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ESTADO DE MATO GROSSO Prefeitura Municipal de Cáceres PLANO DIRETOR DE DESENVOLVIMENTO - PDD COMISSÃO ESPECIAL PARA ATUALIZAÇÃO DO PLANO DIRETOR 2010

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ESTADO DE MATO GROSSO Prefeitura Municipal de Cáceres

PLANO DIRETOR

DE DESENVOLVIMENTO - PDD

COMISSÃO ESPECIAL PARA ATUALIZAÇÃO

DO PLANO DIRETOR

2010

Plano Diretor de Desenvolvimento – PDD

_____________________________________________________

Comissão Especial do PDD 2

MENSAGEM

O Prefeito de Cáceres, no estrito dever de sua função e no

cumprimento da Constituição Federal, vem através deste instrumento, instituir

as linhas básicas de desenvolvimento coordenado deste Município e, confiante

de que este objetivo seja plenamente alcançado.

Agradecendo a cooperação de cada Órgão Governamental e Não

Governamental, de cada cidadão e de cada servidor público que subsidiou a

atualização do Plano Diretor de Desenvolvimento de Cáceres, colaborando,

sobremaneira, à prática de governo democrático, voltado ao atendimento das

aspirações do povo desta terra.

Túlio Aurélio Campos Fontes

Prefeito de Cáceres

Plano Diretor de Desenvolvimento – PDD

_____________________________________________________

Comissão Especial do PDD 3

AGRADECIMENTOS

Agradecemos à Câmara Municipal, à Universidade do

Estado de Mato Grosso – UNEMAT e a todos os órgãos Estaduais, Federais,

Sindicatos, Associações, Cooperativas, Entidades Sociais, Clubes de Serviço,

aos colegas Secretários e aos técnicos das Secretarias que compõem o Setor

Público Municipal, bem como a toda a Comunidade, que direta ou

indiretamente contribuíram para a atualização do Plano Diretor de

Desenvolvimento de Cáceres.

Pela Comissão

Adilson Domingos dos Reis

Secretário de Indústria e Comércio

Interino de Planejamento

Plano Diretor de Desenvolvimento – PDD

_____________________________________________________

Comissão Especial do PDD 4

PODER EXECUTIVO

PREFEITO Túlio Aurélio Campos Fontes

VICE-PREFEITO

Wilson Massahiro Kishi

SECRETARIA DE AÇÃO SOCIAL

Eliene Liberato Dias

SECRETARIA DE SAÚDE

Maria Luiza Vila Ramos de Faro

SECRETARIA DE OBRAS

José Eduardo Torres

SECRETARIA DE GOVERNO

Valéria Alves de Souza

SECRETARIA DE FINANÇAS

Marlene das Graças Fornanciari Teixeira

SECRETARIA DE EDUCAÇÃO

Josué Valdemir de Alcântara

SECRETARIA DE ADMINISTRAÇÃO

Vânia da Costa Sacramento

SECRETARIA DE ESPORTES, CULTURA E LAZER

SECRETARIA DE MEIO AMBIENTE E TURISMO

Sandro Miguel da Silva Paula

SECRETARIA DE AGRICULTURA

James Frank Cabral

SECRETARIA DE INDÚSTRIA E COMÉRCIO

SECRETARIA DE PLANEJAMENTO

Adilson Domingos dos Reis

PROCURADORIA GERAL DO MUNICÍPIO

Marionely Araujo Viégas

CONTROLADORIA

Jonésia Pouso Graciolli

Plano Diretor de Desenvolvimento – PDD

_____________________________________________________

Comissão Especial do PDD 5

PODER LEGISLATIVO

PRESIDENTE

Leomar Amarante Mota

VICE-PRESIDENTE

Nilson Pereira dos Santos

1º SECRETÁRIO

Usias Pereira

2º SECRETÁRIO

Alvasir Ferreira Alencar

TESOUREIRO

Josias Modesto

Alonso Batista

Antonio Salvador

Celson Fanaia Teixeira

José Elson Pires

Lúcia de Lourdes

Plano Diretor de Desenvolvimento – PDD

_____________________________________________________

Comissão Especial do PDD 6

EQUIPE TÉCNICA DESIGNADA

Aldo Cesar da Silva Ortiz – Contábeis/Gestão Pública

Ana Lúcia Faria Ortiz Lopes – Pedagoga

Anderson Luiz Caitano Ribeiro – Agrônomo/Esp.Redes computadores

Arlene Janessara de Oliveira Alcântara – Bióloga – Msc Ambiente

Danival Bento Rodrigues – Contábeis

Denise Maria de Oliveira Carvalho Peralta – Ass.Social

James Frank Cabral – Agrônomo

Joaquim Francisco da Costa Neto- Eng. Civil – Msc Ambiente

Jonésia Pouso Gracioli - Administradora

Josué Valdemir de Alcântara – Lic.História/Saúde pública/Ambiente

Maria Ângela Cardoso de Oliveira – Geografia/Plan.Urbano

Mario Quidá – Bel.Direito

Marionely Araujo Viégas - Advogado

Reginete Maria Rondon da Silva – Arquiteta/Urbanista

Sandro Miguel da Silva Paula – Lic.História

Vera Helena de Arruda Fanaia Monteiro – Adm.Empresa

Coordenação

Adilson Domingos dos Reis – Eng.Civil e de Seg. do Trabalho

Digitação

Leandro Xavier Ursolino

Plano Diretor de Desenvolvimento – PDD

_____________________________________________________

Comissão Especial do PDD 7

ÍNDICE

1. O PLANO DIRETOR DO MUNICÍPIO DE CÁCERES-MT ............................. 9

2 - ASPECTOS HISTÓRICOS ......................................................................... 12

3 - ASPECTOS FÍSICOS E NATURAIS........................................................... 16 3.1 - Denominação: ................................................................................... 16 3.2 - Limites............................................................................................... 16 3.3 Vegetação ........................................................................................... 17 3.4 Solos ................................................................................................... 17 3.5 Classificação climática ........................................................................ 19 3.6 Província Serrana e Serras residuais do Alto Paraguai ...................... 20 3.7 Depressão do Paraguai ...................................................................... 21

3.8 Rio Paraguai ....................................................................................... 23 3.9 Pantanal .............................................................................................. 25 3.10 Unidades de Conservação ................................................................ 27

3.11 Estação ecológica da serra das araras. ............................................ 28 3.12 – Estação ecológica de Taiamã ........................................................ 29

4. INSERÇÃO REGIONAL DE CACERES: ..................................................... 30 4.1 Cáceres e região: ................................................................................ 30 4.2 Cáceres pólo: ...................................................................................... 32

4.3 As divisões internas do município: ...................................................... 36 4.4 Cáceres e sua posição nacional e internacional: ................................ 36

5. A estrutura fundiária e a ocupação atual do solo: .................................. 38

5.1 A situação rural: .................................................................................. 38 5.2 A situação urbana: .............................................................................. 40

6. Dinâmica e caracterização sócio-econômica da população: ................. 44

6.1 Evolução e Características:................................................................. 44 6.2 População atual .................................................................................. 51

7. As principais atividades econômicas: ..................................................... 52 7.1 O setor primário: ................................................................................. 52

7.2 O setor secundário: ............................................................................. 55 7.3 O terciário: ........................................................................................... 56

8. Breves comentários sobre a infra-estrutura urbana, os equipamentos

sociais, áreas verdes e ambiente: ................................................................ 59 8.1 As deficiências da infra-estrutura básica: ........................................... 59 8.2 Abastecimento de água: ..................................................................... 60 8.3 Rede de esgoto e pluvial: .................................................................... 64 8.4 O tratamento dos resíduos sólidos urbanos: ..................................... 68 8.5 Construções em locais insalubres ou de risco: ................................... 70 8.6 Áreas verdes urbanas: ........................................................................ 71 8.7 Os equipamentos sociais: ................................................................... 73 8.8 O ambiente e algumas zoonoses: ....................................................... 74 8.9 Pesca .................................................................................................. 75 8.10. Considerações Finais ....................................................................... 76

9. A mobilidade geral e urbana: .................................................................... 77 9.1 A mobilidade geral: ............................................................................. 77 9.2. A mobilidade urbana: ......................................................................... 78

Plano Diretor de Desenvolvimento – PDD

_____________________________________________________

Comissão Especial do PDD 8

10. TENDÊNCIAS E DIRETRIZES: ................................................................. 81 10.1. Tendências:...................................................................................... 81

10.2 Gerais:............................................................................................... 84 10.3 Da área urbana: ................................................................................ 85

10.4.Da área do Desenvolvimento Economico: ........................................ 85 10.5 Na área de Educação: ...................................................................... 86 10.6 Na área de Recreação, Esporte e Lazer: .......................................... 87 10.7 Na área de Meio Ambiente e Turismo: ............................................. 88 10.8 Na área de Infra-Estrutura: ............................................................... 89

10.9 Na área de Agricultura e Abastecimento: ........................................ 91 10.10 Na área da Saúde: .......................................................................... 92 10.11 De Ordem Politica - Administrativa: ................................................ 92 10.12 Das Leis e Códigos: ........................................................................ 93

11. Das Disposições Transitórias e Finais: ................................................. 94

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................ 96

ANEXOS:

1. SLIDES UTILIZADOS NAS AUDIÊNCIAS PÚBLICAS;

2. CONJUNTO DE MAPAS.

Plano Diretor de Desenvolvimento – PDD

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Comissão Especial do PDD 9

1. O PLANO DIRETOR DO MUNICÍPIO DE CÁCERES-MT

A Constituição Federal, promulgada em 1988, indicou que a Política de

desenvolvimento urbano fosse executada pelo poder público municipal e que

as diretrizes gerais de responsabilidade dos Governos Federal e Estadual

balizassem essa Política e sua execução:

Constituição Federal Art. 182: A função social da propriedade deverá ser definida no Plano Diretor, obrigatório para as cidades com mais de 20.000 habitantes; Constituição Federal Art. 30 - Inciso I: Cabe ao Município Legislar assuntos de interesses locais; Constituição Federal Art. 30 - Inciso VIII: Promover, no que lhe couber, adequado ordenamento territorial, mediante planejamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano.

Cabe ao Município de Cáceres o cumprimento das disposições

constitucionais referente a atualização do Plano Diretor elaborado em 1995,

visando instrumentalizar seu planejamento, na busca do desenvolvimento

sustentável e de cumprir a função social da propriedade.

O objetivo do Plano Diretor é instrumentalizar o processo de

desenvolvimento, permitindo uma compreensão geral dos fatores Políticos

Econômicos, Financeiros e Territoriais, necessário para o desenvolvimento do

Município de Cáceres.

O Plano Diretor é um documento de referência para a ação do Governo

e que, sendo devidamente legitimado, suas determinações poderão funcionar

como instrumento de controle social sobre a ação do Poder Público no

território do Município. Para tanto é fundamental a participação da população

na discussão, construção, aprovação e acompanhamento de todas ações

inerentes a Gestão Municipal, a partir da aprovação do Plano.

O Plano Diretor é a base do Planejamento Urbano/Rural: planejar é

articular soluções para melhor aproveitamento dos recursos disponíveis no

Plano Diretor de Desenvolvimento – PDD

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Comissão Especial do PDD 10

Município; é o instrumento básico para garantir a função social da propriedade

urbana e rural; é o instrumento de Poder Público para elaboração de uma

Política Públicas. O Plano Diretor poderá sofrer modificações continuamente,

em consonância com as mudanças que venham a ocorrer na realidade local.

A metodologia utilizada teve como primeira etapa o esboço histórico

temático e como etapas subsequentes o conhecimento da realidade, pelos

diagnósticos, prosseguindo até, a elaboração de diretrizes gerais para o

desenvolvimento do Município, nos seus vários temas. As propostas se

caracterizam como indicações gerais, implicando que posteriormente devem

ser desenvolvidos Programas, Planos Setoriais, Projetos e Normas Legais.

Administração criou um locus de trabalho e uma equipe mínima para

buscar a atualização do Plano Diretor (1995). Isto se fez necessário em

função da administração dos recursos financeiros escassos; através da

criação de equipe multidisciplinar composta por Secretários e Servidores,

necessária para atendimento e acompanhamento das diretrizes mínimas

previstas para o desenvolvimento Municipal.

Considerando, regra geral, que todo Município, tem sempre um

conjunto de problemas decorrentes do nível econômico da população; da

forma de vida social e do meio ambiente natural, considerando o diagnostico

contratado para atualização do Plano Diretor, concluído em outubro de 2007, a

equipe deciciu pelo seu aproveitamento.

Buscou-se a interação com diversas instituições, seja através de

participação em eventos oficiais, a exemplo do promovido pelo Ministerio

Público Estadual, pela EMBRAPA/INPE – 3º GEOPANTANAL e SEMAJUR

(Semana Juridica) promovida pelo Departamento de Direito da UNEMAT,

SEMAU – Seminario do Meio Ambiente Urbano ―Politicas Públicas Urbanas e

o Desenvolvimento Sustentavel, tendo como foco o exercício de ouvir e

interpretar as diversas inquietudes da sociedade e agregar as informações e

solicitações colhidas durante as dezenas de audiências públicas promovidas

para a construção do Plano Plurianual - PPA 2010-2014, sob o titulo

―Sensibilização para a atualização do Plano Diretor‖.

Plano Diretor de Desenvolvimento – PDD

_____________________________________________________

Comissão Especial do PDD 11

Com os recursos financeiros disponíveis, apoio das instituições e

participação popular, espera-se que o novo Plano Diretor seja ferramenta

eficaz para a formalização de Projetos ou Programa e no desenvolvimento de

planos de trabalho, auxiliando a conduzir o Município de Cáceres, dentro das

suas potencialidades, ao seu desenvolvimento pleno, com conseqüente

melhoria da qualidade de vida para seus habitantes.

Plano Diretor de Desenvolvimento – PDD

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Comissão Especial do PDD 12

2 - ASPECTOS HISTÓRICOS

2.1.- Memória Histórica de Cáceres

Cáceres foi fundada em seis de outubro de 1778, pelo

governador de Mato Grosso na época, Luis de

Albuquerque de Mello Pereira e Cáceres, recebendo o

nome de Vila Maria do Paraguai, em homenagem à

Rainha reinante de Portugal. Consta-se que a fundação

do povoado à margem esquerda do rio Paraguai, ocorreu

por quatro motivos principais: a defesa e o incremento

das fronteiras do domínio de Portugal a Oeste; a abertura

de uma via de navegação com a cidade de São Paulo; a facilitação tanto das

comunicações quanto das relações comerciais entre as cidades de Vila Bela

da Santíssima Trindade e Cuiabá e a fertilidade do solo da região, prenúncio

de riquezas.

Passado mais de um século de sua fundação, poucas mudanças houve.

O grande destaque local era a Fazenda Jacobina, que em 1827, de acordo

com o testemunho de Hércules Florense,

citado por Natalino Ferreira Mendes na obra

História de Cáceres, “era a mais rica fazenda

da província, tanto em área como em

produção”. Descrito pelo Professor Natalino

Ferreira Mendes, em Memória Cacerense,

“havia cerca de 60 mil reses povoando os campos da Jacobina, situada junto à

Serra do mesmo nome à entrada de Vila Maria do Paraguai. Consta ainda, que

a Fazenda Jacobina possuía 200 escravos e um grande engenho movido por

força hidráulica”.

Historiadores reputam à Jacobina o início de tudo na região, há registros

de que nesta Fazenda, Sabino Vieira, chefe da malograda revolução baiana

denominada ―sabinada‖, foi se refugiar até a sua morte em 1846.

Plano Diretor de Desenvolvimento – PDD

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Comissão Especial do PDD 13

Maria Josefa de Jesus, filha do fundador da Fazenda Jacobina, casou-

se com João Carlos Pereira Leite, que veio a fundar a Fazenda Descalvados,

que também se tornou uma das maiores e mais antigas fazendas da província.

Por sua vez um genro de João Carlos Pereira Leite, Joaquim José Gomes da

Silva, atravessaria o Pantanal mato-grossense em direção ao sul, hoje Estado

de Mato Grosso do Sul, para fundar no ―firme‖, a Nhecolândia.

O povoado de Vila Maria do Paraguai, na época, não

passava de uma ―aldeia‖, centrada em torno da

igrejinha de São Luis de França. Segundo o

historiador, professor Natalino Ferreira Mendes, em

meados do século XIX, a Vila experimentou algum

progresso, em razão do advento do ciclo da indústria

extrativista da poaia (ipecacuanha) – o ―ouro negro

da floresta‖, e da borracha, que juntamente com a

bovinocultura eram a economia da região;

impulsionada pela abertura da navegação fluvial do rio Paraguai,

estabelecendo a ligação com a cidade de Corumbá.

Em 1860, Vila Maria do Paraguai possuía uma Câmara Municipal, mas

somente em 23 de junho de 1874 foi elevada à categoria de cidade, recebendo

o nome de São Luis de Cáceres. O Nome foi uma homenagem ao Santo

padroeiro e ao fundador da localidade. No ano de 1938, por força de um

Decreto Lei Estadual, o município passou a ter o nome que traz até a

atualidade: Cáceres.

Há citação de que a denominação São Luis estava causando, na época,

confusão de endereço com a capital do Maranhão, São Luiz.

Em fevereiro de 1883, foi transferido

para a praça da matriz, o Marco do Jauru,

demarcatório do Tratado de Madri

celebrado entre Portugal e Espanha, em

1750. O monumento permanece na praça

Barão do Rio Branco, em frente à Catedral

Plano Diretor de Desenvolvimento – PDD

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Comissão Especial do PDD 14

de São Luis, cuja construção iniciou-se em 1919, mas, somente foi concluída

em 1938 tornando-se também outro monumento da cidade. Os dois

monumentos são motivos de orgulho para Cáceres, e hoje, constituem-se em

atrativos turísticos de visitação ―obrigatória‖.

Em 1907, a então cidade de São Luis de Cáceres recebeu uma visita

ilustre: a do Presidente dos Estados Unidos, Theodore Roosevelt, que

participava em companhia de Cândido Rondon da

famosa Expedição Roosevelt-Rondon.

Conta-se que o Presidente Americano ficou

encantado com o comércio local, cujo destaque era a

loja ―Ao Anjo da Ventura‖, propriedade comercial de

José Dulce & Cia, proprietária também do vapor ―Etrúria‖, o maior e o mais

regular navio de passageiros e de cargas, que se tornou símbolo do progresso

que na época se experimentava.

Embarcações deixavam a localidade com destino à Corumbá,

carregadas de poaia (ipecacuanha), borracha e produtos como charque, crinas

e couros de animais e retornavam com mercadorias finas, como tecidos,

cristais, louças e pratarias, procedentes da Europa.

A elite local tinha acesso à literatura estrangeira e artigos de luxo, em

contraste com a poeira, a lama e animais pastando nas ruas da cidade. A

comunidade em geral se divertia com touradas e cavalhadas, realizadas

durante as festividades de santo, que envolviam toda a sociedade como se

fossem uma grande e única família.

No início de 1927, dois acontecimentos marcaram a cidade: a passagem

da famosa Coluna Prestes pelos arredores, que provocou

pânico e a fuga de muitos moradores; e a histórica descida

do primeiro avião a pousar em Mato Grosso, o hidroavião

italiano Savoia Marchetti S-55, batizado ―Santa Maria‖, que

pousou nas águas calmas do rio Paraguai pilotado pelo Marquês italiano De

Pinedo, hóspede oficial de Cáceres.

Plano Diretor de Desenvolvimento – PDD

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Comissão Especial do PDD 15

Em 1928, foi inaugurado o Porto Mário Corrêa, grande feito para a

cidade, ali, chamava muita atenção as figura de dois

leões que guardavam a entrada do Cais do Porto.

Em dezembro de 1929 ocorre a inauguração de

outra importante obra, o prédio da sede do Governo

Municipal, que abrigou até recentemente a Câmara

de Vereadores. Esta construção, juntamente com

as antigas residências de famílias tradicionais como Costa Marques e

Ambrósio, formam um belo conjunto arquitetônico nas esquinas das ruas

Coronel José Dulce e General Osório, no centro da cidade.

Na segunda metade do século XX, as

mudanças aconteceram mais rapidamente. No

início dos anos 60, foi inaugurada a ponte

Marechal Rondon, sobre o lendário rio

Paraguai, que incrementou toda a logística de

ligação com outras cidades além do rio, na

direção oeste de Mato Grosso; estimulando

migração de brasileiros procedentes do atual Mato Grosso do Sul, de Goiás e

da Região Sudeste do País, alterando a

fisionomia socio-econômica-cultural de

Cáceres, cuja ligação com a Capital Cuiabá e o

restante do País se intensificava na medida

que melhoravam as rodovias.

Acelerou-se então o fracionamento do

antigo território cacerense, através das

sucessivas, naturais e necessárias emancipações, consolidando a situação de

Cáceres como Município Mãe.

Plano Diretor de Desenvolvimento – PDD

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Comissão Especial do PDD 16

3 - ASPECTOS FÍSICOS E NATURAIS

3.1 - Denominação: Cáceres

Ato de criação:Lei Provincial nº 01 de 28 de Maio de 1859.

O município de Cáceres é um dos maiores do Mato Grosso, mesmo

com as emancipações de Mirassol D’Oeste, Rio Branco, Salto do Céu, S. José

de 4 Marcos e Araputanga, Porto Esperidião, Glória D’Oeste e Lambari

D’Oeste e Curvelândia, mesmo assim conta com uma área de 24.612 Km².

Latitude SulLongitude

Oeste

TOTAL MATO GROSSO 09/03/1748 903.357

39.145

1 CÁCERES 28/05/1859 1 24.612 -16º07'05" -57º67'88" 118 215

2 Araputanga 14/12/1979 4.153 1.602 -15º47'11" -58º35'30" 200 371

3 Curvelândia 28/1/1998 6.981 375 -15º37'00" -57º55'07" ... 311

4 Glória D'Oeste 20/12/1991 5.904 941 -15º76'83" -58º21'77" ... 304

5 Lambari D'Oeste 20/12/1991 5.914 1.794 -15º32'33" -58º00'36" 186 327

6 Mirassol D'Oeste 14/5/1976 3.698 967 -15º67'50" -58º09'58" 260 329

7 Porto Esperidião 13/5/1986 5.012 5.834 -15º85'27" -58º46'02" 160 358

8 Rio Branco 13/12/1979 4.151 420 -15º24'08" -58º11'55" 180 367

9 Salto do Céu 13/12/1979 4.152 1.325 -15º12'97" -58º12'66" 300 383

10 São José dos Quatro Marcos 14/12/1979 4.154 1.275 -15º62'13" -58º17'63" 230 343

Elaboração COOTRADE, 2007.

Cáceres (Área de Influência)

Altitude

(msnm)

Distância

Capital

(km)

QUADRO 01: Divisão, político-administrativa, lei, data de criação, área e

localização geográfica, no Mato Grosso, no município de Cáceres e Área de

Influência (MT).

Fonte: Anuário Estatístico de Mato Grosso, 2001, Miranda, Leodete. Atlas Geográfico de Mato Grosso, 2000 e IBGE, 2005.

Nº MunicípiosData

Criação

Lei /

Número

Área

Geográfica

km2

Coordenadas

3.2 - Limites

Norte: Glória D'Oeste, Mirassol D'Oeste, Curvelandia

Lambari D’Oeste e Porto Estrela

Sul : Poconé, República da Bolívia e Corumbá

Leste: Poconé

Oeste: República da Bolívia e Porto Esperidião

Plano Diretor de Desenvolvimento – PDD

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Comissão Especial do PDD 17

3.3 Vegetação

A vegetação natural predominante constitui-se de Savana Arborizada,

Savana Gramíneo-Lenhoso Arborizada e Floresta Estacional semidecidual

Aluvial. Com característica heterogênea, apresentando ambientes de

pantanal, cerrado e mata, além de faixas de transição entre estes ambientes

(MORENO E HIGA, 2005)1.

A vegetação que recobre o Pantanal é variada. Para defini-la emprega-

se a expressão ―Complexo do Pantanal‖, designação que engloba diferentes

fitoisionomias. Na região encontram-se fisionomias do tipo: cerrado, campo

limpo, campo sujo, brejos com sua vegetação hidrófila, mata pluvial tropical

subcaducifólia e outras (ABREU et all, 2001)2.

Há diversas comunidades vegetais com domínio nítido de uma espécie,

tomando a comunidade vegetal o nome da espécie dominante (ex. canjiqueiral,

caronal, cambarazal, paratudal, etc) (ABREU et all, op cit).

3.4 Solos

Conforme Miranda (2000)3, os solos da região de Cáceres em sua

grande parte, atualmente são áreas desaconselháveis à utilização agrícola,

pela presença de uma ou mais limitações de caráter acentuado, tais como:

fertilidade muito baixa, alta salinidade, reduzida profundidade, presença de

pedregosidade, rochosidade, textura arenosa, topografia montanhosa e

escarpada.

Também há solos com fertilidade alta (características físicas e/ou

morfológicas boas, com topografia plana e suave ondulada, praticamente sem

1 MORENO, G; HIGA, T.C.S. (orgs.). Geografia de Mato Grosso: território, sociedade, ambiente. Cuiabá: Entrelinhas,

2005. 183p. 2 ABREU, U.G.P.; MORAES, A.S. e SEIDL, A.F. Tecnologias Apropriadas para o Desenvolvimento Sustentado da

Bovinocultura de Corte no Pantanal. EMBRAPA/CPAP: Corumbá. Documentos 24. 2001 3 MIRANDA, L; AMORIM, L. Mato Grosso: Atlas geográfico. Cuiabá: Entrelinhas, 2000.

Plano Diretor de Desenvolvimento – PDD

_____________________________________________________

Comissão Especial do PDD 18

limitações); média alta (características físicas e/ou morfológicas regulares, com

topografia plana e ondulada, possuindo como principais limitações áreas

declinosas, pouca profundidade e textura grosseira) e baixa (características

físicas e/ou morfológicas boas, com topografia plana e suave ondulada, com

limitações de nutrientes - baixa disponibilidade). Média alta (características

físicas e/ou morfológicas regulares, com topografia plana e suave ondulada,

limitações principais são riscos de inundações, impedimento de drenagem).

Quanto a classificação dos solos da região (figura 2) há a predominância

do Plintossolos, seguido por: Planossolos, Neossolos, Gleissolos,

Luvilossolos, Alissolos (veja tabela 1 com pormenores da classificação)

Ocorrência:

Classe de relevo

PlintossolosPlíntico logo após o

horizonte A

Solos minerais

hidromórficos

Pálidas

mosqueadas com

cores alaranjadas

e avermelhadas

Arenosa a

argilosa

Raso a pouco

profundo

Imperfeita a

mal drenado

Plano, suave ondulado e

ondulado (alagamento

periódico)

Planossolos

Nátrico, diferença acentuada

entre os horizontes A ou E,

e o B

Solos minerais

hidromórficos ou

não

Bruno-acizentado

claroArgilosa Pouco profundo

Imperfeita a

mal drenado

Plano, suave ondulado

(alagamento periódico)

NeossolosAusência do horizonte B

solos pouco desenvolvidos

Solos minerais e

orgânicos,

hidromórficos ou

não.

Vermelho, amarelo

ou mais claro.

Arenosa a

média

Raso a muito

profundo

Excessivament

e a mal

drenado

Ondulado, forte ondulado.

Gleissolos

Ausência de horizonte B, e

presença de horizonte glei,

solos pouco desenvolvidos.

Solos minerais

hidromórficos

Acinzentado,

azulado e

esverdeado.

Arenosa a

muito

argilosa

Pouco profundo

Mal ou muito

mal drenado

(encharcado)

plano (terraços fluviais de

grandes rios, áreas

abaciadas e depressões)

Luvilossolos

Horizonte B textural, distinta

individualização dos

horizontes.

Solos minerais

não hidromórficos

Do vermelho ao

amarelo, às vezes

brunado ou

acinzentado claro

Média

argilosa

Pouco profundo a

profundoBem a drenado Plano a forte ondulado

Alissolos

Horizonte B textural, distinta

individualização dos

horizontes

Solos minerais

não hidromórficos

Do vermelho ao

amarelo, às vezes

brunado ou

acinzentado

Média a

argilosa

Pouco profundo a

profundo

Bem a

imperfeitament

e drenado

Ondulado, forte ondulado

e montanhoso)

Fonte: Miranda e Amorim, 2000.

QUADRO 02: Principais ocorrências de solos em Cáceres - MT, e suas classificações.

Solos Horizonte Origem Cor Textura Profundidade Drenagem

3.5 Classificação climática4

Moreno e Higa (2005) apresentam uma outra classificação climática foi

sugerida proposta com base no Zoneamento Socioeconômico-ecológicodo

Estado. Assim, Cáceres está no grupo II, subunidade II-A.

O grupo II - Clima Tropical Continental Alternadamente Úmido e Seco (6

meses de período seco) corresponde à faixa latitudinal entre 12° e 18° LS.

Onde, o controle climático se deve aos fatores continentalidade (mais de 1.500

km do oceano Atlântico Sul), relevo e dos Sistemas Extratropicais (Frente e

Anticiclone Polar) em relação ao Clima Equatorial Continental (Unidade l).

A diversidade das subunidades climáticas se deve a forma e a

orientação do relevo, ocorrendo desde compartimentos rebaixados, onde os

totais pluviométricos são os menores do Estado (Depressão do Alto Paraguai e

Pantanais), até climas tipicamente mesotérmicos úmidos das altas superfícies

4 Para mais informações, consulte também as tabelas A7 à A 16, dos dados estatísticos desse relatório.

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do Planalto dos Guimarães e Parecis (altitudes acima de 600 m) (MORENO e

HIGA, 2005).

A subunidade climática II-A na qual Cáceres está inserida refere-se às

depressões e planícies com altitudes entre 85 e 200 m de altitude, onde o

clima pode ser classificado como Tropical Megatérmico Sub-úmido. Existe uma

nítida diminuição dos totais de chuvas (1.200 e 1500 mm), bem como um

aumento nas perdas superficiais da água por evapotranspiração

(aproximadamente entre 1.350 e 1.450 mm). As temperaturas médias anuais

oscilam entre 25°C e 26°C, enquanto as máximas ultrapassam,

freqüentemente, 35°C durante quase o ano todo e o período seco se prolonga

de abril-maio a setembro-outubro.

QUADRO 03: CARACTERÍSTICAS DA UNIDADE CLIMÁTICA: ZONA II / UNIDADE II - A

Climas controlados por sistemas: Tropicais Continentais (50 a 60%) e Equatoriais Continentais (20 a 30%) e Extra Tropicais (10 a 20%).

Altitude (m)

Temperatura anual (Cº) Precipitação (mm)

Média anual Janeiro Julho Total

anual

Estação

chuvosa

Trimestre mais

chuvoso

Estação

seca

N 85-200m 25.4-24.3 25.6 - 24.9

23.5 - 21.3

1.200 a 1.500

nov-abr

nov-abr

out-abr

out-abr

Dez, jan e fev.

mai-out

mai-out

mai-set

abr-set

Fonte: Moreno e Higa (2005)

3.6 Província Serrana e Serras residuais do Alto Paraguai

No nordeste do município observa-

se um conjunto de serras denominado

localmente de Morraria (figura ao lado).

São serras de cristas paralelas com topos

arrasados e depressões interplanálticas e

intermontanas, originadas de processos

orogenéticos do Cinturão Orogênico Paraguai-Araguaia.

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A província serrana é representada por um segmento da faixa do

dobramento "Paraguai-Araguaia", com aproximadamente 500 km de extensão

e 20 a 40 km de largura, altitudes entre 300 e 800 metros, com concavidade

voltada para sudeste, situadas entre a Depressão Cuiabana, a Depressão do

Alto Paraguai e os planaltos dos Guimarães e dos Parecis (ROSS et all,

2005)5.

Essas serras residuais atuam como divisor de águas das bacias

Amazônica e do Paraná, contendo, na vertente voltada para o norte, os

formadores dos rios Xingu e Teles Pires, e na

porção voltada para o sul as nascentes dos rios

Cuiabá e Paraguai (ROSS et all, op cit).

Tais serras encontram-se coberta por

cerrados, pastagens e pequenas áreas

destinadas à agricultura nos vales, na qual

emergem uma infinidade de minas e nascentes

de pequenos rios que abastecem as pequenas e

médias propriedades rurais da região (NEVES E

CRUZ, 2006)6.

3.7 Depressão do Paraguai

As planícies e o Pantanal do Rio Paragua encontra-se no centro-sul do

Estado, limitando-se a noroeste com a Depressão do Alto Paraguai e a norte-

nordeste com a Depressão Cuiabana. Uma extensa superfície de acumulação,

com topografia muito plana e altimetrias oscilando entre 120-300 m.

Estendendo-se entre as bordas do Planalto dos Parecis e a terminação norte

dos pantanais mato-grossenses, avançando para leste até os residuais da

Província Serrana (ROSS et all, 2005).

5 ROSS, J; VASCONCELOS, T.N.N e CASTRO, P.R. Jr. Estruturas e Formas de relevo. In: MORENO, G; HIGA,

T.C.S. (orgs.). Geografia de Mato Grosso: território, sociedade, ambiente. Cuiabá: Entrelinhas, 2005. 217-287p. 6 NEVES , R. J. e CRUZ, C.B. M. O uso de representações gráficas geradas a partir de ferramentas de

geoprocessamento nos estudos em sala de aula - Pantanal de Cáceres, MT. Campo Grande: Anais 1º Simpósio de Geotecnologias no Pantanal; Embrapa Informática Agropecuária/INPE, p.482-491. 2006

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Apresenta complexa rede hidrográfica sujeita às inundações periódicas,

com áreas permanentemente alagadas. Tem como principal eixo regional o rio

Paraguai. Essa vasta bacia de deposição aloja um pacote de sedimentos de

idade recente, cuja espessura chega a atingir 500 m (ROSS et all, op cit).

Na depressão do rio Paraguai encontra-se ao norte e na zona urbana,

áreas de cerrado e mata galeria (floresta estacional semi-decidual aluvial) e

cerrado e pantanal a noroeste. Atualmente, boa parte destas áreas, está

retalhada por áreas de pastos, reflorestamentos e de pequenos cultivos

(NEVES E CRUZ op cit)

Da cobertura original, restam apenas a mata galeria ao longo dos

canais fluviais e alguns remanescentes de cerrado, que abrigam importantes

rios e nascentes que alimentam o pantanal mato-grossense, como os rios

Paraguai, Jauru, Cabaçal, Sepotuba, Ixu, Padre Inácio, entre outros (NEVES

E CRUZ op cit).

Segundo Mamede (1993) apud Ross et all, op cit, algumas feições

dessas áreas de acumulações são identificadas assim denominadas:

• baías: pequenas depressões no terreno, de variadas formas

(circulares, semicirculares ou irregulares), contendo água ou não. Podem estar

ou não recobertas por espécies vegetais aquáticas;

• cordilheiras: são faixas do terreno (em média mais longas que

largas), normalmente de 3 m acima do nível de base local, e que balizam as

baías ou direcionam as vazantes. São locais preferenciais para as sedes das

fazendas, muito usadas como retiros para o gado pantaneiro e servem como

refúgio para a fauna regional, na época das cheias;

• vazantes: amplas depressões alongadas, localizadas entre vazantes,

que funcionam como curso fluvial com até vários quilômetros de extensão e

que podem ter caráter intermitente, perene, ou estar ligando baías ou cursos

d'água;

• corixos: cursos d'água de caráter perene, que ligam baías contíguas

ou mesmo cursos d'água de maiores portes, com maior poder erosivo que as

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vazantes (apresentam leitos mais escavados, normalmente mais estreitos e

profundos).

3.8 Rio Paraguai

As nascentes do rio Paraguai estão no complexo da Chapada dos

Parecis, próximo a Diamantino e drena, juntamente com seus afluentes, o

Pantanal (MAITELLI, 2005)7. As isoietas médias anuais (1931-1988) mostram

que os valores de precipitação aumentam de Oeste para Leste, atingindo a

área dos formadores, no planalto central, com amplitude entre 1.000 e 1800

mm. A chuva média da bacia é de 1.370mm/ano (Cunha e Guerra, 1982)8.

Como principais afluentes se têm os rios: São Lourenço, Taquari,

Miranda, Apa, Jauru Queimado, Sepotuba, Bento Gomes, Cabaçal, Cuiabá e

Manso (CUNHA E GUERRA (1982); MAITELLI (1995)).

A complexidade do regime está relacionada à baixa declividade dos

terrenos que integram as planícies e pantanais mato-grossenses (de 50 a 30

cm/km no sentido leste-oeste e de 3 a 1,5 cm/km de norte para o sul) e à

extensão da área que permanece periodicamente inundada. O curso

meândrico do rio e os numerosos acidentes geográficos que aparecem na

planície inundável, contribuem para a lentidão do escoamento das águas

(Maitelli op cit), pelos seus 2.070 Km (CUNHA E GUERRA, op cit)

Segundo BRASIL (2007)9 a vazão média do Rio Paraguai é 2368 m³/s e

a vazão especifica média 6,5 l/s/Km², mas, Tucci (2007)10

aponta que na parte

pantaneira da bacia do Alto Paraguai a vazão específica é 20 l/s/km², mas,

7 MAITELLI, G.T. Hidrografia. In: MORENO, G; HIGA, T.C.S. (orgs.). Geografia de Mato Grosso: território,

sociedade, ambiente. Cuiabá: Entrelinhas, 2005. 274 – 283p. 8 CUNHA, S.B. e GUERRA, A. J. T. Geomorfologia do Brasil, Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1998.

9 BRASIL, ANA. GEO Brasil: recursos hídricos: componente da série de relatórios sobre o estado e perspectivas do

meio ambiente no Brasil. / Ministério do Meio Ambiente ; Agência Nacional de Águas ; Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente. Brasília: MMA; ANA, 2007. 10

TUCCI, C.E.M Recursos Hídricos e Conservação do Alto Paraguai. Disponível em

http://www.iph.ufrgs.br/corpodocente/tucci/publicacoes/revparagua.PDF acessado no dia 15 de maio de 2007.

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24

para COLLISCHONN et all (2007)11

a vazão média em Cáceres é de cerca de

400 m³s-¹, em Descalvados é de cerca de 440 m³s

-¹. Na figura (3) observa-se a

precipitação e a vazão média mensal do Rio Paraguai em Cáceres.

Figura 3: precipitação e a vazão média mensal do Rio Paraguai em Cáceres Adaptado de Tucci (2007)

Em Mato Grosso o rio Paraguai (figura 3) possui dois trechos com

características de relevo e regime fluvial diferenciados: o Paraguai Superior -

da nascente até a foz do rio Jauru, com 430 quilômetros de extensão e, Alto

Paraguai - em Mato Grosso, compreende o curso entre a foz do rio Jauru, até

o limite sul do Estado. Este trecho, porém, se estende até a foz do rio Apa, em

Mato Grosso do Sul, com extensão total de 1.263 quilômetros (MAITELLI op

cit).

No curso dos rios Paraguai e Cuiabá, em Cáceres e Cuiabá, as cheias

ocorrem de dezembro a março (verão), verificando-se o nível máximo das

águas em fevereiro e o mínimo em julho (inverno), mostrando a influência do

regime tropical austral típico (estação chuvosa na primavera-verão e estação

seca no outono-inverno) (MAITELLI op cit).

Apesar de navegado desde os tempos pré-coloniais e servir de

importante meio de comunicação entre povos e cidades, estudos realizados

para a implantação de uma hidrovia previram serviços de dragagem,

11

COLLISCHONN, B.; BRAVO, J. M.; COLLISCHONN, W.; VILLANUEVA, A.; ALLASIA, D; TUCCI, C.E.M.

Estimativa Preliminar do Comprimento do Remanso no Rio Paraguai a Montante de Amolar. Disponivel em http://galileu.iph.ufrgs.br/collischonn/ClimaRH/download/artigo_estimativa_remanso_amolar.pdfacessado no dia 15 de abril de 2007.

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derrocamento do leito fluvial e retificação de meandros numa extensão de

3.442km entre de Cáceres e Nueva Palmira, no Uruguai. Entretanto, diante dos

impactos ambientais dessa proposta, o governo federal ainda está analisando

(BRASIL, 200612

e CEBRAC/ICV, 200013

).

Segundo Maitelli (2005) a Bacia Platina é abastecida pela Sub-bacia do

Alto Paraguai onde o rio Paraguai e afluentes ( Sepotuba, Cabaçal e Jauru) a

constitui.

Na área banhada pelos rios Cabaçal e Jauru encontram-se os

municípios de Cáceres, Lambari d'0este, Rio Branco, Salto do Céu, Reserva

do Cabaçal, Araputanga, Mirassol D'0este, Porto Esperidião, Glória d'0este,

São José dos Quatro Marcos, Indiavaí, Figueirópolis d'0este e Jauru.

A autora ainda retrata que os principais problemas ambientais na sub-

bacia são: a erosão das margens dos rios e transporte de sólidos nos cursos

de água; atividades agrícolas que utilizam agrotóxicos e, Devido aos despejos

de detritos pêlos frigoríficos, principalmente os localizados em São José dos

Quatro Marcos, ocorre também o processo de eutrofização nesses cursos

dágua.

3.9 Pantanal

Cáceres situa-se a margem direita do Rio Paraguai, tem predomínio do

ambiente pantaneiro, devido ao pantanal recobrir 50,7% (12.371 km²) da área

territorial municipal, configurando como principal sistema ambiental (Neves e

Cruz, 2006). O Pantanal (Figura 5) desde 2000 é considerado pela UNESCO

como patrimônio da humanidade (Moreno e Higa, 2005).

12

BRASIL. Programa de estruturação institucional para a consolidação da política nacional de recursos

hídricos - BRA/OEA/01/002: Caderno regional da região hidrográfica do Paraguai. Brasília: MMA/SRH/OEA. 2006 13

CEBRAC/ICV, REALIDADE PANTANAL: Retrato da Navegação no Alto rio Paraguai - Relatório Final da

Expedição Científica Realizada entre 3 e 14 de novembro de 1999, no trecho do rio Paraguai entre Cáceres (MT) e Porto Murtinho (MS). Brasília: CEBRAC/ICV e ECOA, 2000.

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O Pantanal é um mosaico formado pela convergência dos domínios:

Florestas Amazônica e Atlântica, Cerrados e o Chaco. Sua precipitação média

está entre 1.000 a 1.400 mm anuais.

Devido a variedade de microrrelevos, regime de inundações e das

fitofisionomias há a ocorrência de diferentes ambientes no Pantanal. Várias

subdivisões foram propostas para caracterizá-los, sendo a mais utilizada o

sistema de 11 áreas, ou seja: Cáceres, Poconé, Barão do Melgaço, Paraguai,

Paiaguás, Nhecolândia, Abrobal, Aquidauana, Miranda, Nabileque e Porto

Murtinho (PAE, 2004 Apud BRASIL, 2006).

Conforme o PCBAP (1997)14

os sedimentos do Pantanal constituem-se

por depósitos preferencialmente arenosos do Quaternário - Pleistoceno-

Holoceno, apresentando dois grandes ambientes bem distintos: as terras

inundáveis (planícies) e as terras dos sedimentos que recobrem o sinclinorílim

que dá suporte à depressão do Alto Paraguai, ao norte de Cáceres.

A princípio comprimindo entre a depressão do alto Paraguai e a

Província Serrana é limitado a oeste, pela fronteira com a Bolívia, a leste pelo

curso do Rio Paraguai, que descreve um arco com concavidade voltada para o

ocidente até a Morraria da Insua, já nos limites daquele país (PCBAP, 1997).

São planícies que passam por um período de inundação moderada que

oscila entre 3 a 5 meses ao ano e, estão dispostas entre 80-150m de altitude

desenvolvidas por depósitos de sedimentos transportados pelos rios que têm

suas nascentes e altos cursos nos planaltos, serras e depressões que as

circundam (AGUILAR, 2003)15

.

Possui uma rica fauna com cerca de 650 aves, 100 mamíferos, 50

répteis e 1.100 espécies de borboletas (MORENO e Higa, 2005) 35 anfíbios e

263 peixes. A flora é representada com 1.863 fanerógamas (PAE, 2004 apud

Brasil, 2006). No Pantanal há baixo endemismo – espécies exclusivas –, mas

14

PCBAP - Plano De Conservação Da Bacia Do Alto Paraguai - Diagnóstico dos Meios Físico e Biótico /Projeto

Pantanal, Programa Nacional do Meio Ambiente. Brasília: PNMA, 1997. 15

AGUILAR, A. M. de Processos erosivos na margem direita do Rio Paraguai, compreendido entre a praia do

Julião e o ponto de captação de água (caixa d’água) em Cáceres-MT. Cáceres-UNEMAT/ICNT - Departamento de Ciências Biológicas, 2003.

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mostrando espécies oficialmente listadas como ameaçadas de extinção (PAE,

op cit).

Figura 4: Pantanal– Rio Paraguai – Cáceres Fonte: Marcos Bergamasco

3.10 Unidades de Conservação

Boa parte do Pantanal integra a lista de áreas úmidas de importância

internacional, como previsto no Artigo 21 da Convenção Ramsar sobre Áreas

Úmidas.

Na região Cáceres se tem duas importantes estações ecológicas:

A da Serras das Araras onde preserva amostra significativa de

ecossistema em estado não alterado, bem como uso da área em pesquisas e

educação conservacionista. Enfim, ser um núcleo de conservação e

disseminação de informações ecológicas (figura 5).

E a de Taiamã que tem como objetivos Preservar o ecossistema do

Pantanal nesta ilha fluvial e propiciar o desenvolvimento de atividades

científicas para conservação (figura 6).

Em ambas as estações a visitação pública só é permitida em caráter

educacional e/ou científico, dependendo de autorização prévia do órgão

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28

responsável pela administração da unidade. (SNUC - Lei N° 9.985, de 18 de

julho de 2000). Ver mapa 1-Municipal, as unidades de conservação a seguir

descritas.

3.11 Estação ecológica da serra das araras.

Criada pelo decreto de N° 87.222, DE 31 DE MAIO 1982, a Estação

Ecológica da Serra das Araras está localizada nos Municípios de Barra do

Bugres e em pequena parte no municipio de Cáceres, com 28.700 ha.

A criação da unidade foi devida à ação de entidades como a SEMA

que constatou que a região apresentava diversidade de ecossistemas, por

situar-se próxima à planície sedimentar do Pantanal - MT e por conter sub-

bacias hidrográficas do Rio Paraguai.

O clima é do tipo tropical quente semi-úmido, com 4 a 5 meses de

seca. A temperatura anual média é em torno de 24 °C e a pluviosidade de

1;400 a 1.500 mm/anuais.

O relevo caracteriza-se pela predominância de vastas superfícies de

aplainamentos, modeladas em estrutura geológica diferenciada cristalina e

sedimentar, altitudes médias de 400 a 1.000 m e são muito características as

Serras e Chapadões na região.

A vegetação é composta por 50% de Cerrado, 40% de Matas, 5% de

Capoeiras, 4% de Campos e cerca de 1% de Várzeas e Veredas.

A fauna da região é bastante numerosa, sendo representada pelo porco-

do-mato, onça-pintada, cotia, tatu, capivara, cachorro-do-mato etc. A avifauna

é muito rica e destacamos a presença de araras azuis, pardais, siriemas e a

raríssima rolinha-do-planalto-central, entre outras.

O principal problema que a estação tem enfrentado são os incêndios

presentes durante épocas secas, provocados pela queima do cerrado e

pastagens nas áreas adjacentes.

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3.12 – Estação ecológica de Taiamã

Criada pelo decreto de N° 86.061, de 02 de junho de 1981, a Estação

Ecológica de Taiamã está localizada no Rio Paraguai, na faixa de fronteira.

Estado de Mato Grosso, Município de Cáceres, composta de uma Ilha de

14.300,00 ha, possui um Funcionário, conselho criado pela portaria N°05/04-N,

de 19 de janeiro de 2004 – Publicado no Diário Oficial de 20.01.04 - SEÇÃO

01.º e, é parcialmente regularizada.

A riqueza ictiológica do rio Paraguai levou a SEMA a idealizar a criação

da Estação Ecológica, que contou com o apoio da Universidade Federal do

Mato Grosso. Aspectos Culturais e Históricos

O clima é quente, sendo que a temperatura média máxima é de 34,3° C

no mês de setembro, e a média mínima é de 15° C no mês de julho. As chuvas

se concentram no verão, com precipitação anual de 1.250 mm.

Relevo Predominantemente plano, havendo domínio de águas no

período das cheias; e nas pequenas elevações há quebra de monotonia da

paisagem, existindo ainda depressões que recebem a denominação de

"baías".

A vegetação é composta por extensos campos graminóides

entremeados por manchas mais elevadas de florestas, de porte elevado e

pequeno diâmetro, verificando também a presença de matas ciliares no

entorno dos rios locais.

A ictiofauna é predominante destacando-se o dourado, o pacu, o pintado

e o jaú. Também, há a presença de jacarés, cervo do pantanal, onça e a anta

bem como jabutis, cobras e mamíferos de médio porte como o bugio e a

capivara podem ser encontrados.

A pesca predatória e atividades turísticas descontroladas são os

principais riscos que a unidade enfrenta.

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4. INSERÇÃO REGIONAL DE CACERES:

4.1 Cáceres e região:

A Região Sudoeste, polarizada pelo município de Cáceres, está localizada

no Pantanal mato-grossense e em zona fronteiriça internacional na divisa com

a Bolívia, contando com dois pontos de alfândega, San Mathias e Porto

Esperidião (Ponta do Aterro). Formada por vinte e dois municípios, maior

aglomerado municipal das regiões de Mato Grosso (Araputanga, Cáceres,

Campos de Julio, Comodoro,Conquista D’Oeste, Curvelândia, Figueirópolis

D’Oeste, Glória D’Oeste, Indiavaí, Jauru, Lambari D’Oeste,Mirassol D’Oeste,

Nova Lacerda, Pontes e Lacerda, Porto Espiridião, Reserva do Cabaçal, Rio

Branco,Salto do Céu, São José dos Quatros Marcos, Sapezal, Vale de São

Domingos, e Vila Bela da SantíssimaTrindade). A região de Cáceres tem

também a maior área territorial do Estado, com 115,72 mil km2,o que

representa 12,6% do território estadual.

As atividades produtivas na região, devido aos fluxos migratórios,

atraídos por terras com preços inferiores do Sul e Sudeste, por áreas de

colonização estaduais e possibilidades de ocupação, aceleram-se. O processo

segue o padrão nacional de uso da madeira, para substituição por culturas

alimentares (arroz, milho, mandioca, feijão, etc...), tentativas de culturas semi-

perenes e perenes (banana, café) ou industriais (algodão) e, lenta e

inexoravelmente... pecuarização.

O crescimento da região, com os reflexos em Cáceres como centro de

serviços é notório. Se a estrutura rodoviária é que viabilizava o ir e vir de

mercadorias e pessoas, Cáceres, como porto de saída de madeira, arroz,

milho, etc.., continua tendo importante papel no escoamento da produção

Cacerense para outros mercados.

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Cáceres, um município de extrativismo vegetal e de pecuária,

transforma-se em município também agrícola. A presença de agência do

Banco do Brasil, a melhoria portuária (armazém, elevador de grãos, secador,

esteiras, pátio de manobras, etc...), escritórios de Assistência Técnica Rural e

até a criação de uma Escola Agrotécnica Federal, demonstram os

investimentos de suporte para o desenvolvimento sediados em Cáceres.

O município e o seu interior, logo transformado em novos municípios,

beneficiavam-se do conjunto de novos programas de desenvolvimento

nacionais.

A criação, em 1970 do PIN (Programa de Integração Nacional), logo

depois do PROTERRA, onde as terras devolutas às margens das rodovias

federais saiam da tutela dos Estados e voltavam para controle da União,

criavam linhas de crédito subsidiado, instalação de infra-estrutura básica de

apoio à reforma agrária, etc... Outros programas, como o POLOCENTRO,

resultaram em grandes avanços de pesquisa por parte da EMBRAPA,

viabilizando tecnologias produtivas para as terras dos cerrados.

Neste panorama de apoio estatal, a região muda com rapidez. O último

programa, destinado especificamente para a aérea de influência da rodovia

P.Velho-Cuiabá, o POLONOROESTE, injeta mais recursos na região. Embora

o POLONOROESTE, seja o grande programa viabilizador de infra-estrutura

para Rondônia, os seus investimentos no entorno de Cáceres também é

significativo, além da pavimentação, rodovias vicinais, armazéns comunitários,

escolas, etc...

Porém, as distâncias e, na medida em que os pequenos núcleos

urbanos alcançam melhorias, o processo de desmembramento político é

inevitável. Parece que muitas lideranças políticas de Cáceres, não

conseguiram transformar-la em lideranças das novas áreas pioneiras. Estas

áreas, por outro lado, tinham uma dinâmica sócio-econômica mais autônoma,

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1976 – Mirassol D’Oeste

1979 – Rio Branco, Salto do Céu, S. José de 4 Marcos e Araputanga

1986 - Porto Esperidião

1991 – Glória D’Oeste e Lambari D’Oeste

1998 – Curvelândia

auto-sustentada por recursos próprios ou de subsídios públicos, permitindo

construir com rapidez maior bases para autonomia política.

Do que chamamos área de influência próxima16

, utilizada para este

estudo, já em 1976 Mirassol D’Oeste transformava-se em município, logo à

seguir, em 1979 surge Rio Branco, Salto do Céu, São José dos Quatro Marcos

e Araputanga, em 1986 Porto Esperidião, em 1991 Glória D’Oeste e Lambari

D’Oeste e o último a desmembrar-se com terras de Cáceres, foi Curvelândia,

em 1998.

MAPA DA ÁREA DE INFLUÊNCIA E PERÍODO DE

DESMEMBRAMENTOS

4.2 Cáceres pólo:

Corumbá, particularmente depois da Guerra do Paraguai, transformou-

se, no pólo articulador do Mato Grosso. De Corumbá, partiam barcos com

calado até atingirem Assunção, Buenos Aires e Montevidéu. Em Corumbá,

ocorria o translado das mercadorias que vinham do Prata, para embarcações

16

A mesma deve incluir San Matias na Bolívia (ver adiante).

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de menor calado, que atingiam Cáceres e Cuiabá. Portanto, durante muitas

décadas Cáceres articulou-se com o mundo por esta cidade, sendo pela

mesma polarizada.

Cáceres, deixa de ser um ―entreposto‖ de Corumbá, quando as rodovias

consolidam-se e com elas os novos processos migratórios para o Sudoeste do

Mato Grosso.

Como município já instalado, com uma infra-estrutura de serviços

públicos e outros já existente, Cáceres será logicamente a sede regional,

devido a distância de Cuiabá, dos processos de articulação desta parte do

território nacional no novo papel que os Planos Nacionais de Desenvolvimento

destinavam para a Amazônia e para o Centro Oeste. Assim, escritórios de

diversas repartições públicas, federais e estaduais instalam-se, criando

inclusive nomes de atuais bairros (como DNER).

Os serviços públicos, de suporte as modificações de uma área territorial

despovoada, são oferecidos a partir de Cáceres. A finalidade é transformar a

área para que seja capaz de produzir alimentos e matérias-primas para os

centros industriais do Sudeste, na medida em que absorvem mão-de-obra

―excedentária‖ de outras regiões.

Cáceres, vive nos anos 60 até os anos 90, um processo de crescimento

em que é pólo de serviços para as áreas de colonização e para os novos

municípios que surgem.

No entanto, na medida em que os municípios instalam-se, conquistando

melhorias em educação, saúde, segurança, judiciário, serviços financeiros,

agroindústrias diversas, equilibram sua dependência de Cáceres, avançando

com rapidez em diversas melhorias, que motivam a distritos, como Curvelândia

a buscarem emancipação, criando esta mesma tendência nos atuais distritos

de Caramujo e Nova Cáceres (Sadia).

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Assim, a nova autonomia municipal significa, inicialmente, diminuir

custos de deslocamentos até a antiga sede municipal, Cáceres, sempre que se

consiga serviços equivalentes na nova sede municipal. Para Cáceres, a

autonomia municipal significou a diminuição de repasses no bolo fiscal

nacional e, a menor pressão política do interior por recursos e serviços.

Cáceres continua sendo um pólo regional, por oferecer serviços que não

existam, quer na qualidade, quer na quantidade nos municípios que polariza

(saúde, educação, lazer, exportação, etc...) Note-se, que em mar/2007, as

estatísticas do Min. da Saúde, indicavam o registro de 245 profissionais de

medicina, em 31 especialidades médicas atuando nos três hospitais, rede

pública e em clínicas particulares de Cáceres.

Verificamos a importância de Cáceres como pólo de saúde. O

movimento de transporte coletivo, com entrega ―porta à porta‖ (vans), entre as

cidades do entorno e Cáceres é grande diariamente, tendo como principal

ponto de partida e chegada o centro, próximo ao Hospital Regional e do

Hospital Sâo Luiz em áreas de grande concentração de serviços médicos.

A percepção de pólo de educação, temos com o tráfego diário de

inúmeros ônibus pertencentes a prefeituras dos municípios da área de

influência, que diariamente chegam a Cáceres para que alunos da região

possam freqüentar os diferentes cursos da UNEMAT.

Antes da fundação de San Matias, a Bolívia recém independente tentou

implantar um povoado nas margens do Rio Jauru, com a denominação de Vila

del Marco del Jauru.

Em San Matias, foi instalado o início de uma Zona Franca, para tentar

ampliar a capacidade de auto-sustentação deste município. Durante certo

tempo, o TAM (Transporte Aéreo Militar) boliviano, manteve linha de aviação

regular entre San Matias e Sta. Cruz de La Sierra. Atualmente, existem três

Plano Diretor de Desenvolvimento – PDD

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35

linhas regulares diárias de ônibus entre esta localidade e Sta. Cruz, passando

por San Ignácio de Velasco.

Os vínculos entre San Matias e Cáceres, são profundos. As mesmas,

como todas nossas cidades fronteiriças, vivem de pequenas complementações

comerciais, resultados das diferenças de câmbio, hora mais favorável para um

lado, hora para outro. As diferenças entre poder aquisitivo dos brasileiros,

fazem com que geralmente a Bolívia seja procurada como área de compras, e

que em Sta. Cruz de La Sierra muitas famílias da fronteira enviem seus filhos

para cursarem em Faculdades, pois é mais barato do que no Brasil e o ensino

é considerado de boa qualidade. Estas complementações, na maior parte

regulares e algumas irregulares, são um traço típico das fronteiras. Podemos

ter uma idéia do movimento fronteiriço, na citada tabela J-5 do anexo

estatístico, onde, consta a freqüência diária de onze pequenos e médios

ônibus da Transjaó e do Transboliviano, que fazem conexão entre a rodoviária

do centro de Cáceres e Corixa, podemos estimar que diariamente umas 160

pessoas transitam, ido e vindo, entre Cáceres e San Matias, sem contarmos os

fretes de táxis brasileiros e bolivianos, destes, a maior parte é movimento para

pequenas compras, para buscar assistência médica em Cáceres, etc...

A presença da fronteira, resulta para Cáceres e, também para San

Matias, a presença de contingentes militares e de segurança (exército e

polícia) da fronteira. O processo de adensamento das atividades econômicas,

e as diferenças cambiais, junto com a pobreza de regiões distantes dos

centros econômicos de ambos os países, geram a alternativa de sobrevivência

pelo contrabando. Assim, na literatura de ambos os lados, existe

documentação de ações individuais ou em bandos em ações criminais,

geralmente citando os vizinhos a criarem maior intranqüilidades.

Plano Diretor de Desenvolvimento – PDD

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36

4.3 As divisões internas do município:

Cáceres possui vários distritos, Caramujo,Vila Aparecida, Horizonte

D’Oeste e o mais recente Nova Cáceres, antigo assentamento Sadia na

rodovia federal rumo a Cuiabá.

Destes, apenas os que estão no leito da rodovia federal (Caramujo e

Nova Cáceres), apresentam certa pujança. Lideranças políticas do primeiro,

tem manifestado desejos emancipacionaistas, procurando seguir o exemplo de

Curvelândia, ex-distrito de Cáceres e município recentemente emancipado.

Estas divisões administrativas internas, assim como a rede de escolas

públicas e de pontos de atendimento de saúde, estão esparramadas por

grande área geográfica do município, tanto no sentido Oeste (para a Bolívia),

quanto Noroeste e para Leste.

4.4 Cáceres e sua posição nacional e internacional:

Cáceres é o ponto final de navegação regular do rio Paraguai, distante

3440 km de Buenos Aires. A atividade de exportação continua regular com

crescente exportação de soja para o exterior. Existe projeto de transferência

do porto (Santo Antonio das Lendas), mais ao Sul, em local onde a afluência

das águas do Jauru ampliam a navegabilidade.

A década passada, com o MERCOSUL, acelera-se o processo de

articulação do Oeste do Brasil com a área andina em busca de acesso ao

Pacífico.Estudos diversos, assim como reuniões e acordos internacionais vão

sendo impulsionados, no sentido de consolidarem as ligações terrestres entre

o Oeste do Brasil e o Pacífico. Dentro deste contexto, consolida-se a ligação

rodoviária pavimentada entre Cáceres e a fronteira com San Matias, com ponte

sobre o rio Jauru, bem como os estudos que de ligação rodoviária com o Porto

de Arica no Chile.

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37

Assim, o final da última década do século passado e os primeiros anos

deste século, Cáceres vai surgindo como um entroncamento internacional. De

um lado a rodovia federal de articulação do Noroeste do Brasil (Acre-Rondônia)

com o Sudeste, de outro a hidrovia com atividades crescentes de exportação e

de outro, a consolidação terrestre com a malha andina e o Pacífico. As

mudanças podem ser percebidas, pelo crescimento do comércio internacional,

como podemos ver nas tabelas seguintes:

País 2004 2005 2006 Total

Alemanha 26.140 77.978 104.118

Arabia Saudita 116.425 126.890 2.349.000 2.592.315

Argelia 193.641 193.641

Bahrein 60.221 64.332 124.553

Bolivia 413.546 1.239.976 2.091.438 3.744.960

Catar 66.784 118.962 185.746

Chipre 3.034 3.034

Coveite 54.953 239.748 294.701

Dinamarca 52.984 123.827 176.811

Emirados Arabes Unidos 3.529.685 3.529.685

Estados Unidos 321.607 106.140 427.747

Hong Kong 425.740 331.704 905.068 1.662.512

India 210.282 225.240 88.171 523.693

Indonésia 346.999 1.406.778 2.172.610 3.926.387

Iraque 52.804 52.804

Iuguslavia 58.491 120.979 179.470

Jordania 71.193 71.193

Líbano 100.911 286.671 387.582

Mexico 72.000 79.704 60.000 211.704

Peru 22.512 22.512

Polonia 25.292 25.292

Reino Unido 31.700 31.700

Russia, Federação da 688.814 762.823 1.192.474 2.644.111

Serra Leoa 25.829 25.829

Turquia 69.754 69.754

Uruguai 384.560 384.560

Total 2.889.842 5.186.842 13.519.730 21.596.414

Fonte: SECEX, 2007

QUADRO 04: Exportação por país de destino, no município

de Cáceres, em 2004, 2005 e 2006 (US$FOB)

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País 2004 2005 2006 Total

Argentina 2.068 2.068

Bolivia 41.153 78.982 267.589 387.724

China 2.275 2.275

Total 43.428 81.050 267.589 392.067

Fonte: SECEX, 2007

QUADRO 05: Importação por pais de destino, no município

de Cáceres, em 2004, 2005 e 2006 (US$FOB)

5. A estrutura fundiária e a ocupação atual do solo:

5.1 A situação rural:

A grande propriedade, foi e ainda é o traço predominante da estrutura

fundiária do município. Com atividade econômica predominantemente calcada

na pecuária extensiva e, no passado, no extrativismo vegetal e animal, a

grande propriedade é um fator estruturante do uso do espaço rural.

O meio rural, com o predomínio da pecuária extensiva, resulta em

baixas densidades demográficas, tendo as sedes de fazendas como elementos

referenciais num espaço onde a natureza parece pouco antropizada, em

comparação com outros municípios onde predomina a agricultura,

particularmente a mecanizada.

Esta estrutura fundiária e produtiva tradicional, resulta não apenas em

poucos empregos rurais, muitos ainda com traços de relações de trabalho

―informais-tradicionais‖, como, em baixa exigência de conhecimentos

tecnológicos para a mão-de-obra rural.

Presume-se, que poucas mudanças fundiárias e as baixas inovações

tecnológicas, provoquem um quadro de estabilidade demográfica no meio

rural. Não constata-se processos de ―expulsão‖ da população rural pela

ampliação da grande propriedade ou por substituição de mão-de-obra por

tecnologias capital-intensivas. Além, da quase inexistência, na formação

histórica do município da figura do pequeno produtor familiar.

Plano Diretor de Desenvolvimento – PDD

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39

A estrutura fundiária de Cáceres, não difere muito da estadual. As

grandes propriedades ocupam mais de 70% do total da área dos imóveis

cadastrados pelo INCRA em Cáceres e, no MT são 73,6%. O tamanho médio

da grande propriedade em Cáceres é de 4.973 ha, maior do que no MT, que é

de 4.472 ha. Na categoria minifúndios, os mesmos ocupam 2,3% da área total

de imóveis em Cáceres e no MT apenas 2,0%. Os minifúndios em Cáceres

tem um tamanho médio de 35,2 ha. e no MT de 38 ha.

A formação histórica da região de Cáceres teve como um dos vetores

principais, as mudanças na estrutura fundiária. Recordamos, que em meados

dos anos 50 do século passado, o Estado distribuiu terras e assentou colonos,

resultando em vários novos municípios. No entanto, o processo de criação de

assentamentos na atual área rural do município, é recente, somente em 1995 o

INCRA cria o Projeto de Assentamento (PA) São Luiz, com 4.033 ha. para 29

famílias. Atualmente, existem 17 projetos de assentamentos, sendo que o

maior número ocorreu em 1997, quando surgiram 6. Entre 1995 e 2006, o

INCRA, todos os anos tem efetuado intervenções na estrutura fundiária, numa

média de 1,5 assentamentos criados a cada ano, sem interrupção em todo

este período. Isto resulta em 74.625 ha. distribuídos para 1.855 famílias.

Projeto de Assentamento Ano Criação Área (ha) Nº de FamíliasMédia

(ha/Família)Distância Sede

PA São Luiz 14/12/1995 4.033 029 139 045 KM

PA Sadia/Vale Verde 12/12/1996 12.191 449 27 065 KM

PA Laranjeira I 24/2/1997 10.944 123 89 080 KM

PA Paiol 24/2/1997 16.067 449 36 050 KM

PA Laranjeira II 4/3/1997 1.210 034 36 085 KM

PA Jatobá 27/10/1997 906 029 31 080 KM

PA Nova Esperança 15/12/1997 1.695 051 33 065 KM

PA Rancho da Saudade 19/12/1997 2.407 047 51 080 KM

PA Ipê Roxo 31/12/1998 1.247 030 42 090 KM

PA Barranqueira 20/1/1999 2.326 079 29 100 KM

PA Sapicuá 30/8/1999 1.249 040 31 068 KM

PA Limoeiro 2/2/2000 8.649 172 50 096 KM

PA Corixo 5/4/2001 3.413 072 47 090 KM

PA Bom Sucesso 18/12/2002 433 014 31 070 KM

PA Katira 27/9/2003 1.886 047 40 080 KM

PA Flor da Mata 2/8/2004 1.187 020 59 030 KM

PA Facão/Bom Jardim 27/3/2006 4.782 170 28 010 KM

TOTAL - 74.625 1.855 40 -

Elaboração COOTRADE, 2007.

QUADRO 07: Projetos de Assentamentos do INCRA localizados no

município de Cáceres em 2007.

Fonte: INCRA - SAIC. P.M.C., 2007.

Plano Diretor de Desenvolvimento – PDD

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40

Nota-se que os assentamentos ocorrem em diversas áreas, desde as

proximidades da área urbana, como o PA Facão-Bom Jardim que é o mais

recente, como em mais distantes. Os assentamentos ao longo da rodovia de

articulação com a Bolívia e próximos a linha de fronteira, tem criado uma nova

dinâmica demográfica naquela área.

A paisagem física e humana do meio rural de Cáceres, vem sofrendo

alterações com a implantação de reflorestamentos de teca. No município,

existem aproximadamente 30 mil ha. de teca plantada em diversos locais e

área tende a ampliar-se. Estas plantações, por suas características produtivas

até o corte, desde a preparação do solo, plantio, desbaste, cuidados contra

incêndios, etc.., exigem a presença permanente de mão-de-obra estável, numa

média de 26 trabalhadores para cada mil ha.

O plantio de teca, está em ampliação, no município e região e o mesmo,

assim como os assentamentos de reforma agrária, possibilitam maiores

concentrações demográficas no meio rural, contrapondo-se as atividades

rarefeitas da tradicional pecuária extensiva.

5.2 A situação urbana:

O perímetro urbano de Cáceres, compreende 69.835.961 m², com

40.876 imóveis, segundo a vigilância sanitária17

, destes, 24.588 são

residenciais, conforme podemos ver por áreas da cidade na tabela seguinte:

17

Neste número, encontram-se imóveis que estão fora da atual lei do perímetro urbano mas, que fazem

parte da cidade.

Plano Diretor de Desenvolvimento – PDD

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41

Tipos de Imóveis Qtde. %

Residenciais 24.588 60,15

Comerciais 2.702 6,61

Institucionais 1.050 2,56

Baldios 12.446 30,44

Outros 90 0,22

TOTAL 40.876 100,00

Elaboração COOTRADE, 2007.

QUADRO 08: Tipos de imóveis em

Cáceres, 2007.

Fonte: Vigilância Sanitária de Cáceres, 2007.

* - São considerados pontos estratégicos, imóveis que agregam

potenciais depósitos que servem como criadouros do mosquito

Aedes aegypti, tais como: cemitérios, oficinas, ferros-velho,

borracharia, etc.

* *- Outros: instituição pública, tais como: escola, creches e os

mais diversos órgãos públicos.

O que chama a atenção, é a presença de 12.446 terrenos baldios, num

total de 30% da área de cobertura da vigilância sanitária.

Os dados da Prefeitura, cadastram 31.676 imóveis, sendo que 30,2%

não são edificados, coincidindo com a vigilância sanitária.

No referente a regularidade fundiária, dos 117 loteamentos identificados,

11 estão irregulares na prefeitura e, foram identificadas 5 que são resultado de

invasões. A população tende a confundir os nomes dos loteamentos com a

denominação oficial dos bairros.

No perímetro urbano, encontramos no centro, tanto uma área tombada,

quanto vários imóveis valiosos, tanto por sua beleza arquitetônica quanto pela

representatividade da História da cidade. A área está identificada no mapa

anexos.

O mapa da evolução histórica, constata que a cidade, até o primeiro

Império, manteve-se coincidindo com o que é hoje a sua área tombada. Esta

área tombada tem imóveis mais representativos do início do século passado

(República) do que do período Imperial. Sua expansão, até o final dos anos

sessenta do século passado, foi lenta. No entanto, nas últimas décadas a

expansão urbana afastando-se das margens do rio foi rápida e desordenada.

A paisagem urbana é plana. Não constata-se estruturas verticais

significativas. O tipo de domicílio casa, é o predominante, estando acima do

Plano Diretor de Desenvolvimento – PDD

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42

percentual nacional e estadual, como podemos ver na tabela seguinte e, para

os demais municípios da área de influência.

Nº % Nº % Nº % Nº %

40.018.373 89,34 4.298.980 9,60 477.748 1,07 44.795.101 100,00

612.424 94,82 21.773 3,37 11.708 1,81 645.905 100,00

20.958 98,36 108 0,51 242 1,14 21.308 100,00

Brasil

QUADRO 09: Domicílios particulares permanentes por tipo do

domicílio, no Brasil, Mato Grosso e município de Cáceres(MT),

2000.

total

Tipo do domicílio

Casa Apartamento CômodoMunicípio

Mato Grosso

CÁCERES

Fonte: IBGE / Censo Demográfico, 2000

Elaboração COOTRADE, 2007.

Não se percebe, na atual paisagem urbana, obras de edificações com

vários pisos. Isto talvez ocorra pela baixa renda da população, pela grande

oferta de lotes vazios inclusive nos bairros centrais, pela relativa baixa violência

urbana, que não cria insegurança para a cidadania que vive em casas térreas.

Predomina o uso do solo para fins residenciais e residencial misto18

,

como em outras cidades pequenas e de porte médio. No entanto, já se

distingue na paisagem urbana áreas especializadas. Assim, áreas destinadas

para uso industrial (Distrito Industrial, ZPE), embora sub-utilizadas e com

pequenas invasões, são bem caracterizadas, como a área ocupada pelo

principal frigorífico. A peculiaridade de pólo de saúde (ver 2.2.3.), deixa uma

marca no centro da cidade com uma região de concentração de hospital,

laboratórios, clínicas médicas de especialistas, farmácias, etc.., com uma área

bem definida de serviços de saúde; Os serviços institucionais públicos,

também estão bem caracterizados, como o quartel do exército, áreas da

UNEMAT, setor jurídico e todo o entorno da Prefeitura Municipal (COC), com

várias instituições públicas e o Hospital Regional, também caracterizam áreas

de uso bem característicos; O trecho da travessia urbana da BR-70, entre o

terminal rodoviário do Araguaia e as proximidades da ponte sobre o Rio

18

Predomínio de residências com pequeno comércio serviços e micro-indústrias.

Plano Diretor de Desenvolvimento – PDD

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43

Paraguai, caracterizam em suas margens uma área de serviços de apoio ao

transporte pois, ao longo do mesmo situam-se postos de gasolina, oficinas

mecânicas, borracharias, hotéis, porto, restaurantes, algumas indústrias, etc..;

Áreas lineares de comércio e serviços, temos ao longo da Av. N.Sra. do

Carmo, Av. Talhamares, Av. Santos Dumont, Av. Sete de Setembro, parte da

Get. Vargas, Rua dos Verdureiros, Rua das Camélias, parte da Av. S. João,

parte da Gen. Osório, como parte da R. Padre Casemiro e da R. Antônio João,

são importantes eixos de mobilidade urbana e de abastecimento das áreas

residenciais de seu entorno; E finalmente, com características de serviços

diversos, tendo maior predomínio do comércio, temos a R. Coronel Faria, R.

Almirante Corbelino, R. da Boa Vista, costeando a margem do rio. Uma

demonstração das principais áreas de uso, encontra-se no mapa nº4 do

anexo2.

Note-se que na área central, parte da mesma tombada, além de

residências tradicionais, coexistem usos de serviços e comércio, com a

proximidade de institucionais e de saúde.

Uma síntese numérica da situação urbana, podemos ver no quadro

seguinte:

Plano Diretor de Desenvolvimento – PDD

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Aspectos Revelantes QuantidadeUnidade de

Medida

Área do Perímetro Urbano 69.835.961 m²

Área de Loteamentos Regulares 27.421.559 m²

Área de Loteamentos Irregulares 2.543.031 m²

Áreas invadidas 7.324.752 m²

Área do Distrito Industrial e ZPE 4.044.227 m²

Áreas não edificadas em bairros (terreno baldio) 12.446 lotes

Total de Imóveis residenciais 24.588 unidade

Total de Imóveis urbanos 40.876 unidade

Áreas na cota inferior à 130 metros de altitude 543.393 m²

Áreas Urbanizadas fora do perímetro urbano 1.434.896 m²

Vias Urbanas Pavimentadas 126,68 km

Vias urbanas asfaltadas 116,57 km

Vias urbanas com bloquetes 10,11 km

Vias Urbanas não Pavimentadas 307,35 km

Praças Existentes 381.534 m²

Praças Projetadas 38.723 m²

Praças Previstas 38.322 m²

Fonte: Pesquisa COOTRADE, 2007

QUADRO 10: Cáceres, área urbana em números,

(Maio/2007).

6. Dinâmica e caracterização sócio-econômica da população:

6.1 Evolução e Características:

Entre 1940 e 2006, o IBGE indica crescimento populacional, com

exceção do período inter-censitário 1970-1980, quando ocorrem

desmembramentos de novos municípios e entre 1991-96, quando ocorrem

perdas populacionais pelo surgimento de municípios desmembrados de

Cáceres.

Plano Diretor de Desenvolvimento – PDD

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45

População presente no Município de Cáceres-MT, 1940, 1950, 1960, 1970,

1980, 1991, 1996, 2000 e 2006.

0

5.000

10.000

15.000

20.000

25.000

30.000

35.000

40.000

45.000

50.000

55.000

60.000

65.000

70.000

75.000

80.000

85.000

90.000

95.000

1940 1950 1960 1970 1980 1991 1996 2000 2006

O gráfico anterior, permite visualizar, que de um período de quase

estagnação demográfica, entre 1940-50, houve incremento populacional entre

1950-60 e um crescimento extraordinário na década entre 1960-70.

Tomando-se ao ano de 1980, ocasião do surgimento do atual Mato

Grosso, percebe-se que Cáceres tinha maior representatividade no contingente

populacional de Mato Grosso do que a estimada pelo IBGE para o ano de

2006.

A taxa de urbanização de Cáceres, para os anos 1980 e 2000, tende a

acompanhar o de Mato Grosso, como podemos ver nos gráficos circulares

seguintes:

Plano Diretor de Desenvolvimento – PDD

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46

Fonte: IBGE / Censos Demográficos, contagem populacional (1996 e estimativa IBGE Jul/2006)

No processo de urbanização geral, observe-se, no entanto, que mesmo

com perda de territoriais entre 1996-2000, a população rural de Cáceres tem

um pequeno incremento. Isto provavelmente ocorre por novos assentamentos

de reforma agrária, bem como o surgimento de novas fontes de emprego na

área rural, como o reflorestamento de teca.

A distribuição da população por sexo, em Cáceres, é mais equilibrada

do que em Mato Grosso, onde sempre predomina um maior índice de

habitantes masculinos. Isto, talvez reflita a menor influência dos fluxos

migratórios para Cáceres do que para outras regiões do Estado.

População residente por situação de domicílio no Mato

Grosso (1.138.918 hab.), 1980.

Urbana

57,5%

Rural

42,5%

População residente por situação de domicílio no

Mato Grosso (2.504.353 hab.), 2000.

Urbana

79,4%

Rural

20,6%

População residente por situação de domicílio

em Cáceres (59.067 hab.), 1980.

Urbana

58,4%

Rural

41,6%

População residente por situação de domicílio

em Cáceres (85.857 hab.), 2000.

Urbana

77,4%

Rural

22,6%

População residente por sexo no

Mato Grosso (1.138.918 hab.) - 1980

Homens

52,2%

Mulheres

47,8%

População residente por sexo no

Mato Grosso (2.504.353 hab.) - 2000

Homens

51,4%

Mulheres

48,6%

Plano Diretor de Desenvolvimento – PDD

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47

Fonte: IBGE / Censo Demográfico.

População de Cáceres:

População de Cáceres, por Estado de Nascimento, 1970.

(87.693 hab.)

Minas Gerais

18,5%

São Paulo

14,4%

País Estrangeiro

3,5%

Espirito Santo

5,7%

Goiás

2,5%

Bahia

2,8% Outros Estados

4,5%

Mato Grosso

48,0%

Fonte: IBGE/Censo Demográfico, 2000.

Com os desmembramentos de diversos municípios até 1979, o censo

demográfico de 1980, já demonstrava outra realidade. Para este ano, 78,6%

da população residente em Cáceres eram de Mato Grossenses, provavelmente

nascidos no próprio município. Esta situação fica quase inalterada no censo

de 1991, quando 77,1% dos residentes são naturais do Estado e, finalmente

no último censo (2000), atinge a 74,7%.

População residente por sexo em Cáceres

(Área de Influência (MT)) (141.856 hab.) - 1980

Homens

51,9%

Mulheres

48,1%

População residente por sexo em Cáceres

(Área de Influência (MT))(170.036 hab.) - 2000.

Homens

51,1%

Mulheres

48,9%

Plano Diretor de Desenvolvimento – PDD

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48

População de Cáceres, por Estado de Nascimento, 2000.

(85.856 hab.)

São Paulo

6,1%Paraná

2,4%

Bahia

1,1%

Minas Gerais

4,3%Outros

5,8%

Goiás

1,2%

Mato Grosso do Sul

4,2%

Mato Grosso

74,8%

Fonte: IBGE/Censo Demográfico, 2000.

No censo de 2000, além dos residentes naturais de Mato Grosso,

encontramos um predomínio ainda de paulistas (6,1%), seguidos de mineiros

(4,2%) e de matogrossenses do Sul (4,2%) e de outros estados, com

percentuais bem menores. Os nascidos em país estrangeiro, tiveram uma

diminuição para 0,36%, comparando-se com a situação de 1970, onde

chegavam a 3,4% da população total. A participação de naturais da Bolívia,

deve ser significativa nesta estatística.

O censo demográfico de 2000, indica para Cáceres, uma renda média

mensal dos responsáveis pelos domicílios, inferior a média nacional e estadual

assim como a renda per capita de Cáceres, em 1991 e 2000, manteve-se

também inferior a do matogrossense:

Plano Diretor de Desenvolvimento – PDD

_____________________________________________________

49

1991 2000

TOTAL MATO GROSSO 204,86 288,06

1 CÁCERES 138,14 218,72

2 Araputanga 181,73 249,03

3 Curvelândia

4 Glória D'Oeste 148,78 238,17

5 Lambari D'Oeste 95,15 156,34

6 Mirassol D'Oeste 204,19 221,58

7 Porto Esperidião 119,71 176,49

8 Rio Branco 147,63 161,67

9 Salto do Céu 103,89 163,88

10 São José dos Quatro Marcos 143,01 168,05

Cáceres (Área de Influência)

Fonte: PNUD, IPEA, IBGE, Fundação João Pinheiro, 2003.

QUADRO 11: Renda per capita (R$), no

Mato Grosso, município de Cáceres e

Área de Influência (MT), 1991 e 2000.

Nº MunicípiosRenda per capita (R$)

A distribuição da renda, segundo o censo demográfico de 2000,

seguindo a tendência nacional, infelizmente, é muito desigual como podemos

ver pela tabela e gráfico seguintes:

O PIB per capita, tem crescido, considerando-se os dados entre 1999

até 2004. No entanto, seu crescimento é inferior ao do Brasil e do Estado.

Enquanto o PIB per capita do brasileiro teve um incremento de 68,5% no

período citado, o do matogrossense atingiu um patamar mais alto, de 115,6% e

o incremento dos cacerenses ficou em apenas 58,7%. Este crescimento, foi

também inferior ao de alguns municípios de sua área de influência.

Plano Diretor de Desenvolvimento – PDD

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50

1999 2004

5.771 9.729

4.713 10.162

3.041 4.829

5.533 11.581

3.084 5.527

3.438 8.911

4.216 5.609

Fonte: IBGE. Produto Interno Bruto dos Municípios - Contas Nacionais

1999-2004. Anuário Estatístico MT-2002.

Obs.: Em 2002, os municípios com maior PIB eram: Cuiabá,

Rondonópolis, Várzea Grande, Sorriso e Sinop, com 39,8% do PIB do

Elaboração: COOTRADE, 2007.

Porto Esperidião

São José dos Quatro Marcos

Araputanga

Mirassol D'Oeste

QUADRO 13: Produto Interno Bruto per

capita, no Brasil, Mato Grosso, Cáceres e

alguns municípios da Área de Influência (MT),

1999 e 2004.Per capita (R$)

BRASIL

MATO GROSSO

Municípios

CÁCERES

Uma síntese da qualidade de vida, encontramos demonstrada pelo

indicador de desenvolvimento humano (IDH), comparando-se os dados que

tem como base o censo de 1991 e o de 2000.

Nº MunicípiosIDHM -

1991

IDHM -

2000

IDHM -

Renda

1991

IDHM -

Renda

2000

IDHM -

Longevidade

1991

IDHM -

Longevidade

2000

IDHM -

Educação

1991

IDHM -

Educação

2000

IDH

Incremento

1991-2000

(%)

0,696 0,766 0,681 0,723 0,662 0,727 0,745 0,849 10,06

0,685 0,773 0,661 0,718 0,654 0,740 0,741 0,860 12,85

0,652 0,737 0,595 0,672 0,610 0,689 0,750 0,851 13,03

Elaboração COOTRADE, 2007.

MATO GROSSO

BRASIL

Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano no Brasil, 1991-2000.

QUADRO 14: Índice de Desenvolvimento Humano - Municipal, no Brasil, Mato Grosso e

município de Cáceres, 1991 e 2000.

CÁCERES

Pela tabela acima, percebe-se que o incremento do IDH de Cáceres no

período, foi maior que o do Brasil e mesmo do estado de Mato Grosso. Tendo

a educação, mais contribuído para este incremento do que a renda e a

longevidade. No entanto, o IDH do município ainda é inferior a média brasileira

e estadual. (ver tabela F6 no anexo estatístico mais dados de outros

municípios da área de influência).

Plano Diretor de Desenvolvimento – PDD

_____________________________________________________

51

6.2 População atual

O IBGE conclui o censo de 2010, que se encontra em fase de revisão,

os resultados do mesmo trarão números exatos sobre a realidade demográfica

municipal.

ÁreaN°. De

Pessoas

Familias

Cadastradas

Média

Pessoas/Família

Total 41.171 10.227 4,03

1. Urbana 39.047 9.638 4,05

1.1. PACS 8.323 2.205 3,77

1.2. PSF Rodeio 4.301 964 4,46

1.3. PSF Jardim Vista Alegre 4.630 1.136 4,08

1.4. PSF CAIC 4.914 1.120 4,39

1.5. PSF Jardim Paraiso 4.344 1.065 4,08

1.6. PSF Marajoara 3.693 937 3,94

1.7. PSF Vitória Régia 4.181 1.023 4,09

1.8. PSF Vila Real 2.921 739 3,95

1.9. PSF Jardim Guanabara 1.740 449 3,88

2. Rural 2.124 589 3,61

2.1 PSF Caramujo 2.124 589 3,61

Elaboração: COOTRADE, 2007.

QUADRO 15: População em algumas áreas de Cáceres,

segundo o SIAB (Sistema de Informação de Atenção

Básica) em 2006.

Fonte: P.M.C. Secretaria Municipal de Saúde (SIAB)

Assim, os dados da tabela anterior, nos fornecem para a área urbana de

Cáceres, em 2006, praticamente o mesmo número de pessoas por domicílio

que os encontrados pelo IBGE no ano 2000, observando-se que o mesmo é

menor para o Caramujo (área rural).

Os registros atualizados da Vigilância Sanitária, nos indicam a existência

de 24.588 residências habitadas na área urbana, em mar/2007 .

Portanto, se aceitarmos a média de quatro habitantes por domicílio,

poderíamos ter na área urbana uma população 98.252 habitantes.

No entanto, considerando-se a transição demográfica geral, que

também ocorre em Cáceres, e que os PSF não cobrem toda a realidade

urbana atual, optamos por um número de família menor do que a encontrada

no censo 2000 e um pouco acima da nacional (3,6 pessoas por domicílio), o

que resulta na estimativa que segue:

Plano Diretor de Desenvolvimento – PDD

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52

População Nº %

Total 110.646 100,00

Urbana 88.517 80,00

Rural 22.129 20,00

Elaboração: COOTRADE, 2007

Fonte: Estimativa COOTRADE.

QUADRO 16: Estimativa da

população urbana e rural de

Cáceres, Mar/2007.

Os dados preliminares do censo de 2010 do IBGE, apontam um total de

88.314 habitantes, sendo 77.616 na zona urbana e os dados TRE-MT apontam

66.828 eleitores.

7. As principais atividades econômicas:

7.1 O setor primário:

Significativo na estrutura produtiva de Cáceres era e continua sendo a

pecuária. A planície do pantanal, com suas pastagens naturais e a facilidade

de escoamento pelo rio Paraguai, criaram as condições iniciais de uma

atividade econômica que se ampliou para além do pantanal.

Após a diminuição das atividades extrativas, que chegaram a ser

importante complemento da pecuária, esta manteve-se predominante até os

anos sessenta do século passado. Naquela década, com o processo de

colonização (estatal e privada) da região, surge um pujante ciclo de atividades

agrícolas diversificadas.

Durante quase três décadas, a atual Micro-Região Homogênea (MRH)

do Jauru, foi palco de um processo de extração de madeira, plantio de cultivos

alimentares, plantios de café, algodão e...de pastagens. A pecuária, já na

última década do século passado, era atividade predominante, dando suporte

a laticínios e frigoríficos. A transformação de região agrícola para predomínio

da pecuária alterou a composição demográfica desta MRH anteriormente

pertencente ao município de Cáceres.

Plano Diretor de Desenvolvimento – PDD

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53

Portanto, durante um breve período, as áreas que no início do século

eram florestas, algumas de extrativismo de poaia, transformaram-se em

regiões com uma agricultura diversificada e rápido crescimento.

Em 1990, Cáceres e municípios próximos tinham representatividade

estadual na produção de algodão, atividade agrícola praticamente abandonada

em toda a região.

Fonte: IBGE/SIDRA, 2007.

A produção de arroz, um dos principais produtos escoados pela

PORTOBRAS em Cáceres, no final dos setenta do século passado, também

foi significativa, diminuindo a sua presença regional, enquanto a mesma

amplia-se no MT.

O milho, também um dos produtos escoados pela antiga PORTOBRAS,

também diminuiu sua presença na produção de Cáceres e Região, enquanto

ampliou-se no Mato Grosso .

A soja, que transformou-se num produto que é quase sinônimo do

Centro-Oeste, tem pouca representatividade no passado, iniciando sua

presença depois de 2003.

Produção (t) de algodão herbáceo (em caroço),

Cáceres (Área de Influência (MT)) e Outras Regiões de

MT, em 1990. (Total do MT 67.634 t)

Cáceres (Área

de Influência)

8,78%

Outras

Regiões

91,22%

Produção (t) de algodão herbáceo (em caroço),

Cáceres (Área de Influência (MT)) e Outras Regiões de

MT, em 2005. (Total do MT 1.439.693 t)

Cáceres (Área

de Influência)

0,00%

Outras

Regiões

100,00%

Nº Municípios 1990 2005

TOTAL BRASIL 21.347.774 35.113.312

TOTAL MATO GROSSO 618.973 3.483.266

47.730 48.278

1 CÁCERES 12.090 14.000

2 Araputanga 7.800 8.000

3 Curvelândia - 900

4 Glória D'Oeste - 3.200

5 Lambari D'Oeste - 1.050

6 Mirassol D'Oeste 5.000 8.700

7 Porto Esperidião 5.460 6.000

8 Rio Branco 3.780 300

9 Salto do Céu 5.200 2.100

10 São José dos Quatro Marcos 8.400 4.028

Fonte: IBGE/SIDRA, 2007.

Elaboração COOTRADE, 2007.

QUADRO 17: Produção (t) de milho em

grãos, no Mato Grosso, município de

Cáceres e Área de Influência (MT), 1990 e

2005.

Cáceres (Área de Influência)

Plano Diretor de Desenvolvimento – PDD

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54

O café, que foi importante nos anos oitenta do século passado,

desaparece das estatísticas de produção.

Nº Municípios 1990 2005

TOTAL BRASIL 2.929.711 2.140.169

TOTAL MATO GROSSO 78.837 15.902

17.617 32

1 CÁCERES - 20

2 Araputanga 720 -

3 Curvelândia - -

4 Glória D'Oeste - -

5 Lambari D'Oeste - -

6 Mirassol D'Oeste 2.560 -

7 Porto Esperidião - 5

8 Rio Branco 451 -

9 Salto do Céu 446 -

10 São José dos Quatro Marcos 13.440 7

Fonte: IBGE/SIDRA/PAM, 2007.

Elaboração COOTRADE, 2007.

Cáceres (Área de Influência)

QUADRO 18: Produção (t) de café

(beneficiado), no Mato Grosso, município

de Cáceres e Área de Influência (MT), 1990

e 2005.

A cana-de-açúcar, cultivo agroindustrial de importância energética crescente, tem diminuído de importância em Cáceres porém ampliado sua área em Lambari D`Oeste.

Nº Municípios 1990 2004 2005

TOTAL BRASIL 262.674.150 415.205.835 422.956.646

TOTAL MATO GROSSO 3.036.690 14.290.810 12.595.990

423.910 767.395 804.291

1 CÁCERES 103.189 1.035 1.035

2 Araputanga 800 600 750

3 Curvelândia - 28.000 34.201

4 Glória D'Oeste - - -

5 Lambari D'Oeste - 688.350 696.013

6 Mirassol D'Oeste 133.042 37.400 60.257

7 Porto Esperidião 600 11.200 11.200

8 Rio Branco 181.379 - -

9 Salto do Céu 4.000 750 780

10 São José dos Quatro Marcos 900 60 55

Fonte: IBGE/SIDRA/PAM, 2007.

Elaboração COOTRADE, 2007.

QUADRO19: Produção (t) de cana-de-açúcar, no Mato

Grosso, município de Cáceres e Área de Influência (MT),

1990, 2004 e 2005.

Cáceres (Área de Influência)

Plano Diretor de Desenvolvimento – PDD

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55

A bovinocultura é a atividade que realmente cresce no município e na região, como podemos perceber à seguir:

Nº Municípios 1990 2005

TOTAL BRASIL 147.102.314 207.156.696

TOTAL MATO GROSSO 9.041.258 26.651.500

979.155 2.560.723

1 CÁCERES 364.438 995.076

2 Araputanga 176.562 210.274

3 Curvelândia - 50.206

4 Glória D'Oeste - 99.977

5 Lambari D'Oeste - 152.205

6 Mirassol D'Oeste 67.480 142.745

7 Porto Esperidião 160.942 514.515

8 Rio Branco 70.210 61.404

9 Salto do Céu 78.692 146.466

10 São José dos Quatro Marcos 60.831 187.855

Fonte: IBGE/SIDRA, 2007.

Elaboração COOTRADE, 2007.

Cáceres (Área de Influência)

QUADRO 20: Efetivo do rebanho bovino

(cabeças), no Mato Grosso, município de

Cáceres e Área de Influência (MT), 1990 e

2005.

A pecuária de corte e também de leite, afirma-se como a estrutura

produtiva dominante.

A grande inovação, é o surgimento em 1994, do reflorestamento com

teca. Principalmente a FLORESTECA, e outras como a SOROTECA,

investiram em grandes plantações em diversas áreas do território municipal.

Estima-se em 70 mil ha a área plantada em Cáceres e municípios

próximos. O grupo FLORESTECA, em Cáceres, gera 400 empregos diretos

com a atividade de reflorestamento. Com a entrade em funcionamento da

serraria, o setor secundário terá um incremento de mais 90 empregos diretos.

7.2 O setor secundário:

As indústrias de maior porte em Cáceres, estão vinculadas ao

processamento primário, em especial ligados a bovinocultura.

Plano Diretor de Desenvolvimento – PDD

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56

Os grandes estabelecimentos de processamento de carne do passado

(como Descalvados, Barranco Vermelho), localizavam-se às margens do Rio

Paraguai e eram de proprietários externos.

Atualmente, o maior frigorífico, os dois curtumes e a fabrica de proteinas

são de capital externo. A mudança, em relação ao passado é em relação ao

uso do modal hidroviário, hoje praticamente restrito ao transporte de grãos,

mas com grandes perspectivas de alteração com a variação da tipologia de

cargas.

Além destes grandes empregadores de processamento da

bovinocultura, Cáceres possui diversas pequenas atividades industriais, desde

estaleiros, fábricas de carrocerias, de móveis, marmorarias, etc.., porém com

menor importância econômica das relacionadas com a bovinocultura.

7.3 O terciário:

As atividades comerciais e de serviço, são o que caracterizam Cáceres

como Pólo Regional.

Seu comércio, tanto para abastecimento das necessidades de consumo

familiar (atacado, varejistas diversos e supermercados), quanto para suporte à

sua atividade produtiva principal (produtos veterinários e agropecuários) e aos

meios de transporte (revenda de veículos, de motocicletas, de peças, de

combustível), é significativa, atendendo ao seu perímetro urbano e aos

municípios de sua área de influência.

O comércio diversificado de Cáceres, é a primeira alternativa de busca

de mercadorias para os municípios próximos, antes de utilizarem a alternativa

mais distante da capital do estado.

A atividade comercial, associada a quantidade de serviços públicos e

privados diversos, se complementam gerando a importância regional do

município.

Em Cáceres, existem serviços públicos que não são oferecidos nas

cidades próximas, por exemplo: 1. A presença de um Batalhão do Exército,

com suas atividades, de recrutamento, treinamento, presença de

Plano Diretor de Desenvolvimento – PDD

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57

destacamentos ao longo da fronteira com a Bolívia, com suas compras

governamentais e gastos em pessoal; 2. A presença da Polícia Federal, com

suas ações de combate ao narcotráfico, núcleo de migração, etc...; 3. Hospital

Regional; 4.Justiça do Trabalho e Ministério do Trabalho; 5. Min. Dos

Transportes (DNIT – antigo DNER); 6. IBAMA Regional; 7. INDEA Chefia

Regional; 8. EMPAER, Chefia Regional e Centro de Pesquisa; 9. INCRA –

Regional; 10. MAPA – DFA Chefia da Vigilância Agropecuária; 11. Polícia

Militar, Comando da Região Oeste de Mato Grosso e Comando do 6º BPM; 12.

Polícia Rodoviária Federal – Inspetoria do 3º Distrito Rodoviário; 13. UNEMAT,

sede da Reitoria; 14. Min. Da Saúde, Laboratório de Fronteira; 15. A CETEF –

antiga EAF Cáceres; 16. SENAI, etc...

Dos serviços privados em Cáceres, que a distinguem dos municípios do

seu entorno, os de saúde são os mais relevantes. Em 1938 construído o

Hospital S. Luiz, teve consideráveis ampliações nos últimos anos. Em 1973, é

construído o Hospital Bom Samaritano e, em 2001 foi inaugurado o Hospital

Regional. Este conjunto de hospitais, públicos e filantrópicos, criaram uma

constelação de laboratórios e clínicas médicas especializadas, com uma oferta

de serviços não existentes em toda a fronteira Oeste de Mato Grosso e Sul de

Rondônia. Estas atividades de saúde, tem efeitos multiplicadores, com o

surgimento de cursos de nível técnico médio de enfermagem, Faculdade de

Enfermagem na UNEMAT, etc...

Os serviços financeiros, também são relevantes e, durante muito tempo

foram únicos para a região. A agência do Banco do Brasil, foi instalada em

1942, antes o atendimento era feito mais por Corumbá do que por Cuiabá. O

BASA, instalou-se em 1956 e a Caixa Econômica Federal em 1981.

Atualmente existe no município agências do BRADESCO, ITAÚ, HSBC e

SICREDI, esta última uma cooperativa de crédito. Ou seja, Cáceres é uma

―praça bancária‖, que desde a segunda guerra mundial e, particularmente

após a complementação com o BASA, estava em condições de oferecer

crédito para suporte às atividades produtivas. Como única cidade, com

agência da CEF para o Sudoeste do Estado, para acessar aos seus

programas... Cáceres é o pólo.

Plano Diretor de Desenvolvimento – PDD

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58

Os serviços educacionais, também são uma característica de Cáceres,

como pólo de atendimento ao seu entorno. Os Colégios tradicionais como

Imaculada Conceição e o Instituto Santa Maria atuam há longa data em

Cáceres.As atividades do Projeto Rondon, com a presença da Univ. Federal e

da Univ. Católica de Pelotas, desde dos anos 1970, potecializou a instalação

de cursos superiores. Em 1978 é criado o Inst. de Ensino Superior de

Cáceres, incorporado pelo Estado em 1985 e atual Universidade Estadual de

Mato Grosso (UNEMAT).

A UNEMAT em seu diversos cursos recebe diariamente centenas de

alunos de municípios da região. No campus de Cáceres, estão em

funcionamento 12 carreiras superiores regulares e 01 turma especial de

Turismo, oferece também cursos de pós-graduação interinstitucionais de

mestrado e doutorado.

Além da UNEMAT, outras instituições privadas, oferecem cursos

superiores regulares.

Em 1980, é criada a Escola Agrotécnica Federal de Cáceres, atual

IFET, que vem diversificando sua oferta de cursos, como zootecnia e técnico

em florestas, incluídos hoje o Bacharelado em Engenharia Florestal e

Tecnologo em Biocombustiveis.

Os serviços de hotelaria, são significativos, numa cidade que dá suporte

a um grande movimento de veículos entre Acre, Rondônia e o Sudoeste de

Mato Grosso com o restante do país. A rede hoteleira, é mais bem

aparelhada no trecho da rodovia federal que corta à cidade do que no centro

da mesma. Esta rede hoteleira funciona articulada com a pesca esportiva,

criando atividades turísticas que tem o Rio Paraguai como principal atrativo.

Muitos proprietários de hotéis, possuem pousadas ou barcos-hotéis, em

atividades complementares. Assim, a piscosidade do Rio Paraguai, gera um

Plano Diretor de Desenvolvimento – PDD

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59

conjunto de serviços complementares, hotelaria, restaurantes, alugueis de

embarcações, venda de equipamentos, de iscas, guias, piloteiros de lanchas,

barcos hotéis, pousadas ao longo do rio, e, o Festival Internacional de Pesca

(FIP), que ocorre anualmente.

Os serviços de transporte, são significativos. No passado, o antigo

aeroporto tinha linhas regulares de vôo para Cuiabá, atualmente dois terminais

rodoviários atendem grande fluxo diário de ônibus inter-municipais,

interestaduais e para a área rural que tramitam em Cáceres. O transporte

fluvial é de importância crescente. Em 1975 a PORTOBRAS inaugurou suas

novas instalações, hoje ampliadas e operadas pelas DOCAS DE MATO

GROSSO LTDA, com escoando arroz, milho e madeira. Atualmente, este

terminal opera principalmente com a exportação de soja, em números

crescentes.

8. Breves comentários sobre a infra-estrutura urbana, os

equipamentos sociais, áreas verdes e ambiente:

8.1 As deficiências da infra-estrutura básica:

Além das deficiências de pavimentação das vias públicas e calçadas,

existem serviços básicos urbanos que necessitam de melhorias, algumas já em

fase de projetos.

As informações aqui dispostas foram obtidas em reuniões com membros

da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Turismo Cáceres-MT

(SEMATUR), Secretaria Estadual de Maio Ambiente (SEMA), Vigilância

Sanitária, pesquisas bibliográficas, inclusive na biblioteca da Universidade

Estadual de Mato Grosso – Cáceres e observação In Locu.

Alguns trabalhos efetivados na região já apontavam para os problemas

existentes na região: sobre as questões que envolvem a água: Corrêa (2003),

Fialho (2004), Santos (2005) e Nascimento (2005); Esgoto: Montecchi (2001),

Aguilar (2003), Corrêa (2003), Fialho (2004), Paula (2004); Nascimento (2005)

Plano Diretor de Desenvolvimento – PDD

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60

e Santos (2005); Assoreamento: Aguilar (2003), Corrêa (2003) e Nascimento

(2005); Retirada da mata ciliar: Aguilar (2003), Corrêa (2003), Souza (2003) e

Nascimento (2005); Pesca (predatória ou não): Aguilar (2003) e Corrêa (2003);

Lixo: Costa (2002); Aguilar (2003), Corrêa (2003), Souza (2003), Fialho (2004),

Paula (2004), Oliveira (2004) e Nascimento (2005) e Zoonozes: Costa (2002)

e Paz (2002).

Durante as observações In locu, observou-se que os problemas

ambientais e por conseqüência de saúde, quase sempre estão relacionados

direta ou indiretamente à água.

8.2 Abastecimento de água:

Cáceres pertence a Grande Bacia do Prata. Sua bacia hidrográfica

é formada pelos rios Paraguai, Jauru, Cabaçal e Sepotuba. Cáceres está

entre é uma das oito sub-regíões do Complexo do Pantanal, localizada

no Pantanal Norte de Mato Grosso. Localiza-se entre o rio Paraguai e a

Chapada dos Parecis. O Alto Rio Paraguai tem presença marcante nessa

região do Pantanal Norte, onde faz fronteira com a Bolívia. A Serra das

Araras limita a vasta planície pantaneira no sentido norte e abriga

cachoeiras, paredões e lagos como a formação das Águas Milagrosas. Á

oeste as áreas alagadas seguem até Vila Bela (antiga capital da

província matogrossense). As duas cidades, Cáceres e Vila Bela, foram

roteiros de bandeirantes e aventureiros nos séculos passados, que

usavam essa rota fluvial para atingir a Bacia Amazônica. E possível

navegar no Pantanal de Cáceres rumo ao sul, ao longo do Rio Paraguai

ainda pouco caudaloso e chegar até uma das poucas unidades de

conservação: a Estação Ecológica Taiamã. Pelas margens do rio e para

o interior, existem várias fazendas de gado importantes no início da

colonização da região que encontram-se desativadas.

O Complexo do Pantanal, ou simplesmente Pantanal, é um

ecossistema com 250 mil km2 de área, altitude média de 100 metros,

Plano Diretor de Desenvolvimento – PDD

_____________________________________________________

61

situado no sul de Mato Grosso e no noroeste de Mato Grosso do Sul,

ambos Estados do Brasil, além de também englobar o Norte do Paraguai

e Leste da Bolívia (chamado de chaco boliviano), considerado pela

UNESCO Património Natural Mundial e Reserva da Biosfera. O nome

complexo vem do fato da região possuir mais de um Pantanal dentro de

si. Em que pese o nome, há um reduzido número de áreas pantanosas

na região pantaneira.

O sistema de abastecimento de água da cidade de Cáceres

tem como principal manancial superficial o Rio Paraguai e os

mananciais subterrâneos, 03 (três) poços profundos, que foram

perfurados quando da implantação do Sistema de Abastecimento de

Água para atender os sistemas independentes (Cohab Nova, Jardim

Padre Paulo e Bairro Santo António) os quais já se encontram

interligados ao sistema principal (Rio Paraguai).

A captação superficial no Rio Paraguai representa atualmente

97,00 % da produção do sistema de abastecimento de água assim

constituído: a) Captação - Esta parte do sistema é composta de

tomadas diretas no Rio Paraguai sendo que o conjunto moto-bomba

principal está instalado em uma balsa (flutuador) e o conjunto moto-

bomba reserva encontra-se instalado em um abrigo próximo; b)

Estação Elevatória de Água Bruta – EEAB - A principal EEAB é

composta de um sistema instalado em uma balsa (flutuador) sobre o

rio Paraguai, onde está instalada um conjunto moto-bomba elevatório

e outro reserva instalado em um abrigo próximo da margem do rio. A

sucção é feita através de tomada direta; c) Adução Água Bruta – AAB

- O sistema de adução que interliga a estação elevatória de água

bruta a ETA - Estação de Tratamento de Agua é constituído de 03

(três) linhas, sendo a 1a em tubulação de ferro fundido K7 0 250 mm,

2a em tubulação de PVC/PBA 0,60 Mpa 0 150 mm e a 3a em

tubulação Vinilfer l Mpa 0 300 mm com o comprimento L= 600 m,

Plano Diretor de Desenvolvimento – PDD

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62

essas tubulações em conjunto veiculam a vazão total de 300 l/s.; d)

Estação de Tratamento de Água – ETA- O sistema de tratamento de

água é composto de 02 (duas) unidades sendo a primeira com a

capacidade para tratar a vazão de Q= 220 l/s e a segunda para a

vazão de Q= 80 l/s. Estas ETA's são atendidas por uma Casa de

Química; e) Sistema de Reservação - O sistema de Reservação do

Sistema de Abastecimento de Agua de Cáceres situado na área da

ETA, é constituído de: 02 (dois) reservatórios enterrados sendo REN-

01 com a capacidade 750m3 e REN-02 com a capacidade de 1.300

m3 e 02 (dois) reservatórios elevados sendo REL-01 com a

capacidade de 570m3 que é utilizado para lavagem dos filtros e o

REL-02 com a capacidade de 400m3 utilizado para a distribuição da

água à população, esses reservatórios tem a sua estrutura em

concreto armado.

Existem outras unidades de reservação isoladas como o REL

03, estrutura em concreto armado, localizado na Cohab Nova com a

capacidade para 100 m3, que recebe a água do poço profundo (PT-

04) existente na área. Outro reservatório é o existente no conjunto

habitacional Vitória Régia, RAP 01 com estrutura em concreto armado

com a capacidade de 150 m3. Outra unidade de reservação existente

encontra-se no bairro Santo Antônio em estrutura metálica, porém

encontra-se desativado.; f) Estação Elevatória de Água Tratada - As

estações elevatórias de água tratada estão concentradas na área da

ETA.; g) Rede de Distribuição - O sistema de distribuição de água é

constituído por um conjunto de condutos principais (anéis) e

secundários em diversos diâmetros; h) Estações Pressurizadoras -

EP's - Estas estações pressurizadoras, em número de 06 (seis) têm a

função de manter pressão dinâmica mínima em determinados pontos

do sistema de distribuição;

Plano Diretor de Desenvolvimento – PDD

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63

Sistema Poços Profundos - Os sistemas com captação

subterrânea foram implantados para atender de forma isolados as

respectivas áreas: a) Cohab Nova - Este sistema é constituído de um

poço tubular profundo denominado PT — 04 que encontra-se hoje

interligado ao sistema do Rio Paraguai. A água proveniente deste

poço recebe desinfecção através de um sistema de cloração

(hipoclorito de cálcio) injetada na tubulação de subida para o

reservatório elevado de capacidade para lOOm3 , através de uma

bomba dosadora tipo eletrônica e em seguida é feita a sua

distribuição para a rede. b) Jardim Padre Paulo - Este sistema é

constituído de um poço profundo denominado PT — 02 que recalca

direto para a rede de distribuição e o sistema encontra-se interligado

ao sistema do Rio Paraguai. A água proveniente deste poço recebe

desinfecção através de um sistema de cloração (hipoclorito de cálcio)

com aplicação na entrada do poço, cuja dosagem é controlada por

uma bomba dosadora tipo eletrônica, e em seguida é feita a sua

distribuição para a rede. c) Bairro Santo Antônio - Este sistema é

constituído de um poço profundo denominado PT — Santo Antônio

que recalcava a água para um REL metálico o qual encontra-se

desativado, portanto hoje recalca direto para a rede de distribuição, e

o sistema encontra-se interligado ao sistema do Rio Paraguai.

Capacidade Atual e Futura do Sistema - A população proposta

inicial abastecida foi calculada pela operadora levando-se em

consideração as economias residenciais existentes à época. A taxa

de ocupação fora de (3,95 hab/econ) tomando-se por base o Censo

IBGE/2000, bem como a taxa de crescimento de 0.45% ao ano.

Segundo a empresa operadora, a população abastecida girava em

torno de 93% da população urbana. A proposta foi para atender a

100% da população urbana, com a projeção populacional atendendo

a um horizonte de projeto de 10 anos com início de plano previsto

Plano Diretor de Desenvolvimento – PDD

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64

para o ano de 2.008 e final de plano 2.018. O serviço de abastecimento

em Cáceres, é gerenciado pela empresa NORTEC; Atualmente o número

de ligações ativas é de 19.379 (12/2010).

Conclui-se neste PDD que novas projeções deverão ser

realizadas, a partir da base de dados do censo IBGE/2010 e evolução

das economias cadastradas pela operadora.

8.3 Rede de esgoto e pluvial:

O panorama geral da cobertura da população do Brasil, Centro Oeste,

Mato Grosso com sistema de esgotamento sanitário de acordo com o

IBGE/2006, pode ser assim apresentada:

Brasil - 68,24%

Centro Oeste - 43,83 %

Mato Grosso - 34,29 %

Segundo IBGE (2000), a situação do Esgotamento Sanitário em Cáceres

apresenta-se conforme o Quadro 05 apresentado abaixo:

Tipo de Esgotamento Sanitário em Cáceres/MT

DESTINAÇÃO FINAL

ATENDIMENTO (%)

Rede de esgoto / drenagem pluvial

11,09

Fossa séptica

33,55

Fossa rudimentar

42,16

Vala

0,99

Rio, lago

0,07

Outro escoadouro

0,21

Não tem banheiro e nem instalação sanitária

11,94

Fonte: IBGE/2000.

De acordo com o Quadro acima mostra que a população de

Cáceres utiliza-se de várias formas de disposição final do esgoto, sendo

os maiores percentuais de aproximadamente 11 % em rede de esgoto ou

em rede de águas pluviais, 33,55 % em fossa séptica, 42,16 % em fossa

rudimentar. Porém o maior percentual foi de disposição em fossas sejam

sépticas ou rudimentares que é um tratamento primário individualizado.

Plano Diretor de Desenvolvimento – PDD

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65

CONCEPÇÃO DO SISTEMA EXISTENTE

A cidade de Cáceres não contempla em sua totalidade sistema de

esgotamento sanitário mas sim sistemas individualizados construídos em

alguns bairros, sendo eles: Sub-bacia 08 e área central da cidade foi

construído um sistema de esgotamento sanitário com recursos do

Programa PROSEGE-Programa de Ação em Saneamento composto por

rede coletora e estação de tratamento de esgoto construído no Núcleo

Habitacional São Luiz (conhecido também por Cohab Nova). Existem

mais duas ETE's recém construídas de modelo compacta para atender o

Jardim Guanabara e a Penitenciária. O sistema de esgotamento sanitário

é administrado pela Prefeitura através do Serviço de Água e Esgoto de

Cáceres - SAEC. Aos domicílios atendidos com Sistema de Esgotamento

Sanitário é aplicada uma tarifa de esgoto condizente a 50 % do valor da

tarifa de água potável do domicílio, esse valor está inserido na fatura de

água.

Núcleo Habitacional São Luiz e Sub-bacia 08

O sistema de esgotamento sanitário existente no Núcleo Habitacional

São Luiz (Cohab Nova) e Sub-Bada 08 é do tipo separador absoluto, e

deveria atender a aproximadamente 20% da população urbana, através

de 2.868 ligações domiciliares.

O sistema projetado é composto dos seguintes componentes:

• Rede Coletora e Ligações Domiciliares

Foram executadas na cidade um total de 26.454,00 metros de rede

coletora nos diâmetros de 150 à 400 mm e 2.868 ligações domiciliares,

conforme quadro abaixo:

Rede Coletora e Ligações Existentes em Cáceres

Bairros

Rede Coletora

Ligações Domiciliares

Núcleo Hab. São Luiz

Sub-bacia 08

5.277,00

21.177,00

568

2.300

Plano Diretor de Desenvolvimento – PDD

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66

• Estações Elevatórias e Emissários por Recalque

O Núcleo Habitacional São Luiz possui duas estações elevatórias de

esgoto bruto e seus respectivos emissários por recalque. A estação

elevatória encaminha o esgoto coletado à Estação de Tratamento de

Esgoto e localiza-se próximo a Rua dos Martins. A estação elevatória 02

é responsável pelo encaminhamento do efluente tratado até o corpo

receptor.

O quadro abaixo apresenta as características das estações elevatórias e

dos emissários por recalque projetados:

Estação

Elevatória

Vazão de

Recalque(l/s)

Emissário por

Recalque(m)

Diâmetro (mm)

Material

EE-01

EE-02

11,20

11,20

15,00

2.000,00

100

150

F°F°

PVC DEF°F°

Na área central da cidade sub-bacia-08, na Rua dos Canários existe

parcialmente executada a estação elevatória EE-08.

Existe um emissário retirando as águas do canal natural do Córrego do

Sangradouro que desagua na Baia do Malheiros, com aproximadamente

2 km, retirando desse local de deságue levando para mais a jusante do

rio Paraguai. Essa água do córrego Sangradouro já encontra-se quase

100% poluída com esgoto.

Estação de Tratamento de Esgoto - O sistema de tratamento de esgoto

existente é do tipo Lodo Ativado com Aeração por Ar Difuso seguido de

Leito de Secagem com capacidade respectivamente de 410 m3 e 93 m3,

atendendo ao Núcleo Habitacional São Luiz. Essa ETE trata o esgoto de

aproximadamente 568 casas do bairro Cohab Nova.

• Destino Final do Efluente Tratado do N.H São Luiz ( Cohab Nova)

O efluente da estação de tratamento de esgoto é encaminhado por

recalque através de emissário para o corpo receptor Rio Paraguai.

Plano Diretor de Desenvolvimento – PDD

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67

ETE Bairro Guanabara - A ETE — Estação de Tratamento de Esgoto

recém construída no Jardim Guanabara tem capacidade para tratar 2,0

l/s de esgoto afluente do bairro de mesmo nome, que contém 235

residências resultando em aproximadamente 853 habitantes. A ETE é do

tipo compacta, construída em aço e revestida de fibra de vidro. ETE

Penitenciária - Essa ETE recebe e trata o efluente apenas da Unidade

Penitenciária de Cáceres, é do mesmo modelo da ETE do Jardim

Guanabara, tem capacidade para tratar 1,5 l/s. O efluente final é lançado

no córrego do Lobo através de emissário de aproximadamente 700

metros. Este sistema é de responsabilidade da SEJUSP - Secretaria de

justiça do Estado de Mato Grosso.

Segundo Brasil (2006)19

os estados do MT e MS na região hidrográfica

do Paraguai contam com 77% da população com abastecimento de água

potável. Em relação a coleta de esgoto MT possui apenas 16,9% e, destes

somente 13,8% contam com tratamento. Assim, Brasil (2006) citando o DAB-

2004, aponta a premência em implantar sistemas de coleta e de tratamento de

esgotos nos principais centros urbanos, como Cuiabá, Tangará da Serra,

Cáceres, Poconé, Corumbá, Coxim e Aquidauana.

No distrito industrial é feito o tratamento de efluentes das empresas, que

após são lançados em um canal de 3 KM que leva os efluentes ao Rio

Paraguai. O despejo dos efluentes no Rio Paraguai tem o acompanhado da

SEMA e segundo a mesma, segue o padrão ambiental.

O Córrego Sangradouro é afluente do rio Paraguai pela sua margem

esquerda, as suas nascentes são na Serra do Bom Jardim que compõe a

unidade geomorfológica denominada Província Serrana (Leite, 2000 apud

Nascimento, 2005)20

. Este córrego, corta o município de Cáceres-MT e ao

19

BRASIL. Programa de estruturação institucional para a consolidação da política

nacional de recursos hídricos – BRA/OEA/01/002: Caderno regional da região hidrográfica do Paraguai. Brasília: MMA/SRH/OEA. 2006 20

NASCIMENTO, A.A. B do Impacto ambiental nas margens do Rio Paraguai no perímetro

urbano da cidade de Cáceres/MT. Cáceres-UNEMAT/ICNT – Departamento de Ciências Biológicas, 2005.

Plano Diretor de Desenvolvimento – PDD

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longo dos tempos transformou-se em depósito de resíduos sólidos (lixos) e

líquidos que provêm das residências e comércios (figura seguinte) localizados

no centro da cidade (NASCIMENTO, 2005).

Os problemas identificados residem na carência de políticas públicas na

área de Educação e Saúde; Entupimento dos dutos e rompimento da rede,

devido os moradores retiram as grades de proteção e jogam lixo dentro das

caixas (por problemas com a coleta de lixo); as ampliações e/ou construções

de novas residências quando à revelia da Prefeitura, muitas vezes são

ligadas na rede coletora de águas pluviais ocasionando rompimento os tubos

no período de chuva, pois a tubulação não suporta o volume de água.

Diversas fontes consultadas, apontam a falta de políticas públicas para

essa questão; falta de maior fiscalização pelas autoridades competentes;

projetos de saúde e educação ambiental.

A situação da rede de esgotos poderá sofrer grandes modificações com

os projetos a serem implantados. Uma visualização do alcance dos mesmos,

podemos perceber na planta de saneamento básico anexada.

8.4 O tratamento dos resíduos sólidos urbanos:

Os resíduos sólidos urbanos são destinados a um aterro sanitário

distante 15 quilômetros do perímetro urbano de Cáceres, sentido Barra dos

Bugres e, por tal empreendimento, o que diminuiu os grandes lixões

clandestinos, mas, durante as visitas In Locu observou-se e registrou-se locais

que são utilizados para despejo de lixo e que estão no perímetro urbano, na

entrada de bairros, beira dos canais, até mesmo nos fundos do cemitério, e

ainda, são queimados.

O ato de jogar o lixo nos terrenos baldios e da queima do mesmo é

apontado por Corrêa (2003) como um fator cultural, referendado desde o

começo do século, onde, sem a coleta de lixo este era enterrado ou queimado.

Plano Diretor de Desenvolvimento – PDD

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69

Mas, como observado, até na parte central se encontra toda sorte de

lixo. A autora continua: ―bairros centrais como Vila Mariana/Marajoara, onde

até recentemente encontrava-se um lixão a céu aberto, proporcionando mau

cheiro, incidência de doenças respiratórias entre outras, acrescentado do

aspecto visual negativo que o mesmo acarreta para o município‖ (CORRÊA,

2003).

Fialho (2004) argumenta que no bairro Jardim das Oliveiras existia

acúmulo e a falta de tratamento do lixo e esgoto, presença de chiqueiros,

restos de animais mortos e resíduos de animais (fezes e urina). Outro

agravante é a distancia do bairro em relação ao centro e os muitos terrenos

baldios onde, o despejo desses dejetos por moradores de outros bairros é

constante.

Diversas sugestões, foram coletadas para melhorar esse

quadro, como por exemplo, a coleta de lixo urbano e a implantação de

projetos ligados à reutilização, a reciclagem de lixo e a transformação

deles em algo que possa ser útil para a comunidade.

Cáceres, que já teve uma estação de triagem de resíduos sólidos e de

produção de composto orgânico, não possue mais este tipo de equipamento.

Por outro lado, embora seja um pólo de saúde, não existe incinerador para a

queima do lixo hospitalar, de farmácias, clínicas, etc...

QUADRO 24: Número de famílias e a destinação final do lixo doméstico, no município de

Cáceres (MT), das famílias cadastradas no PAB (2000 - Fev/2007).

Nº Famílias Lixo Coletado Lixo Queimado

Enterrado Lixo Céu Aberto

2000 2007 2000 2007 2000 2007 2000 2007

10.118 10.266 7.010 8.476 2.840 1.718 268 72

Fonte: Ministério da Saúde - Sistema de Informação de Atenção Básica (SIAB)

Elaboração COOTRADE, 2007.

Plano Diretor de Desenvolvimento – PDD

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8.5 Construções em locais insalubres ou de risco:

Os diversos trabalhos consultados apontam esse fato, e como visto

realmente é preocupante, pois, muitas dessas construções estão em locais

impróprios, principalmente às margens dos córregos Sangradouro e Renato,

onde existem residências e construções de pessoas com bom poder aquisitivo,

segundo os funcionários da Vigilância Sanitária. Ou ainda, na área

denominada Santo, onde, antigamente era área de lixão, hoje há diversas

casas com poços, sujeitos a contaminação que há no solo. No local também se

observou aterramento de pequenos lagos para a construção de casas.

Segundo a vigilância sanitária, na área do Canal do Sangradouro não há

notificação de doenças. Mas, como se sabe, doenças como diarréias, micoses

e outras, muitas vezes não são inseridas nas estatísticas e, estas estão

relacionadas diretamente com a questão que aqui se trata.

Essas construções nas margens dos canais despejam dejetos de toda a

sorte (roupas velhas, esgoto doméstico, restos vegetais, garrafas de vidro e

plástico, entre outros.) e dessa forma, colaborando com a poluição dos cursos

d’água e a obstrução dos canais vindo a provocar danos grave como enchente

As enchentes de 2007 bem como a de 2010 tiveram grandes proporção

com volume anormal de águas, e os canais, principalmente o Sangradouro não

atenderam a vasão, provocando graves conseqüências.

Nos últimos anos, os canais foram desobstruídos antes do período das

águas, assim como foi feita a limpeza de mais de 1.200 bocas de lobo, ações

insuficientes para evitar a ocorrência de inundações.Verfica-se ainda o

agravante da ocupação irregular de áreas sujeitas a inundações.

O escoamento d’água é agravado pelo acumulo de lixo no leito dos

canais.Nas margens do Rio Paraguai também há ocupações irregulares.

Boa parte das margens que são habitadas, tanto dos córregos como do

Rio Paraguai possuem processos erosivos e, em alguns casos chegando à

rodovia federal (vasão nº 2 da BR – 174/070). O preocupante, é que grande

parte do material erodido pela presença antrópica, é lixiviado e chega aos

córregos e consequentemente ao Rio Paraguai.

Plano Diretor de Desenvolvimento – PDD

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Em outros mananciais como córrego da Piraputanga a degradação é

presente devido às pastagem, com a agravante do pisoteio do gado.

O quadro vem se agravando, tanto que, para a realização do últimos

Festivais Internacionais de Pesca – FIP, que era realizado em época de águas

baixas foi necessária a dragagem da Baia do Rio Paraguai, na zona central da

cidade.Sendo esta uma das justificativas para a mudança na data de

realização do FIP.

No mapa 10, vermos a localização das principais áreas de risco

ambiental.

8.6 Áreas verdes urbanas:

O diagnostico (2007), constatou a existência de trinta e cinco áreas

verdes públicas em Cáceres, num total de 398.765 m².

Plano Diretor de Desenvolvimento – PDD

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Nº LOCALIZAÇÃO ÁREA (m²)

80.707

1 Praça prevista do Vitória Régia 6.939

2 Praça prevista do Vitória Régia 7.693

3 Praça prevista da Cohab Nova 2.082

4 Praça prevista B. Nova Era 1.125

5 Praça prevista B. Nova Era 5.282

6 Praça do DNER 42.385

7 Praça prevista do Jd. Padre Paulo 15.201

38.838

8 Praça projetada Jd Imperial 1.490

9 Praça do esporte 115

10 Praça projetada Junco 24.225

11 Praça projetada B. Sto. Antônio 8.300

12 Praça projetada do B. Sta Cruz 3.122

13 Praça projetada do Jd. Marajoara 1.586

279.220

14 Campo de Futebol do EMPA 5.805

15 Praça do CAIC 33.462

16 Praça do Jd Paraiso 2.769

17 Praça BR 070 1.979

18 Praça São Miguel 5.135

19 Praça Vila Militar 2.730

20 Praça Vilas Boas 1.450

21 Praça Antônio João 10.712

22 Praça da feira 1.201

23 Praça da Cohab Velha 2.312

24 Praça Monte Verde 7.823

25 Praça da Prefeitura 98.071

26 Praça do Corpo de bombeiros 4.024

27 Praça do Cidade Alta 4.843

28 Praça 7 de setembro 1.947

29 Praça do Sangradouro 42.556

30 Praça Barão 5.633

31 Praça da Sematur 19.386

32 Praça da Cavalhada 6.118

33 Praça do Bom Samaritano 2.789

34 Praça da Cohab Nova 10.265

35 Campo de Futebol B. Nova Era 8.210

398.765

Fonte: P.M.C, 2007

QUADRO 27: Cáceres, áreas verdes

públicas no perímetro urbano, 2007.

ÁREA TOTAL

Elaboração COOTRADE, 2007.

PRAÇAS PROJETADAS - SUB-TOTAL

PRAÇAS EXISTENTES - SUB-TOTAL

PRAÇAS PREVISTAS - SUB-TOTAL

Desta área verde total, 22 são praças existentes com 70% da área. Se

considerarmos que a quantidade mínima de área verde pública (AVP) deva ser

12 m²/hab., então podemos estimar um déficit de 740.599 m² de área verde

urbana.

Plano Diretor de Desenvolvimento – PDD

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73

O índice acima, pode ser reduzido, pois Cáceres ainda possui muita

vegetação verde nos quintais das casas. Portanto, aceitando-se um índice de

10m²/hab., este déficit cai para 563.565 m² de área verde urbana.

Observe-se na tabela anterior, que muitas praças são projetadas e/ou

previstas. Ou seja são áreas urbanas em que existe o espaço para este tipo

de equipamento mas, a estrutura não está construída para uso da população.

As praças de Cáceres, de modo geral, não estão bem conservadas, são

pobres em mobiliário (play grounds, equipamentos de ginástica, bebedouros,

sanitários públicos, etc...). Algumas das mais antigas, possuem coretos e até

fontes luminosas (algumas inativas).

Existem bairros que não possuem áreas verdes públicas. Em alguns, as

áreas para isto destinadas, foram invadidas.

De modo geral, as praças são pequenas, não existindo nenhum parque

municipal, a sua quantidade é insuficiente. É necessário maior entrosamento

do poder público com a comunidade no sentido da manutenção das mesmas.

No mapa 10, do anexo 2, temos a localização das áreas verdes de

Cáceres.

8.7 Os equipamentos sociais:

Cáceres, pela sua antigüidade e pela função de pólo de serviços

regional, é bem provida de equipamentos sociais. Sua rede de instituições

públicas retrata uma cidade de serviços para o seu entorno.

A rede de saúde, reforça sua posição de pólo de serviços para o

Sudoeste de Mato Grosso. Da mesma forma, sua rede educacional, com

oferta de cursos em diferentes níveis, modalidades e carreiras

profissionalizantes, tem como suporte uma grande gama de equipamentos

públicos.

Os equipamentos de uso social, quer da União, quer do Estado ou do

Município, e sua localização, tipos de construção, época, etc.., dão a área

urbana um estilo eclético, onde nos mesmos, pode-se ―ler‖ o processo de

expansão da cidade. Tomando-se como exemplo, o educacional, percebe-se

nos prédios da UNEMAT e em sua localização dispersa, o processo modulado

Plano Diretor de Desenvolvimento – PDD

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74

de seu crescimento e a influência que isto acarreta para a dinâmica urbana e

regional.

8.8 O ambiente e algumas zoonoses:

Mais de 200 zoonoses são conhecidas, no Brasil as tendências recentes

de modelo zoonóticos são: viroses, riquetsioses, protozooses, helmintos,

bacterioses (PAZ, 2004)21

. Outras doenças como peste bubônica, leptospirose,

febre maculosa entre outras, também estão ligadas á vetores ou hospedeiros

animais.

A Vigilância Sanitária da cidade aponta que há problemas com

caramujos, escorpiões na Cohab Velha em uma rede de esgoto que lá existe,

mas que na verdade não funciona. Mas, outros casos foram apontados e

seguem algumas informações.

Para se evitar a dengue, como se sabe é necessário, além dos cuidados

dos órgãos de fiscalização e saúde pública, a participação da comunidade

fazendo sua parte é primordial.

Em pesquisa (COSTA, 2002), na ótica da comunidade 65% acha que a

culpa da epidemia de dengue é da população; das autoridades 20%; da

natureza 10% e outros 5%. Dos (100) cem entrevistados, oitenta deles

acreditam que as campanhas esclarecem suficientemente sobre a dengue.

Em relação a outras zoonoses, outra pesquisa na Vila Mariana indica

que apesar do conhecimento satisfatório dos moradores sobre as doenças,

seus transmissores e como lidar com o problema. A falta de campanha a

respeito do controle das zoonoses é sentida por esses cidadãos (PAZ, 2004).

Mesmo assim, 27% dos moradores já contraíram algum tipo de

zoonoses, e os procedimentos adotados foram procurar o médico (47%), uso

de ervas (18%) e procurar uma farmácia (7%) (PAZ, 2004). As visitas de

animais às residências são no período noturno e, agravado pela falta do

21

PAZ. A. A. da O conhecimento da população do bairro Vila Mariana em Cáceres-MT,

sobre zoonozes. Cáceres-UNEMAT/ICNT – Departamento de Ciências Biológicas, 2004

Plano Diretor de Desenvolvimento – PDD

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serviço público de limpeza. Os Cães (100%), Mosquitos (92%), Baratas (86%)

e Ratos (77%) foram os mais citados (PAZ, 2004).

Ambas as autoras apontam a necessidade de um trabalho que tenha

uma integração entre a população e o serviço de Saúde. Mas, como indicado

pela pesquisa de Costa (op cit), a qualidade de vida e conseqüentemente a

saúde da população, seria melhor se houvesse saneamento básico 35%;

outros 19% disseram limpeza de terrenos baldios e com 6 e 5%

respectivamente ficaram a com outros a pavimentação e a coleta de lixo

diária (COSTA, 2002).

8.9 Pesca

O uso do Rio Paraguai para a pesca é uma constante. Mas, com o

decorrer dos anos muitas mudanças aconteceram e de acordo com Corrêa

(2003) o Rio Paraguai e Cáceres não são mais os mesmos, e isso é fruto do

crescimento populacional.

A pesca em Cáceres é um atrativo para o turismo, em especial, no

período do Festival Internacional de Pesca. O FIP como é conhecido possui o

nome no Guiness Book com o maior número de participantes no mundo

(Figura 6)

Hoje o FIP é muito mais que a prova de pesca embarcada (barco e

canoa) e a prova de pesca de barranco (infanto-juvenil). Durante a semana do

FIP acontecem várias atrações culturais e esportivas como campeonatos de

vôlei de praia, futebol de areia, shows nacionais e regionais, oficinas de artes e

de pesca e muito mais (CACERES, 2007).

Apesar de receber milhares de turistas para pescar no Rio Paraguai, o

festival de pesca não afeta o equilíbrio piscoso do Rio Paraguai, segundo

Claumir Muniz da SEMATUR, que estuda a parte ictiológica do Rio Paraguai.

Segundo o biólogo a pesca predatória efetivada durante todos os dias e

que se torna quase impossível de fiscalizar é que causa mais dano.

Ainda continua: ―a pesca com barcos à motores é cara, os

equipamentos são caros, a manutenção e o barco são caros, por tal fator

Plano Diretor de Desenvolvimento – PDD

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76

houve a diminuição desse tipo de participante, restando agora os com canoas

e de barranco‖.

Mas, como explícito em diversos trabalhos em especial de Aguilar

(2003) esse tipo de pesca também causa danos à barranca do rio e

conseqüentemente assoreamento.

Mas, em Cáceres muitos moradores praticam a pesca seja de barranco,

de ―ceva‖, amadora, profissional e infelizmente a predatória. Pescadores

freqüentam o local (praia do Julião até o ponto de captação de água (caixa

d’água)) até mesmo durante o período da Piracema, e somente abandonam o

local após a cheia no pantanal uma vez que a água inunda o barranco e atinge

a várzea, na lateral da rodovia, sendo essa água escoada através de pontes,

construídas na Rodovia (AGUILAR, 2003).

Dos pescadores que freqüentam o local 27% são homens e 73%

mulheres, de variadas profissões e classes sociais, como: carpinteiro, militar

reformado, pescador profissional, piloteiro, funcionário público e do lar.

Segundo RADIOBRAS(2007)22

A pesca turística é a segunda atividade

econômica no Pantanal e movimenta algo em torno de R$ 30 milhões por ano

no estado. É também uma das atividades mais prejudicadas com o ciclo de

secas já que o baixo volume do rio atrapalha a subida dos peixes jovens,

fenômeno conhecido como piracema.

8.10. Considerações Finais

Atualmente, não há leis ou normas municipais que tratem

específicamente das questões ambientais, apenas um pequeno trecho no

código de postura do município. Com a criação e implantação do Conselho

Municipal de Defesa do Meio Ambiente – COMDEMA, está se desenhando um

avanço nas ações que afetam o meio.

22 BRASIL, RADIOBRAS Pantanal entra em mais um ciclo de seca. Disponível em

http://www.radiobras.gov.br/ct/2001/materia_200401_1.htm, acessado no dia 14 de abril de 2007.

Plano Diretor de Desenvolvimento – PDD

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77

A Secretaria de Meio Ambiente e Turismo - SEMATUR coordena

parcialmente o setor, e precisa ser reestruturada.

Diversos dos trabalhos aqui citados e disponíveis na biblioteca da

UNEMAT serviram como fonte de informação a cerca das questões

ambientais, sociais e culturais de Cáceres. As observações In locu e as

sugestões dadas nas pesquisas, levam a crer que para um desenvolvimento

planejado e que contemple a todos, se faz necessária a participação de

diversas entidades e principalmente da população, com sugestões e

principalmente colaboração, para assim, se ter as mudanças necessárias para

contemplação ampla artigo 23 da Constituição Federal em seus incisos VI e IX

referente à proteção do meio ambiente, combate a poluição em qualquer de

suas formas e saneamento básico garantidos peia competência da União, dos

Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.

9. A mobilidade geral e urbana:

9.1 A mobilidade geral:

Cáceres encontra-se bem servido de facilidades de acesso. Possui

aeroporto com pista de 1.876 metros pavimentada e mais 300 metros de área

de fuga nas cabeceiras, não existem linhas áreas regulares; a cidade é cortada

por rodovias federais (BR – 174/070), e rodovia estadual (MT – 343) que liga

Cáceres a Porto Estrela e Barra do Bugre. A BR 070, rodovia pavimentada,

faz ligação com a fronteira boliviana e acesso à área andina; possui estrutura

portuária fluvial, que permite navegação durante todo o ano (Hidrovia

Paraguai-Paraná).

Existem esforços políticos para acelerar a pavimentação da rodovia

estadual que articula Cáceres à Porto Estrela e Barra do Bugres (MT-343), o

que permitiria articular a região produtora de Barra do Bugres-Tangará da

Serra-Campo Novo do Parecis e incrementar o uso da hidrovia.

Plano Diretor de Desenvolvimento – PDD

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78

Estudos já foram efetuados para a construção de porto fluvial à jusante

de Cáceres (Santo Antônio das Lendas), assim como alternativas de utilização

de Barranco Vermelho23

, mais próximo e onde já existem algumas instalações.

Estas alternativas permitiriam maior escala de uso da hidrovia.

Porém, o predomínio da mobilidade, tanto de longa distância, quanto em

sua área de influência e para distritos e vilas, é rodoviário. Cáceres possui

uma rodoviária no centro, e um terminal rodoviário próximo às margens da BR-

070 no perímetro urbano.

O movimento fluvial maior é para escoamento de grãos (soja) e para

atividades de esporte (pesca e náutico). No entanto a quantidade de

embarcações registradas pela marinha impressiona, demonstrando a

importância do Rio Paraguai para as atividades de lazer e de turismo esportivo.

Ítem Qtde.

Embarcações miúdas 2.246

Embarcações médio porte 2.857

Barcos Hotéis 15

Movimentos de embarcações 366

Movimentos de embarcações de turismo 265

Aquaviários empregados nas movimentações

de embarcações de turismo64

Fonte: Marinha, Agência Fluvial de Cáceres, Maio/2007.

Elaboração COOTRADE, 2007.

QUADRO 28: Embarcações

registradas na agência fluvial de

Cáceres 2006.

9.2. A mobilidade urbana:

Com aproximadamente 434 km de vias na cidade, a maioria ainda não

está pavimentada:

23

65 km à jusante da cidade, após a confluência do rio Jauru.

Plano Diretor de Desenvolvimento – PDD

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Vias Nº %

Vias Total 434,03 100,00

Vias Não pavimentadas 307,35 70,70

Vias Pavimentadas 126,68 29,30

Fonte: COOTRADE, Abril/2007.

QUADRO 29: Cáceres, vias

urbanas e pavimento em 2007.

Dos 126 km de vias pavimentadas, 29,3% do total, 10,1% são cobertas

com bloquetes. Portanto, a grande parte de Cáceres convive com poeira e

lama.

Considerando-se que a quantidade de calçadas é inferior ao de ruas

pavimentadas, estima-se que as calçadas equivalem a 60% da extensão das

ruas pavimentadas.

A frota de veículos automotores em Cáceres, cresce rapidamente. Entre

1999 e 2006, a frota cresceu mais do que a nacional, passando de 10.431 para

18.620 veículos. No entanto, o maior incremento é na categoria duas rodas

(motocicletas), como podemos ver à seguir:

Veículos 1999 2006

Biciclo 3.696 9.413

Triciclo - 3

Passeio 4.487 5.590

Transporte Coletivo 149 250

Comerciais Leves 1.500 2.131

Transporte de Carga 599 1.231

Outros - 2

TOTAL 10.431 18.620

Fonte: DENATRAN 2007, Anuário Estatístico 2000.

QUADRO 30: Frota de veículos por

tipo, no município de Cáceres, 1999

e 2006.

0600

1.2001.8002.4003.0003.6004.2004.8005.4006.0006.6007.2007.8008.4009.0009.600

Motos Passeio Transporte

Coletivo

Comerciais Leves Transporte Carga

Evolução da Frota de veículos por tipo, em Cáceres, 1999 e 2006.

1999

2006

Plano Diretor de Desenvolvimento – PDD

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80

Embora seja impressionante o crescimento de motocicletas no período

1999-2006, é importante observar, que a expansão de veículos de transporte

de carga, amplia-se mais rápido do que a da categoria passeio.

Cáceres possui uma linha de transporte urbana, com veículos pequenos

e que realizam um longo percurso circular, atendendo a vários bairros.

O uso de bicicleta na mobilidade urbana é majoritário, tanto pelas

geografia plana da área urbana, quanto pela renda menor da maioria da

população urbana. Estima-se duas bicicletas por família em Cáceres. No

Brasil, a média é de 0,9 bicicletas por família.

A frota de bicicletas, que diariamente circula, mais o crescente número

de motocicletas, a falta de calçadas para os pedestres, bem como o déficit de

ruas pavimentadas, resultam em acidentes de trânsito diversos.

A tensão entre bicicletas e veículos automotores, além da falta de infra-

estrutura viária, se resulta em acidentes, também resulta nas medidas de

ordenamento recentes. A ciclovia de 3 km existente, foi ampliada com a

instalação de uma ciclo-faixa de mais 25 km de extensão, toda sobre ruas

pavimentadas. Esta ampliação cicloviária, bem como melhorias de sinalização

diversa e de novos semáforos, são medidas para tentar minorar os conflitos de

mobilidade urbana existentes e, que tendem a se agravar com a ampliação da

frota.

Controle de tráfego de veículos na rua ao lado do Supermercado

Juba, entre 06h00-18h00, em 04/05/2007. (Total 10.951 veículos)

Motocicleta

38,5%

Ambulância

0,3%

Automóvel

31,3%

Ônibus/Van

1,1%

Caminhão

1,4% Bicicleta

27,5%

Plano Diretor de Desenvolvimento – PDD

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81

A grande presença de moto-taxis, por toda a cidade, particularmente na

área central pode ser percebida no mapa de circulação urbana e reflete clara

deficiência do transporte de massa urbano.

10. TENDÊNCIAS E DIRETRIZES:

10.1. Tendências:

Antes de definirmos as tendências do município e de sua área urbana,

devemos explicitar que a conceituação de cidade aqui utilizada, coincide com

Ferrari24

: “Espaço delimitado e contínuo, ocupado de forma permanente por um

aglomerado urbano denso e considerável em número, cuja evolução e

estrutura são determinadas pelo meio físico, desenvolvimento tecnológico e

modo de produção existente e cuja população possui o “status” de urbano”.

A evolução e estrutura de Cáceres, é o resultado da dialética articulação

entre as características do meio físico com o modo de produção geral e as

tecnologias que o mesmo vai incorporando em suas atividades. A área

urbana, iniciada às margens de um rio de planície, ponto longínquo de

navegação até o Oceano, nos auxiliam a entender suas origens e estrutura,

onde o ―centro‖ urbano original nas margens do rio e pelo mesmo delimitado,

vai ficando cada vez mais afastado dos bairros, deixando de ser o centro para

tornar-se um dos limites da área urbana, mudança ocorrida devido as novas

tecnologias de produção e de transporte. A navegação a vapor deixou de ser o

elo único da área urbana com os grandes mercados, sendo substituída pelo o

transporte automotriz, com os novos eixos de transporte terrestre, a ponte

sobre o Paraguai, etc.. e assim, alterando a estrutura, o formato da cidade.

24

FERRARI, Celson. Dicionário de Urbanismo. S.Paulo, Ed.Disal. 2004. 451p.

Plano Diretor de Desenvolvimento – PDD

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82

Se o conceito de Ferrari é orientador para a análise urbana, não parece

suficiente para as naturais comparações que surgem. Ao aquilatarmos dados

da cidade e o seu entorno próximo e distante, constata-se as diferenças,

verifica-se que os indicadores, dentro do mesmo espaço estadual, demonstram

uma história de construção de diferenciações inter-municipais e regionais, um

processo de construção de desigualdades, onde alguns espaços urbanos

conseguem melhor qualidade de vida, adquirem mais desenvolvimento,

apresentam índices de crescimento econômico maiores, enquanto outros,

crescem em menor velocidade ou entram em estagnação, como as estatísticas

dos municípios da área de influência retratam.

Para isto, lembramos que a participação positiva no processo de

crescimento e de desenvolvimento humano, tem como base a “capacidade

política para gerar, agregar e reter valor aos bens e serviços (mercadorias)

produzidos pelo grupo ou região, em determinado momento histórico”25

.

Isto não significa, que o grau de desenvolvimento de uma área, seja

resultante apenas de suas decisões, digamos endógenas. Como imersa na

totalidade de um modo de produção, num certo momento histórico, estas

condições são criadas, ou negadas, pelas tensões do posicionamento dos

grupos ou classes sociais do momento, sendo esta razão pela qual a ruptura,

aceleração, acentuação do processo local ou regional de inserção no modo de

produção dominante, é um processo político.

Se uma área não produz mercadorias, não pode no modo de produção

dominante ter significativa densidade humana. Exemplificando, vemos distritos

e vilas no município quase desaparecendo, como Horizonte D´Oeste, por

menor capacidade de produzirem bens ou serviços significativos para o

mercado, sem falarmos na capacidade de agregar valor (industrializar) e reter

o mesmo para reinvestimentos. Por outro lado, Vila Aparecida, Clarinópolis

com plantio de teca, recuperam capacidade de inserir-se no mercado, assim

como áreas anteriormente despovoadas, com as atividades induzidas pelos

25

MONTEIRO, Sílvio Tavares. O essencial é o desenvolvimento humano. Cuiabá: COOTRADE,

2003, 108p.

Plano Diretor de Desenvolvimento – PDD

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83

assentamentos, começam a ter nova inserção no mercado, alterando a

paisagem rural.

Estes pequenos exemplos, usamos para ilustrar que o processo na

escala urbana tem os mesmos efeitos. O passado e o presente, são

explicitados pela forma como o espaço urbano e rural de Cáceres, inseriram-se

no modo de produção, este ditou suas tecnologias produtivas e condições

culturais, explicando sua evolução e atual estrutura.

Em síntese:

Cáceres sempre foi uma área de produção de matérias-primas, quer

extrativa vegetal (poaia) e/ou animal (peles de animais silvestres), quer

agropecuárias, onde predomina a bovinocultura (produção de proteína

animal) e, esta iniciando uma nova fase de produção de madeira. Na

medida em que gera mercadorias, sem agroindustrialização, ela tendeu

a transferir valores para outras regiões;

Quando conseguiu estabilizar grandes unidades de agregação de valor

(agroindústrias), em torno da bovinocultura, foi de forma dependente de

capitais externos e, algumas vezes associada ao mesmo. Isto dificultou,

e ainda dificulta a sua capacidade de reter o valor agregado localmente;

Cáceres estruturou-se como uma área de serviços de suporte às

atividades produtivas do seu entorno. Atividades comerciais, serviços

financeiros, de saúde, de educação, de segurança, justiça, transporte,

etc.., sempre foram atividades que praticamente moldaram a estrutura

urbana;

Como pólo de serviços às atividades produtivas municipais e do entorno

próximo, ela tem limitantes, quando estes serviços são interiorizados e,

potencializa-se na razão em que cria serviços não existentes no seu

entorno, ou, que tenham qualidade melhor do que na sua área de

Plano Diretor de Desenvolvimento – PDD

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84

influência (Saúde, Educação) ou, cujas ―vantagens naturais‖ sejam

específicas do município (turismo esportivo, pesca, etc...);

10.2 Gerais:

O contínuo crescimento do Noroeste do Brasil (Acre, Rondônia,

Sul do Amazonas e da região Sudoeste de MT), garantem que

Cáceres, por seu posicionamento, tenha um crescente papel

como estrutura de apoio para o transporte;

A lenta e crescente articulação com a área andina, via Chiquitania

boliviana e Sta. Cruz de La Sierra, reforça o item anterior;

Os esforços políticos recentes de articulação da área produtiva

estadual do eixo Barra do Bugres-Tangará da Serra-Campo Novo

dos Parecis, via Porto Estrela para Cáceres, diminuindo custos de

fretes e ampliando a capacidade de escoamento fluvial, aceleram

a tendência geral da passagem de pólo de serviços e de apoio ao

transporte, para um grande pólo multimodal de transporte;

A existência do marco jurídico da ZPE, bem como o crescente

fluxo de exportações e de importações, vão construindo as bases

para modificações em seu papel regional-estadual;

A atratividade para empresas agregadoras de valor, na área do

Distrito Industrial e da ZPE, sempre terão o limitante da relativa

carência da infra-estrutura em comparação com os ganhos

tributários oferecidos pelo marco legal da ZPE. Na medida em

que somar-se facilidades de infra-estrutura para a produção, com

o já existente na área urbana, as possibilidades de crescimento

vão rapidamente acelerar-se;

Na medida em que especializar-se ou ampliar a quantidade e

excelência nos serviços que oferece (saúde, educação, turismo)

e, agregando novos para a sua região, as possibilidades de

interiorizar o crescimento econômico, transformando-o em

desenvolvimento humano, será maior;

Plano Diretor de Desenvolvimento – PDD

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85

O reflorestamento de teca, é a grande inovação tecnológica na

produção primária, com desdobramentos em atividades de

processamento no futuro próximo. Esta atividade, pela sua

demanda permanente de mão-de-obra, certeza de mercados

externos de processamento local, aprofundará modificações na

paisagem rural e mesmo urbana;

Portanto, Cáceres tende a continuar crescendo. O ritmo em que isto

ocorrerá, dependerá de sua capacidade de articulação, de aproveitamento de

suas vantagens e recursos, no processo geral de desenvolvimento estadual.

10.3 Da área urbana:

Revisar e implantar ações de regularização fundiária urbana, com base

em políticas sociais e ambientais;

Criar normativas sobre a área central tombada pelo patrimônio histórico;

A ampliação de áreas verdes de uso público, particularmente em bairros

mais distantes do centro e de áreas de livre e fácil acesso público para

lazer próximo ao rio;

A carência de pavimentação de suas vias e especialmente de calçadas

para a mobilidade de pedestres;

A planificação e operacionalização de um programa de mobilidade

urbana, que enfrente efetivamente a problemática de deslocamento do

cidadão, numa cidade onde ocorrem conflitos de uso entre pedestres,

ciclistas e motoristas;

A rápida, e urgente melhoria da estrutura do Distrito Industrial e área da

ZPE, é essencial, para potencializar mudanças no perfil econômico da

cidade. O fato de existir estas áreas, exige esforços para transformá-las

de potencialidades latentes, em efetivos aceleradores do

desenvolvimento;

10.4. Da área do Desenvolvimento Economico:

Plano Diretor de Desenvolvimento – PDD

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86

Promover Programas visando direcionar os investimentos

empreendimentos industriais, comerciais ou de serviços

respeitando sempre a legislação ambiental;

Viabilizar estudos para implantar banco de dados, com

disponibilização de informações georreferenciadas de

oportunidades de negócios para orientação de investidores;

Promover em parceria programas de qualificação e inclusão

digital, com estímulo ao desenvolvimento tecnológico;

incentivar e apoiar a implantação e funcionamento da Zona de

Processamento de Exportação – ZPE, e seus desdobramentos,

potencializando a produção regional;

Criar programa de orientação e incentivo ao empreededor,

visando a regularização das suas atividades e a redução da

informalidade em questões fiscais e trabalhistas na indústria, no

comércio e nos serviços, conforme previsto na Lei Geral da Micro

e Pequena Empresa;

Promover Programas de incentivo ao Fomento a Cooperativas,

Economia Solidaria e ao Micro Empresario Individual.

Estabelecer juntos as entidades representativas comercial e

industrial de Cáceres, mecanismo de ação que incentivem a

abertura de novos comércios e industrias;

Incentiva as pesquisas, os estudos e os fóruns de debates que

venha trazer subsídios para o incremento do desenvolvimento

econômico local.

10.5 Na área de Educação:

Integrar com os diversos Órgãos Federais, Estaduais e outros

afins, para garantir a realização de um programa que atenda às

Plano Diretor de Desenvolvimento – PDD

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87

aspirações da população, cujo sucesso dependa do

comprometimento de todos;

Planejar sistematicamente a rede física escolar, garantindo o

respaldo técnico, inclusive aos alunos e professores portadores

de deficiência física, quanto à construação, ampliação e reforma

da mesma;

Expandir a oferta progressiva da educação infantil Municipal;

Dinamizar a educação pré-escolar no Municipio, nos aspectos

técnicos pedagódico e administrativo, objetivando a sua melhoria

qualitativa e quantitativa;

Expandir progressivamente a oferta de vagas no ensino

fundamental, visando minimizar o déficit de atendimento;

Construir, reformar as unidades escolares;

Promover a integração escola-comunidade buscando a

participação dessa no processo educativo escolar, ajudando

inclusive, na manunteção e conservação da escola;

Capacitar e treinar os profissionais da Educação da rede

municipal de ensino.

10.6 Na área de Recreação, Esporte e Lazer:

Oferecer acesso universal e integral às práticas esportivas,

promovendo bem-estar e melhoria da qualidade devida;

Criar áreas destinadas ao esporte e ao lazer;

Elaborar o Plano Municipal de Esportes e Lazer;

Criar programas de implantação de unidades esportivas em

regiões carentes no Municipio;

Promover programas de recuperação de praças e áreas de lazer;

Estabelecer programas de incentivo ao esporte, cultura e lazer;

Incentivar a pratica esportiva para a terceira idade;

Plano Diretor de Desenvolvimento – PDD

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88

Incentivo aos esportes para portadores de necessidades

especiais;

promover jogos e torneios que envolvam o conjunto dos distritos e

povoados;

elaborar e propor legislação de incentivo às atividades de esporte

e lazer, incluindo a possibilidade do estabelecimento de

parcerias;

destinar parte das áreas públicas decorrentes de loteamento para

equipamentos esportivos.

10.7 Na área de Meio Ambiente e Turismo:

Criar unidades de conservação ambiental;

Proteger as áreas sujeitas à erosão e/ou inundações;

Implantar e incentivar a coleta seletiva e criar estações de triagem

e reciclagem do lixo;

Estimular estudos e pesquisas direcionadas, em busca de

alternativas tecnológicas, para a coleta, tratamento e deposição

do lixo;

Instrumentalizar o aterro sanitário como destino final dos resíduos

sólidos decorrente da coleta seletiva a serem implantada;

ampliar as áreas verdes do Município;

criar unidades de conservação;

implantar Sistema Municipal de Gerenciamento Integrado de

Monitoramento Ambiental;

Elaborar o Zoneamento Municipal Ecológico;

Desenvolver parcerias juntos aos órgãos governamentais e não

governamentais, visando à proteção dos recursos naturais do

município e sua adequada utilização;

Plano Diretor de Desenvolvimento – PDD

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89

elaborar estudo para definição de indicadores para atividade de

planejamento e recuperação ambiental em áreas críticas e de

risco;

estimular à geração de postos de trabalho nas ações e processos

de conservação ambiental;

fortalecer e incentivar programas de educação ambiental das

escolas;

apoiar as Áreas de Proteção Ambiental (APAs) no território

municipal;

apoiar as Áreas de Proteção Ambiental (APAs) no território

municipal;

ampliar a fiscalização ambiental, estabelecendo sanções e

penalidades aos responsáveis por invasões em áreas de

preservação ambiental.

desenvolver o plano de desenvolvimento do turismo, segundo as

diretrizes e metas traçadas pelo Programa de Regionalização do

Turismo no Brasil / 65 Destinos Indutores do Desenvolvimento

Turístico Regional.

10.8 Na área de Infra-Estrutura:

elaborar diagnostico das redes de abastecimento de água,

de esgoto sanitário e de drenagem urbana no município;

melhorar as redes de abastecimento de água, esgoto

sanitário e de drenagem, com prioridade para as áreas

carentes de infra-estrutura;

Garantir a plena oferta dos serviços de abastecimento de

água potável, de coleta dos esgotos sanitários e demais

serviços de infraestrutura urbana de interesse público,

assegurando qualidade e regularidade na oferta dos

serviços;

Plano Diretor de Desenvolvimento – PDD

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90

construir estações de tratamento de esgoto, visando à

despoluição dos córregos;

controlar e fiscalizar a limpeza dos lotes vagos e dos imóveis;

elaborar planos municipais de Abastecimento de Água, de

Esgotamento Sanitário, de Drenagem Urbana e de Gestão

de Resíduos Sólidos, que atenderão as diretrizes da Política

Municipal de Saneamento Básico, entre outras;

difusão de políticas de conservação do uso da água;

criação de instrumentos para permitir o controle social das

condições gerais de produção de água, ampliando o

envolvimento da população na proteção das áreas

produtoras de água.

Elaborar e implantar o Plano de Tráfego e Transporte Urbano

do Municipio;

manter e construir pontes e vias, de acordo com a demanda

para melhorar a acessibilidade na sede e nos distritos e

povoados;

coibir a privatização dos espaços públicos por atividades e

formas de ocupações inadequadas e prejudiciais à saúde

pública e à plena mobilidade dos pedestres;

elaborar e implementar projeto de sinalização informativa

urbana, revisando a nomenclatura das ruas e numeração das

edificações, com o objetivo de garantir a segurança e

comodidade no trânsito de pessoas, na entrega de

correspondências e mercadorias, o acesso rápido de

assistência médica em situações de emergência e da polícia,

quando da ocorrência de infrações e crimes;

Articular as políticas públicas de transporte e trânsito com a

política de desenvolvimento urbano, com o objetivo de

Plano Diretor de Desenvolvimento – PDD

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91

promover o desenvolvimento sustentável, e a redução das

necessidades de deslocamentos;

Incentivar a implantação de políticas para pessoas com

restrição de mobilidade, adaptando os sistemas de

transporte, considerando-se o princípio de acesso universal à

cidade;

Promover campanhas educacionais nas escolas e meios de

comunicação social, como forma de contribuir para o

melhoramento da condutas das pessoas conforme leis e

regulamentações de trânsito;

Promover, em conjunto com as concessionárias de serviços de

interesse público, a garantia de oferta adequada e proporcional à

demanda, de serviços de energia elétrica, iluminação pública,

com regularidade e qualidade;

Direcionar as indústrias para locais previamente determinados

(Distrito Industrial),onde poderá se maximizar o fornecimento de

energia elétrica por redes alternativas mais confiáveis;

Criar normas para que os projetos elétricos das industrias a

serem implatadas no Município sejam aprovados pela

concessionárias de energia elétrica antes de ser protocolado na

Secretaria de Obras;

Promover ações junto a Concessionaria de Energia Elétrica no

sentido de ampliar as redes de distribuição em areas em

processos de regularização fundiárias;

10.9 Na área de Agricultura e Abastecimento:

Proporcionar as comunidades rurais de produção, assistência na

produção e comercialização, preferencialmente aos micro e

pequenos produtores;

Plano Diretor de Desenvolvimento – PDD

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Estabelecer mecanismo adequados e condições-economicas de

acesso fixação do homem ao campo;

Promover o zoneamento da capacidade sócio-economica e

ambiental do Municipio com o propósito de ordenar o processo

produtivo de ordenar o processo produtivo de forma orientada,

minizando os impactos ao meio ambiente e com um

aproveitamento mais adequado dos recursos naturais;

Estabelecer mecanismo de apoio ao associativismo dos

produtores rurais do Municipio;

Promover a integração entre as instituições do Municipio,

Governo Estadual e Federal, ligadas ao setor de produção

agropecuária e de comercialização no sentido de estabelecer

convênios que visem atingir os objetivos propostos;

Promover a organização dos produtores para maior participação

da produção e comercialização no mercado consumidor;

10.10 Na área da Saúde:

Realizar a vigilância sanitária atendendo a Lesgilação;

Aprimoramento da oferta de serviço de saúde considerando a

equidade territorial;

Realizar ações de divulgação, mediante o trabalho

multiprofissional nas áreas de nutrição e saúde: bucal, oral,

mental, da criança, do adolescente, da mulher, do trabalhador e

do idoso; bem como alertar sobre os casos de emergência e

urgência, hanseníase, tuberculose; uso de medicamentos,

controle epidemiológico, serviço de laboratório, radiologia,saúde,

meio ambiente, recursos humanos,pesquisa,informação e

informatização, administração e serviços gerais.

10.11 De Ordem Politica - Administrativa:

Capacitar as equipes técnicas de modo a fortalecer e estimular o

gerenciamento urbano;

Plano Diretor de Desenvolvimento – PDD

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93

Atualizar permanentemente os levantamentos e pesquisas para

obtenção de diagnostico da situação da área urbana,

identificando basicamente a dinâmica da infra-estrutura;

Rever e atualizar a legislação tributária municipal, entre outras, a

possibilidade de adoção do critério de distribuição da carga

tributária de forma diferenciada em relação à localização

geografia da atividade no município.

10.12 Das Leis e Códigos:

A revisão e atualização de leis e códigos legais do município,

adequando-os ao diposto nesta Lei Complementar do Plano Diretor de

Desenvolvimento Urbano de Cáceres, impõe-se pela necessidade de,

além de aprimorar a legislação municipal em vigor, adotar e implementar

instrumentos de política urbana e ambiental, ainda não incorporados ao

arcabouço legal do município.

A revisão e atualização da legislação municipal,deverá ser

fundamentada no que dispõe a legislação estadual e federal pertinentes,

será elaborada, submetida à apreciação e aprovação do legislativo,

garantida ampla participação da comunidade em todo o processo.

As seguintes as leis e códigos deverão ser elaborados, revisados

e/ou atualizados:

a) Lei de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo Urbano;

b) Lei de Habitação de Interesse Social do Municipio;

c) Lei de Regularização de Parcelamento/Loteamentos Clandestinos

ou Irregulares;

d) Códigos de Obras e Postura Municipais;

e) Código Sanitário

f) Código Tributário Municipal;

g) Código Municipal de Gestão Ambiental;

h) Legislação regulamentadora dos instrumentos de política urbana

definidos no Estatudo da Cidade.

Plano Diretor de Desenvolvimento – PDD

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11. Das Disposições Transitórias e Finais:

Sem esgotar os pontos desenvolvidos, este documento configura uma

plataforma para a aplicabilidade do Estatuto da Cidade (Lei 10.257/01),

segundo a realidade de Cáceres, particularmente, nos seguintes aspectos:

Planejamento Urbano e Regional: ao criar base de dados sobre a

realidade municipal e seu entorno, assim como base cartográfica sobre

diversos temas;

Regularização Fundiária: O documento contribui, ao conseguir, numa

primeira versão, discriminar em tabela e mapa, a situação fundiária da

área urbana, permitindo uma quantificação espacial da mesma e, com

cruzamento de outros dados, uma maior qualificação do impacto social

das medidas legais a serem tomadas e programas que poderão ser

incrementados;

Mobilidade urbana: Os dados e análise de mapas diversos, (densidade

demográfica como fundo da rede de saúde, educacional, etc... com

mapa de circulação urbana, população carente,..), servem para

subsidiar as discussões sobre alternativas para melhoria da mobilidade

urbana;

Zoneamento e limite urbano: Os dados de quantidade de população e

densidade por bairro, abastecimento de água, bem como os mapas das

redes institucionais, das áreas carentes, do saneamento básico, uso

atual do solo urbano, permitem a constatação das áreas que necessitam

adensamento populacional, correções no perímetro urbano, indicação

de Zonas de Especial Interesse Social, Ambiental, etc...

As informações sobre o meio ambiente urbano, bem como o mapa de

saneamento básico e o de áreas verdes e de risco ambiental, permitem

com a densidade populacional, identificar áreas para complementação

dos serviços básicos, que sejam necessárias remanejar populações

bem como a criação bem definida de áreas de produção ambiental e de

lazer;

Plano Diretor de Desenvolvimento – PDD

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No tocante a área histórica, este documento, ao demonstrar no uso

atual do solo, a sua coincidência com o uso residencial, comercial e de

serviços, auxilia a criar prioridade no PDD para a geração,

participativamente, de normativas de uso desta área, sem a sua

descaracterização;

No tocante ao mercado imobiliário, com os instrumentos de indução

para o desenvolvimento urbano, a indicação da situação dos lotes, o

demonstrativo das diferentes densidades, da extensão dos serviços de

água e de transporte público, permitem, na construção da Lei do PDD,

que o direito de preempção, direito de superfície, edificação

compulsória, IPTU progressivo, etc.., sejam discutidos e criados com

maior segurança, no marco legal da Lei do Plano Diretor.

Ao Poder Executivo cabe adotar estímulos e incentivos que possibilitem

atingir mais rapidamente os objetivos desta atualização formal do Plano

Municipal de Desenvolvimento - PDD;

O Plano Diretor está sustentado no Plano Plurianual que justifica a

proposta para a Lei Orçamentária Anual, cujo plano de aplicação é

condicionado ao aporte de receitas públicas, conforme as prioridades

definidas em audiências. Em síntese os objetivos do PDD deverão

obrigatoriamente ser balizados pelo aporte de recursos.

Plano Diretor de Desenvolvimento – PDD

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Administradora da Zona de Processamento de Exportação de Cáceres -

AZPEC: Plano Diretor da Zona de Processamento e Exportação de Cáceres.

Cáceres -MT, 1993.

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Cáceres - Diagnóstico para o Planejamento Urbano, Cootrade, 2007.

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pequeno porte: Documento básico. Programa Nacional de Capacitação.

Convênio IBAM - MIR / SDU / Secretaria de relações com Estados e

Municípios. Rio de Janeiro, 1994.

Friedrich, Martin. Questão Urbana na Bacia do Alto Paraguai, Cuiabá, 1994.

Lopes, Ataíde Rodrigues - O ABC do Turismo. São Paulo, Linha Geográfica

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Manual de Municipalização do Turismo. Ministério da Indústria, do Comércio e

do Turismo / Secretaria de Turismo e Serviço. Brasília, 1994.

NORTEC – Proposta Técnica, 2008.

Plano Diretor da Área 5, PDA - SUDAM. Governo do Estado de Mato Grosso /

Secretaria do Planejamento e Coordenação Geral / Convênio 070/92:

Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia, 1994.

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Cáceres, Secretaria de Educação e Cultura.

Sanchez, Roberto Omar. Zoneamento Agroecológico: objetivos, conceitos

centrais e aspectos metodológicos. Cuiabá, Fundação de Pesquisas Cândido

Rondon, 1989.

Sinopse preliminar do Censo Demográfico / Fundação Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatística/IBGE - V.1, 1991, Rio de Janeiro.

Plano Diretor de Desenvolvimento – PDD

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Subsídios para uma Política de Desenvolvimento Regional, Documento de

Trabalho nº 1, Gerência de Programas de Desenvolvimento Regional / Projeto

FAO / PNUD - Contrato BRA/87/37, Brasília, 1990.

Zonas de Processamento de Exportação: Legislação - Export Processing

Zones: Legislation / Conselho Nacional das Zonas de Processamento de

Exportação - Brasília: CZPE, 1994.

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ANEXOS

1. SLIDES UTILIZADOS NAS AUDIÊNCIAS PÚBLICAS;

2. CONJUNTO DE MAPAS;