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DISSERTAÇÃO ESTIMATIVAS DE PARÂMETROS GENÉTICOS EM Lippia alba (Mill.) N. E. BR, QUIMIÓTIPO LINALOL, EM PROGÊNIES CLONAIS DE MEIOS IRMÃOS MARCOS RIBEIRO BOTTIGNON Campinas, SP 2009

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DISSERTAÇÃO

ESTIMATIVAS DE PARÂMETROS GENÉTICOS

EM Lippia alba (Mill.) N. E. BR, QUIMIÓTIPO

LINALOL, EM PROGÊNIES CLONAIS DE MEIOS

IRMÃOS

MARCOS RIBEIRO BOTTIGNON

Campinas, SP

2009

INSTITUTO AGRONÔMICO

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRICULTURA

TROPICAL E SUBTROPICAL

ESTIMATIVAS DE PARÂMETROS GENÉTICOS EM

Lippia alba , (Mill.) N. E. BR., QUIMIÓTIPO LINALOL, EM

PROGÊNIES CLONAIS DE MEIOS IRMÃOS

MARCOS RIBEIRO BOTTIGNON

Orientador: Walter José Siqueira

Co-orientadora: Márcia Ortiz Mayo Marques

Dissertação submetida como requisito

parcial para obtenção do grau de Mestre

em Agricultura Tropical e Subtropical Área

de Concentração em Genética,

Melhoramento Vegetal e Biotecnologia

Campinas, SP

Abril 2009

Ficha elaborada pela bibliotecária do Núcleo de Informação e Documentação do Instituto

Agronômico

B751e Bottignon, Marcos Ribeiro

Estimativas de parâmetros genéticos em Lippia alba (Mill.) N. E. BR.

quimiótipo linalol, em progênies clonais de meios irmãos/ Marcos

Ribeiro Bottignon. Campinas, 2009. 67 fls.

Orientador: Walter José Siqueira

Co-orientadora: Márcia Ortiz Mayo Marques

Dissertação (Mestrado em Genética, Melhoramento Vegetal e

Biotecnologia) - Instituto Agronômico

1. Óleos essenciais L. 2. Linalol L. 3. Herdabilidade

4. Melhoramento I. Siqueira, Walter José II. Marques, Márcia Ortiz Mayo

III. Título

CDD. 668.5

Aos meus pais

Juraci e Armando

pelo incentivo, apoio

e por acreditarem sempre

DEDICO

Ao meu filho Gabriel

e minha esposa Glaucia,

pelo amor incondicional

OFEREÇO

AGRADECIMENTOS

- A Deus por me guiar e fortalecer em todos os momentos

- Ao pesquisador, orientador e amigo Doutor Walter José Siqueira, cientista na mais

pura acepção da palavra, pela sua inteligência, sua disposição para qualquer trabalho,

pela experiência profissional passada, e pelo privilégio de ter sido seu aluno.

- À pesquisadora, co-orientadora, e amiga Doutora Márcia Ortyz Mayo Marques,

profissional de uma capacidade sem limites, realizadora, sempre disposta a ajudar,

enfrentar e vencer desafios, por ter me aceito como estagiário, quando seria mais fácil

recusar.

- À equipe envolvida na realização deste projeto.

- Aos colegas da Pós-Graduação, pelo companheirismo, amizade, e pelos momentos de

crescimento.

- Ao CNPq, edital Universal, processo no 479932/2006-9 pelo apoio financeiro.

- A todos que de uma ou outra maneira participaram neste treinamento e conclusão

deste trabalho, muito obrigado.

SUMÁRIO

ÍNDICE DE TABELAS........................................................................................... vi

ÌNDICE DE FIGURAS............................................................................................ viii

RESUMO................................................................................................................. x

ABSTRACT............................................................................................................. xii

1 INTRODUÇÃO.................................................................................................... 01

2 REVISÃO DE LITERATURA............................................................................. 04

2.1 Lippia alba......................................................................................................... 04

2.2 Produção de Óleos Essenciais e Lippia alba...................................................... 07

2.3 Estimativas de Parâmetros Genéticos................................................................ 12

2.4 Estimativas de Correlações Genética Aditiva, Fenotípica e de Ambiente......... 15

3 MATERIAL E MÉTODOS.................................................................................. 17

3.1 Material Vegetal................................................................................................. 17

3.1.1 Obtenção da população base de Lippia alba................................................... 17

3.1.2 Obtenção das progênies clonais de meios irmãos........................................... 18

3.2 Instalação, Condução e Colheita dos Experimentos.......................................... 21

3.3 Características Avaliadas................................................................................... 24

3.4 Análises Estatísticas........................................................................................... 26

3.5 Estimativas de Parâmetros Genéticos: ANAVAS Simples e Conjuntas............ 28

3.5.1 Coeficiente de variação ambiental (CVE%) simples e conjunta...................... 28

3.5.2 Coeficiente de variação genética aditiva (CVG%)........................................... 28

3.5.2.1 Simples......................................................................................................... 28

3.5.2.2. Conjunta...................................................................................................... 29

3.5.3 Valor b............................................................................................................ 29

3.5.3.1 Simples e conjunto....................................................................................... 29

3.5.4 Herdabilidade no sentido restrito (h2

r)............................................................ 29

3.5.4.1 Simples......................................................................................................... 29

3.5.4.2 Conjunta....................................................................................................... 29

3.5.5 Ganhos genéticos de seleção absoluto e relativo para progênies de meios

irmãos em ambos os sexos....................................................................................... 30

3.5.5.1 Simples e conjunta....................................................................................... 30

3.5.6 Correlações fenotípica (rF%), genética aditiva (rG% ou rA%) e de ambiente

(rE%).......................................................................................................................... 30

3.5.7 Contribuição de efeitos genéticos aditivos (G%) vs ambiente (E%) na

correlação fenotípica................................................................................................ 30

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO.......................................................................... 32

4.1 Variabilidade Genética entre Progênies Clonais de Meios Irmãos nas Três

Colheitas................................................................................................................... 32

4.2 Estimativas de Parâmetros Genéticos................................................................ 41

4.2.1 ANAVAS simples por colheita....................................................................... 41

4.2.2 ANAVAS conjuntas das três colheitas para os três tamanhos efetivos de

progênies.................................................................................................................. 44

4.3 Determinação dos Coeficientes de Correlações Fenotípicas (rF%), Genética

Aditiva (rA%) e de Ambientes (rE%).......................................................................... 47

4.4 Contrastes de Médias por Scott & Knott das 30 progênies de meios irmãos.... 53

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................ 57

6 CONCLUSÕES..................................................................................................... 58

7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................. 59

vi

ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 1 - Interpretação dos valores de correlação de acordo com

SHIMAKURA & RIBEIRO JÚNIOR (2009).................................... 27

Tabela 2 - Quadrados médios das características avaliadas, resultantes da

análise de variância entre médias da primeira e segunda colheita

em Campinas/SP, e da única colheita em Monte Alegre do Sul/SP,

utilizando as 30 progênies (23 da população base e sete dos clones

IAC´s)................................................................................................. 34

Tabela 3 - Quadrados médios das características avaliadas, resultantes da

análise de variância entre médias da primeira e segunda colheita

em Campinas/SP, e da única colheita em Monte Alegre do Sul/SP,

utilizando 23 progênies da população base........................................ 36

Tabela 4 - Quadrados médios das características avaliadas, resultantes da

análise de variância entre médias da primeira e segunda colheita

em Campinas/SP, e da única colheita em Monte Alegre do Sul/SP,

utilizando sete progênies de meios irmãos obtidas após um ciclo de

recombinação de clones IAC´s........................................................... 37

Tabela 5 - Quadrados médios das características avaliadas, resultantes da

análise de variância conjunta (três colheitas) entre médias, de

progênies de meios irmãos, utilizando 30 progênies (23 da

população base e sete dos clones IAC´s)............................................ 39

Tabela 6 - Quadrados médios das características avaliadas, resultantes da

análise de variância conjunta (três colheitas) entre médias, de

progênies de meios irmãos, utilizando os 23 clones da população

base..................................................................................................... 40

Tabela 7 - Quadrados médios das características avaliadas, resultantes da

análise de variância conjunta (três colheitas) entre médias,

utilizando sete progênies de meios irmãos obtidas de clones IAC´s

(um ciclo de recombinação)............................................................... 40

Tabela 8 - Resultados das estimativas de parâmetros genéticos entre progênies

de meios irmãos, obtidas através de médias das colheitas

individuais, com os três tamanhos efetivos de população.................. 42

Tabela 9 - Resultados das análises conjuntas para estimativas de parâmetros

genéticos entre progênies de meios irmãos, obtidas através de

médias das colheitas, com os três tamanhos efetivos de população... 46

Tabela 10 - Estimativas das correlações genética aditiva (rA), fenotípica (rF) e

de ambiente (rE),obtidas entre médias de progênies de meios

irmãos, utilizando todas as progênies (23 da população base e sete

dos clones IAC´s), nas três colheitas em Campinas........................... 48

vii

Tabela 11 - Estimativas das contribuições (%) de componentes genético

aditivas e de ambientes na correlação fenotípica............................... 52

Tabela 12 - Teste comparativo de médias das características avaliadas nas três

colheitas, com as 30 progênies, pelo teste de Scott & Knott a 5% de

probabilidade...................................................................................... 54

Tabela 13 - Distribuição das progênies superiores (letras a nas ANAVAS

conjuntas) com maior repetição dentre as características que

apresentaram contrastes de médias pelo teste de Scott & Knott............. 55

viii

ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1 - Obtenção da população recombinante de base genética ampla para

estimar o potencial desta para fins de seleção e melhoramento; a.

Ensaio de L. alba em campo experimental em Monte Alegre do Sul

(APTA-SP), instalado por YAMAMOTO (2006); b. Frutos-

sementes, medindo cerca de 3,0 mm constituídos de dois

mericarpos contendo uma semente cada medindo aproximadamente

0,4 mm; c. manutenção das plantas em condições de sombreamento

para desenvolvimento inicial; d. população base ou de

trabalho............................................................................................... 18

Figura 2 - Obtenção das progênies clonais de meios irmãos a partir da

população base de trabalho; a. Frutos-sementes tratados e

colocados para germinar em pratos plásticos; b. germinação

irregular e lenta................................................................................... 19

Figura 3 - Matrizeiro para obtenção das estacas das progênies clonais de

meios irmãos; a. Instalação do matrizeiro; b. estacas de cada

progênie, com um nó enterrado para enraizamento, e um nó acima

da superfície da areia, para brotação.................................................. 21

Figura 4 - Preparo das estacas das progênies meias irmãs para serem levadas

para o campo; a. Seleção das estacas; b. Desbaste das folhas e das

raízes das estacas; c. acomodação das estacas nas bandejas de

isopor com areia; d. bandejas com as estacas prontas para serem

levadas para os campos experimentais............................................... 22

Figura 5 - Instalação dos campos experimentais; a. Instalação em Campinas;

b. Instalação em Monte Alegre do Sul............................................... 23

Figura 6 - Pulverizações dos experimentos; a. Campinas; b. Monte Alegre do

Sul....................................................................................................... 23

Figura 7 - Vista do experimento em Campinas; a. Antes da colheita; b.

Durante a colheita; c. Após a colheita................................................ 24

Figura 8 - Material vegetal após colheita da parte aérea das progênies de L.

alba; a. Material vegetal da primeira colheita após chegar do

campo, antes da separação das folhas e dos galhos; b. Vista das

folhas durante separação; c. Vista parcial dos sacos com galhos

(azuis) e sacos com folhas (sacos pardos) durante a secagem à

temperatura ambiente (primeira colheita); d. Vista parcial dos

sacos com galhos da segunda colheita; e. Detalhe dos sacos com

galhos da segunda colheita; f. Vista parcial dos sacos com folhas da

segunda colheita; g. Detalhe dos sacos com folhas da segunda

colheita .............................................................................................. 25

ix

Figura 9 - Hidrodestilação após secagem das folhas de L. alba; a. Bateria de

balões de 2000 mL com folhas secas e aproximadamente 1000 mL

de água destilada prontos para a extração dos óleos essenciais; b.

Vista parcial dos extratores montados em série; c. Aparelho de

Clevenger; d. Detalhe da separação do óleo essencial da água após

a hidrodestilação................................................................................. 26

x

BOTTIGNON, Marcos Ribeiro. Estimativas de parâmetros genéticos em Lippia alba

(Mill.) N. E. BR., quimiótipo linalol, em progênies clonais de meios irmãos. 2009.

67f. Dissertação (Mestrado em Genética, Melhoramento Vegetal e Biotecnologia) - Pós-

Graduação - IAC.

RESUMO

O aumento do uso de plantas aromáticas e medicinais pela população mundial tem sido

significativo nos últimos tempos. Os conhecimentos, incluindo o melhoramento

genético destas espécies, são importantes para que a exploração seja de forma

sustentada e sistematizada. Lippia alba, espécie nativa brasileira, é um arbusto

aromático, medicinal, perene, plantada em todo o Brasil por suas aplicações

farmacológicas. Esta espécie apresenta potencial comercial tanto para a elaboração de

cosméticos como na produção de fármacos. É motivo de destaque o fato de não se

encontrar relatos na literatura sobre pesquisas voltadas para o melhoramento genético da

mesma. Devido à importância desta espécie nativa da América do Sul, o objetivo do

presente trabalho foi iniciar um projeto de Melhoramento Genético no Centro de

Pesquisa e Desenvolvimento de Recursos Genéticos Vegetais do Instituto Agronômico

(IAC). Foram utilizadas 30 progênies de meios irmãos de quimiótipo linalol oriundos de

uma população recombinante envolvendo 20 clones representando cinco quimiótipos

diferentes. Dois experimentos foram instalados, sendo um em Campinas, com duas

colheitas da parte aérea, e um experimento em Monte Alegre do Sul, onde foi realizada

uma colheita. O delineamento experimental foi o de blocos ao acaso, com três

repetições de cerca de 12 plantas clonadas por parcela representando cada progênie. Os

caracteres observados foram: massa seca de folhas (MSF), massa seca total (MST),

relações entre elas [(RDF = (MSF / MST) x 100)], rendimento de óleo essencial (RDO

= massa de óleo (g) / massa de folha (g) x 100), e produção de óleo por planta (PO).

Foram estimados os parâmetros genéticos: variância genética aditiva, variância de

ambiente, coeficiente de variação genética, coeficiente de variação ambiente,

herdabilidade no sentido restrito, valor b, ganho absoluto com 30% de intensidade de

seleção, ganho de seleção relativo, em três tamanhos efetivos de progênies. As

estimativas de parâmetros foram calculadas primeiramente com todas e depois

estratificando-as para 23 progênies com dois ciclos de recombinação, e sete progênies

com um ciclo de recombinação, para fornecer subsídios ao melhorista quanto ao

potencial para seleção de indivíduos superiores do ponto de vista agronômico e

xi

fitoquímico. Os resultados mostraram que tanto nas análises individuais como conjuntas

nos três tamanhos efetivos houve ganhos genéticos para a maioria das características

avaliadas. As correlações fenotípicas e genéticas aditivas foram muito fortes, fortes e

moderadas quando envolveram as características MSF, MST, RDO e PO. A

característica RDF apresentou correlações genéticas aditivas para MSF, MST e PO.

Inversamente proporcional foi a correlação genética aditiva MSF x RDO. Houve

predominância de efeitos genéticos aditivos na correlação fenotípica. Pelo teste de

médias (Scott & Knott a 5%) para as 30 progênies de meios irmãos na análise conjunta

de colheitas foram selecionadas as progênies com um ciclo de recombinação IAC 1,

IAC 2, IAC 4, IAC 8, e as progênies com dois ciclos de recombinação 20, 51, 70 e 230.

Concluiu-se que a Lippia alba possui variabilidade genética, mesmo em populações de

reduzido tamanho efetivo, para seleção de plantas superiores de quimiótipo linalol.

Palavras-chave: óleos essenciais, linalol, herdabilidade, melhoramento.

xii

BOTTIGNON, Marcos Ribeiro. Estimates of genetic parameters in Lippia alba

(Mill.) N. E. BR., linalool chemotype, in clonal half sib progenies. 2009. 67f.

Dissertation (Master in Genetic, Plant Breeding and Biotechnology) - Post-Graduate –

IAC.

ABSTRACT

The use of herbs and medicinal plants by the world population has increased

significantly nowadays. Knowledge, including genetic improvement of these species, is

important for a sustained and systematic exploration. Lippia alba, a Brazilian‟s native

species, is a shrub aromatic, medicinal, perennial, planted throughout the country due

their pharmacological applications. This species has a potential both for the commercial

development of the production of cosmetics and drugs. It is therefore highlighted the

fact is not reported in the literature searchs focused on genetic breeding of the specie.

Due to the importance of this species native of South America, the objective of this

work was to start the project in the Improvement of Research and Development Center

of Plant Genetic Resources, Instituto Agronômico (IAC). Thirty half sib of chemotype

linalool progenies were used from a population involving twenty recombinant clones

representing five different chemotypes. Two experiments were conducted; one in

Campinas, with two harvests of air part, and the other experiment took place in Monte

Alegre do Sul, with one harvest. The experimental design was a randomic block with

three replications of 12 cloned plants per portion, representing each progeny. The

observed characters were: dry mass of leaves (MSF), total dry mass (MST), relations

between them (RDF = (MSF / MST) x 100), essential oil yield (RDO = mass of oil (g) /

leaf mass (g) x 100), and oil production per plant (PO). Genetic parameters were

estimated: additive genetic variance, the environmental variance, coefficient of genetic

variation, coefficient of environmental variation, heritability in the narrow sense, value

b, with 30% absolute gain in intensity of selection, relative selection gain in three sizes

of effective progenies. Estimates of parameters were calculated with all in first step, and

then stratifying them for 23 progenies with two cycles of recombination and seven

progenies with a round of recombination, to provide subsidies to the breeder about the

potential for selection of superior individuals, from the agronomic and phytochemical

point of view. The results showed that both individual and joint analysis on the three

sizes occurred effective genetic gains for most part of the evaluated characteristics. The

phenotypic correlations and genetic additive were very strong, strong and moderated

xiii

when involving the characteristics: MSF, MST, RDO and PO. The RDF characteristic

showed genetic additive correlations for MSF, MST and PO. Were inversely

proportional additive genetic correlation MSF x RDO. There was a predominance of

additive genetic effects on phenotypic correlation. For the test of medium (Scott &

Knott, 5%) for the 30 progenies of half sib in the joint analysis of the harvest were

selected the progenies presenting one recombination cycle of IAC 1, IAC 2, IAC 4, IAC

8, and the progenies presenting two recombination cycles 20, 51, 70 and 230. The

Conclusion is that Lippia alba has genetic variability, even in populations of small

effective size, for selection of higher plants of chemotype linalool.

Keywords: essential oil, linalool, heritability, breeding.

1

1 INTRODUÇÃO

A exploração de recursos vegetais pelo homem se dá em todos os aspectos, pois

este, desde a sua origem e através de experiências culturais, acúmulo de informações e

observações tem demonstrado que as mesmas são essenciais à vida. Em relação às

plantas aromáticas e medicinais, com o desenvolvimento das indústrias químicas,

indústrias farmacêuticas e indústrias de cosméticos, geralmente são exploradas de forma

extrativista. É frequente permanecerem em segundo plano, ou mesmo não existirem a

consciência e o compromisso de obtenção de matéria-prima de forma constante,

uniforme e sem degradar o meio ambiente.

Com o crescimento do mercado e a diversificação na utilização de princípios

ativos naturais, e como consequência aumento da procura de matéria-prima, a iniciativa

privada e os órgãos governamentais aumentaram o interesse no conhecimento destas

espécies. A busca destes conhecimentos inclui desde as suas aplicações, constituição,

morfologia, biologia reprodutiva, diversidade genética, melhoramento genético e, ainda

a possibilidade de exploração racional com estudos de sistemas de cultivo.

Existe carência de informações para a maioria das espécies aromáticas e

medicinais sendo pela identificação agronômica e química das plantas superiores,

passando por estudos genéticos e aspectos de natureza fitotécnica, tais como, épocas de

plantio, espaçamentos, colheita, manejo, processamento, métodos de propagação,

exigências climáticas e nutricionais, ataque de pragas e doenças. Aliado a estes fatores,

não existem informações precisas sobre a demanda do mercado interno e externo para

um planejamento de oferta de matéria-prima de qualidade superior e uniforme ao longo

do ano.

Diante desta realidade, existe a necessidade do desenvolvimento de pesquisas

para que essa riqueza natural seja explorada de forma racional, visando também

melhorar a qualidade de vida das pessoas ligadas a essa atividade, sem prejudicar o

meio ambiente. A maioria das espécies aromáticas e medicinais não é domesticada ou

encontra-se no estádio inicial de estudos, ainda predominando a exploração extrativista,

contribuindo para a degradação dos ecossistemas, gerando matéria-prima de baixa

qualidade e abastecimento de forma irregular.

Os princípios ativos contidos nas plantas, na maioria das vezes, são formados

pelo metabolismo secundário, e estes princípios são constituídos por uma mistura

complexa de substâncias, como por exemplo, os fenilpropanóides, mono e

2

sesquiterpenos, cujas classes constituem grande parte da composição química dos óleos

essenciais. A produção de metabólitos secundários é o resultado de complexas

interações entre biossíntese, transporte, estocagem e degradação de compostos

químicos.

A qualidade da matéria-prima de plantas aromáticas e medicinais é dada pelo

uso a que se destinam juntamente com os critérios que a caracterizam e, portanto, a

qualidade e quantidade de princípio ativo serão determinadas inicialmente pelas

propriedades do material vegetal. As características deste material são influenciadas por

quatro fatores, que são: fator genético, ou características herdáveis; fator da ontogenia,

que compreende a evolução individual; fatores ambientais, tais como clima,

características do solo, doenças e pragas; e por último a pós-colheita, compreendendo

principalmente secagem, ou não, armazenagem e acondicionamento.

Deve-se destacar que as empresas que transformarão as plantas em produtos

intermediários ou acabados necessitam de informações sobre quantidade, padrão e

regularidade da matéria-prima que irão receber dos fornecedores, para que possam se

programar, e assim produzir de maneira constante e uniforme ao longo do ano.

São escassas as informações disponíveis relativas ao aspecto fitotécnico de

espécies aromáticas e medicinais, havendo a necessidade de estudos que revelem o

comportamento das mesmas quando submetidas às técnicas de produção sem afetar o

valor terapêutico ou composição da planta.

O uso caseiro dos princípios ativos de L. alba para fins medicinais é uma das

mais conhecidas aplicações. Os princípios ativos específicos estão presentes nos óleos

essenciais que são extraídos das folhas pela técnica de arraste a vapor. A L. alba possui

alguns quimiótipos já identificados que apresentam diferenças quanto à composição

química dos seus óleos essenciais. Os óleos essenciais são secretados principalmente

pelos tricomas glandulares e pelas células do parênquima clorofiliano.

Por apresentar propriedade analgésica, antiespasmódica, sedativa e citostática, é

indicada para tratar problemas digestivos e desordens gastrintestinais, doenças

respiratórias, dores de garganta, problemas hepáticos, e intoxicações em geral. A

utilização das folhas de L. alba pode ser na forma de infusão, cataplasmas, banhos,

tinturas, chás, compressas, macerados e extratos alcoólicos.

Apesar da importância sócio-econômica e ao valor agregado que as espécies de

plantas medicinais e aromáticas apresentam, os estudos da variabilidade genética

existente vinculada às análises de perfil fitoquímico bem como morfologia, biologia

3

reprodutiva, pragas e doenças e principalmente trabalhos de melhoramento genético são

incipientes.

Em função da diversidade qualitativa e quantitativa de compostos provenientes

do metabolismo secundário da L. alba, e às aplicações em potencial pelos vários

segmentos das indústrias de alimentos (aromas), indústrias cosméticas (fragrâncias),

indústrias químicas (antioxidantes) e laboratórios farmacêuticos (fitoterápicos), os

objetivos do presente trabalho foram: estimar parâmetros genéticos das progênies

estudadas; verificar e quantificar se as mesmas apresentam variabilidade genética para

programas de seleção e melhoramento; analisar as variações das características

avaliadas em dois locais, e em um dos locais com duas colheitas.

Outro objetivo que justifica o presente projeto é gerar conhecimentos teórico-

práticos na área da genética de uma espécie não domesticada, nativa da América do Sul,

especificamente da Mata Atlântica, para exploração sustentada, pois parte do

agronegócio paulista é produzido por agricultores familiares, e a Lippia alba pode se

constituir numa opção rentável para estes produtores, por agregar valor à atividade.

Para avaliar o potencial para o melhoramento de uma população base obtida por

recombinação dentre cinco quimiótipos em experimentação no IAC, foram formados

três tamanhos efetivos de progênies clonais de meios irmãos utilizando o quimiótipo

linalol como modelo, para assim estimar os parâmetros genéticos: herdabilidade, ganhos

genéticos, correlações genéticas, bem como selecionar indivíduos superiores entre as

melhores progênies para caracteres agronômicos e fitoquímicos.

4

2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Lippia alba

A Lippia alba (Mill.) N. E. BR (Verbenaceae), é uma espécie que tem o Brasil

como um dos centros de origem sendo nativa da Mata Atlântica, e encontrada em

regiões de clima tropical, subtropical e temperado, em solos arenosos, nas margens dos

rios, açudes, lagos e lagoas (CORREA et al., 1994; STEFANINI et al., 2002).

Apresenta reprodução por alogamia, com inflorescências de flores

hermafroditas, porém auto-incompatível (SCHOCKEN, 2007). O gênero Lippia reúne

cerca de 200 espécies, sendo que no Brasil ocorrem 111 (SALIMENA, 2000; GUPTA

et al., 2001).

As folhas são membranáceas, pubescentes, pecioladas, simples, serrilhadas,

inteiras, oblongas, apresentando geralmente duas folhas opostas por nó, (CASTRO,

2001). As inflorescências são acrescentes na frutificação, formando com o cálice

frutífero uma unidade dispersora adaptada à anemocoria, com cores rosa, violácea ou

branca, e encontram-se reunidas em capítulo axial com eixo curto e disco central de

flores liguladas (SALIMENA, 2002). Segundo CORRÊA (1992) a espécie pode

florescer o ano todo gerando frutos do tipo esquizocárpico formados por dois

mericarpos que se separam facilmente.

A L. alba tem porte arbustivo e compõe a flora de espécies aromáticas e

medicinais de vários países da América do Sul, América Central, região sul da América

do Norte (PASCUAL et al., 2001a; HENNEBELLE et al., 2008), sendo encontrada

também na Ásia (BAHL et al, 2000). O ciclo é perene com plantas ramificadas,

apresentando brotações novas eretas que tendem a ficar arqueadas com o crescimento,

chegando a tocar o solo, onde normalmente enraízam formando moitas de colônias

clonais de 1.5 a 2.0m de altura, (YAMAMOTO, 2006). Segundo SALIMENA (2002)

existem diversas sinonímias para L. alba (Mill.) N. E. Brown na comunidade científica,

podendo receber o nome de L. microphylla Griseb, L. germinata H.B.K, L. globiflora

Kuntze, L. lantanoides Coult, Lantana alba Mill e Phyla germinata H.B.K.

Segundo MING (1992), a L. alba é considerada uma planta aromática e

medicinal, e apresenta interesse comercial devido às múltiplas propriedades encontradas

em seus metabólitos secundários.

5

Popularmente L. alba é denominada de erva cidreira de arbusto, erva cidreira do

campo, erva cidreira brasileira, alecrim, alecrim do mato, alecrim do campo, alecrim

selvagem, camará, capitão do mato, cidrão, cidró, cidreira, cidreira brava, capim

cidreira, cidreira crespa, cidreira falsa, cidreira melissa, falsa melissa , salva do Brasil,

salva limão, entre outras (MING, 1992; MARTINS et al., 1995; SILVA & SALIMENA,

2002). No Brasil, existem estudos que mostram quimiótipos com diferentes tipos de

compostos, associados às diferentes características morfológicas, anatômicas, e

farmacológicas (MING, 1992; JULIÃO et al., 2001). Ela é utilizada em substituição à

Melissa officinalis na forma de chás, macerados, compressas, banhos e extratos

alcoólicos (JULIÃO et al., 2001). As suas folhas são utilizadas na forma de infuso pela

ação antiespasmódica, calmante e digestiva (PACIORNIK, 1990).

As aplicações terapêuticas da L. alba são como anticonvulsivante (VIANA et al.,

2000), anti-inflamatória (SLOWING BARRILAS, 1992; VIANA et al.,2000; DO

VALE et al., 2002), antiviral (ABAD et al, 1995), fungitóxico (DWIVEDI &

KISHORE, 1990; KISHORE & MISHIRA, 1991, SANTOS, 1996), desordens

gastrintestinais (HEINRICH et al., 1992), doenças respiratórias (CÁCERES, et al.,

1991), gastrite (PASCUAL et al., 2001b), dores de garganta, problemas hepáticos e

intoxicações em geral (DI STASI et al., 1989), citostática e antimicrobiana

(PACIORNICK, 1990, MING, 1992). O extrato alcoólico de L. alba, em etanol 80%

(v/v) apresentou efeitos sedativos e miorrelaxante em camundongos (ZETOLA et al.,

2002).

O fato de o metabolismo secundário estar intimamente associado ao mecanismo

de defesa das plantas aos fatores bióticos e abióticos, e ter controle genético,

provavelmente poligênico, ocorre a plasticidade fenotípica, que é entendida como a

interação com o ambiente onde se desenvolve, refletindo em alterações significativas na

composição e rendimento dos óleos essenciais (MAGALHÃES, 1986; MING, 1992;

YAMAMOTO, 2006).

Segundo FONTANEL & TABATA (1987), plantas da mesma espécie,

cultivadas em diferentes condições, normalmente possuem os mesmos componentes

químicos, porém a proporção em que estão presentes pode diferir.

O potencial econômico da L. alba é devido às suas características agronômicas

favoráveis, como vigor, rusticidade, colonização rápida pela propagação vegetativa, e

por ser considerada uma espécie de grande plasticidade fenotípica, ou seja, o ambiente

6

em que a planta se encontra pode determinar seu hábito de crescimento, constituição

fitoquímica, forma e coloração das folhas (TAVARES et al., 2003).

Outras características favoráveis são a alogamia, como fonte de variabilidade

(SCHOCKEN, 2007), e ainda vegetar e florescer o ano todo (CORRÊA, 1992),

demonstrando assim que o melhoramento genético desta espécie pode levar à

exploração agronômica, industrial e comercial de maneira racional e sustentável,

consolidando como uma opção rentável para a agricultura familiar.

Os principais compostos orgânicos encontrados no óleo essencial de L. alba são

moléculas de hidrocarbonetos, flavonóides, e os terpenóides sendo os de maior

freqüência o citral, germacreno, cânfora, 1,8 cineol, limoneno, β-mirceno carvona,

cariofileno e o linalol (JULIÃO et al., 2001; LORENZO et al, 2001; SANTOS, 2001),

além de outras substâncias já terem sido reportadas na literatura para esta espécie.

Existem estudos sobre a atividade inseticida, antimicrobiana e repelente da L.

alba para o controle de doenças fitopatogênicas (IBRAHIM et al, 2001). RAO et al

(2000) relataram efeito fungicida em cana-de-açúcar, onde sugeriram a possibilidade de

aplicação desta espécie como defensivo agrícola, e estudos de DUBEY et al. (1983) e

KISHORE & MISHRA (1991) mostraram sua ação sobre o fungo de solo Rhizoctonia

solani, que atinge culturas como soja e feijão. O efeito fungitóxico da L. alba foi

promissor para diversas outras culturas, com ação eficiente sobre o causador da

podridão seca do colmo, Macrophomina phaseolina (DWIVEDI & KISHORE, 1990) e

da antracnose foliar, Colletotrichum gloeosporioides (SANTOS, 1996).

Análises feitas por SANTOS (2001) mostraram variações químicas entre

genótipos de L. alba de origens distintas. A produção de óleo essencial pelas folhas de

L. alba, cultivada em diferentes níveis de sombreamento e épocas de colheita, foram

analisadas por VENTRELA (2000), onde o estudo constatou uma melhor adaptação da

planta às condições de alta intensidade de luminosidade. Os compostos químicos mais

abundantes encontrados no óleo foram: neral, geranial, óxido de cariofileno, linalol e

trans-cariofileno, onde as proporções relativas dos compostos apresentaram alta

correlação com os níveis de sombreamento e épocas de colheita.

Segundo TAVARES et al. (2005), analisando os quimiótipos citral, carvona e

linalol em L. alba, a extração do óleo essencial deve ser efetuada em plantas em fase de

crescimento vegetativo, quando o rendimento do óleo e os teores dos componentes

majoritários são maiores, porém a composição química dos óleos essenciais não

apresentou diferenças nos compostos, mostrando que a constituição reflete variação

7

genética, e a produção e proporção relativa de tais compostos é influenciada pelo

ambiente.

Alguns autores consideram que a especiação da L. alba pode explicar a diferença

no número de cromossomos encontrada entre espécies (TAVARES et al., 2003).

BRANDÃO (2003), realizando estudos citogenéticos comparativos entre os gêneros

Lippia, Lantana e Aloysia concluiu que a espécie L. alba é diplóide e apresenta 2n = 30,

porém PIERRE (2004), ao estudar o cariótipo de três quimiótipos de L. alba (linalol,

citral e carvona) observou que os mesmos apresentam diferenças em relação ao número

e morfologia dos cromossomos. Neste estudo verificou que o quimiótipo citral

apresenta 2n = 30, o quimiótipo carvona mostrou número cromossômico 2n = 60, onde

inferiu que este poderia ser um autopoliplóide do quimiótipo citral, e em relação ao

quimiótipo linalol observou que ocorre grande variação numérica dentro dos indivíduos,

indo de 2n = 12 a 2n = 60, podendo tratar-se de um quimiótipo mixoplóide.

2. 2 Produção de óleos essenciais e Lippia alba

As substâncias químicas responsáveis pelos efeitos medicinais, aromáticos ou

atividade biológica presentes nas plantas são os indícios e o ponto de partida para

síntese de produtos químicos ou farmacêuticos. Deve-se destacar que os produtos

sintéticos, na maioria das vezes, apresentam qualidade inferior aos produtos naturais, o

que faz com que os produtos de origem natural sejam mais interessantes para o mercado

(SIMÕES et al, 2000).

As indústrias químicas, farmacêuticas, alimentícias, de fragrâncias e cosméticos

visam propriedades presentes nos óleos essenciais, sendo que estes sofrem variação

qualitativa e quantitativa de acordo com o ambiente e tratos culturais onde a planta se

desenvolve (SHUKLA & FARROOQI, 1990; MING, 1992; CHAVES, 2002).

Segundo SCHEFFER (1992), e DE LA CRUZ (2005) as informações

disponíveis relativas ao aspecto agronômico das espécies aromáticas e medicinais são

escassas, havendo a necessidade de estudos que revelem o comportamento das mesmas

quando submetidas às técnicas de produção sem afetar o valor terapêutico da planta,

pois os princípios ativos podem sofrer alterações conforme as técnicas de cultivo.

As pesquisas com plantas medicinais envolvem investigações da medicina

tradicional e popular (etnobotânica); isolamento, purificação e caracterização de

8

princípios ativos (química orgânica: fitoquímica); investigação farmacológica de

extratos e dos constituintes químicos isolados (farmacologia). Também fazem parte das

pesquisas estudos sobre as transformações químicas dos princípios ativos (química

orgânica sintética); estudo da relação estrutura/ atividade e dos mecanismos de ação dos

princípios ativos (química medicinal e farmacológica) e o desenvolvimento de

formulações para a produção de fitoterápicos. A integração destas áreas na pesquisa de

plantas medicinais conduz a um caminho promissor e eficaz para descobertas de novos

medicamentos (MACIEL, 2002).

Especificamente para a espécie L. alba, na literatura são encontrados estudos

com materiais provenientes de coletas, ou cultivo de poucos genótipos, sobre

caracterização, aplicações, etnobotânica, atividade biológica, técnicas de extração e

rendimento dos óleos essenciais, perfil fitoquímico dos óleos, caracterização

citogenética. Não existem trabalhos relativos ao melhoramento genético para caracteres

de produção de biomassa, rendimento e perfil químico dos óleos essenciais, e segundo

alguns autores, por exemplo SEBBENN et al (2000), é fundamental conhecer os centros

de diversidade e a biologia reprodutiva da espécie a ser estudada e melhorada.

No que se refere ao pré-melhoramento, SANTOS & INNECCO (2004)

avaliaram o efeito da altura de corte e da adubação em L. alba quimiótipos limoneno e

carvona, quando foi avaliada a resposta das plantas para a produção de biomassa seca e

rendimento de óleo essencial, onde concluíram que a adubação não influenciou

significativamente a produção de biomassa e de óleo, porém quanto a colheita, quando

as plantas atingiram de 30 a 45 cm de altura mostraram resultados superiores na

produção de massa seca foliar. Com relação à sazonalidade, SANTOS & INNECCO

(2003) avaliaram diferentes períodos de secagem de folhas de L. alba quimiótipos

limoneno e carvona, onde verificaram que o rendimento de óleo essencial foi

significativamente menor no período de chuvas em relação ao período da seca, e

também constataram que as folhas devem ser secas por quatro dias em temperatura

ambiente para obter melhores rendimentos para estes quimiótipos.

Em estudo realizado por BARBOSA et al. (2006) foram avaliados os efeitos da

secagem variando o período e a temperatura com circulação forçada de ar, onde

verificaram que houve redução de 12 a 17% no teor de óleo essencial em relação à

matéria fresca, devido à volatilização do óleo essencial durante a secagem.

Em estudo de manejo, realizado por MING (1992) onde foram avaliados os

efeitos da adubação orgânica em L. alba, verificou um aumento na produção de

9

biomassa de acordo com os níveis de incorporação, e uma relação inversa quanto aos

teores de óleos essenciais. VENTRELLA (1998) constatou que folhas mais jovens de L.

alba produzem significativamente mais óleo em relação às folhas mais velhas, onde

pode inferir uma relação inversa entre idade da folha e produção de óleo essencial, e não

somente com quantidade de material vegetal e estruturas secretoras. Este mesmo autor

(VENTRELLA, 2000), testou diferentes níveis de sombreamento, além de épocas de

colheita, onde os dois fatores apresentaram interação significativa com o rendimento.

YAMAMOTO et al. (2008), em estudo para avaliar a interação entre genótipos e

ambientes, com 20 progênies pertencentes a cinco quimiótipos observou que linalol e

limoneno/carvona foram superiores para rendimento de óleo em relação aos quimiótipos

mirceno/cânfora, citral e mirceno.

Segundo CARVALHO et al. (2005), nos últimos tempos o interesse por plantas

aromáticas e medicinais com ações terapêuticas ou farmacológicas, e com possíveis

aplicações apresentando funções comprovadas cientificamente tem aumentado

consideravelmente. De acordo com MENTEZ (1996) planta medicinal é toda espécie

vegetal que contém em um ou mais de seus órgãos substâncias chamadas de princípios

ativos, que possam ser utilizadas com fins terapêuticos ou que sejam precursores de

síntese químico-farmacêutica. Os metabólitos secundários podem ser produzidos pelos

vegetais em rotas metabólicas constitutivas e principalmente induzidas, conforme o

ambiente onde se encontram (GARDNER et al., 1991; SANTOS, 2001).

Variações na composição química dos óleos essenciais produzidos pelo

metabolismo secundário das plantas aromáticas e medicinais, e nas características

morfológicas têm sido observadas dependendo da origem geográfica do material, o que

levou à hipótese de que seriam consequências da influência de fatores ambientais

(RETAMAR, 1994; ZOGHBI et al., 1998).

As variações das características produção de biomassa e rendimento de óleo

essencial de L. alba foram observadas por SHUKLA & FAROOQI (1990) como

variáveis quando empregados fitoreguladores no manejo, e VENTRELLA (2000),

CASTRO (2001), SANTOS (2001), STEFANINI et al (2002), EHLERT (2003),

SANTOS & INNECCO (2003), INNECCO et al (2003) observaram variações de tais

características em diferentes condições ambientais.

Segundo MATTOS (2000), é de suma importância que sejam desenvolvidas

ações para o desenvolvimento de técnicas de manejo e cultivo da plantas aromáticas e

medicinais com potencial de exploração comercial levando-se em consideração a sua

10

utilização pelo homem sem esquecer a manutenção do equilíbrio dos ecossistemas. Para

RETAMAR (1994), e ZOGHBI et al. (1998), é importante que tais técnicas sejam

desenvolvidas respeitando-se as condições edafoclimáticas da região, uma vez que a

produção de princípios ativos pelas plantas pode ser afetada pelo ambiente onde é

cultivada conduzindo à modificações na constituição dos metabólitos secundários.

Os óleos essenciais não se distribuem de maneira homogênea na planta e podem

estar concentrados nas raízes, rizomas, talos, caules, folhas, sementes ou flores. O teor

varia de acordo com as técnicas de cultivo, temperatura, pluviosidade, vento, solo,

altitude, latitude, idade da planta, época do ano, e clima onde a planta se desenvolve

(MENTEZ, 1996). As funções fisiológicas dos metabólitos secundários nas plantas

ainda não estão completamente esclarecidas, mas associa-se à defesa contra agentes

externos, tais como doenças, pragas, radiação solar, etc., ou a resíduos do metabolismo

vegetal. Estes princípios ativos possuem funções ecológicas importantes para a

sobrevivência da espécie e são produzidos pelo metabolismo secundário das plantas

(SHUKLA & FAROOQI, 1990).

A produção de metabólitos secundários resulta de complexas interações entre

biossíntese, transporte, estocagem e degradação de compostos químicos (WINK, 1990),

e cada um desses processos, por sua vez, é governado por genes e, portanto,

influenciado por três fatores principais: genótipo, ontogenia e ambiente (HARBONE,

1977; ROBERTS, et al., 1996).

Os óleos essenciais são misturas complexas que podem conter vários compostos

orgânicos presentes em diferentes proporções, e seus constituintes podem pertencer a

diversas classes de compostos. O estudo destes compostos orgânicos é de fundamental

importância no entendimento da aplicação dos mesmos (MACIEL et al., 2002).

Sabe-se que os reguladores vegetais utilizados no manejo da planta podem

modificar seu comportamento, alterando não só a produtividade como o seu

metabolismo secundário, obtendo-se às vezes um aumento do teor de óleo essencial

(SHUKLA & FAROOQI, 1990). A expressão diferencial dos genes geralmente é

associada a diferentes estádios de desenvolvimento da planta e por influência do meio

ambiente (GARDNER et al. 1991).

Em L. alba, pouco se conhece sobre a biologia floral e mecanismos reprodutivos

da espécie, germinação de sementes, dormência, cruzamentos naturais, etc., porém, para

o planejamento e desenvolvimento de um programa de melhoramento genético, bem

11

como para compreensão do seu processo de domesticação, estes aspectos da biologia da

planta são de fundamental importância.

CASTRO (2001) estudando produção de biomassa, rendimento e composição

química dos óleos essenciais em diferentes épocas do ano, e em diversas posições das

folhas nos galhos (apical, mediana e basal), observou que as partes apical e mediana

representaram cerca de 80% da massa das folhas frescas, e que nas porções apicais a

produção de metabólitos secundários é mais intensa do que em suas porções basais e

medianas. Estas observações indicam que folhas em estádio inicial de desenvolvimento

produzem mais óleo quando comparadas com folhas mais velhas.

O estudo da L. alba tendo como modelo o quimiótipo linalol nesta pesquisa

deve-se ao fato de que o linalol, que é um álcool monoterpênico, é largamente utilizada

como fixador nas indústrias de perfumes e cosméticos. Enquanto produtos populares

utilizam linalol sintético, os produtos mais finos e caros utilizam linalol extraído da

Aniba rosaeodora Ducke, que é uma árvore da família Lauraceae, conhecida como pau-

rosa. No Brasil a A. rosaeodora ocorre desde o Amapá até a fronteira com o Peru ao

longo das margens do rio Amazonas (LUPE, 2007).

A madeira da A. rosaeodora apresenta aroma que lembra rosa, e produz óleo

essencial constituído na maior parte por linalol (70-90 %). O linalol e seus ésteres,

como o acetato de linalila, são substâncias odoríferas de cheiro intenso e agradável. Os

problemas para a extração do óleo essencial de A. rosaeodora são devido à destruição

da árvore, pois, para obtenção deste óleo essencial o tronco é cortado e transformado em

serragem. Outros problemas são a falta de técnicas de plantio da espécie e o longo

período de maturação dessas plantas na floresta até atingirem o ponto de corte da

madeira, sendo de mais de 25 anos.

De acordo com o Ibama, para cada tambor de 180 litros de óleo produzido, 80

mudas de A. rosaeodora deveriam ser plantadas. Existe, entretanto, escassez de mudas,

o que as torna caras. Nos últimos tempos as indústrias de cosméticos e de perfumes têm

reduzido a utilização do óleo essencial de A. rosaeodora, tanto pelo preço quanto pela

questão ambiental, tendo em vista que a espécie corre perigo de extinção, e as empresas

em geral preferem não correr o risco de ter seu nome associado à devastação do meio

ambiente. Os principais compradores do óleo são os Estados Unidos e Europa, por

empresas sofisticadas como a francesa Chanel, que utiliza o óleo na produção dos seus

perfumes, sendo o mais conhecido o Chanel. nº 5 (BARATA, 2004).

12

Pesquisadores brasileiros preocupados com o esgotamento das reservas naturais

de A. rosaeodora têm realizado estudos com o objetivo de encontrar fontes alternativas

de óleos essenciais ricos em linalol, e alguns autores sugerem que o óleo essencial da L.

alba poderia vir a substituir o óleo essencial da madeira do pau-rosa (MAIA, 2004).

Diante do que foi exposto, é importante o conhecimento dos níveis e a

distribuição da variabilidade genética da L. alba entre e dentro das populações para

caracteres agronômicos e fitoquímicos, bem como estimar as herdabilidades e a

presença de correlações entre as características.

2.3 Estimativas de Parâmetros Genéticos

A estimativa de parâmetros genéticos é importante em programas de

melhoramento de plantas, pois permite conhecer a estrutura genética das populações

para fins de seleção, e a determinação da magnitude das estimativas de herdabilidade

fornece subsídios para definição das estratégias de seleção bem como auxiliam a

predição de ganhos obtidos (FEHR, 1987).

Segundo HALLAUER & MIRANDA FILHO (1981), e FALCONER (1987), é

necessário dimensionar as magnitudes das variâncias de origem genética frente às

variâncias devido ao ambiente, para que seja possível estimar de maneira adequada o

potencial da população quanto à seleção. O resultado da seleção baseada no fenótipo

dos indivíduos de uma geração é função do grau de associação da variância genética

destes com a variância genética da geração seguinte, o que expressa a herdabilidade.

(FALCONER, 1987), e segundo SIQUEIRA et al. (1994), para características

quantitativas, os efeitos do ambiente são mais influentes para o fenótipo final dos

indivíduos, resultando em menores herdabilidades.

Os caracteres fenotípicos de uma população, e os resultantes de cruzamentos

desta população são objetos de estudos dentro de um programa de melhoramento

genético para seleção de materiais superiores. A variabilidade intergênica e interalélica

presente nos indivíduos juntamente com as condições ambientais onde esta população

ocorre determinam a estrutura genética da mesma.

Para os pesquisadores que trabalham com seleção e melhoramento de espécies

aromáticas e medicinais, os caracteres avaliados de maior relevância são produção de

biomassa e rendimento de óleos essenciais (MONTANARI JR, 2005).

13

De acordo com HALLAUER & MIRANDA FILHO (1981), para a avaliação do

potencial de uma população para melhoramento e escolha do método de seleção a ser

utilizado é necessária à estimação dos componentes da variância genética. Segundo

LONNQUIST (1964), dentre os vários métodos utilizados no melhoramento genético, o

método de seleção entre e dentro de progênies de meios irmãos em espécies com baixo

índice de domesticação, que teoricamente apresentam maior variabilidade, tem

mostrado melhores resultados. Este método de seleção promove o aumento da

frequência dos genes favoráveis sem elevar as taxas de endogamia, aumentando a

eficiência da seleção intrapopulacional, sendo pouco dispendioso, com facilidade de

obtenção e manuseio, permitindo maior nível de recombinação, não requerendo

polinizações manuais, e de execução rápida. A L. alba, por ser alógama e apresentar

auto-incompatibilidade (SCHOCKEN, 2007), facilita a obtenção de progênies de meios

irmãos em polinização aberta.

PATERNIANI & MIRANDA FILHO (1978) destacam que quando se deseja

alterar as frequências gênicas de uma população deve-se analisar a variabilidade

genética presente na população, que é consequência da frequência gênica na população

original, o método de seleção empregado, a técnica e precisão das avaliações dos

genótipos, a influência do ambiente, bem como a interação com o ambiente (locais e

anos), os efeitos pleiotrópicos, o tamanho efetivo da população, e as correlações

fenotípicas, genotípicas e de ambiente, que atuam contra ou a favor da seleção.

Os parâmetros genéticos estimados mediante as variâncias mencionadas,

geralmente são: coeficiente de variação genética (CVG%), coeficiente de variação

ambiental (CVE%), valor b (CVG/CVE), herdabilidade no sentido amplo, no sentido

restrito, ganhos genéticos absolutos e relativos, correlações fenotípica, genética aditiva e

ambiental (BUSO, 1978; MIRANDA et al., 1988; SIQUEIRA et al., 1993, 1994).

O ganho genético depende da herdabilidade do caráter sob seleção, da

intensidade de seleção praticada e do controle das condições ambientais. Quanto maior

o nível de expressão da variabilidade genética em relação ao ambiente e, mais ainda, se

a proporção desta variabilidade genética for devido na sua maior parte a efeitos aditivos,

maiores serão os ganhos estimados para a geração seguinte (MIRANDA et al., 1988).

Na literatura não há trabalhos sobre estimativas de parâmetros genéticos e

correlações para L. alba, porém estudos realizados por YAMAMOTO et al. (2008),

mostraram que a seleção massal dentro de populações “per se” ou oriundas de

cruzamentos forneceram resultados favoráveis no melhoramento genético desta espécie,

14

e segundo PATERNIANI (1968) e ALLARD (1971) este tipo de seleção é eficiente

para espécies alógamas, com caracteres fenotípicos com adequada variabilidade

genética aditiva e alta herdabilidade.

Segundo HALLAUER & MIRANDA FILHO (1981), em genética quantitativa,

para o melhoramento de plantas é importante a estimativa de parâmetros genéticos nas

populações de estudo para predizer o progresso de acordo com a intensidade e o tipo de

seleção. Com as informações obtidas é possível avaliar se a população é adequada para

o melhoramento, bem como comparar os diferentes tipos de seleção mantendo constante

o tamanho efetivo da população selecionada.

Para que seja possível estabelecer o método de seleção a ser aplicado à

população de estudo é necessária a determinação de parâmetros genéticos da mesma

para obter informações sobre a natureza da ação dos genes envolvidos na herança dos

caracteres sob investigação (COCKERHAM; 1956).

De acordo com FALCONER (1987) a herdabilidade é um importante parâmetro

para o melhoramento, pois mostra a proporção da variação fenotípica total que é

atribuída ao efeito médio dos genes, e quando determinados indivíduos são escolhidos

para genitores, tendo como base seus valores fenotípicos, o sucesso na alteração das

características da população poderá ser predito através do conhecimento do grau de

relação entre o valor fenotípico e o genético, que é medido pela herdabilidade.

Esse mesmo autor destaca que a herdabilidade é propriedade não de apenas

determinada característica, mas da população e as condições ambientais onde esta se

encontra, uma vez que o valor da herdabilidade depende da magnitude de todos os

componentes da variância, salientando que quando se fizer referência à uma

característica, esse valor refere-se a uma população particular sob determinadas

condições.

Dentro deste contexto, ainda não se conhecem os valores de herdabilidade para

característica de rendimento de óleos essenciais, bem como dos constituintes presentes

na maioria das espécies aromáticas e medicinais. Trabalhos nesse sentido, com

determinadas espécies de plantas aromáticas e medicinais, a exemplo de L. alba, serão

inéditos e contribuirão para fornecer subsídios para o melhoramento genético desta

espécie não domesticadas. Até o presente, a obtenção de genótipos superiores baseia-se

em seleção massal (ou clonal) de indivíduos dentro de ecótipos preexistentes nos locais

de origem e de diversificação. Cruzamentos controlados ou dirigidos entre indivíduos

superiores e contrastantes poderão gerar populações segregantes com base genética

15

ampla para praticar seleção para um conjunto de características desejáveis

(FALCONER, 1987; MIRANDA FILHO & VENCOVSKY, 1995).

2.4 Estimativas de Correlações Genética Aditiva, Fenotípica e de Ambiente

O estudo de correlações entre características é importante para o melhoramento,

pois o aprimoramento de uma determinada propriedade da espécie estudada é

direcionado para um conjunto de caracteres simultaneamente VENCOVSKY (1978).

Segundo FALCONER (1987) existem dois fatores que influenciam na

correlação: o fator ambiental, e o fator genético. A correlação genética é devida,

principalmente, ao efeito pleiotrópico dos genes ou falta de equilíbrio de ligação. Ocorre

pleiotropia quando um gene que esta segregando afeta duas ou mais características,

causando variações simultaneamente nestas características, e a magnitude da correlação

observada pelo pleiotropismo indica o quanto estes caracteres são influenciados pelos

mesmos genes. Este mesmo autor cita que alguns genes podem atuar aumentando ou

diminuindo os caracteres, mostrando correlações positivas ou negativas, enquanto

outros podem agir em sentidos opostos, indicando que o pleiotropismo não causa,

necessariamente, uma correlação possível de ser detectada.

A correlação entre caracteres possibilita a seleção indireta para um caráter

desejado, muitas vezes com progresso mais acelerado do que a seleção direta, porém, a

seleção e o melhoramento podem ser dificultados se as características são desejáveis,

mas apresentam correlações elevadas e negativas, ou quando as características são

altamente correlacionadas positivamente, e uma delas é indesejável (FALCONER,

1987). A correlação fenotípica é composta pela correlação genética e de ambiente, mas

apenas a genética contém as características herdáveis que são utilizadas nos programas

de seleção e melhoramento de plantas (ROBINSON et al, 1951).

A correlação de ambiente ocorre quando as características avaliadas sofrem

influência pelas diferenças de condições do ambiente, e da mesma maneira, esta

correlação mostra o efeito total das variáveis ambientais, podendo apresentar correlação

negativa ou positiva, dependendo da característica (FALCONER, 1987; RAMALHO et

al. 2004). A correlação pode ser decorrente de ligações gênicas, porém são transitórias,

principalmente em populações derivadas de cruzamentos entre linhagens (FALCONER,

1987). CRUZ (2005), também considera como causas de correlação entre caracteres,

16

além do pleiotropismo, o desequilíbrio de fase gamética. Se não houver forte ligação

entre os genes, a correlação pode ser alterada em gerações avançadas por desequilíbrio

nos conjuntos gênicos, pelas permutas.

17

3 MATERIAL E MÉTODOS

3.1 Material Vegetal

3.1.1 Obtenção da população base de Lippia alba

Para a presente pesquisa obteve-se, inicialmente, uma população

recombinante de base genética ampla para estimar o potencial desta para fins de seleção

e melhoramento.

Esta população recombinante foi obtida a partir de infrutescências de oito

genótipos (IAC-1 a IAC-8), pertencentes ao quimiótipo linalol, colhidas separadamente

em 06/10/2005, em experimento instalado por YAMAMOTO (2006), no Pólo Regional

de Desenvolvimento do Leste Paulista, município de Monte Alegre do Sul, SP/APTA

(Figura 1a).

Este experimento era constituído de 20 clones pertencendo a cinco quimiótipos,

sendo eles, linalol (oito genótipos), mirceno/cânfora (três), limoneno/carvona (quatro),

citral (quatro) e mirceno (um). Como a L. alba é alógama e auto-incompatível, portanto

de polinização cruzada, houve recombinação entre os quimiótipos. Para obtenção das

progênies de meios irmãos, os frutos foram colhidos somente nas plantas dos oito

clones linalol (IAC 1 a IAC 8). Os frutos tipo seco, denominado de esquizocarpo, foram

retirados das infrutescências em laboratório. Cada fruto, medindo cerca de 3,0 mm, é

constituído de dois mericarpos contendo uma semente cada medindo aproximadamente

0,4 mm (SCHOCKEN, 2007). Como as sementes são de tamanho reduzido (Figura 1b),

e ficam presas no interior dos mericarpos, sua retirada é inviável. Portanto, optou-se por

colocar os frutos diretamente em bandejas de isopor de 128 células com 12 cm de altura

para obtenção de plântulas. O substrato utilizado foi o orgânico Plantmax HT®, indicado

para hortaliças.

Doravante, neste trabalho, quando se fizer referência às sementes de L. alba,

estará implícito que se trata de frutos ou frutos-semente. Foram semeadas 8.000

sementes colhidas nos quimiótipos linalol. A germinação foi irregular e em níveis

baixos, ao redor de 3,0% obtendo-se 296 plântulas em cinco meses após a semeadura.

Após a germinação, as plântulas foram transplantadas em bulk, em janeiro de

2006, para vasos de 30L com novo substrato na proporção de 2:1:1, de terra argilosa,

18

areia e substrato Plantmax HT® para hortaliças, respectivamente. Após a manutenção

das plantas em condições de sombreamento para desenvolvimento inicial (Figura 1c),

estas foram transferidas para local definitivo, com sistema automático de irrigação por

gotejo, constituindo-se na população base ou de trabalho. (Figura 1d).

Figura 1 - Obtenção da população recombinante de base genética ampla para estimar o

potencial desta para fins de seleção e melhoramento. a. Ensaio de L. alba em campo

experimental em Monte Alegre do Sul (APTA-SP), instalado por YAMAMOTO (2006); b.

Frutos-sementes, medindo cerca de 3,0 mm constituídos de dois mericarpos contendo uma

semente cada medindo aproximadamente 0,4 mm; c. manutenção das plantas em condições

de sombreamento para desenvolvimento inicial; d. população base ou de trabalho.

3.1.2 Obtenção das progênies clonais de meios irmãos

Da população base, com um ciclo de recombinação, formada por 296 plantas,

foram identificadas olfativamente 88 plantas como sendo também do quimiótipo linalol.

Destas, foram colhidas individualmente sementes (frutos-semente) em 67 delas

constituindo-se em progênies de meios irmãos com dois ciclos de recombinação. As

aa

aa

aa

aa

bb

cc dd

19

sementes foram colocadas para germinar em pratos plásticos (Figura 2a), em casa de

vegetação, contendo mistura de 1:1 de areia e substrato Plantmax HT® para hortaliças,

com sistema de irrigação por nebulização, e novamente a germinação ocorreu de forma

irregular e lenta (Figura 2b).

Figura 2 - Obtenção das progênies de meios irmãos a partir da população base de

trabalho. a. Frutos-sementes tratados e colocados para germinar em pratos plásticos; b.

germinação irregular e lenta.

Em função desta baixa e irregular germinação ao longo do tempo, poucas

progênies apresentaram plântulas em número razoável (>30) para serem novamente

identificadas olfativamente como linalol. Ressalte-se que as plântulas de cada progênie

de meios irmãos devem ser todas do quimiótipo linalol (óleo alvo do presente trabalho)

para serem levadas ao campo como meias irmãs.

Das cerca de 60 progênies coletadas em plantas linalol da população base apenas

23 forneceram, cada uma, entre 8 e 20 plantas identificadas olfativamente como

quimiótipo linalol. Essa quantidade é insuficiente para os experimentos com progênies,

portanto, optou-se por clonar por meio de estacas cada uma das plantas das progênies de

meios irmãos. As progênies, com cerca de 8 a 20 de cada planta, após cerca de um mês

em casa de vegetação, foram transplantadas para o campo tendo sido denominado de

matrizeiro de progênies (Figura 3a).

Para aumento do tamanho efetivo de progênies foram colhidas sementes de oito

clones IAC´s de quimiótipo linalol estudados por YAMAMOTO (2006) que foram

postas a germinar da mesma forma que as anteriores. Destes oito clones, sete

germinaram e produziram plântulas em quantidades suficientes para identificar

novamente as de quimiótipo linalol. Portanto, para a composição do matrizeiro foram

aa bb

20

transplantadas 30 progênies de meios irmãos, sendo 23 com dois ciclos de

recombinações oriundas da população base e sete dos clones IAC´s com um ciclo de

recombinação.

Após cerca de quatro meses, estacas padronizadas (15 a 20 cm de comprimento

e diâmetro aproximado de 2,0 cm) contendo somente dois nós foram coletadas de cada

planta do matrizeiro, constituindo-se nas progênies clonais de meios irmãos. Ressalte-

se que o termo clonal pode inferir que são clones de progênies e, portanto sem

variabilidade genética, mas na realidade cada estaca dentro de uma progênie representa

uma planta segregante oriunda de semente que se encontra no matrizeiro. As progênies

terão, portanto, estacas que são meias irmãs entre si e com variabilidade genética. As

variações fenotípicas dentro de progênies clonais de meios irmãos serão decorrentes da

componente genética e de ambiente, sendo este acrescido de efeitos ou desvios que

serão devidos às variações não controladas em nível de estacas como tamanho,

quantidade de reserva, diâmetros, posição na plantas etc.

No matrizeiro o espaçamento adotado foi de 0,70 x 0,40 m, e irrigação por

gotejamento com vazamento de 2,4 L. h-1

.

Em novembro de 2007 foram retiradas estacas de cada uma das plantas de

progênies do matrizeiro e colocadas em bandejas de plástico com 72 células preenchidas

com areia, com um nó enterrado para enraizamento, e um nó acima da superfície da

areia, para brotação, sendo mantidas em casa de vegetação, e regadas com freqüência

(Figura 3b).

Desta maneira 30 progênies clonais de meios irmãos, tendo de 8 a 15 plantas

linalol cada, foram utilizadas para estimar parâmetros genéticos e assim, quantificar a

variabilidade genética disponível à seleção para caracteres agronômicos e fitoquímicos.

Para se conhecerem as alterações que seriam provocadas nas estimativas de

parâmetros com três formas de arranjos das progênies optou-se por realizar as

ANAVAS e ANCOVAS com o total de progênies e depois estratificá-las para 23 e sete.

Com as 23 teríamos estimativas para progênies oriundas da população base, tendo

conforme mencionado anteriormente, dois ciclos de recombinação e com as sete

progênies de clones IAC´s estimativas com um ciclo de recombinação. Daqui para

frente, sempre que possível e com o objetivo de simplificar, ao invés de progênies

clonais será adotada a denominação progênies de meios irmãos.

21

Figura 3 - Matrizeiro para obtenção das estacas das progênies clonais de meios irmãos.

a. Instalação do matrizeiro; b. estacas de cada progênie, com um nó enterrado para

enraizamento, e um nó acima da superfície da areia, para brotação.

Entre os dias 29 de janeiro e 8 de fevereiro de 2008 as estacas mais uniformes

que estavam nas bandejas de plástico foram transplantadas para bandejas de isopor de

144 células preenchidas com areia, após terem as raízes e folhas podadas, ficando desta

maneira prontas para serem levadas para os campos experimentais (Figuras 4a, b, c ,d).

3.2 Instalação, Condução e Colheita dos Experimentos

Foram instalados dois experimentos, com as trinta progênies, e cada progênie

constituída de 8 a 15 plantas. O primeiro experimento foi instalado em Campinas, entre

os dias 13 e 15 de fevereiro de 2008, na Unidade de Entomologia do Centro

Experimental Central do Instituto Agronômico (IAC), em Campinas/SP, Fazenda Santa

Elisa (Figura 5a). O solo é caracterizado como argiloso e clima tropical quente, latitude

22º54‟S, longitude 47º05‟W, altitude de 674 m. O segundo experimento foi instalado

em 4 de abril de 2008, no Pólo Regional de Desenvolvimento Leste Paulista da Agência

Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA/SP), no município de Monte Alegre

do Sul, SP (Figura 5b), que tem o solo classificado como latossolo vermelho-amarelo,

latitude 22º43‟S, longitude 46º37”W, e altitude de 820m.

O espaçamento adotado foi de 1,0 x 0,50 m nos dois locais, e o sistema de

irrigação foi por gotejamento a 2,4 L. h-1

em Campinas, e por aspersão em Monte

Alegre do Sul.

aa bb

22

Figura 4 - Preparo das estacas das progênies meias irmãs para serem levadas para o

campo. a. Seleção das estacas; b. Desbaste das folhas e das raízes das estacas; c.

acomodação das estacas nas bandejas de isopor com areia; d. bandejas com as estacas

prontas para serem levadas para os campos experimentais.

Nos dois experimentos as plantas foram tutoradas (Figura 7a), para evitar que os

galhos tocassem o solo e desenvolvessem raízes, formando touceiras de plantas e

aumentando o erro experimental. As falhas foram corrigidas durante a fase de

pegamento das estacas através de reposição de novas estacas retiradas do matrizeiro.

O delineamento experimental utilizado foi o de blocos ao acaso, com três

repetições e cada parcela constituída de 8 a 15 plantas descendentes, clonadas via

estacas para cada progênie de meios irmãos.

O experimento de Campinas foi adubado com 8 gramas de adubo por planta, de

fórmula 4-14-8, em 17/04/2008, e pulverizado (Figura 6a) com Chlorothalonil, na

dosagem de 3 mL. L-1

, Deltametrina a 0,5 mL. L-1

, Oxicloreto de cobre a 3 g. L-1

e

Milbemectina A3 com Milbemectina A4 e Oxociclohexanona a 1,5 ml. L-1

, em

a b

c d

c

23

16/05/2008 e 02/06/2008. As pulverizações foram necessárias devido à incidência de

ferrugem (Puccinia sp) e ácaro branco (Poliphagotarsonemus latus) e rajado

(Tethranichus sp). A primeira colheita da parte aérea do experimento de Campinas foi

feita entre os dias 14 e 16 de julho de 2008 (Figura 7b e c), e em 23/07/2008 foi feita

nova adubação na mesma quantidade com o mesmo produto. A segunda colheita foi

realizada entre os dias 13 e 15 de outubro de 2008. Entre as duas colheitas não houve

necessidade de pulverização.

Figura 5 - Instalação dos campos experimentais. a. Instalação em Campinas; b.

Instalação em Monte Alegre do Sul.

Em 24/07/2008 o experimento de Monte Alegre do Sul foi adubado com 8

gramas de adubo 4-14-8 por planta e pulverizado (Figura 6b) com Chlorothalonil na

dosagem de 3 mL. L-1

, trifloxystrobin e tebuconazole a 0,6 mL. L-1

, Oxicloreto de cobre

a 3 g. L-1

e Milbemectina A3 com Milbemectina A4 e Oxociclohexanona a 1,5 ml. L-1

,

A única colheita deste experimento foi em 11/11/2008.

Figura 6 - Pulverizações dos experimentos; a. Campinas; b. Monte Alegre do Sul.

a b

a b

24

Figura 7 – Vista do experimento em Campinas. a. Antes da colheita; b. Durante a

colheita; c. Após a colheita.

3.3 Características Avaliadas

Nas três colheitas realizadas (Figura 8a), as folhas foram separadas dos galhos

(Figura 8b) e posteriormente colocadas para secar separadamente, à temperatura

ambiente, (Figura 8 c, d, e, f, g) e os dados foram analisados como médias de parcelas

ou progênies. Após as folhas e os galhos secarem (até peso constante), foram pesadas e

obtidas massa seca total de folhas por progênie e massa seca total de galhos por

progênie.

Os valores observados foram divididos pelo número de plantas por progênie,

fornecendo a média da massa seca de folhas por progênie (MSF), média da massa seca

de folhas mais galhos por planta ou média da massa seca total por planta (MST). O

rendimento médio de folhas por planta (RDF) foi obtido da seguinte maneira:

RDF = (MSF / MST) x 100.

O óleo essencial das progênies foi extraído pela técnica de hidrodestilação das

folhas por 1 hora e 30 minutos em aparelho de Clevenger (Figura 9 a, b e c). Após a

separação do óleo da água (Figura 9d) , o rendimento de óleo (RDO) foi calculado pela

proporção de massa de óleo extraído (MO), em gramas, em relação à massa de folhas

secas utilizada na extração (MSFEXT), em gramas, através da fórmula: RDO (%) = (MO

/ MSFEXT) x 100.

A produção de óleo por planta (PO), em gramas de óleo por planta, foi calculada

através da fórmula: PO = MSF x (RDO/100).

a b c

25

Figura 8 – Material vegetal após colheita da parte aérea das progênies de L. alba. a.

Material vegetal da primeira colheita após chegar do campo, antes da separação das

folhas e dos galhos; b. Vista das folhas durante separação; c. Vista parcial dos sacos

com galhos (azuis) e sacos com folhas (sacos pardos) durante a secagem à temperatura

ambiente (primeira colheita); d. Vista parcial dos sacos com galhos da segunda colheita;

e. Detalhe dos sacos com galhos da segunda colheita; f. Vista parcial dos sacos com

folhas da segunda colheita; g. Detalhe dos sacos com folhas da segunda colheita.

a b c

d e

f g

26

3.4 Análises Estatísticas

As estimativas dos parâmetros genéticos foram calculadas pelas

esperanças matemáticas dos quadrados médios (EQM) das análises de variâncias

(ANAVAS) simples e conjuntas. Os dados foram submetidos à análise de variância

utilizando o “software” SANEST (Programa SANEST – MACHADO & ZONTA,

1995).

Figura 9 – Hidrodestilação após secagem das folhas de L. alba. a. Bateria de balões de

2000 mL com folhas secas e aproximadamente 1000 mL de água destilada prontos para

a extração dos óleos essenciais; b. Vista parcial dos extratores montados em série; c.

Aparelho de Clevenger; d. Detalhe da separação do óleo essencial da água após a

hidrodestilação.

a b

c d

27

Para as estimativas destes parâmetros foram feitas ANAVAS individuais e

conjuntas das colheitas para os três tamanhos efetivos de progênies: o primeiro grupo

constituído de 30 progênies, sendo 23 com dois ciclos de recombinações oriundas da

população base mais sete progênies dos clones IAC‟s, com um ciclo de recombinação; o

segundo grupo constituído somente com as 23 progênies com dois ciclos de

recombinação, e o terceiro com as sete com um ciclo de recombinação, visando assim

observar a influência nas estimativas de parâmetros genéticos.

Como a segunda colheita de Campinas foi feita em época distinta e ainda sob

condições de rebrota das plantas, portanto em condições muito diferentes da primeira,

decidiu-se considerá-la como outro experimento nas ANAVAS. Foram feitas também

análises conjuntas (ANCOVAS) também para os três tamanhos efetivos.

As significâncias dos quadrados médios das progênies resultantes das análises de

variância foram testadas pelo teste F a 1 e 5% de probabilidade. As análises de

comparações de médias foram feitas pelo teste de Scott & Knott (1974) a 5% de

probabilidade, considerando-se todas as progênies numa análise conjunta para as cinco

características avaliadas, utilizando o programa GENES (CRUZ, 2006).

As correlações fenotípicas (rF%), genéticas aditivas (rA%) e ambientes (rE%) foram

obtidas pelas análises de covariâncias (ANCOVAS), que foram calculadas com as

análises conjuntas das três colheitas e com todas as progênies. Desta forma pretendeu-se

obter estimativas mais robustas para as correlações entre as características avaliadas.

As magnitudes das correlações foram analisadas segundo o critério proposto por

SHIMAKURA & RIBEIRO JUNIOR (2009) descritos na Tabela 1.

Tabela 1 – Interpretação dos valores de correlação de acordo com SHIMAKURA &

RIBEIRO JÚNIOR (2009)

Valor da correlação (+ ou -) Interpretação da correlação

0,00 a 0,19 muito fraca

0,20 a 0,39 fraca

0,40 a 0,69 moderada

0,70 a 0,89 forte

0,90 a 1,00 muito forte

Esta tabela tem-se mostrado mais adequada para avaliar as magnitudes das

correlações, pois dependendo do tamanho amostral, tem-se observado que correlações

de baixa magnitude (<30,0%) têm sido significativas pelo teste T (YAMAMTO, 2006).

28

3.5 Estimativas de Parâmetros Genéticos: ANAVAS Simples e Conjuntas

Os parâmetros genéticos estimados foram: variância genética aditiva ou de

progênies (2

A ou 2

P), variância ambiental (2

E), coeficiente de variação genética

(CVG%), coeficiente de variação ambiental (CVE%), herdabilidade no sentido restrito

(h2

r%), valor b (CVG%/CVE%), ganho genético absoluto (GS), ganho genético relativo

(GS%), correlação fenotípica (rF), correlação genética aditiva (rA), e correlação ambiental

(rE).

Os parâmetros genéticos foram estimados para cada grupo de progênies formado

tanto como ANAVA simples como para conjunta (três colheitas).

As expressões matemáticas utilizadas neste trabalho para ANAVAS com médias

de progênies utilizando os componentes dos respectivos QM‟s e E(QM) foram baseados

em PATERNIANI & MIRANDA FILHO (1978), FALCONER (1987), SIQUEIRA et

al. (1993, 1994) e CRUZ (2005), cujas fórmulas serão apresentadas em seqüência.

3.5.1 Coeficiente de variação ambiental (CVE%) simples e conjunta:

CVE % = ( RESQM / M) x 100 onde: QMRES = quadrado médio residual = 2

E

M = média experimental

3.5.2 Coeficiente de variação genética aditiva (CVG%)

3.5.2.1 Simples:

CVG % = ( σ2A / M) x 100 onde:

2A (ou

2P) = variância genética aditiva

2

A = (QM PROG – QM RES) / rep

Sendo QM PROG = quadrado médio de progênies

QMRES = quadrado médio residual

M = média experimental

rep = número de repetições ou blocos

29

3.5.2.2 Conjunta:

CVG % = ( σ2A / M) x 100 onde:

2A (ou

2P) = variância genética aditiva

2

A = (QM PROG – QM ExP) / (rep x col)

Sendo QMPROG = quadrado médio de progênies

QMExP = Quadrado médio da interação

experimentos com progênies

M = média experimental

rep = número de repetições ou blocos

col = número de colheitas

3.5.3 Valor b

3.5.3.1 Simples e conjunto

b = CVG% / CVE% onde: valores próximos ou maiores que a unidade representam

populações com condições favoráveis para o

melhoramento genético (PATERNIANI & MIRANDA

FILHO, 1978).

3.5.4 Herdabilidade no sentido restrito = h2

r%

3.5.4.1 Simples:

h2

r% = [2

A / ( 2

A + (2

E / rep) x 100 onde: 2

A (ou 2

P) = variância genética aditiva

2

E = variância ambiental ou residual

r = número de repetições ou blocos

3.5.4.2 Conjunta:

h2

r% = [2

A / (2

A + 2

E / (rep x col) + 2

ExP / col)] x 100

onde: 2

A (ou 2

P) = variância genética aditiva

2

E = variância ambiental ou residual

2

ExP = variância da interação de experimentos com progênies

rep = número de repetições ou blocos

col = número de colheitas

30

3.5.5 Ganhos genéticos de seleção absoluto e relativo para progênies de meios

irmãos em ambos os sexos

3.5.5.1 Simples e conjunta

GSabs = hr x A x K30% sendo K um valor tabelado para seleção truncada (30% de

indivíduos selecionados) e A = desvio-padrão aditivo;

GS% = ( GSabs) / M x 100 M = media experimental

3.5.6 Correlações fenotípica (rF%), genética aditiva (rG% ou rA%) e de ambiente

(rE%)

Para as correlações foram feitas estimativas para as 30 progênies considerando a

ANAVA conjunta dos três experimentos, conforme relatado anteriormente.

rF% = COVF(x,y) / Fx x Fy onde: COVF(x,y) = covariância fenotípica entre x e y

F = desvio padrão fenotípico de x e y

rG% = COVG(x,y) / (Gx x Gy) onde: COVG(x,y) = covariância genética aditiva de x e y

G = desvio padrão genético de x e de y

rE% = COVE(x,y) / (Ex x Ey) onde: COVE(x,y) = covariância ambiental de x e y

E = desvio padrão ambiental de x e y

3.5.7 Contribuição de efeitos genéticos aditivos (G%) vs ambiente (E%) na

correlação fenotípica

Em razão de terem sido obtidas correlações de ambiente de muito fortes, fortes e

moderadas, realizou-se o cálculo das contribuições relativas para a componente genética

aditiva e demais efeitos não controlados do ambiente ou resíduo para a correlação

fenotípica. Este cálculo foi proposto por SIQUEIRA et al. (1993) baseado na expressão

da correlação fenotípica (rF) de FALCONER (1987).

31

rF(xy) = h2

(x) x h2

(y) x rA(xy) + (1 - h2

(x) ) x (1 - h2

(y)) x rE(xy);

onde: rF(xy) = coeficiente da correlação fenotípica entre duas características (x e y)

rE(xy) = coeficiente da correlação ambiente entre duas características (x e y)

h2

(x) e h2

(y) = respectivas herdabilidades no sentido restrito da característica x e y;

G = componente genética aditiva

E = componente de ambiente ou residual

A fórmula possui claramente dois componentes independentes, um de natureza

genética e outro de ambiente ou residual. A fração genética relativa (G%) e ambiente E%

foi obtida da seguinte maneira: = [ ( h2

(x) x h2

(y) x rA(xy) ) / rF ] x 100 = G% e

{[ (1 - h2

(x) ) x (1 - h2

(y)) x rE(xy) ] / rF } x 100 = E%.

G E

32

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 Variabilidade Genética entre Progênies Clonais de Meios Irmãos nas Três

Colheitas

Foram feitas ANAVAS individuais e conjuntas das colheitas com três tamanhos

efetivos de progênies: a) com o total de 30 progênies, sendo 23 obtidas da população

base (dois ciclos de recombinação) e sete (um ciclo de recombinação) provenientes dos

clones IAC‟s; b) com 23 progênies e c) com sete progênies, visando assim observar a

influência nas estimativas de parâmetros genéticos na espécie não domesticada L. alba.

Através das ANAVAS para as características avaliadas inicialmente entre as

médias das 30 progênies nas três colheitas separadamente (Tabela 2), verificou-se

significância ao nível de 1% de probabilidade, pelo teste F, para a primeira e segunda

colheita de Campinas, em todas as características avaliadas (MSF, MST, RDF, RDO e

PO) e, em Monte Alegre do Sul, exceto para RDF. Existem, portanto, diferenças

fenotípicas entre as progênies de meios irmãos testadas.

Observando-se as médias das características verifica-se que a primeira colheita

em Campinas foi a que apresentou os menores valores, quando comparados com a

segunda colheita de Campinas e a única de Monte Alegre do Sul que tiveram valores

próximos. A superioridade da segunda colheita em relação à primeira pode ser devida às

rebrotas das plantas das progênies, pois estas já se encontravam estabelecidas no campo

com uma base radicular mais favorável ao do plantio inicial com uma estaca por

descendente da progênie. Em Monte Alegre do Sul, fatores de clima e solo podem ter

contribuído para a semelhança com a segunda colheita de Campinas. YAMAMOTO

(2006) e RUFINO (2008) também observaram superioridade dos clones experimentais

neste local.

Analisando a característica RDF, que é a proporção média de folhas em relação

à massa total por planta em cada progênie, a variação entre as três colheitas foi reduzida

com amplitude de apenas 13,7%. Isto mostra tratar-se de uma característica com menor

variabilidade genética. O menor RDF foi encontrado na colheita de Monte alegre do Sul

(36,83%) e o maior na primeira colheita em Campinas (41,86%).

Há, portanto, predominância de ramos e caules na massa total do que de folhas

propriamente dito. Seria importante obter plantas com maior taxa de produção de folhas

33

(g/g *100), pois nelas se concentram os óleos essenciais em tricomas glandulares.

Segundo CASTRO (2001) e SANTOS (2001), os óleos essenciais são substancias

voláteis de cadeia carbônica curta, caracterizados por possuírem geralmente um aroma

agradável e são secretados principalmente pelos tricomas foliares tipos capitatos,

tectores e por células do parênquima.

Tomando por base a produção total de biomassa, característica MST, a

estimativa da produção média por dia, ou seja, da instalação até a primeira colheita em

Campinas (152 dias); colheita em Monte Alegre do Sul (221 dias); e número de dias

entre a primeira e segunda colheita em Campinas (90 dias), os resultados foram 0,31 g.

dia-1

, 0,81 g. dia-1

, e 1,53 g. dia-1

respectivamente, na análise geral com as 30 progênies.

Para Campinas observou-se que o rendimento diário aumentou em cinco vezes a

produção da primeira colheita e num tempo menor, de 90 dias. Este fato indica que é

necessário o estudo de colheitas em série em experimentos em vários locais para

verificar o tempo de estabilização da produção, uma vez que após o primeiro plantio

com estacas as colheitas seguintes dependerão de rebrotas. RUFINO (2008) observou

que a capacidade de rebrota de 65 clones experimentais foi a característica de menor

precisão experimental e adverte para a necessidade de aumento do tamanho de parcela

nos experimentos.

Da mesma forma que MST, a produção média de folhas por planta (MSF) foi

menor na primeira colheita de Campinas. Entre a segunda colheita e a de Monte Alegre

do Sul as médias foram superiores, porém muito próximas. Uma vez que a produção de

óleo se concentra principalmente nas folhas de L. alba, (CASTRO, 2001 e SANTOS,

2001) pode-se esperar aumento de rendimento de óleo (no caso linalol) com a seleção

de plantas com maior enfolhamento por unidade de área. Além do componente genético,

o plantio em condições de ambientes favoráveis (como Monte Alegre do Sul) também

incrementaria o rendimento de massa de folhas.

34

Tabela 2 - Quadrados médios das características avaliadas, resultantes da análise de

variância entre médias da primeira e segunda colheita em Campinas/SP, e da única

colheita em Monte Alegre do Sul/SP, utilizando as 30 progênies (23 da população base

e sete dos clones IAC´s).

Campinas - primeira colheita

F. V. G.L.

Quadrados Médios

Características

MSF MST RDF RDO PO

Blocos 2 15,72 167,73 9,75 0,036 0,001

Progênies 29 155,82**

1141,92**

45,96**

0,027**

0,005**

Resíduo 58 26,14 194,13 6,98 0,009 0,001

Média Geral 18,79 46,45 41,86 0,526 0,098

CV% 27,2 30,0 6,3 18,0 33,4

Campinas - segunda colheita

F. V. G.L.

Quadrados Médios

Características

MSF MST RDF RDO PO

Blocos 2 104,97 251,86 74,31 0,150 0,017

Progênies 29 473,42**

5927,51**

55,48**

0,028**

0,029**

Resíduo 58 102,75 938,83 5,33 0,006 0,006

Média Geral 49,66 138,23 37,22 0,706 0,348

CV% 20,4 22,2 6,2 10,9 22,3

Monte Alegre do Sul – única colheita

F. V. G.L.

Quadrados Médios

Características

MSF MST RDF RDO PO

Blocos 2 1598,84 25288,12 7454,37 0,071 0,035

Progênies 29 1167,75**

17761,54**

177,73ns

0,035**

0,077**

Resíduo 58 206,24 3027,14 195,87 0,015 0,015

Média Geral 47,52 179,04 36,83 0,758 0,357

CV% 30,2 30,7 38,0 16,3 33,8

MSF: Massa seca de folhas por planta (g. Pl

-1); MST: Massa seca total por planta (g. Pl

-1); RDF:

Rendimento de folhas (%); RDO: Rendimento de óleo (%); PO: Produção de óleo por planta (g. Pl-1

);

CV%: Coeficiente de variação ambiental; (*)

: Significativo ao nível de 5% de probabilidade pelo teste F; (**)

: Significativo ao nível de 1% de probabilidade pelo teste F; (ns)

: Não significativo.

Com relação a RDO, foi observado uma menor amplitude de variação dos dados

em cada colheita, comparativamente a MST e MSF. Por outro lado, a característica PO

teve a maior amplitude, de 264,3% (dados não apresentados). Os efeitos genéticos e os

de ambiente (épocas, clima e solo), além da interação de ambos estão envolvidos nas

35

variações fenotípicas observadas nas plantas das progênies. Segundo EHLERT (2003),

o rendimento de óleo varia significativamente conforme a idade da planta e época de

colheita, bem como a interação entre estas duas variáveis. Em trabalhos de INNECO et

al. (2003) e SANTOS & INNECO (2004), utilizando um determinado quimiótipo, são

relatadas alterações significativas no rendimento de óleo essencial em função da época

de colheita, onde relatam aumento de rendimento na seca explicado pela maior

incidência de luminosidade e temperaturas mais altas.

Quando se analisa a média entre a primeira e segunda colheita de Campinas, as

variações foram de 164,3, 197,6, 34,2 e 264,3% para MSF, MST, RDO e PO

respectivamente, e de 11,01% para RDF (dados não apresentados). A segunda colheita

em Campinas mostrou melhor precisão experimental do que as outras duas. Vale

ressaltar que a segunda colheita de Campinas foi a única originária de rebrota e como as

parcelas continham entre 8 a 15 plantas não houve perda de precisão experimental como

observado por RUFINO (2008) ao utilizar duas estacas por parcela nos experimentos de

avaliação de clones experimentais de linalol.

Estratificando-se a população de progênies para o tamanho efetivo de 23, que

possuem dois ciclos de recombinação (Tabela 3) verificam-se semelhanças com as

médias, CV% e significâncias (teste F) dos quadrados médios de progênies (QMP) nas

três colheitas. Por outro lado com o menor tamanho efetivo de progênies, ou seja,

considerando somente as sete progênies de meios irmãos (um ciclo de recombinação),

os valores de QMP não foram significativos para os caracteres MST e RDF (primeira e

segunda colheita) e RDF para a colheita de Monte Alegre do Sul (Tabela 4). No entanto,

as médias gerais destas progênies foram maiores do que as de 23 progênies.

Salienta-se que a ausência de significância de F de alguns QMP, nas três

colheitas, evidencia certa uniformidade nas plantas das sete progênies além do

desempenho superior destas a julgar pelas médias mais elevadas desta subpopulação.

Além disso, o menor tamanho efetivo (amostra reduzida) também pode ter contribuído

para não significância apesar de a precisão experimental ter sido a melhor dentre os três

casos estudados.

A suposta menor variabilidade para as características nas sete progênies

estudadas deverá ser testada com as estimativas de parâmetros genéticos ao longo das

discussões.

36

Tabela 3 - Quadrados médios das características avaliadas, resultantes da análise de

variância entre médias da primeira e segunda colheita em Campinas/SP, e da única

colheita em Monte Alegre do Sul/SP, utilizando 23 progênies da população base.

Campinas - primeira colheita

F. V. G.L.

Quadrados Médios

Características

MSF MST RDF RDO PO

Blocos 2 7,81 27,35 0,64 0,022 0,001

Progênies 22 133,10**

1026,45**

56,84**

0,032**

0,004**

Resíduo 44 21,69 149,35 7,23 0,012 0,001

Média Geral 17,00 41,74 42,33 0,521 0,087

CV% 27,4 29,3 6,4 20,6 35,6

Campinas - segunda colheita

F. V. G.L.

Quadrados Médios

Características

MSF MST RDF RDO PO

Blocos 2 55,81 1808,21 73,89 0,095 0,038

Progênies 22 386,80**

4854,62**

58,29**

0,025**

0,020**

Resíduo 44 82,27 697,40 5,80 0,006 0,005

Média Geral 45,94 124,65 38,22 0,700 0,319

CV% 19,7 21,2 6,3 10,8 22,3

Monte Alegre do Sul - única colheita

F. V. G.L.

Quadrados Médios

Características

MSF MST RDF RDO PO

Blocos 2 1038,55 20406,05 3940,19 0,062 0,021

Progênies 22 950.33**

15238,21**

182,26**

0,039* 0,061

**

Resíduo 44 240,76 3331,88 196,32 0,019 0,016

Média Geral 42,45 160,48 35,55 0,755 0,316

CV% 36,6 36,0 39,4 18,1 39,4

MSF: Massa seca de folhas por planta (g. Pl

-1); MST: Massa seca total por planta (g. Pl

-1); RDF:

Rendimento de folhas (%); RDO: Rendimento de óleo (%); PO: Produção de óleo por planta (g. Pl-1

);

CV%: Coeficiente de variação ambiental; (*)

: Significativo ao nível de 5% de probabilidade pelo teste F; (**)

: Significativo ao nível de 1% de probabilidade pelo teste F; (ns)

: Não significativo.

A característica que foi mais influenciada pelo menor tamanho efetivo de

progênies foi RDF, embora esta mesma tendência tenha sido também detectada nas

demais formações (30 e 23). Desta forma espera-se menor variabilidade genética para

ser explorada no melhoramento genético para esta característica, necessitando de

melhorar a precisão experimental, ou aumento do número de progênies.

37

Tabela 4 - Quadrados médios das características avaliadas, resultantes da análise de

variância entre médias da primeira e segunda colheita em Campinas/SP, e da única

colheita em Monte Alegre do Sul/SP, utilizando sete progênies de meios irmãos obtidas

após um ciclo de recombinação de clones IAC´s.

Campinas - primeira colheita

F. V. G.L.

Quadrados Médios

Características

MSF MST RDF RDO PO

Blocos 2 117,26 1117,16 25,38 0,016 0,004

Progênies 6 106,32* 661,79

ns 2,65

ns 0,014

** 0,004

*

Resíduo 12 28,57 227,87 4,50 0,001 0,001

Média Geral 24,69 61,93 40,29 0,542 0,134

CV% 21,7 24,4 5,3 4,9 23,1

Campinas - segunda colheita

F. V. G.L.

Quadrados Médios

Características

MSF MST RDF RDO PO

Blocos 2 958,16 6596,90 5,24 0,060 0,010

Progênies 6 186,75* 1756,51

ns 4,36

ns 0,044

** 0,030

**

Resíduo 12 43,51 621,66 3,70 0,007 0,005

Média Geral 61,90 182,86 33,91 0,723 0,442

CV% 10,7 13,6 5,7 11,4 16,2

Monte Alegre do Sul - única colheita

F. V. G.L.

Quadrados Médios

Características

MSF MST RDF RDO PO

Blocos 2 636,16 4957,43 4237,29 0,010 0,025

Progênies 6 893,20**

12990,87**

110,68ns

0,020* 0,063

**

Resíduo 12 101,37 2401,72 106,32 0,005 0,011

Média Geral 64,2 240,03 41,01 0,768 0,492

CV% 15,69 20,4 25,1 9,1 21,9

MSF: Massa seca de folhas por planta (g. Pl

-1); MST: Massa seca total por planta (g. Pl

-1); RDF:

Rendimento de folhas (%); RDO: Rendimento de óleo (%); PO: Produção de óleo por planta (g. Pl-1

);

CV%: Coeficiente de variação ambiental; (*)

: Significativo ao nível de 5% de probabilidade pelo teste F; (**)

: Significativo ao nível de 1% de probabilidade pelo teste F; (ns)

: Não significativo.

Para a característica MST, quando é calculada a produção média por dia, da

instalação até a primeira colheita em Campinas (152 dias), colheita em Monte Alegre do

Sul (221 dias), e número de dias entre a primeira e segunda colheita em Campinas (90

dias), nas ANAVAS separadas com as sete progênies os resultados foram 0,41 g. dia-1

,

38

1,09 g. dia-1

, e 2,03 g. dia-1

respectivamente, ao passo que o mesmo cálculo para as 23

progênies a produção foi de 0,27 g. dia-1

, 0,72 g. dia-1

, e 1,39 g. dia-1

, indicando que as

sete progênies de clones do IAC apresentam crescimento de parte aérea superior e

podem se constituir em fontes de seleção em programas de melhoramento genético.

Salienta-se que estas progênies de meios irmãos foram obtidas de clones

experimentais IAC´s de quimiótipo linalol, oriundos de coleta (variação pré-existente).

Entre estes clones, o IAC 2 e IAC 8 deverão ser lançados oficialmente após elaboração

de descritores botânicos (YAMAMOTO, 2006 e RUFINO, 2008).

Nas ANAVAS conjuntas de colheitas com 30, 23 e sete progênies, a

característica RDF, de menor variabilidade fenotípica, apresentou as médias de 38,63%,

38,70% e 38,41% respectivamente, portanto muito semelhantes (Tabelas 5, 6 e7). Além

disso, somente foi significativo (F5%) o QMP de progênies para esta característica

quando no tamanho efetivo de 23 progênies (Tabela 6). Isto evidencia que, além de

possuir reduzida variabilidade para ser explorada no melhoramento genético também se

mostra mais estável ou biologicamente “fechada”, pois não interagiu com as três

condições de colheita (Tabelas 5, 6 e 7). Por outro lado para MSF, MST, RDO e PO,

houve significâncias para efeito de progênies (QMp) nos maiores tamanhos efetivos (30

e 23). Com apenas as sete progênies, na ANAVA conjunta de colheitas, excetuando-se

RDO, não houve variação detectável estatisticamente para progênies (QMP) nas demais

características.

Houve sim, pelo teste F (1 e 5%) diferenças entre colheitas (Col) e interação

colheita x progênie (Col X Pro), evidenciando que determinadas progênies têm

desempenhos contrastantes nas diferentes colheitas (Tabela 7). Estas interações

significativas na ANAVA conjunta vão interferir nas magnitudes da variância genética

de progênies (2

P) reduzindo as estimativas de parâmetros. Estas observações sugerem

que para as características estudadas, os melhores tamanhos efetivos para detecção de

variação entre progênies de meios irmãos, nas condições experimentais adotadas foram

de 30 ou 23 no conjunto das três colheitas. As estimativas de parâmetros genéticos

permitirão um melhor conhecimento sobre a exploração da variação genética para fins

de ganhos genéticos em programas de melhoramento com a seleção entre e dentro

destes agrupamentos de progênies de meios irmãos.

39

Tabela 5 - Quadrados médios das características avaliadas, resultantes da análise de

variância conjunta (três colheitas) entre médias, de progênies de meios irmãos,

utilizando 30 progênies (23 da população base e sete dos clones IAC´s).

F. V. G.L.

Quadrados Médios

Características

MSF MST RDF RDO PO

Bl/Col 6 - - - - -

Colheitas 2 26744,46**

415013,40**

705,62**

1,331**

1,946**

Progênies 29 1334,41**

17499,19**

118,55ns

0,049**

0,072**

Col x Pro 58 231,29**

3665,89**

80,31ns

0,021**

0,020**

Resíduo 174 111,71 1386,70 69,39 0,010 0,007

Média Geral 38,66 121,24 38,63 0,663 0,268

CV% 27,3 30,7 21,6 15,1 31,7

MSF: Massa seca de folhas por planta (g. Pl

-1); MST: Massa seca total por planta (g. Pl

-1); RDF:

Rendimento de folhas (%); RDO: Rendimento de óleo (%); PO: Produção de óleo por planta (g. Pl-1

);

CV%: Coeficiente de variação ambiental; (*)

: Significativo ao nível de 5% de probabilidade pelo teste F; (**)

: Significativo ao nível de 1% de probabilidade pelo teste F; (ns)

: Não significativo; Bl/Col: Bloco

dentro de colheita ou experimento; Col x Pro: Interação colheita versus progênie.

É importante mencionar que as estimativas de parâmetros genéticos de

populações de espécies alógamas, baseadas em progênies de meios irmãos, são muito

utilizadas para subsidiar o melhorista quanto à análise do potencial para seleção

recorrente ou intravarietal do seu material genético por vários ciclos (VENCOVSKY,

1978; PATERNIANI & MIRANDA FILHO, 1978; RAMALHO et al, 2004).

Para o caso de L. alba, uma espécie autoincompatível e alógama (SCHOCKEN,

2007) o melhoramento genético é agilizado e facilitado por possuir propagação

vegetativa (STEFANINI et al., 2002; CORREA et al., 1994). Desta maneira, a cada

ciclo de avaliação de progênies, as plantas selecionadas podem ser multiplicadas,

fixando-se os genótipos superiores. Novos ciclos de seleção podem ser feitos com a

coleta de sementes (novas progênies de meios irmãos) nos experimentos com os clones

experimentais de linalol obtidos. O potencial das progênies como população per se para

seleção e fixação de genótipos superiores será melhor analisado com as estimativas de

parâmetros genéticos que pode ser realizada em três tamanhos efetivos, conforme

mencionado no material e métodos.

40

Tabela 6 - Quadrados médios das características avaliadas, resultantes da análise de

variância conjunta (três colheitas) entre médias, de progênies de meios irmãos,

utilizando os 23clones da população base.

F. V. G.L.

Quadrados Médios

Características

MSF MST RDF RDO PO

Bl/Col 6 - - - - -

Colheitas 2 17224,72**

255930,92**

805,48**

1,031**

1,225**

Progênies 22 1099,31**

15035,34**

142,83* 0,048

* 0,053

**

Col x Pro 44 185,46* 3041,97

** 77,28

ns 0,024

** 0,016

**

Resíduo 132 114,91 1392,88 69,78 0,012 0,007

Média Geral 35,13 108,96 38,70 0,659 0,241

CV% 30,5 34,3 21,6 16,6 35,2

MSF: Massa seca de folhas por planta (g. Pl

-1); MST: Massa seca total por planta (g. Pl

-1); RDF:

Rendimento de folhas (%); RDO: Rendimento de óleo (%); PO: Produção de óleo por planta (g. Pl-1

);

CV%: Coeficiente de variação ambiental; (*)

: Significativo ao nível de 5% de probabilidade pelo teste F; (**)

: Significativo ao nível de 1% de probabilidade pelo teste F; (ns)

: Não significativo; Bl/Col: Bloco

dentro de colheita ou experimento; Col x Pro: Interação colheita versus progênie.

Tabela 7 - Quadrados médios das características avaliadas, resultantes da análise de

variância conjunta (três colheitas) entre médias, utilizando sete progênies de meios

irmãos obtidas de clones IAC´s (um ciclo de recombinação).

F. V. G.L.

Quadrados Médios

Características

MSF MST RDF RDO PO

Bl/Col 6 - - - - -

Colheitas 2 10320,58**

173640,87**

321,71**

0,301**

0,788**

Progênies 6 577,44ns

7132,81ns

48,58ns

0,058**

0,046ns

Col x Pro 12 304,42**

4138,18**

34,55ns

0,010* 0,026

**

Resíduo 36 57,82 1083,75 38,17 0,004 0,006

Média Geral 50,25 161,61 38,41 0,678 0,356

CV% 15,1 20,4 16,1 9,5 21,6

MSF: Massa seca de folhas por planta (g. Pl

-1); MST: Massa seca total por planta (g. Pl

-1); RDF:

Rendimento de folhas (%); RDO: Rendimento de óleo (%); PO: Produção de óleo por planta (g. Pl-1

);

CV%: Coeficiente de variação ambiental; (*)

: Significativo ao nível de 5% de probabilidade pelo teste F; (**)

: Significativo ao nível de 1% de probabilidade pelo teste F; (ns)

: Não significativo; Bl/Col: Bloco

dentro de colheita ou experimento; Col x Pro: Interação colheita versus progênie.

41

4.2 Estimativas de Parâmetros Genéticos

4.2.1 ANAVAS simples por colheita

Excetuando-se RDF (8,0 a 11,05%) e RDO (11,0 a 16,0%), as demais

características (MSF, MST e PO) apresentaram elevados coeficientes de variação

genética nas três colheitas e nos tamanhos efetivos de 30 e 23 progênies (22,0 a 41,0%).

Quando se consideraram apenas as sete progênies de clones IAC´s a variação genética

mostrou-se reduzida (<16,0%), principalmente para a característica RDF. A primeira

colheita de Campinas e a de Monte Alegre do Sul tiveram ausência de variabilidade

genética aditiva com valores de variâncias 2

P menores do que a de ambiente 2

E. Isto

pode ser mais decorrente do baixo número de progênies do que propriamente o fato

destas terem somente um ciclo de recombinação, além de ser uma característica com

menor possibilidade de variação do que as demais aqui estudadas, pois dependeria de

plantas com internódios mais curtos, mas mantendo de certa forma o tamanho das

folhas.

RUFINO (2006) estudando 63 novos clones experimentais derivados de um

ciclo de recombinação genética encontrou apenas um clone (201) com esta

característica. A característica RDO seguiu uma mesma tendência com menor

variabilidade genética nas três colheitas, embora superior a RDF. As variações de teores

de óleo (RDO) nas extrações fitoquímicas foram também mais reduzidas do que as

características tipicamente de campo como MSF e MST, ficando ao redor de 0,7%.

Como ocorre melhor controle experimental, pois se trata de métodos bem padronizados

de hidrodestilação em Clevenger, resultando em menor variância residual 2

E (CVE%

entre 4,5 a 12,0%), os efeitos genéticos embora mais baixos do que os obtidos no

campo, predominaram na sua expressão. Com este melhor controle local (GOMES,

2000) o valor b acabou ficando acima de 1,0 no menor tamanho efetivo de sete

progênies nas três colheitas. O valor b quantifica em termos de proporção, os desvios da

média que são causados pelos efeitos genéticos (no caso de meios irmãos, genético

aditivo) sobre os desvios da média provocados por fatores não controlados no

experimento.

Os resultados dos parâmetros genéticos para os três tamanhos efetivos e cinco

características avaliadas encontram-se na Tabela 8.

42

Tabela 8 – Resultados das estimativas de parâmetros genéticos entre progênies de meios irmãos, obtidas através de médias das colheitas

individuais, com os três tamanhos efetivos de população.

Parâmetros Genéticos MSF MST RDF RDO PO

Progênies 30 23 7 30 23 7 30 23 7 30 23 7 30 23 7

Colheita 1 Campinas

M 18,79 17,00 24,69 46,45 41,74 61,93 41,86 42,33 40,30 0,53 0,52 0,54 0,10 0,09 0,13

P2 43,2267 37,1347 25,9162 315,9291 292,3643 144,6396 12,9953 16,5351 - 0,0062 0,0069 0,0043 0,0014 0,0011 0,0011

E2 26,1379 21,6912 28,5741 194,1304 149,3526 227,8743 6,9785 7,2314 4,5008 0,0089 0,0115 0,0007 0,0011 0,0010 0,0010

CVG% 34,99 35,86 20,62 38,26 40,96 19,42 8,61 9,61 0,00 14,91 15,88 12,16 38,05 37,35 24,78

CVE% 27,21 27,40 21,65 29,99 29,28 24,37 6,31 6,35 5,26 17,96 20,57 4,95 33,35 35,64 23,11

b 1,29 1,31 0,95 1,28 1,40 0,80 1,37 1,51 - 0,83 0,77 2,46 1,14 1,05 1,07

hr2(%) 83,23 83,70 73,13 83,00 85,45 65,57 84,82 87,28 - 67,41 64,12 94,76 79,61 76,72 77,53

GS 6,96 6,46 5,05 18,77 18,32 11,29 3,85 4,40 - 0,08 0,08 0,07 0,04 0,03 0,03

GS% 37,00 38,02 20,44 40,40 43,89 18,23 9,19 10,40 - 14,19 14,74 13,72 39,35 37,92 25,29

Colheita 2 Campinas

M 49,66 45,94 61,89 138,23 124,65 182,86 37,22 38,22 33,91 0,71 0,70 0,72 0,35 0,32 0,44

P2 123,5500 101,5107 47,7487 1662,8928 1385,7403 378,2858 16,7151 17,4969 0,2212 0,0200 0,0063 0,0125 0,0080 0,0050 0,0083

E2 102,7542 82,2655 43,5064 938,8286 697,4023 621,6560 5,3295 5,7970 3,6990 0,0100 0,0057 0,0068 0,0060 0,0051 0,0051

CVG% 22,3828 21,93 11,16 29,5 29,86 10,64 10,99 10,94 1,39 12,22 11,37 15,43 25,6 22,21 20,72

CVE% 20,41 19,74 10,66 22,17 21,18 13,64 6,20 6,30 5,67 10,87 10,76 11,43 22,26 22,30 16,22

b 1,10 1,11 1,05 1,33 1,41 0,78 1,77 1,74 0,24 1,12 1,06 1,35 1,15 1,00 1,28

hr2(%) 78,30 78,73 76,70 84,16 85,63 64,61 90,39 90,06 15,21 79,11 77,02 84,55 79,87 74,86 83,03

GS 11,40 10,36 7,01 43,36 39,93 18,12 4,51 4,60 0,21 0,09 0,08 0,12 0,09 0,07 0,10

GS% 22,96 22,56 11,33 31,37 32,03 9,91 12,11 12,04 0,63 12,59 11,57 16,44 26,51 22,27 21,88

Monte Alegre do Sul - única

M 47,51 42,45 64,18 179,04 160,48 240,03 36,83 35,55 41,01 0,76 0,76 0,77 0,36 0,32 0,49

P2 320,5039 236,5230 263,9416 4911,4658 3968,7749 3529,7161 - - 1,4518 0,0064 0,0070 0,0051 0,0208 0,0153 0,0173

E2 206,2370 240,7620 101,3742 3027,1420 3331,8834 2401,7204 195,8645 196,3192 106,3215 0,0153 0,0187 0,0049 0,0145 0,0155 0,0116

CVG% 37,67 36,23 25,32 39,14 39,26 24,75 - - 2,94 10,57 11,12 9,28 40,36 39,12 26,71

CVE% 30,22 36,55 15,69 30,73 35,97 20,42 38,00 39,41 25,14 16,29 18,12 9,13 33,77 39,42 21,91

b 1,25 0,99 1,61 1,27 1,09 1,21 - - 0,12 0,65 0,61 1,02 1,20 0,99 1,22

hr2(%) 82,34 74,67 88,65 82,96 78,14 81,51 - - 3,94 55,79 53,02 75,62 81,08 74,71 81,67

GS 18,83 15,40 17,73 73,98 64,54 62,17 - - 0,28 0,07 0,07 0,07 0,15 0,12 0,14

GS% 39,62 36,28 27,63 41,32 40,22 25,90 - - 0,68 9,15 9,38 9,35 42,13 39,19 27,97

M - Média; P

2 – Variância genotípica; E

2 – Variância ambiental; CVG% - Coeficiente de variação genética entre progênies de meiosirmãos; CVE% - Coeficiente de variação

ambiental; hr2(%) – herdabilidade no sentido restrito; b – Relação CVG% / CVE%; GS – Ganho de seleção absoluto com 30% de intensidade de seleção; GS% - Ganho de

seleção relativo à média; MSF: Massa seca de folhas por planta (g. Pl-1

); MST: Massa seca total por planta (g. Pl-1

); RDF: Rendimento de folhas (%); RDO: Rendimento de

óleo (%); PO: Produção de óleo por planta (g. Pl-1

).

43

É relevante destacar que, mesmo com o tamanho efetivo de somente sete

progênies houve variabilidade genética aditiva satisfatória ou suficiente para as

características estudadas MSF, MST, PO e RDO. As variações nas colheitas foram entre

11,0 a 26,0% - MSF; 10,0 a 25,0% - MST; 20,0 a 27,0% - PO e 9,0 a 16,0% - RDO.

Estes resultados sugerem que mesmo com populações muito pequenas é possível reunir

variabilidade suficiente para exploração no melhoramento, provavelmente por tratar-se

de uma espécie alógama e não domesticada (SCHOCKEN, 2007), com genes em

heterozigose em plena recombinação e segregação na natureza, geração após geração. A

seleção de indivíduos superiores pode ser feita por meio de seleção massal diretamente

em população segregante ou em progênies, fixando-se o genótipo superior a cada ciclo

de recombinação e seleção (YAMAMOTO, 2006 e SCHOCKEN, 2007). Mesmo com

todas as facilidades que esta espécie oferece o melhoramento no Brasil ainda é

incipiente (SILVA JÚNIOR, 1998; SALIMENA, 2000; BIASI & COSTA, 2003;

EHLERT, 2003).

Nos tamanhos efetivos de 30 e 23 progênies foram obtidas as maiores

herdabilidades em cada uma das três colheitas, ou seja, com valores de MSF entre 73,0

a 84,0%, MST entre 78,0 a 86,0% e PO entre 74,0 a 82,0%, propiciando os maiores

ganhos genéticos por ciclo de seleção. Desta forma pode-se aumentar a produção de

óleo linalol com a seleção de indivíduos com maior produção de massa de folhas ou de

massa total. Como a produção de óleo por planta é obtida a partir de duas

características, rendimento de óleo (RDO) e a massa seca de folhas (MSF), incrementos

de qualquer uma delas resultaria no aumento da característica PO. Os maiores valores

estimados de ganhos genéticos relativos, GS%, respectivamente em cada colheita, com

um ciclo de seleção baseada em médias de progênies de meios irmãos, foram para 30

progênies estudadas: MSF - 37,0; 23,0; 39,6%; MST - 40,4; 31,4; 41,3%; PO - 39,4;

26,5; 42,1% .

Utilizando-se as 23 progênies com dois ciclos de recombinação foi observada a

mesma tendência de valores elevados de ganhos genéticos relativos respectivamente nas

três colheitas: MSF - 38,0; 22,6; 36,3%; MST - 43,9; 39,9; 40,2%, PO - 37,9; 22,3;

39,2%. Agora com somente sete progênies com um ciclo de recombinações entre clones

experimentais IAC´s de quimiótipo linalol obtidas por YAMAMOTO (2006) os valores

foram pouco menores que as 23 de segunda recombinação, a saber: MSF - 20,4; 11,3;

27,6%; MST - 18,2; 9,9; 25,9%; PO - 25,3; 21,9; 28,0.

44

Destaque-se os valores semelhantes da primeira colheita de Campinas e a

também primeira de Monte Alegre do Sul e os valores menores na segunda colheita de

Campinas. Estes dados sugerem que o melhorista precisa ficar alerta para as diferenças

que podem surgir na expressão da variabilidade genética entre colheitas após o plantio

de estacas e após as rebrotas. Há indícios, embora necessite de mais tratamentos com

mais plantios e colheitas de várias rebrotas, que as variâncias genéticas aditivas (2

P)

aumentem na colheita de rebrota, mas isto não reflete como um todo em maiores ganhos

genéticos relativos, pois as médias também foram maiores (Tabela 8). Pode-se concluir

que existe variância genética aditiva suficiente nas progênies e, consequentemente na

população base, para identificar indivíduos superiores em cada um dos locais ou

colheitas dentro preferencialmente do tamanho efetivo de 30 e 23 progênies embora

também possam ser conseguidos ganhos substanciais com populações muito pequenas.

Em Monte Alegre do Sul, a característica menos favorável à seleção foi RDF,

com ausência, inclusive de ganhos genéticos nas condições experimentais realizadas no

presente estudo. Esperava-se com esta característica verificar se haveria variabilidade

nas progênies quanto à quantidade de folhas e variações na massa de galhos de forma a

otimizar o RDF. A L. alba possui elevada capacidade de brotações durante todo o ciclo

(CORRÊA, 1992). Via de regra os ramos laterais de L. alba são numerosos e engrossam

na sua base com o passar do tempo. Estudos sobre a produção de biomassa de folhas e

tempos de colheitas seriam importantes para verificação do ponto de estabilização desta

característica em vários ambientes.

4.2.2 ANAVAS conjuntas das três colheitas para os três tamanhos efetivos de

progênies

Os resultados de ANAVAS conjuntas apresentaram efeitos significativos de

colheitas, progênies e interações entre colheitas x progênies (Col x Pro) no conjunto das

30 progênies e com as 23 de duas recombinações para as características de campo MSF

e MST e as de laboratório RDO e a mista PO (Tabelas 5 e 6). Curiosamente, para as

sete progênies, exceto RDO, não houve efeito significativo de QMP pelo teste F a 5%

para MSF, MST, RDF e PO. Por outro lado, foram detectadas significâncias para

colheitas e interação Col x Prog. Os CV´s% foram satisfatórios a altos, com valores

entre 9,5 a 36,0%, dependendo da característica. As variâncias de interações Col x Prog

45

foram obtidas nas ANAVAS conjuntas e foram subtraídas dos quadrados médios de

progênies (QMP), resultando em menor 2

P que reflete a variância explicada ou gerada

somente pelas progênies com desempenho uniforme nas colheitas realizadas. Em outras

palavras, deve existir variabilidade genética aditiva suficiente entre médias de progênies

de meios irmãos, após excluir as variâncias causadas por interações, que resulte em

ganhos genéticos razoáveis para seleção e melhoramento genético para obtenção de

cultivares estáveis. Segundo DUDLEY & MOLL (1969), a variância para as

características avaliadas, ou fenótipo, inclui além de componentes genéticos, a interação

das progênies com locais e épocas, podendo causar superestimação dos componentes da

variância.

O comportamento das estimativas de parâmetros genéticos nos três tamanhos

efetivos de composição de progênies foi estudado neste trabalho. Na Tabela 9 estão os

resultados das estimativas de parâmetros obtidas para as características avaliadas nos

três tamanhos efetivos de progênies.

Os coeficientes de variação genéticos continuaram a ser elevados e muito

próximos para 30 e 23 progênies nas características mais relacionadas ao campo, MSF

(28,6 e 28,7%), MST (32,3 e 33,5%) e também para PO (28,2 e 26,4%), resultando em

valores de b em média próximos de um, mostrando-se favorável à seleção. Os valores

de CVG% a exemplo do que foi nas ANAVAS simples foram menores para RDF (5,3 e

7,0%) e RDO (8,5 e 7,8%), o que resultaram nos menores valores de b até então obtidos

(0,25 e 0,47%). Isto mostra a dificuldade de selecionar plantas superiores partindo-se

destas características. É mais estratégico, portanto, o aumento de RDO e

consequentemente de linalol com a seleção preferencialmente para MSF e MST. Para

PO como depende de RDO e MSF deve ser a terceira característica a ser usada para

seleção de melhores médias de progênies e dentro delas os indivíduos superiores.

As herdabilidades e consequentemente os ganhos genéticos continuaram a ser

elevados como nas estimativas por colheitas, mostrando que a L. alba é uma espécie

favorável para o melhoramento genético. Ganhos acima de 30,0% foram observados

para MSF e MST e ao redor de 25,0% para PO na ANAVA conjunta para 30 e 23

progênies respectivamente.

46

Tabela 9 – Resultados das análises conjuntas para estimativas de parâmetros genéticos entre progênies de meios irmãos, obtidas através de

médias das colheitas, com os três tamanhos efetivos de população.

Parâmetros Genéticos MSF MST RDF RDO PO

Progênies 30 23 7 30 23 7 30 23 7 30 23 7 30 23 7

M 38,66 35,13 50,25 121,24 108,96 161,61 38,63 38,70 38,41 0,66 0,66 0,68 0,27 0,24 0,36

P2 122,5690 101,5400 30,3363 1537,0328 1332,5968 332,7366 4,2489 7,2833 1,5591 0,0032 0,0027 0,0053 0,0057 0,0041 0,0023

E2 111,7097 114,9063 57,8183 1386,7003 1392,8794 1083,7502 69,3908 69,7825 38,1738 0,0120 0,0120 0,0042 0,0072 0,0072 0,0059

CVG% 28,64 28,69 10,96 32,34 33,5 11,29 5,34 6,97 3,25 8,50 7,83 10,73 28,25 26,4 13,36

CVE% 27,34 30,52 15,13 30,71 34,25 20,37 21,56 21,58 16,09 15,09 16,6 9,51 31,69 35,18 21,59

b 1,05 0,94 0,72 1,05 0,98 0,55 0,25 0,32 0,20 0,56 0,47 1,13 0,89 0,75 0,62

hr2(%) 82,67 83,13 47,28 79,05 79,77 41,98 32,26 45,89 28,88 58,27 49,73 82,42 71,90 68,94 44,04

GS 11,67 10,65 4,39 40,4 37,79 13,7 1,36 2,12 0,78 0,05 0,04 0,08 0,07 0,06 0,04

GS% 30,18 30,31 8,74 33,32 34,68 8,48 3,51 5,48 2,03 7,52 6,4 11,29 27,77 25,41 10,28

M - Média; P

2 – Variância genotípica; E

2 – Variância ambiental; CVG% - Coeficiente de variação genética entre progênies de meios-irmãos; CVE% - Coeficiente de variação

ambiental; hr2(%) – herdabilidade no sentido restrito; b – Relação CVG% / CVE%; GS – Ganho de seleção absoluto com 30% de intensidade de seleção; GS% - Ganho de seleção

relativo à média; MSF: Massa seca de folhas por planta (g. Pl-1

); MST: Massa seca total por planta (g. Pl-1

); RDF: Rendimento de folhas (%); RDO: Rendimento de óleo

(%); PO: Produção de óleo por planta (g. Pl-1

).

47

Na medida em que os ciclos de seleção vão sendo realizados os ganhos tendem à

redução gradativa, como são os casos de espécies cultivadas de importância econômica

como couve-flor (BUSO et al., 1980; BALDINI & SILVA, 1985), cebola (CANDEIA et

al., 1986), cenoura (SIQUEIRA et al., 1994), brócolis (DIAS et al. 1971, VELLO,

1977), Pfaffia glomerata (MONTANARI JR, 2005).

Como já foi mencionado anteriormente para CVG% e valor b, as sete progênies

de clones IAC´s tiveram os menores valores de herdabilidade no sentido restrito para

MSF (47,3%), MST (42,0%), PO (44,0%) e RDF (28,9%). Isto resultou

consequentemente em menores ganhos genéticos até então observados. Os valores

obtidos foram de 8,7% para MSF; 8,5% para MST; 11,3% para RDO; 10,3% para PO e

2,0% para RDF. É importante ressaltar que, embora mais baixos, foram ganhos

genéticos desprovidos dos efeitos de interações, tornando possível, então, mediante a

2

P resultante na E(QMP) selecionar progênies melhores, mesmo com a pressão de

seleção de três colheitas em locais ou épocas diferentes. Este fato demonstra que não

houve perdas substanciais da variabilidade genética provocada por deriva ou por

restrição de recombinação, como se poderia esperar num tamanho efetivo de apenas sete

progênies, provavelmente pela espécie L. alba ser autoincompatível e, portanto,

alógama (SCHOCKEN, 2007), mantendo elevada freqüência de heterozigotos.

Trata-se, portanto de uma espécie muito favorável para o melhoramento

genético, pois mantém elevada variabilidade genética principalmente para caracteres de

parte aérea, mesmo em populações muito pequenas. Resultados opostos foram obtidos

por MONTANARI JR., (2005), onde obteve baixas estimativas de herdabilidades,

inclusive com valores negativos, evidenciando problemas de tamanho de amostra, com

redução da variabilidade genética em sete progênies de meios irmãos de Pfaffia

glomerata. Também foram apontadas como causas possíveis o menor controle

ambiental e pela colheita precoce das plantas, onde não havia ainda a completa

expressão fenotípica para biomassa.

4.3 Determinação dos Coeficientes de Correlações Fenotípicas (rF%), Genética

Aditiva (rA%) e de Ambientes (rE%).

Conforme mencionado no material e métodos, optou-se por fazer as correlações

considerando as 30 progênies de meios irmãos e com ANAVA e ANCOVA conjunta

48

das três colheitas visando maior amostragem e, portanto abrangência ou robustez dos

resultados. Como é muito comum nos estudos de correlações encontrar valores de baixa

magnitude, porém com significâncias pelo teste T, optou-se por utilizar os critérios de

classificação propostos por SHIMAKURA & RIBEIRO JÚNIOR (2009), cuja tabela

encontra-se incluída no material e métodos. Grandezas baixas de correlações com

significância estatística foram também obtidas por YAMAMOTO (2006) em L. alba,

MONTANARI JR. (2005) em Pfaffia glomerata e em cenoura (SIQUEIRA et al., 1993

e GALVANI, 2008).

A Tabela 10 apresenta as correlações obtidas em todas as combinações das

características estudadas.

Tabela 10 – Estimativas das correlações genética aditiva (rA), fenotípica (rF) e de

ambiente (rE),obtidas entre médias de progênies de meios irmãos, utilizando todas as

progênies (23 da população base e sete dos clones IAC´s), nas três colheitas.

MSF RDF RDO PO

rF% -11,3 - - -

RDF rA% -61,3 - - -

rE% 26,3 - - -

rF% -55,6 10,5 - -

RDO rA% -70,6 20,4 - -

rE% -23,7 6,1 - -

rF% 92,8 10,0 -14,0 -

PO rA% 94,6 69,9 -27,2 -

rE% 89,6 23,0 2,5 -

rF% 98,5 -17,5 -43,6 90,8

MST rA% 99,3 -79,4 -57,2 92,8

rE% 93,3 -20,8 -15,1 83,6

MSF: Massa seca de folhas por planta (g. Pl

-1); MST: Massa seca total por planta (g. Pl

-1); RDF:

Rendimento de folhas (%); RDO: Rendimento de óleo (%); PO: Produção de óleo por planta (g. Pl-1

).

rA%: correlação genética aditiva; rF%: correlação fenotípica; rE%: correlação ambiental.

As características MSF e MST foram fortemente correlacionadas geneticamente

(rA%>99,3%), de maneira que a seleção pode ser direcionada tanto para produção de

biomassa de folhas como biomassa total. Salienta-se que para estudos comparativos

49

entre trabalhos científicos a extração de óleos essenciais é realizada na maioria das

vezes separando-se as folhas da massa total, secando-as, obtendo-se assim o rendimento

(RDO) por razões entre as duas massas em g (folhas e óleos).

Na prática é frequente os produtores ou processadores de matéria prima

efetuarem a extração dos óleos essenciais em caldeiras utilizando toda a massa fresca

proveniente da colheita no campo (MAIA et al., 2001), razão pela qual, no presente

estudo, contemplou-se a massa total, embora no caso como matéria seca.

Em trabalhos anteriores com L. alba realizados no Centro de Pesquisa e

Desenvolvimento do Centro de Recursos Genéticos Vegetais do IAC por

YAMAMOTO (2006) com 20 clones experimentais, e RUFINO (2008) com 65 clones

experimentais, mostraram elevada correlação entre massa fresca e massa seca (entre

96,0 a 99,0%) em vários ambientes, por isso a opção de utilizar massa seca para a

execução do presente trabalho.

Além de MSF x MST, as demais correlações genéticas aditivas positivas ou

diretamente proporcionais foram MSF x PO (94,6%: muito forte), MST x PO (92,8%:

muito forte) e RDF x RDO (20,4%: fraca). A presença de correlações entre dois

caracteres indica relação linear entre as características estudadas (CRUZ, 2005). Estas

informações são muito importantes sob o ponto de vista do melhoramento, pois se pode

obter ganhos genéticos para produção de óleo total com a seleção indireta de plantas

para produção de massa seca (ou fresca), reduzindo sobremaneira as amostras que serão

levadas ao laboratório para análises de rendimentos de óleo. É importante salientar que

a característica PO foi formada por duas características, MSF e RDO. Esta última é mais

trabalhosa e onerosa por depender de equipamentos de laboratório e mão de obra. A

determinação de correlações entre caracteres é importante sob o ponto de vista do

melhoramento, pois permite praticar seleção indireta, utilizando-se de uma característica

de maior herdabilidade (menos influenciada pelo ambiente) de mais fácil avaliação para

obter ganhos genéticos em outra característica de baixa herdabilidade (VENCOVSKY,

1978 e CRUZ, 2005).

Conforme mencionado anteriormente, a L. alba é uma espécie pouco trabalhada

para seleção via recombinação genética (não domesticada), indicando ser prático

concentrar as seleções para aumento de biomassa (principalmente folhas) da parte

vegetativa com seleção recorrente e fixação de genótipos a cada ciclo ao invés de se

preocupar com aumento de rendimento de óleo total. Os ganhos genéticos deverão ser

maiores explorando-se primeiramente a variabilidade genética de características da

50

parte aérea e depois concentrar para aquelas inerentes à produção de óleo, como

rendimento de óleo total e proporção de linalol (RUFINO, 2008).

Ainda dentro das correlações genéticas aditivas positivas, não ocorrerá

vantagens em selecionar plantas com maior RDF com objetivo de aumentar o RDO,

uma vez que a correlação entre estas duas variáveis é baixa, indicando que

provavelmente sejam genes independentes para tais características. A presença de

correlações genéticas também reflete o mecanismo de ação pleiotrópica dos genes, ou

seja, a magnitude da correlação expressa a quantidade pelas quais duas características

são influenciadas pelos mesmos genes (FALCONER, 1987).

As correlações aditivas negativas (Tabela 10) foram observadas para as

combinações MSF x RDF (-61,3%: moderada), MSF x RDO (-70,6%: forte), MST x

RDF (-79,4%: forte) e MST x RDO (-57,2%: moderada) A primeira delas (MSF x RDF)

mostra que a seleção para aumento de biomassa seca somente de folhas (MSF) diminui

a relação de rendimento foliar. Então não é aconselhável o melhorista direcionar as

seleções de progênies, do presente estudo, para aumento da taxa de folhas (RDF), pois

prejudicará a produção de biomassa foliar. Este fato pode ser parcialmente explicado,

pois para que haja maior rendimento de produção foliar como proporção da massa total,

devem existir plantas ou progênies que possuam internódios curtos sem prejuízos do

tamanho de folhas. YAMAMOTO (2006) encontrou clones de quimiótipo

limoneno/carvona com tamanho muito reduzido de folhas e de porte de planta, mas que

eram causados por infecção de vírus. Este mesmo autor verificou que as plantas de

folhas maiores tinham internódios mais longos. Por outro lado RUFINO (2008)

observou poucos clones com internódios curtos e folhas grandes tendo encontrado

somente um (clone 201) dentre 65 que possuía quatro pares de folhas (dois pares a

mais) em comparação com o clone controle (IAC 8). Isto reforça que há reduzida

variabilidade genética aditiva para esta característica entre as 30 progênies testadas que

pudesse inverter a correlação MSF x RDF para positiva e em níveis razoáveis.

Interpretação semelhante pode ser feita para forte estimativa da correlação aditiva MST

x RDF.

Interessante foi a forte estimativa da correlação genética aditiva negativa

observada entre MSF x RDO (-70,6%), indicando também que a seleção para maior

biomassa de folhas secas reduzirá o rendimento de óleo. Os genes atuam para lados

opostos nestas duas características. Pode-se supor que plantas sob condições ótimas de

tratos culturais e de solo e clima (ausência de estresses) apresentem crescimento

51

vegetativo vigoroso e não necessite de agentes químicos ligados às defesas inerentes do

metabolismo secundário, como são os óleos essenciais. Já o inverso pode ocorrer

quando plantas sob estresses bióticos e/ou abióticos entram em rotas de defesas e

produzem mais óleos essencias. Os produtos do metabolismo secundário de plantas

estão relacionados às defesas dos vegetais, além de aspectos reprodutivos (atrativos) são

conhecidos na literatura (MATTOS, 2000; SOARES, 2001; STEFANINI et al., 2002;

EHLERT, 2003; INNECCO et al., 2003; TAVARES et al., 2005).

Interpretação semelhante pode ser aplicada para MST x RDO embora tenha sido

uma estimativa considerada moderada (-57,2%). De acordo com FALCONER (1987) e

RAMALHO et al. (2004), as forças do ambiente podem causar desvios nas

características envolvidas causando correlação tanto positiva quanto negativa. Por outro

lado, CRUZ (2005) também considera como causas de correlação entre caracteres, além

do pleiotropismo, as ligações gênicas em situações de desequilíbrios. Se não houver

forte ligação entre os genes, a correlação pode ser alterada em gerações avançadas por

quebra nos conjuntos gênicos pelas permutas (CRUZ, 2005).

Foi observada fraca correlação aditiva e negativa (-27,2%) para PO x RDO,

mostrando que a produção média de óleo por planta nas progênies de meios irmãos

pode ser mais influenciada por MSF uma vez que para o cálculo de PO é utilizada a

característica RDO.

Houve ampla variação de estimativas de correlações de ambiente entre as

combinações de características, tanto positivas quanto negativas, indo desde correlações

muito fracas (RDO x RDF: 6,1%, RDO x PO: 2,5%) até fortes (MSF x PO: 89,6%;

MST x PO: 83,6%) e muito forte (MSF x MST: 93,3%). Houve três estimativas

negativas de correlações de ambiente embora nos critérios de fraca e muito fraca

indicando que as forças de ambiente atuam nas características de forma oposta. Vale

salientar que em progênies de meios irmãos quando se trabalha com as médias das

mesmas, existem dentro delas, ou seja, dentro de progênies os efeitos de ambiente e

mais 3/4 2

A que é uma variabilidade significativa. Esta variação genética dentro de

progênies, não capitalizada ou isolada no caso presente, pois se trabalhou com médias,

pode ser a causa também da presença de correlação de ambiente. SIQUEIRA et al.

(1993), trabalhando com 102 progênies de meios irmãos de cenoura var. Campinas

chamou a atenção para esta variabilidade genética dentro de progênies que acaba por ser

classificada como “ambiente” ou residual nas ANAVAS estatísticas. Esta variação

genética aditiva (3/4) pode contribuir para as magnitudes elevadas de correlações de

52

ambiente detectadas, tanto positivas como negativas. FALCONER (1987) apresenta

estimativas de correlações genuinamente ambientais, ou seja, desprovidas

completamente de resíduos de efeitos genéticos, estimadas diretamente pelas

correlações fenotípicas em linhas endogâmicas e cruzamentos e aquelas com efeitos de

causas genéticas não aditivas em rE%.

A presença de correlações de ambiente muito forte ou forte encontrada neste

trabalho para L. alba e também em RUFINO (2008) em características inerentes às

estacas não invalidam as correlações genéticas aditivas. Elas dependem da

herdabilidade das duas características envolvidas na correlação, mas são independentes

quando participam nos cálculos de correlações fenotípicas (SIQUEIRA et al., 1993).

SIQUEIRA et al. (1993) baseados em FALCONER (1987), sugeriram uma

forma de quantificar em termos de proporções a contribuição das correlações genéticas

(no caso aditivas) e de ambiente na correlação fenotípica. As fórmulas se encontram no

material e métodos.

No presente trabalho utilizando-se somente as correlações fenotípicas muito

fortes (MSF x MST, MSF x PO e MST x PO), as taxas (%) de participação de efeitos

genéticos aditivos (G%) na correlação fenotípica variaram de 70,0 a 80,3% e as de

ambiente (E%) entre 19,7 a 30,0% (Tabela 11). Isto mostra que houve maiores efeitos

genéticos aditivos entre as duas características para a correlação fenotípica e que os

valores de participação dos efeitos de ambiente, apesar de muito correlacionados, foram

comparativamente de efeitos reduzidos a exemplo do que obtiveram SIQUEIRA et al

(1993) e RUFINO (2008).

Tabela 11 - Estimativas das contribuições (%) de componentes genético aditivas e de

ambientes na correlação fenotípica.

Característica G% E% rF%

MSF x PO 78,6 21,4 92,8

MSF x MST 80,3 19,7 99,3

MST x PO 70,0 30,0 90,8

(*)

= Apenas para as correlações fenotípicas muito fortes e fortes. G% = Contribuição da fração genética

aditiva na correlação fenotípica. E% = Contribuição da fração ambiente na correlação fenotípica. rF% =

coeficiente de correlação fenotípica; MSF: Massa seca de folhas por planta (g. Pl-1

); MST: Massa seca

total por planta (g. Pl-1

); RDF: Rendimento de folhas (%); RDO: Rendimento de óleo (%); PO:

Produção de óleo por planta (g. Pl-1

).

53

4.4 Contrastes de médias por Scott & Knott das 30 progênies de meios irmãos

Foi aplicado o teste de médias de Scott & Knott (1974), a 5% de probabilidade,

para identificação das melhores progênies de meios irmãos visando posterior seleção de

plantas superiores e propagação vegetativa por estaquia para experimentação.

A Tabela 12 apresenta o resultado deste contraste de médias para as cinco

características estudadas. Verificou-se que, dentro das condições experimentais

presentes, não houve contrastes para a característica RDF evidenciando limitação de

variabilidade genética, conforme pôde ser constatado nas estimativas de parâmetros

genéticos. Por outro lado as demais características foram variáveis e o teste de Scott &

Knott a 5% de probabilidade detectou três (MSF e MST) e duas (RDO e PO) categorias

de contraste (Tabela 12).

54

Tabela 12 – Teste comparativo de médias das características avaliadas nas três

colheitas, com as 30 progênies, pelo teste de Scott & Knott a 5% de probabilidade.

PROG MSF SK PROG MST SK PROG RDF SK PROG RDO SK PROG PO SK

IAC 2 58,59 a IAC 2 194,76 a 141 50,82 a IAC 1 0,79 a IAC 2 0,46 a

IAC 7 57,95 a 65 192,39 a 175 44,08 a 280 0,78 a IAC 1 0,41 a

202 54,58 a IAC 7 185,37 a 121 42,07 a 20 0,76 a IAC 4 0,40 a

IAC 4 54,29 a IAC 4 176,24 a 202 41,53 a 141 0,76 a 20 0,36 a

65 50,97 a 202 168,20 a 230 41,31 a IAC 2 0,75 a 202 0,34 a

IAC 1 50,82 a IAC 5 164,94 a 112 41,22 a 85 0,75 a IAC 5 0,34 a

IAC5 49,86 a IAC 1 159,26 a 100 41,12 a 51 0,72 a IAC 7 0,32 a

44 46,52 a 44 155,18 a 70 40,53 a IAC 4 0,71 a 230 0,32 a

20 45,31 a 70 150,57 a IAC 7 40,50 a 5 0,71 a IAC 8 0,32 a

184 44,47 a 184 144,48 a IAC 8 39,93 a 100 0,70 a 51 0,32 a

IAC 8 44,29 a 20 143,50 a IAC 2 39,60 a 230 0,68 a 70 0,32 a

70 43,84 a IAC 8 136,10 a IAC 4 39,24 a 25 0,68 a 65 0,31 a

175 42,48 a 51 134,00 a 51 38,89 a 3 0,68 a 280 0,31 a

51 42,36 a 230 126,28 a IAC 5 38,84 a 134 0,68 a 184 0,30 a

230 41,09 a 175 120,02 b 85 38,80 a IAC 8 0,67 a 123 0,27 a

280 38,14 b 109 118,34 b 280 38,65 a 121 0,66 a 175 0,26 b

123 37,62 b 123 114,90 b 5 38,24 a 70 0,66 a 100 0,25 b

109 36,25 b IAC 6 114,60 b 20 37,87 a IAC 6 0,66 a 44 0,25 b

IAC 6 35,97 b 100 113,38 b 196 37,70 a 123 0,66 a IAC 6 0,25 b

100 35,24 b 280 107,66 b 123 37,51 a 109 0,65 a 109 0,24 b

196 34,91 b 196 102,75 b IAC 1 36,91 a 184 0,63 b 196 0,24 b

128 32,37 b 128 93,37 b 44 36,87 a IAC 5 0,63 b 5 0,22 b

5 28,92 b 5 84,41 c 109 36,27 a 65 0,62 b 121 0,19 b

121 28,28 b 25 80,32 c 128 35,58 a 196 0,61 b 25 0,19 b

25 27,28 b 121 79,71 c 25 35,34 a 202 0,58 b 128 0,18 b

3 24,35 c 134 73,86 c 184 34,90 a 112 0,57 b 3 0,17 b

134 22,81 c 3 70,89 c 3 34,73 a 175 0,56 b 134 0,17 b

85 21,16 c 85 61,30 c 65 34,56 a IAC 7 0,54 b 85 0,16 b

112 18,60 c 112 49,14 c IAC 6 33,81 a 128 0,53 b 112 0,11 b

141 10,38 c 141 21,34 c 134 31,58 a 44 0,52 b 141 0,08 b

Médias seguidas da mesma letra não diferem significativamente entre si a 5% de probabilidade pelo teste

de Scott & Knott.

PROG: Progênie; SK:; Teste de Scott & Knott a 5% de probabilidade; MSF: Massa seca de folhas por

planta (g. Pl-1

); MST: Massa seca total por planta (g. Pl-1

); RDF: Rendimento de folhas (%); RDO:

Rendimento de óleo (%); PO: Produção de óleo por planta (g. Pl-1

).

As progênies selecionadas foram as mais freqüentes da primeira categoria (letra

a da Tabela 12) para as quatro características estudadas como pode ser visualizado na

Tabela 13.

55

Tabela 13 – Distribuição das progênies superiores (letras a nas ANAVAS conjuntas) com

maior repetição dentre as características que apresentaram contrastes de médias pelo teste

de Scott & Knott.

Classes de Frequência ou Presença nas Característica Estudadas na Primeira

Categoria da Tabela 12 (letra a)

1 2 3 4

Progênie

175 44 IAC 5 IAC 1

280 IAC 7 IAC 2

65 IAC 4

184 IAC 8

202 20

51

70

230

Dentro deste critério foram selecionadas para propagação vegetativa plantas

superiores dentro das melhores progênies de meios irmãos. Curiosamente foram quatro

progênies de um ciclo de recombinação de clones IAC´s: IAC 1, IAC2, IAC 4 e IAC 8,

e quatro progênies com dois ciclos de recombinação obtidos da população base: 20, 51,

70 e 230. Ressalte-se que a partir desta informação as progênies superiores (melhores

médias) sofrerão seleção massal individual dentro de progênies de acordo com critérios

subjetivos quanto ao vigor vegetativo, ausência de doenças, maior número de

ramificações e brotações na base do caule, etc.

Atualmente o Centro de P&D de Recursos Genéticos Vegetais do IAC/APTA

possui clones experimentais em fase de avaliação originados de programa de

melhoramento de L. alba, iniciado em 2004. Dentro de quimiótipo linalol o IAC dispõe

de dois clones experimentais superiores, IAC 2 e IAC 8, oriundos de coletas e

introduções que foram selecionados dentre 20 em experimentação (YAMAMOTO,

2006); dez clones experimentais superiores derivados de recombinação genética e

seleção massal que foram identificados dentre 63 (RUFINO, 2008) e agora plantas

superiores das oito progênies selecionadas do presente estudo que foram originados

também de recombinação genética, porém com teste de progênies. Com isto podemos

realizar experimentação regional para verificar se os ciclos de recombinação seguidos

de seleção massal e via progênies de meios irmãos podem gerar clones linalol

superiores aos de coleta ou os denominados de pré-existentes na natureza (RUFINO,

2008).

56

Analisando-se a Tabela 13 e considerando-se as características que classificaram

as progênies nos grupos pelo teste de Scott & Knott a 5% é possível selecionar as

seguintes progênies de acordo com a frequência: IAC 1, IAC 2, IAC 4, IAC 8, 20, 51,

70, e 230 como superiores, pois aparecem estatisticamente iguais e superiores nas

quatro características avaliadas que apresentaram diferenças, sendo as mais indicadas,

neste estudo, para programas de seleção e melhoramento.

57

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com relação às estimativas de parâmetros genéticos, nota-se que a espécie

apresenta adequada variabilidade genética para prática de seleção. As características

avaliadas tanto inerentes à fase de campo como aquelas obtidas em laboratório são

fundamentais para conhecimento do potencial da população base como reserva de genes

de interesse ao melhoramento desta espécie aromática não domesticada. Portanto, para

determinação do potencial de melhoramento da espécie empregaram-se as estimativas

de parâmetros genéticos com progênies clonadas de meios irmãos (cada semente da

progênie representada por uma estaca) em três colheitas (dois locais) com três tamanhos

efetivos para se diagnosticar as variações que poderiam advir destas amostragens. Foi

possível observar que mesmo com populações pequenas, de sete progênies, ainda é

possível obter ganhos genéticos significativos para as características ligadas à parte

aérea e produção de óleo por planta. Uma característica vantajosa desta espécie é que

após cada ciclo de recombinação pode haver seleção de clones experimentais em face

do seu sistema de cultivo ser por meio de estacas.

58

6 CONCLUSÕES

Os resultados obtidos permitem concluir que;

a) As progênies estudadas apresentam variabilidade genética para programas de seleção

e melhoramento.

b) As estimativas dos parâmetros genéticos apresentam valores elevados para os

caracteres avaliados, o que se justifica por tratar-se de espécie que não sofreu pressão

de seleção prévia em programas de melhoramento genético.

c) As progênies IAC‟s de um ciclo de recombinação apresentam médias superiores para

as características massa seca total e massa seca de folhas, sendo importante para

seleção entre e dentro de progênies para estas características.

d) Os parâmetros genéticos foram semelhantes nos tamanhos efetivos de 30 e 23

progênies de meios irmãos.

e) Apesar de serem em épocas diferentes, os parâmetros genéticos podem se alterar com

a colheita de primeiro plantio por estacas em relação à colheita após rebrotas.

f) As progênies com um ciclo de recombinação IAC 1, IAC 2, IAC 4, IAC 8, e as

progênies com dois ciclos de recombinação 20, 51, 70 e 230 são as melhores para

recombinações posteriores e para praticar a seleção dentro com fixação de genótipos

por propagação vegetativa.

g) Pode-se realizar seleção massal para MSF e MST e conseguir ganhos para produção

de óleo total.

h) RDF possui reduzida variabilidade genética para exploração no melhoramento nas

progênies estudadas.

i) Apesar de haver correlações de ambiente muito fortes, fortes e moderadas, a

participação relativa na correlação fenotípica é baixa, predominando os efeitos

genéticos aditivos na maioria das combinações estudadas.

59

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