especial arquitetura torre gastronomia

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UMA PUBLICAÇÃO GABRIEL BACELAR - ANO 05 - Nº 12 ESPECIAL Ano França.Br 2009 ARQUITETURA Arquitetos em evidência em projetos diferenciados TORRE Eiffel, uma torre, muitas histórias GASTRONOMIA com sotaque francês

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UMA PUBLICAÇÃO GABRIEL BACELAR - ANO 05 - Nº 12

ESPECIALAno França.Br 2009

ARQUITETURAArquitetos em evidência em projetos diferenciados

TORREEiffel, uma torre,

muitas histórias

GASTRONOMIAcom sotaque francês

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Editorial

CONSELHO EDITORIAL COORDENAÇÃO | bruno bacelar MARKETING | kithyanne véras COMERCIAL | bruno figueiredo COMUNICAÇÃO | carla guerraEXPEDIENTEEDITOR | djalma nascimento jr.REDAÇÃO | djalma nascimento jr, carla guerra e convidados.DIREÇÃO DO PROJETO | carla guerra FOTOGRAFIA | marcelo marona PROJETO GRÁFICO | carlota comunicaçãoCOORDENAÇÃO COMERCIAL | juliane oliveira

A revista que o leitor tem em mãos é resultado de um processo de cons-tante renovação que implementamos cotidianamente na Gabriel Bacelar Construções. Como idealizadores da publicação, decidimos manter a li-nha editorial básica dos números anteriores, mas enriquecendo-a com

matérias sobre temas de maior complexidade e que, de um modo ou de outro, possuem maior influência em nossas vidas. As mudanças do ponto de vista gráfico resultaram em um projeto moderno e inovador no mercado editorial pernambucano. Essas são, em linhas gerais, as características da nova Revista Gabriel Bacelar.

Entramos em 2009 com uma novidade cultural que tomará conta de todo o país nos próximos meses: o Ano da França no Brasil, ou simplesmente França.Br. Assim, fizemos uma incursão pelo país de Victor Hugo e fomos buscar o que de mais interessante pode ser desfrutado pelo leitor em termos de turismo, história, urbanismo, gastronomia, música e artes.

Para tanto, procuramos contar algo sobre as possibilidades de viagem na região da Oc-citânia, pesquisamos as influências arquitetônicas dos conterrâneos de Louis Vauthier no Recife, visitamos alguns dos melhores restaurantes da cidade com cozinha de linha francesa e traçamos um perfil das atividades culturais que deverão ser contempladas no Ano França.Br, tanto no Brasil como em Pernambuco.

DIAGRAMAÇÃO | joão paulo ferreira REVISÃO | djalma nascimento jr

GABRIEL BACELAR CONSTRUÇÕESPRESIDENTE | gabriel BacelarDIRETOR COMERCIAL | durval BacelarDIRETOR TÉCNICO | bruno Bacelar

Rua Buenos Aires, 69 - Espinheiro CEP: 52.020-180 Recife-PE - Brasil | Fone: 81 3366.3000 E-mail: [email protected]

EDITORA

Rua Amélia 373, Galeria Graças CenterSalas 104 e 10552020-150, Graças, Recife - PE

A Revista Gabriel Bacelar é propriedade da Construtora Gabriel Bacelar, editada pela Carlota Comunicação, com distribuição dirigida. A publicação é aberta a colaboradores e não se responsabiliza por conceitos emitidos em textos assinados, em respeito à liber-dade de expressão e por qualquer conteúdo publicitário e comercial de terceiros.

Dentro das matérias de maior profundidade e reflexão, trazemos um panorama do mo-mento econômico vivido nos últimos meses. Essa realidade, embora venha assustando o mundo todo, tem sido vista como um desafio para o Brasil e, especificamente em Pernambuco, até estimula algumas expressões de otimismo.

Nos empreendimentos da Gabriel Bacelar, apresentamos os nossos mais recentes lan-çamentos, o balanço das atividades da empresa em 2008 e expectativas para 2009, além de um enfoque exclusivo sobre o uso da energia solar no Condomínio Jardins.

O pré-projeto do estádio para a Cidade da Copa, o talento também sempre renovado dos arquitetos pernambucanos, alguns detalhes sobre a revolucionária Harley-David-son Night Rod Special e também sobre a fantástica lancha Intermariner Leonardo 98, a campanha para a restauração do Hosptial Pedro II e um exclusivo artigo da economista da FIEPE Mônica Mercês são outros dos destaques dessa edição.

Esperamos que as mudanças agradem, porque foram e vêm sendo implementadas pensando em você. Portanto, uma boa leitura e um ano de 2009 com muita disposição para continuarmos, todos nós, com a necessária e sempre bem-vinda renovação.

Renovar é preciso

Revista Gabriel BacelarAno 05 - Nº 12

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Para anunciar | 81 3091.5068 | 81 8728.2132 [email protected]

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AÇÃO DO BEM

2009 - ANO FRANÇA-BRASIL06

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DOCE VIDA

ARQUITETURA

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18

AROMAS E SABORES

EMBARQUE

22

26

ARTE E CULTURA

DECOR

30

32

ARQUITETURA

TECNOLOGIA & SUSTENTABILIDADE

42

40

A CIDADE

PELO MUNDO46

ECONOMIA48

CORES E FORMAS

GABRIEL BACELAR

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54

AÇAO DO BEM56

COMPRAS58

ENCONTRE62

CRONOGRAMA DE OBRAS64

ECONOMIA66

Sumário

Ano 05 - Nº 12

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Depois de Brésil,

O ano da França no Brasil, celebrado em 2009, veio como uma simpática res-posta do governo brasileiro à iniciativa francesa intitulada “Brésil, Brésils”,

ocorrida em 2005. É a primeira vez que o Brasil home-nageia formalmente um país por meio de uma extensa programação, envolvendo atividades em todo o seu território, principalmente eventos de caráter cultural e científico.

Apelidado simplesmente de França.Br 2009, o ano da França no Brasil foi lançado oficialmente pelos presiden-tes Lula e Sarkozy em 22 de dezembro de 2008. Um dia antes, na sala Vivo Rio, os dois se encontraram em um evento com direito a show de Charles Aznavour e Gilberto Gil, entre outros famosos da música francesa e brasileira. A iniciativa da resposta brasileira, no entanto, já estava

selada desde 2005. Após o sucesso do ano do Brasil na França, prestigiado por cerca de 15 milhões de pessoas, Lula e Jaques Chirac firmaram, em 2006, um protocolo de intenções para a reciprocidade do projeto.

De lá para cá, diversas medidas foram e ainda vêm sen-do tomadas pelos dois países para o êxito da empreita-da. Entre as principais, esteve a composição do Comitê Misto de Organização e definição de uma destinação mínima de recursos da ordem de R$ 6 milhões por parte do Brasil e € 15 milhões por parte da França. A liberação de mais verba por parte do Governo Bra-sileiro – a expectativa do ministro Juca Ferreira é que esse montante chegue a R$ 20 milhões – e a definição de datas e outros detalhes de grande parte dos eventos programados são algumas das pendências ainda obser-vadas.

A depender da vontade dos organizadores, no entanto, a programação promete ser inesquecível. São cerca de 700 manifestações oferecidas ao público entre os dias 21 de abril e 15 de novembro. Assim, entre a data da Inconfidência Mineira e a comemoração da Proclamação da República, eventos históricos motivados por ideais semelhantes aos da Revolução Francesa, o país de Ro-bespierre invadirá novamente o Brasil, dessa vez para ratificar a amizade e a afinidade em comum.

A programação do França.Br 2009 ocorrerá em eventos novos e específicos e ainda naqueles que já integram o calendário brasileiro, como a Feira Internacional do Livro de Porto Alegre, a Festa Literária Internacional de Paraty, a Virada Cultural e a São Paulo Fashion Week. As ati-vidades dividem-se em três eixos temáticos. O primeiro deles é chamado de a “França Hoje”, com sua criação

artística, inovação tecnológica, pesquisa científica, de-bate de idéias e dinamismo econômico. O segundo é a “França Diversa”, com sua diversificação em know-how, variedade regional e multiplicidade de realidades sócio-culturais. A “França Aberta”, por sua vez, abrangerá temas relacionados às parcerias franco-brasileiras e à globalização.

Dentro dos três eixos, estão previstas atrações itineran-tes e grandes eventos populares nas principais cidades brasileiras, envolvendo vídeo, fotografia, artes plásticas, circo, teatro, música, cinema, filosofia, tecnologia, co-municações, design, economia, arquitetura, moda, meio ambiente, etc.

“Nossas pretensões com o Ano da França são ambi-ciosas, não nos restringimos às ações aprovadas para

a programação oficial, queremos que a exposição da França de hoje, moderna, criativa, extrapole a nossa go-vernabilidade”, disse o Presidente da Comissão Nacional do Ano da França no Brasil, Danilo Santos de Miranda.

No dia 21 de abril, a abertura oficial da programação acontece com um espetáculo pirotécnico do Grupo F, na Lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio de Janeiro, e com a Festa da Inconfidência Mineira, em Ouro Preto, que abri-ga este ano uma homenagem especial à França.

A partir de então os eventos se multiplicam de Norte a Sul e de Leste a Oeste no Brasil. Em 23 de abril, o Festival Amazonas de Ópera, em Manaus, tem progra-mação específica em homenagem à França. Em Brasília, a Orquestra Nacional de Champs-Elysées apresenta-se no dia seguinte. Entre 25 e 26 do mesmo mês, em São

Danilo Miranda, Presidente da Comissão Nacional do Ano da França no Brasil

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múltiplas expressões no RecifeFrança.Br 2009 terá

Embora ainda sem a maior parte dos detalhes acertados, como datas e locais exatos, o Recife e sua Região Metropolitana deverão receber, no contexto das atividades do Ano França.Br 2009, diversas atrações nos campos do teatro, dança, música e literatura. O Ano França-Brasil come-

ça oficialmente em 21 de abril e se encerra em 15 de novembro. No primeiro e segundo meses de festejos e homenagens, Recife e outras cidades do Nordeste conhecerão um espetáculo de capoeira que pretende unir as características francesas na centenária expressão cultural brasileira de tradição africana.

Em junho, num projeto de intercâmbio cultural entre o país occitano e a cultura nordes-tina, além de espetáculos de dança, música, conferências e exposições fotográficas, o cantor e compositor Silvério Pessoa participará uma série de shows em diversas cidades do Nordeste, inclusive no Recife. Silvério, que tem tatuada a bandeira da Occitania no braço, possui profundas ligações com a cultura do Sul e do Sudeste da França.

Outro artista pernambucano apaixonado pela França, Lenine também participará, nas atividades do França.Br no Recife e em São Paulo, de um concerto com a Orchestre National d’Ile de France, que reunirá 100 coristas franceses.

A partir de maio, mas ainda sem data definida, o compositor e pianista parisiense Mi-chel Legrand deverá aportar no Recife, em turnê que inclui diversas cidades brasileiras, algumas das quais se apresentando com a badalada harpista Catherine Michel e com a cantora paulistana Patty Ascher.

Em se tratando de música no França.Br em Recife, também vale mencionar a possibi-lidade da capital pernambucana estar ente as 40 cidades brasileiras que integrarão o projeto Eu Faço Cultura, que em 2009 terá como tema o país de Charles Aznavour. Na

edição deste ano do Festival Coquetel Molotov, cantores e bandas de rock francesas, ainda não definidas, serão convidados especiais.

Em termos de artes cênicas, uma Caravana de Teatro de Rua, com curadoria do Festival Aurillac, um dos mais famosos do gênero na França, além do palco Giratório, com montagens francesas em colaboração com companhias brasileiras, deverão passar pelo Recife nas comemorações do França.Br 2009.

Já nos espetáculos de dança, Recife e Olinda recebem o projeto Circuito Cena Movi-mento, com ênfase, em 2009, na colaboração de cinco grupos franceses. O evento, direcionado a estudantes, professores, profissionais da área e interessados em geral, envolve oficinas, laboratórios de criação, palestras, mostras e co-produção de obras coreográficas. O Palco Giratório e o Circuito Brasileiro de Festivais de Dança são outras atrações do gênero no Ano França.Br que ocorrerão em diversas cidades brasileiras e que poderão ter apresentações no Recife.

No campo da literatura, acontecerá no Recife, também sem data e local definidos, uma exposição multimídia interativa intitulada “Meu Romance Francês em Recife”, que terá como tema a literatura francesa contemporânea. Para o assunto, aliás, a Bienal Internacional do Livro de Recife promete toda uma programação especial.

Para os aficionados em design e artes plásticas em geral, o Recife também deverá re-ceber em 2009 uma exposição sobre a história da gravura francesa moderna de 1950 a 1980, que virá diretamente da coleção do Museu de Estampas de Gravelines. Já para os arquitetos, programa imperdível na cidade será a mostra sobre a vida e a obra do engenheiro francês Louis Vauthier, mais conhecido por aqui por ter sido o responsável pelo projeto do Teatro Santa Isabel.

Paulo, acontece a já famosa Virada Cultural, que tem, neste ano, a cultura francesa como tema principal. No Rio de Janeiro, no dia 28, tem início a exposição do escultor francês Jean Antoine Houdon.

Em maio há dois destaques. Um deles, no dia 15, é a abertura do Festival Mundial do Circo, em Belo Horizon-te, que tem a França como convidada especial. O outro é o Seminário Bilateral “30 anos de acordos de coopera-ção universitária franco-brasileira”, em Salvador, ainda sem data definida.

Em junho, o França.Br 2009 traz a São Paulo, Rio de Janeiro, São Luis e Brasília a Station Brésil, uma série de shows de música popular com artistas franceses e bra-sileiros. Ainda este mês, a São Paulo Fahion Week faz a homenagem especial “Paixão Francesa”. No mês de julho a França é a convidada especial na Festa Interna-cional do Livro de Paraty e o Rio Janeiro recebe a reunião da rede mundial dos Institutos Pasteur. No dia 14, data nacional francesa, diversas cidades do país promovem comemorações e homenagens.

Em agosto, uma escola temporária de artes franco-bra-sileiras ocorre em Porto Alegre e, no Nordeste, o espetá-culo teatral de rua “Os Reis Nômades” se apresenta em diversas cidades.

O mês de setembro promete ser um dos mais agitados, com a visita oficial do presidente Zarkozi ao Brasil no dia 07, quando desfila em Brasília um batalhão militar fran-cês e a Patrouille de France. Ainda na capital, e também no âmbito das comemorações da Independência Brasi-leira, prédios históricos da cidade serão iluminados pelo artista argentino radicado na França Jorge Orta. Para a festa está programado um grande show musical com atrações francesas e brasileiras. No dia seguinte tem iní-cio a aguardada exposição de Matisse na Pinacoteca do Estado de São Paulo.

Em outubro, a França será a convidada especial da Feira do Livro em Porto Alegre. Em São Paulo, ocorre o Fórum Franco-Brasileiro de Formação de Engenheiros e o SESC Pinheiros expõe 130 das mais famosas obras fotográfi-cas de Henri Cartier-Bresson.

No dia 13 de novembro, em Salvador, uma edição es-pecial do festival francês “Musiques Métisses” inaugura o Centro de Música Negra da cidade. O encerramento do França.Br 2008 acontece no dia 15 de novembro, com show musical em São Paulo.

Estes, é claro, são apenas alguns dos pontos altos ci-tados pelos organizadores do ano da França no Brasil. Afinal, estão previstas mais de 100 palestras, colóquios e debates universitários e científicos, além da partici-pação da França em cerca de 60 feiras e ações comer-ciais e econômicas, 160 exposições de artes plásticas, arquitetura, fotografia, expressões urbanas, 100 shows e concertos musicais, 80 espetáculos de dança, circo e teatro, 60 mostras de cinema e projetos audiovisuais e 40 eventos literários. Caso tudo ocorra como o previsto, portanto, o Brasil e o brasileiro, tão influenciados pela cultura e ciência francesas, poderão em 2009 conhecer e curtir ainda mais o que tem de melhor o país de Victor Hugo, Matisse, Sartre, Truffaut, Pascal e Vauthier.

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Pouca gente é capaz de imaginar como a influência francesa está presente na arquitetura e no urbanismo do Recife. No entanto, basta caminhar por ruas e

avenidas de bairros como Boa Vista, Santo Antônio e São José com o olhar dirigido ao que há de mais ele-gante. O observador atento e bem informado poderá então compreender a força da inspiração que a Cidade Luz causou em importantes personagens da construção civil da capital pernambucana.

Francisco do Rego Barros foi um dos primeiros e de-cisivos elos entre a França e o Recife. Com apenas 35 anos de idade, o bacharel em Matemática pela Univer-sidade de Paris e futuro Conde da Boa Vista fora de-signado presidente da província de Pernambuco, cargo que ocupou entre 1837 e 1844. Nesse período, além de estimular as artes e as ciências, trouxe renomados engenheiros franceses e implementou reformas urba-nas que deram um novo ar de elegância e organização à cidade.

Nessa nova organização do Recife concebida por Fran-cisco do Rego Barros estavam, por exemplo, o aterro da Boa Vista, a ponte pênsil de Caxangá, a defini-ção do sistema de abastecimento de água encanada, o alargamento e a numeração de ruas e avenidas, a ampliação e arborização do passeio público e o pla-nejamento da iluminação a gás em substituição às lâmpadas a óleo. O Teatro Santa Isabel, cujas obras, projetadas pelo engenheiro francês Louis Lèger Vau-thier, estavam concluídas em 1850, foi considerado o mais importante exemplar até então edificado do classicismo imperial brasileiro.

“Foi Francisco do Rego Barros quem trouxe a moderni-dade ao Recife, quem imprimiu essa cara de metrópole à cidade, uma cidade moderna, culta, de homens de letras, de uma Universidade de Direito. Esse refina-mento todo que o Recife tem, tudo isso é baseado no que havia então na França, mais precisamente em Paris”, afirma o arqueólogo e consultor Paulo Tadeu Albuquerque.

Também no contexto do classicismo imperial foi cons-truído, em 1860, o Hospital Pedro II, a partir de projeto do engenheiro pernambucano Mamede Ferreira. Tam-bém com formação parisiense, Mamede Ferreira trouxe importantes inovações numa época em que a capital francesa servia de modelo para qualquer cidade do mundo que ansiasse pela civilização e pelo progresso então propalado pelo positivista Augusto Comte. Louis Vauthier e Mamede Ferreira, portanto, estão no marco inicial da presença francesa na arquitetura e no urba-nismo do Recife. Vauthier foi engenheiro e chefe das Obras Públicas da província de Pernambuco no gover-no de Rego Barros. São de sua autoria, ainda, os pro-jetos da ponte Santa Isabel sobre o Rio Capibaribe - a primeira com estrutura de ferro da cidade, inaugurada apenas em 1863 - e o da residência do Conde da Boa Visa, na Rua da Aurora, onde funciona a chefatura da Polícia Civil de Pernambuco. Ferreira, por sua vez, foi diretor da Repartição de Obras Públicas entre 1850 e 1856 e o projetista da Casa de Detenção – hoje Casa da Cultura, cujas obras foram concluídas em 1867, e do Ginásio Pernambucano, construído no ano seguinte,

entre outras edificações que tanto remetem a Paris do século 19.

A Praça da República foi a primeira área verde com algum planejamento no Brasil, tendo em vista que em suas terras esteve o Parque de Nassau, com exempla-res exóticos da fauna e da flora, ainda no século 17. Já no século 19, recebeu as proporções que hoje se delineiam, a partir de projeto, de 1860, do naturalista francês William Martineau, o mesmo que faria alguns anos depois o jardim do Palácio do Campo das Prince-sas. Remodelada por Burle Marx em 1936 e tendo sido reformada novamente em duas outras ocasiões, ainda possui as luminárias de origem francesa e as estátuas de nove divindades ao redor de um lago. Em frente ao Teatro Santa Isabel, a Praça abriga também uma estátua em homenagem a Louis Vauthier idealizada por Abelardo da Hora.

No antigo Largo da Ribeira do Peixe foi inaugurado, em 1875, o Mercado São José, projetado pelo engenheiro francês Louis Lieuthier. Trata-se do primeiro exemplar

brasileiro de mercado pré-fabricado em ferro impor-tado da França. Foi inspirado no Grenelle de Paris, e hoje, mesmo modificado por duas reformas, ainda tem preservada a estrutura metálica.

A arquitetura do ferro no Brasil e no Recife foi impul-sionada pelos altos investimentos das siderúrgicas in-glesas, belgas e francesas. Além dos grandes edifícios, como os mercados e estações ferroviárias, difundiu-se também no mobiliário urbano ao levar mais graça aos logradouros com bancos, postes, luminárias, bebedou-ros, relógios e esculturas. A respeito dessas, afirma-se que o Recife é a segunda cidade brasileira com o maior número de esculturas de ferro trazidas das fundições de Val-D’Osne, na França, atrás apenas do Rio de Janeiro. Entre as peças já identificadas há o leão do Sport Clube, as nove deidades da Praça da República, o Cristo da Capela do Cemitério de Santo Amaro. O Museu do Estado de Pernambuco possui uma cópia do catálogo dessas obras, editado pela Societé Anonyme des Hautes-Fourneaux & Fonderies du Val-D’Osne, com seus respectivos nomes e autores. No momento

no RecifeSéculos de Paris

em que o Recife acolhia as primeiras manifestações do ecletismo, o francesismo e sua art nouveau impe-ravam no gosto da cidade. O Palácio Garnier, edifício da Ópera de Paris, inaugurado em 1875 para agradar a Napoleão III, trazia uma linguagem múltipla, iné-dita e forte o suficiente para, aos poucos, suplantar o império do classicismo em todo o mundo.No Recife, um dos mais belos exemplares do momento eclético é o prédio da Faculdade de Direito, projetado pelo ar-quiteto francês Gustave Varin e construído entre 1889 e 1912. Nas fachadas, o classicismo se funde com a arquitetura do ferro. Três estátuas de figuras femininas esculpidas pelo francês Charles Perrou simbolizam o Direito, a Ciência e o Gênio.

O art déco, estilo lançado na Exposição de Artes De-corativas de Paris em 1925 chegou ao Recife abrindo alas para o modernismo. Nos anos 30, os ornatos tra-dicionais em belas-artes passam a ser suavizados por padrões geométricos mais simples. O concreto armado caiu no gosto dos engenheiros e arquitetos locais e a cidade começou a se deparar com edificações até

então nunca vistas. Embora mais aplicado em edifícios posteriormente descaracterizados ou que já não exis-tem mais, como é o caso do prédio da Rádio Jornal do Comércio e do Cine Rivoli, é ainda possível observar intactas algumas das manifestações mais importantes do art déco no Recife. Um exemplo é o da Capela de Nossa Senhora de Fátima, construída em 1935, na Boa Vista, e projetada pelo arquiteto francês George Mounier, que foi um dos fundadores do curso de arqui-tetura na Escola de Belas-Artes de Pernambuco.

O modernismo não precisou do art déco para prosse-guir adiante. Ainda na década de 30 do século passa-do, o arquiteto Luiz Nunes, que havia estudado com Le Corbusier na Escola Nacional de Belas-Artes do Rio de Janeiro, criou, no Setor de Obras Públicas do Estado de Pernambuco, a Diretoria de Arquitetura e Urbanis-mo. Na equipe, estavam, entre outros, o engenheiro calculista Joaquim Cardozo, o paisagista Burle Marx e o arquiteto Hélio Feijó. Sob a influência corbusiana, estes mestres projetaram edifícios como a Escola Rural Alberto Torres, residenciais do IPSEP e o Pavilhão de Verificação de Óbitos da antiga Escola de Medicina, onde hoje funciona a sede local do Instituto dos Ar-quitetos do Brasil.

A influência francesa do suíço Le Corbusier no moder-nismo recifense se fez presente ainda nas décadas se-guintes em edificações de uso residencial, de serviços ou mistos. São exemplos o edifício Walfrido Antunes, projetado por Waldecy Pinto e concluído em 1956, na rua Gervásio Pires, e a Secretaria da Fazenda, na Praça da República, concebido em 1939 por Fernando Sa-turnino de Brito e construído nos anos 50. Depois da II Guerra Mundial, a presença francesa na arquitetura e no urbanismo do Recife diminuiu bastante em relação ao que se verificava desde o Império nas ruas, nos passeios públicos e nas edificações. Sendo o Recife de hoje, no entanto, resultado de uma sucessão de estilos períodos arquitetônicos, muitos das quais inspirados em escolas parisienses, é natural que preserve, mesmo que discretamente, algum charme da belle époque.

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Com uma linha de 16 modelos de embarcações, o estaleiro paulistano Intermarine, referência em acabamento, performance e design, surpre-endeu recentemente o mercado náutico brasileiro ao lançar a lancha ca-binada Leonardo 98. O projeto, da italiana Azimut Yachts, foi inspirado

em ninguém menos que o gênio renascentista Leonardo Da Vinci.

Com 98 pés (30,15 metros), a Leonardo 98 possui três espaços principais: o flybridge, o deck principal e o deck inferior. O encanto começa pelo primeiro: além do painel de comando, há amplos ambientes com poltronas, cadeiras mesa, pia, geladeira, grill

elétrico e um solário com long chaises e banheira de hidromassagem. Na proa, o visual pode ser observado a partir de um dos lugares no sofá, sentado à mesa em teka para refeições ou ainda em um outro solário quase ao nível da água.

Logo abaixo, no deck principal, um longo e espaçoso salão com poltronas, sofás, mó-veis e mesa de centro possui um american bar em uma de suas extremidades. Na outra ponta, a sala de jantar e, contígua a esta, uma praça de popa, com sofá reversível que pode ser transformado em solário. Para o conforto do navegante, o cockpit, isolado dos demais ambientes, conta com teto solar elétrico.

No deck inferior, ocupando parte da popa, a cozinha possui fogão de seis bocas, forno elétrico, bancada de trabalho, duas cubas, geladeira e mesa para lanches rápidos, além de outro bar. Ao lado deste, estão as entradas para as duas cabines e o banheiro reservados à tripulação. Nos ambientes íntimos, são quatro suítes (sendo uma máster, com closet), todas com banheiro privativo.

O piso das suítes é de carpete e todo o restante é feito em teka, o que proporciona aos que estão a bordo uma agradável sensação de andar por uma casa de praia. Ao todo, a lancha acomoda até 32 pessoas em passeios e oito em pernoite, além de três marinheiros.

A Leonardo 98 pesa 92 toneladas e possui calado de 1,96 metro. Seus dois motores Mercedes-Benz MTU 16V de 2.000 HP podem fazer a lancha chegar a uma velocidade máxima de 37 milhas por hora.

Com mais de 5 mil embarcações já fabricadas em modelos que vão de 38 a 98 pés, a Intermarine possui suas instalações, em Osasco, São Paulo, em uma área de mais de 50 mil m².

estilo e sofisticação ao marIntermarine Leonar do 98 leva

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Quando, no começo do século passado, os colegas de universidade Arthur Davidson e William Harley decidiram colocar motores em suas bicicletas nascia um dos mais importantes símbolos do sonho americano. A mo-tocicleta Harley-Davidson, que se tornou o objeto de desejo predileto de jovens de espírito de todo o mundo, se superou com o modelo Night Rod

Special, lançado no Brasil há três anos e que permanece no catálogo de 2009.

A Night Rod integra a linha das V-Rod, as primeiras da Harley-Davidson que, por suas características técnicas, divergem em tudo o que se conhece de tradicional na linhagem das custom. Para desenvolver o motor com refrigeração a água das V-Rod, a Harley-Davidson estabeleceu uma parceria com a Porsche. No caso da Night Rod, o resultado foi 1250 cc com injeção eletrônica de combustível, com o que se pode chegar de 0 a 100 km em apenas 3,5 segundos.

O câmbio tem cinco velocidades e a transmissão é feita por correia dentada. Os freios

dianteiros Brembo usam discos duplos de 300 mm de diâmetro e a suspensão tem cursos de 101,6 mm na frente e 74 mm atrás, com possibilidade de ajustes conforme o gosto do piloto.

Na versão de 2009 são três as opções de decoração. A cor predominante é o preto, mesmo em elementos tradicionalmente cromados nas Harley-Davidson, como o quadro, suspen-são, rodas de liga, setas de direção e proteção do motor. Assim, há versões da pintura fosca ou brilhante, com detalhes em laranja e cinza metalizado.

O estilo agressivo e robusto e o design futurístico da Harley-Davidson Nigth Rod Special fazem lembrar as máquinas de corridas drag. Não se trata, definitivamente, de uma moto para o dia-a-dia urbano. Se o condutor pretende usá-la para ir ao trabalho diariamente ou levar a namorada em longos passeios na garupa, melhor pensar em outra opção. Agora, se a idéia é dar uma volta por ai, sem muito compromisso e destino, a Night Rod Special será uma parceira perfeita.

Harley-Davidson

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Night Rod Special 2009

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Em 1889 a humanidade comemorava o primeiro centenário da Revolução Francesa. Em Paris, governo francês lançara, três anos antes, um concurso de design arquitetônico para um monumen-to que seria erguido no Champ de Mars para uma exposição

mundial do Bureau International des Expositions. O evento e a obra serviriam para lembrar e celebrar a importância da data. Mais de cem propostas foram apresentadas, saindo vencedor o enge-nheiro Alexandre Gustave Eiffel, com um projeto que marcaria para sempre o imaginário romântico de dezenas de gerações.

Nascido em Dijon, em 1832, Gustave Eiffel não era, à época do concurso para o projeto do centenário da Revolução Francesa, um completo desconhecido do governo de seu país. Em 1886, quando do lançamento da competição que resultaria na construção da torre, os Estados Unidos comemoravam o aniversário de sua independência com a inauguração de um presente dado pela França: a Estátua da Liberdade, cuja estrutura metálica interna foi pla-nejada por ninguém menos que Eiffel.

Eiffel formou-se em Engenharia Quí-mica pela Escola Central de Artes e Manufaturas de Paris em 1855, aos 23 anos. Logo no início da carreira, conheceu Charles Nepveu, empresário e especialista em construções metálicas. Nesse ramo, Eiffel se envolveu de for-ma apaixonada, executando seus mais conhecidos trabalhos. Entre as obras das quais participou, além da Estátua da Liberdade e da Torre em Paris, po-dem ser listados o Viaduto Garabit - sobre o rio Truyère, no sul da França, o domo do Observatório de Nice e as pontes D. Maria Pia - na cidade do Porto, e Triana - em Sevilha, Espanha.

As obras da Torre Eiffel foram executadas entre 1887 e 1889. Em 31 de março

do ano do centenário da Revolução Francesa, foi formalmente inaugurada, tendo sido aberta ao público em 16 de maio. Inicialmente com 317 metros e 7,3 mil toneladas, foi considerada a obra de engenharia mais alta do mundo até o ano de 1930, quando ficou pronto o edifício da Chrysler, em New York.

Nos trabalhos da construção, cerca de 200 trabalhadores juntaram as 18.038 peças metálicas que formam a Torre. Uma sólida fundação em ferro e con-creto dá sustentação a cada um dos quatro apoios de 30 metros que formam a base. Estes, por sua vez, descansam em oito gatos hidráulicos, o que equi-vale dizer que há, no total, 32 pés para o suporte da gigantesca estrutura. Feita para oscilar até 13 cm pela ação dos ventos, o monumento chega a crescer em 15 centímetros nos dias mais quen-tes devido à expansão do metal.

Em reconhecimento às contribuições fei-tas ao trabalho de Gustave Eiffel, há, na Torre, a gravação do nome de setenta e dois engenheiros, calculistas e outras pessoas importantes para as obras.

S e g u n d o a S o c i é t é N o u v e l l e d’exploitation de la Tour Eiffel, em 2009 a Torre ganhará uma expansão da área acessível ao público em sua platafor-ma panorâmica do último pavimento, que passará de 280 para 580 metros quadrados. A estrutura em kevlar tem a assinatura do arquiteto David Serero.

Devido às antenas adicionadas poste-riormente, a Torre Eiffel mede, hoje, 324 metros. Pelo fato de possuir, atu-

almente, museu, lojas e o simpático restaurante Jules Verne acoplados nos três andares de sua estrutura, calcula-se que pese cerca de 10 mil toneladas. O primeiro piso fica a 57 metros de altura e pode abrigar 3 mil pessoas ao mesmo tempo. O segundo pavimento, com capacidade para 1,6 mil adultos, está a 115 metros acima do solo. O terceiro está a 276 metros e suporta até

muitas históriasEiffel, uma torre,

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400 indivíduos. É alentador ao visitante saber que há elevadores para as plataformas.

Há várias curiosidades sobre o monumento, contadas e repetidas milhares de vezes todos os dias aos aproxi-madamente 7 milhões de turistas que vão anualmente a Paris e aproveitam para visitar a Torre. Dizem, por exemplo, que o contrato de 20 anos para o terreno da Exposição do Centenário da Revolução Francesa havia expirado em 1909, quando o monumento foi salvo ao ter seu valor como antena de transmissão reconhecido.

Outra diz que Gustave Eiffel apresentara o projeto da torre, inicialmente, à Câmara de Barcelona, para a Ex-posição Universal de 1888. A proposta teria sido recu-sada devido ao custo e ao fato de ser exótica demais para a cidade que já se tornava imortalizada na obra de Antoni Gaudi.

Uma das mais hilárias de suas histórias fala de um certo “conde” Victor Lustig, um charmoso vigarista austro-húngaro que, em 1925, dera o golpe de sua vida ao “vender” o monumento a um próspero porém ingênuo negociante de ferro-velho.

Cenário para dezenas de filmes de amor, suicídios de verdade, testes de pára-quedistas neófitos e escaladas de montanhistas, entre outras aventuras, a Torre Eiffel simboliza o romantismo da humanidade, da paixão pela vida, pela viagem e pelo próprio mundo.

Para conhecer mais, acesse o site www.tour-eiffel.fr.

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A rua Barão de Itamaracá, no Espi-nheiro, nem parece tranqüila. Afinal, bem perto dela há um supermercado, galerias, restaurantes, academias,

bancos, farmácias, panificadoras e clínicas. O sossego, no entanto, é marca registrada do lugar, um dos mais arborizados logradouros da cidade. É precisamente nesse contexto que a Gabriel Bacelar Construções está lançando o Edifício Saint Lúcia.

Com 21 pavimentos, sendo 19 tipo, o Saint Lúcia terá dois apartamentos por andar. Entre algumas características do projeto estão dois elevadores de última geração, central de gás, local para gerador, guarita de segurança, portões eletrônicos e duas va-gas de estacionamento por unidade. A infra-estrutu-ra de lazer contará com piscina adulto e infantil com deck Solarium, salão de festas com bar, banheiros masculino e feminino, playground, mini-campo e jardins com paisagismo.

No apartamento de 104,99 m² estarão três quar-tos, sendo uma suíte, banheiro social, sala em L para três ambientes, varanda, copa e cozinha, área de serviço e dependência completa de serviço.

“O Saint Lucia foi planejado para levar o padrão GB a um empreendimento com características uni-versalmente aceitas e consagradas pelo mercado. Na área de lazer teremos diversos atrativos para as crianças, o número de apartamentos propiciará um valor econômico para as despesas de condomínio e a distribuição dos ambientes em cada unidade alia espaço e versatilidade”, diz o diretor comercial da Construtora, Durval Bacelar.

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Codorna recheada énovidade no Wiella Bistrô

I naugurado em 2003, o Wiella Bistrô é hoje um dos mais completos restaurantes do Recife cuja cozinha passeia entre o internacional contemporâneo e a gastronomia francesa.

Dentro dessa perspectiva, o chef da casa, Claudemir Barros, apresenta com exclusividade para a Revista Gabriel Bacelar o mais novo prato do cardápio: Codorna recheada com pão de especiarias sobre massa folheada e molho Porto.

O cardápio, recentemente reformulado, vem com mais de 35 pratos, divididos entre entradas e aperitivos, menu degustação, especiais light (saladas), massas e risotos, peixes e crustáceos, carnes e aves e sugestões do chef para o dia. Em termos de vinhos, o Wiella conta com uma das mais bem selecionadas adegas climatizadas da cidade, com 230 rótulos das mais renomadas regiões produtoras do mundo.

Com três amplos ambientes e capacidade total para 140 pessoas, a casa é gerenciada pelo experiente sommelier Otoniel Abílio da Costa, que atua há décadas no ramo e já teve o privilégio de trabalhar com personagens históricos do mundo da gastronomia. Assim, enquanto esteve na França, pôde conviver com ninguém menos que Paul Bocuse, o papa da nouvelle cuisine. No eixo Rio-São Paulo, atuou em lugares como o Hotel Le Meridien e os restaurantes Emiliano e Laurent, do badalado chef Laurent Saudeau. “Faço isso há mais de 40 anos e começo cada dia como se fosse o primeiro dia”, diz o sommelier.

No Wiella, o chef Claudemir Barros também tem sua história. Já trabalhou em importantes restaurantes

do Recife, como o Mingus. Em São Paulo, atuou no Emiliano e no DOM, neste último com Alex Atala, com quem cultivou a habilidade e o talento para a sofisticada gastronomia francesa.

No preparo da Codorna recheada com pão de especiarias sobre massa folheada e molho Porto, Claudemir Barros conta que os ossos são retirados antes de ir ao forno, num processo quase cirúrgico. Em seguida, a ave é temperada com sal e pimenta e recheada com o pão de especiarias, feito na própria casa. A massa folheada é assada na hora, imediatamente antes de compor o prato que vai à mesa. O molho é feito com redução de demi-glacê e vinho do Porto.

“É um prato que pode ser pedido no almoço ou à noite. No jantar, certamente agradará, devido ao sabor acentuado, muito embora seja leve e bem clássico”, explica do chef Claudemir Barros.Uma boa entrada para a codorna do Wiella, segundo Otoniel da Costa, é o Petit medalhão de haddock com julienne (tiras finas) de palmito fresco e creme de parmesão. Para acompanhar, o sommelier sugere um malbec, um cabernet ou, para quem espera por mais suavidade, um pinot noir, como o francês Château Dracy. Na sobremesa, a dica vai para a Pera cozida ao vinho branco com sorvete de graviola e coulis de laranja e mel.

O Wiella Bistrô fica no Shopping da Decoração, na Avenida Domingos Ferreira, em Boa Viagem. Abre de terça a sábado, das 12h às 24h e, aos domingos, das 12 às 17h. O telefone para reservas é 81 3463.3108.

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Confit de Carnard: símbolo da

O pato é um dos maiores símbolos da gastronomia francesa e, como em várias capitais do mundo, está pre-sente em diversos restaurantes que

usam a cozinha internacional. No Ponte Nova, con-tudo, sob os cuidados do badalado chef Joca Pontes, a ave ganha ares ainda mais afrancesados.

Joca Pontes é formado em gastronomia pela Escola Superior de Cozinha Francesa – Ferrandi, de Paris. Em 2008, foi novamente eleito o melhor chef da ci-dade pelo júri da revista Veja Recife. No Ponte Nova, restaurante que fundou em julho de 2004 no prédio da academia R2, em Boa Viagem, um dos principais pratos de sua autoria é o Confit de Carnard, ou sim-plesmente Pato Confitado.

O prato é feito com a entrecoxa e a coxa do pato confitado, isto é, cozido em longo tempo, em bai-xa temperatura, em gordura de porco. No caso do preparo no Ponte Nova, a ave é temperada com um dia de antecedência, recebendo ervas, sal e toques de mostarda e vinho. Antes de ir à mesa, é assada rapidamente e imersa na banha suína, onde perma-necerá, entre 90 e 100 graus, por um período que varia entre 2h30 a 3h. Em seguida, é novamente grelhada, momento em que recebe pinceladas de uma infusão de gengibre no caramelo. A iguaria vem acompanhada com purê de batata doce ao forno, com azeite, leve toque de pesto de tomates secos e lâminas crocantes de macaxeira. “Esse prato é a cara da França”, resume Joca Pontes.

O pesto, que no pato confitado do Ponte Nova vai misturado ao purê de batata doce, é feito com toma-

te seco processado com queijo Grana Padano, azeite, azeitonas roxas, alho e manjericão fresco. “Quando chega à mesa, o cliente às vezes pensa que é um purê de jerimum”, comenta o chef.

O Confit de Carnard é uma boa pedida para a noi-te. Como entrada, Joca Pontes sugere o Mix Diverte Boca, feito com três mini-entradas, sempre variáveis, em um único prato. Para acompanhar, o chef propõe o tinto Côtes du Rhône Parallele 45, tido como uma boa relação custo-benefício e bastante apreciado na França. Para a sobremesa, capuccino de frutas ver-melhas, com morangos frescos, amoras, framboesas, sorvete de baunilha e creme mascarpone coberto com crumble.

A cozinha do Ponte Nova pode ser classificada como de linha contemporânea internacional com fortes influências francesas e toques regionais. Possui um cardápio enxuto, mas completo. Há duas massas e outros 10 pratos com opções entre peixes, camarões, bacalhau, filé mignon, cordeiro, além do pato. “Sou inimigo do cardápio extenso, que normalmente é re-petitivo ou peca pela qualidade no preparo”, explica Joca Pontes.

O ambiente do Ponte Nova, com capacidade para 52 pessoas confortavelmente acomodadas, é moderno e arejado, com espelhos, vasos com plantas naturais e uma grande foto da Ponte Duarte Coelho em suas feições antigas. O restaurante abre para o almoço de segunda a sexta, das 12h às 15h. Para o jantar, funciona a partir das 19h30, de segunda a sábado. O telefone para reservas é 81. 3327 7226.

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gastronomia francesa no Ponte Nova

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Restaurante Couvert investe em qualidade

Ao aliar qualidade gastronômica, serviço à la carte e preços competitivos, o restau-rante Couvert tem conquistado o gosto do Pernambucano de forma poucas vezes

observada em iniciativas do gênero. Tanto é que, desde a inauguração da primeira casa, em 2006, no Paço Al-fândega, duas novas unidades já surgiram: a do Plaza Shopping e a da Ilha do Leite. Em breve, outras duas serão abertas, em Salvador e Brasília. É Pernambuco exportando sabor, talento e empreendedorismo.

Seguindo uma gastronomia basicamente francesa, com toques de cozinha regional, o Couvert tem em seu cardápio mais de 30 pratos, entre entradas, peixes, aves, carnes, risotos, massas e camarões. Na unidade da Ilha do Leite, especificamente, por atender também à clientela do Mercure Apartments, há ainda opções em sopas e cremes para o jantar, além de diversos petiscos.

Todas as três unidades em funcionamento contam com ambientes que conseguem unir conforto e praticidade. Projetadas pelo arquiteto Romero Duarte, possuem, por exemplo, jogos americanos nas mesas, ao invés de toalhas, o que permite uma limpeza mais rápida e eficaz. Num outro detalhe, as charmosas taças têm um vidro de espessura um pouco maior que as tradicionais, portanto não se quebram com tanta facilidade. Carac-terísticas como essas fazem com que o Couvert consiga um maior número de clientes, e o resultado é um pre-ço mais acessível. “Procuramos ganhar com volume. Nossos produtos e insumos são os mesmos utilizados nos melhores restaurantes da cidade, quem frequenta o Couvert sabe disso”, afirma o proprietário Fernando Torres. Autoridade no assunto ele tem. Afinal, foi um dos principais responsáveis pelo sucesso de outras mar-cas no ramo da alimentação em Pernambuco, como o restaurante Donatário e o novo Mercado 153.

Um dos carros chefes da casa é o Bacalhau ao Porto, que leva a posta dessalgada do peixe ao forno, banha-

da no azeite extravirgem e acompanhada com couve, alho, cebolas assadas, brócolis e batatas. “Colocamos essa receita na temporada do bacalhau do ano passa-do e o prato foi campeão de vendas. A partir de então, foi introduzido no cardápio”, comenta o chef Liberato Pereira.

Tendo atuado em renomados restaurantes de São Paulo, entre os quais o Leopolldo, La Tambouille e Le Coq Hardy, o chef Liberato explica que o preparo do Bacalhau ao Porto começa com uma posta de aproxi-madamente 300g, levemente grelhada no azeite. “Em seguida, usa-se o mesmo azeite para saltear as ba-tatas pré-cozidas, cebolas, brócolis, alho e temperos, como a pimenta do reino e as azeitonas. Depois de ir ao forno, o prato é servido em um leito de couve-folha”, diz ele.

Além do chef Liberato, o proprietário Fernando Torres também dá sua opinião de gourmet e apreciador da boa gastronomia na montagem do cardápio, que sem-pre agrega novas experiências. É ele quem sugere os acompanhamentos ideais para o Bacalhau ao Porto. “Uma boa entrada é a Salada a La Crevette. Para be-ber, o malbec argentino Picada 15 ou o cabernet sau-vignon chileno Santa Carolina Reservado. Na sobre-mesa, o Pudim de tapioca com sorvete, ou o Karaque de nozes, castanhas, biscoito, amêndoas, chocolate e sorvete. Todos são muito apreciados”, diz ele.

As tarefas de Torres, no entanto, não param nos pal-pites gastronômicos. Ele conduz pessoalmente os três restaurantes da marca, e ainda cuida de outros em-preendimentos no ramo. A tarefa é árdua. Em suas três unidades, o Couvert soma uma capacidade total para 270 pessoas almoçarem ou jantarem ao mesmo tempo. “O segredo para manter a qualidade está em acompanhar e viver o negócio. Almoço e janto prati-camente todos os dias no Couvert, entro o tempo todo na cozinha, observo os pratos, as bebidas, o serviço”, afirma o empresário.

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Na rua José de Holanda, no bairro da Torre, a Gabriel Bacelar acaba de lançar o Edifício Saint Raphael. O empreendimento atende como poucos na cidade aos desejos de quem procura reunir praticidade e qualidade em todos os detalhes.

Em frente ao Clube do SESI da Avenida José Bonifácio, o Saint Raphael estará situado próximo a supermercados, restaurantes, igrejas, academias, escolas, farmácias e cen-tros de compras.

O projeto da fachada do Edifício, da arquiteta Yara Scherb, chama atenção pelas linhas curvas e suavidade das cores empregadas nos revestimentos. O empreendimento terá 27 pavimentos, sendo 23 tipo, dos quais destaca-se um primeiro andar com varandas expandidas.

Nas áreas comuns, haverá guarita de segurança, portões com comando eletrônico, hall social, dois elevadores de última geração, central de gás, gerador, duas vagas de garagem por apartamento, jardins com paisagismo e todos os itens que favorecem a acessibilidade das pessoas com dificuldades de locomoção.

Em cada andar serão dois apartamentos. As unidades do primeiro andar terão área útil de 96,49 m², devido ao prolongamento frontal da varanda; enquanto as demais possuirão 90,49 m². A distribuição dos ambientes prima pelo equilíbrio entre espaço e funcionalidade. São três quartos (sendo uma suíte máster), sala em L, varanda, banheiro social, cozinha, área de serviço e dependência completa de serviço.

“Ao lançar o Saint Raphael, pretendemos atender a uma importante demanda por imó-veis que sejam de fácil gerenciamento. As pessoas buscam cada vez mais praticidade em termos de limpeza, de decoração, manutenção, economia de condomínio, de água, de energia elétrica, entre outros fatores”, afirma o diretor comercial da Construtora, Durval Bacelar.

Além de área para playground (kids place, com casa de bonecas, escorregador e gan-gorra) no térreo, o Saint Raphael possuirá uma completa infra-estrutura de lazer na cobertura, com espaço gourmet (barbecue place) com churrasqueira e forno de pizza, salão de festas e eventos com bar (lounge place), terraço zen, piscina com deck e solarium.

“Com o Saint Raphael, como já fizemos em outros empreendimentos de sucesso, vamos mostrar novamente que praticidade e qualidade podem, quando juntos, resultar num produto final que satisfaça a todas as expectativas do cliente GB”, afirma o diretor técnico da Construtora, Bruno Bacelar.

www.gabrielbacelar.com.br

Qualidade e praticidade

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no Saint Raphaelgastronômica e preço acessível

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Entre a Itália e a Espanha, o litoral mediterrâneo da França banha as en-solaradas regiões de Provence-Alpes-Côte d’Azur e Languedoc-Roussillon. Trata-se de um destino mítico que proporciona ao viajante uma imersão sensitiva por um reino de belezas naturais, artes, religiões, gastronomia,

enologia e muita, muita história.

Embora com registros de ocupação humana desde a pré-história, a região administrati-va hoje conhecida como Provence-Alpes-Côte d’Azur, próxima à divisa com a Itália, teve seu litoral colonizado por gregos e fenícios antes de ser agregada ao Império Romano. Mesmo sendo disputada posteriormente por tribos germânicas como a dos burgúndios, ostrogodos e francos, a terra teve preservada a denominação de Provintia Romana, da qual deriva seu primeiro nome na atualidade. Em 1482, caiu sob os domínios do rei Luis XI da França.

Languedoc-Roussillon também tem sua denominação principal vinculada ao passado romano. Languedoc se origina de lenga d’òc, o que, traduzido do occitano medieval (língua românica ainda hoje praticada na região), seria algo como “língua do sim”. Colonizada pelos romanos e invadida posteriormente por visigodos e carolíngios, a região tornou-se conhecida pelas batalhas que, por cerca de 40 anos, foram ordenadas pelo Papa Inocêncio III contra os cátaros, na chamada “Cruzada Albigense” (relativa ao povoado de Albi). Segundo a lenda, os cátaros, cristãos declarados hereges pela Igreja Católica no IV Concílio de Latrão, em 1215, guardariam o Santo Graal nas terras de Languedoc.

Provence-Alpes-Côte d’Azur e Languedoc-Roussillon contam, juntas, com 59.214 km² e cerca de 7 milhões de habitantes. Ambas as regiões são conhecidas do mundo inteiro por suas praias de águas azuis e cristalinas, clima ameno e badaladas cidades litorâ-neas, como Môncaco, Nice e Cannes, além de outras paragens menores, a exemplo de Saint Tropez, Sete e Saint-Cyprien. Gerações de celebridades do mundo inteiro vêm cir-culando sob aquele sol ano após ano. Entre elas estiveram, apenas para citar algumas, Coco Chanel, Ernest Hemingway, Pablo Picasso e Winston Churchill.

Menos conhecidas são as atrações que adentram o continente. Destinos como os vinhe-dos seculares de Languedoc-Roussillon e as montanhas do Parque Nacional do Mer-cantour, na Provence-Alpes-Côte d’Azur são, no entanto, imperdíveis para o viajante que deseja variar.

Languedoc-Roussillon: da água para o vinhoPor muito tempo – e ainda hoje, para a maior parte dos franceses, os vinhos de Lan-guedoc-Roussillon foram considerados medianos, comuns, ordinários. A preocupação não era com a qualidade, e sim com a quantidade. Afinal, a região é a que possui mais vinhedos que qualquer outra da França, com mais de 380 mil hectares cultivados.

Nas últimas décadas, no entanto, o título de produtor exclusivo de vins de table co-meçou a ser relativizado quando o assunto é Languedoc-Roussillon. As novas gerações de vinhateiros da região têm conseguido ali exemplares de tintos e brancos de notável personalidade. Apenas de denominações controladas, há naquelas terras mais de 40 mil hectares de vinhedos produzindo cerca de 2 milhões de hectolitros anualmente. Assim, enquanto que na década de 1970 havia em Languedoc-Roussillon apenas duas denominações de origem para os tintos, hoje são 13 AOC (Appellation d’origine contrô-lée) e duas VDQS (Vin Délimité de Qualité Superieure).

do sul da FrançaO verde, o azul e o vermelho

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O clima seco e quente, com chuvas escassas e imprevisíveis, é amenizado pelas cons-tantes influências oceânicas e montanhosas. O relevo, predominantemente irregular e acidentado, favorece a concentração das vinícolas em quatro dos cinco Departamentos da região: Herault, Gard, Aude e Pyrénées Orientales. Neles, os tintos se sobressaem, com aproximadamente 83% da produção, contra 11% de rosés e 6% de brancos.

Para os tintos, as uvas mais utilizadas são Carignan, Grenache Noir, Syrah e Mouvèr-dre. Para os brancos e rosés, cultivam-se principalmente Grenache Blanc, Maccabeu, Bourboulenc, Picpoul e Clairette.

Os connaisseurs Michel Bettane e Thierry Desseauve, que escreveram o famoso guia de vinhos franceses “Bettane & Desseauve”, apontam como boas pedidas, entre os tintos, os crus das apelações Pic-St-Loup e Montpeyroux. A denominação Cotes Du Roussillon é outra importante produtora, com 4.800 hectares.

Entre os rosés, destaque em Languedoc-Roussillon para os perfumados e refrescantes da denominação Collioure, à base da casta Grenache Noir. Já entre os brancos, os enólogos destacam as apelações de La Clape. Quanto aos Vinhos Doces Naturais, as maiores sensações da região estão guardadas na apelação de Banylus, no extremo oriental dos Pirineus, já próximo a Espanha. Tais vinhos de sobremesa franceses são considerados uns dos poucos que podem ser degustados com o chocolate.

Languedoc-Roussillon proporciona ao viajante mais que um extenso mar de vinhas e hectolitros de degustação do seu mais famoso líquido. Estão na região, por exem-plo, as ruínas romanas do aqueduto de Pont Du Gard e o anfiteatro Les Arenes, em

Nîmes, dezenas de châteaux medievais e a legendária trilha francesa do Caminho de Santiago.

Para quem não costuma beber sem comer, a cozinha do Languedoc-Roussillon é simples e, ao mesmo tempo, complexa em aromas, texturas e sabores. Carnes de caça e de aves, além de peixes frescos, mexilhões, ostras e polvo, quase sempre vêm servidos com muito azeite, verduras e ervas aromáticas.

Parque Nacional do MercantourPatrimônio cultural e biogenético da humanidade, o Parque Nacional de Mercantour é um dos sete parques nacionais franceses. Criado em 1979 e situado no Alpes do Sul, em Provence-Alpes-Côte d’Azur, fica a cerca de uma hora, de carro, da litorânea Nice.

Em sua área protegida estão 685 km², nos quais se encontram uma zona central de-sabitada, vales nevados, aldeias históricas e localidades rurais. Para os apreciadores de trecking, é o paraíso, com 600 km de trilhas marcadas.

No Monte Bego, os visitantes podem apreciar mais de 37 mil pinturas rupestres datadas de finais do Neolítico e Idade do Bronze. Nas aldeias, destaque para a arquitetura medie-val ainda bem preservada em igrejas, conventos e castelos.

A natureza é exuberante em fauna e flora. Mesmo com um inverno que atrai esquiadores de todo o mundo, o Mercantour abriga pinheiros suíços, oliveiras mediterrâneas, além de mais de 2000 espécies de plantas em floração. No reino animal, estão nos domínios do parque bichos como lobos, marmotas, arminhos, lebres, javalis, águias e o fugidio íbex.

Entre as principais estações de esqui destaca-se Isola 2000, situada na porta do Parque Mercantour e com picos de até 2320 metros. São 120 km de pistas para todos os níveis e estilos. Outros dois pontos para curtir esportes na neve, talvez menos badalados, mas tão ou mais charmosos, são Auron e Saint-Dalmas Le Selvage, todos bem próximos a Nice.

Para quem deseja se manter distante do litoral e se hospedar na região do próprio parque, há boas opções nas cidadelas próximas às estações de esqui, com badalações em todas as noites de inverno.

Na França, há muitos burburinhos poliglotas e flashes às vezes irritantes das levas e levas de turistas do mundo inteiro que invadem seus destinos todos os anos. No interior de Provence-Alpes-Côte d’Azur e Languedoc-Roussillon, no entanto, pela perenidade de seus monumentos, a tranqüilidade de seus habitantes e a exuberância de suas belezas naturais, o viajante ainda encontra um clima propício à contemplação e a uma integração mais próxima com os ambientes.

Para conhecer mais, visite www.franceguide.com.

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Cabaré uma tradição francesaO Cabaret Lido muda de tema a cada 5 anos está com o espetáculo “Bonheur”. Uma catedral de luzes, uma escada com mais de cinco metros, um avião que sobrevôa a platéia, os telhados de Paris e seus gatos, a avenida Montaigne abrindo suas vitrines para um desfile de alta costura, um templo hindu e esculturas vivas. Uma produção de 9 milhões de euros! Com 2 apresentações por noite, às 22hs e às 24hs. Reservas pelo tel. 01.40.76.56.10 e o end. é 116 bis, Ave. Champs Elysées.

Perfil culturalUm dos expoentes do cinema mundial, o fran-cês François Truffaut foi uma criança solitária e problemática (passando inclusive por um re-formatório), cuja grande paixão era o cinema. Seu entusiasmo levou o crítico André Bazin a convidá-lo para trabalhar na revista ‘’Cahiers du Cinema’’, onde tornou-se um crítico con-tundente e ajudou a desenvolver a polêmica teoria do autor, pela qual os filmes tem a per-sonalidade de seu diretor e, portanto, devem sua qualidade a ele.

Além de escrever, Truffaut tornou-se assistente do diretor Roberto Rosselini e começou a fazer

curtas-metragens, sendo que o segundo deles (Les Mistons, 1957) foi muito bem re-cebido. O trabalho também revelou a afinidade do cineasta com a juventude, tema ao qual retornaria por exemplo em ‘’Os Incompreendidos’’ (1959, seu primeiro filme e prêmio de Direção em Cannes) e ‘’Na Idade da Inocência’’ (1976).

‘’Os Incompreendidos’’ foi importante não só para Truffaut, mas também para a ‘’Nou-velle Vague’’ movimento do qual seria um dos principais representantes. Além disso lançou o personagem alter-ego Antoine Doinel (Jean-Pierre Léaud), que voltaria em outros filmes como adolescente e adulto, sempre vivido pelo mesmo ator.

‘’Tirez Sur Le Pianiste’’ (1960) mostrou influência do cinema americano e ‘’Uma Mu-lher Para Dois’’ (1961) se transformaria num dos maiores clássicos de Truffaut. História de um triângulo amoroso, ‘’Uma Mulher Para Dois’’ é um exemplo típico do cinema passional e humanista do diretor.

Grande admirador de Jean Renoir e Hitchcock (a quem homenageou com ‘’A Noiva Estava de Preto’’), Truffaut lançou um livro com a série de entrevistas que fez com o mestre do suspense. Parte dos seus artigos sobre cinema foram compilados no livro ‘’Os Filmes da Minha Vida’’. Casado duas vezes e pai de 3 filhas, morreu prematuramente de tumor no cérebro, em 21 de outubro de 1984.

Discografia para colecionadoresÉdith Piaf (Édith Giovanna Gassion) nasceu em Paris, França, no dia 19 de de-zembro de 1915 e foi um dos maioes expoentes da música francesa. Com um estilo francês da chanson, seu canto expressava claramente sua trágica história de vida. Entre seus maiores sucessos estão “La vie en rose” (1946), “Hymne à l’amour” (1949), “Milord” (1959), “Non, je ne regrette rien” (1960). Em junho de 2007 foi lançado um filme biográfico sobre ela, chegando ao cinemas brasileiros em agosto do mesmo ano com o título “Piaf - Um Hino Ao Amor” (originalmente “La Môme”, em inglês “La Vie En Rose”), direção de Olivier Dahan. Consulte www.amazon.com

Alexandre Dumas (24/7/1802-5/12/1870).O Conde de Monte CristoEdmond Dantes, um audacioso mas ingênuo marinheiro, é preso sob falsa acusação, em 1815, por ter ido à Ilha de Elba, onde teria encontrado Napoleão em seu exílio. Na verdade, era vítima de um complô entre três pessoas interessadas: o juiz de Villefort, filho do destinatário da carta de Napoleão, que, mesmo atestando sua inocência, quis silenciá-lo; o seu amigo, Danglars, que desejava o posto de capitão do navio, já que Dantes recebeu o posto por mérito, e Fernand Mondego, amigo de infância de sua noiva que, em seguida, casou-se com sua amada, a catalã Mercedes (que, porém, nunca o esqueceu).

Simone De Beauvoir (09/01/ 1908 - 14 /04/1986)A Cerimônia do AdeusRelato dos últimos dez anos da vida de Jean-Paul Sartre, companheiro de Simone por mais de cinqüenta anos, num tom ao mesmo tempo distante e comovente. É o “diário” de bordo de sua longa morte, um livro para se ler dividido entre o horror, a admiração e as lágrimas.

ArquivoE Deus Criou a Mulher (1956)Com direção de Roger Vadin, o clássico do cine-ma francês lança Brigitte Bardot para o mundo.A história se passa em Saint-Tropez, quando a

liberdade sexual de dois jovens recém-casados acaba provocando fortes reações nos mais conservadores. No centro disso tudo está uma provocante Bardot, que se tornou mito sexual nos anos de 1950 ao exibir suas curvas.

Letras no ano França-Brasil: dois clássicos da literatura francesa de todas das épocas

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31Arte e Cultura

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Funcionalidade aconchegante em projeto de André Carício

Neste amplo apartamento da Avenida Boa Viagem, o arquiteto André Carício usou tons de terrosos e muito branco, com detalhes em preto e grafite, para compor um clima geral de sofisticação e modernidade. Tudo, no entanto, sem que se abrisse mão do conforto e do aconchego tão desejados em todo o lar que se preze. O arquiteto já havia feito um projeto para os clientes anos antes. Para o novo trabalho, aproveitou a maior parte do mobiliário do apartamento anterior, substituindo o revestimento de alguns, como os sofás, cadeiras e

poltronas, alcançando economia e novidade. Entre os materiais usados na proposta atual estão os cascalhos no nicho da sala de estar, com espelho, detalhes da moldura em vidro, laca preta e ma-deira escura no móvel do home theater e papel de parede. “Houve reforma porque foram deslocadas algumas paredes, aplicados novos detalhes de gesso, mudados alguns revestimentos nos banheiros, lavabo e cozinha”, diz o arquiteto.

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Sonhos em realidade na ambientação de Andréa Danzi

Transformar em realidade todos os anseios e sonhos do cliente na ambientação de interiores é uma das principais metas da arquiteta Andréa Danzi a cada novo projeto. Nesses ambientes – o quarto do bebê e o quarto da menina – o objetivo foi alcançado, conforme aprovação de seus principais ocupantes. No espaço do bebê, Andréa aplicou tonalidades suaves de azul e bege, papel de parede e móveis na cor branca. Um detalhe importante foi a escolha do berço cama, com bicama e gavetões, desenhado pela própria arquiteta, e que garante mais amplitude por ser um móvel multiuso. Já no quarto da garota, as cores foram mais fortes. “Sua personalidade já está formada e temos que escutar a criança. Usamos um tom chiclete nos nichos para dar destaque e nas paredes um rosa com listras bem suave, para não cansá-la”, diz ela. Uma das características mais apreciadas do trabalho de Andréa Danzi é o respeito ao gosto do principal interessado no projeto. “Nas minhas

ambientações, não imponho um estilo. Tiro o perfil do cliente e faço de acordo com seus estilos de vida e com a rotina em que vive”, comenta a arquiteta. Foto

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Espaço para o que é belo em proposta de Zezinho Santos e Turibio Santos

Zezinho Santos e Turíbio Santos conseguiram o que pretendiam ao projetar um espaço destinado a ser ponto de referência quando o assunto é beleza, agregando exposições de arte, eventos, palestras, desfiles. O SET, muito mais que um salão, é justamente isso: um estado de espírito que apresenta uma linguagem atual, antenada e arrojada, cuja arqui-tetura exprime com segurança os mais requisitados valores estéticos de moda e beleza. A proposta surgiu a partir da reforma numa antiga casa na Avenida Boa Viagem. “A fachada foi envelopada com réguas de PVC adesivadas, um recurso de baixo custo e alto impacto

visual. Internamente, várias paredes foram ao chão, reduzindo-se o número de ambientes e ampliando-se as áreas livres”, explica Zezinho Santos. Com projeto de comunicação visual feita pela Mooz, o preto e o branco predominam em todos os ambientes. Entre os materiais mais empregados, além dos usados na fachada, estão o porcelanato e o granito nos ambientes internos.

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no Giardino Beira Rio

Em poucos lugares do Recife a vista do Capibaribe é tão atraente quanto a que pode ser observada das imediações da Ponte da Capunga, na Madalena. É justamente naquele trecho da Avenida Beira Rio, próximo à rua Demócrito de Souza Filho, que a Gabriel

Bacelar acaba de lançar um de seus mais arrojados empreendimentos: o Giar-dino Beira Rio. Diferenciado, o projeto concilia uma completa infra-estrutura de lazer a importantes elementos para o equilíbrio econômico-financeiro do condomínio.

A região dispensa maiores apresentações. Numa das áreas mais tradicionais da Madalena, o empreendimento estará localizado perto de academias, clí-nicas, escolas, faculdades, restaurantes e supermercados, com fácil acesso a bairros como Casa Forte, Torre, Graças, Espinheiro, Ilha do Leite e Boa Viagem. Exatamente no número 350 da Avenida Beira Rio, a GB erguerá as duas torres do empreendimento, intituladas Bardini e Corsini. Com 32 pavimentos cada uma (sendo 30 pavimentos tipo) e dois apartamentos por andar, o Giardino Beira Rio contarão com um total de 120 unidades à disposição dos interes-sados. “Hoje, o valor do condomínio muitas vezes pesa demasiadamente no orçamento das famílias. Atentos a essa realidade, desenvolvemos um projeto econômico, mas sem abrir mão do conforto e de atrativos variados para todas as idades”, afirma o diretor comercial da Construtora, Durval Bacelar.

O maior destaque do Giardino Beira Rio será a infra-estrutura de lazer, formada por nada menos que 28 ambientes, todos entregues montados e equipados. Entre eles estarão a parede de escalada mirim, street ball, pista de skate, minicampo, salão de jogos, salão de festas, praças, fitness center, sauna, mas-sagem, piscina para adulto com raia, piscina infantil com prainha, playground e trilha para caminhada. Para quem prefere um clima mais zen, o empreendi-mento terá ainda ofurô e espaço para meditação. Até um home cinema de alta-resolução e uma garage band com palco serão entregues já prontos pela GB.

Nas áreas comuns haverá central de gás, local para gerador, guarita de segu-rança, portões com comando eletrônico, jardins com paisagismo e duas vagas para estacionamento por apartamento em um edifício garagem. Ao todo, serão sete elevadores, três em cada torre e um outro para o edifício garagem.

O apartamento do Giardino possuirá 133 m² de área útil. Na planta tipo, os ambientes dividem-se em quatro quartos (com duas suítes), banheiro social, varanda com vista para o Capibaribe, sala integrada para ambientes de estar e jantar, cozinha, área de serviço e dependência completa. Há, no entanto, outras três opções de plantas para atender aos gostos dos interessados.

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O lazer levado a sério

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Com implantação do sistema de aquecimento solar no Condomínio Jardins, 6 hectares (60 mil m²) anuais de florestas ficarão livres para consumir gás carbônico, o maior vilão do efeito estufa

O conceito de responsabilidade ambiental na construção civil ganha força no Re-cife com o Condomínio Jardins Cristina Harley Ludgren, em construção pela

Gabriel Bacelar no número 291 da Rua Padre Roma, na Jaqueira. Além de possuir dispositivos que permitem o reuso de águas pluviais e o desligamento automático da iluminação de áreas comuns, o empreendimento contará com aquecimento solar para todos os chuveiros dos seus 78 apartamentos.

“A Gabriel Bacelar visitou alguns de nossos projetos e fez uma avaliação técnica prudente e responsável para apresentar a proposta ao condomínio”, afirma o diretor comercial da Elios Soluções, Diogo Azevedo Cruz. A em-presa, que oferece a consultoria à GB na implantação do sistema de aquecimento solar, possui sede em João Pessoa e há oito anos vem atuando no mercado.

Desde o início do projeto do Condomínio Jardins, em 2007, a preocupação com o meio ambiente foi constan-te por parte da GB. A construtora, na ocasião, contratou os serviços do renomado paisagista Luis Vieira, além de duas outras empresas para estudos de preservação e replantio de árvores. Todas as espécies vegetais da área de 6,39 mil m² foram catalogadas e procurou-se, no projeto arquitetônico de Rangel e Moreira Arquitetos, minimizar qualquer impacto ambiental.

Cada uma das duas torres que integram o Condomínio Jardins terá 100 m² de coletores solares e dois tanques de 5 mil litros de água. Haverá, ainda, um backup a gás, com dois aquecedores que entrarão automatica-mente em funcionamento caso temperatura da água nos reservatórios caia para menos de 40 graus. A distribui-ção da água quente chegará rapidamente aos chuveiros por meio de uma tubulação térmica exclusiva.

Os coletores, os reservatórios e o quadro de controle, certificados pelo Inmetro e com garantia de 10 anos, são fabricados pela Transsen, líder nacional em instalações de aquecimento solar de grande porte. O aquecedor a gás do backup, com selo “A” do Procel, é da multina-

cional Rinnai. “Trabalhamos com as melhores empresas do ramo porque isso favorece a excelência dos nossos projetos e nos dá credibilidade no mercado”, comenta Diogo Azevedo.

Segundo o engenheiro, o investimento inicial para a implantação do sistema retorna em média em três anos com a economia de gás e energia elétrica. “Uma família com cinco pessoas gasta cerca de R$ 120 por mês com banhos aquecidos a gás e, se usa chuveiros elétricos, R$ 200. Os equipamentos do aquecimento solar, de boa qualidade e perfeitamente instalados, duram mais que 20 anos”, diz ele.

“O fator econômico sem dúvida é importante, mas a in-serção de um empreendimento nosso numa nova ordem ambiental foi a principal motivação da GB ao apresentar o projeto de aquecimento solar ao Condomínio Jardins. Estamos promovendo ainda outros estudos, como a im-plantação de sistemas de tratamento de água próprios. Com o tempo, certamente essas soluções chegarão a ou-tros empreendimentos”, afirma o diretor da GB, Bruno Bacelar.

Diogo Azevedo explica que há estudos que dimensionam a economia de recursos naturais a partir da utilização de sistemas de aquecimento solar em substituição ao gás e à energia elétrica. As usinas hidroelétricas, para serem implantadas, normalmente inundam grandes áre-as verdes, devastando a flora e fauna em milhares de hectares. A queima dos combustíveis fósseis, como é o caso do gás natural, por sua vez, resulta na produção de gás carbônico, que é consumido pelas florestas, mas que, em excesso, como ocorre hoje, torna-se o principal responsável pelo efeito estufa.

“Há uma equivalência, que pode ser medida, entre o que se deixa de queimar em gás carbônico e a área de coletor solar instalada. No caso do Condomínio Jardins, com os dois coletores solares totalizando 200 m², tere-mos uma economia de 6 hectares por ano em florestas.”, afirma o engenheiro.www.gabrielbacelar.com.brIm

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Aquecimento solar no Condomínio Jardins

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41Tecnologia & Sustentabilidade

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vez possui técnicas ou dispositivos como o Andon e o Heijunka box. A terminologia exótica vem de suas origens japonesas, mas a simplicidade do processo é uma das responsáveis pelo seu sucesso. Por meio do Heijunka box, o operário deixa registrado numa espécie de quadro de avisos móveis o material que irá precisar em determinado horário e a quantidade do mesmo. O Andon, por sua vez, é um instrumento eletrônico com luzes indicativas por meio do qual os funcionários comunicam continuamente e em tempo real se o serviço está sendo executado normalmente, se há alguma necessidade em vista ou se o trabalho foi interrompido por algum motivo.

“Seguindo o nosso planejamento, o trabalhador vai para a obra e já sabe o serviço que fará, qual o ma-terial necessário e o prazo para a sua conclusão. A experiência nos dá os parâmetros e podemos pré-de-terminar os valores”, afirma o engenheiro Anivaldo. Com o processo, a obra permanece limpa, os mate-riais vão aos operários (e não o contrário), os atrasos na execução de uma tarefa são praticamente nulos e as perdas são reduzidas drasticamente, gerando eco-nomia para a Construtora e para o cliente final.

“Sempre nutrimos essa preocupação com a quali-dade de nossos processos construtivos. Desde 2000, por exemplo, temos a certificação ISO 9001. Com o Sistema Obra na Mão saímos novamente na frente e permanecemos na vanguarda da construção civil de imóveis residenciais, o que sempre resulta em sa-tisfação ao cliente, nosso maior objetivo”, afirma o diretor técnico da GB, Bruno Bacelar.

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Sistema Obra na Mão:

A ntenada às necessidades de constante modernização em seus processos produtivos, a Gabriel Bacelar acaba de im-plantar um projeto de gerenciamento de obras baseado na consagrada filosofia do Toyotismo. O Sistema Obra na Mão,

que teve seu piloto implementado no Condomínio Jardins, foi aprovado pela direção, colaboradores e clientes da empresa. Agora, passa a ser utilizado em todos os novos empreendimentos da construtora.

O Toyotismo é um conjunto de princípios de gerenciamento que foram desenvolvidos nas fábricas japonesas da Toyota a partir dos anos 60 do século passado. “É uma filosofia que procura otimizar a organização de forma a atender as necessidades do cliente no menor prazo possível, na mais alta qualidade e ao mais baixo custo, ao mesmo tempo em que aumenta a segurança e a moral dos seus colaboradores, envolvendo e in-tegrando todas as partes da organização”, explica o engenheiro Anivaldo da Costa Nunes, coordenador do Sistema Obra na Mão.

Segundo Anivaldo, a Gabriel Bacelar desenvolveu o Sistema Obra na Mão a partir da análise dos modernos modelos de gestão baseados em sistemas como o Toyotismo, a exemplo do Lean Thinking (pensamento enxuto). “Ti-vemos que adaptar esses princípios à nossa realidade e selecionamos ferra-mentas baixo custo, fácil utilização e entendimento, que fossem capazes de dar transparência aos processos acompanhados”, comenta Anivaldo.

O fluxo contínuo, o trabalho padronizado, produção puxada, just-in-time e Kanban são alguns dos elementos do Toyotismo utilizados no Sistema Obra na Mão, que tem a redução das perdas como um de seus principais objetivos. Com as ferramentas de cada um desses princípios, a Gabriel Bacelar vem conseguindo minimizar desperdícios de superprodução, de tempo disponível (espera), de transporte, de estoque, de movimento, de produzir produtos defeituosos e do próprio processo em si.

Entre as ferramentas usadas no Obra na Mão está o Kanban, que por sua

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GB na vanguarda dos processos construtivos

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Show Room:Av. Domingos Ferreira, 2800 - Boa Viagem - Fone: 81 3466.4000

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Projeto de Guilherme Eustachio

Na esquina da rua Heitor Maia Filho com o trecho mais novo da Avenida Beira Rio, na Madalena, a Gabriel Bacelar está lançando o Edifício Saint Gérard. Próximo à Praça do

Internacional e com vista para o Quartel do Derby, o projeto alia o conforto da amplitude no padrão GB a uma gama de opções de lazer capaz de agradar a toda a família.

O Saint Gérard será formado por uma única torre com 60 apartamentos de 207,00 m² cada. Com duas unidades por andar e 30 pavimentos tipo, a GB espera alcançar uma rela-ção custo-benefício vantajosa para os condôminos.

Próximo a academias, restaurantes, supermercados, shop-ping, bancos, faculdades e centros de ensino, o Saint Gérard estará situado em frente a uma das mais badaladas pistas de cooper da cidade, à beira do Capibaribe. No entanto, se a idéia for ficar em casa mesmo, o morador terá à sua disposi-ção, além do apartamento, piscina com raias, sauna e terraço relax, mini-campo gramado para futebol, quiosque gourmet com churrasqueira e forno de pizza, salão de festas com bar, área para playground, espaço para jogos, brinquedoteca, jar-dins com paisagismo e fitness center.

Em termos de serviços, o empreendimento possuirá três elevadores de última geração, central de gás, portões com comando eletrônico, antenas coletivas, guarita de seguran-ça, local para gerador e três vagas de estacionamento por apartamento.

O apartamento do Saint Gérard contará com quatro suítes (sendo uma máster, com closet), sala de jantar, sala de estar, varanda, lavabo, copa, cozinha, área de serviço e dependên-cia completa, além de halls social e de serviço.

“Dos tons claros e verdes da cerâmica na imponente fachada, passando pelo concreto, o aço, os elevadores, e mesmo a fiação, portas, metais, esquadrias e tubulações, tudo no Saint Gérard será executado com materiais e processos construtivos cujo conjunto forma o que ficou conhecido como padrão GB”, afirma o diretor técnico da Construtora, Bruno Bacelar.

www.gabrielbacelar.com.br

com o Edifício Saint GérardGB investe na Beira Rio

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Copa do Mundo 2014: Pernambuco

O governo de Pernambuco está confiante na escolha do Estado pela FIFA para ser uma das 12 subsedes brasileiras da Copa do Mundo de 2014. Depois de estudar a viabilidade para a implantação de um moderno estádio de futebol, que poderia ser edificado nas regiões do Complexo

de Salgadinho ou do Jiquiá, acabou prevalecendo uma proposta pelo município de São Lourenço da Mata. A ideia, apresentada em 15 de janeiro passado pelo governador Eduardo Campos, é ousada e compreende todo um megaprojeto projeto batizado de Cidade da Copa.

A proposta foi encaminhada no início de fevereiro à FIFA, que deverá tomar a decisão até o final de março. O projeto prevê, além do estádio e da área esportiva, um conjunto habitacional com 9 mil residências, centro comercial e hotéis. Os investimentos estão estimados em R$ 1,6 bilhão e deverão ser aplicados por meio de uma Parceria Público Privada. A empresa ou consórcio que vencer a licitação para a execução das obras do

estádio poderá fazer sua exploração por 30 anos. Após este período, o uso do patrimô-nio retorna ao Estado.

O estádio em si, que já é conhecido como Arena, terá 129.581 m² de área construída, com capacidade para 46.154 torcedores e estacionamento para 6 mil vagas. Seguindo o modelo europeu, não haverá alambrado ou fosso. Na proposta arquitetônica desta-cam-se ainda cinco tipos de arquibancada, camarotes e tribuna de honra cobertos.

“Nós queremos e vamos ser sede da Copa do Mundo. Vamos trabalhar de forma arro-jada e fazer nosso dever de casa de forma irretocável para que Pernambuco não corra nenhum risco. Pela tradição do seu futebol, pelo que o povo pernambucano representou pra seleção brasileira nos momentos mais difíceis da vida da seleção e pela exigência do futebol pernambucano”, disse otimista o governador Eduardo Campos, ao apresen-tar o projeto no começo do ano.

Dinheiro na ponta do dedoJá reparou na diferença de tamanho entre o seu indicador e o anular? A Universidade de Cambridge, na Grã-Bretanha, divulgou recentemente uma pesquisa cujos resultados associam a menor ou maior capacidade de ganhar dinheiro com a dimensão do dedo anular.

Quanto maior a distância entre o anular e o indicador, maior a quantidade de testos-terona a qual o indivíduo foi exposto enquanto ainda estava no útero materno e maior capacidade de ganhar dinheiro, conclui o estudo. Publicado em janeiro deste ano na revista Proceeedings of the National Academy of Sciences, o trabalho envolveu uma pesquisa com 49 operadores financeiros de Londres. Uma das medidas mais comuns para medir a exposição à testosterona no útero é a análise do comprimento do dedo anular. Os cientistas de Cambridge observaram que os indivíduos pesquisados que receberam maior exposição ao hormônio lucravam até seis vezes mais que os demais e permaneciam mais tempo no emprego.

Você numa Ferrari por aiJá pensou em dar algumas voltas por ai numa Ferrari? No Brasil essa pos-sibilidade seria improvável para a maior parte dos mortais, principalmente devido às estradas esburacadas e à falta de segurança. Em países da Europa e na América do Norte, no entanto, sonhos como esses se tornam realidade todos os dias.

Nos Estados Unidos, por exemplo, o interessado pode alugar um Lamborghini Murciélago LP640 Roadster por apenas 2.250,00 dólares por um dia. Se achar caro, será educadamente informado que o brinquedão em questão custa nada menos que 421 mil dólares.

A Ferrari propriamente, objeto do desejo de 9 entre 10 aficionados por au-tomóveis, tem até um preço mais em conta. O modelo F430 Spider não sai por menos que 279 mil dólares nas concessionárias norte-americanas. Pode, no entanto, ser alugado por um dia, por 1.950,00 dólares. Mais informações estão em www.gothamdreamcars.com.

Já que sonhar é bom e não custa nada, a companhia norte-americana The Space Adventures está vendendo viagens ao redor da lua. O que parece golpe de falsários megalomaníacos merece alguma atenção. Até agora, a empresa já levou cinco turis-tas ao espaço, entre os quais o milionário estadunidense Dennis Tito, o sul-africano Mark Shuttleworth e a iraniano-americana Anousheh Ansari.

As viagens feitas até o momento foram por meio das cápsulas Soyuz, da Agência Espacial Russa, com destino à Estação Espacial Internacional. Qualquer civil que disponha de 20 milhões de dólares, tenha boa saúde, e se disponha a passar por um treinamento austero pode embarcar na aventura por 10 dias.

Em 2005, a Space Adventures anunciou a Missão Lunar, um roteiro turístico no qual os interessados poderão entrar na órbita lunar, mas sem pouso no satélite prateado. O primeiro vôo está previsto para 2010 e, para entrar na aventura, o turista lunar deverá desembolsar nada menos que 100 milhões de dólares. Conheça detalhes do projeto em www.spaceadventures.com.

Turismo espacial quer chegar à lua

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apresenta sua Arena à FIFA

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47Pelo Mundo

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A crise econômica que vem abalando o mundo nos últimos meses e que começou a mostrar sua face mais perversa a partir do segundo semestre do ano passado deverá ser superada pelo esforço conjunto de povos e nações. No Brasil, o estado de Pernambuco segue como modelo de en-

frentamento às adversidades e ao desânimo generalizado. Pelo menos aqui os princi-pais investimentos públicos continuam presentes, os empresários e políticos se mostram confiantes quanto ao futuro e o clima geral é de um otimismo moderado.

1. Origem da criseÉ praticamente consenso entre analistas o entendimento de que as origens da crise econômica enfrentada pelo mundo na atualidade estão na reação do governo norte-americano ao fechamento das empresas pontocom. No começo deste século, o número de companhias que negociavam tecnologia havia se desenvolvido de tal forma com a popularização da internet que surgiu uma bolha no mercado financeiro. Muita oferta de produtos e serviços, preço baixo, e o que estava apenas inflado estourou. Para estimular a economia que entrava em recessão, o então presidente do Federal Reserve, Alan Gre-enspan, diminuiu abruptamente os juros nos Estados Unidos. Em 2003, a taxa de 1% ao ano era a menor desde o final dos anos 50. Com o crédito farto, nunca fora tão fácil financiar um imóvel. E mesmo quem não possuía condições - sem histórico de crédito ou comprovação de renda, o chamado segmento subprime, começou a fazê-lo.

Pernambuco resiste à crise global com

Os juros baixos no mercado mundial estimularam a demanda por papéis de grande ris-co, cujo maior símbolo era então o segmento subprime. As carteiras de créditos desses agenciadores financeiros eram negociadas com outras instituições, sendo o resultado dessas operações usado para novos empréstimos. O risco não parava de crescer. Mas a alegria continuava.

Paralelamente, devido a alta procura pela casa própria, as pessoas viram seus imó-veis se valorizar de forma nunca antes observada. Os agentes, então, ofereciam mais crédito, de forma que a hipoteca anterior, se houvesse, fosse não apenas paga, como também sobrasse algo para o consumo, muitas vezes até a entrada em um automóvel. O americano se dava ao luxo.

No ano de 2006, quando o valor dos imóveis nos Estados Unidos havia atingido um pico, algo começou a mudar. Para conter a inflação gerada pelo excesso de consumo, o Federal Reserve resolveu aumentar os juros. A partir de então, estes encareceram o crédito e afastaram os compradores. Com a oferta superando a demanda, o preço dos imóveis, que em alguns casos chegara a triplicar, despencou. Com os juros em cresci-mento, subiu a inadimplência, principalmente dos tomadores de empréstimos de alto risco. A festa do crédito barato e farto havia acabado e a economia norte-americana entrou em desaceleração.

2. Crise globalQuando terminou a euforia do consumo es-timulado pelo farto crédito imobiliário nos Estados Unidos, o mundo parecia já ter sido infectado pelo vírus da crise. Num planeta de economia globalizada, os negócios atraves-sam fronteiras em segundos. Tudo se ganha e tudo se perde num átimo.

Segundo análise divulgada em novembro passado pelo Departamento Nacional de Pes-quisa Econômica, um dos principais órgãos de pesquisa dos EUA, a economia americana está em recessão desde 2007. O problema globali-zado, no entanto, vem de muito antes. Quan-do, em 2006, a inadimplência sistematizada nos EUA começou a ser percebida, os créditos imobiliários “podres” gerados nos Estados Unidos já haviam sido revendidos a bancos do mundo inteiro. Na economia norte-america-na, os prejuízos com a inadimplência fizeram quebrar diversas instituições financeiras. Em 2007, por exemplo, dois grandes fundos ba-seados em hipotecas subprime do banco Bear

Sterns deixaram centenas de investidores a ver navios. Em novembro passado, foi a vez do Lehman Brothers anunciar a concordata.

Na Europa, ainda em agosto, o banco francês PNB Paribas informou a seus investidores que não haveria meio de resgatarem seus recursos devido à falta de liquidez no mer-cado. Na Inglaterra, o Northem Rock, que já havia sido nacionalizado em fevereiro, viu seus clientes retirando, em setembro, cerca de 2 bilhões de libras. Em diversas nações do continente, situações semelhantes se repetiam sistematicamente.

A crise de confiança começou a crescer e as bolsas de valores também passaram a se ressentir em todo o mundo, com quedas médias de 40% em 2008. A Bovespa, por exemplo, acumulou perdas de 41% no ano passado, o Dow Jones Industrial da Bolsa de Nova York caiu 35%, o mercado eletrônico Nasdaq recuou seus negócios em 42%, a bolsa de Paris em 43%, Frankfurt em 40% e Tókio em 42%.

3. Reação em cadeiaNo começo de outubro, os EUA começaram a reagir ao aprovar um plano de até 700 bilhões de dólares de ajuda aos bancos, cuja principal medida era a compra de papéis relacionados às hipotecas. O Citigroup, por exemplo, foi beneficiado com a assunção, pelo governo norte-americano, de perdas patrimoniais de cerca de 306 bilhões de ativos de alto risco. O efeito, porém, foi quase nulo, e um outro pacote, mais ambicioso, foi pre-parado pela equipe do novo presidente, Barack Obama. Entre as novas ações, aprovadas pelo Congresso americano em fevereiro, está a injeção de mais de 780 bilhões de dólares na economia por meio de cortes de impostos de pessoas físicas, investimentos em infra-estrutura créditos para empresas que contratarem novos funcionários.

Na Europa, a reação também se fez sentir nos últimos meses do ano passado. Em 30 de setembro, o governo irlandês informou que todos os depósitos, papéis e dívidas dos bancos no país estavam garantidos. Em outubro, a Inglaterra divulgou sua intenção de usar 50 bilhões de libras para capitalizar seus bancos. Em Paris, no dia 12 de outubro, os 15 representantes das nações que adotaram o Euro se comprometeram a adotar todas as medidas cabíveis para que os depósitos de particulares entre 50 mil e 100 mil Euros fossem garantidos e para que nenhuma instituição financeira quebrasse. Nas semanas seguintes, a Alemanha e a França, entre outros países, anunciaram a injeção de 500 bilhões e 360 bilhões de Euros, respectivamente, para a estabilidade de seus mercados.Em 23 de novembro de 2008, no encerramento da cúpula anual do Fórum de Coope-ração Econômica Ásia-Pacífico (Apec), os líderes dos países que integram a instituição – entre as quais estão os Estados Unidos, China, Japão, Canadá e Coréia do Sul, se mostraram confiantes de que o momento crítico será ultrapassado até 2010. Em comunicado divulgado pela organização, os integrantes da entidade, que reúne quase 60% do PIB mundial, afirmaram estar convencidos de que podem “superar essa crise em um período de 18 meses”.

4. Crise e reação no BrasilEm 04 de outubro do ano passado, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, comparou a crise econômica global a fenômenos naturais de proporções bem diferentes. “Ela (a crise) é lá (nos EUA) um tsunami; e aqui vai chegar uma maroli-nha, que não vai dar nem para esquiar”, disse ele em encontro com metalúrgicos em São Bernardo do Campo, em São Paulo. Infelizmente, as previsões meteorológicas do presidente não foram tão acertadas. Dois meses depois da declaração, a mineradora brasileira Vale anunciou a demissão de 1,3 mil empregados em todo o mundo e deu férias coletivas a 5,5 mil devido à queda mundial da demanda por commodities (bens agrícolas, alimentícios e minerais com cotação internacional).

Outras empresas também fizeram o mesmo. Além disso, o Brasil fechou 2008 com o Real desvalorizado 31,3% em relação ao dólar, o crédito foi contraído e a Bovespa perdeu exatos 41,2% em comparação ao fechamento de 2007. Por outro lado, não é exagero dos analistas a afirmação de que o Brasil está mais preparado que nunca para enfrentar as turbulências, mesmo que não sejam marolas. E o próprio Governo Federal vem acertando em pontos considerados importantes.

A indústria automobilística, a agricultura, a exportação e a construção civil, setores que tradicionalmente estão mais atrelados às linhas de crédito, foram os primeiros a darem sinais de desconforto. O Governo, no entanto, agiu rápido e prometeu injetar acerca de R$ 363,3 bilhões na economia por meio de linhas de crédito de bancos públicos, se esforçou cotidianamente para conter a alta do dólar no mercado, promoveu pequenas mudanças na legislação bancária e avançou na redução de impostos.

Até o momento, um dos principais segmentos beneficiados pelas medidas do Executivo Federal foi o da indústria automobilística, que teve reduzido o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para carros, motos e caminhões. Na onda da desoneração, cerca de 24 milhões de trabalhadores brasileiros de classe média foram contemplados com a diminuição dos impostos recolhidos nos salários a partir da criação de duas alíquotas intermediárias do Imposto de Renda de Pessoa Física.Im

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No começo de fevereiro, no primeiro encontro ministerial de 2009, o Lula pediu audácia contra a desaceleração da economia. “O presidente falou em ousadia. Este não é um momento para uma reação tímida da nossa parte. Não seguiremos a rota da desaceleração”, disse o ministro da Fazenda, Guido Mantega ao final da reunião, que durou quase 10 horas.

5. O clima geral em PernambucoEm Pernambuco, o clima deste começo de ano é de otimismo, mas um oti-mismo moderado. No lançamento da Agenda TGI 2009, ocorrido em dezem-bro passado no Centro de Convenções de Pernambuco, o diretor da TGI Con-sultoria em Gestão, Francisco Cunha, proferiu uma palestra para cerca de mil empresários, jornalistas e executivos intitulada “Gestão Sustentável num Mundo em Crise”. Na ocasião, Cunha afirmou que vivemos um “momento para as empresas se ajustarem, adequando-se a um mercado mais real. E, também, para se prepararem para o crescimento sustentável: economicamente rentável, am-bientalmente sustentado e socialmente justo”.

Para Francisco Cunha, o Brasil “nunca esteve numa situação tão boa para enfrentar as turbulências externas”. Essa estabilidade deve-se, segundo ele, a uma série de fatores, entre os quais a consolidação da democracia, a redistribuição de renda, o crescimento da classe média, o crescimento médio de 4,5% nos últimos anos e a ausência de conflitos sociais, étnicos ou religiosos de maior importância.

A posição defendida em dezembro por Francisco Cunha ainda persiste. Em palestra di-rigida a arquitetos e empresários do ramo de decoração associados ao Núcleo PE, ocor-rida em fevereiro, o consultor foi enfático ao reafirmar sua confiança no país. “Minha grande alegria é dizer que, depois de dez anos fazendo esse tipo de apresentação, é a primeira vez que eu digo que o Brasil vai sair de uma crise melhor do que entrou”.

Quando o assunto é Pernambuco na conjuntura global, as demonstrações variam entre o realismo moderado dos especialistas e otimismo profuso por parte dos representantes oficiais. Segundo Francisco Cunha, antes da situação econômica atual, o Estado estava na posição mais favorável das últimas 5 décadas, principalmente devido a projetos es-truturadores, como o Estaleiro Atlântico Sul, a Refinaria Abreu e Lima, o Polo Petroquí-mico e Têxtil de Suape, a Ferrovia Transnordestina, e o Polo Farmacoquímico de Goiana. Somados, esses projetos representavam investimentos da ordem de R$ 30 bilhões em

cinco anos. “No meu entendimen-to, Pernambuco ainda permanece com as melhores oportunidades dos últimos 50 anos, mas os cro-nogramas de execução de alguns desses empreendimentos poderão ser alongados conforme a duração da crise”, disse o consultor.

Em 24 de janeiro passado, o go-vernador Eduardo Campos esteve acompanhado da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, para dar início às obras da casa de for-ça da Refinaria Abreu e Lima. Na ocasião, a ministra se empolgou.“Estamos hoje aqui, em Pernam-buco, trazendo uma das soluções do governo Lula para enfrentar a crise, que é continuar investindo. Manter os níveis de investimento significa manter emprego, que é o grande objetivo do governo do presidente Lula. Asseguramos, através do Conselho administrativo da Petrobrás, que a Refinaria, aqui

de Pernambuco, será mantida”, disse ela.Dois dias depois, o ministro-chefe da Secretaria de Assuntos Estratégicos, Roberto Mangabeira Unger, também se entusiasmou em visita a Eduardo Campos, no Recife. “Não há solução para o Brasil sem solução para o Nordeste. O Nordeste e a Amazônia têm que ser entendidos no Brasil não como regiões atrasadas carentes de políticas compensatórias, mas como grandes laboratórios e terrenos privilegiados para o começo da construção de um modelo de desenvolvimento que o país está buscando”, afirmou o ministro após o encontro.

6. Perspectivas para o mercado imobiliário no Brasil e em PernambucoNos primeiros dias do ano, a Associação de Investidores Estrangeiros em Imóveis, enti-dade sediada nos Estados Unidos e que reúne filiados em todo o mundo, divulgou uma pesquisa que aponta o Brasil como o segundo melhor mercado para investimentos em imóveis em 2009.

O estudo destaca que 16% dos membros da instituição apontaram o Brasil como o país que oferece a melhor oportunidade para apreciação de capital. Em primeiro lugar, naturalmente, com 37% da preferência, estão os Estados Unidos, devido à queda acentuada do preço dos imóveis em decorrência da crise financeira.O Brasil, no entanto, saltou dez pontos no ranking em relação ao ano anterior, ficando em posição mais confortável que a China e a Índia, que ocupavam, respectivamente, a segunda e terceira colocação na penúltima pesquisa.

Em 15 de dezembro passado, em reunião do Departamento da Construção Civil da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP), o presidente do SindusCon-SP, Sergio Watanabe, afirmou que as expectativas são de que o crescimento do setor permaneça em 2009, porém em patamares menores que os observados em 2008. “O excelente resultado alcançado pela construção civil no terceiro trimestre – crescimento de 11,7% em comparação com o mesmo período de 2007 – reforça a previsão do SindusCon-SP de que, a despeito da crise financeira, o setor deverá fechar 2008 com um crescimento de cerca de 10%. Já para 2009, prevemos novo crescimento, entre 3,5% e 4,5%”, disse ele.

Segundo uma outra pesquisa, dessa vez referente ao quarto trimestre de 2008 e rea-lizada pela Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (FIEPE), a maioria dos empresários do setor avaliou que as condições do mercado haviam piorado no final do ano passado em comparação com os seis meses anteriores. As maiores dificuldades apontadas foram a carga tributária e as elevadas taxas de juros.

Quanto às expectativas para o futuro, o estudo da FIEPE revela que os empresários es-tavam divididos e cautelosos. Segundo 32% dos entrevistados, a situação do mercado da construção civil inspirava confiança. Os pessimistas também eram em mesmo per-centual, 32%. Já os que acreditavam que a situação deveria permanecer como estava somavam 36%. Nenhum dos executivos se mostrou, na pesquisa, muito otimista ou muito pessimista.

No que diz respeito às expectativas de venda de imóveis residenciais no primeiro tri-mestre de 2009, a pesquisa da FIEPE mostra também que 8% dos empresários apos-tavam no crescimento, 40% acreditavam na estabilidade e 52% esperavam alguma retração no setor.

Por outro lado, quando questionados sobre os lançamentos no primeiro semestre de 2009, exatos 40% dos entrevistados afirmaram que certamente não lançariam imóveis residenciais neste período. Os que provavelmente iriam lançar e os que certamente lançariam somavam 60% dos empresários do setor.Com informações da Agência Brasil, FIEPE e SindusCon-SP.

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Iluminação e a

Vivemos um momento de grande pre-ocupação em relação às mudanças climáticas globais ocasionadas pelas ações dos homens. No momento,

o cenário que antevê em um futuro próximo uma grande catástrofe ambiental, faz com que a huma-nidade se dedique a repensar o presente buscando promover um futuro melhor. Sem dúvida este empe-nho global será fundamental para reverter os atuais prognósticos. Considerando o divulgado conceito de desenvolvi-mento sustentável, que busca satisfazer as neces-sidades do presente sem contudo comprometer as futuras gerações em suas necessidades, podemos dizer que a sustentabilidade é baseada na integra-ção entre o equilíbrio social, econômico e ambiental e, portanto, só será alcançada mediante uma inte-gração multidisciplinar. É necessário que todos os envolvidos tenham além de conhecimento técnico, coerência e, sobretudo, responsabilidade para to-mada de decisões.Para promover a sustentabilidade se faz necessário, além de considerar a conservação e uso racional dos recursos naturais e redução de produtos tóxicos com seus resíduos, considerar a questão da qualidade dos espaços internos e externos e o desempenho energético dos mesmos. Segundo o Manual da Construção Sustentável do SINDUSCON-PE (Priori, 2008) a indústria da construção civil consome cerca de 40% dos recursos naturais do planeta. Mas felizmente já existe uma grande mobilização no sentido de repensar as formas de atuação do setor. São muitas as ações que hoje são estudadas pelo segmento da construção civil para reduzir tal impacto. Um dos aspectos de grande importância a ser considerado é sem dúvida a questão projetual. Pensar em construção sustentável é uma tomada de decisão que deve acontecer na gênese do processo. Todas as etapas devem ser contempladas com o pensamento: desde a concepção, passando pela especificação, detalhamento e finalmente a manutenção após a sua implantação.No intuito de minimizar os impactos ambientais, os profissionais envolvidos, projetistas e também fornecedores, deverão considerar a necessidade de redução na produção e emissão resíduos, o uso racional comprometido dos recursos naturais, o uso de fontes renováveis de energia e a economia de energia elétrica.Analisando a questão sob a ótica dos projetos de iluminação, não podemos, portanto, considerar um projeto de iluminação artificial sem considerar a natural, sobretudo em uma região com tanta abundância deste recurso. É fundamental a integração destas duas vertentes para se alcançar a eficiência desejada para uma edificação. Vale ressaltar que esta é uma definição que deve ocorrer na concepção do projeto.

Em termos qualitativos, o projetista deverá consi-derar que luz natural é uma necessidade básica do ser humano, visto que o nosso organismo tem as suas funções endocrinológicas ativadas a partir da luz solar. A luz penetra no nosso cérebro através da córnea e faz disparar uma série de sensações, como relaxamento ou atividade. Podemos dizer, portanto, que a luz está diretamente associada a sensações de bem estar, influenciando os aspectos psicoemocio-nais e a saúde do ser humano como um todo. Dentro do espaço arquitetônico é uma ferramenta que pode aumentar a produtividade em um ambiente ou, se mal utilizada, deprimir os seus usuários. Em termos quantitativos, podemos dizer que o uso adequado dos recursos de iluminação, reduzem sobremaneira o consumo energético, sendo con-siderada portanto, uma excelente estratégia para eficientização de uma edificação.Utilizar os recursos de iluminação natural integrados ao uso racional de iluminação artificial é a principal diretriz para a realização um projeto de iluminação sustentável. Ao projetista cabe a tarefa de analisar o contexto no qual o edifício será inserido, sua implan-tação em relação ao movimento do sol, além de es-

tudar as aberturas para o melhor aproveitamento da luz natural. A luz artificial entrará para complementar a luz natural. Conceitualmente, o projeto de iluminação sustentável deverá prever um sistema de iluminação flexível com acendimentos independentes que poderão ser comandados individualmente por meio de controles, dependendo da disponibilidade de luz natural. A individualização do sistema criará uma ambiência mais adequada para cada usuário, considerando que a percepção da luz é única para cada ser humano. Na especificação é importante considerar as tecnologias eficientiza-doras de energia, tais como fluorescentes, LEDS (diodo emissor de luz) e fibra ótica. Finalmente, cabe ao projetista também orientar sobre a responsabilidade do descarte das lâmpadas. As fluorescentes, por exemplo, são altamente eficientes energeticamen-te, mas grandes poluentes da natureza, por conterem mercúrio em sua composição. Infelizmente, no Brasil ainda estamos dando os primeiros passos em relação a política de descarte e, portanto, neste segmento ainda é necessário preencher esta lacuna no sentido da preservação do meio ambiente. São muitas as etapas que ainda devemos ultrapassar para realizarmos pro-jetos sustentáveis, mas o importante é considerar como fundamental o engajamento de equipes multidisciplinares, não apenas com pro-fundo conhecimento técnico, mas também com bom senso e responsabilidade com o meio ambiente. Dentro deste princípio será possível construir um futuro próximo melhor para o nosso planeta.Márcia Chamixaes, arquiteta e lightdesignerFo

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construção sustentável

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53Cores e Formas

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No ano de 2009, a Gabriel Bacelar Construções espera repetir o êxito observado em 2008, quando entregou aos seus clientes 338 apar-tamentos e lançou outras 561 unidades em seis novos empreendi-mentos.

“Em 2008, com a situação favorável proporcionada pelo mercado nos últimos anos, aproveitamos para promover algumas readequações financeiras e montar um land bank (estoque de terrenos) que nos permitirá manter o crescimento e se adequar aos possíveis cenários econômicos”, explica o diretor comercial da GB, Durval Bacelar.

Os 338 apartamentos entregues em 2008 pela GB foram construídos em seis edi-fícios: Saint Dominique, Saint Albert, Saint André, Saint Antoine, Saint Romain e Saint James. Alguns deles foram concluídos antes mesmo do prazo previsto, a exemplo do Saint Antoine, cujas chaves foram dadas aos proprietários com seis meses de antecedência.

PrêmiosNo dia 16 de maio do ano passado, a GB recebeu, no Hotel Gran Meliá Mofarrej, em São Paulo, o prêmio Empreendedores de Sucesso 2008. A condecoração é concedida anualmente pela revista Top of Business a empresas que contribuem de

forma substancial pelo desenvolvimento e crescimento do Brasil. A honraria não veio à toa. Conforme publicado em setembro último pela revista O Empreiteiro, especializada em construção civil, das 27 construtoras no Brasil que obtiveram crescimento acima de 50% da receita em 2007 a GB figurou na segunda posição. Em relação a 2006, a receita da GB havia crescido, naquele exercício, 145,36%.

No dia 25 de setembro, a Diretoria da GB foi novamente a São Paulo para receber o Prêmio Excellence 2008. A distinção é conferida pelo Instituto Cultural da Frater-nidade Universal em reconhecimento a iniciativas que envolvem responsabilidade social, qualidade e profissionalismo no segmento de construções residenciais. A

instituição existe há 23 anos e atua em prol da preservação do culto ao civismo, ao patriotismo e à realização de campanhas com objetivos didáticos, educativos e filantrópicos.

O comprometimento social e ambiental da GB pode ser observado em programas como a Ação Seletiva (coleta seletiva de lixo em obras e na empresa), Projeto Aprender na Obra (estágios para estudantes de Engenharia e Arquitetura), Projeto Construir o Saber (alfabetização de colaboradores nos canteiros de obras), Projeto Doação de Sangue e Projeto Cartucho Usado (reciclagem de cartuchos de impressão com finalidade beneficente).

2009: ano novo, compromisso de sempreA GB entrou em 2009 com outros seis novos empreendimentos em execução ou em lançamento: Edifício Unique, Saint Lucia, The Plaza, Saint Raphael, Giardino Beira Rio e Saint Gérard. No total, há 561 unidades, entre apartamentos e espaços empresariais que, juntos, somam cerca de 80 mil m² em área construída.

“Em 2009 manteremos o foco na satisfação do cliente. Afinal, tem sido com esse objetivo que, a cada ano, conquistamos a sua confiança e o respeito do mercado, de nossos fornecedores, das empresas e profissionais parceiros, dos órgãos públi-cos e da população do Recife em geral”, comenta o diretor técnico da GB, Bruno Bacelar.

Segundo o diretor, é com vistas a superar as expectativas de seus clientes que a GB está sempre em busca de novas soluções, tecnologia de ponta e qualidade em materiais e técnicas construtivas. Essa realidade vem sendo atestada por diversas instituições de avaliação e certificação, a exemplo da Consultoria Delloitte, da Fun-dação Vanzolini e da International Certification Network.Fo

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balanços e perspectivas de sucessoGabriel Bacelar 2008-2009:

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55Gabriel Bacelar

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Recuperar as principais características do projeto arquitetônico do século XVII de Mamede Ferreira e, ao mesmo tempo, atualizar o prédio histórico para que

possa abrigar um moderno centro de especialidades médicas. Estes são os principais objetivos das obras de restauro e reforma do Hospital Pedro II, conduzidas desde 2006 pelo Instituto Materno Infantil de Pernam-buco Prof. Fernando Figueira (IMIP).

Inaugurado em 1861 a partir de projeto elaborado pelo engenheiro Mamede Ferreira em 1847, o Hospital Pedro II foi durante muitos anos a principal instituição de saúde da região. Segundo informou o Diário de Per-nambuco em sua edição de 31 de dezembro de 1899, a unidade contava com 483 doentes e 146 emprega-dos internos, além de toda uma bem montada estrutura hospitalar.

O projeto do Hospital Pedro II trazia as preocupações arquitetônicas em voga na Europa do século XIX, alian-do estética e funcionalidade. Uma de suas principais características era a previsão de uma expansão modu-lada, com as diretrizes para a ampliação, que ocorreria até meados do século XX, já traçadas na concepção original.

No começo do século XX, as instalações do Hospital Pe-dro I passaram a servir ao ensino médico da Faculdade de Medicina do Recife. Foi justamente nessa primeira metade do século que teve sua área expandida, a partir de princípios do projeto de Mamede Ferreira, mas com

alguns elementos típicos de um modernismo nascente. Entre os anos de 1954 e 1983, ficou conhecido como Hospital das Clínicas, pois concentrou todos os serviços clínicos, de apoio e de diagnóstico.

Devido à complexidade da demanda por atendimento nas diversas áreas médicas de um hospital universitá-rio, foi nessa segunda metade do século passado que o prédio do Hospital Pedro II sofreu as maiores alterações ao projeto original de Mamede Ferreira.

Com a ida do Hospital das Clínicas para o bairro do Engenho do Meio em 1982, a Santa Casa de Miseri-córdia transferiu a administração do edifício do Pedro II ao Governo do Estado de Pernambuco. A partir de então, o lugar passou a sediar repartições da Secretaria Estadual de Saúde e foi descaracterizado ainda mais.

Em janeiro de 2006, a história começou a mudar para melhor com a integração do antigo edifício ao complexo hospitalar do IMIP, que assumiu, junto à Santa Casa de Misericórdia, a responsabilidade pela reestruturação do prédio histórico. A elaboração do projeto de restauro foi conduzida pelos arquitetos Jorge Passos e Simone Arruda, que contaram com a colaboração do também arquiteto Pedro Valadares e dos estagiários Bernardo Beltrão e Lucas Jordano. Já os trabalhos de modernização vêm sendo desen-volvidos pelo escritório do arquiteto Humberto Zirpoli. Quando concluídas as obras, o Hospital Pedro II contará com 19,5 mil m², dispostos em três andares. Entre os serviços a serem oferecidos à população, haverá os de radioterapia, hemodiálise e transplantes, além de um Memorial da Saúde Materno Infantil e uma Escola Poli-

do Hospit al Pedro IIRestauro e Modernização

técnica de Saúde. Em uma edificação anexa, prevê-se, ainda, a construção de um centro de convenções com capacidade para 1500 pessoas. “Estamos adequando as plantas às necessidades atuais, tendo em vista que o mobiliário, os equipamentos médicos e a realidade de um hospital eficaz dos dias de hoje são diversos do que se verificava no século XIX”, comenta Humberto Zirpoli.

As obras de restauro e modernização começaram efeti-vamente em março de 2007 e devem estar terminadas em meados de 2010, quando então o IMIP deverá se tornar o maior complexo hospitalar do Nordeste, com 820 leitos, todos do Sistema Único de Saúde (SUS). “O próprio projeto de Mamede, que numa antecipa-ção do Modernismo previu a edificação modulada da estrutura, é a linha de condução de nossos trabalhos.

O que foi feito até a década de 50 do século passado, procuramos congelar no tempo. O que surgiu depois, mas que agregou valor à proposta, colocamos no lugar. Já o que descaracterizou a idéia inicial foi retirado”, afirma o arquiteto Jorge Passos.

Os centros de especialidades são entregues à popula-ção por etapas. O Serviço de Terapia Renal Prof. João Absalão, por exemplo, com capacidade para atender até 120 pacientes por mês, foi concluído em janeiro de 2008. Uma das meninas dos olhos do novo Pedro II será a Unidade Geral de Transplantes, na qual se espe-ra a realização de cerca de 350 transplantes por ano, entre procedimentos de córnea, rim, coração, fígado, pâncreas e pulmão. A unidade contará com bloco ci-rúrgico próprio, 5 salas de cirurgia, UTI pós-transplante com 16 leitos e 40 leitos de enfermaria.

Ajude você tambémO IMIP é uma entidade de natureza pública, sem fins lucrativos e que atua nas áreas de assistência médi-co-social, ensino, pesquisa e extensão comunitária. Seu complexo hospitalar, com 714 leitos, é voltado para o atendimento da população carente pernam-bucana, com a realização de mais de 600 mil aten-dimentos anuais. Para quem quiser e puder ajudar com a causa do Pedro II há diversas opções.

Em março de 2007, o IMIP lançou, com a presen-ça do governador Eduardo Campos, uma campanha publicitária para arrecadar os recursos necessários à restauração e modernização do Pedro II.

Desde o final de 2007, o Ministério da Cultura, por meio da Lei Rouanet, aprovou um montante de R$ 7,6 milhões para captação com incentivos fiscais para o projeto de restauro. As obras, em sua totali-dade, estão estimadas em R$ 20 milhões.

Os depósitos bancários podem ser feitos diretamen-te na conta nº 0.005500 do Banco Real ABN Amro (356), Agência 0757 – Parque Amorim, Recife. Vi-sitando a lojinha virtual do IMIP, no endereço www.imip.org.br/lojinha, o interessado poderá adquirir produtos da campanha Eu participo. Mais informa-ções podem ser obtidas no telefone 81. 2122-4799, no e-mail [email protected] e no site www.imip.org.br/restauro.

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57Ação do Bem

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Jaqueira: Gran Parc Jaqueira – Estrutura/Alvenaria

Beira Rio: Saint Gérard – LançamentoTorre: Saint Raphael – LançamentoJaqueira: Jardins – Revestimento Fachada Boa Viagem: Saint Antinori – Acabamentos finaisIlha do Leite: The Plaza – Fundação

Madalena: Giardino Beira Rio – FundaçãoBoa Viagem: Unique – EstruturaBoa Viagem: Boulevard José Noronha – EstruturaEspinheiro: Saint Lucia – Estrutura

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65Cronograma de Obras

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O mercado imobiliário da Região Metropolitana do Recife comemo-rou, em 2008, o melhor resultado dos últimos 15 anos. As vendas cresceram 54,2% frente ao desempenho de 2007, com expansão nos negócios realizados em todos os tipos de imóveis, de 1 a 4

quartos. A expansão mais expressiva foi verificada nos imóveis com 03 quartos sociais: 75,1% Os financiamentos bancários, ausentes durante muitos anos, voltaram a impulsionar as vendas, demonstrando que os consumidores estão adotando uma nova postura: a de endividamento a longo prazo.

O mercado local possui atualmente produtos diversificados para atender as exigên-cias dos clientes não só em termos de atributos, mas também em termos de valor. Mas a grande dúvida é como será o desempenho dos negócios imobiliários no país neste ano que, inevitavelmente, estará marcado pela crise financeira mundial.

O Brasil, segundo estimativas do FMI, deverá crescer 1,8% em 2009, o que até então nos livra de entrarmos também numa recessão, e sinaliza para um cenário de crescimento, só que de forma mais moderada. Esse crescimento de 1,8%, previsto para o PIB em 2009, é bem distante dos 5,8% de 2008, segundo estimativas do Governo. Entretanto, o mesmo FMI já estima que o Brasil crescerá, em 2010, 3,5%. O PIB do mundo em 2009 deve expandir apenas 0,5% e em 2010, 3,0%. Para os Estados Unidos, os números são mais severos, com redução do PIB da ordem de 1,6% em 2009 e crescimento de 1,6% em 2010.

Sabe-se que a dinamização do setor da construção civil é importante para impul-sionar a economia pelo seu vasto efeito multiplicador de emprego e renda. E nesses tempos de crise, a compreensão desta questão se reveste de importância estratégica para os dirigentes das diversas nações que hoje estão ameaçadas pela recessão.

A dinâmica do mercado imobiliário da RegiãoMetropolitana do Recife em 2009

Mônica Mercês

Nesse sentido, o Governo brasileiro aposta no pacote habitacional que estima cons-truir 1 milhão de moradias entre os anos de 2009 e 2010. O pacote prevê também que um número maior de famílias de baixa renda terá financiamento sem entrada na compra da casa própria. Haverá o financiamento de 100% do valor do imóvel para determinadas faixas de renda e prazos mais longos, que permitirão reduzir o valor das parcelas. Atualmente, já existem financiamentos totais para famílias com renda de até R$ 4.900, segundo informações da Caixa Econômica Federal.

De fato, grande parte dos investimentos do mercado imobiliário brasileiro está voltado em 2009 para os empreendimentos de renda mais baixa, motivados pela elevada demanda e pelos recursos assegurados para financiamento bancário por parte do Governo Federal. Essa mesma linha de trabalho está sendo perseguida por muitas empresas do mercado pernambucano, mas há de lembrar que haverá sempre demanda e negócios para produtos bem planejados, quer seja para o nível de renda mais elevado, quer seja para o nível de renda mais baixo.

O desafio é perceber as reais necessidades do mercado, identificando, principalmen-te, nichos e com isso adequar cada novo projeto a esses aspectos. Muito se especula, depois dos 54,2% de crescimento do ano de 2008, qual será o comportamento do mercado imobiliário da Região Metropolitana do Recife em 2009? Em qualquer das apostas que se faça, um fato não pode deixar de ser con-siderado: o momento vivido por Pernambuco. Esse fator diferenciará o mercado local em relação aos outros no país e juntamente com as medidas de impulso ao setor cons-trutivo, impedirá que as vendas de imóveis despenquem drasticamente em 2009.

REGIÃO METROPOLITANA DO RECIFEVENDAS DE IMÓVEIS RESIDENCIAIS

CRESCIMENTO 2008 / 2007 (%) - POR NÚMERO DE QUARTOS

Fonte: FIEPE – Pesquisa IVV

Mônica Mercês, economista Foto

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66 Mercado Imobiliário

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