais efetivos em termos

    de energia economizada,

    e assim sejam coerentes

    com a meta do governo federal, estabelecida no PlanoNacional de Energia, de reduzir 10% do consumo at

    2030.

    O PEE conta com um oramento anual da ordem de

    R$400 milhes, formado pela destinao de 0,5% da

    Receita Operacional Lquida (ROL) das concessionrias

    de energia. Porm, 60% desse valor so direcionados

    obrigatoriamente a consumidores de baixa renda, de

    acordo com a Lei Tarifa Social de Energia Eltrica (TSEE).

    Os recursos que inicialmente seriam aplicados em

    projetos de eficincia energtica, aprovados pela Aneel,

    ganharam uma conotao social, sendo destinados para

    o segmento que consome menos de 5% da energia total

    do pas.

    O resultado desse desequilbrio que apenas uma

    nfima frao dos custoscom energia eltrica

    retorna como fomento ao

    uso racional do recurso

    na indstria. Mesmo

    reduzindo a metade do

    consumo dessa parcela,

    o impacto muito menor

    do que reduzir 10% no

    segmento industrial. A

    previso que o dispositivo

    legal seja alterado em

    breve, o que dever

    elevar o valor dos recursos destinados aos projetos,afirma Mximo Luiz Pompermayer, Superintendente de

    Pesquisa e Desenvolvimento e

    Eficincia Energtica da Aneel.

    44

    A Celesc inovouno processo e ter

    resultados interessantes,

    que podero sercompartilhados com

    outras concessionrias

    t i t

  • 7/24/2019 Estudo de caso WEG

    45/56

    A expectativa de que o novo PEE seja um indutor de

    mudanas e incentivador do mercado de eficincia

    energtica. Esperamos que resulte em mais impactos,

    em termos de mudana de hbito e de transformao doestado de migrao dessa situao de ineficincia, afirma

    Mximo Luiz Pompermayer. O executivo da Aneel concedeu

    uma entrevista para explicar alguns pontos da mudana

    e abordar outros assuntos relevantes para aplicaes de

    projetos na indstria.

    Como pode ser definido o conceito de eficincia

    energtica?

    Eficincia fazer uso da energia de uma maneira racional,

    para que se obtenha o mnimo consumo na realizao de

    uma tarefa. Sabemos que as necessidades hoje em dia so

    ilimitadas, porm os recursos so finitos. uma questo de

    racionalidade mesmo, no faz sentido gastar mais do que

    Mximo Luiz PompermayerSuperintendente de Pesquisa e Desenvolvimentoe Eficincia Energtica da Aneel

    Aneel / 45

    Foto:MoacirBarbosa

    entrevista

    Se posso realizar uma tarefa

    com cinco unidades de energia,por que a farei com mais?

    o necessrio. Se eu posso realizar uma tarefa com cinco processo de seleo. Com a obrigatoriedade da chamada

  • 7/24/2019 Estudo de caso WEG

    46/56

    p

    unidades de energia, por que a farei com mais?

    A Tarifa Social de Energia Eltrica estabelece a

    destinao de 60% do investimento obrigatrio em

    eficincia energtica em projetos para populao de

    baixa renda. Qual o seu posicionamento sobre essa

    obrigatoriedade?

    Esse dispositivo legal faz uma distoro dos recursos. Ele traz uma

    srie de dificuldades na implementao das aes dos projetos

    que ficam vinculados ao cadastro na tarifa social. Quando sebusca melhorar a eficincia nos vrios segmentos, no tem

    sentido aplicar a maior parte dos recursos na parcela de baixo

    consumo, que representa menos de 5% da energia total do pas.

    Os impactos so muito reduzidos, o apelo de incluso social

    muito forte, mas no cabe o uso de uma poltica pblica de

    eficincia energtica.

    O Programa Indstria + Eficiente da Celesc foi

    considerado inovador. Que avaliao voc faz dessa

    iniciativa?

    A Celesc acertou em dar nfase a esse segmento de maior

    demanda. A iniciativa foi muito bem sucedida, at porque a

    indstria respondeu positivamente. A concessionria inovouno processo e ter resultados interessantes, que podero ser

    compartilhados com outras, para que sirva de exemplo.

    O que motivou a reformulao do manual do PEE? Quais

    as mudanas mais significativas ?

    Constatamos que havia espao para o aprimoramento do

    p g

    pblica, o programa se tornou mais democrtico e

    transparente. Outra motivao foi permitir que setores no

    privilegiados tivessem a possibilidade de participar. Antes, os

    investimentos eram feitos em doaes e aes educativas,

    que no tinham continuidade e no alavancavam iniciativas

    dos prprios consumidores. Com a mudana, esperamos que

    haja participao mais efetiva do consumidor, para que ele

    mesmo tome a iniciativa de substituir seus equipamentos por

    meio de incentivos. A expectativa que se consiga fazer mais

    com o recurso. Concentradas no segmento de baixo consumo,as aes tinham pouco impacto.

    Qual a expectativa da Aneel com a mudana?

    Espera-se que o programa seja um indutor de mudanas, que

    alavanque novas aes e ultrapasse a aplicao do recurso,

    que embora significativo, mnimo diante do potencial

    existente no mercado. Nesse sentido, as aes precisam ser

    mais indutivas, demonstrativas e at mesmo educativas, do

    que fazer aquilo que o consumidor deveria.

    As mudanas tornaram o programa mais atrativo

    para projetos de eficincia na indstria? O PEE

    mais competitivo em relao a outros tipos definanciamento?

    mais atrativo por vrios motivos, dentre eles destacam-se:

    - Chamada pblica de projetos obrigatria uma vez por

    ano. O processo permite maior transparncia e amplia a

    participao de todos os segmentos, que podero apresentar

    bons projetos e competir para que sejam selecionados.

    \ indstria + eficiente46

    - Priorizao das duas maiores classes de consumo. A (pr-diagnstico). Assim, esses custos so internalizados

  • 7/24/2019 Estudo de caso WEG

    47/56

    concessionria ou permissionria dever aplicar pelo menos

    50% do investimento obrigatrio, em unidades consumidoras

    das duas classes de consumo com maior participao em

    seu mercado. A medida pressupe maior coerncia entre a

    aplicao dos recursos e participao de cada segmento.

    Setores que representavam 50% do consumo estavam

    recebendo apenas 2 a 3% dos recursos do programa.

    - Incentivos a contratos de desempenho. Os recursos

    aplicados so devolvidos

    proporcionalmente economiarealizada, de modo que o benefcio

    econmico seja, em mdia, 25%

    maior que o investimento realizado.

    O programa exige Relao Custo-

    Benefcio mnima de 0,8. Dessa

    forma, beneficia-se o consumidor,

    mas o recurso retorna para outras

    aes.

    As indstrias tero mais facilidades para propor projetos

    com a nova regulamentao?

    Por conta das exigncias de chamada pblica e prestao

    de contas, o processo no to simplificado quantogostaramos. Porm, as possibilidades de uma maior

    participao do setor aumentaram de forma substancial.

    As indstrias podero apresentar projetos e, se estiverem

    organizadas, tero maiores chances de aprovao. O

    contrato de performance incentivado por meio do custeio

    de atividades administrativas e de prospeco de projetos

    nos projetos e no os oneram. Esse mecanismo de incentivo

    dever aumentar a participao da indstria.

    vivel investir em eficincia energtica na indstria?

    Quais os impactos desse investimento?

    Um setor de alta concorrncia como a indstria precisa ser o

    mais competitivo possvel. A energia eltrica representa um

    dos custos mais significativos. Logo uma questo de lgica,

    gastando menos energia, ter mais

    chances de competir.

    O Plano de Eficincia tem como

    meta a reduo de 10% no consumo

    de energia eltrica at 2030. Qual a

    contribuio do PEE para atingir o

    objetivo?

    Essa a razo pela qual aprimoramos e

    criamos mecanismos para que a eficincia energtica tenha

    uma contribuio maior. No alcanaramos a meta se o

    ritmo das aes e o destino das verbas continuassem como

    no formato anterior. A energia economizada no era to

    expressiva diante do potencial existente. Para melhorar 10%

    preciso investir muitos mais recursos do que o programadispe e direcionar para os setores que mais consomem

    energia. Se a Lei da Tarifa Social for revista, a contribuio

    ser ainda maior.

    Aneel / 47

    Mesmo reduzindo ametade do consumo do

    segmento de baixa renda,o impacto muito menor

    do que reduzir 10% nosetor industrial

  • 7/24/2019 Estudo de caso WEG

    48/56

    48 \ indstria + eficiente

    O custo mdio do MWh economizado noPrograma Indstria + Eficiente foi de

    muito abaixo do custo marginal de expansodo sistema de energia eltrica de R$108,00R$73,04

    ,

    70% do parque fabrilbrasileiro formado por equipamentos commais de dez anos, sendo 17 a idade mdia

    O aumento de 10% no investimento em eficincia

    energtica no setor industrial do pas poderia gerar uma

    economia nos custos de produo de aproximadamente

    R$3,87 bilhes

  • 7/24/2019 Estudo de caso WEG

    49/56

    Uma pesquisa aplicada nas indstrias do estado pela Federao

    das Indstrias de Santa Catarina (Fiesc), que serviu de base ao

    programa Indstria + Eficiente, apontou a falta de financiamento

    como uma das principais dificuldades para identificao de oportunidades

    de eficincia energtica. Mais da metade das indstrias, 54%, no haviam

    contratado servios de eficincia energtica nos ltimos dois anos, e 52%no pretendiam contratar. Porm, 70% afirmaram que possuam objetivos

    e metas de reduo do consumo de energia. A pesquisa mostrou que

    existe um grande espao para otimizar o uso desse insumo. A indstria

    pressionada pela competio existente no mercado. Financiamentos e

    recursos mais atraentes so importantes para investimentos nessa rea,

    afirma o presidente da entidade, Glauco Jos Crte.

    Com um potencial de reduo de 10%, o setor industrial de Santa Catarina

    responsvel por 45% do consumo total de energia eltrica do estado, em

    torno de 8.800 GWh. Alm de ser um fator fundamental para aumento da

    produtividade e, consequentemente, melhoria da competitividade, com

    essa eficincia seria possvel abastecer uma cidade do tamanho de Itaja ou

    Lages, com cerca de 170 mil habitantes, destaca o executivo.

    FIESC / 49

    Motores usados no projetoIndstria + Eficienteapoiado pela FIESC

    Investimentos na indstria garantem alto retorno e competitividade

    Nmeros comprovamimpacto da eficincia

    Sistema motriz Custo

  • 7/24/2019 Estudo de caso WEG

    50/56

    O grande destaque no uso final da energia eltrica pelo

    setor industrial est na fora motriz, com 68% do total

    consumido pelo setor (MME, 2011). Para se ter uma ideia,

    o uso mais eficiente de energia eltrica em sistemas

    motrizes resultaria em uma reduo da demanda global

    de energia de 10%, o que acarretaria uma economia

    total de US$240 bilhes no ano de 2030. Os dados so

    da Parceria Internacional

    pela Cooperao para

    Eficincia Energtica(IPEEC, sigla em ingls).

    No Brasil, um aumento

    de 10% no investimento

    em eficincia energtica

    no setor industrial

    poderia economizar

    aproximadamente R$3,87

    bilhes em custos de produo. O dado demonstra

    claramente que o investimento em eficincia energtica

    tem um retorno alto para o setor, salienta Crte.

    De acordo com uma pesquisa realizada em 2011

    pela Associao Brasileira de Manuteno e Gesto

    de Ativos (Abraman), quase 70% do parque fabrilbrasileiro formado por equipamentos com mais de

    dez anos, sendo 17 a idade mdia. Segundo a pesquisa,

    equipamentos perdem sua eficincia ao longo de sua

    vida til e quebras e falhas tambm aceleram este

    processo, afetando a produtividade.

    Segundo dados do Banco Mundial, o Brasil o stimo

    maior consumidor de energia do mundo, sendo a

    indstria responsvel por 45% do recurso. O estudo

    Quanto custa a energia eltrica para a indstria no

    Brasil?, elaborado pela Federao das Indstrias do

    Estado do Rio de Janeiro (Firjan) em 2011, chama a

    ateno para a excessiva onerao da energia eltrica

    consumida pela indstria

    brasileira, e como o alto

    custo tarifrio impacta nacompetitividade da indstria

    nacional. A tarifa mdia de

    R$329,0/MWh para o setor

    uma das mais altas do

    mundo, 50% acima da mdia

    de R$215,5/MWh encontrada

    para um conjunto de 27

    pases. Acresce-se ao alto custo da energia eltrica

    o desperdcio causado pelo mau uso, que aumenta

    significativamente as despesas e afeta a produtividade

    no setor industrial. Segundo levantamento realizado

    pela Confederao Nacional da Indstria (CNI) em

    2013, a energia corresponde a 4,3% do custo direto daproduo industrial, deste 83,7% refere-se energia

    eltrica. Obter produtividade hoje crucial. A indstria

    que no competitiva no se mantm no mercado.

    Este um insumo importante e caro, por isso que as

    indstrias precisam ter cuidado no sentido de otimizar

    e racionalizar o uso. A pauta permanente no setor

    industrial, pontua.

    50 \ indstria + eficiente

    Obter produtividadehoje crucial. Aindstria que no competitiva no se

    mantm no mercado

    Potencial

    O d li d l CNI 2004 l

  • 7/24/2019 Estudo de caso WEG

    51/56

    Outro estudo realizado pela CNI em 2004 revelou

    oportunidades relevantes de economia de energia,

    apontando um potencial tcnico total de reduo de

    25,7% (ou 14,6 Mtep5) do consumo global de produo,

    sendo a energia eltrica responsvel por 14%. Na

    anlise de 217 projetos de eficincia energtica de 13

    setores industriais, a entidade concluiu que a eficincia

    energtica uma alternativa vivel. Na poca, o custo

    mdio do MWh economizado foi de R$79, muito abaixo

    do custo marginal de expanso do sistema de energiaeltrica de R$138, estimado pela Empresa de Pesquisa

    Energtica (EPE) no Plano Decenal 2007/2016.

    Fomento

    H pelo menos vinte anos, o Brasil possui programas

    de eficincia energtica. Destacam-se: o Programa

    Brasileiro de Etiquetagem (PBE), executado pelo

    Inmetro, o Programa Nacional de Eficincia Energtica

    Industrial (Procel Indstria) da Eletrobrs e o Programa

    de Eficincia Energtica (PEE) da Aneel. Os investimentos

    mais relevantes so realizados no PEE, porm um

    percentual mnimo dos custos com energia eltrica

    retorna como fomento ao uso racional deste recursona indstria. Como exemplo, no perodo de 1999 a

    2006, estima-se que as indstrias brasileiras pagaram

    R$157 bilhes em consumo de energia eltrica. Nesse

    mesmo perodo, as concessionrias de energia eltrica

    aplicaram R$147 milhes, 0,09% do total pago em

    projetos de eficincia energtica industrial.

    FIESC / 51

    Expediente

  • 7/24/2019 Estudo de caso WEG

    52/56

    52 \ indstria + eficiente

    Projeto grfico, fotografia e redao: Compreendo Comunicao

    Impresso: Impressora Mayer

    Tiragem: 3.250 exemplares

    Essa uma publicao especial

    patrocinada por WEG, APS Solues

    em Energia, ICA/Procobre e apoiada

    por Celesc, Fiesc, Tupy, BRF e Tigre.

    1 Lugar no concurso cultural Poupe Luz e Esbanje Criatividade!, promovido pela Tupy.

    Expediente

    Referncias

  • 7/24/2019 Estudo de caso WEG

    53/56

    LIMA - Antnio Sergio Alves de. Oportunidades de

    eficincia energtica em motores e em acionadores

    de velocidade ajustvel (AVAs). Publicao Eficincia

    Energtica na Indstria. Disponvel em O Setor Eltrico.

    CNI Confederao Nacional da Indstria.

    Oportunidades de Eficincia energtica para a

    indstria:uma viso institucional.Braslia DF: CNI,

    2010. 58 p.

    FIRJAN - Federao das Indstrias do Estado do Rio

    de Janeiro. Quanto custa a energia eltrica para a

    indstria no Brasil?Rio de Janeiro - RJ: Sistema Firjan,

    2013

    MME Ministrio das Minas e Energia. PNEf - Plano

    Nacional de Eficincia Energtica Premissas e

    Diretrizes Bsicas na Elaborao do Plano. Braslia DF:

    MME, 2010.

    MME/EPE Ministrio das Minas e Energia/ EMPRESA DE

    PESQUISA ENERGTICA. Plano Decenal de Expanso

    de Energia PDE 2020. Braslia - DF: EPE, 2011.

    ANEEL Agncia Nacional de Energia Eltrica. Revista

    Eficincia Energtica. Braslia DF: Aneel. 2013

    ANEEL - Agncia Nacional de Energia Eltrica.

    Procedimentos do Programa de Eficincia Energtica

    (PROPEE). Braslia DF: Aneel. 2013.

    LIGHT - Light Servios de Eletricidade. Revista de

    Eficincia Energtica da Light. Rio de Janeiro RJ: Light.2013

    referncias / 53

    Referncias

  • 7/24/2019 Estudo de caso WEG

    54/56

    +indstria

    eficiente

  • 7/24/2019 Estudo de caso WEG

    55/56

  • 7/24/2019 Estudo de caso WEG

    56/56