estação de trabalho para profissionais de projeto

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Iniciação - Revista de Iniciação Científica, Tecnológica e Artística Edição Temática: Comunicação, Arquitetura e Design Vol. 3 no 1 - janeiro de 2014, São Paulo: Centro Universitário Senac ISSN 2179474 X © 2014 todos os direitos reservados - reprodução total ou parcial permitida, desde que citada a fonte portal de revistas científicas do Centro Universitário Senac: http://www.revistas.sp.senac.br e-mail: [email protected] Estação de trabalho para profissionais de projeto Workstation for design professionals Karin Frey Weege¹, Valéria Fialho² ¹Estudante do Centro Universitário SENAC Bacharelado em Design Industrial ² Professora do Centro Universitário SENAC [email protected], [email protected] Resumo. Este trabalho tem como objetivo projetar uma mesa de trabalho para profissionais das áreas de projeto, buscando atender suas necessidades de uso como a falta de espaço na superfície de apoio, organização e armazenamento. Para o desenvolvimento deste trabalho, foram pesquisados o espaço de trabalho, mesas de escritório existentes, materiais e sistemas de ferragens concebendo um conceito para o projeto. Palavras-chave: mesa de trabalho, estação de trabalho, escrivaninha. Abstract. This work aims to design a desk for project professionals seeking to meet their needs for use as a lack of space on the surface of support, organization and storage. To develop this study, we investigated the workspace, existing office desks, materials and systems designing a concept for the project. Key words: desk, workstation, davenport, bureau.

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Artigo publicado na Revista Iniciação – edição Vol. 3, nº1, Ano 2014 Publicação Científica do Centro Universitário Senac - ISSN 2179-474X Acesse a edição na íntegra! http://www1.sp.senac.br/hotsites/blogs/revistainiciacao/?page_id=13 Resumo Este trabalho tem como objetivo projetar uma mesa de trabalho para profissionais das áreas de projeto, buscando atender suas necessidades de uso como a falta de espaço na superfície de apoio, organização e armazenamento. Para o desenvolvimento deste trabalho, foram pesquisados o espaço de trabalho, mesas de escritório existentes, materiais e sistemas de ferragens concebendo um conceito para o projeto.

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Iniciação - Revista de Iniciação Científica, Tecnológica e Artística Edição Temática: Comunicação, Arquitetura e Design Vol. 3 no 1 - janeiro de 2014, São Paulo: Centro Universitário Senac ISSN 2179474 X © 2014 todos os direitos reservados - reprodução total ou parcial permitida, desde que citada a fonte portal de revistas científicas do Centro Universitário Senac: http://www.revistas.sp.senac.br e-mail: [email protected]

Estação de trabalho para profissionais de projeto

Workstation for design professionals

Karin Frey Weege¹, Valéria Fialho²

¹Estudante do Centro Universitário SENAC

Bacharelado em Design Industrial

² Professora do Centro Universitário SENAC

[email protected], [email protected]

Resumo. Este trabalho tem como objetivo projetar uma mesa de trabalho para profissionais das áreas de projeto, buscando atender suas necessidades de uso como a falta de espaço na superfície de apoio, organização e armazenamento. Para o desenvolvimento deste trabalho, foram pesquisados o espaço de trabalho, mesas de escritório existentes, materiais e sistemas de ferragens concebendo um conceito para o projeto.

Palavras-chave: mesa de trabalho, estação de trabalho, escrivaninha.

Abstract. This work aims to design a desk for project professionals seeking to meet their needs for use as a lack of space on the surface of support, organization and storage. To develop this study, we investigated the workspace, existing office desks, materials and systems designing a concept for the project.

Key words: desk, workstation, davenport, bureau.

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1. Introdução

A mesa de trabalho é uma das peças de mobiliário mais importantes dentro de uma empresa e é fundamental para a eficiência do trabalho, dando todo o suporte de organização e superfície necessária para diversas atividades funcionais. O tema deste trabalho de conclusão de curso surgiu da constatação da existência de dificuldades existentes na utilização de mesas de trabalho nos escritórios de design e arquitetura, caracterizado pela atividade projetual e nos quais se faz necessária a presença de maiores superfícies de apoio e formas eficazes de armazenamento de materiais de trabalho. No livro The designer’s workspace: ultimate office design de Douglas B. Caywood são mostrados diversos escritórios de design e arquitetura de diferentes tamanhos. Caywood (2004) afirma que os escritórios de design normalmente possuem mesas acima do tamanho que é considerado padrão, ou seja, maior que os tamanhos de mesas de trabalho utilizadas em outros tipos de escritório.

The designer’s office typically includes oversized desk and layout space for drawings. The industry has changed in the last two decades from a manual drafting table to a computer station. With these changes, mobility has become priority for tables, carts, and seating to make the design space most versatile. (CAYWOOD, 2004, P. x)

Nos escritórios são compradas mesas sob medida ou mesas fabricadas em grande escala. As mesas que são fabricadas em grande escala são as mesas que são utilizadas para diversos tipos de escritório com superfícies de tamanho padrão.

Este trabalho tem como objetivo criar uma mesa de trabalho que seja funcional para o público de profissionais de projeto, atendendo às peculiaridades da atividade.

2. Evolução do espaço de trabalho

Cláudia Andrade (2007) fala do ambiente de trabalho, a partir do século XIX, afirmando que até o final daquele século o escritório era formado de mesas de madeira escura onde os funcionários se sentavam ao lado do seu superior. Todos os funcionários do escritório eram homens e seu único material de trabalho era a caneta tinteiro.

Forty (2007) comenta que algumas escrivaninhas possuíam tampas corrediças para maior privacidade. Outras escrivaninhas possuíam tampos inclinados para apoiar livros, assim o funcionário poderia trabalhar em pé ou sentado porem dava ao funcionário uma privacidade, pois seu trabalho era difícil de ser supervisionado, só poderia ser visto por cima de seus ombros. À procura de maior eficiência no trabalho foi resolvido tirar a tampa corrediça e os tampos inclinados.

A partir do século XX, houve um aumento de funcionários pelo crescimento das empresas e, com isso, foi necessário criar um novo sistema de organização nos escritórios. O sistema criado foi o Bullpen, mais conhecido por Taylorismo, criado por Taylor com a ideia de organizar o ambiente de trabalho como uma fábrica onde cada um fazia uma única função, uma pequena parte do trabalho como nas linhas de montagem de uma fábrica, para maior rapidez, extraindo o máximo da produtividade de seus empregados, explica Andrade (2007).

Com a aplicação deste sistema, os supervisores foram separados de seus funcionários ganhando salas fechadas nos andares mais altos dos escritórios e possuíam mobiliários luxuosos, assim mostrando superioridade.

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Forty (2007) afirma que com a adaptação do Taylorismo, cada funcionário tinha uma tarefa. Com isso foram criados mobiliários que se adequassem a função de cada funcionário para que reduzisse a fadiga e tivessem fáceis mudanças de posicionamento durante seu trabalho, assim melhorando seu desempenho.

Complementando com Andrade (2007) que afirma que todas as partes do mobiliário eram estudadas de acordo com a função do funcionário assim como o número de gavetas, o acabamento e suas dimensões eram estudados. Porém, quanto maior o seu nível hierárquico, o mobiliário era mais luxuoso com mais gavetas, maior dimensão mesmo sem a necessidade. Além disto, com o aparecimento das máquinas de datilografia foram contratadas mulheres para sua operação deixando os homens nos cargos executivos.

Adrian Forty (2007) acrescenta que especialistas acreditavam que a padronização da mobília traria melhores resultados no trabalho. Então a mobília foi padronizada. Porem, o a hierarquia dos trabalhadores era definida por suas escrivaninhas, assim, a escrivaninha dos escriturários era menor que a dos executivos mesmo sabendo que o executivo não necessitava de uma mesa de um tamanho maior que a de um escriturário.

Em 1910, foram divididas em departamentos as funções dos funcionários assim, voltando a ter móveis planejados para cada função do escritório. Em 1920 começaram a utilizar os estudos de postura nos escritórios, que já eram aplicados nas fábricas. Assim, foram projetadas cadeiras baseadas nas utilizadas nas fábricas. Elas eram ajustáveis e feitas de aço com estofados, confortáveis porem, com aparência industrial trazendo a aparência da indústria para dentro do escritório.

A escrivaninha é o móvel mais usado no escritório. O empregado está sentado a ela constantemente. O mais alto tipo de eficiência do trabalho em uma escrivaninha é obtido quando o próprio móvel é constituído e arranjado de tal forma que não se torne um obstáculo ao progresso do trabalho de uma pessoa, mas, ao contrário, a ajude de todos os modos possíveis. (SCHULZE, 1913, p. 62 apud FORTY, 2007, p. 173)

Com a adaptação do novo sistema, mobiliários e divisões hierárquicas, o taylorismo interfere também na arquitetura do espaço de trabalho, comenta Andrade (2007).

Depois da guerra, os alemães criaram o sistema de Landscape Office, ou seja, Escritório Panorâmico onde a intenção era tirar todas as divisórias do escritório para maior facilidade de comunicação entre as áreas. Andrade (2007) conclui que com esse sistema, o escritório tinha às vezes uma aparência de caos. Havia também plantas e obras de arte para trazer para o escritório um pouco de informalidade.

Adrian Forty (2007) ressalta que, em grande parte dos escritórios, os mobiliários perderam o ar fabril e incorporaram o design contemporâneo com mobiliários de alto padrão e de aparência de mobiliários domésticos, e era utilizado para atrair funcionários para trabalhar naquela empresa. Os mobiliários eram feitos de madeira clara, para fugir da aparência dos mobiliários pré-guerra, com estrutura de tubos metálicos e cadeiras com cores vivas.

Andrade (2007) acrescenta que com a ideia de deixar o ambiente mais aberto para facilidade de fluxos, começaram a utilizar estações de trabalho modular em “L”. Herman Miller, em 1960, desenvolve um sistema de móveis para escritório chamado Action Office System que traziam junto com as mesas de trabalho, diferentes tipos e armários, móveis autoportantes e biombos para dividir áreas de trabalho. Assim fazendo surgir outro layout de escritório chamado Open Plan, ou seja, Escritório de Planta Livre. Oferecendo divisórias de diferentes tamanhos dando maior ou menor

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privacidade, fazendo com que o funcionário focasse mais no trabalho. As divisórias ajudaram nos problemas de acústica e as estações de trabalho trouxeram soluções para a necessidade de espaço para as tecnologias da época como o telefone e computadores. Os supervisores voltaram a ficar em salas fechadas, mas desta vez salas feitas com biombos.

Cláudia Andrade (2007) comenta que com o tempo, os sistemas de estação de trabalho foram evoluindo junto com a tecnologia e se adaptando com a necessidade das empresas. Entre elas a necessidade de mobiliários compactos e que servissem de suporte para todas as tecnologias novas e conectividades elétricas. Outras mudanças no mobiliário foram a favor do bem estar do funcionário. Os móveis ganharam bordas arredondadas, alturas diferenciadas para monitor e teclado, regulagem e altura nas cadeiras, apoios para os pés, entre outros, com essa evolução foi criado o Escritório Aberto que é o escritório formado por estações de trabalho com divisórias que não passam de 1,20 metros de altura.

Outro modelo de sistema de organização de um escritório é o Escritório Fechado que é o escritório todo dividido por paredes ou divisórias que é o tipo de escritório onde se necessita maior concentração no seu trabalho.

Também existe o modelo Escritório Aberto/Fechado que é uma mistura dos dois onde, os que têm salas fechadas, são por divisão hierárquica ou pela atividade exercida.

Outro modelo que Andrade (2007) comenta, é o Escritório Territorial (Universal Plan).

Muitas organizações utilizam-se de uma variação do Universal Plan que limita as estações de trabalho a três diferentes tamanhos. Um tamanho acomoda 80% ou mais dos profissionais da área de suporte e funcionários de baixo escalão. Outro acomoda 15% do total dos funcionários e seria a estação destinada à gerência. Os 5% restantes, representando somente algumas poucas estações, são destinados ao alto escalão da empresa, pessoas como o presidente e vice-presidentes. Esse esquema pode ser aplicado em diferentes tipos de indústrias e em organizações dos mais diferentes tamanhos. (BECKER/STEELE, 1995, p.53 apud ANDRADE, 2007, p.63)

Com as tecnologias como o fax, computador, laptop, celular e internet, começou a ser possível as pessoas trabalharem fora dos escritórios, assim criando os Escritórios Não-Territoriais (Non territorial Offices) também chamados como Escritórios Alternativos (Alternative Officing) ou, como conhecido no Japão, Just-in-Time. Com a possibilidade de ter um escritório virtual surge a oportunidade de trabalhar em casa, conhecido como Home Offices, em hotéis, que são mais utilizados para reuniões em suas salas reservadas (Hoteling), em Free Address, que consiste em baias de trabalho alugadas, outra alternativa seria o Red Carpet Club que é uma mistura dos dois últimos sistemas disponibilizando salas fechadas, lugares abertos, salas de reuniões e também áreas informais como cafeterias.

De acordo com Mengatto (2012), as escrivaninhas residenciais não possuem espaço suficiente para acomodação de materiais de escritório além dos aparatos que a tecnologia trouxe a mais como por exemplo: cabos, mouse, impressora, teclado, caixas de som, entre outros.

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A tecnologia dos equipamentos de informática substituiu a importância dada à escrivaninha. O espaço de trabalho da antiga escrivaninha, que atendia a administração da casa, começou a competir com o espaço de trabalho do computador, somado a este, periféricos e materiais de escritório necessários à escrita, leitura e manuseio de materiais. (MENGATTO, 2012, p.6)

Os materiais de trabalho sempre foram responsáveis pela evolução e mudança do formato da mesa de trabalho por causa de seu uso e armazenamento. Assim como podemos ver como o uso do computador influencia no desenho das escrivaninhas atuais.

Outra observação de Mengatto (2012) é de que as escrivaninhas estão ficando cada vez mais simples, sem suporte para materiais as deixando parecidas com as mesas de jantar e ficando indistinguíveis pela falta da forma de acordo com a função de seu uso.

No lar, o design de escrivaninha tornou-se, ‘em alguns casos, indistinguível da mesa de jantar contemporânea’, contradizendo o princípio de gerar formas de móveis a partir de estudos do trabalho. (FORTY, 2007, P.195 apud MENGATTO, 2012, p.42)

Nos últimos anos, novos lançamentos já consideram, ou sugerem o trabalho em domicílio menos como tendência, mas como realidade. Em edifícios, as plantas possibilitam a substituição de um quarto pelo home Office 1 (MENGATTO, 2012, p.17)

3. Referências de projeto

Como referências para o projeto foram pesquisadas mesas de trabalho de diversas funções como: mesas para diretor, escrivaninhas de uso doméstico, sistemas de mesas que podem ser montadas de diversas formas de acordo com a necessidade do usuário, mesas compactas e linhas que incluem mesa e gabinete.

Em cada objeto foram pesquisados seus materiais, suas dimensões, preço e sistemas diferentes aplicados em cada. Com isso, podemos ter uma ideia melhor das que já existem no mercado, os materiais mais utilizados e sistemas criados para solucionar problemas como armazenamento de cabos, materiais de trabalho, documentos, livros e partes dos computadores como teclados, CPU entre outras coisas.

Após a pesquisa feita, podemos perceber que a maioria das mesas de trabalho possuem materiais como madeira compensada com acabamento em laminado para

1 Entre tantas denominações para o trabalho à distância na moradia é comum ouvir terminologias como, gabinete de trabalho, sala de trabalho, escritório particular, bureau doméstico, estúdio, posto de trabalho, estação de trabalho, escritório informatizado residencial, Workstation, free address e ainda as seguintes terminologias especificadas por Rizzatti (2008): home-office, teletrabalho, s.o.h.o. (small office, home office), escritório doméstico, escritório virtual, trabalho fisicamente descentralizado, trabalho remoto, trabalho à distância, home based business, trabalho móvel, teleworking, telecomutação, trabalho em casa.” (MENGATTO, 2012, p.17)

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maior durabilidade do tampo, pernas de metal ou madeira e outras partes de madeira expostas como as laterais do tapo e gavetas muitas vezes com acabamento laqueado.

Importante também observar que, grande parte das escrivaninhas possuem espaços para armazenamento de materiais às vezes em forma de gaveta, prateleiras ou até mesmo possuem um gabinete da mesma linha para ser adicionado e também possuem espaço para o armazenamento de cabos e adaptadores de tomadas que ficam de baixo de um tampo em cima da própria mesa ou então gavetas ou cestos em baixo da mesma.

Ao comparar as dimensões das mesas podemos perceber que a altura varia de 60,96cm a 83,82 cm, porém com a maioria delas com a altura de 75cm. A largura varia de 120cm a 250cm, com a maioria das mesas com largura de 150cm. Sua profundidade varia de 50cm a 110cm, com a maioria com tamanhos entre 60cm e 80cm. Com essas comparações podemos ter conhecimento de um tamanho médio utilizado nas mesas de trabalho.

4. Organização e ergonomia

Lyon (1994) diz que existem dois tipos de trabalho: um deles é o “do tipo que fala no telefone” e o outro, “o que não tem relógio” distinguindo o grupo que tem horário de trabalho do grupo dos escritores, os que visualizam as coisas e os inventores. Assim conclui que os que criam não têm horário de trabalho, podem passar madrugadas trabalhando e para isso devem estar bem equipados.

A ideia deste trabalho é utilizar como público alvo designers e arquitetos que é uma parte do grupo que Lyon (2004) chama de criadores, os que não têm horário, os criadores que levam seu trabalho, nem que seja em pensamento, para casa. Pessoas que utilizam mais materiais de trabalho como, por exemplo, diferentes folhas de papel com tamanhos maiores, diferentes tipos de lápis, canetas, marcadores entre outros.

Após as pesquisas realizadas, foi comprovada a necessidade de locais de trabalho confortáveis para o trabalho do público escolhido definindo conforto como área com espaço suficiente para a realização do trabalho e organização de seus materiais. Em questões ergonômicas, as únicas preocupações são com a altura da mesa, apoio do braço na superfície, pernas da mesa e profundidade para que caibam as pernas do usuário e gaveteiros que não atrapalhem movimentos de sentar e levantar.

Tabela 1. Materiais e seus planos de uso/armazenamento

Material Planos de uso

Planos de uso Plano reto ou inclinado

Papel (antes ou após seu uso) Gavetas, pastas ou tubos

Canetas/lápis Porta-lápis (plano reto) ou gavetas

Luminária Plano reto

Computador/mouse/teclado Plano reto

Mesa Digitalizadora (Tablet) Plano reto ou inclinado

Réguas Gavetas ou pastas

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Figura 1. Recomendações para o monitor e plano de trabalho.

Figura 2. Recomendações para o monitor e plano de trabalho.

Figura 3. Recomendações de medidas para planos de trabalho.

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5. Desenvolvimento do projeto

Definição da forma

Durante o desenvolvimento do projeto são analisadas forma e função do produto criado e evoluindo seu desenho de acordo com falhas encontradas nos projetos. Para que isso aconteça, além dos croquis são realizados modelos em escala dos croquis mais interessantes para teste de mecanismos, proporção e visualização melhor do produto. Assim como também foram feitos modelos em 3D para visualização com as medidas ideais do projeto.

As funções estudadas e aplicadas no desenvolvimento do projeto até seu resultado final foram: espaço suficiente para o trabalho, espaço para armazenamento, conforto, adaptação da mesa ao usuário e adaptação da mesa ao ambiente de trabalho em relação ao seu espaço (extensão e compactação ou adição e subtração de módulos em um sistema). Assim tentando aplicar a maior parte destas opções para o conforto do usuário em sua mesa de trabalho.

Objetos versátiles, que reúnen distintas funciones en una sola pieza, muebles que se repliegan o que se expanden, cabinas y despachos transportables son algunas de las muestras de un cambio que refleja el flujo vital del individuo en relación con su vida y con su trabajo (LINEA EDITORIAL, 2006, p.08)

Os croquis das figuras 4 e 5 mostram ideias de um sistema de mesas a partir de três peças o tampo, as pernas e gabinete podendo substituir as pernas pelo gabinete. A pasta de arquivamento nas laterais deles é um acessório colocado à parte. O tampo da mesa tem como ideia a utilização de madeira compensada e com acabamento laminado apenas na superfície de cima do tampo assim, deixando as camadas do laminado à mostra nas suas laterais, o mesmo acontece com o tampo do gabinete e sua prateleira. As gavetas do gabinete e da mesa não contêm puxadores, no lugar deles, é recortado uma das partes da gaveta assim, facilitando o manuseio e economizando material.

Figura 4. Croqui mesa e gabinete.

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Figura 5. Croqui sistema de mesa e gabinete com duas aplicações.

A figura 6 é outra opção de aumentar a superfície de trabalho através da porta do armário aberta. Para aumenta lá seria deslizada uma parte do tampo e abaixada a porta do armário no vão criado. Apesar de esta opção conter locais de armazenamento, é possível analisar que o uso dó armário é restrito pela necessidade de movimentação de seu tampo.

Figura 6. Croqui da mesa armário e tampo deslizante extensível.

Figura 7. Croqui da mesa extensível.

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Figura 8. Croqui com detalhes explicativos.

Figura 9. Croqui mesa extensível e inclinável com pernas e armazenamento de cabos traseiro.

Nos croquis das figuras 7, 8 e 9 há uma demonstração de ideias de tampo para uma mesa onde um dos seus tampos ou os dois, como mostra na figura 7, se deslizam sobre trilhos e abaixo há uma superfície de vidro jateado, com tamanho suficiente para suporte de uma folha de tamanho A2, que pudesse ser inclinada ou alinhada com

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as outras superfícies aumentando a área de trabalho. O vidro jateado seria uma aplicação de uma mesa de luz com uma iluminação abaixo dela que, teria a possibilidade de ser ligada e desligada. Outra característica importante de adicionar o vidro é a possibilidade de utiliza-lo como superfície de corte ao uso do estilete. A outras duas superfícies teriam acabamentos diferenciados como madeira envernizada e madeira laqueada ou com aplicação de fórmica. Nestes croquis ainda não foram apresentadas as pernas da mesa e de locais de armazenamento de materiais.

O croqui da figura 9 é um avanço dos croquis anteriores trazendo com ele pernas em formato de cone e uma parte traseira dividida em três partes onde podem ser retiradas para armazenamento de sistemas elétricos internos e ao serem fechadas contém duas saídas para cabos, uma em cada canto, assim tendo acesso também quando a mesa for estendida. Nesta ideia de projeto ainda há o problema de armazenamento dos materiais necessitando de um armário ou gabinete.

Partindo destes croquis, foi feito um modelo em escala papelão para observar o funcionamento desta peça. O modelo tinha problemas no apoio do tampo que abria e o seu tampo extra que encaixava para aumentar a superfície dava muito trabalho manual ao usuário. A mesa de luz foi um objeto excluído do projeto por haverem versões mais versáteis no mercado.

Figura 10. Modelo

com tampo fechado

Figura 11. Modelo

com tampo aberto

A partir das falhas encontradas no croqui anterior, foi desenvolvido outro croqui com a ideia de ampliação de tampo através de rotação em um eixo. A mesa continha dois tampos, um abaixo do outro onde o tampo inferior gira em torno de um eixo na sua lateral. Assim, foi desenvolvido um modelo de teste sem escala para visualização do sistema de eixo. Com o teste do modelo em papelão foi observado que o tampo que rotaciona necessitaria de pernas de apoio.

Figura 12. Croqui mesa com dois tampos. Figura 13. Modelo em papelão semi-aberto.

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Figura 14. Abertura do tampo. Figura 15. Modelo em papelão fechado.

A partir destas falhas encontradas, outro croqui foi desenvolvido com pernas que se moviam junto com o tampo inferior da mesa. Junto com esta ideia foi desenvolvida a inclinação do tampo superior. Então foi feito seu modelo em escala 1:10 para teste. Foi observado que com o tampo principal sendo inclinado por inteiro seria necessário mudar de lugar objetos como computador, porta-lápis e todo material que estiver em uso antes de sua inclinação.

Figura 16. Modelo em escala 1:10 com tampo inclinável no tampo principal

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Figura 17. Modelo em escala, Figura 18. Modelo em escala aberto.

detalhamento inclinação.

A mesa que se inclina foi transferida para a superfície de baixo onde não seria possível ser inclinada por inteira pelas mudanças de posição da mesa. Foram feitos alguns estudos de pernas e também um modelo teste com escala 1:10 e foi percebido que o tamanho total da mesa seria inviável para um espaço de trabalho. A única solução para diminuir este tamanho seria diminuir o tamanho do tampo inclinável o que resulta em um tampo inclinável para folhas de tamanho A3 que não necessita deste. Outra opção seria voltar para a ideia do tampo principal inclinar.

Figura 19. Modelo em 3D aberto.

Foi resolvido deixar a mesa com um tamanho fixo já com o tamanho suficiente para o uso de seu publico alvo e nele, continua a ter uma parte inclinável de tamanho suficiente para uma folha A1 e uma parte fixa para o apoio de objetos.

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Desenvolvimento do modelo final:

Figura 21. Estudo de pernas e superfície

Figura 20. Croqui estudo da mesa de tampo fixo. Figura 22. Estudo de pernas e superfície

Figura 23. Estudo de pernas e superfície Figura 24. Estudo de pernas e superfície

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Figura 25. Modelo escolhido para definição do projeto.

Detalhamento

Com a área de trabalho resolvida foi então estudado locais de armazenamento de materiais. Com isso, foi decidido ter uma gaveta onde coubessem folhas de papel de tamanhos grandes e outros objetos. Além da gaveta foram adicionados portas-treco em sacos de tecido de tamanhos diferentes, que podem ser retirados para sua limpeza, na parte de trás da mesa onde podem ser colocados materiais de trabalho desde canetas até livros e desenhos enrolados em canudos. Outro porta-treco desenvolvido foi o da lateral da mesa. O porta-treco é feito de madeira com tecido que pode ser retirado da estrutura para sua lavagem. Este porta-treco tem como função de ser suporte de pastas de desenho, canudos, folhas de papel, ser utilizado como lixo de papel ou ser desativado fechando-o rente a lateral da mesa.

Os sistemas utilizados na mesa foram dobradiças para o tampo inclinável, haste de inclinação e porta-pasta. Nas gavetas a utilização de trilhos.

Materiais

Toda a mesa e sua estrutura são de placas de madeira compensada de medidas:

-3mm: Fundo das gavetas;

-1cm: Gavetas e fechamento traseiro;

-1,5 cm: Tampo da mesa, gavetas e porta pastas lateral;

-2,5 cm: Estruturação do tampo;

Obs.: Tampo com acabamento laminado/fórmica.

Pernas da mesa e vigas em madeira maciça (Eucalipto):

-5cm x 5cm: Pernas da mesa;

-3cm x 3cm: Vigas estruturais nas pernas da mesa;

Sacos na parte de trás da mesa e dos porta-pasta feitos em lona. Sacos do portas-pasta contém botões de pressão para prendê-los na estrutura da mesa e os sacos porta-treco com uma estrutura interna em madeira para encaixe no suporte.

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A inclinação da prancheta e a abertura do porta treco são feitos através de uso de dobradiças de piano. O suporte da inclinação da prancheta também é utilizada uma dobradiça comum de tamanho reduzido podendo ser também a de piano cortada em um tamanho menor.

Figura 26. Modelo em escala 1:5 pronto sem portas-treco ainda em confecção.

Figura 27. Modelo em desenho 3D.

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Figura 28. Desenho 3D prancheta inclinada.

Figura 29. Desenho 3D em uso com computador e prancheta inclinada.

6. Considerações Finais

No decorrer do trabalho foram desenvolvidas ideias que, através de testes, descobriu-se serem inviáveis para sua concepção ou uso assim como mostrado no Capítulo 5 - Desenvolvimento do projeto. Estes estudos foram indispensáveis para o desenvolvimento do projeto final.

O objetivo deste trabalho era criar uma mesa de trabalho que suprisse as necessidades de um profissional da área de projeto. Entre essas necessidades estão: espaço na superfície de trabalho, espaço para armazenamento e organização do material de trabalho. Estes pontos parecem estar resolvidos no projeto definido, portanto, poderiam ser adicionadas ainda divisórias em uma das gavetas para maior organização para uma melhoria no projeto.

Outro ponto que precisaria ser estudado novamente para algumas modificações para melhoria no projeto seriam suas dimensões; mesmo com grandes mudanças no desenvolvimento do projeto podemos observar que a mesa de trabalho ainda tem um tamanho significativamente grande. De acordo com a necessidade dos usuários poderiam ser criadas também mesas com áreas de trabalho menores já que esta é baseada em uma folha de papel A1. Uma mesa com dimensões baseadas em uma folha de papel A2 a A3 seriam mais viáveis para um escritório menor. Porém, o projeto chegou ao objetivo esperado com um resultado satisfatório.

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Referências

ANDRADE, Cláudia Miranda Araújo de. A história do ambiente de trabalho em edifícios de escritórios: Um século de transformações. São Paulo: C4, 2007.

CAYWOOD, Douglas B. The designer’s workspace: ultimate office design. Burlington: Architectural Press publications, 2004.

FONTOURA, Ivens. Uma visão do design moveleiro latino-americano: dez edições, dezoito anos. Bento Gonçalves: Salão design Móvelsul, 2006.

FORTY, Adrian. Objetos de desejo – Design e sociedade desde 1750. São Paulo: Cosac Naify, 2007.

LIMA, Marco Antonio Magalhães. Introdução aos materiais e processos para designers. Rio de Janeiro: Ciência Moderna, 2006.

LINEA EDITORIAL, S.L.. Diseño de muebles de oficina. Barcelona: Maomao publicatons, 2006.

LYON, Todd. Desk: Chic Simples Components. Londres: Thames and Hudson/Chic Simple, 1994

MADEIRAS: material para o design. São Paulo: Secretaria da Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Econômico: Programa São Paulo, 1997.

MENGATTO, Suzete Nancy Filipak. Critérios para o design de estação de trabalho informatizada residencial 2012. Tese (doutorado) Faculdade de arquitetura e Urbanismo, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2012.

Lista de Imagens

Figura 01. Recomendações para o monitor e plano de trabalho. Fonte:

(MENGATTO, 2012, p.61).

Figura 02. Recomendações para o monitor e plano de trabalho. Fonte:

(MENGATTO, 2012, p.61).

Figura 03. Recomendações de medidas para planos de trabalho. Fonte: (MENGATTO, 2012, p.62).

Figura 04. Croqui mesa e gabinete. Fonte: Autor próprio.

Figura 05. Croqui sistema de mesa e gabinete com duas aplicações. Fonte:

Autor próprio.

Figura 06. Croqui da mesa armário e tampo deslizante extensível. Fonte: Autor

próprio.

Figura 07. Croqui da mesa extensível. Fonte: Autor próprio.

Figura 08. Croqui com detalhes explicativos. Fonte: Autor próprio.

Figura 09. Croqui mesa extensível e inclinável com pernas e armazenamento de cabos traseiro. Fonte: Autor próprio.

Figura 10. Modelo com tampo fechado. Fonte: Autor próprio

Page 19: Estação de trabalho para profissionais de projeto

Iniciação - Revista de Iniciação Científica, Tecnológica e Artística - Vol. 3 no 1 - janeiro de 2014 Edição Temática: Comunicação, Arquitetura e Design

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Figura 11. Modelo com tampo aberto. Fonte: Autor próprio.

Figura 12. Croqui mesa com dois tampos. Fonte: Autor próprio.

Figura 13. Modelo em papelão semi-aberto. Fonte: Autor próprio.

Figura 14. Abertura do tampo. Fonte: Autor próprio.

Figura 15. Modelo em papelão fechado. Fonte: Autor próprio.

Figura 16. Modelo em escala 1:10 com tampo inclinável no tampo principal. Fonte: Autor próprio.

Figura 17. Modelo em escala, detalhamento da inclinação. Fonte: Autor próprio.

Figura 18. Modelo em escala aberto. Fonte: Autor próprio.

Figura 19. Modelo em 3D aberto. Fonte: Autor próprio.

Figura 20. Croqui estudo da mesa de tampo fixo. Fonte: Autor próprio.

Figura 21. Estudo de pernas e superfície. Fonte: Autor próprio.

Figura 22. Estudo de pernas e superfície. Fonte: Autor próprio.

Figura 23. Estudo de pernas e superfície. Fonte: Autor próprio.

Figura 24. Estudo de pernas e superfície. Fonte: Autor próprio.

Figura 25. Modelo escolhido para definição do projeto. Fonte: Autor próprio.

Figura 26. Modelo em escala 1:5 pronto sem portas-treco ainda em confecção. Fonte: Autor próprio.

Figura 27. Modelo em desenho 3D. Fonte: Autor próprio .

Figura 28. Desenho 3D prancheta inclinada. Fonte: Autor próprio.

Figura 29. Desenho 3D em uso com computador e prancheta inclinada. Fonte:

Autor próprio.