estudo comparativo do xintoismo com a religiÃo messiÂnica

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ESTUDO COMPARATIVO DO XINTOÍSMO COM A RELIGIÃO MESSIÂNICA RESUMO: Este estudo tem o objetivo de comparar a religião xintoísta com a religião messiânica que é uma das religiões japonesas que mais crescem no mundo. Esse objetivo deve-se a intrigante religião de filosofia própria e que muitas pessoas, pelo menos no Brasil, comparam com o Kardecismo. No entanto, procurei me aprofundar um pouco mais e notei que não existe nenhuma possibilidade desta religião ser parecida com o Evangelho de Allan Kardec. Até mesmo dentro da igreja para as pessoas que lá chegam e não sabem o que falar, e de repente, para atrair mais adeptos os responsáveis ou dedicantes da igreja Messiânica comparam o Johrei com o passe do Kardecismo. Que na realidade é bem diferente. O Johrei não precisa receber nenhuma entidade para ser ministrado enquanto o passe precisa. O Kardecismo é o Evangelho de Jesus, ou seja, a Bíblia, na religião Messiânica não se usa esse Evangelho e tão pouco fala-se em Jesus a não ser como uma pessoa que veio também com a missão de salvar na Era da Noite e os ensinamentos da religião são os próprios escritos divinos de Mokiti Okada ou Meishu Sama que foi não somente o fundador da Religião assim como é considerado o Messias e Mestre, já estudado anteriormente em outras minhas teses e publicado na Internet. Entretanto, posso afirmar sem nenhuma margem de erro que Mokiti Okada antes de se tornar um ser Divino, ou seja, de Deus te lhe revelado que seria o Construtor da Nova Era de Luz, ele freqüentou durante oito anos a religião Oomotokyo que é uma religião totalmente xintoísta no Japão e quando fundou sua própria religião ele trouxe para estes hábitos, costumes, liturgia, objetos sagrados, amuletos como o Ohikari e muitos ensinamentos dessa religião, inclusive na Religião Oomoto tem um livro chamado Ofudesaki escrito por Nao Deguchi que foi a fundadora da Igreja que era analfabeta, mas psicografada por ela quando esta entrava em transe se dizendo que era o próprio Deus Supremo, ou seja, Kunitokotokachi no Mikoto em japonês que lhe fez as revelações. Esse livro tem mais de 10.000 páginas e atualmente no Brasil essa religião tem o livro traduzido para o português como Revelações Divinas do Fudesaki. Lendo esse livro percebi que tem muitos ensinamentos de Meishu Sama totalmente parecidos, ou seja, com o mesmo significado apenas escrito de maneiras diferentes. OBJETIVO: Entender e conscientizar as pessoas da própria religião que são frutos da maior religião Japonesa no Brasil e por isso até os próprios dirigentes que claramente dizem que a messiânica não é xintoísta, realmente isso é verdade, mas que seus hábitos são iguais ao xintoísmo também é uma grande realidade. FINALIDADE: Por conseguinte, como escrito anteriormente, em função disso, tenho a finalidade de colocar abertamente, sem polêmicas, o Estudo Comparativo da Religião Xintoísta com a Messiânica, para que seus adeptos não sejam iludidos por seus dirigentes que infelizmente ainda não conseguem divulgar a religião corretamente e talvez tenham medo de dizer abertamente aos membros a realidade que Meishu Sama ou Mokiti Okada trouxe da Oomotokyo, por ser menos atraente para os povos ocidentais que ainda não tem uma compreensão maior das religiões orientais e ainda acreditam no Cristianismo e assim não conseguirem adeptos para essa religião. No entanto, ao meu entender tudo aquilo que é mascarado ou escondido faz muito mais mal do que escrever a realidade, porque quando a pessoa que foi iludida perceber esse engano deixa a religião e comenta entre seus familiares que não é uma igreja séria as vezes levando até outras pessoas a deixarem a religião. Assim, passa a denegrir a imagem do Messianismo, por isso, sou a favor de se dizer a realidade, porque aquelas pessoas que se identificam e que já obtiveram graças e milagres na religião não hesitará

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Page 1: ESTUDO COMPARATIVO DO XINTOISMO COM A RELIGIÃO MESSIÂNICA

ESTUDO COMPARATIVO DO XINTOÍSMO COM A RELIGIÃO MESSIÂNICA

RESUMO: Este estudo tem o objetivo de comparar a religião xintoísta com a religião messiânica que é uma das religiões japonesas que mais crescem no mundo. Esse objetivo deve-se a intrigante religião de filosofia própria e que muitas pessoas, pelo menos no Brasil, comparam com o Kardecismo. No entanto, procurei me aprofundar um pouco mais e notei que não existe nenhuma possibilidade desta religião ser parecida com o Evangelho de Allan Kardec. Até mesmo dentro da igreja para as pessoas que lá chegam e não sabem o que falar, e de repente, para atrair mais adeptos os responsáveis ou dedicantes da igreja Messiânica comparam o Johrei com o passe do Kardecismo. Que na realidade é bem diferente. O Johrei não precisa receber nenhuma entidade para ser ministrado enquanto o passe precisa. O Kardecismo é o Evangelho de Jesus, ou seja, a Bíblia, na religião Messiânica não se usa esse Evangelho e tão pouco fala-se em Jesus a não ser como uma pessoa que veio também com a missão de salvar na Era da Noite e os ensinamentos da religião são os próprios escritos divinos de Mokiti Okada ou Meishu Sama que foi não somente o fundador da Religião assim como é considerado o Messias e Mestre, já estudado anteriormente em outras minhas teses e publicado na Internet.

Entretanto, posso afirmar sem nenhuma margem de erro que Mokiti Okada antes de se tornar um ser Divino, ou seja, de Deus te lhe revelado que seria o Construtor da Nova Era de Luz, ele freqüentou durante oito anos a religião Oomotokyo que é uma religião totalmente xintoísta no Japão e quando fundou sua própria religião ele trouxe para estes hábitos, costumes, liturgia, objetos sagrados, amuletos como o Ohikari e muitos ensinamentos dessa religião, inclusive na Religião Oomoto tem um livro chamado Ofudesaki escrito por Nao Deguchi que foi a fundadora da Igreja que era analfabeta, mas psicografada por ela quando esta entrava em transe se dizendo que era o próprio Deus Supremo, ou seja, Kunitokotokachi no Mikoto em japonês que lhe fez as revelações. Esse livro tem mais de 10.000 páginas e atualmente no Brasil essa religião tem o livro traduzido para o português como Revelações Divinas do Fudesaki. Lendo esse livro percebi que tem muitos ensinamentos de Meishu Sama totalmente parecidos, ou seja, com o mesmo significado apenas escrito de maneiras diferentes. OBJETIVO: Entender e conscientizar as pessoas da própria religião que são frutos da maior religião Japonesa no Brasil e por isso até os próprios dirigentes que claramente dizem que a messiânica não é xintoísta, realmente isso é verdade, mas que seus hábitos são iguais ao xintoísmo também é uma grande realidade. FINALIDADE: Por conseguinte, como escrito anteriormente, em função disso, tenho a finalidade de colocar abertamente, sem polêmicas, o Estudo Comparativo da Religião Xintoísta com a Messiânica, para que seus adeptos não sejam iludidos por seus dirigentes que infelizmente ainda não conseguem divulgar a religião corretamente e talvez tenham medo de dizer abertamente aos membros a realidade que Meishu Sama ou Mokiti Okada trouxe da Oomotokyo, por ser menos atraente para os povos ocidentais que ainda não tem uma compreensão maior das religiões orientais e ainda acreditam no Cristianismo e assim não conseguirem adeptos para essa religião.

No entanto, ao meu entender tudo aquilo que é mascarado ou escondido faz muito mais mal do que escrever a realidade, porque quando a pessoa que foi iludida perceber esse engano deixa a religião e comenta entre seus familiares que não é uma igreja séria as vezes levando até outras pessoas a deixarem a religião. Assim, passa a denegrir a imagem do Messianismo, por isso, sou a favor de se dizer a realidade, porque aquelas pessoas que se identificam e que já obtiveram graças e milagres na religião não hesitará

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jamais em deixá-la somente porque a filosofia dela é parecida com o xintoísmo e até algumas tradições parecidas com o budismo.

Assim sendo, descreverei abaixo o que é xintoísmo, seus hábitos, liturgia, costumes e depois escreverei os da religião messiânica e assim os leitores poderão comparar que não existe quase nenhuma diferença entre uma e outra. O QUE É O XINTOÍSMO?

Xinto, ou Kami-no-michi, pode ser traduzido como o Caminho para os Deuses, mas o significado é bem mais amplo. Seria o estudo filosófico do espírito, da essência e da divindade. No caso, divindade pode ter uma forma humana, animal ou qualquer elemento da natureza, como montanhas, rios, trovões, vento, ondas, árvores e pedras. Pode-se dizer que o xintoísmo está bastante ligado à natureza, no sentido de que se propaga a proteção ao meio ambiente, através do culto aos elementos da natureza.

Os textos mais antigos que falam do Japão estão nos livros “Kojiki” e “Nihon Shoki”, escritos nos séculos VII e VIII. Ambos falam do xintoísmo e de seus deuses, explicando a origem do Japão, misturando folclore, lendas e história.

Muitas festividades tradicionais japonesas são do xintoísmo. Por exemplo. Tanabata Matsuri, Hanami, Seijin Shiki e Shichi-go-san.

Calcula-se que haja 119 milhões de praticantes do xintoísmo no Japão. O número é elevado porque os japoneses praticam alguns rituais do budismo em algumas ocasiões (culto aos antepassados, por exemplo), e também praticam determinados rituais do xintoísmo no seu dia-a-dia.

Uma boa fonte de informações sobre o xintoísmo, sua história, seus templos e sua prática, é o livro “Xintoísmo em Mangá”, tudo explicado em forma de histórias em quadrinhos.

(Texto extraído do site Templo Xintoísta do Brasil) O xintoísmo incorpora práticas espirituais derivadas de diversas tradições pré-históricas japonesas,

locais e regionais, porém não surgiu como instituição religiosa formalmente centralizada até a chegada do budismo, confucionismo e daoísmo no país, a partir do século VI. O budismo gradualmente se adaptou, no Japão, à espiritualidade nativa, como por exemplo, na inclusão do kami, componente da crença xintoísta, entre os bodisatvas (bosatsu).

O xintoísmo caracteriza-se pelo culto à natureza, aos ancestrais, e pelo seu politeísmo, com uma forte ênfase na pureza espiritual, e que tem como uma de suas práticas honrarem e celebrar a existência de Kami

(神?), que pode ser definido como "espírito", "essência" ou "divindades", e é associado com múltiplos

formatos compreendidos pelos fieis; em alguns casos apresentam uma forma humana, em outros animísticas, e em outros é associado com forças mais abstratas, "naturais", do mundo (montanhas, rios, relâmpago, vento, ondas, árvores, rochas). Considerado como consistindo de energias e elementos "sagrados", o Kami e as pessoas não são separados, mas existem num mesmo mundo e partilham de sua complexidade interrelacionada. O xintoísmo moderno apresenta uma autoridade teológica central, porém não tem uma teocracia* única. Consiste, atualmente, de uma associação inclusiva de santuários locais, regionais e nacionais de variada significância, em importância e história, que exprimem suas diversas crenças através de práticas e idiomas semelhantes, adotando um estilo semelhante no vestuário, arquitetura e ritual, que data dos períodos Nara e Heian.

Embora qualquer pessoa que pratique algum tipo de ritual xintoísta seja contado como tal. Geralmente aceita-se que a ampla maioria do povo japonês participe de algum tipo de ritual xintoísta, ao mesmo tempo em que a maior parte também pratica o culto budista aos ancestrais. No entanto, ao contrário de muitas das práticas religiosas monoteístas, o xintoísmo e o budismo tipicamente não exigem daqueles que os professam que sejam crentes ou praticantes, o que torna difícil contabilizar cifras exatas com base na auto-identificação com alguma crença, entre os habitantes do país. Devido à natureza sincrética das duas religiões, a maior parte dos eventos relacionadas à "vida" ficam a cargo dos rituais xintoístas, enquanto os eventos relacionados à "morte" ou à "vida após a morte" ficam a cargo dos rituais budistas (embora isto não seja uma regra); assim, é costumeiro, por exemplo, no Japão, registrar uma criança ou celebrar seu nascimento num santuário xintoísta, enquanto os preparativos para um funeral costumam ser ditados pela tradição budista.

(Texto extraído da Internet do site Wikipédia)

Teocracia (do grego Teo: Deus + kratos: governo) é o sistema de governo em que as ações políticas, jurídicas e policiais são submetidas às normas de alguma religião. O poder teocrático pode ser exercido direta ou indiretamente pelos clérigos de uma religião: os governantes, juízes e demais autoridades podem ser os próprios líderes religiosos (tal como foi Justiniano I) ou podem ser cidadãos leigos submetidos ao controle dos clérigos

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HISTÓRIA Breve História do Xintoísmo

Imagine um lugar, um grande vazio, onde existiam apenas o mar e algumas formas indefinidas. Acima desse lugar havia o Takama-no-hara, ou a “Alta Planície do Céu”, onde habitavam os kami (deuses). Foi passeando por uma ponte celestial que um casal de kami olhou para baixo e viu aquele lugar.

Ficaram curiosos e mergulharam uma lança no mar, que respingou água ao ser retirada. As gotas que se desprenderam da lança formaram ilhas. Estas foram as primeiras porções de terra, conforme a mitologia xintoísta

Em seguida, o casal divino fez descer um enorme pilar até aquelas ilhas. Aquele pilar possuía significado mágico, e o kami Izanagui convidou a companheira Izanami a girar-se em torno do mastro, enquanto ele girava em sentido oposto. Depois da primeira volta, encontraram-se, puderam ver seus corpos e se admiraram mutuamente. Daquele encontro, que trouxe muito prazer, nasceram às oito ilhas que formam o Japão, os trinta espíritos majestosos da terra, do mar, das estações, dos ventos, das árvores, das montanhas, dos pântanos e do fogo. Quando Izanami deu a luz o fogo, este queimou as suas entranhas, e ela adoeceu.

Mesmo assim, continuou procriando. Do seu vômito nasceu a argila, a irrigação, o crescimento e a rica alimentação. Izanami acabou falecendo. Izanagui sentiu-se muito só e resolveu buscá-Ia no reino dos mortos. Lá, Izanami estava com o corpo coberto de vermes. Ela se sentiu envergonhada, ficou furiosa, e assumindo o aspecto da Morte, perseguiu Izanagui acompanhada de todos os espíritos infernais. Ao sair do mundo das trevas, ergueu uma rocha, separando a terra do mundo dos mortos. A criação da deusa Sol

Não conseguindo recuperar a esposa morta, Izanagui entregou-se, inicialmente, às purificações do corpo e da mente. Para isso, ele mergulhou o corpo nas águas correntes violentas de um rio, e seu próprio corpo foi dando origem a outros kami. A grande deusa Sol, Amaterasu Omikami nasceu do seu olho esquerdo, do olho direito nasceu o deus Lua, Tsukiyomi-no-Mikoto, e o deus Tempestade, Susano-O-no-Mikoto, de um dos furos do nariz.

Amaterasu era o Sol e por isso iluminava, enquanto seu irmão Susano deveria habitar nas profundezas do mar, onde não havia claridade, mas ele não aceitou e foi punido com o exílio. Amaterasu tentou ajudar o irmão, mas este, revoltado, praticou inúmeras maldades.

Numa delas, Amaterasu ficou apavorada e resolveu se retirar do céu, escondendo-se numa caverna. A escuridão tomou conta de tudo. Veio à tristeza e, sem o Sol, a safra do arroz não mais aconteceu. Mesmo as lamentações não foram capazes de demover Amaterasu de seu auto-exílio. Foi quando milhões de kami reuniram-se diante da caverna, esperando por uma decisão favorável do kami Sol. Eles enfeitaram o local, acenderam fogueiras e conversavam entre si. Para passar o tempo, resolveram fazer uma festa e criaram os instrumentos musicais e até a dança. Oito milhões de kami dançavam e se divertiam na Alta Planície do Céu, quando Amaterasu, intrigada, resolveu espiar. Quando ela abriu a entrada da caverna, se viu refletida num espelho que haviam colocado na frente, e uma corda de palha impediu que ela se escondesse novamente.

Amaterasu voltou a iluminar, enquanto Susano foi castigado, sendo enviando para o arquipélago japonês, o único mundo que existia abaixo da Alta Planície do Céu. O dragão de oito cabeças

No Japão, Susano encontrou um casal de velhos e uma jovem filha numa casa simples. Os velhos choravam por causa de um dragão de oito cabeças, que surgia todo ano para devorar uma de suas filhas, e aquela era a última filha viva. Já estava na época do dragão reaparecer para devorar aquela oitava filha.

Para salvar a jovem, Susano ordenou que se preparasse oito tonéis e colocasse um licor refinado oito vezes. O dragão, cujo corpo se estendia por oito vales e oito colinas, chegou e enfiou cada uma das suas cabeças nos tonéis e ficou bêbado. Nesse momento, Susano sacou sua espada e cortou todas as cabeças do dragão.

Ele construiu um castelo em Izumo e teve oitenta filhos com a jovem que ele salvou. Seus filhos passaram a povoar o país.

Houve muitas guerras entre os kami, todos eles descendentes diretos do tempestuoso Susano. Um desses kami tornou-se o príncipe Kamu-Yamato-Iware-Hiko-no-Mikoto, que passaria a se chamar Jimmu Tenno, o primeiro imperador terrestre. Acredita-se que em linhagem direta, todos os imperadores japoneses seriam descendentes de Jimmu. Essa história, que parece um conto de fadas, está registrado no livro Kojiki, ou “Crônicas das Coisas Antigas”, que é o texto japonês mais antigo sobre o Japão.

Colaborou: Francisco Handa, historiador, para www.culturajaponesa.com.br (transcrição permitida, mas é obrigatório citar a fonte)

(Texto extraído do site Templo Xintoísta do Brasil)

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ALGUNS OBJETOS SAGRADOS Taiko

Anunciar o inicio e o término da cerimônia expulsando energia negativas.

Kagura Suzu

Com o som dos guizos recebemos energias positivas vindas do Deus Amaterasu.

Espelho

Com esta grande energia espiritual purificada, nossas preces serão ouvidas pelo Deus Amaterasu através do espelho, que simboliza um caminho ao Deus Amaterasu.

Pedra Significa tudo que envolve a natureza, os animais e os seres humanos.

Goshiki Proteção contra energias negativas, mastro com galhos de Sakasi ([árvore considerada sagrada) nas portas, 5 faixas (vermelho, verde, amarelo, branco, preto) e uma espada, e outro mastro com Magatama (símbolo da

origem da vida) e um espelho. Sanshu No Shinki (espelho, espada e magatama)

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Oferendas Água, arroz, sal, sakê

ALGUNS AMULETOS

(Fotos retiradas do site Templo Xintoísta do Brasil)

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O QUE É O MESSIANISMO?

O próprio nome já diz Messiânico de Messias. O Messias da Igreja é Mokiti Okada que teve seu nome

modificado para Meishu Sama que quer dizer “Senhor da Luz” após a sua existência em vida ter se convertido a um homem religioso, purificado e com a revelação Divina que Ele seria o Construtor da Humanidade na Era de Luz (sol) que é a atual, já que Cristo teria sido na Era da Noite (Lua).

A religião tem três pilares: Meishu Sama, Johrei e Ensinamentos Meishu Sama como homem que se tornou divino. Johrei é uma palavra japonesa que significa “purificação do espírito” (Joh = purificar, rei = espírito).

Tal purificação ocorre através da canalização da Luz de Deus, pelas palmas das mãos. O Johrei é formado, inicialmente, pela união do espírito do fogo (kasso), com o da água (suisso), que,

passando através de um ministrante (espírito da terra, dosso), transforma-se em uma Luz capaz de curar as doenças e outros infortúnios.

Johrei é o nome dado por Meishu Sama, palavra japonesa que significa “purificação do espírito” (Joh = purificar, rei = espírito). Tal purificação ocorre através da canalização da Luz de Deus, pelas palmas das mãos, após revelação de Deus para Meishu Sama como ele poderia salvar a humanidade.

É importante ressaltar que esse poder advém de Meishu Sama, que recebeu de Deus uma bola de Luz, instalada em seu ventre, cuja fonte é o Nyoi no Tama, poder de Kanzeon Bossatsu, no Mundo Espiritual.

É o método de canalização da infinita energia vital do universo para o aperfeiçoamento espiritual e físico do ser humano, restaurando sua condição original de verdadeira saúde, prosperidade, paz e nobreza de sentimentos.

O Johrei consiste em pendurar ao pescoço uma medalha contendo, em seu interior, um pequeno papel com a palavra Hikari (Luz), escrita por Meishu Sama. A partir daí, os efeitos começam a se manifestar, porque da palavra Hikari se irradiam poderosas ondas de Luz, transmitidas do papel ao corpo do ministrante, que pode, assim, canalizar essa Luz para outra pessoa

E os ensinamentos de Meishu Sama que escreveu para esclarecer aos membros de como pode o ser humano também através deles obter a salvação. Ensinamentos esses, parecidos com os da religião Oomotokyo que foi sua primeira religião desde 1918 a 1926.

A religião também três colunas: Verdade, Bem e Belo. A Verdade é o Johrei (Meishu Sama), é a natureza espiritual do ser humano e do universo, junto com

a força que são os ensinamentos messiânicos com a elevação espiritual. O Bem é o imperativo ético de ser altruísta, amar o próximo, fazer o bem. O Belo é a valorização da beleza na arte e na vida cotidiana, a busca do belo como forma também de elevação espiritual. Uma das formas que o Messianismo usa para elevar as pessoas através do belo é a prática de Ikebana (arranjo floral japonês) e o incentivo das artes através da pintura.

A visão de mundo messiânico é espiritualista e animista. Espiritualista por acreditar que a realidade espiritual é a realidade básica, que vem antes da realidade material, por acreditar que o ser humano é dotado de espírito que sobrevive ao corpo físico e se reencarna. Animista por preconizar a existência de espírito não apenas no ser humano, mas também nos animais, nas plantas, nos minerais, em toda a natureza, enxergando o kami (deus) por toda parte, além dos espíritos de antepassados, espíritos sem luz (força do mal) e espíritos de animais.

Os messiânicos acreditam que o desejo de Meishu Sama que desenvolveu o Plano Divino da Salvação e Construção, segundo a vontade do Alto. Estabeleceu as suas bases e, pouco depois de realizar a sua vinda como Salvador, ascendeu ao Mundo Divino, seguindo o caminho traçado por Deus.

Seu retorno ao Mundo Divino, momento em que Ele iniciou a sua Obra, desvencilhando-se do seu limitante corpo material. Antes de Sua ascensão Meishu Sama afirmou, em diversas ocasiões, que iria emanar Sua luz, manifestar Sua força e trabalhar, do Mundo Divino, e que de lá manifestaria a força absoluta para concretizar o Plano de Deus. Nesse sentido, o que é mais importante para os messiânicos é acreditar firmemente que, nessa fase atual de grandes purificações, Meishu Sama está manifestando, do Mundo Divino, Sua força absoluta, visando à construção de um mundo isento de doença, pobreza e conflito, ou seja, o estabelecimento da verdadeira civilização, através de cada um. É preciso se aprimorar para manter

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sempre o sentimento de que, sem dúvida, Meishu Sama está vivo dentro de cada um dos membros. Ele ensinou: “Não afastem os olhos de mim. Apenas trabalhem empenhando a vida, espelhando-se em mim. Quem consegue realizar o que eu digo e como eu penso, é um herói”. Por isso mesmo, o que se espera é um importante marco é voltar para o espírito com que Meishu Sama instituiu tanto as Igrejas como os Bun-in e Ryoin (Institutos Terapêuticos com leitos para tratamento espiritual e com médicos e enfermeiros atuando paralelamente com a medicina), sem ligação religiosa para que todas as pessoas mesmo de outras religiões pudessem ter o benefício do Johrei. E esse sagrado espírito está contido na Sua proposição “Construção do Mundo da Grandiosa Luz”. Nela Ele expressa claramente os componentes que formarão o novo mundo civilizado e a ordem em que este mundo ideal será construído, e, sobretudo, mostra Sua convicção de que este mundo será concretizado através da força absoluta que Ele manifestará.

A religião messiânica teve sua origem já quando Meishu Sama que não tinha religião ficou intrigado quando o terremoto que foi o marco decisivo para reformular o seu conceito de vida. Estava com a idade de 41 anos e começou a indagar sobre o verdadeiro sentido da existência do ser humano e do destino de cada um em particular e a pensar sobre a possibilidade de salvação das pessoas. Ele, então, finalmente, decidiu a procurar obter algum tipo de resposta na religião e, ao final do ano de 1918, entrou para a Oomotokyo, uma seita do tipo renovação mundial, com uma base sincrética xintoísta fundada em 1892 por Nao Deguchi.

Assim sendo, por ser de formação xintoísta acreditava que cada ser humano que chega a um estado de iluminação total como foi o seu caso, Ele em vida se tornou um “Kami” (Deus vivo, estudado no xintoísmo) e por isso que quando ele retornasse ao mundo Divino também manifestaria sua Força. E realmente as pessoas que são adeptas a essa religião não param de contar seus milagres e graças alcançadas através de Meishu Sama, Johrei e os Ensinamentos.

HISTÓRIA DA FORMAÇÃO DO JAPÃO A história é bem parecida com a do xintoísmo e que teve influência na formação da religião. Conta

Meishu Sama que ele é a essência de Kannon que é uma figura muito apreciada pelos japoneses e Ele acreditava ser o Deus Supremo.

Meishu Sama resumidamente apresentou a história desses bosatsus que são da linha budista do Japão.

1) Mikoto tem duas formas. A primeira corresponde ao ser humano mais elevado e normalmente coloca-se esse título após a morte. A segunda forma de Mikoto é colocada no ser humano, que, em vida, tinha posição e é hierarquicamente superior à primeira forma. Um exemplo dessa última forma é Susanoono Mikoto. Quando um deus nasce sob a forma humana, também usa Mikoto.

2) Ookami trata-se do Deus Supremo (Miroku Oomikami, Izunome-no-Ookami). 3) Kami é um deus comum. Para melhor entendimento, algumas explicações devem ser lidas conjuntamente, na medida em que

elas se complementam, a saber: As Divindades Ushitora no Konkin Kunitokotati-no-Mikoto, Izunome-no-Ookami e Kanzeon Bossatsu; As divindades Izanagui e Izanami, Amaterassu Ookami e Sussanoo-no-Mikoto (vide a história

completa desses deuses abaixo descrita). As divindades Ebissu e Daikoku

O DEUS KANZEON BOSSATSU

Referi-me anteriormente à afinidade de Kanzeon sob vários aspectos. Como já afirmei, a razão pela qual Ele se tornou Kanzeon Bossatsu foi, sem dúvida, a violência e a pressão do deus Sussanoo-no-Mikoto.

O Deus Kanzeon Bossatsu

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Mas como ficou o trono do imperador depois da partida do deus Izunome Ookami? O imperador Amaterassu, irmão mais novo de Izunome Ookami, infelizmente, sem qualquer motivo, veio a falecer repentinamente. Assim, sem alternativa, a imperatriz Amaterassu foi indicada para ocupar o trono. É por esse motivo que, ainda hoje, o deus Amaterassu Ookami, apesar de ser deus do Sol, é venerado como deusa.

Como já me reportei antes, Sussanoo-no-Mikoto ambicionava usurpar o poder e governar o Japão. Todavia, pela sua excessiva precipitação, não escolheu os meios para alcançar seus objetivos e implantou uma política de força. Em conseqüência, o povo ficou numa situação caótica, chegando a uma situação de total ingovernabilidade. Isso desagradou ao deus Izanagui-no-Mikoto, pai de Sussanoo-no-Mikoto, e a repreensão que este recebeu foi inevitável. O comportamento de Sussanoo-no-Mikoto deveu-se igualmente ao fato de ser ele um deus de linhagem coreana. Como posteriormente ele não se arrependeu, continuando com o mesmo comportamento, sem alternativa, foi decidido que seria expulso do Japão. No Kojiki (registros de histórias antigas do Japão) consta o seguinte:

"Devido ao seu mau comportamento e à sua desastrosa administração, o deus Sussanoo-no-Mikoto foi repreendido pelo deus Izanagui-no-Mikoto e mandado para o Mundo Espiritual. Como sua mãe, a deusa Izanami-no-Mikoto, encontrava-se lá, ele planejou ficar com ela, em reclusão, até ser perdoado. Antes de partir para o Mundo Espiritual, foi ao Céu despedir-se de sua irmã mais velha, a deusa Amaterassu Ookami."

Sobre isso, o Kojiki registra: “O deus Sussanoo-no-Mikoto, fazendo estremecer as montanhas e rios, tentou subir ao Céu. Ao saber

disso, a deusa Amaterassu Ookami ficou deveras assustada, desconfiando que seu irmão mais novo vinha para atacá-la. Quando ele chegou ao Céu e se encontrou com a irmã, sentiu algo de anormal no comportamento dela. Disse-lhe então: 'Parece que você, minha irmã, está suspeitando de mim, mas não tenho nenhum pensamento vil. Sou inocente e vou-lhe apresentar uma prova' . Assim dizendo, desembainhou a espada e mergulhou-a na água do poço Manai. Nesse momento nasceram três deusas: Itikishima-Hime-no-Mikoto, Okitsu-Hime-no-Mikoto e Taguiri-Hime-no-Mikoto. Amaterassu Ookami retrucou: 'Eu também vou lhe mostrar a pureza do meu sentimento'. Dizendo isso, tirou o colar pendurado ao peito, sacudiu-o igualmente na água. Aí nasceram cinco deuses masculinos: Ameno-Oshihomimi-no-Mikoto, Ameno-Hohi-no-Mikoto, Amatsu-Hikone-no-Mikoto, Ikutsu-Hikone-no-Mikoto e Kumano-Kussubi-no-Mikoto."

Naturalmente, isso é uma metáfora. Na realidade, Sussanoo-no-Mikoto chamou suas três filhas e Amaterassu Ookami, seus cinco vassalos. Os dois, tendo cinco homens e três mulheres como testemunhas, tentaram firmar um compromisso. Esse compromisso tinha como ponto de referência o lago Biwa-ko, situado em Oomi, na atual província de Shiga-ken, também denominado lago Shiga-no-ko ou, como me referi acima, Ama-no-Manai. A parte leste ficaria sob o domínio da deusa Amaterassu-Oomikami, e a parte oeste, sob o domínio do deus Sussanoo-no-Mikoto. Foi firmado, assim, o compromisso que, nos termos atuais, seria um tratado de paz. Esse compromisso é conhecido pelo nome de Compromisso de Yassuga-Hara. Ainda hoje existe uma vila chamada Yassuga-hara, à margem direita do lago Biwa, o que me leva a crer que o compromisso foi firmado nesse local.

Durante um curto período, houve momentos de tranqüilidade. Contudo, o deus Sussanoo-no-Mikoto, como sempre, não conseguia manter-se em reclusão e, por esse motivo, teve sua expulsão consumada.

Vou referir-me agora à deusa Ryuuguu-no-Otohime (Princesa do Som do Palácio do Dragão), conhecida há muito por todos. Para isso, torna-se necessário retroceder um pouco no tempo.

Havia cinco irmãos, de sexo masculino e feminino, nascidos dos deuses Izanagui-no-Mikoto e Izanami-no-Mikoto. O primogênito chamava-se Izunome-Tennoo; o segundo filho, Amaterassu-Tenno; o terceiro filho, Kan-Susanoo-no-Mikoto; a primogênita, Wakahimeguimi-no-Mikoto, e a segunda filha, Hatsuwakahime-no-Mikoto.

O deus Izanagui-no-Mikoto fez primeiro Izunome-Tenno governar o Japão. Depois, deu essa incumbência ao imperador Amaterassu-Tenno e, a seguir, à esposa deste, a imperatriz Amaterassu-Koogoo. Sussanoo-no-Mikoto, desde o início, foi incumbido de governar a Coréia. Destinaram-lhe, como esposa, naturalmente, uma princesa coreana. Como ela se tornou esposa do irmão, os irmãos dele começaram a chamá-la de Otooto-Hime (Princesa do Irmão Mais Novo). Abreviando ainda mais, passaram a chamá-la de Oto-Hime (Princesa do Som). Antes, ela era chamada de Otome-Hime, talvez porque, no tempo de solteira, no nome coreano incluía, também, o ideograma arroz.

Como foi exposto anteriormente, desde que seu marido saiu numa viagem sem destino, Otooto-Hime (Princesa do Irmão Mais Novo) ou Oto-Hime (Princesa do Som) teve, naturalmente, uma vida solitária. Assim, ela retornou logo à Coréia, sua pátria, e ali construiu um palácio magnífico, onde vivia com inúmeras criadas.

Nessa época, um jovem chamado Tarô, nascido no Japão na região de Shinshu, que gostava muito de pescar, sempre ia para o alto-mar, saindo da praia situada nas imediações de Hokuriku. Certo dia ele defrontou-se com uma grande tempestade e, com muito esforço, conseguiu se salvar, chegando a uma praia da Coréia. Neste país, os japoneses eram alvo da curiosidade de todos. Por esse motivo, é lógico que Oto-Hime não podia deixar de convidá-lo para ir ao seu palácio, onde a entrada de homens era vedada.

Talvez por não suportar a solidão, Oto-Hime, que na época era como se fosse rainha, quando se encontrou com Tarô, apaixonou-se à primeira vista, por ele ser muito bonito. Não conseguindo resistir,

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arranjou um pretexto para que o jovem pudesse permanecer no palácio. Sua paixão por Tarô foi-se tornando cada vez mais ardente e, assim, ela ficava junto dele dia e noite. Um dia o povo tomou conhecimento disso. Como as críticas foram aumentando, a princesa viu-se forçada a romper o romance. Enchendo uma caixa com maravilhosos tesouros, Oto-Hime deu-a de presente a Tarô e providenciou que ele retornasse ao seu país. Esta é a famosa Tamate-bako (arca do tesouro). Dizem que quando Tarô abriu essa caixa, seus cabelos ficaram brancos, mas essa história deve ser invenção de alguém.

O sobrenome de Tarô, Ura-shima (ilha de trás), talvez seja uma referência à Coréia, pelo fato de ela estar situada "atrás" do Japão. Creio que esse sobrenome lhe foi colocado por um escritor de uma época posterior. Quando Oto-Hime era como se fosse a rainha da Coréia, tanto o Japão como a China foram dominados por esse país e pode-se dizer que até a parte leste da Índia estava sob influência coreana. Naturalmente, isso aconteceu porque Sussanoo-no-Mikoto, durante certo tempo, teve um poder grandioso, que se expressa pela frase "capaz de derrubar até mesmo uma ave voando". Além do mais, a deusa Oto-Hime era uma mulher de personalidade forte, que suplantava até mesmo os homens.

Justamente na época em que encerrava sua Providência na Índia e pretendia voltar ao Japão, Kanjizai Bossatsu chegou até ao sul da China. Sabendo que no Japão ainda pairava uma atmosfera de perigo, resolveu ficar naquela região por algum tempo. Desde então, passou a ser chamado de Kanzeon. Durante Sua estada na Índia, Ele ficara contemplando o mundo de Jizai-Ten, e por isso atribuiu a Si mesmo o nome Kanjizai. Desta vez ficou contemplando o mundo de Oto-Hime, razão pela qual denominou-Se Kanzeon. Lendo-se de trás para frente, o termo Kanzeon significa “contemplar o mundo de Oto-Hime”.

Quando Kanzeon propagou os Seus Ensinamentos aos povos do sul da China, como era a atuação de um Bossatsu de elevada virtude, os povos vizinhos, sentindo uma espécie de amor filial por Ele, procuravam-No e reuniam-se à Sua volta. Desde então, a Fé Kannon finalmente se estendeu por toda a China. Entretanto, com idade avançada e tendo concluído Sua providência, Kanzeon acabou falecendo naquele país. O fato de, ainda hoje, toda a China, isto é, a Manchúria, a Mongólia e até a região do Tibete terem uma fé inabalável em Kannon, encerra um profundo significado, sobre o qual falarei gradativamente.

É lamentável não ter restado no sul da China nenhum vestígio da passagem de Kannon. A razão disso é que aquela região foi assolada pela guerra várias vezes, o que, inevitavelmente, fez desaparecerem esses vestígios.

O DEUS IZUNOME-NO-OOKAMI

No capítulo anterior expliquei que Daijizai-ten (Mahésvara) era o Deus Supremo na época em que o

bramanismo era a religião predominante. Nessa época, como já expliquei anteriormente, os deuses originários do Japão dirigiram-se para a Índia e tornaram-se emanações búdicas. A principal dessas emanações búdicas é o deus Izunome-no-Ookami, que na época ocupava o grau supremo na hierarquia do panteão japonês. Entretanto, nessa época chegaram ao Japão os deuses coreanos capitaneados por Susanoo-no-Mikoto, que almejava derrubar Izunome-no-Ookami de Seu posto. Como Este não Se deixou derrubar facilmente, redobraram as pressões e as perseguições, que culminaram por ameaçar Sua própria vida.

O Deus Izunome Ookami

Renunciou Ele finalmente à Sua posição e, iludindo Seus perseguidores através de uma mudança de

forma, deixou secretamente o Japão, atravessou a China e refugiou-Se na Índia. Tomou então o nome de Kanjizai Bossatsu e construiu um palácio cristalino numa montanha não muito alta de nome Potalaka, numa praia do sul da Índia, para lá se estabelecer. Esse fato está relatado no sutra da Flor da Compaixão (Higue-kyoo), onde se lê o seguinte: "Kanjizai Bossatsu está sentado em postura de meditação num assento

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inquebrantável de ervas macias no alto do Monte Potalaka, cercado peIas vinte e oito deidades de Sua falange, pregando a Lei". Nessa época, o Senhor Buda ainda era um menino chamado Zenzai Dooji.

Teve ele a ocasião de ouvir essa pregação, que abalou profundamente seu coração, provocando uma transmutação; abandonou ele, então, sua posição de Príncipe Herdeiro, deixando de ser o Príncipe Siddharta. Tomado por uma grande e firme resolução, afastou-se ele do mundo profano que se mostrava bastante corrupto na época, embrenhou-se sozinho no Monte Dandaka (Dantoku-zan) e sentou-se em meditação sobre uma pedra, debaixo da Árvore Bo (também chamada tília), mergulhando em profunda contemplação, com o objetivo de alcançar a Iluminação Suprema (anuttara-samyak-sambodhi). Há muitas versões a propósito desse período de ascese, mas foi-me revelado que ele se estendeu por sete anos.

Alcançado seu objetivo, deixou ele a montanha e, proclamando-se o Tathagata Sakyamuni (Shakyamuni Nyorai) , passou a pregar a Lei de Buda. Vemos, assim, que o verdadeiro fundador do budismo foi o deus japonês Izunome-no-Ookami.

Temos mais uma prova que não pode ser ignorada do fato do budismo ter se originado no Japão. Trata-se da Doutrina das Emanações da Deidade Original (Honji Suijaku), freqüentemente mencionada no budismo. Segundo minha interpretação, a expressão Honji (Sede da Deidade Original) refere-se ao País de Origem, isto é, ao Japão. A expressão Suijaku, por sua vez, significa espalhar o rastro (das emanações), ou pregar ensinamentos. Assim, a expressão tem o sentido oculto de que, nos tempos finais, o ensinamento budista deve ser espalhado por todo o Japão, sua pátria original, onde as Flores Búdicas florescerão e produzirão seus frutos.

Temos de considerar agora o aspecto de Kanzeon Bossatsu. Seu ponto mais característico está nos cabelos retos, brilhantes e totalmente negros, que são um atributo próprio dos japoneses. Contrastando com Ele, Sakyamuni e Amida apresentam uma carapinha ruiva totalmente diferente, o que atesta claramente que ambos os Budas eram hindus. Além disso, a coroa, os colares e demais adereços de Kanzeon Bossatsu atestam Sua origem nobre e o véu que cobre Sua cabeça mostra que Ele está Se ocultando.

Além disso, dentre os discípulos de Buda, destacava-se um de nome Hozoo Bossatsu. Ele se afastou do Senhor Buda por uns tempos e praticou um tipo diferente de ascese. Quando esta produziu seus frutos, ele visitou o senhor Buda e disse-lhe o seguinte: "Escolhi um lugar sagrado no Oeste da Índia onde construí o Mosteiro de Jetavana, dando-lhe o nome de Terra Pura da Suprema Alegria (Gokuraku Joodo, ou Paraíso Purificado). Meu objetivo é receber ali todos aqueles que, graças ao ensinamento do Senhor Buda, alcancem o Grau Búdico, isto é, a condição de Iluminados. Eles se instalarão tranqüilamente na Terra Pura da Suprema Alegria, também chamada a Terra Pura da Luz Serena (Jakko-joodo), passando toda a sua vida imersos no êxtase da Alegria da Suprema Lei". Tal foi a promessa feita por ele. A expressão Luz Serena refere-se à uma luz pálida e triste, ou seja, à luz da Lua. Entretanto, quando Hozoo Bossatsu passou para o outro plano de existência, assumiu o nome búdico de Amida Nyorai, proporcionando a salvação a todos os seres viventes, no Mundo Espiritual. Isso quer dizer que neste mundo os seres são salvos por Sakyamuni, mas, no Mundo Espiritual, são eles salvos por Amida.

Finalmente, Kanjizai Bossatsu mudou Seu nome para Kanzeon Bossatsu, que corresponde ao nome sânscrito Avalokitesvara, que mais tarde foi traduzido, na China, pelo sábio Kumarajyuu, por Kanzeon. Entretanto, nesse nome de Kanzeon se oculta um profundo mistério, que passarei a explicar agora.

A DEUSA OU O DEUS DA MISERICÓRDIA E SEUS MIL BRAÇOS

A Kwanyin de Mil Braços" ou Kannon de Mil Braços

SENJU SENGAN KANNON

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Significa o poder que através de mil braços, dá vida a todas os seres e por mil olhos, irradia luz para salvar o mundo.

Significado do poder de Kannon Desde a antiguidade, sabe-se da existência de duas forças distintas, yang (homem) correspondente

ao fogo que queima verticalmente; yin (mulher), relacionada à água que corre horizontalmente. Durante toda a Era da Noite, ambas essas tendências permaneceram separadas; agora chegou o momento delas se unirem através do cruzamento da verticalidade com a horizontalidade, formando uma cruz. O que Eu estou dizendo significa a transformação do mundo da Noite para o Dia, em conseqüência do aumento de intensidade de Luz, resultante da fusão do fogo e água. Assim, então, quanto maior for à quantidade de kasso (fogo) mais forte será a luminosidade por isso Eu afirmo que no mundo do Dia, devido ao aumento da quantidade de kasso, a Luz fica mais potente.

Da mesma forma, quando Bodhisattva Kannon transforma-se em Komyo Nyorai, está de fato, manifestando o ponto de cruzamento entre o vertical e o horizontal, de onde surge a verdadeira força da Luz de Deus (= poder de Kannon).

É interessante também analisar o ideograma que simboliza poder. Nele, a linha horizontal cruza ao meio com linha vertical; depois dobra a direita e, repentinamente, dispara em direção ao alto.

Significado: no ponto de cruzamento surge uma força que vai girar da esquerda para a direita, como os ponteiros do relógio.

Esse ideograma contém, portanto, o sentido profundo de tudo que acabei de lhes dizer. Verdadeiramente, então, somente Bodhisattva Kannon possui a dualidade – vertical, horizontal – cuja

união gera a poderosa força da Luz de Deus. O costume de recitar, repetidas vezes, em forma de prece as palavras “Nunpi Kannon Riki...” (poder

de Kannon...) está fundamentada nesse mesmo principio, qual seja, o aspecto dual da essência divina de Kannon.

USHITORA NO KONJIN KUNITOKOTATI-NO-MIKOTO

O Deus justo

Essa divindade é, em essência, a personificação de Ookunitokotati, o Deus Criador do Universo. Nasceu como ser humano, recebendo o nome de Kunitokotati-no-Mikoto.

Desenho do Deus Kunitokotati, feito por Onisaburo Deguti,

um dos líderes espirituais da Oomoto

Na comemoração do dia do Setsubun, realizada em 3 de fevereiro, vários templos xintoístas e

budistas jogam feijão torrado, clamando que a fortuna fique dentro e o demônio fora. O objetivo desse ritual é evitar os infortúnios provocados pelos espíritos malignos. Entretanto, de acordo com Meishu-Sama, tal pensamento está incorreto. A entidade considerada demônio é uma grandiosa e importantíssima divindade chamada Ushitora no Konjin Kunitokotati-no-Mikoto, também conhecida como Ushitora no Kami.

Kunitokotati é uma divindade extremamente justa e reta, não permitindo, por isso, erro algum. Há muitos anos, nasceu como ser humano. Após a morte, tornou-se Enma Daio, o Grande Juiz dos mortos no Mundo Espiritual. Como visava à salvação de todos os espíritos, era muito rigoroso, eliminando-lhes as impurezas, tirando-os, dessa forma, do inferno. Por ser extremamente justo e correto, sempre causou pavor a quem Dele se aproximava. Tanto que, conforme relatos de espíritos em manifestações, se alguém mau olha pra Ele, sempre O vê com o semblante carregado, demonstrando braveza; para os muitos perversos, Ele Se

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apresenta com os olhos brilhando assustadoramente, abre a boca até as orelhas, e, quando fala, cospe fogo. Ao contrário, para os bondosos, aparece sereno e complacente, com uma expressão afável, branda e afetuosa, mas sóbria; o espírito, naturalmente, sente simpatia e respeito por Ele.

Cada ser humano deve, por conseguinte, estar procurando melhorar sempre. Dessa forma, não haverá necessidade de julgamento, nem trabalho, para Kunitokotati, que passará a viver como um Ministro da Justiça demitido por falta de atividade.

Depois de 500 anos, Enma Daio voltou ao Mundo Material como Kannon, na época do budismo. Veio para atenuar, através da misericórdia, o sofrimento da humanidade durante a Era da Noite. A partir daí, passou a realizar o trabalho de salvação com infinita misericórdia. Sem nunca fazer distinção entre Bem e Mal, jamais censura os pecados de ninguém. É por essa razão, inclusive, que os seguidores de Kannon não devem criticar os erros dos outros. Caso o façam, estarão contrariando a vontade de Deus.

No fim da Era do Dia anterior (fato ocorrido há 3.000 anos), chamada Tempo Divino, quem governava o mundo era a divindade Kunitokotati-no-Mikoto. Era tão rigoroso e justo, que as outras divindades não O suportavam. Resolveram, por isso, afastá-Lo do comando do mundo, para assim poderem viver como elas gostariam. Chefiadas por Amawakahiko-no-Kami, revoltaram-se e O prenderam. Seu espírito ficou confinado na direção do Nordeste, onde foi morto, após ser torturado. Só teria direito de retornar ao mundo físico quando brotasse o feijão torrado. Como é um fenômeno impossível de acontecer, fica claro que a intenção de Amawakahiko era impedir para sempre a volta de Kunitokotati.

Após a rebelião, passou-se a falar do Céu de Jaku (Ama no Jaku), nome popular de Amawakahiko-no-Kami, uma personalidade bastante arrogante, revoltada contra tudo que havia sido determinado por Kunitokotati-no-Mikoto. Ao mesmo tempo, o povo passou a fugir da direção do Nordeste, por considerá-la o Kimon (portal do demônio).

No Ofudesaki, livro psicografado da Oomoto, está escrito que Kunitokotati-no-Mikoto vai aparecer no mundo material para julgar os vivos. Em outros textos, consta que, até este momento, protegeu a humanidade, permanecendo oculto, mas agora vai surgir diante dela, iniciando assim o julgamento no mundo físico.

Primeira manifestação Após Seu espírito ter ficado 3.000 anos impedido de agir no plano material (tempo esse chamado de

Mundo das Trevas), Ushitora no Konjin Kunitokotati-no-Mikoto manifestou-se, em 1892, através de Nao Deguchi, fundadora da Oomoto, gritando em altos brados que a flor de ume, de repente, se abria nas três dimensões do Universo, pois havia chegado o tempo do Deus justo do Nordeste. Aos gritos, continuava anunciando estar surgindo um Mundo Divino, exatamente no momento em que brotava a flor de ume, e seria governado pelo pinheiro, simbolizando, ambos, (ume e pinheiro) o estabelecimento de uma vida estável, sem perturbação, após anos intermináveis de confusões e incertezas.

Depois dessas primeiras revelações, Nao Deguchi foi levada pela polícia como louca, tendo ficado presa durante vinte ou trinta dias. Mesmo assim, teve início, dessa forma, a religião Oomoto.

SUNAO Conforme explicado, Ushitora ficou confinado na direção do Nordeste, após uma revolta que atingiu a

opinião pública geral na época, cujo chefe foi Amawakahiko-no-Kami. Essa divindade, o verdadeiro demônio do Céu, nada singelo, mas bastante prepotente, distorceu a verdade e imperou na mente e no coração de todos os seres humanos. Criou uma linha de pensamento invertida que dominou o mundo durante a Era da Noite. Daí a razão de, ao ser transmitida, ou aconselhada, alguma nova doutrina que não esteja de acordo com os preceitos vigentes, as pessoas a rejeitarem de imediato ou, em outros casos, julgarem-se capazes de entendê-la sem grandes explicações. De modo especial entre os japoneses, tal hábito tornou-se comum. Na verdade, é um indício de que a maioria segue inconscientemente a linha da inversão da verdade.

No Ofudesaki há uma recomendação sobre a grande importância de se ter sunao (disponibilidade de aceitação, de obediência). É por esse motivo, por exemplo, que o povo americano possui poucos partidos políticos, cujo número não passa de 2 ou 3. Nesse aspecto, os japoneses são mais divergentes, criando oposição a tudo; eis porque no Japão existem muitas religiões e um número bem maior de facções políticas.

Quando, porém, analisado do ponto de vista espiritual, o povo japonês apresenta maior elevação. Daí o motivo pelo qual o país está constantemente na mira dos jashin (espíritos do mal).

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A DEUSA DO SOL

A mais alta hierarquia divina, cultuada no Japão, é Amaterassu Ookami, divindade tida como ancestral da família do Imperador. Atualmente, ainda encontra-se presente, no Templo de Isse.

Amaterassu Ookami

O Kojiki, antiga coletânea da mitologia e história do Japão, faz menção a um casal de divindades,

Izanagui e Izanami-no-Mikoto, que geraram uma filha chamada Amaterassu Ookami, e um filho, Sussanoo-no-Mikoto.

Este último foi designado para governar a Coréia, e Amaterassu, o Japão. Daí o motivo dela ser considerada ancestral dos imperadores.

Meishu Sama escreveu que a oração Amatsu Norito remonta a uma época anterior à de Jinmu, o primeiro Imperador do Japão. Foi escrita por um deus da linhagem de Amaterassu Ookami, adorado pelo clã Yamato, e por isso suas palavras possuem um espírito muito elevado e uma ação intensa, tendo o poder de purificar o Céu e a Terra.

Vemos, assim, que a deusa Amaterassu tem, realmente, uma importantíssima posição na hierarquia espiritual.

Segundo a lenda, Amaterassu se retirou para uma caverna, depois que seu irmão Susanoo, o deus do mar, jogou um potro esfolado pela janela do quarto onde ela tecia. Quando ela desaparece, o mundo é envolvido em trevas eternas, abrindo o caminho para que os deuses perversos (jashin) pratiquem o Mal e criem o caos. Assim, os deuses do Bem (seishin), na tentativa de retorno da ordem e da Luz, criaram uma estratégia para que Amaterassu, por curiosidade, saísse da caverna. Sua curiosidade é que ouvira risos e achou estranho, pois no caos não haveria motivo de risos.

Amaterassu Ookami na 1ª Abertura da Porta da Rocha

Ao sair, na 1ª abertura do Portal Rocha do Céu, Amaterassu ofusca os deuses com a sua Luz. Os deuses do Mal tentaram tapeá-la usando um espelho, pois queriam que ela achasse que havia um

deus mais brilhante do que ela. No entanto, os deuses do Bem, a fim de evitar que ela voltasse à caverna, cercaram a sua entrada com cordas, as shimenawa, usadas hoje para mostrar que algo é sagrado.

Quando Amaterassu saiu da caverna, portava o colar, presente de seu pai Izanagui, quando incumbiu sua filha do Taka ama hara, ou Takamo no Hara, que seria o “Governo dos Céus”. Trazia também a espada

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que seria futuramente passada ao Imperador, seu descendente. Atualmente, esses objetos fazem parte das insígnias imperiais e se encontram no santuário de Atsuta, próximo a Nagóia.

A data de nascimento de Amaterassu, segundo Meishu-Sama, seria dia 15 de junho, “quando o Sol nasce”.

OS ANCESTRAIS DO POVO JAPONÊS

De acordo com a lenda, Izanagui e Izanami, a última das sete gerações de deuses, foram mandados pelas divindades celestiais para "completar a terra à deriva". Izanagui mergulhou o seu arpão do céu dentro do oceano e depois o retirou, e a água salgada que dele pingou coagulou-se, formando a primeira Ilha, Ono-goro-jima. Os dois se tornaram, então, marido e mulher, e deram à luz às ilhas do Japão, bem como a vários deuses, entre eles os do vento, das montanhas e do fogo.

Os deuses criadores, Izanagui e Izanami-no-Mikoto

Ao dar à luz o deus do fogo, Izanami morre. Izanagui, após cortar o deus do fogo em cinco pedaços,

vai encontrá-la no inferno. Izanami sente-se ofendida por ter sido seguida e ordena aos deuses que o persigam, mas ele escapa.

Assim, ao parar, Izanagui lava o seu olho esquerdo, nascendo Amaterassu, a Deusa do Sol, e, quando lava o seu olho direito, nasce a Deusa da Lua. Acredita-se que a expressão “lavar o olho” refere-se ao ato de verter lágrimas pela tristeza da perda definitiva da amante Izanami.

Existe uma frase no Kojiki que diz que a Coluna do Céu foi virada por ambos os deuses. Inicialmente, Izanami, a deusa esposa, virou no sentido anti-horário e o mundo não foi bem. Havia falhado, girando a favor da cultura material (sendo, na opinião de Meishu-Sama, a razão dela ter ido ao Inferno). Izanagui a repreendeu e girou o mundo no sentido horário. Girar no sentido anti-horário é colocar a matéria diante do espírito e girar no sentido horário o contrário. Curar com o Johrei é agir no sentido horário, como Izanagui-no-Mikoto

O irmão rebelde de Amaterassu

Sussanoo-no-Mikoto é irmão de Amaterassu Ookami, sendo, portanto, filho de Izanagui e Izanami-no-Mikoto. Ao contrário de sua irmã, que foi designada para governar o Japão, Sussanoo foi designado para governar a Coréia.

Sussanoo-no-Mikoto

Falando ainda sobre a origem de Sussanoo-no-Mikoto, segundo o Kojiki, há três gerações

identificadas com o mesmo nome: Kansussanoo-no (pai), Haya-Susanoo-no (filho) e Takehaya-Sussanoo-no (neto). Após essas gerações é que nasceu Ookuninushi-no-Mikoto.

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Ele é, também, o primeiro compositor de poemas waka, poemas característicos do Japão, cuja estrutura silábica é 5-7 / 5-7 / 7.

Sussanoo-no-Mikoto é o ancestral da cultura material, dos judeus. Assim, pode-se dizer que o povo israelita é filho de Sussanoo e ele corresponde ao povo judeu.

EBISSU

O Deus da Boa Sorte e da Pesca

Origem: japonesa Nome Xintô: Kotoshiro-nushi-no-Kami Ebissu é uma divindade masculina, sendo o deus da pesca e da boa sorte. Com sorriso e barba,

Ebissu é representado sempre com uma vara de pesca, símbolo de boa sorte, na mão direita, e um grande pargo vermelho (tai), que simboliza comemoração (omede-tai), pendurado pela linha da vara, ou preso embaixo do braço esquerdo.

Às vezes também é representado segurando um leque e muitas vezes está vestindo um chapéu de duas pontas. Numa nação que aprecia muito peixe, não é uma surpresa ele ser um dos mais populares dos sete deuses da felicidade (Shichi Fukujin).

Hoje em dia ele simboliza não somente uma navegação segura e uma pesca abundante, mas também sucesso nos negócios através do trabalho honesto.

Sobre a origem de Ebissu, existem duas histórias. A primeira é que ele seria filho de Daikoku, sendo sempre representado junto a este. A outra, que está no Kojiki (antigos contos japoneses), diz que existe um deus chamado Hiruko. Hiruko nasceu de Izanagi-no-Mikoto e Izanami-no-Mikoto. Como ele havia nascido sem ossos, ele foi lançado no mar e lá permaneceu até a idade de três anos. De alguma forma ele conseguiu voltar para a terra, tendo sido cuidado por Ebissu Saburo, e Hiruko passou a ser considerado o deus Ebissu.

Ele também é considerado como deus do sol da manhã, protetor dos fazendeiros de arroz e guardião da saúde das crianças pequenas, assim como o deus Jizo.

DAIKOKU

O Deus da Fortuna Origem: indiana Mantra: On Makakyaraya Sowaka Daikoku, também conhecido como Daikokuten, é uma divindade masculina, sendo também o deus da

fortuna (abundância), uma divindade doméstica (familiar), que trás boa sorte e prosperidade. Daikoku aparece, normalmente, sobre fardos de arroz, vestido com um capuz, carregando uma grande sacola de tesouros sobre seus ombros e segurando um pequeno martelo de madeira mágico. Ele é também a divindade da cozinha e o provedor da comida. Patrono dos artesãos, fazendeiros e trabalhadores dos moinhos, além dos homens de negócios, banqueiros e financistas. É um dos Shichi Fukujin (Sete deuses da felicidade)

Daikokuten pintado por Meishu Sama

O martelo da sorte em sua mão direita (uchide nokozuchi) tem o mesmo sentido da cornucópia grega. Esse martelo de fartura, quando golpeado, pode magicamente criar qualquer coisa que for desejado. No

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Japão existem duas lendas. Uma diz que caem moedas quando Daikoku balança seu martelo. Outra diz que os desejos dos adeptos de Daikoku são realizados batendo-se um martelo de madeira simbólico por três vezes no chão e fazendo-se um desejo.

Existem 6 formas, ou manifestações, diferentes, de Daikoku: 1) Makura Daikoku, forma comum com o martelo na flor de lótus; 2) Ojikara Daikoku, com espada e Vajra 3) Bika Daikoku, um sacerdote, com martelo na mão direita e uma espada de cabo de vajra na

esquerda; 4) Yasha Daikoku, com a Roda da Lei na sua mão direita; 5) Shinda Daikoku, um garoto sentado com um cristal na sua mão esquerda; 6) Mahakara Daikoku, uma mulher sentada, com um pequeno saco de arroz na sua cabeça. Concluindo a história, Meishu Sama ainda escreveu que existem várias maneiras pelas quais Deus se

manifesta no mundo material. Na índia Deus Supremo tem o nome de Avalokstevara que foi o primeiro nome de Deus que se tem conhecimento e Kunitokotachi-no-Mikoto, no Japão. Através dos tempos após renascer e morrer como ser humano foi se desenvolvendo a divindade até chegar ao nome de Kannon como demonstrado acima.

HISTÓRIA DO NASCIMENTO DO MESSIANISMO Kanzeon Bosatsu, Komyo Nyorai, Messias, Miroku e Kujitokotachi são os mesmos espíritos

apresentados com nomes diferentes. A essência divina, portanto, não se altera; apenas amplia a sua área de atividade de acordo com a época em que se manifesta no mundo. Assim, Kannon, após aparecer, adquirir notoriedade e ficar bem em evidência devido a sua ação como Deus misericordioso, transformou-se em Komyo Nyorai. Finalmente, tendo conquistado entre os homens notável fama e honradez, torna a nascer como Miroku (Salvador).

Kunitokotachi é extremamente justo e reto. Não permite, por isso, erro algum. Há muitos anos, nasceu como ser humano. Após a morte, tornou-se Enma Taio, passando a ser no mundo espiritual o juiz dos mortos. Muito rigoroso, mas visando a salvação de todos os espíritos, eliminava-lhes as impurezas, tirando-os dessa forma, do inferno.

Depois de algum tempo, nasceu no mundo físico como Kannon. A partir daí, passou a realizar o trabalho de salvação com grande sentimento de misericórdia, sem nunca fazer distinção entre bem e mal, jamais censura os pecados de alguém.

Meishu Sama afirma que Ele nasceu com a essência do Deus Izunome que era a essência espiritual de Kannon e ainda deixou escrito em seus ensinamentos que na verdade, não existe, diferença entre Kunitokotachi, Kannon e Meishu Sama os três são iguais. Dependendo do cenário, muda apenas o papel do executor, de um modo semelhante ao que acontece com os atores, conforme as circunstâncias podem representar o vilão, o bom, o homem, a mulher, ou qualquer outro personagem.

Explica sua relação com Kannon. Como há muita gente interessada em saber qual é a relação entre mim e Kannon, a partir de agora

vou explicar. Comecei a seguir a religião Oomoto em 1918, mas, devido a certas circunstâncias, afastei-me durante um período de mais ou menos cinco anos.

Em 1923, retornei. Cerca de seis meses mais tarde, fui procurado por um topógrafo desejoso de informações sobre a Oomoto que na época se expandia rapidamente. Em meio à conversa, olhando-me fixamente no rosto, perguntou-me se a doutrina tinha alguma ligação com Kannon.

Respondi-lhe negativamente dizendo-lhe que a Oomoto era xintoísta e Kannon, budista. Insistindo no assunto, afirmou que ele o estava vendo a minha direita.

Na verdade, como o topógrafo possuía a faculdade da vidência, a sua visão espiritual se abriu naquele momento e ele foi capaz de perceber a presença de Kannon ao meu lado. A seguir ainda me disse tê-lo visto me acompanhar quando me levantei para ir ao banheiro; voltou depois junto comigo e permaneceu sentado próximo a mim.

Para ter certeza, pedi-lhe mais alguns detalhes e ele respondeu que a Divindade estava de olhos fechados; o rosto e o corpo eram exatamente iguais aos dos desenhos ou esculturas.

Após esse nosso primeiro encontro, sempre que o topógrafo pensava em vir a minha casa, Kannon lhe aparecia repentinamente.

Ao saber, desses fatos, fiquei um pouco intrigado, pois, até então, jamais havia imaginado me devotar a Kannon. A partir daí, começaram ocorrências misteriosas que me levaram a admitir uma ligação mais íntima entre Kannon e mim.

Certo dia, um dos membros da Oomoto disse ter visto uma espécie de remoinho acima de minha cabeça, no centro do qual estava Kannon trazendo as costas uma cruz.

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Naquele momento, não me fora possível entender o significado de tão estranha visão. Logo depois, contudo, fui vítima de uma serie perseguição religiosa que me causou enorme sofrimento. Compreendi assim o sentido da vidência: Eu fora colocado no meio de um tufão e deveria enfrentar uma luta bastante renhida.

Cerca de três meses mais tarde, várias divindades começaram a manifestar-se por meu intermédio, entre elas, Izunome, a essência de Kannon. Foi Ele quem revelou que Eu seria usado como instrumento para realizar a grandiosa missão de salvar a humanidade.

Foi assim que na madrugada de 15 de junho de 1931, Meishu Sama, acompanhado de um pequeno grupo de discípulos, subiu ao Monte Nokoguiri para aguardar o nascer do Sol e fazer uma oração.

Ao alvorecer, recebeu a extraordinária revelação de que se aproximava a Era do dia, marco inicial de uma nova civilização. Dias mais tarde, instalou-se em seu ventre uma “Bola de Fogo”, conhecida em sânscrito como Cintâmani e em japonês como Nyoi-Hoshu, sendo Hoshu = Cinta, termos que em português correspondem à palavra bola; Nyoi = Mani cujo significado é “força capaz de realizar todas as vontades”.

Investido então de um poder ilimitado, passou a dedicar-se em tempo integral a salvação da humanidade. Nos primeiros tempos, quando Meishu Sama começou a curar doenças através do Johrei, a Era do Dia estava apenas no inicio e a Luz Divina estava ainda bastante fraca; por essa razão, somente Ele era capaz de canalizá-la e, assim mesmo, empregando força física por meio de massagens, feitas com a ponta dos dedos, em determinadas partes do corpo. Também nessa época, Meishu Sama adquiriu a firme convicção de que o Johrei resolveria todos os problemas da humanidade. Imbuído de tamanha certeza, começou a divulgar essa verdade, tendo, como suporte, a própria experiência resultante de suas pesquisas e observações. Procurou então uma forma de outorgar para toda a humanidade a Luz que estava nele. Foi assim que descobriu ser possível fixá-la em papel, através da letra. A partir daí, escrevia diariamente a palavra Ohikari (Luz). Depois de prontos dez pacotes, cada um com cinqüenta escritos, Meishu Sama se concentrava durante cinco minutos, para impregná-los com a Luz de Deus, centralizando assim, em cada um dos Ohikari toda a força oriunda de sua “Bola de Fogo” e cada um que recebe o Ohikari está ligado diretamente com ele. Dessa forma, começou a conceder aos seus seguidores (mamehito) permissão para canalizar Johrei. Desde então, todos os Mamehitos passaram a ministrá-lo, inicialmente a familiares e amigos, com resultados surpreendentes.

Em 1935 Meishu Sama, fundou o primeiro segmento com caráter religioso, mas logo foi obrigado a fechá-la, por imposição do regime militar, não havia liberdade de crença. Daí, as autoridades japonesas ordenaram-lhe que não misturasse ensinamentos religiosos com trabalho de cura que na época ele fazia como Terapia e não tinha o nome ainda de Johrei. Impuseram-lhe a escolha entre um ou outro. Optou, então pela cura.

Nos dez anos seguintes, dedicou-se somente a salvação daqueles que vinham procurá-lo impregnando a Luz Divina como se fosse um tratamento, visando apenas à cura física. Mesmo assim, as pessoas que se aproximavam dele sentiam intensamente a presença de Deus, por isso retornavam e o indicavam a outras. Dessa forma, o número de seus seguidores ia aumentando.

Quando Meishu Sama passou para o mundo espiritual, em 10 de fevereiro de 1955, aos 72 anos já contava com mais de 150 mil seguidores no Japão. Em menos de dez anos, conseguiu organizar a Igreja (que deixou três grandes igrejas a Tegoku, Miroku e Taissei depois abriu a quarta chamada Koho, dessas quatro foram instaladas 76 igrejas médias e filiadas a estas 710 igrejas), formar Ministros, escrever os Ensinamentos e edificar um museu com valiosíssimas coleções de obras de arte orientais, além de começar a construção dos solos sagrados de Atami e Hakone. O solo de Kyoto só foi concluído após sua morte, mas já havia deixado o terreno comprado.

À medida que o tempo passa, as profecias de Meishu Sama vão se confirmando. A contaminação dos alimentos por agrotóxicos, o aumento dos índices mundiais de criminalidade, o agravamento das enfermidades existentes e o surgimento de novas e terríveis moléstias – muitas delas causadas pelos próprios medicamentos utilizados pela moderna ciência médica – são hoje fatos incontestáveis.

E ele disse: - Nada, pois a não ser o poder da Luz, poderá livrar a humanidade de tantos infortúnios. E assim nascia o Messianismo que hoje em apenas 77 anos da religião o mundo inteiro já conhece o

Johrei através dos diversos segmentos existentes e calcula-se por um senso próprio da religião que já existem milhões de pessoas que de alguma forma pertencem ao messianismo.

RITUAIS E FESTIVIDADES TRADICIONAIS DA RELIGIÃO

Cultos Mensais Assim como no xintoísmo o ritual do culto é ter em seu altar comidas como oferendas ao mundo

espiritual em agradecimento a Deus por tudo que nos dá de alimento. Também existe o sal, arroz, água e sakê no sambô como objeto sagrado chamado Nikko.

Rezam-se a oração Amatsu Norito que é uma oração tradicional de caráter milenar entoada pelo povo japonês, principalmente os seguidores do xintoísmo, ao longo do tempo. Acredita-se que Meishu Sama tenha adotado essa oração pela profundidade de seu sentido.

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Por ser uma oração tão antiga, não há como precisar a quanto tempo foi escrita, e nem quantas versões ela já gerou através dos diversos dialetos existentes no Japão.

Seu significado é bastante divergente, segundo as diversas facções do xintoísmo, literatos e pesquisadores de costumes japoneses antigos. Isso porque, com o tempo, as palavras evoluíram, a língua também mudou, fazendo com que a compreensão da Amatsu Norito ficasse mais difícil mesmo para especialistas.

Meishu Sama escreveu que "a oração Amatsu Norito remonta uma época anterior à de Jinmu, o primeiro Imperador do Japão. Foi escrita pelo deus da linhagem de Amaterassu Ookami (já descrito acima) adorado pelo clã Yamato, e por isso suas palavras possuem um espírito muito elevado e uma ação intensa, tendo o poder de purificar o Céu e a Terra.”.

E, como observamos que a essência da Oração Amatsu Norito é a crença no espírito da palavra, colocamos o que Meishu Sama nos diz sobre isso:

O espírito das palavras emitidas pelo homem exerce uma influência muito grande sobre todas as coisas. São inumeráveis as palavras relacionadas com o Mal, isto é, aquelas que se usam para dizer mentiras, proferir lamúrias ou criticar o próximo. Tais palavras geram máculas no Mundo Espiritual. Quando o acúmulo dessas máculas ultrapassa determinado limite, surge uma espécie de toxina nociva à vida do ser humano. Em conseqüência disso, sobrevém uma ação purificadora natural e espontânea, que é uma Lei do Universo.

O Mundo Espiritual, maculado pelo Mal, pode ser purificado através de palavras benignas, que, em forma de Luz, atuam sobre as máculas, dissolvendo-as. Como exemplo, temos os hinos cristãos, sutras budistas, orações xintoístas, etc., cujas palavras de amor e louvor purificam o Mundo Espiritual.

O nosso espírito purifica-se quando proferimos boas palavras, principalmente quando pronunciamos o nome de Deus. Quando nós O evocamos, mesmo que Ele não se faça presente, manifesta-se em Seu lugar uma divindade subalterna. Esse é o motivo pelo qual, na oração Amatsu Norito, são enunciados os nomes dos deuses.

Depois dessa oração tem a oração dos Messiânicos que é uma oração em português com o mesmo sentido, porém adaptada para os brasileiros.

Ministra-se Johrei coletivo por um superior que é um Reverendo ou Ministro para todos que participam do culto e após o término do Johrei lê-se um ensinamento de Meishu Sama e cantam-se salmos em louvor a Meishu Sama de músicas adaptadas ao estilo do Brasil.

Em alguns segmentos também rezam a Oração Zenguen Sanji feita por Meishu Sama que é uma oração de Amor e Louvor a Deus e a natureza,

Cultos matinais diários Coloca-se no altar o sambô com o Nikko, reza-se a Amatsu Norito e a Oração dos Messiânicos e lê-se

um ensinamento de Meishu Sama. Cultos vespertinos que também celebra o de antepassados Não se coloca o sambô, mas reza-se a Amatsu Norito e a Oração dos Messiânicos e se tiver algum

falecimento também se faz o culto em intenção ao seu espírito. Culto de encerramento das atividades diárias Somente reza-se a Amatsu Norito.

A religião também tem por hábito fazer o Sorei-Saishi. Que é um Ofício Religioso de Assentamento e Sagração dos Ancestrais tido como um ato Religioso

realizado em intercessão dos espíritos intimamente relacionados com as famílias dos membros, de acordo com a liturgia do Messianismo em alguns segmentos da religião. Realizando-se o Sorei-Saishi, a Luz de Deus abrangerá os ancestrais e lhes serão abertas às portas para se elevarem no Mundo Espiritual. Isto constitui para eles a maior das alegrias, pois significa que lhes foi estendida a tão ansiada escada para o Céu, o caminho para a salvação.

A RESPEITO DO SOREI-SAISHI

Como surgiu o Sorei-Saishi Na época de Meishu Sama, o Culto aos Antepassados era realizado diante do Butsudan (oratório

budista dos antepassados) ou de outros oratórios. No caso do Butsudan, era entronizada a Imagem de Kannon de Mil Braços

Após a ascensão de Meishu Sama, Nidai-Sama (sua esposa) tornou-se a Líder Espiritual e foi com ela que se deu grande ênfase ao Kaishiki-Goshi (atualmente, Sorei-Saishi).

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Por volta de 1956, antes da construção do Soreisha (Santuário dos Antepassados), já eram cultuados os espíritos das vítimas da Segunda Guerra Mundial, da Bomba Atômica e dos familiares dos membros, no Nikoden, em Hakone. Neste mesmo local, era realizado o Culto aos Antepassados dos membros. Contudo, cada vez que se realizava esse culto, o estado de ânimo e a saúde de Nidai-Sama se alteravam. Ela, então, intuiu que, ao serem chamados de volta ao Mundo Espiritual, muitos espíritos não iam embora e se assentavam sobre ela, causando-lhe alterações.

Em decorrência disso, em 1958, passou a ficar clara a idéia da necessidade de se construir o Soreisha, Santuário dos Antepassados, no Solo Sagrado.

Em outubro do mesmo ano, o Soreisha foi concluído e nele passou a ser realizado o Culto aos Antepassados.

São realizados os ofícios Religiosos no 10°, 20°, 30°, 40° e 50° dias de falecimento e o Culto de Transferência e Assentamento dos espíritos que estão completando 50 dias de falecimento. Também se faz ofícios religiosos quando completa 1, 2, 3, 5, 10, 20, 30, 40 e 50 anos de falecimento. Esse procedimento é uma prática totalmente budista usada também no xinstoismo.

A RESPEITO DE PRÁTICAS DE ARTE.

A mais conhecida e a Ikebana que são arranjos florais que também é uma arte milenar do Japão que Meishu Sama não só apreciava como incentivava e tinha em seu altar lindas ikebanas representando o mundo do belo. Também existe um grande incentivo para obras de arte de alto nível em exposições de Museu, pois Meishu Sama dizia que através deles o ser humano também se eleva espiritualmente.

A RESPEITO DA AGRICULTURA NATURAL

A Agricultura Natural mostra o lado holístico da alimentação seguindo a filosofia de Meishu Sama valorizando os sentimentos desde o produtor do alimento natural, passando pelo distribuidor deste alimento e finalmente chegando ao consumidor que por sua vez irá preparar esse alimento com arte expondo esse alimento à sua família com toda a vida do solo e a energia do alimento. Essa cadeia se concluirá com o saborear de tal alimento com a devida gratidão e cotidianamente. Desta maneira, as chances de adoecimento diminuirão.

O método da Agricultura Natural foi idealizado por Meishu Sama como alternativa para os problemas decorrentes da prática da agricultura convencional, na década de 1930.

Ao analisar o método agrícola convencional, Mokiti Okada manifestou uma profunda preocupação com o emprego excessivo de agroquímicos no solo.

Observador dos princípios da Natureza criou o método da Agricultura Natural para resgatar a pureza do solo e dos alimentos, preservar a diversidade e o equilíbrio biológico e contribuir para a elevação da qualidade da vida humana.

Hoje na grande maioria dos segmentos messiânicos se incentiva a horta caseira para trazer benefícios de saúde como forma de viver com hábitos mais saudáveis.

EM FESTIVIDADES: A religião tem a Hatsu Ikê, A Apresentação (que é o batismo), o Casamento, o Tanabata.Matsuri, o

Culto da Grande Construção, Culto de Novos Membros e atualmente o Culto dos Animais. A Hatsu Ikê – “A Primeira Flor do ano", que tem como objetivo agradecer a Deus e a natureza a

missão concedida a cada um na formação de um mundo melhor através da beleza da flor. Normalmente ocorre nos primeiros meses do ano. Nem em todos os segmentos da religião existe.

A Apresentação – quando uma criança que é filho de messiânicos nasce, o casal convida as pessoas

ligadas a família e faz a apresentação que é um batizado, só que em vez de ser feito com água como no Cristianismo na religião é feito com Johrei que é o Batismo pelo fogo.

O Casamento – também é uma cerimônia religiosa muito bonita assim como em outras religiões, a

diferença que também é feita pelo Johrei e a ligação entre os casais com sakê e rituais próprios ligados também a tradições japonesas.

O Tanabata Matsuri - é uma festividade totalmente xintoísta com fundamento na lenda japonesa de

uma princesa que morava na Via Láctea chamada Onhime era tecelã e seu amado Kengyu que era Pastor de Gado, Comemora-se normalmente no mês de julho com uma árvore e as pessoas fazendo pedidos que são pendurados nessa árvore e depois queimados assim esses pedidos chegam até esse casal apaixonado que realizam todos os pedidos dos seres humanos. Nem em todos os segmentos da religião existe

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O Culto da Grande Construção – é um culto realizado em todos os dias 18 de cada mês pedindo prosperidade não somente para a igreja como para as pessoas. Em alguns segmentos da religião é o culto também homenageando Daikokuten por ter sido considerado por Meishu Sama o Deus da Prosperidade e Ele tinha na composição de seu altar e também fazia culto nesse dia.

O Culto de Formação de Novos Membros – quando a pessoa quer ser adepta a religião, então se

celebra a nova vida que adquire com a outorga do Ohikari (vide em objeto sagrado) O Culto dos Animais – é um culto de agradecimento aos espíritos dos animais que morrem para

alimentar o ser humano. Nem em todos os segmentos da religião existe.

OBJETOS SAGRADOS DA RELIGIÃO MESSIÂNICA O altar que é composto de caligrafia japonesa representando Deus, o retrato de Meishu Sama

representando o mundo espiritual e também divino e a ikebana representando o mundo material e do belo. Demonstrado na figura abaixo

E o altar dos antepassados conforme na figura abaixo.

O Ohikari É medalha para uso individual e dentro tem as caligrafias escritas Hikari (Luz), Komyo (Grande Luz),

Daí Komyo Nyorai (Grande Luz Divina) que são respectivamente para os membros, ministros e reverendos. Existem vários formatos dependendo dos segmentos de cada igreja. O abaixo é somente uma demonstração de dois segmentos.

O objetivo dessas medalhas é que no começo, apenas Meishu Sama tinha o poder de canalizá-la. Como as curas eram prodigiosas, muitos doentes iam procurá-lo em busca de uma orientação pessoal. Isso fazia com que Ele trabalhasse até altas horas da noite, embora soubesse que somente uma pessoa jamais poderia salvar toda a humanidade. Finalmente, ainda em 1934 Ele pode intuir como a energia espiritual do Johrei poderia também ser canalizada por outras pessoas. Bastava, apenas, que Ele escrevesse as palavras acima mencionadas em algum objeto para que este ficasse, a partir de então, impregnado da própria Energia Divina da qual se tornara o instrumento. Desse modo, Meishu Sama passou a confeccionar medalhões (Ohikaris) para o uso individual dos seus seguidores, utilizando-se de pedaços de papel de seda de tamanho, formato e espessura adequados. Assim, qualquer pessoa que usasse o Ohikari, por ele preparado e a ela outorgado, podia canalizar a Luz Divina do Johrei.

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Caligrafias Algumas caligrafias de Meishu Sama para o altar

Daí Komyo Nyorai Daí Komyo Shin Shin

E caligrafias para as que estão dentro das medalhas que chamamos de Ohikaris.

Hikari Daí Komyo Daí Komyo Nyorai Para membros Para Ministros Para Reverendos

Também é do Altar do Lar

Oferendas

Arroz, sal, água e sakê Oferendas com alimentos e Johrei Coletivo em um dos segmentos da religião.

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Altar e oferendas também de um dos segmentos da religião

CONCLUSÃO: Como podemos notar pelos escritos do que é xintoísmo e messianismo são poucas as diferenças em

sua totalidade. Vimos também que o xintoísmo é animista e espiritualista que possui uma divindade que pode ser em forma de figura humana como em forma de animal ou da natureza, assim como o messianismo que no caso a figura divina é Meishu Sama. Ele mesmo chegou a essa conclusão por ter tido certeza que era a essência de Kannon que lhe foi revelada pelo próprio através de visões, pelos inúmeros discípulos que formara e pelos milagres e curas de doenças que aconteciam para as pessoas com as quais ele ministrava o Johrei, assim sendo, por pertencer aos costumes xintoístas que vimos acima, seus discípulos passaram a chamá-lo de Grão Mestre e consequentemente de Meishu Sama, já escrito acima na história do messianismo.

Meishu Sama ao fundar a religião formou um segmento próprio porque assim permite o xintoísmo que não é considerada uma religião e sim um caminho para Deus, consequentemente as pessoas das novas religiões podiam fazer suas liturgias e preceitos conforme os rituais diversos que oferecem o xintoísmo.

Vimos que os hábitos, normas, regras, orações, objetos sagrados, cultos e festas são parecidos entre o xintoísmo e o messianismo.

Também passamos entender porque Meishu Sama é considerado um ser Divino, e se tornou o Messias da religião, Pois, o xintoísmo acredita que todo ser humano que chega a um alto grau de espiritualidade porque se torna um Mestre formando discípulos e salvando pessoas ele se torna um Kami (Deus em forma de homem) e no mundo espiritual um Meishu no Oomikami (Messias).

Por conseguinte, podemos comparar que a religião tem em seu todo características, liturgias, preceitos, ensinamentos bem parecidas com o xintoísmo e com o budismo na maneira de cultuar os antepassados, porque Meishu Sama teve a sua primeira formação religiosa na Oomotokyo como escrito e comprovado acima e, além disso, o povo japonês tem por educação e civilidade essa formação de seguir sempre em direção ao bem, ou seja, ao Divino. E como pudemos comparar o xintoísmo não é só uma religião e talvez uma seita porque as pessoas que abrem segmentos parecidos com xintoísmo, este não se importa de que a liturgia seja copiada ou modificada de acordo com o entendimento de cada pessoa responsável pelo novo segmento religioso.

Assim sendo, os membros da religião Messiânica são felizes porque não existem dogmas, sermões e falta de liberdade, inclusive todos os segmentos do messianismo aceitam pessoas de qualquer religião e jamais fazem distinção entre elas.

Não estou afirmando que o messianismo é xintoísta e nem budista, mas uma união das duas religiões que ganharam força através de seu fundador e Messias Meishu Sama e formou uma religião de filosofia de vida própria. Espero te conseguido passar a mensagem do que me propus fazer e que as pessoas não messiânicas saibam que não é somente a uma religião e sim uma ultra-religião ou uma filosofia de vida como dizia o Mestre e Messias Meishu Sama. E bom ressaltar que Ele não se considerava messiânico e nem japonês, se dizia Universal porque conseguia atuar em todos os campos, como filósofo, economista, artista plástico, agricultor natural e etc, enfim deixou um legado imensurável de como o ser humano pode se tornar uma pessoa mais feliz e chegar mais perto de Deus dizendo ser que esta é a VERDADEIRA SALVAÇÃO. O homem só depende de si, de seus pensamentos, vontade e ação para viver num mundo paradisíaco com Saúde, Paz e Prosperidade que é a finalidade do Messianismo, ou seja, é a CONSTRUÇÃO DO PARAÍSO TERRESTRE ou o REINO DE DEUS NA TERRA.

BIBLIOGRAFIA

1. Texto e fotos extraído do site Templo Xintoísta do Brasil 2. Textos extraídos de diversos ensinamentos de Meishu Sama, do Livro Luz do Oriente. 3. As fotos foram copiadas dos diversos sites existentes da religião na Internet.