estruturas de betÃo armado i 13 –disposiÇÕes … · programa 1. introdução ao betão armado...

13
Válter Lúcio Maio 2006 1 ESTRUTURAS DE BETÃO ARMADO I ESTRUTURAS DE BETÃO ARMADO I 13 13 DISPOSI DISPOSI Ç Ç ÕES CONSTRUTIVAS ÕES CONSTRUTIVAS RELATIVAS A PILARES E PAREDES RELATIVAS A PILARES E PAREDES PROGRAMA PROGRAMA 1. Introdução ao betão armado 2. Bases de Projecto e Acções 3. Propriedades dos materiais: betão e aço 4. Durabilidade 5. Estados limite últimos de resistência à tracção e à compressão 6. Estado limite último de resistência à flexão simples 7. Estado limite último de resistência ao esforço transverso 8. Disposições construtivas relativas a vigas 9. Estados limite de fendilhação 10. Estados limite de deformação 11. Estados limite últimos de resistência à flexão composta com esforço normal e à flexão desviada 12. Efeitos de segunda ordem provocados por esforço axial 13. 13. Disposi Disposi ç ç ões construtivas relativas a pilares e paredes ões construtivas relativas a pilares e paredes 14. Estado limite último de resistência à torção

Upload: lydieu

Post on 05-Dec-2018

233 views

Category:

Documents


1 download

TRANSCRIPT

Page 1: ESTRUTURAS DE BETÃO ARMADO I 13 –DISPOSIÇÕES … · PROGRAMA 1. Introdução ao betão armado 2. ... f b z V 1 cd w Rd,max cw = f z cotg ⋅ ... tk = k f yk ε uk No EC8 (EN1998

Válter Lúcio Maio 2006 1

ESTRUTURAS DE BETÃO ARMADO IESTRUTURAS DE BETÃO ARMADO I fctfct -- UNLUNL

13 13 ––DISPOSIDISPOSIÇÇÕES CONSTRUTIVAS RELATIVAS A PILARES E PAREDESÕES CONSTRUTIVAS RELATIVAS A PILARES E PAREDESESTRUTURAS DE BETÃO ARMADO IESTRUTURAS DE BETÃO ARMADO I

13 13 ––DISPOSIDISPOSIÇÇÕES CONSTRUTIVAS ÕES CONSTRUTIVAS RELATIVAS A PILARES E PAREDESRELATIVAS A PILARES E PAREDES

PROGRAMAPROGRAMA1. Introdução ao betão armado2. Bases de Projecto e Acções3. Propriedades dos materiais: betão e aço4. Durabilidade5. Estados limite últimos de resistência à tracção e à compressão6. Estado limite último de resistência à flexão simples7. Estado limite último de resistência ao esforço transverso8. Disposições construtivas relativas a vigas9. Estados limite de fendilhação10. Estados limite de deformação11. Estados limite últimos de resistência

à flexão composta com esforço normal e à flexão desviada12. Efeitos de segunda ordem provocados por esforço axial13.13.DisposiDisposiçções construtivas relativas a pilares e paredesões construtivas relativas a pilares e paredes14. Estado limite último de resistência à torção

Page 2: ESTRUTURAS DE BETÃO ARMADO I 13 –DISPOSIÇÕES … · PROGRAMA 1. Introdução ao betão armado 2. ... f b z V 1 cd w Rd,max cw = f z cotg ⋅ ... tk = k f yk ε uk No EC8 (EN1998

Válter Lúcio Maio 2006 2

ESTRUTURAS DE BETÃO ARMADO IESTRUTURAS DE BETÃO ARMADO I fctfct -- UNLUNL

13 13 ––DISPOSIDISPOSIÇÇÕES CONSTRUTIVAS RELATIVAS A PILARES E PAREDESÕES CONSTRUTIVAS RELATIVAS A PILARES E PAREDES

ÍÍNDICENDICE1. Esforço transverso em pilares e paredes2. Regras gerais para zonas sísmicas3. Disposições construtivas em pilares4. Disposições construtivas em paredes5. Nós viga-pilar

Page 3: ESTRUTURAS DE BETÃO ARMADO I 13 –DISPOSIÇÕES … · PROGRAMA 1. Introdução ao betão armado 2. ... f b z V 1 cd w Rd,max cw = f z cotg ⋅ ... tk = k f yk ε uk No EC8 (EN1998

Válter Lúcio Maio 2006 3

ESTRUTURAS DE BETÃO ARMADO IESTRUTURAS DE BETÃO ARMADO I fctfct -- UNLUNL

13 13 ––DISPOSIDISPOSIÇÇÕES CONSTRUTIVAS RELATIVAS A PILARES E PAREDESÕES CONSTRUTIVAS RELATIVAS A PILARES E PAREDES

1.1. ESFORESFORÇÇO TRANSVERSO EM PILARES E PAREDESO TRANSVERSO EM PILARES E PAREDES

θ+θν

α=tgcotg

zbf V wcd1cwmaxRd,

θ⋅= cotgz fs

A V ywdsw

sRd,

VERIFICAÇÃO DA SEGURANÇA:

VEd ≤ VRd,s - valor de cálculo do esforço transversoequilibrado pela resistência da armaduratransversal.

1.0 ≤ cotg θ ≤ 2.545º ≥ θ ≥ 21.8ºfywd = fyd

VEd ≤ VRd,max - valor de cálculo do esforço transversoresistente máximo, correspondente àresistência à compressão das escoras debetão.

⎟⎠⎞

⎜⎝⎛ −=ν

250f16.0 ck

1 com fck em MPa

αcw = 1 + σcp/fcd para 0 < σcp ≤ 0.25 fcd

αcw = 1.25 para 0.25 fcd < σcp ≤ 0.5 fcd

αcw = 2.5 (1 - σcp/fcd) para 0.5 fcd < σcp ≤ 1.0 fcd

σcp= - NEd/(Ac + αAs)

Valor corrente em elementos comprimidos: cotg θ = 2 ; θ = 26.6º

1.251.00

0.25 0.5 1.0 σcp/fcd

αcw

Page 4: ESTRUTURAS DE BETÃO ARMADO I 13 –DISPOSIÇÕES … · PROGRAMA 1. Introdução ao betão armado 2. ... f b z V 1 cd w Rd,max cw = f z cotg ⋅ ... tk = k f yk ε uk No EC8 (EN1998

Válter Lúcio Maio 2006 4

ESTRUTURAS DE BETÃO ARMADO IESTRUTURAS DE BETÃO ARMADO I fctfct -- UNLUNL

13 13 ––DISPOSIDISPOSIÇÇÕES CONSTRUTIVAS RELATIVAS A PILARES E PAREDESÕES CONSTRUTIVAS RELATIVAS A PILARES E PAREDES

ROTURA POR ESFORÇO TRANSVERSO EM PILARESDEVIDO À ACÇÃO SÍSMICA

Page 5: ESTRUTURAS DE BETÃO ARMADO I 13 –DISPOSIÇÕES … · PROGRAMA 1. Introdução ao betão armado 2. ... f b z V 1 cd w Rd,max cw = f z cotg ⋅ ... tk = k f yk ε uk No EC8 (EN1998

Válter Lúcio Maio 2006 5

ESTRUTURAS DE BETÃO ARMADO IESTRUTURAS DE BETÃO ARMADO I fctfct -- UNLUNL

13 13 ––DISPOSIDISPOSIÇÇÕES CONSTRUTIVAS RELATIVAS A PILARES E PAREDESÕES CONSTRUTIVAS RELATIVAS A PILARES E PAREDES

2.2. REGRAS GERAIS PARA ZONAS SREGRAS GERAIS PARA ZONAS SÍÍSMICASSMICASNos elementos estruturais primários para os sismos apenas se podem usar aços das classes de ductilidade B e C.

Classe de ductilidade A B Ck = (ft/fy)k ≥ 1,05 ≥ 1,08 ≥ 1,15

< 1,35

εuk (%) ≥ 2,5 ≥ 5,0 ≥ 7,5 0 2 4 6 8 10 12

ε %

σ MPa

fyk

ftk = k fyk

εuk

No EC8 (EN1998), para efeitos da análise e pormenorização das estruturas para responderem às acções sísmicas, definem-se três classes estruturais:

• classe de ductilidade baixa DCL (low ductility class)• classe de ductilidade média DCM (medium ductility class)• classe de ductilidade alta DCH (high ductility class)

Para a classe de ductilidade média (DCM) não devem ser usados betões de classe de resistência inferior a C16/20 nos elementos estruturais primários.

No que se segue, considera-se que a estrutura é da classe de ductilidade média DCM (medium ductility class).

Page 6: ESTRUTURAS DE BETÃO ARMADO I 13 –DISPOSIÇÕES … · PROGRAMA 1. Introdução ao betão armado 2. ... f b z V 1 cd w Rd,max cw = f z cotg ⋅ ... tk = k f yk ε uk No EC8 (EN1998

Válter Lúcio Maio 2006 6

ESTRUTURAS DE BETÃO ARMADO IESTRUTURAS DE BETÃO ARMADO I fctfct -- UNLUNL

13 13 ––DISPOSIDISPOSIÇÇÕES CONSTRUTIVAS RELATIVAS A PILARES E PAREDESÕES CONSTRUTIVAS RELATIVAS A PILARES E PAREDES

Uma estrutura mais dúctil, garantindo maiores deslocamentos horizontais, pode ser menos resistente. δ

δ

E

- E

- δ

As duas estruturas são igualmente eficientes se possuírem a mesma energia de deformação.

δ

E1

E2

δ

E

- E

- δ

Page 7: ESTRUTURAS DE BETÃO ARMADO I 13 –DISPOSIÇÕES … · PROGRAMA 1. Introdução ao betão armado 2. ... f b z V 1 cd w Rd,max cw = f z cotg ⋅ ... tk = k f yk ε uk No EC8 (EN1998

Válter Lúcio Maio 2006 7

ESTRUTURAS DE BETÃO ARMADO IESTRUTURAS DE BETÃO ARMADO I fctfct -- UNLUNL

13 13 ––DISPOSIDISPOSIÇÇÕES CONSTRUTIVAS RELATIVAS A PILARES E PAREDESÕES CONSTRUTIVAS RELATIVAS A PILARES E PAREDES

ZONAS CRÍTICAS EM PILARES Momentos devido à acção sísmica

Zonas críticaszonas onde se podem formar rótulas plásticasdevido à acção sísmica

Forças estáticas equivalentes à acção sísmica

lcr - comprimento da zona crítica do pilar

lcl

lcr = max{h; lcl/6; 0.45m}

h

lcr

lcr

Page 8: ESTRUTURAS DE BETÃO ARMADO I 13 –DISPOSIÇÕES … · PROGRAMA 1. Introdução ao betão armado 2. ... f b z V 1 cd w Rd,max cw = f z cotg ⋅ ... tk = k f yk ε uk No EC8 (EN1998

Válter Lúcio Maio 2006 8

ESTRUTURAS DE BETÃO ARMADO IESTRUTURAS DE BETÃO ARMADO I fctfct -- UNLUNL

13 13 ––DISPOSIDISPOSIÇÇÕES CONSTRUTIVAS RELATIVAS A PILARES E PAREDESÕES CONSTRUTIVAS RELATIVAS A PILARES E PAREDES

Para uma estrutura possuir maior ductilidade, terá que respeitar maiores exigências de pormenorização nas zonas críticas, designadamente:

• Estribos e cintas mais apertados para:• confinar o betão, garantindo que este resiste

a maiores deformações e ciclos de compressão-tracção;• controlar a encurvadura das armaduras,

as quais estão também sujeitas a maiores ciclos de compressão-tracção. • Menores quantidades de armadura traccionada

e maiores quantidades de armadura comprimida, garantindo, assim, que as armaduras plastificam devido à flexão das vigas.

Page 9: ESTRUTURAS DE BETÃO ARMADO I 13 –DISPOSIÇÕES … · PROGRAMA 1. Introdução ao betão armado 2. ... f b z V 1 cd w Rd,max cw = f z cotg ⋅ ... tk = k f yk ε uk No EC8 (EN1998

Válter Lúcio Maio 2006 9

ESTRUTURAS DE BETÃO ARMADO IESTRUTURAS DE BETÃO ARMADO I fctfct -- UNLUNL

13 13 ––DISPOSIDISPOSIÇÇÕES CONSTRUTIVAS RELATIVAS A PILARES E PAREDESÕES CONSTRUTIVAS RELATIVAS A PILARES E PAREDES

Dimensões mínimas dos pilares: bmin = 0.20m; D = 0.25m (valores recomendados)

1.1. DISPOSIDISPOSIÇÇÕES CONSTRUTIVAS EM PILARESÕES CONSTRUTIVAS EM PILARES

ARMADURAS LONGITUDINAIS:• φl,min = 10mm• As,min = max { 0.10 NEd / fyd ; 1% Ac}

• As,max = 4% Ac Nas zonas de emendas por sobreposição este valor pode ser elevado para o dobro.

• Pilares poligonais: devem ser colocados pelo menos um varão em cada canto e um varão em cada face.

• Pilares circulares: devem ser colocados pelo menos 4 varões.(em geral coloca-se pelo menos 6 varões)

Page 10: ESTRUTURAS DE BETÃO ARMADO I 13 –DISPOSIÇÕES … · PROGRAMA 1. Introdução ao betão armado 2. ... f b z V 1 cd w Rd,max cw = f z cotg ⋅ ... tk = k f yk ε uk No EC8 (EN1998

Válter Lúcio Maio 2006 10

ESTRUTURAS DE BETÃO ARMADO IESTRUTURAS DE BETÃO ARMADO I fctfct -- UNLUNL

13 13 ––DISPOSIDISPOSIÇÇÕES CONSTRUTIVAS RELATIVAS A PILARES E PAREDESÕES CONSTRUTIVAS RELATIVAS A PILARES E PAREDES

• A distância de um varão não cintado a um varão cintado não deve exceder 0.15m. ≤ 0.20m

≤ 0.15m

≤ 0.15m

• A distância entre dois varões cintados não deve exceder 0.20m nas zonas críticas (EN1998.1).

ARMADURAS TRANSVERSAIS:• φt,min = max {6mm; φl/4}• Espaçamento

• nas zonas correntes sl,max = min {15 φl ; bmin ; 0.30m}• nas zonas críticas sl,max = min {8 φl ; b0/2 ; 0.175m}

• Nas zonas críticas -ν ≤ 0.65 ; ω ≥ 0.8

b0 é a menor dimensão do núcleo cintado, entre eixos das cintas.

b0

Núcleo cintado

• nas zonas de emenda por sobreposição devem ser colocadas pelo menos 3 cintas igualmente espaçadas no comprimento de sobreposição, e o afastamento entre elas não deve exceder sl,max = min {12 φl ; 0.6 bmin ; 0.24m}

Page 11: ESTRUTURAS DE BETÃO ARMADO I 13 –DISPOSIÇÕES … · PROGRAMA 1. Introdução ao betão armado 2. ... f b z V 1 cd w Rd,max cw = f z cotg ⋅ ... tk = k f yk ε uk No EC8 (EN1998

Válter Lúcio Maio 2006 11

ESTRUTURAS DE BETÃO ARMADO IESTRUTURAS DE BETÃO ARMADO I fctfct -- UNLUNL

13 13 ––DISPOSIDISPOSIÇÇÕES CONSTRUTIVAS RELATIVAS A PILARES E PAREDESÕES CONSTRUTIVAS RELATIVAS A PILARES E PAREDES

COLAPSO DE PILARES DEVIDOÀ ACÇÃO SÍSMICA

CAUSADA POR INSUFICIÊNCIA DE CINTAGEM DO BETÃO

E DAS ARMADURAS LONGITUDINAIS

Encurvadura das armaduras longitudinais na zona crítica

Esmagamento do betão na zona crítica

Page 12: ESTRUTURAS DE BETÃO ARMADO I 13 –DISPOSIÇÕES … · PROGRAMA 1. Introdução ao betão armado 2. ... f b z V 1 cd w Rd,max cw = f z cotg ⋅ ... tk = k f yk ε uk No EC8 (EN1998

Válter Lúcio Maio 2006 12

ESTRUTURAS DE BETÃO ARMADO IESTRUTURAS DE BETÃO ARMADO I fctfct -- UNLUNL

13 13 ––DISPOSIDISPOSIÇÇÕES CONSTRUTIVAS RELATIVAS A PILARES E PAREDESÕES CONSTRUTIVAS RELATIVAS A PILARES E PAREDES

ARMADURAS HORIZONTAISNos pilares fictícios aplicam-se as regras de cintagem dos pilares.

Nas almas as armaduras devem respeitar as regras de dimensionamento e de pormenorização das armaduras de esforço transverso.

PORMENORIZAÇÃO

ARMADURAS VERTICAIS

0.4% Ac ≤ AsV ≤ 4% Ac

sV ≤0.30m

Quantidade de armadura horizontal AsH ≥ 0.5 AsV

Diâmetro da armadura horizontalφH ≥ φV / 4

Page 13: ESTRUTURAS DE BETÃO ARMADO I 13 –DISPOSIÇÕES … · PROGRAMA 1. Introdução ao betão armado 2. ... f b z V 1 cd w Rd,max cw = f z cotg ⋅ ... tk = k f yk ε uk No EC8 (EN1998

Válter Lúcio Maio 2006 13

ESTRUTURAS DE BETÃO ARMADO IESTRUTURAS DE BETÃO ARMADO I fctfct -- UNLUNL

13 13 ––DISPOSIDISPOSIÇÇÕES CONSTRUTIVAS RELATIVAS A PILARES E PAREDESÕES CONSTRUTIVAS RELATIVAS A PILARES E PAREDESESTRUTURAS DE BETÃO ARMADO IESTRUTURAS DE BETÃO ARMADO I

PROGRAMAPROGRAMA1. Introdução ao betão armado2. Bases de Projecto e Acções3. Propriedades dos materiais: betão e aço4. Durabilidade5. Estados limite últimos de resistência à tracção e à compressão6. Estado limite último de resistência à flexão simples7. Estado limite último de resistência ao esforço transverso8. Disposições construtivas relativas a vigas9. Estados limite de fendilhação10.Estados limite de deformação11.Estados limites últimos de resistência à flexão composta com esforço

normal e à flexão desviada12.Efeitos de segunda ordem provocados por esforço axial13.Disposições construtivas relativas a pilares e paredes14.Estado limite último de resistência à torção