estação ponto de luz. edição inverno

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A trilogia do equilíbrio - Receber no inverno A linguagem da natureza - A palavra do artista Foram os humanos que desumanizaram as organizações? Meditação do coração - Feng Shui, Consciência Cerimônia do temazcal - Saúde e os segredos da longevidade O inverno do final da vida - Alimentação no inverno Astrologia integrada

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Edição de Inverno da Revista Ponto de Luz.

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Page 1: Estação Ponto de Luz. Edição Inverno

A trilogia do equilíbrio - Receber no inverno A linguagem da natureza - A palavra do artista

Foram os humanos que desumanizaram as organizações? Meditação do coração - Feng Shui, Consciência

Cerimônia do temazcal - Saúde e os segredos da longevidade O inverno do final da vida - Alimentação no inverno

Astrologia integrada

Page 3: Estação Ponto de Luz. Edição Inverno

Visite nosso site, www.hotelpontodeluz.com.br Setor de Reservas (11) 4539-9382/3112

Page 4: Estação Ponto de Luz. Edição Inverno

Estação Ponto de Luz Uma publicação de Hotel Ponto de Luz Editora Ma Dhyan Bhavya

Coordenação EditorialMa Deva Suvalia Coordenação e Produção Moksha Curri [email protected] Revisão Hed Ferry

Design e diagramação P21 Design [email protected]

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Inverno, as mudanças são evidentes.Perceba como a atenção esta focada no que muda e no que se pensa e se sente. Damos tanta importância ao que pensamos e sentimos que quando os fatos não coincidem com nossos gostos, a consequência e o sofrimento.Inverno das estações ou inverno da vida. Recolhimento, fim de um ciclo.Em vez de focar no que muda o convido a focar em você,sem focar em palavras ou sentimentos.Abandone qualquer coisa que pense ou sinta, solte o que aparecer. O que sobra?Se o que eu sou se faz evidente, os pensamentos e sentimentos são apenas pensamentos e sentimentos.Dai se gosto ou não gosto e só uma percepção constatada sem nenhumsofrimento possível .Assim e só assim cada momento e sagrado, sublime,Permita que o que voce é se revele e tudo será sagrado instantaneamentee para sempre.

Jayana

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índice

A palavra do ArtistaA Linguagem da Natureza

Os Segredos da Longevidade O Inverno do Final da Vida

Culinaria Receita

Horoscopo. Nossos Parceiros

Temazcal Sauna SagradaFeng-Shui Consciência

Meditação do Coração

Intro.

A Trilogia do Equilíbrio Receber no Inverno

Foram os humanos...?

“Completamos o ciclo...”

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Page 7: Estação Ponto de Luz. Edição Inverno

(*) Ma Dhyan Bhavya Criadora, diretora e proprietária do Hotel Ponto de Luz.

E chegamos na revista Estação Ponto de Luz- Inverno.Completamos o ciclo Primavera/Verão/Outono/Inverno.Num primeiro momento, me veio a idéia de falar sobre o fim das coisas; porém, depois, a sensação mais forte foi a de complementação. Agora, o que me vem com muita clareza é a imagem de uma espiral. É o círculo infinito onde se segue na mesma di-reção mas sempre numa oitava acima.Não é coincidência que convidamos a Dra. Gorete para falar sobre seu lindo trabalho. Foi ela e sua amorosa equipe que participaram comigo e minha família na passagem de minha mãe para outra oitava, seguindo seu caminho na direção da eternidade. Obrigada!Que a leitura desta revista possa con-tribuir para que passemos um lindo in-verno, aproveitando todas as dicas de nossos colaboradores para aquecer-mos o corpo, o coração e a alma.Se puder, venha curtir o friozinho aqui na montanha com toda a turma do Ponto de Luz, desfrutando do fogo das fogueiras, da lareira, da beleza do céu azul, das borboletas amarelas, das sopas deliciosas.Com carinho caloroso.Bhavya

Nota Editorial

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A TRILOGIA

DO EQUILÍBRIO

Você se encontra através dos

pontos de referência!

A partir de três pontos de referência não-alinhados, você define com precisão sua posição: no ar, no mar ou em terra.

Três pontos não-alinhados são suficientes, também, para definir um plano. Além disso, qualquer objeto se apoia com precisão se for sustentado por um tripé. Basta observar como os cinegrafistas e

fotógrafos apóiam seus equipamentos em cima de um tripé. Neste artigo, traduzi tripé por trilogia.

Os três pontos não-alinhados estão vinculados a três dimensões do espaço, que a gente aprende na escola, como largura, profundidade

e altura. Eles nos ajudam a estabelecer uma posição e também os pontos de referência em nossas vidas.

Ao considerarmos o tempo, somos empurrados de novo para outra trilogia: o presente, o passado e o futuro. O presente é o desafio permanente da verdadeira vida vivida. Basta que você pare para

pensar e verificará a importância do “agora”, o seu tempo presente. A vida só é vida, com certeza, no “presente”.

Por: Robert Wong (*)

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A importância do equilíbrio – O mundo mo-derno anda em desequilíbrio. Verificamos isso, in-felizmente, no cotidiano – seja no inter-relaciona-mento entre as pessoas, nos desastres ecológicos e fenômenos naturais, no aumento das doenças e epidemias, nas mentiras deslavadas das mesmas pessoas que deveriam ser nossos modelos de probidade, na falta de alguns recursos naturais e na extinção de alguns espécimes de fauna e flora, na escalada de crimes e na violência urbana. A lista é infindável. Comer é bom. Demais é ruim. A pessoa se torna um glutão. Exercitar-se é bom. Demais é ruim. As células do corpo oxidam e se envelhece mais cedo. Trabalhar é bom. Demais é ruim. A pessoa se torna um “workaholic”. A ambição é boa. Demais, torna a pessoa gananciosa. Amar é bom demais, mas amar demais pode transformar a relação em paixão, que tem a mesma origem da palavra pa-tologia; ambas derivam da palavra grega pathos, que quer dizer doença, desvio, sofrimento. Até es-tresse é bom. Faz a gente se agitar, mas, quando é demais, sabemos os malefícios que nos traz. Por-tanto, o sucesso está no equilíbrio.

Você e o Tao – No Ocidente, temos o hábito de escolher apenas um dos polos de uma realidade: o certo ou o errado; o feio ou o bonito. É a duali-dade. Os orientais, por sua vez, buscam o todo ou a unidade, que definem como “Tao”. O sinólogo e especialista em cultura chinesa Richard Wilhelm – que junto com Carl Gustav Jung escreveu “O Seg-redo da Flor de Ouro” – registrou que a palavra Tao é representada por dois sinais: “cabeça” e “cami-nhar”. Outros autores traduzem Tao por “sentido”. Há os que empregam Tao para significar “luz do céu”. Para mim, Tao é o “caminho natural”.O Oriente, diz Jung, nos ensina outra forma de compreensão, mais ampla, mais alta e profunda: a compreensão mediante a vida. Com a trilogia do equilíbrio, minha intenção é incluí-lo na compreen-são e nas respostas dos temas relacionados à vida. Ao inserir você na essência das reflexões a respeito da realidade multifacetada, teremos cons-truído, na prática, uma plataforma equilibrada de experiência e de conhecimento acumulado, que se transformará em sabedoria com as respectivas assinaturas, a sua e a minha.

Você, o yin e o yang formam a trilogia – Quando captam dois aspectos de uma situação, os orientais sabem da importância de combiná-las de maneira complementar. Ao respeitar as tensões entre dois aspectos distintos, yin e yan, buscam entender o funcionamento orgânico e vivo do ob-jeto de suas reflexões. Na cultura de dualidades do Ocidente, do bem ou do mal, do certo ou do errado, uma definição exclui a outra. E você é man-

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tido de fora do todo. Analisa e disseca a realidade. Escolhe o detalhe que lhe convém. Mas não é in-serido na totalidade.Quando nos apropriamos, com a trilogia do equilí-brio, das sabedorias expostas na natureza e nas tradições orientais e ocidentais, temos a oportu-nidade de nos incluir, conscientemente, na nossa realidade. A sua consciência se torna, então, o ter-ceiro componente da realidade. Você, o yin e o yang formam a trilogia.

Sua inclusão no mundo – Quando nos incluí-mos conscientemente no mundo, ampliamos o autoconhecimento. Entendemos um pouco mais a nossa vida e a das outras pessoas. Diante de uma dificuldade, você se torna parte consciente da bus-ca da solução. Percebe uma nova oportunidade, em vez de deixar a dificuldade virar um problema. A busca cotidiana da sabedoria, por meio da trilo-gia do equilíbrio, nos coloca na mesma trilha dos grandes sábios da humanidade, ajuda-nos a refle-tir sobre nós mesmos, a nos ver nos outros e no mundo e a desenvolver mais autoconhecimento e autoconfiança.São cenários que nos ajudarão a conquistar a compreensão mediante a vida. Avançaremos, pois, cheios de esperança, essa característica especial da cultura brasileira, no processo permanente de viver, produzir e criar coisas belas. Que sustentarão o nosso sucesso espiritual, social, pessoal, finan-ceiro e profissional. Lembrem-se, portanto, que o sucesso efetivo está no equilíbrio!

(*) Atualmente, Robert Wong está só-cio-presidente da Robert Wong Par-ticipações, empresa voltada para Con-sultoria Executiva nas divisões de R4U – Headhunting, R.S.V.P – Realizando Seu Verdadeiro Potencial (Palestras, Cursos & Workshops) que introduz métodos únicos, aliando teoria, prática e auto-conhecimento, buscando mo-tivar e inspirar as pessoas a fazer a diferença. A empresa que leva o seu nome foi considerada nacionalmente pela Revista Gestão & RH “Empresa Revelação de 2009” e eleita como “As 100 Melhores Empresas Fornecedoras de RH para 2009”. Autor do Best Seller “O Sucesso Está no Equilíbrio” que já está em sua 16ª Edição, Wong lançou ainda em 2009 a obra “Super Dicas para Conquistar um Ótimo Emprego”.

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Receber no Inverno

* Jorene Ferro Gerente Administrativa e Negócios* Jorene Ferro Gerente Administrativa e Negócios

Por Jorene Ferro (*)

Com quase 16 anos de hotelaria, já vi e vivi muita coisa.Os grandes olhos de um hotel são a recepção. É por ela que entram os nossos clientes externos e toda a sua complexidade.Observando mais atentamente e com os sentidos aguçados, vemos passar também o tempo e as estações e agora estamos entrando no clima do Inverno.O Ponto de Luz se preparou para que o Inverno chegue um pouco mais ameno por estas bandas e para que nosso cliente aproveite sua semana sabendo que ele pode se cuidar e também poderá trabalhar usando nossa internet wireless.Estamos também inaugurando um complexo ao lado da piscina externa, no qual teremos um fitness, duas saunas, sala de descanso, ótimos vestiários e uma sala de leitura. Tudo isto está sendo instalado com muito charme e amorosidade.Além destas novidades, vocês podem contar sempre com o nosso cuidado com:uma cozinha que mudou todo o seu cardápio em prol da saúde nesta estação mais fria, integrando mais raízes, condimentos quentes e chás especiais.As bolsas de água quente que são solicitadas vêm com um pinguinho de lavanda para as noites serem ainda mais aconchegantes.No lobby, a lareira está sempre crepitando para animar as conversas; bem como o salão de meditação e de encontros, com lareira para que tudo seja extremamente agradável.E caso apreciem, nossa adega está renovada com ótimos vinhos para serem degustados no jantar.O nosso convite é que você venha, desfrute e seja cuidado por nossa equipe.

Estamos esperando por você!!!

Com quase 16 anos de hotelaria, já vi e vivi muita coisa.Os grandes olhos de um hotel são a recepç�o. É por ela que entram os nossos clientes externos e toda a sua complexidade.Observando mais atentamente e com os sentidos aguçados, vemos passar também o tempo e as estações e agora estamos entrando no clima do Inverno.O Ponto de Luz se preparou para que o Inverno chegue um pouco mais ameno por estas bandas e para que nosso cliente aproveite sua semana sabendo que ele pode se cuidar e também poderá trabalhar usando nossa internet wireless.Estamos também inaugurando um complexo ao lado da piscina externa, no qual teremos um fitness, duas saunas, sala de descanso, ótimos vestiários e uma sala de leitura. Tudo isto está sendo instalado com muito charme e amorosidade.Além destas novidades, vocês podem contar sempre com o nosso cuidado com:uma cozinha que mudou todo o seu cardápio em prol da saúde nesta estaç�o mais fria, integrando mais raízes, condimentos quentes e chás especiais.As bolsas de água quente que s�o solicitadas vêm com um pinguinho de lavanda para as noites serem ainda mais aconchegantes.No lobby, a lareira está sempre crepitando para animar as conversas; bem como o sal�o de meditaç�o e de encontros, com lareira para que tudo seja extremamente agradável.E caso apreciem, nossa adega está renovada com ótimos vinhos para serem degustados no jantar.O nosso convite é que você venha, desfrute e seja cuidado por nossa equipe.

Estamos esperando por você!!!

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Inverno! Você não precisa se encolher ao ler ou ouvir esta palavra. É certo que temos nos-sa estação do ano preferida, mas o Inverno tem seus encantos; podemos redescobri-lo.

Quer um exemplo? Durante o Inverno, as noites são mais longas e as condições at-mosféricas (na região sudeste onde estamos) são mais estáveis, propiciando uma melhor observação do céu noturno a olho nu.Com a ajuda de uma carta celeste ou de um amigo(a) que conheça algumas constelações ou estrelas, procure pela constelação de Es-corpião. Em minha opinião, esta é a conste-lação que melhor se aproxima do nome que recebe e sua respectiva aparência no céu.

Escolhi a mesma pois, acompanhando o desenrolar de sua cauda em direção à Via Láctea, estaremos olhando para o centro de nossa galáxia.Se você gostou desta atividade, procure reconhecer também próximas a Escorpião, as constelações de Libra e Sagitário.

Nesta estação do ano, nosso belo planeta azul está com o Hemisfério Norte mais vol-tado para o Sol, e o Hemisfério Sul está rece-bendo menos luz solar.E como evento astronômico anual, na madru-gada da noite de 19 de agosto acontecerá a chuva de meteoros na constelação de Per-seu.

Bem, agora vamos para a Serra da Man-tiqueira, onde estaremos observando uma formação geológica formada por uma cadeia de montanhas na direção Norte-Sul, com iní-cio no estado de São Paulo e terminando no Pico-da-Bandeira no Espírito Santo.Por sua extensão e variação de altitude, a Serra da Mantiqueira abriga uma grande

variedade de fauna e flora. Genericamente, esta variedade está classificada como um grande ecossistema (bioma) chamado Mata Atlântica.

Esse ecossistema é encontrado em muitos estados brasileiros, e possui suas peculiari-dades regionais.Por isso, é muito comum algumas pessoas virem ao Ponto de Luz e se surpreenderem ao encontrar araucárias e esquilos, acreditando esta cena ser típica do sul do País.

Caminhando por esta região, podemos sentir o Inverno e as transformações que ocorreram em relação às outras estações do ano. A di-minuição da temperatura e da umidade, as mais evidentes, traz mudanças dramáticas para os seres vivos.Alguns animais conhecidos como sendo de sangue frio, como os répteis, anfíbios e tam-bém os insetos, praticamente saem de circu-lação. Eles estão em recolhimento em uma toca, abrigo ou simplesmente embaixo de folhas secas. Nesta época, o importante é poupar energia. Algumas plantas também fazem isso, dimi-nuindo seu metabolismo ao perderem as fo-

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lhas. No caso das plantas, perder as folhas também é uma estratégia para poupar água, diminuindo a taxa de transpiração.

Com este cenário, entra em cena uma das palavras mais importantes quando falamos dos seres vivos: adaptação. Na natureza, adaptar-se é condição para continuar exis-tindo, tanto em termos individuais quanto à espécie.Nós os humanos, criamos casas, roupas e aquecedores. As outras formas de vida tam-bém têm suas adaptações, quer sejam me-tabólicas, trocando de roupa também (pê-los e penas), ou simplesmente mudando-se temporariamente para outros lugares mais quentes, como faz uma parte da população de aves, como as andorinhas, o tesoura e o tziu.

Com a adaptação em cena, assim em pleno frio, podemos ver um grande número de es-pécies de aves em plena atividade, e também floradas típicas como as do cravinho, do cos-mos, dos ipês e do cipó-de-São-João.Pela manhã, o sabiá, o bem-te-vi e o joão-de-barro já se encontram ativos cantando para delimitar território e voando à procura de ali-mento.Estas aves e flores embelezam o campo e compõem uma cena típica de Inverno nesta região.

Durante o dia, temos bastante Sol e luminosi-dade. A temperatura é agradável, bem propí-cia para caminhadas e passeios.Ao entardecer, a temperatura vai caindo acompanhada por belos pores de sol. A noite fica bem fria, e com um céu sem nuvens, a temperatura da madrugada pode zerar.

Estas noites são uma boa oportunidade para acender lareiras e fogueiras acompanhadas de conversas e histórias. Aquelas contadas pelos mais antigos, e que nos levam a deixar que a fantasia nos torne um pouco mais sim-ples.

Histórias não faltam. Bom mesmo é fazer parte delas.

Um abraço!

Glauco M. Bueno.

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Glauco Machado Bueno é biólogo, especialista em plantas medicinais. Trabalha desde 1995 no Ponto de Luz como condutor de caminhadas e, atualmente, junto com o ornitólogo Eduardo Alexandrino, está elaborando uma lista de aves que podem ser observadas na região.

1) Ipê. 2) Caminho da região. 3) Cipó de São João. 4) Flor de jurubeba. 5) Flor de São João. 6) Rosinha. 7) Canário da terra. 8) Flores de mochoco. 9) Frio invernal. 10) Mamangava. 11) Inverno no Ponto de Luz. 12) João de barro. 13) Manacá. 14) Sabiá do campo.

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A PALAVRA DO ARTISTA

A MÚSICA E O SILÊNCIO

Zeca Baleiro18

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Adoro o silêncio, mas prefiro a música.Não apenas porque me tornei um músico profission-al, mas porque desde sempre minha vida foi per-meada por música. Nas ruas da infância primeira-mente, entre cantigas de roda e festas populares - o São João e seus grupos de bumba-meu-boi, o Carnaval e seus blocos de rua.Cantigas de roda foram a grande poesia da minha primeira idade. Cantávamos desde as mais tradicio-nais e nacionalmente conhecidas, como “Samba Lelê” e “A Linda Rosa Juvenil”, até as mais regionais e obscuras, como “Lindo Eu”, “Parafuso” e “O Fei-oso”. De linhagem portuguesa, as cantigas de roda tinham tudo o que hoje os educadores buscam em suas aulas de recreação – música, dança coreogra-fada e interação.Este texto é sobre música, mas permitam-me parên-teses. Havia algumas brincadeiras “proibidas” para meninos, como a cantiga da “Formiguinha da Roça”, cujo refrão inicial diz: “Formiguinha da roça enlouqueceu / de uma dor de cabeça que ela deu / arrocha, arrocha, arrocha, formiguinha / bota as mãos nas cadeiras e faz assim”. Quando as crian-ças cantavam a parte do “arrocha”, então a criança no centro da roda, sempre uma menina, tinha que pôr de fato as mãos nas cadeiras e requebrar até o chão, manobra que requeria grande habilidade e soltura dos quadris.Mas um dia resolvi que ia “arrochar” e vencendo o medo da discriminação masculina, entrei na roda. Fui até o fim, ainda que tímido e amedrontado pelas vaias dos moleques. Fiquei uns dias sendo posto de lado nas brincadeiras de homem, mas ganhei uma certa moral com as meninas. Além do que, devo confessar, foi algo libertador (vejam vocês quanta serventia tinham as cantigas de roda...).

Depois veio o rádio. Ligado desde o amanhecer até o começo da noite, era um espaço lúdico onde tomávamos conhecimento do mundo, suas notícias políticas e esportivas - que ainda não eram dadas com o frenesi de hoje - e, claro, música, música e mais música. Naquele tempo, início dos 70, os rá-dios valvulados faziam a festa nas casas do Interior, pois além das rádios do Estado e do País, vez por outra sintonizavam rádios do Caribe, onde ouvi os primeiros reggaes e calipsos, e até mesmo rádios russas, com vozes e sons que pareciam saídos de um filme de ficção científica.Meus pais e irmãos mais velhos eram vorazes con-sumidores de discos também. Secos & Molhados, Chico Buarque, Benito de Paula, Jair Rodrigues, Mercedes Sosa, Luiz Gonzaga, Waldick Soriano, El-ton John, eram alguns itens da vasta discoteca que foi caoticamente sendo criada.Meus dois irmãos mais velhos tocavam violão, as irmãs cantavam, e as rodas de viola eram bastante comuns, sempre com os sucessos da época na ponta da língua. Isso tudo fez com que eu criasse um amor e enorme

interesse pela música, especialmente a popular. Não só pelo prazer em si que a música proporciona, mas por tudo que está em seu redor – relações sociais e afetivas, memória sentimental, contexto político e cultural e outros eteceteras.Mas a música, de uns tempos pra cá, virou ruído. E não estou falando das escolas vanguardistas que usavam o barulho, o atrito e a atonalidade como el-emento estético, tal como fez a chamada “Segunda Escola de Viena” na primeira metade do século XX. Falo do massacre ruidoso da música popular e de sua onipresença em nossa vida hoje – em bares, restaurantes, hotéis, aeroportos, rodoviárias, táxis, ônibus, trens, supermercados, lojas, consultórios... É como se o silêncio incomodasse, como se o vazio precisasse ser sempre preenchido por som, por música, por barulho. Talvez porque o silêncio seja mesmo algo incômodo, por induzir à reflexão e à in-teriorização, e isso, nestes nossos apressados tem-pos digitais, é coisa de fato indesejável. Melhor se perder no mar de ruídos, na fácil evasão, no parque de diversões sonoras em que o mundo se transfor-mou.Houve um tempo em que a música teve importância crucial na vida das pessoas. Servia tanto à diversão e à dança como ao encantamento e à reflexão, através de seus versos, ritmo e melodias. Recente-mente, andaram alardeaando “o fim da canção”, o que gerou uma discussão sem fim. Não foi a canção que morreu, mas a sensibilidade para ouvi-la que se transformou, como de resto a capacidade humana de sentir e entender a vida e a arte (prova disso, é a ascensão de uma música mais sensorial e evasiva, como a eletrônica, em detrimento de uma música mais emocional ou orgânica).

Ainda adoro a música. Mas, pensando bem, acho mesmo que prefiro o silêncio.

Adoro o silêncio, mas prefiro a música.Não apenas porque me tornei um músico profissio-nal, mas porque desde sempre minha vida foi per-meada por música. Nas ruas da infância primeira-mente, entre cantigas de roda e festas populares - o São João e seus grupos de bumba-meu-boi, o Carnaval e seus blocos de rua.Cantigas de roda foram a grande poesia da minha primeira idade. Cantávamos desde as mais tradicio-nais e nacionalmente conhecidas, como “Samba Lelê” e “A Linda Rosa Juvenil”, até as mais regionais e obscuras, como “Lindo Eu”, “Parafuso” e “O Feio-so”. De linhagem portuguesa, as cantigas de roda tinham tudo o que hoje os educadores buscam em suas aulas de recreação – música, dança coreogra-fada e interação.Este texto é sobre música, mas permitam-me parên-teses. Havia algumas brincadeiras “proibidas” para meninos, como a cantiga da “Formiguinha da Roça”, cujo refrão inicial diz: “Formiguinha da roça enlouqueceu / de uma dor de cabeça que ela deu / arrocha, arrocha, arrocha, formiguinha / bota as mãos nas cadeiras e faz assim”. Quando as crian-ças cantavam a parte do “arrocha”, então a criança no centro da roda, sempre uma menina, tinha que pôr de fato as mãos nas cadeiras e requebrar até o chão, manobra que requeria grande habilidade e soltura dos quadris.Mas um dia resolvi que ia “arrochar” e vencendo o medo da discriminação masculina, entrei na roda. Fui até o fim, ainda que tímido e amedrontado pelas vaias dos moleques. Fiquei uns dias sendo posto de lado nas brincadeiras de homem, mas ganhei uma certa moral com as meninas. Além do que, devo confessar, foi algo libertador (vejam vocês quanta serventia tinham as cantigas de roda...).

Depois veio o rádio. Ligado desde o amanhecer até o começo da noite, era um espaço lúdico onde tomávamos conhecimento do mundo, suas notícias políticas e esportivas - que ainda não eram dadas com o frenesi de hoje - e, claro, música, música e mais música. Naquele tempo, início dos 70, os rá-dios valvulados faziam a festa nas casas do Interior, pois além das rádios do Estado e do País, vez por outra sintonizavam rádios do Caribe, onde ouvi os primeiros reggaes e calipsos, e até mesmo rádios russas, com vozes e sons que pareciam saídos de um filme de ficção científica.Meus pais e irmãos mais velhos eram vorazes con-sumidores de discos também. Secos & Molhados, Chico Buarque, Benito de Paula, Jair Rodrigues, Mercedes Sosa, Luiz Gonzaga, Waldick Soriano, El-ton John, eram alguns itens da vasta discoteca que foi caoticamente sendo criada.Meus dois irmãos mais velhos tocavam violão, as irmãs cantavam, e as rodas de viola eram bastante comuns, sempre com os sucessos da época na ponta da língua. Isso tudo fez com que eu criasse um amor e enorme

interesse pela música, especialmente a popular. Não só pelo prazer em si que a música proporciona, mas por tudo que está em seu redor – relações sociais e afetivas, memória sentimental, contexto político e cultural e outros eteceteras.Mas a música, de uns tempos pra cá, virou ruído. E não estou falando das escolas vanguardistas que usavam o barulho, o atrito e a atonalidade como ele-mento estético, tal como fez a chamada “Segunda Escola de Viena” na primeira metade do século XX. Falo do massacre ruidoso da música popular e de sua onipresença em nossa vida hoje – em bares, restaurantes, hotéis, aeroportos, rodoviárias, táxis, ônibus, trens, supermercados, lojas, consultórios... É como se o silêncio incomodasse, como se o vazio precisasse ser sempre preenchido por som, por música, por barulho. Talvez porque o silêncio seja mesmo algo incômodo, por induzir à reflexão e à in-teriorização, e isso, nestes nossos apressados tem-pos digitais, é coisa de fato indesejável. Melhor se perder no mar de ruídos, na fácil evasão, no parque de diversões sonoras em que o mundo se transfor-mou.Houve um tempo em que a música teve importância crucial na vida das pessoas. Servia tanto à diversão e à dança como ao encantamento e à reflexão, através de seus versos, ritmo e melodias. Recente-mente, andaram alardeaando “o fim da canção”, o que gerou uma discussão sem fim. Não foi a canção que morreu, mas a sensibilidade para ouvi-la que se transformou, como de resto a capacidade humana de sentir e entender a vida e a arte (prova disso, é a ascensão de uma música mais sensorial e evasiva, como a eletrônica, em detrimento de uma música mais emocional ou orgânica).

Ainda adoro a música. Mas, pensando bem, acho mesmo que prefiro o silêncio.

(*) Cantor e compositor maranhense, Zeca Baleiro lançou seu primeiro dis-co, “Por Onde Andará Stephen Fry?”, em 97. Em 2010, em paralelo a sua carreira musical, estreou o programa Biotônico na rádio UOL, o espetáculo infanto-juvenil Quem tem medo de Curupira? de sua autoria, e publicou os livros Bala na Agulha (reflexões de boteco, pastéis de memória e outras frituras) e Vida é um Souvenir Made in Hong Kong – Livro de Canções.

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“Macaco que se sabe macaco, não é maca-co. Cachorro que se sabe cachorro, não é cachorro. Cobra que se sabe cobra, não é cobra. Ser humano que não se sabe hu-mano, não é humano”. Mais ou menos as-sim começa a peça “Alma Imoral”, baseada no livro de mesmo nome escrito pelo rabino Newton Bonder. Não me lembro exatamente se os animais citados na frase eram estes, mas a ideia que me tocou e me inspirou a escrever este texto sobre a importância do autoconhecimento nas Organizações está aí representada: a humanidade depende de nós nos sabermos humanos. Quando comecei minha atuação como consultora de empresas, em 1998, nossa proposta era ousada para a época: nossa

intenção era descondicionar o olhar dos funcionários dos mais diversos níveis hie-rárquicos através do autoconhecimen-to (nossa empresa, inclusive, chamava Descondicionamento do Olhar). Quando o potencial cliente nos perguntava o que a empresa “ganharia com isso”, nossa res-posta era que a organização ficaria mais humanizada.Na época, poucas pessoas que tinham o poder de decisão para nos contratar com-preendiam esta proposta. Algumas outras temiam as mudanças que isso poderia gerar e outras poucas compartilhavam esta visão, pois sentiam na própria experiência a necessidade de humanização das relações dentro daquele universo e tomavam o risco

Foram os humanos

que desumanizaram

as organizações?por Tatiana Feijó (*)

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de nos contratar. Graças a pessoas como estas que hoje existe um campo muito mais aberto para exercícios desta natureza den-tro das organizações.Pode parecer esquisito – a mim também parece - a proposta de humanizar seres hu-manos. Talvez fique um pouco mais claro se olharmos com o filtro das pessoas que vivem dentro de diversas organizações: cansaram de ser vistas apenas como peças necessárias para a geração de resultados e lucros.Na verdade, acredito que estamos che-gando no limite da pressão que um ser hu-mano pode aguentar. Por isso, tantos afas-tamentos por doenças, tanta tristeza e falta de realização pessoal através do trabalho. Clamamos por mudanças!O pedido das pessoas por humanização dentro dos ambientes de trabalho me parece simples: querem ser reconhecidas como seres integrais, que têm família, que precisam cuidar da sua saúde, que ora es-tão tristes ora felizes, que querem ser ou-vidos e considerados nas decisões, que almejam ser vistos como alguém pensante e criativo, que esperaram trabalhar em am-bientes de confiança e tudo mais que os faça sentirem-se emocionalmente bem no seu ambiente de trabalho.Alegra-me ter conhecido as ideias de Da-niel Goleman, em seu livro “O Poder da In-teligência Emocional”, pois ele afirma – através de pesquisas aprofundadas – que o resultado tangível de uma equipe é su-perior quando as pessoas que fazem parte dela se sentem emocionalmente impacta-das de maneira positiva.Acredito que todos nós já saibamos disso por experiência vivida, uma vez que quan-do habitamos um ambiente no qual esta-mos felizes, reconhecidos, participantes e aco-lhidos em nossa inteireza, é bem pos-sível que possamos oferecer para a equipe o melhor de nós e que o comprometimento seja apenas “efeito colateral”. Se todos oferecem o melhor de si, certamente os re-sultados serão melhores.Podem estar pensando: “Ué, a matéria era sobre a importância do autoconheci-

mento ou humanização dentro das organi-zações?” Parece-me tarefa impossível dizer sobre autoconhecimento sem considerar a humanização, pois o autoconhecimento, como o vejo, não é um luxo individual, mas uma obrigação de cada ser humano com o coletivo.Só conseguiremos humanizar os ambientes quando “nos soubermos humanos”, e mais do que isso, quando incansavelmente es-tiver viva a questão de que ser humano sou eu, como funciono, o que me toca, qual o impacto do meu comportamento no outro, o que significa o meu trabalho para mim, como posso expressar o meu potencial no trabalho que desempenho...Geralmente, as pessoas concordam que autoconhecimento é importante, mas que não há espaço para isso nas organizações. Eu diria que se dedicamos a maior parte do nosso tempo para o trabalho, onde mais poderíamos fazê-lo? Além do mais, o uni-verso das relações dentro do trabalho é muito rico para isso, pois temos que dia-logar, que tomar decisões compartilha-das, que resolver conflitos, buscar novas soluções, alinhar as expectativas individuais com objetivos coletivos. É um campo extre-mamente propício para “nos sabermos”.O que é interessante de tudo isso, é que a tão temida humanização dentro das organi-zações hoje está sendo vista como dife-rencial fundamental para os resultados da empresa. Que bom, assim todas as partes interessadas se beneficiam e, quem sabe, fica a semente já plantada de repensarmos que empresas temos construído, como nossos negócios impactam a vida das pes-soas e a do planeta.Gostaria de terminar completando a frase inicial: “Uma empresa que se sabe apenas como empresa, não é uma empresa do século XXI”.

(*)Tatiana Feijó Sócia-Consultora da Eteh Desenvolvimento Humanowww.eteh.com.br

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Meditação do coração Por Deva Suvalia (*)

Aprendi com o Mestre Indiano Osho, uma meditação extremamente fácil e poderosa. Gostaria de compartilhar com vocês.

Simplesmente experimente o exerci-cio Atisha, a meditação do coração. Traga todos os sofrimentos para den-tro do seu coração, e verta bênçãos. Isso traz resultados imediatos. Faça-o hoje e perceba.

Atisha é um renomado erudito mestre de meditação budista indiano que re-introduziu o Budismo no Tibete. Ele diz: “Comece sendo compas-sivo”. E o método é: quando você in-spira – escute cuidadosamente, este é um dos métodos mais notáveis – pense que está inspirando todas as misérias de todas as pessoas do mundo. Toda escuridão, negativi-dade, o inferno que existe em todos os lugares, você inspira. E deixe que isso seja absorvido pelo coração.

Quando você inspira, inspire todo o tormento e o sofrimento de todos os

seres do mundo – passado, presente e futuro. E quando expira, expire toda a alegria, beatitude e benção que você tem. Expire, derrame-se na ex-istência. Este é o método da com-paixão: beber todo o sofrimento e verter todas as bênçãos.

E você ficará surpreso se o fizer. No momento em que trouxer todos os sofrimentos para dentro de si, eles deixam de ser sofrimento. O coração transforma a energia imediatamente, ele é uma força transformadora. Beba o tormento, e ele é transformado em beatitude... Então verta-a.

Uma vez apreendido que seu coração pode fazer essa magia, este milagre, você gostará de fazê-lo muitas vezes. Tente! Este é um método prático e simples, e traz resultados imediatos.

Faça-o hoje e perceba.

Osho, neo tarô, Ed. Madras

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Atisha (982-1054 AD), grande mestre budista indiano,

autor do Luz para o Caminho,o primeiro texto sobre o Lamrim

(as etapas do cami-nho à iluminação).

“Osho é um mestre iluminado que está trabalhando com todas as possibilidades para ajudar a humanidade superar uma fase difícil no desenvolvimento da con-

sciência”.O Dalai Lama

Ma Deva Suvalia - Gerente de Terapias e Desenvolvimento Humano do Hotel Ponto de Luz desde 1994

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Foram os chineses há 5000 anos que, através da observação da natureza, começaram a organizar a vida do ser humano, de acordo com as forças do universo.Perceberam que a posição das estrelas, o com-portamento das nuvens, o movimento do vento, o curso dos raios, a força das montanhas, as árvores e os animais influenciavam a vida do ser humano; ou seja, existiam dois imensos campos de energia: abaixo, o poder da terra; e acima, a força cósmica.Nascia o Feng Shui – literalmente, “vento” e “água”, simbolizando a manifestação do movimento de e-nergia, também chamada pelos chineses de “chi”.Essa força criadora universal é a essência da mani-festação da vida. Ela pulsa em todas as coisas vi-vas, trazendo movimento, vitalidade e derivando a teoria “Tao” dos cinco elementos e oito trigramas: 1) Através do conhecimento do “Tao” temos o en-tendimento da “Lei da integração” e do “equilíbrio das polaridades”. São duas forças primordiais que regem o universo: Yin (o negativo) e Yang (o posi-tivo). Estão em constante movimento. 2) Com a “teoria dos cinco elementos”, entendemos a representação da força criadora, que atua na na-tureza e no universo. Seu aspecto mais importante é a teoria dos ciclos construtivos e destrutivos dos ele-mentos: MADEIRA, FOGO, TERRA, METAL e ÁGUA. 3) Um sistema poderoso, originário do I Ching, usa

a figura geométrica octogonal chamada “Baguá”. Cada um dos seus lados corresponde a um trigrama e tem uma série de associações em distintos níveis e, no centro, a união do oposto. Para o Feng Shui, através dessas teorias aplicadas nos espaços são detectados os desequilíbrios do campo energético; em seguida, usados os procedi-mentos adequados para direcionar o fluxo de ener-gia (Chi) dentro e fora dos ambientes, alinhado-o às forças da natureza.Essa arte e ciência usa a criatividade, a sensibili-dade, instrumentos e técnicas para analisar e diag-nosticar as desarmonias nos espaços residenciais, comerciais, empresariais e outros. O Feng Shui provocou um grande impacto na ar-quitetura e na decoração e, além da circulação, fun-ção, distribuição e estética nos espaços, começou a observar o campo de energia e suas vibrações. Como, por exemplo, um quadro, que poderá ter imagens tecnicamente perfeitas, mas sua vibração será de angústia e tristeza.Para os chineses, os terrenos e as construções nas formas quadradas ou retangulares são mais equili-bradas. Uma forma irregular traz desarmonias para o ambiente, seja uma residência ou empresa. Em formatos diferentes, há necessidade do uso da in-tuição e imaginação e, com alguns acréscimos, transformá-lo num organismo vivo para circular uma boa energia.Em uma residência, sabemos que o dormitório é

Feng Shui Consciência

Por: Vera Cintra (*) (Dhyan Dwaro)

Os ventos são suavesO sol brilhaA água é limpaAs árvores são viçosas

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Uma oportunidade para harmonizar sua casa e sua empresa.

onde recuperamos nossa energia. A posição da cama é muito importante para que não tenhamos stress, problemas de saúde e desarmonia no rela-cionamento. É ideal posicioná-la de modo que a pessoa deitada tenha uma boa visão da porta de entrada, contribuindo para a sensação de segu-rança e tranqüilidade. Caso não seja possível, há necessidade de ajuste como: espelhos, cristais e outros recursos.Nas empresas, o maior destaque é para o “escritório da diretoria” (ou presidente), já que suas decisões e atitudes afetam todas as áreas do corporativo. Se os diretores se sentirem nervosos e distraídos, a em-presa sofre desequilíbrio.É de grande importância a posição da “mesa do di-retor”, que deverá ser colocada na posição de poder (diagonal à porta), com visibilidade para a porta de entrada sem estar de frente. Assim, terá maior comando da situação, onde se sentirá fortalecido, com segurança, autoridade e equilíbrio.A empresa terá, então, condições de expandir os negócios através da sabedoria, conseguindo au-mentar os clientes e, conseqüentemente, os lucros, trazendo mais entusiasmo e harmonia às equipes.Se não for possível, serão necessários alguns ajus-tes: plantas, espelhos e outros artifícios. Juntamente com esses ensinamentos, vieram com o Feng Shui os “Rituais Xamânicos” – suas raízes originais ligam esses conhecimentos com o Budis-mo tibetano e com a tradição religiosa pré-budista “Bon”, do Tibet, que também teve influencia do Bu-

dismo Indiano (Sec. VII). Os rituais são “cerimônias sagradas”, passadas de mestre para discípulos, e têm como objetivo conectar os espaços com a vi-bração cósmica.O Feng Shui chega aos dias de hoje com as devidas adaptações para o homem moderno, mas mostran-do sua força e imensa capacidade de nos ajudar a viver melhor. É um convite para espelharmos no externo nosso mundo interior, e vice-versa.Nos espaços que vivemos e trabalhamos, refletimos quem somos. Quando tomamos consciência dessa metáfora, podemos trazer equilíbrio às nossas vi-das, permitindo expandir nossas potencialidades, atraindo prosperidade, amor e sabedoria.

OM MA NI PAD ME HUM

(*) Vera Cintra atua como consultora de Feng Shui em espaços residenciais, comerciais e empresar-iais. Tem formação em Arquitetura de Interiores, pelo Iade – 1970. Há anos, participa de grupos para o desenvolvimento pessoal e meditação; é discípula do Mestre Osho; esteve sob orientação do Guru Devi Puri Maharaj; e segue o grande Mestre Chinês Prof. Lin Yun, representante máximo da escola de Feng Shui do Budismo Tântrico Tibetano do chapéu negro. Ministra palestras, vivências e cursos.

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CERIMÔNIA DO

TEMAZCAL

SAUNA SAGRADA26

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Conheci o Temazcal nos Andes, precisamente no Equa-dor. Nesta época, eu buscava a iluminação, buscava a mim mesmo, queria desvendar os mistérios dessa Terra, beber da fonte da sabedoria, da fonte da vida, conhecer a história que não nos é contada nas escolas. Conhecer os remanescentes dos povos que viveram neste conti-nente de maneira sustentável e harmônica, que souber-am relacionar-se de maneira respeitosa e amorosa com o que chamamos natureza. Tanto material como espirit-ualmente.Onde tudo começou – Falar de um templo, de uma ce-rimônia milenar, talvez seja como querer explicar o silên-cio ou descrever o amor. O simples da vida se torna demasiado complexo quando queremos descrever em palavras, e facilmente deixamos escorregar por entre os intervalos que preenchem as linhas ou formas das letras o que realmente importa. Muitos detalhes e sutilezas po-dem passar despercebidos no esforço da transmissão de um sagrado ponto de vista. Na minha vida, tive a oportunidade de estar na presen-ça de pessoas que considero sábias. Considero sábios mestres, habilidosos artistas e poetas que conseguiram fazer isso. Estes que, de alguma maneira, quando falam, sentimos que através deles flui a pura sabedoria que mora dentro de nós mesmos. Por isso, dizemos AHO METAKUYE OYAZIN, “por todas nossas relações”, “todos somos um”.Fazia cinco meses que estava viajando, e pareciam anos. Por razões do destino, fui parar dentro desta tenda que, em primeira instância, me parecia bem familiar, assim como tudo que estava acontecendo. Porém, não senti nada “além”, achei inclusive fria e sem graça a sauna, apesar da beleza dos cantos e preces que ali eram entoa-dos. Poucos dias antes, também por “força do destino”, pas-sou por minhas mãos um livro com o título “El Canto de La INIPI”, que falava das sete cerimônias Lakota. Uma de-las era o Temazcal, tenda do suor ou Inipi, que é o nome dado na língua Lakota. Ou seja, dias depois de terminar a leitura do livro, estava dentro da tenda e o que eu viven-ciei não foi nada tão marcante ou memorável comparado com o que li no livro; porém, a pessoa que havia me le-vado me causava grande curiosidade. Por que a tenda do suor é circular? – Um ser muito silenci-oso, e talvez por isso, misterioso. Eu, um jovem buscador de 22 anos, encontrava ali um prato cheio para minhas investigações. Participei com ele de outras cerimônias,

algumas dirigidas por ele, outras não. Foi quando ele me chamou para ajudar a construir um Temazcal em uma al-deia indígena no oeste do Equador, a dois dias de barco desde uma pequena cidade no litoral. “Os quatro poderes da Criação constituem a principal fonte de cura e medicação empregadas nas casas de suor. Esta propriedade terapêutica se reflete na geometria de construção das casas de vapor e no seu uso. Sua qua-terna dinâmica terapêutica, de natureza simbólica, espi-ritual, física e mental manifesta-se como quatro poderes, quatro elementos, quatro cores e quatro forças, eternos infinitos que formam o que Jung denominou arquétipo universal quaternário. Além disso, a casa perci constitui uma mandala. A casa de suor é circular. Esta forma ajuda a gerar pensamentos positivos e é propícia ao direciona-mento de boas preces ao Grande Criador, à Mãe Terra, a nós mesmos, aos nossos semelhantes ou um paciente específico. Não se trata de um local apropriado para amaldiçoar, praguejar ou desejar mal a ninguém, pois o poder do círculo sempre retorna ao seu ponto de origem. Assim, boa parte do cerimonial de transpiração consiste em estrita disciplina e aprendizagem. Disciplinamos nos-sos pensamentos e ações para aprender a canalizar cer-tas energias de maneira positiva e da forma mais apro-priada.” (O CURANDEIRO NATIVO, Médico Urso-Pardo do Lago, 1995).Foi aí que, rezando uma Shanupa (o cachimbo sagrado), pedi ao Criador que me mostrasse o que era esse poder de cura trazido por essa antiga cerimônia, e que causa-va tanta reverência e respeito por parte dos meus novos companheiros de caminhada. Prometi que se percebesse realmente este efeito curativo, me comprometeria a levar comigo essa cerimônia. A essa altura, rezar daquela ma-neira com tabaco já não me era tão estranho como no começo.Temazcal com os índios – Então, ao Sol de meio dia, na linha do Equador, em setembro de 2000, entrei junto com vários índios, entre eles muitas crianças, dentro do Temazcal. Estava em uma cerimônia típica dos nativos norte-americanos em plena floresta tropical. Lembro-me que lá pela segunda ou terceira porta já estávamos todos atirados no chão, pelo forte calor das pedras e do clima. Coberto de lama, em meio à alegria das crianças, pedi para sair e meu amigo e professor sugeriu que eu agüen-tasse mais um pouco, que já estava terminando.Todos juntos dissemos: Aho Metaquiaze! E, finalmente, era o esperado momento de sair engatinhando pela porta

Fogo, água, ervas, cantos, preces e os mistérios da tenda do suor que levam ao renascimento e �s transformações.

Por: Nirav Kanvar (*)

TEMAZCAL

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afora. Fomos direto para o rio, e após o primeiro mer-gulho senti algo diferente. Eu já não era o mesmo. O ar entrava mais puro e meu olhar era outro, não apenas a visão estava mais nítida, como também a maneira de olhar. Meus sentidos estavam mais lim-pos e minha mente quieta. Escutava o momento, eu era uma criança transbordante de amor, sem motivo ou endereço certo. Só quem já sentiu isso pode en-tender o que estou dizendo. Sentia a inocência de uma criancinha que olhava pela primeira vez aquele maravilhoso mundo ao seu redor. “Para nosostros, una de las primeras enseñanzas que existen dentro de la Tradición, es el orígen. El origen nuestro es en el vientre de la Madre Tierra, y es una de las primeras ceremonias que tenemos a la hora de venir a tomar forma, a tomar fuerza, a tomar, de alguna manera, suerte en la vida. Se le lla-ma ceremonia de Temazcal. Esta es una ceremonia muy bonita, es una de las más antiguas que existen. Es de las primeras ceremonias que fueran entrega-das ao ser humano. Está basada en la bendición, en la purificación del ser humano, -?cómo?- a través del líquido sagrado del agua, a través del calor de la vida, uno puede recibir el soplo de la vida.” (Extraido do livro: UNA VOZ PARA LOS HIJOS DE LA TIERRA, Aurelio Díaz Tepankalli - 1996)

Purificação e renascimento – Então, entrei naquela tenda, que chamamos útero da Mãe Terra, para me purificar e renascer, para estar outra vez em um es-tado puro. Sintonizado com a minha essência, de pé com saúde e disposição para caminhar nesta Terra, conectado e amparado.“El Temazcal nos da la oportunidad de darnos cuen-ta de los regalos que recibimos: el respirar, el darnos cuenta que existe un alimento que es inmediato, el aire, y que entra dentro de nosotros en forma natural, como el primer alimento, al llegar aquí, a esta Tierra. (...) Ahí tambien nos damos cuenta de nuestro cu-erpo; que tenemos un cuerpo, que sentimos y que es la presencia misma de la Tierra, de estos quatro elementos que tenemos. (...) Entonces, es una cere-monia muy sagrada, muy simple, muy bella y que de alguna manera representa el primer lugar que tuvi-mos en nuestra existencia de ser.” (Tepankalli - 1996)

Depois disso, o Temazcal foi se tornando parte da

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minha vida. Os próximos quatro anos que se seguiram fui agraciado pelo espírito da montanha de Busca da Visão e a Dança do Sol, que são dentro da nossa tradição - Fogo Sagrado de Itzachilatlan - pré-requisitos no processo de instrução e bênçãos para aqueles que anseiam conduzir temazcais. Onde o Sol, o fogo, a água, o ar e a Terra são também os professores. Estava no “caminho”. Silêncio, jejuns, cerimônias e muita prece. Depois de quatro anos, pouco a pouco, comecei a conduzir algumas cerimônias: primeiro a Shanupa, depois o Temazcal – cada vez apren-dendo mais. Sempre compartilhando e sendo testemunha de várias transformações, o que me estimulou a seguir com o meu compromisso. Não me considero “xamã”, nem um grande curandeiro. Me vejo como alguém que carrega alguns ins-trumentos e ferramentas para facilitar o flo-rescimento da manifestação de cada ser, tendo como resultado a saúde e o bem-estar, no corpo, na mente, no coração e no espírito. Trabalho para fornecer um ambi-ente favorável para que cada um se conecte diretamente com a fonte. Foi assim que me foi mostrado pela fonte mesma. Procurar interferir o mínimo que puder no pro-cesso de cada ser. “Ser-vir”, entendem?Simbologias – O Temazcal em si consiste em três altares: o altar para o fogo, onde são aquecidas as pedras, sim-boliza o Pai, o Sol, o Céu; o altar para a Terra, a tenda, simboliza a barriga da Mãe Terra, onde são depositadas as pedras quentes – também chamamos de “Casa das Avós Pedras”. O outro altar que fica no centro, entre estes dois altares, honra tudo o que existe entre o Céu e a Terra – pode-se dizer que este é o altar dos filhos desta união, formando assim a Sagrada Família. Estes três altares es-tão alinhados entre o Leste e o Oeste.A Cerimônia resume-se basicamente entre trazer as pe-dras quentes para o centro do útero, simbolizando o Pai fecundando a Mãe. Nestas pedras são depositadas ervas, raízes e resinas medicinais aromáticas e depois água, formando assim o vapor e toda a alquimia que agirá na purificação e nos demais efeitos curativos e terapêuti-cos para as pessoas que estarão participando dentro da tenda. São entoadas preces e cantos, ao som do tambor e do chocalho, no decorrer da Cerimônia. Busco também estar sempre em boas companhias, tanto materiais como espirituais. Utilizo o Temazcal como um instrumento, assim como rezo para que o Grande Mistério “dador de La Vida” me utilize também como um instru-mento Seu, e reconheço as várias maneiras de utilização

dessa sagrada medicina ancestral.“As casas de vapor usadas por tribos em todo continente possuíam função similar: A estrutura sagrada compõe-se basicamente de uma mini igreja utilizada por indivíduos e grupos para conversar com o Criador, com os guias espirituais, com as potências da natureza, com a própria alma e também entre si, uns com os outros, sobre os problemas pessoais e necessidades. São o local onde se encontram soluções para os problemas por meio das visões, utilizando sonhar criativo, a imaginação e orien-tações psíquicas. A solução pode se apresentar sobre forma de um mito, um sonho vívido, de uma visão, de uma voz especial, ou de ajuda sobrenatural. Às vezes, a resposta surge de maneira bastante clara; em outras ocasiões, manifesta-se de forma vaga, requerendo maior grau de pensamento abstrato, concentração e meditação. As casas de suor também possuíam outras atribuições. Algumas tribos utilizavam-nas na preparação para es-portes e jogos (...).Também eram amplamente utilizadas nos preparativos para guerra, como forma de medicina preventiva. Os sobreviventes que voltavam dos combates purificavam-se na casa do suor para limpar a alma das atrocidades bélicas, sanar lesões e apagar retrospectivas mentais nocivas e afastar fantasmas perturbadores. Ain-da hoje, são usadas por muitas famílias como forma de purificação após a freqüência a velórios e enterros. Serve, portanto, como ferramenta espiritual e como maneira de lidar com estresse.” (Urso Pardo do Lago, 1995)

Bom, estou satisfeito com o que disse até agora e de compartilhar aqui algumas palavras sobre o Temazcal, de pessoas que me inspiram. Os considero como irmãos maiores que, de alguma maneira, vão cuidando e abrin-do o caminho para facilitar a vida das futuras gerações. Aho Metakiaze!

Nirav Kanvar é reconhecido como Homem Consagrado dentro da tradição do Fogo Sagrado de Itzatilatlan, con-duz cerimônias de Shanupa,Temazcais (Tenda de Suor), e cerimônias de Medicina (no altar da meia lua). É massoterapeuta, Designer-artezão e permacultor. Trouxe as Cerimônias do Temazcal e da Shanupa para o Ponto de luz em 2006 .Desde então as cerimônias são realizadas nos feriados e em datas especiais no Ponto de Luz, ora por ele, ora por Izabel Donalizio, que faz parte do mesmo caminho vermelho - ver e II edição da revista artigo sobre ritual da Shanupa

CERIMÔNIA DO

TEMAZCAL

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Saúde e os Segredos da Longevidade

Meditação é uma forma de prática que pode recuperar a energia do corpo humano, aumentando sua resistência. Ela tem a capacidade de nos relaxar totalmente, equilibrando o yin e o yang, o sangue e a energia vital – tanto do terapeuta como do paciente. A meditação pode também ajudar o espírito do terapeuta a ficar mais concentrado, promovendo a união entre ser humano, céu e terra. Desta forma, ele pode aplicar sua intenção na terapia, atingindo resultados mais eficazes. Já para o paciente, a meditação ajudará bastante o corpo a melhor receber o tratamento. Portanto, ambos os lados se beneficiam das práticas meditativas, harmonizando a essência, a energia e o espírito – segredos taoístas para se atingir saúde e serenidade.

Liu Chih Ming

Por: Mestre Liu Chih Ming (*)

Meditação é uma forma de prática que pode recuperar a energia do corpo humano, aumentando sua resistência. Ela tem a capacidade de nos relaxar totalmente, equilibrando o yin e o yang, o sangue e a energia vital – tanto do terapeuta como do paciente. A meditação pode também ajudar o espírito do terapeuta a ficar mais concentrado, promovendo a união entre ser humano, céu e terra. Desta forma, ele pode aplicar sua intenção na terapia, atingindo resultados mais eficazes. Já para o paciente, a meditação ajudará bastante o corpo a melhor receber o tratamento. Portanto, ambos os lados se beneficiam das práticas meditativas, harmonizando a essência, a energia e o espírito – segredos taoístas para se atingir saúde e serenidade.

Liu Chih Ming

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Cada vez mais os brasileiros vêm procuran-do por terapias alternativas em lugares junto à natureza, adotando hábitos saudáveis para contrapor os malefícios causados pela baixa qualidade de vida nos grandes centros urba-nos. Especializado em Técnicas da Medicina Tradicional Chinesa, e ministrando palestras sobre o tema “Saúde e Longevidade”, Mestre Liu tem alertado as pessoas de que cada um é responsável pela sua própria saúde.Nesta reportagem, Mestre Liu apresenta al-ternativas de tratamentos preventivos, ba-seados em sua visão taoísta.

Lançando mão de estatísticas, Mestre Liu aponta que, a cada cinco pessoas, três estão com coles-terol alto a partir dos 50 anos. E ainda mais alarman-te é constatar que as crianças vêm desenvolvendo doenças de adultos, como colesterol alto, diabetes,

câncer e outras graves enfermidades. Estatísticas levantadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que 10% dos problemas de saúde estão relacionados à sociedade; 8% ao sistema de medicina; 7% ao clima; 15% são gené-ticos ou provocados por acidentes etc; e 60% está ligado a você mesmo.Será que há solução para esse quadro ser revertido?Lá na China, existe um livro muito famoso de Sang Chu, no qual ele diz que para todos nós há cinco sortes: 1- Longevidade (SOU); 2- Riqueza (FU); 3- Saúde (KAN) e Paz (NIN); 4- Virtudes (YO Haudã); e 5- Tranquilidade / Sem Sofrimento (KAO TSONMIN). Se você tem as cinco sortes e as pratica, sua vida vale a pena e você é perfeito!”Quase tudo está relacionado à saúde. Em uma fes-ta, quando levantamos o copo de vinho para brindar algo, dizemos “SAÚDE!”.Uma das mais antigas obras sobre a saúde – “O Tra-tado da Medicina” (NEI CHIN) – datando da época do Imperador Amarelo, que teria reinado de 2698 AC a 2599 AC, na China, considerado o ancestral de todos os chineses da etnia Han e o introdutor do an-tigo calendário chinês – explica a origem da doença. Esta obra é considerada um dos livros fundamentais da medicina tradicional chinesa. Divide-se em dois livros, de 81 capítulos cada: O Su Wen - "Tratado de Medicina Interna" (como evitar a doença); e Ling Shu - "O Pivot Maravilhoso" (como tratar a doença).Além de uma concepção sobre a patologia humana, suas causas e tratamentos, estes livros contêm pres-crições sobre a vida e “adaptação” do ser hu-mano, de acordo com o sexo e faixas de idade, dis-tinguindo diferentes ciclos: sazonais (5 estações), ciclos circadianos (Yin/Yang) e ciclos infra e ultradi-anos (“a grande circulação da energia” que obedece aos cinco elementos e o ciclo vital), que delimitam a relação dos órgãos internos com as fases do dia ou períodos comuns da vida humana envolvendo o nascimento, maturação sexual e envelhecimento. Nosso organismo possui um relógio biológico que se ajusta com a natureza. Desde há bilhões de anos até agora a natureza não muda, mantendo o ciclo das 4 estações: Primavera, Verão, Outono e Inverno. Se observarmos uma árvore que segue os ciclos da Natureza com muita sabedoria, percebemos este ciclo: na Primavera aparecem as folhas verdes; no Verão, ficam cheias de flores; no Outono, elas arma-zenam, e surgem as frutas; e no Inverno, as folhas caem e a árvore guarda energia, que vai para a raiz. Sabiamente, elas sabem que se não seguirem esse ciclo, morrem. A árvore sabe cuidar de sua vida.

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A maioria dos humanos, não sabem!Só para dar um exemplo ilustrativo, há muitas pes-soas que no Inverno correm nos parques, transpiram e até tomam sorvetes. Está tudo errado. No Inverno, temos de reservar energia ao máximo, diminuir a atividade, para que na Primavera tenhamos energia de reserva. Observe os passarinhos, que saem ce-dinho procurando alimento e, de tarde, voltam para seus ninhos. Até as aves e animais sabem respeitar as estações, mas os humanos não sabem. Os jovens adotaram o hábito de ficar na internet até tarde, e ficam com a cabeça agitada. Aos pais que gostam de seus filhos, alerto: Isso é muito perigoso! Os vídeo games instigam à raiva, à prática da cru-eldade, e essas atitudes fabricam uma substância de veneno poderoso no corpo, e essa substância pode causar doenças até o câncer. Se você queria entender a teoria da causa e efeito, agora já sabe como funciona.

Antigamente, as pessoas passavam dos 100 anos e eram fortes. Agora, estão mostrando uma grande

fragilidade, chegando aos 50 anos com a saúde comprometida. Costumo orientar as pessoas para que mantenham uma alimentação regular e natural; atividade física regular e equilibrada, sem excessos, inclusive na atividade sexual; manter sua mente tranquila e estável; e, acima de tudo, que cuidem de sua vida diária em harmonia com a natureza. Para tratarmos nosso corpo com respeito e preservarmos nossa saúde, temos de estar sempre atentos às ne-cessidades do nosso corpo, de acordo com cada período do dia:das 21h às 23h Horário do “Triplo Aquecedor”, ele-mento fogo. Nesse horário temos que evitar briga e nervoso, também é o horário de uma alta limpeza da linfa. É o período de nos recuperarmos. Não se deve fazer coisas correndo e forçadas. Deixe a cabeça relaxada e mantenha-se em paz. Nesse horário é importante descansar – esta é a melhor coisa para a desintoxicação. Não gaste energia, só receba e-nergia.

das 23h à 1h Horário da “Vesícula Biliar”. Nessa hora, não se deve comer muita quantidade. Evite comida gordurosa, caso contrario sua vesícula biliar não descansa e isso pode desencadear problemas e até formar cálculos na vesícula biliar;de 1h às 3h Horário do “Fígado”. Nesse período, nossa medula está fabricando glóbulos vermelhos. O fígado tem de descansar; caso contrário, pode acumular gordura.Viroses podem atacar o organis-mo. Se a resistência imunológica estiver alta, não se manifestam sintomas, e os problemas ficam es-condidos. Só com a resistência baixa que a virose se sobrepõe e pode até causar doença. Por isso, de 1h às 3h da madrugada é o período da recupe-ração. Além disso, o fígado está ligado aos tendões. Muitas pessoas que têm tendinite não se recuperam porque não descansam a noite.

A melhor coisa é descansar bem. Muitos problemas ocorrem por causa do horário de dormir errado.

das 3h às 5h Horário do “Pulmão”, e é o horário im-portante para a respiração. Uma precaução impor-tante: Se uma pessoa de idade tiver de se levantar de madrugada para urinar, não pode levantar rápido. Logo que acordar, deve aguardar deitada por pelo menos 30 segundos, depois senta e espera mais 30 segundos e aí se levanta. Muitos idosos caíram no banheiro nesse período, causando sequelas graves

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e até a morte.das 5h às 7h Horário do “Intestino Grosso”. Nesse período, se tem vontade de evacuar.das 7h às 9h Horário do “Estômago”. Este é o horário ideal para tomar café da manhã, pois o or-ganismo absorve melhor os nutrientes.das 9h às 11h Horário do “Baço / Pâncreas”. Esse horário está ligado a “Pensamentos e Emoções”. É o melhor horário para estudar, trabalhar e negociar.das 11h às 13h Horário do “Coração”. Depois de al-moçar, seria bom se todas as pessoas pudessem dor-mir e descansar um pouco. Se a pessoa faz força física correndo no parque, por exemplo,é muito perigoso. Tem de deixar o coração descansar.

das 13h à 15h Horário do “Intestino Delgado”. O ideal é fazer a refeição antes das 13h, pois o intes-tino grosso recebe do estômago os alimentos e as bebidas em transformação; encaminha parte dos líquidos impuros que recebe do estômago para os rins e para a bexiga, a fim de serem separados e excretados; separa o puro do impuro – a parte pura é extraída dos alimentos e é enviada ao baço-pân-creas e a parte impura é enviada para o Intestino Grosso.

das 15h à 17h Horário da “Bexiga”. É o melhor horário para esvaziar a bexiga. das 17h à 19h Esse é o chamado horário dos “Rins”. Por exemplo, se a pessoa tem problemas de cálculo renal tem de tomar dois litros de água por dia e urinar bastante. Se não tem costume de tomar água nesse horário, tem de forçar, porque é o horário de urinar para limpar o organismo.das 19h à 21h Horário do “Pericárdio”. Nesse período, nossa membrana do coração está rece-bendo energia. A pessoa não deve cansar muito. Mantenha tudo calmo e tranqüilo.das 21h à 23h Reinicia-se o ciclo.O certo é seguirmos uma réplica da natureza. Temos de estar atentos e adotar uma alimentação regular e hábitos saudáveis, para gozarmos de saúde e da longevidade.

(*)Liu Chih Ming - Um dos principais expoentes da medicina tradicional chinesa em nosso País, é filho do grande mestre taoísta Liu Pai Lin e vice-presidente de honra da Federação Mundial de Acupuntura e Moxabustão (WFAS).

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O Inverno do Final da Vida

Nascer, crescer, envelhecer e adoecer até a morte são as estações da nossa vida. E quando falo do crescer e envelhecer não falo de tempo biológico, medido em dias, meses, anos.Cada vida tem o seu enredo e o seu significado. Vivemos para cumpri-lo. Findo o nosso tempo, envelhecemos a nossa razão de ser e ... encerramos o nosso ciclo.É muito difícil pensar nisto e fomos treinados para não fazê-lo. Porém, esta ausência de reflexão sobre a vida vem tornando a morte do ser humano cada vez mais do-lorosa e traumática.A medicina do século 20 incorporou muito bem esta vacância; em especial, após a segunda guerra, quando o desenvolvimento tecnológico voltado à indústria arma-

mentista se dirige à área médica. Esta experimenta, des-de então, um ritmo crescente na utilização de tecnologia. Porém, os benefícios nem sempre são razoáveis porque não houve uma discussão razoável sobre quando e para quem usá-los.Os recursos que a medicina oferece são capazes de sus-tentar por semanas, meses e até anos alguém que já per-deu toda a sua vida de relação e a capacidade de manter os seus sistemas vitais mais básicos, como a respiração. Mas não se pergunta: Para quem? Para quê? Será que há benefício em manter uma vida sem o seu enredo? A pessoa que ali está pode manifestar suas escolhas? Eu gostaria de estar ali naquela condição de tanta degra-dação? As respostas são as de cada um.

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Por: Maria Goretti Sales (*)

Ao médico, cabe informar sobe os reais benefícios e malefícios do que propõe e oferecer os tratamentos ra-zoáveis e aceitáveis, do ponto de vista técnico. Em meados do século passado, em busca de respostas para o sofrimento humano no final da vida, uma enfer-meira inglesa chamada Cicely Saunders, depois de ter trabalhado em uma instituição religiosa no cuidado de doentes sem chances de cura, sentiu-se indignada com as atitudes médicas e decidiu, ela mesma, formar-se em medicina para transformar esta realidade.A partir de então, quando a história de alguém entra no capítulo final, surge uma nova abordagem. Do ponto de vista médico assistencial, esta nova abordagem chama-se “Cuidado Paliativo”. Na prática, um tratamento que não insiste em tratar uma doença quando estes cuidados podem significar mais sofrimento para o doente que o seu curso natural. Porém, a preocupação dos “Cuidados Paliativos” é sempre com o bem-estar da pessoa doen-te. Cuida dos sintomas e dos agravos causados pela doença, sempre levando em consideração a biografia do doente, suas preferências e seu estilo de vida.A abordagem do “Cuidado Paliativo” deve começar o mais precocemente possível, quando se tem um diag-nóstico de doença ou um conjunto de situações clínicas que possam ameaçar a continuidade da vida. Este trata-mento exige sempre o envolvimento de vários profissio-nais trabalhando harmoniosamente em equipeA conversa entre profissionais de saúde e doente deve sempre ser muito honesta e verdadeira. Verdade comuni-cada de forma compassiva, dentro dos limites da própria pessoa, delicadamente sondados.Pode sempre haver concomitância com tratamentos que tenham por objetivo tratar a doença ou um conjunto de doenças. Nas últimas semanas ou meses de vida, pode ser o tratamento exclusivo. Esta decisão acontece quan-do se percebe que nada mais consegue interferir de for-ma positiva no curso da doença.Acompanha o doente até o final de sua vida e ajuda a família a vivenciar de forma mais amena e participativa a perda da pessoa querida.Assim, propõe-se uma assistência real que acompanha todo o processo do adoecimento que ameaça a vida, passa por diferentes fases e se empenha em manter a melhor qualidade de vida possível até o último instante, mantendo a pessoa livre de dor, de sintomas como a falta

de ar, tosse, náuseas ou qualquer outro que o incomode. O “Cuidado Paliativo” também se empenha para que outros sofrimentos possam ser aliviados: o medo, as in-certezas da morte, as mudanças de papel social, as du-ras despedidas, o luto da família.A morte, assim como o Inverno, deve chegar ao seu tem-po. Sem ser postergada. Mas, também sem ser anteci-pada por nenhum método.Preferencialmente, sem tirar do paciente a capacidade de comunicar-se com os seus queridos até o final. Não se trata de usar sedativos e pronto. A morte a seu tempo exige paciência e espera. A com-plexidade das ações aumentam com o passar dos dias e a sofisticação é poder oferecer respostas rápidas e pre-cisas no sentido de proteger o doente de possíveis sofri-mentos por um novo sintoma ou situação clínica.“Paliativo” vem de “Pallium”, uma palavra latina que faz alusão ao manto ou cobertura usada pelos peregrinos para protegê-los do vento, da chuva, das intempéries. Significa, em última instância, proteção. Proteger alguém do sofrimento e dos agravos de sua doença, aquela que provavelmente o levará à morte.Tudo parece muito óbvio. Porém, até os dias de hoje a resistência e dificuldade em lidar com a terminalidade da vida ainda são enormes. Em especial, por parte dos médi-cos, que não foram treinados o bastante para reconhecer limites, acolher o sofrimento humano e pôr em prática um novo plano de ação, onde o único objetivo seja o de bem assistir o doente em excelência.Enquanto isto, temos que assumir a responsabilidade para com uma pessoa debilitada por uma doença in-curável e lembrar que, reconhecida ou não, a Assistência à vida até o seu último momento é um direito do ser hu-mano.

(*) Maria Goretti Sales Maciel é médica de família e co-munidade; diretora dos Serviços de Cuidados Paliativos do Hospital do Servidor Público Estadual e do Hospital Samaritano; membro da Câmara Técnica sobre Terminali-dade da vida e Cuidados Paliativos do Conselho Federal de Medicina.

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Os antigos mestres orientais tomavam a natureza como o campo de pesquisa, fruto da contemplação e das conexões vitais do universo, a terra e o ser hu-mano.

Observa-se que os movimentos naturais estabelecem ritmos e este é mantido dinâmico e vivo graças à harmonia de cada componente.

O Outono e o Inverno são períodos em que recolhemos e armazenamos a ener-gia, que se move para baixo e para den-tro, e então é hora de tonificar os órgãos e sistemas através de alimentos fortes, revigorantes, cozidos, que mantenham aceso o fogo interio. Não é recomendá-vel fazer dietas de desintoxicação neste período, pois pode enfraquecer muito o organismo.

Inverno, tempo de ser semente, esper-ando quieta debaixo da terra o momento de germinar.

No inverno é essencial economizar a energia.

Aqui o ser humano exerce sua capaci-dade de realização no recolhimento, pro-curando tudo que precisa dentro de si.

Aquietar e descobrir no recolhimento a nossa força primordial que nos prepara para um novo ciclo que está por vir.

O Inverno é o momento de contato com as nossas profundezas, com a nossa alma; é hora de observar e aprender com os valores espirituais.

Ciclo AnualAs Estações Sobre o Inverno

inverno

Por: Fatima Pinsard (*)

Tabule de quinua

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Tabule de quinua

Ingredientes:2 xícaras de quinua cozida e fria 4 tomates sem sementes cortados em pedacinhos 1/2 xícara de salsa picada 1/4 xícara de folhas de hortelã picada 4 colheres de sopa de azeite de oliva 2 colheres de sopa de suco de limãoSal a gosto

Modo de preparoMisturar todos os ingredientes e deixar na geladeira por 2 horas. Antes de servir temperar com azeite e limão. Sal a gosto. Sirva quente ou fria.

(*) Fátima Pinsard é uma das pioneiras no movimento naturalista em São Paulo. Dedi-ca-se à pesquisa desde 1980 nas áreas de terapias naturais. No Hotel Ponto de Luz, atua como consultora no restaurante e como tera-peuta, com técnicas corporais e energéticas. É consultora e orientadora alimentar, com ênfase em gastronomia saudável e culinária natural vegetariana. Também atua como Ins-trutora de Alimentação e Saúde e Fitoterapia aplicada ao corpo.

No Inverno a comida é pouco suculenta, nos equilibramos com:

Sementes: gergelim preto, zimbro, cominho, gi-rassol, abóbora, papoula e mostarda.Cereais integrais: quinua, arroz selvagem, sete cereais, arroz integral cateto, trigo integral, trigo sarraceno, arroz integral com sementes levemente torradas e moídas. Leguminosas: tofu, missõ e feijões secos de todo o tipo. Raízes: bardana, lótus, gengibre, cenoura, raiz forte.Tubérculos: mandioquinha, inhame, cará, batata doce.Bulbos quentes: cebola, alho.Folhas verdes escuras refogadas.Flores com gengibre e sementes.Frutas da estação cozidas no vapor.Frutas (secas, frutas oleaginosas como castanha, nozes, abacate, coco, amendoim)Frutas secas ( de preferência as menos doces: damasco, maça...)Peixes pequenos de água salgada (sardinha, manjuba) ou de água doceCogumelos shitakes ajudam a descarregar ex-cesso de muco e gordura dos rins.Óleos: de gergelim, óleo de girassol e azeite.Leites de castanhas, sementes e cereais.

Alimentos com muita água e muito adocicados devem ser evitados.Evite Sucos de frutas, sorvetes e bebidas geladas no dia-a-dia.

Canela: (ciannamomum zeylanicum Breyn)- (cocção) - digestiva, estimula a circulação san-guínea.Alecrim: (Rosmarinus officinalis L) – (tisana) - Estimulante geral, tônico do sistema nervoso central, digestivo e diurético.Gengibre: (zingiber officinale) – (cocção) - es-timulante da digestão.Dente de leão: (Folhas e raízes secas) – Esse chá pode ser usado freqüentemente, muito bom para o fígado, coração e circulação, atuando como excelente depurativo do sangue. Facilita o trabalho dos rins, sendo indicado também para hiperacidez e anemia (podendo agir como remi-neralizante).

Chás - Inverno

Sobre a Alimentação Receitas

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Astrologia IntegradaSignos do Inverno no Hemisfério Sul

CANCER, LEÃO E VIRGEMPor: Cristina Mallet (*)

O Céu tem nos enviado insistentemente mensagens para que facilitemos os processos de mudanças necessárias neste momento. Há uma convergência de ciclos, cósmico e planetário, que caminham em direção a uma alteração de patamar, no qual a Hu-manidade deverá transitar com mais Consciência e mais alinhada com as Leis Universais. É uma tran-sição. Um ótimo momento para liberar padrões, cren-ças e registros que carregamos, e que têm regido nossas vidas e escolhas, sem que sequer tenhamos noção de sua presença, força e influência. São muitas as ferramentas disponíveis para trazer estas sombras (inconsciente) à luz (consciente). Estar atento para o sentir, ouvir o coração é a porta de entrada para este Novo Mundo! As circunstâncias da vida refletem um estado interior. Observar o em torno é uma chave para perceber aspectos que pedem para ser trans-formados. Soltar, deixar ir, desapegar do que não é essencial (em desacordo com a essência). Vamos lá! Vontade, Coragem e Ação! É hora de mudar! Quan-to maior a resistência, o apego, maior o sofrimento! Vamos respirar e sentir para estar sonante com o fluxo da Vida em nós e através de nós, participando da co-criação de um mundo pessoal e coletivo mais harmônico, mesmo que dual. Vamos co-laborar com o convite do Céu e boa jornada! É hora de ficarmos céticos quanto ao que vemos no mundo. Voltemos para o nosso centro, o coração. Tudo faz parte deste processo. Confiemos na Sabedoria Universal!Um excelente exercício é olhar para dentro e pergun-tar: o que o Amor faria? Se vocês estão sentindo uma certa pressão, a sen-sação de que não têm mais o menor controle sobre as coisas, de que qualquer coisa pode acontecer a qualquer momento, estão certos. Se não dormem direito, sentem dores no corpo e na cabeça, quase todos passam por isto. O processo é coletivo, mesmo que cada um sinta de uma maneira em sua vida. Se acham que o mundo está em transformação, que as instituições estão ruindo e que se tornaram insus-tentáveis, estão mesmo. O sistema vigente está em cheque e saturado em suas próprias limitações. Es-tamos com a oportunidade de subir uma oitava em nossa percepção de mundo, co-criando uma nova realidade. É a crise que pode ser vista como opor-tunidade, como dizem os orientais. É a oportunidade de requalificar nossas escolhas, valores e visão de

mundo. Que tal aceitar este desafio e nos sintonizar com este fluxo mais natural da vida?

Câncer, signo cardinal, do elemento água, regido pela Lua, com início em 21 de junho de 2011, às 14h16min, horário de São Paulo. Solstício de inverno.Câncer é o quarto signo, que corresponde à quarta casa, na Roda Astrológica. Em Câncer, ou na quarta casa, consolidamos nossa auto-imagem, a partir do que captamos ao percorrer as três primeiras casas de nosso Mapa Natal. Câncer corresponde ao Plexo Solar, mais especificamente ao estômago, onde aco-lhemos o que “entra”, o que nutre e alimenta nosso corpo (no físico) e nossa psique (no emocional)! Aí residem todas as crenças e padrões normalmente in-cutidos pela educação que tivemos, mas que também nos mostram a ressonância que atraímos para nossa vida, referentes à família, principalmente à mãe, lem-brando que não podemos mais nos considerar vítimas de nossa história, que em algum plano ajudamos a construir. É o lugar onde firmamos nossas bases, fun-damentos e raízes. Está ligado ao corpo emocional. Ali estão nossas memórias, registros e antepassados. Seu regente, a Lua, corresponde ao arquétipo femi-nino, materno, receptivo, oculto, inconsciente. Câncer cuida, nutre e acolhe. É o ninho. A quarta casa no Mapa Natal mostra como nos sentimos em relação a estes aspectos da vida e, sobre quais fundamentos te-mos construído nossa história. Quais os padrões que adotamos para enfrentar o mundo e subir a própria montanha em direção ao topo, a auto-realização em Capricórnio, seu oposto complementar. Câncer é re-traído, fechado em seu próprio clã, gosta de ficar em casa, no ambiente conhecido, onde sente-se seguro e pertencente. Esta quarta casa é um momento muito importante, onde juntamos todos os nossos recursos para em seguida, a partir de uma consciência indivi-dual, iniciar a própria escalada. Como signo cardinal, Câncer inicia o segundo quadrante do mapa, o da auto-expressão. Isto é, aquele que sai em busca de

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si, da consciência individual.

Leão, signo fixo, elemento fogo, regido pelo Sol, com início em 23 de julho, à 1h11min, horário de São Paulo.Leão, o quinto signo, correspondente em significado à quinta casa. Aqui pela primeira vez, damo-nos conta de que não somos os nossos pai e mãe, nem irmãos. Somos sim um ser individual, com todo o potencial criativo a ser expresso e manifestado. Saímos do in-consciente coletivo e ingressamos na busca de quem somos de fato. Por esta razão Leão, regido pelo Sol (centro do Sistema Solar) sente-se o centro de seu universo pessoal. É a descoberta de si mesmo, de sua criatividade, o reconhecimento de si. Quer ser en-tronado enquanto Rei, e legitimado em sua descober-ta. Dono de um brilho pessoal inato (o Sol), o leonino atrai para si as atenções e os olhares. Quando ainda em estado mais infantil pode ser bastante egocentra-do. Entretanto, em estado mais maduro e consciente de seu papel (irradiar luz), pode ser generoso e com-passivo. Importante lembrar que sem a Luz Solar não haveria vida na Terra. No físico rege o coração, centro cardíaco, onde re-side a Chama da Vida. Guardião dos sentimentos mais nobres e da alma humana, o coração é o centro integrativo da Consciência. O chamado Caminho do Meio. A essência do Ser reside neste lugar, por isto ele é a morada do poder criativo de cada um, des-de a arte como um todo, até outros seres humanos, os filhos. Em Leão estamos potencialmente plenos. Buscamos reforçar o senso de auto-estima pelo reco-nhecimento deste poder e força. Em Leão, de posse de nós mesmos e daquilo que acreditamos ser nossa força de auto-expressão no mundo, o próprio eu, nos lançamos na vida prática para aplicar todos os recur-sos que temos disponíveis. Leão adora brincar, se divertir e repousar. Gosta de ser mimado, afinal nin-guém é de ferro! Como signo fixo tem dificuldade de lidar com mudanças e não costuma ser muito flexível. Afinal é ele quem manda! Seu oposto complementar é Aquário (o eu coletivo).

Virgem, signo mutável, elemento terra, regido por Mer-cúrio, com início dia 23 de agosto, às 8h20, horário de São Paulo.Virgem, o sexto signo, corresponde à sexta casa. É nela que vamos colocar em prática e aplicar os re-

cursos descobertos na quinta casa. Virgem estado li-gado ao cotidiano, ao trabalho, e à saúde. É um signo prático, que visa a aplicabilidade das coisas sejam elas idéias ou objetos. Em nossa jornada buscamos pela perfeição do ser e neste momento virgem, esta-mos exatamente nesta busca. Por esta razão Virgem preza os detalhes, a ordem e pode mesmo se mostrar um tanto perfeccionista. Virgem é o signo da técnica, do pensamento cognitivo, da mente concreta. Regi-do por Mercúrio, face terra (em Gêmeos é a face ar), Virgem tem como função aprimorar o discernimento, o que o faz ser crítico e analítico. No corpo, corres-ponde ao intestino delgado, que separa tudo o que poderá ser aproveitado (vai para o sangue) e o que deverá ser eliminado do organismo (rins e intestino grosso): o trigo do joio. É o processo de purificação que se dá em vários níveis. Os virginianos têm uma mente aguçada, aguda. Normalmente céticos, têm raciocínio científico. Querem entender, saber como funciona e comprovar. Virgem também representa a Mãe e a um nível maior, a Mãe Terra. Faz eixo com Peixes, a mente abstrata, a espiritualidade. Por esta razão, em alguns casos os atributos se mesclam e encontramos virginiamos a serviço da humanidade. O servir (Virgem) com amor (Peixes). Por ter Mercúrio como planeta regente, Virgem assim com Gêmeos, tem o dom da fala e da escrita. Costumo dizer que Gêmeos coleta e Virgem analisa a informação. Signo feminino, também é nutridor e acolhedor, indepen-dente se homem ou mulher. Pelo atributo da busca pela purificação e perfeição Virgem também repre-senta a cura, a saúde, o arquétipo dos terapeutas e enfermeiros. Aqui completamos uma etapa da jorna-da. Vamos ultrapassar a linha do horizonte, levantar a cabeça e olhar para a frente, em direção ao outro. Seguindo a Roda, alcançada a Ordem em Virgem, prosseguimos em busca da Beleza, em Libra, na próxima Estação! Vamos juntos?

(*) Cristina Mallet teve sua trajetória profissional no mundo corporativo, como executiva em empresas de publicações voltadas à Tecnologia e Telecomuni-cações. Em paralelo, estuda Astrologia desde 1978. Atualmente, é astróloga e empresária – sócia proprietária da Arjuna Livraria e Espaço (55 11 3815-8026 - www.livrariaarjuna.com.br). Ministra palestras e cursos sobre Astrologia e também sobre a Fraternidade Branca. É reikiana e iniciada em Magnified Healing®. Faz atendimentos astrológicos na Arjuna e no Hotel Ponto de Luz, onde faz parte da equipe de terapeutas.

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