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CENTRO TECNOLÓGICO DA ZONA LESTE

FACULDADE DE TECNOLOGIA DA ZONA LESTE

PAULA CALDO MONTILHA

O TRANSPORTE AÉREO DE CARGAS NO BRASIL

CONCEITOS, PROCESSOS, INFRA-ESTRUTURA DO PAÍS, LOGÍSTICA APLICADA AO MODAL E PANORAMA ATUAL.

ESTUDO DE CASO: DHL EXPRESS

São Paulo

2007

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CENTRO TECNOLÓGICO DA ZONA LESTE FACULDADE DE TECNOLOGIA DA ZONA LESTE

PAULA CALDO MONTILHA

ANÁLISE DO TRANSPORTE AÉREO DE CARGAS NO BRASIL

CONCEITOS, PROCESSOS, INFRA-ESTRUTURA DO PAÍS, LOGÍSTICA APLICADA AO MODAL E PANORAMA ATUAL.

ESTUDO DE CASO: DHL EXPRESS

Monografia apresentada no curso de Tecnologia em Logística com ênfase em transporte na FATEC ZL como requerido parcial para obter o Título de Tecnólogo em Logística com ênfase em Transporte. Orientador: Prof. Me. Célio Daroncho

São Paulo

2007

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CENTRO TECNOLÓGICO DA ZONA LESTE FACULDADE DE TECNOLOGIA DA ZONA LESTE

PAULA CALDO MONTILHA

ANÁLISE DO TRANSPORTE AÉREO DE CARGAS NO BRASIL

CONCEITOS, PROCESSOS, INFRA-ESTRUTURA DO PAÍS, LOGÍSTICA APLICADA AO MODAL E PANORAMA ATUAL. ESTUDO DE CASO: DHL EXPRESS

Monografia apresentada no curso de Tecnologia em Logística com ênfase em transporte na FATEC ZL como requerido parcial para obter o Título de Tecnólogo em Logística com ênfase em Transporte.

COMISSÃO EXAMINADORA

______________________________________ Prof. Me. Célio Daroncho

Faculdade de Tecnologia da Zona Leste

Cláudio AntÕnio Gomes Faculdade de Tecnologia da Zona Leste

______________________________________ Tecnóloga Celisa Saito

Consultoria em Logística – Jove Logística

São Paulo, 17 de dezembro de 2007.

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Aos meus pais e aos meus irmãos –

que sempre serviram de exemplo para mim...

Aos meus amigos, companheiros de todas as horas...

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente, um enorme obrigado ao meu pai, minha mãe e aos meus irmãos, por

estarem sempre me incentivando, ajudando e apoiando em todo e qualquer

momento da vida.

Obrigada aos meus grandes amigos, em especial Luciana, Emily e Hoower, por

estarem sempre dispostos a me ajudar a qualquer hora. À minha família,

especialmente minha prima Adriana.

Ao pessoal da DHL, entre os que me auxiliaram muito neste trabalho: José Antônio,

Rosane, Sergio, Mellina, Thiago, Fabio e Amaury; pela ajuda, conhecimento dividido,

compreensão, experiências trocadas, materiais de pesquisa compartilhados, etc.

Ao meu querido professor orientador Célio, pela enorme paciência em tirar todas as

minhas dúvidas, pelo apoio, atenção e por dividir seus grandes conhecimentos

comigo.

Muito grata aos meus amigos de curso, em especial Aline, Eduardo, Amanda,

Marcus, Carlos, Bruno e Kátia, por dividirem momentos muito importantes da minha

vida e serem grandes companheiros que vou levar pro resto da vida.

Um grande abraço a todos!

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“Criei um aparelho para unir a humanidade,

não para destruí-la.”

Alberto Santos Dumont

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Montilha, Paula Caldo. Análise do Transporte Aéreo de Cargas no Brasil: conceitos, processos, infra-estrutura do país, Logística aplicada ao Modal e panorama atual. Estudo De Caso: DHL Express. Monografia (Graduação em Logística) – Faculdade de Tecnologia da Zona Leste.

RESUMO

Com a saturação do Transporte Rodoviário no Brasil e o grande domínio do modal marítimo nas exportações e importações, nem todos esperavam que o primeiro “Apagão” Logístico começasse pelo ar. Diante da rápida evolução tecnológica ligada ao Transporte Aéreo, os aeroportos devem estar preparados em sua infra-estrutura e operação para acompanhar tanto desenvolvimento. Além disso, outros fatores agregados a este, como os regulamentos do setor, a burocracia, o surgimento de Companhias Aéreas com conceitos novos, as tarifas cada vez menores e o aumento demanda de utilização desse modal (tanto para passageiros, como para carga) fazem com que a aplicação da Logística para melhor desempenho do setor seja extremamente necessária. Diante do exposto, este trabalho visa analisar todo o contexto que envolve o Transporte Aéreo de cargas diante da crise, iniciando desde seu histórico, conceitos, regulamentos, processos, infra-estrutura dos aeroportos cargueiros, até o panorama atual, e aplicação de conceitos da Logística para o modal. Encerra-se com a exemplificação através de um Estudo de Caso de uma empresa multinacional, líder de entregas expressas via Transporte Aéreo, a DHL Express. Palavras-chave: Logística, carga aérea, infra-estrutura, aeroportos de carga, Brasil.

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Montilha, Paula Caldo. Analysis of brazilian Air Cargo Transportation: concepts, process, infra-structure, Logistics application and present scenery. Case: DHL Express. Graduation in Logistics – Faculdade de Tecnologia da Zona Leste.

ABSTRACT

Due to the saturation of the Roadway transportation in Brazil and the ocean carrier domain on export and import process, it was not supposed to all that the first acute crisis caused by the lack of application in Logistics, should start in the air. There is a fast technology evolution involved on the Airway Transport, so that the airports should be prepared with a good infra-structure and a proper operation to follow its development. There are also another factors such as the rules, the bureaucracy, the new Airline Companies with new concepts, the low-fares for the passengers and cargo, proved the need of Logistic application for a best Air Transport performance. Aware of it, this graduation research aims to analyze all the context that involves the Air Cargo Transport from its history, through concepts, rules, process, cargo airports infra-structure to the present scenery further on the application of Logistics concepts on its modal. It ends on an example – case of DHL Express, an international express delivery company that uses air transport on its service. Key-words: Logistic, air cargo, infra-structure, cargo airports, Brazil.

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LISTA DE TABELAS Tabela 1 – 10 maiores países movimentadores de carga aérea ............................... 36

Tabela 2 – Brasil, Importações em 2006 ................................................................... 40

Tabela 3 – Exemplos de capacidade de carga de Aeronaves .................................. 46

Tabela 4 – Exemplos de capacidade de carga de aeronaves Full Pax – Ton. .......... 46

Tabela 5 – Códigos de indisponibilidade da importação aérea ................................. 71

Tabela 6 – Códigos de Natureza da Carga ............................................................... 72

Tabela 7 – Preços relativos dos diferentes modais (em US$ por 1.000 ton. x km) ... 80

Tabela 8 – Os cinco principais aeroportos de carga do Brasil .................................. 89

Tabela 9 – Ranking dos países com maior quantidade de vítimas fatais em acidentes

na Aviação Comercial ............................................................................................. 103

Tabela 10 – Ranking das Cias. Aéreas com maior número de vítimas fatais

decorrentes de acidentes em seus vôos. ................................................................ 104

Tabela 11 – Evolução de nºs de passageiros em CGH e GRU, nos anos de 2003 e

2006 ........................................................................................................................ 105

Tabela 12 – Evolução do número de passageiros no aeroporto de Congonhas –

2002 a 2007 ............................................................................................................ 115

Tabela 13 – Participação das empresas de entrega expressa no mercado doméstico

................................................................................................................................ 137

Tabela 14 – Participação das empresas de entrega expressa no mercado brasileiro

de envios internacionais .......................................................................................... 138

Tabela 15 – Crescimento das Indústrias com potencial para envios expressos ..... 139

Tabela 16 – Tempo de trânsito nacional da DHL .................................................... 147

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Avião francês Latécoère 28-1 .................................................................. 17

Figura 2 - Comparação dos modais: serviço ............................................................ 35

Figura 3 – Matriz de transporte no Brasil em TKU ................................................... 39

Figura 4 – Configuração de avião full pax ................................................................ 44

Figura 5 – Configuração de avião Combi ................................................................. 44

Figura 6 – Configuração de avião All Cargo ............................................................. 45

Figura 7 – Boeing 747 .............................................................................................. 47

Figura 8 – Exemplos de conteiners e pallets aeronáticos ........................................ 48

Figura 9 – Exemplos de pallets, equipamentos para transporte de animais,

unitização e conteiner. .............................................................................................. 49

Figura 10 – O interior de uma aeronave cargueira ................................................... 50

Figura 11 – Elevador Aeronáutico ............................................................................ 50

Figura 12 – Carga consolidada no interior do avião ................................................. 53

Figura 13 – Carregamento lateral e traseiro do avião .............................................. 54

Figura 14 – Dolly, equipamento utilizado pelo agente na movimentação de pallets. 55

Figura 15 – O símbolo da ICAO ............................................................................... 57

Figura 16 – Certificado de Registro da IATA ............................................................ 59

Figura 17 – Estrutura da Aviação Brasileira antes da criação da ANAC .................. 60

Figura 18 – Estrutura da Aviação Civil Brasileira depois da criação da ANAC ......... 61

Figura 19 – Fluxograma de exportação aérea .......................................................... 68

Figura 20 – Fluxograma de Importação Aérea ......................................................... 76

Figura 21 – Fluxo da Cadeia de Distribuição Aérea ................................................. 79

Figura 22 – Localização dos Terminais de Logística de Carga no Território Nacional

.................................................................................................................................. 86

Figura 23 – Rotas Internacionais que cruzam o espaço aéreo brasileiro ............... 107

Figura 24 – Estrutura do Comando da Aeronáutica ............................................... 108

Figura 25 – Gráfico de incidências de fatores contribuintes aos acidentes aéreos -

1997 ........................................................................................................................ 110

Figura 26 – Cobertura do espaço aéreo brasileiro sob radar em 2007 .................. 111

Figura 27 – Imagem de pouso de uma aeronave em Congonhas .......................... 113

Figura 28 – Estrutura do Aeroporto de Congonhas ................................................ 115

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Figura 29 – Vista aérea via satélite do Aeroporto de Viracopos ............................. 118

Figura 30 – Expansão Global da DHL .................................................................... 126

Figura 31 – Arquitetura da marca DHL ................................................................... 127

Figura 32 – Filiais da DHL Express no Brasil ......................................................... 133

Figura 33 – Centros Estratégicos de Armazenagem e Distribuição da DHL Express

Brasil ....................................................................................................................... 133

Figura 34 – Imagem da frota de motocicletas da DHL ........................................... 134

Figura 35 – Cópia de descrição de aquisição de Boeing 757 ................................ 135

Figura 36 – Modelos de veículos da DHL .............................................................. 136

Figura 37 – Trânsito de caminhões no gateway da DHL Express em Los Angeles

................................................................................................................................ 136

Figura 38 – Segmentação dos clientes DHL .......................................................... 140

Figura 39 – Sistema DHL E-billing ......................................................................... 144

Figura 40 – DHL Connect ....................................................................................... 145

Figura 41 – Hubs mundiais da DHL ....................................................................... 146

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 14

1.1 OBJETIVO ...................................................................................................................... 14

1.2 METODOLOGIA ............................................................................................................... 15

2 HISTÓRICO DA AVIAÇÃO ................................................................................................. 15

2.1 INÍCIO DA AVIAÇÃO COMERCIAL ...................................................................................... 17

2.2 NO BRASIL .................................................................................................................... 18

2.2.1 VARIG - Viação Aérea Rio-Grandense ................................................................. 19

2.2.2 VASP – Viação Aérea São Paulo ......................................................................... 20

2.2.3 TransBrasil ............................................................................................................ 21

2.2.4 TAM Linhas Aéreas .............................................................................................. 22

2.2.5 GOL Linhas Aéreas Inteligentes ........................................................................... 22

2.3 HISTÓRICO DO TRANSPORTE DE CARGA AÉREA ................................................. 23

2.3.1 Lufthansa Cargo ................................................................................................... 24

2.3.2 Federal Express – FEDEX .................................................................................... 24

2.3.3 DHL Express ......................................................................................................... 25

2.3.4 UPS ...................................................................................................................... 25

2.3.5 TNT ....................................................................................................................... 26

2.3.6 ITAPEMIRIM Cargo .............................................................................................. 27

2.3.7 BETA Cargo .......................................................................................................... 27

2.3.8 Varig Log .............................................................................................................. 28

2.3.9 TAM Express ........................................................................................................ 28

3 CARGA AÉREA .................................................................................................................. 29

3.1 CLASSIFICAÇÃO ............................................................................................................. 30

3.1.1 Carga Geral .......................................................................................................... 30

3.1.2 Carga Fracionada ................................................................................................. 31

3.1.3 Carga Expressa .................................................................................................... 31

3.1.4 Específicas ........................................................................................................... 31

3.1.5 Perecíveis ............................................................................................................. 32

3.1.6 Perigosas .............................................................................................................. 32

3.1.7 Restritas ................................................................................................................ 32

3.1.8 Refrigeradas ......................................................................................................... 33

3.1.9 Alto Valor .............................................................................................................. 33

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3.1.10 Cargas Vivas ...................................................................................................... 33

3.2 O TRANSPORTE AÉREO DE CARGAS ............................................................................... 33

3.2.1 Vantagens ............................................................................................................. 36

3.2.2 Desvantagens ....................................................................................................... 37

3.2.3 O Transporte aéreo de cargas no Brasil ............................................................... 38

4 TIPOS DE AERONAVES COMERCIAIS E DE CARGA ..................................................... 42

4.1 FULL PAX (AVIÃO DE PASSAGEIROS) ............................................................................... 43

4.2 COMBI (AERONAVE MISTA) ............................................................................................. 44

4.3 FULL/ ALL CARGO (SOMENTE CARGA) ............................................................................. 44

4.4 CARACTERÍSTICAS GERAIS ............................................................................................. 45

4.4.1 Manuseio e Unitização ......................................................................................... 47

5 AGENTE DE CARGA ......................................................................................................... 52

5.1 AGENTE CONSOLIDADOR ............................................................................................... 53

5.2 CO-LOADER ................................................................................................................... 54

5.3 AGENTE LOAD CONTROL ................................................................................................ 54

5.4 AGENTE OPERACIONAL DE RAMPA ................................................................................. 55

5.5 DESPACHANTE ADUANEIRO ............................................................................................ 55

6 ÓRGÃOS REGULADORES ............................................................................................... 57

6.1 ICAO – INTERNATIONAL CIVIL AVIATION ORGANIZATION ................................................. 57

6.2 IATA – INTERNATIONAL AIR TRANSPORT ASSOCIATION ................................................... 58

6.3 ÓRGÃOS NACIONAIS ...................................................................................................... 59

6.3.1 ANAC - Agência Nacional de Aviação Civil .......................................................... 60

6.3.2 INFRAERO – Empresa brasileira de Infra-estrutura Aeroportuária ...................... 61

7 PROCESSO DE EXPORTAÇÃO E IMPORTAÇÃO AÉREA .............................................. 63

7.1 EXPORTAÇÃO ................................................................................................................ 63

7.2 IMPORTAÇÃO ............................................................................................................. 68

7.3 COURIER – REMESSA EXPRESSA ................................................................................. 76

8 LOGÍSTICA NO TRANSPORTE AÉREO DE CARGAS ..................................................... 78

9 AEROPORTOS DE CARGA DO BRASIL .......................................................................... 88

9.1 REGIÃO NORTE ............................................................................................................. 89

9.2 REGIÃO NORDESTE ....................................................................................................... 91

9.3 REGIÃO CENTRO-OESTE ................................................................................................ 94

9.4 REGIÃO SUDESTE .......................................................................................................... 96

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9.5 REGIÃO SUL .................................................................................................................. 99

10 PANORAMA ATUAL DO TRANSPORTE AÉREO BRASILEIRO .................................. 102

10.1 POSSÍVEIS CAUSAS DO “APAGÃO AÉREO” ................................................................... 104

10.1.1 Subestimação do trafego aéreo ........................................................................ 105

10.1.2 Saturação da infra-estrutura aeroportuária e de controle do trafego aéreo ...... 105

10.1.3 Autorização de linhas aéreas em quantidades superior a capacidade da infra-

estrutura ....................................................................................................................... 106

10.1.4 Não implementação das resoluções do CONAC .............................................. 108

10.1.5 Politização dos cargos de direção da ANAC .................................................... 109

10.1.6 Deficiência técnicas e de equipamento ............................................................ 109

10.1.7 Desarticulação do SISCEAB e carência de recursos para o DECEA ............... 111

10.1.8 Insatisfação dos Controladores de Tráfego Aéreo ........................................... 112

10.1.9 Situação do Aeroporto de Congonhas .............................................................. 112

10.2 RADIOGRAFIA DE CONGONHAS ................................................................................... 114

10.3 VIRACOPOS FRENTE À CRISE ...................................................................................... 116

10.4 SITUAÇÃO DO SETOR DE CARGAS DIANTE DA CRISE ..................................................... 118

10.5 POSSÍVEIS AÇÕES PARA A SOLUÇÃO ........................................................................... 122

11 ESTUDO DE CASO: DHL EXPRESS ............................................................................ 125

11.1 DHL EXPRESS ........................................................................................................... 128

11.1.3 Recursos Humanos .......................................................................................... 130

11.1.4 Filiais ................................................................................................................. 131

11.1.5 Frota ................................................................................................................. 134

11.1.6 Mercado Alvo .................................................................................................... 137

11.1.7 Serviços ............................................................................................................ 141

11.2 APAGÃO AÉREO X DHL EXPRESS ............................................................................... 146

11.2.1 Plano de contingência ...................................................................................... 148

11.2.2 Evitar horários de pico ...................................................................................... 149

11.2.3 Utilização do modal rodoviário .......................................................................... 149

11.2.4 Acréscimo no tempo de trânsito ....................................................................... 149

11.2.5 Utilização da malha cargueira........................................................................... 150

11.2.6 Renegociação com Cias. Aéreas...................................................................... 150

11.2.7 Charter – Aluguel de avião exclusivo ................................................................ 150

11.2.8 O caso de Porto Alegre .................................................................................... 152

12 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................ 153

13 REFERÊNCIAS .............................................................................................................. 155

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1 INTRODUÇÃO

Desde os primórdios da Aviação Comercial, já se encaminhava carga por via aérea. Fosse por meio de malotes, pequenas caixas, documentos postais e até produtos bélicos, os materiais eram encaminhados nos espaços disponíveis das ainda pequenas aeronaves.

Quando da obsolescência de alguns aviões, muitos passaram a ser reaproveitados para serem transformados em cargueiros. Surgem então os primeiros vôos somente de carga e, posteriormente, as primeiras empresas ligadas a um novo setor, o de transporte de carga por via aérea.

A rápida evolução tecnológica desse modal surpreendeu a cada década, trazendo inovações no design, maior capacidade, conforto. Com um desenvolvimento estrondoso dessas máquinas, naturalmente seus portos recebedores, ou aeroportos, necessitam acompanhá-los a fim de que haja espaço, equipamentos e estrutura para receber aviões de todos os portes, tipos e necessidades. Além disso, precisam acompanhar o crescente número de passageiros e de cargas a utilizar esse modal.

O surgimento de novas empresas aéreas comerciais que competem pelo mercado e a postura do país ao longo da história em relação ao modal aéreo, trouxeram um cenário onde os preços das passagens estão cada vez mais acessíveis, sua utilização aumentando e questiona-se a segurança e qualidade dos serviços prestados nas aeronaves, nos aeroportos, nos terminais.

Com uma grande quantidade de passageiros, aviões de tecnologia de ponta, grande capacidade e volume alto de cargas, o aeroporto precisa ter estrutura para receber tudo isso. Se houver organização e tecnologia aliada à soluções Logísticas, o país tem o modal aéreo como grande aliado nas exportações, importações, transportes de passageiros e como futuro do país de dimensões continentais. Se não houver, a estrutura pode chegar ao colapso, gerando um caos aéreo. Esse “apagão” atinge passageiros e cargas, gerando atrasos e prejuízos.

1.1 Objetivo

Este trabalho tem como objetivo a análise da situação atual do Transporte Aéreo de cargas no Brasil, seus conceitos, infra-estrutura dos aeroportos, terminais, bem como todo o entrecho restante aliado a este modal, face ao caos vivido pelo modal.

Diante do “Apagão Logístico” que o setor enfrenta atualmente, a idéia principal é analisar a infra-estrutura do modal aéreo no país, através de pesquisas sobre os aeroportos de carga brasileiros, os terminais de armazenagem e despacho, os órgãos reguladores e todo o contexto aliado à Logística e Aviação do Brasil.

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Encerra-se com um Estudo de Caso de uma empresa do setor, para que se exemplifique o que ocorrendo atualmente e as ações tomadas neste tipo de situação.

1.2 Metodologia

Para a confecção deste trabalho, foi utilizado o método de pesquisa bibliográfica para literatura referente ao Transporte Aéreo de cargas, Comércio Exterior, e Logística.

Além de pesquisas realizadas em sites conceituados da área, foram aproveitados materiais de empresas do setor, revistas da área, Associações ligadas, bem como sites governamentais.

Foram ainda utilizados livros, artigos, teses e reportagens ligadas a atualidade e de envolvimento a esse tipo de transporte, como também o estudo de caso de uma empresa ligada ao modal.

2 HISTÓRICO DA AVIAÇÃO

Desde os primórdios, o sonho de voar acompanha o homem. Segundo Faria

(2001), na Mitologia conta-se que Dédalo, um ateniense da família real dotado de

grande habilidade, e seu filho Ícaro buscavam o desafio de voar livremente.

Nos estudos das relações históricas, sabe-se que desde os tempos de

Aristóteles - filósofo da Grécia Antiga que deixou grande contribuição ao

pensamento filosófico - o homem estudava as possibilidades de voar como um

pássaro (FARIA, 2001).

Na antiguidade, os estudiosos analisavam o princípio do vôo dos pássaros e

do movimento de nado dos peixes para entender e aplicar os métodos destes

animais à idéia do ser humano voar. Sabe-se que os pássaros e peixes utilizam o

movimento de levantar e abaixar asas e caudas respectivamente, desejando subir

ou descer em seu ambiente. Levantando sua asa/cauda, o vento/água forçam a

parte posterior dos corpos destes animais para baixo, inclinando-os com a cabeça

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para cima, resultando em um impulso que pode gerar um movimento de elevação.

Fazendo-se o contrário, induz-se o movimento de descida do corpo (FARIA, 2001).

Ainda de acordo com Faria (2001), partindo-se desse princípio dos

movimentos dos dois animais, várias invenções que surgiram partindo-se desta linha

foram fracassadas. Iniciaram-se então pesquisas com balões, que tiveram maior

sucesso.

No dia 20 de setembro de 1898, o brasileiro Alberto Santos Dumont, após

conseguir voar em balões livres, realizou o primeiro vôo da história com um balão

dirigível. À partir deste feito, iniciaram-se 3 vertentes de pesquisas buscando a

conquista do espaço aéreo: a dos ornitópteros (ou pássaros mecânicos), que

consistia na idéia ainda de se imitar o movimento de animais voadores para se

conseguir o feito de voar , a linha dos helicópteros, com a base de hélices e força e

a ainda a dos balonistas, com pesquisas relacionadas aos princípios de peso e ar

(LIMA, 2007).

Partindo-se da idéia dos balões, foram criados experimentos baseando-se em

máquinas mais pesadas que o ar que pudessem se manter em vôo, o que foi um

grande desafio, considerado realmente impossível para alguns. De acordo com

Larousse Cultural (1995), em 1903 Orville Wright tornou-se a primeira pessoa a voar

em uma aeronave mais pesada do que o ar, propulsionada por meios próprios, com

controvérsias.

Ele e seu irmão eram obcecados pela idéia de fabricar e voar em uma

aeronave que pudesse decolar dessa maneira. Nesse primeiro vôo eles utilizaram

trilhos para manter o avião em seu trajeto, uma catapulta para impulsionar a

aeronave e houve poucas testemunhas para visualizar o feito.

Segundo Lima (2007), já o franco-brasileiro Alberto Santos Dumont, em 1906,

realizou um vôo público em Paris, com seu famoso 14-Bis. Sua aeronave não

precisava de componentes externos para levantar vôo e o fato teve muita cobertura

da imprensa na época. Por conta da maneira distinta como esses vôos ocorreram,

ainda hoje há muitas controvérsias sobre quem seria realmente o primeiro a pilotar e

efetivamente voar em uma aeronave mais pesada que o ar.

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2.1 Início da Aviação Comercial

Desde este 1º vôo que se tem notícia, em 1903, os progressos da Aviação

foram ocorrendo de certa forma rapidamente. Em 1913 o avião já tinha passado por

uma evolução técnica notável passando a ser utilizado como um instrumento militar

na Primeira Guerra Mundial, demonstrando imenso potencial (MOURA, 1992).

Com toda a potencialidade verificada no período da Guerra, o avião passa a

ter a atenção voltada para a área comercial. No período entre a Primeira e a

Segunda Guerra Mundial, estabelecem-se as primeiras linhas aéreas regulares. É

um período também marcado por constantes progressos técnicos das aeronaves

(MOURA, 1992).

De acordo com Larousse Cultural (1995, p. 554):

A primeira linha aérea comercial de um país foi implantada na Alemanha em 1919. Três dias depois, foi inaugurada a primeira linha internacional (Paris-Londres). Em 1930, foi realizada a primeira ligação totalmente aérea entre a Europa e a América do Sul. A primeira linha transatlântica regular foi inaugurada em 17 de junho de 1939, por um avião Boeing 314.

Na figura 1 consta a imagem de um avião francês utilizado em linhas

aeropostais por volta de 1930, onde pode se observar sua configuração e desenho

ainda simplificados.

Figura 1 - Avião francês Latécoère 28-1

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Fonte: Renaultoloog, 2007

2.2 No Brasil

Segundo Rodrigues, P. (2005), a Aviação comercial teve início no Brasil em

1927. A primeira empresa a transportar passageiros foi a Condor Syndikat, ainda

com uma matrícula alemã. Em 22 de fevereiro deste mesmo ano a primeira linha

regular foi iniciada no país, entre as cidades de Porto Alegre, Pelotas e Rio Grande.

Em junho, ainda em 1927 era fundada a primeira Companhia aérea efetivamente

brasileira, a Viação Aérea Rio-Grandense (VARIG). O avião da Cia. Condor Syndikat

foi transferido a ela, e a VARIG então passa a realizar suas primeiras rotas.

Em 1º de Dezembro de 1927 a Condor Syndikat é nacionalizada com nome

de “Sindicato Condor Limitada” e durante a Segunda Guerra Mundial muda

novamente para “Serviços Aéreos Cruzeiro do Sul”. Após vários anos em operação,

é absorvida pela Varig nos anos 80 (TOSCANO, 2007).

Outras linhas foram implantas no Brasil pelas empresas, num constante

progresso. De acordo com Toscano (2007), no ano de 1933 era fundada a Viação

Aérea São Paulo-VASP, por 72 empresários, iniciando em 1936 o primeiro vôo de

rota regular entre Rio e São Paulo, a linha de maior tráfego da aviação nacional.

No dizer de Moura (1992, p. 25):

Por volta de 1947, o Brasil contava com 203 aeronaves, atingindo as rotas e linhas aéreas a extensão de 134473 km. Não parecia muito em relação aos outros países, mas representava um índice bem razoável de comercialização tendo em vista as dificuldades provocadas pelos efeitos da guerra.”.

O avião é novamente utilizado para transporte de cargas, militares e

combatentes na Segunda Guerra Mundial e com isso traz evoluções tecnológicas

ainda maiores e grande progresso na parte de conhecimentos técnicos.

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Na década de 50, cerca de 16 empresas brasileiras operavam no Brasil,

algumas com poucos aviões e focados em trechos nacionais. A SAVA – Serviços

aéreos do Vale Amazônico - se destacava. Esse número vai reduzindo e devido a

crise e o estímulo do governo à fusão das empresas, reduzem-se a quatro as

grandes empresas comerciais no país: VASP, VARIG, Transbrasil S.A. Linhas

Aéreas e a Cruzeiro Linhas Aéreas (TOSCANO, 2007).

Ainda de acordo com Toscano (2007), em seguida a Cia. VARIG absorveu a

Cruzeiro e adquiriu outras empresas menores, se tornando a maior transportadora

do início século XXI. A então regional TAM seguia com destaque junto com VASP e

GOL. No final de 2001, a Transbrasil paralisou suas operações.

A VASP teve que encerrar suas atividades e em 2006 houve a polêmica

falência da Cia. Aérea VARIG. De acordo com o portal Aviação Brasil (2007) hoje

operam com destaque a Cias. TAM e GOL, esta última por trazer ao mercado a

questão de passagem acessível. Outras Companhias como Ocean Air Linhas

Aéreas e BRA Transportes Aéreos operam com volume bem reduzido em relação às

líderes de mercado, mas vem ganhando seu espaço.

2.2.1 VARIG - Viação Aérea Rio-Grandense

A Viação Aérea Rio-Grandense foi criada em maio de 1927 pelo piloto da

força aérea alemã Otto Ernest Meyer com a linha aérea que ligava a cidade de Porto

Alegre à Rio Grande. Aos poucos foi ampliando rotas e frotas e por volta de 1950 já

contava com um grande crescimento (UBIRATAN,2007).

Segundo a Folha Online (2007), por volta de 1990 o governo permitiu a

entrada de empresas estrangeiras para disputar o mercado aéreo nacional e em

1991 houve uma grande alta do preço do petróleo, gerando uma grande recessão no

setor de aviação. Nesse período a Varig passa então a apresentar notável prejuízo

em seu balanço.

Ainda de acordo com a Folha Online (2007), com a crise que abalou o

mercado internacional, em 1993 a Varig iniciou um processo de reestruturação

financeira, operacional e organizacional. Sua frota foi reduzida e conseqüentemente,

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a oferta de assentos em vôos nacionais e internacionais. Em 1994 ela terminou a

reformulação tendo dispensado mais de 3000 funcionários e fechado 30 escritórios.

Devido a fusões que realizou com outras empresas, ainda era considerada a

maior companhia da América Latina e permanecia entre as grandes do mercado

mundial. Nos dizeres de Mazza (2006):

Em sua longa trajetória, a Varig tornou-se uma potência na aviação mundial e símbolo de status no Brasil. As passagens salgadas eram compensadas pela excelência no atendimento de bordo e conforto nas aeronaves. Os anos de luxo custaram caro à companhia, que não se adaptou às fortes crises no setor e à concorrência cada vez mais enxuta e com bilhetes mais baratos.

A crise cambial do governo de Fernando Henrique Cardoso em 1999

impactou negativamente para a empresa novamente. Posteriormente a TAM passou

a ser a grande líder de mercado no trecho doméstico.

Nos anos seguintes os prejuízos foram seguindo sempre mais insustentáveis.

Em 2005 as subsidiárias Varig Log de encomendas e VEM foram vendidas e em

2006 houve uma grande divulgação sobre a questão de sua falência. Em 28 de

março de 2007 a Cia. Gol compra a Varig (FOLHA ON LINE, 2007).

2.2.2 VASP – Viação Aérea São Paulo

Segundo Toscano (2007), foi fundada em 04 de Novembro de 1933 a VASP -

Viação Aérea São Paulo, por 72 empresários. Suas rotas iniciais foram São Paulo –

Rio Preto e São Paulo – Uberaba. Após a compra de vários aviões e a sobrevivência

financeira à Segunda Guerra Mundial devido ao seu prévio planejamento, em 1950

já estava entre as maiores Cias. Aéreas do país.

Ainda de acordo com Toscano (2007), em 1962, a VASP assumiu o controle

do Grupo de empresas de serviços de aviação Lloyd que constituído pelo Lloyd

aéreo Nacional, Navegação Aérea Brasileira, Lemke S.A. (empresa especializada

em revisão de motores) e a Transportes Aéreos Bandeirante, aumentando ainda

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mais sua frota.

Com a mudança de rumos políticos da época e a constante desestatização de

empresas que estava ocorrendo, a Vasp foi vendida para o Grupo de Aviação

Canhedo, de Brasília e posteriormente parte das ações também foram vendidas a

funcionários, esses últimos representando aproximadamente 60% das ações.

Posteriormente passou por uma grande crise e suspendeu vários vôos

internacionais. Mesmo após várias reestruturações, a empresa não conseguia mais

operar sem notáveis prejuízos. Em 2003 a Cia. Acabou perdendo mercado para

GOL, passando a ser a quarta maior empresa aérea brasileira.

Em 2005 a VASP entrou com processo de recuperação judicial, devido às

suas enormes dívidas financeiras e trabalhistas (BARBOSA, 2005). De acordo com

VASP (2007), a empresa atualmente visa reestruturar seu patrimônio e retomar as

operações.

2.2.3 TransBrasil

Em 05 de janeiro de 1955 era fundada a Cia. Sadia S.A Transportes aéreos.

Seus serviços regulares se iniciaram em março do mesmo ano, através de cinco

aviões. Naquele período haviam onze empresas aéreas em funcionamento no país

(TOSCANO, 2007).

Os anos seguintes foram de muitos investimentos e expansões até que em

1972 uma Assembléia foi realizada, tomando-se duas importantes decisões: Mudar a

razão social da companhia para TransBrasil S.A. Linhas Aéreas e transferir sua sede

para Brasília.

A década de setenta foi um período de grande expansão para a TransBrasil.

A modernização e padronização da frota trouxeram grande destaque à Cia. e em

1978 torna-se a maior operadora de jatos Boeing 727 da época (TOSCANO, 2007).

Como todas as empresas do segmento da Aviação Civil, a TransBrasil

acumulou um grande déficit, devido às oscilações econômicas, a alta do petróleo, os

planos econômicos. Mesmo assim com aeronaves de última geração, realizando

boas rotas para o exterior, a empresa conseguiu novamente equilibrar seu caixa

(TOSCANO, 2007).

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Em 2001 a TransBrasil paralisou suas atividades por dificuldades econômicas

por conta de falta de capital de giro, dívidas, falta de crédito e má administração.

Houve uma tentativa de aquisição por parte de um empresário chamado Dilson

Prado. O empresário pagou o valor simbólico de R$1,00 e assumiu R$ 910 milhões

em dívidas e se comprometeu a fazer grandes investimentos, mas a não

concordância da viúva do fundador da Companhia fez a operação ser anulada. A

empresa encerrou suas atividades sem solução para o ocorrido (TOSCANO, 2007).

2.2.4 TAM Linhas Aéreas

De acordo com o site da empresa TAM (2007):

A história da TAM Linhas Aéreas se confunde com a própria trajetória pessoal

do comandante Rolim Adolfo Amaro, que começou a sua vida profissional

trabalhando como assistente de mecânico e office-boy e deixou como legado uma

das maiores empresas aéreas do País. Aos 21 anos, ele ingressou em uma recém-

criada companhia aérea de transportes regionais: a Táxi Aéreo Marília, uma

empresa que surgiu em 1961, a partir da união de dez jovens pilotos de

monomotores. Na época, eles faziam o transporte de cargas e de passageiros entre

o Paraná e os Estados de São Paulo e do Mato Grosso.

Ainda segundo site da Companhia TAM (2007), após 6 anos, o comandante

Rolim deixa a empresa e passa a atuar em negócio próprio e posteriormente é

convidado então pelo atual dono a ser sócio minoritário. O convite foi aceito e em

1979 ele assume a totalidade das ações.

A TAM ultrapassa a VARIG e passa a ser a líder do mercado doméstico em

2003. Posteriormente, com novos trechos e acordos fechados visando aumentar sua

cobertura e criar conexões novas e freqüências, a TAM passa a ser a grande líder

do mercado brasileiro (TOSCANO, 2007).

2.2.5 GOL Linhas Aéreas Inteligentes

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Consta que a GOL Linhas Aéreas Inteligentes iniciou suas operações em 15

de janeiro de 2001. Sendo a primeira a trabalhar no conceito baixo custo, baixa

tarifa, visava proporcionar vôos acessíveis para a maioria, oferecendo um serviço

bom com custos de passagens menores (GOL, 2007).

Torna-se uma das grandes líderes de mercado, atuando em trechos nacionais

e internacionais, operando com cerca de 67 Boeing. Em 2007 adquire a VARIG,

planejando uma oferta de serviços diferenciados (SOCIOECONOMIA, 2007).

2.3 HISTÓRICO DO TRANSPORTE DE CARGA AÉREA

Com base em Beting (2007), tão antiga quanto à aviação comercial é a

necessidade de transporte de carga por via aérea. No seu início, a aviação comercial

dava sua importância às cargas. Eram encaminhadas correspondências, pequenos

malotes e até materiais como bombas, mísseis e foguetes nos aviões. Muito se deve

ao transporte de correios e malotes: foram eles que, num primeiro momento, criaram

as condições para que muitas empresas aéreas se estabelecessem e depois

pudessem transportar passageiros.

Nos anos 50, com o advento dos jatos, muitos aviões tornaram-se obsoletos

para transporte de passageiros. Com seus preços rebaixados, surgiu uma

oportunidade única para que os operadores fizessem a transformação deles em

cargueiros. São desta época os primeiros vôos totalmente de cargas

intercontinentais. Surgem também as primeiras grandes operadoras de outros

países, exclusivamente de carga, como a Seaboard World, ou a Flying Tigers

(BETING,2007).

Segundo Beting (2007) por volta dos anos 70, com a prosperidade econômica

de alguns países da Europa, vão se investindo em compras de grandes cargueiros

lançados, que vão dominando os mercados de vários continentes. A Lufthansa

encomenda e recebe seu primeiro avião all cargo e passa a operar com vôos

exclusivos de carga. Nessa época surgem grandes no segmento courier express,

empresas especializadas em entregas de amostras e pequenos materiais, como a

Companhia DHL Express (DHL, 2007). No Brasil, desde o início, a Varig transporta

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carga entre seus vôos, como é feito por outras companhias aéreas, devido à

disponibilidade de espaço junto às bagagens.

Ainda segundo Beting (2007) as companhias até tinham vôos em geral de

madrugada exclusivamente para cargas, mas até então sem criar divisões ou

subsidiárias. Após décadas sem uma única empresa aérea criada e dedicada só a

carga, nos anos 90 surgiram operadoras brasileiras exclusivamente para carga

aérea, como Itapemerim, posteriormente TNT/SAVA, Digex Cargo, TCB, ABSA e

Brasmex. Muitas delas encerraram suas atividades por motivos similares das

empresas de transporte de passageiros e hoje há grandes multinacionais atuando

no Brasil como Lufthansa, junto com brasileiras como a ABSA.

2.3.1 Lufthansa Cargo

A Lufthansa é a maior Companhia Aérea da Alemanha e uma das maiores do

mundo. Foi fundada em 1926, seguida de uma fusão com duas Cias. Aéreas do

país, a Deutsche Aero Lloyd e a Junkers Luftverkehr.

O transporte de cargas sempre foi uma importante atividade para a empresa.

No ano de 1959 a empresa recebeu seu primeiro avião puramente cargueiro. Em

1972 a Cia. mostrou pioneirismo ao encomendar a primeira versão full cargo de um

Boeing 747. Em 1977 a divisão cargueira foi desmembrada e transformada em uma

empresa independente, chamada German Cargo (BETING, 2007).

Em 1994 a empresa foi reorganizada como Lufthansa Cargo, hoje sendo a

segunda maior companhia cargueira do mundo (BETING, 2007).

2.3.2 Federal Express – FEDEX

A Federal Express Corporation – Fedex, foi fundada em 1º de agosto de 1971

por Frederick W. Smith. As operações iniciaram em 1973 quando 14 aviões modelos

Falcon 100 realizaram entregas no território norte-americano (MUNDO DAS

MARCAS, 2007).

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Sua sede fica em Memphis, no Estado do Tenessee – E.U.A., por sua

excelente localização, com boas condições metereológicas e grande espaço para

expansão. Somente em 1975 a empresa apresentou lucros. A desregulamentação

do mercado cargueiro nos Estados Unidos permitiu uma rápida expansão da

empresa. Aviões maiores foram adquiridos e outras empresas foram adquiridas,

tornando-se a maior companhia cargueira do mundo em 1989 (MUNDO DAS

MARCAS, 2007).

A empresa hoje movimenta 3,3 milhões de pacotes e documentos por noite,

possui uma frota com 45.000 veículos e mais de 660 aviões com seu logo

espalhados pelo mundo (MUNDO DAS MARCAS, 2007).

2.3.3 DHL Express

A DHL Express foi fundada em 1969 por Adrian Delsey, Larry Hillblom e

Robert Lynn, o nome da empresa vem das primeiras letras dos sobrenomes deles. O

serviço foi iniciado com o transporte aéreo de documentos da cidade de São

Francisco a Honolulu (DHL, 2007).

A empresa cresceu em um ritmo incrível, expandindo-se para outros

continentes. Em 2002 o correio Alemão Deutsche Post World Net adquiriu 100% das

ações da empresa, trazendo empresas do segmento marítimo como a Danzas,

fundada em 1815 (DHL, 2007).

Em 2005 a Exel, maior empresa de armazenagem e serviços de

gerenciamento logístico foi adquirido pelo grupo. Com isso a empresa torna-se líder

do mercado de transporte e soluções logísticas, sendo a maior empresa de entregas

expressas do mundo (DHL, 2007).

2.3.4 UPS

Em 1907 em um pequeno escritório em Seattle – EUA, Jim Casey e Claude

Ryan, dois adolescentes com um empréstimo de US$ 100,00 abriram uma empresa

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chamada The American Messenger Company. Esses foram os primeiros passos da

Companhia que cresceu num ritmo estrondoso, transformando-se em United Parcel

Service – UPS. Hoje a empresa atende mais de 200 países (ASAS, 2007).

Esse ano comemora seu aniversário de 100 anos, sendo uma das maiores do

mercado e operando a oitava companhia aérea do mundo e contando com 92000

veículos em sua frota (ASAS, 2007).

A empresa chegou ao Brasil em 1995, atuando no mercado de entregas

expressas e serviços de Logística integrada a Supply Chain, sendo pioneira na

preocupação com o meio ambiente, com frotas de carros híbridos e envolvida em

programas de preservação ambiental (ASAS, 2007).

2.3.5 TNT

A primeira empresa de entregas chamada TNT foi fundada em 1946 na

Austrália. Posteriormente realizou várias fusões, passando a se chamar TNT N.V.

Sua sede fica na Holanda e a TNT Express é uma das divisões desse grupo

(ABRAEC, 2007).

Hoje a TNT Express é uma das líderes de entrega expressa no mundo, com

uma rede de 900 depósitos, centros e departamentos de distribuição. Registrou lucro

de 241 milhões de euros no primeiro semestre de 2004 e hoje tem uma das ações

mais valorizadas nas Bolsas de Valores de Amsterdã, Londres e Frankfurt

(ABRAEC, 2007).

No Brasil

Algumas empresas brasileiras de transporte de carga aérea que operam com

maior destaque no país são: Itapemirim, Absa, Beta, Correios, Variglog e Tam

Express.

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2.3.6 ITAPEMIRIM Cargo

Nos dizeres de Beting (2007):

Talvez tenha sido a que mais voou, por ser a mais organizada e capitalizada dentre todas as cargueiras. Fundada em 1990 como braço do grupo Itapemerim de transporte rodoviário, a empresa foi constituída pelo empresário Camilo Cola. A empresa decolou com Boeing 727-100F comprados da Varig e PP-ITM. Logo veio o terceiro, PP-ITL, ex-Evergreen. A empresa cresceu com a chegada de dois Caravan e dois 727-200F, os primeiros no Brasil, mas acabou fechando em 1997.

Iniciando suas operações em 1995, a ABSA Cargo Airline teve Bogotá,

Caracas e Miami como seus principais destinos. Além do transporte de cargas, a

empresa atua desde então também no segmento de handling/manuseio a terceiros.

Tendo aliança com a internacional LAN Chile e acordos com empresas como

Lufthansa, ela oferece vôos a diversos destinos (ABSA, 2007).

De acordo com o site da ABSA (2007) “a empresa teve em 2006 uma

participação de 24% na movimentação do total da carga aérea internacional

(exportação + importação) transportada de/para todos os aeroportos brasileiros”.

2.3.7 BETA Cargo

Segundo a BETA (2007), a empresa iniciou suas operações em 1987,

compondo-se de 5 empresas independentes que oferecem soluções Logísticas.

Entre elas está a BETA Cargo que faz atualmente cerca de 4 vôos diários, com rota

própria. A empresa ainda é pequena se comparada às outras, mas vem crescendo

no mercado.

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2.3.8 Varig Log

Na década de 60 a Varig incorporou os primeiros jatos puramente cargueiros

a sua frota. Em 1980 já eram cinco aeronaves Boeing – 727 na companhia. Em 1985

a VARIG inaugurou seu centro de distribuição – CD - de carga em São Paulo, com

câmara frigorífica, cofre para cargas de valores e área para cargas perigosas e

perecíveis (AEROVIRTUAL, 2007).

A expansão da frota e dos CDs ocorreu nos anos seguintes, mas somente em

1993 a empresa decidiu criar uma divisão independente que passou a se chamar

Varig Cargo. Em 1999 já contavam com uma frota de sete aeronaves somados aos

compartimentos de cargas dos aviões de passageiros. Em 2000 foi constituída a

Varig Logística – Varig Log (AEROVIRTUAL, 2007).

A empresa foi vendida ao grupo de investidores brasileiros chamado Volo que

vem investindo na frota. Atualmente não há mais nenhuma relação acionária entre o

grupo Varig e a Varig Log (AEROVIRTUAL, 2007).

2.3.9 TAM Express

A TAM Express foi fundada em 1996. É uma divisão do Grupo TAM, sendo a

unidade de cargas da Companhia. Está presente em 45 aeroportos e seu serviço

terrestre atinge mais de 3900 cidades no Brasil e exterior (TAM, 2007).

A empresa movimenta suas cargas nas 70 aeronaves disponíveis do Grupo

TAM Linhas Aéreas e conta com uma frota terrestre de mais de 350 veículos. É uma

empresa que vem ganhando espaço no mercado (TAM, 2007).

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3 CARGA AÉREA

Segundo Magalhães (1998), carga aérea é o termo geral utilizado para

denotar o conjunto de bens transportados por via aérea que geram receita,

excluindo-se deste os passageiros e bagagens.

Para Curiel (2001), considera-se todo material transportado por meio de

aeronaves cujos valores agregados são normalmente suficientemente elevados para

justificar a utilização deste modal.

Consideram-se inseridos neste contexto três itens (ALVES, 2001):

* Malas postais : São os materiais classificados como correspondências que

são transportados e distribuídos vias estações postais e entregadores, excluindo-se

encomendas e cargas.

* Encomendas expressas (courier): São remessas que exigem entregas

rápidas, serviços expressos que atendam materiais como documentos, amostras e

pequenas encomendas.

Carga propriamente dita: são materiais na maioria de grandes volumes e

dimensões que necessitam ser transportados nesse modal. Apenas bens, excluindo-

se material postal e encomendas expressas.

Este é o setor que apresentou maior crescimento nos últimos anos e foi

bastante favorecido na América Latina e Central principalmente devido à

implementação de tratados comerciais, como o Mercosul, para a América Latina, o

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Pacto Andino para os países da América do Sul na Região dos Andes e o Grupo dos

Três, um Tratado de Assistência Comercial formado entre Venezuela, México e

Colômbia (CURIEL, 2001).

Por sua natureza e pelo fato de ser fonte geradora de receita, dividem-se as

cargas aéreas pela demanda, sendo elas: demanda de emergência, onde o tempo

de trânsito é o foco principal do transporte, a demanda regular, onde o tempo é

importante pelo fato de ser até uma característica desse modal, mas há um

manuseio natural e a demanda planejada, onde o manuseio e transporte é feito

segundo o projeto estipulado para a carga, com o planejamento prévio (CURIEL,

2001).

A carga aérea é extremamente heterogênea, gerando assim uma necessidade

de diversificação em seu tratamento. Buscam-se criar classificações para facilitar e

padronizar as rotinas no manuseio da carga. Esse procedimento é importantíssimo

pois os diversos itens de carga influenciam sensivelmente na operacionalidade,

concepção e tamanho dos Terminais de Carga (MENESES, 2001).

3.1 Classificação

Os principais tipos de cargas movimentadas nesse modal podem ser

classificados, segundo Rodrigues, M. (2005) em Carga Geral (convencional),

Fracionada, Expressa e Específica (perecíveis, perigosas, restritas, refrigeradas, de

alto valor, vivas).

São requisitos e características das cargas aéreas os produtos que tem alto

valor agregado, que requerem soluções logísticas diferenciadas, com baixo

peso/volume, que tem elevados índices de risco de roubo/furto e onde há a

prioridade e urgência na entrega (RODRIGUES, M., 2005).

3.1.1 Carga Geral

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Seriam as cargas normais ou comuns, que podem ser armazenadas em

sistemas porta-paletes ou racks, não necessitando cuidados especiais ou

procedimentos específicos para armazenagem e manuseio.

A divisão para o armazenamento é feita de acordo com o tamanho do

Terminal de Carga e o volume por ele movimentado sendo normalmente divido em

volumes pequenos, médios, grandes e atípicos (MAGALHAES, 1998).

3.1.2 Carga Fracionada

Segundo o Portal Fator Brasil (2007), a carga fracionada poderia ser definida

como aquela que é coletada junto às demais, cada uma para um destino diferente.

São utilizadas por empresas que desejam atender diferentes clientes com pequenos

volumes, sendo feita a distribuição fracionada.

3.1.3 Carga Expressa

Segundo Magalhães (1998), seriam cargas de grande urgência como as

ligadas à saúde como soros, vacinas e à manutenção da vida humana. No expresso

se enquadrariam cargas vivas, os produtos que necessitam de entregas urgentes,

cada um com a sua própria necessidade, variando a situação. Equipamentos para

máquinas de produção, para encontros, feiras, questões diplomáticas.

3.1.4 Específicas

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São as cargas com características típicas, demandando um procedimento

diferenciado. São as perecíveis, perigosas, restritas, refrigeradas, de alto valor e

cargas vivas.

3.1.5 Perecíveis

São aquelas que tem o valor comercial e estrutura limitadas pelo tempo,

podendo estragar ou não ter utilidade quando não entregues em prazo correto.

Algumas necessitam manter temperaturas especificas, podendo ser armezandas em

câmaras frigoríficas.

Alguns exemplos são alimentos, flores, mudas, vacinas, algumas substâncias

químicas (MAGALHAES, 1998).

3.1.6 Perigosas

Para Magalhães (1998), são aquelas que possuem artigos ou substâncias

capazes de impor risco á segurança, saúde ou locais quando transportadas pelo

modal aéreo. Seriam os explosivos, gases, corrosivos, líquidos e sólidos inflamáveis,

substâncias tóxicas, oxidantes e infecciosas, material radioativo e outros.

Os Terminais da INFRAERO armazenam esses produtos em locais

específicos , algumas verticalmente e longe de outras onde pode haver alguma

alteração ou reação química. Os procedimentos são feitos de acordo com as

características do produto.

3.1.7 Restritas

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São as que estão sujeitas a restrições rigorosas impostas pelas autoridades

alfandegárias e governamentais para serem importadas/ exportadas, exigindo

tratamento e fiscalização especiais. Alguns exemplos destes tipos de carga seriam

as armas, explosivos e outros relacionados (MAGALHAES, 1998).

3.1.8 Refrigeradas

Aquele tipo de carga que precisa ser mantida em uma temperatura diferente

da ambiente, pois do contrário pode sofrer danos ou modificações que podem

causar perda total do valor da mercadoria. A refrigeração normalmente é

proporcionada pela caixa e pelo Terminal de carga, onde ficam armazenados os

produtos (CURIEL, 2001).

3.1.9 Alto Valor

São os materiais que tem um alto valor comercial, exigindo dos operadores do

terminal um tratamento especial. Normalmente são guardadas em salas/ áreas de

segurança especial de armazenamento (CURIEL, 2001).

3.1.10 Cargas Vivas

Cargas compostas por animais vivos, onde são necessários equipamentos e

procedimento específicos e instalações especiais, preferivelmente fora das áreas de

armazenagem das outras mercadorias. O acompanhamento das cargas deve ser

feito com uma série de medidas sanitárias supervisionadas por autoridades

competentes (MENESES, 2001).

3.2 O Transporte Aéreo de Cargas

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O transporte aéreo é o modal mais rápido existente, capaz de chegar às

localidades mais distantes. Nos dizeres de Rodrigues, A. (2005):

Tendo em vista as restrições impostas pelos custos mais elevados, limitações no tamanho das unidades de volume e peso, além de outras peculiaridades, o modal aéreo apresenta uma tipicidade própria das cargas que a ele devem ser direcionadas: gêneros alimentícios e outros bens perecíveis, animais e plantas vivos, equipamentos eletrônicos, bens de alto valor agregado, [...]. Ou seja, nos casos em que a velocidade da entrega (ou a segurança) é o ponto mais importante a ser considerado, superando qualquer comparativo de custos.

Sendo assim, esse modal é indicado para cargas como gêneros alimentícios,

bens perecíveis, animais e plantas, bens caros, equipamentos eletrônicos e de alto

valor agregado e outros materiais de menor dimensão e volume que necessitam ser

entregues da maneira mais rápida e segura.

A expressão “Transporte Aéreo” traz uma idéia imediata do transporte de

passageiros, tal é sua importância hoje em dia. Um cidadão comum geralmente não

visualiza imediatamente que a modalidade aérea ocupa um espaço muito importante

e apresenta forte tendência de crescimento no mundo todo (NOVAES, 2007).

O Transporte Aéreo é o mais novo dos modais, surgido no início do século

XX. Após sua utilização no transporte de materiais das Guerras Mundiais, passou a

se desenvolver de forma extraordinária, atingindo o setor comercial de transporte

(KEEDI, 2004).

Os produtos mais transportados por esses modais são peças e equipamentos

eletrônicos, instrumentos óticos, confecções finas, peças de máquinas, flores,

materiais têxteis, couro e derivados, bens médicos e fotográficos e outros

manufaturados diversos (BALLOU, 1993).

Os valores que determinam o frete aéreo são o valor da mercadoria, o

peso/volume, o manuseio, a natureza do frete, a possível ocorrência de furto e

avaria e a demanda do produto. Na sua composição entram: o fator de estiva que é

a relação peso volume (1kg = 6000cm3), a tarifa aérea, tarifas de carga em geral e

tributações relacionadas a peso até 45 kg e superiores (SILVA E PORTO, 2003).

A figura 2 compara os modais existentes em relação ao seu desempenho

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teórico, em cinco dimensões: velocidade, consistência, capacitação, disponibilidade

e freqüência.

Figura 2 - Comparação dos modais: serviço Fonte: Adaptado de Fleury, 2003

Em termos de velocidade, o modal aéreo é o mais veloz, no entanto,

considerando que a velocidade deve levar em consideração o tempo gasto no porta-

a-porta, essa vantagem do aéreo só ocorre para distancias médias e grandes.

Quanto maior a distância a ser percorrida, maior a vantagem do aéreo em termos de

velocidade (FLEURY, 2003).

A consistência representa a capacidade de cumprir os tempos previstos.

Nesse caso, o Transporte Dutoviário se apresenta como a melhor opção, por não ser

afetado por condições climáticas, congestionamentos, entre outros fatores (FLEURY,

2003).

A capacitação é a capacidade do modal de trabalhar com diferentes volumes

e variedades de produtos. Nesse caso, o modal de maior destaque é o aquaviário,

que praticamente não tem limites sobre tipos de produtos (FLEURY, 2003).

A disponibilidade se refere ao nº. de localidades onde o modal está presente.

O rodoviário é o que apresenta essa maior vantagem, seguido do ferroviário e aéreo,

esse primeiro dependerá da malha ferroviária do país.

A tabela 1 demonstra os 10 países que mais movimentam carga no mundo.

Nota-se a excelente posição do Brasil, em 5º, mostrando a potência desse modal

para o país.

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Tabela 1 – 10 maiores países movimentadores de carga aérea

País

1.000.000 Toneladas Quilômetro

transportadas em 1996 1 - EUA 25.220 2 - Japão 7.138 3 - Coréia do Sul 6.612 4 - Alemanha 6.137 5 - Brasil 5.687 6 - França 4.811 7 - Reino Unido 4.008 8 - Holanda 3.926 9 - China 2.158 10 - Canadá 1.880 Fonte: Faria, 2001

A freqüência é o número de vezes em que o modal pode ser utilizado em um

intervalo de tempo. O dutoviário apresenta melhor desempenho, desde que esteja

disponível no local desejado. Ressalta-se que a comparação é feita de maneira geral

e teórica em relação aos serviços prestados, portanto a alteração nas ordens de

desempenho ocorrerá se houver variáveis e não apenas um serviço teórico

oferecido.

3.2.1 Vantagens

Dentre as vantagens do Modal Aéreo, Rodrigues, A. (2005) destaca

novamente a velocidade, a confiabilidade e a eficiência. A questão do manuseio

largamente mecanizado e o fácil acesso a regiões inatingíveis para outros modais

também são lembradas.

Os aeroportos normalmente têm boa localização no que se refere aos

principais centros de industrialização e produção e se situam normalmente nas

cidades ou arredores mais importantes do planeta.

Há também a possibilidade de se aplicar o Just in time, diminuindo estoques e

reduzindo custos de capital de giro, já que os embarques deste modal são

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constantes (MENDONÇA E KEEDI,1997).

Para Mendonça e Keedi (1997), outras boas vantagens desse transporte

seriam a idealidade para transportar mercadorias em urgência na entrega e o

conhecimento de transporte (AWB- Airwaybill) que é obtido com grande rapidez, por

conta de sua emissão antecipada e o fato de se poder contar com o produto mais

rápido, ainda se for perecível ou com validade curta.

O período de manuseio e armazenagem e a duração da viagem reduzem os

riscos de demora, roubos, danos e perdas dos materiais, consequentemente

diminuindo os prêmios de seguro (SILVA E PORTO, 2003).

A cobertura do transporte aéreo é incomparável. Ele atinge países sem litoral

e regiões inacessíveis com maior facilidade em relação aos outros meios de

transporte utilizados (SILVA E PORTO, 2003).

Esse modal também pode gerar uma maior competitividade para o

exportador, pois diminui custos com embalagens, já que as mesmas não necessitam

ser tão robustas. O valor do frete de determinados produtos podem ser inferiores ao

marítimo, dependendo das características da carga e o valor do seguro cobrado

normalmente é mais baixo que os demais (MENDONÇA E KEEDI, 1997).

É considerado o modal do futuro por especialistas com a tecnologia

empregada o avião aumentará sua capacidade, com menores custos de

manutenção e de vôo, fazendo com que ele se torne ainda mais viável (KEEDI,

2004).

3.2.2 Desvantagens

O modal aéreo é caro, com altos custos fixos e variáveis (aeronaves,

combustível, manutenção), que perde muito pelas questões de freqüência,

consistência, capacidade. Possui também uma capacidade reduzida de transporte,

quando há pesos e volumes elevados, pois a aeronave não consegue competir em

determinadas situações com navios, por exemplo (SILVA E PORTO, 2003).

Há grandes restrições às cargas perigosas, havendo um rigoroso controle

quanto ao transporte desses produtos por via aérea e a armazenagem nos terminais

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dos aeroportos (SILVA E PORTO, 2003).

Não atende aos granéis em geral. Está fora de cogitação o transporte de

minérios, grãos, petróleo e químicos a granel por via aérea, dentro da questão de

economia pensando-se em outros modais de transportes (SILVA E PORTO, 2003).

Os produtos de baixo custo unitário como matérias-primas, semifaturados e

alguns manufaturados também não têm condições de absorver o alto valor das

tarifas aéreas, tornando-o inviável nessas situações (SILVA E PORTO, 2003).

A infra-estrutura em alguns países não é adequada a esse tipo de transporte.

Esse modal exige espaços operacionais como hangares, terminais de cargas,

balcões para despacho, entre outros (RODRIGUES M., 2005).

A burocracia grande existente para as cargas aéreas é outra desvantagem.

Os tempos que são esperados nas alfândegas dos países, a transferência das

cargas das aeronaves para os armazéns e seu posterior retorno aos aviões, etc

(RODRIGUES M., 2005).

A necessidade de conjugação com outros modais também pode ser

necessária. Para se alcançar o destino final da mercadoria, muitas vezes é

necessária a utilização do modal rodoviário para a entrega final (MENESES, 2001).

3.2.3 O Transporte aéreo de cargas no Brasil

Baseando-se em Alves (2007), pelo fato do Brasil ser um país de grandes

dimensões continentais, com população espalhada irregularmente pelo território,

com uma malha rodoviária mal conservada, ferrovias escassas e rede fluvial pouco

utilizada, a opção do transporte aéreo aparece com grande relevância em relação às

outras e em determinadas regiões chega a ser a única opção de acesso do país.

Mesmo diante disso, sabe-se que o transporte rodoviário é o mais utilizado no país

pela velocidade, disponibilidade, entre outros motivos.

Na figura 3 observa-se a matriz de transportes brasileira, com uma distorção

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acentuada. Há a grande participação do modal rodoviário, seguido do ferroviário e o

modal aéreo vem com uma participação de apenas 0,3%.

Figura 3 – Matriz de transporte no Brasil em TKU Fonte: Coppead – UFRJ, 2007

Ainda assim o transporte aéreo de carga vem ganhando seu significativo

espaço no Brasil. Segundo a Tecnologística (2007), esse modal é incentivado pelas

novas exigências das exportações que vem crescendo bastante e por sua relação

custo-benefício. Antes, entre um frete marítimo lento e barato e um aéreo rápido e

caro, era fato que se escolhia o primeiro. Hoje, com a competitividade, diversos

outros fatores são observados antes da questão do valor do frete na escolha de um

modal e a alternativa mais cara pode prevalecer. As empresas precisam cumprir

prazos e uma entrega de um produto sendo feita um mês antes do previsto pode

alavancar uma produção, antecipar e principalmente aumentar lucros.

Já em meados de 1945, o Professor chefe do Depto. de Aeronáutica do

Massachussets Institute of Technology, Richard H. Smith, em Conferência a convite

do Instituto Brasileiro de Aeronáutica, chamou a atenção para o transporte aéreo

brasileiro. De acordo com o Comando Geral de Tecnologia Aeroespacial – CTA

(2007), o professor já mencionara na época que uma boa rede de transporte aéreo

com boa distribuição abrangendo o território nacional traria grandes vantagens à

economia, agricultura e industrialização do país no futuro. Ressaltou ainda que o

transporte de carga seria para o Brasil um negócio bom e lucrativo.

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Ainda de acordo com o CTA (2007), o país tinha condições totais para ter

uma indústria aeronáutica boa e poderia focar em um transporte barato de carga e

misto de carga e passageiro, segundo o professor Richard. O Brasil precisaria criar

seus laboratórios e escolas para que pudesse aperfeiçoar profissionais na

aeronáutica, sendo um país respeitado nesse setor. Segue-se a isso a fundação da

Embraer – Empresa Brasileira de Aeronáutica, fabricando seus famosos aviões,

sendo uma das maiores exportadoras e o ITA - Instituto Tecnológico de Aeronáutica,

como uma grande escola para os profissionais da área no Brasil.

Rodrigues, M. (2005) menciona que o Transporte Aéreo é responsável pela

movimentação de US$ 400 bi/ano. Ainda menciona que 2% de toda a carga mundial

é transportada pelo aéreo, representando cerca de 40% em valor agregado.

Pensando nisso, os gargalos portuários e a urgência ajudam no crescimento desse

modal no país e essa não é só uma tendência brasileira e sim mundial. Nesse

conceito grandes empresas de serviço courier e de carga aérea (grandes volumes

comerciais) vêm investindo e crescendo junto com este setor. Certos volumes de

grandes dimensões e peso também vêm sendo transportados nesse modal, graças a

um processo logístico adequado. (TECNOLOGISTICA C, 2005).

Segundo Ballou (1993), o Transporte Aéreo tem mostrado um crescimento

bem elevado, principalmente após 1960. Somente entre 1960 e 1982 ele cresceu

517%. É um modal que promete crescimento dramático no futuro, mas ainda assim

representa pouco em termos globais, onde nos Estados Unidos, por exemplo,

representa 0,2% das toneladas transportadas. Se for analisado pela questão de

valor transportado, o Transporte Aéreo já salta de último para a segunda posição.

A tabela 2 demonstra as Importações no Brasil em 2006.

Tabela 2 – Brasil, Importações em 2006 Modal Toneladas USD Marítimo 88.514.094,00 62.266.339.430,00 Rodoviário 7.475.396,00 1.327.716.969,00 Ferroviário 354.604,00 152.327.062,00 Aéreo 214.850,00 21.947.861.515,00 Fluvial 96.358,00 78.093.217,00

Fonte: ABSA, 2007

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Segundo a Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Irã (2007), o transporte

aéreo vem sim acompanhando o desenvolvimento do país e o volume de carga

importada e exportada por via aérea no Brasil cresceu 29,4% só no primeiro

bimestre de 2005. O aumento da demanda de carga transportada só em maio de

2007 teria sido de 5% (IATA, 2007).

Hoje os jatos são muito mais eficientes e econômicos. É verdade que no

Brasil as empresas utilizam, em sua maioria, antigas aeronaves de passageiros,

tecnologicamente ultrapassadas, mas o tráfego aéreo desse tipo de avião não é tão

intensivo, o que reduz os possíveis impactos negativos (NOVAES, 2007).

Desde seu início, há certa tendência a preferência ao transporte de

passageiros. Essa atitude de tratamento diferenciado também se reflete na

legislação, regulamentação procedimentos e normas da aviação (ABSA, 2007).

Boa parte do tráfego brasileiro é feito em vôos de passageiros com

disponibilidade de espaço nos compartimento de cargas. A participação da aviação

exclusivamente cargueira no tráfego brasileiro é pouco significativa, destacando-se a

rota entre Manaus –São Paulo. Cerca de 70% da carga aérea é transportada em

vôos mistos e os outros 30% em aeronaves exclusivamente cargueiras (ABSA,

2007).

Alguns dos grandes pleitos para o setor de Carga Aérea são: o

estabelecimento de acordos de cooperação e aliança estratégica com empresas do

ramo para que o setor trabalhe em maior sinergia, reavaliação das horas disponíveis

de vôo de forma que sejam melhor utilizadas e agilização de processos de Lei que

geram atrasos na liberação (ABSA, 2007).

O modal aéreo para cargas tem grande capacidade para expandir e se

fortalecer ainda mais. A política econômica vem favorecendo muito devido à alta das

exportações. Com o e-commerce e a globalização que vai eliminando barreiras, o

Brasil vem exportando para países de todos os continentes. Dentre a grande

movimentação de cargas para vários países, se destacou a grande exportação

aérea para países como Chile e França. Ainda assim o transporte aéreo não estaria

sendo aproveitado da forma mais adequada, pois o mercado é promissor.

(CECATTO, 2007).

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4 TIPOS DE AERONAVES COMERCIAIS E DE CARGA

O conhecimento das características, exigências e tendências das aeronaves é

fundamental para o desenvolvimento de projetos e planejamento de aeroportos. As

aeronaves desempenham um papel de grande importância nesse cenário (Alves,

2007).

A compatibilidade entre aeronaves e aeroportos é extremamente necessária,

pois a falta desta prejudica a atividade do transporte aéreo como um todo, reduzindo

níveis de segurança das operações e na capacidade de carga manuseada nas

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operações (Alves, 2007).

Nos primórdios da aviação, os progressos tecnológicos estavam voltados às

aeronaves, exigindo poucos investimentos na geometria de infra-estrutura. O foco do

setor aeronáutico era a construção de aeronaves mais seguras, menos poluentes e

mais compactas. Somente a partir da década de noventa o setor voltou-se a

engenharia de aeronaves de maior capacidade para atender a crescente demanda.

Com isso, fez-se necessária a reestruturação dos aeroportos, pois a maioria destes

já se encontra limitado fisicamente (Alves, 2007).

O comprimento de uma pista de pouso e decolagem, por exemplo, influencia

na potência e projeto da asa da aeronave. A largura está ligada à envergadura do

avião e as pontes de embarque à altura da porta da aeronave. Outros pontos

importantes são os hidrantes de combustível, que precisam estar num ponto

adequado para a alimentação da aeronave e os veículos de combate a incêndios

que dependerão do comprimento e largura da fuselagem do avião (beting, 2007).

Os aviões também foram separados por tipo a fim de que pudessem atender

as diversas necessidades no transporte de passageiros e pessoas. A classificação

ocorre de acordo com a sua configuração, sendo full pax, para aviões de

passageiros, combi, para as aeronaves mistas e full/ all cargo, para aqueles que

transportam somente carga. (silva, 2004).

4.1 Full Pax (avião de passageiros)

São aqueles destinados exclusivamente ao transporte de passageiros. São os

aviões utilizados pelas empresas de transporte comercial de passageiros como TAM

Linhas Aéreas e American Arlines (MENDONÇA E KEEDI,1997).

Estas aeronaves possuem o upper deck - parte superior, com toda a estrutura

aos usuários, com assentos, sanitários, compartimentos de preparação de

alimentos, etc e a parte inferior – lower deck, destinada às cargas, sendo elas

bagagens e pacotes.

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A figura 4 apresenta o layout deste tipo de avião. Nota-se que o upper deck

possui a estrutura de assentos enfileirados e o lower deck um espaço relativamente

pequeno, se comparado ao total da aeronave, destinado aos materiais de

passageiros e outros tipos de carga transportados pela Companhia Aérea.

Figura 4 – Configuração de avião full pax Fonte: Mendonça e Keedi, 1997.

4.2 Combi (Aeronave mista)

Para Mendonça e Keedi (2007), são aqueles destinados tanto para o

transporte de passageiro como de carga e as últimas podem ser transportadas tanto

no andar superior como no inferior, devidamente separados da ala de passageiros

que fica na parte da frente, superior. A figura 9 demonstra a estrutura.

Figura 5 – Configuração de avião Combi Fonte: Mendonça e Keedi, 1997.

4.3 Full/ All Cargo (somente carga)

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Segundo Vieira (2003) são aqueles desenhados e caracterizados para o

exclusivo transporte de carga, não transportando passageiros. Possuem uma

configuração robusta e de grande capacidade.

Há dois estilos de aviões full cargo, os que são fabricados desta maneira e os

que são transformados a partir de um avião full pax. Nesse último estilo, o que

muitas vezes acontece é o reaproveitamento da aeronave de passageiro que já foi

largamente utilizada, retirando seus assentos, aumentando suas portas e revestindo

seu interior, para que possa ser utilizada no transporte de carga. Como não é

necessariamente preciso um avião extremamente novo para o transporte de

materiais, como é exigido para o transporte de passageiros, esse reaproveitamento

traz grandes vantagens financeiras.

A figura 8 apresenta o desenho com a configuração desse tipo de avião, onde

todo o espaçamento é deixado para transporte da carga. Observa-se que há um

grande espaço disponível em ambas as partes do avião, upper e lower deck. Aviões

como esse conseguem carregar no mínimo cerca de 40 ton., uma quantidade

considerável, se comparada as outras duas configurações.

Figura 6 – Configuração de avião All Cargo Fonte: Mendonça e Keedi, 1997.

4.4 Características gerais

Para Mendonça e Keedi (1997, p.122) “A capacidade de carga de uma

aeronave depende de seu tamanho, potência, distância a ser percorrida,

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configuração e tipo de utilização/ finalidade a que está reservada”. Fica claro que os

aviões destinados somente à carga tem capacidade muito superior às outras duas

configurações existentes, sendo seguidas então pelas Combi e Full Pax.

As tabelas 3 e 4 demonstram alguns modelos de aeronaves e suas

capacidades em tonelada, de acordo com a configuração das mesmas.

Tabela 3 – Exemplos de capacidade de carga de Aeronaves

Tipo quanto à utilização/configuração t/ m3 ALL CARGO Antonov 124/100 120/800 Boeing 747 100/600 DC10 60/400 Ylliuhshin 45/350 Boeing 707 40/290 DC 8 40/280 Boeing 737 17/98 COMBI Boeing 747 44/250 MD 11 25/150

Fonte: Mendonça e Keedi, 1997

Tabela 4 – Exemplos de capacidade de carga de aeronaves Full Pax – Ton. Tipo quanto à utilização/configuração t FULL PAX MD 11 23 Boeing 747 20 DC 10 14 Airbus 300 12 Boeing 767 9 Boeing 757 5 Fokker 100 1,2

Fonte: Mendonça e Keedi, 1997.

Nota-se como se reduz a capacidade de carga de um modelo de avião se ele

for apresentado de Combi para Full Pax, como o Boeing 747, por exemplo.

Um exemplo de aeronave que pode ser verificada nos três tipos de

configurações é o Boeing 747 da empresa também chamada Boeing. A primeira

unidade desse avião foi vendida para a empresa de transporte aéreo KLM em

janeiro de 1971. Em novembro do mesmo ano surgiu a versão all cargo para

movimentação de cargas volumosas, sendo vendida à primeira unidade a Cia. Aérea

Lufthansa no ano de 1972 (BETING,2007).

A versão Combi possui uma porta lateral basculante que permite o uso de

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carga e passageiros também na cabine principal. A primeira empresa a compra-lo foi

a Cia. de Transporte Aéreo do Canadá – Air Canada, tendo seu primeiro vôo em

1974. No Brasil, a primeira empresa a receber três unidades desse modelo foi a

Varig, em 1980 (BETING,2007).

A quantidade de carga que um avião pode transportar dependerá do tipo,

tamanho, utilização e configuração da aeronave. Esse espaço pode variar de

algumas centenas de quilos até mais de 100 toneladas em aviões regulares e que

estejam com grande disponibilidade de espaço e até 250 toneladas em aviões

especiais, normalmente de fretamento (KEEDI,2005).

A figura 11 mostra um Boeing 747 em vôo, da empresa aérea Northwest

Cargo. Nesta imagem é possível observar a estrutura e desenho interno desse

avião, um dos mais utilizados nesse meio de transporte.

Figura 7 – Boeing 747 Fonte: Beting, 2007.

4.4.1 Manuseio e Unitização

Segundo Correia (2007), afim de que se facilite o manuseio, normalmente as

cargas são transportadas de maneira agrupada, também chamadas de cargas

unitizadas. Os materiais que tornam essa junção possível são os containers e pallets

aeronáuticos, ou também conhecidos como equipamentos aeronáuticos –ULD (unit

load devices).

A medida de um container aéreo é feita em polegadas, diferente do marítimo

que é padronizado em pés e polegadas. A medida base é 125’ x 86’ (317 cm x 218

cm) para o comprimento e largura, e a altura paletizada pode variar segundo o tipo

da aeronave, sendo de 1,60m para passageiros e até 3m nos cargueiros

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(KEEDI,2005).

A função desse tipo de equipamento é, além de facilitar o manuseio, trazer

consequentemente uma agilidade maior e redução de custos de embarque e

desembarque. Esses tipos de ULD são considerados exóticos por conta de seus

recortes e modelos diferentes e tanto o embarcador como o destinatário podem

solicitá-los para ova e desova.

A figura 8 mostra alguns tipos de containers e pallets aeronáuticos, como foot

pallet, containers AKE, AKG, todos com uma estrutura metálica de proteção.

Figura 8 – Exemplos de conteiners e pallets aeronáticos Fonte: Correia, 2007.

Na figura 9 pode-se observar um conjunto de imagens demonstrando os

pallets, os equipamentos utilizados para o manuseio e transporte de animais vivos,

vários materiais unitizados e os containers na pista de embarque e desembarque.

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Figura 9 – Exemplos de pallets, equipamentos para transporte de animais, unitização e conteiner. Fonte: Correia, 2007.

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Quando há cargas com grandes dimensões, elas podem ser embarcadas

soltas, não necessitando serem unitizadas. Os pallets usuais de madeira utilizados

em outros modais, também podem ser utilizados em cargas aéreas, sendo

armazenados normalmente no interior do avião.

A figura 10 apresenta o interior de um avião cargueiro, onde nota-se roletes

no piso que facilitam o manuseio dos equipamentos e um container sendo colocado

no interior da aeronave.

Figura 10 – O interior de uma aeronave cargueira Fonte: Correia, 2007.

Na figura 11 observa-se um elevador em operação, movimentando um

container até a porta da aeronave, para que possa ser encaminhado ao porão.

Figura 11 – Elevador Aeronáutico Fonte: Correia, 2007.

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Para que as cargas sejam embarcadas e retiradas da aeronave, existem os

chamados elevadores, equipamentos com duas plataformas. Uma base serve para

se elevar a carga até a porta do avião e a outra para igualar o porão da aeronave.

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5 AGENTE DE CARGA

Agente de carga pode ser definido como ma empresa que oferece serviços

referentes a coleta, consolidação, envio e distribuição de cargas. Ele pode ser

responsável pelas liberações alfandegárias, preparação de documentação e

organização de envios, armazenagem e entrega dos materiais (DHL, 2007).

Segundo Instruções anexas à Portaria 749/DGAC, de 06 de Dezembro de

1996, capítulo l, art. 1º, l) Agente de Cargas pode ser definido como uma companhia

autorizada pela ANAC sendo comissionária na questão, a contratar o transporte,

coordenando a execução do serviço de transporte, oferecendo suporte do serviço ao

contratante do serviço.

Para o Sindicato dos despachantes aduaneiros de São Paulo - SINDASP

(2007) eles são os responsáveis pelos serviços de pré-embarque e descarga do

material, cuidando também da Logística e operações de manuseio, verificação e

entrega de documentação para liberações Aduaneiras. Um agente é considerado

um Operador de Logística.

As funções do agente de carga consistem em buscar processos que reduzam

o custo de transporte da mercadoria sem reduzir sua qualidade ou eficiência. Eles

precisam lidar com as questões dos custos de transporte, cotações, operações de

consolidação e desconsolidação, transit time , sempre mantendo o cliente informado

do andamento do processo, rastreamento da carga e resolver possíveis problemas

relacionados a extravios, retenção dos produtos, documentações erradas, entre

outros.

O serviço do Agente é como o serviço de uma companhia aérea ou um

amador do transporte marítimo, somados a um serviço logístico diferenciado. O

cliente fornece suas referências de envio, o fluxo desejado de modo que o Agente

de Carga desenvolva um serviço a ele (COIMBRA, 2004).

Os agentes de carga aérea necessitam ser credenciados pela ANAC que é a

responsável pela fiscalização das atividades do setor. Alguns requisitos a serem

considerados seriam a capacidade operacional da empresa, regularidade fiscal e

situação financeira. Eles podem ser de pequeno, médio ou grande porte desde que

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forneçam o serviço a que se comprometeram de forma adequada. Muitos possuem

filiais e parcerias regularizadas no exterior, para que possam oferecer um suporte

adequado nos casos de exportações e importações (ANAC, 2007).

5.1 Agente Consolidador

É o responsável pelo tratamento das cargas consolidadas, acompanhando e

cuidando na vistoria dos materiais, verificação do schedule de embarque,

preparação de documentação para saída, desembaraço aduaneiro, planejando o

armazenamento de acordo com o espaço disponível no avião e a rota de saída dos

produtos (SINDASP, 2007).

O Agente Consolidador cuidará efetivamente da parte de encaminhamento de

saída da carga ou sua exportação, sempre dando o suporte e encaminhando a

informação aos Agentes responsáveis na Receita Federal e Infraero.

A figura 12 demonstra o agente alocando a carga consolidada no interior da

aeronave.

Figura 12 – Carga consolidada no interior do avião

Fonte: Marval Trading 2007

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5.2 Co-loader

Segundo o SINDASP (2007), serve como um embarcador ou remetente em algumas

documentações do envio, sendo um agente consolidador de cargas no exterior. É o

responsável por alguns procedimentos secundários referentes à vistoria,

armazenamento e preparação de documentação.

Um conhecimento de carga conhecido como “sub-master”, ou seja, um

documento secundário ao master é registrado ao co-loader pelo executor da

consolidação total da carga a fim de que ele tenha autonomia a realizar seus

procedimentos de despachos de carga.

5.3 Agente Load Control

É um profissional de extrema importância que atua na área operacional dos

aeroportos, fazendo o balanceamento dos aviões, armazenando as cargas nos

compartimentos disponíveis das aeronaves, obedecendo às normas e

especificações de peso que são obtidos através e cálculos e distribuições de peso

no compartimento disponível (SKYLAB, 2007).

A figura 13 demonstra o carregamento das cargas sendo feito pela parte

frontal e lateral da aeronave:

Figura 13 – Carregamento lateral e traseiro do avião

Fonte: Correia, 2007

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5.4 Agente Operacional de Rampa

O Agente Operacional de Rampa deve possuir conhecimentos técnicos de

carregamentos de aeronaves com produtos paletizados e reunidos para que possa

coordenar os auxiliares e os equipamentos de rampa nos momentos de

carregamento e descarregamento para o encaminhamento certo, de acordo com as

especificações da carga (SKYLAB, 2007).

A figura 14 mostra um tipo de equipamento usado pelos agentes de

carregamento, descarregamento e movimetações de pallet chamado dolly:

Figura 14 – Dolly, equipamento utilizado pelo agente na movimentação de pallets. Fonte: Correia, 2007

5.5 Despachante Aduaneiro

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É o responsável pela execução dos processos alfandegários em nome do

importador ou exportador, sendo aquele profissional que representará seu cliente

perante a Receita Federal, Infraero e demais órgãos necessários, buscando

informações solicitadas por seus clientes e atuando como agente responsável pela

liberação das cargas (DHL, 2007).

Ele deve preparar e acompanhar a tramitação dos documentos relacionados a

mercadoria, prestando assistência na conferência aduaneira, no recebimento de

mercadorias ou bens desembaraçados e executando as demais atividades

necessárias à liberação do produto de quem representam para que possam

embarcar no caso de envios ao exterior ou seguirem ao seu destino final de entrega,

na importação (SINDASP, 2007).

O despachante também exerce atividades de consultoria ao exportador ou

importador encaminhando informações relacionadas ao Comércio Internacional, os

procedimentos, as melhores alternativas na escolha de Incoterms, de valores de

fretes e fechamentos de câmbio. Ele muita vezes também alerta seu cliente sobre

multas que podem incorrer em seus processos em relação ao desrespeito das Leis

vigente (SINDASP,2007).

Apesar de terem suas funções estipuladas em decreto, realiza outras funções

excedentes como alertar o cliente afim que se evitem problemas de aumento de

custos ou tempo de liberação de seus respectivos materiais, orientar qual seria o

Regime Aduaneiro que melhor se aplicaria ao caso especificado pelo consumidor e

tomar medidas inclusive em órgãos não ligados à Receita Federal como Ministério

da Agricultura, por exemplo.

Segundo o SINDASP (2007) o despachante paga antecipadamente

tributações relacionadas a armazenagem, ICMS multas e fretes e também abre

processos de defesa e restituição de impostos cobrados indevidamente. Em razão

disto ele deve ser um grande conhecedor da Legislação Aduaneira para lidar com o

Comércio Exterior e problemas diversos que possam ocorrer.

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6 ÓRGÃOS REGULADORES

A fim de que exista uma cooperação, organização e controle do setor de

Transporte Aéreo, existem Órgãos que são responsáveis pelo controle desse modal

em todo o mundo. São elas a ICAO- International Civil Organization, que funciona

como um fórum global de todos os países e a IATA, responsável pela organização

de todos os agentes de carga ao redor do globo (SILVA E PORTO, 2003).

6.1 ICAO – International Civil Aviation Organization

A Organização da Aviação Civil Internacional – OACI (ou ICAO em inglês) é

uma organização especial da ONU – Organização das Nações Unidas, que funciona

como um fórum global que trata de diversos assuntos da Aviação como sua

regulamentação, segurança, eficiência e desenvolvimento. Foi em 1944, e possui

cerca de 189 países participantes. Sua sede fica em Montreal, no Canadá

(ICAO,2007).

A figura 15 mostra o símbolo da Organização, com a adaptação dos nomes

em 5 línguas, para simbolizar a atuação em todos os continentes.

Figura 15 – O símbolo da ICAO Fonte: Pilotoshop,2007

Segundo o Instituo Nacional de Aviação Civil de Portugal - INAC (2007):

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A ICAO tem como objetivo a definição comum de princípios e acordos que permitam a evolução da aviação civil internacional de forma segura e ordeira e o estabelecimento de serviços relacionados com o transporte aéreo internacional numa base de igualdade de oportunidade e de acordo com princípios econômicos.

6.2 IATA – International Air Transport Association

Segundo Mendonça e Keedi (1997), a IATA ou Associação de Tráfego Aéreo

Internacional foi fundada com o surgimento do transporte aéreo, em 1919 na França,

porém só foi reconhecida em nível mundial por volta de 1945, após uma reunião

feita entre as companhias aéreas em Cuba visando solucionar os problemas do

setor, ocorrido por conta do rápido desenvolvimento da Aviação. É uma associação

que tem participação de empresas do setor em todo o mundo e cerca de 10.000

agentes de carga vinculados.

De acordo com ESIAM - Escuela Superior de Ingenieros Aeronáuticos de

Madrid (2007), graças às descobertas feitas quando da informação da IATA, a ICAO

pôde também ter uma base para seu processo de estabelecimento de pautas e

objetivos.

“A IATA não tem caráter político, mas comercial, trabalhando pelo interesse

dos seus associados , bem como dos usuários do transporte aéreo (MENDONÇA E

KEEDI, 1997, PG. 113)”.

A IATA visa servir o setor da Aviação como um todo, com serviços seguros,

de rentabilidade para as empresas, com padronizações, procedimentos. Atuando em

áreas de operações, carga, desenvolvimento, finanças, regulamentos, turismo, entre

outras. (IATA,2007).

Na figura 16 é possível observar um modelo de certificado de Registro no

IATA, recebido por uma empresa de transporte aéreo na Rússia.

A parte Superior do Certificado demonstra a codificação do certificado, o

nome da empresa beneficiada e o ano de concessão. Esse documento certifica que

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o agente informado encontra todos os requisitos necessários ao transporte de

passageiros, através de venda e encaminhamento dos clientes.

Figura 16 – Certificado de Registro da IATA

Fonte: Sheremetyevo-Cargo, 2007

6.3 Órgãos Nacionais

O Brasil tem o Transporte Aéreo gerenciado pelo Ministério da Defesa, tendo

uma base militar, diferente da maioria dos países do mundo, onde não há qualquer

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vínculo militar no controle desse tipo de transporte. Dentre os principais organismos

existentes no Brasil, destacamos a Agência Nacional de Aviação Civil – ANAC e a

Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária – Infraero (ALVES, 2007).

6.3.1 ANAC - Agência Nacional de Aviação Civil

Segundo o Ministério da Defesa (2007), a ANAC é uma autarquia especial

ligada ao Ministério da Defesa, porém possui independência em sua gestão. Não há

hierarquia com subordinação e seus dirigentes possuem mandato fixo. Suas funções

seriam a de controle da Aviação geral nos âmbitos nacionais e internacionais,

representando o Brasil no seguimento das normas do transporte aéreo internacional,

infra-estrutura aeroportuária, serviços.

A Lei que criou a ANAC ficou cerca de cinco anos no Congresso Nacional, foi

aprovada em 2005 e implantada em 20 de março de 2006. Tem sua origem no

antigo Departamento de Aviação Civil –DAC ao qual competia planejar, controlar e

gerenciar as atividades ligadas ao setor (ANAC, 2007).

Na figura 17 consta a estrutura da Aviação Civil brasileira antes da ANAC:

Figura 17 – Estrutura da Aviação Brasileira antes da criação da ANAC Fonte: CCMA, 2007

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Observa-se que antes da criação da ANAC, a base da estrutura era

totalmente militar e o DAC era subordinado ao Ministério da Defesa e a uma série de

Comandos e Comissões. A Aviação não possuía uma base Civil e por conta da

quantidade de divisões, o DAC passava por processos burocráticos para que

pudesse realizar suas ações.

A figura 18 demonstra a reestruturação com a criação da ANAC.

Figura 18 – Estrutura da Aviação Civil Brasileira depois da criação da ANAC Fonte: CCMA, 2007

A idéia do Governo com a criação da Agência, era fazer com que a base da

Aviação Nacional não fosse puramente militar. Observa-se no fluxo que com isso a

ANAC, recém criada, passa a ter grandes poderes, sendo desligada dos comandos

militares e vê-se uma estrutura mais enxuta.

6.3.2 INFRAERO – Empresa brasileira de Infra-estrutura Aeroportuária

A Infraero é responsável pelo controle das exportações e importações nos armazéns

do país, pela administração e construção dos aeroportos e pelos terminais de

passageiros, regulamentados pelo Governo Federal (MENDONÇA E KEEDI, 1997).

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É uma empresa pública com mais de 30 anos de existência, com sede em

Brasília, onde em seus terminais se concentram aproximadamente 97% do

movimento do transporte aéreo regular do país. Seus terminais de Logística a cada

ano batem recorde em movimentação e arrecadação. Ela é também responsável

pelos planos de obra e reestruturação dos aeroportos, que são realizados através da

receita obtida pela armazenagem e capatazia de carga aérea, tarifas de embarque,

entre outras (INFRAERO, 2007).

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7 PROCESSO DE EXPORTAÇÃO E IMPORTAÇÃO AÉREA

O processo de Importação e Exportação pelo modal Aéreo é controlado

através de sistemas unificados da Infraero e Receita Federal. É um processo

rigoroso como o de outros modais de transporte e caracterizado com diversos

procedimentos e divisões.

7.1 Exportação

O fluxo de exportação no modal aéreo pode ser dividido generalizadamente

pelo processo de recebimento da carga, armazenagem, verificação aduaneira e

expedição. É um processo massivamente informatizado, afim de que seja feito o

controle de todos os processos de saída de carga do Brasil, suas respectivas

características e valores relacionados (INFRAERO, 2007).

Segundo Infraero (2007), Ferreira [2006?] e Serviços Aduaneiros (2007) o

processo de exportação é dividido em negociação, credenciamento, preparação da

documentação, chegada da carga no aeroporto, recebimento da carga, presença de

carga, entrega da documentação à Receita Federal, conferência aduaneira,

armazenagem das cargas, acondicionamento em equipamentos aeronáuticos e

confirmação de embarque.

7.1.1 Negociação

O início da fase de negociação consiste na divulgação dos produtos da

possível empresa exportadora no mercado externo. É necessário que seja realizado

um estudo para que se conclua e defina o mercado potencial e o tipo de produto a

ser exportado (SERVIÇOS ADUANEIROS, 2007).

Após a primeira definição, o segundo momento é aquele onde exportador e

importador definem as características e orientações desejadas ao envio. O

INCOTERM (Condição internacional de compra e venda, responsabilidade,

transporte, seguro e ponto de entrega) é então escolhido juntamente as

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embalagens, contrato de embarque e os dados de entrega [FERREIRA, 2006?].

As formas de pagamento também são escolhidas posteriormente, havendo as

possibilidades de pagamento antecipado e cobrança e carta de crédito (ambas à

vista ou a prazo). Após a definição das condições, a formalização é feita da fatura

pró-forma (FERREIRA, 2006?].

7.1.2 Credenciamento

O exportador deve providenciar uma linha telefônica e solicitar

credenciamento à Receita Federal para que tenha a autorização e instalação

disponível do SISCOMEX-Sistema Integrado de Comercio Exterior, um sistema

responsável pelo registro e controle das exportações. Posteriormente a instalação

deste sistema, o exportador deve inserir seus dados para que obtenha o registro de

exportador e importador (INFRAERO, 2007).

O Siscomex proporciona o registro, acompanhamento e controle de das

operações de comércio exterior do país, de modo computadorizado. Alguns

exemplos de dados disponíveis no Siscomex que são fornecidos pelas Cias. Aéreas

são o número do vôo, tratamento de armazenamento e destinação da carga

(INFRAERO, 2007).

7.1.3 Preparação da documentação

Os dados da exportação devem ser inseridos no SISCOMEX para que seja

obtido o Registro de Exportação (RE) ou a Declaração Simplificada de Exportação

(DSE), essa última em casos de despachos com valores inferiores aos relacionados

à RE. O exportador deve também contratar o transporte interno e o de embarque

aéreo [FERREIRA, 2006?].

O fabricante realiza a expedição (ou um distribuidor/produtor), passando a

haver a preocupação com o carregamento, junto a todos os documentos necessários

anexos a carga. As cargas podem ser agrupadas ou avulsas. No caso da primeira,

também conhecida como carga unitizada, são aquelas que são acomodadas em

uma única unidade ou container. Após a escolha da maneira de disposição das

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remessas, as mesmas são encaminhadas ao aeroporto [FERREIRA, 2006?].

7.1.4 Chegada da carga ao aeroporto

O transportador rodoviário, possuindo o conhecimento aéreo, acessa a

plataforma e entrega a carga a Infraero. A carga pode chegar unitizada ( ou

agrupada). Unitizar as cargas significa que ela será unida a outras ou agrupadas.

Outra opção é a consolidação da carga que significa unir cargas diferentes em um

único tipo de contrato de transporte. Unitizar ou consolidar as cargas trazem muita

otimização no transporte [FERREIRA, 2006?].

Alguns equipamentos que apóiam o transporte aéreo proporcionaram

agilidade nos processos de carga e descarga da aeronave, fazendo o manuseio

mais simples.

7.1.5 Recebimento da carga

A carga é recebida pela INFRAERO que faz a verificação física e documental

e acondiciona a mercadoria em pallets ou estrados de madeira. Os materiais do tipo

perecíveis e vivos só serão recebidos depois da confirmação de embarque

(SERVIÇOS ADUANEIROS, 2007).

Caso seja necessário algum equipamento especial para transportar uma

carga no aeroporto, este deve ser solicitado antecipadamente. Os materiais

especiais são inspecionados por órgãos anuentes como o IBAMA - Instituto

Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, Ministério da

Saúde etc. antes da liberação pela Receita Federal. Os materiais perigosos deverão

ser acondicionados em embalagens especiais liberadas pelo IATA (SERVIÇOS

ADUANEIROS, 2007).

7.1.6 Presença de carga

O sistema TECAplus da INFRAERO, responsável pelo controle e emissão da

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documentação é utilizado para que seja inserido o resultado da verificação física e

documental que foi feita. O TECAplus emite imediatamente o documento de

arrecadação de exportação (DAE). Após isso é realizada a presença da carga no

SISCOMEX (INFRAERO, 2007).

7.1.7 Entrega da documentação à Receita Federal

Um despachante ou exportador apresenta a documentação (conhecimento

aéreo-AWB Nota fiscal, RE etc.) ao agente da receita federal que verificará e o

destinara a um chamado canal ou método de verificação; Canal vermelho: Nessa

seleção, a exportação passa por uma verificação física e documental, onde são

checados a carga e os documentos “fisicamente”, ou seja, a carga é desembaraçada

pela Receita Federal após a conferência física e documental (INFRAERO, 2007).

Canal amarelo (ou laranja): caso o material seja parametrizado para esse tipo

de verificação, são analisados somente os documentos da carga, o desembaraço só

ocorre após a conferência documental. Em alguns casos pode ocorrer a

possibilidade da Receita Federal transformar esse canal em vermelho, mas o inverso

não ocorre. Segue-se neste canal então o desembaraço sem nenhuma conferencia

(INFRAERO, 2007).

7.1.8 Conferência Aduaneira

Conforme previsto em lei, a conferência aduaneira é destinada a verificar a

ocorrência de extravio ou avaria e situação em geral da carga. Essa etapa e

realizada junto da presença do despachante ou exportador e da INFRAERO. Após

esta vistoria, o Auditor Fiscal da Receita Federal efetuara a liberação no Sistema

Siscomex [FERREIRA, 2006?].

No caso dos produtos não liberados, o exportador ou despachante habilitado

deve formalizar a Receita Federal pedindo o cancelamento do embarque dos

mesmos (INFRAERO, 2007).

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7.1.9 Armazenagem das cargas

A carga só é disponibilizada para a Cia. Aérea após a apresentação do

Manifesto de Carga Internacional (MCI), conhecimento aéreo entre outros

documentos com os devidos carimbos. A Infraero verifica as informações nos

documentos e então confirma a liberação no Siscomex (SERVIÇOS ADUANEIROS,

2007).

As mercadorias descarregadas são controladas para o desembaraço. Os

responsáveis devem dispor as cargas em áreas pré-determinadas pela Receita

Federal, para que todas as conferências sejam feitas visando à concessão do

trânsito da carga. O TECAplus mantém uma interface com o Siscomex para que os

dados sejam disponibilizados por completo aos responsáveis pelo manuseio da

carga. Havendo algum equipamento ou cargas que seja de natureza prioritária,

estas serão encaminhadas com a urgência requerida e seus registros e

encerramento serão também feitos prioritariamente (INFRAERO, 2007).

7.1.10 Paletização - Acondicionamento em equipamentos aeronáuticos

A paletização é feita segundo as orientações da Cia. Aérea e os

equipamentos são pesados na saída para que se garanta o controle e segurança

dos vôos. A paletização normalmente é feita em superfície rolante, de modo que

possa auxiliar o manuseio e finalização da unitização do material. A Cia. Aérea ou

empresa particular são os responsáveis pela movimentação dos equipamentos

aeronáuticos e o carregamento do Terminal de Logística de Carga da Infraero até a

pista (INFRAERO, 2007).

7.1.11 Confirmação de embarque

Após a confirmação (também conhecida como averbação) no Sistema

SISCOMEX, a empresa aérea envia os dados do embarque para o destino, que

subsidia a emissão do Comprovante de Exportação [FERREIRA, 2006?].

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Na figura 19 observa-se o Fluxograma do processo de exportação por via

aérea, sendo os pontos principais o recebimento, armazenagem e a expedição, com

seus subprocessos.

Figura 19 – Fluxograma de exportação aérea Fonte: INFRAERO, 2007

7.2 IMPORTAÇÃO

O processo de importação pode ser considerado muitas vezes mais

burocrático que o de exportação por conta dos diversos controles da aduana

brasileira em detrimento dos envios ao exterior, de certa forma incentivados pelo

governo (SERVIÇOS ADUANEIROS, 2007).

Segundo Infraero (2007), Ferreira [2006?] E Serviços Aduaneiros(2007) o

Processo pode ser dividido em negociação, contrato de embarque, representação da

mercadoria para embarque, processo de chegada da aeronave, desconsolidação,

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recepção do manifesto, serviço de rampa, ponto zero, controle de carga, variáveis no

recebimento da carga, encerramento do armazenamento do armazenamento,

liberação, documentos liberatórios, pagamento de tributos e entrega da carga.

7.2.1 Negociação

O processo de importação é iniciado no contrato entre remetente e

consignatório. O importador adquire a mercadoria e define as condições do envio

estabelecendo o INCOTERM desejado [FERREIRA, 2006?].

Sabe-se que uma parte das cargas importadas apresenta problemas que

inviabilizam, retardam ou oneram o processo de liberação. Boa parte também pode

apresentar divergência e excluem a possibilidade de serem selecionadas pra canal

verde, ou seja, liberação total. Caso o material esteja dentro das normas e as

documentações completas, as chances de que seja selecionado para uma

conferência documental ou física é mínima [FERREIRA, 2006?].

7.2.2 Contrato de embarque

Para Ferreira [2006?], no modal aéreo existem vários tipos de contrato, sendo

eles:

• AWB “ Air Waybill” Conhecimento aéreo - contrato firmado diretamente

entre Cia. aérea e o importador, ou que seja seu representante legal.

• MAWB “Master Air Waybill”- Conhecimento aéreo máster – contrato de

embarque firmado entre Cia. Aérea e o agente de cargas também

chamado de contrato mãe.

• HAWB “House Air Waybill”- Conhecimento aéreo house - contrato de

embarque firmado entre agente de cargas e o importador ou

representante autorizado, também chamado de contrato house ou

filhote.

O conhecimento aéreo tem a finalidade de ser o contrato de transporte entre o

transportador e o embarcador da mercadoria, ser a prova de que o material foi

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recebido para ser embarcado na origem, ser um certificado de posse e propriedade

sobre o bem transportado. Tem também o caráter de recibo, fatura de frete por ter as

principais informações da carga, podendo ainda servir para endossar o seguro (se

houver) contratado (SERVIÇOS ADUANEIROS, 2007).

7.2.3 Representação da mercadoria para embarque

Um representante legal, exportador ou agente de cargas contrata o transporte

no exterior, de dentro do ponto expedidor até o aeroporto de origem, efetuando a

regularização junto à alfândega local para embarque e entregando a documentação

referente e a mercadoria para a Cia. aérea. O agente desta companhia elabora o

manifesto de carga, coloca as documentações em malote e entrega para a

aeronave, carrega as mercadorias até o compartimento no avião e encaminha as

informações eletrônicas ao país de entrega dos produtos (INFRAERO, 2007).

Conforme visto anteriormente, o conhecimento aéreo tem diversas funções,

além disso, ele é emitido em várias vias para atender as necessidades do modal.

Algumas marcas ou símbolos padronizados também auxiliam a identificação do

material, cuidando da preservação da carga ou orientando o posicionamento e

manuseio do pacote (INFRAERO, 2007).

Os volumes transportados por via aérea por decreto devem estar

devidamente identificados por etiqueta própria que deve conter informações como a

quantidade e numeração dos volumes, o número do conhecimento de carga aéreo, o

nomes dos aeroportos de origem destino entre outras informações [FERREIRA,

2006?].

7.2.4 Processo de chegada da aeronave

Antecipadamente a Cia. Aérea recebe os dados das cargas e do avião

procedentes da origem e registra previamente a chegada no SISCOMEX, conforme

previsto pela Secretaria da Receita Federal (INFRAERO, 2007).

Toda carga que entra no país deve ser encaminhada para o recebimento,

controle, armazenamento e conferência aduaneira da Infraero. Assim que o avião

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pousa, o agente recebe do comandante o manifesto de carga e outras

documentações e imediatamente registra no Mantra – sistema de controle de

importação e exportação da Receita Federal - a hora da chegada da aeronave. Os

dados são confirmados ou corrigidos, se necessário, e com o número do termo de

entrada, entra com um processo de verificação junto às equipes da Receita Federal

(INFRAERO, 2007).

7.2.5 Desconsolidação, recepção do manifesto e serviço de rampa

A partir do processo de chegada do avião, é feita a separação do documento

principal em vários outros secundários. A documentação é recebida pelo fiscal da

Receita Federal que vai confirmar os dados registrados pela Cia. Aérea no sistema

Mantra e com base nos dados e documentações irá validar as informações. O que

for inserido de forma errônea no MANTRA, gera uma indisponibilidade que só pode

ser resolvida com uma abertura de solicitação formal na Receita Federal. Essa

indisponibilidade pode ser inserida pela Alfândega segundo o que for notado na

verificação documental (SERVIÇOS ADUANEIROS, 2007).

Cada indisponibilidade deve ser tratada individualmente junto à equipe da

Receita Federal competente para cada solução. A tabela 5 demonstra exemplos de

indisponibilidades, segundo seus códigos e tipos.

Tabela 5 – Códigos de indisponibilidade da importação aérea

Código da Indisponibilidade Tipo de Indisponibilidade 1 Abandono 5 Carga sem documento 23 Divergência de Peso 30 Documento sem carga 34 Falta ciência do Depositário

37 Retificação não aceita na Aduana

10 Reservado p/ Master x House 43 Reservado p/ Calço Aeronave 45 90 dias sem vinculação

Fonte: Ferreira,2006

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O descarregamento da aeronave e as movimentações para o terminal de

carga são feitos pelos transportadores aéreos ou de serviços auxiliares/handling.

7.2.6 Ponto Zero e Controle de carga

O primeiro contato da carga com o Terminal de Cargas da Infraero é chamado

de Ponto Zero. Neste local o sistema TECAplus emite códigos de barras e aguarda-

se o processo de despaletização. O atendimento é prioritário e diferenciado nos

casos de produtos perecíveis como flores, frutas ou que exija tratamento especial

como os materiais de câmaras frigoríficas [FERREIRA, 2006?].

O Mantra posteriormente encaminha as informações disponíveis para o

sistema TECAplus. A empresa aérea será responsável pela exatidão das

informações prestadas, a temperatura em que as cargas perecíveis devem ser

mantidas, através do código de natureza da carga. A natureza da carga determinará

as ações de recebimento e condições de armazenamento dessas (INFRAERO,

2007).

A tabela 6 demonstra exemplos de codificações na NC (natureza da carga)

em inglês e português:

Tabela 6 – Códigos de Natureza da Carga Aircraft On Ground Aeronave no chão Cargo Attached to AWB Cargas Relacionadas no AWB Live Animals Animais Vivos Outsized Fora dos Padrões

Bulk Unitization ProgramePadrão de Unitização de Volume

Cargo Aircraft Only Cargas Exclusivamente Aéreas Diplomatic Bag Mala Diplomática Corrosive Corrosivo Poison Veneno Dry Ice Gelo Seco

Fonte: Ferreira,2006

Esses códigos de natureza inspirados no código da IATA foram criados

visando agilizar o manuseio e armazenagem dos materiais. Esse código é

fundamental para o correto controle no sistema Mantra [FERREIRA, 2006?].

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7.2.7 Variáveis no recebimento da carga

O representante da Cia. Aérea acompanha a separação e despaletização dos

materiais de acordo com as informações disponíveis e tratamento, são agrupadas

em estrados de madeira, pesados e embalados com filme plástico e utilizando

máquinas especiais (máquina strech). Usando filme strech para unitizar as cargas se

oferece uma maior proteção contra avarias e dificulta o extravio de volumes. Há

também uma agilidade para movimentar a carga no TECA – Terminal de carga

aérea de um aeroporto (INFRAERO, 2007).

A presença de carga no sistema Mantra ocorre da seguinte forma: os dados

disponíveis no TECAplus são comparados à carga física. A seguir etiquetas são

emitidas e as informações são novamente transferidas ao Mantra. A carga pode

seguir para liberação imediata ou para a armazenagem, de acordo com suas

características [FERREIRA, 2006?].

Se alguma divergência inicial for identificada na verificação, a Infraero

comunica o agente de cargas para que seja feita a correção. Esse procedimento

pode ser feito desde que não ultrapasse as 24 horas da chegada da carga. Outras

divergências como valor de frete, por exemplo, devem ser checados diretamente

entre transportadores e Receita Federal. As avarias ou indícios de anormalidades

detectados no momento do recebimento da carga já são registrados (INFRAERO,

2007).

7.2.8 Encerramento do armazenamento

A confirmação do encerramento se dá quando da informação de que o

material foi conferido e os dados inseridos no Mantra. Quando não ocorrer

divergência de informações, a validação das informações é feita pela Cia. Aérea. O

aceite final é feito pelo Auditor da Receita (SERVIÇOS ADUANEIROS, 2007).

O material permanece à disposição da Receita Federal até solicitação futura

do importador ou despachante. As cargas que não forem solicitadas em 90 dias

contados da chegada do vôo ou 60 dias da interrupção do despacho, são

encaminhadas ao setor de perdimento, um setor para cargas apreendidas e

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abandonadas (SERVIÇOS ADUANEIROS, 2007).

7.2.9 Pré-vistoria

O importador pode analisar o estado da carga com alguma irregularidade no

TECA, a fim de dispensar a Vistoria Aduaneira, sendo preferível. Os pedidos de pré-

vistoria podem ser solicitados no Serviço de atendimento ao cliente –SAC ou por fax,

para que seja agendada uma visita. Um máximo de três pessoas pode participar

junto da presença de um representante da Infraero, onde os três devem apresentar

algum comprovante de vínculo empregatício ou interesse à carga (INFRAERO,

2007).

• DI (Declaração de Importação): bagagem desacompanhada (bagagem

que em virtude da dimensão, peso ou opção é embarcada no

compartimento de carga da aeronave), jornais, publicações periódicas,

impressos e animais vivos.

• DTA (Declaração de trânsito aduaneiro): são cerca de 42 documentos,

entre eles a Entrada Comum (DTA EC) e Entrada Especial para mala

diplomática (DTA EEMD).

• DTT CMT – COMAT (Company material): destinado a materiais e

suprimentos de uso exclusivo das empresas de transporte aéreo.

• DTT LF – Autorização de remoção de carga: cargas destinadas a

outros recintos alfandegados.

• DRE – Declaração de Remessa Expressa – Courier

• DMCA – Documento de Movimentação de Carga Abandonada: no caso

do material seguir para perdimento, entre outros.

7.2.10 Liberação e documentos liberatórios

Segundo Ferreira [2006?], a vistoria Aduaneira é facultada ao importador, ela

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pode ser dispensada se o importador assumir por escrito que é de sua

responsabilidade pela desistência. A equipe de vistoria da Receita Federal tem o

intuito de vistoriar e apurar as informações obtidas na vistoria.

7.2.11 Pagamento de tributos/tarifas e encaminhamento

Há uma Legislação Aduaneira que ampara os valores cobrados no Aeroporto

pela Receita Federal. Os impostos recolhidos nos materiais importados são: II-

Imposto de Importação, IPI – Imposto sobre produtos Industrializados e o ICMS –

Imposto sobre Circulação de Mercadorias, todos cobrados por meio de um

documento chamado DARF (Documento de Arrecadação da Receita Federal

(SERVIÇOS ADUANEIROS, 2007).

As tarifas de armazenagem e/ou capatazia (movimento e manuseio de carga)

são cobrados em um documento chamado DAI – Documento de Arrecadação de

Importação. O despachante registra o documento liberatório no SISCOMEX e

posteriormente é feita a já mencionada Parametrização e os canais de verificação

(SERVIÇOS ADUANEIROS, 2007).

7.2.12 Entrega da carga

Após o desembaraço, o Representante Legal do Importador deve entregar a

Infraero o extrato da DI, DAI e demais documentos e através dos mesmos a Infraero

verificará se está autorizada a proceder com a entrega da carga (SERVIÇOS

ADUANEIROS, 2007).

As remessas de canal verde são entregues e as demais são encaminhadas

aos auditores responsáveis que solicitarão novas informações ao importador. As

cargas entregues são disponibilizadas nos boxes dos transportadores rodoviários e

as empresas providenciam as entregas nos importadores (INFRAERO, 2007).

A figura 20 demonstra o fluxograma de Importação.

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Figura 20 – Fluxograma de Importação Aérea Fonte: INFRAERO, 2007

7.3 COURIER – Remessa Expressa

As empresas chamadas Courier têm como serviço o transporte de

documentos ou encomendas aéreas que requerem rapidez no translado e

recebimento imediato pelo destinatário (INFRAERO, 2007).

A Legislação do Brasil permite a importação via Courier para pessoas físicas

de encomendas no valor aduaneiro de até US$3000,00,desde que a freqüência ou

quantidade não permita presumir destinação comercial. Os materiais usados ou

recondicionados (exceto os de uso pessoal) e outros bens em geral cujo transporte

aéreo esteja proibido. No caso de Pessoa Jurídica a importação de bens sem

cobertura cambial, para uso próprio ou em quantidade estritamente necessária, com

valor aduaneiro também inferior a US$3000,00 (INFRAERO, 2007).

Como Remessa Expressa a exportação de bens para pessoas físicas está

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limitada ao valor de US$5000,00, sem cobertura cambial. Para pessoas jurídicas o

valor limite é o mesmo, porém deve ser claro que os produtos devem ser destinados

à divulgação, testes, as demais restrições são as mesmas para a importação (DHL,

2007).

Quanto à isenção de tributos, apenas existe atualmente para livros, periódicos

e papel de imprensa,, medicamentos para pessoa física e retorno de bens ou em

garantia até US$500,00, devidamente comprovado. Os demais seguem regime

normal de importação. O despacho é feito pela empresa Courier que apresenta a

Declaração de Importação ou Exportação, acompanhando a fiscalização

(INFRAERO, 2007).

Caso a remessa seja descaracterizada e encaminhada para o Regime

Comum de Importação, a liberação segue o caráter de importação com os processos

já descritos anteriormente. Na exportação não há cobrança de impostos e na

importação o imposto é calculado sobre o valor aduaneiro alíquota de 60%, mais

ICMS e o Imposto de Importação, cuja alíquota dependerá do Estado a que será

destinada à carga (INFRAERO, 2007).

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8 LOGÍSTICA NO TRANSPORTE AÉREO DE CARGAS

Sabe-se que a logística é o processo de planejar, implementar e controlar de

maneira eficiente o transporte e armazenagem de produtos, com o menor custo, com

qualidade e agregando valor. No transporte aéreo, a logística é utilizada em diversas

variáveis, como na armazenagem de produtos nos aeroportos, entregas materiais

vendidos por comércio eletrônico e just in time (FIGUEIREDO, FLEURY E WANKE,

2003).

A expressão “transporte aéreo” passa uma idéia geral de transporte de

passageiro por conta de sua importância atual, porém a modalidade aérea no setor

de carga ocupa um espaço muito importante e com forte tendência ao crescimento.

A importância do transporte aéreo na logística aumentou muito com a globalização

porque as empresas estão cada vez mais se ramificando em diversas partes do

mundo e muitas vezes o fornecimento e distribuição de produtos não pode depender

apenas do modal marítimo quando a prioridade é a confiabilidade nos prazos

rápidos de entrega (NOVAES, 2007).

Foram desenvolvidos aviões de fuselagem larga que trouxeram perspectivas

para o transporte de mercadorias, agilizando o processo de carga e descarga das

aeronaves e aumentando o volume interno útil. Além disso, com a evolução

tecnológica, o tempo de parada para manutenção do avião reduziu, o nível de

utilização da aeronave aumentou, reduzindo custos unitários de transporte.

Pelo lado da estratégia operacional, processos ágeis vem sendo implantados

visando à otimização da movimentação de carga nos terminais. A flexibilidade na

mudança de configuração da aeronave também é um fator logístico importante. Hoje

é possível se converter rapidamente à configuração interna do avião de passageiro

para cargueiro e vice-versa, permitindo que a empresa aérea faça a escolha

adequada reduzindo custos (NOVAES, 2007).

As aeronaves exclusivas de carga foram redesenhadas com portas amplas e

rampas de acesso para acesso de veículos e contêineres. O Antonov 225, o maior

avião de carga do mundo, é capaz de levantar até 250 ton. de carga, atendendo as

necessidades de clientes que anteriormente usavam apenas o modal marítimo.

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Para Ballou (1993), fatores que são decisivos na escolha do modal de

transporte visando um processo logístico adequado são: custo do serviço, tempo

médio de entrega tempo de trânsito e perdas e danos. Dentre esses fatores, o modal

aéreo não apresenta bom resultado na questão custo do serviço, por ser o mais

caro. Mesmo sendo o mais caro, o transporte aéreo tem tido uma demanda

crescente para soluções logísticas, pois é mais rápido, principalmente para longas

distancias. Ele também envolve menos custos com embalagens de proteção em

comparação ao modal rodoviário e ferroviário.

Uma estratégia que envolve esse modal é que as operadoras exclusivamente

de cargas voam no período noturno, visando um melhor despacho. A figura 15

demonstra um esquema simplificado dos agentes e o fluxo de informações de uma

operação de embarque por via aérea.

Figura 21 – Fluxo da Cadeia de Distribuição Aérea Fonte: Silva e Porto, 2003

Se for tomado por base um transporte de carga fechada a longa distância, em

média os custos/preços mais altos são os do modal aéreo, seguido pelo rodoviário,

ferroviário, dutoviário e aquaviário, nessa ordem (FIGUEIREDO, FLEURY E

WANKE, 2003).

A tabela 7 mostra os preços médios cobrados pelos modais nos Estados

Unidos e Brasil, para médias e longas distâncias, com cargas fechadas, partindo na

base do modal mais caro ao mais barato, com os valores em dólares americanos.

Os valores se baseiam em 1.000 toneladas por quilometragem.

Observa-se que o valor do frete aéreo dos EUA é mais de cinco vezes

superior ao rodoviário, mais de vinte vezes o do ferroviário, mais de trinta e cinco

vezes o do dutoviário e cerca de sessenta e quatro vezes o do aquaviário.

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Analisando os dados do Brasil, a ordem dos modais por preços também é a mesma,

porém a ordem de grandeza é diferente. Por exemplo, o preço do transporte

rodoviário nos Estados Unidos é quatro vezes superior ao ferrovário, já no Brasil é

apenas 1,25 vezes maior (FIGUEIREDO, FLEURY E WANKE, 2003).

Tabela 7 – Preços relativos dos diferentes modais (em US$ por 1.000 ton. x km)

EUA

(US$) Brasil

(US$) Brasil/EUA

Aéreo 320 450 1,41

Rodoviário 56 20 0,36

Ferroviário 14 16 1,14

Dutoviário 9 10 1,11

Aquaviário 5 9 1,80

Fonte: Figueiredo, Fleury e Wanke, 2003.

Um dos ramos de aplicação de logística no transporte aéreo é o comercio

eletrônico. As grandes empresas do e-commerce (Comercio eletrônico) utilizam

empresas de entregas rápida ou courier. A utilização desse tipo de serviço traz uma

uniformização nos prazos de entrega e gera oportunidade para as empresas

reduzirem seus estoques a nível mínimo. Isso pode ser conseguido com a

concentração de pontos de estocagem em poucos centros de distribuição. Os

produtos são despachados desses ponto através de serviços de entregas expressas

para os consumidores finais (NOVAES, 2007).

Muitas empresas desse ramo nos Estados Unidos introduziram modernos

conceitos logísticos para oferecerem serviços de qualidade com o menor tempo de

trânsito. Um dos conceitos, chamado hub-and-spoke, é bem simples. As empresas

coletam os envios em diversos pontos do país e trazem para unidades locais. As

cargas são concentradas em centros regionais e então seguem por via aérea até o

hub, ou também conhecido ponto principal de concentração de carga. Deste hub, os

pacotes são separados por região e reembarcados nos aviões para seus destinos

durante a madrugada e seguem por meio de uma frota de veículos até o ponto de

entrega (NOVAES, 2007).

A Fedex, por exemplo, possui um serviço sofisticado de entrega de pacotes

de pequenos volumes até às 10h:30 do dia útil seguinte à coleta. Esse tipo de

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serviço atende muito as necessidades dos clientes e pode ser compatibilizado à

estrutura de logística da empresa, onde se organizam roteiros de distribuição

(FEDEX, 2007).

Ainda segundo Novaes (2007), vários operadores logísticos estão surgindo

para atuar exclusivamente na área de comercio eletrônico pela grande expansão

vivida no setor. A cobertura de cidades atendidas por pequenas empresas já esta

cada vez maior. Outro conceito bastante utilizado no modal aéreo é o de logística

reversa. Várias empresas já oferecem serviços onde se entrega um produto e desse

mesmo local se retorna outro ao remetente ou quando há recusa no recebimento do

produto ou insucesso na entrega, é feito o retorno do produto no endereço do ponto

de coleta.

Para Keedi (2004) uma nova visão logística trouxe a conclusão de que o valor

do frete aéreo não pode ser visto apenas sob um prisma, de que ele é caro e

inviável. Ele deve ser verificado pelo custo total de transferência de mercadoria,

podendo mudar a visão da utilização desse modal para cargas anteriormente não

utilizadas. Este modal aparece como a grande chance de ser a opção futura ao

saturado transporte marítimo de carga em geral, podendo substituí-lo em boa

parcela, podendo ser a revolução logística do futuro.

Ainda de acordo com Keedi (2004), a participação do transporte aéreo na

matriz dos modais vem crescendo seguidamente, embora com altos e baixos. Isso

significa que a longo prazo ele poderá se tornar um transporte prioritário por ter

maior importância no futuro. O avião está sendo destacado como a grande arma

para a Logística e fornecedores no futuro.

Para Barat (2006), as cadeias logísticas neste modal voltam-se para a

movimentação de mercadorias com alto valor agregado. Os grandes aeroportos

destinam áreas cada vez maiores para a transferência e embarque desse tipo de

carga, por conta dos grandes avanços ocorridos, tanto na tecnologia aeronáutica

quanto nos métodos de unificação e preservação da carga aérea. Têm crescido,

também, as escalas de movimentação de passageiros em razão, principalmente, dos

aumentos de produtividade e do barateamento das passagens aéreas. A difusão do

transporte aéreo, com fluxos crescentes de viagens de negócios e turismo, vem

permitindo maior presença e agregação de valor à complexa cadeia produtiva da

aviação civil. Os países que tem uma forte cadeia por meio de políticas consistentes

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aumentaram o seu potencial em acordos internacionais, tendo maior estrutura e

apoio.

Para Keedi (2004), para que a Logística traga os resultados desejados, os

modais de transporte devem ser utilizados em toda a sua plenitude, da melhor

forma. A tecnologia é uma área que avança rapidamente e o avião está sempre

aliado a ela. Os pensamentos mais conservadores apontam o navio como o único

veículo de maior capacidade de carga, porém o que deve ser relevado é que a

tecnologia que permitiu o crescimento extraordinário dos navios, poderá permitir um

grande aumento das capacidades das aeronaves.

O avião é o equipamento mais novo entre os modais, com menos de um

século de existência e grandes evoluções. Ainda há muito que se fazer, o que

permitirá cada vez mais a integração de continentes através de alta velocidade. O

governo dos Estados Unidos solicitou há alguns anos o estudo de viabilidade da

criação de uma aeronave de 1270 toneladas de capacidade (KEEDI, 2004).

Sabe-se que no comércio atual o cliente já não aceita preços estipulados,

quer pagar o que julga justo. A ordem então é reduzir custos e sabe-se que os

estoques são os grandes ofensores, pois encarecem os custos de produção e são

capitais parados. O produtor deve entregar o produto ao cliente o mais breve

possível, apenas produzindo que é realmente necessário, sem manter estoques

(SILVA E PORTO, 2003).

Esse procedimento também possui exceções como em casos de produtos de

consumo sazonal e de grande consumo em determinadas épocas do ano. Não há

outra possibilidade a não ser a produção e estocagem. Sendo considerada uma

produção normal, para cumprir as novas exigências do mercado se faz necessária a

utilização de um modal rápido e barato. Quanto às questões da rapidez, ele é o

modal mais rápido e o frete deve ser barateado com o tempo (KEEDI, 2004).

Deve-se levar em consideração também que a idéia do avião como futuro da

Logística não deve ser levada aos extremos, a carga a granel, por exemplo, deve ter

menos chance de ser transferida a esse modal. Apenas o que deve ficar claro é que

o avião não é tão pequeno quanto se considera e o frete tão caro, são questões de

ponto de vista e situações (KEEDI, 2004).

Dentro de três ou quatro décadas a aeronave provavelmente terá uma

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capacidade muito maior e será muito mais veloz. Com isso, não será difícil que o

modal aéreo alcance ou ultrapasse o marítimo, porque no prazo de uma viagem de

navio poderão ser feitas varias de avião. Na Austrália há alguns anos já esta se

testando velocidades equivalentes a 9.600 quilômetros por hora, o que faria ser

possível uma viagem de Tóquio a São Paulo em três horas. Argumenta-se que

também que assim como a capacidade do avião aumentará, a do navio também,

porém o gargalo poderá ser a falta de portos para recebê-los (KEEDI,2004).

Dentro da logística, tem-se prezado o cuidado com o transporte de

mercadoria por razoes ambientais e cada vez mais produtos que podem afetar o

meio–ambiente são transportados. Um dos grandes cuidados que o modal aéreo

traz e com cargas perigosas Diversas regras são impostas pelo IATA a fim de que a

segurança exista (SILVA E PORTO, 2003).

Considera-se também que mesmo um avião com capacidade apenas um

pouco maior que a atual já poderá competir diretamente com a quantidade de

navios, pois a Logística cada vez mais preza pela rapidez, eliminação de custos e de

estoques e com o tempo a tendência é que o valor do frete aéreo diminua. Hoje ele

já compete em determinadas situações e produtos (KEEDI, 2004).

Na questão de custos, algumas variáveis devem ser considaradas. O frete

total de um navio de 80ton., por exemplo, custa x. O Frete total de um navio de

240ton. não será 3x. Deve-se considerar a economia de escala que gera a redução

de custos e consequentemente do serviço para que ele seja mais competitivo.

Quando se é transportado um produto pelo modal marítimo deve ser considerado os

diversos tipos de custos como transporte até o porto, armazenagem, custo de

embalagem e na chegada ao destino também. No caso do avião há praticamente

apenas um custo quando a carga foi preparada com as documentações e

embalagens corretas (KEEDI, 2004).

Outra questão logística a ser considerada é a proximidade do aeroporto a

fabrica, pois eles normalmente se situam em grandes centros urbanos e também em

partes interiores do país, tendo um custo rodoviário menor. Os custos de embalagem

também são menores por conta de uma menor manipulação e chegada mais rápida

ao destino. O custo do seguro também é menor para a aeronave do que para o

navio e o turismo de carga é reduzido em relação ao navio, pois não fica varias

semanas para ser transportado. Um fator importante para as empresas é que a

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concorrência pode ser vencida em face da rapidez na entrega do produto e o modal

aéreo também traz isso (KEEDI, 2004).

Outro ponto importante é o tamanho dos aeroportos para utilização dessas

grandes aeronaves. Especialistas acreditam que poderão ser até menores que os de

hoje. Se forem maiores, serão para atender a quantidade de aeronaves em

operação.

Isso poderá ocorrer por conta da tecnologia extraordinária que será

empregada, com possíveis pousos e decolagem com a aeronave na vertical. Se isso

já é possível com os helicópteros, alguns aviões de caça e foguetes, é tudo uma

questão de custos e emprego de tecnologia (KEEDI, 2004).

Segundo Forni (2007), cada vez mais as indústrias aeronáuticas investem em

aviões maiores e mais sofisticados, principalmente comprometidos com a

preservação do meio ambiente. Na parte terrestre, os aeroportos também devem

estar permanentemente em evolução tecnológica e logística, para permitir pousos e

decolagens de aviões modernos, em qualquer condição de tempo e atender à

crescente demanda.

Segundo a Infraero (2007), os aeroportos possuem terminais onde se

concentra toda a operação das cargas recebidas e envidas, são estes chamados de

Terminais de Logística de Carga da Infraero, ou TECAs. Estes terminais oferecerem

uma maior segurança e agilidade no transporte dos produtos, têm parques

tecnológicos, com modernos equipamentos encontrados nos terminais espalhados

pelo país. Entre os equipamentos, destacam-se:

•Medidores de radiação

•Plataformas que suportam até treze toneladas

•Transelevadores para até 10 mil pallets

•Empilhadeiras com as mais diversas capacidades

•Aparelhos de Raio-X

•Balanças com capacidade para até vinte toneladas

•Câmaras frigoríficas de até vinte graus negativos

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•Carros hidráulicos para três toneladas

•Carros plataforma de 880 quilos

•Congeladores que comportam até 510 litros

•Docas niveladoras, dolly e empilhadeiras

•Freezers horizontais de até 563 litros

•Loaders de sete toneladas

•Prateleiras elétricas e prateleiras manuais de até duas toneladas

•Racks fixos e móveis de 7 e 17 toneladas

•Refrigeradores de até 429 litros

•Tratores rebocadores para 1,6 toneladas

•Máquinas envelopadoras, varredouras e lavadouras

•Máquinas de embalagem de proteção

•Empilhadeiras para cargas excedentes

São no total 32 Terminais de Logística de Carga, todos administrados pela

Infraero e espalhados pelo Brasil. No ano de 2005, 569 mil toneladas de carga foram

transportadas pelos Terminais. Desde 2005, a Infraero investiu mais de R$35

milhões na compra de equipamentos e na viabilização dos sistemas dos terminais de

carga, para que fossem usados os mais modernos conceitos de Logística. É possível

armazenar desde produtos químicos perigosos a todo gênero de perecíveis

(INFRAERO, 2007).

A figura 22 apresenta a localização dos Terminais de Logística de Carga no

Território Nacional. Verificas-se que os Terminais estão em todas as regiões do

Brasil, onde é feito o controle do Terminal para chegada e saída de produtos do

país, com o fluxo acompanhado pela Infraero.

Um dos Terminais de Logística de carga que é referência de eficiência e infra-

estrutura é o do aeroporto de Viracopos. Por ele, passa a produção da Região

Metropolitana de Campinas, pólo de alta tecnologia onde estão instaladas as

maiores multinacionais do mundo. O TECA do Aeroporto Internacional Eduardo

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Gomes, Manaus passou a contar com um complexo logístico de sete prédios. Ele

atende ao Pólo Industrial da Zona Franca de Manaus, região de grande produção,

principalmente de eletrônicos, onde a movimentação de carga é significativa

(INFRAERO,2007).

Figura 22 – Localização dos Terminais de Logística de Carga no Território Nacional Fonte: Schild, 2005.

Para Vieira (2003), outra estratégia logística do modal é a unitização das

cargas, o que possibilita um aproveitamento melhor da capacidade da aeronave,

facilitando o manuseio de cargas, conforme visto em capítulo anterior. Um benefício

observado que essa unitização pode oferecer seria um impacto na redução de

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fretes, pois a carga consolidada pode ser tarifada em faixas maiores de peso.

Diante das especificações do modal aéreo como solução logística, a idéia do

transporte tradicional esta em xeque, pois as desvantagens podem ser revertidas

com uma boa estratégia. Com isso aos poucos o modal aéreo está se tornando um

modo alternativo e já pensando com mais naturalidade na matriz do transportes

(KEEDI, 2005).

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9 AEROPORTOS DE CARGA DO BRASIL

São 32 os aeroportos que possuem terminais de carga em todo o Brasil, onde

há a estrutura para o procedimento de importação e exportação. Os outros

aeroportos, alguns até de grande porte como o de Congonhas que não estão entre

esses trinta e dois, não possuem TECAs, apresentando somente estrutura para

movimentação de carga nacional (INFRAERO, 2007).

Segundo a Infraero (2007), um total de 569 mil toneladas de carga foram

transportadas pelos Terminais dos 32 aeroportos da rede Infraero em 2005. Nos

últimos dois anos, a Infraero investiu mais de R$35 milhões na compra de

equipamentos e na viabilização dos sistemas os terminais de carga.

Os dois principais Aeroportos de Carga do país são: Aeroporto Internacional

de São Paulo/Guarulhos e Aeroporto internacional de Viracopos na cidade de

Campinas, ambos no Estado de São Paulo. O maior terminal em concentração de

volume de carga do Brasil é o do Guarulhos que, em 2005, movimentou 219 mil

toneladas. Em seguida, vem o Aeroporto Internacional de Viracopos, o Aeroporto

Internacional de Manaus e o do Galeão, no Rio de Janeiro (AEROPORTOS DO

BRASIL, 2007).

O Aeroporto de Viracopos é referência de eficiência e infra-estrutura. Por ele

são despachadas produções de grandes multinacionais instaladas em seu entorno.

Em 2005, o Terminal movimentou 192 mil toneladas de cargas, entre produtos

importados e exportados. De lá saem exportações para 150 países nos cinco

continentes e mais de 80 países encaminham seus produtos para o Brasil por esse

aeroporto (INFRAERO, 2007).

De acordo com Aeroportos do Brasil (2007), o aeroporto de Manaus passou a

contar com um complexo logístico de sete prédios, com a inauguração de seu

terceiro Terminal de Cargas. O terceiro terminal do Brasil atende ao Pólo Industrial

da Zona Franca de Manaus, que em 2005 bateu recordes de produção.

O Terminal do Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro, por exemplo, é

considerado um dos melhores da América Latina. Possui o maior e mais bem

aparelhado armazém de cargas vivas do Brasil, locais para exercício dos animais e

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um laboratório utilizado pelo Ministério da Agricultura, além do maior armazém

frigorificado do país, que conserva cargas em temperaturas ideais.

A tabela 8 demonstra os cinco principais aeroportos brasileiros em volume de

exportação e importação. Verifica-se que apenas os Aeroportos de Guarulhos e

Viracopos são responsáveis por mais de 70% do volume total.

Tabela 8 – Os cinco principais aeroportos de carga do Brasil

Aeroporto - Estado

Importação em ton.

Exportação em ton. Imp + Exp Ranking % Partic. Ton.total

Guarulhos - SP 98.984 119.608 218.592 1 38,42 Viracopos - SP 87.350 105.077 192.427 2 33,82 Manaus - AM 30.520 10.117 40.637 3 7,14 Galeão- RJ 22.651 0 22.651 4 3,98

Curitiba - PR 12.878 6.337 19.215 5 3,38

Fonte: Infraero, 2007

9.1 Região Norte

Segundo a Infraero (2007), na região Norte do Brasil, quatro aeroportos

respectivamente nas cidades de Belém, Boa Vista, Macapá e Manaus atuam como

exportadores e importadores de carga pelos Terminais da Infraero.

9.1.1 Aeroporto Internacional de Belém

Situado na cidade de Belém, Estado do Pará, o Aeroporto de Belém foi

inaugurado em 1974. Possui duas pistas com 1830m e 2800m de comprimento.

Com uma área total de 1040 m², possui 550 m² para área de importação e 100 m²

para exportação (INFRAERO, 2007).

Dentre os principais produtos importados pelo Aeroporto, destacam-se peças

de reposição, equipamentos diversos e acessórios de informática. Os principais

produtos exportados são peixes comestíveis e ornamentais, calçados, roupas, redes

e artesanato (INFRAERO, 2007).

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9.1.2 Aeroporto Internacional de Boa Vista

O Aeroporto Internacional de Boa Vista, em Roraima foi inaugurado em 19 de

fevereiro de 1973. Possui uma área total de 960m², com uma pista, com

comprimento de 2.700m. Sua movimentação é uma das menores da região

(INFRAERO, 2007).

9.1.3 Aeroporto Internacional de Macapá

Na cidade de Macapá, mesmo Estado, o Aeroporto Internacional de Macapá

foi inaugurado em 1985. Possui uma pista, com comprimento de 2088m e uma área

de importação de 180m². Trabalha apenas com operação de importação, tendo

manuseado 21 ton. de carga em 2005. Seus principais produtos importados são

computadore, peças de reposição e acessórios de informática (INFRAERO, 2007).

9.1.4 Aeroporto Internacional Eduardo Gomes

Situado na cidade de Manaus, Estado do Amazonas, o Aeroporto Eduardo

Gomes foi inaugurado em 1976. Possui uma pista com 2700m e uma área total de

49.000m². Sua área de importação é de 21.288,35m², tendo operado 30.519ton de

carga em 2005. Sua área de exportação é de 4.128m², tendo operado 10.117ton. de

carga em 2005. (INFRAERO, 2007).

Seus principais produtos importados são componentes de celular, eletro-

eletrônicos, cargas de valor como prata e ouro, placas e circuitos impressos,

componentes para Televisão, video, máquina fotográfica, DVD e sintonizados de

satélite. Os principais produtos exportados pelo aeroporto são celulares, disjuntores,

lâminas de barbear, peixes ornamentais, componentes para câmera de video,

fotográfica e DVD e placas de computador (INFRAERO, 2007).

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9.2 Região Nordeste

Na região Nordeste do Brasil, 10 aeroportos atuam como exportadores e

importadores de carga pelos Terminais da Infraero, são eles o Aeroporto Santa

Maria, Pinto Martins, Presidente Castro Pinto, Zumbi dos Palmares, Augusto Severo,

Senador Nilo Coelho, do Recife - Guararapes / Gilberto Freyre, Luís Eduardo

Magalhães, Marechal Cunha Machado e de Teresina / Senador Petrônio Portella

(INFRAERO, 2007).

9.2.1 Aeroporto Santa Maria

O Aeroporto de Santa Maria fica localizado na cidade de Aracaju, Sergipe.

Possui uma pista de 2700m e uma área de 399m². Sua área de importação

corresponde a 89m² e exportação, 15,70m². Este foi inaugurado em 30 de novembro

de 1976 e tem como principais produtos importados: partes e peças para máquinas

têxteis, equipamentos de pesquisas, peças de navio e bagagens. Entre os mais

exportado estão display de iluminação e quadro para publicidade (AEROPORTOS

DO BRASIL, 2007).

9.2.2 Aeroporto Internacional Pinto Martins

O Aeroporto Internacional Pinto Martins foi inaugurado em 1975 e se localiza

em Fortaleza, Estado do Ceará. Possui uma pista ligeiramente mais curta que a dos

demais aeroportos da região, com 2545m. Com uma área total de 2.000 m², possui

900m² para importação, 600m² para exportação e 400m² para carga nacional

(INFRAERO, 2007).

Operou 537ton de cargas na importação e 4371 na exportação em 2005.

Seus principais produtos importados são peças de reposição, aparelhos e

equipamentos para pesquisa cientifica, moldes para fabricação de calçados, eletro-

eletrônicos e matéria-prima. Os principais materiais exportados são peixes

resfriados, flores, confecções, frutas (principalmente mamão), couros, frutas,

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legumes e revistas (INFRAERO, 2007).

9.2.3 Aeroporto Internacional Presidente Castro Pinto

Situado na cidade de João Pessoa - PB, o Aeroporto Internacional Presidente

Castro Pinto foi inaugurado em 1983. Possui apenas uma pista, com 2.515m e duas

pequenas áreas de importação e exportação, com 26,98 m² e 11,4m²

respectivamente. Foram 33ton. de carga de importação e 12ton. de exportação

operadas nesse Aeroporto em 2005. Dentre os produtos importados, se destacam as

peças de reposição de máquina têxtil e materiais hospitalares. Os principais

produtos exportados são artesanatos, máquinas de cartuchos e lentes para óculos

(INFRAERO, 2007).

9.2.4 Aeroporto Internacional Zumbi dos Palmares

Localizado em Maceió, Alagoas o Aeroporto Zumbi dos Palmares foi

inaugurado em 21 de outubro de 1976. Possui uma pista de 2.200m e uma área de

250 m². Sua área de importação é de 135m² e a de exportação 40m². Possui pouca

movimentação de carga, sendo responsável por 18 ton. para importação e 36ton.

para exportação em 2005 (AEROPORTOS DO BRASIL, 2007).

9.2.5 Aeroporto Internacional Augusto Severo

Localizado na cidade de Natal, Rio Grande do Norte, o Aeroporto Augusto

Severo foi inaugurado em 30 de abril de 1975. Possui uma pista para pousos de

decolagens, com 2.600m e uma área total de 1766m². Sua área de importação

corresponde a 771m², de exportação a 541m² e de carga nacional 194m². Pelo

aeroporto foram operadas 222ton. de carga na importação e 922.028kg na

exportação (AEROPORTOS DO BRASIL, 2007).

Os principais produtos importados são peças de reposição, equipamentos de

informática, explosivos, sementes de frutas, óleos e corantes. Os produtos mais

exportados foram pescados, frutas, rosas naturais, confecções, botões, cosméticos e

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redes (AEROPORTOS DO BRASIL, 2007).

9.2.6 Aeroporto Senador Nilo Coelho

O Aeroporto de Petrolina, Pernambucco foi inaugurado em 1995. É um

aeroporto novo, com uma excelente pista de 3250m. Trabalha nas operações de

exportação, tendo movimentado 712ton de carga em 2005. Os principais produtos

exportados por ele são: manga, uva, mamão e caju, todos in natura (AEROPORTOS

DO BRASIL, 2007).

9.2.7 Aeroporto Internacional do Recife - Guararapes / Gilberto Freyre

Este aeroporto teve suas operações iniciadas no ano de 1975. Com uma

ótima pista com 3.303m e uma área total de 12.134 m², o Aeroporto possui uma

área de importação e uma de exportação, cada uma com 2.909m² e 804m²

respectivamente. Por este terminal foram operadas 1630ton no setor de importação

e 5355ton na exportação (INFRAERO, 2007).

Os principais produtos importados são equipamentos para laboratório,

hospitalares, tintas e produtos químicos, eletroeletrônicos, equipamentos para

fabricação de vidros e peças industriais (INFRAERO, 2007).

9.2.8 Aeroporto Internacional Luís Eduardo Magalhães

O Aeroporto Luís Eduardo Magalhães se situa na cidade de Salvador, Estado

da Bahia e foi inaugurado em 24 de setembro de 1976. Possui duas pistas para

pousos e decolagens, com 3.005m e 1.520m. Sua área total é de 4985m², com

2.540m² para importação e 888,45m² para exportação (INFRAERO, 2007).

Foram 2.868ton de cargas operadas na importação e 5798 na exportação no

ano de 2005. Os principais produtos importados são componentes para indústria de

informática, peças e equipamentos para indústria petrolífera, peças e insumos para a

indústria de móveis e petroquímicas, insumos para indústria de pneus,

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equipamentos para mineração, metalurgia e processamento do couro (INFRAERO,

2007).

9.2.9 Aeroporto Internacional Marechal Cunha Machado

Este aeroporto de São Luís, no Maramhão, foi inaugurado em 1975. Possui

uma pista com 1386m para pouso e 1464m para decolagem. Possui 340m²

destinados à importação e 20m² para exportação. Em 2006, o aeroporto operou

280,5 ton. na importação e 31,2 ton na exportação. Entre os principais produtos

importados estão as partes e peças de reposição, sistemas eletrônicos e de

informática, peças de manutenção de navio, de satélites e GPS e entre os

exportados destacam-se os pescados e as amostras de princípios ativos para

medicamentos (AEROPORTOS DO BRASIL, 2007).

9.2.10 Aeroporto de Teresina / Senador Petrônio Portella

Localizado na cidade de Teresina, este aeroporto foi fundado em 1976.

Possui uma pista com 2200m e uma área total de 99.000m², com 420m² para área

de importação e 50m² para exportação. Sua operação principal é de exportação,

tendo operado 16.512ton de carga em 2006 (AEROPORTOS DO BRASIL, 2007).

9.3 Região Centro-Oeste

Os Aeroportos Presidente Juscelino Kubitschek, Marechal Rondon, Santa

Genoveva, de Campo Grande e de Corumbá atuam como exportadores e

importadores de carga pelos Terminais da Infraero na região Centro-Oeste do Brasil

(INFRAERO, 2007).

9.3.1 Aeroporto Internacional Presidente Juscelino Kubitschek

Este aeroporto em Brasília, D.F., foi inaugurado em 1975 e possui uma

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excelente pista de decolagem e pouso com 3.299m. Possui uma área total de

10.961m², com uma área de importação de 5.908m² e 307m² para exportação

(INFRAERO, 2007).

Foram operadas pelo aeroporto 2.950 ton. de cargas importadas e 308ton de

exportadas. Os principais produtos trazidos ao Brasil por meio deste aeroporto são:

preservativos, medicamentos para AIDS, insumos para medicamentos,

equipamentos e componentes eletrônicos, bagagens e mala diplomática. Dentre os

exportados, destacam-se malas diplomáticas, equipamentos eletrônicos e animais

vivos (INFRAERO, 2007).

9.3.2 Aeroporto Internacional Marechal Rondon

O aeroporto Marechal Rondon foi fundado em 1976 e tem uma estrutura

pequena se comparado aos demais. Localiza-se em Cuiabá, capital do Mato Grosso

e possui uma pista de 2.300m, Trabalha nas operações de importação e exportação,

porém sua tonelagem de carga operada em 2005 foi de 17ton na importação e 1ton

na exportação (INFRAERO, 2007).

Entre os principais produtos movimentados por ele na importação, destacam-

se equipamens eletrônicos, material de reposição de máquinas, vacinas e

medicamentos, órgãos humanos e amostras diversas. Os mais exportados são

amostras de madeira e equipamentos eletrônicos (INFRAERO, 2007).

9.3.3 Aeroporto Santa Genoveva

Este aeroporto se localiza na cidade de Goiânia, em Goiás e foi inaugurado

no dia 13 de março de 1982. Possui uma área total de 1290m², com sua área de

importação de 900m² e a de importação com 100m². Sua pista tem comprimento de

2500m e este aeroporto trabalha nas operações de importação e exportação. Em

2006, 482ton de carga passaram pela importação e 22ton pela exportação

(AEROPORTOS DO BRASIL, 2007).

Dentre os materiais mais importados encontram-se matérias-primas para

indústria farmacêutica, produtos hospitalares, brinquedos e peças e acessórios de

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veículos. Os produtos mais exportados são de vestuário e bijuterias (AEROPORTOS

DO BRASIL, 2007).

9.3.4 Aeroporto Internacional de Campo Grande

O Aeroporto de Campo Grande, Mato Grosso foi inaugurado no ano de 1976

e opera com duas pistas com 2.600 e 2400m. Sua área total é de 849,47 m² e opera

na importação apenas. Em 2006 foram 60.722 ton. de cargas operadas por ele e os

produtos mais importados são equipamentos de pesquisa, lingerie, máquinas

gráficas, amostras de pesquisa e moinhos de vento (AEROPORTOS DO BRASIL,

2007).

9.3.5 Aeroporto Internacional de Corumbá

O Aeroporto da cidade de Corumbá, M.S., foi fundado em 1975. Atualmente opera

apenas na importação, tendo uma área dedicada de 126m². Sua pista é realmente

pequena, com 1.660m e o aeroporto possui uma área de 158m² (INFRAERO, 2007).

9.4 Região Sudeste

Na região Sudeste concentram-se 3 dos 5 principais Aeroportos do país, por

ser uma região que abriga as grandes metrópoles do Brasil, com grande produção

industrial e ciclos comerciais, tanto para importação como exportação. Os

Aeroportos que compõe a região são: Viracopos, Bartolomeu Lisandro, Tancredo

Neves, Antonio Carlos Jobim – Galeão, Internacional de São Paulo – Guarulhos,

São José dos Campos – Professor Urbano Ernesto Stumpf e Aeroporto de Vitória –

Eurico de Aguiar Salles (INFRAERO, 2007).

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9.4.1 Aeroporto Internacional de Viracopos

Localizado em Campinas, o Aeroporto de Viracopos é o maior do Brasil e o

mais importante hub da América Latina. Possui duas grandes áreas de importação e

exportação, com 60.035m² e 15.560m² respectivamente e além disso, uma área de

câmaras frigoríficas com 13,650m³ e uma para carga viva com 2.438m² (INFRAERO,

2007).

Apesar das grandes dimensões, possui apenas uma pista com 3.240m, mas

há a previsão de construção de uma segunda pista. Ele foi inaugurado em 1960 e

possui a 2a maior movimentação de cargas do país, tendo operado 103.158,40 ton.

na importação e 93.730,13 ton. na exportação em 2006 (INFRAERO, 2007).

Dentre os principais materiais importados temos metaismecânicos,

automotivos, materiais de informática, química, aeronáuticos, farmacêuticos, papéis

e embalagens. Os produtos mais exportados por Viracopos são materiais

automotivos, metalmecânico, telecomunicações, calçados, bolsas, cintos, perecíveis,

materiais farmacêuticos, de informática, papéis e embalagens, eletro-eletrônicos e

outroS (INFRAERO, 2007).

9.4.2 Aeroporto Bartolomeu Lisandro

O aeroporto Bartolomeu Lisandro se localiza em Campos, Estado do Rio de

Janeiro e foi inaugurado dia 28 de setembro de 2000. Possui uma pista com 1.544m

e opera na importação. Sua área de inbound corresponde a 370,25m² e não possui

uma movimentação expressiva (AEROPORTOS DO BRASIL, 2007).

9.4.3 Aeroporto Internacional Tancredo Neves

Este aeroporto se localiza na cidade de Confins, Minas Gerais. Possui uma

excelente pista, com aproximadamente 3.000m². Sua área total corresponde a

9.144m² e possui uma grande área de importação, com 7.768m² e uma pequena

área de exportação, com 696m² (INFRAERO, 2007).

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O aeroporto Tancredo Neves foi fundado no ano de 1984 e hoje opera na

importação, exportação e carga nacional. Por este aeroporto passaram 9.182ton. de

cargas importadas e 5.205ton. exportadas. Dentre os materiais mais importados

destacam-se: placas eletrônicas, peças para fabricação de motores, peças em geral,

medicamentos. Na exportação, destacam-se: peças para automóveis, componentes

eletrônicos, medicamentos, hidrômetros, peças semi-preciosas (INFRAERO, 2007).

9.4.4 Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro / Galeão - Antonio Carlos Jobim

O aeroporto do Galeão se localiza na capital do Estado do Rio de Janeiro. Foi

fundado em 1978 e possui uma das melhores estruturas dos aeroportos de carga.

Possui uma área de 115.000m², sendo 25.009m² dedicados a importação e

10.800m² a exportação. Opera principalmente na importação, tendo movimentado

49.567ton. de carga. Dentre os principais produtos importados destacam-se

materiais de prospeção de petróleo e materiais químicos (INFRAERO, 2007).

9.4.5 Aeroporto Internacional de São Paulo / Guarulhos / Governador André Franco Montoro

O aeroporto de Guarulhos, como é popularmente conhecido, foi fundado em

1985. Possui duas extensas pistas, com 3.700 e 3.000m e tem uma área total de

93.216m², com 41.865m² na importação e 22.887m² na exportação. É o maior

movimentador de carga, com 111.472ton. de cargas importadas e 114.599ton.

exportadas em 2006 (INFRAERO, 2007).

Os materiais mais importados pelo aeroporto são os de telefonia celular,

autopeças, químicos farmacêuticos, têxteis, alimentícios, de informática,

aeronáutica, e flores. Os mais exportados foram frutas, autopeças, eletrônicos,

têxteis, calçados, carnes, animais vivos e flores (AEROPORTOS DO BRASIL, 2007).

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9.4.6 Aeroporto de São José dos Campos – Professor Urbano Ernesto Stumpf

O aeroporto de São José dos Campos - SP - foi fundado em 2001. Possui

uma pista com 2676m e uma área total de 1900m². Opera na importação e

exportação, tendo movimentado 1.048ton. para a primeira e 553ton. para a segunda

em 2005. É um aeroporto pouco expressivo, mas que vem aumentando seu volume

nos últimos anos (AEROPORTOS DO BRASIL, 2007).

9.4.7 Aeroporto de Vitória – Eurico de Aguiar Salles

O aeroporto de Vitória, Espírito Santo, está entre os mais antigos da região,

sendo inaugurado em 1976.. Possui uma pista 1.750m e uma área total de 3019m²,

com 2.516m² representados à importação e 503m² à exportação. Por ele passaram

6.562ton. de cargas importadas e 295ton. expotadas em 2005, sendo que os

produtos mais importados são eletro-eletrônicos, materiais de telefonia, peças de

computadores, motocicleas, celulares, medicamentos, materiais siderúrgicos,

tubulações, roupas, máquinas fotográficas e filmadoras (AEROPORTOS DO

BRASIL, 2007).

9.5 Região Sul

Segundo a Infraero (2007), na região Sul do Brasil 6 aeroportos são

responsáveis pela movimentação de carga na região, são eles: Afonso Pena, de

Florianópolis / Hercílio Luz, de Foz do Iguaçu – Cataratas, de Joinville / Lauro

Carneiro de Loyola, de Navegantes / Ministro Victor Konder e Salgado Filho.

9.5.1 Aeroporto Internacional Afonso Pena

Localizado em Curitiba, este aeroporto está entre os grandes movimentadores

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de carga área do Brasil. Possui uma pista com 2.215m e uma área total de

15.247m², operando na importação, exportação e carga nacional (AEROPORTOS

DO BRASIL, 2007).

Em 2006 foram 12.216ton. importadas e 5.489ton. exportadas por ele. Os

produtos que se destacam na importação são: automóveis, partes e peças

automotivas, equipamentos eletrônicos, de informática, materiais da indústria

cirúrgica e matéria-prima para ração animal. Os materiais mais exportados por ele

são equipamentos eletrônicos, couro, partes de caminhão, materiais da indústria

cirúrgica, alimentos, vidros e roupas (INFRAERO, 2007).

9.5.2 Aeroporto Internacional de Florianópolis / Hercílio Luz

O Aeroporto de Florianópolis, Estado de Santa Catarina foi fundado em 1976.

Possui duas pistas com 2.300m e 1.500m e uma área para exportação e importação

com 482m². Possui uma movimentação pouco expressiva, tendo operado 575ton. de

carga na importação e 176ton. na exportação em 2006. Os principais produtos

exportados por ele são rótulos com estampa, peças para esporte e roupas de

esporte aquático. Os mais importados são medicamentos e produtos elétricos e

eletrônicos (INFRAERO, 2007).

9.5.3 Aeroporto Internacional de Foz do Iguaçu – Cataratas

Localiza-se na cidade de Foz do Iguaçu, Paraná e foi fundado em 1976. Este

aeroporto possui uma pista com 2.195m, uma área de importação com 450m² e uma

de exportação, com 54m² (INFRAERO, 2007).

Em 2006 foram 20,27ton. de carga operada na importação e 182,98 na

exportação. Os materiais mais importados são eletrônicos, produtos de pet shop,

fisioterapia, radioativos e hospitalares e produtos de fiação. Na exportação

destacam-se os filés de pescados, amostras de carnes e aves e calçados

(AEROPORTOS DO BRASIL, 2007).

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9.5.4 Aeroporto de Joinville / Lauro Carneiro de Loyola

O Aeroporto de Joinville, em Santa Catarina é um dos mais antigos da região,

sendo inaugurado em 1974. Possui uma pequena pista com 1.640m e uma área

total de 750m². Não possui uma movimentação de carga significativa, tendo em 2006

operado 12,59ton. na importação e menos de uma ton. na exportação

(AEROPORTOS DO BRASIL, 2007).

9.5.5 Aeroporto Internacional de Navegantes / Ministro Victor Konder

Localizado na cidade de Navegantes, em Santa Catarina, este aeroporto

possui uma pista para pousos e decolagens com 1.701m. Sua área total

corresponde a 2.100m², sendo 1500m² destinados à importação e 50m² à

exportação. Em 2006 foram 1.243ton. na importação e apenas 12ton. na exportação.

Os principais produtos importados são eletroeletrônicos, elétricos, têxteis e metais e

os mais exportados são peças de reposição (AEROPORTOS DO BRASIL, 2007).

9.5.6 Aeroporto Internacional Salgado Filho

Este aeroporto da capital do Rio Grande do Sul foi fundado em 1974 e possui

uma grande movimentação de carga aérea. Sua pista possui 2.280m de

comprimento e sua área total é de 5.830,75m², sendo que 3.361,50m² são

destinados à importação e 2.469,25m² à exportação. Teve 10.557ton. de cargas

importadas e 8.656ton. de exportadas no ano de 2006. Os principais materiais que

são importados por ele são materiais de informática, telecomunicações,

equipamentos automotivos e peças aeronáuticas; já na exportação destacam-se os

calçados, peças automotivas e aeronáuticas e equipamentos de informática

(INFRAERO, 2007).

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10 PANORAMA ATUAL DO TRANSPORTE AÉREO BRASILEIRO

O transporte Aéreo Brasileiro vem passando por um período de grande crise.

O estopim para essa situação ocorreu no dia 29/09/2006. Neste dia, um avião da

companhia aérea Gol se chocou com outro que havia sido comprado da Embraer

,com pilotos americanos. O avião da Embraer, modelo Legacy, foi pouco atingido,

sem chegar a cair, já a aeronave da Gol caiu em meio à mata, matando mais de 150

pessoas que estavam a bordo. Após este incidente, iniciou-se o período chamado de

“Apagão Aéreo”, caracterizado por um caos em todo o setor de transporte aéreo

brasileiro (CPI, 2007).

De acordo com o relatório final da CPI do apagão aéreo (2007), após o

acidente da Gol de 29/09/2006, cerca de dez controladores de vôo (militares da

aeronáutica, responsáveis pela monitoração do espaço aéreo brasileiro afim de

organizar e evitar colisões de aeronaves) que estavam na equipe de trabalho que

vigiava o setor em que a tragédia ocorreu, tiveram que se afastar para

acompanhamento médico e psicológico. Nos dias que seguiram, outros

controladores também teriam sido afastados, provocando uma grande redução de

pessoal. Isso, aliado a um quantitativo de pessoal que já estava no limite do

estritamente necessário á operação, teria ocasionado os atrasos nos vôos, tão

noticiados pela imprensa.

Em outubro de 2006, começa-se a evidenciar problemas no trafego aéreo. No

dia 20 do mesmo mês houve vários atrasos e cancelamentos de vôo por conta de

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uma pane no centro de processamento de dados, segundo informações das

autoridades aeronáutica. A partir daí, diariamente, vários vôos eram cancelados ou

atrasavam e buscava-se o culpado para a situação.

Os problemas aconteciam especialmente em São Paulo e Minas Gerais, com

aeroportos operando acima da capacidade. No dia 05 de dezembro o trafego aéreo

brasileiro ficou completamente paralisado durante horas, de acordo com autoridades

da Aeronáutica, causado por uma falha no sistema de comunicações. Ainda durante

o mês de dezembro, o que teria piorado ainda mais a situação, seria a venda

excessiva de passagens por parte de algumas companhias aéreas e por panes em

aeronaves da TAM, que tiveram que ficar em solo para reparo. No início do ano de

2007, o sistema continuou em crise (CPI, 2007).

Em março de 2007 a situação ficou ainda pior. No dia 30, os controladores de

vôo entraram em greve, paralisando os principais aeroportos do país. As autoridades

militares perderam o controle da situação e o impasse apenas foi resolvido com a

intervenção do Presidente da Republica que solicitou ao ministro do planejamento,

Paulo Bernardo e uma assessora da casa civil que negociassem o fim da greve com

os controladores (CPI, 2007).

Em julho 2007, chega-se a maior crise até então. Um avião da TAM Linhas

aéreas que vinha de Porto Alegre, em tentativa de pouso no Aeroporto de

Congonhas, acabou ultrapassando o final da pista colidindo com um prédio da

empresa TAM Express e um posto de gasolina, matando todos a bordo. As

hipóteses para o acidente são de más condições da pista, falha humana ou da

aeronave. Com esse acidente evidencia-se a saturação do Aeroporto de

Congonhas, a tempo operando acima de sua capacidade.

A tabela 9 demonstra o ranking dos desastres da aviação comercial desde

1945, em números de vítimas e quantidade de acidentes fatais.

Tabela 9 – Ranking dos países com maior quantidade de vítimas fatais em acidentes na Aviação Comercial

País Nº. de acidentes fatais Nº. De mortes 1º EUA 629 9.850 2º Rússia 194 5.673 3º Colômbia 154 2.653 4º Brasil 144 2.432 5º Índia 86 2.150

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6º Espanha 45 2.144 7º França 81 2.078 8º Indonésia 80 1.764 9º Canadá 138 1.614 10º Inglaterra 80 1.264

Fonte: Adaptado de Época b, 2007

A tabela 10 mostra o ranking das Companhias Aéreas mundiais com maior

número de vítimas fatais.

Tabela 10 – Ranking das Cias. Aéreas com maior número de vítimas fatais decorrentes de acidentes em seus vôos.

Companhia Aérea Índice de fatalidade

Total de vôos

Cubana 18,53 330 mil AirAimbabwe 11,54 160 mil Aeroperu 9,74 120 mil EgyptAir 7,6 750 mil Royal Jordan 7,09 340 mil China Airlines (Taiwan) 7,16 900 mil TAM 5,68 600 mil Air India 4,89 440 mil Pakistan International Airlines 4,55 440 mil Turkish Airlines 3,58 2.100 mil

Fonte: Adaptado de Época b, 2007

Observa-se que o Brasil é o quarto país em número de acidentes e que a

TAM está entre as companhias com maior número de acidentes, sendo a sétima

colocada.

10.1 Possíveis causas do “Apagão Aéreo”

Dentre as possíveis causas do caos aéreo vivido tem-se: a subestimação do

trafego aéreo, saturação da infra-estrutura aeroportuária e de controle do trafego

aéreo, autorização de linhas aéreas em quantidades superiores a capacidade da

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infra-estrutura, inoperância do Ministério da Defesa, não implementação das

resoluções do CONAC – Conselho Nacional de Aviação Civil, politização dos cargos

de direção da ANAC, deficiência técnicas e de equipamento, desarticulação do

SISCEAB – Sistema de Controle do Espaço Aéreo, carência de recursos para o

DECEA – Departamento de Controle do Espaço Aéreo e insatisfação dos

Controladores de Tráfego Aéreo (CPI, 2007).

10.1.1 Subestimação do trafego aéreo

A expansão acelerada na Aviação Comercial vem sendo verificada desde

2004. O crescimento da demanda por assentos foi de 12,18% em 2006 e a

estimativa para 2007 e de um crescimento de 17,47%. Já no planejamento de infra-

estrutura aeronáutica, estima-se um crescimento de apenas 8% ao ano. Essa

grande expansão também foi verificada nos aeroportos (CPI, 2007). A tabela 11

demonstra a evolução de passageiros, abrangendo embarques e desembarques,

nos anos de 2003 e 2006, nos aeroportos: Congonhas e Guarulhos e na totalidade

dos aeroportos.

Tabela 11 – Evolução de nºs de passageiros em CGH e GRU, nos anos de 2003 e 2006 tabela 7

Anos Aeroporto de Congonhas - CGH Aeroporto de Guarulhos - GRU Total2003 12.069.575,00 11.581.034,00 71.215.824,002006 18.459.191,00 15.759.181,00 102.185.370,00

Fonte: Infraero, 2007

Observa-se que de 2003 para 2006 houve um crescimento de 52,13% no

numero total de passageiros do aeroporto de Congonhas, 36,07% no aeroporto de

Guarulhos e 43,49% no total de aeroportos brasileiros. Em um intervalo de apenas 3

anos, observa-se um aumento alarmante.

10.1.2 Saturação da infra-estrutura aeroportuária e de controle do trafego aéreo

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Na opinião unânime dos especialistas, uma das grandes causas do Apagão

Aéreo é a saturação da infra-estrutura da aeronáutica e aeroportos do país. A

ausência de recursos para expansão e investimento em controle do tráfego aéreo

aliado ao crescimento da Aviação Civil Fez com que se chegasse ao nível atual de

descontrole do setor (CPI, 2007).

Do ponto de vista estrutural, conclui-se que o aumento no rigor do controle de

trafego aéreo, fez com que houvesse uma diminuição da capacidade da infra-

estrutura aeronáutica. Verificou-se então que os sistemas de controle de trafego não

estariam comprometidos no futuro e sim já atualmente (CPI, 2007).

Em 2005 a ANAC realizou um estudo de infra-estrutura e já naquele período

verificou que entre os 28 principais aeroportos do país, 4 se encontravam saturados

(Congonhas, Brasília, Vitória e Porto Seguro). Naquele ano, Congonhas recebeu

17.147.628 passageiros, para uma capacidade de 12.000.000, Brasília recebeu

9.426.569 passageiros, para uma capacidade de 7.400.000, Vitória recebeu

1.517.578, para uma capacidade de 560.000 e Porto Seguro recebeu 705.635

passageiros, para uma capacidade de 450.000. A previsão da Agência, na ocasião,

era que o numero de aeroportos congestionados subisse para 11 em 2010, 23 em

2015 e 27 em 2025.

10.1.3 Autorização de linhas aéreas em quantidades superior a capacidade da infra-estrutura

Apenas a questão de insuficiência de infra-estrutura não seria o único motivo

para os sucessivos atrasos e cancelamentos de vôos recentemente ocorridos. O que

ocorreu foi a autorização de linhas aéreas sem prévia analise, sem se levar em

consideração a disponibilidade da infra-estrutura aeronáutica e aeroportuária.

Na figura 23 observa-se todas as inúmeras rotas internacionais que cruzam o

espaço aéreo brasileiro, evidenciando-se a necessidade de controle das mesmas.

Houve concessão de cotas excedentes à capacidade do controle de tráfego

aéreo e horários congestionados estavam sendo concedidos. Não há um decisão

clara sobre qual órgão governamental é responsável pelo controle das concessões

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(CPI, 2007).

Observa-se a saturação de linhas passando principalmente pela região

Sudeste do país, muitas vindo e indo de direcionamentos da Europa, América

Central e do Norte.

Figura 23 – Rotas Internacionais que cruzam o espaço aéreo brasileiro Fonte: Relatório CPI, 2007

Inoperância do Ministério da Defesa

Diante do caos, foi considerado que houve inoperância por parte do Ministério

da Defesa. Este órgão é incumbido de coordenar o sistema de Aviação Civil do país.

Cabe a ele supervisionar a ANAC, a INFRAERO e o DECEA, para que exista uma

atuação harmoniosa e eficiente (RELATÓRIO DA CPI, 2007).

A figura 24 mostra a estrutura da Força Aérea Brasileira , que teoricamente é

subordinada ao Ministério da Defesa, havendo a necessidade de que todos os

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Comandos e Departamentos descritos, fossem subordinados, além da FAB, também

do Ministério.

Figura 24 – Estrutura do Comando da Aeronáutica Fonte: Relatório CPI, 2007

10.1.4 Não implementação das resoluções do CONAC

Segundo o Relatório da CPI (2007), em uma reunião ocorrida em 30 de

outubro do ano de 2003, o Conselho Nacional de Aviação Civil – CONAC, órgão

responsável pelo assessoramento da Presidência da República para formulação da

política de ordenação da Aviação Civil, havia aprovado 18 resoluções sobre diversos

aspectos do transporte aéreo. A implementação de algumas dessas resoluções

poderia ter evitado a crise ocorrida no setor.

Entre os fatores abordados, destaca-se a verificação dos aeroportos

saturados, para que ações fossem tomadas, o estímulo ao investimento privado na

construção, exploração e operação dos aeroportos, ampliação dos Recursos

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Humanos existentes e que fossem disponibilizados de maneira adequada os

recursos provenientes das tarifas aeroportuárias (RELATÓRIO DA CPI, 2007).

10.1.5 Politização dos cargos de direção da ANAC

Uma das questões levantadas foi que, apesar da alta complexidade técnica

do transporte aéreo, alguns dos principais cargos relacionados à operação e

regulação da aviação e infra-estrutura aeroportuária são ocupadas por pessoas sem

experiência na área (RELATÓRIO DA CPI, 2007).

Por ser uma agência reguladora, faz-se necessário que os dirigentes da

ANAC sejam independentes dos interesses políticos, militares e econômicos, para

que as decisões sejam tomadas com a melhor análise das situações.

10.1.6 Deficiência técnicas e de equipamento

A respeito dos aspectos técnicos do Sistema de Controle do Espaço Aéreo

Brasileiro, as autoridades da Aeronáutica o defendem e os controladores de vôo que

o operam, o qualificam de inseguro e não confiável (RELATÓRIO DA CPI, 2007).

Documentos como relatórios operacionais, de perigo e de incidente de tráfego

aéreo, foram analisados e levantam a questão do sistema brasileiro não ser tão

seguro e eficiente. Entre os registros mais freqüentes destes relatórios, podem-se

destacar casos de possível desconsideração do piloto quanto às instruções

passadas pela torre de controle e decolagem sem autorização, gerando casos de

quase-colisão, mudança de nível de vôo com cruzamento de aeronaves à distância

menor do que a permitida, problemas de freqüências de comunicação por rádio,

controle de aeronaves acima do limite permitido, entre outros.

A vulnerabilidade da Defesa Aérea brasileira também é outro ponto

mencionado. Boa parte dos equipamentos se encontra obsoletos, gerando a

sensação de vulnerabilidade do país se o emprego dos mesmos for necessário. As

condições das áreas e instalações do sistema nacional também apresentam falhas,

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onde há questões de possíveis panes que podem ocorrer, operações incorretas de

software e até mesmo eventuais sabotagens.

A figura 25 demonstra gráfico de incidências de fatores contribuintes nos

acidentes da Aviação Civil, de 1997 a 2006.

Figura 25 – Gráfico de incidências de fatores contribuintes aos acidentes aéreos - 1997 Fonte: Comando da Aeronáutica, 2007

A figura 26 demonstra a cobertura dos radares brasileiros em 2007. Observa-

se a cobertura total do território, sendo então necessária a eficiência adequada do

equipamento.

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Figura 26 – Cobertura do espaço aéreo brasileiro sob radar em 2007 Fonte: Relatório CPI, 2007

10.1.7 Desarticulação do SISCEAB e carência de recursos para o DECEA

O SISCEAB – Sistema de Controle do Espaço Aéreo – cujo objetivo é prover

o controle do espaço aéreo, estava desarticulado, em particular entre dois de seus

membros: a ANAC e a INFRAERO. Alega-se que os órgãos não são integrados, ou

seja, em caso de aprovação de novas rotas, por exemplo, o órgão aprovador destas

últimas, não verifica com os outros departamentos competentes se os mesmos

aprovariam tal decisão (CPI, 2007).

Na questão de coordenação, também foram identificados problemas para

investimentos e obras no setor aeroportuário; a Infraero estaria atuando sem

consultar ANAC e DECEA, para que cada responsável desse seu parecer à situação

(CPI, 2007).

Quanto às questões de recursos, quatro pontos são verificados: a adequação

da estrutura que regula as tarifas aeroportuárias, repartição dessas tarifas, retenção

das tarifas pela INFRAERO e cortes nas propostas orçamentárias do DECEA (CPI,

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2007).

Observa-se que o encaminhamento dos recursos disponíveis está sendo feito

de maneira desigual, onde deveria ser empírico. Com isso o DECEA não recebe a

verba que lhe seria de direito e suas especificações não são finalizadas, sendo que

a Aeronáutica regula a distribuição de receitas por meio de portarias e ofícios.

10.1.8 Insatisfação dos Controladores de Tráfego Aéreo

De acordo com CPI (2007), os problemas enfrentados pelos controladores de

tráfego aéreo já haviam sido relatados em 2005 às autoridades da Segurança e

prestação do controle do tráfego aéreo, como a deficiência na formação de

supervisores, falta do conhecimento e domínio da língua inglesa, a incompatibilidade

da vida militar com a atividade de controlador de vôo e a falta de atratividade da

carreira, por conta dos baixos salários em relação a grande responsabilidade que

exige a função.

O nível de insatisfação dos controladores é grande devido a falta de diálogo,

um alto nível de estresse, falta de treinamento e encaminhamento, gerando

consequentemente uma contribuição a maneira como seu serviço será prestado. A

questão da evasão no quadro de controladores por conta de busca de outras

carreiras, diminuição da oferta no número de vagas, mudança na duração do curso

de preparação e exigências levaram a uma diminuição significativa na capacidade

operativa, com implicações ao número de aeronaves controladas. Essa série de

fatores apresentados contribui para a falta de segurança do espaço aéreo brasileiro

(CPI, 2007).

10.1.9 Situação do Aeroporto de Congonhas

Dentre os Aeroportos focados em Passageiros, onde há apenas

movimentação de cargas no âmbito doméstico e nos porões dos aviões dedicados

ao transporte de pessoas, Congonhas, o mais importante aeroporto metropolitano do

país, apresenta graves problemas logísticos. Segundo Confederação Nacional do

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Transporte - CNT (2007), o risco de um colapso no maior aeroporto do país,

aumentou a discussão do futuro do aeroporto que se situa entre milhares de prédios

e casas da capital de São Paulo.

O Aeroporto de Congonhas foi inaugurado em 1936, quando São Paulo tinha

1 milhão de habitantes e muitas áreas pouco povoadas, como a velha Vila

Congonhas. A baixa densidade demográfica do local, a boa visibilidade e drenagem

da terra foram decisivas na escolha do local, que substituiria o do Campo de Marte,

onde havia muitos alagamentos. O período era de alta demanda pela aviação, que

lembra o período de hoje, dada as devidas proporções. Em 1957, Congonhas já era

o terceiro maior aeroporto do mundo em volume de carga, só perdendo para Paris e

Londres (CNT, 2007).

A figura 27 demonstra o pouso de uma aeronave no Aeroporto de

Congonhas, onde se observa a proximidade da aeronave à avenida e prédios, em

meio à metrópole.

Figura 27 – Imagem de pouso de uma aeronave em Congonhas Fonte: Skyscrapercity, 2007

Mais de 70 anos após sua inauguração, o aeroporto se encontra cercado de

prédios, escritórios e residências, sufocado pelo movimento crescente de pessoas e

aviões. A ANAC e a INFRAERO estudam a possibilidade de ampliar os vôos do

Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro-Tom Jobim, levando para lá mais de 2

milhões de passageiros/ ano que utilizam Congonhas como hub, pois o terminal do

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Rio possui atualmente uma movimentação de 9 milhões de passageiros/ ano,

podendo chegar a 15 milhões (CNT, 2007).

O presidente da ANAC, Milton Zuanazzi, admite que Congonhas chegou ao

limite e que a ocupação do Aeroporto Tom Jobim pode ser imediata. Segundo o

professor-doutor do ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica), engenheiro Cláudio

Jorge Pinto Alves, a situação de Congonhas já extrapolou o limite e para piorar, o

Aeroporto de Guarulhos também começa a dar sinais de esgotamento. Qualquer

contratempo que possa ocorrer nesses aeroportos gera um efeito cascata, por isso a

descentralização de toda a malha brasileira deve ocorrer rapidamente (CNT, 2007).

Outra possibilidade, além do aproveitamento da capacidade do Tom Jobim,

seria também passar parte dos vôos de São Paulo para o Aeroporto de Confins, na

Grande Belo Horizonte. A INFRAERO tem dito que o principal aeroporto de São

Paulo será Viracopos, mas com o passar do tempo invasões de famílias sem casa

seriam freqüentes, complicando a situação. Não há como saber se com o que se

tem hoje, Viracopos poderia receber a demanda de Congonhas e Guarulhos, sem

ampliação (CNT, 2007).

10.2 Radiografia de Congonhas

Segundo a CNT (2007), o Aeroporto de Congonhas possui uma ótima

estrutura quando analisado em termos gerais, porém, como sua capacidade está

muito acima da ideal, faz necessário que medidas sejam tomadas urgentemente. A

figura 28 demonstra um quadro com as informações gerais da estrutura de

Congonhas.

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Figura 28 – Estrutura do Aeroporto de Congonhas Fonte: CNT, 2007

A tabela 12 demonstra a evolução do número de passageiros no Aeroporto de

Congonhas, no período de 2002 a 2007* (*projeção).

Congonhas recebe 3 de cada 10 passageiros de avião do Brasil. Com duas

pistas curtas, sem áreas de escape para situações emergenciais e em um local

densamente povoado. Vive-se então sob risco constante de que falhas contornáveis

em outros aeroportos se tornem tragédias nele. Diante disso, levantou-se a questão

de que a melhor opção seria seu fechamento. Alguns especialistas dizem que isso

não será necessário desde que se limite seu uso para aumentar a segurança dos

passageiros, inclusive com pousos e decolagens apenas de aeronaves pequenas

(ÉPOCA, A, 2007).

Tabela 12 – Evolução do número de passageiros no aeroporto de Congonhas – 2002 a 2007 Ano Quantidade de passageiros 2002 12.400.000 2003 12.100.000 2004 13.600.000 2005 17.100.000 2006 18.000.000 2007* 18.500.000

Fonte: CNT nº. 141, 2007

O Superintendente regional da Infraero, engenheiro Edgard Brandão Júnior,

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informou que diante dos resultados alarmantes que foram obtidos em estudos feitos

em anos anteriores, algumas medidas já haviam sido tomadas, resultando em uma

redução de mais de 10 % nesse volume de passageiros ao longo dos últimos cinco

anos (CNT, NÚMERO 141, 2007).

Segundo ÉPOCA (a, 2007), Congonhas está em obras desde 2003. A

prioridade da INFRAERO foi o conforto dos passageiros e a ampliação da área de

lojas e serviços. Itens de segurança, como a reforma da pista, foram deixados de

lado.

Para esse ano, a expectativa é que os principais aeroportos paulistas –

Congonhas, Guarulhos, Viracopos e São José dos Campos, além do Campo de

Marte, transportem cerca de 40 milhões de passageiros, cerca de 18,5 milhões

apenas por Congonhas. No entanto, a grande preocupação é o crescimento do nº.

de usuários desse modal. Hoje apenas 5% da população usa os aeroportos, mas

com os preços das passagens cada vez mais acessíveis, o número de usuários

cresce continuamente (CNT, NÚMERO 141, 2007).

10.3 Viracopos frente à crise

De acordo com Cargo News (2007), O Aeroporto Internacional de Viracopos,

em Campinas no interior de São Paulo, vem conseguindo ficar imune à crise aérea

do país. Fundado há 50 anos, o aeroporto não teve suas operações de importação e

exportação de carga aérea prejudicadas.

Apesar da boa fase, as próprias autoridades portuárias afirmam que ações

concretas precisam ser iniciadas já. Uma das preocupações seria que a

transferência de vôos de passageiros atrapalhasse as operações de carga, porém

os técnicos julgam que passageiros e carga podem conviver tranquilamente lado a

lado, desde que toda a infra-estrutura seja adequada (CARGO NEWS, 2007).

Hoje o Terminal de Importação e Exportação está com 80% de sua

capacidade utilizada, as ações mais urgentes deveriam ocorrer na ampliação do

mesmo. A construção de uma segunda pista também é cogitada e o pátio também

deve ser reformado. O problema é a preocupação para se evitar que as regiões ao

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redor do aeroporto sejam ocupadas. A aérea prevista para a construção da pista é

rural, ainda não muito habitada, que está sendo preservada para a possível

ampliação, tornando no futuro Viracopos o principal aeroporto do Brasil.

O Aeroporto de Viracopos começou como um campo de pouso de aviões de

guerra durante a revolução constitucionalista em 1932. Em 1960 inicou operações

internacionais, porém em 1980 ficou de certa forma esquecido devido à transferência

dos vôos de passageiros para o Aeroporto Internacional de Guarulhos (CARGO

NEWS, 2007).

Por volta de 1990 o aeroporto começou a mostrar sua vocação para o

transporte de cargas. Logo o Governo Federal abriu o país para as importações e

cargas chegaram a ficar alojadas no pátio de estacionamento de aviões, por falta de

estrutura. Depois foram feitos investimentos e adequação e o aeroporto se

transformou num dos principais caminhos para exportações e importações (CARGO

NEWS, 2007).

A figura 29 mostra a visão aérea via Satélite do Aeroporto de Viracopos.

Observa-se a grande aérea disponível ao redor, havendo possibilidade de

ampliação, sem eventuais riscos.

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Figura 29 – Vista aérea via satélite do Aeroporto de Viracopos Fonte: Google Earth, 2007

Atualmente o número de vôos em Viracopos tem aumentado

significativamente. No mês de Agosto de 2007, a média de vôos diários subiu de 16

para 20. O movimento entre janeiro e julho aumentou em 600% em relação ao

mesmo período do ano anterior (CARGO NEWS, 2007).

Viracopos movimenta hoje em média 582 toneladas de carga por dia, a média

prevista para o ano de 2007 deverá ser de 10.134 ton. mensais na importação e

8.476 ton. na exportação. As principais rotas de cargas que passam por Viracopos

vão para México, Argentina, Estados Unidos, Alemanha, Chile, Peru e Uruguai.

10.4 Situação do setor de cargas diante da crise

O “Apagão Logístico” chamou atenção do país principalmente porque teve

início em um modal onde pessoas e cargas viajam juntas. Mesmo com a economia

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estagnada, que teve um crescimento de PIB – produto interno bruto de apenas 3%,

a infra-estrutura de transportes recebeu investimentos insuficientes, evidenciando o

sucateamento e o estrangulamento da infra-estrutura de transportes do país

(TECNOLOGISTICA, A, 2007).

Se houve falta de respeito às pessoas, pode se imaginar como ficou a

situação das cargas fracionadas, sem espaço definido nos porões das aeronaves,

embarcando conforme a área não ocupada pelas bagagens pessoais. A carga não

reclama, mas os remetentes e recebedores desses materiais parados reclamam

quando a remessa não é entregue, pois pagam mais caro por um serviço aéreo pela

urgência da situação, do contrário contratariam um serviço rodoviário

(TECNOLOGISTICA, A, 2007).

De acordo com FEDERASUL -Federação das Associações Comerciais e de

Serviços do Rio Grande do Sul (2006), as exportações dos produtos perecíveis do

agronegócio estão sendo muito atingidas. As vendas externas estão sendo afetadas,

pois a demora no embarque de produtos como frutas e flores resulta na

deteriorização da carga e muitas vezes na perda do negócio.

Segundo TECNOLOGISTICA (A, 2007), a participação do modal aéreo na

matriz de transportes do Brasil ainda é insignificante, porém quando se fala em

produtos mais caros e urgentes, a dependência do avião é de 30% do total de

cargas, lembrando ainda que o fato de75% da malha rodoviária estar em condições

ruins, péssimas ou regulares, aumenta ainda mais a utilização do Transporte Aéreo.

A Aviação Civil brasileira vem passando por uma longa crise desde o

encerramento da Transbrasil e Vasp, seguidas pelas dificuldades da Varig. O setor

de cargas fracionadas está tendo que ter suas necessidades supridas apenas pela

TAM, Gol e outras companhias de menor porte. Antes mesmo do acidente da Gol, já

havia lentidão nas operações, demonstrando que qualquer fato anormal poderia

gerar o caos (CARGO NEWS, 2007).

O avião terá uma importância cada vez maior na logística doméstica do Brasil,

pelas dimensões continentais e as crescentes soluções just-in-time. Para grandes

volumes, com freqüência e destinos regulares, as aeronaves cargueiras resolvem,

mas ainda são poucas no Brasil devido ao baixo volume de movimentação de cargas

de Norte a Sul do país. Temos como exemplo a rota Manaus – São Paulo, onde há

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mais cargas para Sul do que o inverso. Ainda assim os cargueiros vêm atendendo a

demanda e sofreram menos com a crise, pois normalmente voam tarde da noite ou

de madrugada, quando há menos vôos (TECNOLOGISTICA, A, 2007).

Segundo Direito do Estado (2007), o presidente da Infraero, José Carlos

Pereira teria afirmado, em depoimento, que em 3 anos o setor de carga aérea

deverá sofrer a maior crise da história se providências não forem tomadas.

De acordo com TECNOLOGISTICA (a, 2007), o maior problema está na

carga fracionada, sendo ela composta de produtos de alto valor, de perecíveis e até

simples envelopes, pois estes dependem de aviões de passageiros. As aeronaves

vêm crescendo na sua capacidade de carregamento e número de vôos, o que exige

que os aeroportos tenham mais estrutura. Um Boeing 737-800, por exemplo, pode

levar de duas a três toneladas. Se pousar a cada 40 minutos, será preciso muita

eficiência e agilidade para descarregá-lo, para que não se crie um congestionamento

atrapalhando as outras operações.

As Companhias de Aviação e seus passageiros gastaram cerca de R$ 5

bilhões em taxas governamentais nos últimos cinco anos para manutenção do

sistema, porém o investimento adequado no Setor Aéreo não vem sendo feitos.

Equipamentos estão sucateados, como os do Aeroporto de Curitiba, com mais de 20

anos. O Código Civil responsabiliza as autoridades que colocam em risco vidas em

aeronaves, navios e outros meios de transporte (TECNOLOGISTICA, Nº34, 2007).

A movimentação nacional de cargas aéreas deve crescer 8% em 2007.

Somente a empresa Gol, por exemplo, teve um grande aumento na quantidade de

cargas transportadas, resultando num aumento de mais de 50% no seu faturamento

bruto com transporte no primeiro semestre do ano passado (FLAP

INTERNATIONAL, 2007).

Este mercado foi afetado drasticamente. A maioria dos vôos faz diversas

escalas e atrasos sucessivos em cada uma delas traz um grande impacto no tempo

de trânsito total das aeronaves. Empresas de courier estão entre as mais afetadas,

pois além dos atrasos dos vôos, dependem do descarregamento das aeronaves,

disponibilização da carga pela companhia aérea e da logística terrestre para então

realizar sua entrega, no final.

Os agentes de carga também foram muito prejudicados, pois como compram

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espaço nas aeronaves, não tem como garantir a pontualidade na entrega para seus

clientes. Os materiais perecíveis têm prioridade, complicando ainda mais a situação,

pois geram confusão nos embarques e acúmulo dos demais produtos nos terminais

de carga. As companhias aéreas têm que priorizar os passageiros, que são seus

principais consumidores e por isso não há uma informação precisa de quando as

cargas serão embarcadas (TECNOLOGISTICA, A, 2007).

Após o auge da crise, a solução de emergência – transferir para Guarulhos

parte dos vôos que tinham escala em Congonhas - já teve impacto na Logística,

pois como Guarulhos também está no limite de operação, alguns de seus vôos

cargueiros tiveram que ser transferidos para Viracopos. Este último ficou ainda mais

comprometido, pois já está lidando com o aumento das importações que vem

ocorrendo nos últimos meses(TECNOLOGISTICA, B, 2007).

A área de trânsito aduaneiro também foi muito afetada. Muitos importadores

acabam optando por nacionalizar seus produtos em zonas secundárias (portos

secos) ao invés zonas primárias (portos e aeroportos), pois os primeiros cobram

tarifas menores de armazenagem e costumam oferecer mais agilidade no

desembaraço. O problema é que com a crise, estes terminais estão operando acima

do limite e em segundas-feiras é impossível remover todas as cargas

desembaraçadas, devido à chegada de vôos no final da semana, trazendo um custo

adicional ao importador na armazenagem (TECNOLOGISTICA, B, 2007).

O que vem ocorrendo, ainda pouco admitido pelas empresas do setor aéreo é

a preferência de vários clientes pela “segurança” das estradas à incerteza dos

aeroportos. A multinacional automobilística GM-General Motors trocou a opção

aérea pela rodoviária para transferência de matéria-prima entre São Paulo e região

Sul, pois por conta dos atrasos, os materiais que seguiam por carretas estavam

sendo entregues antes dos transportados por avião.

Dentre todas, as cargas aéreas nacionais são as que mais sentem o efeito da

crise. O gargalo do aeroporto de Cumbica e a transferência de grande parte dos

vôos para Viracopos geraram perdas de viagens, com alteração nos prazos de

entrega, extravios e sinistros (FLAP INTERNATIONAL, 2007).

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10.5 Possíveis ações para a solução

A liberação do mercado para empresas estrangeiras acirraria a competição no

setor, levando a um aumento na oferta de vôos, pois atualmente o mercado é

dominado por poucas companhias brasileiras. Entende-se que as Cias. Aéreas

sejam contra, mas deve-se pensar no interesse da sociedade (CARTA CAPITAL,

2007).

Especialistas afirmam que profissionalizar a gestão esteja entre as medidas

mais urgentes. Defende-se que os gestores devem ter conhecimento direto na área,

com treinamento especializado e experiência internacional no sistema aéreo

(ÉPOCA, A, 2007).

Outra prioridade seria a criação de um plano estratégico constante para

avaliação de crescimento. O tráfego de passageiros tem crescido muito anualmente

e pode triplicar até o ano de 2025. Na Europa, por exemplo, há um plano de ação

baseando-se na demanda dos próximos 20 anos e se o Brasil não fizer o mesmo,

continuará vivendo um constante caos no setor (ÉPOCA, A, 2007).

Há uma grande burocracia que precisa ser reduzida, existem muitas leis

sobre assuntos muito parecidos, havendo uma confusão nas atribuições de cada

órgão. Conceder ou autorizar a exploração da infra-estrutura aeroportuária é uma

atribuição da ANAC, mas também da INFRAERO. A regulação do setor tem que se

tornar mais simples e tem que haver um investimento também na coordenação dos

órgãos, pois há uma grande dificuldade de comunicação (ALVES, 2007).

Transferindo-se para a iniciativa privada a administração de aeroportos, a

Infraero teria uma redução de responsabilidades, podendo se tornar mais ágil, com

capital aberto e até participação de estrangeiros. A privatização ou parceria público-

privada tornaria possível um investimento maior, como no caso da Via Dutra, por

exemplo, que teve sua rodovia modernizada e com redução no número de acidentes

(ÉPOCA, Nº479, 2007).

Não há transparência na informação de dados relacionados à Aviação no

Brasil. Nos EUA todo ano são publicados dados minuciosos sobre número de

incidentes, por exemplo. Por meio de dados como esses, é possível saber onde se

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deve agir (ÉPOCA, A, 2007).

Segundo CNT (2007), o sistema conhecido como Multiaeroportos aposta na

flexibilidade como estratégia para driblar a crescente demanda e saturação dos

aeroportos. Há uma sinergia entre os aeroportos do local, com divisão do tipo de

tráfego ou destinos. Grandes cidades como Nova York, Paris e Londres o utilizam.

Os aeroportos, por exemplo, podem ser divididos por destinos ou Cias. Aéreas e o

acesso entre os aeroportos é facilitado por trens e auto estradas de rápido acesso.

Se a opção for tornar os Aeroportos de Guarulhos e Viracopos opções no

lugar de Congonhas, é preciso investir para levar transporte público e de massa até

lá, como trens expressos ligando São Paulo, Guarulhos e Congonhas. Em países

como Estados Unidos, Inglaterra e França é possível se utilizar trem ou metrô para

os principais aeroportos (ÉPOCA, A, 2007).

O investimento na qualidade dos equipamentos de controle de vôo é

necessário. São utilizados na aproximação, pouso e decolagem dos principais

aeroportos e com eles a vulnerabilidade é reduzida, pois aeroportos plenamente

equipamentos não deixam de funcionar pela ocorrência de chuvas, neblinas ou

neve. Nenhum dos aeroportos do país está equipado nesse nível máximo de

controle (CPI, 2007).

Uma diferenciação das tarifas de acordo com o grau de saturação de cada

aeroporto e horários de pousos e decolagens, traria uma melhor divisão da

demanda. Atualmente há uma tabela padronizada de tarifas aeroportuárias, se ela

for alterada segundo o grau de saturação de cada aeroporto, aumentando os valores

pagos nos aeroportos congestionados e barateando as tarifas dos ociosos, a

demanda nos mais caros será reduzida e contribuiria ainda para que obras de

ampliação dos aeroportos menores fossem financiadas (CPI, 2007).

A adoção de um modelo eficiente de alocação de horários de pouso e

decolagens (slots) traria uma racionalização do uso das pistas, com isso, haveria um

planejamento de divisão de horários, distribuição ficaria mais racional e em diversos

horários do dia. Atualmente os horários são vendidos pelo Estado, tornando-se um

patrimônio das empresas aéreas (CPI, 2007).

O Ministério da Defesa também deve receber um plano abrangente para o

setor aéreo, fortalecendo sua autoridade. Este Ministério deve ser encaminhado

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para que se direcione os investimentos necessários para ampliação da infra-

estrutura e coordene a atuação dos órgãos a ele vinculados (CPI, 2007).

Além disso, a separação dos sistemas civil e militar de controle do espaço

aéreo traria bons resultados. Os controladores de vôo, se fossem civis, seriam em

maior quantidade disponível, pois não dependeriam apenas da ação militar de

recrutamento e treinamento, mas sim de agentes esternos. O espaço aéreo deve ser

também setorizado, pois atualmente as áreas geográficas são muito extensas,

fazendo um mesmo controlador de vôo ser responsável por uma área maior do que

a ideal para sua dirigência. (CPI, 2007).

Uma auditoria internacional independente no sistema de controle de tráfego

aéreo brasileiro traria uma visão externa e sistêmica do quadro atual. Por isso, uma

auditoria da Organização Internacional de Aviação Civil – OACI se faz muito

necessária (CPI, 2007).

Diante dos graves acidentes ocorridos, há de se lidar com a assistência aos

seres-humanos vítimas. A alteração na legislação referente á assistência das vítimas

de acidentes aeronáuticos e familiares traria não a solução mais um mínimo e digno

auxílio na parte psicológica, médica, financeira, geral dos envolvidos (CPI, 2007).

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11 ESTUDO DE CASO: DHL EXPRESS

O nome DHL vem das primeiras letras dos sobrenomes dos três parceiros

fundadores da companhia: Adrian Dalsey, Larry Hillblom e Robert Lynn. Os três

trabalhavam em uma empresa de entregas em São Francisco quando decidiram

realizar um negócio próprio. Começaram a enviar pessoalmente documentos de

liberação de navio por avião de São Francisco à Honolulu, após perceberem que

isso reduzia drasticamente o tempo de espera, agilizando o desembaraço aduaneiro

da carga antes da chegada do navio no porto.

Os primeiros clientes disseram que pouparam fortunas. Com isso, surgiu um

novo conceito de entrega expressa de documentos por avião. Em 1969 foi fundada a

DHL, em São Francisco.

Em 1971 a empresa expandiu sua rede, chegando ao Extremo Oriente e

Região do Pacífico. No ano seguinte os serviços foram introduzidos em Hong Kong,

Japão, Singapura e Austrália. No ano de 1974 a DHL contava globalmente com

3052 clientes e 314 funcionários. Foram abertos escritórios na América Latina, África

e Oriente Médio no período de 1976 a 1978 e em 1979 a DHL estendeu seu serviço,

antes exclusivamente de documentos, à entrega de pacotes.

No ano de 1983 a companhia se tornou o primeiro agente de transporte

expresso a atender países do Leste Europeu. No mesmo ando um centro de

distribuição internacional (hub) foi aberto na cidade de Cincinnati, nos Estados

Unidos. Outro hub de última geração foi aberto em 1985 em Bruxelas, onde mais de

165.000 remessas são processados por noite. Posteriormente, em 1986, a DHL

realizou uma joint venture (associação não definitiva com fins lucrativos para

explorar determinados negócios, sem que as partes percam sua personalidade) com

a República Popular da China e virou a primeira companhia de correio expresso no

país.

A figura 30 apresenta a expansão da empresa pelo mundo, com os anos

respectivos.

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Figura 30 – Expansão Global da DHL Fonte: DHL, 2007

A década de 90 é marcada por grandes investimentos. Em 1990 a DHL

realizou alianças estratégicas com as Companhias Lufthansa, Japan Airlines e

Nissho Iwai. Um ano depois se tornou a primeira companhia de correio expresso a

reiniciar serviço no Kwait, após a Guerra do Golfo. No ano de 1998, o Correio

expresso Alemão – Deutsche Post World Net virou um acionista da DHL e em 1999

a DHL realizou grandes investimentos de mais de 1 bilhão de euros em nova frota de

carga aérea nas redes européia e africana e adquire 34 aviões de carga Boeing

757SF.

A partir de 2002, grandes mudanças ocorrem. A Deutsche Post World Net

virou a principal acionista da DHL desde 1º de janeiro. No final do ano adquiriu 100%

das ações. Em 2003 Deutsche Post, DHL e Postbank constituiram a arquitetura atual

da marca do grupo. As cores corporativas da DHL, antigamente nos tons vermelho e

cinza, tornaram-se vermelha e amarela. No mesmo ano o Grupo adquiriu a empresa

americana Airborne Express, com renda de 3,3 bilhões de dólares, tornando-se a

terceira maior fornecedora de serviço de correio expresso nos Estados Unidos.

O grupo Deutsche Post trouxe consigo suas divisões: Deutsche Post Euro

Express que oferece serviços de correio expresso - líder de mercado na Europa, a

Danzas - fundada em 1815 estabelecida em Basiléia, Suíça, adquirida pela

Deutsche Post World Net em 2000, líder mundial em frete aéreo e segunda maior

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em frete marítimo e a Air Express International, maior fornecedora de frete aéreo na

América, integrada ao grupo Danzas em 2001. Todas as atividades das divisões

foram consolidadas em uma única marca, a DHL.

Em dezembro 2005 o Grupo adquiriu a Exel, corporação britânica de logística

com 111.000 funcionários em 135 países, que fornece soluções de transporte e

logística para clientes chave.

A DHL tornou-se então líder mundial em transporte expresso porta-a-porta

nacional e internacional, transporte aéreo e marítimo e soluções em logística,

oferecendo um vasto portfólio de soluções customizadas. Resumem-se ao Grupo:

Deutsche Post com serviços de correio, serviços financeiros com o Deutsche Post e

Postbank e a DHL nas divisões: Express, Exel Supply Chain e Global Forwarding.

A DHL divisão Express realiza transporte expresso de encomendas por todo o

mundo. A rede cobre mais de 4000 escritórios e mais de 120.000 destinos

atendidos. A divisão DHL Global Forwarding é líder de mercado na prestação de

serviços de transporte de mercadorias por via aérea e marítima e de serviços de

logística. A DHL Exel Supply Chain gerencia cadeia de suprimentos buscando

otimização de processos, redução de lead time e rastreamento de produtos. Opera

em instalações de clientes, centros de distribuição dedicados ou compartilhados,

campus, vendor hubs, parques de fornecedores ou ainda em centros de

consolidação e desconsolidação.

A figura 31 demonstra a arquitetura atual da marca DHL, com suas divisões

de serviços prestados.

Figura 31 – Arquitetura da marca DHL Fonte: DHL, 2007

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11.1 DHL Express

O Estudo de caso analisará a divisão - DHL Express do Brasil - empresa da

modalidade courier -porta-a porta, oferecendo serviços de entrega expressa no

Brasil e em mais de 220 países no mundo. Serão estudadas principalmente as Áreas

de Operações e Logística, analisando como o caos do setor aéreo de cargas afetou

as operações da empresa e a reação da Companhia ao ocorrido.

11.1.1 No Brasil

A primeira filial da DHL Express foi aberta no Brasil em 1978. Ela é a sede no

Brasil, localizada no Bairro da Lapa, Zona Oeste da cidade de São Paulo, SP. Seu

fundador foi Michael Holland Canon, americano que no ano de 1996 voltou ao Brasil,

assumindo a presidência da empresa até meados de 2006.

Entre os principais clientes da DHL no Brasil estão General Motors (GM),

Siemens, Citibank, Compaq, Philips, Tess, MRE, HP, Cia Vale do Rio Doce,

Embraer, Nestlé, entre outros.

A empresa possui o Certificado de Qualidade ISSO 9002 e vários processos

para garantir o nível de qualidade dos serviços, tais como medições operacionais

diárias e feedback diário de indicadores, medição mensal dos indicadores de

interface com clientes com gráficos de controle e tomada de ações corretivas.

Auditorias interna da qualidade contínua e freqüente, programas de melhoria de

processos e grupos gerenciais interno.

O Grupo Deutsche Post investiu na DHL Brasil de 1999 a 2000 um total de

US$ 10 milhões na atualização de sua operação e ampliação da área atendida de

300 cidades para mais de 1.100, mudanças e abertura de novas filiais, renovação da

frota, sistemas, estrutura do hub de Viracopos e outros equipamentos. Sua

renovação da sede na Lapa em São Paulo foi feita a um custo de US$ 3 milhões.

Para serviços de soluções logísticas, além de entrega expressa, a DHL Brasil

opera desde 1998. Seus principais clientes no Brasil para esses processos especiais

são: Lenovo, Avaya, EMC2, HP e Unisys. Na parte de E-commerce, a DHL tem

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como principais clientes a Flores on-line, Submarino, Amazon Books, Bothanica,

Novica, Assinaflor, Samello, Wine Market, entre outros.

11.1.2 Missão

A DHL tem como missão ser uma empresa fácil de usar, lucrativa, com

funcionários motivados e focados, oferecendo serviços com excelência em

qualidade. A Companhia espera que os clientes sempre tenham a confiança na DHL

como seu parceiro global expresso e logístico.

A Companhia busca sempre agregar valor aos negócios dos clientes e

desenvolve e procura manter em seus quadros pessoas excepcionais criando um

ambiente de trabalho verdadeiramente global e valorizando seus funcionários.

Busca-se sempre também ser uma companhia com responsabilidade social, levando

em consideração as necessidades sociais e ambientais.

A Companhia tem como cultura a orientação os seus 7 maiores valores

empresariais internos. Esses valores visam criar valor agregado e conduzir a

Companhia no sentido de torná-la mais forte que os concorrentes. Trata-se de uma

obrigação que existe para com os acionistas. A cultura empresarial reúne a

excelência de cada uma das filiais individualmente e as suas culturas empresarias

únicas.

A empresa acredita que uma cultura empresarial ativa e aberta faz a DHL

uma entidade empregadora atrativa para pessoas de grande talento e reforça a

posição da empresa como cidadão empresarial global responsável no mundo. Estes

constituem não só um desafio como um marco de orientação. São estes valores que

suportam a evolução da empresa ao mesmo tempo em que todos continuam a

desenvolver-se. São eles: fornecer excelência em qualidade, contribuir para o

sucesso de seus clientes, incentivar uma atitude aberta, agir de acordo com

prioridades bem definidas, agir com atitudes empreendedoras, agir com integridade

interna e externamente e aceitar responsabilidades sociais.

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11.1.3 Recursos Humanos

A DHL Express Brasil possui 750 funcionários espalhados em um total de 73

escritórios e 19 filiais operacionais em aeroportos e cidades espalhadas pelo país.

Esses são os funcionários diretos DHL, a empresa ainda conta com 42 prestadores

de serviços terceiros.

O processo de recrutamento da empresa procura valorizar seus funcionários

através de processos internos de seleção. Testes de inteligência, psicológicos, entre

outros são realizados em candidatos internos e externos, permitindo um melhor

direcionamento no processo seletivo. Há também uma estrutura de RH voltada ao

gerenciamento da área, mas também às necessidades dos funcionários. Avaliações

mensais são realizadas e a cada trimestre é feita uma troca de informações entre

chefes e subordinados para que se adeque o perfil do funcionário às suas

aspirações dentro da empresa.

É feito o controle da jornada de trabalho de cada funcionário, através de

marcações eletrônicas de entrada e saída, gerando ao final de cada mês um

relatório que deve, além de espelhar a jornada efetivamente realizada, mostrar

autenticidade, sem possibilidade de emendas ou rasuras.

Os funcionários possuem participação nos lucros e resultados, integrada por

um representante indicado pelo sindicato da respectiva categoria, feito de acordo

com o nível da função do empregado. Não há substituição ou complementação de

remuneração. A participação dos lucros é feita de maneira separada.

A empresa trabalha com regime de banco de horas, antecipando horas de

trabalho ou com liberação de horário para reposição com trabalho oportunamente.

Duas horas excedentes são consideradas ao banco de horas e o superior hora

extra, pagos no fim do mês.

Entre os benefícios, o funcionário conta com plano de saúde pessoal e de

seus dependentes diretos, plano odontológico, plano de Previdência Privada, cesta

básica, restaurantes internos em algumas filiais, mais vale-alimentação. Quanto ao

transporte, a empresa oferece vale a todos os funcionários. A cada triênio, o

funcionário recebe um valor adicional ao seu salário, o aumento é feito com base no

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salário do funcionário, que varia em torno de 0,6%.

A DHL possui em Grêmio Recreativo, onde os funcionários participam de

concursos, promoções, prática de esportes e viagens, visando a motivação, bem

estar e integração dos funcionários de todo o país.

Todos os funcionários têm a oportunidade de participar de ações sociais

realizadas pela DHL com parcerias. Como exemplo temos a coleta seletiva de lixo e

o programa chamado Mesa Brasil, onde a DHL todos os dias fornece um motorista,

2 funcionários internos recrutados em regime de escala e um automóvel de sua frota

para, em parceria com o Sesc, realizar a coleta de alimentos e posterior entrega em

regiões carentes. A participação nesse projeto é opcional, qualquer colaborador,

seja ele terceiro, efetivo ou temporário, pode participar. No dia em que esses

funcionários participam, o dia é abonado, ou seja, é considerado um dia normal de

trabalho.

Há também o incentivo aos estudos. Para os funcionários que fazem

faculdade, a empresa paga até 50% da mensalidade, dependendo do curso. A DHL

também paga parte de cursos de línguas e pós-graduações, quando necessários ao

desempenho da função atual do funcionário.

11.1.4 Filiais

A DHL possui 73 escritórios em todo o Brasil, 43 prestadores de serviço e 17

agentes parceiros dedicados. Dentre as filiais próprias de armazenagem e

distribuição, possui ao todo 20, sendo 7 delas centros estratégicos de distribuição.

Essas 20 filiais são divididas por todo o Brasil, de acordo com o volume de cada

região.

Na região Norte do Brasil, há 2 filiais, uma na capital Manaus codificada-MAO,

no Amazonas e outra na capital do Pará, Belém - BEL. Elas são responsáveis pela

distribuição nas principais cidades da região, contando com parceiros para entregas

em locais mais afastados. A região não possui grande volume de movimentação,

havendo um destaque maior à Manaus e proximidades, pelo despacho de produtos

produzidos no pólo industrial, Zona Franca de Manaus.

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A região Nordeste é composta por 3 filiais nas cidades de Fortaleza - FOR,

Recife –REC e Salvador -SSA. Essas filiais atendem principalmente grandes

montadoras presentes na região, havendo maior destaque à filial de Salvador, pela

região de Camaçari. São atendidos os Estados de Ceará, Pernambuco, Sergipe,

Alagoas, Bahia, entre outros.

Brasília –BSB é a única filial a atender a Região Centro-oeste, devido ao

menor volume apresentado pelos três Estados que compõem a Região. Ela é

também um dos sete centros estratégicos de armazenagem, por estar na posição

central do país, servindo de ponto de ligação principalmente aos Estados do Norte

do Brasil.

A região Sudeste é a mais importante a ser atendida pela DHL. Nela se

concentram 8 filiais, sendo elas sediadas nas cidades de Belo Horizonte em Minas

Gerais - BHZ, Vitória no Espírito Santo - VIX, Rio de Janeiro - RIO, capital do Estado

e nas cidades de Franca - FRC, Campinas CPQ E VCP (esta última no aeroporto),

São Paulo – SAO (divididas na filial denominada GRU e CGH) e Santos - SSZ, no

Estado de São Paulo.

Dentre as 8, 4 são centros estratégicos de Armazenagem e Distribuição: Belo

Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo – Lapa e São Paulo – Barueri. Nessa região há

a maior movimentação de remessas e estão os maiores clientes da DHL. Outro

motivo para a importância reside no fato de que o hub da empresa é o aeroporto de

Viracopos e Guarulhos e os gateways Rio de Janeiro e Brasília.

A região Sul é representada por 5 filiais: Curitiba - CWB, Blumenau - BNU,

Joinville - JOI, Caxias do Sul – CXJ e Porto Alegre - POA. É a segunda região em

importância para a empresa, onde as filiais de Curitiba e Porto Alegre são também

Centros Estratégicos de Armazenagem e distribuição.

A figura 32 demonstra as filiais da DHL espalhadas pela área do país, com

destaque em amarelo as 5 filiais do Estado de São Paulo. A figura 33 mostra os sete

Centros Estratégicos de Armazenagem e Distribuição Expressa da DHL no país.

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Figura 32 – Filiais da DHL Express no Brasil Fonte: DHL, 2007

Figura 33 – Centros Estratégicos de Armazenagem e Distribuição da DHL Express Brasil Fonte: DHL, 2007

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11.1.5 Frota

No Brasil, a DHL conta com uma frota de cerca de 220 veículos, entre

automóveis, vans, motocicletas, caminhões para fazer a distribuição no país. Grande

parte da frota se concentra na região sudeste, onde há o maior fluxo da empresa.

Entre essa frota total estão contados automóveis, vans, motocicletas,

caminhões. Ainda há locais, como o centro da cidade, onde boa parte das rotas é

feita com bicicletas. A frota da empresa possui até 3 anos de idade, sempre sendo

renovada. Os veículos são rastreados por sistema GPS.

No mundo, a DHL conta com cerca de 17.000 veículos e 251 aviões

dedicados apenas a vôos internacionais, sem cobertura nacional. Há uma média de

714 vôos diários. No Brasil, os vôos são de Cias Aéreas, charter, ou recebimento de

aviões da frota internacional na importação. A empresa possui vários modelos de

carro, com diferentes capacidades para adequá-las as divisões de suas rotas.

A figura 34 demonstra algumas motocicletas da frota. Elas são utilizadas para

coletas de documentos e volumes mínimos, proporcionando mais agilidade, trazendo

mais economia e dedicando-as às rotas de curta e média distância. Entre os

modelos mais utilizados, estão as CG- 125 da marca Honda.

Figura 34 – Imagem da frota de motocicletas da DHL Fonte: DHL, 2007

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A figura 35 demonstra a cópia da descrição recebida pela DHL para os

Boeing 757 adquiridos pela DHL. No ano de 2000, a Boeing fez uma parceria com a

DHL onde 44 aeronaves foram transformadas em cargueiras tendo suas portas

adequadas ao tamanho solicitado pela empresa e toda estrutura necessária

modificada.

Figura 35 – Cópia de descrição de aquisição de Boeing 757 Fonte: DHL, 2007

A figura 36 demonstra dois modelos de veículos estacionados em frente às

docas do centro de distribuição. Todos os carros são pintados nas cores da

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empresa, amarela com o símbolo em vermelho. A DHL possui a maioria de seus

carros nos mesmos modelos em todos os países. Para pequenos volumes, a DHL

utiliza boa parte de seus carros no modelo Kangoo, da marca Renault. Dentre os

furgões, utiliza-se a Sprinter na maioria de suas filiais.

Para grandes distâncias, a Companhia também possui uma frota dedicada de

caminhões, muitos de parcerias como a multinacional Scania. A figura 37 mostra o

trânsito de caminhões DHL no gateway da empresa em Los Angeles,CA, Estados

Unidos.

Figura 36 – Modelos de veículos da DHL Fonte: DHL, 2007

Figura 37 – Trânsito de caminhões no gateway da DHL Express em Los Angeles Fonte: DHL, 2007

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11.1.6 Mercado Alvo

Entre os principais clientes da DHL Express estão aqueles que necessitam de

transporte de materiais, onde um dos pontos mais importantes a ser considerado é a

velocidade na entrega. Produtos peculiares como bens de alto valor agregado,

gêneros alimentícios, equipamentos eletrônicos, animais e plantas vivos e amostras

para teste como óleo e sangue, são movimentados pela empresa.

A companhia não restringe seu atendimento e prioridade apenas a empresas

de pequeno, médio ou grande porte, visa atender as três, adequando sua equipe

Comercial e de Vendas a esses nichos de mercado.

No market share (participação de mercado), a DHL é líder mundial em

entregas, perdendo para a Federal Express no Continente Americano. Nos Estados

Unidos, a DHL a 3ª maior empresa do ramo e na Europa é líder.

No Brasil, sua participação no mercado de entregas domésticas é pequena e

a empresa vem investindo largamente nesse setor. Atualmente 70% do setor é

dominado pelos Correios do Brasil, em segundo pela DHL, com uma participação

mínima de 1,5 % e em terceiro pela TNT, com 1,2 %. Para envios internacionais,

32,7% do mercado é dominado pela Fedex, seguido pela DHL, com 24,9 % de

participação.

As tabelas 13 e 14 mostram a participação das empresas do ramo de

entregas expressas no mercado brasileiro. A tabela 13 demonstra a divisão do

mercado de entregas nacionais e a tabela 14 mostra a divisão do mercado brasileiro

para envios internacionais.

Tabela 13 – Participação das empresas de entrega expressa no mercado doméstico Empresa Participação de mercado

Correios - Sedex 70,1% DHL 1,5% TNT 1,2%

Outros 27,2% Total 100,0%

Fonte: DHL, 2007

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Tabela 14 – Participação das empresas de entrega expressa no mercado brasileiro de envios internacionais Empresa Participação de mercado

Fedex 32,7% DHL 24,9%

Correios - Sedex 18,5% TNT 9,7% UPS 7,1%

Outros 7,1% Total 100,0%

Fonte: DHL, 2007

A partir de pesquisas constantes, a DHL vem investindo e adaptando seus

produtos para atender o mercado doméstico e hoje seu volume movimentado vem

crescendo, sendo a segunda colocada em movimentações no Brasil. Processos de

valor agregado também foram desenvolvidos e hoje estão sendo apresentados aos

clientes potenciais, que vem buscando a empresa para parcerias nos envios de

importação e exportação.

Outro fator importante é o foco em investimentos para Equipe de Vendas em

determinadas regiões do país. Entre maiores clientes existentes e potenciais, O

Estados de São Paulo é o local de maior investimento, seguido por Rio de Janeiro e

Minas Gerais, ainda na região Sudeste e Paraná e Rio Grande do Sul, na região Sul.

Através de estudos realizados entre o 2º trimestre de 2005 e o 2º trimestre de

2006, foram analisadas as indústrias com volume potencial para envio expresso e as

que apresentaram maior crescimento no país receberam destaque. A equipe de

Vendas é dividida para atender esses nichos. Existem equipes de vendedores

especializados na área de produtos de gráfica, outros para madeireiras, outros para

indústria do tabaco e assim por diante.

A tabela 15 apresenta um panorama das indústrias de grande crescimento do

país que tem potencial para envio de remessas expressas, do 2º trimestre de 2005

ao 2º trimestre de 2006.

A partir do panorama, os vendedores são separados por indústrias e regiões

do Brasil. No caso de eletroeletrônicos, por exemplo, as grandes empresas estão

situadas nas regiões norte, nordeste e sudeste. Essas empresas têm produtos de

alto valor agregado, que necessitam de processos visando à segurança no

transporte, há produção por pedidos e normalmente envolvimento de coletas e

entregas nas assistências técnicas. A partir daí, as equipes de Sales – Vendas de

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cada região oferece o serviço ao cliente de acordo com as necessidades e perfil do

mesmo e soluções de Logística são apresentadas em conjunto com o Depto.

Operacional para que se inicie o trabalho com o cliente.

Tabela 15 – Crescimento das Indústrias com potencial para envios expressos Indústria % de crescimento Tabaco 9,5 Máquinas e equipamentos 7,8 Indústria de Extração 6,4 Madeira 5,9 Plástico e borracha 4,5 couro e sapatos 4,4 Têxtil 4,1 Minerais não metálicos 3,9 Máquinas e equipamentos de elétrica 3,7 Outros manufaturados da indústria de transformação 2,5 Gráfica e Papel 1,2 Metalurgia 0,8 Produtos Metálicos, inclusive máquinas e equipamentos -0,7 Manufatura de veículos de transporte -1,9 Produtos Químicos -3,1 Vestuário -3,3 Alimentação e bebidas -4 Petróleo, combustíveis, álcool -7,5

Fonte: DHL, 2007

Na indústria moveleira, por exemplo, os grandes pólos produtores se

encontram nas regiões Sul e Sudeste. Os principais envios expressos que poderiam

ser feitos por empresas desse tipo seriam documentações em geral e de liberação

de navio, amostras de compensados, importações de moldes e exportações de

amostras de pequenos moldes. Os vendedores da região oferecem os produtos

adequados e após o fechamento do contrato se inicia a movimentação operacional.

A segmentação das empresas é feita através de seu faturamento e não do

volume transportado, isso porque não necessariamente as empresas que fazem o

maior número de envios, trazem o maior lucro para a empresa. Isso dependerá do

custo logístico empregado para a operação de cada empresa e do material que está

sendo transportado.

Os clientes são divididos em 3 segmentações chamadas:

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•AD Hoc – para clientes menores, esses são atendidos pela Equipe de

vendedores da Tele-Vendas – Tele-Sales

•Regulares – para os clientes com faturamento intermediário, possuem um

Executivo responsável pela sua conta, que prestará todo o suporte e

oferecerá o produto DHL adequado à sua empresa.

•Advantage – Maiores clientes DHL, além de um Executivo dedicado à sua

conta, possuem um Gerente da Conta para que se tenha todo o atendimento

especial que demanda a empresa.

A figura 38 apresenta a pirâmide de Segmentação dos clientes da DHL e os

serviços que são oferecidos segundo a divisão.

Figura 38 – Segmentação dos clientes DHL Fonte: DHL, 2007

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11.1.7 Serviços

De acordo com as necessidades de seus clientes e em busca de inovação

constante, a DHL conta atualmente com cerca de 16 serviços gerais, são eles:

serviço internacional de encomendas ou amostras, internacional de documentos,

doméstico de encomendas/ amostras/ documentos, domestic express document,

express document, Advantage, Jumbo Box, Jumbo Box Jr., Exportação Formal,

Importação Formal, Import Express, Hot Shipment, Thermo Box, NovExpress,

DozExpress e Logística Reversa.

Além desses, a DHL dispõe de uma equipe de especialistas em

desenvolvimento de serviços especiais, que criam soluções de acordo com o escopo

apresentado pelo cliente para desenvolvimento do projeto.

Serviço Internacional de Encomendas ou Amostras (WPX): serviço de

transporte internacional porta a porta, de encomendas e amostras até US$5.000,00,

sem valor comercial e com liberação simplificada. A DHL oferece assessoria na

preparação dos documentos de exportação requeridos no destino.

Serviço Internacional de Documentos (DOX): é o transporte internacional de

documentos porta a porta. Como documentos encaixam-se qualquer mensagem,

texto, informação ou dado de natureza comercial, bancária, jurídica, de imprensa, de

seguro ou semelhante, sem valor comercial para fins de imposição de tributos

aduaneiros, registrado em papéis ou em meio físico magnético, eletromagnético ou

ótico, exceto software.

Serviço Doméstico de Encomendas, Amostras ou Documentos (DMX): serviço

de transporte nacional de documentos e amostras (DMX), porta a porta, com

estrutura própria, atendendo a mais de 1200 cidades brasileiras com notificação de

entrega e a mesma qualidade do serviço internacional.

Domestic Express Document (DED): é o serviço de transporte nacional de

documentos até 250g – atendimento no balcão. Exclusivo para pessoas físicas e

com preço fixo para qualquer lugar do país. Basta o cliente ir até uma loja DHL e

solicitar o serviço.

Express Document (EXD) : o mesmo serviço DED na versão internacional, ou

seja, transporte nacional de documentos até 250g – atendimento no balcão.

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Exclusivo para pessoas físicas e com preço fixo para qualquer lugar do mundo.

Advantage (OVN): remessa de documentos em 24h para as principais

cidades do Continente Americano, e em 48h para a Europa. Atende em tempo

reduzido as principais cidades do globo, trazendo um serviço diferenciado ao

alcance de todos.

Jumbo Box (JBW ou JBI): é um serviço fornecido através de uma caixa

reforçada exclusiva da DHL, para remessas internacionais de amostras,

encomendas ou documentos, de 25 a 50 kg, tendo frete cobrado com taxa única,

independente do peso.

Jumbo Box Jr. (JJW ou JJI): o mesmo serviço JBW, mas para encomendas,

amostras ou documentos de 10 a 20 kg, com caixa também reforçada e exclusiva,

com frete também reduzido e único, independente do peso da caixa.

Exportação Formal (WXF): serviço de transporte internacional, porta a porta,

para remessas outbound- saindo do país - com qualquer valor comercial. Permite

fechamento de câmbio. Pode ser feita a liberação através de DSE - Declaração

Simplificada de Exportação, onde não necessita de credenciamento com

despachante, ou através de RE - Registro de Exportação.

Importação Formal (WIF): complemento do serviço de transporte

internacional, porta a porta, para remessas (in-bound) entrando no país com

qualquer valor declarado, superior ao permitido pela Legislação Courier. É o serviço

de liberação formal (através de um despachante credenciado), que permite

fechamento de câmbio, mantendo, entretanto, a característica do serviço porta-a-

porta.

Import Express (IMP): uma única conta com cobertura mundial. É um serviço

que operacionaliza todas as etapas da importação desde a coleta no

exportador/fornecedor até a entrega no seu destino final. Permite que o custo de

transporte da remessa bem como despesas com impostos sejam faturados para um

cliente localizado em um país diferente da origem da remessa. Facilita o

planejamento e controle do fluxo de materiais.

Hot Shipment (HOT): serviço personalizado, executado de acordo com a

necessidade imediata do cliente. A DHL envia um funcionário acompanhando a

remessa em todo seu trajeto e a entrega pessoalmente ao destinatário no horário

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combinado.

Thermo Box (TBX): produto especialmente desenvolvido para transporte de

produtos perecíveis e amostras biológicas. Há uma caixa especial para envio que

conserva por 4 dias a uma temperatura entre -5ºC e -20ºC.

NovExpress (TDD9): serviço de entregas nacionais com hora marcada, a

entrega ocorre até 9:00h do dia seguinte, com notificação de entrega e garantia do

dinheiro de volta, no caso do não cumprimento do horário.

DozExpress (TDD12): serviço idêntico ao TDD9, de entregas nacionais com

hora marcada, a entrega ocorre até 12:00h do dia seguinte, com notificação de

entrega e garantia do dinheiro de volta, no caso do não cumprimento do horário.

Logística Reversa (NT4): entrega vinculada a uma coleta específica. O

mensageiro entrega uma remessa na condição de poder coletar outra no

destinatário e trazer de volta ao remetente. Muito utilizado em empresas de materiais

eletrônicos, onde a DHL coleta o material ok no fabricante, entrega para o

destinatário e traz de volta o defeituoso para o remetente – fabricante.

Ferramentas

A DHL também oferece ferramentas para auxiliar preparação de

documentações, agendamento de coletas, controle interno de envios,

rastreamentos. São sistemas desenvolvidos por equipes de Tecnologia da

Informação que visam trazer a idéia da facilidade em processos de logística e

transportes. Os três maiores sistemas são E-billing, DHL Connect e EasyShip.

O E-billing é uma ferramenta que disponibiliza informações financeiras da

DHL para os clientes, permitindo total controle dos envios e melhor gerenciamento

de suas contas, ajudando a otimizar o dia-a-dia, economizando tempo por meio da

tecnologia.

O sistema disponibiliza informações sobre faturas, conhecimentos aéreos,

pagamentos efetuados/pendentes e boletos bancários. Traz acesso on-line às

informações das faturas, exportação de dados para o sistema financeiro ou ERP´s,

impressão de boleto bancário, acesso às imagens dos AWBs, acesso às imagens

dos documentos que acompanham as remessas e informações sobre os

pagamentos em aberto.

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A figura 39 demonstra uma cópia da tela do sistema, onde se verifica o layout

do sistema, com algumas das opções disponíveis.

Figura 39 – Sistema DHL E-billing Fonte: DHL, 2007

O DHL Connect é um sistema de processamento de remessas baseado em

Windows e que opera através da internet. Permite solicitar coletas e materiais de

envio eletronicamente,

gerenciar os envios, rastrear as remessas on-line e imprimir conhecimentos

aéreos em laser. Ele permite um gerenciamento dos envios e histórico completo,

processa envios on-line através da internet, prepara AWB, documentação de

alfândega e relatórios padrão. Envia e-mail de pré-alertas para o destinatário, faz

rastreamento pelo número do AWB, número de referência ou data. Possui também

informações eletrônicas atualizadas do diretório de serviços e áreas atendidas da

DHL.

A figura 40 demonstra a cópia de uma das telas do sistema DHL Connect.

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Figura 40 – DHL Connect Fonte: DHL, 2007

Easyship é um sistema que promove uma ligação direta da sua empresa com a rede

DHL. É um software para grandes volumes que automatiza os processos do dia a

dia, além de ser simples de usar, traz diversos benefícios para a empresa.

Dentre suas principais funções, ele processa, rastreia e imprime informações

do envio; prepara a documentação alfandegária relevante e lembra de itens

freqüentemente exportados; envia um pré-alerta avisando o destinatário que a

remessa já está seguindo; armazena dados de diferentes destinatários; importa e

exporta os endereços dos destinatários e informações sobre as remessas; cria

relatórios gerenciais de perfil das remessas e gastos; checa preço de envios para

todos os destinos DHL; imprime recibo do envio para o remetente e mantém

informações das remessas inbound - que estão chegando ao Brasil.

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11.2 Apagão Aéreo x DHL Express

De acordo com a frota analisada anteriormente, sabe-se que a DHL Express

Brasil possui uma grande quantidade de automóveis para o despacho terrestre,

utilizando-os para coletas, encaminhamento aos aeroportos e entregas. A

movimentação aérea da empresa é realizada principalmente através de vôos

comerciais, ou seja de Cias. Aéreas de passageiros que disponibilizam espaços

disponíveis de suas aeronaves para o transporte de carga. O restante segue em

vôos charter e em companhias de aviões cargueiros. A frota mundial de aviões DHL

opera entre hubs da empresa e não exclusivamente para um país, sendo assim o

Brasil não conta diretamente com essa frota.

A figura 41 demonstra a distribuição feita entre 3 grandes hubs da empresa:

Viracopos – VCP, Bruxellas – BRU e Cincinatti – CVG.

Figura 41 – Hubs mundiais da DHL Fonte: DHL, 2007

O trânsito do Brasil para Cincinatti, por exemplo, é realizado por um vôo

comercial até o Gateway da empresa em Miami – MIA, normalmente feito pela Cia.

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Aérea American Airlines. De Miami, a empresa aí sim utiliza um avião próprio para a

transferência da carga para Cincinatti.

Desde 2003 a Companhia vem notando o afogamento das empresas aéreas

de vôos comerciais, principalmente com a falência da Vasp e Transbrasil, fazendo

com que as novas Cias. Aéreas que surgiram tivessem que absorver a malha aérea

dessas extintas.

O período mais grave aconteceu com a crise da Varig, onde ficou claro que

apenas duas empresas de transporte de passageiros estavam absorvendo a maioria

do fluxo de passageiros e cargas do setor, respectivamente TAM e Gol Linhas

Aéreas.

A tabela 16 mostra o tempo de trânsito nacional dias úteis que a DHL tem que

cumprir de acordo com a região de coleta e entrega.

Tabela 16 – Tempo de trânsito nacional da DHL

DESTINO

TEMPO DE TRÂNSITO

Sudeste Sul Nordeste Centro Oeste Norte

Capital Interior Capital Interior Capital Interior Capital Interior Capital Interior

OR

IGE

M

Sudeste Capital 1 1 1 2 2 3 1 3 2 4 Interior 1 2 1 2 2 3 1 3 2 4

Sul Capital 1 1 1 2 2 3 1 3 2 4 Interior 2 3 2 3 3 4 2 4 3 4

Nordeste Capital 2 2 2 3 4 5 4 5 4 5 Interior 3 3 3 4 4 5 3 5 4 5

C. Oeste Capital 1 2 1 3 4 5 4 5 4 5 Interior 3 3 3 4 5 5 4 5 4 5

Norte

Capital 2 2 2 3 3 4 3 4 3 5

Interior 3 4 3 4 5 5 4 5 4 5 Fonte: DHL, 2007

Como o serviço oferecido pela empresa é expresso, o processo Logístico é

feito sem tempo de folga, as movimentações são feitas com o aproveitamento

máximo do tempo disponível, para a entrega em tempo mínimo. Por exemplo, um

material coletado em Brasília tem apenas 1 dia útil para ser direcionado ao aeroporto

da cidade, ser consolidado a outras cargas, seguir para o hub de São Paulo e ser

entregue no endereço solicitado dentro deste prazo.

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Além disso, há a questão do horário de pedido de coleta do cliente - cut-off. O

cut-off é o horário máximo que o cliente pode ligar em determinada região para pedir

a coleta de um material. Nas capitais, o cliente pode ligar até 18:00h ou 19:00h,

dependendo do local, para que a remessa seja coletada no mesmo dia e entregue

dentro tempo de trânsito.

Como exemplo, um cliente que liga às 10:00h da manhã da capital de São

Paulo para solicitar uma coleta de um material que deve ser entregue na capital do

Rio de Janeiro, tem seu material entregue no mesmo dia que um cliente que liga no

mesmo dia e do mesmo local, mas às 18:00h para pedir uma entrega no mesmo

lugar. Isso acontece porque todas as remessas que são coletadas no dia são

encaminhadas ao centro de distribuição e só são processadas normalmente à noite

e de madrugada. Há uma diferença de 8 horas no tempo de pedido de cada cliente,

porém apenas 1 dia útil nos dois casos para se realizar a entrega.

Em virtude do caos aéreo, principalmente no período do final do ano de 2006

e 2007, os impactos para a empresa ocorreram nesta época. Cargas principalmente

para as filiais da empresa em Caxias do Sul, Porto Alegre, Salvador e Vitória foram

os principais afetados, por grandes atrasos nesses aeroportos de destino e falta de

vôos disponíveis. Isso gerou um atraso no tempo de entrega da maioria das

remessas.

Além disso, remessas de operações especiais de entrega (serviços logísticos

especiais) também foram afetadas, pois muitas vezes há materiais que necessitam

ser despachados para longas distâncias no mesmo dia. Serviços como o TDD-9 e

TDD-12, de entrega no dia seguinte às 09:00h e 12:00h respectivamente, também

tiveram que ser cancelados devido aos problemas com a malha aérea.

11.2.1 Plano de contingência

Diante do ocorrido, algumas principais ações foram tomadas pela empresa

para que num primeiro momento os atrasos fossem minimizados e posteriormente

as operações voltassem à normalidade do tempo de trânsito.

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11.2.2 Evitar horários de pico

Conforme mencionado anteriormente, toda a operação de embarque da DHL

Express era realizada no período noturno e de madrugada. Com o caos aéreo, os

horários de maior movimento foram ainda mais sobrecarregados. Por conta disso, foi

reduzido o cut-off da maioria das regiões, para que as cargas pudessem chegar

mais cedo aos centros de distribuição, sendo despachados em vôos nos períodos

mais calmos. Os horários de 18:00h às 23:00h e 5:00h às 8:00h foram evitados para

se realizar embarques de materiais dos clientes.

11.2.3 Utilização do modal rodoviário

Foi utilizado o modal rodoviário no lugar do aéreo para distâncias entre 500 e

1000 km. Entre esse intervalo de distância, há uma relação de tempo de trânsito e

custo viável para a empresa. Para distâncias superiores a 1000 km., a opção

rodoviária não se torna viável diante do tempo de viagem ser muito longo e o custo

que se tem para esse deslocamento, sendo ainda mais viável a opção aérea. Foi

adotada a opção terrestre principalmente nos deslocamentos às cidades de Brasília,

Goiânia, Uberlândia, Belo Horizonte, Vitória, Rio de Janeiro, Salvador, entre outras.

11.2.4 Acréscimo no tempo de trânsito

Para algumas regiões, o tempo de trânsito de entrega teve que ser alterado

temporariamente. Houve alteração no serviço, com acréscimo no tempo de trânsito

de algumas regiões. Essa foi a prática de mercado das empresas do ramo, diante do

ocorrido.

Uma das variáveis para esse tipo de ação é que o serviço de entrega

expressa proposto pela empresa não é feito em sua totalidade, gerando a

possibilidade de perda de clientes para um novo tipo de concorrência. Empresas de

entregas rodoviárias acabam por oferecer um mesmo serviço com tempo de trânsito

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similar ao das empresas de entrega expressa, por um preço bem mais em conta.

11.2.5 Utilização da malha cargueira

Aumentou-se a utilização de serviços de empresas cargueiras como

Skymater,Beta Cargo e Absa. O problema de se utilizar estas empresas, é que elas

necessitam de 100% de aproveitamento de suas aeronaves, voando normalmente

apenas uma vez, com uma oferta menor de horários. Sendo assim, a utilização de

malha cargueira era feita quando houvesse horários de vôos que se adequassem à

operação.

11.2.6 Renegociação com Cias. Aéreas

Como uma readequação para que se mantenham os clientes é interesse tanto

da empresa de transporte, como da Companhia Aérea que tem a DHL como seu

cliente, buscou-se uma negociação contínua com as Cias. Aéreas quando às tarifas

diferenciadas em horários de menor pico, que fosse providenciada também uma

maior estrutura de caminhões, pessoal e equipamentos, para que o

encaminhamento das cargas dos aviões aos armazéns e vice-versa fosse realizado

mais rapidamente, ganhando-se tempo para a continuação do serviço e

compensação parcial nos atrasos ocorridos.

11.2.7 Charter – Aluguel de avião exclusivo

Para algumas rotas onde a distância era superior a 1000 km e a opção aérea

estava muito escassa, foi aumentada a utilização de vôos com aeronaves alugadas.

O aluguel de um avião é algo que gera um custo altíssimo, que precisa ser suprido

com um grande volume de cargas para que se torne economicamente viável. Essa

opção foi utilizada em casos onde valia a relação custo-benefício.

De acordo com as principais ações mencionadas acima, cada região do país

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teve sua operação readequada de acordo com elas e sendo normalizadas em

alguns períodos em que não houve atrasos consideráveis nos aeroportos.

• Região Norte do país

Os aeroportos da região não foram afetados, apenas alguns vôos com

origens em outro estado com destino ao local chegaram atrasados. Como o tempo

de trânsito ao local é de no mínimo 2 dias úteis, a equipe operacional está

trabalhando com aumento de pessoal para receber a carga, fazer o manuseio na

pista e o despacho à filial de entrega mais rapidamente.

• Região Nordeste

Os vôos com destino a Salvador, foram alterados, optando-se pela utilização

do modal rodoviário. As remessas com saídas de Salvador e de outras cidades da

Região, já estavam tendo previsão de impactos com possíveis atrasos nas entregas.

• Região Sudeste

Para a cidade de Vitória e região próxima, foi decidido que todas as remessas

que chegarem ao local (inbound) serão feitas ainda pelo modal aéreo e as remessas

que saírem para outros locais (outbound) continuarão sendo feitas também por

aeronaves, sendo usado o modal rodoviário quando necessário. No caso da

aplicação do modal rodoviário, o cut-off terá de ser reduzido. Para os demais

Estados não houve alterações, pois não foram impactados com o apagão.

• Região Sul

Para os Estados do Paraná e Santa Catarina não houve impactos para a

operação, sendo assim não foi necessária alteração no processo padrão. Para

Blumenau e região próxima foi feita a troca para o modal rodoviário, havendo perda

de duas horas no cut-off de coletas.

Para o Rio Grande do Sul houve a adoção de charter, ou seja, vôo fretado

exclusivo para a DHL, havendo a previsão de possíveis atrasos por conta de mau

tempo, manutenção da aeronave, entre outros fatores.

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11.2.8 O caso de Porto Alegre

Uma das cidades mais afetadas com a questão do Apagão Aéreo foi a cidade

de Porto Alegre. A cidade está há uma distância de mais de 1.000 km da cidade de

São Paulo, seu aeroporto enfrenta grandes atrasos em vôos e a opção rodoviária

não traria benefícios por conta do tempo de movimentação que o modal rodoviário

leva até lá e do custo envolvido no processo.

Diante da situação e do volume considerável que a empresa possui para esta

cidade e para Caxias do Sul, no mesmo Estado, os analistas desenvolveram uma

estratégia logística para suprir a região.

Desde de julho de 2007 a DHL Express vem realizando uma parceria com a

empresa Jad Táxi Aéreo. Foi solicitada uma operação charter, a Jad fornece uma

aeronave de pequeno porte modelo caravan para que sejam feitas as rotas aéreas

São Paulo – Porto Alegre – São Paulo.

A aeronave possui uma capacidade de carga de 1,5 toneladas, com

dimensões de porta: 1,2m x 1,2m, sendo disponibilizada para vôos durante toda a

semana, de segunda à sexta-feira.

Para os embarques de São Paulo a Porto Alegre, as cargas coletadas durante

todo o dia saem do Centro de Distribuição da filial DHL da Lapa, São Paulo até as

04:00h do dia seguinte com destino ao aeroporto da cidade de Jundiaí. Chegam em

Jundiaí por volta das 04:40h para serem processadas e a aeronave decolar por volta

das 05:00h. Às 08:00h o avião chega a Porto Alegre e a carga é entregue para a

filial por volta das 08:30h para que seja feito o sorting e encaminhamento para

entrega na região.

Nos embarques de Porto Alegre para São Paulo, as cargas coletadas em

Porto Alegre, Caxias do Sul e região são encaminhadas ao aeroporto de Porto

Alegre no mesmo dia, até as 21:00h e o avião decola às 21:30h. A aeronave pousa

em Jundiaí 00:30h, a carga é entregue para a DHL 00:50h , chegando ao Centro de

Distribuição da Lapa à 01:20h para que seja feita a separação e encaminhamento

para as rotas de entrega.

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12 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Neste trabalho foram realizadas diversas análises sobre o Setor de Transporte de Aéreo de Cargas do Brasil, desde os primórdios da Avião, seus conceitos, regulamentos, estruturas e processos, à Logística aplicada, seu panorama atual e Estudo de Caso na área.

Desde o início da Aviação, existe a necessidade de se transportar carga por via aérea. Face às dimensões/ distância dos países, as necessidades geradas pela evolução da economia, curto prazo de entrega, entre outros fatores, houve o surgimento de empresas totalmente dedicadas ao transporte de cargas por aeronaves.

Para que o fluxo do manuseio de carga exista de ponta a ponta, os agentes de carga são necessários e desempenham um papel fundamental. Verifica-se que a velocidade ligada a esse modal está diretamente relacionada à estas equipes de suporte no pré-decolagem e pós-pouso, pois elas realizam o manuseio e ações necessárias, ocasionam redução no lead time. Sendo assim, são uma opção estratégica na Logística envolvida.

Ainda neste processo, as aeronaves também geram impactos; suas configurações influenciam na capacidade de a carga a ser transportada e suas estruturas necessitam estar adaptadas aos seus portos recebedores/ aeroportos e vice e versa.

Outra premissa é a de que, diferente da maioria dos países, o Brasil possui o Controle de sua Aviação predominantemente militar, tornando o processo de movimentação aérea mais burocrático e menos voltado à uma de suas maiores necessidades: a questão comercial. A criação da ANAC visou a conversão do Setor à uma direção mais civil, porém, a falta de conhecimento técnico de seus dirigentes, dentre outros fatores, impactou negativamente no controle da Agência.

Outros fatores ligados à regulamentação também remontam à desestruturação da Aviação brasileira. Face as Leis que se sobrepõem e delimitam ao mesmo tempo as funções similares à órgãos diferentes, as questões que surgem e devem ser resolvidas, não tem o direcionamento feito de forma ágil e correta. Constatou-se ainda com esta análise que o setor do país passa por um momento de crise e necessidade de reestruturação, falta de Gerenciamento pois houve a subestimação do aumento de tráfego aéreo por parte das autoridades, autorização de linhas aéreas em quantidade superior à capacidade, inoperância do Ministério responsável, deficiências técnicas, de equipamentos e uma conseqüente insatisfação dos profissionais ligados à área, em particular os Controladores de vôo, fazendo com que o caos fosse instaurado.

Havendo a inserção de novos processos de estratégia em Logística e maiores investimentos em reestruturação e ações, este quadro pode ser melhorado. A questão da gestão está entre os principais focos. Verificou-se a necessidade de profissionalização da gestão e da criação de planos estratégicos de melhoria para o Setor de Aviação.

A liberação ao mercado estrangeiro pode trazer maior competitividade e uma

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maior e melhor oferta de vôos no Brasil. A burocracia é outro ponto que afeta diretamente este modal, por conta da necessidade de revisão da Legislação a ele aplicada.

A Intermodalidade aparece como grande aliada, com uma possível união do modal aéreo ao rodoviário e, principalmente, ao menos saturado – modal ferroviário. Este último pode ser utilizado neste contexto através de trens expressos ligando os principais aeroportos e pontos da cidade, trazendo rapidez e continuidade ao serviço prestado pelo Transporte Aéreo. Além disso, outro fator importante é o da qualidade dos equipamentos e materiais técnicos utilizados na Aviação, pois estão atrelados à segurança e eficiência do Setor.

Através do Estudo de Caso, pôde-se verificar a importância da aplicação de conceitos Logísticos diante do cenário atual da Aviação do país, para que se reduzam os impactos dos problemas vividos no setor. Foi possível constatar que a utilização de algumas estratégias de Intermodalidade, opções de horários alternativos de despachos, escolhas de aeronaves adequadas a cada situação renogociação com Cias. Aéreas, entre outras medidas, minimizam os impactos da crise, sem se deixar de lado o foco na relação custo x qualidade.

Com a aplicação da Logística , a reestruturação do cenário atual da Aviação, medidas de médio e longo prazo, aumento da capacidade de aeroportos e aviões e com a Tecnologia que sempre sempre é aplicada e acompanha o setor, vê-se o Transporte Aéreo como o modal do futuro.

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