estadio mané garrinha

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Estadio mané Garrinha, um Projeto de arquitetura Sustentável Os estudo da sustentabilidade é alto relativamente novo, mesmo que a Priore este termo tenha sido citado a algumas décadas atrás, ele somente entra começa a ter vigor, depois de viárias discussões que vieram ocorrer após graves consequências ambientais. Sendo assim para entender o termo "sustentável" que provém do latin sustentare ( que significa : sustentar; defender; favorecer, apoiar; conservar, cuidar) definição perfeitamente apropriada para o objetivo ao qual este temo está relacionado. Segundo o Relatório de Brundtland (1987), o uso sustentável dos recursos naturais deve "suprir as necessidades da geração presente sem afetar a possibilidade das gerações futuras de suprir as suas". Basicamente, este termo deu origem a outro termo complementar, que seria de “Desenvolvimento Sustentável” onde percebeu-se que era impossível parar o processo evolucionário do planeta, bem como sua expansão econômica, viu-se então a necessidade de crescer com consciência respeitando certos limites, e utilizado o conhecimento para crescer sem destruir, ou destruir menos Destaca-se o primeiro grande passo nessa direção em âmbito global do desenvolvimento sustentável foi a realização da Conferência de Estocolmo em 1972 (UN Conference on the Human Environment), onde se percebeu uma necessidade de reaprender a conviver com o planeta. Este passo não foi algo que obteve resultados sólidos, mais foi um marco, onde

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Pesquisa sobre sustabilidade do Estádio Mané Garrincha

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Page 1: Estadio Mané Garrinha

Estadio mané Garrinha, um Projeto de arquitetura Sustentável

Os estudo da sustentabilidade é alto relativamente novo, mesmo que a Priore

este termo tenha sido citado a algumas décadas atrás, ele somente entra

começa a ter vigor, depois de viárias discussões que vieram ocorrer após

graves consequências ambientais. Sendo assim para entender o termo

"sustentável" que provém do latin sustentare ( que significa : sustentar;

defender; favorecer, apoiar; conservar, cuidar) definição perfeitamente

apropriada para o objetivo ao qual este temo está relacionado. Segundo o

Relatório de Brundtland (1987), o uso sustentável dos recursos naturais deve

"suprir as necessidades da geração presente sem afetar a possibilidade das

gerações futuras de suprir as suas".

Basicamente, este termo deu origem a outro termo complementar, que seria de

“Desenvolvimento Sustentável” onde percebeu-se que era impossível parar o

processo evolucionário do planeta, bem como sua expansão econômica, viu-se

então a necessidade de crescer com consciência respeitando certos limites, e

utilizado o conhecimento para crescer sem destruir, ou destruir menos

Destaca-se o primeiro grande passo nessa direção em âmbito global do

desenvolvimento sustentável foi a realização da Conferência de Estocolmo em

1972 (UN Conference on the Human Environment), onde se percebeu uma

necessidade de reaprender a conviver com o planeta. Este passo não foi algo

que obteve resultados sólidos, mais foi um marco, onde o mundo estava

começando a olhar para necessidade de preservar o planeta.

Partindo desse ponto o desenvolvimento sustentável passou a ser a principal

questão de política ambiental, onde a partir da Conferência das Nações Unidas

sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (Rio-92) reunião esta que fora um

verdadeiro marco no processo de sustentabilidade. Onde a Organização das

Nações Unidas, através do relatório Nosso Futuro Comum, publicado pela

Comissão Mundial para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento em 1987,

elaborou o seguinte conceito.

“Desenvolvimento sustentável é aquele que busca as

necessidades presentes sem comprometer a capacidade das

gerações futuras de atender suas próprias necessidades.”

Infelizmente entre a conferencia de ESTOLMO e a RIO-92 passaram vinte

anos, tempo o suficiente para tripricar os impactos ambientais na planeta e

Page 2: Estadio Mané Garrinha

terríveis incidentes como o de shernobil em 1987 , assim o termo sustentável

desde aquela época ganhou inúmeras definição e citações na literatura.

Porém, mais tarde ela passou a ser interpretada em um sentido

excessivamente amplo. Em conseqüência disso, o termo “sustentabilidade” foi

muitas vezes utilizado para justificar qualquer atividade, desde que ela

reservasse recursos para as gerações futuras. Mas num sentido mais rigoroso,

significa que todas as atividades realizadas devem sofrer uma avaliação mais

aprofundada para determinar todos os seus efeitos sobre meio ambiente.

Entretanto muitas das ideias, não saíram do papel e não passaram de palavras

O conceito atual de desenvolvimento sustentável, que foi expresso na Cúpula

Mundial em 2002, envolve a definição mais concreta do objetivo de

desenvolvimento atual (a melhoria da qualidade de vida de todas os habitantes)

e ao mesmo tempo distingue o fator que limita tal desenvolvimento e pode

prejudicar as gerações futuras (o uso de recursos naturais além da capacidade

da Terra).

O que se entende pelo termo desenvolvimento sustentável é procura da

melhoria da qualidade de vida de todos os habitantes do mundo sem aumentar

o uso de recursos naturais além da capacidade da Terra. ou seja buscar um

equiplibrio, onde possa se conviver retirando somente o necessário, ou

devolvendo ao ambiente aqui que lhes foi tirado. Enquanto o desenvolvimento

sustentável pode requerer ações distintas em cada região do mundo, os

esforços para construir um modo de vida verdadeiramente sustentável

requerem a integração de ações em três áreas-chave.

Sob o prisma das Organizações das Nações Unidas (ONU), a sustentabilidade

envolve os seguintes aspectos: conservação do solo, da água e dos recursos

genéticos animais e vegetais, além de não degradar o ambiente, ser

tecnicamente apropriado, economicamente viável e socialmente aceito

(GIORDANO, 2005).

A noção de sustentabilidade incorpora uma clara dimensão

social e implica atender também as necessidades dos mais

pobres de hoje, outra dimensão ambiental abrangente, uma

vez que busca garantir que a satisfação das necessidades

de hoje não podem comprometer o meio ambiente e criar

dificuldades para as gerações futuras. Nesse sentido, a

Page 3: Estadio Mané Garrinha

idéia de desenvolvimento sustentável carrega um forte

conteúdo ambiental e um apelo claro à preservação e à

recuperação dos ecossistemas e dos recursos naturais

(BUAINAIN, 2006, p. 47).

Entretanto este ponto de vista da ONU, se tratado de maneira mais atenta

possui uma abrangência gigantesca do termo sustentabilidade, que não se

prede apenas em parar de degradar o ambiente, mas também na reposição

dos efeitos já causados nele, em uma melhor evolução da qualidade de vida

em aspecto geral, no contexto econômico empresarial, utilização de energia

limpa, conscientização social, entre outros.

De acordo com os autores Savitz e Weber (2007, p. 3) que afirmam que a

“sustentabilidade é gestão do negócio de maneira a promover o crescimento e

gerar lucro, reconhecendo e facilitando a realização das aspirações

econômicas e não-econômicas das pessoas de quem a empresa depende,

dentro e fora da organização”.

E ainda os autores Barbieri e Cajazeira (2009), complementam o conceito de

desenvolvimento sustentável dando a ela várias dimensões englobando: social,

econômica, ecológica, espacial, cultural, política e institucional. Entretanto, o

autor complementa que no âmbito das organizações consideram-se três

dimensões, que são específicas da atuação organizacional. São elas: a

econômica, a social e a ambiental. Assim, uma organização sustentável “busca

alcançar seus objetivos atendendo simultaneamente os seguintes critérios:

equidade social, prudência ecológica e eficiência econômica” (BARBIERI e

CAJAZEIRA, 2009, p. 69-70).

Page 4: Estadio Mané Garrinha

Histórico do estádio Sustentável

O Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha foi inaugurado em 1974,

recebeu em 2010 a aprovação para realizar reestruturação e adequações

exigidas pela FIFA para sediar os jogos da Copa do Mundo de Futebol em

2014. As mudanças previam modificações totais no estádio, anteriormente

construído, que lhe iria conferir características ‘olímpicas’ (incluindo pistas de

atletismo, por exemplo), uma arena multiuso. Com o novo projeto o Estádio

recebeu uma cobertura de tensoestrutura sobre as arquibancadas,

estacionamentos e áreas de apoio, vestiários, central médica, lojas e outros

empreendimentos, além de técnicas compensatórias em microdrenagem que

proporcionarão manejo adequado da água de drenagem pluvial. Neste material

você encontrará informações sobre o sistema de manejo de águas pluviais

desenvolvido para o Estádio Mané Garrincha. O sistema é composto por

captação da água de chuva da cobertura e do campo, pela utilização de

pavimentos permeável e intertravado com juntas drenantes para área externa,

associados a outras técnicas. A partir da implantação desse sistema é possível

a reutilização da água para irrigação do campo, reservatório de incêndio, vasos

sanitários e espelhos d’água. Além disso, o Estádio está em processo de

certificação e poderá ser o único no mundo a obter nível Platinum da

Certificação LEED, índice máximo de sustentabilidade pelo U.S. Green Building

Council (USGBC).

O estádio Mané garrincha receberia então o selo de estádio autossustentável,

pois iria produzir sozinho sua luz e agua, tornando-se além de auto suficiente,

um produtor energético, pois seu consumo excedente seria transferido para as

abastecedoras locais A CEB (companhia Energética de Brasília) CAESB

()Companhia de agua e esgoto sanitário de Brasília)

Entretanto o selo de sustentabilidade concedido pelo U.S. Green Building

Council (USGBC) é reconhecido internacionalmente e garante que a

construção é altamente sustentável, até o presente momento do estudo em

questão este selo ainda não havia sido efetivado, por questões burocráticas do

projeto.

O Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha foi proposto com uma serie de

desafios dentre ele satisfazer os padrões da FIFA para a copa do Mundo de

Page 5: Estadio Mané Garrinha

2014, bem com manter a consonância com as obras arquitetônicas de Oscar

Niemeyer, considerado como de uma poesia inigualável, e como se não

bastasse, ele esteve na mira de diversos entraves burocráticos que retardaram

o inicio das o obras em quase 18 meses.

Dentre os projetos analisados para propor o estádio os projetistas e

engenheiros foram buscar inspiração em outros projetos arquitetônicos ao que

se matinha ao redor – assim o traçado do Palácio da Alvorada - a proposta de

colunatas do prédio da justiça, dentre outras foram incorporados aos avanços

tecnológicos dos principais estádios do mundo, que incluem, por exemplo,

captação de luz solar para gerar energia, arquibancadas que não vibram com o

movimento do público e cobertura autolimpante.

De acordo com um dos arquitetos responsáveis arquiteto Eduardo Castro

Mello, autor do projeto, onde ele declara que: "Seria irresponsável se

quiséssemos brigar com a arquitetura de Niemeyer", sendo assim como

explicamos anteriormente "O projeto guarda semelhança com construções que

podem ser vistas ao longo do Eixo Monumental, cercadas de pilares e com

uma grande varanda que protege o edifício principal. O Autor do projeto ainda

afirma:

A identidade das obras de Oscar Niemeyer com os

inconfundíveis pilares que tomam as fachadas e criam

uma grande varanda nos Palácios do Planalto, da

Justiça, do Itamaraty e da Alvorada serviram de

inspiração para o Estádio Nacional de Brasília,

popularmente conhecido como Mané Garrincha

É o resgate da estrutura colonial brasileira." Outro fato marcante que o

arquiteto cita é que mesmo sendo uma obra imensa a localização e os projetos

arquitetônicos subjacentes fizeram com que ele mante-se as proporções.

O projeto do estádio teve grandes entraves burocráticos, dentre as diversas

denuncias de corrupção e superfaturamento fizeram que o projeto tivesse um

atraso significativo onde o início da construção estava previsto para outubro de

2009 e ainda em fevereiro de 2010, o Tribunal de Contas do Distrito Federal

(TCDF) apontou suspeitas de superfaturamento e identificou faltas de garantias

econômicas para conclusão da arena. O período coincidiu com escândalo de

Page 6: Estadio Mané Garrinha

corrupção que atingiu a cúpula do Governo do Distrito Federal (GDF), incluindo

o então governador José Roberto Arruda. Finalmente, após lançamento de

novo edital, as obras começaram em outubro de 2010.

Estádio Sustentável.

Ao ideia do projeto é ser altamente sustentável desde a sua concepção, para

ser uma obra arquitetônica autossuficiente em termos de energia e agua. Até

mesmo na execução. Onde a arena verde como ficou conhecida contou na

criação de seu projeto com a ideia de matéria recilado , sendo assim diversos

materiais utilizados na obra são recicláveis ou foram reciclados de outras

construções. Tudo o que saiu do antigo estádio foi reaproveitado na própria

obra ou em cooperativas de reciclagem do Distrito Federal. Sendo assim o

conceito de reaproveitamento foi levado a ferro e fogo onde. 3

O entulho de cimento/concreto retirado do estádio foi encaminhado a uma área

licenciada pelo Ibama apta a receber entulho de obras, em Sobradinho (DF).

No local, o material foi transformado em brita e aproveitado em outras áreas da

capital federal; o entulho obtido da derrubada da última arquibancada foi

transformado em brita no próprio estádio e reutilizado na concretagem do piso

da obra.

Todo o material de ferro foi enviado à Centcoop, uma cooperativa de

reciclagem do DF. A areia e o cascalho que estavam debaixo do gramado

foram reaproveitados na obra do novo Estádio Nacional de Brasília; as cadeiras

do antigo estádio foram reutilizadas no Estádio Serejão, em Taguatinga (DF) e

as redes no estádio do Bezerrão, no Gama (DF). O gramado anterior foi

cultivado no viveiro da Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil

(Novacap), para posterior reutilização nos canteiros da capital federal.

Cobertura Multifuncional e sustentável

O estádio é envolto com por uma estrutura metálica com polímeros que

arquitetonicamente recebe o nome de “cobertura de membrana” em forma de

anel onde permite a entrada de luz solar, e ventilação, bem como pode ser

movimentada para realizar a vedação do estádio . A estrutura metálica com

os cabos tensionados recebe uma membrana de PTFE – fibra de vidro e

Page 7: Estadio Mané Garrinha

teflon , com TiO2 (dióxido de titânio) tecnologia está produzida no Japão, onde

esta combinação de elementos tem função dupla sendo autolimpante

(combatendo o acumulo de sujeira e facilitando a manutenção como também

ajuda na retirada de gases poluentes da atmosfera). O anel citado com 22 m de

largura e 1 km de extensão e tem aproximadamente 90 mil m² e possui um

grande potencial energético, além dos outros fatores de iluminação.

O Estadio Mané garrincha utiliza uma combinação de fibra de vidro (material

base) revestido de PTFE com propriedades fotocatalíticas. O dióxido de titânio

libera moléculas de dióxido de oxigênio quando exposto ao sol – o processo

chama-se fotocatálise. Essas moléculas dissolvem a poeira e o produto é

“varrido” pela água da chuva. Com isso, até mesmo a sujeira acumulada

durante o período da seca será removida já nas primeiras chuvas

Isso significa que, quando a membrana entrar em contato com o sol, ocorrerá a

decomposição da sujeira. Desta forma, a cobertura do Estádio Mané Garrincha

retirará da atmosfera gases poluentes do ar, o equivalente ao produzido por

cerca de mil veículos por dia.

O arquiteto Eduardo de Castro Mello afirma que “Essa ‘autopista’ serve para a

colocação de mais de 9,5 mil painéis fotovoltaicos que tomam 13,5 mil m². Este

mecanismo captará a energia solar abundante da região e de graça,

Page 8: Estadio Mané Garrinha

transformando-a em energia elétrica. Poderá gerar até 2.5 mil WH de energia,

o que é muito superior ao necessário para o funcionamento do estádio”,

Entretanto a estimativa é que sejam produzidos 3,2 milhões de quilowatt-hora por

ano, quantidade superior ao que seria gasto na arena caso seja mantida uma

média de quatro eventos por mês. Isso pode fazer o estádio autossuficiente em

energia.

Sendo assim o estádio não somente produz energia suficiente para manter

suas atividades como pode gerar mais energia para ser devolvida a estação de

abastecimento local CEB, gerando assim uma boa econômica. – fato esse que

não ocorre por que ainda falta uma resolução da ANEEL, regulamentando

como seria prestado este serviço.

Ainda a respeito da cobertura do projeto o arquiteto, diz que “a cobertura

funciona como um grande ‘chapéu’ – um sombreiro mexicano, que projeta a

sombra e confere conforto para as pessoas que estarão no interior do estádio.

Essa cobertura é propositalmente posicionada acima do último degrau da

arquibancada, possibilitando a passagem do vento constante”.

Vale ressaltar que a parte central da cobertura – que chega a 83 m de diâmetro

– posteriormente receberá um sistema retrátil (de abrir e fechar) apoiado na

parte fixa da estrutura, com cabos de aço fixos e deslizantes. O material

escolhido para este trecho será em membrana flexível de alta resistência e

durabilidade, composta por malha de fibra de vidro recoberta com vinil de

elevado desempenho.

Outro aspecto interessante sobre o material utilizado é que ele não pega fogo.

A cobertura branca ainda libera a passagem de iluminação natural e reflete os

raios solares, o que reduz também o calor interno e a necessidade do uso de ar

condicionado ou outro tipo de ventilação artificial.

o estádio já utiliza lâmpadas de tecnologia LED que além de apresentar uma

econômica considerável no consumo de energia chegando a reduzir até 20%

mais do que as lâmpadas fluorescentes, e ainda tem uma durabilidade

superior elas tendo uma vida útil cerca de 40% maior . além de fornecer uma

iluminação muito mais eficiente que sua concorrente. E como se não bastasse

a tecnologia LED não emite tanto calor como as fluorescente o que ajuda a

Page 9: Estadio Mané Garrinha

manter o conforto térmico do local, evitando assim a demanda de ar

condicionado

Estádio Mané Garrincha Água e Energia.

Como podemos perceber o estádio produz além de usa capacidade de uso a

energia que consome, através de suas placas fotovoltaicas, que estão

dispostas 9,6 mil placas, com capacidade para gerar 2,5 megawatts de energia,

o que corresponde ao abastecimento de quase 2 mil residências por dia. Outro

fator que é motivo de destaque é sua econômica quanto a utilização de agua.

Onde a arena contará, ainda, com captação de água da chuva.

O armazenamento da água da chuva se dará por meio de um sistema formado

por cinco cisternas no interior do estádio e um lago de retenção no entorno, na

área mais baixa do terreno. A água da chuva será captada pela cobertura e

pelo piso permeável em volta do estádio. Sendo levada através de uma

canalização de toda a cobertura do estádio, não desperdiçando uma gota

sequer.

O sistema de manejo integrado de águas pluviais tem como objetivo integrar a

necessidade ambiental com as demandas do empreendimento de uso e

manejo de águas , valendo-se de água de chuva para consumo não-potável.

Para tanto, o projeto apresentou como premissa o aproveitamento de todo o

potencial de captação e retenção de água no próprio empreendimento, tendo

como pontos principais de entrada de água no sistema a cobertura do estádio,

o gramado e a área externa (pavimentação do entorno e áreas de

estacionamento, jardins e lagos)

Page 10: Estadio Mané Garrinha

O sistema de captação de agua da chuva do da parte interior do Mané Garrincha

conta com calhas na cobertura para a captação de água da chuva, onde percorre

um sistema aquífero até uma estação de armazenagem de quatro reservatórios

com capacidade para cerca de 1.400 m³ no subsolo do estádio. A água recolhida

será usada nas descargas dos banheiros e para outros serviços de limpeza do

estádio.

Entretanto o projeto do sistema de aproveitamento da água da chuva ainda deverá

ser ampliado com o projeto do entorno do estádio, que prevê pisos permeáveis e

um lago de retenção. Estas obras, no entanto, ficaram prevista para ter sua

execução iniciada a Copa de 2014, quando a Fifa liberar os espaços usados com

instalações provisórias.

Page 11: Estadio Mané Garrinha

A água não potável será utilizada nos vasos sanitários e mictórios, na irrigação

do gramado e na lavagem em geral. O sistema todo armazenará 6,84 milhões

de litros de água. Isso representa 80% da demanda de água do estádio e

equivale a encher duas piscinas olímpicas e duas semiolímpicas.

.

O sistema que promove a captação de água nas três fontes de origem acima

descritas é seguido por três tipos de estruturas para o armazenamento de

água: cisternas, reservatório e lagos, que por sua vez, provêm água para vasos

sanitários e mictórios, reservatório de incêndio e espelhos d’água.

Conceito Arquitetônico Sustentável

O projeto lança mão em seu entorno de técnicas compensatórias apropriadas

ao contexto urbano, que integradas ao projeto paisagístico, colaboram no

reestabelecimento do ciclo hidrológico local, com a retenção de nutrientes,

retenção e degradação de poluentes e, infiltração de água no solo local,

podendo contribuir para a recarga do lençol freático sob a área de influência do

empreendimento. Além disso o sistema contribui para o conforto térmico local e

redução das ilhas de calor através do sombreamento gerado por árvores

plantadas nestes sistemas, com o aumento da umidade do ar gerado pela

evapotranspiração das plantas, além da colaboração dada pela evaporação do

lago.

Page 12: Estadio Mané Garrinha

Apresentamos várias ideias, que foram adotadas também em outros projetos de

estádios. E aqui, em Brasília, tentamos fazer do Estádio Nacional o melhor símbolo

para este conceito da Ecoarena - explicou Vicente.

Espaço aberto entre cobertura e arquibancadas possibilita circulação do vento

(Foto: Marcello Casal Jr / ABr)

Com todas as medidas de sustentabilidade adotadas na obra, os projetistas

esperam que o novo Mané Garrincha alcance a categoria máxima da certificação

Leed (Leadership in Energy and Environmental Design), concedida por uma das

entidades mais conceituadas do setor em todo o mundo.

- Estamos buscando alcançar a certificação por volta de março do ano que vem.

Acreditamos que será o primeiro estádio de Copa com o Leed Platinum - afirmou

Ian McKee, integrante do escritório que projetou o estádio e diretor de

sustentabilidade da obra.

Page 13: Estadio Mané Garrinha

Colunas na fachada seguem a linha de Niemeyer (Foto: Marcello Casal Jr /

ABr)

Inclinação das arquibancadas chama a atenção no novo Mané Garrincha (Foto:

Lula Marques / Secopa-DF)

Page 14: Estadio Mané Garrinha

Atrasos e custo alto são pontos negativos da obra (Foto: Reuters)

Mané receberá abertura das Confederações e sete jogos em 2014  (Foto: Lula

Marques / Secopa-DF)

Conheça alguns números curiosos do novo Mané Garrincha:

Page 15: Estadio Mané Garrinha

Capacidade - 71 mil pessoas (22 mil no setor inferior, 6 mil no setor intermediário e

43 mil no setor superior)

Acessibilidade - 735 lugares para pessoas com condições reduzidas e um

acompanhante

Camarotes - 74 (capacidade para 1.590 pessoas)

Vestiários - 4

Estacionamento externo - 7.848 vagas

Estacionamento interno - 572 vagas

Bares - 40 *previsão

Lanchonetes - 14 *previsão

Restaurantes - 2 *previsão

Elevadores - 20

Escadas rolantes - 16

Iluminação - 465 refletores; 713 refletores para iluminar a fachada; 130 postes de

luz na área externa

Imprensa - 6 cabines de TV; sala de coletiva para 262 pessoas; tribuna para 260

jornalistas

A nova arena é quase uma herança familiar. O arquiteto responsável, Eduardo

Castro Mello, do escritório Castro Mello Arquitetura Esportiva, é filho de Ícaro

Castro Mello, autor do projeto do estádio anterior, inaugurado em 1974.

Eduardo auxiliou o pai na construção do estádio antigo. Agora, o filho de

Eduardo, Vicente Castro Mello, é quem ajuda o pai a viabilizar a nova arena.

Os dois projetos têm diferenças significativas. A principal delas é que o estádio

anterior foi idealizado com perfil olímpico. Na arena antiga, o tamanho da pista

de atletismo, por ser muito maior, inviabilizaria o modelo de disposição das

placas de publicidade à margem dos campos dos dias de hoje.

Page 16: Estadio Mané Garrinha

TECNOLOGIAS ASSOCIADAS QUE COMPÕEM O SISTEMA

Page 17: Estadio Mané Garrinha

FLUXOGRAMA GERAL DO SISTEMA DE ÁGUA DE CHUVA

Considerando inicialmente a água que cai sobre a área interna do estádio,

temos: A água que desce pela (A) cobertura é direcionada por quatro descidas

para (1) tanques de limpeza, que descartam 1l/m² de área de cobertura, a fim

de impedir a passagem de material particulado grosseiro, aderido à cobertura

principalmente nos período de seca, bem como de água contaminada por fezes

de pássaros e outros animais. A partir de cada tanque, a água é encaminhada

para (2) quatro cisternas construídas em concreto armado, cada uma com

volume útil de 350.000 litros, posicionadas no primeiro subsolo do estádio. A

partir das cisternas a água passa pelo filtro de areia e é distribuída para (3)

reservatórios localizados no terceiro subsolo. O excedente das (2) cisternas

segue para o lago.

A chuva que cai sobre o campo (B) é conduzida por gravidade para os

reservatórios de drenagem (4), que também recebem a água do lago após

passar por um filtro de partículas, e depois por um filtro de areia quando

Page 18: Estadio Mané Garrinha

bombeada para um novo reservatório (3) , onde recebe aplicação de ozônio por

recirculação. A partir daí, a água é bombeada (5a) para irrigação do campo, e

serve ainda como complemento (5b) para os (6) reservatórios do terceiro

subsolo, no caso de falta de água de chuva nas cisternas do andar térreo.

Os reservatórios do terceiro subsolo privilegiam o recebimento de água a partir

das cisternas do andar térreo, cuja origem é a chuva que incidiu sobre a

cobertura e que tem melhor qualidade que a água que caiu no gramado. Não

havendo água nas cisternas, o reservatório com água de drenagem do campo,

e do lago, passa a complementar a cisterna, e somente em caso de seca nas

cisternas e no lago é que se permite a entrada de água da CAESB (Companhia

de Água e Esgoto de Brasília). A partir do reservatório, a água é levada por

bombas elétricas para (7) quatro caixas elevadas, recebendo dosagem de cloro

durante o trajeto. A partir das caixas elevadas, a água desce por gravidade

para consumo nos (8) vasos sanitários, mictórios e espelhos d’agua na área

externa.

Na área externa (C), a água de chuva é captada a partir dos pisos do

estacionamento, áreas de pedestres e de recursos integrados ao paisagismo: A

área destinada a veículos (trânsito e estacionamento) está subdividida em três

tipos:

Parada de veículos leves (carros/motos), com emprego de pavimento

permeável

Parada de veículos de maior porte (especialmente ônibus), com

emprego de pavimento intertravado com juntas permeáveis

Área de trânsito de veículos, com emprego de pavimento intertravado.

Page 19: Estadio Mané Garrinha

Há também as áreas de circulação de pedestres:

Anel de entorno do estádio, que utiliza pavimento intertravado liso (não-

drenante), emoldurado por biovaletas que recebem a água escoada.

Esplanadas para trânsito de pedestres, localizadas entre os

estacionamentos, cuja base é de pavimento permeável. Nas laterais das

esplanadas foram construídos planters, com vertedouros que retém

parte da água para infiltração, e conduz o restante para os lagos. Na

parte sul do terreno foram utilizados jardins de chuva, que proporcionam

retenção e infiltração gradual de água da chuva e configuram a área

mais ajardinada de todo o empreendimento.

Existem, ainda, (9) dois lagos interligados com volume total de 4,8mil m³, que

recebem água de toda a área externa e estão interligados com a área interna

do estádio, tanto pela entrada (10) do excedente das cisternas internas, quanto

pela tubulação de recalque (11) que leva água do lago para os (4) reservatórios

de drenagem do campo, e de lá para o (5) sistema de irrigação, e/ou quando

houver necessidade, para o (6) sistema de aproveitamento interno. A entrada

da água coletada nas áreas externas sem tratamento (pisos impermeáveis) é

controlada por um (12) divisor de fluxo, cuja função é garantir que no evento de

chuvas de grande intensidade, a menor vazão de água entre pelo circuito

completo de tratamento no lago (bacia de sedimentação, wetland e lago),

enquanto a maior vazão seja direcionada diretamente para o corpo do lago. A

entrada de água no circuito completo de tratamento no (9) lago acontece em

três etapas:

Page 20: Estadio Mané Garrinha

a água passa por uma (13) bacia de sedimentação, que retém o material

particulado carreado pela água captada nas áreas impermeáveis;

de lá para (14) wetlands, que mantém uma lâmina d´água constante de

50cm sobre as plantas e cuja função é purificar a água usando plantas

macrófitas emergentes;

após esse processo acontece a entrada de fato no (9) lago. Em cada

uma das duas lâminas do lago, há uma (15) bomba solar que faz a

recirculação da água entre o lago e a região de wetland. Intenciona-se

com o sistema de recirculação do lago, a oxigena- ção da água, a

recirculação e consequente filtragem complementar da água pelo

sistema de tratamento por wetland, e a minimização ou até a mitigação

de possíveis locais creatórios de mosquitos causadores de doenças,

como o mosquito causador da dengue (Aedes aegypti).

Page 21: Estadio Mané Garrinha
Page 22: Estadio Mané Garrinha

Referencias Bibliográficas .

http://www.galeriadaarquitetura.com.br/projeto/castro-mello_/estadio-

nacional-de-brasilia-mane-garrincha/1037