estudo das queixas auditivas e nÃo-auditivas em ...arquivo.fmu.br/prodisc/fono/gcss.pdf · às...

61
CENTRO UNIVERSITÁRIO DAS FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS – FMU CURSO DE FONOAUDIOLOGIA ESTUDO DAS QUEIXAS AUDITIVAS E NÃO-AUDITIVAS EM TRABALHADORES DA CONSTRUÇÃO CIVIL Joyce Araujo de Barros Georgea C. S. Sandins São Paulo 2008

Upload: others

Post on 30-Apr-2020

3 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

CENTRO UNIVERSITÁRIO DAS FACULDADES

METROPOLITANAS UNIDAS – FMU

CURSO DE FONOAUDIOLOGIA

ESTUDO DAS QUEIXAS AUDITIVAS E NÃO-AUDITIVAS EM TRABALHADORES DA CONSTRUÇÃO CIVIL

Joyce Araujo de Barros

Georgea C. S. Sandins

São Paulo

2008

CENTRO UNIVERSITÁRIO DAS FACULDADES

METROPOLITANAS UNIDAS – FMU

CURSO DE FONOAUDIOLOGIA

ESTUDO DAS QUEIXAS AUDITIVAS E NÃO-AUDITIVAS EM TRABALHADORES DA CONSTRUÇÃO CIVIL

Joyce A. Barros

Georgea C. S. Sandins

Trabalho de Conclusão de Curso

apresentado como critério de avaliação

parcial para a conclusão do Curso de

Fonoaudiologia do Centro Universitário

das Faculdades Metropolitanas Unidas.

Orientadora: Profª Ms. Adriana Pontin

Garcia

São Paulo

2008

BARROS, JOYCE ARAUJO SANDINS, GEORGEA C. SALES Estudo das queixas auditivas e não-auditivas em trabalhadores da Construção Civil./ Joyce Araujo de Barros; Georgea C. Sales Sandins – São Paulo/SP, 2008. X, 61p. Trabalho de Conclusão de Curso – Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas – FMU. Curso de Fonoaudiologia. Unitermos: efeitos do ruído, exposição ocupacional.

Joyce Araujo de Barros

Georgea C. S. Sandins

ESTUDO DAS QUEIXAS AUDITIVAS E NÃO-AUDITIVAS EM TRABALHADORES DA CONSTRUÇÃO CIVIL

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado

como critério de avaliação parcial para a

conclusão do Curso de Fonoaudiologia do Centro

Universitário das Faculdades Metropolitanas

Unidas. Sob orientação de

Profª. Adriana Pontin Garcia.

Defendido e aprovado em 27 de novembro de

2008 pela banca examinadora constituída pelas:

Profª. Ms. Adriana Pontin Garcia

Profª. Dra. Marisa Sacaloski

Profª. Dra. Maria Lucy Fraga Tedesco

Fga. Ms. Andrea Manso

“Audição predadora, onde a unidade da obra e a

coerência do mundo se desfazem em nome de um gozo

instintivo meu. Uma satisfação que nada tem a ver com a

música que estou ouvindo, apenas com o fragmento que

ela faz passar e me toca o sistema nervoso, no meu

labirinto, algo que eu projeto no futuro, a música que eu vou

fazer com esse produto sampleado.”

Arthur Omar

SUMÁRIO p.

Dedicatória....................................................................................................................III

Agradecimentos Especiais ...........................................................................................IV

Agradecimentos.............................................................................................................V

Lista de Gráficos...........................................................................................................VII

Lista de Tabelas.......................................................................................................... VIII

Resumo.........................................................................................................................IX

Abstract.........................................................................................................................X

Introdução.....................................................................................................................01

Literatura.......................................................................................................................04

Método..........................................................................................................................15

Resultado......................................................................................................................19

Discussão......................................................................................................................29

Conclusão......................................................................................................................34

Referências Bibliográficas.............................................................................................36

Anexo............................................................................................................................. i

Aos nossos pais Luis Carlos de Barros e Ester

Aparecida Araujo, Jorge Bento Sandins e Marcia

Sales Sandins, por todo amor e dedicação.

Joyce Araujo de Barros e Georgea C. S.

Sandins

Agradecimentos Especiais

À Profª Ms. Adriana Garcia Pontin, pela orientação,

paciência e incentivo.

A Coordenadora do curso de fonoaudiologia FMU

Profª Dra. Maria Lucy Fraga Tedesco, pelo exemplo

de profissional e de pessoa.

À Profª Dra. Marisa Sacaloski, pela amizade, troca de

experiências e participação neste projeto.

A Fga Ms. Marianni Christina Moreira Costa, pela

troca de experiências e pelos aconselhamentos;

Joyce Araujo de Barros e

Georgea Carolina S. Sandins

Agradecimentos

Poder agradecer é uma dádiva, que demonstra humildade. Sinal de que as pessoas

maravilhosas estão nas nossas vidas e outras, que já passaram, foram tão especiais

que deixaram marcas eternas que o tempo não apaga, pois deixaram um pouco delas

em nós.

Deixo o meu agradecimento nesta obra:

Ao meu pai, Luis Calos de Barros, que me ensinou o verdadeiro sentido da

honestidade e determinação;

À minha mãe, Ester Aparecida Araujo, que me ensinou o verdadeiro sentido da

bondade e do amor;

Aos meus irmãos Clayton Luis Miguel e Daniele Araujo de Barros que me ensinaram o

verdadeiro sentido da responsabilidade e união e aos meus afilhados pela paciência e

compreensão as minhas ausências.

Agradeço, ainda:

Aos meus professores da FMU, por terem sido excelentes formadores, por terem me

mostrado o que é fonoaudiologia séria e de qualidade. E por terem me ensinado o

valor do amor pela a profissão e a responsabilidade durante atuação.

Aos meus colegas do VIII semestre do curso de fonoaudiologia do ano de 2008 em

especial à Flávia Carrijo, Julianne Grecco, Michelle Xavier Assunção, Mônica Hachul,

Rodolfo Martinez Hernandez e Tahnne H. Hirota pela ajuda nas dúvidas, amizade e

paciência mesmo nos momentos mais difíceis.

Enfim, agradeço a todos que me apoiaram e incentivaram na execução desta obra.

Joyce Araujo de Barros

Agradecimentos

Deixo meu agradecimento nessa obra:

Aos meus pais, Jorge Bento Sandins e Marcia Sales Sandins, que me ensinaram a

viver com dignidade, humildade, respeito e honestidade;

que passaram a mim e aos meus irmãos o verdadeiro amor, o conceito de família,

união e harmonia;

e o mais importante, por terem acreditado em mim, e não terem deixado eu desistir

desse objetivo que esta sendo concluído.

Aos meus irmãos, Alan Mauricio Sales Sandins e Ellen Fernanda Sales Sandins, que

apesar dos desentendimentos, termos vivido sempre com amor, união e harmonia;

Ao Marcos, pela compreensão e paciência durante essa jornada;

Agradeço ainda:

Aos meus professores da FMU, por terem me feito amar e respeitar ainda mais a

fonoaudiologia;

Aos meus colegas do VIII semestre do curso de fonoaudiologia do ano de 2008,

em especial ao “G2”, Flavia Carrijo, Joyce Araujo de Barros,Juliane Grecco,

Michele Xavier Assunção,Rodolfo Martinez Hernandez e Tahnne H. Hirota.

Georgea Carolina Sales Sandins

LISTA DE GRÁFICOS p.

Gráfico1. Caracterização da população estudada segundo a profissão na qual

trabalham.................................................................................................................... 20

Gráfico 2. Distribuição dos trabalhadores que fazem uso de protetor auricular........ 24

Gráfico 3. Distribuição da população estudada quanto aos hábitos e antecedentes

auditivos...................................................................................................................... 25

Gráfico 4. Distribuição dos indivíduos em relação a questão: ouve bem.................. 25

Gráfico 5. Distribuição dos indivíduos quanto à presença de otalgia.......................... 26

Gráfico 6. Dsitribuição dos individuos quanto à presença de zumbido...................... 26

Gráfico 7. Distribuição dos indivíduos quanto à presença de tontura........................ 27

Gráfico 8. Distribuição da população estudada quanto às queixas não –

auditivas..................................................................................................................... 27

Gráfico 9. Distribuição da população estudada quanto aos hábitos de ingestão de

álcool e fumo............................................................................................................. 28

LISTA DE TABELAS

p.

Tabela 1. Caracterização da amostra estudada segundo a idade e ocupação............ 16

Tabela 2. Distribuição dos indivíduos segundo as profissões..................................... 20

Tabela 3. Análise descritiva completa para idade e horas de trabalho....................... 21

Tabela 4. Distribuição percentual das respostas dos indivíduos para o questionário,

quanto aos aspectos auditivos.................................................................................... 21

Tabela 5. Distribuição percentual das respostas dos indivíduos para o questionário,

quanto aos aspectos não - auditivos........................................................................... 23

RESUMO A construção civil, uma área de trabalho em ascensão na cidade de São Paulo,

apresenta ruídos variados, tanto quanto à freqüência quanto à intensidade, que podem

causar alterações auditivas, psicológicas e fisiológicas nos indivíduos expostos a ele.

Diante disso, surgiu o interesse em pesquisar as queixas auditivas e não auditivas

decorrentes da exposição a ruídos em trabalhadores da construção civil. Sendo assim,

o objetivo do presente estudo foi verificar as queixas auditivas e não-auditivas de

trabalhadores da construção civil expostos a ruído. Os dados foram coletados entre

julho e setembro de 2008, na Cidade de São Paulo, Estado de São Paulo, Brasil,

contemplando 64 trabalhadores da construção civil, com idades que variaram entre 18

e 66 anos. Os trabalhadores da obra, como engenheiros, carpinteiros, serralheiros,

pedreiros, serventes e mestres de obras, foram submetidos a uma entrevista. Obteve-

se baixa prevalência dos achados auditivos como, zumbido (3,17%), otalgia (4,76%),

perda auditiva (11,12%), boa compreensão de fala (100%), antecedentes familiares de

problema auditivo (4,76%), tontura (3,17%); E baixo índice, também, dos achados não-

auditivos, como hipertensão (14,28%), dores de cabeça (11,11%), depressão (4,76%),

insônia (7,93%). Os indivíduos não ficam expostos a ruídos não ocupacionais, além

disso, fazem uso do protetor auricular. Os achados ressaltam a importância do

investimento em Assessorias fonoaudiológicas, visando à promoção de conservação

auditiva particularmente voltada para o controle do ruído ocupacional e prevenção e

intervenção na evolução das queixas auditivas e não auditivas geradas pela exposição

ao mesmo, visando à manutenção da saúde auditiva e à diminuição dos sintomas

associados.

ABSTRACT The construction work, a very high developing activity in the city of São Paulo,

presents important level of noise, in frequency and intensity of sounds, which could

affect the workers as physically and psychologically. Due to this fact, we have been

interested in searching the complains of those who are working in the construction field.

The data now exposed by this presentation were obtained among construction workers

between July and September 2008 in São Paulo, Brazil, collecting information of 64

men, with age varying between 18 and 66 years old.

The workers like engeneers, supervisors, carpenters, masons, plumbers, electricians

and others gave oral information to us working sites.

We have had low incident of tinnitus (3,17%), otalgia ( 4,76% ), auditive losses

(11,12%), dizziness (3,17%), familial antecedents (4,76%) and also low incidents of

non-auditive diagnosis as blood hypertension, distress, headaches, psychological

depression, insomnia. The workers generally have auditive relaxes out of their

construction sites and always individual protection.

The findings strongly demonstrate the importance of investments on audiological

advisory which manages auditive health by the control maintenance of noise production

by machinery and uses the follow-up of medical surveillance over the working

environment, all these aiming the welfare and auditive health of people working in the

construction business.

INTRODUÇÃO

Sabe - se que, o ruído ocupacional em grande intensidade, é causador de

alterações orgânicas, psicológicas e emocionais. Além disso, o mesmo é considerado

fator etiológico de alterações auditivas.

O ruído é um tipo de som que provoca efeitos nocivos no ser humano, sendo

uma sensação auditiva desagradável que interfere na percepção do som desejado. A

perda induzida pelo ruído é uma patologia cumulativa e insidiosa, que cresce ao longo

dos anos de exposição ao ruído associado ao ambiente de trabalho. A perda auditiva

induzida pelo ruído é uma doença de caráter irreversível e de evolução progressiva

passível totalmente de prevenção. (ARAÚJO, ADAD, 2002)

Vilela (2008) descreveu que os sons dentro da faixa de 0 a 90 decibéis (dB)

apresentam principalmente efeitos psicológicos no homem. Entre 90 e 120 dB, além

dos efeitos psicológicos podem ocorrer efeitos fisiológicos, alterando temporária ou

definitivamente a fisiologia normal do organismo. Nessa intensidade de som os

ambientes são considerados insalubres.

Além disso, a autora relata que os sons repentinos (mesmo de intensidade

reduzida) produzem uma reação de sobressalto e a complexa resposta do organismo

a uma ocasião de emergência: a pressão arterial e a pulsação disparam e os músculos

se contraem. Os sons acima de 120 dB podem causar alguns efeitos físicos sobre as

pessoas, como vibrações dentro da cabeça, dor aguda no ouvido médio, perda de

equilíbrio, náuseas e alterações na visão, devido à vibração, por ressonância, do globo

ocular.

Agentes físicos como ruído, calor, vibrações, pressões e radiações e agentes

químicos como fumo, poeira, gases, vapores são alguns dos estressores ambientais

encontrados em vários locais de trabalho. Os estressores organizacionais são fatores

relacionados à organização do trabalho como, por exemplo, turnos, ritmo e ergonomia,

ou seja, a relação do trabalhador com suas tarefas. Eles alteram o funcionamento de

todo o organismo e o sono, aumentam a sensibilidade aos agentes

estressores ambientais e, conseqüentemente, aumentam o risco de acidentes de

trabalho. Combinados, esses estressores podem ter uma série de efeitos sobre a

saúde e bem-estar dos trabalhadores. (FERNANDES; MORATA, 2002)

Sabe-se que os trabalhadores expostos a este risco queixam-se de perda

auditiva e zumbido, e de vários outros sintomas como cefaléia, nervosismo, problemas

de estômago. A vibração também é um agente de risco ocupacional que, por sua

complexidade e dificuldade na identificação da mesma e de seus efeitos sobre o

homem, ainda merece ser estudada. (FERNANDES; MORATA, 2002)

No Brasil, o Ministério do Trabalho aprovou em 1978 a portaria 3214, referente

às normas regulamentadoras (NR) do capítulo V, título II, da Consolidação das Leis do

Trabalho, relativas à segurança e à medicina do trabalho. Essa legislação tem por

objetivo garantir a preservação da saúde dos trabalhadores, bem como identificar os

riscos ocupacionais, para que sejam tomadas medidas preventivas de modo

sistemático e contínuo.

Portanto, o objetivo do presente estudo foi verificar as queixas auditivas e não-

auditivas de trabalhadores da construção civil expostos a ruído.

LITERATURA

O Ministério da Previdência e Assistência Social a partir da norma técnica para

avaliação da incapacidade – PAIR (1998) descreve que o diagnóstico de PAIR de

origem ocupacional depende da representação típica nos audiogramas e da

comprovação da existência de exposição ao ruído no ambiente de trabalho,

considerando-se sempre a intensidade e a característica desse agente, assim como o

modo de exposição.

O Comitê Nacional de Ruído e Conservação Auditiva (1999) recomendou que a

anamnese deve valorizar a queixa da perda auditiva, a dificuldade de compreender a

fala em ambientes ruidosos, o desconforto para sons intensos e a presença de

zumbido.

Melnicik (2000) descreveu o ruído como a causa de várias alterações como, por

exemplo, aborrecimentos, ineficiência durante o trabalho, alterações fisiológicas,

cardíacas e distúrbios psicológicos nos indivíduos que trabalhavam na indústria.

Relatou ainda que entre os efeitos auditivos encontrava-se a dificuldade na

comunicação oral, já que o ruído de fundo provoca mascaramento, e a perda auditiva.

Portanto, podem ocorrer efeitos auditivos e extra-auditivos sendo que estes dependem

da suscetibilidade individual de cada um.

Ibañes et al. (2001) Descreveram que a exposição pode ser atual, determinando

a progressão de uma perda auditiva, ou pode ter ocorrido no passado, até na infância,

e explicar achados audiométricos que não se justificam pela exposição profissional do

indivíduo, sendo comum entre os trabalhadores a utilização de armas de fogo, seja na

caça, seja por prática de tiro ao alvo. Ainda, os mesmo relataram que tal exposição

pode provocar sintomas auditivos como zumbido, algiacusia, otalgia e vertigens, e os

sintomas não auditivos como os distúrbios da comunicação, do sono, digestivos,

vestibulares, neurológicos e comportamentais.

Almeida et al. (2001) referiram que, além da exposição a ruído intenso no

ambiente de trabalho, existe também a exposição não ocupacional que é caracterizada

pelo uso de armas de fogo, serviço militar, exposições ao ruído relacionadas a música,

oficinas caseiras e atividades de lazer que envolvam motores, como os de barco e de

carro por exemplo. Os mesmo descreveram, ainda, que a exposição ao ruído pode

provocar sintomas auditivos, como zumbido, algiacusia, otalgia e vertigens, e os

sintomas não auditivos como os distúrbios da comunicação, do sono, digestivos,

vestibulares, neurológicos e comportamentais.

Leme (2001) realizou avaliação audiométrica em 61 trabalhadores do Hospital

do Servidor Público Estadual "Francisco Morato de Oliveira" do IAMSPE, expostos a

ruído habitual no seu ambiente de trabalho. Foram selecionadas as áreas de:

laboratório clínico, marcenaria, mecânica, serralheria e telefonia. A análise dos

resultados obtidos mostrou perda auditiva superior à esperada, nas freqüências 250,

500, 1000, 2000, 4000, 6000 e 8000 Hz, na faixa etária analisada.

Souza et al. (2001) desenvolveram um estudo transversal, com componente

retrospectivo, buscando analisar a exposição ocupacional a ruído como possível fator

de risco para a hipertensão arterial entre 775 trabalhadores de uma área de perfuração

de petróleo. Considerou-se hipertensos os trabalhadores com pressão sangüínea

140/90mmHg. Os autores verificaram associação positiva entre exposição ocupacional

a ruído e hipertensão arterial evidenciada, usando-se tanto nível/duração de exposição

a ruído, quanto diagnóstico de PAIR como indicadores de exposição. Os

pesquisadores concluíram que considerados os limites do estudo, exposição

ocupacional prolongada a ruído parece ser um fator de risco para a hipertensão

arterial.

Lacerda et al. (2001) pesquisaram as queixas auditivas e orgânicas dos

professores de ginástica e avaliaram os níveis de pressão sonora (NPS) produzidos

nas aulas de ginástica com música. Foram estudados 32 professores de ginástica que

responderam a um questionário com questões referentes às queixas relacionadas aos

NPS. As queixas mais freqüentes foram: zumbidos (24%), sensação de ouvido

tampado (15%) e baixa concentração (15%).

Zannin et al. (2002) desenvolveram um estudo da reação da população de

Curitiba-PR ao ruído ambiental. Os dados foram coletados por meio de questionários

distribuídos aleatoriamente a moradores da cidade. Os autores observaram que as

principais reações ao ruído foram: irritabilidade (58%), baixa concentração (42%),

insônia (20%) e dores de cabeça (20%).

Fernandes; Morata (2002) desenvolveram um estudo com dois grupos de

trabalhadores de uma empresa de conservação e limpeza de vias públicas da região

metropolitana de Curitiba, que trabalhavam expostos a ruído e vibração. Para a

realização do estudo foi feita uma entrevista com o uso de um questionário elaborado

pelas autoras a fim de levantar as principais queixas destes indivíduos. As autoras

concluíram que os indivíduos apresentaram um maior número de queixas referentes a:

cefaléia, tontura, problemas de coluna, problemas de sono, hipertensão, ansiedade,

nervosismo, desatenção, formigamento e enfraquecimento dos dedos, zumbido e

problemas de visão.

Araujo (2002) realizou um estudo com 187 trabalhadores de uma indústria

metalúrgica na cidade de Goiânia, expostos a níveis de pressão sonora acima de 85

dB. Foi realizada a audiometria tonal liminar e entrevista para identificar e quantificar

as alterações sugestivas de PAIR e os principais sintomas que esses trabalhadores

apresentavam. A autora encontrou 21 % de exames sugestivos de PAIR e as queixas

auditivas mais freqüentes foram dificuldades de compreensão da fala (12%),

hipoacusia (7%), tinitus (13%), plenitude auricular (4%), otorréia (6%) e tontura (12%).

Além disso, observou que 85% dos trabalhadores referiram o uso de Equipamentos de

Proteção Individual (EPI), tipo abafador auditivo. A autora concluiu que existe uma

relação entre as perdas auditivas segundo resultados das audiometrias e os sintomas

auditivos apresentados pelos trabalhadores.

Andrade et al. (2002) realizaram uma avaliação auditiva em músicos de frevo e

maracatu, na cidade de Olinda no Estado de Pernambuco, foi realizada a medição dos

níveis de pressão sonora, aos quais os músicos ficavam expostos durante os ensaios

ou apresentações, e aplicação de questionários para caracterização do grupo em

relação a estilo musical, hábitos auditivos, queixas apresentadas pelos músicos, entre

outros. Os autores encontraram níveis de pressão sonora de 117 dB (A) no grupo de

frevo e 119 dB (A) no grupo de maracatu e as queixas apresentadas pelos grupos

foram tontura e zumbido e os hábitos auditivos extras ocupacionais mais citados foram

freqüentar discotecas e uso de Walkman. Os exames audiométricos, encontraram

alteração de 47,37% no grupo de frevo e 16,13 % no grupo de maracatu.

Corrêa Filho et al. (2002) verificaram a prevalência de perda auditiva induzida

por ruído e hipertensão arterial em 108 condutores de ônibus da cidade de Campinas,

no Estado de São Paulo. A pesquisa demonstrou que 32,7% dos condutores tiveram

diagnóstico de PAIR, 75% relataram nunca ter tido otite, 72,1% referiram ter zumbido,

53,8% já fizeram uso de arma de fogo e 13,2% apresentaram hipertensão arterial. Não

foi encontrada relação estatisticamente significante entre hipertensão arterial e os

níveis de exposição.

Marchiori et al. (2002) Fizeram uma análise comparativa entre as queixas

auditivas apresentas por um grupo de 36 policiais do 5º Batalhão de Polícia Militar

do Paraná, e os níveis de pressão sonora a qual estes indivíduos estavam

expostos. Foi realizada a medição dos níveis de pressão sonora do ambiente de

trabalho e aplicação de questionário para levantamento das queixas auditivas e

extra-auditivas. Foi encontrado pelos autores níveis de pressão sonora acima

de 100 dBNA e entre as queixas apresentadas pelos policiais se destacaram o

zumbido (13) e a plenitude auricular (110.

Teixeira et al.(2003) realizaram um estudo com trabalhadores expostos a ruído

e inseticida do distrito sanitário de Vitória de Santo Antão no Estado de Pernambuco,

estes relatam que as queixas apresentadas pelos trabalhadores foram irritação nos

olhos (54,1%), dor de cabeça (44%), tonturas (35,7%), náuseas e torpor (16,3%), e

20,4% dos indivíduos afirmaram terem sofrido intoxicação, dificuldades em

compreender o que falam (46%), dificuldade em lembrar alguns fatos (43%),

dificuldade de manter a atenção (24%) e zumbido (24%).

As Normas Regulamentadoras são vinte e nove e dispõem, de uma maneira

geral, sobre serviços especializados em engenharia de segurança e em medicina do

trabalho (NR 4 -SESMT), comissão interna de prevenção de acidentes (NR 5 - CIPA),

equipamentos de proteção individual (NR 6 - EPI), programas de controle médico de

saúde ocupacional (NR 7 - PCMSO) e de prevenção de riscos ambientais (NR 9 -

PPRA), atividades e operações insalubres (NR 15) ou perigosas, atividades

específicas como trabalhos a céu aberto ou subterrâneos, com explosivos, etc., bem

como sobre fiscalização e penalidades. (CAVALLI, MORATA, MARQUES, 2004)

Harger et al. (2004) avaliaram a prevalência de perdas auditivas, bem como sua

classificação quanto ao grau e tipo, em trabalhadores do setor de produção de

marmorarias no DF (Distrito Federal). Os trabalhadores foram submetidos à

meatoscopia e audiometria de triagem (via aérea), sendo que aqueles com exames

alterados fizeram uma audiometria tonal via aérea/óssea e logoaudiometria, em

audiômetro modelo AD28, Interacoustics.

Foram avaliados 152 trabalhadores com mediana e moda de 30 anos e média de

tempo de exposição ocupacional ao ruído de 8,3 anos ± 6,8. Das audiometrias

avaliadas, 48% apresentaram algum tipo de perda auditiva. Dentre os alterados, 50%

apresentaram audiogramas compatíveis com perda auditiva induzida pelo ruído (PAIR)

e 41% com início de PAIR. Entre os trabalhadores com PAIR, 57,1% apresentaram

alteração bilateral, 17,1% em orelha direita e 25,7% em orelha esquerda. Entre

aqueles com início de PAIR, 13,9% foram bilaterais, 19,4% em orelha direita e 66,7%

em orelha esquerda.

Concluiu-se que a prevalência de dano auditivo foi de 48% da amostra avaliada, com

maior grau de perda auditiva na freqüência de 6000 Hz, tendo sido esta a primeira a

ser atingida, particularmente em orelha esquerda.

Murta et al. (2004) compararam o perfil audiométrico de Operadores de Tráfego

que trabalham nas áreas urbanas de São Paulo que apresentam o maior e o menor

nível de ruído, 83,4 dB (A) e 79 dB (A) respectivamente. Além disso, a existência de

associação entre perdas auditivas e outras variáveis (idade, tempo de trabalho na

função, exposição extra-ocupacional ao ruído, uso de equipamento de proteção

individual e queixa de zumbido) foi verificada. Utilizaram-se dados de 73 Operadores

de Tráfego, previamente submetidos a exames audiométricos e a um questionário,

disponíveis em banco de dados do Serviço de Saúde Ocupacional da Universidade de

São Paulo. Os resultados encontrados pelos autores sugerem que a exposição extra-

ocupacional a ruído, mas não a exposição ocupacional a ruído urbano, tem efeito no

aparecimento das perdas auditivas.

Silva et al. (2004) avaliaram o perfil audiológico de 97 militares de uma

instituição militar do exército. Foram encontradas perdas auditivas sugestivas de PAIR

em 38,1 % dos indivíduos entrevistados, que relataram que ouvem bem e desse total,

30,5% apresentaram audiometria alterada e o sintoma auditivo mais relatado foi

irritação a sons intensos (54,8%). Os indivíduos não apresentaram queixas para perda

auditiva temporária (59,8%), tonturas (75,3%), acúfenos (87,5%), plenitude auricular

(87,7%), otalgia (92, 8%), dificuldades em localizar fonte sonora (95,9%) e 82, 3%

fazer uso de algum protetor auditivo. Os autores concluíram que esses militares

precisam receber orientações e um programa de conservação auditiva.

Kasper et al. (2005) pesquisaram se o ruído poderia estar associado a sintomas

extra-auditivos, como o estresse. O estudo foi desenvolvido com 21 trabalhadores nas

funções de serralheiro/marceneiro com idade entre 31 e 67 anos. Foi realizada

audiometria tonal e aplicado um questionário sobre estresse. As perdas auditivas

foram classificadas segundo Costa, 1988 e o questionário de estresse foi analisado e

comparado com o grau de perda auditiva. Observou-se que 48% da população

avaliada apresenta algum grau de perda auditiva, porém não houve correlação entre o

grau de perda auditiva e o grau de estresse.

A Audicenter (2005) publicou um artigo em seu site descrevendo o ruído como

um dos principais agentes causadores de perda auditiva devido à exposição

inadequada ao ruído, como sons muito intensos em bares, discotecas, bandas ou a

exposição ocupacional.

Dias et al. (2006) verificaram a associação entre perda auditiva induzida por

ruído (PAIR) e queixa de zumbido em trabalhadores expostos ao ruído ocupacional.

Foram entrevistados e avaliados trabalhadores com histórico de exposição ao ruído

ocupacional atendidos em dois ambulatórios de audiologia. Estudou-se a existência de

associação entre PAIR e ocorrência de zumbido por intermédio do ajuste de modelo

de regressão logística, tendo como variável dependente o zumbido e como variável

independente a PAIR, classificada em seis graus, controlada pelas co-variáveis idade

e tempo de exposição ao ruído. Participaram deste estudo 284 trabalhadores.

Estimou-se que a prevalência de zumbido aumenta de acordo com a evolução do dano

auditivo, controlado para a idade e tempo de exposição ao ruído.

Blandino e Garcia (2006) estudaram as queixas auditivas e extra-auditivas

apresentadas por trabalhadores do Serviço Social do Comércio unidade de Interlagos

da cidade de São Paulo, e comparou aos níveis de pressão sonora dos ambientes de

trabalho desses indivíduos. O estudo foi realizado com 36 trabalhadores com idades

que variaram de 24 a 65 anos, funcionários dos departamentos de manutenção,

central de atendimento e comunicação. Foi distribuído um questionário para

levantamento das queixas auditivas e extra-auditivas, e realizada medição dos níveis

de ruído dos ambientes de trabalho dos empregados. Os resultados revelaram que o

setor de manutenção foi o mais ruidoso, tendo entre 60 a 90 dBA e que os indivíduos

deste ambiente não apresentaram queixas auditivas e, apenas, a hipertensão arterial

como queixa extra-auditiva.

Caldart et al. (2006) determinaram a prevalência de PAIR em 184 trabalhadores

divididos proporcionalmente em cada setor de uma indústria têxtil. Foram relatados

que a prevalência de PAIR foi 28,3%, com predomínio de perdas auditivas de grau l

(46,2%), segundo a classificação de Merluzzi. Os sintomas mais freqüentes

encontrados pelos autores foram hipoacusia (30,8%), dificuldade de compreensão da

fala (25%), zumbido (9,6%), plenitude auricular (5,8%), tontura (3,8%) e otalgia (3,8%).

A faixa etária mais acometida foi de 50 a 64 anos. Os trabalhadores com mais de 20

anos de empresa foram os mais afetados (42,9%).

Guida (2007) pesquisou o handicap auditivo em ex-funcionários da indústria

expostos ao ruído ocupacional. Foram 32 ex-funcionários de uma indústria de bebidas,

todos do gênero masculino, com histórico de exposição a ruído ocupacional num

período mínimo de sete anos, portadores de perda auditiva do tipo neurossensorial

adquirida. Os procedimentos realizados foram a avaliação audiológica básica e

aplicação do questionário de handicap auditivo. Os resultados demonstraram que os

achados da anamnese audiológica revelaram que a principal queixa auditiva

apresentada foi a de zumbido (68,7%), em seguida foram mencionadas disacusia

(62,5%), recrutamento (56,2%) e dificuldades de compreensão da fala (43,7%).

Quanto à análise do grau de handicap auditivo, os resultados demonstraram que em

28,1% dos casos a percepção foi leve/moderada, em 59,4% foi severa e em 12,5%

não houve percepção do handicap. Concluiu – se que a PAIR deve ser encarada como

uma fonte potencial de transtornos psicossociais ao indivíduo.

Martins et al. (2007) estudaram em professores os sintomas auditivos, os

resultados das audiometrias e a aferição do ruído nas classes. Em dois grupos

compostos por GI (40 professores) e GII (40 voluntários), estudou-se: idade, sexo,

condições de trabalho, audiometrias e níveis de ruído nas classes. Os autores

detectaram que no GI predominaram as mulheres (86%), que atuavam em ensino

fundamental (75%), em classes com 21 - 40 alunos (70%), com jornadas de trabalho

de 26 a 40 horas semanais (47%), e tempo variável na profissão. 93,7% dos

professores de GI referiam ruído excessivo nas classes, 65% apresentavam sintomas

auditivos e 25% deles possuíam audiometrias alteradas (contra 10% de GII),

predominando a gota acústica. Valores de ruído de 87dBA foram aferidos em todos os

níveis de ensino.

Komniskie et al. (2007) pesquisaram, os problemas decorrentes da exposição

contínua a níveis de pressão sonora elevados, acarretando efeitos adversos ao

organismo humano, tanto auditivos quanto extra-auditivos. Os autores concluíram que

poucas pessoas sabem que o ruído excessivo ao organismo não acarreta somente a

perda de audição; pode ainda provocar ansiedade, insônia, dores de cabeça,

diminuição do rendimento no trabalho, distúrbios no sistema nervoso central e dores

de cabeça.

Lopes et al. (2007) realizaram um estudo com motoristas de caminhão, que

responderam a anamnese, preencheram o questionário sobre Qualidade de vida

(WHOQOL-bref) e se submeteram a audiometria tonal liminar e logoaudiometria.

Dos 75 audiogramas analisados, 50 sujeitos (66,7%) apresentaram audição dentro dos

padrões de normalidade e 25 sujeitos (33,3%) apresentaram audiogramas com

alterações: 20 (80,0%) foram classificados como sugestivos de PAIR e cinco (20,0%)

foram sugestivos de outras causas. Houve associação e/ou dependência entre os

Grupos e a Idade e entre os Grupos e os Anos de Profissão. No Grupo Normalidade,

houve correlações estatisticamente significantes para os domínios: Físico x

Psicológico, Social x Físico, Meio Ambiente x Físico, Psicológico x Social, Psicológico

x Meio Ambiente e Meio Ambiente x Social. No Grupo sugestivo de PAIR, as

correlações foram: Físico x Psicológico, Psicológico x Social, Psicológico x Ambiente e

Ambiente x Social. Os autores concluíram que a prevalência de alterações auditivas

sugestivas de PAIR foi de 28,6% nesta classe profissional, porém, a qualidade de vida

não esteve relacionada aos resultados obtidos nos audiogramas

Santos et al. (2008) realizaram um estudo com militares, com exposição a ruído

superior a 10 anos, subdivididos em Grupo A, sem perda auditiva e Grupo B, com

perda auditiva. Foram realizadas avaliação audiológica básica e testes de

processamento auditivo. Observou-se altas incidências de alteração de

processamento auditivo, especialmente no teste de Fala Filtrada e teste de Padrão de

Freqüência. O teste SSW não se mostrou eficiente para avaliar as habilidades

auditivas centrais de indivíduos expostos a elevados níveis de pressão sonora.

MÉTODO

O presente estudo foi realizado com trabalhadores da construção civil da cidade

de São Paulo. Os trabalhadores, como carpinteiros, serventes, ajudantes, azulejistas,

armadores, pedreiros, e mestres de obras, foram submetidos a uma entrevista.

Ao todo, foram entrevistados 63 trabalhadores do sexo masculino, sendo com

faixa etária variando de 18 a 55 anos, e com idade média de 34 anos. A média foi de

34,83 (QUADRO 1).

Tabela 1. Caracterização da amostra estudada segundo a idade e ocupação.

Inicialmente, foi apresentado aos indivíduos o termo de consentimento livre e

esclarecido (ANEXO I), a fim de que os mesmos autorizassem a utilização dos dados

nesta pesquisa.

Os procedimentos empregados incluíram a aplicação do questionário proposto

por Blandino (2006) (ANEXO II). Este instrumento contém quarenta e sete perguntas

abertas e fechadas, que foram respondidas individualmente e registradas por escrito

(Anexo II).

Para a obtenção dos dados, foram entregues 65 questionários a uma Clínica de

medicina do trabalho, responsável pelos funcionários da respectiva empresa. As

funcionárias da empresa (recepcionistas) foram instruídas pelas autoras para melhor

auxiliarem os trabalhadores quanto ao preenchimento dos questionários, explicando

cada questão. Os dados foram obtidos após a audiometria, realizada pela clínica. Não

houve recusas. Desses sessenta e cinco questionários distribuídos, foram inclusos na

pesquisa 63, os quais foram respondidos de forma adequada, ou seja, com a grande

maioria das questões preenchidas. Os dois que tiveram respostas incoerentes foram

excluídos da pesquisa.

Os dados obtidos neste estudo foram tabulados para posterior análise e

submetidos a tratamento estatístico.

* Método Estatístico Os testes estatísticos utilizados foram o Teste de Igualdade de duas

Proporções, que é um teste não paramétrico que compara se a proporção de

respostas de duas determinadas variáveis e/ou seus níveis é estatisticamente

significantes, e o intervalo de confiança para a Média, que é uma técnica utilizada para

verificar o quanto a média pode variar numa determinada probabilidade de confiança.

O nível de significância utilizado neste trabalho foi de 0,05 (5%).

RESULTADOS

Neste capítulo serão apresentados os resultados obtidos nos questionários

respondidos pelos trabalhadores da construção civil.

Os valores estatisticamente significantes foram identificados por um asterisco

(*).

Tabela 2. Distribuição dos indivíduos segundo as profissões.

Profissão N % p-valor

Servente 22 34,9% Carpinteiro 20 31,7% 0,705 Pedreiro 14 22,2% 0,115 Armador 4 6,3% <0,001* Ajudante 1 1,6% <0,001* Azulejista 1 1,6% <0,001*

Mestre de obras 1 1,6% <0,001*

Total 63 100,0%

No gráfico 1 observa-se a caracterização do trabalhadores segundo a profissão

na qual trabalham.

Gráfico1. Caracterização da população estudada segundo a profissão na qual trabalham.

Na Tabela 3 está a descritiva completa para idade e horas de trabalhos dos

funcionários. Sendo que, a média de horas de trabalho foi de 8, 84.

Tabela 3. Análise descritiva completa para Idade e Horas de Trabalho.

Descritiva Idade Horas de Trabalho Média 34,83 8,84

Mediana 36 9 Desvio Padrão 11,21 0,41

CV 32,2% 4,6% Q1 25 9 Q3 41 9 Min 18 7 Max 63 9

N 63 63 IC 2,77 0,10

Na tabela 4 visualizam-se as respostas obtidas em relação aos aspectos auditivos nas perguntas fechadas do questionário. Tabela 4. Distribuição percentual das respostas dos indivíduos para o questionário

quanto aos aspectos auditivos. SIM NÃO

No. % No. %

p-valor

Equipamento barulhento

Trabalhou em outro lugar barulhento

Freqüenta lugar barulhento

Já serviu o exército

Freqüenta lugares com música alta

Pratica atividade barulhenta fora

Ouve bem

Entende bem o que as pessoas falam

Otalgia

Zumbido

Antecedentes familiares de problema auditivo

Sente tontura

Percebeu alguma mudança na audição

Notou mudança na audição depois do medicamento

63

52

05

01

09

00

56

63

03

02

03

02

00

01

100,00

82,53

7,93

1,58

14,28

0,00

88,88

100,00

4,76

3,17

4,76

3,17

0,00

1,58

00

11

58

62

54

63

07

00

60

61

60

61

63

62

100,00

17,46

92,06

98,41

85,71

100,00

11,11

0,00

95,23

96,82

95,23

96,82

100,00

98,41

<0,001*

<0,001*

<0,001*

<0,001*

<0,001*

<0,001*

<0,001*

<0,001*

<0,001*

<0,001*

<0,001*

<0,001*

<0, 001*

<0,001* Verifica-se diferença estatisticamente (altamente) entre os percentuais de “Sim”

e “Não” para todas as questões auditivas. Nas questões “Equipamento barulhento”,

“Trabalhou em outro lugar barulhento”, “Ouve bem”, “Entende bem o que as pessoas

falam” e “Uso de EPI”, há maiores percentuais de “Sim”, já nas demais questões é de

“Não”.

Observamos na Tabela 5 que, também, nas questões não auditivas, há

diferença altamente significante entre os percentuais de respostas Sim e Não.

Averiguamos que somente na questão “Enxerga bem” é que a resposta “Sim” teve

uma maior percentual do que “Não”. Nas demais questões os maiores percentuais são

de “Não”.

Tabela 5. Distribuição percentual das respostas dos indivíduos para o questionário,

quanto aos aspectos não – auditivos. SIM NÃO

No. % No. % p-valor

Mal estar após trabalhar

Sente dor de cabeça

Problema de estômago

Problema de rins

Problema de coluna

Problema ortopédico

Tem insônia

É desatento

É nervoso

É ansioso

É depressivo

Enxerga bem

Problema de pressão arterial

Taquicardia

Percebe embranquecimento dos dedos

Tomou medicamento para algum desses

problemas

Você fuma

Ingere bebida alcoólica

Fica doente com freqüência

O médico receitou algum medicamento

Usou o remédio como foi receitado

Continua tomando o remédio

Algum problema de saúde não

mencionado

Está usando algum medicamento

01

07

01

00

03

09

05

01

06

09

03

54

09

02

02

04

22

18

01

01

00

00

00

00

00

01,58

11,11

01,58

0,0

04,76

14,28

07,93

01,58

09,52

14,28

04,76

85,71

14,28

03,17

03,17

06,34

34,92

28,57

01,58

01,58

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

62

56

62

63

60

51

58

62

57

51

60

09

51

61

61

59

41

45

62

62

63

63

63

63

63

98,41

88,88

98,41

100

95,23

80,95

92,06

98,41

90,47

80,95

95,23

14.28

80,95

96,82

96,28

93,65

65,07

71,42

98,41

98,41

100

100

100

100

100

<0,001*

<0,001*

<0,001*

<0,001*

<0,001*

<0,001*

<0,001*

<0,001*

<0,001*

<0,001*

<0,001*

<0,001*

<0, 001*

<0,001*

<0,001*

<0,001*

<0,001*

<0,001*

<0,001*

<0,001*

<0,001*

<0,001*

<0,001*

<0,001*

<0,001*

No gráfico 2 é possível observar a relação dos indivíduos que fazem uso do

protetor auricular (EPI)

Gráfico 2. Distribuição dos trabalhadores que fazem uso de protetor auricular.

A seguir serão demonstradas as respostas relacionadas aos aspectos auditivos

apresentadas no questionário.

No gráfico 3 é possível observar os hábitos e questões auditivas da população

pesquisada

Gráfico 3. Distribuição da população estudada quanto aos hábitos e antecedentes

auditivos.

No gráfico 4 serão apresentadas as respostas dos indivíduos quanto à sua

audição.

Gráfico 4. Distribuição dos indivíduos em relação à questão: “ouve bem?”.

No gráfico 5 é possível observar as respostar dos indivíduos quanto à presença

de otalgia

Gráfico 5. Distribuição dos indivíduos quanto à presença de otalgia.

No gráfico 6 são apresentadas as repostas dos indivíduos em relação à

presença de zumbido.

Gráfico 6. Distribuição dos indivíduos quanto à presença de zumbido.

No gráfico 7 é possível observar as respostas dos indivíduos em relação à

presença de tontura.

Gráfico 7. Distribuição dos indivíduos quanto à presença de tontura.

No gráfico 8 serão apresentadas as respostas dos trabalhadores quanto ás

queixas não – auditivas.

Gráfico 8. Distribuição da população estudada quanto às queixas não – auditivas.

No gráfico 9 serão apresentadas as respostas dos trabalhadores quanto aos

hábitos não – auditivos de ingestão de álcool e nicotina.

Gráfico 9.Distribuição da população estudada quanto aos hábitos não – auditivos de

ingestão de álcool e nicotina.

DISCUSSÃO

Neste capítulo pretendemos realizar uma análise crítica dos resultados obtidos

no presente estudo, bem como confrontá-los, quando possível com a literatura

especializada sobre o tema.

Foi possível observar na distribuição das profissões que, a profissão mais

prevalente foi de servente com 34,9%.

Neste estudo foi verificado que os trabalhadores exercitam suas funções num

período de 8,86 horas diárias (média) (TABELA 3) Os mesmos estão de acordo com a

Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 art.7 XIII na qual, é descrito

que a duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro

semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante

acordo ou convenção coletiva de trabalho. Corroboram, também, com o que estipulam

as Normas Regulamentadoras 15 Anexo 1 (1978), nas quais, se estabelece que todo

nível de ruído dB (A), máxima exposição diária permissível é 8 horas

Quanto aos aspectos auditivos, foi possível observar neste estudo que os

indivíduos não apresentaram queixas relacionadas à audição. (TABELA 4). Tais

achados discordam de Almeida et al.(2001), Martins et al. (2001); Ibañez et al.(2001),

Marchiori et al. (2002), Araújo (2002), Caldart et al. (2006) e Guida (2007), pois os

mesmos relatam que os indivíduos expostos ao ruído podem apresentar queixas

auditivas referentes à tontura, zumbido, otalgia, não ouvir bem e dificuldade para

compreender a fala. Santos e col. (2008) Observaram em seu estudo altas incidências

de alteração de processamento auditivo, especialmente no teste de Fala Filtrada e

teste de Padrão de Freqüência. Porém, corroboram com os achados obtidos por Silva

et al. (2004), Kasper et al. (2005) e Blandino e Garcia (2006) que também não

encontraram queixas auditivas em seus estudos.

Neste estudo, a ausência de queixas auditivas, se deu provavelmente devido ao

fato de que todos os trabalhadores fazem uso de equipamento de proteção individual

(EPI) durante sua jornada de trabalho. Além disso, acredita-se que o fato dos

questionários terem sido respondidos dentro de uma clínica de medicina do trabalho,

pode ter coagido os trabalhadores, influenciado assim, nas respostas dos

questionários em relação às queixas auditivas.

Quanto aos aspectos referentes ao uso de EPI, todos os funcionários referem

utilizar protetor auricular (GRÁFICO 2).

Este achado corrobora com o que estipulam as Normas Regulamentadoras 6 e

9 (1978), nas quais se estabelece que todo o empregador deve oferecer equipamento

de proteção individual e conscientizar os indivíduos a fazer o uso desses

equipamentos.

Na análise da pesquisa em relação à questão “ouve bem”, observou-se que a

amostra não apresenta queixa auditiva, o que discorda dos achados de Silva et al.

(2004), Araújo et al. (2002) que encontraram em seu estudo muitas queixas

relacionadas à hipoacusia e Leme (2001), Harger e Branco (2004) e Martins et al.

(2007) que em seus estudos encontraram achados sugestivos de perda auditiva

ocupacional. Em seu site a Audiocenter (2005) descreveu o ruído ocupacional e não

ocupacional sendo um dos principais agentes causadores de perda auditiva. Tais

achados corroboram com Blandino e Garcia (2006) e Lopes et al. (2007) que em seus

estudos os sujeitos não apresentaram queixa de perda auditiva (GRÁFICO 4).

Quanto às respostas referentes à queixa de otalgia, observou-se que a grande

maioria dos entrevistados não referiu sentir dor de ouvido. (GRÁFICO 5). Este dado

corrobora com o estudo de Blandino e Garcia (2006) no qual se observou ausência da

queixa otalgia. Porém discorda de Silva et al. (2004) e Araújo (2002) que encontraram

em seus estudos esta queixa (otalgia).

No que se refere à queixa de zumbido e tontura, foi possível observar que a

grande maioria não se queixa (GRÁFICOS 6 e 7). Estes dados não corroboram com

Souza et al. (2001) e Lacerda et al. (2002) que encontraram o zumbido como queixa

comum em indivíduos expostos ao ruído ocupacional. Já em relação à tontura, Araújo

(2002) encontrou essa queixa em seu estudo. Fernandes e Morata (2002), Andrade et

al. (2002) e Teixeira et al. (2003) encontraram tanto a tontura quanto o zumbido como

queixa.

Dias et al. (2006) demonstraram com o estudo a associação entre perda

auditiva induzida pelo ruído à queixa de zumbido e Guida (2007) observou em sua

pesquisa o zumbido como sintoma prevalente. Porém, Blandino e Garcia (2006) no

estudo das queixas auditivas e extra - auditivas em trabalhadores do Serviço social do

comércio não observaram relação entre o ruído ocupacional e zumbido.

Nos aspectos não-auditivos apresentados neste estudo, observou-se que os

indivíduos não apresentaram queixas relacionadas à cefaléia, insônia, nervosismo,

desatenção, depressão, taquicardia, alterações de pressão arterial, estômago, rins,

coluna e não apresentavam hábitos não-auditivos de exposição ao ruído. (GRÁFICO

8). Apesar de não haver diferenças estatisticamente significantes, observa-se que

14,28% dos entrevistados apresentam queixa quanto à hipertensão.

Estes dados não corroboram com Melnick (2000), Souza et al. (2001), Corrêa

Filho et al. (2002) que encontraram relações estatisticamente significantes entre

exposição ao ruído e ocorrência de hipertensão arterial. Blandino e Garcia (2006)

também verificaram esta relação.

Tais achados não concordam com os estudos de Zannin et al. (2002), pois os

autores relataram como queixas não auditivas, irritabilidade e perda de concentração;

Fernades e Morata (2002) e Andrade et al. (2002) por terem descrito que os indivíduos

podem ter hábitos de exposição não ocupacional ao ruído e como conseqüência a tais

exposições podem apresentar as queixas citadas acima.

Komniski et al. (2007) concluíram que poucas pessoas sabem que o ruído

excessivo ao organismo não acarreta somente a perda de audição; pode ainda

provocar ansiedade, insônia, dores de cabeça, diminuição do rendimento no trabalho,

distúrbios no sistema nervoso central e dores de cabeça.

Também não observamos queixa de stress associado à exposição de ruído na

população estudada, concordando com Kasper et al. (2005) e Blandino e Garcia

(2006).

Foi possível observar que cerca de metade dos sujeitos deste estudo têm

hábitos saudáveis como não consumir bebidas alcoólicas, não fumar, não freqüentar

lugares ruidosos e respeitar as normas que a empresa estabelece, principalmente em

relação ao uso do protetor auricular (GRÁFICO 9). MURTA e col. (2004) sugeriram em

seu estudo com motoristas de ônibus, que a exposição extra – ocupacional a ruído,

mas não a exposição ocupacional a ruído urbano, tem efeito no aparecimento das

perdas auditivas.

Portanto, ressaltamos a importância da atuação da Assessoria fonoaudiológica

integrada ao CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes) na construção civil,

tendo como objetivo desenvolver atividades voltadas não apenas para a prevenção de

acidentes, mas, também, à proteção da saúde dos trabalhadores, diante dos riscos

existentes nos locais de trabalho, inclusive, quanto aos riscos auditivos e não-auditivos

a que os mesmos são expostos.

CONCLUSÃO

A análise crítica dos resultados referentes às respostas observadas nos

questionários respondidos pelos trabalhadores da construção civil permitiu-nos

concluir que:

• A maioria dos indivíduos não apresenta queixas auditivas e não-auditivas;

• Todos os funcionários fazem uso de equipamento de proteção auricular;

• A queixa mais prevalente foi referente à hipertensão (14,28%).

REFERENCIAS BILIOGRAFICAS

ALMEIDA, S. I. C.; ALBERNAZ, P. L. M.; ZAIA, P. A. ; XAVIER, O. G. ; KARAZAWA; E.

H. I. História natural da perda auditiva ocupacional provocada por ruído. Ver. Ass.

Méd. 46 (2); 143-158, abr./jun. 2000. Disponível em:

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S010442302000000200009&lng

=pt&nrm=iso

ANDRADE, A. I.A; RUSSO, I. C.P, LIMA, M. L.L.T.; OLIVEIR,L. C.S. Avaliação auditiva

em músicos de frevo e maracatu. Revista Brasileira de Otorrinolaringologia, v.68 n.5

São Paulo out. 2002. Disponível em:

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-72992002000500018

ARAÚJO, S.A. Perda auditiva induzida pelo ruído em trabalhadores de metalúrgica.

Revista Brasileira de Otorrinolaringologia, São Paulo, 68(1): 47-52, jan./fev. 2002.

Disponível em:

http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0034-

72992002000100008&script=sci_abstract&tlng=pt

AUDICENTER. Audição versus ruído. Disponível em:

http:// www.audicenter.com. Br/ portal.php?sessao=conteudo&id=30&cat=7

BLANDINO, P.C. ; GARCIA, A. P. Estudo das queixas auditivas e extra-auditivas em

trabalhadores do serviço social do comércio. Acta ORL Técnicas em

Otorrinolaringologia. v.24 n.4 - Páginas a - São Paulo - Out/Dez – 2006. Disponível

em:

http://www.actaorl.com.br/detalhe_artigo.asp?id=143

CALDART, A.U.; ADRIANO, C.F.; MARTINS, R.F.; MOCELLIN, M. Prevalência da

Perda Auditiva Induzida pelo Ruído em Trabalhadores de Indústria Têxtil. Rev. Acervo

da Revista. Ano: 2006 Vol. 10 Num. 3 - Jul/Set - (2º)

http://www.arquivosdeorl.org.br/conteudo/acervo_port.asp?id=380

CORRÊA FILHO, H.R.F.; COSTA, L. S.; HOEHNE, E.L.; PÉREZ, M. A. G.;

NASCIMENTO,L. C. R.; MOURA, E. C. Perda auditiva induzida por ruído e

hipertensão em condutores de ônibus. Rev. Saúde Pública vol.36 no.6 São Paulo Dec.

2002. Disponível em:

http://www.fsp.usp.br/rsp/

CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988. Disponível em:

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constitui%C3%A7ao.htm

DIAS, A. ; CORDEIRO, R.; CORRENTE, J. E.; GONÇALVES, C. G. O. Associação

entre perda auditiva induzida pelo ruído e zumbidos. Cad. Saúde Pública vol.22 no.1

Rio de Janeiro Jan. 2006. Disponível em:

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-

311X2006000100007&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt

FERNANDES, M; MORATA, T. C. Estudo dos efeitos auditivos e extra-auditivos da

exposição ocupacional a ruído e vibração. Revista Brasileira de Otorrinolaringologia;

v.68 n.5 São Paulo out. 2002. Disponível em:

http://www.rborl.org.br/conteudo/acervo/acervo.asp?id=474

GUERRA, M. R.; LOURENÇO, P.M.C.; TEIXEIRA, M. T. B.; ALVES, M. J. M.

Prevalência de perda auditiva induzida por ruído em empresa metalúrgica. Rev. Saúde

Pública vol.39 no.2 São Paulo Apr. 2005. Disponível em:

http://www.fsp.usp.br/rsp/

GUIDA, H.L. Efeitos psicossociais da perda auditiva induzida pelo ruído em ex-

funcionários da indústria. Acta ORL Técnicas em Otorrinolaringologia. v.25 n.1 - Pg 1 a

88 - São Paulo - Jan/Mar – 2007. Disponível em:

http://www.actaorl.com.br/detalhe_artigo.asp?id=167

HARGER, M.R. H. C.; BRANCO, A.B. Efeitos auditivos decorrentes da exposição

ocupacional ao ruído em trabalhadores de marmorarias no Distrito Federal. Revista

Associação Medica Brasileira, v.50 n.4 São Paulo out./dez. 2004. Disponível em:

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-42302004000400029

IBAÑEZ,R.N.; SCHNEIDER, L.O.; SELIGMAN, J. - Anamnese dos Trabalhadores

Expostos ao Ruído. In: NUDELMANN, A.A.; COSTA, E.A.; SELIGMAN, J.;

IBAÑEZ, R.N. - PAIR Perda Auditiva Induzida pelo Ruído Volume II. Rio de Janeiro,

Revinter, 2001. P. 45 -50. Disponível em:

http://www.ibanezca.com.br/PAIR%2022.htm

KASPER, K.C.F.; GÓMEZ, M V.S.G.; ZAHER, V L. O Ruído como Fator Estressante

na Vida de Trabalhadores dos Setores de Serralheria e Marcenaria. Rev. Acervo da

Revista. Ano: 2005 Vol. 9 Num. 1 - Jan/Mar - (6º) . Disponível em:

http://www.arquivosdeorl.org.br/conteudo/acervo_port.asp?Id=302

KOMNISKI, T.M.; WATZLAWICK, L.F. Problemas causados pelo ruído no ambiente de

trabalho. Revista Eletrônica Lato Sensu – Ano 2, nº1, julho de 2007. ISSN 1980-6116.

Disponível em:

http://64.233.169.104/search?q=cache:swZY2LpYFTIJ:web03.unicentro.br/especializac

ao/revista/edicao2/engenharias/EN_Problem.pdf+sintomas+e+ruido+2007&hl=pt-

BR&ct=clnk&cd=20&gl=br

LACERDA, A.B.M.; MORATA, T.C.; FIORINI, A C. Caracterização dos níveis de

pressão sonora em academias de ginástica e queixas apresentadas por seus

professores. Rev. Bras. Otorrinolaringol. vol.67 no.5 São Paulo Sept. 2001. Disponível

em:

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-

72992001000500009&tlng=en&lng=en&nrm=iso

LEME, O L. S. Estudo audiométrico comparativo entre trabalhadores de área

hospitalar expostos e não expostos a ruído. Rev. Bras. Otorrinolaringol., Nov. 2001,

vol.67, no.6, p.837-843. ISSN 0034-7299. Disponível em:

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-

72992001000600013&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt

LOPES, G.; RUSSO, I.C.P.; FIORINI, A.C. Estudo da audição e da qualidade de vida

em motoristas de caminhão. Rev. CEFAC v.9 n.4 São Paulo out./dez. 2007. Disponível

em:

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-

18462007000400014&lng=pt&nrm=iso

MARCHIORI, L.L.M.; FÉLIX, C.M.. OLIVEIRA, N.N.; SENA W.F.P. Analíse comparativa

das queixas auditivas com relação ao tempo de exposição ao ruído em policiais

militares. Pró-Fomo Revista de Atualização Científica, Barueri (SP), vol. 14 (2): 235-

240, maio/ago. 2002.

MARTINS, R.G.; MENDES, E.; LIMA NETO, A.; FIORAVANTI, M.P. Surdez

ocupacional em professores: um diagnóstico provável. Rev. Bras.

Otorrinolaringol. vol.73 no.2 São Paulo Mar./Apr. 2007. Disponível em:

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-

72992007000200015&lng=e!n&nrm=iso&tlng=e!n

MELNICK, W. Saúde auditiva do trabalhador. In: KATZ, J. Tratado de Audiologia

Clínica 4. Ed. São Paulo: Manole, 1999. P. 529-547.

MINISTÉRIO DA PREVIDÊNCIA E ASSISTÊNCIA SOCIAL. Norma Técnica para

Avaliação da Incapacidade – PAIR, de 5 de agosto de 1998. Aprova Norma Técnica

sobre perda auditiva neurossensorial por exposição continuada a níveis elevados de

pressão sonora. Ordem de Serviço INSS/DSS nº 608, Brasília (DF); 1998. Disponível

em:

http://www.rnsites.com.br/ORDEM%20DE%20SERVI%C3%87O%20INSS-

DSS%20N%C2%BA%20608,%20DE%205%20DE%20AGOSTO%20DE%201998.htm

MURTA V.C, MATTOS V.C, ROSSI M.M. Alterações audiométricas em operadores de

tráfego expostos a ruídos urbanos. Saúde, Ética & Justiça. 2004;9(1/2):19-25.

Disponível em:

http://64.233.169.104/search?q=cache:2rYtWsO0VCMJ:www.fm.usp.br/iof/revista_200

4/04_audio+Exposi%C3%A7%C3%A3o+a+Ru%C3%ADdo+Ocupacional+e+zumbido&

hl=pt-BR&ct=clnk&cd=12&gl=br

NR 6 - EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL – EPI. Disponível:

http://www.mte.gov.br/legislacao/normas_regulamentadoras/nr_06.pdf

NR 7 - PROGRAMA DE CONTROLE MÉDICO DE SAÚDE OCUPACIONAL(107.000-

2). Disponível em:

http://www.mte.gov.br/legislacao/normas_regulamentadoras/nr_07.asp

NR 9 - PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE RISCOS AMBIENTAIS (109.000-3).

Disponível em:

http://www010.dataprev.gov.br/sislex/paginas/05/MTB/9.htm

NR 15 - NORMA REGULAMENTADORA 15. Disponível em:

http://www.normaslegais.com.br/legislacao/trabalhista/nr/nr15.htm

SANTOS, C.S.S; JUCHEM, L.S.; GARCIA, R. Processamento auditivo de militares

expostos a ruído ocupacional. Rev. CEFAC v.10 n.1 São Paulo jan./mar. 2008.

Disponível em:

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-

18462008000100013&lng=pt&nrm=iso

SILVA, A.P.; COSTA, E.A.; RODRIGUES, S.M.M.; SOUZA, H.L.R.; MASSAFERA, V.G.

Avaliação do perfil auditivo de militares de um quartel do Exército Brasileiro. Revista

Brasileira de Otorrinolaringologia vol. 70 nº 3, p.344 - 350 São Paulo mai./jun. 2004.

Disponível em:

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-72992004000300010

SOUZA, N.S.S.; CARVALHO, F.M.; FERNANDES, R C. P. Hipertensão arterial entre

trabalhadores de petróleo expostos a ruído. Cad. Saúde Pública v.17 n.6 Rio de

Janeiro nov./dez. 2001. Disponível em:

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-

311X2001000600032&lng=pt&nrm=iso

TEIXEIRA, C.F.; AUGUSTO, L. G. S.; MORATA, T.C. Saúde auditiva de trabalhadores

expostos a ruído e inseticidas. Revista Saúde Pública. Ago.2003, 37 (4), 417-423. .

Disponível em:

http://200.152.208.135/rsp_usp/

VILELA, A. L. M. Anatomia e Fisiologia Humana. Efeitos psicológicos e fisiológicos.

Disponível em:

http://www.afh.bio.br/sentidos/Sentidos6.asp. Acessado em 20/02/2008.

ZANNIN, PH.T.; CALIXTO, A.; DINIZ, F,B.; FERREIRA, J.A.; SCHUHLI, R.B. Incômodo

causado pelo ruído urbano à população de Curitiba, PR. Rev. Saúde

Pública vol.36 no.4 São Paulo Aug. 2002. Disponível em:

http://www.scielosp.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-89102002000400020

ANEXOS

Anexo I

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Essas informações estão sendo fornecidas para sua participação voluntária

neste estudo que tem como objetivo verificar as queixas auditivas e não-auditivas

relacionas ao ruído ocupacional.

Para este estudo será realizada uma entrevista a partir de um questionário com

questões referentes a antecedentes ocupacionais de exposição ao ruído; exposição

não-ocupacional ao ruído, antecedentes de doenças auditivas, antecedentes mórbidos

com possíveis implicações auditivas, uso de medicamentos que podem agir sobre a

audição, uso de EPA e sua freqüência. Os resultados desta pesquisa serão

confidenciais e utilizados apenas para o Trabalho de Conclusão de curso em

Fonoaudiologia da UniFMU, pelas alunas Joyce Araujo de Barros e Georgea Carolina

Sales Sandins, orientadas pela professora Adriana Pontin Garcia. Qualquer dúvida ou

esclarecimento as pesquisadoras poderão ser contatadas na Avenida Santo Amaro,

1239. Vila Nova Conceição - São Paulo - SP tel: 3842.5377 ramal 165.

Não há benefício direto para o participante. Trata-se de um estudo experimental

que ajudará na detecção das principais queixas apresentadas pelos indivíduos.

Sua participação neste estudo é de livre e espontânea vontade, sem nenhum

custo e seu consentimento de participação poderá ser retirado a qualquer momento.

Eu _____________________________________________, estou ciente sobre minha

decisão em participar deste estudo. Ficaram claros para mim quais são os propósitos

do estudo, os procedimentos que serão utilizados, e a garantia de confidencialidade.

Ficou claro, também, que minha participação é isenta de despesas. Concordo

voluntariamente em participar deste estudo e poderei retirar meu consentimento a

qualquer momento, antes ou durante o mesmo, sem penalidades ou prejuízo de

qualquer benefício que eu possa ter adquirido.

________________________________________ Data ____/____/____

Assinatura do entrevistado

Declaro que obtive de forma apropriada e voluntária o Consentimento Livre e

Esclarecido deste paciente para a participação neste estudo.

_____________________ ________________________ Data ____/____/____

Joyce Araujo de Barros Georgea C. Sales Sandins

Anexo II - Questionário para levantamento das queixas auditivas e não-auditivas de

BLANDINO (2006)

DATA: __/__/___

IDENTIFICAÇÃO:

Nome: (iniciais) Idade: ___

Sexo: ( ) masculino ( ) Feminino

Profissão: _____________________________

Setor de trabalho: _______________________

1. Trabalha com equipamento barulhento

( ) não ( ) sim. Qual? ________________________________________________

2. Quantas horas por dia?_____________________________________________

3. Há quanto tempo?__________________________________________________

4. Sente algum mal estar após trabalhar com este equipamento?

( ) não ( ) sim. Há quanto tempo? _______________________________________

5. Antes deste trabalho atual você trabalhou em algum lugar muito barulhento?

( )não ( ) sim. Por quanto tempo?______________________________________

6. Mora ou freqüenta lugares barulhentos onde precise falar alto para poder

conversar? ( ) não ( ) sim.

7. Você pratica ou já praticou tiro ou alvo? ( ) não ( ) sim.

8. Serviu o exército? ( ) não ( ) sim.

9. Freqüenta discoteca ou locais onde tem música amplificada?

( ) não ( ) sim. ( ) uma vez por semana ( ) uma vez por mês ( ) uma vez por ano

10. Pratica alguma atividade barulhenta fora do expediente de trabalho? (

) não ( ) sim. Qual?__________________ Com que freqüência? ___________

11. Faz uso de protetor auditivo? ( ) não ( ) sim.

( ) sim, de vez em quando; ( ) quase sempre que exposto a barulho alto, ( ) sempre

que exposto à barulho alto; ( ) de concha; ( ) de inserção;

12. Ouve bem? ( ) não ( ) sim

( ) ouvido D ( ) ouvido E ( ) ambos

14. Entende bem o que as pessoas falam? ( ) não ( ) sim.

15. Tem dor de ouvido? ( ) não ( ) sim. ( ) D ( ) E Quando ___________________

16. Tem zumbido? ( ) não ( )sim ( ) direito ( ) esquerdo ( ) ambos

Com que freqüência?

Desde quando?

Em que momento?

Esse zumbido é ( ) grosso ( ) fino ( ) apito ( ) chuva

17. Alguma pessoa na família tem problema auditivo? () sim () não

Qual o grau de parentesco _______________________________________

18. Sente dor de cabeça? ( ) sim ( ) não

19. Tontura? ( ) sim ( ) não

20. Problema de estômago? ( ) sim ( ) não

21. Problema de rins? ( ) sim ( ) não

22. Problema de coluna? ( ) sim ( ) não. Qual ______________

23. Você tem algum problema ortopédico? () sim () não Qual? _________________

24. Sente dificuldade para dormir? ( ) sim ( ) não

25. Tem insônia? ( ) sim ( ) não

26. É desatento? ( ) sim ( ) não

27. É nervoso? ( ) sim ( ) não

28. É ansioso? ( ) sim ( ) não

29. É depressivo? ( ) sim ( ) não

30. Enxerga bem? ( ) sim ( ) não

31. Tem problema de pressão

Alta ( ) sim ( ) não baixa ( ) sim ( ) não

32. Tem taquicardia? ( ) não ( ) sim. Quando ______________________

33. Algum problema de sensibilidade cutânea? ( ) sim ( ) não

34. Você percebe esbranquiçamento dos dedos? ( ) sim ( ) não

( ) durante o trabalho? ( ) após o trabalho?

35. O médico mandou você tomar algum remédio para alguns desses problemas?

( ) sim ( ) não. Qual remédio? __________________________________

Para qual problema? _______________________________________

36. Em média quantos copos de bebida alcoólica você bebe?

( ) mais de seis por dia

( ) de 3 a 5 por dia

( ) de 1 a 3 por dia

( ) de 3 a 4 por semana

( ) nunca

37. Fuma? ( ) sim ( ) não Quanto?_____________ Há quanto tempo?_________

38. Fica doente com freqüência? ( ) sim ( ) não

39. Quando procurou um médico pela última vez? (mês / ano) __________________

40. Qual motivo? ________________________

41. Foi receitado algum medicamento? ( ) sim ( ) não . Por quê?______________

42. Você usou o remédio como foi receitado? ( ) sim ( ) não

43. Você continua tomando o remédio?

( ) sim. Com que freqüência?__________ ( ) não. Por quanto tempo tomou______

44. Sente algum problema de saúde que não tenha sido mencionado?

45. ( ) sim ( ) não. Qual? ______________________

46. Você percebeu alguma mudança na sua audição depois de alguma doença séria?

( ) sim ( ) não. Qual doença? __________________________

47. Você notou alguma diferença na sua audição depois que tomou remédio?

( ) sim ( ) não ( ) melhorou ( ) piorou