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ESTADOS NACIONAIS SOBERANOS
e uma breve história de sua formação
Material elaborado pelo prof. Nilton Aguilar DeCosta, da Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal.Reprodução integral ou parcial autorizadas para fins didáticos e não lucrativos.
Atualmente existem 260 Estados-nação soberanos, ocupando todos os continentes da Terra, com exceção da Antártica (que, no entanto, é disputada por vários países, mas é mantida desocupada por um acordo internacional).
Estado ≠ paísO Estado soberano “Reino Unido” é formado pela união de quatro países. Cada um desses países tem uma própria bandeira, cultura,
seleção de futebol e até uma língua nacional (embora o inglêspredomine nos quatro). Porém, eles não são Estados soberanos. Ou seja, não são autônomos, independentes. Os quatro países têm uma mesma chefe de Estado (rainha Elizabeth II) e uma mesma chefe de
governo (primeira-ministra Theresa May).
Bandeira da Inglaterra Bandeira da Escócia
Bandeira da Irlanda do Norte
Bandeira do Reino Unido
Estado ≠ estado
O Brasil é um Estado formado por 26 estados e um Distrito Federal
Estado ≠ governo
O Estado brasileiro é administrado pelo governo brasileiro. O Estado tem algumas missões que devem ser cumpridas por qualquer governo. Por exemplo, oferecer saúde pública, gratuita e universal para a população. O SUS é uma política de Estado e deve ser executada por qualquer governo. Mas diferentes governos têm políticas próprias que, se não forem transformadas em lei, podem ser extintas. O “Mais Médicos” é uma política do governo Dilma. Outro presidente pode cancelar essa política sem problemas.
Definição de Max Weber
“O Estado é o monopólioda violência legítima
em um determinado território”
MONOPÓLIO: só um tem a posse
VIOLÊNCIA
LEGÍTIMA: aceitável, considerada justa
A formação dos Estados Nacionais Soberanos modernossegundo Charles Tilly
❖ Começaram a se formar na Europa no final da Idade Média
❖ “Na origem do Estado está a GUERRA”
❖ Os atuais Estados nacionais eram reinos menores que, derrotando outros ao redor, foram aumentando seu território.
❖ Os reis perdedores, se não eram eliminados, passavam a ser vassalos dos reis vencedores.
❖ Os reis vencedores se aliavam aos plebeus ricos (burguesia) para financiar mais guerras, em troca de benefícios.
❖Com o passar do tempo, os nobres vassalos ao rei vencedor, foram sendo desarmados.
❖ Cada vez mais, a violência passava a ser monopólio de um único soberano, que concentrava cada vez mais poder.
A formação dos Estados Nacionais Soberanos modernossegundo Charles Tilly
❖ Os reis cobravam impostos da população civil, prometendo, sobretudo, segurança e infraestrutura.
❖ Com o passar do tempo, foram sendo criadas, em cada Estado, uma IDENTIDADE NACIONAL, baseada na ideia de uma únicalíngua, cultura e história de um único povo em um único território (conquistado por uma elite através da guerra).
A formação dos Estados Nacionais Soberanos modernossegundo Charles Tilly
Mapa de Westeros, Estado soberano
formado por sete países que já foram, um
dia, Estados soberanos com seus próprios
reis.
Westeros se tornou um único Estado
soberano após inúmeras batalhas que
levaram à rendição dos sete antigos reis à
dominação de um único rei.
Westeros é um lugar fictício, presente nas
Crônicas de Gelo e Fogo de autoria de
George R. R. Martin. Os livros foram
transformados em um seriado de TV
chamado Game of Thrones. Apesar de ser
ficção, a história de Westeros lembra a
história de formação dos Estados
soberanos europeus atualidade.
HISTÓRIA DA FORMAÇÃO DE
PORTUGAL
• Desde o século VIII, grande parte
da Península Ibérica estava
dominada pelos muçulmanos.
Restavam aos cristãos somente as
terras montanhosas ao norte, onde
se formaram os reinos de Leão,
Castela, Navarra e Aragão. Seus
reis tentaram retomar o território
dos muçulmanos, mas pouco
conseguiram.
• Foi somente a partir do século XI
que as lutas contra os muçulmanos
começaram a ter sucesso. Os
cristãos ibéricos chamaram essas
lutas de Reconquista. A vitória foi
conquistada passo a passo: durante
quatro séculos (do XI ao XV), as
lutas da Reconquista formaram os
territórios de Portugal e Espanha.900
1150
• Afonso VI, rei de Leão e de Castela,
foi um dos maiores soberanos da
Reconquista. Dispondo de grande
força e prestígio na Europa, conseguiu
auxílio militar de outros nobres.
• Em troca pelos serviços prestados ao
rei, o nobre Henrique de Borgonha
ganhou parte das terras tomadas dos
muçulmanos, o Condado
Portucalense.
• Em 1139, Afonso Henriques, filho de
Henrique de Borgonha, desafiou os
costumes feudais, revoltando-se o rei
de Leão e de Castela e declarando-se
rei. Afonso Henriques continuou a
luta contra os muçulmanos
estendendo o território português para
as áreas conquistadas.
• Em 1143, o reino de Leão e Castela
reconhece a independência de
Portugal.
• Para consolidar seu domínio, o rei
tratou de incentivar o povoamento
das terras: atraiu moradores e colonos
com privilégios especiais, distribuiu
castelos a nobres e terras a ordens
religiosas. De todos exigiu em troca
lealdade, a defesa de suas aldeias e
cidades, e o pagamento de tributos.
• Ainda ameaçado por dois inimigos
poderosos, os muçulmanos e o reino
de Leão e Castela, o rei português
centralizou todos os poderes em suas
mãos. Controlou os nobres e
aproximou-se dos burgueses, dando
alguns direitos às cidades e
protegendo o comércio.
• Em meados do século XIII, Portugal
estava completamente formado: a
conquista do território terminara e o
país era governado por um rei forte.
Nenhum outro rei europeu, naquela
época, experimentara uma situação
igual.
1300
Opinião dos filósofos contratualistas
Thomas Hobbes
“o homem é o lobo do homem”
Para Hobbes, o ser humano é naturalmente ruim e antes do surgimento do Estado, todos viviam em eterna guerra. Então, “resolvemos” fazer um “contrato” e instituir o Estado para protegermos, especialmente nossas propriedades, de nós mesmos.
Opinião dos filósofos contratualistas
John Locke
“ninguém é bom juiz de si mesmo”
Para Locke, o ser humano não é naturalmente ruim como para Hobbes. Mas tampouco é bom juiz de si mesmo. A criação do Estado foi necessária para resolvermos conflitos e disputas sobre propriedade de maneira mais neutra e justa. Mas, para Locke, o Estado não pode usar seu poder para abusar de nossas propriedades.
Opinião dos filósofos contratualistas
Rousseau
“todos são iguais perante a lei”
Para Rousseau ser humano é naturalmente bom, mas a criação da propriedade o corrompeu. O tornou violento e egoísta. E tornou a sociedade desigual. O Estado se torna importante para reestabelecer a igualdade e não permitir que os mais fortes abusem dos mais fracos. Para isso deve estabelecer seis que coloquem todos em pé de igualdade.