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1 ESPETACULAR INSULTO ESTILHAÇOS AO VENTO ALLAN JORGE “AXERAMUS” 2011

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ESPETACULAR

INSULTO

ESTILHAÇOS AO VENTO

ALLAN JORGE “AXERAMUS”

2011

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RIO DE JANEIRO

2011.

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Uma parte real e outra abstrata ou surreal...

Opinião política, crítica e sátiras narradas em

poesias que refletem histórias quotidianas...

Axeramus...

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Abstrato

Manifestar a arte

Sobreviver em Marte

Da minha vida parte

Do último desejo

Não depender da sorte

Nem da espada o corte

Me esquivar da morte

Como se fosse um beijo

Às vezes fico puto

Espero um minuto

Amanhecendo astuto

Não quero mais errar

Pois o cruel da vida

Deixou-me a ferida

A peste desnutrida

Mostrou-me o odiar

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Feliz aniversário

E tranque no armário

O ódio centenário

Aquela esperança

Quando chegar a dor

Espere por amor

Sorria com ardor

Lembrando uma criança

Chorando mais e mais

Molhando os areais

Prendendo o satanás

Num copo de extrato

Esquive-se do mal

Devore o animal

E abra o portal

Do mundo abstrato.

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Brasil lado sujo

Política, polícia, vergonha

Cigarro, tabaco, maconha

Menino, ladrão, meliante.

Juiz, delegado, congresso

Corrupto, sujo, regresso

Favela, morte, ambulante.

Insulto, maluco, insano

Cavalo, cachorro, humano

Algoz, assassino, cadáver.

Protesto, guerra, bomba

Torre, prédio, tomba

Ódio, tiro, revólver.

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Coisas da vida

Incesto é pecado

Não tipificado

A lei não condena

Tal comportamento

Que coisa estranha

Burrice tamanha

Não cominar pena

Prum sujo jumento

Pois basta aceitar

Também sujeitar

E a sociedade

Por mais que deteste

Fazer nada pode

Enquanto se fode

Vivendo maldade

Num mudo de peste

Rapaz fala sério

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Num ato de império

E faz desse mundo

Um mar de tragédia

Fumando cigarro

Morrendo no carro

Sentindo no fundo

Sem graça comédia.

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Cuspe

Tão nojento quanto ele

Sei que existe de mim dentro

Pois inofensivo aquele

Cuspe podre fedorento

Mal não faz ao externar

Pois lá fora está perdido

Nunca mais vai perturbar

Uma vez já concebido

Ao chão como uma flecha

Bem cravado lá está

Como um suor na rocha

Que aos poucos secará.

Lembrei dos estudos meus

No primeiro grau que fiz

Que cuspindo para os céus

Ele volta pro nariz

Pois a lei da gravidade

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Que na física se aprende

Com maior tranqüilidade

Qualquer hoje um entende

Por melhor que seja o verso

Que pretendemos fazer

Se flagrarmo-nos dispersos

Bom parar de escrever

Pois pra se falar de cuspe

Deve estômago de haver

Para que o nojo ofusque

O escarro do prazer.

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Escrotice Humana

Mundo glamuroso

Preconceituoso

Todo mundo caga

Todo mundo paga

Faz e acontece

E também esquece

Que lá no passado

Foi necessitado

Escrotice humana

Que a Deus profana

Ao desrespeitar

Fez-me odiar

No final de tudo

Bem no fim do mundo

Todos vão cair

De tanto sorrir

Invejar riqueza

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Extrair pobreza

Povo imperfeito

Pensamento estreito.

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Espetacular insulto

Triste noite triste estrada

Solitária madrugada

Pela fome dominada

De chorar perdeu o sono

Uma negra pobre triste

Em um mundo que insiste

Em dizer que não existe

Nem sustenta cão sem dono

Preferindo estar morta

A sua garganta corta

E caindo bem na porta

Principal da prefeitura

Dum governo maquiado

De soar endiabrado

Tem o povo enganado

Desprovido de cultura

E a negra moça pobre

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Que sonhava em ser nobre

Com a lamina de cobre

Desistiu de acreditar

No final dessa história

Que carrego na memória

De tristeza tão notória

Para todos vou contar

A tristeza transcrevida

Nesse caderno da vida

Que vislumbra a saída

Através de educação

Vem mostrar pro governante

Que um povo triunfante

Pesa mais que um elefante

No setor de votação.

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Ezequiel

Pega fogo, jorra sangue

Nas vielas e no mangue

Muito tiro, muita morte

Pouca festa, pouca sorte

Quanta gente machucada

Na beirada da estrada

Na sarjeta esquecida

Prestes a perder a vida

Um menino abandonado

Tem o peito alvejado

O governo desgoverna

Enterrando na caverna

A tristeza desse povo

Que deseja tudo novo

Que não tem televisão

Que se prende à ilusão

O país está em guerra

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E o pobre que se ferra

Piedade está lá fora

Aguardando sua hora

Ao chegar o carrossel

Pra buscar Ezequiel

Um menino dedicado

Tem o sonho camuflado

Por um monstro muito vil

Intitulado fuzil

Disparado num segundo

Apagando-o do mundo.

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Frases dum algoz

Fiz um gesto feio

Com dedo do meio

Tudo que odeio

É hipocrisia

Faço o que posso

Mato e destroço

E depois desosso

Com cabeça fria

Assassino nato

Nesse mundo é fato

Branco ou mulato

Não há diferença

Mato com amor

Vivo sem pudor

E adoro flor

A minha doença

O poeta disse

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Deixe de crendice

Pois idiotice

Raiva ocultar

Viva o algoz

Sinta-se veloz

Entre os lençóis

Venha me matar!

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Herege

Meu céu de papel

Azul como o mar

O rei do bordel

Vai catequizar

O efeito da causa

É destruidor

Pois nunca dá pausa

E lambe o ardor

Começa outra vez

A lábia profana

Com insensatez

Cruel desumana

Meu céu pegou fogo

Queimou meu papel

Acabou o jogo

Pro rei do bordel

O seu catecismo

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Distante da fé

Nos trouxe o abismo

Cheirando café

E disse assim mesmo

- Ó Deus quanta gente!

Pra virar torresmo

Ó gente demente!

O rei pecador

De túnica bege

Um bom jogador

Incrédulo, herege

Nos céus penetrou

No mundo eterno

E Deus o lançou

No mar do inferno

E quando queimou

Aquele papel

O mundo gritou

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É festa no céu.

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Ladrão

Um relato diferente

Respectivamente

Sangue, sujo colarinho

Apertando um baseado

Corpo todo vomitado

E uma taça de vinho

De catorze anos moço

Afundando-se no poço

Tem em mãos uma pistola

- Dou-te tiro se correr!

- Tu tens medo de morrer?

- Não preciso de esmola!

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Marca da bandeira

Pobreza crua

Solitária, nua

Andando na rua

Vi o miserável

Favelado triste

Vi que ele existe

Que o mesmo insiste

Tolo insaciável

A realidade

Da maioridade

É prioridade

Mas não é primeira

Pois a decadência

De toda vivência

Transformou demência

Marca da bandeira

Em nosso país

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Governantes vis

Que não são gentis

São ignorantes

Sangue e poesia

Traz na fantasia

Velha nostalgia

Dias triunfantes

Lembra da bandeira

Que não estrangeira

Sim a brasileira

Manchada de ódio?

Pegue o troféu

Apresente ao céu

Deste carrossel

Vá subir ao pódio

Dos desesperados

Tolos enganados

Todos desgraçados

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Vamos batam palma!

Ao se dar de graça

Qualquer um que passa

Levantando a taça

Pra vender a alma.

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Memórias

Esboço dum poeta

Com lábio de profeta

Com a seringa injeta

No cérebro vazio

Um entender novato

Ao ouvir o boato

Foi defecar no mato

Com seu olhar sombrio

Ao soluçar no culto

Ouviu e viu-se vulto

Ficando no oculto

E pra ninguém falou

De seu sentido escroto

Parece um garoto

Perdido, estranho, roto

Que vento assim levou

Em um luar brilhante

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Menino cintilante

Cansado, ofegante

Caiu, olhou pro céu

Gritou no ar profundo

Falou pra todo mundo

De seu presente imundo

Chorou, rasgou o véu.

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Memórias de guerra

O prudente guerrilheiro

Ao entrar no estrangeiro

Estratégico e arteiro

Explodiu aquele prédio

E matando por amor

Espalhando o terror

Ao povo sofredor

Para acabar o tédio

Que reinava na cidade

Na penumbra sem vontade

Desfilando crueldade

Perigosa e solitária

Decidiu o explodir

E da Terra extinguir

A vontade de sorrir

E a febre da malária

Logo assim subiu ao monte

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Para destruir a fonte

E limpar o horizonte

A sujeira da visão

E ficou aliviado

Sem olhar para o passado

Sem estar apavorado

Derrotou a ilusão.

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Miséria

Natal sem fome, Natal sem nada

Atravessando a madrugada

Aquela moça desesperada

Com suas lágrimas lava o rosto

Por entre os braços carrega o filho

Perambulando do trem nos trilhos

Com um pedaço de pão de milho

Foi procurar um seguro encosto

Ao descansar pelo meio fio

Sentiu na pele o queimar do frio

Da solidão do mundo vazio

Gritou pro filho. - Feliz Natal!

E escondeu daquela criança

O seu olhar sujo de vingança

Pra não tirar dela a esperança

Que tem um dia vencer o mal.

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Mudar ou não? Qual futuro da nação?

No palácio do planalto

Todo mundo anda de salto

E tem medo de assalto

Pois riqueza tem de sobra

Pois tomar o que é do povo

Hoje em dia não é novo

E só sobra pão com ovo

Para o peão de obra

Digo na realidade

Que assusta tal maldade

Que destrói felicidade

Do pobre assalariado

O Poder Constituinte

Que é do contribuinte

Que não ganha mais de vinte

Se contar com feriado

Ao viver nessa comédia

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Que parece com tragédia

De um escritor de média

Ou pior categoria

Mostrar indignação

Sofrimento, tentação

Pesadelo da nação

Essa pobre alegoria

O pior é o congresso

A verdade do regresso

Se mostrar-se do avesso

Tu verás o que ele herda

Representatividade

Nós queremos de verdade

Ou faremos um alarde

Para não viver na merda!

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Narcótico Anônimo

Morreu de tiro

Sobrou a foto

Voando alto

Caiu de moto

Ao dar um trago

Contraiu câncer

Jogou errado

Perdeu a chance

Parou no tempo

Se deu um nó

Alucinado

Cheirando pó.

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País da sacanagem

Solitários reis

Levantaram seis

De uma só vez

E quebraram ovos

Quando levantaram

E se consagraram

Quando declararam

A guerra dos povos

Meio analítico

Moço paralítico

Mais cotado crítico

A verificar

Vejam candidatos

Mentirosos natos

Em todos relatos

Querem dominar

Como eu queria

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Bem naquele dia

Vestir fantasia

Bancar o palhaço

Pois o brasileiro

Não o estrangeiro

Que é passageiro

Desse trem de aço

Governar queremos

Só que não podemos

O que nós vivemos

É a exceção

Pobre tagarela

De mão amarela

De segurar vela

Da opinião

O fim da viagem

Toda a sacanagem

Cerra a contagem

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E o presidente

Senta, deita e rola

E também enrola

Oferece esmola

Todo sorridente.

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Sonho Nacional

O corrupto senhor de engenho

Quando prestes a entrar no ano novo

Na política demonstra seu empenho

Ao aliciar o tão sofrido povo

Enganando com promessas incumpríveis

Quando chega ao poder esquece tudo

Age como fossem todos invisíveis

Cidadãos perdidos do nefasto mundo

Cara limpa, sem decoro e sem pudor

Mas parece um governo do passado

Quem mandava era o grande imperador

Que ditava suas regras ao Estado

Tudo bem, o nosso povo esquece as coisas

Encantados com o novo democrata

Que domina e mente e entrega casas

Vira as costas quando um vagabundo mata

Segurança não se tem nem se percebe

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Só andar por entre as ruas da cidade

Pois enquanto todo mês ele recebe

Nas favelas tem de sobra crueldade

Morte, tiros e barracos despencando

Sobre outros em um grande amontoado

Solidão, tristeza, caveirão passando

Destruindo sonhos belos do passado

O passar da colorida caravana

Que desfila o poderoso candidato

Prometendo muitas coisas em campanha

Diz realizar num simples fácil ato

O tão esperado sonho brasileiro

De viver em um país melhor, igual

Onde todo mundo anda com dinheiro

E que acha o sofrimento anormal

Logo lembro dum ditado muito antigo

De promessas só o santo se mantém

Precisamos de um verdadeiro amigo

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Pra falar de tudo aquilo que convém

Que não minta nem precise enriquecer

Com o fruto que pertence já ao povo

Que ajude e que possamos inverter

Para juntos construirmos Brasil novo.

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Trevas em Outubro

Mameluco misturado

Oriundo do passado

Do profundo e amassado

Sentimento de revolta

Sempre quanto o sino toca

Vai saindo da maloca

Uma bananeira soca

Na espreita ele escolta

Sorridente, falsamente

Vem mostrando-se demente

E perdido no repente

Cai na armadilha tosca

Ao sobrevoar um tanto

Com seu obscuro manto

Derretendo-se em pranto

Como um zumbir de mosca

Atenção nunca chamou

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E nem mesmo vomitou

Aos seus pés ele chorou

Caminhou o mameluco

Vem em minha direção

Para caminhar no vão

Vem sentir-se como um cão

Veja as trevas do maluco.

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Triste amanhecer

Novembro envenenado

Fedido, desgraçado

O pobre delegado

Ao viajar descobre

Que a polícia toda

Deseja que se foda

Ao afrouxar a roda

De seu carrinho nobre

Vivendo na peleja

Foi procurar igreja

Dizendo que deseja

Quer aceitar Jesus

Viu a realidade

Viveu insanidade

Sentiu a divindade

Por ti morreu na cruz

Agora acredita

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Que satanás imita

Perfeito que irrita

O seu povo cristão

Agora já é tarde

Seu corpo todo arde

Fazendo um alarde

Na boca do vulcão

Ao perceber traído

Fingiu-se distraído

Pra não ser consumido

Pra não se corromper

Que pobre delegado

Guerreiro dedicado

Morreu embriagado

No triste amanhecer.