estetica digital
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Considerações sobre Estética Digital resultantes da disciplina de mesmo nome, da especialização em Produção em Mídias Digitais.Professora da disciplina: Marília BergamoMais sobre a autora: http://grazielles.carbonmade.com/aboutTRANSCRIPT
ESTÉTICA DIGITAL
Grazielle Santos Silva
Definir Estética Digital não é um trabalho exato e preciso, sendo necessário
levar em consideração uma evolução de conceitos ligados à arte, técnica e ciência.
Giannetti (2006), ao comentar sobre o título do seu livro, afirma que não é possível
estabelecer um modelo estético definitivo, homogêneo e isolado. Ao longo do tempo, a
noção de estética altera-se, bem como a definição de arte. O impacto maior começa a
ser percebido com o surgimento da fotografia e do cinema. A partir daí a técnica
artística é colocada em cheque e a aura que, segundo Benjamin (1975), envolvia a obra
de arte deixa de existir. A recepção das novas técnicas a princípio não é amistosa, mas
artistas de vanguarda ligados a movimentos futuristas, dadaístas, suprematismo,
construtivismo e Bauhaus, as apóiam e pregam seu uso na produção cultural.
Desde o emprego da câmera obscura no Renascimento, que possibilitou um novo enfoque óptico da realidade, até a utilização do computador, que transforma de maneira radical o próprio fazer artístico, as tecnologias progressivamente assimiladas pela arte incidem não somente na linguagem, mas na própria aparência estética da obra. (GIANNETTI, 2006. p.20)
O uso cada vez mais intenso dos novos meios tecnológicos pelas produções
artísticas provoca uma crise entre arte e estética. Novas teorias como a prova de Turing,
baseada na simulação da comunicação entre pessoas e máquinas, e a Cibernética, que
acredita que a máquina aprende por retroalimentação, interferem no fazer artístico
provocando um novo questionamento: Se a máquina faz o objeto artístico, como
legitimar a arte? O conceito de arte entra em crise surgindo então novos conceitos como
a media-art cuja função seria transformar o mundo.
A obra começou a ser pensada de maneira a interagir com o público. Sua
interface só pode existir quando há comunicação, com a presença do interator e da
proposta, que pode ser imersiva ou não-imersiva. Essa comunicação homem-máquina
pode se dar através de um sistema mediador, reativo ou interativo e envolve conceitos
como realidade virtual e vida artificial. É nesse contexto que se passa a pensar em uma
Estética Digital que é considerada a estética baseada na idéia de que a máquina
(elemento pensante) pode fazer o ser humano pensar em algo novo, criar novas idéias.
Referências
BENJAMIN, Walter. A obra de arte na época de suas técnicas de reprodução. In: Arte, política, magia e técnica. São Paulo: Ed. Abril, 1975.
GIANNETTI, Claudia. Estética Digital: sintopia da arte, a ciência e a tecnologia. Belo Horizonte: C/Arte, 2006.