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LIDIA DE OLIVEIRA GUIMARÃES MORAES ESTUDO DA ESTRUTURA DA INFORMAÇÃO NO PROCESSO DE GERENCIAMENTO DA MANUTENÇÃO DE EDIFÍCIOS DE ESCRITÓRIOS

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LIDIA DE OLIVEIRA GUIMARÃES MORAES

ESTUDO DA ESTRUTURA DA INFORMAÇÃO NO PROCESSO

DE GERENCIAMENTO DA MANUTENÇÃO DE EDIFÍCIOS DE

ESCRITÓRIOS

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São Paulo, 2012

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LIDIA DE OLIVEIRA GUIMARÃES MORAES

ESTUDO DA ESTRUTURA DA INFORMAÇÃO NO PROCESSO

DE GERENCIAMENTO DA MANUTENÇÃO DE EDIFÍCIOS DE

ESCRITÓRIOS

Monografia apresentada à Escola

Politécnica da Universidade de São Paulo

para obtenção do Título de Especialista

em Gerenciamento de Facilidades -

MBA/USP.

Área de Concentração:

Gerenciamento de Facilidades

Orientador:

Prof. M.Eng. Rogério Fonseca Santovito

São Paulo, 2012

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Autorizo a reprodução e divulgação total ou parcial deste trabalho, por

qualquer meio convencional ou eletrônico, para fins de estudo e pesquisa,

desde que citada a fonte.

Catalogação da Publicação

Moraes, Lidia de Oliveira GuimarãesEstudo da estrutura da informação no processo de gerenciamento damanutenção de edifícios de escritórioLidia de Oliveira Guimarães Moraes, São Paulo, 2012.86 p.

Monografia (MBA em Gerenciamento de Facilidades). Escola Politécnica daUniversidade de São Paulo. Programa de Educação Continuada emEngenharia.

1. Gerenciamento da Informação 2.Manutenção de Edifícios de EscritórioUniversidade de São Paulo.Escola Politécnica. Programa de Educação Continuada em Engenharia II.t.

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DEDICATÓRIA

Para minha família, Marília, André, Mara, Jacinto e Dudu.

Sem vocês eu não existo.

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AGRADECIMENTOS

A Deus, por guiar meus passos para conseguir chegar até aqui.

Ao meu orientador Prof. M.Eng. Rogério Fonseca Santovito, que, apesar de

tudo, acreditou em mim.

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RESUMO

Este trabalho apresenta a informação como ferramenta estratégica e de

suporte para decisão do gerente de facilidades em operações de

manutenção de edifícios de escritórios. Além disto, também é discutida a

necessidade da análise das características destas informações. O

gerenciamento da informação contribui para que se possam tomar

decisões mais coerentes, assertivas, ágeis e confiáveis. Adotou-se um

processo pré-definido de gerenciamento da manutenção para identificação

das informações necessárias para a operação de manutenção. Foi

desenvolvida uma classificação estruturada de acordo com a natureza da

informação dentro deste processo. Após esta classificação, foi

encaminhada uma pesquisa aos gerentes de facilidades, para

classificarem as informações de acordo com a relevância que a informação

tem dentro deste processo e a dificuldade de obtê-la. Com o resultado

obtido, foi feita uma representação em formato de matriz RELEVÂNCIA X

DIFICULDADE para análise dos resultados.

Palavras-chave: Gerenciamento de Facilidades, Gerenciamento de

Manutenção de Ativos, Edifícios de Escritório, Teoria da Informação,

Taxonomia da Informação, IDEF0.

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ABSTRACT

This paper presents the information as a strategic tool for decision support

to Facilities Managers in maintenance of office buildings. It also discusses

the need for characteristics analysis of this information. Information

management contributes to take more consistent, assertive, agile and

reliable decisions. It was adopted a pre-defined maintenance management

process according to the information resource into this process. After that,

it has been developed a structured classification according to the nature of

the information into this process. Following this classification, a survey was

sent to Facilities Managers to classify information according to its

relevance in this process and the difficulty of obtaining it. With the result,

it was made a matrix representation RELEVANCE X DIFFICULTY to analyze

the results.

Keywords: Facilities Management, Asset Maintenance Management, Office

Buildings, Information Theory, Information Taxonomy, IDEF0.

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LISTA DE FIGURAS

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LISTA DE TABELAS

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

CAFM – Computer Aided Facility Management

CMMS – Computerized Maintenance Management System

EE – Edifício de Escritórios

ERP – Enterprise Resource Planning

GF – Gerente de Facilidades

ICOM – Input, Control, Output, Mechanism

IDEF0 – Integration Definition for Function Modeling

MTC – The Mathematical Theory of Communication

SAP – Systeme, Anwendungen, Produkte in der Datenverarbeitung

TI – Tecnologia da Informação

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CONTEÚDO

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1 INTRODUÇÃO

A informação neste trabalho é considerada como unidade formadora da

base necessária ao Gerente de Facilidades (GF)1 para orientação das suas

atividades de rotina e programação de novos trabalhos. Seu significado e

sua estruturação foram estudados para colaborar com o GF na

compreensão e tratamento que deve ser dado ao conjunto de informações

que estão à sua disposição.

1.1 Objetivo

O objetivo deste trabalho é reconhecer a informação como elemento de

decisão em processos de gerenciamento e mapear o conjunto de

informações que devem ser priorizadas pelos profissionais responsáveis

pelo gerenciamento de facilidades de Edifícios de Escritórios (EE). O

conhecimento da estruturação das informações servirá como apoio

estratégico ao gerenciamento, onde a organização permite que se saibam

quais informações o GF deve se preocupar em buscar e priorizar no início

da sua gestão, execução os trabalhos operacionais e decisões técnicas e

administrativas.

Neste contexto, também foi realizada uma classificação estruturada da

informação, de acordo com sua tipologia (Técnica, Documental ou

Operacional), o que permite identificar qual a fonte da informação e qual o

tratamento para sua obtenção.

Para que se identifiquem as informações prioritárias para a solução das

demandas de manutenção e reconhecer aquelas com os maiores

impedimentos e obstáculos para sua obtenção, foi desenvolvida uma

pesquisa onde se solicita aos GFs que classifiquem, de acordo com a sua

experiência, os níveis de dificuldade e relevância das informações

indicadas.

O produto deste trabalho é um modelo de apoio para o GF em forma de

uma matriz de RELEVÂNCIA da informação X DIFICULDADE de obtenção

1 Para facilitar a leitura deste trabalho, será substituído o termo ‘Gerente de Facilidades’pela sigla GF.

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desta informação, fundamentada nas respostas da pesquisa junto ao

mercado realizada durante o período de jun/2012 a ago/2012. Cada

informação é alocada na matriz de acordo com as indicações obtidas,

analisada e organizada. Espera-se que o GF possa utilizar o resultado do

estudo desta matriz como suporte à gestão do EE, possibilitando que o

profissional direcione suas ações na manutenção.

1.2 Justificativa

A administração de EE é considerada um dos grandes negócios da

atualidade em mercado imobiliário2. Este mercado engloba edifícios novos

e os edifícios já existentes que, em algum momento, para se manterem

competitivos, precisam passar por obras de revitalização e adequação às

novas demandas do mercado, além da atualização de seus sistemas

prediais. O GF é também o responsável técnico pela gestão das atividades

administrativas e de manutenção, que exigem que ele tenha a sua

disposição ferramentas de suporte não só para a operação diária, como

para as estimativas financeiras, manutenções preventivas e reposição de

ativos. Os documentos gerados durante a construção, procedimentos de

reformas, revitalizações e operações diárias são essenciais para apoiar o

gestor em suas ações durante a vida útil do EE. A quantidade e variedade

com que se apresentam estes documentos faz com que o GF busque uma

forma de encontrá-las e utilizá-las, para auxiliar na sua administração.

Neste trabalho, o gerenciamento de facilidades em EE foi analisado em

duas perspectivas: a primeira perspectiva é a do proprietário do EE que o

utiliza para geração de renda pela locação; a segunda é a perspectiva do

usuário do EE para o desenvolvimento do seu negócio. Em ambas as

perspectivas, os usuários e proprietários têm o dever de proteger e cuidar

do EE, por meio de uma gestão eficaz e racional da estrutura da qual

dependem para seu negócio.

Devido ao aumento de competitividade em vários setores da economia

mundial, muitas empresas têm desmobilizado seus investimentos em

2 Conforme relatório Marketbeat Office Q42011 da Cushman & Wakefield (2011) erelatório Panorama do Mercado Global Q12012 da Jones Lang LaSalle (2012).

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propriedades imobiliárias para investir em seu negócio principal e a

necessidade de alugar um espaço para que suas atividades sejam

desenvolvidas tornou-se inevitável. Segundo PORTO (2010), o

investimento intenso no próprio negócio, além do aumento de custo

associado à compra de imóveis nas áreas mais nobres das cidades, fez

com que a demanda por espaços impulsionassem o mercado de locação

de escritórios. Diversos tipos de investidores, principalmente os fundos de

investimentos imobiliários, passaram a adquirir edifícios de escritório, para

diversificação de negócios, carteira de investimento e proteção do

patrimônio.

Tanto a opção de uso para geração de renda quanto do uso faz com que a

necessidade de manter este edifício útil e operacional por mais tempo,

além de viabilizar um baixo custo operacional, torna o gerenciamento de

facilidades um aliado estratégico para o aumento da rentabilidade do

negócio e, consequentemente, a função do GF essencial para a conquista

deste objetivo.

Em ambos os casos, algumas das principais atividades de um GF são

observar e entender o modo como o edifício em operação se comporta,

mantendo um alto padrão de qualidade e preservação do

empreendimento. O histórico de manutenção do edifício permite este

entendimento, sendo um modo eficaz de se coletar informações sobre seu

comportamento e possibilitando o planejamento da estratégia de sua

gestão.

É necessário que os proprietários e usuários de EE fiquem atentos a

qualquer oportunidade de negócio que possa se tornar vantagem

competitiva. O sistema de informação é uma destas ferramentas que

ajudará a monitorar e controlar o seu negócio. Para isto, a informação só é

considerada útil e eficiente quando pode ser acessada por aqueles que

precisam.

Segundo WIREMAN (2004), quanto mais efetivas forem as condições de

uso dos sistemas de informação, maiores serão os seus benefícios, retorno

do investimento e competitividade da empresa. A demanda de uma

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administração efetiva e com responsabilidade técnica faz com que o GF

esteja munido de ferramentas para ajudá-lo na operação diária da

manutenção. Ele precisa SABER e para saber, ele precisa de informações.

Desde a concepção do projeto até o relatório do comissionamento da

edificação, estes documentos fazem parte de uma coletânea, que é uma

das fontes de referência para toda a vida útil e operacional do edifício.

Estas informações vão desde os projetos já citados, bem como registros e

documentos jurídicos, incluindo-se também notas fiscais, diários de obra,

projetos "as built", registros fotográficos, manuais técnicos, relatórios de

comissionamento entre outros. Para ter um maior conhecimento do EE e

efetivamente administrá-lo, o GF também precisa constantemente

atualizar os registros operacionais e comportamentais do edifício, de seus

equipamentos e componentes.

Os diferentes agentes envolvidos na construção e gestão do ativo devem

se conscientizar de que a manutenção é fator imprescindível para o

sucesso da operação do EE, por meio do menor custo operacional possível

e a maior confiabilidade, que são fundamentais para o sucesso financeiro

do empreendimento.

A informação é item essencial no dia-a-dia da operação predial, assim

como são as pessoas da equipe operacional e a disponibilidade de

recursos financeiros considerados estratégicos na manutenção e

administração do ativo. Porém, uma das grandes dificuldades de um GF é

manter sempre atualizado e organizado o histórico de trabalho, operação

e documentação dos ativos que gerencia. Não é sempre que este histórico

é preservado e organizado para ser útil no dia a dia operacional.

Para auxílio na preservação, armazenagem e organização das informações

existem ferramentas que suportam os trabalhos de manutenção e são

importantes para a continuidade de toda a atividade operacional do

edifício. Segundo PALOMBO (2007), os sistemas de gerenciamento de

informações suportados por softwares coletam os dados e produzem

informações, dando ao GF maior segurança e agilidade para suas

decisões, apoiado no histórico do sistema. A integração das informações

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dentro de um mesmo sistema serve para que o profissional possa ter um

modelo acessível e confiável para sua base de informações armazenadas.

A importância de um processo organizado e gerenciável das informações,

como ferramenta fundamental para o gerenciamento de facilidades e

manutenção em EE. Pela revisão da Teoria da Informação, Gerenciamento

de Manutenção de Ativos e Manutenção em Edifícios Corporativos,

analisa-se o fluxo da informação dentro de um processo genérico de

manutenção em EE.

Como unidade essencial deste trabalho, a informação é o elo que conecta

os temas abordados e serve de base para a análise prática. Do

entendimento conceitual e teórico da informação, como unidade que

possui características que precisam ser observadas e analisadas pelo GF

para o desenvolvimento de uma gestão eficiente, a classificação da

informação tem o objetivo de apresentar a importância da sua organização

e gestão no processo de manutenção em EE. Serve também para avaliar a

sua disponibilidade e sua relevância como ferramenta de auxilio na

decisão do gestor, para solução de problemas de manutenção e para a

previsão da vida útil dos ativos e das despesas operacionais.

Para auxiliar o GF em sua administração, a transmissão da informação

entre os entes envolvidos na manutenção também necessita ser

compreendida em sua estrutura para que seja possível analisar a forma

que como esta informação é transmitida e se converte em mensagem e

que possa ser identificada sua fonte, ter significado para todos os

envolvidos no processo e assim gerar confiabilidade em seu receptor.

1.3 Metodologia da pesquisa

Iniciou-se este trabalho com revisão teórica sobre a informação e sua

influência nos processos de gerenciamento, em monografias, publicações

e literatura, nacional e internacional. O acesso foi feito na biblioteca da

USP e pela internet, cuja bibliografia completa encontra-se discriminada

em capítulo próprio. Nos trabalhos nacionais, como o de VALENTIM et al.

(2010), tem-se correntemente citados os trabalhos de SHANNON et al.

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(1949) e CAPURRO et al. (2003), revisando a Teoria da Informação em sua

função epistemológica e ontológica.

Para buscar qual a necessidade da informação dentro da manutenção de

ativos, foi feita uma pesquisa pela internet de sua função estratégica em

operações de gerenciamento. A revisão teórica foi principalmente na

literatura e publicações de KYLE et al. (2000) e CARVALHO et al. (2001).

Acrescentou-se ao conteúdo a função da informação dentro de um

processo específico. O paradigma para o gerenciamento do processo de

manutenção escolhido foi a representação conforme HASSANAIN (2003),

onde se tem um processo formatado e organizado para a solução de um

problema de manutenção predial. Assim pode-se identificar como a

informação influencia na solução do problema e no processo de decisão.

Por meio do estudo do método de classificação estruturada (Taxonomia),

encontrou-se material de sua aplicação principalmente em trabalhos da

área de Biologia e Biblioteconomia. Para esta monografia, foi conveniente

a utilização da aplicação em Biblioteconomia, encontrado na literatura de

MACHADO et al. (2003), SHERA et al. (1973) entre outros. Como não foi

encontrada uma classificação especifica para informações da área de

Facilidades e Manutenção, foi desenvolvido um questionário pelo site

Survey Monkey (www.surveymonkey.com.br) onde foram inseridas as

informações encontradas no processo de HASSANAIN (2003), explicando

seu significado. As informações encontradas neste processo foram

classificadas de acordo com parâmetros pré-estabelecidos, como técnica,

documental e operacional, o que ajudará principalmente a encontrar a

fonte da informação.

Este grupo de informações inseridos no questionário foi encaminhado para

GFs, via e-mail e por meio de mensagem em grupos relacionados à gestão

de facilidades e manutenção, do site Linkedin (www.linkedin.com), para

que fossem classificados, de acordo com a experiência do GF, os quesitos

RELEVÂNCIA dentro do processo de gerenciamento da manutenção e

DIFICULDADE de obtenção. Para cada informação foi atribuída uma nota

de 1 a 5 nos quesitos.

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Foi criada uma matriz RELEVÂNCIA X DIFICULDADE, com a classificação

das informações como resultado da pesquisa, que será útil ao GF para

justificar e orientar suas ações e decisões no processo gerencial.

1.4 Estrutura da Monografia

No capítulo se apresenta a motivação e justificativa para o

desenvolvimento deste trabalho na área de gerenciamento da informação

e da sua necessidade nos processos de manutenção para os GFs,

enfatizando os EE.

No capítulo dois se desenvolve o conceito de informação e teoria da

informação por meio de revisão teórica, apresentando principalmente a

importância das fontes de informação nos processos corporativos.

No capítulo três se discute a importância da informação no processo de

manutenção de ativos e sua função estratégica. É apresentado também o

modelo de representação IDEF0 e a aplicação para o desenvolvimento do

processo de manutenção de acordo com HASSANAIN (2003), de onde

serão retiradas as informações para análise deste trabalho.

No capítulo quatro se apresenta a execução de uma pesquisa, que irá

analisar a relevância das informações no processo de manutenção e qual a

dificuldade dos profissionais de facilidades e manutenção em conseguir

esta informação. Será apresentado o resultado em formato de matriz, para

desenvolvimento de análise de cada informação.

No capítulo cinco conclui as análises desenvolvidas, apresentando os

resultados e sua importância para o GF.

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2 CIÊNCIA E TEORIA DA INFORMAÇÃO

Ao analisar o conceito de ‘informação’ talvez não se saiba literalmente

explicar o que ela significa, mas sim aquilo que se entende e sente de

cada informação que se recebe. A informação varia de acordo com o

contexto, o meio pela qual é transmitida ou recebida, assim como quem a

transmite ou recebe. São inúmeras variáveis que podem interferir na

interpretação da informação, bem como em sua utilização final.

A Teoria da Informação é o fundamento para desenvolver os estudos que

convergiram para a atual tecnologia aplicada nos sistemas prediais, sua

concepção, atualização e operação. A Tecnologia da Informação (TI)3 é

dependente das informações e de sua estruturação previamente

concebidas e tem uma grande importância no processo de gerenciamento

de facilidades, principalmente para a forma mais adequada de utilização

destas informações.

“O desenvolvimento do setor de Tecnologia da Informação (TI) nos

permite grande capacidade na obtenção e processamento de dados,

transformando-os em conhecimento os quais são aplicáveis aos

diversos sistemas e necessidades das facilidades, seja relativo à

edificação (projeto, construção, operação, manutenção) ou aos

demais serviços abarcados pelo GF (agendamento de salas,

mensageria, recepção).” (PALOMBO, 2007)

Foi necessário buscar dentro da Teoria da Informação conceitos que

auxiliem o GF em sua melhor compreensão e de como localizar e organizar

suas informações para serem úteis em sua operação e a partir da

execução deste trabalho é que será possível criar uma estrutura para

implantação de softwares de apoio à gestão. Entender o que realmente é

o conceito da Teoria da Informação e a forma de classificá-la é o primeiro

3 O conceito de tecnologia da informação explica o desenvolvimento dosconceitos teóricos para utilização da informação, “incluindo os sistemasde informação, o uso de hardware e software, telecomunicações,automação, recursos multimídia, utilizados pelas organizações parafornecer dados, informações e conhecimento (LUFTMAN et al., 1993; WEIL,1992)”, conforme citado no artigo “O papel da Tecnologia da Informação naestratégia das organizações” por CARVALHO et al. (2001).

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passo para criar esta base, que será uma ferramenta útil para o

gerenciamento de facilidades.

2.1 Definições

Rafael Capurro, professor e filósofo uruguaio, estuda a informação desde

suas raízes etimológicas até a definição de novas ideias e propostas para

a Ciência da Informação, Cibernética e Biblioteconomia. Em um de seus

trabalhos, CAPURRO (1978) cita:

“A palavra informação tem raízes latinas (informatio). Antes de

explorarmos este caminho, deveríamos examinar este verbete no

‘The Oxford English Dictionary’ (1989). Devemos considerar os dois

contextos básicos nos quais o termo informação é usado: o ato de

moldar a mente e o ato de comunicar conhecimento. Obviamente,

estas duas ações são intimamente relacionadas.”

Com o passar dos anos, desenvolvendo seus trabalhos na área da Ciência

da Informação, CAPURRO (2003) analisa novamente o termo:

“Eu re-descobri que as teorias chave da ontologia e da

epistemologia gregas, baseadas nos conceitos de ‘typos’, ‘idéa’ e

‘morphé’, estavam na origem do termo latim ‘informatio’. Tais

conotações foram mantidas através da Idade Média, mas

desapareceram quando a ontologia escolástica foi substituída pela

ciência moderna. Desde aproximadamente o século XVI encontra-se

o termo ‘information’ nas línguas cotidianas do francês, inglês,

espanhol e italiano, com o sentido que usamos hoje: ‘instruir,

fornecer conhecimento’, sendo que o significado ontológico de ‘dar

forma a alguma coisa’ tornou-se mais e mais obsoleta.”

A Ciência da Informação é um estudo recente, da metade do século XX,

com grande influência de outros estudos da área do conhecimento, o que

torna difícil definir qual seu conteúdo e o que deve ser ensinado aos

aprendizes desta matéria. Também a respeito da definição da Ciência da

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Informação como ciência social, principalmente voltada para a

biblioteconomia e documentação, SHERA (1973, p.90)4 conclui:

“a marca da epistemologia social consiste em que ela coloca a

ênfase no ser humano e na sociedade como um todo e todas suas

formas de pensar, conhecer, agir e comunicar”.

BORKO (1968) descreve para ASIS&T (American Society for Information

Science & Tecnology):

“Uma definição clássica da Ciência da Informação diz que esta

ciência tem como objetivo a produção, seleção, organização,

interpretação, armazenamento, recuperação, disseminação,

transformação e uso da informação”.

CAPURRO (2003) substitui dentro de seus trabalhos o termo ‘informação’

pelo termo ‘mensagem’. Para isto, ele compara os termos, onde cita que:

“... mensagem se recebe e informação se solicita; mensagem e

informação trazem algo novo e relevante, podendo ser codificada e

transmitida por diferentes meios e mensageiros; mensagem é uma

fala que dispara a seleção pelos receptores através de um

mecanismo de liberação ou interpretação (CAPURRO, 2003, p.3)” e

renomeia a ciência da informação como “ciência das mensagens”

(CAPURRO, 2003).

A grande revolução na análise técnica da informação foi o trabalho

desenvolvido por Claude Elwood Shannon, o “Pai da Teoria da

Informação”5. Segundo SHANNON & WEAVER (1949):

“O problema fundamental da comunicação é a de reproduzir em um

ponto ou exatamente ou aproximadamente uma mensagem

selecionada em outro ponto. Freqüentemente as mensagens têm

4 Jesse H. Shera (1903-1982) é um dos primeiros a introduzir a tecnologiada informação em bibliotecas, para buscar modos de armazenamento euso de um registro organizado do conhecimento. Porém, é no campo daCiência da Informação que Shera dá sua maior contribuição, fazendoestudos que a caracterizam como Ciência Social e levantando questõessobre a relação de informação e conhecimento (RENAULT/MARTINS, 2007).

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um significado, isto é se referem ou estão correlacionados de acordo

com algum sistema com certas entidades físicas ou conceituais.

Estes aspectos da semântica da comunicação são irrelevantes para

o problema de engenharia. O aspecto significativo é que a

mensagem real é selecionada de um conjunto de mensagens

possíveis. O sistema deve ser projetado para operar em cada

seleção possível, não apenas aquela que vai realmente ser escolhida

uma vez que este é desconhecido no momento da proposta”.

Como se pode depreender da breve discussão apresentada, o termo

‘informação’ tem sua definição conceituada em diversas vertentes, desde

as que acreditam que a informação é um ente físico até quem a considere

algo incompreensível. O que se depreende é que a informação só passa a

ter sentido se o receptor está inserido em um ambiente com contexto que

forneça condições para compreendê-la e decodificá-la. Por esta etapa que

se cria uma relação onde há mais dois importantes conceitos intimamente

relacionados à informação: conhecimento e mensagem.

2.2 Informação, Conhecimento e Transmissão de Mensagem

O entendimento da informação é o que torna possível discriminar se a

informação é apenas um conjunto de dados ou se são dados coerentes

unidos. Ao aplicar os conceitos de teoria da informação nos processos de

gerenciamento, é necessário entender o modo de transmissão destas

informações entre as etapas do processo e como o GF poderá acessá-las e

utilizá-las. Ao interpretar as informações, ele gera o conhecimento

necessário para atingir seus objetivos e transformá-la no resultado de

cada etapa.

5 (Wikipedia - http://pt.wikipedia.org/wiki/Claude_Elwood_Shannon). Shannon escreveu em 1948 oartigo científico “A Mathematical Theory of Communication” e, juntamente com o matemáticoWarren Weaver, publicou em 1949 o livro “The Mathematical Theory of Communication” (MTC), querevolucionou a Ciência da Informação, principalmente na área da Engenharia, tornando acessívelaos leigos seus conceitos sobre informação. Foi Shannon que conduziu o significado da informaçãopara uma interpretação matemática, seguindo regras da estatística e termodinâmica. Seustrabalhos foram de grande importância para o desenvolvimento das Telecomunicações, Engenhariae Tecnologia da Informação.

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25

De acordo com VALENTIM (2010), a informação e o conhecimento são

alicerces importantes para a gestão estratégica, pois dão condições de

melhor avaliar o que acontece fora do processo no qual está inserida, o

ambiente externo, que está sempre se modificando. É necessário que se

entenda a diferença entre estes dois termos. A ‘informação’ só é

compreendida quando ela significa alguma coisa para seu receptor. Já o

‘conhecimento’ é inerente ao ser humano, que consegue expressá-lo por

meio de registros, fala e aprendizagem. Para as empresas, o conhecimento

está “... embutido não só em documentos ou repositórios, mas também

em rotinas, processos, práticas e normas organizacionais”.

VALENTIM (2010) faz uma relação entre dados, informação, conhecimento

explícito, conhecimento tácito, insight e sabedoria, analisando figura

retirada de CLARKE & ROLLO (2001):

Figura 0: Relação entre dado, informação, conhecimento, insight e sabedoria.

Fonte Adaptada: CLARKE & ROLLO (2001, p.208)

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26

Sobre a Figura 1, VALENTIM (2010) conclui:

“... pode-se inferir que a partir de um conjunto de dados é possível

separar os que possuem significado para uma determinada pessoa

analisá-los e agregar valor; a partir dessa ação os dados podem se

constituir em uma informação, que uma vez apropriada pela mente

humana pode gerar um ‘novo’ conhecimento que, por sua vez, pode

promover um insight e, consequentemente, um saber”.

É por meio do saber que o GF consegue desenvolver seu trabalho. O

conhecimento para agir nas suas atividades é composto das informações

que ele tem acesso ou que já conhecia anteriormente e que são úteis para

processar a atividade que ele está desempenhando.

CLARKE & ROLLO (2001) definem que os dados e informações são

processados analiticamente, acrescentando utilidade e valor, que se

transforma em conhecimento. A sabedoria seria um “fenômeno raro”, a

melhor forma de se utilizar o conhecimento.

É por meio do conhecimento que o GF consegue tomar decisões mais

assertivas, agir com inteligência e utilizá-las como ferramenta no

gerenciamento estratégico. Ser ágil na tomada de decisões também é

vantagem competitiva para qualquer gestor, em qualquer empresa. A

informação passa a ser tão importante quanto os demais recursos

humanos, financeiros e corporativos, com posição de destaque nas

atividades diárias da operação.

O conhecimento se torna o resultado das informações recebidas e da

forma com que são entendidas e interpretadas. Na visão de SHANNON

(1949) no MTC, pode-se considerar que toda informação depende do seu

canal de comunicação e de como seu emissor decide, consciente ou

inconscientemente, passá-la ao receptor. Logo, chega-se à importância

que o emissor e o receptor tem dentro da transmissão de uma informação.

O emissor pode escolher entre diversas alternativas para transmitir a

mensagem, que aumentam as possibilidades de compreensão do receptor

(MACHADO, 2003).

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CAPURRO (2003) também cita a obra de SHANNON (1949), no que se

refere à importância do receptor e do emissor da informação, bem como

os problemas de ‘ruídos’ neste processo, que interferem no entendimento

da mensagem. Segundo CAPURRO (2003):

“...há algo, um objeto físico, que um emissor transmite a um

receptor. Curiosamente a teoria de Shannon não denomina esse

objeto como informação ("information"), mas como mensagem

("message"), ou, mais precisamente, como signos ("signals") que

deveriam ser em princípio reconhecidos univocamente pelo receptor

sob certas condições ideais como são a utilização dos mesmos

signos por parte do emissor e do receptor, e a ausência de fontes

que perturbem a transmissão ("noise source" – fonte de ruído)”.

SHANNON (1949) mostra em seu artigo um diagrama esquemático de um

sistema de transmissão de mensagem:

Figura 0: Diagrama esquemático de um sistema de comunicação

Fonte: SHANNON (1949) – “A Mathematical Theory of Communication”.

Nesta figura, SHANNON (1949) discrimina os elementos que compõem a

transmissão de uma mensagem de um ponto (fonte da informação) a

outro ponto (destino). Resumidamente:

1. Information Source: “Fonte da Informação” é onde a mensagem que

deverá ser encaminhada para o receptor foi produzida;

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2. Transmiter: “Emissor ou transmissor” é quem maneja a mensagem e

a transforma de modo que ele possa encaminhá-la de maneira

compreensível através do canal de comunicação;3. Channel: “Canal” é o meio pelo qual a mensagem será transmitida

do emissor ao receptor;4. Receiver: “Receptor” é quem faz a operação inversa à do emissor,

reconstruindo a mensagem recebida de forma a compreendê-la;5. Destination: “Destino” é a pessoa ou entidade pra que a mensagem

estava destinada.6. Noise Source: “Fonte de Ruído” é o que causa transtornos durante a

transmissão, podendo causar dificuldade ou má interpretação da

mensagem.

Toda mensagem deve ser verificada e analisada, principalmente

considerando organizá-las e classificá-las de forma coerente, avaliados os

ruídos e possíveis interferências durante sua transmissão, o que facilitará

sua localização futura e sua utilidade para o receptor. Esta análise que

auxilia no modo de entender a informação também é útil para que o

gestor tenha ferramentas para identificar a fonte da informação.

2.3 Fontes e Taxonomia da Informação

Verificar a fonte de uma informação se torna necessário para analisar a

existência de características que indiquem sua confiabilidade e

veracidade. É a informação que subsidia o processo mais importante de

uma empresa, o processo decisório. Segundo VALENTIM (2010), uma fonte

de informação só deve ser usada se for considerada “relevante, oportuna

e precisa”. Quando uma informação é incompleta ou insuficiente, o

profissional pode tomar uma decisão equivocada.

A informação relevante é aquela que influencia a tomada de decisão; a

informação oportuna é aquela que tem qualidade para auxiliar o gestor

em sua decisão; a informação precisa é aquela gerada com dados

corretos, válidos e úteis para o processo decisório. Para atingir estes

objetivos, todos os fatos importantes devem estar contidos na informação,

sem erros, levando-se em consideração que quanto mais precisa a fonte

da informação, mais confiável ela se torna.

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Outro fato a ser considerado sobre as fontes de informação é que, para

obter uma informação oportuna, a base de dados deve ser

preferencialmente única, criteriosamente analisada e selecionada, para

que agregue valor à informação e na geração de conhecimento.

As fontes de informação estão relacionadas à origem da informação e

estão intimamente ligadas ao tipo de necessidade da pessoa que está

fazendo a consulta. O fluxo desta informação caminha da origem (fonte de

geração) para o destino (receptor final), podendo em alguns casos fazer o

caminho inverso, até que o objetivo desejado seja atingido. Este fluxo é

fundamental na gestão da comunicação de um sistema e interfere

diretamente no processo decisório.

Para o processo de gerenciamento na manutenção de EE, admitiu-se o

modelo de classificação por Taxonomia. Este modelo não é único nem

universal, podendo cada entidade ou empresa criar sua própria

classificação estruturada, de acordo com seus interesses e os usuários que

a manipularão. O que se agrega é que a classificação se torna uma

ferramenta que facilita a navegação pelas diversas informações

arquivadas, isto é, o universo daquele sistema para o qual foi implantada.

A Taxonomia é uma ciência conhecida principalmente pelo seu uso no

campo da Biologia, como forma de classificação sistemática de seres

vivos. Hoje em dia esta ciência está se desenvolvendo e sendo aplicada

em outros campos, principalmente dentro da Biblioteconomia e Ciência da

Informação. De acordo com AGANETTE & SOUZA (2009), segue a

definição epistemológica para Taxonomia:

“O termo taxonomia se origina do grego taxis (ordem) e nomos (lei,

norma,) e foi usado pela primeira vez em 1735 com a publicação

da versão inicial da obra Systema Naturae, pelo cientista e médico

sueco Karl Von Linné, e assim se tornou conhecida como

pertencente ao domínio da biologia.”

Do mesmo trabalho de AGANETTE & SOUZA (2009), tem-se definições

retiradas da literatura estudada a respeito de taxonomia que servem para

o estudo da Teoria da Informação:

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1. Taxonomia é comparada a um sistema de classificação.

2. A validade de uma taxonomia depende do resultado das buscas

e pesquisas.

3. Taxonomia é vista como uma classificação de palavras.

4. Taxonomia é empírica.

5. Taxonomias são hierárquicas e evolutivas.

6. Taxonomias é uma parte importante da gestão do conhecimento

e dos serviços de pesquisa.

7. Taxonomia ajuda na localização de informações relevantes.

Avaliando a área da Ciência da Informação, segue a definição segundo

CAMPOS & GOMES (2008):

“Taxonomia é, por definição, classificação sistemática e está sendo

conceituada no âmbito da Ciência da Informação como ferramenta

de organização intelectual... um novo mecanismo de consulta, ao

lado de ferramentas de busca.”

A classificação sistemática e estruturada da informação vem para servir

de apoio ao entendimento da natureza da informação e para colaborar

com a formação do conhecimento. Organizar as informações dentro deste

conceito permite que elas sejam acessadas de forma lógica e específica.

Ainda segundo CAMPOS & GOMES (2008), a organização por classificação

estruturada permite estabelecer “padrões de alto nível”, por meio de um

mecanismo de herança, muito utilizado para o desenvolvimento de

softwares:

“As máquinas podem compreender corretamente relacionamentos

de generalização e especialização entre as entidades atribuindo

propriedades às classes gerais e então assumindo que as

subclasses herdam estas propriedades.”

Este tipo de organização compreende que os níveis de classificação são

hierárquicos, isto é, a classe anterior é mais abrangente que a posterior,

que se torna mais específica. Esta hierarquia pode acontecer em

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31

quantidade de classes e subclasses que forem necessárias para melhor

especificação e localização da informação.

No artigo de BRUNO & RICHMOND (2003), para que se possa desenvolver

uma classificação estruturada é necessário implantar um vocabulário

controlado e compreensão de termos sinônimos, além de uma garantia ao

usuário de que os termos usados neste vocabulário são de seu

conhecimento. É também imperativo que a subclasse pertença não

somente à classe imediatamente anterior, mas a todas as classes antes

desta. Logo, a primeira classe é a mais abrangente de todas as seguintes

e entende-se que o fluxo de informações é descendente.

As fontes de informação possuem características específicas, que podem

ser mapeadas de acordo com a necessidade. Entender os tipos de fontes

faz com que exista uma melhor compreensão da situação interna ao

negócio e das diversas alternativas que existem no ambiente externo. A

classificação das fontes de informação segundo KAYE (1995):

Figura 0: Classificação das fontes de informação

Fonte Adaptada: KAYE (1995)

KAYE (1995) também apresenta uma ilustração dos diversos modelos de

fontes de informação, aplicando a elas o conceito de taxonomia e

agregando a qualificação de internas ou externas e formais ou informais,

em forma de quadrantes:

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Figura 0: Quadrante das fontes de informação no universo empresarial

Fonte Adaptada: KAYE (1995)

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As fontes de informação que serão utilizadas no processo de

gerenciamento da manutenção segundo consta no artigo de HASSANAIN

(2003) são as informações constantes no quadrante D (internos e formais)

e no quadrante B (externos e formais), onde estão inseridos os

documentos relevantes como relatórios, orçamentos, notas fiscais e

sistemas de TI e os documentos como os de órgãos públicos, normas,

publicações entre outros.

As informações das demais fontes informais também podem influenciar os

processos de manutenção, mas no caso específico do processo conforma

HASSANAIN (2003), estas informações não interferem.

As informações formais têm a característica de poderem ser registradas e

confirmadas em suas fontes, o que aumenta a credibilidade da informação

durante o desenvolvimento do processo.

Existe um conjunto de documentos que são necessários para as ações

diárias da equipe de manutenção e seu gestor. O uso de softwares

preparados para gestão da manutenção predial, onde podemos inserir

estas informações organizadamente, dentro de padrões de classes já

conhecidos, ajudam na gestão das informações dos sistemas do ativo pelo

qual o GF é responsável.

Os sistemas de automação e apoio à decisão são implantados por meio de

softwares preparados para receber estas informações e mantê-las seguras

e organizadas, conforme o padrão estabelecido. O Gerenciamento de

Facilidades Assistido por Computador ou Computer Aided Facility

Management (CAFM) são os nomes dados aos sistemas de TI utilizados

pelo GF para estas atividades.

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3 INFORMAÇÃO PARA A MANUTENÇÃO DE ATIVOS

Para realização das atividades de manutenção, o GF deve identificar qual o

objeto que precisa de intervenção e utilizar os recursos e informações

disponíveis para elaborar a estratégia para colaborar em suas atividades e

decisões.

3.1 Gerenciamento da Manutenção de Ativos

Considera-se um ‘ativo’ qualquer instalação, construção ou equipamento

que demande manutenção para garantir a sua operacionalidade,

funcionamento e otimização do ciclo de vida útil. Para que seja garantido

o bom desempenho de uma estrutura predial, é necessário entender que

estes sistemas precisam ser constantemente avaliados, considerando

executar ações de manutenção, reparo ou renovação de partes do sistema

ou até mesmo de sua totalidade, para retomar as condições iniciais de

projeto ou aceitáveis de operação.

Todo GF é responsável pelas ações de sua equipe e tem a importante

missão de decidir. Sua decisão é que vai dar as coordenadas para o

desenvolvimento dos trabalhos e, consequentemente, impactar no

resultado final da atividade. Para que o GF esteja seguro a respeito de

suas decisões, ele precisa de um suporte que permita avaliar a situação

que precisa de intervenção.

A informação, não só para a manutenção de ativos, bem como para todas

as áreas da Engenharia, serve como ferramenta para analisar as

condições da infraestrutura predial, bem como antecipar as ações e

prevenções que deverão ser tomadas para manter e melhorar as

condições de funcionamento, habitabilidade e conforto da edificação. O GF

tem como obrigação manter uma avaliação constante e contínua das

características operacionais e da vida útil do ativo que gerencia,

atualizando sempre as condições de funcionamento em relação a sua

operação inicial e definições de projeto. A importância de armazenagem

das informações desde a concepção até o seu comissionamento é de

extrema importância para a manutenção da vida útil do ativo. Segundo

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KYLE (2000), os aspectos principais para que a informação seja

armazenada são:

“(1) os dados são necessários como ferramenta de suporte de

decisão; (2) para o desenvolvimento de métricas de qualidade para

avaliação das condições e desempenho; (3) a necessidade de

padronização do fluxo de dados e informação; (4) a necessidade de

transferência continua de dados pelos atores do processo.”

Para garantir a qualidade da manutenção, deve-se salientar um conjunto

de obrigações do profissional durante a fase de construção do ativo, para

tornar a operação mais simples, fluida e rápida. O profissional responsável

pela manutenção do ativo deve participar das principais atividades de

instalações durante a obra, compra de equipamentos e comissionamento.

Em edifícios já existentes, o GF precisa ser pró-ativo durante toda a

execução dos trabalhos de reforma e renovação, para garantir o

co9nhecimento necessário para a operacionalidade e administração dos

ativos, conforme a demanda de sua edificação. Esta ‘comunhão’ entre os

trabalhos de obra e da equipe gerenciamento de facilidades servem para,

principalmente, garantir um maior conhecimento das estruturas e

infraestruturas gerenciadas pelo GF e operadas por suas equipes e para o

desenvolvimento das estratégias de manutenção e conservação.

3.2 Estratégia para Manutenção em Edifícios de Escritórios

Existem duas formas de analisar a administração de um EE como ativo

imobiliário: pela visão do usuário do ativo, que o utiliza para desenvolver

as atividades core da empresa e pela visão do proprietário/investidor, que

enfatiza obter rentabilidade com o ativo. Em ambas as abordagens, a

manutenção é essencial para o bom funcionamento e aproveitamento do

ativo, além de prolongar a sua vida útil.

Segundo TAVARES (2009), a manutenção engloba um conjunto de ações e

intervenções que servem para proteção da qualidade do funcionamento

do ativo e dos demais serviços. É um elemento que durante o ciclo de vida

do edifício deve ser planejado desde a sua concepção, o que permite

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36

acompanhar o desempenho do edifício, reduzir os custos e aperfeiçoar a

operação.

A manutenção consiste não somente nas ações que foram planejadas pelo

GF, mas também em todos os eventos inesperados que alteram as

condições previstas do ativo. De acordo com KYLE (2000), a manutenção

consiste em:

(1)Inspeções que são executadas periodicamente para monitorar e

aferir a performance do sistema; (2)Manutenção Preventiva que garante que o sistema ou seus

componentes continuarão funcionando como esperado ao longo

da sua vida operacional; (3)Reparos que são necessários quando defeitos ocorrem e

intervenções não planejadas são demandadas;(4)Restauração que repõe um componente importante do sistema

quando ele falha no fim de sua vida útil; (5)Renovação de ativo que repõe um sistema devido a sua

obsolescência, modernização ou compatibilidade.

Outro motivo da necessidade de manutenção é a depreciação do ativo.

PORTO (2010) descreve que um dos motivos de um imóvel se depreciar é

“a perda de sua utilidade ou capacidade produtiva”, principalmente pelo

seu desgaste físico, que consiste em seu uso contínuo e influência de

fatores externos e que, com uma manutenção adequada, estes efeitos

podem ser minimizados. Outro motivo da depreciação do imóvel é a

obsolescência, que diminui o desempenho do ativo em relação a outros

edifícios com sistemas mais modernos.

Devido às novas tecnologias, os edifícios mais atuais alteram as

referências de prestação de serviços, criando um novo patamar de

qualidade no mercado. A necessidade de investimento no imóvel, para

que o mesmo atinja este novo patamar, torna-se necessária para que o

mesmo continue aceito no mercado e por seus investidores.

Um dos investimentos considerados é a implantação de sistemas que

consigam auxiliar o GF em sua operação de manutenção e administração,

para que haja maior praticidade e aproveitamento do EE, pelo maior

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tempo possível e com o menor custo, tornando-o viável financeiramente e

lucrativo para os proprietários.

Para a implantação de softwares de apoio à gestão da manutenção de

ativos é necessária a criação de um banco de dados e informações. Há

necessidade de se buscar informações em fontes compatíveis e confiáveis

com os processos de manutenção. Estas fontes de informação são o início

do procedimento de implantação de um sistema informatizado. Para que

seja possível a implantação de softwares, são usadas as informações

contidas no quadrante D da figura 02 de KAYE (1995), citada no item 2.3

deste trabalho, que inclui as fontes internas e formais de informação e

documentação a respeito do ativo, sendo esta passível de armazenagem,

classificação, organização, controle e recuperação. Também se encontra

neste quadrante os sistemas de gestão de sistemas de informação,

sistemas de automação e de apoio à decisão.

Os sistemas de TI começam a ser utilizados para Gestão da Manutenção

no início dos anos 70. De acordo com SOORIYARACHCHI & KARUNASENA

(2010), a TI pode ser explicada como:

“... hardwares e softwares usados para armazenar, recuperar e

manipular informações. Hoje em dia, a TI é mais amplamente

usada entre as diversas profissões para maximizar a eficiência e

efetividade de seus trabalhos.”

Os softwares para auxílio na gestã0 de manutenção mais utilizados são o

CMMS, ERP e SAP.

Segundo SHAREGHI & FAIEZA (2011), a manutenção era exclusivamente

corretiva até a 2ª Guerra Mundial, onde houve aumento de pesquisas e

valorização do gerenciamento da manutenção, utilizando-se ações

preventivas e otimização das estratégias de manutenção.

A etapa inicial dos Sistemas Computadorizados de Gerenciamento de

Manutenção (em inglês, Computerized Maintenance Management System,

com a sigla CMMS) foi muito limitada e era possível somente agendar as

tarefas de manutenção preventiva. Nos anos 80, a tecnologia em CMMS

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38

avançou muito e diversas outras funções foram agregadas, como por

exemplo, o gerenciamento de orçamento, controle de estoque e índices de

controle de manutenção. As empresas, neste período, colaboravam umas

com as outras e trocavam informações para aprimorar seus processos.

Já no início dos anos 90, foi importante a integração dos serviços dentro

das áreas da própria empresa, através do Planejamento de Recursos

Empresariais (em inglês, Enterprise Resource Planning, com a sigla ERP).

No software ERP são inseridos os novos dados sobre fatos que acontecem

na empresa, sendo capaz de fornecer as informações decorrentes destes

fatos, que auxiliam no planejamento e controle de recursos. Sua função é

integrar as diversas áreas e departamentos de uma empresa, o que

colaborava principalmente com a área de manutenção. Ainda segundo

SHAREGHI & FAIEZA (2011), esta integração auxilia principalmente no uso

efetivo de recursos financeiros da manutenção.

SAP (em alemão Systeme, Anwendungen, Produkte in der

Datenverarbeitung) é uma empresa de software de sistemas, aplicativos e

produtos para processamento de dados. Na área de manutenção, é

utilizado um módulo chamado Plant Manager (Gerenciamento de Planta).

Nos softwares SAP, a manutenção pode ou não ser considerada uma

subárea da produção e possui as opções de gerenciamento das atividades

específicas da manutenção, sendo estas:

1. Inspeção: ação onde se identifica e atualiza a situação em que se

encontra o ativo;2. Manutenção Preventiva: ação onde se realizam atividades para

manter as condições de bom funcionamento e integridade do ativo;3. Manutenção Corretiva: ação onde se restaura a condição do ativo

para um bom funcionamento e conservação.

Independente de qual sistema ou software é utilizado pelo GF, todos tem a

função de manter o histórico organizado, registrar e monitorar as

atividades desenvolvidas pela equipe operacional e poder buscar, dentro

da base de dados, as informações adequadas para suportar as decisões

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gerenciais e operacionais. Todas estas atividades geram informações de

valor para o gerenciamento da manutenção em toda a vida útil do ativo.

3.3 A Informação para Estratégia de Manutenção

As informações estão presentes em todas as atividades de uma empresa.

Segundo VALENTIM (2010), a informação correta, usada conscientemente,

contribui para a gestão estratégica, uma vez que leva a construção de

conhecimento e uma decisão mais assertiva.

De acordo com KYLE (2000), é necessário identificar durante a fase de

construção, quais são as informações importantes para o gerenciamento

da vida útil do ativo e como pode ser utilizada, sendo importante a forma

de armazenamento, atualização e acesso aos grandes volumes de

informações distintas.

Para o gerenciamento destas informações e todas as demais coletadas

durante a vida do ativo, é necessário um mínimo de organização e

padronização nos processos, que assegurarão que até mesmo informações

iniciais de concepção e projeto do ativo serão consideradas nas fases de

manutenção e operação.

Para que possa haver uma percepção da importância das informações no

processo de manutenção, é necessário atentar-se às práticas de

manutenção, para que possam ser medidas a respeito do seu nível de

importância e da sua relevância para o bom desempenho do ativo, assim

como avaliar qual a capacidade e possibilidade do GF e sua equipe em

conseguir estas informações. As estratégias estudadas na manutenção

contribuem no desempenho do ativo e na redução do custo de operação.

De acordo com SWANSON (2001), uma estratégia agressiva de

manutenção pode contribuir para desenhar e viabilizar mudanças na

operação de um ativo. Os gestores não devem apenas se preocupar com

as implicações a respeito do desempenho de estratégias diferenciadas,

mas também em entender as práticas indispensáveis para cada demanda.

O impacto destas ações faz com que o gestor se sinta mais seguro e que

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ele tenha o apoio necessário para investir esforços, trabalho e capital na

manutenção do ativo.

Para a manutenção tenha este impacto no desenvolvimento das ações, foi

necessário adotar um modelo onde é possível visualizar as informações

que circulam dentro de um processo de manutenção.

3.4 Representação IDEFo

IDEF0 é um padrão gráfico estabelecido pelo GAO (Government

Accounting Office) americano para gerenciamento de processos e funções,

publicado em 1993 pelo NIST (National Institute of Standards and

Technology). É um mecanismo que demonstrou ser eficaz na comunicação

estruturada e modelagem de processos, por possuir uma linguagem

padronizada que colabora para que todos os aspectos da informação

sejam uniformemente transmitidos e armazenados durante toda a

sequência de um processo.

Segundo MICHEL (2002), em uma representação IDEF0, os processos são

representados por ICOMs (Input, Control, Output, Mechanism, ou entrada,

controle, saída e mecanismo), as caixas indicam quais as ações que estão

sendo consideradas, as flechas indicam as informações de entrada, saída,

controle e recursos, onde a informação está dentro de cada tarefa a ser

executada neste processo. As linhas com setas não representam fluxo ou

sequencia como num modelo de fluxo tradicional. Elas indicam objetos ou

dados que são utilizados pelas funções. Também é possível enxergar que a

saída de uma ação é a entrada da ação seguinte, evidenciando a

interdependência das informações dentro de cada etapa. Este modelo

também é adaptável a receber novas informações durante o processo,

modelando seu resultado de acordo com a interferência que a informação

causa dentro do processo.

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41

Figura 0: Exemplo de ICOM

Fonte: MICHEL (2002)

3.5 Modelo de Processo de Manutenção

O fluxo da informação é um processo dinâmico e pode ser diferente em

cada ambiente e situação. É notório que não existe a possibilidade de

controle total deste fluxo. Para este trabalho, foi adotado o processo de

manutenção conforme HASSANAIN (2003), para padronização e

uniformização do procedimento de comunicação entre as tarefas dentro de

um processo de manutenção predial. Este modelo é genérico e apresenta

as atividades em forma sequencial, onde a informação é considerada

essencial para o desenvolvimento dos trabalhos e pode alterar uma

decisão tomada anteriormente, em qualquer das etapas do processo.

De acordo com SANTOVITO (2012), o processo adaptado para o

gerenciamento da manutenção identifica cinco processos sequenciais,

com atividades de suporte para cada processo, definida com a lógica da

sequencia e demanda de informação. A referência para construção do

modelo principal é formada por cinco macros processos, conforme figura

abaixo:

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Equipe doGerenciamento dePropriedades

Declaração dos Requisitos de Desempenho

Recursos

Propriedade Existente

Propriedades que requerem manutenção

Registro da Propriedade

Projetos as-built

Identificaros Ativos

IdentificarRequisitos deDesempenho

Parâmetros Iniciais de Projeto

Características da Ocupação

Componentes de Desempenho

Valores deDesempenho

Avaliar o Desempenho

Gerenciar as Operações de Manutenção

Planejar a

Manutenção

D

Método de Avaliação•Objetos de Inspeção•

Tipo de Inspeção•

Freqüência da Inspeção

Declaração sobre as

Condições da Propriedade e

seus Componentes

Ordem de Serviçode

Manutenção

Objetivos Conflitantes•Minimizar Custos•

Minimizar Riscos de Falhas•

Maximizar Desempenho

Propriedade em Operação

TempoVerba(budget)

Equipe doGerenciamento deMenuteção

Declaração dos Requisitos de Desempenho

Recursos

Propriedade Existente

Propriedades que requerem manutenção

Registro da Propriedade

Projetos as-built

Identificaros Ativos

IdentificarRequisitos deDesempenho

Parâmetros Iniciais de Projeto

Características da Ocupação

Componentes de Desempenho

Valores deDesempenho

Avaliar o Desempenho

Gerenciar as Operações de Manutenção

Planejar a

Manutenção

D

Método de Avaliação•Objetos de Inspeção•

Tipo de Inspeção•

Freqüência da Inspeção

Declaração sobre as

Condições da Propriedade e

seus Componentes

Ordem de Serviçode

Manutenção

Objetivos Conflitantes•Minimizar Custos•

Minimizar Riscos de Falhas•

Maximizar Desempenho

Propriedade em Operação

TempoVerba(budget)

42

Figura 0: Processo para manutenção de ativos

Fonte: SANTOVITO (2012).

Os cinco macro processos serão abaixo discriminados:

3.5.1 Identificação dos ativos (nó A)

Neste processo é gerado um documento (inventário) onde os ativos que

demandam manutenção devem estar listados.

Existem 3 subdivisões dentro deste processo. São elas:

- Identificar os ativos para avaliação;

- Selecionar equipamentos para serem tratados como ativos;

- Compilar o inventário de ativos.

3.5.2 Identificação dos requisitos de desempenho (nó R)

Neste processo é possível identificar os requisitos de desempenho do ativo

e de seus componentes. Estes requisitos são avaliados e comparados a

índices e indicadores de desempenho específico para cada categoria de

ativo, analisando seu comportamento em relação ao uso. Com estas

informações, é gerada uma declaração de desempenho, onde estarão os

valores encontrados e os valores de desempenho aceitáveis para o ativo.

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43

Existem 5 subdivisões dentro deste processo. São elas:

- Verificar a utilização atual do ativo;

- Identificar requisitos de desempenho do ativo;

- Identificar requisitos de desempenho dos componentes do ativo;

- Identificar indicadores de desempenho;

- Identificar valores de desempenho.

3.5.3Avaliação do desempenho (nó D)

Neste processo encontram-se as informações necessárias para avaliar as

condições do ativo e seu comportamento, verificando a metodologia que

deverá ser utilizada e analise de desempenho, com o objetivo de gerar

uma lista de ativos e de seus componentes que não atendem os requisitos

de desempenho já estudados. É também nesta etapa que se determina se

haverá necessidade de Manutenção, Reparo ou Renovação do ativo ou

seus componentes. Segundo SANTOVITO (2012):

“Manutenção inclui atividades em geral, tais como limpeza de

dutos, remoção de detritos, lubrificação em equipamentos

mecânicos. Reparos incluem intervenções não planejadas

desempenhadas para retificar situações de anomalias. Renovação

inclui atividades para instalar um novo ativo ou componente em

reposição ao que estava em operação, por razões econômicas de

obsolescência, de modernização ou de compatibilidade.”

Existem 4 subdivisões dentro deste processo. São elas:

- Identificar a técnica para avaliação da condição;

- Avaliar a condição do ativo;

- Identificar as anomalias;

- Identificar as opções de gerenciamento.

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44

3.5.4Planejamento da manutenção (nó M)

Neste processo são determinadas as prioridades da manutenção,

avaliando-se os conflitos existentes entre minimizar o custo, maximizar o

desempenho do ativo e minimizar o risco de falhas. É nesta etapa que é

gerada a Ordem de Serviço, que é o documento que orienta o trabalho da

manutenção. Também é gerada uma lista com a prioridade de execução

dos trabalhos.

Existem 5 subdivisões dentro deste processo. São elas:

- Estimar a vida útil remanescente;

- Estimar o custo de manutenção;

- Realizar análise de decisão multi-objetivo (análise dos objetivos

conflitantes);

- Identificar a carga de trabalho da manutenção a ser executada;

- Identificar a carga de trabalho da manutenção diferida.

3.5.5Gerenciamento das operações de Manutenção (nó O)

Neste processo estão incluídos os recursos necessários para a execução

das tarefas de manutenção, que irá resultar na manutenção realizada e no

ativo operando dentro dos requisitos solicitados.

Existem 5 subdivisões dentro deste processo. São elas:

- Preencher a ordem de serviço de manutenção;

- Planejar as atividades de manutenção;

- Programar as atividades de manutenção;

- Executar as tarefas de manutenção;

- Registrar as tarefas de manutenção.

3.6 Identificação das Informações no Processo de Gerenciamento de Manutenção

Serão as informações que irão alimentar as funções operacionais no

processo de manutenção de EE, como para qualquer outro tipo de

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manutenção e fazer com que as mesmas desenvolvam a função em uma

próxima etapa mais específica e avançada da solução dos problemas de

manutenção.

As informações extraídas do processo de gerenciamento de manutenção

conforme HASSANAIN (2003) são os elementos de entrada, saída, controle

e mecanismo de cada função, conforme o ICOM padrão de um

gerenciamento de processos de representação IDEF0. Por este motivo,

foram relacionadas as informações abaixo discriminadas e porque existe

padronização e uniformização do procedimento de comunicação entre as

tarefas dentro do processo de manutenção.

Neste processo, é possível identificar as seguintes informações que são

solicitadas durante o avanço da solução da manutenção:

- Propriedade existente: consiste na edificação que será analisada e onde

será executado o procedimento de manutenção;

- Recursos: consiste nos recursos existentes para execução do

procedimento de manutenção predial. Estes recursos podem ser materiais,

funcionários da equipe, contratos de prestação de serviço, contrato de

fornecimento de peças, consultorias entre outros;

- Registro da propriedade: consiste na coletânea de documentos que

identifica a edificação como parte do portfólio que é de responsabilidade

da equipe de manutenção. Este documento também contém informações

jurídicas de cadastro e da localização geográfica da edificação e seus

limites. Também se pode entender como Registro da Propriedade a

documentação de aquisição do ativo, podendo este ser ou um bem imóvel

ou um equipamento que faça parte do sistema predial. Este documento

pode ser uma nota fiscal, um contrato, uma certidão entre outros;

- Projeto AS BUILT: consiste na coletânea de documentos técnicos que

demonstram como os sistemas prediais estão construídos, foram

organizados e montados, na forma de plantas, memoriais descritivos e

relatórios técnicos. Também se pode entender como AS BUILT o manual

técnico do equipamento e seu procedimento operacional;

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46

- Propriedade que requer manutenção: consiste no ativo que tem sua

operacionalidade comprometida ou está no cronograma de vistoria para

avaliação de sua condição operacional. Este item pode ser uma única

parte de um equipamento até um sistema predial completo;

- Parâmetros iniciais do projeto: consiste na coletânea de informações

adquiridas durante o comissionamento da edificação e seus sistemas

prediais, além das informações fornecidas e especificadas nos manuais

técnicos dos equipamentos e cálculos de projeto;

- Características da ocupação: consiste no levantamento situacional da

edificação, onde podemos verificar quais as condições operacionais do

sistema predial em questão e qual a percepção do usuário referente às

condições e desempenho do sistema;

- Componentes de desempenho: consiste nos itens que compõem e que

podem interferir no desempenho do sistema predial. Estes itens podem

ser ambientais (temperatura, umidade etc.), estruturais e humanos;

- Valores de desempenho: consiste nos valores levantados que indicam o

desempenho do equipamento e sua condição de operação;

- Declaração dos requisitos de desempenho: consiste nos valores

especificados que indicam o desempenho do equipamento e seus

parâmetros de operação;

- Método de avaliação: consiste na metodologia utilizada para avaliar as

condições de operação do ativo, levando-se em consideração qual ativo

está sendo avaliado, o tipo de inspeção que deverá ser feito e qual a

rotina de inspeção;

- Declaração sobre as condições da propriedade e seus componentes:

consiste no relatório que descreve a situação física e operacional do ativo,

bem como dos componentes de seu sistema. Nesta declaração, é

necessário descrever quais as condições de funcionamento e integridade

do ativo, documentando o tipo de degradação e quantidade, caso seja

encontrada;

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47

- Objetivos conflitantes: consiste na avaliação das informações da

declaração sobre as condições da propriedade e seus componentes,

levando-se em consideração o custo da operação de manutenção,

reposição ou restauro do ativo, o risco de eventuais falhas e o

desempenho desejado do equipamento. Após compatibilização destes

objetivos é que se tem como resultado o planejamento da manutenção;

- Ordem de serviço: consiste no documento que descreve qual a

degradação ou falha encontrada no ativo determinado, quem é o

requisitante, quando foi solicitado e quais os recursos deverão ser

utilizados na solução deste trabalho. Também se estima o tempo que será

utilizado para atendimento desta ordem de serviço;

- Verba: consiste na quantidade de dinheiro disponível para a realização do

trabalho de manutenção solicitado na ordem de serviço;

- Tempo: consiste na quantidade de tempo disponível para execução do

trabalho de manutenção solicitado na ordem de serviço;

- Fechamento da ordem de serviço: consiste no documento gerado após o

término da execução dos trabalhos, onde se encontram todas as

informações dos recursos, materiais, equipe, tempo e resultado das ações

para a solução da demanda da ordem de serviço.

Com estas informações identificadas, foi iniciado o processo de

classificação das informações, através da análise de suas características,

fontes e taxonomia estabelecida.

3.7 Análise das Características da Informação

É importante analisar as características da informação, pois somente as

que forem relevantes e significativas devem ser utilizadas como suporte

das ações gerenciais, além de agregar valor e confiabilidade, auxiliar na

qualidade do resultado final da ação do GF, na decisão mais coerente e

melhor performance ao processo proposto. Quando a informação recebida

é considerada adequada, o GF consegue tomar uma decisão com mais

segurança e agilidade, independente do nível da ação ser estratégica,

tática ou operacional.

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48

O gerenciamento da manutenção conforme HASSANAIN (2003) apresenta

o fluxo das informações dentro do processo e é possível verificar a sua

influência na operação predial. Estas informações possuem diferentes

características e fontes, que não estão explícitas no processo, mas que

precisam ser consideradas pelo GF na certificação da veracidade da

informação.

Como não foi localizada classificação da informação para este processo

específico, buscou-se uma representação onde o GF pudesse analisar a

RELEVÂNCIA daquela informação para o processo de manutenção predial e

a DIFICULDADE que ele teria para acessar estas informações. Para isto, foi

desenvolvida uma pesquisa para que os profissionais de facilidades e

manutenção classificassem as informações de acordo com sua

experiência. Com as respostas desta pesquisa, foi desenvolvida uma

matriz de RELEVÂNCIA X DIFICULDADE, que será utilizada para representar

as características destas informações.

3.8 Classificação da Informação

Cada informação discriminada no processo de Gerenciamento da

Manutenção por HASSANAIN (2003) foi classificada de acordo com os

parâmetros abaixo indicados, para que haja diferenciação entre os tipos

de informação e de sua possível fonte.

Esta classificação foi determinada pela tipologia da informação, podendo

ser Técnica, Documental ou Operacional, conforme segue:

- Informação Técnica: foi considerada a informação como Técnica quando a

mesma for encontrada em projetos técnicos, manuais, documentos de

comissionamento ou qualquer outro documento que indique as

características técnicas do ativo, bem como a de suas partes. São os

documentos que orientam a forma correta de operação, utilização e

manutenção do ativo, indicando os parâmetros ótimos em que deve ser

operado em determinado ambiente. Usualmente, estas informações são

localizadas no acervo técnico do EE.

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49

- Informação Documental: foi considerada a informação como Documental

quando a mesma for encontrada em registros jurídicos, escrituras, alvarás,

cadastros, notas fiscais, mapas geográficos e plantas e documentos de

locação. São os documentos que identificam a origem, nome comercial,

valor, proprietários, locatários, posição geográfica e a situação do ativo

perante os órgãos públicos. Usualmente, estes documentos se encontram

em posse dos proprietários ou seus representantes legais, órgãos públicos

e áreas administrativas e jurídicas que representem o EE.

- Informação Operacional: foi considerada a informação como Operacional

quando a mesma for encontrada em ordens de serviço, registros

operacionais, relatórios gerenciais, TAGs, plantas modificativas, recursos

disponíveis, sistemas e softwares operacionais e banco de dados. São os

documentos produzidos pela equipe operacional e pelo profissional

responsável pela área de facilidades e manutenção, durante as ações de

manutenção e vistoria do ativo, bem como os documentos de controle

gerencial. Usualmente, estas informações se encontram em posse da

equipe de gestão administrativa predial e da equipe de manutenção do

EE.

Foi necessário identificar as informações conforme sua tipologia e

características, avaliando-se a fonte e conteúdo da informação.

- Propriedade existente: esta informação é considerada Operacional, por

se tratar do objeto ou local que está dentro do quadro que deve ser

atendido pela equipe de manutenção.

- Recursos: esta informação é considerada Operacional, por se tratar da

equipe, material, ferramental e demais recursos necessários para a

execução da operação de manutenção.

- Registro da propriedade: esta informação é considerada Documental, por

serem documentos que identificam a propriedade da edificação, seu

cadastro e status perante os órgãos públicos.

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50

- Projeto AS BUILT: esta informação é considerada Técnica, por serem as

plantas finais da obra, onde está retratada a situação das estruturas e

infraestruturas da edificação após o término e entrega da obra.

- Propriedade que requer manutenção: esta informação é considerada

Operacional, por se tratar do objeto ou local que necessita de intervenção

da equipe de manutenção.

- Parâmetros iniciais do projeto: esta informação é considerada Técnica,

por serem os dados extraídos durante as atividades de comissionamento e

manuais técnicos.

- Características da ocupação: esta informação é considerada Operacional,

por ser a avaliação das condições de desempenho do sistema durante a

operação.

- Componentes de desempenho: esta informação é considerada Técnica,

por serem itens que podem afetar o desempenho do ativo.

- Valores de desempenho: esta informação é considerada Operacional, por

serem os valores levantados do desempenho do ativo.

- Declaração dos requisitos de desempenho: esta informação é

considerada Técnica, por serem os parâmetros indicados em projetos ou

manuais para o desempenho do ativo.

- Método de avaliação: esta informação é considerada Técnica, por ser a

metodologia de avaliação das condições do ativo.

- Declaração sobre as condições da propriedade e seus componentes: esta

informação é considerada Operacional, por ser o relatório da situação e

condições de operação do ativo.

- Objetivos conflitantes: esta informação é considerada Operacional, por se

tratar da análise das componentes que interferem na decisão do Gerente

para planejamento da execução da manutenção.

- Ordem de serviço: esta informação é considerada Operacional, por se

tratar do documento de registro do motivo da solicitação de manutenção,

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51

dos recursos que serão utilizados e da previsão da execução dos

trabalhos.

- Verba: esta informação é considerada Operacional, por ser o recurso

financeiro disponível para a execução da manutenção.

- Tempo: esta informação é considerada Operacional, por ser o tempo

disponível para execução da manutenção.

- Fechamento da ordem de serviço: esta informação é considerada

Operacional, por ser o registro da conclusão dos trabalhos de manutenção

e dos recursos que foram utilizados.

Por meio desta classificação, o GF consegue verificar as possíveis fontes

de informação e pode buscar mais dados que possam auxiliá-lo nos

procedimentos e decisões necessárias para a sua operação. Porém, nem

todas as informações tem o mesmo peso para a tomada de decisão.

Algumas possuem maior relevância e influenciam a solução mais

diretamente. Também foi considerado que, nem todas as informações

estão sempre disponíveis ao GF e sua equipe, o que pode em alguns casos

interferir diretamente na agilidade e assertividade das suas ações. Para

isto, desenvolveram-se as classificações RELEVÂNCIA e DIFICULDADE, que

serão abordadas na pesquisa do capítulo a seguir, onde os profissionais

que trabalham em facilidades e manutenção poderão apresentar sua

opinião sobre estes quesitos, dando a eles valores que poderão ser

analisados.

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52

4 PESQUISA

As decisões operacionais de manutenção de um EE são apoiadas em

informações que auxiliam o GF em suas ações. Avaliando-se o processo de

gerenciamento da manutenção conforme HASSANAIN (2003), todas as

informações necessárias estão explícitas no processo, porém não existe

nenhuma orientação para a busca e localização destas informações, nem

a sua influência no resultado do processo e melhor forma de utilizá-las.

Conforme descrito anteriormente, a informação, para ser adequada,

precisa ser “relevante, oportuna e precisa” (VALENTIM, 2010). Porém, na

bibliografia pesquisada, não existe modelo para a execução de uma

classificação coerente para a verificação destas características no

processo conforme HASSANAIN (2003). Esta classificação da informação

irá auxiliar na sua organização e localização dentro da coletânea de

documentos existente referente ao EE.

Para que fosse feita esta classificação, recorreu-se a execução de um

questionário onde as informações foram agrupadas e identificadas por

meio de parâmetros estabelecidos perante análise do modelo de

HASSANAIN (2003). Os GFs avaliam as informações de acordo com a

disponibilidade e de acordo com a sua relevância, como ferramenta de

auxilio na decisão e solução de problemas de manutenção. Desta forma,

foi possível montar a matriz RELEVÂNCIA X DISPONIBILIDADE e analisar

individualmente as características das informações listadas.

4.1 Relevância no Processo de Decisão Gerencial

O primeiro quesito que foi avaliado é a sua relevância dentro do processo

de decisão do GF para a solução de um problema ou decisão de uma ação

em manutenção. Esta classificação foi solicitada e encaminhada em forma

de pesquisa para que os GF respondessem de acordo com sua

experiência. Para esta classificação, foi utilizada uma escala Likert6, com

6 A escala Likert é um tipo de escala de resposta psicométrica usada habitualmente em questionários, e é aescala mais usada em pesquisas de opinião. Ao responderem a um questionário baseado nesta escala, osperguntados especificam seu nível de concordância com uma afirmação.(http://pt.wikipedia.org/wiki/Escala_Likert)

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níveis de prioridade de 1 a 5, sendo que as informações foram

classificadas iniciando-se pelas que não influenciam na decisão das ações

e decisões gerenciais e operacionais (Prioridade 1) até as informações

essenciais para a solução dos problemas de manutenção (Prioridade 5).

Foram apresentados ao GF os seguintes níveis de prioridade:

- Informação terminantemente não relevante: é a informação que não

influencia o processo decisório ou a solução de problemas de manutenção.

Foi considerado como nível de Prioridade 1.

- Informação possivelmente não relevante: é a informação onde existe a

possibilidade de não auxiliar o processo decisório ou a solução de

problemas de manutenção. Foi considerado como nível de Prioridade 2.

- Informação parcialmente relevante: é a informação onde existe a

possibilidade de auxiliar o processo decisório ou a solução de problemas

de manutenção. Foi considerado como nível de Prioridade 3.

- Informação possivelmente relevante: é a informação onde existe grande

possibilidade de auxiliar o processo decisório ou a solução de problemas

de manutenção. Foi considerado como nível de Prioridade 4.

- Informação terminantemente relevante: é a informação que influencia

completamente o processo decisório ou a solução de problemas de

manutenção. Foi considerado como nível de Prioridade 5.

4.2 Dificuldade de Obtenção da Informação

Neste quesito foi avaliada a disponibilidade e dificuldade de obtenção da

informação necessária para o processo de gerenciamento da manutenção

por seus gerentes. Esta classificação foi solicitada e encaminhada em

forma de pesquisa de múltipla escolha para que os GF respondessem de

acordo com sua experiência. Para esta classificação, foi utilizada uma

escala Likert, com níveis de dificuldade de 1 a 5, sendo que as

informações foram classificadas iniciando-se pelas informações explícitas

e conhecidas pela equipe de operação e pelo gerente (Dificuldade 1) até

as informações que são restritas e que possuem ônus para sua obtenção,

sendo este financeiro ou de execução de tarefas fora do contexto da

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ordem de serviço, solicitações burocráticas e formais entre outros

(Dificuldade 5). Foram apresentados ao GF os seguintes níveis de

dificuldade:

- Informação fácil e explícita: é a informação de fonte interna, de fácil

acesso e conhecimento explícito da área de manutenção, disponível para

pesquisa e consulta a qualquer momento por qualquer membro da

operação. Foi considerado como nível de Dificuldade 1.

- Informação fácil: é a informação de fonte interna, de fácil acesso e

conhecimento tácito, geralmente é necessário recorrer à outra área da

empresa ou demais colaboradores para localizá-la, sem gerar ônus para a

área de manutenção. Foi considerado como nível de Dificuldade 2.

- Informação controlada: é a informação de fonte interna ou externa, de

conhecimento tácito, porém é necessário solicitá-la a outra área ou a um

superior, sem gerar ônus para a área de manutenção. Foi considerado

como nível de Dificuldade 3.

- Informação restrita: é a informação de fonte interna ou externa, de

acesso restrito, conhecimento tácito e é necessário solicitá-la a outra área

ou a um superior, sem gerar ônus para a área de Manutenção. Foi

considerado como nível de Dificuldade 4.

- Informação restrita com ônus: é a informação de fonte interna ou

externa, de acesso restrito, conhecimento tácito e é necessário solicitá-la

a outra área ou a um superior e que gera ônus para a área de

Manutenção. Foi considerado como nível de Dificuldade 5.

4.3 Matriz de classificação das informações

Para a classificação das informações, foi encaminhada uma pesquisa

desenvolvida no site Survey Monkey, onde foi apresentado aos

profissionais de facilidades e manutenção o processo de gerenciamento da

manutenção conforme HASSANAIN(2003), que foi o processo proposto

para este trabalho. Cada informação indicada no processo foi explicada

detalhadamente e solicitado aos profissionais de facilidades e manutenção

que as classificassem de acordo com sua experiência, a respeito da

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I

IIIIIIV

Relevância

Dificuldade

55

RELEVÂNCIA da informação para este processo proposto e qual a

DIFICULDADE considerada para conseguir acessar esta informação.

Para a representação das respostas da pesquisa no formato de matriz, os

quesitos RELEVÂNCIA e DIFICULDADE foram considerados os eixos e foi

adotada a escala Likert para que fosse possível dar um valor à resposta

dos profissionais e inserir este valor na figura proposta, sendo que o

encontro dos eixos será considerado o ponto (1,1). Segue a representação

da matriz desenvolvida:

Figura 0: Matriz de RELEVÂNCIA X DIFICULDADE

A matriz foi dividida em quadrantes numerados de I a IV, para agrupar as

informações e caracterizá-las dentro dos quesitos indicados. Para cada

quadrante existe uma avaliação específica.

4.3.1Quadrante I

Neste quadrante são inseridas as informações que, ao serem analisadas

pelos GF, foram consideradas difíceis de obter, provavelmente com ônus

para a área de Manutenção e ao mesmo tempo relevantes para o processo

de decisão.

4.3.2Quadrante II

Neste quadrante são inseridas as informações que, ao serem analisadas

pelos GF, foram consideradas fáceis de obter, provavelmente sem ônus

para a área de Manutenção e ao mesmo tempo relevantes para o processo

de decisão.

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56

4.3.3Quadrante III

Neste quadrante são inseridas as informações que, ao serem analisadas

pelos GF, foram consideradas difíceis de obter, provavelmente com ônus

para a área de Manutenção e ao mesmo tempo pouco relevantes para a

solução dos problemas de Manutenção.

4.3.4Quadrante IV

Neste quadrante são inseridas as informações que, ao serem analisadas

pelos GF, foram consideradas fáceis de obter, provavelmente sem ônus

para a área de Manutenção e ao mesmo tempo pouco relevantes para a

solução dos problemas de Manutenção.

4.4 Análise da Pesquisa

Foram encaminhados e-mails para profissionais no mercado, além de

publicação em grupos de manutenção e facilidades no site Linkedin. O

retorno obtido foi de 93 profissionais. Após análise das respostas, apenas

51 respostas foram aproveitadas para validação da pesquisa. Os

profissionais avaliaram as informações de acordo com a sua relevância e

dificuldade de obtenção, que foram convertidos em valores numéricos.

Para a pesquisa, foi necessário que fossem preenchidos o nome, e-mail e

empresa onde o profissional trabalha atualmente. Estes dados são

sigilosos e serviram apenas para validar as respostas dentro do contexto

da pesquisa.

Ao analisar o setor de atuação da empresa onde o profissional trabalha,

pode-se observar que há uma distribuição heterogênea entre grupos de

prestadores e tomadores de serviço. Esta composição ajuda a validar o

questionário, pois nenhuma das respostas de um setor específico

influencia de forma diferenciada o processo de gerenciamento da

manutenção proposto.

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57

Figura 0: Representação estatística do setor de atuação da empresa onde o GF atua.

Fonte: Survey Monkey (www.surveymonkey.com/s/InformacoesnaManutencao)

Na questão seguinte, solicitou-se ao profissional que indicasse seu nível de

atuação na empresa onde trabalha. Nota-se que a grande maioria é de

profissionais que trabalham diretamente na operação predial. Isto é um

fato significativo, pois os profissionais de nível tático são aqueles que

planejam e orientam aos trabalhos e os profissionais de nível operacional

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58

são aqueles que efetivamente realizam o trabalho. Logo, são eles que

possuem contato direto com todos os documentos e informações

necessários para o desenvolvimento do processo de manutenção. Uma

vez que a maioria (82,4%) pertence a estes dois níveis citados,

consegue-se avaliar com mais pertinência a disponibilidade da informação.

Figura 0: Representação estatística do nível de atuação do GF na empresa onde trabalha.

Fonte: Survey Monkey (www.surveymonkey.com/s/InformacoesnaManutencao)

Solicitou-se também que os profissionais indicassem o seu tempo de

experiência na área de facilidades e manutenção. Por meio das respostas

enviadas, foi possível verificar que a maioria dos profissionais (52,9%) tem

mais de oito anos de experiência em facilidades, manutenção ou

gerenciamento predial. Entende-se que, por serem mais experientes, estes

profissionais já passaram por uma maior quantidade e variedade de

situações que demandaram o conhecimento de informações para o

desenvolvimento de suas atividades. Logo, eles possuem melhores

condições de avaliar se uma informação é relevante para o processo de

manutenção.

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59

Figura : Representação estatística do tempo de experiência dos profissionais.

Fonte: Survey Monkey (www.surveymonkey.com/s/InformacoesnaManutencao)

Apesar de ser uma amostra pequena de profissionais que participaram da

pesquisa, as respostas possuem qualidade e relevância para a análise do

questionário, uma vez que se identificou um grupo heterogêneo, com

experiência em manutenção e gerenciamento de facilidades, com a

necessidade direta de contato e utilização das informações necessárias

para o desenvolvimento de um processo de manutenção.

Este grupo avaliou as informações pela sua relevância no processo de

manutenção e dificuldade de obtenção. Com as respostas encontradas foi

montada a tabela abaixo:

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Tabela 0: Levantamento da pontuação das respostas da pesquisa.

Fonte Adaptada: Survey Monkey

Avaliaram-se individualmente as respostas de cada informação e o valor

médio que foi dado para cada quesito pelos profissionais, criando uma

coordenada para a matriz RELEVÂNCIA X DIFICULDADE.

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Tabela 0: Média ponderada da pontuação das respostas da pesquisa.

Fonte Adaptada: Survey Monkey

4.5 Estudo da matriz RELEVÂNCIA X DIFICULDADE

Com as médias ponderadas calculadas foram montadas as coordenadas

(R;D) que irão posicionar as informações na matriz RELEVÂNCIA X

DIFICULDADE de acordo com os eixos apresentados na figura 07, sendo

que o encontro dos eixos será considerada coordenada (1,1), que foi o

menor valor apresentado aos profissionais na escala Likert no

questionário.

Segue abaixo o estudo individual da posição de cada informação na matriz

RELEVÂNCIA X DIFICULDADE, para visualização em qual quadrante a

informação está e as considerações de acordo com a pontuação

encontrada.

- Propriedade existente (4,14;2,39): É o local onde são desenvolvidas as

atividades da empresa, podendo esta ser própria ou locada, que

determinará como a manutenção será tratada. Neste edifício está

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implantado o sistema de gerenciamento de facilidades, onde o Gf e sua

equipe efetivamente trabalham ou faz parte das edificações da empresa,

no qual se desenvolverá o processo de manutenção definido.

Figura : A informação ‘Propriedade existente’ no Quadrante II.

- Recursos (4,27;2,71): Os recursos disponíveis para o desenvolvimento da

atividade é normalmente conhecido por todos os membros da equipe de

manutenção, podendo este ser um equipamento, ferramenta, manual

técnico, norma ou até a própria equipe de profissionais necessários para

execução da atividade.

Figura : A informação ‘Recursos’ no Quadrante II.

- Registro de propriedade (3,86;3,22): Este documento certifica a

propriedade do imóvel e suas características físicas, legais e de

implantação. Normalmente, não está à disposição da equipe de

manutenção, mas encontra-se com os responsáveis jurídicos da empresa,

e pode ser disponibilizado por meio de uma solicitação justificada. No

processo de manutenção, esta informação é importante para descrever os

dados legais do imóvel quando houver necessidade de preencher

documentos de órgãos públicos, alvará para reformas, delimitação dos

limites da propriedade e ações que exijam intervenção da equipe de

manutenção que precise ser justificada.

Figura : A informação ‘Registro de propriedade’ no Quadrante I.

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- Projeto AS BUILT (4,08;3,14): O projeto AS BUILT contém o desenho do

imóvel conforme o edifício foi entregue pelo seu construtor ao proprietário.

É um documento que fica usualmente arquivado na empresa, porém, é

importante para a equipe de manutenção, para identificação das

principais estruturas e infraestruturas, servindo de guia para execução dos

trabalhos.

Figura : A informação ‘Projeto AS BUILT ’ no Quadrante I.

- Propriedade que requer manutenção (4,16;2,88): A informação sobre a

propriedade onde será executada a manutenção do ativo é normalmente

indicada ao GF ou um supervisor para que transmita à sua equipe. É

indispensável saber exatamente o local para a realização dos trabalhos.

Figura : A informação ‘Propriedade que requer manutenção ’ no Quadrante II.

- Parâmetros iniciais do projeto (4,10;2,84): Estes parâmetros servem para

indicar qual a situação que foi considerada adequada para o início da

utilização da edificação. Com o uso, estes sistemas sofrem desgastes ou

interferências, que exigem da equipe de manutenção recorrer ao seu

status para buscar a melhor condição indicada. Esta informação fica sob

cuidados do GF, que consegue analisar se estas informações devem ou

não ser utilizadas para o desenvolvimento do processo de manutenção.

Figura : A informação ‘Parâmetros iniciais do projeto ’ no Quadrante II.

- Características da ocupação (4,22;2,45): A equipe de manutenção, por

executar tarefas e vistorias na edificação constantemente, tem um melhor

conhecimento da situação e das condições operacionais dos sistemas

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prediais. É com estas informações que são realizadas algumas das

manutenções preventivas e o acompanhamento do sentimento do usuário

em relação às condições da edificação, importante para o melhor

aproveitamento da edificação.

Figura : A informação ‘Características da ocupação’ no Quadrante II.

- Componentes de desempenho (4,08;2,71): O ambiente externo, poluição,

condições climáticas, a forma de utilização do edifício entre outros

influenciam nas atividades do processo de manutenção. Estas informações

acabam sendo acessíveis a todos os envolvidos nas atividades de

manutenção, pois os mesmos também reconhecem estes componentes e

verificam seu impacto na edificação e seus sistemas prediais.

Figura : A informação ‘Componentes do desempenho’ no Quadrante II.

- Valores de desempenho (3,98;2,82): Para os profissionais envolvidos no

processo de manutenção, é necessário conhecer os valores que indicam o

desempenho do sistema predial e como está operando. O contato

constante com os sistemas facilita a equipe o conhecimento do seu

desempenho.

Figura : A informação ‘Valores de desempenho’ no Quadrante II.

- Declaração dos requisitos de desempenho (4,02;2,96): Os manuais e

cadernos técnicos de equipamentos e projetos dos sistemas prediais são

documentos que ficam normalmente arquivados na empresa e, quando há

necessidade de reparar um sistema em sua condição inicial ou verificar

seu funcionamento, eles são a referência necessária à equipe de

manutenção para a execução do serviço.

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Figura : A informação ‘Declaração dos requisitos de desempenho’ no Quadrante II.

- Método de avaliação (3,94;2,67): O tipo de metodologia que for adotada

para execução da avaliação do funcionamento e desempenho dos ativos

influencia na forma e qualidade do resultado da análise. Normalmente é o

GF que indica à equipe qual metodologia utilizar.

Figura : A informação ‘Método de avaliação’ no Quadrante II.

- Declaração sobre as condições da propriedade e seus componentes

(3,98;2,96): É o relatório executado com as informações levantadas pela

equipe, onde estão expostos os valores encontrados e as condições

estruturais e operacionais do sistema avaliado, necessárias para a análise

o GF deverá executar.

Figura : A informação ‘Declaração sobre as condições da propriedade e seus

componentes’ no Quadrante II.

- Objetivos conflitantes (3,80;3,16): A análise das informações do relatório

das condições e desempenho dos sistemas é uma informação importante

para auxiliar o GF na estimativa dos custos da operação, se há

necessidade de restauro ou reparo e se existe algum risco de falha ou

desempenho do sistema analisado. Esta análise não envolve a equipe de

manutenção e depende de recursos financeiros, disponibilidade e

prioridades da empresa.

Figura : A informação ‘Objetivos conflitantes’ no Quadrante I.

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- Ordem de serviço (4,02;2,41): É a forma de documentar a solicitação de

manutenção, em que ativo deverá ser executada e quem solicitou este

serviço. Neste documento, que fica em posse da equipe de manutenção,

encontram-se as principais informações para a execução da manutenção:

quem executará, quando deverá ser executado e qual o resultado

esperado do trabalho.

Figura : A informação ‘Ordem de serviço’ no Quadrante II.

- Verba (4,43;3,37): Para a execução da manutenção da ordem de serviço,

há necessidade de recursos financeiros para custear a equipe, as

ferramentas e os equipamentos indispensáveis para obter o resultado

esperado. Porém, não é de acesso de todos os profissionais envolvidos

qual o valor disponível, o que acaba dificultando algumas decisões da

equipe de manutenção.

Figura : A informação ‘Verba’ no Quadrante I.

- Tempo (4,27;2,80): Para atender às necessidades da edificação, seus

usuários e até da integridade dos sistemas prediais, estima-se um o tempo

disponível , para a execução da manutenção, que indicada na ordem de

serviço.

Figura : A informação ‘Tempo’ no Quadrante II.

- Fechamento da ordem de serviço (4,00;2,61): Após a realização da

manutenção, a equipe é responsável por descrever na ordem de serviço

quais tarefas foram executadas, a metodologia e os recursos dispensados,

o tempo de duração do trabalho e qual a situação atual do sistema após a

intervenção. Este documento passa a ser parte do histórico da edificação e

poderá influenciar nas próximas manutenções.

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Figura : A informação ‘Fechamento da ordem de serviço’ no Quadrante II.

Após a análise individual das informações, foi elaborada uma matriz com

todas as informações posicionadas em um mesmo gráfico.

Figura : Todas as informações segundo HASSANAIN (2003) posicionadas na matriz.

Foi possível visualizar que as informações estão concentradas em uma

área específica, na parte superior do gráfico, entre os Quadrantes I e II.

Nenhuma das informações do processo conforme HASSANAIN (2003) teve

sua média inferior a 2,00 ou superior a 3,50 no quesito dificuldade e

nenhuma média inferior a 3,50 ou superior a 4,50 no quesito relevância.

Do total de 17 informações constantes no processo, 76,5% (13) das

informações se encontram no quadrante II e 23,5% (4) das informações se

encontram no quadrante I. A principal diferença entre os quadrantes I e II

é a dificuldade de obtenção da informação. Avaliando-se estes números,

entende-se que o acesso às informações deste processo não são restritas

e possuem acesso facilitado, fazendo parte das informações que são de

conhecimento e uso no processo de manutenção.

4.6 Conclusões

O resultado desta pesquisa leva a entender que o processo de

manutenção conforme HASSANAIN (2003), quando aplicada às situações

de manutenção, utiliza informações acessíveis e relevantes. Logo, a

implantação deste processo nas operações de manutenção de EE no Brasil

é oportuna e conveniente, que se encaixa nos modelos de gerenciamento

de facilidades utilizado na maior parte das operações.

Sob o aspecto da ‘informação’, consegue-se verificar que é importante

haver gerenciamento da informação, isto é, disponibilidade e organização

dentro da operação. O conhecimento da Teoria da Informação ajuda a

compreender o modo de estruturar as informações, reconhecer sua fonte

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e com isso dar maior credibilidade ao processo e uma decisão mais

adequada e assertiva para a solução dos problemas de manutenção.

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este estudo colaborou para demonstrar a importância de um

gerenciamento eficaz das informações em uma operação de manutenção

em EE. Por meio de análises e identificação das informações que circulam

dentro de um processo de manutenção específico, além de uma pesquisa

com profissionais da área de manutenção e facilidades, foi possível

identificar quais as informações que possuem maior relevância para

tomada de decisão durante o gerenciamento da manutenção em EE e

quais as informações possuem uma maior dificuldade de obtenção.

A pesquisa apresenta um panorama das informações utilizadas pelos GFs

e suas equipes de manutenção. O conhecimento da estrutura, conceito e

fontes das informações traz maior confiabilidade ao processo e auxilia nas

decisões do GF e demais pessoas envolvidas na manutenção.

O modelo aqui apresentado, desenvolvido por HASSANAIN (2003) pode ser

subdividido em processos mais específicos e, consequentemente,

informações também mais detalhadas. Propõe-se para continuidades

deste trabalho, um estudo destas subdivisões e das informações nela

contida.

Outra análise que se propõe é a respeito da Teoria da Informação, uma

ciência recente que ainda precisa de maiores contribuições. A informação

é um assunto extenso e denso, porém extremamente interessante.

Com este trabalho, espera-se ter contribuído com uma melhor

compreensão da informação e de sua utilização nos processos de

manutenção, apoiando o GF e sua equipe na melhor forma de administrar

as necessidades da operação predial em edifícios corporativos.

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ANEXOS