estudo da eficiência dos contraventamentos
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO
CENTRO DE TECNOLOGIA E GEOCINCIAS
DEPERTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL
MESTRADO EM ENGENHARIA CIVIL
MODALIDADE ESTRUTURAS
ESTUDO DA EFICINCIA DOS CONTRAVENTAMENTOS
TRELIADOS EM EDIFCIOS COM ESTRUTURA DE AO
por
MARCELO PESSOA DE AQUINO FRANCA
Orientador: Prof. Doutor Romilde Almeida de Oliveira
-
iv
RESUMO
FRANCA, M. P. de A. (2003). Estudo da Eficincia dos Contraventamentos
Treliados em Edifcios com Estrutura de Ao. Recife, 2003, 333 p. Dissertao
(Mestrado) Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).
Contraventamento treliado um dos sistemas de resistncia a cargas laterais
mais utilizado em edifcios de andares mltiplos estruturados em ao. Diversas so as
possibilidades de uso deste tipo de contraventamento, podendo ser empregado
satisfatoriamente tanto em edifcios de pequena quanto de elevada altura, como nos
altos arranha-cus com estruturas tubulares treliadas.
O presente trabalho tem como objetivo realizar um estudo comparativo das
diversas possibilidades de utilizao deste sistema de resistncia a cargas laterais.
Diversos aspectos foram analisados. Entre outros, podemos citar a esbeltez do
contraventamento, o tipo de treliamento, a contribuio da rigidez axial dos elementos
da trelia nos deslocamentos da estrutura, a posio do contraventamento em relao ao
centro de rotao da edificao, a variao do contraventamento ao longo da altura da
edificao, a associao entre contraventamentos, o posicionamento dos
contraventamentos ao longo da altura e o tamanho dos mdulos do treliamento.
Foi realizada uma anlise numrica utilizando o mtodo dos elementos finitos,
sendo os elementos estruturais pr-dimensionados de acordo com as prescries da
NBR-8800. Para as vigas e as lajes foi adotado o sistema misto, no escorado, onde as
propriedades geomtricas da seo mista foram obtidas por homogeneizao terica da
seo.
Palavras chaves: Estruturas de Ao, Edifcios Altos, Sistemas de Contraventamento,
Contraventamentos Treliados.
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vi
NDICE
RESUMO
ABSTRACT
LISTA DE FIGURAS
CAPTULO I
1.1. Os Edifcios de Andares Mltiplos
1.2. As estruturas de ao no Brasil
1.3. Motivao do Trabalho
1.4. Objetivo
1.5. Contedo
CAPTULO II
2.1. Sistemas estruturais para edifcios em ao
2.2. Principais sistemas estruturais para edifcios de andares mltiplos
2.2. Contraventamentos treliados
CAPTULO III
3.1. Descrio da estrutura
3.2. Aes consideradas
3.3. Combinaes de aes
3.4. Modelagem dos elementos estruturais
3.5. Efeitos de segunda ordem
3.6. Consideraes sobre a anlise estrutural
3.7. Recomendaes quanto ao comportamento da estrutura
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CAPTULO IV
4.1. Anlise dos resultados quanto aos diferentes tipos de contraventamento
4.2. Anlise dos resultados quanto a contribuio da rigidez axial dos pilares,
vigas e diagonais, nos deslocamentos laterais da estrutura
4.3. Anlise dos resultados quanto ao posicionamento dos contraventamentos em
diferentes vos ao longo da altura da edificao
4.4. Anlise dos resultados quanto associao em linha dos contraventamentos
4.5. Anlise dos resultados quanto ao posicionamento dos contraventamentos em
relao ao centro de rotao da edificao
4.6. Anlise dos resultados quanto esbeltez do contraventamento
4.7. Anlise comparativa quanto ao tamanho dos mdulos dos
contraventamentos
4.8. Anlise dos resultados quanto diminuio do contraventamento ao longo da
altura da edificao
4.9. Anlise dos resultados quanto interao entre contraventamentos em nico
vo e em grande escala
CAPTULO V
5.1. Concluso
5.2. Sugestes para futuros trabalhos
APNDICE I
APNDICE II
APNDICE III
BIBLIOGRAFIA
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82
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LISTA DE FIGURAS
- Figura I.1 - Edifcio Guinle em So Paulo
- Figura II.1 - Fbrica de Chocolate sobre o Rio Marne
- Figura II.2 - Detalhe das ligaes Momento Resistentes das estruturas de prticos
rgidos
- Figura II.3 - Interao entre prticos rgidos e ncleos estruturais
- Figura II.4 - Exemplo de transio em estruturas tubulares
- Figura II.5 - Ed. John Hancock Building
- Figura II.6 - Estrutura com paredes de cisalhamento
- Figura II.7 - Estrutura com ncleo e trelias transversais
- Figura II.8 - Exemplo de sistema estrutural hbrido composto por tubo aporticado,
ncleo de rigidez e trelias transversais
- Figura II.9 - Contraventamento de tringulos totais
- Figura II.10 - Contraventamento de tringulos parciais
- Figura II.11 - Contraventamento em grande escala
- Figura II.12 - Edifcios Mercantile Tower e Alcan Building
- Figura II.13 - Esquema do caminhamento das cargas horizontais nos elementos dos
contraventamentos
- Figura II.14 - Esquema do caminhamento das cargas gravitacionais nos elementos dos
contraventamentos
- Figura II.15 - Configurao de flexo dos contraventamentos treliados
- Figura II.16 - Contraventamento em nico vo e em vrios vos
- Figura III.1 - Planta Baixa do edifcio modelo
- Figura III.2 - Elevao do edifcio modelo de 30 pavimentos
- Figura III.3 - Elevao do edifcio modelo de 50 pavimentos
- Figura III.4 - Tipos de treliamento utilizados no contraventamento
- Figura III.5 - Localizao em planta dos sistemas de contraventamento
- Figura III.6 - Contraventamentos posicionados em diferentes vos
- Figura III.7 - Contraventamentos associados em linha
- Figura III.8 - Contraventamento nas fachadas
- Figura III.9 - Contraventamento X posicionado nas fachadas e contraventamento
Y interno
- Figura III.10 - Contraventamentos em X e em Y internos
- Figura III.11 - Contraventamentos com diferentes valores de esbeltez
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- Figura III.12 - Detalhe do contraventamento
- Figura III.13 - Variao do contraventamento ao longo da altura da edificao
- Figura III.14 - Interao entra contraventamentos em nico vo e contraventamentos
em grandes mdulos
- Figura III.15 - Consumo de ao x n de andares
- Figura III.16 - Velocidade do vento x Altura da edificao, para terrenos com
diferentes graus de rugosidade.
- Figura III.17 - Contribuio dos elementos estruturais e no estruturais no
deslocamento lateral para edificaes tradicionais
- Figura III.18 - Contribuio dos elementos estruturais e no estruturais no
deslocamento lateral para edificaes modernas
- Figura III.19 - Vista geral de uma laje Steel Deck MF-75
- Figura III.20 - Representao do diafragma rgido
- Figura III.21 - Seo homogeneizada para clculo em regime elstico
- Figura III.22 - Tipos de perfis para contraventamento
- Figura III.23 - Diagrama momento /rotao para diferentes tipos de ligaes
- Figura III.24 - Exemplo de ligao flexvel, semi-rgida e rgida [22]
- Figura III.25 - Diagrama tenso-deformao do ao ASTM-A36
- Figura III.26 - Diagrama corroso-exposio do ao em atmosfera industrial
- Figura III.27 - Diagrama corroso-exposio do ao em atmosfera marinha
- Figura III.28 - Considerao do efeito P-delta
- Figura III.29 - Efeito P-delta em edifcios
- Figura IV.1 - Deslocamentos na direo "Y" x Altura da edificao para a estrutura
com contraventamento em X
- Figura IV.2 - Deslocamentos na direo "X" x Altura da edificao para a estrutura
com contraventamento em X
- Figura IV.3 - Deslocamentos na direo "Y" x Altura da edificao para a estrutura
com contraventamento em V
- Figura IV.4 - Deslocamentos na direo "X" x Altura da edificao para a estrutura
com contraventamento em V
- Figura IV.5 - Deslocamentos na direo "Y" x Altura da edificao para a estrutura
com contraventamento em V invertido
- Figura IV.6 - Deslocamentos na direo "X" x Altura da edificao para a estrutura
com contraventamento em V invertido
- Figura IV.7 - Deslocamentos na direo "Y" x Altura da edificao para a estrutura
com contraventamento em diagonais no mesmo sentido
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x
- Figura IV.8 - Deslocamentos na direo "X" x Altura da edificao para a estrutura
com contraventamento em diagonais no mesmo sentido
- Figura IV.9 - Deslocamentos na direo "X" x Altura da edificao para a estrutura
contraventada com diagonais em sentido contrrio
- Figura IV.10 - Deslocamentos na direo "X" x Altura da edificao para a estrutura
contraventada com diagonais em sentido contrrio
- Figura IV.11 - Deslocamentos na direo "Y" x Altura da edificao para os diferentes
tipos de contraventamento
- Figura IV.12 - Deslocamentos na direo "X" x Altura da edificao para os diferentes
tipos de contraventamento
- Figura IV. 13 - Comportamento dos contraventamentos com diagonais no mesmo
sentido
- Figura IV.14 - Consumo de ao por metro quadrado para os diferentes tipos de
contraventamento
- Figura IV.15 - Comportamento dos contraventamentos em V e V invertido
- Figura IV.16 - Deslocamento lateral na direo Y x Altura da edificao, para
diferentes valores de rigidez axial dos pilares
- Figura IV.17 - Deslocamento lateral na direo X x Altura da edificao, para
diferentes valores de rigidez axial dos pilares
- Figura IV.18 - Deslocamento lateral na direo Y x Altura da edificao, para
diferentes valores de rigidez axial das diagonais
- Figura IV.19 - Deslocamento lateral na direo X x Altura da edificao, para
diferentes valores de rigidez axial das diagonais
- Figura IV.20 - Deslocamento lateral na direo Y x Altura da edificao, para
diferentes valores de rigidez axial das vigas
- Figura IV.21 - Deslocamento lateral na direo X x Altura da edificao, para
diferentes valores de rigidez axial das vigas
- Figura IV.22 - Deslocamento lateral na direo Y devido aos pilares, vigas e
diagonais x Altura da edificao
- Figura IV.23 - Deslocamento lateral na direo X devido aos pilares, vigas e
diagonais x Altura da edificao
- Figura IV.24 - Deslocamento lateral na direo X x Rigidez axial dos pilares
- Figura IV.25 - Deslocamentos na direo Y x Altura da edificao para a estrutura
de 30 pavimentos com contraventamentos ao longo de um nico vo juntos
- Figura IV.26 - Deslocamentos na direo X x Altura da edificao para a estrutura
de 30 pavimentos com contraventamentos ao longo de um nico vo juntos
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- Figura IV.27 - Deslocamentos na direo Y x Altura da edificao para a estrutura
de 50 pavimentos com contraventamentos ao longo de um nico vo
- Figura IV.28 - Deslocamentos na direo X x Altura da edificao para a estrutura
de 50 pavimentos com contraventamentos ao longo de um nico vo
- Figura IV.29 - Deslocamentos na direo Y x Altura da edificao para a estrutura
de 30 pavimentos e contraventamentos posicionados em trs vos adjacentes
- Figura IV.30 - Deslocamentos na direo X x Altura da edificao para a estrutura
de 30 pavimentos e contraventamentos posicionados em trs vos adjacentes
- Figura IV.31 - Deslocamentos na direo Y x Altura da edificao para a estrutura
de 50 pavimentos e contraventamentos posicionados em trs vos adjacentes
- Figura IV.32 - Deslocamentos na direo X x Altura da edificao para a estrutura
de 50 pavimentos e contraventamentos posicionados em trs vos adjacentes
- Figura IV.33 - Deslocamentos na direo Y x Altura da edificao para a estrutura
de 30 pavimentos e contraventamentos em vos adjacentes
- Figura IV.34 - Deslocamentos na direo X x Altura da edificao para a estrutura
de 30 pavimentos e contraventamentos em vos adjacentes
- Figura IV.35 - Deslocamentos na direo Y x Altura da edificao para a estrutura
de 50 pavimentos e contraventamentos em vos adjacentes
- Figura IV.36 - Deslocamentos na direo X x Altura da edificao para a estrutura
de 50 pavimentos e contraventamentos em vos adjacentes
- Figura IV.37 - Deslocamentos na direo "Y" x Altura da edificao de 30 pavimentos
para os diferentes posicionamentos dos contraventamentos
- Figura IV.38 - Deslocamentos na direo "X" x Altura da edificao de 30 pavimentos
para os diferentes posicionamentos dos contraventamentos
- Figura IV.39 - Deslocamentos na direo "Y" x Altura da edificao de 50 pavimentos
para os diferentes posicionamentos dos contraventamentos
- Figura IV.40 - Deslocamentos na direo "X" x Altura da edificao de 50 pavimentos
para os diferentes posicionamentos dos contraventamentos
- Figura IV.41 - Esquema de propagao do corte horizontal atravs dos pilares
- Figura IV.42 - Consumo de ao por metro quadrado da estrutura de 30 pavimentos
para os diferentes posicionamentos dos contraventamentos
- Figura IV.43 - Consumo de ao por metro quadrado da estrutura de 50 pavimentos para os diferentes posicionamentos dos contraventamentos
- Figura IV.44 - Deslocamentos na direo Y x Altura da edificao para a estrutura
de 30 pavimentos contraventada com duas trelias juntas
- Figura IV.45 - Deslocamentos na direo X x Altura da edificao para a estrutura
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de 30 pavimentos contraventada com duas trelias juntas
- Figura IV.46 - Deslocamentos na direo Y x Altura da edificao para a estrutura
de 50 pavimentos contraventada com duas trelias juntas
- Figura IV.47 - Deslocamentos na direo X x Altura da edificao para a estrutura
de 50 pavimentos contraventada com duas trelias juntas
- Figura IV.48 - Deslocamentos na direo Y x Altura da edificao para a estrutura
de 30 pavimentos contraventada com trelias separadas
- Figura IV.49 - Deslocamentos na direo X x Altura da edificao para a estrutura
de 30 pavimentos contraventada com trelias separadas
- Figura IV.50 - Deslocamentos na direo Y x Altura da edificao para a estrutura
de 50 pavimentos contraventada com trelias separadas
- Figura IV.51 - Deslocamentos na direo X x Altura da edificao para a estrutura
de 50 pavimentos contraventada com trelias separadas
- Figura IV.52 - Deslocamentos na direo Y x Altura da edificao para a estrutura
de 30 pavimentos com contraventamentos interligados
- Figura IV.53 - Deslocamentos na direo X x Altura da edificao para a estrutura
de 30 pavimentos com contraventamentos interligados
- Figura IV.54 - Deslocamentos na direo Y x Altura da edificao para a estrutura
de 50 pavimentos com contraventamentos juntos
- Figura IV.55 - Deslocamentos na direo X x Altura da edificao para a estrutura
de 50 pavimentos com contraventamentos juntos
- Figura IV.56 - Deslocamentos na direo "Y" x Altura da edificao de 30 pavimentos
para as trs diferentes formas de associaes dos contraventamentos
- Figura IV.57 - Deslocamentos na direo "X" x Altura da edificao de 30 pavimentos
para as trs diferentes formas de associaes dos contraventamentos
- Figura IV.58 - Deslocamentos na direo "Y" x Altura da edificao de 50 pavimentos
para as trs diferentes formas de associaes dos contraventamentos
- Figura IV.59 - Deslocamentos na direo "X" x Altura da edificao de 50 pavimentos
para as trs diferentes formas de associaes dos contraventamentos
- Figura IV.60 - Esquema de contraventamentos treliados
- Figura IV.61 - Esquema da deformada de contraventamentos sem e com trelia
horizontal
- Figura IV.62 - Momentos fletores Mx no lineares geomtricos, atuantes no pilar 23,
na estrutura de 50 pavimentos, utilizando contraventamentos interligados
- Figura IV.63 - Consumo comparativo de ao por metro quadrado da estrutura de 30
pavimentos utilizando diferentes associaes de contraventamento
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- Figura IV.64 - Consumo comparativo de ao por metro quadrado da estrutura de 50
pavimentos utilizando diferentes associaes de contraventamento
- Figura IV.65 - Deslocamentos na direo Y x Altura da edificao para a estrutura
com todos os contraventamentos nas fachadas
- Figura IV.66 - Deslocamentos na direo X x Altura da edificao para a estrutura
com todos os contraventamentos nas fachadas
- Figura IV.67 - Deslocamentos na direo Y x Altura da edificao para a estrutura
de 50 pavimentos e com contraventamentos na fachada na direo "X" e internos na
direo "Y"
- Figura IV.68 - Deslocamentos na direo X x Altura da edificao para a estrutura
de 50 pavimentos e com contraventamentos na fachada na direo "X" e internos na
direo "Y"
- Figura IV.69 - Deslocamentos na direo Y x Altura da edificao para a estrutura
de 50 pavimentos com todos os contraventamentos internos
- Figura IV.70 - Deslocamentos na direo X x Altura da edificao para a estrutura
de 50 pavimentos com todos os contraventamentos internos
- Figura IV.71 - Deslocamentos na direo "Y" x Altura da edificao para os diferentes
posicionamentos de contraventamento em relao ao C.G. da estrutura
- Figura IV.72 - Deslocamentos na direo "X" x Altura da edificao para os diferentes
posicionamentos de contraventamento em relao ao C.G. da estrutura
- Figura IV.73 - Consumo de ao por metro quadrado da estrutura de 50 pavimentos
para as diferentes posies de contraventamentos em relao ao C.G da estrutura
- Figura IV.74 - Deslocamentos na direo Y x Altura da edificao para a estrutura
de 50 pavimentos com contraventamentos com um vo de largura
- Figura IV.75 - Deslocamentos na direo X x Altura da edificao para a estrutura
de 50 pavimentos com contraventamentos com um vo de largura
- Figura IV.76 - Deslocamentos na direo Y x Altura da edificao para a estrutura
de 50 pavimentos e contraventamentos com dois vos de largura
- Figura IV.77 - Deslocamentos na direo X x Altura da edificao para a estrutura
de 50 pavimentos e contraventamentos com dois vos de largura
- Figura IV.78 - Deslocamentos na direo Y x Altura da edificao para a estrutura
de 50 pavimentos e contraventamentos com trs vos de largura
- Figura IV.79 - Deslocamentos na direo X x Altura da edificao para a estrutura
de 50 pavimentos e contraventamentos com trs vos de largura
- Figura IV.80 - Deslocamentos na direo "Y" x Altura da edificao de 50 pavimentos
para os diferentes valores de esbeltez
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xiv
- Figura IV.81 - Deslocamentos na direo "X" x Altura da edificao de 50 pavimentos
para os diferentes valores de esbeltez
- Figura IV.82 - Contraventamento em X: momento de inrcia do contraventamento
- Figura IV.83 - Consumo de ao por metro quadrado para a estrutura de 50 pavimentos
utilizando contraventamentos com diferentes valores de esbeltez
- Figura IV.84 - Deslocamentos na direo Y x Altura da edificao para a estrutura
de 30 pavimentos e contraventamentos com pequenos mdulos
- Figura IV.85 - Deslocamentos na direo X x Altura da edificao para a estrutura
de 30 pavimentos e contraventamentos com pequenos mdulos
- Figura IV.86 - Deslocamentos na direo Y x Altura da edificao para a estrutura
de 50 pavimentos e contraventamentos com mdulos pequenos
- Figura IV.87 - Deslocamentos na direo X x Altura da edificao para a estrutura
de 30 pavimentos e contraventamentos com mdulos pequenos
- Figura IV.88 - Deslocamentos na direo Y x Altura da edificao para a estrutura
de 30 pavimentos e contraventamentos com grandes mdulos
- Figura IV.89 - Deslocamentos na direo X x Altura da edificao para a estrutura
de 30 pavimentos e contraventamentos com grandes mdulos
- Figura IV.90 - Deslocamentos na direo Y x Altura da edificao para a estrutura
de 50 pavimentos e contraventamentos com grandes mdulos
- Figura IV.91 - Deslocamentos na direo X x Altura da edificao para a estrutura
de 50 pavimentos e contraventamentos com grandes mdulos
- Figura IV.92 - Deslocamentos na direo "Y" x Altura da edificao de 30 pavimentos
para os diferentes tamanhos dos mdulos
- Figura IV.93 - Deslocamentos na direo "X" x Altura da edificao de 30 pavimentos
para os diferentes tamanhos dos mdulos
- Figura IV.94 - Deslocamentos na direo "Y" x Altura da edificao de 50 pavimentos
para os diferentes tamanhos dos mdulos
- Figura IV.95 - Deslocamentos na direo "X" x Altura da edificao de 50 pavimentos
para os diferentes tamanhos dos mdulos
- Figura IV.96 - Consumo de ao por metro quadrado da estrutura de 30 pavimentos
com contraventamentos de pequenos e grandes mdulos
- Figura IV.97 - Consumo de ao por metro quadrado da estrutura de 50 pavimentos
com contraventamentos de pequenos e grandes mdulos
- Figura IV.98 - Deslocamentos na direo Y x Altura da edificao para a estrutura
de 30 pavimentos utilizando dois contraventamentos juntos
- Figura IV.99 - Deslocamentos na direo X x Altura da edificao para a estrutura
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-
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de 30 pavimentos utilizando dois contraventamentos juntos
- Figura IV.100 - Deslocamentos na direo Y x Altura da edificao para a estrutura
de 50 pavimentos utilizando dois contraventamentos juntos
- Figura IV.101 - Deslocamentos na direo X x Altura da edificao para a estrutura
de 50 pavimentos utilizando contraventamentos juntos
- Figura IV.102 - Deslocamentos na direo Y x Altura da edificao para a estrutura
de 30 pavimentos com dois contraventamentos juntos
- Figura IV.103 - Deslocamentos na direo X x Altura da edificao para a estrutura
de 30 pavimentos com trs contraventamentos juntos
- Figura IV.104 - Deslocamentos na direo Y x Altura da edificao para a estrutura
de 50 pavimentos com trs contraventamentos juntos
- Figura IV.105 - Deslocamentos na direo X x Altura da edificao para a estrutura
de 50 pavimentos com trs contraventamentos juntos
- Figura IV.106 - Deslocamentos na direo Y x Altura da edificao para a estrutura
de 30 pavimentos com contraventamento escalonado
- Figura IV.107 - Deslocamentos na direo X x Altura da edificao para a estrutura
de 30 pavimentos com contraventamento escalonado
- Figura IV.108 - Deslocamentos na direo Y x Altura da edificao para a estrutura
de 50 pavimentos com contraventamento escalonado
- Figura IV.109 - Deslocamentos na direo X x Altura da edificao para a estrutura
de 50 pavimentos com contraventamento escalonado
- Figura IV.110 - Deslocamentos na direo "Y" x Altura da edificao de 30
pavimentos utilizando contraventamentos escalonados e contnuos
- Figura IV.111 - Deslocamentos na direo "X" x Altura da edificao de 30
pavimentos utilizando contraventamentos escalonados e contnuos
- Figura IV.112 - Deslocamentos na direo "Y" x Altura da edificao de 50
pavimentos utilizando contraventamentos escalonados e contnuos
- Figura IV.113 - Deslocamentos na direo "X" x Altura da edificao de 50
pavimentos utilizando contraventamentos escalonados e contnuos
- Figura IV.114 - Consumo de ao por metro quadrado da estrutura de 30 pavimentos
para os diferentes tipos de contraventamento
- Figura IV.115 - Consumo de ao por metro quadrado da estrutura de 50 pavimentos
para os diferentes tipos de contraventamento
- Figura IV.116 - Deslocamentos na direo Y x Altura da edificao para a estrutura
de 30 pavimentos com contraventamentos ao longo de nico vo
- Figura IV.117 - Deslocamentos na direo X x Altura da edificao para a estrutura
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de 30 pavimentos com contraventamentos ao longo de um nico vo
- Figura IV.118 - Deslocamentos na direo Y x Altura da edificao para a estrutura
de 50 pavimentos com contraventamentos ao longo de um nico vo
- Figura IV.119 - Deslocamentos na direo X x Altura da edificao para a estrutura
de 50 pavimentos com contraventamentos ao longo de um nico vo
- Figura IV.120 - Deslocamentos na direo Y x Altura da edificao para a estrutura
de 30 pavimentos com contraventamentos em grande escala
- Figura IV.121 - Deslocamentos na direo X x Altura da edificao para a estrutura
de 30 pavimentos com contraventamentos em grande escala
- Figura IV.122 - Deslocamentos na direo Y x Altura da edificao para a estrutura
de 50 pavimentos com contraventamentos em grande escala
- Figura IV.123 - Deslocamentos na direo X x Altura da edificao para a estrutura
de 50 pavimentos com contraventamentos em grande escala
- Figura IV.124 - Deslocamentos na direo Y x Altura da edificao para a estrutura
de 30 pavimentos com contraventamentos em nico vo e em grande escala
- Figura IV.125 - Deslocamentos na direo X x Altura da edificao para a estrutura
de 30 pavimentos com contraventamentos em nico vo e em grande escala
- Figura IV.126 - Deslocamentos na direo Y x Altura da edificao para a estrutura
de 50 pavimentos com contraventamentos em nico vo e em grande escala
- Figura IV.127 - Deslocamentos na direo X x Altura da edificao para a estrutura
de 50 pavimentos com contraventamentos em nico vo e em grande escala
- Figura IV.128 - Deslocamentos na direo "Y" x Altura da edificao de 30
pavimentos para as trs formas de contraventamento
- Figura IV.129 - Deslocamentos na direo "X" x Altura da edificao de 30
pavimentos para as trs formas de contraventamentos
- Figura IV.130 - Deslocamentos na direo "Y" x Altura da edificao de 50
pavimentos para as trs formas de associaes
- Figura IV.131 - Deslocamentos na direo "X" x Altura da edificao de 50
pavimentos para as trs formas de associaes
- Figura IV.132 - Consumo de ao por metro quadrado da estrutura de 30 pavimentos
para as diferentes formas de posicionamento dos contraventamentos
- Figura IV.133 - Consumo de ao por metro quadrado da estrutura de 50 pavimentos
para as diferentes formas de posicionamento dos contraventamentos
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CAPTULO - I
1.1. OS EDIFCIOS DE ANDARES MLTIPLOS
A construo civil um dos parmetros indicadores do sucesso econmico de
uma nao. Os edifcios elevados esto intimamente relacionados com o crescimento
populacional urbano, sendo a sada natural para a escassez de edificaes. A pequena
disponibilidade de terrenos nas proximidades dos grandes centros urbanos serve como
combustvel engenharia estrutural na conquista pelo topo do mundo.
A histria mostra que o homem, a fim de demonstrar a sua capacidade
tecnolgica ou econmica, sempre estimulou a construo de estruturas de grande
altura. Entre estas estruturas podemos destacar a pirmide de Quops no Egito, que com
sua geometria estaticamente favorvel, chegou a atingir 146,6 metros de altura. Sua
estrutura era praticamente macia, com reduzidas reas teis, j que toda a construo
era utilizada para transmitir seu peso prprio ao cho.
No entanto, s aps o desenvolvimento de materiais mais resistentes e resolvido
o problema do transporte vertical, comearam a surgir os primeiros arranha-cus. Entre
os mais imponentes podemos citar o Empire State, construdo em Nova Iorque no ano
de 1929, com 102 pavimentos e 381m de altura, tornando-se um marco para a poca.
Podemos citar ainda as Torres Sears em Chicago, com seus imponentes 442m, e as
Torres Petronas em Kuala Lampur, atualmente o edifcio mais alto do planeta, com
452m.
O Brasil no ficou fora desta competio. Com os edifcios A Noite e Martinelli,
com 102,0 e 105,65m de altura respectivamente, concludos no final da dcada de 20, o
Brasil chegou a ostentar o recorde mundial de altura para edifcios em concreto armado,
perdendo apenas para os arranha-cus americanos em ao [1].
A tendncia atual aponta para a construo de edifcios cada vez mais altos.
Notcias de que arranha-cus esto sendo projetados aparecem com freqncia,
mostrando que a corrida ao topo do cu parece no ter fim.
Os desafios na construo de edifcios elevados so conhecidos pela engenharia
estrutural atual, mas problemas relativos ao ser humano decorrente do seu isolamento,
da falta de relacionamento e da perda de contato com a vida nas ruas ainda esto por
resolver [2].
-
2
1.2. AS ESTRUTURAS DE AO NO BRASIL
Apesar das inmeras vantagens da construo em ao, nosso pas tem
privilegiado o concreto armado como principal componente das estruturas de suas
edificaes. Este fato nos remete a um exame histrico, com vistas compreenso das
razes de tal direcionamento.
Aquilo que compreendemos como contemporaneidade, tem incio, segundo os
historiadores, no ano de 1789, com a tomada da Bastilha, fortaleza e priso smbolo do
absolutismo de Luiz XVI, e a conseqente irrupo da Revoluo Francesa, marco
divisrio no campo das idias e das cincias sociais.
Segundo CHAU [3], revolues histricas acontecem quando longos e quase
invisveis processos de transformao das relaes econmicas tornam-se visveis em
instantes de fulgurao poltica nos quais reconhecido o advento de uma nova
sociedade como obra de seus prprios sujeitos. A Revoluo Francesa representa o
instante de fulgurao poltica, mas no seio da Revoluo Industrial que se inserem
as transformaes econmicas que modificaram profundamente a sociedade europia
nos sculos XVIII e XIX e cujos efeitos se fizeram sentir de modo ntido na Inglaterra.
Apesar do ferro acompanhar a humanidade desde os tempos primitivos, foi
somente a partir das grandes transformaes no campo material e de bens de produo
ocorridas naquele perodo que se tornou possvel a produo em massa de ao e, como
conseqncia, a construo de mquinas e equipamentos em grande escala. A inveno
da mquina a vapor pelo ingls James Watt, em 1776, revoluciona a produo com o
acionamento de mquinas e equipamentos.
Tanto a moderna siderurgia como a mquina a vapor, possuem como principal
combustvel a hulha, ou seja, o carvo mineral, fonte poderosa de energia que passa a
dominar a civilizao. At ento a produo do ferro se dava com a queima do minrio
atravs do carvo vegetal. Em 1558 com a proibio pela Rainha Elizabeth I do uso do
carvo vegetal na produo de ao, surgiu em 1648 a idia de se queimar carvo
mineral, produto extremamente abundante quela poca na Inglaterra. A princpio a
hulha no se prestou para a produo de ferro. Quase um sculo depois se consegue
destilar a hulha resultando da o coque, um material de alto poder calorfico. No entanto,
apenas em 1750 que Abraham Derby II consegue industrializar o processo, dando incio
produo do ferro e ao em escala industrial.
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3
A partir desta poca os pases desprovidos de depsitos de hulha,
permaneceriam margem da civilizao industrial.
Os Estados Unidos, ainda dominados pela Inglaterra, possuam grandes jazidas
de hulha da melhor qualidade e, em 1853, com instalao do primeiro alto forno a coque
naquele pas a industrializao se expande rapidamente. Comea a surgir a partir da, na
segunda metade do sculo XIX, a grande potncia industrial que dominaria o mundo no
sculo XX.
O Brasil por no possuir hulha de boa qualidade, aliado a uma poltica
exploratria portuguesa, no conseguiu entrar no rol das naes industrializadas,
permanecendo como nao essencialmente agrcola.
A cincia da construo, baseada, claro, na matemtica e nas leis da mecnica,
evoluiu rapidamente desde o fim da Idade Mdia. Hooke, Bernoulli, Coulomb, Navier
so apenas alguns dos grandes nomes que impulsionaram a moderna engenharia das
construes.
Com a moderna siderurgia o ferro passa a se incorporar arte da construo. A
pedra, a madeira e o tijolo passam a contar com este novo material, rgido e verstil,
revolucionando as tcnicas construtivas.
Entre 1777 e 1779, foi construda a primeira estrutura metlica da histria, uma
ponte sobre o rio Severn, na cidade de Coalbrookdale, na Inglaterra. Sua estrutura
possua mais de 300 toneladas de ferro.
Como j se havia dito, o Brasil teve seu processo de industrializao retardado
por, entre outros motivos, no possuir hulha de boa qualidade. A coroa portuguesa
desenvolveu esforos nesse sentido, mas no obteve sucesso. Em 1590, Afonso
Sardinha instala dois engenhos de ferro na Capitania de So Vicente, mas no logrou
xito. Em 1682 e 1689 duas novas tentativas de produzir ferro custeadas pelo Rei
D.Pedro II de Portugal fracassaram. S em 1891, com o avano da qumica se descobre
que o motivo pelos sucessivos fracassos a m qualidade do carvo, que dificultava a
sua fuso.
S em 1943 com a instalao da usina siderrgica de Volta Redonda, que
trabalhava com 70% de carvo mineral importado e 30% nacional, que finalmente o
pas ingressa na civilizao do ao.
Esse atraso na siderurgia concorre para a valorizao do concreto armado, que
surgiu em 1850 como soluo para a habitao vertical no Brasil.
-
4
Em 1913, se instala no Brasil a firma Wayss & Freytag, especializada em
concreto armado e uma das maiores construtoras do mundo. O concreto armado, ento,
comea a ganhar espao nacional. Em 1912, Hyplipo Gustavo Pujoul Jnior, se prope
a erigir o primeiro arranha cu do Brasil, um prdio de oito andares em So Paulo, com
estrutura de concreto armado. A obra se desenvolve de 1913 a 1916, nascendo ento o
Edifcio Guinle (figura - I.1).
Figura I.1 - Edifcio Guinle em So Paulo
A partir da dcada de 1920, comearam a surgir os primeiros prdios no Brasil,
em geral com seis pavimentos e com suas fachadas ricamente trabalhadas em relevo. O
problema do transporte vertical j havia sido resolvido com a inveno do elevador em
Nova York no ano de 1857, por E. G. Otis.
Paralelamente, as melhorias nas condies de vida aceleraram um crescimento
populacional nas cidades. Em So Paulo o ndice demogrfico passa de 80.000
habitantes em 1896 para 200.000 em 1907, provocando o deslocamento das pessoas da
regio central. Nessa poca havia cerca de 39100 habitaes em So Paulo, mas apenas
159 possuam mais de dois andares [4]. J naquele tempo se iniciavam as primeiras
preocupaes com o custo dos terrenos, e nascia, ento, a necessidade de edificaes de
mltiplos andares.
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5
O atraso na produo de ao, aliado a uma abundante mo-de-obra barata e
desprovida de maiores qualificaes, acaba contribuindo para que o Brasil
desenvolvesse uma forte tradio na construo de edificaes de andares mltiplos
estruturadas em concreto armado, ao contrrio, por exemplo, dos Estados Unidos que,
devido abundante produo de ao, direcionou sua atividade construtiva para
edificaes estruturadas com esse material. Apesar destes inconvenientes, com o
processo de industrializao da construo civil e com o aumento dos custos referentes
mo-de-obra o ao surge como importante alternativa em nosso pas.
1.3. MOTIVAO DO TRABALHO
A tendncia atual dos grandes centros urbanos que os edifcios sejam cada vez
mais altos e esbeltos, em decorrncia de vrios fatores como: terrenos caros e escassos,
infra-estrutura urbana localizada, proximidade dos grandes centros comerciais, etc.
Sabemos que a definio de edifcio alto no pose ser universalmente aplicada.
Como explica TARANATH [5], uma edificao pode ser chamada de alta para uma
determinada regio, como Recife, mas pode ser de mdia ou at mesmo baixa altura se
comparada com as edificaes existentes em Chicago ou Nova Iorque.
Com a evoluo da engenharia estrutural, o aumento do custo com a mo-de-
obra e o encarecimento do valor dos terrenos prximos aos centros urbanos, natural
que as estruturas tambm sofram um processo de mudana. Na dinmica de
transformao das estruturas, algumas alteraes podem ser observadas, como a reduo
na quantidade de pilares, aumento no nmero de pavimentos e alterao no sistema de
vedao vertical, que deixa de ser a alvenaria, a qual proporcionava grande contribuio
rigidez da estrutura, passando-se a utilizar divisrias leves e pouco rgidas. Estas
mudanas cada vez mais solicitam das estruturas melhores sistemas de
contraventamento.
Na cidade do Recife, a altura mdia das edificaes consideradas como altas
passaram de 15 a 20 pavimentos nas dcadas de 1970 e 1980 para 30 a 50 pavimentos
atualmente. O sistema estrutural aporticado, comumente utilizado nas estruturas de
concreto armado da nossa regio, torna-se pouco eficiente medida que aumenta a
quantidade de pavimentos e sua esbeltez.
Tendo em vista a grande utilizao das estruturas de ao nos pases de primeiro
mundo e sua boa aplicabilidade para edifcios de grande altura, resolveu-se neste
-
6
trabalho estudar as edificaes de andares mltiplos de ao na faixa dos 30 aos 50
pavimentos, em especial a eficincia do seu sistema de contraventamento.
Edifcios em ao so pouco difundidos no Brasil, sendo o Concreto de Alto
Desempenho a sada quase que automtica quando se pretende atingir maiores alturas.
Como se sabe, muitas vantagens tambm podem ser obtidas com as edificaes em ao,
especialmente no que se refere s estruturas para edifcios altos. Dentre as vantagens
obtidas com a utilizao do ao como principal componente das estruturas podemos
citar o menor prazo de execuo, maior aproveitamento em rea til, liberdade no
projeto de arquitetura, alvio nas cargas das fundaes, preciso construtiva, antecipao
do ganho, compatibilidade com outros materiais, racionalizao de materiais e mo-de-
obra, organizao do canteiro de obras e garantia de qualidade.
O ao um dos materiais estruturais com caractersticas mais bem definidas;
sendo praticamente isotrpico, as teorias de clculo aplicam-se a ele com bom grau de
exatido.
Os edifcios altos estruturados em ao, devido ao seu menor peso e s suas
ligaes geralmente rotuladas, esto bem mais susceptveis aos carregamentos laterais
necessitando, por esta razo, de um eficaz sistema de contraventamento. A fim de se
atender demanda de edifcios altos em ao, diversos estudos foram e vm sendo
desenvolvidos visando obteno de sistemas eficientes de resistncia a cargas laterais.
A ao do vento sobre as estruturas sempre foi fonte de preocupao para os
profissionais da engenharia estrutural, pois medida que a edificao adquire altura o
efeito do vento torna-se determinante na escolha do sistema estrutural.
Segundo o estudo de MARGARIDO [6], para edificaes de 30 a 45 pavimentos
o sistema estrutural de resistncia a cargas laterais mais indicado o contraventamento
com trelias. SALES [7], lembra que, em qualquer caso, um contraventamento em ao
, na maioria dos projetos, a soluo mais econmica para dar estabilidade a uma
edificao.
Na concepo de um sistema de resistncia a cargas laterais deve haver no
apenas a preocupao com a segurana e a estabilidade da estrutura, mas tambm com o
conforto dos ocupantes quanto s vibraes e a integridade dos elementos no
estruturais. Este tipo de preocupao se faz necessrio devido ao risco de danos
materiais como, por exemplo, trincas em alvenarias, mau funcionamento de elevadores,
vazamentos em tubulaes, entre outros.
-
7
1.4. OBJETIVO
Tendo em vista a evoluo na quantidade de pavimentos sofrida pelas
edificaes na regio de Recife, o presente trabalho tem como objetivo geral estudar
alguns aspectos relacionados aos edifcios de andares mltiplos em ao para a faixa de
altura, entre 30 e 50 pavimentos. Dentre estes aspectos podemos citar o campo de
aplicao para as estruturas deste porte, os sistemas estruturais mais comumente
utilizados, os sistemas de vedao mais adequados, etc.
O objetivo especfico deste trabalho realizar um estudo comparativo da
eficincia dos sistemas de contraventamento formados por septos treliados, sob
diversos aspectos, apresentando solues orientadoras para aqueles que venham a fazer
uso deste tipo de sistema de resistncia a cargas laterais.
1.5. CONTEDO
No captulo I foi realizado um breve histrico acerca da evoluo do ao no
Brasil, foram descritas as motivaes que levaram a realizar este trabalho e
apresentados os seus objetivos.
No captulo II foi realizada uma reviso bibliogrfica acerca dos sistemas de
contraventamento para as edificaes em ao, alm de uma reviso bibliogrfica mais
especfica abordando os contraventamentos treliados.
No captulo III so apresentados os modelos de discretizao propostos para os
edifcios, suas caractersticas, as aes consideradas, a modelagem dos elementos
estruturais, alm de consideraes acerca da anlise e do comportamento da estrutura.
No captulo IV so apresentados os resultados obtidos das diversas anlises
realizadas.
No captulo V, so apresentadas as concluses oriundas das anlises efetuadas
alm de algumas sugestes para futuros trabalhos.
Nos apndices 1 e 2 so apresentados dois programas computacionais
elaborados para o clculo das vigas mistas ao/concreto e de pilares submetidos flexo-
compresso respectivamente.
No apndice 3 esto apresentadas todas as tabelas resultantes das anlises das
estruturas apresentadas neste trabalho.
-
8
CAPTULO - II
2.1. SISTEMAS ESTRUTURAIS PARA EDIFCIOS EM AO
De maneira simplificada podemos dizer que a estrutura de um edifcio alto em
ao composta por pilares, vigas, lajes e pelos sistemas de contraventamento.
associao destes elementos para a formao de uma edificao damos o nome de
sistema estrutural. A funo do sistema estrutural de um edifcio de resistir s foras
laterais, gravitacionais e demais aes para as quais a obra se destina, de forma segura e
to econmica quanto possvel.
Do ponto de vista da engenharia de estruturas, a escolha do sistema estrutural de
um edifcio alto deveria envolver apenas aspectos relacionados seleo e ao arranjo
dos elementos estruturais destinados a resistir aos esforos verticais e horizontais. No
entanto, os sistemas estruturais para edifcios altos so fortemente influenciados por
uma gama de fatores, nem todos de cunho estrutural. Dentre estes fatores podemos citar
o mtodo construtivo, o tratamento arquitetnico, os sistemas de instalaes prediais, a
natureza e a intensidade do carregamento horizontal, a altura e a esbeltez do edifcio,
entre outros. Sabe-se que quanto mais alto e esbelto um edifcio, maior a importncia
dos fatores estruturais, com a necessidade de uma escolha mais apropriada da forma
estrutural.
Edifcios de andares mltiplos projetados para uma mesma finalidade, pode ter
sua eficincia estrutural comparada a grosso modo em funo do peso da estrutura por
unidade de rea de pavimento. Em edifcios usuais de at 10 pavimentos, que no sejam
particularmente esbeltos, o peso do pavimento fortemente influenciado pelos vos do
pavimento, enquanto o peso das colunas aproximadamente proporcional altura do
edifcio. Para edifcios com mais de 10 pavimentos, a quantidade adicional de material
requerido para a resistncia dos esforos laterais, aumenta de forma no-linear com a
sua altura, de modo que para edifcios com cerca de 50 pavimentos a seleo de um
sistema estrutural adequado pode ser decisiva para a economia e viabilidade da
edificao [9].
Outro importante parmetro que afeta a escolha do sistema estrutural o tipo de
ocupao que o edifcio ter, a saber:
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- edifcios residenciais
- edifcios comerciais
- edifcios de uso misto
- edifcios garagem
Edifcios comerciais modernos possuem grandes reas livres de pilares no
pavimento, para que possam ser subdivididas com divisrias leves formando escritrios.
Desse modo os componentes verticais principais da estrutura so organizados, dentro do
possvel, claro, ao longo do permetro da edificao, e interiormente, ao redor dos
elevadores e reas de servio. Os sistemas de servio so distribudos horizontalmente
em cada nvel e ficam escondidos em forros nos tetos. O espao extra requerido para
tanto causa um aumento na altura mdia do p-direito dos andares.
Em hotis ou edifcios de apartamentos as acomodaes so geralmente
dispostas repetitivamente ao longo dos pavimentos. Os sistemas de servio podem ser
distribudos verticalmente, em colunas adjacentes s paredes. Desta forma torna-se
desnecessrio uma altura maior para o pavimento, e a laje de piso de um pavimento
funciona como laje de coberta para o pavimento inferior.
Edifcios garagem onde a necessidade de um p-direito de pequena altura fator
fundamental para facilitar a circulao vertical dos veculos conduzem a edifcios de
menor altura quando comparado aos edifcios residenciais e comerciais de mesmo
nmero de pavimentos.
Podemos ento perceber que a altura de um edifcio comercial de 50 pavimentos
significativamente superior altura de um edifcio residencial de 50 pavimentos, que
por sua vez superior altura de um edifcio garagem de mesmo nmero de
pavimentos.
Com respeito ao carregamento lateral, um edifcio uma espcie de balano
vertical. Este balano vertical pode incluir um ou mais balanos agindo
individualmente, como as paredes estruturais, todas fletindo harmoniosamente pela
rigidez do plano horizontal das lajes de piso. Alternativamente os sistemas estruturais
podem trabalhar atravs da unio de vigas e pilares formando prticos. Estes vrios
sistemas bsicos podem ter sua rigidez lateral aumentada caso estes sistemas bsicos
tenham caractersticas diferentes de deslocamento livre.
indiscutvel o papel do ao estrutural na histria dos edifcios altos.
Apropriado para vrias alturas de edificao, este material devido a sua alta resistncia
-
10
um dos mais utilizados para a construo dos arranha-cus. Permite a possibilidade de
maiores vos de vigamento e, devido a sua pr-fabricao, proporciona execuo mais
rpida.
Descreveremos a seguir alguns sistemas estruturais usuais em edifcios de
andares mltiplos.
2.2. PRINCIPAIS SISTEMAS ESTRUTURAIS PARA EDIFCIOS DE
ANDARES MLTIPLOS
Em meio aos diversos tipos de sistemas estruturais, alguns so mais apropriados
para edifcios conformados em ao, outros para concreto armado, muitos podem ser
utilizados satisfatoriamente para qualquer material, e alguns exigem a combinao de
ao e concreto na mesma estrutura.
Dentre os sistemas estruturais mais utilizados em edifcios de andares mltiplos,
podemos citar os seguintes:
2.2.1. ESTRUTURAS CONTRAVENTADAS
Diversas so as maneiras de se contraventar uma estrutura de edifcio para
resistir s cargas laterais. No entanto, o termo estrutura contraventada aplicado para
se referir quelas estruturas que utilizam sistemas treliados como a tcnica primeira de
contraventamento, para garantir a estabilidade lateral da edificao.
Figura II.1 - Fbrica de Chocolate sobre o Rio Marne [7]
-
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Recomendaes para se obter uma estrutura realmente eficiente com a utilizao
de diagonais, j constavam em publicaes do ano de 1890 [7]. Neste sentido podemos
citar o edifcio de uma fbrica de chocolate, uma das obras mais antigas a utilizar o
contraventamento treliado, sendo construdo sobre quatro pilares de uma antiga ponte
sobre o rio Marne, nos arredores de Paris, no ano de 1872 (figura II.1). As estruturas
contraventadas sero tratadas com mais detalhe no captulo 2.3.
2.2.2. ESTRUTURA DE PRTICOS RGIDOS
Este sistema estrutural bastante conhecido e seu estudo parte integrante do
currculo de qualquer curso de graduao de engenharia. Prticos rgidos consistem em
vigas e pilares convenientemente dispostos, unidos atravs de conexes resistentes a
momentos. Desta forma, a rigidez lateral do chamado prtico rgido depende
diretamente da resistncia ao momento fletor das vigas, das colunas e de suas ligaes.
No Brasil este sistema estrutural utilizado na maioria dos edifcios em concreto
armado, e sua vantagem principal se encontra no seu arranjo retangular aberto, o que
permite grande liberdade arquitetnica. Os prticos rgidos so mais interessantes para
edifcios em concreto armado devido rigidez inerente s suas conexes. No entanto,
prticos rgidos podem ser uma boa opo para edifcios em ao que no sejam muito
altos ou particularmente esbeltos. Para construes com cerca de quatro pavimentos este
sistema estrutural bastante empregado. Nestes casos, a maioria das construes no
possui elevadores, o que dificultaria a criao de ncleos rgidos, quer com
contraventamentos quer com paredes de concreto.
Uma das desvantagens na utilizao do sistema aporticado para estruturas
metlicas, encontra-se no alto custo das conexes resistentes a momentos (figura II.2).
Outra desvantagem que as dimenses das colunas e das vigas de um determinado
pavimento so influenciadas diretamente pela magnitude do carregamento de corte
externo naquele nvel da estrutura, aumentando na proporo de sua aproximao com a
base. Por conseguinte, os pavimentos tipo destas estruturas nem sempre podem ser
repetidos ao longo da altura da edificao, trazendo um prejuzo particular para as
edificaes em ao, que visa racionalizao do processo construtivo atravs de uma
maior quantidade de peas repetidas.
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Figura II.2 - Detalhe das ligaes momento resistentes das estruturas de prticos rgidos
2.2.3. ESTRUTURA COM NCLEOS OU PAREDES ESTRUTURAIS:
Este sistema estrutural consiste na utilizao de grandes ncleos de concreto
com rigidez bastante considervel, trabalhando isoladamente ou em conjunto com os
prticos rgidos da estrutura. As paredes ou os ncleos so geralmente formados pelos
poos de elevadores e escadas. Este conceito tem sido utilizado com muita freqncia
nos ltimos anos para edifcios na faixa de 20 a 35 pavimentos. Situaes bastante
econmicas podem ser criadas quando o projeto arquitetnico se desenvolve nutrindo,
desde o incio, a preocupao com a disposio dos ncleos e das paredes estruturais.
Os ncleos de concreto, devido grande rigidez lateral, possibilitam a
construo de edifcios de grande altura at mesmo quando a contribuio do prtico
pequena, como no caso de edifcios que utilizam lajes cogumelo.
Os ncleos de concreto comportam-se essencialmente como vigas em balano
engastadas na fundao, deformando-se numa configurao predominantemente de
flexo com pequena contribuio do modo de corte. Este comportamento limita o seu
campo de aplicao, haja vista que o deslocamento lateral mximo no topo, nestes
casos, funo cbica da altura [8]. Quando as paredes estruturais so combinadas com
prticos rgidos o resultado bastante interessante. Os prticos de concreto tendem a se
deformar numa configurao de corte, e sua utilizao conjunta com os ncleos de
concreto resulta numa proveitosa interao fazendo com que ambos possuam uma
deformao comum (figura II.3). Esta interao tem como resultado uma estrutura mais
rgida com menores deslocamentos, especialmente no topo da estrutura. A rigidez
lateral do conjunto superior soma da rigidez isolada dos prticos e das paredes
estruturais, o que torna este tipo de soluo apropriada para edificaes de 40 a 60
pavimentos, bem alm do que aqueles que utilizam apenas prticos rgidos ou ncleos.
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13
Figura II.3 - Interao entre prticos rgidos e ncleos estruturais
Muito embora as paredes estruturais estejam associadas ao material concreto
armado, paredes em ao com espessuras de 10 a 32 milmetros ou ncleos em ao
constitudos de trelias (quadros contraventados) comportam-se de forma semelhante
aos ncleos de concreto armado, com benefcios semelhantes de interao horizontal
quando da associao com os prticos rgidos [9].
Quando da utilizao dos ncleos de concreto com prticos de ao, deve ser
dada especial ateno velocidade de execuo do ncleo, para que no venha a ocorrer
atraso na montagem da estrutura em virtude da espera pela cura do concreto.
Vale a pena lembrar que a eficincia das paredes estruturais em grande parte
afetada pela sua localizao em planta na estrutura. Ncleos dispostos simetricamente
na periferia da edificao tm sua resistncia toro bastante aumentada.
2.2.4. ESTRUTURAS TUBULARES
Neste sistema estrutural as colunas externas e as vigas com pequenos
espaamentos formam um conjunto que funciona como tubo em balano, engastado no
solo. o sistema mais empregado atualmente para prdios de grande altura, acima de 50
pavimentos.
Os prticos sejam eles rgidos ou contraventados, so trazidos para as faces
externas do edifcio, ao longo de toda a altura e todo o permetro, obtendo-se na forma
final um grande tubo altamente resistente flexo e toro.
As cargas gravitacionais so geralmente compartilhadas entre as colunas
interiores e exteriores, enquanto o carregamento lateral absorvido em sua maioria
pelas colunas e vigas situadas no permetro do edifcio. Quando da ao do
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14
carregamento lateral, as paredes externas dos tubos situadas na direo do carregamento
agem como a alma de uma viga, enquanto as paredes perpendiculares ao carregamento
agem como os flanges.
O pequeno espaamento das colunas ao nvel do trreo torna-se inaceitvel, o
que torna bastante comum a adoo de grandes vigas de transio para facilitar as
aberturas (figura II.4).
Figura II.4 - Exemplo de transio em estruturas tubulares [9]
A forma tubular foi desenvolvida originariamente para edifcios de planta
retangular e, provavelmente, seu uso mais eficiente est para edificaes com este
formato [7]. Porm, apropriado para outras disposies em planta, como, por exemplo,
triangulares e circulares.
Embora o sistema tubular tenha sido desenvolvido originariamente para os
edifcios em concreto armado, a sua introduo nos edifcios em ao foi feita por quem
o desenvolveu, no caso o engenheiro Fazlu R. Kan, scio da Skidmore e Associados [7].
O sistema tubular comporta-se satisfatoriamente tanto para estruturas em ao como para
estruturas de concreto.
As estruturas tubulares treliadas so altamente eficientes com potencial para
edificaes ainda mais altas do que as tubulares aporticadas. Este arranjo foi utilizado
pela primeira vez em 1969, no John Hancock Building (figura II.5) em Chicago [9].
Com o treliado de ao as colunas podem possuir maiores espaamentos, permitindo
maiores aberturas de portas e janelas do que em estruturas tubulares convencionais.
Outra vantagem nas estruturas tubulares treliadas que o treliamento contribui na
distribuio da carga gravitacional entre as colunas, transferindo o carregamento axial
das colunas mais solicitadas para as menos solicitadas [9].
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Figura II.5 - Ed. John Hancock Building [9]
2.2.5. ESTRUTURAS COM PAREDES DE CISALHAMENTO:
Nestes casos a rigidez lateral da estrutura garantida atravs de paredes de
concreto armado ou alvenaria, construdas nos vos entre vigas e colunas, em cada
andar (figura II.6).
As paredes podem servir simultaneamente como elementos de vedao e
elementos resistentes a cargas laterais. A sua alta rigidez responsvel pela resistncia
lateral do edifcio. As paredes comportam-se como se fossem as trelias verticais de um
prtico contraventado. Devido rigidez horizontal resultante, paredes de cisalhamento
tornam-se um atraente sistema de resistncia a cargas laterais, do ponto de vista
econmico, para edificaes com at 30 pavimentos de altura.
Diferentemente dos prticos rgidos, as estruturas com paredes de cisalhamento
dificultam a circulao, tornando-se uma soluo mais adequada para edificaes
residenciais e de hotis, onde a repetio dos pavimentos permite a locao mais fcil e
contnua das paredes ao longo da altura da edificao.
O comportamento um tanto complexo destas paredes e a possibilidade de sua
remoo inconsciente por parte do usurio da edificao so fontes de preocupao para
projetistas.
Este sistema conduz a uma estrutura final leve, com as vigas rotuladas nas
colunas, o que permite que o restante da estrutura seja projetado apenas para resistir
carga gravitacional.
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Figura II.6 - Estrutura com paredes de cisalhamento [9]
2.2.6. ESTRUTURAS COM NCLEOS E TRELIAS TRANSVERSAIS OU
OUTRIGGER
Esta forma estrutural bastante eficiente consiste em um ncleo central, seja ele
de concreto armado ou treliado, com trelias horizontais que se conectam s colunas
exteriores. A unio elimina a ao independente do ncleo e do quadro, diminuindo
consideravelmente os deslocamentos horizontais. Quando da ao das cargas laterais, as
rotaes do ncleo so contidas pela trelia horizontal atravs da transferncia de
tenses de trao para as colunas de barlavento, e compresso para as colunas de
sotavento, conforme podemos verificar na figura II.7. Com a utilizao dos outrigger
tem-se um aumento significativo na rigidez lateral da edificao.
As colunas da periferia que no esto conectadas diretamente ao outrigger
podem participar desta ao quando da utilizao de trelias horizontais ou vigas
mestras na fachada ao redor do edifcio.
Figura II.7 - Estrutura com ncleo e trelias transversais [9]
-
17
Embora a utilizao de outrigger traga estrutura um grande aumento na sua
rigidez s cargas laterais, nota-se, porm que esse ganho de rigidez diminui medida
que se acrescenta mais outrigger, de forma que o limite econmico se situa entre quatro
a no mximo cinco trelias [9].
2.2.7. ESTRUTURAS COM SISTEMAS HBRIDOS
Muitos arranjos estruturais previamente descritos so particularmente
satisfatrios para edificaes com formas prismticas, uma vez que podem ser
completamente estruturadas atravs de um nico sistema. No entanto, h de se
considerar que os arquitetos cada vez mais projetam estruturas menos repetitivas e
montonas, e as formas irregulares por eles propostas desafiam a habilidade dos
engenheiros estruturais.
Edifcios de forma no prismtica muitas vezes no se aplicam satisfatoriamente
a uma nica forma de sistema estrutural, tendo ento o engenheiro que improvisar,
desenvolvendo uma soluo satisfatria. Nestes casos pode-se abrir mo da utilizao
de dois ou mais sistemas de resistncia a cargas laterais como podemos observar na
figura II.8.
Figura II.8 - Exemplo de sistema estrutural hbrido composto por tubo aporticado,
ncleo de rigidez e trelias transversais [9]
-
18
Atualmente, com a disponibilidade de potentes computadores e avanados
softwares de anlise, um engenheiro, com um adequado conhecimento, poder
solucionar o sistema estrutural de edifcios com alto grau de irregularidade.
2.3. CONTRAVENTAMENTOS TRELIADOS:
O contraventamento treliado um mtodo altamente eficiente de resistncia aos
esforos horizontais nos sistemas estruturais de edifcios. Pilares, vigas e diagonais so
conectados para que o conjunto forme uma espcie de trelia vertical em balano. As
diagonais e as vigas agem como a malha da trelia enquanto os pilares os seus banzos.
As estruturas contraventadas possuem um comportamento bem mais eficiente
em relao s estruturas puramente aporticadas devido eliminao dos momentos nas
ligaes entre vigas e colunas. Esta eliminao dos momentos conseguida atravs da
insero de barras diagonais no interior dos quadros aporticados. Desta maneira o corte
devido carga lateral absorvido primeiramente pelas diagonais e no mais pelas vigas.
Todos os elementos que formam este treliamento praticamente ficam sujeitos apenas a
esforos axiais, o que torna este sistema estrutural particularmente eficiente. Esta
eficincia pode ser explicada pelo fato de as barras trabalharem predominantemente sob
esforos axiais de trao e compresso, bem mais favorveis que, por exemplo, os
esforos de flexo, resultando em elementos estruturais de menores dimenses, e com
adequada rigidez ao corte horizontal.
Este sistema de resistncia a cargas laterais quando utilizado em edifcios em
conjunto com diafragmas horizontais, geralmente formados pelas lajes, torna-se uma
soluo bastante atraente em termos de custo. MELO NETO [30] explica que os
contraventamentos em trelia so os mais econmicos e eficazes sistemas de resistncia
a cargas laterais, desde que no haja conflito com a disposio dos espaos internos do
edifcio.
2.3.1- TIPOS DE CONTRAVENTAMENTO:
Qualquer configurao racional de contraventamento pode ser utilizada para
sistemas de contraventamento treliado [5]. Em geral se o ao for a possvel soluo
para a estrutura de um edifcio de andares mltiplos, possivelmente o sistema de
resistncia a cargas laterais pode ser um contraventamento treliado.
-
19
Os contraventamentos treliados podem ser extremamente obstrutivos para a
arquitetura embaraando a organizao interna dos espaos e da circulao. Desta
maneira, estes sistemas devem ser posicionados de modo a causar o mnimo de
obstruo enquanto satisfaz suas funes estruturais. Como se v, a seleo do tipo de
contraventamento no apenas funo da rigidez requerida, mas tambm
freqentemente influenciado pela disponibilidade de vos que no venham a obstruir a
circulao interior do edifcio.
Devido a requisitos arquitetnicos, algumas vezes h apenas alguns poucos vos
ao redor dos elevadores e dependncias de servio que so passveis de
contraventamentos. Em algumas ocasies pode ser possvel contraventar maiores
pores do edifcio sem comprometer a arquitetura. Uma extrapolao destes sistemas
treliados, quando o contraventamento empacota o exterior do edifcio, d origem a um
sistema tridimensional muito eficiente comumente conhecido como sistema tubular
contraventado.
Algumas vezes o tipo de contraventamento tem que ser escolhido primeiramente
visando a abertura dos vos, em sacrifcio da eficincia na resistncia dos esforos
laterais. Em edifcios de baixa e mdia altura, e que no so particularmente esbeltos,
geralmente possvel para o engenheiro posicionar o sistema de contraventamento sem
que o arquiteto tenha que consider-lo durante a fase de projeto. Em edifcios esbeltos
de mdia altura e em edifcios verdadeiramente altos, a localizao do sistema de
contraventamento ganha fundamental importncia, sendo realmente determinante na
viabilidade da estrutura.
Os mais eficientes, mas tambm mais obstrutivos tipos de contraventamento, so
aqueles que formam trelias verticais com tringulos totais em cada tramo [9]. Estes
incluem o treliamento com diagonais simples, treliamento em X, em V e V
invertido (figura II.9). Estes treliamentos devido ao seu alto grau de obstruo so
posicionados onde a circulao no requerida, como por exemplo, nos poos de
elevadores e reas de servio e fachadas.
-
20
(a) (b) (c) (d) (e) (f)
Figura II.9 - Contraventamento de tringulos totais
Outros tipos de contraventamentos, menos obstrutivos, que permitem a abertura
de portas e janelas, so aqueles em que o treliamento no forma tringulos completos,
tambm conhecido como contraventamentos excntricos, e que devido a essa
excentricidade respondem ao carregamento lateral com momentos nas barras (figura
II.10).
Em um sistema de contraventamento excntrico as conexes das diagonais so
deliberadamente afastadas das conexes entre as vigas e as colunas. Este sistema,
embora originalmente concebido para satisfazer os requisitos de ductibilidade em zonas
ssmicas, pode convenientemente ser empregado em aplicaes no ssmicas [9].
Mantendo-se as conexes entre diagonais e vigas prximo s colunas, a rigidez do
sistema pode ser feita muito prxima de um contraventamento concntrico.
Geralmente estes contraventamentos so menos rgidos aos esforos laterais e,
conseqentemente, menos eficientes em relao queles formados por tringulos
completos, onde a estrutura responde aos carregamentos laterais apenas com esforos
axiais em seus membros.
(a) (b) (c) (d) (e) (f)
Figura II.10 - Contraventamento de tringulos parciais
Uma vantagem adicional na utilizao de contraventamentos com painis
formados por tringulos totais que o momento fletor e o esforo cortante nas vigas e
-
21
lajes no so influenciados significativamente pelo esforo lateral atuante na estrutura.
Diante disto, as vigas e lajes de um pavimento que, neste caso, so projetadas para
resistir apenas carga gravitacional, pode ser repetida atravs da altura da edificao
com economia no projeto e na construo.
Nos sistemas de contraventamento cujas diagonais conectam-se s vigas a uma
grande distncia dos seus extremos (figura II.9.d e II.9.e) a viga pode ser projetada
como contnua atravs da conexo diminuindo assim o custo com ligaes. Segundo
SMITH e COULL [9] os mais vantajosos tipos de contraventamento so aqueles que
possuem algum dos seus extremos conectados em vigas relativamente flexveis
verticalmente, no atraindo desta forma significante esforos quando do encurtamento
das colunas.
Como dito anteriormente, os contraventamentos que no formam tringulos
cheios podem ser usados para projetar estruturas dcteis, mais interessantes em
regies suscetveis a sismos. A rara ocorrncia de efeitos ssmicos em nosso territrio
fez com que estes tipos de sistemas de contraventamento no sejam objeto do nosso
estudo.
Encontrar um eficiente e econmico sistema de contraventamento para um
edifcio alto representa para o engenheiro estrutural uma excelente oportunidade para
utilizar inovadores conceitos de projeto. Entretanto, disponibilidade de larguras
apropriadas para contraventamentos treliados freqentemente uma considerao
bastante rara. Como um guia preliminar, uma relao altura-largura entre 8 e 10
considerada razovel para se obter um contraventamento eficiente [9]. Achar espaos
para as tais larguras timas de contraventamento, sem entrar em conflito com o
planejamento arquitetnico, pode nem sempre ser possvel, forando o engenheiro
estrutural a usar sistemas de contraventamento menos timos.
2.3.3. UTILIZAO DE CONTRAVENTAMENTOS DE GRANDES MDULOS
Outra soluo de contraventamento muito utilizada e bastante eficiente a
adoo de treliamentos em grande escala ou em grandes mdulos. Esta soluo
consiste em utilizar trelias cujos mdulos englobam dois ou mais andares da edificao
(figura II.11).
-
22
(a) (b) (c)
Figura II.11 - Contraventamento em grande escala
De acordo com SMITH e COULL [9] durante as ltimas dcadas o aumento da
eficincia dos contraventamentos tem sido obtido com a utilizao das trelias de
grandes mdulos.
Como exemplo de estruturas que utilizam estas trelias podemos citar o edifcio
americano Mercantile Tower, localizado no estado do Missouri, com 35 pavimentos e
um contraventamento formado por quatro trelias com diagonais em V invertido,
englobando trs pavimentos por mdulo (figura II.12.a). Outro exemplo o Alcan
Building, em Chicago com 27 pavimentos, que utiliza trelias com mdulos de seis
pavimentos de altura e treliamento com duplas diagonais (figura II.12.b).
(a) (b)
Figura II.12 - Edifcios Mercantile Tower e Alcan Building [9]
-
23
Vale lembrar que qualquer modelo razovel de contraventamento pode ser
projetado, contanto que o corte provocado pelas foras laterais seja resistido em todos
pavimentos.
2.3.3. COMPORTAMENTO DO CONTRAVENTAMENTO TRELIADO:
O carregamento lateral aos quais as edificaes esto sujeitas so reversveis,
ocasionando nos contraventamentos a alternncia entre esforos de trao e compresso.
Esta alternncia concorre para que as barras que compem os contraventamentos sejam
dimensionadas para suportar o esforo de compresso. Por esta razo, sistemas de
contraventamento com barras de pequeno comprimento podem ser mais interessantes,
devido menor susceptibilidade flambagem por compresso.
A funo dos elementos que compem um contraventamento na resistncia aos
esforos laterais podem ser entendida atravs do caminhamento do corte horizontal
(figura II.13) e das foras gravitacionais (figura II.14) atravs dos pavimentos da
estrutura.
(a) (b) (c)
Figura II.13 - Esquema do caminhamento das cargas horizontais nos elementos dos contraventamentos
Na figura II.13.a as diagonais esto comprimidas e as vigas tracionadas,
ocasionando o encurtamento das diagonais e o alongamento das vigas, dando origem
deformao por corte. Na figura II.13.b, as foras nos contraventamentos conectados
nos extremos de cada barra so equilibradas horizontalmente, com as vigas sujeitas a
um insignificante esforo axial. Na figura II.13.c a metade de cada viga est sujeita
compresso e a outra metade trao. Com a inverso no sentido da fora horizontal
que atua na estrutura as aes e deformaes em cada elemento do contraventamento
sero tambm invertidos.
-
24
O caminhamento das foras gravitacionais de compresso transferidas s
diagonais de contraventamento, enquanto os pilares da estrutura encurtam
verticalmente, podem ser traados similarmente.
(a) (b) (c) (d) Figura II.14 - Esquema do caminhamento das cargas gravitacionais nos elementos dos
contraventamentos
Enquanto as colunas da figura II.14.a e II.14.b encurtam, as diagonais ficam
sujeitas compresso, que podem ser desenvolvidas devido ao efeito de amarrao
provocado pelas vigas. Na figura II.14.d os pontos das vigas onde as diagonais se
encontram no apresentam grandes restries ao deslocamento vertical atravs da
rigidez flexo das colunas. Conseqentemente, as diagonais no atrairo foras
gravitacionais significantes.
2.3.4. COMPORTAMENTO DO CONTRAVENTAMENTO FLEXO:
Sistemas estruturais formados por pilares e vigas formando elementos verticais e
horizontais isolados so estveis apenas para cargas gravitacionais. Estes sistemas
precisam ser contraventados para as cargas laterais. Basicamente so trs as maneiras de
se conseguir isto, a saber:
- atravs de painis de corte,
- atravs de ligaes resistentes a momentos entre as vigas e os pilares,
- atravs de trelias.
A trelia usualmente formada por insero de diagonais em vos retangulares
da estrutura. Se uma diagonal simples for utilizada ela precisa servir a uma funo
dupla: agir trao para combater o esforo lateral em uma direo e agir compresso
para combater o esforo na direo inversa. Devido aos elementos tracionados serem
mais eficientes do que os elementos comprimidos dos contraventamentos, seu projeto
-
25
deve preferencialmente trabalhar com suas diagonais se cruzando. Em qualquer caso o
treliamento gera apenas cargas axiais nas suas barras, e seu comportamento para as
cargas laterais se assemelha ao comportamento de uma estrutura com ncleo rgido.
Um contraventamento submetido flexo comporta-se como uma trelia vertical
em balano. As colunas agem como os banzos conduzindo o momento externo, com
trao nas colunas de barlavento e compresso nas colunas de sotavento. As diagonais e
as vigas agem como a malha da trelia, absorvendo o corte horizontal, com as diagonais
tracionadas ou comprimidas, em funo da direo do carregamento. As vigas so
solicitadas axialmente e em alguns casos a momento fletor tambm.
O efeito de deformao axial das colunas causa na estrutura uma configurao
fletida com a concavidade voltada para sotavento, e deslocamento mximo no topo
(figura II.15.a). O efeito de deformao axial nas diagonais e vigas causa na estrutura
uma configurao de corte, isto , com a concavidade voltada para barlavento e
deslocamentos relativos entre pavimentos mximos na base e zero no topo (figura
II.15.b). O formato final da estrutura um efeito combinado das curvas de flexo e
corte, com uma configurao resultante dependendo da magnitude relativa de cada um
dos efeitos (figura II.15.c).
(a) (b) (c)
Figura II.15 - Configurao de flexo dos contraventamentos treliados [9]
Contraventamentos que so erguidos ao longo de um nico vo (figura II.16.a),
o carregamento horizontal causa trao mxima na base da coluna de barlavento e
compresso na de sotavento. Quanto mais delgada for a trelia formada, maiores sero
-
26
estas a foras de trao e compresso. Dependendo da magnitude das cargas mortas
transferidas para estas colunas, a fora de trao pode ser parcial ou totalmente
suprimida. Relaes entre altura e largura do contraventamento maiores que 10 podem
gerar foras extremamente altas. Este problema pode ser evitado atravs do
posicionamento sucessivo de contraventamentos em diferentes vos (figura II.16.b).
Neste tipo de arranjo a fora axial nas colunas causadas pelo carregamento lateral ser
significativamente menor.
(a) (b)
Figura II.16 - Contraventamento em nico vo e em vrios vos
2.3.5. PLANEJAMENTO DE SISTEMAS DE CONTRAVENTAMENTO
TRELIADOS:
Durante a fase de projeto e de execuo de uma estrutura que utiliza
contraventamentos como o seu sistema estrutural de resistncia aos esforos laterais
deve-se ficar atento s consideraes abaixo apresentadas a fim de que se possa obter
um melhor desempenho com este sistema AMBROSE [10]:
- As diagonais precisam ser posicionadas de modo a no interferir com os
sistemas habitacionais da estrutura ou outras funes do edifcio. Se os
membros de contraventamentos so projetados essencialmente como
membros submetidos a tenses axiais, estes precisam ser executados de
modo a evitar solicitaes diferentes daquelas previstas para seu
funcionamento.
- A reversibilidade da carga lateral precisa ser considerada. Tal considerao
requer que as diagonais sejam projetadas para trao ou compresso. Pode-se
-
27
ainda colocar diagonais redundantes (como um contraventamento em X),
com parte das diagonais trabalhando a trao para a carga atuando em uma
direo e a outra parte trabalhando para cargas na direo inversa.
- Embora elementos diagonais freqentemente funcionem apenas para cargas
laterais, as barras horizontais e verticais precisam ser dimensionadas para as
vrias possibilidades de combinao de cargas laterais e gravitacionais. A
estrutura deve ser analisada para todas as possveis combinaes de
carregamento, e cada elemento precisa ser projetado para uma combinao
crtica que represente a resposta de pico.
- Nas barras longas e esbeltas deve ser considerado o peso prprio causando
flexo.
- As conexes das estruturas treliadas precisam ser apertadas, devendo-se
evitar ligaes que tendem progressivamente a se deformar.
- Para se evitar carregamentos gravitacionais nas diagonais, suas conexes so
algumas vezes executadas apenas aps a estrutura estar pelo menos
parcialmente carregada.
- Na maioria dos casos no necessrio contraventar todos os vos de uma
estrutura. Pode-se contraventar apenas poucos vos ou apenas um nico vo,
ao longo de toda a altura da edificao, com os demais agindo em comboio.
-
28
CAPTULO - III
3.1. DESCRIO DA ESTRUTURA
As edificaes analisadas no presente estudo possuem as mesmas caractersticas
arquitetnicas, diferindo apenas na quantidade de pavimentos, 30 e 50 respectivamente.
Ambas possuem um p-esquerdo de 2,85 metros, o que resulta em uma altura de 85,5 e
142,5 metros cada. A esbeltez das edificaes, ou seja, a relao entre a sua altura e as
dimenses em planta so:
Para a edificao de 30 pavimentos :
x = H / Lx = 85.5 / 28 = 3.053 y = H / Ly = 85.5 / 36 = 2.375
Para a edificao de 50 pavimentos :
x = H / Lx = 142.5 / 28 = 5.089 y = H / Ly = 142.5 / 36 = 3.958
Como pode ser visto na planta baixa esquematizada na figura III.1, a estrutura
formada por pilares regularmente espaados a cada 9m na direo X e a cada 8m na
direo Y, unidos por vigas formando um prtico tridimensional. De acordo com
SALLES [7], os vos econmicos para as vigas metlicas so de 9 a 12 metros para as
principais e de 6 a 9 metros para as secundrias, evitando-se assim grandes dimenses
de lajes. Com base nestas recomendaes as vigas principais foram posicionadas de
modo a coincidir com os pilares, ou seja, com um vo de 8 metros e regularmente
espaadas a cada 9 metros, enquanto as vigas secundrias possuem vos de 9 metros
espaadas a cada 4 metros.
-
29
V-1040
0
P-19 V-7 P-20 P-21 P-22 P-23
400
V-9
V-8
V-11
V-12
V-6
P-14 V-5 P-15 P-16 P-17 P-18
400
P-13P-12P-11V-4
400
400
P-6 V-3 P-7 P-8 P-9 P-10
V-1
400
V-2
P-1 P-2 P-3 P-4 P-5
900 900 900900
Figura III.1 - Planta Baixa do edifcio modelo
3 PAV2 PAV1 PAV
900
12 PAV
4 PAV5 PAV6 PAV7 PAV8 PAV9 PAV10 PAV11 PAV
13 PAV14 PAV15 PAV16 PAV17 PAV18 PAV19 PAV20 PAV21 PAV
900 900 900 800 800 800
22 PAV23 PAV24 PAV25 PAV26 PAV27 PAV28 PAV29 PAV30 PAV
8550X
Z
Y
Z
Figura III.2 - Elevao do edifcio modelo de 30 pavimentos
-
30
Z
1 PAV
10 PAV
6 PAV5 PAV4 PAV3 PAV2 PAV
9 PAV8 PAV7 PAV
15 PAV14 PAV13 PAV
11 PAV12 PAV
19 PAV18 PAV17 PAV16 PAV
900 900 900 900
X
38 PAV
29 PAV
24 PAV23 PAV22 PAV21 PAV20 PAV
27 PAV26 PAV25 PAV
28 PAV
33 PAV32 PAV31 PAV30 PAV
37 PAV36 PAV35 PAV34 PAV
43 PAV42 PAV41 PAV40 PAV39 PAV
47 PAV46 PAV45 PAV44 PAV
50 PAV49 PAV48 PAV
Z
800 800 800
1425
0
Y
Figura III.3 - Elevao do edifcio modelo de 50 pavimentos
3.1.1. DESCRIO DOS CONTRAVENTAMENTOS ANALISADOS
Diversas solues utilizando os contraventamentos treliados foram analisadas
neste trabalho, as quais esto apresentadas a seguir.
-
31
3.1.1.1. Anlise quanto ao tipo do contraventamento
Foram empregados na edificao da figura III.2 os tipos mais usuais de
contraventamentos treliados utilizados nos edifcios estruturados em ao (figura III.4),
a saber:
- Contraventamento em X
- Contraventamento em V
- Contraventamento em V invertido
- Contraventamento com diagonais no mesmo sentido
- Contraventamento com diagonais em sentido contrrio
O comportamento da estrutura para os diversos tipos de treliamento foi
avaliado com base nas suas deformaes, no consumo de ao e nas verificaes de
conforto humano.
Para compor o sistema de contraventamento foram utilizadas dez trelias, sendo
seis na direo Y e quatro na direo X como ilustra a figura III.4.
(d)
800 800 800
(a)800800 800
800
800 800800
( )
800
(b)
800 800
(c)800 800
Figura III.4 - Tipos de treliamento utilizados no contraventamento
-
32
400
V-10
P-20V-7P-19 P-23P-22P-21
400
V-8
V-9
V-12
V-11
V-6
P-18P-17P-16P-15V-5P-14
400
P-11 P-12 P-13V-4
400
400
P-7V-3P-6 P-10P-9P-8
V-1
400
V-2
P-2P-1 P-5P-4P-3
900900 900 900
Contraventamento Contraventamento
ContraventamentoContraventamento
Figura III.5 - Localizao em planta dos sistemas de contraventamento
3.1.1.2. Anlise quanto contribuio dos pilares, das vigas e das diagonais nos
deslocamentos finais da estrutura.
Os deslocamentos finais das estruturas com contraventamentos treliados so
resultantes basicamente das deformaes axiais das barras que fazem parte do sistema
de contraventamento.
A contribuio dos pilares, das vigas e das diagonais no contraventamento da
estrutura foram verificados atravs de incrementos sucessivos na rigidez axial destes
elementos. Foram verificados, tambm, os deslocamentos laterais das estruturas
provocados unicamente pela deformao de cada um destes elementos. Estas anlises
foram realizadas para as estruturas com 30 e 50 pavimentos, sendo utilizado um
contraventamento em X anlogo ao utilizado na figura III.6.a.
-
33
3.1.1.3. Anlise quanto ao posicionamento dos contraventamentos em diferentes
vos ao longo da altura da edificao
Foram realizadas trs modelagens utilizando contraventamentos posicionados de
diferentes formas ao longo da altura da estrutura.
900900 900 900 800 800 800 900 900 900 900 800 800800 900900 900900 800 800 800
(a) (b) (c)
Figura III.6 - Contraventamentos posicionados em diferentes vos
No primeiro caso o sistema de contraventamento foi posicionado ao longo da
altura da edificao atravs de um nico vo (figura III.6.a). No segundo caso o
contraventamento foi posicionado ao longo de trs vos (figura III.6.b). No ltimo caso
o contraventamento foi posicionado diagonalmente ao longo dos vos adjacentes (figura
III.6.c). Estas trs solues foram analisadas para as edificaes com 30 e 50
pavimentos, estando em todos os casos os sistemas de contraventamento posicionados
nas fachadas.
3.1.1.4. Anlise quanto associao dos contraventamentos em linha
Foram analisadas trs situaes para a associao em linha de
contraventamentos. Na primeira modelagem foram empregados dois contraventamentos
posicionados lado a lado (figura III.7.a). Na segunda modelagem os contraventamentos
foram posicionados defasados um do outro (figura III.7.b). Na terceira modelagem,
optou-se por utilizar trs trelias horizontais formando uma espcie de prtico
treliado, de modo a impor uma interao entre os treliamentos (figura III.7.c). Estas
-
34
solues foram empregadas para as edificaes com 30 e 50 pavimentos. No caso da
utilizao das trelias horizontais, estas foram posicionadas nos seguintes pavimentos:
Quadro III.1 - Posio das trelias horizontais
EDIFICIO DE 30 PAVIMENTOS
EDIFICIO DE 50 PAVIMENTOS
1 Trelia horizontal 7 e 8 PAV 13 e 14 PAV
2 Trelia horizontal 15 e 16 PAV 25 e 26 PAV
3 Trelia horizontal 23 e 24 PAV 37 e 38 PAV
A escolha da quantidade de trelias e de seu posicionamento ao longo da altura
da edificao foram baseadas nas recomendaes para estruturas com outrigger.
800 900 900900 900900 800 800 800900 900 900 800 800 800900900 900 900 800 800
(a) (b) (c)
Figura III.7 - Contraventamentos associados em linha
3.1.1.5. Anlise quanto ao posicionamento dos contraventamentos em