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FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL CONSELHEIRO ALGACYR MUNHOZ MAEDER ENGENHARIA CIVIL ESTRADAS E PAVIMENTO II PROFESSOR JOÃO MARIA SANTIAGO

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Dimensionamento de Pavimentação, através do método do DNER atual DNIT.

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FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL CONSELHEIRO ALGACYR MUNHOZ MAEDER

ENGENHARIA CIVIL

ESTRADAS E PAVIMENTO II

PROFESSOR JOÃO MARIA SANTIAGO

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PAVIMENTO RODOVIÁRIO

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Em obras de engenharia civil como construções de rodovias, aeroportos, ruas, etc, asuperestrutura é constituída por um sistema de camadas de espessuras finitas,assente sobre o terreno de fundação, considerado como semi-espaço infinito edesignado como sub-leito (SENÇO, 1997).

Segundo SANTANA (1993), Pavimento é uma estrutura construída sobre a superfícieobtida pelos serviços de  terraplanagem com a  função principal de  fornecer ao usuáriosegurança e conforto, que devem ser conseguidos sob o ponto de vista da engenharia,isto é, com a máxima qualidade e o mínimo custo.

Para SOUZA (1980), Pavimento é uma estrutura construída após a terraplanagem pormeio de camadas de vários materiais de diferentes características de resistência edeformabilidade. Esta estrutura assim constituída apresenta um elevado grau decomplexidade no que se refere ao cálculo das tensões e deformações.

a - Funções do pavimento

Segundo a NBR-7207/82 da ABNT tem-se a seguinte definição:

"O pavimento é uma estrutura construída após  terraplenagem e destinada, econômicae simultaneamente, em seu conjunto, a:

a) Resistir e distribuir ao subleito os esforços verticais produzidos pelo tráfego;b) Melhorar as condições de rolamento quanto à comodidade e segurança;c) Resistir aos esforços horizontais que nela atuam, tornando mais durável a

superfície de rolamento."

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Classificação dos pavimentos

Essencialmente pode-se classificar a estrutura de um pavimento em:

Pavimentos flexíveis:

São aqueles constituídos por camadas que não  trabalham à  tração. Normalmente sãoconstituídos de revestimento betuminoso delgado sobre camadas puramentegranulares. A capacidade de suporte é função das características de distribuição decargas por um sistema de camadas superpostas, onde as de melhor qualidadeencontram-se mais próximas da carga aplicada. Um exemplo de uma seção típicapode ser visto na figura 02, a seguir.

No dimensionamento  tradicional são consideradas as características geotécnicas dosmateriais a serem usados, e a definição da espessura das várias camadas dependedo valor da CBR e do mínimo de solicitação de um eixo padrão (8,2 ton.).

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Figura 02 - Seção Transversal Típica de Pavimento Flexível

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Pavimentos rígidos:

São constituídos por camadas que trabalham essencialmente à tração. Seudimensionamento é baseado nas propriedades resistentes de placas de concreto decimento Portland, as quais são apoiadas em uma camada de transição, a sub-base.

A determinação da espessura é conseguida a partir da resistência à tração doconcreto e são feitas considerações em relação à fadiga, coeficiente de reação dosub-leito e cargas aplicadas. São pouco deformáveis com uma vida útil maior. Odimensionamento do pavimento flexível é comandado pela resistência do sub-leito edo pavimento rígido pela resistência do próprio pavimento. Seção característica podeser visto na  figura 03.

Figura 03 - Seção Transversal Típica de Pavimento Rígido

- Pavimentos semi-rígidos (semi-flexíveis):

Situação  intermediária entre os pavimentos rígidos e  flexíveis. É o caso das misturas solo-cimento, solo -cal, solo-betume  dentre outras, que  apresentam razoável resistência à tração.

Para (MEDINA, 1997), consideram-se tradicionalmente duas categoriasDe pavimentos:

Pavimento flexível: constituído por um revestimento betuminoso sobre uma basegranular ou de solo estabilizado granulometricamente.

Pavimento rígido: construído por placas de concreto (raramente é armado) assentes

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sobre o solo de fundação ou Sub-base intermediária.

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Quando se tem uma base cimentada sob o revestimento betuminoso, o pavimento édito semi-rígido. O pavimento reforçado de concreto asfáltico sobre placa de concretoé considerado como pavimento composto.

Segundo MEDINA (1997), perde-se o sentido a definição das camadas quanto às suasfunções específicas e distintas umas das outras, à medida que se passou a analisar opavimento como um sistema de camadas e a calcular as tensões e deformações.A partir daí começou-se a considerar a absorção dos esforços de tração pelascamadas de rigidez como o concreto asfáltico.

Ainda, segundo MEDINA (1997), “A mecânica dos pavimentos é uma disciplina daengenharia civil que estuda os pavimentos como sistemas em camadas e sujeitos acargas dos veículos. Faz-se o cálculo de tensões, deformações e deslocamentos,conhecidos os parâmetros de deformabilidade, geralmente com a utilização deprogramas de computação. Verifica-se o número de aplicações de carga que leva orevestimento asfáltico ou a camada cimentada à ruptura por fadiga” (figura 04)

Nomenclatura da seção transversal

A nomenclatura descrita a seguir refere-se às camadas a aos componentes principaisque aparecem numa seção típica de pavimentos flexíveis e rígidos.

Sub-leito:

É o terreno de fundação onde será apoiado todo o pavimento. Deve ser considerado eestudado até as profundidades em que atuam significativamente as cargas impostaspelo tráfego (de 60 a 1,50 m de profundidade).

Se o CBR do sub-leito for <2% , ele deve ser substituído por um material melhor,(2%≤CBR≤20) até pelo menos 1 ,00 metro.

Se o CBR do material do sub -leito for ≥ 20% , pode ser usado como sub -base.

- Leito:

É a superfície do sub-leito (em área) obtida pela terraplanagem ou obra de arte econformada ao greide e seção transversal.

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- Regularização do sub-leito (nivelamento):

É a operação destinada a conformar o leito, transversal e longitudinalmente. Poderáou não existir, dependendo das condições do  leito. Compreende cortes ou aterros até20 cm de espessura.

- Reforço do sub-leito:

É a camada de espessura constante transversalmente e variável longitudinalmente, deacordo com o dimensionamento do pavimento,  fazendo parte  integrante deste e que,por circunstâncias técnico econômicas, será executada sobre o sub-leito regularizado.Serve para melhorar as qualidades do sub-leito e regularizar a espessura da sub-base.

- Sub-base:

Camada complementar à base. Deve ser usada quando não for aconselhável executara base diretamente sobre o leito regularizado ou sobre o reforço, por circunstânciastécnico-econômicas. Pode ser usado para regularizar a espessura da base.

- Base:

Camada destinada a resistir e distribuir ao sub -leito, os esforços oriundos do tráfego esobre a qual se construirá o revestimento.

- Revestimento:

É camada, tanto quanto possível impermeável, que recebe diretamente a ação dorolamento dos veículos e destinada econômica e simultaneamente:

- a melhorar as condições do rolamento quanto à comodidade e segurança;- a resistir aos esforços horizontais que nele atuam, tornando mais durável a

superfície de rolamento.Deve ser resistente ao desgaste. Também chamada de capa ou camada de desgaste.

- Acostamento:

Parte da plataforma contígua à pista de rolamentos, destinado ao estacionamento de

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veículos, ao transito em caso de emergência e ao suporte lateral do pavimento.Nos pavimentos rígidos também são feitas as operações de regularização do sub-leitoe reforço, quando necessário. A camada de sub-base tem o objetivo de evitar obombeamento dos solos do sub-leito. A placa de concreto de cimento tem a função deservir ao mesmo tempo como base e revestimento.

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PROJETO DE PAVIMENTAÇÃO

Segundo o DNER (1996) um Projeto de Engenharia tem sua versão final intituladaProjeto Executivo e visa, além de permitir a perfeita execução da obra, possibilitar asua visualização, o acompanhamento de sua elaboração, seu exame e sua aceitaçãoe o acompanhamento da obra. O processo comporta  três etapas que se caracterizampelo crescente grau de precisão: Estudos Preliminares; Anteprojeto e ProjetoExecutivo.

- Estudos Preliminares: Determinação preliminar, por meio de levantamento expeditode todas as condicionantes do projeto das linhas a serem mais detalhadamenteestudadas com vistas à escolha do traçado. Tais estudos devem ser subsidiados pelasindicações de planos diretores, reconhecimentos, mapeamentos e outros elementosexistentes.

- Anteprojeto: Definição de alternativas, em nível de precisão que permita a escolhado(s) traçado(s) a ser(em) desenvolvido(s) e a estimativa do custo das obras.

- Projeto Executivo: Compreende o detalhamento do Anteprojeto e perfeita representação da obra a ser executada, devendo definir todos os serviços a seremrealizados devidamente vinculados às Especificações Gerais, Complementares ouParticulares, quantificados e orçados segundo a metodologia estabelecida para adeterminação de custos unitários e contendo ainda o plano de execução da obra,listagem de equipamentos a serem alocados e materiais e mão-de-obra em correlaçãocom os cronogramas físicos e financeiros.

Na fase de anteprojeto são desenvolvidos, ordinariamente os Estudos de Tráfego,Estudos Geológicos, Estudos Topográficos, Estudos Hidrológicos e Estudos Geotécnicos.

Na fase de projeto são complementados os estudos e desenvolvidos o ProjetoGeométrico, Projeto de Terraplenagem, Projeto de Drenagem, Projetode Pavimentação, Projeto de Obra-de-Arte Especiais, Projeto de Interseções, Projeto de Obras Complementares (envolvendo, Sinalização, Cercas e Defensas) e Projeto de Desapropriação.

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Estudos geotécnicos

É a parte do projeto que analisa o comportamento dos elementos do solo no que serefere diretamente à obra. Os estudos geotécnicos, de um modo geral podem serassim divididos:

Reconhecimento do subleitoEstudos Estudos de jazidasCorrentes Estudos de Empréstimos

Sondagens para obras de arte

Estudos Geotécnicos

Estudos Estudo de fundaçõesEspeciais Estudo de taludes

Estudo de maciço para túneis

Os estudos geotécnicos para um Projeto de Pavimentação compreendem:

- Reconhecimento do Subleito- Estudos de Ocorrências de Materiais para Pavimentação

- Reconhecimento do subleito

Para o dimensionamento de um pavimento rodoviário é  indispensável o conhecimentodo solo que servirá para a futura estrutura a ser construída. Este solo de fundação,chamado subleito, requer atenção especial, através de estudos geotécnicos, quepossibilitam o seu reconhecimento, identificação e quantificação das suascaracterísticas físicas e mecânicas assim como a obtenção dos parâmetros geotécnicos necessários ao dimensionamento da estrutura.

A espessura final do pavimento, assim como os tipos de materiais a seremempregados são função das condições do subleito. Quanto pior forem as condições dosubleito, maior será a espessura do pavimento, podendo muitas vezes, ser requerida asubstituição parcial do mesmo, com troca por outro de melhores condições.

O estudo do reconhecimento do solo do subleito, normalmente é feito em estradas comterraplanagem concluída embora haja também, uma tendência no sentido de que todosos estudos tratados sejam feitos previamente à terraplanagem. Desta forma o projetoda rodovia englobaria os projetos de terraplanagem e pavimentação.

a) Objetivos

O estudo do subleito de estradas de rodagem com  terraplenagem concluída  tem comoobjetivo o reconhecimento dos solos visando à caracterização das diversas camadas e

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o posterior traçado dos perfis dos solos para efeito do projeto de pavimento (DNER,1996).

Nestes estudos são fixadas as diretrizes que devem reger os trabalhos de coleta deamostras do subleito, de modo que se disponha de elementos necessários para oprojeto de pavimentação.

b) Sequência dos serviços

O reconhecimento do subleito é normalmente feito em três fases:

Inspeção expedita no campo:

Nesta fase são feitas sondagens superficiais no eixo e nos bordos da plataforma darodovia para identificação dos diversos horizontes de solos (camadas) por intermédiode uma inspeção expedida do campo.

Coleta de amostras / ensaios:

Estas amostras visam fornecer material para a realização dos ensaios geotécnicos eposterior traçado dos perfis de solos. São definidos a partir dos elementos fornecidospela inspeção expedia do campo.

Traçado do perfil longitudinal:

De posse dos resultados dos ensaios feitos em cada camada ou horizonte de cadafuro, traça-se o perfil longitudinal de solos constituintes do subleito estudado.

c) Inspeção expedita de campo

Este item foi extraído de DNER (1996)

Para a  identificação das diversas camadas de solo, pela  inspeção expedita no campo,são  feitas sondagens no eixo e nos bordos da estrada, devendo estas, de preferência,serem executadas a 3,50 m do eixo. Os furos de sondagem são  realizados com  tradoou pá e picareta.

O espaçamento máximo, entre dois furos de sondagem no sentido longitudinal, é de100 m a 200 m, tanto em corte como em aterro, devendo reduzir-se, no caso de grandevariação de tipos de solos. Nos pontos de passagem de corte para aterro devem serrealizados também furos de sondagem.

A profundidade dos furos de sondagem será, de modo geral, de 0,60 m a 1,00 mabaixo do greide projetado para a regularização do subleito. Furos adicionais desondagem com profundidade de até 1,50 m abaixo do greide projetado pararegularização poderão ser realizados próximos ao pé de talude de cortes, paraverificação do nível do lençol de água (ver Projeto de Drenagem) e da profundidade decamadas rochosas.

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Em cada furo de sondagem, devem ser anotadas as profundidades inicial e final decada camada, a presença e a cota do lençol de água, material com excesso deumidade, ocorrência de mica e matéria orgânica.

Os furos de sondagem devem ser numerados,  identificados - com o número de estacado trecho da estrada em questão, seguidos das letras E, C ou D, conforme estejamsituados no bordo esquerdo, eixo ou bordo direito. Deve ser anotado o  tipo de seção:corte, aterro, seção mista ou raspagem, com as iniciais C, A, SM, R.

Os materiais para efeito de sua inspeção expedita no campo, serão classificados deacordo com a textura, nos seguintes grupos:

- Bloco de rocha: pedaço isolado de rocha que tenha diâmetro superior a 1 m;- Matacão: pedaço de rocha que tenha diâmetro médio entre 25cm e 1m;- Pedra de mão: pedaço de rocha que tenha diâmetro médio entre 76 mm e 25 cm;- Pedregulho: fração de solo entre as peneiras de 76 mm (3") e de 2,0 mm (nº 10);- Areia:

- Grossa: fração de solo entre as peneiras de 2,0 mm (nº 10) e 0,42 mm (nº 40);-  Fina: fração de solo entre as peneiras de 0,42 mm (nº40) e 0,075 mm (nº 200);

- Silte e Argila: fração de solo constituída por grãos de diâmetro abaixo de 0,075mm.

São usadas, na descrição das camadas de solos, combinações dos termos citadoscomo, por exemplo, pedregulho areno-siltoso, areia fina-argilosa, etc.Deverão também ser anotadas as presenças de mica e matéria orgânica.

As anotações referentes a Bloco de Rocha, Matacão e Pedra de Mão, complementarãoa descrição das camadas, quando for o caso.

Para a identificação dos solos pela inspeção expedita, são usados testes expeditos,como: teste visual, do tato, do corte, da dilatância, da resistência seca, etc. A cor dosolo é elemento importante na classificação de campo. As designações "siltoso" e"argiloso" são dadas em função do  I.P., menor ou maior que 10, do material passandona peneira de 0,42 mm (nº 40). O solo tomará o nome da fração dominante, para oscasos em que a  fração passando na peneira nº 200  for menor ou  igual a 35%; quandoesta fração for maior que 35%, os solos são considerados siltes ou argilas, conformeseu I.P. seja menor ou maior que 10.

Todos os elementos referidos, obtidos durante a inspeção expedita, são anotados no"Boletim de Sondagem" (Figura 1)

d) Coleta de amostras e execução dos ensaios

Este item foi extraído de DNER (1996)

A medida que forem sendo executadas as sondagens e procedida a  inspeção expeditano campo, são coletadas amostras para a realização dos seguintes ensaios delaboratório:

- Granulometria por peneiramento com  lavagem do material na peneira de 2,0 mm (nº10) e de 0,075 mm (nº 200);- Limite de Liquidez;- Limite de Plasticidade;- Limite de Contração em casos especiais de materiais do subleito;- Compactação;- Massa Específica Aparente "in situ";

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- Índice Suporte Califórnia (ISC);- Expansibilidade no caso de solos lateríticos.

A coleta das amostras deve ser feita em todas as camadas que aparecem numa seçãotransversal, de preferência onde a inspeção expedita indicou maiores espessuras decamadas. Para os ensaios de caracterização (granulometria, LL e LP) é coletada, decada camada, uma amostra representativa para cada 100 m ou 200 m de extensãolongitudinal, podendo o espaçamento ser reduzido no caso de grande variação de tiposde solos. Tais amostras devem ser acondicionadas convenientemente e providas deetiquetas onde constem a estaca, o número de furo de sondagem, e a profundidade,tomando, depois, um número de registro em laboratório.

Para os ensaios de Índice Suporte Califórnia (I.S.C.) retira-se uma amostrarepresentativa de cada camada, para cada 200 m de extensão longitudinal, podendoeste número ser aumentado em função da variabilidade dos solos.

As determinações de massa específica aparente seca "in situ" do subleito e retiradasde amostras para o ensaio de compactação, quando julgadas necessárias são feitascom o espaçamento dos furos no sentido longitudinal, no eixo e bordos, na seguinteordem: bordo direito, eixo, bordo esquerdo, etc. As determinações nos bordos devemser em pontos localizados a 3,50 m do eixo. Mediante comparação entre os valoresobtidos "in situ" e os laboratórios, para cada camada em causa, determina -se o grau decompactação.

Para materiais de subleito, o DNER utiliza o ensaio de compactação AASHTO. normal,exigindo um grau mínimo de compactação de 100% em relação a este ensaio, sendo oI.S.C. determinado em corpos-de-prova moldados nas condições de umidade ótima edensidade máxima correspondentes a este ensaio.

Em geral, o  I.S.C. correspondente a estas condições é avaliado mediante a moldagemde 3 corpos-de-prova com umidades próximas a umidade ótima.

Para fins de estudos estatísticos dos resultados dos ensaios realizados nas amostrascoletadas no subleito, as mesmas devem ser agrupadas em  trechos com extensão de20 km ou menos, desde que julgados homogêneos dos pontos de vista geológico epedológico.

e) Traçado do perfil  longitudinal / apresentação dos resultados

Segundo o DNER (1996) os resultados dos ensaios de  laboratórios devem constar deum "Quadro - Resumo de Resultados de Ensaios" (Figura 2), notando-se que, para dargeneralidade ao modelo, figuram ensaios que podem não ser feitos durante oreconhecimento do subleito.

Com base no "Quadro-Resumo", é  feita separadamente, para cada grupo de solos daclassificação TRB, uma análise estatística dos seguintes valores:

• Percentagem, em peso, passando nas peneiras utilizadas no ensaio degranulometria. Geralmente são analisadas as percentagens, passando naspeneiras nº 10, nº 40 e nº 200.

• LL• IP• IG• ISC• Expansão (ISC)

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O DNER  tem utilizado o seguinte plano de amostragem para a análise estatística dosresultados dos ensaios:

Chamando X1, X2, X3 ...., Xn, os valores individuais de qualquer uma dascaracterísticas citadas, tem-se:

Outros critérios de análise estatística para a determinação de valores máximos emínimos prováveis poderão ser utilizados desde que devidamente  justificados.

A análise estatística dos diversos grupos de solos encontrados no subleito pode serapresentada, conforme o Quadro da Figura 3.

Um perfil longitudinal com indicação dos grupos de solos pode ser visto na figura 4.

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Figura 1 – Boletim de Sondagem (DNER, 1996)

B O L E T I M DE S O N D A G E MInteressado: Procedência: NºFinalidade: Data Sondador: Visto:

Estaca Furo nº Posição Profundidadetotal

Descrição

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Figura 2 – Quadro Resumo dos Resultados dos Ensaios

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ANÁLISE DOS SOLOS DO SUBTRECHO nº _______

ESTACA _________  A ESTACA __________

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Figura 3 – Análise Estatística dos Resultados (DNER, 1996)

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Figura 4 – Exemplo de Perfil Longitudinal (DNER, 1996)

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Estudo das ocorrências de materiais para pavimentação

Nesta fase são  feitos estudos específicos nas Jazidas da região próxima à construçãoda rodovia que serão analisadas para possível emprego na construção das camadasdo pavimento (regularização do sub-leito, reforço, subbase, base e revestimento ).

Estes estudos são baseados nos dados da Geologia e Pedologia da região e podemser utilizados fotografias aéreas, mapas geológicos, além de pesquisa com osmoradores da região, reconhecimento de jazidas antigas, depósitos aluvionares àsmargens dos rios, etc. Durante os trabalhos é feita também a localização das fontes deabastecimentos de água.

O termo “Jazida” denomina todo depósito natural de material capaz de fornecermatéria-prima para as mais diversas obras de engenharia e o termo “Ocorrêmcia” éempregado quando a matéria-prima ainda não está sendo explorada

O DNER fixa modo como deve ser procedido o estudo de jazidas. Normalmente sãofeitas em duas etapas :

- Prospecção preliminar- Prospecção definitiva

Os próximos itens fora adaptados do Manual de Pavimentação do DNER (DNER, 1996)

a) Prospecção preliminar

A prospecção é feita para se  identificar as ocorrências que apresentam a possibilidadede seu aproveitamento, tendo em vista a qualidade do material e seu volumeaproximado. A prospecção preliminar, compreende:

- Inspeção expedita no campo;- Sondagens; e- Ensaios de laboratórios.

Assim sendo nas ocorrências de materiais julgados aproveitáveis na inspeção decampo, procede-se de seguinte modo:

Delimita-se, aproximadamente, a área onde existe a ocorrência do material; Faz-se 4 e 5 furos de sondagem na periferia e no interior da área delimitada,

convenientemente localizados até à profundidade necessária, ou compatível com osmétodos de extração a serem adotados;

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Coleta-se em cada furo e para cada camada, uma amostra suficiente para o atendimento dos ensaios desejados. Anota-se as cotas de mudança de camadas,adotando-se uma denominação expedita que as caracterize. Assim, o materialaparentemente imprestável, constituinte da camada superficial, será identificadocom o nome genérico de capa ou expurgo. Os outros materiais próprios para o uso,serão identificados pela sua denominação corrente do lugar, como: cascalho,seixos, etc; Faz-se a amarração dos furos de sondagem, anotando-se as distâncias

aproximadas entre os mesmos e a posição da ocorrência em relação à rodovia emestudo.

Figura 5 – Esquema de Locação de Jazida

Uma ocorrência será considerada satisfatória para a prospecção definitiva, quando osmateriais coletados e ensaiados quanto a:

Granulometria por peneiramento com lavagem do material na peneira de 2,0 mm(nº 10) e de 0,075 mm (nº 200);

Limite de Liquidez LL.; Limite de Plasticidade LP; Equivalente de Areia; Compactação; Índice Suporte Califórnia – ISC.

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ou pelo menos, parte dos materiais existentes satisfizerem as especificações vigentes,ou quando houver a possibilidade de correção, por mistura, com materiais de outrasocorrências.

As exigências para os materiais de reforço do subleito, sub -base e base estabilizada,são as seguintes:

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Para reforço do subleito: características geotécnicas superiores a do subleito,demonstrados pelos ensaios de I.S.C. e de caracterização (Granulometria, LL, LP).

Para sub-base granulometricamente estabilizada: ISC > 20 e Índice do Grupo IG = 0para qualquer tipo de tráfego.

Para base estabilizada granulometricamente:

Limite de Liquidez máximo: 25% Índice de Plasticidade máximo: 6% Equivalente de Areia mínimo: 30%

Caso o Limite de Liquidez seja maior que 25% e/ou Índice de Plasticidade, maior que 6,poderá o solo ser usado em base estabilizada, desde que apresente Equivalente deAreia maior que 30%, satisfaça as condições de Índice Suporte Califórnia e seenquadre nas faixas granulométricas citadas adiante. O Índice Suporte Califórniadeverá ser maior ou igual a 60 para qualquer tipo de tráfego; a expansão máximadeverá ser 0,5%. Poderá ser adotado um ISC até 40, quando economicamentejustificado, em face da carência de materiais e prevendo-se a complementação daestrutura do pavimento pedida pelo dimensionamento pela construção de outrascamadas betuminosas.

Quanto à granulometria, deverá estar enquadrada em uma das faixas dasespecificações:

A prospecção preliminar das pedreiras é realizada mediante as  indicações geológicas,procurando-se avaliar no local por meio de sondagens e de levantamento expeditos:- O volume de capa ou de expurgo da pedreira;- A altura e a largura da frente de exploração de rocha aparentemente sã da pedreira.

b) Prospecção definitiva

TIPOS I IIPENEIRAS A B C D E F

% em peso passando

2” 100 100 — — — —1” — 75-90 100 100 100 100

3/8” 30-65 40-75 50-85 60-100 — —Nº 4 25-55 30-60 35-65 50-85 55-100 70-100

+Nº 10 15-40 20-45 25-50 40-70 40-100 55-100Nº 40 8-20 15-30 15-30 25-45 20-50 30-70

Nº 200 2-8 5-15 5-15 10-25 6-20 8-25

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A prospecção definitiva das ocorrências de materiais compreende:- Sondagens e coleta de amostras- Ensaios de laboratório- Avaliação de volume das ocorrências

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- Sondagens e coleta de amostras

Uma vez verificada a possibilidade de aproveitamento técnico-econômico de umaocorrência, com base nos ensaios de laboratório - realizados nas amostras coletadasnos furos feitos de acordo com a prospecção preliminar, será, então, feito o estudodefinitivo da mesma e sua cubagem. Para  isso,  lança-se um  reticulado com malha de30 m ou mais de  lado, dentro dos  limites da ocorrência selecionada, onde serão  feitosos furos de sondagem.

- Ensaios de laboratório

Em cada furo da malha ou no seu interior, para cada camada de material, será feito umEnsaio de Granulometria por peneiramento, de Limite de Liquidez de Limite dePlasticidade e de Equivalente de Areia (quando for indicado).No caso de existirem camadas com mais de 1,00 m de espessura, deve-se executar osensaios acima citados, para cada metro de profundidade dessa camada. Paradeterminação do Índice Suporte Califórnia (ISC) a mesma orientação deverá serseguida, ensaiando-se materiais de furos mais espaçados, se for o caso.O Ensaio de  Índice Suporte Califórnia para ocorrência de solos e materiais granulares,é feito utilizando os corpos-de-prova obtidos no ensaio de compactação, ou os três quemais se aproximem do ponto de massa específica aparente máxima, de acordo com ométodo padronizado do DNER.Quando solicitado, são realizados também ensaio de Determinação de MassaEspecífica Aparente "in situ" do material "in natura".

- Avaliação de volume das ocorrências – cubagem

Com a rede de furos lançada (de 30 em 30m) e com a profundidade de cada furo ecada horizonte, pode-se calcular o volume de cada tipo de material encontrado najazida.

As quantidades mínimas de materiais de ocorrência a serem reconhecidas, para cadaquilômetro de pavimento de estrada, são aproximadamente as seguintes:

Regularização e reforço do subleito .............. 2 500 m3

Sub-base .....................................................  2 000 m³

Base ...........................................................  2 000 m³

Areia ...........................................................   300 m³ 

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Revestimento (Pedreiras) ...........................   500 m³

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No que se refere às pedreiras, será obedecido o que recomenda a Norma ABNT6490/85 (NB-28/68), para "Reconhecimento e Amostragem para Finsde Caracterização das Ocorrências de Rochas".

A coleta de amostras de rochas para serem submetidas aos ensaios correntes deAbrasão Los Angeles, Sanidade e Adesividade é realizada através de sondagensrotativas ou então, quando a ocorrência assim o permitir, por extração por meios defuros com barra-mina e explosivos no paredão rochoso.

Quando for necessário, os ensaios correntes poderão ser complementados pelosexames de Lâmina e de Raio X do material coletado.

A cubagem do material poderá ser realizada por auscultação a barra-mina. Quandonecessário, poderá ser providenciado o lançamento de um reticulado com lados de10m a 20m aproximadamente. Admite-se que seja considerado como rocha, o maciçoabaixo da capa de pedreira.

c) Apresentação dos resultados

Os resultados das sondagens e dos ensaios dos materiais das amostras dasocorrências de solos e materiais granulares são apresentados através dos seguinteselementos:

Boletim de Sondagem (Figura 1) Quadro-resumo dos Resultados dos Ensaios (Figura 2) Análise Estatística dos Resultados (Figura 6) Planta de Situação das Ocorrência (Figura 7) Perfis de Sondagem Típicos (Figura 8)

Geralmente para cada ocorrência é apontada a designação de J-1, J-2 etc...Os resultados das sondagens e dos ensaios dos materiais rochosos (Pedreiras) sãotambém apresentados de maneira similar às ocorrências de solos e materiais

granulares, sendo apontado para cada pedreira a designação de P1, P2 etc... (Ver

exemplo anexo).

A apresentação dos resultados é complementada mediante um esquema geral detodas as ocorrências e das fontes de abastecimento de água do trecho estudado,conforme mostrado no exemplo anexo.

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Figura 6 - Análise Estatística dos Resultados

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-

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Figura 7 - Planta de Situação das Ocorrências

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Figura 8 - Perfis de Sondagem Típico.