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29 maio, 2014 33 — Região de Leiria Especial Infância

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29 maio, 2014 33— Região de Leiria

Especial Infância

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34 Região de Leiria — 29 maio, 2014

Carlos Ferreira

Nascem cada vez menos bebés no distrito de Leiria. Entre 2010 e 2012 a diminu-ição foi de 477 nascimentos, segundo o Instituto Nacional de Estatística. A tendência de queda é geral - por exemplo, o concelho de Leiria regista menos 127 recém-nascidos -, apenas com três municípios a obterem ligeiras subidas: Óbidos (17), Alvaiázere (6) e Pedrógão Grande (5).

No sentido de inverter esta tendência, há municí-pios no distrito que desen-volvem programas de apoio à natalidade, como são os casos da Nazaré e Óbidos.

A câmara de Óbidos pro-move o “Enxoval do Recém-

nascido”. É uma medida di-recionada para as famílias, materializada na oferta de bens no valor de 500 euros, metade aplicado em artigos de higiene e conforto para bebés, à escolha dos pais. Os outros 250 euros são atri-buídos através de um vale a descontar na aquisição de produtos exclusivamente para bebés, nas farmácias do concelho.

Este programa começou em 2008 e até dia 11 deste mês permitiu apoiar 527 bebés e as suas famílias, o que corresponde a um in-vestimento global de 263.500 euros. Os anos de 2010 e 2011 foram os que regista-ram mais apoios, na medida em que atingiram o maior

número de nascimentos na vigência do programa (93 em cada ano).

A autarquia pretende con-tinuar esta ação de apoio di-reto à natalidade e reforçar as verbas concedidas, para que as famílias possam ace-der a vacinas recomendadas, mas que não fazem parte do Plano Nacional de Vacinação. Nos apoios indiretos, a autar-quia destaca “a rede munici-pal de creches e jardins de infância, que cobre 100% do concelho, garantindo às fa-mílias um acompanhamento qualificado”.

Na Nazaré, o programa chama-se “Incentivo à Taxa de Natalidade - Promover o Bem Estar na Vida Familiar” e consiste na atribuição de uma compensação financeira aos pais residentes no conce-lho por cada criança nascida, de acordo com o rendimento do agregado familiar.

Este apoio existe desde janeiro de 2009, com o obje-tivo de “contribuir para o au-

mento da taxa de natalidade no concelho. No âmbito do Gabinete de Apoio à Famí-lia, foi efetuada a triagem e acompanhamento psicosso-cial de todas as famílias em situação de vulnerabilidade sócio-económica”, explica a vereadora da Ação Social, Regina Piedade.

A Câmara da Nazaré atri-buiu incentivos à natalidade a 183 crianças e respetivas famílias, num total de 60.450 euros, entre 2009 e 2011. Desde 2012 e até dia 23 deste mês houve mais 70 candida-turas, devendo os respetivos subsídios ser entregues “em breve”.

Para além desta medida, a autarquia “proporciona vários serviços de apoio à família, como a formação cultural e desportiva gratuita para crianças até aos 12 anos ou acesso a serviços de ocu-pação de tempos livres em horários alargados”, destaca Regina Piedade.

Natalidade. Óbidos e Nazaré são exemplos de autarquias do distrito que têm programas espe-cíficos de apoio às famílias com recém-nascidos. A generalidade dos concelhos regista menos nascimentos desde 2010

Apoios às famílias procuram inverter quebra de 477 bebés em três anos

Especial Infância

A autarquia proporci-ona vários serviços de apoio à família, como a formação cultural e desportiva gratuita para crianças até aos 12 anos.

Regina PiedadeVereadora na Câmara da Nazaré

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As medidas de incen-tivo devem ser enqua-dradas numa política coerente e transversal de natalidade e espe-cialmente dirigidas às pessoas que desejam ter filhos.

Ana ValentimVereadora na Câmara de Leiria

A câmara de Leiria “entende que as medidas de incen-tivo à natalidade devem ser enquadradas numa política coerente e transversal de na-talidade e especialmente diri-gidas às pessoas que desejam ter filhos e não incrementar ações avulsas e imediatistas”, referiu ao Região de Leiria a vereadora Ana Valentim. A autarquia tem promovido, desde 2006, o programa “Te-souro das Famílias”, “de inter-venção em meio familiar, na modalidade de promoção de competências familiares, que pretende atuar sobre os diver-sos fatores de risco e proteção no seio das famílias”, explicou Ana Valentim. O programa desenvolve-se em parceria com outras orga-nizações, destina-se a famílias com crianças entre os seis e 12 anos, e organiza-se em ses-sões semanais de grupo, com

técnicos de diversas áreas, como sejam psicologia, ser-viço social, animação social e educação social. “O muni-cípio está a avaliar a possibi-lidade de implementar um programa dirigido à primeira infância, que se traduza num apoio para diminuir os en-cargos ao nível das respostas sociais, face ao orçamento disponível das famílias e, por outro lado, no estabeleci-mento de horários de funci-onamento compatíveis com os horários de trabalho dos pais”, adiantou a vereadora. No caso de Ourém, o municí-pio ainda não possui qual-quer programa específico de apoio à natalidade, “por não estarem reunidas as melho-res condições financeiras”, mas “tem esse objetivo como complemento às estruturas de apoio a famílias carenci-adas”.

Tesouro das famílias” ajudaa promover competências

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Nós // Especial Infância

Recordar a infância dos filhos é a melhor forma de perceber como o tempo passa depressa. Aliás, digo mesmo que os anos voam.

Vivi cada dia da infância dos meus filhos com a maior intensidade possível, eu e o pai. Tudo contava: a alimen-tação, o vestuário, a escola, os avós, os brinquedos, as brincadeiras, ui, como era difícil encontrar tempo - mesmo apenas minutos - para tudo!

Não dou por perdido minuto algum dedicado à família que construi com o Carlos.

Fui sempre uma chata à mesa, é verdade. “É obriga-tório verde no prato!”, dizia eu apontando a salada ou os legumes.

Pois agora que são cres-cidinhos não dispensam o verde à mesa, porque é sau-dável, porque não engorda, porque faz bem aos mús-culos e porque, além disso tudo, sabe bem - dizem eles. “Claro”, digo eu, que levei

esses sabores para a mesa e partilhei-os em cada re-feição.

As roupinhas também in-quietam qualquer mãe, que querem os seus petizes sem-pre lindos. Tanta roupa que deixou de servir ainda nova! Comprasse eu metade e te-ria chegado, percebo agora. Mas há truques. Um deles é trocar com amigas com filhos de idades diferentes. Assim as mesmas peças de roupa servem a várias cri-anças.

O mesmo acontece com os brinquedos, sem tempo para se estragar, tal a ve-locidade a que são subs-tituídos. Sorte tiveram as crianças que os receberam mais tarde, nas instituições onde o João e a Joana os

entregaram quando já não brincavam com eles.

O que não se compra, porque não tem preço, é o tempo que lhes dedicamos. Em casa e na rua. Destaco as idas à praia - uma aven-tura!

Tanto a fazer: a areia não podia ter lixo, pois iria par-ar-lhes à boca; o chapéu a proteger do sol, o boné na cabeça, a t-shirt que só se despia mais para o fim do verão, o protetor solar para reforçar a proteção…

E depois de começarem a andar? Tanta dor de costas a segurá-los na beirinha da água – sempre a dizer-lhes que estava ótima, apesar de sabê-la gelada. O importante era acreditarem.

Tanta caminhada pelo areal e pelo meio das rochas à procura de caranguejos e estrelas do mar, já para não falar dos jogos improvisados com a bola e das construções na areia com as forminhas coloridas... Ah, e a cereja no topo do bolo: as piscinas que o pai fazia à beirinha da água e acabavam sempre por deliciar também outras crianças!

Num instante o dia che-gava ao fim, sem tempo para um mergulho descansado

ou para desfrutar do sol dei-tadinha na toalha.

Mas o que é isso compa-rado com a alegria deles?

Acho interessante as cri-anças participarem em ativi-dades organizadas – os meus filhos também as tiveram, nos anos em que frequen-taram a Expectativa, de que guardam excelentes recor-dações – mas os primeiros anos são dos pais.

São eles que têm de tomar a dianteira, abdicar do seu tempo e investi-lo com os filhos. Continuo a acreditar que é um bom investimento, pois crescem de uma forma mais equilibrada.

Não é comprar uma bola cara e levar o menino para a praça pública à espera que haja outros pais ou outros miúdos para brincar, fi-cando sentado na esplanada a curtir a tarde. É ir para o meio deles e dar uns chutos e umas gargalhadas.

Esses momentos e as recordações ficam para sempre, não tenho a menor dúvida. E à medida que os filhos crescem há sempre atividades a praticar em conjunto.

Eles gostam e eu adoro!

Isabel Jordão, jornalista

Opinião A pequenada no dentista…

A visita ao Mé-dico Dentista continua a ser considerada não desejada

e comparada a um “bi-cho de sete cabeças” pela grande parte da população portuguesa, especialmente pelos mais pequenos. Esta ideia baseia-se em grande parte na lacuna que existe na nossa sociedade na visita regular preventiva ao dentista, que poderia evitar a consulta urgente por ques-tões de dor, muitas vezes traumatizante.

Felizmente, nos últimos tempos a utilização de métodos/materiais mais especializados e a formação dos profissionais direcio-nada para as crianças tem permitido que encarem a ida ao Médico Dentista de forma mais tranquila e por vezes com entusiasmo.

Na minha experiência pessoal, a visita ao dentista sempre foi encarada como normal e cheia de entusi-asmo, porque desde cedo e felizmente me foi incutido pelos meus pais que tinha de cuidar dos dentes se que-ria ter um sorriso bonito.

Profissionalmente, um dos principais desafios é “convencer” os pais das crianças que é importante a visita regular baseada na prevenção, ao invés de uma consulta esporádica apenas quando há dor/desconforto.

As crianças por mais tra-quinas ou introvertidas que sejam, se lhes for explicado e incutido que têm de visitar um dentista regularmente, aceitam muito melhor do que quando o visitam por-que têm dor.

É por isso que a primeira experiência de uma criança no Médico Dentista conta muito e se for agradável ou emocionante decerto que será motivo para querer voltar - afinal de contas um sorriso saudável numa criança vale muito.Drª Maria João SilvaOdontopediatra / RemiClinica

“A cereja no topo do bolo: as piscinas que o pai fazia à beirinha da água”Para as mães os filhos são sempre bebés. Os seus bebés. Tenham meses de vida, 18 ou 21 anos, como é o caso dos meus: a Joana e o João

“O que não se compra, porque não tem preço, é o tempo que lhes dedicamos”

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A escolha de uma creche ou infantário para os filhos nem sempre é uma tarefa fácil. Para a Associação para a Promoção da Segurança Infantil (APSI) é importante avaliar as condições do es-paço e certificar-se da “pre-sença de profissionais com vocação: pessoas capazes de estabelecer uma relação próxima com a criança e a família, que saibam dar carinho e ao mesmo tempo estabelecer e fazer cumprir regras”.

Os país devem infor mar-se, por exemplo, sobre a formação que têm em pri-meiros socorros e procedi-mentos de atuação em caso de emergência.

Como, entre os quatro e os seis anos, a maioria das crianças passa grande parte do dia num jardim de infância, a APSI considera “essencial que este espaço seja acolhedor, estimulante e seguro. Deve promover a maior variedade possível de oportunidades e experi-ências (motoras, sensoriais, relacionais, contacto com a natureza) e, sobretudo, ser um espaço onde a cri-ança se sinta feliz e possa correr, saltar e trepar livre-mente”.

Por outro lado, a esco-lha (seja de uma creche, ama, infantário), deve pri-vilegiar um sítio onde a cri-ança possa passar tempo ao

ar livre, todos os dias. “O contacto com a natureza é importante para que possa sentir diferentes cheiros, materiais e texturas (areia, terra, água, relva, pedras), sentar-se no chão, sujar-se, aprender a cair e a levan-tar-se, treinar o equilíbrio e a coordenação”, destaca a APSI.

É igualmente impor-tante que haja um clima tranquilo e de confiança, de preferência com espa-ços amplos para a criança se movimentar e explorar à vontade, e avaliar se há risco de queda, queimadura e intoxicação.

Há outros aspetos a con-siderar, como são o horário de entrada e de prolonga-mento, o preço, as refeições e os planos educativos. Uma troca de impressões com pais que tenham (ou tive-ram) crianças na mesma “escolinha” também pode ajudar.

Qualidade do espaço e do pessoaldecisiva na escolha do infantário

Para a APSI deve ser acolhedor, estimulante, seguro e promover a maior variedade possível de oportunidades e experiências - um local onde a criança se sinta feliz

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O aumento substancial do uso de dispositivos liga-dos à internet por crianças com menos de seis anos, especialmente tablets e smartphones, pode expô-las a riscos desnecessários, alguns dos quais criados pe-los próprios pais, alerta a EU Kids Online Portugal.

Um relatório deste pro-jeto, divulgado no segundo semestre do ano passado, analisa criticamente a mais recente investigação sobre o uso da internet, e as pri-oridades de políticas de segurança relativamente a crianças até aos oito anos de idade. Houve um au-mento substancial do uso da internet por crianças muito pequenas, mas ainda não estão a ser estudados os seus aspetos positivos e negativos.

O EU Kids Online inves-tiga os usos da internet por crianças e jovens (dos nove aos 16 anos) desde 2006, focando-se nos seus bene-

fícios e riscos. As idades inferiores não eram inves-tigadas quando o projeto começou, mas há agora uma necessidade absoluta de informação sobre os comportamentos online de crianças com idades mais baixas. As crianças come-çam a usar a internet cada vez mais cedo, e a falta de competências técnicas, críticas e sociais das mais novas pode fazer aumen-tar o risco”, afirma Cristina Ponte, professora da Uni-versidade Nova de Lisboa e coordenadora do projeto EU Kids Online Portugal.

Uma das maiores preo-cupações está relacionada com fotografias e vídeos dos filhos, colocados pelos pais na internet, e o pos-sível efeito que podem ter na “pegada digital” das cri-anças.

Os investigadores suge-rem que os fornecedores de serviços online revejam as suas políticas de consen-

timento dos utilizadores e chamam a atenção para a sua responsabilidade em retirar mesmo informação colocada na rede quando é confidencial, com riscos, errónea ou publicada inad-vertidamente por menores – ou pelos pais.

O estudo internacional não assegura que as cri-anças com menos de nove anos tenham capacidade para se envolver com a in-ternet de uma forma segura e benéfica, especialmente no que se refere à sua so-cialização digital, quer em mundos virtuais apropria-dos à sua idade, quer como participantes em sites para adolescentes e adultos (por exemplo o Facebook ou o YouTube).

“No caso português, escasseia pesquisa sobre o uso dos ecrãs sensíveis ao toque por parte de crian-ças mais novas e sobre a exposição feita pelos pais das imagens dos filhos, nas redes sociais. Como a ten-dência é internacional, as operadoras nacionais e a opinião pública deveriam também estar atentas e in-tervir nesta situação”, adi-anta Cristina Ponte.

O Cohen Children’s Medi-

Privacidade das criançaspode estar em causa onlineOs mais pequenos usam as novas tecnologias com uma frequência cada vez maior. Os riscos que daí resultam, nomeadamente da sua exposição na internet, preocupam os especialistas

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cal Centre, nos EUA, efetuou um estudo cujas conclusões apontam para o facto de as crianças com idade inferior a três anos, que usam mui-tos dispositivos com ecrã de toque, desenvolverem a linguagem de forma mais lenta.

As crianças começam a ser expostas a gadgets com ecrãs de toque, como smartphones ou tablets, em média os 11 meses e os pais (60% dos inquiridos no estudo) estão convencidos que os jogos educativos podem dar um contributo importante para o desenvol-vimento das crianças, mas o Cohen Children’s Medical Centre não encontrou pro-vas desse alegado beneficio, antes pelo contrário.

Os pais estão ainda con-vencidos dos benefícios dos conteúdos multimédia para o desenvolvimento dos be-bés e substituem a compra de brinquedos tradicionais e de livros por jogos e con-teúdos digitais.

Outro estudo, da Com-mon Sense Media, afirma que 38% das crianças com menos de dois anos já usou tecnologias como tablets e telemóveis para jogar ou ver videos.

Jim Steyer, fundador da empresa, afirma que “este é o sinal de que a geração digital chegou”. Estas crian-ças passam 15 minutos por dia com estes aparelhos, ao contrário de cinco minutos em 2011.

Aliás, esta tendência é confirmada pela Little-woods, uma loja inglesa de brinquedos on-line, se-gundo a qual as crianças de hoje brincam cada vez menos com brinquedos ‘tra-dicionais’ – como carrinhos, bonecas ou legos.

Na última década, as cri-anças optaram mais e cada vez mais cedo por ‘brinque-dos tecnológicos’ (playstati-ons, wiis, portáteis, ipads e telemóveis), e esta tendên-cia acentuou-se nos últimos dois anos.

Segundo a Littlewoods, entre um e três anos, a maioria das crianças ainda brinca com bonecos de pano ou brinquedos tipo cubos; entre os três e os cinco es-colhem bonecas, carrinhos de empurrar, barcos de pi-ratas, tratores ou pistolas, mas a partir dos sete anos entram no mundo da tec-nologia.

Tecnologia ajudaBarriga artificiaA argentina Huggies criou uma barriga artificial. Tem duas partes, uma é colocada sobre a barriga da mãe e ou-tra sobre a do pai. Assim, este poderá sentir os movimentos do bebé.

Ecografia em casaO Mobius da Mobisante per-mite ver o bebé através do vi-sor do smartphone. Um pontapé, um tweet: o dis-positivo eletrónico Kickbee é preso à barriga da grávida e deteta cada movimento do bebé, enviando de imediato uma mensagem para o Twit-ter: “Dei um pontapé na mãe às 16h45!)

Berço inteligenteA Cencio criou o Intelligent Cot, um berço com câmara de vídeo e um monitor portá-til, que até permite balançar o bebé automaticamente.Tradutor de choro: os fabri-cantes do The Why Cry Baby Analyzer garantem que o dis-positivo deteta em apenas 20 segundos a razão do descon-forto e mostra num ecrã se o bebé está com sono, irritado, aborrecido ou com fome.

Penico tecnológicoO iPotty é um iPad aplicado a um penico convencional, facilitando a vida das crian-ças quando estão a aprender a fazer as necessidades fisio-lógicas.

38% é a percentagem de crianças com menos de dois anos que já usou tecnologias como tablets e telemóveis para jogar ou ver videos.

11 meses é a idade com que as crianças começam a ser expostas a gadgets com ecrãs de toque, como smartphones ou tablets

15 minutos é o tempo que as crianças com menos de dois anos passam por dia com as novas tecnologias, contra cinco minutos em 2011.

Jogar e ver vídeos

N.ºs

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Nós // Especial Infância

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A Organização Mundial de Saúde (OMS) está preocu-pada com excesso de peso na população, sobretudo nas crianças. Na Europa, mais de 27% dos menores com 13 anos e 33% com 11 estão acima dos valores aconselhados. Os indicado-res de Portugal encontram-se entre os piores: aos 11 anos, 32% das crianças têm peso a mais.

Os dados mais recentes da OMS, recolhidos entre

2009 e 2010, colocam a Grécia na liderança dos pio-res índices na percentagem de crianças de 11 anos com excesso de peso (33%), se-guida de Portugal (32%) e da Irlanda e Espanha (30%).

Segundo a Sociedade Portuguesa para o Estudo da Obesidade, 30% a 50% das crianças podem tornar-se obesas na idade adulta

A OMS estima que em 2020 a obesidade afete 21% dos portugueses e 22%

das portuguesas, valores que podem subir em 2030 para 27% e 26%, respetiva-mente.

Segundo a Comissão Eu-ropeia, Portugal está entre os países europeus com

maior número de crianças afetadas pelo excesso de peso ou obesidade infan-til: 29% das que têm entre dois e cinco anos sofrem de excesso de peso e 12,5% são obesas. No grupo dos seis aos oito anos, a preva-lência do excesso de peso é de 32% e a da obesidade é de 13,9%.

O Sistema Europeu de Vi-gilância Nutricional Infantil da OMS revelou que mais de 90% das crianças portu-guesas comem fast-food, do-ces e bebem refrigerantes, pelo menos quatro vezes por semana. Por outro lado, menos de 1% bebe água e 2% consome fruta fresca di-ariamente.

Um terço dos menores de 11 anos tem peso a maisO nosso país é o que apresenta o segundo pior resultado. Entre 30 e a 50% das crianças podem tornar-se obesas na idade adulta

Como combater a obesidadeServir quantidades adequa-das à idade e em pratos pe-quenos.Usar vegetais variados, fru-tas e produtos integraisConsumir leite e produtos láteos desnatados ou com pouca gorduraCortar no consumo de car-nes vermelhasConsumir legumes e frutos secosEvitar alimentos ricos em calorias à vista das criançasFazer diariamente uma hora de atividade físicaEvitar sumos e refrigerantes, optando pela água para sa-ciar a sedeEvitar o açúcar e as bebidas com açúcar.Ver televisão, jogar videojo-gos ou navegar na internet no máximo duas horas por dia.

O Sistema Europeu de Vigilância Nutricional Infantil da OMS reve-lou que mais de 90% das crianças portuguesas comem fast-food pelo menos quatro vezespor semana

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imagine-se um edifício amplo e cheio de cor, onde as crianças têm espaço para correr, ferramentas para aprender e muito tempo livre para so-nhar. É assim o Jardim do Fraldinhas, instituição de ensino particular – cre-che, jardim de infância e ocupação de tempos livres – que Rui inglês abriu há 10 anos na Gândara dos Olivais, em leiria. após uma década de atividade, o objetivo da escola continua a ser surpreender pais e alunos. “Queremos fazer melhor e diferente, todos os dias”, afirma o diretor.

Professor do 1º ciclo, Rui inglês sen-tiu necessidade de criar uma resposta alternativa no campo da educação. “Tentei projetar um espaço que pu-desse tornar-se numa segunda casa para as crianças, onde elas não se sen-tissem institucionalizadas mas sim feli-zes e capazes de sonhar”, relata.

e assim nasceu o Jardim do Fral-dinhas, um espaço que começou a funcionar com apenas 10 meninos e hoje é a segunda casa de cerca de duas centenas de crianças – e dos respetivos pais que, através de um sistema de acesso digital, podem entrar na escola sempre que querem.

Rui inglês faz, aliás, questão de man-ter uma relação muito próxima com as famílias. “Todos os projetos de sala têm trabalhos que envolvem a participação

dos pais. Nos dias do pai e da mãe, por exemplo, todos foram convidados a almoçar na escola”, descreve o diretor, explicando que o desenvolvimento dos alunos do Fraldinhas assenta no triângulo criança-escola-família.

as visitas dos pais à escola são es-timuladas desde cedo, através, por exemplo, das aulas de natação. É que o Jardim do Fraldinhas é a única cre-che de leiria a dispor de uma piscina própria, oferecendo aulas a todos os alunos a partir dos quatro meses. e, até aos três anos, as aulas são lecionadas na presença dos pais.

a natação é apenas uma das muitas atividades ao dispor dos miúdos. a partir dos três anos, as crianças têm ainda aceso a atividades de educação física, música e dança. e os mais velhos, inscritos nas atividades de tempos li-vres, têm apoio escolar, aulas de inglês, teatro, artes plásticas e educação física.

“Todos os alunos têm acesso às mes-mas atividades, que estão englobadas na mensalidade. Não quisemos criar diferenciação entre as crianças”, frisa Rui inglês.

a escola conta ainda com uma equipa de psicologia que acompanha as crianças logo a partir das idades de creche, fazendo o despiste de even-tuais problemas de desenvolvimento – problemas esses que, quanto deteta-dos, são trabalhados em parceria com equipas especializadas do exterior.

No entanto, e apesar das muitas atividades disponíveis, as crianças do Fraldinhas têm tempo de sobra para brincar. e muito espaço livre para o fazer – ou não tivesse a escola um rel-vado interior com dois mil metros qua-drados. “Tudo o que as crianças fazem aqui tem ser feito com prazer. Vê-las felizes é a minha principal preocupa-ção”, garante Rui inglês.”

Fraldinhas Há dez anos a ensinar crianças a sonhar

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10 anos de atividade marcam o currículo da creche, que abriu portas em 2004

6 mil metros quadrados compõem a área total do edifício

11 salas integram a estrutura da escola

1 piscina interior está acessível a todos os alunos da instituição

40 profissionais acompanham diariamente os alunos. O Fraldinhas conta ainda com uma equipa especializada de diferentes áreas

2 carrinha garante o transporte dos alunos entre as escolas de 1º ciclo e as atividade de ocupação de tempos livres

Estrutura oleada acompanha 200 crianças

01 a 05 Salas e corredores coloridos, um relvado com dois mil metros quadrados e uma piscina compõem as instalações do Jardim do Fraldinhas, na Gândara dos Olivais

06 Rui inglês é o fundador e diretor da instituição

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Agenda especial Dia Mundial da Criança

O Museu da Cerâmica das Caldas da Rainha assinala o dia 1 de junho com um ate-lier de pintura para crianças. A iniciativa insere-se no âm-bito do Serviço Educativo do Museu da Cerâmica e as en-tradas no Palacete Visconde de Sacavém, onde está insta-lado, são gratuitas.

O Contrato Local de De-senvolvimento Social + de Pedrógão Grande assinala domingo o Dia Mundial da Criança. A festa decorre no Jardim da Devesa, entre as 14h30 e as 18h00, e conta com insufláveis, pinturas fa-ciais, modelagem de balões, demonstração de cães e ca-valos da GNR.

O festival da criança “Há dias assim” decorre no Parque dos Monges, em Alcobaça, com entradas livres para cri-anças até aos 12 anos.A festa, das 10 às 19 horas, no fim de semana do Dia da Cri-ança, inclui oito atividades gratuitas e muita animação, como pinturas faciais, teatro e música.

As Piscinas Municipais da Nazaré recebem o “Festival de Verão de 2014” no dia 1 de junho, que inclui diversas atividades a partir das 9h30. No exterior das piscinas há jogos tradicionais (peão, cân-taro, corda, entre outros) e outras atividades destinadas aos mais pequenos.

O Centro Cultural e de Con-gressos das Caldas da Ra-inha promove no dia 1 de junho, às 17 horas, o espe-táculo Batatoon. O Palhaço Batatinha conta com a com-panhia do moço de pista Trapalhorio, o seu fiel assis-tente, a pequena Meia Leca, a sua amiguinha numero um, e ainda os Putos e Pulos.

O Museu de Arte Sacra e Et-nologia, dos Missionários da Consolata (MASE), em Fátima, promove domingo diversas iniciativas come-morativas do Dia Mundial da Criança.As atividades decorrem de-pois das 15 horas, na Espla-nada Missionária da Conso-lata, e incluem oficinas de pinturas faciais, feitas a par-tir de fotografias de povos autores de coleções etnográ-ficas do MASE e oficinas de pintura criativa em papel, a partir do tema “Se fosse em Missão pelo mundo queria estar com o povo…” Às 16 ho-ras abre a oficina de danças tradicionais do mundo, onde as crianças podem apren-der coreografias, instruí-das pelas alunas do curso de Desporto e Bem Estar do IPLeiria.

A Marinha Grande assinala o Dia da Criança com um pro-grama de atividades radicais e de animação, na zona despor-tiva, junto ao estádio municipal, das 9 às 19 horas.Será dinamizada uma “Kid Zone”, constituída por equipa-mentos de animação, que incluem ‘air bungee’, combo 3 em 1, “Pikachu” (com pontes, túneis e escorregas), carros de pedais, carrinhos de rolamentos, quadriciclos, insuflável com torre de caixas empilhadas, campo insuflável de jogos, marcador rápido, entre outras atividades. Paralelamente, decorre o Torneio de Futebol Interescolas do 1º ciclo, no es-tádio municipal. No ano passado, estas comemorações con-taram com 10 mil participantes.

A Câmara de Ourém promove, de sábado a 6 de junho, a Festa da Criança, que inclui concertos, insufláveis, animação infan-til, cinema, exposição e atividades de prevenção, segurança e ambiente. No dia 1 de junho é exibido o filme “Frozen”, pelas 15 horas, no cineteatro municipal de Ourém, com entrada livre, e, uma hora depois, no Museu Municipal de Ourém, é inaugu-rada a exposição “Ilustração Infantil”, de Roberto Chichorro, e apresentado o Livro “Sebastião Toupeira”.Às 18h00, na Praça Mouzinho de Albuquerque, são apresenta-das as “Músicas do Festival da Canção”, pela Ourearte – Escola de Música e Artes de Ourém.

Caldas da Rainha

Pombal

Festa da Criança no estádio de Leiria

Pedrogão Grande

Porto de Mós

Alcobaça

Bombarral

Nazaré

Figueiró dos Vinhos

Caldas da Rainha

Fátima

Marinha Grande

Ourém

O espectáculo de “De pernas para o ar”, pela companhia Passos e Compassos, no Tea-tro-Cine de Pombal, e a peça “O Sarilho do Príncipe Matra-quilho”, pelo Teatro Amador de Pombal, na Associação Cultural do Carriço, ambos às 16h00, assinalam no do-mingo o Dia da Criança no concelho de Pombal.

Cerca de 3.200 crianças de 52 escolas do concelho de Leiria têm encontro marcado no estádio municipal no dia 4 de ju-nho. A Festa da Criança, organizada pela Câmara e a Escola Superior de Educação e Ciências Sociais, assinala o Dia Mun-dial da Criança com um programa cheio de atividades, dina-mizadas com o apoio de várias entidades. Entretanto, no sá-bado, a Biblioteca Afonso Lopes Vieira promove, durante a tarde, uma “Hora do Conto” alargada, pinturas faciais, balões, música e jogos tradicionais. No domingo, cerca de 200 crian-ças em situação de vulnerabilidade social assistem à sessão de cinema “Chovem Almôndegas 2”, no Teatro Miguel Franco, enquanto, no dia 2, o Moinho do Papel abre portas à tarde para confecionar “Biscoitos da Avó”.

O Centro de Interpretação da Batalha de Aljubarrota, em São Jorge, Porto de Mós, assinala o Dia da Criança, a partir das 15 horas de do-mingo, com jogos lúdicos para as famílias. As equipas têm acesso gratuito. Os jogos são ‘Gente com memória’ e o ‘Quinto Império’. O vence-dor deste último ganha um prémio.

A Câmara de Figueiró dos Vi-nhos assinala o Dia Mundial da Criança com atividades lúdicas e jogos tradicionais, no dia 2 de junho, no jar-dim municipal. Na Casa da Cultura é exibido um filme destinado às crianças dos jardins de infância e 1º e 2º ciclos, com idades dos três aos 12 anos.

A câmara e a ECES Bombar-ral assinalam o Dia da Cri-ança com passeios de pónei, jogos tradicionais, carros a pedais, caça a borboletas e um peddy paper sobre o património arquitetónico; no dia 1, das 14h30 às 18h30, com exceção da colocação e recolha das armadilhas para caçar as borboletas.

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Nós // Especial Infância

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A chucha e as fraldas. Um casal que nunca tenha vi-vido pelo menos um destes ‘dramas’ é uma exceção. E a maioria acumula. Mas com tempo, paciência e peque-nas estratégias nascidas do instinto dos pais ou dos conselhos dos especialistas, a chucha e a fralda acabam por ser, anos mais tarde, mo-tivo de boas recordações nos álbuns de fotografias e nos filmes familiares.

Em primeiro lugar é pre-ciso perceber o seguinte: a chucha é uma coisa boa para as crianças. Os bebés chu-cham por instinto, mesmo dentro da barriga das mães – neste caso no dedo, eviden-temente.

Mas, se a chucha recon-

forta sem a presença de um adulto, estimula a sucção e aleitamento, facilita a di-gestão e fortalece a muscu-latura oral, a verdade é que tem um ‘prazo de validade’. Este prazo esgota-se, para a maioria dos pais, aos três anos, quando os filhos já fa-lam e correm com alguma desenvoltura.

A maioria dos especialis-tas aconselha o abandono definitivo da chucha entre os dois e três anos. Uma das razões é porque pode prejudicar a aprendizagem da fala.

Uma coisa é certa, cada caso é um caso, a tarefa é quase sempre difícil e a ameaça ou estratégias pu-nitivas são mais suscetíveis

de dar mau resultado, po-dendo até prolongar o uso da chucha, ao contrário do que se pretende. Portanto, é preciso atuar positivamente e ter paciência.

Para facilitar a separação ‘filho-chucha’ há algumas regras que podem ajudar: marcar uma data para a dei-xar, em conjunto com a cri-ança, restringindo o seu uso em determinados momentos mais difíceis; evitar fazê-lo em alturas em que haja fac-tos importantes na família ou na vida da criança, não a enganar, nem esconder a chucha; conseguir o empe-nhamento de toda a família, mas sem dramatizar; apro-

veitar um momento ou uma desculpa oportunos.

No que respeita à fralda, os conselhos são muito se-melhantes nalguns aspe-tos. Por exemplo, manter a calma, não dramatizar, aceitar os ‘acidentes de percurso’ sem penalizar a criança e encontrar o mo-mento oportuno.

O treino do uso do bacio ou da sanita deve começar a partir dos 18 meses, mas com naturalidade, sem for-çar, aplaudindo os sucessos e mantendo a tranquilidade nos insucessos.

Esta fase, segundo alguns especialistas, deve culminar com a retirada da fralda aos dois anos, já que a maioria dos miúdos demora entre seis e nove meses a ganhar autonomia.

O treino deve ser feito sempre às mesmas horas, não exceder os 10 minutos e a criança nunca deve estar sozinha.

Evitar fazer dramas é remédiopara acabar com chuchas e fraldas

Os acidentes rodoviários são a maior causa de morte e in-capacidade permanente em crianças em Portugal - todos os dias 12 menores até aos 17 anos sofrem um acidente de viação e mais de 50% aconte-cem com crianças em auto-móveis.Segundo a Associação para a Promoção da Segurança Infantil (APSI), a utilização de cadeirinhas, adequadas e bem instaladas, reduz o número de mortes ou feri-mentos graves em caso de acidente entre 90 a 95% (ca-deira virada para trás) e 60% a 75% (cadeira virada para a frente). A legislação referente ao transporte de crianças foi al-terada, exigindo agora que os bebés até aos 15 meses sejam transportados no sentido contrário à marcha, ou seja, de costas voltadas para a es-trada, ao encontro das con-clusões da APSI sobre a eficá-cia dos sistemas de retenção. O novo Código da Estrada, em vigor desde 1 de janeiro, fez alterar os critérios a con-siderar na hora de comprar a cadeira, devendo atender-se à altura do bebé, em vez do seu peso e idade. Esta mudança traduz-se num acréscimo da proteção, por exemplo ao nível da cabeça e pescoço. No entanto, a obrigatorie-dade de usar os modelos exi-gidos na lei só deverá efetiv-ar-se dentro de cinco anos. As crianças têm de utilizar sistemas de retenção até atingirem 1,35 metros de al-tura (ou 12 anos). Quando se justificar, podem ser prescri-tos por um médico especia-lista e adaptados a menores com limitações físicas e/ou motoras.

Cadeirinhasprotegemmelhor

O treino do uso do bacio ou da sanita deve começar a partir dos 18 meses e pode durar meses

É preciso saber aceitar os ‘acidentes de percurso’ sem penalizar a criança e encontrar os momentos oportunos para cada caso