17 Setembro 2009 | O MIRANTE44 | ANIVERSÁRIO ELEVAÇÃO A VILA - CASTANHEIRA DO RIBATEJO

DERDICAÇÃO. Voluntárias da APATI colaboram na decoração da tasquinha da associação e vão desfilar em trajes medievais foto O MIRANTE

Castanheira do Ribatejo festeja elevação a vila em “família” e sem olhar a credosIgrejas e associações da freguesia dão as mãos em evento organizado com prata da casa

O grupo de teatro da Assembleia de Deus anima a tarde de sábado. No domingo é a vez do coro da igreja católica subir ao palco. Instituições de vários credos e associações dão as mãos para assinalar 24 anos de elevação a vila da Castanheira do Ribatejo. É uma festa que se celebra sem olhar a credos e com a prata da casa.

O que leva um grupo de teatro da Assembleia de Deus a representar no mesmo evento em que participa um coro da igreja católica? O segredo é espírito de colaboração. O programa de festas que assinala o 24º aniversário da elevação a vila da Castanheira do Ribatejo, concelho de Vila Franca de Xira, que se comemora de 18 a 20 de Setembro, é assegurado pelo movimento associativo e religioso da freguesia. De forma equilibrada e democrática.

“O programa é feito em conjunto com as forças vivas da freguesia, sejam religiosas ou desportivas. Todos são incluídos e cada um faz a actividade cultural que tem”, ex-plica o presidente da Junta de Freguesia da Castanheira do Ribatejo, Ventura Reis. A autarquia organiza o evento que conta com a colaboração de empresas, colectividades, mas também associações e instituições religiosas da freguesia. A Igreja Lusitana,

também implementada na freguesia, só não participa por questões de agenda.

A iniciativa ecuménica já tem uma tra-dição com quatro anos na freguesia. Tudo começou com a “Bíblia manuscrita”, uma iniciativa da igreja evangélica que acabou por “aproximar” as várias manifestações religiosas da freguesia.

A elevação a vila era até então um even-to festejado apenas de forma superficial com uma exposição para dar a conhecer o trabalho do movimento associativo, recorda Ventura Reis. “A partir daí foi um êxito. Conseguimos juntar todas as colectividades e associações incluindo as re-ligiosas”, refere com orgulho o presidente da freguesia, terra que acolhe instituições religiosas de várias confissões.

No sábado as actividades do dia são garantidas pela Assembleia de Deus. Depois de uma missa na Igreja Matriz de São Bartolomeu, às 16h00, actua a banda da Assembleia de Deus de Vila Franca de Xira. O espectáculo com o grupo de teatro da Assembleia de Deus de Castanheira do Ribatejo está marcado para as 17h45. O coro da Assembleia de Deus de Vila Franca de Xira pode ser ouvido a partir das 18h30.

No domingo o dia é “reservado” à Igreja Católica que no passado chegou a actuar também ao sábado. “Este ano não quisemos sobrecarregar”, justifica Ventura Reis. Às 10h30 de domingo há missa católica na Igreja de S. Bartolomeu em homenagem aos habitantes falecidos na freguesia. À tarde actua o grupo coral

católico “Seguindo Teus passos…”. Até a música dos bailes de sexta e sábado

é assegurada por grupos com elementos da Castanheira do Ribatejo (ver caixa com programa). A ideia é comemorar um even-to da terra com gente da terra. “O objectivo é, mais do que poupar recursos, mostrar o trabalho que colectividades e instituições desenvolvem durante um ano de traba-lho. É ponto de honra dar prioridade às pessoas da terra. Nas tasquinhas quando é preciso cedem-se alguns ingredientes. O objectivo é mostrar o trabalho e conviver”, remata.

Uma festa de desporto e culturaA festa que assinala os 24 anos de ele-

vação a vila de Castanheira do Ribatejo, concelho de Vila Franca de Xira, arranca na sexta-feira, 18 de Setembro, às 19h00, no adro da Igreja com a fanfarra da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Castanheira do Ribatejo. Segue-se a inauguração das tasquinhas, exposições e da feira do livro. O desfile de fatos medie-vais está marcado para as 21h30. Os fatos foram confeccionados pelas voluntárias da Associação para a Promoção da Terceira Idade da Castanheira do Ribatejo (APATI). As danças de salão da Juventude da cas-tanheira actuam logo de seguida. A noite de sexta-feira é animada com o conjunto Royal Mix a partir das 22h00.

No sábado de manhã, 19 de Setembro, há um passeio pedestre da freguesia, uma organização BTT – Vala do carregado com partida da Urbanização Quinta S. José do Marco, na Castanheira do Ribatejo. Às 10h00 tem início a manhã desportiva com idosos da Casa de S. José. A juventude da Castanheira apresenta Tae Kwon-Do. À tarde a Associação Cultural e Recreativa de Quintas mostra a mesma modalidade. Segue-se ginástica com idosos da APATI e mega aula de ginástica com a Juventude da Castanheira. No sábado, às 21h30, há noite de baile com o conjunto “Vice-Versa”.

O domingo, 20 de Setembro, arranca com concurso de pesca às 6h13, uma ini-ciativa da Comissão de Festas de S. João. A pedalada pelo ambiente, que se inicia na Póvoa de Santa Iria e é organizada pela Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, tem local de chegada na Vala do Carregado.

A partir das 21h00 a noite é dedicada à música tradicional portuguesa com Albor-ca – Sociedade Filarmónica Recreio Alver-quense e Orquestra Ligeira da Sociedade Recreio Alverquense. Às 23h30 a junta entrega lembranças aos intervenientes e encerram-se as comemorações. Até dia 20 de Setembro pode também ser vista a exposição de São Sobral na Biblioteca Pública Fernando Gomes de Sousa.

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EMPENHO. Grupo está entusiasmado com a apresentação da peça foto O MIRANTE

Um grupo de jovens da Assembleia de Deus da Castanheira do Ribatejo, concelho de Vila Franca de Xira, vai apresentar à comunidade uma encenação da história da libertação do povo de Israel.

“O povo de Israel aumenta de ano para ano, espalhando-se por todo o Egipto. A certa altura reinou um faraó que receava que os Hebreus se revol-tassem contra ele e tornou-os escravos. Mas, mesmo na condição de escravo, o povo de Israel continuava a crescer. Irritado, o faraó ordenou que todos os recém-nascidos do sexo masculino fos-

sem lançados ao Nilo, para que, mais tarde, não houvesse guerreiros entre os israelitas”.

E assim começa “Libertação”. A peça encenada por um grupo de jovens da Assembleia de Deus da Castanheira do Ribatejo, concelho de Vila Franca de Xira, vai ser apresentada à comunidade no âmbito das comemorações do 24º aniversário da elevação a vila. O grupo sobe ao palco no sábado, 19 de Setembro, às 17h45 com a história da libertação do povo de Israel no Egipto.

“Naquele tempo, havia um casal israelita que tinha uma filha e um filho. Então, a mulher deu à luz um segundo filho. Durante três meses, escondeu-o em casa, para que ficasse longe dos olhares dos guerreiros do faraó. Mas esta situação ia deixar de ser possível porque o bebé tinha uma voz muito

forte, que, mais cedo ou mais tarde, iria decerto atraiçoá-lo, levando-o a ser des-coberto pelos espiões. A mãe fez então um cestinho com vime e calafetou-o com resina”.

O guião da peça foi feito com base no velho testamento (“Êxodo”, do capítulo III ao IV). Fernando Godinho, um dos cooperantes da Assembleia de Deus da Castanheira do Ribatejo é o narrador da peça intercalada por cânticos. “Conta-mos a história de como Deus libertou o povo de Israel da escravatura no Egipto. É uma ideia que partiu de alguns jovens da igreja com várias idades”, explica.

Em palco os elementos do grupo vestem uma t-shirt com uma mensagem: “Deus é fiel”. Os adereços, criados com a

Grupo de jovens leva ao palco “Libertação”

ajuda de familiares dos jovens, vão dar cor e brilho à tarde de teatro.

Os 13 jovens do grupo têm entre oito e 24 anos. São estudantes, educadores, enfermeiros e até militares. Na peça participam três adultos. Débora Paulo, 19 anos, a terminar o curso de psicolo-gia, vestirá a pele de Joquebede, mãe de Moisés. Já conhece as escrituras, mas para se preparar melhor para encarnar o papel confessa que estudou alguns pormenores. Joel Martins, 24 anos, repositor numa grande superfície em Alverca, vestirá a pele de faraó, um papel difícil mas que cumpre com empenho. A pequena Marta Constantino, oito anos, será Miriam, irmã de Moisés.

“Queremos transmitir a mensagem de que a sociedade actual continua tam-bém escravizada pelo pecado”, conclui Fernando Godinho que convida toda a população a assistir à encenação.

“Contamos a história de como Deus libertou o povo de Israel da escravatura no Egipto. É uma ideia que partiu de alguns jovens da igreja com várias idades”