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Roteiro Primeiros Socorros |Aula 30: Envenenamento: agentes causadores. Reconhecimento e condutas. | Aula 31: Acidentes com animais peçonhentos: reconhecimento e condutas. | Aulas 32/33: Acidentes específicos – Afogamento: atuação do socorrista frente à ocorrência; reconhecimento e condutas. ESS 2011 – 4º BPM/I 1Sgt PM GROSSI – 12GB/SEÇÃO DE OPERAÇÕES 1 Material de apoio para consultas: http://www.gliceugrossi.net [SENHA: ESS2011] [email protected] Programação Primeiros Socorros Acesse o material didático: - Aulas para visualização na Internet: - Anatomia | Primeiros Socorros - Defesa Civil | Prevenção e Combate a Incêndio Material de apoio para acompanhamento das Aulas: Procedimentos Operacionais Padrão DOWNLOAD Manuais do Participante DOWNLOAD Apostila ESS DOWNLOAD XIII Envenenamento Objetivos. Ao finalizar o capítulo, o aluno será capaz de: 1. Descrever os sinais e sintomas gerais dos envenenamentos por ingestão, inalação, contato e injeção; 2. Aplicar o tratamento pré-hospitalar para os casos de envenenamento; 3. Identificar os sinais e sintomas de abuso de álcool e drogas, aplicando tratamento pré- hospitalar adequado. 1. ENVENENAMENTO É uma emergência médica causada pela assimilação de substância que, por seu caráter ou quantidade, se torna nociva ao organismo. Estatísticas do Corpo de Bombeiros divulgadas em MAR06 revelam que as maiores incidências por intoxicações ocorrem em primeiro lugar nas tentativas de suicídio em crianças com a ingestão de produtos de limpeza, em segundo as tentativas de suicídio com a ingestão de produtos químicos e em terceiro, overdose durante o consumo de entorpecentes. Um veneno pode ingressar no corpo por quatro vias: 1) Ingestão – via oral, deglutição; 2) Inalação – pelas vias aéreas; 3) Absorção – pelo contato direto com a pele; 4) Injeção – introduzido diretamente na corrente sanguínea. A identificação do veneno ou agente tóxico e o conhecimento de seu potencial de toxidade são úteis para o melhor atendimento à vítima, tanto na fase pré-hospitalar, quanto nos procedimentos médicos definitivos. 1.1 Sinais e sintomas de envenenamento a) Por ingestão 1) Queimaduras e manchas ao redor da boca; 2) Hálito anormal, respiração e pulso alterados, pupilas dilatadas ou contraídas, sudorese; 3) Odor anormal nas roupas ou no ambiente; 4) Salivação abundante; 5) Náuseas e vômitos, diarreia; 6) Dor abdominal; 7) Convulsões ou inconsciência. b) Por inalação 1) Respiração alterada normalmente superficial e rápida; 2) Pulso alterado – mais rápido ou mais devagar; 3) Irritação nos olhos, nariz e garganta; 4) Tosse, presença de secreções nas vias aéreas – eventualmente podem ocorrer os mesmos sinais e sintomas da intoxicação por ingestão. c) Por absorção 1) Reações na pele que podem variar desde irritação, vermelhidão até queimaduras químicas, coceira, aumento da temperatura da pele; 2) Dor de cabeça; 3) Choque anafilático; 4) Alterações pupilares; 5) Podem ocorrer sintomas semelhantes ao

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Roteiro Primeiros Socorros |Aula 30: Envenenamento: agentes causadores. Reconhecimento e condutas. | Aula 31: Acidentes com animais peçonhentos: reconhecimento e condutas. | Aulas 32/33: Acidentes específicos – Afogamento: atuação do socorrista frente à ocorrência; reconhecimento e condutas. ESS 2011 – 4º BPM/I 1Sgt PM GROSSI – 12GB/SEÇÃO DE OPERAÇÕES

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Programação Primeiros Socorros

Acesse o material didático:

- Aulas para visualização na Internet:

- Anatomia | Primeiros Socorros

- Defesa Civil | Prevenção e Combate a Incêndio

Material de apoio para acompanhamento das Aulas:

Procedimentos Operacionais Padrão DOWNLOAD

Manuais do Participante DOWNLOAD

Apostila ESS DOWNLOAD

XIII Envenenamento

Objetivos.

Ao finalizar o capítulo, o aluno será capaz de:

1. Descrever os sinais e sintomas gerais dos envenenamentos por ingestão, inalação, contato e injeção;

2. Aplicar o tratamento pré-hospitalar para os casos de envenenamento;

3. Identificar os sinais e sintomas de abuso de álcool e drogas, aplicando tratamento pré-hospitalar adequado.

1. ENVENENAMENTO

É uma emergência médica causada pela assimilação de substância que, por seu caráter ou quantidade, se torna nociva ao organismo. Estatísticas do Corpo de Bombeiros divulgadas em MAR06 revelam que as maiores incidências por intoxicações ocorrem em primeiro lugar nas tentativas de suicídio em crianças com a ingestão de produtos de limpeza, em segundo as tentativas de suicídio com a ingestão de produtos químicos e em terceiro, overdose durante o consumo de entorpecentes.

Um veneno pode ingressar no corpo por quatro vias:

1) Ingestão – via oral, deglutição;

2) Inalação – pelas vias aéreas;

3) Absorção – pelo contato direto com a pele;

4) Injeção – introduzido diretamente na corrente sanguínea.

A identificação do veneno ou agente tóxico e o conhecimento de seu potencial de toxidade são úteis para o melhor atendimento à vítima, tanto na fase pré-hospitalar, quanto nos procedimentos médicos definitivos.

1.1 Sinais e sintomas de envenenamento

a) Por ingestão

1) Queimaduras e manchas ao redor da boca;

2) Hálito anormal, respiração e pulso alterados, pupilas dilatadas ou contraídas, sudorese;

3) Odor anormal nas roupas ou no ambiente;

4) Salivação abundante; 5) Náuseas e vômitos, diarreia; 6) Dor abdominal; 7) Convulsões ou inconsciência.

b) Por inalação

1) Respiração alterada – normalmente superficial e rápida;

2) Pulso alterado – mais rápido ou mais devagar; 3) Irritação nos olhos, nariz e garganta; 4) Tosse, presença de secreções nas vias aéreas

– eventualmente podem ocorrer os mesmos sinais e sintomas da intoxicação por ingestão.

c) Por absorção

1) Reações na pele que podem variar desde irritação, vermelhidão até queimaduras químicas, coceira, aumento da temperatura da pele;

2) Dor de cabeça; 3) Choque anafilático; 4) Alterações pupilares; 5) Podem ocorrer sintomas semelhantes ao

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envenenamento por ingestão ou inalação.

d) Por injeção

1) Distúrbios visuais, queda de pálpebra; 2) Náuseas, vômitos; 3) Pequenas manchas indicativas da picada, dor

local intensa, inchaço, hematoma; 4) Dificuldade respiratória; 5) Convulsões, torpor e inconsciência.

1.2 Tratamento pré-hospitalar para os casos de envenenamento:

1) Telefonar para o Centro de Controle de Intoxicação (CCI) na cidade de São Paulo, no nº 0800 771 3733 (AHA/2006) ou tentar contatar no telefone 193 com o médico regulador, o qual deverá passar orientações específicas;

2) Priorizar o transporte ou aguardar a chegada do Sistema de APH (conforme orientação médica);

3) Levar a vítima para um lugar seguro e ventilado quando o ambiente for agressivo;

4) Manter as vias aéreas liberadas e monitorar os sinais vitais;

5) No caso de vômito, transportar a vítima deitada de lado para evitar a obstrução das vias aéreas;

6) Se a vítima vomitar, guardar o vômito em um saco plástico para ser analisado pelo médico;

7) Remover as vestes da vítima imediatamente, quando houver contato de substâncias químicas;

8) Banhar a pele com água em abundância, caso tenha entrado em contato com as substâncias e esta não for reagente com água;

9) Prevenir o estado de choque;

10) Nos casos de vômito persistente ou inconsciência, transportar a vítima em decúbito lateral esquerdo;

11) Vítimas conscientes, apresentando dificuldade para respirar, devem ser transportadas em decúbito elevado (semi-sentado);

12) Nunca induzir a vítima ao vômito e não administrar nada via oral, a menos que recomendado

por médico.

2. INTOXICAÇÃO POR ÁLCOOL

O álcool é uma droga cuja ingestão moderada é aceita socialmente. O abuso desta leva ao alcoolismo, intoxicação crônica grave que provoca enormes danos físicos e mentais ao indivíduo.

Uma vítima alcoolizada é um perigo para si e para os demais, sendo muito importante à colaboração de testemunhas ou acompanhantes.

O policial militar deve saber reconhecer as manifestações agudas de intoxicação e de abstinência e o que fazer em cada caso.

2.1 Abstinência de álcool

Um alcoólatra a quem subitamente se impede a ingestão de álcool pode sofrer sérios problemas de abstinência. A abstinência do álcool pode causar o “Delirium Tremens”, sua mais grave forma de manifestação. Os sinais e sintomas mais comuns nas vítimas com problemas de abstinência de álcool são: confusão e inquietação, conduta atípica, alucinações visuais, tremores nas mãos, convulsões semelhantes à crise de epilepsia.

2.2 Abusos de álcool

Os sinais e sintomas mais comuns do abuso de álcool são: odor e hálito alcoólicos característicos, na vítima e nas roupas, conduta alterada, voz pastosa, vítima cambaleante, visão dupla, olhar sem brilho, etc.

2.3 Tratamentos pré-hospitalar para intoxicação por abuso de álcool

1) Assegurar-se que se trata apenas de abuso de álcool; indivíduos nesse estado podem ferir outras pessoas ou a si mesmas;

2) Vigiar os sinais vitais e manter -se alerta aos problemas respiratórios;

3) Proteger a vítima de lesões, sem utilizar -se de meios restritivos ilegais;

4) Tentar convencer a vítima de que ela precisa de ajuda;

5) Conduzir ao hospital;

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6) Evitar discriminação ao tratar com vítimas alcoolizadas.

3. INTOXICAÇÃO POR DROGAS

Poderá ocorrer intoxicação por drogas lícitas (remédios, álcool) ou ilícitas (entorpecentes).

As drogas mais consumidas e que frequentemente são utilizadas em quantidades excessivas podem ser de cinco tipos:

1) Estimulantes: estimulam o sistema nervoso central, excitando os usuários. São as anfetaminas, cocaína, cafeína, drogas antiasmáticas e drogas vasoconstritoras;

2) Depressoras: deprimem o sistema nervoso central. Entre elas, estão os calmantes, barbitúricos, Diazepan, Bromazepan, Pentobarbital e drogas anticonvulsivas. Reduzem a respiração e o pulso, provocando sonolência e tornando os reflexos mais lentos;

3) Narcóticos analgésicos: derivados do ópio. O abuso desse tipo de droga produz intenso estado de relaxamento. Pertencem a esse grupo a morfina, a heroína e o demerol. Produz a redução da temperatura corporal e a diminuição da freqüência cardíaca e da respiração, relaxamento muscular, adormecimento, torpor, contração das pupilas;

4) Alucinógenas: alteram a personalidade e distorcem a percepção. Fazem parte deste grupo o LSD, a mescalina, e a silocibina. A maconha (canabis sativa) tem algumas características alucinógenas. As vítimas têm alucinações e ouvem vozes, podendo tornar agressivas;

5) Químicas voláteis: os vapores de certas substâncias químicas causam excitação, euforia ou a sensação de estar voando. Geralmente são solventes ou substâncias para limpeza.

Faz parte deste grupo a cola de sapateiro. Causa perda temporal da realidade, do olfato, aceleram o pulso e a respiração e podem levar ao estado de coma.

3.1 Tratamento pré-hospitalar para problemas de abuso de drogas

1) Certificar-se de que a vítima está com as vias aéreas

liberadas;

2) Chamar ajuda especializada;

3) Recolher o vômito, se houver, como nas outras intoxicações;

4) Proteger as vítimas hiperexcitadas, evitando que se machuquem;

5) Tentar ganhar a confiança da vítima através de diálogo;

6) Monitorar os sinais vitais e observar o estado de choque;

7) Recolher objetos e outros indícios que possam determinar qual foi a droga utilizada;

8) Encaminhar a vítima para um acompanhamento médico;

9) Priorizar o transporte;

10) Evitar discriminação ao atender esse tipo de vítima.

XIV Acidentes com animais peçonhentos

Objetivos.

Ao finalizar o capítulo, o aluno será capaz de:

1. Identificar os sinais e sintomas gerais dos acidentes com animais peçonhentos;

2. Aplicar o tratamento pré-hospitalar em casos de acidentes com animais peçonhentos;

1. ANIMAIS PEÇONHENTOS

Consideramos peçonhentos os animais que possuem veneno e aparelho especializado para sua inoculação. Frequentemente ocorrem acidentes devido ao contato entre seres humanos e esses animais. Este capítulo tratará dos seguintes animais: cobras, aranhas, escorpiões e também de abelhas.

2. ACIDENTES COM COBRAS

Dentre todos os acidentes com animais peçonhentos, os causados por cobras são os principais, pela sua frequência e gravidade. Cerca de 80% dos acidentes

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com serpentes atingem extremidades inferiores, localizadas abaixo do joelho. Apenas 20% atingem as mãos, o antebraço e demais partes do corpo.

A maioria das picadas são produzidas por cobras venenosas; por isso, o policial militar deve tratar todos os acidentes desse tipo, sem distinção, como potencialmente perigosos para a vítima.

2.1 Gêneros de cobras

No Brasil, existem quatro gêneros de serpentes, cujo conhecimento poderá auxiliar no tratamento médico de uma vítima. Os tipos mais conhecidos são:

1) Bothops – Amplamente distribuídas no território nacional, exceto à região Amazônica.

São responsáveis pela maioria dos acidentes (88,2%). As principais espécies são a jararaca, a jararacuçu e a urutu. O efeito mais devastador deste veneno é a necrose;

2) Crotalus – Responsável por cerca de 8,2% dos acidentes no Brasil. É encontrada em todo país, exceto nas áreas de grandes florestas, ou litorâneas. A principal espécie é a cascavel e seu veneno causa grandes hemorragias;

3) Lachesis – (2,9% dos acidentes no Brasil) São animais de maior porte entre os ofídios peçonhentos brasileiros. A espécie mais comum é a surucucu, com efeito do veneno que causa também necrose dos tecidos.;

4) Micrurus – (0,7% dos acidentes brasileiros) Ocorre amplamente em todo o país. São responsáveis por muitos acidentes. A principal espécie é a coral. A consequência mais comum do efeito deste veneno é a insuficiência respiratória.

2.2 Tratamento pré-hospitalar para acidentes com cobras.

O atendimento de primeiros socorros em caso de acidentes com serpentes requer procedimentos semelhantes para todos os gêneros. Entretanto, o policial militar deve estar atento para os sinais e sintomas indicativos de comprometimento das funções vitais, adotando as medidas necessárias para identificar e assistir possíveis dificuldades respiratórias e prevenir o estado de choque. A vítima

deve ser mantida em repouso e calma. Em seguida, adotar os seguintes procedimentos:

1) Localizar a marca da picada e limpá-la apenas com água e sabão;

2) Remover da extremidade afetada quaisquer tipos de adornos como: anéis, braceletes pulseiras, relógios;

3) Aplicar curativo oclusivo e imobilizar o membro atingido pela picada;

4) Não fazer torniquete ou garrote;

5) Não cortar ou perfurar ao redor do local da picada, nem espremê-lo ou fazer sucção do veneno;

6) Evitar a contaminação do local;

7) Não oferecer alimentos ou líquidos para a vítima;

8) Transportar a vítima com segurança e mantê-la imóvel desde o acidente (se possível levar o animal para identificação);

9) Se possível e oportuno, capture o animal e leve -o para identificação, mas não retardar o transporte na tentativa de capturar o animal.

3. ACIDENTES COM ARANHAS

Acidentes provocados por aranhas acontecem por inoculação do veneno. Existem três gêneros de aranhas de importância médica no Brasil:

1) Phoneutria – É o gênero mais comum no país. As espécies são grandes com pelos cinzentos pelo corpo, espinhos nas pernas, de comportamento agressivo. Conhecidas como aranha armadeira, não fazem teia, mas armam o bote levantando as patas dianteiras e apoiando-se nas traseiras. Os principais sinais e sintomas dos acidentes com aranhas desse gênero são a dor intensa no local, frequentemente irradiada, edema discreto, irritação e sudorese local;

2) Latrodectus – São animais pequenos (menos de 1cm), com abdome redondo, volumoso e grande em relação à cabeça. Podem apresentar manchas vermelhas no abdome. As espécies são conhecidas como viúva negra ou flamenguinha. Não são agressivas, mas seu veneno é extremamente perigoso. Os principais sinais e sintomas são: dor local intensa,

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contratura muscular, rigidez na parede abdominal, sudorese, aumento da pressão arterial e dos batimentos cardíacos, podendo evoluir para estado de choque;

3) Loxosceles – Em geral, são animais pequenos, sem pelos, de comportamento manso e arredio e hábitos noturnos. Não fazem teias e não atacam. Picam ao esconderem-se nas roupas, quando estão na iminência de serem esmagadas. A principal espécie é a conhecida como aranha marrom.

Os principais sinais e sintomas de seus acidentes ocorrem de 6 a 12 horas após a picada: dor de cabeça, febre, equimose e irritação no local da picada, inchaço que pode transformar-se em bolha e, em alguns casos, necrose.

3.1 Tratamento pré-hospitalar para acidentes com aranhas

O atendimento de primeiros socorros em caso de acidentes com aranhas consiste em acalmar a vítima, lavar o local da picada com água e sabão, usar compressa umedecida em água morna para aliviar a dor.

Todas as medidas de neutralização dos efeitos do veneno serão tomadas no ambiente hospitalar. O policial militar poderá ajudar dando suporte emocional para a vítima e monitorando frequentemente seus sinais vitais.

Se possível, o animal deve ser levado para identificação.

4. ACIDENTES COM ESCORPIÕES

São acidentes que ocorrem com menor frequência em relação às cobras. Sua gravidade está relacionada à proporção entre a quantidade de veneno injeta do e a massa corporal da vítima, por isso o policial militar deve ter um especial cuidado quando o acidente envolver crianças e bebês.

Pessoas idosas e com doenças pré-existentes (cardíacas, diabetes) podem apresentar risco de morte com esse tipo de acidente.

No Estado de São Paulo, a maior incidência de animais é da espécie baihensis ou Escorpião Marron. Os principais sinais e sintomas são a intensa dor no local

da picada, às vezes irradiada, tremores, agitação, vômito, diarreia e alterações de pressão arterial e do coração.

Conforme estatística do livro PRONTO SOCORRO, Editora Guanabara e Koogan, Dr.Felipe, ocorre 01 (uma) morte a cada 300 (trezentas) vítimas atingidas pelo veneno deste aracnídeo.

4.1 Tratamento pré-hospitalar para acidentes com escorpiões

O atendimento de primeiros socorros em caso de acidentes com escorpiões consiste em acalmar a vítima, lavar o local da picada com água e sabão, colocar uma compressa umedecida com água morna para aliviar a dor e providenciar seu transporte para o hospital.

Todas as medidas de neutralização dos efeitos do veneno serão tomadas no ambiente hospitalar. O policial militar poderá ajudar dando suporte emocional para a vítima e monitorando frequentemente seus sinais vitais. No caso de uma grave perturbação respira tória, adotar as manobras de desobstrução das vias aéreas e priorizar o transporte. Caso seja possível, o animal deverá ser levado para identificação.

5. ACIDENTES COM ABELHAS

Os acidentes tornaram-se mais frequentes após a chegada das abelhas africanas. Podem ser

de três tipos:

1) Acidentes com uma ou mais picadas em pessoa não -sensível – É o acidente mais comum, evolui com forte dor local da picada, acompanhada de irritação, inchaço e calor local.

Nesses casos, os efeitos são apenas superficiais, e a colocação de gelo no local poderá ser suficiente para controlar os sintomas sem a necessidade de intervenção médica;

2) Acidentes com uma ou mais picadas em pessoa sensível – Pode ser uma situação grave, pois a reação alérgica inicia -se em poucos minutos. Podem-se manifestar com inchaço das vias aéreas superiores (edema de glote) e outras complicações respiratórias, chegando ao estado de choque (anafilático) e

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causando a morte da vítima por asfixia. Nesses casos, há a necessidade da priorização do transporte, pois somente cuidados médicos poderão neutralizar os efeitos do veneno;

3) Acidentes com picadas múltiplas e simultâneas – Ocorre no ataque de enxames e considera-se potencialmente fatal se forem realizadas cerca de 300 picadas para uma vítima adulta (média de 70Kg). Os sintomas, entretanto, são proporcionais ao número de picadas e ao peso da vítima.

Uma criança de 1 a 2 anos, por exemplo, pode ter um acidente fatal com apenas 30 picadas.

São comuns os relatos de dor intensa e coceira. A vítima inicialmente se mostra agitada, mas poderá depois ficar entorpecida e apresentar insuficiência respiratória, devido ao inchaço das vias aéreas. A vítima deve ser imediatamente transportada ao hospital para cuidados médicos, com especial atenção para a manutenção da abertura da s vias aéreas.

Os ferrões devem ser cuidadosamente retirados, nunca com os dedos, pois poderá inocular maior quantidade de veneno. Deve-se raspar com uma lâmina junto à pele ou com uma pinça, sem apertar a bolsa de veneno na sua extremidade.

Deve-se evitar, também, esfregar o local pelo mesmo motivo.

XV Acidentes específicos: afogamento e choque elétrico

Objetivos.

Ao finalizar o capítulo, o aluno será capaz de:

1. Aplicar procedimentos de primeiros socorros nos casos de quase afogamento;

2. Aplicar procedimentos de primeiros socorros nos casos de choque elétrico;

1. AFOGAMENTO

Afogamento significa morte por asfixia por imersão em meio líquido de qualquer natureza.

Nos casos em que a vítima está submersa e sem

respiração, porém é retirada e recuperada através das manobras de reanimação cardiopulmonar, diz-se que ocorreu um quase afogamento.

O policial militar que for solicitado para atender casos de afogamento ou quase afogamento deverá ter em mente, em primeiro lugar, a segurança para acessar a vítima e retirá-la sem riscos do meio líquido.

Além das condições cardiorrespiratórias, especial atenção deve ser dada para a coluna cervical, pois um grande número dos acidentes ocorre em decorrência de mergulho em águas pouco profundas ou acidentes com veículos aquáticos.

Conforme estatística publicada pelo setor técnico do 17º GB, de 2002, 32,2 % das vítimas de afogamento ou quase afogamento tiveram como causa esta ocorrência o uso de drogas, enquanto que a epilepsia somou 18,1 %, sendo 16,3 % traumatismos gerais, 14,1 % para doenças cardíacas e ou pulmonares, 3,7 % para os acidentes de mergulho e as causas não especificadas, 11,6 %.

1.1 Fases do afogamento

As fases de um afogamento se iniciam com um medo ou pânico de afogar e uma luta para manter-se na superfície, seguida de parada da respiração na hora da submersão, cujo tempo dependerá da capacidade física de cada indivíduo.

Ocorre, nesta hora, maior ou menor aspiração de líquido, que provoca uma irritação nas vias aéreas, suficiente para promover, em certos casos, um espasmo da glote tão forte a ponto de impedir uma nova entrada de água, caracterizando um afogamento do tipo seco (02 % dos casos), sem água nos pulmões, mas com asfixia.

Em 98% dos casos não ocorre espasmo glótico, havendo entrada de água em vias aéreas, inundando o pulmão.

1.2 Atendimento pré-hospitalar para quase afogamentos

a) Abordagem da vítima:

1. Se for possível, utilizar equipamentos apropriados para realizar o salvamento, evitando o contato direto com a vítima dentro da água;

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2. Lançar boias, cordas ou outros objetos flutuantes para realizar o salvamento;

3. Ao abordar a vítima, lembrar-se da possível lesão no pescoço (lesão de medula espinhal), uma vez que as principais causas de lesão cervical sã o os acidentes em meio líquido;

4. Se houver necessidade de virar uma vítima que estiver de frente, dentro da água, manter sua cabeça alinhada com o corpo, colocar uma de suas mãos no meio de suas costas e a outra no peito, apoiando com os antebraços sua cabeça, mantendo a liberação das vias aéreas;

5. Estabilizar o pescoço da vítima e, se possível, colocá-la sobre uma superfície rígida para removê-la da água;

6. Solicitar ajuda especializada imediatamente;

7. Nunca executar compressão abdominal na vítima de afogamento ou quase afogamento;

8. Se a vítima estiver respirando, remover as vestes molhadas, secar o seu corpo e mantê-la aquecida, com cobertor, deixando apenas a face exposta;

9. Monitorar constantemente seus sinais vitais, durante o transporte;

10. Suspeitar de lesão na coluna em toda vítima de quase afogamento, se necessário movimentá-la, efetuar técnica adequada de rolamento em bloco;

11. Nunca tentar drenar o fluido existente no interior da vítima;

12. Se não há indícios seguros de que a vítima tenha

sofrido lesão na coluna, posiciona-la e mantê-la na posição de drenagem postural (decúbito lateral).

2. CHOQUE ELÉTRICO

As lesões causadas por acidentes com eletricidade podem levar uma vítima a uma parada cardíaca, paralisação da respiração por contração dos músculos respiratórios e ocasionar queimaduras locais de limites bem definidos ou de grande extensão. A queimadura geralmente será de 3º grau, podendo, em alguns casos, provocar a carbonização da área afetada.

Os acidentes com eletricidades requerem uma atenção especial porque colocam em risco as pessoas que tentam ajudar. Nesse sentido, o policial militar deve estar atento para a segurança pessoal e do local, acionar imediatamente o Corpo de Bombeiros e a Cia de energia elétrica responsável.

2.1 Identificação das lesões decorrentes do choque elétrico

O choque elétrico poderá provocar parada cardiorrespiratória, devido a descargas elétricas de alta tensão. A maioria dos acidentes provoca duas queimaduras, indicando o ponto de entrada da eletricidade e o ponto de saída.

Os principais sinais e sintomas do choque elétrico são: distúrbios de visão, zumbido no ouvido, paralisia dos músculos respiratórios (diafragma), lesões musculoesqueléticas em consequência das violentas contrações ou das quedas; traumas associados, alterações na pressão arterial e convulsões, queimaduras.

2.2 Cuidados no atendimento de acidentes com choque elétrico

1. O risco da descarga elétrica deve ser eliminado ou neutralizado; antes de tocar a vítima, o policial militar deverá atentar para o fato de a eletricidade levar alguns segundos para ser escoada;

2. Após desligar a eletricidade, liberar as vias aéreas e certificar-se de que a vítima está respirando; caso seja necessário, aplicar RCP;

3. Tratar as lesões existentes, de acordo com os procedimentos indicados nesse manual, procurando

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lesão de entrada e de saída da corrente elétrica;

4. Atentar para lesão de coluna em vítimas de quedas decorrentes de choque elétrico;

5. Prevenir o estado de choque;

6. Proteger áreas queimadas.