estudo de caso weg
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...equivalente ao consumo de10.454 residncias durante o
mesmo perodo.
10.273,15 toneladasde CO2deixaram de ser emitidas
...uma economia anual
de 24.636,87 MWh/ano...
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Prefcio
Apresentao
Indstria + Eficiente exemplo para o setor nacionalEntrevista com Marco Aurlio Gianesini, Celesc
O Programa
Projeto Tigre
Projeto BRF
Projeto Tupy
Empresas de Conservao de Energia. Do pr-diagnstico
avaliao do projeto
Entrevista com Aldemir Spohr, Abesco e APS Solues em
Energia
Nova regulamentao do Programa de Eficincia Energtica
Entrevista com Mximo Luiz Pompermayer, Aneel
Nmeros comprovam impacto da eficincia
Expediente
Referncias
12
36
48
06
1816
42
38
52
53
08
24
45
10
30
+indstria
eficiente
sumrio
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06 \ indstria + eficiente
prefcio
E
stimular o uso eficiente e racional de energia
eltrica e demais recursos produtivos escassos e
indispensveis ao desenvolvimento econmico e
social de um pas nunca demais. No faltam motivos
para isso, principalmente no setor industrial, que
responde por quase metade do consumo de energia
eltrica no Brasil e precisa se tornar mais competitivo
para fazer frente concorrncia internacional.
Cada quilowatt-hora economizado numa atividade
produtiva pode ser destinado produo de outrosbens e servios, e cada unidade monetria economizada
com energia um recurso a mais para investimentos em
inovao e ganhos de produtividade. Seja para fazer mais
com os recursos de que se dispe ou para fazer a mesma
coisa com menos recursos, aes de eficincia energtica
devem ser buscadas e estimuladas sempre.
H, entretanto, uma srie de obstculos para a adoo
sistemtica de medidas de eficincia energtica no
dia-a-dia de uma empresa ou organizao. Torna-se
indispensvel, portanto, a atuao do Estado, em
articulao com empresas de energia e entidades
da sociedade civil, na criao de mecanismos que
estimulem o uso eficiente e racional de energia em todos
os setores da economia e classes de consumo.
O Programa de Eficincia Energtica Regulado pela
ANEEL (PEE) um dos principais mecanismos de atuao
do Estado nessa rea. Todas as concessionrias e
permissionrias de distribuio de energia eltrica do
pas devem aplicar um percentual mnimo da receita
operacional em aes de eficincia energtica, segundo
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prefcio / 07
regulamentos da Agncia Nacional de Energia Eltrica
(ANEEL).
Ciente da relevncia desse mecanismo e de seu papel
institucional, a Agncia publicou nova regulamentao
em julho de 2013 (Resoluo Normativa no 556, de 18 de
junho de 2013), com aprimoramentos importantes nas
regras para aplicao dos recursos. Entre as novidades na
regulamentao mencionada est a obrigao de realizar
Chamada Pblica para a seleo de projetos, de modo
que todos os interessados possam participar do processoseletivo.
Outro avano importante foi a criao de mecanismos
que estimulam a realizao de projetos em segmentos
de maior consumo de eletricidade, como o industrial
e de comrcio e servios, que consomem cerca de
60% de toda a energia eltrica gerada no pas e
vinham recebendo, at ento, apenas 5% ou 6% dosinvestimentos realizados pelas distribuidoras em
projetos de eficincia energtica. Entre os mecanismos
de correo dessa distoro esto os incentivos para a
realizao de projetos com contrato de desempenho e a
obrigao de aplicarem pelo menos metade dos recursos
no vinculados Tarifa Social de Energia aos dois
setores de atividade com maior participao no mercado
consumidor de energia da distribuidora.
A Celesc percebeu rapidamente a relevncia desses
instrumentos regulatrios e saiu na frente ao lanar
o Programa Indstria + Eficiente, firmando parceria
estratgica para a promoo da eficincia energtica
num dos segmentos da economia que mais consome
energia eltrica.
Alm dos impactos em termos de energia economizada
e de demanda evitada no horrio de ponta do sistema
eltrico, os projetos contemplados pelo Programa
Indstria + Eficiente tem a vantagem de que so
executados mediante contrato de desempenho,
modalidade em que os investimentos realizados pela
concessionria retornam sua conta de eficincia
energtica. Isso significa que esse montante ser
reinvestido em novas aes de eficincia, sem impactosna tarifa de energia.
Ampliar o volume de investimentos em eficincia
energtica por meio dessa modalidade de projetos
significa aumentar o volume de recursos do PEE sem
onerar a fatura de energia eltrica do consumidor. Alm
disso, projetos dessa natureza indicam que as aes
realizadas so eficazes e economicamente viveis, oque assegura a sustentabilidade do Programa, estimula
novas parcerias e projetos e legitima os investimentos
realizados.
Portanto, iniciativas como esta devem ser estimuladas
e servem de exemplo para outras concessionrias de
energia eltrica.
Boa leitura a todos!
Mximo Luiz Pompermayer
Superintendente de Pesquisa e Desenvolvimento e
Eficincia Energtica da Aneel
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A
necessidade de fazer uso racional dos recursos
naturais tem sido foco de intensas discusses
na sociedade. Se no incio, pensava-se que
o tema eficincia tinha apenas aspecto ambiental,
hoje se sabe que ele ultrapassa esta esfera, estando
diretamente atrelado s questes econmicas e sociais.
Um dos insumos que mais impactam nos custos de
produo, a energia eltrica, tem inspirado indstrias
no desenvolvimento e adoo de tecnologias que
combatam o seu desperdcio. Nesse setor que consome
a maior fatia de energia eltrica do pas quase metade
do total - esto as maiores oportunidades de eficincia.
Para as concessionrias de energia, o investimento em
eficincia energtica na indstria uma alternativa
vivel, pois alm de reduzir os impactos ambientais,
tem um custo at 70% menor* do que em expanso
da capacidade de gerao. J para a indstria, ondeproduzir mais com menos sempre foi um desafio, a
eficincia questo de sobrevivncia em um ambiente
de alta competitividade.
A presente publicao apresenta o Programa Indstria +
Eficiente da Centrais Eltricas de Santa Catarina (Celesc),
como um modelo que deu certo e pode ser seguido
por outras concessionrias. Os resultados da iniciativa
comprovaram que os projetos nessa rea no s so
viveis, como podem ser simplificados e colocados em
prtica, com benefcios que vo alm da economia de
energia.
08 \ indstria + eficiente *Estudo realizado pela Confederao Nacional da Indstria
apresentao
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O investimento de R$20 milhes em cinco projetos e trs
empresas selecionados via chamada pblica resultou em
uma economia anual de 24.636,87 MWh/ano, equivalente
ao consumo de 10.454 residncias durante o mesmo
perodo. Somente em 2013 10.273,15 toneladas* de CO2
deixaram de ser emitidas no meio ambiente.
O recurso faz parte do Programa de Eficincia Energtica
(PEE) da Agncia Nacional de Energia Eltrica (Aneel),
onde so feitos os investimentos mais relevantes do
Governo Federal. O PEE conta com um oramento de
R$400 milhes, formado por 0,5% da Receita Operacional
Lquida (ROL) das concessionrias . Porm, de acordo
com a Lei Tarifa Social de Energia Eltrica, 60% desse
valor deve ser direcionado a consumidores de baixa
renda, segmento que consome menos de 5% da
energia total do pas.J ao setor industrial,
maior consumidor, so
destinados apenas 2%
dos recursos.
Para equilibrar a
aplicao dos recursos
e tornar o PEE mais eficiente, a regulamentao foi
reformulada em julho de 2013. A partir de 2015 todas as
concessionrias tero que realizar anualmente chamadas
pblicas para projetos de eficincia energtica. Essas
e outras mudanas esto detalhadas na publicao
Procedimentos do Programa de Eficincia Energtica(Propee) da Aneel, dividida em dez mdulos que
explicam cada fase do processo.
O documento considerado um marco para o mercado
de eficincia energtica no Brasil, medida que detalha
as fases do projeto, prioriza as duas maiores classes de
clientes das concessionrias e privilegia projetos com a
melhor Relao Custo-Benefcio (RCB).
Com a iniciativa, a Aneel prope uma nova dinmica
de atuao, dando subsdios para que o programa
ganhe visibilidade e se torne autossustentvel. Ao
priorizar as classes de maior representatividade de cada
concessionria, a expectativa que gradativamente as
demandas desses clientes sejam atendidas. No entanto,
para muitas concessionrias essa reviso representa uma
mudana de paradigma, e como tal, exige uma unio de
esforos para entender as necessidades desses setores.
Com entrevistas de
representantes da
Aneel, Celesc, entidades
representativas e de
indstrias que diminuram
o desperdcio no seu
processo, esta publicao
registra cada case, apresenta as mudanas do novo
manual do PEE e fomenta a discusso sobre a viabilidade
desses projetos e sua importncia para fortalecer a
indstria nacional. Pode ser entendido como um guia
para quem busca saber mais sobre esse tema to
pertinente para a construo de uma sociedade maissustentvel.
apresentao / 09
Projetos de eficincia podemcustar 70% menos do que o
investimento em gerao
*Adotado o Fator de Emisso para clculo de MDL do ano base de 2013, publicado pelo Ministrio de Cincias e Tecnologia.
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10 \ indstria + eficiente
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Um dos maiores projetos de eficincia energtica em instalaes
industriais no Brasil, o Programa Indstria + Eficiente, desenvolvido pela
Celesc, respondeu por mais de 20% do total investido no ano de 2013
em projetos voltados eficientizao do parque fabril no Pas.
O investimento de R$18 milhes* em cinco projetos selecionados, entre 25
inscritos via chamada pblica, resultou em uma economia anual de 24.636,87
MWh. Se o valor do projeto fosse investido em expanso da capacidade de
produo de energia, o volume de energia gerado seria de apenas 17,8 GWh, o
equivalente a 75% do total economizado.
O projeto pautou-se por uma gesto simplificada por parte da concessionria,
para oferecer condies e facilidades no encontradas no mercado. O modelo
de contrato de desempenho adotado permite que as empresas realizem o
reembolso do financiamento em parcelas, com o mesmo valor da economia
gerada. Ao valor no incidem juros ou mesmo correo monetria.
* O valor final se revelou inferior ao orado de R$20 milhes
indstria+ eficiente / 11
Sede da CelescFlorianpolis - SC
Indstria +eficiente
exemplopara o setor nacional
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O projeto mostrou que o esforo em combater o desperdcio
no uso da energia eltrica por meio da eficientizao um
negcio de excelentes resultados. A ampliao do sistema
eltrico sempre ser necessria, porm devem existir fontes
que fomentem a eficientizao das instalaes, para que se
possa utilizar de forma sustentvel os recursos existentes,
avalia Marco Aurelio Gianesini, chefe da Diviso de Eficincia
Energtica da Celesc.
Em que aspectos o programa foi inovador?
Um dos grandes diferenciais deste programa foi deixar toda a parte
de compra de materiais e equipamentos e a contratao de mo
de obra de terceiros por conta da indstria, ficando a concessionria
responsvel por gerir os recursos financeiros e fiscalizar a execuo
do projeto conforme determina a Aneel.
Marco Aurlio GianesiniCoordenador do programa Indstria + Eficiente
12 \ indstria + eficiente
entrevista
Com essa economiaconseguimos alimentar umacidade de aproximadamente
dez mil habitantes
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Quais os diferenciais do programa para atrair as
empresas?
O edital previa a inscrio tanto de consumidores livres
quanto cativos. Buscamos deixar a indstria o mais livrepossvel para desenvolver e apresentar seus projetos.
No impusemos limites de valores e de prazo de retorno
do investimento, as aes de eficientizao poderiam ser
desenvolvidas em diversas reas de uso final e adotamos
um critrio de classificao que garantiu isonomia no
processo e seleo dos melhores projetos.
Qual foi o objetivo do programa?
O objetivo era trazer o maior benefcio por MWh economizado,
renovar o parque fabril, fomentar esse tipo de projeto na
indstria, e torn-la mais competitiva em razo dos impactos
destas aes na produtividade.
Como foi a receptividade da indstria?
Quando surgiu a ideia de voltar a realizar projetos de
eficincia energtica, no tnhamos nenhuma informao a
respeito do interesse do setor. Sentimos que precisvamos
dar o pontap inicial e criar essa necessidade nas indstrias.
Montamos uma chamada pblica e colocamos um prazo
de apenas trs meses para os interessados montarem seus
pr-diagnsticos. Apesar do prazo curto, foram inscritos
25 projetos, somando R$38 milhes, a grande maioria em
motores.
Quais os resultados obtidos e sua avaliao a respeito?
As indstrias j perceberam o retorno dessas aes em suas
faturas de energia eltrica, algumas delas com at 10% de
reduo do consumo. esperada uma economia de at 23,7
GWh por ano e uma reduo de 2 MW de demanda no horrio
de ponta. Com essa economia conseguimos alimentar maisde dez mil residncias durante o mesmo perodo.
Qual a importncia do contrato de desempenho e qual
sua funo?
Diferente de entidades sem fins lucrativos, em que o
recurso pblico repassado a fundo perdido, as empresas
tm a obrigatoriedade de reembols-lo. No contrato de
desempenho, a quantia retorna conta da concessionria, de
acordo com a economia obtida, para ser investida em novos
projetos. Esse montante aumenta medida que ocorram
novos projetos. Um ciclo que no tem fim. possvel que no
futuro, o fundo gire sozinho sem depender do repasse das
concessionrias.
vivel investir em eficincia na indstria? Esse tipo de
projeto traz mais resultados do que investimentos em
baixa renda?
Os projetos de eficincia energtica em instalaes industriais
so os que apresentam os menores custos da energia
conservada. Cada MWh conservado custa, em mdia, R$80,
aproximadamente 30% menos do que o custo existente
hoje para disponibilizar 1 MWh no sistema eltrico nacional.
Comparando com o investimento em eficincia energtica em
outros setores, como os consumidores com tarifa social, este
custo chega a ser cinco vezes menor.
indstria+ eficiente / 13
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Quais os benefcios para a concessionria?
O setor industrial o que mais consome energia. O percentual
de economia com a eficientizao da indstria, por sua vez,
maior em relao ao investimento. Projetos como essecomprovam que mais vivel economizar do que investir em
expanso. Os resultados obtidos trazem muitas vantagens
tambm para a concessionria, que pode postergar
investimentos em manuteno, ampliao de subestao,
criao de nova linha de transmisso e usina.
A Aneel estabelece como
obrigatria a divulgao dos
projetos. Como ocorreram as
aes de marketing?
O recurso para investimento
em marketing, limitado a
R$20 mil, foi utilizado pelasempresas em aes como a
instalao da placa indicativa
do programa em frente
unidade, e confeco de folders
e etiquetas educativas para
desligamento dos equipamentos na fbrica. As empresas
tiveram liberdade para optar pelas aes. A Tupy, por
exemplo, teve a iniciativa de realizar um concurso para
crianas voltado conscientizao sobre o tema.
Quais as principais dificuldades ocorridas e seu
contorno?
A Celesc teve sua primeira experincia com projetos de
eficincia energtica em instalaes industriais no ano de
2004 e depois em 2005. Com as mudanas nas regras da
Aneel, tivemos dificuldades para encontrar materiais de
pesquisa disponveis. Entramos em contato com algumasEmpresas de Conservao de Energia (ESCO) e com a
Federao das Indstrias de Santa Catarina (FIESC) para
verificar o interesse do setor industrial por financiamentos
para esses projetos e estudar a sua viabilidade.
E quais foram os desafios durante a execuo dos
projetos?
Durante a execuo dos
projetos, identificamos a
dificuldade da indstria
em conciliar o cronograma
de produo das fbricas
com paradas para troca eadequao de maquinrio.
Criamos uma grande
mobilizao para a execuo
das atividades no prazo
estabelecido.
Com a experincia obtida no programa, quais melhorias
podem ser adotadas em futuros editais?
A primeira adequao ficou por conta da mudana do
PEE, que eximiu a indstria de ressarcir os custos com
mo de obra e transporte da concessionria. As outras
mudanas vieram da experincia com o programa, como a
garantia do financiamento pela indstria, os relatrios de
14 \ indstria + eficiente
Cada MWh conservado
custa em mdia R$80,
aproximadamente 30%
menos do que o custo paradisponibilizar 1 MWh no
sistema eltrico nacional
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acompanhamento e as solicitaes de repasse financeiro.
Na prxima chamada, pretendemos aumentar o prazo de
apresentao dos projetos para possibilitar um estudo maior
pelas indstrias.
Qual o legado do projeto em sua viso?
O Brasil nunca teve uma poltica de eficincia energtica
de longo prazo especfica para o setor industrial. Mais
ateno deveria ser dada ao setor responsvel por 45%
da energia eltrica consumida no Brasil. Os consumos de
energia dos setores residencial, comercial e pblico so
menores, entretanto, os programas existentes de eficincia
energtica esto mais focados neles. A Celesc buscou
fomentar e aumentar
os investimentos em
instalaes industriais,
demonstrando aviabilidade tcnica
e financeira em
comparao aos
demais setores da
economia brasileira.
Quais os benefcios
de investimentos
em projetos de
eficincia energtica
na indstria?
O setor industrial possui um alto custo com energia
eltrica e grande parte deve-se ao desperdcio resultante
do mau uso. Nosso parque fabril consome mais energia do
que seria necessrio porque composto, em sua grande
maioria, por mquinas e equipamentos antigos. Um
aumento de 10% no investimento em eficincia na indstriado pas poderia economizar R$3,87 bilhes em custos de
produo, tornando-a mais competitiva.
Qual a avaliao sobre o novo manual da Aneel?
A diviso em mdulos do manual de forma detalhada
facilita a pesquisa e o entendimento de cada item. Entre os
avanos est o estmulo ao contrato de desempenho com o
custeio das atividades administrativas e do pr-diagnstico
pelo programa. A prioridade para as duas maiores classes
de consumo
outro avano,
que facilita,
por exemplo,o acesso de
novos projetos
da indstria.
Porm, o
programa
poderia ser
mais atrativo,
com a no
exigncia
de correo
monetria
do valor financiado e custeio tambm da medio e
verificao.
indstria+ eficiente / 15
Arthur Rangel Laureano, Engenharia de Produo Eletricista (esquerda)
Marco Aurlio Gianesini, Coordenador do programa Indstria + Eficiente
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Cinco projetos foram selecionados entre 25 inscritos,
dois da BRF, dois da Tupy e um da Tigre. Consistiam na
substituio de motores eltricos ainda em operao, mastecnicamente desatualizados em termos de eficincia
energtica, por novos equipamentos de alta eficincia e, em
alguns casos, automatizao de sistemas. A Tigre substituiu
91 motores, a BRF 113 e a Tupy 297. Na Tigre tambm foi
realizada a eficientizao de seu sistema de refrigerao.
Tigre e Tupy, em parceria com a WEG, BRF e o Assistente
Tcnico Videmotores, j possuam projetos de eficincia emandamento, que foram adequados ao edital da Celesc e ao
padro da Aneel com o auxlio de uma Empresa de Servio
de Conservao de Energia (ESCO).
Sem dvida o estudo prvio foi um dos facilitadores,
diante dos ganhos potenciais previstos, afirma Cssio
L. F. Andrade, Diretor de Engenharia de Produtos,
Processos e Qualidade da Tupy.
ColocaoOs projetos tiveram a melhor colocao de acordo com
a base de clculo da Aneel, considerando os indicadoresEnergia Economizada (EE), Reduo de Demanda na Ponta
(RDP) e Relao Custo Benefcio (RCB).
Pr-requisitos Adimplncia com a Celesc
Sem inscries em rgos de proteo ao crdito
Boa situao financeira
Patrimnio Lquido de no mnimo 10% do valor do
projeto
Relao Custo-Benefcio de 0,75
16 \ indstria + eficiente
Posio
1 Tigre
Sadia - Chapec
Tupy - 69kV
Sadia - ConcrdiaTupy - 138kV
2,19
2,17
1,70
1,521,43
0,67
0,40
0,65
0,330,61
5.345,56
4.708,04
6.276,89
2.638,434.797,96
632,65
531,74
218,22
253,68183,26
R$ 5.935.910,37
R$ 2.770.549,32 motor
motor e inversor
motor
R$ 5.760.020,02
R$ 5.935.910,37R$ 5.935.910,37
motor e inversor
PROJETOS APRESENTADOS
2
3
45
Projeto
Total 0,53 23.766,90 1.819,55 R$ 19.850.466,47
Nota Final EE (MWh/ano)RCB RDP (kW) Custo Total Usos Finais
Foto:FernandoWilladino/FIESC
o programa
motor e inversor
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SeleoAs propostas deveriam seguir os preos do mercado
e obedecer aos critrios estabelecidos no Manual
do Programa de Eficincia Energtica da Aneel, com
benefcios 33% maiores que os custos. Os projetos teriam
que atender um dos seguintes usos finais: iluminao,
climatizao, aquecimento solar de gua, refrigerao,
fora motriz, sistemas de ar comprimido, fornos eltricose eletrlise.
RepasseA Celesc repassou a verba para as empresas conforme
apresentao de notas, execuo das obras e
fiscalizao. O retorno do investimento realizado sem
a cobrana de juros, o nmero de parcelas foi definido
com a diviso do custo total do projeto pelo valor da
economia verificada ao final. As parcelas so cobradas
na prpria fatura do cliente.
AvaliaoAo trmino da execuo do projeto, foi realizada uma
medio final para verificar a economia de energia
gerada pela melhoria.
o programa /17
A CelescA Centrais Eltricas de Santa Catarina - Celesc uma
sociedade de economia mista que atua desde 1955nas reas de gerao, transmisso e distribuio de
energia. Sua rea de concesso abrange quase a
totalidade do territrio catarinense e responsvel
por 5,2% do volume de energia eltrica consumida
no Brasil. A Distribuidora comercializa, anualmente,
cerca de 12 milhes de MWh.
Em 11 anos de atuao em
projetos similares, promoveu
a economia de 171 GWh/ano.
O equivalente a energia consumida por
uma cidade de 53 mil habitantes duranteum ano, e demanda de ponta de 36 MW,
correspondente a 44% da potncia instalada
do seu parque gerador.
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18 \ indstria + eficiente
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Esto no sistema motriz os maiores potenciais de
economia de energia eltrica de uma indstria.
Eles so responsveis por quase 70% do
consumo total da planta. No caso da multinacional
Tigre, existem vrias aplicaes onde o motor tem uma
representatividade ainda maior, como nas mquinas
injetoras, que chega a 80%. Com a substituio de
motores e automao nas aplicaes do sistema de
refrigerao da injeo e extruso, com variaes de
potncia de 7,5cv a 400cv, a empresa atingiu uma
economia de 5.284,98 MWh/ano, equivalente a 11,17%
do seu consumo anual. Como estamos falando dosmaiores viles no consumo, o retorno de investimento
se dar em apenas 2,5 anos, afirma Fabiano Fuck, gestor
do projeto de Eficincia Energtica da Tigre. Para o meio
ambiente os impactos tambm so significativos: a
conservao evitou a emisso de 2.155,61 toneladas de
CO2 ao ano, equivalente ao trabalho de 22 mil rvores.
Com a melhor nota, o projeto foi o primeiro colocado
projeto TIGRE / 19
Sinergia eficiente
Tigre reduz 11,17% do consumoanual em projeto desafiador
Planta Tigre em Joinville - SC
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na seleo do edital. A meta de reduzir 600 kW no
horrio de pico do uso da energia foi atingida. H mais
de trs anos, a Tigre estudava modelos e tecnologias
eficientes para mquinas e processos. Em 2012,estabeleceu um plano de renovao tecnolgica para
aumentar a eficincia em suas plantas no Brasil. Neste
projeto ousamos um pouco mais e adicionamos mais
automao e renovao no s de motores, como de
equipamentos completos, afirma o executivo.
Para o gestor, o
programa se mostrou
atrativo pelo formato
de contrato de
desempenho, no
qual o pagamento
feito na prpriafatura de acordo com
a economia, e pela
no incidncia de
juros sobre o valor
reembolsvel. Porm, sugere que os prximos editais
estabeleam prazos maiores para a apresentao
dos projetos, com um cronograma alinhado aos
planos oramentrios das empresas, para facilitar a
administrao e aprovao interna. J o cronograma
de execuo, com prazo de um ano, foi considerado
adequado por ele. Contar com o perodo de frias
coletivas facilitaria na execuo de projetos com essa
complexidade, sugere.
Segundo Fuck, o maior desafio para a implementao
foi parar 91 mquinas para a troca dos equipamentos
com a fbrica em operao. Todas as movimentaes
da montagem concorreram com a manuteno do diaa dia da fbrica, o que exigiu muita determinao e
organizao, afirma.
Essas e outras dificuldades na execuo do projeto
foram vencidas com a sinergia entre as empresas
parceiras e resultaram
em aprendizado para
todos os envolvidos.
Montamos um
time multitarefa e
trabalhamos muito o
ano todo. Sempre h
um aprendizado muitogrande com projetos
desta grandeza
e importncia. O
resultado veio e no
podia ser outro,
afirma.
\ indstria + eficiente20
Sempre h umaprendizado muito
grande com projetos
desta grandeza eimportncia
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projeto TIGRE / 21
Ficha tcnica
91 motores, 80 inversores de frequncia esolues para injetoras e extrusoras de plstico
5.284,98 MWh/ano em Energia Economizada (EE)Equivalente a 11,17%do consumo anual
744,04 kW em Reduo da Demanda de Ponta (RDP)
Equipamentos: 91 motores, 80 inversores de frequncia e solues parainjetoras e extrusoras de plstico
Investimento: R$ 4,52 milhes
Retorno do investimento: 2,5 anos
Nota final:2,19
Relao Custo-Benefcio (RCB): 0,67
Energia Economizada (EE): 5.284,98 MWh/ano equivalente a 11,17% do consumo anual
Reduo da Demanda de Ponta (RDP): 744,04 kW
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7/24/2019 Estudo de caso WEG
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TIGRE
ATigre uma multinacional brasileira, lder na
fabricao de tubos, conexes e acessrios em
PVC no Brasil, em diversos pases da Amrica
Latina e uma das maiores do mundo. Fundada em
1941, tem oito plantas no Brasil, incluindo uma fbrica
de pincis, perfis de PVC e acessrios, e dez no exterior.
Conta com 6.200 funcionrios e uma produo anual de
300 mil toneladas de produtos.
22 \ indstria + eficiente
Neste projetoousamos um poucomais e adicionamos
mais automao
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24 \ indstria + eficiente
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Com os dois projetos de melhor Relao Custo-Benefcio
(RCB), a BRF, companhia de produtos alimentcios e
protenas animais, alcanou uma reduo total de energia de
8.710,06 MWh/ano, equivalente a um ms de produo na unidade
de Chapec. S nesta planta, o consumo dirio foi reduzido em 10%,
o que gerou uma economia de mais de R$500 mil ao ano. A planta
tem capacidade instalada de 20 mil toneladas de frangos, peru e
industrializados, alm de 60 mil toneladas de rao. Estava equipada
com motores desatualizados em termos de eficincia, alguns
fabricados na dcada de 70, com perda de rendimento de at 9% em
relao aos atuais. Esses motores no ofereciam mais o rendimento
adequado e j no supriam a necessidade do equipamento
acionado, limitando assim a sua capacidade, explica o analista deeficincia energtica da BRF Chapec, Cleber Rgio Marques.
Desenvolvidos e gerenciados pela Acxxus Engenharia de Medies,
os projetos contemplaram a aquisio de motores W22 Premium
WEG para as unidades de Chapec e Concrdia. Na planta de
Chapec foram substitudos 68 motores, com potncia instalada de
21.350 CV, gerando uma economia anual de 5.723,47 MWh e reduo
projeto BRF / 25
Um ms a menos na conta
BRFreduz consumo de energiaequivalente a 30 dias de produo
Planta BRF em Chapec - SC
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da demanda no horrio de ponta de 613,33 kW. Em
Concrdia, o consumo anual diminuiu em 2.986,59 MWh
e a demanda no horrio de ponta em 325,55 kW, com a
substituio de 45 motores com potncia instalada de8.370 CV.
Os motores acionam compressores e bombas nas
aplicaes com
maior consumo
de energia, com
potncias que
variam de 40 a 700
CV: gerao de
frios, tratamento de
gua e efluentes e
fabricao de raes.
Somente na geraode frios, so seis
salas de mquina
responsveis
por 48% do
consumo total da planta. O payback atestou que
valia a pena investir. O projeto se demonstrou atrativo,
principalmente porque o retorno do investimento vem
na prpria fatura de energia e a economia continua
aps esse perodo. Alm disso, esse tipo de projeto
traz mais confiana, pois avaliado e auditado pela
concessionria, afirma o analista.
Conforme Marques, a companhia ainda tem um grande
potencial de eficincia, tanto na substituio de motores
quanto de componentes de automao.
Marques analisa que as discusses sobre
sustentabilidade no Brasil tm sido intensas, entretanto
as aes ainda so mnimas. Para ele, esse um
exemplo de projeto que
quebra paradigmas
e vem para mudar
a cultura do pas.
Antigamente, pensava-
se que os recursos
eram inesgotveis.
Hoje, sabemos que
possvel racionaliz-los
para que nossos filhospossam usufruir depois,
assinala.
Certificada pela ISO
50.001 e integrante do ndice de Sustentabilidade
Empresarial (ISE) da BM&F Bovespa, a BRF foi
classificada no ranking Global 100 Most Sustainable
Corporations in the World que seleciona as 100
empresas mais sustentveis do mundo.
26\ indstria + eficiente
O projeto se demonstrouatrativo, principalmente
porque o retorno doinvestimento vem na
prpria fatura de energia
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projeto BRF / 27
Ficha tcnica
113 motores
938,88 kW em Reduo da Demanda de Ponta (RDP)
8.710,06 MWh/ano em Energia Economizada (EE)Equivalente a 2,85%do consumo anual
Projeto I - ChapecEquipamentos: 68 motores
Investimento: R$ 2,67 milhes
Retorno do investimento: 2,6 anos
Nota final: 2,17
Relao Custo-Benefcio (RCB):0,40
Energia Economizada (EE): 5.723,47 MWh/ano
Reduo da Demanda de Ponta (RDP): 613,33 kW
Projeto II - ConcrdiaEquipamentos: 45 motores
Investimento: R$ 1,29 milhes
Retorno do investimento: 2,3 anos
Nota final: 1,52
Relao Custo-Benefcio (RCB):0,33
Energia Economizada (EE): 2.986,59 MWh/ano
Reduo da Demanda de Ponta (RDP): 325,55 kW
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BRF
ABRF foi criada a partir da associao entre
Perdigo e Sadia. Atua nos segmentos de carnes(aves, sunos e bovinos), alimentos processados
de carnes, lcteos, margarinas, massas, pizzas e vegetais
congelados. Com cerca de 110 mil funcionrios, possui
50 fbricas em todas as regies do pas e responde
por mais de 9% das exportaes mundiais de protena
animal.
28 \ indstria + eficiente
Motores acionamsistema de geraode frio
Esse tipo de projeto trazmais confiana, pois
avaliado e auditado pela
concessionria
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Cleber Rgio Marques, analista deeficincia energtica da BRF Chapec
Motores acionam sistemade gerao de frio
Motores acionam sistema detratamento de efluentes
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30 \ indstria + eficiente
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Umas das maiores consumidoras de energia eltrica de Santa
Catarina, a Tupy, atualizou o parque fabril e, ao mesmo tempo,
passou a economizar 10.641,83 MWh/ano, equivalente ao
consumo de aproximadamente 4,3 mil residncias no mesmo perodo.
Os dois projetos para a planta de Joinville/SC incluram tambm
componentes de automao, como inversores de frequncia, para
sistemas de exausto e torres de resfriamento. Por meio de aes de
eficincia pode-se gerar a mesma demanda de energia ou at maior,
entretanto com o uso de menos recursos. O resultado mais vivel do
que gerar energia, afinal quanto mais se gera, mais se usa, afirma Cssio
Luiz Francisco de Andrade, diretor de Engenharia de Produtos, Processos
e Qualidade da Tupy.
projeto TUPY / 31
Tupy mais jovem e eficiente
Empresa investe norejuvenescimentodo parque fabril
Cssio Luiz Francisco de Andrade, diretorde Engenharia de Produtos, Processos eQualidade (esquerda) e Rogrio Lannaccaro,
gerente de Planejamento da Manuteno
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Em mdia, a fora motriz corresponde a 35% do
consumo total do parque fabril. Em sua maioria,
os equipamentos foram aplicados em torres de
resfriamento e em sistemas de exausto. De acordocom Andrade, a substituio j refletiu na eliminao
das paradas de manuteno, que dever impactar em
ganho de produtividade. A substituio dos motores de
at 15 anos de idade traz ganhos que so intensificados
com a automao. O primeiro tecnolgico, com o
rejuvenescimento do parque,
destaca o executivo.
Alm da absoro tecnolgica,
a experincia obtida com
os projetos representou
uma oportunidade de
desenvolvimento aosprofissionais da empresa. Foi
uma experincia nova, na qual
os tcnicos da Tupy foram
colocados prova, tanto no
alinhamento das informaes,
quanto na escala de substituio
dos equipamentos, revela.
A preocupao com eficincia
energtica ganhou maior relevncia na Tupy no incio
dos anos 2000. O programa atraiu a empresa por se
caracterizar como uma iniciativa inteligente, cujos
resultados econmicos se revertem em reembolso
do financiamento. O modo de financiamento mais
atrativo do que um simples contrato no banco, onde o
determinante a condio de pagamento. Neste caso,
h um resultado a ser alcanado, e nesse processo oaspecto tcnico se sobrepe ao econmico, afirma.
32 \ indstria + eficiente
Com o recurso disponvelpara o marketing do
projeto, a Tupy premiou
filhos de funcionriosno concurso culturalPoupe Luz e Esbanje
Criatividade
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projeto TUPY / 33
Ficha tcnica
297 motores,inversores de frequnciae solues para filtros de mangas e para torres de resfriamento.
394,57 kWem Reduo da Demanda de Ponta (RDP)
10.641,83 MWh/ano em Energia Economizada (EE)Equivalente a 2,06%do consumo anual
Equipamentos: motores WMagnet, WMining, inversores de frequncia e solues para filtros de
mangas e para torres de resfriamento
Investimento: R$ 9,73 milhes
Retorno do investimento: 5 anos
Energia Economizada (EE): 10.641,83 MWh/ano equivalente a cerca de 2,06% do consumo anual
Reduo da Demanda de Ponta (RDP):394,57 kW
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Tupy
Fundada em 1938, em Joinville, a Tupy fabrica
componentes fundidos e usinados para o setorautomotivo e tambm para segmentos da indstria e
construo civil, com capacidade produtiva de 848 mil
toneladas anuais. A empresa emprega cerca de 13.200
pessoas em quatro unidades fabris, nas cidades de
Joinville/SC, Mau/SP, Saltillo e Ramos Arizpe, as duas
ltimas localizadas no Mxico. Em 2013, 67% de sua
receita foi proveniente do mercado externo, com vendas
para 29 pases.
34 \ indstria + eficiente
Motores acionamsistema de exausto
As empresas secomplementaram nosseus conhecimentos
e finalidades. Um
projeto como esse,que prope uma meta,tende a trazer bons
resultados
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Motores acionam sistemas de exausto
Motores acionam sistemas
de resfriamento
Motores acionam sistemas
de exausto
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36 \ indstria + eficiente
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Com atuao em todas as etapas de um projeto
de eficincia, as Empresas de Servios de
Conservao de Energia (ESCO) so empresas
de engenharia especializadas em promover a eficincia
energtica e de consumo de gua em instalaes dos
clientes. A APS Solues em Energia foi responsvel por
elaborar trs projetos aprovados no programa Indstria
+ Eficiente, dois da Tupy e um da Tigre.
Aldemir Spohr, primeiro presidente da Associao
Brasileira das Empresas de Servios de Conservao
de Energia (Abesco) e diretor da APS, explica que a
diferena entre uma empresa de consultoria e umaESCO que esta divide os riscos com o cliente por
meio de um contrato de desempenho. A indstria no
realiza o investimento inicial, remunerando a ESCO por
meio das economias resultantes durante um perodo
de tempo acordado, afirma. Em entrevista, o executivo
explica detalhes sobre a atuao das ESCOs e fala sobre
a experincia da APS no programa da Celesc.
ESCOs / 37
Do pr-diagnstico avaliao do projeto
Empresas de Conservao de Energia
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Qual a atribuio de uma ESCO?
Uma ESCO integra seus servios aos departamentos de engenharia,
produo e finanas, propiciando por meio de aes de eficincia
energtica o aumento da competitividade do cliente. So empresas
que realizam investimentos em eficincia energtica, trabalhando
com todas as matrizes e assumindo a responsabilidade pelo
projeto, sendo remuneradas com base nos resultados obtidos.
A ESCO divide os riscos com o cliente, no apenas em termos de
investimentos (muitas vezes compartilhados), mas tambm por
meio de um contrato de performance, no qual a remunerao
ocorre de acordo com a economia.seja, a remunerao
38 \ indstria + eficiente
Aldemir SpohrPresidente do Conselho Consultivo da Associao Brasileira das
Empresas de Servios de Conservao de Energia (Abesco) e
diretor da APS Solues em Energia
Divulgao:APS
entrevista
Projetos para renovaotecnolgica de
determinados sistemaspodem obter ganhos
superiores a 40%
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De que forma ocorre o pr-diagnstico? Qual a
importncia dessa etapa inicial?
Como o nome sugere, um estudo preliminar, em que
so identificadas oportunidades de economia, tendocomo base as prioridades de consumo do cliente. Assim,
so estimados os custos necessrios para as melhorias
identificadas e projetada a economia resultante das
aes. Dessa forma, tem-se um conceito a respeito do
escopo, da necessidade de investimento e do tempo de
retorno da oportunidade.
Em quais aplicaes esto os maiores potenciais de
economia?
A economia est atrelada ao nmero de horas de uso
de um equipamento. Por exemplo, quando falamos
em fora motriz, devemos avaliar sempre o sistema de
forma completa. A economia proveniente da simples
substituio de um motor de baixo rendimento por um
eficiente no to significativa quanto aquela obtida
na troca de todo o sistema de automao. Em geral,
economias expressivas so identificadas em processos de
sistema de exausto, climatizao, perdas em redes de ar
comprido, troca de insumos (combustveis), entre outros.
Como avaliada a atratividade de um
financiamento? Quais fatores so levados em
considerao?
A busca de recursos para novos projetos na modalidade
de Contrato de Desempenho ocorre junto a bancos
comerciais, agncias de fomento e BNDES. Tendo em
vista que o investimento inicial custeado pela ESCO e
que no contrato de performance a remunerao ocorre
a partir das economias, existe um intervalo entre a
tomada de recurso e a remunerao. Este perodo
equivalente execuo do projeto que, em geral, varia
entre seis meses e um ano. Outra caracterstica do
financiamento a necessidade de garantias especiais,
que reduzam a percepo de risco por parte da instituio
financeira e, portanto, diminuam a taxa de juros. Ao
avaliar a atratividade de um financiamento, a ESCO
dar preferncia a um conjunto de caractersticascomo prazos de carncia e de pagamento, aceite de
garantias diferenciadas e taxa de juros. Nos projetos
da Tupy e da Tigre, no entanto, o valor do investimento
foi fornecido pelo programa diretamente s empresas,
que remuneraram a APS de acordo com as entregas
realizadas, com um percentual atrelado s economias.
Qual a durao de um projeto de eficincia?
O perodo de execuo das aes tem durao de acordo
com a amplitude das aes. Projetos de grande porte
levam, em mdia, doze meses para a implantao
da soluo, e de tamanho mdio, de trs a seis. Um
projeto pode envolver no somente a implementaodas melhorias e a instalao de equipamentos, como
tambm sua operao durante um determinado perodo
contratual. A ESCO pode se comprometer, nesse caso,
a fornecer o insumo energtico durante perodos que
podem chegar a dez anos, por exemplo.
ESCOs / 39
f i li d i bilid d d j b l d d l b d
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Como feita a avaliao da viabilidade de um projeto
na indstria?
Aps a identificao das oportunidades de melhoria,
realiza-se um estudo de viabilidade reunindo as
informaes de economias projetadas, os investimentos
necessrios, bem como as fontes de recursos. Esse
formato permite identificar os principais indicadores
financeiros para a correta tomada de deciso. Indicadores
como Taxa Interna de Retorno (TIR), Valor Presente Lquido
(VPL) e Ebitda, assim como aspectos tcnicos e contbeis,
so utilizados para a anlise da viabilidade.
Investimento em eficincia na indstria uma
alternativa vivel?
Todas as aes de eficincia energtica so viveis. O que
varia o investimento e o tempo de retorno. O que torna
um projeto atraente em detrimento de outro, o que ESCO
e cliente consideram vivel dadas as suas caractersticas
organizacionais. Tambm influencia o custo do
financiamento e a capacidade de investimento em termos
de recursos humanos e financeiros da ESCO. O principal
ganho para a indstria a maior competitividade
decorrente da reduo de custos e melhoria de processos.
Tambm existe o ganho da modernizao do parquefabril sem a utilizao de investimento inicial prprio, e
possibilidade de manter recursos focados na atividade
fim. Alm destes, existem ganhos ambientais com a
reduo do consumo de energia eltrica e de gua,
e a utilizao de combustveis menos poluentes, que
vo ao encontro de um processo produtivo voltado
sustentabilidade. Projetos elaborados para renovao
tecnolgica de determinados sistemas podem obter
ganhos superiores a 40%. J para recuperao de
energia, podem atingir ganhos de quase 90%.
Quais as principais motivaes da indstria para
aderir a um projeto de eficincia?
O cenrio atual de competitividade em escala
global. O mercado exige que a produo seja feita com
um mnimo de recursos, para que a indstria possa
investir em sua estratgia de diferenciao frente concorrncia. O segundo motivo a necessidade de
modernizao do parque fabril e a oportunidade da
modalidade performance, em que a indstria no realiza
o investimento inicial, remunerando a ESCO por meio das
economias resultantes durante o perodo acordado.
Como foi a experincia da APS no Programa Indstria
+ Eficiente? O programa pode ser considerado
inovador?
O programa foi inovador ao utilizar pela primeira vez a
Chamada Pblica para o setor industrial, absorvendo
cerca de R$20 milhes do Programa de Eficincia
Energtica (PEE). Os recursos foram destinados reduo de consumo de grandes consumidores, que
em termos absolutos traz um retorno maior frente aos
investimentos em projetos para a populao enquadrada
na Tarifa Social, que se encontra dispersa em milhares de
pequenos consumidores. Outro ponto de grande valor na
iniciativa o potencial de ganhos de competitividade da
indstria brasileira no mercado internacional.
\ indstria + eficiente40
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ESCOs / 41
Etapasde um projeto de eficincia
Estudo de
Pr-Viabilidade:
identificao
preliminar dopotencial de
economia e do
investimento para o
desenvolvimento do
negcio.
Monitoramento
e Verificao: as
aes so verificadas
atravs de umPlano de Medio
e Verificao,
realizado de acordo
com o Protocolo
Internacional para
Medio e Verificao
de Performance(IPMVP).
Estudo de
Viabilidade: todos
os materiais e
servios necessriosso orados e as
projees de economia
estimadas no estudo
de pr-viabilidade so
confirmadas.
Financiamento:
definio de como o
investimento inicial
ser custeado:recursos das
Concessionrias
ou prospeco no
mercado.
Implementao
da Ao: o projeto
passa a ser gerido
por um gestor, que ircoordenar a compra
de equipamentos,
contratao de
servios, instalao,
comissionamento,
treinamentos e
elaborar um plano demanuteno.
Empresas: o contratante identifica a eficincia energtica
como um meio pra se tornar mais competitivo.
Distribuidoras de energia eltrica: devem aportar recursospara eficincia energtica. Atualmente, o montante para estes
investimentos gira em torno de R$400 milhes/ano.
Fabricantes: detm tecnologia, produtos de alta eficincia e
especialistas nas diversas aplicaes da indstria.
ESCOs: fazem a ligao entre todos os players do mercado.
Bancos: tm o papel de fornecer recursos competitivos para
o financiamento de projetos de eficincia energtica.
Governo: fomenta a eficincia energtica no Brasil por meio
da Lei 9.991, de 24 de julho de 2000, que gera a obrigatoriedade
de destinao de 0,5% da Receita Operacional Lquida (ROL)
das concessionrias para projetos de eficincia.
Atores de um projeto de eficincia
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42 \ indstria + eficiente
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Uma indstria competitiva precisa de alternativas viveis tambm
para projetos de eficincia. Para ser mais eficiente na aplicao
dos recursos, o Programa de Eficincia Energtica (PEE) da
Aneel passou por uma reformulao* em julho de 2013, tornando-se
mais atrativo para financiamentos de projetos. A nova regulamentao,
que substitui o Manual de 2008, foi detalhada no manual chamado
Procedimentos do Programa de Eficincia Energtica (PROPEE), dividido
em dez mdulos.
A nova regra torna obrigatria a realizao de chamadas pblicas
anuais para projetos de eficincia pelas concessionrias. Todos ossetores podero participar, porm tero prioridade aqueles com maior
participao no mercado consumidor. Entre as principais mudanas esto
os incentivos ao Contrato de Desempenho, no qual o reembolso ocorre
por meio de parcelas no mesmo valor da economia gerada durante o ms,
de forma que o benefcio econmico seja maior, em mdia 25%, que o
investimento realizado.
Aneel / 43
Um programa mais eficiente que prev maiores oportunidades para a indstria
Nova regulamentao doPrograma de Eficincia Energtica
*Resoluo Normativa N 556, de julho de 2013
A modalidade de projeto incentivada pelo custeio das de energia Porm 60% desse valor so direcionados
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\ indstria + eficiente
A modalidade de projeto incentivada pelo custeio das
atividades administrativas e de prospeco de projetos
(pr-diagnstico) e excluso dos custos administrativos
e operacionais da parte reembolsvel do projeto.
Destacam-se ainda a maior flexibilidade na relao
custo/benefcio dos projetos, cujo limite passa a ser
0,9 (antes era 0,8) e excluso da incidncia de juros dos
valores reembolsveis, exigindo-se apenas correo
monetria.
Criado para ser uminstrumento de promoo
da eficincia, o PEE tem
sido desvirtuado com
a concentrao dos
recursos em segmentos
de baixo consumo. Com a
nova formatao, espera-
se que os investimentos
proporcionem resultados
mais efetivos em termos
de energia economizada,
e assim sejam coerentes
com a meta do governo federal, estabelecida no PlanoNacional de Energia, de reduzir 10% do consumo at
2030.
O PEE conta com um oramento anual da ordem de
R$400 milhes, formado pela destinao de 0,5% da
Receita Operacional Lquida (ROL) das concessionrias
de energia. Porm, 60% desse valor so direcionados
obrigatoriamente a consumidores de baixa renda, de
acordo com a Lei Tarifa Social de Energia Eltrica (TSEE).
Os recursos que inicialmente seriam aplicados em
projetos de eficincia energtica, aprovados pela Aneel,
ganharam uma conotao social, sendo destinados para
o segmento que consome menos de 5% da energia total
do pas.
O resultado desse desequilbrio que apenas uma
nfima frao dos custoscom energia eltrica
retorna como fomento ao
uso racional do recurso
na indstria. Mesmo
reduzindo a metade do
consumo dessa parcela,
o impacto muito menor
do que reduzir 10% no
segmento industrial. A
previso que o dispositivo
legal seja alterado em
breve, o que dever
elevar o valor dos recursos destinados aos projetos,afirma Mximo Luiz Pompermayer, Superintendente de
Pesquisa e Desenvolvimento e
Eficincia Energtica da Aneel.
44
A Celesc inovouno processo e ter
resultados interessantes,
que podero sercompartilhados com
outras concessionrias
t i t
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A expectativa de que o novo PEE seja um indutor de
mudanas e incentivador do mercado de eficincia
energtica. Esperamos que resulte em mais impactos,
em termos de mudana de hbito e de transformao doestado de migrao dessa situao de ineficincia, afirma
Mximo Luiz Pompermayer. O executivo da Aneel concedeu
uma entrevista para explicar alguns pontos da mudana
e abordar outros assuntos relevantes para aplicaes de
projetos na indstria.
Como pode ser definido o conceito de eficincia
energtica?
Eficincia fazer uso da energia de uma maneira racional,
para que se obtenha o mnimo consumo na realizao de
uma tarefa. Sabemos que as necessidades hoje em dia so
ilimitadas, porm os recursos so finitos. uma questo de
racionalidade mesmo, no faz sentido gastar mais do que
Mximo Luiz PompermayerSuperintendente de Pesquisa e Desenvolvimentoe Eficincia Energtica da Aneel
Aneel / 45
Foto:MoacirBarbosa
entrevista
Se posso realizar uma tarefa
com cinco unidades de energia,por que a farei com mais?
o necessrio. Se eu posso realizar uma tarefa com cinco processo de seleo. Com a obrigatoriedade da chamada
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p
unidades de energia, por que a farei com mais?
A Tarifa Social de Energia Eltrica estabelece a
destinao de 60% do investimento obrigatrio em
eficincia energtica em projetos para populao de
baixa renda. Qual o seu posicionamento sobre essa
obrigatoriedade?
Esse dispositivo legal faz uma distoro dos recursos. Ele traz uma
srie de dificuldades na implementao das aes dos projetos
que ficam vinculados ao cadastro na tarifa social. Quando sebusca melhorar a eficincia nos vrios segmentos, no tem
sentido aplicar a maior parte dos recursos na parcela de baixo
consumo, que representa menos de 5% da energia total do pas.
Os impactos so muito reduzidos, o apelo de incluso social
muito forte, mas no cabe o uso de uma poltica pblica de
eficincia energtica.
O Programa Indstria + Eficiente da Celesc foi
considerado inovador. Que avaliao voc faz dessa
iniciativa?
A Celesc acertou em dar nfase a esse segmento de maior
demanda. A iniciativa foi muito bem sucedida, at porque a
indstria respondeu positivamente. A concessionria inovouno processo e ter resultados interessantes, que podero ser
compartilhados com outras, para que sirva de exemplo.
O que motivou a reformulao do manual do PEE? Quais
as mudanas mais significativas ?
Constatamos que havia espao para o aprimoramento do
p g
pblica, o programa se tornou mais democrtico e
transparente. Outra motivao foi permitir que setores no
privilegiados tivessem a possibilidade de participar. Antes, os
investimentos eram feitos em doaes e aes educativas,
que no tinham continuidade e no alavancavam iniciativas
dos prprios consumidores. Com a mudana, esperamos que
haja participao mais efetiva do consumidor, para que ele
mesmo tome a iniciativa de substituir seus equipamentos por
meio de incentivos. A expectativa que se consiga fazer mais
com o recurso. Concentradas no segmento de baixo consumo,as aes tinham pouco impacto.
Qual a expectativa da Aneel com a mudana?
Espera-se que o programa seja um indutor de mudanas, que
alavanque novas aes e ultrapasse a aplicao do recurso,
que embora significativo, mnimo diante do potencial
existente no mercado. Nesse sentido, as aes precisam ser
mais indutivas, demonstrativas e at mesmo educativas, do
que fazer aquilo que o consumidor deveria.
As mudanas tornaram o programa mais atrativo
para projetos de eficincia na indstria? O PEE
mais competitivo em relao a outros tipos definanciamento?
mais atrativo por vrios motivos, dentre eles destacam-se:
- Chamada pblica de projetos obrigatria uma vez por
ano. O processo permite maior transparncia e amplia a
participao de todos os segmentos, que podero apresentar
bons projetos e competir para que sejam selecionados.
\ indstria + eficiente46
- Priorizao das duas maiores classes de consumo. A (pr-diagnstico). Assim, esses custos so internalizados
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concessionria ou permissionria dever aplicar pelo menos
50% do investimento obrigatrio, em unidades consumidoras
das duas classes de consumo com maior participao em
seu mercado. A medida pressupe maior coerncia entre a
aplicao dos recursos e participao de cada segmento.
Setores que representavam 50% do consumo estavam
recebendo apenas 2 a 3% dos recursos do programa.
- Incentivos a contratos de desempenho. Os recursos
aplicados so devolvidos
proporcionalmente economiarealizada, de modo que o benefcio
econmico seja, em mdia, 25%
maior que o investimento realizado.
O programa exige Relao Custo-
Benefcio mnima de 0,8. Dessa
forma, beneficia-se o consumidor,
mas o recurso retorna para outras
aes.
As indstrias tero mais facilidades para propor projetos
com a nova regulamentao?
Por conta das exigncias de chamada pblica e prestao
de contas, o processo no to simplificado quantogostaramos. Porm, as possibilidades de uma maior
participao do setor aumentaram de forma substancial.
As indstrias podero apresentar projetos e, se estiverem
organizadas, tero maiores chances de aprovao. O
contrato de performance incentivado por meio do custeio
de atividades administrativas e de prospeco de projetos
nos projetos e no os oneram. Esse mecanismo de incentivo
dever aumentar a participao da indstria.
vivel investir em eficincia energtica na indstria?
Quais os impactos desse investimento?
Um setor de alta concorrncia como a indstria precisa ser o
mais competitivo possvel. A energia eltrica representa um
dos custos mais significativos. Logo uma questo de lgica,
gastando menos energia, ter mais
chances de competir.
O Plano de Eficincia tem como
meta a reduo de 10% no consumo
de energia eltrica at 2030. Qual a
contribuio do PEE para atingir o
objetivo?
Essa a razo pela qual aprimoramos e
criamos mecanismos para que a eficincia energtica tenha
uma contribuio maior. No alcanaramos a meta se o
ritmo das aes e o destino das verbas continuassem como
no formato anterior. A energia economizada no era to
expressiva diante do potencial existente. Para melhorar 10%
preciso investir muitos mais recursos do que o programadispe e direcionar para os setores que mais consomem
energia. Se a Lei da Tarifa Social for revista, a contribuio
ser ainda maior.
Aneel / 47
Mesmo reduzindo ametade do consumo do
segmento de baixa renda,o impacto muito menor
do que reduzir 10% nosetor industrial
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48 \ indstria + eficiente
O custo mdio do MWh economizado noPrograma Indstria + Eficiente foi de
muito abaixo do custo marginal de expansodo sistema de energia eltrica de R$108,00R$73,04
,
70% do parque fabrilbrasileiro formado por equipamentos commais de dez anos, sendo 17 a idade mdia
O aumento de 10% no investimento em eficincia
energtica no setor industrial do pas poderia gerar uma
economia nos custos de produo de aproximadamente
R$3,87 bilhes
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Uma pesquisa aplicada nas indstrias do estado pela Federao
das Indstrias de Santa Catarina (Fiesc), que serviu de base ao
programa Indstria + Eficiente, apontou a falta de financiamento
como uma das principais dificuldades para identificao de oportunidades
de eficincia energtica. Mais da metade das indstrias, 54%, no haviam
contratado servios de eficincia energtica nos ltimos dois anos, e 52%no pretendiam contratar. Porm, 70% afirmaram que possuam objetivos
e metas de reduo do consumo de energia. A pesquisa mostrou que
existe um grande espao para otimizar o uso desse insumo. A indstria
pressionada pela competio existente no mercado. Financiamentos e
recursos mais atraentes so importantes para investimentos nessa rea,
afirma o presidente da entidade, Glauco Jos Crte.
Com um potencial de reduo de 10%, o setor industrial de Santa Catarina
responsvel por 45% do consumo total de energia eltrica do estado, em
torno de 8.800 GWh. Alm de ser um fator fundamental para aumento da
produtividade e, consequentemente, melhoria da competitividade, com
essa eficincia seria possvel abastecer uma cidade do tamanho de Itaja ou
Lages, com cerca de 170 mil habitantes, destaca o executivo.
FIESC / 49
Motores usados no projetoIndstria + Eficienteapoiado pela FIESC
Investimentos na indstria garantem alto retorno e competitividade
Nmeros comprovamimpacto da eficincia
Sistema motriz Custo
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O grande destaque no uso final da energia eltrica pelo
setor industrial est na fora motriz, com 68% do total
consumido pelo setor (MME, 2011). Para se ter uma ideia,
o uso mais eficiente de energia eltrica em sistemas
motrizes resultaria em uma reduo da demanda global
de energia de 10%, o que acarretaria uma economia
total de US$240 bilhes no ano de 2030. Os dados so
da Parceria Internacional
pela Cooperao para
Eficincia Energtica(IPEEC, sigla em ingls).
No Brasil, um aumento
de 10% no investimento
em eficincia energtica
no setor industrial
poderia economizar
aproximadamente R$3,87
bilhes em custos de produo. O dado demonstra
claramente que o investimento em eficincia energtica
tem um retorno alto para o setor, salienta Crte.
De acordo com uma pesquisa realizada em 2011
pela Associao Brasileira de Manuteno e Gesto
de Ativos (Abraman), quase 70% do parque fabrilbrasileiro formado por equipamentos com mais de
dez anos, sendo 17 a idade mdia. Segundo a pesquisa,
equipamentos perdem sua eficincia ao longo de sua
vida til e quebras e falhas tambm aceleram este
processo, afetando a produtividade.
Segundo dados do Banco Mundial, o Brasil o stimo
maior consumidor de energia do mundo, sendo a
indstria responsvel por 45% do recurso. O estudo
Quanto custa a energia eltrica para a indstria no
Brasil?, elaborado pela Federao das Indstrias do
Estado do Rio de Janeiro (Firjan) em 2011, chama a
ateno para a excessiva onerao da energia eltrica
consumida pela indstria
brasileira, e como o alto
custo tarifrio impacta nacompetitividade da indstria
nacional. A tarifa mdia de
R$329,0/MWh para o setor
uma das mais altas do
mundo, 50% acima da mdia
de R$215,5/MWh encontrada
para um conjunto de 27
pases. Acresce-se ao alto custo da energia eltrica
o desperdcio causado pelo mau uso, que aumenta
significativamente as despesas e afeta a produtividade
no setor industrial. Segundo levantamento realizado
pela Confederao Nacional da Indstria (CNI) em
2013, a energia corresponde a 4,3% do custo direto daproduo industrial, deste 83,7% refere-se energia
eltrica. Obter produtividade hoje crucial. A indstria
que no competitiva no se mantm no mercado.
Este um insumo importante e caro, por isso que as
indstrias precisam ter cuidado no sentido de otimizar
e racionalizar o uso. A pauta permanente no setor
industrial, pontua.
50 \ indstria + eficiente
Obter produtividadehoje crucial. Aindstria que no competitiva no se
mantm no mercado
Potencial
O d li d l CNI 2004 l
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Outro estudo realizado pela CNI em 2004 revelou
oportunidades relevantes de economia de energia,
apontando um potencial tcnico total de reduo de
25,7% (ou 14,6 Mtep5) do consumo global de produo,
sendo a energia eltrica responsvel por 14%. Na
anlise de 217 projetos de eficincia energtica de 13
setores industriais, a entidade concluiu que a eficincia
energtica uma alternativa vivel. Na poca, o custo
mdio do MWh economizado foi de R$79, muito abaixo
do custo marginal de expanso do sistema de energiaeltrica de R$138, estimado pela Empresa de Pesquisa
Energtica (EPE) no Plano Decenal 2007/2016.
Fomento
H pelo menos vinte anos, o Brasil possui programas
de eficincia energtica. Destacam-se: o Programa
Brasileiro de Etiquetagem (PBE), executado pelo
Inmetro, o Programa Nacional de Eficincia Energtica
Industrial (Procel Indstria) da Eletrobrs e o Programa
de Eficincia Energtica (PEE) da Aneel. Os investimentos
mais relevantes so realizados no PEE, porm um
percentual mnimo dos custos com energia eltrica
retorna como fomento ao uso racional deste recursona indstria. Como exemplo, no perodo de 1999 a
2006, estima-se que as indstrias brasileiras pagaram
R$157 bilhes em consumo de energia eltrica. Nesse
mesmo perodo, as concessionrias de energia eltrica
aplicaram R$147 milhes, 0,09% do total pago em
projetos de eficincia energtica industrial.
FIESC / 51
Expediente
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52 \ indstria + eficiente
Projeto grfico, fotografia e redao: Compreendo Comunicao
Impresso: Impressora Mayer
Tiragem: 3.250 exemplares
Essa uma publicao especial
patrocinada por WEG, APS Solues
em Energia, ICA/Procobre e apoiada
por Celesc, Fiesc, Tupy, BRF e Tigre.
1 Lugar no concurso cultural Poupe Luz e Esbanje Criatividade!, promovido pela Tupy.
Expediente
Referncias
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LIMA - Antnio Sergio Alves de. Oportunidades de
eficincia energtica em motores e em acionadores
de velocidade ajustvel (AVAs). Publicao Eficincia
Energtica na Indstria. Disponvel em O Setor Eltrico.
CNI Confederao Nacional da Indstria.
Oportunidades de Eficincia energtica para a
indstria:uma viso institucional.Braslia DF: CNI,
2010. 58 p.
FIRJAN - Federao das Indstrias do Estado do Rio
de Janeiro. Quanto custa a energia eltrica para a
indstria no Brasil?Rio de Janeiro - RJ: Sistema Firjan,
2013
MME Ministrio das Minas e Energia. PNEf - Plano
Nacional de Eficincia Energtica Premissas e
Diretrizes Bsicas na Elaborao do Plano. Braslia DF:
MME, 2010.
MME/EPE Ministrio das Minas e Energia/ EMPRESA DE
PESQUISA ENERGTICA. Plano Decenal de Expanso
de Energia PDE 2020. Braslia - DF: EPE, 2011.
ANEEL Agncia Nacional de Energia Eltrica. Revista
Eficincia Energtica. Braslia DF: Aneel. 2013
ANEEL - Agncia Nacional de Energia Eltrica.
Procedimentos do Programa de Eficincia Energtica
(PROPEE). Braslia DF: Aneel. 2013.
LIGHT - Light Servios de Eletricidade. Revista de
Eficincia Energtica da Light. Rio de Janeiro RJ: Light.2013
referncias / 53
Referncias
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+indstria
eficiente
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