estruturas cristalinas

78
TECNOLOGIA DOS MATERIAIS PARA AUTOMAÇÃO Prof. Carlos Henrique Barriquello Apresentação Universidade Federal de Santa Maria Departamento de Processamento de Energia Elétrica Engenharia de Controle e Automação

Upload: mauromello

Post on 30-Jul-2015

224 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Estruturas Cristalinas

TECNOLOGIA DOS MATERIAIS PARA AUTOMAÇÃO

Prof. Carlos Henrique Barriquello

Apresentação

Universidade Federal de Santa Maria

Departamento de Processamento de Energia Elétrica

Engenharia de Controle e Automação

Page 2: Estruturas Cristalinas

Materiais Elétricos e Eletrônicos para Automação 2

Conhecer os tipos de materiais quanto à organização atômica e seu comportamento, com ênfase nos materiais elétricos e de construção mecânica.

Conhecer a tecnologia, tipos de materiais e dispositivos empregados em Engenharia de Controle e Automação.

OBJETIVOS

Page 3: Estruturas Cristalinas

Materiais Elétricos e Eletrônicos para Automação 3

UNIDADE 1 - INTRODUÇÃO A CIÊNCIA DOS MATERIAIS 1.1 - Estrutura dos materiais: cristalinos, policristalinos e amorfos. 1.2 - Estruturas cristalinas mais comuns. 1.3 - Propriedades dos materiais e suas origens: mecânicas, elétricas, magnéticas, ópticas, térmicas e químicas.

UNIDADE 2 - MATERIAIS ELÉTRICOS 2.1 – Principais tipos: condutores, isolantes, semicondutores, magnéticos e piezelétricos.2.2 – Aplicações em controle e automação.

PROGRAMA

Page 4: Estruturas Cristalinas

Materiais Elétricos e Eletrônicos para Automação 4

UNIDADE 3 – TECNOLOGIA DOS MATERIAIS ELÉTRICOS 3.1 – Dispositivos empregados em eletrotécnica.3.2 – Dispositivos empregados em eletrônica.3.3 – Simbologia de componentes de eletrotécnica e eletrônica.3.4 – Codificação de componentes.

UNIDADE 4 - MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO MECÂNICA4.1 – Principais tipos: metálicos, cerâmicos e poliméricos.4.2 – Ligas metálicas.4.3 – Tratamentos térmicos e termoquímicos em metais.4.4 – Corrosão.

PROGRAMA

Page 5: Estruturas Cristalinas

Materiais Elétricos e Eletrônicos para Automação 5

UNIDADE 5 – TECNOLOGIA DOS MATERIAIS MECÂNICOS 5.1 – Elementos de transmissão de potência.5.2 – Elementos de apoio.5.3 – Elementos de fixação.5.4 – Simbologia.

PROGRAMA

Page 6: Estruturas Cristalinas

Materiais Elétricos e Eletrônicos para Automação 6

BIBLIOGRAFIA BÁSICA SCHMIDT, VALFREDO. Materiais Elétricos: Condutores e Semicondutores - Vol. 1. São Paulo: Ed Edgard Blucher, 1980.

SCHMIDT, VALFREDO. Materiais Elétricos: Isolantes e Magnéticos - Vol. 2. São Paulo: Ed Edgard Blucher, 1980.

CALLISTER Jr., William D. Ciência e Engenharia dos Materiais – Uma introdução. Rio de Janeiro: Editora LTC, 2008.

Niemann, G. Elementos de Máquinas. São Paulo: Editora Blucher, 1971.MALVINO, A. P. Eletrônica. São Paulo: Makron Books, 1997.

BIBLIOGRAFIA

Page 7: Estruturas Cristalinas

Materiais Elétricos e Eletrônicos para Automação 7

BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR CALLISTER Jr., William D. Fundamentos Ciência e Tecnologia dos Materiais – Uma abordagem integrada. Rio de Janeiro: Editora LTC, 2006.

SMITH, W. F. Princípios de Ciência e Engenharia dos Materiais. Lisboa: Editora McGRAW-HILL, 2008.

MATE VAN VLACK, Lawrence. Princípios de Ciência dos Materiais. São Paulo: Editora Blucher, 1970.

MARTIGNONI, A. Eletrotécnica. Porto Alegre: Globo, 1980.

BIBLIOGRAFIA

Page 8: Estruturas Cristalinas

Materiais Elétricos e Eletrônicos para Automação 8

Seminário (4)

Prova (6)

MF = (M1 + M2)/2

- Presença (75%)

AVALIAÇÃO

Page 9: Estruturas Cristalinas

TECNOLOGIA DOS MATERIAIS PARA AUTOMAÇÃO

Prof. Carlos Henrique Barriquello

UNIDADE 1 - INTRODUÇÃO A CIÊNCIA DOS MATERIAIS

Universidade Federal de Santa Maria

Departamento de Processamento de Energia Elétrica

Engenharia de Controle e Automação

Page 10: Estruturas Cristalinas

Materiais Elétricos e Eletrônicos para Automação 10

Estrutura dos materiais

Por quê estudar?• As propriedades de alguns materiais estão

diretamente associadas à sua estrutura cristalina (ex: magnésio e berílio que têm a mesma estrutura se deformam muito menos que ouro e prata que têm outra estrutura cristalina)

• Explica a diferença significativa nas propriedades de materiais cristalinos e não cristalinos de mesma composição (materiais cerâmicos e poliméricos não-cristalinos tendem a ser opticamente transparentes enquanto cristalinos não)

Page 11: Estruturas Cristalinas

Materiais Elétricos e Eletrônicos para Automação 11

Estrutura dos materiais

• Os materiais sólidos podem ser classificados em cristalinos ou não-cristalinos de acordo com a regularidade na qual os átomos ou íons se dispõem em relação à seus vizinhos.

• Material cristalinoMaterial cristalino é aquele no qual os átomos encontram-se ordenados sobre longas distâncias atômicas formando uma estrutura tridimensional que se chama de rede cristalina.

• Todos os metais, muitas cerâmicas e alguns polímeros formam estruturas cristalinas sob condições normais de solidificação.

Page 12: Estruturas Cristalinas

Materiais Elétricos e Eletrônicos para Automação 12

Estrutura dos materiais

• Nos materiais não-cristalinos ou amorfosmateriais não-cristalinos ou amorfos não existe ordem de longo alcance na disposição dos átomos.

• As propriedades dos materiais sólidos cristalinos depende da estrutura cristalina, ou seja, da maneira na qual os átomos, moléculas ou íons estão espacialmente dispostos.

• Há um número grande de diferentes estruturas cristalinas, desde estruturas simples exibidas pelos metais até estruturas mais complexas exibidas pelos cerâmicos e polímeros.

Page 13: Estruturas Cristalinas

Materiais Elétricos e Eletrônicos para Automação 13

Estrutura dos materiais

CÉLULA UNITÁRIA(unidade básica repetitiva da estrutura

tridimensional)• Consiste num pequeno grupos de átomos que

formam um modelo repetitivo ao longo da estrutura tridimensional (analogia com elos da corrente)

• A célula unitária é escolhida para representar a simetria da estrutura cristalina

Page 14: Estruturas Cristalinas

Materiais Elétricos e Eletrônicos para Automação 14

Estrutura dos materiais

CÉLULA UNITÁRIA(unidade básica repetitiva da estrutura

tridimensional)

Os átomos são representados como esferas rígidas

Célula Unitária

Page 15: Estruturas Cristalinas

Materiais Elétricos e Eletrônicos para Automação 15

Estrutura Cristalinas dos Metais

• A estrutura cristalina dos metais têm geralmente um número grande de vizinhos e alto empacotamento atômico.

• Três são as estruturas cristalinas mais comuns em metais: Cúbica de corpo centrado, Cúbica de corpo centrado, cúbica de face centrada e hexagonal cúbica de face centrada e hexagonal compactacompacta.

Page 16: Estruturas Cristalinas

Materiais Elétricos e Eletrônicos para Automação 16

Estrutura Cristalinas dos Metais

SISTEMA CÚBICO

Os átomos podem ser agrupados dentro do sistema cúbico em 3 diferentes tipos de repetição

– Cúbico simples (CS)– Cúbico de corpo centrado (CCC)– Cúbico de face centrada (CFC)

Page 17: Estruturas Cristalinas

Materiais Elétricos e Eletrônicos para Automação 17

SISTEMA CÚBICO SIMPLES

Apenas 1/8 de cada átomo cai dentro da célula unitária, ou seja, a célula unitária contém apenas 1 átomo.

Essa é a razão que os metais não cristalizam na estrutura cúbica simples (devido ao baixo empacotamento atômico)

Parâmetro de rede

a

Page 18: Estruturas Cristalinas

Materiais Elétricos e Eletrônicos para Automação 18

NÚMERO DE COORDENAÇÃO

Número de coordenação Número de coordenação corresponde ao número de átomos vizinhos mais próximos

Para a estrutura cúbica simples o número de coordenação é ?

6

Page 19: Estruturas Cristalinas

Materiais Elétricos e Eletrônicos para Automação 19

RELAÇÃO ENTRE O RAIO ATÔMICO (R) E O PARÂMETRO DE REDE (a) PARA O SITEMA CÚBICO SIMPLES

No sistema cúbico simples os átomos se tocam na face

a= 2 R

Page 20: Estruturas Cristalinas

Materiais Elétricos e Eletrônicos para Automação 20

FATOR DE EMPACOTAMENTO ATÔMICO PARA CÚBICO SIMPLES

Fator de empacotamento = volume dos átomos em uma célula unitária Volume da célula unitária

• Volume dos átomos = número de átomos x Volume da Esfera• Volume da célula = Volume do Cubo

Fator de empacotamento = 4R3/3 (2R) 3

Volume esfera = 4R3/3

Volume do cubo = a3

O FATOR DE EMPACOTAMENTO PARA A EST. CS É 0,52

Page 21: Estruturas Cristalinas

Materiais Elétricos e Eletrônicos para Automação 21

EST. CÚBICA DE CORPO CENTRADO

O PARÂMETRO DE REDE E O RAIO ATÔMICO ESTÃO RELACIONADOS NESTE SISTEMA POR:

accc= 4R /(3)1/2

Na est. ccc cada átomo dos vertices do cubo é dividido com 8 células unitárias

Já o átomo do centro pertence somente a sua célula unitária.

Cada átomo de uma estrutura ccc é cercado por 8 átomos adjacentes

Há 2 átomos por célula unitária na estrutura ccc

O Fe, Cr, W cristalizam em ccc

Filme

Page 22: Estruturas Cristalinas

Materiais Elétricos e Eletrônicos para Automação 22

RELAÇÃO ENTRE O RAIO ATÔMICO (R) E O PARÂMETRO DE REDE (a)

PARA O SISTEMA CCC

No sistema CCC os átomos se tocam ao longo da diagonal do cubo: (3) 1/2.a=4R

accc= 4R/ (3)1/2

Page 23: Estruturas Cristalinas

Materiais Elétricos e Eletrônicos para Automação 23

NÚMERO DE COORDENAÇÃO

Para a estrutura ccc o número de coordenação é 8

1/8 de átomo

1 átomo inteiro

Page 24: Estruturas Cristalinas

Materiais Elétricos e Eletrônicos para Automação 24

FATOR DE EMPACOTAMENTO ATÔMICO PARA CCC

O FATOR DE EMPACOTAMENTO PARA A ESTRUTURA CCC?

Fator de empacotamento = volume dos átomos em uma célula unitária Volume da célula unitária

0,68

Page 25: Estruturas Cristalinas

Materiais Elétricos e Eletrônicos para Automação 25

EST. CÚBICA DE FACE CENTRADA

O PARÂMETRO DE REDE E O RAIO ATÔMICO ESTÃO RELACIONADOS PARA ESTE SISTEMA POR:

acfc = 4R/(2)1/2 =2R . (2)1/2

Na est. cfc cada átomo dos vertices do cubo é dividido com 8 células unitátias

Já os átomos das faces pertencem somente a duas células unitárias

Há 4 átomos por célula unitária na estrutura cfc

É o sistema mais comum encontrado nos metais (Al, Fe, Cu, Pb, Ag, Ni,...)

Filme 25

Page 26: Estruturas Cristalinas

Materiais Elétricos e Eletrônicos para Automação 26

NÚMERO DE COORDENAÇÃO PARA CFC

Número de coordenação corresponde ao número de átomos vizinhos mais próximo

Para a estrutura cfc o número de Para a estrutura cfc o número de coordenação é 12coordenação é 12.

Page 27: Estruturas Cristalinas

Materiais Elétricos e Eletrônicos para Automação 27

NÚMERO DE COORDENAÇÃO PARA CFC

Para a estrutura cfc o Para a estrutura cfc o número de número de coordenação é 12coordenação é 12.

Page 28: Estruturas Cristalinas

Materiais Elétricos e Eletrônicos para Automação 2828

Demonstre que acfc = 2R (2)1/2

a2 + a2 = (4R)2

2 a2 = 16 R2

a2 = 16/2 R2

a2 = 8 R2

a= 2R (2)1/2

Page 29: Estruturas Cristalinas

Materiais Elétricos e Eletrônicos para Automação 2929

FATOR DE EMPACOTAMENTO ATÔMICO PARA CFC

Fator de empacotamento= Número de átomos X Volume dos átomos

Volume da célula unitária

O FATOR DE EMPACOTAMENTO PARA A EST. CFC É 0,74

Page 30: Estruturas Cristalinas

Materiais Elétricos e Eletrônicos para Automação 3030

TABELA RESUMO PARA O SISTEMA CÚBICO

Átomos Número de Parâmetro Fator de

por célula coordenação de rede empacotamento

CS 1 6 2R 0,52

CCC 2 8 4R/(3)1/2 0,68

CFC 4 12 4R/(2)1/2 0,74

Page 31: Estruturas Cristalinas

Materiais Elétricos e Eletrônicos para Automação 3131

CÁLCULO DA DENSIDADE

O conhecimento da estrutura cristalina permite o cálculo da densidade ():

= nA VcNA

n= número de átomos da célula unitária

A= peso atômico

Vc= Volume da célula unitária

NA= Número de Avogadro (6,02 x 1023 átomos/mol)

Page 32: Estruturas Cristalinas

Materiais Elétricos e Eletrônicos para Automação 3232

EXEMPLO:

Cobre têm raio atômico de 0,128nm (1,28 Å), uma estrutura cfc, um peso atômico de 63,5 g/mol. Calcule a densidade do cobre.

Resposta: 8,89 g/cm3

Valor da densidade medida= 8,94 g/cm3

Page 33: Estruturas Cristalinas

Materiais Elétricos e Eletrônicos para Automação 3333

SISTEMA HEXAGONAL SIMPLES

Os metais não cristalizam no sistema hexagonal simples porque o fator de empacotamento é muito baixo

Entretanto, cristais com mais de um tipo de átomo cristalizam neste sistema

Page 34: Estruturas Cristalinas

Materiais Elétricos e Eletrônicos para Automação 3434

EST. HEXAGONAL COMPACTA

O sistema Hexagonal Compacta é mais comum nos metais (ex: Mg, Zn)

Na HC cada átomo de uma dada camada está diretamente abaixo ou acima dos interstícios formados entre as camadas adjacentes

Page 35: Estruturas Cristalinas

Materiais Elétricos e Eletrônicos para Automação 3535

EST. HEXAGONAL COMPACTA

Cada átomo tangencia 3 átomos da camada de cima, 6 átomos no seu próprio plano e 3 na camada de baixo do seu plano

O número de coordenação para a estrutura HC é 12 e, portanto, o fator de empacotamento é o mesmo da cfc, ou seja, 0,74.

Relação entre R e a:a= 2R

Page 36: Estruturas Cristalinas

Materiais Elétricos e Eletrônicos para Automação 3636

EST. HEXAGONAL COMPACTA

Há 2 parâmetros de rede representando os parâmetros

Basais (a) e de altura (c)

Page 37: Estruturas Cristalinas

Materiais Elétricos e Eletrônicos para Automação 3737

EST. HEXAGONAL COMPACTA

EXERCÍCIO:Calcule o volume da célula unitária da estrutura cristalina do zinco, utilizando os seguintes dados: o zinco puro tem estrutura cristalina HC, com os parâmetros de rede a = 0,2665 nm e c = 0,4947 nm

Page 38: Estruturas Cristalinas

Materiais Elétricos e Eletrônicos para Automação 3838

EST. HEXAGONAL COMPACTA

Área do triângulo ABC = ½ (base) (altura) = ½ (a) (a sen 60º) = ½ a^2sen 60

Área total da base HC = (6) (1/2 a sen 60º) = 3 a^2sen 60

Volume da célula unitária HC do zinco = (3 a 2 sen 60º) (c)= (3) (0,2665 nm) 2(0,8660) (0,4947 nm) = 0,0913 nm

Page 39: Estruturas Cristalinas

Materiais Elétricos e Eletrônicos para Automação 3939

RAIO ATÔMICO E ESTRUTURA CRISTALINA DE ALGUNS METAIS

Page 40: Estruturas Cristalinas

Materiais Elétricos e Eletrônicos para Automação 4040

SISTEMAS CRISTALINOS

Estes sistemas incluem todas as

possíveis geometrias de divisão do espaço por superfícies planas contínuas

Page 41: Estruturas Cristalinas

Materiais Elétricos e Eletrônicos para Automação 4141

OS 7 SISTEMAS CRISTALINOS

Page 42: Estruturas Cristalinas

Materiais Elétricos e Eletrônicos para Automação 4242

AS 14 REDES DE BRAVAIS

Dos 7 sistemas cristalinos podemos identificar 14 tipos diferentes de células unitárias, conhecidas com redes de Bravais. Cada uma destas células unitárias tem certas características que ajudam a diferenciá-las das outras células unitárias. Além do mais, estas características também auxiliam na definição das propriedades de um material particular.

Page 43: Estruturas Cristalinas

Materiais Elétricos e Eletrônicos para Automação 4343

POLIMORFISMO OU ALOTROPIA

Alguns metais e não-metais podem ter mais de uma estrutura cristalina dependendo da temperatura e pressão. Esse fenômeno é conhecido como polimorfismo.

Geralmente as transformações polimorficas são acompanhadas de mudanças na densidade e mudanças de outras propriedades físicas.

Page 44: Estruturas Cristalinas

Materiais Elétricos e Eletrônicos para Automação 4444

EXEMPLO DE MATERIAIS QUE EXIBEM POLIMORFISMO

Ferro Titânio Carbono (grafite e diamente) SiC (chega ter 20 modificações

cristalinas) Entre outros.

Page 45: Estruturas Cristalinas

Materiais Elétricos e Eletrônicos para Automação 4545

ALOTROPIA DO FERRO

Na temperatura ambiente, o Ferro têm estrutura ccc, número de coordenação 8, fator de empacotamento de 0,68 e um raio atômico de 1,241Å.

A 910°C, o Ferro passa para estrutura cfc, número de coordenação 12, fator de empacotamento de 0,74 e um raio atômico de 1,292Å.

A 1394°C o ferro passa novamente para ccc.

ccc

cfc

ccc

Até 910°C

De 910-1394°C

De 1394°C-PF

Page 46: Estruturas Cristalinas

46

ALOTROPIA DO TITÂNIO

FASE Existe até 883ºC Apresenta estrutura hexagonal compacta É mole

FASE Existe a partir de 883ºC Apresenta estrutura ccc É dura

Page 47: Estruturas Cristalinas

Materiais Elétricos e Eletrônicos para Automação 4747

EXERCÍCIO

Vccc= 2a3 Vcfc= a3

accc= 4R/ (3)1/2 acfc = 2R (2)1/2

Vccc= 49,1 Å3 Vcfc= 48,7 Å3

V%= 48,7 - 49,1 /48,7 = - 0,8% de variaçãoPara o cálculo foi tomado como base 2 células unitárias ccc, por isso Vccc= 2a3 uma vez que na passagem do sistema ccc para cfc há uma contração de volume

O ferro passa de ccc para cfc a 910 ºC. Nesta

temperatura os raios atômicos são respectivamente , 1,258Å e 1,292Å. Qual a percentagem de variação de volume percentual provocada pela mudança de estrutura?

Page 48: Estruturas Cristalinas

Materiais Elétricos e Eletrônicos para Automação 4848

Posições atômicas em células unitárias cúbica

Um aspecto importante da natureza das estruturas cristalinas é que uma posição reticular dada é estruturalmente equivalente à posição em qualquer outra célula da mesma estrutura

Para localizar as posições atômicas em células unitárias cúbicas, usam-se os eixos ortogonais x, y e z

Em cristalografia, o sentido positivo do eixo x tem geralmente a direção que sai do papel, o sentido positivo do eixo y aponta para a direita do papel, e o sentido positivo do eixo z aponta para cima

Page 49: Estruturas Cristalinas

Materiais Elétricos e Eletrônicos para Automação 4949

Posições atômicas em células unitárias cúbica

Os sentidos negativos são os opostos aos que acabamos de descrever.

Page 50: Estruturas Cristalinas

Materiais Elétricos e Eletrônicos para Automação 5050

Posições atômicas em células unitárias cúbica

A notação empregada (0,0,0) para designar posições na realidade descreve frações das dimensões da célula.

As posições dos oito átomos que se encontram nos vértices da célula unitária CCC são (0,0,0) (1,0,0) (0,1,0) (0,0,1) (1,1,1) (1,1,0) (1,0,1),(0,1,1)

Page 51: Estruturas Cristalinas

Materiais Elétricos e Eletrônicos para Automação 5151

DIREÇÕES NOS CRISTAIS

a, b e c definem os eixos de um sistema de coordenadas em 3D. Qualquer linha (ou direção) do sistema de coordenadas pode ser especificada através de dois pontos: · um deles sempre é tomado como sendo a origem do sistema de coordenadas, geralmente (0,0,0) por convenção;

Page 52: Estruturas Cristalinas

Materiais Elétricos e Eletrônicos para Automação 5252

DIREÇÕES NOS CRISTAIS

• Fazer referência a direções específicas nas redes cristalinas é particularmente importante no caso dos metais e ligas com propriedades que variam com a orientação cristalográfica

• São representadas entre colchetes=[uvw]

Page 53: Estruturas Cristalinas

Materiais Elétricos e Eletrônicos para Automação 5353

DIREÇÕES NOS CRISTAIS

• Para os cristais cúbicos, os índices das direções cristalográficas são os componentes do vetor direção segundo cada um dos eixos coordenados, após redução aos menores inteiros

Page 54: Estruturas Cristalinas

Materiais Elétricos e Eletrônicos para Automação 5454

DIREÇÕES NOS CRISTAIS

• Para indicar esquematicamente uma direção numa célula unitária cúbica, desenha-se um vetor-direção a partir de uma origem, que é geralmente um vértice da célula cúbica, até que saia da superfície do cubo.

Page 55: Estruturas Cristalinas

Materiais Elétricos e Eletrônicos para Automação 5555

DIREÇÕES NOS CRISTAIS

• As coordenadas do ponto da célula unitária em que o vetor-direção emerge da superfície do cubo, após conversão em inteiros, são os índices da direção

Page 56: Estruturas Cristalinas

Materiais Elétricos e Eletrônicos para Automação 5656

DIREÇÕES NOS CRISTAIS

Subtrai-se o ponto final do vetor direção com o pontoda origem do vetor posição.

Page 57: Estruturas Cristalinas

Materiais Elétricos e Eletrônicos para Automação 5757

DIREÇÕES NOS CRISTAIS

• Se a subtração der negativa, coloca-se uma barra sobre o número

Page 58: Estruturas Cristalinas

Materiais Elétricos e Eletrônicos para Automação 5858

DIREÇÕES NOS CRISTAIS

Page 59: Estruturas Cristalinas

Materiais Elétricos e Eletrônicos para Automação 5959

DIREÇÕES NOS CRISTAIS

Os números devem ser divididos ou multiplicados por um

fator comum para dar números inteiros

Page 60: Estruturas Cristalinas

Materiais Elétricos e Eletrônicos para Automação 6060

DIREÇÕES NOS CRISTAIS

É também importante salientar que todas as direções paralelas têm os mesmos índices

As direções dizem-se cristalograficamente equivalentes se, ao longo dessas direções, o espaçamento entre os átomos for o mesmo

Page 61: Estruturas Cristalinas

Materiais Elétricos e Eletrônicos para Automação 6161

DIREÇÕES NOS CRISTAIS

Por exemplo, as seguintes direções, correspondentes às arestas do cubo, são cristalograficamente equivalentes:

[1 0 0], [0 1 0], [0 0 1], [0 1 0], [0 0 1], [1 0 0] = <100>

Direções equivalentes designam-se por índices de uma família ou forma. Utiliza-se a notação <100> para indicar todas as direções correspondentes às arestas do cubo

Page 62: Estruturas Cristalinas

Materiais Elétricos e Eletrônicos para Automação 6262

DIREÇÕES NOS CRISTAIS

As diagonais do cubo, que pertencem à forma <1 1 1>, e as diagonais das faces do cubo, que pertencem à forma <110>.

Page 63: Estruturas Cristalinas

Materiais Elétricos e Eletrônicos para Automação 6363

DIREÇÕES PARA O SISTEMA CCC

• No sistema ccc os átomos se tocam ao longo da diagonal do cubo, que corresponde a direção [111]

• Então, a direção [111] é a de maior empacotamento atômico para o sistema ccc

Page 64: Estruturas Cristalinas

Materiais Elétricos e Eletrônicos para Automação 6464

DIREÇÕES PARA O SISTEMA CFC

• No sistema cfc os átomos se tocam ao longo da diagonal da face, que corresponde a [110]

• Então, a direção [110] é a de maior empacotamento atômico para o sistema cfcFilme 22

Page 65: Estruturas Cristalinas

6565

PLANOS CRISTALINOS Por quê são importantes?

· Para a determinação da estrutura cristalina Os métodos de difração medem diretamente a distância entre planos paralelos de pontos do reticulado cristalino. Esta informação é usada para determinar os parâmetros do reticulado de um cristal.

Os métodos de difração também medem os ângulos entre os planos do reticulado. Estes são usados para determinar os ângulos interaxiais de um cristal.

· Para a deformação plástica

A deformação plástica (permanente) dos metais ocorre pelo deslizamento dos átomos, escorregando uns sobre os outros no cristal. Este deslizamento tende a acontecer preferencialmente ao longo de planos direções específicos do cristal.

· Para as propriedades de transporte

Em certos materiais, a estrutura atômica em determinados planos causa o transporte de elétrons e/ou acelera a condução nestes planos, e, relativamente, reduz a velocidade em planos distantes destes.

Page 66: Estruturas Cristalinas

Materiais Elétricos e Eletrônicos para Automação 6666

PLANOS CRISTALINOS

• São representados de maneira similar às direções

• São representados pelos índices de Miller = (hkl)

• Planos paralelos são equivalentes tendos os mesmos índices

Page 67: Estruturas Cristalinas

Materiais Elétricos e Eletrônicos para Automação 6767

PLANOS CRISTALINOS

Page 68: Estruturas Cristalinas

6868

PLANOS CRISTALINOS

Para identificar planos cristalográficos, numa estrutura cristalina cúbica, usa-se o sistema de notação de Miller Os índices de Miller de um plano cristalográfico são definidos como os inversos das interseções fracionárias (com as frações reduzidas ao mesmo denominador) que o plano faz com os eixos cristalográficos x, y e z coincidentes com três arestas não paralelas da célula unitária cúbica

Page 69: Estruturas Cristalinas

6969

PLANOS CRISTALINOS

a) Escolher um plano que não passe pela origem (0,0,0);b) Determinar as interseções do plano com os eixos

cristalográficos x, y e z do cubo unitário. Essas interseções podem ser números fracionário;

c)Obter os inversos destas interseções (o recíproco) (3 3/2 1);d) Reduzir as frações, dado que não são permitidas

interseções fracionárias;Os índices de Miller são: (632)

Page 70: Estruturas Cristalinas

7070

PLANOS CRISTALINOS

Se o plano cristalográfico considerado passar pela origem, fazendo com que uma ou mais interseções sejam zero, o plano terá de ser deslocado para uma posição equivalente, dentro da célula unitária, mantendo se paralelo ao plano inicial

Page 71: Estruturas Cristalinas

Materiais Elétricos e Eletrônicos para Automação 7171

PLANOS CRISTALINOS

Planos (010)• São paralelos aos eixos

x e z (paralelo à face)• Cortam um eixo (neste

exemplo: y em 1 e os eixos x e z em )

• 1/ , 1/1, 1/ = (010)

Page 72: Estruturas Cristalinas

Materiais Elétricos e Eletrônicos para Automação 7272

PLANOS CRISTALINOS

Planos (110)• São paralelos a um eixo

(z)• Cortam dois eixos (x e y) • Interseções: 1,1, • 1/ 1, 1/1, 1/ • Plano {110}

Page 73: Estruturas Cristalinas

Materiais Elétricos e Eletrônicos para Automação 7373

PLANOS CRISTALINOS

Planos (111)

• Cortam os 3 eixos cristalográficos

• 1/ 1, 1/1, 1/ 1 =• Plano {111}

Page 74: Estruturas Cristalinas

Materiais Elétricos e Eletrônicos para Automação 7474

FAMÍLIA DE PLANOS {110}

É paralelo à um eixo

Page 75: Estruturas Cristalinas

Materiais Elétricos e Eletrônicos para Automação 7575

FAMÍLIA DE PLANOS {111}

Intercepta os 3 eixos

Page 76: Estruturas Cristalinas

Materiais Elétricos e Eletrônicos para Automação 7676

PLANOS NO SISTEMA CÚBICO

• A simetria do sistema cúbico faz com que a família de planos tenham o mesmo arranjamento e densidade

• Deformação em metais envolve deslizamento de planos atômicos. O deslizamento ocorre mais facilmente nos planos e direções de maior densidade atômica

Page 77: Estruturas Cristalinas

Materiais Elétricos e Eletrônicos para Automação 7777

PLANOS DE MAIOR DENSIDADE ATÔMICA NO SISTEMA CCC

• A família de planos {110} no sistema ccc é o de maior densidade atômica

Page 78: Estruturas Cristalinas

Materiais Elétricos e Eletrônicos para Automação 7878

PLANOS DE MAIOR DENSIDADE ATÔMICA NO SISTEMA CFC

• A família de planos {111} no sistema cfc é o de maior densidade atômica