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  UNIDADE 05 Distribuição de Probabilidade 

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UNIDADE 05Distribuição de

Probabilidade

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SUMÁRIO

1. Introdução ............................................................................................................................. 3 2. Variável aleatória .................................................................................................................. 3

2.1 Definição e classificação ............................................................................................... 3 2.2 Distribuição de probabilidade (caso discreto) ............................................................... 4 2.3 Valor esperado e variância e suas propriedades. ......................................................... 6

3. Distribuição de probabilidade - Variáveis discretas .............................................................. 9 3.1 Distribuição de Bernoulli .............................................................................................. 10 3.2 Distribuição Binomial ................................................................................................... 11 3.3 Distribuição de Poisson ............................................................................................... 18

4. Distribuição de probabilidade – Variável contínua ............................................................. 23 4.1 Distribuição Uniforme .................................................................................................. 27 4.2 Distribuição Normal ..................................................................................................... 30 4.3 Aproximação Normal ................................................................................................... 39

4.3.1 Aproximação Normal para Binomial .................................................................... 39 4.3.2 Aproximação Normal para Poisson ..................................................................... 41 4.3.3 Aproximação Normal com correção de continuidade ......................................... 42

5 Exercícios resolvidos ...................................................................................................... 43 6 Exercícios propostos ...................................................................................................... 50 7 Bibliografia ...................................................................................................................... 53

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Estatística Básica − 3 − prof. José Aguinaldo

1. Introdução

No estudo sobre probabilidades, iniciamos com o conceito de experimento aleatório e espaço

amostral. O espaço amostral, como foi visto, consiste de todos os resultados possíveis de umexperimento aleatório. No caso de lançar uma moeda duas vezes, o espaço amostral seriaKK, KC, CK, CC com K indicando cara e C indicando coroa.

Em vez de trabalhar com o espaço amostral KK, KC, CK, CC podemos definir uma variável denosso interesse e associar cada resultado dessa variável à um resultado do espaço amostral.Esta variável é denominada de variável aleatória e o conjunto formado pelos valores destavariável e suas respectivas probabilidades é denominado de distribuição de probabilidade .

2. Variável aleatória

2.1 Definição e classificação

A variável aleatória é uma função que associa um valor numérico do conjunto de números reais(ℜ) à cada ponto do espaço amostral (Ω). De uma forma menos formal, podemos dizer que avariável aleatória é uma variável quantitativa, cujo resultado (valor) depende do acaso (fatoresaleatórios).

Variável aleatóriaA variável aleatória é uma função que associa um número do conjunto de números reais (ℜℜℜℜ) àcada resultado do espaço amostral (ΩΩΩΩ).

Portanto, a variável aleatória é uma variável quantitativa, cujo resultado depende de fatoresaleatórios. O fator aleatório usado aqui é para explicar que não podemos antecipar exatamenteo resultado que irá sair, pois isso dependerá do acaso.

Classificação do tipo das variáveis aleatórias

Uma variável aleatória pode ser classificada em discreta ou contínua e é comum denota-lapelas letras latinas maiúsculas X, Y, Z, etc e os valores observados pelas letras minúsculas x,y, z, etc

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Estatística Básica − 4 − prof. José Aguinaldo

VARIÁVEL ALEATÓRIA

DISCRETA CONTÍNUA

Os possíveis resultados estão contidos em umconjunto finito ou contável de resultados. Osvalores vêm de uma CONTAGEM.

Os possíveis valores estão contidos em umconjunto infinito ou incontável de resultados.Os valores vêm de uma MENSURaÇÃO

X = “número de filhos por família ”x = 0, 1, 2, ...

X = “tempo de vida de lâmpadas ”x ∈ [0 ; ∞ )

Y = “número de peças com defeitos em uma caixa com 20 peças ”

y = 0, 1, 2, ... 20

Y = “tempo diário de uso do computador ”y ∈ [0 ; 24]

2.2 Distribuição de probabilidade (caso discreto)

Conhecer quais os resultados possíveis de uma variável aleatória não é suficiente, tambémdevemos saber qual é a probabilidade de cada resultado ocorrer. O conjunto formado pelosresultados da variável X e suas respectivas probabilidades é denominado de distribuição de probabilidade . A distribuição de probabilidade nos permite verificar a “forma” como os valoresestão distribuídos (quais os mais comuns e os menos comuns). O gráfico abaixo mostra adistribuição de probabilidade para a variável aleatória X = “número de e-mails que chegam durante uma hora ”. Pelo gráfico, nota-se que é mais provável chegar 2 ou 3 e-mails em umahora do que chegar 8 e-mails.

876543210

0,25

0,20

0,15

0,10

0,05

0,00

Número de e-mails

P r o b a b i l i d a d e

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Estatística Básica − 5 − prof. José Aguinaldo

EXEMPLO 01 - Uma moeda honesta é lançada duas vezes para cima de formaindependente. Construa a distribuição de probabilidade da variável X = “número de caras ”.

Solução ---------------------------------------------------------------------------------------------

A coluna 1 da tabela abaixo lista o espaço amostral, a coluna 2 lista os resultados possíveis davariável X e a coluna 3 mostra a probabilidade de ocorrer cada resultado.

Espaço amostralΩΩΩΩ

x Probabilidade

KK 2 P(KK) = P(K)⋅P(K) = 0,50⋅0,50 = 0,25KC 1 P(KC) = P(K)⋅P(C) = 0,50⋅0,50 = 0,25CK 1 P(CK) = P(C)⋅P(K) = 0,50⋅0,50 = 0,25CC 0 P(CC) = P(C)⋅P(C) = 0,50⋅0,50 = 0,25

Resumindo a tabela acima temos a seguinte distribuição de probabilidade de X:

Na distribuição de probabilidade, a correspondência entre os valores da variável aleatória X eas respectivas probabilidades é definida pela função de probabilidade

1 que representamos por:

f(x) = P(x) = P(X = x)

onde f(x) = probabilidade de a variável X assumir o valor x

Característica da função de probabilidade f(x)

Uma função de probabilidade deve satisfazer:

i) f(xi) ≥ 0 A função f(x) é não-negativa

ii) 1)( =∑i

i x f A soma das probabilidades deve ser igual a 1.

É bom destacar que a distribuição de probabilidade é uma distribuição teórica , pois reflete oque teoricamente esperamos da variável aleatória e não os valores de fato observados no dia-a-dia. Para ilustrar o que foi dita aqui, o gráfico abaixo mostra os resultados observados,quando 15 pessoas lançaram a moeda duas vezes para cima. Note que as proporções

1 A função f(x) é denominada de função probabilidade , quando a variável for discreta. Caso avariável seja contínua, a função f(x) é denominada de função densidade de probabilidade .

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Estatística Básica − 6 − prof. José Aguinaldo

observadas de caras não são exatamente iguais às probabilidades que esperamosteoricamente, mas as diferenças são pequenas.

210

10

8

6

4

2

0

Número de cara s

F r e q u ê n c i a

4 (27%)

9 (60%)

2 (13%)

EXEMPLO 02 - A tabela abaixo caracteriza uma distribuição de probabilidade? Justifique.

x 0 1 2 3

P(x) 0,25 0,50 0,25 0,25

2.3 Valor esperado e variância e suas propriedades.

Da mesma forma que sintetizamos os dados de uma amostra calculando a média, mediana,variância, desvio-padrão, quartil etc, também podemos sintetizar uma distribuição deprobabilidade calculando essas mesmas medidas descritivas.

Suponha que a variável aleatória discreta X pode assumir os valores N x x x ,,, 21 L com asrespectivas probabilidades de ocorrência )(,),(),( 21 N x f x f x f L . Então:

• O valor esperado (ou valor médio ) da variável X é:

∑=µ= )()( ii x f x X E

• A variância da variável X é:

( )∑ µ−=σ= )()(22

ii x f x X Var ou

222)()( µ−=σ= ∑ ii x f x X Var (fórmula alternativa)

• O desvio-padrão da variável X é:

)()( X Var X dp =σ=

Onde)()()()( 2211 N N ii x f x x f x x f x x f x +++=∑ L

( ) ( ) ( ) ( ) )()()()(2

22

212

12

N N ii x f x x f x x f x x f x µ−++µ−+µ−=µ−∑ L

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Estatística Básica − 7 − prof. José Aguinaldo

)()()()(2

2221

21

2 N N ii x f x x f x x f x x f x +++=∑ L Propriedades do valor esperado E(X) e

variância Var(X)

Sejam ‘a’ e ‘b’ duas constantes, então:

Valor Esperado Variância

bb E =)(

b X aE baX E ±=± )()(

)()()( Y E X E Y X E ±=±

0)( =bVar

)()( 2 X Var abaX Var =±

Var(Y)Var(X))( +=±Y X Var se X, Y são independentes2

EXEMPLO 03 - Com dados do último CENSO, a assistente social de um Centro de Saúdeconstatou que 20% das famílias de uma região não tinham filhos, 25% tinham apenas um filho,30% dois, 15% três, 5% quatro e 5% cinco filhos. Considerando a variável X = “número de filhos por família ”

x 0 1 2 3 4 5f(x) 0,20 0,25 0,30 0,15 0,05 0,05

Pede-se:a) A probabilidade de uma família tenha mais de dois filhos;b) A probabilidade de uma família tenha pelo menos um filho;c) P(X ≤ 1); P(1 ≤ X ≤ 3); P(X > 5)d) Determine o valor esperado de filhos (ou seja, o número médio de filhos)e) Determine o desvio-padrão de X.

Solução ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

a) P(“família ter mais de dois filhos”) = P(X > 2) = f(3) + f(4) + f(5) = 0,25 (ou 25%)

b)c)

d) Valor Esperado 05,0505,0415,0330,0225,0120,00)x(f x

i

ii ⋅+⋅+⋅+⋅+⋅+⋅==µ ∑ = 1,75 filho

O número médio do número de filhos por família é de 1,75 filhos (quase dois filhos)

e) Desvio-padrão da variável X

Primeiro vamos calcular a variância de X

( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) 05,075,1505,075,1415,075,1330,075,1225,075,1120,075,10

)()(

222222

22

−+−+−+−+−+−=

µ−=σ

∑i

i

i x f x

= 0,6125 + 0,14063 + 0,01875 + 0,23438 + 0,25313 + 0,52813

= 1,788 filho2 (lembre-se, a unidade da variância é sempre ao quadrado)

Agora vamos calcular o desvio-padrão da variável X

788,1==σ variância = 1,34 filho

2 Se X e Y não forem independentes, então Var(X ± Y) = Var(X) + Var(Y) ± 2⋅Cov(X,Y), onde Cov(X,Y)é a covariância entre X e Y.

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Estatística Básica − 8 − prof. José Aguinaldo

CÁLCULO ALTERNATIVO

De forma alternativa, podemos calcular o valor esperado e a variância usando uma tabela noEXEMPLO 3.

x f(x) x⋅⋅⋅⋅f(x) x2.f(x)0 0,20 0,00 0,001 0,25 0,25 0,252 0,30 0,60 1,203 0,15 0,45 1,354 0,05 0,20 0,805 0,05 0,25 1,25

Total 1 1,75 4,85

• Valor esperado: ∑=µi

ii x f x )( = 1,75 filho

• Variância: 2

1

22 )( µ−=σ ∑=

N

i

ii x f x = 4,85 – (1,75)2 = 1,788 (filhos)2

• Desvio-padrão: 788,1==σ variância = 1,34 filho

EXEMPLO 04 - Sabendo que E(X) = 10 e Var(X) = 5 e usando as propriedades do valor esperado e variância para calcular E(Y), Var(Y) e dp(Y) nas situações abaixo:

a) Y = 3X + 20

b) Y = 5⋅(X – 4) + 20.c) Y = 5⋅(X – 1/5) + 2X + 10d) Y = 5⋅(2 – X) – 4.

Solução ------------------------------ -----------------------------------------------------------------------------------

a) Y = 3X + 20

E(Y) 20)X(E3)20(E)X3(E)20X3(E +⋅=+=+= 5020103 =+⋅=

Var(Y) 45590)X(Var3)20(Var)X3(Var)20X3(Var 2 =⋅=+⋅=+=+=

dp(X) 71,645 ==

Agora resolvam a ‘ b’, ‘c’, e ‘d’

EXEMPLO 05 - Uma peça deverá ser embalada em uma caixa. A peça tem peso médio de25 kg e desvio-padrão de 3 kg e a caixa tem peso médio de 2 kg e desvio-padrão de 1 kg. Qualserá a média e o desvio-padrão da peça embalada?

OBS:Para x = 2 e f(x) = 0,30 temos:x⋅f(x) = 2⋅ 0,30 = 0,60 ex2.f(x) = 22⋅0,30 = 1,20

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Estatística Básica − 9 − prof. José Aguinaldo

EXEMPLO 06 - Você tem a sua disposição três investimentos (A, B, C). A tabela a seguirmostra o retorno anual (para cada 1000 dólares investidos) de cada um desses investimentossob condições econômicas distintas, bem como a probabilidade de que cada uma dessascondições econômicas venha a ocorrer.

Retorno em dólares para cada 1000 dólares investidos em cada situação econômicaSituaçãoeconômica

Probabilidade InvestimentoA

InvestimentoB

InvestimentoC

Recessão 0,20 -30 0 -30

Estagnação 0,50 40 52 76

Crescimento 0,30 60 20 0

a) Qual dos três investimentos você escolheria aplicar? Baseie sua resposta no valoresperado dos investimentos.

b) Qual dos três investimentos é o de menor risco? Em investimentos, sabe-se quequanto maior a variabilidade, maior será o risco do investimento.

3. Distribuição de probabilidade - Variáveis discretas

No estudo de um problema real do dia-a-dia, freqüentemente deparamos com situação ondedevemos tomar alguma decisão com o auxilio das probabilidades. Por exemplo, no estudo dodimensionamento de um estacionamento, o número de carros que entram no estacionamentopor hora é uma variável de interesse e o conhecimento da distribuição de probabilidade dessavariável seria de grande auxílio.

O comportamento da variável de interesse pode ser descrito por uma expressão matemática,denominada de modelo probabilístico , que associa as probabilidades à cada valor da variável

em estudo, permitindo assim, obter a sua distribuição de probabilidade. Com os modelosprobabilísticos podemos calcular a probabilidade de um resultado acontecer sem ter quecoletar previamente os dados.

Há uma variedade de modelos probabilísticos, tanto para as variáveis aleatórias discretas,quanto para as variáveis aleatórias contínuas. Alguns desses modelos probabilísticos estãocitados logo abaixo:

Modelos para variável discretas Modelos para variáveis contínuas

Distribuição de Bernoulli;

Distribuição Binomial;

Distribuição de Poisson;

Distribuição Geométrica;

Distribuição Hipergeométrica, etc.

Distribuição Uniforme;

Distribuição Normal;

Distribuição Exponencial;

Distribuição Lognormal;

Distribuição Qui-quadrado, etc.

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3.1 Distribuição de Bernoulli

A distribuição de Bernoulli é o modelo mais simples para variável discreta e dele são originadosoutros modelos probabilísticos para variável discreta. O modelo é indicado para situações emque observamos ou não alguma característica de nosso interesse. Por exemplo:

• Lançar uma moeda: Sair cara ou não;• Selecionar uma peça de um lote: É defeituosa ou não;

• Selecionar um aluno: Foi reprovado em matemática ou não;

• Tem computador em casa: Sim ou não;

• Paciente que fez cirurgia de alto risco: Sobreviveu ou não.

Os experimentos acima são denominados de Experimentos de Bernoulli .

Experimentos de Bernoulli – Experimento simples, onde somente dois resultados são possíveis(sucesso ou fracasso).

A probabilidade de ocorrer um sucesso é denotada por p e a probabilidade de ocorrer umfracasso é denotada por q. Então,

P(ocorrer sucesso ) = P(S) = p P(ocorrer fracasso ) = P(F) = q = 1 − p

Numa linha de produção, onde 40% das peças são defeituosas, uma peça é selecionada.Sucesso (S) = Peça com defeito p = P(sucesso) = 0,40Fracasso (F) = Peça não está com defeito q = P(Fracasso) = 0,60

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Estatística Básica − 11 − prof. José Aguinaldo

3.2 Distribuição Binomial

A distribuição Binomial (ou modelo Binomial) é uma generalização da distribuição de Bernoulli.Com a distribuição Binomial podemos, por exemplo, calcular:

• a probabilidade de sair menos de 4 caras em 15 lançamentos de uma moeda honesta.• a probabilidade de sair no máximo 3 peças com defeitos em um lote com 20 peças

Dstribuição Binomial

Quando são realizadas n ensaios independentes de Bernoulli e o nosso interesse recai sobre avariável X = “Número de sucessos nos n ensaios”, então a função probabilidade de X é dadapor:

xn xq p

x

n x f

−⋅⋅

=)( com x = 0, 1, ..., n

Valor esperado e Variância: pn ⋅==µ E(X) q pn ⋅⋅==σ Var(X)2

Para representar uma variável x com distribuição Binomial com n tentativas e probabilidade desucesso p usamos a seguinte notação:

X ~ Binomial(n; p).

onde• n = número de ensaios (tentativas ou realizações) independentes;• x = o número de sucessos nos n ensaios;• p e q = probabilidade de sucesso e fracasso (constante em cada ensaio);

• !)!(

!

x xn

n

x

n

⋅−=

• n! = n⋅(n-1)⋅(n-2)⋅…⋅1 (lê-se n fatorial)

EXEMPLO 07 - Resolva os fatoriais e a combinação a seguir

a) 5!b) 0!

c)!38

!40

d)

=

8

50508C

Solução -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

a) 12012345!5 =⋅⋅⋅⋅= 5! (lê-se 5 fatorial)

b) 1 !0 = (por definição)

c) 15603940!38

!383940

!38

!40 =⋅=

⋅⋅=

d) =⋅⋅

=⋅⋅⋅⋅⋅⋅

=⋅

=−

=

6

484950

!47)123(

!47484950

!47!3

!50

)!350(!3

!50

3

5019600

é o número de ocorrências de x sucessos em n ensaios. Isto é, umacombinação de x sucessos em n tentativas.

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Estatística Básica − 12 − prof. José Aguinaldo

Critérios para saber se a distribuição Binomial é adequada

i) Os n ensaios são independentes. Ou seja, o resultado de um ensaio não tem efeito noresultado do outro.

ii) Cada tentativa tem apenas dois resultados, denotados por sucesso (S) ou fracasso (F).iii) A probabilidade p de sucesso permanece constante em todas as tentativas.

Para entender os critérios acima, veja o exemplo de selecionar uma amostra de 4 peças deuma caixa com 20 peças, onde há 8 peças com defeito. Será que podemos usar a distribuiçãoBinomial para a variável X = “número de peças com defeito na amos tra”?

Caso a retirada fosse feita com reposição, a probabilidade de a peça ser defeituosa seriasempre a mesma em cada retirada (p = 8/20 = 0,40), portanto, neste caso, podemos usar adistribuição Binomial. Por outro lado, se a retirada for feita sem reposição, a probabilidade seriadiferente em cada retirada, já que o total de peças na caixa não seria o mesmo em cadaretirada. Neste caso, portanto, não poderíamos usar a distribuição Binomial.

EXEMPLO 08 - Em cada situação abaixo, identifique o número de ensaios, o sucesso e a

probabilidade de sucesso e de fracasso.i) Sabe-se que 40% dos clientes que entram em uma loja fazem algum tipo de compras.

Considerando os próximos 10 clientes que entram na loja, qual a probabilidade dequatro o mais clientes realizarem alguma compra?

ii) A probabilidade de uma peça ser fabricada com defeito é 0,05. Um grande lote compeças será rejeitado se uma amostra de 20 peças apresentarem três ou mais peçasdefeituosas, qual a probabilidade do lote ser rejeitado?

iii) Sabe-se que 10% dos que reservam lugar em um vôo desistem do embarque. Se 120clientes reservaram o vôo, qual a probabilidade de quatro ou mais clientes realizaremalguma compra?

Solução -----------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Situação Ensaio Sucesso p q

i) n = 10 clientes Cliente realizar compras 0,40 0,60

ii) n = 20 peças A peça está com defeito 0,05 0,95

iii) n = 120 clientes Cliente desistir do embarque 0,10 0,90

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Estatística Básica − 13 − prof. José Aguinaldo

EXEMPLO 09 - Uma máquina desajustada produz 40% de peças com defeito. Supondo que4 peças foram selecionadas aleatoriamente das peças produzidas durante um dia de produção,determine a probabilidade de:

a) Determine a probabilidade de exatamente três peças ser defeituosas

b) Determine a probabilidade de uma a três peças serem defeituosasc) Determine a probabilidade de pelo menos uma peça ser defeituosa.d) Qual o número médio de peças com defeito na amostra?e) Qual é o desvio-padrão do número de peças com defeito?f) Mostre a distribuição de probabilidade da variável X (ou seja, mostre uma tabela com

os valores possíveis de X e suas respectivas probabilidades)g) Determine a probabilidade de no máximo uma peça não ser defeituosa.h) Liste todos os resultados possíveis onde aparecem 3 peças com defeitos, calcule a

probabilidade de cada resultado, some-os e veja se o resultado coincidiu com oresultado obtido na letra “a”.

Solução -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

X = “número de peças com defeitos ” segue distribuição Binomial com n = 4 e p = 0,40

A função probabilidade de X é

x x x x

x x x x f

4460,040,0

)!4(!

!460,040,0

4)( −− ⋅

−⋅=⋅⋅

=

→ Veja que foram selecionadas 4 peças (n = 4) ao acaso, sendo que cada peça ou está comdefeito (sucesso ) ou não (fracasso) e a probabilidade de a peça estar com defeito ésempre igual a 0,40 (p = 0,40) para cada peça. Por isto, o distribuição Binomial éadequado neste problema.

a) P(“três peças serem defeituosas ”) = 343 60,040,0)!34(!3

!4)3( −⋅⋅−⋅

= f

60,0064,016

2460,040,0

!1!3

!4 13 ⋅⋅⋅

=⋅⋅⋅

=

60,0064,04 ∗∗= %)36,15 ( 1536,00864,04 ou=∗=

15,36% das vezes em uma amostra de 4 peças, trêsdelas estarão com defeito.

b) P(“de uma a três peças serem defeituosas ”) = P(1 ≤ X ≤ 3) = f(1) + f(2) + f(3)= 0,3456 + 0,3456 + 0,1536= 0,8448 (ou 84,48%)

141 60,040,0)!14(!1

!4)1(

−⋅⋅−⋅

= f = 31 60,040,0!3!1

!4⋅⋅

⋅= 4∗0,064∗0,60 = 0,3456

242 60,040,0)!24(!2

!4)2(

−⋅⋅−⋅

= f = 22 60,040,0!2!2

!4⋅⋅

⋅= 6∗0,16∗0,36 = 0,3456

343 60,040,0)!34(!3

!4)3(

−⋅⋅−⋅

= f = 13 60,040,0!3!1

!4⋅⋅

⋅= 4∗0,064∗0,60 = 0,1536

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Estatística Básica − 14 − prof. José Aguinaldo

c) P(“pelo menos uma peça defeituosa ”) = P(X ≥ 1) = f(1) + f(2) + f(3) + f(4)

= 0,3456 + 0,3456 + 0,1536 + 0,0256

= 0,8704 (ou 87,04%)

As probabilidades f(1), f(2) e f(3) foram obtidas na letra ‘b’

444 60,040,0)!44(!4

!4)4( −⋅⋅

−⋅= f = 04 60,040,0

!0!4

!4⋅⋅

⋅= = 1∗0,0256∗1 = 0,0256

ATENÇÃO: O mesmo resultado acima poderia ter sido obtido se aplicar a regra do “pelo menos um ...” que vimos na unidade anterior.

P(“pelo menos um ...”) = 1 – P(“nenhum ...”)

P(“pelo menos uma peça defeituosa ”) = 1 – P(“nenhuma peça estar defeituosa ”)

= 1 – f(0)

= 1 – 0,1296 = 0,8704 (ou 87,04%)

040 60,040,0)!04(!0

!4)0(

−⋅⋅−⋅

= f = 40 60,040,0!4!0

!4⋅⋅

⋅= = 1∗1∗0,1296 = 0,1296

Resultados interessantes (usando a regra do complemento)P(X ≥≥≥≥ a) = 1 – P(X < a) P(X > a) = 1 – P(X ≤ a)

d) Número médio (ou número esperado) de peças com defeito E(X) = µ = n∗pµ = n∗p = 4∗0,40 = 1,6 peça (quase duas) com defeito em média

e) Desvio-padrão do número de peças com defeito )( X Var =σ

)( X Var =σ = 98,060,040,04 =∗∗=∗∗ q pn peça com defeito

f) Distribuição de probabilidade da variável X

x 0 1 2 3 4f(x) 0,1296 0,3456 0,3456 0,1536 0,0256

f(0) obtido da letra ‘c’ f(1), f(2), f(3) e f(4) foram obtidos da letra ‘b’

43210

0,35

0,30

0,25

0,20

0,15

0,10

0,05

0,00

x

f ( x )

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Estatística Básica − 15 − prof. José Aguinaldo

g) P(“de no máximo uma peça não ser defeituosa ”) = ?

Veja que agora estamos trabalhando com número de peça não defeituosas. Até agoratrabalhamos com o número de peças defeituosas, por isto usamos a probabilidade desucesso igual a p = 0,40. No entanto, para resolver a letra ‘g’ temos que usar comoprobabilidade de sucesso o valor p = 0,60, que é a probabilidade de a peça não ser

defeituosa3

.

P(“de no máximo uma peça não ser defeituosa ”) = P(X ≤ 1) = f(0) + f(1)

= 0,0256 + 0,1536

= 0,1792 (ou 17,92%)

040 40,060,0)!04(!0

!4)0(

−⋅⋅−⋅

= f = 40 40,060,0!4!0

!4⋅⋅

⋅= 1∗1∗0,16 = 0,0256

141 40,060,0)!14(!1

!4)1(

−⋅⋅−⋅

= f = 31 40,060,0!3!1

!4⋅⋅

⋅= 4∗0,60∗0,064 = 0,1536

h) Aparecer 3 peças com defeito em 4 peçasVamos chamar de S = sucesso = “peça defeituosa” F = fracasso = “peça não defeituosa”

Diferentes formasde aparecer três

peças defeituosasProbabilidade Cálculos

FSSSP(FSSS) =

0,40∗0,603 =0,0864

P(FSSS) = P (F)P(S)P(S)P(S) =0,40∗0,60∗0,60∗0,60

SFSSP(SFSS) =0,40∗0,603 =

0,0864

P(SFSS) = P (S)P(F)P(S)P(S) =0,60∗0,40∗0,60∗0,60

SSFSP(SSFS) =0,40∗0,603 =

0,0864

P(SSFS) = P (S)P(S)P(F)P(S) =0,60∗0,60∗0,40∗0,60

SSSFP(SSSF) =

0,40∗0,603 =0,0864

P(SSSF) = P (S)P(S)P(S)P(F) =0,60∗0,60∗0,60∗0,40

Total 4∗0,0864 = 0,3436 ---

Obs: Assumindo independência entre os eventos, então P(FSSS) = P (F)P(S)P(S)P(S).

A probabilidade de sair 3 peças com defeitos em uma amostra com 4 peças foi 0,3436, omesmo valor obtido na letra ‘a’. Veja que tivemos 4 diferentes formas de sair três peças comdefeitos e cada uma delas a probabilidade foi igual a 0,40∗0,603, então de uma maneira geral,a probabilidade de ocorrer x sucessos é

( ) xn xq p

n

x p−××

=

ensaiosemsucessos

sairdediferentes

formasdeNúmero

sucessos"ocorrer x" com

( )!!

!

ensaiosem sucessos

sairdediferentes

formasdeNúmero

xn x

nC

n

xn x −==

= combinação de n de x em x

3 Para esta letra estamos admitindo que X =”número de peças não defeituosa” segue a distribuição Binomial com n =40 e p =0,60

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Estatística Básica − 16 − prof. José Aguinaldo

EXEMPLO 10 - Um restaurante sabe que 85% dos clientes que reservam mesa realmentecomparecem. O restaurante tem somente 20 lugares, mas acabou aceitando fazer 22 reservas,determine a probabilidade de o cliente que fez reserva aparecer no restaurante e seracomodado em sua mesa.

Solução ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

X = “número de clientes que fizeram reservas comparecerem ” segue distribuição Binomial comn = 22 e p = 0,85, com função probabilidade igual a:

x x x x

x x x x f

222215,085,0

)!22(!

!2215,085,0

2)( −− ⋅

−⋅=⋅⋅

=

→ Veja que o restaurante aceitou fazer 22 reservas (n = 22). Cada cliente que fez reservapode aparecer (sucesso ) ou não e a probabilidade de o cliente aparecer é sempre igual a0,85 (p = 0,85) em cada reserva. Por isto, é que estamos usando a distribuição Binomial .

Os clientes que fizeram reservar serão acomodados em seus lugares se, e somente se,

aparecerem no máximo 20 clientes (se aparecer 21 ou 22 clientes alguém ficará sem lugar norestaurante), então

P(“todos serem acomodados”) = P(X ≤ 20) = f(20) + f(19) + ... + f(0)

Veja que temos que usar 21 vezes a função probabilidade f(x), o que é muito trabalhoso, certo?O que fazer, então?

Usar a regra do complementoP(X ≤ 20) = 1 – P(X > 20) = 1 - [ f(21) + f(22) ]

212221 15,085,0

)!2122(!21

!22)21( −⋅⋅

−⋅

= f = 121 15,085,0

!1!21

!22⋅⋅

= 0,1087

222222 15,085,0)!2222(!22

!22)22(

−⋅⋅−⋅

= f = 022 15,085,0!0!22

!22⋅⋅

⋅= 0,028

P(X ≤ 20) = 1 - [ 0,1087 + 0,028 ] = 1- 0,1367 = 0,8633 (ou 86,33%)

A probabilidade de o cliente que fez reserva aparecer no restaurante e ser acomodado em suamesa é de 0,8633.

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Estatística Básica − 17 − prof. José Aguinaldo

Alguns gráficos da distribuição Binomial

Abaixo, temos alguns gráficos da distribuição Binomial. Observe que em cada gráfico, ashastes estão em torno da média µµµµ = np.

x

P ( x )

1 09876543210

0.30

0.25

0.20

0.15

0.10

0.05

0.00

x

P ( x )

109876543210

0.25

0.20

0.15

0.10

0.05

0.00

x

P ( x )

109876543210

0.30

0.25

0.20

0.15

0.10

0.05

0.00

n = 1 0 p = 0 .2 0 n = 1 0 p = 0 .5 0 n = 1 0 p = 0 .8 0

Usando o Excel

No Excel, a função DISTRBINOM(x; n; p; FALSO) retorna a probabilidade f(x) de ocorrer x sucessos em n provas, enquanto que a função DISTRBINOM(x; n; p; VERDADEIRO) retornaa probabilidade de ocorrer no máximo x sucessos em n provas. Veja abaixo um exemplo ondeforam calculados f(6) e P(X ≤ 6) de uma distribuição Binomial comparâmetros n = 10 e p = 0,40.

= DISTRBINOM(C2; 10; 0,40; FALSO) = DISTRBINOM(C2; 10; 0,40; VERDADEIRO)

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Estatística Básica − 18 − prof. José Aguinaldo

3.3 Distribuição de Poisson

A distribuição de Poisson (ou modelo de Poisson) é uma distribuição útil como modelo teórico

para descrever a probabilidade de ocorrer um número de eventos ao longo de um intervalo detempo (ou de área, ou de volume, ou de cumprimento, etc).

Exemplos de situações, onde o modelo de Poisson é adequado:• Número de chamadas telefônicas por minuto;• Número de carros que chegam ao estacionamento durante uma hora;• Número de pessoas infectadas por unidade de área;• Número de acidentes por dia;

Distribuição de Poisson

Se o número médio de eventos no intervalo é igual a λ, então a variável aleatória X que é igual

ao número de eventos no intervalo tem uma distribuição de Poisson com parâmetro λ. Asprobabilidades são obtidas pelo modelo matemático abaixo:

!)(

x

e x f

x λ−⋅λ= com x = 0, 1, 2 ,...

Valor esperado E(X) e variância Var(X)

E(X) = µ = λλλλ Var(X) = σ2 = λλλλ

Notação: X ~ Poisson(λλλλ) significa que a variável X = “número de x eventos em um intervalo ”segue a distribuição de Poisson com taxa média igual λλλλ

onde

f(x) = P(X = x) é a probabilidade de ocorrer x eventos

λλλλ = taxa média de eventos no intervalo (de tempo, de comprimento, etc) com λ > 0

x = número de ocorrência de eventos no intervalo

e ≈ 2,718282 - é o número neperiano ou número de Euler (pronuncia-se óiler )

x! = x⋅(x-1)⋅(x-2)⋅…⋅2⋅1 - é o x fatorial (ou fatorial de x)

Resultados interessantes (usando a regra do complemento)∗ P(X ≥ a) = 1 – P(X < a)∗ P(X > a) = 1 – P(X ≤ a)∗ P(a ≤ X ≤ b) = P(X ≤ b) - P(X < a)

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Estatística Básica − 19 − prof. José Aguinaldo

EXEMPLO 11 - Os navios chegam a um porto segundo uma distribuição de Poisson commédia de 2 navios por hora. Determine a probabilidade:

a) Chegar exatamente três navios em uma hora;b) Chegar pelo menos um navio em uma hora;c) Chegar exatamente três navios em 30 minutos;d) Chegar pelo menos um navio em duas horas;

Solução: -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

X = “número de navios que chegam ao porto em uma hora ” segue a distribuição de Poissoncom taxa média de λλλλ = 2 navios a cada hora.

Portanto a função probabilidade é:

!

2)(

2

x

e x f

x −⋅= onde x = 0, 1, 2, ...

a) P(“chegar exatamente três navios em uma hora ”) = f(3)

180447,06

135335,08

!3

2)3(

23

=⋅

=⋅

=−

e f (ou 18,05%)

com→ 3! = 3∗2∗1 = 6→ e-2 = (2,718282)-2 = (1 / 2,718282)2 = (0,367879)2 = 0,135335

Resposta: P(“chegar exatamente três navios em uma hora ”) = 0,180518,05% das vezes chegarão exatamente 3 navios em um intervalo de umintervalo de uma hora (Por exemplo, de 8:00 às 9:00 hs, ou 14:30 às 15:30horas, ou 16:15 às 17:15 hs, etc)

b) P(“chegar pelo menos um navio em uma hora”) = P(X ≥ 1)

L+++=≥ )3()2()1()1( f f f X P (veja que não conseguiremos calcular, poisteoricamente vai até infinito). A solução é usar a regra do complemento:

)0(1)1(1)1( f X P X P −=<−=≥ = 1 – 0,135335 = 0,864665 (ou 86,47%)

135335,01

135335,01

!0

2)0(

20

=⋅

=⋅

=−

e f

com→ 0! = 1 (por definição)→ e−2 = (2,718282)−2 = (1 / 2,718282)2 = (0,367879)2 = 0,135335

Resposta: P(“chegar pelo menos um navio em uma hora”) = 0,864786,47% das vezes chegará pelo menos um navio em um intervalo de uma hora

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Estatística Básica − 20 − prof. José Aguinaldo

c) P(“chegar exatamente três navios em 30 minutos ”) = f(3)

Para trabalhar com intervalo de 30 minutos temos que encontrar a taxa média de naviosque chegam durante um intervalo de 30 minutos.

Como sabemos que a taxa média é de dois navios por horas, então em 30 minutos espera-

se que a taxa média seja de 1 navio. Foi usada a regra de três :2 navios --------- 1 horak navios ---------- 0,5 hora ( = 30 minutos)

k = 2∗ 0,5 / 1 = 1 navio

Agora, vamos trabalhar com a taxa média é de λλλλ = 1 navio a cada 30 minutos.

061313,06

367879,01

!3

1)3(

13

=⋅

=⋅

=−

e f (ou 6,13%)

Resposta: P(“chegar exatamente três navios em 30 minutos ”) = 0,06136,13% das vezes chegarão exatamente 3 navios durante um intervalo de 30

minutos.c) P(“chegar pelo menos uma navio em duas horas ”) = P( X ≥ 1)

Para trabalhar com intervalo de 2 horas temos que encontrar a taxa média de navios quechegam durante um intervalo de 2 horas.

Como sabemos que a taxa média é de dois navios por horas, então em duas horas espera-se que a taxa média seja de 4 navios.

2 navios --------- 1 horak navios ---------- 2 horas

k = 2∗ 2 / 1 = 4 navios

Agora, vamos trabalhar com a taxa média é de λλλλ = 4 navios a cada duas horas.

)0(1)1(1)1( f X P X P −=<−=≥ = 1 – 0,018316 = 0,981684 (ou 98,17%)

018316,01

018316,01

!0

4)0(

40

=⋅

=⋅

=−

e f

→ e−4 = (2,718282)−4 = (1 / 2,718282)4 = (0,367879)4 = 0,018316

Resposta: P(“chegar exatamente três navios em 30 minutos ”) = 0,9817

98,17% das vezes chegará pelo menos um navio durante um intervalo de 30minutos.

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Estatística Básica − 21 − prof. José Aguinaldo

Alguns gráficos da distribuição de Poisson

Abaixo temos alguns exemplos de gráficos da distribuição de Poisson para diferentes taxamédia λλλλ (note que a distribuição está mais concentrada em torno de λλλλ).

x

P ( x )

1 41 21 086420

0 . 3 0

0 . 2 5

0 . 2 0

0 . 1 5

0 . 1 0

0 . 0 5

0 . 0 0

x

P ( x )

1 41 21 086420

0 . 2 0

0 . 1 5

0 . 1 0

0 . 0 5

0 . 0 0

m é d ia = 2 m é d ia = 5

Usando o Excel

No Excel, a função POISSON(x; λλλλ; FALSO) retorna a probabilidade f(x) de ocorrer x eventos ea função POISSON(x; λλλλ; VERDADEIRO) retorna a probabilidade de ocorrer no máximo x eventos. Veja abaixo um exemplo onde foram calculados f(6) e P(X ≤ 6) de uma distribuição dePoisson com taxa média de λλλλ = 8.

Usando o modelo de Poisson como aproximação do modelo Binomial

A distribuição de Poisson surgiu como uma forma limite da distribuição Binomial, por isso,

algumas vezes o modelo de Poisson é usado como aproximação do modelo Binomial. Umaregra empírica para usar tal aproximação é n ≥ 100 e n⋅⋅⋅⋅p ≤ 10.

Se a variável discreta X segue adistribuição Binomial com

parâmetros n e p

n grande (n >100) ep pequeno, de formaque n⋅⋅⋅⋅ p ≤ 10

A variável discreta X segueaproximadamente a distribuição de

Poisson com parâmetro λλλλ = n⋅⋅⋅⋅p

xn xq p

x

n x f

)(

−⋅⋅

=

!)(

x

e x f

x λ−⋅λ=

EXEMPLO 12 - Em uma região, apenas 2% das pessoas têm computador em casa. Umaescola tem 100 alunos, qual a probabilidade de que oito desses alunos tenham computador emcasa?

=POISSON(A2; 8; VERDADEIRO)=POISSON(A2; 8; FALSO)

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Estatística Básica − 22 − prof. José Aguinaldo

Solução: ----------------------------------------------------------------------------------------------

X = “número de alunos com computador em casa ” segue a distribuição Binomial comparâmetros n = 100 alunos e p = 0,02 (probabilidade da pessoa ter computador em casa)

P(“de oito alunos terem computador em casa ”) = f(8)

80018 85,015,08

100)8( −⋅⋅

= f = 80018 85,015,0

)!8100(!8

!100 −⋅⋅−⋅

Calcular o fatorial de 100! é um pouco trabalhoso. Podemos usar a aproximação de Poisson.Voltando ao exemplo: λ = n⋅⋅⋅⋅p = 100⋅0,02 = 2

→ !8

2)8(

28 −⋅=

e f =

40320

135335,0256 ⋅= 0,000859

O resultado acima seria valor aproximado de f(8) usando a distribuição de Poisson. O valor

exato, usando a distribuição Binomial, seria 0,000743.

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Estatística Básica − 23 − prof. José Aguinaldo

4. Distribuição de probabilidade – Variável contínua

Até o momento, vimos algumas distribuições para as variáveis aleatórias discretas, essasComo a variável aleatória contínua pode assumir infinitos valores dentro de um intervalo de

números reais, o cálculo da probabilidade dessa variável assumir um determinado valor perdeo sentido, visto que essa probabilidade seria sempre zero.

Veja o exemplo da vida útil de uma bateria de celular, que é uma variável contínua. Se assumirque essa vida útil pode variar de 10 horas a 72 horas (valores fictícios), a probabilidade de umabateria durar exatamente 20,456 horas seria zero. Uma explicação de forma bem simplespoderia ser dada da seguinte forma:

Se todos os valores possíveis dentro do intervalo de 10 a 72 horas forem igualmente prováveis,então:

P(“bateria durar exatamente 10,456 horas “) = 01

)456,01P(X =

==

onde o símbolo ∞ indica infinito, que é o total de valores possíveis dentro do intervalo de 10 a72 horas. Sabendo deste resultado, não tem muito sentido calcular probabilidade de ocorrer umdeterminado valor, quando se trata de variável contínua. Então, o que é feito nestes casos?

Quando se trata de variável contínua, devemos sempre calcular a probabilidade de a variávelter um valor compreendido entre dois valores quaisquer. Ou seja, calculamos a probabilidadede a variável assumir determinado valor dentro de um intervalo [a; b]. Veja o exemplo a seguirpara ilustrar que acabamos de dizer. Veja o exemplo a seguir para ilustrar que acabamos dedizer.

EXEMPLO 13 - Na figura abaixo, o ponteiro gira livremente sobre um círculo dividido em

oito setores. Como variável de interesse, vamos considerar a distância do ponto inicial até oponto em que o ponteiro irá parar. Se o ponteiro for colocado para girar no sentido horário,determine a probabilidade de o ponteiro:

Solução -----------------------------------------------------------------------------------------------------------------

a) O ponteiro sob o círculo é posto a girar, podendo parar em qualquer posição ao longo docírculo. É de esperar que seja quase impossível de o ponteiro parar exatamente em cima doponto “k”, portando a probabilidade disto ocorrer será praticamente zero, ou seja, P(A) ≈ 0 ondeo evento A = “parar exatamente em cima do ponto k”.

b) Sendo razoável assumir que os 8 intervalos [0; 10), [10; 20), [20; 30), [30; 40), [40; 50), [50;60), [60; 70) e [70; 80) sejam igualmente prováveis, então:

P(“cair no intervalo [10; 20)”) = 1/8 = 0,125.

a) Parar exatamente em cima do ponto “k” (nem umpouco antes e nem um pouco depois).

b) Parar dentro do intervalo [10; 20].

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Estatística Básica − 24 − prof. José Aguinaldo

No exemplo anterior, podemos representar as probabilidades associadas a cada intervalousando um histograma construído de forma que as áreas dos retângulos representem asprobabilidades de interesse.

A área do retângulo sombreado no histograma acima é igual a 1/8. Para que área fosserealmente 1/8, a altura do histograma teve que ser 1/80, pois área de retângulo = base ∗∗∗∗ altura = 1 / 8

(20-10) ∗ altura = 1 / 810 ∗ altura = 1 / 8altura = 1 / 80

Note, com o histograma acima, que há uma relação entre probabilidade e área. Isto sempreacontecerá, quando trabalhamos com distribuição de variável contínua.

Supondo que o círculo fosse dividido em 16 intervalos, sendo que intervalo tem a mesmaprobabilidade 1/16, o histograma correspondente seria:

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Estatística Básica − 25 − prof. José Aguinaldo

Podemos dividir o círculo em 32 intervalos, 64 intervalos e assim por diante e mesmo assimsua altura permanecerá com o mesmo valor 1/80. Então, em uma situação teórica com infinitosintervalos, temos o seguinte histograma:

Este histograma teórico é determinado pela função f(x) que denominamos de função

densidade de probabilidade ou simplesmente função densidade da variável X. Com afunção densidade f(x) podemos calcular teoricamente P(43 ≤ X ≤ 65), probabilidade de oponteiro cair a uma distância de 43 a 65 a partir do ponto inicial, calculando a área de umretângulo.

Escolhendo adequadamente a função densidade f(x) para a variável de interesse, podemoscalcular a probabilidade teórica de a variável assumir um valor dentro do intervalo [a; b],simplesmente calculando a área da curva no intervalo [a; b].

Abaixo, temos um histograma para as notas de matemática dos candidatos em um vestibular ea função densidade f(x) (note como o histograma reflete de uma maneira aproximada arealidade da variável).

10090807060504030200

Notas

D e n s i d a d e

d e

f r e q u ê n c i a

10090807060504030200

Notas

D e n s i d a d e d e

f r e q u ê n c i a

807060504030201000

X

1 / 80

f(x)

Função densidade f(x)Histograma

Probabilidadede obter maisde 80 pontos

Portanto,

P(43 ≤ X ≤ 65) = 0,275.

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Estatística Básica − 26 − prof. José Aguinaldo

ATENÇÃO:É bom deixar bem claro que a função densidade f(x) não fornece diretamente aprobabilidade, ela apenas é usada no cálculo de área e esta área corresponderá a nossaprobabilidade de interesse.

Em situações simples, iremos calcular áreas de retângulos, triângulos ou outras figuras

geométricas mais simples, mas em situações mais complexas, o cálculo das áreas irá requer ouso de cálculo de integral.

A função densidade abaixo, descreve o tempo de vida de um tipo especial de lâmpada. Ocálculo da área neste caso não é tão simples assim, se pretendemos calcular a probabilidadede uma lâmpada sobreviver mais de 15 mil horas devemos recorrer ao uso da integral.

Abaixo temos algumas características importantes de uma função densidade.

Características da função densidade f(x)

• É uma função não-negativa, ou seja, f(x) ≥ 0;

• A área total da curva definida por f(x) é igual a 1 (Figura 1 abaixo);

• A probabilidade de a variável assumir um valor no intervalo [a; b] é: P(a ≤ X ≤ b) = área dacurva no intervalo [a; b] (figura 2 abaixo);

• A probabilidade de a variável assumir um determinado valor é sempre zero. Ou seja,P(X = k) = 0 (Figura 2 abaixo);

• A inclusão ou exclusão dos extremos não altera o valor da probabilidade, ou seja, P(a ≤ X ≤ b) = P(a < X < b) = P(a ≤ X < b) = P(a < X ≤ b)

A probabilidade de uma lâmpada sobreviver maisde 15 mil horas é igual a:

P(X > 15) = 153,0dx)x(f

15

=∫∞

ATENÇÃO:Não se desespere, não vamos usar integral

na nossa disciplina.

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Estatística Básica − 27 − prof. José Aguinaldo

4.1 Distribuição Uniforme

A distribuição Uniforme é o modelo mais simples para variável contínua. Este modelo éadequado, quando é razoável assumir que intervalos iguais da variável tenham mesmaprobabilidade.

Distribuição Uniforme

Se a variável aleatória X segue a distribuição uniforme no intervalo [a; b], então a funçãodensidade f(x) é dada por:

b][a;xse 0

b][a;xse a-b

1

)(

= x f

Valor esperado E(X) e variância Var(X)

2)(

ab x E

+=µ=

12

)()(

22 ab

xVar −

=σ=

EXEMPLO 14 - A empresa Pica-Pau Ltda corta madeiras em forma de toras. Ocomprimento das toras varia uniformemente de 30 cm a 90 cm.

a) Determine a probabilidade de uma tora ter comprimento• maior que 80 cm• de 65 cm a 70 cm• exatamente 75 cm

b) Se 1200 toras forem cortadas, qual o número de esperado de toras com comprimentomaior que 80 cm.

c) Qual o valor esperado e o desvio-padrão do comprimento das toras.

d) Sabendo que 90% das toras têm comprimento de k cm no máximo. Determine o valorde k.

e) Determine os três quartis (Q1, Q2 e Q3) dos comprimentos das toras.

Solução -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Se os comprimentos das toras variam uniformemente de 30 a 90, então podemos assumir adistribuição uniforme para a variável X= “comprimento das toras ” com função densidade f(x)igual a:

90][30;xse 0

90][30;xse 60

1

)(

= x f 60

1

f(x)

x30

ab −1

f(x)

xa b

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Estatística Básica − 28 − prof. José Aguinaldo

a) P(“comprimento ser maior que 80”) = P(X > 80) = 0,1667P(“comprimento de 65 cm a 70 cm”) = P(65 ≤ X ≤ 70) = 0,0833P(“comprimento exatamente 75 cm”) = P(X = 75) = 0 (a área não existe)

b)Se P(X > 80) = 0,1667 então cerca de 16,67% das toras terão comprimentos maiores que80cm, então de um total de 1200 toras o número de toras com 80 cm ou mais éaproximadamente 200 toras ( = 16,67% de 10000).

c)O tamanho médio µ das toras é:

→ 602

3090

2)( =

+=

+==µ

ab x E cm

O desvio-padrão σ dos comprimentos das toras é:

→ 32,1730012

)3090(

12

)()(

22

==−

=−

==σab

xVar cm

d)P(“comprimento no máximo k”) = 0,90.área = base ∗ altura = 0,90(k – 30) ∗ 1/60 = 0,90 ⇒ k = 54 + 30 = 84 cm

e) Lembre-se de que Q1 = P25 então basta repetir a letra ‘d’ usando 0,25 no lugar de 0,90. Parao Q2, usar 0,50 no lugar de 0,90 e para o Q3 usar 0,75 no lugar de 0,90.

x

f(x)

60

1

30 k 90

0,90

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Estatística Básica − 29 − prof. José Aguinaldo

EXEMPLO 15 - Um gerador de números aleatórios segue a distribuição uniforme nointervalo de 10 a 20.

a) Determine a probabilidade de o número gerado ser:• Maior que 17. resp: 0,30• Menor que 12,5. resp: 0,25• Entre 14 e 16. resp: 0,20• Exatamente o número 18 resp: 0

b) Se 1000 números são gerados, quantos deles serão maiores que 17?resp: ≈ 300 números

c) Qual o valor médio e desvio-padrão dos números gerados.resp: µ = 15 σ = 2,89

EXEMPLO 16 - O tempo requerido para completar uma operação de montagem segue adistribuição uniforme no intervalo de 30 a 40 minutos.

a) Determine a probabilidade de uma montagem requerer• Mais de 37 minutos para ser completado.• de 34 a 36 minutos;• Exatamente 34 minutos.

b) Sabendo que 25% das vezes, o tempo de montagem é, no máximo, k segundos,determine o valor de k.

c) Qual é a média e a variância do tempo de montagem.

Respostas: a) 0,30 0,20 0 b) k = 32,5 min c) µ = 35 e σ2 = 8,33

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4.2 Distribuição Normal

A distribuição Normal é a distribuição de probabilidade mais usada na Estatística, pois serve demodelo para um grande número de variáveis contínuas e também como modelo aproximadopara outras distribuições de probabilidade (Binomial, Poisson, etc).

Em inferência estatística, uma área da estatística que procura tomar decisões acerca dapopulação usando apenas os dados de uma amostra, a média amostral é a variável de maiorinteresse e conhecer a sua distribuição de probabilidade é de grande importância. Se otamanho da amostra for considerado grande (n ≥ 30), podemos usar a distribuição normalcomo modelo adequado para descrever os resultados da média amostral, mesmo se apopulação de onde a amostra foi retirada não seguir a distribuição normal. Esse é o resultadodo Teorema Central do Limite (principal teorema na Estatística) e que mostra a grandeimportância da distribuição normal.

Distribuição normal

Uma variável aleatória contínua X tem distribuição normal com parâmetros µµµµ e σσσσ, se a sua

função densidade f(x) for dada por:

, para − ∞ < x < ∞

onde4, σ > 0 e = 2,718282 ππππ = 3,14159

NOTAÇÃO: X ~ Normal (µµµµ; σσσσ) → “A variável X tem distribuição normal commédia µµµµ e desvio-padrão σσσσ.

Valor esperado E(X), variância Var(X) e desvio-padrão dp(X) da variável X

E(X) = µ Var(X) = σ2

dp(X) = σ

4 e = número neperiano ou número de Euler (pronuncia-se óiler).

2 x

2

1

e2

1)x(f

σ

µ−−

⋅π⋅σ

=

x

f(x)

µµµµ

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Efeito da média µµµµ e do desvio-padrão σσσσ na curva normal

A média µ determina o valor do centro da curva normal, enquanto que o desvio-padrão σ determina a largura da curva normal. Quanto menor o valor do desvio-padrão σ, menor será avariabilidade dos dados, conseqüentemente menor será a largura da curva.

Algumas características da distribuição Normal

(1) A média, mediana e moda são iguais. Ou seja, µ = Md = mo;

(2) A curva normal, além de ter uma área total igual a 1, é simétrica em torno da média µ,sendo assim, P(X < µ - b) = P(X > µ + b);

(3) P(X ∈ [a; b]) = P(a ≤ X ≤ b) = área da curva no intervalo [a; b]

(4) A inclusão ou exclusão dos extremos não altera o valor da probabilidade. Portanto,

P(a ≤ X ≤ b) = P(a < X < b) = P(a ≤ X < b) = P(a < X ≤ b)

80706050403020100

0,10

0,08

0,06

0,04

0,02

0,00

X

f ( x )

µ = 20σ = 4

µ = 50σ = 8µ = 20

σ = 8

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(5) Quaisquer que sejam os valores da média µµµµ e do desvio-padrão σσσσ de uma distribuiçãonormal, os seguintes resultados são válidos:

P(µ − 1⋅σ ≤ X ≤ µ + 1⋅σ) = 0,6827 - Cerca de 68,3% dos valores estão a um desvio-padrãodistante da média;

P(µ − 2⋅σ ≤ X ≤ µ + 2⋅σ) = 0,9545 - Cerca de 95,5% dos valores estão a 2 desvios-padrõesdistante da média;

P(µ − 3⋅σ ≤ X ≤ µ + 3⋅σ) = 0,9973 - Cerca de 99,7% dos valores estão a 3 desvios-padrõesdistante da média;

Se as notas em matemática dos candidatos em um vestibular forem normalmente distribuídascom média de µ = 65 pontos e desvio-padrão de σ = 12 pontos, então aproximadamente 95%desses candidatos irão obter notas de 41 a 89 pontos, pois

41 = 65 –2∗12 (= µ – 2∗σ)

89 = 65 + 2∗12 (= µ + 2∗σ)

Distribuição normal padrão

A distribuição normal padrão é um acaso especial da distribuição normal onde a média é zero(µ = 0) e desvio-padrão é um (σ = 1). As áreas dessa distribuição são obtidas com o auxilio detabelas e serve de referência para calcular probabilidades das outras distribuições normais

Por que usamos tabela na distribuição normal?

Como foi dito anteriormente, as probabilidades são obtidas resolvendo a integral dafunção densidade no intervalo de interesse. O grande problema é que integraralgebricamente uma curva normal não é possível e a solução encontrada foi usarmétodos numéricos

5 para calcular de forma aproximada as áreas de interesse. Essasáreas são calculadas apenas para a distribuição normal padrão .

5 Métodos computacionais usados para obter a integral de uma função

Montgomery , 2002

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Estatística Básica − 33 − prof. José Aguinaldo

Para obter as áreas de outros intervalos teremos que lembrar de que a curva normal ésimétrica em torno da média, de que área total é um e de que as áreas dos intervalos (-∞; 0] e[0; +∞) são iguais a 0,50.

A tabela que vamos usar fornece a área da curva normal padrão no intervalo de zero até um

determinado valor, ou seja, no intervalo [0; zc].Por exemplo, usando a tabela normal padrão, qual a probabilidade P(0 ≤ Z ≤ 1,58)?

O valor zc =1,58 deverá ser dividido em duas partes (1,5 e 8). A primeira parte (1,5) deverá ser

localizada na primeira coluna da tabela e a segunda parte (8) deverá ser localizada na primeiralinha da tabela. Na interseção dessas duas partes teremos o valor 0,442947 que é aprobabilidade desejada.

Usando a tabela normal padrão, P(0 ≤ Z ≤ 1,58) = 0,442947.

Usando o resultado acima, outras probabilidades podem ser obtidas. Veja a seguir:

P(Z > 1,58) = 0,50 – 0,442947 = 0,057053(lembre-se de que a área no intervalo [0; ∞]é igual a 0,50)

Por simetria , temos que:P(-1,58 ≤ Z ≤ 0) = 0,442947P(Z < -1,58) = 0,057053

Continuando com a tabela normal padrão, qual o valor de zc tal que P(0 ≤ Z ≤ zc) = 0,35?

Resposta: O valor de zc é 1,04

0 1,58 Z

Tabela normal padrão z 8... ↓ 1,5 → 0,442947...

P(0 ≤ Z ≤ 1,58) =

Tabela normal padrão z 4... ↑ 1,0 ← 0,350830

...mais próximo

de 0,35

P(0 ≤ Z ≤ zc) = 0,35

0 zc Z

-1,58 0

0,057053

0,442947

0 1,58 Z

0,05705

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Estatística Básica − 34 − prof. José Aguinaldo

EXEMPLO 17 - Sabendo que a variável Z tem distribuição normal padrão, responda:

a) P(Z < 1,85)b) P(Z > - 2,33)c) P(2,33 ≤ Z ≤ 1,50)d) P(-2,33 ≤ Z ≤ -1,50)

e) P(-1,80 ≤ Z ≤ 0,85)f) Calcule k tal que P(Z ≤ k) = 0,95.g) Calcule k, tal que P(Z ≤ k) = 0,05.

Solução ----------------------------------------------------------------------------------------------

a) P(Z < 1,85) = 0,5 + 0,467843 = 0,967843 ( = área sombreada na figura abaixo)

b) P(Z > -2,33) = 0,5 + 0,490097 = 0,990097 ( = área sombreada na figura abaixo)

c) P(2,30 ≤ Z ≤ 1,50) = área no intervalo [0; 2,30] − área no intervalo [0; 1,50]= 0,489276 − 0,433193= 0,056083

d) P(-1,86 ≤ Z ≤ 0,85) = área no intervalo [-1,86; 0] + área no intervalo [0; 0,85]= 0,468557 + 0,302337= 0,770894

0 1,85

0,5

Da tabela normalpadrão

ObservaçãoP(Z < 1,85) = P(Z ≤ 1,85)

-2 33 0

0,5

Da tabela normalpadrão

0 1,5 2,3

0,056083

-1,86 0 0,85 Z

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Estatística Básica − 35 − prof. José Aguinaldo

e) P(-2,30 ≤ Z ≤ -1,50) = área no intervalo [-2,30; 0] − área no intervalo [-1,50; 0]= 0,489276 − 0,433193

= 0,056083 (veja que por simetria já poderíamos ter obtido esteresultado)

e) Calcule k tal que P(Z ≤ k) = 0,95.

Resposta: O valor de k é 1,65.

Veja que o valor 0,95 corresponde a área da curva sob o intervalo (−∞; 0]. Sabendo que a áreano (−∞; 0] é igual a 0,50, então o restante 0,45 fica sendo a área no intervalo [0; k]. Como atabela só trabalha com áreas no intervalo [0; zc], por isto é que olhamos na tabela o valorcorrespondente a área 0,45. e encontramos k = 1,65.

f) Calcule b tal que P(Z ≤ b) = 0,05.

Da letra ‘e’ podemos concluir que P(Z ≤ 1,65) = 0,95 e P(Z > 1,65) = 0,05. Por simetria,sabemos que P(Z < −1,65) = 0,05 (certo?), então com isto a resposta para a letra ‘f’ é b =−1,65’

Padronização de uma variável

Até agora só trabalhamos com a distribuição normal padrão. E como devemos trabalhar comas outras distribuições de probabilidades?

Qualquer variável X tendo distribuição normal com média µ e desvio-padrão σ pode ser“transformada” em uma distribuição normal padrão , basta, para isto, padronizar a variável X.

X tem distribuição normal commédia µ e desvio-padrão σ.

Z tem distribuição normalpadrão com média µ = 0 e

desvio-padrão σ = 1.

-2,3 -1,5 0 Z

Da letra ‘c’ e porsimetria temos0,056083

0 1,65

0,95

0,05

0,95

-1,65 0 Z

Tabela normal padrão z 5... ↑ 1,6 ← 0,449 497

... mais próximode 0,450 k = ?

0,50 0,45

P(0 ≤ Z ≤ k) = 0,45

σµ−

=x

z

Padronização

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Estatística Básica − 36 − prof. José Aguinaldo

X ~ Normal(µµµµ; σσσσ) Z ~ Normal(0; 1)

( )

σ

µ−≤=≤a

Z Pa X P = olhar as áreas na tabela da normal padrão

( )

σµ−

≤≤σµ−

=≤≤b

Z a

Pb X aP = olhar as áreas na tabela da normal padrão

EXEMPLO 18 - Em uma região, o quociente intelectual (QI) das pessoas adultas segue adistribuição normal com média de 100 pontos e desvio-padrão de 15 pontos. Escolhendo umapessoa ao acaso, determine a probabilidade desta pessoa:

a) ter QI maior que 120 pontos.b) ter QI menor que 75 pontos.c) ter QI de 110 a 120 pontos.d) ter QI de 75 a 120 pontos.

Solução ----------------------------------------------------------------------------------------------Como variável de interesse vamos definir X = “QI de uma pessoa adulta ” e pelo enunciado doproblema sabemos que X segue a distribuição normal com média µ = 100 pontos e desvio-padrão σ = 15 pontos.

a) P(“um pessoa adulta ter QI maior que 115 pontos ”) = P(X > 115) = ?

Para usar a tabela normal padrão devemos inicialmente padronizar o valor 115.

15

100120120

−=

σµ−

=→=x

z x = 1,33

b) P(“um pessoa adulta ter QI menor que 75 pontos ”) = P(X < 75) = ?

Padronizando o valor 75:15

1007575

−=

σµ−

=→=x

z x = -1,67

100 120

0 1,33 z

= 0,5 - 0,408241= 0,091759

Resposta:P(X > 120) = P(Z > 1,33)= 0,091759

Cerca de 9,18% das pessoas adultas têm QImaior que 115 pontos.

Resposta:P(X < 75) = P(Z < -1,67) = 0,047460

Cerca de 4,7% das pessoas adultas têm QImenor que 75 pontos.

-1,67 0 z

75 100 x

= 0,5 - 0,452540= 0,047460

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Estatística Básica − 37 − prof. José Aguinaldo

c) P(“um pessoa adulta ter QI de 110 a 120 pontos ”) = P(110 ≤ X ≤ 120) = ?

Padronizando o valor 110:15

100110110

−=

σ

µ−=→=x

z x = 0,67

Padronizando o valor 120: 15

100120

120

µ−

=→=

x

z x = 1,33

P(0,67 ≤ Z ≤ 1,33) = área no intervalo [0; 1,33] − área no intervalo [0; 0,67]= 0,408241 − 0,248571= 0,15

d) P(“um pessoa adulta ter QI de 75 a 120 pontos ”) = P(75 ≤ X ≤ 120) = ?

Padronizando o valor 75:15

1007575

−=

σµ−

=→=x

z x = -1,67

Padronizando o valor 120:15

100120120

−=

σµ−

=→=x

z x = 1,33

P(0,67 ≤ Z ≤ 1,33) = área no intervalo [−1,67; 0] + área no intervalo [0; 1,33]= 0,452540 + 0,408241 = 0,860781

0 0,67 1,33

0,159670

100 110 120

Resposta:P(110 ≤ X ≤ 120) = P(0,67 ≤ Z ≤ 1,33)

= 0,159670

Cerca de 15,97% das pessoas adultas têm QI de110 a 120 pontos.

Resposta:P(75 ≤ X ≤ 120) = P(-1,67 ≤ Z ≤ 1,33)

= 0,860781

Cerca de 86,1% das pessoas adultas têm QI de75 a 120 pontos.

75 100 120

-1,67 0 1,33

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Estatística Básica − 38 − prof. José Aguinaldo

EXEMPLO 19 - Continuando com o EXEMPLO 18.

a) Cerca de 95% das pessoas adultas têm QI menor que b pontos. Determine o valor deb?

b) A MENSA é uma organização que reúne os 2% de maior QI da população. Qual omenor QI que permite alguém ingressar na MENSA?

Solução -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

a) Sabendo que 95% das pessoas têm QI menor que b pontos, pela figura abaixo vemos que45% têm QI de 100 a b pontos, ou seja, P(100 ≤ X < b) = 0,45.

Após padronização temos que P(100 ≤ X < b) = P(0 ≤ Z ≤ zc) = 0,45. Pela tabela normalpadrão, sabemos que zc = 1,65 (se tiver dúvidas ainda, veja o exemplo 11e). Então,

15

100−=

σµ−

=b x

zc = 1,65 → b – 100 = 1,65*15 = 24,75

Portanto, b = 124,75 pontos.

b) Como queremos encontrar um valor b do QI tal que 2% das pessoas estejam acima e 98%estejam abaixo. Então, na realidade, estamos na mesma situação da letra “a” acima,bastando trocar 0,95 por 0,98.

Usando o mesmo raciocínio da letra “a”, temos que b = 130,75 pontos (usandozc = 2,05). Portanto, para ingressar na MENSA, a pessoa deve obter no mínimo 130,75pontos no teste de admissão.

P(0 ≤ Z ≤ k) = 0,45

0 zc

0,50 0,45

100 b x

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Estatística Básica − 39 − prof. José Aguinaldo

4.3 Aproximação Normal

4.3.1 Aproximação Normal para Binomial

Em situações onde temos que usar a distribuição binomial, um valor muito grande para o n torna o cálculo das probabilidades muito cansativo. Uma alternativa para este problema é usara distribuição normal como uma aproximação para a distribuição binomial. As condições paraeste uso requerem um n muito grande e um p não muito próximo de 0 ou de 1 (veja a regraprática a seguir).

Se a variável discreta X seguea distribuição binomial comparâmetros n e p

Regra prática6 A variável X teráaproximadamente umadistribuição normal comparâmetros pn ⋅=µ e

q pn ⋅⋅=σ

Então, se você lançar um dado para cima 300 vezes a probabilidade de se obter a face quatromais de 80 vezes é obtida pela distribuição binomial, mas podemos usar a distribuição normalpara obter uma aproximação da probabilidade.

P(X > 80) ≈≈≈≈ P(X > 80)

EXEMPLO 20 - De acordo com o último censo, 20% das famílias de uma região vivemabaixo da linha da pobreza. De uma amostra aleatória de 80 famílias e usando a aproximação

normal , determine:

a) A probabilidade de menos de 10 famílias amostradas viverem abaixo da linha da pobreza;b) A probabilidade de 15 a 25 famílias amostradas viverem abaixo da linha da pobrezac) A probabilidade de menos de 25% das famílias amostradas viverem abaixo da linha da

pobreza;d) A probabilidade de mais de três quartos das famílias amostradas viverem abaixo da linha

da pobreza;e) O número esperado das 80 famílias amostradas que vivem abaixo da linha da pobreza?

Solução ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Veja que a variável X = “número de família que vive abaixo da linha da pobreza ” segue adistribuição binomial com n = 80 famílias e p = 0,20 (probabilidade de uma família viver abaixoda linha da pobreza), porém vamos usar a aproximação normal para calcular asprobabilidades.

Verificando as condições:n⋅p = 80 = 80⋅0,20 = 16 ≥ 5 (ok) n⋅(1 - p) = 80⋅(1 - 0,20) = 64 ≥ 5 (ok)

Então X segue aproximadamente a distribuição normal com média pn ⋅=µ = 16 e desvio-

padrão )1( p pn −⋅⋅=σ = )20,01(20,080 −⋅⋅ = 3,5777.

6 Esta condição é uma regra prática usada por muitos autores.No exemplo do dado, temos µ = n⋅p = 300⋅1/6 = 50 e σ2 = n⋅p⋅(1-p) = 300⋅1/6⋅(1-1/6) = 41,667

n⋅ p ≥ 5n⋅ q ≥ 5

Normal comµ = 50 e σ = 6,45

Binomial comn = 300 e p = 1/6

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Estatística Básica − 40 − prof. José Aguinaldo

a) P(“menos de 10 famílias ”) = P(X < 10) =

Padronizando o valor 10:5777,3

161010

−=

σµ−

=→=x

z x = -1,68

Então: P(X < 10) = P(Z < -1,68)= área no intervalo (−∞; 0] – área no intervalo [-1,68; 0]= 0,5 – 0,453521 = 0,046479 (faça o desenho da curva normal)

b) P(“de 15 a 20 famílias ”) = P(15 ≤ X ≤ 20) =

Padronizando o valor 15:5777,3

161515

−=

σµ−

=→=x

z x = -0,28

Padronizando o valor 20:5777,3

162020

−=

σµ−

=→=x

z x = 1,12

Então:P(15 ≤ X ≤ 20) = P(-0,28 ≤ Z ≤ 1,12)

= área no intervalo [−0,28; 0] + área no intervalo [0; 1,12]= 0,110261 + 0,368643= 0,478904 (faça o desenho da curva normal)

c) “... menos de 25% das famílias...” equivale a “... menos de 20 famílias ...” (25% de 80 é iguala 20)

P(“menos de 20 famílias ”) = P(X < 20)

Padronizando o valor 20:5777,3

162020

−=

σµ−

=→=x

z x = 1,12

Então:P(X < 20) = P(Z < 1,12) = área no intervalo (−∞; 0] + área no intervalo [0; 1,12]

= 0,5 + 0,368643= 0,868643 (faça o desenho da curva normal)

d) “... mais de ¾ das famílias...” equivale a “... mais de 60 famílias ...” (75% de 80 é igual a 60)

P(“mais de 60 famílias ”) = P(X > 60)

Padronizando o valor 60:5777,3

166060

−=

σµ−

=→=x

z x = 12,30

Então:P(X > 60) = P(Z > 12,30) = área no intervalo [0; +∞) − área no intervalo [0; 12,30]

= 0,5 − 0,5= 0,0 (faça o desenho da curva normal)

e) O número médio (ou valor esperado) de famílias que vivem abaixo da linha da pobreza é µ =16 famílias.

Quando usamos a aproximação Normal para a Binomial, estamos aproximando umavariável discreta (que só assumem valores inteiros) por uma variável contínua (quepode assumir quaisquer valores dentro de um intervalo de número reais). È de seesperar que algum ajuste deva ser feito. Este ajuste é denominado de correção decontinuidade e esta descrita na seção 4.3.3.

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EXEMPLO 21 - Sabe-se que 40% dos alunos em uma escola têm carro próprio. De umaturma com 15 alunos, determine a probabilidades abaixo usando a distribuição Binomial e aaproximação normal.

a) No máximo 3 alunos terem carro próprio.b) Pelo menos 10 alunos terem carro próprio.c) Exatamente 6 alunos terem carro próprio.d) Menos de 2 alunos terem carro próprio.e) Mais 6 alunos terem carro próprio.

4.3.2 Aproximação Normal para Poisson

Da mesma forma que usamos a distribuição normal como aproximação da distribuiçãobinomial, nós podemos também usá-la como aproximação da distribuição de Poisson. Acondição é de que o produto n⋅p seja um valor razoável (maior que 5, por exemplo 7).

Se a variável discreta Xsegue a distribuição dePoisson com parâmetro λ

Regra prática

A variável X teráaproximadamente umadistribuição normal com

parâmetros λ=µ e λ=σ

EXEMPLO 22 - Se a indústria de tecido XYZ sabe que em sua produção costumaapresentar defeitos que segue a distribuição de Poisson com uma taxa média de 2 defeitos acada 50 metros de tecido. Determine

a) A probabilidade de um rolo com 200 metros de tecido apresentar 12 ou mais defeitos.

b) A quantidade esperada de rolos que teriam menos de 5 defeitos em uma amostra de 80rolos de 200 metros.

Solução -----------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Veja que a variável X = “número de defeitos em um rolo com 200 metros” segue a distribuiçãode Poisson λ = 8 defeitos (note que dois defeitos a cada 50 metros equivalem a oito defeitos acada 200 metros), porém vamos usar a aproximação normal com µ = λ = 8 e

8284,28 ==λ=σ .

a) P(“Doze ou mais defeitos”) = P(X ≥ 12) = P(Z ≥ 1,41) = 0,0793

b) P(“de menos de 5 defeitos”) = P(X < 5) = P(Z < -1,06) = 0,1446

Veja que 14,46% dos rolos de 200 metros apresentam menos de 5 defeitos, então de umaamostra de 80 rolos espera-se que 12 (14,46% de 80) rolos tenham menos de 5 defeitos.

7 Alguns falam λ ≥ 10

λ ≥ 5

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4.3.3 Aproximação Normal com correção de continuidade

Quando usamos a aproximação Normal para a Binomial e/ou Poisson, estamos aproximandouma variável discreta (que só assumem valores inteiros) por uma variável contínua (que podeassumir quaisquer valores dentro de um intervalo de número reais). È de se esperar quealgum ajuste deva ser feito. Este ajuste é denominado de correção de continuidade e esta

descrita em outra seção.

A correção de continuidade ajuda a melhorar as probabilidades obtidas por meio daaproximação normal para a Binomial e/ou Poisson. A correção é simplesmente somar ousubtrair 0,5 ao valor (antes de obter as probabilidades).

P(X ≤ a) = P(X ≤ a + 0,5)P(X ≥ a) = P(X ≥ a - 0,5)P(X = a) = P(a - 0,5 ≤ X ≤ a + 0,5)

EXEMPLO 23 - Volte ao exemplo 20 e use a aproximação normal com correção de

continuidade.

Solução ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------

a) P(“menos de 10 famílias ”) = P(X < 10) = P(X ≤ 9) ≈ P(X ≤ 9,5)

5777,3

165,9xz5,9x

−=

σ

µ−=→= = -1,82

Então: P(X < 10) ≈ P(X ≤ 9,5) = P(Z < -1,82) = 0,5 – 0,4656 = 0,0344

<<< continuar >>>

EXEMPLO 24 - Volte ao exemplo 22 e use a aproximação normal com correção decontinuidade.

Solução ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------

a) P(“Doze ou mais defeitos”) = P(X ≥ 12) = P(X ≥ 11,5) = ....Resposta: 0,1057

b) P(“de menos de 5 defeitos”) = P(X < 5) = P(X ≤ 4) = P(X ≤ 4,5) = ...Resposta: 0,1057

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5 Exercícios resolvidos

EXERCÍCIO 01 - (Corrar e Theóphilo, 2003 ) A empresa Masters & Doctos é umaempresa de prestação de serviços de auditoria independente e consultoria empresarial. Adiretoria da empresa precisa decidir quanto à contratação de um novo gerente de projetos. Asalternativas propostas foram:

Contratar um gerente para projetos de auditoria ouContratar um gerente para projetos de consultoria.

A tabela abaixo resume os retornos proporcionados pela decisão tomada em dois possíveiscenários (mercado em alta ou mercado em baixa). Por exemplo, a contratação de um gerentede consultoria pode representar um retorno de $360.000, caso o mercado esteja em alta 8 ouum prejuízo de $50.000, caso o mercado esteja em baixa.

Contratar Gerente de Consultoria Contratar Gerente de Auditoria

Cenário Probabilidade Retorno(em mil)

Cenário Probabilidade Retorno(em mil)

Mercado emALTA 0,80 360 Mercado em

ALTA 0,80 240

Mercado emBAIXA 0,20 -50

Mercado emBAIXA 0,20 5

Supondo que a probabilidade do mercado estar em ALTA seja 0,80 e do mercado estar emBAIXA seja 0,20, responda:

a) Caso o gerente de consultoria seja contratado, calcule o valor esperado do retorno.

b) Caso o gerente de auditoria seja contratado, calcule o valor esperado do retorno.

c) Com base nos resultados obtidos em “a” e “b”, qual deveria ser a melhor decisão para aempresa?

d) Calcule o coeficiente de variação dos retornos em cada proposta. Qual propostaapresenta menor risco nos retornos? Obs: Em análise financeira, investimento commenor variabilidade tem menor risco.

SOLUÇÃO ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------

a) Caso o gerente de Consultoria seja contratado, calcule o valor esperado do retorno.

E(RConsultoria) = µC = ∑[xi*fi] = [360*0,80] + [(-50)*0,20] = $278 mil

b) Caso o gerente de Auditoria seja contratado, calcule o valor esperado do retorno.

E(RAuditoria) = µA = ∑[xi*fi] = [240*0,80] + [5*0,20] = $193 mil

c) Com base nos resultados obtidos em “a” e “b”, qual deveria ser a melhor decisão para aempresa?

Contratar o gerente de consultoria, pois o retorno esperado (ou seja, retorno médio) é maior.

8 Uma alta demanda por serviços de consultoria.

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d) Calcule o coeficiente de variação dos retornos em cada proposta. Qual propostaapresenta menor risco nos retornos? Obs: Em análise financeira, investimento commenor variabilidade tem menor risco.

•••• Contratando gerente de Auditoria

µA = ∑[xi*fi] = $193 mil

Variância: σ2A = ∑(xi −µA)2*fi = (240 -193)2*0,80 + (5 -193)2*0,20 = 8836

Desvio-padrão = σA = RAIZ(8836) = $94 mil

→ CV = σA / µA = 94 / 193 = 0,487 (ou 48,7%)

•••• Contratando gerente de Consultoria

µC = ∑[xi*fi] = 278 mil $

Variância: σ2

A = ∑(xi −µC)

2

*fi = (360 – 278)

2

*0,80 + (-50 - 278)

2

*0,20 = 26896Desvio-padrão = σA = RAIZ(26896) = $164 mil $

→ CV = σA / µA = 164 / 278 = 0,59 (ou 59%)

•••• Então, a proposta com menor risco é “Contratando gerente de Auditoria ”, pois apresentamenor CV.

EXERCÍCIO 02 - De acordo com pesquisa da Fecomércio-RJ (Federação do Comérciodo Rio de Janeiro), em parceria com o Instituto Ipsos , 42% dos brasileiros assumiram quecompraram produtos piratas em 2007. Considere uma amostra de 6 brasileiros escolhidos ao

acaso, determine a probabilidade.a) De todos deles comprarem produtos piratas.

b) De menos de dois deles comprar produtos piratas

c) De pelo menos um deles comprar produtos piratas.d) De apenas dois deles não comprarem produtos piratas.

SOLUÇÃO ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------

A variável X = “Número de brasileiros que compram produtos piratas em 2007 ” segue adistribuição Binomial com n = 6 e p = 0,42.

• Por que foi escolhida a distribuição Binomial ???

Porque cada um dos 6 brasileiros escolhidos representa um experimento simples de Bernoulli com probabilidade de sucesso (que é de comprar produtos piratas) igual a 0,42.

“Um experimento de Bernoulli se caracteriza quando temos um experimento com apenas dois resultados (sucesso e fracasso) sendo a probabilidade de sucesso igual a p”

a) P(“todos comprarem”) = P(X = 6) = 0,0055

f(6) = 666 58,042,0)!66(!6

!6 −⋅⋅−⋅

= 0,0055

Lembre-se

0! = 1 (por definição) e 6! = 6x5x4x3x2x1 = 720

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b) P(“menos de dois ...”) = P(X < 2) = f(0) + f(1) = 0,0381 + 0,1654 = 0,2035

f(0) = 060 58,042,0)!06(!0

!6 −⋅⋅−⋅

= 0,0381 f(1) = 161 58,042,0)!16(!1

!6 −⋅⋅−⋅

= 0,1654

c) P(“pelo menos um ...”) = P(X ≥ 1) = 1 – P(X < 1) = 1 – f(0) = 1 – 0,0381 = 0,9619

Lembre-se da seguinte dicaP(“pelo menos um comprar ...”) = 1 – P(“nenhum comprar ...”)

c) P(“apenas dois deles não comprarem”) = P(“apenas quatro comprarem”) = f(4) = 0,1570

= f(4) = 0,1570

f(4) = 4,,)!(!

! −⋅⋅−⋅

64 580420464

4= 0,1570

OBS: Note que se dois não compraram, significa que quatro compraram.

Ou, podemos também trocar a probabilidade de sucesso p = 0,42 para 0,52 (pois 52% dosbrasileiros não compram produtos piratas em 2007)

f(2) = 262 42,058,0)!26(!6

!6 −⋅⋅−⋅

= 0,1570

EXERCÍCIO 03 - O tempo necessário para realizar auditoria de balanços contábeissegue aproximadamente uma distribuição normal com média de 40 minutos e desvio-padrão de12 minutos.

a) Supondo que uma empresa de contabilidade pública irá realizar uma auditoria, determinea probabilidade de a empresa:i) Gastar mais de 75 minutos com a auditoria;ii) Gastar de 55 minutos a 70 minutos;iii) Gastar de meia hora a uma hora;

b) Se a empresa tiver 50 balanços contábeis para ser auditadas, quantas delas levarãomenos de 20 minutos? Obs: Inicialmente, calcule a probabilidade de se gastar menos de 20 minutos.

c) Cerca de 20% das auditorias gastam mais de k minutos. Determine o valor de k.

Solução ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Definindo a variável X = “tempo para realizar auditoria ”, temos que X segue a distribuiçãonormal com µ = 40 min e σ = 12 min

OBS: No cálculo de probabilidades usando a distribuição normal, ajuda muito quandodesenhamos a curva normal com as regiões de interesse sombreadas.

a)

i) P(X > 75) = P(Z > 2,92) = 0,5 – área[0; 2,92) = 0,5 – 0,498250 = 0,00175

onde z = (75 - 40)/12 = 2,92

OBS: área[0; 2,92] na TABELA = 0,498250

40 75

= 0,5 - 0,498250= 0,00175

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ii) P(55 ≤ X ≤ 70) = P(1,25 ≤ Z ≤ 2,50) = área[0; 2,5] – área[0; 1,25]

= 0,493790 - 0,394350 = 0,099440

onde z = (55-40)/12 = 1,25 área[0; 1,25] = 0,394350

z = (70-40)/12 = 2,50 área[0; 2,50] = 0,493790

iii) P(30 ≤ X ≤ 60) = P(-0,83 ≤ Z ≤ 1,67) = 0,296731 + 0,452540 = 0,749271

onde z = (30-40)/12 = -0,83 área[0; -0,83] = área[0; 0,83] = 0,296731

z = (60-40)/12 = 1,67 área[0; 1,67] = 0,452540

b) P(X < 20) = P(Z < -1,67) = 0,5 - 0,452540 = 0,0475 (ou seja, 4,75%)

4,75% de 50 = 2,4 ≈ 2 balanços. Do total de 50 balanços, espera-se que dois deles levemmenos de 20 minutos para serem auditadas.

*** Ou usar regra de três

100% ------ 50 x = 4,75* 50 / 100 = 2,4

4,75% ------ x

c) P(X > k) = P(Z > zc) = 0,20

Fazendo o desenho da curva normal e sombreando corretamente as regiões, veremos queP(Z > zc) = 0,20 implica que P(0 ≤ Z ≤ zc) = 0,30 e, pela tabela normal padrão, temos zc = 0,84.

Agora, basta resolver a equação

zc = (k - µ)/ σ = 0,84 → ( k – 40) = 0,84*12 = 10,08 → k = 50,08 min

= 0,493790 - 0,394350

= 0,099440

40 55 70

30 40 60 x

= 0,296731 + 0,452540

= 0,749271

40 k = ?

0,200,30

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EXERCÍCIO 04 - Sabe-se que pequenos defeitos em folhas de compensado seguem adistribuição de Poisson com uma média de dois defeitos por metro quadrado.

a) Qual a probabilidade de aparecer no mínimo três defeitos em uma folha com 1 metroquadrado?

b) Qual a probabilidade de aparecer mais de um a três defeitos em uma folha com 1 metroquadrado?

c) Qual a probabilidade de aparecer no máximo dois defeitos em uma folha de 1,50 metros x2,20 metros?

Solução -----------------------------------------------------------------------------------------------------------------

A variável X = “número de defeito por metro quadrado” segue a distribuição de Poisson commédia de λ = 2 defeitos/m2. A função probabilidade de X é

( )!x

exf

x λ−λ= com x = 0, 1, 2, ... e = 2,7183

a) P(“aparecer no mínimo três defeitos em uma folha”) = P(X ≥ 3) = 0,3233

P(X ≥ 3) = 1 – P(X < 3) = 1 − [f(2) + f(1) + f(0)]

OBS: Optamos por usar o complemento, pois P(X ≥ 3) envolveria calcular a probabilidadede f(3), f(4), f(5) e assim sucessivamente, o que seria nada prático de se fazer.

Vamos primeiro calcular f(2), f(1) e f(0) separadamente.

• ( )2

13534,04

!2

e22f

22 ⋅==

= 0,2707 ( )1

13534,02

!1

e21f

21 ⋅==

= 0,2707

• ( )1

13534,01

!0

e20f

20 ⋅==

= 0,1353

e−2 = (2,7183) -2 = (1/2,7183)2 = (0,36788)2 = 0,1353 (ou use a função = exp(-2) no Excel)

P(X ≥ 3) = 1 − [ f(3) + f(2) + f(1) ] = 1 – (0,2707+0,2707+0,1353)= 1 – 0,6767 = 0,3233 ( ou 32,33%).

RESPOSTA: A probabilidade de aparecer no mínimo 3 defeitos em uma folha com ummetro quadrado é de 0,3233

b) P(“aparecer de um a três defeitos ... ”) = P(X ∈ [1; 3]) = P(1 ≤ X ≤ 3)= f(1) + f(2) + f(3) = 0,7218

• ( )1

13534,02

!1

e21f

21 ⋅==

= 0,2707 ( )2

13534,04

!2

e22f

22 ⋅==

= 0,2707

• ( )6

13534,08

!3

e23f

23 ⋅==

= 0,1804

P(1 ≤ X ≤ 3) = 0,2707 + 0,2707 + 0,1804 = 0,7218 ( ou 72,18%).

RESPOSTA: A probabilidade de aparecer de um a três defeitos em uma folha com um metro

quadrado é de 0,7218

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Estatística Básica − 48 − prof. José Aguinaldo

c) P(“aparecer no máximo dois defeitos em uma folha de 1,50 metros x 2,20 metros”)

= P(X ≤ 2)

Aqui temos uma folha com as seguintes dimensões 1,50 metros x 2,20 metros o que dariauma área de 1,5 x 2,2 = 3,30 metros quadrados. Neste caso ainda podemos usar a

distribuição de Poisson, porém temos que alterar a média λ.Usando a regra de três simples

2 defeitos -------------- 1 m2

λ* defeitos ------------- 3,30 m2

λ* = (2 x 3,30)/1 = 6,6 defeitos em folhas com 3,3 m2

P(X ≤ 2) = f(0) + f(1) + f(2)

• ( )1

00136,01

!0

e6,60f

6,60 ⋅==

= 0,00136 ( )1

00136,06,6

!1

e6,61f

6,61 ⋅==

= 0,00898

• ( )4

00136,056,43

!2

e6,62f

6,62 ⋅== − = 0, 02963

P(X ≤ 2) = f(0) + f(1) + f(2) = 0,001360 + 0,00898 + 0,02963 = 0,03997 ( ou ≈ 4%).

RESPOSTA: A probabilidade de aparecer no máximo dois defeitos em uma folha com 1,5 x 2,2metros é 0,04.

EXERCÍCIO 05 - Volte ao EXERCÍCIO 2, mas agora considere que a amostra aleatóriafoi de 60 brasileiros. Responda os itens abaixo usando a aproximação normal.

a) Qual o valor esperado (µ) e o desvio-padrão (σ) da variável X = “número de brasileiros amostrados que compram produtos piratas ”.

b) Qual a probabilidade de, no máximo , 20 desses brasileiros terem comprado produtospiratas?

c) Qual a probabilidade de mais da metade desses brasileiros terem comprado produtospiratas? obs: “... mais da metade ...” = “ ... mais de 30 (= metade de 60) ...”

d) Qual a probabilidade de exatamente 55% desses brasileiros terem comprado produtospiratas? obs: “... exatamente 55% ...” = “ ... exatamente 33 (= 55% de 60) ...”

Solução ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------

a)

A variável X = “Número de brasileiros que compraram produtos piratas em 2007 ” segue adistribuição Binomial com n = 60 e p = 0,42.

Para usar a aproximação normal as condições n∗p ≥ 5 e n∗(1-p) ≥ 5 devem ser satisfeitas

n∗p = 60 ∗ 0,42 = 25,2 ≥ 5 ok e

n∗(1-p) = 60 ∗ 0,58 = 34,8 ≥ 5 ok

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Estatística Básica − 49 − prof. José Aguinaldo

Como as duas condições acima foram satisfeitas, então podemos usar a aproximação Normalpara distribuição Binomial.

Sendo assim, a variável X tem aproximadamente distribuição normal com média µ = n∗p = 25,2

e desvio-padrão qpn ⋅⋅=σ = 3,823.

RESPOSTAS:Média: µ = n∗p = 60*0,42 = 25,2 brasileiros

desvio-padrão: 616,1458,042,060qpn =⋅⋅=⋅⋅=σ = 3,823 brasileiros

b) P(“no máximo 20 comprarem ...”) = P(X ≤ 20) = P(Z ≤ -1,36)

= 0,5 – 0,413085 = 0,086915

onde z = (20-25,2)/3,823 = -1,36 área[0; -1,36] na TABELA NORMAL = 0,413085 (Façao desenho da curva normal com a área sombreada)

c) P(“mais da metade comprarem ...”) = P(X > 30) = P(Z > 1,26)

= 0,5 - 0,396165 = 0,103835

onde z = (30-25,2)/3,823 = 1,26 área[0; 1,26] na TABELA NORMAL = 0,396165 (Faça odesenho da curva normal com a área sombreada)

d) P(“exatamente 55% desses brasileiros comprarem ...”) = P(X = 33) = P(Z = 2,04) = 0

onde z = (33 - 25,2)/3,823 = 2,04

Em (d) o valor obtido não é foi uma boa aproximação, pois se usássemos modelo Binomial(que seria o mais correto) para calcular P(X = 33) o valor obtido seria diferente de zero.

A aproximação normal poderia ser melhorada usando o que chamamos de correção de continuidade . Esta correção seria simplesmente somar e subtrair 0,5 do valor 33 antes decalcular a probabilidade. Então, em vez de calcular a probabilidade P(X = 33) deveríamoscalcular a probabilidade de X estar dentro do intervalo [32,5 ; 33,5].

P(32,5 ≤ X ≤ 33,5) = P(1,91 ≤ Z ≤ 2,17) = 0,484997 – 0,471933 = 0,013063 (valor aproximado)

onde z = (32,5-25,2)/3,823 = 1,91 área[0; 1,91] na TABELA NORMAL = 0,471933z = (33,5-25,2)/3,823 = 2,17 área[0; 2,17] na TABELA NORMAL = 0,484997

OBS: Usando o modelo Binomial teríamos f(33) = 0,013313 (valor exato)

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6 Exercícios propostos

EXERCÍCIO 01 - Um dado honesto é lançado duas vezes para cima de formaindependente. Construa a distribuição de probabilidade da variável aleatória X = “soma das faces voltadas para cima ”.

EXERCÍCIO 02 - A tabela abaixo mostra distribuição de probabilidade para o lucro obtidonas vendas diárias de uma peça

xLucro em $

-20 -5 40 70 120 150

f(x)Probabilidade

0,05 0,10 0,35 k 0,25 0,15

a) Determine o valor de k, de forma que a tabela acima seja realmente uma distribuiçãode probabilidade.

b) Qual é a probabilidade de o estabelecimento não ter prejuízo.c) Qual seria o lucro diário esperado nas vendas das peças.d) Calcule o desvio-padrão do lucro diário .e) Qual seria o lucro mensal esperado nas vendas das peças.

Obs: 1 mês = 30 dias

EXERCÍCIO 03 - Suponha que os pesos de uma peça apresentam uma média de 25 kge desvio-padrão de 3 kg. Essa peça deverá ser embalada em uma caixa que pesa em média 2kg com desvio-padrão de 1 kg. Qual será a média e o desvio-padrão da peça embalada?

EXERCÍCIO 04 - Uma prova tem 6 questões com quatro alternativas cada uma. Um

aluno não estudou para a prova e resolveu “chutar” as questões. Determine a probabilidade deo aluno:

a) Acertar no máximo 1 questãob) Acertar todas as questõesc) Acertar pelo menos uma questãod) Errar no máximo uma questão.

EXERCÍCIO 05 - O gerente da loja XYZ sabe que 80% dos clientes que entram na lojafazem algum tipo de compras. Vamos considere os próximos 6 clientes que entrarão na loja eque X = “número de clientes que farão alguma compra”.

x 0 1 2 3 4 5 6f(x) 0,00006 ? 0,01536 ? 0,24576 0,39322 ?

a) Complete a distribuição de probabilidade para a variável X.b) Qual a probabilidade de menos de 3 clientes realizarem alguma compra?c) Qual a probabilidade de mais de 4 clientes realizarem alguma compra?

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Estatística Básica − 51 − prof. José Aguinaldo

EXERCÍCIO 06 - Sabe-se que 5% das peças são fabricadas com defeito. Um grande lotecom peças será rejeitado se uma amostra de 20 peças apresentarem 3 ou mais peçasdefeituosas, qual a probabilidade de o lote ser rejeitado?

Resposta: P(X ≥ 3 ) = 0,07548

EXERCÍCIO 07 - Sabe-se que 10% das pessoas são canhotas em certa empresa. Nosetor XYZ dessa empresa trabalham 25 funcionários.

a) Qual o número esperado de funcionários canhotos no setor XYZ?b) Determine a probabilidade de:

• Haver mais de 3 canhotos no setor XYZ• Haver nenhum canhoto no setor XYZ

Resposta: µ = 2,5 P(X > 3) = 0,23641 f(0) = 0,07179

EXERCÍCIO 08 - Testes indicam que o tempo de duração das geladeiras da marca XYZ

tem distribuição normal com média de 72 meses e desvio-padrão de 18 meses.

a) O fabricante estipulou como garantia um prazo máximo de 6 meses, período no qual eleficará obrigado de consertar qualquer defeito que surgir no equipamento. Determine aprobabilidade de uma geladeira estragar durante a garantia.

b) Se forem vendidas 150 mil geladeiras durante um ano, qual o número esperado degeladeiras que o fabricante deverá consertar durante o prazo da garantia?

c) Sabendo que 98% das geladeiras conseguem durar mais de k meses, determine o valor dek.

Respostas: a) 0,000121 b) cerca de 18 geladeiras c) k = 108,9 meses

EXERCÍCIO 09 - Sabe-se que 10% das pessoas que estão na fila de um banco desistemde permanecer na fila. Em uma fila com 100 pessoas,a) Calcule, usando a aproximação normal , a probabilidade de menos de oito pessoas

desistirem de permanecer na fila.b) Calcule, usando a aproximação normal , de mais de um quarto das pessoas

desistirem de permanecer na fila.

Respostas: µ = 10 σ = 3a) P(X < 8) = P(z < -0,67) = 0,25143b) mais de ¼ equivale dizer mais de 25% de 100 = 25, então P(X > 25) = P(z > 5) = 0,0

EXERCÍCIO 10 - m exame de múltipla escolha foi elaborado com 10 questões, cada umacom quatro opções. A aprovação no exame exige do aluno que ele acerte pelo menos 60% daprova. Um aluno nada estudou e está pretendendo “chutar” as questões.

a) Qual a probabilidade de ele acertar todas as questões?

b) Qual a probabilidade de ele errar oito questões?

c) Qual a probabilidade de ele ser aprovado no exame?

d) Qual o número esperado de questões que este aluno acertaria?

Respostas:

a.) p(10) = 0,0000009537

b.) “errar 8 questões” ⇒ “acertar 2 questões” Então, p(2) = 0,18771

c.) P(ser aprovado) = P(acertar no mínimo 6 questões) = p(6) + p(7) + p(8) + p(9) + p(10) = 0,01973

d.) número médio de questões corretas = µ = n⋅p = 2,5 questões (de 2 a 3 questões)

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EXERCÍCIO 11 - Uma fabrica de chocolate comercializa barras de chocolate que pesamem média 200 gramas. Os pesos são normalmente distribuídos com uma desvio-padrão de 40gramas.

a) Qual a probabilidade de uma barra de chocolate escolhida ao acaso pesar de 200 a 250gramas?

b) Qual a probabilidade de uma barra de chocolate escolhida ao acaso pesar menos de 90gramas?

c) Qual o número esperado de barras de chocolate com peso superior a 230 gramas, sevocê comprasse 20 barras?

Respostas:

a.) P(200 ≤ X ≤ 250) = P(0 ≤ Z ≤ 1,25) = 0,3944 (ou 39,44%)

b.) P(X < 90) = P(Z < -2,75) = 0,003 (ou 0,3%)

c.) P(X > 230) = P( Z > 0,75) = 0,2266 (ou 22,66%) 22,66% de 20 = 4,5 barras (de 4 a 5 barras)

EXERCÍCIO 12 - Um banco recebe em média 6 cheques sem fundo por dia. Qual é aprobabilidade de que ele receba:

a) nenhum cheque sem fundo um determinado dia?

b) 4 cheques sem fundo durante um determinado dia?

c) pelo menos um cheque sem fundo um determinado dia?

d) um cheque sem fundo da Terça-feira?

e) dez cheques sem fundo durante um determinado dia?

f) dez cheques sem fundo em um intervalo de dois dias seguidos?

DICA: Apesar de não estar falando do modelo a ser utilizado, note que o modelo de POISSON é o mais adequado, poistemos a informação de uma taxa média de 6 cheques sem fundos durante o intervalo de um DIA (λ = 6cheques/dia). O modelo Binomial não é aplicado aqui, pois não temos a probabilidade de sucesso (p) e nem onúmero de tentativas (n) independentes.

Repostas

a) 0,002479 b) 0.13385 c) 0,997521 d) 0,014873 e) 0.04130 f) 0.10484

EXERCÍCIO 13 - Seu computador na empresa onde trabalha recebe e-mail a uma taxamédia de 2 e-mails a cada cinco minutos. Durante uma hora de serviço qual a probabilidade devocê ter recebido mais de trinta e-mails (usando a aproximação Normal para Poisson).

Resposta: P(X > 30) = P(Z > 1,22) = 0,1112 (sem correção de continuidade)P(X > 30) = P(X > 30 +0,5) = P(X > 30,5) = P(Z > 1,33) = 0,0918 (com correção de continuidade)

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7 Bibliografia

• BRUNI, Leal Adriano, Estatística Aplicada à Gestão Empresarial , São Paulo: Editora

Atlas. 2ª Edição, 2008.• LEVINE, David M.; STEPHAN, David; KREHBIEL, Timothy C.; BERENSON, Mark L..

Estatística: Teoria e Aplicações usando Microsoft Excel em Português. 5 ed.. Rio deJaneiro: LTC - Livros Técnicos e Científicos. 2005.

• TRIOLA, Mario F. Introdução à estatística . Rio de Janeiro: LTC - Livros Técnicos eCientíficos, c2005. 656p.

• MARTINS, Gilberto de Andrade, Estatística Geral e Aplicada . São Paulo, Editora Atlas,2005.