estatística municipal de belém

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GOVERNO DO ESTADO DO PAR SECRETARIA DE ESTADO DE PLANEJAMENTO, ORAMENTO E FINANAS INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO ECONOMICO, SOCIAL E AMBIENTAL DO PAR

ESTATSTICA MUNICIPAL

Belm

2011

GOVERNO DO ESTADO DO PAR Simo Robison Oliveira Jatene VICE-GOVERNADOR DO ESTADO DO PAR Helenilson Cunha Pontes SECRETARIA EXECUTIVA DE ESTADO DE PLANEJAMENTO, ORAMENTO E FINANAS - Sepof Srgio Roberto Bacury de Lira INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO ECONMICO, SOCIAL E AMBIENTAL DO PAR - Idesp Maria Adelina Guglioti Braglia DIRETORIA ESTATSTICA, TECNOLOGIA DE GESTO DE INFORMAO Srgio Castro Gomes NCLEO DE DISSEMINAO DA INFORMAO, COMUNICAO E SUPORTE DE DECISO Geovana Raiol Pires

EQUIPE TCNICA Jos Joo Pacheco Marcus Vincius Oliveira Palheta Raymundo Nonnato da Frota Costa Jnior Samara Viana Costa Silas de Oliveira Ribeiro Walenda Silva Tostes

1

Apresentao No cenrio atual, no qual o planejamento e a gesto do municpio so processos que exigem um diagnstico global e continuado da realidade local, que acompanhe e interprete a dinmica municipal em seus diversos aspectos social, econmico e ambiental, a informao desagregada de fundamental importncia para planejadores e gestores de um modo geral. A Secretaria de Estado de Planejamento, Oramento e Finanas SEPOF, entende que ao se organizarem, interpretarem e disponibilizarem dados, informaes e diagnsticos necessrios a esse processo, aumenta-se a possibilidade de acertos na tomada de decises rumo s metas estabelecidas na gesto administrativa em qualquer esfera de governo. Dessa forma, disponibilizar informaes municipalizadas permite aos governos disporem de instrumentos adequados para uma gesto descentralizada. O Governo do Estado do Par, em consonncia com a preocupao nacional de se tratar dados, informaes e indicadores desagregados, disponibiliza sociedade mais uma atualizao das Estatsticas Municipais Paraenses, que apresentam informaes estatsticas sobre os 143 municpios do Estado do Par, constituindo um conjunto de dados capazes de configurar um perfil sobre os aspectos histricos, fsicos, culturais, econmicos e sociais, alm de instrumentalizar a construo de indicadores macroeconmicos. As Estatsticas Municipais possuem uma srie histrica mais freqente 1996 2006. Este trabalho vem sendo constantemente atualizado e disponibilizado na internet atravs do site da SEPOF ou diretamente na Secretaria. Os dados so provenientes de rgos Federais, Estaduais e de algumas empresas da iniciativa privada, os quais a SEPOF agradece e releva as contribuies de importncia fundamental. Ao disponibilizar mais uma atualizao deste trabalho, o Governo do Estado est certo de sua contribuio para o desenvolvimento da democracia, atravs da disseminao de informaes scio-econmicas, para os gestores e a sociedade civil, contribuindo para a formao de cidado.

Diretoria de Estatstica,Tecnologia e Gesto da Informao Srgio Castro Gomes

SUMRIO1 ASPECTOS HISTRICOS E CULTURAIS .............................................................................................................................. 7 1.1 HISTRICO................................................................................................................................................................................... 7 1.2 CULTURA .................................................................................................................................................................................... 11 1.3 PATRIMNIO HISTRICO ...................................................................................................................................................... 14 2 ASPECTOS FSICOS-TERRITORIAIS ................................................................................................................................... 30 2.1 LOCALIZAO ........................................................................................................................................................................... 30 2.2 LIMITES ....................................................................................................................................................................................... 30 2.3 SOLOS ......................................................................................................................................................................................... 30 2.4 VEGETAO .............................................................................................................................................................................. 30 2.5 PATRIMNIO NATURAL .......................................................................................................................................................... 30 2.6 TOPOGRAFIA............................................................................................................................................................................. 30 2.7 GEOLOGIA E RELEVO ............................................................................................................................................................. 30 2.8 HIDROGRAFIA ........................................................................................................................................................................... 31 2.9 CLIMA .......................................................................................................................................................................................... 31 3 DADOS ESTATSTICOS ........................................................................................................................................................... 32 3.1 DEMOGRAFIA ............................................................................................................................................................................ 32 3.2 SADE ......................................................................................................................................................................................... 37 3.3 EDUCAO ................................................................................................................................................................................ 40 3.4 EMPREGO .................................................................................................................................................................................. 46 3.5 NDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO ....................................................................................................................... 47 3.6 SEGURANA PBLICA ........................................................................................................................................................... 47 3.7 POLTICO ELEITORAL ............................................................................................................................................................. 47 3.8 ENERGIA ELTRICA ................................................................................................................................................................ 48 3.9 ABASTECIMENTO DE GUA .................................................................................................................................................. 50 3.10 TRANSPORTE ........................................................................................................................................................................... 52 3.11 PRODUTO INTERNO BRUTO MUNICIPAL .......................................................................................................................... 58 3.12 AGRICULTURA .......................................................................................................................................................................... 59 3.13 PECURIA .................................................................................................................................................................................. 60 3.14 EXTRATIVISMO VEGETAL ...................................................................................................................................................... 61 3.15 FINANAS PBLICAS .............................................................................................................................................................. 62 3.16 INTERMEDIRIOS FINANCEIROS ........................................................................................................................................ 65 NOTA TCNICA ......................................................................................................................................................................................... 66 GLOSSRIO ............................................................................................................................................................................................... 67

Tabelas1.1 1.2 HISTRICO................................................................................................................................................................................... 7 CULTURA .................................................................................................................................................................................... 11

1.2.1 1.2.2 1.2.3 1.2.4 1.2.5 1.2.61.3

Patrimnio Cultural........................................................................................................................................................... 11 Formao tnica ................................................................................................................................................................ 12 Folclore .................................................................................................................................................................................. 12 Gastronomia ........................................................................................................................................................................ 13 Artesanato ............................................................................................................................................................................ 13 Lendas e Mitos ................................................................................................................................................................... 14 Bairro da Cidade Velha ................................................................................................................................................... 14 Palcios ................................................................................................................................................................................. 18 Construes Histricas .................................................................................................................................................. 18 Praas .................................................................................................................................................................................... 19 Monumentos ........................................................................................................................................................................ 22 Museus................................................................................................................................................................................... 22 Bibliotecas............................................................................................................................................................................ 24 Cinemas................................................................................................................................................................................. 24 Mercados .............................................................................................................................................................................. 24 Complexos ........................................................................................................................................................................... 25 Teatros ................................................................................................................................................................................... 26 Parques e Bosques........................................................................................................................................................... 27 Espao Cultural .................................................................................................................................................................. 28 Aeroporto .............................................................................................................................................................................. 28 Estdio ................................................................................................................................................................................... 29

1.3.1 1.3.2 1.3.3 1.3.4 1.3.5 1.3.6 1.3.7 1.3.8 1.3.9 1.3.10 1.3.11 1.3.12 1.3.13 1.3.14 1.3.152.1 2.2 2.3 2.4 2.5 2.6 2.7 2.8 2.9 3.1

PATRIMNIO HISTRICO ...................................................................................................................................................... 14

3.1.1 3.1.2 3.1.3 3.1.4 3.1.5 3.1.6 3.1.7 3.1.8 3.1.9 3.1.10 3.1.11 3.1.12

LOCALIZAO ........................................................................................................................................................................... 30 LIMITES ....................................................................................................................................................................................... 30 SOLOS ......................................................................................................................................................................................... 30 VEGETAO .............................................................................................................................................................................. 30 PATRIMNIO NATURAL .......................................................................................................................................................... 30 TOPOGRAFIA............................................................................................................................................................................. 30 GEOLOGIA E RELEVO ............................................................................................................................................................. 30 HIDROGRAFIA ........................................................................................................................................................................... 31 CLIMA .......................................................................................................................................................................................... 31 DEMOGRAFIA ............................................................................................................................................................................ 32

Populao, rea e Densidade Demogrfica 1980/91/96-2011 ......................................................................... 32 Populao Segundo Situao da Unidade Domiciliar 1980/1991/1996/2000/2007 ................................. 32 Populao por Sexo 1980/1991/1996/2000/2007 .................................................................................................. 32 Indicadores Demogrficos 1980/91/96/00/2007 ..................................................................................................... 32 Habitantes por Unidades Domiciliares 1996/00/2007 ......................................................................................... 33 Domiclios Particulares Permanentes, por Alguns Servios e Bens Durveis Existentes nos Domiclios 1991/2000 ...................................................................................................................................................... 33 Populao Residente, Segundo Algumas Caractersticas 1991/2000 ......................................................... 34 Indicadores de Populao de 10 ou Mais de Idade, Economicamente Ativa e Ocupada 1991/2000 .............................................................................................................................................................................. 35 Distribuio da POC por Classe de Rendimento Nominal Mensal de Todos os Trabalhos em Salrio Mnimo (1) 2000 .................................................................................................................................................... 35 Distribuio da POC por Posio na Ocupao e a Categoria no Trabalho Principal 1991/2000 ... 35 Pessoas de 10 Anos ou Mais de Idade, Ocupadas na Semana de Referncia, por Seo de Atividade do Trabalho Principal 1991/2000. .......................................................................................................... 36 Pessoas no Naturais da Unidade da Federao que Tinham Menos de 10 Anos, Ininterruptos de Residncia na Unidade da Federao 2000 .................................................................................................... 364

3.2

3.2.1 3.2.2 3.2.3 3.2.4 3.2.5 3.2.6 3.2.7 3.2.8 3.2.9 3.2.10 3.2.113.3

SADE ......................................................................................................................................................................................... 37

Profissionais por Esfera 2006-2010 ........................................................................................................................... 37 Unidades Ambulatoriais Cadastradas no SIASUS 2006-2010 ........................................................................ 37 Leitos por Habitantes 2006-2010................................................................................................................................. 37 Hospitais e Leitos Segundo Algumas Caractersticas 2006-2010................................................................. 38 Internaes 1997-2010..................................................................................................................................................... 38 Nascimento por Residncia da Me, Segundo Sexo 1997-2009 .................................................................... 38 Natalidade por Residncia da Me, Segundo Peso ao Nascer 1997-2009................................................. 38 Nascimento por Faixa Etria e Residncia da Me 1997-2009 ....................................................................... 39 bitos por Residncia, Segundo o Sexo 1997-2009 ........................................................................................... 39 bitos por Residncia, Segundo Faixa Etria 1997-2009................................................................................. 39 Mortalidade Geral Segundo Principais Causas 1997-2009 .............................................................................. 39 Estabelecimentos por Dependncia Administrativa e Graus de Ensino 1996-2010.............................. 40 Bibliotecas por Dependncia Administrativa e Graus de Ensino 1999-2010 ........................................... 41 Laboratrios de Informtica por Dependncia Administrativa e Graus de Ensino 1999-2010 ......... 42 Matrcula por Dependncia Administrativa e Graus de Ensino 1996-2010 ............................................... 43 Funes Docentes por Dependncia Administrativa e Graus de Ensino 1996-2010 ............................ 44 Taxas de Rendimento Escolar 1999-2010 ............................................................................................................... 45 Nmero de Estabelecimentos com Vnculos Empregatcios Segundo Setor de Atividade Econmica do Cadastro RAIS 1999-2010 ................................................................................................................ 46 Estoque de Emprego Segundo Setor de Atividade Econmica 1999-2010............................................... 46 ndice de Desenvolvimento Humano IDH 1970/1980/1991/2000 ............................................................. 47 Nmero de Crimes Contra a Pessoa, Patrimnio e Crimes Violentos 2007-2010 .................................. 47 Eleitores por Sexo 1996/98/00/02/04/06/08/2010 ................................................................................................... 47 Consumidores e Consumo de Energia Eltrica por Classe 1995-2003 ..................................................... 48 Consumidores e Consumo de Energia Eltrica Por Classe 2004-2010 ..................................................... 49 Consumidores e Consumo de gua por Classe 1995-2006 ............................................................................ 50 Consumidores e Consumo de gua por Classe 2007-2010 ............................................................................ 51

3.3.1 3.3.2 3.3.3 3.3.4 3.3.5 3.3.63.4

EDUCAO ................................................................................................................................................................................ 40

3.4.1 3.4.23.5 3.6 3.7 3.8 3.9

EMPREGO .................................................................................................................................................................................. 46

3.5.1 3.6.1 3.7.1 3.8.1 3.8.2 3.9.1 3.9.23.10

NDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO ....................................................................................................................... 47 SEGURANA PBLICA ........................................................................................................................................................... 47 POLTICO ELEITORAL ............................................................................................................................................................. 47 ENERGIA ELTRICA ................................................................................................................................................................ 48 ABASTECIMENTO DE GUA .................................................................................................................................................. 50 TRANSPORTE ........................................................................................................................................................................... 52

3.10.1 3.10.2 3.10.3 3.10.4

Veculos por Tipo 1999-2010......................................................................................................................................... 52 Veculos Licenciados e No Licenciados 1999-2010.......................................................................................... 52 Carteira Nacional de Habilitao Expedidas 1999-2010 .................................................................................... 52 Fluxo de Passageiros por Terminal Rodovirio Intermunicipal e Interestadual (Belm e Mosqueiro) 1997-2006 ..................................................................................................................................................... 53 3.10.5 Movimento Operacional de Passageiros no Aeroporto Internacional de Belm 1997-2007 .............. 53 3.10.6 Movimento Operacional de Carga no Aeroporto Internacional de Belm 1997-2007 (kg) .. 54 3.10.7 Movimento Operacional de Mala Postal no Aeroporto Internacional de Belm 1997-2007 (kg) .. 54 3.10.8 Movimento Operacional de Bagagem no Aeroporto Internacional de Belm 1997-2007 (kg) ....... 54 3.10.9 Movimento Operacional de Aeronaves no Aeroporto Internacional de Belm 1997-2007 ................. 55 3.10.10 Movimento Operacional de Passageiros no Aeroporto Jlio Csar 1997-2007 ...................................... 55 3.10.11 Movimento Operacional de Carga no Aeroporto Jlio Csar 1997-2007 (kg) ................... 55 3.10.12 Movimento Operacional de Mala Postal no Aeroporto Jlio Csar 1997-2007 (kg) ..... 56 3.10.13 Movimento Operacional de Bagagem no Aeroporto Jlio Csar 1997-2007 (kg) .............. 56 3.10.14 Movimento Operacional de Aeronaves no Aeroporto Jlio Csar 1997-2007 ......................................... 56 3.10.15 Movimento de Carga para Exportao no Porto de Belm, Terminal Petroqumico de Miramar e ................................................................................................................................................................................................ 57 Porto da SOTAVE 1996-2009 (t) .............................................................................................................................................. 57

3.10.16

Movimento de Carga para Importao no Porto de Belm, Terminal Petroqumico de Miramar e ................................................................................................................................................................................................ 57 Porto da SOTAVE 1996-2009 (t) ............................................................................................................................................. 57 3.10.17 Caractersticas do Porto de Belm e Terminal Petroqumico de Miramar 2000 ...................................... 573.11

3.11.1 3.11.2 3.11.33.12

PRODUTO INTERNO BRUTO MUNICIPAL .......................................................................................................................... 58

Composio do Produto Interno Bruto a Preo de Mercado Corrente 2002-2008 (R$ Mil) ........ 58 Valor Adicionado Bruto a Preo Bsico Corrente por Setor 2002-2008 (R$ Mil) ........ 58 Produto Interno Bruto Per Capita a Preo de Mercado Corrente 2002-2008 ............................................ 58

3.12.1

rea Colhida, Quantidade Produzida e Valor da Produo dos Principais Produtos das Lavouras ............................................................................................................................................................................... 59 Temporrias 2005-2008....................................................................................................................................................................... 59 3.12.2 rea Colhida, Quantidade Produzida e Valor da Produo dos Principais Produtos das Lavouras ............................................................................................................................................................................... 59 Temporrias 2009-2012....................................................................................................................................................................... 59 3.12.3 rea Colhida, Quantidade Produzida e Valor da Produo dos Principais Produtos das Lavouras Permanentes 1997-2000 ............................................................................................................................. 59 3.12.4 rea Colhida, Quantidade Produzida e Valor da Produo dos Principais Produtos das Lavouras ............................................................................................................................................................................... 59 Permanentes 2005-2008 ..................................................................................................................................................................... 59 3.12.5 rea Colhida, Quantidade Produzida e Valor da Produo dos Principais Produtos das Lavouras ............................................................................................................................................................................... 59 Permanentes 2009-2012 ..................................................................................................................................................................... 593.13

AGRICULTURA .......................................................................................................................................................................... 59

3.13.1 3.13.2 3.13.3 3.13.4 3.13.53.14

PECURIA .................................................................................................................................................................................. 60

Principais Rebanhos Existentes 1997-2002 ........................................................................................................... 60 Principais Rebanhos Existentes 2003-2009 ........................................................................................................... 60 Quantidade e Valor dos Produtos de Origem Animal 1997-2001 .................................................................. 60 Quantidade e Valor dos Produtos de Origem Animal 2002-2006 .................................................................. 60 Quantidade e Valor dos Produtos de Origem Animal 2007-2011 .................................................................. 60 Quantidade e Valor dos Produtos da Extrao Vegetal 1997-2001 .............................................................. 61 Quantidade e Valor dos Produtos da Extrao Vegetal 2002-2006 .............................................................. 61 Quantidade e Valor dos Produtos da Extrao Vegetal 2007-2011 .............................................................. 61 Receitas Municipais 2000-2004 R$1,00(Valores Nominais) ......... 62 Receitas Municipais 2005-2009 R$1,00 (Valores Nominais) ........................................ 62 Transferncias Constitucionais do ICMS, FPM, IPI, FUNDEF/FUNDEB e IPVA 1997-2010 (1) (R$ 1,00)......................................................................................................................................................................................... 62 Arrecadao de ICMS por Atividade Econmica 2000-2003 (Valores Nominais (R$) ... 63 Arrecadao de ICMS por Atividade Econmica 2004-2007 (Valores Nominais (R$).............. 64 Arrecadao Federal 1995-2008 (R$ 1,00) ........................................................................... 65 Nmero de Agncias Bancrias, Aplicaes, Depsitos e Poupana no Estado do Par 19942007 (R$ 1,00)............................................................................................................................................................... 65

3.14.1 3.14.2 3.14.33.15

EXTRATIVISMO VEGETAL ...................................................................................................................................................... 61

3.15.1 3.15.2 3.15.3 3.15.4 3.15.5 3.15.63.16

FINANAS PBLICAS .............................................................................................................................................................. 62

3.16.1

INTERMEDIRIOS FINANCEIROS ........................................................................................................................................ 65

Municpio: Belm

1

ASPECTOS HISTRICOS E CULTURAIS

1.1 HISTRICO Na poca da conquista do Par, Espanha e Portugal, formavam a Unio Ibrica (desde 1580). Essa unio fora motivada pela morte do rei-cardeal D. Henrique. Assumiu o trono portugus, o rei espanhol, D. Felipe II, neto de D. Manuel, o Venturoso. Para o Brasil, naquela fase de expanso territorial, a unio peninsular foi benfica, pois veio tornar sem efeito o Tratado de Tordesilhas, facilitando, desse modo, a penetrao interiorana. A conquista do Norte foi determinada pelo rei da Espanha e Portugal, D. Manuel. Visava, inicialmente desalojar, do Maranho, os franceses que ali haviam criado a Frana Equinocial. E, em 1614, Jernimo de Albuquerque seguiu frente da tropa, para cumprir aquela misso. A vitria definitiva sobre os franceses se deu a 2 de dezembro de 1615, j com Alexandre Moura liderando as foras lusas desde outubro. Aps essa vitria Moura nomeou Jernimo de Albuquerque governador do Maranho e encarregou Francisco Caldeira Castelo Branco de conquistar o Par. No dia 25 de dezembro de 1615, a expedio saiu da Baa de So Marcos, composta do patacho Santa Maria da Candelria, da caravela Santa Maria das Graas e da Lancha Assuno. Compunha-se de 150 homens, 10 peas de artilharia, plvora, muita munio e mantimentos. No dia 12 de janeiro de 1616, aps transpor a barra do Separar, os portugueses aportaram na Baa de Guajar, chamada pelos nativos de Paran-Guau. Primitivamente, Belm (Mairi para os indgenas) era habitada pelos Tupinambs. O cacique chamava-se Guaimiaba (cabelo de velha). Como no demonstraram hostilidade, os lusos mantiveram contato com os ndios, foram a terra e ali se estabeleceram. nova conquista, Castelo Branco deu o nome de Feliz Lusitnia, colocando-a sobre a proteo de Nossa Senhora de Belm e o engenheiro-mor Francisco Frias Mesquita iniciou a construo da Casa Forte, localizada num pequeno promotrio margem esquerda do rio Piry (hoje doca do Ver-o-Peso). Recebeu a denominao de Forte do Prespio (hoje Forte do Castelo) e em seu interior levantaram uma pequena capela, sob a invocao de Nossa Senhora das Graas. Do Forte do Castelo saram os desbravadores do povoado. O igarap Piry, vindo do norte, onde depois foi construdo o Arsenal da Marinha, descia pelo povoado, indo desaguar perto do forte, onde se encontra atualmente a doca do Ver-oPeso. Os primeiros habitantes da parte sul foram os religiosos capuchos de Santo Antnio, que construram, margem do Paran-Guau, O Hospcio do Una, em agosto de 1617. Na tropa de Castelo Branco se encontrava Pedro Teixeira, cujo nome est ligado explorao do Amazonas, que foi encarregado de ir, por terra, a So Luis do Maranho, levar as boas novas. Terminada a construo do Forte do Prespio, o prximo passo dos portugueses foi a colonizao de Belm. Ergueram as primeiras casas; os ndios ajudavam, mas no demorou muito para que os brancos os escravizassem. No dia 7 de janeiro de 1619, os Tupinambs se revoltaram contra o regime de escravido que os brancos lhe impunham e muitas tribos no se conformavam em ceder suas terras aos estrangeiros. As lutas contra os ndios se alastraram, movidas pelo interesse de ganhar dinheiro escravizando os indgenas. Alm destas, os portugueses tambm se envolveram na luta contra os estrangeiros, para evitar que os franceses, ingleses e holandeses dominassem o vale amaznico, onde j haviam construdo vrias fortalezas. Vencidas as lutas com os ndios Tupinambs e Pacajs e com os invasores estrangeiros - holandeses, ingleses e franceses -, a cidade perdera a primitiva denominao de Feliz Lusitnia, passando a ser Nossa Senhora de Belm do Gro Par, para a qual Felipe da Espanha concedera foros de capitania. Importante sob todos os aspectos foi ao dos religiosos na conquista espiritual da Amaznia. Com Castelo Branco, veio o padre Manoel Figueiredo de Mendona, que realizou a primeira missa em Belm e que depois foi nomeado o primeiro vigrio do Par. Belm nasceu com foros de cidade, porm, a data e o ato de criao desse Municpio perderam-se na deficincia dos documentos, como, tambm, ficaram esquecidos os nomes do primeiro Presidente e demais autoridades que integraram a fase inicial da administrao municipal. Contudo, relata Palma Muniz, h claros indcios da existncia de um Senado da Cmara, a partir de 1625, posto que este teria adotado decises enrgicas sobre o magno problema dos ndios, ento apaixonadamente debatido e controvertido, como, por exemplo, a representao interposta contra a pastoral de Frei Cristvo de So Jos, em 21 de dezembro do mesmo ano, com relao administrao das aldeias indgenas. Em 1636, prossegue o mesmo autor, surgem os primeiros registros da histria geral do Par, no meio das agitaes decorrentes da sucesso do governo da Capitania. Na ocasio, o Senado da Cmara emprestou decisivo apoio ao reconhecimento de Jacome Raimundo de Noronha como Capito General, contra os veementes protestos do vereador Lus do Rego, que em atitude considerada incompatvel com o absolutismo da poca, declarou no reconhecer ao Senado da Cmara de So Lus do Maranho competncia para nomear o Capito General do Par. Todos esses fatos concluem Muniz, denotam que o Senado da Cmara j era uma corporao que intervinha na vida geral da Capitania e tinha foro de existncia respeitada.

7

Municpio: Belm

Desconhece-se o local onde primitivamente funcionou o Senado. Os documentos falam, em uma casa localizada na esquina da Travessa da Rosa (atual Flix Rocque) com a Rua do Norte (atual Siqueira Mendes). Em 1650, o Padre Antnio Vieira dizia, em sua Resposta aos Captulos do Procurador do Maranho, que a populao de Belm somava 80 almas, sem incluir os nativos, os religiosos e os soldados. As primeiras ruas foram abertas, todas paralelas ao rio. Os caminhos transversais levavam ao interior. Era maior o desenvolvimento para o lado norte, onde os colonos levantaram suas casas de taipa, dando comeo construo do bairro que hoje conhecido como Cidade Velha. At meados do sculo XVII Belm possua, alm dessa construo, a Santa Casa de Misericrdia fundada em 24 de fevereiro de 1619, o Convento de Santo Antonio, fundado em 1626, a igreja e o Convento de Nossa Senhora das Mercs, construdos em 1640 pelos mercedrios Frei Pedro da La Cirne e Frei Joo da Merc e onde, em 1796, D. Francisco de Sousa Coutinho mandou instalar a Alfndega, que l ainda continua, a igreja de Nossa Senhora do Carmo, as obras da Ordem dos Carmelitas Calados, no local onde Bento Maciel possura uma casa de resistncia: e a igreja de So Francisco Xavier (atual Santo Alexandre), inaugurada pelos jesutas em 1660. O ano de 1655, talvez, tenha sido a data da elevao de Belm categoria de cidade, de conformidade com o Ofcio, de 29 de abril de 1733, existente no Arquivo Pblico do Par. Neste documento, os oficiais da Cmara comunicaram ao Governo da Capitania que Sua Majestade nos fez merc h setenta e oito anos (1655), conceder-nos os mesmos privilgios que gozam os cidados da cidade do Porto, do que mandou passar Proviso . A mais antiga vereao da Cmara de que se tem notcia, pelos manuscritos conhecidos, a de 1661, constituda pelos vereadores: Bernardino de Carvalho, Manoel lvares da Cunha, Gaspar da Rocha Porto Carneiro, Braz da Silva e Manoel Braz. Absorvidos os portugueses com domnio da regio amaznica, alm de freqentes conflitos com ndios e estrangeiros, no lhes foi possvel cuidar, nos tempos iniciais, do progresso da Capitania. O mvel maior - a ambio do ouro - era a causa principal dessa estagnao que, apesar do meio sculo de permanncia, dava Colnia a orientao dos primeiros dias. A idia da fortuna imediata toldava todos os espritos, sem distino de crenas ou de cargos, e a cidade teve que sofrer as conseqncias das ambies de seus primeiros colonizadores. Em 1676, chegaram da Ilha dos Aores 50 famlias, no total de 234 pessoas. Eram agricultores que o Senado da Cmara localizou no trecho conhecido como Rua So Vicente, atual Manoel Barata. O mais antigo livro de atas do Senado da Cmara de Belm data de 1713, quando serviram como juzes ordinrios Andr de Oliveira Pinto e Pedro de Seixas Borges. No sculo XVIII, a cidade comeou a avanar para a mata, ganhando distncia do litoral. Em 1667, foi criado o Bispado do Maranho. As cartas rgias de 1693 e1694 distriburam o litoral e o interior pelas ordens religiosas que atuavam na Amaznia: jesutas, mercedrios, frades de Santo Antnio, carmelitas e os frades da Piedade. No dia 4 de maro de 1719, o papa Clemente IX, atravs da Bula Copiosus in Misericrdia, criou o Bispado do Gro-Par, sendo nomeado o seu 1 Bispo, D. Frei Jos Bartolomeu do Pilar, da Ordem dos Carmelitas Calados. D. Romualdo de Souza Coelho, empossado em julho de 1821, se achava frente do bispado quando o Par aderiu Independncia do Brasil. A populao era de 6.574 almas. Em 1673, o governador Pedro Csar de Menezes transferiu a sede da capitania do Gro-Par e Maranho (unificadas em um s Estado, desde 1623), de So Luis para Belm. Em 1688, a corte determinou que a capital voltasse a ser So Luis; mas em 1737 a sede governamental retornou a Belm. Finalmente em 1815, as Capitanias Gerais do Brasil foram transformadas em Provncias. Ficando Belm como Capital da Provncia do Gro-Par. A lei de 12 de junho de 1748 estabeleceu o derrame de moeda de metal-cobre, prata e ouro, para substituir os novelos de algodo e os gneros nativos utilizados como valor de troca, na poca. Por requerimento dos habitantes, foi fundada, em 1755, a Companhia de Comrcio que durou 22 anos e trouxe ao Par 12.587 escravos africanos, dos quais muitos vendidos para Mato Grosso, por falta de compradores locais. A construo do Palcio do Governo, cuja planta de autoria do arquiteto Antnio Jos Landi, foi concluda em 1771. Em 1793, D. Francisco de Sousa Coutinho, Capito-General do Gro-Par e Rio Negro, organizou o Crio de Nossa Senhora de Nazar, tradicional prstito religioso que movimenta todo o Estado, a imagem da santa venerada pelos paraenses desde 1700. Foram estabelecidos os servios de Correios, de serventia pblica, de abertura de novos logradouros, alm de se criarem escolas de ensino primrio e de humanidades. As tropas militares ficaram agrupadas em uma imensa casa trrea que se estendia da Travessa So Francisco de So Pedro e que deu origem ao nome de Largo dos Quartis, hoje Praa da Bandeira. Ao terminar o ano de 1799, a cidade contava com 1.083 fogos (casas) e 10.620 habitantes. Dom Francisco de Sousa Coutinho, cavaleiro da Ordem de Malta, Capito-de-Fragata da Real Armada Portuguesa, era o governador e Capito-General do Gro-Par e Rio Negro. A retirada de Dom Joo VI para Portugal e os acontecimentos que dominavam o cenrio no Brasil, relativos ao regime constitucional, passaram a repercutir em Belm, criando, situaes novas para a cidade e, sobretudo, para a vida poltica municipal. A mais importante dessas circunstncias foi, sem dvida, a adeso do Par Independncia. O Senado da Cmara, constitudo em 1823 e empossado em 27 de fevereiro, sofreu decisiva influncia na sua8

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composio por parte da Junta Provisria do Governo Civil da Provncia do Par, porm, a deposio dessa junta governativa pelo Coronel Joo Pereira Vilaa, em 1 de maro de 1823, trouxe como conseqncia a distribuio desse Senado. Entretanto, os lderes paraenses que trabalhavam pela Independncia e que realizaram a adeso do Par em 15 de agosto, empossaram o dito Senado. Assim, a primeira Cmara de Belm, composta depois de decretada a Independncia do Brasil, foi presidida por Pedro Rodrigues Henriques e instalada, solenemente, em 23 de agosto pela Junta Provisria do Governo do Par, integrada por Geraldo de Abreu, Joo Batista Gonalves Campos e Flix Antnio Clemente Malcher. A Lei-Geral de Organizao Municipal do Imprio, de 1 de outubro de 1828, estabeleceu para todos os Municpios brasileiros a eleio direta para a composio de seus respectivos corpos deliberativos. No ano seguinte, em 6 de julho, tomou posse em Belm a primeira Cmara Municipal eleita, da qual fizeram parte o Comendador Ambrsio Henrique da Silva Pombo, na qualidade de presidente, e os vereadores Coronel Manoel Sebastio de Mello Marinho Falco, Tenente-Coronel Loureno Lucidoro da Motta, Capito Jos Batista Camecran, Capito Joaquim Antnio da Silva, Tenente Joo Batista Ledo, Capito Antnio Manoel de Sousa Trovo, Joo Florncio Mendes Cardoso e Capito Pedro Carlos Damasceno. Em conseqncia das lutas deflagradas pelo movimento da Cabanagem, a Cmara Municipal de Belm sofreu vrias alteraes. O Presidente da Cmara, Antnio Manoel de Sousa Trovo, foi preso e os vereadores fugiram da Capital, sendo chamados seus suplentes, entre os quais Joo Antnio Corra Bulho sucedeu a Trovo na presidncia da Cmara. A Cabanagem foi um movimento popular cujo objetivo era a tomada do poder das elites portuguesas, que governavam a Provncia do Gro-Par. Liderado intelectualmente pelo Cnego Batista Campos, que dirigia o jornal O Paraense, que fazia oposio aos atos do governo, e, blica e estrategicamente, pelos irmos Francisco e Antnio Vinagre, alm de Eduardo Angelim. No dia 4 de dezembro de 1833 assumia a Presidncia da Provncia do Par, em substituio a Machado de Oliveira, o brigadeiro Bernardo Lobo de Souza. O novo Presidente incidiu no erro de inimizar-se com Batista Campos. Aps vrios incidentes ocorridos, Batista Campos, perseguido pelo governo, veio a falecer em 31 de dezembro de 1843. Assim que a notcia se espalhou, a culpa pela morte (em decorrncia de um tumor maligno), foi atribuda aos governantes. Revoltados, os lideres cabanos passaram ento a recrutar os caboclos para a invaso da cidade de Belm, sede da Provncia, e tomada do poder, o que ocorreu no dia 7 de janeiro de 1835, quando mataram vrias autoridades do governo, entre elas, o Presidente da Provncia . Aps o assassinato do presidente Lobo de Sousa, a Cmara passou a constituir um baluarte contra os cabanos, embora mantivesse um comportamento de relativa tolerncia, para evitar maiores desgraas e aguardar o apoio do governo imperial no restabelecimento do regime da legalidade. Alm das lutas sucessivas durante o perodo cabano, houve tambm, a crise econmico-financeira. Assim, quando foras legais tomaram conta da cidade, em maio de 1836, encontraram uma Belm cheia de carcaas de edifcios, sem iluminao pblica, em uma decadncia quase total. Andra, o novo Presidente da Provncia, tentou melhorar as coisas. Com a expanso da cidade, os problemas se avolumaram, um dos maiores problemas que enfrentou foi o dos terrenos alagadios e a falta de operrios especializados. A partir de ento, e por longos anos, novos conflitos e mortes se sucederam com vrios cabanos assumindo por algum tempo a presidncia da Provncia, entre eles, Francisco Vinagre, ento com 19 anos e Eduardo Angelim, com 21. Antnio Vinagre era mais jovem, e morreu em batalha, em agosto de 1835. Finalmente, devido ausncia de um lder com o conhecimento de Batista Campos, o movimento revolucionrio, no muito consistente, foi debelado de vez em 1840, pelas foras do Marechal Jos Soares de Andra, novo Presidente da Provncia, nomeado pela regncia,depois de muito sangue derramado, mas que marcou a histria do Par. Quando da Cabanagem, Belm pouco se diferenava daquela pequena urbe do final do perodo colonial; restringia-se aos bairros da Cidade e da Campina, com o igarap Piri dividindo-os. O bairro de Nazar era um bosque imenso. Ligando o largo onde se erguia a modesta ermida de N.S. de Nazar, havia uma estrada, chamada de Nazar. No houve nenhuma modificao urbanstica para melhor; para pior muitas, em decorrncia das lutas e dos bombardeios de que a cidade foi vtima. Em 1844, assumiu um outro presidente, Conselheiro Jernimo Francisco Coelho, que foi o maior administrador do perodo imperial. Considerando o perodo e as condies, pode ser comparado ao Mendona Furtado, no perodo colonial, e a Antonio Lemos, na fase republicana. Executou muitas obras e planejou outras tantas que, por falta de recursos no puderam ser realizadas. Mas, o que importante, deixou um plano urbanstico para uma cidade cheia de problemas. Mais de duzentas publicaes, entre jornais, revistas e panfletos, circularam por Belm na poca do Imprio, algo surpreendente para uma cidade pequena e isolada dos grandes centros. A imprensa em Belm e na Amaznia foi introduzida por Felipe Patroni, Domingos Simes da Cunha e Jos Batista da Silva, em 1822 quando fundaram o jornal O Paraense, quando ainda ramos subordinados ao governo portugus. Sua tipografia serviu para imprimir o primeiro jornal que circulou em Belm, j aps a sua integrao ao Imprio do Brasil: O Independente, semanrio , cujo primeiro nmero foi lanado em 8 de dezembro de 1823, redigido pelo padre Joo Loureno de Souza, defendia uma faco9

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exaltada da poltica paraense. O governo passou a editar O Verdadeiro Independente, semanrio, cujo primeiro nmero saiu em agosto de 1824. Seu primeiro redator foi D. Romualdo de Seixas. Outros exemplos da imprensa na poca do Imprio: O Estado, O Treze de Maio, primeiro jornal dirio do Estado (que leva este nome em homenagem data em que as foras legalistas retomaram Belm) e o Dirio de Notcias . Em 1831,surgiu um jornal que muito influiu na agitada poltica paraense que antecedeu exploso da Cabanagem: Orpheo Paraense. O Cnego Batista Campos foi encarregado de sua redao e imediatamente transformou-o em porta voz de suas idias nacionalistas exaltadas, no que era ajudado pelos padres Jernimo Pimentel e Gaspar de Sequeira Queiroz. Alm deste Batista Campos publicou vrios semanrios e jornais. Para fazer frente linha exaltada de Batista Campos, vrios jornais circularam, entre eles: A Opinio, O Despertador e Correio Oficial Paraense , circulou de julho de 1834 at janeiro de 1935, fundado pelo presidente Bernardo Lobo de Souza. Redigia-o o antigo colaborador de Batista Campos, o Cnego Gaspar de Sequeira Queiroz, transformado agora em seu ferrenho adversrio. Dessa tumultuada fase deve-se mencionar A Sentinela Maranhense na Guarita do Par, de Batista Campos e redigido por Vicente Lavor Papagaio, publicados em setembro e outubro de 1834, aceleraram o processo cabano. Durante os governos revolucionrios da Cabanagem, circularam apenas dois jornais de vidas efmeras: Paquete do Governo e Publicador Oficial Paraense. Aps o ciclo cabano, a imprensa paraense voltou a reviver atravs da Folha Comercial do Par. Semanrio que circulou de agosto de 1837 a 1840. Honrio Jos dos Santos o redigia, figura em destaque na histria da imprensa paraense. Encerou-a em 1840 para lanar o primeiro jornal de longa vida do perodo colonial: o Treze de Maio. A Proclamao da Repblica, em 15 de novembro de 1889, implicou na deposio do regime monrquico, e a posse das autoridades republicanas, no Par, foi realizada na Cmara Municipal de Belm. Para isto, reuniu-se a Cmara, em sesso extraordinria, no dia 18 de novembro, sob a presidncia de Antnio Jos Lemos, perante a qual compareceram os membros do Governo Provisrio do Par, Dr. Justo Chermont, Capito-de-Fragata Jos Maria do Nascimento e Tenente-Coronel Bento Jos Fernandes Jnior, que prestaram juramento e foram empossados no Governo do Estado Confederado do Par. Em virtude da Vigncia do novo regime republicano, a Cmara Municipal de Belm foi extinta pelo Decreto Lei n 3, de 5 de dezembro de 1889 e, pelo mesmo ato, foi criado o Conselho Municipal. Com a Lei Orgnica dos Municpios, de 28 de outubro de 1891, os Municpios do Estado passaram a ser governados por um Intendente Municipal, com funes executivas e um Conselho Municipal, com funes deliberativas. Em conseqncia dessa Lei, tiveram lugar as primeiras eleies municipais do perodo republicano no Par, cujo mandato compreendeu o trinio de 1891 a 1894. Em 15 de novembro de 1891, tomaram posse os eleitos: D. Gama Abreu (Baro de Maraj), como Intendente, e os Vogais Dr. Jos Antnio Pereira Guimares, Jos Marques Braga, Dr. Theodorico Ccero Ferreira Pena, Antnio Delfim da Silva Guimares, Filadelfo de Oliveira Condur, Ccero da Costa Aguiar e Lenidas Ramiro da Silva Castro. Durante os anos de 1897 a 1911, administrou Belm o Intendente Antnio Jos de Lemos, sendo considerada esta poca a fase urea do Municpio. So atribudos a esse perodo o embelezamento e desenvolvimento da cidade. Os calamentos de madeira foram substitudos pelos de granito. Foram construdos: o Mercado de Ferro; o Quartel dos Bombeiros; o Asilo de Mendicidade; o Necrotrio Pblico; a rede de esgotos; os largos foram transformados em praas ajardinadas; o bairro do Marco ganhou abertura de ruas e travessas. Enfim, foram promovidos vrios tipos de melhoramentos do permetro urbano, inclusive tendo sido instalada a iluminao pblica com rede eltrica, a viao pblica por bondes eltricos e surgiram dos grandes jornais dirios A Provncia do Par e a Folha do Norte, que refletiam o progresso da capital guajarina, junto aos suntuosos prdios e esplndidas moradias que se construram nessa poca. Porm, a derrocada do ciclo da borracha e a Primeira Guerra Mundial estancaram o crescimento da grande metrpole da Amaznia. A Reforma da Constituio do Estado, promulgada em 3 de setembro de 1914, mudou a administrao do Municpio da Capital, pois ficou composta por um Conselho Municipal de 12 membros, eleito diretamente, e por um Intendente Municipal, nomeado pelo Governador do Estado. O primeiro Intendente nomeado foi o Dr. Antnio Martins Pinheiro, que tomou posse em 14 de setembro de 1914, e o Presidente eleito para o Conselho Municipal foi Dr. Dionsio Auzier Bentes. Aps a vitria da Revoluo de 1930, o primeiro Intendente de Belm foi o Dr. Ismael de Castro, seguido do Dr. Jos Carneiro da Gama Malcher e Padre Leandro Pinheiro. Com a reconstitucionalizao de 1945, a Cmara de Vereadores de Belm ficou composta por Adolfo Burgos Xavier, Lucival Lage Lobato, Francisco do Cu Ribeiro Sousa, Armando Dias Mendes, Benedito Jos de Carvalho, Mrio Chermont, Augusto Belchior de Arajo, Raimundo Farah, Antnio Carlos dos Santos e Melquades Teixeira Lima. A Lei Federal n 1.645, de 16 de julho de 1952, devolveu o direito aos Municpios de eleger seus prefeitos, tendo ocorrido a primeira eleio, em Belm, em 27 de setembro de 1953, da qual saiu vitorioso o Dr. Celso Carneiro da Gama Malcher.

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No golpe militar em 1964, resultaram, novamente, suspensos, os direitos de livre escolha dos prefeitos das capitais estaduais brasileiras. Porm, com o processo de redemocratizao nacional que teve incio em 1985, Belm elegeu, nesse ano, Fernando Coutinho Jorge como Prefeito da Capital Paraense. A cidade fundada em 1616, como o nome de Feliz Lusitnia, depois denominada de Nossa Senhora de Belm do Gro Par, tradicionalmente conhecida como Santa Maria de Belm do Gro Par agora, simplesmente designada Belm. Do imenso patrimnio territorial de que Belm dispunha ainda nos primrdios do sculo, como por exemplo, as reas de Benfica, Barcarena, Santa Izabel, Ape, Castanhal, Inhangapi, Inhanga (So Francisco do Par), Ananindeua, etc., foram progressivamente sendo desmembradas de suas terras, para dar origem aos Municpios homnimos. Atualmente, de acordo com a Lei Municipal n7.682, de 5 de janeiro de 1994, o municpio de Belm conta com os distritos administrativos de Belm (sede), Icoaraci, Mosqueiro, Bengui, Entroncamento, Sacramenta , Guam.e Ilha de Caratateua ( popularmente conhecida como Outeiro). 1.2 CULTURA 1.2.1 Patrimnio Cultural 1.2.1.1 Festas Religiosas - Crio de Nazar A maior manifestao religiosa do municpio de Belm e uma das maiores do Brasil o Crio de Nossa Senhora de Nazar, (considerado o "Natal do paraense") realizado no segundo domingo de outubro. As comemoraes do Crio comeam 30 dias antes, com a celebrao da Missa do Mandato, pelo arcebispo metropolitano, que d incio s peregrinaes de Nossa Senhora, quando as rplicas das imagens percorrem todos os bairros de Belm de casa em casa com novenas noturnas. Nesse perodo as famlias catlicas renem-se diariamente com os vizinhos para rezar o tero e refletir sobre diversos temas, em preparao espiritual para a grande festa. A partir da sexta-feira, antevspera do Crio, comeam as grandes homenagens Nossa Senhora de Nazar. A primeira delas a Rodo-Romaria, que seguida por carros e caminhes enfeitados, leva a imagem do Colgio Gentil Bittencourt at Ananindeua. No sbado de manh cedo a imagem levada at a Vila de Icoaraci. De l segue em romaria fluvial, desde 1986, com centenas de embarcaes, at a Praa Pedro Teixeira em Belm. Assim que chega em terra, a pequena imagem conduzida em veculo especial e seguida por uma Moto-Romaria, que a leva de volta ao Colgio Gentil Bittencourt. No sbado noite, a partir das 19 horas, comea a Trasladao. A berlinda, com a imagem de Nossa Senhora de Nazar, levada at a Catedral da S, fazendo o trajeto contrrio do Crio. No domingo de manh, a procisso leva pequena imagem da virgem de Nazar ornamentada com flores pelas ruas da cidade na grande procisso em direo Baslica de Nazar, cumprindo um ritual de mais de 200 anos. A berlinda puxada por uma grossa corda onde os romeiros, em grande sacrifcio, vo segurando como pagamento de promessa, do incio ao fim da procisso. O Crio atrai milhares de devotos que vm romaria agradecer por uma graa alcanada. Simbolizando isso, levam na cabea casas, barcos, pedaos do corpo em cera e os mais variados objetos que representam o que teriam conseguido com a f Virgem. Os romeiros e promesseiros vm de todos os cantos do interior do Par e de outros Estados, o que confirma a tradio de uma das maiores manifestaes de f do Brasil. Ao chegar Praa Santurio, que fica bem em frente Baslica, rezada uma missa pelo arcebispo de Belm, onde todos os devotos da Virgem de Nazar so abenoados. Quando a procisso termina as famlias se renem para o tradicional almoo do Crio, onde so servidos pratos tpicos como o pato no tucupi e a manioba. A festa na Baslica segue por duas semanas, com visitas imagem e ao Parque de Diverses, ao lado do Conjunto Arquitetnico de Nazar. Durante a quadra Nazarena ainda realizado o Crio das Crianas e a Corrida do Crio, evento que rene corredores de diversas partes do Estado e do Brasil. Quinze dias depois acontece o "Recrio", que leva a imagem da Baslica de volta at o Colgio Gentil Bittencourt, de onde s sai no ano seguinte.

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- Festividade de Nossa Senhora de Belm Outra manifestao religiosa que pode ser destacada a festa em homenagem padroeira oficial da cidade, Nossa Senhora de Belm, cultuada no dia 1 de setembro, a partir das heranas religiosas deixadas pelos portugueses. As festividades contam com procisso, novena e arraial em torno da igreja matriz. 1.2.2 Formao tnica A herana tnica da populao de Belm uma mistura de traos do branco europeu, do negro e, sobretudo, do ndio. caracterstica que lhe do o apelido de Cidade Morena. Hoje, a cidade no s a capital dos paraenses, mas tambm de imigrantes, em especial nordestinos. Alis, a herana desses povos tambm tem outras manifestaes, seja nos costumes e na forma de se expressar, revelando as razes e um mundo fantstico de danas, comidas, artesanatos e lendas ou nos antigos casares, palacetes e igrejas que fazem do bairro da Cidade Velha uma espcie de museu a cu aberto. 1.2.3 Folclore O folclore uma das manifestaes mais ricas da cultura popular do belemense e de uma expressividade autntica. Entre as manifestaes culturais mais apreciadas esto os Folguedos Populares. Em junho, os Cordes de Pssaros, os Bois-Bumbs, as Quadrilhas, as Pastorinhas e as festas de arrai, animadas pelos conjuntos tpicos ou pelo sonoro arrebenta-quarteiro e sacudidas pelos rojes e foguetes, esquentam as noites. Em julho, as festas transferem-se para as praias mais prximas j que o grande ms de frias do paraense. Nos finais de semana, os sonoros tomam conta da cidade, dividindo espao com os espetculos de cantores e msicos paraenses e, show de Carimb (com destaque para o Mestre Verequete e Pinduca) e, o Brega. Em se tratando de Folguedos Populares, o Boi-Bumb um folguedo que na opinio do folclorista Carlos Lima tipicamente paraense. o resultado da mistura bonita das trs raas a indumentria do branco, o atabaque do negro, a coreografia do ndio. Conta-se que na Belm da segunda metade do sculo XIX, o Boi-Bumb reunia negros e escravos em um folguedo que misturava, ao ritmo forte, a representao de um motivo surpreendente para a poca: a luta de classes dentro da sociedade colonial. Apesar da represso o boi tornou-se uma das mais importantes representaes da cultura local. A seguir alguns dos grupos de Bois-Bumbs encontrados em Belm: Boi-Bumb Pai da Malhada (fundado em 1935), Boi-Bumb Caprichoso (1947), Boi-Bumb Tira Fama (1958), Boi-Bumb Flor do Campo (1960), Boi-Bumb Estrela Dalva (1963), Boi-BumbPingo de Ouro(1969), Boi-Bumb Flor do Guam(1975), Boi-Bumb Flor da Noite(1982), Boi Malhadinho Mirim do Guam. Um dos mais importantes personagens ligados histria do Boi-Bumb, morreu em 1997, Elias Ribeiro da Silva, o seu Setenta, durante mais de 40 anos zelou pela manuteno do boi em Belm. O Arraial do Pavulagem um dos grupos mais famosos do Estado. Ele foi pea importante no resgate do Boi-Bumb numa poca em que o folclore no estava em alta entre os jovens.O Arraial do Pavulagem se apresenta durante a quadra nazarena, promovendo o Arrasto do Crio, que sai da Igreja da S Praa do Carmo, aps a romaria fluvial. As Quadrilhas Juninas, de origem portuguesa so centenas em todo o Estado. Hoje, as quadrilhas so to importantes para a cultura, que a Prefeitura de Belm organiza um festival anual muito concorrido, um dos eventos mais esperados da cidade. Na capital paraense, existem cerca de 120 quadrilhas organizadas, que cada vez mais se aprimoram em coreografias criativas. Os Cordes de Pssaros constituem uma espcie de opereta cabocla, s existem no folclore paraense. Provavelmente o primeiro pssaro junino surgiu em 1877, no ento Largo de Nazar, hoje Centro Arquitetnico de Nazar. Apesar de serem chamados de Pssaros, esses grupos de teatro dramtico-burlesco-popular nem sempre usam as aves como seu smbolo. A riqueza da indumentria motivo de orgulho para os organizadores dos Pssaros. Na verdade, tanto o Boi-Bumb como o Cordo de Pssaros representam entidades que surgem como forma de resistncia da cultura regional. Grande parte desta cultura transmitida de gerao em gerao apenas pela tradio oral. O engendrar de cultura e resistncia garante a autenticidade dessa autntica manifestao. O Carnaval outra manifestao popular que movimenta a cidade. A primeira escola de samba de Belm (e do Par) surgiu em 1934, o Rancho No Posso Me Amofin. Na dcada de 70 e 80 eram promovidas batalhas de confete promovidas por algumas emissoras de rdio da cidade (Rdios Clube do Par, Marajoara e Liberal). Atualmente, a Prefeitura de Belm realiza desfile das escolas de samba que so classificadas por grupos. As escolas de samba que se destacam no carnaval belenense so: Rancho Carnavalesco No Posso Me Amofin (fundado em 1934), Imprio de12

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Samba Quem So Eles (1946), Acadmicos da Pedreira (1981), Embaixada de Samba Imprio Pedreirense (1958), Associao Carnavalesca a Grande Famlia (1973), Escola de Samba da Matinha, Academia de Samba Jurunense. Segundo o professor Georgenor Franco, o primeiro Rei Momo foi Kagib Elias Eluan, mas o mais famoso de Belm (e do Par) foi Mrio Cuia, falecido em 1975.Tambm se tornou tradio o concurso Rainha das Rainhas do Carnaval Paraense, que envolve os principais clubes sociais de Belm, idealizado pelos jornalistas do extinto jornal Folha do Norte, Joo Maranho e Ossian Brito, em 1947. 1.2.4 Gastronomia A culinria paraense considerada uma das mais tpicas e variadas do Brasil. uma culinria exuberante. Os pratos tpicos utilizam produtos naturais, colhidos das fontes mais puras encontradas na flora e na fauna amaznicas, sem similar em outro lugar do mundo, sendo essa, uma forte herana deixada pelos ndios da regio.O grande logotipo da gastronomia do estado o pato no tucupi. Outra iguaria tpica a manioba, conhecida como a feijoada do paraense. A variedade de peixes que povoam os rios da regio responsvel pela diversidade de pratos de frutos da gua como: pirarucu, pirarucu grelhado ou na brasa, pirarucu no leite de coco, desfiado de pirarucu, peixada, caldeirada, tamuat no tucupi. H, tambm, as iguarias feitas com crustceo: casquinho de caranguejo, unha de caranguejo, caranguejo toctoc. Nas esquinas das principais ruas das cidades paraenses, sobretudo em Belm, h bancas de tacac (tacacazeiras). Alm do tacac em si, vendem tambm outras iguarias da culinria regional, como o vatap e o caruru paraenses, constituindo-se, na maioria das vezes, uma refeio completa, hbito bastante cultivado pela populao local. Com mais de uma centena de espcies comestveis, as frutas regionais podem ser encontradas no Ver-o-Peso, mercados, supermercados, etc., da cidade de Belm; elas so responsveis diretas pelo indefinvel, requintado e, muitas vezes, exticas sabor das deliciosas sobremesas que enriquecem a mesa paraense. Destacam-se: aa, bacaba, cupuau, castanha-do-par, bacuri, pupunha, tucum, muruci, piqui e tapereb. O aa, popularizado em todo pas como um energtico, tambm vendido em centenas de barraquinhas de rua, assinaladas com uma bandeira vermelha onde est escrito o nome do produto. Muitas pessoas tm o hbito de consumir o aa como uma refeio completa, puro ou guarnecido com camaro salgado e outros. Alm dos sorvetes, refrescos, pudins, tortas, cremes, licores, compotas, mousses e balas entre outras do Par, podese encontrar em Belm ainda outras delcias de confeco artesanal e sabor caseiro, como: beijo de moa, munguz ou mingau de milho, beiju de mandioca, mingau de banana verde, tapioquinha, mingau de aa, mingau de bacaba, e tantas coisas mais. 1.2.5 Artesanato O artesanato de Belm expressivo, pelo toque original e multicolorido. Apresenta grande variedade de produtos, desde pequenos objetos de uso pessoal (colares, anis, etc) ; utenslios caseiros e decorativos (cermica, vasos, bacias, etc) ; alm de outros artigos em couro de cobra e jacar, em madeiras e fibras regionais e em penas e barro, que podem ser encontrados no Ver-o-Peso ou nos finais de semana, na Praa da Repblica. Entretanto, o destaque especial dado s cermicas Marajoara (oriunda da Ilha do Maraj), Tapajnica (encontrada na regio do Tapajs Santarm), Marac (originria do Amap) e cermica de Icoaraci (estilizada, criada a partir das cermicas Marajoara e Tapajnica, permitindo maior uso domstico), cultura deixada como herana pelos ndios e que hoje fonte de renda para muitos moradores da Vila de Icoaraci, que o centro produtor do artesanato paraense, localizada a 20 Km de Belm. Esses produtos encontram-se venda na Feira do Paracury (inaugurada em 24 de junho de 1995 com a finalidade de incentivar e escoar a produo de artesanato, assim como o de divulgar a cultura da terra danas, msicas e comidas tpicas), encontram-se barracas de vrios artesos da vila. Alm do Liceu de Artes e Ofcios e das lojas de artesanato da vila, outro local onde se encontram trabalhos de vrios ceramistas o COARTI (Cooperativa dos Artesos de Icoaraci). Est instalada numa antiga estao de trem (Estrada de ferro Belm-Bragana), foi criada para melhorar a qualidade da cermica produzida na vila, pois os artesos no estavam seguindo corretamente as tcnicas milenares de confeco das peas alm de conscientizar a populao a resgatar a cultura dos antigos povos da Amaznia, o que se constitui numa tarefa importante para a sobrevivncia da cermica e da economia local. Na Rua dos Artesos, concentram-se os maiores nmeros de olarias da vila, de onde saem as mais variedades peas (vasos, cinzeiros que podem ser personalizados, urnas, pratos, etc.), do artesanato local para o mercado, e na Passagem Livramento. Neste bairro a cermica pode ser adquirida a preo de custo, alm de que se pode acompanhar todo seu processo de produo. Em termos de artesanato tambm, o antigo Presdio So Jos, localizado na Praa Amazonas, ser reformado e sediar o Centro de Referncia Joalheiro e Artesanato. O Projeto Jias do Par uma iniciativa do Governo do Estado, atravs da Secretaria Executiva do Trabalho e Promoo Social em parceria com Prefeituras Municipais, instituies13

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Federais e o Setor Privado. O objetivo incrementar a produo de jias do Par, considerando o enorme potencial do Estado em se tratando de matria prima e cultura. um trabalho pioneiro no Brasil. Para dinamizar a produo no Estado, o plo vem criando uma identidade prpria para jias na rea de desing, baseado na herana cultural da regio e traduzindo-se em peas finas de qualidade. 1.2.6 Lendas e Mitos As lendas e muitos fazem parte do imaginrio popular paraense. Enquanto que no interior do Estado o misticismo mais arraigado, em Belm os contos so assimilados pelas crianas nas escolas (boto, cobra grande, caipora, aa, guaran, matinta perra, muiraquit, tambataj, vitria-rgia, uirapuru, peixe-boi, lenda da lua, lenda dos rios, lenda do sol, mapinguari). 1.3 PATRIMNIO HISTRICO 1.3.1 Bairro da Cidade Velha Belm nasceu em torno do ento Forte do Prespio, rea que logo foi chamada de cidade e com o passar do tempo recebeu o nome de Cidade Velha. A Cidade Velha o marco da histria de Belm, um dos maiores referenciais do patrimnio histrico e cultural do Par. Preserva em parte a sua arquitetura colonial, com fachadas de azulejos portugueses, varandas e grades de ferro (Belm a cidade brasileira que mais preservou a arquitetura em ferro das construes do sculo XIX). nesse antigo bairro, que est guardada a memria dos ndios, negros e portugueses, pioneiros do povoamento da cidade. tambm onde esto os principais pontos tursticos de Belm: casares antigos, museus, palacetes e igrejas em estilo neoclssico e imperial brasileiro. O bairro guarda infinitas riquezas do imprio e da Era da Borracha, poca de ouro da histria paraense, seja em seus museus, galerias, arquivo pblico ou em sua arquitetura antiga. O Centro Histrico de Belm (no bairro da Cidade Velha), guarda ainda o circuito Landi de Arquitetura, que so as obras que o arquiteto italiano Antnio Jos Landi projetou. O fato de Belm ser uma das capitais mais arborizadas do Brasil, oferecendo a sombra das copas de milhares de mangueiras que cobrem ruas e avenidas e amenizam as altas temperaturas e, por causa disso, ser conhecida como a Cidade das Mangueiras, tambm um legado de Landi. Apesar da espcie no ser natural da regio e sim da ndia, foi a primeira a ser utilizada na arborizao da cidade, trazida por ele em 1786; trouxe dezenas de mudas que foram plantadas no centro da cidade. Forte do Castelo Localizado na Praa Frei Caetano Brando, um marco na fundao de Belm. Foi a primeira construo da cidade. Alm de fortaleza militar, tambm valeu como refgio de uma das faces dos revoltosos do movimento cabano no incio do sculo XIX. Durante a II Guerra Mundial, serviu de quartel para uma bateria de artilharia. Canhes originais ainda esto l para testemunhar os fatos. O forte no manteve a construo original; foram feitos vrios fortes ao longo do tempo, sendo que a ltima (atual) edificao de data 1721. Ver-o-Pso Localiza-se na regio das Docas do Par, antiga foz do Igarap do Piri (Boulevard Castilhos Frana, no bairro do Comrcio). Em 1687 foi solicitada a Portugal uma concesso para tributar as mercadorias que chegavam em Belm. Deste ano resultou a criao do Ver-o-Peso, local onde as mercadorias eram pesadas e taxadas, sendo que a renda resultante desses impostos custeava a Cmara de Belm. Desde aquela poca os governantes j enfrentavam o eterno dilema de equilibrar despesa e receita, com a primeira, invariavelmente, sendo maior que a segunda. O Ver-o-Peso o smbolo cultural e turstico da cidade, um dos cartes postais mais conhecidos do Estado do Par e at da Regio Amaznica, lugar onde se encontra uma amostra do universo de variedade da cultura paraense. l que a populao comea o dia comprando e vendendo mercadorias das mais variadas espcies como peixes e frutas, plantas ornamentais, razes, artesanato e dezenas de ervas medicinais, usadas para o preparo de chs, banhos e defumaes, temperos, etc. O intenso movimento dos barcos e o vaivm das pessoas empresta um belssimo colorido paisagem, j bastante atraente pela variedade de produtos expostos venda. Tombado pelo Patrimnio Histrico Nacional, est sendo avaliado pela Unesco para ser transformada em Patrimnio Cultural da Humanidade.

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Igrejas A expanso da Cidade de Belm, muito se deve as igrejas, conventos e capelas; aos seus arredores, verificava-se o agrupamento de colonos que, com sua religiosidade, procuravam moradia prxima s casas de Deus. Catedral Metropolitana de Belm ou Igreja da S. A primeira Capela dedicada ao culto catlico em Belm, foi construda no Forte do Prespio, em 1616, e dedicada a Nossa Senhora das Graas. Com o tempo, virou runa. A sada foi construir outra igreja , s que mais bem apropriada e resistente. O lugar escolhido foi a praa em frente ao Forte (Praa Frei Caetano Brando). Apesar da inteno, a igreja durou pouco tempo, pois era de pilo e palha. Foi substituda mas por outra do mesmo material. Em 13 de dezembro de 1720, com a constituio do Bispado do Par, a Matriz (at ento Igreja de Nossa Senhora das Graas), ganhou direitos e honras de S Episcopal. Foi D.Joo V, Rei de Portugal, quem ordenou que no mesmo local fosse erguida uma catedral, com muita magnificncia e grandeza. Em 03 de maio de 1748, o Bispo D.Frei Guilherme de So Jos, lanou a pedra fundamental da Catedral Metropolitana de Belm ou igreja da S, que foi reconstruda pelo arquiteto Antnio Landi, em estilo neoclssico e barroco colonial. Em 23 de dezembro de 1755, D. Miguel de Bulhes inaugurou o presbitrio da Catedral, que foi concluda em 08 de setembro de 1771. Entre as belezas da S, destacam-se as pinturas na abbada e tela dos artistas italianos Domenico De Angelis e Giusepe Capranesi, produzidas no sculo XIX, quando a Igreja passou por uma ampla reforma. Outro destaque o grande rgo CavaillColl, inaugurado em primeira edio no dia 09 de setembro de 1882, pelos organeiros e organistas franceses, Veerckamp e Moor. A Cateral possui ainda o Ossurio ou Capela das Almas, onde so sepultados fiis da igreja catlica, a Residncia Paroquial e a Sacristia dos Cnegos. A Catedral ponto de sada da procisso do Crio de Nossa Senhora de Nazar. Igreja de Santo Alexandre Localizada na Praa Frei Caetano Brando, na Cidade Velha, teve sua construo iniciada no sculo XVII, 1635, por religiosos da Companhia de Jesus, quando era apenas uma simples capela de taipa, com cobertura de telha e chamava-se igreja de So Francisco Xavier. O atual templo da igreja de Santo Alexandre, considerada a mais barroca de nossas igrejas, foi construda entre os anos de 1718 e 1719 e representa parte da memria cultural paraense. inspirada nos principais templos jesuticos do Brasil e da Europa. A colaborao indgena imprimiu fachada do templo um estilo reconhecidamente amaznico. Em 1999, a igreja e o antigo Arcebispado de Belm (Palcio Arquiepiscopal) passaram por uma grande restaurao, compondo o Conjunto Arquitetnico onde funciona o Museu de Arte Sacra do Par, um belssimo espao que resgata valores estticos, histricos e culturais do Estado. Ao lado de um anexo, esses dois prdios, tombadas pelo instituto do Patrimnio Histrico e Artstico Nacional (IPHAN), formam o Complexo Feliz Lusitnia. Igreja de Nossa Senhora do Carmo Localizada na Praa do Carmo, foi fundada no sculo XVII (1627), pela Ordem dos Carmelitas Calados da Capitania e reconstruda em 1716. A igreja conta com o estilo neoclssico em sua fachada e o barroco em seu interior. Seu altar de prata. Integra o Conjunto Arquitetnico que inclui o antigo Convento dos Carmelitas. A partir de 1766, Landi atuou na igreja do Carmo e tambm na capela anexa, Ordem Terceira do Carmo. uma das mais importantes de Belm, pelo seu valor histrico e artstico, tendo servido como ponto estratgico para a tropa imperial durante a Cabanagem. Capela de So Joo Batista Est localizada na Praa Repblica do Lbano, na Cidade Velha. A igreja primitiva foi construda em l622, em taipa e coberta de palha, tendo servido de presdio ao jesuta Pe. Antonio Vieira, em funo de sua dedicao causa indgena. Foi demolida em 1686, quando outra igreja, tambm em taipa, foi levantada no mesmo local. Tornou-se matriz em 1714 e, em 1721, passou a ser Catedral de Belm at 1755. A partir de 1772 teve incio a construo da atual igreja, projetada pelo arquiteto Antonio Landi e, foi inaugurada em 1777. Ainda que por fora seja quadrada, seu interior apresenta forma octogonal (com elegante cpula sobre a nave de rara beleza), o que era bastante incomum na arquitetura colonial brasileira. Alm dos aspectos arquitetnicos, a capela tem em seu interior, aspectos preciosos de arte decorativa. As pinturas do altar principal e das laterais so feitas em tcnica que emita volumes e relevos. Foi restaurada em 1996, pelo IPHAN. Encontraram-se pinturas feitas por Landi que estavam escondidas por camadas de tinta branca e foram recuperadas em 1997. A Capela de So Joo Batista foi considerada pelo antigo diretor do Museu do Louvre, Germain Bazin, uma jia da arquitetura barroca.15

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Igreja de Nossa Senhora das Mercs Localizada na Praa das Mercs, no Bairro do Comrcio, foi construda pelos frades mercedrios, o seu traado original do sculo XVII (1640). Inicialmente era de taipa e pilo, coberta de palha. Em 1753, um novo templo foi levantado a partir do projeto do arquiteto italiano Antnio Landi com substanciais alteraes. Apresenta diversos estilos, predominando o barroco. A Igreja das Mercs a nica em Belm que possui a fronteira em perfil convexo. A igreja faz parte de um conjunto arquitetnico que inclui o Convento dos Mercedrios e a antiga Alfndega. O convento foi construdo pelos frades mercedrios ao lado da igreja. Ambos ficaram em poder desses frades at 1794, quando o rei de Portugal os expulsou do Par, confiscou e incorporou seus bens coroa lusa. A igreja passou Irmandade Militar do Santo Cristo. No antigo convento houve a instalao da Alfndega e da Casa do Parque. L tambm funcionaram a Casa da Praa do Comrcio, a Recebedoria Provincial, o 16 Batalho de Caadores, o Arsenal de Guerra, o Quinto Corpo de Artilharia e o Correio. Igreja de Nossa Senhora de SantAna da Campina Localizada na Praa Maranho, no Comrcio, foi construda em 1761 e reconstruda em 1855 em estilo renascentista e, tambm projeto do arquiteto Landi, cujo corpo foi enterrado em sua nave, em local no identificado. Pelo traado original, tinha a forma de uma cruz grega coroada de uma cpula e lanterna. Primitivamente, segundo Baena, possua vrios painis no altar do sacramento e no das almas. Em 1839, com a derrubada de duas colunas construdas lateralmente, foram levantadas duas torres, conforme se v nos dias de hoje. Em 1855 sofreu vrias reformas, quase uma reconstruo. Conservam ainda as belas pinturas de Pedro Alexandre de Carvalho, feitas no sculo XVIII. Outra obra de arte ali encontrada a imagem de So Pedro fundida em bronze. Capela do Senhor Bom Jesus dos Passos (Capela dos Pombos) Localiza-se no Comrcio. O senhor de engenho, Ambrsio Henrique da Silva Pombo, ao construir sua residncia em Belm, dotou-a de uma capela oferecida ao Senhor dos Passos, construda em 1790, onde ele, sua famlia, seus amigos e seus escravos assistiam o Santo Sacrifcio da Missa e a outros ofcios da religio. A capela possui fachada branca, de linhas neoclssicas e sutis motivos barrocos de ornamentao. Nos tempos imperiais a capela desempenhou papel relevante na histria eclesistica da cidade: Os bispos designados para a diocese paraense desembarcavam do vapor e vinham diretamente ao Santurio do Senhor dos Passos, a fim de se paramentarem. Depois, ento, que se dirigiam aos cerimoniais de posse na Catedral. Sendo propriedade particular, s abre ao pblico uma vez por ano, no domingo da Pscoa, quando chega a grande procisso de Nosso Senhor dos Passos, onde realizado o quinto passo. Igreja de Nossa Senhora do Rosrio dos Homens Pretos da Campina Localiza-se no bairro da Campina. Sua primeira construo, feita de taipa-de-pilo, data do final do sculo XVII. Mas em meados do sculo XVIII, com a chegada do arquiteto Antnio Landi que a igreja se tornou um Templo, pois alm de fazer a planta, ele contribuiu financeiramente para as obras. Ao descrever essa igreja, Ernesto Cruz lembra que nela so vistos restos da influncia colonial: as urupemas das janelas, as lajotas de barro vermelho que formam o piso dos corredores laterais e os altares por mos hbeis. Entre as obras de arte ali existente, salienta-se uma grande tela representando a Virgem Maria, que pode ser vista no batistrio. E tambm os ricos castiais e lanternas de prata macias, tudo fruto de quase duzentos anos de trabalho dos humildes escravos da Belm Colonial e Imperial. Entre as pessoas sepultadas naquela igreja, est o lder cabano Antnio Vinagre, morto na tarde de 14 de agosto de 1835, no Largo das Mercs, quando os revolucionrios, pela segunda vez, invadiram a capital paraense. Igreja e Convento de Santo Antnio O incio das obras do convento de Santo Antnio data do ano de 1626, sob a responsabilidade dos capuchos da Provncia de Santo Antnio. Por sinal, os primeiros religiosos que vieram ao Par. E, pela ordem cronolgica de construo, o segundo convento a ser erguido em Belm (o primeiro foi o do Carmo). Em 1736, estando o edifcio original arruinado, um novo convento e uma nova igreja comearam a ser levantado. A 13 de junho de 1743 foram festivamente inaugurados.

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Naquele tempo, as guas da baia do Guajar iam at as paredes do convento. Para proteg-las, os capuchos comearam a construir um cais de proteo, somente concludo em 1782, j pelo Senado da Cmara de Belm, que o prolongou at uma rampa que era conhecida por Sacramenta. Aps a Cabanagem, o governo instalou no antigo convento uma escola de ensino misto. No mesmo perodo ali tambm funcionou uma escola gratuita de gramtica latina, dirigida pelo frei Antnio de Santa Teresa. Depois serviu como quartel da polcia (1846). Anos depois, o Seminrio Pequeno de Belm. Por fim, um Asilo de rfs Desvalidas, mantido pelo governo e entregue direo das irms Dorotias, em 1878. E o Asilo de Santo Antnio transformou-se, nos tempos modernos, no tradicional colgio de mesmo nome. Diz-nos Ernesto Cruz que a Igreja ornada de azulejos que datam do sculo XVIII. Na capela-mor no corredor e na sacristia podem ser vistas e admiradas as artsticas faianas, to antigas como as do convento de So Francisco, da Baia. Tambm as paredes da torre so em parte ataviadas de azulejos. No existe, contudo, indicao que esclarea o autor da pintura das louas e da olaria onde foram fabricadas. Muito bonito tambm o forro da sacristia, pintado em 1774. Encontra-se perfeitamente conservado, como um testemunho vivo do bom gosto dos artistas do passado. Igreja de Nossa Senhora de Nazar A primitiva capela de Nossa Senhora de Nazar foi levantada por Agostinho Antnio em louvor Virgem. Em 1799, o governador D. Francisco de Souza Coutinho, devoto da Virgem e criador do Crio em 1793, determinaram, que nova ermida fosse ali construda, de pedra e cal. A 12 de setembro de 1852 era solenemente lanada a pedra fundamental da 3 igreja. O autor da planta foi Jos Joaquim da Cunha. Por fim, em 1909 (na fase urea da borracha), teve incio a construo do 4 templo, muito belo, suntuoso, como o vemos nos dias de hoje, onde abriga a imagem da santa que foi encontrada pelo caboclo paraense Plcido de Souza. Autorizou a obra o visitador dos Barnabitas, padre Loniz Zota. Em 1923 era a igreja elevada categoria de Baslica (decreto da Santa S de 19 de julho, assinado pelo secretrio do Vaticano padre Card Gasparri). O projeto original pertence ao arquiteto Gino Coppode e ao engenheiro Pedrasso, ambos italianos, e foi inspirado na Baslica de So Paulo, em Roma. A fachada possui uma arquitetura ecltica, mas no foge s linhas clssicas - Romanas. O interior todo de mrmore carrara e ouro, exceto o forro, em madeira de lei paraense. Em suas colunas internas, granito rosa importado de Baveno, Itlia. No altar-mor, um nincho rodeado de anjos de mrmore para guardar a imagem original da Virgem de Nazar. Mas suas torres laterais esto os mais famosos carrilhes eletrnicos do Brasil. Possui 53 vitrais coloridos que retratam passagens bblicas. Foi tombada pelo patrimnio Histrico e Cultural, em 1992. Igreja da Santssima Trindade O portugus Jos Antnio Abranches, que morava perto da Aldeia (atual rua Bailique), no muito distante da Estrada das Mongubeiras (Almirante Tamandar), era fervoroso devoto da Santssima Trindade. E idealizou construir uma igreja. Para isso encaminhou um requerimento ao Senado da Cmara solicitando a doao de um terreno, no que foi atendido. A rea doada localizava-se na parte da cidade outrora encharcada pelas guas do igarap do Piri que tinha sido aterrada. A construo da igreja teve incio em 1802. O seu idealizador morreu, mas seus irmos levaram a obra avante. Em 1841 era aberta ao culto, com o altar-mor e quatro arcos nas paredes laterais, indicando os lugares em que, no futuro, se deveria edificar mais quatro altares. Elevada categoria de freguesia em 1840, trs anos aps reabria, melhorada interna e externamente. Em 1894, estando o prdio bastante arruinado, foi fechado ao culto. A 14 de outubro do mesmo ano ocorreu o ato solene da bno e colocao da primeira pedra da capela-mor, feita pelo monsenhor Jos Gregrio Coelho. Sucedeu-o na direo da parquia e no desvelo para com a construo da nova igreja o monsenhor Hermenegildo Perdigo e o padre Miguel Incio. A construo foi dada como concludo em 1942. O monsenhor Antnio Cunha fez a bno solene do templo e das imagens.

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1.3.2 Palcios Palcio Arquiepiscopal Localizado na Praa Frei Caetano Brando, na Cidade Velha, constitua-se uma construo que foi iniciada pelos jesutas e que ficou inacabada com a sua expulso do Brasil em 1760. Hoje, como patrimnio tombado pelo Governo Federal, integra, juntamente com a Igreja de Santo Alexandre, o museu de Arte Sacra (MAS), nico da Regio Norte do pas. Palcio Lauro Sodr Localizado na Praa D. Pedro II, na Cidade Velha, obra do arquiteto Antnio Landi e data de 1771, um dos mais belos do Brasil colnia e foi construdo na era Pombalina. A construo o projeto mais importante de Landi na regio e introduz o estilo neoclssico no Brasil. uma verso portuguesa dos temas neo-paladianos da Itlia. Por muito tempo foi o local de despacho dos governadores do Estado. No final do Sculo XIX, no perodo ureo da borracha, o prdio sofreu vrias adaptaes em sua fachada e estrutura interna, tendo sido restaurado pela primeira vez nos anos de 1973/74, quando ainda abrigava a sede do Governo do Estado do Par. No incio da dcada de 90, foi reformado e transformado em museu do Estado. Palcio Antnio Lemos Localizado na Praa D. Pedro II, apresenta estilo Imperial Brasileiro com caractersticas do Neoclssico europeu e um exemplar da arquitetura da segunda metade do sculo XIX, quando a Amaznia experimentou um desenvolvimento econmico com base na comercializao da borracha. Projeto e execuo de Jos Coelho da Gama Abreu - o Baro de Maraj -, iniciado em 1850 e inaugurado em 1883. Para funcionar como sede da Intendncia municipal, foi batizado Pao Municipal, sendo que o povo preferiu cham-lo de Palacete Azul, devido cor de suas paredes. Passou por vrias reformas ao longo de sua histria. Em 1953, recebeu o nome de Palcio Antnio Lemos em homenagem ao grande intendente Antnio Lemos. Hoje, o palcio abriga o gabinete do Prefeito e o museu de Arte de Belm (MABE). Palacete Bolonha Todo construdo com material importado da Europa no incio do sculo XX (1905), pelo arquiteto Francisco Bolonha. um dos mais belos exemplares do Art Nouveau em Belm, um estilo caracterstico da poca do ciclo da borracha. Esse atraente prdio tambm uma bela declarao de amor, j que foi construdo por Bolonha para presentear sua esposa, a pianista carioca Alice Tem-Brink. Alm do casal, o palacete foi residncia de gente de expresso na histria da capital paraense e funcionou, inclusive, como sede da Prefeitura de Belm. Faz parte de um conjunto arquitetnico que inclu uma vila de casas, construda nos fundos da casa para os empregados, seguindo o mesmo estilo do palacete. Foi tombado pelo Patrimnio Histrico. Palacete Pinho Construo datada de 1897, no estilo europeu conhecido como Belle poque. O projeto leva a assinatura do arquiteto Camilo de Amorim. 1.3.3 Construes Histricas Engenho do Murucutu Construdo no sculo XVIII, hoje em terras da EMPRAPA (CPATU), tambm so importante registro do passado de Belm. Segundo o historiador Ernesto Cruz, um inventrio do ano de 1840 revelou a composio da propriedade: casa de vivenda, capela, casa de engenho, rancho dos pretos, uma roda dgua, moendas de ferro, bateles, canoas. A capela foi erguida em 1711, pelos frades Carmelitas, sob o orago de Nossa Senhora da Conceio. Na segunda metade do sculo XVIII o arquiteto Antnio Landi reformou-a. O engenho, movido a vapor, produzia cachaa e acar. A fora utilizada pela serraria provinha de uma roda dgua. O igarap Murucutu, que desembocava no Rio Guam, chegando18

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s proximidades da casa-grande, servia de caminho para a movimentao humana, de mercadorias, de produtos da mata e da indstria, entre o engenho e Belm. Segundo a historiadora portuguesa, Isabel Mendona, em 1756 Antnio Landi compra o Engenho do Murucutu e monta uma olaria que abastece Belm de tijolos e telhas. Atualmente encontra-se em runas, mas est sendo restaurado. Instituto de Artes do Par - IAP O prdio que abriga o IAP data de 1889 e serviu de cenrio para Adeso do Par Repblica. Alias, o fato histrico se deu no interior do prdio, cujas primeiras instalaes foram construdas na segunda metade do sculo XX. A imponente construo serviu durante muito tempo como quartel do Batalho de Infantaria do Exrcito. Tombado pelo Patrimnio Histrico Nacional, foram feitas algumas adaptaes, mas sempre preservando as linhas originais. A atual configurao arquitetnica do prdio principal foi obtida atravs de obras realizadas, provavelmente na dcada de 20 do sculo XX, quando no local funcionava o 26 Batalho de Caadores. Na poca da adeso Repblica, l funcionava o 15 Batalho de Caadores, sob o comando do major Joo Maciel da Costa e, alm da adeso, no seu interior foi organizada a Junta Governativa para assumi