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ESTORIL, 17 e 18 de Fevereiro’2006

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ESTORIL, 17 e 18 de Fevereiro’2006

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CONGRESSO DO DESPORTO Estoril, 17 e 18 de Fevereiro de 2006

________________________________________________________________ CPCCRD 1 17-02-2006

S U M Á R I O 1. Introdução

2. Congresso do Desporto – Um Compromisso Nacional

3. Desporto na Agenda Política

4. Apresentação da Confederação Portuguesa das Colectividades de Cultura Recreio e Desporto (CPCCRD)

5. Breve caracterização do Movimento Associativo Popular (MAP)

6. Desporto e/ou actividade físico-desportiva em Portugal

7. Propostas sectoriais, em função dos temas do Congresso

8. Linhas Orientadoras para o Desporto de Recreação / Lazer, com vista a um Programa Nacional de Desporto Para Todos

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CONGRESSO DO DESPORTO Estoril, 17 e 18 de Fevereiro de 2006

________________________________________________________________ CPCCRD 2 17-02-2006

1. Introdução

O Congresso do Desporto, assumido como um compromisso nacional

pelo XVII Governo Constitucional, constitui-se como uma janela de

oportunidade para uma reflexão sobre o Desporto em Portugal.

A Confederação Portuguesa das Colectividades de Cultura Recreio e

Desporto, apesar das dificuldades de toda a ordem, desde a primeira

hora, dia 29 de Novembro de 2005, manifestou todo o interesse e está

empenhada em contribuir muito positivamente para o êxito deste

Congresso nomeadamente com a elaboração do presente dossier, no

qual defende que o Desporto faça parte da Agenda Política, apresenta

breves apontamentos sobre: a Confederação, o Movimento Associativo

Popular (MAP) e o Desporto e/ou actividade físico-desportiva em

Portugal, mas, também, apresenta propostas, com especial enfoque na

Magna Carta do Subsistema do Desporto de Recreação / Lazer –

Desporto para Todos.

Este dossier tem a colaboração de muitos dos nossos companheiros,

dirigentes associativos voluntários e benévolos, que no dia-a-dia, à

frente dos destinos das suas colectividades e clubes desenvolvem o

Desporto que se vai realizando em Portugal.

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CONGRESSO DO DESPORTO Estoril, 17 e 18 de Fevereiro de 2006

________________________________________________________________ CPCCRD 3 17-02-2006

2. Congresso do Desporto – Um Compromisso Nacional

O XVII Governo Constitucional atentando na importância do Desporto

fez aprovar o seguinte: “Realizar um Congresso do Desporto, já em

2005, envolvendo todo o País e todos os agentes desportivos e

promovendo um diálogo verdadeiro entre o Estado e o movimento

desportivo, responsabilizando todos pelo futuro do desporto português e

sustentando as correcções e ajustamentos legislativos e regulamentares

consequentes.”1

Foi no cumprimento desta linha programática que a CPCCRD foi

convidada a associar-se a esta iniciativa, no almoço de trabalho

realizado a 29 de Novembro de 2005.

Nessa ocasião tivemos acesso aos seus objectivos: “Reunir todos os

agentes do desenvolvimento em torno de uma discussão crítica e

construtiva (…); Obter conclusões e recomendações sobre os diversos

factores de desenvolvimento do desporto (…)” 2

A CPCCRD teve oportunidade de, junto do Sr. Secretário de Estado da

Juventude e do Desporto, manifestar a sua apreensão quanto a três

factos: calendário proposto (“muito em cima da hora”), os temas em

discussão e a fórmula utilizada, o que poderia inviabilizar a participação

dos clubes e colectividades. No entanto, colocou-se numa posição

positiva, tomando medidas atinentes a uma participação efectiva e

afirmativa no Congresso do Desporto.

1 Programa do XVII Governo Constitucional, 2005 2 Congresso do Desporto – Um Compromisso Nacional, policopiado, 2005

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CONGRESSO DO DESPORTO Estoril, 17 e 18 de Fevereiro de 2006

________________________________________________________________ CPCCRD 4 17-02-2006

Trata-se, a nosso ver e apesar dos reparos acima indicados, de uma

iniciativa que poderá conduzir a uma viragem no Desporto Nacional,

conquanto se atendam as sugestões, propostas e outros

contributos que se venham a expressar.

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CONGRESSO DO DESPORTO Estoril, 17 e 18 de Fevereiro de 2006

________________________________________________________________ CPCCRD 5 17-02-2006

3. Desporto na Agenda Política

Entende-se que o conceito de Desporto engloba “todas as formas de

actividade física que, através de uma participação organizada ou não,

têm por objectivo a expressão ou o melhoramento da condição física e

psíquica, o desenvolvimento das relações sociais ou a obtenção de

resultados na competição a todos os níveis.”3 De forma a contribuir

para:

“1. Dar a cada indivíduo a possibilidade de praticar desporto,

nomeadamente:

a) Assegurando a todos os jovens a possibilidade de beneficiar de

programas de educação física para desenvolver as suas aptidões

desportivas de base;

b) Assegurando a cada um a possibilidade de praticar desporto e de

realizar as actividades físicas e recreativas num ambiente seguro e

saudável, e em cooperação com os organismos desportivos apropriados;

c) Assegurando a quem manifestar tal desejo e possuir as competências

necessárias a possibilidade de melhorar o seu nível de rendimento e de

realizar o seu potencial de desenvolvimento pessoal e/ou de alcançar

níveis de excelência publicamente reconhecidos.

2. Proteger e desenvolver as bases morais e éticas do Desporto, assim

como a dignidade humana e a segurança daqueles que participam em

actividades desportivas, protegendo o Desporto e os desportistas de

3 Carta Europeia de Desporto, artigo 2.º n.º 1, assinada em 1992

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CONGRESSO DO DESPORTO Estoril, 17 e 18 de Fevereiro de 2006

________________________________________________________________ CPCCRD 6 17-02-2006

toda a exploração para fins políticos, comerciais e financeiros, bem

como de práticas abusivas e aviltantes, incluindo o abuso de drogas.”4

Aliás, esta definição de Desporto encontra-se plasmada no nosso

ordenamento jurídico.5

Neste contexto e porque o Desporto é transversal a toda a sociedade,

conforme se refere, por exemplo no Tratado de Amesterdão: “A

Conferência salienta o significado social do desporto, em especial o seu

papel na formação da identidade e na aproximação das pessoas. A

Conferência convida, por isso, os órgãos e instituições da União Europeia

a ouvir as associações desportivas (…) deverá ter-se especialmente em

conta as características particulares do desporto amador”6, vários fóruns

internacionais têm sistematicamente alertado para a necessidade de o

desporto ser considerado pelos os Estados como um forte factor de

desenvolvimento. Para não sermos exaustivos, socorremo-nos dos

reptos de Walter Fust, director da Agência Suiça para o

Desenvolvimento e Cooperação (COSUDE) que esboçou as seguintes

linhas da actuação:7

4 Rodrigues, José ; Cameira Serra, Mário; Murta, Luís – Parecer do Grupo de Trabalho do Desporto – Processo Bolonha, Tomar, 14 de Julho de 2004 5 Lei n.º 30/2004, de 21 de Julho – Lei de Bases do Desporto -, n.º 2 do artigo 2.º 6 Tratado de Amesterdão, Declaração n.º 29 – Adoptada pela Conferência Relativa ao Desporto, 2 de Outubro de 1997 7 2.ª Conferência de Magglingen (Suiça), sob o tema “Desporto e Desenvolvimento”, realizada de 4 a 6 de Dezembro de 2005

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CONGRESSO DO DESPORTO Estoril, 17 e 18 de Fevereiro de 2006

________________________________________________________________ CPCCRD 7 17-02-2006

REPTO LINHA DE ACTUAÇÃO

Fomentar a vontade política Intensificar o diálogo com os chefes de

Estado e Governo; constituir grupos de

apoio nos Parlamentos nacionais

Reconhecer o Desporto como uma

prioridade nacional

Implicar os decisores e os líderes de

opinião do sector público e privado

Fomentar a criatividade Criar oportunidades e parcerias para o

Desporto ao serviço do desenvolvimento e

da paz

Tornar possível o impossível Realizar o sonho dos jovens mediante o

acesso ao Desporto e à Educação Física

Demonstrar ânimo e ser inovadores Descobrir o desconhecido e já desanimar

perante os contratempos

Envolver e responder ao compromisso

assumido

Envolver. Fazer com que os amigos e

conhecidos assumam o compromisso, que

as comunidades e organismos se sintam

comprometidos

Levar a cabo parcerias Ter espírito de equipa, trabalhar de forma

activa e construtiva – ser fortes como

equipa

Obras e não palavras: Pôr em prática

as ideias

Levar à prática as ideias

Fazer participar os media Estabelecer uma comunicação activa e

ganhar a atenção dos media

Buscar apoio financeiro Mobilizar recursos mostrando os benefícios

e os efeitos do Desporto ao serviço do

desenvolvimento e da paz

Em suma: “Reconhecer o Desporto como prioridade nacional”, o

mesmo é dizer colocá-lo na Agenda Política.

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CONGRESSO DO DESPORTO Estoril, 17 e 18 de Fevereiro de 2006

________________________________________________________________ CPCCRD 8 17-02-2006

4. Apresentação da Confederação Portuguesa das

Colectividades de Cultura Recreio e Desporto

Confederação Portuguesa das Colectividades de Cultura Recreio e

Desporto (CPCCRD) instituição privada, sem fins lucrativos, titular do

estatuto de pessoa colectiva de utilidade pública.

Em 31 de Maio de 1924 foi fundada, em Lisboa, a Federação Distrital

das Sociedades Populares de Educação e Recreio, vindo posteriormente

a sofrer várias alterações na sua designação e actividades.

Actualmente e por alteração estatutária, por escritura pública datada de

29 de Maio de 2003, publicado extracto no D.R. III Série n.º 170, de 25

de Julho de 2003, transformou-se a então Federação Portuguesa das

Colectividades de Cultura e Recreio na CPCCRD.

Apesar de nas anteriores normas estatutárias se aludisse ao desporto,

aproveitou-se essa circunstância para sublinhar na sua denominação o

desporto, por duas ordens de razão: a actualização do conceito de

desporto, mormente do Conselho da Europa e pelo facto de estarmos no

terreno, ainda que dando os primeiros passos, com a Campanha Agita

Portugal, pela sua saúde mexa-se.

Encontra-se filiada na Federação Internacional do Desporto Para Todos,

na Confederação do Desporto de Portugal (CDP).

Integra as estruturas regionais e locais já devidamente constituídas,

como sejam as Federações dos Distritos de Porto (1944), Braga, Viana

do Castelo, Setúbal e Lisboa e várias Associações Concelhias, bem como

outras que venham a ser constituídas respeitando o mesmo espírito.

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CONGRESSO DO DESPORTO Estoril, 17 e 18 de Fevereiro de 2006

________________________________________________________________ CPCCRD 9 17-02-2006

Representa as associações que desenvolvam actividades nas áreas da

cultura, do recreio e/ou do desporto. Com especial interesse no que

respeita ao desporto ao designado Desporto Para Todos, mais

concretamente à actividade física como factor de melhoria da qualidade

de vida e aos Jogos Tradicionais.

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CONGRESSO DO DESPORTO Estoril, 17 e 18 de Fevereiro de 2006

________________________________________________________________ CPCCRD 10 17-02-2006

5. Breve Caracterização do Movimento Associativo

Popular

Para se utilizar a terminologia referida na Lei n.º 34/2003, de 22 de

Agosto – Reconhecimento e Valorização do Movimento Associativo

Popular.

Alguns números

Ao pretendermos fazer uma breve caracterização do MAP confrontamo-

nos, desde logo com a falta de estudos globais sobre esta importante

área da nossa vida colectiva.

No entanto, o INE (Instituto Nacional de Estatística)8 realizou um estudo

sobre as associações culturais e recreativas, para um universo de 6 714

recenseadas, trabalhou os dados referentes a 3 266 associações, o que

consideramos uma amostra fidedigna e representativa, com alguns

resultados interessantes:

- Associados 1 006 019 10,14 %

- Praticantes 300 589

- Média de associados 308 / associação

- Média de praticantes 100 / associação

- Dirigentes 31 419

- voluntários 30 469

- profissionais 950

8 Instituto Nacional de Estatística, “ Associações Culturais e Recreativas 1995”, Lisboa, 1998

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CONGRESSO DO DESPORTO Estoril, 17 e 18 de Fevereiro de 2006

________________________________________________________________ CPCCRD 11 17-02-2006

- Outro pessoal 9 335

- voluntários 6 185

- profissionais 3 150

- Voluntários (total) 36 654

- Postos de trabalho 4 100

Das actividades ressaltam:

- Actividades lúdicas 2 161 66,2%

- Actividades desportivas 1 870 57,3%

- Ensino e Formação 1 465 44,9%

- Música 1 155 35,4%

- Desporto + Música + Dança 73,0%

Associados / Associações

ASSOCIAÇÕES

480; 15%

473; 14%

1273; 38%

573; 18%

350; 11% 117; 4%

Até 50 De 51 a 100 De 101 a 300 De 301 a 500 De 501 a 1000 Mais 1000

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CONGRESSO DO DESPORTO Estoril, 17 e 18 de Fevereiro de 2006

________________________________________________________________ CPCCRD 12 17-02-2006

Praticantes segundo a actividade

Através dos dados seguintes e num total de 241 212 praticantes

podemos verificar as suas áreas de intervenção, sendo naturalmente

algumas coincidentes.

- 2 781 associações 241 212 praticantes

N.º PRATICANTES

38320; 16%

9740; 4%

109192; 45%

40498; 17%

29024; 12%

7517; 3%

2663; 1%

2005; 1%

2253; 1%

Música Teatro Dança Cin. e Fotog. Artes plásticasDef. Patr. Cult. Artesanato Desporto Outras

- MÚSICA 1 155

--- Banda filarmónica 453

--- Orquestra / Conjunto musical 274

--- Coro / Orfeão 282

--- Grupo de Cantares Tradicionais 387

- DANÇA 957

--- Folclore 754

--- Grupo Etnográfico 168

--- Bailado / Ballet 56

--- Dança Moderna 166

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CONGRESSO DO DESPORTO Estoril, 17 e 18 de Fevereiro de 2006

________________________________________________________________ CPCCRD 13 17-02-2006

Paralelamente um estudo sobre os Grupos de Música Tradicional em

Portugal9 aponta para os dados inscritos no quadro (adaptado) que

segue:

Tipo

N.º Grupos

N. ° Elementos

Média

Rancho/Grupo Folclórico

2113

93 616

44.2

Grupo de Cantares

113

2354

17.7

Grupo Coral Alentejano

164

3903

23.8

Tuna

49

1289

26.3

Grupo de Cavaquinhos

23

406

14.5

Outros Tipos

353

66 59

18,6

TOTAIS

2850

109226

37,1

O que demonstra que o trabalho do INE que seguimos peca por defeito,

o que confirma tratar-se de uma amostra. O mesmo acontece com as

bandas filarmónicas, uma vez que no arquivo da CPCCRD temos notícia

de 684 (em 2001).

Voltando ao trabalho em apreço e tendo em conta a mesma amostra,

verificamos que na área desportiva temos uma assinalável intervenção:

9 Salwa Castelo-Branco, José Soares Neves e Maria João Lima, Representações da Memória: primeiros resultados do Inquérito aos Grupos de Música Tradicional em Portugal, in OBS N.º 10, Lisboa, Dez 2001

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CONGRESSO DO DESPORTO Estoril, 17 e 18 de Fevereiro de 2006

________________________________________________________________ CPCCRD 14 17-02-2006

DESPORTO 1 870 57,3%

--- Andebol 107 5,7%

--- Atletismo 607 32,5%

--- Artes Marciais 181 9,7%

--- Basquetebol 111 5,9%

--- Ciclismo 213 11,4%

--- Futebol 1 450 77,5%

--- Ginástica 423 22,6%

--- Pesca Desportiva 390 20,9%

--- Ténis 432 23,1%

--- Outras 564 30,2%

JOGOS TRADICIONAIS 1 250 38,3%

Outro aspecto importante é o das instalações desportivas e o seu regime

de utilização. Pelo gráfico seguinte verifica-se que muitas associações

possuem instalações próprias o que pode significar mais um importante

contributo para as comunidades em geral e para os praticantes

desportivos em especial.

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CONGRESSO DO DESPORTO Estoril, 17 e 18 de Fevereiro de 2006

________________________________________________________________ CPCCRD 15 17-02-2006

INSTALAÇÕES

1646; 51%

1084; 33%

400; 12%136; 4%

Próprias Alugadas Cedidas Outro

Instalações de Tipologia Específica:

- Salas de convívio 2 466 75,5%

- Salão de Festas 1 637 50,1%

- Biblioteca 920 28,2%

- Sala de jogos 1 136 34,8%

- Campo de futebol 735 22,5%

Ainda com base no mesmo estudo do INE abaixo damos nota da

estrutura financeira das associações analisadas, constatando que o

velho mito da subsidio dependência não é tão real como alguns

afirmam.

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CONGRESSO DO DESPORTO Estoril, 17 e 18 de Fevereiro de 2006

________________________________________________________________ CPCCRD 16 17-02-2006

RECEITAS (em contos) 15 000 000

Bar e prestação de serviços 7 200 000 48,0%

Comparticipações e subsídios 4 100 000 27,3%

--- Estado 2 200 000 14,7%

--- Outras entidades 1 900 000 12,6%

Quotas, jóias e donativos 1 700 000 11,4%

Outras 2 000 000 13,3%

MOVIMENTO GLOBAL

--- Receitas 15 143 469 contos

--- Despesas 14 406 617 contos

Da leitura e breve análise de outros estudos e trabalhos

sectoriais e limitados no território, e levando também em linha

de conta os dados da prática desportiva podemos chegar a

alguns números globais, ainda que com alguma reserva:

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CONGRESSO DO DESPORTO Estoril, 17 e 18 de Fevereiro de 2006

________________________________________________________________ CPCCRD 17 17-02-2006

ASSOCIAÇÕES / DIRIGENTES

Associações 18 mil10

Associados 3 milhões11

Dirigentes (eleitos) 234 mil12

Colaboradores / seccionistas 54 mil

(não eleitos, mas voluntários)

PRATICANTES

Actividade Desportiva 2 milhões13

Música (bandas filarm., escolas

música, tunas, coros) 80 mil14

Folclore e Etnografia 93 mil15

Outra música tradicional 15 mil16

Dança 35 mil

Teatro de Amadores 27 mil

10 Carvalho, Alfredo Melo, O Clube Desportivo Popular, Campo das Letras, Porto, Março 2001; Base de Dados do Associativismo Desportivo, CEFD, Lisboa, Julho 1999; Associações culturais e recreativas: 1995, INE, Lisboa, 1998 (adaptações) 11 Associações culturais e recreativas: 1995, INE, Lisboa, 1998 (adaptação) 12 Associações culturais e recreativas: 1995, INE, Lisboa, 1998; Pereira, Paulo, Associações culturais da Região Centro, C.C.R.C., Coimbra, 1992; Associativismo Popular no Barreiro (apontamentos para a sua caracterização), CMB/DASC, Barreiro, 1994; Banha, Rui, O Associativismo em Loures – Retrato das Associações Voluntárias com actividades culturais, recreativas e desportivas, 1989 / 90, Câmara Municipal de Loures, 1994; Gomes, Miguel, Movimento Associativo do Concelho do Seixal, C. M. Seixal / GAMA, 2004; Silva, Fátima Geraldes da, Associações Desportivas, Recreativas e Culturais – o caso da Covilhã (tese mestrado sociologia), Universidade da Beira Interior, 2002 (adaptações) 13 Marivoet, Salomé, Hábitos Desportivos da População Portuguesa, CEFD, Lisboa, Maio 2001 14 Associações culturais e recreativas: 1995, INE, Lisboa, 1998 (adaptação) 15 Castelo-Branco, Salwa; Neves, José Soares e Lima, Maria João, Grupos de Música Tradicional em Portugal, obs n.º 10, Dezembro 2001 16 op. citada 16 Associações culturais e recreativas: 1995, INE, 1998

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CONGRESSO DO DESPORTO Estoril, 17 e 18 de Fevereiro de 2006

________________________________________________________________ CPCCRD 18 17-02-2006

Alunos / Formandos 200 mil

Total (cerca de) 2 milhões e meio

VALOR ECONÓMICO

(em milhões de €)

Montantes globais

(receitas / despesas) 40017

Trabalho voluntário (a contabilizar)

- eleitos 283,5 *

- colaboradores 121,5 **

Postos de trabalho (directos) 30 mil18

* 18000x7x10x45x5 (n.º associações x n.º dirigentes executivos x horas/semana x

semanas/ano x 5€/hora)

** 18000x3x10x45x5 (3 é o n.º de seccionistas /colaboradores por colectividades

Valores do associativismo

É lógico que este Movimento Associativo que já leva quase 200 anos de

existência (1807 / 2006), tendo atravessado todo o século XX, se paute

por princípios e valores, que, em nossa opinião, se encontram muito

bem descritos por José Malheiro: “cada Associação de Cultura, Recreio e

Desporto amador é uma instituição autónoma e independente (não se

subordina a qualquer forma de poder político, religioso, económico ou 17 Associações culturais e recreativas: 1995, INE, 1998 18 Quadros de Pessoal 2000, MSST – Departamento de Estudos, Prospectivas e Planeamento

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________________________________________________________________ CPCCRD 19 17-02-2006

outro), tem funcionamento democrático (igualdade de direitos e

deveres, dirigentes eleitos e fiscalizados, poder soberano nas

Assembleias de Sócios), não há qualquer fim lucrativo individual, a

propriedade é social, prevalece o voluntariado. Não são negócio, mas

ócio. São espaços onde se exercem e reclamam direitos: de reunião, de

associação, à cultura, ao desporto, ao lazer, ao protesto, à indignação. A

uma vida autenticamente humana, a uma vida verdadeiramente feliz.” 19

Já segundo A. Melo de Carvalho: “(...) os antigos “valores” do

associativismo – cooperação, socialização, solidariedade, trabalho

colectivo, participação, etc.”20

19 José Malheiro, “Associativismo Popular Originalidade do Povo Português”, Câmara Municipal de Almada, 1996, p. 14 20 A. Melo de Carvalho, “O Clube Desportivo Popular”, Porto, Campo das Letras, 2001, p.88

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________________________________________________________________ CPCCRD 20 17-02-2006

6. Desporto e/ou actividade físico-desportiva em

Portugal

Alguns números

Iniciamos com a seguinte pergunta: “Quantos são os clubes populares

de desporto?”21

Para se dar uma resposta minimamente adequada socorremo-nos de

vários trabalhos, desde logo do Centro de Estudos e Formação

Desportiva22 que aponta para a existência de 9 616 no continente

português, com especial relevo para os distritos de Porto (2 178),

Lisboa (1 346), Setúbal (699), Aveiro (670), Santarém (640),

Coimbra (575) e Leiria (570).

Quanto aos concelhos com mais de 100 clubes desportivos, temos:

Porto (492), V. N. Gaia (358), Lisboa (349), Gondomar (302), Vila do

Conde (193), Loures (186), Matosinhos (157), Coimbra (155), Almada

(145), Leiria (141), Sintra (125), Santo Tirso (122), Setúbal (121),

Torres Vedras (120), Valongo (114), Penafiel (106) e Cascais (104).

Nos distritos que não se encontram acima referidos é no concelho

capital do distrito, com uma excepção, que temos o maior número de

clubes: Santarém (85), Aveiro (83), Viana do Castelo (83), Portalegre

(80), Castelo Branco (76), Barcelos / Braga (75 / 57), Guarda (67),

Évora (63), Faro (63), Beja (51), Viseu (51), Vila Real (48) e Bragança

(33).

21 A. Melo de Carvalho, op. citada

22 “Base de dados do Associativismo Desportivo”, do Centro de Estudos e Formação Desportiva, Lisboa, Julho de 1999

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________________________________________________________________ CPCCRD 21 17-02-2006

Melo de Carvalho, na obra citada e com base em vários estudos

parcelares que, obviamente, seguiram metodologias diversas, considera

os seguintes números:

“... era em 1994 de 9 316 clubes desportivos filiados, de acordo com os

dados publicados pelas Federações e apresentados no Anuário

Desporto 1995, publicado pelo INDESP;

- a criação de clubes mantém-se em ritmo acelerado, pois este Anuário

diz que de 1993 para 1994 se verificou um aumento de 4%

e, tomando em consideração os números disponíveis, passa, em sete

anos (1987 / 1994), de 6 500 para cerca de 9 300;

- a este número seria ainda útil juntar o dos clubes que se dedicam a

uma prática “não federada” ... “

O Instituto do Desporto de Portugal – IDP23 afirmava a existência de

401.748 praticantes federados, ou seja cerca de 4% da população e que

no período de 1996 a 2004 se verificou uma evolução positiva de

136.160 – 51,3%, numa média anual de

17.020, referindo-se a 69 federações desportivas com utilidade pública

desportiva, em algum momento.

Numa análise superficial a estes dados podemos afirmar que esta

evolução positiva se deve especialmente a três das mais mediáticas

modalidades e como consequência com maior número de praticantes:

- Futebol 28,4%

- Voleibol 15,7%

- Andebol 10,2%

23 www.idesporto.pt – Destaque – Gabinete de Relações Públicas, de 3 de Junho de 2005

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________________________________________________________________ CPCCRD 22 17-02-2006

Segundo o IDRAM em 2004 registavam-se na Região Autónoma da

Madeira os seguintes dados24:

- Clubes 138

- Modalidades 144

- Praticantes (federados) 14 881

A Confederação do Desporto de Portugal apresentou-nos os seguintes

dados25:

- associados 2 100 000

- voluntários 828 000

- praticantes 2 000 000

- Hábitos Desportivos da População Portuguesa26

O estudo em apreço foi realizado em 1998 e refere-se a um universo de

7.093.575 indivíduos dos 15 aos 74 anos, em todo o território nacional.

Praticantes 1.650.485 23%

Procura não satisfeita 306.686 4%

Restante População 5.136.404 73%

Índice da participação regular 19%

Índice de participação ocasional 4%

Índice de Organização

- Participação organizada 922.165 13%

- Participação não organizada 709.358 10%

24 www.idram.pt/demografia, Maio 2005 25 Confederação do Desporto de Portugal, “O Voluntariado no Desporto e a Economia Social”, Lisboa, Novembro de 2001, p. 18 26 MARIOVET, Salomé, “Hábitos Desportivos da População Portuguesa”, Centro de Estudos e Formação Desportiva, Lisboa, Maio 2001

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________________________________________________________________ CPCCRD 23 17-02-2006

Âmbito de Prática

- Desporto de competição federada 283.743 4%

- Desporto de lazer 1.347.779 19%

- Principais modalidades:

- Futebol 30%

- Natação 11%

- Atletismo 8%

- Actividades de manutenção 7%

- Ginástica 6%

- Ciclismo 6%

- Danças Gímnicas 5%

- Associados 1 500 000 21%

- Dos participantes intervém na vida associativa 8%

- Dirigentes 140 000 2%

NOTA: o IDP “dá-nos” em 1998, 308.233 praticantes federados. A

disparidade verificada (283.743 no estudo) é facilmente justificável dada

a existência de praticantes federados com menos de 15 anos e que não

foram abrangidos no estudo aos Hábitos Desportivos da População

Portuguesa.

Dos dados acima expressos, podemos afirmar que 638.422 indivíduos,

cerca de 9% do universo considerado, praticam o “desporto de lazer” de

forma organizada.

Ainda no que respeita à prática físico-desportiva importa referir a

informação do Eurobarometer, NOV 2004, segundo a qual 73% da

população portuguesa é sedentária… o que confirma o estudo em causa.

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________________________________________________________________ CPCCRD 24 17-02-2006

Das conclusões em apreço não podemos deixar de sublinhar o facto de

só cerca de 18% dos praticantes estarem inscritos numa Federação, ou

seja 290 000 e que, por outro lado, cerca de 640 000 o fazem

organizados em associações / clubes, pelo que 430 000 praticam o

designado “desporto de lazer” em clubes eventualmente não

referenciados... o que nos levar a pensar que os 9 616 clubes indicados

na “Base de Dados...” + 138 da R. A. da Madeira atrás citados pecam

por defeito, ainda que não saibamos os critérios adoptados nesses

estudos... Acresce que os dados não referem os clubes desportivos da

R. A. dos Açores.

Ponderados os vários circunstancialismos podemos chegar ao quadro

que se segue, no qual apresentamos alguns números do associativismo

desportivo em Portugal:

--- Clubes desportivos 10 mil

--- Praticantes 2 milhões

----- Organizados 1,3 milhões

------- Federados 400 mil

------- Não federados 900 mil

--- Associados 2 milhões

--- Dirigentes 130 mil

--- Sedentários 73% 7,3 milhões

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________________________________________________________________ CPCCRD 25 17-02-2006

De entre os clubes que promovem actividades desportivas

apresentamos alguns simples exemplos:

ASSOCIAÇÃO RECREATIVA E CULTURAL DO

BAIRRO DO VALONGO (CASTELO BRANCO)

A Associação Recreativa e Cultural do Bairro do Valongo, tem a sua sede social na Rua Estado do Paraná n.º91 no Bairro do Valongo em Castelo Branco, foi reconhecida de Utilidade Pública em 05/02/2002, possui um vasto património, de entre os quais se destaca um Campo de Futebol relvado com Pista de Tartan, um Polidesportivo, dois Campos de Ténis, uma Pista de BMX, uma Pista de Motocross, um Campo de Tiro e um Campo de Treino de Caça com 100Ha. Actualmente tem 1232 sócios efectivos, de ambos os sexos e de vários escalões etários.

Actividades Regulares e Pontuais Procuramos desenvolver diversas actividades, para tentar envolver o maior número possível de participantes, de ambos sexos e de diversos escalões etários.

Actividades regulares:

- Futebol de Formação - Atletismo de Pista - B.M.X. - Ténis - Cursos de Bordado de Castelo Branco - Cursos de Bordado Bainhas Abertas

Actividades Pontuais:

- Torneio da Malha - Torneio da Sueca - Torneio de Futebol Juvenil - Largadas de Aves

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- Matança do Porco - Encerramento da Época Desportiva - Festa Anual

Intervenção com o meio envolvente, n.º de praticantes e/ou destinatários.

ACTIVIDADES N.º ATLETAS / PARTICIPANTES

DURAÇÃO DA ACTIVIDADE

PROVAS EM QUE PARTICIPAM

ATLETISMO Vários escalões - 56 10 meses Competições Distritais e

Nacionais

FUTEBOL – 11 1 Equipa Iniciados– 25 10 meses Campeonato distrital

Pré - competição – 28 10 meses

FUTEBOL – 7 3 Equipas Escolas – 60

2 Equipas Infantis - 45 10 meses Campeonatos distritais

BMX BICROSS RACE

26 10 meses Campeonato Regional e Nacional de BMX

TENIS Vários escalões - 58 10 meses Competições Distritais e Nacionais

MATANÇA DO PORCO SÓCIOS 19 de Fevereiro TORNEIO DA MALHA 40 Equipas 28 de Maio Torneio Regional

TORNEIO DE SUECA 30 Equipas 7 de Outubro Torneio Regional

CURSO DE BAINHAS ABERTAS 35 9 meses Exposição de trabalhos

CURSO DE BORDADOS DE C. BRANCO 20 9 meses Exposição de trabalhos

LARGADAS DE AVES 100 4 de Março e 1 de Abril

FESTA ANUAL Toda a Comunidade 7, 8 e 9 de Julho

TORNEIO DE FUTEBOL

4 Equipas do Valongo 4 Equipas convidadas 17 de Junho

ENCERRAMENTO ÉPOCA DESPORTIVA

Almoço convívio c/ todos os atletas 24 de Junho

TOTAIS

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Apoios Logísticos, Técnicos e Financeiros

Os apoios mais significativos vêm da Câmara Municipal e da Junta de Freguesia, depois contamos ainda com a cotização dos sócios, com algumas verbas provenientes das actividades pontuais que desenvolvemos, do contributo de algumas empresas e da comparticipação dos atletas.

Projectos de desenvolvimento Temos como objectivo a curto prazo a construção da nossa sede social, uma vez que não possuímos uma sede própria, tal facto impede-nos de podermos desenvolver outras actividades que gostaríamos de levar a efeito, mas na a actual sede não existem condições para tal. Gostaríamos ainda de poder construir nos terrenos da Colectividade um Lar de Terceira Idade com o objectivo de por um lado procurar dar resposta às necessidades sentidas nesta área, e por outro que servisse de suporte financeiro às actividades que desenvolvemos. Para que estes objectivos se possam concretizar apenas necessitamos de apoios financeiros, uma vez possuímos terrenos onde podem ser edificadas estas infra-estruturas. Estamos convictos que só assim poderemos enfrentar o futuro com alguma tranquilidade, pois temos consciência que cada vez, se torna mais difícil conseguir apoios da parte dos particulares e não só. De salientar que a nossa colectividade tem encargos bastante elevados com a manutenção do património que possui, o que dificulta bastante a nossa acção.

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Associação Humanitária Cultural e Recreativa

Beselguense, Beselga - Penedono

Apresentação

Foi fundada em 25/03/75, por escritura lavrada no Cartório Notarial Penedono, Estatutos publicados no D.R. III série de 18 de Fevereiro de 1976, foi feita alteração dos Estatutos no mesmo cartório no dia 24 de Abril de 2003 e publicados no D.R. III série de 2 de Agosto de 2003.

A Associação Humanitária Cultural e Recreativa Beselguense é uma Instituição Particular sem Fins Lucrativos e possui personalidade jurídica.

Actividades desenvolvidas ao longo do ano

Chegado ao fim de mais um ano de actividade julgamos ser possível fazer um exame retrospectivo, como forma de balanço das actividades desenvolvidas pela A.H.C.R. Beselguense, no ano de 2005. Este foi o ano em que celebramos o 30º Aniversário da Associação e corresponde ao alargamento da área de influência através da execução de um programa vasto e diversificado de actividades, algumas de carácter mais local, outras a nível regional e nacional. No dia 8 de Fevereiro de 2005, dia de Carnaval, realizámos o 1º torneio de Matraquilhos, uma actividade inovadora e com bastante receptividade por parte dos beselguenses. No dia 26 de Março, no Sábado de Páscoa, decorreu o já habitual Torneio de Xincalhão de 6 e uma vez mais os presentes não saíram defraudados com as expectativas, foi uma grande tarde de são convívio. No dia 24 de Abril, realizámos o 3º Passeio de BTT “ Nos Trilhos do Ceireiro”, considerado por muitos como um dos melhores passeios deste ano, elevando definitivamente a Beselga a “Uma Terra na Rota do BTT”. De facto, o BTT tem ganho muitos adeptos nestes últimos anos, a Beselga não foge à regra contudo, a nível do concelho ainda são muito poucos os aficionados desta modalidade. Ao longo deste ano, participámos em 11 Passeios organizados por outras entidades. No dia 12 de Junho, os Jogos Tradicionais Portugueses estiveram em destaque, grande animação de miúdos e graúdos no recinto da escola.

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CONGRESSO DO DESPORTO Estoril, 17 e 18 de Fevereiro de 2006

________________________________________________________________ CPCCRD 29 17-02-2006

No dia 29 de Junho, participámos no IX Desfile Etnográfico de S. Pedro, organizado pela Câmara Municipal. Este ano participámos com o tema “O Bazar da Festa do N.S. dos Passos”, em que tentamos reproduzir na íntegra o bazar feito durante décadas na festa da Beselga. Nos dias 30 e 31 de Julho de 2005 realizámos o 1º Fim-de-Semana Radical. Foi uma das novidades deste ano e que animou a Beselga. As actividades apresentadas eram desconhecidas para a grande maioria o que fez com que estes dias fossem vividos com grande expectativa e entusiasmo. Ainda guardamos na memória as piruetas feitas no Air Bungy, o som das rajadas no paintball e aquela “fera diabólica” (touro mecânico), que ninguém conseguiu dominar (mas este ano teremos direito à desforra). É sem dúvida uma actividade a repetir. No dia 18 de Agosto decorreu o 2º Torneio de Matraquilhos, para além de uma maior adesão há a destacar a participação feminina. No dia 25 de Setembro, no dia do coração, realizámos a 1ª Caminhada pela Beselga em parceria com a CPCCRD, Federação Portuguesa de Cardiologia e com Instituto do Desporto de Portugal. Esta actividade surgiu pela 1ª vez, foi uma experiência muito positiva e a realizar novamente este ano apostando fortemente na divulgação do evento à semelhança que fazemos com outras actividades. Alargando desta forma, a participação a grupos e colectividades que também já realizam esta iniciativa. No dia 16 de Outubro decorreu na Beselga a 1ª Maratona de BTT “Nos Trilhos do Ceireiro”, que nesta 1ª edição contou com a presença de 324 betetistas e muitos acompanhantes, oriundos de todo o país. Ao todo estiveram envolvidos no evento cerca de 380 pessoas, mais do que a população que actualmente reside na Beselga. No dia 19 de Dezembro, realizámos a 5ª festa de Natal com um programa muito vasto e envolvendo a cada ano mais participantes. Como já vem sendo hábito a Direcção da A. H. C. R. Beselguense encarregou-se de organizar a juventude para ir buscar o tão apreciado cepo de Natal. Depois de ajeitado, o cepo mal teve tempo para descansar, num ápice estava envolvido em labaredas. Este ano, pela 1ª vez não foram precisos os pneus, foi feito um cepo muito ecológico. E quem saiu a ganhar foi o ambiente e todos nós pois não nos tivemos que preocupar com os enfadonhos arames. As visitas ao nosso Sítio no ano de 2005, aumentaram de uma forma extraordinária e a cada dia que passa são muitos que vão adicionando o nosso Sítio aos seus favoritos. Finalmente, mas não menos importante no ano de 2005, abrimos horizontes ingressando no campo da Formação/Educação, e durante o período de Junho a Dezembro decorreu o curso EFA B2 – Fruticultura promovido pela Associação. Mas não pretendemos ficar por aqui, por

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CONGRESSO DO DESPORTO Estoril, 17 e 18 de Fevereiro de 2006

________________________________________________________________ CPCCRD 30 17-02-2006

isso, no mês de Novembro candidatámo-nos a mais 2 cursos e aguardamos resposta para a realização dos mesmos. Após análise e diálogo sobre a forma como decorreram as actividades neste ano de 2005, apesar de alguns constrangimentos e sobrecarga de actividades, elas revelaram-se muito positivas, proporcionaram momentos de alegria e convívio.

Data Actividade Local Nº de part.tes

08-02-2005 1º Torneio de Matraquilhos Beselga 24 26-03-2005 4º Torneio de Xincalhão de 6 Beselga 30 24-04-2005 3º Passeio de BTT “Nos Trilhos

do Ceireiro” Beselga 220

12-06-2005 2º Jogos Tradicionais Beselga 100 29-06-2005 Participação no 9º Desfile

Etnográfico de S. Pedro Penedono 20

30 /31-07-2005

1º Fim-de-Semana Radical Beselga 350

18-08-2005 2º Torneio de Matraquilhos Beselga 44 25-09-2005 1ª Caminhada pela Beselga Beselga 23 16-10-2005 1ª Maratona de BTT “Nos

Trilhos do Ceireiro” Beselga 324

19-12-2005 5ª Festa de Natal Beselga 200 24-12-2005 Cepo de Natal Beselga 50 Junho a Dezembro

EFA B2 – Fruticultura Beselga 14

Todo ano - Passeio quinzenal pela Beselga - Participação da Associação em Passeios de BTT organizados por outras entidades (11 Passeios)

Viseu (Maratona) Mangualde (2) Trancoso (2) Mosteiro de Fráguas Tondela Moimenta Sátão Fornos Maceira Dão V. Nova de Paiva

10 (participantes regulares em cada passeio)

Todo ano Sítio da Internet - - Todo ano Página do “Jornal Progresso de

Penedono” - -

Agosto/Setembro

Organização do Torneio de Futebol Salão e Jogos Tradicionais em parceria com a Comissão de Festas da Beselga a cada ano

Beselga -

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CONGRESSO DO DESPORTO Estoril, 17 e 18 de Fevereiro de 2006

________________________________________________________________ CPCCRD 31 17-02-2006

Dificuldades diagnosticadas na realização das actividades

A realização destas actividades só foi possível através do capital humano que o conjunto de associados (200 sócios), e simpatizantes oferece à Associação, apresentando-se esta como um parceiro mobilizador de ideias e de acções, sendo capacidade de execução dificultada pelos reduzidos apoios financeiros, que não facilitam a concretização de objectivos mais ambiciosos. Há ainda outras dificuldades a destacar:

• Pouco reconhecimento do trabalho desenvolvido por esta Associação;

• Falta de um espaço próprio para o desenvolvimento de actividades;

• Desertificação que se vem acentuando com a emigração.

Apoios

O Principal apoio é dos sócios, em particular os que vivem fora da Beselga, em Portugal ou no estrangeiro. O apoio moral através dos e-mails enviados e as palavras de incentivo que nos dirigem, levam-nos a querer fazer cada vez mais e melhor. Para além do apoio moral e económico dos sócios, temos tido apoio da Junta de Freguesia da Beselga, que nos cedeu as instalações e nos atribui um subsídio anual, a Câmara Municipal de Penedono também nos atribui um subsídio anua, para além de algumas Instituições como o INATEL, IPJ e a CPCCRD, vários donativos e patrocínios particulares, receitas em algumas actividades e a venda de produtos alusivos à Associação (T-shirts, camisolas, CD Interactivo, DVD da Maratona etc.)

Parcerias

• Junta de Freguesia de Beselga:

- Cedência de espaços desportivos e das instalações para a organização das várias actividades.

- Atribuição de um subsídio anual.

• Câmara Municipal de Penedono: - Atribuição de um subsídio anual para a concretização das várias actividades. - Participação em algumas actividades realizadas pela C.M.P. como o Desfile Etnográfico de S. Pedro e a Feira Medieval. • Instituto Português da Juventude (IPJ)

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CONGRESSO DO DESPORTO Estoril, 17 e 18 de Fevereiro de 2006

________________________________________________________________ CPCCRD 32 17-02-2006

- Atribuição de verbas e divulgação das actividades. • INATEL - Atribuição de verbas e divulgação das actividades. • Federação Portuguesa de Cicloturismo e Utilizadores de

Bicicleta (FPCUB) - Divulgação das provas anuais de B.T.T, mediador de seguros para as provas da modalidade. • Jornal “Progresso de Penedono” - Publicação de uma página mensal da autoria desta associação. • Secção de Marcha p`ra Saúde do Distrito de Viseu - Em parceria com a Confederação Portuguesa das Colectividades de Cultura, Recreio e Desporto (CPCCRD) e Instituto de desporto de Portugal (IDP). • Consultora - Entidade formadora do Curso de Educação/Formação de Adultos

Estratégias Para o Futuro A A.H.C.R. Beselguense é uma das mais antigas Instituições da região, no ano de 2005 celebrou 30 anos de existência. A execução das actividades continua a representar um grande desafio à nossa capacidade mobilizadora de meios e recursos. A sua concretização requer também o envolvimento de entidades com capacidade financiadora sem as quais as actividades desta Associação não podem ser viabilizadas. Ao longo destes anos tem desenvolvido inúmeras actividades. A Associação não tem qualquer elemento remunerado, mas fazemo-lo por carolice da nossa parte. A Beselga sempre foi conhecida por ser uma terra muito bairrista, os beselguenses sentem muito amor pela terra e é este bairrismo que está presente em nós que nos leva a querer fazer cada vez mais e melhor. Apesar da maioria dos dirigentes associativos, estarem a maior parte do tempo fora da Beselga não tem sido um entrave para a realização normal das actividades. Temos gerido bem a situação, distribuindo as tarefas pelos vários elementos, depois é só afinar as estratégias. A boa relação entre todos os elementos da Direcção, este espírito de equipa tem sido um factor fundamental para o sucesso das actividades. O modelo de direcção utilizado é democrático, cada um pensa durante meses como fazer determinada tarefa, depois

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discutimos entre todos os intervenientes, de modo a definir-se a melhor estratégia a seguir para a realização de uma actividade, discutir o balanço do trabalho ou a avaliação de uma solução. Como temos dificuldades financeiras, a maior parte do material necessário para a realização das actividades é elaborado por nós (cartazes, frontais, setas, lembranças etc.), no sentido de se poupar o máximo, acrescentando no entanto, mais trabalho para a todos os elementos. Mas são precisamente, estas horas de trabalho em equipa que reforçam os laços de amizade, fazendo com que haja uma maior motivação por parte de todos. Recorremos muitas vezes à ajuda de pessoas amigas, que nos ajudam na organização, ou nos cedem a título gratuito viaturas, quer para a marcação dos percursos, “carro vassoura” ou ainda para transportar o reforço alimentar. No fundo, conseguimos mobilizar uma série de voluntários em torno de um objectivo comum, não acarretando grandes despesas para a organização. O Sítio na Internet, tem-se revelado imprescindível na divulgação dos eventos. Reconhecemos que o Sítio ainda não está perfeito, mas tem sido elaborado com “ prata da casa”, dando a primazia ao conteúdo em relação à forma. Algumas vezes, tem sido necessário os elementos da Direcção adiantarem dinheiro para a realização das actividades, sempre com um espírito aberto e confiante, não foi por falta de dinheiro que alguma actividade ficou por realizar.

Projectos de desenvolvimento

A Associação saiu neste ano de 2005 mais robustecida para enfrentar este período dinâmico de consolidação da importância e necessidade de actividade física regular, não só no seio da nossa aldeia e concelho mas também a nível regional. È nossa intenção, continuar a organizar actividades desportivas (Passeios de BTT, Jogos Tradicionais; Caminhadas etc.), mas também criar no seio da Associação, uma secção de BTT, que participe ainda mais regularmente em passeios organizados por outras entidades. Sentimos que há grande motivação das nossas crianças e jovens para a modalidade, a grande dificuldade e será a aquisição de uma viatura para transportar os atletas e as bicicletas. Esta viatura servirá também para apoio nas restantes actividades. Para além do desporto e actividades culturais, continuaremos a apostar na Educação/Formação de Adultos (Cursos EFA). A grande dificuldade com que nos deparamos é a sala de aula, apesar do curso ter sido realizado, nas instalações da Junta de Freguesia, esta sala serve também para a realização de outros eventos (festas, casamentos, baptizados etc.) o que faz com constantemente, temos que remover todo o material.

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A nossa Sede (cedida pela J. de Freguesia) tem-se revelado muito pequena para as nossas necessidades, sobretudo devido ao ritmo a que tem crescido o número de participantes nas provas de BTT.

OPERÁRIO FUTEBOL CLUBE DE LISBOA INSTITUIÇÃO DE UTILIDADE PÚBLICA

Fundado em 26 de Maio de 1921

Dirigido ao CONGRESSO DO DESPORTO, que irá ser levado a efeito, nos próximos dias 17 e 18 de Fevereiro de 2006, o O.F.C.L., não querendo deixar de participar nos trabalhos e discussão do Tema, vem desta forma dar o seu contributo. Tem este Clube, desde a sua Fundação, como actividade principal, a vertente desportiva, na qual, o Andebol de 11, Andebol de 7, Basquetebol, Hóquei em Patins, Ciclismo, Atletismo, Ténis de Mesa, Voleibol, Natação e Futebol, tendo todas as outras actividades terminado ao longo dos tempos, por carências financeiras e ou falta de espaço, mantendo-se o Futebol até aos nossos dias, ininterruptamente, sendo o mesmo a actividade principal. Assim, com regularidade e por época, o Futebol de 11, em diversos escalões de competição (Infantis, Iniciados, Juvenis e Juniores), tem vindo a ser, nos últimos anos, a actividade desportiva mais incrementada, dado à solicitação de cerca de duas centenas de jovens. Existe ainda, em sistema não competitivo, o escalão de animação (Escolinhas – projecto denominado “Iniciação e Formação à pratica Desportiva), onde os Jovens de “palmo e meio” de idades compreendidas entre os 4 e 9 anos, dão os primeiros passos no desporto que mais gostam, aprendendo as regras e técnicas, que mais tarde irão por em prática. Esta actividade, é gratuita, tendo o Clube a responsabilidade dos encargos com os Técnicos, Massagista, Seguro, Transportes e Lanches, sendo solicitado, somente, aos Encarregados de Educação, que pelo menos um deles seja sócio do Clube, pagando a irrisória cota de € 1,25/mensal. Apesar de tudo e muito embora, nem todos os Encarregados de Educação tivessem aderido ao solicitado, a Direcção não está de maneira nenhuma, desmotivada ou mesmo arrependida, pelo que o projecto se manterá.

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Com carácter pontual, tem vindo a ser efectuadas outras actividades, estas por vezes inseridas nos Jogos Tradicionais Portugueses, normalmente uma vez por ano, já que se encontram vocacionadas para as comemorações do nosso Aniversário. Encontra-se em fase embrionária, outras actividades, como o Atletismo, Cicloturismo, Pesca e Ténis de Mesa, tendo já algumas iniciado a actividade. Tem sido prática e ponto de honra da Direcção do Clube, acordos, não só com as Freguesias limítrofes, bem como com outras Instituições, tais como Escolas, no sentido de disponibilizar o seu Parque de Jogos, para outros eventos que em conjunto se tem realizado, caso do Dia Mundial da Criança, diversos Jogos Florais, Transporte de Idosos a várias actividades e a solicitação de Juntas (Juntas de Freguesia de Sª. Engrácia, S. Vicente, S. João e Graça), cedência das instalações, tudo isto graciosamente. No tocante aos acordos referenciados em cima, temos vindo a mantê-los com a Casa de Marvila, Coas, Casa do Lago, Casa do Gaiato, Obra do Ardina e Agrupamento de Escuteiros de Stª. Engrácia, no sentido de reintegração e colaboração de alguns Jovens, na Sociedade e no Desporto em geral. Apesar deste Clube ser uma Instituição de Utilidade Pública, em nada temos sentido os benefícios de tal estatuto, visto que todos os custos a suportar, tais como, Água, Electricidade, Telefone, Material Desportivo e outros, não carecem de qualquer benesse. Nestes últimos três anos, não tem existido qualquer tipo de apoios das Entidades Oficiais, especialmente em subsídios, sendo todas as despesas suportadas, pelas receitas da cotização (diminuta), publicidade estática, exploração bar/restaurante, aluguer de espaço das antenas da TMN e Vodafone, donativos de sócios ou simpatizantes, obrigando a uma gestão cuidada. Independentemente do reconhecimento de que temos sido alvo por diversas Entidades, face ao trabalho desenvolvido em prol do Desporto Amador, julgamos ser merecedores de outro apoio financeiro que não tem existido, para colmatar as dificuldades que se nos tem vindo a deparar, face ao crescimento de Atletas, Equipas e Modalidades, com as Inscrições dos Atletas, inspecções Médicas, Seguros, Deslocações, Lanches, Equipamentos e outro material desportivo, despesas com os Técnicos (treinadores, massagistas, fisioterapeutas, etc), conservação e manutenção das Instalações, das Carrinhas para transportes dos atletas e respectivos encargos (seguro, combustível, revisões, inspecções e outras). Para exemplificar, podemos dizer que se as Inspecções dos Atletas do Clube (186 - cento e oitenta e seis) fossem feitas pelos Médicos de

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Família, os quais se recusam, poderia haver uma substancial diminuição de custos, dado que obrigam o Clube a recorrer de um Médico a fim de as fazer, ficando as mesmas em cerca de € 7.500,00 (sete mil e quinhentos). Somos da opinião de que algumas Entidades, nomeadamente o IDP e a Secretaria de Estado dos Desportos, nos Clubes com a nossa dimensão e obra, deveriam promover a que os Técnicos (Treinadores, Massagistas, Preparadores Físicos e Fisioterapeutas), que promovessem o seu estágio de formação nestes Clubes. Quanto aos financeiros, deveria haver uma avaliação mais correcta, principalmente nos Clubes de Formação, a fim de haver uma atribuição mais qualitativa e quantitativa. A incluir nas Entidades acima descritas, podemos ter ainda o Governo Civil de Lisboa, Câmara Municipal de Lisboa e Direcção Geral dos Desportos. Face ao crescimento que tem havido de Atletas e a tentativa de abertura de novas Modalidades, é prioritário o aumento de instalações, já que as nossas se tornam diminutas, com a construção de diversas salas, não só para convívio dos Sócios, como também para as novas Secções. É de salientar que nos encontramos num Parque de Jogos que se resume a um campo de futebol, corpo de cabines, com quatro cabines, posto médico e cabine para árbitros, um bar/restaurante e duas pequenas salas (c/cerca de 30 m2), onde está a Direcção, Departamento de Futebol, atendimento e reuniões. Tudo isto construído à vinte e seis anos. Pelo acima exposto, temos como prioridade absoluta, a construção de novo campo com cabines, balneários, outras salas adjacentes de diversas modalidades e instalações para a Sede do Clube. Temos mantido conversações com a EPUL, dado que irá ser construída uma urbanização no espaço envolvente do actual campo, pelo que existe uma esperança, segundo informação daquela Entidade, que dentro de três anos poderemos vir a beneficiar do que acima se pretende. Vamos ver como é que a CML nos vai atribuir o espaço, dado que existe ainda vinte e quatro anos de direito de superfície, do actual que ocupamos.

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Grupo Instrução e Recreio do Rodrigo, Covilhã

A actual situação desta Colectividade, no que concerne ás Actividades Desportivas e ao Desporto em geral. Após vários anos de representação em actividades desportivas, quer a nível concelhio, distrital e mesmo a nível nacional, o Grupo Instrução e Recreio do Rodrigo, desde algum tempo (2004), em virtude das dificuldades surgidas, principalmente a nível financeiro, teve que desistir… Desistência esta, sentida enormemente por todos os Dirigentes e respectivos Associados. Das diversas actividades que tivemos, salientamos:

• Equipas de Atletismo (cerca de 40 elementos de ambos os sexos), onde se incluíam as várias camadas etárias;

• Futsal – Camadas Jovens, Seniores e Veteranos; • Xadrez; • Damas; • Ginástica de Manutenção

Foi francamente positiva e muito profícua a relação e parcerias obtidas com as mais diversas Instituições, Associações, Colectividades e, principalmente com os elementos que integravam as diversas actividades. Graças ao empenho de todos, obtivemos um grupo unido de “trabalhadores”, por todas estas actividades desportivas, mas… como é do conhecimento geral de todos nós, as dificuldades surgem que se traduzem desde:

Ausência de apoios financeiros a nível geral; Ausência de infra-estruturas adequadas; Falta de pessoal técnico qualificado; Entre outras…

Salientamos, felizmente, que ainda em actividade temos a modalidade de Ginástica de Manutenção, com cerca de 30 elementos, para o público em geral, mas que é suportada em grande parte pelos próprios participantes.

É do nosso interesse fomentar, incentivar e recriar novamente as actividades que anteriormente tínhamos na nossa Colectividade, mas

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para isso era necessário, mais apoios, pois as Colectividades para poderem avançar necessitam desses mesmos. Sabemos, que todos juntos o vamos conseguir, pois O DESPORTO É DE

TODOS, PARA TODOS E ESSENCIAL A TODOS

GRUPO DESPORTIVO E CULTURAL DOS CASQUILHOS

(Barreiro)

1. ORIGEM

a) Quem constituiu: O Grupo Desportivo e Cultural dos Casquilhos (GDCC) foi constituído por um grupo de moradores do bairro que, ocasionalmente, se juntavam à mesa do café e que com filhos jovens sentiam a necessidade de os ocupar de uma forma saudável.

b) Porque se constituiu (necessidade de existir um espaço de actividade desportiva, cultural e recreativa, numa zona sem este tipo de actividades): Na realidade este grupo constatou que na sua zona envolvente não existia qualquer Associação que respondesse satisfatoriamente às necessidades sentidas de melhorar a sua qualidade de vida através da prática desportiva, animação cultural e, não menos importante, do convívio social. Embora havendo uma Colectividade relativamente próxima considerava-se que a mesma não correspondia ao que se pretendia

c) Onde se constituiu: Após diversas conversas esse grupo sentiu necessidade de um espaço diferente para a constituição de uma Associação que desse resposta aos seus anseios. Assim, solicitou à Escola Secundária de Casquilhos a cedência de uma sala para poderem reunir com a população interessada a fim de elaborar e aprovar os Estatutos da Colectividade a constituir, ao que a Escola acedeu. Entretanto já tinha sido eleito informalmente um grupo, num café próximo, para formar a Comissão Instaladora do que seria o futuro GDCC. Não possuindo instalações de qualquer tipo, o GDCC funcionava nos cafés mais próximos com a colaboração dos respectivos donos que também tinham aderido ao projecto. Funcionavam aí as reuniões da Direcção e das diversas secções já constituídas (malha, atletismo, futebol de salão, natação, jornal, área recreativa e área cultural) enquanto que as Assembleias Gerais funcionavam na Escola.

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2. FINALIDADE

a) Dinamização dos jovens: A dinamização dos jovens era uma realidade, nomeadamente no futebol, atletismo e feitura do jornal enquanto que os menos jovens se dedicavam fundamentalmente ao jogo da malha. Como não se possuía qualquer espaço próprio para a prática destas modalidades, conseguiu-se que a Junta de Freguesia e a Câmara Municipal terraplena-se um espaço na zona, que segundo o Plano Director Municipal era destinado a “Polidesportivo e balneários”, e que foi convertido para o treino de futebol e malha. Simultaneamente a Autarquia disponibilizou alguns polidesportivos para a equipa de futebol juvenil poder participar em campeonatos oficiais.

b) Ocupação dos tempos livres dos jovens e menos jovens: Do mesmo modo, também os mais idosos organizaram um grupo para a prática do “jogo da malha” e participavam activamente, todas as semanas, em torneios organizados por diversas colectividades.

c) Aumentar a qualidade de vida (aspecto social): Alguns anos depois a Junta de Freguesia cedeu em protocolo um pequeno pré-fabricado com dois balneários providos de água quente para servir de apoio ao campo de futebol. Com um bom aproveitamento de espaço surgiu o inevitável bar, uma sala de Direcção e uma de convívio para diversos jogos de cartas, damas, dominó e xadrez.

d) Promover a saúde: Nos tempos actuais, com o desenvolvimento do sedentarismo, principalmente entre os nossos jovens, torna-se cada vez mais imperioso proporcionar actividade física adequada, como forma de promoção de saúde. As pequenas Colectividades têm um papel extremamente importante, enquanto veículo por excelência de oferta do exercício físico, na população próxima, de uma forma acessível em termos financeiros e de acesso às instalações. Para que esta oferta atinja os seus objectivos primordiais é necessário que exista uma gestão da Colectividade, não em termos profissionais, mas o mais organizada possível em que os técnicos que aí funcionam sejam qualificados e com sensibilidade profunda para o que deles se pretende: formar pessoas. Na realidade a pequena/média Colectividade não está vocacionada para a alta competição que, seja ela qual for, não promove a saúde, mas para a ocupação de tempos livres ou a competição saudável que permite o convívio saudável entre

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cidadãos que, até esse momento se não conheciam e passam a comungar de um objectivo comum. Também entre os dirigentes, seccionistas, treinadores e atletas deverá haver uma cumplicidade que permita uma evolução pessoal, em que todos aprendam com todos, em que os mais jovens ganhem conhecimentos com os menos jovens e que estes, por sua vez, os entendam nos seus anseios e ambições.

e) Exercitar o direito de cidadania: Este tipo de Colectividades permite que o cidadão exerça plenamente o seu direito à cidadania, contribuindo, na medida das suas disponibilidades de tempo, conhecimentos e materiais, para o enriquecimento cultural, entendido no seu âmbito mais lato, da população envolvente. É dever da Colectividade potenciar e aproveitar, no interesse da dinamização desportiva e cultural da sua área de influência, as pessoas potencialmente válidas para efectuarem trabalhos consolidados no âmbito das suas especialidades. Por ex: o GDCC aproveitou o facto de um antigo jogador de hóquei em campo, pessoa responsável e interessada no desenvolvimento da actividade, ter vindo morar nesta zona, para criar uma secção estruturada da modalidade, modalidade essa que não está implantada, no Concelho e também no País, criando um equipa de infantis que foi Campeã Nacional, no seu segundo ano de existência, graças ao trabalho conjunto do treinador e da Direcção.

3. ORGANIZAÇÃO

a) Direcção eleita por dois anos: Para que a Colectividade possa desenvolver uma actividade minimamente consistente, no espaço e no tempo, torna-se absolutamente necessário que os Órgãos Sociais da mesma sejam eleitas por mais do que um ano de forma a permitir um trabalho estruturado com objectivos bem definidos.

b) Diminuição do número de eleitos: Nas Colectividades, um dos problemas que obsta à constituição das listas, fundamentalmente da Direcção, é o número elevado de Directores, pelo que se torna necessário a diminuição dos mesmos tomando-se consciência que, por ex: três directores interessados e competentes fazem o mesmo, ou melhor, trabalho do que os nove ou onze que actualmente existem.

4. ACTIVIDADES

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a) Malha b) Hóquei em campo c) Sueca, dominó, ramy, etc. (jogos de sala) d) Ar livre: A Colectividade tem promovido, a par das

actividades tradicionais, modalidades de ar livre, nomeadamente as de caminhada, B.T.T., e orientação, que têm permitido um convívio salutar, entre pais e filhos, e que simultaneamente proporciona um contacto íntimo com a natureza.

5. FINANCIAMENTO

a) Quotas b) Comércio local c) Autarquia d) Outros

6. FUTURO

a) O que queremos? b) Para onde vamos? c) Vale a pena?

7. VÁRIOS

Organização: Uma das necessidades sentidas como essencial para o desenvolvimento das actividades associativas é a organização em termos autárquicos. Já por diversas vezes se tentou criar uma estrutura de âmbito Concelhio ou meramente de Freguesia mas que, por diversos motivos, nunca chegou a vingar. Após muitas reuniões entre as Colectividades e Autarquia conseguiu-se constituir em algumas Freguesias o chamado “Secretariado do Movimento Associativo da Freguesia” mas que, como já foi referido nunca foi consolidado. Pretendia-se, com esta iniciativa, uma cooperação entre as várias Colectividades, de forma a oferecer à população um leque de actividades que se complementassem e fossem o mais abrangentes possível, dando resposta aos anseios do maior número de cidadãos. Esta também era uma forma organizada, com maior pressão, de questionar o Poder Autárquico e Central sobre diversas necessidades: financeiras, económicas, de instalações, etc.

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Centro Sócio-Cultural da Coriscada (Meda)

Coriscada é uma aldeia rural, situa-se a norte da Beira Alta, pertence ao Concelho de Meda, Distrito da Guarda. O Centro Sócio Cultural da Coriscada, tem a sua sede nesta aldeia do interior beirão, a sua função social é diversificada, solidariedade social, cultura, desporto, arqueologia, lazer, preservação do património urbanístico, e apoio ao Jovens, esta inscrita como IPSS e reconhecida de utilidade publica, CCD,s do INATEL, confederada da CPCCRD para o Concelho de Meda, apenas e só vamos a abordar o tema que nos traz a este congresso o desporto, e as colectividades de raiz popular. Visite-nos em www.csc-coriscada.pt. Actividades regulares, varias provas desportivas, Tiro ao Alvo, BTT, Caminhadas pedestres, Jogos Tradicionais, Torneio de Verão, (Futebol de Cinco). Meio envolvente e participantes, neste aspecto podemos dizer que a aderência tem sido um factor determinante, anualmente temos mais de quinhentos participantes, em varias faixas etárias e sexo. Apontamos o diminuto apoio governamental, como um factor de dificuldade financeira, logístico, e técnicos na elaboração de projectos, e a falta de apoio ao dirigente associativo. Anotamos como necessidade local a construção de um polidesportivo, coberto, que permita a pratica de varias valências desportivas e em todas as épocas do ano, de forma a dar resposta aos Jovens. Querendo dar um contributo ao congresso, apresentamos oito pontos de discussão: “A EDUCAÇÃO FISICA E DESPORTO COMO UM DIREITO FUNDAMENTAL DO SER HUMANO”

1. O Desporto para todos como a nova tendência e desenvolvimento da educação física e da ciência do desporto a nível nacional proporcionando, por conseguinte, a expansão do mercado de trabalho.

2. Envolvimento do sector privado no desenvolvimento do desporto e Cultura Física.

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3. Desporto para todos do séc. XXI deve tender para a participação de toda a população em qualquer tipo de actividade física enquadrado em clubes.

4. Necessidade de mobilizar a população tornando-se mais activa na participação da actividade física.

5. O envolvimento da Juventude no desporto é uma das formas de diminuir o aparecimento da delinquência Juvenil.

6. A imagem dum atleta notável poderá servir de exemplo para os Jovens sendo uma das formas de atrai-los para a pratica da actividade física,

7. A utilização da sauna e diferentes tipos de equipamentos de massagem poderão ter um efeito preventivo contra o aparecimento de doenças na sociedade, causadas pela vida sedentária.

8. A prática da ginástica recreativa para senhoras de meia-idade proporciona a mudança na percepção da imagem do corpo devido à alteração psicológica provocada.

Grupo de Instrução e Sport (G.I.S.), Buarcos

(Figueira da Foz)

Os Jogos Tradicionais e o Desporto competitivo federado no G.I.S.

Os Jogos Tradicionais são um importante contributo para o desenvolvimento global da criança e do jovem, ao nível das competências gerais nomeadamente a construção da cidadania, em especial na faixa etária abrangida pelos mais novos. Entendendo-se o conceito de cidadania como conjunto de competências necessárias para lidar com os outros e com os contextos, os jogos tradicionais pedagogicamente orientados são um poderoso meio para se atingir tal desiderato. No que se refere aos aspectos sociais, Piaget afirma que “Os jogos são admiráveis instituições sociais” porque, ao promoverem a comunicação interpessoal criam um relacionamento grupal. Ou seja, jogando, a criança tem acesso à realidade social, compreende as regras, a sua necessidade, construção e importância na delimitação da actividade. A criança apreende a realidade, pois o jogo, recria as situações vividas na vida real. Percebe quais são os seus limites e os limites dos outros porque, muitas vezes, é a própria criança quem se vê na necessidade de negociar as regras dos jogos que realiza. O

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relacionamento social desenvolve-se na vivência de situações estratégicas de liderança e cooperação a fim de se obter objectivos comuns ao grupo. Os jogos poderão ser, assim, redutores das tensões do grupo, permitindo a participação, integração negociada e, ao mesmo tempo, a manutenção das tradições. Os adultos assumem em todas as civilizações a tarefa de educar os seus descendentes. De forma mais ou menos conservadora, os adultos seleccionam conhecimentos, competências e procedimentos que julgam mais úteis para o pleno desenvolvimento das crianças e para a sua progressiva assimilação na sociedade. Ora, se ao jogar as crianças assimilam simbolicamente as acções e atitudes da vida real, então o jogo tradicional funcionará como um veículo de transmissão social, ou seja, “uma interessante ferramenta educacional”. Os jogos tradicionais caracterizam-se pela simplicidade de organização e pela pouca ou nenhuma necessidade de materiais. Devemos preservar as tradições do nosso povo, não num sentido errado, não a olhar só o passado, numa tentativa de manter vivas algumas formas de vida já ultrapassadas; mas, no bom sentido, preservar tudo aquilo que nos permite ter um melhor conhecimento do que verdadeiramente somos e devemos ser. O Grupo Instrução e Sport -GIS, sedeado na Freguesia de Buarcos, Concelho da Figueira da Foz, organiza, essencialmente no Verão, no areal da praia encontros de jogos tradicionais, como forma de efectuar um “regresso ao passado das brincadeiras” mostrando como se brincava na praia há algumas décadas atrás. Miúdos e graúdos juntam-se para aprender (uns) e recordar (outros) como se passavam bons momentos de diversão na praia com brincadeiras e jogos que, foram caindo em desuso. São vários os jogos dinamizados: cântaro, prego, laticha, anelinho, babona, ciclistas ganizes, lencinho, corrida de sacos, botão, malha, burro, arco com gancho, pião, entre outros. Sentimos a necessidade de preservar as nossas tradições expandindo os jogos tradicionais, para que estes sirvam de divertimento, mas que sejam essencialmente uma forma de comunicação entre os homens. Neste sentido, o GIS tem aceite vários desafios e tem participado em vários Encontros Nacionais e Internacionais de Jogos Tradicionais – Encontro Ibérico em Santarém, Encontros Nacionais em Gondomar e Évora, entre outros.

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Mais recentemente, foi efectuada uma candidatura ao Programa Juventude para a Europa – Intercâmbio de Jovens, subordinada ao tema “Recuperação da Cultura Popular através das Tradições”, tendo esta sido aprovada, ocorrendo o 1º encontro no final do mês de Fevereiro, em Espanha (Santiago de Compostela). Neste intercâmbio irão estar presentes 5 países e o GIS vai ter oportunidade de mostrar alguns dos jogos tradicionais portugueses bem como trazer ideias de como se vivem as tradições em outros países. Mas esta colectividade, na vertente desportiva, não dinamiza só jogos tradicionais. Tem a funcionar a secção de radiomodelismo, com que participa nos campeonatos e organiza provas de todo o terreno e eléctricos. Possui a modalidade de pesca desportiva de mar, participa em provas de enduro, e possui duas equipas de futsal masculino nos escalões de formação de escolas e juniores. Procuramos incentivar à prática do desporto como forma de vida saudável e por isso possuímos uma Secção de Marcha P’rá Saúde, tendo no ano de 2005 efectuado duas caminhadas acompanhadas de rastreio médico, com controle de peso, tensão arterial e glicemia. Sentimos o desporto e a actividade física como uma necessidade que contribui para o equilíbrio da saúde e da mente, por isso não nos poupamos a esforços para atingir os nossos objectivos. Dificuldades? Muitas. Falta de espaços cobertos (pavilhões), falta de apoios financeiros pois na área desportiva quem não tem pavilhão próprio, tem que se sujeitar aos pavilhões das Escolas Secundárias (poucos para tanta procura) e pagar aos contínuos aquilo que cada um entender pedir por hora de utilização. Apoios? Muito poucos para as necessidades. Damos por nós a perguntar qual a importância que o governo dá a quem trabalha em prol do desporto associativo, que contribui para o desenvolvimento do país, apoiando as camadas jovens na formação desportiva, sem cobrar nada em troca. Em contrapartida custa-nos ver como os grandes clubes são apoiados, com construções de estádios, cobrança de verbas avultadas para assistir a eventos desportivos, entre outras. Torna-se necessário criar melhores condições para a formação desportiva, facilitar e apoiar a participação em certames desportivos nacionais e internacionais, facultando os meios necessários à adequada preparação dos atletas, de modo a dignificar a representação dos clubes e associações.

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GRUPO DRAMÁTICO E RECREATIVO “OS LEÇAS”

(Barreiro)

Fundado em 7 de Fevereiro de 1926

No sentido de servir os sócios e a população, o G.D.R. "os Leças", procura oferecer um vasto conjunto de actividades desportivas, recreativas e culturais. Actualmente, "Os Leças" possui as seguintes actividades nas suas instalações: Ginástica de formação Ginástica de manutenção (M/F) Aeróbica Tenis de mesa Karaté Mini-basquete Fut3 Xadrez Danças de salão Iniciação ao teatro Grupo coral "Jovens Amigos do Alentejo" Radio auto modelismo

Paralelamente são realizados durante o ano, torneios inter-sócios de sueca, dominó, poker, damas, bilhar e snooker, com um vasto número de participações de associados. Também se realizam exposições de pintura, artesanato e escultura, colóquios, bares concertos e anualmente o "Encontro de coleccionadores" de várias temáticas o que foi pioneiro no Barreiro. Durante as férias escolares de Verão, organizamos o O.T.L. (Ocupação de Tempos Livres) e as férias desportivas que movimenta diariamente na colectividade muitas crianças. Devido a esta ascensão de jovens, foi criado um "espaço jovem", onde os mesmos têm ao seu dispor, Play Stations, Nitendo, jogos recreativos e computadores ligados à Internet.

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A colectividade também é frequentada por uma população da 3ª idade que aqui ocupa o seu tempo, lendo, conversando e utilizando os habituais jogos tradicionais. Com esta diversidade de actividades, a colectividade pretende atingir cada vez mais e melhor os seus objectivos, que são, o desenvolvimento da cultura, recreio e desporto, possibilitando aos seus associados e população em geral uma vasta variedade de actividades para o seu tempo livre. Ténis de Mesa: criado e filiado no INATEL em 1980. Com 20 atletas. Ginástica de Formação, Manutenção e Aeróbica Estas actividades tiveram início em Outubro de 1994. numa fase inicial, sem ginásio próprio, a ginástica realizava-se no salão polivalente da colectividade. Em Abril de 1998 foi inaugurado o ginásio com uma área de 210m2, onde se passaram a realizar todas as actividades de ginástica, conforme as necessidades. Karaté

É uma actividade bastante recente na colectividade, desde Outubro de 1998. Actualmente com 20 atletas Mini-basquete Esta actividade teve início em Setembro de 1997, sendo filiada na Associação de Basquetebol de Setúbal. Com 25 atletas, dos 6 aos 11 anos. Danças de Salão Esta actividade teve início em 1996, mas teve de ser interrompida devido à falta de instalações. Retomando em Setembro de 1999 no novo ginásio com as condições necessárias para o seu funcionamento.

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Atlético Clube de Cucujães (Oliveira de Azeméis)

Fundado em 05/05/1922

ACTIVIDADES REGULARES E PONTUAISDesde a sua criação que este Clube se dedica à prática exclusiva de Futebol e é filiada na Associação de Futebol de Aveiro No seu percurso e no que concerne à equipa sénior já disputou todos os Campeonatos organizados pela Associação de Futebol de Aveiro e os Campeonatos Nacionais da 3" e 2" Divisão organizados pela Federação Portuguesa de Futebol (três épocas na 3° e 6 épocas na 2"). Desde longa data que possui todos os escalões de Formação disputando sempre os Campeonatos organizados pela Associação de Futebol de Aveiro. Pontualmente tem organizado vários torneios de Futebol de Formação com congéneres dos distritos de Aveiro e Porto; Em parceria com a Câmara Municipal de Oliveira de Azeméis participou em todas as "Azemíadas" já organizadas; Em parceria com as Escolas do 1° ciclo da Vila de Cucujães, inserido nos "Dia da Criança" a organização, todos os anos, de torneio inter-escolas; etc. INTERVENÇÃO NO MEIO AMBIENTEEste Clube é o mais representativo da Vila de Cucujães, possui dois campos de Futebol, sendo o principal relvado; ambos possuem iluminação sendo que a do campo relvado permite jogos nocturnos. Por debaixo da Bancada central possui a sua sede social, balneários, posto médico, rouparia e lavandaria, casas de banho, ginásio e um pequeno bar. Actualmente possui equipas de todos os escalões, incluindo duas equipas de veteranos (uma a disputar Campeonato e outra a efectuar jogos particulares com Clubes de todo o País). Todas as equipas envolvem, nesta época, cerca de duzentos atletas oriundos de todos os lugares da freguesia, sete técnicos qualificados, três massagistas, um roupeiro e um encarregado das instalações desportivas e sociais. A Vila de Cucujães tem uma população a rondar os 12.000 habitantes e uma área de cerca de 12 Km2 e com cerca de duas dezenas de lugares. Actualmente o envolvimento da população não é grande por razões várias - estado muito deficitário das principais industrias da Vila (industria do calçado); um grande número de habitantes que fazem da Vila de Cucujães exclusivamente dormitório ( Cucujães está colada a grandes Centros como S. João da Madeira - S. Maria da Feira e

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Oliveira de Azeméis) e o afastamento notório, em todo o País, das pessoas dos Estádios. Em conformidade com disponibilidades de ocupação dos dois campos vem cedendo as suas instalações a várias colectividades da Vila: NAC - Núcleo de Atletismo de Cucujães, Grupo Cultura e Recreativo "Os Leões do Monte", Misericórdia de Cucujães, GNR, Junta de Freguesia, etc. DIFICULDADES Todas as do foro económico dado que, além do estado difícil da Industria e Comércio Cucujanense, o Clube possui, em relação à população, um número muito reduzido de sócios (cerca de 400). Por este motivo houve que repensar as metas desportivas do Clube abandonando desde 2001 o profissionalismo na equipa sénior vindo gradualmente a optar por jogadores formados na casa e naturais da freguesia. (Esta época num lote de vinte e quatro atletas, dezoito são Cucujanenses e formados no Clube) Com esta medida, nestes cinco anos, conseguiu-se reduzir drasticamente os gastos e consequentemente as dividas que existiam, pelo que se optou por apoio quase total aos escalões de Formação. APOIOSO Clube tem subsistindo com um subsídio anual oriundo da Câmara Municipal de Oliveira de Azeméis, a cobrança de quotas dos Associados e ajuda de meia dúzia de industriais locais. No que concerne a apoios logísticos e técnicos há muito que são quase nulos. Exceptua-se esta época em que a Associação de Futebol de Aveiro nos fez a oferta de um equipamento completo de jogo para a equipa sénior. Aqui, ao que julgamos pode vir, a ter um resultado muito positivo os apoios que resultariam da anuência do Governo às propostas da Confederação no que concerne a gratuitidade do policiamento, à forma de atribuição de Utilidade pública, alterações à actual Lei do Mecenato, recuperação do IVA e igual tratamento para as Associações, em sede de IRS, do já estabelecido aos donativos para as crenças religiosas. MEDIDAS TOMADAS - CRIATIVIDADEDada a inexistência de apoios logísticos, temos vindo a socorrer-nos da ajuda de diversos dirigentes e pais de atletas para efectuar obras de conservação e até da construção, em terreno junto do campo pelado, de um novo balneário exclusivamente para uso das camadas jovens. Quanto ao campo da criatividade, como diz o povo: "a necessidade aguça o engenho" e desta forma, como afirmo no parágrafo anterior,

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temos sensibilizado amigos do Clube, dirigentes e Pais de atletas para fazemos algo de novo. PROJECTOS DE DESENVOLVIMENTOCriar condições com apoio autárquico e da população para a curto prazo colocar um piso sintético no campo pelado e assim resolver o problema maior das camadas jovens para treinarem: Escassez de horários para todos escalões e causas climatéricas adversas que não permitem treinar com o mínimo de condições em terrenos de terra batida. Enriquecer cada vez mais os sectores da Formação com técnicos (aqui pode passar pelo proposto pela Confederação quanto ao destacamentos de técnicos qualificados oriundos de excedentes da função pública) cuja acção vidaria uma melhor qualidade de conhecimentos e práticas desportivas. Embora já possua um bom posto médico (estrutura criada para o anterior profissionalismo do Clube) melhorar as instalações para um ainda melhor desempenho.

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CASA DO POVO DE CORROIOS (SEIXAL)

A história do Associativismo desportivo é rica e longa, procurar analisa-la aqui seria fastidioso. Da grande riqueza da obra realizada ao longo dos anos por milhares de homens e mulheres, que com o seu trabalho voluntário têm contribuído para o bem-estar dos seus associados e das populações onde estão os seus clubes/associações fala a história de cada um de nós, por si. Quantos desportistas em todas as modalidades de grandeza nacional e internacional nasceram nestas colectividades de raiz popular. Quais os apoios recebidos do Poder Central, quer na construção de equipamentos, quer através de apoios financeiros para pagamento aos técnicos, que se conheçam, são poucos ou quase nenhuns. Por estanho que pareça nem isentos de Iva na compra do material e equipamentos desportivos. Os Governos para além de não apoiarem ainda retiram. Os sucessivos governos criaram uma legislação impossível de cumprir. Como exemplo, deixamos o Decreto-Lei n.º 359/99 de 28 de Setembro do qual cito apenas dois artigos:

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Artigo 7º Em cada instalação desportiva deve ser afixado em local bem visível para os utentes, a identificação, bem como os elementos comprovativos da sua inscrição junto do centro de estudos e formação desportiva.

Artigo 8º É obrigatória a presença do responsável técnico, ou de quem o coadjuve, na instalação desportiva durante o seu período de funcionamento. Se esta legislação existisse no passado, onde teriam nascido o Figo? o João Pinto? o Chalana? a Rosa Mota? a Fernanda Ribeiro? O Carlos Lopes? os irmãos Castro e tantos outros que muito têm contribuído para o prestígio do nosso desporto quer a nível nacional, quer internacional. Para os pequenos Clubes/Associações de raiz popular é inviável o cumprimento desta Lei, por razões tão simples como o desconhecimento da sua existência, ou a incapacidade financeira para executá-la, contudo, foram, são e serão estes os que procuram cativar os jovens para a prática de uma actividade desportiva, que um dia, no futuro os poderá transformar em ídolos nacionais. Em contrapartida quantas legislaturas passaram sem que tenha sido aprovada a Lei de Bases do sistema desportivo. Que apoios que têm ou tiveram estes Clubes/Associações para a obra que continuam a fazer. Perante este quadro pouco animador e menos motivador, o que fazer? O mesmo! Não desistir, continuar a trabalhar com o mesmo entusiasmo de sempre. Em conclusão, não existe outra alternativa para os clubes/associações em Portugal: - Mobilizarmo-nos em torno da nossa confederação, dando-lhe força necessária, para que seja considerada parceiro social, para que possa reivindicar junto do poder central os apoios necessários à concretização dos nossos projectos desportivos. Quanto ao futuro do Associativismo em Portugal permito-me citar Virgílio Ferreira: “o importante não é o que fizeram de nós, mas o que fazemos do que fizeram de nós”.

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GINÁSIO DO ALTO PINA (LISBOA) Numa altura, em que tanto se houve nos média falar do CONGRESSO DO DESPORTO, e muito se diz, que se vai falar dos males do Futebol, do Atletismo de competição, Basquetebol, Vólei, Andebol, onde os grande Clubes Portugueses, recebem grandes apoios... Mas então quando é que começamos a falar de Desporto na sua essência? Quando é que começamos a falar e a debater os problemas daqueles que realmente praticam o Desporto pelo Desporto, a custos zero... Muito bem, porquê que não fazem em vez de um CONGRESSO DE DESPORTO, um CONGRESSO DE SAD`S DESPORTIVAS? Aí sim esse senhores teriam de estar representados e nós não! Nós as Colectividades de Cultura, Recreio e Desporto. É que somos nós, que movimentamos o Desporto em Portugal, somos nós que sem qualquer apoio oficial ou subsídio, continuamos dia após dia a lutar para que se pratique o verdadeiro Desporto em Portugal. Eu sou o Presidente da Direcção de uma Colectividade de Cultura, Recreio e Desporto da cidade de Lisboa, que se chama GINÁSIO DO ALTO DO PINA, faz em 11 de Novembro próximo a bonita idade de 95 anos. Já tivemos na década de 30 e 40 Ciclismo, inclusive ganhamos algumas etapas. Na década de 80 fomos a Madrid e onde fomos Campeões Ibéricos contra o Real Madrid. Tudo acabou por falta de apoios, porque esses apenas são para os chamados grandes Clubes Portugueses, ficando as Colectividades de bairro sem nada... nós que trabalhamos com amor em prol da nossa Colectividade, da Freguesia onde estamos inseridos, e da nossa Cidade. Neste momento a minha Colectividade tem em funções ATLETISMO, FUTSAL, FUTEBOL DE PRAIA ( penso que é a única equipa na Cidade de Lisboa que participa em competições Amadoras pelo país), SNOOCKER (nem uma mesa temos onde treinar), TÉNIS DE MESA (nem mesa tínhamos onde treinar), TIRO AO ALVO com espingarda de chumbos de 4,5 e nem uma Sede própria temos! Há 20 anos que estamos à espera de uma nova sede, a C.M. de Lisboa já nos deu um terreno, já nos tirou e agora estamos nas mãos de uma Cooperativa de Habitação com poucos escrúpulos e nunca mais temos a Sede nova. Enquanto isto temos apenas umas instalações com dois senhorios a quem temos de pagar rendas e temos a casa a cair. Um Salão na actual Sede, onde praticamos algumas das modalidades que se encontra em risco de abater há 3 anos e foi interditado há outros tantos. Neste momento o senhorio

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começou a fazer obras para se aguentar mais uns tempos, porque a C.M.Lisboa o forçou, mas até quando? Depois quando ligo a televisão diariamente e apenas ouço dizer que o Governo (este ou outro, pois neste assunto, são todos iguais), apoiaram o Clube A ou B ou C, em milhares e Milhões de Euros, que no fundo servem para eles pagarem mais uns ordenados em atraso. E os ditos Clubes de Bairro, as nossas Colectividades, que são quer chova ou faça sol, quem andam a correr e a jogar em locais que são tudo, menos os apropriados para essas funções (quando temos de alugar um pavilhão seja à autarquia ou a outro Clube pagamos imenso), como é que nós sobrevivemos? Para quando é que nos vamos equiparar aos Clubes de Bairro, das Cidades Europeias? Quando é que nos são distribuídas as verbas que o Estado recebe ano após ano para estes pequenos Clubes e que nós nunca as recebemos? Nós nunca nos atrevemos a pedir muito, mas necessitamos de ter alguns apoios oficiais, pois somos o parente mais pobre do Desporto em Portugal financeiramente, mas somos o parente mais rico, do Desporto em Portugal, na questão de praticar o Desporto, pois nós fazemo-lo por amor, por uma sandes de torresmos ou de fiambre, por um sumo e sempre, mas mesmo sempre, para levar mais longe o nome da nossa colectividade. Tenho muito orgulho de ser Presidente da Direcção de uma Colectividade que daqui a 5 anos é Centenária e que cada vez mais e graças a quem manda neste país, está com muitas dificuldades, porque dia a dia, em tudo o que fazemos, estamos a beneficiar as pessoas do nosso Bairro e da nossa Cidade. Mas lamento que em Lisboa cada vez haja mais Colectividades a quase a fechar as portas, por não poderem aguentar-se e assim se encerra a verdadeira História do desporto em Lisboa. O mesmo vai acontecendo um pouco por todo o País e cada vez mais, vai-se perdendo a História do Desporto em Portugal, pois somos nós os que nada ganhamos, que fazemos o DESPORTO EM PORTUGAL, ou ainda haverá dúvidas disso? Tenho vergonha de me dizer Português, quando vejo as Federações, Associações, e os grandes Clubes a gastar imenso dinheiro, e a ver os Clubes de Bairro, cada vez mais na miséria e a lutarmos contra tudo e todos e constantemente marginalizados pelos nossos Governantes!

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DESPORTO E ACTIVIDADE FÍSICA NO CONCELHO DE TOMAR

Sociedade Recreativa Instrutiva e Desportiva Vilanovense – Paialvo - Tomar

As Associações ou clubes desportivos de raiz popular desempenham cada vez mais um relevante papel no desenvolvimento do indivíduo enquanto praticante da actividade física regular. Cabe portanto ao dirigente desportivo, a grande responsabilidade de, no local onde está inserido, e conhecendo de perto os meios, técnicas e matéria humana que está ao seu alcance, dinamizar um elevado número de iniciativas desportivas ao alcance de todos, sejam eles deficientes, jovens ou idosos. Esta pequena e simples teoria aplica-se no concelho de Tomar. Um concelho com cerca de centena e meia de clubes, onde o universo de actividades é tão vasto como o que a seguir apresentamos:

− Futebol de Salão, Natação, Cicloturismo, Badmington, Ténis,

BTT, Hóquei, Fullcontact, Judo, Atletismo, Pétanca, Canoagem, Jogos Tradicionais, Caminheiros, Ginástica (rítmica, acrobática, Aeróbica, manutenção), entre outras.

Nesta grande panóplia de actividades são milhares os homens e mulheres que diariamente vão fazendo desporto neste concelho.

Os dirigentes desportivos destes clubes têm portanto, uma função cada vez mais importante no desenvolvimento, aperfeiçoamento e ainda na manutenção dessas mesmas modalidades, no sentido de trazer cada vez mais jovens para o desporto. Neste caso, o papel do dirigente desportivo é constantemente de incentivo, preparação e sensibilização da grande massa humana que existe nestes clubes.

ALGUNS EXEMPLOS DE SUCESSO Citando agora como exemplo alguns clubes deste concelho com actividades regulares, observamos uma realidade muito rica e a não perder:

• Há 26 anos consecutivos, realiza-se num desses clubes, uma actividade desportiva que movimenta, durante cerca de três meses, mais de meio milhar de jovens, de ambos os sexos, no denominado torneio de futebol de salão, com equipas provenientes de vários pontos do Distrito de Santarém. Nesta grande movimentação desportiva, não se esqueceu os mais

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pequenos. Neste sentido, criaram um escalão onde as crianças ainda de tenra idade, dos quatro aos dez anos têm também a oportunidade de praticar desporto;

• Em 2004 realizou-se neste mesmo clube um encontro com 27

colectividades deste concelho, onde o desporto marcou uma presença muito significativa. Observamos, mais uma vez, aquele grande pelotão de jovens e menos jovens a praticar actividade física, num total de mais de meio milhar de pessoas em apenas dois fins-de-semana. Uma iniciativa inédita que mostrou a grandeza do movimento associativo, neste caso, mostrando o que de melhor se faz neste concelho relativamente ao desporto;

• Dando como exemplo ainda outras actividades, chamadas de

lazer e manutenção, como é o caso por exemplo dos encontros de caminheiros, dos jogos tradicionais, entre outras actividades que proporcionam a quem de outra forma não tem oportunidade de praticar desporto, a prática quase regular da actividade física. Falo portanto em camadas etárias, na maioria dos casos, acima dos cinquenta anos. De realçar que em Tomar estão criadas as chamadas “Secções de marcha para a saúde” que movimenta um grande conjunto de pessoas, participando também no grande projecto nacional, “Agita Portugal – Pela sua saúde mexa-se”, que nos dois últimos anos tem movimentado perto de meio milhar de pessoas de ambos os sexos e de várias camadas etárias.

• Há também o caso de clubes que são verdadeiras plataformas

para o salto de atletas de alta competição como é por exemplo o caso do atleta Nuno Merino, ex atleta do Ginásio Clube de Tomar, que participou nos Jogos Olímpicos de Atenas, na modalidade de Trampolins.

O MOMENTO ACTUAL DO DESPORTO EM TOMAR O movimento desportivo, como em tudo na vida, tem momentos altos e baixos. A situação e o desenvolvimento dos clubes desportivos começa a ser uma preocupação constante em que todos nos temos que debruçar e ajudar a encontrar soluções. Partindo deste princípio, dava aqui um exemplo duma modalidade que em Tomar teve o seu ponto alto na época 2000/2001: O Badmington. Com associação distrital sedeada na cidade de Tomar, esta modalidade, que se pratica neste momento em três clubes, tem vindo a decair nestes últimos anos, eu diria mesmo praticamente a

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desaparecer. Os dados da Federação Portuguesa desta modalidade dizem-nos que no ano 2000 existiam a nível nacional perto de 300 clubes federados, decaindo para pouco mais de 50 em 2005.

Foi portanto em 2000 o “ano de glória” desta modalidade. O ano em que, por exemplo, num dos clubes do concelho existiam em iniciação, mais de duas dezenas de crianças provenientes da escola primária local. E ainda uma Campeã Nacional, com um currículo invejável, tendo iniciado a modalidade em 79/80 pelo Sport Clube de Tomar, alcançando diversos títulos de Campeã Nacional. Em 85/86, na Cat.ª de Honras, passa a representar o CREA. Fez parte da Selecção Nacional e pelo CREA disputou a Taça dos Campeões Europeus, na Áustria. Durante um torneio sofreu uma grave lesão, e teve que parar durante 11 anos. Regressou em 97/98 e foi Campeã Nacional de 3.as Categorias. Em 98/99 foi Tri – Campeã Nacional em 2.as Categorias (Singulares Senhoras, Pares Senhoras e Misto), e em 2000 voltou a ser campeã nacional ao serviço de um clube tomarense.

Hoje, passados cinco anos, constatámos que no total dos três clubes que desenvolvem esta modalidade no concelho, existe pouco mais de duas dezenas de atletas a praticar a modalidade. Não há duvida que o fracasso desta modalidade deve-se em parte, e no meu ponto de vista, a duas significativas questões:

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1. A elevada oferta existente no concelho, no campo desportivo.

Outras acções levadas a cabo pelas escolas e pelas autarquias “esmagam” por vezes iniciativas que tiveram em certa altura o chamado “momento grande do desporto nas colectividades”;

2. A desertificação cada vez mais frequente das nossas aldeias.

Quando existem modalidades que por um motivo ou outro desaparecem, deparamo-nos com outros fenómenos importantes:

1. O surgimento de actividades inéditas, como é o caso da Pétanca, e da “Secção de marcha para a saúde”, numa das mais dinâmicas Colectividades do Concelho;

2. Escolas de iniciação em modalidades como, o futebol e a

natação, entre outras, proporcionando assim a continuação dos jovens no desporto e a sensibilização para mais tarde poderem ser bons dirigentes e grandes técnicos desportivos;

3. O fortalecimento de actividades como por exemplo a ginástica

de trampolins, onde é frequente ler notícias como as que a seguir transcrevemos:

“GINASTAS DA GUALDIM PAIS CONQUISTAM TRÊS TÍTULOS DE CAMPEÃO NACIONAL E UM DE VICE CAMPEÃO

Mem Martins acolheu o Campeonato Nacional de Duplo Mini Trampolim, que decorreu nos passados dias 27 e 28 de Março. A Sociedade Filarmónica Gualdim Pais de Tomar fez-se representar por treze ginastas, orientados pelo técnico Sérgio Lucas. Ana Rente e Nicolau Marques conquistaram o título de Campeão Nacional nas respectivas categorias. A equipa constituída por Nicolau Marques, António Vieira, João Rosa e João Macedo arrecadou o primeiro lugar. De destacar ainda o título de Vice Campeão Nacional do Manuel Vieira. O público presente nestes campeonatos assistiu a momentos de grande espectáculo.”

“…Nos Trampolins e à parte do sucesso de Nuno Merino nos Jogos Olímpicos, de realçar a excelente prestação dos nossos ginastas nos Campeonatos da Europa. Ana Rente (Sociedade Filarmónica Gualdim Pais de Tomar) sagrou-se campeã da Europa de Juniores”.

Estas são as noticiais que para nós, dirigentes desportivos, nos dão orgulho para continuar um extraordinário trabalho voluntário na procura sempre constante de resultados nas mais variadas áreas do desporto, quer sejam de competição ou não. O dirigente desportivo na situação actual preocupa-se constantemente com várias situações:

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Dinamização das actividades

− Nesta matéria o dirigente desportivo voluntário através da grande panóplia de modalidades fáceis de aplicar à situação do seu clube vai dinamizando actividades, e mesmo quando se depara com situações em que uma determinada modalidade não desperta a atenção principalmente dos jovens, criam logo estratégias no sentido de procurar soluções que passam em alguns casos pela substituição dessa mesma modalidade.

Formação de técnicos e dirigentes

− É cada vez mais frequente a necessidade dos clubes em

manterem monitores/treinadores com qualificações técnicas específicas para cada actividade desportiva, que além da sua formação académica procura ainda participar activamente em colóquios e seminários da sua área de intervenção. Nos exemplos que vimos referindo do concelho de Tomar é notória esta preocupação, tanto mais que nas principais actividades desenvolvidas pelos clubes, como é o caso da ginástica, do judo, da natação, e outras, em que temos técnicos qualificados para cada uma destas modalidades, tem continuado a existir de facto formação continua, adequada e de qualidade.

Formação de atletas

− A formação do atleta, nomeadamente no de alta

competição, é uma constante preocupação, não só do dirigente, como principalmente do técnico. Nestes casos, além dos conhecimentos técnico-científicos que o treinador transmite ao seu atleta, é ainda constante a participação em estágios desportivos.

Apoios para fazer face à grande movimentação desportiva

− Este é de facto o grande problema dos clubes!

Tomar tem investido nos últimos anos em técnicos de qualidade e a grande prova disso são os resultados que vimos obtendo em várias modalidades. A ginástica financeira do dirigente é muito complicada e nem sempre é conseguida, no concelho de Tomar são já muitas as instituições e empresas que acreditam no trabalho voluntário dos dirigentes, nas suas capacidades e anseios e vêm apoiando de uma forma ainda pouco significativa, mas acreditamos que é já um bom indício. É necessário

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muita sensibilização junto das principais instituições e naturalmente do poder local. Mostrando um exemplo característico de um clube de Tomar com cinco secções desportivas em regular funcionamento, com badmington, natação, judo, ginástica e hóquei numa movimentação de centenas de atletas, é de facto muito complicado manter estas actividades em pleno funcionamento. Vale-nos a persistência e a certeza convicta de que vale a pena ser dirigente desportivo quando sabemos que estamos a lutar por uma sociedade mais justa, onde os jovens e menos jovens ocupam o seu tempo livre a praticar desporto naquela grande escola que são as associações desportivas e culturais. Tomar é bem o exemplo disso. Com os milhares de praticantes e com as centenas de dirigentes, vamos, todos juntos, superar as dificuldades e continuar a proporcionar mais e mais desporto, mais e mais actividades de lazer e manutenção, para nos podermos afirmar e juntarmo-nos à grande estatística nacional do voluntariado e da ocupação sadia dos tempos livres dos nossos jovens e idosos.

DINAMISMO DAS COLECTIVIDADES / CLUBES – MAP

Um exemplo prático: Encontro do Movimento Associativo da Freguesia do Alto do Seixalinho (Barreiro). No espaço temporal do Congresso do Desporto, no passado dia 28 de Janeiro, a Junta de Freguesia do Alto do Seixalinho e as mais de duas dezenas de colectividades sedeadas nessa freguesia realizaram o Encontro em epígrafe, dividido em quatro painéis: - Tem a palavra o Movimento Associativo; - Movimento Associativo e o Marketing; - Movimento Associativo e Saúde; - Movimento Associativo e Autarquia Algumas linhas em jeito de Conclusões:

• Atracção da juventude ao Movimento Associativo, como factor de rejuvenescimento e desenvolvimento do mesmo, através da introdução das novas tecnologias da informação e comunicação nas colectividades;

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_____________________________________________________________ CPCCRD 60 17-02-2006

• Organização interna das colectividades;

• As colectividades atentas às novas culturas e comunidades, integrando-as na vida associativa, mantendo-se como espaços abertos, de socialização e de humanização;

• Caminhar para uma forma organizativa das colectividades no

concelho;

• Melhorar o relacionamento com a comunicação social local, no sentido da divulgação da realidade e dos objectivos das colectividades;

• Realçada a importância da comunicação, quer interna

(colectividades), quer externa (comunidade). Uma dificuldade: os custos inerentes;

• Ter em atenção o merchandising e outras formas de

divulgação;

• A actividade física e mental como factor de grande importância para a saúde do indivíduo;

• Dificuldades com falta de professores de educação física e

alguma preocupação com a educação física no 1.º ciclo;

• Em parceria com as autarquias: o Suplemento com a actividade das colectividades no

Boletim da JFAS; o Boletim do Movimento Associativo, trimestral / CMB o Organização e realização da Mostra das Actividades das

Colectividades do Concelho.

Cultura Desportiva

A nossa cultura desportiva assenta desmedidamente nas incidências

do futebol, com especial enfoque no futebol profissional, havendo

quem afirme que estamos, na esfera desportiva, perante uma

autêntica “ditadura do futebol”.

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_____________________________________________________________ CPCCRD 61 17-02-2006

Por outro lado, temos um sistema desportivo que não tem

acompanhado as mudanças verificadas nos últimos anos.

Os agentes desportivos canalizam os seus esforços para a angariação

de meios junto do sector público, uma vez que o sector privado da

economia não manifesta grande apetência para investir no desporto,

a não ser nas modalidades mais mediáticas e/ou com maior número

de praticantes.

O Estado, principal promotor da actividade desportiva, mantêm uma

organização pesada, burocrática, descoordenada e por isso mesmo

pouco eficaz.

Parece-nos importante que a partir deste Congresso, através de

medidas concretas, se desenhe uma cultura desportiva que assente

em alguns pressupostos, nomeadamente:

• democratização da prática desportiva, tendo em conta a

actual situação do País (2 milhões de portugueses no

limiar da pobreza);

• o desporto como factor de inclusão social;

• a prática desportiva como portadora e transmissora de

valores essenciais, como o respeito pelo outro, a paz, a

lealdade, a verdade, o cumprimento das regras, a

disciplina, ou a solidariedade;

• a assumpção por parte do Estado da sua

responsabilidade, com enfoque no apoio à sociedade

civil, através dos agentes desportivos, sem esquecer os

clubes e colectividades que localmente desenvolvem uma

imprescindível e meritória actividade.

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_____________________________________________________________ CPCCRD 62 17-02-2006

7. Propostas sectoriais, em função dos temas do

Congresso

a) Uma Política de Financiamento do Sistema

Desportivo

O Desporto é comummente considerado como uma actividade com

uma imprescindível função social, como, aliás, se refere no

Tratado de Amesterdão, Declaração n.º 29 – Adoptada pela

Conferência Relativa ao Desporto, 2 de Outubro de 1997: “A

Conferência salienta o significado social do desporto, em especial o

seu papel na formação da identidade e na aproximação das

pessoas. A Conferência convida, por isso, os órgãos e instituições

da União Europeia a ouvir as associações desportivas (…) deverá

ter-se especialmente em conta as características particulares do

desporto amador”

Apesar desta constatação, verificamos uma quase completa

falência dos clubes, colectividades e outras associações, que a

nível local promovem e desenvolvem a actividade física e

desportiva. Urge, portanto, encontrar formas de apoio ao seu

abnegado trabalho.

Simultaneamente e se analisarmos o OE para 2006, no que

concerne ao Desporto, verificamos a existência de um forte

desinvestimento, expresso por exemplo na redução do orçamento

do Instituto do Desporto de Portugal em 27,6% (de 87,1 milhões

de euros para 61,1 milhões de euros) e se analisarmos ao detalhe

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_____________________________________________________________ CPCCRD 63 17-02-2006

esse mesmo orçamento constatamos onde se efectuaram os

cortes:

Medidas 2005 2006

Desenvolvimento

da prática

desportiva

€ 19.500.000,00 €

15.370.366,00

Apetrechamento

do movimento

associativo

€ 1.250.000,00 € 500.000,00

Bolsas académicas € 25.000,00 € 15.000,00

Apoio à actividade

desportiva

€ 350.000,00 € 250.000,00

Federação

Portuguesa de

Futebol

€ 2.600.000,00 € 2.000.000,00

Deslocações de

equipas

desportivas

€ 1.400.000,00 € 1.000.000,00

Acresce que, neste particular, a Lei do Orçamento retira a

possibilidade de apoios por parte dos Governos Civis (vidé o seu

artigo 98.º da Lei n.º 60-A/2005, de 30 de Dezembro), o que,

obviamente, complica ainda mais a vida às associações, tanto

mais que se constata as dificuldades por que passam muitas

autarquias locais.

Propostas Necessárias

- Benefícios Fiscais

- Lei 16/2001, de 22 de Junho

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_____________________________________________________________ CPCCRD 64 17-02-2006

Defendemos para efeitos do disposto no art.º 32, da Lei

16/2001, de 22 de Junho, a equiparação de todos agentes

associativos independentemente do seu tipo às instituições de

utilidade pública que se dedicam a fins de beneficência, assistência

ou humanitários ou às IPSS, permitindo-se assim que o

contribuinte possa optar por entregar aos clubes desportivos e

outras associações culturais e recreativas 0,5% do IRS pago ao

Estado.

“Artigo 32.º

Benefícios fiscais

(…)

4 - Uma quota equivalente a 0,5% do imposto sobre o rendimento

das pessoas singulares, liquidado com base nas declarações

anuais, pode ser destinada pelo contribuinte, para fins religiosos

ou de beneficência, a uma igreja ou comunidade religiosa radicada

no País, que indicará na declaração de rendimentos, desde que

essa igreja ou comunidade religiosa tenha requerido o benefício

fiscal.

(…)

6 - O contribuinte que não use a faculdade prevista no n.º 4 pode

fazer uma consignação fiscal equivalente a favor de uma pessoa

colectiva de utilidade pública de fins de beneficência ou de

assistência ou humanitários ou de uma instituição particular de

solidariedade social, que indicará na sua declaração de

rendimentos.

(…)”

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_____________________________________________________________ CPCCRD 65 17-02-2006

- Regimes Fiscais

Proposta em sede de IVA

As associações sem fins lucrativos que se dediquem à actividade

musical: Lei n.º 123/99, de 20 de Agosto (Apoio ao associativismo

cultural, às bandas de música e filarmónicas) e Decreto-Lei n.º

128/2001, de 17 de Abril, que determinam o reembolso de IVA

referente à aquisição de instrumentos, material consumível,

fardamentos e trajes.

Propomos tratamento idêntico à aquisição de equipamentos

e materiais destinados à prática desportiva.

Proposta para IRC

Dedução aos proveitos comerciais do contributo do voluntariado

(dirigentes e demais indivíduos que colaboram a título gratuito

com os clubes e associações)

- Estatuto do Mecenato

A experiência vivida no período da sua aplicabilidade demonstra a

sua pouca eficácia e eficiência, mormente quanto às instituições

que no terreno desenvolvem a actividade física e desportiva dos

cidadãos. Temos de ir mais longe, pelo que propomos que sejam

incrementados benefícios mais apelativos para os mecenas,

nomeadamente de dedução à colecta. Por outro lado, a tramitação

do procedimento terá de ser muito menos burocrática e com

prazos definidos para aprovação.

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_____________________________________________________________ CPCCRD 66 17-02-2006

--- Mecenato Desportivo

Possíveis destinatários dos donativos

- Acrescentar a CPCCRD como se faz com a Confederação do

Desporto de Portugal;

- Retirar a obrigatoriedade do clube desportivo possuir o Estatuto

de Utilidade Pública, uma vez que no mecenato desportivo não se

está a avaliar o promotor da iniciativa, mas sim o interesse

desportivo da mesma.

Benefícios para os mecenas

- Entendemos ser possível a previsão de benefícios mais apelativos

para os mecenas, nomeadamente através de dedução à colecta.

Processo de obtenção

A tramitação do procedimento terá de ser muito menos

burocrática e com prazos definidos para aprovação (120 dias).

- Financiamento

• Face à preocupação programática, o esforço de financiamento

para o Desporto deve tender para: 1% do Orçamento do

Estado e no mínimo 20% dos Jogos da Santa Casa da

Misericórdia.

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_____________________________________________________________ CPCCRD 67 17-02-2006

- Preocupação central:

“(…) as nossas profundas preocupações acerca da eventual

asfixia da organização da estrutura associativa de base,

face aos constrangimentos que são cada vez mais colocados

às actividades dos clubes. Os quais ao mesmo tempo que

vêem aumentar significativamente os custos da sua

estrutura, têm visto emagrecer os apoios autárquicos,

governo civil e tecido empresarial.”27

27 Cimeira do Desporto – Reunião do Grupo Financiamento do Movimento Associativo, Lisboa, 28 de Janeiro de 2006

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_____________________________________________________________ CPCCRD 68 17-02-2006

b) Políticas Educativas e Sociais do Desporto

Questões Prévias

Importa-nos falar agora, mais concretamente, sobre as

QUESTÕES ACTUAIS que se colocam sobre o tema em

referência e apontar aquelas que em nosso entender são

as PROPOSTAS NECESSÁRIAS.

Desde logo, e como questão prévia que julgamos

intrínseca do Movimento Associativo Popular, afirmar

que o Desporto assenta em valores sociais, educativos e

culturais essenciais. Que constitui um factor de inserção,

de participação na vida social, de tolerância, de aceitação

das diferenças e de respeito pelas regras.

Por isso entendemos o Desporto como uma prática

cultural, um instrumento educativo, uma oportunidade

de recreação e lazer. Como tal, o Desporto é, tem de ser,

um meio ao serviço do Homem, do seu desenvolvimento

e do meio social onde opera e se insere.

No entanto, sabemos todos que, se mal utilizado, o Desporto

pode esquecer princípios, deturpar valores, manipular

populações, tornando-se um fim em si mesmo!

Não chega pois, praticar Desporto !

É cada vez mais necessário e oportuno, na escola, nas

colectividades, nos clubes desportivos, seja no âmbito do

desporto escolar, do desporto federado ou não federado, do

desporto de recreação ou de lazer,

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_____________________________________________________________ CPCCRD 69 17-02-2006

Refletir sobre os seus princípios;

Repensar as suas estratégias;

Avaliar as suas práticas;

Reequacionar os caminhos do seu desenvolvimento

futuro.

Por outras palavras, torna-se indispensável a cada momento,

Determo-nos e refletirmos sobre o modelo de

organização e de desenvolvimento que lhe serve de

contexto !

Determo-nos e refletirmos que independentemente

das diferentes formas e vertentes que o Desporto pode

abranger no momento actual, ele tem de ser

desenvolvido sempre numa perspectiva integrada e de

complementaridade, que tenha como objectivo o

desenvolvimento integral do Homem.

Determo-nos e reflectirmos sobre os caminhos e sobre

aqueles que serão os agentes do seu desenvolvimento

futuro !

Determo-nos e reflectirmos sobre a nossa postura face

à construção do Desporto do Futuro, cientes de que não

basta simplesmente reivindicar melhores condições, mas

sim, (pro)agir com estratégias claras, integradas e

integradoras, e com objectivos devidamente planificados

e organizados.

O Desporto, e essencialmente o Desporto Popular, é

claramente na actualidade, uma das áreas de intervenção

mais importantes do Movimento Associativo e aquela que

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_____________________________________________________________ CPCCRD 70 17-02-2006

configura, nas suas diferentes vertentes, um significativo

crescimento futuro.

Por isso, é decisiva a importância do papel que desempenha

como factor de equilíbrio entre as necessidades e a evolução

da sociedade, como factor de socialização e de formação dos

jovens, num contexto de comportamento social de risco. E

também como promotor de hábitos saudáveis e de qualidade

de vida.

Desenvolvido nas colectividades, clubes e outras associações, este

Desporto vem suprindo as insuficiências ou inexistências ao nível da

prática desportiva nas escolas e para os trabalhadores. Constitui

assim, um elemento fundamental para a democratização efectiva e

para o desenvolvimento do desporto nacional!

Mas ter também a clarividência que este Desporto para ser

consequente, tem de ter uma perspectiva de coexistência com

os demais subsistemas desportivos, sempre em termos

integradores e complementares, em respeito pelas realidades

das comunidades em que se insere e dos hábitos e das

práticas desportivas nelas existentes.

Neste contexto, e porque falamos de Políticas Educativas e

Sociais do Desporto, julgamos oportuno e necessário, aqui e

agora, refletir, discutir e fazer aprovar, os caminhos a seguir e

as acções a desenvolver para assegurar e consolidar o seu

futuro.

Refletir, discutir e fazer aprovar, as propostas que julgamos

oportunas e necessárias, em defesa de Políticas Educativas e

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_____________________________________________________________ CPCCRD 71 17-02-2006

Sociais do Desporto coerentes e consistentes, integradas e

complementares.

Porque não podemos continuar a assistir a subsistemas

desportivos, cuja actividade se desenvolve num completo

desconhecimento e falta de articulação pela actividade que os

outros subsistemas desenvolvem. Como se o Homem não

fosse uno e indivisível!

Propostas Necessárias

Tendo em considerações as questões que actualmente se

colocam sobre o tema “Políticas Educativas e Sociais do

Desporto”, alinhamos aquelas que são em nosso entender,

neste momento, as PROPOSTAS NECESSÁRIAS:

• Instituir, no âmbito da reforma da administração pública

desportiva, um modelo de coordenação nacional de todos os

susbsistemas do Desporto.

• O edifício organizativo do desporto nacional deve assentar

em estruturas regionais que sejam a expressão física da

especificidade cultural onde se insere.

• Direccionar as políticas educativas e sociais do desporto

às crianças, jovens e estudantes (fundamentalmente).

• Promoção de mais desporto na escola, concertando

estratégias de cooperação entre educação e o desporto para se

disponibilizar uma prática desportiva nas escolas que esteja de

acordo com as expectativas de desempenho das crianças e

adolescentes e com a própria comunidade.

• Aproximar o Associativismo da Escola, sendo possível,

através de uma cooperação entre ministérios, inserir nas

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_____________________________________________________________ CPCCRD 72 17-02-2006

actividades extra-curriculares das escolas o tema do

Associativismo em todas as suas vertentes, mas especialmente

ao nível do Desporto;

• As Escolas e o Associativismo desportivo deverão ter uma

acção complementar na aplicação das políticas definidas, para o

qual devem estar criadas as condições de articulação e de

desenvolvimento integrado.

• Propor um Desporto Escolar com uma nova imagem que

faça interface com o sistema desportivo, tal como as outras

áreas curriculares o devem fazer com o sistema económico e

produtivo.

• Definição de uma política coerente para o Desporto

Escolar, que entre coisas evite o desvirtuar do mesmo

essencialmente na óptica da competição e da obtenção de

resultados imediatos.

• Neste âmbito o desporto escolar assume particular

importância, onde as federações e as escolas podem trabalhar

em conjunto, cooperando entre si nos objectivos específicos de

cada sector.

• Relacionar o Desporto Escolar com os clubes desportivos,

apostando numa transição normal entre o atleta do desporto

escolar e o futuro atleta do clube;

• Promover, incentivar e desenvolver uma efectiva e

estratégica cooperação – Trabalho em Rede - entre o Desporto

praticado na Escola e o Desporto praticado nas Colectividades e

Clubes Desportivos.

• Promover entre a Escola e o Clube Desportivo um

recíproco conhecimento das suas distintas mas complementares

realidades.

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_____________________________________________________________ CPCCRD 73 17-02-2006

• Reconhecer que Escola e Colectividades Desportivas são

dois momentos de um mesmo tempo, duas faces

complementares da mesma moeda > a Formação Desportiva!

• Criar as condições objectivamente necessárias para

promover a visibilidade do Desporto Escolar.

• No que concerne à formação de recursos humanos da

Escola (Professores no Desporto Escolar; Árbitros e Juízes, etc.)

devem ser operacionalizados mecanismos que potencializem a

relação e a cooperação entre o associativismo desportivo

federado e as escolas / Desporto Escolar. As Federações podem

ser parceiros privilegiados, não substituindo quem tem a

responsabilidade para o efeito, mas colaborando no

planeamento, concepção e monitorização da formação em

causa.

• Rever o financiamento do Desporto Escolar, actualmente

dependente das verbas do Totobola e Totoloto. De referir que

em 1961, aquando da criação do Totobola o mesmo decreto

que o criou (DL 43777) estabelecia que 50% das verbas do

jogo se destinassem ao fomento da educação física e dos

desportos sendo que desses 50%, 55% revertiam para a

Direcção Geral de Educação Física, Desportos e Saúde Escolar

(entidade que à data tutelava o desporto escolar).

Com o aparecimento do Totoloto, o DL 84/85, de 28 de Março,

determina que 16% dos lucros deste jogo seriam consignados

ao fomento das actividades desportivas, deixando o Desporto

Escolar de receber qualquer verba do Totobola. Actualmente a

distribuição dos 16% das verbas do Totoloto que cabem ao

fomento do desporto é feita de seguinte maneira: 85% IDP,

10% Ministério da Educação, para apoio ao Desporto Escolar e

2,5% Instituto do Desporto da Madeira, 2,5% para o Fundo

Regional do Fomento do Desporto dos Açores. Ou seja passou-

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CONGRESSO DO DESPORTO Estoril, 17 e 18 de Fevereiro de 2006

_____________________________________________________________ CPCCRD 74 17-02-2006

se de uma situação de apoio na ordem dos 55% de 50% dos

lucros do Totobola, para uma outra realidade a de 10% de 16%

dos lucros do Totoloto. Para agravar a situação e com o

aparecimento do Euromilhões, os lucros do Totoloto diminuíram

e ao Euromilhões o desporto nada vai buscar.

• Lançamento de uma campanha nacional, solidária,

integrada e devidamente articulada entre todos os sectores da

sociedade, visando criar uma nova cultura de actividade física e

desportiva.

• Realização de um estudo nacional sobre interesses e

hábitos desportivos da população portuguesa (caracterização

desportiva nacional ao nível das práticas e interesses – oferta e

procura). Relevar toda a prática desportiva não federada, pela

sua importância e dimensão para uma correcta caracterização

da realidade nacional.

• Redefinir a política de equipamentos desportivos e de

implementação destes no território nacional, que privilegie o

alargamento da base social de prática desportiva.

• Ao nível do ensino superior, devem ser promovidas

políticas articuladas de promoção do desporto universitário.

• As práticas desportivas, enquanto promotoras de

competências e de desenvolvimento pessoal e social, devem ser

valorizadas na ECTS (sistemas de créditos de avaliação e

classificação dos cursos superiores) do Diploma do Curso

Superior, conforme é recomendado no processo de Bolonha e

que algumas universidades portuguesas já implementaram.

• No sector universitário, será fundamental premiar os

desempenhos institucionais (dos estabelecimentos de ensino

superior que enquadrem e apoiem estudantes atletas de alta

competição) e individuais (dos Atletas com resultado

académicos e desportivos de relevo). Esta medida poderá ser

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CONGRESSO DO DESPORTO Estoril, 17 e 18 de Fevereiro de 2006

_____________________________________________________________ CPCCRD 75 17-02-2006

integrada no âmbito do PAEI - Programa de Apoio a Estudantes

e Instituições.

• Devem ser criadas as condições que facilitem a

integração, académica, social e/ou laboral dos atletas pós-

carreira.

• Reforçar o Estatuto do Dirigente Associativo Voluntário,

conquista do MAP e da CPCCRD sua representante (através de

uma petição apresentada em Abril de 2003 na Assembleia da

República, subscrita por 6.107 assinaturas e apoiada em 117

moções correspondendo estas a 1.400 dirigentes associativos e

103.000 associados) e expresso na Lei 20/2004, de 5 de Junho.

Questões como benefícios em sede de IRS e contagem do

tempo de voluntariado para efeitos de reforma continuam a ser

pertinentes.

• Reconhecer verdadeiramente a função social do MAP

enquanto primeiro patamar de formação desportiva,

concretizando essa importância por exemplo com a definição

clara do estatuto de parceiro social conferido ao MAP, através

da lei 34/2003, de 22 de Agosto, mas até hoje sem se saber

em que termos e com que extensão ou representante;

• Promover o reconhecimento e a dignificação das funções

sociais do (pequeno) clube desportivo.

• Promoção e realização de Planos de Desenvolvimento

Desportivo, de âmbito regional, concelhio e/ou de freguesia,

que estabeleçam formas integradas de colaboração entre

Escolas Clubes Autarquias (triângulo estratégico de

cooperação), assumindo as autarquias funções de auxiliares de

desenvolvimento desportivo.

Esses planos devem contemplar regimes de interacção com o

sistema educativo no âmbito do desporto na escola e da política

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_____________________________________________________________ CPCCRD 76 17-02-2006

de utilização das respectivas instalações desportivas por parte

das comunidades e clubes.

• Promover uma articulação entre o sistema educativo e os

clubes, associações ou federações para uma utilização mais

conveniente do parque desportivo escolar.

• Promover uma política clara de incentivos e

contrapartidas destinadas aos clubes e colectividades que

trabalham e investem na formação desportiva dos mais jovens.

• Promover e realizar, de forma sistemática, acções de

Formação e Informação, como via mais adequada para uma

melhor capacitação dos Dirigentes e Técnicos Associativos.

Neste sentido, propõe-se a realização de um PROGRAMA

NACIONAL DE FORMAÇÃO PARA DIRIGENTES E TÉCNICOS

ASSOCIATIVOS, que integre para além dos agentes ligados ao

sistema desportivo federado, todos aqueles cuja intervenção é

essencial no subsistema não federado, de recreação e lazer.

Pensamos que a concretização destas “Propostas Necessárias”

constituirão um contributo determinante para atingirmos “mais e

melhor desporto para mais cidadãos”, o que significará aumentar

os índices de prática desportiva, formar na escola e desenvolver no

clube desportivo, no movimento associativo, garantindo igualdade de

acesso às actividades desportivas sem discriminações sociais, físicas

ou de sexo.

Para concluir, deve resultar das conclusões do Congresso do

Desporto, o reconhecimento inequívoco do trabalho desenvolvido pelo

MAP, para o desenvolvimento da prática desportiva, organizada ou

não-organizada, federada ou não federada. E também englobar nas

suas conclusões, de forma explícita, os subsistemas de Desporto Não

Federado e de Desporto de Lazer e Recreação.

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_____________________________________________________________ CPCCRD 77 17-02-2006

c) Os Equipamentos Desportivos e o Território

No que respeita a este tema aderimos no geral às conclusões da

Cimeira do Desporto Federado, promovida pela Confederação do

Desporto de Portugal, realçando no entanto alguns aspectos que

consideramos de essencial importância.

Para começar gostaríamos de dizer que não será possível encetar

uma discussão séria e produtiva sobre os equipamentos desportivos

em Portugal, sem à priori fazer um levantamento exaustivo dos

equipamentos existentes, bem como um diagnóstico das reais

necessidades da população do país.

Este levantamento deve envolver todas as estruturas promotoras de

desporto e todas aquelas que promovem a construção de

equipamentos desportivos, mas também ter em conta as

necessidades concretas de forma a se poder definir uma política de

investimento em infra-estruturas que corresponda ao que as

populações precisam e que garanta a construção de equipamentos de

utilização efectiva e maximizada.

Para se aferir das necessidades de construção, da tipologia do

equipamento e das suas características técnicas, este levantamento

deve contemplar ainda aspectos demográficos, sócio-económicos e

perspectivar níveis de utilização e rentabilização. Só assim será

possível fazer corresponder a oferta à procura, bem como garantir a

correcta e plena actualização dos equipamentos.

Entendemos, também, que se deve promover uma efectiva

articulação entre as diferentes entidades relacionadas com o

planeamento e construção de equipamentos desportivos. Só faz

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_____________________________________________________________ CPCCRD 78 17-02-2006

sentido falar-se de um Plano Nacional para construção de

equipamentos se o mesmo for articulado ao detalhe com as centenas

de planos regionais e locais. Também aqui os agentes desportivos

(clubes e suas estruturas representantes) devem ser ouvidos.

Por outro lado defendemos convictamente a utilização dos

equipamentos desportivos escolares para actividades físicas e

desportivas populares e federadas, colocando assim ao dispor da

população em geral e dos clubes em particular espaços adequados e

alguns com muita qualidade, que de outra forma apenas funcionam

durante o período escolar.

Proposta Necessárias

• Elaborar um levantamento nacional dos equipamentos existente

e em projecto, bem como das necessidades da população;

• Definir, com base nesse diagnóstico, uma politica de

investimentos que responda às necessidades e características

específicas de cada local - Plano Nacional para construção de

equipamentos;

• Articular o Plano Nacional para construção de equipamentos,

com os vários planos regionais e locais;

• Rentabilização de alguns equipamentos pouco ou nada

utilizados, através da prática desportiva livre e massificada.

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_____________________________________________________________ CPCCRD 79 17-02-2006

d) Desporto, Saúde e Segurança

1. Introdução

Neste tema a nossa intervenção tem, à partida, dois objectivos

fundamentais: continuar a desafiar o Movimento Associativo

Popular (MAP) a colocar-se ao serviço do País e constatar as

incongruências existentes entre diplomas legislativos e a

realidade.

Obviamente que decorrendo destes, outro se perfila:

apresentar algumas propostas, que a nosso ver, poderão

colaborar no desenvolvimento do desporto em Portugal.

Deste modo, iremos debruçar-nos sobre o desporto e a saúde,

abordando ainda que muito sumariamente, o estado da saúde

(diagnóstico), propondo uma forma de terapêutica, como

proposta de trabalho futuro e também o Decreto-Lei n.º

385/99, de 28 de Setembro: Obrigatoriedade da existência de

um responsável técnico; Contrato de Seguro e Exame Médico.

2. Definição de Desporto

O conceito actual de Desporto, assumido nomeadamente pelo

Conselho da Europa, encontra-se, e muito bem do nosso ponto

de vista, plasmado no nosso ordenamento jurídico: “Entende-

se por desporto qualquer forma de actividade física que,

através de uma participação livre e voluntária, organizada ou

não, tenha como objectivos a expressão ou a melhoria da

condição física e psíquica, o desenvolvimento das relações

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_____________________________________________________________ CPCCRD 80 17-02-2006

sociais ou a obtenção de resultados em competições de todos

os níveis.”28

Parece-nos definição adequada à situação existente, uma vez

que as sociedades desenvolvidas e/ou em vias de

desenvolvimento padecem de deficit de qualidade de vida e

bem-estar, tendo em conta os novos estilos de vida das

populações.

3. O diagnóstico

Desde logo a Organização Mundial de Saúde (OMS) baseada

em estudos relevantes, um pouco por todo o mundo, decidiu

considerar o ano de 2002 como o “Ano Internacional da

Actividade Física, da Saúde e do Bem-Estar, alertando, assim,

governos, dirigentes e cidadãos comuns para os malefícios do

sedentarismo reinante no que respeita à saúde pública das

nossas sociedades.

Seria desprovido de sentido enunciar que fosse, os diversos

estudos sobre a matéria, mas em jeito de exemplo apontamos:

- Os especialistas que estiveram connosco no Congresso da

Actividade Física, da Saúde e do Bem-Estar, realizado, em

Palmela, nos dias 3, 4 e 5 de Junho do ano transacto,

trouxeram-nos grandes ensinamentos. Permitam-nos que

destaque o Prof. Dr. José Silva Guedes eminente membro do

Agita São Paulo que nos transmitiu o seguinte:

28 Lei n.º 30/2004, de 21 de Julho – Lei de Bases do Desporto -, n.º 2 do artigo 2.º

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_____________________________________________________________ CPCCRD 81 17-02-2006

MORTE POR AVC

7%21%

22%

50%

ass. médica biológicoambiente estilo de vida

MORTE POR CANCRO

10%

26%

28%

36%

ass. médica ambientebiológico estilo de vida

MORTE POR CARDIOPATIA

9%12%

25%

GLOBALIDADE

10%20%

51%19%

ass. médica biológicoambiente estilo de vida

54%

ambiente ass. médicabiológico estilo de vida

Nas sessões do Congresso que estamos a preparar foram

apresentados trabalhos que ilustram este diagnóstico, o que

demonstra que a comunidade científica está de acordo que os

estilos de vida, nomeadamente o sedentarismo são prevalentes

nas doenças crónicas não transmissíveis.

Sem menosprezo por outras intervenções que terão sido

produzidas, salientamos, como breves apontamentos:

- Prof. Dr. Manuel Teixeira Veríssimo, Coimbra, 14 de Janeiro

corrente, diz-nos: “Há hoje evidência científica clara de que a

actividade física protege contra as doenças cardiovasculares”.

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_____________________________________________________________ CPCCRD 82 17-02-2006

- Dr. António Jorge Jara, Faro, 17 de Dezembro último,

salientou: “O sedentarismo e a obesidade na idade adulta,

explicam 1/3 das mortes prematuras e 60% das mortes

cardiovasculares”.

- Dr.ª Rita Santos Rocha, Rio Maior, 15 de Dezembro último:

Por outro lado, importa referir que os portugueses têm sido

avessos a estilos de vida saudáveis, desde logo no que

concerne à prática regular de actividade física-desportiva,

como se pode concluir de estudos relativamente recentes, pois

só cerca de 23%, do universo considerado: indivíduos dos 15

aos 74 anos, se afirmaram como praticantes desportivos29, o

que conduz a uma “arrepiante” cifra de sedentários, na ordem

dos 73%, dado recolhido de um estudo da Comissão Europeia,

publicado em Novembro de 2004 (Eurobarometer).

Por outro lado, os dados apresentados pelo IDP (Instituto do

Desporto de Portugal) e relativos ao final do ano de 2004

indicam um total de 401 748 atletas distribuídos por 69

modalidades / federações.

29 MARIVOET, Salomé, Hábitos Desportivos da População Portuguesa, Centro de Estudos e Formação Desportiva, Lisboa, 2001

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_____________________________________________________________ CPCCRD 83 17-02-2006

Se hoje temos em Portugal cerca de 2 milhões de pessoas

como praticantes, os atletas federados estão na ordem dos

20%, ou seja 3,88% da população portuguesa, conforme se

afirmou.

“Eis, pois, o problema: a grande maioria dos portugueses de

ambos os sexos e de qualquer idade, tem uma vida fortemente

marcada pelo sedentarismo. Como alterar esta situação e

conseguir em termos naturalmente progressivos, promover

entre eles uma substancial mudança de estilo de vida?”30

4. A terapêutica

Esta inquietante realidade torna imperioso e urgente a tomada

de medidas concertadas no sentido de se alterar este estado de

coisa, dado tratar-se de um autêntico problema de saúde

pública.

A comunidade científica tem alertado como já se viu, o que

levou os decisores políticos a encararem esta problemática com

suficiente interesse, como é exemplo recente: “Criar um

Programa Nacional de Desporto para Todos, resultante de

parcerias de organismos públicos e privados, incentivar o

voluntariado no desporto e dignificar o dirigente desportivo;”31

Este conteúdo programático vem, aliás, ao encontro do que

preconiza a CPCCRD quando no dia 31 de Maio de 2002, na

sessão solene comemorativa do 78.º Aniversário da então

Federação Portuguesa das Colectividades de Cultura e Recreio

(FPCCR), que teve como “pano de fundo” o projecto Jogos

30 Melo de Carvalho – Campanha Agita Portugal, pela sua saúde mexa-se, policopiado, Outubro 2003 31 Programa do XVII Governo Constitucional, 2005

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_____________________________________________________________ CPCCRD 84 17-02-2006

Tradicionais das Colectividades – 2002, o presidente da

direcção, Artur Martins, teve o ensejo de lançar a Campanha

Agita Portugal, pela sua saúde mexa-se, ainda em fase de

preparação, dando, assim resposta ao desafio da OMS.

No desenvolvimento do trabalho da sua preparação realizou-se,

solicitada pela FPCCR, uma reunião no IDP, no dia 19 de

Fevereiro de 2003, na qual se apresentou o Dossier “Projectos

2003”, com especial ênfase para a Campanha em apreço.

É nosso entendimento que: “Só um esforço conjunto,

integrando os diferentes sectores da vida social, pode permitir

pensar naquela transformação”32

Neste contexto, temos: Um passo para a mudança: A

Campanha Agita Portugal – pela sua saúde mexa-se

O que é?

É um projecto de acção a desenvolver por todo o País,

conjugando esforços das mais diversas entidades e pessoas

individuais, com a finalidade de dar um forte combate ao

sedentarismo através da prática regular e controlada de

actividades físico-desportivas.

Quais são os seus objectivos?

Tem dois objectivos fundamentais:

32 Melo de Carvalho – op.citada

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_____________________________________________________________ CPCCRD 85 17-02-2006

- promover a consciencialização da importância que uma vida

mais activa tem para a saúde de todos os indivíduos, seja qual

for o seu sexo, idade e situação social;

- criar condições para que por todo o País, se crie o maior

número possível de locais para a prática das actividades físico-

desportivas, especialmente promovendo a criação de secções

de marcha pr’á saúde e estruturas disseminadas pela

comunidade.

Parece-nos uma boa hipótese de terapêutica… não é fácil,

trata-se de alteração de mentalidades, pelo que levará algum

tempo a produzir alguns resultados. A persistência e o denodo

são peças imprescindíveis, mas, quem, como o MAP, está no

terreno há 200 anos…

5. Proposta de actuação

DESPORTO PARA TODOS

Dois projectos, duas linhas de acção

A Confederação Portuguesa das Colectividades de Cultura,

Recreio e Desporto (CPCCRD), entidade de direito privado, com

estatuto de pessoa colectiva de utilidade pública, enquanto

representante do Movimento Associativo Popular (MAP), iniciou

em 2002, Ano Internacional da Actividade Física, da Saúde e do

Bem-Estar, instituído pela OMS, os trabalhos para lançar a

Campanha Agita Portugal, pela sua saúde mexa-se.

Tem, assim, algum trabalho feito nesta área de intervenção,

pelo que se coloca à disposição do País, colaborando

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_____________________________________________________________ CPCCRD 86 17-02-2006

activamente para uma melhoria da qualidade de vida dos

portugueses.

Neste sentido preconiza dois projectos, a saber:

a) Campanha Agita Portugal, pela sua saúde mexa-se

b) Jogos Tradicionais

A CPCCRD não tem dúvidas quanto à resposta positiva que os

dirigentes associativos, por todo o País, irão dar a este

importante desafio, o que, aliás já está a acontecer, através da

sua atitude e trabalho voluntário e benévolo. É a

importantíssima e fundamental quota-parte que colocamos ao

serviço do País. No entanto, como é compreensível, a decisiva

e ajustada participação neste Programa Nacional deverá ser

acompanhada de incentivos adequados.

Entendemos estruturante o regular apoio técnico e

administrativo, que passa pela possibilidade de se contratar um

profissional da área da educação física e do respectivo apoio

administrativo. Ainda no que respeita ao funcionamento

importa equacionar despesas correntes imputadas a este

Programa.

CAMPANHA AGITA PORTUGAL,

PELA SUA SAÚDE MEXA-SE

- Introdução

No desenvolvimento do trabalho efectivo, que já vai para o seu

terceiro ano, importa fazer reflectir as principais linhas

expressas no MANIFESTO aprovado no Congresso da Actividade

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_____________________________________________________________ CPCCRD 87 17-02-2006

Física, da Saúde e do Bem-Estar, realizado nos dias 3, 4 e 5 de

Junho, em Palmela:

- “(…) desenvolverem acções concretas, dirigidas

especificamente para a criação de estruturas (secções de

marcha p’rá saúde) e eventos (…) que sensibilizem a

generalidade da população(…)”

- “(…)manifesta a intenção de solicitar à Administração Central,

aos Órgãos do Poder Local e às entidades privadas(…), por

forma a colocar em funcionamento o Fórum Agita, enquanto

suporte científico da Campanha e das acções a levar a efeito.

- Objectivo

Continuar e aprofundar o trabalho, dando combate ao

sedentarismo através da disseminação da actividade física

regular e controlada.

- Plano de Acção para 2006

Secções de Marcha P’rá Saúde

- Manter as já implementadas (l por distrito) e implementar

mais duas por cada distrito, num total de 54 Secções;

- Convencionar à partida a realização, através dessas secções,

de duas iniciativas anuais uma comemorativa do Dia Mundial da

Saúde, outra do Dia Mundial do Coração;

- Aumentar o apoio financeiro, técnico, logístico e de divulgação

a cada uma das secções;

- Total de Actividades: 108.

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_____________________________________________________________ CPCCRD 88 17-02-2006

Fórum Agita

- A sua criação está prevista desde o início, devendo ter uma

composição e representação se possível nacional, e com

personalidades ligadas ao associativismo, ao desporto e à saúde;

- Deve funcionar enquanto órgão de apoio científico e técnico

da Campanha, cabendo-lhe entre outras funções, reflectir

sobre os caminhos a seguir, as estratégias a aplicar e as acções

a levar a efeito no âmbito do Agita;

- Deve ter um funcionamento permanente e activo.

Pontos Altos da Campanha

- Para melhor divulgar e consolidar a Campanha Agita Portugal

propomo-nos dinamizar dois “pontos altos” no ano de 2006: Dia

Mundial da Saúde, iniciativa da própria CPCCRD e Dia Mundial do

Coração, promovido pela Fundação Portuguesa de Cardiologia, a

exemplo da nossa colaboração em 2005.

- Estes dois “pontos altos” são suportados pela estrutura já no

terreno (secções de marcha p’rá saúde), mas pretende-se alargar

a muito mais associações, por forma a fazer rolar “a bola de

neve”.

Comunicação e Imagem

- É fundamental, ao final de dois anos, lançar um folheto sobre

a Campanha, englobando uma explicação da mesma e seus

objectivos, bem como o Plano de Actividades para 2006;

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_____________________________________________________________ CPCCRD 89 17-02-2006

- É igualmente importante continuar a apostar nas "T-shirts

Agita", imagem de marca da Campanha.

Jogos Tradicionais

a) Introdução

Os Jogos Tradicionais abarcam uma panóplia de vertentes: “uma

forma de cultura; uma manifestação social; uma variante história e

das condições de vida; uma forma de ocupação dos tempos livres,

do lazer, são recreação”33

O Conselho Internacional das Ciências do Desporto e Educação

Física, da Associação Internacional do Desporto para Todos –

TAFISA (Trim & Fitness Internacional Sport fot AU Association), vai

mais longe quando nos diz:

“A combinação das vertentes culturais e de actividade física

deverão ser entendidas como a "trama social" que une os membros

de um grupo ou sociedade.”

"Preservação

O levantamento e registo dos Jogos e Desportos Tradicionais no

inventário global da herança cultural, significa igualmente que são

necessários recursos financeiros para a pesquisa, análise, registo

documental e divulgação.”

"Desporto para Todos

Os Jogos e Desportos Tradicionais apresentam um grande

potencial para o desenvolvimento das políticas de Desporto para

Todos,(...) A selecção, divulgação e propagação dos Jogos 33 CORREIA, Carlos, Jogos Populares do Concelho de Sesimbra, Câmara Municipal de Sesimbra, Out/88, p.5-6

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_____________________________________________________________ CPCCRD 90 17-02-2006

Tradicionais como Desporto para Todos deve assentar em critérios

bem definidos.

As actividades que promovam a saúde deverão ser as prioritárias,

logo seguidas pelas que exijam baixos níveis de apelo às

competências motoras e aquelas que não exijam grandes recursos

ou equipamentos."

"Sete Directivas Estratégicas para a promoção dos Jogos e

Desportos Tradicionais

I - A estratégia da identificação

... procurar identificar actividades básicas no seio das comunidades

e os Jogos e Desportos Tradicionais são uma dessas actividades,

possíveis de ser expandidas. ...

II - A estratégia de associação

Associar ...a outros eventos de maiores proporções de modo a que

as populações se possam integrar... festas locais ou regionais,

acampamentos, pic-nics, feiras ou outros...

III - A estratégia da cooperação

IV - A estratégia da educação

... mudança do comportamento de modo a unir a actividade física,

a saúde, a cidadania, a cultura local e a melhoria das condições de

vida. Os JDT têm aqui um papel de relevo...

V - A estratégia do patrocinador

As empresas, as fundações e as organizações governamentais e

não governamentais devem patrocinar o desenvolvimento dos

JDT... que proporcionam o desenvolvimento social e económico.

VI - A estratégia da compreensão global e da expressão local

VII - A estratégia da acessibilidade

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CONGRESSO DO DESPORTO Estoril, 17 e 18 de Fevereiro de 2006

_____________________________________________________________ CPCCRD 91 17-02-2006

... deverá ser objecto de um cuidadoso planeamento de modo

afazer a sua... aplicação aos vários níveis.."34

Por outro lado, importa dar nota da necessidade e oportunidade

imperiosa de se avançar, sem mais delongas com o trabalho

nesta área, para tanto socorremo-nos de um mestre, António

Cabral:

“Em tempo de globalizações a cultura que identifica as

comunidades está de facto ameaçada. Que futura para ela? Que

remédios? (…) O futuro depende de todos nós e é da nossa

vontade inteligente que o remédio há-de sair.35

Estas últimas duas tomadas de posição surgiram aquando da

realização dos Jogos Tradicionais das Colectividades – 2002.

Programa no âmbito das comemorações do 78.º Aniversário da

FPCCR, realizado nos dias 31 de Maio e 1 e 2 de Junho de 2002.

Nesta conformidade, parece-nos mais que justificado este

Subprograma no âmbito do Programa Nacional do Desporto Para

Todos.

b) Objectivos

- Revitalizar os Jogos Tradicionais (JT) e (Re)colocá-los na

Agenda Cultural, Educativa, Desportiva e Associativa (em

termos nacionais, regionais e locais);

- Mudança no paradigma cultural;

34 NETO, Luís, tradução policopiada da “Declaração sobre Jogos Tradicionais redigida em Outubro de

2001, na cidade do Cabo, África do Sul, no âmbito do Conselho…, 1 de Junho de 2002 35 CABRAL, António, “O Jogo Popular: que futuro?”, In ELOassociativo, n.º 25 – MAI-JUN2002, p.9

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CONGRESSO DO DESPORTO Estoril, 17 e 18 de Fevereiro de 2006

_____________________________________________________________ CPCCRD 92 17-02-2006

- Contribuir para aglutinar tudo quanto existe sobre JT, que se

encontra disperso, sem qualquer política integradora.

c) Criação de Grupo de Trabalho

Está em constituição um grupo de trabalho com os seguintes

objectivos:

- Revitalização/dinamização dos JT;

- Levantamento, registo e sistematização do património

existente;

- Propor uma definição para o seu enquadramento;

- Preparar um plano de acção

d) Plano de Acção

Ainda sem uma aprovação formal e portanto sujeito a algumas

rectificações e melhor fundamentação, podemos, desde já,

esboçar algumas as seguintes acções:

- Levantamento exaustivo e registo de tudo o que existe: os

jogos e a sua prática, organização, estudos, reflexão sobre os

Jogos;

- Registo de todas as iniciativas levadas a efeito, por todo o

País;

- Disponibilizar no Portal um campo dedicado aos JT;

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CONGRESSO DO DESPORTO Estoril, 17 e 18 de Fevereiro de 2006

_____________________________________________________________ CPCCRD 93 17-02-2006

- Organização anual do Campeonato Nacional da Malha;

- O programa deste Campeonato deve incluir uma Mostra do

Jogo da Malha de modo a preservar os modos diferentes da sua

prática.

6. Exame Médico e Segurança

Quanto ao segundo objectivo proposto, tem a ver

especialmente com o Decreto-Lei n.º 385/99, de 28 de

Setembro, que estabelece: a obrigatoriedade da existência de

um responsável técnico; contrato de seguro e exame médico.

Regime da responsabilidade técnica pelas instalações

desportivas abertas ao público

Apetece-nos parafrasear o Dr. José Manuel Meirim, quando nos

diz: “Determina a lei que nas instalações abertas ao público

haja um responsável técnico, com as necessárias habilitações

requeridas pelas diferentes tipologias? É necessário elaborar

um regulamento? Desde 1999?

Não se consegue? Apague-se!”36

Também sobre legislação desportiva o Dr. José Ramos em sub-

título se expressava: “Leis Dispersas, Incongruentes e

Inconsequentes” (Porto, 13 de Janeiro corrente).

De facto a doutrina vertida no Decreto-Lei em apreço poderá

ser muito pertinente. No entanto, em nosso entender, vem

totalmente ao arrepio da assumida intenção da democratização 36 MEIRIM, José Manuel, “A utilidade da borracha no sistema desportivo nacional”, Lisboa, 10JAN2006 – www.congressododesporto.gov.pt

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CONGRESSO DO DESPORTO Estoril, 17 e 18 de Fevereiro de 2006

_____________________________________________________________ CPCCRD 94 17-02-2006

e massificação da prática físico-desportiva em Portugal,

propondo-se a implantação do Programa Nacional de Desporto

Para Todos.

Porquê?

A resposta é fácil.

Todos conhecemos as dificuldades por que passam os clubes,

colectividades e outras associações, pelo que não será, na

generalidade dos casos, possível que arquem com as despesas

inerentes ao responsável técnico.

Sobre esta matéria o Dr. João Paulo Empadinhas colocou

pertinentes questões, de que se destacam:

“Rede de equipamentos informais – um polidesportivo? Um

pátio desportivo? Um circuito de manutenção? Como ficam?

Custos – um exemplo autárquico – aproximadamente 1.500€

mês cada técnico – Piscina: 16 horas de abertura ao público –

2 a 3 técnicos licenciados.

Um clube? Com que recursos?”37

:

Propostas Necessárias

• Elaboração de um levantamento das instalações

desportivas abertas ao público, propriedade de clubes e

colectividades, de forma a se conhecer esta realidade e

as necessidade se técnicos qualificados;

37 EMPADINHAS, João Paulo – Sessão em Leiria, 16 de Dezembro de 2005 - www.congressododesporto.gov.pt

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CONGRESSO DO DESPORTO Estoril, 17 e 18 de Fevereiro de 2006

_____________________________________________________________ CPCCRD 95 17-02-2006

• Destacamento, para estas instalações, de professores de

educação física, a custo zero para os respectivos

proprietários;

• Definição por parte do Governo das condições de

destacamento e colocação desses técnicos;

Exame Médico

O exame médico para qualquer tipo de prática físico-desportiva

é necessário. No entanto conhecemos as dificuldades e

obstáculos que se colocam à sua obtenção para muitos

potenciais praticantes.

No que respeita à actividade não competitiva parece-nos

que o exame médico deverá ser realizado pelo “médico de

família” / Centro de Saúde – SNS, dado tratar-se como já ficou

bem expresso de uma questão de saúde pública.

Mas será que haverá capacidade para resposta atempada?

Não vem ao caso enunciar alguns estudos sobre os gastos do

erário público com as doenças associadas aos estilos de vida.

De qualquer modo, duas pequenas notas:

- Prof. Dr. Carlos Fontes Ribeiro, Coimbra, 14 de Janeiro

corrente: “Do mercado de medicamentos (3.000.000.000€)

quanto poderia ser a poupança se houvesse maior investimento

na actividade física / exercício / desporto? E o rendimento

profissional, familiar e social?

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_____________________________________________________________ CPCCRD 96 17-02-2006

- “Actividade Física é o instrumento mais barato de saúde

pública – por cada euro investido em programas de promoção

da Actividade Física, verifica-se uma redução de 4,9 € nos

custos com o absentismo e de 3,4 € com os cuidados de

saúde.”38

Parece-nos facilmente recomendável investir neste particular,

motivando os utentes do SNS à prática da actividade física

regular e controlada.

Proposta necessária

Que a Direcção-Geral de Saúde tome as medidas que entender

mais aconselháveis por forma a dotar os Centros de Saúde de

meios a uma adequada resposta às solicitações de exames

médicos para a prática desportiva.

38 MEXA-SE / IDP – 3 Razões para Investir na Actividade Física

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CONGRESSO DO DESPORTO Estoril, 17 e 18 de Fevereiro de 2006

_____________________________________________________________ CPCCRD 97 17-02-2006

d) Reforma do Sistema Desportivo

Começamos por dizer que para haver uma reforma é necessário

admitir que já existe um sistema… tal afirmação não é para nós

pacífica.

Não que defendamos que não exista um enquadramento formal,

legal e até funcional do desporto, o que para nós não é claro é

que exista um sistema na verdadeira acepção da palavra. Para

existir sistema era necessário que existisse um fio condutor único

que enquadrasse todas as realidades desportivas, os chamados

subsistemas. Teria de existir uma política coerente e única, com

objectivos bem definidos. Mais, teríamos de ter um normativo

verdadeiramente enquadrador, harmonioso e claro, sistemático.

Sistema implica método, processo e o que se apresenta hoje não

é mais do que um conjunto de leis avulsas, algumas

desadequadas e ultrapassadas.

Deixando, no entanto, de parte esta questão filosófica e doutrinal,

importa agora concretizar alguns aspectos práticos que expressam

claramente a nossa posição sobre a necessária e urgente reforma

do sistema desportivo.

Em primeiro lugar gostaríamos de referir que adoptamos como

boa a definição de desporto plasmada na Lei de Bases (Lei 30/2004,

de 21 de Julho), tendo em conta por um lado o facto de ela

corresponder a uma tendência internacional, expressa por

exemplo na Carta Europeia do Desporto e por outro o facto de ser

uma definição capaz de abarcar todas as realidades desportivas e

todas as componentes do desporto.

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_____________________________________________________________ CPCCRD 98 17-02-2006

Seguidamente e ainda no que respeita à Lei de Bases do Desporto

gostaríamos de referir que concordamos com a maioria dos

princípios que a regem (artigos 3º a 13º, Lei 30/2004), preocupando-

nos sobretudo a sua forma de concretização. No entanto não

podemos deixar de nos referir especialmente aos princípios da

autonomia, da participação e da intervenção pública,

concretamente no que respeita à fundamental articulação entre os

mesmos.

Queremos com isto dizer que os clubes devem primar pela sua

autonomia e independência face a qualquer poder, mas sem

nunca perder de vista um outro conceito que é o da parceria.

Defendemos um movimento associativo activo e cooperante, mas

não subserviente, participativo, mas nunca condescendente.

Entendemos que como parceiros de corpo inteiro devemos ser

chamados a opinar sobre tudo o que nos diz respeito e que devem

ser “descentralizadas” competências e responsabilidades para os

clubes e suas estruturas representativas. Agora esta

“descentralização” não pode de forma nenhuma significar

desresponsabilização do Estado. É aqui que entra a fundamental

articulação entre os três princípios acima referidos. O movimento

associativo independente e participativo deve partilhar

responsabilidades com o Estado, mas não como actualmente

definido na Lei de Bases. Não podemos concordar como uma

intervenção pública “complementar e subsidiária”. Mais à frente

daremos nota de uma proposta clara e concreta de divisão de

responsabilidades.

Por outro lado gostaríamos de ver debatida, neste tema, a

questão da intitulada “organização não federada do desporto”

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CONGRESSO DO DESPORTO Estoril, 17 e 18 de Fevereiro de 2006

_____________________________________________________________ CPCCRD 99 17-02-2006

(artigo 28º e seguintes da Lei 30/2004), uma vez que tal expressão

corresponde em

nosso entender ao chamado Desporto para Todos, realidade que

nos diz directamente respeito, já que representamos os clubes,

colectividades e outras associações que se dedicam a esta prática.

Entendemos que nesta subsecção deveria existir uma referência

directa à Confederação Portuguesa das Colectividades de Cultura

Recreio e Desporto (CPCCRD) até porque aí se tratam de

realidades como as associações promotoras do desporto e os

clubes de praticantes, sem se ter em conta uma instituição com

81 anos de existência que se têm vindo a dedicar a esta questão

do Desporto Saúde ou Desporto Recreação/Lazer e que tem

inclusivamente uma campanha de promoção da actividade física

em marcha, o Agita Portugal Pela Sua Saúde Mexa-se.

De seguida e tendo em conta a natureza específica da CPCCRD

(bem diferente das federações desportivas - a sua maioria com

utilidade pública desportiva), afirmamos como essencial a

definição clara do conceito de federações multidesportivas,

entendendo que o facto destas se dedicarem a mais que uma

modalidade/actividade desportiva lhes confere, naturalmente, um

cunho diferenciado, que deve ser esclarecido e articulado por

exemplo com o dispositivo legal referente à utilidade pública

desportiva. Não fará sentido que as federações multidesportivas

tenham de preencher os mesmos requisitos que as de uma só

modalidade, mas também não faz qualquer sentido estarem

afastadas da hipótese de obter o estatuto já referido, até porque o

mesmo corresponde a uma forma de financiamento regular.

Pensamos que se torna necessário definir igualmente um esquema

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_____________________________________________________________ CPCCRD 100 17-02-2006

de financiamento regular para as federações que se dedicam a

mais que uma modalidade/actividade desportiva.

Reputamos igualmente de muito importante a revisão da

composição, funcionamento e atribuições do Conselho Superior do

Desporto, tornando-se por um lado um verdadeiro órgão de

consulta e acompanhamento das questões de fundo do desporto e

por outro garantindo-se uma composição que traduza todas as

realidades desportivas ou se preferimos todos o subsistemas

existentes em Portugal e consagrados na Lei. Este Conselho tem

de assumir um papel efectivo e decisivo, primeiro na reforma do

sistema e depois no próprio sistema.

Finalmente chamando a atenção para a urgência de munir os

agentes desportivos de conhecimentos, técnicas e meios para

melhor desenvolverem o seu trabalho associativo/desportivo.

Neste aspecto particular defendemos uma melhor qualificação

daqueles que interagem e tem papel decisivo na formação

desportiva de crianças e jovens. Temos consciência que existem

clubes onde os treinadores não estão devidamente qualificados

para exercerem tais funções, mas também conhecemos as

grandes dificuldades financeiras que impedem os clubes de

contratarem técnicos qualificados ou promoverem a sua

qualificação. O que propomos é uma espécie de Diploma de

Competências Básicas que forneça aos ditos “treinadores” a

necessária qualificação técnica e comportamental para formar

jovens atletas. Trata-se de uma programa nacional de formação

inicial para técnicos.

Antes de terminarmos, acrescentamos que, para além do acima

exposto, esta reforma do sistema desportivo não será possível

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_____________________________________________________________ CPCCRD 101 17-02-2006

sem que se faça um levantamento de toda a legislação desportiva

ou conexa existente, se reveja e actualize alguma e que depois se

articulem todos os dispositivos legais de forma a termos,

efectivamente, um enquadramento jurídico sistemático e não

apenas um conjunto de normas avulsas.

Propostas Necessárias:

• Garantir a participação do movimento associativo e das

suas estruturas na definição das políticas desportivas a

aplicar, bem como da legislação a elaborar;

• Manter a definição internacional de desporto

actualmente plasmada na Lei de Bases do Desporto;

• Implementar parcerias público/privadas, definindo

especificamente as atribuições e competências dos

parceiros, sem que tal implique desresponsabilização do

Estado ou dependência do movimento associativo;

• Incluir a Confederação Portuguesa das Colectividades de

Cultura Recreio e Desporto na dinâmica e enquadramento

da “organização não federada do desporto”;

• Definir o enquadramento das federações

multidesportivas e sua articulação com o estatuto de

utilidade pública desportiva ou outra forma de apoio

regular a estas;

• Reformular as competências e composição do Conselho

Superior do Desporto, tornando-o verdadeiramente

operativo e representativo de todos os subsistemas

desportivos;

• Promover a qualificação dos agentes desportivos,

especialmente daqueles que lidam com crianças e jovens;

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CONGRESSO DO DESPORTO Estoril, 17 e 18 de Fevereiro de 2006

_____________________________________________________________ CPCCRD 102 17-02-2006

• Articular, rever e adequar toda a legislação desportiva

existente, bem como a conexa, de forma a atingir um

enquadramento jurídico sistemático para o desporto.

Terminamos parafraseando um dos oradores da Sessão de

Abertura do Congresso: “(…) temos mais é que arregaçar

as mangas, TODOS, enchermo-nos de brio, ganharmos

coragem, e ver se, com a quota-parte de potencial de cada

Instituição, pública ou privada, ajudamos a mudar o rumo dos

acontecimentos…para melhor.”

Nós, dirigentes associativos voluntários e benévolos,

estamos disponíveis e prontos!

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CONGRESSO DO DESPORTO Estoril, 17 e 18 de Fevereiro de 2006

_____________________________________________________________ CPCCRD 103 17-02-2006

8. Linhas Orientadoras para o Desporto de Recreação

/ Lazer, com vista a um Programa Nacional de

Desporto Para Todos

O actual Governo balizou, com alguma clareza, através do seu

Programa e Grandes Opções do Plano 2005 – 2009, o que pretende

para o Desporto em Portugal, tendo em conta os preceitos

constitucionais como se pode verificar através da transcrição, de

parte, dos textos referenciados:

CAPÍTULO III39

Direitos e deveres culturais Artigo 79.º (Cultura física e desporto) 1. Todos têm direito à cultura física e ao desporto. 2. Incumbe ao Estado, em colaboração com as escolas e as associações e colectividades desportivas, promover, estimular, orientar e apoiar a prática e a difusão da cultura física e do desporto, bem como prevenir a violência no desporto.

CAPÍTULO III40

QUALIDADE DE VIDA E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

IV. MAIS E MELHOR DESPORTO

1. Uma visão de serviço público do desporto

A lei constitucional portuguesa reconhece o direito de todos à cultura

física e ao desporto e impõe ao Estado, por si e em parceria, a

obrigação de promover, estimular, orientar e apoiar a actividade

desportiva.

É uma noção de serviço público do desporto que deve ser acolhida

na definição dos valores centrais da política desportiva em Portugal e

nesta, como noutras áreas de actividade, em

39 Constituição da República Portuguesa 40 Programa do XVII Governo Constitucional

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_____________________________________________________________ CPCCRD 104 17-02-2006

cooperação com os cidadãos e a sociedade, ou seja, com todos os

agentes desportivos.

O fomento da actividade desportiva infanto-juvenil, o reforço

da sustentabilidade organizativa e financeira do movimento

associativo, a luta contra as práticas irregulares na

competição, a protecção da saúde dos praticantes, a luta

contra a dopagem, a garantia de transparência e verdade na

gestão desportiva são alguns dos eixos prioritários a desenvolver,

no respeito pelos valores próprios da prática desportiva na sociedade

livre e democrática em que vivemos.

Mais e melhor desporto para mais cidadãos significará aumentar

os índices de prática desportiva, formar na escola e desenvolver no

movimento associativo, garantindo igualdade de acesso às

actividades desportivas sem discriminações sociais, físicas ou de

sexo.

A dimensão moderna do desporto, o seu enquadramento sócio-

económico e as exigências crescentes do seu financiamento obrigam

a uma reafirmação permanente dos valores da ética, da equidade e

da solidariedade, assumidos pelo Estado e seus parceiros.

A Lei de Bases do Desporto, recentemente aprovada, não serve estes

objectivos nem contribui para a resolução dos problemas do desporto

português. Ignorou a realidade, marginalizou o movimento

associativo e esqueceu a crescente importância das autarquias locais

no desenvolvimento desportivo nacional. Ora, é justamente na

coexistência, parceria e colaboração entre o Estado e o movimento

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CONGRESSO DO DESPORTO Estoril, 17 e 18 de Fevereiro de 2006

_____________________________________________________________ CPCCRD 105 17-02-2006

associativo que assenta a realidade do desporto em Portugal, de que

as escolas e os clubes devem ser a base.

2. Generalizar a prática desportiva em segurança

(…)

Criar um Programa Nacional de Desporto para Todos,

resultante de parcerias de organismos públicos e privados, incentivar

o voluntariado no desporto e dignificar o dirigente desportivo;

(…)

3. Modernizar e melhorar a qualidade do desporto

(…)

Valorizar o estatuto e promover uma formação de qualidade dos

agentes desportivos, quer ao nível das competências técnicas e

científicas quer das competências de gestão das próprias

organizações desportivas;

Rever o Estatuto do Mecenato Desportivo, os regimes fiscais, de

segurança social e de seguro desportivo dos praticantes.

3ª OPÇÃO — MELHORAR A QUALIDADE DE VIDA E REFORÇAR A COESÃO

TERRITORIAL NUM QUADRO SUSTENTÁVEL DE DESENVOLVIMENTO41

QUALIDADE DE VIDA E MELHOR DEFESA DO CONSUMIDOR

1. Desporto e qualidade de vida

(…)prosseguir no período 2005-2009:

Neste contexto são identificados os seguintes objectivos:

• generalizar a prática desportiva à população portuguesa, no

contexto de uma visão de Serviço Público, de molde a retirar Portugal

do último lugar do “Índice da prática desportiva dos países da União

Europeia” até 2009;

41 Lei n.º 52/2005, de 31 de Agosto – Grandes Opções do Plano 2005-2009

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CONGRESSO DO DESPORTO Estoril, 17 e 18 de Fevereiro de 2006

_____________________________________________________________ CPCCRD 106 17-02-2006

• modernizar e melhorar a qualidade do desporto português, tendo

por finalidade o aumento da qualidade de vida e o contributo para a

melhoria da Saúde Pública, articulando o Desporto com as políticas

de turismo, de ambiente e desenvolvimento autárquico; reforçando o

contributo da comunidade educativa e escolar na política desportiva;

• reforçar a dimensão internacional do desporto português, através

de:

• obter e realizar a organização de grandes eventos desportivos em

Portugal;

• implementar projectos de cooperação com os países da CPLP e com

os países da União Europeia;

• garantir o apoio ao desporto de alto rendimento e às selecções

nacionais.

• aperfeiçoar o modelo de financiamento e as formas de apoio do

Estado ao Movimento Associativo, através de:

• sustentabilidade do apoio e do financiamento ao sistema desportivo

português;

• apoio ao Movimento Associativo Desportivo, abrangendo os

diferentes factores do Desenvolvimento do Desporto.

Este quadro programático e legislativo é, em nossa opinião, um

autêntico repto ao Governo e à Sociedade Civil organizada, no caso

ao Movimento Associativo, no sentido de uma reforma adequada

ao estádio em que se encontra a prática desportiva em

Portugal.

Por outro lado, constatamos que este movimento associativo

configura e faz parte integrante da designada “economia social”,

como se torna claro na transcrição que se segue: “...esclarece que as

associações e as fundações estão frequentemente associadas aos

serviços de bem-estar, desporto, lazer e cultura, etc., apresentando

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CONGRESSO DO DESPORTO Estoril, 17 e 18 de Fevereiro de 2006

_____________________________________________________________ CPCCRD 107 17-02-2006

as seguintes características: adesão voluntária, direito de voto

assente no princípio da igualdade, resoluções adoptadas por maioria,

cotização e não contribuição para o capital, autonomia e

independência, prestação de serviços, trabalho de voluntariado,

desporto (...)”42

A mesma publicação faz eco da reunião da troika dos ministros da

Indústria, do Emprego e das Comunicações (VII Conferência Europeia

sobre Economia Social), na qual os ministros recordaram a

declaração anexa às conclusões da Presidência do Conselho de Nice:

“sublinharam a responsabilidade social assumida pelos movimentos

desportivos e a sua dependência face ao empenhamento de um

grande número de voluntários. Esta dimensão da economia social é

preciosa para a sociedade, num momento em que a dimensão

comercial é cada vez mais forte. (...) a importância e o papel social

dos movimentos desportivos que intervêm ao nível local, devem ser

reconhecidos e promovidos, sem esquecer o seu papel junto das

crianças, dos jovens e das pessoas com deficiência.”43

42 Confederação do Desporto de Portugal, “O Voluntariado no Desporto e a Economia Social”, Lisboa, Novembro de 2001, p. 25 43 CDP, op.cit., p. 26

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CONGRESSO DO DESPORTO Estoril, 17 e 18 de Fevereiro de 2006

_____________________________________________________________ CPCCRD 108 17-02-2006

A CPCCRD, como entidade de direito privado e sem fins lucrativos, se

bem que entenda poderem ser consideradas outras linhas de

actuação e não pretendendo assenhorear-se, em exclusivo, do

subsistema do Desporto de Recreação, deixa para reflexão o

contributo que designa por “Linhas Orientadoras para o Desporto

de Recreação / Lazer, com vista a um Programa de Desporto

Para Todos”:

1.ª - O Desporto na Agenda Política

Com tão ambicioso objectivo, conforme Grandes Opções do

Plano: “generalizar a prática desportiva à população

portuguesa, no contexto de uma visão de Serviço Público, de

molde a retirar Portugal do último lugar do “Índice da prática

desportiva dos países da União Europeia” até 2009”,

propomos que a agenda política tenha como

preocupação sistemática a prática desportiva, uma vez

que a mesma encerra uma importância vital para a sociedade,

de que se destacam, dentre outras, cinco funções: educativa,

saúde pública, social, cultural e lúdica, a que podemos

acrescentar outras áreas como o ordenamento do território, ou

o trabalho e segurança social, ou o turismo.

Mais propomos que o MAP seja interlocutor privilegiado

para a definição da política desportiva a adoptar e da

estratégia para a sua concretização.

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2.ª - Levantamento e Caracterização da Prática Desportiva

“Realização de um estudo nacional sobre interesses e hábitos

desportivos da população portuguesa. Realizar uma

caracterização desportiva nacional ao nível das áreas

desportivas (instalações e actividades), recursos humanos,

financeiros, etc.”44

Alguns itens a considerar: Associativismo, Instalações,

Dirigentes, Técnicos, Praticantes, Financiamento, Estilos de

Vida, Hábitos de Lazer.

Sem a análise da situação desportiva é muito difícil traçar uma

política adequada ao estádio actual do desenvolvimento do

Desporto, pelo que propomos a constituição de um grupo

de estudos para esse fim, de forma a apresentar resultados

em tempo útil.

3.ª - Democratização da prática desportiva

No actual contexto sócio-económico torna-se cada vez mais

premente disponibilizar às populações condições de livre acesso

à prática desportiva, garantindo-se assim o cumprimento do

estipulado na Constituição da República Portuguesa: “(…)

garantindo igualdade de acesso à prática desportiva sem

discriminações sociais, físicas ou de sexo”, tendo, portanto, em

44 Cimeira do Desporto – Reunião do Grupo Políticas Educativas e Sociais do Desporto, Lisboa, 28 de Janeiro de 2006

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_____________________________________________________________ CPCCRD 110 17-02-2006

conta toda a população portuguesa, nomeadamente os cerca

de dois milhões que se encontram no limiar da pobreza,

constituindo-se, assim, como um importante factor de inclusão

social.

Esta democratização da prática desportiva só será possível se o

MAP for entendido como parceiro que, mediante o devido

enquadramento e apoio estatal está em condições de pôr em

prática a pretendida democratização.

4.ª - Transmissão de Valores

A prática desportiva como uma actividade portadora e

transmissora de valores: o respeito pelo outro, a paz, a

lealdade, a verdade, o cumprimento das regras, a

disciplina, ou a solidariedade.

Aliás neste sentido apontou a ONU ao proclamar o ano de 2005

como o Ano Internacional do Desporto e da Educação Física.

5.ª - Concretizar a integração do Desporto de Recreação / Lazer no Sistema Desportivo

Os normativos legais em vigor referem o Desporto de

Recreação, sem contudo se vislumbrarem medidas de

motivação e incentivo à sua prossecução e organização.

Perante os documentos programáticos do Governo, não faz

mais sentido que as atenções públicas e privadas sejam

canalizadas, quase em exclusivo, para o desporto competitivo.

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_____________________________________________________________ CPCCRD 111 17-02-2006

Propomos que sejam tomadas medidas concretas conducentes

à representação, responsabilidade e financiamento do

Desporto de Recreação / Lazer.

Para a concretização deste objectivo será necessário, desde

logo, reformular as competências, funcionamento e composição

do Conselho Superior do Desporto, bem como as formas de

apoio às federações multidesportivas, em articulação com o

próprio regime do estatuto de utilidade pública desportiva. Não

faz sentido que se queira desenvolver e massificar o Desporto

Para Todos e não se definam regras e formas de apoio regular

a este subsistema desportivo e às entidades que o

representam, promovem e desenvolvem.

6.ª - Parceria Governo / Movimento Associativo

“Incumbe ao Estado, em colaboração com as escolas e as

associações e colectividades desportivas, promover, estimular,

orientar e apoiar a prática e a difusão da cultura física e do

desporto, bem como prevenir a violência no desporto.”

O Movimento Associativo é gerido fundamentalmente por

dirigentes e outros activistas associativos voluntários e

benévolos.

Esse trabalho é a quota-parte que os mesmos incorporam na

parceria a estabelecer.

Qual o valor?

Cerca de 225 milhões de Euros.

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Como?

10.000 clubes*10 voluntários (dirigentes + colaboradores)*10

horas/semana*45 semanas/ano*5€/hora.

A parceria a estabelecer deve considerar alguns princípios:

• autonomia / independência;

• participação cívica;

• contratualização (plurianual):

• financiamento; fiscalidade; sustentabilidade;

• desburocratização;

• formação de profissionais e voluntários.

Pelo exposto somos da opinião que esta parceria deve assentar

numa relação de confiança e frontalidade, na qual ao Estado

competem questões fundamentais de enquadramento, por

exemplo em termos de apoio, formação, segurança e saúde e

ao MAP matérias respeitantes à concretização, no terreno, do

“Plano Desportivo Nacional”.

São os clubes e outras associações que melhor conhecem a

realidade, são eles que de forma mais eficaz e económica,

podem tornar real este desafio que é a massificação da prática

desportiva. O trabalho voluntário torna-se aqui fundamental.

Nenhum Orçamento de Estado poderia suportar a mais-valia

económica que o voluntariado representa. Neste sentido há que

estimular, enquadrar, qualificar e dar atenção a esta realidade.

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_____________________________________________________________ CPCCRD 113 17-02-2006

7.ª - Estatuto de Parceiro Social

Ao Movimento Associativo Popular foi concedido o “estatuto

de parceiro social”45. No entanto, os Governos, entretanto

empossados, não cumpriram, até hoje, com o estipulado no n.º

2 do artigo 2.º: “O Governo definirá, no prazo de 120 dias após

a entrada em vigor da presente lei, a representação e extensão

à aplicação do estatuto de parceiro social.”

Parece-nos oportuno que o Governo cumpra com o estipulado

na lei da República, definindo quem representa o MAP, em que

termos e com que extensão.

À luz da realidade da prática desportiva em Portugal é óbvio

que a CPCCRD poderá ter um papel decisivo nesta matéria.

8.ª - Cumprir o desígnio nacional

Assumido nas Grandes Opções do Plano: “(…) retirar Portugal

do último lugar do “Índice da prática Desportiva dos países da

União Europeia” até 2009”.

A Cimeira do Desporto concluiu: “(…) onde a prioridade seja o

alargamento da base de praticantes (…)”

De facto os últimos dados são extremamente alarmantes,

dadas as implicações de saúde pública que tal situação

acarreta. Portugal tem 73% de sedentários, sendo que o país

mais perto é a Bulgária com 66%, enquanto a média da Europa

a 25 é de 45%.

45 Lei n.º 34/2003, de 22 de Agosto – n.º 2 do artigo 2.º

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_____________________________________________________________ CPCCRD 114 17-02-2006

A Cimeira, a temos vindo a aludir, pronunciou-se também como

segue: “ Lançamento de uma campanha nacional, solidária,

integrada e devidamente articulada entre todos os sectores da

sociedade, visando criar uma nova cultura de actividade física e

desportiva”.

A CPCCRD coloca a Campanha Agita Portugal, pela sua

saúde mexa-se ao serviço do País, dado que tem como

objectivo primeiro: “dar combate ao sedentarismo através

da disseminação da actividade física regular e

controlada”

A população portuguesa e as suas formas organizadas

(associações, colectividades e clubes) precisam e merecem de

motivação e incentivo para levarem a cabo acções conducente

à melhoria da qualidade de vida dos portugueses.

9.ª - Motivar e estimular o MAP

Para se cumprir o desígnio acima apresentado é essencial que

os poderes instituídos criem condições adequadas às acções a

desenvolver pelo MAP, desde logo o Poder Central assumindo

as suas responsabilidades e tendo em conta a realidade

existente, deverá facilitar, desburocratizando os serviços e os

procedimentos e intervir de forma decisiva, nomeadamente no

que respeita:

- Exames médicos, através do Serviço Nacional de Saúde;

- Seguros: praticantes e instalações;

- Apoio técnico e formação dos dirigentes e outros agentes;

- Incentivos fiscais, através do Código de Benefícios Fiscais,

para clubes / colectividades e seus dirigentes;

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- Estatuto do Dirigente Associativo, em duas vertentes:

profissionais e voluntários.

10.ª - Enquadramento Jurídico do Desporto

Torna-se urgente rever, adequar e articular toda a legislação

aplicável directa ou indirectamente à prática desportiva. Para

tal as estruturas desportivas devem ser chamadas a colaborar

apresentando as suas preocupações, necessidades e sugestões.

A legislação a promover, deve estar de acordo com o

estipulado no Programa do Governo nomeadamente no que

respeita à necessidade de alterações profundas e urgentes ao

nível do Desporto Para Todos.

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_____________________________________________________________ CPCCRD 116 17-02-2006

CONTRIBUTOS DE:

ORGANIZAÇÃO GERAL

• Artur Martins, presidente da CPCCRD

• Maria João Santos, vice-presidente da CPCCRD

POLÍTICAS EDUCATIVAS E SOCIAIS DO DESPORTO

• Jorge Filipe Ferreira, vice-presidente ACCVNGaia

MOMENTO ACTUAL DO DESPORTO EM TOMAR

• José Lagarto, presidente da S.R.I.D. Vilanovense

A. R. C. B.º VALONGO (Castelo Branco)

• Joaquim Neto, presidente da direcção

C. S.C. CORISCADA (Meda)

• António João Moreira, presidente da direcção

A.C. CUCUJÃES (Oliveira de Azeméis)

• António Grifo, presidente da FAMOA

GINÁSIO DO ALTO PINA (Lisboa)

• Carlos Jorge S. Pereira, presidente da direcção

CASA DO POVO DE CORROIOS (Seixal)

• Francisco dos Anjos Rodrigues, presidente da direcção

GRUPO INSTRUÇÃO E RECREIO DO RODRIGO (Covilhã)

GRUPO DESP. CULTURAL DOS CASQUILHOS (Barreiro)

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GRUPO DRAMÁTICO E REC. “OS LEÇAS” (Barreiro)

GRUPO INSTRUÇÃO E SPORT (Figueira da Foz)

OPERÁRIO FUTEBOL CLUBE DE LISBOA (Lisboa)