estudo de caso da ciclovia na avenida brasil na cidade … · 2019-08-02 · sistema de bicicletas...
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ESTUDO DE CASO DA CICLOVIA NA AVENIDA BRASIL NA
CIDADE DE MARINGÁ-PR DO TRECHO ENTRE AS AVENIDAS
PARANÁ E SÃO- PAULO
Vânia Lucia Viero da Cruz1
Marcela Albuquerque2
RESUMO
A mobilidade urbana é um fator muito importante para o desenvolvimento das
cidades, a utilização de veículos motorizados incentivam os deslocamentos
pelo modo menos eficiente, sustentável e saudável. A ciclovia é uma alternativa
viária de transporte utilizado por veículo não motorizado “bicicleta”, que
promove a qualidade de vida para as populações urbanas. Seu sucesso
depende da implantação de uma infraestrutura eficiente que resolva o
problema da mobilidade urbana das cidades. O projeto tem objetivo de fazer
uma Avaliação Pós Ocupação (APO) na ciclovia na Avenida Brasil, na cidade
de Maringá-PR. O levantamento será do trecho compreendido entre as
Avenida Paraná e a Avenida São Paulo, principal eixo de comércio da cidade.
Verificamos com a aplicação do questionário que o nível de satisfação
resultante dos usuários foi positivo.
PALAVRAS-CHAVE: Ciclovia; mobilidade urbana, cidade sustentável,
avaliação pós-ocupação.
1 Acadêmica do curso de Arquitetura e Urbanismo da UNIFAMMA. Programa de Bolsas de
Iniciação Científica. 2 Orientadora e docente do Curso de Arquitetura e Urbanismo da UNIFAMMA.
INTRODUÇÃO
Este projeto trata da Avaliação Pós Ocupação (APO) da ciclovia na
Avenida Brasil, na cidade de Maringá-PR. O levantamento será do trecho
compreendido entre a Avenida Paraná e a Avenida São Paulo, principal eixo de
comércio da cidade.
A mobilidade urbana é a condição criada para que as pessoas possam
se locomover, segundo Neri (2012,p.20), os deslocamentos podem ser por
“modos não motorizados (a pé, bicicletas ou animais) ou motorizados
(automóveis, motocicletas, ônibus, trens, dentre outros).”
A Europa, os Países Baixos e a França são referências na implantação
de soluções que valorizam o ambiente urbano e melhoram a qualidade das
cidades. Os projetos de mobilidade procuram desestimular o uso do carro e,
dessa forma, proporcionar as pessoas uma alternativa sustentável e
ambientalmente correta.
Nesses países, a ciclovia é adotada como uma solução para a
mobilidade urbana sustentável. Em Amsterdam, 20% dos deslocamentos são
feitos por bicicletas; Paris proporcionou à população o sistema de aluguel de
bicicletas, Bogotá, na Colômbia, possui um sistema referenciado por
especialistas e as ciclovias são integradas com terminais de transporte coletivo.
Segundo Gomes, Oliveira e Loureiro (2005, p.1), nas últimas décadas,
inúmeras cidades brasileiras vêm experimentando uma intensa urbanização e
um aumento na aquisição de automóveis gerando com isso,
congestionamentos, decréscimo na qualidade de vida e aumento de acidentes.
Para eles:
Uma das soluções para este problema seria a implantação de uma política de transporte sustentável que assegurasse uma melhor integração das políticas de transportes e uso do solo, com a implantação de sistemas de transportes não motorizados (STNM) que ofereçam uma melhor qualidade de vida e mobilidade para a população urbana.
Em Maringá, a lei complementar nº. 632/2006, Plano Diretor de Maringá,
estabelece no:
Artigo 25 – A mobilidade urbana será garantida por meio do Plano de
Sistema Viário e Transportes, articulado com as diretrizes de uso e
ocupação do solo, que deverá:
I - priorizar acessibilidade cidadã sobre o transporte motorizado,
privilegiando pedestres, ciclistas, pessoas com deficiência e mobilidade
reduzida;
VIII - incentivar o transporte cicloviário;
Segundo dados do Detran 2017, Maringá possui cerca de 310.208
veículos sendo 171.863 automóveis. Estudos realizados pelo Observatório das
Metrópoles (UEM), em 2010, mostram que o crescimento no número de
veículos em Maringá é quase cinco vezes maior do que o crescimento da
população.
Esse fator tem um ponto estrutural do próprio espaço urbano que vem
do aumento de uso do transporte individual motorizado, os carros, que tem um
crescimento vertiginoso e a malha urbana das cidades não tem suportado
tamanha demanda (OLIVEIRA, ; OLIVEIRA, 2014, p.198).
O crescimento do número de automóveis tem provocado problemas
urbanos como: poluição, perda do espaço urbano, uso inadequado dos
recursos energéticos, insuficiência de acesso e falta de estacionamentos,
exigência de constantes ampliações do sistema viário para acomodação da
demanda crescente.
A ciclovia é uma alternativa viária de transporte utilizado por veiculo não
motorizado “bicicleta”, que promove a qualidade de vida para as populações
urbanas. Define-se ciclovia o espaço destinado à circulação de bicicletas,
separado da pista de rolamento por canteiro com cerca de 20 cm de desnível,
geralmente mais elevada que a via para veículos motorizados (NERI 2004,
apud PIRES, 2008).
As principais vantagens são proteção ao ciclista, a diminuição dos
acidentes e a maior fluidez, evitando conflitos em congestionamentos e o
ponto negativo, apontado por ele, é o conflito nas interseções entre as
avenidas principalmente com as que possuem semáforos.
JUSTIFICATIVA
A mobilidade urbana precisa acompanhar o crescimento das cidades, a
ciclovia é uma alternativa que está sendo implantada em inúmeras cidades
brasileiras.
A utilização da bicicleta como meio de locomoção promove uma redução
da quantidade de veículos em circulação e consequentemente a redução dos
resíduos e gases poluentes emitidos pelos demais meios de locomoção e uma
diminuição da poluição visual das grandes cidades (MONTEIRO; CAMPO,
2011).
Além dos fatores já citados que influenciam o uso da bicicleta, Neri
(2012, p.23) acrescenta os benefícios pessoais com a saúde, redução de
acidentes, maior mobilidade, maior interação social, lazer e custo acessível a
todas as classes sociais.
Algumas empresas que motivam a utilização da bicicleta como meio de
transporte, beneficiam-se com uma melhor produtividade, para elas os ciclistas
possuem melhor preparo físico e psicológico (COMISSÃO EUROPEIA, 2002).
Segundo estudo realizado por Oliveira, Rocha e Oliveira (2014, p.209),
Maringá possui grande potencial para o uso da bicicleta como meio de
transporte, principalmente devido ao alto número de carros na cidade, pela sua
topografia plana.
Assim, enquanto objetivo geral, este trabalho visa investigar a percepção
que os usuários têm sobre a ciclovia, identificar vantagens e desvantagens e a
situação de um trecho da ciclovia na Avenida Brasil do trajeto da Avenida
Paraná até a Avenida São Paulo. Enquanto objetivos específicos, o intuito é
estudar questões referentes ao uso de bicicletas como meio de transporte;
pesquisar referências de cidades que implantaram as ciclovias para entender
como se dá a implantação e aspectos decorrentes dela; observar aspecto
da estrutura física da ciclovia; Identificar como ocorre o uso da ciclovia da
Avenida Brasil, em Maringá, bem como investigar a satisfação dos
usuários com a após a implantação ciclovia.
Em seguida, apresentam-se as referências norteadoras para o trabalho.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A crescente urbanização das cidades brasileiras contribui para o
aumento na aquisição de automóveis. Desde a década de 50, com JK, o
automóvel era considerado o motor do progresso nacional, significava uma
espécie de passaporte para a modernidade. A dependência do automóvel
observada nas cidades contemporâneas é produto das ideias de
descentralização presentes nas premissas do planejamento regional,
construídas na primeira metade do século XX (IPEA, 2015).
Como consequência, ocorre cada vez mais congestionamentos
principalmente no horário de pico, ou seja, o horário de maior movimento numa
determinada via, num determinado horário; dia e num determinado ponto, além
do aumento de emissão de gases poluentes e a poluição sonora.
A utilização de transportes não motorizados apresentam inúmeras
vantagens:
É um modo de transportes que não emite gases poluentes, não utiliza nenhum recurso natural não renovável, é uma atividade saudável, não exige grandes áreas para estacionamento, tem um baixo custo de aquisição e manutenção, e preserva os espaços públicos (GOMES; LOUREIRO, 2005,p.01).
O sucesso nas políticas públicas de incentivo ao uso da bicicleta no
Brasil deverá estar diretamente relacionado com os melhoramentos previstos
na infraestrutura do setor que, em muitas cidades brasileiras, ainda pode ser
considerado precário.
Os tipos de vias cicláveis são basicamente três:
- Ciclovias: são vias para uso exclusivo de bicicletas, totalmente
segregadas de outras vias que lhe são adjacentes. Em teoria, devem ter alta
prioridade de passagem do ciclista em relação aos demais modos de
transporte (exceto em cruzamentos com vias de pedestres). Pode ser de
sentido único (unidirecional) ou nos dois sentidos (bidirecional) e devem ser
implantadas em ruas de maior movimento.
- Ciclofaixas: são porções de outras vias que são determinadas para
uso exclusivo de bicicletas. Elas também podem compartilhar o espaço com
um passeio de pedestres, skatistas e outros usuários.
- Vias de uso misto: o ciclista compartilha o uso de vias preexistentes
para tráfego motorizado ou de pedestres, sem que lhe seja atribuído prioridade
ou espaço exclusivo para sua circulação.
Segundo o Instituto de Energia e Meio Ambiente-OSCIP (2010, p.34),
atualmente, mais da metade dos municípios brasileiros com população superior
a 60 mil habitantes oferece alguma infraestrutura cicloviária. As grandes
cidades têm adotado, em sua maioria, a implantação de ciclovias e as cidades
com cerca de 100 mil a 250 mil habitantes são as que possuem maior extensão
de malha cicloviária, o que demonstra o potencial da bicicleta
independentemente do tamanho da cidade.
Um exemplo de implantação de ciclovia que ocorreu em Sorocaba-SP,
segundo Junior (2015), começou em 2006 com apenas 7 quilômetros, no inÍcio,
o objetivo foi criar um espaço destinado a promover a atividade física e
melhorar a qualidade de vida da população. Mas, em 2008, a ampliação das
ciclovias e a ligação das existentes buscou tornar menor o tempo de transporte
entre as residências e o trabalho, para isso, foram construídos também 50
paraciclos que instalados em locais estratégicos com intuito de facilitar a
integração entre as ciclovias e os demais sistemas de transportes.
Figura 1-Ciclovia Sorocaba/SP
Ciclovia Av. Ipanema Zona Norte.SP Ciclovia Sorocaba/SP Fonte: Marcelo Almirante 16/11/11 Fonte: TV TEM
Em São Paulo, até 2007 havia apenas 30 km de ciclovias, dos quais 20
km estavam dentro de parques, ou seja, não eram parte da estrutura de
mobilidade Em junho de 2014, a prefeitura do município de São Paulo aprovou
o Projeto Ciclovia SP 400 km (CET-SP, 2014), visando à implementação de
400 km de infraestrutura cicloviária em todas as regiões da cidade de modo a
estabelecer conectividade com as demais modais de transporte, equipamentos
públicos de lazer e serviço, além de polos geradores de emprego e cultura
(AUGUSTO, 2016).
Figura 2-Ciclovia e Projeto São Paulo/SP
Ciclovia Rio Pinheiros/Estação Olímpica Projeto Sampa 400 km e Cidade Universitária.São Paulo Fonte: CET-Cia Engenharia Tráfego
Foto: Vanderlei Torroni/2012 2014.
Em 2012, Curibiba-PR já estava com cerca de 120 km de malha
cicloviária, sendo considerada a segunda maior em extensão no país, grande
parte das vias foram planejada para ciclistas que utilizam a bicicleta como lazer
e não para usuários que dependem desse meio de transporte para se deslocar
até o trabalho (RAUL, 2012).
Figura 3-Ciclovia Curitiba/PR
Ciclovia Parque Barigui-Curitiba/PR Ciclovia Curitiba/PR Fonte: www.tripadvisor. com.br Fonte:URBS
O autor cita também que, no Rio de Janeiro, em 2011, já estava com
235 km distribuídos entre ciclovia, ciclofaixas, faixas compartilhadas e um
sistema de Bicicletas Públicas denominado SAMBA (Solução Alternativa para a
Mobilidade por Bicicletas de Aluguel), são 19 estações espalhadas por
Copacabana, Ipanema, Leblon, Leme, Lagoa e Humaitá o projeto tem como
premissas a valorização da bicicleta como meio de transporte e não apenas
para lazer, buscando a facilidade, a versatilidade e a alta rotatividade de
utilização para pequenos percursos.
Figura 4- Ciclovia Rio Janeiro/RJ
Ciclovia Leme/Leblon Projeto SAMBA Foto: HipólitoPereira/2008 Fonte:Roberto Couto. 24/03/11
E, por fim, Porto Alegre-RS, em 2011, terminou o seu Plano Cicloviário,
prevendo uma meta de 495 quilômetros de extensão de ciclovias e ciclofaixas e
medidas que incluem sinalização, educação no trânsito e campanhas para
promoção de uso de bicicleta (RAU,p.62).
Figura 5-Ciclovia Porto Alegre/RS
Ciclovia Porto Alegre/RS Fonte: http://obairrista.com
METODOLOGIA
Para o desenvolvimento do estudo de caso, foi realizada uma breve
revisão da literatura de alguns autores que abordam o tema. Fora observado in
loco a área de estudo que compreende num trecho específico da avenida
Brasil, com a Avenida Paraná, até a Avenida São Paulo. O levantamento físico
foi registrado por meio de fotografias e anotações.
A Avaliação pós- ocupação (APO) é um conjunto de métodos e técnicas
aplicado em ambientes construídos e, em uso, que leva em consideração o
ponto de vista dos especialistas, buscando realizar uma avaliação técnica do
ambiente através de normas e recomendações de órgãos oficiais, mas também
leva em consideração o ponto de vista do usuário, com o qual busca aferir seus
níveis de satisfação (RAU, 2012). A condução do estudo foi realizado em forma
de entrevista aleatória, por meio de questionários aplicados in loco realizados
com os ciclistas que ali trafegavam.
RESULTADOS
Para este trabalho, foi realizada a aplicação de questionários aos
“usuários” da ciclovia no trecho estudado. O questionário é composto pelos
seguintes itens: idade, sexo, escolaridade, questões que avaliam a estrutura,
quanto ao piso, sinalização e segurança, questões que abordam o motivo de se
usar a ciclovia, o tempo do trajeto, o respeito à ciclovia, os benefícios, a sua
importância e se a ciclovia valorizou sua cidade.
As abordagens foram de pouca receptividade por parte dos ciclistas,
devido à interrupção da viagem, a pressa e ao próprio questionário. A
solicitação de assinatura para o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
(documento que comprova a autorização de uso dos dados dos respondentes
nas pesquisas que envolvem pessoas) causava desconfiança nos
respondentes, levando-os muitas vezes a não participar da pesquisa, mas a
assinatura e ciência de tal documento se constituem fundamental quanto aos
encaminhamentos para a condução ética em pesquisa A aplicação do
questionário foi realizada nos dias e horários aleatórios com 10 pessoas,
devido ao prazo para finalizar a pesquisa. A faixa etária ficou entre 24 e 55
anos.
Figura 6: Sexo dos Ciclistas
Com relação à Escolaridade, 8 participantes tem nível superior completo
e 2 nível fundamental de ensino. Quanto ao principal meio de transporte dos
entrevistados, 5 são carro e 5 bicicleta e todos utilizam a bicicleta no lugar do
automóvel.
Sexo
Masculino Feminino
Figura 7- Principal Meio de Transporte.
A bicicleta se constitui como a mais utilizada para lazer, sendo resposta
de 4 entrevistados, 3 utilizam para locomoção ao trabalho, 2 entrevistados
usam para compras e 1 para prática esporte.
Quando perguntado sobre frequência de utilização, verificamos que 4
raramente utilizam a ciclovia do trecho estudado, 3 utilizam semanalmente e 2
mensalmente e 2 diariamente. O tempo de utilização ficou entre 10 a 15
minutos com 5 dos entrevistados, 1 de 05 a 10 minutos e 3 para 15 a 30
minutos e 1 para mais de 30 minutos.
Principal meio de transporte
Carro Bicicleta
Figura 8- Tempo Transporte.
Quando perguntado sobre a estrutura da ciclovia na Avenida Brasil, o
piso foi considerado bom, segundo 7 entrevistados, de aprovação contra 3
entrevistados acham regular, a segurança foi considera ruim com 5 votos,
regular com 3 votos e 1 voto considerou precário e 1 voto considerou a
ciclovia segura.
Figura 9 - Ciclovia Maringá/PISO
A sinalização também foi considerada ruim com 5 votos e 4 votos
consideraram ruim e apenas 1 voto considerou boa. Quando perguntado se a
ciclovia incentiva o uso das bicicletas, 8 votos disserem sim contra 2 que
disseram não.
Tempo Minutos
05 a 10 10 a 15 15 a 30 Mais 30
Figura 10- Ciclovia Maringá/PR
a)Sinalização Horizontal b)Sinalização Vertical Fonte: Arquivo acadêmica Fonte: Arquivo acadêmica
Foi perguntado quanto ao respeito à ciclovia, verificamos que os ciclistas
consideram com 6 votos que os pedestres as vezes respeitam a ciclovia e 4
consideram que nunca respeitam, infelizmente, a ciclovia é considerada por
muitos pedestres como pista de caminhada. Sobre os motoqueiros, 7
entrevistados consideram que muitas vezes eles respeitam a ciclovia e 2
consideram que eles sempre respeitam e 1 acha que nunca respeitam. Sobre
os motoristas, os 5 entrevistados acham que às vezes respeitam, 2 acham
raramente respeitam, 2 muitas vezes respeitam e 1 acha que nunca respeitam.
E, por fim, quando perguntado se os ciclistas respeitam os pedestres, 6
responderam que respeitam, 3 às vezes e 1 nunca respeita os pedestres.
Todos os entrevistados consideram que a bicicleta traz benefícios para
sua vida e a importância pelo qual se utiliza a bicicleta em ordem crescente é
saúde, lazer, mais rápido, ambientalmente correto e último mais barato,
podemos concluir que os entrevistados não levam em conta o custo financeiro,
mas sim sua saúde e o lazer.
Tabela 1- Importância da utilização Ciclovia
Fonte: Acadêmica
O fator que mais contribui para a utilização da ciclovia é a segurança,
resposta de 5 entrevistados, a infraestrutura é a opinião de 3 entrevistados e,
para 2 ciclistas, as ciclovias mais arborizadas é o fator principal para sua
utilização.
Quando perguntado se consideram a ampliação ciclovia importante para
a cidade, 8 entrevistados consideram muito importante e 2 importante.
E o motivo que não colabora pra o uso da bicicleta, 5 entrevistados
acham que a estrutura é o principal fator , 3 acham que é o acidente e 2
responderam clima.
Entrevistados 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Saude 1 3 1 2 2 1 1 2 4 1
Lazer 2 4 3 4 5 3 2 5 3 3
Ambientalmente 4 2 4 1 3 5 3 4 2 2 Mais rapido e prático 3 1 2 3 1 4 5 3 1 4
Mais barato 5 5 5 5 4 2 4 1 5 5
Figura 11 – Motivo não usar bicicleta
Fonte: Arquivo acadêmica
E, por fim, a maioria dos entrevistados, ou seja, 9 consideram que a
ciclovia da avenida Brasil do trecho estudado valorizou a cidade.
A implantação da ciclovia é uma iniciativa positiva da cidade que deve
ser continuada. Com o estudo, verificou que a sua utilização é restrita a uma
minoria de ciclistas que a utilizam, não existe um padrão de usuários, sua
utilização é aleatória e para diversos fins.
A falta de conectividade que existe no trecho estudado com as demais
ruas e avenidas que a cruzam, a falta de um projeto de incentivo de uso de
bicicleta e a falta de conexão com outro tipo de transporte, a falta de
segurança, a falta de estacionamentos seguro para que a bicicleta ali
permaneça, acabam inibindo o seu uso que é agraciado pela topografia plana
do trecho.
Recomenda-se melhoria na sua estrutura, principalmente, manutenção
da sinalização horizontal com pinturas com tinta reflexiva, mais placas de
Motivo não usar bicicleta.
Estrutura Acidente Clima
sinalização vertical, principalmente, nos cruzamentos com as avenidas, onde
só tem a sinalização horizontal e esta bem invisível.
Além disso, há a necessidade de colocação de postes inteligentes na
própria ciclovia, criação de projetos que divulguem e incentivem a ciclovia e da
sua importância, criação de bicicletários cobertos e mais seguros. Interação da
ciclovia com demais tipos de transporte, mais fiscalização no trecho para
garantir uma maior segurança.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O transporte por meio do uso de bicicleta está cada vez mais utilizado
pelas cidades brasileiras. O custo de que uma ciclovia gera é menor quando
comparada com o custo de uma via destinada a automóveis e quando ocorre a
sua implantação ocorre também a revitalização de espaços públicos, ocorre a
diminuição de veículos nas ruas e como consequência melhora o fluxo e o
índice de poluição sonora, atmosférica e visual.
Como foi citada, a implantação de ciclovias nas cidades brasileiras
inicia-se em pequena proporção, no início, a finalidade é promover o bem estar
e o lazer dos ciclistas, mas com o tempo e sua ampliação busca promover a
mobilidade urbana sustentável das cidades.
A ciclovia atualmente é considerada como uma alternativa de transporte
que traz consigo inúmeros benefícios, promove saúde aos ciclistas, contribui
ao meio ambiente pelo fato de ser um transporte “limpo” que não emite
poluentes na atmosfera, melhora o fluxo viário no sentido de diminuir o fluxo de
veículos, promove a elaboração de projetos de mobilidade urbana sustentável,
transforma a paisagem das cidades.
O artigo alcançou o objetivo de investigar a satisfação dos usuários, o
questionário aplicado e a revisão bibliográfica permitiram traçar um panorama
geral da ciclovia, quais os condicionantes para seu uso e quais os pontos
positivos e negativos das vias. Assim, concluímos que os ciclistas consideram
a ciclovia muito importante para a cidade.
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