estudo de caso - logistica reversa - 04

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XXVI ENEGEP - Fortaleza, CE, Brasil, 9 a 11 de Outubro de 2006 1 ENEGEP 2006 ABEPRO O estudo de caso do projeto de logística reversa: reutilização de embalagens do tipo big bag Paulo Daniel Pessoa (FAGEN/UFU) [email protected] Claúdio Luis Miotto (FAGEN/UFU) [email protected] Resumo Estudo de caso sobre o projeto de logística reversa desenvolvido para o reaproveitamento das embalagens de big bag. O objetivo é avaliar se, por meio da logística reversa, torna-se possível alcançar a redução dos custos e, também, contribuir para minimizar a degradação ambiental. Dentro desta ótica, o estudo faz uma descrição sobre a reutilização dessas embalagens e a economia que a empresa obteve com a logística reversa no ano 2004. Palavras-chave: Logística reversa; Redução dos custos; Sustentabilidade. 1. Introdução A logística vem despertando um interesse crescente nas organizações empresariais e nas pesquisas científicas, uma vez que torna possível melhorar o desempenho e a competitividade da organização. Dentro desta ótica, a logística reversa e o estudo dos canais de distribuição reverso, segundo Leite (2003), se destacam como uma nova área de estudo da logística empresarial que planeja, opera e controla o fluxo e as informações logísticas correspondentes, do retorno dos bens de pós-venda e de pós-consumo ao ciclo de negócios ou ciclo produtivo, por meio dos canais de distribuição reversos, agregando-lhes valor de diversas naturezas: econômico, ecológico, legal, logístico, de imagem corporativa, entre outros. Este estudo tem o objetivo de fazer uma análise sobre a logística reversa, com enfoque para a redução dos custos com embalagens e benefícios para o meio-ambiente. Isso porque percebe- se que existe um escasso referencial bibliográfico acerca do tema, o que dificulta a obtenção de informações e uma visão mais abrangente e didática sobre este assunto. No Brasil, o problema é ainda mais grave, uma vez que somente agora os pesquisadores estão voltando os olhos para essa questão, conforme afirma Leite (2003). Portanto, a escolha do tema se justifica pela necessidade de pesquisas nesta área. Para a realização desta pesquisa foram utilizados três procedimentos metodológicos: a pesquisa exploratória, a pesquisa descritiva e a explicativa. Essas se realizaram através de uma pesquisa bibliográfica a partir de materiais já publicados: livros, artigos e textos disponibilizados na Internet e um estudo de caso que permitiu a obtenção e posterior análise dos dados necessários para a discussão da logística reversa mediante o levantamento de documentos, relatórios e planilhas de custos.

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XXVI ENEGEP - Fortaleza, CE, Brasil, 9 a 11 de Outubro de 2006

1 ENEGEP 2006 ABEPRO

O estudo de caso do projeto de logística reversa: reutilização de embalagens do tipo big bag

Paulo Daniel Pessoa (FAGEN/UFU) [email protected] Claúdio Luis M iotto (FAGEN/UFU) [email protected]

Resumo

Estudo de caso sobre o projeto de logística reversa desenvolvido para o reaproveitamento das embalagens de big bag. O objetivo é avaliar se, por meio da logística reversa, torna-se possível alcançar a redução dos custos e, também, contribuir para minimizar a degradação ambiental. Dentro desta ótica, o estudo faz uma descrição sobre a reutilização dessas embalagens e a economia que a empresa obteve com a logística reversa no ano 2004. Palavras-chave: Logística reversa; Redução dos custos; Sustentabilidade.

1. Introdução

A logística vem despertando um interesse crescente nas organizações empresariais e nas pesquisas científicas, uma vez que torna possível melhorar o desempenho e a competitividade da organização. Dentro desta ótica, a logística reversa e o estudo dos canais de distribuição reverso, segundo Leite (2003), se destacam como uma nova área de estudo da logística empresarial que planeja, opera e controla o fluxo e as informações logísticas correspondentes, do retorno dos bens de pós-venda e de pós-consumo ao ciclo de negócios ou ciclo produtivo, por meio dos canais de distribuição reversos, agregando-lhes valor de diversas naturezas: econômico, ecológico, legal, logístico, de imagem corporativa, entre outros. Este estudo tem o objetivo de fazer uma análise sobre a logística reversa, com enfoque para a redução dos custos com embalagens e benefícios para o meio-ambiente. Isso porque percebe-se que existe um escasso referencial bibliográfico acerca do tema, o que dificulta a obtenção de informações e uma visão mais abrangente e didática sobre este assunto. No Brasil, o problema é ainda mais grave, uma vez que somente agora os pesquisadores estão voltando os olhos para essa questão, conforme afirma Leite (2003). Portanto, a escolha do tema se justifica pela necessidade de pesquisas nesta área. Para a realização desta pesquisa foram utilizados três procedimentos metodológicos: a pesquisa exploratória, a pesquisa descritiva e a explicativa. Essas se realizaram através de uma pesquisa bibliográfica a partir de materiais já publicados: livros, artigos e textos disponibilizados na Internet e um estudo de caso que permitiu a obtenção e posterior análise dos dados necessários para a discussão da logística reversa mediante o levantamento de documentos, relatórios e planilhas de custos.

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O trabalho foi dividido em quatro capítulos sendo que o primeiro faz uma abordagem sobre o tema proposto caracterizando os objetivos a serem alcançados e a justificativa para a escolha do tema e também os recursos metodológicos, o segundo apresenta uma análise, a luz de referencial teórico, da logística reversa no sentido de apreender quais são seus objetivos e identificar as oportunidades, o terceiro faz uma abordagem geral sobre a organização e discute sobre a logística reversa desta organização e o quarto faz as conclusões sobre o estudo. 2. REFERENCIAL TEÓRICO Neste capítulo são abordados o conceito da logística, a importância de sua utilização nas empresas, com enfoque na logística reversa sua finalidade e objetivos. 2.1 Logística empresar ial A logística exerce um papel relevante para as organizações empresariais, pois, através dela é possível promover melhorias em todas as etapas do processo produtivo das empresas. Em termos macroeconômicos a logística é a responsável pelo fluxo físico dos materiais no setor industrial, passando pelos diversos elos dos canais de distribuição (BOWERSOX; CLOSS, 2001). Nas empresas o termo é utilizado para descrever as atividades relacionadas com os fluxos de entrada de materiais e de saída de produtos e tende a ganhar uma visão integrada entre as organizações à medida que estas passam a planejar suas atividades de forma conjunta, para melhor servir o mercado e ganhar eficiência e eficácia (BALLOU, 2001). Para Ballou (1993), a logística empresarial concentra esforços no sentido de racionalizar e obter maior eficiência em todas as atividades relativas a movimentação e armazenagem, que facilitam o fluxo do produto desde a aquisição da matéria-prima até o ponto de consumo final. Lambert et all (1998) também relacionam algumas atividades como parte da administração logística em uma empresa: serviço ao cliente, processamento de pedidos, comunicações de distribuição, controle de inventário, previsão de demanda, tráfego e transporte, armazenagem e estocagem, ocalização de fábrica e armazéns/depósitos, movimentação de materiais, suprimentos, suporte de peças de reposição e serviços, embalagem, reaproveitamento e remoção de refugo e administração de devoluções. Entre as atividades aqui citadas, fazem parte da logística reversa o reaproveitamento, remoção de refugo e o retorno de devoluções. 2.2 Logística reversa: considerações gerais A logística reversa pode ser entendida como a área da logística empresarial que visa equacionar os aspectos logísticos do retorno dos bens ao ciclo produtivo ou de negócios através da multiplicidade de canais de distribuição reversos de pós–venda e de pós–consumo, agregando-lhes valor econômico, ecológico, legal e de localização (CLM, 1993; FULLER, ALLEN,1995; LEITE, 2003). O retorno de pós-venda é devido a dois motivos principais, genericamente chamados de problemas de garantia ou qualidade e a problemas comerciais. Na primeira categoria podem ser incluídos defeitos de fabricação, mau funcionamento, entre outros, enquanto no segundo caso incluem-se problemas relacionados à expedição e recebimento de produtos e os acordos comerciais: vendas em consignação, erros de comercialização, excessos de estoques nos canais, obsolescência ou prazos de validade expirados, lançamento de novos produtos, recall, entre outros (STOCK,1998; ROGERS, TIBBEN-LEMBKE,1999; CALDWELL, 1999).

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Segundo Leite (2003), o produto de pós-consumo são os bens descartados pela sociedade em geral que, por sua vez, retornam ao ciclo de negócios ou ao ciclo produtivo e pode ser classificado como em condições de uso, fim de vida útil, e resíduos industriais. Um produto considerado em condições de uso apresenta interesse de reutilização. 2.3 Meio ambiente: degradação ambiental e sensibilidade ecológica De acordo com a análise de Milaré (2001), o primeiro alerta em relação à necessidade de preservação do meio ambiente foi a conferência de Estocolmo em 1972, na Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano. O principal fator que contribuiu para a sua realização foi o fato das nações mais desenvolvidas perceberem que a sua busca pelo desenvolvimento econômico havia causado danos irreparáveis à natureza, e de que seria necessário tomar medidas mais efetivas para proteger o meio ambiente da ação do homem, a fim de não comprometer ainda mais a sua vida no planeta. Para Kinlaw (1997, p.83), Desenvolvimento Sustentável é a macrodescrição de como todas as nações devem proceder em plena cooperação com os recursos e ecossistemas da terra para manter e melhorar as condições econômicas gerais de seus habitantes, presentes e futuros. Hoje, as empresas estão interessadas na logística reversa por planejar o retorno dos materiais aos fornecedores. Entretanto, num futuro próximo, as decisões sobre a logística reversa serão profundamente influenciadas pelos estudos de impactos no meio ambiente (ROGERS e TIBBEN-LEMBKE, 1998). 3. ESTUDO DE CASO 3.1 A organização O estudo de caso foi realizado em uma empresa fornecedora de amido para indústrias dos setores de papel e celulose, cervejaria, mineração, chocolates, sorvetes, balas, biscoitos e panificação e que terá sua marca preservada nesta pesquisa. 3.2 O produto - amido de milho O produto é o amido obtido a partir do milho e apresenta-se na forma de pó fino, branco, com sabor e odor característicos. É vendido à granel e embalado, em sacos de papel e big bags conforme descrevemos a seguir: 3.2.1 Sacos de papel - 25 kg

Figura 4: Layout da embalagem de 25 kg Fonte: Software de qualidade da empresa.

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A embalagem de 25 kg é confeccionada com papel multifolhado composto por duas camadas de papel uma interna, em contato com o produto, e outra externa onde são impressas as informações sobre a empresa e o produto. A embalagem não tem muitos detalhes no visual para atrair a atenção do consumidor, conforme podemos constatar na figura 4, isto porque não é direcionada para o cliente final e sim para indústrias assim os objetivos principais são oferecer qualidade e um formato de fácil utilização na linha de produção. 3.2.2 Big bag

Fonte: Software de qualidade da empresa Figura 5: Modelo de embalagem big bag

A capacidade do big bag varia de 500 kg à 1250kg e são fabricadas com a utilização de polipropileno o que proporciona resistência e para suportar grande quantidade de produto e segurança na movimentação sendo a mais utilizada a de 1000 kg. Na figura 5 temos o modelo e o layout do big bag que é composto por duas válvulas uma superior, por onde é colocado o amido, e a inferior, por onde ele é descarregado, elas são fechadas pelas cordas de amarração.

3.2 A logística reversa O big bag tem como maior vantagem a possibilidade de ser reaproveitado na produção após passar um processo de limpeza e sanitização. Para que o reaproveitamento fosse possível foi necessário um projeto de logística reversa para retirar as embalagens usadas nos clientes, reciclá-las e colocá-las em condições de uso no centro produtivo. A empresa por exigência de alguns clientes, já comercializava o amido nesta embalagem mas não efetuava o retorno para reutilização, assim ao identificar a possibilidade de reciclagem deste material visualizou que obteria uma economia significativa e ainda também diminuir os resíduos na produção do cliente pois o big bag não seria mais descartado após o uso. Com isso o projeto também começou a incentivar a substituição do saco de 25 kg, embalagem tradicional, pelo big bag pois além de ter um custo maior para empresa a embalagem de 25kg e os acessórios necessários para seu transporte não seriam mais descartados. Na figura 2 visualizamos o fluxo logístico antes da introdução do big bag e da logística reversa e podemos verificar que era um fluxo simples com a entrega sendo feita no cliente e o posterior descarte dos resíduos da embalagem no lixo. Cargil Client

Lixo

Amido em sacos de 25

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Figura 2: Fluxo antes da introdução da embalagem tipo big bag

Na figura 3 visualizamos o novo fluxo logístico no qual os big bags são utilizados e que são direcionados para reciclagem após o uso do produto e quando estão prontos para uso são reenviados para o centro produtivo iniciando um novo ciclo.

Figura 3: Fluxo após a introdução da embalagem tipo big bag

Com a introdução da logística reversa a organização obtém maior competitividade na cadeia como um todo. Com isso os consumidores poderão adquirir maiores quantidades e/ou começar a comprar e ter acesso a produtos que antes não eram acessíveis devido ao alto preço. 3.4 Comparativo – saco 25 kg x big bag novo e reciclado Na Tabela 2 temos um comparativo de custos, para uma tonelada de amido, veja que o custo total da embalagem de 25 kg é R$41,60 contra R$36,10 do big bag novo e R$20,10 do custo do big bag reciclado. Verificamos que o big bag reciclado é viável, do ponto de vista financeiro, em relação a embalagem de 25 kg e ao big bag Novo representado uma economia de R$21,50 ou 51% em relação ao saco de 25 kg e R$16,00 ou 44% em relação ao big bag comprado novo.

Custos(R$)* SC 25 KG Big Bag Novo Big Bag Reciclado

Embalagem 20 34 0

Reciclagem 0 0 18

Palete 15,6 0 0

Plástico 1,68 0 0

Cinta 1,6 0 0

Papelão 2,2 0 0

Impressão da Validade 0,52 0 0

Etiqueta 0 0,1 0,1

Acréscimo frete 0 2 2

Total 41,6 36,1 20,1

Comparativo 1 100% 87% 48%

Comparativo 2 115% 100% 56% * Para uma tonelada de amido

Descarte dos resíduos das

embalagens

Cargill Cliente Amido em big bags

Envio dos big bags Reciclage

m

Envio dos big bags reciclados para o

centro

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Tabela 2: Custos saco 25 kg e big bag novo e reciclado

O saco de 25 kg é embarcado paletizado e com isso ele tem custos adicionais com os acessórios utilizados para reforçar e revestir o palete e que não são necessários no big bag. Os acessórios, constituídos de plásticos e papéis, e a embalagem são descartados após o uso. O big bag também era descartado antes do projeto assim identificamos o papel sustentável da logística reversa pois contribui para um melhor aproveitamento dos materiais.

3.5 Economias obtidas com a reciclagem do big bag Neste tópico demonstraremos as economias alcançadas pela Cargill com a reutilização do big bag ao invés de comprá-lo novo. A Cargill aproveitou a estrutura interna com ociosidade como equipamentos de movimentação, espaços para armazenagem e profissionais de diferentes departamentos, para suprir a demanda da logística reversa pela criação e implementação de novos processos e procedimentos específicos à operação com isso evitando investimentos e gastos nestes ítens. A recuperação das embalagens foi terceirizada para isso foi desenvolvido um fornecedor especializado neste tipo de serviço, a empresa contratada coleta os big bags no cliente, recicla e entrega os mesmos prontos para serem recolocadas no processo produtivo, sendo o valor atual igual a R$ 18,00 reais a unidade. Este preço é fixo idenpendente do tamanho do big bag isso porque os princípais custos do fornecedor (transporte, limpeza e restauração) não sofrem variações significativas por causa do tamanho

Analisando a Tabela 4 podemos constatar que se todas as embalagens recicladas fossem compradas novas teriamos um um custo total de R$ 292.285,00 enquanto o custo de reciclagem ficou em R$159.696,00 portanto uma diferença de R$ 132.589,00 que representa uma economia total de 45%. Podemos verificar ainda que as embalagens de 1000kg e 1250kg são as que tem maior saída sendo responsáveis por R$117.328,00 de economia representando 88% do total economizado.

EMBALAGEM 500 KG 800 KG 900 KG 1000 KG 1250 KG TOTAL

Total Reciclado (UN) 683 751 367 4975 2096 8872

Custo Novos (UN) 24 27 30 34 36 -

Custo Reciclados (UN) 18 18 18 18 18 -

Custo Total Novos 16392 20277 11010 169150 75456 292285

Custo Total Reciclados 12294 13518 6606 89550 37728 159696

Economia Total 4098 6759 4404 79600 37728 132589

Economia Total (%) 25% 33% 40% 47% 50% 45% Tabela 4 : Economia total no ano de 2004

A Figura 7 traz informações sobre a quantidade utilizada e comprada de embalagens big bag no ano de 2004 e constatamos que do total das embalagens de 1000 kg utilizadas, 6300 un, somente 1325 un (21%) foi comprada, ou seja, 79 % eram recicladas e quanto as de 1250 kg, do total de 3312 un utilizadas, 1216 un foram compradas (37%), e o restante 63 % foram originadas da logistica reversa. Esses dados demostram que os big bags reciclados já são mais utilizados no processo produtivo do que os novos e estão tendo uma boa aceitação.

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1.704

755 374

6.300

3.312

1.021

4 7

1.325 1.216

0

1.000

2.000

3.000

4.000

5.000

6.000

7.000

BIG BAG 500 Kg BIG BAG 800 Kg BIG BAG 900 Kg BIG BAG 1000 Kg BIG BAG 1250 Kg

UTILIZADOS COMPRADOS

Figura 7 – Quantidade utilizada e comprada no ano de 2004 Assim podemos verificar que o reaproveitamento de big bags na Cargill tem proporcionado vantagens econômicas que justificam a logístiva reversa o que impacta diretamente nos custos totais de produção e com isso temos um aumento na competitividade da empresa. 4. CONCLUSÃO O presente trabalho procurou destacar a importância da logística reversa para a redução dos custos de produção e também para a sustentabilidade do meio ambiente. Foi possível constatar que a sua utilização está reduzindo os custos. Os dados elencados na Tabela 4 mostram uma economia de 45% que a empresa obteve com a reutilização das embalagens no ano de 2004. Na Figura 7 observamos que as embalagens recicladas já são mais utilizadas do que as novas, o que significa que elas estão tendo aceitação. De outra parte, a reutilização dos big bags contribui para a sustentabilidade do meio ambiente ao eliminar a necessidade dos clientes descartarem as embalagens após o uso e também diminui a coleta de matérias-primas na natureza para fabricação das mesmas. Com isso a empresa melhora também sua imagem corporativa frente aos clientes e a sociedade. Conclui-se que a logística reversa de big bags proporciona vantagens competitivas para a organização tanto em termos financeiros, ao reduzir os custos com embalagens, como também fortalecendo sua marca ao implementar um projeto que respeita o meio-ambiente e procura um resultado sustentável. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BALLOU, Ronald H. Logística empresar ial: transportes, administração de materiais, distribuição física. São Paulo: Atlas, 1993. BALLOU, Ronald H. Gerenciamento da cadeia de abastecimento: planejamento, organização e logística empresarial. 4. ed. Porto Alegre: Bookman, 2001. Disponível em < http://www.fae.edu/publicacoes/pdf > Acesso em 20 outubro/2005. BOWERSOX, D.J.; CLOSS, D.J. Logistica Empresar ial. São Paulo: Atlas, 2001. Disponível em < http:// www.gestaoorg.dca.ufpe.br > Acesso em 25 outubro/2005. CALDWELL, Bruce. www.informationweek.com/729/logistics.htm. April 12, 1999. Disponível em < http:// www.informationweek.com/729/logistics.htm > Acesso em 21 janeiro/2006.

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