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ESTATUTOS E COMPROMISSO DA IRMANDADE DA MISERICÓRDIA E DE SÃO ROQUE DE LISBOA 2011.Fevereiro.07

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ESTATUTOS E COMPROMISSO

DA IRMANDADE DA MISERICÓRDIA

E DE SÃO ROQUE DE LISBOA

2011.Fevereiro.07

2

PREÂMBULO O propósito primordial das presentes alterações é a fusão na Irmandade da Misericórdia

e de São Roque de Lisboa da Irmandade da Misericórdia de Lisboa e da Irmandade do

Glorioso São Roque dos Carpinteiros de Machado.

Com esta fusão, que marca um novo momento na vida e missão da Irmandade da

Misericórdia e de São Roque de Lisboa, pretende-se, em primeiro lugar, recuperar um

notável património religioso, espiritual, cultural, histórico e artístico que para esta tem

grande riqueza e significado. Em segundo lugar, que estes patrimónios não

desapareçam, numa qualquer voragem da História.

Ao longo da História, os caminhos destas três Irmandades cruzaram-se por várias vezes.

A Irmandade da Misericórdia de Lisboa

A Irmandade da Misericórdia de Lisboa foi instituída, em 1498, por inspiração da

Rainha D. Leonor para, através da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, praticar as

catorze Obras de Misericórdia, em benefício da população mais desfavorecida da

Cidade.

Viria a ser a primeira das centenas de Misericórdias que se instalaram depois no vasto

mundo onde os portugueses chegaram. Instituída na Sé de Lisboa, na Capela de Nossa

Senhora da Piedade, vulgo “Senhora da Terra Solta”, em 1755 estava instalada em

edificações grandiosas, à beira do Tejo e, mais acima, no Hospital de Todos os Santos,

que também era encargo seu. Para além da grandiosidade das suas instalações, o mais

importante era a vasta Obra de Caridade, que desenvolveu em Lisboa servindo de matriz

para as restantes Misericórdias.

O Terramoto de 1755 porém, derrubou estas edificações, muito dificultando o

cumprimento da sua nobre missão, obrigando a Irmandade a arranjar instalações

provisórias para o exercício da sua actividade assistencial e religiosa.

Decidiu então o Marquês de Pombal, em 1768, doar à Irmandade responsável pela Santa

Casa da Misericórdia de Lisboa as instalações da Casa Professa e Igreja de São Roque,

anteriormente pertença da Companhia de Jesus, expulsa do Reino em 1759.

E, desde então, a Irmandade da Misericórdia de Lisboa, recebendo estes amplos

espaços, imprimiu à Santa Casa um novo ciclo de grande actividade, sempre de acordo

com o seu espírito original de Caridade Cristã.

Atravessando, desde o início de mil e oitocentos, uma crise interna por morte, doença

ou pela falta de comparência de Irmãos às obrigações expressas no seu Compromisso,

que se reflectia na administração dos estabelecimentos a seu cargo, viu-se a Irmandade

impossibilitada de proceder à eleição de nova Mesa, como exigia o poder governativo.

3

Em consequência disso, foi nomeada, em 1834, uma Comissão para examinar o estado e

administração da Santa Casa e do Hospital de S. José, a qual procedeu a diversas

reformas urgentes e propôs a dissolução da Mesa da Irmandade, o que acontece, a título

provisório, por Decreto de 11 de Agosto de 1834, sendo a administração da Santa Casa

substituída pela Comissão.

Apesar das tentativas de reforma do Compromisso e de eleição de nova Mesa que se

sucederam até 1863, tanto por parte da Irmandade como de iniciativa régia, a Irmandade

da Misericórdia nunca mais regularizou a sua vida institucional, continuando a Coroa e

depois a República, a nomear a Administração da Santa Casa.

É assim que, há cerca de dois séculos, a Irmandade da Misericórdia de Lisboa está

inerte e o seu estatuto indefinido, pois nunca foi declarada inexistente pela competente

Autoridade Eclesiástica.

*

A Irmandade do Bemaventurado São Roque

No início do Século XVI, deflagrou em Lisboa um surto grave de epidemia, trazido por

uma nau veneziana, que ia dizimando progressivamente o povo da Cidade. Havendo

notícia dos grandes milagres que São Roque operara entre as populações das cidades,

principalmente francesas e italianas que foram vitimadas pela terrível peste, apressou-se

D. Manuel I a solicitar uma relíquia do Santo à cidade de Veneza.

A chegada da Relíquia, os milagres que se operavam e a devoção popular que

rapidamente se espalhou levaram ao incremento da Irmandade do Bemaventurado São

Roque, instituída muito provavelmente antes do ano de 1506.

Para recolha e veneração da Relíquia, devoção e culto a São Roque, em 24 de Março

desse ano, a Irmandade iniciou a construção da pequena Ermida de São Roque, fora das

muralhas da Cidade e fronte onde é hoje o Largo Trindade Coelho.

Sucedeu que, no Reinado de D. João III e por incitamento do Rei, a Companhia de Jesus

iniciou as suas actividades em Portugal, tendo tido como primeira instalação o

Convento de Santo Antão, o Velho. Mais tarde, por forte pressão Real, a Companhia de

Jesus tomou posse da Ermida, no primeiro domingo de Outubro de 1553, para ali

instalar uma Igreja e a sua Casa Professa. Não obstante ter-se celebrado acordo entre a

Irmandade do Bemaventurado São Roque e a Companhia de Jesus, este não foi

consensual entre os Irmãos, tendo-se afastado um grupo destes, vindo a constituir a

Irmandade do Bemaventurado São Roque dos Carpinteiros de Machado, separando-se

da Irmandade Mãe.

Os Irmãos que se mantiveram na Irmandade do Bemaventurado São Roque acordaram

com a Companhia de Jesus que a futura Igreja chamar-se-ia, para sempre, Igreja de São

Roque e que no seu interior seria mantida uma Capela de São Roque, propriedade da

Irmandade, a qual ali teria a sua sede e ali praticaria o culto e as suas celebrações.

4

Efectivamente, com a construção da Igreja de São Roque, uma das oito capelas foi

dedicada ao seu Orago e concebida com grande dignidade e beleza, tendo sido

completada com uma Sacristia e Casa de Despacho, o que permitiu à Irmandade ali

exercer as suas actividades institucionais e devocionais.

Desde então, a Companhia de Jesus e a Irmandade do Bemaventurado São Roque

conviveram, na mesma Igreja, cada uma orientada para a sua específica vocação.

Com a expulsão da Companhia de Jesus e as suas instalações em São Roque doadas à

Irmandade da Misericórdia de Lisboa, como acima se referiu, prosseguiu a Irmandade

do Bemaventurado São Roque as suas actividades em boa convivência com a nova

proprietária da Igreja. Nem o afastamento da Irmandade da Misericórdia da vida da

Santa Casa alterou esta situação, que se manteve até à implantação da República. Com o

novo regime e por força da Lei da Separação do Estado e da Igreja, a Santa Casa entrou

em processo de estatização e foi suspenso o culto na Igreja.

Em 1911 é realizado o Auto de Diligência à Capela de São Roque, sendo nesse mesmo

ano provada a individualidade jurídica da Irmandade, pelo que, visto estar legalmente

constituída, não foram arrolados os seus bens mobiliários e imobiliários, destinados ao

culto público da religião católica.

Nos anos seguintes, a Irmandade, associada à Santa Casa da Misericórdia de Lisboa,

promove todas as diligências para dar cumprimento aos Legados Pios desta Instituição e

para abrir novamente ao culto a Igreja de São Roque sob sua responsabilidade, o que foi

concedido em 1918.

Após as incertezas decorrentes da revolução de Abril de 1974 a situação voltou a

estabilizar, mas com uma alteração importante para a Santa Casa: a sua orientação

superior passou a ser repensada em cada novo Governo. No propósito de atalhar a esta

fonte de descaracterização, a Santa Casa e a Irmandade de São Roque sofreram uma

profunda alteração, sob o impulso do então Provedor da Santa Casa. Por Decreto de Sua

Eminência o Cardeal Patriarca de Lisboa, de 25 de Julho de 1990, a Irmandade foi

transformada em Irmandade de Misericórdia passando a denominar-se Irmandade da

Misericórdia e de São Roque de Lisboa. Por sua vez, por força do Dec-Lei n.º 322/91,

de 26 de Agosto, os Estatutos da Santa Casa foram alterados, ficando expresso que esta

deveria viver “… de acordo com a tradição cristã do seu compromisso originário”.

No reforço desta determinação, foram atribuídas competências e responsabilidades

especiais à Irmandade da Misericórdia e de São Roque de Lisboa, designadamente

competência “…para além da tutela do espírito cristão que enforma a acção da

Misericórdia de Lisboa…”, “… assegurar o culto nas Igrejas e Capelas pertencentes à

Misericórdia de Lisboa e nomeadamente na Igreja de São Roque…” e “promover todos

os actos de assistência religiosa nos estabelecimentos da Misericórdia, designadamente

sacramentos e funerais…”

No preâmbulo deste diploma esclarecia-se que devia a Santa Casa manter-se na

“fidelidade inalterável à tradição cristã do seu espírito original” e que, para tanto, se

impunha o regresso da Irmandade a uma presença mais activa na vida da Santa Casa da

Misericórdia de Lisboa, enquanto garante dos seus princípios enformadores”.

Após a regularização institucional da Irmandade, em 2005, ambas as Instituições

procuram exercer com o maior empenho as suas actividades, conforme os Estatutos de

1991- depois alterado pelo Decreto-Lei n.º 235/2008 de 3 de Dezembro- e o

Compromisso da Irmandade.

5

*

Irmandade do Bemaventurado São Roque

dos Carpinteiros de Machado

Como acima se referiu, quando se celebrou o acordo entre a Companhia de Jesus e a

Irmandade do Bemaventurado São Roque, em 1553, para se erguer uma Igreja jesuíta,

no local da pequena Ermida de São Roque e construir ali a sua Casa Professa, um grupo

de Irmãos de São Roque, não aceitando aquele trato, abriu dissidência e criou a

Irmandade do Bemaventurado São Roque dos Carpinteiros de Machado (os mestres da

construção naval, na época), instalando-se, então, no Real Convento de Nossa Senhora

do Monte do Carmo. Com a ruína do Convento, em consequência do trágico Terramoto

de 1755, a Irmandade perdeu o local onde exercia as suas actividades e a quase

totalidade dos seus bens.

Apoiada por D. José I, passou a ter instalações provisórias, logo em 1756, no Real

Arsenal, nos terrenos da Ribeira das Naus e, em 1761, ergueu ali uma nova Capela

(agora de pedra e cal), onde passou a exercer o culto.

Esta Capela ainda hoje existe e está instalada no edifício do ex-Ministério da Marinha

(Administração Central da Marinha), sito na Avenida da Ribeira das Naus.

Esta Irmandade, na sua vocação original, dedicou-se fundamentalmente ao apoio

material e espiritual dos Irmãos e famílias mais necessitadas.

É assim que em 1913 toma a natureza de Associação de Socorros Mútuos, passando a

denominar-se Irmandade dos Carpinteiros Navaes, erecta na sua Antiga Ermida de São

Roque, no Arsenal da Marinha, perdendo a natureza religiosa. Em 1927 foi extinta pela

Autoridade Civil, mas não pela competente Autoridade Religiosa.

*

Concluindo, a presente fusão permite assim a concentração do inestimável património

religioso, espiritual, cultural, histórico e artístico destas três Instituições numa só

Irmandade, recuperando-se valores fundamentais que reforçam a natureza e missão da

Irmandade da Misericórdia e de São Roque de Lisboa na prática das Obras de

Misericórdia.

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ESTATUTOS E COMPROMISSO

DA IRMANDADE DA MISERICÓRDIA

E DE SÃO ROQUE DE LISBOA

CAPÍTULO I

Natureza, Objectivos, Denominação, Sede e Regime

ARTIGO 1º

1. A Irmandade de São Roque, instituída em Lisboa, em data ainda incerta mas

seguramente anterior a Março de 1506, numa Ermida construída para sua sede

no local onde hoje se ergue a Igreja de São Roque, da Santa Casa da

Misericórdia de Lisboa (SCML), e que foi constituída, em 25 de Julho de 1990,

em Irmandade de misericórdia, sob a denominação de Irmandade da

Misericórdia e de São Roque de Lisboa (IMSRL), é agora reconstituída, por

fusão das venerandas Irmandade da Misericórdia de Lisboa, instituída em 15 de

Agosto de 1498 e Real Irmandade do Glorioso São Roque dos Carpinteiros de

Machado, formalmente instituída também em Lisboa em 9 de Dezembro de

1581, mantendo a denominação de Irmandade da Misericórdia e de São Roque

de Lisboa.

2. Com a fusão, o património espiritual, cultural, histórico e material das

Irmandades da Misericórdia de Lisboa e da Real Irmandade do Glorioso São

Roque dos Carpinteiros de Machado é transferido para a Irmandade da

Misericórdia e de São Roque de Lisboa, com todos os seus direitos e obrigações

e sempre conforme as leis canónicas e civis em vigor, nomeadamente nos termos

do Can. 121 do Código de Direito Canónico.

3. Enquanto canonicamente erecta, a Irmandade tem personalidade jurídica

canónica e civil e é reconhecida como Instituição Particular de Solidariedade

Social, mediante participação escrita da sua erecção canónica feita pelo

Ordinário Diocesano aos Serviços competentes do Estado, em 1 de Fevereiro de

1996.

7

4. Em conformidade com a sua natureza de Instituição canonicamente erecta, a

Irmandade estará sujeita ao Ordinário Diocesano de modo similar ao das demais

associações públicas de fiéis de idêntica natureza, designadamente nos termos

do art.º 7 das Normas Gerais para a Regulamentação das Associações de Fiéis,

aprovadas pela Conferência Episcopal Portuguesa, em 4 de Abril de 2008.

5. A Irmandade tem como objectivos:

a) Promover o culto a Nossa Senhora da Misericórdia e a São Roque,

advogado contra as pestes e as outras doenças que assumem novas

patologias, algumas das quais a ciência ainda não domina.

b) Fomentar a vocação cristã, nomeadamente pelo amor ao próximo e a

prática das Obras de Misericórdia, especialmente as espirituais, com

especial atenção quanto à exclusão social e à solidão.

c) Exercer e apoiar actividades de apostolado e de evangelização, muito em

especial pelo testemunho de vida dos seus Irmãos.

d) Acompanhar as actividades da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa

(SCML) e contribuir para que a sua acção se exerça conforme o espírito

do seu Compromisso originário e a sua ininterrupta tradição cristã.

6. A Irmandade exercerá a sua acção em estreita cooperação com a Santa Casa da

Misericórdia de Lisboa, ressalvadas as competências que, pelo ordenamento

canónico e regime concordatário, são reservadas às autoridades eclesiásticas.

ARTIGO 2º

A Irmandade da Misericórdia e de São Roque de Lisboa é uma associação pública

de fiéis, cultual e de misericórdia e rege-se pelos presentes Estatutos e Compromisso

e pelas normas do Direito Universal e Particular da Igreja Católica.

ARTIGO 3º

A Irmandade é constituída por tempo indeterminado, tem a sua sede na Igreja de

São Roque e exercerá a sua acção na área da Diocese de Lisboa, podendo alargar a

sua actividade a outras áreas do território nacional quando tal se manifestar

aconselhável para a realização dos seus objectivos.

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ARTIGO 4º

1. Sem quebra da sua autonomia e independência e dos princípios que a criaram, a

Irmandade visa cooperar com a SCML na realização dos seus fins, conforme o

seu Compromisso originário e, igualmente, promover a colaboração e o melhor

entendimento com outras entidades e com as autoridades e populações locais,

em tudo o que respeita à prossecução dos seus objectivos na parte coincidente

com as actividades daquelas, designadamente através de actuações de carácter

espiritual, cultural e recreativo.

2. Para além da sua finalidade evangélica e cultual, a Irmandade exercerá as suas

actividades no campo da acção social e prestará apoio, directa ou

indirectamente, às famílias, às crianças, aos jovens, aos adolescentes, aos

doentes, aos idosos carecidos, nomeadamente em consonância com as

actividades da SCML e conforme as suas possibilidades.

3. A Irmandade poderá, em cooperação com a SCML ou por si própria, efectuar

acordos com outras Santas Casas de Misericórdia, outras Instituições ou o

Estado, para melhor realização dos seus objectivos.

4. Como actividade secundária, pode a Irmandade exercer qualquer actividade de

natureza económica, social ou outra, nomeadamente nas áreas dos serviços e do

património, como meio de gerar receitas para a realização dos seus fins. Poderá

exercê-las por si ou em associação com terceiros; por iniciativa própria ou em

cumprimento de encargos decorrentes de doação, heranças ou legados dos seus

benfeitores.

5. A Irmandade é filiada na União das Misericórdias Portuguesas, com todos os

direitos e obrigações inerentes à sua filiação, como Irmandade de misericórdia,

que tem a sua sede em Lisboa.

ARTIGO 5º

1. Constituem a Irmandade todos os actuais Irmãos da Irmandade da Misericórdia e

de São Roque de Lisboa, bem como todos os que vierem a ser admitidos nos

termos deste Compromisso.

2. O número de Irmãos é ilimitado.

9

CAPÍTULO II

Dos Irmãos

ARTIGO 6º

Podem ser admitidos como Irmãos os indivíduos, que reúnam as seguintes condições:

a.) Sejam maiores de idade ou sendo menores tenham autorização de seus pais ou

tutores;

b.) Sejam naturais ou residentes na Diocese de Lisboa, ou ligados por laços de

afectividade à sua população;

c.) Gozem de boa reputação moral e social;

d.) Aceitem os princípios da doutrina e da moral cristã que enformam a

Irmandade e que, consequentemente, não hostilizem, por qualquer meio,

designadamente pela sua conduta social ou pela sua actividade pública, a

Religião Católica e os seus fundamentos, bem como a vocação institucional de

cooperação com a SCML;

e.) Se comprometam ao pagamento de uma jóia – correspondente à Carta Patente,

Cartão e Capa - e de uma quota anual, de montantes a definir pela Assembleia

Geral.

ARTIGO 7º

1. A admissão dos Irmãos é feita mediante proposta assinada por dois Irmãos e

pelo próprio candidato, em que este se identifique, se obrigue a cumprir as

obrigações de Irmãos e indique o montante da quota.

2. Tal proposta será submetida à apreciação da Mesa Administrativa na sua

primeira Reunião Ordinária posterior à apresentação na Secretaria.

3. Só se consideram admitidos os candidatos que tiverem reunido, em escrutínio

secreto, a maioria absoluta dos votos dos membros da Mesa Administrativa que

estiverem presentes na respectiva votação, considerando-se equivalentes a

rejeição as abstenções e votos nulos ou brancos.

4. A admissão de novos Irmãos somente será considerada definitiva depois de

celebrarem o seu Compromisso de Irmãos perante o Altar e assinarem, perante o

Irmão-Provedor, documento pelo qual se comprometem a desempenhar com

fidelidade os seus deveres de Irmãos.

5. O pagamento da jóia e da quota inicial é devido no mês em que os Irmãos forem

admitidos. As quotas anuais serão pagas no primeiro trimestre de cada ano.

6. São isentos do pagamento de jóia e quotas os Irmãos sacerdotes e religiosos

consagrados.

10

ARTIGO 8º

1. Todos os Irmãos têm direito:

a.) A participar e votar nas reuniões da Assembleia Geral;

b.) A serem eleitos para os Órgãos Sociais;

c.) A requerer a convocação extraordinária da Assembleia Geral, devendo o

pedido ser apresentado por escrito ao Presidente da Mesa da Assembleia

Geral, pelo mínimo de vinte Irmãos no pleno gozo dos seus direitos e

indicando a ordem dos trabalhos pretendida;

d.) A ser sufragado, após a sua morte, com os actos religiosos previstos neste

Compromisso.

2. Os Irmãos não podem votar nas deliberações dos Órgãos Sociais em que forem

directa ou indirectamente interessados.

ARTIGO 9º

Todos os Irmãos têm dever de:

a) Pagar atempadamente as respectivas quotas;

b) Desempenhar com zelo e dedicação os cargos dos Órgãos Sociais para os quais

tiverem sido eleitos, salvo se for deferido o pedido de escusa que, por motivo

justificado, apresentarem, ou se tiverem desempenhado alguns desses cargos no

triénio anterior;

c) Comparecer nos actos oficiais e nas solenidades religiosas e públicas

promovidos pela Irmandade ou para os quais a Irmandade tiver sido convidada,

devendo, em tais actos e sempre que isso for possível, usar os trajes habituais e

distintivos próprios da Irmandade, conforme lhes for determinado;

d) Disponibilizar tempo da sua vida para executar tarefas ou participar nas demais

actividades da Irmandade;

e) Participar, sempre que possível, nos funerais dos Irmãos falecidos quando se

realizem na localidade onde se situa a sede da Instituição;

f) Colaborar no progresso e desenvolvimento da Instituição de modo a prestigiá-la

e a torná-la cada vez mais respeitada, eficiente e útil perante as comunidades em

que está inserida;

g) Defender e proteger a Irmandade e a SCML em todas as eventualidades,

principalmente quando elas forem injustamente acusadas ou atacadas, devendo,

por outro lado, proceder sempre com recta intenção e ao serviço da verdade e do

bem comum, sem ambições ou propósitos de satisfação pessoal, mas antes e

sempre, com o pensamento em Deus e nos irmãos em Cristo.

11

ARTIGO 10º

Serão excluídos da Irmandade os Irmãos:

a) Que solicitem a sua exoneração;

b) Que deixarem de satisfazer as suas quotas por tempo superior a um ano e que,

depois de notificados, não cumpram com esta sua obrigação, ou não justifiquem

a sua atitude no prazo de 180 dias;

c) Que não prestarem contas de valores que lhes tenham sido confiados;

d) Que, sem motivo justificado, se recusarem a servir nos cargos dos Órgãos

Sociais para que tiverem sido eleitos;

e) Que, reconhecidamente, tenham perdido a boa reputação moral e social e os que,

voluntariamente, causarem danos à Instituição ou contrariarem os seus fins e

Compromisso;

f) Que tomem atitudes hostis à Religião Católica;

g) Que tomem atitudes hostis à Irmandade.

2. A aplicação de pena de exclusão, sempre precedida de processo, é da competência da

Mesa, com possibilidade de recurso para a Assembleia-Geral.

ARTIGO 11º

1. Os Irmãos cuja motivação particular seja a preservação da Capela de São Roque,

instalada no Páteo do Arsenal, actualmente sob tutela do Ministério da Defesa

Nacional, ramo da Marinha, bem como de todo o património espiritual,

histórico, cultural e cultual que lhe foi conferida pela Irmandade do Glorioso

São Roque dos Carpinteiros de Machado – ultimamente denominada Irmandade

dos Carpinteiros Navais – poderão, em colaboração com o do Reverendo

Capelão da Marinha, desenvolver as actividades julgadas de interesse, com vista

à manutenção do culto público naquela Capela e ao exercício de outras

actividades próprias de uma associação pública de fiéis.

2. A Mesa Administrativa procurará proporcionar os meios necessários à boa

execução dos objectivos referidos no número anterior.

3. As actividades referidas nos números anteriores serão prosseguidas sem prejuízo

dos objectivos, actividades e vida institucional da Irmandade da Misericórdia e

de São Roque de Lisboa.

12

CAPÍTULO III

Dos Órgãos Sociais

SECÇÃO I – Disposições Gerais

ARTIGO 12º

1. São Órgãos Sociais da Irmandade:

- Assembleia-Geral,

- Mesa Administrativa e

- Conselho Fiscal também denominado Definitório.

2. São ainda Órgãos Consultivos da Irmandade:

- Conselho de Estratégia e

- Conselho Técnico.

ARTIGO 13º

O exercício de qualquer cargo dos Órgãos Sociais e Consultivos é gratuito, mas pode

justificar o pagamento de despesas dele derivadas.

ARTIGO 14º

1. A duração do mandato da Mesa da Assembleia-Geral, da Mesa Administrativa e

do Conselho Fiscal é de três anos, devendo preferencialmente proceder-se à sua

eleição no mês de Dezembro do último ano de cada triénio.

2. O mandato inicia-se com a tomada de posse perante o Presidente da Mesa da

Assembleia-Geral ou seu substituto, o que deverá ter lugar na primeira quinzena

do ano civil imediato ao das eleições, em cerimónia a realizar na Igreja de São

Roque.

3. Quando a eleição tenha sido efectuada extraordinariamente, fora do mês de

Dezembro, a posse terá lugar dentro do prazo estabelecido no nº 2, ou no prazo

de 30 dias após a eleição, mas, neste caso, e para efeitos do nº 1, o mandato

considera-se iniciado na primeira quinzena do ano civil seguinte ao ano em que

se realizou a eleição.

4. Quando as eleições não sejam realizadas atempadamente, considera-se

prorrogado o mandato em curso até à posse dos novos titulares dos Órgãos

Sociais.

13

ARTIGO 15º

1. Em caso de vacatura da maioria dos titulares de cada Órgão Social, depois de

esgotados os respectivos Suplentes, deverão os titulares em exercício cooptar, de

entre os Irmãos, os elementos necessários para o preenchimento das vagas

verificadas, no prazo máximo de um mês e a posse deverá ter lugar nos 30 dias

seguintes.

2. O termo do mandato dos membros eleitos ou cooptados nas condições do

número anterior coincidirá com o dos inicialmente eleitos.

ARTIGO 16º

1. Os membros dos Órgãos Sociais só podem ser eleitos, consecutivamente, para

dois mandatos, para qualquer Órgão da Irmandade salvo se a Assembleia-Geral

reconhecer, expressamente, que é impossível ou inconveniente proceder à sua

substituição.

2. Não é permitido aos membros dos Órgãos Sociais o desempenho simultâneo de

mais de um cargo.

ARTIGO 17º

1. Os Órgãos Sociais são convocados pelos respectivos Presidentes e só podem

deliberar com a presença da maioria dos seus titulares presentes ou mandatados

por outro membro do mesmo Órgão.

2. As deliberações são tomadas por maioria dos votos dos titulares presentes ou

mandatados nos termos do número 1., tendo o Presidente, além do seu voto,

direito a voto de desempate.

3. As votações respeitantes às eleições dos Órgãos Sociais ou a assuntos de

incidência pessoal dos seus membros serão feitas obrigatoriamente por

escrutínio secreto.

ARTIGO 18º

1. Os membros dos Órgãos Sociais são responsáveis civil e criminalmente, pelas

faltas ou irregularidades cometidas no exercício do mandato.

2. Além dos motivos presentes na lei, os membros dos Órgãos Sociais ficam

exonerados de responsabilidades se:

a) Não tiverem tomado parte na respectiva resolução e a reprovarem com

declaração na Acta da sessão imediata em que se encontrem presentes;

b) Tiverem votado contra essa resolução e o fizerem consignar na Acta respectiva.

14

ARTIGO 19º

1. Os membros dos Órgãos Sociais não poderão votar em assuntos que

directamente lhes digam respeito ou nos quais sejam interessados os respectivos

cônjuges, ascendentes, descendentes e equiparados.

2. Os membros dos Órgãos Sociais não podem contratar, directa ou indirectamente,

com a Irmandade, salvo se do contrato resultar manifesto benefício para a

mesma.

3. Os fundamentos das deliberações sobre os contratos referidos no número

anterior deverão constar das Actas das reuniões do respectivo Órgão Social.

ARTIGO 20º

1. Os Irmãos podem fazer-se representar por outros Irmãos, nas reuniões da

Assembleia-Geral, em caso de impossibilidade de comparência à reunião,

mediante carta dirigida ao Presidente da Mesa, mas cada Irmão não poderá

representar mais de cinco associados.

2. É admitido o voto por correspondência, nas sessões da Assembleia-Geral, sob

condição do seu sentido ser expressamente indicado em relação ao ponto ou

pontos da Ordem de Trabalhos.

ARTIGO 21º

Das reuniões dos Órgãos Sociais serão sempre lavradas Actas que serão,

obrigatoriamente, assinadas pelos membros presentes ou, quando respeitem a reuniões

da Assembleia-Geral pelos membros da respectiva Mesa.

SECÇÃO II – Da Assembleia-Geral

ARTIGO 22º

1. A Assembleia-Geral é constituída por todos os Irmãos que tenham as suas

quotas em dia e não se encontrem suspensos.

2. A Assembleia-Geral é dirigida pela respectiva Mesa que se compõe de um

Presidente, um Primeiro Secretário e um Segundo Secretário.

3. Na falta ou impedimento de qualquer dos membros da Mesa da Assembleia-

-Geral, competirá a esta eleger os respectivos substitutos de entre os associados

presentes, os quais cessarão as suas funções no termo da reunião.

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ARTIGO 23º

Compete à Mesa da Assembleia-Geral dirigir e orientar os trabalhos da Assembleia,

representá-la e designadamente:

a) Decidir sobre os protestos e reclamações respeitantes aos actos eleitorais, sem

prejuízo de recurso nos termos legais;

b) Conferir posse aos membros dos Órgãos Sociais eleitos ou cooptados em

Assembleia-Geral ou escolhidos pela Mesa Administrativa para integrarem os

Órgão Consultivos.

ARTIGO 24º

Compete à Assembleia-Geral deliberar sobre todas as matérias não compreendidas nas

atribuições legais ou estatutárias dos outros Órgãos e necessariamente.

a) Definir as linhas fundamentais de actuação da Irmandade;

b) Eleger e destituir, por votação secreta, os membros da respectiva Mesa e a

totalidade ou a maioria dos membros dos Órgãos Executivo e de Fiscalização;

c) Apreciar e votar anualmente o Orçamento e o Programa de Acção para o

Exercício seguinte, bem como o Relatório e Contas de Actividade;

d) Deliberar sobre a aquisição onerosa e a alienação, a qualquer título, de bens

imóveis e de outros bens patrimoniais de rendimento ou de valor histórico ou

artístico;

e) Deliberar sobre a alteração do Compromisso e sobre a extinção, cisão ou fusão

da Irmandade;

f) Deliberar sobre a fusão ou a aceitação de integração de outra Instituição e

respectivos bens;

g) Autorizar a Instituição a demandar os membros dos Órgãos Sociais por factos

praticados no exercício das suas funções;

h) Aprovar ou ratificar as deliberações da Mesa Administrativa de adesão a Uniões,

Federações ou Confederações, nacionais ou internacionais, no âmbito das

finalidades estatutárias da Irmandade.

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ARTIGO 25º

1. A Assembleia-Geral reunirá em Sessões Ordinárias e Extraordinárias.

2. A Assembleia-Geral reunirá Ordinariamente:

a) No final de cada mandato, durante o mês de Dezembro, para a eleição dos

Órgãos Sociais;

b) Até 31 de Março de cada ano para discussão e votação do Relatório e Contas da

Actividade do ano anterior, bem como do Parecer do Conselho Fiscal;

c) Até 15 de Novembro de cada ano, para apreciação e votação do Orçamento e

Programa de Acção para o ano seguinte.

3. A Assembleia-Geral reunirá em Sessão Extraordinária quando convocada pelo

Presidente da Mesa da Assembleia Geral, por iniciativa própria ou a pedido da

Mesa Administrativa ou do Conselho Fiscal ou a requerimento de, pelo menos,

vinte Irmãos.

ARTIGO 26º

1. A Assembleia-Geral deve ser convocada com, pelo menos, 15 dias de

antecedência pelo Presidente da Mesa, ou seu substituto, nos termos do artigo

anterior.

2. A convocatória é feita por meio de aviso postal expedido para cada associado,

ou através de anúncio publicado nos dois jornais de maior circulação da área da

Sede da Irmandade e deverá ser afixado na Sede e noutros locais de acesso

público, dela constando, obrigatoriamente, o dia, a hora, o local e a Ordem de

Trabalhos.

3. A convocatória da Assembleia Geral Extraordinária, nos termos do artigo

anterior, deve ser feita no prazo de 15 dias após o pedido ou requerimento,

devendo a reunião realizar-se no prazo máximo de 30 dias, a contar da data da

recepção do pedido ou requerimento.

ARTIGO 27º

1. A Assembleia-Geral reunirá à hora marcada na Convocatória se estiver presente

mais de metade dos associados com direito a voto, ou uma hora depois, com

qualquer número de presentes.

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2. A Assembleia-Geral Extraordinária que seja convocada a requerimento dos

associados só poderá reunir se estiverem presentes três quartos dos requerentes.

3. Para o acto da eleição previsto na alínea a) do número 2 do artigo 25º, serão

sempre necessárias, lista ou listas de candidatos subscritas por número de Irmãos

nunca inferior a cinco; e estas listas têm de ser apresentadas e afixadas na

Secretaria e no “site” da Irmandade, pelo menos cinco dias antes da data das

eleições.

ARTIGO 28º

1. Salvo o disposto no número seguinte, as deliberações da Assembleia-Geral são

tomadas por maioria absoluta dos votos dos associados presentes.

2. As deliberações sobre as matérias constantes das alíneas e), f), g) e h) do artigo

24º só serão válidas se obtiverem o voto favorável de pelo menos 2/3 dos votos

expressos.

3. No caso da alínea e) do artigo 24º, a dissolução por extinção, cisão ou fusão da

Irmandade não terá lugar se, pelo menos, um número de Irmãos igual ao dobro

dos membros dos Órgão Sociais se declarar disposto a assegurar a permanência

da Irmandade qualquer que seja o número de votos contra.

ARTIGO 29º

1. As deliberações da Assembleia Geral sobre o exercício do direito de acção civil

ou penal contra os membros dos Órgãos Sociais podem ser tomadas na Sessão

convocada para apreciação do Balanço, Relatório e Contas de Exercício, ou

noutra qualquer, mesmo que a respectiva proposta não conste da Ordem de

Trabalhos, sendo sempre exercidas dentro dos prazos legais.

2. Sem prejuízo do disposto no número anterior, são anuláveis as deliberações

tomadas sobre matéria estranha à Ordem do Dia, salvo se estiverem presentes ou

representados na reunião todos os Irmãos no pleno gozo dos seus direitos sociais

e todos concordarem com o aditamento.

SECÇÃO III – Mesa Administrativa

ARTIGO 30º

1. A Mesa da Irmandade é constituída por cinco, sete, nove ou onze membros dos

quais, um Irmão-Provedor, um ou dois Irmãos Vice-Provedor e os restantes

Mesários.

Havendo dois Irmãos Vice-Provedores, a Assembleia-Geral, sob proposta do

Irmão-Provedor, deliberará qual a precedência entre eles.

2. Haverá simultaneamente dois Suplentes que se tornarão Efectivos à medida que

se derem vagas e pela ordem em que tiverem sido eleitos.

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3. No caso de vacatura do cargo de Irmão-Provedor será o mesmo preenchido até a

Assembleia Geral, convocada para o efeito, pelo Irmão Vice-Provedor, que tiver

precedência no caso de serem dois, e este substituído pelo Mesário designado

pelo novo Irmão-Provedor; a Mesa será reconstituída pela entrada do Primeiro

Suplente.

4. Os Suplentes poderão assistir às reuniões, mas sem direito a voto.

5. A convite do Irmão-Provedor poderão ainda assistir às reuniões da Mesa

Administrativa os Presidentes dos dois outros Órgãos Sociais e os dos Órgãos

Consultivos, se designados para exercerem o cargo com carácter permanente.

ARTIGO 31º

1. Compete à Mesa gerir a Instituição, incumbindo-lhe designadamente:

a) Elaborar anualmente e submeter ao parecer do Órgão de fiscalização o Relatório

e Contas de Actividade, bem como elaborar o Orçamento e Programa de Acção

para o ano seguinte;

b) Assegurar a organização e o funcionamento dos Serviços, bem como a

escrituração dos Livros, nos termos da lei;

c) Organizar o Quadro do Pessoal e contratar e gerir o respectivo pessoal;

d) Zelar pelo cumprimento da lei, do Compromisso e das deliberações dos Órgãos

Sociais da Irmandade;

e) Nomear, de entre os Mesários, aqueles que serão responsáveis, no respectivo

mandato, pelo controlo e desempenho das funções previstas nos artigos 33º e

34º, bem como de outras de relevo no desenvolvimento da actividade da

Irmandade;

f) Dar conhecimento à Assembleia-Geral da composição dos Órgãos Consultivos

da Irmandade;

g) Praticar os actos ou tomar as deliberações necessárias ao bom cumprimento do

disposto no número 3 do art.º 3º.

2. Ao abrigo da delegação de competências, poderá a Mesa nomear, de entre os

seus membros, uma Comissão Executiva composta por três ou cinco elementos,

para o exercício das atribuições que lhe foram expressamente conferidas.

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ARTIGO 32º

Compete ao Irmão-Provedor:

a) Superintender na administração da Irmandade, orientando e fiscalizando os

respectivos Serviços;

b) Convocar e presidir às reuniões da Mesa, dirigindo os respectivos trabalhos;

c) Representar a Irmandade em juízo ou fora dele;

d) Assinar e rubricar os Termos de Abertura e Encerramento e rubricar o Livro das

Actas da Mesa Administrativa;

e) Despachar os assuntos normais de expediente e outros que careçam de solução

urgente, sujeitando estes últimos à confirmação da Mesa na primeira reunião

seguinte.

ARTIGO 33º

Compete ao (s) Irmão (s) -Vice Provedor (es) coadjuvar o Irmão-Provedor, no exercício

das suas atribuições e substituí-lo nas suas ausências e impedimentos.

ARTIGO 34º

Compete ao Mesário para o efeito designado:

a) Lavrar as Actas das reuniões da Mesa e superintender nos Serviços de

Expediente;

b) Preparar a Agenda de Trabalhos para as reuniões da Mesa organizando os

processos dos assuntos a serem tratados;

c) Superintender nos Serviços de Secretaria.

ARTIGO 35º

Compete ao Mesário para o efeito designado:

a) Receber e guardar os valores da Irmandade;

b) Promover a escrituração de todos os Livros de Receita e de Despesa;

c) Assinar as Autorizações de Pagamento e as Guias de Receitas conjuntamente

com o Provedor;

d) Apresentar mensalmente à Mesa o Balancete em que se descriminarão as

receitas e despesas do mês anterior;

e) Superintender nos Serviços de Contabilidade e Tesouraria.

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ARTIGO 36º

Compete aos restantes Mesários coadjuvarem os outros membros da Mesa nas

respectivas atribuições e exercer as funções que a Mesa lhes atribuir.

ARTIGO 37º

A Mesa reunirá sempre que o julgar conveniente por convocação do Irmão-Provedor e,

obrigatoriamente, pelo menos, uma vez em cada mês.

ARTIGO 38º

1. Para obrigar a Irmandade são necessários e bastantes as assinaturas conjuntas do

Irmão-Provedor, ou a de em quem ele expressamente delegar, e a de outro dos

membros da Mesa.

2. Nas operações financeiras são obrigatórias as assinaturas de quaisquer três

membros da Mesa, sendo uma, em princípio, a do Mesário designado para

exercer as atribuições descritas no Artigo 34º.

3. Na movimentação de Contas Bancárias, são obrigatórias apenas duas quaisquer

das assinaturas que figurarem nessas mesmas Contas, sendo uma

obrigatoriamente do Irmão-Provedor, do Irmão Vice-Provedor ou do Mesário a

exercer as atribuições descritas no Artigo 34º.

4. Nos actos de mero expediente bastará a assinatura de qualquer membro da

Mesa.

SECÇÃO IV – Do Conselho Fiscal ou Definitório

ARTIGO 39º

1. O Conselho Fiscal é composto por três membros, dos quais um Presidente e dois

Vogais.

2. Haverá, simultaneamente, dois Suplentes que se tornarão Efectivos à medida

que se derem vagas e pela ordem em que tiverem sido eleitos.

3. No caso de vacatura do cargo de Presidente, será o mesmo preenchido pelo

Primeiro Vogal e este pelo Segundo Vogal; o Conselho Fiscal será reconstituído

pela entrada do Primeiro Suplente.

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ARTIGO 40º

Compete ao Conselho Fiscal vigiar pelo cumprimento da Lei e do Compromisso e,

designadamente:

a) Exercer a fiscalização sobre a escrituração e documentos da Instituição sempre

que o julgue conveniente;

b) Assistir ou fazer-se representar por um dos membros às reuniões do Órgão

Executivo, sempre que o julgue conveniente;

c) Dar parecer sobre o Relatório, Contas e Orçamento e sobre todos os assuntos

que o Órgão Executivo submeta à sua apreciação.

ARTIGO 41º

O Conselho Fiscal pode solicitar à Mesa os elementos que considere necessários ao

cumprimento das suas atribuições, bem como propor reuniões extraordinárias para

discussão, com aquele Órgão, de determinados assuntos cuja importância o justifique.

ARTIGO 42º

O Conselho Fiscal reunirá sempre que o julgar conveniente, por convocação do

Presidente e, obrigatoriamente, pelo menos, uma vez em cada trimestre.

SECÇÃO V – Do Conselho de Estratégia

ARTIGO 43º

1. O Conselho de Estratégia é composto por um número ímpar de membros, no

máximo de vinte e um, personalidades de reconhecido percurso pessoal e cristão,

escolhidos pela Mesa Administrativa, devendo posteriormente essa escolha ser

ratificada na primeira Assembleia Geral que se realizar.

2. O Conselho de Estratégia será presidido pelo Irmão-Provedor ou por Irmão por

este designado e reunirá sempre que este o julgar conveniente e,

obrigatoriamente, uma vez por semestre.

3. Compete a este Órgão Consultivo o aconselhamento da Mesa Administrativa

quanto à definição das suas grandes linhas orientadoras e dos seus Planos

Estratégicos e de Actividades.

4. Os Presidentes da Mesa da Assembleia Geral e do Conselho Fiscal ou

Definitório são membros, por inerência, deste Conselho de Estratégia.

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SECÇÃO VI – Do Conselho Técnico

ARTIGO 44º

1. O Conselho Técnico é composto por um número indeterminado de Especialistas

de reconhecido mérito profissional, escolhidos pela Mesa Administrativa.

2. O Conselho Técnico será presidido, quando em reunião Plenária, realizada

anualmente, pelo Irmão-Provedor ou por Irmão por este designado e, quando em

reunião sectorial, sempre que convocado pela Mesa, pelo Mesário ou Irmão

designado por esta.

3. Compete a este Órgão consultivo aconselhar tecnicamente a Mesa

Administrativa na definição dos Projectos a implementar nas áreas definidas

neste Compromisso, nomeadamente nas áreas de Acção Social, Saúde e Cultura.

CAPÍTULO IV

Do Culto e Assistência Espiritual

ARTIGO 45º

O Assistente Eclesiástico da Irmandade, nomeado pela autoridade eclesiástica

competente será, quando julgado conveniente, o Reitor da Igreja de São Roque e

Capelão Privativo da SCML, podendo, quando se justifique, ser-lhe agregados outros

sacerdotes ou outros cooperadores.

ARTIGO 46º

Ao Assistente Eclesiástico da Irmandade compete assegurar:

a) A conveniente assistência e formação espiritual e religiosa dos Irmãos.

Quando não for simultaneamente o Capelão Privativo da Santa Casa da

Misericórdia de Lisboa, colaborará com este para assegurar a instrução e

assistência religiosa nos Estabelecimentos da Santa Casa e aos seus Utentes;

b) O acompanhamento espiritual dos Irmãos, nas alegrias e provações, em

comunhão com os restantes membros da Irmandade;

c) A colaboração nos actos previstos no artigo seguinte.

ARTIGO 47º

Como actos de expressão cultual celebrar-se-ão:

a) A festa da Visitação em honra da Padroeira da Misericórdia;

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b) A festa anual em honra de São Roque;

c) Uma missa de sufrágio por alma de cada Irmão falecido;

d) Exéquias anuais, no mês de Novembro, por alma de todos os Irmãos e

benfeitores falecidos;

e) Celebração do Dia Internacional da Erradicação da Pobreza (e dos Sem Abrigo);

f) As Celebrações periódicas, determinadas pela Mesa Administrativa,

nomeadamente, por ocasião do Compromisso de novos Irmãos ou destinadas a

promover a unidade dentro da Irmandade.

g) A celebração de outros actos de culto que constituírem encargos aceites.

CAPÍTULO V

Disposições Diversas

ARTIGO 48º

São receitas da Irmandade:

a) O produto das jóias, quotas e donativos dos Irmãos;

b) As comparticipações da SCML previstas nos seus Estatutos e outras;

c) As comparticipações de utentes;

d) Os rendimentos de bens próprios;

e) As doações, legados e heranças e respectivos rendimentos;

f) Os subsídios do Estado ou de Organismos oficiais;

g) Os donativos ou subscrições e produtos de actividades e serviços;

h) Outras receitas.

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ARTIGO 49º

1. No caso de extinção da Irmandade, os seus bens reverterão a favor do Patriarcado

de Lisboa da Igreja Católica, com excepção dos que a Irmandade tenha recebido

com ónus ou encargos afectos a fins específicos.

2. A Assembleia-Geral procederá à eleição de uma Comissão Liquidatária para os

fins gerais previstos na Lei Civil, bem como para a reversão prevista no número

anterior.

3. O Patriarcado de Lisboa da Igreja Católica indigitará um representante que

integrará a Comissão Liquidatária.

4. Os poderes da Comissão Liquidatária ficam limitados à prática dos actos

meramente conservatórios e necessários, quer à liquidação do património social

prevista no número 1 deste artigo, quer à ultimação dos assuntos pendentes.

ARTIGO 50º

1. Os casos omissos serão resolvidos pela Assembleia Geral, de acordo com a

legislação em vigor.

2. Não obstante, persistindo dúvidas sobre a conformidade da interpretação

deliberada com as Normas Gerais das Associações de Fieis, poderá a Mesa

Administrativa, o Conselho Fiscal ou um número de Irmãos não inferior ao do

número dos membros dos Órgãos Sociais, pedir interpretação autêntica ao

Patriarcado de Lisboa.

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Lisboa, 04 de Novembro de 2010

A Mesa Administrativa da

Irmandade da Misericórdia e de São Roque de Lisboa

Irmão-Provedor

Pedro António José Brancourt Pestana de Vasconcelos

Irmão Vice-Provedor

Mário do Nascimento Vieira Pinto Coelho

Mesários

Ana Carmo Campos Reis Martinho Lopes

Francisco d’Orey Manoel

José da Mata de Sousa Mendes

José Tomaz Ferreira

Maria Luísa Guterres Barbosa Colen

Mário Rui Domingues Lopes André

Elizabeth Teixeira Antunes Teixeira

Manuel Tomás Mateus da Silva Garcia

Custódio Joaquim Braz

Mesários Suplentes

Frei Luís Manuel Mendes da Silva Pires de Oliveira

António Pais Agostinho Homem

Aprovado em Reunião da Mesa Administrativa da Irmandade da Misericórdia e de São Roque

de Lisboa em 2010.Outubro.04 e em sua Assembleia-Geral reunida a 2011.Fevereiro.07