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Sociedade Brasileira de Química (SBQ)
36a Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Química
Especiação de fósforo inorgânico em perfis de sedimentos de fundo de
algumas lagoas do Pantanal Matogrossense
Dirce Arruda da Silva (PG)
1, André Henrique Rosa (PQ)
2, Oscarlina L. S. Weber (PQ)
3, Hemerson M.
Amarante (IC)3*
, Andressa M.Slusarki (IC)3, Flávia Louyze B. Souza (IC)
3, Evaldo F. de Oliveira (PQ)
3.
1Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso (IFMT), BR-364, KM-329, Santo Antônio do
Leverger-MT; 2UNESP-Campus Sorocaba, Av. Três de Março, nº 512, B. Alto da Boa Vista, Sorocaba-SP;
3Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Av. Fernando Corrêa, nº 2367, B. Boa Esperança, Cuiabá-MT.
Palavras Chave: eutrofização; efluente doméstico; espectrofotometria de UV-vís
Introdução
O Pantanal, considerado pela UNESCO Patrimônio
Natural Mundial, possui uma riquíssima biota
terrestre e aquática. Entretanto, está sofrendo
processos de intensa atividade antrópica,
especialmente em áreas de planalto que o
circundam. A utilização intensa de fertilizantes
fosfatados em áreas agrícolas e o descarte de
efluentes não tratados nos rios podem causar o
excesso de nutrientes, como o fósforo (P), e
desencadear processos de eutrofização nos corpos
d’água. Desta forma, neste trabalho determinaram-
se diferentes formas de P inorgânico em sedimento
visando entender e quantificar o nível de acréscimo
desse elemento decorrente das atividades agrícolas
e urbanas na região. Os perfis de sedimento (0-20
cm) foram coletados em triplicata em três lagoas
pantaneira no mês de setembro/2011, seccionados
em intervalos de 5 cm, secos a temperatura
ambiente, macerados e peneirados em malha 1
mm,. A especiação de P foi feita conforme a
metodologia de Willians et. al. (1976), modificado
por Protazio et.al. (2004), sendo as determinações
de P feitas por espectrofotometria de UV-Vís.
Resultados e Discussão
Os teores de fósforo ligado aos óxidos de ferro e
manganês, nas três lagoas (P1, P2 e P3) (Figura 1),
variaram de 59,7 a 575 mg kg-1
. O P3 foi o que
apresentou maior teor, entre 149 a 575 mg kg-1
, e
esses teores aumentaram em profundidade. No P1,
os teores aumentaram até 10-15 cm, indicando
acréscimo de P em profundidade. No P2, os teores
foram menores e apresentou pouca variação em
profundidade, e isso se deve provavelmente ao
baixo teor de óxidos. Os teores de P ligado aos
compostos de cálcio (Figura 2), no P3, apresentaram
a mesma tendência, indicando fixação nas duas
frações. O ponto P1 apresentaram teores mais
baixos do que na fração óxidos, variando de 70 a
120 mg kg-1
. O P2 possui baixos teores de P na
fração ligado aos compostos de cálcio, sendo esses
abaixo de 18 mg kg-1
. O maior teor foi obtido em 0-5
cm, indicando acréscimo recente de P ao sedimento
superficial.
Figura 1. Teor de fósforo (médias de
quadruplicatas) ligado aos óxidos de ferro e
manganês em perfis de sedimento.
Figura 2. Teor de fósforo (médias de
quadruplicatas) ligado aos compostos de cálcio em
perfis de sedimento.
Conclusões
O teor de fósforo inorgânico, de maneira geral, foi
maior na fração ligado aos óxidos de ferro e
manganês, indicando baixa mobilidade do P para a
coluna d´agua. Observou-se aumento nas
concentrações de P com a profundidade indicando
menor acúmulo recente desse elemento.
Agradecimentos
À FAPEMAT, FAPESP, IFMT e UFMT
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1 Protazio, L. ; Tanaka, S.M.C.N.; Cavalcante, P.R.. Rev. Analytica, 2004, 8, 35. 2 Williams, J. D. H.; Jaquet, J. M.; Thomas, R. L.J. Fishers Res. Board
Canadian. 1987, 33, 413.