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Geotecnia de Fundações TC 041
Vítor Pereira [email protected]
Agosto 2018
Curso de Engenharia Civil – 8º Semestre
ESTACA CRAVADA x ESCAVADA
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Cravação
• A cravação de estacas provoca:
• Compactação;• Fratura de grãos;• Alteração do estado de tensões no solo;• Aumento da poropressão;• Excesso de ruídos e vibrações.
Efeito em solo argiloso:Efeito em solo arenoso:
Cravação
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Escavação
• A escavação do solo provoca:
• Amolgamento do solo ao redor;• Possibilita averiguar a estratigrafia;• Cuidados no processo executivo (ferragem e
concretagem);• Nem sempre é possível garantir carga de ponta;• Descompressão do solo.
Escavação
• A escavação do solo pode ocasionardescompressão do terreno
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MECANISMOS DE TRANSFERÊNCIA DE
CARGA
Transferência de carga em estacas
• Podem trabalhar por:• Ponta;• Atrito + ponta;• Atrito;
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Transferência de carga em estacas
Estaca longa e delgada Estaca curta e robusta
Transferência de carga em estacas
• As solicitações impostas pelaestrutura são transferidas para omaciço através de um sistemahiperestático;
• Transferência é função dasdiferenças de rigidez entre omaterial da estaca e os estratos domaciço de solos;
• Para a mobilização da resistência deponta é necessário que o atritolateral tenha sido mobilizado, umavez que isso ocorre para pequenosdeslocamentos, ao contrário daresistência de ponta.
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Transferência de carga em estacas
• A transferência não se dá unicamente na interface estaca-solo,mas ao longo de um volume de solo, devido à continuidade domeio, com deslocamentos inversamente proporcionais àdistância da interface, até uma superfície tida como indeslocável
Transferência de carga em estacas
• A resistência de ponta deve ser analisada para cada tipode estaca;
• Em estacas escavadas, no geral, não é possível garantir aqualidade da ponta devido ao amolgamento do solo nabase da escavação;
• A resistência de ponta fica reduzida e, portanto, énecessário ter cautela ao considerar esse valor nacapacidade de carga da estaca.
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Transferência de carga em estacas
• Métodos para o estudo da transferência de carga:
• Método das curvas de transferência;• Métodos baseados na teoria da elasticidade;• Métodos numéricos;• Instrumentação em provas de carga em estacas;
Exemplo de instrumentação em provas de carga
• NIENOV, 2016.• Estacas ET4 (polímero) e ET5 (bentonita)
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Exemplo de instrumentação em provas de carga
• NIENOV, 2016.• Estacas ET4 (polímero) e ET5 (bentonita)
TUBULÃO
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Definição e características gerais
• São fundações de transferência de carga direta;• Assentes em profundidade:
• > 3 m;• >2 B.
• Descida de operário;• Base alargada: opcional
• Ângulo de 60°.• Diâmetro mínimo do fuste:
• 80cm.
Método construtivo (a céu aberto)
• Norma de segurança em escavações/NR 18, itens 18.6 e 18.20;
• Anexo J – NBR 6122/2010:
• Escavação manual ou mecânica do fuste;
• Conferir prumo e forma do fuste durante a escavação ;
• Alargamento da base:
• Manual;
• Mecânica.
• Descida de poceiro para retirada de material solto;
• Descida de engenheiro para confirmar a capacidade de cargaantes de concretagem;
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Método construtivo (a céu aberto)
• Alargamento da base:
• Manual;
• Mecânica.
Método construtivo (a céu aberto)
• Concretagem a seco logo após o término da escavação;
• Colocação da armadura;
• Concreto simples usando tremonha;
• Não é necessário utilizar o vibrador;
• Iniciar a execução de tubulões mais profundos primeiro;
• Trabalho simultâneo: distância mínima.
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Método construtivo (ar comprimido)
• NR 18/NR 15;
• Escavação Manual:
• Os trechos de revestimento descem junto coma escavação;
• Espessura da parede do revestimento: 20 cm;
• Escavação Mecânica:
• Uso de revestimento metálico;
• Mantém-se a água no interior do tubulão;
• Quando atingir a profundidade, instala-se acampânula.
Método construtivo (ar comprimido)
• Dimensionamento da camisa:
• Seguir NBR 6118 e 8800,considerando 1,5 x pressãode trabalho;
• gf=1,4, gc=1,4, gs=1,15;
• Espessura de sacrifício.
• Concretagem:
• Até chegar o N.A. é feita aar comprimido;
• O revestimento pode serrecuperado nessemomento.
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Ligação com o bloco de fundação
• Tubulões sem fluidoestabilizante:
• Concretar até 20 cmacima.
• Tubulões com fluidoestabilizante:
• Concretar até 50 cmacima (recomenda-se 80cm).
Ligação com o bloco de fundação
• Demolição:
• Martelos rompedores leves, ponteiros e marretas.
• Deixar 5 cm acima da base do bloco;
• Casos especiais:
• Topo do tubulão muito acima ou muito abaixo dacota de arrasamento.
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Especificação de materiais
• Concreto:
• Consumo de cimento mínimo: 300 kg/m³;
• Abatimento de 8 a 12 cm;
• Dmax: 25 mm (brita 2);
• fck ≥ 20MPa;
• Verificar integridade por meio de escavação (um porobra).
• Aço:
• Seguir especificação do projeto estrutural (NBR 6118 eNBR 8800);
• Deixar aberturas de 30 x 30 cm na armadura.
Fundações moldadas in loco
• Deve-se multiplicaro fck por 0,85 paraconsiderar adiferença entre osensaios laboratoriaise o concretomoldado in loco.
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Tolerância a recalques
• Com base em observações de cerca de uma centena deedifícios, Skempton & MacDonald (1956), associaram aocorrência de danos com valores limite para distorçãoangular δδδδ/ℓ, em que δδδδ é o recalque diferencial entre doispilares e ℓ a distância entre eles.
• Segundo Skempton & MacDonald (1956):
• δ/ℓ = 1:300 – trincas em paredes de edifícios;
• δ/ℓ = 1:150 – danos estruturais em vigas e colunas deedifícios correntes.
• Bjerrum (1963) e Vargas e Silva apresenta uma relaçãomais completa.
Tolerância a recalques
1/100 1/200 1/300 1/400 1/500 1/600 1/700 1/800 1/900 1/1000
Limite a partir do qual são temidas dificuldades com máquinas sensíveis a recalques.
Limite de perigo para pórticos com contraventamento.
Edifícios estreitos: não são produzidos danosou inclinações.
Limite de segurança para edifícios em que não são admitidas fissuras.
Edifícios largos: não são produzidos danos ou inclinações.
Edifícios largos (B>15m) fissuras na alvenaria
Edifícios estreitos (B<15m) fissuras na alvenaria
Limite em que são esperadas dificuldades com pontes rolantes.
Limite em que são esperadas as primeiras fissuras em paredes divisórias.
Edifícos estreitos: fissuras na estrutura e pequenas inclinações.
Limite em que o desaprumo de edifícios altos e rígidos se torna visível.
Edifícios estreitos: fissuras na estrutura, inclinação notável, necessidae de reforço.
Edifícios Largos: fissuras graves, pequenas inclinações.
Limite de segurança para paredes Flexíveis de alvenaria (h/l <1/4).
Limite em que são temidos danos estruturais nos edifícios em geral.Edifícios largos: fissuras na estrutura, inclinação notável, necessidade de reforço.
Bjerrum Vargas e Silva
←←←← δδδδ/ℓ
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Cálculo
Método de Poulos e Davis (1980)
• Estaca flutuante:
• ρ = recalque;
• P = carga na estaca;
• Es = Módulo de elasticidade do solo (média ponderada aolongo do fuste da estaca);
• d = Diâmetro do fuste da estaca;
• I = Io Rk Rh Rν.
dE
IP
s
=ρ
Camada rígida
L
hd
P
Es = Módulo de elasticidade do solo
νs = Coef. Poisson
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Método de Poulos e Davis (1980)
• Estaca de ponta:
• ρ = recalque;
• P = carga na estaca;
• Es = Módulo de elasticidade do solo (média ponderada aolongo do fuste da estaca);
• d = Diâmetro do fuste da estaca;
• I = Io Rk Rb Rν.
dE
IP
s
=ρ
Camada rígida
L
hd
P
Eb = Módulo de elasticidade do solo
νb = Coef. Poisson
Es = Módulo de elasticidade
do solo
νs = Coef. Poisson
Método de Poulos e Davis (1980)
• I0 = fator de influência para uma estaca;
• Rk = fator de correção pela compressibilidade real;
• Rh = fator de correção em uma camada finita de solo;
• Rb = fator de correção para a ponta em solo mais rígido,sendo Eb o módulo de Young do solo sob a base;
• Rν = fator de correção devido ao “ν” real.
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Método de Poulos e Davis (1980)
• Db = diâmetro da base;
• νs = coeficiente de Poisson do solo;
• K = (Ep Ra)/Es:• Ep = módulo de elasticidade da estaca:
• Ep concreto = 21000 a 28000 MPa;
• Ep aço = 205000 MPa;
• Ep madeira = 13600 MPa (eucalipto).
• Es = módulo de elasticidade do solo;
• Ra = Apmaterial / Apseção (para estaca maciça Ra =1).
Gráfico Io x L/d
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Gráfico Rb x Eb/Es
Exercício – Estimar o recalque da estaca
N = 4
N = 8
N = 12
N > 50
0,00
6,00
10,00
15,00
0,3 x 0,3
300 kN
Silte Argiloso
Silte Argiloso
Silte Arenoso
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Exercício – Estimar o recalque da estaca
0,00
6,00
10,00
N = 4
N = 8
N > 50
0,3 x 0,3
300 kN
Silte Argiloso
Silte Argiloso
ESTACAS INCLINADAS
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Conceito
• São estacas executadas forade seu eixo vertical, podendoter diferentes ângulos emrelação a horizontal.
• Em estacas sujeitas àcarregamentos laterais seutilizam estacas inclinadas, asquais possuem oinconveniente de serem dedifícil execução ou estacasverticais que absorvamesforços de flexo-compressãoe/ou flexo-tração.
Conceito
• A inclinação máxima possíveldessas estacas depende doequipamento de cravação aser utilizado, podendo atingiraté 45º.
• As estacas escavadas do tipohélice-contínua, tradorotativo, Franki e raiz são asque possibilitam execução deestacas inclinadas. Em relaçãoàs estacas cravadas, todaspossibilitam a inclinação,basta ter o equipamentocorreto.
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Aplicação
• Exemplos:
• Fundações de portos, pontes,piers por sofrerem impacto pelaatracação e amarração degrandes navios e das ondas;
• Estruturas que sofremterremotos (comum no Japão eCalifórnia);
• Estrutura off-shore pela açãodas ondas ou do vento;
• Estacas tracionadas comoocorre em aerogeradores, torresde transmissão de energia e detelefonia celular, que possuemsuperestruturas nas quais a açãode ventos é significativa;
Trapiche em Penha (SC).
Pier de Ipanema (RJ).
Aplicação
• Exemplos:
• Nas extremidades do aterro paraprevenir os deslocamentoslaterais;
• Para terrenos com mais de 10%de declividade algumas estacasdeverão ser inclinadas parasegurar a casa contra oescorregamento;
• Junto com a parede de estacaprancha simples. Normalmente,os cavaletes são usados emregiões de solos com baixacapacidade resistente ondeseriam necessários grandescomprimentos de ancoragem dostirantes;
• Fundação do muro de arrimodevido aos esforços transversaisexistentes no subsolo;
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Aplicação
• Exemplos:
• Nas extremidades do aterro paraprevenir os deslocamentoslaterais;
• Para terrenos com mais de 10%de declividade algumas estacasdeverão ser inclinadas parasegurar a casa contra oescorregamento;
• Junto com a parede de estacaprancha simples. Normalmente,os cavaletes são usados emregiões de solos com baixacapacidade resistente ondeseriam necessários grandescomprimentos de ancoragem dostirantes;
• Fundação do muro de arrimodevido aos esforços transversaisexistentes no subsolo;
Aplicação
• Exemplos:
• Nas extremidades do aterro paraprevenir os deslocamentoslaterais;
• Para terrenos com mais de 10%de declividade algumas estacasdeverão ser inclinadas parasegurar a casa contra oescorregamento;
• Junto com a parede de estacaprancha simples. Normalmente,os cavaletes são usados emregiões de solos com baixacapacidade resistente ondeseriam necessários grandescomprimentos de ancoragem dostirantes;
• Fundação do muro de arrimodevido aos esforços transversaisexistentes no subsolo;
Paredes de estaca prancha simples
(AGERSCHOU, 1983).
Paredes de estaca prancha com
plataforma de alívio (AGERSCHOU,
1983).
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Aplicação
• Exemplos:
• Nas extremidades do aterro paraprevenir os deslocamentoslaterais;
• Para terrenos com mais de 10%de declividade algumas estacasdeverão ser inclinadas parasegurar a casa contra oescorregamento;
• Junto com a parede de estacaprancha simples. Normalmente,os cavaletes são usados emregiões de solos com baixacapacidade resistente ondeseriam necessários grandescomprimentos de ancoragem dostirantes;
• Fundação do muro de arrimodevido aos esforços transversaisexistentes no subsolo;
Vantagens e Desvantagens
Vantagens
Desvantagens
Redução esforços horizontais; Redução do deslocamento do bloco;
Redução do efeito de bloco em grupos de estacas;
Dificuldade de execução, especialmente na presença de água;