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Relatório da Ponderação do Processo de Discussão Pública ESTRATÉGIA NACIONAL DE CONSERVAÇÃO DA NATUREZA E DA BIODIVERSIDADE 2030 Instituto da Conservação da Natureza e Florestas, I. P. Dezembro de 2017

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Relatório da Ponderação do Processo de Discussão Pública

ESTRATÉGIA NACIONAL DE CONSERVAÇÃO

DA NATUREZA E DA BIODIVERSIDADE 2030

Instituto da Conservação da Natureza e Florestas, I. P.

Dezembro de 2017

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Índice

1. ENQUADRAMENTO .............................................................................................................................. 1 2. PROCESSO DE DISCUSSÃO PÚBLICA ..................................................................................................... 1 3 PARTICIPAÇÕES RECEBIDAS ................................................................................................................. 2

3.1. Tipologia de Participações ................................................................................................................ 2 3.2. Temáticas das Participações ............................................................................................................. 3

4. RESULTADOS DA DISCUSSÃO PÚBLICA ................................................................................................. 4 4.1 Ponderação das Participações ...................................................................................................... 4 4.2 Alterações Introduzidas ................................................................................................................ 5

ANEXOS ........................................................................................................................................................ 9 ANEXO I. Parecer do Conselho Consultivo do ICNF ......................................................................... 9 ANEXO II. Parecer do Conselho Nacional de Desenvolvimento Sustentável .................................. 13 ANEXO III Notas das sessões públicas de apresentação ................................................................. 26 ANEXO IV. Tabela de ponderação das participações da consulta pública ................................... 36 ANEXO V. Tabela de ponderação das participações nas sessões públicas de apresentação ....... 141

Índice de quadros Quadro 1 – Lista de entidades que participaram consulta pública ............................................................. 2 Quadro 2 – Resumo dos contributos integrados no texto ........................................................................... 5 Quadro 3 – Resumo dos contributos integrados na Matriz estratégica (capítulo 7) ................................... 6

Índice de figuras Figura 1 – Tipologia de participantes da consulta pública. .......................................................................... 3 Figura 2 – Número de participantes que refeririam cada um dos temas. ................................................... 4

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1. ENQUADRAMENTO

A revisão da Estratégia Nacional de Conservação da Natureza e da Biodiversidade (ENCNB), adotada em

2001 através da Resolução do Conselho de Ministros n.º 151/2001, de 11 de outubro, visa atualizar e

aprofundar o quadro da política nacional de conservação da natureza e da biodiversidade, à luz dos

desafios atuais e prospetivos da sociedade portuguesa e das exigências de desenvolvimento e

competitividade da economia nacional, numa ótica sustentável e eficiente da utilização dos recursos,

assegurando a resiliência dos ecossistemas naturais e seminaturais e a conservação das componentes da

biodiversidade que os suportam.

A estratégia de execução da política de conservação da natureza e da biodiversidade nos próximos anos

deverá ter as suas opções ancoradas nos compromissos globais assumidos em 2010 por Portugal, pela

União Europeia e pelos demais estados-membros no seio da Convenção das Nações Unidas sobre a

Diversidade Biológica e traduzidos no seu Plano Estratégico 2011-2020, e contribuir para a consolidação

da agenda do desenvolvimento sustentável das Nações Unidas pós-2015.

No quadro da União, a política de biodiversidade de Portugal terá em conta a Estratégia da EU para a

Biodiversidade 2020 e os compromissos do 7.º Programa de Ação da EU em matéria de Ambiente, que

são base para a prossecução nacional das metas para o crescimento inteligente, sustentável e inclusivo

decorrentes da Estratégia Europa 2020.

Concluído o processo de elaboração, foi decidido que se seguiria uma fase de Discussão Pública, dando

uma oportunidade ao envolvimento de todos os portugueses na definição da Estratégia Nacional de

Conservação da Natureza e da Biodiversidade 2030 (ENCNB 2030).

Este documento descreve o processo de discussão pública efetuada à proposta de ENCNB, e descreve a

ponderação dos contributos recebidos, tendo em vista a preparação de um documento consolidado para

o início do processo de adoção pelo Governo.

2. PROCESSO DE DISCUSSÃO PÚBLICA

A discussão pública da proposta da ENCNB decorreu entre 12 de junho e 30 de setembro de 2017.

A proposta de ENCNB foi colocada em consulta pública, acompanhada por uma nota enquadradora. Estes

documentos foram disponibilizados no Portal do ICNF e do Participa.

Os documentos foram apresentados ao Conselho Consultivo do ICNF e ao Conselho Nacional de Ambiente

e do Desenvolvimento Sustentável, cujos pareceres se encontram nos anexos I e II, respetivamente.

Foram igualmente promovidas sessões de apresentação pública da proposta de ENCNB, que ocorreram

nos dias 23, 28 e 29 de junho 2017, e 14 de setembro de 2017. Os resumos destas sessões públicas

encontram-se no anexo III.

A análise dos pareceres e das participações foi efetuada individualmente, por capítulo, e a respetiva

ponderação feita nos seguintes termos:

Integrado, quando o contributo constituía uma mais-valia para a proposta de revisão.

Parcialmente integrado, quando apenas parte do contributo constituía valor acrescentado para a

proposta de revisão, não sendo passível de integração integral.

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Já contemplado, quando o contributo ia ao encontro do conteúdo da proposta de revisão.

Não integrado, quando o contributo não era passível de integração ou não constituía uma mais-valia

para a proposta de revisão.

Não aplicável, quando o contributo não tinha enquadramento no âmbito da proposta de revisão.

3 PARTICIPAÇÕES RECEBIDAS

3.1. Tipologia de Participações

Terminado o período de discussão pública foram recebidas 43 participações, a nível individual ou coletivo

(Anexo IV), às quais acresce a apreciação efetuada pelo Conselho Consultivo do ICNF, a 6 de julho de 2017,

e o parecer do Conselho Nacional de Ambiente e do Desenvolvimento Sustentável emitido a 20 de julho

de 2017.

Em relação aos participantes da consulta pública, listados no Quadro 1, destaca-se:

Participaram vinte e nove entidades a título coletivo, das quais dois centros de investigação da

Academia, doze do sector público, sete associações (cientificas ou de ambiente), seis organizações

empresarias ou empresas, uma ordem profissional e um partido político.

Participaram catorze participantes a título individual.

Quadro 1 – Lista de entidades que participaram consulta pública

Nome

Academia (2) Centro em Rede de Investigação em Antropologia (CRIA) - Grupo Desafios Ambientais Etnografia e Sustentabilidade (DASE) - Associação Portuguesa de Antropologia (APA)

Centro de Estudos do Ambiente e do Mar, Universidade de Aveiro

Administração pública(12) Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte

Direção-Geral de Atividades Económicas

Direção-Geral de Alimentação e Veterinária

Direção-Geral da Política do Mar

Direção-Geral de Recursos da Defesa Nacional

Direção-Geral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marinhos - DGRM

Direção Regional da Região Autónoma dos Açores

Estrutura de Missão para a Extensão da Plataforma Continental – EMEPC

IAPMEI – Agência para a Competitividade e Inovação, I.P.

IGAMAOT

Laboratório Nacional de Energia e Geologia

Turismo de Portugal, I.P

Associações (7) Associação Portuguesa de Geólogos

Coligação C6

WWF como membro da Coligação C6

QUERCUS

Sociedade Portuguesa de Ecologia

Sociedade Portuguesa de Vida Selvagem

ZERO – Associação Sistema Terrestre Sustentável

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Nome

Associações empresariais e empresas (6)

Business Council for Sustainable Development

Confederação de Agricultores de Portugal

Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva, SA.

Energias de Portugal (EDP)

Portugal Birds and Trails

União da Floresta Mediterrânica

Individual (14) Ana Cardoso

Carina Vieira da Silva

David Guégués

David Travassos

Isabel Marques

José Brilha

José Janela

Manuel Simão

Maria de Fátima Letras

Nuno Guégués

Pedro Luis Janela Pinto

Samuel Rodrigues

Sérgio Neves

Vânia Proença

Ordens profissionais (1) Ordem dos Biólogos

Partido politico (1) Partido Ecologista os Verdes

A Figura 1 ilustra a distribuição dos participantes por tipologia.

Figura 1 – Tipologia de participantes da consulta pública.

3.2. Temáticas das Participações

Os contributos dos participantes da consulta pública incidem sobre todo o texto, a matriz estratégica e os

anexos, salientando-se que 25 participantes abordaram questões gerais e 22 efetuaram sugestões sobre

a matriz. Os contributos incidiram sobre várias temáticas abordadas na ENCNB: Áreas classificadas, Fauna,

2

12

76

11

14

centros de investigação

sector público

associações

organizações empresarias ou empresas

ordem profissional

partido político

Individual.

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flora e habitats, Exóticas, Recursos Genéticos, Ecossistemas, Recursos Hídricos, Geologia, Alterações

climáticas, Solos e desertificação, ordenamento, Floresta, Agricultura, Mar, Turismo, Sector empresarial,

Investigação, Formação, Sensibilização, Vigilância, Relações internacionais, Fiscalidade, Financiamento e

Governação.

A Figura 2 ilustra o número de participantes que abordou cada um dos temas.

Figura 2 – Número de participantes que refeririam cada um dos temas.

4. RESULTADOS DA DISCUSSÃO PÚBLICA

4.1 Ponderação das Participações

A ponderação das participações recebidas na consulta pública (anexo IV) teve em conta os princípios que

presidiram à elaboração da ENCNB, o seu âmbito e os seus objetivos. Da ponderação realizada ficou logo

evidente a necessidade de prologar o período de vigência, passando a ENCNB a vigorar até 2030 e,

consequentemente, alterando-se a denominação da estratégia para “Estratégia Nacional de Conservação

da Natureza e da Biodiversidade 2030” (ENCNB 2030).

Foram acolhidas as propostas e comentários que permitiram corrigir as lacunas existentes, bem como as

que contribuíram para melhorar a formulação e dar uma melhor consistência ao documento permitindo,

desta forma, que este seja mais equilibrado e reflita as preocupações dos diferentes setores e atividades,

por exemplo o turismo, o mar e os recursos geológicos.

Os comentários não contemplados referiam-se a questões da necessidade de investigação governação,

de financiamento e de programação, não apresentando nenhuma proposta concreta, além de propostas

de ações que deverão ser consideradas na fase de execução da estratégia. É ainda de salientar que foram

recebidos comentários sobre matérias fora do âmbito da presente Estratégia.

Foram também ponderadas as contribuições resultantes sessões de apresentação pública da ENCNB.

(anexo V).

23

13 13

511

7 5 6 512 11

814

8 10

19

5

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3

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20

25

30

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4.2 Alterações Introduzidas

Da ponderação realizada resultaram correções de pormenor efetuadas ao longo de todo o documento da

ENCNB, corrigindo erros de texto, efetuado pequenas atualizações, incluindo a alteração d o período de

vigência da própria estratégia. Na matriz foi completada a informação referente à coluna “Prazo” para

todas as concretizações e atualizada tendo em atenção a extensão da duração até 2030.

Complementarmente foram efetuadas pequenas correções das concretizações, de indicadores, dos meios

de verificação, dos instrumentos financeiros e fiscais, dos instrumentos de execução (jurídicos e políticos)

e das entidades.

Com base nos contributos foram também introduzidas as alterações que a seguir se identificam, tomando

por referência cada um dos elementos que constituem o documento. No Quadro 2 é apresentado um

resumo dos contributos integrados no texto, e no Quadro 3 as alterações efetuadas na matriz.

Quadro 2 – Resumo dos contributos integrados no texto

Capítulo Alterações

SUMÁRIO Foram introduzidas alterações pontuais ao texto, introduzindo a referência a outras fontes de financiamento.

1. O capítulo foi revisto e reformulado, em conjunto com o capítulo 4.4 e anexo A 3.4.

Foram efetuadas alterações pontuais ao texto sugeridas pelos participantes, por exemplo introduzindo a referência à geodiversidade sempre que foi considerado pertinente.

2.

3. O capítulo foi revisto e reformulado, corrigindo alguns erros e atualizando a informação.

Foram efetuadas alterações ao texto sugeridas pelos participantes, por exemplo introduzindo referências à forte dimensão Atlântica de Portugal, à DQM e DQA, e Convenção das Nações Unidas para o Direito do Mar.

A alteração de maiores dimensões foi a introdução de um novo capítulo (3.3) onde é apresentado o quadro de referência de âmbito nacional: Lei de Bases do Ambiente; Estratégia Nacional de Desenvolvimento Sustentável (ENDS 2015); Compromisso para o Crescimento Verde em Portugal; Regime Jurídico de Conservação da Natureza e da Biodiversidade (RJCNB); Regimes nacionais de planeamento e gestão territorial; Cooperação internacional e apoio ao desenvolvimento; Outros diplomas e instrumentos de programação e política de âmbito sectorial e temático.

4. O capítulo foi revisto e reformulado, corrigindo alguns erros, nomeadamente em relação ao número e dimensão das Áreas Classificadas, e atualizando a informação.

Foram efetuadas alterações pontuais ao texto sugeridas pelos participantes, por exemplo introduzindo a referência ao património geológico, ao Regime Jurídico de Revelação e Aproveitamento dos Recursos Geológicos, à DQA e ao ordenamento no espaço marítimo, sempre que foi considerado pertinente.

5. O capítulo foi revisto e reformulado, corrigindo alguns erros e atualizando a informação.

Foram efetuadas alterações pontuais ao texto sugeridas pelos participantes, por exemplo introduzindo a referência à geodiversidade e ao sector privado.

6. O capítulo foi revisto e reformulado, corrigindo alguns erros e atualizando a informação.

Foram efetuadas alterações pontuais ao texto sugeridas pelos participantes, por exemplo:

Introdução das metas da Estratégia da EU para a Biodiversidade 2020.

Alterando o nome do capítulo 6.4.6 para “Energia e Indústria Extrativa” e do capítulo 6.4.10 para “As Empresas

e o Património Natural.

Introduzindo o tema da avaliação da eficácia da gestão das áreas protegidas.

Inserindo a menção à Estratégia Turismo 2027 e aos Planos Estratégicos Nacionais dos Recursos Genéticos e ao

PDR no âmbito desses recursos.

Inserindo a referência às infraestruturas verdes e à geodiversidade.

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Capítulo Alterações

7. Foi introduzido texto de introdução à matriz estratégica.

O quadro de prioridades passou a incluir três níveis em vez de quatro.

Para as alterações da matriz ver Quadro 3.

8. O capítulo foi revisto e reformulado, corrigindo alguns erros e atualizando a informação.

Foram efetuadas alterações pontuais ao texto sugeridas pelos participantes, por exemplo introduzindo a referência à geodiversidade sempre que foi considerado pertinente.

Foi introduzida a “Elaboração e acompanhamento da execução do Plano de Ação para a Conservação da Natureza e Biodiversidade 2030”.

9. O capítulo foi revisto e reformulando, corrigindo alguns erros e atualizando a informação e foram efetuadas alterações pontuais ao texto sugeridas pelos participantes.

10 Foi introduzido este capítulo comum resumo dos resultados da consulta pública.

Quadro 3 – Resumo dos contributos integrados na Matriz estratégica (capítulo 7)

Objetivo Alteração

Geral a toda a matriz Foi completada a informação referente à coluna “Prazo” para todas as concretizações, e atualizada tendo em atenção a extensão da duração até 2030.

Pequenas correções das concretizações, de indicadores, dos meios de verificação, dos instrumentos financeiros e fiscais, e de execução (jurídicos e políticos).

A prioridade das concretizações foi reavaliada tendo em o novo quadro de prioridades variáveis entre 1 e 3.

1.1. Consolidar o sistema nacional de áreas classificadas e assegurar a sua gestão

Inserida uma nova concretização:

“Avaliar a eficácia da gestão das áreas protegidas”.

Inclusão de novas entidades intervenientes.

1.2. Assegurar que as espécies (flora e fauna) e os habitats protegidos melhoram o seu estado de conservação ou tendência populacional

1.3. Programar e executar intervenções de conservação e de recuperação de espécies (fauna e flora) e habitats ao nível nacional

Inserida uma nova concretização:

”Elaborar um quadro de referência de intervenções prioritárias sobre espécies e habitats”.

1.4. Reforçar a prevenção e controlo de espécies exóticas invasoras a nível nacional e no quadro da União Europeia

1.5. Assegurar e promover a conservação da diversidade genética animal e vegetal

A quinta concretização (Estabelecer um plano de conservação das raças autóctones) foi substituída por uma nova:

“Executar as ações preconizadas no plano nacional para os recursos genéticos animais”.

1.6. Reforçar o quadro legal de regulamentação da conservação da natureza e biodiversidade

Inclusão de novas entidades intervenientes.

1.7. Reforçar o cumprimento dos normativos legais de conservação da natureza e da biodiversidade

Alteração da meta da primeira concretização.

Alteração da quinta concretização (inclusão de outras entidades fiscalizadoras na formação contínua).

Inclusão de novas entidades intervenientes.

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Objetivo Alteração

1.8. Reforçar a investigação e inovação orientada para as prioridades de política conservação da natureza, incluindo para a colmatação de lacunas de conhecimento de base

Inserida uma nova concretização:

"Concluir a cartografia de habitats no âmbito da Diretiva Habitats."

Alteração das entidades responsáveis e inclusão de novas entidades intervenientes.

1.9 Garantir a estruturação de um sistema coerente e útil de monitorização continuada do estado de conservação dos valores naturais

Inclusão de novas entidades intervenientes.

1.10 Aumentar a visibilidade e perceção pública do valor do património natural e dos serviços de ecossistemas

Alteração da primeira concretização (inclusão de professores como público-alvo).

Inclusão de novas entidades intervenientes.

1.11. Reforçar a diplomacia verde e a participação nacional na governação internacional da biodiversidade

Alteração da segunda concretização (inclusão de outros acordos).

Inclusão de novas entidades intervenientes.

2.1. Promover o mapeamento e avaliação da condição dos ecossistemas, e melhorar a sua capacidade de fornecer serviços mais relevantes de forma durável

Alteração do objetivo, explicitando o conceito de serviço de ecossistemas.

Inserida uma nova concretização:

“Promover o desenvolvimento de Infraestruturas verdes costeiras, rurais e urbanas.”

2.2. Evidenciar a economia da biodiversidade e dos ecossistemas, em particular o seu papel para o desenvolvimento sustentável e qualidade de vida

Inserida duas novas concretizações:

“Definir modelos de integração do valor dos serviços dos ecossistemas no âmbito da Conta Satélite do Ambiente.”

“Desenvolver metodologias para a remuneração dos serviços dos ecossistemas e sua aplicação, através de medidas de política com incidência no território”.

Inclusão de novas entidades intervenientes.

2.3. Aumentar o investimento público em conservação da natureza e biodiversidade

2.4. Consolidar o contributo dos instrumentos fiscais para a conservação da natureza e utilização sustentável da biodiversidade

Inserida uma nova concretização:

“Identificar e operacionalizar um pacote de incentivos fiscais adequados à conservação da natureza e biodiversidade.”

2.5. Assegurar uma aplicação coerente dos sistemas de incentivos e subsídios com os objetivos de conservação e utilização sustentável da biodiversidade

Alteração das entidades intervenientes.

3.1. Aprofundar o contributo da agricultura para os objetivos de conservação da natureza e da biodiversidade

Alteração da primeira concretização (inclusão das práticas florestais).

Inclusão de novas entidades intervenientes.

3.2. Aprofundar o contributo da silvicultura para os objetivos de conservação da natureza e da biodiversidade.

Inserida duas novas concretizações:

“Promover a reconversão de eucaliptais em sistemas florestais autóctones, em Áreas Protegidas e da Rede Natura 2000, privilegiando a reconversão de eucaliptais abandonados e a instalação de sistemas florestais de uso múltiplo.”

“Estabelecer boas práticas que visem a proteção eficaz dos bosquetes de carvalhos autóctones existentes em Portugal continental.”

Inclusão de novas entidades intervenientes.

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Objetivo Alteração

3.3. Garantir a utilização sustentável dos recursos marinhos Alteração da quinta concretização (explicitado que se inclui a execução dos planos nacionais referidos).

Inclusão de novas entidades responsáveis.

3.4. Promover e articular a integração dos objetivos da conservação da natureza e biodiversidade nos planos, programas, instrumentos e normas do espaço marítimo

Alteração da primeira concretização e respetivo indicador.

Inclusão de novas entidades intervenientes.

3.5. Garantir a utilização sustentável dos recursos em águas interiores e sistemas fluviais

Alteração da segunda concretização e respetivo indicador.

Alteração das entidades responsáveis e intervenientes.

3.6. Promover a articulação das metas de clima e energia com os objetivos de conservação da natureza e biodiversidade

Alteração das entidades responsáveis e intervenientes.

3.7. Assegurar a conservação da biodiversidade e da geodiversidade nas atividades de prospeção, pesquisa e exploração de recursos minerais

3.8. Promover a oferta e qualificação dos serviços no domínio do Turismo da Natureza, que concorram para a gestão sustentável dos territórios e salvaguardem o património natural e identidade cultural.

3.9. Assegurar a sustentabilidade da utilização de recursos genéticos marinhos e terrestres

3.10 Assegurar a sustentabilidade das infraestruturas de transporte e comunicações

Foi introduzida a informação em falta.

3.11. Aumentar a qualificação da oferta de produtos e serviços, integradores do património natural e cultural, contribuindo para a sustentabilidade da gestão dos territórios das áreas classificadas

Alteração das entidades responsáveis e intervenientes.

3.12. Promover e valorizar a integração da conservação da natureza e da biodiversidade nas estratégias, políticas e processos operacionais das empresas

Alteração das entidades intervenientes.

3.13. Garantir a integração dos objetivos de conservação da natureza e biodiversidade nos instrumentos de ordenamento, estratégias, planos e programas, assegurando a coerência de aplicação de regimes nas áreas classificadas e sua conetividade

3.14. Atualizar o Regime Jurídico de Avaliação de Impacte Ambiental

Alteração da concretização (inclusão das matérias relativas aos serviços dos ecossistemas e das alterações climáticas).

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Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, I.P. Avenida da Republica, 16 a 16B, 1050-191 LISBOA

Correio eletrónico [email protected] www.icnf.pt

TEL + 351 213 507 900

9

ANEXOS

ANEXO I. Parecer do Conselho Consultivo do ICNF

Conselho Consultivo do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, I. P.

PARECER sobre o

PROJETO DE REVISÃO DA ESTRATÉGIA NACIONAL DE CONSERVAÇÃO DA NATUREZA E DA BIODIVERSIDADE (ENCNB) ADOTADA PELA RESOLUÇÃO DO CONSELHO DE MINISTROS N.º

152/2001, DE 11 DE OUTUBRO

ENQUADRAMENTO

A Estratégia Nacional de Conservação da Natureza e da Biodiversidade (ENCNB) é um instrumento fundamental da prossecução da política de ambiente e na resposta às responsabilidades nacionais e internacionais de reduzir a perda de património natural.

O projeto em apreciação visa atualizar o quadro da política nacional de conservação da natureza e da biodiversidade à luz dos desafios atuais e prospetivos da sociedade portuguesa e das exigências de desenvolvimento e competitividade da economia nacional, numa ótica sustentável e eficiente da utilização dos recursos, assegurando a resiliência dos ecossistemas naturais e seminaturais e a conservação da biodiversidade que os suportam.

São ainda apresentadas as linhas fundamentais que orientam o desenvolvimento das múltiplas ações em que se desdobrará, na ambição de alcançar uma recuperação e valorização das espécies e seus habitats, dos ecossistemas e do capital natural que suportam, assim como do património geológico, expressado quer no meio terrestre ou marinho, assim como na coerência do sistema nacional de áreas classificadas (SNAC).

O Conselho Consultivo tomou conhecimento e analisou a estrutura e o conteúdo do documento em consulta pública, nomeadamente os três eixos estratégicos principais e os 30 objetivos que pretendem vir a alcançar, através da concretização de 100 medidas, o bom estado de conservação do património natural até 2050, assente na progressiva apropriação do desígnio da biodiversidade pela sociedade, por via do reconhecimento do seu valor para o desenvolvimento do país e na prossecução de modelos de gestão mais próximos do território.

Cada objetivo visa alcançar um conjunto de metas, para cada uma das quais foram definidos indicadores de resultados e definidos o nível de prioridade, o prazo de execução, meios de verificação, instrumentos financeiros e identificadas as entidades responsáveis e as intervenientes. O documento define ainda um modelo de governação e acompanhamento da aplicação da estratégia.

APRECIAÇÃO NA GENERALIDADE

O Conselho Consultivo considera positivo, na generalidade, o projeto de revisão da ENCNB, destacando que se trata de um documento bem construído e articulado, apresenta coerência técnica e o texto é fluído.

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Correio eletrónico [email protected] www.icnf.pt

TEL + 351 213 507 900

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Sem prejuízo dos contributos que as entidades representadas no Conselho Consultivo pretendem apresentar no processo de consulta pública em curso, são ainda de relevar os seguintes aspetos do projeto que mereceram atenção crítica específica:

É excessiva a referência inicial às medidas programáticas e de política conjuntural do Governo, que não se adequam num instrumento de caracter estratégico que perdurará para além da atual legislatura;

Constata-se o empolamento na valorização do património natural como forma de incentivar o desenvolvimento e ultrapassar as dificuldades do interior do país;

Releva-se a ausência de um envelope financeiro claro e definido em cada fonte de financiamento para implementar as ações previstas em cada eixo da ENCNB, bem como das medidas de incentivo que levem o mercado a investir em bens imateriais;

No capítulo da apropriação dos valores, tendo presente que a política de conservação da natureza cruza com todas as outras políticas setoriais, nomeadamente a política fiscal, as referências aos diferentes setores e atividades económicas carecem de maior desenvolvimento no documento, em particular no que se refere aos incentivos concretos à dinamização empresarial no SNAC, e às atividades compatíveis com os objetivos da estratégia, capazes de contribuir para valorizar o património e gerar emprego;

A concretização da ENCNB depende de uma intervenção decidida ao nível das políticas sectoriais, designadamente, agrícola, florestal e cinegética;

Não é evidenciado o desafio da apropriação do território e da gestão de proximidade, tema crucial quando se pretende atingir objetivos de política pública na propriedade privada, para que a política de conservação da natureza seja mais eficaz, justa e aceite pelos cidadãos;

No contexto da apropriação do território pela comunidade em geral, seria relevante o desenvolvimento das necessárias infraestruturas facilitadoras da visitação no SNAC e a articulação com as estratégias turísticas especificas, em particular no quadro do Turismo de Natureza;

A conservação da natureza e da biodiversidade é assumida como um bem económico, sendo de realçar como positiva a referência ao capital natural, no entanto estão pouco desenvolvidos os aspetos concretos, relacionados com os serviços dos ecossistemas e remuneração dos benefícios coletivos da conservação em favor daqueles que suportam os respetivos custos (indivíduos e setores);

Realça-se a importância de existir flexibilidade e adaptabilidade no modelo de governança das áreas protegidas em função da realidade territorial e dos agentes territoriais locais, visando o reforço do envolvimento da sociedade civil no atingir dos objetivos preconizados;

Deve ser dado especial destaque à importância da gestão participada e de uma maior ligação aos agentes do território (os agricultores, pescadores, produtores florestais, agentes turísticos, municípios, etc.) e maior sensibilização e informação aos cidadãos. Neste último aspeto é considerado indispensável transferir para o proprietário/gestor os levantamentos de biodiversidade e a definição das medidas que compatibilizam a conservação dos valores naturais com a gestão produtiva;

Em face da importância do mar no contexto da biodiversidade, a ENCNB tem pouca informação e objetivos relacionados com a componente marinha, reforçando-se a necessidade de cumprir o objetivo de constituição da Rede Nacional de Áreas Marinhas Protegidas;

Considera cruciais os aspetos relacionados com as lacunas de conhecimento e monitorização e devem ser desenvolvidos todos os esforços no sentido de serem ultrapassadas as carências de informação, recorrendo também à colaboração continuada com entidades do Sistema Científico e Tecnológico Nacional.

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Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, I.P. Avenida da Republica, 16 a 16B, 1050-191 LISBOA

Correio eletrónico [email protected] www.icnf.pt

TEL + 351 213 507 900

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Conselho Consultivo, Lisboa, 6 de julho de 2017.

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ANEXO II. Parecer do Conselho Nacional de Desenvolvimento Sustentável

CONSELHO NACIONAL DO AMBIENTE E DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

PARECER SOBRE A

PROPOSTA DE ESTRATÉGIA NACIONAL DE CONSERVAÇÃO DA NATUREZA E BIODIVERSIDADE ENCNB 2025

I. Contexto

Gabinete da Secretária de Estado do Ordenamento do Território e da Conservação da Natureza solicitou ao CNADS a emissão de parecer sobre a versão de trabalho de 8 de junho de 2017 da Proposta de Estratégia Nacional de Conservação da Natureza e da Biodiversidade (ENCNB 2017-2025), tendo o CNADS nomeado como relator o Conselheiro José Guerreiro e constituído um Grupo de Trabalho integrando os Conselheiros António Domingos Abreu, Eugénio Sequeira, Helena Calado, Isilda Gomes, Luísa Schmidt, Nuno Bernardo e José Janela.

O CNADS saúda a iniciativa do XXI Governo em avançar com uma proposta para discussão pública de revisão da Estratégia Nacional da Conservação da Natureza e da Biodiversidade (ENCNB). Com efeito, como em diversas ocasiões o CNADS salientou, no exercício das suas competências orgânicas1, a anterior ENCNB aprovada pela Resolução do Conselho de Ministros nº 152/2001, de 11 de outubro2, terminou o seu período de vigência em 2010, estando-se perante um hiato muito preocupante e incompreensível de sete anos, apenas interrompido por uma proposta de ENCNB apresentada pelo anterior Governo (XX Governo Constitucional) em junho de 2015 e sobre a qual o CNADS se pronunciou3 em tempo oportuno. Contudo, essa proposta não veio a ser concretizada.

O CNADS considera que, abrangendo a Rede Fundamental da Conservação da Natureza (RFCN) uma parte muito significativa do território português, no qual o Sistema Nacional de Áreas Classificadas (SNAC)4 per se representa praticamente um quarto do território emerso no Continente e ainda maior área nas Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira, não é aceitável um tão longo período de vazio estratégico e de opções políticas. Alertam-se, consequentemente e mais uma vez, os diferentes agentes políticos e atores sociais para esse facto, exortando a um maior empenhamento neste processo de carácter nacional e estratégico, com profunda relevância a nível local.

II. Apreciação na generalidade

A atual Proposta de ENCNB, à semelhança da proposta de 2015, assenta na avaliação feita à execução da anterior ENCNB, bem como ao estado de ecossistemas, habitats e espécies, baseada na informação técnico-científica recolhida pelo Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) e por diversas

1 O estatuto orgânico do CNADS no Art.º 2º, n.º 2, atribui ao CNADS na alínea b) a função de “Emitir parecer sobre o Plano

Nacional da Política de Ambiente e a Estratégia Nacional da Conservação da Natureza”. O CNADS alertou o Governo ainda em 2010, através de Comentário datado de 22.11.2010, para a necessidade de rever a ENCNB. Desde aí e reiteradamente o CNADS alertou, através de Reflexões e Pareceres, os sucessivos Governos para o colmatar dessa lacuna. 2 A anterior ENCNB foi a primeira a ser aprovada no contexto da Lei de Bases do Ambiente, Lei nº 11/87, de 7 de abril, tendo sido

lançada à discussão pública em 1999, 12 anos depois de estar prevista em sede de LBA. O CNADS emitiu o seu primeiro parecer sobre essa proposta em 14.9.1999. Esta proposta veio a ser aprovada, após revisão, pela RCM nº 152/2001 de 11 de outubro, tendo o CNADS emitido parecer sobre a proposta revista em 19.6.2001. 3 O CNADS emitiu parecer sobre esta proposta em 19.5.2015.

4 O Sistema Nacional de Áreas Classificadas abrange a Rede Nacional de Áreas Protegidas (RNAP), a Rede Natura 2000 e as Áreas Classificadas de estatuto internacional.

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instituições (Anexo 3, pp. 46-47) e, principalmente, na avaliação efetuada da Rede Natura 2000: Relatório Nacional de Aplicação da Diretiva Habitats (2007-2012) e Relatório Nacional de Aplicação da Diretiva Aves (2008-2012).

Na contextualização, a Proposta em apreciação considera que: “numa lógica de estabilidade e continuidade são adotados na ENCNB 2025 os princípios estruturantes da Estratégia de 2001, desta feita pondo em evidência 3 vértices estratégicos”:

O propósito fundamental da ENCNB é a melhoria do estado de conservação de habitats e espécies, pelo que este é o vértice cimeiro da estratégia;

Reconhecendo a necessidade de alcançar uma mobilização transversal, torna-se imperioso fomentar a apropriação dos valores naturais e da biodiversidade pela sociedade, aos mais diferentes níveis, pelo que este é o segundo vértice que a estratégia realça;

Para que esta apropriação tenha lugar, é necessário promover o reconhecimento do valor do património natural facilitando a tomada de consciência e a sua consequente integração, nas diferentes políticas, estratégias e práticas.

Ainda na contextualização, na secção designada por “Leitura Atual”, a atual Proposta considera que o Património Natural é um ativo estratégico do nosso país e que Portugal enfrenta três grandes desafios; i) O desafio da apropriação das áreas sensíveis pelas pessoas e pela gestão de proximidade; ii) O desafio do conhecimento e iii) O desafio da articulação de políticas.

Releva desde já, numa apreciação conceptual, reafirmar o que por diversas vezes o CNADS tem sublinhado ser a sua leitura sobre Património Natural: sendo certo que constitui um ativo estratégico que urge valorizar, é, ou deve ser, antes de mais um fator de identidade nacional enquanto património comum e será esse o primeiro desafio naquilo que é entendido como apropriação das AP pelas pessoas – a sua identificação com esse património, fruto do conhecimento e da valorização do património natural existente.

Da mesma forma, realçam-se os conceitos e observações respeitantes a: i) “desconstrução do modelo de proibição”; ii) regressão populacional no interior das Áreas Protegidas (AP), que é dupla (20%) da que se verifica noutros territórios de baixa densidade; iii) assunção dos Municípios como parceiros essenciais para a gestão de proximidade; iv) aumento do número de visitantes nas AP; v) frágil informação sobre estado da conservação de habitats, e vi) desatualização dos instrumentos de gestão territorial.

Pode considerar-se que em torno destes conceitos e constatações a proposta de ENCNB 2025 elabora em 3 Eixos Estratégicos:5

Eixo 1. Melhorar o estado de conservação do património natural;

Eixo 2. Promover o reconhecimento do valor património natural;

Eixo 3. Fomentar a apropriação dos valores naturais e da biodiversidade.

Da interação destes 3 eixos resultam a Ambição e a Visão, consubstanciadas num ciclo de melhoria contínua (aqui designado por ciclo virtuoso) resultando num objetivo final de: Alcançar o bom estado de conservação do património natural até 2050, assente na progressiva apropriação do desígnio da biodiversidade pela sociedade, por via do reconhecimento do seu valor, para o desenvolvimento do país e na prossecução de modelos de gestão mais próximos do território.

Seria aqui de incluir a valorização do Património Natural também como meio de melhorar as condições de vida das populações nesses territórios, em linha com a preocupação expressa de abordar a problemática do despovoamento. Tem o CNADS expressado por diversas vezes6 a recomendação da necessidade de construir

5 Utiliza-se aqui o conceito de Melhoria Contínua ou “Ciclo de Deming” aplicável a Sistemas de Gestão Ambiental. 6 Vide “Reflexão sobre o Modelo de Gestão da Rede Nacional de Áreas Protegidas”, de junho de 2015, in www.cnads.pt

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um modelo de valorização, que resulte na criação de mais-valias que revertam para as comunidades locais, a partir da construção de clusters económicos baseados no património natural.

Sem prejuízo da análise mais detalhada sobre cada um dos eixos e das propostas que estes encerram, o CNADS considera que, tecnicamente, a Proposta em apreço é sólida, pesem embora as lacunas de conhecimento reconhecidas e assinaladas na própria Proposta, apontando o documento na direção correta de objetivo final expectável de uma ENCNB, ou seja, atingir um bom estado de conservação do Património Natural.

Certamente por lapso a proposta não refere a questão dos impactos das alterações climáticas sobre a biodiversidade em Portugal na atualidade e no futuro, ou a necessidade de por em prática medidas de adaptação. O CNADS considera que é essencial haver uma coordenação institucional entre o ICNF e a APA, como instituição responsável pela implementação da Estratégia Nacional de Adaptação às Alterações Climáticas (ENAAC 2020).

As alterações climáticas estão a aumentar o risco meteorológico de incêndio florestal em todo o sul da Europa e em particular em Portugal, sendo muito provável que esta tendência se agrave no futuro. É, pois, necessário ordenar e gerir as nossas florestas de forma adaptada às novas condições climáticas.

Também no mar, os efeitos das alterações climáticas estão a induzir alterações significativas nas comunidades marinhas e a migração para latitudes mais setentrionais de muitas populações. A resposta a estes fenómenos deve ser incluída numa estratégia de conservação através da criação de uma rede representativa, ecologicamente coerente e funcional de áreas marinhas protegidas que aumentem a resiliência das comunidades marinhas às alterações climáticas.

No que respeita especificamente à biodiversidade, o Relatório sobre esse sector realizado no âmbito da 1ª fase da ENAAC e datado de 22 de março de 2013 contém um conjunto de medidas de adaptação que urge começar a por em prática, especialmente nas áreas classificadas mais vulneráveis à mudança climática.

III. Apreciação dos Eixos Estratégicos

Eixo 1. Melhorar o estado de conservação do património natural

1. Conhecimento sobre o Património Natural

Uma das questões essenciais que releva da análise deste Eixo é a repetida e assumida “lacuna de conhecimento”7, traduzida, aliás, nas supracitadas avaliações à implementação das Diretivas Habitats e Aves, nas quais o item “estado desconhecido” é, infelizmente, o mais frequente. Este é precisamente um dos nós górdios da implementação de uma ENCNB (se não o principal) e um fator limitador de atingir o bom estado de conservação do Património Natural, objetivo último desta Estratégia. Com efeito, como será possível aferir, monitorizar ou avaliar a evolução do Património Natural se o estado de conservação das espécies e habitats é, na maior parte dos casos, desconhecido, incluindo o próprio grau de vulnerabilidade das espécies à extinção? Esta profunda e estrutural lacuna de conhecimento interfere diretamente com o objetivo de construir um Cadastro de Valores Naturais Classificados, como está previsto no Regime Jurídico da Conservação da Natureza e da Biodiversidade.

Acresce que a própria eficácia das Áreas Protegidas nunca foi avaliada em Portugal, facto tanto mais relevante quanto a principal discussão a nível internacional ao nível da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN) e da Convenção da Diversidade Biológica (CBD) é precisamente a eficácia das Áreas Protegidas face à reconhecida ineficácia de grande parte das AP a nível global, que deu origem à conhecida expressão de “Paper Parks”, ou seja, Parques que existem na lei mas carecem de meios efetivos

7 Realce-se que a expressão é mencionada doze (12) vezes no texto.

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de gestão, tanto financeiros como humanos, tornando-se assim ineficazes. Tal problema levou a própria CBD, no seu programa para as Áreas Protegidas, a considerar à escala global o processo PAME (Protected Areas Management Efectiveness) como prioritário, tendo por objetivo a avaliação de pelo menos a 60% das AP em cada país. Em Portugal, à data, nenhuma AP foi avaliada.

Vale a pena refletir como chegámos aqui e qual a origem profunda deste desconhecimento sobre a Biodiversidade, sem o que não será possível abordar o problema. A sua origem é estrutural e metodológica:

i) É estrutural, porque o ICN(F) nunca foi um Laboratório de Estado, nem nunca englobou uma carreira de investigação, como, ao invés, ocorre noutros setores como a Saúde, a Agricultura ou a Meteorologia, para apenas citarmos alguns exemplos. Como tal, o trabalho sistemático e continuado de inventariação e monitorização de espécies e habitats não existe, à exceção de alguns grupos particulares (aves ou morcegos, por exemplo), também recorrendo a acordos pontuais com entidades terceiras, em particular do Sistema Científico e Tecnológico Nacional ou até de ONGA, que têm desenvolvido trabalho meritório, mas carecendo de estratégia global de longo termo.

ii) É metodológica, porque nunca se delineou uma estratégia de aquisição de informação sistematizada que definisse a nossa baseline do Património Natural e, a partir daí, traçasse uma metodologia de monitorização que permitisse as séries longas de dados como temos nos três setores acima referidos, as quais permitem uma real avaliação de tendências. De facto, o principal esforço de cartografia foi realizado para a Rede Natura 2000, bem como para uma avaliação mais consistente do estado de habitats e espécies, mas ainda assim pontual. Acresce lado, os técnicos do próprio ICNF, com o alargar da Rede Fundamental da Conservação da Natureza (RFCN), viram-se assoberbados com trabalho administrativo, restando pouco tempo para a prossecução de ações de monitorização e inventariação.

Este é pois, no entender do CNADS, o principal nó górdio no conhecimento e, consequentemente, na própria perceção (apropriação) por parte das comunidades em relação ao Património Natural.

Neste contexto, e não sendo de prever que o ICN(F) adquira o estatuto de laboratório de estado a curto prazo, seria crucial, à semelhança do que ocorre noutros setores, o estabelecimento de parcerias contratuais plurianais com instituições do Sistema Científico e Tecnológico Nacional que permitissem, por um lado, colmatar as lacunas existentes e, por outro, assegurar a necessária monitorização, baseada em cadernos de encargos definidos pela Autoridade Nacional e em necessária articulação com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, nomeadamente a Fundação para a Ciência e a Tecnologia.

2. Sistema Nacional das Áreas Classificadas

A Proposta reforça a necessidade de gestão de proximidade das AP e de envolvimento dos municípios na sua gestão, bem como uma aproximação à comunidade científica e às ONGA.

O CNADS pronunciou-se, em junho de 2016, sobre o modelo de gestão da Rede Nacional de Áreas Protegidas, por solicitação de S. Exª o Sr. Ministro do Ambiente. Mantém-se atual a reflexão então efetuada, reforçando-se a ideia de que a gestão das Áreas Protegidas deverá assentar num modelo de governação de proximidade, flexível e adaptável às realidades concretas das AP, no qual os municípios deverão ter um papel chave, mantendo-se o ICNF como a autoridade nacional, com a necessária visão integradora. Mais se recorda que o CNADS acentuou a necessidade do modelo de gestão assentar num trinómio constituído não só pelo modelo de governação, mas também pela mudança do paradigma do financiamento e da valorização económica do património natural, também como alavanca de promoção económico-social das comunidades residentes nas AP. Realce-se neste particular que, como por diversas vezes recordado no texto da proposta, a maior parte do território no SNAC, em particular nos sistemas agro-florestais, é de propriedade privada, pelo que as comunidades rurais, os proprietários e os agricultores e produtores florestais têm que ter um papel ativo e diligente neste processo, sob pena de ineficácia no consensual objetivo de “gestão de proximidade”. Por fim, o CNADS pronunciou-se por diversas vezes em anteriores Pareceres e Reflexões sobre a inadequabilidade do atual Regime Jurídico da Conservação da

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Natureza e Biodiversidade à almejada gestão de proximidade, pelo que não seria desadequado que a ENCNB assumisse como objetivo claro a sua revisão, quiçá num contexto mais vasto e de base legal, que promovesse um amplo consenso político e social.

3. Proteção de habitats e espécies

Neste domínio a identificação e seleção de prioridades surge clara e objetiva, mas padece obviamente dos males de “desconhecimento e lacunas de informação” anteriormente apontadas, pelo que é avisado adotar

uma atitude flexível, em função dos dados novos que possam eventualmente surgir. O CNADS reforça

também a prioridade ao combate às espécies invasoras, em particular as plantas, tais como a mimosa, a acácia, a cortaderia, a tradescância, o chorão das dunas e a hakea, entre outras. Da mesma forma, deverá esta componente estar devidamente enquadrada em programas de monitorização de longo prazo, conforme já referido, que possam atestar da eficácia das ações na conservação das espécies, recuperação e gestão de habitats.

4. Visibilidade do Património Natural

A Proposta aborda a questão da Visibilidade do Património Natural, também na perspetiva da sensibilização e participação pública. Para o CNADS este é outro dos nós górdios a merecer uma abordagem mais aprofundada e estruturante.

Uma das pechas centrais do atual sistema é precisamente o usufruto pela comunidade em geral do Sistema Nacional de Áreas Classificadas (SNAC). O CNADS entende que se deverá ser mais ambicioso, lançando um verdadeiro programa de Visitação das Áreas Protegidas, para o que será indispensável o desenvolvimento das infraestruturas de apoio, centros de receção (vulgo as Portas dos Parques), bem como os mecanismos de controlo necessários e há muito em falta.

Deverá, aliás, o Programa ser articulado com o setor do Turismo e criados os necessários mecanismos que permitam a exponenciação do Turismo de Natureza, devidamente infraestruturado, como há muito se vem defendendo, mas, infelizmente, sem o necessário impulso das estruturas governativas. Pese embora os compromissos teóricos dos sucessivos Planos de Turismo, a verdade é que a implementação efetiva não tem saído do papel, situação que urge ultrapassar.

Sem estes mecanismos os cidadãos estarão, de facto, quartados do seu legítimo direito de usufruto do Património Natural em condições efetivas. Recorde-se que a Reflexão do CNADS sobre a Gestão das Áreas Protegidas aborda especificamente esta matéria, apontando as lacunas estruturais que permanecem por resolver no Turismo de Natureza, tendo à data sido apontada a prioridade à resolução desta falha estrutural. Mantém-se, contudo, neste domínio, a inação. A não resolução desta questão implicará o falhanço do objetivo maior de “apropriação” pela comunidade. Efetivamente, não poderá uma comunidade identificar-se com aquilo que não lhe é proporcionado conhecer.

Recomenda-se, pois, o desenvolvimento de um Programa Nacional de Visitação de Áreas Protegidas, devidamente integrado com o setor turístico, a criação das necessárias infraestruturas, assegurando- se, simultaneamente, que o Programa Nacional de Visitação de Áreas Protegidas seja devidamente integrado com o sector turístico, nomeadamente, incorporando-se nas suas estratégias de médio- longo prazo.

Esta estratégia de visitação turística requer, em simultâneo, ações de caráter local envolvendo as várias coletividades que operam a nível local em atividades de perfil mais educacional e de aprendizagem, multiplicando e criando sinergias mobilizadoras de um leque diversificado de utilizadores. Esta faceta aproxima-se da perspetiva de uma comunicação de ciência de forma mais direta e mobilizadora, através de ações de “hands on”.

É prioritário que as Áreas Classificadas (Áreas Protegidas, de Rede Natura 2000 – SIC e ZPE, Reservas Biogenéticas, entre outras) desempenhem também a função central de educação ambiental (de promoção do seu património natural, paisagístico, geomorfológico e cultural) dirigida aos seus residentes, visitantes e

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ao público no geral, com estratégias próprias, valorização das infra-estruturas existentes e procura de novas soluções. É urgente suprir o desconhecimento dos residentes nas áreas protegidas (e do público no geral) face à sua importância e património que albergam. A este nível, e no caso específico das áreas protegidas, todas elas deveriam estar munidas de centros de interpretação/informação funcionais e abertos ao público. Estes centros deveriam ser infra-estruturas centrais na relação entre as áreas protegidas e o sistema de ensino (escolas) que se encontram na sua área de influência, onde os alunos (e professores) poderiam deslocar-se em visitas de estudo e no âmbito de projetos e parcerias.

De uma forma mais abrangente, reconhecendo o papel estratégico dos media na formação e informação da opinião pública, os media de serviço público, da TV à Rádio, devem ser envolvidos na criação e emissão de programas e espaços dedicados à conservação da natureza e da biodiversidade (ao património natural português), incluindo as áreas classificadas (sem esquecer a abordagem das sua importância, dificuldades e problemas) e em ‘horário nobre’. Neste domínio também deveria desenvolver-se a participação de órgãos de comunicação social privados, nomeadamente de TV (com contributos no âmbito da responsabilidade ambiental das empresas).

5. A Conservação da Biodiversidade Marinha

Pese embora seja reconhecida de há muito a necessidade de desenvolvimento de uma Rede Nacional de Áreas Marinhas Protegidas, focada em diversíssimos documentos, desde a anterior ENCNB, à Estratégia Nacional para o Mar e ao Programa Nacional da Política de Ordenamento do Território (PNPOT), a verdade é que tal não saiu do papel, pouco se tendo evoluído desde 1998, situação que se considera insustentável face à imagem e ao compromisso externos em matéria de política para o mar. Urge, pois, o lançamento de um Programa de Identificação e Cartografia da Biodiversidade Marinha, que permita identificar habitats e espécies prioritárias e constituir uma rede coerente, que permita também cumprir as metas de Aichi para 2020 no que se refere à conservação da biodiversidade marinha.

Da mesma forma, a Diretiva-Quadro Estratégia Marinha da UE aponta para 10% da área marinha de cada estado-membro coberta por áreas marinhas protegidas (AMP) até 2020, meta de que Portugal está bem distante, pese embora o contributo muito significativo dado pelas Regiões Autónomas.

Sendo inequivocamente o ICNF a Autoridade Nacional da Conservação da Natureza e gestora das AP, tanto em meio terrestre como marinho, é necessário, em particular neste domínio transversal, assegurar a necessária intersectorialidade.

Recomenda-se, portanto, o lançamento de um Programa de Identificação e Cartografia da Biodiversidade Marinha e a criação de uma rede nacional representativa e ecologicamente coerente de áreas marinhas protegidas, com a necessária articulação entre o Ministério da Defesa Nacional, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, o Ministério do Ambiente e o Ministério do Mar, assegurando simultaneamente o envolvimento das Universidades e Centros de Investigação ligados ao Mar.

Eixo 2. Promover o reconhecimento do valor do património natural

Neste Eixo relevam duas componentes essenciais: a Valorização dos Serviços de Ecossistema e a Fiscalidade Verde. O CNADS revê-se nessas apostas e há muito que vem pugnando por ambas.

No domínio da Valorização do Património Natural é crucial a integração dos valores de bens e serviços de ecossistema em sede dos diferentes sectores da Economia e Finanças, recomendando-se a criação de um grupo de trabalho que possa, a curto prazo, apresentar e aplicar a necessária proposta metodológica, seguindo as melhores práticas internacionais já em desenvolvimento8.

No domínio da fiscalidade pronunciou-se por diversas vezes o CNADS sobre a necessidade de associar mecanismos fiscais à conservação da natureza, tanto na captação da receita fiscal, integrando, por exemplo,

8 Veja-se a este propósito, a iniciativa TEEB “The Economics of Ecosystems and Biodiversity” http://www.teebweb.org/

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a componente de valorização do património, como nos incentivos positivos, não apenas ao nível municipal como a ENCNB defende (bem), mas de forma mais ambiciosa com incentivos fiscais às empresas que invistam em áreas protegidas em sede de IRC e em função da criação de emprego local. Tal matéria é um instrumento crucial no combate ao despovoamento, que a presente Proposta assume ser um objetivo.

Urge, pois, criar um pacote fiscal associado ao Património Natural, quer pelo lado da receita, quer pelo lado dos incentivos ao nível municipal e empresarial, recomendando-se a criação de uma equipa de missão mista entre o Ministério do Ambiente e o Ministério das Finanças que possa apresentar uma proposta concreta a integrar no próximo Orçamento de Estado. Recorde-se que tem o CNADS alertado sucessivamente para um entendimento político alargado sobre os mecanismos de sustentabilidade financeira das políticas de conservação da natureza, dos quais a fiscalidade é certamente um dos pilares.

Eixo 3. Fomentar a apropriação dos valores naturais e da biodiversidade

A atual Proposta introduz o conceito de Apropriação dos Valores Naturais, entendida, segundo interpretação do CNADS, em duas vertentes: por um lado, a consciencialização pública dos valores naturais como património nacional coletivo e, por outro, a integração desses valores nas diferentes políticas setoriais.

Quer num caso quer noutro, torna-se urgente um envolvimento direto dos diferentes agentes políticos e atores sociais, promovendo articulações e espaços de interação, numa perspetiva de promoção de conhecimento em espaços de aprendizagem dialogantes, pois a Apropriação dos Valores Naturais passa essencialmente pela consciencialização desses mesmos valores. Esta postura permitirá, a longo prazo, agentes mais ativos e responsáveis na defesa e promoção dos mesmos, pois para proteger é preciso conhecer.

1. Floresta

No domínio da política florestal o CNADS pronunciou-se por diversas vezes ao longo dos últimos anos, e, em

particular, em parecer emitido em 16.2.17 sobre a Reforma Florestal99, chamando a atenção para o facto de 80% do território das AP corresponder a zonas agroflorestais. Retoma-se o essencial da posição defendida sobre os bens e serviços da floresta:

“Para além dos benefícios económicos que a floresta proporciona, ela é igualmente responsável por um conjunto de serviços ambientais. Estes serviços abrangem uma gama enorme de domínios, não só relacionados com aspetos de proteção de recursos naturais (conservação do solo e da água, preservação da biodiversidade) como também com a mitigação das alterações climáticas (sequestro do carbono), e ainda outros inseridos na valorização da paisagem e na manutenção de condições de lazer para as comunidades. Estes aspetos, embora socialmente reconhecidos, não são objeto de compensações, contrariamente ao que acontece noutros setores da sociedade. Retoma-se, no Parecer, uma avaliação realizada há alguns anos dos benefícios ambientais proporcionados pela floresta portuguesa, que requer naturalmente uma atualização, mas que poderá traduzir-se em valores monetários que, anualmente, ultrapassam os 200 milhões de euros. A compensação monetária devida a estes serviços ambientais não é abordada nas propostas legislativas incluídas no pacote em debate público, mas não pode deixar de ser evocada e sugerida a sua integração nas contas económicas da floresta. Uma parcela substancial da área florestal portuguesa poderia tornar-se economicamente viável se os custos ambientais fossem incluídos na conta de exploração dessas parcelas, com resultados ambientalmente positivos e limitativos no que respeita à sua destruição, designadamente por força do fogo. Recomenda-se, portanto, a valorização dos serviços ambientais e a ampliação de medidas silvo‐ambientais capazes de compensar esses serviços.”

9 Vide http://www.cnads.pt

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O CNADS reforça a sua posição de reconstituição das equipas de Sapadores Florestais com intervenção direta no sistema de vigilância das AP, remetendo ainda para o referido parecer os aspetos relacionados com a fitossanidade e o combate às espécies exóticas como peças fulcrais de salvaguarda do património florestal.

2. Agricultura

O CNADS considera fundamental para a gestão do SNAC a articulação com o sector agrícola, realidade estruturante, a par da componente florestal, de muitos dos mosaicos de habitats das AP. A integração dos Programas de Desenvolvimento Regional (PDR) na política de conservação da natureza é, quiçá, a componente estruturante de um novo paradigma de gestão do SNAC e urge trabalhar de forma integrada nesse sentido. Numa outra vertente, a atual proposta é omissa na valorização da Agricultura Biológica, a merecer prioridade no SNAC e na própria certificação específica como produtos oriundos de AP, constituindo uma marca distintiva e potencialmente geradora de mais-valias em mercados específicos.

3. Mar

No domínio marinho já anteriormente se referiu a absoluta necessidade de desenvolvimento da Rede Nacional de Áreas Marinhas Protegidas e a urgência do lançamento de um Programa de Identificação e Cartografia da Biodiversidade Marinha, que aliás deveria ser articulado com o previsto novo Programa Mobilizador de Ciências e Tecnologia do Mar.

A um outro nível, chama-se a atenção para a necessidade de revisão da metodologia de Avaliação Ambiental Estratégica a aplicar em meio marinho, a produção de normas de referência para AIA de projetos em meio marinho (inexistente em Portugal) e de normas de referência para Planos de Gestão de AMP. Recomenda-se, ainda, que sejam estabelecidas metas precisas para que todas as AMP tenham Planos de Gestão eficazes.

4. Águas Interiores e Sistemas Fluviais

O CNADS realça a necessidade de se completar e tornar eficazes os instrumentos de ordenamento e gestão destes sistemas e atingir as metas de boa qualidade ecológica como garante da conservação da biodiversidade.

5. Energia e Recursos Naturais

Sem prejuízo dos objetivos enunciados, o CNADS reforça a necessidade de se encontrar a justa compensação ambiental em favor da conservação da natureza associada à instalação de infraestruturas em Áreas Protegidas, em particular Centrais Eólicas e Redes Elétricas. Matéria em que nitidamente se avançou pouco. Recomenda-se a introdução específica deste objetivo no quadro das diversas fontes de financiamento da Conservação da Natureza.

6. Turismo

Em matéria de Turismo, reforça-se a urgência de implementar efetivamente o Programa Nacional de Turismo de Natureza, incompreensivelmente estagnado há mais de uma década, integrando uma estratégia mais alargada para o Turismo nacional, nomeadamente, ao nível da sua promoção e articulação com o setor privado.

O CNADS exorta o Governo a agir no sentido de criar as necessárias infraestruturas e o desenvolvimento dos mecanismos de negócio, apontados no já citado parecer do CNADS sobre o modelo de gestão das AP. Nesse sentido, o CNADS recomenda ao Governo a criação de uma equipa de missão mista entre o Ministério do Ambiente e o Ministério da Economia que, no mais curto prazo de tempo possível, relance o programa colmatando as conhecidas lacunas operacionais e estruturais, para que este sector, vital tanto para o direito ao usufruto, como à própria geração de receitas e criação de emprego de base local, seja a realidade prometida.

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7. Utilização de Recursos Genéticos

A Proposta enuncia corretamente o Protocolo de Nagoia no âmbito da CBD. Contudo, chama-se a atenção para o facto de uma das questões cruciais ser precisamente o conhecimento e a valorização dos recursos genéticos. No entender do CNADS, a ENCNB deve ser mais ambiciosa e apostar na Bioprospecção e respetiva regulamentação, em particular no Sistema Nacional de Áreas Classificadas (SNAC).

8. As Empresas e a Biodiversidade

Esta é uma componente da Proposta que se considera estar nitidamente abaixo das expetativas, ao reduzir este sector à iniciativa Business and Biodiversity. No citado parecer do CNADS sobre o modelo de gestão de AP a posição emitida é clara no sentido da necessidade de reconhecer o hipercluster do Património Natural, identificando as áreas de negócio de cada AP, as condições para a sua promoção, os mecanismos financeiros e fiscais de estímulo à criação e as atividades económicas compatíveis com a Conservação da Natureza. O CNADS recomenda que o Governo atue no sentido preconizado, pois é este o pilar principal da sustentabilidade económica do SNAC, do combate ao despovoamento e do próprio direito das comunidades locais ao retorno económico-social dos bens que ajudam a preservar.

Em suma, o CNADS recomenda fortemente que se sigam as orientações da União Internacional para Conservação da Natureza (UICN) sobre a sustentabilidade económica das AP, que se criem os respetivos planos de negócio e que se estimulem as atividades económicas compatíveis com a Conservação da Natureza. Mais se sugere, pela sua importância estruturante no designado “Ciclo Virtuoso”, que este objetivo constitua, quiçá um 4º Eixo autónomo da Estratégia em debate ou que, pelo menos, seja adequadamente desenvolvido na componente de valorização do património natural.

9. Ordenamento do Território

A Proposta aborda escassamente a questão do Ordenamento do Território, referindo brevemente que “Constitui, assim, uma determinação a integração dos planos especiais no conteúdo dos planos diretores municipais, bem como de conceção de programas especiais de ordenamento das áreas protegidas. Esta mudança de paradigma exige um reforço dos princípios de conservação da natureza nos Planos Municipais.”

Pronunciou-se o CNADS bastamente sobre esta matéria. Em sede de consulta sobre a proposta de Lei de Bases Gerais da Política Pública de Solos, de Ordenamento do Território e de Urbanismo, este Conselho emitiu um detalhado parecer, em 20 de dezembro de 201310, no qual se alertava para as diversas fragilidades dessa proposta, em particular a dificuldade técnica de alcançar o objetivo “Plano Único”, a excessiva densificação dos PDM, a insegurança jurídica introduzida no Sistema de Gestão Territorial e a provável inexequibilidade de transposição nas normas dos PEOT para os PDM, em particular no que se refere aos POAP.

Cite-se, a propósito, o dito parecer: “A sétima fragilidade prende-se com o processo de transposição das normas vinculativas de particulares dos planos especiais de ordenamento do território para os planos diretores municipais e intermunicipais. Os procedimentos propostos e a calendarização prevista suscitam sérias dúvidas quanto à qualidade dessa transposição, ou mesmo à sua exequibilidade, podendo desencadear decisões arbitrárias e desconexas que, a ocorrer, diminuem a desejada segurança jurídica e previsibilidade do sistema de gestão territorial, aspeto particularmente grave no atual contexto de decrescente confiança dos cidadãos em relação às instituições e ao estado de direito.”

O prazo legal de transposição das normas e dos zonamentos dos POAP para os PDM foi, entretanto, ultrapassado, não se conhecendo qualquer caso em que essa transposição tenha sido concretizada, apesar de a DGT, o ICNF e as CCDR terem elaborado um Guião orientador em 2014, o qual, em princípio, deveria tornar os exercícios de transposição mais fáceis e céleres. Face a esta situação, o Governo apresentou à

10 Vide www.cnads.pt

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Assembleia da República uma Proposta de Lei de alteração à Lei de Bases propondo o alargamento do prazo da transposição (que terminou no final de junho de 2017) para 2020, uma vez que neste ano termina o período transitório de 5 anos para os PDM se adaptarem às novas regras da classificação do solo. A alteração à Lei de Bases da política pública de solos, de ordenamento do território e de urbanismo foi aprovada pela Assembleia da República em 19 de julho de 2017.

Este processo confirma a dificuldade de transposição das referidas normas e zonamentos dos atuais POAP para os PDM, apesar dos esforços desenvolvidos sobretudo por algumas das CCDR conjuntamente com os municípios diretamente afetados. Este impasse, cuja caracterização e profundidade exigiriam um conhecimento mais pormenorizado das diversas situações existentes, suscita dois tipos de comentários.

Por um lado, confrontam-se hoje três posições em relação à anunciada necessidade de transposição de regras vinculativas de particulares dos POAP para os PDM: i) “regresso” à figura de Plano Especial, conforme consagrado na anterior Lei de Bases; ii) transformação dos Planos de Ordenamento de Áreas Protegidas atuais em Programas de Ordenamento de Áreas Protegidas e, apenas numa segunda fase e no âmbito deste novo enquadramento, transposição das normas em questão para os PDM; iii) transposição direta dos atuais Planos de Ordenamento de Áreas Protegidas para os PDM. É esta última posição que tem prevalecido e que parece estar a conduzir a impasses difíceis de superar.

Por outro lado, a referida situação de impasse mostra que a elaboração de um Guião específico para o efeito, que se saúda, não constitui uma condição suficiente para resolver o exercício de transposição tal como se encontra previsto na atual Lei de Bases, deixando antever dois riscos no âmbito dos processos de concertação entre as CCDR e os municípios:

i) Existência de ´entendimentos` diferentes por parte das diversas CCDR, o que fere a natureza nacional do bem Áreas Protegidas;

ii) Ocorrência de decisões demasiado dependentes da posição de determinados municípios com maior capacidade de influência, o que, a suceder, agravaria o risco enunciado na alínea anterior. Mais graves ainda podem ser as consequências do facto de nem todo o conteúdo dos POAP ser da esfera de competências das Câmaras Municipais, pelo que o próprio Regime Jurídico dos Instrumentos de Gestão Territorial (RJIGT) prevê a existência de um regulamento administrativo que incorpore as normas que não passam para os PDM. As normas que não sejam da esfera de competências das Câmaras Municipais ficariam em vigor no POAP, mantendo-se, portanto, aplicáveis na área do município. Sucede, contudo, que a lei refere que em 2017 os POAP deixarão de vigorar, pelo que não é claro quem, e como, irá garantir a efetiva aplicação dessas normas que não são da competência dos municípios.

Igualmente confusa fica a situação das áreas marinhas protegidas onde os PDM não se aplicam. Neste caso, está previsto que as normas de proteção integrem o plano de situação do ordenamento do espaço marítimo, não se vislumbrando como será dada coerência à gestão destas áreas num instrumento desta natureza. Fica ainda toda a zona de interface mar-oceano sem uma abordagem integrada e coerente a nível das políticas de conservação da natureza.

Tal como reforçou o CNADS na já citada Reflexão sobre o Modelo de Gestão da RNAP, parece óbvio que estamos perante uma solução tecnicamente ineficaz e portadora de entropia no sistema de gestão territorial. Acresce, ainda, a fragilização do próprio ICNF enquanto Autoridade Nacional, ao ser- lhe retirado o principal instrumento de gestão territorial e a garantia da homogeneidade da aplicação de normas das próprias Áreas Protegidas.

Nesta matéria, a posição do CNADS é clara na recomendação ao Governo: a reversão e revogação das disposições legais que transformam os PEOT em programas, por ser manifestamente ineficaz e contraproducente, mantendo a figura do POAP, à semelhança, aliás, do previsto na Lei nº 31/2014, de 30 de maio, para os Planos Regionais de Ordenamento Florestal (PROF). Tal não prejudica, por exemplo, que as normas urbanísticas previstas nos PEOT sejam vertidas em PDM, por forma até a evitar redundâncias de análise.

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Numa ótica distinta, mas também no âmbito do ordenamento do território, o CNADS relembra que as Áreas Protegidas não podem ser encaradas como enclaves, devendo a sua gestão ser efetuada tendo como referencial territorial estratégico os espaços envolventes, nomeadamente no que se refere à sua relação com o sistema urbano.

IV. Apreciação sobre Financiamento e Governança da ENCNB

A Proposta elenca várias fontes de financiamento possíveis, tanto a nível nacional como internacional. Contudo, não é apresentado um quadro concreto de financiamento à semelhança da anterior ENCNB. O CNADS recomenda que essa concretização seja feita, relacionada com projetos concretos e elaborada em função das prioridades definidas. Seria aliás proveitoso que se identificassem nas diversas fontes de financiamento citadas os envelopes, plafonds ou linhas específicas dedicados à Conservação da Natureza.

Quanto ao modelo de avaliação da implementação da ENCNB, o CNADS concorda com a metodologia proposta.

Por fim, o CNADS regista que o documento realça a necessidade de mudança de paradigma no que se refere ao modelo gestão das AP, em particular com o retomar de uma gestão de proximidade, envolvendo municípios como ator chave, bem como outros parceiros, em particular entidades do Sistema Científico e Tecnológico Nacional e ONGA. Contudo, seria útil assumir o compromisso de se avaliarem previamente os diferentes modelos de gestão, a par das linhas orientadoras para o desenvolvimento de base dos clusters económicos a promover em função da natureza de cada AP, como elementos indissociáveis do modelo de gestão global do SNAC.

V. Conclusão e recomendações finais

Em conclusão, o CNADS considera que, na generalidade, a proposta de Estratégia Nacional de Conservação da Natureza e da Biodiversidade é tecnicamente sólida e, face aos conhecimentos atuais sobre o estado das espécies e dos habitats, tem objetivos ambiciosos, corretamente explicitados e bem sistematizados, carecendo contudo de definição de recursos financeiros objetivos que a permitam levar a cabo. Esta a primeira recomendação: a identificação, sistematização e calendarização concreta dos recursos financeiros para a sua implementação, em função dos objetivos e prioridades expostos.

Da mesma forma, constitui questão central o retomar de um modelo de gestão de proximidade no SNAC e, em particular, na Rede Nacional de Áreas Protegidas, com a participação direta dos Municípios e o envolvimento dos proprietários dos terrenos e da comunidade local.

Retomam-se, aliás, nesta matéria as recomendações do CNADS apresentadas na Reflexão sobre o Modelo de Gestão da Rede Nacional de áreas Protegidas, assente em três pilares:

i) modelo de governança de proximidade;

ii) revisão do modelo de financiamento do SNAC,

iii) modelo de valorização socioeconómico na RNAP. Repete-se e reforça-se a recomendação de necessidade de adequação do Regime Jurídico da Conservação da Natureza e da Biodiversidade a estes conceitos, encarando claramente como objetivo um quadro base legal de amplo consenso sociopolítico.

No domínio da gestão territorial, em particular do SNAC, o CNADS considera a atual situação crítica pela inexequibilidade da transposição integral das normas dos Planos de Ordenamento das Áreas Protegidas para os PDM, apesar dos esforços desenvolvidos, sobretudo por algumas das CCDR conjuntamente com os municípios diretamente afetados. Como em devido tempo alertou o CNADS, em sede de parecer sobre a proposta de que resultou a Lei nº 31/2014, veio a verificar-se o pior cenário então traçado: a inexequibilidade, a insegurança jurídica, a desestruturação do Sistema de Gestão Territorial e a fragilização

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operacional do ICNF. Criou-se, assim, um insustentável impasse, tendo o prazo legal de transposição das normas e dos zonamentos dos POAP para os PDM sido ultrapassado, conduzindo a uma alteração da Lei de Bases alargando o prazo da transposição.

Neste contexto de insustentável fragilização do Sistema de Gestão Territorial e consequente esvaziamento operacional do próprio ICNF como Autoridade Nacional, que se contesta, o CNADS reforça vivamente a sua já exposta posição de reversão e revogação das disposições legais que transformam os PEOT em programas, por ser manifestamente ineficaz e contraproducente, mantendo a figura do POAP, sem prejuízo de as normas urbanísticas previstas nos PEOT serem vertidas em PDM. O CNADS apela assim ao mais amplo consenso político na prossecução desta recomendação.

O domínio do conhecimento científico é uma outra fragilidade estrutural, frontalmente assumida pela própria proposta de ENCNB. O CNADS considera esta uma questão central: não é possível definir prioridades de conservação de espécies e habitats, avaliar a evolução positiva ou negativa dos mesmos, a eficácia das ações de conservação de espécies ou recuperação de habitats num contexto de manifesta insuficiência de dados técnico-científicos. Também aqui a situação é insustentável, pelo que aponta muito bem a proposta de Estratégia em apreciação como sendo uma questão chave a resolver, também decisiva para a constituição do Cadastro Nacional de Valores Naturais.

Recomenda o CNADS uma metodologia de estabelecimento de parcerias contratuais plurianais com instituições do Sistema Científico e Tecnológico Nacional, em articulação com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, que permitam colmatar as lacunas de conhecimento existentes e assegurar a necessária monitorização. Urge, ainda neste contexto, a avaliação de eficácia das AP (PAME), recomendando-se que se prossigam as orientações da UICN e da CBD bem como o cumprimento dos compromissos internacionais estabelecidos nesta componente.

No domínio da valorização do património natural e da sustentabilidade financeira do SNAC, o CNADS, concordando com a proposta de valorização de bens e serviços de ecossistema, recomenda o desenvolvimento da metodologia e a sua integração em matéria de contabilização efetiva.

No que concerne à fiscalidade, considera-se essencial que, para além dos incentivos a nível municipal, sejam desenvolvidos mecanismos de incentivo fiscal ao setor empresarial que invista e crie emprego, em particular nas Áreas Protegidas11.

Da mesma forma, a valorização socioeconómica e a sustentabilidade das AP carecem de um “plano de negócios”, como recomenda e obriga a própria UICN, que contribua para a criação de mais-valias e emprego para as comunidades locais.

O CNADS reforça a recomendação já efetuada na Reflexão sobre o Modelo de Gestão da RNAP no sentido de se analisar o hipercluster Património Natural e desenvolver os “modelos de negócio” e clusters adaptados a cada caso, tendo como uma das prioridades imediatas o Turismo de Natureza.

No que respeita à visibilidade do Património Natural e consequente apropriação pelos cidadãos em geral, entendida como parte do património coletivo dos bens comuns, considera-se crucial a estruturação de um Plano Nacional de Visitação, obrigando ao desenvolvimento das necessárias infraestruturas e necessariamente articulado com o supracitado Programa de Turismo de Natureza, para que o direito de usufruto dos cidadãos possa ser exercido com um mínimo de condições de acolhimento e acompanhamento. A este nível, e no caso específico das áreas protegidas, estas deverão ser munidas de centros de interpretação/informação funcionais e abertos ao público.

A conservação da Biodiversidade Marinha é considerada outra fragilidade no atual SNAC. O CNADS recomenda a efetiva constituição da Rede Nacional de Áreas Marinhas Protegidas, lançando de imediato um Programa de Identificação e Cartografia da Biodiversidade Marinha, a articular com o previsto Programa

11 Veja-se, a propósito, os mecanismos de incentivos criados pela Resolução de Conselho de Ministros 102/96, de 8 de julho.

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Mobilizador de Ciência e Tecnologia do Mar. No contexto dos 20 anos do Ano Internacional dos Oceanos, seria incompreensível que, nesta matéria, pouco se tivesse avançado desde 1998, pelo que o CNADS exorta a que sejam tomadas ações concretas imediatas.

No domínio da gestão florestal, parte crucial da RNAP, o CNADS, para além de reiterar o já exposto no parecer sobre a Reforma Florestal, reforça como peças fulcrais de salvaguarda do património florestal, as suas recomendações de reconstituição das equipas de Sapadores Florestais, de reforço dos programas de fitossanidade, em particular no montado, bem como de combate às espécies exóticas

Por fim, o CNADS reforça o conceito do Património Natural como parte integrante da identidade nacional, que as diferentes forças políticas e sociais devem interiorizar e traduzir em políticas concretas, que suscitem a sustentabilidade desse património e a respetiva valorização socioeconómica, num quadro de consenso político e social alargado, permitindo uma efetiva estabilidade da RFCN e, sobretudo, o direito constitucional à qualidade de vida e ao usufruto do património natural.

[Parecer consensualizado por correio eletrónico, em 20 de julho; a submeter a ratificação na próxima reunião ordinária a realizar em setembro, conforme deliberação adotada pelo CNADS na 4ª Reunião Ordinária de 2017, realizada em 22 de junho]

O Presidente

Filipe Duarte Santos

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ANEXO III Notas das sessões públicas de apresentação

Alcanena 23 junho 2017 - Apresentação Pública da ENCNB

Notas resultantes das intervenções do Painel de Comentadores

Moderação de José Vítor Malheiros (consultor de comunicação e ciência)

Introdução ao tema – o presente momento é particularmente importante já que coloca à discussão pública uma matéria

tão relevante como a conservação da natureza e biodiversidade.

Num contexto em que é importante sublinhar uma usual incipiente, ou ausente, participação pública em opções

governamentais com reflexo em diplomas com disposições legais regulamentadoras, como foi a recente reforma sobre

o sector florestal, a consulta pública sobre a ENCNB, cria a oportunidade para se colocarem perguntas como:

- Neste documento, precedido pelo seu congénere de 2001, e agora que passaram 16 anos, há uma nova filosofia, e

quais são as diferenças e as inovações, ou trata-se de uma alteração de aspetos formais?

- Qual a relevância desta ENCNB face à existência de diversos acordos e compromissos internacionais que Portugal tem

vindo a subscrever?

Ângela Morgado (Coordenadora da Coligação C6)

A questão central prende-se com o facto de este documento estratégico ter que reconhecer explicitamente, para um

salto qualitativo relativamente ao anterior, algumas declarações de princípios:

- A conservação da natureza faz-se em propriedade privada e, como tal, só com os proprietários a apropriarem-se da

ENCNB, de forma a traduzir-se em benefícios reais, será efetiva (tal como ocorre em diversas redes sem ser em Áreas

Protegidas);

- Apesar de estar referida a valoração dos serviços dos ecossistemas, é fundamental identificar os modelos de

pagamento aos proprietários e a origem dos fundos financeiros para o efeito;

- O modelo de cogestão e gestão participada é o único eficaz e está bem definido na Estratégia. Terá que existir, no

entanto, para além da simplificação dos financiamentos, um maior compromisso financeiro com referências concretas

sobre a forma de intervenção da Fiscalidade Verde e do Fundo Ambiental no financiamento da conservação da natureza;

- Identificar qual o modelo de descentralização previsto para a gestão das Áreas Protegidas, considerando as ONGA que

a conservação da natureza não deverá ser municipalizada. O ICNF, enquanto autoridade de conservação da natureza,

deverá continuar a tutelá-las sem prejuízo do envolvimento dos municípios;

- No que se refere à governação, as ONG devem integrar os comités de elaboração de estratégias e ser envolvidas nos

processos de cogestão, podendo mesmo captar recursos financeiros do sector privado (os empresários já interiorizaram

o conceito de pegada ecológica);

- Deverá ser tratada com muito maior profundidade a questão das Áreas Marinhas Protegidas.

Paulo Magalhães (Presidente da Comissão Instaladora da Casa Comum da Humanidade)

O conceito de Casa Comum não é o Planeta só em termos geográficos, mas o estado do sistema terrestre, o que está

muito para além da soberania.

Considera que o documento abre portas positivas para conseguir incorporar na sociedade os ciclos biogeográficos, isto

é, trazer o sistema ambiental para o desenvolvimento da Casa Comum, sublinhando que o que está em causa é o modelo

económico e social do País e não só uma questão ambiental, devendo como tal, ter um acompanhamento e visão global

e integrada (“visão de helicóptero pilotado pelo 1º Ministro” ).

O grande desafio, em que Portugal pode ser pioneiro na Europa, é transferir os serviços ambientais para o sistema fiscal

(experiências do Brasil e Costa Rica) partindo dos seguintes pressupostos:

- O Direito não é apenas um sistema de sanções e proibições, mas regula as ações humanas, neste caso particular, de

quem tem terrenos que produzem benefícios comuns e estão sujeitos a danos comuns;

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- Não é possível separar os serviços ambientais das estruturas físicas dos ecossistemas e o sistema fiscal deverá

reconhecer esses serviços prestados às populações urbanas, no princípio da compensação;

- É necessário identificar os meios e formas de pagamento (como referiu Ângela Morgado) e os mecanismos de

compensação entre quem defende os recursos e quem os usa – este princípio já deveria estar mais evoluído para o

horizonte de 2025 (o documento menciona o IMI sem aprofundar e algumas proibições);

- Atribuir personalidade jurídica ao estado favorável dos ecossistemas é dar valor ao sistema terrestre, enquanto

património que entra nas cadeias de valor, transferindo-o da economia de consumo de recursos para a produção de

recursos (exemplo valorizar o habitat do lince e não o lince em si).

- Um suporte jurídico global é a forma de capturar/dar visibilidade aos serviços dos ecossistemas (exemplo da compra

de um livro em que se fica na posse do papel com as letras, mas não das ideias que contém).

Sofia Silveira (Vogal do Conselho Diretivo do ICNF)

Este documento, com uma visão muito ambiciosa, e que é de estratégia, não é para ser implementado apenas pelo

ICNF, mas por toda a sociedade.

Sendo muitos dos seus conteúdos da responsabilidade de outros sectores, sob a supervisão do ICNF, considerou-se que

seria fundamental ir mais longe no seu crucial envolvimento, mas também na melhor demonstração e comunicação da

evolução do que tem sido a conservação da natureza.

Há aspetos já identificados pelos comentadores como a aprofundar, como o das áreas marinhas, e os que se prendem

com as dificuldades em quantificar os serviços dos ecossistemas para integrar o património natural nas cadeias de valor,

remunerando os respetivos proprietários.

Sendo determinante esta questão da propriedade privada, o desafio é também da gestão, no equilíbrio entre a presença

humana necessária e a que é prejudicial pelos efeitos negativos nos ecossistemas.

Apesar de terem existido vários modelos de gestão das Áreas Protegidas desde 1971, estas são as áreas privilegiadas

para a aplicação de uma estratégia como a ENCB, já que os parceiros nos territórios estão claramente identificados e

são os mesmos – municípios, academia e proprietários privados (a quem faltam, no entanto, associações que os

representem).

Pedro Norton de Matos (Mentor e organizador da Greenfest)

Considera que para comentar um documento como este é necessário colocar como questão – no sentido de que só o

envolvimento leva ao compromisso - as empresas apropriaram-se ou não da conservação da natureza? (ditado: diz-me

e esquecerei; mostra-me e lembrar-me-ei; envolve-me e compreenderei).

Revendo-se na arquitetura apresentada para a ENCNB, o problema está na execução que deve ser a grande preocupação

da versão final do documento:

Como monitorizar e ver a evolução dos indicadores para prestar contas (“accountability”) sobre o que está a resultar, a

falhar ou a precisar de correção? Desde logo, quem vai monitorizar 100 medidas com a visão global sobre a totalidade

da sua execução?

O desafio ultrapassa claramente o Ministério do Ambiente porque é da cidadania.

A visão empresarial atual reflete a evolução da importância da redistribuição do lucro gerado, no contexto de uma

cidadania empresarial que suporta a interdependência entre a responsabilidade social e a pegada económica.

O seu potencial, enquanto efeito multiplicador na cadeia de valor, confere aos cidadãos ativos e consumidores a

possibilidade de pressionar as empresas através das suas escolhas, encontrando uma convergência de forças no mesmo

sentido (consumo e cidadania).

A cooperação e trabalho em rede, num desafio cultural de mais comunicação e mais coordenação (estrutura matricial

vs. estrutura piramidal), revela grandes oportunidades a aproveitar como é o caso, por exemplo, do efeito multiplicador

que podem ter as produções bio de microprodutores, se se organizarem em cooperativas capazes de gerar massa crítica

para defender a biodiversidade.

Évora 28 junho 2017 - Apresentação pública da ENCNB

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Notas resultantes das intervenções do Painel de Comentadores

Intervenção inicial – Presidente da Câmara Municipal de Évora

Salientou a importância desta temática no País que é particularmente rico em património natural.

Citou o caso de Évora – cidade classificada património mundial da humanidade pela UNESCO – integrada num concelho

de 130 000 hectares com valores naturais relevantes.

A noção de que o património natural não tem fronteiras administrativas é evidenciada pelo trabalho conjunto

desenvolvido entre os municípios de Évora e Montemor-o-Novo na elaboração do Plano de Pormenor, na modalidade

de Plano de Intervenção em Espaço Rural, da Serra de Monfurado.

Moderação de José Vítor Malheiros (consultor de comunicação e ciência)

Introdução ao tema – Solicitou aos oradores que a sua intervenção se focasse no que é a Estratégia Nacional da

Conservação da Natureza e Biodiversidade, qual a diferença desta proposta para a que está em vigor desde 2001 e se

consideram que poderá ser eficaz ou se se trata apenas um plano estratégico de boas intenções.

Sofia Silveira (Vogal do Conselho Diretivo do ICNF)

Referiu que o primeiro documento de ENCNB aprovado em 2001 se deve ao Dr. José Guerreiro (presente neste painel

pela Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa), à data, Secretário de Estado com a tutela desta matéria.

Considera como essencial para o êxito da ENCNB a sua apropriação ao nível nacional, dado que se trata de um

instrumento estratégico.

Salientou que em 16 anos de vigência da ENCNB atual se concluíram os planos de ordenamento das Áreas Protegidas e

os Planos de Acão da Rede Natura 2000, sendo igualmente a matéria de conservação da natureza fora das áreas

classificadas uma responsabilidade partilhada com todos os sectores (exemplo do regime de Avaliação de Impacte

Ambiental).

Para além da preocupação de integrar sectorialmente a conservação da natureza, o grande desafio está na gestão,

incorporando nas cadeias de valor e nos modelos de desenvolvimento o património natural enquanto activo.

Sobre o conhecimento, será necessário trabalhar em parceria com a academia e a sociedade civil para a recolha de toda

a informação existente, eventualmente no âmbito da Comissão de Coordenação Interministerial que acompanha a

implementação da ENCNB.

Carla Graça (Associação Zero)

Começou por saudar o esforço feito pelo ICNF na elaboração deste documento, apontando como primeira crítica a

ausência de contributos por parte dos sectores da energia, da indústria (incluindo alimentar), da APA (relativa aos

ecossistemas fluviais, fundamentais no âmbito de uma ENCNB).

Deveria existir uma maior integração da administração (até face a pressões atuais como as de explorações “off shore”),

ultrapassando o que tem vindo a acontecer de a conservação da natureza ser habitualmente o “parente pobre”.

Sem esta integração e necessária apropriação não só nacional, como já foi referido, mas também dentro da própria

administração não for uma realidade, podemos ficar por um exercício meramente teórico.

Considera que a ENCNB está pensada muito em função das áreas protegidas, que representam cerca de 22% do

território, devendo haver maior evidência de como se integra não só nos restantes 78% do país, mas também como se

articula com componentes da rede fundamental de conservação da natureza como RAN, REN, domínio hídrico.

Tendo em conta o despovoamento que se tem vindo a registar, esta tendência deveria configurar uma potencialidade

da criação de áreas tendencialmente selvagens (“wildness”).

De igual modo, deveria ser repensada a reconfiguração da Rede Natura 2000, mediante a reavaliação das áreas

actualmente integradas e doutras a cooptar em função da mesma.

É preocupante a não contemplação do solo enquanto recurso e suporte da biodiversidade, tal como no que respeita

aos aquíferos, a stygofauna geradora de serviços dos ecossistemas.

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No que respeita ao financiamento, são elencados fundos financeiros mas não as necessidades pós 2020, nem a

quantificação de metas claras, ou quem são os actores que implementam as medidas com o acompanhamento do ICNF.

Ainda no que respeita ao ordenamento do território deverá ser explícita a ligação entre os PMOT e os PEOT,

nomeadamente quanto à gestão territorial.

José Guerreiro (Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa)

O ponto de partida para a ENCNB hoje em vigor foi em 1997, num contexto em que não existia ainda a Rede Natura

2000 nem a noção de Rede Fundamental de Conservação da Natureza, não estando estes conceitos nem solidificados,

nem constando da Lei de Bases do Ambiente (a propósito de apropriação, é fundamental ainda referir que o parlamento

durante 7 anos não se pronunciou sobre a proposta que lhe foi apresentada).

Também a flexibilidade do modelo de gestão (co-gestão) não estava ainda presente porque estava-se a gerir sobretudo

o envolvimento das comunidades locais.

As áreas protegidas podem não ser eficazes por falta de meios mas não existe, sobretudo, um modelo de avaliação de

eficácia – o ICNF nunca foi um “laboratório de estado” que pudesse garantir o acompanhamento da gestão de espécies

e habitats com indicadores de monitorização. Então quem alimenta a informação da entidade nacional para o

acompanhamento técnico?

O conhecimento – onde estão os habitats, qual a sua tendência em séries longas de monitorização – é determinante

para fazer zonamentos e poderia ser acautelado através de contratos plurianuais do Ministério da Ciência, dando

continuidade e estabilidade à recolha de dados em bases de dados que permitissem aferir o que realmente existe.

Considera que a nova Lei de bases de ordenamento do território desvirtua o que eram os planos especiais – criados

para territórios especiais – sobrecarregando a figura do PDM e não se articulando com a Lei de bases do espaço marítimo

(podendo gerar conflitos entre os instrumentos de gestão territorial e os PEOT até à batimétrica dos 30m).

O financiamento também foi uma das críticas em 2001, tal como o comprometimento com alocação de verbas pelos

diferentes sectores da administração.

António Mira (Universidade de Évora)

Considera que falta na ENCNB a contabilização do valor intrínseco da biodiversidade e concorda que o abandono do

interior pode ser uma oportunidade para a captação de áreas tendencialmente selvagens.

De um modo geral, a Estratégia não evoluiu face à anterior, focando-se muito nas áreas protegidas e Rede Natura 2000.

Não se pode conservar em “ilhas” e para assegurar os fluxos previstos na Rede Fundamental de Conservação da

Natureza e a respectiva conectividade não é suficiente cartografar os corredores – é preciso ir mais além do que RAN,

REN e Domínio Hídrico para garantir a possibilidade de mobilidade. Uma questão primordial no médio prazo é a

fragmentação de habitats por infraestruturas como estradas, ferrovias ou canais de rega.

Os corredores não são novas áreas a classificar mas áreas suficientemente naturalizadas para garantir a continuidade

pensando a uma escala global, acima da municipal.

Verifica-se que não há nesta Estratégia, relativamente ao financiamento, um compromisso, quantificação e respectiva

origem, o que leva a que a conservação da natureza não seja levada a sério, compensando as perdas de rendimento

inerentes ao cumprimento das atividades compatíveis.

Sobre o conhecimento referiu que não sabemos, para a maior parte das nossas espécies, qual é a sua evolução, pelo

que é necessário sistematizar o conhecimento, identificar lacunas e monitorizar a médio e longo prazo. Se não

definirmos as necessidades de conhecimento e indicadores na área da eficácia e sustentabilidade (à semelhança do que

se faz por exemplo nas redes de infraestruturas elétricas) teremos sempre que concluir que não é possível avaliar.

Debate – O moderador abriu um período de Debate, sublinhando que estes fóruns são o motor de arranque para

incentivar participações que possam melhorar o documento.

1ª participação - Isabel Ramos, Universidade de Évora

Apontou como necessária uma maior e mais eficaz divulgação desta proposta de ENCNB.

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Questiona qual a relação entre a revisão da ENCNB, a alteração do PNPOT e o Plano Nacional de Coesão, a Lei do mar

de 2014 e ainda qual a sua articulação com as Leis de bases do ambiente e do ordenamento do território – como se

ligam ordenamento do território e conservação da natureza e quem vai ter a responsabilidade de implementação desta

estratégia?

2ª participação – Luís Jordão, ONGA

Questionou, a propósito da apropriação, qual o envolvimento dos produtores agropecuários e das ONGA locais na

elaboração da ENCNB.

Considera que há apenas necessidades pontuais de conhecimento, estando muito disperso pelo País e muito outro a

ser gerado pelos projetos de ciência cidadã a acontecer no território, angariando financiamento para a gestão (LIFE).

O problema é, sim, o cofinanciamento nacional, devendo o Fundo Ambiental apoiar em parcerias os projetos das ONG

(Exemplo de Espanha onde existe regulamentação para esse efeito).

3ª participação – Pedro Costa, Universidade de Évora

Lamenta que seja o painel de comentadores a responder às questões que vai colocar, e não os responsáveis políticos,

começando por referir que não são precisos números “redondos” de medidas (100 medidas) para uma ENCNB, mas

uma quantidade (seja ela qual for!) que possa ser devidamente escrutinada.

A visão da ENCNB é uma frase longa e vaga, que não é fixável por ninguém e, como tal, não é mobilizadora.

Sobre a 1ª participação a Engª Sofia Silveira referiu que se a articulação da ENCNB com o Plano Nacional de Coesão e a

alteração do PNPOT não estavam suficientemente expressos este aspecto será a melhorar, sublinhando, no entanto,

que a diversificação de atividades e a remuneração do valor natural são contributos para a coesão.

Sobre a 2ª participação salientou que 95% dos valores identificados como Rede Natura dependem da gestão agrícola e

florestal, existindo programas como o PDR para além do LIFE.

Gondomar 29 de junho de 2017- Apresentação pública da ENCNB

Notas resultantes das intervenções do Painel de Comentadores

Intervenção inicial – Presidente da Câmara Municipal de Gondomar

Saudou a iniciativa de promover as sessões públicas em diferentes pontos do país e saudou uma das sessões ter lugar

em Gondomar. Deu conta da importância de acautelar as preocupações ambientais na gestão Municipal. Realçou o

empenho que os Municípios de Valongo, Gondomar e Paredes estão a ter no projeto das Serras do Porto, tendo realçado

a importância de projetar este património que transcende os municípios onde se localiza. Explicou a importância

simbólica do nome que se deu à área natural e o que significa de união em torno de um projeto comum muito relevante

para esta região.

Moderação de José Vítor Malheiros (consultor de comunicação e ciência)

Introdução ao tema – Solicitou aos oradores que a sua intervenção se focasse no que é a Estratégia Nacional da

Conservação da Natureza e Biodiversidade, qual a diferença desta proposta para a que está em vigor desde 2001 e quais

os principais desafios que se colocam.

Sofia Silveira (Vogal do Conselho Diretivo do ICNF)

Destacou o ponto do conhecimento como um dos principais desafios, designadamente na dimensão das lacunas de

informação que importa colmatar para que se conheça o estado de conservação das espécies e habitats.

Realçou ainda o desafio permanente da apropriação pelos sectores, integrando no seu planeamento estratégico e nas

suas múltiplas medidas, a conservação da natureza e da biodiversidade.

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Teresa Andresen (Perita em Arquitetura Paisagista)

Como nota introdutória declarou que a ENCNB é muito bem-vinda, porque na sua opinião o mundo está para além da

sustentabilidade, lidando nesta fase com o problema premente da sobrevivência.

A ENCNB tem como propósito induzir uma mudança e é preciso saber qual vais ser essa mudança.

Importa conhecer e traçar o contexto em que as estratégias são desenvolvidas e aprovadas. A ENCNB 2001, surge numa

altura de grande esperança no projeto Europeu. Foi proposta em altura muito próxima da Cimeira do Rio e foi

influenciada pelo espírito positivo que nessa altura se vivia.

A ENCNB 2025 é uma oportunidade para balizar estratégias nacionais em diferentes domínios. É necessário elaborar

estratégias nacionais que se desliguem das estratégias europeias. A ENCNB deve estar muito próxima da política

nacional para a floresta (que referiu não existir).

A ENCNB deve descolar do ICNF e das políticas europeias. A ENCNB deve fazer o apelo a uma Política Agrícola nacional.

Deve assumir como prioridade o combate às espécies Invasoras.

Referiu que na sua opinião há uma crise institucional em Portugal realçando o estado frágil das administrações públicas.

Realçou que o reconhecimento do poder das pessoas é cada vez mais essencial, pelo que é necessário adotar modelos

mais próximos do território.

Considerando o contexto lato que influencia e molda a Estratégia, há que ter o cuidado de perceber que não se pode

pedir à Estratégia aquilo que ela não tem para dar.

Invocou o Parque das Serras do Porto, que assumem um desígnio reconhecido há mais de 70 anos. O projeto só foi

possível porque o poder político o assumiu. É preciso vontade política.

É preciso reforçar o propósito de atuar localmente, tendo citado a máxima ‘pensar globalmente e atuar localmente.

Sobre o modelo de desenvolvimento aludiu ao futuro, dizendo que os empregos do futuro não são aqueles para os quais

estamos a preparar as gerações mais novas e que não se podem adotar modelos de desenvolvimento contra o território.

João Branco (Quercus)

Referiu que a ENCNB 2025 é um documento bem elaborado e bem estruturado.

As ONGA podem ter um papel muito importante na intermediação junto da sociedade civil. Congratulou-se por se

explicitado o papel da Rede Fundamental de Conservação da Natureza, incluindo a REN, RAN e o Domínio Hídrico.

Realçou a importância de se adotar uma ação abrangente de recuperação da Rede Nacional de Áreas Protegidas. Referiu

que isso não deve esgotar a ação por entender que a Rede Natura está muito degradada, fruto de ‘ataques selvagens’

perpetrada por infraestruturas rodoviárias, parques eólicos e ouros.

Considera que a ENCNB deveria fazer referência ao Alto Douro vinhateiro.

Reforçou que no domínio da caça a Quercus há muito reclama a proibição da caça à Rola Brava, não compreendendo

como é que ainda há algumas espécies de patos que permanecem como espécies cinegéticas.

No domínio da Floresta entende que o documento pode ir mais além, realçando uma medida que foi proposta pela

Quercus no sentido de instituir a proteção legal aos ‘carvalhos de folha caduca’.

É ainda necessário realçar o que é verdadeiramente importante. Nesse sentido considerando a dispersão de acácias e

mimosas no país, as verbas disponíveis no Fundo Ambiental, não dariam para controlar ou erradicar as infestantes

sequer no Parque Nacional da Peneda Gerês. Acresce o problema do eucalipto que também constitui tema sobre o qual

deve haver debate, uma vez que se trata de uma espécie exótica e invasora.

Corroborou a perceção de José Vingada sobre o reduzido envolvimento dos jovens no movimento associativo, e deu

conta do trabalho que é necessário fazer para comunicar com os jovens pelos canais corretos, com mensagens curtas e

focadas.

José Vingada (Universidade do Minho)

A estratégia é bem-vinda e necessária. Muito se evoluiu desde o passado, notando-se que cada vez mais ocorrem

decisões informadas com base em conhecimento.

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Destacou aspetos importantes que importa endereçar desde logo o esvaziamento da capacidade técnica única do ICNF,

com impacto na gestão incluindo nas áreas protegidas.

Não pode continuar a haver debilidades técnicas, sendo necessário promover a capacitação.

Regista com preocupação alguns sinais de alteração de cultura nalgumas áreas, designadamente de práticas ilegais de

captura. Anteriormente tais práticas advinham de necessidades de subsistência própria, que têm sido substituídas pelo

fomento de uma economia paralela.

Referiu ainda que como docente sente que os nível de preparação dos alunos se tem vindo a degradar e que é cada vez

mais difícil a mobilização dos jovens para os temas em debate na sociedade.

Advogou que as práticas internacionais vão mudar. Referiu que apesar da Conservação da Natureza ser uma ‘bandeira’

a análise de detalhe aos diferentes programas revela que o grande bolo do financiamento se destina a novas práticas

agrícolas, novos produtos não se percebendo como é que o desígnio da conservação da natureza e a promoção da

biodiversidade são ponderados nesse processo e nas tomadas de decisão.

Realçou que a ENCNB deve ser aplicada de forma ampla no país e não apenas nas áreas classificadas. É preciso entender

as áreas protegidas como um ‘backup’ do património natural. O território é o ‘disco duro’ onde tudo se passa. Se o

mesmo for atacado por ‘vírus’ é ao backup que poderemos recorrer para recuperar o máximo de património que for

possível.

Debate – O moderador abriu um período de Debate, sublinhando que estes fóruns são o motor de arranque para

incentivar participações que possam melhorar o documento.

1ª participação – Paulo Célio Alves (CIBIO UP)

Apontou como necessária uma maior e mais eficaz divulgação desta proposta de ENCNB.

Questiona qual a relação entre a revisão da ENCNB, a alteração do PNPOT e o Plano Nacional de Coesão, a Lei do mar

de 2014 e ainda qual a sua articulação com as Leis de bases do ambiente e do ordenamento do território – como se

ligam ordenamento do território e conservação da natureza e quem vai ter a responsabilidade de implementação desta

estratégia?

2ª participação – José Cangueiro (CCDRN)

Realçou os progressos significativos que se assiste nos diferentes sectores da sociedade, realçando o progressivo

envolvimento de base municipal e autárquico nos diferentes domínios encarados de forma substancialmente mais ativa.

3ª participação – Mariana Ramos (falou a título particular apesar de ter funções de técnica na Confederação de

Agricultores de Portugal)

Realçou o progresso nas práticas agrícolas que têm evoluído positivamente, considerando que a agricultura tem um

papel importante no domínio da biodiversidade e que tem de ser realçado.

Fez notar que sem uma base de procura económica a atividade agrícola não se sustenta.

Lisboa, 14 de setembro de 2017- Apresentação pública da ENCNB

Notas resultantes das intervenções do Painel de Comentadores

Intervenção inicial – Fernanda do Carmo - Diretora-Geral do Território

Deu as boas-vindas aos participantes destacando a importância desta temática para o país, que é particularmente rico em património natural. Sublinhou que a conservação da natureza e da biodiversidade é uma matéria central no que respeita ao ordenamento do território. Acentuou ainda a importância e oportunidade de debater a proposta de Estratégia Nacional da Conservação da Natureza e Biodiversidade 2025 (ENCNB 2025), designadamente os seus diagnósticos, opções estratégicas e eixos prioritários num momento em que a DGT tem em mãos um processo tão importante como o Programa Nacional da Politica de Ordenamento do Território.

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Apresentação da ENCNB – Ana Cerdeira – Gabinete da Secretária de Estado do Ordenamento do Território e da

Conservação da Natureza

Efetuou a apresentação da ENCNB 2025, em consulta pública, começando por referir que o património natural é um ativo estratégico do país, salientando a elevada percentagem de território com áreas classificadas e o elevado número de espécies endémicas. Neste contexto referiu que a concretização da ENCNB é uma responsabilidade das autoridades mas também das empresas, da sociedade civil e de todos os stakeholders de onde decorre também a importância de uma participação alargada na consulta pública que decorre até 30 de setembro.

Destacou a ambição, os constrangimentos e as oportunidades que a ENCNB 2025 encerra e sublinhou a relação entre as prioridades da política ambiental (descarbonizar, economia circular e valorização do território) e os eixos estratégicos da ENCNB 2025 (melhorar o estado de conservação do património natural; promover o reconhecimento do valor do património natural; fomentar a apropriação dos valores naturais e da biodiversidade). Para além dos três eixos estratégicos de execução da política de conservação da natureza e biodiversidade, relevou ainda os objetivos, metas e indicadores, meios de verificação, instrumentos de financiamento, responsabilidades e pressupostos.

DEBATE

Moderação de José Vítor Malheiros (consultor de comunicação e ciência)

Introdução ao tema.

Referiu que a ENCNB2025 está em consulta pública desde junho e que, além desta, já ocorreram quatro sessões públicas de divulgação e debate. Destacou que os quatro oradores são altos dirigentes, com responsabilidades acrescidas na administração pública.

Solicitou aos oradores que a sua intervenção se focasse no que são as principais virtudes e os aspetos menos conseguidos da ENCNB 2025

Ana Paula Simão (Chefe de Divisão de Monitorização Ambiental na Direção Geral de Recursos Naturais, Segurança e

Serviços Marítimos)

Começou por dar nota da apreciação global positiva que faz da proposta de ENCNB 2025, que considera um instrumento fundamental para o desenvolvimento sustentável e para a promoção e valorização de Portugal. Reconheceu e elogiou a ambição dos objetivos da ENCNB 2025 relativos ao mar, em parte resultado das políticas europeias, que contribuirão para a preservação da biodiversidade marinha nacional, o que vai exigir um grande esforço da Administração Publica e dos sectores ligados ao mar.

Não obstante, considerou que alguns aspetos poderiam estar melhor desenvolvidos atendendo à dimensão atlântica do país, designadamente, o papel das regiões autónomas, a conjugação da ENCNB 2025 com o processo em curso de planeamento e ordenamento do espaço e atividades marítimas, com a política marítima integrada da EU e especialmente com o que considerou ser a quadro de referência para a salvaguarda da biodiversidade marinha na EU, a Diretiva-Quadro da Estratégia Marinha.

Em resposta a questão sobre suficiência do financiamento colocada pelo moderador, referiu que, por um lado a ENCNB, tal como todas as estratégias e políticas, tem de ser financiada através de múltiplos fundos e, por outro lado, por vezes o maior problema para a execução é a falta de capacidade de execução dos fundos disponíveis.

Eduardo Diniz (Diretor-Geral do Gabinete de Planeamento, Políticas e Administração Geral - GPP)

Assinalou as responsabilidades particulares do GPP no acompanhamento da Política Agrícola Comum (PAC) e respetivos instrumentos de financiamento que se constituem como incontornáveis na mobilização de recursos para as políticas públicas de biodiversidade, designadamente o Programa de Desenvolvimento Rural.

Como aspetos positivos na ENCNB destacou o facto de esta se assumir como de natureza multidisciplinar, bem como a sua coerência com os documentos estratégicos a nível da EU. Em traços gerais considerou o documento equilibrado e coerente.

Como aspetos menos positivos sinalizou o grande número de medidas (cem medidas). Todavia, reconheceu que a ENCNB 2025 identifica prioridades que, a serem cumpridas, tornam menos preocupante esta fragilidade.

Refere que os instrumentos de acompanhamento da execução da ENCNB enunciados parecem suficientes, mas notou ainda que a natureza multidisciplinar da ENCNB implica que se assumam compromissos notando que a estrutura enunciada para o efeito carece de robustecimento.

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Por fim, em resposta a questão sobre suficiência do financiamento colocada pelo moderador, notou que cerca de 43% dos 500M€ do PDR estão orientados para medidas agroambientais e a importância do contributo dos sistemas extensivos para a biodiversidade. No entanto, o desenvolvimento rural está orientado para os agentes agrícolas e florestais e não necessariamente para as áreas classificadas e respetivas prioridades, sendo necessário alocar outras verbas para a conservação da biodiversidade.

Fernanda Vara (Diretora de Valorização da Oferta, Turismo de Portugal)

À semelhança dos oradores que a precederam, fez apreciação geral positiva da proposta de ENCNB, notando contudo o insuficiente desenvolvimento do objetivo 3.8 “Promover a oferta e qualificação dos serviços no domínio do turismo da natureza, que concorram para a gestão sustentável dos territórios e salvaguardem o património natural e identidade cultural.”, bem como algumas referências desatualizadas em virtude da recente aprovação da Estratégia Turismo 2027. Neste âmbito propõem que sejam realçadas as sinergias entre as duas estratégias.

Sublinhou que sem território não há turismo e que a Estratégia Turismo 2027 vem consagrar a Natureza, como um dos ativos estratégicos que constituem a base e a substância da oferta turística nacional. Neste contexto realçou a particular relevância das áreas classificadas, lamentado contudo o número baixo de empreendimentos turísticos e de empresas de animação turística reconhecidos como Turismo de Natureza. Este facto significa que ainda é necessário efetuar um trabalho de sensibilização dos agentes do sector.

Considera que é importante um reforço do ativo biodiversidade para o turismo, e por isso a sua cartografia é importante. O processo em curso de elaboração da cartografia dos habitats naturais dos Sítios de Importância Comunitária poderá dar um importante contributo nesse sentido.

Saudou a proposta de novos modelos de gestão das áreas classificadas (AC), designadamente pela vertente de envolvimento dos agentes locais, alertando para a necessidade de se assegurar a coerência na gestão de diferentes áreas. Colocou uma forte tónica na importância da educação, comunicação e sensibilização ambientais, (nem tudo se proíbe dentro de AC, nem tudo é permitido fora de AC).

Rogério Rodrigues (Presidente do Conselho Diretivo do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas)

Começou por sublinhar a importância da proposta de ENCNB que vem colocar termo a um período de vazio de orientação estratégica numa área – conservação da natureza e biodiversidade – pela qual o país se quer afirmar na EU e no mundo. Destacou ainda o contributo da avaliação da ENCNB 2001-2010 para a elaboração da presente proposta de ENCNB.

Pelo lado positivo, destacou que a proposta de ENCNB não só reconhece a natureza multidisciplinar da conservação da natureza e biodiversidade como potencia a articulação interministerial tendo em vista a sua concretização. Por outro lado, sublinhou que à administração caberá apenas agir no estrito cumprimento das suas atribuições e competências pelo que, mais do que desejável, é essencial o envolvimento de todos os stakeholders na sua concretização e, desde já, com contributos para o seu desenho final.

Realçou ainda que o documento é denso mas que a estruturação em três eixos facilita a leitura e análise. Como aspetos a melhorar apontou alguns indicadores ou objetivos menos conseguidos, designadamente com repercussão em áreas para além das competências do ICNF, I.P. mostrando interesse e disponibilidade em acolher os contributos relevantes que se apresentem. Sublinhou a dificuldade inerente à elaboração de um plano e cronograma de investimentos, inexistente nesta proposta, mas relevou algumas fontes de financiamento de origem comunitária (p.ex. PO-SEUR, PDR) e nacional (Fundo Ambiental) como instrumentais para a operacionalização da ENCNB.

Como notas finais acentuou a necessidade de uma administração pública forte e eficiente e mencionou as circunstâncias particulares em que a ENCNB terá de ser aplicada, apontando designadamente, a elevada percentagem de terrenos privados, e as alterações de contexto como as alterações climáticas e o despovoamento do interior.

INTERVENÇÕES DA AUDIÊNCIA

O moderador abriu um período de debate a intervenções da audiência.

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Paula Carvalho - Subdiretora Geral de alimentação e Veterinária – salvaguardando o facto de ainda não ter tido oportunidade de ler a proposta de ENCNB, apontou a necessidade de não descurar a sanidade animal e vegetal na estratégia, exemplificando com as doenças que afetam o castanheiro e a sua importância para a conservação da biodiversidade.

Salientou que o PDR2020 prevê apoios aos recursos genéticos animais e vegetais.

Teresa Rafael – coordenadora do projeto SNIMar – Estrutura de Missão para a Extensão da Plataforma Continental – apontou a necessidade de integração da ENCNB 2025 com a Estratégia Nacional para o Mar e com o processo em curso de extensão da plataforma continental.

Sofia Castel-Branco da Silveira – vogal do Conselho Diretivo do ICNF, I.P. – destacou o facto de 95% dos valores naturais se encontrarem em espaço rural o que por si justifica uma maior articulação no sentido de melhorar algumas das medidas do PDR. Relativamente às observações de falta dos temas mar e turismo na estratégia, apelou ao envio de contributos concretos por escrito até ao final da consulta pública.

Moderador: conclui que é importante que as outras entidades enviem os contributos necessários nos próximos quinze dias. Pede uma última ronda pela mesa.

Rogério Rodrigues

Reiterou que a conservação da natureza e biodiversidade só é possível com o envolvimento de todos e que é necessário

que a sociedade civil exija que as outras políticas também contribuam para este objetivo.

Fernanda Vara

O turismo de Portugal e o ICNF têm boas relações, que terão decerto efeitos benéficos ao nível de execução da ENCNB

2025, existindo inclusive disponibilidade de financiar algumas medidas.

Eduardo Dinis

Salientou a pluridisciplinaridade inerente ao tema e que o trabalho conjunto entre o GPP e o ICNF é importante,

nomeadamente para garantir que a biodiversidade é uma prioridade na Política de Coesão pós 2020. Será necessário

que exista uma articulação desde a definição da estratégia até à elaboração de formulários.

Ana Paula Simão

Reiterou que deverá existir uma maior articulação entre a ENCNB 2025 e a Estratégia Nacional para o MAR 2013 - 2020

e uma maior referência à dimensão atlântica do país.

INTERVENÇÃO FINAL

Célia Ramos - Secretária de Estado do Ordenamento do Território e da Conservação da Natureza.

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ANEXO IV. Tabela de ponderação das participações da consulta pública

Ana Cardoso

Proposta da entidade / Comentário Ponderação Fundamentação

Em relação a 1.1, considero que se pretende caracterizar as áreas classificadas, incluindo áreas abrangidas por compromissos internacionais, nomeadamente a rede Natura 2000, e explicar a importância em termos de biodiversidade dessas áreas. No entanto, a caracterização não está completa.

Por exemplo, na página 14 não são referidas quantas e quais são as áreas regionais nos Açores. Também não são apresentadas as áreas ao abrigo da rede Natura 2000 em Portugal Continental e Regiões Autónomas nem os Sítios Ramsar (apenas há quantificação, não existe imagem ou indicação escrita das áreas).

Curiosamente, em 4.4, são apresentados alguns dados que complementam esta informação e que poderiam ser removidos de 4.4 para serem incluídos em 1.1. A caracterização das áreas poderia ser apresentada pelos vários compromissos (nacionais - RNAP - e internacionais - Rede Natura 2000; Reservas; Sítios Ramsar; Geoparques) com uma distinção clara entre cada.

Em relação à tabela 1, penso que não deveriam constar dados apenas sobre as áreas em Portugal Continental, mas também das Regiões Autónomas, incluindo tanto compromissos nacionais como internacionais. Esta minha sugestão prende-se com o facto de considerar o ponto 1.1 extremamente importante.

Integrado O número de áreas classificadas da RAA é referido na estratégia.

Um dos objetivos a atingir poderia ser o aumento das áreas classificadas e protegidas, principalmente em Portugal Continental. Uma vez que estão em curso diversas alterações a nível legislativo em relação à Floresta em Portugal (a "reforma florestal"), poderá verificar-se a aprovação da proposta de lei para a Criação do Banco de Terras e do Fundo de Mobilização de Terras, que facilitaria esse objetivo. Mas o aumento das áreas privadas classificadas seria também importante. Além deste objetivo, existem diversas medidas que poderão ser apoiadas pela "reforma florestal" e que devem estar enquadradas neste documento.

Não integrado A estratégia prevê o aumento de áreas marinhas classificadas, componente do território onde existe ainda uma insuficiente cobertura por áreas classificadas, de âmbito nacional. É neste âmbito que a Estratégia se deve focar, havendo obviamente espaço para maior representatividade, por exemplo de áreas protegidas de âmbito local, regional ou com estatuto privado, o que depende da iniciativa das autoridades municipais ou dos proprietários, respetivamente.

Assim, considera-se estabilizada a cobertura terrestre por áreas classificadas de âmbito nacional, designadamente da RNAP e da RN2000. A reforma florestal, e as suas componentes referidas no contributo, poderão contribuir para a classificação de áreas de âmbito local/regional ou com estatuto privado, a ponderar contudo nessa sede e não na presente revisão da ENCNB.

Relativamente ao "desafio do conhecimento" (página 21), existem, decerto, estudos a nível universitário (relatórios de estágio, teses de mestrado e teses de doutoramento) que poderão colmatar algumas faltas e deverão ser utilizados nesse sentido. Além disso, uma aposta que poderá ser feita relaciona-se exatamente com o estreitamento da relação com o mundo académico, promovendo a realização de trabalhos de estágio, teses ou mesmo de investigação

Já contemplado Nos pontos 6.2.6 e 6.2.7 este assunto é abordado.

O objetivo 1.8 prevê o reforço da investigação e o 1.9 prevê a constituição de um sistema de monitorização continuada do estado de conservação dos

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Proposta da entidade / Comentário Ponderação Fundamentação

com o objetivo de criar e manter o registo sobre o estado de conservação dos habitats e espécies, havendo uma monitorização real. Tal permitirá ainda avaliar que alterações deverão ser feitas futuramente a nível de gestão e planeamento. Assim, esta relação deve ser contínua temporalmente (não pontual) e os resultados / conclusões dos trabalhos utilizados ativamente e transformados em medidas efetivas para melhorar a Conservação da Natureza e Biodiversidade.

valores naturais, em que a Academia será parceiro.

O trabalho dos municípios na Conservação da Natureza e Biodiversidade envolve vários aspetos, como o efetivo conhecimento sobre as espécies existentes nos espaços verdes urbanos e restantes áreas dos municípios, que atualmente nem sempre existe ou não inclui conhecimento sobre as espécies invasoras presentes nem sequer que medidas devem ser tomadas para reduzir o seu impacto ou as prevenir.

Assim, deverão existir recursos humanos ou outro tipo de recursos que permitam que exista esse conhecimento, que sejam tomadas ações e que, por fim, exista uma sensibilização dos cidadãos para que os mesmos possam contribuir para a melhoria do estado de Conservação da Natureza e Biodiversidade.

Portanto, terão de ser disponibilizadas ferramentas úteis tantos aos municípios como aos cidadãos, como é o caso desta https://citree.ddns.net/?language=en ou muitas outras (algumas até desenvolvidas ou em desenvolvimento por portugueses e que deverão ser apoiadas).

A comunidade académica deve também ser envolvida neste processo, existindo já estudos sobre o trabalho dos municípios na área do ambiente e estudos com ferramentas úteis para ser avaliada e gerida a biodiversidade, assim como sobre formas de envolver os cidadãos.

Já contemplado Os aspetos de sensibilização e envolvimento de cidadãos e municípios, incluindo o desenvolvimento uma ferramenta dirigida aos cidadãos com informação sobre património natural e, em particular, espécies exóticas invasoras, estão previstos no objetivo 1.10.

O projeto-piloto de cogestão do PNTI, em fase de implementação, é um exemplo de participação e envolvimento no sentido sugerido. Em devido tempo será realizada a sua avaliação e atuar-se-á em conformidade com as respetivas conclusões.

A colaboração com o projeto invasoras.pt poderá ser uma mais-valia a nível do controlo de plantas invasoras!

Não aplicável Aspeto operacional a considerar na fase de execução da estratégia

Associação Portuguesa de Geólogos

Proposta da entidade / Comentário Ponderação Fundamentação

… propõe-se que esta Estratégia se passe a designar Estratégia Nacional de Conservação da Natureza e se altere o texto em conformidade

Não integrado Esta estratégia é uma revisão da “Estratégia Nacional de Conservação da Natureza e Biodiversidade” (2001-2010), e deverá manter essa designação, retendo a ligação explícita ao seu enquadramento de referência global (Convenção sobre a Diversidade Biológica) e da UE (Estratégia da EU para a Biodiversidade), alargando contudo o seu âmbito a outras componentes patrimoniais da natureza, com destaque para o património geológico.

Propõe-se a seguinte reformulação do parágrafo:

Tendo em vista a salvaguarda de recursos e valores naturais, que assegure a conservação e valorização da natureza, onde se incluem a biodiversidade e a geodiversidade, o aproveitamento racional dos recursos naturais, a melhoria da qualidade de vida dos

Integrado

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Proposta da entidade / Comentário Ponderação Fundamentação

cidadãos e a conciliação com o desenvolvimento social e económico das populações residentes, essenciais a uma utilização sustentável do território e do garante da sua disponibilidade para as gerações futuras, foi estabelecida a Rede Nacional de Áreas Classificadas.

Sugere-se a reformulação do parágrafo, que introduz atualizações sobre geoparques:

Ainda ao abrigo de compromissos internacionais, devem destacar-se os Geoparques Mundiais da UNESCO. O Programa Internacional Geociência e Geoparques da UNESCO, criado em 2005, reconhece territórios com património geológico de relevância internacional que suporta uma estratégia local com vista ao desenvolvimento sustentável das comunidades que habitam esses territórios. Atualmente, existem 4 Geoparques Mundiais da UNESCO em território nacional (por ordem cronológica de criação): Naturtejo da Meseta Meridional, Arouca, Açores e Terras de Cavaleiros.

Integrado O Programa Internacional Geociência e Geoparques da UNESCO foi criado em 2015 (http://www.unesco.org/new/en/natural-sciences/environment/earth-sciences/unesco-global-geoparks/ ).

Sugere-se acrescentar um 4º item:

Estão identificados 320 geossítios de valor científico de relevância nacional e internacional.

Integrado

Sugere-se a seguinte alteração:

Os valores em presença no nosso território implicam a correspondente responsabilidade pela manutenção do adequado estado de conservação dos respetivos habitats e espécies, quer para os valores endémicos (5.894 espécies acompanhadas pela IUCN, 22% estão em Portugal e destas 15% têm um estatuto de ameaçadas) quer espécies migratórias de aves e animais marinhos que fazem uso das condições oferecidas pelo país nas suas rotas, assim como dos geossítios.

Integrado

Sugere-se acrescentar a palavra “biótico”, porque há ainda muito a fazer em termos de património geológico:

Pese embora se tenha atingido um estágio consolidado das áreas que melhor representam o nosso património natural biótico, subsiste por dar um derradeiro passo na consolidação dos Sítios de Interesse Comunitário em área Marinha, para o qual será lançada uma proposta para consulta pública ainda no primeiro semestre deste ano.

Integrado

Propõe-se acrescentar o texto seguinte:

A identificação e classificação dos geossítios mencionados, bem como a criação dos 4 Geoparques Mundiais da UNESCO revela, também, que o nosso país é igualmente rico em termos de património geológico. Aliás, da observação da Carta Geológica de Portugal conclui-se que Portugal tem uma diversidade geológica extraordinária. Assim, é necessário assegurar que o património geológico português esteja salvaguardado pelos necessários instrumentos de proteção e gestão territorial.

Parcialmente integrado

Integrado com reformulação de parágrafos anteriores.

A necessidade de instrumentos de proteção e gestão está contemplada em diversas medidas de concretização do objetivo 1.1.

Sugere-se a seguinte alteração:

Estão em causa parceiros como os Municípios, as organizações não-governamentais, as Universidades e Politécnicos, as associações profissionais, de produtores, de caçadores, de pescadores, de compartes, entre outros.

Integrado

Chama-se a atenção que, embora o foco principal das Reservas da Biosfera se centre na biodiversidade, cada vez mais as estratégias

Não aplicável Sem enquadramento.

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Proposta da entidade / Comentário Ponderação Fundamentação

das RB incluem aspetos abióticos (geodiversidade e património geológico). Isto significa que este projeto deverá também apoiar iniciativas relacionadas com a componente abiótica das RB.

O projeto em causa é referido a título de exemplo, estando já a decorrer.

Sugere-se acrescentar o seguinte texto depois do 2º parágrafo:

Apesar de existir um inventário do património geológico português, não foram tomadas medidas para a sua gestão. É necessário proceder à delimitação detalhada dos geossítios, identificar o seu estado de conservação e geoindicadores que possam ser usados numa efetiva monitorização e definir usos potenciais para garantir a utilização sustentável do património geológico por parte da sociedade.

Tendo em conta que esta lacuna se verifica também sobre os geossítios, sugere-se a seguinte alteração:

Em suma, a informação sobre o estado de conservação dos habitats e dos geossítios é frágil e os Instrumentos de gestão do território estão desatualizados.

Parcialmente integrado

Integrado com reformulação de parágrafos posteriores.

Esta cartografia e planos de gestão são também indispensáveis para o caso do património geológico.

Já contemplado O projeto em causa é referido a título de exemplo, dizendo respeito à cartografia de habitats e a planos de gestão de sítios da Rede Natura 2000 que não têm objetivos de conservação da geodiversidade. A gestão dos gessitos será abordada nas medidas de concretização que incorporam o seu mapeamento e a sua integração nos IGT.

Há a necessidade absoluta de formar os vigilantes da natureza, mas também efetivos do SEPNA, GNR, Polícia Marítima, Municípios e IGAMAOT sobre a importância, ameaças e especificidades do património geológico português, in situ e ex situ.

Parcialmente integrado

Integrado com alteração da matriz estratégica.

A formação não se enquadra nesta caixa de texto.

Este aspeto é desenvolvido no capítulo 6.2.5.

Está prevista a formação de vigilantes da natureza, SEPNA e outras autoridades policiais e fiscalizadoras no objetivo 1.7.

Sugere-se a seguinte alteração:

Os instrumentos de política agrícola, florestal, do mar e do turismo são fundamentais para a concretização de medidas orientadas para a promoção do estado de conservação dos elementos naturais.

Integrado

Sugere-se a substituição do parágrafo pelo seguinte texto, onde estão incluídas atualizações diversas:

Na sequência de uma iniciativa europeia que criou a Rede Europeia de Geoparques (2000), mais tarde ampliada para uma Rede Global de Geoparques (2004), foi criado em 2015 o Programa Internacional Geociência e Geoparques da UNESCO, definindo a figura “Geoparque Mundial da UNESCO”. Estes geoparques são territórios com património geológico internacional, que em conjunto com os restantes elementos patrimoniais naturais e culturais, formam a base de uma estratégia de desenvolvimento sustentável para benefício das comunidades. Este programa é a terceira iniciativa da UNESCO de promoção da conservação da

Integrado

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Proposta da entidade / Comentário Ponderação Fundamentação

natureza e do desenvolvimento sustentável, a par com o Programa Homem e a Biosfera (MAB) (1971) e a Convenção para a Conservação do Património Mundial Cultural e Natural (1972).

Sugere-se acrescentar o seguinte parágrafo a seguir a “De referir ainda os acordos multilaterais (…) metas aí preconizadas.”:

Sendo Portugal membro da União Internacional da Conservação da Natureza (IUCN na sigla em inglês), está o país comprometido em promover a implementação do programa, estratégias e resoluções aprovadas por esta organização internacional. Sendo a gestão do património geológico ainda débil em Portugal, cabe aqui destacar as resoluções que têm vindo a ser aprovadas pela IUCN desde 2008, defendendo a necessidade das políticas de conservação da natureza incorporarem os aspetos da geodiversidade e do património geológico: Resoluções “4.040 Conservation of geodiversity and geological heritage” (2008), “Res-048 Valuing and conserving geoheritage within the IUCN Programme 2013-2016” (2012), “Res-083 Conservation of moveable geological heritage”

(2016). Para além destas resoluções específicas relativamente à

geoconservação, durante o 6th

World Conservation Congress (IUCN, Hawaii, 2016), foram aprovadas mais 13 resoluções com referências expressas à geodiversidade e ao património geológico.

Já contemplado As resoluções em causa são referidas na Situação de Referência constante nos anexos.

Portugal não é parte da IUCN, enquanto membro enquadrável na categoria Estados desde 2013. Em 2015, na qualidade de autoridade nacional para a conservação da natureza o ICNF aderiu à IUCN enquanto membro enquadrável na categoria Agência Governamental.

As resoluções aprovadas no âmbito desta organização internacional não têm carater vinculativo.

O detalhe proposto, ao nível de resoluções, é excessivo para o âmbito de uma estratégia.

Sugere-se eliminar esta frase, uma vez que os geoparques já foram mencionados atrás.

“A Rede Europeia de Geoparques (REG) (European Geoparks Network – EGN) 17 criada em 2001 com o apoio da Divisão de Ciências da Terra da UNESCO, com o objetivo essencial de assegurar a gestão do património geológico.”

Integrado

Sugere-se acrescentar o seguinte texto após o primeiro parágrafo:

Apesar de ser óbvio, mas por ser frequentemente negligenciada, devemos salientar a importância da geodiversidade e dos seus elementos (minerais, rochas, fósseis, geoformas, e processos geológicos ativos) para a manutenção de um adequado estado de conservação dos ecossistemas e para os serviços que estes oferecem.

Integrado A noção de serviços de ecossistema é a adotada pela Comissão Europeia (http://biodiversity.europa.eu/maes) associando-se-lhe contudo a referência à geodiversidade.

Sugere-se a seguinte alteração:

As infraestruturas verdes, em que se aplicam soluções com base nas funções e serviços dos ecossistemas, em alternativa às soluções de engenharia clássica, poderão constituir um instrumento importante para a recuperação de ecossistemas. Além de benefícios ecológicos, estas estruturas oferecem vantagens económicas e sociais, e contribuem de modo decisivo para integrar a biodiversidade e a geodiversidade noutros domínios políticos, como a agricultura, a silvicultura, a água, o meio marinho e as pescas, a política de coesão, a mitigação e a adaptação às alterações climáticas, os transportes, a energia e o ordenamento do território.

Integrado

Sugere-se a seguinte alteração:

A dificuldade de criação de valor de mercado para os serviços dos ecossistemas em novas áreas de negócio, e a difícil e complexa valoração e comunicação desse valor, têm afastado o reconhecimento da mais-valia da natureza para outros sectores.

Não integrado Este parágrafo refere-se ao capital natural associado aos serviços de ecossistema. A noção de serviços de ecossistema é a adotada pela Comissão Europeia (http://biodiversity.europa.eu/maes) e assenta nos serviços fornecidos pela componente biótica dos ecossistemas,

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Proposta da entidade / Comentário Ponderação Fundamentação

não incluindo os serviços de base exclusivamente abiótica.

Sugere-se a seguinte alteração:

Em Portugal existem quatro Geoparques Mundiais da UNESCO (Naturtejo, Arouca, Açores e Terras de Cavaleiros), cada um deles com património geológico de relevância internacional. Encontram-se inventariados e caracterizados 320 geossítios de relevância nacional e internacional, existindo ainda inventários específicos que incluem muitos outros geossítios de relevância local e regional, relativos a área protegidas ou municípios, como é o caso dos 130 geossítios identificados no Parque Nacional da Peneda-Gerês.

Integrado

Sugere-se acrescentar o texto seguinte após o 2º parágrafo:

Estratégias idênticas são necessárias criar e implementar para os restantes Monumentos Naturais e para os geossítios que ocorrem no interior de outras áreas protegidas e classificadas.

Não integrado O presente capítulo descreve a situação de referência e não preconiza ação. Está contudo refletido na matriz estratégica, designadamente no objetivo 1.1.

Sugere-se substituir este texto por:

A maior parte das pressões e ameaças ao património geológico português advém, direta ou indiretamente, da deterioração e destruição induzida por alguns tipos de atividade humana, sendo de salientar a exploração dos recursos geológicos, as atividades recreativas e turísticas, o desenvolvimento de obras e infraestruturas e o desconhecimento generalizado por parte de gestores e outros responsáveis pela administração do território.

Não integrado Está prevista a formação de entidades da administração central e regional no objetivo 1.7.

Sugere-se substituir este texto por:

Além de ser necessária legislação de geoconservação apropriada (quer integrando o património geológico in situ como ex situ), o inventário do património geológico de importância nacional e internacional deverá ser reforçado com a inclusão dos geossítios nos vários instrumentos de gestão territorial, no interior e fora das áreas SNAC.

Não integrado Os instrumentos de gestão territorial cobrem todo o território nacional.

Sugerem-se as seguintes alterações:

A utilização de indicadores, tanto individualmente como em combinação com outros (constituindo neste caso sistemas de indicadores), é atualmente considerada como uma ferramenta essencial na avaliação do estado global da biodiversidade e do património geológico. Os Indicadores sumarizam correlações complexas de uma forma inteligível e destacam as principais tendências do estado da biodiversidade e do património geológico, permitindo a avaliação e correção de políticas e linhas de ação, podendo ser usados ao nível nacional, regional ou global.

Integrado

Sugere-se acrescentar o seguinte texto:

Em Portugal, manifesta-se a necessidade de implementar a utilização de indicadores em geossítios que apresentem elevado valor científico e elevado risco de degradação.

Integrado Integrado com texto adaptado

Sugere-se a seguinte alteração:

Nesta estratégica está patente a integração de uma “cultura ambiental e do território”, onde a Natureza tem lugar de destaque – tornando-a um imperativo – e, fortalecendo a cooperação e parcerias entre as diferentes áreas de governação, nos diferentes níveis, entre o domínio público e o setor privado, entre a investigação e a ação, entre o compromisso e a participação ativa.

Integrado

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Proposta da entidade / Comentário Ponderação Fundamentação

Ou

Nesta estratégica está patente a integração de uma “cultura ambiental e do território”, onde a Natureza, a Biodiversidade e a Geodiversidade têm lugar de destaque – tornando-a um imperativo – e, fortalecendo a cooperação e parcerias entre as diferentes áreas de governação, nos diferentes níveis, entre o domínio público e o setor privado, entre a investigação e a ação, entre o compromisso e a participação ativa.

Sugere-se acrescentar o texto:

Embora menos preocupante, mas não negligenciável, existem geossítios que podem também ser afetados pelos efeitos das alterações climáticas. Por exemplo, a subida do nível do mar pode colocar em risco diversos geossítios que se encontram na linha de costa.

Integrado Integrado com texto adaptado

Sugere-se a seguinte alteração:

Por último, a valorização do território coloca de forma determinante o foco na necessidade imperiosa de realçar aquilo que é o valor reconhecido do património natural do país. Portugal tem uma representatividade relevante de espécies, ecossistemas e geodiversidade, considerando a dimensão terrestre.

Integrado

Sugere-se acrescentar a seguinte frase a seguir antes de “No caso nacional (…)”:

É igualmente fundamental assegurar a proteção do património geológico como componente importante dos valores naturais do país.

Não integrado O texto enquadra a melhoria do estado de conservação do património natural, que inclui o património geológico.

Sugere-se a seguinte alteração:

Alcançar o bom estado de conservação do património natural até 2050, assente na progressiva apropriação do desígnio da biodiversidade e da geodiversidade pela sociedade, por via do reconhecimento do seu valor, para o desenvolvimento do país e na prossecução de modelos de gestão mais próximos do território.

Não Integrado É assumida a opção de que a biodiversidade é o foco prioritário da Estratégia, o que deve ficar patente na Visão.

Face à importância do tema reconhecido nesta ENCNB, sugere-se acrescentar um novo objetivo:

1.2 GARANTIR A PROTEÇÃO E GESTÃO DO PATRIMÓNIO GEOLÓGICO PORTUGUÊS

Já contemplado A proteção e gestão do património geológico estão integradas no objetivo 1.1. Consolidar o sistema nacional de áreas classificadas e assegurar a sua gestão e no objetivo 1.8 Reforçar a investigação e inovação orientada para as prioridades de política conservação da natureza, incluindo para a colmatação de lacunas de conhecimento de base.

Sugerem-se as seguintes alterações:

Relativamente ao reforço do quadro legislativo, merece destaque a revisão do regime Jurídico de Conservação da Natureza e Biodiversidade, atualizando-o face à evolução do quadro de referência internacional – cf. Agenda 2030 das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável ou Programa Internacional Geociência e Geoparques da UNESCO – e da União Europeia – por exemplo, os resultados da avaliação de desempenho das Diretivas Aves e Habitats –, bem como à premência de reforçar e densificar o quadro legal e o compromisso em torno da proteção, gestão e valorização do património geológico in situ e ex situ e da geodiversidade nacional. Importa ainda concretizar nesta revisão

Parcialmente integrado

Deverá dar-se destaque ao quadro vinculativo, relativamente às demais iniciativas

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Proposta da entidade / Comentário Ponderação Fundamentação

a consagração das soluções que viabilizem modelos de cogestão, considerando a aprendizagem das iniciativas em curso.

Sugere-se substituir este texto pelo seguinte:

Relativamente ao património geológico torna-se necessário consolidar o conhecimento sobre a aplicação de geoindicadores para avaliar o estado de conservação de geossítios e a sua evolução, de modo a assegurar a correta gestão do património geológico.

Integrado

Sugere-se a seguinte alteração:

A lacuna de sistemas holísticos de monitorização, com indicadores eficientes, tem condicionado a capacidade de avaliar o grau de concretização das políticas de natureza e de biodiversidade e das políticas sectoriais, particularmente do seu impacto na evolução do estado de conservação das espécies, habitats e geossítios.

Integrado Englobado no conceito de património natural

Sugere-se acrescentar o seguinte texto a seguir ao último parágrafo:

Face à escassez de informação em áreas protegidas sobre geodiversidade e património geológico, dirigida ao público visitante, torna-se necessário incrementar conteúdos sobre estes temas nas estratégias de informação e interpretação que se desenvolvem nas áreas classificadas.

Integrado

Sugere-se acrescentar o seguinte texto no final do ponto 6.3.1:

Nos últimos anos têm sido reconhecidos os benefícios que a sociedade obtém do meio natural, mas é sistematicamente esquecida a contribuição da geodiversidade, os designados serviços abióticos dos ecossistemas ou serviços dos geossistemas. A geodiversidade assegura e garante muitos dos serviços dos ecossistemas e é um relevante contributo para o capital natural. Uma gestão adequada dos ecossistemas e dos seus serviços requer, cada vez mais, uma visão holística do sistema natural, o que implica necessariamente levar em conta a contribuição dos geossistemas para o desenvolvimento sustentável e o combate aos desafios atuais com é o caso das alterações climáticas, desertificação, etc.

Não integrado O enquadramento pretende-se geral e não especifica nenhuma das componentes do património natural.

Sugerem-se as seguintes alterações:

A par do seu relevo para estancar a perda da biodiversidade e fornecer serviços de aprovisionamento e regulação eficientes assentes em ecossistemas saudáveis, o papel do SNAC assume progressiva relevância, designadamente as áreas protegidas da RNAP, da Rede Natura 2000, das Reservas da Biosfera e dos Geoparques Mundiais da UNESCO. Com efeito, é cada vez mais notório o impacto que estas áreas podem ter para alavancar o desenvolvimento económico, na medida em que pela sua excelência concorrem para tornar o país num destino cada vez mais atrativo para residir e visitar. É necessário avaliar e dar valor a esta característica ‘cultural’ do serviço destes ecossistemas e geossistemas.

Parcialmente integrado

Optou-se por uma redação abrangente que contempla todas as tipologias que integram o SNAC (RNAP, RN2000 e demais áreas classificadas ao abrigo de compromissos internacionais).

No contexto da presente Estratégia o conceito de “serviços dos ecossistemas” abrange as componentes abióticas referidas no comentário.

Sugere-se acrescentar o seguinte parágrafo após “Os ecossistemas (…) e têm um valor cultural cada vez mais apreciado e mobilizador”:

De igual modo, os geossistemas asseguram benefícios diretos e indiretos, cobrindo as vertentes de regulação (qualidade da água, controle de inundações pela ação da infiltração, ilhas barreira,

Não integrado Propostas efetuadas decorrem dos compromissos constantes no plano estratégico da CBD 2011-2020 (https://www.cbd.int/sp/targets/) e na Estratégia da Biodiversidade da EU 2020 (http://biodiversity.europa.eu/maes )

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Proposta da entidade / Comentário Ponderação Fundamentação

dunas, processos terrestres relacionados com o ciclo das rochas, ciclo do carbono e ciclos biogeoquímicos, controle da erosão), suporte (formação e evolução dos solos), disponibilização de habitats como por exemplo para espécies rupícolas, armazenamento subterrâneo essencial para a água, mas também para lixos e resíduos, aprovisionamento (minerais e rochas como matéria-prima para a indústria, água doce, sal, nutrientes provenientes da meteorização de minerais que garantem a produtividade dos solos e culturais (sentido de pertença, atividades de recreação e turismo, inspiração para produção artística, histórias, lendas e mitos).

No contexto da presente Estratégia o conceito de “serviços dos ecossistemas” abrange as componentes abióticas referidas no comentário.

Sugere-se a seguinte alteração:

Deste modo, considera-se fundamental criar as condições para levar a cabo uma valoração dos principais serviços prestados pelos ecossistemas e geossistemas, a nível nacional, regional e local, visando a sua contabilização económica assente numa estratégia de utilização sustentável e eficiente dos recursos, e definir modelos que permitam a integração deste valor nos diferentes sectores de atividade, da economia e das finanças.

Não integrado Propostas efetuadas decorrem dos compromissos constantes no plano estratégico da CBD 2011-2020 (https://www.cbd.int/sp/targets/) e na Estratégia da Biodiversidade da EU 2020 (http://biodiversity.europa.eu/maes ).

No contexto da presente Estratégia o conceito de “serviços dos ecossistemas” abrange as componentes abióticas referidas no comentário.

Sugere-se a seguinte alteração:

2.2. EVIDENCIAR A ECONOMIA DA BIODIVERSIDADE, DOS ECOSSISTEMAS E DA GEODIVERSIDADE, EM PARTICULAR O SEU PAPEL PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E QUALIDADE DE VIDA

Não integrado Propostas efetuadas decorrem dos compromissos constantes no plano estratégico da CBD 2011-2020 (https://www.cbd.int/sp/targets/) e na Estratégia da Biodiversidade da EU 2020 (http://biodiversity.europa.eu/maes)

No contexto da presente Estratégia o conceito de “serviços dos ecossistemas” abrange as componentes abióticas referidas no comentário.

Sugere-se a seguinte alteração:

2.5. ASSEGURAR UMA APLICAÇÃO COERENTE DOS SISTEMAS DE INCENTIVOS E SUBSÍDIOS COM OS OBJETIVOS DE CONSERVAÇÃO DA NATUREZA E UTILIZAÇÃO SUSTENTÁVEL DA BIODIVERSIDADE

Não integrado O enquadramento da matéria face ao quadro de referência ainda está apenas relacionado com a biodiversidade.

A fiscalidade verde ainda não vai a este nível.

Sugere-se a seguinte alteração:

“São assim objetivos deste eixo aprofundar (…) diminuir a perda de solo associada ao uso inadequado à conservação dos valores naturais, promover uma gestão integrada do património geológico e da geodiversidade em articulação com a avaliação da qualidade ambiental e dos ecossistemas, e garantir (…)”

Já contemplado O proposto torna menos claro o que se quer transmitir ao alargar o âmbito do texto, tornando-o menos objetivo.

Sugere-se a seguinte alteração:

Pretende-se, assim, aprofundar a aplicação integrada e coordenada das políticas de gestão de qualidade (incluindo quantidade) da água e de promoção e gestão dos ecossistemas, espécies e habitats dependentes das massas de água, bem como de manutenção e recuperação dos serviços dos ecossistemas e geossistemas associados ao aprovisionamento de água de qualidade para o consumo doméstico e industrial, à conservação do solo e à manutenção da biodiversidade.

Não integrado Propostas efetuadas decorrem dos compromissos constantes no plano estratégico da CBD 2011-2020 (https://www.cbd.int/sp/targets/) e na Estratégia da Biodiversidade da EU 2020 (http://biodiversity.europa.eu/maes )

No contexto da presente Estratégia o conceito de “serviços dos ecossistemas” abrange as componentes abióticas referidas no comentário.

Sugere-se a seguinte alteração: Integrado

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Proposta da entidade / Comentário Ponderação Fundamentação

Do mesmo modo preconizam-se ações de recuperação do passivo ambiental da indústria extrativa, nomeadamente no que diz respeito a áreas de exploração de recursos geológicos abandonadas.

b2) Sugere-se acrescentar o seguinte:

Algumas destas áreas podem ser adaptadas para uma outra utilização ambientalmente sustentável, como é o caso de um uso educativo para alunos de diversos níveis de ensino ou até mesmo um uso recreativo/ turístico, consoante existam elementos geológicos com potencial para serem usados para estas finalidades, obviamente garantindo sempre as necessárias condições de segurança aos utentes. Referem-se como exemplos de sucesso de reconversão de áreas de exploração de recursos geológicos o Centro Ciência Viva do Lousal e o Museu do Quartzo, em Viseu.

Integrado

Sugere-se a seguinte alteração:

Pretende-se qualificar os espaços e infraestruturas de suporte em áreas classificadas, com vista à promoção das atividades associadas ao turismo, designadamente centros de receção, núcleos museológicos, sinalética, trilhos, infraestruturas de observação e inter-relação com a natureza em todas as áreas protegidas, compatíveis com as características ecológicas, geológicas e culturais de cada área.

Integrado

b) Montanhas Mágicas (Açores).

Comentário

As Montanhas Mágicas não se situam nos Açores. Ver, pf: http://montanhasmagicas.pt/pt/.

Integrado

Sugere-se acrescentar o texto seguinte no final do ponto 6.4.7:

A informação e a interpretação sobre geodiversidade e património geológico disponibilizada na oferta de produtos de turismo de natureza é, genericamente e com a exceção dos territórios dos Geoparques Mundiais da UNESCO e de outros locais pontuais, praticamente inexistente ou de muito baixa qualidade. Urge criar medidas para uma renovação destes conteúdos que podem contribuir para um incremento do grau de satisfação dos utentes destes serviços e, consequentemente, para aumentar a qualificação destes serviços.

Já contemplado A proposta está integrada quando se refere a intenção de “qualificar os espaços e infraestruturas de suporte em áreas classificada”

Sugere-se a seguinte alteração:

6.4.10 - As Empresas, A Biodiversidade e Geodiversidade

Integrado

Sugere-se acrescentar o seguinte texto após “No quadro do investimento na recuperação e regeneração de habitats (…) ((…) cofinanciados a 85%).”:

Em consonância com o preconizado nesta ENCNB, as ações de geoconservação devem igualmente ser consideradas como elegíveis nos financiamentos previstos no âmbito da conservação da natureza.

Não integrado Matéria relevante a ponderar na regulamentação dos diferentes instrumentos financeiros e fora do âmbito da presente Estratégia.

Sugere-se acrescentar o seguinte parágrafo após “Esta verba (…) que representa mais de metade deste valor.”:

Atendendo a que a União Europeia tem mostrado pouca abertura ao financiamento de projetos no âmbito do património geológico,

Não integrado Matéria a ponderar na regulamentação do Fundo Ambiental e fora do âmbito da presente Estratégia.

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Proposta da entidade / Comentário Ponderação Fundamentação

há que garantir a possibilidade deste tipo de projetos, em Portugal, poder recorrer a verbas do Fundo Ambiental.

Sugere-se a seguinte alteração:

Concretizar os investimentos estruturais dirigidos ao planeamento e gestão territorial das áreas protegidas e classificadas e à atualização e colmatação de lacunas relevantes de informação e monitorização, incluindo o que diz respeito ao património geológico;

Não integrado O parágrafo em causa tem como referência o POSEUR, devendo portanto restringir-se aos seus objetivos. Atente-se porém que estes abrangem, ainda que de modo complementar matérias relativas ao conhecimento e conservação do património geológico.

Sugere-se acrescentar o item seguinte:

Mapear e avaliar o estado de conservação do património geológico, em particular nas áreas protegidas e nas áreas de Rede Natura 2000;

Não integrado O parágrafo em causa tem como referência o POSEUR onde é exatamente prevista a tipologia de intervenção constante neste ponto da proposta de revisão da Estratégia.

Sugere-se acrescentar a frase seguinte antes do último parágrafo:

Em especial, o recurso a este Fundo deve também garantir o financiamento de ações e projetos no âmbito da gestão e valorização do património geológico, iniciativas que têm registado dificuldades de acesso a fundos de outras proveniências.

Não integrado Matéria relevante a ponderar na regulamentação do Fundo Ambiental e fora do âmbito da presente Estratégia. No entanto, o atual Fundo enquadra o (co)financiamento de intervenções dirigidas à geodiversidade

Sugere-se a seguinte alteração:

Essa realidade tem tido maior expressão no maneio de habitats, e deve ser alargada a outras áreas como sejam a conservação ativa de espécies (esta ocorre de forma mais expressiva para alguns grupos de avifauna e também no caso do Lince Ibérico) e também na própria monitorização, assim como no âmbito do património geológico.

Integrado

Sugere-se acrescentar um ponto:

3. Por ocasião da primeira atualização, deverá o PMICNB 2020 ser revisto no sentido de integrar a possibilidade de financiamento de ações concretas de gestão, monitorização e valorização do património geológico, componente da conservação da natureza que não ficou contemplada anteriormente e que a ENCNB 2025 integra.

Não integrado A possibilidade de financiamento referida já está contemplada no PMICNB 2020.

Os aspetos relevantes serão considerados na revisão deste plano de mobilização de investimentos.

Sugere-se a seguinte alteração:

O modelo de financiamento a adotar para a conservação da natureza deve manter a universalidade do acesso ao património natural. Deve considerar a necessidade de prosseguir projetos coerentes e articulados que tenham propósitos claros de concorrer para a promoção e valorização de todas as componentes do património natural.

Não integrado A proposta não acrescenta nada ao sentido do texto.

Sugere-se a seguinte alteração:

Por outro lado, a avaliação deve apoiar-se, sempre que possível, na análise de indicadores que permitam aferir, com alguma objetividade, a evolução da situação das espécies, dos habitats e dos ecossistemas e do património geológico, a eficácia dos planos e programas aplicados e a pertinência da elaboração de planos de ação adicionais.

Integrado

a) “Definir um conjunto de geossítios a integrar o sistema nacional de áreas classificadas, ou com normativos de proteção específicos nos instrumentos de gestão territorial relevantes”

Comentário

Não aplicável A proteção e gestão do património geológico estão integradas no objetivo 1.1. Consolidar o sistema nacional de áreas classificadas e assegurar a sua gestão e no objetivo 1.8 Reforçar a

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Proposta da entidade / Comentário Ponderação Fundamentação

Sugere-se transferir para o novo objetivo proposto 1.2 GARANTIR A PROTEÇÃO E GESTÃO DO PATRIMÓNIO GEOLÓGICO PORTUGUÊS.

investigação e inovação orientada para as prioridades de política conservação da natureza, incluindo para a colmatação de lacunas de conhecimento de base.

Sugere-se a seguinte alteração:

Elaborar todos os planos de gestão ou instrumentos equivalentes para os sítios da Rede Natura 2000, integrando os geossítios que existem nestes espaços e já identificados no inventário nacional.

Não integrado A Rede Natura 2000 não contempla o património geológico, com exceção daquele que suporta habitats no âmbito da Diretiva Habitats, estando este património salvaguardado nesse contexto

Foi sugerido acrescentar o item 1.2 GARANTIR A PROTEÇÃO E GESTÃO DO PATRIMÓNIO GEOLÓGICO PORTUGUÊS. Este novo objetivo teria 3 itens na coluna de concretização:

Item 1: Definir um conjunto de geossítios a integrar o sistema nacional de áreas classificadas, ou com normativos de proteção específicos nos instrumentos de gestão territorial relevantes (transferido do objetivo 1.1, mas mudando para prioridade 2).

Item 2: Executar a avaliação do estado de conservação dos geossítios do inventário nacional. (prioridade 2).

Item 2: Integrar o património geológico em todos os planos de gestão de áreas protegidas. (prioridade 3).

Já contemplado A proteção e gestão do património geológico estão integradas no objetivo 1.1. Consolidar o sistema nacional de áreas classificadas e assegurar a sua gestão e no objetivo 1.8 Reforçar a investigação e inovação orientada para as prioridades de política conservação da natureza, incluindo para a colmatação de lacunas de conhecimento de base.

1.6. Reforçar o quadro legal de regulamentação da conservação da natureza e biodiversidade

Comentário

Sugere-se acrescentar novo item de concretização:

Definir o estatuto do património geológico ex situ e criar mecanismos legais para o combate ao comércio ilegal de amostras geológicas (fósseis, minerais, rochas e meteoritos).

Já contemplado Esta proposta enquadra-se no objetivo 1.6, nomeadamente na medida de concretização “Rever o RJCNB, incluindo nomeadamente a colmatação das lacunas regulamentares que assegurem um regime coerente de conservação do património geológico”

Sugere-se a seguinte alteração:

Promover a formação contínua dos vigilantes da natureza, SEPNA e de outras autoridades policiais, incluindo em temas no âmbito do património geológico.

Já contemplado Esta medida de concretização é genérica, remetendo-se para a fase de operacionalização da estratégia a definição de temas específicos para as ações de formação.

Sugere-se a seguinte alteração:

Mapear e avaliar à escala nacional os ecossistemas e os serviços considerados mais relevantes, incluindo os serviços abióticos dos ecossistemas, de acordo com uma abordagem metodológica a definir.

Já contemplado Esta medida de concretização é genérica, e contempla todos os serviços de ecossistema.

Sugere-se a seguinte alteração:

Estimar o valor económico dos principais serviços dos ecossistemas a nível nacional, incluindo os respetivos serviços abióticos.

Já contemplado Esta medida de concretização é genérica, e contempla todos os serviços de ecossistema.

Sugerem-se as seguintes alterações:

Aumentar o investimento público em conservação da natureza, onde se inclui a biodiversidade e geodiversidade

Já contemplado Este objetivo é genérico, e contempla o património natural (biodiversidade, geodiversidade e paisagem).

Sugerem-se as seguintes alterações:

Mobilizar os fundos financeiros disponíveis para a execução de projetos de conservação da natureza, biodiversidade e geoconservação.

Já contemplado Este objetivo é genérico, e contempla o património natural (biodiversidade, geodiversidade e paisagem).

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Proposta da entidade / Comentário Ponderação Fundamentação

No sentido de dar mais coerência ao texto, sugere-se que este parágrafo seja eliminado. Esta questão será abordada mais à frente.

b1) “Através das Resoluções 4.040 Conservation of geodiversity and geological heritage, de 2008, e WCC-2012-Res-048-EN Valuing and conserving geoheritage within the IUCN Programme 2013-3016, de 2012, a IUCN destaca a importância da conservação do património geológico reconhecendo:”

Integrado

Sugere-se a seguinte alteração:

Através das Resoluções 4.040 Conservation of geodiversity and geological heritage, de 2008, e WCC-2012-Res-048-EN Valuing and conserving geoheritage within the IUCN Programme 2013-3016, de 2012 e WCC-2016-Res-083 Conservation of moveable geological heritage, de 2016, a IUCN destaca a importância da conservação do património geológico reconhecendo:

Integrado

Sugere-se acrescentar este item:

• Que devem ser estabelecidas regras para a proteção, conservação e gestão do património geológico ex situ, incluindo mecanismos para evitar o comércio ilegal deste património.

Não integrado Fora do âmbito da situação e referência

Sugere-se a eliminação do texto indicado e a substituição pelo seguinte:

A UNESCO reconhece a importância da conservação do património geológico através de dois instrumentos: a Convenção para a Proteção do Património Mundial Cultural e Natural de 1972 (em particular com base no critério viii, um dos critérios de avaliação do “Outstanding Universal Value”) e o Programa Internacional Geociência e Geoparques de 2015. Este último cria a figura de Geoparque Mundial da UNESCO, que são territórios que apresentam um património geológico de relevância internacional e nos quais é implementada uma estratégia de gestão territorial sustentável, que considera a geodiversidade enquanto suporte da biodiversidade e do próprio Homem e suas atividades, e onde se promovem também os aspetos culturais. Atualmente, existem 127 Geoparques Mundiais da UNESCO em 35 países de todos os continentes.

Parcialmente integrado

Considera-se que a referência a este ponto de enquadramento específico do quadro de referência constante da proposta de consulta é suficiente e equilibrado face à abordagem dos demais pontos feitas neste subcapítulo.

“A Rede Europeia de Geoparques (REG) (European Geoparks Network – EGN) 22 foi criada em 2001 como organização independente, mas com o apoio da Divisão de Ciências da Terra da UNESCO, com os seguintes objetivos:

Conservar e gerir o património geológico;

Promover a herança geológica, junto do público em geral;

Apoiar o desenvolvimento económico sustentável dos territórios dos geoparques, principalmente através do geoturismo.”

Comentário

Este texto poderá ser apagado, uma vez que os Geoparques já foram referidos.

Integrado

Sugere-se acrescentar os parágrafos seguintes:

A lei nº 107/2001, de 8 de setembro, “estabelece as bases da política e do regime de proteção e valorização do património cultural”. De modo mais abrangente, prevê-se que “os princípios e disposições fundamentais da presente lei são extensíveis, na

Integrado

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49

Proposta da entidade / Comentário Ponderação Fundamentação

medida do que for compatível com os respetivos regimes jurídicos, aos bens naturais, ambientais, paisagísticos ou paleontológicos”.

A definição do que se entendo por património paleontológico está expressa no Art.º 74º: “integram o património arqueológico e paleontológico todos os vestígios, bens e outros indícios da evolução do planeta, da vida e dos seres humanos: a) Cuja preservação e estudo permitam traçar a história da vida e da humanidade e a sua relação com o ambiente; b) Cuja principal fonte de informação seja constituída por escavações, prospeções, descobertas ou outros métodos de pesquisa relacionados com o ser humano e o ambiente que o rodeia”.

Sugerem-se as seguintes alterações:

Em Portugal existem quatro Geoparques Mundiais da UNESCO (Naturtejo, Arouca, Açores e Terras de Cavaleiros), devidamente integrados na Global Geoparks Network (GGN), que conta atualmente com 127 membros em 35 países. O Geoparque

Naturtejo129

inclui um monumento natural de âmbito nacional – Monumento Natural das Portas de Rodão e a totalidade da área do Parque Natural do Tejo Internacional. O Geoparque Terras de Cavaleiros abarca toda a área da Paisagem Protegida da Albufeira do Azibo. Estes quatro geoparques possuem inventários do seu Património Geológico e dispõem de cartas geológicas simplificadas. O Monumento Natural das Portas de Ródão também apresenta um inventário de geossítios.

Integrado

Sugere-se substituir este parágrafo pelos seguintes:

Em Portugal estão neste momento inventariados e caracterizados 320 geossítios de relevância nacional e internacional. Trata-se do mais completo inventário sobre património geológico existente no país e veio colmatar uma importante lacuna nesta área do conhecimento.

Existem outros inventários específicos, como por exemplo os 130 geossítios do Parque Nacional Peneda-Gerês identificados no respetivo Plano de Ordenamento.

Integrado

Sugere-se a seguinte alteração:

É importante destacar que o Parque Nacional da Peneda Gerês (…). Há também lacunas relevantes a suprir, como a conclusão da delimitação dos geossítios a nível nacional, a criação de regulamentação específica para assegurar a salvaguarda do património geológico in situ e ex situ em todo o território, a inserção de medidas de geoconservação nos planos de gestão de áreas protegidas e dos espaços de Rede Natura 2000 e uma adequada informação e interpretação da geodiversidade em todas as áreas classificadas.

Não integrado A opção prevista é mais abrangente e equilibrada

e) “Por seu lado o Geoportal do LNEG (…). (…) importantes para a identificação, investigação e proteção da vertente patrimonial não económica da geodiversidade.”

Comentário

Sugere-se a seguinte alteração:

Não entendemos os significados de “identificação, investigação e proteção da vertente patrimonial não económica da geodiversidade.”

Não integrado O parágrafo em consulta realça a relevância do LNEG nesta perspetiva. Por outro lado: a “vertente patrimonial não económica da geodiversidade” abrange a valoração que é feita da componente patrimonial, intrínseca, para lá da associada à exploração dos recursos geológicos

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Proposta da entidade / Comentário Ponderação Fundamentação

O que se entende por “vertente patrimonial não económica da geodiversidade”?

Sugere-se a reformulação deste parágrafo de forma a salientar a importância do LNEG como repositório de informação essencial para uma adequada identificação e gestão do património geológico nacional, assim como a sua relevância como acervo de património geológico ex situ no seu Museu Geológico.

a) “Relativamente ao património geológico da Ilha da Madeira, existe um inventário abrangendo 37 geossítios com valor

científico132

, num estudo encomendado pelo Governo Regional. Existe um outro inventário do património geológico da ilha de Porto Santo 133, que identificou 20 geossítios com valor científico, educativo e turístico.”

Comentário

Deverá ser referida, também, a Estratégia de Conservação do Património Geológico da Região Autónoma da Madeira (Resolução nº 883/2015).

Sugere-se acrescentar:

No entanto, apesar de estarem referidos nos planos de gestão, é reconhecido que são muito escassas as medidas as medidas efetivas de conservação e gestão dos geossítios em áreas protegidas, aspecto a rever no âmbito das ações propostas na presente ENCN.

Parcialmente integrado

A referência à Estratégia.

Sugerem-se as seguintes alterações:

A maior parte das pressões e ameaças ao património geológico português advêm, direta ou indiretamente, da deterioração e destruição induzida por alguns tipos de atividade humana, sendo de salientar a exploração de recursos geológicos, as atividades recreativas e turísticas, o desenvolvimento de obras e infraestruturas e os desconhecimento generalizado por parte dos gestores e outros responsáveis pela administração do território. Neste contexto torna-se essencial assegurar um acompanhamento e atualização periódica da vulnerabilidade e relevância dos geossítios, bem como desenvolver estudos com incidência nos geossítios com elevado valor científico e que apresentem risco de degradação significativo.

Integrado

Sugere-se a seguinte alteração:

Será assim necessário colmatar lacunas de legislação relativamente à conservação do património geológico in situ e ex situ, incluindo o combate ao comércio ilegal deste património natural.

Integrado

Sugere-se a seguinte alteração:

As áreas classificadas ao abrigo de compromissos internacionais (…) e quatro Geoparques Mundiais da UNESCO (Junho 2016, atualizações em www.icnf.pt).

Já contemplado

Sugere-se acrescentar no final da página 78 o texto seguinte:

Os geossítios do inventário nacional foram todos sujeitos a uma avaliação quantitativa do seu valor científico e da sua vulnerabilidade. Trata-se de um dado numérico que é possível monitorizar ao longo do tempo, assim sejam definidos os

Não aplicável Proposta fora do âmbito da ENCNB.

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Proposta da entidade / Comentário Ponderação Fundamentação

geoindicadores que permitam fazer uma avaliação periódica dos geossítios.

Sugere-se acrescentar no final da página 79 o texto seguinte:

Existe, ainda, uma clara lacuna no que se refere à ausência de descritores da geodiversidade e do património geológico nos AIA e AIncA, limitação que urge eliminar de modo a garantir a avaliação holística dos eventuais impactos sobre o ambiente.

Integrado

Business Council for Sustainable Development

Proposta da entidade / Comentário Ponderação Fundamentação

A ENCNB 2025 dá mais destaque à conservação da natureza e biodiversidade terrestre do que à marinha, o que talvez se deva à lacuna de conhecimento que ainda prevalece sobre a extensão da área marinha que integra a Zona Económica Exclusiva Portuguesa.

Não integrado O âmbito de abrangência é todo o território nacional, incluindo as componentes terrestre (continente e regiões autónomas) e marinha (mar territorial, ZEE e plataforma continental alargada) da conservação do património natural.

Considera-se que a abordagem é feita de modo equilibrado e o contributo não concretiza proposta suscetível de ser ponderada.

Ao nível do desafio do conhecimento, considera-se que as empresas, que por via da sua atividade detêm informação relevante sobre os locais onde operam (habitats, recursos, etc.), nomeadamente proveniente de processos de licenciamento, de AIA e de estudos e sistemas de monitorização, constituem partes interessadas relevantes a integrar nas dinâmicas que vierem a ser criadas para diminuir a lacuna de conhecimento existente e disponível, promovendo-se o estabelecimento de relações win-win;

Integrado O objetivo 1.8 prevê o reforço da investigação e o 1.9 prevê a constituição de um sistema de monitorização continuada do estado de conservação dos valores naturais, em que se incluiu o sector empresarial como entidade interveniente.

Considera-se também positiva a referência às infraestruturas verdes como soluções alternativas às soluções de engenharia clássica. No entanto, não foram definidos objetivos para a sua promoção, nomeadamente junto das empresas, dos consultores, da comunidade académica, das ordens profissionais (por exemplo, Ordens dos Engenheiros, dos Biólogos, dos Arquitetos, dos TOC e dos ROC), e dos municípios, que têm um papel relevante na implementação deste tipo de infraestruturas (contribuindo, também, para a boa execução do POSEUR);

Integrado Integrada nova medida de concretização 1 relativa às Infraestruturas verdes no objetivo 2.1

A ambição colocada na Estratégia para contribuir para o combate e adaptação às alterações climáticas fica aquém do necessário, tendo em consideração os impactes na biodiversidade e no património natural em geral;

Não integrado A adaptação da biodiversidade às alterações climáticas está desenvolvida numa estratégia própria (https://www.apambiente.pt/_zdata/Politicas/AlteracoesClimaticas/Adaptacao/ENAAC/RelatDetalhados/Relat_Setor_ENAAC_Biodiversidade.pdf) com a qual a presente estratégia está articulada.

Considera-se que a relação alterações climáticas/biodiversidade é adequadamente evidenciadas nas medidas de concretização “Iniciar a execução de 50% das medidas de adaptação às alterações climáticas

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Proposta da entidade / Comentário Ponderação Fundamentação

relativas a espécies e habitats dulciaquícolas e costeiros” do objetivo 1.3, “Determinar o elenco de espécies de ecossistemas costeiros e dulciaquícolas, com vulnerabilidade significativa às alterações climáticas” do objetivo 1.8 e “Integrar a componente de adaptação da biodiversidade às alterações climáticas em todas as políticas relevantes e instrumentos de planeamento” do objetivo 3.13.

A ENCNB 2025 beneficiaria de uma maior concretização das ações. Na maioria dos casos é difícil avaliar como serão implementadas as medidas e em que prazos e metas;

Integrado

A subjetividade patente na ENCNB 2025 sobre o desenvolvimento dos referidos instrumentos inovadores para o financiamento da conservação da natureza e da biodiversidade, é particularmente relevante para o setor do Turismo, uma vez que “o património natural constitui aliás uma das propostas da estratégia para o Turismo 2027”, onde nada efetivo é concretizado;

Não integrado O objetivo 2.2 pretende lançar processo de definição de mecanismos inovadores para o financiamento da conservação da natureza.

Por fim, face ao caráter transversal da ENCNB 2025, considera-se relevante o reconhecimento da necessidade de “tornar efetivas as medidas traduzidas para as políticas de âmbito setorial”, no entanto, a constituição de um fórum intersectorial, de acordo com o previsto para a “Governação e Acompanhamento da Aplicação da Estratégia”, parece ser insuficiente, para a sua concretização efetiva.

Não aplicável Este fórum é uma evolução da atual estrutura de governação – Comissão de Coordenação Interministerial – alargando a sua constituição às entidades representativas da sociedade civil, às organizações nacionais de ciência e tecnologia e sectoriais.

É introduzida referência ao setor privado e às suas organizações representativas.

É necessário colocar maior ambição no âmbito da Educação para a gestão do património natural.

(…) a Estratégia deve prever também a adequação dos planos educativos nas escolas profissionais, nos institutos politécnicos e nas universidades (por exemplo, nos cursos de Gestão e Administração, Engenharias, Contabilidade e Finanças e Economia), de forma a promover a criação de competências, nomeadamente em gestão estratégica para desenvolvimento de modelos para um uso eficiente dos recursos, adaptação dos negócios às alterações climáticas, gestão de riscos, valoração e contabilidade dos serviços dos ecossistemas, integração do capital natural na contabilidade das organizações (Estado incluído), e desenvolvimento de instrumentos inovadores de financiamento da biodiversidade.

Não aplicável Fora do âmbito desta estratégia.

Assegurar a articulação das prioridades de I&I com a Agenda Estratégica de Investigação e Inovação para as áreas Agroalimentar, florestas e biodiversidade, promovida pela FCT.

Já contemplado No âmbito do objetivo 1.8 está prevista a definição de um programa de investigação e inovação, cuja concretização deverá contemplar os aspetos referidos.

Promover a identificação de práticas de gestão que contribuem para a manutenção e/ou aumento da biodiversidade e melhoria ou recuperação do funcionamento de ecossistemas, para diferentes tipos de usos e atividades, e avaliar, quantitativa e qualitativamente, os respetivos efeitos. Este tipo de informação

Já contemplado No âmbito do objetivo 1.8 está prevista a definição de um programa de investigação e inovação, cuja concretização deverá contemplar os aspetos referidos.

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Proposta da entidade / Comentário Ponderação Fundamentação

apoiará as organizações na tomada de decisão sobre a realização de investimentos em conservação da natureza e biodiversidade.

Promover o desenvolvimento de abordagens, metodologias e ferramentas de apoio à integração da biodiversidade na tomada de decisões empresariais e de outras organizações, adaptadas a setores de atividade económica específicos, que forneçam orientações sobre métricas ou indicadores simples para ajudar a avaliar impactes e dependências a vários níveis (por exemplo, unidade operacional, projeto, cadeia de fornecedores, empresa), que contribuam para promover o aumento da consciencialização e compreensão dos valores da biodiversidade, esclarecer o que deve ser feito para gerir, mitigar riscos e explorar oportunidades.

Já contemplado No âmbito do objetivo 1.8 está prevista a definição de um programa de investigação e inovação, cuja concretização deverá contemplar os aspetos referidos.

Apesar de estar previsto o mapeamento dos serviços dos ecossistemas e a sua valoração, a estratégia não concretiza como se fará a sua operacionalização efetiva na economia.

Já contemplado O objetivo 2.2 prevê estimar o valor económico dos principais serviços de ecossistemas e a sua integração na conta satélite do ambiente.

Propõe-se a integração de um objetivo adicional que concretize o trabalho desenvolvido nos objetivos 2.1 e 2.2, como plano operacional, devidamente calendarizado e orçamentado.

Não integrado Aspeto a considerar na fase de execução da estratégia.

Desenvolver instrumentos ao nível da fiscalidade verde:

Propõe-se a criação de um grupo de trabalho multidisciplinar que identifique e operacionalize a criação de um pacote de incentivos fiscais adequados a estes objetivos. (A abordagem estrita a impostos de incidência municipal é insuficiente, por exemplo a utilização do IMI, quando grande parte das áreas classificadas não têm cadastro e são de muito reduzida dimensão, pelo que o resultado não terá o impacto pretendido.)

Integrado Nova concretização no objetivo 2.4

No âmbito deste eixo sente-se falta do envolvimento do setor privado e dos cidadãos de um modo geral, essenciais no cumprimento dos objetivos do Eixo 3;

Integrado Integrado nos objetivos 3.1. e 3.2, como entidades intervenientes.

É referido que “a atividade agrícola constitui um dos pilares fundamentais para a conservação da natureza”, contudo não existe qualquer componente estratégica adicional aos apoios da Política Agrícola Comum, nomeadamente incentivando a inovação ou a sensibilização para práticas de agricultura sustentável;

Já contemplado No âmbito do objetivo 1.8 está prevista a definição de um programa de investigação e inovação, cuja concretização deverá contemplar os aspetos referidos.

No âmbito do objetivo 1.10 está previsto um sistema de sensibilização e formação para públicos-alvo, nomeadamente agricultores.

Prever a operacionalização de um programa para a qualificação da Rede Nacional de Áreas Protegidas como uma rede de destinos turísticos sustentáveis.

Já contemplado No âmbito do objetivo 3.8 está prevista a qualificação do património edificado, as infraestruturas e os espaços de uso coletivo em áreas classificadas.

O objetivo 3.11 prevê aumentar a qualificação da oferta de produtos e serviços.

O objetivo 3.10 relativo à sustentabilidade das infraestruturas de transporte e comunicações encontra-se incompleto na Matriz Estratégica, anexa à ENCNB 2025.

Integrado

As empresas e a Biodiversidade: iniciativas como a Business & Biodiversity só funcionarão se tiverem uma ação permanente dinâmica e muito operacional, comunicando, divulgando, sensibilizando e envolvendo verdadeiramente as empresas. Esta

Já contemplado O objetivo 3.12 prevê a dinamização da iniciativa Business & Biodiversity.

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Proposta da entidade / Comentário Ponderação Fundamentação

iniciativa faz sentido, inclusive, com uma abordagem de cadeia de valor, de forma a envolver também o tecido empresarial com maior representatividade em Portugal, as PME. Para isso, é necessário reestruturar toda a iniciativa, nomeadamente com novas atividades, um programa de ação, objetivos concretos, plano de comunicação e monitorização, alocando os recursos e o financiamento adequado.

Aspeto a considerar na fase de execução da estratégia.

Salienta-se que a Estratégia prevê um horizonte temporal que decorrerá até 2025 (e uma Visão para 2050) e um conjunto de instrumentos financeiros disponíveis que apresentam como data limite 2020, ficando por definir o financiamento para os cinco anos remanescentes – questiona-se como será assegurada a estabilidade no financiamento;

Já contemplado A ENCNB identifica os instrumentos financeiros passíveis de financiar as medidas de concretização identificadas e hierarquizadas para cada objetivo, tendo em conta o período 2014-2020, devendo ser revista em função do quadro geral de referência, incluindo financeiro a adotar para o período pós-2020. O horizonte de execução da ENCNB foi alterado para 2030.

Em relação ao Fundo Ambiental, em particular, apenas é apresentada a dotação orçamental para 2017. Tratando-se de uma Estratégia Nacional, devia fazer-se o esforço de apresentar uma estimativa da dotação anual do Fundo Ambiental para o seu período de vigência, até 2025;

Não integrado Fora do âmbito desta estratégia.

Propõe-se um reforço significativo do peso do orçamento de Estado e da afetação do Fundo Ambiental no financiamento da Estratégia, de forma a garantir a sua estabilidade. Complementar este financiamento com o desenvolvimento e a operacionalização de instrumentos inovadores para o financiamento da biodiversidade, públicos e privados, particularmente o pagamento de serviços dos ecossistemas, créditos de biodiversidade (biodiversity banks ou biodiversity offsets) e bancos de habitats (habitat banking), mecanismos fiscais e instrumentos de mercado.

Não integrado Fora do âmbito desta estratégia.

As empresas devem ser reconhecidas como efetivos parceiros fundamentais para a implementação dos instrumentos de política e dos objetivos da ENCNB 2025, e não apenas, pontualmente, como entidades intervenientes, como se verifica na Matriz Estratégica anexa.

Já contemplado A importância das empresas enquanto parceiros fundamentais para a execução da política de conservação da natureza e biodiversidade é reconhecida no capítulo 8.5.7.

Propõe-se que a ENCNB promova:

1. A replicação a nível nacional de projetos de biodiversidade desenvolvidos e implementados em contexto empresarial, que já estejam a decorrer e que demostrem resultados concretos;

2. A dinamização de iniciativas com vista a aproximar Universidades e Centros de Investigação das Empresas.

Já contemplado Ver objetivo 3.12 “Promover e valorizar a integração da conservação da natureza e da biodiversidade nas estratégias, políticas e processos operacionais das empresas” e respetiva medida de concretização “Dinamizar a iniciativa “Business and Biodiversity” promovendo a renovação das parcerias e o aumento do número de aderentes.”

Carina Vieira da Silva

Proposta da entidade / Comentário Ponderação Fundamentação

identifica erradamente a Resolução do Conselho de Ministros n.º 151/2001, de 11 de outubro, como o diploma que adota a ENCNB, devendo referir Resolução do Conselho de Ministros nº 152/2001

Integrado

a referência à “importância enquanto produtor de serviços ambientais…” é pouco clara ou percetível para o leitor comum, pelo

Já contemplado O capítulo 6.2.8 refere “…A informação pública relativa ao valor intrínseco do

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Proposta da entidade / Comentário Ponderação Fundamentação

que considero relevante, mais do referência ao valor intrínseco, a ênfase no valor instrumental, ou económico se preferirem, pois será este a mobilizar a sociedade

património natural e a sua importância enquanto produtor de serviços ambientais com repercussões para as atividades e bem-estar humano…”, o que contempla as expetativas da sociedade.

o objetivo 2.4 não deve restringir os benefícios sobre IMI aos prédios localizados em áreas classificadas uma vez que os prédios localizados fora dessas áreas podem também contribuir para a conservação, nomeadamente através da descarbonização.

Não integrado A prioridade da Estratégia para este fim são as áreas classificadas.

Como se coadunam as medidas previstas nestes objetivos (3.6 e 3.7) com o furo para prospeção de petróleo ao largo de Aljezur licenciado para a Galp?????

Não aplicável Fora do âmbito desta estratégia.

Outra atividade que deveria ter também grande destaque pelo seu impacto é a vigilância/fiscalização, pelo que sugiro maior detalhe também para a vigilância.

Já contemplado Ver capítulo 6.2.5 e objetivo 1.7 “Reforçar o cumprimento dos normativos legais de conservação da natureza e da biodiversidade” e respetivas medidas de concretização.

Sugiro algum esclarecimento quando à coloração da coluna “Prazo” da matriz estratégica.

Integrado

O sucesso de qualquer medida de conservação depende grandemente da fiscalização das regras estipuladas. Razão pela qual considero fundamental o “desenvolvimento e execução de planos integrados de fiscalização…” e “aumento em 50% do n.º de fiscalizações relativamente ao combate à pesca ilegal…”, previstos no objetivo 1.7. Tais medidas deverão ter prioridade 1 e um prazo definido – pela urgência destas medidas sugiro 2018.

Parcialmente Integrado

As concretizações que não apresentam prazo dizem respeito a ações efetuadas ao longo do tempo, de forma regular.

Ainda no mesmo objetivo (1.7) onde se prevê a promoção da “formação contínua dos vigilantes da natureza, SEPNA e outras autoridades policiais” deverá incluir-se a Marinha ou autoridades marítimas na listagem das entidades responsáveis e/ou intervenientes.

Integrado

Porque, tal como referido na estratégia, é impossível conservar sem saber o que estamos/devemos conservar, a definição de um prazo para a elaboração de um programa de investigação e inovação (no âmbito do objetivo 1.8) é mais da maior importância. Como tal considero que esta medida deve beneficiar de máxima prioridade (1).

Parcialmente Integrado

Não se considera que deva ter prioridade máxima

Aliás todas as medidas dos objetivos 1.8 e 1.9 carecem de identificação de prazos para concretização. As prioridades deverão também ser revistas (ganhar prioridade).

Parcialmente Integrado

Não se considera que deva ter prioridade máxima

Pela sua relevância, os objetivos 2.1 e 2.2 carecem também de identificação de prazos para concretização.

Integrado

A estimativa do “valor económico dos principais serviços dos ecossistemas…” (no âmbito do objetivo 2.2) deverá ter como “indicadores de resultado” os valores económicos estimados ao invés da “data de conclusão do estudo”. Este indicador (data) não faz qualquer sentido.

Não integrado O valor apurado em resultado da valorização económica dos serviços dos ecossistemas é irrelevante na aferição da concretização da medida

A avaliação “dos incentivos e subsídios positivos e prejudiciais para a conservação…”, prevista no objetivo 2.5, deve ter como “indicadores de resultado” a % de instrumentos avaliados ao invés da “data de conclusão dos estudos”

Não integrado O universo de incentivos e subsídios passíveis de serem avaliados é indefinido. Nessa medida não é possível estabelecer um indicador baseado numa percentagem.

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Proposta da entidade / Comentário Ponderação Fundamentação

Sublinho também a relevância da definição de prazos para a concretização das medidas previstas no âmbito dos objetivos 3.1, 3.2 e 3.3

Integrado

Centro em Rede de Investigação em Antropologia (CRIA) - Grupo Desafios Ambientais Etnografia e Sustentabilidade

(DASE) - Associação Portuguesa de Antropologia (APA)

Proposta da entidade / Comentário Ponderação Fundamentação

Gostaríamos de começar por assinalar que consideramos o termo “apropriação” sujeito a interpretações diversas e indesejáveis. Nesse sentido, propomos a sua substituição por “perceção”, seja ela entendida nas suas dimensões individual ou coletiva.

Não integrado O termo “perceção” não transmite a ideia que se pretende transmitir e que, englobando-o, visa significar a “integração” pelos setores, agentes, e operadores.

que a gestão das áreas classificadas seja a) de proximidade e a diferentes escalas de envolvimento, b) com base em conhecimento científico, c) com a participação das populações humanas que nelas habitam, d) por técnicos oriundos de diferentes áreas de saber de modo a traduzir a diversidade das populações que nessas áreas residem

Já contemplado

convocar para esta produção de conhecimento os campos de saber que melhor espelhem as partes que constituem as áreas classificadas, nomeadamente, também, as ciências sociais e humanas

Já contemplado

considerar, valorizando, a relação entre património natural e humano, e não estritamente os serviços de ecossistemas, evitando assim excessos de mercantilização ou de perspetivas utilitaristas conjunturais do património natural, o que, aliás, como fica claro pelos contributos da História e da Antropologia Ambiental, seria a negação da qualquer estratégia que vise a conservação da natureza e/ou biodiversidade

Não integrado Os serviços dos ecossistemas incluem a relação entre património natural e a presença e atividade humana (integrando os aspetos culturais e sociais), enquanto fatores essenciais para a manutenção desses serviços e, simultaneamente enquanto pressão sobre a qualidade e diversidade dos serviços dos ecossistemas

equilibrar a proposta reconhecendo que, à semelhança do sugerido para o ponto 1.10, os serviços de ecossistema não podem ser entendidos/valorizados somente na sua vertente económica ou utilitarista. Pelo contrário, outras dimensões e hierarquias devem ser também destacadas, nomeadamente aquelas que caracterizam as populações humanas, entenda-se os aspetos afetivos/emocionais, simbólicos, históricos, materiais ou imateriais.

Deste modo, atribui-se valor à biodiversidade no seu todo, compreendendo nela o valor intrínseco do que é do foro da cultura e, simultaneamente, identifica-se a imprescindibilidade desta para o desenvolvimento sustentável e qualidade de vida

Já contemplado Os serviços dos ecossistemas abrangem os serviços de regulação, de aprovisionamento, de suporte e serviços culturais/espirituais.

Considerar aqui, em especial, as populações que vivem da pesca artesanal costeira e os seus particularismos enquanto agentes locais duma atividade económica que é global. Estas populações são, em muitos casos, marcos indeléveis do património cultural, mas também natural, de áreas classificadas. Facto que deve ser ressalvado.

Já contemplado O objetivo 3.3 prevê a constituição de plataformas de cogestão que envolverão necessariamente as comunidades piscatórias locais.

Evidenciar que a valorização do património natural e cultural não podem ficar dependentes, exclusivamente, de atividades económicas como a do turismo e, que este último, só é

Não integrado Os objetivos 3.08 e 3.11 estão orientados para o turismo e nessa medida abordam a valorização do património no contexto do turismo

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Proposta da entidade / Comentário Ponderação Fundamentação

sustentável, entre outros fatores, se respeitar fenómenos da identidade cultural dos visitados.

sustentável, à semelhança do que é feito para outros setores de atividade económica.

Centro de Estudos do Ambiente e do Mar, Universidade de Aveiro

Proposta da entidade / Comentário Ponderação Fundamentação

No enquadramento inicial sugere-se que seja referida a questão de conectividade entre ecossistemas, em particular através dos ecossistemas aquáticos (dulçaquícola, transição e marinho). A noção de ecossistemas terrestres e aquáticos contínuos é referida no âmbito do exercício da vigilância e fiscalização o nas áreas sob competência do ICNF (página 51) e no Eixo 3, “Fomentar a apropriação dos valores naturais e da biodiversidade”, ponto 6.4.1 (página 57) onde e referido que se trata do “eixo da estratégia particularmente dirigido para a integração sectorial” e que também visa (…) “garantir a utilização o sustentável dos recursos aquáticos”, (…), mas não é clara no enquadramento inicial.

Integrado No capítulo 6.3.2

sugere-se incluir referência à gestão dos recursos hídricos, e.g. associados às práticas agrícolas, florestais e turismo.

Não aplicável O parágrafo em causa refere-se aos setores da atividade económica mais relevantes para a política de conservação sendo que incorporarão necessariamente a utilização e gestão dos recursos hídricos (tal como os restantes recursos naturais).

A gestão de recursos hídricos é concretizada através da execução do quadro legal da política da água, que tem instrumentos próprios, com os quais a aplicação desta Estratégia se deve articular.

é feita referência a linhas de vigilância e ou monitorização em áreas classificadas, focado essencialmente em espécies e habitats protegidos, e ao programa de monitorização da DQEM. Poderá ser referido igualmente o programa de monitorização (indicadores biológicos) da DQA; à semelhança do que é mencionado na página 59 (ponto 6.4.4 MAR) onde a DQA é referida em articulação com a DQEM e com as Diretivas Habitats e Aves.

Integrado

A abordagem efetuada continua a excluir de uma forma acentuada a componente da proteção dos solos. É mencionada a Lei n.º 31/2014, de 30 de maio, onde está descrito (Artigo nº 2, ponto c) que se deve “Evitar a contaminação do solo, eliminando ou minorando os efeitos de substâncias poluentes, a fim de garantir a salvaguarda da saúde humana e do ambiente;”, nada mais sendo identificado relativamente a este tipo de eventos.

Não aplicável A contaminação dos solos não é abordada na presente Estratégia, tendo o seu enquadramento nas políticas públicas de resíduos.

As questões associadas à conservação do solo são abordadas em diversos objetivos do eixo 3, mas também do eixo 1 (cf. Investigação e Inovação), sendo que esta matéria tem um instrumento estratégico próprio de concretização, o Programa Nacional de Combate à Desertificação, com o qual esta Estratégia se articula.

é referido que “Em matéria de conhecimento deverá igualmente ser dada uma atenção especial aos processos de desertificação e de alterações climáticas, nomeadamente através da identificação de

Já contemplado. As questões associadas à conservação do solo são abordadas em diversos objetivos do eixo 3, mas também do

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Proposta da entidade / Comentário Ponderação Fundamentação

espécies autóctones típicas e indicadoras de zonas áridas e semiáridas, e da descrição da vulnerabilidade da biodiversidade aos processos de desertificação e degradação do solo e às alterações climáticas.”. Mais uma vez, nada é referido na componente edáfica, mas apenas referente às espécies vegetais autóctones.

eixo 1 (cf. Investigação e Inovação), sendo que esta matéria tem um instrumento estratégico próprio de concretização, o Programa Nacional de Combate à Desertificação, com o qual esta Estratégia se articula. O mesmo se aplica à componente de alterações climáticas.

Nada é referido quanto à componente edáfica na medida em que o cerne desta Estratégia é a Conservação da Natureza e da Biodiversidade e não a conservação dos solos.

Como já noticiado na comunicação social, Portugal terá brevemente um regulamento adequado à contaminação de solos, onde são expostos explicitamente os limites máximos permissíveis por lei em termos de contaminantes antropogénicos. Esta componente aparentemente não é mencionada neste documento, podendo ser uma mais-valia a entrada em vigor do regulamento e a sua associação à manutenção da sustentabilidade das comunidades edáficas. A biodiversidade existente no solo, como um ecossistema complexo, é essencial para a sustentabilidade das funções, processos, e serviços que são facultados pelos solos.

Não integrado A contaminação dos solos extravasa as prioridades diretas desta estratégia no seu prazo, sem prejuízo de ser uma das matérias a ter em conta para a concretização dos seus objetivos

é mencionada de uma forma subjetiva a componente da biodiversidade dos solos, mas nunca associando claramente esta biodiversidade a uma componente funcional, de processos e finalmente derivando para os serviços que podem ser prestados nos sistemas edáficos. Por sua vez, estes serviços dos ecossistemas já são mencionados na componente das “6.4.5 - Águas Interiores e Sistemas Fluviais”, e muito bem, não sendo compreensível porque não fazer a mesma abordagem para a componente dos solos agrícolas e florestais.

Integrado

Tendo isto em conta, sente-se falta na componente de financiamento “8.4.6 - PDR 2014- 2020” de uma estratégia direcionada diretamente para a avaliação da qualidade dos solos, com o objetivo de manter a sustentabilidade destes aquando de atividades e práticas como as florestais ou agrícolas, no âmbito da manutenção da sua biodiversidade estrutural e funcional, focando igualmente na componente dos serviços dos ecossistemas (direcionados para estas atividades- agrícola e florestal).

Não aplicável Fora de âmbito. Não compete à ENCNB determinar as estratégias/linhas de financiamento do PDR

Sugere-se … que seja feita referência ao conceito de gestão baseada nos ecossistemas prevista no âmbito da DQEM (Ecosystem based-management).

Integrado

a manutenção da biodiversidade é muitas vezes associada apenas às quantidades existentes, e a uma manutenção ou aumento do número de indivíduos para atingir por exemplo o Rendimento Máximo Sustentável (MSY), “aumentar o potencial da biodiversidade para fornecer matéria-prima para as indústrias biotecnológicas”, ou “fortalecer as ligações entre a investigação e a indústria na área do Atlântico, de forma a desenvolver biobancos e identificar mercados para bio produtos marinhos inovadores.”. Neste âmbito é crucial não abordar esta sustentabilidade apenas numa perspetiva quantitativa mas também qualitativa. A qualidade dos recursos marinhos deve ser controlada e identificada de uma forma eficiente, de modo a ser possível prever o efeito na saúde humana.

Não aplicável Fora de âmbito. As prioridades referidas decorrem do Plano de Ação da Estratégia Marítima da UE para a área do Atlântico e não são suscetíveis de alteração no contexto da presente Estratégia. No ponto 8.4.7 são transcritos os objetivos do Mar 2020.

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Proposta da entidade / Comentário Ponderação Fundamentação

sugere-se que seja feita referência às metas Aichi no âmbito da CBD, dado que a meta 17 de Aichi e o objetivo 14.5 da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, são mencionados na página 48, mas não no enquadramento da CBD.

Já contemplado Considera-se adequado o desenvolvimento dado ao assunto em 3.1.1

As metas de Aichi são parte integrante do Plano Estratégico da CBD (https://www.cbd.int/decision/cop/?id=12268 ).

A Agenda para o Desenvolvimento Sustentável até 2030 tem um parágrafo próprio no capítulo em apreço.

são referidos alguns programas de financiamento. Eventualmente poderá ser estabelecida a ligação com a estratégia multinível de Portugal (RIS3) e respetivos programas de financiamento, nomeadamente no que diz respeito à valorização de recursos naturais endógenos.

Não integrado As estratégias RIS3, sobretudo as de nível regional, assentam nos fundos públicos referidos no capítulo próprio, designadamente FEDER e H2020, para os que mais diretamente se relacionam com as matérias de biodiversidade.

Não se identificou nenhuma solução para as abordar de modo estratégico e exequível

Na tabela correspondente ao Eixo 2, concretamente na concretização do objetivo 2.1, não é referida a metodologia já definida ao nível da Comissão Europeia e recomendada aos diferentes estados membros no âmbito da estratégia para a biodiversidade em 2020 (ação 5 da meta 2, como referido na página 37 do anexo). Na concretização do objetivo 2.2 não há qualquer referência à metodologia (se está por definir ou se já está definida a nível nacional).

Integrado Capítulo 6.3.2

As tipologias de pressões descritas nos anexos apresentam alguma dubiedade, nomeadamente quando se referem alterações dos sistemas naturais (que poderão incluir facilmente todas as outras) ou a poluição. No caso específico da poluição, talvez uma forma mais correta de a expressar seja por contaminação, pois não há avaliação de efeitos ao nível das comunidades presentes nos ecossistemas de uma forma efetiva tendo por base a determinação de concentrações de compostos químicos no ambiente. Quanto à componente da contaminação, esta poderá ver determinada pela legislação em vigor, para a componente aquática, com regulamentos nacionais, enquanto que para os solos ainda é vigente a regulamentação Canadiana.

Não Integrado As pressões e ameaças mencionadas na situação de referência estão tipificadas em âmbitos específicos, e deles decorrendo, designadamente das Diretivas Aves e Habitats e da DQEM.

Os aspetos da contaminação são considerados ao nível do instrumento específico DQEM – Programa de medidas – onde será concretizada esta componente.

não é feita referência à definição das metodologias do grupo de trabalho MAES – no âmbito da ação 5 da meta 2 da estratégia Europeia para a biodiversidade em 2020, especificamente não é feita referência à adoção do sistema de classificação CICES por parte da comissão Europeia.

Integrado Capítulo 6.3.2

A nível nacional, e para um estudo piloto na região Alentejo, é apenas referido que foi utilizado como referência o quadro analítico metodológico desenvolvido sob coordenação do Joint Research Center - Comissão Europeia. Também não é feita referência à participação nacional nos grupos de trabalho onde a metodologia proposta pelo grupo de trabalho MAES foi testada, nomeadamente no estudo piloto de mapeamento e avaliação da condição dos ecossistemas marinhos e dos seus serviços, que contou com a participação da Universidade de Aveiro/CESAM. Há ainda um outro projeto piloto nacional, financiado pela Fundação Calouste Gulbenkian, que não foi mencionado, The Economic Valuation and

Integrado Capítulo 6.3.2 e anexos.

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Proposta da entidade / Comentário Ponderação Fundamentação

Governance of Marine and Coastal Ecosystem Services (MCES), abrangendo a costa Peniche-Nazaré e o mar adjacente (http://www.novasbe.unl.pt/faculty-research/research- highlights/noticias/1003-economic-valuation-of-marine-and-ecosystem-services). Projeto esse que foi coordenado pela Universidade Nova de Lisboa e que contou com o conhecimento sobre serviços dos ecossistemas marinhos da Universidade de Aveiro/CESAM.

Na componente dos ecossistemas e dos serviços de ecossistemas, talvez valesse a pena referir a classificação TEEB (2010) - The Economics of Ecosystems and Biodiversity, dado haver publicações relativas ao território nacional que referem essa metodologia, e.g. Partidário, M. R. (2010) TEEB case: SEA for including ecosystem services in coastal management, Portugal, available at: www.TEEBweb.org. e https://gulbenkian.pt/wp- content/uploads/2016/03/OCEANOS_BlueNaturalCapital_2014-1.pdf

Integrado

Sugere-se ainda que seja referido que os diferentes métodos de classificação, nomeadamente a classificação MA - Millenium Ecosystem Assessment, TEEB - The Economics of Ecosystems and Biodiversity e CICES – Common International Classification of Ecosystem Services, embora não sendo iguais, não são incompatíveis, pois são inter- convertíveis, conforme explicitado nos relatórios do grupo de trabalho MAES. Grupo que foi constituído no âmbito da ação 5 da meta 2 da estratégia Europeia para a biodiversidade em 2020.

Integrado

Coligação C6

Proposta da entidade / Comentário Ponderação Fundamentação

… a principal lacuna é não se reconhecer explicitamente que a conservação da natureza se faz também em áreas privadas e que pertencem a alguém. Deste modo, infraestruturas como a Rede Natura 2000 ou a RNAP só serão efetivas se se traduzirem em benefícios concretos e reais para as pessoas cujos terrenos são abrangidos por estas estruturas. É por isso essencial para nós envolver desde o início as partes interessadas nestes processos. A co gestão ou os planos de gestão participativa são um modelo a seguir e disseminar.

Integrado Reforçada e clarificada a natureza predominantemente privada do território, nos capítulos 1.1 e 5.4

Falta nesta estratégia a identificação clara das necessidades e das fontes de investimento público para a sua concretização.

Parcialmente integrado

Apesar de não quantificadas, foram identificadas e hierarquizadas as principais necessidades e respetivas fontes de financiamento.

É opção não incluir (e condicionar) na revisão da estratégia uma avaliação de as necessidades de financiamento e um planeamento plurianual das despesas, sem prejuízo de tal se vir a revelar necessário para a sua execução, ainda que em subperíodos da sua vigência e tendo em conta que esta estará repartida em dois quadros financeiros plurianuais, o 2º dos quais estará ainda em início de negociação em 2017/2018.

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Proposta da entidade / Comentário Ponderação Fundamentação

De toda a maneira considerou-se, para o efeito, prever no capítulo 8.7 a elaboração de um Plano de Ação para a Conservação da Natureza e Biodiversidade.

Fala-se também na valoração dos Serviços de Ecossistemas, mas sem sugerir medidas concretas de como os pagar e sem objetivos concretos de implementação e definição de modelos de PSE.

Integrado Os objetivos 2.1 e 2.2 integram as concretizações “Mapear e avaliar à escala nacional os ecossistemas e os serviços considerados mais relevantes de acordo com uma abordagem metodológica a definir” e “Estimar o valor económico dos principais serviços dos ecossistemas a nível nacional”.

Integrou-se nova medida de concretização “Desenvolver metodologias para remuneração dos serviços dos ecossistemas e sua aplicação através de do conceito de Serviços dos Ecossistemas a medidas de política com incidência no território” no objetivo 2.2.

Em geral verificamos ser um texto muito descritivo de instrumentos e infraestruturas existentes sem todavia concretizar medidas e ações concretas. Apesar de ser um documento estratégico, estas medidas e ações deviam ser consideradas no documento.

Já contemplado Os objetivos e respetivas medidas de concretização fazem parte da matriz estratégica constante no Anexo I da ENCNB

.. a estratégia proposta encerra, pelo menos, três importantes e determinantes pontos de natureza política que rejeitamos, não só porque indiciam erradas ou insuficientes abordagens à conceção e gestão da política de conservação da natureza e da biodiversidade, como também porque revelam a confirmação do continuado desinvestimento público nesta área crítica da gestão dos recursos naturais.

Referiremos as questões que se inserem no primeiro contexto:

1) … “mudança de paradigma” e

2) a manifesta pobreza de visão e de ação relativamente à integração de políticas que têm forte efeito direto e significativo efeito indireto sobre a conservação da natureza e da biodiversidade.

Finalmente,

3) abordaremos a questão do (des) investimento público.

Não aplicável Não engloba propostas concretas consistindo sobretudo em considerandos

1. A questão do paradigma

O paradigma que se diz agora novo, que não o é, é acertado. Mas só é verdadeiro se estivermos disponíveis para perceber que ele não é universal e que, para proteger a Natureza é necessário, em situações diversas e justificadas, condicionar a atividade humana.

Não aplicável Não engloba propostas concretas consistindo sobretudo em considerandos

Vem a este propósito, o do “paradigma”, uma outra “ideia forte” do documento, apresentada como uma outra “inovação” de abordagem, a qual incrementa, se inadequadamente interpretada, os riscos da primeira. Referimo-nos à noção de “apropriação”. Entendemos o significado do uso do termo no contexto de ser adequado ou conveniente. Mas, aqui também,

Parcialmente integrado

O termo apropriação visa expressar de modo mais enfático “integração”.

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Proposta da entidade / Comentário Ponderação Fundamentação

esperamos que o termo não fuja para o sentido de posse ou tornar seu a coisa alheia.

Este, por exemplo, poderia, deveria e nesse aspeto seria realmente diferente, o ou um dos paradigmas da Estratégia: aceitar que a necessidade de proteger implica o direito ao reconhecimento da gestão do bem público.

É neste enquadramento que achamos que faz sentido referir a opção já tomada, embora em declarações públicas do Ministro e no documento seja entendida como intenção, de se falar em modelos de experimentação, de municipalizar a gestão das áreas protegidas.

As ONGA manifestam a sua expressiva inquietação que este venha a ser o maior erro estratégico desta Estratégia. As intenções podem ser as melhores mas era bom que se tivesse a humildade de reconhecer o porquê de como “é que aqui se chegou”, porque é que se falhou na gestão da RNAP e assim porque é que se tem que mudar e como ou em que sentido mudar.

Não integrado Não engloba propostas concretas consistindo sobretudo em considerandos. De qualquer modo, a Estratégia não preconiza a municipalização da gestão das AP mas sim o reforço da gestão participada dos municípios, como o que já está em curso no projeto piloto do PNTI.

É desejável o aumento de intervenção, seja no planeamento e na preparação do investimento das área protegidas, assim como no acompanhamento da gestão e até em fora de diluição ou prevenção de conflitos mas, não é aceitável transferir a gestão que a si cabe para as autarquias, fragilizando a capacidade de intervenção e a autoridade do ICNF e aumentando os riscos de degradação dos valores naturais.

Não integrado Não engloba propostas concretas consistindo sobretudo em considerandos. De qualquer modo, a Estratégia não preconiza a municipalização da gestão das AP mas sim o reforço da gestão participada dos municípios, como o que já está em curso no projeto piloto do PNTI.

a esmagadora maioria das autarquias não possui quadros técnicos ou a competência adequada e independente para assegurar a isenção e o rigor necessários às exigências de uma gestão ativa e comprometida para com a conservação.

Não aplicável Sem enquadramento na presente ENCNB.

o processo que tem sido utilizado de participação da sociedade civil (os conselhos estratégicos), retomados no documento em apreciação, tem demonstrado a sua inutilidade prática

Não integrado Não engloba propostas concretas consistindo sobretudo em considerandos

2. A questão da integração das políticas sectoriais

O documento afirma a necessidade de integrar políticas mas, em nosso entender, é muito pouco claro em como é que vai cumprir esse objetivo. As referências a áreas como a agricultura, a floresta ou a cinegética são, de resto, bastante relativas e diminutas.

A agricultura e as políticas agrícolas podem fazer muito mais pela conservação da natureza, em quase todos os sentidos, incluindo financeiramente, do que uma política de ambiente que não tem em linha de conta, efetivamente, esta realidade, ou que a minimiza no contexto das políticas de ambiente, como de resto tem acontecido até hoje.

O que se afirma ainda tem mais razão de ser quando a preocupação do discurso assenta na valorização dos territórios, no combate à desertificação em todos os sentidos. Estes territórios são rurais ou agroflorestais e desempenham um papel essencial na conservação. Aqui sim, o paradigma tem relevância seja pelo lado da adoção e fomento de práticas compatíveis seja, em muitos casos, pela remuneração pública dos serviços prestados à gestão e conservação de bens públicos.

Por exemplo, seria estratégico determinar que o próximo PDR assumiria as áreas protegidas como planos zonais de proteção e

Já contemplado Não engloba propostas concretas consistindo sobretudo em considerandos. A proposta em consulta tem objetivos muito concretos relativamente à integração na política agrícola e de desenvolvimento rural, designadamente nos capítulos 6.4.2 e 6.4.3 e nas medidas de concretização dos objetivos 3.1 e 3.2..

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Proposta da entidade / Comentário Ponderação Fundamentação

conservação dos valores naturais, ou ainda, que a PAC assumiria uma atitude de considerar a gestão dos valores naturais como investimento e apoiar os agricultores nesta lógica e não com compensações absurdas e desincentivadoras de melhorias de gestão de habitats e espécies.

Não há na Estratégia compromissos apenas disponibilidades.

É certo que se afirma no documento que “...Um dos aspetos mais relevantes é a necessidade da existência de quadros estratégicos e programáticos, contendo conjuntos de ações estruturadas e articuladas entre si, e que permitam a otimização na mobilização de recursos financeiros necessários.” mas não se propõe em conformidade nem se tiram as ilações necessárias do postulado.

Poderíamos ser ambiciosos e com o objetivo de financiar de forma estável, integrada e suficientemente, os esforços de gestão, valorização e proteção que os valores públicos naturais necessitam de ter as seguintes metas como objetivo:

• Programar os próximos instrumentos de investimento público regional, no contexto da Parceria UE-PT, Programas Específicos de Valorização das Áreas Protegidas (considerados desde há muito ativos territoriais estratégicos, desde o tempo do PROVERE e outros) e concentrar aí, de acordo com os diferentes instrumentos de financiamento público (FEADER, FEDER, FC, etc.) os investimentos. Em 2012 isso foi proposto e de nada resultou. Resultou em complexos Programas Regionais que se transformam em listas de compras de municípios e outros, sem coordenação, às vezes em concorrência, sujeitos a critérios de curto prazo e onde a Natureza quase nunca é uma prioridade.

• Programar o próximo POSEUR, ou o que dele resultar, assente em Programas de Investimento em Conservação de Espécies ou Habitas, com pacotes orçamentais alocados e com clara identificação da liderança e das opções de cogestão em vez da espécie de mercearia existente onde a oferta é errática, as condições desajustadas ou a dispersão dos recursos elevada, diminuindo a eficiência do seu uso e gestão.

• Ter um Fundo Ambiental que saiba interpretar a necessidade de recursos, atribuir à política de conservação o que é necessário, relativizando os investimentos elevados que ainda hoje são feitos em áreas ambientais onde, manifestamente, existe uma lógica empresarial, adotando formas de cooperação com os promotores, respeitando as suas especificidades naturais e desejáveis (por exemplo as ONGA mas também outras instituições relevantes sem fins lucrativos e de interesse público)

Não integrado A ENCNB identifica os instrumentos financeiros passíveis de financiar as medidas de concretização identificadas e hierarquizadas para cada objetivo, tendo em conta o período 2014-2020, devendo ser revista em função do quadro geral de referência, incluindo financeiro a adotar para o período pós-2020.

De toda a maneira considerou-se, para o efeito, prever no capítulo 8.7 a elaboração de um Plano de Ação para a Conservação da Natureza e Biodiversidade.

É evidente que seria igualmente estratégico que assumíssemos todos a opção de equilibrar o investimento público no financiamento da conservação e não seria descabido que a Estratégia assumisse um objetivo orçamental. Por exemplo, assumir que em 2015 o Fundo Ambiental ou o que dele resultar com as mesmas origens investisse uma % em valorização, conservação e proteção da Natureza.

Não integrado Fora do âmbito desta estratégia.

Ainda nesta matéria, é importante identificar mais duas opções de financiamento da conservação da natureza, … Referimo-nos à

Não aplicável Ver abaixo

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Proposta da entidade / Comentário Ponderação Fundamentação

mobilização do investimento privado (mecenato) e ao repetido e sempre adiado “pagamento dos serviços do ecossistema”.

Sobre o mecenato:

Com medidas fiscais adequadas e razoáveis (na Estratégia esta é outra área desfavorecida) para promoção das doações, do mecenato qualificado ou do reconhecimento do investimento não produtivo de empresas com benefício fiscal (pela via dos impostos ou do crédito fiscal) poder-se-iam congregar recursos que, a somar a contribuições públicas anuais, possibilitassem, em estabilidade, de forma plurianual e com o escrutínio da sociedade civil, o financiamento da preservação de valores patrimoniais naturais em risco.

Já contemplado No objetivo 2.5 prevê-se a medida de concretização “Adotar um plano público de prioridades e metas de eliminação, reforma e phasing-out de subsídios negativos e de medidas de melhoria da aplicação de incentivos positivos”

Sobre o pagamento dos serviços do ecossistema:

Repetem-se os objetivos do mapeamento e da avaliação. Ora, se o quisermos, podemos desde já começar a fazê-lo.

Integrado Integrou-se nova medida de concretização “Desenvolver metodologias para remuneração dos serviços dos ecossistemas e sua aplicação através de do conceito de Serviços dos Ecossistemas a medidas de política com incidência no território” no objetivo 2.2.

Deveriam ser 4: apropriar, conhecer e investir para gerir melhor

(ou seja, focando o ponto da falta de financiamento adequado no

suporte à conservação da biodiversidade)

Não integrado O financiamento é instrumental e não deve ser considerado como um eixo estratégico.

É referida a importância de desenvolver as áreas marinhas protegidas, com destaque para o reforço da plataforma atlântica – atingindo 10% da área total, o que é positivo.

Deve no entanto haver uma maior referência à sua co-gestão e aos mecanismos de financiamento para uma correta gestão destas áreas.

Faz-se uma referência aos municípios, mas nada é dito sobre quem liderará os processos de cogestão. Isto deverá ser clarificado.

Já contemplado O capítulo 6.2.2 aborda a gestão do SNAC no seu todo, sem distinção entre meio marinho e meio terrestre.

A cultura de gestão colaborativa e participada é referida nesse contexto.

Nada é dito em concreto sobre quais são as intervenções prioritárias para concretizar tais objetivos.

Já contemplado Efetivamente, as medidas de concretização deste objetivo são transversais à estratégia sendo que se optou por associar ao objetivo 1.2 os momentos de avaliação que permitirão aferir de forma genérica a eficácia das referidas medidas que concorrem para a sua concretização.

Intervenções prioritárias estão nos planos do 1.3 e genericamente ao longo do documento.

É excelente que se queiram desenvolver planos de conservação específicos para raças autóctones. Mas não havendo nada de concreto, medidas reais, o que é que se vai poder fazer?

Parcialmente integrado

A proposta constante no objetivo 1.5 da ENCNB (planos de conservação para plantas cultivares e raças autóctones) constitui um primeiro passo que enquadrará as medidas a implementar.

Positivo - referência à cogestão.

Devia haver uma maior referência em termos de objetivo à inventariação dos valores naturais classificados e quais as ações de fiscalização e vigilância que devem ser realizadas e por quem de

Já contemplado Ver objetivos 1.6 e 1.7

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Proposta da entidade / Comentário Ponderação Fundamentação

forma a tornar o sistema mais eficaz e não deficitário como é hoje em dia.

Falta uma referência à sua ligação às alterações climáticas e à importância de desenvolver conhecimento no aumento da resiliência dos habitats face a este fenómeno.

Integrado Apesar de se considerar que o ponto 6.2.6 já abrange a questão, a ideia foi reforçada.

Falta detalhe quanto ao sistema em si e ao que se pretende fazer. Propomos algo que possa ser feito de forma integrada, numa lógica de paisagem por ZIF, ou PROF.

Não integrado A definir em fase de operacionalização da Estratégia.

Aqui deve ser preconizado um plano de educação ambiental desde a escola até atividades extracurriculares, criação de áreas de formação nas escolas públicas e alteração de currículos, etc.

Parcialmente integrado

Em 6.2.8 e na 1ª concretização de 1.10

Mais uma vez, insistimos em fazer mapeamentos quando eles já estão feitos…

Afigura-se-nos indispensável mudar o paradigma na avaliação dos ecossistemas e na sua integração.

A valoração duma perspetiva de comunicação é uma boa ideia, mas deve incluir-se aqui a importância da que os altos valores de conservação ou as key biodiversity areas sejam financiadas por mecanismos próprios de pagamento de serviços ambientais. Estes até poderão vir da fiscalidade verde ou do mecenato.

Integrado Antes da alteração de paradigma proposta é necessário proceder à avaliação da condição dos ecossistemas (medida de concretização do objetivo 2.1) e à estimativa do valor económico (medida de concretização do objetivo 2.2) dos serviços prestados pelos ecossistemas tal como proposto pela ENCNB.

Integrou-se nova medida de concretização “Desenvolver metodologias para remuneração dos serviços dos ecossistemas e sua aplicação através de do conceito de Serviços dos Ecossistemas a medidas de política com incidência no território” no objetivo 2.2.

… incluir benefícios fiscais às entidades que contribuam ativamente para a melhoria das Áreas Protegidas e que melhorem a capacidade de fornecer serviços ambientais, sejam por atividades de regeneração ou outras…

Já contemplado No objetivo 2.5 propõe-se “Adotar um plano público de prioridades e metas de eliminação, reforma e phasing-out de subsídios negativos e de medidas de melhoria da aplicação de incentivos positivos” que se espera que venha a determinar os benefícios fiscais a aplicar.

… aqui é fundamental considerar que os apoios da PAC têm sido direcionados para atividades agrícolas que nem sempre são as mais sustentáveis, como foi o caso do olival de regadio.

A PAC tem tido um impacto brutal, estudado e comprovado, na perda de biodiversidade, e tal deve ser acautelado na nova fase de financiamentos de até 2020.

Não integrado Comentários sem propostas suscetíveis de integração

Os PROF e os PGF são ferramentas fundamentais para concretizarmos melhores atividades práticas florestais, mas é preciso promover a gestão florestal sustentável assente numa política de ordenamento do território, que favoreça a criação de corredores de biodiversidade e de mosaicos florestais que adaptem a floresta às alterações climáticas.

Já contemplado Tal é reconhecido designadamente no objetivo 3.1 e, sectorialmente, na Estratégia Nacional das Florestas e no Regime Jurídico de Gestão e Ordenamento Florestal.

Tem que haver aqui uma clara referência às Áreas Marinhas Protegidas e à sua importância na gestão dos recursos pesqueiros.

Há uma referência à co-gestão que deve ser ressalvada nos objetivos como forma de garantir a correta gestão dos recursos pesqueiros e da concretização dos planos de conservação nas AMP.

Já contemplado Em 6.4.4, ao prever a inclusão dos ecossistemas marinhos vulneráveis na Rede Fundamental de Conservação da Natureza considera-se contemplada a referência às AMP.

A terceira medida de concretização do objetivo 3.3 é “Constituir plataformas de

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Proposta da entidade / Comentário Ponderação Fundamentação

Continua a ressaltar a falta de articulação entre o MAmb e o MMar

co-gestão da atividade da pesca em áreas marinhas protegidas”.

Ótimo. Para tal deve ser considerado também um novo objetivo: que os planos de bacia incluam critérios de sustentabilidade, em particular em áreas classificadas.

Já contemplado Considera-se integrado no objetivo 3.5, designadamente por via da medida de concretização “Assegurar que os Planos de Gestão de Região Hidrográfica integram as medidas e opções essenciais à prossecução dos objetivos de gestão relevantes das áreas incluídas no SNAC”

Deve haver uma clara referência à importância de realizarmos extensos estudos de impacto ambiental sobre as espécies do meio marinho que possam ser afetadas pela exploração de petróleo.

Existe apenas um paragrafo a referir isto, e achamos que merece mais destaque face ao grande impacto negativo que estas atividades têm sobre a biodiversidade.

Integrado Em 6.4.6

Não conhecemos o Programa Nacional de Turismo de Natureza (PNTN). O turismo em áreas classificadas necessita de uma estratégia integrada com o Turismo de Portugal, para ser promovida internacionalmente numa campanha dirigida por profissionais do sector.

Não integrado http://www.icnf.pt/portal/turnatur/ts/pntn

A infraestrutura deve ser desenvolvida numa base de compensação (offset) dos impactos sobre a biodiversidade e os serviços dos ecossistemas, pois só assim será possível garantir que pode ser desenvolvida de forma sustentável.

Naturalmente que deve evitar também passar em zonas classificadas, colocando em causa o seu estado de conservação.

Não integrado A parte da infraestrutura a desenvolver está sujeita aos mecanismos de avaliação de impacto ambiental previstos no RJAIA e é nessa sede que são definidas, nos casos em que se justificam (designadamente em RN2000), as medidas de compensação a aplicar.

É importante motivar as empresas para que incluam princípios de biodiversidade nas suas estratégias de CSR (Responsabilidade Social). Para tal devem ser incentivadas numa perspetiva de fiscalidade verde que motive as empresas a investir mais em conservação da biodiversidade.

Já contemplado O capítulo 6.4.10, designadamente no objetivo 2.5 prevê-se como medida de concretização a adoção de um plano público de prioridades e metas de eliminação, reforma e phasing-out de subsídios negativos e de medidas de melhoria da aplicação de incentivos positivos. Estes devem ser considerados de uma forma holística e não ad hoc.

Deveriam existir objetivos claros relativos à simplificação dos procedimentos nacionais para a obtenção dos fundos de financiamento de atividades de conservação.

Deveriam haver mais referências à fiscalidade verde e a como vai ser utilizada para financiar a conservação da biodiversidade.

Deve sugerir-se que o Fundo Ambiental seja utilizado para compensar quem gere bem e produz biodiversidade em esquema PES, numa lógica de envolvimento de todas as partes interessadas.

Plano de Mobilização do Investimento em Conservação da Natureza e Biodiversidade (PMICNB 2020) – não temos informações sobre o Plano, já está disponível?

Deve reforçar-se a importância das ONG na prossecução dos objetivos de desenvolvimento de cogestão e processos de gestão participativa. Deve ser clarificado o papel das ONG nestes novos modelos de gestão (bem como de que forma este trabalho poderá ser financiado).

Parcialmente integrado

Simplificação de procedimentos associados aos fundos está fora de âmbito da ENCNB.

Questões sobre fiscalidade já abordadas anteriormente.

Reforço do papel das ONG foi integrado em 8.6

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Proposta da entidade / Comentário Ponderação Fundamentação

O documento faz referência à importância das ONG no ponto 8.5.7 - O Papel dos Parceiros, no entanto, o ponto 8.6 - Principais linhas para um novo paradigma, não menciona as ONG:

No mesmo capítulo, refere que se deve aumentar a atratividade para o investimento pelas empresas e ao abrigo do mecenato, sem referir a importância que as ONG podem ter na captação e alocação destes recursos na conservação e valorização da natureza.

Para lá das entidades públicas, é muito importante que as ONG que aplicam as políticas no terreno façam parte dos conselhos consultivos e de monitorização da aplicação da estratégia.

Já contemplado Não serão criados quaisquer conselhos consultivos. A participação das ONGA, está prevista, na medida em que o fórum intersectorial integra representantes da sociedade civil

o documento não reconhece, explicitamente, que a conservação da natureza se faz, também, em áreas privadas que pertencem a alguém. Deste modo, infraestruturas como a Rede Natura 2000 ou a Rede Nacional de Áreas Protegidas só serão efetivas se se traduzirem em benefícios concretos e reais para as pessoas cujos terrenos são abrangidos por estas estruturas. É por isso essencial envolver, desde o início, as partes interessadas nestes processos através de planos de co gestão ou de gestão participativa que, serão na opinião das ONGA, um modelo a seguir e disseminar.

Já contemplado A cogestão / gestão participativa já se encontra contemplada no texto da Estratégia bem como o aprofundamento do financiamento de políticas públicas de desenvolvimento rural. Foi também integrada medida relativa ao pagamento de serviços dos ecossistemas e é reconhecido o domínio da propriedade privada no território nacional.

Falta nesta estratégia a identificação clara das necessidades e das fontes de investimento público para a sua concretização.

Já contemplado A ENCNB 2025 identifica os instrumentos financeiros passíveis de financiar as medidas de concretização identificadas e hierarquizadas para cada objetivo, tendo em conta o período 2014-2020, devendo ser revista em função do quadro geral de referência, incluindo financeiro a adotar para o período pós-2020.

De toda a maneira considerou-se, para o efeito, prever no capítulo 8.7 a elaboração de um Plano de Ação para a Conservação da Natureza e Biodiversidade.

Este é um texto muito descritivo de instrumentos e infraestruturas existentes sem, todavia, concretizar medidas e ações específicas. Apesar de ser um documento estratégico, medidas e ações deviam ser consideradas no documento.’

Já contemplado Os objetivos e respetivas medidas de concretização fazem parte da matriz estratégica constante no Anexo I da ENCNB

Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte

Proposta da entidade / Comentário Ponderação Fundamentação

Da consolidação do Sistema Nacional de Áreas Classificadas, …. e adotando os modelos de gestão mais adequados a cada situação e privilegiando a cogestão das Áreas Classificadas, que permita envolver as diferentes entidades e atores no território (Objetivo 1.1.)….

… no que se refere aos modelos de gestão (das áreas classificadas), em face da multiplicidade de atores intervenientes e da diversidade e complexidade de modelos de organização possíveis, entende-se que seria desejável um maior aprofundamento.

Não Integrado A ENCNB pretende dar um enquadramento geral aos novos modelos de gestão cujo aprofundamento/concretização deve atender às realidades particulares de cada Área Classificada e nessa medida não é suscetível de maior detalhe no contexto da ENCNB.

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Proposta da entidade / Comentário Ponderação Fundamentação

Da programação de intervenções que conduzam a uma melhoria do estado de conservação de habitas e de espécies protegidas, que reforcem a prevenção e controlo de espécies exóticas invasoras e que assegurem a conservação da diversidade genética (Objetivos 1.2. a 1.5.). Regista-se a inexistência de referências à caça e à pesca em águas interiores, que constituem pressões e ameaças para um conjunto significativo de espécies com estatuto de proteção.

Não integrado As atividades da caça e pesca têm regimes próprios e desenvolvem-se de acordo com regulamentação específica para o efeito. Nessa medida estas atividades são desenvolvidas de forma ordenada prosseguindo objetivos de sustentabilidade no uso de recursos. Apesar de se reconhecer o potencial impacto sobre espécies ameaçadas, a ENCNB aposta no reforço do exercício da vigilância e fiscalização.

… iniciativas de informação e participação pública visando melhorar a perceção do valor intrínseco do património natural, dos serviços prestados pelos ecossistemas e dos seus benefícios socio económicos (Objetivo 1.10.), que se considera ter melhor enquadramento no âmbito do Eixo 2.

Não integrado O Eixo 2 aborda o Reconhecimento do Valor numa perspetiva de avaliação e valorização do Património Natural, incidindo designadamente em questões fiscais, de mercado, económicas e não em aspetos relacionados com a comunicação e sensibilização ou de participação do público.

… propõe-se que neste eixo, (eixo 2) cujo foco é colocado na “apropriação dos valores naturais e da biodiversidade pela sociedade”,

seja integrado o Objetivo 1.10. “Aumentar a visibilidade e perceção publica do valor do património

natural e dos serviços de ecossistemas”, cujas medidas de concretização se consideram alinhadas com a recém-aprovada Estratégia Nacional de Educação Ambiental.

Não integrado O Eixo 2 aborda o Reconhecimento do Valor numa perspetiva de avaliação e valorização do Património Natural, incidindo designadamente em questões fiscais, de mercado, económicas e não em aspetos relacionados com a comunicação e sensibilização ou de participação do público.

Atentos os objetivos e medidas apresentados (no eixo 3), parece-nos que as referências aos aspetos relacionados com a apropriação pela sociedade em geral e, em particular, pelas pessoas que vivem e cuidam dos territórios, seriam mais ajustadas no âmbito do Eixo 2.

Não integrado O Eixo 2 aborda o Reconhecimento do Valor numa perspetiva de avaliação e valorização do Património Natural, incidindo designadamente em questões fiscais, de mercado, económicas.

É dada especial relevância à necessidade de aprofundar o contributo da agricultura e da silvicultura para atingir os objetivos da CN&B, quer ao nível da integração de medidas, quer da afetação de apoios comunitários para práticas agrícolas e silvícolas benéficas para o clima e ambiente (Objetivos 3.1. e 3.2.).

Contudo, considera-se que esta orientação deveria ter melhor correspondência ao nível das medidas/ações constantes da Matriz Estratégica, sugerindo-se um maior desenvolvimento dos domínios da agricultura e, sobretudo, da silvicultura, quer em termos das políticas e práticas compatíveis com a CN&B e dos instrumentos que as orientam, quer ao nível dos financiamentos que as suportem.

Já contemplado O Eixo 2 aborda o Reconhecimento do Valor numa perspetiva de avaliação e valorização do Património Natural, incidindo designadamente em questões fiscais, de mercado, económicas.

Sem propostas concretas no que respeita à sugestão de “maior desenvolvimento dos domínios da agricultura e, sobretudo, da silvicultura” pelo que se considera adequado o desenvolvimento dado ao assunto.

Entende-se que o capítulo 7 do Relatório deveria conter um texto de enquadramento da Matriz Estratégica antes da remissão para o Anexo 1.

Integrado

Será necessário fazer uma revisão global das entidades responsáveis e das intervenientes e a atualização das respetivas designações, acrónimos e siglas;

Integrado

As entidades tuteladas pela “agricultura” não têm grande relevo nas entidades intervenientes, o que parece pouco coerente com os objetivos e as medidas apresentadas.

Integrado

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Proposta da entidade / Comentário Ponderação Fundamentação

Os aqui designados “programas de execução das 25 áreas protegidas de âmbito nacional” referem-se aos programas especiais?

Parcialmente integrado

De acordo com o art.º 45.º, n2.º, alínea c) do DL 80/2015, de 14 de maio (RJIGT), os programas especiais são acompanhados por um programa de execução e plano de financiamento.

Clarificou-se o texto.

As medidas “Elaborar todos os planos de gestão ou instrumentos equivalentes para os sítios da Rede Natura 2000” e “Promover a adoção de modelos de cogestão em áreas da Rede Natura 2000”, devem surgir sequencialmente (ambas com prioridade 1) dado que se encontram fortemente interligadas.

Parcialmente integrado

As medidas de concretização referidas já têm ambas prioridade 1.

Apesar de não ter presidido uma lógica cronológica à elaboração da matriz acomodou-se a sugestão e reorganizaram-se as medidas de concretização dos objetivo.

É mencionada a “Consolidação da rede de áreas marinhas do SNAC, com uma cobertura de 10% [14%]”. Não resulta claro a que áreas marinhas sob jurisdição nacional se reporta (Mar territorial? Zona económica exclusiva?) e qual das percentagens deve ser considerada?

Recorda-se que a Agenda 2030 de Desenvolvimento Sustentável define: Até 2020, conservar pelo menos 10% das zonas costeiras e marinhas, de acordo com a legislação nacional e internacional, e com base na melhor informação científica disponível.

Integrado Aplica-se territorialmente a todo o espaço marítimo sob jurisdição nacional: coluna de água e solo do mar territorial e ZEE e solo da plataforma estendida.

Reteve-se a alternativa “Contribuir para a concretização da meta 17 de Aichi e 14.5 dos ODS através da consolidação da rede de áreas marinhas do SNAC”

Dada a prioridade assumida no texto referente à consolidação do SNAC “particularmente no mar”, considera-se que o grau de prioridade atribuído, 3, não é com ela coerente.

Integrado

Passa pela execução de “30% das intervenções prioritárias sobre espécies e habitats não incluídas em plano”, não se compreendendo a que universo se reporta, o que levanta a questão de como as quantificar.

Integrado

…propõe-se uma medida / ação para definição e aperfeiçoamento das metodologias utilizadas para o mapeamento e a avaliação dos serviços de ecossistemas, com prioridade 1, tendo presente que a Estratégia reconhece que “O mapeamento, avaliação da condição e valoração dos ecossistemas e dos serviços de ecossistemas tem sido comprovada como a metodologia mais robusta para tornar tangível a conservação da natureza e o valor da biodiversidade nos ciclos económicos, permitindo a sua efetiva integração e ponderação no quadro da gestão Política e operacional dos países”

Já contemplado O capítulo 6.3.2 faz referência à metodologia a utilizar.

…propõe-se uma medida para colmatar a falta de conhecimento sobre as espécies alvo de exploração cinegética - para as quais na situação de referência se afirma existirem “atualmente lacunas de conhecimento para a sua grande maioria, nomeadamente sobre a dimensão das populações e suas tendências (…)”, destacando a urgência em avaliar detalhadamente o seu estado de conservação.

Já contemplado Aspeto a considerar na medida de concretização “Estabelecer o Programa Nacional de Acompanhamento e Monitorização de espécies (flora e fauna) e habitats naturais” do objetivo 1.9.

… assumindo-se que o conhecimento é basilar, propõe-se que a execução do Programa Nacional de Acompanhamento e Monitorização de espécies e habitats em cinco situações piloto passe para um grau de prioridade 1, e o estabelecimento do Programa Nacional para prioridade 2.

Parcialmente integrado

O Programa Nacional de Acompanhamento e Monitorização (PNAM) terá de ser estabelecido antes de ser executado.

Alteraram-se as prioridades: 2 para o estabelecimento do PNAM e 3 para a sua execução em 5 situações piloto.

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Proposta da entidade / Comentário Ponderação Fundamentação

Reitera-se a sugestão de enquadrar o presente objetivo no Eixo 2, pelos motivos acima expostos.

Não integrado O Eixo 2 aborda o Reconhecimento do Valor numa perspetiva de avaliação e valorização do Património Natural, incidindo designadamente em questões fiscais, de mercado, económicas e não em aspetos relacionados com a comunicação e sensibilização ou de participação do público.

Merece referência o facto de a concretização de alguns Objetivos aos quais é atribuída prioridade 1. não ter definido o prazo de execução, ficando as datas “em aberto”.

Integrado

“Assegurar e promover a conservação da diversidade genética animal e vegetal”, cuja concretização é “Estabelecer um quadro de referência nacional da diversidade genética animal e vegetal, e do conhecimento associado”, nas entidades intervenientes consta, certamente por lapso, ONG.

Não integrado Considera-se ser pertinente a participação de ONG

Tendo em consideração que a Matriz identifica, na grande maioria das ações, os Municípios como entidade, quer na coluna Entidades Responsáveis, quer na de Entidades Intervenientes, fica-se na dúvida se a entidade identificada como CM corresponde a Câmaras Municipais, ou se foi, por lapso, um erro de escrita e se estava a referir a CIM (Comunidades Intermunicipais);

Integrado Referência a CM foi corrigida para Autarquias e CIM

Ao longo da matriz, verifica-se a repetição de siglas nas entidades indicadas para cada ação: -pág. 12 - Objetivo 1.8 - ação 2 (LNEG); -pág. 21 e 22 - objetivos 1, 2, 5, 6, 7 e 8 - ação 3.3 (DGRM); -pág. 28 – Objetivo 3.13 – ação 5 (APA);

Integrado

… estão em falta as entidades responsáveis e as intervenientes Integrado

Uniformizar termos ou siglas que, eventualmente, representem a mesma entidade, de que são exemplo:

• Entidades públicas setoriais e regionais / (outras) Entidades / (outras) Entidades gestoras / (outras) Entidades públicas setoriais;

• Organizações produtoras florestais / Organizações setoriais (pescadores, armadores) / Organizações setoriais (produtores, caçadores e proprietários) / Organizações setoriais (produtores, caçadores, pescadores e proprietários) / Organizações sectoriais (empresas turísticas) / Organizações setoriais (produtores e proprietários) / Organizações setoriais (produtores);

• Autoridades policiais / Autoridades policiais e aduaneiras;

• Empresas / Empresas e suas Associações / Privados.

Integrado

Confederação de Agricultores de Portugal

Proposta da entidade / Comentário Ponderação Fundamentação

Não se justificam num documento com as características de uma estratégia de médio prazo (2025) as referências circunstanciais ao governo que a promove e à sua ação presente. São diversas as caixas de texto, de teor quase propagandístico, que explicitam as decisões pontuais do governo que supostamente concretizam

Não integrado As ações políticas em curso são demonstrativas das boas práticas que se pretendem prosseguir com esta ENCNB e definem as orientações políticas existentes à data e atento às quais a

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Proposta da entidade / Comentário Ponderação Fundamentação

opções da estratégia que está em discussão pública e ainda deverá ser aprovada. Sugere-se vivamente a completa eliminação de todas as referências desta natureza.

implementação da mesma se desenvolverá.

São expressas, especialmente ao longo do primeiro capítulo, um conjunto de afirmações pouco sustentadas, ou mesmo não sustentáveis, cuja formulação conviria rever ou eliminar.

São elas:

- A reiterada afirmação da importância das áreas classificadas para o desenvolvimento das áreas economicamente deprimidas e despovoadas do interior (ex: penúltimo parágrafo da página 18); A insistência na justificação da conservação da natureza e da biodiversidade pelo papel decisivo que pode assumir na revivificação e reanimação económica das zonas do interior do país é redutora, uma vez que cerca de metade das áreas protegidas situam-se na fachada litoral do território, e de expectativa manifestamente exagerada, pois a economia do interior do país não é tão incipiente que justifique a ambição proclamada para essas regiões mediante a apropriação dos valores naturais e da biodiversidade (ex: 5º parágrafo da página 10, últimos parágrafos da página 18, entre outros).

Não integrado Não engloba propostas concretas consistindo sobretudo em considerandos. Considera-se contudo que as áreas de elevado valor natural como o são as áreas classificadas, enquanto áreas distintivas e singulares do território e do património nacional, e ainda que com investimento pouco relevante nesse sentido até à data, são fatores de desenvolvimento sustentável e de coesão territorial.

- De alguma forma associada a este aspeto, a expressão reiterada da convicção no papel salvífico do turismo para viabilizar economicamente a conservação da natureza e da biodiversidade, nomeadamente, a intervenção efetiva nos territórios das áreas protegidas. Por outro lado, em ponto nenhum do texto são considerados os efeitos deletérios do turismo na conservação dos valores naturais, culturais e monumentais. Se é verdade que o turismo se constitui muitas vezes como a chave para a recuperação e salvaguarda destes valores, não são menos aquelas em que se constitui como uma das suas principais ameaças.

Integrado Texto de 6.4.7 revisto no sentido de atenuar a importância do turismo para viabilização da conservação da natureza e biodiversidade.

- A menção privilegiada da função dos municípios da concretização da estratégia. Não só tal não constitui elemento intrínseco da estratégia, como não é acompanhada de qualquer outra referência à organização da administração para uma cabal aplicação estratégia. Mais uma vez, afigura-se-nos mais como a afirmação da ação política do governo do que o delinear dos vetores estrategos da conservação da natureza no país.

Não integrado A matriz estratégica, que consubstancia a concretização da estratégia, atribui um papel de relevo aos municípios, em particular no que respeita às opções de gestão das AP nas matérias no âmbito da sua esfera de competências.

- Algumas generalizações excessivas, como a afirmação da relevância da conservação da biodiversidade para o sequestro de carbono (3º parágrafo da página 18, antepenúltimo parágrafo da página 23, entre outros), afirmações pouco sustentadas, como as de que as alterações climáticas constituem uma das principais ameaças à biodiversidade em Portugal, sem qualquer indicador demonstrativo de que assim seja (7º parágrafo da página 9), ou da crença de que a plena concretização da ENCNB poderá reverter o ciclo de despovoamento do interior (5º parágrafo da página 10), ou mesmo inconsequentes, como “o modelo da proibição pela proibição é um paradigma do passado e para proteger não basta deixar ficar como está mês é preciso intervir de forma ativa” (a cheio, no antepenúltimo parágrafo da página 17), ou “Os ecossistemas proporcionam uma ampla gama de benefícios diretos e indiretos” (início do capítulo 4.2 Ecossistemas, página 35), ou ainda “Releva assim a importância da existência de uma planificação nacional da produção científica orientada para a colmatação das lacunas de conhecimento…” (3º parágrafo da página 54).

Não aplicável Não engloba propostas concretas consistindo sobretudo em considerandos.

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Proposta da entidade / Comentário Ponderação Fundamentação

- A referência absolutamente inaceitável num documento emanado da autoridade nacional para a conservação da natureza a menção ao declínio da população da rola-comum (página 34) associando-o a causas como a insustentabilidade da exploração cinegética ou a perda de habitats, que não se verificam em território português.

Não integrado Texto foi clarificado no capítulo 4.1.

Tendência decrescente está justificada no censo de aves comuns da SPEA e no relatório da Diretiva Aves 2008-2012.

- As referências ao papel da fiscalidade, nomeadamente, do Imposto Municipal sobre Imóveis (página 58) são de um irrealismo pueril e deveriam pura e simplesmente ser eliminadas pois em nada abonam sobre a consistência do pensamento subjacente à ENCNB.

Não integrado Não engloba propostas concretas consistindo sobretudo em considerandos

Sendo este documento uma revisão da ECNB (2001-2010) considera-se adequado uma referência um pouco mais detalhada às principais conclusões da sua avaliação e, principalmente, das propostas que consubstanciava. O capítulo 2, dedicado a este aspeto não ultrapassa uma página e meia em que nada de substantivo é dito sobre a mesma.

Não integrado Considera-se que síntese apresentada é suficiente. O Relatório Nacional de Avaliação Intercalar da Execução da Estratégia Nacional de Conservação da Natureza e da Biodiversidade e respetivas recomendações pode ser consultado em http://www.icnf.pt/portal/icnf/docref/encnb

Regista-se a menção ao Programa Operacional da Administração Pública para a Conservação e Melhoramento dos Recursos Genéticos Florestais (página 50), programa até agora desconhecido desta Confederação, mas que se louva pela sua relevância, e aproveita-se a ocasião para solicitar a sua imediata divulgação pública.

Não integrado O plano foi elaborado em parceria com o INIAV e enquadrava-se no âmbito do PDR 2020. A sua elaboração teve por base enquadrar o apoio aos recursos florestais que necessitam de estar enquadrados num “Programa Operacional da Administração Pública para a Conservação e Melhoramento dos Recursos Genéticos Florestais”

Um último comentário, ainda de âmbito genérico, para criticar a exageradamente detalhada enumeração das fontes de financiamento e de ações passíveis de apoio. A extensão e detalhe desta enumeração é contraproducente e mesmo um pouco ridícula, ao dar a ideia de que se pretende acrescentar volume de texto ao documento. Por outro lado, sendo o horizonte temporal da estratégia 2025 não se justifica uma tão grande preocupação com o financiamento vigente até 2020.

Não integrado A ENCNB identifica os instrumentos financeiros passíveis de financiar as medidas de concretização identificadas e hierarquizadas para cada objetivo, tendo em conta o período 2014-2020, devendo ser revista em função do quadro geral de referência, incluindo financeiro, a adotar para o período pós-2020.

Existindo já um Plano de Conservação para as raças autóctones cuja responsabilidade cabe à DGAV, não se compreende porque se menciona a elaboração deste Plano como sendo uma das Ações a concretizar para alcançar o objetivo da ENCNB “1.5. Assegurar e promover a conservação da diversidade genética animal e vegetal.”

Integrado Alterada a medida de concretização “Estabelecer um plano de conservação das raças autóctones”

A avaliação do impacto dos incentivos e subsídios na conservação da biodiversidade não se enquadra no âmbito das políticas de Fiscalidade Verde.

No caso da agricultura, a definição dos principais instrumentos de política depende diretamente de regulamentação europeia, pelo que não faz sentido equacionar a prioridade da sua aplicação ou alteração, num plano nacional.

Não integrado Não só faz todo o sentido, como decorre da Estratégia da Biodiversidade da UE procurar uma aplicação coerente dos sistemas de incentivos e subsídios, designadamente os atribuídos no âmbito da PAC, com os objetivos de conservação e utilização sustentável da biodiversidade.

A CAP concorda que as atividades agrícola e silvícola são pilares fundamentais para a conservação da natureza, a gestão que realizam numa larga percentagem do território é crucial para a manutenção da larga maioria dos ecossistemas terrestres.

Desta forma, o abandono destas atividades vai levar a degradação e perda de recursos naturais. Assim, na opinião da CAP, é urgente travar este abandono, criando condições para a melhoria da sua

Integrado

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Proposta da entidade / Comentário Ponderação Fundamentação

rentabilidade económica nas zonas mais deprimidas, já que a reversão do abandono é um caminho muito mais estreito e com menor probabilidade de sucesso. Nestas circunstâncias, tão importante como a existência de uma ponderação do impacto das políticas públicas no domínio da agricultura sobre as espécies, é o reconhecimento por parte da política de conservação da natureza da necessidade de se assegurar a viabilidade económica das atividades responsáveis pela gestão da maioria dos ecossistemas das quais muitas espécies depende de forma vital.

Assim sendo, a CAP considera imprescindível que esta problemática esteja refletida na ENCNB, já que muitas vezes é a própria política de conservação da natureza a criar entraves inúteis ao desenvolvimento da atividade agrícola, precisamente em regiões onde ela é mais importante para a manutenção do ecossistema.

Tendo em conta a fase do período de programação em que nos encontramos, não é percetível como pretende a Administração vir a alcançar o aprofundamento do “contributo da agricultura para os objetivos de conservação da natureza e biodiversidade”, já que os apoios PAC mencionados estão já definidos e implementados e não é mencionada qualquer estratégia para integrar este objetivo na reforma da PAC pós-2020.

Não integrado A reforma da PAC pós-2020 decorrerá no contexto mais vasto da negociação do quadro financeiro plurianual pós-2020. Será nessa sede que a Administração deverá aprofundar o “contributo da agricultura para os objetivos de conservação da natureza e biodiversidade”

Reduzir o foco à "elaboração ou revisão de planos de gestão e exploração dos recursos aquícolas ou de outros documentos reguladores da pesca" parece ser um objetivo redutor e desviado daquilo que se esperaria da ENCNB.

Em vez de privilegiar os objetivos de qualidade, num clima mediterrânico, deveria ser dada maior importância ao combate à seca e à escassez de água.

O aprovisionamento de água é essencial não apenas para o consumo humano e industrial, mas também para a agricultura.

Já contemplado O ponto 6.4.5 abrange as questões da quantidade da água no sentido em que se refere a necessidade de “aplicação integrada e coordenada das políticas de gestão de qualidade (incluindo quantidade) da água e de promoção e gestão dos ecossistemas, espécies e habitats dependentes das massas de água”. Consequentemente o objetivo 3.5 preconiza que os Planos de Gestão de Região Hidrográfica integrem as medidas e opções essenciais à prossecução dos objetivos de gestão relevantes das áreas incluídas no SNAC.

É extremamente preocupante que ao enunciar-se as principais linhas para o desenvolvimento do novo paradigma, se considere o turismo de natureza como a única atividade económica cujo desenvolvimento é associado à conservação da natureza, esquecendo -se os sectores que se encontram a montante e que asseguram a existência dos valores naturais que estão na base deste tipo de atividade turística.

De facto, são os agricultores e os produtores florestais que permitem, pela gestão do território que asseguram, o desenvolvimento de atividades como o turismo e a caça, esta última fruto da gestão cinegética assegurada pelos proprietários florestais.

As restantes atividades económicas, que podem e devem desenvolver-se nestes territórios não intervêm diretamente sobre as áreas abrangidas, ou seja, não gerem o território à mesma escala, pelo que o seu impacto, nestes termos, é reduzido, tanto em termos de paisagem como de ordenamento do território.

Sendo, a agricultura e a silvicultura, as únicas atividades económicas capazes de gerir um território à escala da paisagem, é necessário, antes de mais, assegurar a rentabilidade deste tipo de atividades para que, sobre a paisagem por elas construída, se desenvolvam e

Parcialmente integrado

Em 8.6 o turismo da natureza é referido a título de exemplo como uma das atividades com maior potencial de crescimento e geradoras de receita nas áreas classificadas.

A importância da agricultura e da silvicultura para a biodiversidade e conservação da natureza estão refletidas nos pontos 6.4.2 e 6.4.3 e respetivos objetivos 3.1. e 3.2.

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Proposta da entidade / Comentário Ponderação Fundamentação

adquiram cada vez mais importância todas as restantes atividades baseadas no património material e imaterial específico de cada território.

Conselho Consultivo do Instituto da Conservação da Natureza e Florestas

Proposta da entidade / Comentário Ponderação Fundamentação

É excessiva a referência inicial às medidas programáticas e de política conjuntural do Governo, que não se adequam num instrumento de caracter estratégico que perdurará para além da atual legislatura

Não integrado As ações políticas em curso são demonstrativas das boas práticas que se pretendem prosseguir com esta ENCNB e definem as orientações políticas existentes à data e atento às quais a implementação da mesma se desenvolverá.

Constata-se o empolamento na valorização do património natural como forma de incentivar o desenvolvimento e ultrapassar as dificuldades do interior do país

Não integrado Não engloba propostas concretas consistindo sobretudo num considerando

Releva-se a ausência de um envelope financeiro claro e definido em cada fonte de financiamento para implementar as ações previstas em cada eixo da ENCNB, bem como das medidas de incentivo que levem o mercado a investir em bens imateriais

Não integrado Apesar de não quantificadas, foram identificadas e hierarquizadas as principais necessidades e respetivas fontes de financiamento.

É opção não incluir (e condicionar) na revisão da estratégia uma avaliação de as necessidades de financiamento e um planeamento plurianual das despesas, sem prejuízo de tal se vir a revelar necessário para a sua execução, ainda que em subperíodos da sua vigência e tendo em conta que esta estará repartida em dois quadros financeiros plurianuais, o 2º dos quais estará ainda em início de negociação em 2017/2018.

De toda a maneira considerou-se, para o efeito, prever no capítulo 8.7 a elaboração de um Plano de Ação para a Conservação da Natureza e Biodiversidade.

No capítulo da apropriação dos valores, tendo presente que a política de conservação da natureza cruza com todas as outras políticas setoriais, nomeadamente a política fiscal, as referências aos diferentes setores e atividades económicas carecem de maior desenvolvimento no documento, em particular no que se refere aos incentivos concretos à dinamização empresarial no SNAC, e às atividades compatíveis com os objetivos da estratégia, capazes de contribuir para valorizar o património e gerar emprego

Não integrado Considera-se que os principais setores estão suficientemente desenvolvidos sob o ponto 6.4 e de forma adequada no contexto de documento Estratégico.

A conservação da natureza e da biodiversidade é assumida como um bem económico, sendo de realçar como positiva a referência ao capital natural, no entanto estão pouco desenvolvidos os aspetos concretos, relacionados com os serviços dos ecossistemas e remuneração dos benefícios coletivos da conservação em favor daqueles que suportam os respetivos custos (indivíduos e setores)

Integrado Os objetivos 2.1 e 2.2 integram as concretizações “Mapear e avaliar à escala nacional os ecossistemas e os serviços considerados mais relevantes de acordo com uma abordagem metodológica a definir” e “Estimar o valor económico dos principais serviços dos ecossistemas a nível nacional”.

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Proposta da entidade / Comentário Ponderação Fundamentação

Integrou-se nova medida de concretização “Desenvolver metodologias para remuneração dos serviços dos ecossistemas e sua aplicação através de do conceito de Serviços dos Ecossistemas a medidas de política com incidência no território” do objetivo 2.2.

Em face da importância do mar no contexto da biodiversidade, a ENCNB tem pouca informação e objetivos relacionados com a componente marinha, reforçando-se a necessidade de cumprir o objetivo de constituição da Rede Nacional de Áreas Marinhas Protegidas

Já contemplado A estratégia prevê o aumento de áreas marinhas classificadas, componente do território onde existe ainda uma insuficiente cobertura por áreas classificadas, de âmbito nacional, o que está diretamente relacionado com a constituição da Rede Nacional de Áreas Marinhas Protegidas. Considera-se ainda haver um equilíbrio razoável de abordagem entre as componentes terrestre e marinha, atento às suas especificidades e contexto, não sendo apresentadas concretizações de lacunas.

A criação de áreas marinhas está prevista numa concretização do objetivo 1.1 “Contribuir para a concretização da meta 17 de Aichi e 14.5 dos ODS através da consolidação da rede de áreas marinhas do SNAC”

Conselho Nacional do Ambiente e do Desenvolvimento Sustentável

Proposta da entidade / Comentário Ponderação Fundamentação

… Da interação destes 3 eixos resultam a Ambição e a Visão, consubstanciadas num ciclo de melhoria contínua (aqui designado por ciclo virtuoso) resultando num objetivo final de: Alcançar o bom estado de conservação do património natural até 2050, assente na progressiva apropriação do desígnio da biodiversidade pela sociedade, por via do reconhecimento do seu valor, para o desenvolvimento do país e na prossecução de modelos de gestão mais próximos do território.

Seria aqui de incluir a valorização do Património Natural também como meio de melhorar as condições de vida das populações nesses territórios, em linha com a preocupação expressa de abordar a problemática do despovoamento.

Já contemplado Visão já é suficientemente extensa, e o conceito proposto está subjacente na segunda parte da visão

Certamente por lapso a proposta não refere a questão dos impactos das alterações climáticas sobre a biodiversidade em Portugal na atualidade e no futuro, ou a necessidade de por em prática medidas de adaptação. O CNADS considera que é essencial haver uma coordenação institucional entre o ICNF e a APA, como instituição responsável pela implementação da Estratégia Nacional de Adaptação às Alterações Climáticas (ENAAC 2020).

Já contemplado Considera-se que a relação alterações climáticas/biodiversidade é adequadamente evidenciada nas medidas de concretização “Iniciar a execução de 50% das medidas de adaptação às alterações climáticas relativas a espécies e habitats dulciaquícolas e costeiros” do objetivo 1.3, “Determinar o elenco de espécies de ecossistemas costeiros e dulciaquícolas, com vulnerabilidade significativa às alterações climáticas”

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Proposta da entidade / Comentário Ponderação Fundamentação

do objetivo 1.8 e “Integrar a componente de adaptação da biodiversidade às alterações climáticas em todas as políticas relevantes e instrumentos de planeamento” do objetivo 3.13

Acresce que a colaboração institucional entre ICNF, APA e demais autoridades e stakeholders está consolidada no âmbito da aplicação da ENAAC

As alterações climáticas estão a aumentar o risco meteorológico de incêndio florestal em todo o sul da Europa e em particular em Portugal, sendo muito provável que esta tendência se agrave no futuro. É, pois, necessário ordenar e gerir as nossas florestas de forma adaptada às novas condições climáticas.

Não integrado Este assunto é abordado na ENF, no âmbito dos diversos processos e diplomas do regime florestal e na ENAAC do sector florestas

Também no mar, os efeitos das alterações climáticas estão a induzir alterações significativas nas comunidades marinhas e a migração para latitudes mais setentrionais de muitas populações. A resposta a estes fenómenos deve ser incluída numa estratégia de conservação através da criação de uma rede representativa, ecologicamente coerente e funcional de áreas marinhas protegidas que aumentem a resiliência das comunidades marinhas às alterações climáticas.

Parcialmente integrado

Considera-se que a relação alterações climáticas/biodiversidade é adequadamente evidenciadas nas medidas de concretização “Iniciar a execução de 50% das medidas de adaptação às alterações climáticas relativas a espécies e habitats dulciaquícolas e costeiros” do objetivo 1.3, “Determinar o elenco de espécies de ecossistemas costeiros e dulciaquícolas, com vulnerabilidade significativa às alterações climáticas” do objetivo 1.8 e “Integrar a componente de adaptação da biodiversidade às alterações climáticas em todas as políticas relevantes e instrumentos de planeamento” do objetivo 3.13.

A criação de áreas marinhas está prevista numa concretização do objetivo 1.1 “Contribuir para a concretização da meta 17 de Aichi e 14.5 dos ODS através da consolidação da rede de áreas marinhas do SNAC”.

No que respeita especificamente à biodiversidade, o Relatório sobre esse sector realizado no âmbito da 1ª fase da ENAAC e datado de 22 de março de 2013 contém um conjunto de medidas de adaptação que urge começar a por em prática, especialmente nas áreas classificadas mais vulneráveis à mudança climática.

Não Integrado Considera-se que a relação alterações climáticas/biodiversidade é adequadamente evidenciada nas medidas de concretização “Iniciar a execução de 50% das medidas de adaptação às alterações climáticas relativas a espécies e habitats dulciaquícolas e costeiros” do objetivo 1.3, “Determinar o elenco de espécies de ecossistemas costeiros e dulciaquícolas, com vulnerabilidade significativa às alterações climáticas” do objetivo 1.8 e “Integrar a componente de adaptação da biodiversidade às alterações climáticas em todas as políticas relevantes e

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Proposta da entidade / Comentário Ponderação Fundamentação

instrumentos de planeamento” do objetivo 3.13.

A ENAAC é o instrumento de integração da biodiversidade na ação climática de adaptação e seria redundante replicá-lo na ENCNB

Neste contexto, e não sendo de prever que o ICN(F) adquira o estatuto de laboratório de estado a curto prazo, seria crucial, à semelhança do que ocorre noutros setores, o estabelecimento de parcerias contratuais plurianais com instituições do Sistema Científico e Tecnológico Nacional que permitissem, por um lado, colmatar as lacunas existentes e, por outro, assegurar a necessária monitorização, baseada em cadernos de encargos definidos pela Autoridade Nacional e em necessária articulação com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, nomeadamente a Fundação para a Ciência e a Tecnologia.

Já contemplado O conhecimento tem um objetivo próprio “1.8. Reforçar a investigação e inovação orientada para as prioridades de política de conservação da natureza, incluindo para a colmatação de lacunas de conhecimento de base” Além disso é ainda referido em concretizações de vários objetivos.

Por fim, o CNADS pronunciou-se por diversas vezes em anteriores Pareceres e Reflexões sobre a inadequabilidade do atual Regime Jurídico da Conservação da Natureza e Biodiversidade à almejada gestão de proximidade, pelo que não seria desadequado que a ENCNB assumisse como objetivo claro a sua revisão, quiçá num contexto mais vasto e de base legal, que promovesse um amplo consenso político e social.

Já contemplado O objetivo 1.6 prevê “Rever o Regime Jurídico da Conservação da Natureza e Biodiversidade (Decreto-Lei n.º 142/2008, de 24 de julho na sua redação atual), incluindo nomeadamente a colmatação das lacunas regulamentares que assegurem um regime coerente de conservação do património geológico”

CNADS reforça também a prioridade ao combate às espécies invasoras, em particular as plantas, tais como a mimosa, a acácia, a cortaderia, a tradescância, o chorão das dunas e a hakea, entre outras. Da mesma forma, deverá esta componente estar devidamente enquadrada em programas de monitorização de longo prazo, conforme já referido, que possam atestar da eficácia das ações na conservação das espécies, recuperação e gestão de habitats.

Já contemplado O objetivo 1.4. prevê “Reforçar a prevenção e controlo de espécies exóticas invasoras a nível nacional e no quadro da União Europeia”

Recomenda-se, pois, o desenvolvimento de um Programa Nacional de Visitação de Áreas Protegidas, devidamente integrado com o setor turístico, a criação das necessárias infraestruturas, assegurando-se, simultaneamente, que o Programa Nacional de Visitação de Áreas Protegidas seja devidamente integrado com o sector turístico, nomeadamente, incorporando-se nas suas estratégias de médio-longo prazo.

Esta estratégia de visitação turística requer, em simultâneo, ações de caráter local envolvendo as várias coletividades que operam a nível local em atividades de perfil mais educacional e de aprendizagem, multiplicando e criando sinergias mobilizadoras de um leque diversificado de utilizadores. Esta faceta aproxima-se da perspetiva de uma comunicação de ciência de forma mais direta e mobilizadora, através de ações de “hands on”.

Já contemplado O objetivo 3.8. Promover a oferta e

qualificação dos serviços no domínio do

Turismo da Natureza, que concorram

para a gestão sustentável dos

territórios e salvaguardem o

património natural e identidade

cultural, em particular a medida de

concretização “Qualificar o património

edificado, as infraestruturas e os

espaços de uso coletivo em áreas

classificadas “, contribui para o

aumento da visitação das áreas

Protegidas.

Por seu lado, o Programa Nacional de

Turismo da Natureza, visa, entre os

seus objetivos, “promover projetos e

ações públicas e ou privadas que

contribuam para a adequada visitação

das áreas classificadas, através da

criação de infraestruturas,

equipamentos, produtos e serviços”,

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Proposta da entidade / Comentário Ponderação Fundamentação

com medidas de concretização

associadas.

A Marca, a Natural.PT potencia a existência de uma rede de destinos turísticos, baseada em produtos e serviços associados à Rede Nacional de Áreas Protegidas (RNAP). Aumentar a visibilidade destes territórios e dos seus produtos, pela criação de instrumentos promocionais agregadores da oferta territorial permite um aumento de número de visitantes.

É prioritário que as Áreas Classificadas (Áreas Protegidas, de Rede Natura 2000 – SIC e ZPE, Reservas Biogenéticas, entre outras) desempenhem também a função central de educação ambiental (de promoção do seu património natural, paisagístico, geomorfológico e cultural) dirigida aos seus residentes, visitantes e ao público no geral, com estratégias próprias, valorização das infraestruturas existentes e procura de novas soluções.

A este nível, e no caso específico das áreas protegidas, todas elas deveriam estar munidas de centros de interpretação/informação funcionais e abertos ao público. Estes centros deveriam ser infraestruturas centrais na relação entre as áreas protegidas e o sistema de ensino (escolas) que se encontram na sua área de influência, onde os alunos (e professores) poderiam deslocar-se em visitas de estudo e no âmbito de projetos e parcerias.

Já contemplado Previsto em parte na concretização do objetivo 3.8 “Qualificar o património edificado, as infraestruturas e os espaços de uso coletivo em áreas classificadas.” e no objetivo “1.10 Aumentar a visibilidade e perceção pública do valor do património natural e dos serviços de ecossistemas”

De uma forma mais abrangente, reconhecendo o papel estratégico dos media na formação e informação da opinião pública, os media de serviço público, da TV à Rádio, devem ser envolvidos na criação e emissão de programas e espaços dedicados à conservação da natureza e da biodiversidade (ao património natural português), incluindo as áreas classificadas (sem esquecer a abordagem das sua importância, dificuldades e problemas) e em ‘horário nobre’. Neste domínio também deveria desenvolver-se a participação de órgãos de comunicação social privados, nomeadamente de TV (com contributos no âmbito da responsabilidade ambiental das empresas).

Parcialmente integrado

A medida de concretização “Desenvolver três iniciativas de âmbito nacional de promoção do património natural por ano” do objetivo 1.10 passou a integrar referência aos órgãos de comunicação social enquanto entidades intervenientes.

Pese embora seja reconhecida de há muito a necessidade de desenvolvimento de uma Rede Nacional de Áreas Marinhas Protegidas, focada em diversíssimos documentos, desde a anterior ENCNB, à Estratégia Nacional para o Mar e ao Programa Nacional da Política de Ordenamento do Território (PNPOT), a verdade é que tal não saiu do papel, pouco se tendo evoluído desde 1998, situação que se considera insustentável face à imagem e ao compromisso externos em matéria de política para o mar.

Já contemplado A criação de áreas marinhas está prevista numa concretização do objetivo 1.1 “Contribuir para a concretização da meta 17 de Aichi e 14.5 dos ODS através da consolidação da rede de áreas marinhas do SNAC”

Recomenda-se, portanto, o lançamento de um Programa de Identificação e Cartografia da Biodiversidade Marinha e a criação de uma rede nacional representativa e ecologicamente coerente de áreas marinhas protegidas, com a necessária articulação entre o Ministério da Defesa Nacional, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, o Ministério do Ambiente e o Ministério do Mar, assegurando simultaneamente o envolvimento das Universidades e Centros de Investigação ligados ao Mar.

Parcialmente integrado

Abordam-se de forma genérica em 6.2.6 as lacunas de conhecimento e as necessidades de investigação e inovação. O programa de investigação e inovação previsto como medida de concretização do objetivo 1.8 dá enquadramento ao Programa de Identificação e Cartografia da Biodiversidade Marinha e a outros que se revelem prioritários.

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Proposta da entidade / Comentário Ponderação Fundamentação

A articulação interministerial é matéria a considerar em fase de execução da Estratégia

(…) é crucial a integração dos valores de bens e serviços de ecossistema em sede dos diferentes sectores da Economia e Finanças, recomendando-se a criação de um grupo de trabalho que possa, a curto prazo, apresentar e aplicar a necessária proposta metodológica, seguindo as melhores práticas internacionais já em desenvolvimento

Parcialmente integrado

Os objetivos 2.1 e 2.2 integram as concretizações “Mapear e avaliar à escala nacional os ecossistemas e os serviços considerados mais relevantes de acordo com uma abordagem metodológica a definir” e “Estimar o valor económico dos principais serviços dos ecossistemas a nível nacional”.

Integrou-se nova medida de concretização “Desenvolver metodologias para remuneração dos serviços dos ecossistemas e sua aplicação através de do conceito de Serviços dos Ecossistemas a medidas de política com incidência no território” do objetivo 2.2.

Urge, pois, criar um pacote fiscal associado ao Património Natural, quer pelo lado da receita, quer pelo lado dos incentivos ao nível municipal e empresarial, recomendando-se a criação de uma equipa de missão mista entre o Ministério do Ambiente e o Ministério das Finanças que possa apresentar uma proposta concreta a integrar no próximo Orçamento de Estado. Recorde-se que tem o CNADS alertado sucessivamente para um entendimento político alargado sobre os mecanismos de sustentabilidade financeira das políticas de conservação da natureza, dos quais a fiscalidade é certamente um dos pilares.

Integrado Foi integrada uma nova medida de concretização “Identificar e operacionalizar um pacote de incentivos fiscais adequados à conservação da natureza e biodiversidade” no objetivo 2.4

Recomenda-se, portanto, a valorização dos serviços ambientais e a ampliação de medidas silvo‐ambientais capazes de compensar esses serviços.

Parcialmente integrado

O objetivo 2.2 integra na sua primeira concretização a estimativa do valor económico dos principais serviços dos ecossistemas a nível nacional que deverá constituir, após mapeamento, o enquadramento para a definição de medidas como a sugerida no comentário.

O CNADS reforça a sua posição de reconstituição das equipas de Sapadores Florestais com intervenção direta no sistema de vigilância das AP, remetendo ainda para o referido parecer os aspetos relacionados com a fitossanidade e o combate às espécies exóticas como peças fulcrais de salvaguarda do património florestal.

Não aplicável Sem enquadramento ao nível da Estratégia

…a atual proposta é omissa na valorização da Agricultura Biológica, a merecer prioridade no SNAC e na própria certificação específica como produtos oriundos de AP, constituindo uma marca distintiva e potencialmente geradora de mais-valias em mercados específicos.

Não integrado Previsto indiretamente na concretização “Aumentar o número de produtos e serviços reconhecidos como Natural.pt” do objetivo 3.11.

…chama-se a atenção para a necessidade de revisão da metodologia de Avaliação Ambiental Estratégica a aplicar em meio marinho, a produção de normas de referência para AIA de projetos em meio marinho (inexistente em Portugal)

Já contemplado A metodologia de Avaliação Ambiental Estratégica aplica-se indiferenciadamente nos meios terrestre e marinho.

Previsto no objetivo “ 3.14. Atualizar o Regime Jurídico de Avaliação de Impacte Ambiental”

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Proposta da entidade / Comentário Ponderação Fundamentação

e de normas de referência para Planos de Gestão de AMP. Recomenda-se, ainda, que sejam estabelecidas metas precisas para que todas as AMP tenham Planos de Gestão eficazes.

Já contemplado Para as AMP com tipologia RNAP o objetivo 3.13 prevê como uma das suas medidas de concretização “Elaborar os Programas Especiais de Ordenamento do Território das áreas Protegidas de âmbito nacional, reconduzindo os atuais Planos Especiais” até 2020. Os programas especiais integrarão um programa de execução (Objetivo 1.1).

Para as AMP com tipologia RN2000, a elaboração dos planos e gestão dos sítios está prevista no Objetivo 1.1

(Águas interiores) O CNADS realça a necessidade de se completar e tornar eficazes os instrumentos de ordenamento e gestão destes sistemas e atingir as metas de boa qualidade ecológica como garante da conservação da biodiversidade.

Já contemplado Previsto nas medidas de concretização do objetivo “3.5. Garantir a utilização sustentável dos recursos em águas interiores e sistemas fluviais”

…o CNADS reforça a necessidade de se encontrar a justa compensação ambiental em favor da conservação da natureza associada à instalação de infraestruturas em Áreas Protegidas, em particular Centrais Eólicas e Redes Elétricas. Matéria em que nitidamente se avançou pouco. Recomenda-se a introdução específica deste objetivo no quadro das diversas fontes de financiamento da Conservação da Natureza.

Parcialmente integrado

Medidas de compensação ambiental decorrentes de procedimentos e obrigações legais não são consideradas fontes de financiamento no contexto desta ENCNB.

---reforça-se a urgência de implementar efetivamente o Programa Nacional de Turismo de Natureza, incompreensivelmente estagnado há mais de uma década, integrando uma estratégia mais alargada para o Turismo nacional, nomeadamente, ao nível da sua promoção e articulação com o setor privado.

Já contemplado O Programa Nacional de Turismo de Natureza foi alterado e republicado pelo Decreto-Lei n.º 242/2015, de 15 de outubro, tem um conjunto de medidas de concretização associadas aos objetivos 3.8 e 3.11 que visam precisamente a dinamização do PNTN.

O CNADS recomenda ao Governo a criação de uma equipa de missão mista entre o Ministério do Ambiente e o Ministério da Economia que, no mais curto prazo de tempo possível, relance o programa colmatando as conhecidas lacunas operacionais e estruturais, para que este sector, vital tanto para o direito ao usufruto, como à própria geração de receitas e criação de emprego de base local, seja a realidade prometida.

Não aplicável Sem enquadramento ao nível da Estratégia

a ENCNB deve ser mais ambiciosa e apostar na Bioprospecção e respetiva regulamentação, em particular no Sistema Nacional de Áreas Classificadas (SNAC).

Já contemplado O objetivo 3.9 prevê que se avalie o impacto da regulação do acesso aos recursos genéticos e do estabelecimento de medidas adicionais de cumprimento do Protocolo de Nagóia, o que se considera fundamental para determinar a pertinência da regulação do acesso aos recursos genéticos.

Em suma, o CNADS recomenda fortemente que se sigam as orientações da União Internacional para Conservação da Natureza (UICN) sobre a sustentabilidade económica das AP, que se criem os respetivos planos de negócio e que se estimulem as atividades económicas compatíveis com a Conservação da Natureza. Mais se sugere, pela sua importância estruturante no designado “Ciclo Virtuoso”, que este objetivo constitua, quiçá um 4º Eixo autónomo da Estratégia em debate ou que, pelo menos, seja adequadamente desenvolvido na componente de valorização do património natural.

Não integrado A sustentabilidade económica das AP é abordada de forma transversal à estratégia e entende-se que não justifica a criação de um eixo autónomo para o efeito.

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Proposta da entidade / Comentário Ponderação Fundamentação

Nesta matéria, a posição do CNADS é clara na recomendação ao Governo: a reversão e revogação das disposições legais que transformam os PEOT em programas, por ser manifestamente ineficaz e contraproducente, mantendo a figura do POAP, à semelhança, aliás, do previsto na Lei nº 31/2014, de 30 de maio, para os Planos Regionais de Ordenamento Florestal (PROF). Tal não prejudica, por exemplo, que as normas urbanísticas previstas nos PEOT sejam vertidas em PDM, por forma até a evitar redundâncias de análise.

Não aplicável Sem enquadramento ao nível da Estratégia

não é apresentado um quadro concreto de financiamento à semelhança da anterior ENCNB. O CNADS recomenda que essa concretização seja feita, relacionada com projetos concretos e elaborada em função das prioridades definidas. Seria aliás proveitoso que se identificassem nas diversas fontes de financiamento citadas os envelopes, plafonds ou linhas específicas dedicados à Conservação da Natureza.

Integrado Apesar de não quantificadas, foram identificadas e hierarquizadas as principais necessidades e respetivas fontes de financiamento.

É opção não incluir (e condicionar) na revisão da estratégia uma avaliação de as necessidades de financiamento e um planeamento plurianual das despesas, sem prejuízo de tal se vir a revelar necessário para a sua execução, ainda que em subperíodos da sua vigência e tendo em conta que esta estará repartida em dois quadros financeiros plurianuais, o 2º dos quais estará ainda em início de negociação em 2017/2018.

De toda a maneira considerou-se, para o efeito, prever no capítulo 8.7 a elaboração de um Plano de Ação para a Conservação da Natureza e Biodiversidade.

Por fim, o CNADS regista que o documento realça a necessidade de mudança de paradigma no que se refere ao modelo gestão das AP, em particular com o retomar de uma gestão de proximidade, envolvendo municípios como ator chave, bem como outros parceiros, em particular entidades do Sistema Científico e Tecnológico Nacional e ONGA.

Contudo, seria útil assumir o compromisso de se avaliarem previamente os diferentes modelos de gestão, a par das linhas orientadoras para o desenvolvimento de base dos clusters económicos a promover em função da natureza de cada AP, como elementos indissociáveis do modelo de gestão global do SNAC.

Não integrado Os objetivos e concretizações previstos na estratégia relativos aos modelos de gestão partilhada e co-gestão têm implícita a avaliação das experiências a concretizar, como aliás revela a experiência intitulada como piloto no PNTI

Esta a primeira recomendação: a identificação, sistematização e calendarização concreta dos recursos financeiros para a sua implementação, em função dos objetivos e prioridades expostos.

Integrado Ver acima

CNADS reforça vivamente a sua já exposta posição de reversão e revogação das disposições legais que transformam os PEOT em programas, por ser manifestamente ineficaz e contraproducente, mantendo a figura do POAP, sem prejuízo de as normas urbanísticas previstas nos PEOT serem vertidas em PDM. O CNADS apela assim ao mais amplo consenso político na prossecução desta recomendação.

Não aplicável Ver acima

Recomenda o CNADS uma metodologia de estabelecimento de parcerias contratuais plurianais com instituições do Sistema Científico e Tecnológico Nacional, em articulação com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, que permitam colmatar as

Já contemplado O objetivo 1.8 prevê a definição um programa de investigação e inovação.

O eventual estabelecimento da metodologia proposta é matéria a

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Proposta da entidade / Comentário Ponderação Fundamentação

lacunas de conhecimento existentes e assegurar a necessária monitorização.

ponderar em fase de operacionalização da Estratégia

Urge, ainda neste contexto, a avaliação de eficácia das AP (PAME), recomendando-se que se prossigam as orientações da UICN e da CBD bem como o cumprimento dos compromissos internacionais estabelecidos nesta componente.

Parcialmente integrado

Nova medida de concretização do objetivo 1.1 sobre avaliação de eficácia das AP e respetiva atualização de texto no ponto 6.2.2. As metodologias serão definidas em fase de operacionalização da estratégia. O cumprimento dos compromissos internacionais já é objeto de relatórios.

No que concerne à fiscalidade, considera-se essencial que, para além dos incentivos a nível municipal, sejam desenvolvidos mecanismos de incentivo fiscal ao setor empresarial que invista e crie emprego, em particular nas Áreas Protegidas11.

Integrado Nova medida de concretização “Identificar e operacionalizar um pacote de incentivos fiscais adequados à conservação da natureza e biodiversidade” no objetivo 2.4

David Guégués

Proposta da entidade / Comentário Ponderação Fundamentação

Abolir o defeso e tamanho mínimo das espécies introduzidas ainda abrangidas por estas medidas nomeadamente achigã, carpa e pimpão. Proibir ainda a devolução de animais vivos e repovoamentos com as referidas espécies. Dado o interesse económico das mesmas excetuar as zonas de pesca concessionadas potencializando as receitas das mesmas.

Não aplicável Sem enquadramento na ENCNB

David Travassos

Proposta da entidade / Comentário Ponderação Fundamentação

É prioritário que as Áreas Classificadas (Áreas protegidas, de Rede Natura 2000 – SIC e ZPE, Reservas Biogenéticas, entre outras) desempenhem também a função central de educação ambiental (de promoção do seu património natural, paisagístico, geomorfológico e cultural) dirigida aos seus residentes e visitantes, e ao público no geral, com estratégias próprias, valorização das infraestruturas existentes e procura de novas soluções.

A este nível, e no caso específico das áreas protegidas, todas deveriam estar munidas de centros de interpretação / informação...

Estes centros deveriam ser infraestruturas centrais na relação entre as áreas protegidas e o sistema de ensino (escolas) que se encontram na sua área de influência, …

Já contemplado Ver objetivo 3.8

De uma forma mais abrangente, e reconhecendo o papel estratégico dos media na formação e informação da opinião pública, os media que são propriedade do Estado, da TV à Rádio, devem ser envolvidos na criação e emissão de mais programas e espaços dedicados à conservação da natureza e da biodiversidade (ao património natural português), incluindo as áreas classificadas (sem esquecer a abordagem das sua importância, dificuldades e problemas) e em ‘horário nobre’.

Parcialmente integrado

A medida de concretização “Desenvolver três iniciativas de âmbito nacional de promoção do património natural por ano” do objetivo 1.10 passou a integrar referência aos órgãos de comunicação social enquanto entidades intervenientes.

Reverter e revogar as disposições legais que transformam os 'Planos Especiais de Ordenamento do Território' (PEOT) em 'Programas Especiais' (como está contemplado na atual Lei de Bases Gerais da

Não aplicável Sem enquadramento ao nível da Estratégia

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Proposta da entidade / Comentário Ponderação Fundamentação

Política Pública de Solos, de Ordenamento do Território e de Urbanismo - um erro histórico e contraditório aos valores nacionais inerentes ao espírito da criação da Rede Nacional de Áreas Protegidas, e não espartilhados numa lógica municipal), mantendo assim a figura dos 'Planos de Ordenamento das Áreas Protegidas' (POAP), numa lógica supramunicipal.

O combate ou o esforço de erradicação e controlo de espécies exóticas invasoras é um dos aspetos mais problemáticos e prioritários da conservação da natureza no quadro nacional e europeu.

Em Portugal verifica-se que nunca houve um plano nacional a ser executado nesta matéria, sobretudo no que diz respeito a espécies de plantas invasoras, nomeadamente as diversas espécies de acácias, o chorão-das-praias, a erva-das-pampas, hakeas, etc. Os projetos de controle de exóticas são pontuais, dependendo de iniciativas diversas, e nunca (!) houve um esforço nacional consertado nesta matéria - nem as Estratégias produzidas no âmbito das florestas sequer abordam o tema.

As áreas invadidas por exóticas, e os 'desertos de biodiversidade' crescem exponencialmente em área, incluindo em áreas protegidas e de Rede Natura 2000. Nestas áreas, verifica-se muitas vezes o surgimento de pequenas bolsas de exóticas, que se fossem erradicadas desde logo impediriam a sua proliferação, mas nem isso costuma acontecer. Para além de um plano nacional a ser levado a cabo, devidamente monitorizado, deveriam ser constituídas 'brigadas de controlo de espécies invasoras' (ou de 'intervenção rápida') para intervirem sobretudo nas pequenas bolsas iniciais (até 1 ou 2 hectares), evitando e diminuindo assim a disseminação destas espécies, nomeadamente no Sistema Nacional de Áreas Classificadas.

Já contemplado Ver objetivo 1.4

As escolas e os media devem ser alvos prioritários de uma campanha de sensibilização para o problema do impacto das espécies exóticas invasoras - atualmente uma das principais causas do declínio global da biodiversidade. Em Portugal o problema é especialmente grave com o aumento exponencial da área ocupada por espécies invasoras, sobretudo espécies de acácias, chorão-das-praias, erva-das-Pampas (Cortaderia selloana) e hakeas, mas também com espécies de peixes dulciaquícolas. Este tema deveria ser incluído nos currículos do 2º e 3º Ciclo do Ensino Básico e no Ensino Secundário, e o ICNF deveria tomar essa iniciativa de influenciar essa mudança.

Parcialmente integrado

Em 6.2.8 e na medida de concretização “Planear e executar um sistema de formação e sensibilização para públicos-alvo com destaque para agentes da comunicação social e institucionais, incluindo autárquicos e judiciais, professores, agricultores e produtores florestais, pescadores e suas organizações.” do objetivo 1.10

É confrangedor verificar o estado a que chegou a Rede Nacional de Áreas Protegidas, enfranquecida em recursos humanos, financeiros, técnicos, de motivação. Quanto pior melhor para muitos interesses instalados no Estado (desde a administração central até às autarquias)...

É tão absurdo o ponto a que chegou este declínio, e iniciado antes da crise de 2008, que já não me convencem as razões financeiras, económicas, conjunturais ou de simples falta de sensibilidade política nesta matéria. Esta última razão estará presente, o que é "indesculpável" nos dias de hoje, mas parece-me que tem havido uma intenção deliberada por parte dos poderes instituídos de desmantelar ou enfraquecer o Estado nesta matéria, capturado em parte por outros interesses privados em claro prejuízo do interesse público.

Não aplicável Não engloba propostas concretas consistindo sobretudo em considerandos

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Proposta da entidade / Comentário Ponderação Fundamentação

Impedir e fazer pressão e obter a garantia legislativa de impedir o aumento da área de eucalipto dentro do Sistema Nacional de Áreas Classificadas (áreas protegidas, Rede Natura 2000, etc.).

Promover, em áreas do Sistema Nacional de Áreas Classificadas, com recursos a programas de incentivos, a reconversão de eucaliptais em sistemas florestais autóctones (priorizando os eucaliptais abandonados), privilegiando sistemas florestais de uso múltiplo. Reforçar a fiscalização nesta matéria - multiplicam-se os exemplos de norte a sul do país de eucaliptais ilegais, sem controlo qualquer por parte das entidades fiscalizadoras.

Integrado Nova medida de concretização no objetivo 3.2 “Promover a reconversão de eucaliptais em sistemas florestais autóctones em AP e da RN2000, privilegiando a reconversão de eucaliptais abandonados e a instalação de sistemas florestais de uso múltiplo”.

Para a quase totalidade das áreas de Rede Natura 2000 em Portugal (SIC e ZPE) não existe planos de gestão, e a maioria das autarquias não se envolve na divulgação dos seus valores naturais e respetiva importância (uma realidade quase desconhecida pelas populações).

O Estado deveria procurar estabelecer objetivos que responsabilizasse e envolvesse as autarquias a promoverem os valores naturais destas áreas - quase nenhuma autarquia sequer disponibiliza no seu site qualquer informação sobre as áreas de Rede Natura 2000 que abrangem - e a desenvolverem por iniciativa própria (em cooperação com outras entidades / instituições) iniciativas de divulgação / sensibilização, proteção e restauro ecológico de áreas mais degradadas.

Os planos de gestão deverão ser obrigatórios para cada área, e devidamente monitorizados, devendo haver penalizações para o seu incumprimentos.

Já contemplado Ver objetivo 1.1 quanto aos planos de gestão e objetivo 1.10 quanto às propostas de sensibilização/divulgação.

«As atividades humanas são parte essencial dos equilíbrios naturais»; «Se não há pessoas, não há quem cuide, se não há atividade não há quem aproveite os recursos e valores deste património e contenha os processos de perda de biodiversidade.».

Esta ideia, já muito propalada e apresentada como está, lato sensu, da supra importância do homem para os equilíbrios naturais, generalizando desta forma, não corresponde a toda a realidade. Nalguns casos sim, noutros não. As atividades humanas são essenciais para o funcionamento de ecossistemas florestais primários na Amazónia, no Congo, na Sibéria? Nas estepes da Mongólia? Não. As atividades humanas são essenciais para o equilíbrio natural de um bosque caducifólio na serra do Gerês? Para um sapal dos estuários do Tejo ou do Sado? Para um rio de montanha? Que atividades humanas é que por exemplo, neste casos, são tão essenciais que na sua ausência provocariam desequilíbrio ou perda de biodiversidade.

Uma coisa é saber que no caso de Portugal há ecossistemas que resultaram de uma relação equilibrada entre o homem e a natureza (como os montados), e que só mantendo-a, perdurarão. Outra é afirmar, generalizando (incluindo em Portugal), que sem as atividades humanas a natureza pode desequilibrar-se ou ficar mais pobre em biodiversidade.

Não integrado Não engloba propostas concretas consistindo sobretudo em considerandos

Para o Objetivo 1.2 "Assegurar que as espécies (flora e fauna) e os habitats protegidos melhoram o seu estado de conservação ou tendência populacional" são apresentadas duas medidas/ações ("concretizações"): "Manter o nº de avaliações do estado de conservação ou tendências positivas" e "Aumentar o nº de avaliações do estado de conservação ou tendências positivas". Estes campos

Não integrado Efetivamente, as medidas de concretização deste objetivo são transversais à estratégia sendo que se optou por associar ao objetivo 1.2 os momentos de avaliação que permitirão aferir de forma genérica a eficácia das

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Proposta da entidade / Comentário Ponderação Fundamentação

não correspondem verdadeiramente a ações/concretizações, mas antes a objetivos ou até indicadores de resultados...

referidas medidas que concorrem para a sua concretização.

Todas as áreas protegidas deveriam ter planos de atividades ou de gestão, com objetivos e medidas, devidamente calendarizados, e divulgados publicamente na Internet (site do ICNF, etc.).

Não há qualquer controlo ou avaliação pública do desempenho das áreas protegidas - quais os objetivos, as medidas e prioridades de intervenção, a eficácia ou os resultados obtidos, etc.

Todos os anos deveria ser publicado (publicamente) um relatório de atividades por área protegida.

Os planos de ordenamento estão a ser cumpridos? Há alguma monitorização a esse nível?

Por outro lado, que monitorização da biodiversidade, sobretudo das espécies de conservação prioritária (consoante os seus estatutos de ameaça/conservação) é que é realizada em cada área?

Parcialmente integrado

Ver objetivo 1.1 que contempla como medidas de concretização a elaboração dos programas especiais de ordenamento das 25 áreas protegidas de âmbito nacional e início da implementação dos respetivos programas de execução que na prática se constituem como os planos de gestão dessas áreas.

Integrou-se nova medida de concretização no objetivo 1.1 para “Avaliar a eficácia da gestão das áreas protegidas”

No âmbito do Eixo 2 da Estratégia, os postos de turismo dos concelhos abrangidos por áreas protegidas não costumam ter qualquer informação sobre essas áreas e respetivo património, desperdiçando-se assim infraestruturas existentes, abertas na maior parte dos casos aos fins de semana (ao contrário dos centros de interpretação, dos poucos que funcionam), e sem custos acrescidos para o ICNF. Deveriam ser instituídos protocolos de colaboração, ou pelo menos a simples disponibilização de material informativo/de divulgação/de turismo da natureza sobre as áreas em questão.

Já contemplado Ver objetivo 1.10 que prevê a medida de concretização “Planear e executar um sistema de formação e sensibilização para públicos-alvo com destaque para agentes da comunicação social e institucionais, incluindo autárquicos…” que se entende ser a medida possível no âmbito da presente ENCNB tendo em conta o desígnio postulado no comentário.

São poucos os municípios abrangidos por áreas protegidas que se envolvem proactivamente na sua promoção e preservação, incluindo ausência de informação nos seus sítios-web. A maior parte das áreas protegidas, muitas vezes menosprezadas pelos próprios municípios, funcionam em sistema fechado com as respetivas comunidades. As autarquias devem ser responsabilizadas nesta matéria e incentivadas a mudarem de paradigma.

Deveria ocorrer ou ser lançada pelo menos uma iniciativa anual em cada área protegida (e com o apoio/envolvimento fundamental das respetivas autarquias, que têm recursos para tal), com um programa próprio de divulgação da sua 'marca e identidade' - com feira de produtos locais/exposições/atividades - para fomentar a relação com as suas populações, aumentando o sentido de pertença, sensibilizando para a sua importância e a singularidade dos seus valores naturais, paisagísticos e culturais - e envolvendo os mais diversos atores locais (stakeholders), incluindo os media.

Já contemplado Ver objetivo 1.10 que prevê como medida de concretização “Planear e executar um sistema de formação e sensibilização para públicos-alvo com destaque para agentes da comunicação social e institucionais, incluindo autárquicos…” que se entende ser a medida possível no âmbito da presente ENCNB tendo em conta o desígnio postulado no comentário.

Direção-Geral de Atividades Económicas

Proposta da entidade / Comentário Ponderação Fundamentação

Sugere-se a seguinte alteração na frase:

“Integrar critérios de conservação da natureza e da biodiversidade em acordos comerciais, acordos internacionais, os quais incluem Acordos de Comércio Livre, Acordos de Parceria e Cooperação, Acordos de gestão conjunta de rios e bacias hidrográficas, Acordos transfronteiriços sobre fauna e flora, entre outros”.

Integrado No capítulo 6.2.9 e na medida de concretização pertinente do objetivo 1.11

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Proposta da entidade / Comentário Ponderação Fundamentação

Com efeito, entende-se que a referência a “acordos comerciais” é demasiado redutora, considerando-se que a intervenção da DGAE neste objetivo deve ser mais ampla.

Considera-se que a DGAE não deve ser referenciada como «Entidade interveniente», na medida em que a concretização deste objetivo extravasa as competências deste organismo.

Integrado

Sugere-se que na coluna «Concretização» seja suprimida a referência a “judiciais”, uma vez que não se considera ser um público-alvo no contexto da Estratégia em apreço.

Não integrado Os agentes e operadores judiciais são de toda a relevância na aplicação a estratégia, designadamente na investigação e aplicação dos regimes legais (enforcement)

… propõe-se a inclusão de referência à DGAE enquanto «Entidade interveniente», com responsabilidades de divulgação e informação junto dos operadores económicos para os objetivos:

• 3.11 (3.ª linha deste ponto referente a «Aumentar o número de produtos e serviços reconhecidos como Natural.pt»)

•3.12 (Promover e valorizar a integração da conservação da natureza e da biodiversidade nas estratégias, políticas e processos operacionais das empresas).

Integrado

Direção-Geral de Alimentação e Veterinária

Proposta da entidade / Comentário Ponderação Fundamentação

Incluir referência ao Tratado Internacional para os recursos genéticos para a alimentação e agricultura

Não integrado Optou-se por se incluir apenas os principais instrumentos internacionais para a política de conservação da natureza e biodiversidade.

incluir no final do parágrafo «…ou pelas doenças e pragas emergentes.»

Integrado Acrescentou-se “ou pelos agentes bióticos nocivos”, conceito que substitui em Portugal a designação de pragas e doenças (cfr. POSF 2014-2020)

Na vertente da abordagem das diferentes pressões e ameaças, este eixo dedica particular atenção às espécies exóticas invasoras, enquanto fator de risco particularmente relevantes para a prossecução dos objetivos de conservação.

Propomos:

“Na vertente da abordagem das diferentes pressões e ameaças, este eixo dedica particular atenção às espécies exóticas invasoras e aos agentes patogénicos, enquanto fatores de risco particularmente relevantes para a prossecução dos objetivos de conservação.”

Integrado

Propomos que seja feita referência aos Planos Estratégicos Nacionais para os recursos genéticos animais e para os recursos genéticos vegetais (disponíveis no site do INIAV).

2.º paragrafo acrescentar «…e dos programas do PDR2020 no domínio da conservação e melhoramento dos recursos genéticos animais e vegetais»

Integrado

No 3.º paragrafo devera ser feita referencia às várias coleções de campo existentes, sendo exemplos a coleção ampelográfica nacional do INIAV e as várias coleções de variedades de fruteiras autóctones mantidas pelas Direções Regionais de Agricultura e Pescas

Parcialmente integrado

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Proposta da entidade / Comentário Ponderação Fundamentação

incluir 2.º parágrafo referencia à implementação do Plano de ação nacional para o uso sustentável dos produtos fitofarmacêuticos

Integrado

Incluir menção à necessidade de priorizar os trabalhos de experimentação e investigação que possam minimizar os danos provocados pelos agentes patogénicos que afetam os animais, as culturas incluindo as espécies florestais e as espécies selvagens.

Integrado Em 6.2.6 com redação adaptada

incluir -

- definição e execução de planos de ação, quer no domínio do controlo sanitário quer fitossanitário, assim como do plano de ação nacional para o uso sustentável de produtos fitofarmacêuticos

- planos estratégicos nacionais para os recursos genéticos animais e vegetais

Integrado

Incluir

No âmbito do Tratado Internacional dos recursos genéticos para a agricultura e alimentação, importa rever o regime legal nacional de acesso e utilização desses recursos, em linha com o disposto no Plano Estratégico Nacional para os recursos Genéticos Vegetais.

Integrado No capítulo 6.4.8 com redação adaptada

Direção-Geral de Política do Mar

Proposta da entidade / Comentário Ponderação Fundamentação

Face ao que precede entende-se que a dimensão atlântica não se encontra perfeitamente evidenciada na ENCNB, evidenciando-se as seguintes lacunas: No que se relaciona com a Biodiversidade e capital natural:

- A caracterização efetuada sobre as áreas classificadas não espelha a

importância das áreas marinhas não sendo ilustrada a dimensão do

espaço marítimo nacional nem as áreas marinhas classificadas neste

território. Embora haja posteriormente um maior detalhe ao nível das

áreas classificadas no espaço marítimo este aspeto continua a

constituir uma lacuna.

Parcialmente integrado

Nos capítulos 1, 3 e 4.4

- No subcapítulo 1.3. Portugal confronta-se com três grandes desafios:

apropriar e conhecer para gerir melhor, importa referir que não se

encontra evidenciado o novo quadro de competências ao nível do

espaço marítimo, determinadas pela criação do Ministério do Mar e

dos serviços que o integram aos quais foi estabelecido um novo quadro

de atribuições e competências ao nível da Conservação da Natureza e

Biodiversidade

Não aplicável Sem prejuízo da matriz estratégica identificar os organismos do MM enquanto participantes nas medidas para as quais detêm competências, entende-se que o quadro de competências dos ministérios ou organismos da administração central não tem enquadramento num documento estratégico como a ENCNB

- No quadro do desafio da articulação de políticas não são evidenciados

os desafios colocados pelo ordenamento e gestão do espaço marítimo,

tende presente os recursos naturais existentes e o seu potencial de

exploração económico.

Integrado No capítulo 1.3.3

No que se refere com a Síntese do quadro de referência estratégico:

- No âmbito da União Europeia, a não referência à Diretiva Quadro

“Estratégia Marinha” e à Diretiva do Ordenamento do Espaço Marítimo

Integrado

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88

Proposta da entidade / Comentário Ponderação Fundamentação

constituem uma lacuna, porquanto também enquadram a dimensão

marinha da conservação da natureza e biodiversidade que se quer ver

sublinhada. [p. 30] Releva neste contexto que a DQEM é referida no

ponto anterior (3.1.2. Âmbito Europeu), bem como no subcapítulo 4.4.

Rede Fundamental de Conservação da Natureza, o que reforça a

pertinência da sua integração no subcapítulo 3.2. Âmbito da União

Europeia.

- No âmbito da União Europeia constitui igualmente uma lacuna a

ausência de referência à Política Marítima Integrada que visa garantir

uma abordagem coerente e integrada dos usos e atividades marítimas

numa perspetiva de desenvolvimento sustentável, na qual é relevante

a conservação da biodiversidade. Refira-se neste contexto que a

referência no ponto 6.4.4. Mar (p. 58) ao conceito de crescimento azul

se enquadra nesta Política. [p. 30]

Parcialmente integrado

Foi opção fazer referência apenas ao quadro específico da política de UE em matéria de natureza e biodiversidade, sem prejuízo da relevância de outras políticas setoriais, como reconhecido noutros capítulos do documento (p.ex. agricultura, pescas, política marítima integrada)

- Ainda no que se refere à Síntese do Quadro de Referência Estratégico,

considera-se relevante que sejam igualmente apresentados num

subcapítulo autónomo de forma breve os instrumentos de política de

âmbito nacional, considerados no contexto do Anexo 2. [p. 30]

Integrado

No que se refere à Situação de referência do património natural e

conforme já referido, apesar de haver um maior detalhe ao nível da

identificação da Rede Fundamental de Conservação da Natureza,

considera-se que as características próprias das áreas marinhas

classificadas e da respetiva monitorização e vigilância poderiam ter um

maior destaque. [p. 36 a 39]

Não integrado Considera-se que os aspetos relativos ao património natural no meio marinho estão suficientemente desenvolvidos ao longo do capítulo 4 e em particular no subcapítulo 4.4.

Relativamente aos Eixos Estratégicos, importa referir que as lacunas

previamente identificadas poderiam conduzir a um maior detalhe e

perceção para o espaço marítimo das metas e objetivos identificados

na ENCNB sendo de destacar os seguintes:

Eixo 1

- Maior referência a aspetos do espaço marítimo designadamente nos

objetivos 1.1. [p. 49], 1.5 [p. 51] 1.7 [p. 53] e 1.8. [p. 53]

Parcialmente integrado

Comentário genérico que não apresenta propostas suscetíveis de ponderação. Todavia, considera-se que os objetivos referidos e respetivas medidas de concretização abrangem os meios marinho e terrestre.

Clarificou-se texto do capítulo 6.2.2

- Maior detalhe e clarificação do quadro legal de conservação da

natureza e biodiversidade, designadamente no que se refere à

fiscalização e vigilância, no objetivo 1.6. [p. 50 a 52]

Já contemplado O contributo não deixa claro qual o detalhe e clarificação necessário, afigurando-se a atual redação, após ponderação, equilibrada

Eixo 3

- Maior referência ao regime de ordenamento e gestão do espaço

marítimo e compromissos assumidos por Portugal, nos contributos

para os objetivos 3.3 e 3.4. [p. 58 e 59]

Já contemplado Considera-se que o ordenamento e gestão do espaço marítimo estão suficientemente desenvolvidos no capítulo 6.4.4

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Direção-Geral de Recursos da Defesa Nacional

Proposta da entidade / Comentário Ponderação Fundamentação

Tendo em conta a grande dispersão territorial das unidades militares e, em alguns casos, as suas dimensões, consideramos que o setor da defesa poderá desempenhar um contributo relevante na concretização da ENCNB. Em algumas unidades já existe um historial de ações levadas a cabo nas áreas dos 3 eixos estratégicos (ações de limpeza, controlo de invasoras, ações de sensibilização, levantamento de espécies, etc.).

De forma a maximizar possíveis contributos do sector da defesa, gostaríamos de alguma forma ser envolvidos no fórum intersectorial referido no capítulo 9 da ENCNB.

Já contemplado A integração das diversas autoridades do setor da Defesa no fórum intersectorial é implícita, como aliás decorre da identificação das mesmas como interveniente em diversos dos objetivos da matriz estratégica

Direção-Geral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marinhos

Proposta da entidade / Comentário Ponderação Fundamentação

Enfase à dimensão atlântica do país, com referência a que espaço marítimo nacional (EMN) estende-se desde as linhas de base até ao limite exterior da plataforma para além das 200mn e que está organizado geograficamente 3 zonas marítimas (Entre as linhas de base e o limite exterior do mar territorial; Zona Económica Exclusiva e Plataforma continental, incluindo para além das 200 milhas náuticas), tal como decorre da Lei n.º 17/2014, de 10 de abril

Integrado No capítulo 3 introdução

Relevância ao património natural do EMN, cujo conhecimento requer ainda vários anos de investigação, tendo sido recentes realizadas campanhas oceanográficas em áreas selecionadas dos montes submarinos dos complexos Great Meteor e Madeira-Tore, coordenadas pelo IPMA no âmbito do projeto BIOMETOR (http://www.biometore.pt), constituindo um importante contributo para adquirir conhecimentos sobre a biodiversidade, bem como sobre as pressões humanas nestas áreas

Já contemplado Em 6.2.6 e no objetivo 1.8 que prevê o estabelecimento de um programa de investigação e inovação.

Acrescentou-se a DGRM e o IPMA às entidades intervenientes.

Referência às competências do Ministério do Mar para a conservação da biodiversidade marinha, que decorrem das leis orgânicas da Direção-Geral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos (DGRM), do Instituto Português do Mar e da Atmosfera, I.P. (IPMA) e da Direção-Geral de Política do Mar (DGPM)

Não aplicável Não releva neste documento a descrição das competências dos diversos organismos da Administração.

Entende-se que o quadro de competências dos ministérios ou organismos da administração central não tem enquadramento num documento estratégico como a ENCNB

A DEQM estabelece no seu articulado que as monitorizações e medidas decorrentes de outros instrumentos legais (Ex: Diretivas Aves, Diretivas Habitats e Diretiva Quadro da Água) devem ser integrados no Programa de Medidas e o Programa de Monitorização da DQEM, pelo que estes programas deverão ser referidos como os documentos enquadradores de todas as “Medidas de proteção espacial” e das monitorizações, da biodiversidade marinha

Não integrado A DQEM estabelece que nos seus processos de definição de metas de bom estado ambiental, de estabelecimento de medidas para a sua prossecução, na sua monitorização e no relato periódico, devem ser utilizados os processos análogos relevantes decorrentes das Diretivas Aves, Habitats e Água, devendo ainda integrar entre as medidas espaciais as decorrentes das Diretivas Aves e Habitats (RN2000). As quatro Diretivas são autónomas e devem colaborar no sentido de evitar redundâncias e

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Proposta da entidade / Comentário Ponderação Fundamentação

potenciar sinergias. Tal é muito distinto do referido no contributo.

Referência ao Plano de Situação para o ordenamento do Espaço Marítimo Nacional, que se encontra em elaboração

Integrado

Referência ao Grupo de Trabalho das Áreas Marinhas Protegidas, o qual tem por missão propor uma rede coerente de áreas marinhas protegidas devendo a estratégia integrar as futuras orientações que sejam produzidas neste GT e acolhidas pelo Ministério do Mar

Não integrado Dos resultados que possam advir deste GT, as áreas que possam ser integradas no SNAC, se tal ocorrer, estarão automaticamente integradas nas matérias relacionadas nesta ENCNB.

Direção Regional do Ambiente da Região Autónoma dos Açores

Proposta da entidade / Comentário Ponderação Fundamentação

É referido que "Em termos estruturais, o presente documento é composto por oito capítulos." e ainda que "... e as componentes operacionais estão contidas nos capítulos sete a nove…" (sublinhado nosso). Deverá ser corrigido, uma vez que se verifica que é composto por nove capítulos.

No final da página falta texto ("onde são apresentados os").

Integrado

Relativamente às Áreas Protegidas dos Açores é apenas referido o número de áreas protegidas classificadas nos Açores cuja categoria está integrada na RNAP, designadamente Reservas Naturais, Monumentos Naturais e Paisagens Protegida. Relativamente às restantes categorias (Área protegida para a gestão de habitats ou espécies e Área protegida para a gestão de recursos) é omisso sendo apenas referido "...entre outras áreas classificadas ao abrigo da legislação regional.".

Relativamente às Figuras há uma sobreposição. Questiona-se se será um problema de formatação? Deve ser retificado.

Parcialmente integrado

É feita referência genérica à classificação de outras áreas ao abrigo da legislação regional à semelhança do que é feito relativamente às áreas da RA da Madeira. Tal é abordado no cap. 4.4.

A sobreposição de figuras foi corrigida.

É referido "Em conjunto é preciso de criar condições que equilíbrio." Rever a frase. Julga-se que será "Em conjunto é preciso criar condições de equilíbrio.".

Integrado

É referido "Nos Açores a unidade de gestão de base da Rede Regional de Áreas Protegidas na Região são...", deve ser corrigido retirando-se a palavra "Regional" (sublinhado nosso). De acordo com o disposto no regime jurídico da conservação da natureza e da biodiversidade aprovado e publicado pelo Decreto Legislativo Regional n2 15/2012/A, de 2 de abril é "Rede de Áreas Protegidas dos Açores".

Integrado

É ainda referido "Cada um dos Parques de Ilha abrange um conjunto específico de áreas protegidas, utilizando a classificação da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) adaptando-a às particularidades geográficas, ambientais, culturais e político-administrativas do território do arquipélago dos Açores, sendo que estão contempladas as seguintes categorias: Parque Natural, Reserva Natural, Monumento Natural, Área Protegida para a Gestão de Habitats ou Espécies, Área de Paisagem Protegida e Área Protegida de Gestão de Recursos." (sublinhado nosso).

Deve ser corrigido para "Cada um dos Parques Naturais de Ilha..." e, relativamente às categorias, tendo em conta o disposto no n2 1do artigo 332 do Decreto Legislativo Regional nº 15/2012/A, de 2 de

Integrado

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Proposta da entidade / Comentário Ponderação Fundamentação

abril, "Parque Nacional" em vez de "Parque Natural" e "Paisagem Protegida" em vez de "Área de Paisagem Protegida".

É referido "Também nos Açores e pelos últimos dados disponíveis se conclui que mais de metade do território regional (cerca de 56%) é ocupado por uso agrícola e por pastagem. Por outro lado, a floresta e a vegetação natural ocupam cerca de 35% do território, com 22% e 13% de superfície, respetivamente. Ainda relativamente aos Açores, outra Fonte indica que 77% da área é ocupada por Áreas Naturais, 11% por Floresta de Produção, 6% por Áreas Agrícolas e 5% por pastagens permanentes (PAFAçores 2013)." (sublinhado nosso)

Informa-se que os dados da outra Fonte (PAF Açores 2013) são relativos à ocupação do solo na Rede Natura 2000. Esta situação deve ser revista, de forma a ficar claro que estes valores são relativos à RN2000.

Integrado

No domínio da educação ambiental não é integrada informação relativamente aos Açores. Atendendo ao trabalho desenvolvido na Região, julga-se que neste domínio devia pelo menos ser referenciado o Plano Regional de Educação e Sensibilização Ambiental dos Açores (PRESAA).

Integrado

A Figura e a caixa com Objetivo encontram-se sobre o texto. Verificar e corrigir.

Integrado

Relativamente ao "Quadro de Ações Prioritárias da Rede Natura 2000 - PAF" são identificadas apenas as intervenções prioritárias e as medidas constantes no PAF Continente e PAF Madeira. Julga-se que deve ser revisto no sentido de incluir também as dos Açores.

Integrado

Relativamente aos diversos acordos revelados para os Açores deve ser revista e complementada a informação. Por exemplo "Plano Estratégico de Gestão de Resíduos dos Açores" atualizar para "Plano Estratégico de Prevenção e Gestão de Resíduos dos Açores"; "Plano de Gestão da Região Hidrográfica dos Açores (PGRH Açores)" para "Plano de Gestão da Região Hidrográfica dos Açores

2016-2021(PGRH-Açores 2016-2021)". Acrescentar o Plano Regional da Água (PRA).

Integrado

- Em relação às Espécies cinegéticas, Raças e cultivares autóctones e seus parentes selvagens e Ecossistemas e Educação e Ensino, não há referência particular para os Açores.

Não aplicável

Não engloba propostas concretas consistindo sobretudo em considerandos

- Quanto à Rede Fundamental de Conservação da Natureza - Sistema Nacional de Áreas Classificadas, ver as considerações acima relativas ao capítulo 4 - Situação de referência do património natural.

Integrado

- Quanto a Uso, ocupação e ordenamento do território, ver as considerações acima relativas ao capítulo 4 - "Situação de referência do património natural" e incluir a informação de que nos Açores, o Decreto-Lei n. 140/99, de 24 de abril, alterado pelo Decreto-Lei n.º 49/2005, de 24 de fevereiro, foi adaptado através do Decreto Legislativo Regional nº 18/2002/A, de 16 de maio. Aquele diploma previu elaboração de plano sectorial tendo a Rede Natura 2000 nos Açores sido alvo de plano sectorial aprovado através do Decreto Legislativo Regional nº 20/2006/A, de 6 de junho, retificado pela Declaração de retificação nº 48-A/2006 de 7 de agosto e alterado pelo Decreto Legislativo Regional nº 7/2007IA, de 10 de abril e que está em fase de integração nos PDM.

O Decreto Legislativo Regional nº 18/2002/A, de 16 de maio foi revogado pelo Decreto Legislativo Regional nº 15/2012/A, de 2 de

Integrado

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Proposta da entidade / Comentário Ponderação Fundamentação

abril que estabelece o regime jurídico da conservação da natureza e da biodiversidade.

Energias De Portugal

Proposta da entidade / Comentário Ponderação Fundamentação

Este capítulo exterioriza a importância dada às redes de transporte de energia elétrica enquanto foco de perturbação dos ecossistemas. Sobre esta matéria, a EDP sublinha o sucesso dos Protocolos Avifauna estabelecidos desde 2003 entre a EDP Distribuição e diferentes parceiros, nos quais se inclui o ICNF, e que muito contribuíram para o conhecimento científico, assim como para a correção de pontos de maior sensibilidade da Avifauna. A EDP manterá, limitada pelo quadro regulatório em que opera, o empenho em continuar a trabalhar conjuntamente para a minimização destes impactes.

Integrado

é feita a referência a “…deve-se aumentar a atratividade para o investimento pelas empresas e ao abrigo do mecenato.” Intervir na fiscalidade verde é uma forma objetiva de reforçar a atratividade para o investimento das empresas na proteção da biodiversidade. No entanto, sugere-se que estes instrumentos sejam complementados por uma maior sensibilização dirigida às empresas sobre as suas dependências diretas ou indiretas da biodiversidade e dos serviços de ecossistema. Iniciativas desta natureza ajudam-nas a justificar esse investimento, ligando-o ao seu negócio. Neste sentido, promover generalizadamente os benefícios prestados pelos diferentes serviços de ecossistemas, devidamente ilustrados com casos concretos nacionais, ajudam as empresas a internalizar os conceitos e a entender esta dependência de forma mais clara e objetiva.

Paralelamente, a disponibilização de uma ferramenta/plataforma eletrónica onde as mesmas possam igualmente partilhar os seus “business cases”, à semelhança do que foi efetuado com o portal Economia, permitiria também a divulgação pelas empresas das suas boas práticas, funcionando como fórum de inspiração.

Já contemplado Ver objetivos 1.10, 2.4 e 3.12.

a EDP surge como empresa “responsável”, não sendo clara a responsabilidade a imputar-lhe, pois não se trata de uma matéria da competência da empresa. Sugere-se que a coluna “responsáveis” veja o seu nome alterado para “organizações a envolver”, se for esse o entendimento que se pretende dar ou, em alternativa, que seja dado um esclarecimento sobre o objetivo de colocar esta coluna em cada uma das medidas a adotar. Na primeira situação, a EDP manifesta toda a disponibilidade em participar enquanto organização envolvida, contudo agradece conhecer melhor os mecanismos/modelos de envolvimento subjacentes.

Parcialmente integrado

A EDP é distribuidora de energia elétrica e nessa medida é responsável pelas redes de distribuição de eletricidade. Por essa razão considera-se incontornável assumir-se como uma das entidades responsáveis pela 1ª concretização do objetivo. Concorda-se contudo com o referido para a 2ª concretização PNAER e PNAEE pelo que EDP passou a entidade interveniente.

pela leitura do capítulo não fica claro se é exclusivamente direcionado para a rede viária, ou se estão a ser consideradas as infraestruturas de transporte e distribuição de energia elétrica.

Não integrado O objetivo 3.10 tem por referência o capítulo 6.4.9 infraestruturas de transporte viário e de telecomunicações.

Sempre que exista o interesse em explicitar o envolvimento de

empresas do Grupo EDP, solicita-se que as mesmas sejam discriminadas, uma vez que no contexto deste documento há conteúdo que se relaciona especificamente com as redes de distribuição de eletricidade (MT e AT), cujo operador EDP Distribuição é regulado pela Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE), entidade que estabelece as condições técnicas de exploração e de ligação de instalações produtoras e consumidoras a estas redes. Esta

Não aplicável Considerando, não suscetível de integração.

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Proposta da entidade / Comentário Ponderação Fundamentação

entidade deve ser envolvida sempre que haja interesse em atuar ao nível das redes de distribuição de energia elétrica.

Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva, SA.

Proposta da entidade / Comentário Ponderação Fundamentação

existe um enfoque significativo na conservação dos valores naturais inseridos em áreas protegidas, sendo que o restante território não é considerado com a mesma profundidade

Neste âmbito considera-se que áreas temáticas como o Ordenamento, a Agricultura, a Fiscalização ou o levantamento das condições atuais (p. ex. dos habitats) influenciam bastante a conservação dos recursos naturais nacionais, nomeadamente em território não classificado, podendo ser interessante aumentar o nível de conjugação entre instrumentos de gestão territorial, nomeadamente em áreas não classificadas. A título de exemplo refere-se a integração de áreas sensíveis nos Planos Diretores Municipais (p.ex. Habitats prioritários e espécies de flora e fauna dos anexos I e II da Diretiva Habitats- Diretiva 92/43/CEE de 21 de maio de 1992).

Não integrado Assume-se como opção desta revisão, no prazo de vigência proposto, a prioridade dada ao SNAC, em particular à RNAP e à RN2000, não se omitindo contudo a necessidade de abordagem a todo o território, como se reflete da leitura dos objetivos e concretizações dos eixos II e III.

não é percetível a articulação de políticas sectoriais no sentido de tornar as medidas propostas mais adequadas e efetivas. Considera-se que poderá ser contemplado no documento, mecanismos para realizar uma reflexão conjunta sobre os problemas emergentes e que ameaçam os valores naturais, de forma a determinar quais as melhores formas de agir para os minimizar.

Em muitos dos temas apresentados é possível potenciar instrumentos de gestão e financiamento de medidas que promovem a conservação de valores naturais, por exemplo aumentando o número de medidas associadas ao Programa de Desenvolvimento Rural relativamente à área "Ambiente, eficiência no uso dos recursos e clima" e sua divulgação.

Já contemplado Considera-se que a abordagem referida está adequadamente abordada no eixo III, particularmente para o PDR, devendo a governação (prevista no capítulo 9) consolidar os mecanismos de coordenação intersectorial

é referido que um dos objetivos é colmatar as lacunas de conhecimento de base. Neste âmbito considera-se importante dar maior ênfase aos grupos biológicos menos estudados, nomeadamente macroinvertebrados, fungos, etc., sendo também importante o estudo de relações que possam influenciar a conservação das espécies.

Já contemplado Ver capítulo 6.2.6

é referida a devolução à água de exemplares de fauna aquícola como uma prática a adotar. Neste caso considera-se necessário compatibilizar o recente Decreto-Lei n. 112/2017, de 6 de setembro, com a futura lei sobre espécies exóticas

Não integrado Sugestão pertinente a contemplar no contexto referido

considera-se que o âmbito territorial de aplicação da mesma não é claro, nomeadamente se se restringe a áreas classificadas ou a todo o território nacional

Não integrado Como o próprio título indica, o âmbito da Estratégia é nacional.

No âmbito da implementação da ENCNB considera-se que poderá ser efetuado um trabalho base de sistematização e análise de atividades e medidas desenvolvidas por outras entidades, que possam contribuir para os objetivos desta Estratégia - p. exemplo a EDIA no âmbito das suas ações de prevenção e controlo de espécies exóticas invasoras poderia contribuir para o objetivo 1.4.

Não integrado Sugestão pertinente a contemplar em fase de execução da ENCNB.

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Proposta da entidade / Comentário Ponderação Fundamentação

A Matriz Estratégica poderá beneficiar da inclusão de referências que auxiliem a análise da mesma, para que as diferentes entidades possam enquadrar o seu contributo para a ENCNB e analisarem qual a melhor forma de envolvimento

Não integrado Sem proposta concreta.

Um aspeto fundamental para o sucesso da ENCNB é o envolvimento de entidades ligadas aos diferentes setores, sendo importante clarificar qual a metodologia futura para assegurar este envolvimento e participação.

Não integrado A matriz estratégica assim como o capítulo 9 evidenciam o reconhecimento do referido no contributo

sugere-se que a lista dos acrónimos seja acrescentada com os constantes nos Anexos

Integrado

Estrutura de Missão para a Extensão da Plataforma Continental – EMEPC

Proposta da entidade / Comentário Ponderação Fundamentação

O documento apresentado deve dar nota da dimensão do espaço marítimo português sob soberania ou jurisdição nacional com recurso a cartografia adequada que ilustre a representatividade deste espaço. No que diz respeito à componente marinha esta deve articular-se e compatibilizar-se com a Estratégia Nacional para o Mar e com os instrumentos de ordenamento do espaço marítimo nacional.

Parcialmente integrado

Referência à extensão do espaço marítimo nacional no capítulo 3 introdução.

As referências às áreas geográficas do continente, da Região Autónoma da Madeira e da Região Autónoma dos Açores ao longo do documento, no que diz respeito ao espaço marítimo, devem ser uniformizadas. Sugere-se a utilização das designações adotadas no âmbito da implementação da Diretiva Quadro Estratégia Marinha (Decreto–Lei 108/2010, de 13 de Outubro e Decreto-Lei 201/2012, de 27 de Agosto que procede à primeira alteração ao Decreto-Lei n.º 108/2010, de 13 de outubro, que define o Regime Jurídico das medidas necessárias para garantir o bom estado ambiental do meio marinho até 2020), ou seja:

Subdivisão do continente, que inclui as águas marinhas nacionais em torno do território continental, com exceção da plataforma continental estendida;

Subdivisão dos Açores, que inclui as águas marinhas nacionais em torno do arquipélago dos Açores, com exceção da plataforma continental estendida;

Subdivisão da Madeira, que inclui as águas marinhas nacionais em torno do arquipélago da Madeira, com exceção da plataforma continental estendida;

Subdivisão da plataforma continental estendida, que inclui a plataforma continental situada para lá das 200 milhas náuticas, contadas a partir das linhas de base a partir das quais se mede a largura do mar territorial.

Integrado Capítulo 3

Todos os mapas constantes no documento devem obedecer às regras de cartografia, ou seja, devem incluir escala, coordenadas, orientação (N) e sistema de coordenadas (Datum).

Integrado

A unidade a utilizar relativa à dimensão das áreas marinhas protegidas (em área) deve ser o Km2. Sugere-se que no caso de se utilizar, para o espaço marítimo, como unidade de medida o hectare seja também mencionado a área correspondente em Km2.

Integrado

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95

Proposta da entidade / Comentário Ponderação Fundamentação

Ao longo do texto nem sempre é percetível se os números mencionados dizem respeito à totalidade da área nacional terrestres (marinha e terrestre) ou se apenas dizem respeito a dados.

Integrado

As designações das áreas marinhas protegidas devem ser uniformizadas. A título de exemplo, Campo Hidrotermal Rainbow / Fonte Hidrotermal Rainbow (págs.38 e 39).

Integrado

A lista de siglas e acrónimos não está completa. A título de exemplo faltam as seguintes siglas: Estratégia Nacional para o Mar (ENM), AMPG e RNM (ver pág.38) Sumário

Integrado

sugere-se, no final do parágrafo 7, referência ao Mar2020, Fundo Azul e EEA Grants.

Integrado

As figuras devem ter escala, georreferenciação e orientação em cartografia oficial onde devem estar assinaladas todas as áreas protegidas (terrestres e marinhas). No caso das áreas marinhas a cartografia deve ter em conta as subdivisões do Continente, dos Açores, da Madeira e da plataforma continental estendida; deve ainda ser explicitada qual ou quais as classificações atuais atribuídas a cada uma das áreas protegidas. A cartografia oficial de algumas destas áreas pode ser consultada no DLR 28/2011/A, de 11 de Novembro alterado pelo DLR 13/2016/A, de 19 de 19 de Julho

Parcialmente integrado

A referência às subdivisões é efetuada no texto.

(…) devem ser adotadas as designações sugeridas nos comentários gerais Neste contexto refere-se que existem áreas marinhas protegidas que se situam na subdivisão plataforma continental estendida (Altair, Antialtair, Marna e Campo Hidrotermal Rainbow) e outras que fazem parte de duas subdivisões como é o caso do GreatMeteor.

Integrado

o desafio do conhecimento – neste ponto deve ser referenciado o escasso conhecimento do meio marinho face à dimensão do espaço marítimo sob soberania ou jurisdição nacional assim como a articulação com os instrumentos de ordenamento do espaço marítimo e com a Estratégia Nacional para o Mar.

Integrado

o desafio da articulação de políticas – neste ponto deve ser mencionado qual o papel da Estratégia Nacional para o Mar e da Política Comum de Pescas na concretização de medidas orientadas para a promoção do estado de conservação dos habitats e das espécies.

Integrado A referência à ENM e ao Plano Mar Portugal. Sobre PCP ver 6.4.4.

este parágrafo deve ser substituído por “ …a extensão da área marinha que integra o mar territorial, a Zona Económica Exclusiva e a plataforma continental para além das 200 milhas marítimas atribuem a Portugal uma responsabilidade acrescida enquanto país com uma área de jurisdição muito relevante”.

Integrado

No âmbito dos acordos de âmbito global pensa-se que deve ser referida a Convenção das Nações Unidas para o Direito do Mar que é um acordo multilateral celebrado em Montego Bay, Jamaica, a 10 de Dezembro de 1982, que estabelece uma ordem jurídica para os mares e oceanos que facilita as comunicações internacionais e promove os usos pacíficos dos mares e dos oceanos, a utilização equitativa e eficiente dos seus recursos, a conservação dos recursos vivos e o estudo, a prospeção e a preservação do meio marinho.

Neste contexto refere-se os trabalhos do Comité Preparatório (PrepCom) da futura Conferência Intergovernamental (CIG) para a adoção de um Acordo de Implementação da CNUDM sobre a conservação e utilização sustentável da Biodiversidade Marinha em Áreas Além da Jurisdição Nacional (BBNJ). Lançado através da

Integrado .

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Proposta da entidade / Comentário Ponderação Fundamentação

Resolução da Assembleia Geral das Nações Unidas 69/292, de 19 de julho, o PrepCom reuniu em 2016 e 2017 com o propósito de formular recomendações sobre elementos substantivos do futuro instrumento juridicamente vinculativo sobre BBNJ. Cumprindo o seu mandato, o PrepCom aprovou em Julho de 2017, recomendações sobre elementos substantivos do futuro instrumento juridicamente vinculativo sobre BBNJ. Este desenlace permite criar condições para que a Assembleia Geral das Nações Unidas tome uma decisão na 72.ª sessão (agora a decorrer de 12 a 25 de setembro de 2017), sobre o lançamento de uma CIG que por fim dê início às negociações de um novo tratado sobre a conservação e utilização sustentável da biodiversidade marinha em áreas além da jurisdição nacional.

deve ser incluída a referência à Diretiva Quadro da Estratégia Marinha (DQEM) e à Diretiva Quadro da Água (DQA).

Integrado

deve ser referenciado qual é o estado geral de conservação para os invertebrados marinhos e terrestres.

Não integrado O texto utiliza como referência a informação disponível das Diretivas Aves e Habitats e dos Livros Vermelhos existentes.

utilizar o termo “plataforma continental estendida” em vez de “plataforma continental”.

Integrado

Sugere-se a seguinte redação para o 2º parágrafo “No âmbito da Convenção OSPAR foram submetidas por Portugal três Áreas Marinhas Protegidas (AMP) no mar territorial do Arquipélago dos Açores (Banco das Formigas, Ilha do Corvo e Canal Faial- Pico) e quatro na ZEE portuguesa contígua aos Açores (Monte submarino D. João de Castro, Fonte hidrotermal Lucky Strike, Fonte hidrotermal Menez Gwen e Monte submarino Sedlo), uma no leito marinho da plataforma continental estendida (Fonte hidrotermal Rainbow) e quatro também localizadas na plataforma continental estendida (Dorsal Meso-Atlântica a Norte dos Açores, Monte Submarino Altair, Monte Submarino Antialtair e Monte Submarino Josephine), cuja coluna de água é protegida coletivamente pela comissão OSPAR”. A este propósito sugere-se, ainda, que seja dado destaque ao facto, de Portugal, ter sido pioneiro na nomeação, em 2006, da Fonte Hidrotermal Rainbow, como área marinha protegida situada na plataforma continental para além das 200 milhas e de ter sido também a primeira Parte Contratante a propor a inclusão, em 2005, de uma área marinha protegida na rede OSPAR, o Banco das Formigas.

Parcialmente integrado

O parágrafo reporta-se exclusivamente às AMP no âmbito da OSPAR e não no âmbito do enquadramento jurídico nacional ou regional.

Acresce que não existe nesta data classificação nacional da plataforma (solo/subsolo) da Dorsal Meso-Atlântica a Norte dos Açores, do Monte Submarino Altair, do Monte Submarino Antialtair ou do Monte Submarino Josephine.

neste ponto deve ser feita referência ao ordenamento do espaço marítimo.

Integrado

sugere-se que este parágrafo seja alterado de modo a evidenciar a dimensão do território nacional como um todo (espaço terrestre e marinho).

Não integrado Considera-se que o proposto já está devidamente evidenciado

Propõe-se a seguinte alteração ao parágrafo:” Considera-se como um dos instrumentos fundamentais de concretização dos objetivos neste eixo a consolidação do sistema nacional de áreas classificadas, particularmente no mar e a sua gestão através de instrumentos eficazes, incluindo os de ordenamento espacial (ver também a este propósito o Eixo Prioritário 3). Neste âmbito têm sido desenvolvidas ações com vista à designação de novas Áreas Marinhas Protegidas, destacando-se o trabalho que tem vindo a ser realizado nas áreas oceânicas na subdivisão dos Açores e na subdivisão da Plataforma Continental Estendida, e que se encontra já preconizado na Estratégia Nacional do Mar e no Plano que lhe está associado.

Integrado

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Proposta da entidade / Comentário Ponderação Fundamentação

deve ser referenciada a Estratégia Nacional para o Mar; parágrafo 5 – deve ser claro que as exóticas invasoras marinhas estão incluídas; relativamente a este assunto refere-se que existe informação nos relatórios de implementação da DQEM e mais recentemente no projeto BioMar (http://biomarpt.ipma.pt/); julga-se que neste ponto deve ser feita referência às espécies comerciais e aos planos de recuperação que têm vindo a ser implementados com vista à recuperação de unidades populacionais de determinadas espécies.

Parcialmente integrado

Optou-se por não fazer referências a quaisquer enquadramentos.

deve ser complementado com informação referente à fauna marinha e terrestre e flora marinha.

Já contemplado O objetivo 1.5 prevê como medida de concretização estabelecer um quadro de referência nacional da diversidade genética animal e vegetal, sem distinguir entre meio marinho e terrestre.

deve ser mencionado qual o estado do conhecimento do meio marinho, nomeadamente a informação existente no sistema de informação para a biodiversidade marinha - M@rBis.

Não integrado No capítulo 6.2.6 não há referências a fontes de informação.

O comentário não apresenta contributos concretos que permitam ser ponderados

sugere-se a referência ao sistema de informação para a biodiversidade marinha - M@rBis e ao Sistema Nacional de Informação do Mar, SNIMar (www.snimar.pt).

Não integrado Na fase de operacionalização do objetivo 1.10 serão considerados todos os sistemas de informação relevantes.

sugere-se a seguinte redação “ … assegurar a sustentabilidade da utilização de recursos genéticos marinhos e terrestres,…”.

Integrado

sugere-se que este capítulo seja denominado por Pescas e a aquicultura. Ainda neste ponto sugere-se, no 2º parágrafo a seguinte redação “…. sejam identificados os ecossistemas e espécies vulneráveis, …”.

Não integrado O âmbito do capítulo 6.4.4 é mais abrangente do que as atividades Pescas e a aquicultura.

Abordagem às espécies vulneráveis considera-se integrada na identificação dos ecossistemas vulneráveis.

sugere-se que se tenha em consideração que parte das espécies exóticas marinhas são introduzidas pelo cultivo da ostra (ver http://biomarpt.ipma.pt/).

Não integrado Não justifica uma referência específica na medida em que não se faz uma abordagem ao nível das causas da introdução de EEI.

Sugere-se que a matriz estratégica (Anexo I) associe à concretização dos objetivos metas quantificáveis com referência à situação atual para cada um dos indicadores.

Parcialmente Integrado

sugere-se que este objetivo inclua uma referência expressa às medidas a adotar neste âmbito relativamente ao meio marinho

Não integrado A desenvolver em fase de operacionalização da ENCNB

neste capítulo não é percetível se o modelo a adotar inclui as áreas marinhas protegidas e planos de ação para espécies marinhas.

Não aplicável Inclui. Não se distinguem os meios marinho ou terrestre.

Neste ponto deve ser referido o novo quadro de competências, ao nível do espaço marítimo, no âmbito das atribuições do Ministério do Mar e das instituições por ele tuteladas.

Não aplicável Não releva neste documento a descrição das competências dos diversos organismos da Administração.

Entende-se que o quadro de competências dos ministérios ou organismos da administração central não tem enquadramento num documento estratégico como a ENCNB

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IAPMEI – Agência para a Competitividade e Inovação, I.P.

Proposta da entidade / Comentário Ponderação Fundamentação

Ainda no domínio do desafio da articulação de políticas, deverá ainda ser dedicada particular atenção à necessidade de articulação entre as políticas públicas, em particular, a política de ambiente, de que a ENCNB é uma das suas dimensões estruturantes, a política de ordenamento do território (e os seus instrumentos específicos) e a política económica de promoção das atividades económicas, em particular, o setor da indústria transformadora existente e sua evolução futura, enquanto setor relevante do desenvolvimento económico, criação de emprego e contributo para o desenvolvimento equilibrado do território.

Já contemplado Matérias abordadas no Eixo 3, capítulo 6.4 e respetivos subcapítulos e objetivos associados.

A consolidação de uma marca de excelência como a Natural.PT, qualificadora dos recursos endógenos reais e potenciais dos territórios mais representativos da singularidade natural do nosso território, da sua biodiversidade e cultura, funcionará como alavanca privilegiada para a projeção do capital natural.

Tal facilitará os fatores de desenvolvimento local de base sustentável necessários à promoção da qualidade de vida, da sustentação de uma estrutura económica e social capaz de gerar a fixação e rejuvenescimento das populações acima de níveis críticos, gerando emprego e lógicas inovadoras e multifuncionais de utilização dos espaços rurais, particularmente no interior e nas áreas mais despovoadas.

É ainda objetivo deste eixo promover e valorizar a integração da biodiversidade nas estratégias, políticas e cadeias de produção das empresas, designadamente, as do setor da indústria transformadora, reforçando abordagens como a iniciativa “Business & Biodiversity”.

(…)

Já contemplado Destaque à indústria transformadora integrado no capítulo 1.3.3.

A recente alteração do regime jurídico de políticas públicas de ordenamento do território, solo e urbanismo introduz mudanças significativas no quadro legal de planeamento e avaliação, nomeadamente, nos regimes jurídicos de ordenamento do território nacional, terrestre e marinho. Neste contexto os planos de âmbito municipal e intermunicipal são tendencialmente os instrumentos que determinam a classificação e qualificação do uso do solo, e cujas regras vinculam direta e imediatamente os particulares. Constitui, assim, uma determinação a integração dos planos especiais no conteúdo dos planos diretores municipais, bem como de conceção de programas especiais de ordenamento das áreas protegidas. Esta mudança de paradigma exige um reforço dos princípios de conservação da natureza nos Planos Municipais.

Esta mudança será adotada tendo em consideração as atividades económicas existentes no território e a procura de manutenção de condições que assegurem a sua evolução e desenvolvimento, concomitantemente, com os objetivos de descarbonização da economia, de promoção da economia circular e de valorização do território prosseguidos pela Política do Ambiente.

Prevê-se ainda a arquitetura de um subsistema de monitorização e avaliação da aplicação dos instrumentos de gestão territorial, com indicadores adequados à monitorização e avaliação da realização e do resultado da prossecução dos objetivos de conservação da natureza e de utilização sustentável de recursos naturais, designadamente no âmbito do Programa Nacional da Política do Ordenamento do Território.

Não aplicável Os exercícios de planeamento de ordenamento do território tomam em consideração e ponderam a realidade do território e as atividades existentes.

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IGAMAOT

Proposta de entidade / Comentário Ponderação Fundamentação

No domínio da responsabilidade e intervenção da IGAMAOT, verifica-se que esta entidade é referida no objetivo 1.11….e 3.9 ….A este propósito, e sem que se questione o desenvolvimento por esta Inspeção-Geral, no âmbito das suas competências, de ações que visem o cumprimento dos objetivos constantes da Estratégia, não se afigura claro qual o contributo efetivo a prestar naqueles domínios.

Parcialmente integrado

Retirou-se referência no objetivo 1.11.

Em 3.9 justifica-se em virtude das responsabilidades da IGAMAOT decorrentes do DL 122/2017, de 21 de setembro.

… de modo a contribuir para uma implementação eficaz e integrada, garantindo a articulação das entidades envolvidas na execução da estratégia e o reporte de dados, propõe-se que, a par da já prevista criação do fórum intersectorial (vide ponto 9), sejam concretizadas:

• As medidas concretas a desenvolver por cada uma das diversas entidades, com eventual recurso à elaboração de planos de ação.

• A identificação, de entre as entidades corresponsáveis, daquela que lidera e responde pela execução das medidas;

• A criação de um sistema de monitorização que permita às entidades registar o desenvolvimento das medidas e eventuais condicionalismos, bem como, à entidade que lidera, acompanhar os problemas identificados, promovendo um processo dinâmico de diagnóstico e de solução de constrangimentos e obstáculos;

• O faseamento da monitorização a realizar pelas diversas entidades com responsabilidades na concretização das medidas (metas intercalares e de longo prazo);

• A identificação do meio de reporte dos resultados individualmente alcançados que contribuem para a concretização das medidas/objetivos;

• Os custos materiais e humanos inerentes ao desenvolvimento das medidas por parte das partes responsáveis, corresponsáveis e intervenientes.

Integrado Questões já abordadas de forma abrangente na missão do Fórum intersectorial e a desenvolver em fase de operacionalização da ENCNB.

Complementou-se o texto do capítulo 9, designadamente densificando a missão do fórum intersectorial.

Apesar de não quantificadas, foram identificadas e hierarquizadas as principais necessidades e respetivas fontes de financiamento.

De toda a maneira considerou-se, para o efeito, prever no capítulo 8.7 a elaboração de um Plano de Ação para a Conservação da Natureza e Biodiversidade.

Isabel Marques

Proposta da entidade / Comentário Ponderação Fundamentação

Felicito a preparação destes excelentes documentos que nos permitem ter uma visão geral sobre o estado da nossa biodiversidade. Gostaria somente de sugerir os seguintes pontos:

1. Creio que não fica muito claro como será abordada a tal estratégia de prioridades a que se referem varias vezes no vosso documento. Por exemplo, deveríamos dar prioridade a espécies CR até 2025?

Não aplicável As prioridades constam da matriz estratégica e decorrem quer da situação de referência, quer do quadro de referência estratégico.

Efetivamente os estatutos de ameaça constituem um critério na definição de prioridades para o estabelecimento de planos de ação de espécies.

2. Sendo que o enlace com a sociedade é um fator fundamental para atingir estes objetivos, como será feita essa ligação com o público em geral?

Já contemplado Explicação nas diversas medidas de concretização definidas para o objetivo 1.10.

3. É de louvar a salvaguarda do património genético mas esse não deveria ser específico a espécies cultivares/agronómicas e suas CWR já que de várias outras pode depender a estrutura da paisagem e dos ecossistemas em geral.

Já contemplado No objetivo 1.5 prevê-se o estabelecimento de um quadro de referência nacional da diversidade genética animal e vegetal, e do

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Proposta da entidade / Comentário Ponderação Fundamentação

conhecimento associado que não se cinge às espécies cultivares/agronómicas e suas CWR.

4. Sendo que o problema da desertificação (e consequente salinidade) é um fator grave no nosso país, deveríamos de apostar por novas políticas agrárias, baseadas num sistema de agricultura azul, eco-sustentável e com uma vertente de utilização equilibrada dos nossos recursos hídricos.

Parcialmente integrado

Não se definem na ENCNB políticas agrárias. Sem prejuízo do referido, a incorporação dos aspetos de conservação da biodiversidade nas políticas agrícolas estão incorporados em 6.4.2 e no objetivo 3.1

Por último, como investigadora, prevejo várias dificuldades praticas na implementação desta estratégia devido aos escassos programas de financiamento. Como exemplo, no último concurso da FCT não havia nenhuma linha de ação dentro da estratégia nacional (ou nas respetivas regionais) dirigidas para a elaboração de planos de conservação/gestão de espécies (e respetivos estudos associados).

Já contemplado Ver objetivo 1.8 e capítulo 9.

José Brilha

Proposta da entidade / Comentário Ponderação Fundamentação

(Proposta de texto para substituir o parágrafo uma vez que introduz atualizações sobre geoparques)

Ainda ao abrigo de compromissos internacionais, devem destacar-se os Geoparques Mundiais da UNESCO. O Programa Internacional Geociência e Geoparques da UNESCO, criado em 2015, reconhece territórios com património geológico de relevância internacional que suporta uma estratégia local com vista ao desenvolvimento sustentável das comunidades que habitam estes territórios. Atualmente, existem 4 Geoparques Mundiais da UNESCO em território nacional (por ordem cronológica de criação): Naturtejo da Meseta Meridional, Arouca, Açores e Terras de Cavaleiros.

Integrado

Sugere-se acrescentar um 4º item:

Estão identificados 320 geossítios de valor científico de relevância nacional e internacional.

Integrado

Acrescentar:

…nas suas rotas, assim como dos geossítios.

Integrado

… nosso património natural biótico, subsiste…

(sugere-se acrescentar a palavra “biótico” porque falta ainda muito para fazer sobre património geológico)

Integrado

Sugere-se acrescentar a frase:

Há também a necessidade de assegurar que o património geológico português esteja salvaguardado pelos necessários instrumentos de proteção e gestão territorial.

Integrado

Chama-se a atenção que, embora o foco principal das Reservas da Biosfera se centre na biodiversidade, cada vez mais as estratégias das RB incluem os aspetos abióticos (geodiversidade e património geológico). Isto significa que este projeto deverá também apoiar iniciativas relacionadas com a componente abiótica das RB.

Não aplicável Sem enquadramento.

O projeto em causa é referido a título de exemplo, estando já a decorrer.

Sugere-se acrescentar o parágrafo: Parcialmente integrado

Integrado com reformulação de parágrafos posteriores.

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Proposta da entidade / Comentário Ponderação Fundamentação

Apesar de existir um inventário do património geológico português, não foram ainda tomadas medidas para a sua gestão. É necessário proceder à delimitação detalhada dos geossítios, identificar o seu estado de conservação e geoindicadores que possam ser usados numa efetiva monitorização e definir usos potenciais para garantir o uso sustentável do património geológico por parte da sociedade.

… conservação dos habitats e dos geossítios é frágil…

(esta lacuna não é só sobre habitats, é também sobre os geossítios)

Comentário:

Esta cartografia e planos de gestão são também indispensáveis para o caso do património geológico.

Não aplicável Sem enquadramento.

O projeto em causa é referido a título de exemplo, dizendo respeito à cartografia de habitats e a planos de gestão de sítios da Rede Natura 2000.

Comentário:

Como garantir que estes programas especiais contemplem o património geológico?

Já contemplado Os programas especiais versam sobre o património natural presente nas áreas protegidas.

Comentário:

Há a necessidade absoluta de formar os vigilantes da natureza mas também efetivos do SEPNA, GNR, Policia Marítima, Municípios e IGAMAOT sobre a importância, ameaças e especificidades do património geológico português, in situ e ex situ.

Parcialmente integrado

Integrado com alteração da matriz estratégica.

A formação não se enquadra nesta caixa de texto.

Este aspeto é desenvolvido no capítulo 6.2.5.

Está prevista a formação de vigilantes da natureza, SEPNA e outras autoridades policiais e fiscalizadoras no objetivo 1.7..

…estado de conservação dos elementos naturais. O modelo…

(estes instrumentos são fundamentais não só para habitats e espécies mas também para geossítios)

Integrado

(proposta de texto para substituir o parágrafo; introduz atualizações diversas)

Na sequência de uma iniciativa europeia que criou a Rede Europeia de Geoparques (2000), mais tarde ampliada para uma Rede Global de Geoparques (2004), foi criado em 2015 o Programa Internacional Geociência e Geoparques da UNESCO, definindo a figura de “Geoparque Mundial da UNESCO”. Estes geoparques são territórios com património geológico internacional que, em conjunto com os restantes elementos patrimoniais naturais e culturais, formam a base de uma estratégia de desenvolvimento sustentável para benefício das comunidades. Este programa é a terceira iniciativa da UNESCO de promoção da conservação da natureza e do desenvolvimento sustentável, a par com o Programa Homem e a Biosfera (MAB) (1971) e a Convenção para a Conservação do Património Mundial Cultural e Natural (1972).

Integrado

Sugere-se acrescentar este parágrafo:

Sendo Portugal membro da União Internacional da Conservação da Natureza (IUCN na sigla em inglês), está o país comprometido em promover a implementação do programa, estratégias e resoluções aprovadas por esta organização internacional. Sendo a gestão do património geológico ainda débil em Portugal, cabe aqui destacar as resoluções que têm vindo a ser aprovadas pela IUCN desde 2008,

Não aplicável Sem enquadramento.

Portugal não é parte da IUCN, enquanto membro enquadrável na categoria Estados desde 2013. Em 2015, na qualidade de autoridade nacional para a conservação da natureza o ICNF aderiu

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Proposta da entidade / Comentário Ponderação Fundamentação

defendendo a necessidade das políticas de conservação da natureza incorporarem os aspetos da geodiversidade e do património geológico: Resoluções “4.040 Conservation of geodiversity and geological heritage” (2008), “Res-048 Valuing and conserving geoheritage within the IUCN Programme 2013-2016” (2012), “Res-083 Conservation of moveable geological heritage” (2016). Para além

destas resoluções específicas relativamente à geoconservação,

durante o 6th

World Conservation Congress (IUCN, Hawaii, 2016), foram aprovadas mais 13 resoluções com referências expressas à geodiversidade e ao património geológico.

à IUCN enquanto membro enquadrável na categoria Agência Governamental.

As resoluções aprovadas no âmbito desta organização internacional não têm carater vinculativo.

O detalhe proposto, ao nível de resoluções, é excessivo para o âmbito de uma estratégia.

Não obstante, as resoluções em causa são referidas na Situação de Referência constante nos anexos.

Sugere-se eliminar esta frase, uma vez que os geoparques já foram mencionados atrás.

“A Rede Europeia de Geoparques (REG) (European Geoparks Network – EGN) 17 criada em 2001 com o apoio da Divisão de Ciências da Terra da UNESCO, com o objetivo essencial de assegurar a gestão do património geológico.”

Integrado

Sugere-se acrescentar a frase: Apesar de ser óbvio mas por ser frequentemente negligenciada, devemos salientar a importância da geodiversidade e dos seus elementos (minerais, rochas, fósseis, geoformas e processos geológicos ativos) para a manutenção de um adequado estado de conservação dos ecossistemas e para os serviços que estes oferecem.

Não integrado A noção de serviços de ecossistema é a adotada pela Comissão Europeia (http://biodiversity.europa.eu/maes ).

… integrar a biodiversidade e a geodiversidade noutros… Integrado

… mais-valia da natureza para outros sectores.

Não integrado Este parágrafo refere-se ao capital natural associado aos serviços de ecossistema. A noção de serviços de ecossistema é a adotada pela Comissão Europeia (http://biodiversity.europa.eu/maes ).

Substituir por esta frase por: Em Portugal existem quatro Geoparques Mundiais da UNESCO (Naturtejo, Arouca, Açores e Terras de Cavaleiros), cada um deles com património geológico de relevância internacional.

Integrado

320

Integrado

Sugere-se mudar esta frase para: Encontram‐se inventariados e caracterizados 320 geossítios de relevância nacional e internacional, existindo ainda inventários específicos que incluem muitos outros geossítios de relevância local e regional, relativos a áreas protegidas ou municípios, como é o caso dos 130 geossítios identificados no Parque Nacional da Peneda‐Gerês.

Integrado

Sugere-se acrescentar a frase: Estratégias idênticas são necessárias criar e implementar para os restantes Monumentos Naturais e para os geossítios que ocorrem no interior de outras áreas protegidas e classificadas.

Já contemplado O presente capítulo descreve a situação de referência e não preconiza ação. Está contudo refletido na matriz estratégica, designadamente no objetivo 1.1.

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Proposta da entidade / Comentário Ponderação Fundamentação

Sugere-se substituir por esta frase: A maior parte das pressões e ameaças ao património geológico português advém, direta ou indiretamente, da deterioração e destruição induzida por alguns tipos de atividade humana, sendo de salientar a exploração de recursos geológicos, as atividades recreativas e turísticas, o desenvolvimento de obras e infraestruturas e o desconhecimento generalizado por parte de gestores e outros responsáveis pela administração do território.

Não integrado Está prevista a formação de entidades da administração central e regional no objetivo 1.7.

Sugere-se substituir esta frase por: Além de ser necessária legislação de geoconservação apropriada (quer integrando o património geológico in situ como ex situ), o inventario do património geológico de importância nacional e internacional deverá ser reforçado com a inclusão dos geossítios nos vários instrumentos de gestão territorial, no interior e fora das áreas do SNAC.

Não aplicável Os instrumentos de gestão territorial cobrem todo o território nacional.

…estado global da biodiversidade e do património geológico. Integrado

… estado da biodiversidade e do património geológico, permitindo…

Integrado

Sugere-se acrescentar a frase: Em Portugal, manifesta-se a necessidade de implementar a utilização de indicadores em geossítios que apresentem elevado valor científico e elevado risco de degradação.

Integrado Integrado com texto adaptado

substituir por: …onde a Natureza tem lugar de destaque… ou …onde a Natureza, a Biodiversidade e a Geodiversidade tem lugar de destaque…

Integrado

Sugere-se acrescentar a frase: Embora menos preocupante mas não negligenciável, existem geossítios que podem também ser afetados pelos efeitos das alterações climáticas. Por exemplo, a subida do nível do mar pode colocar em risco diversos geossítios que se encontram na linha de costa.

Integrado Integrado com texto adaptado

…espécies, ecossistemas e geodiversidade considerando…

Integrado

Sugere-se acrescentar esta frase depois de “…consensual.” É igualmente fundamental assegurar a proteção do património geológico, como componente importante dos valores naturais do país.

Não integrado O texto enquadra a melhoria do estado de conservação do património natural, que inclui o património geológico.

Face à importância do tema reconhecido nesta ENCNB, sugere-se acrescentar um novo objectivo 1.2 (passando os restantes para a frente): 1.2 GARANTIR A PROTEÇÃO E GESTÃO DO PATRIMÓNIO GEOLÓGICO PORTUGUÊS (nas tabelas dos anexos foi também adicionado este objetivo)

Não integrado A proteção e gestão do património geológico estão integradas no objetivo 1.1. Consolidar o sistema nacional de áreas classificadas e assegurar a sua gestão

substituir (porque a Rede Global não é formalmente da UNESCO): …ou Programa Internacional Geociência e Geoparques da UNESCO - e …

Sugere-se substituir:

Parcialmente integrado

Deverá dar-se destaque ao quadro vinculativo, relativamente às demais iniciativas

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Proposta da entidade / Comentário Ponderação Fundamentação

…torno da proteção, gestão e valorização do património geológico in-situ e ex-situ e da geodiversidade …

Sugere-se substituir por esta frase: Relativamente ao património geológico torna-se necessário consolidar o conhecimento sobre a aplicação de geoindicadores para avaliar o estado de conservação de geossítios e sua evolução, de modo a assegurar a correta gestão do património geológico. (o “estabelecimento de intercâmbios entre geoparques portugueses com instituições congéneres, tanto ao nível europeu como no âmbito da Rede Global de Geoparques” já é feito obrigatoriamente na rede)

Integrado

…conservação das espécies, habitats e geossítios.

Integrado Englobado no conceito de património natural

Sugere-se acrescentar: Face à escassez de informação em áreas protegidas sobre geodiversidade e património geológico, dirigida ao público visitante, torna-se necessário incrementar os conteúdos sobre estes temas nas estratégias de informação e de interpretação que se desenvolvem nas áreas classificadas. À excepção dos Geoparques Mundiais da UNESCO e do Monumento Natural das Pegadas de Dinossáurio de Ourém-Torres Novas, a informação e interpretação dirigida para o público em geral sobre a geodiversidade e património geológico destas áreas é praticamente inexistente, inadequada ou desatualizada.

Parcialmente Integrado

Sugere-se acrescentar: Nos últimos anos têm sido reconhecido os benefícios que a sociedade obtém do meio natural mas é sistematicamente esquecida a contribuição da geodiversidade, os designados serviços abióticos dos ecossistemas ou serviços dos geossistemas. A geodiversidade assegura e garante muitos dos serviços dos ecossistemas e é um relevante contributo para o capital natural. Uma gestão adequada dos ecossistemas e dos seus serviços requer, cada vez mais, uma visão holística do sistema natural, o que implica necessariamente levar em conta a contribuição dos geossistemas para o desenvolvimento sustentável e o combate aos desafios atuais como é o caso das alterações climáticas, desertificação, etc.

Parcialmente integrado

O enquadramento pretende-se geral e não especifica nenhuma das componentes do património natural.

… da Rede Natura 2000, das Reservas da Biosfera e dos Geoparques Mundiais da UNESCO.

… destes ecossistemas e geossistemas.

Parcialmente integrado

Optou-se por uma redação abrangente que contempla todas as tipologias que integram o SNAC (RNAP, RN2000 e demais áreas classificadas ao abrigo de compromissos internacionais).

No contexto da presente Estratégia o conceito de “serviços dos ecossistemas” abrange as componentes abióticas referidas no comentário.

Sugere-se acrescentar: De igual modo, os geossistemas asseguram benefícios diretos e indiretos, cobrindo as vertentes de regulação (qualidade da água; controle de inundações pela ação da infiltração, ilhas barreira, dunas; processos terrestres relacionados com o ciclo das rochas, ciclo do carbono e ciclos biogeoquímicos, controle da erosão), suporte (formação e evolução dos solos; disponibilização de habitats como por exemplo para espécies rupículas; armazenamento subterrâneo

Não integrado Propostas efetuadas decorrem dos compromissos constantes no plano estratégico da CBD 2011-2020 (https://www.cbd.int/sp/targets/) e na Estratégia da Biodiversidade da EU 2020 (http://biodiversity.europa.eu/maes )

No contexto da presente Estratégia o conceito de “serviços dos ecossistemas”

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Proposta da entidade / Comentário Ponderação Fundamentação

essencial para a água, mas também para lixos e resíduos), aprovisionamento (minerais e rochas como matéria-prima para a indústria; água doce; sal; nutrientes provenientes da meteorização de minerais que garantem a produtividade dos solos) e culturais (sentido de pertença; atividades de recreação e turismo; inspiração para produção artística; histórias, lendas e mitos).

abrange as componentes abióticas referidas no comentário.

…pelos ecossistemas e geossistemas.

Não integrado Propostas efetuadas decorrem dos compromissos constantes no plano estratégico da CBD 2011-2020 (https://www.cbd.int/sp/targets/) e na Estratégia da Biodiversidade da EU 2020 (http://biodiversity.europa.eu/maes ).

No contexto da presente Estratégia o conceito de “serviços dos ecossistemas” abrange as componentes abióticas referidas no comentário.

…DA BIODIVERSIDADE, DOS ECOSSISTEMAS E DA GEODIVERSIDADE, EM PARTICULAR…

Não integrado Propostas efetuadas decorrem dos compromissos constantes no plano estratégico da CBD 2011-2020 (https://www.cbd.int/sp/targets/) e na Estratégia da Biodiversidade da EU 2020 (http://biodiversity.europa.eu/maes)

No contexto da presente Estratégia o conceito de “serviços dos ecossistemas” abrange as componentes abióticas referidas no comentário.

…CONSERVAÇÃO DA NATUREZA E UTILIZAÇÃO…

Não integrado Ver acima.

…valores naturais, promover uma gestão integrada do património geológico e da geodiversidade em articulação com a avaliação da qualidade ambiental e dos ecossistemas, e garantir…

Não integrado O proposto torna menos claro o que se quer transmitir ao alargar o âmbito do texto.

…serviços dos ecossistemas e geossistemas associados…

Não integrado Propostas efetuadas decorrem dos compromissos constantes no plano estratégico da CBD 2011-2020 (https://www.cbd.int/sp/targets/) e na Estratégia da Biodiversidade da EU 2020 (http://biodiversity.europa.eu/maes )

No contexto da presente Estratégia o conceito de “serviços dos ecossistemas” abrange as componentes abióticas referidas no comentário.

Sugere-se acrescentar a frase: Algumas destas áreas podem ser adaptadas para uma outra utilização ambientalmente sustentável, como é o caso de um uso educativo para alunos de diversos níveis de ensino ou até mesmo um uso recreativo/turístico, consoante existam elementos geológicos com potencial para serem usados para estas finalidades, obviamente garantindo sempre as necessárias condições de segurança aos utentes.

Não integrado Aspeto a considerar na fase de execução da Estratégia

…ecológicas, geológicas e culturais…

Integrado

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106

Proposta da entidade / Comentário Ponderação Fundamentação

Não é nos Açores. http://montanhasmagicas.pt/pt/

Integrado

Sugere-se acrescentar: A informação e interpretação sobre geodiversidade e património geológico disponibilizada na oferta de produtos de turismo de natureza é, genericamente e com a exceção dos territórios dos Geoparques Mundiais da UNESCO, praticamente inexistente ou de muito baixa qualidade. Urge criar medidas para uma renovação destes conteúdos que podem contribuir para um incremento do grau de satisfação dos utentes destes serviços e, consequentemente, para aumentar a qualificação destes serviços.

Já contemplado A proposta está integrada quando se refere a intenção de “qualificar os espaços e infraestruturas de suporte em áreas classificada”

As Empresas e A Biodiversidade e A Geodiversidade

Integrado

…da sua biodiversidade, geodiversidade e cultura,… (isto porque obviamente a valorização do capital natural deve incluir a geodiversidade)

Integrado

… monitorização de espécies e de geossítios… Não integrado Ver acima.

Sugere-se acrescentar: Em consonância com o preconizado nesta ENCNB, as ações de geoconservação devem igualmente ser consideradas como elegíveis nos financiamentos previstos no âmbito da conservação da natureza.

Não integrado Matéria a ponderar na regulamentação dos diferentes instrumentos financeiros e fora do âmbito da presente Estratégia.

Sugere-se acrescentar: Atendendo a que a União Europeia tem mostrado pouca abertura ao financiamento de projetos no âmbito do património geológico, há que garantir a possibilidade deste tipo de projetos em Portugal poder recorrer a verbas do Fundo Ambiental.

Não integrado Matéria a ponderar na regulamentação do Fundo Ambiental e fora do âmbito da presente Estratégia.

…monitorização, incluindo no que respeita ao património geológico;

Não integrado O parágrafo em causa tem como referência o POSEUR, devendo portanto restringir-se aos seus objetivos. Atente-se porém que estes abrangem, ainda que de modo complementar matérias relativas ao conhecimento e conservação do património geológico.

Sugere-se acrescentar item: - Mapear e avaliar o estado de conservação do património geológico, em particular nas areas protegidas e nas áreas da Rede Natura 2000;

Não integrado O parágrafo em causa tem como referência o POSEUR onde é exatamente prevista a tipologia de intervenção constante neste ponto da proposta de revisão da Estratégia.

Sugere-se acrescentar esta frase: Em especial, o recurso a este Fundo deve também garantir o financiamento de ações e projetos no âmbito da gestão e valorização do património geológico, iniciativas que têm registado dificuldades de acesso a fundos de outras proveniências.

Não integrado Matéria a ponderar na regulamentação do Fundo Ambiental e fora do âmbito da presente Estratégia. No entanto, o atual Fundo enquadra o (co)financiamento de intervenções dirigidas à geodiversidade

…monitorização, assim como no âmbito do património geológico.

Integrado

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Proposta da entidade / Comentário Ponderação Fundamentação

Sugere-se acrescentar um ponto: 3. Por ocasião da primeira atualização, deverá o PMICNB 2020 ser revisto no sentido de integrar a possibilidade de financiamento de ações concretas de gestão, monitorização e valorização do património geológico, componente da conservação da natureza que não ficou contemplada anteriormente e que a ENCNB 2025 integra.

Não integrado A possibilidade de financiamento referida já está contemplada no PMICNF 2020.

Os aspetos relevantes serão considerados na revisão deste plano de mobilização de investimentos.

…valorização de todos os componentes do património natural.

Não integrado A proposta nada acrescenta ao sentido do texto.

…ecossistemas e do património geológico, a eficácia…

Integrado

Transferir para o novo objetivo 1.2 que foi proposto incluir “1.2 GARANTIR A PROTEÇÃO E GESTÃO DO PATRIMÓNIO GEOLÓGICO PORTUGUÊS”

Não integrado A proteção e gestão do património geológico estão integradas no objetivo 1.1. Consolidar o sistema nacional de áreas classificadas e assegurar a sua gestão

…sítios da Rede Natura 2000, integrando os geossítios que existem nestes espaços e já identificados no inventario nacional.

já contemplado A Rede Natura 2000 não contempla o património geológico, com exceção daquele que suporta habitats no âmbito da Diretiva Habitats, estando este património salvaguardado nesse contexto

Foi sugerido acrescentar o objetivo 1.2 “1.2 GARANTIR A PROTEÇÃO E GESTÃO DO PATRIMÓNIO GEOLÓGICO PORTUGUÊS” passando os restantes para a frente (1.3, 1.4, etc.)

Este novo objetivo 1.2 teria 3 itens na coluna concretização:

item 1: Definir um conjunto de geossítios a integrar o sistema nacional de áreas classificadas, ou com normativos de proteção específicos nos instrumentos de gestão territorial relevantes (transferido do objetivo 1.1, mas mudando para prioridade 2)

Item 2: Executar avaliação do estado de conservação dos geossítios do inventário nacional. (prioridade 2)

item 3: Integrar o património geológico em todos os planos de gestão de áreas protegidas. (prioridade 3)

Não integrado A proteção e gestão do património geológico estão integradas no objetivo 1.1. Consolidar o sistema nacional de áreas classificadas e assegurar a sua gestão.

Sugere-se acrescentar novo item de concretização no objetivo 1.6:

Definir o estatuto do património geológico ex-situ e criar mecanismos legais para o combate ao comércio ilegal de amostras geológicas (fósseis, minerais, rochas e meteoritos).

Já contemplado Esta proposta enquadra-se no objetivo 1.6, nomeadamente na medida de concretização “Rever o RJCNB, incluindo nomeadamente a colmatação das lacunas regulamentares que assegurem um regime coerente de conservação do património geológico”

…autoridades policiais, incluindo em temas no âmbito do património geológico.

Já contemplado Esta medida de concretização é genérica, remetendo-se para a fase de operacionalização da estratégia a definição de temas específicos para as ações de formação.

…mais relevantes, incluindo os serviços abióticos dos ecossistemas, de acordo com…

Já contemplado Esta medida de concretização é genérica e contempla todos os serviços de ecossistema.

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Proposta da entidade / Comentário Ponderação Fundamentação

… a nível nacional, incluindo os respetivos serviços abióticos. Já contemplado Esta medida de concretização é genérica e contempla todos os serviços de ecossistema.

…da natureza e biodiversidade, incluindo projetos de geoconservação. Já contemplado Este objetivo é genérico e contempla o património natural (biodiversidade, geodiversidade e paisagem).

Este texto sobre geoparques está fragmentado entre este parágrafo e um outro parágrafo à frente.

Sugere-se que seja transferido para a frente e modificado para ter coerência.

Integrado

…de 2012, e WCC-2016-Res-083

Conservation of moveable geological heritage, de 2016, a IUCN …

Integrado

Sugere-se acrescentar este item:

• Que devem ser estabelecidas regras para a proteção, conservação e gestão de património geológico ex situ, incluindo mecanismos para evitar o comércio ilegal deste património.

Não integrado Fora do âmbito da situação e referência

Sugere-se este texto relativo aos geoparques:

A UNESCO reconhece a importância da conservação do património geológico através de dois instrumentos: a Convenção para a Proteção do Património Mundial Cultural e Natural de 1972 (em particular com base no critério viii, um dos critérios de avaliação do “Outstanding Universal Value”) e o Programa Internacional Geociência e Geoparques de 2015. Este último cria a figura de Geoparque Mundial da UNESCO, que são territórios que apresentam um património geológico de relevância internacional e nos quais é implementada uma estratégia de gestão territorial sustentável, que considera a geodiversidade enquanto suporte da biodiversidade e do próprio Homem e suas atividades, e onde se promovem também os aspetos culturais. Atualmente, existem 127 Geoparques Mundiais da UNESCO em 35 países de todos os continentes.

Parcialmente integrado

Considera-se que a referência a este ponto de enquadramento específico do quadro de referência constante da proposta de consulta é suficiente e equilibrado face à abordagem dos demais pontos feitas neste subcapítulo”

Este texto pode ser apagado uma vez que já os geoparques já foram referidos no âmbito global.

Integrado

Sugere-se acrescentar esta referência:

Programa Nacional da Politica de Ordenamento do Território (PNPOT), Lei nº 58/2007, de 4 de Setembro.

Entre outros objetivos, esta lei previa que no período 2007-2013 fosse feito o levantamento do património geológico e mineiro, incluindo a identificação e classificação dos respetivos elementos notáveis e que fosse definida e executada uma Estratégia Nacional de Geoconservação.

Integrado Em A.2.3 Regimes nacionais de planeamento e gestão territorial

Sugere-se acrescentar estes parágrafos:

A Lei nº 107/2001, de 8 de Setembro, “estabelece as bases da política e do regime de proteção e valorização do património cultural”. De modo mais abrangente, prevê-se que “os princípios e disposições fundamentais da presente lei são extensíveis, na medida do que for compatível com os respetivos regimes jurídicos, aos bens naturais, ambientais, paisagísticos ou paleontológicos”.

A definição do que se entende por património paleontológico está expressa no Art. 74º: “integram o património arqueológico e

Integrado

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109

Proposta da entidade / Comentário Ponderação Fundamentação

paleontológico todos os vestígios, bens e outros indícios da evolução do planeta, da vida e dos seres humanos: a) Cuja preservação e estudo permitam traçar a história da vida e da humanidade e a sua relação com o ambiente; b) Cuja principal fonte de informação seja constituída por escavações, prospeções, descobertas ou outros métodos de pesquisa relacionados com o ser humano e o ambiente que o rodeia”.

Tal como preconizado na resolução 083 Conservation of moveable geological heritage da IUCN (2016), os estados devem promover os mecanismos adequados para a conservação e gestão do património geológico ex situ, incluindo o combate ao comércio ilegal de amostras geológicas (fósseis, minerais, rochas, meteoritos). Deve ser feito um adequado enquadramento legal para o património geológico ex situ, de forma a garantir a sua proteção eficaz e duradoura.

Comentário:

Este comité não tem atribuições ou competências específicas no que diz respeito ao inventário, conservação ou gestão de património geológico.

Não integrado O comentário não reflete o conteúdo do parágrafo.

Sugere-se substituir por:

Em Portugal existem quatro Geoparques Mundiais da UNESCO (Naturtejo, Arouca, Açores e Terras de Cavaleiros), devidamente integrados na Global Geoparks Network (GGN) que conta atualmente com 127 membros em 35 países.

(Nota: as redes mencionadas no texto original não são da UNESCO.)

Integrado

O Geoparque Terras de Cavaleiros Integrado

Sugere-se substituir este parágrafo por:

Em Portugal estão neste momento inventariados e caracterizados 320 geossítios de relevância nacional e internacional. Trata-se do mais completo inventário sobre património geológico existente no país e veio colmatar uma importante lacuna nesta área do conhecimento.

Existem outros inventários específicos, como por exemplo os 130 geossítios do Parque Nacional da Peneda‐Gerês identificados no respetivo Plano de Ordenamento. É importante destacar…

Integrado

Sugere-se alterar esta frase para:

Há também lacunas relevantes a suprir, como a conclusão da delimitação dos geossítios a nível nacional, a criação de regulamentação especifica para assegurar a salvaguarda do património geológico in situ e ex situ em todo o território, a inserção de medidas de geoconservação nos planos de gestão das áreas protegidas e dos espaços de Rede Natura 2000 e uma adequada informação e interpretação da geodiversidade em todas as áreas classificadas.

Não integrado A opção prevista é mais abrangente e equilibrada

Não estamos certos sobre o significado de:

“identificação, investigação e proteção da vertente patrimonial não económica da geodiversidade”.

O que é então a vertente patrimonial económica da geodiversidade?

Sugere-se que este parágrafo seja alterado de forma a salientar a importância do LNEG como repositório de informação essencial para uma adequada identificação e gestão do património geológico nacional, assim como a sua relevância como acervo de património geológico ex situ no seu Museu Geológico.

Não integrado O parágrafo em consulta realça a relevância do LNEG nesta perspetiva. Por outro lado: a “vertente patrimonial não económica da geodiversidade” abrange a valoração que é feita da componente patrimonial, intrínseca, para lá da associada à exploração dos recursos geológicos

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Proposta da entidade / Comentário Ponderação Fundamentação

De referir também a Estratégia de Conservação do Património Geológico da Região Autónoma da Madeira (Resolução nº 883/2015).

Sugere-se acrescentar:

No entanto, apesar de estarem referidos nos planos de gestão, é reconhecido que são muito escassas as medidas efetivas de conservação e gestão de geossítios em áreas protegidas, aspeto a rever no âmbito das ações propostas na presente ENCNB.

Parcialmente integrado

A referência à Estratégia.

…património geológico português advém…

… infraestruturas e o desconhecimento generalizado por parte de gestores e outros responsáveis pela administração do território.

Integrado

…património geológico in situ e ex situ, incluindo o combate ao comércio ilegal deste património natural.

Integrado

quatro Geoparques Mundiais da UNESCO. Integrado

sugere-se acrescentar:

Os geossítios do inventário nacional foram todos sujeitos a uma avaliação quantitativa do seu valor científico e da sua vulnerabilidade. Trata-se de um dado numérico que é possível monitorizar ao longo do tempo, assim sejam definidos os geoindicadores que permitam fazer uma avaliação periódica dos geossítios.

Não aplicável Fora de âmbito

Sugere-se acrescentar:

Existe ainda uma clara lacuna no que se refere à ausência de descritores da geodiversidade e do património geológico nos AIA e AIncA, limitação que urge eliminar de modo a garantir uma avaliação holística dos eventuais impactos sobre o ambiente.

Integrado

José Janela

Proposta da entidade / Comentário Ponderação Fundamentação

Na página 15 pode já ser feita referência à Reserva da Biosfera de Castro Verde (a mais recente).

Integrado

Na página 17, quando se fala da «proibição pela proibição» não existe uma fundamentação para o que é dito, esta a exprimir-se uma opinião, por isso essa expressão deveria ser suprimida.

Integrado

Na página 18, fala-se em «alterar a perceção que é usualmente tida destas áreas», e na «necessidade de desconstruir o modelo da proibição que se colou a algumas práticas da conservação da natureza, sendo que esse modelo está hoje tão desajustado, como está a ideia instalada» mas não há fundamentação para sustentar essas as afirmações (opiniões) e que por isso deveriam ser retiradas.

Integrado

Na página 13 refere-se que existem 6 áreas protegidas de âmbito local, mas na página 36 refere-se que existem «nove de âmbito local (duas Reservas Naturais e sete Paisagens Protegidas)». Assim, deve uniformizar-se a contagem e deveria existir no documento uma lista completa das áreas protegidas com um mapa de fácil consulta.

Integrado

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Proposta da entidade / Comentário Ponderação Fundamentação

Quando se fala em «valor de mercado» e em «mercado», poderia referir-se, tal como se defende em vários documentos da ONU, que o bem-estar proporcionado pela natureza e pela biodiversidade deveria ser tido em conta, por exemplo, no cálculo do PIB.

Já contemplado As medidas de concretização do objetivo 2.2 e o capítulo 4.2 enquadram a sugestão efetuada.

Laboratório Nacional de Energia e Geologia

Proposta da entidade / Comentário Ponderação Fundamentação

(…) opção de enquadramento do Património Geológico no âmbito do Regime Jurídico dos Recursos Geológicos é a mais adequada porque minimiza eventuais conflitos de gestão com os restantes recursos geológicos:

Importa referir que os geossítios, como parte integrante do Património Geológico, estão atualmente enquadrados pela Lei de Bases do Regime Jurídico da Revelação e do Aproveitamento dos Recursos Geológicos existentes no território nacional, incluindo os localizados no espaço marítimo nacional (Lei 54/2015), sem que tal nunca seja referido no presente projeto de revisão. Essa Lei de Bases qualifica o Património Geológico e explicita que:

Os elementos que integram o Património Geológico são os bens que apresentam relevância geológica, mineira ou educativa;

Fazem parte integrante dos Recursos Geológicos (a par com

os recursos minerais e outros, e favorecendo o que é a

interpretação mais comum no seio da comunidade científica).

São recursos geológicos do domínio público do Estado.

Parcialmente integrado

Enquanto enquadramento do Património Geológico complementar ao Regime Jurídico da Conservação da Natureza e da Biodiversidade, integrou-se referência ao Regime Jurídico da Revelação e do Aproveitamento dos Recursos Geológicos ( Lei 54/2015) no ponto 4.3

Tendo em atenção o que atrás foi mencionado sobre a qualificação do Património Geológico e tendo em conta que o presente projeto de revisão não concretiza o conceito Geossítio ou de Património Geológico, o LNEG propõe:

Património Geológico é o conjunto de bens que revelam interesse científico e/ou didático do ponto de vista geológico (mineralógico, paleontológico, geomorfológico/paisagístico, etc.) e mineiro (escavações mineiras).

Não integrado Os conceitos de “geossítio” e de “Património geológico” estão definidos no Regime Jurídico da Conservação da Natureza e da Biodiversidade (Decreto-Lei n.º 142/2008, de 24 de julho).

Omite:

Uma das principais bases de dados nacionais de geossítios, nomeadamente a que é disponibilizada publicamente pelo LNEG no seu Geoportal em: http://geoportal.lneg.pt/index.php?option=com_content&id=57&lg=pt

A base de dados associada ao Roteiro das Minas e Pontos de Interesse Mineiro e Geológico em Portugal, sob coordenação e gestão da Direção Geral de Geologia e Minas e da Empresa de Desenvolvimento Mineiro, SA, e que se encontra disponível publicamente em: http://www.roteirodeminas.pt/.

Já contemplado Em A3.3 - Património Geológico

Ainda no âmbito do atual estado de conhecimento refere-se que uma das principais ameaças ao património geológico é a atividade extrativa. Contudo, não se aborda que é essa mesma

Não integrado A atividade extrativa é reconhecidamente um fator de ameaça ao património natural independentemente das medidas que

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Proposta da entidade / Comentário Ponderação Fundamentação

atividade que levou, leva e levará à descoberta de muito do património conhecido. Este aspeto entronca no que antes foi mencionado sobre a necessidade de minimizar conflitos na gestão dos recursos geológicos, devendo a respetiva ponderação ocorrer no seio das entidades com conhecimento e responsabilidade na gestão, conservação e salvaguarda dos recursos geológicos.

indiscutivelmente têm vindo a ser tomadas para aumentar a sustentabilidade do setor.

Pág. 12, §1: “Pela sua localização, …” alterar para “Pela sua localização, geologia, geomorfologia, …”.

Justificação: O substrato geológico é o principal condicionador da geomorfologia e da flora existente num dado território e respetivos ecossistemas, habitats e paisagens.

Integrado

Pág. 36, §1: “…Peneda Gerês …” alterar para “… Peneda Gerês, os 115 geossítios do Inventário de Geossítios com Interesse Geológico do Laboratório Nacional de Energia e Geologia e os locais de património geológico-mineiro identificados no Roteiro de Minas.”

Integrado

Pág. 36, §1: “… lacunas relevantes a suprir …” alterar para “… lacunas relevantes a suprir, nomeadamente a normalização da qualificação dos geossítios, a conclusão da sua delimitação a nível nacional com harmonização dos inventários e a criação de regulamentação específica.”

Integrado

Pág. 36, §5: “… sendo de salientar a exploração de recursos geológicos, as atividades recreativas, …” alterar para “…recursos geológicos (que simultaneamente, contribui para a revelação de muito do património existente), as atividades turísticas...”

Não integrado A atividade extrativa é reconhecidamente um fator de ameaça ao património natural independentemente das medidas que indiscutivelmente têm vindo a ser tomadas para aumentar a sustentabilidade do setor.

Pág. 50, §2: Retirar a frase “… Os geossítios … deverão ser integrados no Sistema Nacional de Áreas Classificadas.”

Justificação: Na sequência dos comentários anteriores, os geossítios deverão ser geridos no âmbito da Lei de Bases dos Recursos Geológicos a fim de minimizar conflitos e tendo em atenção que, tal como explícito nessa Lei de Bases, a sua qualificação é feita sem prejuízo das demais qualificações ao abrigo dos regimes relativos à conservação da natureza e ao património cultural.

Não integrado Cfr. Regime Jurídico da Conservação da Natureza e da Biodiversidade (Decreto-Lei n.º 142/2008, de 24 de julho).

Pág. 52, §7: “… geológico e da geodiversidade nacional.” Alterar para “… geológico e da geodiversidade nacional em articulação com a Lei de Bases do Regime Jurídico dos Recursos Geológicos"

Integrado

Pág. 61: “6.4.6 Energia e Recursos Minerais” alterar para “6.4.6. Energia e Indústria Extrativa”.

Justificação: O que é abordado neste subcapítulo é a Indústria extrativa e não os recursos minerais. Importa notar que indústria extrativa é a atividade que disponibiliza os recursos minerais à sociedade. Portanto, indústria extrativa e recursos minerais são conceitos interligados mas diferentes.

Integrado

Pág. 61, subcapítulo 6.4.6., §1: “…sustentáveis das energias renováveis…” alterar para “… sustentáveis das energias renováveis e na salvaguarda dos recursos minerais para a sua eficiente utilização, de modo …”

Parcialmente integrado

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Proposta da entidade / Comentário Ponderação Fundamentação

Pág. 61, subcapítulo 6.4.6., §1: “…biodiversidade…” alterar para “…biodiversidade e geodiversidade …”

Integrado

Muitas das medidas de concretização propostas estão relacionadas com o enquadramento do Património Geológico no Regime Jurídico de Conservação da Natureza e sua integração no Sistema Nacional de Áreas Classificadas, em particular, Pág. 5, Objetivo 1.1. Pelas razões expostas anteriormente, não se crê que esse seja o melhor caminho para uma adequada conservação e gestão dos geossítios.

Não aplicável Considerando. Proposta não é suscetível de integração.

Relativamente às medidas relativas à Conclusão da delimitação e inventariação nacional de geossítios (Objetivo 1.8, pág. 12) e Estabelecimento de programa de monitorização de geossítios (Objetivo 1.9, pág. 13), a entidades responsável pela sua execução deverá ser a DGEG, tal como explícito na Lei de Bases do Regime Jurídico dos Recursos Geológicos, em colaboração com o LNEG, ICNF, ONG e academia.

Integrado

Pág. 25, Objetivo 3.7: a primeira das medidas de concretização propostas (“Estabelecer e executar um quadro de referência …”) em nada se relaciona com o objetivo.

Não integrado

Pág. 25, Objetivo 3.7: Nos Instrumentos de Execução deve retirar-se RJ Indústria Extrativa e substituir por RJ Recursos Geológicos. Por outro lado, relativamente à medida “Estabelecer e executar …” que, como mencionado, não cabe neste âmbito, deve ser referido como Instrumento de Execução o Regime Jurídico da concessão do exercício da atividade de recuperação ambiental das áreas mineiras degradadas (DL 198A/2001).

Integrado

Pág. 42: em “Outros Diplomas e Instrumentos de Programação …” deve ser considerado a Estratégia Nacional para os Recursos Geológicos (RCM 78/2012).

Integrado

Manuel Simão

Proposta da entidade / Comentário Ponderação Fundamentação

Após leitura superficial do extensíssimo documento (tanto texto!), fiquei com a impressão de que pouco ou nada é referido em relação aos ambientes urbanos. A conservação da natureza nesses ambientes deveria ser "recuperação" ou "reabilitação" ou melhor ainda, "melhoria" da natureza em meios urbanos.

Integrado

Matéria abordada no capítulo 1.3.3., sem prejuízo da presente revisão da ENCNB assumir como prioridade de intervenção os ambientes rústicos (não urbanos).

Integrada nova medida de concretização “Promover o desenvolvimento de infraestruturas verdes costeiras, rurais e urbanas” no objetivo 2.1

A conservação natureza marinha, tão ameaçada pelo lixo marinho é aqui tratada com demasiada ligeireza.

Não aplicável Comentário genérico não suscetível de integração. Considerando.

Maria de Fátima Letras

Proposta da entidade / Comentário Ponderação Fundamentação

Abolir o defeso e tamanho mínimo das espécies introduzidas ainda abrangidas por estas medidas nomeadamente achigã, carpa e pimpão. Proibir ainda a devolução de animais vivos e

Não aplicável Sem enquadramento na ENCNB

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Proposta da entidade / Comentário Ponderação Fundamentação

repovoamentos com as referidas espécies. Dado o interesse económico das mesmas excetuar as zonas de pesca concessionadas potencializando as receitas das mesmas.

Nuno Guégués

Proposta da entidade / Comentário Ponderação Fundamentação

De modo a preservar a nossa ictiofauna de água doce deve ser abolido o defeso e tamanho mínimo das espécies alóctones que ainda o têm nomeadamente Carpa, Achigã e Pimpão. Proibindo-se ainda a devolução de animais vivos à água e repovoamentos com as referidas espécies. Dado o interesse económico das mesmas espécies poderá excetuar-se destas proibições as zonas de pesca concessionadas. Maximizando o potencial económico dado o aumento de receita destas zonas.

Não aplicável Sem enquadramento na ENCNB

Os gatos domésticos assilvestrados ou em regime de liberdade (saindo livremente da casa dos donos) são responsáveis por uma grande mortalidade de aves e pequenos mamíferos comprovado por vários estudos científicos conforme artigo em anexo. Deste modo para salvaguardar a vida selvagem e diminuir o impacto dos gatos na mesma sugiro:

Obrigatoriedade de chip de identificação em gatos domésticos

Obrigatoriedade de colar com guizo em gatos domésticos

Captura de gatos assilvestrados/ domésticos sem chip e/ou guizo sem retorno a liberdade.

Proibição de alimentação de gatos assilvestrados

Proibição de libertar gatos mesmo que castrados ou laqueados.

Aumento ou aplicação de coimas para a não obediência às regras acima nunca inferiores a 500,00€/ gato

Não aplicável Sem enquadramento na ENCNB

Ordem dos Biólogos

Proposta de entidade / Comentário Ponderação Fundamentação

Património Natural e Biodiversidade constituem o elemento basilar da proposta de ENCNB 2025.

A Ordem dos Biólogos defende, nesta matéria, que a ENCNB integre os 3 níveis de Biodiversidade: Genética, Específica e Ecossistémica.

Já contemplado A ENCNB dá enquadramento à conservação da biodiversidade nos três níveis referidos.

ENCNB identifica como principais constrangimentos as lacunas no conhecimento científico - que justificará o lançamento de programas regulares e plurianuais de avaliação e monitorização da biodiversidade; na valoração económica; bem como num Plano de negócios para cada AP.

A riqueza do nosso país em matéria de biodiversidade, bem como a responsabilidade pela manutenção do adequado estado de conservação dos habitats e espécies, são um desafio imenso que se coloca ao Estado Português, mas também às autarquias, às empresas, às ONGA, aos investigadores, em suma a todos os cidadãos.

Parcialmente integrado

No capítulo 1.3.1

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Proposta de entidade / Comentário Ponderação Fundamentação

Defende-se a criação de uma Lei de Bases do Património Natural e Biodiversidade que, do nosso ponto de vista, permitirá implementar de forma integrada e articulada os desígnios e desafios estratégicos consignados na Estratégia Nacional de Conservação da Natureza e Biodiversidade, para 2025, em especial os indicados nos três vértices estratégicos ,…

Para os Biólogos Portugueses uma Lei de Bases do Património Natural e Biodiversidade, assente num debate amplo e num consenso politico e social, permitirá também ordenar critérios e processos de valoração e de valorização do património e da correspondente apropriação pela(s) comunidade(s); e que representará uma base coerente para a gestão e ordenamento integrados do território, permitindo o saneamento da presente situação, de indefinições e interpretações menos claras e coerentes.

Face à premência deste quadro legal, integrador e fundamental, a OBIO defende que o Ministério do Ambiente inicie desde já o caminho para a sua elaboração. A Ordem dos Biólogos estará disponível para dar a sua colaboração neste processo.

Não aplicável Fora do âmbito da presente ENCNB.

A conservação da Biodiversidade Marinha é considerada uma das fragilidades no atual Sistema Nacional de Áreas Classificadas, identificado pelo próprio documento em análise. No entanto, a Ordem dos Biólogos considera que a proposta de ENCNB 2025 não foi suficientemente ambiciosa em matéria de biodiversidade marinha.

… de forma a suprir estas debilidades, a Estratégia deveria contemplar um plano de ação claro e com uma perspetiva de longo prazo, que permitisse de forma inequívoca perspectivar as necessidades, objetivos e recursos, o que não está contemplado na proposta de ENCNB.

É urgente uma maior ênfase à dimensão atlântica da nossa biodiversidade, e esta aposta terá de ser assegurada pelo Estado Português – no conhecimento, nos recursos para a vigilância das AMP e para a monitorização dos valores naturais.

Integrado

… a integração setorial … no mar ganha ainda maior relevância, e sendo inequívoco o papel do ICNF como Autoridade Nacional da Conservação da Natureza e responsável pela gestão de AP, é imprescindível a estreita articulação com o Ministério do Mar, mas também da Ciência e do Ensino Superior, da Defesa Nacional.

Neste sentido, a integração da ENCNB com a Estratégia Nacional para o Mar terá de ser feita.

Integrado Referências à ENM e ao Plano Mar Portugal no capítulo 1.3.3 - O desafio da articulação de políticas.

Sendo a principal ameaça à biodiversidade marinha a sobrexploração dos recursos, a existência de uma Rede Nacional de AMP, com regulamento de gestão e zonas de não extração, será fundamental para ajudar a cumprir os objetivos da ENCNB 2025.

Já contemplado No âmbito do objetivo 1.1 designadamente na concretização “Contribuir para a concretização da meta 17 de Aichi e 14.5 dos ODS através da consolidação da rede de áreas marinhas do SNAC”

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116

Proposta de entidade / Comentário Ponderação Fundamentação

A Ordem dos Biólogos subscreve a proposta da CNADS de um Programa de Identificação e Cartografia da Biodiversidade Marinha.

Parcialmente integrado

Abordam-se de forma genérica no capítulo 6.2.6 as lacunas de conhecimento e as necessidades de investigação e inovação. O programa de investigação e inovação previsto como medida de concretização do objetivo 1.8 dá enquadramento ao Programa de Identificação e Cartografia da Biodiversidade Marinha e a outros que se revelem prioritários.

Se por um lado a desatualização dos instrumentos de gestão territorial nas áreas protegidas (os Planos de Ordenamento de Área Protegida) é uma realidade, e a revisão dos mesmos uma necessidade técnica e uma reivindicação das populações, o atual quadro legal é uma confusão.

A OBIO considera que há falta de segurança jurídica no atual quadro formal, nomeadamente no que concerne ao Regulamento de Gestão da AP, não previsto na Lei de Bases e referido de forma pouco explícita no Decreto-Lei n.º 80/2015 (RJIT), e que incluirá as normas de gestão vinculativas de particulares não enquadráveis nas normas a transpor para os PDM.

A Ordem dos Biólogos defende que o atual quadro jurídico, para além das fragilidades formais, irá promover a fragmentação das regras de OT pelos diferentes PDM (em especial no Parque Nacional e nos Parques Naturais de maior dimensão onde coexistem vários municípios e planos diretores municipais); podendo levar ao colapso de algumas áreas e/ou perca de coerência territorial, com prejuízo claro para a conservação da natureza e da biodiversidade.

Nas AP que integram a rede nacional de áreas protegidas estão em causa valores e património de âmbito nacional, supra-municipal, que deverão ser entendidos como tal, e por isso deverão justificar IGT específicos.

Assim, a Ordem dos Biólogos, defende a alteração da Lei 31/2014 em consonância com estes princípios. Subscrevendo a posição do CNADS,….

Não aplicável Sem enquadramento ao nível da Estratégia

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Proposta de entidade / Comentário Ponderação Fundamentação

A OB reconhece as mais-valias de um processo participado de gestão das áreas protegidas bem como a importância do reforço da gestão de proximidade

…a OB defende um modelo de gestão que concilie a CN & B, assegurada pela Autoridade Nacional, com a participação das autarquias, dos investigadores e da comunidade local, com a necessária visão integradora e macro do território, garantindo também, desse modo, maior coerência e uniformidade das medidas e da gestão das AP na Rede Nacional.

De referir a este propósito que o Ministério do Ambiente não fez nunca a avaliação dos diferentes modelos de gestão que vigoraram nos últimos quarenta anos nas nossas áreas protegidas.

…as alterações no modelo de governança deveriam ter por base a avaliação da sua eficácia e um estudo preditivo dos modelos a implementar.

… não deverá haver uma receita única, devendo ser ajustado o modelo em função do contexto e das características da AP, dos atores, da tipologia de pressões e dos valores e interesses presentes no território protegido.

… a gestão partilhada não resolve, antes pelo contrário acentua, a falta de recursos humanos existentes nas AP, nem a ausência de um diretor afeto à mesma (situação não compaginável com a acumulação com as funções de Diretor de Departamento da região desconcentrada que abrange cinco, seis ou mesmo oito áreas protegidas).

Parcialmente integrado

Os objetivos e concretizações previstos na estratégia relativos aos modelos de gestão partilhada e cogestão têm implícita a avaliação das experiências a concretizar, como aliás revela a experiência intitulada como piloto no PNTI.

Acrescentou-se medida de concretização “Avaliar a eficácia da gestão das áreas protegidas” no objetivo 1.1.

Um dos principais pontos fracos da ENCNB é a não identificação dos recursos financeiros e do calendário de execução.

Integrado Apesar de não quantificadas, foram identificadas e hierarquizadas as principais necessidades e respetivas fontes de financiamento.

De toda a maneira considerou-se, para o efeito, prever no capítulo 8.7 a elaboração de um Plano de Ação para a Conservação da Natureza e Biodiversidade.

Outro ponto fraco é a não identificação de um compromisso claro sobre a monitorização e inventariação de espécies e habitats, quer nas zonas protegidas quer nas restantes. Particularmente crítico no meio marinho.

Já contemplado No âmbito do objetivo 1.9 está previsto o estabelecimento e execução do Programa Nacional de Acompanhamento e Monitorização de espécies (flora e fauna) e habitats naturais. O Objetivo 1.8 prevê, entre outras concretizações relevantes, a definição de um programa de investigação e inovação.

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Proposta de entidade / Comentário Ponderação Fundamentação

… a OBIO concorda com os objetivos e ações propostas, e respetivos indicadores e entidades. No entanto, algumas carecem de melhor explicitação ou revisão/aferição.

Um exemplo, o nível de prioridade (2) para “definir um programa de investigação e inovação” não está em conformidade com a identificação das lacunas de conhecimento como uma das principais fragilidades apontadas pela ENCNB.

O mesmo se passa com as matérias relacionadas com a “consolidação da rede de áreas protegidas marinhas”, assinaladas com prioridade três (3), o que não se coaduna com a ambição que deverá ser dada às matérias da biodiversidade marinha.

Integrado

A ENCNB deverá ainda contemplar:

• A definição de um modelo científico para a própria Estratégia, tal como referimos anteriormente, que permita uma continuidade das sucessivas estratégias, a explicitação e formalização das lacunas de conhecimento que orientam a ação futura, e a homogeneidade concetual na aplicação da Estratégia em diferentes regiões e ecossistemas.

….

Já contemplado O modelo científico deverá ser desenvolvido em sede de concretização da definição de um programa de investigação e inovação previsto no objetivo 1.8.

Partido Ecologista os Verdes

Proposta da entidade / Comentário Ponderação Fundamentação

Seja fundamental a identificação dos meios disponíveis para a conservação da Natureza e a programação do seu reforço e alocação, incluindo os necessários para levar a cabo a presente estratégia. Por esse facto é também fundamental que sejam identificadas as previsões em sede de Orçamentos de Estado, de reforço de verbas uma vez que é vital inverter a tendência do desinvestimento da administração central na conservação da Natureza. Um Orçamento que deve progressivamente ser aumentado nos próximos 10 anos.

Integrado Apesar de não quantificadas, foram identificadas e hierarquizadas as principais necessidades e respetivas fontes de financiamento.

De toda a maneira considerou-se, para o efeito, prever no capítulo 8.7 a elaboração de um Plano de Ação para a Conservação da Natureza e Biodiversidade.

ENCNB deve contemplar o fundamental reforço do corpo de guardas e vigilantes da Natureza, atualmente com 118 e com reforço previsto de mais 30 elementos até final do ano (por proposta dos Verdes no presente orçamento de Estado).

No entender do PEV e da própria Associação de Guardas e Vigilantes da Natureza o número de guardas e vigilantes a nível nacional, no continente deve ser pelo menos de 300, pelo que o reforço anual deve ser de 50, até se atingir esse valor.

Parcialmente integrado

O objetivo 1.7 prevê Aumentar em 100% o efetivo do corpo de vigilantes da natureza (tendo por referência 2016 – 118 efetivos).

É fundamental fazer para o levantamento exaustivo e o mais real possível sobre o estado dos habitats em Portugal e do conjunto das espécies da fauna e da flora portuguesas.

Já contemplado A medida “Assegurar que 95% das espécies e habitats protegidos têm um estado de conservação ou tendência populacional conhecidos” do objetivo 1.8 tende à consecução da proposta efetuada.

Matéria igualmente abordada no capítulo 1.3.2.

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Proposta da entidade / Comentário Ponderação Fundamentação

Não enumera a destruição de habitats pela construção de grandes infraestruturas como rodovias, barragens, aglomerados habitacionais, pela transformação do uso do solo, pela monocultura florestal e pelos fogos florestais. Também não é dada suficiente atenção à grande quantidade de exemplares da fauna bravia mortos nas rodovias nacionais. Estes fatores não podem ser descurados e têm de ser tidos em conta na avaliação do estado dos habitats assim como na elaboração de qualquer estratégia

Parcialmente integrado

Acomodou-se a referência às ameaças destruição e fragmentação de habitats e alterações do uso do solo.

Estratégia deve incluir um plano de ação para a redução das mortes da fauna por atropelamento nas estradas portuguesas.

Não integrado A problemática das mortes por atropelamento é abordada ao nível dos planos de ação de espécie

Desenvolver mais a ideia de aumentar a biodiversidade nos meios urbanos, criando condições para a sua fixação.

Integrado Integrada nova medida de concretização “Promover o desenvolvimento de infraestruturas verdes costeiras, rurais e urbanas” no objetivo 2.1

Deve apontar para uma redução efetiva das áreas de monocultura florestal dentro das áreas protegidas.

Parcialmente Integrado

Nova medida de concretização no objetivo 3.2 “Promover a reconversão de eucaliptais em sistemas florestais autóctones em AP e da RN2000, privilegiando a reconversão de eucaliptais abandonados e a instalação de sistemas florestais de uso múltiplo”.

Deve ser desenvolvido um plano específico para a proteção e recuperação das charcas temporárias, verdadeiros berços de vida selvagem e cada vez mais ameaçados.

Não integrado Aspeto operacional a considerar na fase de execução da estratégia

Será ainda importante aprofundar o programa de controlo e erradicação de espécies exóticas e invasoras, quer da fauna quer da flora, fator catalisador da perda de biodiversidade.

Já contemplado As medidas de concretização do objetivo 1.4 preveem a elaboração do “Plano Nacional de Prevenção e Gestão Espécies Exóticas Invasoras” e a concretização de um “sistema de prevenção, de alerta precoce e de resposta rápida à introdução e disseminação de espécies exóticas invasoras”

Ações específicas para proteção dos grandes mamíferos nomeadamente em forte risco, aprofundando o programa de recuperação do Lince Ibérico, promovendo a recuperação e proteção do Lobo ibérico, assim como outras espécies vulneráveis de mamíferos. Importa ainda referir que existem um grande número de outras espécies da avifauna, herpetofauna e da ictiofauna com estatuto também muito vulnerável que não sendo tão mediáticas merecem planos e ações específicas que devem vir contemplados na presente estratégia.

Já contemplado As medidas de concretização do objetivo 1.3 vão no sentido proposto.

A propósito da caracterização sumária da Rede Nacional de Áreas Protegidas no presente documento, esta poderia ser mais completa incluindo o mapeamento das áreas de rede

Já contemplado No ponto 1.1 encontra-se a Figura 3 – Mapa representativo das áreas protegidas em Portugal Continental.

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Proposta da entidade / Comentário Ponderação Fundamentação

Natura 2000, como melhor forma de apreender a rede de áreas classificadas.

Em virtude da natureza estratégica do documento considera-se suficiente a caraterização da RNAP apresentada.

Atualmente já são 11 as reservas da biosfera da Unesco em Portugal, tendo a última classificada Castro Verde, pelo que também aqui a estratégia deverá ser atualizada.

Integrado

A presente ENCNB deve ter uma abrangência de 10 anos a contar da sua efetiva publicação e não apenas até 2025 como previsto no presente documento. Tendo em conta o historial da anterior estratégia que muito ficou por aplicar, não se pretende que este documento seja apenas um exercício académico e não consequente.

Integrado O horizonte de execução da ENCNB foi alterado para 2030.

Pedro Luis Janela Pinto

Proposta da entidade / Comentário Ponderação Fundamentação

Ao longo do documento surgem algumas menções às zonas húmidas e várias às alterações climáticas. No entanto, apenas por uma vez é concretizada a relação entre umas e outras (referência ao valor das zonas húmidas na mitigação dos impactes das alterações climáticas), o que é de louvar, mas merecia este assunto uma maior visibilidade.

Já contemplado Comentário genérico.

Considera-se que a relação alterações climáticas/biodiversidade é adequadamente evidenciadas nas medidas de concretização “Iniciar a execução de 50% das medidas de adaptação às alterações climáticas relativas a espécies e habitats dulciaquícolas e costeiros” do objetivo 1.3, “Determinar o elenco de espécies de ecossistemas costeiros e dulciaquícolas, com vulnerabilidade significativa às alterações climáticas” do objetivo 1.8 e “Integrar a componente de adaptação da biodiversidade às alterações climáticas em todas as políticas relevantes e instrumentos de planeamento” do objetivo 3.13

Não há qualquer referência ao impacto específico da subida das águas do Mar sobre a sustentabilidade de médio e longo prazo de boa parte dos habitats de sapal. Esta ameaça específica, e potencialmente muito grave, merecia muito maior destaque na Estratégia, incluindo a sugestão de linhas de ação específicas.

Não integrado Considera-se que a relação alterações climáticas/biodiversidade é adequadamente evidenciada nas medidas de concretização “Iniciar a execução de 50% das medidas de adaptação às alterações climáticas relativas a espécies e habitats dulciaquícolas e costeiros” do objetivo 1.3, “Determinar o elenco de espécies de ecossistemas costeiros e dulciaquícolas, com vulnerabilidade significativa às alterações climáticas” do objetivo 1.8 e “Integrar a componente de adaptação da biodiversidade às alterações climáticas em todas as políticas relevantes e instrumentos de planeamento” do objetivo 3.13.

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Portugal Birds and Trails

Proposta da entidade / Comentário Ponderação Fundamentação

Abolir o defeso e tamanho mínimo das espécies introduzidas ainda abrangidas por estas medidas nomeadamente achigã, carpa e pimpão. Proibir ainda a devolução de animais vivos e repovoamentos com as referidas espécies. Dado o interesse económico das mesmas excetuar as zonas de pesca concessionadas potencializando as receitas das mesmas.

Não aplicável Sem enquadramento na ENCNB

QUERCUS

Proposta da entidade / Comentário Ponderação Fundamentação

Os dados utilizados estão muito desatualizados e os estudos da situação de referência do património natural não incorporam a informação mais actualizada

Não integrado A informação utilizada é a disponível, e considera-se suficiente para preconizar o desenvolvimento da revisão da estratégia. Todos os contributos relevantes de atualização da informação a que se teve acesso, dentro e fora da consulta, foram tidos em conta.

A matriz estratégica é omissa na maioria das ações no que diz respeito ou prazos de execução ou apresenta prazos muito alargados.

Integrado

Pouca preocupação e concretização de medidas e objetivos com os temas Oceanos, Florestas e Agricultura. Sectores fundamentais com muitas interdependências na conservação da natureza e biodiversidade.

Já contemplado Os setores referidos estão abordados nos capítulos 6.4.4 (Mar), 6.4.3 (Florestas) e 6.4.2 (Agricultura) e nos respetivos objetivos e medidas de concretização.

Sobre os vértices estratégicos (eixo 2 e 3), a Quercus realça a importância que poderão ter as ONGA, em especial julgamos que as ONGA poderão desempenhar um papel de promoção junto da sociedade, através dos meios de comunicação própria – revistas digitais, redes socias, etc - e através da organização de atividades de campo, palestras, workshops com os seus sócios, escolas e empresas.

O estado poderá ter apoio na sua missão de implementação da ENCNB através do estabelecimento de parcerias com as ONGA no objetivo de fomentar a apropriação dos valores naturais e da biodiversidade pela sociedade, aos mais diferentes níveis e de promover o reconhecimento do valor do património natural por parte da sociedade.

Já contemplado O papel incontornável das organizações da sociedade civil é reconhecido na ENCNB, designadamente as ONG aparecem como entidades intervenientes num conjunto alargado de medidas de concretização.

Sobre AP e AC …. O documento aparenta passar muito a ideia de que “tudo é compatível”, quando isso não é verdade.

… o documento deveria ter uma palavra em relação à Paisagem Cultural do Douro Vinhateiro classificada pela UNESCO. A dimensão desta área, a qualidade da sua paisagem em mosaicos, a sua fauna e flora e as pressões a que está sujeita justificam, no nosso entender, uma referência a esta importante área no documento da ENCNB.

Não aplicável Não tem enquadramento na presente ENCNB.

Contudo no que se refere à atividade cinegética … a Quercus considera absolutamente inamissível que persistam problemas graves por solucionar, alguns dos quais de caracter legal:

(nomeadamente)

Não integrado A caça está enquadrada por um regime próprio e desenvolve-se de acordo com regulamentação e em áreas designadas para o efeito. Nessa medida estas atividades são desenvolvidas de forma ordenada. Apesar de

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Proposta da entidade / Comentário Ponderação Fundamentação

…a Quercus entende que o calendário venatório deve voltar a ser anual, corrigindo um grave erro da Portaria 147/2011 de 7 de Abril. Recordamos que as zonas de caça têm planos de exploração anuais, pelo que é fundamental estas reportarem à administração os resultados da atividade anualmente, permitindo assim um melhor acompanhamento dos recursos.

Caça continua a contaminar com chumbo… A Quercus considera que tem sido positiva a proibição da sua utilização começando de forma gradual pelas zonas húmidas dentro das áreas classificadas sendo, contudo, claramente insuficiente…

…a Quercus defende a interdição imediata e total.

…Corvo (Corvus corax) e a Gralha-de-bico-vermelho (Phyrrocorax phyrrocorax) . A Quercus defende assim que estas duas espécies sejam retiradas da listagem de espécies cinegéticas assim como se devem retirar quatro espécies ameaçadas de anatídeos (patos) nomeadamente a Frisada (Anas strepera) , o Pato-trombeteiro (Anas clypeata), o Zarro–comum (Aythya ferina) e o Zarro-negrinha (Aythya fuligula).

… moratória à caça à rola. A Quercus defende a suspensão da caça a esta espécie por um período de 3 a 5 anos, de modo a favorecer a recuperação das respetivas populações. A Quercus compromete-se a promover ações com outras ONGAS e organismos nacionais e internacionais, de forma a que esta moratória seja também adotada noutros países.

Existem hoje no país dezenas de Zonas de Caça Municipais que garantem o acesso a atividade cinegética aos caçadores do regime livre, pelo que a Quercus defende que estas áreas deveriam passar para áreas de refúgio de caça ou áreas de interdição à atividade cinegética (cerca de 14% do território nacional) podendo mais tarde passar para o regime ordenado.

se reconhecer o potencial impacto sobre espécies ameaçadas, a ENCNB aposta no reforço do exercício da vigilância e fiscalização.

… é urgente a criação de legislação que proteja de forma eficaz os últimos exemplares e bosquetes destas espécies de Carvalhos autóctones

Parcialmente integrado

Nova medida de concretização “Estabelecer boas práticas que visem a proteção eficaz dos bosquetes de carvalhos autóctones existentes em Portugal continental.” No objetivo 3.2.

Tem de haver áreas máximas de eucalipto em todos os concelhos do país para garantir um mínimo de biodiversidade e equilíbrio na ocupação do território.

Parcialmente integrado

Nova medida de concretização no objetivo 3.2 “Promover a reconversão de eucaliptais em sistemas florestais autóctones em AP e da RN2000, privilegiando a reconversão de eucaliptais abandonados e a instalação de sistemas florestais de uso múltiplo”.

Samuel Rodrigues

Proposta da entidade / Comentário Ponderação Fundamentação

Apreciei o vosso trabalho exaustivo; todavia é importante um novo trabalho mais simples que produzirá frutos duradouros. O documento elaborado está confuso e extenso, o que frustra tentativa de utilizar como documento orientador.

Os anexos deveriam fazer parte do documento principal, por exemplo nos casos em que são necessários para a orientação.

Parcialmente integrado

A matriz estratégica será englobada no documento principal.

Os anexos 2 e 3 serão reavaliados para inclusão de aspetos específicos.

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Sérgio Neves

Proposta da entidade / Comentário Ponderação Fundamentação

A Resolução do Conselho de Ministros em causa é a nº 152/2001, de 11 de outubro, e não a 151.

Integrado

Sociedade Portuguesa de Ecologia

Proposta da entidade / Comentário Ponderação Fundamentação

Esta estratégia está assente em três eixos, com objetivos concretos: melhorar (Eixo 1), reconhecer (Eixo 2) e valorizar (Eixo 3) o património natural. Transversal a estes três seria importante existir um outro - Proteger - para evitar atropelos e atentados por parte dos municípios e promover normas ajustadas a PDM.

Não integrado A proteção do património natural é abordado de forma transversal à estratégia e entende-se que não justifica a criação de um eixo autónomo para o efeito.

… em todo o documento não há referência a questões ambientais transfronteiriças (apenas as ligadas às áreas protegidas comuns). É parco. Temas como os rios, mobilidade de espécies, poluição, radioatividade, deveriam ser abordados como estratégia futura de negociação séria e firme com as entidades espanholas. Seria interessante que esta ENCNB mostrasse abertura para regulamentar e negociar este tipo de situações, já que a Natureza não possui fronteiras.

Integrado Medida de concretização do objetivo 1.11 adaptado em conformidade.

… a SPECO considera que existem pontos pouco claros sobre a ligação estruturada das ações, deixando em aberto alguns desafios que mereceriam mais atenção, nomeadamente:

Eixo 1: (i) avaliação e identificação dos recursos biológicos: há significativo desconhecimento da biologia e ecologia das espécies a montante do desenvolvimento de planos de gestão de estatuto de conservação e posteriores medidas de monitorização, (ii) planos de ação por espécie e promoção da conservação da diversidade genética animal e vegetal, (iii) medidas efetivas de controlo e posterior erradicação de espécies invasoras, (iv) deficiência na seleção de entidades participantes e instrumentos de financiamento para a prossecução dos diferentes objetivos e (v) deficiência nas medidas de fiscalização;

Eixo 2. (vi) omissão de incentivos à valorização dos serviços dos ecossistemas fora das áreas protegidas, (vii) omissão sobre a articulação entre a Rede Natura e a Rede Ecológica Nacional (REN) e a Rede Agrícola Nacional (RAN) e (viii) cartografia atualizada e adequada às normas europeias dos habitats e acessível a todos os que trabalham nesta área;

Eixo 3. (ix) deficiente articulação entre esta estratégia e a Reforma Florestal a legislar, suscitando incongruências e dúvidas, por exemplo, sobre as interações entre as ações de limpeza, florestação/reflorestação, propagação de espécies invasoras e conservação de espécies relevantes, (x) limitação de medidas respeitantes à sustentabilidade dos recursos de água interiores e (xi) omissão sobre a estratégia de desenvolvimento e adaptação face às alterações climáticas, à descarbonização, à prevenção dos fogos e sua relação com o planeamento e práticas florestais, (xii) parca na abordagem de medidas de conservação e gestão dos recursos marinhos e na regulamentação dos serviços de turismo da natureza.

Já contemplado Apesar de identificadas algumas matérias que os autores consideram estar pouco claros, não se concretiza nenhuma proposta de resolução dos mesmos.

A estrutura ecológica e a Rede Fundamental de Conservação da Natureza e da Biodiversidade já está assumida noutros instrumentos, designadamente no RJIGT (art.º 10.º, 12.º, 16.º, 75.º)

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Proposta da entidade / Comentário Ponderação Fundamentação

(i) Avaliação e identificação dos recursos biológicos

Como se pode assegurar que 95% das espécies e habitats protegidos têm um estado de conservação ou tendência populacional conhecidos (concretização do Objetivo 1.8) se a ecologia, a resposta das espécies às alterações não são conhecidas ou, sequer, previsíveis?

Quanto à biodiversidade marinha o desconhecimento é ainda mais gritante, quer ao nível das espécies quer dos habitats. Isto no que toca à nossa costa. Se se aprovar o aumento da Plataforma Continental a lacuna é quase total. Estranha-se, por isso, que a referência à biodiversidade marinha esteja apenas circunscrita ao Eixo 3.

É por isso de lastimar que o interesse do Ministério do Ambiente pela necessidade de investigação, expresso no Objetivo 1.8 não se traduza em objetivos de investigação básica.

Não integrado O objetivo (95%) diz respeito às espécies e habitats protegidos pelas Diretivas Aves e Habitats com estado de conservação ou tendência populacional conhecidos de acordo com as metodologias consolidadas e aplicadas em toda a EU no âmbito da aplicação das Diretivas.

As questões da biodiversidade marinha também são abordadas no eixo 1, designadamente no objetivo 1.1 “Consolidar o sistema nacional de áreas classificadas e assegurar a sua gestão”.

O objetivo 1.8 prevê a definição de um “programa de investigação e inovação” que poderá identificar os referidos objetivos de investigação básica se assim se justificar.

Para se estabelecer um plano de conservação da diversidade genética das plantas cultivares e dos seus parentes selvagens como pretendido no Objetivo 1.5, terá de haver conhecimento prévio sobre essa diversidade e é surpreendente que pouca corresponda a investigação (Objetivo 1.8), já que as entidades apontadas como responsáveis por esta execução são ONG e organizações sectoriais, excluindo a academia.

Já contemplado A Academia é referida enquanto responsável no objetivo 1.5 e enquanto interveniente no objetivo 1.8.

… não é só uma questão de diversidade de espécies autóctones parentais das cultivares que caracteriza o Mediterrâneo, mas também a diversidade genética de populações dentro da mesma espécie, resultante das heterogeneidades climáticas gerada pelas diferentes latitudes, altitudes e exposições solares.

Estas preocupações deviam estar espelhadas na ENCNB e não se refletem nem no Eixo 1 (Objetivos 1.5 ou 1.8), nem no Eixo 3 onde se aborda a biodiversidade em espaço agrícola ou florestal

Já contemplado Os objetivos 1.5 e 1.8 não se cingem aos parentes selvagens. A diversidade genética considera-se devidamente abordada na ENCNB.

Estranha-se o facto de os objetivos da ENCNB omitirem a Estratégia Global para a Conservação de Plantas inserida na Estratégia da UE para a Biodiversidade 2020, assinada por Portugal (http:// ec.europa.eu/environment/nature/biodiversity/comm2006/2020.htm), que recomenda a conservação ex situ de 75% das espécies ameaçadas a nível mundial até 2020, preferencialmente no país de origem, 20% das quais disponíveis para programas de restauro ecológico (http://www.cbd.int/gspc/ targets.shtml).

Não integrado A Estratégia da UE para a Biodiversidade 2020 não contém referências à Estratégia Global para a Conservação de Plantas conforme sugerido. Sem prejuízo disso, considera-se que a matéria – conservação das plantas - está devidamente abordada ao longo da ENCNB, designadamente em várias medidas de concretização do objetivo 1.5.

Importaria estabelecer uma plataforma coordenada de dados sobre a herança ecológica nacional, através da valorização de serviços já existentes, por exemplo a rede GBIF, o Flora-on, o Biodiversity4all, ou investindo na manutenção de um funcionamento continuado e adequado do SIPNAT (Sistema de Informação do Património Natural),

Importaria ainda estimular e supervisionar as atividades de ciência cidadã, espalhadas pelo território nacional, abertas e recetivas a dados de múltiplas origens, prestados pelo cidadão anónimo com conhecimento aprofundado do terreno.

Já contemplado Na medida de concretização “Executar um sistema de informação sobre património natural e espécies exóticas invasoras, disponível num portal nacional adequado à participação de entidades externas (citizen participation e citizen science).” do objetivo 1.10.

Esta ENCNB considera fundamentais a prevenção da introdução e o controlo da dispersão destas espécies, já no curto prazo, mas infelizmente isso não se reflete nas ações concretas apresentadas

Já contemplado Para além do referido, o sistema de prevenção previsto no objetivo 1.4, prevê mecanismos de alerta precoce e de resposta rápida à introdução e

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Proposta da entidade / Comentário Ponderação Fundamentação

no Objetivo 1.4, que apenas propõe, vagamente, a elaboração de planos e implementação de sistema de prevenção e controlo.

A magnitude dos impactos gerados nas diversas componentes da biodiversidade e na integridade dos ecossistemas e das suas funções, com danos sérios em termos económicos e de saúde pública, demonstrados e reconhecidos” tal como é assumido no texto principal, devia refletir-se em objetivos mais concretos, realistas e operacionais, envolvendo entidades tutelares de atividades económicas que propiciam a introdução e disseminação de espécies invasoras ou de seus propágulos (e.g., comercialização de madeiras, dragagens, construção de infraestruturas).

disseminação de espécies exóticas invasoras. Estão igualmente previstas outras medidas de concretização para as Espécies Exóticas Invasoras nos objetivos 1.6, 1.10 e 3.3.

… mencionam-se apenas espécies exóticas vegetais ou animais, esquecendo-se outras (e.g. fungos, bactérias) cuja dispersão é também potenciada pela globalização e consequente movimentação de pessoas e mercadorias a nível mundial. De salientar que as alterações climáticas irão provavelmente agravar estas situações.

Não aplicável Comentário não contém proposta concreta pelo que não é suscetível de integração.

iv) Deficiência na seleção de entidades participantes e financiadoras para a prossecução dos diferentes objetivos

…Eixo 1 verifica-se alguma disparidade na indicação das diferentes entidades participantes e financiadoras das iniciativas para a prossecução dos objetivos. Qual o critério de seleção das entidades não diretamente ligadas ao ICNF ou organismos sectoriais? Como é que as ONG poderão ser intervenientes no estabelecimento de um quadro de referência nacional de diversidade genética animal e vegetal bem como de um plano de conservação de diversidade genética de plantas cultivares e dos seus parentes selvagens?

Parcialmente integrado

Seria importante definir metodologias para levantamentos e monitorização, entre outras, de modo a assegurar que as equipas que vão executar as diferentes ações terão resultados comparáveis (Objetivo 1.9).

Não integrado A ponderar em fase de execução da ENCNB.

A ENCNB carece de ações/objetivos concretos relativos à fiscalização dos normativos legais da conservação da natureza (Objetivo 1.7).

Apesar de se mencionar a necessidade de aumentar o número de fiscalizações, e de fomentar a formação contínua dos vigilantes da natureza, os indicadores de resultado ficam muito aquém do que se deve/pode fazer neste capítulo. Que ações concretas são imputadas aos poluidores/destruidores que alteram e degradam os valores naturais?

Não integrado As medidas de concretização do objetivo 1.7 consideram-se suficientemente desenvolvidas e concretas. As sanções aplicadas são as que decorrem da lei.

A avaliação e mapeamento dos Serviços dos Ecossistemas, incluída na Estratégia para a Biodiversidade 2020 (Action 5 da EU Biodiversity Strategy

http://ec.europa.eu/environment/nature/biodiversity/strategy/index_en.htm)

que Portugal ratificou, nem sequer se encontra mencionada.

Já contemplado Ver capítulo 6.3.2 e objetivo 2.1.

Aumentar o investimento público em conservação da natureza e da biodiversidade (Objetivo 2.3) ou consolidar o contributo dos instrumentos fiscais (Objetivo 2.4) e dos incentivos a subsídios (Objetivo 2.5) são, portanto, propostas plenamente justificadas.

Já contemplado Contrariamente ao sugerido, o âmbito dos objetivos referidos não se cinge às áreas classificadas.

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Proposta da entidade / Comentário Ponderação Fundamentação

Contudo, devem claramente destinar-se a todas as áreas naturais, e não apenas a áreas classificadas. Devem também poder contemplar os particulares, e não apenas os municípios.

(vii) Omissão sobre a articulação entre a Rede Natura e a Rede Ecológica Nacional (REN) e Rede Agrícola Nacional (RAN).

A valorização do património natural, embora considerada um Eixo independente e importante, fica muito aquém do que podia ser uma verdadeira oportunidade para se enquadrar a Reserva Ecológica Nacional (REN) como zona de proteção específica das áreas especiais de conservação e da sua assimilação nos instrumentos de planeamento territorial. E o mesmo se passa com a Reserva Agrícola Nacional (RAN).

…sobre a RAN, pouco ou nada se refere …

Não integrado Sem proposta concreta suscetível de ponderação.

O RJCNB já estabelece a articulação entre SNAC e DPH, REN e RAN, sendo que as três últimas são consideradas áreas de continuidade que estabelecem ou salvaguardam a ligação e o intercâmbio genético de populações de espécies selvagens entre as diferentes áreas nucleares de conservação. A estrutura ecológica e a Rede Fundamental de Conservação da Natureza e da Biodiversidade já está assumida noutros instrumentos, designadamente no RJIGT (art.º 10.º, 12.º, 16.º, 75.º)

…nesta ENCNB o solo é mencionado de forma esporádica, como se não fosse um património natural de enorme valor e riqueza, que se vem tornando escasso e do qual depende toda a biodiversidade terrestre.

Não integrado As questões associadas à conservação do solo são abordadas em diversos objetivos do eixo 3, mas também do eixo 1 (cf. Investigação e Inovação), sendo que esta matéria tem um instrumento estratégico próprio de concretização, o Programa Nacional de Combate à Desertificação, com o qual esta estratégia se articula (ver p.ex. objetivo 1.8)

… a ligação da ENCNB com a reforma florestal (Objetivo 3.2) devia procurar salvaguardar os recursos florestais diversos que Portugal possui e não focar apenas a adoção de medidas que levem ao aumento de área florestal.

Qual é a definição de floresta? Que espécies usar? Serão as espécies pensadas as mais adaptadas às alterações climáticas?

Não há, na Proposta, qualquer menção aos problemas ligados às florestas, nem à ligação entre os grandes valores desta ENCNB e as florestas.

Não integrado Floresta abordada em 6.4.3 e objetivo 3.2.

Restantes questões fora do âmbito da ENCNB e abordadas na Estratégia Nacional das Florestas e no Regime Jurídico de Gestão e Ordenamento Florestal.

… a monitorização generalizada da biodiversidade aquática e anfíbia não é minimamente referida em toda a ENCNB.

Já contemplado A monitorização da biodiversidade aquática e anfíbia está abrangida pelas medidas de concretização do objetivo 1.9.

Em particular, a medida de concretização “Estabelecer o Programa Nacional de Acompanhamento e Monitorização de espécies (flora e fauna) e habitats naturais” deverá contribuir para o propósito referido, sendo que não faz sentido num documento de natureza estratégica fazer distinção por grupos.

As medidas a concretizar no Objetivo 3.5 mencionam apenas planos de gestão, mas são omissos quanto aos planos e estratégia de conservação que contemplam.

Não integrado Sem proposta concreta. Desconhecemos os “planos e estratégia de conservação” referidos.

… as metas internacionais ligadas à mitigação e adaptação das áreas naturais às alterações climáticas e às alterações da paisagem ficam omissas.

Não integrado. A adaptação da biodiversidade às alterações climáticas está desenvolvida numa estratégia própria (https://www.apambiente.pt/_zdata/Politic

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Proposta da entidade / Comentário Ponderação Fundamentação

as/AlteracoesClimaticas/Adaptacao/ENAAC/RelatDetalhados/Relat_Setor_ENAAC_Biodiversidade.pdf)

…necessidade de esta ENCNB contemplar programas de reabilitação com espécies silvestres nativas, tendo em conta não só a espécie, mas também o seu habitat de origem.

É estranho a ENCNB não mencionar o restauro ecológico, num país altamente fustigado por fogos e alterações de paisagem daí decorrentes.

Este tema, apesar de elencado como prioritário, nunca é refletido nos objetivos específicos desta ENCNB.

Já contemplado Ver objetivo 1.3 e 2.1 e respetivas medidas de concretização.

A sustentabilidade dos recursos marinhos (Objetivo 3.3) ignora a escassez de conhecimento científico de base que existe sobre os recursos disponíveis (Eixo1).

O aumento da plataforma continental é apenas aflorado, o conhecimento dos efetivos populacionais e as respostas das populações às alterações climáticas e aos efeitos da introdução dos microplásticos na cadeia alimentar não são, estranhamente, referidos.

Não integrado Comentário genérico sem propostas concretas e não suscetíveis de integração.

…turismo da natureza (Objetivo 3.8), área cada vez mais relevante do ponto de vista económico. Como é feito o seu enquadramento na política de conservação, qual a regulamentação e fiscalização?

Não integrado Comentário genérico sem propostas concretas e não suscetíveis de integração.

Neste sentido e de forma sintética a SPECO propõe:

EIXO 1. Melhorar o estado de conservação do património natural

1. Lançamento de instrumentos financeiros competitivos (como os que habitualmente suportam a ciência) para o conhecimento ecológico e genético dos recursos biológicos.

Não aplicável Fora do âmbito da presente ENCNB

2. Criação de uma base de dados abrangente e credível sobre o património natural nacional.

Já contemplado No capítulo 6.2.8 e na medida de concretização do objetivo 1.10 “Executar um sistema de informação sobre património natural e espécies exóticas invasoras, disponível num portal nacional adequado à participação de entidades externas (citizen participation e citizen science).”

3. Seleção criteriosa e hierárquica das espécies de fauna e flora a conservar, bem como do esforço para a respetiva conservação, tendo presente as alterações climáticas.

Já contemplado O objetivo 1.3 contem as medidas de concretização “Elaborar um quadro de referência de intervenções prioritárias sobre espécies e habitats” e “Executar pelo menos 30% dessas intervenções”

4. Rigor e exigência no cumprimento das metas europeias de conservação pelas quais Portugal terá de responder, nomeadamente o esforço de conservação ex situ da flora, e as metas da Diretiva Habitats.

Já contemplado O objetivo 1.5 contem a medida de concretização “Desenvolver uma plataforma colaborativa das iniciativas ex-situ de conservação de plantas selvagens autóctones de suporte a programas de conservação in-situ”.

5. Controlo sobre a introdução e venda de espécies de flora e fauna exóticas, como uma das principais medidas de prevenção de invasões biológicas. Implementação de uma base de dados de monitorização contínua sobre a distribuição de invasoras a nível nacional.

Já contemplado No objetivo 1.4 Reforçar a prevenção e controlo de espécies exóticas invasoras a nível nacional e no quadro da União Europeia” e respetivas medidas de concretização.

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Proposta da entidade / Comentário Ponderação Fundamentação

Também relevante a medida de concretização do objetivo 1.6 “Rever o quadro legislativo nacional relativo às espécies exóticas invasoras”

6. Coordenação, entre todas as autoridades envolvidas, das avaliações, do cumprimento dos planos e das monitorizações relativas ao património natural, assegurando recurso a metodologia comparável.

Não integrado Proposta não passível de concretização na ENCNB

7. Estabelecimento de uma estrutura sólida de governança por parte do ICNF, Autoridade Nacional de Conservação Biológica representante do Estado Português na comunidade europeia. Isto implica conceder-lhe a liderança legítima, recursos e responsabilidade pela condução e fiscalização das políticas de conservação, bem como pela indicação clara das prioridades.

Não aplicável Fora de âmbito da ENCNB

8. Incentivo a que as ações de conservação, embora priorizadas e fiscalizadas pelo ICNF, sejam delegadas às autarquias, criando uma política de proximidade responsável, a fim de promover a formação, sensibilização e participação ativa das populações.

Já contemplado Reconhece-se a importância das autarquias para a aplicação da ENCNB, designadamente, prevendo o seu envolvimento num conjunto alargado de medidas de concretização dos diferentes objetivos da ENCNB, incluindo no que respeita aos novos modelos de gestão das AP e da RN2000.

EIXO 2. Promover o reconhecimento do valor do património natural

1. Investimento em avaliação e caracterização dos serviços do ecossistema para posterior inclusão em modelos económicos, primeiro a nível regional e posteriormente a nível nacional.

Já contemplado Ver objetivos 2.1 e 2.2 e respetivas medidas de concretização.

2. Valorização do solo e das suas características, como património natural nacional.

Não integrado As questões associadas à conservação do solo são abordadas em diversos objetivos do eixo 3, mas também do eixo 1 (cf. Investigação e Inovação), sendo que esta matéria tem um instrumento estratégico próprio de concretização, o Programa Nacional de Combate à Desertificação, com o qual esta estratégia se articula (ver p.ex. objetivo 1.8)

3. Valorização e revisão da REN e RAN em prol da ENCNB Não aplicável Fora de âmbito da ENCNB

4. Incentivo aos privados para o desenvolvimento de medidas de conservação da natureza dentro e fora das áreas protegidas.

Integrado Acrescentou-se medida de concretização “Identificar e operacionalizar um pacote de incentivos fiscais adequados à conservação da natureza e biodiversidade” ao objetivo 2.4

5. Reestruturação dos povoamentos florestais reduzindo, à escala da paisagem, a dominância de espécies com elevada inflamabilidade e capacidade propagadora de incêndios.

Parcialmente integrado

Nova medida de concretização no objetivo 3.2 “Promover a reconversão de eucaliptais em sistemas florestais autóctones em áreas protegidas e da RN2000, privilegiando a reconversão de eucaliptais abandonados e a instalação de sistemas florestais de uso múltiplo”.

6. Transposição da cartografia de habitats para o sistema EUNIS, o que inclui o conhecimento global da ecologia das espécies e do seu habitat (terrestre e marinho) e implica a reavaliação e adaptação da cartografia CORINE que cobre todo o território.

Não integrado A ponderar na fase de execução da ENCNB.

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Proposta da entidade / Comentário Ponderação Fundamentação

EIXO 3. Fomentar a apropriação dos valores naturais e da biodiversidade

1. Desenvolvimento de um sistema interministerial (agricultura, economia, administração interna, ciência, entre outros) para o cumprimento das metas ligadas à conservação da biodiversidade.

Já contemplado Ver capítulo 9.

2. Desenvolvimento de negociações firmes e corretas com Espanha para adaptar estratégias de conservação e proteção transfronteiriças similares também para áreas não protegidas.

Não aplicável Fora do âmbito da presente ENCNB.

3. Fomento do restauro ou reabilitação de habitats, tendo presente o uso e conservação do solo e a capacidade adaptativa das espécies às alterações climáticas.

Já contemplado No capítulo 6.3.2 e na medida de concretização “Elaborar e iniciar a execução de um plano de recuperação de ecossistemas de âmbito nacional” do objetivo 2.1

4. Controlo e fiscalização das espécies e variedade usadas para evitar uniformização de genótipos ou a utilização de espécies não adaptadas.

Não contemplado Fora do âmbito da presente ENCNB

5. Diminuição das áreas ocupadas por espécies invasoras e redução da sua prevalência dispersiva.

Já contemplado No objetivo 1.4 Reforçar a prevenção e controlo de espécies exóticas invasoras a nível nacional e no quadro da União Europeia” e respetivas medidas de concretização.

Também relevante a medida de concretização do objetivo 1.6 “Rever o quadro legislativo nacional relativo às espécies exóticas invasoras”

6. Aposta num sistema de prevenção de utilização de águas de barragem e de exploração profunda.

Não aplicável Fora do âmbito da presente ENCNB

7. Implementação de um sistema de monitorização das bacias de drenagem com recurso a indicadores biológicos, adaptado às circunstâncias ecológicas específicas de cada local.

Não contemplado A ponderar na fase de execução da ENCNB

8. Valorização de toda a área marinha estabelecendo uma Rede de Áreas Marinhas Protegida.

Já contemplado A criação de áreas marinhas está prevista numa concretização do objetivo 1.1 “Contribuir para a concretização da meta 17 de Aichi e 14.5 dos ODS através da consolidação da rede de áreas marinhas do SNAC”.

9. Definição de critérios, adaptado às circunstâncias ecológicas específicas de cada local, para um turismo comprometido com os padrões de conservação.

Já contemplado Ver capítulo 6.4.7, objetivo 3.8 e respetivas medidas de concretização.

Sociedade Portuguesa de Vida Selvagem

Proposta da entidade / Comentário Ponderação Fundamentação

Denota-‐se na sua escrita e constituição que é um documento baseado na perceção do que se passa no meio terrestre, havendo claras lacunas em relação ao meio marinho.

Não Integrado Sem propostas concretas não é passível de ponderação.

Em relação ao meio marinho há contradições no documento. Por exemplo na página 34 é dito que "... Diretiva Quadro Estratégia Marinha para a subdivisão do Continente, classifica em "Bom Estado Ambiental Atingido" a maioria dos descritores avaliados ....", mas imediatamente na página seguinte é referido

Não Integrado Critérios de avaliação do bom estado ambiental e parâmetros da Avaliação do Milénio não são idênticos e não são comparáveis. É feita uma apresentação dos resultados de ambos os processos,

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Proposta da entidade / Comentário Ponderação Fundamentação

que ".... Quanto aos ecossistemas marinhos, a avaliação do Milénio realça que o sector das pescas representava à data cerca de 0,3% da economia portuguesa (a indústria alimentar representa adicionalmente cerca de 2%). Uma grande parte dos stocks em Portugal é dada como estando em situação de sobrepesca e a quantidade pescada tem diminuído nos últimos 25 anos ...".

conscientes de haver incoerências, as quais informam a situação de referência e deverão ser resolvidas nos contextos respetivos

Em relação ao meio marinho e em todos os aspetos relacionados com a vigilância e formação é de destacar que apenas por uma vez foi referida a Polícia Marítima e em nenhuma situação foi referida a Marinha ou Autoridade Marítima Nacional.

Integrado

Contudo, achamos inadequado o uso abusivo do termo apropriação, especialmente por causa da definição deste termo. Apropriação significa: " É o ato no qual o sujeito obtém posse de algo que não lhe pertencia, tornando-‐o próprio".

Assim, a apropriação per si é um termo com uma conotação negativa e deveria ser claramente revisto e substituído por um termo que fosse associado à necessidade de que a comunidade tem de reconhecer a natureza e os seus recursos como um bem de todos, para todos e que tem de ser gerido adequadamente em proveito de todos.

Não integrado O termo apropriação visa expressar de modo mais enfático “integração”.

Se falou do princípio Poluidor-‐Pagador e não se falou de uma variante importante deste princípio (usuário -‐ pagador). Esta variante aplica-‐se claramente à questão da apropriação e principalmente às questões do turismo, que potencialmente poderá ser uma das principais ameaças à conservação da natureza.

Parcialmente integrado

Nova concretização no objetivo 2.4 e redação revista de 6.4.7.

Achamos que uma das ações urgente era a definição de políticas claras, práticas e efetivas de aquisição de informação técnico-‐científica, que suportassem a Estratégia e outros documentos que o ICNF tem de sistematicamente produzir e que não podem ser apenas baseados no conhecimento de "especialistas"

Já contemplado Nas diversas medidas de concretização do objetivo 1.8.

Assim, propomos que sejam efetuados todos os esforços para implementação de mais alguns planos de ação, nomeadamente:

‐ Plano de ação do Boto -‐ Modelos de viabilidade populacional indicam que a subespécie ibérica de Boto poderá estar extinta em menos de 30 anos

Plano de ação para Quirópteros -‐ Este grupo e em especial algumas espécies mereciam uma atenção dedicada e claras medidas de conservação ativa que contribuição para a redução da mortalidade

Plano de ação para anfíbios -‐ A mortalidade em estradas e devido à degradação da qualidade dos habitats está a tornar-‐se preocupante para algumas espécies.

Plano de ação para avaliação detalhada e periódica dos principais fatores de ameaça sobre espécies e habitats classificados. Atualmente, há uma enorme lacuna sobre o real impacte dos diversos fatores de ameaça, pelo que é urgente a sua correta avaliação de forma a que seja possível implementar corretas medidas de gestão

Já contemplado Nas diversas medidas de concretização do objetivo 1.3.

Achamos que ENCNB deveria, na sua estrutura, definir mecanismos efetivos de avaliação do seu sucesso e planear antecipadamente metodologias de recolha de informação

Já contemplado No capítulo 9 são dadas orientações genéricas, que se consideram adequadas à natureza estratégica da ENCNB, para a

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Proposta da entidade / Comentário Ponderação Fundamentação

técnico-‐científica. Ao mesmo tempo deveriam ser definidos grupos de trabalho (algo como um órgão consultivo), responsáveis pela compilação e análise da informação a diversos níveis, que permitisse um correto acompanhamento e avaliação da estratégia, das suas atividades e planos de ação.

avaliação intercalar e final da estratégia. Outros aspetos a desenvolver em fase de execução da ENCNB.

Turismo de Portugal, I.P

Proposta da entidade / Comentário Ponderação Fundamentação

Ao longo da ENCNB são feitas várias referências e citações sobre Plano Estratégico Nacional do Turismo (PENT), que findou em 2015, e como tal já não está em vigor.

Assim, devem essas referencias ser retiradas do documento, devendo, em substituição, ser mencionada e tida em conta a Estratégia Turismo 2027 (ET27), articulando os respetivos objetivos, prioridades e ações de ambas as estratégias.

Os objetivos da ENCNB são, em termos gerais, coerentes com os preconizados na Estratégia Turismo 2027 (ET27), que contém as grandes linhas orientadoras para o turismo em Portugal até 2027, bem como um capítulo dedicado à sua operacionalização até 2020. A ET 27 contém desafios, objetivos estratégicos e específicos, tanto no curto como no longo prazo, que interferem diretamente com aspetos ligados à natureza e biodiversidade, em suma, respeitantes ao património natural.

Integrado

Na página 7 deverá ser corrigido o texto que apresenta algumas gralhas, designadamente na frase “Em conjunto é preciso de criar condições que equilíbrio.” Propondo-se, assim, a seguinte redação: “Em conjunto é preciso criar condições de equilíbrio.”

Integrado

Ainda na página 7 é referido que “(…) Estão em causa parceiros como os Municípios, das organizações não-governamentais, das Universidades e Politécnicos, das associações de produtores, de caçadores, pescadores, de compartes, entre outros. “Para além de se sugerir a correção do texto para “(…) Estão em causa parceiros como os Municípios, as organizações não-governamentais, as Universidades e Politécnicos, as associações de produtores, de caçadores, pescadores, de compartes, entre outros.”, assumindo a ENCNB a relevância de promover e gerir a visitação e fruição das áreas naturais e considerando que a dimensão turística dessa visitação/fruição é particularmente relevante, considera-se pertinente que na identificação dos parceiros se incluam as estruturas regionais de turismo assim como as empresas de turismo de natureza e as associações representativas do setor.

Parcialmente integrado

… no âmbito do tema “O desafio da apropriação das áreas sensíveis pelas pessoas e da gestão de proximidade”, é referido um aumento em 2015 do número de visitantes nas áreas protegidas, que, inserido num contexto de novos modelos de gestão das áreas protegidas e tendo em vista o incremento sustentado da visitação turística e a satisfação dos visitantes, justifica uma articulação entre o Turismo de Portugal, I.P. e o ICNF, I.P. e, eventualmente, outras entidades com competências no território, no sentido de identificar os produtos turísticos que, em cada área protegida, devem ser estruturados/consolidados

Não integrado A ponderar em fase de operacionalização da ENCNB

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Proposta da entidade / Comentário Ponderação Fundamentação

… quando é feita referência à «dinâmica de gestão de proximidade com participação de várias entidades» e no contexto dos novos modelos de gestão das áreas protegidas, considera-se importante que no futuro seja, também, assegurada uma articulação entre o Turismo de Portugal, I.P. e o ICNF, I.P., bem como o envolvimento das estruturas regionais de turismo.

Não integrado A ponderar em fase de operacionalização da ENCNB

… é referido que são revistas e preconizadas metas de integração dos objetivos de conservação da natureza e biodiversidade em todos os programas sectoriais e regionais, pelo que importa aferir se nestas metas foi considerada a ET27 como estratégia de Turismo.

Já contemplado As metas preconizadas para a integração dos objetivos de conservação da natureza e biodiversidade no setor do turismo consideram-se compatíveis com a ET27

No que toca ao enquadramento do Eixo 3, considerando que a ET27 tem previstas tipologias de projetos prioritários no âmbito da economia circular, considera-se pertinente uma interação entre o Turismo de Portugal, I.P. e o ICNF, I.P. para o desenvolvimento de projetos no âmbito das referidas tipologias.

No enquadramento deste Eixo é referido que «são objetivos deste eixo (…) aumentar a qualificação da oferta de serviços de turismo da natureza (…)». Neste âmbito, considera-se pertinente identificar as seguintes normas, tanto mais que foram desenvolvidas em conjunto com o ICNF, I.P. e são documentos do acervo do IPQ, I.P.

• NP 4507:2012 – Turismo de Natureza - Empreendimentos de Turismo de Natureza

Esta Norma fixa práticas ambientais de excelência para empreendimentos turísticos reconhecidos pelo ICNF como Empreendimentos de turismo de natureza. Tem como objetivo distinguir a qualidade dos serviços de Turismo de Natureza, no que diz respeito à componente de alojamento, na ótica de um desenvolvimento sustentável das áreas protegidas ou com valores naturais considerados relevantes, reconhecendo a sensibilidade dos valores ambientais e paisagísticos em causa e assegurando a manutenção dos processos ecológicos essenciais à sua preservação.

• NP 4520:2013 – Turismo de Ar Livre - Atividades de Turismo de Natureza

Esta Norma visa a promoção de práticas ambientais de excelência e a distinção da qualidade dos serviços prestados no que diz respeito às atividades de turismo de ar livre reconhecidas como Turismo de Natureza pelo ICNF, de modo a garantir o aumento da satisfação e segurança dos participantes, bem como a preservação do meio ambiente onde se realizam.

Face ao caráter voluntário das Normas Portuguesas em questão e por estarem em causa, geralmente, empresas de pequena dimensão, será vantajoso adotar sobre elas uma postura pedagógica, referindo que a qualificação desejável poderá ser conseguida através do cumprimento das Normas em questão e não obrigatoriamente pela certificação através das mesmas. No entanto, entende-se oportuno que as mesmas sejam identificadas neste item.

Não integrado A ponderar em fase de operacionalização da ENCNB

Neste cap. sobre Turismo é referenciado apenas o Programa Nacional de Turismo de Natureza. Atentas as considerações anteriormente tecidas, consideramos que deve ser incluída uma referência à ET27, enquanto estratégia-parceira na prossecução e potenciação de vários dos objetivos da ENCNB.

Parcialmente integrado

No capítulo 6.4.7

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Proposta da entidade / Comentário Ponderação Fundamentação

Em particular, entende-se importante ser referido que a ET27:

• Identifica a NATUREZA como um ativo estratégico diferenciador (único e transversal);

• Entre os 10 DESAFIOS GLOBAIS PARA UMA ESTRATÉGIA A 10 ANOS refere a SUSTENTABILIDADE, tendo em vista assegurar a preservação e a valorização económica sustentável do património (…) natural, referindo ainda os objetivos sociais e em particular ambientais;

• Identifica como fragilidade/ameaça a possibilidade de sobrecarga turística em determinados locais/destinos, podendo originar impactes negativos, destinos, designadamente de natureza ambiental e social.

… o capítulo sobre o Turismo deve ser melhor desenvolvido, tendo em atenção o acima referido, bem como sinalizada a necessidade de construir uma efetiva articulação com as estruturas regionais de turismo, com as empresas de turismo natureza e associações representativas do setor, tendo em vista a melhoria da experiência turística nas Áreas Protegidas e, ainda, em outras áreas com valores naturais a preservar.

As matérias de maior relevância para o setor do Turismo e que deverão estar vertidas nesta estratégia são:

• Conhecimento e Monotorização - A importância da monitorização dos visitantes (qualitativa e quantitativa), em articulação com os parceiros locais/regionais, no sentido de gerir melhor capacidade de carga, perfil do visitante, qualidade da experiência proporcionada

• Experiência Turística em Áreas Protegidas - Identificação dos produtos “core” de cada AP e respetiva estruturação concertada com parceiros do Turismo (ex. definição de caminhos pedestres e cicláveis, definição de áreas de observação de flora e fauna, criação de pontos de observação, criação de pontos de interpretação do património natural e de apoio às atividades de visitação, sinalética de orientação, melhoria das acessibilidades, sempre que possível, numa ótica de turismo inclusivo)

• Gestão dos Diferentes Usos - Gestão e monitorização concertada de atividades/ utilizações nas mesmas AP (ex. agricultura intensiva, autocaravanismo)

• Procedimentos - Clarificação de procedimentos, que sejam transversais a todas as Áreas Protegidas, para o desenvolvimento de atividades turísticas e outras (visitação do público em geral)

• Segurança - Desenvolvimento/agilização de mecanismos que garantam a segurança dos visitantes em situações de perigo, em articulação com as tutelas respetivas

• Fiscalização – Desenvolvimento de soluções para tornar eficaz a fiscalização de atividades interditas de modo a assegurar a credibilização da atuação do Estado.

Ainda neste item os exemplos referidos como “iniciativas territoriais de prestígio perante o património”, inseridas no capitulo Turismo não serão particularmente consensuais, tendo em conta que se desconhece o que esteve na base dessa avaliação. A serem referidos, não o deverão ser no capítulo Turismo.

Não integrado A considerar em fase de operacionalização da Estratégia.

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Proposta da entidade / Comentário Ponderação Fundamentação

Para além da questão referida, considera-se não deverem ser mencionados, no âmbito de uma estratégia, projetos específicos que, inclusive, possam não ser os exemplos mais relevantes do ponto de vista das boas práticas do setor do turismo.

Acrescentar nas entidades intervenientes: TdP, IP

Integrado

Acrescentar nas entidades intervenientes: TdP, IP

Integrado

Acrescentar nas entidades intervenientes: TdP, IP Integrado

Acrescentar nas entidades intervenientes: TdP, IP Integrado

Acrescentar nas entidades responsáveis: DGRM, DGPM Não integrado DGRM, DGPM participaram na consulta pública e não efetuaram esta sugestão.

Acrescentar nas entidades responsáveis: TdP, IP Integrado

Acrescentar nas entidades intervenientes: RA Madeira, RA Açores Integrado

Acrescentar nas entidades responsáveis: TdP, IP Integrado

… é destacado o Programa Valorizar no âmbito do Plano de Mobilização do Investimento em Natureza e Biodiversidade como uma das Fontes de Financiamento da ENCNB especialmente a Linha de Apoio à Valorização Turística do Interior, que tem por objeto o apoio ao investimento a iniciativas e a projetos com interesse para o turismo, que promovam a coesão económica e social do território.

Neste caso, importa ter presente que a linha em causa tem limitações temporais e orçamentais.

Tendo a ENCNB um horizonte temporal alargado (até 2025) parece-nos que deverá ser objeto de reflexão retirar/manter a referência ao Programa Valorizar enquanto fonte de financiamento neste âmbito (pois não é possível à data de hoje garantir que este Programa vai perdurar até 2025).

Não integrado A ENCNB identifica os instrumentos financeiros passíveis de financiar as medidas de concretização identificadas e hierarquizadas para cada objetivo, tendo em conta o período 2014-2020, devendo ser revista em função do quadro geral de referência, incluindo financeiro a adotar para o período pós-2020.

«As principais linhas para um novo paradigma», no primeiro parágrafo, deverá retificar-se a referência a “unidades de alojamento” para “alojamento a turistas”.

Integrado

Está previsto um fórum intersectorial integrado por «representantes das instituições públicas nacionais com competências no âmbito, bem como das organizações nacionais de ciência e tecnologia e da sociedade civil».

Tendo em conta que o turismo (i) tem uma forte incidência territorial; (ii) que depende de um ambiente (em sentido lato) sustentável; (iii) a natureza constitui um ativo estratégico para o turismo nacional (assim descrito na ET27); (iv) o turismo natureza está também previsto na ENCNB, estando mesmo prevista a revisão do PNTN; (v) na ET27 estão incluídos projetos que visam promover o turismo de natureza (como sendo a iniciativa Natural.PT), deverá existir uma articulação entre ambiente, conservação da natureza e turismo, pelo que considera-se que o Turismo de Portugal, I.P. deverá, também, ter assento no referido fórum intersectorial.

Já contemplado Na fase de operacionalização da ENCNB, o envolvimento será concretizado.

… chama-se a atenção para a existência de um erro de paginação no índice de figuras: figura 3 – representação dos principais eixos da ENCNB encontra-se na página 40 e não na página 47 como se refere no índice;

Integrado

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135

Proposta da entidade / Comentário Ponderação Fundamentação

figura 4 – representação esquemática dos eixos e valores da ENCNB encontra-se na página 42 e não na página 49 como se refere no índice.

União da Floresta Mediterrânica

Proposta da entidade / Comentário Ponderação Fundamentação

… a proposta de ENCNB 2025 não reflete o facto da conservação da natureza e da gestão da biodiversidade ter de ser feita, quase em exclusividade, em áreas privadas. Os produtores florestais e agroflorestais privados, e as suas organizações, são relegados para um plano secundário totalmente desajustado da realidade portuguesa, o que constitui a repetição de um erro estrutural na conceção desta proposta, agravado por uma abordagem de municipalização da CN&B, tal como se pretende fazer na política florestal.

Assim, identificam-se as principais questões críticas:

Os produtores florestais e agroflorestais privados não são "partes interessadas" no contexto da ENCNB 2025, mas sim parceiros, pelo que é necessário reforçar o envolvimento das OPF na execução da ENCNB (por exemplo, em modelos de cogestão efetiva e operacional);

Já contemplado Reconhece-se a importância dos proprietários e dos produtores (senso lato) para a aplicação da ENCNB, designadamente, prevendo o seu envolvimento num conjunto alargado de medidas de concretização dos diferentes objetivos da ENCNB, incluindo no que respeita aos novos modelos de gestão das AP e da RN2000.

Na fase de operacionalização da ENCNB, o envolvimento das OPF será concretizado.

Inexistência de uma programação financeira efetiva alocada a cada ação da ENCNB 2025 ou de instrumentos fiscais concretos

Parcialmente integrado

Apesar de não quantificadas, foram identificadas e hierarquizadas as principais necessidades e respetivas fontes de financiamento.

De toda a maneira considerou-se, para o efeito, prever no capítulo 8.7 a elaboração de um Plano de Ação para a Conservação da Natureza e Biodiversidade.

Inexistência de uma abordagem clara relativa à operacionalização da remuneração dos serviços dos ecossistemas

Integrado No objetivo 2.2 integrou-se uma nova medida de concretização “Desenvolver metodologias para a remuneração dos serviços dos ecossistemas e sua aplicação, através de medidas de política com incidência no território”.

Integração e interconexão de políticas são referidas como uma necessidade, mas sem concretizar a forma como será efetivamente operacionalizada

Já contemplado Nas diferentes medidas de concretização dos vários objetivos estabelecidos no âmbito do Eixo 3.

O conhecimento sobre as formas de gestão e os valores naturais que estão associados é uma das maiores lacunas atualmente existentes para o apoio técnico à gestão praticada, situação que não está devidamente acautelada

Já contemplado Efetivamente, reconhecem-se as lacunas de conhecimento que condicionam a gestão do património natural. Consequentemente estabeleceu-se o objetivo 1.8 no sentido de suprir essas lacunas.

Reduzida integração do combate e adaptação às alterações climáticas entre a ENCNB e a Estratégia Nacional de Adaptação às Alterações Climáticas (ENAAC) para o sector da biodiversidade

Integrado

Governação

O modelo de gestão participativo prevê o ICNF, as autarquias, as ONGA e as Universidades, esquecendo os efetivos proprietários e gestores do território, que deveriam ser os parceiros de excelência.

Já contemplado Reconhece-se a importância dos proprietários e dos produtores (senso lato) para a aplicação da ENCNB, designadamente, prevendo o seu envolvimento num conjunto alargado de medidas de concretização dos diferentes objetivos da ENCNB, incluindo no que

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Proposta da entidade / Comentário Ponderação Fundamentação

Propõe-se reforçar o envolvimento das OPF na execução da ENCNB as quais seriam parceiros efetivos nos modelos de cogestão (parceiros e não partes interessadas).

respeita aos novos modelos de gestão das AP e da RN2000.

Na fase de operacionalização da ENCNB, o envolvimento das OPF será concretizado.

Fiscalidade Verde

Os meios propostos para os instrumentos ao nível da Fiscalidade Verde são insuficientes, desadequado e ineficazes face às necessidades de um enquadramento fiscal favorável ao investimento e gestão da CN & B. Por exemplo, poderia ser interessante criar:

o Dedução à coleta, em sede de IRS e IRC, das despesas com intervenções de gestão de habitats em áreas SNAC ou RN 2000;

o Dedução à coleta referente ao valor de acordos com proprietários e gestores no âmbito de programas de gestão para áreas SNAC ou RN 2000;

Propõe-se a criação de um grupo de trabalho (entre a tutela das finanças, agricultura ambiente e os representantes dos produtores florestais e agroflorestais) que vise criar uma proposta fiscal para a CN & B.

Integrado Nova medida de concretização “Identificar e operacionalizar a criação de um pacote de incentivos fiscais adequados à conservação da natureza e biodiversidade.” no objetivo 2.4. Em sede de operacionalização desta medida serão identificados os incentivos positivos e negativos mais adequados ao efeito.

Financiamento

A ENCNB 2025 elenca os instrumentos financeiros atualmente disponíveis, os quais terminam no curto prazo, mas não programa de forma efetiva o financiamento da ENCNB.

Propõe-se:

- a identificação, definição e programação dos recursos financeiros necessários à sua execução, em particular do Fundo Ambiental e do Orçamento do Estado;

- a programação e operacionalização da remuneração dos serviços dos ecossistemas através de mecanismos inovadores de financiamento;

Parcialmente integrado

Apesar de não quantificadas, foram identificadas e hierarquizadas as principais necessidades e respetivas fontes de financiamento.

De toda a maneira considerou-se, para o efeito, prever no capítulo 8.7 a elaboração de um Plano de Ação para a Conservação da Natureza e Biodiversidade.

O objetivo 2.2 integra na sua primeira concretização a estimativa do valor económico dos principais serviços dos ecossistemas a nível nacional que deverá constituir o enquadramento para a definição de medidas como a sugerida no comentário. No objetivo 2.2 integrou-se ainda uma nova medida de concretização “Desenvolver metodologias para a remuneração dos serviços dos ecossistemas e sua aplicação, através de medidas de política com incidência no território”.

Reforçar o Conhecimento

Propõe-se promover programas de transferência de conhecimento, de boas práticas e de demonstração com vista à melhoria da gestão das espécies e habitats e a articulação com a Agenda Estratégica de Investigação e Inovação para as áreas Agroalimentar, florestas e biodiversidade, promovida pela FCT.

Já contemplado Efetivamente, reconhecem-se as lacunas de conhecimento que condicionam a gestão do património natural. Consequentemente estabeleceu-se o objetivo 1.8 no sentido de suprir essas lacunas.

Monitorização da Matriz Estratégica

Propõe-se a introdução na Matriz Estratégica de metas e do ponto de partida

(valor/indicador - quando aplicável) possibilitando uma análise comparativa para a evolução proposta (meta).

Integrado

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Vânia Proença

Proposta da entidade / Comentário Ponderação Fundamentação

Deve ser dado mais destaque ao papel do restauro ecológico para melhorar a capacidade dos ecossistemas de gerarem serviços essenciais para o bem-estar humano de forma duradoura. O restauro dos ecossistemas tornou-se uma prioridade à escala internacional, é um elemento prioritário da Estratégia Europeia para a Biodiversidade para 2020, do Plano Estratégico da Convenção sobre Diversidade Biológica 2011-2020, e da Agenda das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável.

No entanto, esta é ainda uma área fronteira em termos de investigação, sendo necessário desenvolver uma base robusta de conhecimento para apoiar e monitorizar iniciativas de restauro. Nesse sentido a IPBES deu prioridade a uma avaliação temática sobre “Land Degradation and Restoration” que está a decorrer e que será publicada no próximo ano. Em Portugal, têm sido desenvolvidos vários projetos de restauro, promovidos quer pela academia, quer pelos municípios ou agências locais, mas falta uma estratégia integradora e mobilizadora à escala nacional, que fomente a colaboração e partilha de conhecimento.

Já contemplado Ver objetivo 1.3 e 2.1 e respetivas medidas de concretização.

Promover o Reconhecimento do Valor do Património Natural

O desenvolvimento de mecanismos de pagamento por serviços dos ecossistemas, numa lógica de pagamento por resultados, é uma componente importante que deveria ser considerada ao nível da investigação e do desenvolvimento de Instrumentos de Fiscalidade Verde

Integrado O objetivo 2.2 integra na sua primeira concretização a estimativa do valor económico dos principais serviços dos ecossistemas a nível nacional que deverá constituir o enquadramento para a definição de medidas como a sugerida no comentário. No objetivo 2.2 integrou-se ainda uma nova medida de concretização “Desenvolver metodologias para a remuneração dos serviços dos ecossistemas e sua aplicação, através de medidas de política com incidência no território”.

Rever a formulação do objetivo para “Promover o mapeamento e avaliação da condição dos ecossistemas, e melhorar a sua capacidade de fornecer, a longo-prazo, serviços essenciais para o bem-estar humano”

Integrado

No âmbito do objetivo 1.7, e considerando a evolução recente no acesso a dados de satélite, é essencial desenvolver meios e inovar no apoio à fiscalização, criando ferramentas que permitam a deteção e intervenção rápidas. São exemplo, deteção de abate ilegal ou alteração da composição da floresta, poluição de rios e zonas costeiras, mas também monitorização de doenças e pragas. Será igualmente necessário dar formação a técnicos do ICNF no uso destas ferramentas.

Não integrado A ponderar na fase de operacionalização da ENCNB.

“O controlo de espécies exóticas invasoras reveste-se de particular especificidade e prioridade em ecossistemas insulares, costeiros e fluviais” – Deve ser também dada prioridade ao controlo de espécies exóticas invasoras em áreas ardidas.

Integrado

As medidas de concretização indicadas na “Matriz Estratégica” são na verdade metas de concretização.

Quais as medidas prioritárias a adotar no âmbito deste objetivo?

Não integrado Efetivamente, as medidas de concretização deste objetivo são transversais à estratégia sendo que se optou por associar ao objetivo 1.2 os momentos de avaliação que permitirão aferir de forma genérica a eficácia

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Proposta da entidade / Comentário Ponderação Fundamentação

das referidas medidas que concorrem para a sua concretização.

No âmbito do programa de formação e sensibilização deverão não só ser considerados temas relativos ao património natural nacional, do seu valor de conservação e contributo para o bem-estar humano (serviços de ecossistema), mas também a formação dos consumidores para hábitos de consumo mais sustentáveis, que considerem os impactos na biodiversidade ao longo da cadeia de produção. O desenvolvimento e disponibilização de ferramentas que ajudem à avaliação dos impactos por partes dos consumidores (e.g., selos de certificação, rotulagem, apps) deve ser fomentada em paralelo.

Não integrado A ponderar na fase de execução da estratégia, designadamente nas medidas de concretização do objetivo 1.10.

ZERO – Associação Sistema Terrestre Sustentável

Proposta da entidade / Comentário Ponderação Fundamentação

A não participação da Agência Portuguesa do Ambiente, que possui a atribuição de “propor e acompanhar, em articulação com o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, I.P., as políticas de conservação da natureza e da biodiversidade, garantindo o cumprimento dos objetivos decorrentes dos regimes relativos a estas políticas”, é uma omissão, no mínimo, incompreensível. Também não transparece qualquer interligação ou trabalho conjunto com as Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira na consolidação do texto da ENCNB e o mesmo parece ser extensível à elaboração da matriz estratégica, pelo que estamos longe de considerar que se trata de uma verdadeira estratégia “nacional”.

Não aplicável Comentário genérico que incide sobre o procedimento de elaboração da proposta de ENCNB e não apresenta quaisquer propostas de alteração passíveis de ponderação. A ENCNB esteve em consulta pública entre 12 junho e 30 de setembro de 2017, com diversas sessões públicas, sede em que houve oportunidade privilegiada para todas as entidades, como a APA e as Regiões Autónomas, se pronunciarem. O que aconteceu com as autoridades públicas dos Açores.

É uma estratégia pensada para a conservação ser efetuada apenas e só nas áreas classificadas, possuindo uma visão espacialmente confinada, como se existisse fronteiras físicas com os territórios contíguos, preconizando para o restante território uma visão de índole sectorial distanciada e de carácter superficial. … impera desde logo a premissa de que os valores naturais são menos importantes fora das áreas classificadas e que, com algumas limitações mais ou menos evidentes às atividades económicas e muita sensibilização ambiental, podemos proteger alguma coisa do que fica de fora.

Não integrado Assume-se como opção desta revisão, no prazo de vigência proposto, a prioridade dada ao SNAC, em particular à RNAP e à RN2000, não se omitindo contudo a necessidade de abordagem a todo o território, como se reflete da leitura dos objetivos e concretizações dos eixos II e III

… perdeu-se uma oportunidade única para refletir e fazer evoluir não só o quadro conceptual, mas também para um olhar estrutural sobre a Rede Fundamental de Conservação da Natureza. Perde-se assim a oportunidade de preparar desde já um modelo conceptual para a implementação de infraestruturas ecológicas (verdes) no horizonte temporal previsto para a ENCNB, prevendo desde já a evolução jurídica de alguns dos instrumentos, como a Reserva Ecológica Nacional, a Reserva Agrícola Nacional e o Domínio Público Hídrico, no sentido destes virem a constituir uma rede coerente de gestão e partilha de fluxos de serviços de ecossistemas, em parte gerados nas áreas classificadas, permitindo que os mesmos cheguem a todo o território, incluindo as áreas urbanas.

Parcialmente integrado

Acrescentou-se medida de concretização “Promover o desenvolvimento de infraestruturas verdes costeiras, rurais e urbanas” ao objetivo 2.1. O RJCNB já estabelece a articulação entre SNAC e DPH, REN e RAN, sendo que as três últimas são consideradas áreas de continuidade que estabelecem ou salvaguardam a ligação e o intercâmbio genético de populações de espécies selvagens entre as diferentes áreas nucleares de conservação.

Não é efetuada nenhuma avaliação ao grau de consecução das medidas no período que antecede a revisão da ENCNB, remetendo para um relatório intercalar já desatualizado e publicado em 2009.

Não aplicável Comentário não passível de integração.

Uma outra análise de pressupostos errados … tem a ver com a manutenção de um processo narrativo no espaço público que dificulta a perceção de que a regressão populacional que ocorre nas

Não aplicável Comentário não passível de integração.

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Proposta da entidade / Comentário Ponderação Fundamentação

áreas de montanha e de fronteira é inevitável e que o recurso ao investimento público é apenas um paliativo. Acresce que nas áreas classificadas, onde o interesse público gera condicionantes e custos adicionais para as populações locais, a situação é ainda mais difícil de inverter, já que os recursos públicos são cada vez mais escassos. …a proposta de ENCNB aposta em soluções que poderão ser politicamente corretas, mas que, na prática, recorrem a receitas enganosamente “amigas” das populações locais e que há muito estão esgotadas.

… omissão total em relação ao potencial de renaturalização para criação das denominadas áreas para a vida selvagem - o denominado wilderness. Não se percebe, pois, que o wilderness não faça parte da equação, aportando uma solução de baixo custo que está a ser seguida um pouco por toda a Europa, tanto mais que as atuais tendências demográficas e socioeconómicas que têm levado ao crescente despovoamento do território e ao consequente abandono agrícola dificilmente poderão ser revertidas com políticas públicas.

Não integrado No território terrestre de Portugal o potencial de wilderness é muito reduzido, sem prejuízo de poder haver (já existindo) experiências pontuais nessa direção, em áreas muito circunscritas. A prioridade assumida pela Estratégia é a de aprofundar a manutenção e a promoção da presença e atividades humanas compatíveis ou geradores de biodiversidade, sobretudo nos territórios de baixa densidade. Reitera-se contudo que a abordagem pontual da wilderness é enquadrada pela Estratégia, e os exemplos atuais passam pela proteção de habitats climácicos protegidas na Rede Natura 2000 e pela sujeição a regime de proteção total de territórios da RNAP.

… também não se menciona a possibilidade de ajustar a configuração da atual Rede Natura 2000 no território terrestre continental, apesar de se assumir que “as lacunas de conhecimento sobre o património natural nacional são repetidamente referidas como uma carência transversal no apoio ao sistema de gestão e de decisão”, que “persiste uma desatualização ou deficiência de informação sobre componentes relevantes da biodiversidade, … propõe-se que esta reconfiguração se faça de forma ponderada, sem aumentar a área atualmente classificada, através da redução da área de alguns Sítios de Importância Comunitária (SIC), do aumento da área de outros (incluindo a criação de áreas disjuntas) e da definição de novos SIC, tendo em conta os resultados dos trabalhos de cartografia de espécies e habitats atualmente em curso. De salientar que Portugal continua sem designar alguns SIC na área terrestre, por insuficiência de representação de algumas espécies e de alguns habitats na RN2000, e que existem mesmo espécies para as quais não foi designado qualquer SIC.

Já contemplado Nas diferentes medidas de concretização dos objetivos 1.1 e 1.8. Não obstante, considera-se estabilizada a cobertura terrestre por áreas classificadas de âmbito nacional, designadamente da RNAP e da RN2000.

As referências à conservação do solo são mínimas,… ecossistema vivo que certamente está repleto de biodiversidade, … a maior parte da qual ainda não estudada. … prever uma metodologia de não aumento da área impermeabilizada, procurando um saldo positivo entre área artificializada e área recuperada, onde a recuperação dos inúmeros passivos ambientais existentes no território nacional poderia servir de créditos à instalação de novas áreas artificializadas. … prever um sistema de monitorização da biodiversidade nos solos portugueses, por forma a avaliar os impactes das más práticas agrícolas e florestais na degradação do solo (impermeabilização, erosão, diminuição da matéria orgânica, compactação, salinização, deslizamento de terras, contaminação), bem como os impactes resultantes dos efeitos das alterações climáticas (seca prolongada, erosão hídrica, incêndios florestais).

Não integrado As questões associadas à conservação do solo são abordadas em diversos objetivos do eixo 3, mas também do eixo 1 (cf. Investigação e Inovação), sendo que esta matéria tem um instrumento estratégico próprio de concretização, o Programa Nacional de Combate à Desertificação, com o qual esta estratégia se articula (ver p.ex. objetivo 1.8)

A referência às águas subterrâneas como ecossistemas a preservar é igualmente inexistente.

Já contemplado O capítulo 6.4.5 abrange as questões da quantidade da água no sentido em que se

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Proposta da entidade / Comentário Ponderação Fundamentação

Existem em Portugal 62 sistemas aquíferos que, apesar de poluídos, continuam a prestar importantes serviços de ecossistema e muitos deles possuem importantes comunidades,… constituídas essencialmente por invertebrados

refere a necessidade de “aplicação integrada e coordenada das políticas de gestão de qualidade (incluindo quantidade) da água e de promoção e gestão dos ecossistemas, espécies e habitats dependentes das massas de água”. Consequentemente o objetivo 3.5 preconiza que os Planos de Gestão de Região Hidrográfica integrem as medidas e opções essenciais à prossecução dos objetivos de gestão relevantes das áreas incluídas no SNAC. Não obstante foi explicitada referência às águas subterrâneas.

Os aspetos de financiamento da estratégia também não são muito claros. Elencam-se os fundos disponíveis, mas não está implícita uma quantificação das necessidades, nem um planeamento para o pós 2025.

Integrado Apesar de não quantificadas, foram identificadas e hierarquizadas as principais necessidades e respetivas fontes de financiamento.

De toda a maneira considerou-se, para o efeito, prever no capítulo 8.7 a elaboração de um Plano de Ação para a Conservação da Natureza e Biodiversidade.

Destaca-se o papel das parcerias, mas não se designa um catalisador das mesmas, … limitando-se o ICNF – a Autoridade Nacional que supostamente as deveria coordenar - a ser um assistente “normal” como já o é nos dias de hoje.

Não Integrado Comentário não apresenta propostas suscetíveis de ponderação.

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ANEXO V. Tabela de ponderação das participações nas sessões públicas de apresentação

Alcanena 23 junho 2017

Comentário Ponderação Fundamentação

A conservação da natureza faz-se em propriedade privada e, como tal, só com os proprietários a apropriarem-se da ENCNB, de forma a traduzir-se em benefícios reais, será efetiva

Já contemplado Reconhece-se a importância dos proprietários e dos produtores (senso lato) para a aplicação da ENCNB, designadamente, prevendo o seu envolvimento num conjunto alargado de medidas de concretização dos diferentes objetivos da ENCNB, incluindo no que respeita aos novos modelos de gestão das AP e da RN2000.

Apesar de estar referida a valoração dos serviços dos ecossistemas, é fundamental identificar os modelos de pagamento aos proprietários e a origem dos fundos financeiros para o efeito. Não é possível separar os serviços ambientais das estruturas físicas dos ecossistemas e o sistema fiscal deverá reconhecer esses serviços prestados às populações urbanas, no princípio da compensação …quantificar os serviços dos ecossistemas para integrar o património natural nas cadeias de valor, remunerando os respetivos proprietários.

Parcialmente integrado

A ENCNB propõe a avaliação da condição dos ecossistemas (medida de concretização do objetivo 2.1) e a estimativa do valor económico (medida de concretização do objetivo 2.2) dos serviços prestados pelos ecossistemas. Foi criada nova medida de concretização “Identificar e operacionalizar a criação de um pacote de incentivos fiscais adequados à conservação da natureza e biodiversidade” no objetivo 2.4. Em sede de operacionalização desta medida serão identificados os incentivos positivos e negativos mais adequados ao efeito. No objetivo 2.2 integrou-se ainda uma nova medida de concretização “Desenvolver metodologias para a remuneração dos serviços dos ecossistemas e sua aplicação, através de medidas de política com incidência no território”.

Identificar qual o modelo de descentralização previsto para a gestão das Áreas Protegidas, considerando as ONGA que a conservação da natureza não deverá ser municipalizada. O ICNF, enquanto autoridade de conservação da natureza, deverá continuar a tutelá-las sem prejuízo do envolvimento dos municípios.

Não integrado A Estratégia não preconiza a municipalização da gestão das AP mas sim o reforço da gestão participada dos municípios, como o que já está em curso no projeto-piloto do PNTI.

No que se refere à governação, as ONG devem integrar os comités de elaboração de estratégias e ser envolvidas nos processos de cogestão, podendo mesmo captar recursos financeiros do sector privado (os empresários já interiorizaram o conceito de pegada ecológica)

Já contemplado Ao nível do objectivo 1.1 “consolidar o SNAC e assegurar a sua gestão” está prevista a participação das ONG.

Deverá ser tratada com muito maior profundidade a questão das Áreas Marinhas Protegidas

Já contemplado A estratégia prevê o aumento de áreas marinhas classificadas, componente do território onde existe ainda uma insuficiente cobertura por áreas classificadas, de âmbito nacional. A criação de áreas marinhas está prevista numa concretização do objetivo 1.1 “Consolidação da rede de áreas marinhas do SNAC,…”

Como monitorizar e ver a evolução dos indicadores para prestar contas (“accountability”) sobre o que está a resultar, a falhar ou a precisar de correção? Desde logo, quem vai monitorizar 100 medidas com a visão global sobre a totalidade da sua execução? O desafio ultrapassa claramente o Ministério do Ambiente porque é da cidadania.

Já contemplado Matéria a tratar em fase de operacionalização da Estratégia, designadamente no âmbito do fórum intersectorial previsto no capítulo 9.

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Évora, 28 Junho 2017

Comentário Ponderação Fundamentação

Para além da preocupação de integrar sectorialmente a conservação da natureza, o grande desafio está na gestão, incorporando nas cadeias de valor e nos modelos de desenvolvimento, o património natural enquanto activo,…

Já contemplado

O eixo 2 tem esta matéria como foco essencial.

Sobre o conhecimento, será necessário trabalhar em parceria com a academia e a sociedade civil para a recolha de toda a informação existente,…

Já contemplado

O objetivo 1.8 prevê o reforço da investigação e o 1.9 prevê a constituição de um sistema de monitorização continuada do estado de conservação dos valores naturais, em que se incluiu o sector empresarial como entidade interveniente.

… a ENCNB está pensada muito em função das áreas protegidas, que representam cerca de 22% do território, devendo haver maior evidência de como se integra não só nos restantes 78% do país, mas também como se articula com componentes da rede fundamental de conservação da natureza como RAN, REN, domínio hídrico Não se pode conservar em “ilhas” e para assegurar os fluxos previstos na Rede Fundamental de Conservação da Natureza e a respectiva conectividade não é suficiente cartografar os corredores – é preciso ir mais além do que RAN, REN e Domínio Hídrico para garantir a possibilidade de mobilidade. … Os corredores não são novas áreas a classificar mas áreas suficientemente naturalizadas para garantir a continuidade pensando a uma escala global, acima da municipal.

Já contemplado

O âmbito de abrangência é todo o território nacional, incluindo as componentes terrestre (continente e regiões autónomas) e marinha (mar territorial, ZEE e plataforma continental alargada) da conservação do património natural. O RJCNB já estabelece a articulação entre SNAC e DPH, REN e RAN, sendo que as três últimas são consideradas áreas de continuidade que estabelecem ou salvaguardam a ligação e o intercâmbio genético de populações de espécies selvagens entre as diferentes áreas nucleares de conservação.

Tendo em conta o despovoamento que se tem vindo a registar, esta tendência deveria configurar uma potencialidade da criação de áreas tendencialmente selvagens (“wildness”) ….

Já contemplado

No território terrestre de Portugal o potencial de wilderness é muito reduzido, sem prejuízo de existirem experiências pontuais nessa direção, em áreas muito circunscritas. A prioridade assumida pela Estratégia é a de aprofundar a manutenção e a promoção da presença e atividades humanas compatíveis ou geradores de biodiversidade, sobretudo nos territórios de baixa densidade. Reitera-se contudo que a abordagem pontual da wilderness é enquadrada pela Estratégia, e os exemplos atuais passam pela proteção de habitats climácicos protegidas na Rede Natura 2000 e pela sujeição a regime de proteção total de territórios da RNAP.

De igual modo, deveria ser repensada a reconfiguração da Rede Natura 2000, mediante a reavaliação das áreas actualmente integradas e doutras a cooptar em função da mesma.

Não aplicável Optou-se por uma abordagem abrangente que contempla todas as tipologias que integram o SNAC (RNAP, RN2000 e demais áreas classificadas ao abrigo de compromissos internacionais), no contexto da Rede Fundamental da Conservação da Natureza.

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Comentário Ponderação Fundamentação

A avaliação ou reconfiguração de qualquer uma destas redes extravasa o âmbito da ENCNB.

É preocupante a não contemplação do solo enquanto recurso e suporte da biodiversidade, tal como no que respeita aos aquíferos, a stygofauna geradora de serviços dos ecossistemas

Já contemplado

As questões associadas à conservação do solo são abordadas em diversos objetivos do eixo 3, mas também do eixo 1 (cf. Investigação e Inovação), sendo que esta matéria tem um instrumento estratégico próprio de concretização, o Programa Nacional de Combate à Desertificação, com o qual esta Estratégia se articula.

No que respeita ao financiamento, são elencados fundos financeiros mas não as necessidades pós 2020, nem a quantificação de metas claras, ou quem são os actores que implementam as medidas com o acompanhamento do ICNF. …não há nesta Estratégia, relativamente ao financiamento, um compromisso, quantificação e respectiva origem,…

Já contemplado

A ENCNB identifica os instrumentos financeiros passíveis de financiar as medidas de concretização identificadas e hierarquizadas para cada objetivo, tendo em conta o período 2014-2020, devendo ser revista em função do quadro geral de referência, incluindo financeiro a adotar para o período pós-2020. De toda a maneira considerou-se, para o efeito, prever no capítulo 8.7 a elaboração de um Plano de Ação para a Conservação da Natureza e Biodiversidade.

As áreas protegidas podem não ser eficazes por falta de meios mas não existe, sobretudo, um modelo de avaliação de eficácia – o ICNF nunca foi um “laboratório de estado” que pudesse garantir o acompanhamento da gestão de espécies e habitats com indicadores de monitorização.

Integrado Nova medida de concretização do objetivo 1.1 sobre avaliação de eficácia das AP e respetiva atualização de texto no ponto 6.2.2. As metodologias serão definidas em fase de operacionalização da estratégia. O cumprimento dos compromissos internacionais já é objeto de relatórios.

O conhecimento – onde estão os habitats, qual a sua tendência em séries longas de monitorização – é determinante para fazer zonamentos e poderia ser acautelado através de contratos plurianuais do Ministério da Ciência, dando continuidade e estabilidade à recolha de dados em bases de dados que permitissem aferir o que realmente existe. …não sabemos, para a maior parte das nossas espécies, qual é a sua evolução, pelo que é necessário sistematizar o conhecimento, identificar lacunas e monitorizar a médio e longo prazo.

Já contemplado

O objetivo 1.8 prevê o reforço da investigação e o objetivo 1.9 prevê a constituição de um sistema de monitorização continuada do estado de conservação dos valores naturais.

… no que respeita ao ordenamento do território deverá ser explícita a ligação entre os PMOT e os PEOT, nomeadamente quanto à gestão territorial.… … a nova Lei de bases de ordenamento do território desvirtua o que eram os planos especiais – criados para territórios especiais – sobrecarregando a figura do PDM e não se articulando com a Lei de bases do espaço marítimo (podendo gerar conflitos entre os instrumentos de gestão territorial e os PEOT até à batimétrica dos 30m).

Não aplicável Esta matéria decorre de legislação em vigor e extravasa o âmbito da ENCNB.

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Comentário Ponderação Fundamentação

… falta na ENCNB a contabilização do valor intrínseco da biodiversidade,…

Já contemplado

O Eixo 2 aborda o Reconhecimento do Valor numa perspetiva de avaliação e valorização do Património Natural, incidindo designadamente em questões fiscais, de mercado e económicas.

Gondomar, 29 Junho 2017

Comentário Ponderação Fundamentação

…a ENCNB deve ter como prioridade o combate às espécies Invasoras.

Já contemplado

O objetivo 1.4. prevê “Reforçar a prevenção e controlo de espécies exóticas invasoras a nível nacional e no quadro da União Europeia”, e as respetivas concretizações foram consideradas prioritárias (prioridade 1)

… a importância de se adotar uma ação abrangente de recuperação da Rede Nacional de Áreas Protegidas … relativamente à gestão de áreas protegidas….não pode continuar a haver debilidades técnicas, sendo necessário promover a capacitação.

Já contemplado

As concretizações previstas nos objetivos 1.1 e 1.8, destinados a promover a consolidação do SNAC e o aumento do conhecimento sobre o património natural, contribuem decisivamente, entre outras do mesmo Eixo, para melhorar a capacitação técnica referida.

… a ENCNB deve ser aplicada de forma ampla no país e não apenas nas áreas classificadas.

Já contemplado

O âmbito de abrangência é todo o território nacional, incluindo as componentes terrestre (continente e regiões autónomas) e marinha (mar territorial, ZEE e plataforma continental alargada) da conservação do património natural.

…a agricultura tem um papel importante no domínio da biodiversidade e que tem de ser realçado.

Já contemplado

A importância da agricultura e da silvicultura na conservação da biodiversidade são destacadas no Eixo 3.

Lisboa, 14 Setembro 2017

Comentário Ponderação Fundamentação

… alguns aspetos poderiam estar melhor desenvolvidos atendendo à dimensão atlântica do país, designadamente, o papel das regiões autónomas, a conjugação da ENCNB 2025 com o processo em curso de planeamento e ordenamento do espaço e atividades marítimas, com a política marítima integrada da EU e especialmente com o que considerou ser a quadro de referência para a salvaguarda da biodiversidade marinha na EU, a Diretiva-Quadro da Estratégia Marinha. … necessidade de integração da ENCNB 2025 com a Estratégia Nacional para o Mar 2013 - 2020 e com o processo em curso de extensão da plataforma continental

Integrado Os aspetos referidos foram densificados em diversos pontos de ENCNB.

… acompanhamento da Política Agrícola Comum (PAC) e respetivos instrumentos de financiamento que se constituem como incontornáveis na mobilização de recursos para as políticas públicas de biodiversidade, designadamente o Programa de Desenvolvimento Rural. … notar que cerca de 43% dos 500M€ do PDR estão orientados para medidas agroambientais e a importância do contributo dos sistemas extensivos para a biodiversidade. No entanto, o desenvolvimento rural está orientado para os agentes agrícolas e florestais e não necessariamente para as áreas classificadas e

Já contemplado A importância da agricultura e da silvicultura para a biodiversidade e conservação da natureza estão refletidas nos pontos 6.4.2 e 6.4.3 e respetivos objetivos 3.1. e 3.2. Não compete à ENCNB determinar as estratégias/linhas de financiamento do PDR.

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Comentário Ponderação Fundamentação

respetivas prioridades, sendo necessário alocar outras verbas para a conservação da biodiversidade. … o facto de 95% dos valores naturais se encontrarem em espaço rural o que por si justifica uma maior articulação no sentido de melhorar algumas das medidas do PDR.

…insuficiente desenvolvimento do objetivo 3.8 “Promover a oferta e qualificação dos serviços no domínio do turismo da natureza, que concorram para a gestão sustentável dos territórios e salvaguardem o património natural e identidade cultural.”, bem como algumas referências desatualizadas em virtude da recente aprovação da Estratégia Turismo 2027, que aliás não é referida na ENCNB 2025. A Estratégia Turismo 2027 vem consagrar a Natureza, como um dos ativos estratégicos que constituem a base e a substância da oferta turística nacional. …particular relevância das áreas classificadas … aumentar o nº de empreendimentos de Turismo de Natureza…. sendo necessário efetuar um trabalho de sensibilização dos agentes do sector.

Já contemplado Feita referência à Estratégia Turismo 2027. Em 8.6 o turismo da natureza é referido a título de exemplo como uma das atividades com maior potencial de crescimento e geradoras de receita nas áreas classificadas.

… importância do tipo de informação disponibilizada sobre áreas protegidas… e da transmissão de conhecimento em matéria de património natural para público em geral. importância da educação, comunicação e sensibilização ambientais.

Já contemplado Os aspetos de sensibilização e envolvimento de cidadãos e municípios, incluindo o desenvolvimento uma ferramenta dirigida aos cidadãos com informação sobre património natural e, em particular, espécies exóticas invasoras, estão previstos no objetivo 1.10.

… necessidade de não descurar a sanidade animal e vegetal na estratégia, (exemplificando-se com as doenças que afetam o castanheiro) e a sua importância para a conservação da biodiversidade, bem como a adequada gestão dos recursos genéticos

Já contemplado A estratégia refere a este respeito o “Programa Operacional da Administração Pública para a Conservação e Melhoramento dos Recursos Genéticos Florestais”, no âmbito do PDR 2020, destinado a apoiar a conservação destes recursos. O objetivo 1.5 “assegurar e promover a conservação da diversidade genética animal e vegetal” define várias concretizações sobre a matéria.