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Espanha Dossier Mercado - Exportação e Investimento

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Espanha Dossier de Mercado Agosto 2010

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Espanha – Dossier de Mercado (Agosto 2010)

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Índice

1. O País 4

1.1 A Espanha em Ficha 5

1.2 Organização política e administrativa 6

1.3 Situação económica 7

1.3.1 Política económica recente 7

1.3.2 Perspectivas 12

1.3.3 A Estratégia para a Economia Sustentável 13

1.3.4 As Comunidades Autónomas (CA) 18

1.4 Comércio Internacional 20

1.4.1 Evolução da balança comercial 20

1.4.2 Principais clientes e fornecedores 21

1.4.3 Principais produtos transaccionados 23

1.4.4 Comércio internacional das CA 25

1.5 Investimento estrangeiro 27

1.6 Turismo 30

1.7 Relações internacionais e regionais 33

1.8 Condições legais de acesso ao mercado 33

1.8.1 Regime geral de importação 33

1.8.2 Regime de investimento estrangeiro 35

1.8.3 Quadro legal 37

2. Relações económicas com Portugal 39

2.1 Comércio 39

2.1.1 Importância da Espanha nos fluxos comerciais para Portugal 39

2.1.2 Evolução da balança comercial bilateral 40

2.1.3 Expedições por grupos de produtos 41

2.1.4 Chegadas por grupos de produtos 42

2.1.5 Fluxos comerciais das CA 43

2.2 Serviços 45

2.3 Investimento 46

2.3.1 Importância da Espanha nos fluxos de investimento para Portugal 46

2.3.2 Investimento directo de Espanha em Portugal 47

2.3.3 Investimento directo de Portugal em Espanha 50

2.4 Turismo 56

2.5 Cooperação transfronteiriça 57

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3. Oportunidades e dificuldades do mercado 58

3.1 Potencialidades 58

3.2 Dificuldades 61

Anexos:

Anexo 1 – Principais produtos transaccionados entre Portugal e Espanha (Jan/Maio 2010) 64

Anexo 2 – Informações úteis 66

Anexo 3 – Endereços diversos 68

Anexo 4 – Fontes de informação 71

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1. O País

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1.1 A Espanha em Ficha Área: 504.880 km2 População: 46,9 milhões de habitantes (1 Janeiro 2010)

Densidade populacional: 93 hab./km2

Designação oficial: Reino de Espanha

Forma de governo: Monarquia Constitucional

Chefe do Estado: Rei Juan Carlos (desde Novembro de 1975)

Primeiro-Ministro: José Luís Rodríguez Zapatero

Data da actual constituição: Aprovada em 6 de Dezembro de 1978 e promulgada em 29 de Dezembro de 1978

Principais partidos políticos: Estão representados no Congresso o PSOE (Partido Socialista Obrero Español),

actualmente no poder; PP (Partido Popular); CIU (Convergencia i Unio); EAJ-PNV

(Eusko Alderdi Jetzalea - Partido Nacionalista Basco); ERC (Esquerra

Republicana de Catalunya); IU (Izquierda Unida); BNG (Bloque Nacionalista

Galego); CC - PNC (Coalición Canaria - Partido Nacionalista Canario); UPyD

Unión Progreso y Democracia; EA (Eusko Alkartasuna) e Na-Bai (Nafarroa Bai).

As próximas eleições estão previstas para 2012.

Capital: Madrid (3,3 milhões de habitantes - 1 Janeiro 2009)

Outras cidades importantes: Barcelona; Valência; Sevilha; Zaragosa; Málaga; Múrcia; Las Palmas de Gran

Canaria; Palma de Maiorca; Bilbao; Valladolid e Córdoba.

Organização territorial: Distribui-se por Municípios, Províncias e 17 Comunidades Autónomas (Andalucia,

Aragón, Astúrias, Baleares, Canárias, Cantábria, Castilla-La Mancha, Castilla y

León, Cataluña, Comunidade de Madrid, Comunidade Valenciana, Extremadura,

Galiza, La Rioja, Múrcia, Navarra e País Basco). No Norte de África, as cidades

de Ceuta e de Melilla, territórios dependentes de Espanha, são administradas

como Comunidades Autónomas.

Religião: A maioria da população é católica, mas a Constituição estabelece que não existe

religião oficial em Espanha.

Língua: A principal língua é o castelhano. Existem, ainda, mais três línguas oficiais: o

catalão, o basco (euskera) e o galego.

Unidade monetária: Euro (EUR)

1 EUR = 1,3948 USD (média anual 2009)

1 EUR = 1,277 USD (média Julho 2010)

Risco país: Risco geral: BBB (AAA = risco menor, D= risco maior)

Risco político: A (idem)

“Ranking” em negócios: Índice 7,32 (10 = máximo)

“Ranking” geral: 27 (entre 82 países)

(EIU – Agosto 2010)

Risco de crédito: 1 (1 = risco menor; 7 = risco maior)

(COSEC – Julho 2010)

Grau da abertura e dimensão relativa do mercado: Exp. + Imp. (bens) / P IB = 34,9% (2009 - EIU)

Imp. / PIB = 19,6% (2009 - EIU)

Imp. / Imp. Mundial = 2,3% (13º importador em 2009) Fontes: The Economist Intelligence Unit (EIU); World Trade Organization (WTO); COSEC; Banco de Portugal; INE; INE/Espanha

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1. 2 Organização Política e Administrativa

A Espanha é constituída por 17 Comunidades Autónomas1 (regiões) e duas cidades autónomas (os

enclaves de Ceuta e Melilla no Norte de África). A Constituição estabelece a gradual descentralização do

poder central para as regiões, situação que já teve um significativo impacto a nível político e

administrativo no país. No espaço de 20 anos, Espanha passou de um dos Estados mais centralizados

da Europa para um dos mais descentralizados.

Depois da transição da gestão dos sistemas de saúde e educação para as regiões em 2002-2003,

ficando apenas de fora a segurança social (principalmente as pensões), os Governos Regionais gerem

actualmente a maior fatia do orçamento público.

Estas 17 Comunidades são bastante diferentes em diversas perspectivas: história, cultura, língua e

condições económicas.

Para além comunidades autónomas, existem ainda 50 Províncias em Espanha, formadas por grupos de

Municípios, cada um com o seu Conselho Municipal, Comarcas e ainda numerosas entidades locais

(cerca de 15.000). Sub-delegados do Governo supervisionam os Municípios e coordenam as relações

entre a administração do Estado e as autoridades regionais. Os Conselhos Provinciais são eleitos

indirectamente pelos Conselhos Municipais. Estes, por sua vez, são eleitos por sufrágio directo e

universal.

A Constituição espanhola de 1978 consagra a Monarquia Parlamentar, estabelece a separação do poder

legislativo, executivo e judicial e confere ao Rei poderes como Chefe de Estado e Comandante supremo

das Forças Armadas. O Rei é o símbolo da unidade nacional, é o garante do normal e regular

funcionamento das instituições e é o representante máximo do Estado espanhol nas suas relações

internacionais.

O poder legislativo compete ao Parlamento, conhecido como Cortes Generales. O Parlamento é formado

por duas câmaras: o Congreso de los Diputados e o Senado. O Congresso dos Deputados (a câmara

baixa) assume maior importância, com os seus 350 membros a serem eleitos por sufrágio directo e

universal por círculos eleitorais, para um mandato de 4 anos.

O Senado (câmara alta), é composto por 259 membros, sendo que 208 são eleitos por sufrágio universal

(quatro representantes por província) e os restantes 51 são designados pelas comunidades autónomas e

pelos dois enclaves, ambos para um mandato de 4 anos.

O Rei dispõe de poderes para dissolver o Parlamento após proposta do Primeiro-Ministro, ou após a

aprovação de uma moção de censura ao Governo pelo Congresso dos Deputados.

1 Andalucía, Aragón, Astúrias, Baleares, Comunidade Valenciana, Canárias, Cantabria, Castilla-La-Mancha, Castilla-León,

Cataluña, Ceuta, Extremadura, Galicia, La Rioja, Madrid, Mellilla, Múrcia, Navarra, País Vasco.

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O poder executivo é exercido pelo Governo, liderado pelo Primeiro-Ministro (Presidente del Gobierno)

que é nomeado pelo Rei, após eleição pelo Congresso dos Deputados. O Primeiro-Ministro escolhe os

membros do governo que são igualmente empossados pelo Rei. O governo é colectivamente

responsável perante o Congresso dos Deputados. Cessa funções sempre que se realizam eleições

gerais, no caso de perca de confiança por parte do Parlamento, ou ainda em caso de resignação ao

cargo ou por morte do Primeiro-Ministro.

1.3 Situação Económica

1.3.1 Política Económica Recente

Espanha foi uma das economias da Europa Ocidental que mais cresceu ao longo da última década e até

ao final de 2007. O país foi considerado, em 2008, a 9ª economia a nível mundial2 e o 7º maior investidor

mundial.

Em 2008 a economia espanhola evidenciou um crescimento em forte desaceleração, com o PIB a

crescer apenas 0,9% (graças essencialmente ao desempenho verificado na primeira metade do ano).

Esta evolução ficou-se a dever ao acentuado abrandamento da procura interna (originada pelo colapso

no sector da construção e pela retracção das despesas dos consumidores), ao decréscimo do

investimento e à subida do desemprego.

As autoridades espanholas implementaram no final de 2008 o Plano Espanhol para Estímulo à Economia

e ao Emprego - “Plano E” (http://www.plane.gob.es) - um “pacote” de 91 medidas com o objectivo de

fortalecer a economia, favorecer a liquidez das empresas e travar o desemprego. O plano foi

considerado pelo FMI como um dos maiores planos de estímulo à procura, incluindo, entre outras,

medidas de apoio ao investimento público, de redução da carga fiscal e apoio/financiamento às PMEs,

bem como ajudas aos sectores do imobiliário e construção.

Em 2009 a economia espanhola registou a recessão mais profunda da sua história recente, com um forte

recuo da actividade económica de -3,7%, consequência de uma acentuada debilidade da procura

interna, a par de uma forte queda das vendas ao exterior. O consumo privado contraiu fortemente

(-4,9%) em resultado de um conjunto de factores, nomeadamente o agravamento do desemprego,

deterioração da confiança dos agentes económicos, as condições financeiras mais restritivas e a

redução do rendimento das famílias.

Também o investimento registou um decréscimo importante (-15,3% em 2009), para o qual contribuiu em

particular a evolução do investimento em equipamento. Um acesso ao crédito mais dificultado, bem

como a deterioração das expectativas das empresas e a redução da procura, constituíram os principais

factores que impediram a implementação de projectos de investimento por parte das empresas. Acresce

2 Segundo relatório The Global Competitiveness Report 2009-2010 – World Economic Forum 2009, referente aos dados do PIB em

2008.

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que a falta de investimento no sector da construção reforçou ainda esta evolução negativa, devido à

deterioração do segmento residencial, que não foi compensado por investimento em outros tipos de

construção. Por seu lado, o consumo público abrandou o ritmo de crescimento face ao ano anterior

(3,8% em 2009 contra 5,4% em 2008).

Relativamente às exportações e importações de bens e serviços, de acordo com o Economist

Intelligence Unit (EIU) registaram decréscimos significativos em 2009, da ordem dos 12% e 18%,

respectivamente (no caso apenas de bens, as quebras foram de 21% e 30%, respectivamente). Nos

serviços de turismo registou-se igualmente quebra importante, devido à recessão em que se encontram

os principais mercados emissores de turistas para Espanha (acentuado no caso do RU pela

desvalorização da moeda).

A inflação evidenciou uma redução significativa em 2009, situando-se em 0,8% (após 4,1% em 2008).

Este comportamento foi consequência, em grande parte, da diminuição dos preços de petróleo e dos

produtos alimentares.

Face ao evoluir da situação, o mercado de trabalho deteriorou-se particularmente em 2009, registando a

mais elevada taxa de desemprego dos últimos anos: 18,8% (contra 11,3% em 2008).

Neste contexto e no sentido de tentar minorar os efeitos da crise económica financeira internacional e

manter a confiança dos agentes económicos, o Governo espanhol implementou uma política fiscal

expansionista, aplicando um conjunto de medidas específicas destinadas a moderar a retracção da

procura, bem como a restabelecer o acesso ao crédito por forma a garantir a confiança dos agentes

económicos. Desta forma foi incentivada a redução de impostos (tendo sido introduzidas medidas

dirigidas para melhorar a liquidez de empresas e o rendimento disponível das famílias) e o aumento de

despesas públicas (quer das prestações sociais, ligadas ao desemprego, quer ao investimento público,

através do Fundo Estatal de Investimento Local, bem como no âmbito do Fundo de Estímulo da

Economia e Emprego).

Contudo, as medidas de estímulo à economia adoptadas pelo Governo, a par da redução das receitas

orçamentais e aumento da despesa, contribuíram para a deterioração das finanças públicas, tendo o

défice das contas públicas em 2009 atingido 11,2% do PIB. A dívida pública aumentou significativamente

situando-se em 53,2% do PIB no último ano.

É de realçar que, de acordo com um relatório da Comissão Europeia, o governo espanhol efectuou um

esforço financeiro para combater a crise equivalente a 2,3% do PIB em 2009 e 2010, ou seja, mais do

dobro da média europeia (que foi de 1,1%).

O estado das finanças públicas do país forçou as autoridades espanholas a tomar medidas no

Orçamento de 2010 com vista a combater a sua deterioração, pelo que as medidas tributárias incluídas

no orçamento (aprovado em Outubro 2009), implicaram um aumento de 1% do PIB do lado das receitas

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(aumento do IVA e do imposto sobre rendimento de capital) e um esforço de contenção da ordem de

0,8% do PIB do lado das despesas. No entanto, este Orçamento previa um esforço de investimento

importante para apoio à recuperação e crescimento a médio prazo.

No final de Novembro de 2009, o Primeiro-Ministro apresentou a Estratégia para o Crescimento da

Economia Sustentável , através da qual se pretende aumentar a competitividade da economia

espanhola nos próximos dez anos e criar emprego. A estratégia definida inclui um plano global de

reformas tendo por objectivo renovar o modelo de crescimento da economia, tornando-o sustentável em

termos económicos, sociais e ambientais.

Em Janeiro de 2010, o Governo aprovou a actualização do Programa de Estabilidade e Crescimento

2009-2013 (PEC), o qual inclui um programa de consolidação fiscal que pretende envolver o conjunto

das administrações públicas num objectivo comum: a redução progressiva do desequilíbrio das contas

públicas para correcção do défice abaixo de 3% em 2013, de acordo com a imposição de UE.

O plano de austeridade proposto pelo governo espanhol implica a redução de 50 mil milhões de euros de

gastos públicos até 2013 (cerca de 5,7% do PIB), prevendo-se que a Administração Geral do Estado

(AGE) efectue uma redução de gastos no montante de 40 mil milhões de euros, ficando os restantes 10

mil milhões de euros a cargo das Comunidades Autónomas e Colectividades Locais.

O programa de consolidação fiscal para a AGE prevê que o ajustamento estrutural a efectuar pela

mesma seja da ordem dos 5,2% do PIB até ao final do período (2013), com base em dois planos:

- Plano de Acção Imediata 2010: prevê uma redução das despesas equivalente a 0,5% do PIB bem

como a redução da oferta de emprego no sector público.

- Plano de Austeridade 2011-2013: institui um corte generalizado dos gastos que afectará as

políticas do governo (com excepção, entre outras, das prestações com pensões, desemprego,

apoio à dependência, educação e I+D+Inovação), com um impacto equivalente a 2,6% do PIB

durante o período.

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Principais Indicadores Macroeconómicos

Unidade 2007a 2008a 2009a 2010b 2011b 2012b

População Milhões 45,2 45,5 45,8 45,9 46,1 46,3

PIB a preços de mercado 109 EUR 1.052,7 1.088,5 1.051,2 1.054,7 1.078,0 1.107,2

PIB a preços de mercado 109 USD 1.440,8 1.600,1 1.464,3 1.327,1 1.285,5 1.309,3

PIB per capita USD 31.923 35.158 32.005 28.899 27.867 28.267

Crescimento real do PIB % 3,6 0,9 -3,7 c -0,4 0,6 1,0

Consumo privado Var. % 3,6 -0,6 -4,9 0,2 0,8 1,2

Consumo público Var. % 5,5 5,4 3,8 0,9 -1,3 -1,5

Formação bruta de capital fixo Var. % 4,6 -4,4 -15,3 -6,0 -1,0 2,5

Taxa de desemprego % 8,3 11,4 18,8c 19,8 19,0 17,5

Taxa de inflação % 2,8 4,1 -0,8 c 1,1 0,9 1,3

Dívida pública % do PIB 36,2 39,7 53,2 63,9 72,2 73,1

Saldo do sector público % do PIB 1,9 -4,1 -11,2 -9,9 -7,8 -6,5

Balança corrente 109 USD -144,7 -156,4 -78,7 -58,6 -48,2 -43,1

Balança corrente % do PIB -10,0 -9,8 -5,4 -4,4 -3,7 -3,3

Taxa de câmbio – media 1USD=xEUR 1,37 1,47 1,39 1,26 1,19 1,18

Fonte: EIU (ViewsWire – 12 Agosto 2010)

Notas: (a) Valores efectivos

(b) Previsões

(c) Fonte oficial espanhola

De acordo com os dados divulgados no fim de Agosto pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) de

Espanha, a economia cresceu 0,2% no segundo trimestre de 2010, face ao trimestre anterior, ainda que

tenha registado uma quebra de 0,1% em comparação com o mesmo período de 2009.

Para esta ligeira melhoria da economia no segundo trimestre contribuiu, segundo o INE, o crescimento

do consumo privado, que em termos homólogos aumenta pela primeira vez em dois anos, crescendo 2

pontos percentuais. O consumo público confirma o abrandamento que vem a experimentar ao longo dos

últimos trimestres (0.4%), em consequência dos esforços do Governo no sentido de reduzir o défice

orçamental.

No entanto, o investimento continua a registar valores negativos, com uma quebra de 7% em termos

homólogos. Na vertente externa o comportamento foi positivo, com as exportações de bens e serviços a

avançarem 10,5% e as importações 8,1%. Por sectores, o melhor desempenho verificou-se no sector

industrial (+2,2%), energético (+0,2%) e nos serviços (+0,4%). No lado oposto, encontram-se os sectores

da construção (-6,4%), agrícola e pescas (-3,5%).

As projecções de crescimento divulgadas pelo Fundo Monetário Internacional no passado mês de Abril,

estimam uma contracção do PIB espanhol de -0,4% em 2010 e um crescimento de 0,9% em 2011.

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Já as previsões do Banco de Espanha, divulgadas em Abril último, estimam igualmente um recuo da

actividade económica de -0,4% em 2010, uma previsão ligeiramente menos optimista do que os -0,3%

esperados pelo Governo. Para este desempenho contribuirá a evolução do consumo privado (+0,2%) e

das exportações, que deverão crescer 5%. Mas o investimento deverá manter-se em valores negativos

(-9,8%), devido nomeadamente à quebra do investimento imobiliário (-12,7%). Para 2011, o Banco

Central espanhol prevê um crescimento da actividade económica de aproximadamente 0,8%.

Neste contexto, o governo espanhol actualizou em Maio último as previsões do Pacto de Estabilidade e

Crescimento (PEC). A principal alteração prende-se com o crescimento do PIB, que passa de 1,8% para

1,3% em 2011; de 2,9% para 2,5% em 2012; e de 3,1% para 2,7% em 2013. Quanto ao défice, o

objectivo é atingir os 3% do PIB em 2013. De referir que no passado mês de Abril a Standard & Poor’s

reviu em baixa o rating da dívida pública espanhola de AA+ para AA, destacando a debilidade do

crescimento previsto da economia, o forte endividamento do sector privado, um mercado de trabalho

pouco flexível e uma elevada taxa de desemprego, que continua a agravar-se, superando já 20% da

população activa.

As medidas contra a crise impulsionadas pelo Governo provocaram uma notável deterioração das

finanças públicas que a administração espanhola pretende corrigir no decorrer dos próximos anos.

Assim, e seguindo a tendência de outros governos europeus, o Governo espanhol anunciou no mês de

Maio diversas medidas para uma redução mais rápida do défice público, que visam a estabilização

financeira do país. Com esta iniciativa pretende-se alcançar o compromisso de reduzir o défice, reforçar

a confiança na economia espanhola e contribuir para a estabilidade financeira da zona euro.

Entre as principais medidas anunciadas pelo Governo destacam-se:

- Redução do salário dos funcionários públicos em 5% em média, a partir de Junho, e

congelamento dos ordenados da administração e pensões de reforma em 2011 (à excepção das

mínimas e das não contributivas);

- Redução dos vencimentos dos membros do governo e demais altos cargos em 15%;

- Eliminação do “cheque bebé”, prestação por nascimento de 2.500 euros, a partir de 1 de Janeiro

de 2011;

- Redução do investimento público em cerca de 6 mil milhões de euros, nos próximos dois anos,

estando também prevista uma redução de 1,2 mil milhões de euros por parte das Comunidades

Autónomas e municípios;

- Redução de 600 milhões de euros, entre 2010 e 2011, na ajuda ao desenvolvimento.

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Com este novo pacote de medidas de austeridade, o Governo espanhol pretende conseguir uma

redução adicional das despesas de 15 mil milhões de euros, entre 2010-2011 (implica uma redução do

défice em mais 0,5% do PIB em 2010 e em mais 1% em 2011, estimando-se que o mesmo passe para

valores da ordem dos 9,3% do PIB em 2010 e ligeiramente acima dos 6% em 2011). Conforme referido

anteriormente, a actualização do PEC efectuada em Janeiro, já incluía um programa de consolidação

fiscal aplicável ao conjunto das administrações públicas espanholas, nomeadamente o Estado e os

governos regionais e locais, tendo sido anunciado um corte de 50 mil milhões de euros.

O Primeiro-Ministro Zapatero anunciou a conclusão, para breve, das negociações tendo em vista a

reestruturação do sistema financeiro, em particular no que se refere às “Cajas de Ahorros”. O Governo

espanhol está a proceder à implementação de uma reforma laboral, no âmbito da qual aprovou ainda

alterações à legislação laboral, flexibilizando a relação contratual entre o empregado e o empregador.

Dados económicos recentes, designadamente do Banco de Espanha, dizem que se mantém o processo

de recuperação da confiança quer dos empresários quer dos consumidores, e que há uma melhoria das

expectativas dos agentes económicos em geral. No entanto, para alguns analistas, o anúncio das novas

medidas de austeridade para 2010 e 2011 e a reforma laboral em curso poderão ser insuficientes para

garantir a confiança dos consumidores e para dar início à esperada recuperação económica do país.

1.3.2 Perspectivas

Seguidamente apresentam-se as previsões de evolução da economia espanhola para o período 2010-

2012 segundo o Economist Intelligence Unit (EIU) que apontam para:

• uma contracção do PIB da ordem dos 0,4% em 2010 e uma retoma moderada do crescimento

apenas a partir do próximo ano (de +0,6% e +1% em 2012).

• a lenta retoma do consumo privado a partir de 2010 (+0,2%), acelerando em 2012 (+1,2%). O

consumo público aumente no corrente ano (+0,9%), mas aquém do nível dos últimos três anos

(taxas da ordem dos +5%), invertendo-se a tendência em 2011-2012, face à necessidade de

redução dos gastos públicos.

• que o investimento volte a diminuir em 2010-2011 (-6% e -1%, respectivamente), face ao declínio da

actividade no sector da construção, retomando o crescimento a partir de 2012 (+2,5%).

• uma taxa média de inflação próxima de 1% em 2010-2011, com tendência para subida em 2012,

embora permanecendo inferior a 2%.

• o agravamento da taxa de desemprego no corrente ano (perto de 20% da população activa,

constituindo a mais elevada da Zona Euro) e inversão da tendência a partir de 2011.

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• a redução do défice da balança corrente espanhola, estimando-se que represente 4,4% do PIB em

2010 e 3,3% do PIB em 2012. As exportações e importações espanholas de bens e serviços deverão

retomar o crescimento já em 2010 de +5,6% e +2,3%, respectivamente (no caso dos bens, prevê-se

+12,5% e +5,2%, respectivamente).

• a redução do défice do sector público: -9,9% do PIB em 2010 e -6,5% do PIB em 2012. O rácio

dívida pública/PIB deverá agravar-se, da ordem dos 63,9% em 2010 para 73,1% em 2012.

1.3.3 A Estratégia para a Economia Sustentável

Tal como anteriormente referido, o Governo apresentou no final de 2009, a Estratégia para o

Crescimento da Economia Sustentável , através da qual pretende impulsionar a economia espanhola

nos próximos 10 anos e criar emprego. A Estratégia foi definida como um plano global de reformas tendo

por objectivo renovar o modelo de crescimento da economia espanhola, tornando-o sustentável em

termos económicos, social e de meio ambiente.

O ambicioso programa de reformas, inclui como peça central a Lei da Economia Sustentável (cujo

anteprojecto foi apresentado em Dezembro 2009 ao Conselho de Ministros), a par de um conjunto de

reformas de âmbito mais específico (nomeadamente relações laborais, pensões e segurança social), que

o Governo pretende aprovar no período de 18 meses, de modo a entrarem em vigor antes do final da

actual legislatura.

A curto prazo a Estratégia pretende impulsionar a recuperação da economia espanhola. A médio prazo,

espera-se que o desenvolvimento a realizar nos próximos dez anos permita ao país posicionar-se entre

os mais desenvolvidos.

As reformas previstas implicarão todas as áreas de actividade, nomeadamente as relevantes para a

renovação do modelo produtivo, sendo enumeradas no quadro abaixo com a respectiva calendarização.

Para o desenvolvimento da Estratégia foram previstos recursos públicos e privados no montante de

25.000 milhões de euros, através de 2 fundos específicos de apoio, disponíveis a partir de Janeiro 2010:

• Fundo Estatal para o Emprego e Sustentabilidade Loc al (5.000 milhões de euros)

Os recursos permitirão às autoridades locais apoiar projectos de investimento que fomentem a

actividade económica, a inovação, a implantação de TIC, a sustentabilidade do meio ambiente e a

educação. O fundo poderá financiar, igualmente, determinados gastos correntes relacionados com a

educação e outros de carácter social.

• Fundo para a Economia Sustentável (20.000 milhões d e euros em 2010-2011)

Os recursos serão disponibilizados pelo Instituto de Crédito Oficial (ICO) e co-financiados a 50% por

entidades financeiras ao longo de 2010-2011. O fundo é destinado a financiar projectos de

investimento por parte do sector privado relacionados com a eficiência energética, eco-inovação,

tratamento e gestão integral de resíduos, saúde, biotecnologia, aeronáutica e sector aeroespacial.

Page 14: Espanha Dossier Mercado - Exportação e Investimento

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Espanha – Dossier de Mercado (Agosto 2010)

14

Estratégia para a Economia Sustentável: Principais Reformas

Reformas de Sustentabilidade Económica

1. Modernização da Justiça

- Projecto reforma Lei do Registo Civil (Dez 2009)

- Projecto-lei de Mediação e Arbitragem (1º Trim 2010)

- Reforma da lei de Procedimento Laboral (2º Trim 2010)

- Projecto de Reforma integral da Ley Concursal (3º Trim 2010)

2. Reforma da Administração

- Desenvolvimento Lei Omnibus (Jan 2010)

- Coordenação de iniciativas económicas que adoptem as CA para apoio da

recuperação económica e competitividade (2010)

- Aprovação do projecto-lei de desenvolvimento Estatuto Básico do

Empregado Público (1º Trim 2011)

3. Reforço do sistema financeiro

- Revisão das linhas do Instituto de Crédito Oficial (ICO), para melhorar

acesso ao financiamento e adequação às actividades que mais contribuam

para o crescimento económico (Dez 2009)

- Actuação do FROB no processo de reestruturação e reforço do sistema

financeiro (1º Sem 2010)

- Alterações regulamentares das Cajas de Ahorros com objectivo de reforçar o

seu funcionamento (3º Trim 2010)

4. Luta conta a fraude e economia

paralela

- Plano de acção contra fraudes no cumprimento de obrigações tributárias,

laborais e S.Social, dotado de novos meios e instrumentos (1º Trim 2010)

5. Reforma dos organismos

reguladores

- Adaptação da legislação específica aos princípios da presente lei da

Economia Sustentável (1º Trim 2010)

6. Lei de serviços profissionais (2º Trim 2010)

7. Desenvolvimento da Inovação - Lei da Ciência, Tecnologia e Inovação (Jan 2010)

- Estratégia Pública de Inovação (2º Trim 2010)

8. Políticas sectoriais

- Plano Integral de Política Industrial 2020 (1º Trim 2010)

Dirigido para aumento do peso da actividade industrial na economia.

Abrangerá sectores tradicionais e emergentes, com especial destaque para

automóvel (carro eléctrico), biotecnologia e tecnologias da saúde, TIC,

sectores relacionados com a protecção do meio ambiente (incluindo

energias renováveis) e aeroespacial.

- Avaliação do ritmo de ajustamento do sector da construção residencial e das

medidas implementadas nesse sentido (1º Trim 2010)

- Plano Integral de Sustentabilidade das Costas e Praias Espanholas, no

âmbito da Estratégia de Turismo 2020 aprovada pelo Governo (4º Trim

2010)

9. Desenvolvimento do sector

alimentar

- Programa de desenvolvimento sustentável do meio rural 2010-2014 (2º Trim

2010)

- Lei da qualidade agro-alimentar (4º Trim 2010)

10. Gestão do modelo aeroportuário (1º Trim 2010)

Fonte: Ministério de Economia y Hacienda

Page 15: Espanha Dossier Mercado - Exportação e Investimento

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Espanha – Dossier de Mercado (Agosto 2010)

15

Reformas de Sustentabilidade do Meio Ambiente

11. Reformas na área da energia

- Alteração parcial da legislação sobre energia nuclear e aprovação do

procedimento para construção de um Almacén Temporal Centralizado

(ATC) (Dez 2010)

- Plano de reabilitação energética dos edifícios da Adm. Geral do Estado

(Dez 2009)

- Lei da eficiência energética e das energias renováveis (2º Trim 2010)

- Planificação energética indicativa (3º Trim 2010)

- Apoios ao sector do carvão - articulação de Plano Nacional do Carvão

2012-2018 que contemplará a gradualidade das ajudas e apoios a

reindustrialização e emprego nas zonas mineiras (3º Trim 2010)

12. Reformas do regime de comércio

de direitos de emissão (1º Trim 2010)

13. Lei do armazenamento geológico

de CO2 (1º Trim 2010)

14. Plano Integral do Veículo

Eléctrico (1º Trim 2010)

15. Programa de investimentos em

infra-estruturas para o transporte

sustentável

- Prioridade aos acessos ferroviários a aeroportos e portos de interesse

geral, a licitar durante 2010-2011 (1º Trim 2010)

16. Protecção do Meio Ambiente

- Lei de protecção do meio marítimo (1º Trim 2010)

- Plano estratégico estatal do património natural e biodiversidade (2º Trim

2010)

- Gestão Integral da água – o Governo apresentará o Plano Nacional de

Reutilização de Águas Regeneradas e de Modernização de Regadios

2010-2015 (2º Trim 2010)

- Lei dos resíduos (4º Trim 2010)

- Desenvolvimento da fiscalidade verde – o Governo impulsionará no âmbito

da UE a adopção harmonizada de medidas fiscais que contribuam para

cumprimento dos objectivos estabelecidos

Fonte: Ministério de Economia y Hacienda

Page 16: Espanha Dossier Mercado - Exportação e Investimento

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Espanha – Dossier de Mercado (Agosto 2010)

16

Reformas de Sustentabilidade Social

17. Melhoria da Educação e da

formação

- O Pacto para a Educação inclui estabilidade normativa; educação

equitativa/de qualidade; formação ao longo vida para garantir

empregabilidade; atribuição de meios/recursos necessários aos

professores; modernização e internacionalização das universidades (1º

Trim 2010)

18. Reforço do sistema de

Segurança Social

- Inclui: reforço de mecanismos que asseguram correspondência entre

cotização e prestação; maior transparência nos processos de cotização;

processo de integração de regimes; incentivos ao prolongamento da vida

laboral; política de ajudas familiares; adaptação das prestações sociais

por morte às novas formas familiares; relação mais flexível entre previsão

social complementar e o sistema público de S.Social (1º Trim 2010)

19. Reformas laborais e renovação

do modelo produtivo

- Propostas de modificação da legislação laboral para favorecer a criação

do emprego, adequar relações de trabalho à situação das empresas e

protecção dos direitos dos trabalhadores. Inclui: reforma da negociação

colectiva; fomento do emprego dos jovens; redução da jornada de

trabalho; melhoria da intermediação laboral; revisão das bonificações à

contratação; controlo dos processos de incapacidade temporal; avaliação

do funcionamento do programa temporal de protecção por desemprego e

inserção; incremento da estabilidade do emprego; medidas de incentivo à

inserção da mulher no mercado de trabalho (1º Trim 2010)

20. Reformas para fortalecer o

estado de bem-estar

- Reformas legislativas e execução de acções no âmbito sanitário e de

saúde pública (1º Trim 2010)

- Plano de promoção da inclusão social (2º Trim 2010)

- Avaliação do funcionamento do sistema de apoio a situações de

dependência (4º Trim 2010)

Fonte: Ministério de Economia y Hacienda

Page 17: Espanha Dossier Mercado - Exportação e Investimento

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Espanha – Dossier de Mercado (Agosto 2010)

17

O quadro seguinte apresenta a quantificação dos objectivos que a Estratégia prevê alcançar em 2020:

Estratégia para a Economia Sustentável: Objectivos para 2020

Objectivo Indicador Espanha (2008)

UE (2008)

Objectivo (2020)

Sustentabilidade Económica

Défice das CA e AGE

Cumprir o Pacto de

Estabilidade e alcançar um

equilíbrio orçamental estrutural Estabilidade orçamental

% Dívida sobre PIB 40% 62% Entre os países com menor

dívida da Zona Euro

Dinamismo empresarial Simplificação administrativa Redução de 50% face ao

nível actual

% Gastos em I&D em termos de PIB 1,35% 1,85% 3%

Capacidade inovadora % Utilizadores de Internet 49% 56%

Média das 4 maiores

economias europeias.

Actualmente 60%.

Internacionalização Empresas exportadoras regulares 39 mil (2007) 55 mil

Sustentabilidade do Meio Ambiente

Baixas emissões Emissões de GEI

(Milhões Ton)

15% de redução face ao

nível de 2005

Intensidade energética

(kep/’000€)

184

(2007)

169

(2007)

Redução de 20% face ao

cenário tendencial Modelo energético

sustentável % Energia renovável em relação à

Energia Final 10% 9% (2005) 20%

% Passageiros em transporte público 19%

(2007)

17%

(2007) 24%

Mobilidade sustentável % Mercadorias transportadas pela rede

ferroviária

4%

(2007)

18%

(2007) 10%

% de Construção em arrendamento 11%

(2007)

29%

(2007) 20%

Modelo de construção

sustentável % Investimento em reabilitação sobre

investimento em construção 24% 37% 35%

Sustentabilidade Social

Taxa de emprego 64% 66% 70% Aumento e melhor

emprego Taxa de temporalidade 29% 14% 15%

Taxa de emprego feminino 55% 59% 65% Igualdade

Diferenciação salarial por sexo 18% 18% 0%

% alunos com baixas capacidades em

leitura, matemáticas e ciências segundo

PISA

23% 23% 15%

Taxa de abandono escolar prematuro 32% 15% 10% Educação como garantia de

igualdade de oportunidades Titulares de diploma superior em ciência

e tecnologia por cada 1.000 pessoas

dos 20-29

11

(2007)

13

(2007) Média UE

Fonte: Ministério de Economia y Hacienda

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Espanha – Dossier de Mercado (Agosto 2010)

18

1.3.4 As Comunidades Autónomas

O quadro seguinte permite uma breve caracterização das diferentes Comunidades Autónomas

espanholas em termos macroeconómicos.

Principais Indicadores Económicos das Comunidades Autónomas Espanholas (2009)

2009 2009 2009 2009 2007 2009 2009

População PIB p.m. pç.corr.

PIB p/c pç.corr.

Taxa Cresc. PIB

PIB em PPC

Taxa Desempr. IPC

Milhões Pessoas

Milhões Euros Euros % UE 27=100 % %

Andalucía 8,3 142.874 17.485 -3,6% 82,0 26,3 0,6

Aragón 1,3 32.473 24.639 -4,4% 116,0 13,3 0,8

Asturias 1,1 22.736 21.523 -3,7% 97,0 14,2 0,7

Baleares 1,1 26.327 24.510 -3,8% 114,0 19,5 0,8

Canarias 2,1 41.411 19.867 -4,2% 93,0 26,9 -0,4

Cantabria 0,6 13.480 23.343 -3,5% 106,0 12,6 1,0

Castilla y León 2,6 55.982 22.314 -3,4% 102,0 14,2 0,7

Castilla-La Mancha 2,1 35.040 17.208 -3,3% 83,0 19,2 0,5

Cataluña 7,5 195.403 26.831 -4,1% 124,0 17,0 1,2

Com.Valenciana 5,1 101.608 20.259 -4,3% 96,0 22,6 0,8

Extremadura 1,1 17.609 16.301 -2,0% 73,0 21,3 0,5

Galicia 2,8 54.686 19.995 -3,0% 89,0 12,9 0,9

La Rioja 0,3 7.825 24.754 -3,6% 113,0 13,7 0,5

Madrid 6,4 189.060 30.029 -3,2% 137,0 14,7 0,9

Murcia 1,4 27.018 18.619 -3,4% 87,0 22,5 0,6

Navarra 0,6 18.246 29.598 -2,5% 133,0 10,5 0,5

País Vasco 2,2 65.493 30.703 -3,5% 137,0 11,8 1,0

España 46,7 1.051.151 22.886 -3,7% 106,0 18,8 0,8

Fontes: INE Espanha

População

A população de Espanha atingiu, em 1 de Janeiro de 2009, mais de 46 milhões de habitantes A

Comunidade mais povoada é a Andaluzia, com mais de 8 milhões de habitantes (17,8% do total da

população espanhola), seguida pela Catalunha, com 7,5 milhões de habitantes (16%) e Madrid, com 6

milhões (13,7%).

Page 19: Espanha Dossier Mercado - Exportação e Investimento

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Espanha – Dossier de Mercado (Agosto 2010)

19

Distribuição do PIB (%) (2009)

18,0%

13,6%

9,7%

6,2%5,3% 5,2%

3,9%3,3% 3,1%

2,6% 2,5% 2,2% 1,7% 1,7% 1,3%0,7%

18,6%

0%

5%

10%

15%

20%

Cataluña

Mad

rid

Andalu

cía

Com.Vale

ncian

a

País V

asco

Castilla

y Leó

n

Galicia

Canaria

s

Castilla

-La

Man

cha

Aragón

Mur

cia

Balear

es

Asturia

s

Navarra

Extrem

adur

a

Cantab

ria

La R

ioja

Fonte: www.ine.es

Em 2009, a Catalunha foi, em termos absolutos, a Comunidade que mais contribuiu para o PIB nacional,

com cerca de 18,6 do total, seguida da Comunidade de Madrid, com uma participação de 18%.

PIB per capita

Em termos de PIB per capita, e tendo Espanha um PIB per capita de 22.886 euros, as Comunidades que

atingiram valores mais elevados foram o País Basco com 30.703 euros, Madrid com 30.029 euros,

Navarra com 29.598 euros e a Catalunha com 26.831 euros.

PIB per capita (2009)

30.029 29.598

26.831

24.754 24.639 24.51023.343 22.886 22.314 21.523

20.259 19.995 19.86718.619

17.485 17.20816.301

30.703

0

5.000

10.000

15.000

20.000

25.000

30.000

35.000

País Vas

co

Mad

rid

Navarra

Catalu

ña

La Rio

ja

Aragó

n

Balear

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Canta

bria

Españ

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Galicia

Canar

ias

Murc

ia

Andal

ucía

Castill

a-La

Man

cha

Extrem

adura

Fonte: www.ine.es Unidade: Euros

Page 20: Espanha Dossier Mercado - Exportação e Investimento

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Espanha – Dossier de Mercado (Agosto 2010)

20

Em termos relativos, são oito as Comunidades Autónomas que possuem um PIB per capita acima da

média nacional de Espanha (Espanha=100), a saber, e por esta ordem: País Basco (+34%), Madrid

(+31%), Navarra (+29%), Catalunha (+17%), La Rioja (+8%), Aragão (+8%), Baleares (+7%) e Cantábria

(+2%).

Por outro lado, a Andaluzia, Castilla-La Mancha e a Extremadura registam valores abaixo da média

nacional (24%, 25% e 29%, respectivamente).

PIB per capita (2009)

134% 131% 129%

117%

108% 108% 107%102% 100% 98% 94%

89% 87% 87%81%

76% 75%71%

0%

20%

40%

60%

80%

100%

120%

140%

160%

País V

asco

Mad

rid

Navarra

Cataluña

La R

ioja

Aragón

Balear

es

Cantab

ria

España

Castilla

y Leó

n

Asturia

s

Com.Vale

ncian

a

Galicia

Canaria

s

Mur

cia

Andalu

cía

Castilla

-La M

anch

a

Extrem

adur

a

Fonte: www.ine.es

1.4 Comércio Internacional

1.4.1 Evolução da Balança Comercial

A Espanha detém uma posição significativa no comércio mundial. Segundo a Organização Mundial do

Comércio (OMC) o país ocupou a 16ª posição no ranking mundial dos exportadores em 2009 (com uma

quota de 1,7% do total) e a 13ª posição no ranking dos importadores (com 2,3%).

O país apresenta uma balança comercial tradicionalmente deficitária que se agravou até 2007, tendo o

défice decrescido a partir de 2008 (-5,9% face ao ano anterior).

Em 2009, as exportações espanholas registaram o valor de 158,3 mil milhões de euros, enquanto as

importações rondaram os 208,4 mil milhões de euros, representando decréscimos de 15,9% e de 26,2%

respectivamente, face ao ano anterior. Essa evolução permitiu que a balança comercial espanhola

Page 21: Espanha Dossier Mercado - Exportação e Investimento

aicep Portugal Global

Espanha – Dossier de Mercado (Agosto 2010)

21

reduzisse o défice comercial de 47,7%, situando-se em cerca de 50,2 mil milhões de euros, o valor mais

baixo dos últimos cinco anos. A taxa de cobertura situou-se em 75,9% (superior em 9 pontos percentuais

à de 2008).

Evolução da Balança Comercial

(106EUR ) 2005 2006 2007 2008 2009*

Exportação 155.004,7 170.438,6 185.023,2 189.227,9 158.254,3

Importação 232.954,5 262.687,2 285.038,3 283.387,8 208.436,8

Saldo -77.949,8 -92.248,6 -100.015,1 -94.159,9 -50.182,5

Coeficiente de cobertura (%) 66,5 64,9 64,9 66,8 75,9

Posição no “ranking” mundial

Como exportador 17ª 18ª 17ª 17ª 16ª

Como importador 12ª 12ª 11ª 12ª 13ª

Fontes: Secretaria de Estado do Comércio de Espanha

Nota: (*) 2009 – dados provisórios

1.4.2 Principais Clientes e Fornecedores

O principal parceiro comercial de Espanha, por grandes áreas geográficas, permaneceu a UE destino de

cerca de 68,9% do total das exportações espanholas em 2009 (-15,9% comparativamente ao valor de

2008), representando os restantes países europeus 6,3% do total (-19,6%), o que demonstra a grande

concentração das exportações no espaço europeu. Seguiu-se a Ásia com 7,1% (e que decresceu 7,9%

face a 2008), a África com 5,9% (-7,8%), a América Latina com 4,8% (-16,8%) e a América do Norte com

4,1% (-23,4%).

Em termos de países, os principais clientes de Espanha foram a França e a Alemanha que reforçaram

ligeiramente as quotas de mercado comparativamente a 2008 (embora em valor absoluto as exportações

para ambos os países tenham decrescido 11,7% no último ano). Portugal continuou a ocupar a posição

de 3º cliente de Espanha, representando 9,1% do total das exportações espanholas (-12,6% em valor

absoluto). Os EUA constituíram o primeiro cliente fora da UE, com uma quota de 3,7% (-24,6% face a

2008).

É de referir que em 2009 a queda das vendas de produtos espanhóis ao exterior foi generalizada,

abrangendo praticamente todos os mercados da UE (à excepção da Bulgária e Malta, países com pouca

representatividade na estrutura das exportações espanholas), bem como os restantes clientes mais

significativos (com excepção da Suiça e Índia).

Page 22: Espanha Dossier Mercado - Exportação e Investimento

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Espanha – Dossier de Mercado (Agosto 2010)

22

Principais Clientes

2007 2008 2009 Mercado

Quota Posição Quota Posição Quota Posição

França 18,8 1ª 18,3 1ª 19,1 1ª

Alemanha 10,8 2ª 10,5 2ª 11,1 2ª

Portugal 8,7 3ª 9,1 3ª 9,1 3ª

Itália 8,9 4ª 8,1 4ª 8,2 4ª

Reino Unido 7,7 5ª 7,1 5ª 6,3 5ª

EUA 4,0 6ª 3,9 6ª 3,7 6ª

Holanda 3,3 7ª 3,2 7ª 3,0 7ª

Fonte: World Trade Atlas (WTA) / EuroStat

Dados 2009 - Ministério de Industria, Turismo e Comércio

Principais Fornecedores

2007 2008 2009

Mercado

Quota Posição Quota Posição Quota Posição

Alemanha

16,1 1ª 14,7 1ª 14,4 1ª

França

12,9 2ª 12,0 2ª 12,0 2ª

Itália

8,7 3ª 8,0 3ª 7,1 3ª

China

5,6 4ª 6,0 4ª 6,9 4ª

Reino Unido

5,1 5ª 4,7 5ª 4,7 5ª

Holanda

4,8 6ª 4,6 6ª 4,3 6ª

Portugal

3,3 8ª 3,4 7ª 3,5 8ª

Fonte: World Trade Atlas (WTA) / EuroStat

Dados 2009 - Ministério de Industria, Turismo e Comércio

No que diz respeito às importações espanholas, a concentração no espaço europeu manteve-se, embora

em menor escala, com a UE a representar 58,3% do total em 2009 (-21,6% comparativamente a 2008) e

os restantes países europeus 6,2% (-33,2%). A Ásia surgiu em segundo lugar como fornecedor com

17,5% do total das compras ao exterior (-30% face a 2008), seguindo-se África com 8% (-36,7%). A

América Latina e a América do Norte representaram ambas 4,5% do total das importações espanholas

evidenciando igualmente decréscimos acentuados no último ano (-33,6% e -26% respectivamente).

No ranking dos principais fornecedores destacam-se a Alemanha, a França e a Itália, que concentraram

juntos 33,5% das importações espanholas em 2009 (contra 37,7% em 2007). A China manteve a posição

de 4º fornecedor de Espanha reforçando a sua quota de mercado para 6,9% em 2009 (após 5,6% em

2007). É de salientar que a posição da China no mercado é superior à detida pelos EUA e Japão juntos

(quota de 5,6% em 2009).

Page 23: Espanha Dossier Mercado - Exportação e Investimento

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Espanha – Dossier de Mercado (Agosto 2010)

23

Portugal foi o 8º fornecedor de Espanha em 2009 (ou 6º fornecedor entre os países da UE), com uma

quota de mercado de 3,5% (as compras espanholas ao nosso país decresceram 21,3% no último ano).

Também no que respeita às importações espanholas é de destacar que a queda foi generalizada,

abrangendo a maioria dos fornecedores mais representativos: Alemanha (-25,1% face a 2008), França

(-17,4%), Itália (-30,5%), China (-28%), Reino Unido (-23,8%) e EUA (-23,8%). Ao nível da UE, os únicos

fornecedores que viram aumentar as suas importações foram a Bulgária, a Roménia, Malta e a Estónia.

1.4.3 Principais Produtos Transaccionados

Principais Produtos Transaccionados – 2009

Exportações / Sector % Importações / Sector %

Bens de equipamento 20,5 Bens de equipamento 20,7

Automóvel 17,3 Produtos energéticos 16,2

Alimentares 15,7 Produtos químicos 15,4

Produtos químicos 14,6 Automóvel 12,4

Produtos semi manufacturados não químicos 11,2 Alimentares 11,1

Bens de consumo manufacturados 9,2 Bens de consumo manufacturados 10,8

Produtos energéticos 4,5 Produtos semi manufacturados não químicos 6,9

Bens de consumo duradouros 2,1 Bens de consumo duradouro 3,2

Matérias-primas 2,0 Matérias-primas 2,8

Outros 2,9 Outros 0,5

Fontes: Secretaria de Estado do Comércio de Espanha

Relativamente à estrutura das transacções, Espanha possui défices comerciais significativos nos

sectores energético e de bens de equipamento, os quais registaram uma contracção em 2009, de 40% e

31% respectivamente.

Os principais sectores exportados por Espanha foram os bens de equipamento (representaram 20,5% do

total em 2009, tendo decrescido -16,2% face a 2008), seguindo-se o sector automóvel (17,3% do total e

que registou igualmente uma quebra de -15,1%. De referir que o subsector de componentes auto foi

mais atingido (-25,4%) que o dos veículos (-9,8%).

Relativamente aos produtos alimentares (15,7% do total das exportações) e aos bens manufacturados

de consumo (9,2%), a diminuição verificada nas vendas foi menos acentuada, de -7,1% e de -6,5%

respectivamente. Quanto às vendas de produtos químicos (14,6% do total) e de produtos semi

manufacturados não químicos (11,2%) as reduções registadas foram de -8,7% e de -27,7%

respectivamente.

Page 24: Espanha Dossier Mercado - Exportação e Investimento

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Espanha – Dossier de Mercado (Agosto 2010)

24

São, no entanto, de realçar os principais produtos exportados por Espanha que tiveram um

comportamento positivo em 2009: medicamentos (+10,3% face a 2008), equipamentos de escritório e

telecomunicações (+9,1%), alguns tipos de material de transporte (ferroviário +21,1%; navios +91,7% e

aeronaves +6,1%), bem como as confecções (+4,6%).

Quanto à estrutura das importações espanholas é de mencionar que os produtos energéticos (16,2% do

total), diminuiram 40,2% face ao ano anterior (petróleo e derivados -42,4% e gás -31,7%), enquanto os

produtos não energéticos (83,4% do total) decresceram 22,6%.

Analizando por grupos de sectores, assistiu-se a um decréscimo generalizado das compras ao exterior

no último ano: os bens de equipamento -31,2% (à excepção dos motores que aumentaram 3,4% face a

2008), os produtos químicos -8,6%, o sector automóvel -21,6% (-24% ao nível das importações de

componentes e -19,1% ao nível dos veículos), os produtos alimentares -11,3%, os bens de consumo

manufacturados -13,6% (e -15% nos bens de consumo duradouro), os produtos semi manufacturados

não químicos -38,9% e as matérias-primas - 40,4%.

Por último, as previsões do EIU para 2010 apontam para um crescimento das exportações e importações

de bens da ordem dos 13% e 5%, respectivamente, invertendo-se a tendência verificada em 2009.

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Espanha – Dossier de Mercado (Agosto 2010)

25

1.4.4 Comércio internacional das Comunidades Autónomas

Comércio externo espanhol por Comunidades Autónomas (2009)

2009 Crescimento % Total

Export. Import. Saldo Export. Import. Export. Import.

Andalucía 14.334 18.009 -3.675 -14,8 -34,2 9,1% 8,6%

Aragón 6.898 6.081 817 -18,7 -24,5 4,4% 2,9%

Asturias 2.530 2.766 -236 -20,4 -41,9 1,6% 1,3%

Balears 1.187 1.318 -131 -19,6 -28,8 0,7% 0,6%

Canarias 1.521 3.670 -2.148 -31,3 -33,4 1,0% 1,8%

Cantabria 1.829 1.506 323 -23,9 -42,9 1,2% 0,7%

Castilla y León 9.341 7.822 1.518 -2,9 -13,2 5,9% 3,8%

Castilla-La Mancha 2.899 4.622 -1.724 -10,6 -30,7 1,8% 2,2%

Cataluña 41.157 58.595 -17.438 -18,5 -24,0 26,0% 28,1%

Ceuta 0 234 -234 -94,4 -21,0 0,0% 0,1%

Com. Valenciana 16.475 16.200 275 -14,6 -30,7 10,4% 7,8%

Extremadura 1.162 911 251 -7,1 -32,9 0,7% 0,4%

Galicia 13.759 12.928 831 -12,6 -16,6 8,7% 6,2%

Madrid 19.244 49.210 -29.966 -11,9 -20,3 12,2% 23,6%

Melilla 7 140 -134 -31,8 -9,6 0,0% 0,1%

Murcia 4.323 6.349 -2.025 -5,8 -38,3 2,7% 3,0%

Navarra 5.450 3.562 1.888 -14,6 -27,4 3,4% 1,7%

País Vasco 14.603 12.278 2.325 -28,0 -39,0 9,2% 5,9%

Rioja 1.150 778 372 -8,4 -15,8 0,7% 0,4%

Sin determinar 385 1.456 -1.071 -36,6 -14,5 0,2% 0,7%

España 158.254 208.437 -50.183 -16,4% -26,4% 100,0% 100,0%

Fonte: Secretaria de Estado de Comercio e Turismo

Unidade: Milhões de euros

Exportações

• Em valores absolutos a Catalunha representou 26% do total das exportações espanholas em 2009,

mais do dobro do que exportou a Comunidade de Madrid (com 12,2%).

• Nos lugares seguintes surgem: a Comunidade Valenciana (10,4%), o País Basco (9,2%) e a

Andaluzia (9,1).

• Estas cinco Comunidades representaram cerca de 67% das vendas totais de Espanha para os

mercados externos.

Page 26: Espanha Dossier Mercado - Exportação e Investimento

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Espanha – Dossier de Mercado (Agosto 2010)

26

• No ano 2009, as vendas para os mercados externos de todas as Comunidades Autónomas

registaram taxas de crescimento negativas. Assim, as vendas da Catalunha registaram uma quebra

de -18,2% face ao ano anterior, Madrid -11,9%, Galiza -12,6%, Andaluzia -14,8%, Comunidade

Valenciana -14,6% e o País Basco -28%.

• As exportações da Catalunha mantiveram a liderança a nível nacional atingindo mais de 41,2 mil

milhões de euros em 2009. As exportações catalãs são muito diversificadas, os principais sectores

exportadores são o automóvel, o químico, e a maquinaria e material eléctrico.

• A segunda Comunidade no ranking foi a Comunidade de Madrid que representou 12,2% das

exportações totais a nível nacional, atingindo 19,2 mil milhões de euros. No que se refere aos

principais sectores, destacam-se o químico, o automóvel e a electrónica e informática.

Classificando as Comunidades Autónomas em função da concentração sectorial das exportações,

podemos distinguir os seguintes grupos:

• Comunidades Autónomas de Múrcia, da Extremadura, La Rioja e da Andaluzia: caracterizadas por

uma elevada concentração nas exportações de produtos do sector primário, superior a 30% do

total (ex. as exportações de produtos alimentares representam, em Múrcia, mais de 50% das

vendas ao exterior).

• Um segundo grupo constituído pelas Comunidades em que se localizam as fábricas de

multinacionais do sector automóvel, cujas vendas ao exterior representam mais de 50% das

exportações (ex. entre as principais, Castela e Leão, Navarra e Aragão, e em menor medida a

Galiza).

• As Comunidades do País Basco, da Cantábria, de Madrid, e das Baleares, onde se concentra

uma elevada exportação de bens de equipamento. De ressaltar que nas Baleares está incluída a

reexportação de barcos e aviões.

• Por último, encontramos as Comunidades que oferecem uma gama de exportações muito

diversificadas, fundamentalmente a Catalunha e a Comunidade Valenciana.

Importações

• No que se refere à importação, é de destacar que as Comunidades de Madrid e da Catalunha

concentraram mais de metade das compras espanholas ao exterior, alcançando a Catalunha 28,1%

do total e Madrid 23,6%.

• Nas posições seguintes surgem: Andaluzia (8,6%), Comunidade Valenciana (7,8%) e Galiza (6,2%).

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27

• Estas 5 Comunidades representaram cerca de 74% do total das compras espanholas ao exterior em

2009.

• Em 2009, todas as Comunidades Autónomas reduziram as suas compras ao exterior. Na Catalunha

verificou-se uma redução de -24% e na Comunidade de Madrid de -20,3%, valores inferiores à média

espanhola, que atingiu -26,4%.

• A Catalunha importa fundamentalmente produtos químicos, combustíveis e produtos do sector

automóvel. Relativamente às importações madrilenas destacam-se principalmente os produtos

químicos, os produtos electrónicos e o sector automóvel.

1.5 Investimento Estrangeiro

De acordo com os dados publicados pela UNCTAD – World Investment Report 2010, o investimento

directo estrangeiro (IDE ) em Espanha em 2009 cifrou-se em 15.030 milhões de USD (o que

representou apenas cerca de 20% do valor registado em 2008), descendo para a 20ª posição no ranking

mundial dos países receptores de IDE (e 9ª posição entre os países da UE) com 1,3% do total. De

salientar que em 2008, o IDE em Espanha havia atingido 73.293 milhões de USD, situando Espanha

como a 6ª economia mundial (e a 3ª da UE) que mais investimento captou nesse ano (4,1% do total).

Investimento Directo

(106 USD) 2005 2006 2007 2008 2009

Investimento estrangeiro em Espanha 25.020 30.802 64.264 73.293 15.030

Investimento de Espanha no estrangeiro 41.829 104.248 137.052 74.856 16.335

Posição no “ranking” mundial

Como receptor 10ª 10ª 9ª 6ª 20ª

Como emissor 7ª 4ª 5ª 7ª 17ª

Fonte: UNCTAD - World Investment Report 2010

Segundo os dados da Dirección General de Comercio e Inversiones, em 2008 o investimento estrangeiro

em Espanha, em termos brutos3, atingiu cerca de 38.659 milhões de Euros e 34.886 milhões de Euros

em termos líquidos, registando o maior valor histórico no fluxo de investimento estrangeiro desde o ano

início desta série (exceptuando o ano 2000).

Devemos referir que o volume atingido em 2008 ficou a dever-se ao impulso do último trimestre de 2007,

e às grandes operações iniciadas em 2007, e que continuaram nos dois primeiros trimestres do ano

seguinte. Em 2008 destacaram-se duas grandes operações de investimento estrangeiro em Espanha: a

aquisição da Altadis pela Imperial Tobacco (Reino Unido) e a venda dos activos europeus da Endesa,

empresa do sector eléctrico à Eon (Alemanha).

3 Secretaria Estado Comercio, Ministério de Industria, Turismo y Comercio (critérios “Pais Inmediato”, “Operações ETVE y no ETVE”).

Page 28: Espanha Dossier Mercado - Exportação e Investimento

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Espanha – Dossier de Mercado (Agosto 2010)

28

Em 2009, de acordo com a mesma fonte, o investimento estrangeiro em Espanha em termos brutos

atingiu 14.694 milhões de Euros, o que representou um decréscimo de 62% face ao ano anterior, e

12.028 milhões de euros em termos líquidos (-65,5%).

No último ano destacam-se duas grandes operações de investimento estrangeiro em Espanha: a

International Petroleum Investment Company (IPIC), fundo soberano com sede em Abu Dhabi (Emirados

Árabes Unidos), adquiriu uma participação na petrolífera Cepsa e a France Telecom (França) aumentou

a sua participação na filial espanhola da Orange.

Os principais investidores em Espanha, em 2009, foram os Emirados Árabes Unidos, que foram

responsáveis por 22,6% do investimento total. Seguiram-se os Países Baixos (22,0%) e o Luxemburgo

(9,1%) - sendo que ambos constituem plataformas de trânsito dos investimentos com origem em outros

países - a França (8,3%), os EUA (4,5%), a Irlanda (4,2%), a Alemanha (3,4%) e o RU (3,4%).

Em termos de áreas geográficas é de salientar a importante caída que registaram os investimentos

provenientes de países da OCDE (-73,1% face a 2008) e da UE27 (-74,7%), em favor da América Latina

(+141,8%) e dos países da Ásia e Oceânia.

Por comunidades autónomas, os principais destinos do investimento estrangeiro foram: Madrid, a

Catalunha e Valência, que concentraram, respectivamente, 65,5%, 12% e 3,7% do total dos fluxos,

correspondendo ao status de “cidades de negócios“. É importante destacar que Madrid é a sede social

das principais empresas espanholas; seguem-lhes, por ordem de importância, Aragão, as Ilhas Baleares

e a Andaluzia. Existe, no entanto, cerca de 5,3% do IDE total que não pode ser atribuído a nenhuma

região em concreto.

Os sectores económicos receptores destes fluxos de investimento foram a refinação de petróleo (22,6%),

as telecomunicações (9%), os serviços financeiros exceptuando seguros (6,6%), o comércio grossista e

intermediários do comércio (6,4%) e as actividades imobiliárias (4,6%).

De destacar que o investimento bruto em “ETVEs” (Entidades de Tenencia de Valores Estrangeiros), ou

Holdings, considerado investimento não produtivo, apenas fluxo financeiro, atingiu cerca de 3 mil milhões

de Euros, ou seja 20,3% do total.

Segundo a Ernst&Young, em 2009, Espanha manteve-se como o 4º país mais atractivo no que se refere

a projectos greenfield implementados por investidores estrangeiros, com 173 projectos desse tipo (5% do

total). Em 2008 haviam sido registados 489 projectos desse tipo. Segundo a análise realizada pela FDI

Markets, em 2008, os sectores de destino com maior peso em Espanha foram as TIC Software (com

11% dos projectos greenfield), as Energias Renováveis (10%), o sector Têxtil (10%) e os Bens de

Consumo (8%). Em termos de países de origem destacaram-se: França (20% do nº de projectos

desenvolvidos), EUA (16,5%), Alemanha (13%), RU (10%), Holanda (5%), sendo igualmente de referir a

China (+Hong Kong, com 3,5% do total).

Page 29: Espanha Dossier Mercado - Exportação e Investimento

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Espanha – Dossier de Mercado (Agosto 2010)

29

De acordo com o estudo “Barómetro del clima de negócios en España desde la perspectiva del inversor

extranjero” (Resultados 2010), elaborado pela Sociedade Estatal INTERES Invest in Spain, as empresas

estrangeiras estabelecidas no país atribuem um valor de 2,9 em 2010 (numa escala de 5) ao clima de

negócios no mercado, apesar da difícil situação económica e financeira internacional. Os investidores

estrangeiros declararam ainda estarem satisfeitos com a sua presença em Espanha, bem como com o

rendimento obtido neste país.

Como pontos fortes ressaltam o ambiente de negócios, as infra-estruturas, a qualidade de vida e custos

com mão-de-obra qualificada em Espanha, e ainda a dimensão do mercado e o facto de funcionar como

plataforma de acesso a outros mercados (EMEA - Europa, Norte de África e Médio Oriente bem como

América Latina). Entre os principais pontos fracos referidos, a serem melhorados, destacam-se as áreas

fiscal, laboral, financiamento (Bussiness Angels e Mercado Alternativo Bolsista), bem como algumas

características indispensáveis a uma mão-de-obra qualificada.

Os sectores considerados como prioritários em termos de captação de IDE pelas autoridades

espanholas incluem: TIC, Energias Renováveis, Meio Ambiente, Ciências da Vida, Biotecnologia,

Farmacêutico, Automóvel, Aeroespacial e Logística.

No que respeita ao investimento espanhol no estrangeiro , segundo a UNCTAD - World Investment

Report 2010 - este não ultrapassou os 16.335 milhões de USD em 2009, o que fez descer Espanha para

a 17ª posição do ranking mundial de emissores de investimento estrangeiro, com 1,5% do total. Em

2008, o país havia investido no exterior 74.856 milhões de USD, ocupando a 7ª posição do ranking

mundial de emissores de IE, com 3,9% do total.

De acordo com os dados da fonte oficial espanhola - Secretaria de Estado de Comercio - o investimento

espanhol no estrangeiro, ascendeu a 17.259 milhões de Euros em termos brutos em 2009, e cerca de

3.442 milhões líquidos. Em termos brutos este valor representa uma quebra de -60,4%. Destaque-se que

no ano 2007 Espanha atingiu o maior valor histórico no fluxo de investimento no exterior, mais de

110.300 milhões de euros. O investimento realizado através de Holdings (ETVE- Entidades de Tenencia

de Valores Estrangeiros) representou 21% sobre o total.

É de realçar que o investimento espanhol no exterior foi superior ao valor do investimento estrangeiro

recebido, mantendo-se a tendência verificada desde 1997, de que Espanha é um país exportador de

capital.

Os principais destinos do investimento espanhol no exterior em 2009 foram: os EUA que representaram

29,3% sobre o total, em segundo lugar o Reino Unido (16,6%) e em terceiro lugar a Argentina (5,6%).

Nas posições seguintes encontramos o Brasil (5,6%), o Equador (3,9%), o Luxemburgo (3,8%) e a Suiça

(3,6%).

Page 30: Espanha Dossier Mercado - Exportação e Investimento

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Espanha – Dossier de Mercado (Agosto 2010)

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A maior parte do investimento espanhol no estrangeiro, excluindo o realizado através de Holdings,

dirigiu-se aos países da OCDE, cujo peso relativo foi de 82,8% do total em 2009 (decresceu 58,8% em

relação ao ano anterior). De salientar que a EU27 e a América Latina foram destino de 39,0% e 13,5% do

investimento espanhol no exterior (os decréscimos registados foram de 65,5% e 70,4%,

respectivamente).

Os sectores mais procurados pelos investidores espanhóis em 2009 foram: armazenamento e

actividades anexas ao transporte (28,3% do total), actividades de segurança e investigação (12,1%),

serviços de intermediação financeira, excepto seguros e fundos de pensões (11,4%), fornecimentos de

energia eléctrica e gás (7,8%), actividades auxiliares aos serviços financeiros (6,8%), actividades

imobiliárias (5,3%), fabrico de veículos a motor (5,2%), comércio grossista, com excepção de veículos

(5,1%) e indústria alimentar (4,8%).

No último ano, cinco comunidades autónomas concentraram 92,5% do total do investimento espanhol no

exterior: a Cantábria (33,3%), Madrid (32,4%), a Comunidade Valenciana (9,8%), o País Basco (9%) e a

Catalunha (8%).

1.6 Turismo

Segundo a Organização Mundial do Turismo (OMT), Espanha ocupou o 3.º lugar enquanto destino

turístico mais visitado do mundo em 2009 (a seguir à França e aos EUA) representando cerca de 5,9%

das chegadas de turistas em termos mundiais, e o 2º lugar em termos de captação de receitas de

turismo.

A actividade turística para Espanha representa mais de 10% do PIB e cerca de 8% do emprego, sendo a

contribuição do sector particularmente importante em termos de balança de pagamentos ajudando a

compensar o défice comercial4.

Nos anos 60 e 70 a Espanha foi o primeiro destino europeu do turismo de massas e a sua indústria

turística cresceu de forma considerável. Nos anos 80 registou-se uma estagnação, devido a uma subida

dos preços, à mudança dos gostos dos turistas e à intensificação da concorrência de outros destinos.

Todavia, a desvalorização da Peseta, no início dos anos 90, tornou este sector novamente competitivo,

voltando a trazer turistas em número recorde ao longo da década. Uma maior ênfase nas componentes

qualidade e atracções culturais, a par da revitalização dos resorts existentes e da contenção dos danos

ambientais, contribuíram para esse crescimento.

4 A actividade do turismo envolvia cerca de 359 mil empresas e empregava 2,6 milhões de pessoas segundo dados referentes a 2007 do Instituto de Estudos Turísticos (IET).

Page 31: Espanha Dossier Mercado - Exportação e Investimento

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Espanha – Dossier de Mercado (Agosto 2010)

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Indicadores do Turismo

2005 2006 2007 2008 2009b

Turistas (103) 55.914 58.005 58.666 57.192 52.231

Dormidas (103)a 139.194 151.940 155.093 155.396 nd

Receitas (106 USD) 47.970 51.122 57.645 61.628 53.177

Fonte: Instituto de Estudios Turísticos (IET); World Turism Organization (WTO)

Nota: (a) inclui apenas as dormidas na hotelaria global;

(b) dados provisórios

nd – não disponível

Desde Julho de 2008 que o número de turistas estrangeiros que visitaram Espanha começou a diminuir,

tendo-se acentuado essa tendência a partir do mês de Novembro com o travar do consumo, em

particular, na Europa.

Em 2009, de acordo com o Instituto de Estudios Turísticos (IET) o número de turistas internacionais que

visitaram Espanha não ultrapassou os 52,2 milhões, representando menos 8,7% face ao ano anterior.

Essa evolução ficou a dever-se à recessão em que se encontram os principais clientes (que no caso do

RU se acentuou com a desvalorização da respectiva moeda). Apesar da queda verificada, a procura

turística manteve-se praticamente ao nível da de 2004, considerado o quinto melhor ano em termos de

turistas que visitaram Espanha.

Segundo a mesma fonte, o gasto realizado pelos turistas internacionais em Espanha alcançou 48.242

milhões de euros em 2009, ou seja um decréscimo de 6,7% face a 2008. No entanto, é de salientar que

o gasto médio por pessoa (926€) aumentou 2,2% face ao ano anterior. O gasto médio diário foi de 96 €.

As principais comunidades autónomas receptoras de turistas em 2009 foram – a Andaluzia com 17% do

total, a Catalunha (13,5%), a C. Valenciana (10,5%), Castilla y León (9,8%), Castilla-La-Mancha (7%),

Madrid (6,3%) e a Galiza (5%). Estas sete comunidades autónomas concentraram cerca de 69% do total

das entradas de turistas estrangeiros no último ano.

Os dez principais mercados emissores de turistas para Espanha em 2009 foram: o Reino Unido com

25,5% das chegadas de turistas (-15,5% face a 2008), a Alemanha 17,1% (-11,3%), a França 15,2%

(-2,9%), os Países Nórdicos 6,4% (-7,1%), a Itália 6,1% (-5,1%), Portugal 3,9% (-7,7%), a Holanda 4%

(-15,5%), a Bélgica 3,1% (-2,4%), a Irlanda 2,8% (-12,1%) e a Suiça 2,2% (-11,3%).

Portugal, que havia melhorado nos últimos anos a sua posição enquanto mercado emissor de turistas

para Espanha, inverteu essa tendência a partir de 2008. Em 2009 Portugal ocupou a 6ª posição, com um

total de 2,2 milhões de turistas portugueses (-7% face ao ano anterior) a escolher o mercado vizinho

para passar férias no estrangeiro. Entre os principais destinos visitados pelos turistas portugueses

destacam-se as Comunidades Autónomas da Andaluzia, de Madrid e da Galiza.

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Espanha – Dossier de Mercado (Agosto 2010)

32

No que diz respeito às saídas de turistas espanhóis para o estrangeiro registaram-se 12,9 milhões de

viagens em 2009, o que representou um aumento de 5,6% face ao ano anterior.

De acordo com os dados do IET (Familitur) o Top 10 dos fluxos de outbound de Espanha concentrou

72% do total de fluxos gerados pelo mercado em 2009. A França foi o principal destino do mercado, com

cerca de 2,9 milhões de turistas, concentrando 22,5% do total dos turistas espanhóis que viajaram para o

exterior. Portugal surge na 2ª posição, com 1,4 milhões de turistas e uma quota de 11%. Seguiram-se os

seguintes destinos: Itália (9,3%), RU (6,9%), Andorra (6%), Alemanha (5,2%), Marrocos (6%), EUA

(2,5%), México (1,3%) e Rep. Dominicana (1,3%).

É de destacar que enquanto os destinos RU, Itália, França e Alemanha registaram aumentos do número

de viajantes espanhóis da ordem dos 12% a 8%, Portugal e Andorra registaram reduções de 7% e 3%

respectivamente. A América Latina apresentou taxas de crescimento mais relevantes em 2009 (+19%),

assim como a América do Norte (+7%) e Marrocos (+5%).

Segundo a OMT Espanha foi o 14º mercado emissor mundial em termos de gastos turísticos gerados

(com uma quota de 1,9% do total em 2009) e o 7º europeu.

O gasto médio por viagem para o exterior apresentou no período 2004-2008 tendência de crescimento,

não obstante os turistas espanhóis procurarem, cada vez mais, as melhores ofertas em termos de preço.

No entanto em 2009, apesar do número de saídas de turistas espanhóis para o estrangeiro ter

aumentado como já acima referido, o gasto médio por viagem que foi de 713 euros diminui (-9,1% face a

2008), bem como o gasto médio diário que foi de 85,3 euros (-4,8%), devido à situação económica

internacional e ao menor poder de compra do turista espanhol.

As Comunidades Autónomas mais significativas em termos de emissão de turistas para o estrangeiro em

2009 foram a Catalunha (com cerca de 29,7% do total), Madrid (17,8%), a Andaluzia (9,8%), a

Comunidade Valenciana (8,9%), a Galiza (5,2%) e o País Basco (5,1%).

O desafio que se coloca ao sector do turismo em Espanha é de manter o crescimento e gerar emprego,

e ao mesmo tempo, fazê-lo de modo a preservar o meio ambiente e posicionando-se adequadamente

face aos novos destinos. Nesse sentido o Governo e as comunidades autónomas aprovaram em 2007

um plano estratégico para o sector Turismo 2020. Do ponto de vista do meio ambiente são de destacar

três elementos dessa estratégia:

- Modernização das infra-estruturas - implica uma melhoria da eficiência energética das instalações

turísticas. Com o objectivo de consolidar a posição de liderança do turismo espanhol e ajudar a orientá-lo

no sentido da sustentabilidade e eco eficiência e da qualidade da oferta turística espanhola o Governo

aprovou, em Julho 2009, o Plano Futur-E. Os financiamentos destinam-se a investimentos do sector

que impliquem uma melhoria da eficiência energética das instalações, impliquem poupança de energia e

água, implantação de novas tecnologias e sistemas de qualidade, entre outros. Esta iniciativa vem juntar-

Page 33: Espanha Dossier Mercado - Exportação e Investimento

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Espanha – Dossier de Mercado (Agosto 2010)

33

-se ao Plano Renove Turismo destinado a modernizar a oferta de estabelecimentos turísticos e

actividades relacionadas, o qual financia investimentos em reabilitações que melhorem a

sustentabilidade e qualidade dos estabelecimentos turísticos e acrescentem valor à oferta turística

espanhola.

- Atenuar a forte concentração turística no Verão - o turismo de sol e praia representa em Espanha perto

de 67% da actividade turística concentrada numa só época do ano, provocando uma importante pressão

em termos de meio ambiente e recursos naturais. Para alterar a situação a estratégia inclui um projecto-

piloto Turismo Sénior Europa, e a necessidade de aumentar a ocupação média durante o ano

incentivando ofertas na área do turismo cultural, de congressos e gastronómico, entre outros.

- Eco-turismo - Entre 2004-2008 o turismo rural em Espanha reforçou a sua posição, gerando criação de

emprego cerca de 3,6 vezes superior ao crescimento verificado nos restantes sectores do turismo,

tendência que se manteve em 2009 apesar da situação de crise económica. (entre Janeiro-Julho 2009 o

emprego aumentou, representando no final do ano cerca de 21 mil postos de trabalho, prevendo-se que

venha a atingir 45 mil em 2020).5

1.7 Relações Internacionais e Regionais

A Espanha integra o Banco Inter-Americano de Desenvolvimento (BID), o Banco Europeu para a

Reconstrução e o Desenvolvimento (BERD), a Câmara de Comércio Internacional (CCI), a Organização

de Cooperação e de Desenvolvimento Económico (OCDE), o Banco Africano de Desenvolvimento

(BAfD), o Banco Asiático de Desenvolvimento (BAsD) e a Organização das Nações Unidas (ONU) e

suas agências especializadas, de entre as quais se destaca o Banco Internacional de Reconstrução e

Desenvolvimento (BIRD). É membro da Organização Mundial de Comércio (OMC) desde 1 de Janeiro de

1995.

A nível regional, este país faz parte da União Europeia (UE), do Conselho da Europa, da União da

Europa Ocidental (UEO) e da Agência Espacial Europeia (AEE).

1.8 Condições Legais de Acesso ao Mercado

1.8.1 Regime Geral de Importação

Como membro da União Europeia, a Espanha é parte integrante da União Aduaneira, caracterizada,

essencialmente, pela livre circulação de mercadorias e pela adopção de uma política comercial comum

em relação a países terceiros.

5 Entre Janeiro-Julho 2009 o emprego aumentou, representando no final do ano cerca de 21 mil postos de trabalho, prevendo-se que venha a atingir 45 mil em 2020. Sgundo a OMT, nos últimos anos, o eco turismo cresceu a taxas três vezes superiores às do turismo convencional, tendência que se prevê mantenha no futuro.

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Espanha – Dossier de Mercado (Agosto 2010)

34

O Mercado Único instituído em 1993 entre os Estados-membros da UE, criou um grande espaço

económico interno, traduzido na liberdade de circulação de bens, de capitais, de pessoas e de serviços,

tendo sido suprimidas as fronteiras internas, fiscais e técnicas.

A União Aduaneira implica, para além da existência de um território aduaneiro único, a adopção da

mesma legislação neste domínio – Código Aduaneiro Comunitário – e a aplicação de iguais imposições

alfandegárias aos produtos provenientes de países exteriores à UE – Pauta Exterior Comum (PEC).

O regime de livre comércio com países terceiros não impede que os órgãos comunitários determinem

restrições às importações (fixação de contingentes anuais), quando negociadas no âmbito da

Organização Mundial de Comércio (OMC).

A PEC baseia-se no Sistema Harmonizado de Designação e Codificação de Mercadorias (SH), sendo os

direitos aduaneiros na sua maioria ad valorem, calculados sobre o valor CIF das mercadorias.

As importações, as vendas intracomunitárias, assim como as transacções de bens e a prestação de

serviços a título oneroso, encontram-se sujeitas ao pagamento do Imposto sobre o Valor Acrescentado

(IVA). Este encargo pode traduzir-se numa taxa de 18% (taxa normal) aplicável à generalidade dos bens

e serviços, de 8% (taxa reduzida) que incide sobre certos géneros alimentícios, água e alguns serviços

(ex.: hotelaria e restauração), e de 4% (taxa super reduzida) que recai sobre os produtos alimentares de

primeira necessidade, medicamentos, livros, revistas e jornais.

Para além deste encargo há, ainda, lugar ao pagamento de Impostos Especiais de Fabrico, que incidem

sobre a produção, transformação ou importação de determinados produtos, tais como álcool, bebidas

alcoólicas, produtos petrolíferos, tabaco e energia eléctrica.

Sobre a maioria dos veículos novos e usados é aplicado o Imposto Especial sobre Determinados Meios

de Transporte, aplicado numa base ad valorem quando do registo e de acordo com critérios definidos em

termos de peso, comprimento e cilindrada.

O país dispõe de diversas Zonas Francas (situadas em Barcelona, Vigo, Gran Canária e Cádiz) que

permitem, entre outras operações, o armazenamento das mercadorias em trânsito até um período de

seis anos e diversos Depósitos Francos (ex.: Alicante; Algeciras; Bilbao; Cartagena; Santander; e

Valência).

De referir, ainda, os casos particulares das Canárias, Ceuta e Melilla, em termos fiscais, onde se verifica

a não aplicação do IVA continental, existindo, em seu lugar, o IGIC – Impuesto General Indirecto

Canario, que constitui o tributo básico dos impostos indirectos nas Canárias e que recai sobre todas e

cada uma das fases da produção/importação e consumo que se realizem no território, agravando

exclusivamente o valor acrescentado em cada fase (diploma legal -

www.gobiernodecanarias.org/tributos/download/pdf/legislacion/REAL_DECRETO_2538-1994_REGLAMENTO.PDF).

Page 35: Espanha Dossier Mercado - Exportação e Investimento

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Espanha – Dossier de Mercado (Agosto 2010)

35

As suas taxas variam, sendo a mais comum de 5%. Quanto a Ceuta e Melilla aplica-se outro imposto

indirecto – Impuesto sobre la Producción, los Servicios y la Importación -

www.melillatributos.com/normativa_ii.htm.

Os interessados podem consultar informação sobre os impostos e taxas em vigor na União Europeia no

Portal Europa – http://ec.europa.eu/taxation_customs/index_en.htm

1.8.2. Regime de Investimento Estrangeiro

O Tratado de União Europeia consagra, entre outros princípios, a liberdade de circulação de capitais, de

onde enforma um quadro geral do investimento estrangeiro comum em todo o espaço comunitário, nos

limites decorrentes do princípio da subsidiariedade, sem prejuízo dos instrumentos legislativos

estabelecidos pelos Estados-membros.

O promotor externo encontra neste país um regime jurídico adaptado ao ordenamento comunitário,

embora apresentando particularidades no acesso a determinados sectores de actividade económica com

legislação sectorial específica, como sejam o transporte aéreo, rádio, minérios e matérias-primas,

minérios de interesse estratégico e direitos sobre exploração de minas, televisão, jogos e lotarias,

telecomunicações, segurança privada, fabrico, comércio ou distribuição de armamento e explosivos para

uso civil e actividades relacionadas com a defesa nacional.

Podem ser titulares de investimento externo as pessoas singulares não residentes, as pessoas

colectivas domiciliadas no estrangeiro, bem como as entidades públicas de soberania estrangeira. O

investimento pode realizar-se mediante participação em sociedades espanholas (constituição ou

aquisição de partes sociais), abertura de sucursais, empréstimos e créditos financeiros, aquisição de

bens imóveis, bem como outras formas de cooperação empresarial.

No que concerne às formalidades legais a cumprir, todas as operações de investimento externo (e suas

liquidações) deverão ser declaradas à posteriori ao Registro de Inversiones da Sociedad Estatal para la

Promoción y Atracción de Inversiones Exteriores, S.A., –

www.investinspain.org/icex/cda/controller/interes/0,5464,5296169_6274080_6272987_0,00.html.

Exceptuam-se, entre outros, os investimentos originários dos denominados paraísos fiscais que estão

sujeitos ao regime de autorização prévia. Tratando-se de investimentos realizados por residentes de um

Estado-membro, apenas se encontram submetidos a este regime as actividades directamente

relacionadas com a defesa nacional ou os investimentos que, pela sua natureza, forma ou condições de

realização, afectem ou possam vir a afectar a ordem, segurança e saúde públicas.

A Dirección General del Comercio e Inversiones (que actua na dependência da Secretaria de Estado da

Economia) é o organismo encarregue de gerir o Registo Nacional de Investimentos Estrangeiros e velar

pelo cumprimento da legislação aplicável.

Page 36: Espanha Dossier Mercado - Exportação e Investimento

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Espanha – Dossier de Mercado (Agosto 2010)

36

O promotor goza do direito de transferir para o exterior os dividendos e lucros, bem como o capital

investido e as eventuais mais-valias que possa obter em consequência da liquidação dos seus

investimentos neste país.

Em 2005 foi criada, sob a orientação da Secretaría de Estado de Comercio, a Sociedad Estatal para la

Promoción y Atracción de las Inversiones Exteriores, S.A (Invest in Spain) para apoiar o investidor

externo neste país.

O Site deste organismo disponibiliza informação relevante sobre como investir em Espanha –

http://www.investinspain.org/icex/cda/controller/interes/0,5464,5296169_6215539_6215552_0,00.html,

nomeadamente, no que respeita aos seguintes temas: Constituição de Sociedades –

http://www.investinspain.org/icex/cda/controller/interes/0,5464,5296169_6217403_6260512_0,00.html;

Sistema Laboral (contrato de trabalho, custos salariais, segurança social, etc.) –

http://www.investinspain.org/icex/cda/controller/interes/0,5464,5296169_6217487_6260512_0,00.html e

Impostos (sobre as sociedades, pessoas singulares, IVA, transmissões patrimoniais –

http://www.investinspain.org/icex/cda/controller/interes/0,5464,5296169_6217439_6260512_0,00.html.

Com o objectivo de fomentar o crescimento económico, o Governo Central e os Governos das

Comunidades Autónomas desenvolveram um sistema de ajudas e incentivos estatais e regionais no

âmbito da formação e do emprego, no desenvolvimento de regiões carenciadas, na promoção e

desenvolvimento das PME e no apoio à internacionalização das empresas.

São ainda concedidos benefícios fiscais e financeiros às actividades desenvolvidas em determinados

sectores estratégicos, como sejam, o turismo, as indústrias agro-alimentares, mineira, energética e de

desenvolvimento tecnológico, inovação e I&D, e serviços de formação e emprego.

O promotor externo pode, também, aceder aos programas de apoio comunitários destinados a regiões

menos favorecidas da Comunidade, fundamentalmente a áreas pouco desenvolvidas, com baixos

salários e um alto índice de desemprego, ou a regiões que possuam indústrias em crise.

A grande maioria destes incentivos é concedida por via das instituições oficiais e entidades financeiras

nacionais, que funcionam como intermediários. Paralelamente, existem incentivos estatais, do Governo

Central ou das Comunidades Autónomas, para o desenvolvimento de certas áreas, através de atribuição

de ajudas económicas para projectos de investimento localizados.

Para o período 2007-2013 o Governo aprovou (Real Decreto n.º 1579/2006, de 22 de Dezembro) o

Regime de Ajudas e o Sistema de Gestão do Programa de Apoio à Inovação das Pequenas e Médias

Empresas. Este diploma contempla medidas de incentivo ao desenvolvimento e ao incremento do tecido

empresarial espanhol, contribuindo para o aumento da competitividade das PME e encontra-se em

consonância com a estratégia definida pela UE vertida no novo quadro comunitário de apoio para o

mesmo período.

Page 37: Espanha Dossier Mercado - Exportação e Investimento

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Espanha – Dossier de Mercado (Agosto 2010)

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De acordo com o referido diploma, podem ser objecto de subvenções as acções que se enquadram nas

medidas do Programa InnoEmpresa – www.ipyme.org/es-

ES/SubvencionesAyudas/InnoEmpresa/Paginas/InnoEmpresaNuevo.aspx:

• Inovação Organizativa e Gestão Avançada – apoio a projectos que adoptem novos modelos

operacionais com vista à melhoria de diferentes áreas das empresas: organização de novos

produtos; inovação de modelos de marketing e comercialização; inovação na logística, recursos

humanos, sistemas de gestão empresarial, meio ambiente, etc;

• Inovação Tecnológica e na Qualidade – apoio a projectos que visem a introdução de melhorias

tecnológicas através, nomeadamente, do recurso a assessoria de centros tecnológicos e de

investigação, bem como de consultores específicos; criação e desenvolvimento de processos de

certificação tecnológica; e introdução de sistemas de gestão da qualidade;

• Projectos de Inovação em Colaboração – apoio a projectos apresentados por grupo de empresas

cuja actividade faça parte da cadeia de valor de um determinado produto, através da implementação

conjunta de projectos integrados em várias áreas de gestão (ex.: logística; ambiental; e energética),

assim como outros projectos inovadores de desenvolvimento conjunto destinados a melhorar

processos e produtos das empresas.

As ajudas destinam-se às empresas dos seguintes sectores de actividade: industrial (incluindo a

indústria agro-alimentar); construção; turismo; comércio e serviços; e entidades intermédias que realizem

actividades de apoio a PME dos sectores já citados.

O âmbito de aplicação territorial do programa é nacional, tendo em conta as particularidades resultantes

dos regimes económicos de determinadas Comunidades Autónomas.

Finalmente, de forma a promover e a reforçar as relações de investimento entre os dois países, foi

assinada entre Portugal e a Espanha a Convenção para Evitar a Dupla Tributação e Prevenir a Evasão

Fiscal em Matéria de Impostos sobre o Rendimento.

1.8.3 Quadro Legal

Regime de Importação

• Regulamento (CEE) n.º 2454/93, JOCE n.º L253, de 11 de Outubro (com alterações posteriores) –

Fixa determinadas disposições de aplicação do Regulamento (CEE) n.º 2913/92, que estabelece o

Código Aduaneiro Comunitário.

• Regulamento (CEE) n.º 2913/92, JOCE n.º L302, de 19 de Outubro (com alterações posteriores) –

Estabelece o Código Aduaneiro Comunitário.

Page 38: Espanha Dossier Mercado - Exportação e Investimento

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Espanha – Dossier de Mercado (Agosto 2010)

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Regime de Investimento Estrangeiro

• Lei n.º 3/2009, de 3 de Abril – Introduz alterações na estrutura das sociedades comerciais.

• Lei n.º 2/2007, de 15 de Março (alterada pela Lei n.º 25/2009, de 22 de Dezembro) – Regula um

novo tipo de sociedade, denominado Sociedad Profesional (S.P.), cujo objecto é o exercício de uma

actividade profissional comum por vários sócios, de acordo com regras legais específicas.

• Real Decreto n.º 1579/2006, de 22 de Dezembro – Define o Regime de Ajudas e o Sistema de

Gestão do Programa de Apoio à Inovação das Pequenas e Médias Empresas (2007-2013).

• Lei n.º 35/2006, de 28 de Novembro – Relativo ao Imposto sobre o Rendimento das Pessoas

Singulares e Real Decreto n.º 439/2007, de 30 de Maio – Regulamenta o Imposto sobre o

Rendimento das Pessoas Singulares.

• Real Decreto Legislativo n.º 5/2004, de 5 de Março – Respeitante ao Imposto sobre Rendimentos de

não Residentes (alterado pela Lei n.º 35/2006, de 28 de Novembro) e Real Decreto n.º 1776/2004,

de 30 de Julho – Regulamento do Imposto sobre Rendimentos de não Residentes.

• Real Decreto Legislativo n.º 4/2004, de 5 de Março – Referente ao Imposto sobre Sociedades

(alterado pelas Leis n.ºs 35/2006, de 28 de Novembro e 36/2006, de 29 de Novembro) e Real

Decreto n.º 1776/2004, de 30 de Julho – Regulamento do Imposto sobre Sociedades (equivalente ao

Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Colectivas - IRC).

• Lei n.º 19/2003, de 4 de Julho – Define o Regime Jurídico do Movimento de Capitais e das

Transacções Económicas com o Exterior.

• Lei n.º 7/2003, de 1 de Abril – Cria um novo tipo de Sociedade de Responsabilidade Limitada, a

Nueva Empresa, alterando a Lei n.º 2/1995, de 23 de Março.

• Resolução de 21 de Fevereiro de 2002 – Aprova os Modelos de Declaração de Investimento

Estrangeiro quando o declarante é o investidor ou empresa com participação estrangeira.

• Ordem de 28 de Maio de 2001 – Estabelece os procedimentos aplicáveis às Declarações de

Investimento Estrangeiro.

• Real Decreto n.º 664/1999, de 23 de Abril – Define o Regime Jurídico do Investimento Estrangeiro.

• Real Decreto n.º 1/1995, de 24 de Março – Aprova a Lei do Estatuto dos Trabalhadores.

Page 39: Espanha Dossier Mercado - Exportação e Investimento

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Espanha – Dossier de Mercado (Agosto 2010)

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• Lei n.º 2/1995, de 23 de Março – Define o Regime Legal aplicável às Sociedades de

Responsabilidade Limitada.

• Lei n.º 37/1992, de 28 de Dezembro (com alterações posteriores) – Referente ao Imposto Sobre o

Valor Acrescentado (IVA).

NOTA: A legislação espanhola pode ser consultada no Site Noticias Jurídicas – http://noticias.juridicas.com/.

Acordos Relevantes

• Resolução da Assembleia da República n.º 11/2009, de 23 de Março – Aprova o Acordo para a

Constituição de um Mercado Ibérico da Energia Eléctrica e sua Revisão entre Portugal e Espanha.

• Decreto-Lei n.º 20/2008, de 21 de Julho – Aprova o Acordo de Cooperação no Domínio do Turismo

entre Portugal e Espanha.

• Decreto n.º 14/2004, de 27 de Março – Aprova o Acordo de Cooperação Científica e Tecnológica

entre Portugal e Espanha.

• Resolução da Assembleia da República n.º 6/1995, de 28 de Janeiro – Aprova a Convenção para

Evitar a Dupla Tributação e Prevenir a Evasão Fiscal em Matéria de Impostos sobre o Rendimento

entre Portugal e Espanha.

Para mais informação sobre mercados internacionais, os interessados podem consultar o Site da aicep Portugal Global –

http://www.portugalglobal.pt/PT/Internacionalizar/SobreMercadosExternos/Paginas/SobreMercadosExternos.aspx.

2. Relações Económicas com Portugal

2.1 Comércio

2.1.1 Importância de Espanha nos Fluxos Comerciais de Portugal

Espanha constitui o primeiro cliente e fornecedor de Portugal - representando 26,9% do total das

expedições e 32,5% das chegadas em 2009.

Para Espanha, segundo as estatísticas espanholas, Portugal assume maior importância enquanto

destino das vendas espanholas, surgindo na 3ª posição do ranking dos clientes (com uma quota de 9,2%

em 2009), do que como origem das compras, aparecendo neste caso, apenas na 8ª posição do ranking

dos fornecedores (com uma quota de 3,5%). Considerando apenas o grupo de fornecedores da UE, o

nosso país posicionou-se como 6º fornecedor de Espanha nesse ano.

Page 40: Espanha Dossier Mercado - Exportação e Investimento

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Espanha – Dossier de Mercado (Agosto 2010)

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Importância de Espanha nos Fluxos Comerciais de Portugal

2005 2006 2007 2008 2009

2010 Jan/Maio

Posição 1ª 1ª 1ª 1ª 1ª 1ª Como cliente

% 27,6 28,4 28,7 27,9 26,9 27,3

Posição 1ª 1ª 1ª 1ª 1ª 1ª Como fornecedor

% 30,7 30,9 31,1 30,8 32,5 31,0

Fonte: INE - Instituto Nacional de Estatística

2.1.2 Evolução da Balança Comercial Bilateral

A balança comercial é tradicionalmente desfavorável a Portugal, tendo-se registado um agravamento do

défice até 2008, tendência que se inverteu em 2009.

No período 2005-2009 verificou-se um crescimento médio anual das expedições portuguesas para o

mercado espanhol de 1% e do lado das chegadas de 1,9%.

Em 2008, após anos de crescimento sustentado, as expedições portuguesas para Espanha atingiram

perto de 10.876 milhões de euros (-0,9% face a 2007), enquanto as chegadas ascenderam a 19.787

milhões de euros (+6,3% face a 2007).

A evolução do comércio bilateral em 2009, evidencia um decréscimo das vendas de Portugal para o

mercado espanhol de 21,6% relativamente ao ano anterior, bem como das compras de 15,9%. O saldo

comercial deficitário registou uma contracção de 8,9%. O coeficiente de cobertura situou-se em 51,2%, o

mais baixo dos últimos cinco anos.

No período Janeiro/Maio de 2010 verificou-se uma evolução favorável das trocas comerciais, com as

expedições portuguesas para o mercado espanhol a aumentarem de forma mais significativa (+16,8%

face ao período homólogo de 2009) do que as chegadas (+5,2%), o que se traduziu numa redução do

défice comercial.

De acordo com o INE, existiam 4.375 empresas portuguesas exportadoras para Espanha em 2008

(último ano disponível) e 14.289 importadoras.

Page 41: Espanha Dossier Mercado - Exportação e Investimento

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Espanha – Dossier de Mercado (Agosto 2010)

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Evolução da Balança Comercial Bilateral

(103 EUR) 2005 2006 2007 2008 2009 Var %a 05/09

2009 Jan/Maio

2010 Jan/Maio

Var %b 09/10

Expedições 8.580.605 10.136.283 10.978.895 10.875.695 8.524.710 1,0 3.402.714 3.972.874 16,8

Chegadas 15.776.561 17.386.807 18.618.894 19.786.691 16.638.793 1,9 6.581.329 6.921.357 5,2

Saldo -7.195.955 -7.250.524 -7.640.000 -8.910.997 -8.114.082 -- -3.178.616 -2.948.483 --

Coef. Cob. 54,4% 58,3% 59,0% 55,0% 51,2% -- 51,7% 57,4% --

Fonte: INE - Instituto Nacional de Estatística

Unidade: Milhares de euros

Notas: (a) Média aritmética das taxas de crescimento anuais no período 2005-2009

(b) Taxa de variação homóloga

Inclui estimativas para as não respostas e empresas situadas abaixo dos limiares de assimilação (isentas de declaração)

2.1.3 Expedições por Grupos de Produtos

Fazendo uma breve análise à estrutura das expedições portuguesas para Espanha, verificamos que os

seis principais grupos de produtos expedidos, em 2009, representaram 59,4% do total das vendas para

Espanha, sendo de destacar: metais comuns (12,6%), produtos agrícolas (9,8%), veículos e outro

material de transporte (9,8%), máquinas e aparelhos (9,7%), vestuário (9,3%) e plásticos e borracha

(8,2%).

Em 2009, a evolução do valor dos principais grupos de produtos expedidos para o mercado foi negativa

(à excepção dos veículos e outro material de transporte que cresceu 1,6%). Relativamente aos grupos

de produtos acima referidos, as maiores quebras verificaram-se nos metais comuns (-36,9%), máquinas

e aparelhos (-31,8%) e plásticos e borracha (-22,5%). Em termos globais os grupos com quebras menos

acentuadas foram: as matérias têxteis (-0,7%), os produtos alimentares (-1,7%), o calçado (-7,2%), as

pastas celulósicas e papel (-8,3%), o vestuário (-11,2%) e os produtos agrícolas (-13,1%).

Page 42: Espanha Dossier Mercado - Exportação e Investimento

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Espanha – Dossier de Mercado (Agosto 2010)

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Expedições por Grupos de Produtos (2009)

(103 EUR) 2005 % Total 2008 % Total 2009 % Total Var % 08/09

Metais comuns 1.458.312 17,0 1.706.701 15,7 1.077.719 12,6 -36,9

Produtos agrícolas 615.250 7,2 965.771 8,9 839.086 9,8 -13,1

Veículos e outro mat. transporte 889.584 10,4 825.551 7,6 838.534 9,8 1,6

Máquinas e aparelhos 953.625 11,1 1.214.262 11,2 827.598 9,7 -31,8

Vestuário 794.178 9,3 894.803 8,2 794.877 9,3 -11,2

Plásticos e borracha 730.793 8,5 896.267 8,2 695.052 8,2 -22,5

Minerais e minérios 551.641 6,4 752.588 6,9 551.238 6,5 -26,8

Produtos alimentares 268.482 3,1 489.479 4,5 481.206 5,6 -1,7

Pastas celulósicas e papel 315.857 3,7 438.119 4,0 401.719 4,7 -8,3

Produtos químicos 420.133 4,9 524.599 4,8 385.427 4,5 -26,5

Madeira e cortiça 436.722 5,1 516.996 4,8 309.830 3,6 -40,1

Matérias têxteis 267.952 3,1 298.955 2,7 296.799 3,5 -0,7

Combustíveis minerais 303.197 3,5 476.747 4,4 182.926 2,1 -61,6

Calçado 102.105 1,2 134.330 1,2 124.651 1,5 -7,2

Instrumentos de óptica e precisão 33.323 0,4 45.320 0,4 37.598 0,4 -17,0

Peles e couros 32.943 0,4 34.581 0,3 20.196 0,2 -41,6

Outros produtos 359.721 4,2 607.777 5,6 637.401 7,5 4,9

Valores confidenciais 46.789 0,5 52.850 0,5 22.853 0,3 -56,8

Total 8.580.605 100,0 10.875.695 100,0 8.524.710 100,0 -21,6

Fonte: INE - Instituto Nacional de Estatística

Unidade: Milhares de euros

Inclui estimativas para as não respostas e empresas situadas abaixo dos limiares de assimilação (isentas de declaração)

É de destacar que a evolução das nossas vendas para o mercado, no período Janeiro/Maio de 2010,

evidencia crescimentos importantes nos principais grupos de produtos - metais comuns (+29,6%

comparativamente ao período homólogo de 2009), veículos e outro material de transporte (+42,5%) e

plásticos e borracha (+25,4%). Tendência inversa registou a venda de alguns grupos de produtos de

consumo e intermédios – vestuário (-12,7%), produtos alimentares (-7,4%), madeira e cortiça (-7,6%) e

calçado (-2,4%).

2.1.4 Chegadas por Grupos de Produtos

No que se refere às chegadas de produtos espanhóis, os seis principais grupos concentraram 64,3% do

total das compras a Espanha realizadas em 2009: máquinas e aparelhos (14,9%), produtos agrícolas

(14,2%), metais comuns (10,2%), veículos e outro material de transporte (10,1%), produtos químicos

(7,9%) e combustíveis minerais (7%).

Nas posições seguintes, e ainda com pesos relevantes no total das chegadas, surgem os produtos os

plásticos e borracha (6,3% do total), os produtos alimentares (5,7%), o vestuário (5,4%) e as pastas

celulósicas e papel (4,5%).

Page 43: Espanha Dossier Mercado - Exportação e Investimento

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Espanha – Dossier de Mercado (Agosto 2010)

43

Todos os grupos de produtos registaram decréscimos em 2009, sendo que referir dentro daqueles com

maior peso na estrutura das nossas compras a Espanha: os combustíveis minerais (-41,2% face a 2008),

os metais comuns (-30,7%), as máquinas e aparelhos (-13,8%), bem como os veículos e outro material

de transporte (-12,5%).

Chegadas por Grupos de Produtos (2009)

(103 EUR) 2005 % Total 2008 % Total 2009 % Total Var % 08/09

Máquinas e aparelhos 2.692.259 17,1 2.872.606 14,5 2.476.772 14,9 -13,8

Produtos agrícolas 1.821.057 11,5 2.600.504 13,1 2.364.942 14,2 -9,1

Metais comuns 1.654.437 10,5 2.449.932 12,4 1.696.774 10,2 -30,7

Veículos e outro mat. transporte 1.749.477 11,1 1.910.448 9,7 1.672.202 10,1 -12,5

Produtos químicos 1.074.186 6,8 1.321.857 6,7 1.315.652 7,9 -0,5

Combustíveis minerais 1.467.740 9,3 1.983.623 10,0 1.166.363 7,0 -41,2

Plásticos e borracha 1.049.397 6,7 1.256.866 6,4 1.047.438 6,3 -16,7

Produtos alimentares 699.961 4,4 953.985 4,8 953.317 5,7 -0,1

Vestuário 730.929 4,6 926.198 4,7 901.938 5,4 -2,6

Pastas celulósicas e papel 656.210 4,2 818.932 4,1 742.957 4,5 -9,3

Minerais e minérios 490.712 3,1 565.195 2,9 517.942 3,1 -8,4

Instrumentos de óptica e precisão 227.109 1,4 334.098 1,7 323.119 1,9 -3,3

Matérias têxteis 363.418 2,3 353.063 1,8 298.128 1,8 -15,6

Madeira e cortiça 282.180 1,8 382.387 1,9 262.220 1,6 -31,4

Calçado 151.777 1,0 209.298 1,1 181.087 1,1 -13,5

Peles e couros 127.170 0,8 155.534 0,8 126.645 0,8 -18,6

Outros produtos 532.662 3,4 665.975 3,4 560.182 3,4 -15,9

Valores confidenciais 5.880 0,0 26.189 0,1 31.115 0,2 18,8

Total 15.776.561 100,0 19.786.691 100,0 16.638.793 100,0 -15,9

Fonte: I NE - Instituto Nacional de Estatística

Unidade: Milhares de euros

Inclui estimativas para as não respostas e empresas situadas abaixo dos limiares de assimilação (isentas de declaração)

No período Janeiro/Maio de 2010, embora a estrutura das nossas compras a Espanha se tenha mantido,

verificou-se uma diminuição ao nível dois principais grupos de produtos: máquinas e aparelhos (-12,1%

face ao período homólogo de 2009) e produtos agrícolas (-11,3%). Por outro lado aumentaram as

compras de metais comuns (+30,4%), de veículos e outro material de transporte (+34,9%) e de produtos

químicos (+11,4%).

2.1.5 Fluxos Comerciais com as Comunidades Autónomas

As estatísticas do comércio externo Espanha-Portugal (fonte espanhola) permitem destacar o peso das

diferentes Comunidades Autónomas espanholas no comércio com o nosso país. A Galiza foi o 1º destino

das expedições portuguesas em 2009, seguida das comunidades da Catalunha e de Madrid. Por outro

lado, a Catalunha foi a 1º comunidade fornecedora de Portugal, seguida de Madrid e da Galiza.

Page 44: Espanha Dossier Mercado - Exportação e Investimento

aicep Portugal Global

Espanha – Dossier de Mercado (Agosto 2010)

44

Principais CA fornecedoras de Portugal (2009)

23,9%

16,2%

14,1%

9,8%

6,6% 6,4%5,2% 4,9%

3,3%2,5%

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

Cata luña

Madrid

Galicia

Andalu

cía

Com. Valen

ciana

Castilla

y Leó

n

Castilla

La Manch

a

País V

asco

Aragón

Extrem

adura

Principais CA clientes de Portugal (2009)

20,8%

17,3% 17,2%

8,6%7,4% 7,0%

4,1% 4,0% 3,4% 2,9%

0%

5%

10%

15%

20%

25%

Galicia

Cata luña

Madrid

Andalu

cía

Castilla

y Leó

n

Com. Valen

ciana

Castilla

La Man

cha

Extrem

adura

Aragón

País V

asco

Fonte: Secretaria Estado Comércio Externo de Espanha

Page 45: Espanha Dossier Mercado - Exportação e Investimento

aicep Portugal Global

Espanha – Dossier de Mercado (Agosto 2010)

45

Trocas Comerciais das Comunidades Autónomas com Portugal (2009)

2009 Variação 09/08

Exportação Importação Saldo Cobertura Exportação Importação Saldo

Andalucía 1.411 624 787 226% -5,2% -30,9% 34,7%

Aragón 479 244 235 196% -17,8% -12,5% -22,7%

Asturias 277 76 201 364% -23,6% -31,0% -20,3%

Baleares 54 57 -4 94% 106,0% 88,5% -16,9%

Canarias 13 56 -43 24% 49,4% 2,8% -6,3%

Cantabria 128 31 97 418% -36,7% -35,3% -37,1%

Castilla y León 932 535 396 174% -5,3% -18,7% 21,9%

Castilla La Mancha 751 295 456 255% 19,6% 2,4% 34,1%

Cataluña 3.460 1.257 2.203 275% -13,6% -14,9% -12,8%

C. Valenciana 957 505 452 189% -9,1% -18,9% 5,1%

Extremadura 356 291 65 122% -17,1% -38,4% 249,5%

Galicia 2.039 1.511 528 135% -16,4% -28,3% 58,8%

Madrid 2.346 1.249 1.097 188% -14,0% -18,3% -8,4%

Murcia 228 71 157 323% 8,9% -18,3% 28,1%

Navarra 214 178 37 121% -20,6% -3,7% -57,2%

País Vasco 702 207 495 339% -30,2% -29,0% -30,7%

La Rioja 108 60 49 182% -14,2% -4,2% -24,0%

España 14.456 7.253 7.203 199% -12,6% -21,3% -1,7%

Fonte: Ministério da Industria, Turismo e Comércio de Espanha - Secretaria de Estado de Comercio

Unidade: Milhões de euros

2.2 Serviços

Em 2009, Espanha posicionou-se como 1º mercado cliente dos serviços portugueses (ultrapassando o

Reino Unido) absorvendo 15% do total das vendas ao exterior e como 1º fornecedor de serviços ao

nosso país (23% do total das chegadas).

Balança Comercial de Serviços com a Espanha

(103 Euros) 2005 2006 2007 2008 2009 Var %a 05/09

2009 Jan/Maio

2010 Jan/Maio

Var %b 09/10

Expedições 1.939.264 2.256.176 2.607.861 2.768.745 2.436.249 6,5 934.288 913.137 -2,3

Chegadas 2.002.436 2.209.275 2.438.859 2.685.432 2.332.543 4,4 987.167 978.830 -0,8

Saldo -63.172 46.901 169.002 83.313 103.706 -- -52.879 -65.693 --

Coef. Cob. 96,8% 102,1% 106,9% 103,1% 104,4% -- 94,6% 93,3% --

Fonte: Banco de Portugal

Unidade: Milhares de euros

Notas: (a) Média aritmética das taxas de crescimento anuais no período 2005-2009

(b) Taxa de variação homóloga

n.d. - não disponível

Page 46: Espanha Dossier Mercado - Exportação e Investimento

aicep Portugal Global

Espanha – Dossier de Mercado (Agosto 2010)

46

No período relativo a 2005/2009 as expedições de serviços portugueses para Espanha tiveram um

crescimento médio anual de 6,5% e as chegadas de 4,4%. De salientar que nos quatro últimos anos do

período em análise as expedições de serviços foram superiores às chegadas, originando saldos

positivos da balança.

Em 2009 a evolução do saldo da balança de serviços manteve-se favorável para Portugal (+24,5% face

a 2008), embora as nossas vendas para o mercado espanhol tenham diminuído 12%. As compras de

serviços diminuíram também em 15%.

Discriminando o possível, verifica-se que os serviços expedidos mais significativos em 2009, segundo o

Banco de Portugal, foram: viagens e turismo (43,4%), evidenciando o interesse do turismo espanhol em

Portugal, os transportes (26,9%), outros serviços fornecidos por empresas (15,2%), serviços de

construção (6,4%), de comunicação (3,2%), informação e informática (1,4%).

Pelo lado das chegadas, repetem-se todos aqueles tipos de serviços, muito embora as viagens e turismo

(37,1% do total) seja a parcela que apresenta, de longe, valores muito superiores aos restantes, o que

nos leva também a concluir, o forte fluxo turístico de Portugal, para a Espanha. Seguem-se-lhe os

transportes (28,1%), outros serviços fornecidos por empresas (15,2%), serviços de natureza pessoal,

cultural e recreativa (4%), de comunicação (3,8%), informação e informática (3,1%).

No último ano, os únicos tipos de serviços que registaram crescimento comparativamente ao ano

anterior foram, do lado das expedições os ligados às comunicações e aos seguros (+8,1% e +6,8%

respectivamente) e do lado das chegadas as comunicações e os serviços financeiros (+11,1% e +24,9%

respectivamente).

No período Janeiro/Maio 2010 o saldo da balança de serviços apresentou-se desfavorável a Portugal,

tendo-se registado decréscimos ao nível das expedições bem como das chegadas de serviços de -2,3%

e -0,8% respectivamente, face ao período homólogo do ano anterior.

2.3 Investimento

2.3.1 Importância da Espanha nos Fluxos de Investimento para Portugal

Espanha é um importante investidor em Portugal, situando-se na 3ª posição do ranking dos países

investidores em 2009 (com 15,2% do total do IDE bruto), depois de já ter ocupado o primeiro lugar em

2004. Por outro lado, enquanto destino do investimento português no exterior, Espanha posicionou-se

em 2º lugar em 2009 (15,7% do total do IDPE bruto).

Page 47: Espanha Dossier Mercado - Exportação e Investimento

aicep Portugal Global

Espanha – Dossier de Mercado (Agosto 2010)

47

2.3.2 Investimento Directo de Espanha em Portugal

Segundo o Banco de Portugal, o montante do investimento directo espanhol em Portugal , em termos

brutos, totalizou perto de 4.841 milhões de euros em 2009 (-12,1% face ao ano anterior). Atendendo ao

elevado valor do desinvestimento registado (o segundo maior do período 2005-2009) o investimento

líquido não ultrapassou os 705 milhões de euros.

No último ano, os investimentos espanhóis dirigiram-se essencialmente para os seguintes sectores:

comércio por grosso e a retalho (34,6% do total), indústria transformadora (26,3%), actividades

imobiliárias, alugueres e serviços prestados às empresas (18%), actividades financeiras (8%),

produção/distribuição de electricidade, gás e água (7,1%) e construção (2,3%).

No período disponível de Janeiro/Maio 2010 o investimento directo bruto espanhol em Portugal atingiu

perto de 1.864 milhões euros (-2% face ao período homólogo de 2009).

Investimento Directo de Espanha em Portugal (IDE)

(103 EUR) 2005 2006 2007 2008 2009 Var %a 05/09

2009 Jan/Maio

2010 Jan/Maio

Var %b 09/10

ID Espanha em Portugal

4.027.728 4.196.491 5.400.448 5.507.296 4.840.877 5,7 1.901.546 1.863.719 -2,0

Desinvestimento 2.115.885 1.887.525 3.750.148 5.059.200 4.135.953 26,1 1.630.480 1.950.275 19,6

Líquido 1.911.843 2.308.966 1.650.300 448.096 704.924 -- 271.066 -86.556 --

% IDE totalc 14,6 12,8 16,5 15,6 15,2 -- 14,4 13,7 --

Origemd 2 5 2 3 3 -- n.d. 4 --

Fonte: Banco de Portugal

Unidade: Milhares de euros

Notas: (a) Média aritmética das taxas de crescimento anuais no período 2005-2009

(b) Taxa de variação homóloga

(c) Com base no ID bruto total de Portugal

(d) Posição enquanto Origem do IDE bruto total, num conjunto de 55 mercados

n.d. - não disponível

De acordo com os dados espanhóis da Secretaria de Estado de Comercio, em 2009 o investimento

espanhol em Portugal atingiu apenas 441 milhões de euros em termos brutos (-64,7% face ao ano

anterior) e cerca de 25 milhões de euros em termos líquidos. Segundo esta fonte espanhola, Portugal foi

o 10º destino do investimento bruto espanhol no exterior em 2009, com uma quota de 2,6% do total. Em

2008, Portugal ocupou a 8ª posição com uma quota de cerca de 3%.

Os sectores mais procurados pelos investidores espanhóis em 2009 foram: armazenamento e

actividades conexas ao transporte (28,3%), actividades de segurança (12,1%), serviços financeiros

excepto seguros (11,4%) e fornecimento de energia eléctrica e gás (7,8%).

Page 48: Espanha Dossier Mercado - Exportação e Investimento

aicep Portugal Global

Espanha – Dossier de Mercado (Agosto 2010)

48

As principais Comunidades Autónomas investidoras em Portugal foram a comunidade de Madrid com

cerca de 57% do total, seguida da Catalunha (20%), da Cantábria (9,1%), da Andaluzia (7,8%) e da

Galiza (3,5%).

Nos últimos anos da década de 80 e princípios dos anos 90, estabeleceram-se em Portugal numerosas

empresas espanholas, nomeadamente através da implantação de estruturas de raiz, pela compra de

empresas portuguesas ou, ainda, através da aquisição de participações significativas nas mesmas.

Depois deste forte fluxo de investimento, nos últimos anos constata-se algum abrandamento, apesar de

tal situação não ser idêntica em todos os sectores.

De acordo com a Câmara de Comércio e Indústria Luso Espanhola, o número de empresas espanholas

em Portugal é de aproximadamente 900, sendo muitas delas pequenas e médias, atraídas pela

proximidade geográfica e cultural, pelas vantagens logísticas e de organização, em comparação com

outros mercados mais distantes, para além da tendência para o tratamento unificado do mercado ibérico

como região comercial, dentro de um contexto europeu e mundial mais globalizado.

A área mais procurada pelos investidores espanhóis no passado foi o sector da construção. É neste

sector que existe o maior número de empresas espanholas a operar em Portugal. Outros sectores de

realçar são o da alimentação, da banca, das confecções (sector em que a penetração de marcas

espanholas é bastante significativa), bem como da hotelaria, do turismo, do comércio e distribuição

(franchising e lojas próprias).

Passamos agora a referir as principais operações de investimento realizadas por empresas

espanholas em Portugal no período 2009 - 2010:

Em Setembro de 2009 o grupo Ganain , sedeado na Galiza, conjunto de empresas com

importante presença no sector auxiliar naval e manutenção industrial automóvel, anunciou um

investimento de 1,5 milhões de euros na construção de uma fábrica em Valença, que

empregará meia centena de trabalhadores. A nova unidade industrial, destinada ao fabrico de vários

produtos em ferro para indústria em geral, em especial para a naval, terá uma nave industrial com 1.000

metros quadrados para produção e mais 160 metros quadrados para escritórios.

A AMS-Goma Camps SA, com sede em Tarragona (Catalunha), começou em Agosto

de 2009 a produção da nova fábrica instalada em Vila Velha de Ródão, que

representa, um investimento superior a 52 milhões de euros e prevê-se que venha a

ter 115 trabalhadores na sua capacidade máxima de produção.

A empresa andaluza Bogaris comprou em Julho de 2009 a Herdade da Enxara, um olival

de 400 hectares, no Alentejo. Esta empresa já tem 4.004 hectares em Portugal, sendo que

3.525 são de superfície plantada

Page 49: Espanha Dossier Mercado - Exportação e Investimento

aicep Portugal Global

Espanha – Dossier de Mercado (Agosto 2010)

49

A sociedade de capital de risco espanhola GED comprou em Junho de 2009 70% do capital da

consultora portuguesa Fase, empresa especializada em serviços de engenharia e arquitectura, com 350

empregados nos escritórios em Portugal, Macau e Angola (em 2008 facturou 1,8 milhões de euros). Esta

operação foi avaliada em 12 milhões de euros.

A Acuinova, filial do grupo Pescanova (Galiza) para a produção de pregado,

inaugurou em Junho de 2009 o maior empreendimento de aquacultura de pregado do

mundo, localizado em Mira, projecto que envolveu um investimento de 140 milhões de euros.

A nova unidade da Acuinova - Actividades Piscícolas, S. A, reconhecida como de potencial interesse

nacional (PIN) em 2005, deverá criar 800 postos de trabalho, 200 dos quais directos. A empresa prevê

produzir 7.000 toneladas de pregado por ano, sendo que cerca de 99% da produção será destinada ao

mercado comunitário e à exportação para países terceiros.

A Criteria Caixa Corp, holding detentora do banco La Caixa, (Catalunha)

aumentou a sua participação no BPI para 30,1 %, em Fevereiro de 2009.

La Caixa passou a possuir 270,9 milhões de acções representativas do capital social do banco. Nesta

operação, o Criteria Caixa Corp investiu mais de 957 mil euros.

Em Janeiro de 2009 a Europac, empresa sedeada em Madrid, adquiriu os

49% do capital da portuguesa MRA que ainda não detinha, por 1,7 milhões de

euros, passando assim a controlar 100% do capital da empresa. A Europac já detinha 51% do capital da

MRA através da subsidiária Gescartão. Os centros de produção do grupo encontram-se em Viana do

Castelo. Em Janeiro de 2008, a Europac adquiriu e portuguesa Nor-Gompapel, no mercado de

recuperação de resíduos.

A Magnum Capital Industrial Partners, sociedade ibérica de private equity, juntamente com Paulo Paiva

dos Santos, presidente da empresa, concluiu em Janeiro de 2009 a aquisição da empresa farmacêutica

Generis e das suas subsidiárias em Espanha e no Médio Oriente, bem como das restantes empresas do

Grupo Farma-APS. O negócio foi avaliado em cerca de 200 milhões de euros.

Esta é a terceira operação de relevo da Magnum Capital em Portugal, após o investimento na Enersis e

no Grupo Vendap. A Magnum é a primeira sociedade Ibérica de Capital Privado (private equity) liderada

por João Talone, Ángel Corcóstegui e Enrique de Leyva, e conta com cerca de 866 milhões de euros em

fundos próprios, provenientes de investidores institucionais da Península Ibérica e dos maiores

institucionais internacionais. O seu objectivo fundamental é realizar e gerir investimentos como accionista

principal em médias e grandes empresas do mercado português e espanhol, com a finalidade de criar

valor para os accionistas e desenvolver economias locais.

Em Fevereiro de 2010, a empresa espanhola Font Salem, empresa valenciana integrada no Grupo

Damm , comprou a unidade insolvente da Drink In em Santarém, antiga fábrica de cerveja Cintra, por

15,5 milhões de euros para impulsionar a venda de cerveja de marca própria para as grandes superfícies

Page 50: Espanha Dossier Mercado - Exportação e Investimento

aicep Portugal Global

Espanha – Dossier de Mercado (Agosto 2010)

50

em Portugal. Num protocolo celebrado com a Câmara Municipal de Santarém, a Font Salem

compromete-se a assegurar o funcionamento da fábrica por um período mínimo de cinco anos.

A CONESA Conservas Vegetales de Extremadura adquiriu em Junho de 2010 a totalidade do capital

da empresa Sopragol, indústria transformadora de tomate fresco. Em 2008 já tinha adquirido 40% do

capital.

2.3.3 Investimento Directo de Portugal em Espanha

No que respeita ao investimento directo de Portugal em Espanha , o valor registado pelo Banco de

Portugal foi de cerca de 1.249 milhões de euros em 2009 (-44% face a 2008). O valor do investimento

líquido foi negativo, pelo segundo ano consecutivo, atendendo ao elevado desinvestimento registado.

Segundo esta fonte, destacam-se como sectores predominantes do investimento português em Espanha

no último ano: concentração nas actividades imobiliárias, alugueres e serviços prestados às empresas

(84,2% do total), a indústria transformadora (7,5%), as actividades financeiras (2%), o comércio por

grosso e a retalho (1,8%) e a construção (1,8%).

Nos cinco primeiros meses de 2010 registou-se um decréscimo do investimento directo bruto de Portugal

em Espanha (-55% face ao período homólogo de 2009) e um aumento em termos líquidos (+23%).

Investimento Directo de Portugal em Espanha (IDPE)

(103 EUR) 2005 2006 2007 2008 2009 Var %a 05/09

2009 Jan/Maio

2010 Jan/Maio

Var%b 09/10

ID Portugal em Espanha

1.733.161 1.083.552 1.940.456 2.231.925 1.248.743 3,1 811.525 366.016 -54,9

Desinvest. 1.557.796 357.932 1.394.266 2.324.567 1.289.223 58,7 759.201 301.472 -60,3

Líquido 175.365 725.620 546.190 -92.642 -40.480 -- 52.324 64.544 --

% IDPE totalc 17,7 11,0 13,1 19,6 15,7 -- 27,3 17,3 --

Destinod 2 2 2 2 2 -- n.d. 2 --

Fonte: Banco de Portugal

Unidade: Milhares de euros

Notas: (a) Média aritmética das taxas de crescimento anuais no período 2005-2009

(b) Taxa de variação homóloga

(c) Com base no ID bruto total de Portugal

(d) Posição enquanto Destino do IDPE bruto total, num conjunto de 55 mercados

n.d. - não disponível

Se considerarmos os dados oficiais espanhóis da Secretaria de Estado de Comercio, o investimento

português em Espanha no último ano atingiu 355 milhões de euros em termos brutos (representando

uma quebra de cerca de 42% face ao ano anterior). Em termos líquidos o investimento foi negativo -539

milhões de euros, atendendo ao elevado valor do desinvestimento.

Page 51: Espanha Dossier Mercado - Exportação e Investimento

aicep Portugal Global

Espanha – Dossier de Mercado (Agosto 2010)

51

Em 2009, Portugal foi o 13º maior investidor estrangeiro em Espanha em termos brutos, com uma quota

de 2,4% do total (no ano anterior ocupou a 7ª posição, com 1,6% do total). É de destacar que apesar da

quebra registada, Portugal aumentou a sua quota entre os principais países investidores em Espanha.

As principais áreas para as quais foi canalizado o investimento português, em 2009, segundo esta fonte

espanhola, foram: o armazenamento e actividades conexas ao transporte (70,9%), a construção (6,6%),

a consultoria e actividades relacionadas (5,9%), e a agricultura, caça e serviços relacionados (5,1%).

A Comunidade de Madrid foi a região mais atractiva para as empresas portuguesas em 2009 com cerca

de 70% do total do investimento, no valor de 248 milhões de euros, seguida de Castilla La Mancha

(12%), da Comunidade Valenciana (6,4%), da Andaluzia (5,3%), da Catalunha (3%) e da Galiza (1,3%).

Passamos agora a referir as principais operações de investimento realizadas por empresas

portuguesas em Espanha no período 2009 - 2010:

Em Dezembro de 2009 a CIN comprou Indústrias La Pintura , (Palmacolor), uma

empresa de tintas localizada nas Ilhas Canárias por 6,5 milhões de euros. A operação foi realizada

através da holding espanhola do grupo, a Amida Inversiones. Com a aquisição da Indústrias La Pintura,

localizada em Las Palmas, a CIN passa a empregar nas Ilhas Canárias cerca de 130 trabalhadores. O

grupo português já detinha naquele arquipélago espanhol duas unidades em Tenerife.

Criada em 1952, a Palmacolor tem uma actividade centrada no fabrico, distribuição e comercialização de

tintas, vernizes e produtos relacionados. A empresa lidera o mercado no arquipélago canário, com

delegações na maioria das ilhas Canárias

A Galp Energia comprou em 2009 uma parte da rede de distribuição de gás da

espanhola Gás Natural . A Galp Energia e o fundo Morgan Stanley vão partilhar esta

rede de fornecimento que serve 400 mil clientes em 38 municípios da Comunidade

Autónoma de Madrid.

CGC Genetics, primeiro Laboratório privado de Genética Médica em Portugal, procedeu

em 2009 à aquisição da maioria do capital de dois laboratórios em Madrid - Circagen e

ADFTecnogen .

Esta operação de aquisição, está dividida em duas fases, aquisição de uma participação maioritária no

capital das duas empresas (62,5%), com o investimento de cerca de 1,5 milhões de euros, e posterior

opção de compra da restante participação a 3 anos. Os laboratórios Circagen e ADFTecnogen

apresentam diversas afinidades com o CGC, nomeadamente o facto de colocarem a genética ao serviço

da prática clínica.

Page 52: Espanha Dossier Mercado - Exportação e Investimento

aicep Portugal Global

Espanha – Dossier de Mercado (Agosto 2010)

52

No mês de Novembro de 2009 a empresa portuguesa de transporte expresso

Adicional Logistics comprou a Iberlink, empresa espanhola de transporte e

distribuição, por cerca de 600 mil euros.

A Adicional Logistics é uma empresa portuguesa de distribuição especializada na entrega de

encomendas ao domicílio (B2C). Com a compra da Iberlink, com sede social em Barcelona, comunidade

da Catalunha , a Adicional Logistics passa a ter um centro de distribuição em Madrid, num total de cinco

delegações próprias e mais de 20 agências em Espanha. Em Portugal a empresa tem centros de

distribuição em Lisboa, Faro, Aveiro e Porto.

A Ongoing anunciou, em Setembro de 2009, a aquisição de 30% do capital da Media Capital empresa

detida pelo grupo espanhol Prisa. A Ongoing fica ainda com opção de compra de 5,31% da empresa que

detém a TVI.

Ongoing Strategy Investments SGPS S.A. é um grupo empresarial privado da Família Rocha dos Santos.

Os seus investimentos estão especialmente focados nas áreas das Telecomunicações, Media,

Tecnologia e Serviços Financeiros.

O Grupo Barbot, fabricante de tintas e vernizes especializada em produtos para a

construção civil, comprou em Agosto 2009 a espanhola Jallut Pinturas , localizada em

Sabadell, Comunidade da Catalunha , um investimento de 5 milhões de euros. A empresa comprou 70%

desta sociedade espanhola com o objectivo de reforçar a presença da Jallut nas regiões de Madrid,

Andaluzia e Cantábria, mantendo a Catalunha, zona onde a empresa se encontra representada com

maior força.

Em 2010 o Grupo Barbot adquiriu os restantes 30% do capital da Jallut Pinturas, passando a deter a

totalidade do capital da empresa.

A Emparque , empresa do grupo A. Silva e Silva (Holding Assip) especializada na

concepção, construção e exploração de parques de estacionamento subterrâneos,

assinou em Julho de 2009 a compra da divisão de parques de estacionamento da Cintra,

Cintra Aparcamientos, S.A., por 451 milhões de euros.

A Emparque teve em 2008 um volume de negócios de 36 milhões de euros e um cash flow de 15

milhões de euros, enquanto a Cintra teve uma facturação de 78 milhões de euros e um cash flow de 48

milhões de euros.

A Cintra Aparcamientos, com sede em Madrid, gere cerca de 300 mil lugares de estacionamento em

mais de uma centena de cidades de Espanha, onde tem uma quota de mercado de 20%, e também no

Reino Unido e Andorra, incluindo aeroportos e supermercados.

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Espanha – Dossier de Mercado (Agosto 2010)

53

Em Julho 2009 a EDP comprou à empresa Gas Natural várias sociedades de distribuição

e comercialização de gás em quatro comunidades autónomas de Espanha, por 330

milhões de euros. A operação foi realizada pela Naturgas Energia , na qual a EDP controla 64% e o

Governo Basco 30%.

Com esta operação a quota de mercado da EDP em distribuição de gás na Península Ibérica, que

também controla em Espanha a HC Energia, passará de 11% para 14%.

A operação inclui as empresas de distribuição de baixa pressão e comercialização de gás natural nas

Comunidades espanholas de Cantábria e Murcia, assim como as que o fazem em alta pressão no País

Basco, Astúrias e Cantábria.

Em Abril de 2010, a EDP Gás iniciou através da subsidiária Naturgas Energia , o fornecimento de gás

natural na comunidade autónoma de Madrid, com um investimento de 1,5 milhões de euros no município

de Villarejo de Salvanés, 50 Km a sudeste de Madrid.

A rede própria de 9.000 Km da Naturgas Energia (Grupo HC) em Espanha abastecia já de gás e

electricidade empresas e particulares de oito comunidades autónomas - País Basco, Astúrias, Cantábria,

Catalunha, Castela e Leão, Extremadura, Múrcia e Navarra - o que faz da empresa a segunda maior

distribuidora de gás no mercado espanhol.

A Suavecel - Indústria Transformadora de Papel anunciou em Janeiro de 2009 a

construção de uma fábrica em Pontevedra, na Galiza, um investimento de 12,5 milhões

de euros e 70 postos de trabalho.

A Suavecel , uma empresa de Viana do Castelo ligada à indústria de papel fabrica lenços de papel,

guardanapos, toalhas e papel higiénico, sendo detentora das marcas Suavecel, Extracel e Nunex, para

além das marcas brancas para as grandes superfícies. A empresa iniciou a sua actividade em 1996 e

tem 52 trabalhadores.

O grupo Salvador Caetano e a seguradora Mapfre, através da sua joint-venture

espanhola Ibericar, acordaram em 2009 a aquisição de 50% da Pepecar, filial

espanhola de rent-a-car do grupo Globalia, através de um aumento de capital.

O grupo português iniciou a sua operação de retalho em Espanha em 2003 através da aquisição de

concessionários Mercedes-Benz

A Derovo - Derivados de Ovos adquiriu no mês de Janeiro de 2009 uma unidade fabril

em Espanha, Ovo Foods, localizada em Mieres, nas Astúrias . A Ovo Foods foi adquirida

ao grupo espanhol Induovo, detendo a Derovo 75% do capital e estando os restantes 25%

nas mãos da Sadim, uma capital de risco do Governo das Astúrias.

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54

A unidade espanhola vai empregar 60 pessoas e a sua produção destina-se ao mercado espanhol e ao

resto da Europa. A empresa está instalada no polo industrial de Baiña, perto de Oviedo, e conta com

uma nave industrial de onze mil metros quadrados.

A Luís Simões reforçou a sua presença em Espanha em 2009, através do investimento no

novo centro de operações logísticas em Alovera, na região de Castilla La Mancha . Com

uma superfície total de 16.250 m2 e capacidade de armazenamento de 20.000 paletes, este espaço

conta com 60% de taxa de ocupação e movimenta 200 toneladas/dia.

O centro está essencialmente vocacionado para clientes dos sectores alimentar, bebidas, produtos de

higiene, limpeza e PLV (logística integral), possui 31 plataformas articuladas de carga e descarga, presta

actividades de logística integral (armazenagem e distribuição), cross-docking e co-packing.

A Sovena, do grupo Nutrinveste, em aliança com a capital de risco espanhola Atitlán,

assinou em Fevereiro de 2010 um acordo para a aquisição do Proyecto Tierra, o maior

projecto de plantação de oliveiras do mundo, à espanhola SOS Corporación Alimentaria.

A operação formalizada através do grupo Elaia, detido em 50% pela portuguesa Sovena e pela capital de

risco espanhola Atitlán. A Sovena, é o segundo maior grupo do sector do azeite a nível mundial e fechou

o exercício financeiro de 2009 com uma facturação aproximada de 800 milhões de euros.

O negócio envolve a venda de 5.200 hectares de olival, divididos em 20 quintas de produção que fazem

parte do Projecto Terra. O valor da venda oscilaria entre os 80 e 100 milhões de euros. A produção

futura do olival destina-se ao mercado português.

O BES anunciou em Agosto de 2010 a compra, por 25,7 milhões de euros,

da Gespastor, sociedade gestora de instituições de investimento

colectivo, à entidade galega “Banco Pastor”. O mesmo grupo, neste caso através da empresa

Tranquilidade, adquiriu 50% da seguradora Pastor Vida por cerca de 100 milhões de euros. Para além

de gerir seguros de vida, a Pastor Vida também faz a gestão de fundos de pensões.

A HC Energia (Hidrocantábrico), empresa espanhola na qual a EDP - Energias de

Portugal detém 96,86% do capital, acordou em Julho de 2010 a compra ao Governo

Basco de 29,43% do capital social da Naturgas Energia, sedeada no Pais Basco, por 617 milhões de

euros.

A EDP adquiriu, em 2003, uma participação na Naturgas, no âmbito do processo de privatização da

empresa, e passa a ter a opção de comprar a remanescente participação de 5% no capital da mesma

até 2018.

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Espanha – Dossier de Mercado (Agosto 2010)

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A Naturgas opera nos segmentos de distribuição, transporte, compra e venda de gás natural em

Espanha através de uma rede de distribuição com 974 mil pontos de abastecimento e tem 822 mil

clientes a quem fornece directamente o gás natural.

A Crioestaminal adquiriu em Julho de 2010 o laboratório espanhol Celvitae ,

sedeado em Madrid, passando a ser segunda empresa de criopreservação de

células estaminais do cordão umbilical da Península Ibérica.

Com esta aquisição, a Crioestaminal consegue atingir a posição de número dois no mercado espanhol, e

ocupa a terceira posição a nível europeu. Nascida em 2003 como o primeiro banco português de

criopreservação de células estaminais, a Crioestaminal está presente, para além de Portugal e Espanha,

em Itália.

A Efacec adquiriu em Junho 2010 75% do capital social da Fasymon, com alteração

da denominação social daquela empresa para EFACEC Equipos Electricos, S. L.

A nova empresa Efacec Equipos Electricos, S.L., cujo volume de negócios previsto para 2010 é de cerca

de 4,5 milhões de euros, tem 20 pessoas e localiza-se na Catalunha. Dedica-se à produção,

comercialização e instalação de Centros de Transformação, actividade desenvolvida no âmbito da sua

Unidade de Negócio de Aparelhagem de Média e Alta Tensão.

A Inapa anunciou em Abril 2010 a aquisição da Ebix, empresa do Burgo Group, que detém

o negócio de distribuição de papel no mercado espanhol. A compra formalizou-se através

da subsidiária Inapa España Distribuición.

O mercado espanhol é um dos mercados estratégicos da Inapa, que dispõe de uma quota de cerca de

10%, com uma facturação anual de cerca de 43 milhões de euros.

O negócio da distribuição do Grupo Burgo, em Espanha, representa uma facturação de 50 milhões de

euros, com recurso a uma área logística repartida por Madrid, Barcelona, Valência, Sevilha e Bilbau.

Com esta operação, a Inapa passará a deter uma quota no mercado espanhol de cerca de 20%, com

uma facturação anual estimada em mais de 95 milhões euros, o que significa uma subida de posição

para o terceiro lugar na distribuição de papel em Espanha.

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2.4 Turismo

Turismo de Espanha em Portugal

2005 2006 2007 2008 2009 Var %a 05/09

2009 Jan/Maio

2010 Jan/Maio

Var %b 09/10

Receitasc 902.738 970.366 1.101.302 1.081.234 1.056.938 4,2 345.467 354.285 2,6

% Totald 14,6 14,5 14,9 14,5 15,3 -- 15,4 14,7 --

Posiçãoe 3 3 3 3 3 -- n.d. 2 --

Hóspedesc 1.132.868 1.291.450 1.392.809 1.300.985 1.360.250 5,0 421.020 445.859 5,9

% Totald 19,0 19,8 19,8 18,3 20,9 -- 18,6 19,1 --

Posiçãof 2 2 2 2 1 -- 1 1 --

Dormidasc 2.726.015 3.194.856 3.380.916 3.069.468 3.234.141 4,8 906.729 944.928 4,2

% Totald 11,4 12,7 12,6 11,7 13,8 -- 11,2 12,0 --

Posiçãof 3 3 3 3 3 -- 3 3 --

Fontes: INE - Instituto Nacional de Estatística; Banco de Portugal

Unidades: Receitas (Milhares de euros); Hóspedes e Dormidas (Unidades)

Notas: (a) Média aritmética das taxas de crescimento anuais no período 2005-2009

(b) Taxa de variação homóloga

(c) Inclui apenas a hotelaria global

(d) Refere-se ao total de estrangeiros

(e) Posição enquanto Origem de Receitas Turísticas num conjunto de 55 mercados

(f) Posição enquanto mercado emissor: 2005 a 2009 num conjunto de 22 mercados; 2009 e 2010 (Jan/Maio): em 10 mercados

n.d. - não disponível

De acordo com o INE, Espanha continua a ocupar uma posição cimeira como mercado emissor de

turistas para Portugal.

Em 2009 o país subiu para o 1º lugar no ranking dos principais mercados emissores, após ter ocupado o

2º lugar no período 2004-2008. Em 2009, o número de hóspedes espanhóis em termos de hotelaria

global, ultrapassou os 1,3 milhões (quota de 20,9% do total).

No último ano o mercado espanhol manteve o 3.º lugar no ranking das dormidas na hotelaria global,

registando 3,2 milhões de dormidas (quota de 13,8%), representando um acréscimo de 5,4% face ao ano

anterior (após -9,2% em 2008).

As receitas geradas pelos turistas espanhóis ascenderam a perto de 1.057 milhões de euros no último

ano (-2,2% face a 2008), tendo o mercado espanhol mantido a 3ª posição no ranking das receitas (com

uma quota de 15,3%).

A análise da evolução dos indicadores do turismo no período Janeiro/Maio de 2010 evidencia um

incremento ao nível do número de hóspedes na hotelaria global de 5,9% e das dormidas de estrangeiros

de 4,2%, enquanto as receitas cresceram 2,3%.

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2.5 Cooperação Transfronteiriça

O programa transfronteiriço Espanha - Portugal para 2007-2013 visa reforçar a cooperação económica já

existente e promover o desenvolvimento das zonas fronteiriças entre os dois países. A Galiza é o

principal parceiro comercial de Portugal entre as regiões transfronteiriças, que incluem também a

Andaluzia, a Extremadura e Castela e Leão.

O programa de cooperação transfronteiriça Espanha - Portugal envolve cinco áreas de cooperação,

respeitando as particularidades dos territórios da maior fronteira interior da UE. São elas: Galiza/Norte de

Portugal, Norte de Portugal/Castela e Leão, Centro/Castela e Leão, Alentejo/Centro/Extremadura e

Alentejo/Algarve/Andaluzia. Globalmente estão abrangidas por este programa sete províncias

espanholas e dez regiões portuguesas, do Minho ao Algarve, numa superfície total de cerca de 137 mil

Km2 (o equivalente a 23,5% do espaço ibérico) e cinco milhões de habitantes.

Com uma dotação financeira de 354 milhões de euros (dos quais 75,5% são financiados pelo FEDER), o

programa assenta em quatro eixos prioritários: cooperação e gestão conjunta para o fomento da

competitividade e promoção de emprego; cooperação e gestão conjunta em ambiente, património e

prevenção de riscos; cooperação e gestão conjunta em ordenamento do território e acessibilidades; e

cooperação e gestão conjunta para a integração socio-económica e institucional.

Além de promover o desenvolvimento das zonas fronteiriças entre Portugal e Espanha, reforçando as

relações económicas e as redes de cooperação já existentes entre as cinco áreas referidas, este

programa permitirá ainda aproveitar todo um trabalho já desenvolvido neste domínio desde 1989, com a

execução de projectos de infra-estruturas, aos quais se têm juntado outros sectores como o turismo, os

serviços, o meio ambiente, a inovação tecnológica, a saúde, a educação e a cultura, entre outros.

As trocas comerciais de Portugal com as Comunidades espanholas transfronteiriças da Andaluzia,

Castela e Leão, Extremadura e Galiza representaram em 2009 41% das exportações portuguesas para

Espanha e 33% das importações espanholas de Portugal.

De acordo com a Secretaria de Estado do Comércio Externo de Espanha, em 2009, as vendas

portuguesas para estas 4 comunidades transfronteiriças espanholas atingiram perto de 2.961 milhões de

euros e as compras 4.738 milhões de euros, verificando-se um saldo negativo para a parte portuguesa

de 1.777 milhões de euros.

Por último é de referir que cerca de 30% por cento do total das empresas espanholas com capitais

portugueses em Espanha estão localizadas nas Comunidades transfronteiriças.

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3. Oportunidades e Dificuldades do Mercado

Tal como já anteriormente referido, as previsões do Banco de Espanha (Abril último) apontam para um

recuo da actividade económica de -0,4% em 2010 e um crescimento de +0,8% em 2011 (+0,6% segundo

o EIU).

Diversos factores conduzem a um menor rendimento disponível das famílias, nomeadamente a evolução

negativa do mercado de trabalho (a taxa de desemprego aproxima-se dos 20% da população activa,

atingindo cerca de 4 milhões de pessoas), a manutenção da restrição na concessão de crédito por parte

das instituições financeiras e o excessivo endividamento das famílias agravado pela crise do mercado

imobiliário que condicionará uma retoma lenta do consumo privado (+0,2% em 2010 e +0,8% em 2011).

3.1 Potencialidades

Comércio/Serviços

Apesar das perspectivas económicas a curto/médio prazo não se apresentarem favoráveis ao reforço do

comércio de bens e serviços com Espanha, consideramos que o mercado espanhol permanecerá de

grande importância para as empresas portuguesas, exigindo da parte destas uma forte capacidade de

adaptação no sentido de tentarem manter posições no mesmo.

Por outro lado, poderão surgir oportunidades para algumas empresas que procurem instalar-se no

mercado, nomeadamente em termos condições de instalação mais vantajosas (aquisição de empresas

ou unidades de negócios, redução de custos de aluguer/ trespasse de locais comerciais, entre outras).

É de realçar que sendo Espanha e Portugal dois mercados com uma crescente integração nas suas

estruturas de energia, transporte e serviços, o sector dos Serviços pode apresentar oportunidades, uma

vez que ainda haverá muito a realizar no que diz respeito ao desenvolvimento e integração de redes, de

transportes, etc.

O Governo espanhol pretende continuar, de acordo com o Orçamento de Estado 2010, o seu programa

de investimentos na área das infra-estruturas. O capítulo mais importante deste Plano é o transporte

ferroviário, seguido das infra-estruturas rodoviárias.

No transporte ferroviário, a prioridade foi atribuída às linhas de alta velocidade, estando já unidas Madrid

a Sevilha, Zaragoza (Aragão) e Barcelona (Catalunha), Málaga e Valladolid. Estão em construção as

ligações de Madrid a Valência, de Barcelona à fronteira francesa e na Galiza e no Pais Basco.

Finalmente é de referir que se espera a concretização entre Espanha e Portugal do compromisso da

ligação Madrid-Lisboa.

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Espanha – Dossier de Mercado (Agosto 2010)

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Uma das características específicas destes planos é a progressiva participação das Comunidades e

Regiões Autónomas e da iniciativa privada no financiamento dos mesmos, filosofia aplicada não só às

infra-estruturas rodoviárias, como também à implantação de novos hospitais, etc. Para melhor

conhecimento dos sub sectores existentes pode ser consultado www.fomento.es.

A presente crise económica levará as empresas a definirem novas estratégias de redução de custos e

encontrarem novos fornecedores que as tornem mais competitivas. Assim, podem surgir oportunidades

no âmbito das TIC, nomeadamente, novas soluções para a gestão, optimização industrial ou

externalização dos processos de suporte ao negócio das empresas.

No sector dos moldes, poderão surgir novas oportunidades na eventualidade de se dar início ao projecto

de produção massiva do carro eléctrico.

Investimento

No que se refere ao Investimento Directo de Portugal em Espanha:

O mercado espanhol caracteriza-se por uma intensa concorrência sendo complicado definir áreas de

oportunidade do ponto de vista de investimento português no mesmo. A avaliação da viabilidade do

investimento deve ser realizada caso a caso, podendo as oportunidades surgir em todos os sectores.

O investimento português em Espanha está directamente relacionado com as quotas de mercado

alcançadas. Assim, o objectivo destes investimentos é servir de plataforma para um crescimento

sustentado, estar mais perto do cliente, criar uma marca própria e controlar os canais de distribuição.

Verifica-se, pois, um número significativo de investimentos realizados por empresas portuguesas em

Espanha, com maior incidência na vertente comercial.

Actualmente, e de uma forma geral, existem diversos sectores que previsivelmente irão atrair novos

fluxos de IDP nos próximos anos. Entre esses sectores destacam-se as tecnologias de informação, as

ciências da saúde, farmacêutico e biotecnologia, o ambiente e tratamento de águas, a aeronáutica, a

logística, e o turismo.

Há que salientar que devido à crise que atravessa a economia espanhola poderão eventualmente surgir

oportunidades, como por exemplo relativas à aquisição de empresas em dificuldades ou locais

comerciais em condições mais favoráveis.

É de referir que existe uma grande descentralização de poderes políticos e administrativos entre o

Governo central e as Comunidades, que se reflecte nas políticas de desenvolvimento regional, e portanto

nas políticas de apoio à internacionalização das empresas, captação de investimento e apoios às

mesmas.

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Espanha – Dossier de Mercado (Agosto 2010)

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Relativamente ao Investimento Directo de Espanha em Portugal:

No contexto global actual as empresas espanholas interessadas em investir em Portugal pertencem aos

sectores de infra-estruturas e construção civil, de instalações e construções ligadas às redes de

infra-estruturas, e de serviços e energias renováve is , procurando oportunidades em licitações

públicas e do Estado que possam vir compensar a situação interna do mercado. Outros sectores que

despertam o interesse das empresas espanholas são o turismo e a agricultura.

Outros sectores com potencialidade são os serviços de outsourcing, e serviços de apoio às

empresas , relacionados com a presença em Portugal de clientes já instalados no mercado, por exemplo,

logística, distribuição ou TIC, e os que são objecto de licitações e concursos.

São agora as PMEs espanholas que ainda não têm tanta presença no mercado português, as que mais

interesse mostram pela instalação no mesmo, procurando fugir ao forte cenário de crise no mercado

local, ou seja, aquelas que irão ser responsáveis por uma maior integração do mercado ibérico.

Turismo

Na área do turismo são de destacar como potencialidades do mercado espanhol:

• Predominância das viagens de curta distância. Portugal beneficiará da situação em 2010 em

resultado da sua proximidade geográfica;

• Ligações aéreas consolidadas e aumento destas no período de Verão: Madrid/Faro (Ryanair);

Madrid/Funchal (TAP), Bilbau e Valencia/Funchal (Air Nostrum), Tenerife/Funchal (Binter); Las

Palmas/Ponta Delgada (Sata);

• Maior sensibilidade dos consumidores ao factor preço e/ou ofertas com valor acrescentado na

decisão de escolha dos destinos;

• Aumento do recurso ao canal online pela comodidade e poupança de custos de reserva;

• Preferência pela utilização de transporte próprio em detrimento de outros;

• Crescimento global das viagens independentes (não organizadas) para o estrangeiro e uma

atenuação na emissão para destinos long-haul;

• Diversificação da oferta, em segmentos relacionados com a natureza e com forte componente

ecológica;

• Atractividade dos eventos internacionais junto de segmentos mais altos;

Page 61: Espanha Dossier Mercado - Exportação e Investimento

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Espanha – Dossier de Mercado (Agosto 2010)

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• Diversificação de motivações da procura e segmentos de mercado (turismo sénior, wellness, turismo

activo e touring);

• Criação de packages atractivos de fim-de-semana;

• Análise pormenorizada do calendário laboral espanhol, no sentido de um melhor aproveitamento das

“pontes”.

3.2 Dificuldades

Comércio/Serviços

Espanha não é um mercado único e homogéneo. É constituído por diversas regiões (17 Comunidades

Autónomas) com características muito diferentes e variáveis nos aspectos de hábitos de comércio,

hábitos de consumo, preferências dos clientes, capacidade de compra, nível de desenvolvimento e

também clima e cultura (língua).

Estes aspectos incidem sobre a estratégia a aplicar na comercialização e sobre os próprios produtos,

que podem ser mais adequados em determinadas áreas face a outras, pelo que a preparação da

abordagem deste mercado deverá ter em consideração estas características, sendo aconselhável

efectuar um estudo sobre as zonas com maior potencial para o produto a comercializar. É, portanto,

necessário um investimento prévio no conhecimento do mercado concreto a atingir.

Espanha é um mercado extremamente competitivo, com uma forte concorrência das próprias empresas

locais e estrangeiras, pelo que é necessária uma abordagem agressiva e persistente na estratégia de

implantação no mesmo.

Existe um certo grau de “nacionalismo”, que privilegia o relacionamento com empresas de origem

espanhola. A base desta dificuldade está na “desconfiança” do espanhol relativamente às empresas por

desconhecer a fiabilidade do produto e/ou serviço, privilegiando o contacto com aquelas que dominam a

sua própria língua e que possuam uma sede local.

De um modo geral, o espanhol não fala línguas estrangeiras e tem dificuldade em compreender o inglês

ou outras línguas, pelo que é imprescindível adaptar o material promocional e informativo ao espanhol e

facilitar assim a comunicação para eliminar barreiras culturais.

É conveniente fazer um seguimento cuidadoso dos pagamentos. É sempre aconselhável trabalhar com

seguro de crédito e obter informações fiáveis sobre os meios de pagamento através do banco e

desconfiar de sociedades de criação recente, as quais ocultam com frequência maus hábitos. Por outro

lado, evitar as reclamações nos tribunais, pelas longas demoras da resolução dos processos e a

ineficácia existente na recuperação de dívidas.

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Espanha – Dossier de Mercado (Agosto 2010)

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Na venda de produtos de consumo a retalhistas independentes de pequena dimensão, será necessário

conhecer o regime tributário especial deste tipo de actividade económica (o regime do “recargo” de

equivalência) e a sua dificuldade para declarar operações intracomunitárias, pelo que muitas empresas

tem que criar uma sociedade em Espanha para poder fornecer os clientes em igualdade de condições

com os concorrentes espanhóis.

Investimento

Nos últimos anos, os investimentos espanhóis em Portugal têm sido efectuados, em parte, por grandes

empresas, sendo que as PMEs ainda não têm tanta presença no mercado, não apenas devido ao

desconhecimento do mesmo, mas também por considerarem existir um excesso em termos de

legislação e de burocracia em alguns sectores, como sejam o da reabilitação da habitação, turismo, etc.

Na vertente industrial, as empresas espanholas procuram a deslocalização de indústrias para países

com custos de mão-de-obra mais barata e ligados a mercados em crescimento (Índia, China e América

Latina). Na vertente da agricultura e do sector turístico, as empresas espanholas tentam aproveitar as

oportunidades existentes pela diferença de custos, se bem que, em alguns casos, considerem que

encontram dificuldades na gestão de licenças e na aplicação da legislação nacional aos respectivos

sectores.

Turismo

Na área do turismo são de referir algumas das principais dificuldades que o mercado espanhol

apresenta:

• Situação económica débil do mercado;

• Crise da economia global gera clima de incerteza no emissor espanhol;

• Incerteza quanto à duração da recessão;

• Quebra acentuada dos níveis de confiança de consumidores e empresários, bem como a drástica

contracção do consumo privado;

• Espírito “low cost” instalado na procura turística (ofertas);

• Forte retracção do turismo de negócios, face à quebra dos resultados empresariais;

• Aumento do late-booking e do last-minute;

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• Altos níveis de desemprego e manutenção do número de famílias com todos os seus membros

desempregados;

• Racionalização da despesa;

• Diminuição dos períodos de férias;

• Redução do tempo de férias;

• Falência de operadores e grupos turísticos (ex. Marsans);

• Forte concorrência dos destinos nacionais;

• Forte concorrência do centro da Europa em ofertas de city breaks.

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Espanha – Dossier de Mercado (Agosto 2010)

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Anexo 1 – Principais Produtos Transaccionados entre Portugal e Espanha (Jan/Maio 2010)

EXPEDIÇÕES PARA ESPANHA 2009 (Janeiro a Maio) 2010 (Janeir o a Maio)

N.C. PRINCIPAIS MERCADORIAS Tons 1000 EUR % Tot Tons 1000 EUR % Tot Var. %

TOTAL (Valores Declarados) 3.443.665 3.025.230 100,00 3.786.887 3.502.819 100,00 15,79

8708 Partes e acessórios dos veículos automóveis das posições 8701 a 8705 40.978 202.389 6,69 62.838 267.376 7,63 32,11

9401 Assentos (excepto os da pp 9402), mesmo transformáveis em camas, e suas partes 7.005 76.181 2,52 9.174 102.225 2,92 34,19

2402 Charutos, cigarrilhas e cigarros, de tabaco ou dos seus sucedâneos 3.873 61.040 2,02 4.921 93.191 2,66 52,67

7010 Garrafões, garrafas, frascos etc; boiões de vidro; rolhas, tampas de vidro 236.452 81.769 2,70 245.229 86.331 2,46 5,58

7601 Alumínio em formas brutas 41.508 60.257 1,99 47.565 78.021 2,23 29,48

6109 T-shirts e camisolas interiores, de malha 4.776 93.654 3,10 3.733 76.806 2,19 -17,99

8703 Automóveis de passageiros e outros veículos transporte passageiros, etc 3.543 31.674 1,05 8.977 70.734 2,02 123,32

8544 Fios e outros condutores, isolados p/ usos eléctricos; cabos fibras ópticas 11.356 47.686 1,58 13.581 62.572 1,79 31,22

3920 Outras chapas,folhas e lâminas, de plástico n/ alveolar, n/ reforçadas, etc 25.114 44.607 1,47 33.828 60.453 1,73 35,52

3901 Polímeros de etileno, em formas primárias 59.301 48.313 1,60 53.469 58.232 1,66 20,53

7204 Desperdícios, resíduos e sucatas de ferro fundido, ferro ou aço, etc 87.905 18.113 0,60 137.191 54.019 1,54 198,23

8527 Aparelhos receptores p/ radiotelefonia/radiotelegrafia/radiodifusão, etc 862 36.813 1,22 1.228 53.459 1,53 45,22

1701 Açúcares de cana ou de beterraba e sacarose quimicam. pura, no estado sólido 105.529 68.679 2,27 90.721 49.299 1,41 -28,22

7214 Barras de ferro/aço n/ ligado, forjadas, laminadas, estiradas a quente, etc 193.362 67.070 2,22 113.655 47.835 1,37 -28,68

6203 Fatos, conjuntos, calças e calções, etc., de uso masculino 1.154 40.839 1,35 1.383 45.161 1,29 10,58

7210 Produtos laminados ferro/aço n/ ligado, larg >=600mm, folheados/chapeados etc 29.945 15.958 0,53 69.962 41.628 1,19 160,85

2710 Óleos de petróleo ou minerais betuminosos, exc. óleos brutos; preparações, etc 36.130 12.976 0,43 96.986 41.549 1,19 220,19

8712 Bicicletas e outros ciclos (incluídos os triciclos), sem motor 3.414 27.944 0,92 5.254 40.231 1,15 43,97

4703 Pastas químicas de madeira, à soda ou ao sulfato, excepto pastas p/ dissolução 70.861 22.570 0,75 76.461 38.761 1,11 71,73

4802 Papel e cartão, n/ revestidos,tipo usados p/ escrita ou out. fins gráficos,etc 52.065 42.009 1,39 43.182 35.191 1,00 -16,23

2716 Energia eléctrica 0 12.315 0,41 0 34.875 1,00 183,19

3926 Outras obras de plástico e obras de outras matérias das posições 3901 a 3914 5.522 28.217 0,93 6.488 33.567 0,96 18,96

0401 Leite e nata não concentrados nem adicionados de açúcar ou outros edulcorantes 126.177 47.781 1,58 93.246 33.444 0,95 -30,01

9403 Outros móveis e suas partes 14.639 33.645 1,11 15.278 33.351 0,95 -0,87

7108 Ouro (incl. platinado), em formas brutas ou semimanufacturadas, ou em pó 5 14.503 0,48 1 32.987 0,94 127,45

6403 Calçado c/ sola externa borracha, plástico, couro e parte superior couro nat. 859 30.660 1,01 1.358 31.015 0,89 1,16

4011 Pneumáticos novos, de borracha 6.977 23.641 0,78 9.378 30.844 0,88 30,47

7404 Desperdícios, resíduos e sucata de cobre 3.131 6.400 0,21 7.063 26.447 0,76 313,22

6204 Fatos saia-casaco, vestidos, saias, calças e calções etc., de uso feminino 1.106 35.264 1,17 932 25.912 0,74 -26,52

6104 Fatos saia-casaco, vestidos, saias, calças/calções etc, de malha, uso feminino 933 25.113 0,83 1.470 25.091 0,72 -0,09

6302 Roupas de cama, mesa, toucador ou cozinha 2.887 25.433 0,84 2.778 25.085 0,72 -1,37

1905 Produtos de padaria, pastelaria ou da indústria de bolachas e biscoitos 12.189 23.185 0,77 13.198 24.616 0,70 6,17

2603 Minérios de cobre e seus concentrados 19.870 13.096 0,43 20.760 23.902 0,68 82,51

7306 Outros tubos e perfis ocos (soldados, rebitados, agrafados, etc), de ferro/aço 25.183 16.196 0,54 34.472 23.692 0,68 46,29

6910 Pias, lavatórios, banheiras, sanitários e artefactos semelhantes, de cerâmica 14.712 20.315 0,67 17.662 23.617 0,67 16,26

AMOSTRA 1.249.328 1.456.306 48,14 1.343.424 1.831.517 52,29 Fonte: INE - Instituto Nacional de Estatística

Notas: Valores declarados; - Informação corrigida dos valores confidenciai; - Para alguns produtos, ao nível das trocas intracomunitárias, não é

obrigatória a declaração de massa líquida, pelo que poderá aparecer Quant = 0 (zero). § - Coeficiente de variação >= 1000% ou valor zero no

período anterior.

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Espanha – Dossier de Mercado (Agosto 2010)

65

CHEGADAS DE ESPANHA 2009 (Janeiro a Maio) 2010 (Janeiro a Maio)

N.C. PRINCIPAIS MERCADORIAS Tons 1000 EUR % Tot Tons 1000

EUR % Tot Var. %

TOTAL (Valores Declarados) 5.259.432 5.806.054 100,00 5.704.516 6.075.628 100,00 4,64

8703 Automóveis de passageiros e outros veículos transporte passageiros, etc 20.540 172.307 2,97 42.486 357.983 5,89 107,76

8708 Partes e acessórios dos veículos automóveis das posições 8701 a 8705 39.322 212.186 3,65 48.706 254.455 4,19 19,92

2711 Gás de petróleo e outros hidrocarbonetos gasosos 642.862 195.125 3,36 753.727 223.816 3,68 14,70

7408 Fios de cobre 19.333 64.416 1,11 18.931 100.483 1,65 55,99

8471 Máquinas automáticas p/ processamento dados/unidades; leitores magnéticos etc 813 74.663 1,29 903 90.516 1,49 21,23

2710 Óleos de petróleo ou minerais betuminosos, exc. óleos brutos; preparações, etc 234.085 105.517 1,82 142.126 86.304 1,42 -18,21

2707 Óleos/prod da destilação alcatrões de hulha a alta temp.; prod análogos, etc 121.206 37.593 0,65 152.424 81.955 1,35 118,00

3004 Medicamentos, em doses ou acondicionados para venda a retalho 5.441 85.437 1,47 4.295 78.041 1,28 -8,66

0203 Carnes de animais da espécie suína, frescas, refrigeradas ou congeladas 48.493 84.533 1,46 39.861 73.582 1,21 -12,95

2716 Energia eléctrica 0 104.583 1,80 0 69.233 1,14 -33,80

6204 Fatos saia-casaco, vestidos, saias, calças e calções etc., de uso feminino 2.576 67.669 1,17 2.594 66.647 1,10 -1,51

4011 Pneumáticos novos, de borracha 12.856 62.171 1,07 12.901 63.256 1,04 1,75

4818 Papel higiénico,lenços, toalhas de mão, fraldas, artigos p/ uso doméstico, etc 28.707 68.211 1,17 28.064 62.078 1,02 -8,99

7214 Barras de ferro/aço n/ ligado, forjadas, laminadas, estiradas a quente, etc 104.842 38.762 0,67 130.911 57.641 0,95 48,71

0303 Peixes congelados excepto os filetes e carne de peixe da pp 0304 32.448 68.913 1,19 26.037 57.495 0,95 -16,57

7208 Prod laminados planos de ferro/aço n/ ligado, largura >=600mm, laminados etc 52.194 29.493 0,51 112.521 53.174 0,88 80,30

0201 Carnes de animais bovinos, frescas ou refrigeradas 14.969 51.046 0,88 15.875 51.532 0,85 0,95

1509 Azeite oliveira e suas fracções, mesmo refinado mas n/ quimicamente modificado 23.768 48.879 0,84 24.618 50.903 0,84 4,14

1905 Produtos de padaria, pastelaria ou da indústria de bolachas e biscoitos 28.242 50.304 0,87 27.766 48.209 0,79 -4,16

0103 Animais vivos da espécie suína 44.186 50.236 0,87 38.088 44.594 0,73 -11,23

7210 Produtos laminados ferro/aço n/ ligado, larg >=600mm, folheados/chapeados etc 44.552 30.675 0,53 61.251 43.208 0,71 40,86

6203 Fatos, conjuntos, calças e calções, etc., de uso masculino 1.933 44.955 0,77 1.959 43.092 0,71 -4,14

0302 Peixes frescos/refrigerados, exc filetes peixe e outra carne peixe da pp 0304 27.543 48.569 0,84 18.164 41.120 0,68 -15,34

9018 Instrumentos e aparelhos para medicina, cirurgia, odontologia e veterinária 1.028 38.332 0,66 1.111 40.622 0,67 5,97

8704 Veículos automóveis para transporte de mercadorias 6.254 36.934 0,64 5.957 39.871 0,66 7,95

4811 Papel, cartão, pasta e mantas de fibras de celulose, em rolos ou folhas, etc 15.724 38.160 0,66 15.620 39.580 0,65 3,72

3907 Poliacetais, outros poliéteres e resinas epóxidas, em formas primárias 27.878 34.094 0,59 25.373 38.307 0,63 12,36

9401 Assentos (excepto os da pp 9402), mesmo transformáveis em camas, e suas partes 8.589 27.291 0,47 11.981 37.971 0,62 39,14

7216 Perfis de ferro ou aço não ligado 60.227 29.410 0,51 79.507 37.610 0,62 27,88

3402 Preparações tensoactivas, prep. para lavagem e limpeza (exc sabões de pp 3401) 40.052 34.709 0,60 42.531 37.430 0,62 7,84

3902 Polímeros de propileno ou de outras olefinas, em formas primárias 30.335 23.745 0,41 31.440 36.655 0,60 54,37

2202 Águas, águas minerais e gaseificadas, adicionadas de açúcares 48.275 31.033 0,53 109.501 36.218 0,60 16,71

6109 T-shirts e camisolas interiores, de malha 1.883 35.638 0,61 2.632 35.700 0,59 0,18

7601 Alumínio em formas brutas 14.334 18.461 0,32 19.593 35.510 0,58 92,35

4805 Outros papéis e cartões, não revestidos, em rolos ou em folhas 87.710 28.249 0,49 101.230 34.760 0,57 23,05

AMOSTRA 1.893.203 2.172.300 37,41 2.150.686 2.549.554 41,96 Fonte: INE - Instituto Nacional de Estatística

Notas: Valores declarados; - Informação corrigida dos valores confidenciais; - Para alguns produtos, ao nível das trocas intracomunitárias, não é

obrigatória a declaração de massa líquida, pelo que poderá aparecer Quant = 0 (zero).

§ - Dado com coeficiente de variação >= 1000% ou valor zero no período anterior.

Page 66: Espanha Dossier Mercado - Exportação e Investimento

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Espanha – Dossier de Mercado (Agosto 2010)

66

Anexo 2 - Informações Úteis

Hora Local

Face a Portugal, Espanha tem mais uma hora, seja qual for a época do ano.

Horários de Funcionamento

Serviços Públicos:

8h00-15h00 (segunda a sexta-feira)

Bancos:

8h30-14h00 (segunda a sexta-feira)

Comércio:

Pequeno comércio

10h00-13h30/14h00 e 17h00-20h30/21h00

A regulamentação geral dos horários comerciais é da competência de cada Comunidade Autónoma, que

autoriza a abertura num determinado número de domingos e feriados por ano. Os estabelecimentos e os

centros comerciais podem abrir, no mínimo, oito domingos por ano, normalmente, no primeiro domingo

de cada mês, exceptuando o Verão e Dezembro. No caso da Comunidade de Madrid é autorizada a

abertura em vinte feriados e no caso da Catalunha, em oito feriados.

Grandes armazéns, supermercados e hipermercados

10h00-22h00 (segunda-feira a sábado)

Feriados 2010

Fixos:

1 de Janeiro – Dia de Ano Novo

6 de Janeiro – Dia da Epifania

1 de Maio – Dia do Trabalhador

15 de Agosto – Dia de Nossa Senhora da Assunção

12 de Outubro – Festa Nacional de Espanha

1 de Novembro – Dia de Todos-os-Santos

6 de Dezembro – Dia da Constituição

8 de Dezembro – Dia da Imaculada Conceição

25 de Dezembro – Dia de Natal

Page 67: Espanha Dossier Mercado - Exportação e Investimento

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Espanha – Dossier de Mercado (Agosto 2010)

67

Móveis:

Quinta-feira Santa (excepto Catalunha, Valência e Cantábria)

Sexta-feira Santa (2 Abril)

Dia de S. José (em diversas Comunidades)

Segunda-feira a seguir à Páscoa (Catalunha, Valência, Navarra, País Vasco, La Rioja e cidade de Palma

de Mallorca)

A nível regional, são ainda observados outros feriados, dependendo a sua data das várias Comunidades

Autónomas, até um total de 14 feriados por ano.

Corrente Eléctrica

220 volts AC, 50 Hz.

Pesos e Medidas

Sistema métrico internacional.

Page 68: Espanha Dossier Mercado - Exportação e Investimento

aicep Portugal Global

Espanha – Dossier de Mercado (Agosto 2010)

68

Anexo 3 - Endereços Diversos

Em Portugal

Embaixada de Espanha

Rua do Salitre, 1

1269-052 Lisboa – Portugal

Tel.: (+351) 213 472 381/2/3 | Fax: (+351) 213 472 384

E-mail: [email protected] | http://www.embaixadadeespanha.com

aicep Portugal Global

O’ Porto Bessa Leite Complex

Rua António Bessa Leite, 1430, 2º

4150-074 Porto – Portugal

Tel.: (+351) 226 055 300 | Fax: (+351) 226 055 399

E-mail: [email protected] | http://www.portugalglobal.pt

aicep Portugal Global

Av. 5 de Outubro, 101

1050-051 Lisboa – Portugal

Tel.: (+351) 217 909 500 | Fax: (+351) 217 909 581

E-mail: [email protected] | http://www.portugalglobal.pt

Consulado Geral de Espanha em Lisboa

Rua do Salitre, 3

1269-052 Lisboa – Portugal

Tel.: (+351) 213 472 792 | Fax: (+351) 213 478 623

E-mail: [email protected]

Consulado Geral de Espanha no Porto

Rua D. João IV, 341

4000 - 302 Porto – Portugal

Tel.: (+351) 225 363 915/40 | Fax: (+351) 225 101 914

E-mail: [email protected]

Câmara de Comércio e Indústria Luso-Espanhola

Av. Marquês de Tomar, 2 - 7º

1050-155 Lisboa – Portugal

Tel.: (+351) 213 509 310 | Fax: (+351) 213 526 333

http://www.portugalespanha.org

Page 69: Espanha Dossier Mercado - Exportação e Investimento

aicep Portugal Global

Espanha – Dossier de Mercado (Agosto 2010)

69

Oficina Comercial de Espanha em Lisboa

Campo Grande, 28 - 2º A / E

1700-093 Lisboa – Portugal

Tel.: (+351) 217 817 640 | Fax: (+351) 217 966 995

E-mail: [email protected]

COSEC – Companhia de Seguros de Créditos

Direcção Internacional

Avª. da República, 58

1069-057 Lisboa – Portugal

Tel.: (+351) 217 913 821 | Fax: (+351) 217 913 839

E-mail: [email protected] | http://www.cosec.pt

Em Espanha

Embaixada de Portugal

Calle Pinar, 1

28006 Madrid – España

Tel.: (+34) 917 824 960 | Fax: (+34) 917 824 972

E-mail: [email protected] | http://www.embajadaportugal-madrid.org

Serviços Consulares da Embaixada de Portugal em Madrid

Calle Lagasca, 88 - 4º

28001 Madrid – España

Tel.: (+34) 915 773 585 | Fax: (+34) 915 776 802

E-mail: [email protected]

aicep Portugal Global

Inversiones y Comercio de Portugal

Calle Goya 24, 7ª planta

(Entrada por Núñez de Balboa 33)

28001 Madrid – España

Tel.: (+34) 917 617 200 | Fax: (+34) 915 711 424

E-mail: [email protected]

aicep Portugal Global

Inversiones y Comércio de Portugal

Calle Bruc, 50 - 4º, 3ª

08010 Barcelona – España

Tel.: (+34) 933 014 416 | Fax: (+34) 933 185 068

E-mail: [email protected]

Page 70: Espanha Dossier Mercado - Exportação e Investimento

aicep Portugal Global

Espanha – Dossier de Mercado (Agosto 2010)

70

Representação aicep Portugal Global / IAPMEI de Mérida

Inversiones y Comercio de Portugal / Instituto de la Empresa de Portugal

C/Juan Pablo Forner 1 (bajo) 06800 Mérida (Badajoz) - España

Tel.: (+34) 924 003 662 | Fax: (+34) 924 003 660

E-mail: [email protected]

Representação aicep Portugal Global / IAPMEI em Vigo

Inversiones y Comercio de Portugal / Instituto de la Empresa de Portugal

Calle Marques de Valladares 23 1º F

36201 VIGO (Galicia) - España

Tel.: (+34) 986 226 803 | Fax: (+34) 986 433 064

E-mail: [email protected]

Cámara Hispano-Portuguesa de Comercio y Industria

Calle Zurbano, 67 - 5º B

28010 Madrid – España

Tel.: (+34) 914 422 300 | Fax: (+34) 914 422 290

E-mail: [email protected] | http://www.chp.es

Page 71: Espanha Dossier Mercado - Exportação e Investimento

aicep Portugal Global

Espanha – Dossier de Mercado (Agosto 2010)

71

Anexo 4 – Fontes de Informação

• Presidencia del Gobierno – http://www.la-moncloa.es

• Ministerio de Asuntos Exteriores y de Cooperación – http://www.maec.es

• Ministerio de Economía y Hacienda – http://www.meh.es

• Ministerio de Industria, Turismo y Comercio – http:// www.comercio.es

• Ministerio del Interior – http://www.mir.es/

• Secretaría de Estado de Comercio – http://www.comercio.mityc.es

• Dirección General de Política de la PYME – http:// www.ipyme.org

• Banco de España – http://www.bde.es/webbde/es/

• Agencia Tributaria – http://www.aeat.es

• Boletín Oficial del Estado (BOE) – http://www.boe.es/

• Compañía Española de Financiación del Desarrollo (COFIDES) – http://www.cofides.es/

• Confederación Española de Organizaciones Empresariales – http://www.ceoe.es

• Confederación Española de la Pequeña y Mediana Empresa (CEPYME) – http://www.cepyme.es/

• Consejo Superior de Cámaras de Comercio, Industria y Navegación de España –

www.camaras.org

• Dirección General de Política de la PYME – http://www.ipyme.org

• Gobierno de Canarias – http://www.gobiernodecanarias.org/

• Instituto de Crédito Oficial (ICO) – http://www.ico.es

• Instituto Español de Comercio Exterior (ICEX) – http://www.icex.es

Page 72: Espanha Dossier Mercado - Exportação e Investimento

aicep Portugal Global

Espanha – Dossier de Mercado (Agosto 2010)

72 Agência para o Investimento e Comércio Externo de P ortugal, E.P.E. – Av. 5 de Outubro, 101, 1050-051 LISBOA

Tel. Lisboa: + 351 217 909 500 Contact Centre: 808 214 214 [email protected] www. portugalglobal.pt Capital Social – 110 milhões de Euros • Matrícula CRC Porto Nº 1 • NIPC 506 320 120

• Instituto Nacional de Estadística – http://www.ine.es/

• Instituto de Turismo de España (Turespaña) – http://www.tourspain.es

• Invest in Spain – http://www.investinspain.org

• EL País (imprensa) - http:// www.elpais.es

• El Mundo (imprensa) - http:// www.el-mundo.es

• Expansión (imprensa económica) - http:// www.expansion.com

• Cinco Dias (imprensa económica) - http:// www.cincodias.com