especialidade de navegação

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E E SPECIALIDADE SPECIALIDADE DE DE N N AVEGAÇÃO AVEGAÇÃO Autor Líder Master Avançado Dr. Leandro Dias Cezar Distrital de Desbravadores da ARJ no Distrito de Botafogo, Rio de Janeiro. ASSOCIAÇÃO RIO DE JANEIRO – IGREJA ADVENTISTA DO SÉTIMO DIA

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apostila para a especialidade de navegação do clube de desbravavdores

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EESPECIALIDADESPECIALIDADE DEDE N NAVEGAÇÃOAVEGAÇÃO

AutorLíder Master Avançado Dr. Leandro Dias Cezar

Distrital de Desbravadores da ARJ no Distrito de Botafogo, Rio de Janeiro.

ASSOCIAÇÃO RIO DE JANEIRO – IGREJA ADVENTISTA DO SÉTIMO DIA

AGRADECIMENTOS

Nosso maior agradecimento é sempre a Deus que nos mantém vivos e firmes na fé,

esperando e trabalhando pela Sua volta. Também devo agradecimento a minha esposa, por ter

me suportado até aqui e sempre me apoiado nas aventuras com os desbravadores. Nesta obra,

em particular, agradeço aos oficiais de marinha mercante Gustavo Zardo e Gláucio Félix que

me instruíram e orientaram no cumprimento desta especialidade.

1 NAVEGAÇÃO

1. Conhecer pelo menos 20 termos náuticos, usados na navegação.

Resposta:

A

Adriça - cabo para içar velas ou bandeiras.Agulha - o mesmo que bússola.Alanta - cabo que faz a amura de uma vela de balão.Alheta - zona do costado de uma embarcação entre a popa e o través.Amantilho - cabo que sustenta uma verga.Amura - zona do costado de uma embarcação entre a proa e o través.Antepara - divisória vertical no interior da embarcação.Aparelho - conjunto de cabos, poleame e velame de um navio.Arinque - cabo amarrado a uma âncora e fixo numa bóia, para safar a âncora se necessário.Arnez - cinto de segurança que se fixa à embarcação através da linha de vida.Arrear - ou baixar. Termo usado quando se baixa uma vela, bandeira, etc. (ver içar)Arribar - afastar a proa da direção vento. (ver orçar)

B

Barlavento - lado de onde sopra o vento. (ver sotavento)Bartedouro - recipiente para esgotar água de uma embarcação.Boca - largura máxima de uma embarcação.Boça - pequeno cabo de amarração geralmente preso à proa das pequenas embarcações.Bolinar - navegar chegado ao vento, ou seja, próximo da direção do vento.Boom Jack - o mesmo que burro.Bombordo - lado esquerdo de uma embarcação quando olhamos para a frente. (ver boreste)Bordejar - navegar virando de bordo com alguma freqüência.Boreste - lado direito de uma embarcação quando olhamos para a frente. (ver bombordo)Brandal - cada um dos cabos que aguentam os mastros no sentido transversal.Bujarrona - mastaréu que se segue ao gurupés. Vela que é envergada no estai da bujarrona.Burro - cabo ou peça que impede a retranca de subir.Buzina - olhal que dá passagem a cabos.

C

Cabeço - peça de ferro destinada a receber voltas de cabo para fixação de uma embarcação.Cachola - parte superior do leme onde encaixa a cana do leme.Caçar - alar a escota de uma vela.Calado - distância da linha de água ao ponto mais baixo da quilha.

Cana do leme - barra fixa na cachola do leme para o manobrar.Cambar - mudar de um bordo para o outro deixando o vento pela popa.Carlinga - peça de madeira ligada à sobrequilha com um encaixe onde fixa o mastro.Catita - pequena vela latina quadrangular que arma num mastro curto à popa.Caturrar - oscilação de uma embarcação no sentido popa-proa por efeito da ondulação.Cesto da Gávea - plataforma assente nos vaus dos mastros para espalhar os cabos da mastreação.Coberta - qualquer dos pavimentos que correm da proa à popa.Contra-estai - cabo que sustem um mastro em oposição ao estai.Convés - pavimento da 1ª coberta.Costado - parte lateral e exterior de uma embarcação.Croque - vara com um gancho na extremidade para puxar cabos, ou outros objetos para bordo.Cunho - peça de madeira ou ferro fixa no convés, com duas orelhas para nela se dar volta a cabos.

D

Defensa - objeto maleável que se coloca ao longo do casco para o proteger.Derrota - caminho seguido numa viagem por mar.Descochar - destorcer ou desfazer as cochas de um cabo.

E

Enora - abertura no pavimento por onde passa o mastro.Escota - cabo fixo à vela para manobra desta. (ver punho da escota)Escotilha - abertura no convés para dar passagem a pessoas ou material.Escuna - navio à vela com dois mastros e um só mastaréu em cada mastro. Arma pano latino podendo no mastro de proa largar pano redondo.Estai - cabo que sustem desde a vante um mastro. Normalmente em aço. Também é corrente denominar de estai a vela que enverga neste cabo.Esteira - bordo inferior da vela. (ver testa e valuma)Esticador - ou macaco esticador é uma peça aplicada ao chicote de certos cabos, como brandais, para os atesarem.Estofo da maré - periodo de tempo em que não há corrente de maré.Estropos - cabos ligados à embarcação por onde esta é içada.

F

Farol - construção notável num ponto da costa para aviso e prevenção à navegação.Farois de navegação - As luzes de navegação de uma embarcação. Visíveis de frente, vermelho a bombordo e verde e boreste. Branca vista da popa.Ferro - o mesmo que âncora.Folgar - aliviar (normalmente uma escota).Forqueta - forquilha metálica onde se fixa o remo.Fundear - largar para o fundo uma âncora de modo a embarcação ficar segura.

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G

Gaio - cabo que aguenta o pau de palanque (ou de spi) de modo a este não subir.Garrar - arrastar o ferro por este não segurar bem a embarcação.Garruncho - peça de fixação de uma vela ao estai.Gata - vela redonda que se arma por cima da mezena.Gave-tope - vela latina que arma no mastaréu do mesmo nome.Gávea - velas que se envergam nas vergas de gávea, as segundas a contar de baixo.Genoa - vela de proa maior que um estai.Giba - vela triangular que enverga ante a vante da bujarrona.Gurupés - mastro que sai por fora da proa com uma inclinação de cerca de 35º relativamente ao plano horizontal.

H

Hastear - içar, arvorar, fazer subir (normalmente sinais).

I

Iole - embarcação de recreio de dois mastros. Ao contrário do ketch a roda de leme fica à frente da catita ou mezena.

J

Joanete - vela que fica por cima da gávea. Consoante o mastro, assim têm os nomes (de proa, grande e sobregata).

K

Ketch - embarcação de recreio de dois mastros em que a roda de leme fica atrás da mezena.

L

Leme - peça destinada ao governo de uma embarcação.Linha de água - linha que separa as obras vivas das obras mortas.Linha de vida - cabo que se fixa ao arnez e a um ponto da embarcação de modo a que um tripulante não seja levado pelo mar.

M

Macaco - o mesmo que esticador.Malagueta - peça da roda de leme que serve para pegar. Peças similares às da roda de leme para fixar, com voltas falidas, os cabos de manobra.Manilha - peça metálica em forma de "U" em cujos topos abertos passa uma cavilha de forma a poder ser fechada. Serve para ligar correntes, etc.Massame - conjunto de cabos do aparelho do navio.

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Mastaréu - pequeno mastro que se fixa e prolonga noutro mastro ou mastaréu.Mastreação - conjunto dos mastros, vergas e paus.Meia-nau - a mediania da embarcação.Meio-navio - região da embarcação a meio do seu comprimento.Mezena - vela que enverga no mastro da mezena, o mastro que fica mais à popa.Moitão - peça de poleame, de madeira ou metal, na qual está montada uma roda em meia-cana por onde passa o cabo. Roldana.Molinete - aparelho de força com manivela para ajudar a caçar cabos.Mordedor - aparelho que pode impede um cabo de correr.Mosquetão - peça metálica de abertura rápida aplicada nos chicotes dos cabos, para que estes se possam fixar nos punhos das velas.

N

Nadir - ponto onde a vertical que passa por um lugar na terra encontra a esfera celeste no lado oposto ao zénite.Nauta - navegador, marinheiro.Nó - medida de velocidade correspondente a uma milha por hora (1.852 metros/hora).

O

Obras mortas - parte do casco de uma embarcação que não está submersa.Obras vivas - parte submersa do casco de uma embarcação.Orçar - aproximar a proa da direção do vento.Ovém - cabo que aguenta a mastreação para um e outro bordo. O conjunto de ovéns forma a enxárcia.

P

Patilhão - acrescento aplicado na quilha para aumentar a estabilidade e a resistência ao abatimento numa embarcação à vela.Pau de Palanque - vara onde amura o balão.Pau de Spi - o mesmo que pau de palanque.Piano - aparelho múltiplo que impede um conjunto de cabos de correr. Permite um esforço maior que um mordedouro.Poço - numa embarcação de recreio, o desnível no convés onde habitualmente se comanda o barco.Polaca - vela latina triangular que se enverga à proa em ocasiões de mau tempo.Poleame - conjunto de peças destinadas à passagem de cabos.Pontal - distância que vai da parte superior da quilha ao convés da embarcação.Popa - parte de trás de uma embarcação.Porta do leme - parte inferior do leme que trabalha na água.Proa - parte da frente de uma embarcação.Punho da amura - canto da vela que fica inferiormente junto ao mastro ou ao estai.Punho da boca - numa vela quadrangular, é o punho superior situado junto ao mastro.Punho da escota - canto da vela onde fixa a escota.Punho do gurutil - nas velas redondas fica nos extremos do gurutil.Punho da pena - nas velas triangulares é o punho pelo qual é içada a vela. Nas quadrangulares é o punho superior e exterior.

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Q

Quilha - peça longitudinal que fecha a ossada da embarcação.

R

Ré - parte de trás de uma embarcação.Regeira - cabo de amarração que vindo da proa fixa no cais à ré ou vindo da popa fixa no cais a vante.Retranca - peça de madeira ou metal que num topo se apoia ao mastro no sentido proa-popa e no outro se fixa o punha da escota da vela.Rizar - reduzir o pano das velas.Rize - cabo que ajuda a manter o pano reduzido.

S

Sapatilho - peça para reforçar a alça de um cabo.Singradura - caminho percorrido num único rumo.Sloop - embarcação de um só mastro e aparelho latino.Sotavento - lado para onde sopra o vento. (ver barlavento)Spi - ou spinaker, o mesmo que vela de balão.Spring - o mesmo que regeira.Suspender - levantar a âncora trazendo-a acima.

T

Testa - nas velas latinas é o bordo que encosta ao mastro e nas redondas os lados que ficam de cima para baixo. (ver esteira e valuma)Traquete - vela redonda que enverga no mastro de proa. Través - cada um dos lados de uma embarcação.

U

Unha - extremo da pata da âncora.Unhar - a acção de uma unha a enterrar-se no fundo.

V

Valuma - bordo de uma vela latina que fica para o lado da popa. (ver esteira e testa)Vante - zona da frente de uma embarcação. (ver ré)Vau - vigas horizontais que assentam no mastro, para bombordo e boreste para suporte dos brandais.Vela de Balão - vela triangular de grande superfície para ventos de popa. Normalmente de tecido leve e colorida.Vela Grande - maior vela de uma embarcação. É envergada no mastro grande.Velame - conjunto de velas.Verdugo - régua de madeira ou de outro material em volta do casco para o proteger.

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Verga - peça de madeira ou metal onde é ligada a parte superior da vela.Vigia - abertura para dar luz e ar ao interior, que se pode ou não abrir.

Z

Zénite - ponto, em qualquer lugar da Terra, onde a vertical prolongada acima do observador, vai aparentemente, encontrar a esfera celeste.

2. Citar pelo menos três recursos que auxiliam na navegação, e suas funções. Por quem são mantidos?

Resposta:

Anemómetro: ou Anemógrafo é um aparelho que serve para medir a intensidade do vento.

Binóculo: No século XVII o padre Reitha, um investigador alemão, uniu duas lunetas a que chamou binóculo. Hoje em dia são acrescentados prismas e azoto de modo a melhorar-se a qualidade da luz que atravessam as lentes, havendo mesmo tipos de binóculos onde não é preciso fazer sequer a focagem do objeto.

Bússola: Não se sabe bem a origem mas pensa-se que a sua utilização na Europa veio através dos Árabes que tiveram conhecimento dela a partir dos Chineses.

Carta Náutica (Compasso, Esquadro, Réguas Paralelas): Desde os Portulanos até às modernas cartas digitais o objectivo é o mesmo. Conhecer as áreas de navegação, costas, portos de abrigo e distâncias entre pontos. Usando alguns instrumentos associados traçam-se os rumos, calculam-se distâncias e marca-se o ponto.

Diário de Bordo: Não será própriamente um instrumento mas um precioso e indispensável auxiliar de navegação onde os registos aí anotados permitem não só refazer um rumo ou uma posição como também a história da viagem e da vida a bordo.

Giroscópio: Aparelho que contém um sólido ao qual se imprime uma grande velocidade em torno de um eixo suspenso num sistema do tipo Cardan permitindo conservar invariável a direção desse eixo em movimento. Foi, entre outros instrumentos, usado na bússola-giroscópia.

GPS: O mais avançado e moderno sistema de posicionamento. A partir de sinais enviados pelos vários satélites do sistema, este aparelho pode determinar com grande precisão um ponto. Os russos têm o GLONASS enquanto o GALILEU será em 2008 o sistema europeu.

Inclinómetro: O nome diz quase tudo. Com este instrumento verificamos a inclinação lateral de um barco.

Meteorológicos (Barómetro, Catavento, Higrómetro, Termómetro): Em navegação a previsão das condições do tempo é de extrema importância. Nos barcos à vela a direção e intensidade do vento são primordiais para se poder tirar o maior rendimento possível. Estes instrumentos ajudam não só durante a navegação mas também na previsão.

Óculo ou Luneta: Foi Galileu que no séc. XVII aperfeiçoou a luneta e mostrou a sua utilidade. Se bem que usado primeiramente para observações astronômicas foi rapidamente adaptado noutras áreas e claro na navegação. Parece que a primeira foi fabricada em Itália em 1590 por um fabricante de lentes.

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Odómetro: Aparelho que permite medir a velocidade do barco sobre a água.

Prumo: Serve para medir a altura da maré e para saber o tipo de fundo.

Radar: É um aparelho que emite ondas que são depois refletidas num objeto e detectadas por um receptor. Este mede o intervalo de tempo entre a emissão e recepção do sinal calculando assim a distância até ao objeto.

Roteiro: É também um auxiliar à navegação e contém informação sobre uma zona, tal como ventos, correntes, marés, perigos variados, etc.

Sonda: As sondas eletrônicas além da altura da maré já permitem também obter uma visão tridimensional do fundo.

Tabela de Marés: Pode-se considerar uma ajuda à navegação e permite prever e calcular as alturas da maré para uma determinada hora e local. Lembremo-nos que as amplitudes, dependendo do local, podem variar até cerca de 15 metros.

Tabelas Náuticas ou Almanaque: Estas tabelas são editadas anualmente e têm informação sobre alguns astros (Sol e estrelas mais importantes, Lua e planetas) para todos os dias e horas do ano, informação essa essencial para o cálculo do ponto a partir da hora e altura do astro medido.

3. Dar o nome de seis tipos de bóias. O que significam e como são usadas? Mencionar as cores dos seis tipos que você mencionou.

Resposta:

As bóias são utilizadas para marcar canais de navegação e perigo, áreas de mergulho, etc.

Deixe esta bóia a seu bombordo

Deixe, preferencialmente, esta bóia a seu bombordo

Deixe esta bóia a seu boreste

Zona de Perigo a Oeste

Zona de Perigo ao Sul

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Águas claras, sem perigos, eixo do canal

BALIZAGEM

Apenas em 1980 foi aprovado em Tóquio um novo sistema de balizagem comum já que até à altura existiam mais de 30 sistemas diferentes. Neste sistema existem cinco tipos de marcas. Destas somente as Marcas Laterais são diferentes segundo as regiões A e B sendo exatamente o contrário relativamente às cores. A região B engloba todo o continente americano (norte e sul), Japão, Filipinas e Coréia sendo o restante afecto à região A.A Balizagem é referida à entrada dos portos, canais e rios.

MARCAS LATERAIS (Região B)

Ao entrar num porto, subir um canal ou rio

Dê boreste a estas bóias.A sua numeração é sempre par. Luz vermelha qualquer ritmo

Dê bombordo a estas bóias.A sua numeração é sempre impar. Luz verde qualquer ritmo

Estas bóias são preferenciais ou seja podemos dar qualquer dos bordos

Dê, preferencialmente, o borestea estas bóias. Ritmo da luz

Dê, preferencialmente, o bombordoa estas bóias. Ritmo da luz

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MARCAS CARDINAIS

Devemos passar a (N,S,W,E), segundo a respectiva bóia cardinal de modo a evitar o perigo.N

Ritmo das luzes

W

Ritmo das luzes

ZONA DE PERIGO

E

Ritmo das luzes

Ritmo das luzesS

PERIGO ISOLADO

Destinado a assinalar um perigo isolado com fundos navegáveis à volta Ritmo da luz

MARCAS DE ÁGUAS LIMPAS

Eixo do canal. Devemos dar sempre o bombordo

Ritmos da luz

MARCAS ESPECIAIS

Não tem por fim ajudar a navegação.Podem indicar zonas de fundear, exercícios militares, zonas de despejos, etc.

Luz amarela se usada

ZONA DE MERGULHO Um bóia com a letra A do C.I.S . indica uma zona com mergulhadores na água.

4. Recitar o nome dos oito pontos cardeais de uma bússola. Por que a mesma é tão importante para a navegação? Onde deve estar localizada numa embarcação, e por quê?

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Resposta:

Os 8 principais pontos cardeais são: Norte, Nordeste, Leste, Sudeste, Sul, Sudoeste, Oeste e Noroeste. São importantes, pois auxiliam o navegador a orientar-se e determinar sua direção em relação ao globo terrestre e também, informar a mesma a outras embarcações ou unidades costeiras ou aéreas em qualquer parte do mundo. A bússola magnética deve estar colocada em um ponto onde sofra a menor interferência dos metais a bordo. Por isso é colocada, normalmente, em um ponto elevado no mastro da ponte.

5. Citar quatro dos nós mais utilizados na arte de navegar. Saber dar estes nós e mencionar seus principais usos.

Resposta:

Os nós usam-se para unir dois cabos, dois chicotes do mesmo cabo ou prender um cabo a um objeto. Aqui estão apenas aqueles mais usados na marinharia, mas existem muitos outros nos livros da especialidade.

Laçada ou Nó Simples: serve para impedir que um cabo corra num olhal ou gorne.

Nó de Oito ou Trempe: com a mesma função do nó simples, mas com mais uma laçada, sendo de mais confiança.

Nó de Frade: Também serve para impedir um cabo de correr ou para rematar o chicote de um cabo.

Lais de Guia pelo chicote: Usado para encapelar num cabeço e de utilização genérica. É dos nós mais usados e seguros.

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Nó Direito: É usado para unir dois cabos de igual material e bitola.

Nó de Ladrão: É uma variante do Nó Direito mas tem tendência para correr e por isso não é usado. Diz-se que os marinheiros usavam para amarrar os seus sacos com este nó, pois instintivamente um ladrão faz um nó direito, e assim sabiam quando o saco era remexido.

Nó de Escota ou Singelo: Usa-se para unir dois cabos de bitola diferente ou para fixar um cabo a um olhal. Não aperta quando molhado.

Nó de Escota pronto a disparar: Com o mesmo fim do Nó de Escota ou Singelo, mas mais fácil de desarmar.

Nó de Escota Dobrado: Idêntico ao Nó de Escota ou Singelo, mas de maior confiança.

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Nó de Pescador: Usado para emendar dois cabos.

Além de nós e voltas, existem muitos outros trabalhos com cabos. Uma falcaça serve para rematar um chicote de um cabo e a pinha, além dos comuns porta-chaves, é usada como arremesso na ponta de um cabo. As alças usam-se muito em cabos de amarração.

Alça: Para rematar um chicote com ou sem sapatilho. Usa-se com freqüência nos cabos de amarração.

Pinha de retenida: Usado na ponta de um chicote para permitir lançar um cabo a maior distância.

Falcaça: Para terminar chicote de modo a que não se descoche.

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Falcaça à Inglesa: Para terminar chicote de modo a que não se descoche.

Usam-se as voltas para ligar um cabo a um mastro ou uma antena ou uma âncora.

Volta de Fiel: para unir um cabo a um mastro.

Volta de Anete: Usada para ligar o chicote de um cabo ao anete de uma âncora ou duma bóia.

Volta Redonda e Cote: Para amarrar um cabo a um objeto rapidamente.

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Volta de Cunho: Usada para amarar o chicote de um cabo um cunho.

6. Familiarizar-se com a leitura e interpretação da carta marítima. Por que tal carta é tão valiosa em águas desconhecidas? Explicar algumas coisas que a carta marítima demonstra. Explicar símbolos usados na mesma, ou duas das bóias mais usadas.

Resposta:

A carta marítima é importante em águas desconhecidas porque auxilia o navegador em sua localização, além de mostrar o relevo submarino, sua composição predominante, e os obstáculos existentes, auxiliando assim o navegador a escolher a melhor rota a seguir.

7. Ao participar ativamente em atividade de navegação, quais as três regras de segurança mais importantes que você deveria seguir?

Resposta:

Podemos resumir as principais regras de segurança em 3 palavras: Planejamento, comunicação e vigilância.

Antes de sair navegando com sua embarcação deves definir a rota que irá seguir, o tempo estimado em cada etapa de sua viagem e os portos que irá atracar. Deve garantir que estará apto a comunicar com tais portos durante a viagem, e deve certificar-se de comunicar os portos sobre seu plano de viagem. Assim, caso ocorra algum imprevisto, eles notarão seu atraso ou sua falha de comunicação, e poderão empreender as medidas de busca e resgate que se fizerem necessárias.

Enquanto navegando, deves manter a vigilância do que esta ao seu redor, obstáculos, embarcações, condições do mar, etc. para que possa, em tempo hábil, qualquer medida necessária para evitar um acidente.

8. O que significa estar adequadamente equipado? Ilustrar sua resposta.

Resposta:

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Estar adequadamente equipado significa, simplesmente, possuir equipamento adequado para o que deseja fazer. Se pretende apenas fazer pequenas regatas, próximas da costa, talvez um pequeno veleiro seja o equipamento adequado. Por outro lado, se deseja fazer uma longa expedição em alto mar ou em mares mais bravios, provavelmente precisará de uma embarcação maior e mais bem equipada. Como equipamentos básicos, podemos citar a bússola, a carta marítima, o GPS, o rádio, o binóculo, luzes de navegação, bandeiras de sinalização, roteiro.

9. O que significa a expressão “regra de rota” ou “ética marítima”?

Resposta:

São as regras internacionais que norteiam a prática de navegação e tem por intenção evitar acidentes e assegurar uma boa relação entre os navegadores.

Regras de Manobra e Navegação (Regra de Rota)As regras aqui descritas são um resumo alargado do Regulamento Internacional para Evitar Abalroamentos no Mar no que diz respeito às Regras de Manobra e Navegação. Omitiu-se a descrição dos anexos e parte de algum texto, mantendo-se no entanto o essencial. A parte dos Sinais Sonoros, dos Faróis e Balões usados nas embarcações é descrita noutro local.

"Nenhuma disposição das presentes Regras servirá para ilibar qualquer navio, comandante ou tripulações das conseqüências de qualquer negligência ..." , do Regulamento Internacional para Evitar Abalroamentos no Mar.

Generalidades - Campo de aplicação, Responsabilidade, Definições Gerais

Secção I

Condução dos navios com quaisquer condições de visibilidade

Regra 4 - Campo de aplicação

As regras desta secção aplicam-se com quaisquer condições de visibilidade.

Regra 5 - Vigia

Todo o navio deve assegurar permanentemente uma vigilância visual e auditiva apropriada, utilizando igualmente todos os meios disponíveis adequados às circunstâncias e condições existentes, de modo a permitir uma apreciação completa da situação e do risco de abalroamento.

Regra 6 - Velocidade de segurança

Todo o navio deve manter sempre uma velocidade tal que lhe permita tomar as medidas apropriadas e eficazes para evitar um abalroamento e para parar numa distância adequada às circunstâncias e condições existentes.

Para determinação da velocidade de segurança, devem, entre outros, ser tomados em consideração os seguintes fatores:

a) Para todos os navios: (i) a visibilidade;(ii) a densidade do tráfego marítimo, incluindo concentrações de navios de pesca ou de quaisquer outros navios;

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(iii) a capacidade de manobra do navio, sobretudo no que respeita à distância de paragem e qualidades de giração nas condições existentes;(iv) de noite, a presença de um fundo luminoso, tal como o criado por luzes da costa ou pela difusão das luzes de iluminação do próprio navio;(v) as condições de vento, mar e corrente e a proximidade de perigos para a navegação;(vi) o calado em relação à profundidade de água disponível;

b) Para além do referido, os navios que utilizem radar: (i) as características, eficiência e limites de utilização do equipamento de radar;(ii) as limitações que resultam da escala do radar que está sendo utilizado;(iii) o efeito do estado do mar, condições meteorológicas e outras fontes de interferência na detecção radar;(iv) a possibilidade de não serem detectadas a distância conveniente pequenas embarcações, gelos ou outros objetos flutuantes;(v) o número, posição e movimento dos navios detectados pelo radar;(vi) a possibilidade de se avaliar mais exatamente a visibilidade, quando o radar é utilizado para determinar a distância a navios e a outros objetos situados nas imediações.

Regra 7 - Risco de abalroamento

a) Todo o navio deve utilizar todos os meios disponíveis adequados às circunstâncias e condições existentes, para determinar se existe risco de abalroamento;b) Se existir a bordo um equipamento radar operativo, deve ser corretamente utilizado, recorrendo às escalas de maior alcance a fim de avaliar, tão cedo quanto possível, um risco de abalroamento, bem como ao registro do radar ("plotting") ou qualquer outra observação sistemática equivalente dos objetos detectados.c) Não devem tirar-se conclusões a partir de informações insuficientes, especialmente se obtidos por radar.d) Para avaliar se existe risco de abalroamento deve, de entre outras, ter-se em conta as seguintes considerações:

(i) há risco de abalroamento se a marcação de um navio que se aproxima, observada na agulha, não varia de modo apreciável;(ii) este risco pode por vezes existir mesmo quando se verifica uma variação apreciável da marcação, particularmente se se trata da aproximação a um navio muito grande, a um conjunto rebocador-rebocado ou a um navio que está a uma distância muito pequena.

Regra 8 - Manobras para evitar abalroamentos

a) Qualquer manobra para evitar um abalroamento deve, se as circunstâncias o permitirem, ser executada de uma forma clara, com larga antecedência e de acordo com os usos e costumes marítimos.b) Qualquer alteração de rumo e/ou velocidade, visando evitar um abalroamento, deve, se as circunstâncias o permitirem, ser suficientemente ampla para ser imediatamente apercebida por outro navio que esteja a observar visualmente ou no radar. Uma sucessão de pequenas alterações de rumo e/ou de velocidade deve ser evitada.c) Se houver espaço suficiente, a alteração de rumo, por si só, pode ser a manobra mais eficaz para se evitar uma situação de aproximação excessiva, desde que esta manobra seja feita com bastante antecedência, seja substancial e dela não resulte outra situação de aproximação excessiva.d) As manobras executadas para evitar o abalroamento com outro navio devem ser tais que permitam passar a uma distância segura. A eficácia das manobras deve ser atentamente controlada até que o outro navio esteja definitivamente passado e safo.

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e) Se for necessário, para evitar um abalroamento ou para dispor de mais tempo para apreciar a situação, o navio deve diminuir a velocidade ou anular o seguimento, parando ou invertendo o seu aparelho propulsor.f)

(i) Um navio a que, por qualquer destas regras, seja recomendado não interferir com a passagem ou deixar safa a passagem a um outro navio deve, sempre que as circunstancias assim o exijam, manobrar com a devida antecedência, a fim de conceder ao outro navio espaço suficiente para uma passagem safa.(ii) Um navio a que seja recomendado não interferir com a passagem ou deixar safa a passagem de outro navio não é dispensado desta obrigação, mesmo que se aproxime do outro navio de modo a verificar-se uma situação de risco de colisão, e deve, ao manobrar, fazê-lo de acordo com as regras desta parte.(iii) Um navio com direito a rumo fica obrigado a manobrar de acordo com as regras desta parte, sempre que ocorra a aproximação a outro navio, criando-se uma situação de risco de colisão.

Regra 9 - Canais estreitos

Navegar a boreste num canal estreito

a) Um navio navegando num canal estreito ou numa via de acesso deve, quando o puder fazer sem perigo, navegar tão perto quanto possível do limite exterior do canal ou da via de acesso que lhe ficar por boreste.b) Um navio de comprimento inferior a 20 metros ou um navio à vela não devem dificultar a passagem dos navios que só podem navegar com segurança num canal estreito ou numa via de acesso.c) Um navio em faina de pesca não deve dificultar a passagem de outros navios navegando num canal estreito ou numa via de acesso.d) Um navio não deve atravessar um canal estreito ou uma via de acesso se, ao fazê-lo, dificultar a passagem de navios que só podem navegar com segurança nesse canal ou via de acesso; estes últimos podem utilizar o sinal sonoro prescrito na Regra 34d, se tiverem dúvidas sobre as intenções dum navio que atravessa o canel ou via de acesso.e)

(i) Num canal estreito ou numa via de acesso, quando uma ultrapassagem não possa ser executada sem que o navio alcançado tenha de manobrar para permitir ao outro navio ultrapassá-lo com segurança, o navio que pretende ultrapassar deve dar a conhecer a sua intenção emitindo o sinal sonoro prescrito na Regra 34c (i). O navio alcançado deve, se tiver de acordo, fazer soar o sinal apropriado prescrito na Regra 34c (ii), e manobrar de modo a permitir a ultrapassagem com segurança. Se tiver dúvidas pode emitir os sinais sonoros prescritos na Regra 34d.(ii) Esta regra não dispensará o navio que alcança do cumprimento das disposições da Regra 13.

f) Um navio que se aproxima de uma curva ou de uma zona situada num canal estreito ou numa via de acesso, onde existem obstáculos que podem encobrir outros navios, deve navegar nessa zona com especial prudência e vigilância e fazer soar o sinal apropriado prescrito na Regra 34e.

g) Qualquer navio deve, se as circunstâncias o permitirem, evitar fundear num canal estreito.

Regra 10 - Esquemas de separação de tráfego

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a) Esta regra aplica-se aos esquemas de separação de tráfego adotados pela Organização e não dispensa nenhum navio do cumprimento de qualquer outra regra.

b) Um navio que utilize um esquema de separação de tráfego deve: (i) seguir no corredor apropriado, na direção geral do tráfego para este corredor;(ii) afastar-se, na medida do possível, da linha ou da zona de separação de tráfego;(iii) como regra geral, entrar ou sair de um corredor de tráfego por um dos seus extremos, mas quando entrar ou sair lateralmente, deve efetuar esta manobra segundo um ângulo tão pequeno quanto possível, em relação à direção geral do tráfego.

c) Um navio deve evitar, tanto quanto possível, cruzar os corredores de tráfego, mas, se a isso for obrigado, deve fazê-lo a uma proa que seja, na medida do possível, perpendicular à direção geral do tráfego.d)

(i) Um navio não deverá navegar numa zona de tráfego costeiro quando o possa fazer com segurança no corredor de tráfego apropriado do respectivo esquema de separação de tráfego. Contudo, navios com comprimento inferior a 20 metros, navios à vela e navios em faina de pesca podem navegar na zona de tráfego costeiro.(ii) Não obstante o subparágrafo d) (i), um navio pode navegar numa zona de tráfego costeiro quando seguindo para ou provindo de um porto, instalação ou estrutura offshore, estação de pilotos ou qualquer outro destino localizado dentro da zona de tráfego costeiro, ou ainda para evitar um perigo imediato.

e) Um navio que não esteja a cruzar um esquema de separação de tráfego, ou que não esteja a entrar ou a sair de um corredor de tráfego, normalmente não deve penetrar na zona de separação ou cruzar a linha de separação, exceto:

(i) em caso de emergência, para evitar um perigo imediato;(ii) para pescar na zona de separação.

f) Um navio que navegue nas zonas próximas dos extremos de um esquema de separação de tráfego deve fazê-lo com particular cuidado.g) Um navio deve evitar, na medida do possível, fundear no interior de um esquema de separação de tráfego ou em zonas próximas dos seus extremos.h) Um navio que não utiliza um esquema de separação de tráfego deve evitar aproximar-se dele, tanto quanto possível.i) Um navio em faina de pesca não deve dificultar a passagem dos navios que seguem num corredor de tráfego.j) Um navio com comprimento inferior a 20 metros ou um navio à vela não devem dificultar a passagem dos navios de propulsão mecânica que naveguem num corredor de tráfego.k) Um navio com capacidade de manobra reduzida, quando efetua uma operação destinada a manter a segurança da navegação num esquema de separação de tráfego, está isento de cumprir com a presente Regra na medida do necessário para a execução da operação.l) Um navio com capacidade de manobra reduzida, quando efetua uma operação destinada a lançar, reparar ou levantar um cabo submarino dentro de um esquema de separação de tráfego, está isento de cumprir com a presente Regra na medida do necessário para a execução da operação.

Secção II

Procedimento dos navios à vista uns dos outros

Regra 11 - Campo de aplicação

As regras desta secção aplicam-se aos navios que estão à vista de uns dos outros.

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Regra 12 - Navios à vela

Vento por bordos diferentes. Vento pelo mesmo bordo

a) Quando dois navios à vela se aproximam um do outro, com risco de abalroamento, um deles deve afastar-se do caminho do outro da forma seguinte:

(i) quando os navios recebem o vento por bordos diferentes, aquele que o receber por bombordo deve desviar-se do caminho do outro;(ii) quando os dois navios recebem o vento pelo mesmo bordo, aquele que estiver a barlavento deve desviar-se do caminho daquele que estiver a sotavento;(iii) se um navio que recebe o vento por bombordo avista um outro navio a barlavento e não pode determinar com segurança se este outro navio recebe o vento por bombordo ou boreste, o primeiro deve desviar-se do caminho do outro.

b) Para a aplicação desta Regra, o bordo de onde sopra o vento deve ser considerado como sendo o bordo oposto àquele em que a vela grande é caçada, ou no caso de um navio de pano redondo, o bordo oposto àquele onde a maior vela latina é caçada.

Regra 13 - Navio que alcança

Navio alcançante desvia-se do outro

a) Não obstante o disposto nas Regras das Secções I e II da Parte B, qualquer navio que alcance outro deve desviar-se do caminho deste último.

b) Deve considerar-se como navio que alcança o navio que se aproxima de um outro vindo de uma direção que fique mais de 22,5º para ré do través desse outro, isto é, que se encontra numa posição tal em relação ao navio alcançado que, de noite, só poderá ver o farol de popa desse navio, sem ver qualquer dos seus faróis de borda.

c) Quando um navio não puder determinar com segurança se está a alcançar outro, deve considerar que é esse o caso e manobrar de acordo.

d) Nenhuma alteração posterior na marcação entre os dois navios transformará o navio que alcança em navio que cruza, com o significado atribuído por estas Regras, ou o dispensará do dever de se desviar do caminho do navio alcançado enquanto não o tiver definitivamente ultrapassado e dele se achar safo.

Regra 14 - Navios que se aproximam de roda a roda

Aproximando-se roda a roda

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a) Quando dois navios de propulsão mecânica se aproximam um do outro de roda a roda, ou quase de roda a roda, de modo a haver risco de abalroamento, deverão guinar ambos para boreste de modo a passarem por bombordo um do outro.

b) Deve considerar-se que essa situação existe quando um navio vê outro na sua proa, ou praticamente na sua proa, de modo que, de noite, veria os faróis de mastro do outro navio enfiados ou quase enfiados e/ou ambos os faróis de borda e que, de dia, veria o outro navio segundo um ângulo correspondente.

c) Quando um navio não pode determinar com segurança se essa situação existe, deve considerar que ela existe efetivamente e manobrar de acordo.

Regra 15 - Navios em rumo cruzado

O navio que vê o outro por boreste afasta-se do caminho

Quando dois navios de propulsão mecânica navegam em rumos que se cruzam, de tal forma que exista risco de abalroamento, o navio que vê o outro por boreste deve afastar-se do caminho deste e, se as circunstâncias o permitirem, evitar cortar-lhe a proa.

Regra 16 - Manobra do navio sem prioridade

Todo o navio obrigado a deixar livre o caminho do outro deverá, tanto quanto possível, manobrar com a antecedência necessária e francamente, de modo a manter-se suficientemente afastado.

Regra 17 - Manobra do navio com prioridade

a) (i) Quando um navio, de acordo com qualquer das presentes Regras, deva desviar-se do caminho de outro, este último deve manter o rumo e a velocidade;(ii) contudo, este último pode manobrar a fim de evitar o abalroamento unicamente com a sua manobra, logo que lhe pareça evidente que o navio que tem obrigação de se desviar do seu caminho não efetua a manobra apropriada prescrita nestas Regras.

b) Quando, por qualquer outro motivo, o navio deve manter o rumo e a velocidade se achar tão próximo do outro que o abalroamento não possa ser evitado unicamente pela manobra do navio a que pertence deixar o caminho livre, deve ele também manobrar da forma que julgue mais conveniente para ajudar a evitar o abalroamento.c) Um navio de propulsão mecânica que manobre para evitar um abalroamento com outro navio de propulsão mecânica, cujo caminho cruza o seu, nas condições previstas na alinea a) (ii) desta Regra, não deve, se as circunstâncias o permitirem, guinar para bombordo enquanto o outro navio lhe estiver por bombordo.d) Esta Regra não dispensará o navio que deve deixar o caminho livre, da obrigação de se manter afastado do caminho do outro navio.

Regra 18 - Responsabilidades recíprocas dos navios

Salvo disposições contrárias contidas nas Regras 9, 10 e 13;

a) Um navio de propulsão mecânica a navegar deve desviar-se do caminho de: (i) um navio desgovernado;(ii) um navio com capacidade de manobra reduzida;

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(iii) um navio em faina de pesca;(iv) um navio à vela.

b) Um navio à vela a navegar deve desviar-se do caminho de: (i) um navio desgovernado;(ii) um navio com capacidade de manobra reduzida;(iii) um navio em faina de pesca.

c) Um navio em faina de pesca e a navegar deve, na medida do possível, desviar-se do caminho de:

(i) um navio desgovernado;(ii) um navio com capacidade de manobra reduzida.

d) (i) Qualquer navio que não esteja desgovernado ou com capacidade de manobra reduzida deve, se as circunstâncias o permitirem, evitar dificultar a passagem segura de um navio condicionado pelo seu calado, que mostre os sinais previstos na Regra 28;(ii) um navio condicionado pelo seu calado deve navegar com particular prudência, tendo em devida conta a sua condição especial.

e) Um hidroavião amarado deve, regra geral, manter-se suficientemente afastado de todos os navios e evitar dificultar a sua navegação. No entanto, quando haja risco de abalroamento, deve cumprir as Regras desta Parte.

Secção III

Procedimento dos navios em condições de visibilidade reduzida

Regra 19 - Procedimento dos navios em condições de visibilidade reduzida

a) Esta Regra aplica-se aos navios que não estão à vista uns dos outros e que naveguem perto ou dentro de zonas de visibilidade reduzida.b) Todo o navio deve navegar a uma velocidade de segurança adaptada às circunstâncias e às condições de visibilidade reduzida. Os navios de propulsão mecânica devem ter as máquinas prontas a manobrar imediatamente.c) Todo o navio, quando aplica as Regras da Secção I desta Parte, deve ter em conta as circunstâncias existentes e as condições de visibilidade reduzida.d) Um navio que detecte unicamente com o radar a presença de outro navio deve avaliar-se se se está a criar um situação de aproximação excessiva e/ou existe risco de abalroamento. Em caso afirmativo, deve tomar, com franca antecedência, as medidas necessárias para evitar que esta situação se concretize. Contundo, se essas medidas consistirem numa alteração de rumo, deve-se, na medida do possível, evitar:

(i) Uma alteração de rumo para bombordo, no caso de um navio que se encontra para vante do través, exceto se esse navio está a ser alcançado;(ii) Uma alteração de rumo na direção de um navio que se encontra pelo través ou para ré do través.

e) Com excepção dos casos em que se tenha constatado não existir risco de abalroamento, todo o navio que ouça, numa direção que lhe pareça ser para vante do través, o sinal de nevoeiro de outro navio, ou que não possa evitar uma situação de aproximação excessiva de outro navio situado para vante do través, deve reduzir a velocidade ao mínimo necessário para governar; deve, se necessário, anular o seguimento e, em qualquer caso, navegar com extrema precaução até que o risco de albalroamento tenha passado.

PRAXE e ETIQUETA MARÍTIMA

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A reconhecida solidariedade entre marinheiros, sobretudo nos mares, criou algumas regras de boa educação e de relacionamento que são orgulhosamente seguidas e que ajudam a reforçar o espírito náutico.

Este pequeno guia de praxe e etiqueta serve para relembrar ou dar a conhecer algumas regras de comportamento entre homens do mar. Reconhecida por todos aqueles que navegam pelos mares, estas particularidades distinguem o verdadeiro marujo do "terrujo".

Saudações

As saudações entre iates fazem-se arriando lentamente o Pavilhão Nacional e içando-o, novamente, por três vezes. Qualquer que for a sua nacionalidade deve-se saudar os navios de guerra, ao que estes correspondem arriando e içando o pavilhão apenas uma única vez. Se os iates forem de categoria diferente o de menor categoria deve saudar primeiro. Um iate que serve de barco de júri de regata nunca deve saudar ou ser saudado enquanto tiver içado o sinal de júri. Em caso algum se usarão apitos, sereias, buzinas ou outros sinais sonoros para trocar saudações. (Pode-se sempre confundir com alguma sinalização sonora!)

Bandeiras

Os galhardetes devem ser içados e arriados ao mesmo tempo que a Bandeira Nacional. Devem permanecer içadas apenas entre o nascer e o pôr do sol. Em águas estrangeiras deve-se içar sempre a bandeira dessa nação a tope do mastro principal ou no vau de honra. Em dias de gala as embarcações de recreio içam bandeiras nacionais em todos os topes do nascer ao pôr do sol. Pode-se içar também as bandeiras do C.I.S., todas unidas e sem qualquer ordem específica, pela adriça do estai sendo conhecido então por mareato.

Nunca se iça mais do que um pavilhão ou galhardete na mesma adriça, um por baixo do outro. É um insulto para o que se encontrar por baixo. Em barcos de recreio de um só mastro os sinais particulares do proprietário içam-se no vau de boreste. Nos de dois mastros são içados no mastro da mezena. Estes só se içam quando o proprietário está a bordo. Os sinais de regata são sinais convencionados e escolhidos pelos velejadores que se içam em vez do galhardete do clube. Cada proprietário tem o direito de desenhar o seu sinal de regata que arriará quando abandonar a prova, ou no final da mesma. Hoje em dia e por norma de classe usa-se o galhardete da classe o lugar do pavilhão nacional e somente enquanto estiver em regata. Os iates acompanham o luto içando as bandeiras a meia adriça. Primeiro içam-se a tope e só depois baixam-se a meia adriça. Para arriar içam-se de novo a tope e depois arreiam-se por completo. No caso de homem ao mar todos os barcos põem o pavilhão a meia adriça. O que tiver encontrado o náufrago iça-a de novo a tope. A indicação numa embarcação de homem ao mar é sinalizada pela letra "O" do C.I.S. Existe também o "sinal de refeição" içado no vau de boreste, normalmente um quadrado branco, que se iça quando o proprietário esteja a ser servido de uma refeição e não deseje ser incomodado. No entanto o mais procurado será o de "bar aberto", uma bandeira com um copo na sua posição normal, convidando os marinheiros para um copo e uma conversa a bordo. Quando as bebidas ou a paciência esgotarem, virar-se-á a bandeira ao contrário, com o copo para baixo , indicando que o bar fechou e são horas de cada um regressar à sua embarcação! Há também o "sinal da noite", que significa desejarem os que estão a bordo paz e sossego, livres de visitas! Iça-se a tope do mastro principal entre o pôr do sol e o içar da Bandeira Nacional de manhã. Consiste habitualmente num galhardete azul ou o nr.2 do C.I.S.

Generalidades

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Uma embarcação deve evitar cortar a proa a outra (cruzar com outra embarcação e passar a uma distância curta da proa). Neste caso deverá manobrar e passar pela popa. Um proprietário não deve nunca recusar a um outro barco que amarre bordo a bordo e no mesmo sentido.

Sempre que for possível deve-se acostar a um iate por boreste (nos barcos à vela, a comodidade indica que se acosta por sotavento). Quando há que atravessar o convés de um iate, passa-se sempre pela proa, isto é, pela frente do mastro.

Instrutores:

________________________ ________________________Gláucio Félix Gustavo Zardo

ADPO DPO Senior

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