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Estudo da evolução da procura

CABO VERDEPLANO ENERGÉTICO RENOVÁVEL

Av. Cáceres Monteiro nº 10, 1º Sul

1495-131 Algés

Portugal

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CV.2011.E.001.1

O presente documento foi elaborado pela GESTO ENERGIA S.A. (Gesto), empresa do grupo Martifer especialista em

consultoria energética e estudos de avaliação de Potencial de energias renováveis, para a Direcção Geral de Energia de

Cabo Verde.

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analisados até à data. Com a recolha de novos dados, a Gesto reserva-se o direito de ajustar ou alterar a respectiva

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terceiros, da informação contida neste documento.

(Miguel Barreto)

LISTA DE ABREVIATURAS

APP – Águas de Ponta Preta

ARE – Agência de Regulação Económica

AT – Alta Tensão

BT – Baixa Tensão

ECV – Escudo Cabo Verde

EDP – Energias de Portugal

EIA – Energy Information Administration

INE – Instituto Nacional de Estatística de Cabo Verde

PIB – Produto Interno Bruto

TCMA – Taxa de Crescimento Média Anual

USD – Dólares Estados Unidos da América

EQUIPA DE PROJECTO

O presente documento foi elaborado sob a coordenação de Frederico Barreira e Gonçalo Cúmano com o apoio da

seguinte equipa:

Equipa Gesto:

Carlos Gueifão (Eng. Electrotécnico)

Carlos Martins (Eng. Civil)

Frederico Barreira (Eng. Mecânico)

Gonçalo Cúmano (Eng. Mecânico)

Joana Santos (Eng.ª Civil)

João Sousa (Eng. Electrotécnico)

Jorge André (Eng. Civil)

Miguel Barreto (Gestor)

Nuno Nóbrega (Eng. Ambiente)

Pedro Fernandes (Eng. Electrotécnico)

Ricardo Caranova (Geólogo)

Rafael Silva (Geólogo)

Rita Serra (Jurista)

Sara Guedes (Eng.ª. Ambiente)

Sónia André (Eng.ª Civil)

Equipa DGE (MTIE):

Eng. Alberto Mendes

Eng. Edmilson Pinto

Especial agradecimento ao Eng. João Fonseca (ELECTRA), Eng. Ricardo Martins (ELECTRA), Eng. Hernâni Almeida

(ELECTRA) e Dr.ª Cármen Cruz (INE) pela disponibilidade, colaboração e esclarecimentos prestados.

Estudo da Evolução da Procura i

ÍNDICES

ÍNDICE GLOBAL DO PLANO

PLANO ENERGÉTICO RENOVÁVEL DE CABO VERDE

ESTUDO DA EVOLUÇÃO DA PROCURA

PLANO DE INVESTIMENTOS

ESTUDO DO RECURSO EÓLICO

ESTUDO DO RECURSO SOLAR

ESTUDO DO RECURSO GEOTÉRMICO

ESTUDO DO RECURSO HÍDRICO

ESTUDO DO RECURSO MARÍTIMO

ESTUDO DE VIABILIDADE TÉCNICO-ECONÓMICA, FINANCEIRA E AMBIENTAL - CENTRAIS DE BOMBAGEM PURA

ESTUDO DE VIABILIDADE TÉCNICO-ECONÓMICA, FINANCEIRA E AMBIENTAL - CENTRAL GEOTÉRMICA NA ILHA DO FOGO

ii Plano Energético renovável de Cabo Verde

ÍNDICE DE TEXTO

1 Introdução ..................................................................................................................................................................... 1

2 Metodologia .................................................................................................................................................................. 3

2.1 Descrição geral ...................................................................................................................................................... 3

2.1.1 Considerações prévias ....................................................................................................................................... 3

2.1.2 Cenário intermédio ............................................................................................................................................ 4

2.1.3 Cenário de eficiência energética ........................................................................................................................ 9

2.1.4 Cenário agressivo............................................................................................................................................. 15

2.1.5 Cargas de ponta e de vazio............................................................................................................................... 15

2.2 Dados e fontes ..................................................................................................................................................... 17

2.2.1 Considerações prévias ..................................................................................................................................... 17

2.2.2 Repartição sectorial do consumo eléctrico ....................................................................................................... 17

2.2.3 Demografia ...................................................................................................................................................... 22

2.2.4 Cobertura da rede eléctrica ............................................................................................................................. 24

2.2.5 Economia ........................................................................................................................................................ 26

2.2.6 Tarifa de electricidade ..................................................................................................................................... 28

2.2.7 Turismo ........................................................................................................................................................... 28

2.2.8 Dessalinização ................................................................................................................................................. 31

2.3 Notas ................................................................................................................................................................... 32

3 Estimativas de evolução da procura ............................................................................................................................ 35

3.1 Situação actual..................................................................................................................................................... 35

3.2 Sistema Praia (Santiago) ....................................................................................................................................... 36

3.2.1 Enquadramento ............................................................................................................................................... 36

3.2.2 Cenário intermédio .......................................................................................................................................... 37

3.2.3 Cenários alternativos ....................................................................................................................................... 44

3.3 Sistema Interior (Santiago) ................................................................................................................................... 45

3.3.1 Enquadramento ............................................................................................................................................... 45



3.4 São Vicente .......................................................................................................................................................... 52

3.4.1 Enquadramento ............................................................................................................................................... 52

Estudo da Evolução da Procura iii

ÍNDICES



3.5 Sal ....................................................................................................................................................................... 61

3.5.1 Enquadramento ............................................................................................................................................... 61



3.6 Santo Antão ......................................................................................................................................................... 71

3.6.1 Enquadramento ............................................................................................................................................... 71



3.7 Fogo .................................................................................................................................................................... 79

3.7.1 Enquadramento ............................................................................................................................................... 79



3.8 São Nicolau .......................................................................................................................................................... 87

3.8.1 Enquadramento ............................................................................................................................................... 87



3.9 Boavista ............................................................................................................................................................... 97

3.9.1 Enquadramento ............................................................................................................................................... 97


3.9.3 Cenários alternativos ..................................................................................................................................... 104

3.10 Maio .................................................................................................................................................................. 107

3.10.1 Enquadramento......................................................................................................................................... 107

3.10.2 Cenário intermédio .................................................................................................................................... 108

3.10.3 Cenários alternativos ................................................................................................................................. 114

3.11 Brava ................................................................................................................................................................. 117

3.11.1 Enquadramento......................................................................................................................................... 117

3.11.2 Cenário intermédio .................................................................................................................................... 118

3.11.3 Cenários alternativos ................................................................................................................................. 124

4 Agregação e validação dos resultados ....................................................................................................................... 127

4.1 Evolução da procura sectorial para as ilhas em estudo ....................................................................................... 127

iv Plano Energético renovável de Cabo Verde

4.2 Comparação com outros Países .......................................................................................................................... 130

5 Conclusão .................................................................................................................................................................. 133

Bibliografia ........................................................................................................................................................................ 135

LISTA DE ANEXOS

ANEXO A – RESULTADOS DAS REGRESSÕES LINEARES MÚLTIPLAS

ANEXO B – NÚMERO DE CAMAS POR TIPO DE ESTABELECIMENTO

ANEXO C – LISTA DE PAÍSES ÁFRICA SUBSARIANA

ANEXO D – EVOLUÇÃO DA PROCURA DAS ILHAS EM ESTUDO

ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 2.1 – Sectores considerados no âmbito do estudo ........................................................................................................ 3

Figura 2.2 – Variáveis consideradas para previsão da evolução da procura .............................................................................. 5

Figura 2.3 - Validação do modelo Gesto (2007) ..................................................................................................................... 11

Figura 2.4 - Evolução das taxas de penetração de equipamentos segundo a sua classe energética ......................................... 12

Figura 2.5 - Evolução do consumo de energia eléctrica dos veículos eléctricos ...................................................................... 15

Figura 2.6 – Relação entre carga de ponta e a produção de electricidade .............................................................................. 17

Figura 2.7 – Perdas técnicas e não técnicas no sistema eléctrico (consumo referido à produção) – 2009, Fontes:

Madeira: (Electricidade da Madeira (EEM), 2009), Açores: (Electricidade dos Açores (EDA), 2008) ......................................... 18

Figura 2.8 - Evolução do número de habitantes entre 2000 e 2020 ........................................................................................ 23

Figura 2.9 – Taxas de electrificação e densidade populacional (2010), Fonte:(ELECTRA), (INE) ............................................... 24

Figura 2.10 - Evolução das taxas de cobertura da rede eléctrica ............................................................................................ 25

Figura 2.11 – Repartição do PIB de Cabo Verde em 2009 (Banco de Cabo Verde, 2009) ......................................................... 26

Figura 2.12 - Comparação da evolução do PIB de Cabo Verde com África Subsaariana (International Monetary

Fund, 2010) .......................................................................................................................................................................... 27

Figura 2.13 - Evolução do PIB e do PIB per capita entre 1980 e 2020 (International Monetary Fund, 2010) ............................ 27

Figura 2.14 - Evolução do Índice de Preços ao Consumidor entre 1980 e 2020 (International Monetary Fund,

2010) .................................................................................................................................................................................... 28

Figura 2.15 – Evolução da tarifa de electricidade ente 1990 e 2020 (Agência de Regulação Económica, 2010) ....................... 28

Figura 2.16 – Repartição do número de camas por ilha e por tipologia, 2009 (Fonte: INE)...................................................... 29

Figura 2.17 - Peso da dessalinização na procura total de energia (2009), Fonte: (ELECTRA), Análise Gesto ............................. 31

Figura 2.18 - Evolução da produção de água e a evolução consumo específico (kWh/m3) do parque produtor de

água dessalinizada ................................................................................................................................................................ 32

Figura 3.1 - Repartição da procura de energia eléctrica por sector e por ilha em 2009. .......................................................... 35

Figura 3.2 – Densidade populacional da ilha de Santiago – Sistema Praia, Fonte: (INE) .......................................................... 36

Figura 3.3 – Evolução histórica da procura total e da carga em ponta (Sistema Praia), Fonte: (ELECTRA) ................................ 37

Figura 3.4 – Repartição por sector da procura em 2009 (Sistema Praia), Fonte: (ELECTRA), Análise Gesto .............................. 37

Estudo da Evolução da Procura v

ÍNDICES

Figura 3.5 – Evolução histórica e previsão do consumo doméstico per capita até 2020 (Sistema Praia), Fonte:

(ELECTRA) ............................................................................................................................................................................. 38

Figura 3.6 – Evolução histórica e previsão da procura do sector doméstico até 2020 (Sistema Praia), Fonte:

(ELECTRA), Análise Gesto ...................................................................................................................................................... 38

Figura 3.7 – Evolução histórica e previsão da procura dos sectores comércio, indústria e agricultura até 2020

(Sistema Praia), Fonte: (ELECTRA), Análise Gesto .................................................................................................................. 39

Figura 3.8 – Evolução histórica e previsão da procura do turismo até 2020 (Sistema Praia), Fonte: (ELECTRA),

Análise Gesto ....................................................................................................................................................................... 39

Figura 3.9 – Evolução histórica e previsão da procura referente às instituições até 2020 (Sistema Praia), Fonte:


Figura 3.10 – Evolução histórica e previsão da produção de água dessalinizada até 2020 (Sistema Praia), Fonte:


Figura 3.11 – Evolução histórica e previsão da procura referente à dessalinização até 2020 (Sistema Praia),

Fonte: (ELECTRA), Análise Gesto ........................................................................................................................................... 41

Figura 3.12 – Evolução histórica e previsão do consumo interno até 2020 (Sistema Praia) , Fonte: (ELECTRA),

Análise Gesto ....................................................................................................................................................................... 42

Figura 3.13 – Evolução histórica e previsão das perdas técnicas até 2020 (Sistema Praia), Fonte: (ELECTRA),

Análise Gesto ....................................................................................................................................................................... 42

Figura 3.14 – Evolução histórica e previsão da procura por sector até 2020 (Sistema Praia), Fonte: (ELECTRA),

Análise Gesto ....................................................................................................................................................................... 43

Figura 3.15 – Comparação da repartição da procura por sector entre 2009 e 2020 (Sistema Praia) ........................................ 44

Figura 3.16 – Previsão da procura até 2020 – comparação de cenários (Sistema Praia), Fonte: (ELECTRA), Análise

Gesto ................................................................................................................................................................................... 44

Figura 3.17 – Previsão das cargas em ponta e vazio até 2020 – comparação de cenários (Sistema Praia), Fonte:


Figura 3.18 – Densidade populacional da ilha de Santiago – Sistema Interior (Fonte: INE) ...................................................... 45

Figura 3.19 – Evolução histórica da procura total e da carga em ponta (Sistema Interior) ...................................................... 46

Figura 3.20 – Repartição por sector da procura em 2009 (Sistema Interior), Fonte: (ELECTRA), Análise Gesto ........................ 46

Figura 3.21 – Evolução histórica e previsão do consumo doméstico per capita até 2020 (Sistema Interior) ............................ 47

Figura 3.22 – Evolução histórica e previsão da procura do sector doméstico até 2020 (Sistema Interior) , Fonte:



(Sistema Interior), Fonte: (ELECTRA), Análise Gesto............................................................................................................... 48

Figura 3.24 – Evolução histórica e previsão da procura referente às instituições até 2020 (Sistema Interior),


Figura 3.25 – Evolução histórica e previsão do consumo interno até 2020 (Sistema Interior), Fonte: (ELECTRA),

Análise Gesto ....................................................................................................................................................................... 49

Figura 3.26 – Evolução histórica e previsão das perdas técnicas até 2020 (Sistema Interior), Fonte: (ELECTRA),

Análise Gesto ....................................................................................................................................................................... 50

Figura 3.27 – Evolução histórica e previsão da procura por sector até 2020 (Sistema Interior), Fonte: (ELECTRA),

Análise Gesto ....................................................................................................................................................................... 50

Figura 3.28 – Comparação da repartição da procura por sector entre 2009 e 2020 (Sistema Interior) .................................... 51

vi Plano Energético renovável de Cabo Verde

Figura 3.29 – Previsão da procura até 2020 – comparação de cenários (Sistema Interior), Fonte: (ELECTRA),

Análise Gesto ....................................................................................................................................................................... 51

Figura 3.30 – Previsão das cargas em ponta e vazio até 2020 – comparação de cenários (Sistema Interior),


Figura 3.31- Densidade populacional da ilha do São Vicente (Fonte: INE) .............................................................................. 52

Figura 3.32 – Evolução histórica da procura total e da carga em ponta (São Vicente), Fonte: (ELECTRA), Análise

Gesto ................................................................................................................................................................................... 53

Figura 3.33 – Repartição por sector da procura em 2009 (São Vicente), Fonte: (ELECTRA), Análise Gesto............................... 53

Figura 3.34 – Evolução histórica e previsão do consumo doméstico per capita até 2020 (São Vicente), Fonte:


Figura 3.35 – Evolução histórica e previsão da procura do sector doméstico até 2020 (São Vicente), Fonte:



(São Vicente) , Fonte: (ELECTRA), Análise Gesto .................................................................................................................... 55

Figura 3.37 – Evolução histórica e previsão da procura do turismo até 2020 (São Vicente), Fonte: (ELECTRA),

Análise Gesto ....................................................................................................................................................................... 55

Figura 3.38 – Evolução histórica e previsão da procura referente às instituições até 2020 (São Vicente), Fonte:


Figura 3.39 – Evolução histórica e previsão da produção de água dessalinizada até 2020 (São Vicente), Fonte:


Figura 3.40 – Evolução histórica e previsão da procura referente à dessalinização até 2020 (São Vicente), Fonte:


Figura 3.41 – Evolução histórica e previsão consumo interno até 2020 (São Vicente), Fonte: (ELECTRA), Análise

Gesto ................................................................................................................................................................................... 58

Figura 3.42 – Evolução histórica e previsão das perdas técnicas até 2020 (São Vicente), Fonte: (ELECTRA),

Análise Gesto ....................................................................................................................................................................... 58

Figura 3.43 – Evolução histórica e previsão da procura por sector até 2020 (São Vicente)...................................................... 59

Figura 3.44 – Comparação da repartição da procura por sector entre 2009 e 2020 (São Vicente) ........................................... 60

Figura 3.45 – Previsão da procura até 2020 – comparação de cenários (São Vicente), Fonte: (ELECTRA), Análise

Gesto ................................................................................................................................................................................... 60

Figura 3.46 – Previsão das cargas em ponta e vazio até 2020 – comparação de cenários (São Vicente) .................................. 61

Figura 3.47 – Densidade populacional do Sal (Fonte: INE) ...................................................................................................... 61

Figura 3.48 – Evolução histórica da procura total e da carga em ponta (Sal), Fonte: (ELECTRA), Análise Gesto ....................... 62

Figura 3.49 – Repartição por sector da procura em 2009 (Sal), Fonte: (ELECTRA), Análise Gesto ............................................ 62

Figura 3.50 – Evolução histórica e previsão do consumo doméstico per capita até 2020 (Sal), Fonte: (ELECTRA),

Análise Gesto ....................................................................................................................................................................... 63

Figura 3.51 – Evolução histórica e previsão da procura do sector doméstico até 2020 (Sal), Fonte: (ELECTRA),

Análise Gesto ....................................................................................................................................................................... 63

Figura 3.52 – Evolução histórica e previsão da procura dos sectores comércio/indústria/agricultura até 2020

(Sal), Fonte: (ELECTRA), Análise Gesto ................................................................................................................................... 64

Figura 3.53 – Evolução histórica e previsão da procura do turismo até 2020 (Sal), Fonte: (ELECTRA), Análise

Gesto ................................................................................................................................................................................... 65

Estudo da Evolução da Procura vii

ÍNDICES

Figura 3.54 – Evolução histórica e previsão da procura referente às instituições até 2020 (Sal), Fonte:


Figura 3.55 – Evolução histórica e previsão da produção de água dessalinizada até 2020 (Sal), Fonte: (ELECTRA),

Análise Gesto ....................................................................................................................................................................... 66

Figura 3.56 – Evolução histórica e previsão da procura referente à dessalinização até 2020 (Sal) ........................................... 66

Figura 3.57 – Evolução histórica e previsão do consumo interno até 2020 (Sal), Fonte: (ELECTRA), Análise Gesto .................. 67

Figura 3.58 – Evolução histórica e previsão das perdas técnicas até 2020 (Sal), Fonte: (ELECTRA), Análise Gesto ................... 68

Figura 3.59 – Evolução histórica e previsão da procura por sector até 2020 (Sal), Fonte: (ELECTRA), Análise

Gesto ................................................................................................................................................................................... 69

Figura 3.60 – Comparação da repartição da procura por sector entre 2009 e 2020 (Sal), Fonte: (ELECTRA),

Análise Gesto ....................................................................................................................................................................... 69

Figura 3.61 – Previsão da procura até 2020 – comparação de cenários (Sal), Fonte: (ELECTRA), Análise Gesto ....................... 70

Figura 3.62 – Previsão das cargas em ponta e vazio até 2020 – comparação de cenários (Sal), Fonte: (ELECTRA),

Análise Gesto ....................................................................................................................................................................... 70

Figura 3.63 – Densidade populacional da ilha de Santo Antão, Fonte: (INE) ........................................................................... 71

Figura 3.64 – Evolução histórica da procura total e da carga em ponta (Santo Antão), Fonte: (ELECTRA), Análise

Gesto ................................................................................................................................................................................... 71

Figura 3.65 – Repartição por sector da procura em 2009 (Santo Antão), Fonte: (ELECTRA), Análise Gesto .............................. 72

Figura 3.66 – Evolução histórica e previsão do consumo doméstico per capita até 2020 (Santo Antão), Fonte:


Figura 3.67 – Evolução histórica e previsão da procura do sector doméstico até 2020 (Santo Antão), Fonte:



(Santo Antão), Fonte: (ELECTRA), Análise Gesto .................................................................................................................... 74

Figura 3.69 – Evolução histórica e previsão da procura do turismo até 2020 (Santo Antão), Fonte: (ELECTRA),

Análise Gesto ....................................................................................................................................................................... 74

Figura 3.70 – Evolução histórica e previsão da procura referente às instituições até 2020 (Santo Antão), Fonte:


Figura 3.71 – Evolução histórica e previsão do consumo interno até 2020 (Santo Antão), Fonte: (ELECTRA),

Análise Gesto ....................................................................................................................................................................... 76

Figura 3.72 – Evolução histórica e previsão das perdas técnicas até 2020 (Santo Antão), Fonte: (ELECTRA),

Análise Gesto ....................................................................................................................................................................... 76

Figura 3.73 – Evolução histórica e previsão da procura por sector até 2020 (Santo Antão), Fonte: (ELECTRA),

Análise Gesto ....................................................................................................................................................................... 77

Figura 3.74 – Comparação da repartição da procura por sector entre 2009 e 2020 (Santo Antão), Fonte:


Figura 3.75 – Previsão da procura até 2020 – comparação de cenários (Santo Antão), Fonte: (ELECTRA), Análise

Gesto ................................................................................................................................................................................... 78

Figura 3.76 – Previsão das cargas em ponta e vazio até 2020 – comparação de cenários (Santo Antão), Fonte:


Figura 3.77 – Densidade populacional da ilha do Fogo (Fonte: INE) ....................................................................................... 79

Figura 3.78 – Evolução histórica da procura total e da carga em ponta (Fogo), Fonte: (ELECTRA), Análise Gesto .................... 79

Figura 3.79 – Repartição por sector da procura em 2009 (Fogo), Fonte: (ELECTRA), Análise Gesto ......................................... 80

viii Plano Energético renovável de Cabo Verde

Figura 3.80 – Evolução histórica e previsão do consumo doméstico per capita até 2020 (Fogo), Fonte:


Figura 3.81 – Evolução histórica e previsão da procura do sector doméstico até 2020 (Fogo), Fonte: (ELECTRA),

Análise Gesto ....................................................................................................................................................................... 81


(Fogo), Fonte: (ELECTRA), Análise Gesto ................................................................................................................................ 82

Figura 3.83 – Evolução histórica e previsão da procura do turismo até 2020 (Fogo), Fonte: (ELECTRA), Análise

Gesto ................................................................................................................................................................................... 82

Figura 3.84 – Evolução histórica e previsão da procura referente às instituições até 2020 (Fogo), Fonte:


Figura 3.85 – Evolução histórica e previsão do consumo interno até 2020 (Fogo), Fonte: (ELECTRA), Análise

Gesto ................................................................................................................................................................................... 83

Figura 3.86 – Evolução histórica e previsão das perdas técnicas até 2020 (Fogo) , Fonte: (ELECTRA), Análise

Gesto ................................................................................................................................................................................... 84

Figura 3.87 – Evolução histórica e previsão da procura por sector até 2020 (Fogo), Fonte: (ELECTRA), Análise

Gesto ................................................................................................................................................................................... 85

Figura 3.88 – Comparação da repartição da procura por sector entre 2009 e 2020 (Fogo), Fonte: (ELECTRA),

Análise Gesto ....................................................................................................................................................................... 85

Figura 3.89 – Previsão da procura até 2020 – comparação de cenários (Fogo), Fonte: (ELECTRA), Análise Gesto .................... 86

Figura 3.90 – Previsão das cargas em ponta e vazio até 2020 – comparação de cenários (Fogo), Fonte:


Figura 3.91 – Densidade populacional da ilha de São Nicolau (Fonte: INE) ............................................................................. 87

Figura 3.92 – Evolução histórica da procura total e da carga em ponta (São Nicolau), Fonte: (ELECTRA), Análise

Gesto ................................................................................................................................................................................... 87

Figura 3.93 – Repartição por sector da procura em 2009 (São Nicolau), Fonte: (ELECTRA), Análise Gesto............................... 88

Figura 3.94 – Evolução histórica e previsão do consumo doméstico per capita até 2020 (São Nicolau), Fonte:


Figura 3.95 – Evolução histórica e previsão da procura do sector doméstico até 2020 (São Nicolau), Fonte:



(São Nicolau), Fonte: (ELECTRA), Análise Gesto ..................................................................................................................... 90

Figura 3.97 – Evolução histórica e previsão da procura do turismo até 2020 (São Nicolau), Fonte: (ELECTRA),

Análise Gesto ....................................................................................................................................................................... 90

Figura 3.98 – Evolução histórica e previsão da procura referente às instituições até 2020 (São Nicolau), Fonte:


Figura 3.99 – Evolução histórica e previsão do consumo interno até 2020 (São Nicolau), Fonte: (ELECTRA),

Análise Gesto ....................................................................................................................................................................... 91

Figura 3.100 – Evolução histórica e previsão das perdas técnicas até 2020 (Fogo) , Fonte: (ELECTRA), Análise

Gesto ................................................................................................................................................................................... 92

Figura 3.101 – Evolução histórica e previsão da procura por sector até 2020 (São Nicolau), Fonte: (ELECTRA),

Análise Gesto ....................................................................................................................................................................... 93

Figura 3.102 – Comparação da repartição da procura por sector entre 2009 e 2020 (São Nicolau), Fonte:


Estudo da Evolução da Procura ix

ÍNDICES

Figura 3.103 – Previsão da procura até 2020 – comparação de cenários (São Nicolau), Fonte: (ELECTRA), Análise

Gesto ................................................................................................................................................................................... 94

Figura 3.104 – Previsão das cargas em ponta e vazio até 2020 – comparação de cenários (São Nicolau), Fonte:


Figura 3.105 – Densidade populacional da ilha do Fogo (Fonte: INE)...................................................................................... 97

Figura 3.106 – Evolução histórica da procura total e da carga em ponta (Boavista), Fonte: (ELECTRA), Análise

Gesto ................................................................................................................................................................................... 97

Figura 3.107 – Repartição por sector da procura em 2009 (Boavista), Fonte: (ELECTRA), Análise Gesto .................................. 98

Figura 3.108 – Evolução histórica e previsão do consumo doméstico per capita até 2020 (Boavista), Fonte:


Figura 3.109 – Evolução histórica e previsão da procura do sector doméstico até 2020 (Boavista), Fonte:



(Boavista), Fonte: (ELECTRA), Análise Gesto ........................................................................................................................ 100

Figura 3.111 – Evolução histórica e previsão da procura do turismo até 2020 (Boavista), Fonte: (ELECTRA),

Análise Gesto ..................................................................................................................................................................... 100

Figura 3.112 – Evolução histórica e previsão da procura referente às instituições até 2020 (Boavista), Fonte:

(ELECTRA), Análise Gesto .................................................................................................................................................... 101

Figura 3.113 – Evolução histórica e previsão do consumo interno até 2020 (Boavista), Fonte: (ELECTRA), Análise

Gesto ................................................................................................................................................................................. 102

Figura 3.114 – Evolução histórica e previsão das perdas técnicas até 2020 (Boavista) , Fonte: (ELECTRA), Análise

Gesto ................................................................................................................................................................................. 102

Figura 3.115 – Evolução histórica e previsão da procura por sector até 2020 (Boavista), Fonte: (ELECTRA),

Análise Gesto ..................................................................................................................................................................... 103

Figura 3.116 – Comparação da repartição da procura por sector entre 2009 e 2020 (Boavista), Fonte:


Figura 3.117 – Previsão da procura até 2020 – comparação de cenários (Boavista), Fonte: (ELECTRA), Análise

Gesto ................................................................................................................................................................................. 104

Figura 3.118 – Previsão das cargas em ponta e vazio até 2020 – comparação de cenários (Boavista), Fonte:


Figura 3.119 – Densidade populacional da ilha do Maio (Fonte: INE) ................................................................................... 107

Figura 3.120 – Evolução histórica da procura total e da carga em ponta (Maio), Fonte: (ELECTRA), Análise Gesto ................ 107

Figura 3.121 – Repartição por sector da procura em 2009 (Maio), Fonte: (ELECTRA), Análise Gesto ..................................... 108

Figura 3.122 – Evolução histórica e previsão do consumo doméstico per capita até 2020 (Maio), Fonte:


Figura 3.123 – Evolução histórica e previsão da procura do sector doméstico até 2020 (Maio), Fonte: (ELECTRA),

Análise Gesto ..................................................................................................................................................................... 109


(Maio), Fonte: (ELECTRA), Análise Gesto ............................................................................................................................. 110

Figura 3.125 – Evolução histórica e previsão da procura do turismo até 2020 (Maio), Fonte: (ELECTRA), Análise

Gesto ................................................................................................................................................................................. 110

Figura 3.126 – Evolução histórica e previsão da procura referente às instituições até 2020 (Maio), Fonte:


x Plano Energético renovável de Cabo Verde

Figura 3.127 – Evolução histórica e previsão do consumo interno até 2020 (Maio), Fonte: (ELECTRA), Análise

Gesto ................................................................................................................................................................................. 111

Figura 3.128 – Evolução histórica e previsão das perdas técnicas até 2020 (Maio) , Fonte: (ELECTRA), Análise

Gesto ................................................................................................................................................................................. 112

Figura 3.129 – Evolução histórica e previsão da procura por sector até 2020 (Maio), Fonte: (ELECTRA), Análise

Gesto ................................................................................................................................................................................. 113

Figura 3.130 – Comparação da repartição da procura por sector entre 2009 e 2020 (Maio), Fonte: (ELECTRA),

Análise Gesto ..................................................................................................................................................................... 113

Figura 3.131 – Previsão da procura até 2020 – comparação de cenários (Maio), Fonte: (ELECTRA), Análise Gesto ................ 114

Figura 3.132 – Previsão das cargas em ponta e vazio até 2020 – comparação de cenários (Maio), Fonte:


Figura 3.133 – Densidade populacional da ilha do Brava (Fonte: INE) .................................................................................. 117

Figura 3.134 – Evolução histórica da procura total e da carga em ponta (Brava), Fonte: (ELECTRA), Análise Gesto ............... 117

Figura 3.135 – Repartição por sector da procura em 2009 (Brava), Fonte: (ELECTRA), Análise Gesto .................................... 118

Figura 3.136 – Evolução histórica e previsão do consumo doméstico per capita até 2020 (Brava), Fonte:


Figura 3.137 – Evolução histórica e previsão da procura do sector doméstico até 2020 (Brava), Fonte:



(Brava), Fonte: (ELECTRA), Análise Gesto ............................................................................................................................ 120

Figura 3.139 – Evolução histórica e previsão da procura do turismo até 2020 (Brava), Fonte: (ELECTRA), Análise

Gesto ................................................................................................................................................................................. 120

Figura 3.140 – Evolução histórica e previsão da procura referente às instituições até 2020 (Brava), Fonte:


Figura 3.141 – Evolução histórica e previsão do consumo interno até 2020 (Brava), Fonte: (ELECTRA), Análise

Gesto ................................................................................................................................................................................. 121

Figura 3.142 – Evolução histórica e previsão das perdas técnicas até 2020 (Brava) , Fonte: (ELECTRA), Análise

Gesto ................................................................................................................................................................................. 122

Figura 3.143 – Evolução histórica e previsão da procura por sector até 2020 (Brava), Fonte: (ELECTRA), Análise

Gesto ................................................................................................................................................................................. 123

Figura 3.144 – Comparação da repartição da procura por sector entre 2009 e 2020 (Brava), Fonte: (ELECTRA),

Análise Gesto ..................................................................................................................................................................... 123

Figura 3.145 – Previsão da procura até 2020 – comparação de cenários (Brava), Fonte: (ELECTRA), Análise Gesto ............... 124

Figura 3.146 – Previsão das cargas em ponta e vazio até 2020 – comparação de cenários (Brava), Fonte:


Figura 4.1 – Consolidação da procura por sector de acordo com o cenário intermédio, Fonte: (ELECTRA), Análise

Gesto ................................................................................................................................................................................. 127

Figura 4.2 – Consolidação da procura (ilhas em estudo), Fonte: (ELECTRA), Análise Gesto ................................................... 129

Figura 4.3 – Relação entre desenvolvimento económico e procura de energia eléctrica ( excepto África do Sul) .................. 130

Estudo da Evolução da Procura xi

ÍNDICES

ÍNDICE DE QUADROS

Quadro 2.1 - Consumo específico dos equipamentos considerados ....................................................................................... 10

Quadro 2.2 - Consumo considerados para equipamentos domésticos eficientes e respectivas taxas de

penetração ........................................................................................................................................................................... 12

Quadro 2.3 - Pressupostos considerados para o cálculo da energia consumida pelos veículos eléctricos ................................ 14

Quadro 2.4 – Relação média entre a carga em vazio e produção para cada sistema/ilha ........................................................ 17

Quadro 2.5 – Divisão dos sistemas eléctricos na ilha de Santiago .......................................................................................... 18

Quadro 2.6 – Repartição da procura total para a ilha de Santiago (Sistema Praia), valores em MWh...................................... 20

Quadro 2.7 – Repartição da procura total para a ilha de Santiago (Sistema Interior), valores em MWh .................................. 20

Quadro 2.8 – Repartição da procura total para a ilha de São Vicente, valores em MWh ......................................................... 20

Quadro 2.9 – Repartição da procura total para a ilha do Sal, valores em MWh ...................................................................... 20

Quadro 2.10 – Repartição da procura total para a ilha de Santo Antão, valores em MWh ...................................................... 21

Quadro 2.11 – Repartição da procura total para a ilha do Fogo, valores em MWh ................................................................. 21

Quadro 2.12 – Repartição da procura total para a ilha de São Nicolau, valores em MWh ....................................................... 21

Quadro 2.13 – Repartição da procura total para a ilha da Boavista, valores em MWh ............................................................ 21

Quadro 2.14 – Repartição da procura total para a ilha do Maio, valores em MWh ................................................................. 21

Quadro 2.15 – Repartição da procura total para a ilha da Brava, valores em MWh ................................................................ 22

Quadro 2.16 - Caracterização do consumo eléctrico de estabelecimentos hoteleiros, Fontes: Cabo Verde

(ELECTRA), Madeira (Agência Regional da Energia e Ambiente da região Autónoma da Madeira, 1999) ................................. 29

Quadro 2.17 – Consumo específico considerado por tipo de estabelecimento ....................................................................... 30

Quadro 4.1 - Comparação da TCMA sectorial (2000-2009 Vs. 2009-2020) ............................................................................ 128

Quadro 4.2 – Comparação TCMA dos vários cenários considerados..................................................................................... 129

Estudo da Evolução da Procura 1

INTRODUÇÃO

1 INTRODUÇÃO

O presente documento foi elaborado no âmbito do Plano Energético Renovável de Cabo Verde, desenvolvido pela GESTO

ENERGIA S.A. para a Direcção Geral de Energia de Cabo Verde, entre Janeiro de 2010 e Julho de 2011, dele fazendo parte

integrante.

Este estudo procura sintetizar o estudo realizado sobre a evolução do consumo de energia eléctrica (procura) no

Arquipélago. A caracterização e a estimativa da evolução do consumo eléctrico, vulgo procura, revelam-se essenciais na

definição de um sistema eléctrico e respectiva integração de projectos de energias renováveis.

Tendo como base os valores históricos do consumo eléctrico disponíveis, bem como a sua correlação com diversas variáveis

explicativas, pretende, com este estudo, definir-se cenários de evolução da procura, para os anos 2012, 2015 e 2020. Os

cenários desenvolvidos foram estabelecidos com base na evolução da procura de energia no período compreendido pelos

anos 2000-2009, na caracterização do consumo e em cenários de desenvolvimento social, económico e das infra-estruturas

das diferentes ilhas objecto do estudo.

No próximo Capítulo apresenta-se a metodologia utilizada na realização deste estudo abordando-se, ainda, a informação e

fontes mais relevantes, bem como os pressupostos assumidos. O subcapítulo 3.1 procura estabelecer um breve resumo da

procura de energia eléctrica em Cabo Verde, em especial nas ilhas que constituem o âmbito do presente estudo. Ainda neste

Capítulo é apresentada, para cada ilha, uma estimativa da previsão da procura com especial destaque para o cenário

intermédio (estudo sectorial).

Por último, no Capítulo 5, apresenta-se uma discussão dos resultados obtidos através deste estudo.


METODOLOGIA

2 METODOLOGIA

2.1 DESCRIÇÃO GERAL

2.1.1 CONSIDERAÇÕES PRÉVIAS

O estudo realizado teve, como principal objectivo, o estabelecimento de cenários de evolução da procura de energia

eléctrica. Para tal foi desenvolvida uma análise detalhada da evolução da procura de cada ilha e, cada sector, tendo-se

constatado que, não só o comportamento da evolução de cada um dos sectores apresenta características diferenciadas,

como também estas variam de ilha para ilha.

Assim, o estudo focou-se, especialmente, no cenário denominado intermédio, o qual estabelece padrões diferenciados para

cada sector/ilha sempre que se justifica. Na Figura 2.1 apresenta-se a decomposição dos sectores considerados neste estudo,

que diferem dos adoptados pela ELECTRA (na secção 2.2.2 apresenta-se a justificação da desagregação considerada).

Figura 2.1 – Sectores considerados no âmbito do estudo

As metodologias utilizadas para o estabelecimento do cenário intermédio e dos restantes cenários alternativos serão

apresentados nas secções seguintes. A ponta e o vazio constituem parâmetros essenciais para o planeamento e

desenvolvimento de um sistema eléctrico. Neste sentido, a metodologia aplicada na estimativa destas duas variáveis será

apresentada no capítulo 2.1.5.

Inst./Org./Soc.

Autarquias

Estado

Iluminação Pública

Dessalinização

Com./Ind./Agri.

Consumo Próprio

Bombagem água

Perdas

Doméstico

Doméstico

Consumo Interno Consumo Interno

Doméstico

Dessalinização

Perdas não técnicas

Perdas técnicas

Com./Ind./Agri.

Turismo

Ponta (MW)

Vazio (MW)

Consumo total referido à produção (GWh)

Instituições

ELECTRA GESTO

4 Plano Energético renovável de Cabo Verde

Como base para as análises efectuadas, foram considerados os sectores definidos pela ELECTRA sendo, desta empresa, a

responsabilidade quanto à definição do conteúdo dos sectores considerados.

2.1.2 CENÁRIO INTERMÉDIO

Considerando a evolução histórica do consumo de cada sector, estabeleceram-se correlações com diversas variáveis, de

forma a estimar a sua evolução até ao ano 2020. Este cenário resulta, assim, da combinação de estimativas de evolução da

procura diferenciadas para cada sector/ilha.

Inicialmente, foi identificado um conjunto de variáveis consideradas como potencialmente explicativas da evolução da

procura nos diferentes cenários. Estas variáveis foram alvo de uma análise cuidada, com o objectivo de proceder à avaliação

da sua relevância na compreensão e explicação da evolução da procura nos diferentes sectores e ilhas. Após a realização de

várias simulações, são apresentadas, na Figura 2.2, as diversas variáveis seleccionadas e adoptadas, de forma a estimar a

evolução da procura em cada sector/ilha, onde SL representa a ilha do Sal, SP o Sistema Praia e SV a ilha de São Vicente.

Este cenário pressupõe uma abordagem business as usual, i.e. suportada por previsões demográficas, macroeconómicas e

sectoriais, que mantêm a tendência dos últimos anos.


METODOLOGIA

Figura 2.2 – Variáveis consideradas para previsão da evolução da procura

De forma a estimar a procura dos sectores mais relevantes para cada ilha, foram especificados modelos de regressão linear

múltipla, de acordo com a expressão (1):

(1)

Em que,

Y – vector dos valores observados da variável dependente

α – ordenada na origem

Xj – vector dos valores observados da variável explicativa j

βj – vector dos coeficientes associados à variável Xj

PIB

(ECV/capita)

Doméstico/capita n-1

(kWh/capita)

Cobertura rede elect.

(% população)

População ilhas

Camas por tipo de

estabelecimento

Consumo específico

(kWh/cama)

Doméstico

(kWh)

Com/Ind/Agri

(kWh)

Turismo

(kWh)

Consumo total

(kWh)

Consumo total

(kWh)

Doméstico

(kWh)

Doméstico/capita

(kWh/capita)

Doméstico/capita

(kWh/capita)

Produção água

(m3)

Consumo específico

(kWh/m3)

PIB

(ECV/capita)

Doméstico/capita n-1

(kWh/capita)

Tarifa electricidade

(ECV/kWh)

População CV e ilhas

Cobertura rede elect.

(% população)

Camas por tipo de

estabelecimento

Consumo específico

(kWh/cama)

Doméstico

(kWh)

Com/Ind/Agri

(kWh)

Turismo

(kWh)

Produção água n-1

(m3)

Doméstico

(kWh)

Com/Ind/Agri

(kWh)

Turismo

(kWh)

Consumo total

(kWh)

Consumo total

(kWh)

PIB

(ECV)

Doméstico

(kWh)

Turismo

(kWh)

SP

e S

VS

L

Doméstico

Turismo

Dessalinização

Instituições

Consumo Interno

Perdas técnicas

Com./Ind./Agri.

Sistema Praia (Santiago), São Vicente ,Sal e BoavistaSistema Interior (Santiago), Santo Antão, Fogo,

São Nicolau, Maio e Brava


ε – vector dos resíduos aleatórios

Admitindo-se a verificação das hipóteses do modelo de regressão linear múltipla, para o período compreendido entre os

anos 2000 a 2009, as equações foram estimadas pelo método ordinário de mínimos quadrados.

A previsão de valores para as variáveis dependentes, para os anos de 2010, 2015 e 2020, foi baseada nestas estimativas,

considerando valores para as variáveis explicativas disponíveis nas fontes de informação utilizadas para esses anos,

apresentadas no subcapítulo 2.2.

Em alguns sectores menos relevantes, ou nos quais não foi possível identificar uma tendência clara, optou-se por estabelecer

relações simples, com base no consumo dos restantes sectores.

De seguida, apresenta-se, de forma detalhada, o método pelo qual foi estimada a evolução da procura para cada sector/ilha.

Doméstico

O consumo doméstico para cada ano n, foi calculado de acordo com a expressão (2):

(2)

Em que

corresponde, para o ano n, à procura do sector doméstico dividido pela população com acesso a

electricidade1. A população considerada é a referente a cada ilha e a taxa electrificação corresponde à taxa de cobertura da

rede eléctrica.

Para o Sistema Praia, São Vicente e Sal, o consumo doméstico per capita no ano n foi estimado com base numa regressão

linear múltipla, considerando as seguintes variáveis como explicativas da evolução daquele consumo:

(3)

As variáveis explicativas consideradas reflectem, respectivamente, o desenvolvimento económico, o consumo doméstico per

capita do ano anterior, a taxa de crescimento da população da ilha face ao conjunto do Arquipélago e o preço de

electricidade pago pelos clientes do sector doméstico.

No que respeita ao sistema Interior, integrado na ilha de Santiago e, às ilhas de Santo Antão e Fogo, o consumo doméstico

per capita no ano n foi estimado com base numa regressão linear múltipla, considerando as seguintes variáveis como

explicativas da evolução deste tipo de consumo:

(4)

No que toca às restantes ilhas, São Nicolau, Boavista, Maio e Brava, o cálculo do consumo per capita no ano n foi estimado

com base numa regressão linear múltipla, considerando as seguintes variáveis explicativas:

1 Salvo indicação contrária, sempre que se referir consumo doméstico per capita, considera-se esta definição.


METODOLOGIA

(5)

Comércio/Indústria/Agricultura

O consumo dos sectores comércio/indústria/agricultura, para cada ano n, foi estimado através de uma regressão linear

múltipla, considerando as seguintes variáveis como explicativas da evolução deste consumo,

Ilha de Santiago (Sistema Praia), e ilha

de São Vicente (6)

Ilha do Sal, e ilha da Boavista (7)

Nas expressões anteriores, as variáveis explicativas traduzem o desenvolvimento económico e o consumo eléctrico dos

sectores doméstico e do turismo no ano n.

Para a ilha de Santiago (sistema Interior), Santo Antão, Fogo, São Nicolau, Maio e Brava este consumo foi calculado

considerando a relação abaixo traduzida, com o consumo doméstico estimado anteriormente:

(8)

Isto significa que os cálculos foram efectuados tendo em conta o peso médio, registado entre 2005 e 2009, do consumo do

comércio, indústria e agricultura, face ao sector doméstico.

Turismo

O consumo do sector do turismo no ano n foi calculado com base na expressão (9):

(9)

Em que h corresponde a cada tipo de estabelecimento hoteleiro, nomeadamente:

1. Aldeamentos

2. Hotéis

3. Hotéis-apartamento

4. Pensões

5. Pousadas


6. Residenciais

Instituições

O consumo das instituições foi calculado considerando a expressão (10):

(10)

Isto significa que o cálculo deste tipo de consumo foi efectuado tendo em consideração o peso médio, registado entre 2005 e

20092, do consumo referente às instituições face aos sectores doméstico, comércio, indústria, agricultura e turismo.

Dessalinização

O consumo do sector da dessalinização para cada ano n foi calculado de acordo com a expressão (11):

(11)

O consumo específico corresponde ao consumo de electricidade (kWh) por unidade de água produzida (m3), ou seja, a

eficiência da central de dessalinização. A produção de água, no ano n, para as ilhas de Santiago, São Vicente e Sal, foi

estimada com base numa regressão linear múltipla, em que foram adoptadas as seguintes variáveis explicativas:

(12)

Na expressão anterior, as variáveis explicativas traduzem a produção de água no ano anterior e, o consumo eléctrico dos três

principais sectores, como indicadores associados ao desenvolvimento económico e da melhoria das condições de vida das

populações.

No que respeita à ilha da Boavista, a correlação que obteve melhores resultados estruturou-se nas seguintes variáveis

explicativas:

2Para a estimativa de cálculo do consumo do sector das Instituições da ilha do Maio considerou-se o peso médio (do consumo referente às instituições face

aos sectores doméstico, comércio, indústria, agricultura e turismo) entre os anos de 2007 e 2009.


METODOLOGIA

(13)

Na expressão anterior, as variáveis explicativas traduzem o consumo de energia eléctrica dos consumidores de água

dessainizada e o dos sectores doméstico, comércio, indústria, agricultura e turismo.

Consumo interno

O consumo interno de energia eléctrica foi calculado considerando a seguinte relação com o consumo total:

(14)

Considerou-se, assim, o peso médio do consumo interno face consumo total registado entre os anos 2000 e 2009. Para os

sistemas das ilhas de Santiago (Praia e Interior), Fogo, Santo Antão, São Nicolau, Boavista verificou-se, nos primeiros anos, a

ocorrência de uma variabilidade elevada da relação referida e, como tal, consideraram-se apenas os dados referentes ao

período 2005-2009. Relativamente à ilha do Maio, fruto da sua elevada variabilidade na relação citada entre o período 2000-

2006, levou a que apenas se considerasse o período compreendido entre 2007 e 2009 para efeitos de cálculo da média.

Cumpre, ainda, salientar, relativamente à ilha da Brava, que se excluiu o ano de 2009 no referido cálculo, uma vez que este

ano apresenta um valor bastante discrepante face aos restantes.

Perdas técnicas

A componente das perdas técnicas de energia eléctrica está limitada a uma parte do consumo total e foi definida pela

expressão (15):

(15)

Na secção 2.2.2 apresentam-se os dados utilizados para o estabelecimento desta percentagem.

Tendo por base os valores médios da tendência dos últimos anos, este é um cenário considerado como intermédio. De

seguida, apresenta-se um segundo cenário, admitindo a implementação de medidas de eficiência energética.

2.1.3 CENÁRIO DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA

2.1.3.1 ENQUADRAMENTO

Com base no cenário intermédio, estabeleceu-se um segundo cenário alternativo para a evolução da procura de energia

eléctrica por sector, designado de Eficiência Energética. Este cenário pressupõe a implementação de medidas de eficiência


energética nos vários sectores, conduzindo a um crescimento da procura mais moderado, resultado da economia energética

associada à implementação de medidas de eficiência energética e, consequente redução de consumo e custos.

Para a realização destas projecções agregaram-se todos os sectores, anteriormente identificados, nos seguintes grupos:

Doméstico

Turismo

Outros

Transportes

Apresenta-se, seguidamente, de forma sucinta, as várias considerações efectuadas e a metodologia de cálculo utilizada para

a realização das estimativas da procura de energia eléctrica do cenário em questão.

2.1.3.2 DOMÉSTICO

O sector doméstico é analisado detalhadamente, de forma isolada, devido à sua elevada representatividade (46,2% em 2009)

face ao consumo total de energia eléctrica do arquipélago de Cabo Verde (

Figura 4.1). Este consumo encontra-se intrinsecamente associado aos equipamentos eléctricos de uso doméstico e à forma e

frequência como são utilizados.

Com base nos dados do Questionário Unificado de Indicadores Básicos de Bem-estar3 (QUIBB), realizado no ano de 2007 pelo

INE, realizaram-se estudos no sentido de encontrar correlações, considerando todas as ilhas que se encontram no âmbito

deste projecto, entre a taxa de penetração de cada equipamento e o consumo (doméstico) de energia eléctrica por

agregado.

Os aparelhos domésticos que se encontram no quadro seguinte e, respectivos consumos específicos, foram os equipamentos

considerados nesta calibração e nas estimativas realizadas posteriormente. De salientar que o consumo dos equipamentos

seleccionados pertencem à Classe E na escala europeia de eficiência energética.4

Quadro 2.1 - Consumo específico dos equipamentos considerados

Equipamento Consumo específico

(kwh/ano)5

Frigorífico 324

Arca congeladora 600

Ar Condicionado 2700

Televisão 131

3 Fonte: (INE, 2007)

4 Esta escala encontra-se ordenada desde o equipamento mais eficiente (Classe A) até ao menos eficiente (Classe G).

5 Fonte: (EDP)


METODOLOGIA

Aparelhagem 32

Computador 270

Iluminação 175

Outros 40% do consumo total

Ao nível da iluminação, considerou-se, para efeitos de taxa de penetração, que todos os agregados familiares com acesso a

electricidade dispõem de iluminação eléctrica tendo sido, assim, considerada a taxa de cobertura de ligações domiciliárias6

ao invés da taxa de penetração estabelecida no QUIBB. Considerou-se que cada agregado possui, em média, três lâmpadas

incandescentes (tradicionais) com potência unitária de 40W, e que estas se encontram ligadas diariamente durante quatro

horas (factor de utilização=0,17).

Dado que os consumos específicos considerados têm por base os dados da EDP correspondentes a taxas de utilização dos

consumidores Portugueses, considerou-se um factor de correcção (k) com o valor de 10% (constante para todas as ilhas

analisadas) sobre o consumo total, anual, de todos os equipamentos analisados.

Após esta análise, em que se explica cerca de 60% do consumo total de energia eléctrica do sector doméstico, procedeu-se a

uma validação destas estimativas por confrontação com os dados históricos da ELECTRA, relativos ao ano de 2007,

verificando-se uma razoável correspondência com os valores de referência garantindo a fiabilidade da estimativa, tal como

pode verificar-se através da análise da Figura 2.3.

Figura 2.3 - Validação do modelo Gesto (2007)

6 Fonte: (ELECTRA)

0

10.000

20.000

30.000

40.000

50.000

60.000

70.000

Sistema Interior

Sistema Praia

São Vicente Sal Santo Antão Fogo São Nicolau Boavista Maio Brava

MW

h

Estimativa Histórico


Com base nos dados de evolução histórica das taxas de penetração de cada equipamento, foi estimada a quantidade de

equipamentos (e respectiva taxa de penetração) no ano de 2010. Na análise do impacto da penetração de equipamentos

eficientes consideraram-se as evoluções representadas na Figura 2.4.

Figura 2.4 - Evolução das taxas de penetração de equipamentos segundo a sua classe energética

A ambiciosa taxa de penetração da iluminação eficiente, que é possível observar na Figura 2.4, deve-se, não só à facilidade de

aquisição e substituição deste tipo de equipamento, mas também ao seu baixo custo face aos restantes equipamentos.

Apresentam-se, no Quadro 2.2, os consumos energéticos dos equipamentos considerados na concepção deste cenário.

Quadro 2.2 - Consumo considerados para equipamentos domésticos eficientes e respectivas taxas de penetração

Classe B Classe A

Equipamento Consumo específico

(kWh/ano)

Taxa penetração

2020 (%)

Consumo específico (kWh/ano)

Taxa penetração

2020 (%) Frigorífico 324 40 228 25

Arca congeladora 600 40 408 25

Iluminação 175 - 22 70

2.1.3.3 TURISMO

O sector do turismo foi igualmente tratado de forma isolada, em relação aos restantes sectores, na medida em que constitui

uns dos principais eixos de desenvolvimento económico no arquipélago de Cabo Verde. Neste sentido, acredita-se que,

principalmente, no que diz respeito às grandes unidades hoteleiras, sejam realizados fortes investimentos na melhoria da

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Equipamento Classe B Equipamento Classe A Iluminação eficiente

25%

40%

70%


METODOLOGIA

eficiência energética dos equipamentos. No presente estudo considerou-se uma redução gradual do consumo total de

energia eléctrica através da adopção de medidas de eficiência energética com início imediato (2010), valor que atingirá uma

redução em 10% do total do consumo eléctrico deste sector em 2020.

Neste tipo de empreendimentos existem várias áreas que podem ser alvo de medidas de racionalização energética, como é o

caso da iluminação, do sistema de produção de água quente e fria, do sistema de AVAC, dos ventiladores instalados e dos

sistemas de distribuição de energia térmica (bombas de caudal constante ou variável).

Assim, e a título de exemplo, apresentam-se algumas medidas que, habitualmente, são alvo de estudo e de actuação e que,

por si só, imprimem reduções significativas nos consumos globais de energia.

Iluminação

Separação dos circuitos de iluminação

Substituição dos balastros ferromagnéticos por balastros electrónicos

Substituição da iluminação existente por iluminação de alta eficiência

Produção de água quente

Utilização de bombas de calor reversíveis com recuperação

Utilização da energia de recuperação para pré-aquecimento das AQS

Utilização de caldeiras de condensação em cascata

Unidades de tratamento de ar

Ventiladores de acoplamento directo

Variador de frequência incorporado

Remoção de obstruções desnecessárias (baterias, filtros excessivos, registos)

Redução do caudal de ar – num sistema estático, a redução do caudal para metade permite reduzir o

consumo de energia para cerca de um oitavo

Distribuição Hidráulica

Substituição das válvulas de três vias por válvulas de duas vias

Instalação de variadores de velocidade nas bombas permitindo gerir o caudal de água adaptando-o às

necessidades do sistema

Rede de vapor da lavandaria

Isolar devidamente toda a rede

Garantir o correcto isolamento da caldeira

Instalação de uma caldeira alternativa, de reduzidas dimensões, para períodos em que o hotel se encontra

com pouca ocupação em que não se justifica ter em funcionamento uma caldeira dimensionada para uma

taxa de ocupação próxima dos 100%.


2.1.3.4 OUTROS

Este sector, denominado de Outros, contempla as restantes áreas de consumo, ou seja, o sector do comércio, agricultura e

indústria, o sector das instituições e, o sector da dessalinização de água. Neste sector considerou-se, à semelhança do sector

do turismo, uma redução gradual do consumo de energia eléctrica, limitada a 10% de redução do consumo no ano de 2020.

Considera-se, contudo, que este é um objectivo conservador.

2.1.3.5 TRANSPORTES

O sector dos transportes apresenta um peso importante na balança económica cabo-verdiana, nomeadamente, nas

importações de combustível e, é neste sentido, que surge a necessidade do estudo de alternativas que tenham como

consequência directa, não só a redução de emissões locais de CO2, como também uma redução significativa das importações

de combustíveis fósseis.

Neste âmbito, foi considerado, neste cenário, a penetração de veículos eléctricos na rede eléctrica e rodoviária de Cabo

Verde. São inúmeras as vantagens destes veículos, das quais se destacam: uma assinalável redução do ruído; redução das

emissões de gases com efeito de estufa; custos de operação por km percorrido cerca de 3 a 4 vezes inferior aos tradicionais

veículos de combustão interna7.

Para este estudo foram tomados alguns pressupostos, que se apresentam no Quadro 2.3.

Quadro 2.3 - Pressupostos considerados para o cálculo da energia consumida pelos veículos eléctricos

Variáveis Características Tensão de carga (V) 230

Corrente de carga (A) 16

Tempo de carga (h)(8) 8

Distância percorrida por dia (km)(9) 10

Autonomia (km)(10)

175

A rede de infra-estruturas rodoviárias é uma das principais barreiras à introdução deste tipo de veículo no mercado, bem

como o seu valor comercial que, nesta fase, é ainda elevado devido aos seus baixos níveis de maturação tecnológica.

Considerando que a evolução do número de veículos tradicionais seguiria a tendência registada no período 2000-2009

(8,6%), estima-se que a penetração de veículos eléctricos terá inicio no ano de 2012, atingindo os 5% do parque automóvel

em 2020, representando um consumo de, aproximadamente, 2,7 GWh, conforme ilustra a Figura 2.5.

7 Fonte: (EDP)

8 Fonte: (Nissan)

9 Valor estimado com base na média de kms diário de uma viatura em Portugal (cerca de 27 km por dia)

10 Fonte: (Nissan)


METODOLOGIA

Figura 2.5 - Evolução do consumo de energia eléctrica dos veículos eléctricos

2.1.4 CENÁRIO AGRESSIVO

Foi ainda considerado um terceiro cenário em que se admitiu que a taxa de crescimento anual da procura total de cada ilha,

registada no período compreendido entre os anos 2000-2009, se irá manter no futuro. Trata-se do cenário mais ambicioso

em termos de procura e foi intitulado como Cenário agressivo. Para este consumo, a procura de energia eléctrica, em cada

ilha no ano n, foi calculada de acordo com a expressão (16):

(16)

Em que TCMA representa a taxa de crescimento média anual da procura total de uma determinada ilha registada no período

compreendido entre os anos 2000 e 2009.

2.1.5 CARGAS DE PONTA E DE VAZIO

As cargas, máxima (correspondente à ponta) e mínima de consumo (correspondente ao vazio), foram estimadas com base na

sua relação com a energia total produzida no sistema, isto é, a procura total). Para proceder à estimativa da carga de ponta

recorreu-se aos dados publicados pela ELECTRA e estabeleceu-se uma regressão linear simples de acordo com a expressão

(17):

(17)

Os resultados das regressões obtidos para cada ilha/sistema são apresentados nas figuras seguintes.

0

1

2

3

4

5

6

7

8

2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

GW

h


'00'01

'02 '03'04

'05'06

'07'08

'09

y = 0,00018x - 160,38560R² = 0,99104

0

5.000

10.000

15.000

20.000

25.000

30.000

50.000.000 70.000.000 90.000.000 110.000.000 130.000.000 150.000.000

Po

nta

(kW

)

Produção (kWh)

Santiago - Sistema Praia

'00'01

'02'03

'04 '05

'06 '07

'08'09

y = 0,00023x + 10,77975R² = 0,99193

0

500

1.000

1.500

2.000

2.500

3.000

3.500

4.000

5.000.000 7.000.000 9.000.000 11.000.000 13.000.000 15.000.000 17.000.000

Po

nta

(kW

)

Produção (kWh)

Santiago - Sistema Interior

'00 '01'02 '03

'04 '05 '06 '07 '08'09

y = 0,00017x + 503,35388R² = 0,92900

0

2.000

4.000

6.000

8.000

10.000

12.000

40.000.000 45.000.000 50.000.000 55.000.000 60.000.000 65.000.000

Po

nta

(kW

)

Produção (kWh)

S. Vicente

'00

'01

'02'03

'04'05

'06

'07

'08

'09

y = 0,00015x + 755,69085R² = 0,96115

0

1.000

2.000

3.000

4.000

5.000

6.000

7.000

8.000

10.000.000 20.000.000 30.000.000 40.000.000 50.000.000

Po

nta

(kW

)

Produção (kWh)

Sal

'00

'01 '02 '03'04 '05

'06'07

'08 '09

y = 0,00014x + 993,18510R² = 0,90796

0

500

1.000

1.500

2.000

2.500

3.000

5.000.000 7.000.000 9.000.000 11.000.000 13.000.000

Po

nta

(kW

)

Produção (kWh)

S. Antão

'02

'03 '04

'05 '06'07

'08 '09

y = 0,00021x - 3,37363R² = 0,93925

0

500

1.000

1.500

2.000

2.500

4.000.000 5.000.000 6.000.000 7.000.000 8.000.000 9.000.000 10.000.000

Po

nta

(kW

)

Produção (kWh)

Fogo

'00'01

'02 '03 '04

'09'06

'07 '08

y = 0,00016x + 292,42859R² = 0,94234

0

200

400

600

800

1.000

1.200

2.000.000 2.500.000 3.000.000 3.500.000 4.000.000 4.500.000 5.000.000

Po

nta

(kW

)

Produção (kWh)

S.Nicolau

'00'01 '02 '03'04 '05

'06

'07

'08'09

y = 0,00018x + 112,43884R² = 0,96280

0

200

400

600

800

1.000

1.200

1.400

1.600

2.000.000 3.000.000 4.000.000 5.000.000 6.000.000 7.000.000 8.000.000

Po

nta

(kW

)

Produção (kWh)

Boavista

'00'01'02

'03'04

'05'06

'07 '08'09

y = 0,00020x + 51,83815R² = 0,93929

0

100

200

300

400

500

600

700

1.000.000 1.400.000 1.800.000 2.200.000 2.600.000 3.000.000

Po

nta

(kW

)

Produção (kWh)

Maio

'00'01

'02 '03'04

'05'06'07

'08 '09

y = 0,00032x - 168,67645R² = 0,86176

0

100

200

300

400

500

600

700

1.000.000 1.400.000 1.800.000 2.200.000 2.600.000

Po

nta

(kW

)

Produção (kWh)

Brava


METODOLOGIA

Figura 2.6 – Relação entre carga de ponta e a produção de electricidade11

A carga de vazio de cada sistema foi calculada com base na média da sua relação com a procura total, traduzida pela

expressão (18):

(18)

Os dados da carga de vazio dos diferentes sistemas no período compreendido entre os anos 2005-2009 foram obtidos

através da observação dos diagramas de carga de cada sistema, para diferentes épocas do ano. Para além da

indisponibilidade de dados para todos os sistemas/anos, foram desconsiderados os diagramas de carga que evidenciavam a

ocorrência de anomalias e/ou dados incoerentes, resultando, assim, deste estudo, estimativas com um elevado grau de

incerteza associado.

Os valores considerados neste estudo para a relação média entre vazio e a procura total de cada ilha/sistema são

apresentados no Quadro 2.4.

Quadro 2.4 – Relação média entre a carga em vazio e produção para cada sistema/ilha

Ilha/Sistema

Sistema Praia (Santiago) 8,158E-05

São Vicente 8,119E-05

Sal 7,856E-05

Sistema Interior (Santiago) 8,494E-05

Santo Antão 6,994E-05

Fogo 7,377E-05

2.2 DADOS E FONTES

2.2.1 CONSIDERAÇÕES PRÉVIAS

Serão apresentados, neste subcapítulo, para além do conjunto de dados e fontes mais relevantes na execução deste estudo,

também os pressupostos assumidos na estimativa de evolução de algumas variáveis.

2.2.2 REPARTIÇÃO SECTORIAL DO CONSUMO ELÉCTRICO

Conforme referido, o presente estudo tem por base uma cuidada análise da evolução da repartição do consumo por sector.

Para tal, recorreu-se à utilização de dados disponibilizados pela Empresa de Electricidade e Água S.A.R.L. (ELECTRA) e pelo

Instituto Nacional de Estatística de Cabo Verde (INE), de forma a estabelecer, para cada ilha, a repartição do consumo total

referido à produção.

De seguida, apresentam-se algumas considerações em relação aos dados disponíveis e, a alguns pressupostos, na repartição

do consumo por sector/sistema.

11 Por limitação dos dados disponíveis, para a ilha do Fogo, apenas foram considerados os dados a partir de 2002.

Na ilha de São Nicolau o ano de 2005 não foi considerado uma vez que apresenta um valor discrepante dos restantes


A ELECTRA procede ao cálculo das perdas de energia anuais, sendo estas consideradas como a diferença entre a produção

total e o consumo dos diferentes sectores. A produção das centrais é contabilizada tecnicamente, enquanto o consumo da

maioria dos sectores é apurado com base na facturação comercial.

Ao contabilizar as perdas desta forma, possíveis falhas ao nível da facturação (comercial) reflectem-se no valor das perdas,

ainda que, fisicamente, o valor seja diferente. Acresce que, o valor das perdas, calculado desta forma engloba, não só as

perdas técnicas, mas também as perdas associadas a furto e fraude.

Este método de contabilização das perdas consubstancia-se numa distorção dos dados reais, pelo que as perdas calculadas

pela ELECTRA foram divididas em dois tipos:

Perdas técnicas – em que foi assumido limite de 10% do consumo total, com base na realização de um estudo

comparativo com outros sistemas eléctricos, conforme apresentado na Figura 2.7;

Perdas não técnicas: - que correspondem à diferença entre perdas totais e as perdas técnicas.

Considerou-se, ainda, que a maioria dos furtos/fraudes de energia eléctrica têm origem no sector doméstico tendo-se, assim,

somado as perdas não técnicas de cada ilha ao respectivo consumo doméstico para efeitos de cálculo e análise.

Figura 2.7 – Perdas técnicas e não técnicas no sistema eléctrico (consumo referido à produção) – 2009, Fontes: Madeira: (Electricidade

da Madeira (EEM), 2009), Açores: (Electricidade dos Açores (EDA), 2008)

Neste estudo dividiu-se a ilha de Santiago em dois sistemas distintos, Praia e Interior, conforme o Quadro 2.5.

Quadro 2.5 – Divisão dos sistemas eléctricos na ilha de Santiago

Sistema Concelho

Praia

São Lourenço dos Órgãos

Praia

Ribeira Grande de Santiago

São Domingos

São Miguel

Santa Cruz

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

Santiago São Vicente

Sal Santo Antão

Fogo São Nicolau

Boavista Maio Brava Madeira Açores

Perdas Consumo

27%36% 18% 3% 23% 8,7%11%

Benchmark

15% 9% 32% 24%

Valor médio de perdas nos sitemas eléctricos


METODOLOGIA

Interior

Tarrafal

Santa Catarina

São Salvador do Mundo

Esta divisão visa, essencialmente, distinguir as dinâmicas de evolução de um sistema mais urbano e desenvolvido (como é o

caso da cidade da Praia), de outro cuja população vive maioritariamente em meios rurais (como se verifica no Interior).

Idealmente e, para efeitos de estimativa da carga por subestação, a procura registada nos concelhos de Santa Cruz e Calheta

de São Miguel deveria, também, ser contabilizada no sistema Interior. No entanto, pelas razões que se expõem de seguida,

essa divisão não foi possível.

A divisão considerada resultou da análise dos “Relatórios e Contas” da ELECTRA e da repartição do consumo por sector,

disponibilizado pela ELECTRA e pelo INE. De acordo com essa análise e, após consulta aos técnicos da ELECTRA, concluiu-se

que a região de Órgãos, inicialmente alimentada por um gerador próprio, passou a estar interligada à rede eléctrica da cidade

da Praia a partir de 2003, não obstante a facturação continuar a ser contabilizada em Santa Cruz. O gerador existente na

Calheta foi também desactivado, passando a ser abastecido pela rede de Santa Cruz. Uma vez que as perdas são apuradas

comercialmente, não foi, por esse motivo possível, estabelecer balanços produção/consumo distintos para Praia e Santa

Cruz. Assim, as perdas no sistema Praia tiveram que ser determinadas considerando Praia e Santa Cruz em conjunto.

O sector turístico em Cabo Verde é assumido como um dos principais motores de desenvolvimento do País tendo registado,

na última década, um forte crescimento com a construção/reabilitação de um elevado número de estabelecimentos,

associado a um crescimento substancial do número de turistas que visitam o Arquipélago. A importância do turismo, em

termos socioeconómicos, reflecte-se também nas necessidades energéticas do País. Neste contexto e, dada a sua relevância,

considerou-se a procura de energia eléctrica referente aos estabelecimentos hoteleiros de forma separada do conjunto de

sectores comércio, indústria e agricultura considerado pela ELECTRA. Assim, à procura, referente aos sectores comércio,

indústria e agricultura, subtraiu-se a procura dos estabelecimentos hoteleiros, estimada de acordo com a expressão (9).

A análise da evolução do consumo, em alguns anos anteriores a 2005, indicia a contabilização da energia para iluminação

pública no consumo referente às autarquias locais. Nos casos em que tal situação foi detectada, foi descontado ao consumo

das autarquias o valor correspondente da iluminação pública, de forma uniformizar o balanço anual produção/consumo. A

partir de 2006, os dados disponibilizados para o consumo das autarquias incluem a iluminação pública tendo-se procedido,

neste caso, de forma idêntica.

Na análise da ilha do Fogo não se consideraram os dados do ano 2000, uma vez que o sistema do concelho de São Filipe foi

integrado na ELECTRA apenas em Janeiro de 2001, não existindo dados anteriores a este ano.

Na análise da ilha do Sal, por ausência da informação relativa à produção total de electricidade da central da APP (Águas de

Ponta Preta), foi apenas considerada a produção injectada na rede da ilha com base nos dados cedidos pela ELECTRA.

Na análise da ilha da Boavista, o consumo de energia eléctrica do sector hoteleiro foi estimado tendo como base o número

de camas facultado pelo INE e o consumo específico considerado para cada tipologia de alojamento, que pode ser consultado

na secção 2.2.7. A metodologia adoptada teve um forte impacto no consumo do sector do turismo, tendo-se verificado que

este sector apresentara valores de consumo de electricidade superiores à produção total da ilha. Esta ocorrência é

compreensível na medida em que algumas unidades hoteleiras apresentam produção própria e, ainda, porque, neste

momento, a produção de energia da concessionária (ELECTRA) se encontra num processo de subconcessão para produtores

independentes, como é o caso da Águas e Energia da Boavista (AEB). Neste sentido, ajustou-se a produção total de energia


eléctrica em função do aumento dos consumos de electricidade associados às várias unidades hoteleiras identificadas (p.e.

dessalinização, bombagem de água).

A dessalinização de água do mar, na ilha de Santo Antão, é realizada pela empresa Águas de Porto Novo, que possui grupos

electroprodutores próprios. Por impossibilidade de obtenção de dados da produção desta central, não foi considerada neste

estudo.

Nos quadros seguintes sintetiza-se a repartição do consumo total para cada ilha/sistema considerada neste estudo.

Quadro 2.6 – Repartição da procura total para a ilha de Santiago (Sistema Praia), valores em MWh

Quadro 2.7 – Repartição da procura total para a ilha de Santiago (Sistema Interior), valores em MWh

Quadro 2.8 – Repartição da procura total para a ilha de São Vicente, valores em MWh

Quadro 2.9 – Repartição da procura total para a ilha do Sal12, valores em MWh

12 Ao valor das autarquias foi descontada a procura referente à iluminação pública e por isso obteve-se um valor negativo. Assim o valor global destes dois

sectores parece adequado em relação aos restantes anos.

Electra Estado Autarquias Inst/Org/Soc Ilum. Púb. Cons. Próprio DessalinizaçãoBomb. água

dessal.Doméstico

Não técnicas

2000 64.266 11.406 1.771 2.259 71 1.591 995 42 7.754 360 1.555 23.753 6.281 6.427

2001 71.299 13.522 1.690 3.134 356 1.550 885 50 7.724 322 799 18.686 15.450 7.130

2002 80.517 16.984 1.667 3.441 361 1.725 570 50 6.884 1.193 1.385 26.895 11.311 8.052

2003 88.107 17.096 1.786 3.077 449 1.542 1.353 99 7.072 993 3.091 30.566 12.172 8.811

2004 99.356 19.416 1.849 4.534 917 1.880 1.279 185 7.576 733 3.457 33.103 14.490 9.936

2005 106.431 22.845 1.877 4.939 1.014 2.044 1.139 236 7.854 704 4.080 32.829 16.228 10.643

2006 113.100 22.717 1.977 5.413 789 2.125 1.293 217 7.909 715 3.630 33.176 21.829 11.310

2007 126.244 23.959 2.032 6.963 691 2.236 1.395 184 8.586 744 3.147 32.841 30.843 12.624

2008 137.256 25.785 2.181 6.954 768 2.307 1.131 256 8.469 767 5.358 34.045 35.510 13.726

2009 143.676 26.373 2.261 8.094 666 2.753 1.265 251 8.274 826 5.922 36.003 36.622 14.368

Ano Produção

Com/Ind/AgriConsumo

interno

Perdas

Gesto Com/Ind/Agri Turismo Instituições Dessalinização DomésticoTécnicas


dessal.Doméstico

Não técnicas

2000 5.754 631 - 156 19 19 201 1 - - 16 2.698 1.438 575

2001 6.879 1.085 - 34 23 57 266 1 - - 3 2.757 1.965 688

2002 8.305 1.170 - 132 34 86 279 4 - - 107 4.323 1.339 831

2003 9.304 1.691 - 171 245 103 497 10 - - 21 4.904 733 930

2004 10.093 1.388 - 243 700 90 358 10 - - 20 5.402 872 1.009

2005 10.941 1.260 - 230 640 94 394 15 - - 18 5.806 1.391 1.094

2006 11.744 1.310 - 184 499 79 386 14 - - 17 5.706 2.374 1.174

2007 12.557 1.241 - 200 528 79 444 14 - - 25 5.681 3.087 1.256

2008 14.002 1.010 - 468 525 69 210 11 - - 24 5.696 4.588 1.400

2009 14.803 1.297 - 575 352 80 325 18 - - 22 6.532 4.122 1.480

Ano Produção

Com/Ind/AgriConsumo

interno

Perdas



dessal.Doméstico

Não técnicas

2000 42.471 10.272 1.007 814 98 252 1.536 84 6.830 421 1.806 13.616 1.489 4.247

2001 45.953 9.693 1.036 847 141 297 1.591 119 7.747 430 1.739 15.230 2.489 4.595

2002 48.373 11.439 1.093 946 179 296 1.598 132 7.915 474 1.783 16.096 1.586 4.837

2003 51.539 11.209 1.166 848 235 318 1.430 118 7.619 503 3.044 16.886 3.010 5.154

2004 54.035 12.575 1.552 1.135 253 324 1.861 127 7.640 509 2.455 17.451 2.748 5.403

2005 56.674 14.271 1.548 1.302 565 396 1.654 146 7.968 618 2.348 19.270 921 5.667

2006 57.800 13.048 1.870 1.339 438 434 1.953 135 6.669 604 2.328 19.209 3.993 5.780

2007 58.530 12.936 2.046 1.371 499 502 1.934 141 6.735 734 2.192 18.198 5.390 5.853

2008 60.248 14.002 1.845 1.384 650 556 1.967 151 5.568 1.348 2.672 18.791 5.288 6.025

2009 61.635 14.005 1.902 1.538 619 603 2.019 623 4.943 1.558 2.704 19.971 4.988 6.163

Ano Produção

Com/Ind/AgriConsumo

interno

Perdas



dessal.Doméstico

Não técnicas

2000 16.182 1.324 3.089 172 18 49 260 44 5.017 421 567 3.553 52 1.618

2001 20.587 2.140 4.930 176 28 38 279 32 5.699 474 797 3.948 - 2.047

2002 21.854 2.194 5.383 198 36 42 302 52 5.658 470 904 4.831 - 1.785

2003 25.766 2.536 6.634 240 -793 43 1.380 85 5.086 503 1.630 5.320 526 2.577

2004 29.233 3.596 9.096 263 123 51 589 130 4.916 574 1.822 5.979 - 2.096

2005 33.198 4.305 10.533 254 131 64 459 154 5.340 449 2.719 7.044 - 1.745

2006 37.723 4.398 12.825 367 65 64 497 64 5.789 530 2.597 8.197 - 2.332

2007 38.538 4.043 14.288 416 78 62 485 63 5.316 630 2.809 8.636 - 1.713

2008 38.868 4.388 14.247 519 90 73 509 65 3.952 705 2.720 10.025 - 1.574

2009 37.429 4.182 13.578 620 34 60 543 79 3.635 976 2.404 10.284 - 1.034

Ano Produção

Com/Ind/AgriConsumo

interno

Perdas



METODOLOGIA

Quadro 2.10 – Repartição da procura total para a ilha de Santo Antão, valores em MWh

Quadro 2.11 – Repartição da procura total para a ilha do Fogo, valores em MWh

Quadro 2.12 – Repartição da procura total para a ilha de São Nicolau, valores em MWh

Quadro 2.13 – Repartição da procura total para a ilha da Boavista, valores em MWh

Quadro 2.14 – Repartição da procura total para a ilha do Maio, valores em MWh


dessal.Doméstico

Não técnicas

2000 5.867 259 136 116 157 69 523 4 - - 38 3.250 727 587

2001 7.156 650 160 199 232 81 939 7 - - 33 3.996 145 716

2002 7.824 588 193 169 185 78 936 8 - - 15 4.386 484 782

2003 8.572 624 239 220 390 51 923 20 - - 21 4.530 698 857

2004 9.175 719 255 238 511 43 918 11 - - 19 4.903 638 917

2005 9.982 918 290 293 654 64 773 13 - - 15 5.502 462 998

2006 10.411 829 310 305 480 75 901 10 - - 13 5.415 1.031 1.041

2007 10.971 850 432 258 494 75 866 12 - - 14 5.179 1.694 1.097

2008 11.493 794 559 299 483 81 680 7 - - 17 5.370 2.055 1.149

2009 11.992 887 849 344 332 78 1.119 10 - - 18 5.577 1.579 1.199

Ano Produção

Com/Ind/AgriConsumo

interno

Perdas



dessal.Doméstico

Não técnicas

2001 4.059 905 175 52 30 38 142 7 - - 10 1.759 536 406

2002 4.998 1.048 223 65 45 51 217 26 - - 26 2.111 684 500

2003 5.334 1.356 217 75 37 72 192 9 - - 12 2.457 374 533

2004 6.276 1.351 181 139 78 75 299 4 - - 11 2.787 724 628

2005 6.920 1.411 283 172 134 65 378 4 - - 16 3.108 658 692

2006 7.686 1.668 320 187 72 63 296 5 - - 15 3.187 1.105 769

2007 8.129 1.822 334 199 128 63 291 6 - - 18 3.119 1.336 813

2008 8.629 1.779 323 189 71 90 342 8 - - 15 3.195 1.754 863

2009 8.983 1.775 438 216 79 90 484 6 - - 15 3.464 1.519 898

Ano Produção

Com/Ind/AgriConsumo

interno

Perdas



dessal.Doméstico

Não técnicas

2000 2.741 146 76 14 2 30 281 5 - - 11 1.815 87 274

2001 3.075 234 74 35 5 27 294 5 - - 25 1.975 93 308

2002 3.285 267 67 26 6 7 276 7 - - 21 2.200 80 328

2003 3.417 333 96 53 12 8 155 8 - - 25 2.397 0 330

2004 3.486 319 97 80 21 5 148 8 - - 23 2.423 15 349

2005 3.936 369 79 72 56 8 185 10 - - 19 2.837 0 300

2006 4.327 379 79 100 22 8 234 9 - - 10 2.925 128 433

2007 4.386 413 80 54 36 6 182 8 - - 11 2.962 195 439

2008 4.744 499 77 112 58 7 172 8 - - 13 3.090 234 474

2009 4.774 549 80 77 52 16 250 7 - - 14 3.004 246 477

DomésticoTécnicas

Ano Produção

Com/Ind/AgriConsumo

interno

Perdas

Gesto Com/Ind/Agri Turismo Instituições Dessalinização


dessal.Doméstico

Não técnicas

2000 2.685 305 356 27 6 1 81 1 734 10 43 1.015 0 105

2001 2.664 253 371 43 19 10 59 3 789 22 34 842 0 218

2002 3.254 354 315 30 30 6 60 21 877 14 44 1.076 102 325

2003 3.134 337 366 35 37 8 52 11 810 13 68 1.122 0 276

2004 3.326 373 194 53 103 6 17 14 1.087 10 59 1.244 0 166

2005 5.441 578 1.437 58 38 4 98 20 1.220 13 118 1.925 0 302

2006 5.375 538 1.149 60 40 11 165 20 1.120 14 137 1.793 0 329

2007 5.743 590 1.111 60 72 14 145 21 1.171 11 140 1.967 0 441

2008 6.703 728 1.141 113 154 32 160 21 1.122 9 124 2.265 163 670

2009 14.079 767 6.394 129 104 65 138 27 2.132 26 418 2.557 0 1.323

DomésticoTécnicas

Ano Produção

Com/Ind/AgriConsumo

interno

Perdas



dessal.Doméstico

Não técnicas

2000 1.001 18 27 0 50 12 74 2 - - 13 621 84 100

2001 1.270 17 25 4 47 17 82 6 - - 10 855 80 127

2002 1.359 52 78 5 118 14 78 5 - - 10 901 0 98

2003 1.733 48 73 55 193 16 68 14 - - 13 913 166 173

2004 1.957 74 111 130 322 18 80 18 - - 13 992 2 196

2005 2.128 89 133 135 430 23 38 22 - - 15 1.140 0 103

2006 1.835 30 133 84 154 24 60 17 - - 14 1.121 14 183

2007 2.199 19 147 125 20 24 88 15 - - 12 1.241 289 220

2008 2.319 65 147 144 22 26 95 19 - - 10 1.213 347 232

2009 2.579 63 158 106 22 31 75 17 - - 10 1.263 578 258

DomésticoTécnicas

Ano Produção

Com/Ind/AgriConsumo

interno

Perdas



Quadro 2.15 – Repartição da procura total para a ilha da Brava, valores em MWh

2.2.3 DEMOGRAFIA

Cabo Verde possui, actualmente, cerca de 518.682 habitantes13

registando um nível de crescimento demográfico

considerável, fruto, não só do crescimento anual da esperança média de vida (taxa de crescimento de 2,7%) (INE) e do

aumento da taxa bruta de natalidade (25,7 por cada mil em 2009), mas também da redução dos fluxos de migração na ordem

dos 2,1% ao ano (INE). Nas diferentes ilhas do arquipélago de Cabo Verde, verifica-se uma concentração considerável das

populações nas áreas urbanas e uma elevada dispersão das populações rurais, como pode constatar-se através da análise da

Figura 2.9.

O presente estudo, desenvolvido durante o ano de 2010, utilizou no que respeita às variáveis demográficas, inicialmente, os

dados do Censos-2000 e as respectivas previsões demográficas. No final do ano 2010, foram publicados os resultados

preliminares do Censos-2010 e, tendo em conta a informação disponível, as previsões demográficas foram actualizadas

considerando:

2000-2008: evolução da população por concelho, de acordo com os dados do Censos-2000 (revisão de 2008);

2009-2020: a taxa de crescimento média anual (2000-2010) publicada no Censos-2010, ao nível de concelho.

A utilização do histórico disponibilizado pelo INE até 2008 justifica-se pelas constantes actualizações (a última foi realizada

em 2008) de que tem sido alvo o Censos-2000, no sentido de manter actualizado, tanto quanto possível, o seu conteúdo.

O período seguinte (2009-2020) tomou em consideração a Taxa de Crescimento Média Anual (TCMA) calculada no Censos

2010, de forma a procurar corrigir as estimativas iniciais, realizadas em função do Censos-2000, bem como os dados

publicados na sequência deste último recenseamento.

A Figura 2.8 pretende traduzir a evolução da população total de cada ilha desde o ano 2000 até 2020.

13 Fonte: (INE, 2008)


dessal.Doméstico

Não técnicas

2000 1.369 359 25 15 0 0 132 0 - - 9 508 185 137

2001 1.671 427 25 14 0 0 238 0 - - 9 655 136 167

2002 1.757 357 25 11 81 20 225 1 - - 10 783 69 176

2003 1.968 359 34 18 116 17 193 2 - - 13 848 171 197

2004 2.025 325 54 25 118 15 226 2 - - 16 969 72 203

2005 2.023 226 48 31 115 18 167 1 - - 16 969 230 202

2006 2.097 129 47 43 72 14 181 1 - - 14 1.110 277 210

2007 2.035 204 47 32 109 14 172 1 - - 14 1.009 230 204

2008 2.090 204 48 34 105 15 139 1 - - 12 998 324 209

2009 2.296 296 49 #VALUE! 127 17 176 1 - - 17 1.064 320 230

DomésticoTécnicas

Ano Produção

Com/Ind/AgriConsumo

interno

Perdas



METODOLOGIA

Figura 2.8 - Evolução do número de habitantes entre 2000 e 2020

Da análise da figura anterior, pode constatar-se que a ilha de Santiago se destaca das restantes ilhas do Arquipélago em

relação ao seu elevado número habitantes, apresentando uma TCMA de 1,55% para o período compreendido pelos anos

2010-2020. Importante salientar o forte crescimento que se espera para a ilha da Boavista no que respeita ao número de

habitantes (TCMA de 7,8%), fruto do crescimento sócio-económico imprimido, fundamentalmente, pelo sector do turismo. A

ilha do Sal destaca-se, igualmente, por uma elevada TCMA, com o valor de 5,5% no período compreendido entre 2010 e 2020

embora, relativamente às ilhas apresentadas, seja aquela que apresenta menor número de habitantes ao longo do intervalo

temporal analisado. Prevê-se, ainda, que o número de habitantes desta ilha se aproxime da ilha do Fogo no ano de 2020, cujo

crescimento é pautado por uma TCMA de -0,1%, entre 2010 e 2020. A ilha de Santo Antão, São Nicolau e Brava, à

semelhança do que acontece na ilha do Fogo, apresentam uma TCMA negativa com o valor de 0,65%, 0,62% e 1,3%,

respectivamente.

Procedendo a uma análise global, estima-se, que em 2020, Cabo Verde apresente cerca de 590 mil habitantes, segundo a

análise efectuada que tem por base a TCMA do censos 2010, como referido.

Relativamente ao rácio de população urbana versus população rural, as ilhas do Sal e São Vicente destacam-se das restantes,

com uma quota de população, em meio urbano, de cerca de 93,7% e 96,2%, respectivamente. A ilha de Santiago apresenta

0

50

100

150

200

250

300

350

400

2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014 2016 2018 2020

Milh

are

s d

e H

abit

ante

s

Santiago São Vicente Sal Santo Antão Fogo São Nicolau Boa Vista Maio Brava

Projecção GestoTCMA (Censos 2010)

Histórico - INE(Censos 2000)

TCMA = -0,66%

TCMA = -0,09%

TCMA (Boavista) =7,8%

TCMA (Maio) =0,3%TCMA (Brava) =-1,3%

TCMA (São Nicolau) =-0,62%


uma quota na ordem dos 68,4%. As ilhas que registam menor número de habitantes, Fogo e Santo Antão, apresentam maior

peso da população em meio rural, na ordem dos 30,5% e 38,1%, respectivamente. A ilha da Boavista e Maio apresentam um

rácio relativamente equilibrado, com valores de população urbana versus população rural na ordem dos 50% versus 41% e

43% versus 57%, respectivamente.

2.2.4 COBERTURA DA REDE ELÉCTRICA

O arquipélago de Cabo Verde apresenta, actualmente, uma taxa de cobertura da rede de energia eléctrica de 91% (ELECTRA),

sendo que, as ilhas de São Vicente e Sal apresentam já uma taxa de cobertura na ordem dos 100%. Por outro lado, e como

caso mais crítico, apresentam-se as ilhas do Fogo e de Santiago, com taxas de electrificação de 71% e de 84%,

respectivamente.

Na Figura 2.9, apresentam-se os actuais níveis de electrificação, bem como a densidade populacional que caracteriza as cinco

ilhas em estudo, o que permite avaliar a localização dos principais centros de consumo.

Figura 2.9 – Taxas de electrificação e densidade populacional (2010), Fonte:(ELECTRA), (INE)

Electrificada

Não electrificada

Dimensão população e electrificação%

82%

18%

Santo Antão (48.414 hab.)

Sal(20.465 hab.)

São Vicente(79.192 hab.)

Fogo(37.758 hab.)

Santiago(286.783 hab.)

São Nicolau(12.857 hab.)

Boavista(6.236 hab.)

Maio(7.991 hab.)

Brava(6.160 hab.)

89%

11%

100%

100%

100%

100%

71%

29%

100%

100%

84%

16%


METODOLOGIA

Apesar de no ano de 2010 Cabo Verde apresentar uma taxa territorial14

de cobertura de rede eléctrica com o valor de 95%,

prevê-se, conforme as estimativas efectuadas sobre os dados disponibilizados pelo INE, que a taxa de electrificação de Cabo

Verde atinja os 96% no ano de 2012. Para que esta situação se verifique é necessário levar a cabo um ambicioso plano de

investimentos no sector de produção e distribuição de energia eléctrica que já se encontra em marcha. Este plano foi

estudado de forma exausta e constitui parte integrante deste trabalho, intitulando-se ESTUDO DO SECTOR ELÉCTRICO E

PLANO DE INVESTIMENTOS EM INFRA-ESTRUTURAS.

A evolução da taxa de electrificação das várias ilhas que compõe o arquipélago de Cabo Verde, entre os anos de 2000 e 2009,

é calculada pela ELECTRA como sendo o quociente entre, o número de clientes domésticos e, o número de agregados

familiares. As estimativas realizadas pela Gesto seguiram este método de cálculo. A estimativa do parâmetro clientes

domésticos foi baseada na TCMA, calculada entre os anos de 2000 a 2009. A segunda variável, agregados familiares, foi

calculada através do quociente entre a estimativa do número de habitantes, anteriormente realizada, e a dimensão do

agregado médio. O valor correspondente ao agregado médio utilizado nestes cálculos foi o apresentado no Censos-2000.

A Figura 2.10 mostra a evolução da taxa de electrificação para as diferentes ilhas e respectiva projecção até 2020

.

Figura 2.10 - Evolução das taxas de cobertura da rede eléctrica

Através desta figura pode verificar-se que as ilhas de São Vicente, Sal , Boavista e Brava são as que apresentam taxas de

electrificação mais elevadas, tendo atingido os 100% em 2007. Por outro lado, as ilhas do Fogo e de Santiago apresentam

14 Fonte: DGE

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014 2016 2018 2020

Santiago São Vicente Sal Santo Antão Fogo São Nicolau Boa Vista Maio Brava

100%

76%

84%

65%

98%


níveis electrificação mais reduzidos face às restantes ilhas, apresentando em 2009 taxas na ordem dos 65% e 76%,

respectivamente.

2.2.5 ECONOMIA

O arquipélago de Cabo Verde apresenta uma economia baseada, maioritariamente, no sector de serviços que, em 2009,

representou 73% do PIB nacional (Figura 2.11). Nos últimos cinco anos, o Valor Acrescentado Bruto deste sector tem crescido

a uma TCMA de 8%, tendo atingido, em 2009, um valor de 86.600 milhões de ECV (Escudos Cabo Verdianos) (preços

correntes). Este aumento deve-se, essencialmente, ao dinamismo conferido pelo sector do turismo. Importa, ainda, realçar

que, de acordo com o Banco de Cabo Verde (Banco de Cabo Verde, 2009), as receitas deste sector, nos últimos três anos,

representaram cerca de 20% do PIB.

Figura 2.11 – Repartição do PIB de Cabo Verde em 2009 (Banco de Cabo Verde, 2009)

A seguir aos serviços, o sector mais relevante é o da construção, que representou cerca de 8% do PIB em 2009. Este sector

tem, igualmente, registado um crescimento considerável (TCMA de 9% entre 2005 e 2009 – preços correntes), impulsionado

pelos investimentos privados no sector turístico e pelo investimento público no desenvolvimento de infra-estruturas.

Entre os anos de 2000 e 2009, Cabo Verde apresentou um crescimento médio do PIB na ordem dos 6%, similar ao registado

pelo conjunto de países da África Subsariana (ver Anexo C), conforme ilustra o gráfico da Figura 2.12.

Agricultura

5%Pesca

1%Indústria

6%

Construção

8%

Serviços

73%

Outros *

7%

* Taxas e impostos sobre as importações e serviços bancários intermediários


METODOLOGIA

Figura 2.12 - Comparação da evolução do PIB de Cabo Verde com África Subsaariana (International Monetary Fund, 2010)

À semelhança dos restantes países, como resultado da recente crise mundial, a economia de Cabo Verde tem sofrido um

abrandamento considerável. No entanto, a retoma da actividade económica internacional terá, seguramente, um impacto

positivo na recuperação das receitas do turismo e, consequentemente, do crescimento do PIB do Arquipélago.

Na Figura 2.13 apresenta-se a evolução do PIB, ao longo do período compreendido pelos anos de 1980-2020, considerada

neste estudo. De salientar que, até ao ano 2015, as estimativas apresentadas são da autoria do FMI sendo que, no período

compreendido pelos anos 2015-2020, as estimativas apresentadas resultam de análise de prospecção da Gesto. Para esta

última projecção, foi utilizada a TCMA calculada para o período compreendido entre 1980 e 2015 tomando, esta, o valor de,

aproximadamente, 6%.

Figura 2.13 - Evolução do PIB e do PIB per capita entre 1980 e 2020 (International Monetary Fund, 2010)

Para o Índice de Preços ao Consumidor de Cabo Verde foram, também, considerados os dados disponibilizados pelo FMI

(average consumer prices) até ao ano 2015. Para o restante período considerou-se uma taxa de inflação igual à estimativa do

FMI (2% p.a.).

0%

2%

4%

6%

8%

10%

12%

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009

Vari

ação P

IB (

pre

ços

const

ante

s)

África Subsariana

Cabo Verde

0

50

100

150

200

250

1980 1985 1990 1995 2000 2005 2010 2015 2020

10

9EC

V (pre

ços

const

ante

s)

PIB

FMI FMI (est.) Gesto

0

50.000

100.000

150.000

200.000

250.000

300.000

350.000

1980 1985 1990 1995 2000 2005 2010 2015 2020

EC

V (pre

ços

const

ante

s)

PIB per capita



Figura 2.14 - Evolução do Índice de Preços ao Consumidor entre 1980 e 2020 (International Monetary Fund, 2010)

2.2.6 TARIFA DE ELECTRICIDADE

A tarifa do sector doméstico foi obtida com base nos dados publicados pela Agência de Regulação Económica (ARE), em que

foi considerada a média das tarifas Baixa Tensão (BT) Doméstica e BT Doméstica Social. Estes valores foram deflacionados

usando os dados apresentados na Figura 2.15. A partir do ano 2010, considerou-se que a tarifa a preços correntes irá evoluir

à taxa de inflação considerada i.e. manterá o valor a preços constantes.

Figura 2.15 – Evolução da tarifa de electricidade ente 1990 e 2020 (Agência de Regulação Económica, 2010)

2.2.7 TURISMO

Conforme anteriormente referido, o sector do turismo desempenha um papel fundamental na economia de Cabo Verde. De

forma estimar o consumo eléctrico referente a este sector, a oferta das várias ilhas, em termos de estabelecimentos

hoteleiros, foi analisada através dos dados publicados pelo INE (Estatísticas do Turismo). No quadro, apresentado no Anexo

B, sintetiza estes dados para o período 2000-2009. De referir que, para os anos 2000, 2001, 2002 e 2004, a repartição do

número de camas por tipologia se encontra incompleta tendo sido, nestes casos, considerado o valor total do número de

camas de cada ilha e a repartição por tipo de estabelecimento do ano de 2003.

Em 2009, as cinco ilhas do estudo totalizavam cerca de 8.700 camas. A título de exemplo, ilustra-se, na Figura 2.16, a

repartição das camas por ilha e por tipologia.

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

1980 1985 1990 1995 2000 2005 2010 2015 2020

Índic

e P

reços

Consu

mid

or

(Base

=2000)


0

5

10

15

20

25

30

1990 1992 1994 1996 1998 2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014 2016 2018 2020

EC

V/k

Wh

Preços constantes Preços correntes Gesto


METODOLOGIA

Figura 2.16 – Repartição do número de camas por ilha e por tipologia, 2009 (Fonte: INE)

Da análise dos gráficos anteriores destacam-se dois aspectos principais:

Quase 70% das camas disponíveis em Cabo Verde estão situadas na ilha do Sal;

A maioria (74%) das camas corresponde a estabelecimentos classificados como hotéis.

Caracterizada a oferta, o consumo eléctrico dos estabelecimentos hoteleiros foi analisado de forma a determinar o consumo

específico por cama (kWh/cama). A Gesto promoveu um inquérito em alguns dos principais hotéis, com o objectivo de

recolher dados relativos ao número de camas disponíveis e, o respectivo consumo eléctrico anual, para o período

compreendido entre os anos 2007-2009. O Quadro 2.16 sintetiza a informação recolhida e procede à sua comparação com os

valores obtidos, com base num estudo realizado para a ilha da Madeira (Portugal), cujos resultados se apresentam no

Quadro 2.16.

Quadro 2.16 - Caracterização do consumo eléctrico de estabelecimentos hoteleiros, Fontes: Cabo Verde (ELECTRA), Madeira (Agência

Regional da Energia e Ambiente da região Autónoma da Madeira, 1999)

2007 2008 2009

Hotel Ilha # camas Consumo

(kWh) Consumo

(kWh) Consumo

(kWh)

Consumo específico15 (kWh/cama)

Praia-Mar Santiago 211 1.387.843 1.308.046 1.293.148 6.306

Pestana Trópico Santiago 98 522.450 532.790 575.240 2.773

Porto Grande São Vicente 84 451.600 460.800 421.000 5.291

Mindel Hotel São Vicente 120 397.525 395.743 499.395 3.591

Foya São Vicente 180 294.470 212.580 189.310 1.319

Belorizonte Sal 363 - 2.367.600 1.935.400 5.927

Porto Antigo Sal 157 284.820 285.253 261.835 1.766

Odjo de Água Sal 104 447.540 421.500 362.520 3.486

15 Para o cálculo do consumo específico considerou-se a média dos três anos analisados

Fogo3%

S. Antão6%

S.Vicente10%

Sal67%

Santiago14%

Aldeamentos5%

Hotéis74%

Hotéis-apartamentos

4%

Pensões8%

Pousadas1%

Residenciais8%


Morabeza Sal 210 644.000 646.320 696.560 2.952

Santo Antão Art Resort Santo Antão 146 - - 649476 4.448

Xaguate Fogo 78 229.760 224.000 241.920 2.973

Iberostar Boavista 493 - - 2.214.30516 4.491

Hotel da Boavista Boavista 58 - - 65.662 1132

1999

Estudo Madeira

# camas Consumo

(GWh)

Consumo específico

(kWh/cama)

Hotéis

5* 3.389 17,5 5.164

4* 4.017 11,3 2.813

3/2* 1.832 4,0 2.183

Hotéis apartamentos 5.863 3,5 597

Estalagens 722 1,2 1.662

O levantamento realizado pela Gesto abrange estabelecimentos do tipo hotel, maioritariamente com classificação superior a

3 estrelas e de grandes dimensões, isto é, estabelecimentos que geralmente dispõem de infra-estruturas (piscinas,

elevadores, climatização, entre outros) que representam um elevado consumo energético. De forma a distinguir estes hotéis,

com consumos superiores, dos restantes, criou-se o grupo denominado grandes hotéis e que, pressupõe, que tenham mais

de 50 camas. Assim, com base nos dados recolhidos, genericamente consideraram-se três escalões para o consumo

específico conforme se esquematiza no Quadro 2.17.

Na ilha da Boavista, fruto da elevada clivagem entre a qualidade e quantidade de serviços que existe entre as várias unidades

hoteleiras, consideraram-se apenas os hotéis pertencentes à cadeia RIU bem como os novos empreendiemtos turísticos

luxo, que se encontram em faze de construção na zona de Lacacão, como Grandes Hotéis.

Quadro 2.17 – Consumo específico considerado por tipo de estabelecimento

Escalão Tipo Estabelecimento kWh/cama

Grandes hotéis Hotéis 3.500

Hotéis apartamentos Hotéis apartamentos 600

Outros

Hotéis

1.000

Aldeamentos

Pensões

Pousadas

Residenciais

Tendo em conta a recente crise internacional e o consequente abrandamento do investimento em novos empreendimentos

turísticos, decidiu-se definir dois ritmos de crescimento do número de camas existente. Para o período compreendido pelos

anos 2010-2014, considerou-se uma TCMA do número de camas de 5%, enquanto para o período entre 2015-2020 se tomou

uma TCMA superior (10%), reflectindo, desta forma, as expectativas da retoma económica. Os valores considerados para as

TCMA baseiam-se, respectivamente, nos cenários “Pessimista” e “M dio” definidos num estudo de desenvolvimento levado

a cabo pela Direcção Geral do Turismo, em conjunto com a PD Consult.

16 Consumo referente ao ano de 2010


METODOLOGIA

Por falta de informação e, como simplificação, não se diferenciou a evolução do número de camas consoante a ilha ou

tipologia.

Cumpre referir que, para a ilha do Maio, quando cruzados os resultados obtidos para as estimativas de evolução da procura

no sector do turismo (no cenário agressivo), com o desenvolvimento económico espectável para esta ilha, verificou-se que

estes ficariam aquém do esperado. Desta forma, optou por se pautar o crescimento deste sector com a taxa de crescimento

da ilha da Boavista, na medida em que a ilha do Maio deverá seguir esta tendência observada na Boavista no decorrer dos

próximos anos, ou seja, com uma taxa de 20,1%.

2.2.8 DESSALINIZAÇÃO

À semelhança do sector do turismo, também a dessalinização de água representa um peso importante na procura total de

energia eléctrica em Cabo Verde, designadamente nas ilhas de Santiago, São Vicente, Sal e Boavista, onde o consumo de

energia para a dessalinização ronda os 8% de toda a energia gerada nestas ilhas (Figura 2.17).

Figura 2.17 - Peso da dessalinização na procura total de energia (2009), Fonte: (ELECTRA), Análise Gesto

O gráfico da Figura 2.18 apresenta a evolução histórica da produção de água dessalinizada e a evolução do consumo

específico (kWh/m3) do parque produtor de água dessalinizada. A substituição dos sistemas de dessalinização por tecnologias

mais eficientes, poderá conduzir à convergência do consumo específico nas diversas ilhas para valores próximos dos 4

kWh/m3.

6% 11% 12% 14%0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

Santiago São Vicente Sal Boavista

Procura total Dessalinização


Figura 2.18 - Evolução da produção de água e a evolução consumo específico (kWh/m3) do parque produtor de água dessalinizada

2.3 NOTAS

Nas estimativas que se apresentam no capítulo 3, existe um factor muito importante e que é essencial ter em consideração

que é a informação utilizada. A sua qualidade e a dimensão são aspectos fundamentais em qualquer previsão. O conjunto de

dez anos de dados disponíveis da repartição do consumo por sector mostra-se reduzido, limitando a precisão das estimativas

e, por isso, das previsões. Qualitativamente, detectaram-se algumas incoerências nos dados, pelo que se considera que seria

importante que as entidades envolvidas realizassem um esforço ainda maior na recolha, sistematização e uniformização da

informação publicada.

Pelas razões atrás mencionadas, trata-se de um exercício falível e com um grau de incerteza assinalável. Este estudo recorre

a uma metodologia orientada para a previsão da evolução. Com as estimativas resultantes deste estudo não pretende

quantificar-se, com rigor extremo, da procura das ilhas em estudo, mas sim apresentar um intervalo plausível para a sua

evolução.

Trata-se, no entanto, de uma análise fundamental para o planeamento dos vários sistemas eléctricos existentes em Cabo

Verde, análise esta que deverá ser monitorizada, com revisões periódicas, de forma a incluir informação mais actualizada e

permitir melhorar as previsões agora apresentadas.

Dada a importância do turismo, procedeu-se ao estudo isolado da procura deste sector, de forma desagregada do

comércio/indústria/agricultura. O consumo referente aos estabelecimentos hoteleiros é uma estimativa da Gesto, baseada

em dados obtidos através de um levantamento realizado numa amostragem que se considera representativa das unidades

hoteleiras de grandes dimensões (cerca de 85% do total deste tipo de empreendimentos), podendo, ainda assim, apresentar,

um grau de incerteza considerável.

O levantamento do número de camas publicado pelo INE e, considerado neste estudo, abrange todos os estabelecimentos

existentes. Contudo, nem todos os estabelecimentos são abastecidos pela rede eléctrica da ELECTRA, pelo que, o seu

consumo, poderá não estar correctamente contabilizado. Constituem exemplos desta situação, alguns hotéis na ilha do Sal

que são abastecidos pela empresa APP, não estando o seu consumo considerado nas estatísticas disponibilizadas pela

ELECTRA. Não foram tomadas em consideração as centrais municipais, pela sua reduzida representatividade face aos

consumos registados nos sistemas da ELECTRA.

No que concerne à análise das perdas, técnicas e não técnicas, estas foram consideradas separadamente, de forma a permitir

avaliar a relevância da quantidade de energia associada a furto ou fraude. Pelo seu impacto negativo, este aspecto deverá ser

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

2000 2002 2004 2006 2008

milh

õe

s m

3

Santiago S. Vicente Sal Boavista

0

5

10

15

20

25

30

2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014 2016 2018 2020kW

h/m

3

Santiago

S. Vicente


METODOLOGIA

estudado de forma urgente e detalhada pelas entidades competentes, com o objectivo de aferir, com precisão, a origem, o

valor e a forma de eliminar estas perdas.


ESTIMATIVAS DE EVOLUÇÃO DA PROCURA

3 ESTIMATIVAS DE EVOLUÇÃO DA PROCURA

3.1 SITUAÇÃO ACTUAL

Nos últimos 10 anos, a procura total de energia eléctrica no arquipélago de Cabo Verde registou um crescimento médio

ligeiramente superior a 8%, tendo atingido os 302 GWh em 2009.

Conforme referido, para as ilhas em estudo, efectuou-se um estudo aprofundado do consumo eléctrico por sector.

Apresenta-se, na Figura 3.1, a repartição da procura por sector/ilha em 2009.

Figura 3.1 - Repartição da procura de energia eléctrica por sector e por ilha em 2009.

Da análise do gráfico anterior, torna-se evidente o peso das principais ilhas, Sal, São Vicente e Santiago no que respeita à

procura de energia eléctrica, sendo que, a ilha de Santiago representou, em 2009, cerca de 50% da procura total das ilhas em

estudo. É, igualmente notório, que as ilhas apresentam perfis de consumo bem distintos. Cumpre referir que a ilha da

Boavista apresenta já um consumo assinalável, sendo, evidente, que o sector do turismo representa quase metade do

consumo total da ilha no referido ano.

As ilhas de Santo Antão e Fogo apresentam uma repartição por sector semelhante. A diferença mais significativa reside no

sector comércio/indústria/agricultura, que apresenta um peso bastante superior na ilha do Fogo.

Na ilha do Sal, é o sector do turismo que apresenta maior consumo eléctrico. Estima-se que os diversos estabelecimentos

turísticos representem cerca de 36% da procura total da ilha.

Destaque também para o sector do comércio/indústria/agricultura em São Vicente, que representa quase ¼ da procura total

desta ilha.

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

Cons. interno/Perdas técnicas

Dessalinização

Instituições

Turismo

Com/Ind/Agri

Perdas não técnicas

Doméstico

52% 20% 4% 5% 1%12% 3% 2% 1%

26%

23%36%

46%

Sant

iago

São

Vic

ente

Sal

Sant

oA

ntão

Fog

o

São

Nic

ola

u

Boa

vist

a

Bra

va


O gráfico apresentado é, ainda, bastante elucidativo no que se refere ao peso das perdas não técnicas. Tomando como

exemplo a ilha de Santiago, estas perdas representam cerca de 25%, o que, em conjunto com o sector doméstico, constitui

mais de 50% da procura total. A atribuição da totalidade das perdas não técnicas ao sector doméstico, significa que, em cada

duas unidades de energia eléctrica consumida, apenas uma unidade é efectivamente facturada.

Nas secções seguintes apresenta-se, para cada ilha, as estimativas de evolução da procura de cada um dos sectores.

3.2 SISTEMA PRAIA (SANTIAGO)

3.2.1 ENQUADRAMENTO

A ilha de Santiago está situada no Sotavento do arquipélago de Cabo Verde, tem uma superfície de 991 km2 e é a ilha mais

populosa, com cerca de 287.000 habitantes. O Sistema Praia, conforme referido na secção 2.2.2, é constituído pelos

concelhos de São Lourenço dos Órgãos, Praia, Ribeira Grande de Santiago, São Domingos, São Miguel e Santa Cruz. Estes

concelhos totalizam, aproximadamente, 207.000 habitantes e encontram-se delimitados a tracejado na Figura 3.2.

Figura 3.2 – Densidade populacional da ilha de Santiago – Sistema Praia, Fonte: (INE)

A procura de energia eléctrica do Sistema Praia representa cerca de 52% (2009) da procura total de Cabo Verde e, conforme

evidencia o gráfico da Figura 3.3, tem registado uma tendência crescente, com uma TCMA de 9,4% (2000-2009), tendo

atingido os 143 GWh no ano de 2009. A ponta do consumo atingiu, no mesmo ano, um máximo de 25.575 kW, apresentando,

no mesmo período, uma TCMA de 10%.

Santo Antão

(48.414 hab) Sal

(20.465 hab)

Fogo

(37.758 hab)

84%

16%

65%

35%

100%

0%

100%

0%

100%

0%

S.Vicente

(79.192 hab)

Santiago

(286.783 hab)

76%

24%

87%

536.993 hab567.629 hab

622.223 hab

508.633 hab

13%

100% 100%

2009 2012 2015 2020

Electrificado Não electrificado

96%

4%

100%

0%

87%

536.993 hab567.629 hab

622.223 hab

508.633 hab

13%

100% 100%

2009 2012 2015 2020


96%

4%

87%

536.993 hab567.629 hab

622.223 hab

508.633 hab

13%

100% 100%

2009 2012 2015 2020


96%

4%

Evolução da População electrificada (%)Distribuição da população e nível de electrificação por ilha (2009)



Figura 3.3 – Evolução histórica da procura total e da carga em ponta (Sistema Praia), Fonte: (ELECTRA)

Na Figura 3.4 encontra-se representada a repartição da procura sectorial do Sistema Praia para o ano de 2009.

Figura 3.4 – Repartição por sector da procura em 2009 (Sistema Praia), Fonte: (ELECTRA), Análise Gesto

O sector doméstico é o que apresenta um maior peso na procura total de energia eléctrica (51%), sustentado por uma taxa

de electrificação da população na ordem dos 85%. Os sectores comércio/indústria/agricultura representam, em conjunto,

cerca de 18% da procura total de energia, reflectindo uma forte actividade económica. De referir, ainda, a importância do

sector da dessalinização (6%) em relação à procura total.

De seguida, apresentam-se, para cada sector, as estimativas de evolução da procura do Sistema Praia para o cenário

intermédio.


3.2.2.1 DOMÉSTICO

O consumo doméstico per capita foi estimado com base na expressão (3) da secção 2.1.2, sendo os resultados da regressão

linear múltipla apresentados no Anexo A do presente documento. As previsões obtidas para o consumo doméstico per capita

e, sua evolução entre 2000 e 2009, estão representadas na Figura 3.5.

0

5.000

10.000

15.000

20.000

25.000

30.000

0

20

40

60

80

100

120

140

160

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009

kWGW

h

Evolução do consumo eléctrico e da ponta de consumoSantiago - Sist. Praia

Consumo (GWh) Ponta (kW)

Doméstico51%

Com/Ind/Agri18%

Turismo2%

Instituições9%

Dessalinização6%

Consumo interno

4% Perdas técnicas

10%


Figura 3.5 – Evolução histórica e previsão do consumo doméstico per capita até 2020 (Sistema Praia), Fonte: (ELECTRA)

Da análise do gráfico anterior, pode constatar-se que o consumo doméstico per capita apresenta valores sensivelmente

constantes no período compreendido entre 2000 e 2009. No entanto, considera-se razoável que o consumo doméstico per

capita aumente nos próximos anos, reflexo, sobretudo, do desenvolvimento económico e da melhoria da qualidade de vida

da população previsto para a ilha de Santiago.

A procura do sector doméstico foi calculada de acordo com a expressão (2) da secção 2.1.2. Na Figura 3.6, representa-se a

evolução da procura do sector doméstico entre 2000 e 2009 e as previsões obtidas para os anos 2012, 2015 e 2020.

Figura 3.6 – Evolução histórica e previsão da procura do sector doméstico até 2020 (Sistema Praia), Fonte: (ELECTRA), Análise Gesto

De acordo com as previsões, a procura do sector doméstico do Sistema Praia atingirá um valor próximo de 134 GWh em

2020, fruto do aumento do consumo doméstico per capita, do crescimento da população da ilha e, da taxa de electrificação.

A TCMA relativa ao período compreendido entre os anos 2009-2020 é de 5,8%, sendo que, entre os anos de 2000 e 2009 foi

10,3%.

3.2.2.2 COMÉRCIO, INDÚSTRIA E AGRICULTURA

A procura dos sectores comércio/indústria/agricultura do Sistema Praia foi estimada com base na regressão linear múltipla

definida através da expressão (6) da secção 2.1.2 e, cujos resultados, estão disponíveis no Error! Reference source not

437466

415

0

50

100

150

200

250

300

350

400

450

500

2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014 2016 2018 2020

kWh

/cap

ita

Modelo

Histórico

73

94

108

134

0

20

40

60

80

100

120

140

160

2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014 2016 2018 2020

GW

h

Histórico

Modelo



found. (Anexo A). Na Figura 3.7 apresentam-se as previsões obtidas para a procura dos referidos sectores e, a sua evolução

histórica entre 2000 e 2009.

Figura 3.7 – Evolução histórica e previsão da procura dos sectores comércio, indústria e agricultura até 2020 (Sistema Praia), Fonte:

(ELECTRA), Análise Gesto

Entre 2000 e 2009 a procura destes sectores aumentou a uma TCMA de 9,8%, atingindo um valor de, aproximadamente, 26

GWh. Embora nos derradeiros anos se tenha verificado um ligeiro abrandamento no aumento da procura, possivelmente

motivado pela crise económica internacional, prevê-se, para os próximos anos, um crescimento acentuado (TCMA de 6,6%)

acompanhando a recuperação económica. De acordo com a projecção efectuada, o consumo eléctrico dos sectores em

questão atingirá um valor próximo de 53 GWh no ano de 2020.

3.2.2.3 TURISMO

De acordo com a expressão (9) da secção 2.1.2 e os dados apresentados na secção 2.2.7, estimou-se a procura de energia

eléctrica referente ao sector do turismo.

Figura 3.8 – Evolução histórica e previsão da procura do turismo até 2020 (Sistema Praia), Fonte: (ELECTRA), Análise Gesto

26

35

42

53

0

10

20

30

40

50

60

2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014 2016 2018 2020

GW

h

Histórico

Modelo

2,32,6

3,2

5,1

0

1

2

3

4

5

6

2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014 2016 2018 2020

GW

h

Histórico

Modelo


De acordo com os pressupostos assumidos, prevê-se que, até ao ano 2014, a procura do sector do turismo aumente

moderadamente, evoluindo a um ritmo mais acentuado entre 2015 e 2020, acompanhando a previsível retoma da economia

entre 2015 e 2020. Prevê-se que a procura referente ao sector do turismo atinja um valor próximo dos 5,1 GWh em 2020,

registando uma TCMA de 7,7% entre 2009 e 2020, consideravelmente superior à que se verificou no período 2000-2009

(2,8%).

3.2.2.4 INSTITUIÇÕES

A procura deste sector foi calculada considerando a expressão (10) da secção 2.1.2, onde a procura do sector instituições

representou, em média, cerca de 12% da procura conjunta dos sectores doméstico, comércio, indústria, agricultura e turismo

entre 2005 e 2009. Na Figura 3.9 apresenta-se a evolução histórica da procura deste sector, bem como as previsões para os

anos 2012, 2015 e 2020.

Figura 3.9 – Evolução histórica e previsão da procura referente às instituições até 2020 (Sistema Praia), Fonte: (ELECTRA), Análise Gesto

De acordo com a projecção efectuada, a procura referente a este sector atingirá os 24 GWh, registando uma TCMA de 5,7%,

entre 2009 e 2020, face a uma TCMA de 11,3% verificada no período 2000-2009.

3.2.2.5 DESSALINIZAÇÃO

A produção de água foi estimada de acordo com a expressão (12) da secção 2.1.2. Os resultados da regressão linear múltipla

são disponibilizados no Anexo A do presente documento. A previsão do modelo e o histórico da produção de água

dessalinizada do Sistema Praia, são apresentados na Figura 3.10.

13

16

19

24

0

5

10

15

20

25

30

2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014 2016 2018 2020

GW

h

Histórico

Modelo



Figura 3.10 – Evolução histórica e previsão da produção de água dessalinizada até 2020 (Sistema Praia), Fonte: (ELECTRA), Análise Gesto

Da análise do gráfico anterior, constata-se que a produção de água dessalinizada registou um crescimento moderado,

principalmente, no período compreendido entre 2003 e 2009. Contudo, considera-se razoável que este crescimento seja

mais acentuado nos próximos anos, reflexo da melhoria da rede de abastecimento de água, da melhoria da qualidade de vida

da população e, do desenvolvimento dos sectores comércio, indústria, agricultura e turismo.

A procura referente à dessalinização foi calculada de acordo com a expressão (11) da secção 2.1.2. Na Figura 3.11 representa-

se a evolução da procura referente à dessalinização de água entre 2000 e 2009 bem como as previsões obtidas para os anos

2012, 2015 e 2020. O consumo específico considerado para os diversos anos estudados foi o apresentado na secção 2.2.8.

Figura 3.11 – Evolução histórica e previsão da procura referente à dessalinização até 2020 (Sistema Praia), Fonte: (ELECTRA), Análise

Gesto

Apesar de, nos últimos anos, se ter assistido a um crescimento muito ligeiro do consumo de energia eléctrica para

dessalinização de água (TCMA de 1,3% entre 2000-2009), o modelo apresentado prevê a inversão da situação, nos próximos

anos, registando-se uma evolução dos actuais 9,1 GWh para cerca de 21,6 GWh em 2020, apresentando, para este último

período, uma TCMA de 8,2%. Este fenómeno pode ser justificado pela previsão estabelecida para a evolução da produção de

água dessalinizada e pela pequena margem de redução do consumo específico (kWh/m3).

2,5

3,3

4,1

5,4

0,0

1,0

2,0

3,0

4,0

5,0

6,0

2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014 2016 2018 2020

milh

õe

s m

3

Histórico

Modelo

9

13

16

22

0

5

10

15

20

25

2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014 2016 2018 2020

GW

h

Histórico

Modelo


3.2.2.6 CONSUMO INTERNO

O consumo interno do Sistema Praia foi calculado considerando a expressão (14) da secção 2.1.2, tendo representado, em

média, entre 2005 e 2009, cerca de 4% do consumo total do Arquipélago. Este valor é típico de geradores de grandes

dimensões e com elevado número de serviços auxiliares, como é o caso das centrais térmicas alimentadas por heavy fuel.

Apresenta-se, na Figura 3.12, a evolução histórica do consumo interno, bem como as previsões para os anos 2012, 2015 e

2020.

Figura 3.12 – Evolução histórica e previsão do consumo interno até 2020 (Sistema Praia) , Fonte: (ELECTRA), Análise Gesto

Na Figura 3.12 assiste-se a um crescimento irregular do consumo interno, no período histórico. Devido à forma como foi

calculado, prevê-se que o consumo interno aumente nos próximos anos, acompanhando a evolução da procura total, com

uma TCMA de 4,6% (2009-2020), bastante inferior à registada entre 2000 e 2009 (16%).

3.2.2.7 PERDAS TÉCNICAS

Conforme referido, anteriormente (secção 2.1.2), a componente das perdas técnicas foi definida assumindo um valor de 10%

da procura total. No gráfico da Figura 3.13 exibe-se a evolução histórica das perdas técnicas e as previsões para os próximos

anos.

Figura 3.13 – Evolução histórica e previsão das perdas técnicas até 2020 (Sistema Praia), Fonte: (ELECTRA), Análise Gesto

67

8

10

0

2

4

6

8

10

12

2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014 2016 2018 2020

GW

h

Histórico

Modelo

14

19

22

28

0

5

10

15

20

25

30

2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014 2016 2018 2020

GW

h

Histórico

Modelo



Prevê-se um aumento das perdas técnicas aumentar ao ritmo da procura total, com uma TMCA de 6,1%, sendo expectável

que atinjam os 28 GWh em 2020.

3.2.2.8 PROCURA TOTAL

Para o cenário intermédio, a previsão de evolução da procura de electricidade do Sistema Praia resulta da agregação das

previsões de evolução da procura de cada um dos sectores estudados nas secções anteriores e, cujo resultado pode ser

observado na Figura 3.14.

Figura 3.14 – Evolução histórica e previsão da procura por sector até 2020 (Sistema Praia), Fonte: (ELECTRA), Análise Gesto

Partindo, em 2009, dos 144 GWh e, conforme ilustra a Figura 3.14, prevê-se que a procura total do Sistema Praia possa

atingir os 187 GWh, 217 GWh e 276 GWh, respectivamente, em 2012, 2015 e 2020. Este crescimento é caracterizado por

uma TCMA de, aproximadamente, 6,1%.

Prevê-se, também, que a decomposição sectorial da procura do Sistema Praia se mantenha praticamente inalterada,

permanecendo o sector doméstico como o mais importante (49%). Destaque ainda para a relevância dos sectores comércio/

indústria/agricultura que poderão representar cerca de 19% da procura total e, para o aumento do peso da dessalinização.

0

50

100

150

200

250

300

GW

h

Perdas técnicas

Consumo interno

Dessalinização

Instituições

Turismo

Com/Ind/Agri

Doméstico

144

187

217

276


Figura 3.15 – Comparação da repartição da procura por sector entre 2009 e 2020 (Sistema Praia)

3.2.3 CENÁRIOS ALTERNATIVOS

Nesta secção apresentam-se os resultados obtidos para a procura do Sistema Praia, de acordo com os dois cenários

alternativos: eficiência energética (secção 2.1.3) e, agressivo (secção 2.1.3.1). Na Figura 3.16, apresenta-se a evolução

histórica da procura total de acordo com os três cenários, para os anos 2012, 2015 e 2020.

Figura 3.16 – Previsão da procura até 2020 – comparação de cenários (Sistema Praia), Fonte: (ELECTRA), Análise Gesto

No caso do Sistema Praia, o cenário intermédio, resultado do estudo sectorial, apresenta valores que atingem os 276 GWh

em 2020. Para o mesmo ano, os cenários de eficiência energética e agressivo, estimam valores para a procura de,

respectivamente, 252 GWh e 384 GWh, a que corresponde uma TCMA de 5,2% e 9,4%, respectivamente.

Na Figura 3.17 podem ser observadas as previsões para a evolução da ponta e do vazio no Sistema Praia, obtidas conforme

descrito na secção 2.1.5.

51% 49%

18% 19%

2% 2%

9% 9%

6% 8%4% 4%

10% 10%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

2009 2020

Perdas técnicas

Consumo interno

Dessalinização

Instituições

Turismo

Com/Ind/Agri

Doméstico

64

144 187217

276

0

50

100

150

200

250

300

350

400

450

2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014 2016 2018 2020

GW

h

Sistema Praia

Histórico EE INT AGR



Figura 3.17 – Previsão das cargas em ponta e vazio até 2020 – comparação de cenários (Sistema Praia), Fonte: (ELECTRA), Análise Gesto

De acordo com o cenário intermédio, prevê-se que as cargas em ponta e, em vazio, registem uma TCMA de, 5,9% e 6,1%,

respectivamente.

3.3 SISTEMA INTERIOR (SANTIAGO)

3.3.1 ENQUADRAMENTO

Também pertencente à ilha de Santiago, o Sistema Interior é constituído, conforme especificado na secção 2.2.2, pelos

concelhos do Tarrafal, Santa Catarina e São Salvador do Mundo. Estes concelhos totalizam, aproximadamente, 80.000

habitantes e encontram-se delimitados a tracejado na Figura 3.18.

Figura 3.18 – Densidade populacional da ilha de Santiago – Sistema Interior (Fonte: INE)

A procura de energia eléctrica do Sistema Interior representa cerca de 5,3% (2009) da procura total de energia de Cabo

Verde e, conforme evidencia o gráfico da Figura 3.19, tem registado uma tendência crescente, com uma TCMA de 11,1%

(2000-2009), tendo atingido os 14,8 GWh no ano de 2009. A ponta do consumo atingiu, no mesmo ano, um máximo de 3.494

kW, apresentando, no mesmo período, uma TCMA de 10,5%.

11

26

5,2

11,7

33

38

48

1518

22

0

10

20

30

40

50

60

70

2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014 2016 2018 2020

MW

Sistema Praia


Santo Antão

(48.414 hab) Sal

(20.465 hab)

Fogo

(37.758 hab)

84%

16%

65%

35%

100%

0%

100%

0%

100%

0%

S.Vicente

(79.192 hab)

Santiago

(286.783 hab)

76%

24%

87%

536.993 hab567.629 hab

622.223 hab

508.633 hab

13%

100% 100%

2009 2012 2015 2020


96%

4%

100%

0%

87%

536.993 hab567.629 hab

622.223 hab

508.633 hab

13%

100% 100%

2009 2012 2015 2020


96%

4%

87%

536.993 hab567.629 hab

622.223 hab

508.633 hab

13%

100% 100%

2009 2012 2015 2020


96%

4%



Figura 3.19 – Evolução histórica da procura total e da carga em ponta (Sistema Interior)

Na Figura 3.20 encontra-se representada a repartição da procura sectorial do Sistema Interior de Santiago para o ano de

2009.

Figura 3.20 – Repartição por sector da procura em 2009 (Sistema Interior), Fonte: (ELECTRA), Análise Gesto

O sector doméstico é o que apresenta um maior peso na procura total (72%), caracterizando-se por apresentar uma reduzida

taxa de electrificação da população na ordem dos 50%. Os sectores comércio/indústria/agricultura representam, em

conjunto, cerca de 9% da procura total, bem como o sector das instituições.

De seguida, apresentam-se, para cada sector, as estimativas de evolução da procura do Sistema Interior de acordo com o

cenário intermédio.


3.3.2.1 DOMÉSTICO

O consumo doméstico per capita foi estimado com base expressão (4) da secção 2.1.2 apresentando-se, os resultados da

regressão linear múltipla, no Anexo A do presente documento. As previsões obtidas para o consumo doméstico per capita e

sua evolução entre 2000 e 2009 estão representadas na Figura 3.21.

0

500

1.000

1.500

2.000

2.500

3.000

3.500

4.000

0

2

4

6

8

10

12

14

16

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009

kWGW

h

Evolução do consumo eléctrico e da ponta de consumoSantiago - Sist. Interior

Procura (GWh) Ponta (kW)

Doméstico72%

Com/Ind/Agri9%

Instituições9%

Consumo interno

0,1%Perdas

técnicas10%



Figura 3.21 – Evolução histórica e previsão do consumo doméstico per capita até 2020 (Sistema Interior)

A entrada de uma grande quantidade de novos consumidores no sistema e, sem hábitos de consumo, reflecte-se numa

diminuição do consumo per capita médio. De acordo com esta situação, o modelo prevê que o consumo doméstico per

capita diminua nos próximos anos, fruto do aumento substancial da taxa de electrificação que, em 2009, rondava os 50%. Ao

atingir uma taxa de electrificação de 100%, o consumo doméstico per capita tenderá a aumentar, em resultado do

desenvolvimento económico e social previsto para Santiago.

A procura do sector doméstico foi calculada de acordo com a expressão (2) da secção 2.1.2. Na Figura 3.22 representa-se a


Figura 3.22 – Evolução histórica e previsão da procura do sector doméstico até 2020 (Sistema Interior) , Fonte: (ELECTRA), Análise Gesto

De acordo com as previsões efectuadas, a procura do sector doméstico do Sistema Interior atingirá um valor próximo de

26 GWh em 2020, reflexo do aumento do consumo doméstico per capita, do crescimento da população da Ilha e da taxa de

electrificação. A TCMA relativa ao período compreendido entre os anos 2009-2020 é 8,6%, sendo que entre os anos de 2000

e 2009 foi 11,1%.

258 254

316

265

0

50

100

150

200

250

300

350

400

450

500

2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014 2016 2018 2020

kWh

/cap

ita

Modelo

Histórico

11

15

21

26

0

5

10

15

20

25

30

2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014 2016 2018 2020

GW

h

Histórico

Modelo



A procura dos sectores comércio/indústria/agricultura do Sistema Interior foi estimada com base na expressão (8) da secção

2.1.2. Na Figura 3.23 apresentam-se as previsões obtidas para a procura dos referidos sectores e a sua evolução histórica

entre 2000 e 2009.

Figura 3.23 – Evolução histórica e previsão da procura dos sectores comércio, indústria e agricultura até 2020 (Sistema Interior), Fonte:


Entre 2000 e 2009, não obstante a ocorrência de algumas oscilações, a procura destes sectores aumentou a uma TCMA de

8,3%, atingindo um valor de, aproximadamente, 1,3 GWh. Prevê-se, para os próximos anos, um crescimento acentuado

(TCMA de 10,0%) deste sector, estimando-se que atinja um valor próximo de 3,7 GWh no ano de 2020.

3.3.2.3 TURISMO

Não foi considerada a procura do sector do turismo no Sistema Interior, uma vez que os estabelecimentos hoteleiros

relevantes estão concentrados no concelho da Praia, já anteriormente referido.



representou, em média, cerca de 13% da procura conjunta dos sectores doméstico/comércio/indústria/agricultura entre

2005 e 2009. Na Figura 3.24 apresenta-se a evolução histórica da procura deste sector, bem como as previsões para 2012,

2015 e 2020.

1,3

2,2

2,9

3,7

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

3,5

4,0

2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014 2016 2018 2020

GW

h

Histórico

Modelo



Figura 3.24 – Evolução histórica e previsão da procura referente às instituições até 2020 (Sistema Interior), Fonte: (ELECTRA), Análise

Gesto

De acordo com a projecção efectuada, a procura referente a sector das instituições atingirá os 3,8 GWh, registando uma

TCMA de 10,0% entre 2009 e 2020, face a uma TCMA de 14,6% verificada no período 2000-2009.


O consumo interno do Sistema Interior foi calculado considerando a expressão (14) da secção 2.1.2, tendo representado, em

média, entre 2005 e 2009, cerca de 0,15% da procura total. Este valor é típico de centrais com grupos de menores dimensões

e alimentadas por gasóleo. Na Figura 3.25 apresenta-se a evolução histórica do consumo interno, bem como as previsões

para 2012, 2015 e 2020.

Figura 3.25 – Evolução histórica e previsão do consumo interno até 2020 (Sistema Interior), Fonte: (ELECTRA), Análise Gesto

A Figura 3.25 evidencia valores de consumo interno “atípicos” nos anos 2001 e 2002, razão pela qual se optou por

desconsiderar estes anos no cálculo do peso médio do consumo interno na procura total. Estima-se que o consumo interno

registe um aumento nos próximos anos, acompanhando a evolução da procura total, com uma TCMA de 10,0% (2009-2020),

bastante superior à registada entre 2000 e 2009 (3,9%).

1,4

2,2

3,0

3,8

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

3,5

4,0

4,5

2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014 2016 2018 2020

GW

h

Histórico

Modelo

0,02

0,04

0,05

0,06

0,00

0,02

0,04

0,06

0,08

0,10

0,12

2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014 2016 2018 2020

GW

h

Histórico

Modelo



Conforme anteriormente referido (secção 2.1.2), a componente das perdas técnicas foi definida como representando um

valor de 10% da procura total. No gráfico da Figura 3.26 exibe-se a evolução histórica das perdas técnicas e as previsões para

os próximos anos.

Figura 3.26 – Evolução histórica e previsão das perdas técnicas até 2020 (Sistema Interior), Fonte: (ELECTRA), Análise Gesto

À semelhança do consumo interno, também se prevê um aumento das perdas técnicas a um ritmo elevado (TMCA de 8,9%),

acompanhando a evolução da procura total.


Para o cenário intermédio, a previsão de evolução da procura de electricidade da ilha de Santiago, em particular do Sistema

Interior, resulta da agregação das previsões de evolução da procura de cada um dos sectores estudados nas secções

anteriores e, cujo resultado pode ser observado na Figura 3.27.

Figura 3.27 – Evolução histórica e previsão da procura por sector até 2020 (Sistema Interior), Fonte: (ELECTRA), Análise Gesto

1,5

2,2

3,0

3,8

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

3,5

4,0

2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014 2016 2018 2020

GW

h

Histórico

Modelo

0

5

10

15

20

25

30

35

40

GW

h

Perdas técnicas

Consumo interno

Instituições

Com/Ind/Agri

Doméstico

15

22

30

38



Partindo, em 2009, dos 15 GWh e conforme ilustra a Figura 3.27, prevê-se que a procura total do Sistema Interior possa

atingir os 22 GWh, 30 GWh e 38 GWh respectivamente em 2012, 2015 e 2020. A este crescimento corresponde uma TCMA

de, aproximadamente, 8,9%.

Prevê-se também que a decomposição sectorial da procura no Sistema Interior se mantenha praticamente inalterada,

permanecendo o sector doméstico como o mais importante (70%). Destaque ainda para a relevância dos sectores comércio/

indústria/agricultura, que poderão representar cerca de 10% da procura total à semelhança do sector das instituições.

Figura 3.28 – Comparação da repartição da procura por sector entre 2009 e 2020 (Sistema Interior)


Apresentam-se, nesta secção, os resultados obtidos para a procura do Sistema Interior, de acordo com os dois cenários

alternativos: eficiência energética (secção 2.1.3) e, agressivo (secção 2.1.3.1). Na Figura 3.29 apresenta-se a evolução

histórica da procura total de acordo com os três cenários, para os anos 2012, 2015 e 2020.

Figura 3.29 – Previsão da procura até 2020 – comparação de cenários (Sistema Interior), Fonte: (ELECTRA), Análise Gesto

No caso do Sistema Interior, o cenário intermédio, resultado do estudo sectorial, apresenta valores que atingem os 38 GWh

em 2020. Para o mesmo ano, os cenários de eficiência energética e agressivo estimam valores para a procura de,

respectivamente, 34 GWh e 47 GWh, a que corresponde uma TCMA de 7,8% e 11,1%, respectivamente.

72% 70%

9% 10%

9% 10%

0,1% 0,2%10% 10%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

2009 2020

Perdas técnicas

Consumo interno

Instituições

Com/Ind/Agri

Doméstico

6

1522

30

38

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014 2016 2018 2020

GW

h

Sistema Interior



Na Figura 3.30 podem ser observadas as previsões para a evolução da ponta e do vazio na ilha do Sistema Interior, obtidas

conforme descrito na secção 2.1.5.

Figura 3.30 – Previsão das cargas em ponta e vazio até 2020 – comparação de cenários (Sistema Interior), Fonte: (ELECTRA), Análise

Gesto

De acordo com o cenário intermédio, prevê-se que as cargas, em ponta e vazio, registem uma TCMA de 8,9%.

3.4 SÃO VICENTE

3.4.1 ENQUADRAMENTO

A ilha de São Vicente está situada no grupo Barlavento do arquipélago de Cabo Verde e tem uma superfície de 227 km2. É a

segunda ilha mais populosa, com cerca de 80.000 habitantes, maioritariamente concentrados no principal centro urbano –

Mindelo (Figura 3.31).

Figura 3.31- Densidade populacional da ilha do São Vicente (Fonte: INE)

A procura de energia eléctrica de São Vicente representa cerca de 22% (2009) da procura total de Cabo Verde e conforme

evidencia o gráfico da Figura 3.32, tem registado uma tendência crescente com uma TCMA de 4,2% (2000-2009), tendo


no mesmo período, uma TCMA de 3,8%.

1

3

0,5

1,3

5

7

9

1,92,5

3,2

0

2

4

6

8

10

12

2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014 2016 2018 2020

MW

Sistema Interior


Santo Antão

(48.414 hab) Sal

(20.465 hab)

Fogo

(37.758 hab)

84%

16%

65%

35%

100%

0%

100%

0%

100%

0%

S.Vicente

(79.192 hab)

Santiago

(286.783 hab)

76%

24%

87%

536.993 hab567.629 hab

622.223 hab

508.633 hab

13%

100% 100%

2009 2012 2015 2020


96%

4%

100%

0%

87%

536.993 hab567.629 hab

622.223 hab

508.633 hab

13%

100% 100%

2009 2012 2015 2020


96%

4%

87%

536.993 hab567.629 hab

622.223 hab

508.633 hab

13%

100% 100%

2009 2012 2015 2020


96%

4%




Figura 3.32 – Evolução histórica da procura total e da carga em ponta (São Vicente), Fonte: (ELECTRA), Análise Gesto

Na Figura 3.33 encontra-se representada a repartição da procura sectorial de São Vicente para o ano de 2009.

Figura 3.33 – Repartição por sector da procura em 2009 (São Vicente), Fonte: (ELECTRA), Análise Gesto

O sector doméstico é o que apresenta um maior peso na procura total (40%), fundamentalmente justificado por uma taxa de

electrificação da população de 100%. Os sectores comércio, indústria e agricultura representam, em conjunto, cerca de 23%

da procura total reflectindo uma forte actividade económica assente essencialmente no sector de prestação de serviços. De

referir ainda a importância do sector da dessalinização (11%) em relação à procura total.

De seguida, apresentam-se, para cada sector, as estimativas de evolução da procura de São Vicente para o cenário

intermédio.


3.4.2.1 DOMÉSTICO

O consumo doméstico per capita foi estimado com base expressão (3) da secção 2.1.2 e os resultados da regressão linear

múltipla são apresentados no Anexo A do presente documento. As previsões obtidas para o consumo doméstico per capita e


0

2.000

4.000

6.000

8.000

10.000

12.000

0

10

20

30

40

50

60

70

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009

kWGW

h

Evolução do consumo eléctrico e da ponta de consumoS. Vicente


Doméstico40%

Com/Ind/Agri23%

Turismo3%

Instituições9%

Dessalinização11%

Consumo interno

4,4% Perdas técnicas

10%


Figura 3.34 – Evolução histórica e previsão do consumo doméstico per capita até 2020 (São Vicente), Fonte: (ELECTRA), Análise Gesto



capita aumente nos próximos anos, reflexo principalmente do desenvolvimento económico e da melhoria da qualidade de

vida da população previsto para a ilha de São Vicente.



Figura 3.35 – Evolução histórica e previsão da procura do sector doméstico até 2020 (São Vicente), Fonte: (ELECTRA), Análise Gesto

De acordo com as previsões realizadas, a procura do sector doméstico de São Vicente atingirá um valor próximo de 42 GWh

em 2020, reflexo do aumento do consumo doméstico per capita e do crescimento da população da ilha. A TCMA relativa ao

período compreendido entre os anos 2009-2020 apresenta um valor de 4,9% sendo que, entre os anos de 2000 e 2009, este

valor esteve na ordem dos 5,7%.


A procura dos sectores comércio/indústria/agricultura de São Vicente foi estimada com base na regressão linear múltipla,

definida através da expressão (6) da secção 2.1.2 e, cujos resultados estão disponíveis no (Anexo A).

351

391

463

315

0

50

100

150

200

250

300

350

400

450

500

2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014 2016 2018 2020

kWh

/cap

ita

Modelo

Histórico

25

29

33

42

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014 2016 2018 2020

GW

h

Histórico

Modelo



Na Figura 3.7 apresentam-se as previsões obtidas para a procura dos referidos sectores e a sua evolução histórica entre 2000

e 2009.

Figura 3.36 – Evolução histórica e previsão da procura dos sectores comércio, indústria e agricultura até 2020 (São Vicente) , Fonte:


Entre 2000 e 2009, a procura destes sectores aumentou a uma TCMA de 3,5%, atingindo um valor de, aproximadamente, 14

GWh. Embora nos derradeiros anos se tenha verificado um abrandamento no aumento da procura, possivelmente motivado

pela crise económica internacional prevê-se, para os próximos anos, um crescimento acentuado (TCMA de 6,6%)

acompanhando a recuperação económica. De acordo com a projecção, o consumo eléctrico dos sectores em questão atingirá

um valor próximo de 28 GWh no ano de 2020.

3.4.2.3 TURISMO

De acordo com a expressão (9) da secção 2.1.2 e os dados apresentados na secção 2.2.7, estimou-se a procura referente ao

sector do turismo.

Figura 3.37 – Evolução histórica e previsão da procura do turismo até 2020 (São Vicente), Fonte: (ELECTRA), Análise Gesto

14

18

22

28

0

5

10

15

20

25

30

2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014 2016 2018 2020

GW

h

Histórico

Modelo

1,92,2

2,7

4,3

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

3,5

4,0

4,5

5,0

2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014 2016 2018 2020

GW

h

Histórico

Modelo


De acordo com os pressupostos assumidos prevê-se que, até ao ano 2014, a procura do sector do turismo aumente

moderadamente, evoluindo a um ritmo mais acentuado entre 2015 e 2020, acompanhando a previsível retoma da economia


registando uma TCMA de 7,7%, entre 2009 e 2020, ligeiramente superior à verificada no período 2000-2009 (7,3%).



representou, em média, cerca de 9% da procura conjunta dos sectores doméstico/comércio/indústria/agricultura e turismo,

entre 2005 e 2009. Na Figura 3.9 apresenta-se a evolução histórica da procura deste sector, bem como as previsões para

2012, 2015 e 2020.

Figura 3.38 – Evolução histórica e previsão da procura referente às instituições até 2020 (São Vicente), Fonte: (ELECTRA), Análise Gesto

De acordo com a projecção efectuada, a procura referente às instituições atingirá os 8,8 GWh, registando uma TCMA de

4,6%, entre 2009 e 2020, face a uma TCMA de 7,6% verificada no período 2000-2009.


A produção de água foi estimada de acordo com a expressão (12) da secção 2.1.2, encontrando-se, os resultados da

regressão linear múltipla, disponibilizados no Anexo A do presente documento. A previsão do modelo e o histórico da

produção de água dessalinizada em São Vicente são apresentados na Figura 3.39.

56

7

9

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014 2016 2018 2020

GW

h

Histórico

Modelo



Figura 3.39 – Evolução histórica e previsão da produção de água dessalinizada até 2020 (São Vicente), Fonte: (ELECTRA), Análise Gesto

Da análise do gráfico anterior, constata-se que a produção de água dessalinizada registou um crescimento moderado, no

período compreendido entre 2000 e 2009. Contudo, considera-se razoável que registe um aumento nos próximos anos,

reflexo da maior abrangência da rede de abastecimento de água e do desenvolvimento previsto para os sectores do

comércio/indústria/agricultura/turismo.


se a evolução da procura referente à dessalinização de água, entre 2000 e 2009, e as previsões obtidas para os anos 2012,

2015 e 2020. O consumo específico considerado para os diversos anos estudados foi o apresentado na secção 2.2.8.

Figura 3.40 – Evolução histórica e previsão da procura referente à dessalinização até 2020 (São Vicente), Fonte: (ELECTRA), Análise Gesto

Apesar de nos últimos anos se ter assistido a uma diminuição considerável da energia eléctrica consumida para

dessalinização de água fruto do decréscimo do consumo específico, o modelo utilizado estima uma inversão da situação, nos

próximos anos, evoluindo dos actuais 6,5 GWh para cerca de 8,5 GWh em 2020. Este fenómeno pode justificar-se pela

previsão estabelecida para a evolução da produção de água dessalinizada e pela pequena margem de redução do consumo

específico (kWh/m3).

1,2

1,4

1,6

2,1

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014 2016 2018 2020

milh

õe

s m

3

Histórico

Modelo

6,56,9

7,5

8,5

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014 2016 2018 2020

GW

h

Histórico

Modelo



O consumo interno de São Vicente foi calculado considerando a expressão (14) da secção 2.1.2, tendo representado, em

média, entre 2000 e 2009, cerca de 4,5% da procura total. Este valor é típico de geradores de grandes dimensões e com

elevado número de serviços auxiliares, como é o caso das centrais térmicas alimentadas por heavy fuel. Na Figura 3.41

apresenta-se a evolução histórica do consumo interno, bem como as previsões para 2012, 2015 e 2020.

Figura 3.41 – Evolução histórica e previsão consumo interno até 2020 (São Vicente), Fonte: (ELECTRA), Análise Gesto

Devido à forma de cálculo, estima-se que o consumo interno aumente nos próximos anos, acompanhando a evolução da

procura total, com uma TCMA de 5,4% (2009-2020), ligeiramente superior à que se registou entre os anos 2000 e 2009

(4,6%).


Conforme referido anteriormente (secção 2.1.2), a componente das perdas técnicas foi definida como representando 10% da

procura total de energia eléctrica. No gráfico da Figura 3.13 exibe-se a evolução histórica das perdas técnicas e as previsões

para os próximos anos.

Figura 3.42 – Evolução histórica e previsão das perdas técnicas até 2020 (São Vicente), Fonte: (ELECTRA), Análise Gesto

2,7

3,2

3,8

4,8

0

1

2

3

4

5

6

2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014 2016 2018 2020

GW

h

Histórico

Modelo

6

7

8

11

0

2

4

6

8

10

12

2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014 2016 2018 2020

GW

h

Histórico

Modelo



À semelhança do consumo interno, também se prevê um aumento das perdas técnicas, ao ritmo da procura total, com uma

TMCA de 5,2%.


Para o cenário intermédio, a previsão de evolução da procura de electricidade da ilha de São Vicente resulta da agregação

das previsões de evolução da procura de cada um dos sectores estudados nas secções anteriores e, cujo resultado pode ser


Figura 3.43 – Evolução histórica e previsão da procura por sector até 2020 (São Vicente)

Partindo, em 2009, dos 61 GWh e conforme ilustra a Figura 3.14, prevê-se que a procura total da ilha de São Vicente possa

atingir os 72 GWh, 84 GWh e 108 GWh, respectivamente em 2012, 2015 e 2020. A este crescimento corresponde uma TCMA

de, aproximadamente, 5,2%.

Prevê-se também que a decomposição sectorial da procura em São Vicente se mantenha praticamente inalterada,

permanecendo o sector doméstico como o mais importante (39%). Destaque ainda para a relevância dos sectores do

comércio/indústria/agricultura, que poderão representar cerca de 26% da procura total.

0,0

20,0

40,0

60,0

80,0

100,0

120,0

GW

h

Perdas técnicas

Consumo interno

Dessalinização

Instituições

Turismo

Com/Ind/Agri

Doméstico

61

72

84

108

2000 2009 2012 2015 2020


Figura 3.44 – Comparação da repartição da procura por sector entre 2009 e 2020 (São Vicente)


Nesta secção, apresentam-se os resultados obtidos para a procura da ilha de São Vicente, de acordo com os dois cenários

alternativos: eficiência energética (secção 2.1.3) e, agressivo (secção 2.1.3.1). Na Figura 3.45, apresenta-se a evolução

histórica da procura total, de acordo com os três cenários, para os anos 2012, 2015 e 2020.

Figura 3.45 – Previsão da procura até 2020 – comparação de cenários (São Vicente), Fonte: (ELECTRA), Análise Gesto

No caso da ilha de São Vicente, o cenário intermédio, resultado do estudo sectorial, apresenta valores que atingem os 108

GWh em 2020. Para o mesmo ano, os cenários de eficiência energética e, agressivo, estimam valores semelhantes (97 GWh),

a que corresponde uma TCMA 4,2%, respectivamente. Ao contrário do que seria esperado e do que se verifica nos outros

sistemas, em São Vicente o cenário intermédio conduz a valores mais elevados para a procura total, do que o cenário

agressivo. Tal resultado deve-se aos pressupostos e aos modelos considerados na previsão da procura desta ilha.

Na Figura 3.46 pode observar-se as previsões para a evolução da ponta e do vazio na ilha de São Vicente, obtidas conforme


40% 39%

23% 26%

3%4%

9%8%

11% 8%

4% 4%

10% 10%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

2009 2020

Perdas técnicas

Consumo interno

Dessalinização

Instituições

Turismo

Com/Ind/Agri

Doméstico

42

62

72

84

108

0

20

40

60

80

100

120

2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014 2016 2018 2020

GW

h

São Vicente




Figura 3.46 – Previsão das cargas em ponta e vazio até 2020 – comparação de cenários (São Vicente)

De acordo com o cenário intermédio, prevê-se que as cargas, em ponta e vazio, registem uma TCMA de 4,8% e 5,2%,

respectivamente.

3.5 SAL

3.5.1 ENQUADRAMENTO

A ilha do Sal está situada no Barlavento do arquipélago de Cabo Verde, apresentando uma superfície de 216 km2. Tem cerca

de 20.000 habitantes, maioritariamente concentrados nas freguesias de Espargos e Santa Maria, pertencentes ao concelho

de Nossa Senhora das Dores (Figura 3.47).

Figura 3.47 – Densidade populacional do Sal (Fonte: INE)

A procura de energia eléctrica na ilha do Sal representa cerca de 13% (2009) da procura total do Arquipélago e, conforme

evidencia o gráfico da Figura 3.48, tem registado, apesar de um decréscimo em 2009 relativamente a 2008, uma tendência

crescente, com uma TCMA de 9,8% ao longo do período apresentado, tendo atingido os 37 GWh no ano de 2009. A ponta do

consumo atingiu, no mesmo ano, um máximo de 6.420 kW, apresentando, no mesmo período, uma TCMA de 7,1%.

8

11

3,4

5,0

12

14

18

67

9

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

20

2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014 2016 2018 2020

MW

São Vicente


76%

24%

84%

16%

Santo Antão

(48.414 hab.)

100%

0%

Sal

(20.465 hab.)

100%

0%

S. Vicente

(79.192 hab.)

Fogo

(37.758 hab.)

65%

35%

Santiago

(286.838 hab.)

Santo Antão

(48.414 hab) Sal

(20.465 hab)

Fogo

(37.758 hab)

84%

16%

65%

35%

100%

0%

100%

0%

100%

0%

S.Vicente

(79.192 hab)

Santiago

(286.783 hab)

76%

24%

87%

536.993 hab567.629 hab

622.223 hab

508.633 hab

13%

100% 100%

2009 2012 2015 2020


96%

4%

100%

0%

87%

536.993 hab567.629 hab

622.223 hab

508.633 hab

13%

100% 100%

2009 2012 2015 2020


96%

4%

87%

536.993 hab567.629 hab

622.223 hab

508.633 hab

13%

100% 100%

2009 2012 2015 2020


96%

4%


84%

16%

Santo Antão

(48.414 hab) Sal

(20.465 hab)

Fogo

(37.758 hab)

84%

16%

65%

35%

100%

0%

100%

0%

100%

0%

S.Vicente

(79.192 hab)

Santiago

(286.783 hab)

76%

24%

87%

536.993 hab567.629 hab

622.223 hab

508.633 hab

13%

100% 100%

2009 2012 2015 2020


96%

4%

100%

0%

87%

536.993 hab567.629 hab

622.223 hab

508.633 hab

13%

100% 100%

2009 2012 2015 2020


96%

4%

87%

536.993 hab567.629 hab

622.223 hab

508.633 hab

13%

100% 100%

2009 2012 2015 2020


96%

4%



Figura 3.48 – Evolução histórica da procura total e da carga em ponta (Sal), Fonte: (ELECTRA), Análise Gesto

Na Figura 3.49 encontra-se representada a repartição da procura sectorial da ilha do Sal para o ano de 2009.

Figura 3.49 – Repartição por sector da procura em 2009 (Sal), Fonte: (ELECTRA), Análise Gesto

Verifica-se que, é o sector do turismo, aquele que apresenta um maior peso na procura total de energia (36%), seguindo-se o

sector doméstico, com um peso na ordem dos 28%. Os sectores do comércio/indústria/agricultura representam, em

conjunto, cerca de 11% da procura total, e resultam, essencialmente, de actividades comerciais ligadas ao turismo. De referir,

ainda, a importância do sector da dessalinização (12%) em relação à procura total.

Apresentam-se, de seguida, para cada sector, as estimativas de evolução da procura da ilha do Sal para o cenário intermédio.


3.5.2.1 DOMÉSTICO

O consumo doméstico per capita foi estimado com base expressão (3) da secção 2.1.2 apresentando-se, os resultados da

regressão linear múltipla, no Anexo A do presente documento. As previsões obtidas para o consumo doméstico per capita e


0

1.000

2.000

3.000

4.000

5.000

6.000

7.000

8.000

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009

kWGW

h

Evolução do consumo eléctrico e da ponta de consumoSal


Doméstico28%

Com/Ind/Agri11%

Turismo36%

Instituições4%

Dessalinização12%

Consumo interno

6%

Perdas técnicas3%



Figura 3.50 – Evolução histórica e previsão do consumo doméstico per capita até 2020 (Sal), Fonte: (ELECTRA), Análise Gesto

A ilha do Sal é a ilha que apresenta valores mais elevados para o consumo doméstico per capita, reflexo do alto

desenvolvimento social. Da análise do gráfico anterior, pode ainda constatar-se que o consumo doméstico per capita

apresenta um crescimento moderado no período compreendido entre 2000 e 2009. Considera-se razoável que o consumo

doméstico per capita siga esta tendência nos próximos anos, reflexo, sobretudo, do desenvolvimento económico previsto

para a ilha do Sal.


evolução da procura do sector doméstico entre os anos 2000 e 2009, bem como as previsões obtidas para os anos 2012,

2015 e 2020.

Figura 3.51 – Evolução histórica e previsão da procura do sector doméstico até 2020 (Sal), Fonte: (ELECTRA), Análise Gesto

De acordo com as previsões levadas a cabo, a procura do sector doméstico da ilha do Sal, atingirá um valor próximo de 25

GWh em 2020, reflexo do aumento do consumo doméstico per capita e do crescimento da população da ilha. A TCMA

relativa ao período compreendido entre os anos 2009-2020 é 8,3%, sendo que, entre os anos de 2000 e 2009, este valor

situou-se nos 12,4%.

553600

673

503

0

100

200

300

400

500

600

700

800

2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014 2016 2018 2020

kWh

/cap

ita

Modelo

Histórico

10

13

17

25

0

5

10

15

20

25

30

2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014 2016 2018 2020

GW

h

Histórico

Modelo



A procura dos sectores comércio/indústria/agricultura da ilha do Sal, foi estimada com base regressão linear múltipla

definida através da expressão (7) da secção 2.1.2, cujos resultados estão disponíveis no Error! Reference source not found.

(Anexo A). Na Figura 3.52 apresentam-se as previsões obtidas para a procura dos referidos sectores e a sua evolução

histórica entre 2000 e 2009.

Figura 3.52 – Evolução histórica e previsão da procura dos sectores comércio/indústria/agricultura até 2020 (Sal), Fonte: (ELECTRA),

Análise Gesto

Entre 2000 e 2009 a procura de energia eléctrica referente a estes sectores, apesar de sofrer algumas oscilações, aumentou a

uma TCMA de 13,6%, atingindo um valor de, aproximadamente, 4 GWh. Embora se tenha registado, nos últimos, um

abrandamento no aumento da procura, que pode ser atribuído à crise económica internacional, prevê-se, para os próximos

anos um crescimento acentuado (TCMA de 8,2%) acompanhando a recuperação económica. De acordo com a projecção

realizada, o consumo eléctrico dos sectores em questão atingirá um valor próximo de 10 GWh no ano de 2020.

3.5.2.3 TURISMO


sector do turismo.

4

5

7

10

0

2

4

6

8

10

12

2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014 2016 2018 2020

GW

h

Histórico

Modelo



Figura 3.53 – Evolução histórica e previsão da procura do turismo até 2020 (Sal), Fonte: (ELECTRA), Análise Gesto

De acordo com os pressupostos assumidos, prevê-se que, até 2014, a procura do sector do turismo aumente

moderadamente, evoluindo a um ritmo mais acentuado entre 2015 e 2020 acompanhando a previsível retoma da economia

entre 2015 e 2020. Prevê-se que a procura referente ao sector do turismo atinja um valor próximo dos 32 GWh em 2020,

registando uma TCMA de 8,2% entre 2009 e 2020, bastante inferior à que se verificou no período 2000-2009 (17,9%).


A procura referente ao sector das instituições foi calculada considerando a expressão (10) da secção 2.1.2, onde a procura

deste sector representou, em média, cerca de 4% da procura conjunta dos sectores

doméstico/comércio/indústria/agricultura/turismo entre 2005 e 2009. Na Figura 3.54 apresenta-se a evolução histórica da

procura deste sector, bem como as previsões para 2012, 2015 e 2020.

Figura 3.54 – Evolução histórica e previsão da procura referente às instituições até 2020 (Sal), Fonte: (ELECTRA), Análise Gesto

De acordo com a projecção realizada, a procura referente a este sector atingirá os 3 GWh, registando uma TCMA de 7,6%

entre 2009 e 2020, face a uma TCMA de 10,5% verificada no período 2000-2009.

14

17

20

32

0

5

10

15

20

25

30

35

2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014 2016 2018 2020

GW

h

Histórico

Modelo

1,3

1,6

1,9

3,0

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

3,5

2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014 2016 2018 2020

GW

h

Histórico

Modelo



A produção de água foi estimada de acordo com a expressão (12) da secção 2.1.2. Os resultados da regressão linear múltipla

encontram-se disponibilizados no Anexo A do presente documento.

A previsão do modelo e o histórico da produção de água dessalinizada na ilha do Sal são apresentados na Figura 3.55.

Figura 3.55 – Evolução histórica e previsão da produção de água dessalinizada até 2020 (Sal), Fonte: (ELECTRA), Análise Gesto

Da análise do gráfico anterior, constata-se que a produção de água dessalinizada registou um crescimento moderado no

período compreendido entre 2000 e 2009. Contudo, considera-se expectável sofra um aumento nos próximos anos, fruto da

melhoria da rede de abastecimento de água e do desenvolvimento económico e social da ilha do Sal.


se a evolução da procura referente à dessalinização de água entre 2000 e 2009 e as previsões obtidas para os anos 2012,

2015 e 2020. O consumo específico considerado para os diversos anos estudados foi o apresentado na secção 2.2.8.

Figura 3.56 – Evolução histórica e previsão da procura referente à dessalinização até 2020 (Sal)

Não obstante se ter assistido, nos últimos anos, a uma diminuição comedida da energia eléctrica consumida para

dessalinização de água, justificada pelos investimentos na substituição dos sistemas de dessalinização, o modelo utilizado

0,7

0,9

1,2

1,7

0,0

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0

1,2

1,4

1,6

1,8

2,0

2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014 2016 2018 2020

milh

õe

s m

3

Histórico

Modelo

4,6

5,25,7

7,0

0

1

2

3

4

5

6

7

8

2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014 2016 2018 2020

GW

h

Histórico

Modelo



estima que, nos próximos anos, a situação inverter-se-á, evoluindo dos actuais 4,6 GWh para cerca de 7,0 GWh em 2020.

Este fenómeno pode ser justificado pela previsão estabelecida para a evolução da produção de água dessalinizada e pela

pequena margem de redução do consumo específico (kWh/m3).


O consumo interno da ilha do Sal foi calculado considerando a expressão (14) da secção 2.1.2, tendo representado, em

média, entre os anos 2000 e 2009, cerca de 6% da procura total. Este valor é típico de geradores de grandes dimensões e

com elevado número de serviços auxiliares, como é o caso das centrais térmicas alimentadas por heavy fuel. Na Figura 3.57

apresenta-se a evolução histórica do consumo interno bem como as previsões para 2012, 2015 e 2020.

Figura 3.57 – Evolução histórica e previsão do consumo interno até 2020 (Sal), Fonte: (ELECTRA), Análise Gesto

Devido à forma de cálculo, prevê-se que o consumo interno aumente nos próximos anos, acompanhando a evolução da

procura total, com uma TCMA de 7,2% (2009-2020), bastante inferior à que se registou entre 2000 e 2009 (17,4%).


No gráfico da Figura 3.58 exibe-se a evolução histórica das perdas do sistema eléctrico da ilha do Sal e as respectivas

previsões para os próximos anos.

2,4

2,8

3,4

5,2

0

1

2

3

4

5

6

2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014 2016 2018 2020

GW

h

Histórico

Modelo


Figura 3.58 – Evolução histórica e previsão das perdas técnicas até 2020 (Sal), Fonte: (ELECTRA), Análise Gesto

Através da observação da Figura 3.58, no que respeita ao histórico, verifica-se que este consumo decresce de uma forma

global, apesar de sofrer algumas oscilações. De referir que, de entre as ilhas analisadas, o sistema eléctrico da ilha do Sal é o

que apresenta o peso mais reduzido, no que respeita às perdas, que ronda os 4,5%17

(média entre 2005 e 2009) da procura

total. Assim, é o único sistema onde não foram consideradas perdas não técnicas, excepto nos anos 2000 e 2003.

De acordo com o modelo utilizado, também as perdas técnicas deverão acompanhar a evolução da procura total, com uma

TMCA de 12,9%.


Para o cenário intermédio, a previsão de evolução da procura de electricidade da ilha do Sal resulta da agregação das

previsões de evolução da procura de cada um dos sectores estudados nas secções anteriores e, cujo resultado, pode ser


17 Valor assumido para o cálculo das perdas em 2012, 2015 e 2020.

1,0

2,1

2,6

3,9

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

3,5

4,0

4,5

5,0

2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014 2016 2018 2020

GW

h

Histórico

Modelo



Figura 3.59 – Evolução histórica e previsão da procura por sector até 2020 (Sal), Fonte: (ELECTRA), Análise Gesto

Partindo, em 2009, dos 37 GWh e, conforme ilustra a Figura 3.59, prevê-se que a procura total da ilha do Sal possa atingir os

47 GWh, 57 GWh e 86 GWh, respectivamente, em 2012, 2015 e 2020. A este crescimento corresponde uma TCMA de,

aproximadamente, 7,9%.

Prevê-se, também, que a decomposição sectorial da procura na ilha do Sal se mantenha praticamente inalterada,

permanecendo o sector do turismo como o mais importante (37%). Destaque para a queda do peso da procura referente à

dessalinização de água, que passará a representar cerca de 8%.

Figura 3.60 – Comparação da repartição da procura por sector entre 2009 e 2020 (Sal), Fonte: (ELECTRA), Análise Gesto

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

GW

h

Perdas técnicas

Consumo interno

Dessalinização

Instituições

Turismo

Com/Ind/Agri

Doméstico

37

47

57

86

27% 29%

11% 12%

36% 37%

4%3%

12% 8%

6% 6%

3% 5%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

2009 2020

Perdas técnicas

Consumo internoDessalinização

Instituições

Turismo

Com/Ind/Agri

Doméstico



Apresentam-se, nesta secção, os resultados obtidos para a procura da ilha do Sal, de acordo com os dois cenários

alternativos: eficiência energética (secção 2.1.3) e, agressivo (secção 2.1.3.1). Na Figura 3.61 apresenta-se a evolução

histórica da procura total, de acordo com os três cenários, para os anos 2012, 2015 e 2020.

Figura 3.61 – Previsão da procura até 2020 – comparação de cenários (Sal), Fonte: (ELECTRA), Análise Gesto

No caso da ilha do Sal, o cenário intermédio, resultado do estudo sectorial, apresenta valores que atingem os 86 GWh em

2020. Para o mesmo ano, os cenários de eficiência energética e, agressivo, estimam valores para a procura de energia

eléctrica na ordem dos 78 GWh e 104 GWh, respectivamente, a que corresponde uma TCMA de 6,9% e 9,8%.

Na Figura 3.62 podem ser observadas as previsões para a evolução da ponta e do vazio na ilha do Sal, obtidas conforme


Figura 3.62 – Previsão das cargas em ponta e vazio até 2020 – comparação de cenários (Sal), Fonte: (ELECTRA), Análise Gesto

De acordo com o cenário intermédio, prevê-se que as cargas, em ponta em vazio, registem uma TCMA de, 7,3% e 7,9%,

respectivamente.

16

37 4757

86

0

20

40

60

80

100

120

2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014 2016 2018 2020

GW

h

Sal


3

6

1,3

2,9

8

9

14

4 5

7

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014 2016 2018 2020

MW

Sal




3.6 SANTO ANTÃO

3.6.1 ENQUADRAMENTO

A ilha de Santo Antão está situada no Barlavento do arquipélago de Cabo Verde e tem uma superfície de 779 km2,

caracterizada por uma orografia montanhosa. É a segunda maior ilha do país e tem cerca de 48.000 habitantes

maioritariamente concentrados nos principais centros urbanos – Porto Novo e Ribeira Grande (Figura 3.63).

Figura 3.63 – Densidade populacional da ilha de Santo Antão, Fonte: (INE)

A procura de energia eléctrica de Santo Antão representa cerca de 4% (2009) da procura total de Cabo Verde e conforme

evidencia o gráfico da Figura 3.64, tem registado uma tendência crescente com uma TCMA de 8,3% (2000-2009), tendo


no mesmo período, uma TCMA de 4,5%.

Figura 3.64 – Evolução histórica da procura total e da carga em ponta (Santo Antão), Fonte: (ELECTRA), Análise Gesto

Encontra-se representada, na Figura 3.65, a repartição da procura sectorial da ilha de Santo Antão para o ano de 2009.

76%

24%

84%

16%

Santo Antão

(48.414 hab.)

100%

0%

Sal

(20.465 hab.)

100%

0%

S. Vicente

(79.192 hab.)

Fogo

(37.758 hab.)

65%

35%

Santiago

(286.838 hab.)

Santo Antão

(48.414 hab) Sal

(20.465 hab)

Fogo

(37.758 hab)

84%

16%

65%

35%

100%

0%

100%

0%

100%

0%

S.Vicente

(79.192 hab)

Santiago

(286.783 hab)

76%

24%

87%

536.993 hab567.629 hab

622.223 hab

508.633 hab

13%

100% 100%

2009 2012 2015 2020


96%

4%

100%

0%

87%

536.993 hab567.629 hab

622.223 hab

508.633 hab

13%

100% 100%

2009 2012 2015 2020


96%

4%

87%

536.993 hab567.629 hab

622.223 hab

508.633 hab

13%

100% 100%

2009 2012 2015 2020


96%

4%


84%

16%

Santo Antão

(48.414 hab) Sal

(20.465 hab)

Fogo

(37.758 hab)

84%

16%

65%

35%

100%

0%

100%

0%

100%

0%

S.Vicente

(79.192 hab)

Santiago

(286.783 hab)

76%

24%

87%

536.993 hab567.629 hab

622.223 hab

508.633 hab

13%

100% 100%

2009 2012 2015 2020


96%

4%

100%

0%

87%

536.993 hab567.629 hab

622.223 hab

508.633 hab

13%

100% 100%

2009 2012 2015 2020


96%

4%

87%

536.993 hab567.629 hab

622.223 hab

508.633 hab

13%

100% 100%

2009 2012 2015 2020


96%

4%


0

500

1.000

1.500

2.000

2.500

3.000

0

2

4

6

8

10

12

14

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009

kWGW

h

Evolução do consumo eléctrico e da ponta de consumoS. Antão



Figura 3.65 – Repartição por sector da procura em 2009 (Santo Antão), Fonte: (ELECTRA), Análise Gesto

O sector doméstico é aquele que apresenta um maior peso na procura total (60%) de energia eléctrica, sustentado por uma

elevada taxa de electrificação da população na ordem dos 84%. Em segundo lugar, surge o sector das instituições (16%),

seguido pelo sector do turismo e dos sectores comércio/indústria/agricultura, que representam 7% da procura total,

respectivamente.

De seguida, apresentam-se, para cada sector, as estimativas de evolução da procura da ilha de Santo Antão, para o cenário

intermédio.


3.6.2.1 DOMÉSTICO


múltipla encontram-se apresentados no Anexo A do presente documento. As previsões obtidas para o consumo doméstico

per capita e sua evolução entre 2000 e 2009 estão representadas na Figura 3.66.

Figura 3.66 – Evolução histórica e previsão do consumo doméstico per capita até 2020 (Santo Antão), Fonte: (ELECTRA), Análise Gesto



Doméstico60%

Com/Ind/Agri7%

Turismo7%

Instituições16%

Consumo interno

0,1%Perdas

técnicas10%

195227

312

175

0

50

100

150

200

250

300

350

400

450

500

2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014 2016 2018 2020

kWh

/cap

ita

Modelo

Histórico



capita aumente nos próximos anos, reflexo, sobretudo, do desenvolvimento económico e da melhoria da qualidade de vida

da população, previsto pela Gesto para a ilha de Santo Antão.

A procura do sector doméstico foi calculada de acordo com a expressão (2) da secção 2.1.2. Na Figura 3.67, representa-se a

evolução da procura do sector doméstico entre 2000 e 2009, bem como as previsões obtidas para os anos 2012, 2015 e 2020.

Figura 3.67 – Evolução histórica e previsão da procura do sector doméstico até 2020 (Santo Antão), Fonte: (ELECTRA), Análise Gesto

De acordo com as previsões realizadas, a procura do sector doméstico da ilha de Santo Antão, atingirá um valor próximo de

14 GWh em 2020, reflexo do aumento do consumo doméstico per capita e do forte crescimento da taxa de electrificação

(100% em 2013) da ilha. A TCMA relativa ao período compreendido entre os anos 2009-2020 apresenta um valor de 6,7%

sendo que, entre os anos de 2000 e 2009, este valor foi de 6,3%.


A procura dos sectores comércio/indústria/agricultura da ilha de Santo Antão foi estimada com base na expressão (8) da

secção 2.1.2. Na Figura 3.68 apresentam-se as previsões obtidas para a procura dos referidos sectores bem como a sua

evolução histórica entre os anos 2000 e 2009.

7

9

11

14

0

2

4

6

8

10

12

14

16

2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014 2016 2018 2020

GW

h

Histórico

Modelo


Figura 3.68 – Evolução histórica e previsão da procura dos sectores comércio, indústria e agricultura até 2020 (Santo Antão), Fonte:


Entre 2000 e 2009, a procura dos sectores em questão aumentou a uma TCMA de 14,7%, atingindo um valor de,

aproximadamente, 0,9 GWh. Prevê-se, para os próximos anos, um crescimento mais moderado (TCMA de 6,6%) deste sector,

estima-se que atinja um valor próximo de 1,8 GWh no ano de 2020.

3.6.2.3 TURISMO


sector do turismo.

Figura 3.69 – Evolução histórica e previsão da procura do turismo até 2020 (Santo Antão), Fonte: (ELECTRA), Análise Gesto

De acordo com os pressupostos assumidos, prevê-se que, até 2014, a procura do sector do turismo aumente

moderadamente, evoluindo a um ritmo mais acentuado entre 2015 e 2020 acompanhando a previsível retoma da economia


registando uma TCMA de 5,0% entre 2009 e 2020, bastante inferior à que se verificou no período 2000-2009 (22,6%). O

elevado valor da TCMA no período 2000-2009 pode encontrar justificação na entrada em funcionamento do Hotel Santantão

Art-Resort, em 2008, que impulsionou, significativamente, o consumo deste sector conforme evidenciado na Figura 3.69.

0,9

1,1

1,3

1,8

0,0

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0

1,2

1,4

1,6

1,8

2,0

2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014 2016 2018 2020

GW

h

Histórico

Modelo

0,80,9

1,0

1,5

0,0

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0

1,2

1,4

1,6

2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014 2016 2018 2020

GW

h

Histórico

Modelo




A procura registada neste sector foi calculada considerando a expressão (10) da secção 2.1.2, onde a procura do sector

instituições representou, em média, cerca de 16% da procura conjunta dos sectores

doméstico/comércio/indústria/agricultura entre 2005 e 2009. Na Figura 3.70 apresenta-se a evolução histórica da procura

deste sector, bem como as previsões para os anos 2012, 2015 e 2020.

Figura 3.70 – Evolução histórica e previsão da procura referente às instituições até 2020 (Santo Antão), Fonte: (ELECTRA), Análise Gesto

De acordo com a projecção, a procura referente às instituições atingirá os 3,1 GWh, registando uma TCMA de 4,7% entre

2009 e 2020 face a uma TCMA de 9,0% verificada no período 2000-2009.


O consumo interno da ilha de Santo Antão foi calculado considerando a expressão (14) da secção 2.1.2, tendo representado,

em média, entre 2005 e 2009, cerca de 0,15% da procura total. Este valor é típico de centrais com grupos de menores

dimensões e alimentadas por gasóleo. Na Figura 3.71 apresenta-se a evolução histórica do consumo interno, bem como as

previsões para os anos 2012, 2015 e 2020.

1,92,1

2,5

3,1

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

3,5

2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014 2016 2018 2020

GW

h

Histórico

Modelo


Figura 3.71 – Evolução histórica e previsão do consumo interno até 2020 (Santo Antão), Fonte: (ELECTRA), Análise Gesto

Na Figura 3.71 pode constatar-se a existência de uma clara irregularidade nos valores relativos ao período 2000-2004, pelo

que, foram desprezados os valores anteriores a 2005 para o cálculo da média no quociente entre o consumo interno e o

consumo total, conforme demonstrado na equação (14). Devido à forma de cálculo, prevê-se que o consumo interno

aumente nos próximos anos, acompanhando a evolução da procura total, com uma TCMA de 5,5% (2009-2020).


Conforme anteriormente referido (secção 2.1.2), a componente das perdas técnicas foi definida como representando 10% da

procura total. No gráfico da Figura 3.13 exibe-se a evolução histórica das perdas técnicas, bem como as previsões para os

próximos anos.

Figura 3.72 – Evolução histórica e previsão das perdas técnicas até 2020 (Santo Antão), Fonte: (ELECTRA), Análise Gesto

À semelhança do consumo interno, também quanto às perdas técnicas se prevê um aumento a um ritmo elevado (TMCA de

6,0%) acompanhando a evolução da procura total.

0,0180,020

0,024

0,032

0,000

0,005

0,010

0,015

0,020

0,025

0,030

0,035

0,040

0,045

2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014 2016 2018 2020

GW

h

Histórico

Modelo

1,2

1,4

1,7

2,3

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014 2016 2018 2020

GW

h

Histórico

Modelo




No cenário intermédio, a previsão de evolução da procura de electricidade da ilha de Santo Antão resulta da agregação das



Figura 3.73 – Evolução histórica e previsão da procura por sector até 2020 (Santo Antão), Fonte: (ELECTRA), Análise Gesto

Partindo, em 2009, dos 12 GWh e, conforme resulta da observação da Figura 3.73, prevê-se que a procura total da ilha de

Santo Antão possa atingir os 14 GWh, 17 GWh e 23 GWh, respectivamente em 2012, 2015 e 2020. A este crescimento

corresponde uma TCMA de, aproximadamente, 6,0%.

Prevê-se, também, que a decomposição sectorial da procura na ilha de Santo Antão se mantenha praticamente inalterada,

permanecendo o sector doméstico como o mais importante (62%). Destaque ainda para a relevância do sector das

instituições que poderá sofrer um pequeno decréscimo, passando a representar cerca de 14% da procura total.

Figura 3.74 – Comparação da repartição da procura por sector entre 2009 e 2020 (Santo Antão), Fonte: (ELECTRA), Análise Gesto

0

5

10

15

20

25

GW

h

Perdas técnicas

Consumo interno

Instituições

Turismo

Com/Ind/Agri

Doméstico

12

14

17

23

60% 62%

7%8%

7%6%

16% 14%

0,1% 0,1%10% 10%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

2009 2020

Perdas técnicas

Consumo interno

Instituições

Turismo

Com/Ind/Agri

Doméstico



Apresentam-se, nesta secção, os resultados obtidos para a procura de energia eléctrica na ilha de Santo Antão, de acordo

com os dois cenários alternativos: eficiência energética (secção 2.1.3) e, agressivo (secção 2.1.3.1). Na Figura 3.75 apresenta-

se a evolução histórica da procura total, de acordo com os três cenários, para os anos 2012, 2015 e 2020.

Figura 3.75 – Previsão da procura até 2020 – comparação de cenários (Santo Antão), Fonte: (ELECTRA), Análise Gesto

No caso da ilha de Santo Antão, o cenário intermédio, resultado do estudo sectorial, apresenta resultados que atingem os

23 GWh em 2020. Para o mesmo ano, os cenários de eficiência energética e, agressivo, estimam valores para a procura de,

respectivamente, 20 GWh e 29 GWh, a que corresponde uma TCMA de 4,8% e 8,3%.

A Figura 3.76 ilustra as previsões realizadas para a evolução da ponta e vazio na ilha de Santo Antão, obtidas conforme


Figura 3.76 – Previsão das cargas em ponta e vazio até 2020 – comparação de cenários (Santo Antão), Fonte: (ELECTRA), Análise Gesto

De acordo com o cenário intermédio, prevê-se que as cargas, em ponta e vazio, registem uma TCMA de, 6,0% e 3,9%,

respectivamente.

6

12 1417

23

0

5

10

15

20

25

30

35

2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014 2016 2018 2020

GW

h

Santo Antão


1,8

2,7

0,4

0,8

2,93,4

4,1

1,0 1,2

1,6

0

1

2

3

4

5

6

2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014 2016 2018 2020

MW

Santo Antão




3.7 FOGO

3.7.1 ENQUADRAMENTO

A ilha do Fogo está situada no Sotavento do arquipélago de Cabo Verde e tem uma superfície de 476 km2, caracterizada por

uma orografia de formato cónico. Esta ilha é constituída por cerca de 38.000 habitantes, maioritariamente concentrados no

principal centro urbano – São Filipe (Figura 3.77).

Figura 3.77 – Densidade populacional da ilha do Fogo (Fonte: INE)

A procura de energia eléctrica da ilha do Fogo representa cerca de 4,3% (2009) da procura total do Arquipélago e, conforme


atingido os 8,9 GWh no ano de 2009. A ponta do consumo atingiu, no mesmo ano, um máximo de 1.892 kW, apresentando

uma TCMA de 10,2% (2002-2009).

Figura 3.78 – Evolução histórica da procura total e da carga em ponta (Fogo), Fonte: (ELECTRA), Análise Gesto

Na Figura 3.79 encontra-se representada a repartição da procura sectorial de da ilha do Fogo para o ano de 2009.

76%

24%

84%

16%

Santo Antão

(48.414 hab.)

100%

0%

Sal

(20.465 hab.)

100%

0%

S. Vicente

(79.192 hab.)

Fogo

(37.758 hab.)

65%

35%

Santiago

(286.838 hab.)

Santo Antão

(48.414 hab) Sal

(20.465 hab)

Fogo

(37.758 hab)

84%

16%

65%

35%

100%

0%

100%

0%

100%

0%

S.Vicente

(79.192 hab)

Santiago

(286.783 hab)

76%

24%

87%

536.993 hab567.629 hab

622.223 hab

508.633 hab

13%

100% 100%

2009 2012 2015 2020


96%

4%

100%

0%

87%

536.993 hab567.629 hab

622.223 hab

508.633 hab

13%

100% 100%

2009 2012 2015 2020


96%

4%

87%

536.993 hab567.629 hab

622.223 hab

508.633 hab

13%

100% 100%

2009 2012 2015 2020


96%

4%


84%

16%

Santo Antão

(48.414 hab) Sal

(20.465 hab)

Fogo

(37.758 hab)

84%

16%

65%

35%

100%

0%

100%

0%

100%

0%

S.Vicente

(79.192 hab)

Santiago

(286.783 hab)

76%

24%

87%

536.993 hab567.629 hab

622.223 hab

508.633 hab

13%

100% 100%

2009 2012 2015 2020


96%

4%

100%

0%

87%

536.993 hab567.629 hab

622.223 hab

508.633 hab

13%

100% 100%

2009 2012 2015 2020


96%

4%

87%

536.993 hab567.629 hab

622.223 hab

508.633 hab

13%

100% 100%

2009 2012 2015 2020


96%

4%


0

200

400

600

800

1.000

1.200

1.400

1.600

1.800

2.000

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009

kWGW

h

Evolução do consumo eléctrico e da ponta de consumoFogo



Figura 3.79 – Repartição por sector da procura em 2009 (Fogo), Fonte: (ELECTRA), Análise Gesto

O sector doméstico é o que apresenta um maior peso na procura total (55%), sustentado por uma taxa de electrificação da

população de 65%. Os sectores comércio/indústria/agricultura representam, em conjunto, cerca de 20% da procura total,

possivelmente devido a uma elevada actividade económica alavancada, principalmente, pelo subsector da agricultura.

De seguida, apresentam-se, para cada sector, as estimativas de evolução da procura da ilha do Fogo para o cenário

intermédio.


3.7.2.1 DOMÉSTICO


múltipla encontram-se apresentados no Anexo A do presente documento.

As previsões obtidas para o consumo doméstico per capita e sua evolução entre 2000 e 2009 estão representadas na Figura

3.80.

Figura 3.80 – Evolução histórica e previsão do consumo doméstico per capita até 2020 (Fogo), Fonte: (ELECTRA), Análise Gesto

Doméstico55%

Com/Ind/Agri20%

Turismo5%

Instituições10%

Consumo interno

0,2%Perdas

técnicas10%

217234

313

204

0

50

100

150

200

250

300

350

400

450

500

2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014 2016 2018 2020

kWh

/cap

ita

Modelo

Histórico




constantes, no período compreendido entre 2000 e 2009. No entanto, considera-se razoável que este consumo registe um

aumento nos próximos anos, de acordo com o desenvolvimento económico e social previsto para a ilha do Fogo.

A procura do sector doméstico foi calculada de acordo com a expressão (2) da secção 2.1.2. Na Figura 3.81 encontra-se

representada a evolução da procura do sector doméstico entre 2000 e 2009 e as previsões obtidas para os anos 2012, 2015 e

2020.

Figura 3.81 – Evolução histórica e previsão da procura do sector doméstico até 2020 (Fogo), Fonte: (ELECTRA), Análise Gesto

De acordo com as previsões realizadas, a procura do sector doméstico da ilha do Fogo atingirá um valor próximo de 12 GWh

em 2020, reflexo do aumento do consumo doméstico per capita e, do crescimento da taxa de electrificação. A TCMA relativa

ao período compreendido entre os anos 2009-2020 é 8,1%, sendo que, entre os anos de 2001 e 2009, este valor foi 10,2%.


A procura dos sectores comércio/indústria/agricultura da ilha do Fogo foi estimada com base na expressão (8) da secção

2.1.2. Na Figura 3.82 apresentam-se as previsões obtidas para a procura de energia eléctrica dos referidos sectores e a sua

evolução histórica entre 2000 e 2009.

5

7

9

12

0

2

4

6

8

10

12

14

2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014 2016 2018 2020

GW

h

Histórico

Modelo


Figura 3.82 – Evolução histórica e previsão da procura dos sectores comércio, indústria e agricultura até 2020 (Fogo), Fonte: (ELECTRA),

Análise Gesto

Entre 2001 e 2009 a procura registada nestes sectores aumentou a uma TCMA de 8,8%, atingindo um valor de,

aproximadamente, 1,8 GWh. Prevê-se, para os próximos anos, um crescimento mais moderado (TCMA de 7,3%), estimando-

se que atinja um valor próximo de 3,9 GWh no ano de 2020.

3.7.2.3 TURISMO

De acordo com a expressão (9) da secção 2.1.2 e, os dados apresentados na secção 2.2.7, estimou-se a procura referente ao

sector do turismo.

Figura 3.83 – Evolução histórica e previsão da procura do turismo até 2020 (Fogo), Fonte: (ELECTRA), Análise Gesto

De acordo com os pressupostos assumidos, prevê-se que, até 2014, a procura do sector do turismo aumente a um ritmo

moderado, evoluindo a um ritmo mais acentuado entre 2015 e 2020, acompanhando a previsível retoma da economia entre

2015 e 2020. Prevê-se ainda que a procura referente ao sector do turismo atinja um valor próximo dos 0,75 GWh em 2020,

registando uma TCMA de 5,0% entre 2009 e 2020, bastante inferior à que se registou no período 2001-2009 (12,2%).

1,8

2,4

2,9

3,9

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

3,5

4,0

4,5

2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014 2016 2018 2020

GW

h

Histórico

Modelo

0,440,48

0,54

0,75

0,0

0,1

0,2

0,3

0,4

0,5

0,6

0,7

0,8

2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014 2016 2018 2020

GW

h

Histórico

Modelo




A procura referente a este sector foi calculada considerando a expressão (10) da secção 2.1.2, onde a procura do sector



deste sector, assim como as previsões para 2012, 2015 e 2020.

Figura 3.84 – Evolução histórica e previsão da procura referente às instituições até 2020 (Fogo), Fonte: (ELECTRA), Análise Gesto

De acordo com a projecção realizada, a procura referente a este sector atingirá os 1,8 GWh, registando uma TCMA de 6,9%

entre 2009 e 2020 face a uma TCMA de 15,9% verificada no período 2001-2009.


O consumo interno da ilha do Fogo foi calculado considerando a expressão (14) da secção 2.1.2, tendo representado, em



para 2012, 2015 e 2020.

Figura 3.85 – Evolução histórica e previsão do consumo interno até 2020 (Fogo), Fonte: (ELECTRA), Análise Gesto

0,9

1,2

1,4

1,8

0,0

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0

1,2

1,4

1,6

1,8

2,0

2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014 2016 2018 2020

GW

h

Histórico

Modelo

0,01

0,02

0,03

0,04

0,00

0,01

0,01

0,02

0,02

0,03

0,03

0,04

0,04

0,05

2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014 2016 2018 2020

GW

h

Histórico

Modelo


Na Figura 3.85 verifica-se a ocorrência de uma clara irregularidade nos valores relativos ao período 2000-2004, pelo que

foram desprezados os valores anteriores a 2005 para o cálculo da média, no quociente entre o consumo interno e o consumo

total, conforme demonstrado na equação (14). Devido à forma como foi calculado, prevê-se que o consumo interno aumente

nos próximos anos, acompanhando a evolução da procura total, com uma TCMA de 9,3% (2009-2020).



procura total. No gráfico da Figura 3.86 exibe-se a evolução histórica das perdas técnicas, assim como as previsões para os

próximos anos.

Figura 3.86 – Evolução histórica e previsão das perdas técnicas até 2020 (Fogo) , Fonte: (ELECTRA), Análise Gesto

À semelhança do que se verifica quanto ao consumo interno, também as perdas técnicas irão aumentar a um ritmo elevado

(TMCA de 7,6%), acompanhando a evolução da procura total.


Para o cenário intermédio, a previsão de evolução da procura de electricidade da ilha do Fogo resulta da agregação das



0,9

1,3

1,5

2,0

0,00

0,50

1,00

1,50

2,00

2,50

2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014 2016 2018 2020

GW

h

Histórico

Modelo



Figura 3.87 – Evolução histórica e previsão da procura por sector até 2020 (Fogo), Fonte: (ELECTRA), Análise Gesto

Partindo, em 2009, dos 9 GWh e conforme ilustra a Figura 3.87, prevê-se que a procura total do Fogo possa atingir os 13

GWh, 15 GWh e 20 GWh, respectivamente, em 2012, 2015 e 2020. A este crescimento corresponde uma TCMA de,


Prevê-se, também, que a decomposição sectorial da procura na ilha do Fogo se mantenha praticamente inalterada,

permanecendo o sector doméstico como o mais importante (58%). Destaque, ainda, para a relevância dos sectores

comércio/indústria/agricultura, que poderão representar, em 2020, cerca de 19% da procura total.

Figura 3.88 – Comparação da repartição da procura por sector entre 2009 e 2020 (Fogo), Fonte: (ELECTRA), Análise Gesto

0

5

10

15

20

25

GW

h

Perdas técnicas

Consumo interno

Instituições

Turismo

Com/Ind/Agri

Doméstico

9

13

15

20

55% 58%

20% 19%

5% 4%

10% 9%0,2% 0,2%10% 10%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

2009 2020

Perdas técnicas

Consumo interno

Instituições

Turismo

Com/Ind/Agri

Doméstico



Nesta secção apresentam-se os resultados obtidos para a procura de energia eléctrica na ilha do Fogo, de acordo com os dois

cenários alternativos: eficiência energética (secção 2.1.3) e, agressivo (secção 2.1.3.1). Na Figura 3.89 apresenta-se a

evolução histórica da procura total, de acordo com os três cenários, para os anos 2012, 2015 e 2020.

Figura 3.89 – Previsão da procura até 2020 – comparação de cenários (Fogo), Fonte: (ELECTRA), Análise Gesto

No caso da ilha do Fogo, o cenário intermédio, resultado do estudo sectorial, apresenta resultados que atingem os 20 GWh

em 2020. Para o mesmo ano, os cenários de eficiência energética e, agressivo, estimam valores para a procura de,

respectivamente, 18 GWh e 27 GWh, a que corresponde uma TCMA de 6,6% e 10,4%. Na Figura 3.90 podem ser observadas

as previsões para a evolução da ponta e do vazio na ilha do Fogo, obtidas conforme descrito na secção 2.1.5.

Figura 3.90 – Previsão das cargas em ponta e vazio até 2020 – comparação de cenários (Fogo), Fonte: (ELECTRA), Análise Gesto


respectivamente.

4

1315

20

0

5

10

15

20

25

30

2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014 2016 2018 2020

GW

h

Fogo


1,0

0,4

2,93,4

4,1

1,0 1,2

1,6

0

1

2

3

4

5

6

2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014 2016 2018 2020

MW

Fogo




3.8 SÃO NICOLAU

3.8.1 ENQUADRAMENTO

A ilha do São Nicolau está situada no Barlavento do arquipélago de Cabo Verde e tem uma superfície de 388 km2,

caracterizada por uma orografia de vales profundos e montanhas imponentes . Esta ilha é constituída por cerca de 13.000

habitantes, dispersos de uma forma, aproximadamente, constante ao longo dos vários distritos (Figura 3.91).

Figura 3.91 – Densidade populacional da ilha de São Nicolau (Fonte: INE)

A procura de energia eléctrica da ilha de São Nicolau representa cerca de 1,6% (2009) da procura total do Arquipélago e,

conforme evidencia o gráfico da Figura 3.92, tem registado uma tendência crescente, com uma TCMA de 6,4% (2000-2009),

tendo atingido os 4,8 GWh no ano de 2009. A ponta do consumo atingiu, no mesmo ano, um máximo de 1.020 kW,

apresentando uma TCMA de 4,6% (2000-2009).

Figura 3.92 – Evolução histórica da procura total e da carga em ponta (São Nicolau), Fonte: (ELECTRA), Análise Gesto

Na Figura 3.93 encontra-se representada a repartição da procura sectorial de da ilha do São Nicolau para o ano de 2009.

Santo Antão

(48.414 hab) Sal

(20.465 hab)

Fogo

(37.758 hab)

84%

16%

65%

35%

100%

0%

100%

0%

100%

0%

S.Vicente

(79.192 hab)

Santiago

(286.783 hab)

76%

24%

87%

536.993 hab567.629 hab

622.223 hab

508.633 hab

13%

100% 100%

2009 2012 2015 2020


96%

4%

100%

0%

87%

536.993 hab567.629 hab

622.223 hab

508.633 hab

13%

100% 100%

2009 2012 2015 2020


96%

4%

87%

536.993 hab567.629 hab

622.223 hab

508.633 hab

13%

100% 100%

2009 2012 2015 2020


96%

4%


0

200

400

600

800

1.000

1.200

0

1

2

3

4

5

6

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009

kWGW

h

Evolução do consumo eléctrico e da ponta de consumoS. Nicolau



Figura 3.93 – Repartição por sector da procura em 2009 (São Nicolau), Fonte: (ELECTRA), Análise Gesto


população de 100%. Os sectores comércio/indústria/agricultura representam, em conjunto, cerca de 12% da procura total,

possivelmente devido a uma elevada actividade económica, potenciada, essencialmente, pelo subsector da agricultura.

De seguida, apresentam-se, para cada sector, as estimativas de evolução da procura da ilha de São Nicolau para o cenário

intermédio.


3.8.2.1 DOMÉSTICO




3.94.

Figura 3.94 – Evolução histórica e previsão do consumo doméstico per capita até 2020 (São Nicolau), Fonte: (ELECTRA), Análise Gesto

Doméstico'68%

Com/Ind/Agri12%

Turismo2%

Instituições8%

Consumo interno

0,3%Perdas

técnicas10%

253275

306

370

0

50

100

150

200

250

300

350

400

2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014 2016 2018 2020

kWh

/cap

ita

Histórico

Modelo



Da análise do gráfico anterior, pode constatar-se que o consumo doméstico per capita apresenta um crescimento constante

no período compreendido entre 2000 e 2009. Neste sentido, considera-se razoável que este consumo prossiga com esta

tendência no decorrer da próxima década.



2020.

Figura 3.95 – Evolução histórica e previsão da procura do sector doméstico até 2020 (São Nicolau), Fonte: (ELECTRA), Análise Gesto

De acordo com as previsões realizadas, a procura do sector doméstico da ilha de São Nicolau atingirá um valor próximo de

4,4 GWh em 2020, reflexo do aumento do consumo doméstico per capita. A TCMA relativa ao período compreendido entre

os anos 2009-2020 é 3,5%, sendo que, entre os anos de 2000 e 2009, este valor foi 6,1%.


A procura dos sectores comércio/indústria/agricultura da ilha de São Nicolau foi estimada com base na expressão (8) da

secção 2.1.2. Na Figura 3.96 apresentam-se as previsões obtidas para a procura de energia eléctrica dos referidos sectores e

a sua evolução histórica entre 2000 e 2009.

3,23,5

3,8

4,4

0

1

1

2

2

3

3

4

4

5

5

2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014 2016 2018 2020

GW

h

Histórico

Modelo


Figura 3.96 – Evolução histórica e previsão da procura dos sectores comércio, indústria e agricultura até 2020 (São Nicolau), Fonte:


Entre 2000 e 2009 a procura registada nestes sectores aumentou a uma TCMA bastante elevada, com o valor de 15,8%,

atingindo um valor de, aproximadamente, 0,55 GWh. Prevê-se, para os próximos anos, um crescimento mais moderado

(TCMA de 1,4%), estimando-se que atinja um valor próximo de 0,62 GWh no ano de 2020.

3.8.2.3 TURISMO


sector do turismo.

Figura 3.97 – Evolução histórica e previsão da procura do turismo até 2020 (São Nicolau), Fonte: (ELECTRA), Análise Gesto


moderado, evoluindo a um ritmo mais acentuado entre 2015 e 2020, acompanhando a previsível retoma da economia no

mesmo período. Prevê-se, ainda, que a procura referente ao sector do turismo atinja um valor próximo dos 0,18 GWh em

2020, registando uma TCMA de 9,5% entre 2009 e 2020, bastante inferior à que se registou no período 2001-2009 (0,6%).

0,55

0,490,53

0,62

0,0

0,1

0,2

0,3

0,4

0,5

0,6

0,7

2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014 2016 2018 2020

GW

h

Histórico

Modelo

0,08

0,09

0,11

0,18

0,00

0,02

0,04

0,06

0,08

0,10

0,12

0,14

0,16

0,18

0,20

2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014 2016 2018 2020

GW

h

Histórico

Modelo





instituições representou, em média, cerca de 8% da procura conjunta dos sectores doméstico/comércio/indústria/agricultura

entre 2005 e 2009. Na Figura 3.98 apresenta-se a evolução histórica da procura deste sector, assim como as previsões para

2012, 2015 e 2020.

Figura 3.98 – Evolução histórica e previsão da procura referente às instituições até 2020 (São Nicolau), Fonte: (ELECTRA), Análise Gesto


entre 2009 e 2020, ligeiramente superior à registada no período 2001-2009 (2,2%).


O consumo interno da ilha de São Nicolau foi calculado considerando a expressão (14) da secção 2.1.2, tendo representado,

em média, entre 2005 e 2009, cerca de 0,3% da procura total. Este valor é típico de centrais com grupos de menores

dimensões e alimentadas por gasóleo. Na Figura 3.99 apresenta-se a evolução histórica do consumo interno, bem como as

previsões para 2012, 2015 e 2020.

Figura 3.99 – Evolução histórica e previsão do consumo interno até 2020 (São Nicolau), Fonte: (ELECTRA), Análise Gesto

0,40 0,390,43

0,50

0,0

0,1

0,2

0,3

0,4

0,5

0,6

2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014 2016 2018 2020

GW

h

Histórico

Modelo

0,010,015

0,017

0,020

0,00

0,01

0,01

0,02

0,02

0,03

0,03

2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014 2016 2018 2020

GW

h

Histórico

Modelo


Através da observação da Figura 3.99 verifica-se a ocorrência de uma clara irregularidade nos valores relativos ao período

2000-2004, pelo que foram desprezados os valores anteriores a 2005 para o cálculo da média, no quociente entre o consumo

interno e o consumo total, conforme demonstrado na equação (14). Devido à forma como foi calculado, prevê-se que o

consumo interno aumente nos próximos anos, acompanhando a evolução da procura total, com uma TCMA de 3,7% (2009-

2020).




próximos anos.

Figura 3.100 – Evolução histórica e previsão das perdas técnicas até 2020 (Fogo) , Fonte: (ELECTRA), Análise Gesto




Para o cenário intermédio, a previsão de evolução da procura de electricidade da ilha de São Nicolau resulta da agregação

das previsões de evolução da procura de cada um dos sectores estudados nas secções anteriores e, cujo resultado pode ser


0,480,49

0,54

0,64

0,0

0,1

0,2

0,3

0,4

0,5

0,6

0,7

2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014 2016 2018 2020

GW

h

Histórico

Modelo



Figura 3.101 – Evolução histórica e previsão da procura por sector até 2020 (São Nicolau), Fonte: (ELECTRA), Análise Gesto

Partindo, em 2009, dos 4,7 GWh e conforme ilustra a Figura 3.101, prevê-se que a procura total de São

Nicolau possa atingir os 4,9 GWh, 5,4 GWh e 6,4 GWh, respectivamente, em 2012, 2015 e 2020. A este crescimento

corresponde uma TCMA de, aproximadamente, 3,3%.

Prevê-se, também, que a decomposição sectorial da procura na ilha de São Nicolau se mantenha praticamente inalterada,

permanecendo o sector doméstico como o mais importante (cerca de 70%).

Figura 3.102 – Comparação da repartição da procura por sector entre 2009 e 2020 (São Nicolau), Fonte: (ELECTRA), Análise Gesto

0,0

1,0

2,0

3,0

4,0

5,0

6,0

7,0

GW

h

Perdas técnicas

Consumo interno

Dessalinização

Instituições

Turismo

Com/Ind/Agri

Doméstico'

4,7 4,9

5,4

6,4

2000 2009 2012 2015 2020

68% 69%

11% 10%

2% 3%8% 8%0% 0%0% 0%

10% 10%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

2009 2020

Perdas técnicas

Consumo interno

Dessalinização

Instituições

Turismo

Com/Ind/Agri

Doméstico



Nesta secção apresentam-se os resultados obtidos para a procura de energia eléctrica na ilha de São Nicolau, de acordo com

os dois cenários alternativos: eficiência energética (secção 2.1.3) e, agressivo (secção 2.1.3.1). Na Figura 3.103 apresenta-se a


Figura 3.103 – Previsão da procura até 2020 – comparação de cenários (São Nicolau), Fonte: (ELECTRA), Análise Gesto

No caso da ilha de São Nicolau, o cenário intermédio, resultado do estudo sectorial, apresenta resultados que atingem os 6,4

GWh em 2020. Para o mesmo ano, os cenários de eficiência energética e, agressivo, estimam valores para a procura de,

respectivamente, 5,7 GWh e 9,4 GWh, a que corresponde uma TCMA de 1,6% e 6,4%. Na Figura 3.104 podem ser observadas

as previsões para a evolução da ponta e do vazio na ilha de São Nicolau, obtidas conforme descrito na secção 2.1.5.

3

5 4,9

5,4

6,4

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014 2016 2018 2020

GW

h

São Nicolau




Figura 3.104 – Previsão das cargas em ponta e vazio até 2020 – comparação de cenários (São Nicolau), Fonte: (ELECTRA), Análise Gesto


respectivamente.

0,68

1,02

0,26

0,45

1,061,14

1,29

0,470,51

0,61

0,0

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0

1,2

1,4

1,6

1,8

2,0

2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014 2016 2018 2020

MW

São Nicolau




3.9 BOAVISTA

3.9.1 ENQUADRAMENTO

A ilha da Boavista é a terceira maior ilha do País e está situada no Barlavento do arquipélago de Cabo Verde. Tem uma

superfície de 620 km2, marcada por uma orografia de extensas praias de areia branca e por planícies de dunas. Esta ilha é

constituída por cerca de 6.000 habitantes, dispersos de uma forma, aproximadamente, constante ao longo dos vários

distritos (Figura 3.105).

Figura 3.105 – Densidade populacional da ilha do Fogo (Fonte: INE)

A procura de energia eléctrica na ilha da Boavista representa cerca de 5% (2009) da procura total do Arquipélago e, conforme


atingido os 13,9 GWh no ano de 2009. A ponta do consumo atingiu, no mesmo ano, um máximo de 2.673 kW, apresentando

uma TCMA de 19,3% (2002-2009).

Figura 3.106 – Evolução histórica da procura total e da carga em ponta (Boavista), Fonte: (ELECTRA), Análise Gesto

Na Figura 3.107 encontra-se representada a repartição da procura sectorial de da ilha da Boavista para o ano de 2009.

Santo Antão

(48.414 hab) Sal

(20.465 hab)

Fogo

(37.758 hab)

84%

16%

65%

35%

100%

0%

100%

0%

100%

0%

S.Vicente

(79.192 hab)

Santiago

(286.783 hab)

76%

24%

87%

536.993 hab567.629 hab

622.223 hab

508.633 hab

13%

100% 100%

2009 2012 2015 2020


96%

4%

100%

0%

87%

536.993 hab567.629 hab

622.223 hab

508.633 hab

13%

100% 100%

2009 2012 2015 2020


96%

4%

87%

536.993 hab567.629 hab

622.223 hab

508.633 hab

13%

100% 100%

2009 2012 2015 2020


96%

4%


0

200

400

600

800

1.000

1.200

1.400

1.600

0

1

2

3

4

5

6

7

8

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009

kWGW

h

Evolução do consumo eléctrico e da ponta de consumoBoavista



Figura 3.107 – Repartição por sector da procura em 2009 (Boavista), Fonte: (ELECTRA), Análise Gesto

Verifica-se que, é o sector do turismo, aquele que apresenta um maior peso na procura total de energia (46%),

representando quase metade do consumo na ilha no ano em análise. Segue-se o sector doméstico, com um peso na ordem

dos 18%. Os sectores do comércio/indústria/agricultura representam, em conjunto, cerca de 6% da procura total, e resultam,

essencialmente, de actividades comerciais ligadas ao turismo. De referir, ainda, a importância do sector da dessalinização

(14%) em relação à procura total.

De seguida, apresentam-se, para cada sector, as estimativas de evolução da procura da ilha da Boavista para o cenário

intermédio.


3.9.2.1 DOMÉSTICO




3.108.

Doméstico'18%

Com/Ind/Agri6%

Turismo46%

Instituições3%

Dessalinização14%

Consumo interno

3,0% Perdas técnicas

10%

410

459

499

556

0

100

200

300

400

500

600

2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014 2016 2018 2020

kWh

/cap

ita

Histórico

Modelo



Figura 3.108 – Evolução histórica e previsão do consumo doméstico per capita até 2020 (Boavista), Fonte: (ELECTRA), Análise Gesto


constantes, apesar da visível irregularidade de valores, no período compreendido entre 2000 e 2009. No entanto, considera-

se razoável que este consumo registe um aumento nos próximos anos, de acordo com o desenvolvimento económico e social

previsto para a ilha da Boavista, implusionado, fundamentalmente, pelo sector do turismo.



2020.

Figura 3.109 – Evolução histórica e previsão da procura do sector doméstico até 2020 (Boavista), Fonte: (ELECTRA), Análise Gesto

De acordo com as previsões realizadas, a procura do sector doméstico da ilha da Boavista atingirá um valor próximo de 7,9

GWh em 2020, reflexo do aumento do consumo doméstico per capita, justificado, em parte, pela taxa de electrificação de

100% (atingida em 2007). A TCMA relativa ao período compreendido entre os anos 2009-2020 é 10,8%, mantendo a

tendência registada entre os anos de 2000 e 2009.


A procura dos sectores comércio/indústria/agricultura da ilha da Boavista foi estimada com base na expressão (8) da secção



2,6

3,6

4,9

7,9

0,0

1,0

2,0

3,0

4,0

5,0

6,0

7,0

8,0

9,0

2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014 2016 2018 2020

GW

h

Histórico

Modelo


Figura 3.110 – Evolução histórica e previsão da procura dos sectores comércio, indústria e agricultura até 2020 (Boavista), Fonte:


Entre 2000 e 2009 a procura registada nestes sectores aumentou a uma TCMA de 10,8%, atingindo um valor de,

aproximadamente, 0,77 GWh. Prevê-se, para os próximos anos, um crescimento mais elevado (TCMA de 14,1%), estimando-

se que atinja um valor próximo de 3,27 GWh no ano de 2020, fruto do desenvolvimento económico impulsionado,

essencialmente, pelo sector do turismo.

3.9.2.3 TURISMO


sector do turismo.

Figura 3.111 – Evolução histórica e previsão da procura do turismo até 2020 (Boavista), Fonte: (ELECTRA), Análise Gesto

Através da observação do gráfico anterior é possível verificar que, no ano de 2009, o consumo do sector do turismo

apresenta um valor significativamente superior ao registado no período 2000-2008, justificado pela entrada em serviço de

0,77

1,39

2,17

3,27

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

3,5

2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014 2016 2018 2020

GW

h

Series1

Modelo

6,4

21,2

39,6

63,8

0,00

10,00

20,00

30,00

40,00

50,00

60,00

70,00

2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014 2016 2018 2020

GW

h

Series1

Modelo



uma unidade hoteleira de grande dimensão (Hotel RIU). Prevê-se, com base nas estimativas efectuadas, que o consumo

continue esta tendência, atingindo em 2020 63,8 GWh, sustentado por uma TCMA de 26,4%, entre 2009 e 2020.



instituições representou, em média, cerca de 3% da procura conjunta dos sectores doméstico/comércio/indústria/agricultura

entre 2005 e 2009. Na Figura 3.112 apresenta-se a evolução histórica da procura deste sector, assim como as previsões para

2012, 2015 e 2020.

Figura 3.112 – Evolução histórica e previsão da procura referente às instituições até 2020 (Boavista), Fonte: (ELECTRA), Análise Gesto


entre 2009 e 2020 face a uma TCMA de 16,6% verificada no período 2001-2009. O taxa de crescimento entre 2009 e 2020 é

bastante superior à verificada no histórico, uma vez que esta foi estimada tendo por base a evolução do sector do comércio,

indústria e agricultura, que, como se pôde verificar, apresentara uma evolução elevada.


O consumo interno da ilha da Boavista foi calculado considerando a expressão (14) da secção 2.1.2, tendo representado, em

média, entre 2005 e 2009, cerca de 3% da procura total. Este valor é típico de centrais com grupos de grandes dimensões e

com elevado número de serviços auxiliares, como é o caso das centrais térmicas alimentadas por heavy fuel. Na Figura 3.113

apresenta-se a evolução histórica do consumo interno, bem como as previsões para 2012, 2015 e 2020.

0,5 0,5

2,1

3,8

6,1

0,0

1,0

2,0

3,0

4,0

5,0

6,0

7,0

2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014 2016 2018 2020

GW

h

Histórico

Modelo


Figura 3.113 – Evolução histórica e previsão do consumo interno até 2020 (Boavista), Fonte: (ELECTRA), Análise Gesto

Na Figura 3.113 verifica-se a ocorrência de uma ligeira irregularidade nos valores relativos ao período 2000-2004, pelo que







próximos anos.

Figura 3.114 – Evolução histórica e previsão das perdas técnicas até 2020 (Boavista) , Fonte: (ELECTRA), Análise Gesto



0,411

0,857

1,480

2,334

0,00

0,50

1,00

1,50

2,00

2,50

2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014 2016 2018 2020

GW

h

Histórico

Modelo

1,3

2,8

4,8

7,6

0,00

1,00

2,00

3,00

4,00

5,00

6,00

7,00

8,00

2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014 2016 2018 2020

GW

h

Histórico

Modelo




Para o cenário intermédio, a previsão de evolução da procura de electricidade da ilha da Boavista resulta da agregação das



Figura 3.115 – Evolução histórica e previsão da procura por sector até 2020 (Boavista), Fonte: (ELECTRA), Análise Gesto

Partindo, em 2009, dos 14 GWh e conforme ilustra a Figura 3.115, prevê-se que a procura total da Boavista possa atingir os

36 GWh, 62 GWh e 98 GWh, respectivamente, em 2012, 2015 e 2020. A este crescimento corresponde uma TCMA de,

aproximadamente, 19%.

Relativamente à decomposição sectorial da ilha da Boavista (Figura 3.116), é possível verificar que o sector do turismo

domina grande parte do consumo de energia eléctrica, atingindo 65% em 2020 de toda a energioa consumida na ilha. Por

outro lado, verifica-se que o sector doméstico, como consequência do crescimento do sector do turismo, perde bastante

pese, passando de 18% para 8% da procura total de energia, de 2009 a 2020, respectivamente.

0,0

20,0

40,0

60,0

80,0

100,0

120,0

GW

h

Perdas técnicas

Consumo interno

Dessalinização

Instituições

Turismo

Com/Ind/Agri

Doméstico'14

36

62

98

2000 2009 2012 2015 2020

18%8%

6%

3%

46%65%

3%

6%14%

7%3% 2%

10% 8%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

2009 2020

Perdas técnicas

Consumo interno

Dessalinização

Instituições

Turismo

Com/Ind/Agri

Doméstico


Figura 3.116 – Comparação da repartição da procura por sector entre 2009 e 2020 (Boavista), Fonte: (ELECTRA), Análise Gesto


Nesta secção apresentam-se os resultados obtidos para a procura de energia eléctrica na ilha da Boavista, de acordo com os

dois cenários alternativos: eficiência energética (secção 2.1.3) e, agressivo (secção 2.1.3.1). Na Figura 3.117 apresenta-se a


Figura 3.117 – Previsão da procura até 2020 – comparação de cenários (Boavista), Fonte: (ELECTRA), Análise Gesto

No caso da ilha da Boavista, o cenário intermédio, resultado do estudo sectorial, apresenta resultados que atingem os 97,6

GWh em 2020. Para o mesmo ano, os cenários de eficiência energética e, agressivo, estimam valores para a procura de,

respectivamente, 87,4 GWh e 104 GWh, a que corresponde uma TCMA de 18,2% e 20,1%. Na Figura 3.118 podem ser

observadas as previsões para a evolução da ponta e do vazio na ilha do Fogo, obtidas conforme descrito na secção 2.1.5.

3

14

35,8

61,9

97,6

0

20

40

60

80

100

120

2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014 2016 2018 2020

GW

h

Boavista




Figura 3.118 – Previsão das cargas em ponta e vazio até 2020 – comparação de cenários (Boavista), Fonte: (ELECTRA), Análise Gesto


respectivamente.

0,5

2,7

0,2

1,3

6,7

11,5

18,1

3,2

5,6

8,8

0,0

5,0

10,0

15,0

20,0

25,0

2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014 2016 2018 2020

MW

Boavista




3.10 MAIO

3.10.1 ENQUADRAMENTO

A ilha do Maio está situada no Sotavento do arquipélago de Cabo Verde e tem uma superfície de 269 km2, caracterizada por

uma orografia plana e com extensas praias de areia branca, ideais para o turismo balnear. Esta ilha é constituída por cerca de

8.000 habitantes, dispersos de uma forma, aproximadamente, constante ao longo dos vários distritos (Figura 3.119).

Figura 3.119 – Densidade populacional da ilha do Maio (Fonte: INE)

A procura de energia eléctrica da ilha do Maio representa cerca de 0,9% (2009) da procura total do Arquipélago e, conforme

evidencia o gráfico da Figura 3.120, tem registado uma tendência crescente, com uma TCMA de 11% (2000-2009), tendo

atingido os 2,6 GWh no ano de 2009. A ponta do consumo atingiu, no mesmo ano, um máximo de 578 kW, apresentando

uma TCMA de 9,2% (2000-2009).

Figura 3.120 – Evolução histórica da procura total e da carga em ponta (Maio), Fonte: (ELECTRA), Análise Gesto

Na Figura 3.121 encontra-se representada a repartição da procura sectorial de da ilha do Maio para o ano de 2009.

Santo Antão

(48.414 hab) Sal

(20.465 hab)

Fogo

(37.758 hab)

84%

16%

65%

35%

100%

0%

100%

0%

100%

0%

S.Vicente

(79.192 hab)

Santiago

(286.783 hab)

76%

24%

87%

536.993 hab567.629 hab

622.223 hab

508.633 hab

13%

100% 100%

2009 2012 2015 2020


96%

4%

100%

0%

87%

536.993 hab567.629 hab

622.223 hab

508.633 hab

13%

100% 100%

2009 2012 2015 2020


96%

4%

87%

536.993 hab567.629 hab

622.223 hab

508.633 hab

13%

100% 100%

2009 2012 2015 2020


96%

4%


0

100

200

300

400

500

600

700

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009

kWGW

h

Evolução do consumo eléctrico e da ponta de consumoMaio



Figura 3.121 – Repartição por sector da procura em 2009 (Maio), Fonte: (ELECTRA), Análise Gesto


população de 98%. Os sector do turismo apresenta um peso considerável face aos restantes sectores (6%), com excepção do

sector doméstico, que, efectivamente, representa a maior parte do consumo de energia.

De seguida, apresentam-se, para cada sector, as estimativas de evolução da procura da ilha do Fogo para o cenário

intermédio.


3.10.2.1 DOMÉSTICO




3.122.

Figura 3.122 – Evolução histórica e previsão do consumo doméstico per capita até 2020 (Maio), Fonte: (ELECTRA), Análise Gesto

Doméstico'71%

Com/Ind/Agri3%

Turismo6%

Instituições10%

Consumo interno

0,4%Perdas

técnicas10%

235

275

316

386

0

50

100

150

200

250

300

350

400

450

2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014 2016 2018 2020

kWh

/cap

ita

Histórico

Modelo




constantes, no período compreendido entre 2000 e 2009. No entanto, considera-se razoável que este consumo registe um

aumento nos próximos anos, de acordo com o desenvolvimento económico e social previsto para a ilha do Maio, sustentado,

fundamentalmente, pelo espectável desenvolvimento económico despoletado pelo sector do turismo.



2020.

Figura 3.123 – Evolução histórica e previsão da procura do sector doméstico até 2020 (Maio), Fonte: (ELECTRA), Análise Gesto

De acordo com as previsões realizadas, a procura do sector doméstico da ilha do Maio atingirá um valor próximo de 3,2 GWh

em 2020, reflexo do aumento do consumo doméstico per capita e, do crescimento da taxa de electrificação que, neste

momento, se encontra muito próxima dos 100%. A TCMA relativa ao período compreendido entre os anos 2009-2020 é 5,1%,

sendo que, entre os anos de 2000 e 2009, este valor foi 11,3%.


A procura dos sectores comércio/indústria/agricultura da ilha do Maio foi estimada com base na expressão (8) da secção



1,8

2,2

2,6

3,2

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

3,5

2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014 2016 2018 2020

GW

h

Histórico

Modelo


Figura 3.124 – Evolução histórica e previsão da procura dos sectores comércio, indústria e agricultura até 2020 (Maio), Fonte: (ELECTRA),

Análise Gesto

Entre 2000 e 2009 a procura registada nestes sectores, apesar de apresentar uma evidente irregularidade, aumentou a uma

TCMA de 14,8%, atingindo um valor de, aproximadamente, 0,06 GWh. Prevê-se, para os próximos anos, um crescimento mais

moderado (TCMA de 6,3%), estimando-se que atinja um valor próximo de 0,12 GWh no ano de 2020. Prevê-se, portanto, a a

duplicação do consumo anual face ao consumo assistido em 2009.

3.10.2.3 TURISMO


sector do turismo.

Figura 3.125 – Evolução histórica e previsão da procura do turismo até 2020 (Maio), Fonte: (ELECTRA), Análise Gesto

De acordo com os pressupostos assumidos, prevê-se que, a partir de 2012, o sector do turismo na ilha do Maio se desenvolva

a um ritmo mais acentuado, caracterizado por uma TCMA de 40,4%, entre 2009 e 2020. A forte aposta em investimentos

turísticos de grande dimensão e qualidade, no decorrer da próxima década, justifica este elevado valor. Estima-se que este

sector atinja o valor de 6,62 GWh em 2020.

0,06

0,09

0,10

0,12

0

0

0

0

0

0

0

0

2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014 2016 2018 2020

GW

h

Histórico

Modelo

0,16

1,39

3,01

6,62

0

1

2

3

4

5

6

7

2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014 2016 2018 2020

GW

h

Histórico

Modelo







deste sector, bem como as previsões para 2012, 2015 e 2020.

Figura 3.126 – Evolução histórica e previsão da procura referente às instituições até 2020 (Maio), Fonte: (ELECTRA), Análise Gesto


entre 2009 e 2020 face a uma TCMA de 6,8% verificada no período 2001-2009. A elevada taxa de crescimento deste sector,

entre 2009 e 2020, é fundamentada pela sua relação directa com a evolução do sector do turismo.


O consumo interno da ilha do Maio foi calculado considerando a expressão (14) da secção 2.1.2, tendo representado, em



para 2012, 2015 e 2020.

Figura 3.127 – Evolução histórica e previsão do consumo interno até 2020 (Maio), Fonte: (ELECTRA), Análise Gesto

0,25

0,56

0,86

0,0

0,1

0,2

0,3

0,4

0,5

0,6

0,7

0,8

0,9

2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014 2016 2018 2020

GW

h

Histórico

Modelo

0,01

0,02

0,03

0,06

0,00

0,01

0,02

0,03

0,04

0,05

0,06

0,07

2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014 2016 2018 2020

GW

h

Histórico

Modelo




total, conforme demonstrado na equação (14). Devido à forma como foi calculado, ou seja, em função da produção total,

prevê-se que o consumo interno aumente nos próximos anos, acompanhando a evolução da procura total, com uma TCMA

de 17,7% (2009-2020).




próximos anos.

Figura 3.128 – Evolução histórica e previsão das perdas técnicas até 2020 (Maio) , Fonte: (ELECTRA), Análise Gesto




Para o cenário intermédio, a previsão de evolução da procura de electricidade da ilha do Maio resulta da agregação das



0,3

0,5

0,7

0,0

0,1

0,2

0,3

0,4

0,5

0,6

0,7

0,8

2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014 2016 2018 2020

GW

h

Histórico

Modelo



Figura 3.129 – Evolução histórica e previsão da procura por sector até 2020 (Maio), Fonte: (ELECTRA), Análise Gesto

Partindo, em 2009, dos 3 GWh e conforme ilustra a Figura 3.129, prevê-se que a procura total do Maio possa atingir os 5

GWh, 7 GWh e 13 GWh, respectivamente, em 2012, 2015 e 2020. A este crescimento corresponde uma TCMA de,


Através da observação da Figura 3.130, é possível verificar o peso que o sector do turismo apresenta na procura total de

energia, representanto, relativamente à procura total, 52% em 2020 (52%) face aos 6% em 2009. Em contrapartida, o peso

do sector doméstico vê-se, consequentemente, reduzido, de 71% em 2009 para 25% em 2020.

Figura 3.130 – Comparação da repartição da procura por sector entre 2009 e 2020 (Maio), Fonte: (ELECTRA), Análise Gesto

0,0

2,0

4,0

6,0

8,0

10,0

12,0

14,0

GW

h

Perdas técnicas

Consumo interno

Dessalinização

Instituições

Turismo

Com/Ind/Agri

Doméstico'3

5

7

13

2000 2009 2012 2015 2020

71%

25%

2%

1%

6%

52%

10% 12%

0% 0%0% 0%10% 10%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

2009 2020

Perdas técnicas

Consumo interno

Dessalinização

Instituições

Turismo

Com/Ind/Agri

Doméstico



Nesta secção apresentam-se os resultados obtidos para a procura de energia eléctrica na ilha do Maio, de acordo com os dois

cenários alternativos: eficiência energética (secção 2.1.3) e, agressivo (secção 2.1.3.1). Na Figura 3.131 apresenta-se a


Figura 3.131 – Previsão da procura até 2020 – comparação de cenários (Maio), Fonte: (ELECTRA), Análise Gesto

A ilha do Maio, no que se refere ao cenário intermédio, resultado do estudo sectorial, apresenta resultados que atingem os

12,8 GWh em 2020. Para o mesmo ano, os cenários de eficiência energética e, agressivo, estimam valores para a procura de,

respectivamente, 11,4 GWh e 19,3 GWh, apresentando o mesmo valor de TCMA, 14,5%. Na Figura 3.132 podem ser

observadas as previsões para a evolução da ponta e do vazio na ilha do Maio, obtidas conforme descrito na secção 2.1.5.

1,02,6

4,8

7,3

12,8

0

5

10

15

20

25

2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014 2016 2018 2020

GW

h

Maio




Figura 3.132 – Previsão das cargas em ponta e vazio até 2020 – comparação de cenários (Maio), Fonte: (ELECTRA), Análise Gesto


respectivamente.

0,3

0,6

0,1

0,2

1,0

1,5

2,6

0,4

0,6

1,0

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

3,5

4,0

4,5

2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014 2016 2018 2020

MW

Maio




3.11 BRAVA

3.11.1 ENQUADRAMENTO

A ilha da Brava está situada no Sotavento do arquipélago de Cabo Verde e tem uma superfície de 67 km2, caracterizada por

uma complexa orografia. Esta ilha come constituída por cerca de 6.000 habitantes, dispersos de uma forma,

aproximadamente, constante ao longo dos vários distritos (Figura 3.133).

Figura 3.133 – Densidade populacional da ilha do Brava (Fonte: INE)

A procura de energia eléctrica da ilha da Brava representa cerca de 0,8% (2009) da procura total do Arquipélago,

apresentando-se, portanto, como a ilha com menor representatividade em termos do consumo de energia eléctrica.

Conforme evidencia o gráfico da Figura 3.134, esta ilha tem registado, de uma forma geral, uma tendência crescente, com

uma TCMA de 5,9% (2000-2009), tendo atingido os 2,3 GWh no ano de 2009. A ponta do consumo atingiu, no mesmo ano,

um máximo de 568 kW, apresentando uma TCMA de 7,4% (2000-2009).

Figura 3.134 – Evolução histórica da procura total e da carga em ponta (Brava), Fonte: (ELECTRA), Análise Gesto

Na Figura 3.135 encontra-se representada a repartição da procura sectorial de da ilha da Brava para o ano de 2009.

Santo Antão

(48.414 hab) Sal

(20.465 hab)

Fogo

(37.758 hab)

84%

16%

65%

35%

100%

0%

100%

0%

100%

0%

S.Vicente

(79.192 hab)

Santiago

(286.783 hab)

76%

24%

87%

536.993 hab567.629 hab

622.223 hab

508.633 hab

13%

100% 100%

2009 2012 2015 2020


96%

4%

100%

0%

87%

536.993 hab567.629 hab

622.223 hab

508.633 hab

13%

100% 100%

2009 2012 2015 2020


96%

4%

87%

536.993 hab567.629 hab

622.223 hab

508.633 hab

13%

100% 100%

2009 2012 2015 2020


96%

4%


0

100

200

300

400

500

600

700

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009

kWGW

h

Evolução do consumo eléctrico e da ponta de consumoBrava



Figura 3.135 – Repartição por sector da procura em 2009 (Brava), Fonte: (ELECTRA), Análise Gesto


população de 100%. Os sectores comércio/indústria/agricultura e o sector das instituições representam, cerca de 13% e 14%

do consumo total da ilha, respectivamente, sendo, então, os sectores com maiores consumos de electricidade

imediatamente a seguir ao sector doméstico.

De seguida, apresentam-se, para cada sector, as estimativas de evolução da procura da ilha da Brava para o cenário

intermédio.


3.11.2.1 DOMÉSTICO


múltipla encontram-se apresetado no Anexo A do presente documento.


3.136.

Figura 3.136 – Evolução histórica e previsão do consumo doméstico per capita até 2020 (Brava), Fonte: (ELECTRA), Análise Gesto

Doméstico'60%

Com/Ind/Agri13%

Turismo2%

Instituições14%

Consumo interno

0,8%Perdas

técnicas10%

225

251

286

353

0

50

100

150

200

250

300

350

400

2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014 2016 2018 2020

kWh

/cap

ita

Histórico

Modelo




constantes, apesar de se verificar um ligeiro crescimento, no período compreendido entre 2000 e 2009. No entanto,

considera-se razoável que este consumo registe um aumento nos próximos anos, de acordo com o desenvolvimento

económico e social previsto para a ilha da Brava.



2020.

Figura 3.137 – Evolução histórica e previsão da procura do sector doméstico até 2020 (Brava), Fonte: (ELECTRA), Análise Gesto

De acordo com as previsões realizadas, a procura do sector doméstico da ilha da Brava atingirá um valor próximo de 1,9 GWh

em 2020, reflexo do aumento do consumo doméstico per capita subjacente a taxa de electrificação, que é de 100% desde

2006, tendo sido, a par da ilha do Sal, a primeira ilha a atinigir os 100% de taxa de cobertura de rede eléctrica. A TCMA

relativa ao período compreendido entre os anos 2009-2020 é 2,8%, sendo que, entre os anos de 2000 e 2009, este valor foi

consideravelmente superior (8%).


A procura dos sectores comércio/indústria/agricultura da ilha da Brava foi estimada com base na expressão (8) da secção



1,41,5

1,6

1,9

0,0

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0

1,2

1,4

1,6

1,8

2,0

2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014 2016 2018 2020

GW

h

Histórico

Modelo


Figura 3.138 – Evolução histórica e previsão da procura dos sectores comércio, indústria e agricultura até 2020 (Brava), Fonte:


Entre 2000 e 2009 a procura registada nestes sectores decresceu a uma TCMA de 2,1%, justificada, em grande parte, pelo

facto de ser a ilha mais isolada do Arquipélago, caracterizada por insipientes ligações marítimas e pela inexistência de

ligações por via aérea. Prevê-se, para os próximos anos, um crescimento moderado (TCMA de 6,1%), estimando-se que atinja

um valor próximo de 0,57 GWh no ano de 2020, alavancado, essencialmente, pela entrada de uma nova companhia de

navegação que garantirá a ligação regular desta ilha com outros pontos do território.

3.11.2.3 TURISMO


sector do turismo.

Figura 3.139 – Evolução histórica e previsão da procura do turismo até 2020 (Brava), Fonte: (ELECTRA), Análise Gesto


moderado, evoluindo a um ritmo mais acentuado entre 2015 e 2020, acompanhando a previsível retoma da economia entre

2015 e 2020. Prevê-se, ainda, que a procura referente ao sector do turismo atinja um valor próximo dos 0,11 GWh em 2020,

registando uma TCMA de 7,7% entre 2009 e 2020, semelhante à registada no período 2000-2009 (7,8%).

0,30

0,450,49

0,57

0,0

0,1

0,2

0,3

0,4

0,5

0,6

0,7

0,8

0,9

2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014 2016 2018 2020

GW

h

Histórico

Modelo

0,05

0,06

0,07

0,11

0,00

0,02

0,04

0,06

0,08

0,10

0,12

2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014 2016 2018 2020

GW

h

Histórico

Modelo







deste sector, assim como as previsões para 2012, 2015 e 2020.

Figura 3.140 – Evolução histórica e previsão da procura referente às instituições até 2020 (Brava), Fonte: (ELECTRA), Análise Gesto


entre 2009 e 2020 face a uma TCMA bastante superior no período 2001-2009 (9,1%).


O consumo interno da ilha da Brava foi calculado considerando a expressão (14) da secção 2.1.2, tendo representado, em



para 2012, 2015 e 2020.

Figura 3.141 – Evolução histórica e previsão do consumo interno até 2020 (Brava), Fonte: (ELECTRA), Análise Gesto

0,32

0,410,44

0,52

0,0

0,1

0,2

0,3

0,4

0,5

0,6

2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014 2016 2018 2020

GW

h

Histórico

Modelo

0,017 0,018

0,020

0,023

0,000

0,005

0,010

0,015

0,020

0,025

2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014 2016 2018 2020

GW

h

Histórico

Modelo









próximos anos.

Figura 3.142 – Evolução histórica e previsão das perdas técnicas até 2020 (Brava) , Fonte: (ELECTRA), Análise Gesto

À semelhança do que se verifica quanto ao consumo interno, também as perdas técnicas irão aumentar a um ritmo

moderado (TMCA de 3,8%), acompanhando a evolução da procura total.


Para o cenário intermédio, a previsão de evolução da procura de electricidade da ilha da Brava resulta da agregação das



0,23

0,270,29

0,34

0,00

0,05

0,10

0,15

0,20

0,25

0,30

0,35

0,40

2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014 2016 2018 2020

GW

h

Histórico

Modelo



Figura 3.143 – Evolução histórica e previsão da procura por sector até 2020 (Brava), Fonte: (ELECTRA), Análise Gesto

Partindo, em 2009, dos 2,3 GWh e conforme ilustra a Figura 3.143, prevê-se que a procura total da ilha da Brava possa atingir

os 2,7 GWh, 2,9 GWh e 3,4 GWh, respectivamente, em 2012, 2015 e 2020. A este crescimento corresponde uma TCMA de,


Prevê-se, também, que a decomposição sectorial da procura na ilha da Brava se mantenha, praticamente, inalterada,

permanecendo o sector doméstico como o mais importante (60% em 2020). Destaque, ainda, para a relevância dos sectores

comércio/indústria/agricultura, que poderão representar, em 2020, cerca de 16% da procura total.

Figura 3.144 – Comparação da repartição da procura por sector entre 2009 e 2020 (Brava), Fonte: (ELECTRA), Análise Gesto

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

3,5

4,0

GW

h

Perdas técnicas

Consumo interno

Dessalinização

Instituições

Turismo

Com/Ind/Agri

Doméstico'

2,3

2,7

2,9

3,4

2000 2009 2012 2015 2020

60%55%

13%16%

2% 3%

14% 15%

0% 0%1% 1%10% 10%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

2009 2020

Perdas técnicas

Consumo interno

Dessalinização

Instituições

Turismo

Com/Ind/Agri

Doméstico



Nesta secção apresentam-se os resultados obtidos para a procura de energia eléctrica na ilha da Brava, de acordo com os

dois cenários alternativos: eficiência energética (secção 2.1.3) e, agressivo (secção 2.1.3.1). Na Figura 3.145 apresenta-se a


Figura 3.145 – Previsão da procura até 2020 – comparação de cenários (Brava), Fonte: (ELECTRA), Análise Gesto

No caso da ilha da Brava, o cenário intermédio, resultado do estudo sectorial, apresenta resultados que atingem os 3,4 GWh

em 2020. Para o mesmo ano, os cenários de eficiência energética e, agressivo, estimam valores para a procura de,

respectivamente, 3,1 GWh e 4,3 GWh, a que corresponde uma TCMA de 2,7% e 5,9%.

Na Figura 3.146 podem ser observadas as previsões para a evolução da ponta e do vazio na ilha da Brava, obtidas conforme


1,4

2,3

2,7

2,9

3,4

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

3,5

4,0

4,5

5,0

2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014 2016 2018 2020

GW

h

Brava




Figura 3.146 – Previsão das cargas em ponta e vazio até 2020 – comparação de cenários (Brava), Fonte: (ELECTRA), Análise Gesto


respectivamente.

0,30

0,57

0,09

0,15

0,700,79

0,95

0,18 0,200,23

0,0

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0

1,2

1,4

2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014 2016 2018 2020

MW

Brava



AGREGAÇÃO E VALIDAÇÃO DOS RESULTADOS

4 AGREGAÇÃO E VALIDAÇÃO DOS RESULTADOS

4.1 EVOLUÇÃO DA PROCURA SECTORIAL PARA AS ILHAS EM ESTUDO

Após apresentação individual, para cada ilha, dos cenários de evolução da procura, a Figura 4.1 ilustra a consolidação da

procura de energia eléctrica, por sector, de acordo com o cenário intermédio.

Figura 4.1 – Consolidação da procura por sector de acordo com o cenário intermédio, Fonte: (ELECTRA), Análise Gesto

Partindo, em 2009, dos 302 GWh, o cenário intermédio prevê que a procura total das nove ilhas em estudo possa atingir os

403 GWh, 499 GWh e 670 GWh, respectivamente, em 2012, 2015 e 2020. O crescimento previsto entre 2009 e 2020

corresponde a uma TCMA de, aproximadamente, 7,5% face aos 8,7% registados entre 2000 e 2009.

Procedendo a uma análise sectorial, constata-se que o sector doméstico apresenta uma ligeira redução no que respeita à sua

representatividade face ao consumo total, passando de 46,2%, em 2009, para 40,4%, em 2020. O total dos sectores

Comércio/Indústria/Agricultura e Turismo, durante o período compreendido pelos anos 2009 a 2020, regista um aumento da

representatividade face ao consumo total, fruto, essencialmente, do desenvolvimento económico do país, como é possível

confirmar através da Figura 4.1.

Prevê-se, assim, um ligeiro abrandamento na evolução da procura que será o resultado de um crescimento mais moderado

da procura da maioria dos sectores considerados conforme sintetiza o Quadro 4.1.

.

0

100

200

300

400

500

600

700

800

GW

h

Cenário de evolução do consumo de energia eléctrica por sector

302

403

499

670

46,2%

16,6%8,5%

44,2%42,4%

40,4%16,6%

11,3%16,1%

14,1% 15,7%

17,1%

143

0

100

200

300

400

500

600

700

800

GW

h


Perdas técnicas Dessalinização Instituições Turismo Com/Ind/Agri Doméstico

302

403

499

670

50,2%

18,0%

9,2%

50,1%50,2%

49,3%18,9%

12,8%19,1%

16,7% 19,1%

20,8%

143

0

100

200

300

400

500

600

GW

h


Perdas técnicas

Consumo interno

Dessalinização

Instituições

Turismo

Com/Ind/Agri

Doméstico

2000 2009 2012 2015 2020

279

355

421

550

135

46,9%

17,3%

6,9%

47,1%

47,1%46,1%

18,2%

18,3%

18,3%

6,4%

6,5%

8,0%

0

100

200

300

400

500

600

GW

h


Doméstico Com/Ind/Agri Turismo Instituições Dessalinização Consumo interno Perdas técnicas


Quadro 4.1 - Comparação da TCMA sectorial (2000-2009 Vs. 2009-2020)

Sector TCMA 2000-2009 TCMA 2009-2020

Doméstico 10% 6%

Comércio/Indústria/Agricultura 8% 7%

Turismo 17% 15%

Instituições 10% 7%

Dessalinização 0% 6%

Consumo interno 12% 6%

Perdas técnicas 8% 7%

Da análise do quadro anterior destacam-se os seguintes aspectos:

A previsão moderada para o crescimento da procura do sector doméstico, pode ser justificada pelo reduzido

crescimento da população com acesso a electricidade, à medida que se atingem taxas de cobertura próximas dos 100%.

Não obstante da previsão do aumento do consumo per capita, este não será suficiente para se atingirem níveis de

crescimento semelhantes aos que foram registados no passado, devido ao incremento das taxas de cobertura da rede.

No entanto, este sector continuará a representar cerca de mais de 40% da procura total.

Na última década a procura dos sectores comércio/indústria/agricultura/turismo, registaram taxas de crescimento

bastante elevadas, fruto do franco desenvolvimento do sector turístico em Cabo Verde. Prevê-se uma atenuação do

crescimento, em especial no sector turístico sendo, contudo, expectável, que o consumo deste sector continue a registar

o ritmo mais elevado quando comparado com os restantes sectores.

Por último, destaque para o crescimento da procura referente à dessalinização, depois de uma quase estagnação

registada entre 2000 e 2009. Nos últimos anos, a substituição dos equipamentos por tecnologias mais eficientes

permitiram compensar o aumento da produção de água, resultando numa evolução praticamente nula do consumo

energético associado a este processo. Actualmente, o potencial de aumento de eficiência do parque de centrais de

dessalinização é reduzido, uma vez que quase a totalidade dos equipamentos em serviço já recorrem à tecnologia da

osmose inversa. Prevê-se que as necessidades de água, de forma a responder ao desenvolvimento económico e ao

aumento das taxas de cobertura da rede de abastecimento, conduzam a um aumento da produção de água sendo, por

isso, de esperar, que a tendência se altere, assistindo-se ao aumento significativo do consumo de electricidade neste

sector.

Na Figura 4.2 apresenta-se a evolução histórica da procura agregada do arquipélago de Cabo Verde, bem como as previsões

para os anos 2012, 2015 e 2020 segundo os três cenários estabelecidos.



Figura 4.2 – Consolidação da procura (ilhas em estudo), Fonte: (ELECTRA), Análise Gesto

Prevê-se que as três principais ilhas continuem a registar procuras muito superiores às restantes ilhas, em especial no que diz

respeito à ilha de Santiago que, em 2020, representará cerca de 52% da procura total de Cabo Verde. De salientar a

categórica evolução da ilha da Boavista que verá o seu peso aumentar de 5% (2010) para 13% da procura total do

Arquipélago, igualando, assim, a ilha do Sal em 2020.

Da análise do gráfico anterior constata-se que, de acordo com o cenário intermédio, e à semelhança do que se registou entre

2000 e 2009, prevê-se que a procura mais do que duplique, evoluindo dos 295 GWh (2009) para 670 GWh (2020).

No Quadro 4.2 estabelece-se uma comparação das TCMA da procura entre 2009 e 2020 de acordo com os 3 cenários e a

TCMA registada entre 2000 e 2009.

Quadro 4.2 – Comparação TCMA dos vários cenários considerados

Período/Cenário TCMA

Histórico (2000-2009) 8,7%

Cenário Eficiência Energética (2009-2020) 7,1%

Cenário Intermédio (2009-2020) 7,5%

Cenário Agressivo (2009-2020) 9,6%

2000 2009 2012 2015 2020

CI CACEE CI CACEE CI CACEE

X2,2

0

100

200

300

400

500

600

700

800

900

GW

h

143

302

670

385403 392

464

499513

590

825

52%

20%

12%

52%

18%

11%

9%

49%

17%

11%

13%

46%

16%

13%

15%

52%

18%

12%

9%

50%

17%

12%

12%

47%

16%

13%

15%

53%

18%

13%

6%

53%

15%

13%

8%

52%

12%

13%

13%

Gráfico só para tirar a legenda

Santiago São Vicente Sal Santo Antão Fogo São Nicolau Boavista Maio Brava


4.2 COMPARAÇÃO COM OUTROS PAÍSES

Neste subcapítulo apresenta-se o estudo de referenciação de Cabo Verde no conjunto dos países da África Subsaariana, no

que se refere à evolução da procura de electricidade face ao desenvolvimento económico. Como proxies do desenvolvimento

económico e da procura utilizou-se o PIB per capita (USD/capita) e o consumo per capita (MWh/capita)18, respectivamente.

Para a realização desta análise e, além dos dados já apresentados para Cabo Verde, recorreu-se à seguinte informação para

construir o gráfico da Figura 4.3:

PIB per capita a preços correntes em USD – FMI World Economic Outlook;

Procura de electricidade (Net Generation19 + Net Imports) – EIA (Energy Information Administration);

População – FMI World Economic Outlook.

Para o arquipélago de Cabo Verde apresenta-se, na Figura 4.3, a evolução histórica da relação entre o consumo per capita e o

PIB per capita. Para os restantes países, a informação refere-se, maioritariamente, a 2007, no entanto, alguns dos dados

podem reportar-se a anos anteriores. Com este gráfico pretende-se, de certa forma, validar as estimativas de evolução da

procura obtidas neste estudo, e estabelecer uma análise comparativa com os outros países.

Figura 4.3 – Relação entre desenvolvimento económico e procura de energia eléctrica ( excepto África do Sul)

Apesar de, neste gráfico, se constatar uma ligeira diminuição do PIB per capita de Cabo Verde em 2009 e 2010, o mesmo não

se verifica considerando os dados em ECV (preços correntes). Esta diferença de tendência poderá ficar a dever-se às

previsões cambiais consideradas pelo FMI.

18 Referente à população total e não apenas àquela com acesso à rede eléctrica.

19 Exclui a electricidade consumida nas centrais de geração (consumo interno). Para efeitos de comparação os dados apresentados para Cabo Verde também

excluem o consumo interno.

Angola

Benin

Botswana

CameroonRepublic of Congo

Côte d'Ivoire

Equatorial Guinea

Gabon

Ghana

Kenya

Lesotho

Mauritius

Mozambique

Namibia

Nigeria

Seychelles

Senegal

Swaziland

Zambia

Zimbabwe

'00

'01'02 '03

'04'05

'06'07

'08'09

'10'11

'12'13

'14'15

'16'17

'18'19

'20

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

0 2.000 4.000 6.000 8.000 10.000

África Subsariana*

Cabo Verde

MWh/capita

PIB/capita (USD)



A evolução histórica de Cabo Verde assemelha-se à que se regista em países cujo desenvolvimento económico assenta,

essencialmente, no sector terciário, ou seja, actividades com um consumo energético associado moderado. Isto significa que,

por cada unidade de riqueza gerada, o incremento no consumo eléctrico é reduzido.

O sector do turismo tem tido uma influência importante no desenvolvimento económico, o que justifica a tendência de

crescimento apresentada no gráfico. Em economias em que a actividade principal seja a indústria pesada, como a indústria

petrolífera, a situação geralmente inverte-se.


CONCLUSÃO

5 CONCLUSÃO

As estimativas apresentadas neste estudo apontam para uma duplicação do consumo de energia eléctrica no arquipélago

Cabo Verde para os próximos anos, sustentada por uma TCMA de 7,5%20

na próxima década. Antevê-se, ainda, que a ilha da

Boavista ganhe uma importante posição no ranking das ilhas com maior consumo de electricidade, fruto do desenvolvimento

económico subjacente ao sector do turismo.

O cenário intermédio indicia um abrandamento do ritmo de crescimento em todos os sectores, excepto no que respeita à

dessalinização de água. Destaque para o sector do turismo que, apesar do abrandamento previsto, evidencia a TCMA mais

elevada dos sectores considerados. Este abrandamento do ritmo de crescimento do consumo energético fica a dever-se,

essencialmente, à aproximação do final do plano de electrificação, intrinsecamente associado ao crescimento do consumo

energético no Arquipélago, nos últimos anos.

O cenário eficiência energética é o que regista uma taxa de crescimento do consumo de energia mais reduzida (7,1%), fruto

da implementação de medidas de eficiência energética nos diversos sectores de consumo. Neste cenário prevê-se uma

redução em termos de energia total consumida nas várias ilhas de, aproximadament,e 80 GWh relativamente ao cenário

Intermédio em 2020, o que se traduz numa poupança de mais de 10 mil toneladas de combustível21.

Note-se que, apesar de a implementação de medidas de eficiência energética ser um factor importante no que toca ao

consumo energético do País, a redução do consumo de energia conseguida por esta via não será representativa face aos

aumentos de consumo esperados para o arquipélago, podendo apenas representar um abrandamento do crescimento mas

nunca uma manutenção ou redução dos valores actuais.

Dado o elevado peso que os sectores do comércio e turismo representam no consumo de energia do arquipélago de Cabo

Verde, os resultados obtidos neste estudo estão dependentes, em grande medida, da verificação das projecções do FMI para

a evolução da economia, nomeadamente no que respeita ao crescimento do PIB do País. O sector do turismo, um dos

principais vectores de crescimento da economia cabo-verdiana, é um claro exemplo da exposição e dependência relativa à

conjuntura económica internacional, influenciando um grande número de actividades económicas, directa e indirectamente

associadas, e que contribuem, também, para o desenvolvimento económico e criação de emprego no Arquipélago.

O cenário agressivo apresenta um crescimento da procura de energia eléctrica mais optimista face aos restantes cenários

projectados, espelhando os efeitos de uma aguardada recuperação económica e social, impulsionando o crescimento do

consumo energético para níveis semelhantes aos registados no período histórico estudado (TCMA de 9,6%).

De uma forma geral, e conforme evidencia a Figura 4.3, Cabo Verde regista um consumo per capita ligeiramente superior ao

que se verifica na maioria dos países da África subsaariana, prevendo-se que a sua evolução, nos próximos anos, conduzirá a

uma aproximação dos países mais desenvolvidos daquela região.

20 tomando como base o cenário intermédio

21 Heavy Fuel


BIBLIOGRAFIA

BIBLIOGRAFIA

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Cabo Verde.

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Verde.

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Nissan. (n.d.). Nissan - Portugal. Retrieved from www.nissan.pt

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