estrongiloidíase · filo: nemathelminthes classe: nematoda família: ... - são 52 espécies...

7
Diogo Araujo Med 92 Estrongiloidíase Parasito Reino: Animalia Filo: Nemathelminthes Classe: Nematoda Família: Strongyloididae Gênero: Strongyloides Espécies: Strongyloides stercoralis - São 52 espécies pertencentes à família Strongyloididae, mas apenas o S. stercoralis é patogênico para o homem. - É uma zoonose (afeta cães, primatas, etc.). - É uma doença tropical negligenciada. - São os menores nematóides. - O parasito é oportunista de indivíduos imunocomprometidos. - Esse parasito tem várias formas evolutivas. Atenção! São elas: - Vermes adultos (fêmeas parasitas, fêmeas de vida livre e machos de vida livre); - Larvas (filarióides e rabditóides, devido às diferentes formas do esôfago); - Ovos (haplóides, diplóides e triplóides). - Vermes adultos : vão de 0,5 a 2,5 cm. Possuem boca com três lábios.

Upload: dinhphuc

Post on 11-Nov-2018

216 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Estrongiloidíase · Filo: Nemathelminthes Classe: Nematoda Família: ... - São 52 espécies pertencentes à família Strongyloididae, mas apenas o S. stercoralis é

Diogo Araujo – Med 92

Estrongiloidíase

Parasito

Reino: Animalia

Filo: Nemathelminthes

Classe: Nematoda

Família: Strongyloididae

Gênero: Strongyloides

Espécies: Strongyloides stercoralis

- São 52 espécies pertencentes à família Strongyloididae, mas apenas o S. stercoralis é

patogênico para o homem.

- É uma zoonose (afeta cães, primatas, etc.).

- É uma doença tropical negligenciada.

- São os menores nematóides.

- O parasito é oportunista de indivíduos imunocomprometidos.

- Esse parasito tem várias formas evolutivas. Atenção! São elas:

- Vermes adultos (fêmeas parasitas, fêmeas de vida livre e machos de vida livre);

- Larvas (filarióides e rabditóides, devido às diferentes formas do esôfago);

- Ovos (haplóides, diplóides e triplóides).

- Vermes adultos: vão de 0,5 a 2,5 cm. Possuem boca com três lábios.

Page 2: Estrongiloidíase · Filo: Nemathelminthes Classe: Nematoda Família: ... - São 52 espécies pertencentes à família Strongyloididae, mas apenas o S. stercoralis é

Diogo Araujo – Med 92

(a) Fêmea parasita

(b) Macho de vida livre

(c) Fêmea de vida livre

- Fêmeas parasitas: são as maiores. O esôfago é filarióide. São triplóides. Habitam o

intestino delgado (em suas criptas) e são partenogenéticas. Ovipõem na porção mais

proximal do jejuno.

Fêmea parasita

- Fêmeas de vida livre: são menores que as parasitas. Possuem esôfago rabiditóide.

Vivem livres no solo e fazem reprodução sexuada. Possuem um receptáculo seminal

para a reprodução.

Page 3: Estrongiloidíase · Filo: Nemathelminthes Classe: Nematoda Família: ... - São 52 espécies pertencentes à família Strongyloididae, mas apenas o S. stercoralis é

Diogo Araujo – Med 92

Fêmea de vida livre, com uma larva próxima a ela

- Machos de vida livre: são menores que as fêmeas de vida livre. Esôfago rabditóide.

Possuem extremidade posterior recurvada ventralmente com espículos.

Macho de vida livre com espículo

- Larvas: as larvas de ambos os tipos apresentam vestíbulo bucal curto (o que difere dos

ancilostomídeos, em que o vestíbulo é longo). Podem ser:

- Rabditóides: possuem esôfago curto, dividido em duas partes (duas dilatações e um

estreitamento entre elas). São os estágios L1 e L2.

Page 4: Estrongiloidíase · Filo: Nemathelminthes Classe: Nematoda Família: ... - São 52 espécies pertencentes à família Strongyloididae, mas apenas o S. stercoralis é

Diogo Araujo – Med 92

Larvas rabditóides, com esôfago rabditóide e cauda pontiaguda

Page 5: Estrongiloidíase · Filo: Nemathelminthes Classe: Nematoda Família: ... - São 52 espécies pertencentes à família Strongyloididae, mas apenas o S. stercoralis é

Diogo Araujo – Med 92

- Filarióides: possuem esôfago longo, cilíndrico, retilíneo. Corresponde ao estágio L3

(infectante). Além disso, possuem a cauda entalhada.

Larvas filarióides, com esôfago retilíneo e cauda entalhada

OBS: vermes adultos possuem boca com três lábios. Larvas possuem vestíbulo bucal

curto.

OBS 2: geralmente, as larvas rabditóides que são reconhecidas no diagnóstico

parasitológico de fezes, e não os ovos.

Page 6: Estrongiloidíase · Filo: Nemathelminthes Classe: Nematoda Família: ... - São 52 espécies pertencentes à família Strongyloididae, mas apenas o S. stercoralis é

Diogo Araujo – Med 92

- Ovos: podem ser haplóides, diplóides ou triplóides. Saem raramente nas fezes e não são

usados para diagnóstico. São muito parecidos com os ovos de ancilostomídeos.

Ciclo de vida

- As fêmeas partenogenéticas colocam ovos n, 2n e 3n.

- Se o ovo for n: há a formação de larvas (rabditóides) haplóides, que são machos.

- Se o ovo for 2n: há formação de larvas (rabditóides) diplóides, que são fêmeas. Elas,

ao cruzarem com os machos, colocam ovos triplóides.

- Todo o ovo 3n (que veio da fêmea partenogenética ou das larvas): formam larvas

filarióides triplóides, que são infectantes para o homem. Essas larvas fazem penetração

ativa pela pele (mesmo íntegra). Caem na corrente sanguínea e fazem o ciclo

pulmonar.

- Assim, existem dois tipos de ciclos de vida:

- O ciclo parasitário (também chamado de direto ou partenogenético), que conta com

a liberação de ovos triplóides pela fêmea partenogenética, a transformação em larva

filarióide e a infecção do homem.

Page 7: Estrongiloidíase · Filo: Nemathelminthes Classe: Nematoda Família: ... - São 52 espécies pertencentes à família Strongyloididae, mas apenas o S. stercoralis é

Diogo Araujo – Med 92

- O ciclo de vida livre (também chamado de indireto ou sexuado), que contam com a

formação de larva macho e fêmea de vida livre, a reprodução sexuada e a colocação de

ovos triplóides, que liberam larvas infectantes para o homem.

Transmissão

- Auto-infecção interna: larvas filarióides presentes no próprio intestino podem infectar a

mucosa intestinal e dar origem a vermes adultos.

- Auto-infecção externa: quando as fezes são deixadas em contato com a região perianal (em

pacientes que usam fralda, por exemplo), as larvas filarióides podem penetrar pela pele e

iniciar o ciclo.

- Hetero-infecção: quando larvas filarióides presentes no meio infectam o indivíduo.

Evolução

- Pacientes com pequeno número de parasitos no intestino geralmente são assintomáticos ou

oligossintomático (desconforto abdominal e diarréia).

- Pacientes imunossuprimidos são mais susceptíveis ao desenvolvimento de sintomas.

- Neles, uma única larva pode causar uma infecção crônica, devido ao mecanismo de

transmissão por auto-infecção interna.

- Os sintomas mais graves geralmente são:

- cutâneos: as larvas podem se deslocar pela pele; podem causar dermatites.

- pulmonares: tosse, febre, dispnéia, hemorragia, bronquite, asma.

- intestinais: semanas de diarréia intensa, vômitos, enterite edematosa, atrofia da

mucosa.

Diagnóstico

- Diagnóstico clínico é difícil. Então, utiliza-se diagnóstico parasitológico de fezes (detecção de

larvas; é pouco sensível) ou imunológico (mais sensível, mas não diz se a doença está numa

fase aguda ou crônica).

Tratamento

- É uma parasitose difícil de ser tratada. O prognóstico é ruim. Mebendazol não é eficaz.

Utiliza-se tiabendazol, albendazol, ivermectina, nitazoxamida.