espaços alternativos de formação marli andré puc sp
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Espaços alternativos de formação
Marli AndréPUC SP
Origens do tema
• Conferência de Nóvoa – 2011
• Provocações: 1) Formação de professores a partir de dentro2) Valorização do conhecimento docente3) Criação de nova realidade organizacional4) Reforço do espaço público de educação
Estudo das políticas docentes no Brasil:
programas de inserção à docência
PIBID
Bolsa Alfabetização
Bolsa Formação-Aluno-Aprendizagem
Origens do tema
Relato de uma pesquisaAproximação Universidade Escola
Objetivos
Investigar contribuições dos programas para diminuir a
distância entre os espaços de formação e do exercício
profissional
Investigar contribuições dos programas para o
desenvolvimento profissional de seus participantes
Programa de Fomento da CAPES
Bolsas para estudantes de licenciatura, professores supervisores das escolas e professores formadores da universidade
Licenciandos devem exercer atividades pedagógicas em escolas públicas de ensino básico, aprimorando sua formação e contribuindo para a melhoria de qualidade dessas escolas
PIBID
Programa do Governo do Estado de São Paulo
Licenciandos recebem bolsa para atuar em salas de 2º ano da rede estadual de São Paulo
Auxiliam o professor regente na alfabetização
Realizam investigação voltada à experiência vivida na escola com supervisão do professor formador da universidade
Bolsa Alfabetização
Bolsa Formação-Aluno-Aprendizagem
Secretaria Municipal de Educação de Jundiaí
Bolsa para licenciando e para professor tutor de IES
Licenciandos de Pedagogia e Letras atuam como professores auxiliares, durante um ano, nas classes de 1º ano das escolas municipais
de Jundiaí
Referencial teórico
Zeichner (2010) propõe a criação do terceiro espaço ou “espaços híbridos”,
reunindo professores da educação básica e da universidade,
relacionando-se de forma menos hierárquica e mais igualitária, com o
intento de propiciar formação qualificada aos futuros docentes.
Referencial teórico
Canário (2001) defende que a articulação entre a formação e o exercício do trabalho
deva ser o “ponto nevrálgico da organização curricular dos cursos de formação inicial de
professores”. Que as escolas sejam consideradas como os
lugares fundamentais da aprendizagem profissional e não como meros lugares de
aplicação dos saberes acadêmicos
Referencial teórico
A pesquisa de Gatti e Nunes (2009) sobre os currículos dos cursos de
licenciatura de Língua Portuguesa, Pedagogia, Matemática e Ciências
Biológicas no Brasil critica o distanciamento existente entre os
conhecimentos específicos e os pedagógicos.
Caminhos da pesquisa
Análise documental Grupos de discussão ou entrevista
PIBID:
81 licenciandos 16 coordenadores de 5 IES12 professores das escolas
Bolsa Alfabetização: 10 licenciandos 2 professoras de 2 IES
Bolsa Formação:
14 licenciandos, 5 tutores de 2 IES 1 coordenadora da Pedagogia
Os achados da pesquisa
A análise documental dos três programas revelou:
uma concepção de formação docente centrada na escola e no trabalho compartilhado de professores da universidade, professores da escola e aprendizes da docência.
o desejo de elevar a qualidade do ensino nas escolas parceiras e nos cursos de formação
Diferenças entre os programas
Âmbito de abrangência- primeiros anos ou todos os anos da educação básica
Atuação dos licenciandos: escola ou sala de aula
Papel do licenciando: auxiliar ou colaborador?
Financiamento- bolsa para quem?
Como avaliamos essas diferenças?
Não há um único modelo de Formação
na construção de espaços híbridos
Temos mais elementos para avaliar
os prós e contras de diferentes alternativas
A opinião dos pibidianos
Os licenciandos apontam como aspectos importantes no PIBID:
a possibilidade de contato com a realidade da escola
fazer conexões entre teoria e prática
refletir, criar, trabalhar coletivamente
desenvolver novas metodologias de ensino
A opinião dos pibidianos
A oportunidade de conhecer mais de perto o campo da sala de aula. A
organização e planejamento em grupo, desde as metodologias utilizadas em sala
de aula. (Lic Pe).
[...] quando conseguimos enxergar a teoria e a prática juntas, é maravilhoso, aí sabemos analisar o porquê das coisas,
então, para mim, aprender a enxergar isso foi o mais importante até agora. (Lic
MG)
A Opinião dos pibidianos
[...] tenho outra coisa para falar também, sobre a questão que aqui no PIBID todo mundo é instigado a querer trabalhar de forma não tradicional, se é com um software, com um material lúdico, com as gincanas com a exposição de jogos matemáticos, eu acho que isso é o diferencial do programa, do projeto, e a gente acaba vendo naturalmente o aluno como um ser subjetivo (Lic Pe).
O contato com o mundo acadêmico, voltar a estudar, atualizar-se, aprender
com os licenciandos
Eu achei que pra minha formação veio muito a acrescentar essa parceria com a
Universidade. O fato de a gente participar das palestras, nossa, não tem medida, estar nesse ambiente acadêmico novamente e também as novidades que as próprias bolsistas levam pra escola. Práticas atualizadas com tecnologias que até então eu não utilizava nas minhas
aulas” (supervisora SP).
Os professores das escolas valorizam
Os professores formadores do Pibid apontam
[...] eu não conhecia a realidade da escola pública. Estive muito presente na escola pública nos seis primeiros meses na realização do PIBID, passei seis meses toda semana indo lá, e até dando algumas aulas. Eu cheguei a dar várias aulas pra eles no primeiro mês. Então assim, a minha visão da necessidade da melhoria da educação cresceu bastante. Eu sabia que a coisa ia muito mal, mas era um olhar externo, e com essa participação de perto, eu realmente entrei na escola...(coord Pe)
O trabalho compartilhado, um diferencial no Pibid
Para mim os encontros do grupo de estudo são muito importantes [...] a gente tem muita liberdade de falar, de trazer as nossas angústias e com isso as supervisoras nos ajudam, nos aconselham, nos fazem refletir, eu aprendo muito e vou me sentido mais segura a cada dia e eu acho que quando eu for professora isso vai me ajudar muito, pois mesmo que eu não tenha respostas eu vou saber como buscar. (Lic MG)
A imersão na sala de aula
Atuar junto com a professora alfabetizadora
Estabelecer conexões entre teoria e prática
Conhecer estratégias didáticas que fazem o aluno avançar
A opinião dos estudantes do Bolsa Alfabetização
A opinião dos estudantes do Bolsa Alfabetização
eu acho que o projeto me proporcionou é... vendo a prática da professora como você pode fazer ... para que a criança avance, quais as estratégias que você deve usar. E o projeto possibilitou muito isso, por estar todos os dias na sala de aula acompanhando todo um processo de escrita da criança, todo um processo de leitura... (IES A)
A opinião dos estudantes do Bolsa Alfabetização
“Eu acredito que conhecer o dia a dia escolar pra gente se torna de grande ensinamento, porque só a teoria não nos faz conhecer realmente o que a gente vê ali, estando junto com uma professora experiente, conhecendo as práticas dela e, também, conseguindo conciliar o que a gente aprende...acho que o mais gratificante foi poder conciliar a prática com a teoria”. (IES B)
O que diz a orientadora da IES
[...] eu oriento as observações que as bolsistas realizam, então toda semana, aos sábados, das 11:30 às 13:30, nós temos dois blocos de discussões: o primeiro é o registro das observações, [...] então eu problematizo o que elas observaram...que poderia ter sido feito de diferente, por exemplo, numa intervenção de ensino da professora titular. Em um outro momento nós teorizamos essa prática, então buscamos nos autores as discussões sobre essas observações. (Orientadora - B)
O que dizem os licenciandos do Bolsa Formação
Articular os conhecimentos acadêmicos e os profissionais
Saber lidar com certas situações de sala de aula
Entender melhor certos conteúdos da alfabetização
Os estagiários do Bolsa Formação
Foi através do estágio que eu comecei a entender muitos conteúdos da faculdade. Na faculdade a parte teórica para mim era distante da prática. Agora consigo fazer as pontes entre o que os estudiosos falam e o que eu vivo.. Claro que tudo tem uma adaptação entre o real e o ideal. (J)
Os estagiários do Bolsa Formação
Nossa aprendi muito! Como lidar... Na faculdade se fala muito sobre inclusão – eu aprendi que se eu não tivesse vivenciado essa situação e adquirido essa bagagem sobre o processo de adaptação dessa criança egípcia e da aluna com problema auditivo dentro do Programa Nota 10, somente o que a faculdade expõe não traria todo meu aprendizado que tenho hoje!! (E)
O que os tutores valorizam
O diálogo entre a IES e
a escola
O trabalho compartilhado
O impacto positivo no
curso de licenciatura
O que dizem os tutores da IES
Nessa formatação, nesse modelo de estágio, há diálogo, há uma dinâmica de trocas de experiências com os professores tutores, com os professores do curso de Pedagogia e Letras, estagiários e professores gestores das escolas. O embate existe, o debate existe, mas também existe o diálogo, o aluno tem a oportunidade de ver, ouvir e escolher. Vivendo o espaço e o tempo da escola, o espaço e o tempo da sala de aula, estamos vivendo o estágio, só isso já é um ganho qualitativo para o nosso curso, sem sombra de dúvida. (Tutora S)
Uma questão em aberto:
Os professores das escolas
recebem formação para
serem coformadores?
Em síntese...
Os três programas buscam:
Aproximar os conhecimentos produzidos na universidade e no campo
profissional, criando condições favoráveis de inserção à docência
E estreitando a histórica distância entre teoria e prática
Mecanismos de controle e de cobrança dos resultados
Descrição das atribuições dos participantes
Estrutura bem definida, princípios e objetivos claros
A formalização dos programas sob a forma de portarias e regulamentos
O incentivo financeiro sob a forma de bolsas
Que elementos explicam o sucesso?
Mas pode-se
dizer que... sem a dedicação e o trabalho dos vários grupos
de participantes, que mobilizaram seus
conhecimentos específicos, seus afetos, suas disposições e seu
compromisso político e social, não haveria sucesso.