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ADRAT 2017
ESTRATÉGIA DE EFICIÊNCIA COLETIVA PROVERE 2020
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AQUANATUR
TERRITÓRIO DA ÁGUA
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ÍNDICE
1. INTRODUÇÃO
2. PERTINÊNCIA DO FOCO TEMÁTICO E TERRITÓRIO-ALVO
• Diagnóstico do Território-alvo
• Análise da pertinência no atual contexto económico, social, territorial
e institucional do foco temático e respetivo território alvo, tendo em
consideração as EEC PROVERE anterior.
• Enquadramento estratégico dos recursos a apoiar e pertinência das
necessidades de apoio público.
3. ESTRATÉGIA DE INTERVENÇÃO
• Definição da visão e objetivos estratégicos tendo em consideração o
foco temático;
• Identificação dos objetivos operacionais, resultados, metas e temas
prioritários;
• Alinhamento e articulação entre os resultados a alcançar e a estratégia
delineada;
• Contributo da EEC para os indicadores de realização e resultado do PO
Norte 2020;
• Articulação da EEC PROVERE com as EIDT, PDCT e DLBC
4. MODELO DE GOVERNAÇÃO DO CONSÓRCIO
• Funcionamento do modelo de governação (dinamização dos agentes e
cooperação no contexto de parcerias público-privadas, público-público
e privadas-privadas, identificando os projetos e atividades
desenvolvidas).
• Programação da atividade desenvolvida pela líder do Consórcio,
identificando ações a implementar no contexto da ass. Técnica,
reuniões e outras sessões de trabalho para dinamização da rede.
5. CONCLUSÃO
• Síntese conclusiva (identificação do foco para o território-alvo;
articulação entre o foco e a estratégia e alinhamento entre projetos e
resultados esperados)
• Identificação dos principais riscos e condicionantes na implementação
da EEC e ações a desenvolver para os evitar e/ou superar.
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1. INTRODUÇÃO
O presente processo de candidatura enquadra-se no conteúdo do aviso de abertura de concurso
PROVERE – Programa de Valorização Económica de Recursos Endógenos, 2ª Fase –
Reconhecimento Formal das Estratégias de Eficiência Coletiva PROVERE na Região Norte, Aviso
Nº Norte – 28 – 2015 – 17.
O projeto de intervenção que aqui se apresenta surge também no seguimento de todo um
processo levado a cabo na região do Alto Tâmega, que remonta a 2010 com a aplicação de uma
metodologia de intervenção específica para territórios de baixa densidade elaborada em torno
do programa PROVERE. Estamos portanto a falar do projeto AQUANATUR que surge na
continuidade de uma anterior intervenção homónima e que, atendendo ao contexto
institucional local e ao histórico verificável, assumirá o território-alvo coincidente com o da
Comunidade Intermunicipal do Alto Tâmega e da ADRAT, ou sejam, os municípios de Boticas,
Chaves, Montalegre, Ribeira de Pena, Valpaços e Vila Pouca de Aguiar, municípios que a par dos
associados da ADRAT e de outras empresas aderentes constituirão a principal fonte do presente
consórcio da futura intervenção EEC PROVERE.
O desenvolvimento dos territórios caraterizados por uma forte ruralidade e de baixa densidade,
como o Alto Tâmega, têm que assumir, definitivamente, estratégias de sustentabilidade que vão
muito além das suas capacidades produtivas agrícolas e silvo pastorícias, mas que valorizem,
também, outros importantes ativos como o património histórico-cultural, paisagístico ou
natural, promovendo-os e dinamizando-os economicamente de forma a alcançar novos níveis
de competitividade baseada na especificidade, na inovação e na procura de novos mercados
através do seu carater único e genuíno.
Para o desenvolvimento de todo este processo conducente à apresentação e posterior
implementação de um plano de ação ao abrigo do um programa de valorização económica dos
recursos endógenos em territórios de baixa densidade, foi aplicada uma metodologia baseada
numa vasta participação dos atores locais com responsabilidade na gestão dos ativos passíveis
de serem enquadráveis na estratégia AQUANATUR anteriormente definida.
Pretende-se desta forma conseguir promover uma mobilização ativa dos atores de todo o
território em torno da valorização dos recursos com capacidade competitiva e de
sustentabilidade do território sem nunca esquecer o foco temático, envolvendo as populações
em atividades cada vez mais qualificadas, competentes e de maior rendimento, procurando, não
só, estancar a desertificação e o despovoamento de todo o território mas, pelo contrário,
contribuir para a fixação de uma população cada vez mais ativa e até aumentar a atratividade
para novas camadas populacionais.
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Pensamos que, igualmente, baseando-nos nos recursos endógenos competitivos, em que o
setor da água assume papel preponderante, envolvendo e dinamizando todos os atores locais,
publico e privados e a sociedade civil em geral, aumentando as competências e as valências da
região e dessa forma o rendimento generalizado, se podem criar as condições para um novo
circulo de desenvolvimento do território capaz de emanar uma nova imagem mais atrativa
baseada na competitividade e na qualidade de vida.
O documento que agora se apresenta pretende demonstrar a forma como todo este processo
EEC PROVERE AQUANATUR vai ser implementado, sendo dividido em capítulos específicos em
que se realçam o referente à “Estratégia de Intervenção” em que se explicará a razão de ser
desta intervenção, os pontos de partida como as potencialidades locais mais competitivas, os
objetivos operacionais, metas, resultados esperados e os recursos prioritários e se explanará
toda a metodologia a aplicar, o capitulo referente ao “Plano de Ação” onde se descreverá todos
os projetos e atividades que se pretendem levar a cabo e o capitulo referente ao “Modelo de
Governação” compreendendo todo o mecanismo de funcionamento do consórcio constituído
em torno desta iniciativa.
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2. PERTINÊNCIA DO FOCO TEMÁTICO E TERRITÓRIO-ALVO
No ponto anterior já ficou perfeitamente demostrada a pertinência e validada a escolha do foco
temático da água termal e da água na sua generalidade, não só por causa do carácter sofisticado
e, portanto, diferenciador das primeiras, mas também pela riqueza que todo este recurso
assume cada vez mais como ativo ambiental, económico e histórico-cultural.
Surgindo como uma continuidade do anterior projeto AQUANATUR, mantém-se a mesma lógica
de intervenção em torno do foco temático da água como elemento aglutinador da capacidade
de diferenciação de todo o território. Com efeito, no Alto Tâmega, a água acaba por ter impacto
em toda a identidade do território, assumindo uma transversalidade tangível em questões tão
díspares como a cultura e as produções locais, passando pela paisagem e pelo ambiente, indo
até à capacidade de assumir todo o setor da água como uma externalidade positiva com grande
capacidade de diferenciação.
Em face das opções estratégicas assumidas pelas principais entidades envolvidas no processo
de desenvolvimento do Alto Tâmega, não restam hoje duvidas da importância crucial como
elemento alavancador que é dado a este ativo transversal de todo território e da sua capacidade
para se transformar num elemento de grande capacidade aglutinadora, publica e privada, com
abrangência intersectorial, capaz de diferenciar positivamente a região e dotá-la de um nível
superior de competitividade.
Efetivamente, a região do Alto Tâmega é um território fortemente moldado pela água, podendo-
se observar este recurso ser potencializado nas suas diversas vertentes, abraçando os mais
diversos setores de atividade, desde a agricultura até à produção industrial, moldando a
paisagem, com um papel importante na afirmação de uma determinada identidade histórico-
cultural e sendo preponderante na capacidade de atração turística de todo o território.
Por tudo isto, não restam dúvidas que é inquestionável o histórico da potencialidade água nas
suas diversas vertentes como alicerce do desenvolvimento de todo o território, assim como o
peso que o setor da água representa para a economia local, de uma forma direta ou indireta.
Assim sendo, torna-se natural que, em termos de contextualização estratégica, se pretenda,
com este processo AQUANATUR, pegar neste ativo tão importante e em que o território tem
tantas potencialidade, de forma a se conseguir dar um contributo importante para combater o
processo de desertificação crónico desta região, nomeadamente através da sua apropriação e
rentabilização efetiva como externalidade altamente positiva, como sendo um ativo com grande
capacidade identitária e diferenciadora e de grande e competitiva especificidade territorial.
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No fundo, o que se obteve foi encontrar e consolidar um tema aglutinador com força e
capacidade suficiente, que justificasse e garantisse uma ocupação integral e sustentável do
território envolvendo toda a comunidade, todos os setores e, principalmente, oferecesse
soluções para os problemas crónicos existentes, invertendo o processo descaracterizador
existente, transformando-se num envolvente e assimilado sistema disseminador de uma nova e
singular cultura de desenvolvimento baseada neste foco temático e conquistando uma nova
identidade territorial mais moderna, competitiva e respirando mais qualidade.
Interessa mencionar que o diagnóstico realizado da região, de grande atualidade, foi realizado
numa perspetiva realista mas extremamente ativa e positiva, pelo que se podem considerar
como acertadas as opções tomadas, ou seja, que é possível verificar que a análise prospetiva
realizada na preparação dos planos estratégicos territoriais levados a cabo pelos principais
agentes de desenvolvimento, foi correta no que concerne à aposta na água como tema nuclear
da maioria das intervenções, pelo que, o projeto AQUANATUR foi igualmente uma opção válida
em termos de mais um contributo para um processo de desenvolvimento integrado,
sustentável, equilibrado e duradouro.
Quando, na elaboração da estratégia EEC PROVERE - AQUANATUR se optou, com base num
profundo conhecimento da região, nas dinâmicas existentes e do que seriam as próximas
orientações na hora de definir uma abordagem de desenvolvimento, todo o consórcio tinha a
noção da importância da aposta realizada, como sendo uma oportunidade de encetar um novo
processo diferenciador, singular e impossível de ser replicado em qualquer outra região e,
portanto, com grande potencial competitivo desde que implementado com eficiência,
equilíbrio, inovação e qualidade.
Paralelamente, e porque um projeto ou um processo de desenvolvimento não passa só pela
exploração e rentabilização de um ou vários recursos, mas sim por todo um processo
envolvendo todos os ativos do território, incluindo os humanos e, consequentemente, os
institucionais, torna-se necessário referir aqui o envolvimento e o processo de mobilização
desses recursos humanos, empresariais e dos principais atores institucionais.
Por tudo o que foi dito pode-se afirmar que, para além da coerência da opção do foco temático
assumido para este projeto AQUANATUR, também a assertividade do território do Alto Tâmega
em termos estratégicos é recorrente, não só pela transversalidade do tema a todo o território,
como também pela coerência natural, histórica, cultural e institucional que esta região
apresenta de uma forma consolidada a diversos níveis.
Sem duvida que existe uma evidente mudança de paradigma, em que, a abordagem do ponto
de vista da importância e do potencial de um determinado ativo de um território passou a ser
realizada, principalmente, segundo um ponto de vista de mercado, procurando-se, desta forma,
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promover e valorizar o crescimento da produção de bens e serviços com capacidade de criar
riqueza efetiva.
Em primeiro lugar, mesmo neste contexto e mesmo tendo muito presente as alterações e as
mudanças observáveis e aquelas que se sabe irão acabar por acontecer e que se pressentem,
uma coisa continua certa: o recurso temático que orientou não só o projeto AQUANATUR, mas
todo o quadro estratégico do Alto Tâmega contínua presente e mais do que nunca, no futuro,
será um elemento agregador de forte potencial, com grande capacidade diferenciadora e capaz
de movimentar a região para níveis superiores de competitividade económica e de qualidade de
vida.
Através do projeto AQUANATUR, pretende-se implementar uma estratégia de, não só promover
a valorização também do ponto de vista comercial de um ativo tão importante como a água,
com incidência na água termal, mas também de criar condições que possibilitem partir para uma
etapa superior da estratégia do território, que passa por “vender” a região do Alto Tâmega como
um todo e em torno deste tema.
Neste projeto AQUANATUR incidiu-se a atuação em intervenções e projetos cirurgicamente
estruturantes, mas que no seu todo dotaram a região de um conjunto de equipamentos, que
além de valorizarem substancialmente todo o potencial da água e tudo o que com ela está
relacionado, e com especial incidência na água termal, irão permitir no futuro desenhar uma
estratégia ainda mais envolvente de promoção de todo o território como um destino de diversas
valências, mas fortemente atrativo porque tem coisas que não existem noutras regiões, coisas
essas que, além disso, serão apresentadas com qualidade.
Essa competitividade ganha-se, também, na angariação de capacidades para valorizar ainda
mais a diferença, introduzindo-se constantemente fatores de inovação e de criatividade,
apostando fortemente em novas ideias, em novos métodos e em novos produtos,
incrementando ofertas potentes, mas únicas, recorrendo para isso a fatores de dissemelhança,
a fontes de efetivo conhecimento e a empreendedores.
Para que tudo isto aconteça, temos que ter a consciência de que temos que ser muito seletivos
com base numa recorrente procura de qualidade, qualidade das intervenções, das abordagens,
dos métodos, dos parceiros….
Também é extremamente importante realçar o quadro institucional existente no Alto Tâmega e
a sua relação com este setor. Como evidência desta situação temos o caso da EHATB,
Empreendimentos Hidroelétricos do Alto Tâmega e Barroso, as termas de Chaves, Vidago e
Pedras Salgadas, Carvalhelhos e mesmo as congéneres galegas que assumem um papel
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importante através da Eurocidade Chaves-Verin, as empresas de produção de água engarrafada
donde sobressai a Unicer, cujo investimento foi alavanca do anterior projeto AQUANATUR, mas
também Carvalhelhos e Campilho.
Esta é uma vertente extremamente relevante do recurso “água” e da sua importância como
fator económico do território e da sua capacidade de promoção e de atratividade, mas são
facilmente observáveis a influência deste recurso nas outras características de todo o Alto
Tâmega, sejam na paisagem, na agricultura e seus produtos derivados, na produção de energia
e na industria extrativa e em muitas outras atividades capazes de construir e consolidar um
destino turístico e empresarial bem diferenciado.
Efetivamente é facilmente descortinável a relação da água com a grande parte dos temas a
apoiar na estratégia de desenvolvimento do Alto Tâmega e, especificamente no caso do projeto
AQUANATUR essa relação assume ainda uma maior preponderância, pois, é por demais
evidente a relação deste foco temático e das intervenções consequentes com a lógica de
intervenção PROVERE e, portanto, o enquadramento de todos os investimentos abrangidos por
este plano na sua regulamentação.
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3. ESTRATÉGIA DE INTERVENÇÃO
“Enquadrado numa região de montanha e, portanto, rural e periférica, mas contendo uma forte
identidade a todos os níveis, o “Parque Termal do Alto Tâmega”, deve utilizar a sua capacidade
aglutinadora e as competências e valências que deve adquirir, para se posicionar como o
elemento despoletador de um verdadeiro e definitivo processo de desenvolvimento integrado,
sustentado e inovador. É neste contexto que nos propomos trabalhar e realizar um plano
estratégico que além de vir a ser uma ferramenta orientadora da atuação dos elementos
envolvidos neste processo AQUANATUR deve também funcionar como fator proporcionador de
novas dinâmicas de desenvolvimento deste território.”
No seguimento do que já foi mencionado, o que se pretende com este projeto é encontrar,
suportar e consolidar um tema aglutinador com força e capacidade suficiente, que justifique e
garanta uma ocupação integral e sustentável do território, abrangendo toda a comunidade,
todos os setores e, principalmente, ofereça soluções para os problemas crónicos existentes,
invertendo o processo descaracterizador existente e transformando-o num envolvente e
assimilado sistema disseminador de uma nova e singular cultura de desenvolvimento baseada
nas especificidades diferenciadoras territoriais e na identidade cultural, adquirindo a capacidade
de assegurar um futuro mais rico, competitivo e com mais qualidade existencial.
Em termos de contextualização estratégica mais alargada, com este processo AQUANATUR,
pretende-se dar um contributo importante para combater o processo de desertificação crónico
deste território, principalmente através da apropriação e rentabilização efetiva das suas
externalidades positivas e daqueles ativos considerados identitários e específicos do território.
Pensamos que, por tudo o que já foi dito, continua perfeitamente demostrada a pertinência e
validada a escolha do foco temático da água na sua generalidade, não só por causa do carácter
diferenciador e da riqueza do recurso como ativo ambiental, económico e histórico-cultural no
Alto Tâmega, mas também pela abrangência deste ativo sofisticado e a repercussão do seu
desempenho em muitas outras atividades, assumindo a capacidade de estimular o surgimento
de um conjunto integrado de iniciativas congregando diversos setores de intervenção na
valorização e dinamização económica territorial e criando as condições necessárias para a
afirmação de um novo modo de relacionamento dos territórios rurais com o contexto urbano,
proporcionando uma maior exposição daqueles territórios promovendo e dinamizando o seu
potencial competitivo.
Na verdade, existe globalmente na região a ideia de que em termos de foco temático e de
território-alvo se afigura necessário afinar uma metodologia mais abrangente, integrada,
sustentável e mais orientada para a criação de riqueza.
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Outro ponto importante a considerar para o futuro e que faz parte deste novo paradigma, não
só do desenvolvimento local mas de toda a sociedade, é a necessidade de promover até à
exaustão o trabalho em rede, não só em termos de colaboração e de cooperação técnica e
institucional, mas também em termos de rentabilização de ativos e da organização da oferta. A
título de exemplo, neste campo, podemos indicar a constituição de rotas temáticas como
essenciais para a organização do território e para ganhos evidentes de competitividade.
Essa competitividade ganha-se, também, na angariação de capacidades para valorizar ainda
mais a diferença, introduzindo-se constantemente fatores de inovação e de criatividade,
apostando fortemente em novas ideias, em novos métodos e em novos produtos,
incrementando ofertas potentes, mas únicas, recorrendo para isso a fatores de dissemelhança,
a fontes de massa crítica e conhecimento e a efetivos empreendedores.
Em relação à estratégia assumida, a proposta apoiada pelos diversos níveis de parcerias
institucionais e pelo consórcio constituído, determina que o plano de ação a implementar
mantenha um conteúdo focado na fileira da água nas suas diversas componentes e
abrangências, mas também, como elemento agregador de uma estratégia de promoção
territorial do ponto de vista de rentabilização económica sustentável de todos os ativos
associados, direta e indiretamente, a essa fileira.
Esta metodologia estratégica que vai de encontro à missão do programa EEC PROVERE, está
centrada no estabelecimento de uma parceria público-privada para a implementação de um
plano de ação integrado, definido, direta e indiretamente, em torno do foco temático da água e
subordinado a uma visão para a valorização económica de todo o território do Alto Tâmega
sustentada num recurso emblemático
Desenvolveu-se, assim, uma abordagem estratégica multi-funcional e interinstitucional,
evidenciada em intervenções estruturantes complementadas com outras intervenções
empresariais, das mais variadas escalas e sempre tendo a fileira da água como foco temático e
como elemento aglutinador, podendo-se distinguir entre os projetos âncora, que assumem
carácter nuclear e motor na implementação de todo o programa AQUANATUR, e os projetos
complementares que assumem um papel essencial para o sucesso dos primeiros e, portanto, de
toda a estratégia.
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No momento da programação efetiva desta intervenção PROVERE AQUANATUR, foram
definidas as orientações e os contributos que esta operação deveria dar para todo o processo
de desenvolvimento do Alto Tâmega, assumindo-se, então, os seguintes objetivos estratégicos:
▪ Especialização do território através do foco temático da água, assumido como um ativo
consensual mas diferenciador, sustentável mas explorável;
▪ Aposta, com carácter demonstrativo, nas capacidades de uma abordagem assumida na
inovação, na qualidade e na competitividade;
▪ Promoção do empreendedorismo endógeno, dos mais variados quadrantes, alargando
as competências e as valências do território;
▪ Criação de mecanismos direcionados para a fixação de população e para o aumento da
qualidade de vida generalizada das comunidades locais através da rentabilização dos
ativos do território;
▪ Aumento da atratividade de todo o território, quer em termos profissionais, quer em
termos de possibilidade de práticas de lazer, turismo e bem-estar;
▪ Apoio à melhoria transversal do ordenamento territorial.
Assim, a partir da opção indiscutível do foco temático da água, como ativo sustentável,
sofisticado, de grande capacidade diferenciadora e de grande potencial económico direto e
indireto, foi ainda possível definir um quadro dos seguintes objetivos operacionais:
Objetivo Geral Visão
TERRITÓRIO
Foco Temático
Projetos Âncora
Estratégia
Projetos Complementares
Programa de Ação
Parceria
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▪ Gestão do recurso “água” e dos ativos com ele relacionado, através da disseminação e
promoção de uma prática de intervenção integrada e sustentada em parcerias, como
fator de aproveitamento de todas as sinergias locais;
▪ Promoção e consequente aumento global de rendimentos fomentando um exaustivo
trabalho e projetos em parceria e desenvolvimento de redes de atuação;
▪ Gestão global do território com a dinamização de planos de apoio, monitorização,
avaliação e promoção, eficientes e transparentes;
▪ Desenvolvimento do potencial humano com a captação e consolidação de fatores de
inovação e atores do conhecimento;
Toda esta estratégia será implementada através da definição de uma intervenção
consubstanciada em cinco eixos de atuação, às quais se acrescentará a assistência técnica:
Centro da água
Este projeto pretende criar, desenvolver e instalar um elemento simbólico representativo de
todo o Alto Tâmega como sendo o território da água. Pretende-se que seja um elemento único,
de grande potencial aglutinador e simbologia, que passe a ser um elemento diferenciador de
promoção de todo o território. Nesse sentido será um elemento marcante de grande poder
figurativo e arquitetónico e extremamente inovador em termos tecnológicos, capaz de, num
espaço de grande atratividade ser capaz de recriar todo o potencial do ativo água nas suas
diversas vertentes, tratando-se de um espaço físico onde os visitantes poderão ver e sentir todo
o efeito das águas em todas as suas componentes.
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Requalificação dos ativos termais
Génese de todo o projeto Aquanatur, os ativos termais do Alto Tâmega, necessitam de ser
abordados de uma forma integrada, devendo por isso realizar-se um esforço no sentido de
alargar essa abrangência a uma série importante de outros pólos termais pouco conhecidos e
promovidos. Através deste projeto pretende-se ir mais além da promoção dos pontos termais
mais conhecidos, envolvendo agora outras fontes termais menos conhecidas mas igualmente
de grande potencial e fazer a sua integração definitiva na rede termal do Alto Tâmega. Pretende-
se igualmente promover este território como destino termal de grande qualidade e diversidade.
Valorização dos cursos de água
Sendo este o “Território da Água”, evidentemente que não é só de águas termais que o Alto
Tâmega pode continuar a ser conhecido. Efetivamente existem uma série importante de outros
elementos aquíferos de enorme qualidade e potencial que devem ser valorizados e promovidos,
não só por questões lúdicas e paisagistas mas também por questões ambientais e de
sustentabilidade de todo o modelo de desenvolvimento territorial.
Com este projeto pretende-se, exatamente, valorizar e promover esses inúmeros ativos
relacionados com a água, reforçando a sua importância como elementos que moldam a imagem,
o potencial e o carater diferenciador deste território
Rede lúdica da água
A atratividade de um território obtem-se, muito, pela capacidade que esse território tem para
conseguir fixar os visitantes durante algum tempo, pelo que se torna importante dispor de
capacidades e competências suficientes para, para além dos fatores turísticos, patrimoniais e
outros habituais para atrair visitantes, investir em elementos ligados a atividades lúdicas
marcantes e relacionadas com a identidade cultural, ambiental e paisagística do território
Observação ambiental
A preservação ambiental e a manutenção da qualidade dos recursos é extremamente
importante num território cuja sustentabilidade esta alicerçada nos seus recursos naturais,
sendo por isso essencial que se invista fortemente no fomento de equipamentos e atividades
com capacidade de mostrar o que de bom existe e o esforço que é necessário realizar para a
manutenção dessas riquezas ambientais
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Promoção do território da água
Neste ponto do plano de ação Aquanatur vão-se integrar as duas medidas transversais da sua
implementação que são a assistência técnica e a promoção de toda a intervenção e promoção
do território como “Território da Água”
Os temas acima referidos orientarão a forma do plano de ação onde serão enquadrados os
projetos ancora e complementares deste programa AQUANATUR devendo ser devidamente
cruzados e enquadrados na própria tipologia de projetos definidos pela regulamentação
constante no aviso de abertura de concurso EEC PROVERE, como sejam a qualificação e
dinamização de espaços rurais emblemáticos, o incentivo a projetos turísticos, atividades
tradicionais e produtos locais, a promoção e comercialização de produtos e a implementação de
estruturas e serviços de apoio técnico. Resumindo, poderemos afirmar que neste Plano de Ação
vamos encontrar, essencialmente, projetos de comunicação, promoção e marketing territorial e
projetos para criação de estruturas de animação permanente inovadoras e diferenciadoras.
Esta intervenção, tendo como grupo-alvo a população em geral de todo o território abrangido,
terá como beneficiários dos projetos âncora as entidades públicas traduzidas essencialmente
nas autarquias de Boticas, Chaves, Montalegre, Ribeira de Pena, Valpaços e Vila Pouca de Aguiar,
a Comunidade Intermunicipal do Alto Tâmega e a Universidade de Trás-os-Montes, em
entidades privadas sem fins lucrativas como a ADRAT, Associação de Desenvolvimento da Região
do Alto Tâmega e outras como a EHATB, Empreendimentos Hidroelétricos do Alto Tâmega e
Barroso, VidagusTermas, Clube de golfe de Vidago e a Rede de Tabernas do Alto Tâmega. A estes
deverão ser acrescentados como atores de todo o processo AQUANATUR os signatários do
consórcio representantes das intervenções classificadas como projetos complementares e que
deverão ver esses projetos devidamente encaminhados para os diversos sistemas de incentivos
existentes.
O conjunto de beneficiários acima referidos será consubstanciado na existência de uma parceria
local, signatária em conjunto de um acordo de parceria em que serão instalados mecanismos
que garantam constantemente a sua manutenção como corpo consolidado e robusto, capaz de
garantir a prossecução dos objetivos, projetos e indicadores estabelecidos no plano de ação.
A listagem de projetos considerados complementares foi elaborada após a receção das diversas
intenções de investimento apresentadas, as quais foram devidamente analisadas e selecionadas
em função de pressupostos como a sua identificação com a estratégia e os objetivos
AQUANATUR, a possibilidade de enquadramento nos diversos sistemas de incentivos vigentes e
a própria viabilidade física e financeira.
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No total e tendo em consideração projetos em adiantado estado de maturação, com
licenciamentos e/ou projetos aprovados junto das Camaras Municipais, neste Plano de Ação
temos um investimento de 4.804.482€ a que correspondem 4.084.100€ FEDER, distribuído por
19 projetos âncora e um investimento de iniciativas privadas de 49.989.301,80€ distribuído por
57 projetos complementares, obtendo um Indicador de Resultado ditado pelo efeito
multiplicador do investimento publico no investimento privado de 10,40.
No que refere aos projetos âncora a distribuição financeira é descriminada no quadro seguinte:
Eixos Projetos Montante Global
Montante PROVERE
Promotor
Centro Da Água Aquanatur – Palace 869.412,00€ 637.500,00€ Município de Chaves;
Requalificação dos Ativos Termais
Fontes termais de Chaves
130.000,00€ 110.500,00€ Município de Chaves
Águas do Cardal 175.000,00€ 148.750,00€ Município de Vila Pouca de Aguiar
Valorização dos Cursos de Água
Ribeira da Fraga 50.000,00€
42.500,00€
Município de Valpaços
Ponte Romana de Pedras Salgadas
50.000,00€ 42.500,00€ Município de Vila Pouca de Aguiar
Centro Aquícola da Truta Fário
200.000,00€ 170.000,00€ Município de Montalegre
Rede Lúdica da Água
Praia Fluvial do Rio Torto
75.000,00€
63.750,00€ Município de Valpaços
Pista de Pesca do Rio Tâmega
130.000,00€ 110.500,00€ Município de Chaves
Percursos do Rio Rabaçal
475.000,00€ 403.750,00€ Município de Valpaços
Centro Turístico da Barragem do Alto Rabagão
235.000,00€ 199.750,00€ Município de Montalegre
Praia do Rio Beça
282.353,00€ 240.000,00€ Município de Ribeira de Pena
Observação Ambiental Centro de Observação da Mecânica da Água, Borralha
200.000,00€
170.000,00€
Município de Montalegre
Rede de Observação da Natureza, Rios e Montes do Barroso
317.64700€ 276.000,00€ Município de Boticas
Eco Parque da Lagoa do Alvão
304.412,00€ 258.750,00€ Município de Vila Pouca de Aguiar
Promoção do Território da água
“Água, uma Experiência Cultural”
200.000,00€
170.000,00€
CIMAT
Alto Tâmega – destino Termal
323.000,00€ 274.550,00€ CIMAT
Plano de Sinalética – AQUANATUR
100.000,00€ 85.000,00€ CIMAT
Portal do Alto Tâmega “Território da água
300.000,00€ 255.000,00€ ADRAT
Assistência Técnica Assistência técnica à implementação deste Plano de Ação
388.000,00€
329.800,00€
ADRAT
4.804.482,00 4.084.100,00
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Assim sendo, ganha aqui uma especial importância o desenvolvimento de uma profunda
capacidade de conhecimento e articulação entre os diversos instrumentos de apoio passiveis de
serem aplicados no território, com especial incidência os que constam no NORTE 2020, todos os
programas de apoio ao investimento do PORTUGAL 2020 e as DLBCs promovidas pelas
associações de desenvolvimento local.
Importa reforçar que em todo o processo de construção deste projeto EEC PROVERE
AQUANATUR se procurou estabelecer mecanismos integradores de todas as intenções de
investimento que se identificassem com o foco temático deste projeto ou com as áreas de
atuação definidas estrategicamente e ainda, que aceitassem cumprir as obrigações
regulamentares estipuladas superiormente.
Em termos definitivos, devemos sempre afirmar que a finalidade última da intervenção
AQUANATUR será sempre a de promover a competitividade regional a um nível de excelência,
através da exploração e rentabilização de um recurso transversal ao território do Alto Tâmega
com base na inovação e na cooperação a todos os níveis, contribuindo, desta forma, para a
consolidação da região como destino de qualidade.
No fundo, é ir de encontro à prioridade de investimento enquadrador das intervenções EEC
PROVERE, promovendo o desenvolvimento económico de um território de baixa densidade
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colocando-o na agenda da competitividade, através da valorização de um ativo não transferível
e não replicável suscetível de rentabilização económica em mercados cada vez mais exigentes.
Nesta intervenção também se verificará o cumprimento de uma das prioridades previstas na
medida do Programa Operacional da Região do Norte referente à criação de emprego, pois o
envolvimento neste processo de uma série importante de parceiros empresariais, está
alavancado em investimentos acompanhados de uma efetiva criação líquida de postos de
trabalho.
De forma a garantir a boa prossecução deste e todos os outros objetivos definidos para este
projeto EEC PROVERE AQUANATUR, foi ainda implementada uma estratégia de monitorização
das intervenções a efetuar, sustentada numa grelha de indicadores de resultados e de
realização.
Pretende-se igualmente que esta estratégia de eficiência coletiva promova a cada vez mais
necessária articulação entre os setores público e privados, estimulando o setor empresarial. O
efeito multiplicador do investimento público no investimento privado da intervenção EEC
PROVERE AQUANATUR.
É sempre importante referir que a prossecução destes objetivos deverá ser sempre assumida
num contexto global de desenvolvimento de todo o Alto Tâmega pelo que se deverá,
igualmente, promover a inserção desta intervenção AQUANATUR PROVERE na estratégia
regional e fomentar a total articulação com os instrumentos de apoio ao desenvolvimento mais
determinantes para a região, nomeadamente o ITI, Pacto para o Desenvolvimento e Coesão
Territorial da Comunidade Intermunicipal do Alto Tâmega, a Estratégia Local de
Desenvolvimento Local de Base Comunitária DLBC-Alto Tâmega e Alto Tâmega Empreende,
Plano de Empreendedorismo do Alto Tâmega. Neste contexto será também, essencial promover
uma necessária articulação com outros instrumentos de Apoio ao desenvolvimento como sejam
o Programa Operacional do Norte e outros programas de abrangência nacional.
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4. MODELO DE GOVERNAÇÃO DO CONSÓRCIO
A passagem da região do Alto Tâmega ao nível NUTIII e consequentemente a criação da
Comunidade Intermunicipal do Alto Tâmega, veio provocar profundas alterações no quadro de
funções institucionais do território, que, embora, nada tenham a ver com a prossecução dos
objetivos da EEC PROVERE, poderão facilitar de forma importante futuras intervenções.
De facto, a existência da CIM AT, atendendo às competências que lhe estão atribuídas, permite
que a região passe a dispor de determinadas capacidades que, se aumentam a responsabilidade
da própria região, também irão permitir um maior entrosamento institucional na hora de
avançar com novos projetos.
Este ponto ganha ainda maior importância atendendo ao excelente nível de relação
estabelecido entre a CIM AT e a ADRAT, o que à imagem do já verificável noutras intervenções,
poderá trazer muitas mais-valias na realização e implementação do próximo EEC PROVERE
AQUANATUR II.
Efetivamente, o nível de colaboração estabelecido entre a CIM AT e a ADRAT é bastante alto,
tendo-se celebrado entre ambas um quadro de funções e respetiva articulação que, certamente,
permitirá uma maior e efetiva rentabilização dos recursos existentes através dos diversos
instrumentos de apoio ao desenvolvimento local.
Esse nível de colaboração está patente no Plano Estratégico do ALTO TÂMEGA e no Pacto para
o Desenvolvimento e Coesão Territorial do Alto Tâmega da responsabilidade da CIM mas no qual
a ADRAT teve uma participação ativa, no Plano de Empreendedorismo do Alto Tâmega “Alto
Tâmega Empreende” tutelado pela CIM mas implementado pela ADRAT conforme acordo
estabelecido entre ambas, pela estratégia DLBC da responsabilidade da ADRAT mas com
fortíssima participação da CIM e, agora, com este novo período EEC PROVERE em que ficou já
acordada a continuação da ADRAT como líder do consórcio, mas em que a realização do plano
de ação será totalmente feito em conjunto.
Na verdade, existe unanimemente na região a ideia de que em temos de foco temático e de
território-alvo nada há a mudar, devendo somente afinar-se uma metodologia mais abrangente,
integrada, sustentável e mais orientada para a criação de riqueza.
Certamente que o novo mapa institucional e, sobretudo o quadro funcional e operacional agora
estabelecido, irá permitir uma maior articulação entre todos os envolvidos, quer sectorialmente,
quer institucionalmente, fomentando-se, assim uma maior colaboração público-privada.
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Por outro lado, também esta nova situação irá, certamente, permitir uma maior e mais forte
determinação e concentração definitiva no foco de intervenção, mesmo sendo verificável o seu
alargamento em termos de conceito.
Outro ponto importante a considerar para o futuro e que faz parte deste novo paradigma, não
só do desenvolvimento local mas de toda a sociedade, a necessidade de promover até à
exaustão o trabalho em rede, não só em termos de colaboração e de cooperação técnica e
institucional, mas também em termos de rentabilização de ativos e da organização da oferta. A
título de exemplo, neste campo, podemos indicar a constituição de rotas temáticas como
essenciais para a organização do território e para ganhos evidentes de competitividade.
A base de todo o sistema de governação deste projeto será o consórcio de parceiros que,
consubstanciada numa carta de intenções assinada por todos aqueles que pretendam realizar
investimentos debaixo desta “umbrela” EEC PROVERE, AQUANATUR e que, depois, a colmatar
este processo, proceder-se-á à formalização de um acordo de consórcio intitulado
“AQUANATUR”.
Neste consórcio estarão vertidos os compromissos de todas as partes envolvidas, incluindo os
investidores e a entidade promotora deste projeto AQUANATUR e incidirá, essencialmente, em
dois pontos: por um lado a forma como este processo irá ser implementado no que concerne à
gestão global e acompanhamento e, por outro lado, a assunção do compromisso de executar
todos os projetos constantes do plano de ação a ser aprovado.
Este tipo de abordagem como se pretende seja o EEC PROVERE, baseada nos recursos e
potencialidades de um território, que lhe permitam diferenciar-se e, portanto, ganhar
competitividade pela singularidade, tornou-se hoje evidente como ponto de partida básico para
qualquer modelo de desenvolvimento, sendo igualmente importante a forma como se faz esta
abordagem, a qual merece muita dedicação e a aquisição de muito conhecimento, sendo aqui,
exatamente que programas com o AQUANATUR, ganham mais capacidade ao serem
promovidas de uma forma integrada e assente em parcerias alargadas e competentes.
Com efeito, programas e abordagens como a que é possível realizar com o programa
AQUANATUR, permitem que as regiões passem a dispor de uma capacidade endógena
interessante para incrementar uma dose extra de criatividade, originalidade e exclusividade às
diversas intervenções, dotando-as, assim, de uma muito maior competitividade.
Estas intervenções têm, também, que ganhar uma capacidade de envolvência e de contágio que
lhes permita serem disseminadoras naturais de uma nova, eficiente e singular cultura de
desenvolvimento e na EEC PROVERE AQUANATUR devem ser, envolventes e envolvidas, isto é,
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devem deixar de ser de alguns para passar a incluir todos, e nunca devem estar a intervir
isoladamente mas, pelo contrário, devem estar devidamente articuladas com todos os
processos, ferramentas e atores do desenvolvimento local a atuar num determinado território
bem definido.
Talvez seja por isso que faz todo o sentido que processos como o AQUANATUR sejam
desenrolados no seio de organizações como a ADRAT, como as associações de desenvolvimento
local, que, em perfeita articulação com as Comunidades Intermunicipais, reúnem em si próprias
tudo aquilo que faz mexer e sentir o desenvolvimento de um território sem estarem presas a
um ou outro setor.
O PROVERE- AQUANATUR – Complexo Termal do Alto Tâmega será um plano estratégico, em
termos de participação ativa, sob a forma de consórcio entre os parceiros, liderado pela ADRAT,
em que, de uma forma explícita ou implícita, está garantida a definição de atribuições no âmbito
dos processos de coordenação e implementação dos diferentes projetos incluídos no plano de
ação EEC PROVERE- AQUANATUR de acordo cm os objetivos previstos. Deste consórcio, em que
cada parceiro pode, de alguma forma, ser ou sentir-se envolvido, poderá resultar um
desenvolvimento participativo e sustentável. Para tal deverá seguir-se uma estratégia de
comunicação ativa sobre as tarefas e decisões, sendo certo que a qualidade, pertinência e
eficácia da estratégia dependerão de uma ampla participação através de toda a cadeia de
decisão. Funções e responsabilidades serão claramente definidas, e uma estrutura eficaz de
gestão e controlo será implementada para garantir uma divisão das responsabilidades, a
cobertura completa dos projetos dos parceiros envolvidos e um controlo das funções.
O Modelo de governação irá assegurar que a estratégia PROVERE esteja alinhada com as suas
prioridades. Este basear-se-á na clara divisão das responsabilidades entre as partes
interessadas. Para esse fim, divide-se em três áreas de responsabilidade, tendo sempre por base
o consórcio de parceiros constituído por todos os promotores de projetos âncora e
complementares, o qual será formalizado através de uma “Carta de Parceria” a ser assinada por
todos:
▪ Conselho de Orientação e Fiscalização, liderado pela ADRAT, líder do consórcio e
constituído por todos os membros do consórcio. O Conselho de Orientação e
Fiscalização reunirá, ordinariamente duas vezes por ano, para analisar a forma como
estão a decorrer os projetos incluídos no Plano de Ação elaborado para o efeito,
verificando os eventuais desvios existentes, bem como a forma de os corrigir. Sendo
constituído por todos os parceiros do consórcio AQUANATUR, públicos e privados,
funcionará como uma assembleia geral da parceria, sendo o local certo para discutir o
desenvolvimento de todo o projeto e onde serão emanadas indicações sobre o seu
desenrolar e eventuais medidas corretoras ou com função de melhorar o impacto do
projeto. Será também o principal palco de participação do setor privado e o local
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privilegiado de aprofundamento da relação entre os promotores privados e os
responsáveis públicos, assumindo, por isso, uma importante responsabilidade na
alavancagem e desenvolvimento de mais e melhores projetos integrados. Pretende-se
que esta parceria aqui constituída assuma um funcionamento em rede e com um
carácter que ultrapasse a vigência da intervenção EEC PROVERE.
▪ Direção executiva, será composta pelos seis municípios do Alto Tâmega, a CIM AT, um
representante do setor privado e pela ADRAT, liderada em sistema de rotatividade pelos
municípios e terá as funções de acompanhar formalmente o desenrolar do Plano de
Ação, assumir e dinamizar a rede publico - privada constituída, validar as candidaturas
dos projetos âncora e a inclusão dos projetos complementares no Plano de Ação,
analisar os indicadores obtidos, promover a consciencialização da importância deste
projeto, assegurar o bom desenrolar do Plano de Ação, avaliar o impacto politico e
promover a divulgação do desempenho e, muito importante, dinamizar de forma
eficiente e construtiva a parceria reunida em torno do Conselho de Orientação e
Fiscalização. Este Órgão deverá dar conhecimento do desempenho ao Conselho de
Orientação e Fiscalização e emanar as diretrizes de atuação ao Comité Operacional na
pessoa do coordenador.
▪ Comité Operacional, constituído por um coordenador e pela equipa técnica, terá as
funções de coordenar, acompanhar e desenvolver os projetos do Plano de Ação em
articulação com os diferentes parceiros públicos e privados e criar e manter atualizados
os indicadores referentes à implementação de todo o projeto. Baseada na estrutura
técnica do líder do consórcio, esta equipa tem como objetivo assegurar a participação
ativa de todos os parceiros, dar suporte às necessidades dos parceiros, coordenar e
acompanhar o Plano de Ação, realizar o acompanhamento in loco dos diversos projetos
e atividades, assegurar todas as atividades e realizar todo o material informativo,
técnico ou outro que seja requerido superiormente. Torna-se evidente, a importância
deste Comité Operacional ser assumido no seio da ADRAT atendendo ao histórico
trabalho desenvolvido por esta instituição na dinamização de parcerias
interinstitucionais e intersectoriais, no apoio sustentável a atores do setor privado e no
desenvolvimento integrado de redes de atuação. Este Comité Operacional reportará
mensalmente à Direção Executiva o desenvolvimento dos diferentes projetos que fazem
parte do Plano de Ação, do nível de participação da parceria, realizando relatórios
concisos e baseados em factos fornecidos pelos parceiros do consórcio.
Esta estrutura organizacional e de gestão permitirá uma interação contínua entre as partes, de
modo a garantir o alinhamento contínuo entre as necessidades dos parceiros e a evolução dos
seus projetos.
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Intervenção
AQUANATUR
Programa de
Ação
Seleção
Intervenções
Financiamento
Diagnóstico Governação
Liderança
Instrumentos de
Apoio
Li
Estratégia Áreas Temáticas Projetos
Enquadramento Qualidade
Inovação
Impacto
Resultados
Incentivos
Especifico
PROVERE
Incentivos
Complementares
Financiamento
Público
5. CONCLUSÃO
Este processo de candidatura surge na continuidade do anterior programa AQUANATUR
implementado ao abrigo do EEC PROVERE durante os anos 2010 até 2015, promovido pela
Associação de Desenvolvimento da Região do Alto Tâmega, envolvendo ativamente os
municípios do Alto Tâmega.
A zona de intervenção delimitada para este novo processo AQUANATUR continua a coincidir
com a área de atuação da Comunidade Intermunicipal do Alto Tâmega e da Associação de
Desenvolvimento da Região do Alto Tâmega e compreende os municípios de Boticas, Chaves,
Montalegre, Ribeira de Pena, Valpaços e Vila Pouca de Aguiar.
Este território é caracterizado por uma grande ruralidade, assente numa grande variedade
orográfica e numa interessante diversidade de potencialidades endógenas muito específicas e
quase sempre impossíveis de replicar, donde resultam produtos agro-florestais de superior
qualidade e com as maiores possibilidades de desenvolvimento em termos de mercado.
Com efeito, constata-se facilmente, a observação de ativos territoriais ambientais, produtivos e
patrimoniais, que são únicos, grandemente identitários e, portanto, com grande potencial de
diferenciação territorial e de alavancar um processo de desenvolvimento contagiante a toda a
região, sempre baseado na sustentabilidade, na inovação e na competitividade.
Entre todas as potencialidades da região do Alto Tâmega, confirma-se a existência de um recurso
que tem vindo a moldar todo este território, quer em termos de atratividade paisagística e de
identidade cultural, quer em termos produtivos e de capacidade económica: a água.
Com efeito a água tem uma relação de causa-efeito transversal a todo o território do Alto
Tâmega, com influência em todos os setores que constituem a vivência de uma comunidade e
ainda com a aptidão de proporcionar à região capacidades diferenciadoras em relação a outras,
nomeadamente através de todo o potencial termal.
A água assume-se assim, com naturalidade, como o foco temático de toda esta intervenção
AQUANATUR, sendo constatável a sua importância e influência histórica no desenvolvimento
secular de todo o território do Alto Tâmega, moldando e caracterizando a paisagem, as tradições
e a identidade cultural, as produções endógenas e a economia local.
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Através da água é possível encontrar e consolidar um tema aglutinador com força e capacidade
suficiente, que justificasse e garantisse uma ocupação integral e sustentável do território,
envolvendo toda a comunidade, todos os setores e, principalmente, oferecesse soluções
inovadoras para os problemas crónicos existentes, invertendo o processo descaracterizador
atual, transformando-o num fator capaz de disseminar uma nova cultura de desenvolvimento,
baseada num ativo aglutinador, dinâmico e disseminador de uma nova identidade territorial
mais moderna, competitiva e com mais qualidade.
Todo o planeamento estratégico e consequente processo AQUANATUR foi, portanto,
desenvolvido, direta ou indiretamente, em torno do foco temático da água e todos os projetos,
ações e iniciativas nele inseridas, estão relacionadas com este tema, na certeza de que ele
poderá ter a capacidade de alavancar um processo de desenvolvimento diferenciador do Alto
Tâmega em relação a outros territórios.
Este projeto AQUANATUR incidiu a atuação em intervenções e projetos cirurgicamente
estruturantes, mas que, na continuidade do verificado na anterior intervenção PROVERE,
pretendem dotar a região de um conjunto de equipamentos que, além de valorizarem
substancialmente todo o potencial da água e tudo o que com ela está relacionado e com especial
incidência na água termal, permitem, principalmente, desenhar uma estratégia ainda mais
envolvente de promoção de todo o território como um destino de diversas valências, além de
fortemente atrativo porque tem coisas que não existem noutras regiões, coisas essas que, além
disso, são inovadoras e apresentadas com qualidade.
Assumindo claramente o que foi dito, nomeadamente sobre o potencial do recurso água,
também é verdade que existe globalmente na região a ideia de que, assumido o foco temático
e o território-alvo, se afigura necessário afinar uma metodologia mais abrangente, integrada,
sustentável e mais orientada para o fomento da inovação e para a criação de riqueza.
O presente processo de candidatura AQUANATUR enquadra-se no conteúdo do aviso de
abertura de concurso PROVERE – Programa de Valorização Económica de Recursos Endógenos,
2ª Fase – Reconhecimento Formal das Estratégias de eficiência Coletiva PROVERE na Região
Norte, Aviso Nº Norte – 28 – 2015 – 17, tendo todo o dossiê sido constituído e organizado
segundo as instruções daí em emanadas, de encontro á regulamentação de suporte.
A constituição global do plano de ação encontra-se dividida entre os projeto âncora que
assumem o carácter central e motor de todo o processo e que são oriundo de instituições
públicas e privadas sem fins lucrativos e os projetos complementares que são todos os outros
mas cuja origem deve ser essencialmente privada.
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O plano de intervenção AQUANATUR foi definido em função do cruzamento das áreas temáticas
previstas pela EEC PROVERE e por aquelas que constituem o plano estratégico definido em
conjunto pela Comunidade Intermunicipal do Alto Tâmega e a Associação de Desenvolvimento
da Região do Alto Tâmega.
No final ficou definido que os chamados projetos âncora deveriam ser enquadrados dentro das
seguintes medidas temáticas: Preservação das características ambientais do território,
valorização e promoção dos produtos territoriais, consolidação de uma cultura histórica
territorial e implementação de mecanismos necessários para a verificação de uma governação
eficiente de todo este processo.
Por outro lado, os projetos complementares foram organizados segundo três grandes áreas
temáticas: turismo, ambiente e produtos endógenos, devendo-se cumprir e mesmo superar o
indicador referente ao efeito multiplicador do investimento público no investimento privado,
conforme o previsto para o objetivo especifico da prioridade de investimento enquadradora
desta iniciativa no Programa Operacional Regional do Norte.
Nesta fase de todo o processo e tendo em consideração, somente, os projetos em adiantado
estado de maturação, com licenciamentos e projetos aprovados junto das Camaras Municipais,
podemos obter um Indicador de Resultado ditado pelo efeito multiplicador do investimento
publico no investimento privado de 10,40, resultante de um investimento publico de 4.804.482€
a que correspondem 4.084.100€ FEDER distribuído por 19 projetos âncora e um investimento
privado de 49.989.301,80€ distribuído por 57 projetos complementares.
No final, a derradeira cruzada desta metodologia de intervenção é a obtenção de um conjunto
integrado de projetos, visando o crescimento económico, a melhoria da qualidade de vida e a
atratividade deste território do Alto Tâmega, através da valorização dos recursos endógenos
com potencial verdadeiramente competitivo, alavancados num foco temático tão diferenciador
e sofisticado como pode ser atualmente a água.
Importa referir que em todo o processo de construção do plano de ação desta intervenção EEC
PROVERE AQUANATUR, se procurou estabelecer mecanismos integradores de todas as
intenções de investimento, publicas e privadas, que se identificassem com o foco temático deste
projeto e com as áreas de atuação definidas estrategicamente e ainda, que conseguissem
cumprir todas as obrigações regulamentares estipuladas superiormente.
Esta participação e o envolvimento de todos os parceiros encontra-se consolidado num
documento de consórcio redigido e assinado por todas entidades executoras dos projetos que
integram o plano de ação e que, neste documento se encontra descrito o grau de envolvimento
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de todos, bem como as articulações funcionais e operacionais a implementar
institucionalmente.
A liderança do consórcio é da responsabilidade da ADRAT, Associação de Desenvolvimento da
Região do Alto Tâmega, atendendo ao histórico que esta organização possui na implementação
de programas e outras iniciativas, à sua capacidade de articulação entre instituições e entre
setores e à sua competência e capacidade técnica.
Neste sentido, importa reforçar que esta metodologia de implementação e posterior
dinamização de um processo de desenvolvimento delineado a partir do tema da água vai de
encontro e está profundamente articulado com a estratégia definida pela Comunidade
Intermunicipal do Alto Tâmega para a região, despoletando desta forma uma permanente
procura de construção e consolidação de pontes de trabalho entre esta intervenção da EEC
PROVERE e todas as outras em curso na região.
Desta forma, pretende-se que esta intervenção AQUANATUR promovida no âmbito das EEC
PROVERE, deia um contributo significativo para a prossecução dos objetivos definidos pela CIM
AT no seu Pacto Territorial, pela ADRAT na sua estratégia DLBC e por todos os outros projetos e
programas e curso na região, que, devendo continuar a ser objetivamente articulados como está
a acontecer, devem conseguir inverter o processo de desertificação e empobrecimento que se
verifica atualmente no território.
Certamente que existem riscos que devem ser levados em linha de conta e poderão por em
causa o sucesso desta iniciativa e o bom desenrolar de todo o processo AQUANATUR, bem como
pressupostos que estão devidamente identificados e serão constantemente levados em linha de
conta. Tendo isto em conta, quer individualmente, quer na parceria, serão introduzidos através
da liderança e da direção executiva do consórcio de parceiros, mecanismos de monitorização
constante capazes de corrigir atempadamente desvios que eventualmente se venham a
verificar, bem como sistemas de avaliação permanente de toda a intervenção.
Finalizando, não existem dúvidas, nem em relação ao realizado no passado nem no que diz
respeito à futura intervenção EEC PROVERE, AQUANATUR, da assertividade do território, do
foco temático, do consórcio institucional, nem, também, da necessidade de realizar uma
implementação do plano de ação muito exigente em termos de seletividade e qualidade das
intervenções e muito articulada em termos público-privado.