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UNIVERSIDADE SÃO FRANCISCO Curso de Fisioterapia JÉSSICA FERNANDA MONTEIRO STRACI MARIELE MIYAMOTO MAGON ESTIMULAÇÃO PRECOCE EM LACTENTES DE RISCO: RELATO DE TRÊS CASOS Bragança Paulista 2015

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UNIVERSIDADE SÃO FRANCISCO

Curso de Fisioterapia

JÉSSICA FERNANDA MONTEIRO STRACI

MARIELE MIYAMOTO MAGON

ESTIMULAÇÃO PRECOCE EM LACTENTES DE RISCO:

RELATO DE TRÊS CASOS

Bragança Paulista

2015

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JÉSSICA FERNANDA MONTEIRO STRACI – R.A. 001201101839

MARIELE MIYAMOTO MAGON – R.A. 001201101203

ESTIMULAÇÃO PRECOCE EM LACTENTES DE RISCO:

RELATO DE TRÊS CASOS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao

Curso de Fisioterapia da Universidade São

Francisco, como requisito parcial para obtenção

de título de Bacharel em Fisioterapia

Orientadora Temática: Profª Mª Carolina

Camargo de Oliveira

Orientadora Metodológica: Profª Mª Grazielle

Aurelina Fraga de Sousa

Bragança Paulista

2015

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JÉSSICA FERNANDA MONTEIRO STRACI

MARIELE MIYAMOTO MAGON

ESTIMULAÇÃO PRECOCE EM LACTENTES DE RISCO:

RELATO DE TRÊS CASOS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado

ao Curso de Fisioterapia da Universidade São

Francisco, como requisito parcial para

obtenção do título de Barachel em Fisioterapia

Data de aprovação: ____/____/____

Banca Examinadora:

______________________________________________

Profª Mª Carolina Camargo de Oliveira (Orientadora Temática)

Universidade São Francisco

______________________________________________

Profª Mª Grazielle Aurelina Fraga de Sousa (Orientadora Metodológica)

Universidade São Francisco

______________________________________________

Profª Valquiria Oliveira Lopes (Examinadora Convidada)

Universidade São Francisco

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SUMÁRIO

1. Introdução 1

2. Objetivos 5

2.1.Objetivo Geral 5

2.2.Objetivos Específicos 5

3. Referências Bibliográficas 6

4. Artigo 8

Anexos 19

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1. Introdução

Dentro dos conceitos de uma gestação adequada, sabe-se que o tempo viável do período

gestacional compreende 40 semanas. Porém, a ocorrência de algumas complicações pode antecipar o

parto da gestante, sendo que, quando o nascimento ocorre antes de 37 semanas gestacionais, o recém-

nascido é considerado pré-termo. A ocorrência da interrupção do período gestacional pode ser

ocasionada por diversos fatores de risco como complicações de ordem genética, nutrição gestacional,

morbidade materna durante a gestação e exposição da mãe à substâncias tóxicas. Portanto o

acompanhamento pré-natal é considerado de grande importância a fim de detectar, previnir e tratar

complicações que possam ocorrer no período gestacional como anormalidades cardíacas e deficiências

polivitaminicas fetais, além da assistência materna, acompanhando o estado nutricional e os níveis

pressóricos da gestante, e o aparecimento de possíveis complicações como a antecipação do parto e a

mortalidade materna 1,2

Segundo estudos do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e do Ministério da

Saúde, a prevalência de crianças que nascem prematuras no Brasil é de 11,7%, em relação aos partos

feitos em todo o país. Este número coloca o Brasil no mesmo nível dos países de baixa renda, nos

quais o número de crianças que nascem prematuras é de 11,8%, sendo que nos países de renda média,

a porcentagem é de 9,7%. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2010

nasceram em todo o mundo 15 milhões de crianças prematuras. O Brasil está na décima posição dos

países em que mais nascem prematuros.

A prematuridade é a principal causa de morte no primeiro mês de vida, segundo o Ministério

da Saúde (2011). Atualmente, a taxa de mortalidade no Brasil relacionada a crianças com menos de

um ano de idade é de 16/1000 nascidos vivos, segundo a Rede Interagencial de Informações para a

Saúde (RIPSA). Em 70% dos casos o óbito ocorre no período neonatal, ou seja, até 28 dias de vida 3.

O recém-nascido pré-termo (RNPT) apresenta certa imaturidade de desenvolvimento quando

comparado com o recém-nascido termo devido a diversos fatores, como a interrupção do tempo ideal

que o feto deveria permanecer dentro do ambiente uterino e o tempo de permanência em unidades de

tratamento neonatal intensivo (UTIn). A exposição do lactente nesse ambiente totalmente novo e

inesperado contribui para a ocorrência de diversos desajustes de desenvolvimento motor, como

limitação da força muscular e alterações do tônus, que diminuem o controle e conhecimento sobre o

próprio corpo 4.

O lactente prematuro normalmente apresenta hipotonia global, proporcional ao grau de

prematuridade. A orientação na linha média e o padrão flexor encontram-se diminuídos e os membros

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permanecem em abdução e extensão. Os movimentos espontâneos estão limitados; os reflexos

primitivos ausentes ou em menor evidência e o tônus muscular flexor não alcança o grau completo,

implicando na dificuldade em acompanhar a progressão do tônus muscular extensor. Tais fatores

acabam implicando no desequilíbrio entre a musculatura extensora e flexora do lactente pré- termo 4.

O desenvolvimento neuropsicomotor (DNPM) normal do recém-nascido ocorre de maneira

que, mês a mês, ele é capaz de adquirir uma habilidade motora específica que são refinadas ou

incorporadas a outras posturas devido a sua adaptação ao ambiente e a maturação do sistema nervoso

central (SNC). Faz parte desse processo, a presença de reflexos e reações, que são padrões de

movimento primitivos presentes desde a vida intrauterina do lactente, com maior concentração durante

a primeira infância, período que vai desde o nascimento até o ficar em pé e andar, ou seja, o primeiro

ano de vida 4.

A conexão com a medula espinal é realizada quando o córtex e as bainhas de mielina se

desenvolvem, tornando os movimentos voluntários mais precisos, enquanto os movimentos em blocos

vão diminuindo. Sendo assim, o desenvolvimento motor da criança segue a maturação do SNC,

ocorrendo em quatro etapas: a primeira etapa, com movimentos reflexos; a segunda etapa, com

movimentos simétricos, correspondendo ao início do controle corporal; e terceira, dos movimentos

voluntários e diferenciados; e a quarta etapa que consiste em movimentos automáticos 5.

A independência física do lactente depende de uma série de aquisições durante o tempo,

principalmente da progressão da extensão vertical do corpo contra a ação da gravidade, que acontece

em direção cefalocaudal e também do equilíbrio para a progressão das posturas 4.

Nos três primeiros meses do lactente, ocorrem reflexos arcaicos, que são movimentos

ordenados e que obedecem a certas mudanças tônicas assimétricas de cabeça e pescoço e impulsos de

flexão e abdução. Acontece uma assimetria postural dos membros, sendo que a cabeça também está

em uma posição assimétrica, fazendo com que o hemicorpo do lactente fique em extensão para o lado

em que ele está olhando. Na manobra de arrasto, no final do terceiro mês, o lactente já tenta manter

um controle da cabeça 5,6

.

No segundo trimestre, o lactente mantém os membros inferiores e superiores na linha média e

não ocorre mais a assimetria tônico cervical da cabeça, podendo tocar mão com mão e pé com pé,

propiciando aos poucos o conhecimento corporal. Ao cinco meses, ocorre a reação de alinhamento

céfalo-corporal, quando o lactente começa a aprimorar a sua coordenação visomotora, adquirindo

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habilidade com uma só mão, inicialmente, como acontece ao cair um objeto ao seu lado e na tentativa

de pegá-lo, acontecendo o rolar 5,6

.

Já no terceiro trimestre, começa a ter consciência de si mesmo e deve ser estimulado para

conhecer e explorar o seu corpo e o ambiente ao seu redor. Entre seis e nove meses, a posição que

mais agrada o lactente é a sentada. Ao sentar-se, ocorre a liberação das mãos e também as apoia nos

membros inferiores, treinando o equilíbrio. O lactente começa a ter domínio dos membros inferiores

nesta fase, fazendo com que todo o corpo acompanhe os membros superiores. Também inicia-se o

rastejar, ficando em posição de urso 5,6

.

Por fim, no quarto trimestre começa a se sustentar na posição vertical, primeiramente com

apoio das duas mãos e depois com uma só, podendo fazer breves liberações das duas mãos, ficando

sem apoio dos membros superiores, o que antecede a marcha independente. Quando o lactente se vê

capacitado, começa a dar seus primeiros passos, apresentando reações de equilíbrio, que são essenciais

para aprendizagem. O lactente se aventura para ir a locais ou pegar objetos que o atraiam, onde sabe

que ao sair de um local seguro, pode-se voltar a ele, adquirindo noções de espaço, tempo e

profundidade, que auxiliará a dar os primeiros passos, ainda que sejam inseguros, aprendendo a não se

machucar 5,6

.

Porém, assim como o desenvolvimento motor normal, o desenvolvimento anormal também se

mostra bastante previsível. Quando o movimento possui qualidades anormais, com posturas

diferenciadas, ocorre o desenvolvimento de compensações para lidar com a anormalidade. A partir

disso surgem os padrões anormais de movimento, que acabam prejudicando as funções do lactente

levando ao desenvolvimento de contraturas e deformidades 7.

Durante a avaliação do lactente, é de grande importância a percepção do fisioterapeuta quanto

à presença de indicadores de padrão patológico, tais como: postura flexora anormal em prono e

supino; extensão acentuada do tronco com postura assimétrica em prono; movimentação voluntária de

membros superiores e inferiores limitada ou assimétrica; incapacidade de estender a cabeça quando

colocado na posição prona; reflexos primitivos mais pronunciados que o normal ou além do seu

período de ocorrência; extensão exagerada da cabeça quando puxado para sentar; extensão anormal de

tronco em decúbito dorsal ou ventral; não sustentação do peso nos membros inferiores quando

colocado em pé, realizando recolhimento dos membros, incapacitando o alinhamento; ausência de

controle de tronco e de extensão da cabeça na postura sentada e ausência das reações de verticalização

e proteção 7.

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A presença de fatores ambientais, como o nível socioeconômico, pode interferir no

desenvolvimento motor da criança, pelo fato de cursarem com a baixa renda familiar, a baixa

escolaridade dos pais, o baixo suporte social e a falta de informação e reconhecimento da importância

de um ambiente ideal para que o lactente se desenvolva. Já os fatores somáticos, que podem ocorrer

tanto no período pré, peri ou pós-natal, como as malformações do SNC congênitas, prematuridade e

baixo peso, asfixia, trauma cranioencefálico (TCE), processos vasculares (AVE), entre outros, também

podem provocar déficits no desenvolvimento motor normal da criança 8.

Sendo assim, diversos estudos já comprovaram que os profissionais da saúde devem atuar na

prevenção, detecção e tratamento precoce nos lactentes que venham a apresentar estes fatores de risco,

levando ao atraso no desenvolvimento neuropsicomotor 5.

A estimulação precoce se baseia na ideia de proporcionar ao lactente, desde seu nascimento,

experiências ou atividades que acentuem seu desenvolvimento, suas capacidades, habilidades e

energia, ampliando seu potencial. Quanto antes a realização da estimulação precoce, principalmente

antes dos 2 anos de idade, previne ou minimiza as chances do lactente desenvolver padrões posturais e

movimentos anormais 5,9

.

Esta abordagem visa, portanto, estimular as atividades de acordo com a fase em que o lactente

está proporcionando o pleno desenvolvimento no seu primeiro ano de vida, para que ocorra a interação

organismo e ambiente, na qual seja possível adquirir habilidades motoras adequadas e possibilitando

maior independência 9,10

. Sendo assim, o presente estudo teve como objetivo avaliar o DNPM de três

lactentes, com diagnóstico clínico de ADNPM, antes e após estimulação precoce.

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2. Objetivos

2.1. Objetivo Geral

Avaliar o DNPM de lactentes de alto risco com diagnóstico clínico de atraso no

desenvolvimento, antes e após estimulação precoce.

2.2. Objetivos Específicos

Realizar avaliações iniciais e finais com a Alberta Infant Motor Scale (AIMS);

Realizar a intervenção precoce semanalmente;

Comparar os dados da avaliação inicial e final e correlacionar os resultados com a literatura

pertinente.

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Referências Bibliográficas:

1. Kilsztajn S, Rossbach A C, Carmo M S N, Sugahara G T L. Assistência pré-natal, baixo peso

e prematuridade no estado de São Paulo, 2000. Revista Saúde Pública 2003; 37(3):303-10.

2. Calderon I M P, Cecatti J G, Veja C E P. Intervenções benéficas no pré-natal para prevenção

da mortalidade materna, 2006. Revista Brasileira Ginecologia e Obstetrícia, 28(5); 310-5.

3. BRASIL UNICEF. Estudo faz alerta sobre a situação de prematuridade do Brasil. Brasília;

[citado em 2013 Agos 5].

4. Burns R. I, MacDonald J. Fisioterapia e Crescimento na Infância- 1ª edição, 1999.

5. Tecklin J S. Fisioterapia Pediátrica - 3ª Ed. São Paulo; Artmed, 2002

6. Cypel S. Neurologia Infantil - 3ª Ed. Atheneu, 1996

7. Umphred D. A, Ribeiro L B. Fisioterapia neurológica. 2ª edição, São Paulo: Manole, 1994.

8. Madeira E. A. A, Carvalho S G. Paralisia cerebral e fatores de risco ao desenvolvimento

motor: uma revisão teórica, 2009. Cadernos de Pós-Graduação em Distúrbios do

Desenvolvimento, São Paulo, v.9, n.1, p.142-163.

9. Hallal C Z, Marques N R, Braccialli L M P. Aquisição de habilidades funcionais na área de

mobilidade em crianças atendidas em um programa de estimulação precoce, 2008. Revista

Brasileira de Crescimento e Desenvolvimento Humano, 18(1):27-34

10. Mattos B M, Bellani C D F. A importância da estimulação precoce em bebês portadores de

Síndrome de Down: revisão de literatura, 2010. Revista Brasileira Terapia e Saúde, v. 1, n.

1, p. 51-63.

11. Formiga C K M R, Pedrazzani E S, Tudella E. Desenvolvimento motor de lactentes pré-termo

participantes de um programa de intervenção fisioterapêutica precoce, 2004. Revista

Brasileira de Fisioterapia, v. 8, n.3, 239-245.

12. Formiga C K M R, Linhares M B M. Avaliação do desenvolvimento inicial de crianças

nascidas pré-termo, 2009. Revista da Escola de Enfermagem da USP, 43(2): 472-80.

13. Diniz R L P O. Crescimento infantil e a influência de fatores intrínsecos e extrínsecos na sua

evolução, 2007. Revista de Pediatria, 8(1):5-7.

14. Halpern R, Gingliani R. J E, Victora G C, Barros C F, Horta B. Fatores de risco para suspeita

de atraso no desenvolvimento neuropsicomotor aos 12 meses de vida, 2002. Jornal de

Pediatria, v. 76, n. 6.

15. Maia C P, Silva P L, Oliveira C M M, Cardoso L M L V M. Desenvolvimento motor de

crianças prematuras e a termo: uso da Alberta Infant Motor Scale, 2011. Acta Paulista de

Enfermagem, 24(5):670-5.

16. Venturella C B, Zanadrea G, Sacanni R, Valentini N C. Desenvolvimento motor de crianças

entre 0 e 18 meses de idade: diferenças entre os sexos, 2013. Motricidade, v.9, n. 2, pp. 3-12.

17. Felício R S, Pereira K. Alterações neuropsicomotoras em prematuros que permanecem por

longo período em ventilação mecânica invasiva, 2010. ConScientiae Saúde, 9(2):99-99.

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18. Hallal C Z, Marques N R, Braccialli L M P. Aquisições de habilidades funcionais na área de

mobilidade em crianças atendidas em um programa de estimulação precoce, 2008. Rev Bras

Crescimento Desenvolv Hum, 18(1):27-34

19. Almeida K S, Paines A V, Almeida C B. Intervenção motora precoce ambulatorial para

neonatos prematuros no controle postural,2008. Revista Ciência & Saúde, Porto Alegre, v. 1,

n. 2, p. 64-70.

20. Hintz R S, Kendrick D E, Vohr B R., Poole W K &, Higgins R D. Gender differences in

neurodevelopmental outcomes among extremely preterm, extremely-low-birthweight infants,

2006. Acta Pediatrica, 95(10),1239-1248.

21. Bobath B, Elisabetsky E. Atividade postural reflexa anormal causada por lesões cerebrais.

2. ed. São Paulo, Manole, 1978. 132 p.

22. Adler S, Beckers D, Buck M. PNF- facilitação neuromuscular proprioceptiva: um guia

ilustrado. São Paulo: Manole, 1999. 257 p.

23. Moreira L E M, Lopes A M J. Ventilação mecânica no recém-nascido [online]. Editora

FIOCRUZ, 2004. 546 p. ISBN 85-7541-054-7. SciELO Books, <http://books.scielo.org>.

24. Oliveira S M S, Almeida S C, Valentini C N. Programa de fisioterapia aplicado no

desenvolvimento motor de bebês saudáveis em ambiente familiar, 2012. Revista da

Educação Física/UEM, v. 23, n. 1, p. 25-35.

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3. Artigo Científico

Artigo Original

Estimulação Precoce em Lactentes de Risco: Relato de três casos

Jéssica Fernanda Monteiro StraciI, Mariele Miyamoto Magon

II, Carolina Camargo de Oliveira

III

I Graduanda do curso de Fisioterapia da USF, Bragança Paulista, SP, Brasil

II Graduanda do curso de Fisioterapia da USF, Bragança Paulista, SP, Brasil

III Profª Mª do Curso de Fisioterapia da USF, Bragança Paulista, SP, Brasil

RESUMO

Objetivo: O presente estudo teve como objetivo avaliar o desenvolvimento neuropsicomotor (DNPM)

de três lactentes, antes e após estimulação precoce, com diagnóstico clínico de atraso no DNPM. Métodos: Após aprovação do Comitê de Ética e assinatura do Termo de Consentimento pelos pais ou

responsáveis, os 3 lactentes foram avaliados com a Alberta Infant Motor Scale (AIMS), avaliação

inicial (AI); seguido do período de estimulação precoce, em sessões semanais por 1 a 2 meses; e

avaliação final (AF) com o mesmo instrumento. Resultados: Os três casos foram encaminhados com

diagnóstico clínico de ADNPM, antecedentes com fatores de risco como prematuridade e

complicações respiratórias perinatais com necessidade de suporte ventilatório. O Caso 1 apresentou

na AI escore de 33 pontos e percentil 90; na AF apresentou escore de 51 pontos, permanecendo no

percentil 90. O Caso 2 apresentou na AI escore de 17 pontos e percentil 5 e na AF apresentou escore

de 23 pontos, permanecendo percentil 5. E o Caso 3 apresentou na AI escore de 5 pontos e percentil

abaixo de 5 e na AF apresentou escore de 13 pontos, permanecendo no percentil abaixo de 5.

Conclusão: A estimulação precoce foi efetiva nos 3 lactentes, que adquiriram mais posturas na AIMS,

aumentando a pontuação.

Descritores: lactente, prematuro, intervenção precoce.

ABSTRACT

Purpose: The present study aimed to evaluate the psychomotor development (NPMD) of three infants

before and after early stimulation, with clinical diagnosis of NPMD delay. Methods: After approval

by the Ethics Committee and signing the consent form by parents or guardians , the 3 infants were

evaluated with the Alberta Infant Motor Scale (AIMS ) , baseline (AI ) ; followed by early stimulation

period , weekly sessions for 1 to 2 months; and final assessment ( AF ) with the same instrument.

Results The three cases were referred with a clinical diagnosis of ADNPM , background with risk

factors such as prematurity and perinatal respiratory complications requiring ventilator support . Case

1 presented in AI score of 33 points and 90th percentile ; presented in the AF score of 51 points ,

remaining in 90th percentile Case 2 presented in AI score of 17 points and 5th percentile and AF

showed score 23 points , remaining percentile 5. And Case 3 presented in AI 5-point score and

percentile below 5 and AF showed score 13 points , remaining below 5 percentile .

Conclusion: Early stimulation was effective in three infants who gained more positions in AIMS ,

increasing the score.

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Key words: infant, premature, early intervention

1 Trabalho realizado na Universidade São Francisco – USF, na Clínica Escola de Fisioterapia – CEF-

USF, Bragança Paulista, SP, Brasil.

Introdução

Dentro dos conceitos de uma gestação adequada, sabe-se que o tempo viável do período

gestacional compreende 40 semanas. Porém, a ocorrência de algumas complicações pode antecipar o

parto da gestante, sendo que, quando o nascimento ocorre antes de 37 semanas gestacionais, o recém-

nascido é considerado pré-termo. A ocorrência da interrupção do período gestacional pode ser

ocasionada por diversos fatores de risco como complicações de ordem genética, nutrição gestacional,

morbidade materna durante a gestação e exposição da mãe à substâncias tóxicas. Portanto o

acompanhamento pré-natal é considerado de grande importância a fim de detectar, previnir e tratar

complicações que possam ocorrer no período gestacional como anormalidades cardíacas e deficiências

polivitaminicas fetais, além da assistência materna, acompanhando o estado nutricional e os níveis

pressóricos da gestante, e o aparecimento de possíveis complicações como a antecipação do parto e a

mortalidade materna 1,2

.

Segundo estudos do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e do Ministério da

Saúde, a prevalência de crianças que nascem prematuras no Brasil é de 11,7%, em relação aos partos

feitos em todo o país. Este número coloca o Brasil no mesmo nível dos países de baixa renda, nos

quais o número de crianças que nascem prematuras é de 11,8%, sendo que nos países de renda média,

a porcentagem é de 9,7%. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2010

nasceram em todo o mundo 15 milhões de crianças prematuras. O Brasil está na décima posição dos

países em que mais nascem prematuros 3.

O recém-nascido pré-termo (RNPT) apresenta certa imaturidade de desenvolvimento quando

comparado com o recém-nascido termo devido a diversos fatores, como a interrupção do tempo ideal

que o feto deveria permanecer dentro do ambiente uterino e o tempo de permanência em unidades de

tratamento neonatal intensivo (UTIn). A exposição do lactente nesse ambiente totalmente novo e

inesperado contribui para a ocorrência de diversos desajustes de desenvolvimento motor, como

limitação da força muscular e alterações do tônus, que diminuem o controle e conhecimento sobre o

próprio corpo 4.

O lactente prematuro normalmente apresenta hipotonia global, proporcional ao grau de

prematuridade. A orientação na linha média e o padrão flexor encontram-se diminuídos e os membros

permanecem em abdução e extensão. Os movimentos espontâneos estão limitados; os reflexos

primitivos ausentes ou em menor evidência e o tônus muscular flexor não alcança o grau completo,

implicando na dificuldade em acompanhar a progressão do tônus muscular extensor. Tais fatores

acabam implicando no desequilíbrio entre a musculatura extensora e flexora do lactente pré- termo 4.

Porém, assim como o desenvolvimento motor normal, o desenvolvimento anormal também se

mostra bastante previsível. Quando o movimento possui qualidades anormais, com posturas

diferenciadas, ocorre o desenvolvimento de compensações para lidar com a anormalidade. A partir

disso surgem os padrões anormais de movimento, que acabam prejudicando as funções do lactente

levando ao desenvolvimento de contraturas e deformidades 5.

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Durante a avaliação do lactente, é de grande importância a percepção do fisioterapeuta quanto

à presença de indicadores de padrão patológico, tais como: postura flexora anormal em prono e

supino; extensão acentuada do tronco com postura assimétrica em prono; movimentação voluntária de

membros superiores e inferiores limitada ou assimétrica; incapacidade de estender a cabeça quando

colocado na posição prona; reflexos primitivos mais pronunciados que o normal ou além do seu

período de ocorrência; extensão exagerada da cabeça quando puxado para sentar; extensão anormal de

tronco em decúbito dorsal ou ventral; não sustentação do peso nos membros inferiores quando

colocado em pé, realizando recolhimento dos membros, incapacitando o alinhamento; ausência de

controle de tronco e de extensão da cabeça na postura sentada e ausência das reações de verticalização

e proteção 5.

A presença de fatores ambientais, como o nível socioeconômico, pode interferir no

desenvolvimento motor da criança, pelo fato de cursarem com a baixa renda familiar, a baixa

escolaridade dos pais, o baixo suporte social e a falta de informação e reconhecimento da importância

de um ambiente ideal para que o lactente se desenvolva. Já os fatores somáticos, que podem ocorrer

tanto no período pré, peri ou pós-natal, como as malformações do SNC congênitas, prematuridade e

baixo peso, asfixia, trauma cranioencefálico (TCE), processos vasculares (AVE), entre outros,

também podem provocar déficits no desenvolvimento motor normal da criança 6.

Sendo assim, diversos estudos já comprovaram que os profissionais da saúde devem atuar na

prevenção, detecção e tratamento precoce nos lactentes que venham a apresentar estes fatores de risco,

levando ao atraso no desenvolvimento neuropsicomotor 7.

A estimulação precoce se baseia na ideia de proporcionar ao lactente, desde seu nascimento,

experiências ou atividades que acentuem seu desenvolvimento, suas capacidades, habilidades e

energia, ampliando seu potencial. Quanto antes a realização da estimulação precoce, principalmente

antes dos 2 anos de idade, previne ou minimiza as chances do lactente desenvolver padrões posturais e

movimentos anormais 7,8

.

Esta abordagem visa, portanto, estimular as atividades de acordo com a fase em que o lactente

está proporcionando o pleno desenvolvimento no seu primeiro ano de vida, para que ocorra a interação

organismo e ambiente, na qual seja possível adquirir habilidades motoras adequadas e possibilitando

maior independência 8, 9.

Sendo assim, o presente estudo teve como objetivo avaliar o DNPM de três

lactentes, antes e após estimulação precoce, com diagnóstico clínico de ADNPM.

Métodos

Trata-se de um estudo clínico experimental longitudinal descritivo de três casos. A população

estudada foi composta por lactentes inseridos no Projeto de Extensão “Follow Up de RN de Alto

Risco” do Curso de Fisioterapia da Universidade São Francisco (USF).

Foram convidados a participar do estudo lactentes de 0 a 15 meses de idade cronológica

considerados RNs de risco, encaminhados do Hospital da USF (HUSF) para a Clínica Escola de

Fisioterapia da USF (CEF-USF).

Os critérios de inclusão foram: lactentes de 0 a 15 meses de idade cronológica, pré-termo e

que fossem diagnosticados com atraso do desenvolvimento neuropsicomotor (ADNPM) no prontuário

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médico. Os critérios de exclusão foram: lactentes que apresentassem qualquer outro diagnóstico

neurológico ou ortopédico que pudesse comprometer o DNPM.

O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade São Francisco sob o

número 810.065 e os pais ou responsáveis legais dos três lactentes que aceitaram participar, assinaram

o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.

Inicialmente os lactentes foram avaliados (AI) com a Alberta Infant Motor Scale (AIMS-

anexo IV), que consiste em uma avaliação por observação das posições prono, supino, sentado e em

pé, com posterior classificação de acordo com a idade. Posteriormente, foram realizadas sessões de

estimulação precoce, 1 vez por semana, 50 minutos cada; e a avaliação final (AF) com o mesmo

instrumento. Todas as etapas do estudo foram realizadas na CEF-USF pelas pesquisadoras

responsáveis.

Os dados foram organizados e armazenados no programa Microsoft Excel 2010 e sendo

realizada análise descritiva dos dados e comparação dos escores obtidos nas avaliações (inicial x

final).

Resultados

Relato de casos

Caso 1

Paciente do gênero masculino, com diagnóstico clínico de atraso no DNPM. É o segundo filho

de gemelar (irmão faleceu); mãe realizou o pré natal e apresentou as seguintes intercorrências: com

cinco meses de gestação teve sangramento e permaneceu hospitalizada por uma semana; aos sete

meses de gestação apresentou cinco dedos de dilatação, sendo necessário realizar o parto cesária pois

os gemelares não se encontravam em posição favorável ao parto vaginal. RNPT, 28 semanas de idade

gestacional, pequeno para a idade gestacional (PIG), Apgar 9/10, peso ao nascimento 1,140 kg (muito

baixo peso), apresentando desconforto respiratório neonatal precoce-síndrome do desconforto

respiratório DRNP-SDRI, sepse precoce, hipertensão intracraniana (HIC) grau III, icterícia neonatal

(INNT), anemia ≠ OP (3mm) e foram realizados os seguintes procedimentos: cateterismo umbilical,

catéter central de inserção periférica (PICC) 04/06 a 17/06, pressão contínua positiva de vias aéreas

(CPAP), nutrição parenteral prolongada (NPP), fototerapia e ampi + genta. Os bebês ficaram na

UTIneo durante 5 dias, com o falecimento do irmão e o participante melhorou, recebendo alta para o

berçário, onde ficou um mês e 11 dias na incubadora, indo para o quarto onde ficou três dias e recebeu

alta. Na AI, o RN tinha idade cronológica (IC) de oito meses, uma semana e três dias; idade ajustada

(IA) de cinco meses e uma semana e quatro dias. Apresentou total de 33 pontos, ficando acima do

percentil 90. Foram realizadas 6 sessões de estimulação precoce, com exercícios para engatinhar e

ficar em pé com apoio das próprias mãos. Na AF, o RN tinha IC 9 meses, três semanas e três dias; IA

de seis meses, três semanas e quatro dias. Apresentou total de 51 pontos, permanecendo acima do

percentil 90. As posições adquiridas pelo RN na AF foram as posições prono, sentado e em pé, como é

representado no gráfico 1.

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12

Gráfico 1: Total de pontos por postura da AIMS na AI e AF do Caso 1

Caso 2

Paciente do gênero masculino, com diagnóstico clínico de atraso no desenvolvimento

neuropsicomotor. Mãe descobriu a gravidez com 4 meses de gestação por meio de ultrassom, pois sua

menstruação estava atrasada embora os testes farmacêuticos fossem negativos. Realizou o pré-natal e

não teve qualquer intercorrência durante a gestação. Com 28 semanas, relata que começou a se sentir

mal sendo levada para o hospital com PA 200x80 mmHg, ficando internada por 15 dias. Foi

constatado sofrimento fetal e a genitora não tinha dilatação suficiente, sendo realizado o parto cesárea,

com 30 semanas de IG, peso ao nascimento 1,045 gr, Apgar 2/6. A criança nasceu cianótica, com FC

< 100 bpm, entrou em parada cardiorrespiratória (PCR) e foi realizada massagem cardíaca e aspiração

de vias aéreas superiores com 2 ciclos de ventilação com pressão positiva (VPP) sem resultados, sendo

optado por ventilação mecânica invasiva (VMI) em intubação orotraqueal (IOT), ficando internado

por 73 dias em UTI neonatal, recebendo alta hospitalar posteriormente. Na AI, o RN IC de 11 meses e

2 semanas; IA de 6 meses, 2 semanas e 1 dia. Apresentou total de 17 pontos, ficando abaixo do

percentil 5. Foram realizadas 3 sessões de estimulação, com exercícios de Baby Bobath, estimulando

os MMSS com diferentes texturas e levando as mãos na linha média; colocação plantar; rolar com as

mãos no quadril; estimulação do rolar; colocado para sentar; e exercícios de estimulação precoce

colocando em prono sobre o rolo e tapping em extensores de cervical; quicar na bola. Na AF, o RN

tinha IA de 10 meses e 3 semanas; IC de 12 meses e 1 semana; apresentou total de 23 pontos, ficando

no percentil 5. As posições adquiridas pelo RN na AF foram as posições prono, supino e sentado,

como é representado no gráfico 2.

13 9 8

3

33

21

9 12

9

51

0

10

20

30

40

50

60

PRONO SUPINO SENTADO EM PÉ TOTAL

Avaliação Inicial (AI)

Avaliação Final (AF)

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13

Gráfico 2: Total de pontos por postura da AIMS na AI e AF do Caso 2

Caso 3

Paciente do gênero feminino, com diagnóstico clínico de atraso no desenvolvimento

neuropsicomotor. É a terceira filha de gravidez gemelar, não planejada. Mãe com 38 anos fez uso de

Carbamazepina desde a descoberta da gravidez, realizando tratamento e acompanhamento no Hospital

Universitário São Francisco (HUSF). Realizou o pré-natal e não teve qualquer intercorrência durante a

gestação. Com 28 semanas de IG, teve sangramento e descolamento da placenta, não tendo dilatação

suficiente evoluindo para parto cesárea, no qual RN nasceu após irmão gemelar, peso ao nascimento

815 gr, Apgar 3/8, hipotônica, cianótica, com FC < 100 bpm. Foi necessária utilização de VMI em

IOT + VPP; o irmão faleceu. Na UTI neonatal foi constatado por ultrassonografia de crânio HIC grau

III, sendo tratada e permanecendo na UTI por 2 meses, antes de receber alta hospitalar. Na AI, a RN

tinha IC de 10 meses, 1 semana e 2 dias; IA de 7 meses, 1 semana e 2 dias; apresentou total de 5

pontos, ficando abaixo do percentil 5. Foram realizadas 3 sessões de estimulação, com exercícios de

Baby Bobath, estimulando o rolar; puxada para sentar; colocação plantar; rolar com as mãos no

joelho; exercícios de estimulação precoce colocando em prono sobre o rolo e tapping em extensores

de cervical; quicar na bola. Na AF, o RN tinha IA 8 meses e 2 dias; IC de 10 meses e 3 semanas;

apresentou total de 13 pontos, ficando abaixo do percentil 5. As posições adquiridas pelo RN na AF

foram as posições prono, supino e sentada, como é representado no gráfico 3.

5

7

2 3

17

8 9

3 3

23

0

5

10

15

20

25

PRONO SUPINO SENTADO EM PÉ TOTAL

Avaliação Inicial (AI)

Avaliação Final (AF)

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Gráfico 3: Total de pontos por postura da AIMS na AI e AF do Caso 3

Discussão

Além de fatores ambientais e socioeconômicos que podem influenciar o DNPM, deve-se

destacar os fatores biológicos, como a idade gestacional e o peso ao nascimento, que são os principais

fatores de risco para o ADNPM 10

.

No presente estudo foi avaliado o DNPM de três RNs e na anamnese, todos apresentaram

fatores de risco biológicos, como prematuridade (os três RNs nasceram com IG ≤ 30 semanas); muito

baixo peso e necessidade de ventilação mecânica invasiva e não invasiva após o nascimento.

Halpern et al.10

, verificaram a prevalência de suspeita no atraso do DNPM e quais foram os

determinantes para esta condição, avaliando 1.363 crianças aos 12 meses de idade pelo teste de

Denver II. Constataram que 463 crianças apresentaram DNPM suspeito e ainda que o fator de risco

baixo peso, acrescido da prematuridade, foi o de correlação mais forte para o resultado suspeito no

teste.

Em outro estudo de Maia et al.11

, comparou o desenvolvimento motor de lactentes prematuros

e a termos, com a Alberta Infant Motor Scale (AIMS), em suas diferentes posições (prono, supino,

sentado e em pé), no quarto e no sexto mês de vida. Divididos em 2 grupos, sendo 24 lactentes pré-

termo e 24 a termo, verificou-se que aos quatro meses de idade, os lactentes a termo apresentaram

maior pontuação média que os lactentes pré-termo, exceto na posição supino que tiveram pontuação

média semelhantes. Já aos seis meses o grupo a termo mostrou nítida diferença de média de pontuação

no DNPM comparado ao grupo pré-termo. Ainda no grupo pré-termo notou-se que dois lactentes

apresentaram desenvolvimento neuropsicomotor atípico aos quatro e aos seis meses, sendo estes os

que tinham o menor peso entre todos os lactentes.

2 2

0 1

5 6

5

1 1

13

0

2

4

6

8

10

12

14

PRONO SUPINO SENTADO EM PÉ TOTAL

Avaliação Inicial (AI)

Avaliação Final (AF)

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15

Estes resultados corroboram o presente estudo, que também encontrou a prematuridade e o

baixo peso relacionados ao diagnóstico de ADNPM nos três casos estudados.

Venturella et al.12

, realizou um estudo para observar se haveria diferença entre o sexo

masculino e feminino em relação ao desenvolvimento neuropsicomotor, utilizando a AIMS com uma

amostra de 90 crianças de 0 a 18 meses, divididos em dois grupos, 45 crianças do sexo feminino e 45

crianças do sexo masculino. Quando comparado o desenvolvimento motor com o sexo, não houve

diferença estatística nas posturas, no percentil ou no escore total da AIMS, não havendo relação do

desenvolvimento neuropsicomotor com o sexo dos lactentes.

Em um estudo realizado por Hintz et al13

et al., 5.253 crianças foram avaliadas no Instituto

Nacional de Saúde e Desenvolvimento Infantil - Escandinávia, nascidas com 28 semanas, para

investigar se haveria diferenças entre os gêneros em relação ao desenvolvimento. Os meninos eram

mais sucetíveis a problemas no desenvolvimento neuropsicomotor, problemas no desenvolvimento

neurológico e paralisia cerebral grave.

No presente estudo não foi possível qualquer análise em relação ao gênero, devido ao pequeno

número de participantes e os outros vieses envolvidos.

Lactentes prematuros e de baixo peso, precisam de um suporte neonatal intensivo, quando há

risco de óbito e/ou riscos cardiorrespiratórios, muitas vezes necessitando de um suporte ventilatório,

como a ventilação mecânica invasiva ou não invasiva 14

. Neste estudo, todos os lactentes necessitaram

de ventilação mecânica após o nascimento e permaneceram na UTIneo.

Felício et al.15

realizaram um estudo de revisão demonstrando que a ventilação mecânica pode

contribuir com o ADNPM por comprometimento da maturação no SNC. Procedimentos invasivos

realizados na UTIneo, como manipulação constante e aspiração traqueal, que não ocorriam em

períodos intrauterinos, também podem contribuir para o atraso no desenvolvimento destes lactentes.

Sabe-se que o DNPM do lactente se inicia já em sua vida intrauterina, continuando após o

nascimento; portanto, a partir do momento em que ele entra em contato com o ambiente em que vive,

este pode contribuir de forma positiva ou negativa para o seu desenvolvimento 4. Faz-se de grande

importância então, os estímulos que o lactente recebe por parte dos cuidadores para realizar

determinadas atividades, como pegar objetos, ficar em pé, entre outros.

Quando exposto a alguns fatores de risco já mencionados, o lactente tem mais chance de

desenvolver alterações no seu desenvolvimento, como o atraso para as aquisições motoras

correspondentes aos meses de vida. Assim um programa de estimulação precoce pode auxiliar no

desenvolvimento humano e prevenir incapacidades e/ou compensações indesejáveis, facilitando a

capacidade de reorganização funcional do SNC devido a sua plasticidade, uma vez que as estruturas

ainda não estão maduras, principalmente até os dois anos de idade. Portanto, a estimulação precoce se

beneficia justamente dessa condição favorável de maior plasticidade do SNC, que facilita e induz o

desenvolvimento mais próximo possível do adequado. Pode-se acrescentar ainda, o uso de outras

abordagens como o Baby Bobath, que procura inibir a adoção de posturas anormais pelo lactente e

promover posturas e movimentos corretos; e técnicas como a Facilitação Neuromuscular

Proprioceptiva, aproveitando alguns princípios para facilitar a coordenação e a ativação muscular16,17

.

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16

Formiga et al.18

, a partir de um estudo para avaliar o desenvolvimento motor de lactentes pré-

termo participantes de um programa de intervenção fisioterapêutica precoce, relataram que o grupo

experimental apresentou um número de aquisições motoras, nas posições prono, supino, sentado e em

pé, superior ao grupo controle utilizado no mesmo estudo, a partir da aplicação de estímulos

psicomotores, técnicas de facilitação do desenvolvimento motor e estímulo de coordenações sensório

motoras; esse resultados coincidem com os achados do presente estudo.

Os resultados do estudo de Formiga et al.18

mostram boa evolução das aquisições motoras dos

lactentes nas posições prono, supino, sentado e em pé. No presente estudo, no Caso 1 pode-se observar

que o lactente não apresentou diferenças na pontuação relacionada a posição supino, sendo justificado

pelo fato de que na AI o lactente já havia atingido a pontuação máxima, pois já realizava todas as

atividades nessa postura. Durante o programa de estimulação esse lactente começou a apresentar

evolução já na terceira semana de atendimento em relação ao engatinhar, sendo o que apresentou a

melhor evolução quando comparado aos demais lactentes do programa. Importante ressaltar que este

foi o que mais se comprometeu em relação ao comparecimento nas sessões, sendo que foi possível

realizar seis atendimentos, faltando apenas uma vez.

O caso 2 apresentou evolução também na terceira semana de atendimento em relação ao

permanecer sentado sem apoio, porém com menor evolução se comparado ao caso 1. Isso pode ser

justificado pelo fato de ter apresentado número significativo de faltas, permanecendo duas semanas

sem comparecer ao atendimento, o que corresponde a falta em dois atendimentos consecutivos.

O caso 3 apresentou-se com uma evolução semelhante ao caso 2, sendo observado avanço na

terceira semana de atendimento em relação ao puxar para sentar. Cabe ressaltar que em um dos

atendimentos o lactente apresentou-se sonolento pelo fato de ter realizado uma tomografia no dia

anterior, necessitando de sedação, que até o momento do atendimento ainda não havia cessado o

efeito. Também apresentou número significativo de faltas e compareceu a três atendimentos.

Nos casos 2 e 3, apesar de terem apresentado evolução, ainda permaneceram abaixo do

percentil adequado para a idade na AF, sendo necessário continuar em programa de estimulação

precoce.

Analisando os três casos é possível justificar a diferença das evoluções pelos seguintes fatos: o

Caso 1 compareceu a um maior número de atendimentos, a família se mostrou comprometida em dar

continuidade à estimulação em casa e na AI o lactente não apresentava ADNPM, mas foi mantido no

programa para estimulação e prevenção, devido aos fatores de risco perinatais. E na AF, como se

manteve acima do percentil 90, recebeu alta com retorno em seis meses para acompanhamento Já os

Casos 2 e 3 compareceram em apenas três atendimentos, ou seja, metade do número de atendimentos

que o caso 1 frequentou, além de já apresentarem na AI, importante ADNPM, necessitando de

comprometimento maior por parte da família em frequentar os atendimentos e dar continuidade à

estimulação em casa, o que, infelizmente não aconteceu. Assim, faz-se necessário que os casos 2 e 3

continuem frequentando o programa de estimulação com reavaliações constantes.

Um estudo realizado por Oliveira et al.19

, mostrou a eficácia de orientações sobre a

estimulação para ser realizado em casa, no qual houve o engajamento dos cuidadores, sugerindo que o

contexto familiar é de grande importância para o desenvolvimento motor do lactente, já que o

ambiente familiar enriquece o aprendizado do bebê.

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17

É importante ressaltar que a pesquisa encontrou algumas limitações, como: a amostra

pequena, o que não possibilitou um efeito comparativo dos desempenhos individuais; o curto tempo

de intervenção; além da falta de um grupo controle que recebesse uma estimulação diferente ou apenas

orientações para que a estimulação fosse realizada em casa, afim de confirmar se os efeitos foram da

estimulação precoce e apenas dela ou se ouve influência de outros fatores.

Conclusão:

A estimulação precoce foi efetiva para melhora do DNPM dos três lactentes, embora dois

deles tenham se mantido com atraso e, portanto, com a necessidade de continuar com a estimulação.

Fica clara a importância do comprometimento da família em frequentar o programa de estimulação

com o lactente quando este é diagnosticado com ADNPM, além de dar continuidade aos estímulos em

casa, afim de evitar prejuízos motores que podem surgir ou se agravar no futuro, levando o lactente a

criar compensações para lidar com o meio em que vive. Sugere-se estudos futuros com aumento da

amostra, garantia de melhor adesão ao programa de estimulação, inserção de grupo controle para

efeitos comparativos e, desta forma, chegar a resultados que possam ser generalizados, embasando a

prática clínica.

Referências Bibliográficas

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10.

2. Calderon, I M P; Cecatti, J G; Veja, C E P. Intervenções benéficas no pré-natal para

prevenção da mortalidade materna, 2006. Revista Brasileira Ginecologia e Obstetrícia,

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[citado em 2013 Agos 5].

4. Burns, I R; MacDonald, J. Fisioterapia e Crescimento na Infância- 1ª edição, 1999.

5. Cypel, S. Neurologia Infantil - 3ª Ed. Atheneu, 1996

6. Umphred, D A; Ribeiro, L B. Fisioterapia neurológica. 2ª edição, São Paulo: Manole, 1994.

7. Tecklin, J S. Fisioterapia Pediátrica - 3ª Ed. São Paulo; Artmed, 2002

8. Hallal, C Z; Marques, N R; Braccialli, L M P. Aquisição de habilidades funcionais na área de

mobilidade em crianças atendidas em um programa de estimulação precoce, 2008. Revista

Brasileira de Crescimento e Desenvolvimento Humano, 18(1):27-34.

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18

9. Mattos, B M; Bellani, C D F. A importância da estimulação precoce em bebês portadores de

Síndrome de Down: revisão de literatura, 2010. Revista Brasileira Terapia e Saúde, v. 1, n.

1, p. 51-63.

10. Halpern, R; Gingliani, R J E; Victora, G C; Barros, C F; Horta, L B. Fatores de risco para

suspeita de atraso no desenvolvimento neuropsicomotor aos 12 meses de vida, 2002. Jornal

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11. Maia, C P; Silva, P L; Oliveira, C M M; Cardoso, L M L V M. Desenvolvimento motor de

crianças prematuras e a termo: uso da Alberta Infant Motor Scale, 2011. Acta Paulista de

Enfermagem, 24(5):670-5.

12. Venturella, C B; Zanadrea G; Sacanni R; Valentini N C. Desenvolvimento motor de crianças

entre 0 e 18 meses de idade: diferenças entre os sexos, 2013. Motricidade, v.9, n. 2, pp. 3-12.

13. Hintz, R S; Kendrick, D E; Vohr, B R; Poole, W K; & Higgins, R D. Gender differences in

neurodevelopmental outcomes among extremely preterm, extremely-low-birthweight infants,

2006. Acta Pediatrica, 95(10),1239-1248.

14. Moreira, L E M; Lopes, A M J. Ventilação mecânica no recém-nascido [online]. Editora

FIOCRUZ, 2004. 546 p. ISBN 85-7541-054-7. SciELO Books, <http://books.scielo.org>.

15. Felício, R S; Pereira, K. Alterações neuropsicomotoras em prematuros que permanecem por

longo período em ventilação mecânica invasiva, 2010. ConScientiae Saúde, 9(2):99-99.

16. Bobath, B; Elisabetsky, E. Atividade postural reflexa anormal causada por lesões

cerebrais. 2. ed. São Paulo, Manole, 1978. 132 p.

17. Adler, S; Beckers, D; Buck, M. PNF- facilitação neuromuscular proprioceptiva: um guia

ilustrado. São Paulo: Manole, 1999. 257 p.

18. Formiga, C K M R; Linhares, M B M. Avaliação do desenvolvimento inicial de crianças

nascidas pré-termo, 2009. Revista da Escola de Enfermagem da USP, 43(2): 472-80.

19. Oliveira, S M S; Almeida, S C; Valentini, C N. Programa de fisioterapia aplicado no

desenvolvimento motor de bebês saudáveis em ambiente familiar, 2012. Revista da

Educação Física/UEM, v. 23, n. 1, p. 25-35.

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19

ANEXOS

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20

ANEXO I- Normas da Revista de Neurociências

NORMAS DE PUBLICAÇÃO

A Revista Neurociências é voltada à Neurologia e às ciências afins. Publica artigos de

interesse científico e tecnológico, realizados por profissionais dessas áreas, resultantes de estudos

clínicos ou com ênfase em temas de cunho prático, específicos ou interdisciplinares. Serão aceitos

artigos em inglês, português ou espanhol. Seus volumes anuais e números trimestrais serão

publicados em março, junho, setembro e dezembro. A linha editorial da revista publica,

preferencialmente, artigos Originais de pesquisa (incluindo Revisões Sistemáticas). Contudo,

também serão aceitos para publicação os artigos de Revisão de Literatura, Atualização, Relato de

Caso, Resenha, Ensaio, Texto de Opinião e Carta ao Editor, desde que aprovados pelo Corpo

Editorial. Trabalhos apresentados em Congressos ou Reuniões Científicas de áreas afins poderão

constituir-se de anais em números ou suplementos especiais da Revista Neurociências.

Os artigos deverão ser inéditos, isto é, não publicados em outros periódicos, exceto na forma de

Resumos em Congressos e não deverão ser submetidos a outros periódicos simultaneamente, com o

quê se comprometem seus autores. Os artigos devem ser submetidos eletronicamente, via e-

mail para o endereço: [email protected]. Recebido o manuscrito, o Corpo Editorial

verifica se o mesmo encontra-se dentro dos propósitos do periódico e de acordo com as Normas

de Publicação, recusando-se aqueles que não cumprirem essas condições. O Corpo Editorial emitirá

um Protocolo de Recebimento do Artigo e enviará a Carta de Autorização, a ser assinada por

todos os autores, mediante confirmação de que o artigo seja inédito, e uma declaração de eventuais

conflitos de interesse pessoais, comerciais, políticos, acadêmicos ou financeiros de cada autor. O

Corpo Editorial enviará, então, o artigo para, pelo menos, dois revisores dentro da área do tema do

artigo, no sistema de arbitragem por pares. O Corpo Editorial analisará os pareceres e encaminhará

as sugestões para os autores, para aprimoramento do conteúdo, da estrutura, da redação e da clareza

do texto. Os autores terão 15 dias para revisar o texto, incluir as modificações sugeridas, cabendo-

lhes direito de resposta. O Corpo Editorial, quando os revisores sugerirem a adição de novos dados,

e a depender do estudo, poderá prover tempo extra aos autores, para cumprimento das solicitações.

O Corpo Editorial verificará as modificações realizadas no texto e, se necessário, sugerirá

correções adicionais. O Corpo Editorial poderá aceitar o artigo para publicação ou recusá-lo se

for inadequado. Para publicação, será observada a ordem cronológica de aceitação dos artigos e

distribuição regional. Os artigos aceitos estarão sujeitos a adequações de gramática, clareza do texto

e estilo da Revista Neurociências sem prejuízo ao seu conteúdo. Ficará subentendido que os autores

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concordam com a exclusividade da publicação do artigo no periódico, transferindo os direitos de

cópia e permissões à publicadora. Separatas poderão ser impressas sob encomenda, arcando os

autores com seus custos. Os artigos são de responsabilidade de seus autores.

A partir de maio de 2012, todos os artigos aceitos para publicação deverão ser

publicados com o número DOI (Digital Object Identifier), com o custo de 10 dolares a

serem pagos pelos autores.

INSTRUÇÕES PARA OS AUTORES

www.revistaneurociencias.com.br

Submissão do artigo: os artigos deverão ser encaminhados ao Editor Chefe via e- mail:

[email protected] e poderão ser utilizados editores de texto,

preferencialmente “Word”, no formato “doc”, uma coluna, espaço duplo, Times New Roman,

fonte 12.

Categoria de artigos: Editorial, Original, Revisão Sistemática, Revisão de Literatura,

Atualização, Relato de Caso, Resenha, Ensaio, Texto de Opinião e Carta ao Editor. O número de

palavras inclui texto e referências bibliográficas (não devem ser considerada folha de rosto com

título, autores, endereço de correspondência, resumo e summary e tabelas, figuras e gráficos).

Adotar as recomendações abaixo.

I - Editorial: a convite do Editor, sob tema específico, deve conter no máximo

2000 palavras e no máximo 10 referências bibliográficas (estilo Vancouver).

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22

II - Artigos Original, Revisão Sistemática e Relato de Caso: resultado de pesquisa de

natureza empírica, experimental ou conceitual (6000 palavras).

Título: em inglês e em português ou espanhol, sintético e restrito ao conteúdo, contendo

informação suficiente para catalogação, não excedendo 90 caracteres. A Revista prefere títulos

informativos.

Autor(es): referir nome(es) e sobrenome(s) por extenso. Referir a instituição em que foi

feita a pesquisa que deu origem ao artigo. Referir formação acadêmica, titulação máxima e vínculo

profissional mais importante de cada autor, por ex.: 1- Neurologista, Livre Docente, Professor

Adjunto da UNIFESP, 2- Neurologista, Pós-graduando na UNICAMP, 3- Neurologista, Residente

no Hospital São Paulo - UNIFESP. Referir suporte financeiro. A ordem dos autores deve seguir

orientação Vancouver: primeiro autor o que realizou o projeto, último autor o orientador. O

orientador ou professor da instituição deve ser indicado como autor correspondente.

Resumo e Abstract: devem permitir uma visão panorâmica do trabalho. O resumo deve ser

estruturado em objetivos, métodos, resultados e conclusões. Não exceder 200 palavras.

Unitermos e Keywords: Máximo de 6 (seis), referir após o Resumo e o Abstract,

respectivamente. Como guia, consulte descritores em ciências da saúde (http://decs.bvs.br).

Corpo do Artigo: apresentar a matéria do artigo seqüencialmente: introdução e objetivo;

método (sujeitos ou relato de caso, número do protocolo do Comitê de Ética da Instituição,

procedimento ou intervenção e análise estatística) com detalhes suficientes para a pesquisa poder

ser duplicada, resultados (apresentados de forma clara e concisa), discussão (interpretação dos

resultados comparados à literatura), conclusões, agradecimentos, referências bibliográficas. As

abreviações devem vir acompanhadas do seu significado na primeira vez que aparecerem no

texto. Nomes comerciais e marcas registradas devem ser utilizados com parcimônia, devendo-se

dar preferência aos nomes genéricos.

Agradecimentos: Devem ser feitos a pessoas ou Instituição que auxiliou

diretamente a pesquisa, mas que não cabem como autores do trabalho.

Figuras, Quadros, Gráficos e Tabelas: Juntos não poderão exceder 5. Deverão ser

apresentados em páginas separadas e no final do texto. Em cada um, deve constar seu número de

ordem, título e legenda. As figuras e gráficos devem ter tamanho não superior a

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6cm x 9cm, com alta resolução (300) e em arquivo JPEG. Identificar cada ilustração com seu

número de ordem e legenda. Ilustrações reproduzidas de textos já publicados devem ser

acompanhadas de autorização de reprodução, tanto do autor como da publicadora. O material

recebido não será devolvido aos autores. Manter os negativos destas.

Referências: Máximo de 30 (as Revisões Sistemáticas deverão solicitar o aumento do

número de referências ao Editor, conforme a necessidade), restritas à bibliografia essencial ao

conteúdo do artigo. Todos os autores e trabalhos citados no texto devem constar na listagem

de referências bibliográficas. No texto, as citações devem seguir o sistema numérico, isto é, são

numerados por ordem de sua citação no texto, utilizando-se números arábicos sobrescritos segundo

o estilo Vancouver (www.icmje.org). Por exemplo:

“....o horário de ir para a cama e a duração do sono na infância e adolescência6-12,14,15

.”

As referências devem ser ordenadas consecutivamente na ordem na qual os autores são

mencionados no texto. Mais de 6 autores, listar os 6 primeiros seguidos de “et al.”.

a) Artigos: Autor(es). Título do artigo. Título do periódico (abreviados de acordo com o

Index Medicus) ano; volume: página inicial – final.

Ex.: Wagner ML, Walters AS, Fisher BC. Symptoms of attention-

deficit/hyperactivity disorder in adults with restless legs syndrome. Sleep.

2004;27:1499-504.

b) Livros: Autor(es) ou editor(es). Título do livro. Edição, se não for a primeira.

Tradutor(es), se for o caso. Local de publicação: editora, ano, total de páginas.

Ex.: Ferber R, Kriger M. Principles and practice of sleep medicine in the child. Philadelphia:

W.B. Saunders Company, 1995, 253p.

c) Capítulos de livros: Autor(es) do capítulo. Título do capítulo. In: Editor(es) do livro.

Título do livro. Edição, se não for a primeira. Tradutor(es), se for o caso. Local de publicação:

editora, ano, página inicial e página final.

Ex.: Stepanski EJ. Behavioral Therapy for Insomnia. In: Kryger MH; Roth T, Dement

WC (eds). Principles and practice of sleep medicine. 3rd

ed. Philadelphia: W.B. Saunders

Company, 2000, p.647-56.

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d) Resumos: Autor(es). Título. Periódico ano; volume (suplemento e seu número se for o

caso): página(s). Quando não publicado em periódico: Título da publicação. Cidade em que foi

publicada: editora, ano, página(s)

Ex.: Carvalho LBC, Silva L, Almeida MM. Cognitive dysfunction in sleep breathing disorders

children. Sleep. 2003; 26(Suppl):A135.

e) Comunicações pessoais só devem ser mencionadas no texto entre parênteses.

f) Tese: Autor. Título da obra, seguido por (tese) ou (dissertação). Cidade:

instituição, ano, número de páginas.

Ex.: Fontes SV. Impacto da fisioterapia em grupo na qualidade de vida de pacientes por

AVCi (Tese). São Paulo: UNIFESP, 2004, 75p.

g) Documento eletrônico: Título do documento (Endereço na Internet). Local:

responsável (atualização mês/ano; citado em mês/ano). Disponível em: site.

Ex.: The pre-history of cognitive science (endereço na Internet). Inglaterra: World

Federation Neurology. (última atualização 12/2005; citado em 01/2006). Disponível em:

http://www.wfneurology.org/index.htm

Recomendações: não colocar nome de autores e datas no texto, apenas indicar o número da

referência; não utilizar referências apud, dar preferência ao artigo original; não fazer citações em

notas de rodapé; O Corpo Editorial segue a padronização da Sociedade Brasileira de Doenças

Cerebrovasculares de 1996, utilizando o termo Acidente Vascular Cerebral – AVC.

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III - Artigos de Revisão de Literatura e Atualização: revisão crítica de literatura ou atualização

relativa a neurociências, com ênfase em causa, diagnóstico, prognóstico, terapia ou prevenção (8000

palavras).

Título: em inglês e em português ou espanhol, sintético e restrito ao conteúdo, contendo

informação suficiente para catalogação, não excedendo 90 caracteres. A Revista prefere títulos

informativos.

Autor(es): referir nome(es) e sobrenome(s) por extenso. Referir a instituição em que foi

feita a pesquisa que deu origem ao artigo. Referir formação acadêmica, titulação máxima e vínculo

profissional de cada autor, ex.: 1- Neurologista, Livre Docente, Professor Adjunto da UNIFESP, 2-

Neurologista, Pós-graduando na UNICAMP, 3- Neurologista, Residente no Hospital São Paulo -

UNIFESP. Referir suporte financeiro. Identificar o autor e endereço para correspondência.

Resumo e Abstract: devem permitir uma visão panorâmica do trabalho. O resumo deve ser

estruturado em objetivos, métodos, resultados e conclusões. Não exceder 200 palavras.

Unitermos e Keywords: Máximo de 6 (seis), referir após o Resumo e o Abstract,

respectivamente. Como guia, consulte descritores em ciências da saúde (http://decs.bvs.br).

Corpo do Artigo: apresentar a matéria do artigo seqüencialmente: introdução, método,

resultados, discussão, conclusão e referências bibliográficas.

Referências: citar até 100 referências, seguindo o sistema numérico por ordem de sua

citação no texto, segundo o estilo Vancouver.

Quadros e Tabelas: juntos não devem exceder 2, apresentados em páginas separadas

e no final do texto. Em cada um, deve constar seu número de ordem, título e legenda.

IV - Artigos de Resenha: é a apresentação do conteúdo de uma obra (livros publicados,

teses e dissertações dos últimos dois anos), acompanhada de uma avaliação crítica (3000 palavras).

As Resenhas devem seguir os itens: título em inglês e em português ou espanhol, sintético e

restrito ao conteúdo, mas contendo informação suficiente para catalogação, não excedendo 90

caracteres. Nome do(s) autor(es), com formação, titulação acadêmica e vínculo profissional,

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instituição onde o trabalho foi realizado, endereço para correspondência. Resumo e Abstract: até

200 palavras com Unitermos e Keywords: Máximo de 6 (seis). Como guia, consulte descritores em

ciências da saúde (http://decs.bvs.br). Corpo do texto contendo: tema, hipótese ou idéia central;

argumentos; evidências científicas; avaliação pessoal quanto à organização da obra, pontos

fortes e fracos, bibliografia utilizada (estilo Vancouver); conclusão, críticas e comentários.

V - Ensaio: é um texto literário breve, situado entre o poético e o didático, expondo idéias, críticas e

reflexões morais e filosóficas a respeito de certo tema pesquisas da área das neurociências (3000

palavras). Deverá conter: título em inglês e em português ou espanhol, sintético e restrito ao

conteúdo, mas contendo informação suficiente para catalogação, não excedendo 90 caracteres.

Nome do(s) autor(es), com formação, titulação acadêmica e vínculo profissional, instituição onde o

trabalho foi realizado, endereço para correspondência; e no máximo 10 referências bibliográficas no

estilo Vancouver. Resumo e Abstract: até 200 palavras com Unitermos e Keywords: Máximo de 6

(seis). Como guia, consulte descritores em ciências da saúde (http://decs.bvs.br).

VI - Texto de Opinião e Carta ao Editor: deve conter opinião qualificada sobre um tema na

área de neurociências, nota curta, crítica sobre artigo já publicado na Revista Neurociências ou

relato de resultados parciais ou preliminares de pesquisa (1000 palavras). Deverá conter: título em

inglês e em português ou espanhol, sintético e restrito ao conteúdo, mas contendo informação

suficiente para catalogação, não excedendo 90 caracteres. Nome do(s) autor(es), com formação,

titulação acadêmica e vínculo profissional, instituição onde o trabalho foi realizado, endereço para

correspondência; e no máximo 10 referências bibliográficas (estilo Vancouver).

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ANEXO II- Aprovação do CEP

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ANEXO IV- Alberta Infant Motor Scale