estratégias para o emagrecimento

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    Artigo reviso

    Revista Brasileira de Cineantropometria& Desempenho Humano ISSN 1415-8426

    Cristina Hauser1Magnus Benetti2

    Fabiana Pereira V. Rebelo3

    ESTRATGIAS PARA O EMAGRECIMENTO

    WEIGHT LOSS STRATEGIES

    RESUMO

    A obesidade pode ser considerada um dos maiores problemas de sade da atualidade porestar associada a inmeras doenas, apesar de no representar uma grande causa isolada demorte. Para evitar tanto o crescimento como o surgimento de novos casos de obesidade, faz-senecessrio que medidas de preveno sejam tomadas. A preveno realizada atravs de mudanasno estilo de vida, como reeducao alimentar e incluso da prtica de exerccios fsicos. O objetivo

    desta reviso foi abordar qual o tipo de exerccio fsico e tambm as estratgias que podem seradotadas na prescrio do exerccio para otimizar o processo de perda de peso. Observou-se queos exerccios de resistncia muscular combinados com o exerccio aerbio, pareceram alcanar osmaiores resultados nos programas de perda de peso, por auxiliar no aumento da taxa metablica derepouso, manter e/ou aumentar a massa muscular e otimizar os ndices de mobilizao e utilizaode gordura durante o emagrecimento. O objetivo de emagrecimento parece ser alcanado com xitoem programas que incluem exerccios de resistncia, exerccios aerbios intermitentes e/ou contnuosque utilizem um alto fluxo de energia (70% do VO2 mx.). Este processo pareceu ser mais eficientepor proporcionar um maior gasto calrico total; no somente durante a realizao do exerccio, mastambm por provocar um aumento no consumo de oxignio ps-exerccio, fazendo com que agordura seja utilizada neste perodo.

    Palavras- Chave: obesidade, prescrio de exerccio, exerccio fsico resistido, gasto calrico.

    ABSTRACT

    Although it does not represent a great isolated cause of death, obesity may be consideredone of the greatest health problems nowadays because it is associated with several diseases. Inorder to avoid both increase and appearance of new cases of obesity, it is paramount that preventivemeasures should be taken. Prevention may be implemented through changes in lifestyle, such aseating habits re-education and the practice of physical exercises. The objective of this study was toreview what type of physical exercise and also the strategies that may be adopted in exercise prescriptionof to optimize weight loss. It was observed that muscular resistance exercise combined with aerobicexercise seemed to produce the best results in weight loss programs because they help to increaseresting metabolic rate, to keep and/or increase fat-free mass and optimize the rate of mobilization,and use of fat during weight loss. The weight loss goal seems to be successfully reached in programsthat included resistance exercise, continuous and/or intermittent aerobic exercises which demand ahigh energy flow (70% VO2mx.). This process seemed to be more efficient because it afforded agreater total caloric expenditure; not only during exercise, but also because it triggered an increase inpost-exercise oxygen consumption, thus causing fat to be used during this period.

    Key words: obesity, exercise prescription, resistance exercise, caloric expenditure.

    1

    Especialista em Fisiologia do Exerccio Universidade Gama Filho (RJ), Clnica TRAINER2 Doutorando em Cardiologia UFRGS, Clnica CARDIOSPORT de Preveno e Reabilitao Cardaca3 Mestranda em Fisiologia do Exerccio Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC)

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    INTRODUO

    A obesidade tem sido considerada umdos mais graves problemas de sade pblicada atualidade. Sua prevalncia vem crescendo

    acentuadamente desde as ltimas dcadas,inclusive nos pases em desenvolvimento, o quelevou a doena condio de epidemia global.A obesidade pode ser caracterizada como odistrbio nutricional mais importante do mundodesenvolvido, j que cerca de 10% de suapopulao obesa 10.

    Para evitar que a prevalncia daobesidade continue crescendo, surge anecessidade de adotar-se medidas depreveno. Estas podem ser atravs doaumento do gasto calrico pelo exerccio ou peladiminuio na ingesto calrica1.

    O exerccio fsico pode ser consideradoo mais poderoso desafio fisiolgico para asade do corpo humano. Este requer um grandeajuste metablico para aumentar o suprimentode oxignio e combustvel na realizao dotrabalho muscular, causando, dessa forma,aumentos significativos de energia acima dosvalores de repouso 34.

    Foram abordadas neste estudo quaisestratgias parecem ser as mais eficientes, deacordo com a literatura, para otimizar a perdade peso. Dentre elas discutiu-se: dieta xexerccio, exerccio aerbio x exerccio compesos e somente exerccio com pesos.Analisou-se tambm a eficincia do exercciomais intenso e menos intenso, durao e asvariveis relacionadas ao exerccio contnuo eintervalado.

    Este estudo foi elaborado em perodotemporal de seis meses, sendo que a buscalimitou-se a artigos cientficos datados de 1991

    at 2003, para que fosse garantida a atualizaodo tema referido. Os artigos citados neste textoesto em sua maioria na lngua inglesa e a coletados dados foi realizada via Medline e Lilacs, eteve como fator limitante, a indisponibilidade dealguns artigos na ntegra via Internet e bibliotecasdo Brasil, via Comut.

    O papel da atividade fsica na preveno eno controle da obesidade

    geralmente aceito que a diminuioda quantidade de atividade fsica tem contribudo

    de forma importante para o aumento dapredominncia do sobrepeso e obesidade(Grundy et al.18; Ross e Janssen 33; Hill eMelanson 19; Jebb e Moore 22; Weinsier 43).Levando isto em considerao, o AmericanCollege of Sports Medicine (ACSM) recomendaque toda populao se engaje em uma rotinaregular de exerccios que englobe 20 a 60minutos de exerccios aerbios, realizados de3 a 5 dias por semana, juntamente com umtreinamento de resistncia e treinamento deflexibilidade com freqncia de 2 a 3 vezes porsemana 2.

    Existem provveis mecanismosatravs dos quais o exerccio pode auxiliar naperda e manuteno do peso. Alguns delesseriam o aumento do gasto dirio de energia, areduo do apetite, o aumento da taxametablica de repouso, o aumento da massamuscular, o aumento do efeito trmico de umarefeio, a elevao do consumo de oxignio, aotimizao dos ndices de mobilizao eutilizao de gordura, bem como uma sensaode auto-suficincia e bem-estar4, 43, 29, 35, 21.

    Para modificar um quadro deobesidade j instalado, importante ater-se aosfatores que envolvem o gasto total de energiadirio. Este pode ser calculado considerando ogasto de energia no repouso (aproximadamente60% do gasto total de energia); o efeito trmicoda alimentao (aproximadamente 10% dogasto total de energia) e o gasto de energiadurante o perodo de no - repouso(aproximadamente 30% do gasto total deenergia) 25, 43.

    Alm disso, um estudo de Wirth apudBronstein7, demonstrou que aps a atividadefsica, a incorporao de cidos graxos notecido adiposo e sua estratificao para

    triacilglicerol diminuem, pois ocorre um aumentona concentrao plasmtica de cidos graxoslivres, aumentando portanto a sua oxidao.Outras evidncias tambm mostram que noexerccio ocorre aumento da oxidao doglicerol, que vem a ser uma contribuioadicional para a reduo da lipognese, poiscom o exerccio estimula-se a funo doshormnios tiroidianos, estes permitem que umaquantidade maior de glicose permanea emcirculao (no sendo utilizada pelas clulas),promovendo desta forma o catabolismo daglicose e o metabolismo das gorduras. Esses

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    dados sugerem que a atividade fsica atuanegativamente na sntese de triglicrides parao adipcito. Assim, pode-se concluir que osexerccios fsicos levam diminuio dasclulas adiposas, devido reduo da formaoe estmulo da degradao de triglicrides nosdepsitos de gordura. Nessa situao, oscidos graxos livres e a glicose so deslocadospara o tecido muscular, onde ocorre aumentoda incorporao e oxidao desses substratos.Assim, o mais caracterstico no exerccio autilizao progressiva dos cidos graxosplasmticos, sendo sua oxidao proporcionala sua entrada no msculo. Sendo que nosexerccios prolongados a dependncia doscidos graxos aumenta.

    O exerccio fsico tambm importantepara promover um adequado balano de energia,pois a energia gasta durante a atividade fsica importante para que ocorra um efeito positivosobre a taxa metablica de repouso e melhorada composio corporal, o que pode manter ouat mesmo preservar a massa musculardurante a perda de peso. Para que a atividadefsica possa manter essa perda de peso, necessrio que ocorra um gasto de 1.500 a2.000 Kcal/ por semana31. J para Wing 45 eCampbell et al.11 , o gasto para a manutenoda perda de peso deveria ser no mnimo 2500Kcal. Em contrapartida Ross e Jansen33afirmam que o gasto semanal recomendadocom exerccio deveria ser de 3000 a 3500 Kcal/ semana pelo fato da atividade fsica sozinha,para indivduos obesos, reduzir somentemodesta gordura abdominal ou gordura corporaltotal. Porm, at o indivduo obeso obter perdade peso, uma rotina de atividade fsica j garanteuma melhora cardiovascular, reduzindo riscosde doena arterial coronariana e melhorando a

    qualidade de vida31, 27, 33, 13

    .Exerccio e Emagrecimento

    A atividade fsica pode ser consideradaum dos tratamentos mais eficazes contra oexcesso de peso corporal, pois estimula oaumento da atividade do SNS (sistema nervososimptico), que permite o controle dos fluxosde substrato de energia. A elevao do gastoenergtico em resposta do aumento da atividadedo SNS, pode ter ao na reduo do apetite,aumento da taxa metablica de repouso41 e

    maior ao na oxidao de gorduras42. Portanto,o exerccio fsico parece ser essencial paraauxiliar o indivduo a manter a perda de peso noperodo de dieta, pois perodos de restriocalrica tendem a reduzir a ao do SNS noorganismo 3.

    Algumas modalidades de exercciofsico podem ser mais benficos que outras emrelao ao impacto sobre o balano de energia.A quantidade de gasto de energia difere deacordo com o tipo de atividade fsica escolhida.A economia energtica da atividade (gasto deenergia/ trabalho executado) modificada pelaintensidade, grupo muscular utilizado e avariao da motivao envolvida. Tambmocorrem diferenas na predisposio dosindivduos em relao a atividade fsica,dependendo do tipo de fibra muscular ecaractersticas metablicas. Pessoas obesastem uma proporo maior de fibras do tipo IIb(fibras rpidas), cuja capacidade oxidativa menor. Essa diferena na capacidade muscularoxidativa pode influenciar nos nveis depercepo de fadiga, pois a troca de O2 podetornar-se mais lenta durante o exerccio e estecusto excessivo de O2 pode predispor oindivduo a ser fisicamente menos ativo43.

    Em relao ao gasto energtico daatividade, muitos dados na literatura concordamque o aumento da intensidade do exerccioparece ser mais eficiente para otimizar oemagrecimento que exerccios de baixaintensidade 21, 24. Com isso, ser relacionadoalguns estudos e suas estratgias visando oemagrecimento.

    Levando em considerao asdiferenas fisiolgicas e estruturais que existementre indivduos obesos e de peso normal,freqentemente prescreve-se diferentes

    programas de exerccios para essas diferentespopulaes. Esta prtica baseia-se em duashipteses: 1) o indivduo obeso possuicondicionamento fsico inferior ao indivduo depeso normal, de forma que a resposta dosubstrato ao exerccio em ambos diferente; eo exerccio aerbio de baixa a moderadaintensidade permitir que o corpo mobilize maisgordura como fonte de energia, acelerando,deste modo, a perda de gordura corporal emindivduos obesos. Obesos sedentriospossuem uma mesma resposta de substratoem intensidades relativamente equivalentes de

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    for tornando-se apto a uma intensidade alta deesforo fsico (15 30 minutos, a 70% VO2 ).Deve-se ter um aumento progressivo no volumedo exerccio atravs do aumento da intensidadee/ou durao 40.

    Alm dos exerccios intensos trazerembenefcios e vantagens para o emagrecimento,fazem-se presentes na obteno de resultadospositivos para a sade. Foi comparado pesocorporal, peso de gordura e a soma de 6 dobrascutneas em dois grupos de homensadolescentes com idade entre 11 e 17 anos. Umgrupo realizou atividade fsica de altaintensidade, durante 15 minutos em vriosperodos do dia e outro grupo realizou atividadefsica moderada durante vrios perodos de 15minutos ao dia, ambos durante 3 dias. Esseestudo demonstrou tambm que apesar dosparticipantes de ambos os grupos noreduzirem o peso corporal, o grupo que realizouatividade fsica de alta intensidade obteve umdecrscimo de 20% na rea de gordura visceral14. Alm deste, outros estudos esto de acordono que se refere a atividade fsica de altaintensidade estar associada a uma diminuiona gordura abdominal, sendo altamentebenfica no sentido de prevenir o acrscimo degordura na parte superior do corpo (sabe-se que

    a gordura acumulada na parte superior do corpoest associada a maiores riscos para odesenvolvimento de diabetes, hipertenso,doenas na vescula, entre outras) 14 , 46, 26, 33.

    Exerccio aerbio x Exerccio com pesos

    De acordo com a literatura, aparticipao regular em programas de exerccio uma das mais indicadas formas paramanuteno de perda de peso a longo prazo35,21. Porm, muitas so as discusses acerca dotipo de exerccio mais indicado para otimizaresta perda de peso. Assim, muitos estudos temsugerido um trabalho conjunto de exercciosaerbios e exerccios com peso como o idealpara o emagrecimento em indivduos obesos46,27, 23. Alm de melhorar significamente oconsumo mximo de oxignio, fora mxima,resistncia muscular localizada e manutenoda massa magra 23, 8.

    A utilizao do substrato de gordura curiosamente investigado em exerccios compesos e aerbio, na tentativa de encontrar qualexerccio mais eficaz para promover melhores

    perdas de gordura durante e aps estasatividades. Um estudo de Ballor et al.4,observaram os efeitos dos exerccios deresistncia e aerbio sobre o peso corporal,composio corporal e metabolismo de energiadurante o repouso, em um grupo de 5 mulherese 4 homens que realizaram somentetreinamento aerbio, e outro grupo de 5mulheres e 4 homens que treinaram somentecom pesos durante 12 semanas (com sessesde 3 vezes por semana). O resultado desseestudo mostrou que a razo da troca respiratriadurante o exerccio para sujeitos obesos foi de1.03 e 0.80, respectivamente, para otreinamento com peso e exerccio aerbio demoderada intensidade. Esse resultado sugereque a oxidao de gordura muito mais altadurante o exerccio aerbio do que durante otreinamento com peso. Alm disso, o exerccioaerbio resultou em um aumento (comparadocom o repouso) das taxas de oxidao degordura durante um perodo de 3 horas aps asesso de exerccio. J para Speer e Speer 39,uma proporo um pouco maior de gordurautilizada como combustvel no exerccio de baixaa moderada intensidade, compensada poruma maior quantidade de energia gasta, emuma quantidade maior de exerccios intensos.

    Com o intuito de investigar se osexerccios com pesos e de alta intensidade(carga elevada), em conjunto com exerccioaerbio so eficientes para os programas decontrole de peso, Kraemer et al.24, realizaramum estudo com 31 mulheres, com idade mdiade 35 anos, durante 12 semanas. Estesindivduos foram divididos em 4 grupos, umcontrole, um de somente dieta, outro de dietamais exerccio aerbio e outro de dieta, exerccioaerbio e com pesos. O grupo de dieta, exerccioaerbio e com pesos, realizou treino aerbiocom intensidade de 70- 80% da freqnciacardaca mxima, 3 vezes por semana, durante50 minutos. O treinamento com pesos consistiaem alta intensidade, 3 vezes por semana,alternando dia pesado (de 5 a 7 repeties) edia moderado (de 8 a 10 repeties), com 1 a 3sries por exerccio, variando a carga de acordocom o condicionamento do sujeito. O intervaloentre as sries de exerccio foi de 1 minuto paracarga moderada e 2-3 minutos para cargaspesadas. Este estudo encontrou que os trsgrupos que fizeram dieta (grupo de somentedieta, outro de dieta mais exerccio aerbio e

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    outro de dieta, exerccio aerbio e com pesos)tiveram significativa reduo no peso corporal,percentual de gordura e massa gorda. Estesdados indicam que a perda de peso durantemoderada restrio calrica no alterada pelaincluso de exerccio aerbio ou exerccioaerbio em conjunto com exerccios com pesos.Mas a dieta em conjunto com o treinamento podeinduzir a uma notvel adaptao na capacidadeaerbia e fora muscular apesar de umasignificativa reduo no peso corporal.

    Dieta x Exerccio

    A obesidade resultado de umdesequilbrio crnico entre a ingesto calrica eo gasto de energia. Portanto, um grandeconsumo de energia e inatividade fsica so osprimeiros fatores que contribuem para oaumento do peso. Sendo que destes, a faltade atividade fsica parece ser o principal fatorpara o crescimento da obesidade 27, 33, 45, 45. Acombinao de dieta mais exerccio proporcionaperdas de peso mais eficientes, durante curtoou longos perodos, do que somente uma destasintervenes 45, 46.

    Muitos estudos tem o objetivo deencontrar em seus experimentos qual exerccio

    fsico promove um aumento e/ ou mantm aMCM (massa corporal magra) em indivduos sobrestrio calrica. Estudos como o de Bryneret al.9, com 17 mulheres e 3 homens com mdiade idade de 38 anos, divididos em um grupoque realizou somente dieta de 800 Kcal/dia eoutro grupo que obteve a mesma dieta juntamente com um treinamento de resistncia,ambos durante 12 semanas; e Kraemer et al.24,realizado com 35 homens obesos, durante dozesemanas, divididos em quatro grupos: Grupo I:controle; Grupo II: somente com dieta; Grupo III:com dieta + exerccio aerbio e Grupo IV: comdieta + treinamento aerbio e de resistncia;relacionaram o treinamento de resistncia comdieta hipocalrica, analisado o comportamentoda massa magra frente ao treinamento com autilizao de dieta. De acordo com os autores,apesar da dieta, a adio de um intensivoprograma de treino de resistncia resultou napreservao da massa magra e da taxa dometabolismo de repouso. Alm desses fatores,Kraemer et al. 24, observaram ainda que otreinamento de resistncia juntamente comdieta preveniu uma diminuio da capacidade

    muscular, alm de causar um aumento nacomposio corporal, fora mxima e VO2mximo. Entretanto, Pronk et al.30, atravs deseu estudo com 109 mulheres severamenteobesas, as quais foram divididas em trsgrupos: Grupo I: somente realizou dieta, GrupoII: dieta + treinamento de endurance e Grupo III:treinamento de endurance + treinamento deresistncia e dieta; constatou, aps 90 dias, quea combinao de um treinamento de resistnciae dieta de muita baixa caloria, ou seja, 520 Kcal/ dia no so suficientes para evitar a perda demassa magra.

    Um estudo conduzido porWesterterp44, relacionou um aspecto favorvelao exerccio aerbio e de alta intensidade. Elepercebeu que esse tipo de exerccio reduz oapetite, pelo fato da ingesto calrica tender aser mais baixa nos dias em que o gasto calricofor muito alto. Parecendo ser um aspectorelevante para a manuteno do balano deenergia. De acordo, Blundell e King5,encontraram em seus estudos, que exercciosde alta intensidade no geram um aumento noimpulso de comer o que compensaria a energiagasta. Depois do exerccio, o consumoalimentar permaneceu estvel, podendo oexerccio at suprimir o apetite. Sobre este

    assunto, Bouchard6

    afirma que, os exercciospodem tanto diminuir o apetite atravs dareduo na ingesto de energia, como provocaruma compensao de energia, atravs doaumento da ingesto calrica. Porm, pareceque este aumento na ingesto ocorre somenteentre indivduos magros, e no entre obesos.

    Exerccios com pesos x Emagrecimento

    At pouco tempo, a prescrio daatividade fsica para o emagrecimento limitava-se aos exerccios aerbios, no levando emconsiderao a massa corporal magra e ometabolismo de repouso4. Em meados dadcada de 80, a comunidade cientficareconheceu o potencial valor do treinamentocom pesos sobre a capacidade funcional eoutros fatores relacionados a sade,metabolismo basal, controle de peso, sadessea, histrico de sade ruim16; alm da suacontribuio para a preveno e reabilitao deleses ortopdicas16, 38. Em 1978, o ACSMreconheceu a importncia de um amploprograma de aptido fsica e adicionou o

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    treinamento com pesos em seu posicionamentoOficial em 199016. Assim, pesquisas atuaisconduzidas por instituies como: ACSM,American Heart Association (AHS), recomendamprogramas individuais de 15 repeties,realizados no mnimo 2 vezes na semana. Cadasesso deve consistir de 8-10 diferentesexerccios que utilizem os maiores gruposmusculares. A meta para esse tipo de programa desenvolver e/ou manter uma significativaquantidade de fora, endurance e massamuscular 16.

    Um dos motivos pelos quais osexerccios com pesos foram includos nosprogramas de emagrecimento, foi por esteparecer aumentar o gasto de energia norepouso, pelo aumento da massa muscular.Sabe-se a reduo do gasto de energia norepouso, aps a perda de peso, o principalfator de risco para uma posterior recuperaode peso. Com o intuito de investigar esta teoriafoi realizado um estudo com adolescentesobesos entre 12 e 14 anos, divididos em doisgrupos, um somente dieta, e o outro grupoparticipou de um programa de treinamento compesos individualizado, realizado 2 vezes porsemana, juntamente com dieta. Este programateve como objetivo prevenir a diminuio de

    energia gasta no repouso aps a perda de peso,sendo o treinamento com pesos focado para oaumento da massa magra. Como resultado doseu estudo perceberam um aumentosignificativo no percentual de massa magradurante a reduo de peso, 3.74 Kg para o grupode dieta mais exerccio de resistncia e 1.65 Kgpara o grupo de somente dieta37.

    De acordo com o estudo apresentadopor Campbell et al.11, verificou que o treinamentocom pesos parece ser eficaz para adultosidosos saudveis aumentarem o seu gastoenergtico. Isso ocorre pelo aumento da TMR(mas devido ao aumento metablico dos tecidosmagros e no pelo aumento da massa corporalmagra) e ao custo estimado de energia dotreinamento com pesos. O estudo foi realizadoem homens e mulheres, entre 56 a 80 anos,durante 12 semanas. Observou-se tambm queo consumo energtico aumentou em 15%,como necessidade de manter o peso corporaldestes indivduos. Mesmo aumentando oconsumo energtico, constatou-se que o pesocorporal manteve-se estvel e a massa gordadiminuiu. Atravs destes dados o treinamento

    com pesos parece ser uma estratgia efetiva esegura para os programas de controle e perdade peso em adultos idosos.

    De acordo, um estudo de Hunter et al.20, realizado com mulheres idosas de 60 a 77anos de idade, durante 16 semanas, observouum aumento de quase 100% na oxidao delipdios aps um programa de treinamento compesos. Estes dados foram analisados atravsda medio da taxa metablica ps-treino,avaliada entre 22 e 44 horas aps o trmino doexerccio. Isto sugere que o treinamento compesos tem um papel importante no aumento dogasto de energia em repouso, parecendo assim,melhorar o perfil metablico desses indivduos.

    Outro motivo pelo qual o treinamentocom pesos parece ser importante para ocontrole da obesidade, pela elevao do VO2residual ps exerccio. H indicaes de que oexerccio com pesos causa dramticaperturbao homeosttica, incluindo elevaesno lactato sangneo, catecolaminas ehormnios anablicos. Essa disfuno dasituao homeosttica pode levar mais do quealgumas horas para se recuperar, mantendo arazo da troca respiratria (R) ps exerccioelevada durante um perodo de 2 horas; e a taxametablica de repouso (TMR) elevada

    aproximadamente por 15 horas, utilizando agordura como substrato energtico duranteesse perodo 28.

    Para provocar este aumento noconsumo de oxignio ps- exerccio, osexerccios de alta intensidade parecem ser maiseficientes que os de moderada intensidade,alm de diminurem o QR pelas prximas 24horas, facilitando a utilizao de gordura duranteeste perodo (Chad e Quigley,12). De acordo,estudos de Melby et al.28, relacionaram o efeitoagudo de uma sesso de treinamento compesos sobre o gasto de energia ps-exerccio.O estudo foi realizado com 13 homenspreviamente treinados separados em doisgrupos. No primeiro grupo, formado por 7homens com idade entre 22 a 40 anos, foimedida a taxa metablica de repouso (TMR) emum perodo de 2 e 15 horas aps uma sessode 90 minutos de um treinamento de resistncia.O segundo grupo, formado por 6 homens de 20a 35 anos, realizaram o mesmo treinamento etiveram sua TMR medida no outro dia, durante2 horas aps um perodo de repouso. Osautores concluram que sesses rpidas e

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    intermitentes de exerccio exaustivo mximo(tentativa de 2-3 minutos de exerccio separadopor 3 minutos de perodo de repouso), elevarama taxa metablica ps- exerccio por 4 horas.Segundo os autores, existe relao entre oexerccio de resistncia de curta durao e altaintensidade com variaes considerveis novolume mximo de oxignio ps- exerccio, poiso gasto de energia decorrente do treinamentopode ser o dobro fora das horas de atividade.Esse aumento no gasto calrico aps otreinamento, pode ser explicado pelo chamadoexcesso de oxignio consumido ps- exerccio(EPOC), uma vez que o gasto de energia noretorna imediatamente aos nveis de pr-exerccio depois de uma sesso de treinamento.A magnitude e durao do excesso de consumode oxignio ps- exerccio parece serinfluenciado mais pela intensidade do que peladurao da atividade, pois a durao doexerccio em steady-state parece influenciara EPOC de uma forma linear, enquanto que oaumento da intensidade do exerccio alm de50 e 60% do VO2 mximo, pode influenciar noEPOC de maneira exponencial. Deste modo,exerccio de baixa para moderada intensidade,capaz de ser executado pelo pblico em geral,produz pequeno excesso de gasto calrico

    durante a recuperao, e mostra ter umpequeno impacto no controle de peso28, 34, 17.De acordo com o aumento do VO2

    mximo, Evans15 encontrou em suas pesquisascom idosos que a capacidade mxima deoxignio de membros inferiores verificada antese depois em um treinamento com pesos, obteveaumento significativo, enquanto que o consumomximo de oxignio da parte superior do corpono sofreu mudanas. Esses dados sugeremque, alm do aumento na massa muscular, otreinamento com pesos pode aumentar acapacidade mxima aerbia, trazendo um duplobenefcio para quem deseja perder peso.

    CONSIDERAES FINAIS

    Os resultados apresentados nesseestudo de reviso evidenciam que o exercciofsico possui influncia positiva no controle daobesidade. Tanto o exerccio aerbio como osexerccios com pesos parecem proporcionar umaumento significativo na demanda energticaps-exerccio, mantendo-a acima dos valoresde repouso. Os exerccios com pesos

    oferecem estratgias para o controle do pesocorporal atravs do aumento do gasto calrico,aumento da massa muscular e da taxametablica de repouso e tambm pelo chamadoEPOC. Como conseqncia ocorre diminuiono percentual de gordura corporal, favorecendoum emagrecimento seguro e saudvel.

    Conclui-se portanto que o exercciofsico associado a dieta de baixa caloria (800kcal/ dia) mais eficiente que uma destasestratgias isoladas, em virtude desse facilitara manuteno da MCM juntamente com oemagrecimento.

    Observou-se tambm que um aspectoimportante para a perda de peso, a quantidadetotal de energia gasta durante as 24 horas dodia e no apenas qual o substrato que estsendo utilizado durante o exerccio; o que justifica a maior eficincia dos exercciosexecutados em intensidades maiores(aproximadamente 70% do VO2 mximo), noimportando em que momento do dia a gorduraser utilizada como fonte energtica.

    Sabe-se que os exerccios fsicosrealizados a uma baixa intensidade utilizam agordura durante a sua execuo, todavia umaquantidade maior de energia gasta na realizaodos exerccios de alta intensidade pareceu ser

    to ou mais eficiente para a perda de peso, umavez que o importante seria garantir umconsidervel gasto calrico durante a execuodo exerccio. Para que isso de fato ocorra, faz-se necessrio aumentar progressivamente ovolume de exerccio atravs de aumento daintensidade e/ou durao, podendo-se fazeruso do exerccio intermitente, onde varia-se tantoa intensidade e durao.

    Alm de proporcionarem um gastocalrico maior, os exerccios realizados emintensidades maiores tambm parecem geraradaptaes cardiovasculares e metablicasmais eficientes, com conseqentes benefcios sade. Portanto, para que o exerccio de fatocontribua no processo de emagrecimento, necessrio um gasto de 1.500 a 2.000 Kcal/ semana.

    Tendo conhecimento de todos essesaspectos, surge a necessidade da realizaode mais estudos nesta rea, uma vez que atpouco tempo acreditava-se que apenas oexerccio de baixa intensidade era reconhecidocomo eficaz no processo de perda de peso por

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    utilizar a gordura como substrato. Alm disso,quanto maior a quantidade de estudos quediscutam esse assunto, mais eficientes seroos tratamentos de controle da obesidade,doena essa j considerada como um dosmaiores problemas de sade pblica.

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    Recebido em 21/02/2004Revisado em 15/03/2004Aprovado em 24/03/2004